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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


EMPIRE / Rachel Van Dyken
EMPIRE / Rachel Van Dyken

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Perdi tudo.
Meu propósito. Meu amor. Minha alma.
Batidas de morte na minha porta, eu quero responder, mas cada vez que eu fecho o punho - a promessa que fiz a ela me traz de volta.
Então eu respiro.
Eu vivo. Eu odeio.
E eu permito que a raiva ferva sob a superfície de uma fachada perfeitamente indiferente.
Estou quebrado, eu não quero ser corrigido.
Uma última viagem à Nova York, uma última oportunidade para resgatar uma parte perdida da família da máfia. O Império está se desintegrando e é meu trabalho para corrigi-lo, meu trabalho para juntar os pedaços que foram espalhados a mais de trinta anos atrás.
O único problema é que a única maneira de corrigir é fazer algo que eu jurei que nunca faria novamente.
Um casamento arranjado.
Só que desta vez,
Eu não vou cair.
Ou que Deus me ajude, eu vou matá-la eu mesmo.
Meu nome é Sergio Abandonato. Você acha que conhece a minha dor, meu sofrimento, minha raiva, meu ódio - você não tem ideia.
Eu sou a máfia. Eu sou a escuridão.
Sangue. Sem saída.
Substantivo: Organização, Império, Empresa. Para governar ou ter poder ou autoridade. Ordem, controle, domínio. Exemplo: Ele construiu um império, ele recusou-se a vê-lo desmoronar sob seus pés.

 


 


PRÓLOGO
Março
Frank
O dia sombrio combinava com meu mau humor. A chuva impiedosa atacava meu guarda-chuva e caía em cascata pela sua beirada. Eu ajustei meu domínio sobre o cabo de madeira polida. A artrite era sorrateira e por vezes era difícil dizer quando eu podia manter a firmeza em algo. A idade nunca tinha sido minha amiga. O relógio, ao que parece, nunca parou de marcar, os segundos passavam mais rápido do que eu jamais poderia ter imaginado, os anos desaparecem como areia através de uma ampulheta.
A terra molhada afundava debaixo dos meus pés, pedaços de grama com terra presos nos meus Valentinos pretos.
Eu continuei andando.
Meu passo firme.
Meu objetivo ainda mais firme.
O túmulo era bem sinalizado, eu tinha certeza que seria. Parecia que era o mínimo que eu podia fazer, afinal... Dar ao meu irmão um túmulo apropriado, quando eu fui seu inimigo mais temido e, no final, o aliado mais confiável... Eu tinha tido uma mão em vê-lo morrer.
Não foi minha culpa.
Eu não tinha puxado o gatilho.
Mas eu conhecia os perigos do que fazíamos.
Eu conhecia o preço de nossa partida de xadrez.
Eu só queria que tivesse sido eu... Em vez dele.
Mais alguns metros e cheguei à frente da grande pedra cinzenta. Eu sabia que Luca não teria querido algo elaborado... Depois de ele ter feito seu caminho pelo mundo sendo sempre silencioso, o golpe da morte que ele nunca viu chegando, até que fosse tarde demais.
Lambi meus lábios rachados e balancei a cabeça quando eu li a lápide. "Irmão Amoroso, líder sem medo..." Minha voz falhou. "Pai Abençoado." Fechei os olhos quando a picada das lágrimas queimou.
Pai.
E apenas duas pessoas aqui sabiam.
Phoenix e eu.
"Sinto muito, irmão..."
Eu teria feito às coisas de modo diferente? Todos aqueles anos atrás quando fiz Luca ser o homem que ele foi, quando eu o forcei na família Nicolasi, quando eu roubei a mulher que ele amava e o deixei sozinho contra o mundo.
Sabendo o que eu sabia agora... Eu faria tudo de novo?
"Se quer mesmo saber velho..." Eu apontei para a lápide ao lado dele. "Eu gostaria de pensar... que, pelo menos na vida após a morte... você a terá."
Eu tinha enterrado minha esposa ao lado dele, onde ela pertencia. Onde ela sempre pertenceu. Todas as noites eu rezava para que eles finalmente estivessem juntos no céu.
Enquanto eu estava amaldiçoado a vagar pela terra sem meu irmão... Sem a minha esposa, e no comando de quatro chefes da máfia que eram mais jovens do que eu era quando eu tinha assumido.
O império que eu tinha construído estava mudando, transformando-se em algo que eu não reconhecia. Com um suspiro eu fiz uma cruz sobre o peito e balbuciei uma oração.
"Bem, isso é deprimente." veio uma voz baixa atrás de mim.
Eu não precisava me virar para saber que era Phoenix De Lange, o mais novo chefe da família Nicolasi, escolhido a dedo pelo próprio Luca.
"Você trouxe?" Eu mantive meus olhos treinados na lápide.
Phoenix soltou uma maldição. "Sim."
Eu estendi minha mão.
"Tem certeza que você quer saber?"
"Sim."
"Talvez antes devêssemos falar com Tex sobre isto..."
"Estou entregando-a maldição, eu sou seu velho."
"Não puxe a linha da idade, velho. Você ainda pode me levar para baixo, e você sabe disso."
Eu sorri e mantive a minha mão firme no ar. O minuto que a pasta tocou meus dedos, eu a peguei e a segurei com força contra meu peito.
"Eles não vão gostar disto..." Phoenix resmungou.
"Eles não têm uma palavra a dizer."
"O inferno que não." Phoenix soltou uma gargalhada. "Mas com certeza, o ajudará a dormir à noite." A chuva começou a cair com força. "Quando você sairá?"
"Assim que possível."
"Tenha uma viagem segura."
"Sempre."
"Alguém sabe que você está indo?"
Virei-me e lhe ofereci uma piscadela maliciosa. "Segredos, segredos, segredos, o que mais posso oferecer à minha família?"
Com um leve aceno de cabeça, Phoenix deu um passo para trás. "Eu não posso protegê-lo se isso acabar mal... especialmente se eu não sei onde você estará... pelo menos, leve um dos homens."
"Não." Eu olhei para o meu relógio. Meu voo sairia dentro de uma hora. "Não penso que vou precisar."
"Porra, Frank."
"Sem 'porra, Frank' para mim..." Eu estendi minha mão. "Agora, saia como um homem antes que eu tenha de lembrá-lo que sou mais velho... e mais experiente."
Phoenix ofereceu um sorriso triste e apertou minha mão. "Fique bem, Frank."
"Fique bem, Phoenix."
CAPÍTULO 1
‘Sonho de uma Noite de Verão’ me leva para um lugar onde tudo é muito bonito... E vivo. — Valentina
Seis semanas antes - Janeiro
Valentina
"Desculpe!" Eu tropecei saindo do caminho de uma loira atlética, em uma saia lápis e Nikes poderosos, fazendo seu alegre caminho ao longo da Quinta Avenida. Empresários e clientes embaralhavam por mim, e eu quase caio sobre a calçada, mal conseguindo me esquivar do tráfego intenso de pessoas me passando antes que eu caia e meu rosto deixe uma marca no cimento.
Ninguém reconheceu o meu pedido de desculpas, ninguém sequer me reconheceu. Então, novamente, era Nova York. Eu poderia estar dando o meu último suspiro, e as chances de que alguém realmente não me pisasse era uma em um milhão. Tenho certeza que eu vi isso em uma das minhas primeiras aulas de Psicologia quando era caloura. Não significava que os nova-iorquinos eram rudes como as pessoas assumiam. Eles eram apenas ocupados.
E ocupado significava que eles não têm tempo para parar na calçada e ajudar uma menina de dezoito anos de idade a ficar em seus pés, porque parecia que ela estava prestes a ser sufocada contra a janela mais próxima.
Tomei outra respiração profunda. Isso era estúpido.
Eu era estúpida. Era um banco. Quantas vezes eu andei para este mesmo edifício e não pensei em nada?
Meu estômago apertou. Hoje era diferente.
Eu me senti como uma das meninas que eu lia em meus romances, que tinha vida aventureira, era perseguida por homens sexys de morrer e usavam uma armadura completa. Ha, claro que não era minha realidade.
Eu puxei meu casaco apertado em torno do meu uniforme justo quando o meu telefone tocou na minha bolsa.
Provavelmente um dos meus tios me verificando para se certificarem de que eu estava no meu caminho para a loja.
Agora ou nunca.
A carta estava queimando um buraco no meu bolso por semanas, e eu não era o tipo de pessoa que ignorava as coisas, especialmente coisas estranhas, coisas que realmente fizeram a minha vida parecer menos normal, menos chata. Durante os últimos dezoito anos eu tinha ido para a escola, tentei o meu melhor para conseguir boas notas, e trabalhei na floricultura da minha família.
Oh, e eu li.
Eu não tenho talentos específicos, a menos que você possa contar leitura, coisa que aparentemente é desaprovada quando você está se inscrevendo para a faculdade. Eu ainda podia ouvir o riso do meu tio Gio. "Leitura é um passatempo, Val, não um talento."
Meu telefone não parava de zumbir.
Eu cerrei os dentes, em seguida, o puxei para fora da minha bolsa e atendi. "Sim?"
"Val?" O forte sotaque do tio Gio envolveu em torno de mim como um abraço caloroso. "Você está doente?"
"Não." Eu olhei desesperadamente para as janelas de vidro do arranha-céu. "Eu estou no meu caminho."
"Você vai chegar tarde." Ele afirmou isso como um fato, não perguntou.
"Talvez." Eu disse distraidamente. "O tráfego está... ruim."
"Mas você está andando."
"Eu tenho que atravessar as ruas, Gio."
Ele ficou em silêncio e então. "Você comeu?"
"Gio!" Eu gemi já sentindo meu rosto queimar de embaraço, quando eu seria uma adulta para eles? "Eu comi, tudo bem?"
Mais silêncio e então. "Eu não acredito em você. Eu trouxe cannoli extra, apenas no caso."
Se eu comesse mais um cannoli alguém ia ter que começar a correr para o trabalho em vez de andar. "Tudo bem, eu só... eu preciso ir, está difícil ouvi-lo."
"Onde você está?"
"Perto!" Eu menti. "Até logo, Gio!"
"Amo-te, pequena Val."
Eu segurei meu gemido. Eu seria sempre a pequena Val.
Sempre.
Elevo meu ombro e empurro meu telefone de volta na minha bolsa. A pequena Val retrocederia. A pequena Val teria queimado a carta que estava transportando atualmente.
A pequena Val provavelmente teria contado isso a seus tios superprotetores e seu irmão.
Mas eu não queria ser mais a pequena Val. Eu sou uma mulher.
Eu alcanço a maçaneta da porta, ao mesmo tempo em que outro corpo esbarra em mim me impulsionando através da porta com um humph.
O cheiro nítido de papéis e desinfetante no chão queimam minhas narinas quando giro em alguns círculos. Aonde eu posso sequer verificar onde eu devo ir?
Eu saio do caminho e pego a carta
Banco da América
Cofre 36
Não havia nenhum endereço de retorno, e não estava nem mesmo escrito à mão, apenas digitado. Talvez eu devesse ter dito algo para os meus tios.
Mas aqui está a parte assustadora, a parte que me levou para o banco no momento em que abri a carta. A parte que me tinha feito mentir pela primeira vez para o meu tio, desde... Sempre.
Na parte inferior da página havia uma citação de Shakespeare.
‘O caminho para o amor verdadeiro, nunca corre suavemente’.
Era uma das minhas citações favoritas. Quando eu tinha cinco anos, eu havia roubado um dos antigos livros na biblioteca de Gio e sorrateiramente lia os capítulos quando eu podia. Mais uma vez, eu era uma criança estranha, por isso, se você me conhecesse, saberia que não era particularmente estranho que eu fizesse isso, comer as palavras como se fosse pão com manteiga.
Eu tinha sido obcecada com Sonho de uma Noite de Verão desde então, e esse mesmo livro ainda ficava debaixo da minha cama à noite.
Eu o tinha memorizado.
Nossa, eu era ridícula.
"Senhorita?" Um cara sexy de morrer se aproximou de mim. Seu terno preto mal se movia conforme ele andava como se estivesse colado a cada músculo de seu corpo. A gravata preta em cima da camisa preta gritava "perigo!" Os óculos sofisticados pendurado no bolso da frente diziam casual, mas não descuidado. Minha boca deve ter caído aberta, porque um pequeno sorriso curvou ao redor de seus lábios quando ele abaixou a cabeça.
"Você está..." Eu me viro. "Oh Deus, eu sinto muito, você está falando comigo?"
"Você está falando comigo?" Ele disse em uma perfeita imitação do sotaque de Robert De Niro em Taxi Driver. "Você está falando comigo?" Ele riu um pouco.
Juntei-me a ele, percebendo a quão ridícula eu estava sendo. Eu estava em um banco, parecendo uma criança perdida, e ele estava de terno. É evidente que ele trabalhava lá, embora o crachá com seu nome não fossem visíveis. Eu franzi a sobrancelha.
"Posso ajudar com mais alguma coisa?" Perguntou estendendo a mão, seu sorriso era fácil, mas algo sobre ele me fez hesitar. Seu cabelo negro sedoso estava contra a sua pele cor de oliva, ele parecia italiano, mas seus olhos azuis eram tempestuosos... Havia algo predatório nessas profundezas. Eu senti como se deveria reconhecê-lo, mas não o fiz, nem eu quero conhecer um homem que tinha tal sorriso calculista. Seu sorriso se aprofundou, minhas pernas coçaram para eu me virar e fugir.
"Não," eu disse rapidamente. "Eu apenas... prédio errado."
"Eu sinto muito." Ele agarrou meu braço gentilmente. "Eu assustei você? Eu não queria. Eu trabalho aqui e você estava olhando para um um papel e parecia perdida, eu coloquei dois e dois juntos..." À medida que sua voz pausou, ele inclinou a cabeça, com uma sobrancelha levantada.
A tensão aliviou seu aperto no meu corpo. "Desculpe, eu apenas..." Acenei para o ar. "Tive uma longa noite lendo romances de vampiros, não consegui dormir direito."
"Conte-me, como está Edward?" Ele brincou um meio sorriso puxando de um lado em sua boca linda.
"Ainda com Bella, maldita seja." Eu reagi rapidamente.
Ele começou a rir. "Você fará muito bem."
"Farei?"
"Agora, como você disse que eu posso te ajudar?" Ele já estava chegando para alcançar o papel. Eu o deixei pegá-lo, porque eu não queria ser rude. Essa era a minha ruína... Minha simpatia. Vamos apenas dizer que era basicamente impossível eu passar por um sem-teto sem lhe dar cada trocado que eu tinha, embora eu soubesse que ele provavelmente iria gastá-lo com algo ruim.
O homem examinou a folha e depois me devolveu.
"Estranho, não é?" Eu disse, brincando, um pouco envergonhada que ele iria ler a coisa toda e agora provavelmente pensava que eu era louca ou tinha escapado de uma instituição mental.
"Não é." Ele deu de ombros. "Eu vi coisas bem mais estranhas." Seu sorriso desapareceu. "Você não tem ideia."
"Eu acredito em você." Eu resmunguei.
"Os cofres..." Ele virou e começou a andar, e eu o segui em silêncio. "... estão bem aqui." Ele escaneou o cartão sobre alguma coisinha de metal e me acompanhou até o canto mais distante do edifício. "Vá pelo corredor e encontre o seu número. Alguns precisam de chaves, alguns outros cofres que pertencem a pessoas de alto nível são necessária impressão digital."
Eu levantei minha mão e vasculhei minha bolsa, finalmente, localizando a chave e a levantando no ar como uma vencedora. "Chave."
"Fantástico." Ele acenou com a cabeça uma vez. "Fique o tempo que você precisar."
"Obrigado." Mordi o lábio em sinal de nervosismo, eu estava realmente fazendo isso. Puta merda. Meu coração bateu contra meu peito enquanto eu caminhava pelo corredor silencioso.
"Eu espero que você encontre o que você está procurando Valentina," ele sussurrou atrás de mim. "Eu realmente espero." Meus passos vacilaram.
Eu nunca disse a ele meu nome.
Tremendo, eu rapidamente me virei.
Mas ele havia ido.
Eu quase bati em uma senhora no meu caminho para o salão quando tentava encontrá-lo.
"Senhorita?" Ela estava fazendo malabarismos com cerca de um milhão de papéis. "Posso ajudá-la?"
"Um homem," eu soltei. "Ele acabou de sair pelo corredor e..."
"Não." A senhora franziu a testa. "Gostaria de tê-lo visto, me desculpe, talvez... você poderia ter imaginado isso?"
"Certo." Eu engoli em seco, meu coração realmente ameaçou cair fora do meu peito e começar a bater no chão.
"Você está perdida?" Ela ofereceu com uma inclinação de sua cabeça, ela era bonita, e parecia um pouco jovem para estar trabalhando em um banco, mas o que eu sei?
"Não." Eu apertei a chave entre meus dedos, suor fundindo em torno do metal. "Eu tenho um cofre no depósito de segurança para olhar."
"Bem," ela disse, balançando a cabeça. "deixe-me saber se você tiver quaisquer dúvidas. Meu nome é... Emiliana."
"Ok." Eu dei dois passos para trás, me virei sobre os meus calcanhares e fiz um caminho mais curto para os cofres, eles eram alinhados em ambas as paredes.
Finalmente, eu localizei o número trinta e seis, e sem me dar tempo de fugir como uma galinha, então empurrei a chave na fechadura e a virei.
Se eu soubesse o que sei agora... Eu teria corrido em direção ao banco, feito o meu caminho pelo fogo do inferno, e passado sobre qualquer coisa legal ou ilegal para chegar a essa caixa.
Tremendo, puxei a caixa para fora e entrei em uma das salas privadas e fechei a porta atrás de mim.
CAPÍTULO 2
Tudo está perdido. Romance. Amor. História. Final.
Tudo está perdido. — Sergio
Sergio
"Ei." Frank me cutucou com o cotovelo, e eu olhei para o jornal enrolado na sua mão. Manchas de tinta estavam alinhadas em alguns de seus dedos. "Eu preciso de um pouco de café, você quer alguma coisa?"
Eu balancei a cabeça e me afundei mais na cadeira de metal desconfortável do aeroporto, incapaz de me concentrar em outra coisa senão nas batidas do meu próprio coração, e o suor que estava começando a espalhar na parte de trás do meu pescoço.
Flexionei minha mão em um punho e joguei meus pés em cima da minha mala, puxando meu gorro tão baixo que quase cobriu meus olhos.
Fazia dois meses.
Dois meses que ela foi tirada de mim.
Roubada.
A dor em meu peito cresceu. Eu não podia beber para esquecer. Eu tentei. E então me senti tão extremamente culpado por tentar beber e esquecer que eu passei o dia seguinte chorando inconsolável, pensando o quão decepcionada ela estaria comigo. E como fiquei desiludido comigo mesmo.
Por que acabar com a minha vida?
Quando ela teria feito qualquer coisa... Qualquer coisa para manter a dela.
"Mamãe!" A menina em um vestido rosa com babados estendeu a mão para a sua jovem mãe. A mulher tinha cabelos escuros que combinavam com as olheiras sob seus olhos. "Por favor, por favorzinho!"
A mulher suspirou e depois lentamente, abaixou-se para o nível da menina. Algo sobre esse momento era meigo, algo me chamou para elas, a saudade no meu peito, o desejo de ver algo bonito.
A morte de Andi tinha sido bonita.
Mas desde sua morte, eu estava lutando tentando encontrar a beleza no reino dos vivos. O mundo já não era cheio de cor. Apenas preto e cinza.
E estava lentamente me matando, comendo minha alma.
"Mamãe!" A menina riu, e seus cachos loiros saltaram sobre seus ombros. "Por favor, só mais uma vez?" A mãe suspirou novamente, então sorriu e estendeu a mão. A menina pegou.
E a girou.
Todo o meu corpo foi capturado e o mundo a minha volta deixou de existir. Tudo o que eu via era aquela menininha loira, rosto levantado para o teto, rindo relaxada. Com os braços abertos, as mãos agarradas a sua mãe para ter equilíbrio, e ela girou novamente, e caiu em mais um ataque de riso.
Vi Andi nesse giro.
A senti na gargalhada.
Minha esposa falecida.
Minha princesa da máfia russa.
Minha terrível bebedora de vodka.
Eu estava com medo de fechar os olhos, com medo de que o sentimento de paz me deixaria tão rapidamente como ele havia aparecido.
Infelizmente, nada dura para sempre. Nada.
A menina parou de rodopiar. A mãe agarrou sua mão. Elas foram embora.
O mundo desbotou para o preto novamente.
Meu coração, que batia intensamente no meu peito, desacelerou para sua batida rítmica normal. Eu respirava dentro e fora, porque é isso que você faz quando você não sabe mais o que fazer.
Você simplesmente existe.
Você inspira. Expira. Sorri quando é suposto sorrir. Faz todas as perguntas certas, dá todas as respostas certas.
Com as mãos trêmulas puxo a lista tola de Andi, minha esposa, a lista que ela tinha feito quando nos casamos.
Era uma lista para a lua de mel, mas basicamente ela acabou escrevendo um monte de merda estúpida que ela queria fazer antes de morrer.
Sorte a minha, o traço de um sorriso puxou em meus lábios, eu fazia parte do plano. E eu passei minhas noites segurando-a, fazendo amor com ela, vivendo possivelmente pela primeira vez na minha vida.
Os dias eram preenchidos com risos e lágrimas.
Eu estava na máfia; eu sabia melhor do que ninguém o quão curta a vida poderia ser. Meu inimigo sempre teve um rosto, uma arma, sempre me perseguindo. Querendo acabar comigo, então eu acabei com eles primeiro.
Mas o tempo? O tempo pode ser um inimigo também. Seu rosto nunca é intimidante, mas o som do relógio? Provavelmente, o mais angustiante som na existência. Um que eu ainda não podia tolerar. O único relógio na minha casa era o do meu telefone, por essa mesma razão.
"Ei." Frank me deu um tapa com o velho jornal que ele estava carregando pelas últimas horas e se sentou. "Você está doente."
"Cansado." eu resmunguei.
"Eu também." Ele acenou com a cabeça sabiamente. "Eu também."
Eu bufei. "Você está velho, você tem uma desculpa."
"Nós dois estamos velhos," ele disse depois de alguns instantes de silêncio. "Seu corpo está velho... sua alma? Talvez até mesmo o seu coração? Muito mais velho do que o meu. Muito mais velho Sergio."
Eu não sabia o que dizer sobre isso. Não tinha certeza se queria mesmo reconhecer a verdade de sua declaração.
"Posso ter algo que possa te interessar antes do nosso voo sair." Ele me entregou o rolo de jornal. "Eu vou fechar meus olhos um pouco."
"Ótimo, eu vou proteger as nossas bundas."
Com uma risada, ele me dispensou. "Por que precisamos de proteção? Eu sou apenas um velho frágil sendo escoltado por meu neto favorito para a minha cidade natal, Nova York." Ele parecia definitivamente feliz. "Eu mal posso esperar para sentir o cheiro do lixo."
Certo. Se Frank Alfero, chefe da máfia de uma das famílias mais antigas em Chicago era velho e fraco, então eu era um padre.
Balançando a cabeça, eu desenrolo o jornal e passo atentamente pelas três primeiras páginas. Depois da quarta, paro onde meu polegar tinha pousado em uma imagem.
Deixo escapar uma maldição, porque a menina na foto era a que eu deveria encontrar em poucas horas... Protegê-la. E de acordo com os desejos de minha falecida esposa... Casar-me com ela.
Aparentemente eu não iria fazer qualquer uma dessas coisas, desde que ela recentemente ficou noiva.
Do primo de Frank Alfero.
CAPITULO 3
Veem-se mais demônios do que o vasto inferno pode segurar. — Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
"Você está louco?" Eu gritei. Eu nunca grito. Pisquei minhas lágrimas quando Gio começou a murmurar uma oração em voz baixa, enquanto Papi e Sal olhavam com seus rostos enrugados, tensos.
Eu tinha acabado de decidir fazer um intervalo quando fui atacada pelos meus tios. Claro, uma vez que todos eles caminharam determinados, eu os vi chegando.
Eu soltei as rosas que estavam em minhas mãos, deixando-as cair em cima do balcão. Havia sido um dia lento.
"Faça um intervalo!" Gio disse.
"Consiga um cannoli!" Papi incentivou.
"E enquanto você faz isso, sente-se, temos novidades." Sal abriu os braços e anunciou. "Nós encontramos um jovem!"
A respiração saiu como um sopro dos meus pulmões e todo o sangue deixou meu cérebro. Talvez eu realmente precise sentar.
O cannoli rolou no meu estômago cheio, ameaçando voltar e fazer uma segunda aparição por todas as rosas que eu passei horas organizando.
Rosas que, aparentemente, iam decorar nossa casa nessa noite para a minha festa de noivado!
Italianos!
"Olha," eu comecei tentando soar severa. Por que eu não poderia ter nascido mais corajosa, como o meu irmão gêmeo Dante? As pessoas olhavam para ele e choramingavam. Elas olhavam para mim e viam awn, que querida! "Eu mal fiz dezenove! Eu tenho muitos anos antes de precisar me casar, e eu posso facilmente escolher meu próprio marido, muito obrigada!"
"Mas você não sai." Sal esfregou sua cabeça calva, com os ombros curvados como se ele estivesse com dor, talvez sua artrite estivesse agindo de novo? Não era como se meus tios fossem jovens; eles estavam em seus setenta anos. "E nós nos preocupamos com você."
Estreitei meus olhos e pulei da cadeira quando compreensão me acertou. "Vocês estão doentes? Alguém está morrendo? Apenas me digam agora e acabem logo com isso para que consigamos chegar a um plano." Eu mentalmente comecei a pensar em todas as coisas que precisaria fazer se eles de fato, estivessem doentes. Eu poderia cuidar deles, quero dizer, era o meu trabalho, eles eram como meus pais. Os Três Patetas, mas ainda assim, eram tudo o que eu tinha!
Gio tinha uma expressão perplexa. Com seu chapéu redondo preto apoiado sobre sua cabeça calva, ele parecia um condutor de trem. "Médicos. Quem vai ao médico?"
"As pessoas normais." eu digo com os dentes cerrados.
"Ora!" Papi finalmente falou. "Somos italianos," Ele golpeou o punho contra o peito como se isso provasse sua herança, o que de certa forma, o fazia. "somos saudáveis homens viris!"
"Mais vinho?" Gio derramou um pouco mais nos copos conforme todos eles os passaram lentamente.
A loja ainda estava morta.
É claro que eles não estavam doentes, se eles estavam bebendo e ofendidos com sequer a hipótese de ver um médico.
"Vocês sabem do que vocês precisam?" Sentei-me de novo. "Vocês precisam de um hobby. Um que não envolva minha vida amorosa."
"Mas você pode aprender a amar Nico!" Gio abriu os braços. "Certo?"
"Não!" Argumentei. "Eu nem conheço esse tal de Nico!"
"Claro que conhece!" Gio disse enquanto meus tios juntaram no sorriso. "Vocês costumavam brincar juntos quando eram crianças."
Dei-lhes a minha melhor expressão em branco. "Então sem dúvida nenhuma, devemos nos casar de uma vez! Quer dizer, nós brincamos juntos então..."
Meu sarcasmo estava completamente perdido sobre eles como eles despreocupadamente balançavam a cabeça em concordância.
Gemendo, eu cobri o rosto com as mãos. "Eu não vou me casar com Nico nenhum."
"Ele ficará tão decepcionado." Papi estalou a língua. "Sua mãe estava tão feliz por o tirarem de suas mãos."
"E o jogarem na minha?" Não grite com seus tios. Bem, bem, bem. Agarrei os lados da cadeira de madeira com tanta força que eu estava com medo que ia rachá-la. "Vocês estão loucos?"
"Nós não saberíamos." Gio riu. "Nós não vamos aos médicos, lembra?"
"Impossível," eu resmunguei sob a minha respiração. "Não," eu afirmei. "Minha resposta é não."
Sal curvou ainda mais. Oh, Senhor Amado. "Meu braço."
"Não!" Eu lutei contra a vontade de sorrir. "Pare com isso! Seu braço está muito bem. Sal! Eu quero dizer isso, pare de fingir que você está com dor. Isso é cruel e estranho." Ele fez um bom show de agitar a taça de vinho quando ele a levou aos lábios. "Uh huh, cuidado para não derramar qualquer um desse vinho, Sal."
Gio fez uma cruz sobre o peito, como se apenas ter a ideia era um pecado contra a igreja.
"Corrijam isso." Eu levantei minhas mãos. "Eu amo todos vocês, mas... vocês precisam me perguntar antes de começar a procurar homens estranhos e me envolver com eles! E notificar as partes e..."
"Não esqueça que colocamos no jornal." Papi tossiu.
Gemendo, eu fecho meus olhos e consigo dar algumas respirações calmantes. "Não acredito que vocês irão compartilhar esse vinho?"
"Não." Eles disseram em uníssono, enquanto Sal o pegou rapidamente da mesa e o escondeu em seu casaco.
"Bom." Eu assenti. "Muito bom, Sal, você usou seu braço que estava ruim."
Ele trocou o vinho para seu outro braço e murmurou ‘Droga’. ao mesmo tempo em que Papi bateu na parte de trás da sua cabeça com o jornal enrolado.
Desatei meu avental com um suspiro. "Eu vou atravessar a rua e visitar Dante. Considere este meu intervalo."
Cada um deles me soprou um beijo.
Mas nenhum pediu desculpas.
Mais uma vez, eles eram italianos. Controlando. Administrando. Temperamentais. Abatedores. Eu ia ter que corrigir isso sozinha. Se eu não consertasse isso, eu acabaria casada com um estranho que provavelmente teria uma monocelha e gostava de suas mulheres na cozinha, onde ela ‘Pertencia’, Blah! Eu conheço o tipo. E eu me recuso a ficar amarrada a alguém assim. Além disso, alguém perdeu o ponto que eu tenho dezenove anos? Quem casava aos dezenove anos?
Eles pensavam assim.
Todos os meus três tios sobreviveram a suas esposas. E agora não tinham nada melhor para fazer do que se meter na minha vida e me deixar louca!
Corri para o outro lado da rua e abri a porta, grata que meu irmão gêmeo trabalhava tão perto.
Pensando bem, a minha família basicamente era proprietária de todo o quarteirão. Tínhamos uma lavanderia, onde dois primos trabalhavam, um bar e a floricultura.
Apesar de sempre ter parecido estranho que, além do bar, não tínhamos muito movimento, mas ainda éramos capazes de nos manter em pé numa economia em recessão.
Meus tios diziam que éramos fantásticos investindo.
E eu deixei por isso mesmo, além disso, não era minha posição fazer perguntas.
"Calminha aí." Dante me deu um sorriso falso enquanto eu fiz uma linha reta para o bar e me sentei em um banco, de forma dramática, jogando metade do meu corpo sobre a parte superior do balcão e soltei um bufo.
Dante abaixou para que estivéssemos nariz com nariz e sussurrou: "Dia ruim irmãzinha?"
Seus dedos estavam esfolados, eles estavam sempre esfolados, porque ele estava sempre se metendo em brigas, mas eu estava muito cansada para discutir com ele sobre o sangue que atualmente gotejava no balcão de madeira.
"Eles estão me deixando louca!" Eu joguei minhas mãos para o ar e me levantei. E decidi então que a única coisa que me restava fazer era ir para lá e para cá.
Dante riu e bateu os dedos contra o bar como se estivesse batendo na porta. "Acho que você descobriu sobre Nico?"
Parei de andar e atirei punhais em sua direção. "Traidor! Você sabia?"
"Engraçado, eles me disseram ontem à noite. Ri pra caramba, e lhes disse que talvez eles devessem perguntar para você em primeiro lugar, e você sabe o que eles me disseram?"
"Não, o quê?"
"Eles disseram: 'Nós sabemos o que é melhor para a nossa sobrinha’." Dante usou o seu melhor sotaque italiano enquanto ele pressionou o polegar e o indicador juntos no mesmo gesto pelo qual Gio era conhecido.
"É claro que eles sabem. É claro." Eu cruzei os braços. "Você sabe quem é Nico?"
"Olha, eu acho que você também sabe quem é Nico. Você só não, você sabe, você sabe quem é Nico."
"Hein?" Eu enruguei meu nariz e olhei para ele.
Dante sorriu. "Terceiro banco na missa. Usa colônia suficiente para deixar alguém sem a capacidade de cheirar por pelo menos três horas depois de ter contato com ele e, no último domingo seu terno era roxo. Da cabeça aos pés. Eu acho que a jaqueta era de veludo."
Eu respirei fundo. "Não. É ele? Nojento! Ele apertou minha mão depois da igreja! Dante, suas mãos estavam suadas."
O sino na porta tilintou. Nós dois nos viramos para ver um senhor idoso fazendo o seu caminho em nossa direção. Ele parecia ter em torno da idade de Gio, talvez setenta e dois? Mas ele parecia muito bem. Seu terno de três peças era claramente italiano. Cabelo grisalho grosso, ondulado era perfeitamente cortado. Ele gritava dinheiro.
Dinheiro velho de Nova York, do tipo que você começa de forma ilegal, se você sabe o que quero dizer. Dei um passo cauteloso em direção a Dante, embora ele estivesse do outro lado do bar. Eu nem sei por que eu estava tão intimidada com exceção dos seus olhos azuis claros, o estranho parecia estar vendo através de mim.
Eu conheço este homem?
"Oi," ele disse com um sotaque ligeiramente acentuado, e então ele sorriu, transformando instantaneamente o seu rosto em um território mais amigável. "Eu estou procurando por Sal Alfero?"
"Alfero?" Eu repeti, compartilhando um olhar com Dante, que de repente parecia ter engolido algo azedo. Seu rosto estava completamente em branco, sua mandíbula tensa enquanto flexionava seus dedos em um punho apertado. "Eu não conheço..."
"Não temos Alferos aqui." Dante disse com uma voz completamente desligada e vaga. "Desculpe." Seus punhos apertaram ainda mais fazendo com que sangue fresco deslizasse para seu pulso.
O sorriso do homem se transformou em uma carranca. "Você tem certeza?"
"Meu tio," eu os interrompi. "O nome dele é Sal, mas seu sobrenome é Grecco."
O homem voltou sua atenção para mim. "Grecco." Sua risada era profunda, inebriante, quente. "Interessante, obrigado, minha querida."
Com uma inclinação de sua cabeça, ele educadamente pediu licença e saiu.
"Ok, isso foi estranho." eu murmurei para mim mesma.
Dante ingeriu. "Sim. Estranho."
"Você está bem?"
"Sim." Ele recuperou-se rapidamente, como se ele não tivesse acabado de parecer estar pronto para matar alguém. Uma mistura de tristeza, confusão, raiva atravessou seu caminho de novo, antes que ele pegasse um copo e o enchesse com gelo, e acrescentou Coca-Cola. "Beba irmãzinha. Será um dia longo. Você tem que terminar com um homem."
"Eu te odeio."
"Você sabe, essa é a coisa mais malvada que você já me disse?" Eu fiz uma careta.
"Ei, isso foi um elogio! Você é legal. Foi uma coisa boa."
"Eu sou uma bobalhona." Estendi a mão para o copo e coloco um canudo dentro, e suguei avidamente o refrigerante. "Existe uma grande diferença."
"Val." Dante pegou minha mão, me dando um beijo em cima de meus dedos. Era a sua coisa. Ele era um verdadeiro cavalheiro italiano, e as minhas amigas ficavam loucas com isso. Que conste que com 1,98 de altura, Dante Grecco era um matador de senhoras. Com os olhos azuis frios e traços fortes ele poderia facilmente ser modelo. Músculos apareciam sob sua camiseta enquanto ele se movia em torno do bar e começava a preparar tudo para o turno da noite, e uma vez que o happy hour começasse ele voltaria para a função de garçom desde que ele ainda não tinha vinte e um. "Eu te amo." Suas costas ainda estavam viradas para mim. "Nós temos um ao outro, não é?"
"Claro." eu disse automaticamente, meus olhos afiando para as lesões em suas mãos. Por quanto tempo? Isso é o que eu queria perguntar. Porque eu não era tão ingênua. Eu sabia o que as pessoas sussurravam em minha volta, que ele lutava por dinheiro, que ele era bom no que fazia, que aos dezenove anos ele era perigoso e incontrolável, um animal.
"Bom," Ele se virou, colocando as duas mãos na parte superior do balcão. "Nós vamos passar por qualquer coisa, contanto que nós temos um ao outro."
"Mesmo Nico?"
Ele começou a rir. "Sim, mesmo Nico. O pobre idiota terá uma noite ruim."
"Ei! Eu tive um dia ruim! Pense na minha noite! Além disso, eu estava atrasada para o trabalho e agora meio que estou atrasada para organizar..."
"Você?" Dante interrompeu sua expressão em causa. "Atrasada?"
Eu não podia exatamente dizer sim, atrasada porque eu recebi uma carta secreta de uma fonte não identificada e fui para o cofre em um banco apenas para descobrir que havia outra carta endereçada a mim, que eu ainda não tinha lido, desde que Gio me mandou uma mensagem que ele iria chamar a polícia se eu não aparecesse em pouco tempo.
Argh, nunca atrasada. Sempre agradável. A menina que sempre diz sim.
Talvez eu deva me casar com Nico.
"Então?" Dante estalou os dedos na frente do meu rosto. "Você estava dizendo? Atrasada? Está tudo bem?"
"Eu tenho que me casar com um comercial de Colônia. Não, eu não estou bem." Eu cerrei os dentes.
"Mantenha vindo." Eu deslizei o refrigerante em direção a ele, ele o encheu, e eu passei o resto do meu intervalo colocando minha cabeça contra o balcão desejando uma realidade alternativa, ou pelo menos uma história de amor melhor do que a que eu tinha.
Mas essas histórias de amor?
As que eram verdadeiramente fabulosas?
Elas geralmente estavam dentro das páginas de um livro, não eram para a menina que trabalhava na floricultura todos os dias, exceto as terças-feiras. A menina que passa seus dias de folga lendo no parque. A menina que chora durante os shows da Broadway e uma vez perguntou ao tio dela se ela poderia ser uma princesa quando ela crescesse.
Não, essas histórias fabulosas.
Elas não eram para garotas como ela. Como eu.
CAPÍTULO 4
Minha alma está no céu. — Sonho de uma noite de Verão
Frank
Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando eu reentrei no ar enérgico de Nova York. Ela parecia tanto... Com ele.
E ela.
Levar um tiro provavelmente doeria menos do que ver meu sangue e minha carne não saberem quem eu era sem nenhuma sombra de dúvida.
Não saberem das circunstâncias de seu nascimento.
Ou o quanto eles eram amados, apesar do que possam pensar.
Grecco? Eu não tinha dado permissão a Sal para usar esse nome. Com certeza, todas as minhas relações com Nova York tinham sido menos hostis.
O minuto que Luca assumiu a família Nicolasi. O inferno começou na minha. Deixando-me juntando as peças. Ocorreu a divisão entre as fileiras. Vários dos meus primos decidiram que a lealdade deles seria mais bem servida com os Nicolasis, enquanto outros estavam chocados com o que eu tinha feito com meu próprio irmão, basicamente o vendi à outra família do crime. Não importa que ele fosse bem-sucedido, ou porque era o que meu pai desejou.
Eu fiz o que pensava que fosse o melhor.
Eu era jovem.
Estúpido.
Teimoso em seguir à risca todos os desejos do meu pai, sem saber que por estar seguindo suas instruções, eu acabaria quebrando uma das mais fortes famílias do crime que já existiu, permitindo que os Abandonatos ocupassem o seu lugar.
Não que eu estivesse sendo amargo.
Os Abandonatos eram os melhores líderes da Cosa Nostra nos Estados Unidos. Assim como o Campisis eram os melhores em correr as coisas no exterior, tendo a certeza de que cada família era mantida sob controle.
Eu dei umas pancadinhas no interior do meu casaco, meus dedos velhos se atrapalhando com a carta de Luca, com o desejo do morto.
Para eu encontrar seus filhos.
E criá-los dentro da Família.
Mas eu tinha que pensar.
Ao fazer o que ele pediu, eu iria empurrar a minha família para mais longe? Porque o desejo de um homem morto... Era uma coisa volúvel. Um piso escorregadio.
E se as coisas ocorressem corretamente... Eu suspirei de novo enquanto olhava a Mercedes preta me esperando.
Sergio.
As primeiras peças de xadrez já haviam sido movidas.
Agora, eu esperaria.
"Oh, Luca," eu sussurrei. "Queria que você estivesse aqui. Eu preciso de sua orientação, mais do que nunca."
A brisa me apanhou, chicoteando um jornal em torno das minhas pernas. Chutei-o e fiz meu caminho para o carro à minha espera.
Sergio olhou para cima.
Seu rosto estava pálido.
Ele era um bom ator, fazendo com que seus amigos e familiares acreditassem que ele estava indo bem, e que a morte de sua esposa estava fazendo dele um homem melhor, e de certa forma, estava.
Mas ele também estava de luto. Ele estava mais do que devastado. Ele estava perdido. Eu conhecia bem o olhar. Pois era o reflexo da minha própria solidão todos os dias.
Querido Deus, não deixe ficar como eu.
Agarrei a corrente prata com o crucifixo no bolso e fiz uma oração aos santos, uma oração a Maria. E esperei. Isso era tudo o que eu podia fazer. Orar, e esperar.
"É a sua jogada." Eu disse uma vez que eu estava dentro do carro, e a porta bateu atrás de mim. "Eu estabeleci a minha presença. Vamos ver como eles nos aceitam esta noite."
Sergio franziu a testa. "Essa noite?"
"Uma festa." Eu lhe dei um tapa na coxa. "Então tente não parecer como se a sua esposa acabou de morrer. Mesmo que eu saiba que foi o que aconteceu. Faça o que for preciso. Nós temos que cumprir nossa missão, você entende?"
"Sim." ele retrucou, seus olhos focados pela primeira vez em horas. Sergio fazia bem sob pressão, sob ordens, controlado. O garoto não precisava de um abraço, ele precisava de uma boa bunda para chutar. Eu era apenas o homem para fazê-lo. Eu gostava de pensar que Luca sabia disso. E é por isso que, se Dante e Val não queriam ter nada a ver com a gente, seria Sergio que tomaria o meu lugar. Sergio levaria minha família.
Eu precisava dele forte.
Meu instinto apertou quando meu passado se desenrolou na minha cabeça... Engraçado, eu tinha dado exatamente a mesma declaração há mais de trinta anos atrás, justificando o que eu havia feito com Luca, forçando-o para longe da única mulher que ele tinha amado, fingindo a sua própria morte.
Mantendo-os separados.
"Ei, você está bem?" Sergio me deu uma cotovelada. "Parece que você está ficando doente."
"Eh." Eu acenei para ele. "Eu sou velho. Eu estou sempre com dor."
Ele revirou os olhos e soltou uma pequena risada. Tentei me juntar a ele, mas meu peito doeu. Independentemente do que as pessoas assumiram, eu ainda possuía um coração. E quando eu pensava sobre os meus pecados, o resultado direto era uma dor física que se recusava a me deixar. A dor me lembrava de que eu não estava apenas brincando com vidas, mas moldando destinos.
E eu era o menos merecedor de todos eles para fazer uma coisa dessas.
CAPITULO 5
Se as sombras o tem ofendido pense que tudo isso pode ser remendado, que você tem apenas dormido aqui, enquanto essas visões aparecem, e este fraco e lento tema, não renderá mais que um sonho. — Sonho de uma noite de verão
Valentina
"Só tente ser simpática," Sal encorajou com voz severa. "Nós compramos um vestido!"
"Verdade," eu disse secamente. "Eu posso ver isso."
Era uma monstruosidade rosa com mangas bufantes e babados em volta da cintura; parecia com algo que uma aluna da primeira série usaria e, mesmo assim, ela provavelmente seria ridicularizada. Eu meio que esperava ver meias com corações e pequenos sapatos pretos. Meus primeiros saltos! Yay!
"Val," Gio bocejou e fez um sinal para o vestido com sua bengala. "Nós pensamos que você gostaria de se sentir especial em seu dia especial."
Era doce. Eles tinham grandes intenções, intenções erradas, mas seus corações estavam no lugar certo.
Rangi os dentes e apontei para o vestido. "Obrigado, mas eu na verdade, eu... um... Dante." Eu fabriquei a mentira tão rapidamente quanto minha mente poderia funcionar. "Ele realmente me ajudou a escolher um vestido, e você sabe como Dante fica quando ele não consegue as coisas feitas do jeito dele."
Meus tios assentiram seriamente.
O temperamento de Dante era tristemente célebre.
Porém, por mais que eu tente, eu não tinha ideia de onde vinha toda essa raiva. Afinal de contas, meus tios eram os homens mais mansos que eu conhecia.
Como para provar meu ponto, Gio bocejou alto enquanto Sal enfiou a mão no bolso e tirou um lenço.
Revirei os olhos. Se uma aranha rastejasse pelo chão, eles provavelmente iriam resgatá-la e acenar um adeus choroso enquanto ela se arrastava para baixo, pelos degraus da frente do nosso tríplex.
Papi apoiou-se em sua bengala quando ele entrou no quarto. "Não há espaço suficiente para o porco."
"Porco?" Eu repeti atônita. Eu tinha deixado o trabalho com os três no reboque e marchei para casa pronta para chamar até a última pessoa que tinha sido convidada para a festa, apenas para descobrir que ia ser quase impossível cancelar com mais de quarenta pessoas.
Quarenta. Pessoas.
Assim, a única possibilidade que me restava era a humilhação pública de Nico. Ou isso, ou deixar passar toda a festa e desapontá-lo depois.
"Eu te disse!" Sal balançou a cabeça enquanto as sobrancelhas peludas plissaram em direção ao seu nariz. "Nós precisamos de um porco! Mas não," Ele bateu com a mão na coxa e parou. "'Dois porcos, Sal, eles não vão passar fome sob este teto!"
"Bem," Eu dei de ombros. "Pelo menos eles não vão..."
Todos os olhos viraram em minha direção.
Suspirei. "Vocês sabem o quê? Por que vocês três não vão cuidar da situação alimentar enquanto eu fico pronta."
"Sim." Gio conduziu-os para fora como uma mãe galinha e hesitou na porta.
Franzindo a testa, eu andei até ele e coloquei minha mão em seu braço. "Gio? O que há de errado?"
Seus olhos se encheram de lágrimas. "Você é minha vida, minha pequena Val."
Com um sorriso, eu puxei meu lábio inferior entre meus dentes conforme o calor espalhava pelo meu peito. "Eu sei Gio."
"Sinto muito pelos problemas essa noite. Eu só queria protegê-la do..." ele hesitou e terminou. "Do mundo."
Eu ri. "E Nico é o homem para fazê-lo? Como? Com seu perfume?"
Gio me bateu levemente no pé com a bengala. "Ele é um homem grande e forte!"
"De acordo com Dante ele usa ternos de veludo."
"Dante fala demais." Gio resmungou. "Eu me preocupo," Seus olhos se encheram de lágrimas. "Com o seu futuro."
Foi a minha vez de ficar emocional e eu o puxei para um abraço apertado, ele cheirava como charutos e vinho. "Gio, eu te amo. E eu prometo, você não tem nada com que se preocupar. Tenho os melhores tios do mundo para tomar conta de mim. O que poderia dar errado?"
Ele não respondeu.
Ao contrário, ele empalideceu e quebrou o contato visual. "Ah, Val, muitas coisas." Ele suspirou como se o peso do mundo tinha acabado de ser colocado sobre seus ombros. "Mas, primeiro, eu vou verificar o porco." ele murmurou em italiano, enquanto eu franzia a testa atrás dele. Por que ele de repente estava tão preocupado com a minha segurança?
Eu trabalhava em uma floricultura. E meu melhor amigo era meu irmão gêmeo.
Raramente brigávamos, a pior coisa que eu já tinha feito foi mentir para eles uma vez e ter ido para o cofre, que eles nem sequer sabiam que existia. Meu bolso de repente pareceu sobrecarregado com essa mentira. A porta rangeu quando eu a fechei rapidamente. Meu quarto era no segundo andar do tríplex então eu não precisava me preocupar com qualquer um espreitando pela janela.
Com as mãos agitadas, eu puxei o envelope pesado do bolso e sentei na minha cama.
Valentina.
Meu nome estava impresso na carta com letras maiúsculas vermelhas largas como se a pessoa tivesse um grande cuidado na elaboração de cada letra. O envelope não estava selado. Eu puxei as folhas de papel para fora. Era grossa porque o papel era grosso.
Caro.
E cheirava... Como um garoto. Não, isso não estava certo. Garotos não cheiravam com uma mistura de cedro, hortelã e pimenta. Um homem, cheirava como um homem.
Eu levantei o papel grosso para o meu nariz e inalei o perfume no papel, sensual, água de colônia picante espalhou em minha volta.
Gritos irromperam no andar de baixo. As palavras ‘porco’ e ‘bastardos’ eram lançadas ao redor como um jogo de vôlei, enquanto eu continuava cheirando a carta como uma louca.
Finalmente eu a abri completamente e vi a bela letra cursiva. Engraçado, cheirava como um homem, mas a escrita era muito bonita para ser de um.
Ele era tão bonito. O tipo de bonito que faz uma mulher desejá-lo de todas as melhores maneiras. Encontrar uma falha no príncipe levaria uma eternidade e a princesa iria passar toda a eternidade tentando descobrir essa falha, porque a emoção está na descoberta. Nunca recuse a viagem, Valentina, pois a viagem é o caminho para o final feliz.
Leia uma página por dia. Isso é tudo que eu peço. Uma página. Todo dia. Você vai saber o que fazer quando não houver mais nenhuma página.
A verdade está a sua volta.
Amor, no fim das contas, é eterno.
Todo meu amor,
R.
Com as mãos tremendo eu coloco as páginas na minha cama. Eu não as contei, eu tenho medo de que se eu puxasse cada folha separada à parte, eu estragaria a surpresa e me fartaria lendo até a última.
Como leitora, eu nunca tenho autocontrole. Eu não era uma pessoa tão horrível que leria o final antes de começar, mas eu raramente começava um livro e terminava uma semana mais tarde. Eu absorvia as palavras como se fossem a minha tábua de salvação, como se a vida sobre a qual eu estivesse lendo, realmente existisse.
Eu repeti as palavras na minha cabeça... Sobre o príncipe perfeito, desejando que pelo menos uma vez fosse verdade. Desejando que a minha realidade atual não estivesse vestindo um terno de veludo na esperança de casar comigo, enquanto quarenta pessoas da nossa família e amigos mais próximos assistiam.
Seria tão errado desejar um príncipe perfeito ao invés de Nico? Isso me faz egoísta? Essa leitura me deu grandes expectativas. Às vezes era deprimente, e às vezes era a única coisa que me faria passar por dias aborrecidos na floricultura onde eu assistia homens bonitos comprarem flores, onde eles escreviam cartões que jorravam amor e beleza.
Talvez fosse isso que me atraiu em Sonho de uma Noite de Verão. A poesia, toda a beleza em torno das fadas.
Uma batida abrupta na porta interrompeu meus pensamentos. Eu não tive tempo para responder antes de Dante entrar.
"Hey!" Eu rapidamente escondi as folhas sob um dos meus travesseiros. "Eu poderia estar nua!"
Ele me deu um olhar compreensivo. "Depois dos tios terem entrado e você ter conseguido a mudança do biombo, eu teria visto apenas sombras."
Eu olhei para o biombo na sala. Eu o tinha encontrado em uma venda de garagem e pedi que Gio o comprasse para mim. Ele tinha corado um bilhão de tons de vermelho, murmurou uma desculpa, uma vez que ele tinha sido o último a entrar no meu quarto antes do jantar, e rapidamente entregou a mulher uma nota de cem dólares.
Ela reagiu tentando dar-lhe mais coisas, que ele aceitou, porque éramos italianos, e os presentes são como alimentos; você aceita, você sempre os aceita, mesmo que você esteja cheio, você aceita.
Dante estalou os dedos na frente do meu rosto. "O quê? Hein? Você disse algo?"
"Não, mas você passou os últimos trinta segundos olhando no ar com a boca aberta. Não é um grande olhar, Val."
"Cale a boca." Me levantei e empurrei com minhas mãos seu peito grande. "Eu realmente preciso me trocar. Você precisa de alguma coisa?"
"O porco." Os olhos de Dante brilharam com diversão. "Não é grande o suficiente! Vamos ficar sem comida!" Ele imitou a voz de Gio perfeitamente. "Eu fui enviado para conseguir outro."
"Nããão!" Eu gemia. "Ele disse que eram apenas quarenta pessoas."
Dante riu. "Ele mente, ele sempre afirma que o jantar em família será pequeno. Lembra-se na semana passada quando disse que havia convidado alguns poucos colegas?"
Estremeci. Tivemos mais de vinte homens em ternos jantando conosco. Eu não tinha gostado deles. Papi tinha dito que eles eram velhos amigos. Mas para mim nenhum deles parecia simpático. Eles pareciam muito... Refinados. Alguns deles eram jovens. Jovens demais. Jovens o suficiente para serem da minha idade, o que era bobagem porque, bem, quem era bem-sucedido com dezenove? Seus sotaques eram engraçados também. Não era bem italiano, nem muito americano... Também. Não eram de Nova York. Uma mistura de Chicago com a Sicília, eu assumi.
"Você está fazendo isso de novo," Dante disse com uma voz entediada. "Eu só queria avisá-la que essa festa está prestes há ficar um pouco maior. Ah..." Ele sorriu e soltou uma risada baixa. "Além disso, Nico acabou de chegar, e ele perguntou sobre sua noiva."
Rosnei.
"Apenas pense em todos os pequenos bebês-colônia que você pode ter, eu aposto que podemos até encontrar alguns ternos pequenos. Eles ficarão tão parecidos com o papa deles."
"Fora!" Empurrei contra seu peito dando risada. "E obrigado pelo aviso."
"A qualquer hora." ele disse quando atrás dele o riso irrompeu vindo de baixo. A festa não deveria sequer começar por mais meia hora, mas é assim que os italianos fazem. Eles não vêm para a festa no horário, eles vêm cedo para ajudar, ou seja, eles chegam cedo para beber vinho, chegam cedo para trazer mais vinho, e eles vêm cedo porque eles quase sempre trazem comida suficiente para alimentar um pequeno país. Um pouco de algo que cozinharam apenas no caso.
Apenas no caso de alguém estar morrendo de fome.
Era realmente um milagre que ninguém teve que me empurrar em um carrinho de mão por causa da minha incapacidade de andar... Eu desfrutei do meu cannoli.
Com um último olhar para a porta, corri para o travesseiro e puxei os papéis, os deslizando de volta para dentro do envelope, e os empurrei sob o meu colchão, tendo o cuidado especial de cobrir esse lado da cama com um cobertor.
Ninguém mexeria aqui. Porque eu era a pequena Val. Eu não arriscava. Eu não escondia as coisas. E eu certamente não vivo no lado selvagem.
"Valentina!" Sal chamou do andar de baixo. Seu grito foi seguido por gargalhadas.
Suspirando, eu alcanço meu vestido preto simples e fecho meus olhos. Eu deveria estar pensado sobre como rejeitar Nico, em vez disso, meus pensamentos permaneciam nas folhas de papel.
E no misterioso príncipe.
Que não tinha falhas.
Ok. Certo.
CAPITULO 6
Senhor, que tolos são estes mortais! — Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Era suposto que eu parecesse com o neto de Frank. Qualquer pessoa veria através dessa mentira em segundos. Quão estúpidos poderiam ser seus primos? Isso é o que eu queria saber.
Desde a morte de Andi eu andei malhando, e de alguma maneira havia conseguido colocar alguns quilos de massa muscular. Talvez fosse porque todas as noites quando eu colocava minha cabeça no travesseiro eu ainda podia sentir o cheiro dela. E não era que eu não queria lembrar-me dela. Era mais a necessidade de... Realmente dormir. Frank ainda comentava sobre as olheiras como se eu não estivesse dolorosamente ciente de que eu parecia mais um zumbi do que um ser humano.
Meu jeans escuro abraçava minhas pernas quando eu prendi o último dos botões e puxei meu casaco apertado em volta do meu corpo. Meu cachecol azul e preto enrolado duas vezes ao redor do meu pescoço, me dando uma falsa sensação de conforto. Eu esperava que parecesse arrumado o suficiente, porque o único aviso que Frank tinha me dado era de que estávamos indo para uma festa.
Eu perguntei se era do tipo que usamos armas. E ele só fez uma careta. O que realmente poderia não ser um bom sinal.
"Quanto tempo tem sido?" Eu perguntei uma vez que nós estacionamos do outro lado da rua, o nosso Mercedes preto misturava muito bem com o resto dos Lincolns e Audis.
Frank franziu a testa. "Um tempo."
"Bem, isso foi descritivo, obrigado."
Ele soltou uma risada baixa. "Apenas não puxe sua arma. Eles vão ficar ofendidos."
Meus olhos arregalaram. "Não brinca? Então, se eu puxar uma arma, eu vou ofendê-los, mas eles são mais do que bem-vindos para puxar uma arma para mim?"
"Você foi baleado antes." Ele deu de ombros. "Apenas abaixe."
"Uau," Soltei um assobio. "Para um avô amoroso, você meio que é péssimo com o material sentimental."
Ele ri quando eu saio do carro e abruptamente me puxa em seus braços para um abraço, me dando uma surra do caralho na minha costa pelo menos três vezes antes de beijar as minhas duas faces.
"Que diabos foi isso?" Eu sussurrei, não tendo certeza se eu estava me divertindo ou apenas desconfortável.
"Isso..." ele apontou de volta para a casa. "... foi para os homens que eu conheço, que sem dúvida, estão nos observando. Eles não precisam saber a sua identidade ainda... mas a minha? Eles vão me reconhecer. Eles não precisam saber o seu nome. Ouça com muito cuidado, aqui você não é um Abandonato. Aqui você é um homem de negócios."
Bem, isso era fácil. Eu era um homem de negócios. Eu possuía vários negócios, mas todos eles eram negócios Abandonato.
"Eu tenho um nome diferente também?"
"Sergio." Ele sorriu quando o vento aumentou, soprando o cabelo grisalho ondulado de seu rosto, que o fazia parecer mais jovem. "Só Sergio."
"Sim, eu lhes dou cinco segundos para verem através disso."
"Sim, as pessoas veem o que você quer que elas vejam. Você sabe tão bem quanto eu."
Eu engoli em seco e desviei o olhar quando seu objetivo atingiu diretamente o meu coração e cravou. Eu tinha um sentimento de culpa sobre estar fazendo um bom show para a minha família na minha casa em Chicago. Frank era o único que sabia que era tudo uma mentira completa.
Que eu estava perdido.
Que eu me sentia como se pudesse estar perdido para sempre. E o medo que vinha junto com isso, o medo de que eu tinha encontrado a minha casa, apenas para perdê-la juntamente com o conforto de que eu nunca sentiria assim novamente.
Jamais.
"Vamos." Ele bateu nas minhas costas uma última vez para que fossemos em frente e fizéssemos o nosso caminho até a escada para um tríplex elegante. Ele era antigo, mas bem conservado. Acabamento em tijolo, a porta exibindo uma aldrava simpática, e o tapete na frente da porta, dizia bem-vindo.
Hah, se eles soubessem...
Frank levantou a mão para bater com a aldrava, mas não foi necessário. Eu sabia que não era necessário, ele sabia que não era necessário, mas pelas aparências, ele ia fazer isso de qualquer maneira.
A porta se abriu.
Um homem alto, de cabelo escuro estava bloqueando nossa visão. Ele tinha fios cinza pelo seu cabelo e segurava um copo de vinho, os lábios apertados em uma carranca. Eu mantive a minha posição. Pronto para tomar uma bala pelo chefe Alfero se fosse necessário, a última coisa que eu queria era ser parcialmente responsável pela morte da última lenda viva.
Porque é isso que Frank era. Uma lenda.
"Você." O homem fervia.
O olhar frio de Frank me fez querer rir. Droga, o homem era um bastardo quando ele queria ser. Ele inclinou a cabeça para o lado e disse. "Você não vai me convidar para entrar, Gio?"
"Vá para o inferno," Gio sussurrou. "Eles estão seguros. Eu os tenho mantidos seguros."
Outra troca de olhar os manteve no lugar. Nós realmente não queríamos estar de pé na rua, com as costas expostas, nossos pescoços abertos como um tabuleiro de jogo de dardos aguardando os dardos virem voando.
"Gio," repeti o nome e estendi minha mão. "Sou Sergio, neto de... Frank."
Ele olhou para a minha mão, então estreitou os olhos. "Você não é seu neto mais do que eu sou sua tia."
Peguei a metade da sua mão e apertei. "E você tem uma maneira muito estranha de acolher a sua família na sua casa..." Espreitei em volta dele. "Porco assado? Parece delicioso." O empurrei me esquivando dele e entrei na casa, com ele amaldiçoando atrás de mim.
Eu esperava uma festa. Algo pequeno. Como uma festa de aniversário. Eu poderia vir de uma família grande, sobretudo os chefes e esposas faziam tudo entre nós mesmos, porque não podíamos confiar em ninguém. Assim, uma festa incluiria o quê? Doze de nós?
Embora eu me lembrasse de anos atrás, quando eu era mais jovem, quando as festas ocorriam todas as noites, quando todo o bairro iria vir beber vinho e rir. De repente, fui transportado de volta à minha infância. Voltando a um tempo que as coisas eram mais simples, quando Andi ainda estava viva. Quando eu era uma criança e inocente no funcionamento do mundo. Inocente do funcionamento da máfia.
Mulheres riam alto enquanto elas empilhavam pratos de comida, homens fumando charutos no canto, os seus gestos enormes e barulhentos. E então, como se tivesse sido feito um anúncio todo o falatório e risos pararam. Eu estava acostumado a pessoas me olhando. Então eu endireitei meus ombros e olhei em cada rosto, minha armadura firme no lugar. Apenas experimentem; sério, meu dedo está louco para puxar o gatilho. Eu precisava colocar toda essa agressão para fora de alguma forma.
A mão de Frank agarrou o meu ombro. "Me permita apresentá-lo... meu neto, Sergio."
Os homens literalmente se dividiam como água à medida que andávamos pela casa, alguns abaixaram a cabeça, outros nervosamente olhavam para longe, enquanto amaldiçoavam sob a sua respiração. Mas as mulheres pareciam irritadas. Mais do que irritadas. Como se soubessem a história inteira de Frank e estavam com comichão para lhe arranhar os olhos. Huh, não admira que ele nunca visitasse a casa.
Nem um rosto amigável. Mas, pelo menos, nenhuma arma. Eu tinha que admitir, estava desapontado.
"Coma." Uma mulher se aproximou de nós, engolindo lentamente enquanto seus olhos corriam entre os dois de nós. "Temos dois porcos assados."
"Deve haver alguma celebração." Eu falei, tomando cuidado para manter leve o sotaque da minha voz. Andi sempre tinha dito que aparecia quando eu estava muito emocional... Ou na cama. Eu empurrei a memória dolorosa, mas agarrei de volta a minha consciência quando a mulher na nossa frente sorriu calorosamente e me entregou um prato.
Ela apertou a mão no meu pulso e sussurrou: "Coma."
Porque isso fez parecer que minha esposa não estava morta.
Comida?
Italianos.
O prato estava estranho em minhas mãos e, por um minuto, eu estava desorientado, como se eu realmente não estivesse ciente de qual era o seu propósito.
"Você coloca comida sobre ele." Frank murmurou sob sua respiração enquanto ele passou por mim e começou a puxar a carne do porco.
O sorriso da mulher se transformou em uma carranca. "Você é... Vegetariano?"
E mais uma vez todo falatório cessou. Deus me salve, você acharia que ela havia perguntado se eu tinha renunciado a bandeira italiana e não ia à missa.
"Não," Forcei um sorriso. "Somente... a diferença de fuso horário."
"Ah." As pessoas ao meu redor exalaram todas juntas e começaram a tagarelar; gostaria de saber se eles me expulsariam se eu dissesse que preferia leite de soja?
Havia tanta comida que eu nem sabia por onde começar. Tal como Phoenix costumava sentir quando eu zombava dele por não comer? De volta ao dia que ele tinha pensado que ele não merecia qualquer tipo de prazer, que mesmo a degustação de um vinho ou chocolate lhe causaria a recaída para ser novamente um predador sexual que ele tinha se convencido de que ele era. Pedir ao homem para comer uma uva era uma situação de vida ou morte, ou o que fosse. Até que ele foi salvo.
Droga. Eu não quero ser salvo. Não havia necessidade de ser salvo. Porque a verdade da questão é que eu não estava realmente perdido. Eu estava somente... Vazio. A verdade me bateu tão duro, que eu segurei uma respiração. Meu peito rachou um pouco quando eu estupidamente comecei a empilhar comida no prato que eu sabia que dentro de cinco minutos seria despejado no lixo.
"Então..." Os olhos da mulher eram demasiado inteligentes para o meu gosto. Seu cabelo negro estava puxado para trás em um rabo de cavalo baixo, e seu rosto era claro e harmonioso. Era quase impossível dizer quantos anos ela tinha, mas eu sabia que ela estava, pelo menos, perto dos sessenta. Ou talvez fosse mais jovem? Ela era bonita, mas claramente com idade para ser minha mãe. "Você não gosta de comida, então?"
Eu apertei os lábios em um sorriso tenso e estava prestes a responder, quando Frank envolveu um forte braço sobre meu ombro. "Houve uma perda."
"Uma perda?" Ela repetiu dando um passo atrás de mim.
Eu não sabia o que dizer. O que diabos ele estava fazendo? "Ele perdeu."
A mulher assentiu sabiamente como se ela entendesse cada pedaço de merda que voou para fora de sua boca.
"Mas ele vai encontrar." Frank apertou meu ombro. "Porque se não o fizer, eu imagino que ela ficaria decepcionada, e a última coisa que um homem precisa é decepcionar a pessoa pela qual ele vive. Não é verdade, meu neto?"
Chateado que ele estava trazendo à tona algo real na frente de uma completa estranha eu me afastei e murmurei: "Banheiro?"
A mulher apontou para o corredor. Eu fiz o caminho mais curto ao redor da mesa amontoada com alimentos, tendo o cuidado de manter meus olhos protegidos para que ninguém realmente me reconhecesse e vissem que eles eram iguais aos de Nixon, o chefe Abandonato, iguais ao da família que tinha esmagado todos os sonhos que os Alferos tiveram de ser os líderes da Cosa Nostra.
Inferno, eles provavelmente cagariam caso eles soubessem quem tinha acabado de se convidar para entrar em sua casa. Os Abandonatos e os Alferos em Chicago haviam enterrado o machado da guerra a um ano atrás.
Mas algo me dizia que os Alferos de Nova York ainda estavam presos em um erro que tinha acontecido há muito tempo, quando uma família se voltou contra si mesma e culpou o alvo mais fácil, os Alferos. Eles eram poderosos, mas eles nunca se recuperaram.
Depois de passar por um labirinto de corredores com portas de ambos os lados, eu finalmente encontrei o banheiro e estava prestes a bater na porta quando ela foi aberta.
Uma menina com a idade de dezoito anos deixou escapar um pequeno suspiro. "Você."
"Eu?" Eu fiz uma careta. "Sinto muito, eu não acredito que nós nos conhecemos."
Como se horrorizada, ela deu um passo para trás colocando as mãos contra seu rosto, que não fez nada para esconder o tingido dos cantos externos das suas bochechas acentuadas. Pensando bem, ela parecia ter mais do que dezoito anos.
E de repente me ocorreu.
E foi a minha vez de dar um passo para trás.
"Valentina," eu sussurrei seu nome quando uma dor fresca cortou por todo o meu corpo, causando que cada músculo ficasse tenso com a ansiedade. "Você é Valentina."
A que era destinada para mim.
A menina que, meses atrás, eu teria me casado, se não tivesse sido por Andi. Não que Valentina estava mesmo ciente da proposta de casamento de seu pai. Mas era sobre isso que a máfia era construída, poder, poder e mais poder.
Ela parecia diferente das imagens.
Mais velha.
As palavras de Andi me assombraram. ”Você vai amá-la, Sergio." Eu fiquei mais tenso ainda, meus dedos cavando no aro da porta. "Ela precisa de você... precisa que você a incentive. Ela adora ler." A voz de Andi morreu na minha cabeça.
Assim como na vida real.
E fiquei impressionado com tanto ressentimento que a única reação que eu era capaz de sentir... Era raiva. "Você vai se mover?"
Valentina deu um pequeno salto, com as mãos segurando na frente dela como se ela estivesse com medo de me tocar. Então, com um aceno lento, ela saiu do meu caminho. Foi depois que ela partiu que eu pude ser capaz de respirar novamente.
Mas quando eu fiz.
Eu realmente desejava que não tivesse.
Ela cheirava...
Exatamente como Andi.
CAPITULO 7
Jack deve ter Jill;
Nada deve ir mal:
O homem deve ter sua égua novamente, e tudo ficará bem.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Lágrimas de constrangimento picam na parte de trás das minhas pálpebras, o que torna impossível enxergar em linha reta quando eu fujo de um dos homens mais perigosos e sexys que eu já encontrei na minha vida. Ele era perfeito.
Até que ele abriu a boca e basicamente exigiu que eu me movesse.
Nunca falaram comigo dessa forma antes. Isso me faz sensível? Ou talvez apenas estúpida. Talvez eu fosse tão ridiculamente protegida que eu não poderia ir ao banco sozinha, e eu olhava para completos estranhos com tal arrebatamento que eu basicamente bloqueava a minha capacidade de fazer uma básica função humana.
Urgh... Mais embaraço veio quando eu me encolhi e lentamente abri minhas mãos. Minhas unhas tinham feito impressões reais em minhas palmas.
Ele era apenas um cara.
Um cara muito bom de olhar. Tão lindo que, quando ele fez sua entrada na festa, eu quase caio para trás na mesa de sobremesa.
Ele entrou com o mesmo homem do bar.
Ambos eram da mesma beleza admirável. Um deles era mais velho, mais áspero, enquanto o outro estava, provavelmente, em seus vinte e tantos anos, com olheiras assombrando sob seus olhos e uma mandíbula forte. Eu não podia sequer compreender como um homem podia parecer tão bonito e ser ainda tão masculino, ao mesmo tempo.
Os lábios cheios eram comprimidos e combinavam com o olhar gelado como que ele silenciosamente queria que alguém ousasse dizer algo a ele. E ele não caminhou para dentro da sala, ele parecia deslizar, como se fosse o dono de toda a casa, como se a casa não fosse apenas uma casa, mas um castelo e as pessoas seus servos.
Caso alguém curvasse eu teria pensado que ele realmente era da realeza. Era uma pena que ele fosse tão rude.
Mais uma vez meu caminho tinha sido bloqueado. Ah não! Bati meu pé. Ele tinha falado comigo o tempo todo e eu tinha feito toda a coisa de olhar fixamente para o espaço, a coisa que eu sempre fazia quando Dante falava comigo? Era ruim o suficiente que eu tivesse escapado para o banheiro para adicionar mais perfume, perfume que uma das minhas melhores amigas tinha me presenteado, antes de basicamente desaparecer da minha vida para sempre. Não era assim que eu conseguiria me consertar.
"Mate-me." resmunguei, e começo a mordiscar meu polegar com os meus dentes.
"Bella." Nico disse com uma voz com forte sotaque. Era a primeira vez naquela noite que eu realmente o ouvi antes de sentir seu cheiro, portanto, ou ele tinha tomado banho ou eu estava ficando imune ao seu perfume. Um arrepio me percorreu. Isso não poderia ser um bom sinal. A última coisa que eu precisava era me acostumar com seu odor forte. "Você parece tão estressada! Você deveria estar comemorando comigo!" Ele soltou uma risada baixa, brincando comigo, depois lambeu o dedo indicador e o polegar e deu uma ajeitadinha para baixar suas próprias sobrancelhas.
Ele era de verdade?
Seu terno era de veludo preto; e ele usava uma gravata vermelha. Eu queria estrangulá-lo com ela.
Ele era a razão pela qual eu tinha estado escondida no banheiro em primeiro lugar. Eu tinha visto os dois homens entrarem e ele estava tão paralisado quanto todos os outros, então eu fugi tão rápido quanto eu podia para o banheiro mais próximo, convém não esquecer, que quando eu estava a meio caminho para pular da janela, que os meus tios ficariam muito decepcionados com meu comportamento, mesmo que tudo isso fosse culpa deles. Então meus olhos haviam caído para o perfume e um elástico de cabelo, e o resto era história.
"Nico." eu disse seu nome bruscamente, tipo eu estava pronta para dar a ele o discurso, quando de repente ele olhou para trás, então me encurralou no canto e tentou me beijar.
Eu não era alta, de modo algum, então quando eu o empurrei, só fez com que ele risse e tentasse me beijar novamente. Eu queria vomitar, tentei virar a cabeça fazendo com que seus lábios pousassem em meu pescoço.
"Eu sabia que você seria suave." Ele me lambeu. O bastardo me lambeu!
Eu estava apenas me preparando para uma joelhada nas suas bolas com um último recurso final, quando ouvi alguém limpando a garganta. Nico recuou. E o mesmo cara, o que eu tinha acabado de me envergonhar na frente dele, deu um passo adiante.
"Eu não acho que ela quer que você a beije." o homem disse em uma voz muito calma, mas friamente destacada, que me tinha perguntando se ele ainda tinha um coração no peito ou se era apenas uma caixa sem alma que acumulava poeira.
"Mas ela queria." Nico argumentou.
"Ela não queria," argumentei de volta. "Você estava me machucando, e eu nem mesmo conheço você!"
"Vamos nos casar!" Ele anunciou em voz alta.
"Oh, meu Deus, me salve," eu gemi. "Qual é o meu nome do meio?"
Nico pareceu perplexo. "Nós não precisamos saber essas coisas para fazer bebês." Ele disse.
"Joyce," o homem ao meu lado murmurou. "É Joyce."
"Quem é você mesmo?" Nico exigiu saber quando ele estufou o peito, que só o fazia parecer mais estúpido, se isso era mesmo possível.
O homem lindo sorriu. Esse foi o único lampejo de diversão que eu vi antes que ele colocasse um braço em volta do meu corpo e dissesse em uma voz completamente clara. "Eu sou seu noivo."
Eu quase engasguei com a minha língua quando Nico estalou e bateu no peito. "Eu que sou o noivo dela!"
Algo brilhou nos olhos do cara quando ele estendeu a mão e pegou o paletó de Nico e, literalmente o levantou meio metro do chão, e o bateu contra a parede mais próxima, fazendo com que algumas fotos batessem no chão, vidro voando em todos os lugares. "E agora, você está saindo. E se tocá-la de novo, eu vou chegar nesse peito pequeno e arrancar suas costelas. Uma... Por... Uma."
Quando Nico foi lançado, ele ajeitou o paletó e fingiu que não parecia assustado. "Vamos ver sobre isso."
Ele marchou.
Deixando-me com um estranho claramente irritado e um pouco louco. Não importava que ele fosse lindo, ele tinha acabado de me reivindicar como sua noiva, e ele sabia meu nome do meio.
"Engraçado, sabe o meu número de segurança social também?" Eu brinquei em voz alta para quebrar a tensão.
Ele nem sequer pestanejou quando ele disse. "Por quê? Você esqueceu?"
Eu ri nervosamente e recuei. "Entendi. Você tem um desses sensos de humor seco ou algo assim?"
Ainda. Nada. Embora seus lábios contorcessem um pouco.
"Um homem de muitas palavras."
Desta vez, ele soltou uma risada baixa. "Eu sou um homem de ação."
Não, ele era mais do que perfeito. Olhe para isso. Sem uma falha. Nem mesmo uma cicatriz.
Nada.
Como isso era possível? Especialmente se ele era tão violento quanto ele parecia ser. A carta que eu tinha acabado de ler flutuou pela minha consciência, quais eram as chances?
"Então," De repente, esfriou talvez do choque de toda a violência, eu esfreguei meus braços. "Obrigado por me salvar. Eu acho que vou pegar uma vassoura para que eu possa limpar todos esses cacos de vidros."
"Eu vou fazer isso." ele disse, passando rapidamente por mim. Então ele fez uma pausa, seus ombros tensos. "Fique aqui." Eu não era estúpida o suficiente para discutir. Ele tinha apenas levantado um cara no ar como se fosse um palito.
Quando ele voltou, ele rapidamente varreu todo o caco de vidro para a pá de lixo, e depois voltou para o banheiro, que eu estava supondo foi para despejar todo o conteúdo.
"Desculpe sobre os quadros." Ele levantou o que estava em pior estado e franziu a testa quando outra imagem caiu no chão, que estava por trás da imagem principal.
"Hmm, isso é estranho." Eu abaixei, a peguei e olhei para o rosto de um homem vagamente familiar. Ele estava segurando duas crianças pequenas e sorrindo.
Memórias cintilaram como se alguém tivesse ligado um filme, mas antes que pudesse evocar qualquer coisa, o homem arrancou a foto da minha mão.
"Ei!" Estendi a mão para ele.
Ele negou com sua cabeça. "Seus tios vão querer reenquadrá-las novamente. Não temos ideia de como elas são antigas. Imagine que vergonha seria se elas estivessem arruinadas."
Imaginei que ele estava certo, mas ainda assim, o quão importante era para que ele estivesse escondendo?
"Alguns dos tesouros mais importantes são os que ainda não foram descobertos." ele disse em um sussurro.
"E..." Algo sobre ele estava definitivamente errado. "Quem é você?"
Desta vez ele abriu um sorriso. "Seu noivo."
Eu ri. "Não, sério."
Ele inclinou a cabeça enquanto seus olhos lentamente me inspecionaram da cabeça aos pés. "Você é extremamente jovem."
"E você é rude, e parece que tem um problema de raiva."
"Engraçado!" Ele começou a rir. "Valentina, você não tem ideia."
"Val," corrigi. "Todo mundo me chama de Val."
"E quem é todo mundo?" Ele estendeu o braço, então eu encaixei minha mão pelo braço dele e caminhei com ele de volta para a sala principal.
"Meu irmão gêmeo, meus três tios, todos os meus amigos inexistentes..." Me inclinei e sussurrei. "Meu peixinho dourado..."
Seus lábios fizeram essa contração sexy novamente, e então ele voltou os olhos azuis gelados em minha direção. "Você não parece com uma garota que tem um peixe."
"Tudo bem, eu nem sequer tenho um peixinho, mas eu já tive."
"Ele seria um peixe de sorte." Ele sorriu, seus dentes brancos retos quase me ofuscaram com seu impacto. Nossa, ele não deve mostrar essas coisas ao redor. Talvez seja por isso que ele não sorria. Ele estava com medo das mulheres simplesmente desistirem da vida e caírem em seus pés em adoração. Seu cabelo rebelde beijava a sua nuca.
Deveria parecer ridículo. Em vez disso, parecia quente.
Eu realmente precisava parar de ler muito e realmente encontrar um namorado, ou mesmo apenas um homem que não fosse da família.
Urgh, minha hesitação nunca tinha sido tão óbvia.
"Qual é o seu nome?" Perguntei. Eu precisava de uma mudança de assunto rápido, para eu não cair em seus braços e implorar por um beijo ou fazer algo igualmente constrangedor.
"Sergio." Seu tom mudou de quente para frio, e depois, quando olhei nos olhos de Papi, Sal, e Gio, eu sabia exatamente o porquê.
Eles tinham bloqueado o caminho para a sala principal. Eles pareciam prontos para matar.
Quem era esse cara? E por que meus tios estavam tão bravos? Claro, eles sempre tinham sido ferozmente protetores, mas isto parecia ser algo mais.
"Então," A voz de Gio era dura. "Vocês finalmente vieram reclamá-la? Depois de todo esse tempo?"
Eles? Quem eram eles? Confusa, eu fiz uma careta e olhei para Papi. Ele estava chegando dentro de seu paletó, provavelmente para outro lenço, enquanto Sal ficou reto, como se ele nunca tivesse estado curvado.
Como se tivessem acabado de mudar para Transformers humanos, cada um dos meus tios estava na sua altura máxima e olhavam fixamente. O que diabos estava acontecendo? Eles nunca pareceram tão... Perigosos.
"Val," Sal disse em uma voz claramente irritada. "Busque seu irmão."
"Não será necessário," Dante disse atrás de mim, e então eu fui empurrada para fora do alcance de Sergio, enquanto sua mão musculosa me segurou para trás. "Eu sabia que havia alguma coisa acontecendo."
"Gente," eu disse em uma voz suplicante. "É uma festa de noivado, todos vocês enlouqueceram? Além disso, Sergio me salvou de ser apalpada pelo Nico!"
Todas as cabeças dos homens se viraram para mim, incluindo Sergio. Seu rosto era uma máscara de completa indiferença. Eu teria esperado que ele olhasse presunçoso, mas em vez disso, eu não poderia lê-lo de nenhuma maneira. Olhos azuis claros piscaram para mim lentamente. Meu Deus, ele era realmente atraente.
Eu tremi.
"Que caralho!" Dante rugiu. "Você ficou sozinha? Com esse idiota?"
"Sim." Dei de ombros. "Nico é inofensivo."
"Eu quis dizer ele." Dante riu com desdém apontando para Sergio.
Com um sorriso zombeteiro, Sergio disse: "Ora essa... eu quase diria que você está... com medo de mim."
Com uma maldição violenta que eu nunca tinha ouvido meu irmão proferir, nunca mesmo, ele tentou agredir Sergio, apenas para ser impedido por todos os meus três tios.
"Val," Sal latiu. "Nos deixe."
"Mas... "
"Saia!" Todos os homens gritaram em uníssono. Todos, menos Sergio. Ele me deu um olhar breve e um aceno me dando permissão.
E de uma forma estranha, era como se eu precisasse saber que tudo ficaria bem, porque quando Dante se moveu eu tinha visto um flash de uma faca em sua mão. E ele quebrou meu coração.
No que meu irmão estava metido? E esses estranhos faziam parte disto? Será que isso tem a ver com o sangue em seus dedos? Se ele finalmente levou as coisas longe demais?
Saí com o estômago afundando, pernas pesadas, passei pelo corredor e voltei para a festa, perguntando se esse era o momento decisivo da minha vida, onde tudo estava prestes a mudar.
Eles estavam discutindo. Coisa rara na minha família. Mas algo sobre a maneira como tudo aconteceu, e o modo como os olhos de Sérgio me chamaram, algo estava diferente. Algo estava mudando.
Nico olhou para mim do outro lado da sala, e eu tive um breve momento de insanidade onde eu estava tentada a voltar e, atirar o bolo na cara dele, mas não era assim como eu agia. Certo, talvez eu tivesse alguma da raiva de Dante, afinal. Talvez, de alguma forma, eu tivesse herdado isso dos nossos pais mortos, força.
O pensamento me fez sorrir para mim mesma.
CAPÍTULO 8
Tudo o que brilha assim em ruína acaba.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Ele sabia.
Esse foi meu primeiro pensamento.
O segundo?
Puta merda, ele era enorme para um cara de dezenove anos de idade.
E, finalmente, o terceiro?
Um nódulo horrível se formou na minha garganta, porque ele parecia exatamente como Luca. Inferno, o bastardo ainda se levantava como ele. Deus me ajude se eu tivesse que matá-lo, porque era como estar olhando para o rosto de um dos meus mentores. Mesmo que minhas emoções estivessem trabalhando demais, eu mantive o sorriso no lugar, e, claro, não hesitei em me certificar que Val escapasse ilesa, sem o conhecimento da escuridão. Eu, pelo menos devia isso a ela, depois de tratá-la como uma merda completa. Ela não merecia a minha raiva.
E a última coisa que eu queria era que Andi estivesse chateada comigo, ela disse que iria me assombrar se eu fosse um merda, e eu não ficaria surpreso que ela fizesse.
Ninguém se mexeu quando Val saiu do quarto e caminhou pelo corredor.
Estava tudo calmo, mas o ar estava elétrico, como se alguém tivesse acabado de lançar anos valiosos de tensão em um espaço minúsculo. Eu tive que dar isso a eles; os tios pareciam fracos, até que eles foram forçados a sair do pequeno ato.
Velhos e senis, minha bunda. Eles pareciam poderosos. E zangados. Muito zangados.
Bem, boa notícia, gente! Eu conheço bem essa raiva, e eu não iria dar uns chutes na bunda de um velho depois que eu o vi usando uma bengala há dez minutos. Eu tinha de estar zangado, ficar indiferente, para sobreviver aos próximos dias, ou, Deus me ajude, semanas, em um estado constante de emoções negativas, porque no minuto em que eu deixasse entrar a luz...
Isso doeria.
Droga.
Tudo doeria.
Anos de treinamento no FBI e minha própria família de criminosos chutando, bati no antebraço de Dante com a minha mão, a faca caiu no chão quando eu o empurrei contra a parede e puxei as duas mãos atrás das costas, tornando-o incapaz de fazer qualquer coisa, exceto dar uma cabeçada para trás.
"Vamos falar de forma clara, humm?" Eu o bati contra a parede mais difícil. "Eu não vou hesitar em acabar com você. Realmente, você deve tomar isso como um elogio. Eu tenho mais de 40 mortes no meu nome. Eu sou um assassino treinado. Eu não hesitarei. Eu nunca hesito. Você é uma maldita criança, um peão em uma guerra de homens. Puxe uma faca para mim de novo na frente de sua irmã, e eu vou usar a mesma faca para cortar a sua língua fora. Pedaço por Pedaço."
Dante não vacilou, mas ele riu.
E, eu juro por Deus, eu queria cortar a garganta dele.
"Não me teste." Eu grunhi o libertando do meu aperto. "Eu matei pessoas por muito menos."
Seus olhos finalmente me evitaram quando ele se afastou de mim, tocando brevemente o local em sua garganta onde eu tinha colocado a lâmina. Não foram dois segundos depois que eu senti a ponta de uma arma pressionada contra minhas costas.
"Ninguém entra em nossa casa e ameaça nosso sangue!" Eu não tinha certeza de qual dos velhos era, mas eu tinha certeza de uma coisa... Frank, ele estava assistindo. E rindo.
Que porra de amor é esse?
"Eu realmente não quero lhe enviar para uma casa de repouso, velho." Eu sacudo a cabeça. "Largue a arma."
Frank cruzou os braços e inclinou-se casualmente contra a parede. Devo oferecer pipoca? O bastardo estava curtindo cada minuto do show!
A arma pressionou com mais força.
"O que você acha Frank?" Eu acenei com a cabeça em direção a ele. "Seis segundos?"
Ele resmungou. "Você perdeu o seu toque?"
Dei de ombros. "Eu estou tentando ser humilde."
"Hah." Seus ombros sacudiram com o riso. "Você não veste bem a humildade, filho."
Eu sorri. "E eu não sei disso."
"Um." Eu dei uma cotovelada no homem nas costelas e abaixei do meu lado direito puxando a arma por cima do meu ombro e o virando sobre o meu corpo, o fazendo cair contra o piso enquanto eu deslizei meu pé no chão, fazendo outro dos homens virem para baixo. Dante disparou em minha direção. Com um chute diferente e depois um soco no queixo ele estava para baixo.
"Quatro!" Frank gritou.
"Meio ocupado aqui!" Eu gritei, conforme o último homem me atacou. Eu usei sua força contra ele; no minuto em que ele bateu no meu corpo com o seu, eu bati minhas mãos contra o seu peito, o levantei no ar e o joguei de costa no chão.
"Cinco." Frank assentiu, aproximando-se à minha direita. "Impressionante. Mas da próxima vez, se esforce mais."
"Talvez da próxima vez você possa ajudar." Eu devolvi.
Frank estalou os dedos na frente dele. "A artrite está pior."
"Minha bunda."
"O que é que foi isso?"
"Nada." Revirei os olhos enquanto os gemidos dos homens enchiam a sala; eu tinha que lhes dar crédito, eles já estavam começando a ficarem de pé, prontos para morrer por seu próprio orgulho maldito.
"Parem com isso." Frank ergueu as mãos. "Viemos para discutir assuntos de família."
"O inferno que você fez!" Dante gritou. "Você não entra em nossa casa, ataca minha família e..."
Frank levantou a mão novamente. "Isso foi apenas uma... demonstração do que vai acontecer se você se recusar a ouvir. Ouça, e nós vamos estar no nosso caminho. É simples assim."
O velho ajudou os outros a ficarem de pé e compartilharam olhares furiosos antes de mancarem para frente e assentirem com a cabeça. "Nós concordamos, mas em primeiro lugar," Ele apontou para mim. "Quem diabos é ele? Porque todos nós sabemos que ele não é seu neto."
Frank sorriu e bateu com a mão nas minhas costas. "Ora, eu pensei que depois dos últimos minutos você teria simplesmente colocado dois e dois juntos. Desculpe-me," Sua voz baixou. "Este é Sergio..." Ele fez uma pausa dramática, o maluco. "Abandonato."
Seguido de palavrões. E eu poderia jurar que cada um deles apertou as mãos em punhos.
Porque se havia alguma coisa que os Alferos de Nova York odiavam mais do que Frank e o resto dos homens de Chicago... Eram os Abandonatos, a família dona de Chicago, que os obrigou a irem para longe de suas casas. A família que assumiu quando eles não tiveram a capacidade de fazê-lo.
Eu poderia abaixar minha cabeça.
Oferecer minhas sinceras desculpas.
Possivelmente agitar uma de suas mãos e dizer algo agradável.
Em vez disso, eu respondo com: "E se as coisas não forem bem... Como seu futuro chefe, eu mostrarei o respeito que me é devido. Começando agora."
CAPÍTULO 9
Um rosto bonito, em um homem sério, como se verá em um dia de verão.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Fazia uma hora desde que os meus tios tinham desaparecido, eu estava preocupada. Eu estava tentando não ser paranoica, mas eles adoravam as festas. A última vez que tivemos uma festa, que foi na semana passada, preste atenção, ela durou até às duas da manhã. Havia várias caixas de vinho, e, de alguma forma, durante a festa, um bode foi trazido enquanto alguém se ofereceu para abatê-lo para mais comida.
Mais comida.
Como se já não tivesse o suficiente.
Mais tarde eu descobri que ele era propriedade de um dos frequentadores da festa que vivia no estado de Nova York, um presente, disse ele. Meus tios educadamente pediram para o bode ser morto primeiro. O homem relutantemente concordou, e depois de alguns copos de vinho, adicionaram uma galinha para garantir.
Dizer que nossas festas eram lendárias... Bem, isso seria um eufemismo, mas esta aqui, ela parecia... Apagada. Parecia que todo mundo estava sentado sobre alfinetes e agulhas, apenas esperando algo horrível acontecer.
Mesmo Nico estava no canto cochichando com seus pais.
Eles levantaram suas vozes acima da música. Nico olhou para mim, então caminhou até onde eu estava. "Nós não podemos nos casar."
Ei, não era suposto essa ser a minha fala?
"Humm, tudo bem." Eu tentei parecer chateada, quando na verdade eu estava exultante. Mas por que a súbita mudança de ideia? "Posso perguntar por quê?" Não que eu queria que ele voltasse atrás em sua proclamação, mas ele parecia irritado por algum motivo.
"Você é sangue ruim." Ele zombou. "Não podemos ter sangue ruim em nossa família."
"Sangue ruim," eu repeti. "Eu sou cem por cento italiana."
Mais uma vez, por que eu estava discutindo com ele sobre isso? A quantidade de colônia que esse homem usava era impressionante. Dei um passo para trás para que eu pudesse respirar.
Ele finalmente olhou em minha direção. "Você é sangue ruim."
Sim, você disse isso, aberração de circo.
"Ok, então." Eu cruzo os braços sobre o peito. "Desculpe por ser... Ruim?"
"Está tudo bem." Seus ombros afundaram. "Você não pode mudar as circunstâncias de seu nascimento."
Por alguma razão, seu insulto me fez querer arrancar as suas sobrancelhas e alimentar as galinhas com seu cabelo.
"Bem," eu disse com uma voz instável. "Eu acho que é isso."
Ele recuou. "Lixo Abandonato." ele murmurou baixinho, e então ele se juntou aos seus pais do outro lado da sala.
Vi Dante falando com eles. Ele parecia... Com medo. Dante nunca pareceu com medo. Fiz um sinal para ele. Ele olhou diretamente para mim. Um lampejo de reconhecimento em seus olhos. Então ele se virou para a multidão. De boca aberta, eu o olhei. Ele tinha acabado de me ignorar.
Outra coisa que ele nunca tinha feito.
Ele reduziu a música e assobiou. "A festa acabou, temos..." Seus olhos presos nos meus. "Negócios."
As pessoas ao redor assentiram com a cabeça e começaram a praguejar em italiano como se soubessem exatamente que tipo de negócio que ele estava falando.
Ainda confusa, eu assisti quando a última pessoa deixou nossa casa.
"Dante..." Eu engoli o medo na minha garganta. "O que está acontecendo?"
"Guerra." ele sussurrou.
"A América está em guerra!" Eu gritei. "Oh meu Deus, nós nem mesmo temos um abrigo contra bombas?" Comecei a correr em círculos, eu precisava pegar um livro ou algo assim, ou minhas revistas. Porcaria! Eu precisava das minhas cartas!
"Val!" Dante gritou.
"Eu preciso..." Eu estava hiperventilando, mas eu não podia parar. "... ir para o meu quarto e pegar..."
"Val!" Dante rugiu, me agarrando pelos braços forçando com que eu olhasse em seus frios olhos azuis. "Não esse tipo de guerra. São... Negócios."
"Negócios?" disse eu atônita. "A guerra?" Eu balancei minha cabeça. "Você não está fazendo sentido. Nada disso está fazendo sentido!"
"Bom." Ele parecia aliviado. "Ainda... bem."
"Dante?"
"Val." Gio ladrou meu nome enquanto ele mancava para o quarto; Seu lábio estava sangrando. Sergio não estava muito atrás.
Eu dirigi minha acusação a Sergio. "Você feriu meu tio! Seu bastardo!" Sal e Papi saíram em seguida, todos eles sangrando.
Eles eram os homens menos violentos que eu conhecia.
E Sergio, bem, ele gritava violência! Estava no ar que ele respirava no modo como ele se portava.
Dante tentou me puxar para trás, mas Sergio levantou a mão. "Está tudo bem, deixe-a. Ela vai se sentir melhor."
Então, pela primeira vez na minha vida, eu bati em outro ser humano. Porque eu estava com medo. Eu bati no seu peito, e quando ele não se moveu ou até mesmo fez um barulho, eu bati nele de novo e de novo e de novo quando a confusão da noite lavou sobre mim, e quando eu terminei, eu percebi que ele estava me abraçando.
"Onde é seu quarto?" Ele perguntou, não parecendo se dirigir a ninguém em particular.
Alguém deve ter apontado porque ninguém respondeu, e ele me pegou em seus braços e me levou em direção à escada e para o meu quarto, onde ele gentilmente me colocou na minha cama e suspirou. "Você é jovem."
"Sim, você continua dizendo isso." eu disse enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. "Por que você feriu meus tios?"
"Você acreditaria em mim se eu dissesse que eles me atingiram primeiro?"
"Não."
Ele sorriu. "Eles podem parecer velhos... Mas eles podem dar uns bons socos."
"Meus tios nunca bateram em uma pessoa." A ideia era quase cômica. Eu provavelmente teria rido se eu não estivesse tão assustada.
"Ok." Parecia que ele não acreditava em mim. "Val," Ele usou o nome que eu disse a ele para usar. "Durma."
Sim, certo, porque o sono viria tão facilmente. Um bufo de incredulidade escapou enquanto eu o olhava. "E as coisas vão ficar melhor na parte da manhã?"
Ele hesitou aqueles lábios lindos pressionados em uma posição firme. "Não."
"Isso não foi muito encorajador."
"Você prefere que eu minta?"
Engoli o caroço na minha garganta; parecia que eu tinha engolido uma bola de golfe e estava tentando a tossir de volta. "Não tenho certeza."
Suspirando, ele estendeu a mão e tocou minha bochecha, em seguida, empurrou de volta como se não pudesse acreditar que ele tinha acabado de me tocar. De repente, ele se levantou e virou as costas para mim. Era uma bela costa. Musculosa em todos os lugares certos. Eu aposto que a camisa tinha um momento de merda para ficar no lugar certo. Eu tive uma súbita imagem dele arrancando sobre a cabeça, depois mentalmente me repreendi. Ele era o inimigo, ele era a razão de que alguma coisa tinha acontecido, estava acontecendo, esta noite. Tudo me gritava perigo.
E, no entanto, eu estava tirando sua roupa na minha cabeça.
Sim, eu estava perdendo minha cabeça.
"Eu costumava acreditar." Sua voz era quase um sussurro. "Nessa mentira, que diz que tudo o que você precisa é de uma boa noite de sono, e que as coisas vão ficar melhor na parte da manhã, que irá se sentir melhor, ficar melhor." Ele baixou a cabeça. "Agora eu sei a verdade."
Engoli em seco. "E qual é?"
Ele se virou apenas o suficiente para eu ver o seu perfil impressionante, o queixo firme enquanto ele cerrou os dentes em quase uma careta. "Independentemente do que a rodeia, o manto sombrio da noite, ou o calor do sol durante o dia, as circunstâncias permanecem. A tristeza... permanece, a raiva... permanece. O sono promete descanso, mas eu não tenho descansado por um tempo muito longo."
Eu me inclino para frente. "Se a próxima palavra que sair da sua boca é que você é um vampiro de cinco mil anos de idade, eu provavelmente vou saltar para fora da minha janela."
Seus lábios abrem em um sorriso tenso. "Desculpe desapontá-la. Eu sou humano. Muito, muito humano." Ele franziu a testa como se o pensamento realmente o aborrecesse. "Eu sangro como qualquer outra pessoa."
"É óbvio." Eu aponto para os nós dos dedos. "Sergio?"
Ele cruzou os braços e me encarou novamente. "Val?"
"Quem é você?"
"Não se preocupe com quem eu sou, se preocupe com quem eu não sou."
"Um vampiro?"
"Isso." Ele pegou o cobertor do pé da minha cama e o colocou em cima de mim. "E... eu não sou seu amigo, Val."
O comentário machucou.
A bola de golfe na parte de trás da minha garganta inchou, esticou e se espalhou pelo meu peito enquanto eu lutava para respirar para que não doesse.
"Ok." Eu finalmente espremi para fora, minha voz impotente. "Sem falsa esperança e tudo isso?"
"Eu não dou esperança," ele retrucou, e então ele sussurrou baixinho. "Não mais."
Ele andou firme até a porta e saiu, fechando-a atrás de si, e me perguntei... Se ele não era meu amigo... Isso o fazia meu inimigo?
CAPÍTULO 10
Um leão entre senhoras é uma coisa inimaginável.
— Sonho de uma noite de Verão
Sergio
Eu estive respondendo textos e chamei os homens de volta em Chicago durante toda a noite. Tex estava perdendo sua merda. Ele até chegou a perguntar se Frank atirou na minha maldita bunda. Eu respondi com um emoji do dedo médio e segui em frente.
Nixon foi o próximo.
Seguido de Chase.
Mesmo Phoenix decidiu que seria do seu melhor interesse brincar de terapeuta. Deus nos ajude se o mais sombrio chefe da máfia, de todos eles, aquele com o maior número de segredos, o pior passado, começasse a me enviar textos motivacionais sobre trabalho em equipe.
Na verdade, era mais do tipo, ‘mantenha a cabeça fora de sua bunda, você não pode ver a luz do sol quando você está espiando com sua cabeça, onde não devia’.
Eu não tinha a energia para responder. Não depois de lidar com todos os Alferos, droga. Um pequeno aviso de Frank teria sido bom. Mais uma vez esse não era realmente o estilo de Frank.
Ele era mais de lançar a pessoa para o buraco da serpente e, se você sobreviver, ele lhe dará um tipo de promoção.
Meu pescoço doía, meus dedos estavam cicatrizando com uma mistura de sangue e pele rasgada.
E a noite era jovem.
Nós tínhamos deixado a casa dos Alfero com planos para termos uma reunião no dia seguinte, o que era bom, considerando todas as coisas. Eles queriam falar naquela noite, mas eu sabia que a última coisa que a inocente menina dormindo no andar de cima precisava era acordar e ver toda a sua existência alterada. Mesmo que você não possa correr da realidade, da sua verdade, se pudesse, eu teria feito isso.
Deus sabe, eu tentei.
A verdade iria encontrá-la em breve, e a menina feliz, que oferecia sorrisos fáceis e adorava os seus tios como se fossem membros caducos de um lar de idosos, teria ido embora.
Passando a ter a dura realidade que só a máfia traz.
Morte.
Sangue.
Destruição.
Tudo novamente.
"Não demorou muito tempo." Frank disse, uma vez que o carro parou perto da Times Square.
"Awn, mas vão sentir a minha falta velho?" Eu tentei brincar, mesmo que minha voz estivesse grave, estranha. A noite tinha tomado o seu preço.
Frank revirou os olhos. "Tente permanecer vivo."
"Eu vou fazer o meu melhor."
Ele bufou quando eu bati a porta do Mercedes e me dirigi tranquilamente em direção a Broadway.
O sangue rugia nos meus ouvidos quando eu cheguei a Broadway e olhei para todos os painéis que anunciavam toda uma variedade de shows. Com as mãos tremendo eu retirei a lista da lua de mel que Andi tinha me dado e olhei para o rabisco que dizia: Vá a um show da Broadway, em Nova York e cante junto, mesmo que isso pareça horrível.
Desde que eu não tinha muito por onde escolher, uma vez que estava ficando tão tarde. Eu finalmente decidi pela Bela e a Fera, talvez porque eu me sentia como a besta, só que no final, eu não iria me transformar em príncipe.
Pensando bem, ele sempre confundiu a minha mente. O príncipe tinha vivido tanto tempo como uma besta, como foi possível para ele voltar ao seu status real? E qual era o propósito de todo o seu sofrimento se ele foi deixado sem nenhuma lembrança da maneira como ele parecia para as pessoas do lado de fora? Ele iria desaparecer. E na minha mente, era apenas uma questão de tempo antes que o príncipe tornasse mimado e descontente, porque essa era a vida.
Essa era a verdadeira condição humana.
Salve-me hoje, e eu vou viver para você amanhã.
Corrija-me e eu vou fazer qualquer coisa.
Apenas desta vez! E a minha vida é sua.
Nós dizemos um monte de palavras que não significam nada.
E, no entanto, gostaria de dizer todas essas coisas repetidas mais uma vez, se isso fosse trazê-la de volta para mim.
Com minhas pernas pesadas como chumbo, eu fui para a bilheteria, comprei meu ingresso e me sentei mais atrás, na fileira mais distante que eu podia.
Estava lotado; bem, era sexta-feira.
Meu telefone tocou no meu bolso. Puxei-o para fora.
Nixon: Você está morto?
Sergio: Estou enviando mensagens de texto de volta, isso responde sua pergunta?
Nixon: Você precisa de ajuda?
Sergio: Não.
Eu desliguei meu telefone e o guardei no bolso, assim que as luzes se apagaram, então acenderam novamente apenas para apagar uma última vez. Enquanto a música crescia, eu fechei os olhos e pedi a Deus, que um dia, um dia eu fosse livre.
****
Luz solar atravessava as cortinas, acertando os meus olhos. Eu xinguei e joguei um travesseiro na direção da janela.
Nós nos hospedamos em um hotel boutique, perto da Times Square, porque quanto mais pessoas a nossa volta, melhor. Ou seja, significa que não precisamos nos preocupar em levar um tiro. Eu apostaria nos tios ficando acordados à noite tentando descobrir como encomendar um assassinato na própria família e o único Abandonato sozinho em um mar cheio de Alferos.
Quatro batidas fortes na minha porta me fizeram cair fora da cama, agarrando a minha Glock, e a segurando nas minhas costas enquanto eu espiava pelo olho mágico para ver quem estava lá.
Dante.
Ele não parecia estar armado.
Não significava que ele não estivesse.
Suspirando, eu abri a porta. "Ou eu vou ser a sua primeira morte, ou você quer falar." Eu cocei a cabeça com a arma na minha mão direita. "Minha aposta é a última."
"Você é realmente um idiota arrogante, você sabe disso, certo?" Dante observou em uma voz calma.
"Estou bem ciente das minhas realizações, sim."
Revirando os olhos, ele empurrou passando por mim.
"Sim, por favor, entre. Eu não estava dormindo ou algo assim."
"Homens como você não dormem, muito sangue em suas mãos."
"Cínico para alguém tão jovem."
"Dezenove não é jovem, não neste mundo. Quantos anos você tinha quando matou alguém pela primeira vez, quando tirou a vida de alguém?" Seus olhos azuis presos nos meus. Eles viram muito, assim como o de Luca, droga.
"Quatorze," eu respondi de uma forma deliberada em um tom aborrecido. "No entanto, eu tinha apenas dez anos quando meu pai me forçou a atirar à queima-roupa no animal de estimação da família. Mas era atirar no animal de estimação ou no meu próprio primo. Eu escolhi o cão."
Dante não vacilou, mas o fez desviar os olhos.
"Eu não preciso de sua pena." Eu estalei.
"Bom," Ele zombou. "Não estava oferecendo."
"Então é isso? Isso é o que você queria saber? Quantos anos eu tinha quando eu vendi minha alma para a Família?"
"Não." Sua expressão fechada rachou, revelando algo que eu conhecia bem... Medo. "Eu quero falar sobre Val."
"O que tem ela?"
"Ela não sabe."
"Não me diga."
"Você importa-se de ouvir? E, foda-se, pare com o sarcasmo. Você percebe o quão chato você é? Ou o quanto é emocionalmente desgastante estar na mesma sala que você?"
"Eu gostaria de pensar que é parte do meu charme."
Ele respirou fundo e caminhou até a janela, mantendo as costas para mim. Um movimento estúpido. Eu poderia matá-lo sem hesitação.
Mas talvez esse fosse o ponto. Ele estava tentando mostrar que ele confiava em mim, ao mostrar suas costas.
Eu assenti em silêncio. Eu respeitei isso.
Então eu coloquei a arma na mesa e cruzei os braços. "Eu estou supondo que quando você diz que Val não sabe, o que você está realmente tentando dizer é que ela não sabe que sabe."
Seus ombros tensos.
"E você está mantendo isso dela... Desde quando?"
Ele não respondeu.
"Dante."
"Toda a minha vida." ele sussurrou. "Gio, Sal, e Papi fizeram uma promessa de nunca revelar qualquer coisa para Val. A verdade a arrasaria. Essa promessa me incluía... até que as coisas começaram a correr mal."
"Você quer dizer até que lhe mandaram embora, e as famílias começaram a sua pequena guerra?"
Ele balançou a cabeça, ainda olhando para fora da janela. "Eles me treinaram. Eu jurei que nunca ia contar a Val, mas agora..." Seu ombro levantou e caiu quando ele soltou um suspiro pesado. "Agora ela vai descobrir."
"Ela não vai te odiar."
"Ela vai."
"Val parece ser uma pessoa que sabe perdoar."
"Hah!" Ele se virou e encontrou meu olhar. "E você a conhece tão bem?"
"Eu estou nisto." eu murmurei, me sentando na cama. "Olha, se te serve de alguma coisa, não há qualquer parte nesta situação que me deixa confortável. Minha família está perfeitamente feliz em Chicago. O Cappo comanda as coisas de lá, assim como na Itália. Finalmente temos paz por causa do que o seu pai fez, por causa do império que ele construiu. Eu não estou aqui por qualquer ambição egoísta. Eu estou aqui porque eu devo isso a ele, seguir com seu plano, desde o início, mesmo que isso signifique que eu tenho que comer merda... literalmente, eu vou fazê-lo. Isso é o quanto eu respeitava Luca. Eu consideraria o maior elogio da minha vida se alguém dissesse que eu vivi do jeito que ele viveu."
Dante ficou tenso novamente. "Se ele era tão maravilhoso, por que ele nos deixou?"
Brincar de terapeuta não era o meu forte. Por que Andi não está comigo? Ela sempre soube o que dizer, quando contar uma piada, quando ser séria, quando oferecer sabedoria. Eu tinha minha arma. E cicatrizes no meu corpo. Isso é tudo o que eu tinha.
"Essa vida," eu comecei lentamente, lutando para escolher as palavras certas. "não é o que ele queria para você. Se ele não tivesse morrido, nós não estaríamos tendo esta conversa. Mas ele morreu. Isso nos deixa com apenas uma escolha."
"Eu ainda não me decidi." ele murmurou.
"Nem eu."
Ele franziu a testa. "O que você quer dizer?"
Eu sorri. "Eu não decidi se você tem culhões para o trabalho ainda, cupcake. Vai demorar um inferno de muito mais do que tentar acertar um golpe na minha cara para provar o seu valor."
"Sim, bem, eu sou jovem, não estúpido, eu percebi a sua formação e a maneira mais fácil de chocá-lo era avançar como um touro."
"Isso provavelmente teria funcionado se não tivesse berrado antes de me atacar."
Dante riu baixinho e depois um pouco mais alto. "Sim, eu vou trabalhar nisso."
"Regra número um da máfia." Eu assenti. "Não deixe que eles saibam que estão mortos até que vejam o seu próprio sangue em suas mãos."
"Mórbido."
"Sempre."
"Eu sinto que preciso ir para a Disneylândia depois de falar com você. O lugar mais feliz na terra, Sergio... eu preciso de felicidade se este vai ser o meu futuro."
"Eu não posso prometer que você vá encontrá-la na equipe."
"Sim. Mas podemos ter esperança, certo?"
Não. Errado.
Não havia felicidade na morte. Havia apenas conclusão. E silêncio.
"Você dirige?" Eu mudei de assunto.
"Sim, por quê?"
"Você vai levar Frank e eu para essa reunião."
"Então agora eu sou seu motorista?"
"Mesmo homens feitos têm que começar em algum lugar." eu lhe disse quando fiz o meu caminho para o banheiro. "Ah, e toque em qualquer uma das minhas armas, e eu vou decapitar você antes que possa proferir uma desculpa."
Ele ergueu as mãos. "Entendi."
CAPÍTULO 11
Mostrar uma simples habilidade, esse é o verdadeiro começo do nosso fim.
__ Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Ele estava certo. Eu odiava que ele estivesse certo, porque a manhã chegou e eu ainda me sentia irritada e confusa.
Minhas manhãs costumavam ser cheias de risadas e brincadeiras. Em vez disso, todos nós nos sentamos ao redor da mesa do café da manhã e esperamos em silêncio enquanto o relógio na parede passava os minutos.
Eu estava quase com medo de me mover.
Medo de respirar.
Dante não estava lá.
E eu estava preocupada.
Preocupada que estávamos com problemas ou que devíamos dinheiro a alguém. Depois de dar voltas na cama à noite toda, essa foi à única conclusão que eu consegui chegar. Nós devíamos dinheiro a algumas pessoas muito ruins, e elas queriam que nós as pagássemos de volta.
Isso finalmente fez sentido.
Com a floricultura e o bar éramos capazes de permanecer abertos durante a crise econômica, porque, embora nós nunca estivéssemos lotados, nós nunca tivemos dificuldade para pagar as contas.
As mãos ensanguentadas de Dante! Os rumores sobre uma briga.
Eu me senti tão estúpida. Tão ingênua que eu não tinha visto antes.
E, se eu estava sendo totalmente honesta, eu me senti um pouco traída que meus tios não tinham confiado em mim sobre suas dificuldades financeiras, mas colocando meu próprio irmão em alguns tipos de lutas clandestinas de gangues. A culpa roia meu peito. Houve tantas coisas que eu pedi nos últimos anos que eu nem realmente precisava.
Coisas que eu não poderia vender agora.
Eu já tinha feito uma pesquisa no Google para trabalhos extras, mas tudo que havia disponível, basicamente, ou era perigoso, como mensageiro de bicicleta, ou eles queriam mais experiência do que eu tinha. Uma coisa era certa, eu não estava indo para a faculdade. Provavelmente nunca.
A porta de tela abriu e depois se fechou. Passos ecoaram em todo o piso de taco, Dante, Sergio, e o homem mais velho, Frank, certo? Todos apareceram no fundo do corredor.
Eles entraram na cozinha onde eu estava sentada à mesa.
Meu coração afundou ainda mais.
Nós seríamos mortos na frente das panquecas.
Eu tinha certeza.
Porque as expressões de todos eram severas, como se uma morte tivesse acontecido na família, e eu sabia que provavelmente iria ser a próxima.
"Por favor!" Eu fiquei em pé. "Por favor, não nos matem!"
Frank e Sérgio trocaram um olhar, enquanto Dante fechou os olhos como se estivesse com dor.
"Tudo o que devemos," Eu continuei falando, as palavras caindo umas sobre as outras enquanto eu as derramava. "Eu tenho algum dinheiro na poupança, e tenho certeza de que podemos elaborar um plano de pagamento ou algo assim. Só, por favor, não nos matem." Eu estava beirando a histeria conforme grandes lágrimas quentes rolaram pelo meu rosto.
Sergio lentamente fez o seu caminho até mim e agarrou a minha mão. "Ninguém vai morrer."
"Por agora." Frank sussurrou.
Meus joelhos se dobraram e eu me sentei, enquanto Sergio cuspiu uma maldição sob sua respiração. "Isso era realmente necessário?"
Frank deu de ombros.
Dante correu para o meu lado. "Você está bem?"
"Não!" Eu me afastei dele. "Eu não estou bem! Apenas me diga o que está acontecendo! Quanto devemos? E como consertamos isso!"
"Isso será difícil." Dante estava na sua altura máxima, e depois recuou. "Nós não devemos qualquer dinheiro... O que devemos é mais..." A expressão de dor se formou em seu rosto. "… pessoal."
"O que você quer dizer?" Eu procurei os rostos dos meus tios, mas cada vez que eu tentei fazê-los ter contato visual eles desviaram o olhar.
Eu senti que eu não tinha ninguém.
E, no entanto, Sergio estava bem ao meu lado.
"Mostre a ela." Gio rosnou.
Frank deu um passo e tirou uma pasta preta. Ela tinha o meu nome nela. Mas eu nunca tinha violado nenhuma lei. Eu nem sequer cruzei a rua imprudentemente. Assim, uma pasta com o meu nome, mostrava-se como um mau sinal? Um sinal muito ruim.
Com as mãos tremendo eu a abri.
A primeira página era uma certidão de nascimento, com a minha data de nascimento exata e meu nome completo, mas o último nome eu não reconheci. Não era Grecco, era Nicolasi.
"Valentina Joyce Nicolasi," eu sussurrei. "Mas meu sobrenome..." Eu não terminei, porque a minha foto estava na página seguinte. Ela tinha que ter sido tirada há um ano, porque eu estava vestindo o casaco que eu tinha comprado para passar o Natal. Que. Merda?
O que se seguiu eram fotos minhas de quando eu era uma criança. Eu reconheci algumas; a minha primeira viagem para a cidade, eu segurando um cachorro de pelúcia gigante, e balançando no parque com Gio, quantos anos eu tinha? Quatro? Talvez cinco? As imagens anteriores não faziam sentido para mim, eu estava em uma cidade que não reconhecia, segurando a mão de um homem.
E, finalmente, a mais recente, eu e Dante rindo no parque, ambos portando sorrisos enquanto alguém no fundo observava um homem, um homem que eu reconheci, com um grande sorriso, os olhos esperançosos.
Fez o meu peito doer. Seu sorriso era familiar. Como se aquele sorriso costumasse ser direcionado a mim.
Deixei escapar um ofego e cobri minha boca, e depois sussurrei entre os meus dedos. "Esse é... o nosso pai, Dante?"
Ele concordou com a cabeça, sua expressão sombria.
Não era isso uma coisa boa?
"Onde ele está?" Eu gritei, saltando para ficar em pé. "Ele está aqui? É por isso que vocês todos estão agindo de forma estranha? Eu pensei que ele não queria ter nada a ver com a gente, e..."
"Meu irmão," Frank disse suavemente. "está morto. Eu sinto muito."
Eu caí para trás contra a minha cadeira quando rancor tomou conta de mim. Então era isso? Eu finalmente comecei a conhecer a verdade, e o tapete foi puxado debaixo de mim?
"Continue lendo." Dante pediu.
Sergio estava tão imóvel quanto uma estátua ao meu lado. Virei à página e vi meu nome novamente.
Era um contrato.
Entre a família Abandonato e a família Nicolasi.
Tenho a honra de jurar sobre a minha morte que, está dentro do meu poder juntar a mão de Valentina em casamento a de Sergio Abandonato, vou fazê-lo assim, ou deixar que minha alma queime por toda a eternidade.
"Eu estou NOIVA?!" Eu gritei, olhando para cima.
"Não, apenas prometida." Oh, agora Gio está falando? "Está prometida à Sergio... que..." ele engoliu "... uma das famílias mais poderosas da máfia na Cosa Nostra. Se Dante não tomar seu lugar de direito, você terá que se casar com o novo chefe do império de Frank Alfero."
Comecei a rir.
Ninguém se juntou a mim.
Meu riso desapareceu. "Você não pode estar falando sério!" Eu fiquei de pé. "Trata-se de uma brincadeira? Chefe da máfia? Cosa Nostra?" Procurei por câmeras escondidas, porque, vamos lá! Máfia? Será que isso ainda existe? A ideia era ridícula. Por que todo mundo ainda está sentado? "Rapazes! Trata-se de uma piada, vamos lá, de quem foi à ideia?"
Ninguém se mexeu.
Finalmente, Dante falou. "Val, é verdade."
Eu fiz uma careta. "Dante, sério..."
"Maldição, Val!" A voz de Dante aumentou. "Nosso pai era Luca Nicolasi! Um dos chefes mais letais da máfia, mais letais da história! Frank é seu maldito tio!" Ele apontou para Frank que conseguiu pelo menos parecer um pouco triste.
As rugas no rosto de Frank apertaram em uma carranca. "Você poderia ter dito de uma maneira melhor, Dante."
"É melhor que ela entenda de uma vez do que assumir que é uma piada. Eu espero." Ele colocou as mãos na cabeça e girou em um círculo, depois me encarou. "Val..." Sua narina dilatou. "Eu mantive de você para protegê-la, certo? Eu intencionalmente nunca..."
"Todos vocês?" Eu tropecei para trás, saindo para longe dele. "Todos vocês sabiam? Esse tempo todo? E eu estava no escuro?"
Engasgando com um choro, eu olhava para cada um dos meus tios, nenhum deles podia me olhar no rosto, mesmo Frank tinha desviado os olhos e beliscado a ponta do seu nariz.
Dante praguejou e fez um buraco na parede da cozinha. Poeira caiu a seus pés. E Sergio simplesmente ficou ali. No mesmo local. Encarando.
"Há quanto tempo você sabe?" Eu dirigi a minha pergunta para ele.
"Oito semanas."
"E você esperou tanto tempo para me dizer! Que tipo de pessoa é você? Você poderia ter, pelo menos, me dado um aviso! Oh olhe isso, eu sou Sergio, eu POSSUO você!"
"Minhas sinceras desculpas." disse Sergio numa voz tensa. "Eu devo ter estado muito ocupado cuidando da minha esposa com câncer. Como isso foi egoísta da minha parte." Ele se aproximou de mim como um gato, com graça, predatório, como se estivesse indo para atacar. "Você está certa, eu deveria ter mandado uma mensagem no minuto em que ela morreu e lhe dado à boa notícia."
"Eu..."
"Diga que você está triste e eu não hesitarei em atirar em algo."
Eu levantei meu queixo enquanto as lágrimas obstruíam a minha garganta. "Ao atirar em alguma coisa, apenas certifique-se que não é em um ser humano. E eu estou arrependida. Veja, eu disse isso. Porque tanto quanto isso é uma merda..." Era quase impossível manter as lágrimas de tristeza e frustração para longe, e eu terminei em um sussurro; "Isso é pior."
Seus lábios se separaram um pouco e então ele se virou e saiu da sala. "Ele está realmente vai atirar em alguma coisa?" Perguntei para a sala.
"Provavelmente." Frank respondeu em seguida, estendeu a mão. "Val, vamos para uma caminhada?"
"Estou segura com você?"
"Eu tenho uma pontaria maravilhosa."
Cerrei os olhos e o avaliei. "Eu aposto que você tem."
Ele ofereceu um sorriso educado. "Você é minha sobrinha, eu iria protegê-la com a minha vida."
Pelo menos ele estava disposto a dar-me alguma coisa. Meus tios ainda estavam atirando punhais na mesa como se ela fosse ficar em pé e começar a recitar Shakespeare. "Ok."
"Boa menina." Ele beijou a minha mão. "Eu prometo, não é tão ruim quanto parece."
"É?"
"Na verdade..." Ele fez uma careta. "Eu tenho medo que seja pior."
CAPÍTULO 12
E apesar dela ser pequena, ela é forte!
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Cimento.
Cascalho.
Calçada.
Postes.
Eu expirei lentamente, o sopro vacilante escalonava em baforadas brancas no ar congelante enquanto eu me encostava contra a parede de tijolos no beco estreito. O frio do inverno deveria ser forte o suficiente para sufocar a vida dentro de mim, mas eu não senti nada.
Exceto uma dormência que me amordaçava, mais uma vez, me fazendo perguntar o que diabos eu estava fazendo em Nova York. Eu não estava tornando as coisas melhores. Eu já tinha batido nos velhos, ameaçado atirar nas pessoas na frente de uma menina que nunca tinha visto violência em sua vida, e isso era eu tentando me controlar.
Deus nos ajude se eu realmente perdesse a minha merda.
Esfreguei meu rosto com as mãos, depois me foquei em uma pequena rachadura na parede. A vida era mais fácil assim. Era a única maneira que eu sabia como lidar com as emoções tumultuadas surgindo em mim, focar no pequeno, não pensar no quadro maior.
Então eu me concentrei nas partes.
Eu me concentrei nas fissuras da calçada.
No pó que algumas pedras com cimento espalharam e que estavam próximas ao meu calcanhar.
Era da mesma maneira que eu via Val. Meus esforços, até agora, tinham trabalhado, ignorando seu corpo e o rosto como um todo, mas as mãos? Sim, eu poderia olhar para suas mãos, ela tinha três cicatrizes em seu dedo indicador, que eu assumi eram de espinhos nas rosas que ela muitas vezes deve ter organizado.
Ela tinha uma covinha na bochecha direita que, à primeira vista, parecia outra cicatriz, mas realmente era apenas um recuo muito profundo que ainda a fazia parecer mais inocente do que ela era.
Seu cabelo era castanho escuro.
Mas, quando ela inclinava a cabeça em diferentes ângulos, fios dourados apareciam.
Ela era baixinha.
Não tão baixinha quanto Andi, mas baixinha o suficiente para que eu soubesse que a minha presença seria extremamente intimidante para ela.
Partes.
Olhei para as partes.
Nunca o seu sorriso, apenas os dentes.
Olhos estavam bem, contanto que ela não trocasse olhares cúmplices comigo por muito tempo e eu estava confiante de que mesmo que ela me tocasse por um tempo prolongado, eu ficaria bem.
Não que ela não fosse surpreendente, ela toda era o sangue de Luca por completo, ela tinha seus assombrosos olhos avelã, tão claros que quase pareciam pálidos, às vezes, e ela tinha o sorriso de Joyce.
Aposto que isso matava Frank. E foi aí que isso me matou, ela não era apenas sua sobrinha, essa era a filha de sua esposa.
Raios me partam.
Eu tinha caído fora tendo um colapso nervoso com o fato de que eu tinha que casar com a garota apenas oito semanas depois da morte de minha esposa, você pode imaginar, e Frank tinha acabado de conhecer o filho e a filha de sua esposa.
Os filhos de seu irmão.
A última coisa que ele precisava era a minha bagagem emocional pesando sobre ele. Eu chutei a parede uma última vez e estava prestes a virar a esquina quando vi Frank e Val na varanda do tríplex.
Eu me segurei.
Sentados no frio, Frank no topo da escada, Val, também, mas o mais longe possível dele, quase debaixo do corrimão, seus braços em volta da coluna como se fosse o suficiente para protegê-la de um homem como ele.
"Você está chateada." Frank disse em um tom suave.
Revirei os olhos. Não me diga que ela está chateada, velho! Ela tinha acabado de ser informada de que sua família era a realeza da máfia, que normal e inocente menina não ficaria chateada quando você trocasse seu Iphone por uma pistola e lhe dissesse que sempre se certificasse de sentar em mesas quando saísse para comer?
Uma vez que você conhecesse o seu próprio sangue, era impossível voltar atrás.
O conhecimento horripilante de sua herança por si só já seria suficiente disso. Ela sempre olharia atrás de suas costas daqui para frente, nunca mais ficaria na fila da Starbucks, e, quando ela caminhasse para casa à noite, ela sempre acharia que estava sendo seguida.
A máfia gera paranoia.
Bem como insanidade.
Eles andam de mãos dadas, mas também o mantém vivo.
"Estou chocada," ela disse finalmente, seus olhos encontraram os dele. Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e abaixou a cabeça, olhando para os sapatos. "Toda minha vida é uma mentira."
Dramático, mas é verdade.
Eu fiz uma careta quando ela mordeu o lábio inferior, o sugando para dentro de sua boca apenas para depois liberá-lo. Uma estranha mistura de irritação e luxúria me atravessou como um relâmpago.
O erro de ter emoção começou a me fazer suar frio enquanto eu continuei a escutar.
"Nós pensamos que seria a melhor maneira de protegê-los. Luca era um homem muito perigoso. Ele também estava convencido de que vocês nunca poderiam viver uma vida normal se vocês vivessem sob o mesmo teto. Ele sabia que algo deveria ser feito. Você foi criada até os cinco anos de idade na Itália. Tenho certeza que você deve ter alguns fragmentos de lembrança." Ele suspirou, sua respiração formou um redemoinho em torno de sua cabeça. "Havia duas ameaças de morte contra você e Dante... Eu nunca vou esquecer a noite que meu irmão me ligou para dizer que precisava colocá-los na clandestinidade. As únicas pessoas que eu poderia pensar..." Ele olhou de volta para a casa. "Também não eram, no momento, meus maiores fãs."
"No momento?" Ela brincou.
"Sim, bem..." Frank riu. "Sangue é sangue. Eles não tinham escolha, e eles adotaram vocês como se vocês fossem deles." Ele inclinou a cabeça e a estudou. "Você tem sido feliz, não é?"
Depois de alguns segundos, ela concordou com a cabeça. "E você foi bem cuidada?" Outro breve aceno com a cabeça.
"Acredite em mim quando eu digo, a última coisa que eu quero fazer é estragar o seu futuro, mas era o desejo de morte do seu pai que você não só o conhecesse, mas que você se juntasse à família. Juntando vocês pelo casamento imediatamente."
Val cobriu a boca com a mão e riu.
Frank franziu a testa.
Olhei duramente. Ela riu? Frank Alfero?
"Sinto muito!" Val riu ainda mais. "Eu rio quando estou nervosa. Eu só... é meio engraçado, não acha? Eu leio, Frank. Isso é o que eu faço."
"Eu não acho que eu entendo."
"A emoção na minha vida." Ela sorriu de novo para si mesma. "Era ler romances, principalmente históricos. As mulheres não tinham poder no período regencial inglês. Elas não poderiam nem mesmo ter propriedades. Você sabia que uma vez que elas se casavam na igreja a coroa só as reconheciam como propriedade de quem tinha casado com elas?"
Frank negou com a cabeça.
"Os casamentos eram formados com base na riqueza, poder, proteção, prestígio." Um sorriso irônico em seus lábios. "Você está me dizendo a mesma coisa, Frank? Que eu deveria me casar com Sergio por todas essas razões? Ou há mais?"
Frank mudou de degrau.
Esperei para ver o que ele diria. Porque não havia muito mais para essa história, a real razão de estarmos aqui é por sermos imperativo eles se juntarem as fileiras.
"Sergio não precisa de você, não emocionalmente, não financeiramente, não fisicamente." Ela recuou como se tivesse levado um tapa, mas manteve a boca fechada.
"Ele tem mais dinheiro do que ele saberia o que fazer com ele, ele costumava trabalhar para o FBI, é um especialista em informática, e agora que sua esposa está morta..." Ele sacode a cabeça. "... Ele honra a sua memória olhando para as paredes."
Obrigado, Frank. Brilhante comentário.
"A última vez que o vi rir foi forçado, e eu receio que o tenha perdido. Por outro lado, ninguém nunca teve Sergio... ninguém, apenas sua esposa, porque mesmo antes dela havia um desligamento emocional em seus assassinatos e relacionamentos. Ele não é um homem seguro, nem alguém sensato, Val."
Eu fechei minhas mãos em punhos. Mas que porra!
"Mas," Frank continuou, o seu olhar cada vez mais intenso. "ele irá protegê-la com a sua vida, e, mais importante, ele irá protegê-la com o seu nome. Caso alguém faça uma tentativa de assassinato contra um Abandonato é como convidar o Cappo e as outras cinco famílias a acabar com toda a existência dessa pessoa, e não apenas a pessoa tola o suficiente por tentar, mas todo o resto da sua linhagem de sangue, e a melhor parte?" Ele fez uma pausa. "Nosso Cappo, ele tem sede de sangue. Ele é como um leão, mal domado por sua esposa, capaz apenas de ficar preso dentro das quatro paredes de sua casa por horas caso ela o mantenha..." Ele tossiu. "Ocupado."
Ela olhou para ele por um longo momento. "O que é um Cappo?"
Frank riu para si mesmo. "Eu esqueço que você não sabe nada." Ele se encostou nas escadas. "Eu acho que no seu mundo seria como nosso Chefão, embora lamento explicar desse modo, considerando que Tex tem apenas vinte e cinco anos, mal o mais velho."
"Vinte e cinco?" Repetiu Val. "Que idade tem todos os outros?"
"Eu sou o mais velho." A voz de Frank era grave. "O último."
"O último?"
Sua postura endureceu. "Dos chefes originais." Ele se virou para ela. "E que Deus me ajude, eu não vou deixar esta terra antes de ver minhas promessas feitas ao meu irmão morto, cumpridas, você entende? Fuja e eu vou te encontrar. Lute contra isso, você vai perder. Ouça com atenção, porque esta é a única situação em que o meu amor por seu pai triunfa sobre o meu amor por você, porque eu devo a ele mais do que você jamais vai poder imaginar, você vai se casar com Sergio, você vai juntar-se à família. Você vai fazer isso com um sorriso em seu rosto, porque você é uma Nicolasi, você é o nosso futuro, e você vai fazer seu pai orgulhoso."
CAPÍTULO 13
O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.
— Sonho de uma Noite de Verão
Frank
Eu estava sendo muito direto. Frio demais. Eu não sei ser de outra forma. Trace ficaria desapontada comigo, mas eu não poderia encontrar em mim mesmo como fazer algo além ou oferecer a Val uma fuga para longe das promessas que foram feitas.
Garantia de vida.
Garantia de sangue, que é o que esses papéis na minha pasta detinham. Afinal, Sergio não era o único com uma lista, riscando minúsculos quadradinhos, exalando aliviado cada vez que ele assim o fez.
Eu também tenho meus quadradinhos.
Minha lista.
Meu saco de truques.
Eu não vou ficar parado novamente e assistir a queda dos Alferos.
Essa é uma decisão definitiva, eu tive uma terrível percepção de quando envelheci, quando meu reflexo no espelho começou a ter a mesma aparência do que eu sentia em meu peito.
O legado é como o vento, você não pode vê-lo, mas ele está lá, constantemente alterando o curso do tempo.
Joyce sempre disse que eu era um bastardo frio quando eu queria ser, e ela estava certa. Eu era.
Mas era meu tempo, meu tempo.
Um homem sente essas coisas nos seus ossos. Inferno, eu mesmo o senti no ar quando deixei Val sozinha na escada e fiz meu caminho de volta para dentro da casa, meus passos anunciando minha chegada na cozinha.
"Ela vai se casar daqui a dois dias," eu anunciei. "Mas primeiro, temos uma missa amanhã."
Os olhos de Gio prendem nos meus. "Por que você está fazendo isso, Frank?"
"É o que ele queria."
"Ela estaria mais segura não sabendo," Papi entrou na conversa. "Nós podemos mantê-la segura."
O momento para ser o bastardo de coração frio.
"Cavalheiros," Eu pressiono minhas mãos contra a mesa e me inclino sobre ela. "O nosso tempo está chegando ao fim."
Silêncio.
"Uma nova geração está vindo."
"Ouvimos rumores," Gio sussurrou. "Rumores de guerra dentro da família..."
"Vito Campisi foi baleado por seu próprio filho no peito." Eu suspirei. "Nixon Abandonato é chefe em Chicago há três anos. Chase, seu irmão, ajuda Mil De Lange a comandar a família De Lange, e os Nicolasis?"
"Phoenix De Lange," Sal disse em reverência. "Um homem de muitos segredos."
"Um homem que você não quer irritar," eu disse. "Meu ponto é esse... estamos ao vento, já não é mais o nosso tempo, e nós já não podemos ficar de braços cruzados," Eu olhei para os três. "Sentados sobre os nossos próprios segredos, e nos recusarmos a ajudar os novos membros enquanto eles levantam e tomam o controle das famílias. Nós temos a herança de nossas famílias para pensar. Não lutem comigo nisso ou vocês terão um acidente muito infeliz em que o legista não terá dúvida, que a velhice foi o motivo, capiche?"
"Capiche?" Sal tossiu enquanto Gio e Papi resmungaram e cruzaram os braços.
"Agora..." Eu sentei e expirei. "Onde está o vinho?"
Papi riu. "São dez horas da manhã."
Eu simplesmente o encarei.
Gio assentiu. "Eu esqueci isso sobre você, Frank. Os homens reais bebem as dez, e é por isso que eu não te mato."
Sal levantou, caminhou até o armário e tirou uma garrafa. "Uma ou duas."
"Três." Frank interrompeu. "Será um longo fim de semana."
CAPÍTULO 14
O lunático, o amante, o poeta, são todos de imaginação pequena.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Com as mãos tremendo, eu li a próxima carta.
Eu vou continuar a história sobre o príncipe. Eu sei que você gosta de ler. Foi realmente a única maneira que eu encontrei para que você fosse buscá-las e compreendê-las de verdade. Mais uma vez, apenas uma página por dia, e você vai saber o que fazer quando não houver mais páginas.
Havia uma certa selvageria sobre o príncipe. Ele era às vezes cruel, tornando a beleza em uma besta, e ainda assim, ele tinha momentos de tanta ternura que a princesa queria chorar. Ele era apenas selvagem com necessidade de ser domado? Não. Não faça isso. Não dome a fera. Permita-lhe ser selvagem. Você não domará um leão, mas é possível fazer amizade com ele, deitar-se ao lado dele e saber com certeza que o leão irá protegê-la enquanto você dorme. Queira que ele seja feroz. Você precisa do feroz em sua vida, Valentina. Hoje, é um novo dia, você tem muitos desafios pela frente, não se esqueça de apreciar as coisas simples, como dançar na chuva.
Todo meu amor,
R.
Eu reli a carta outra vez.
Não fazia sentido.
Quem era essa misteriosa R, e por que ela estava, desde que eu já havia decidido que era uma menina, me escrevendo sobre esse príncipe? Eu tinha que admitir, depois de hoje, era uma distração tão necessária, mas era apenas... Estranho.
Uma batida autoritária na minha porta me fez pular. Eu rapidamente empurrei a carta para debaixo do meu colchão e fiquei de pé. "Entre."
Sergio impeliu para dentro do quarto, seu olhar era tempestuoso. Eu lutei contra a vontade de me esconder em sua presença. Havia momentos em que ele parecia tão... Feroz. Como o leão que eu acabei de ler.
"Sim?"
"Eu queria esclarecer as coisas." Sua voz era fria.
"Ok." Eu lambi meus lábios e me preparei para o impacto de suas palavras.
"Espere," Ele franziu a testa. "Que diabos você está fazendo?"
Olhei para baixo. "O que você quer dizer?"
"Você está toda..." ele acenou com a mão na minha frente, irritação vincando na testa "... Rígida."
"Ah." Eu assenti. "Eu estou me preparando para o seu rugido." Eu ri da minha própria piada. Ele não. Certo, público difícil.
"Rugido?" Ele parecia tão confuso, pobre rapaz. "Eu, de repente sou um animal?"
"Bem, você de certa maneira não é menos do que perfeito, mas não, eu apenas quero dizer, que eu estou pronta para você ser mau, ficar com raiva, fazer toda a coisa intimidante que você costuma fazer, e então vai para longe sem fazer contato com os olhos, e eu vou passar horas tentando descobrir por que você estava sendo tão mau. E porque eu sou uma menina, nós apenas fazemos isso. E eu sou uma garota que tem tempo demais em suas mãos." Eu respirei. "Então, quando estiver pronto."
Ele abriu a boca, então a fechou. "Você é meio... Peculiar, não é?"
"Sim." Eu balancei a cabeça solenemente. "Quase como uma princesa presa numa torre... O único jeito de eu ir ao cinema é se todos os meus tios e meu irmão forem. Uma vez, uma vez eu tentei ir com um cara e encontrei todos eles na fileira de trás. Naturalmente Gio estava berrando porque eles não servem vinho no teatro."
Sergio atravessou o quarto e olhou para fora da janela. "Me conte mais."
Ele não estava olhando para mim, mas ele parecia mais relaxado.
E histórias eu podia contar.
Eu vivia e respirava histórias.
"Bem..." Eu estava sentada na minha cama. "Eu não conseguia descobrir por que caras nunca me pediam para sair no ensino médio. No último dia, alguém deve ter sentido que finalmente poderia quebrar o silêncio. Dante tinha ameaçado muitas vidas... e você o viu. Ele tem sérios problemas de raiva. Luca era assim? Nosso pai?" Parecia estranho perguntar, mas eu presumo que tinha sido bem perto, e eu estava desesperada para ter algum tipo de conexão com o homem que tinha me abandonado, o homem que havia abandonado a nós dois.
Sergio baixou a cabeça. "Ele era... aterrorizante."
"Eu não herdei seu terror."
Os ombros de Sergio balançaram. Eu pensei que ele estava tremendo até o riso transbordar para fora dele.
Foi bonito.
O som.
Assim como ele.
É claro que seria.
"Você está rindo de mim?"
"Você tem uma covinha." Sergio virou e cruzou os braços. "Sinto muito por ser o único a dar essa notícia para você, mas você é a pessoa menos assustadora que eu já conheci."
Eu mostrei a minha língua.
"Você piorou a situação."
Eu lancei um travesseiro nele.
Ele se moveu para fora do caminho, depois caminhou lentamente até mim e sentou na cama, tomando cuidado para manter pelo menos um metro de espaço entre nós.
"Hora da conversa?" Perguntei.
Ele assentiu. "Tenho que admitir, eu tinha um discurso realmente assustador para você, era bastante insensível, cruel, do tipo que faz homens crescidos chorarem."
"Sorte a minha."
"Eu não posso fazê-lo," admitiu em uma voz atordoada. "Talvez seja a covinha." Calor tomou conta do meu rosto quando eu estendi a mão e toquei uma das minhas bochechas.
"Um dia..." Ele suspirou. "Você vai encontrar alguém que a faça corar assim mesmo, alguém que é exatamente como os caras que você lê nos livros, você encontrará um homem pelo que vale a pena lutar." Ele balançou a cabeça lentamente. "Esse homem... não sou eu."
Suas palavras magoaram, e eu não tinha nenhuma ideia do por que.
Éramos estranhos, mas rejeição é rejeição.
"Por favor, não tente." Ele engoliu em seco e olhou para suas mãos. "Não tente fazer eu me apaixonar por você. Não tente me convencer a me apaixonar por você. Sem sedução, sem lágrimas de raiva quando eu não te der um beijo de boa noite, eu não posso... Eu só..." Sua voz tremeu. "Me prometa que não vai pedir por algo que eu nunca vou ser capaz de lhe dar."
Meu corpo estava subitamente tão pesado, cansado. E eu descobri nos últimos dias, ser possível sentir raiva em seus ossos, senti-la passar sobre você, junto com a rejeição. Eu odiei isso. "Você disse, por favor."
"Eu estou trabalhando nas minhas maneiras."
"Nota-se."
Ele sorriu.
Limpei a garganta e olhei para as minhas mãos enquanto eu as torcia no meu colo. Elas estavam pegajosas. Mais uma vez ele me deixou nervosa. Só de estar perto de Sergio era como pular de cabeça em água escura, era aterrorizante, mas ao mesmo tempo refrescante. "É por minha causa?"
Sergio expirou uma maldição quando seu corpo ficou tenso ao meu lado. Nossas coxas roçaram, e eu estremeci. "Não."
"Isso é muito... reconfortante, por favor, continue e fale sobre meus muitos atributos." Eu disse secamente.
Ele riu novamente. "Você é sempre tão sarcástica?"
"Sim." Eu concordei com a cabeça seriamente. "Eu sou extremamente sarcástica na minha cabeça."
"Você é boa."
O comentário magoou.
"E," continuou ele, umedecendo os lábios. "Eu tenho certeza que você poderia fazer qualquer homem feliz..."
"É por isso que você nunca olha para mim?" Perguntei. "Você não é muito convincente, porque agora eu me sinto como a Bruxa Malvada do Oeste, menos a magia."
Ele não se moveu, seu queixo estava apertado, e os músculos contraídos como se ele estivesse rangendo os dentes. Lentamente, ele virou para mim, seus olhos azuis, finalmente, bloqueando nos meus.
O olhar que ele me deu era demais.
E ainda não era suficiente.
Ele não olhou através de mim da forma como outras pessoas faziam. Era como se, com um simples olhar, ele fosse capaz de me despir para a crua realidade de quem eu era. Fazer contato visual com Sergio Abandonato era conhecer a dor e beleza ao mesmo tempo. Eu estava com medo de falar.
O momento era tenso.
Finalmente, ele estendeu a mão e segurou meu rosto com as duas mãos, então ele se inclinou e beijou minha testa. "Você é muito bonita."
"E eu pensando que você ia dizer jovem de novo." Minha voz tremeu, eu não poderia me ajudar. Ele ainda estava me tocando.
Com um sorriso triste, ele deixou cair às mãos para os lados e se levantou. "Eu nunca me perdoaria se eu permitisse que você acreditasse que o problema é você... Eu prefiro matar alguém à queima-roupa a ser o único a fazer uma garota se sentir insegura sobre sua própria beleza."
Ele era real?
O cara estava preocupado com isso?
Apenas aqueles perfeitamente assombrados que não queriam nada comigo. Fantástico.
Sergio se levantou, enfiando as mãos nos bolsos.
"Qual era o outro discurso?" Perguntei uma vez que ele chegou à porta.
Sem se virar, ele disse: "Tente me beijar, e eu não hesitarei em matá-la. Peça meu amor, e eu vou nos fazer um favor e fazer a sua morte parecer um acidente."
Comecei a rir.
Ele não o fez.
"Você certamente está sendo dramático?"
Ele saiu.
"Certo?" Eu chamei por ele.
Esfriou, esfreguei meus braços e me abalei até a porta e a fechei. Eu olhei para o bloqueio por talvez quatro segundos antes de girá-lo.
Era a primeira vez que eu bloqueei minha porta desde que eu tinha seis anos.
Eu não tinha certeza se era porque eu estava tentando manter o monstro fora.
Ou se era para me manter dentro.
Porque caras como Sergio fazem garotas serem estúpidas.
Ele tinha feridas.
Cicatrizes.
Bagagem emocional.
E ele matou pessoas.
A última coisa que ele precisava era ser salvo.
Talvez. Fui até minha cama e me sentei. Talvez ele só precisasse de uma amiga.
CAPÍTULO 15
Vou te seguir e fazer um céu do inferno, morrer pela mão do amor é tão certo.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Não houve tempo para planejar um casamento real.
Eu me recusei a participar, independentemente.
E eu sabia que estava sendo um idiota, mas a história estava se repetindo. Eu só queria fazer o meu trabalho, me afogar em um quinto de uma garrafa de uísque, tantas vezes quanto possível.
Não era ela. Era a situação. Val ia muito bem.
Bem.
Engraçado.
Eu arrepiei suas penas, completamente sem intenção, mas meninas como Val eram perigosas. Ela estava completamente inconsciente de sua própria beleza. O que era pior, ela era inocente.
Tenho certeza que ela fez muitos homens quererem corrompê-la.
Porque durante dois segundos, talvez meio segundo, eu pensei sobre isso. Isso é o quão patético eu era, eu assumi que uma noite de sexo quente faria eu me sentir melhor.
Mesmo sabendo que isso realmente não faria.
Eu era como Phoenix agora.
Completamente incapaz de pensar em sexo sem tremer como um viciado em drogas. Eu não conseguia pensar em sexo sem pensar em minha esposa morta.
Ela me disse para eu seguir em frente.
Ela disse que entendia em sua carta, entendia o que eu teria que fazer, e por algum motivo isso quase fazia pior, que quando ela estava deitada ao meu lado na cama, ela tinha conhecimento que o tempo estava passando.
Ela tinha feito amor comigo... Sabendo que ela não seria a última.
Ela me beijou... Sabendo que eu estava prometido a outra.
Cada momento.
Cada toque.
Eu fui seu último.
Mas ela não seria a minha.
Como poderia ela ainda me amar? Sabendo disso? Sabendo o que detinha o meu futuro?
Deu-me uma dor de cabeça pensar nisso.
Desde que sai do quarto de Val no dia anterior, eu tinha sido completamente incapaz de me concentrar em qualquer coisa. Minha concentração estava uma merda. E eu queria culpá-la. Porque eu feri seus sentimentos; eu olhei para ela. Eu olhei para ela e pensei em beijá-la. Então eu queria estrangulá-la por ser a causa disso.
Eu era um perigo. Para mim mesmo. Para Val.
Mas eu não podia dizer isso a ela. Eu não poderia passear pela escada e dizer: Surpresa! Seu futuro marido pensa sobre o seu assassinato, em fazer qualquer coisa para que ele não tenha que tocar em você.
Não é o melhor presente de casamento.
Como colocar uma corda em uma caixa de presente e lhe dizer para fazer uma loucura.
Eu bebi mais vinho e olhei para o fogo.
Eu estava fazendo muito disso ultimamente, apenas olhando aleatoriamente para as coisas, procurando por respostas em todos os lugares errados. Eu me servi de mais vinho e olhei para o fogo. Eu poderia lidar com a chama, não toda a lareira, a lareira inteira se converteu de alguma maneira em um significado muito maior para mim, o que significa que eu não estava pronto para enfrentá-la.
O ar mudou, uma sombra cruzou brevemente na minha frente, os passos eram pesados, firmes. "Dante."
"Como diabos você sabe?" Ele perguntou com uma voz derrotada quando ele se juntou a mim no sofá.
"Prática." Eu bebi mais vinho.
"Então..." Dante tossiu em sua mão, e cruzou os braços.
"Fala logo, homem."
Ele se inclinou para frente e colocou as mãos para fora na frente dele como se fosse me dar um grande discurso. Eu realmente não quero falar sobre sua irmã.
"Eu vou ser franco e pedir, tudo bem?"
"Provavelmente seja uma boa ideia, eu não sou um homem paciente."
"Não me diga," ele murmurou, esfregando as mãos. "Eu quero que você me treine."
"Huh?" Eu defini o vinho na mesa de café e me virei para ele. "Treiná-lo? Como, exatamente?"
Ele engoliu em seco. "Eu quero saber como lutar de um modo melhor. Eu tenho um bom tiro, mas eu poderia melhorar. Eu tenho problemas de raiva, e eu não sei como lutar com o meu temperamento. Eu apenas estava pensando, já que você está aqui, e desde que... eu acho que não tenho escolha agora..." Sua voz sumiu.
"Você percebe o que você está me pedindo?" eu disse em voz baixa.
"Eu acho que sim."
"Você acha mesmo?" Eu zombei. "Pensar é a mesma coisa que hesitar. Você não acha isso, você sabe. Se você quer que eu o treine, eu vou treiná-lo, mas você realmente acha que está pronto? Para rir da morte na cara dela? Acabar com a vida de alguém? Você mesmo entende que matei pessoas inocentes neste mundo? Você está pronto para fazer isso? Para matar alguém que não merece isso? Porque me parece que você pode estar sob a impressão de que só matamos os caras maus." Deixei escapar uma risada sem coração. "Eu gostaria."
"Você mata pessoas inocentes."
"Eu mato." Eu assenti. "Ponto. Um trabalho é um trabalho. Mas pontas soltas? Nós não deixamos pontas soltas. Se temos um rato e ele tem uma família, uma esposa, filhos, e nós suspeitamos deles..." Dei de ombros. Ele descobrirá isso.
Ele ficou em silêncio por um minuto e sussurrou: "Isso aconteceu antes?"
"Mais vezes do que eu gostaria de admitir."
"Será que Luca nunca hesitou?"
"Ele hesitou quando necessário. Ele sabia como era o tempo de tudo, ele era… estratégico."
"Isso," Dante assentiu, seus lábios desenhados em uma linha sombria. "Me ensine isso. Matar deve ser a última opção, mas ser mais esperto que as pessoas? Eu sei que posso fazer isso."
Um peso saiu dos meus ombros, porque a última coisa que eu queria fazer era ensinar o filho de Luca a assassinar. Mas ser mais esperto que as pessoas? Sim, eu posso fazer isso com meus olhos fechados.
"Sim."
"O quê?" Ele franziu a testa.
"Eu disse sim, eu vou treiná-lo."
Ele exalou. "Obrigado."
"Eu não dou abraços embora." Eu estendi minha mão; ele a agarrou e a sacudiu.
"Cara, eu abraço minha irmã. Ninguém mais."
"Bom ouvir isso."
"Como ela está?" Ele perguntou, mudando de assunto.
E eu estava de volta a olhar para a lareira, estendendo a mão para o meu vinho, qualquer coisa para tirar a agitação do meu estômago. "Bem."
"Será que você vai ser capaz de amá-la?"
Eu pensei sobre isso por um tempo. Posso? Não da maneira que eu amava Andi, mas eu imaginei que eu poderia aprender a amá-la como uma família, e que era melhor que nada. "Como uma irmã... Eu posso amá-la dessa forma."
"Ei." Val bateu na parede, anunciando sua chegada. "Os tios estão reunidos na cozinha. Há vinho, eles estão gritando, e eu ouvi algo sobre Chicago? Você caras podem ser de alguma ajuda?"
Dante revirou os olhos e se levantou. "Quando eles não estão brigando?"
"Certo." Val ergueu as mãos na inocência. "Mas eles nunca brigam quando terminam três garrafas de vinho."
"A garota tem um ponto." Dante murmurou enquanto ele passou por Val.
Seus olhos encontraram com o meu, incerteza e mágoa atada a todos os ângulos do seu rosto. Droga. Ela tinha ouvido.
A temida palavra irmã.
Pelo menos agora ela sabia.
Eu a protegeria com a minha vida.
Eu a amaria como eu faria com qualquer membro da família.
Mas ela nunca iria partilhar a minha cama.
Ou ter o meu coração.
CAPÍTULO 16
Agora eu estou morta. Agora eu escapo.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Ele nem sequer pediu desculpas ou pelo menos se explicou. Era complicada, toda a situação era complicada. Era como ser dito que você é bom, mas não bom o suficiente.
Percebi naquele momento, quando Sergio me olhou, recusando-se a voltar atrás no que ele disse sobre eu ser como uma irmã, que eu tinha sido mais do que mimada e protegida. Eu tinha sido sinceramente trancada dentro de uma caixa com apenas uma janela com vista para o mundo.
Eu endireitei minha coluna e lhe dei um meio sorriso, embora eu não o sentisse. "Se eu sou sua irmã isso significa que você iria ser um Dante e ir ao cinema comigo, não é?"
Ele parecia confuso e extremamente desconfortável. "Eu acho."
"Bom." Eu assenti. "Porque eu realmente quero ver esse filme de terror, e Gio tem pesadelos, então eu acho que isso significa que você está indo comigo!"
"Você quer que eu vá ao cinema com você?" Ele repetiu, seus ombros caindo em derrota.
"Sim!" Eu assenti. "Eu só vou pegar minha bolsa. Irmãos também pagam e pedem manteiga extra sobre a pipoca, mas fazem parecer que estão pedindo para eles, por isso parece que eu estou comendo saudavelmente." Eu fiz uma pausa para tomar fôlego. "Além disso, eu gosto de Balas de goma."
"Eu deveria estar escrevendo isso?" Ele perguntou com uma voz derrotada. "Ou você vai me lembrar quando chegarmos lá?"
"Soda." Eu bati com o dedo no meu queixo. "Eu misturo Coca e Dr. Pepper."
"Isso é uma blasfêmia!" Ele sobressaltou, brincando e, finalmente relaxou sua postura, embora sua versão de relaxado ainda parecesse que ele tinha um pedaço de pau dentro do seu rabo.
"Eu vivo a vida no limite. O que posso dizer?"
"Quebradora de regras." Ele deu um passo em minha direção. "Será que Dante se senta com você?"
"Não." Eu suspirei. "Ele se senta atrás de mim. Então, basicamente, você é como meu guarda-costas, sorte sua."
"Então, eu sou um escudo humano?" Ele perguntou, seus olhos azuis fazendo aquela coisa arrogante que faz meus joelhos fracos.
"Pensei que você podia lidar com isso?"
"Eu vou fazer o meu melhor."
Virei-me e corri até a escada.
Quando voltei Sergio já tinha seu casaco.
Enfiei meu telefone na minha bolsa e rapidamente coloquei meu casaco de couro marrom e envolvi um lenço em volta do meu pescoço. "Eu só preciso ir dizer aos meus tios."
"Certo," Sergio abriu a porta. "Fique à vontade."
Eu hesitei e depois passei. "O-Obrigado."
"Então..." Por que ele tem que ser tão agradável ao olhar? Um vento leve pegou, fazendo com que seu cabelo ondulado chicoteasse contra suas bochechas fortes. "Será que andamos ou pegamos um táxi?"
"Táxi". Eu levantei minha mão. "Está muito frio para andar."
"Está?"
"Para aqueles de nós que têm coração." eu disse sob a minha respiração.
Ele fez uma pausa e começou a rir. "Puta merda, você está me insultando?"
Dei de ombros quando o táxi parou.
"Foda-se, e você não está nem mesmo se desculpando."
"Foi mais um comentário passando sob a minha respiração..." Entrei no táxi e deslizei pelo assento de vinil frio, desgastado. "Mas é verdade."
Sergio bateu a porta atrás dele. "E eu aqui pensando que estava causando uma boa impressão."
"Você propôs me matar se eu te beijasse."
O taxista fez uma careta pelo espelho retrovisor.
"Ela está brincando." Sergio o tranquilizou.
Recusei-me a deixá-lo sair assim tão fácil. "Você também me olha como se desejasse vomitar."
A narina do Sr. Taxista queimava.
"Então," Sergio riu desconfortavelmente. "Eu tenho um monte na minha mente."
"Sua esposa."
Os olhos do taxista pareciam que estava indo para cair fora de sua cabeça. Sim, este provavelmente foi o melhor entretenimento que ele teve durante todo o dia.
"Eu não falo sobre isso." Sergio disse com uma voz de vamos-mudar-de-assunto.
"Talvez você deva."
"Eu não tenho dinheiro suficiente para pagar um terapeuta, obrigado." ele disse com os dentes cerrados.
"Dinheiro não compra felicidade." disparou de volta.
Sergio lançou uma série de maldições expressivas. "Será que alguém batizou o seu leite esta manhã durante uma demonstração e não te disseram?"
"Sou intolerante à lactose."
"Desculpa. Seu Kool-Aid (suco em pó)." Seus olhos se estreitaram. "Me parece que você está tentando me irritar."
Bingo. Eu sorri. "Engraçado, isso é o que Dante me diz o tempo todo. Basta pensar em todas as coisas que você queria e comece a olhar para frente. Não é isso que você disse que queria?"
Sergio parecia prestes a me estrangular. "Não. Eu não acredito que eu pedi uma pequena irmã chata, mas se é isso que você está oferecendo, por favor, não me deixe pará-la. Só sei que eu não hesitarei em colocá-la sobre o meu joelho, se você sair do controle."
No minuto em que as palavras saíram de sua boca. Eu congelei.
Ele congelou.
O taxista nos encarou lançando raio laser fazendo pequenos buracos no retrovisor.
E Sergio se inclinou para mim.
Engoli em seco enquanto a tensão girava em torno de nós.
Ele me agarrou pelo queixo e virei minha cabeça para o lado, seus lábios roçando minha orelha. "Parece que você tem um desejo de morte."
"Você não faria isso."
Ele foi para trás à medida que ambas as sobrancelhas dispararam para cima, e então ele olhou para baixo, quando algo chamou sua atenção.
Eu segui a direção do seu olhar e soltei um pequeno ofego quando vi uma arma cavando meu estômago.
"Tem estado apontada a você durante os últimos quatro minutos," Sergio disse através de um sorriso ensaiado. "Eu quis dizer o que eu disse. Escute bem. Eu mantenho a minha palavra. Beije-me, e sangue será derramado."
"Vo-você é uma pessoa louca!" Eu assobiei, empurrando seu peito. "E eu não ia te beijar!"
"Claro que não." Ele guardou a arma. "Foi uma boa conversa, certo? Ah, olha, o cinema."
Para dizer que sai do carro como uma criança fugindo de seu sequestrador seria um bruto eufemismo, mas no minuto que meus pés bateram na calçada, eu hesitei.
Meu corpo me disse para correr.
O cara sacou uma arma.
Para mim.
Eu nem sequer assisto a filmes violentos, eu entro em pânico e digo a primeira coisa que me vem à cabeça! E eu estava prestes a ir ao cinema com um cara que provavelmente toma banho de sangue diariamente e, ao que parece, escapa disso.
Tremendo, eu me forcei a tomar uma respiração profunda e embrulhei meu casaco mais apertado em volta do meu corpo.
Essa era a coisa sobre homens como Sergio, ou talvez sobre homens leais em geral. Ele tinha prometido que iria me manter segura, mas gostaria de saber se essa promessa estendia até que eu arrumasse mais problemas do que eu valia.
Eu estava segura, não porque eu estava com ele.
Mas por causa de quem meu pai tinha sido para ele.
Eu não era nada.
E, no entanto, uma parte de mim ainda ansiava ser... Alguma coisa.
Qualquer coisa, mesmo.
Patético.
"Mudou de ideia?" A voz suave de Sergio interrompeu meus pensamentos. Ele era o tipo de homem que você sentia, mesmo quando ele não estava falando. Sua presença era impossível de ignorar, meio que sua aparência era ridícula.
O cara da máfia não é suposto ser velho?
Gordo?
Fumando um cigarro atrás do outro, comprando charutos cubanos e sentados atrás de grandes mesas, enquanto contavam dinheiro e encomendando assassinatos de pessoas que o deixaram puto?
"Não." Eu finalmente encontrei minha voz. "Eu só estava pensando..."
"Sobre?" Sua mão tocou minha costa, me conduzindo para frente, mas não empurrando, quase como se estivesse me dando à opção de ainda dizer não.
Eu aumentei o meu ritmo para que eu não pudesse sentir o calor de seus dedos. "Pipoca." Eu me virei e pisquei, esperando que fosse esconder o fato de que o meu corpo tremia.
Talvez eu fosse a única louca.
Porque ele estava armado.
O homem estava armado.
E ele não teve dúvidas em apontar sua arma para mim quando eu cheguei perto demais.
Não é que teríamos um casamento feliz.
Acho que nunca argumentaríamos desde que eu gostava de viver.
E, você sabe respirar.
Seria terrível não fazer a festa do meu vigésimo primeiro aniversário porque eu não dobrei as toalhas da maneira certa.
E mais uma vez, eu congelei.
Ele era tão neurótico? Ou era só a proximidade?
"Em uma escala de um a dez..." Eu estava orgulhosa da maneira como eu guardei o tremor da minha voz. Por que eu estava com tanto medo? Ah, certo, porque ele apontou uma arma, não, empurrou uma arma maldita em meu estômago e fez com um sorriso no rosto. "Como está seu o TOC?"
Uma risada agradável escapou dele quando ele olhou ao redor do átrio do cinema e depois de volta para mim. "O que faz você pensar que eu tenho TOC?"
"Situações." Eu, então, engoli em seco forçando um sorriso que eu não estava a fim de dar. Como eu poderia passar por um filme inteiro sabendo que ele em uma conversa desconfortável poderia perder sua cabeça? "Então?"
"O que posso fazer por você?" Um adolescente olhou para Sergio, e sorriu mais quando seus olhos pousaram em mim. Imediatamente, Sergio envolveu um braço protetor em torno do meu corpo, basicamente forçando o meu corpo a curvar em sua cordialidade. "Minha esposa e eu queremos dois baldes de pipoca, dois pacotes de balas de goma, e uma garrafa de água."
Eu não o corrigi sobre a água.
"Espere," Sergio levantou a mão. "Desculpe, Dr. Pepper misturado com Coca-Cola."
O adolescente franziu o rosto e depois nos atendeu. Seus olhos pousaram em mim novamente depois de volta para o caixa, como se estivesse tentando não olhar, mas não podia evitá-lo, o que era cômico, desde que eu realmente não acho nada demais olhar.
Quando ele entregou a Sergio seu troco eu poderia jurar que ouvi um rosnado do meu "marido".
Como ele era, puxou o doce tão duro para fora das mãos do garoto que eu estava surpresa que ele não fez um salto mortal sobre o balcão.
"Ele é um garoto," eu sussurrei sob a minha respiração. "Não há necessidade de matá-lo também."
Sergio olhou para mim, murmurou uma maldição. "Ele estava olhando."
"Ele parece trabalhar em um projeto de ciências longe de resolver a fome no mundo dentro do porão da casa de sua mãe... dificilmente o tipo de cara que eu teria um encontro."
"Encontro?" Sergio repetiu tão alto que as pessoas na nossa frente esperando para mostrar ao atendente suas entradas saltaram e deram meia volta. "O que diabos você quer dizer com encontro?"
Porcaria. Eu errei novamente.
Minhas mãos estavam suadas enquanto meu rosto parecia paralisado com medo. Independentemente de quão bom ele era para olhar, eu estava finalmente em plena consciência de como ele era perigoso para mim.
Para todos ao meu redor.
O suor escorria pela parte inferior da minha costa enquanto eu engolia mais refrigerante e dei de ombros. "Eu só quero dizer que ele não é meu tipo."
"Sem merda, ele não é porque você não tem mais um tipo."
"Certo." Eu lambi meu lábio inferior, fingindo não ter medo, fingindo ser a pessoa destemida que não tinha dentro de mim.
Até o momento em que chegamos a sala de cinema eu estava tonta.
Tudo era muito de uma vez.
"Então..." A voz de Sergio estava no meu ouvido. Eu pulei um metro. Ele franziu a testa como se não conseguisse entender por que eu estaria tão nervosa. "Dante fica atrás de você, certo?"
"Certo." Eu exalei de alívio. Eu esqueci. Não era um encontro. Era um desafio. Ele me denominou sua irmã, assim, portanto, ele era meu irmão, certo? Engraçado. Eu relaxei um pouco quando apontei para um assento algumas fileiras atrás e rapidamente roubei as guloseimas das suas mãos, fiz o meu caminho para o meu próprio assento antes que ele pudesse protestar.
Os créditos começaram a rolar.
E eu encontrei-me esquivando-me na cadeira.
O cabelo na parte de trás do meu pescoço estava arrepiado.
Como se eu estivesse sendo vigiada, porque eu estava.
Dez minutos de filme e eu estava tão estressada que quase cai no choro. Eu estava de costas para ele.
Isso não era inaceitável? Nas minhas costas tinha um cara com uma arma. Mesmo que ele devesse me protegendo com essa arma, todas as apostas estavam desfeitas.
Suor agrupava nas palmas das minhas mãos.
A música aumentou quando uma das atrizes desceu as escadas gritando.
Eu não vou aguentar.
E então, um corpo sentou-se ao meu lado.
Sergio me deu um olhar desconfiado colocando um assento entre nós.
Eu expirei.
Mas não era de alívio.
Pelo menos eu sabia onde ele estava.
E onde a arma estava, ele era destro, então era isso.
Eu finalmente me permiti relaxar o suficiente para assistir ao filme quando eu vi a mão direita de Sergio mergulhar dentro do seu casaco.
Segurei os apoios de braço de plástico, meus dedos cavando o material plástico pegajoso barato quando ele lentamente tirou algo.
Ele virou.
E eu encolhi tanto que não havia dúvidas sobre o que eu achava que ele estava fazendo.
Mesmo que ele tenha pegado um celular preto.
O dano estava feito.
Todo o meu corpo tremia quando uma grande e gorda lágrima escapou, eu tentei limpá-la, mas eu não fui rápida o suficiente.
"D-Desculpe." Passei por ele e corri.
Mas meu corpo estava com muito medo.
Muito cansado
Para ir muito longe.
Dei de encontro a uma lata de lixo e quase cai contra a parede quando braços fortes vieram ao meu redor e me puxaram para uma das salas de cinema que não estava passando um filme.
Escuridão nos engoliu.
E uma carga elétrica que me alertava para correr, mais uma vez, encheu o ar.
Mas era Sergio.
Então eu fiquei.
Porque eu era essa menina estúpida.
A pessoa que acreditava que todos tinham algo de bom, certo?
"Olhe para mim," Sergio sussurrou com urgência, rude, enquanto ele segurou meu rosto entre as mãos. "Val, olhe para mim."
Eu sacudi minha cabeça. "Eu acho, eu... não vou."
"Você não vai," ele repetiu suavemente. "Val, por favor."
Lentamente, eu levantei meus olhos para ele, incapaz de parar o fato de que quanto mais eu olhava para ele, mais meus olhos encheram com grandes, e gordas, lágrimas feias.
"Maldito seja eu no inferno." ele murmurou e então me puxou para um abraço apertado, um que fez eu me sentir segura, mesmo que eu soubesse o que podia acontecer agora. Eu sabia o que podia acontecer.
Tentei me afastar.
Mas ele não deixou.
Então eu virei o rosto para o seu peito.
Estava difícil respirar.
Mas pelo menos ele não iria pensar que eu estava tentando beijá-lo.
Mesmo que o passeio de carro não tivesse sido dessa maneira, se aconteceu algo foi porque ele se inclinou para frente como se fosse me beijar, eu simplesmente reagi a sua reação.
Causa e efeito.
Não que eu iria dizer isso.
"Val..." Suas palavras iam do inglês para o italiano e voltavam novamente enquanto ele amaldiçoava a ele nessa vida. "Desculpe-me."
"Por?"
"A estupidez não combina com você." Ele suspirou. "E eu quero dizer isso como um elogio... mas para o seu bem, eu vou dizer." Ele se afastou para que seu rosto ficasse a centímetros do meu. "Sinto muito por ameaçar você no táxi, mas acima de tudo, eu sinto muito por você sentir como se não estivesse segura comigo, quando isso é o oposto. Eu morreria por você. Val, uma arma é tudo o que eu conheço..." Ele balançou a cabeça. "conhecia. Era tudo que eu conhecia até que alguém me mostrou mais... às vezes, é apenas mais fácil voltar para velhos hábitos. É mais fácil não pensar."
"Ok." Eu tentei me afastar. Eu precisava fugir.
"Val, você não está me ouvindo."
"Ouvi o que você disse alto e claro." Eu tentei olhar convincente. "Você sente muito, e eu não deveria ter medo. Entendi!" Eu fiz um caminho mais curto para a porta.
Bem, eu tentei, mas ele era assustadoramente forte e me manteve paralisada contra o seu corpo enorme.
"Você pode ter ouvido, mas você não entendeu." Ele amaldiçoou novamente. "Palavras... nunca foi o meu forte."
"Não?" Eu ri nervosamente, ainda tentando me afastar para longe dele. "Porque você foi muito claro sobre suas intenções na outra noite."
Ele franziu a testa. "Eu literalmente nunca tive que afastar uma mulher de mim. Nunca. Eu também não estou acostumado a fazer as coisas... delicadamente."
"Meio que reparei isso." eu disse a boca seca.
"Merda." Ele apertou a ponta de seu nariz. "Um pouco de ajuda aqui."
A tela no cinema vazio iluminou-se com um trailer, quem podia imaginar que eles passavam um filme mesmo que ninguém estivesse lá?
Uma menina correu por toda a tela na chuva e voltando-se para o rapaz ela gritou. "Será que melhora com um beijo?"
Os olhos de Sergio arregalaram um pouco quando ele olhou de relance da tela de volta para mim.
E sem hesitação.
Colocou sua boca na minha.
CAPÍTULO 17
Para a cama, namorados! É quase hora das fadas.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Seus lábios eram macios.
Era seu primeiro beijo.
Tinha que ser.
Porque ela não estava fazendo nada.
Nada.
Era como beijar um muro macio.
Um que cheirava muito bem, muito bem.
Lembranças me atacaram, e, finalmente, eu lambi a emenda de seus lábios. Com um suspiro, sua boca abriu. Eu não tinha planejado beijá-la de maneira nenhuma, muito menos beijá-la do jeito que eu estava.
Mas, caramba, ela não estava me beijando de volta.
E eu estava provando um ponto.
E ela o estava arruinando por não responder.
Seu gemido era tudo que eu precisava ouvir e, quando ela apertou os dedos em meus bíceps, eu sabia que ela estava se divertindo. Beijar outra mulher não era tão doloroso como eu pensava que seria. Parecia diferente.
Mas não é mau.
Não é como trair.
Mais uma vez eu estava muito confuso sobre tudo e muito chateado que eu tivesse medo dela até mesmo sentir alguma coisa, mas me aliviou que ela não estivesse fugindo e gritando. Eu estava acostumado a lidar com mulheres fortes. As mulheres que sabiam se defender, até mesmo fisicamente, se necessário. Inferno, se eu apontasse uma arma para Trace ela provavelmente atirava em mim primeiro. Mil iria rir enquanto chutava minha testa com seus saltos agulha, e Mo iria cortar minha garganta antes que eu pudesse me desculpar.
E Andi.
Andi teria tentado me atacar no chão e me sufocar.
Val estava apenas começando a responder, sua língua provisoriamente tocando a minha, quando eu puxei para trás.
Andi, Andi, Andi.
O que diabos eu estava fazendo?
Val ainda parecia com medo.
E o beijo tinha me afetado de maneira que eu não estava pronto para pensar.
Meus lábios zumbiam enquanto meu corpo ansiava pela proximidade que suas curvas suaves prometiam.
Porra, eu era um homem mudado. Um homem que finalmente sabia o que era ter alguém para compartilhar os horrores da vida com ele, e a mulher não tinha escolha a não ser dizer sim para mim no altar.
"Desculpe." Eu me desculpei novamente. "Eu só estava..." Eu me recusei a deixá-la pensar que era mais do que eu provando um ponto, de modo que é exatamente o que eu disse. "Provando um ponto. Veja? Nenhuma arma." Com exceção de uma em minhas calças, e sobre perder o juízo, inferno? Quando isso tinha acontecido? Meu pau ficou tenso contra meu jeans quando o horror e espanto tomaram conta de mim.
Com uma maldição áspera, acenei para a porta e murmurei, "Estamos bem?"
Com um olhar confuso, Val abriu a boca levando os dedos aos lábios e deu um aceno mudo. Partes de seu cabelo escuro açoitaram suas bochechas, e eu olhei por mais tempo do que o necessário em seus lábios. Mais uma vez. E depois para o rosto dela, o que era uma péssima ideia, porque eu estava olhando para a imagem completa, os lábios junto com os olhos e as bochechas, e esses inocentes arcos do seu lábio em forma de cereja.
Droga.
"Excelente." Caramba, apenas excelente. Como diabos tinha um simples beijo me excitado?
Estava errado.
Tão terrivelmente errado.
No entanto, meu corpo estava pronto e gritando sobre como acertar tudo.
Caralho.
"Deveríamos voltar para a casa, a menos que você queira assistir ao filme?" Por favor, não queira ver o filme.
"Casa," ela disse em uma voz rouca. "Casa soa bem."
Sentamos um metro longe um do outro no táxi durante toda a viagem de volta para o bairro, e quando o carro freou para parar, ela saltou e correu para dentro da casa, batendo a porta atrás dela.
O que me deixou na porta acertando a corrida com o motorista.
Sem escolha, mas chamar os caras e ver se eles poderiam dar sentido à confusão que eu tinha criado.
"Eu sou um pedaço de merda." eu soltei no minuto que Tex respondeu com sua voz rouca perguntando quem eu matei e se eu precisava de limpeza.
Tex começou a rir do outro lado do telefone. "Essa pode ser a minha conversa favorita que já tivemos. Por favor, continue. Devo gravar isso? Espere, eu estou colocando você no viva-voz."
"Seu filho da puta! Você disse que estava sozinho!"
"Ele é o Cappo, ele mente para viver." escuto a voz divertida de Chase. "Então, você é um pedaço de merda, e...?"
O telefone chiava conforme eles jogavam batata quente com ele, revezando-se para ouvir o meu constrangimento.
Engraçado, a raiva não estava presente naquele momento.
Eu também estava extremamente confuso e irritado para sentir até mesmo um pouquinho de ressentimento, que, se eu pensasse sobre isso por um tempo maior, me faria sentir ainda mais instável.
A raiva tinha estado sempre disponível.
E agora, ela estava fora de alcance.
Por causa de um beijo estúpido.
E as palavras que se seguiram.
Eu gemi e bati a mão contra as escadas de cimento, minha palma picou quando pequenos pedaços de cimento ficaram presos na minha pele. "Eu apontei uma arma para ela."
"E?" Perguntou Nixon.
"Você também? Sério?" Revirei os olhos e olhei para o céu esperando como nunca que Andi estivesse curtindo o show. Pegue a pipoca, querida, porque está prestes a ficar muito pior. Eu quase podia ouvir as risadas no ar.
E pela primeira vez em muito tempo. Isso não me fez querer cometer suicídio.
Progresso?
Ou talvez apenas insanidade.
Eu tomaria qualquer um. Ambos?
Ao longo dessa confusão, eu sentia a boca do estômago como se eu tivesse acabado de entrar em território completamente desconhecido e perdido o mapa que me conta como voltar para a zona segura.
"Ela estava em apuros?" Perguntou Chase.
"Se esses Alferos estão lhe dando merda, vamos pegar o próximo voo. Filhos da puta, eu sabia!" Tex começou a latir ordens enquanto eu esperava para alguém mais sensato o interrompesse.
Naturalmente, a mais consciente seria Mo, sua esposa, que foi a próxima a falar. "Espere, você puxou uma arma para ela? Não por ela?"
Silêncio.
Olhei para o telefone. Sim, ainda estava conectado. Suspirei.
"Em minha defesa, tivemos um momento." Oh inferno, alguém atire em mim e acabe logo com isso. Um momento? Sério? Eu tinha dezoito anos outra vez?
"Ahá!" Chase gritou. "Não brinca Sergio, um momento, hein? Melhor notificar a CIA. Melhor ainda, bombardear Nova York. Deus me livre que você tenha um momento com alguém."
"Eu estarei ateando fogo em você da próxima vez que eu te ver," eu rosnei. "Com advertência justa e tudo isso."
Chase riu. "Você está perdendo o seu toque, desde a última vez que tentou me machucar você sempre usou o elemento surpresa, por que está sendo uma cadela agora?"
"Ainda assim." eu disparo de volta.
"Espere, espere, espere." Outra voz feminina saltou.
Suspirei. "Ei Mil."
"Olá." Algo quebrou do outro lado da ligação. "Bee está aqui também."
"Eu acho que é seguro supor..." Nixon riu. "... que todo mundo está aqui."
"Não brinca," eu murmurei. "E minha humilhação será completa."
"Vamos ser o juiz disso," Tex disse. "Agora, você apontou uma arma para ela, porque você teve um..."
"Momento." Chase terminou por ele.
"Certo." O bastardo estava provavelmente usando cada grama de controle que ele tinha para se controlar e evitar cair na risada. "E assim você apontou uma arma para assustá-la para longe do seu... tesouro escondido?"
"Talvez esse..." ele tossiu "... tesouro não funcione mais." Chase riu. "Como se ele estivesse escondido e nenhum mapa pode encontrá-lo..." Ele começou a rir. "Sergio, seja honesto, nunca existiu qualquer tesouro em primeiro lugar? Nós não vamos dizer."
"Esqueça sobre atear fogo em você, eu vou contratar um atirador, é a atitude mais covarde a ser tomada, espero que você não se importe."
"Está certo." Chase riu novamente. "Eu vou ser o pato."
"Ele é bom nisso." Mil ofereceu amavelmente enquanto Chase começou a gritar tão alto que eu tive que puxar o telefone para longe do meu ouvido.
"Eu realmente não sei por que eu liguei," eu disse principalmente para mim mesmo. "Eu estou apenas tentando mantê-la longe, certo? Minha esposa acabou de morrer. Oh, olhe um elefante enlouquecendo, eu acho que ele apenas levou um tiro na bunda." Eu deixo escapar um suspiro e continuo falando, então eu não iria perder meus nervos. "Olha, está tudo bem, eu estou aqui pelo trabalho, o único problema é que ela é o meu trabalho e, a partir de ontem, ela nem sabia que a máfia existia fora de programas de TV."
Eu me encontrei com silêncio absoluto.
"Merda, você está falando sério?" Perguntou Nixon, sua voz cheia de descrença. "Quero dizer, nós assumimos que ela, pelo menos, não era tão ignorante."
"Ela trabalha em uma floricultura," eu interrompi tudo aquilo que ele ia dizer. "E ela pensou que estávamos em um programa de câmera escondida! E então ela me acusou de ser um agiota."
"Que coisa, se o sapato se encaixa," Chase murmurou.
"Espere," Bee saltou. "O que isso tem a ver com o beijo?"
"Acompanhe-me!" Phoenix estalou. "Eles tiveram um momento, e ele entrou em pânico porque ela é inocente."
"Mais ou menos." Eu fiz uma careta. Foi por isso que eu me apavorei? "Mas, eu entrei em pânico porque eu não a quero, não dessa maneira."
Parecia errado dizer essas palavras em voz alta.
Como eu a estava machucando, embora ela não estivesse lá.
Mas eu não podia querê-la.
Não dessa maneira.
E eu não poderia dar a ela qualquer coisa que ela merecia.
Mas eu poderia, pelo menos, manter uma promessa. Certo?
"Cruel." Tex tossiu. "Então, depois da arma o que vocês fizeram?"
"Assistimos a um filme." Eu poderia muito bem lhes dizer tudo. "E eu notei que ela não podia sequer olhar para mim sem tremer, então eu tentei fazer as coisas melhor e pedi um sinal, você sabe, porque é claro que eu estou perdendo minha sanidade, e um trailer começou a passar sobre beijar e fazer as coisas melhorarem, então eu só... fiz isso."
"E quando você diz que fez isso?" A voz de Tex cheia de diversão.
"Eu a beijei, e a forcei a me beijar de volta, e lhe disse que era para provar um ponto, e ela bateu a porta do carro e a porta da casa na minha cara, e agora eu estou congelando minhas bolas do lado de fora sentado no cimento falando com vocês, bastardos, sem ofensas garotas, e, provavelmente, realizando o sonho da vida de Chase, permitindo que ele brinque de Dr. Phil."
"Amo esse cara, ele é um gênio." Chase sussurrou reverentemente.
"Tex, digo isso com toda a seriedade, venha aqui e coloque uma bala na minha cabeça, será mais fácil dessa maneira. Por favor."
"Ok!" Tex respondeu. Gritos seguiram quando mais ruídos acabaram tornando impossível segurar o telefone na minha cabeça. "O quê!" Tex gritou sobre o ataque e colisão de pratos. "Ele disse ‘por favor’! Ele nunca diz, por favor! Ele está desesperado! Mo, saia!" Mo começou a gritar em italiano, enquanto Tex perguntou: "É isso que você quer?"
"Oh, eu não sou exigente, cabeça, saída limpa, você sabe, o de sempre."
"Então você quer parecer bem no funeral? Legal." Tex soou assustadoramente animado com a possibilidade de acabar com a minha vida. Pensando bem, ele estava esperando isso por anos, desde que eu basicamente o fiz acreditar que eu tinha dormido com sua esposa antes que eles ficassem juntos, mas Tex nunca tinha sido bom em perdoar velhas feridas, não importando nem um pouco o quão feliz ele está atualmente.
"Ninguém está matando ninguém," Nixon disse em uma voz calma. "Olha, Sergio, será que você pensou em talvez agir... com mais sutileza nessa situação?"
"Engraçado!" Trace começou a rir. "Oh, desculpe, querido, vá em frente, fale com Sergio tudo sobre sutileza, estou aqui para ouvir."
Eu não podia deixar de sorrir. Nixon era a última pessoa que deveria estar falando sobre qualquer tipo de romance. O homem pensava primeiro com sua arma. Sempre nela em primeiro lugar.
"Olha, foi um erro chamar vocês. Eu só..." Eu não termino o que eu ia dizer; talvez o silêncio fosse o suficiente para fazer passar a mensagem.
Uma vez que, no final do dia, éramos família.
Quando Andi morreu, os caras choraram comigo.
Quando precisei de ajuda com o funeral, aproveitaram cada chance para se certificarem de que eu tinha tudo o que eu precisava.
E quando eu não queria sair da cama, era Phoenix que chutava a minha bunda e me dizia para sair em uma corrida.
Sem eles, eu provavelmente iria estar morto.
Porque eu já me sentia meio morto, e eles fizeram tudo o que tinham em seu poder para inspirar uma nova vida para dentro de mim.
"Obrigado," eu finalmente disse. "Eu acho que só vou me manter forte para passar por isso."
"É possível." Nixon suspirou. "Tente não apontar uma arma para uma menina que não está acostumada com a violência."
"Sem violência." Tex gargalhou. "Será que ele mesmo entende como usar essas palavras?"
"Muito engraçado." Revirei os olhos. "Tudo bem, eu vou enfrentar o pelotão de fuzilamento, também conhecido como os tios Alfero. Desejem-me sorte."
"Esses bastardos são grandes sujeitos, não deixe que a hesitação o engane." Tex acrescentou.
"Poderia ter utilizado esse conselho ontem, quando eu quase fui eliminado pelos três, obrigado pela ajuda!"
"Você entrou em uma briga!" Chase lamentou. "Está tão chato por aqui."
"Sim, bem..." Eu olhei de volta para o prédio de tijolos. "Pelo menos você não está sendo forçado a casar com uma criança."
"Eu casei com Mil, então..." Ele não terminou. Acho que ela o acertou no saco.
Rindo com eles durante um tempo pela primeira vez, desliguei o telefone e estendi a mão para a porta de tela, vendo-a ser aberta antes que eu tivesse a chance.
"Você tem um hábito horrível de espionar." Eu deslizei meu telefone em meu bolso e cruzei os braços, enquanto Val olhava.
"E você tem o mau hábito de constantemente dizer aos outros o quanto você me odeia."
"Não é ódio," Eu disparei de volta. "Acredite em mim, eu sei o que é ódio. Você não tem absolutamente nenhuma ideia do que essa palavra significa ainda, então eu apreciaria se você não a usasse como você fez."
"Eu te odeio," ela disse suavemente. "De verdade."
"Não, você não odeia." Estendi a mão para ela, mas ela se afastou. "Seus sentimentos foram apenas feridos, talvez o seu orgulho, mas você vai superar isso."
"Você está certo." Ela balançou a cabeça. "Você machuca com as palavras."
Eu sorri. "Nós nos casaremos em menos de dois dias. Você tem mais dois dias de liberdade."
"E o que eu terei com você?" Perguntou Val. "Uma sentença de prisão?"
"Uma vida comigo?" Eu olhei para baixo quando a raiva ressurgiu, porque ela estava certa em me odiar, mesmo que ela não tenha ideia de quanto um ser humano poderia odiar algo, eu odiava o câncer, mas eu nunca poderia odiar uma pessoa, não importa o quanto eu tentasse, eu odiava as coisas que destruíam as pessoas, não a pessoa em si.
A humanidade é muito frágil.
Odiar.
E isso me incomodou, que ela impertinentemente atirou algo ao redor sem perceber o poder por trás da sua intensidade, a sua verdade.
Ela era jovem.
Ingênua.
Mas quem era eu para julgar seu ódio?
Ninguém.
Apenas seu futuro marido.
"Dois dias," eu disse isso de novo, talvez para nós dois. "E então você é minha, e todo este negócio de ódio? Ele acaba."
"Quem disse?"
Dei um passo ameaçador em sua direção e estendi a mão para dentro do meu casaco, eu não puxei minha arma, mas a ameaça estava lá. "Eu digo."
Seu lábio inferior tremeu.
Merda. Velhos hábitos realmente demoram a morrer.
Com um grito ela empurrou, passando por mim e correu até as escadas para o quarto, a porta bateu, derrubando um quadro no chão perto dos meus pés.
Um passo para frente. Vinte passos para trás.
Por causa da minha incapacidade de conectar a mágoa, a dor, a confusão, a ansiedade, eu não poderia ligar todos esses sentimentos e dar sentido a eles.
Então eu negligencio o seu ato. Minha dormência. Minha raiva. E, pela primeira vez naquela tarde... Eu mais uma vez senti o doce conforto de nada. Só que desta vez...
Eu odiei isso.
Ódio.
Uma palavra forte.
Forte demais para os meus lábios.
E assim, pensei em Andi e na sua incapacidade de odiar qualquer coisa, até mesmo o feio. Devido a ela, até mesmo o feio era bonito.
Eu precisava encontrar beleza na minha situação.
Em vez disso, tudo o que vi foi o reflexo do feio, chafurdando no abismo do fosso do desespero, e que nada na minha vida, ou na de Val, jamais seria o mesmo.
Por causa de escolhas que foram feitas há muito tempo.
Nós já estávamos... Mortos. Girando em um mar de ódio sem fim.
Eu odiava algo mais do que o câncer.
Eu odiava palavras.
Eu odiava contratos.
Eu odiava a situação.
Mas acima de tudo, eu odiava que ela nunca iria olhar para mim do jeito que eu secretamente desejava, com o oposto do ódio... Amor.
CAPÍTULO 18
Quanto mais eu o odeio, mais ele me segue.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu não vou chorar.
Não por ele.
Foram duas vezes.
Duas vezes em um dia que ele me disse que pensou em mim como uma criança e como sua irmã, e ele estava dizendo isso a outras pessoas, dizendo conscientemente as palavras em voz alta uma e outra vez, sem saber que cada vez eu estava ao alcance de sua voz.
As palavras me machucaram muito mais agora, porque ele tinha me beijado, ele me beijou.
Eu não tinha feito nada, apavorada demais para me mover, com medo que ele iria puxar uma faca contra mim, ou pior ainda, mudar de ideia.
Seus lábios tinham sido tão macios, flexíveis, e se eu estivesse sendo completamente honesta comigo mesma, pecador, como se ele soubesse como agradar as mulheres. Eu tinha sido beijada, uma carícia me fazendo explodir sob o seu toque.
Eu fui tão fácil.
E então, justamente quando ele estava começando a pressionar seu corpo forte contra o meu, ele puxou para trás e murmurou algo sobre provar um ponto. Eu estava tão envergonhada que eu queria chorar. Rejeitada novamente.
Eu prefiro que ele me odeie então, ele me dá pequenos vislumbres do homem que eu penso que ele poderia ser, para em seguida ele escondê-lo novamente. Eu prefiro que ele me deixe em paz.
Em vez disso, eu me sinto como um brinquedo.
Um brinquedo que era conveniente para brincar quando ele finalmente está com vontade de colocar para baixo suas próprias paredes.
Eu nem sei quanto tempo fiquei sentada no meu quarto.
Querendo acreditar que eu realmente o odiava, mas sabendo que era inútil no final. Sabendo que eu precisava ser madura, aceitar o meu destino, casar com o cara, e apenas seguir em frente com minha vida.
Vida. Ok, seja lá o que isso queira dizer.
Meus tios tinham me dado os próximos dois dias de folga, a meu pedido.
Eles não tinham perguntado sobre o filme, mas eles perguntaram onde Sergio estava. Negócios, era sempre sobre negócios esses dias. Eu tinha ido para chamá-lo apenas para ouvi-lo rir sobre estar casando com uma criança.
Eu olhei para as minhas roupas. Nada sobre o que eu usava dizia feminino. Talvez fosse esse o problema. Eu estava em jeans e uma camiseta, e dificilmente pareciam sensuais.
Era isso que ele queria?
Se eu pudesse ver o que sua esposa parecia, talvez isso ajudasse. Eu fiz uma careta. Ou talvez isso fosse me encher com tal ciúme insano que eu me esconderia debaixo da minha cama pelas próximas horas e cortaria os pulsos.
Aposto que ela era linda. Assim como ele.
Matou-me um pouco saber que ele iria para sempre me comparar com uma mulher que eu nunca iria conseguir alcançar.
Como isso era justo?
Bateram na minha porta.
"Quem é?" Se fosse Sergio eu ia sucumbir.
"Dante."
"Entre. Você sempre entra de qualquer maneira." eu resmunguei, enxugando minhas bochechas e depois as apertando para me certificar de que eu não parecesse tão horrível como eu me sentia.
Dante entrou no quarto com um pacote nas mãos. Ele estava franzindo a testa, envelhecido, e ao mesmo tempo me fez mais consciente do peso que ele estava carregando todos esses anos.
"O que é isso?" Eu tentei manter minha voz jovial; a última coisa que ele precisava era manter segurando mais peso por conta própria.
Dante jogou a caixa na minha direção. "Não faço ideia, é de Neiman Marcus. Foi fazer compras?"
Eu ri. "Sim, certo, como se eu pudesse pagar por algo da Neiman Marcus."
Ele não disse nada. O que era estranho.
"Dante?"
"Hmm?" Sua cabeça se levantou. O queixo estava inchado. "Você está bem?"
"Sim, apenas... cansado." Ele fingiu um bocejo, o pequeno mentiroso, então começou lentamente a se retirar do quarto. "Oh, ei, como foi o filme?"
Engoli o caroço na minha garganta quando vi a distância crescer entre eu e meu irmão gêmeo, mas, talvez tivesse sempre estado lá, ele tinha acabado de esconder algo de mim para não me causar preocupação.
Ele era tudo que eu tinha. Ele e meus tios.
E agora parecia que eu não tinha ninguém. "Bom." eu menti. "Foi... incrível."
Eu nem sequer me lembro para qual filme fomos.
"Bom, irmã." Ele exalou em alívio. "Você merece ser feliz."
"Você também."
"O que faz você pensar que eu não sou?" Ele retrucou.
"Eu não disse isso." O que estava acontecendo com a gente? Com a minha família. "Você está certo, você parece cansado, vá deitar-se."
Ele murmurou algo baixinho e fechei a porta silenciosamente atrás dele enquanto eu segurei a última das lágrimas que eu tinha e olhei para a caixa marrom. A curiosidade levou o melhor de mim e quando abri uma parte da caixa eu comecei a entrar em pânico. Havia uma bomba dentro? Puta merda! Caixas sempre tinham bombas! Com um grito, eu a joguei no chão e subi em cima da cama, como se de alguma forma isso iria me impedir de ser morta.
A porta foi aberta e Sergio entrou como um herói. Mantendo a arma no ar, ele gritava: "O que aconteceu? Você está machucada? Tem alguém aqui?"
De repente, me sentindo estúpida e terrivelmente envergonhada, eu tentei pensar em uma mentira, mas o que eu ia dizer? Desculpe, eu gritei porque eu vi uma aranha? Coxo.
"Você vai pensar que é estúpido." Calor dançava em minhas bochechas.
"Experimente." Seus olhos se estreitaram quando ele travou a sua arma e a enfiou na cintura na parte de trás de sua calça jeans.
Eu apontei para a caixa. "Eu não pedi nada da Neiman Marcus, e a caixa está endereçada a mim e... eu só entrei em pânico."
Sergio lentamente fez o seu caminho até a caixa a pegando. "Posso perguntar por quê?"
Sim, ele ia pensar que eu era uma idiota. "Bem, bombas não vêm em caixas?"
Felizmente, ele não caiu na gargalhada; em vez disso, ele sorriu para a caixa em suas mãos e lhe deu uma agitação dura.
"Não!" Eu corri para ele, depois bati a caixa de suas mãos. "Poderia ser como, uma bomba verdadeira!"
"Bomba verdadeira?" Ele repetiu seu sorriso alargando. "Em uma caixa?"
"Sim!" Eu coloquei minhas mãos em meu quadril. "Você sabe, verdadeira... com fios e... tal."
"Fios e tal?" Suas sobrancelhas uniram. "É com isso que fazem bombas nos dias de hoje?"
Eu arranhei a parte de trás da minha cabeça. "Sim."
"Você tem certeza?"
"Absolutamente." Seja como for, eu estava mantendo a minha posição, mesmo que eu estivesse errada; eu ia morrer em chamas.
"Ou..." Sergio ajoelhou-se e pegou a caixa. "Poderia ser apenas um presente."
"Como eu sei a diferença?"
Ele me entregou a caixa. "Viva o lado selvagem, Val." Ele se levantou em toda sua estatura. "Além disso, você realmente acha que, depois de todos esses anos, teríamos deixado uma caixa da Neiman Marcus nos apanhar?"
Eu suspirei, e um pouco da minha tensão diminuiu. "Homem, você tem um ponto."
Ele riu. "Val, basta abri-la. Vou esperar apenas no caso..."
"Promete?" Eu gostava dele dessa maneira, ele me fez esquecer que era um ser humano horrível, me fez esquecer o ódio... Quando ele sorria.
"Sim." Ele estendeu uma faca e a pressionou contra a fita. "Alguma última palavra?"
"Oklahoma."
Sergio puxou a faca. "Que raio de última palavra é essa?"
"Ela escorregou!" Eu disse na defensiva, e olhei para baixo. "E foi a minha palavra de segurança quando eu era mais nova... você sabe, como quando você fica com medo, você está salva." Eu fiz uma careta. "Por que você está rindo! Isso é sério!"
"Puta merda. Você sabe o que significa ter uma palavra de segurança?"
"Sim." Eu balancei a cabeça lentamente. "Como uma palavra que você usa quando você está em apuros... por que você continua rindo de mim!"
Ele riu satisfeito. Senti sua risada em todos os lugares.
E sabia que era um momento de mudança, ouvir Sergio rir, ouvindo-o realmente rir.
Talvez pessoas como ele vivam suas vidas na escuridão tanto tempo que esquecem o que significava perder-se completamente à loucura ou ao humor de um momento. Talvez na escuridão muitos de nós estivéssemos apenas à espera de algo para nos fazer sentir, algo para nos fazer rir.
"Ok, o que, por que é engraçado?"
"Não importa." Sergio parecia ganhar o controle de si mesmo novamente. "Vá em frente, abra a caixa."
"Eu vou perguntar a Dante." Eu comecei a ir para a porta.
"O inferno que você vai!" Sergio correu atrás de mim e bloqueou a porta. "Se você mencionar a palavra de segurança em torno de Dante, você nunca vai sobreviver a isso. Eu posso te prometer isso."
Calor correu no meu rosto, e eu sabia que estava ficando vermelha, mas eu não tinha certeza do por que. "Ok, tudo bem, então me diga qual é o significado real dela, e só para sua informação, eu também tenho razão!"
"Você é... algo." Ele lambeu os lábios cheios, e abriu um grande sorriso, como se fosse o melhor dia de sua vida. Seus olhos percorriam a sala, até que ele deve ter localizado o que ele precisava. Ele alcançou um pedaço de corda que eu percebi estava transformando em diversão, enrolando em uma pulseira, e então rapidamente agarrou minhas mãos. Antes que eu estivesse ciente do que ele estava fazendo, ele amarrou a corda em volta dos meus pulsos.
"Hum, o que você está fazendo?"
"Preste atenção." Ele sussurrou, seus lábios se comprimiram quando ele apertou a corda e então me puxou em direção ao seu corpo. Eu oscilei um pouco quando ele gentilmente me empurrou de volta para a cama.
Eu olhei confusa em volta. "Eu estou amarrada."
"Certo." Ele balançou a cabeça, cruzando os braços. "Lembra-se da sua palavra?"
Eu olhei para baixo. "Oklahoma?"
Um sorriso feroz torceu seus lábios. "Bom. Agora só diga isso se você quiser dizer isso."
"Ok?" Minha voz gorjeou.
Você pensaria que eu acabaria de lhe dizer a piada mais engraçada conhecida pela humanidade. Ele caiu na gargalhada então virou com um floreio, puxando a camiseta sobre sua cabeça.
Deixei escapar um ofego.
Tantos músculos me cumprimentaram que minha visão ficou borrada. Minhas mãos estavam pressionadas juntas, criando um suor frio e úmido que corria entre os meus pulsos. A visão dos laços me deixou quase arquejando na minha própria cama.
Ele caminhou na minha direção, o corpo musculoso dele movendo com uma precisão que eu somente tinha lido sobre.
Quando ele estava na minha frente, ele ajoelhou-se, então me puxou para cima e com um gemido me virou sobre o meu estômago, pressionando seu corpo contra a minha costa, seus lábios faziam cócegas na beira da minha orelha. "Palavra de segurança... percebe? Você está amarrada. Palavra de segurança é a sua palavra para quando você ficar com medo durante uma cena de... BDSM."
"BDSM?" Eu repeti, meu cérebro não estava exatamente disparando em todos os cilindros desde que eu tinha quase cem quilos de músculo pressionados contra o meu traseiro.
"Bondage..." ele sussurrou, a sua respiração refrescando toda a minha pele. "Disciplina..." Ele escovou o nariz contra o meu pescoço e inalou profundamente. "Submissão…"
Minha respiração ficou presa. "Oh. OH!" Eu era tão estúpida. "Palavra de segurança."
"Você pode dizer isso agora." Ele riu sombriamente.
Meu coração disparou. "E se eu não estiver com medo?"
Ele suspirou, seu peso pressionando cada vez mais em mim. "Você deveria estar."
"Por quê?"
"Eu não seria bom para você..."
"E, no entanto, nós estamos presos juntos."
"Nós estamos."
Ele não se moveu.
Eu tinha medo de respirar.
"Abra o seu presente, Val, e se você gritar Oklahoma saiba que eu virei correndo, mas esteja preparada para responder por si mesma se você ainda estiver viva; eu tomo palavras de segurança muito, muito a sério, e você não gostaria de me dar à impressão de que você está disposta a ficar a minha mercê."
Ele se afastou, suas mãos desatando rapidamente meus pulsos. Sem dizer nada, ele colocou sua camiseta e saiu do quarto, fechando a porta silenciosamente atrás dele.
Enquanto isso, eu não conseguia nem me lembrar do meu próprio aniversário.
Porque ele pode ser um grande estúpido.
Ele tinha acabado de revelar uma fenda em sua armadura, em seu exterior resistente.
Ele ainda era um homem.
O que tinha sido muito evidente quando ele pressionou contra mim, todo homem. Ele era todo homem.
CAPÍTULO 19
Quando naquele momento, isso acontece, Titânia desperta, e imediatamente ama um burro. — Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Eu não tenho certeza de como fui para o andar de baixo até a cozinha direito.
O que diabos eu estava pensando?
Eu tinha amarrado uma menina inocente!
E quase... a beijei. Mais uma vez. Só que dessa vez não era para provar nada, mas porque ela fez eu me sentir bem, e eu queria me sentir bem, queria tanto.
Eu estava tão cansado de me sentir triste e com raiva.
Mas ela me fazia rir.
Na verdade, ri tanto que eu tinha lágrimas nos meus olhos.
E como uma memória perdida, a pequena sensação de certo à veio tona, mostrando-me que sim, que era possível ser feliz, e que talvez, apenas talvez, estava tudo bem.
Mas minha felicidade não durou por muito tempo quando uma discussão irrompeu na cozinha na hora em que eu estava ao alcance das vozes.
"O que está acontecendo?" Eu perguntei com uma voz calma.
Gio parecia preocupado enquanto Papi e Frank continuaram a discutir. Sal empurrou uma nota na minha mão.
Franzindo a testa, eu olhei para ele.
"A dinastia morre com os gêmeos," Eu li em voz alta. "Ou os matamos nós mesmos. Sua escolha."
Apenas quando as coisas estavam se acalmando.
Bati a nota sobre a mesa. "Onde você conseguiu isso?"
Sal sacudiu a cabeça. "Estava em uma caixa."
Ok, não vi isso chegando.
"Com o brasão do anel dos Alferos gravado contra uma mão carbonizada." Frank acrescentou, torcendo seu próprio anel de metal em torno do dedo na sua mão esquerda. Cada chefe tinha um brasão que representava de qual família ele era; os anéis eram donos do poder, porque eles celebravam a benção do chefe.
"Dramático." Eu suspirei, tendo um assento. "Frank, qualquer um dos seus homens perdeu a cabeça recentemente?"
Ele tomou um longo gole de vinho. "Anos atrás, com a divisão da família, eu ainda estava sob controle, mas houve alguns que eu... posso ter chateado."
Sal tossiu e Gio fez o sinal da cruz com a mão sobre o peito.
"Quão chateado estamos falando?" Perguntei a mesa.
"Há alguns em Nova York que se sentiram desprezados quando eles foram chutados da Família no minuto que Frank entrou para a clandestinidade, mas se fosse para eu adivinhar..." Sal olhou para cada um dos homens. "... eu diria que Xavier foi o que se sentiu... desprezado. Afinal de contas, ele corria a maioria das coisas, enquanto Frank estava na clandestinidade."
"Xavier pode apodrecer no inferno." Frank bateu com o punho na mesa.
Dante e eu compartilhamos um olhar antes de eu falar alto; "Então, onde diabos ele está?"
"Ele não é italiano." Sal cuspiu no chão, depois bateu o pé no chão. "Homem maldito."
"Você não confiou em sua própria família?" Eu fiz uma careta. "O que diabos você estava pensando?"
"Estava pensando que eu não tinha ninguém em que podia confiar no momento, então eu confiei em Xavier, me recusei a confiar no sangue. O sangue tinha me traído. Essa decisão era estritamente profissional."
"Frank..."
"Russo." Frank olhou para longe. "Ele é russo."
"Deus me salve de mais russos." Limpei meu rosto com as mãos. "Será que Nikolai sabe?"
Papi bateu as mãos sobre a mesa. "Você esteve fazendo negócios com o Médico?"
"Salvei sua vida algumas vezes também," acrescentei. "Por isso eu parei de atirar pedras nele. Ele é um bom homem."
"Ele é um homem perigoso." Papi fez outro sinal da cruz.
"Nikolai sabe o que ele precisa saber. O ponto é... se foi dada uma cópia a Xavier do brasão dos Alfero, do anel, do meu anel, para tomar decisões. Se ele ainda o está usando..."
Eu levantei minha mão. "Claro, entendi, se ele ainda estiver usando qualquer um do seu poder como você, nós estaríamos na merda. Ótimo. Somente. Ótimo. E quando você ia me dizer isso?"
"Eu tinha minhas suspeitas, mas..." Ele estendeu as mãos e deu de ombros.
"Se ele tem a intenção de matar Dante e Val, significa que ele está vindo para você, também." Eu olhei para Frank. "E eu."
Ele não disse nada.
"Apenas outro dia na minha vida." Eu balancei a cabeça. "Bem, primeiro de tudo, mantemos os gêmeos seguros, e então lidamos com a ameaça como sempre." Peguei meu telefone.
"O que você está fazendo?" Perguntou Sal.
"O que Frank deveria ter feito no minuto em que ele descobriu." Eu olhei para Frank com um pouco de irritação. "Chamar o Cappo."
"Mãezinha querida." Papi começou a murmurar orações, "Campisi?"
"Tex?" Eu lati no telefone. "Eu preciso dos cinco juntos. Agora."
"Juntos. Em um mesmo lugar?"
"Nova York. Eu preciso de todos vocês aqui. Agora. Nós precisamos colocar algumas pessoas em seus devidos lugares."
Ele riu sombriamente. "Serg, você acabou de fazer o meu dia duas vezes. Como eu posso retribuir?"
"Só não sofra um acidente de avião,"
"Engraçado."
"E não atire em mim."
Ele não disse nada.
"Tex."
"Tudo bem." Ele soltou um suspiro pesado. "Nós conseguiremos um voo no início ou no fim da madrugada para chegarmos a tempo para a Missa."
"Abençoe-nos o Pai..." Eu sussurrei sob a minha respiração. "Todos nós juntos numa missa tem que ser um pecado."
Papi ainda estava orando, Sal tinha começou a orar também, e Frank parecia mais divertido do que chateado que eu tinha passado sobre sua autoridade.
CAPÍTULO 20
... E não pense em mais acidentes esta noite, mas como o feroz vexame de um sonho.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu a abri.
Não havia uma bomba.
Mas havia um cartão. Ele foi digitado, tornando impossível de decifrar se a caligrafia era feminina ou masculina.
As instruções eram simples. Estranhas, mas simples.
Era quase como se eu tivesse uma fada madrinha, caso você acredite que esse tipo de coisa exista. Pensando bem, alguns dias atrás eu nem estava ciente que máfia estava viva e bem.
Eu reli as instruções novamente.
Ler a próxima carta, antes de abrir o resto da caixa.
As únicas cartas que eu tinha eram as do cofre do banco, portanto, quem tinha arranjado tudo isso tinha tido um inferno de um monte de trabalho.
Com um suspiro, eu puxei as cartas debaixo do meu colchão e procurei à próxima.
Princesa, como os animais nós somos destinados a ser selvagens. Permita-se libertar a fúria, a sua fúria é o que manterá a princesa segura junto com o resto do reino. Mas sempre há tempo para a ternura. A fúria do príncipe deve ser compensada por sua ternura e por seu amor pela mulher que ele deseja. Mas, como conseguir seduzir o frio coração do príncipe? Um tão quebrado. Um tão confuso que nem ele mesmo tem certeza se quer ser consertado? Simples. Ela coloca um vestido. E rodopia.
Seu vestido de casamento.
Algo velho.
Algo novo.
Algo emprestado, ele é mais do que um empréstimo.
Algo azul.
Bênçãos sobre o seu dia especial, Val.
R.
Quem era essa pessoa? Tinha que ser alguém que eu conhecia. Nada mais fazia sentido. Eu estava muito curiosa para não abrir o resto da caixa. Eu rasguei todo o papel de seda e engasguei.
O vestido branco simples era absolutamente lindo. As etiquetas ainda estavam sobre ele. Eu quase tive um ataque cardíaco quando vi a grife e o valor em dólar atrás da etiqueta. Quem pagou mais de seis mil dólares por um vestido que só seria usado uma vez? E quem iria comprar um para mim?
Algo sobre segurar o cetim branco em minhas mãos parecia errado.
Como se fosse outra pessoa que teria que o vestir.
E eu era uma impostora patética por que seria eu a usá-lo.
Eu rasguei outra camada de papel de seda.
Os sapatos pareciam usados, mas apenas levemente; eles eram um branco prateado, com um salto alto machucado. Manchas de grama e sujeira eram perceptíveis no calcanhar, mas muito pouco. Franzindo a testa, peguei um pedaço de grama e a examinei.
Os sapatos ainda tinham grama sobre eles? Como se tivessem sido usados em um gramado ou algo assim. Um pedaço de cetim azul estava costurado por toda ponta do sapato.
Talvez esse fosse o meu algo usado e azul?
O último objeto era ainda mais estranho.
Um taco de beisebol.
Sério?
Uma nota estava colada nele.
"Confie em mim, você vai precisar disso."
Fiquei ainda mais confusa do que quando comecei.
Minha cabeça doía depois do longo dia que eu tive.
E o meu relógio parecia estar gritando a cada segundo que passava como se para me lembrar de que eu tinha apenas dois dias até que Sergio e eu disséssemos sim.
Tremendo, eu dobrei o vestido e coloquei todos os presentes de volta na caixa e me arrastei para a cama. Talvez um dia as pistas fizesse sentido, mas hoje à noite? Elas só me faziam desejar que eu realmente tivesse uma fada madrinha que iria me levar para longe e me dizer que tudo ia ficar bem.
Com um suspiro, eu fechei os olhos e tentei arrumar uma posição confortável. Cerca de vinte minutos depois, meu corpo finalmente relaxou no colchão.
Eu inalei profundamente e congelei com o som de algo arranhando do lado de fora da minha janela, me paralisando de medo.
Era a minha imaginação.
Tinha que ser.
Mas os arranhões continuaram.
Lentamente, me abaixei ao lado da minha cama, onde a caixa estava. Meus dedos procuravam o taco, mas não parava de aparecer um pedaço de vestido toda vez.
Terror tomou conta de mim quando o barulho parou apenas para ser substituído por alguém abrindo minha janela.
Uma rajada de vento bateu-me com força total.
Eu ia morrer se eu não achasse esse taco e fugisse.
Finalmente, meus dedos o agarraram, com um grito, eu o balancei no ar e corri para a porta.
Uma figura vestida de preto correu atrás de mim.
Uma mão com uma luva de couro pressionou sobre a minha boca cobrindo meu grito.
Eu bati com o taco no cara atrás de mim, entrando em contato com o corpo do intruso, e continuei batendo até que a porta se abriu.
O intruso tropeçou para trás e voltou para a janela.
"Eu não penso assim." Sergio pegou o cara por trás de sua camiseta e o jogou contra a porta. Ele tropeçou para trás.
A máscara preta cobria o rosto e boca, até mesmo seus olhos estavam cobertos.
Sergio esticou o pescoço, e estalou antes de expirar e tomar o seu tempo para se aproximar do cara antes de chutar ele no flanco.
Eu poderia jurar que ouvi o som de osso quebrando.
Aterrorizada, eu tropecei de volta para minha cama, tentando chegar o mais longe possível deles, mas minhas pernas emaranharam nos lençóis, prendendo-me no lugar.
Crack.
Outro som veio do corpo do homem enquanto Sergio continuava batendo nele.
E então ele se inclinou e puxou a máscara do rosto do cara.
O homem cuspiu em Sergio.
Sergio pronunciou "Má escolha", antes de socar o queixo do cara, o sangue espirrou por toda parte. Não era nada como eu tinha visto na TV.
Era mais feio.
E barulhento.
Muito barulhento.
Eu podia ouvir cada ferimento no cara, cada contusão, o cheiro metálico de sangue preenchia o quarto quando Frank irrompeu pela porta, seguido por meus tios e, finalmente, Dante.
"O reconhece?" Sérgio perguntou com uma voz desinteressada.
"Não," Frank disse. "Você?"
Sergio negou com a cabeça.
Sal, Papi, e Gio trocaram olhares preocupados antes que o homem pegasse uma faca e avançasse em direção a Frank.
Sergio estava sobre ele em segundos, usando a própria faca do rapaz contra ele e o esfaqueando na garganta, com um movimento rápido de suas mãos, quebrando seu pescoço ao meio.
Ele caiu no chão em um amontoado sangrento.
E foi aí que eu comecei a gritar.
Com uma maldição, Dante estava ao meu lado, me puxando em seus braços, mas eu não queria Dante. Ele não me confortava mais. Eu poderia muito bem estar abraçando uma parede, em vez de meu irmão gêmeo.
Eu não sabia o que eu queria.
Ninguém?
Talvez eu só precisasse ficar sozinha.
Eu fui capaz de sugar uma respiração profunda e parar de gritar, o que era bom, porque a única coisa mais assustadora do que o grito de outra pessoa é ouvir o seu próprio, mas não registrar que é a sua voz até poucos minutos depois.
"Shh, Val está tudo bem, você está segura." Dante sussurrou chegando ao meu corpo novamente.
"É óbvio!" Quem estava gritando? Não era eu. Eu nunca grito. Eu não sou do tipo. Mas lá estava eu, perdendo a cabeça! "Eu estava segura há dez minutos?"
Ninguém me olhava nos olhos.
"Como vocês mesmo o ouviram entrar?"
Novamente nenhum contato visual.
"Eu estava preocupado," Sergio sussurrou. "Tem havido algumas ameaças veladas então eu estava vindo para checar sua janela quando..."
"... você salvou minha vida." eu terminei por ele, disposta a não quebrar o olhar que ambos estávamos trocando.
Ele não acenou ou mesmo reconheceu o fato de que ele tinha acabado de fazer algo tão heroico.
Não que quebrar o pescoço de um homem lhe desse uma medalha ou qualquer coisa assim.
O que apresentou outra questão.
Eu comecei a hiperventilar. "E a polícia? Precisamos chamar a polícia e..."
Frank riu. Meu tio riu para mim e depois ficou sério. "Desculpe, tem sido um tempo desde que eu estive próximo de alguém que não fosse da Família. Nós não precisamos de polícia."
"Mas," Eu fiz uma careta. "Você tem que relatar um crime."
"Não houve crime," Frank disse com uma voz suave. "Amanhã eles vão encontrar o seu corpo queimado dentro de um carro junto com várias armas que o ligam a um traficante de nossa escolha e, para aumentar o efeito, eu vou colocar alguns pinos de cocaína."
"C-cocaína," eu sussurrei. "Você tem drogas?"
Mais uma vez o silêncio.
"Certo." Eu assenti. "Eu hum..." Eu estava balbuciando outra vez, passei por todos os homens na sala com minhas pernas parecendo cheias de chumbo e continuei andando. Lembro-me de chegar às escadas, porque meus pés descalços eram frios contra a madeira.
Fui para a cozinha, mas tudo era... Estranho.
Então eu andei da cozinha para a sala e sentei em estilo indiano na frente do fogo, puxando meus joelhos até meu peito, como se isso fosse fazer bem o fato de que Sergio apenas acabou de quebrar o pescoço de alguém ao meio.
Como se isso fizesse que toda a ideia de que havia drogas, sem policiais e felizes acidentes, onde o assassinato era atribuído a outros... Ok.
Eu não tinha ideia de quanto tempo eu fiquei olhando para as chamas do fogo. Mas foi tempo suficiente para carbonizar a lenha, tempo suficiente para sentir o primeiro calafrio avançando em meus ossos.
"Levante-se."
"O quê?" Eu sacudi a cabeça, em seguida, me virei. Sergio estava imponente sobre mim, seu rosto indiferente. "Você está falando sério agora?"
"Levanta. O. Seu. Rabo."
Aterrorizada, eu me levantei, e estava tão infestada de raiva com a situação, que eu lhe dei um tapa no rosto.
O que, naturalmente, significava que ele ia me matar, certo?
Ofegante, eu tropecei para trás.
Só que Sergio começou a rir.
Muito.
Irritada, eu me lancei para ele novamente, mas dessa vez ele pegou meus pulsos com as mãos e me pôs de lado.
"É bom saber que você não vai recuar em uma luta."
"Eu..." Envergonhada, eu olhei para baixo. "Sinto muito."
"Não sinta," ele sussurrou. "Faça isso novamente."
Apertei os olhos. "O quê?"
"Bata-me."
"Eu não vou bater em você."
"Você é uma criancinha super mimada, é um perigo para si mesma e deve ser dado o seu próprio toque de recolher, juntamente com um copo de leite em cada maldita noite. Bata-me."
Então eu bati.
Ele encolheu, depois deu um passo para trás e esfregou o queixo, as pontas dos dedos tocando contra o ponto que eu tinha acabado de bater. "Isso é bom."
"Você foi média."
"Eu sempre sou média."
O homem tinha um ponto.
"Tapa é bom para as meninas." Sergio cruzou os braços. "Mas precisamos ensiná-lo a escapar. Se eu tivesse chegado dois minutos depois, se eu tivesse hesitado e ido ao banheiro, pegado um copo de água, atendido meu telefone... nós não estaríamos tendo esta conversa. Então eu vou ensiná-la a sobreviver, e você não será uma cadela sobre isso, você com certeza não vai chorar. Entendido?"
Havia algo terrível sobre a maneira como ele falou comigo, sobre como ele era capaz de ficar sob a minha pele, mas fez parecer que era a coisa mais normal no meu mundo.
Ele fez a violência parecer fácil.
Ele fez com que pareça necessário.
Ele me fez acreditar que eu precisava.
"Ok." Eu concordei com a cabeça, provavelmente, cinco vezes, tentando me convencer de que concordar com um cara que, a cerca de dez minutos atrás, estava quebrando o pescoço de um homem, era uma ideia estelar.
"Eu vou atacar você." Sergio estendeu as mãos. "Eu quero que você lute comigo. Eu não quero que você se preocupe em me machucar, acredite em mim quando eu digo, eu tive o pior dos piores, então..." Seu sorriso zombando de mim. "Faça o seu pior, garotinha."
Ele tinha acabado de me chamar de ‘garotinha’.
Eu queria esfaqueá-lo na garganta.
AH! Cai fora máfia estúpida.
Eu não poderia nem mesmo dizer mais do que cai fora.
Isso me fez corar.
Se eu tinha problemas xingando na minha cabeça, como eu poderia atacar... Ele?
Engasguei com minha saliva, tentando engolir e respirar, ao mesmo tempo, então esperei ele me atacar.
Seus braços musculosos agarraram meu corpo, me segurando firme pelos lados.
Tudo o que eu tinha eram minhas pernas.
Então eu pisei em seus pés.
Ele nem sequer se moveu.
Então eu dei uma joelhada nas suas bolas. Ele caiu como uma pedra, seu rosto estava completamente branco com um som distorcido parecendo um guincho passando por seus lábios.
Uma respiração agonizante saiu quando ele gargarejou um som e depois gritou: "Puta que pariu!" Ele tocou seu rosto. "Para que foi isso?"
"Você disse que teve o pior dos piores!" Eu respondi. "E era o que eu precisava para escapar!"
Um riso doloroso escapou. "Eu mereci isso, eu acho."
"Você mereceu." Eu sorri orgulhosa.
"Ajude-me?"
Peguei sua mão estendida, apenas para que ele me puxasse para baixo no chão e quando se estirou em cima de mim e sussurrou. "Viva."
"Isso foi um golpe baixo."
"Necessário," ele murmurou. "Porque no minuto em que eu caí você deveria ter corrido como louca."
"Oh, boa ideia. Eu só vou correr de volta para o meu quarto que tem um corpo nele! Isso realmente me parece uma pobre escolha de vida."
"Ele está morto." Os olhos dele fizeram aquela procura estranha enquanto ele olhava para mim. "O que ele poderia fazer para você?"
"Bem..." Eu lambi meus lábios. "Se transformar em um zumbi viciado em cocaína?"
"Boa imaginação, Val. Será que irá forçá-la a usar drogas também?"
"Sim," eu resmunguei. "E eu escutei na escola durante as palestras sobre drogas, muito obrigado."
"Aposto que você fez." Ele parecia encontrar humor nisso, conforme seus lábios tremeram. "Notas altas? E me deixe adivinhar, você tem um desses diplomas que eles dão para os que têm uma perfeita frequência escolar."
Minhas bochechas queimaram.
"Você está corando," ele ressaltou. "Por isso, deve ser verdade."
Eu não disse nada. O que havia para dizer? Ele parecia já saber tudo.
"Você foi ao baile?" Ele pegou e cutucou cada insegurança que eu tinha... Juro por Deus.
"Você pode sair de cima de mim agora?"
Eu não tinha certeza do que eu tinha dito, mas de repente ele olhou horrorizado e, em seguida, presunçoso.
"O quê? Por que você está me dando esse olhar engraçado?"
"Eu fui seu primeiro beijo?"
"Sergio," Eu mantive minha voz firme. "Você agora está literalmente esmagando o meu corpo."
Ele tirou o peso, mas me manteve presa, me montando e depois moveu lentamente as mãos pelo meu rosto quando ele inclinou meu queixo em direção a ele. "Responda."
"Eu nunca conheci alguém tão exigente em toda a minha vida. E eu vivo com três tios superprotetores e um irmão gêmeo."
"Apenas responda a pergunta, Val."
Eu queria olhar para longe, mas seu olhar me segurou. "Sim."
"Sim, o quê?" Ele perguntou.
"Sim," eu gritei. "Tudo bem? Você foi meu primeiro beijo. E agora que minha humilhação está completa eu realmente gostaria de dormir no sofá e tentar esquecer o fato de que você provavelmente ainda tem sangue em suas mãos."
"Eu as lavei," ele respondeu rispidamente, e quando eu lhe dei um olhar duvidoso que o fez colocar uma mão para cima e me mostrar. "Eu sei como tirar sangue das minhas mãos."
"Bem, se essa não é a declaração mais desconfortável..."
"Como foi?" Ele lambeu os lábios novamente, desta vez se inclinando.
"Cruel." Me recusei a sofrer mais humilhação.
"Val," ele disse meu nome devagar, descrevendo-o, como se quisesse dizer assim, como eu queria ouvir um homem dizer assim. O que era tão estúpido, mas quando você está no momento, quando você tem quase 100 quilos de músculo abraçando você, e olhando para você, e não através de você, como é que você deve responder? Não é como se eu pudesse desmaiar, eu já estava deitada e eu não era esse tipo, eu estava com mais medo dele do que eu estava atraída.
Na maioria das vezes.
Seus olhos azuis brilharam.
Ok, então não na maioria.
Mas ele era violento.
Ele Quebrou o pescoço de um homem! Quebrou... O... Pescoço... De... Um... Homem!
Sua mão se moveu do meu queixo para o meu cabelo e, em seguida, para a parte de trás da minha cabeça enquanto ele gentilmente me puxou até que estivéssemos a cerca de um centímetro de distância de degustar um ao outro. "Eu posso fazer melhor."
"Não." eu sussurrei.
Ele voltou um pouco para trás. "Não quer que te beije?"
"Por favor." Eu estava pronta para argumentar com ele, enquanto ele segurava minha vida na palma da sua mão, quando na verdade, era apenas o meu coração, mas era tão importante para uma garota que precisava construir uma fortaleza de concreto e colocar muitas fechaduras em torno dele. "Não brinque comigo."
"Beijar é só beijar." Ele não acreditava em uma palavra que saiu de sua boca. Eu sabia disso, ele sabia disso.
"Não para mim," eu disse com urgência. "Por favor, Sergio, por favor, saia de cima de mim. Estou cansada."
Surpreendentemente, ele se afastou de mim e me ajudou a me levantar, mas na hora que eu tentei comecei a subir a escada, ele me puxou de volta. "Você está presa comigo essa noite. Não se preocupe eu vou dormir no chão, Frank tem uma equipe de limpeza que vem em poucos minutos, por isso parece que eu deveria adicionar mais algumas lenhas no fogo. Você pega o sofá."
"Mas..."
"Pela primeira vez em sua vida, tente não argumentar quando alguém está fazendo tudo ao seu alcance para mantê-la segura, ok?"
"Sim." Devidamente repreendida, eu peguei a coberta da cadeira e envolvi meu corpo nela como uma pequena múmia, depois me deitei no sofá.
Observá-lo atiçar o fogo foi provavelmente uma má ideia, uma ideia muito ruim, porque o contorno do seu corpo sobre à luz do fogo era lindo.
Faz uma menina querer jogar a precaução ao vento.
Ele ia ser meu marido.
E a parte horrível, ele nunca seria realmente meu.
"Pare de suspirar," ele disse sem se virar. "Isso está me estressando."
"Você? Estressado?"
"Eu," ele disse em uma voz cortante. "Estressado. Eu sou humano você sabia."
"Hmm."
"O quê? Nenhum comentário sarcástico?" Outra lenha foi jogada no fogo enviando faíscas no ar. "Nada?"
"Você pode matar alguém em menos de dois segundos." Eu tremi.
"Você contou?"
"Não é esse o ponto." Como um capricho eu me virei de costas para parar de olhar para ele. "O ponto é, talvez eu devesse aprender a não cutucar um urso ninja."
"Urso ninja?" Ele repetiu. "Eu acho que até você pode vir com um fodido nome muito melhor do que Urso Ninja."
"Não, será urso ninja." Eu me senti um pouco satisfeita que seu apelido o incomodava. "Boa noite."
"Val?"
"Sim?"
O crepitar do fogo estava começando a irritar meus nervos só porque me deixava mais tensa. Meu corpo estava começando a ficar dolorido com toda a rigidez sobre os meus músculos naquele sofá estúpido.
Bem, isso e o fato de que eu provavelmente tinha uma contusão do tamanho do Sergio na frente do meu corpo dele ter deitado em cima de mim.
"Não tenha medo."
"Eu não tenho." Minha resposta foi rápida, prontamente, porque pelo menos eu sabia que ele viria para me defender se um cara aleatório invadisse nossa casa, ele me escolheria, todas às vezes.
E então um pensamento me ocorreu.
E se sua esposa ainda estivesse viva?
Será que ele a escolheria ou eu? Quem ele queria que continuasse viva?
Ela.
Todas.
As.
Vezes.
"Não se apaixone por mim." ele disse.
Bem, não se preocupe, eu não posso competir, eu provavelmente nunca poderia.
"Ei, Sergio?"
Ele apagou as luzes e estava se arrumando ao lado do sofá. "O quê?"
"Conte-me uma história."
Grunhido, eu ouvi uma maldição e então. "Estou exausto, Val."
"Você foi o único que disse que eu era uma criança, e as crianças querem histórias, eu espero..."
"A dor na minha bunda."
"Qual é essa?"
"O príncipe rabugento..." Ele bocejou. "Vivia em um castelo e era mal com todos, incluindo seus súditos reais, mas o que eles não sabiam era que a fera pensava que sendo cruel iria ganhar respeito. Um dia, uma fada o visitou..."
"Você está reescrevendo a bela e a fera?" A familiaridade tomou conta de mim, era uma coincidência, nada mais, que ele estava contando ‘A Bela e a Fera’.
"Você está interrompendo a história?"
"Desculpe."
"Ninguém entende a fera," Sergio murmurou. "Feras atacam, porque elas são ensinadas a serem violentas, e ainda assim é um enorme choque para todos quando as coisas correm mal. Feras são animais ameaçadores porque protegem o que amam. Fúria não tem nada a ver com ser ruim, e tudo a ver com honrar o bom..."
Ele estava convencido sobre isso.
Como se ele fosse a fera.
"Eu não acho que você é uma fera, Sergio."
"Alguns dias... eu acho que eu sou a fera e o príncipe... eu apenas sei como escondê-lo... mas o ponto de ruptura estará sempre lá, e só porque a fera a protege, não significa que ele é bom. Não confunda o meu objetivo com outras emoções. Você só vai se machucar."
"Estou bem ciente do seu objetivo."
"Ah, é?"
"Claro." Foi a minha vez de bocejar. "Proteger a princesa na torre, dar-lhe um beijo, e trancá-la de volta."
Ele não respondeu.
Mas talvez fosse melhor assim, porque, pelo menos, então eu poderia imaginar um mundo onde sua resposta seria... Tirar-me da torre, me levar embora, e declarar seu amor.
Isso era como as histórias supostamente deveriam acabar.
Eu tinha um sentimento perfurando a boca do meu estômago de que a minha história não iria para qualquer lugar perto de terminar com um ‘Felizes para sempre’. Era hora de crescer.
Tempo para aceitar o meu destino.
Como uma mulher.
CAPÍTULO 21
... mas quero desposar-te com música de tom mais auspicioso; com pompas, com triunfos e com festejos. — Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Eu estava no céu.
Havia sangue em minhas mãos.
Uma arma na minha mão direita.
Uma faca na minha mão esquerda.
"Onde estou?" Eu perguntei em voz alta.
"No céu da Máfia." Andi apareceu na minha frente, vestida de branco, assim como no dia do nosso casamento.
Eu caí de joelhos e abracei seu corpo, enterrando meu rosto contra sua saia rodada, mas as lágrimas não vinham.
"Sem lágrimas? Como você se ATREVE!" Ela riu e, em seguida, se afastou e girou algumas vezes, apenas para parar e olhar para mim. "Eu estou feliz."
"Bom." Eu engasguei com a palavra. "Eu não estou."
O rosto dela caiu. "E de quem você acha que é a culpa?"
"Eu odeio esse sonho."
"Os sonhos são uma maneira simples de o nosso cérebro processar as emoções, a vida, o stress." Ela encolheu os ombros. "Eu estou em seu sonho, porque você ainda está processando, tudo bem, mas assim está ela..."
"Ela?" Confuso, olhei para onde ela estava apontando. O sofá apareceu na minha frente, onde Val abraçava seu corpo, e uma lágrima corria pelo seu rosto. Estendi a mão para ela, mas ela desapareceu.
"Você sabe que está fazendo um trabalho de merda quando as lágrimas superam seus sorrisos."
"Inferno." Esfreguei meu rosto com as mãos. "Ela não é você."
"Certo." Andi assentiu. "Porque se fosse isso significaria que você estaria fodendo um fantasma. Nojento, Italiano."
Estendi a mão para Andi novamente, mas ela se afastou e dançou na minha frente. Eu podia vê-la por dias... Anos.
"Eu sinto falta de você." eu sussurrei.
Mas era como se ela não me ouvisse. Ela simplesmente continuou a dançar na minha frente, e então ela parou e olhou por cima do ombro. "Eu estou morta, Sergio."
"Eu sei, mas..."
"Cinza a cinza, pó ao pó..." Ela começou a desaparecer na frente dos meus olhos. "Eu estou morta." E então, quando eu não podia mais vê-la o vento sussurrou.
"Mas eu estou inteira."
Eu despertei suando frio, as lágrimas escorrendo pela minha bochecha. Eu as limpei furiosamente, depois peguei um movimento com o canto do meu olho. Val estava acordada e com os olhos arregalados.
E, em seguida, sem dizer nada, ela moveu lentamente do sofá para o chão e estendeu a mão.
Olhei para ela.
Com um enorme suspiro, ela pegou minha mão e a segurou, apertado, não a deixando escapar.
Eu ainda estava encarando nossas mãos apertadas juntas quando ela me arrastou para baixo me colocando para dormir, ainda ao meu lado.
Muito chateado para dormir, eu olhei para o local logo acima da sua testa, onde o cabelo bonito se separava para o lado.
"Conte-me sobre ela." Val sussurrou. Meus olhos ardiam com lágrimas não derramadas.
"Ela era... valente." Havia muito mais, mas as palavras não passavam por meus lábios.
Val não respondeu. Eu pensei que ela estava dormindo, mas quando olhei para baixo, ela estava olhando para mim como se quisesse me encorajar a continuar.
Então eu fiz.
"Era bonita, e irritante como o inferno, e assustadoramente alta, e extremamente violenta." Era tipo uma vez que comecei a falar eu não podia parar. "Ela me apontou uma arma mais vezes do que eu gostaria de admitir, chutou a minha bunda duas vezes, e gostava de me acordar às seis da manhã só para me irritar. Ela me fez prometer não chorar por causa dela, e aqui estou eu, acordado, chorando. Deus, eu odeio a fraqueza."
"Então, ela chutou sua bunda?" Val sorriu. "E ela irritou você?"
"Você se concentrou nessas duas coisas."
"Bem, lágrimas são deprimentes."
"Verdade."
De alguma forma eu tinha a puxado para mais perto, e era bom, reconfortante. Porra, eu tinha ficado muito tempo sem conforto, como um homem cumprindo sua penitência no Saara sem comida e água. Eu me agarrei a ela como uma tábua de salvação.
"Eu não sou ela." Val deu de ombros. "E só porque eu estou dizendo sim, não significa que eu estou tomando o seu lugar."
"Eu sei."
"Não." Val sorriu tristemente. "Você não sabe. Mas está tudo bem. Só sei que sempre que você quiser falar sobre ela, eu vou ouvir."
Ela colocou a cabeça no meu ombro e fechou os olhos.
E assim, um dos pequenos pedaços de dois meses atrás flutuou do chão e encontrou o seu lugar de direito no canto do meu coração.
Um pedaço de um milhão.
Mas era um começo.
Acordei pressionado contra Val. Ao contrário de Andi, ela não tinha o sono agitado, mas, aparentemente, Andi tinha deixado esse presente comigo. Meus braços estavam esparramados por ela toda, e de alguma forma eu estava a meio caminho de subir em cima dela, pressionando a minha cabeça entre os seus seios.
Como um adolescente tentando imitar um motor de barco em uma stripper.
Merda.
Recuei lentamente para que eu não a acordasse, só para ver seus olhos bloqueando os meus.
Estranho nem sequer começa a definir isso.
"Já acabou?" Ela perguntou, sua respiração um pouco pesada.
Abri a boca, então a fechei.
Uma panela, ou algo que soou como uma, caiu na cozinha. Risadas iniciaram e o momento desapareceu.
Sai de cima dela e me levantei. "Obrigado, Val."
Eu não quis adicionar pela noite passada porque isso faria parecer sórdido, como se tivéssemos feito mais do que apenas dormir juntos, e eu estava a cerca de cinco segundos de fazer a caminhada da vergonha voltando para o meu quarto de hotel.
"Sempre..." Seu sorriso cresceu. Ela era bonita, não apenas bonita, mas muito bonita. Eu queria odiar sua beleza. Sua beleza significava que eu tinha que ficar longe. Em vez disso, eu me vi olhando para ela, realmente olhando.
"Irmã!" Dante entrou na sala. "Parece que um pássaro cagou no seu cabelo."
Eu lutei contra um sorriso quando as mãos de Val se mudaram para a cabeça e, com um suspiro, ela tentou puxar os montes de fios marrom dourado em um rabo de cavalo.
Ele só fez parecer pior.
Honestamente, eu não tinha notado seu cabelo.
Apenas o rosto.
Seus lindos lábios carnudos e olhos grandes e inocentes.
Maldição.
Com uma maldição eu me virei e a chamei de volta. "Eu vejo vocês na igreja."
"Igreja!" Val gritou. "Que horas são?"
"Tarde!" Dante respondeu, e a correria começou bem antes de eu sair e a porta de tela bater atrás de mim.
O ar de Nova York estava intenso, gelado, o frio perfeito para me livrar do fato de que eu tinha sido despertado quando eu tinha acordado com o corpo macio de Val pressionado contra o meu.
O que era o exato oposto do que ambos precisávamos.
Confundindo mais nosso relacionamento, e o seu lugar nele.
Um acordo de negócios, nunca um casamento real.
Engraçado, eu tinha dito isso antes, e olhe onde ele tinha me deixado. Chorando em meus sonhos.
Eu decidi não pegar um táxi e andar.
A três quarteirões da sua casa, notei um homem me seguindo, só que ele estava sendo completamente óbvio sobre isso, tão óbvio que tinha que ser de propósito.
Suspirando, eu entrei em uma Starbucks ao lado, ordenei dois cafés pretos, e peguei o jornal. Ele chegou três minutos depois e sentou perto de mim.
Empurrei o café em direção a ele, sem olhar para cima do meu jornal e falei. "Eu não adicionei creme, mas sinta-se à vontade."
"Você é bom."
"Eu sou um ex-informante do FBI e sou de uma das mais poderosas famílias da máfia nos EUA. É claro que eu sou bom. E você é muito óbvio, então o que você quer. Quem te mandou?"
"Direto ao assunto." Ele riu.
Eu defini o jornal para baixo e encontrei seu olhar. Olhos castanhos escuros, cabelo ondulado com fios de prata e uma prótese de ouro em seu dente canino do lado direito. Ele parecia ter em torno de 1,90, mas não um cara musculoso de 1,90cm. "Sim, bem, isso é o que eu faço melhor."
"Xavier." Ele tomou um longo gole de café. "Gostaria de ter uma reunião com o Cappo."
Por que diabos a pessoa que Frank tinha deixado no comando queria encontrar com Tex? Por uma única razão. Tanto para pedir proteção ou para desafiar o Cappo.
"Isso pode ser arranjado, mas me tire uma dúvida, o que um russo está querendo com o Cappo?"
"Essa questão deveria ser dirigida a ele." O homem se levantou e ofereceu sua mão.
Eu não a segurei.
Com uma risada, ele a abaixou. "Entraremos em contato, sim?"
"Eu o encontrarei." Foi uma ameaça velada. "De qualquer jeito."
Empalidecendo, ele deu um passo para trás e depois estreitou os olhos. "Você não é tão duro quanto você pensa que é."
Deus salve-me dos idiotas. Se ele sequer soubesse quantas mortes eu causei, o que eu tinha feito com a mão que ele queria segurar. Eu me levantei, revelando o que estava no meu casaco o tempo todo, e dentro desse casaco tinha uma arma. Seus olhos se estreitaram quando ele olhou para baixo.
"Não me faça fazer o meu trabalho hoje. Estou no meu intervalo." Eu sorri. "Pensando bem, posso receber hora extra..."
Ele ergueu as mãos. Felizmente, os clientes da Starbucks não estavam prestando atenção. "Desculpe."
"Por?"
"Meu insulto."
"Faça-o novamente..." Eu dei três passos em direção a ele até que estávamos peito a peito. "... E eu vou cortar sua garganta e colocar um espelho na frente do seu rosto para que você possa assistir."
Ele assentiu.
"Como eu disse, eu vou encontrá-lo de qualquer forma, agora corra. Eu tenho que ficar pronto para a igreja." Eu dei dois tapinhas no seu rosto, dispensando-o. Com um olhar que provavelmente era para intimidar, ele virou-se e correu para fora da Starbucks, enquanto eu fazia um caminho mais longo para o meu hotel. A missa ia ser em uma hora, e eu ainda cheirava a Val.
E Andi.
Mas seu cheiro, o cheiro de Val, era algo... Mais suave.
No início, parecia o mesmo.
Agora eles estavam separados.
Pode ser que o perfume fosse diferente, ou que o mesmo perfume era único em cada pessoa. De qualquer maneira, era outro lembrete.
"Eu não sou ela." ela disse.
Não. Ela não era. Mas talvez... Isso fosse bom.
Tinha me sido dado o exato oposto de Andi, ou seja, eu não poderia compará-las, porque elas não eram nada parecidas.
Virei-me novamente para me certificar de que o cabeça oca não estava me seguindo e depois de fazer o caminho mais longo até o hotel acabei ficando com apenas meia hora para tomar banho e me trocar.
Eu mal saio do chuveiro quando meu telefone toca.
Chase: A Águia pousou.
Sergio: Você é um idiota.
Chase: Que raio de lugar maldito que está esse emoji do dedo do meio? Seja como for, estou enviando o emoji do dedo médio para você agora.
Sergio: Repita o que você acabou de digitar. Em voz alta.
Chase: Ainda fazendo isso.
Sergio: Cara, vejo vocês na casa?
Chase: Claro que não, vou vê-lo na igreja!
Bem, ou íamos todos queimar no inferno... Ou Deus nos perdoaria. Só poderíamos esperar que fosse o último.
CAPÍTULO 22
Lua tome o teu rumo, agora morro, morro, morro.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
"Ele ainda não está aqui." Dante disse em uma voz entediada quando o sacerdote levantou as mãos acima da cabeça.
Fiz uma careta e fiquei de pé com o resto da minha família. "Glória a Deus nas alturas..." Eu mexia meus lábios, mas eu não estava orando, eu estava muito ocupada perguntando onde Sergio e Frank estavam. Independentemente do que Dante pensava, não era porque eu gostava de Sergio.
Pelo menos não totalmente.
Era mais a ideia de que ele poderia estar em perigo.
Ou morto.
Meu estômago afundou.
Era esse o meu futuro? Sempre que ele estivesse atrasado, eu me perguntaria se ele estava sangrando em um beco?
Tremendo, eu passei meus braços em volta do meu corpo e me sentei com o resto da congregação. O padre apertou as mãos na frente ao peito e abriu a boca, mas as palavras não saíram.
Um frio tenso repentinamente encheu o ar quando a porta da catedral foi aberta e depois fechada com um estrondo alto.
Os olhos do padre estavam pregados nas portas.
O zumbido baixo de sussurros encheu o ar e depois passos altos, vários deles, altos, propositais. Lentamente, as cabeças começaram a girar, incluindo a minha.
"Puta merda." Dante exalou.
Sal lhe deu uma cotovelada nas costelas.
Minha boca caiu aberta.
Minha mente gritava.
Perigo, perigo! Corra!
Palavras que eu deveria ouvir. Mas não o fiz.
O primeiro homem parecia vagamente familiar, mas eu não poderia me lembrar. Ele estava vestindo um terno preto, caro. Óculos viadores cobriam seus olhos, e seu cabelo castanho tinha fios avermelhados nele, ele também era muito alto, como um gigante.
À sua direita e à sua esquerda estavam dois caras que combinavam com ele nos músculos, não na altura. Um tinha um piercing de lábio e usava uma camiseta, como se ele não pudesse se importar menos que ele estava em uma igreja. Tatuagens alinhavam em ambos os braços, pelo menos ele estava em jeans skinny e botas escuras, mas havia claramente uma arma em sua mão direita.
Ambos os caras que ladeavam o gigante eram tão atraentes que eu não conseguia parar de olhar. Mesmo aquele com as tatuagens era cativante.
O da direita tinha o cabelo mais escuro, que estava penteado para o lado, quase tocando o outro ouvido. Sua arma estava, pelo menos, enfiada na calça jeans, no entanto, eu tenho a nítida impressão de que não demoraria muito tempo para ele pegá-la e se tornar letal.
Três.
Três homens.
E outro logo atrás deles.
Um homem que parecia coberto de sombras, com os olhos injetados de sangue, mas que claramente, parecia poder ver através de você, ver todos os seus medos e fazê-los acontecer com um simples estalar de dedos. Ele não tinha tantas tatuagens, e ele não estava armado, pelo menos que eu pudesse ver. Mas em seu rosto, havia algo em seu rosto, que me disse que ele não tinha nada contra quebrar alguém em dois caso olhasse para ele de modo errado.
Ele me assustou.
Mais do que todos os outros.
No entanto, ele foi o único que fez contato visual com a congregação, como se procurasse alguém, e então, quando ele trancou os olhos em mim...
Ele sorriu.
E transformou seu rosto inteiro.
Engoli em seco.
"Amigo seu?" Dante perguntou sob sua respiração.
"Eu duvido que esse homem tenha muitos amigos."
"Provavelmente matou todos eles." Dante disse em voz baixa.
Frank e Sergio vinham no final do grupo.
E, mesmo assim, tudo estava encaixado no lugar.
Estes caras não eram normais.
Era a máfia.
Mas com a maneira como todo mundo estava olhando, eles não eram qualquer tipo de máfia, eles não estavam familiarizados com todos.
"Assim começa," Sal disse à minha esquerda. "E assim começa."
"Sal..." Eu tentei manter minha voz baixa. "Quem são eles?"
Ele de imediato parecia pálido enquanto ele olhou do seu colo depois de volta para mim. "O juiz, júri e carrasco."
Isso não era muito útil.
O único banco que estava vazio era o que ficava atrás de nós. Ou seja, os homens arrumaram-se ruidosamente nos assentos atrás de nós e sentaram-se com um baque alto. Um dos rapazes falou. Eu não tinha certeza de qual, porque eu me prometi que não iria virar e ficar boquiaberta abertamente.
"Desculpe pelo atraso, padre." A voz do rapaz era grave, autoritária. Eu estremeci. "Por favor, continue."
Todos os olhos se voltaram para o sacerdote quando ele levantou as mãos trêmulas no ar e sussurrou: "Vamos orar."
Hah, vamos orar mesmo.
Eu estava inquieta no meu lugar enquanto o sacerdote zanzava de lá para cá.
"Então," uma voz sussurrou em meu ouvido. "Você é ela."
Sal olhou para mim, depois para o cara atrás de mim.
Virei-me, apenas um pouco e fiquei cara a cara com atentos olhos azuis e lábios suaves. Ele cheirava muito bem. Claro que ele cheirava, porque ele não podia simplesmente andar por aí com um rosto como esse e cheirar mal certo?
"Chase..." O gigante balançou a cabeça lentamente. "Controle-se."
O cara com as tatuagens revirou os olhos e depois puxou Chase de volta pelo seu casaco. "Nós não o deixamos sair muito."
"Shh!" Frank silvou da parte mais para o final do banco.
O gigante levantou as mãos na inocência enquanto Chase piscou para mim.
Sal acotovelou-me com força na minha cintura. Eu rapidamente me virei e tentei prestar atenção, que era praticamente impossível. O que ele quis dizer com ‘eu sou ela’?
"... A Sagrada Comunhão." As palavras do padre borravam enquanto minha mente procurava possíveis razões pelas quais os homens atrás de mim estavam de repente em Nova York.
E por que Sergio não me disse.
Eu não tinha o direito de ficar magoada.
Mas eu queria saber mesmo assim.
E eu não tinha ideia do por que!
Nós ainda não éramos casados.
E eu não sabia nada sobre o seu mundo. Isso só provava, mais uma vez, quão diferente as nossas vidas eram.
Os elementos foram abençoados, mais orações foram ditas, eu bocejei, e então era finalmente tempo para me levantar do meu assento. Minha bunda estava dormente, então eu saudei a mudança, pelo menos estava quase no fim.
Normalmente, as fileiras eram dispensadas da frente para trás.
Sair fora de ordem não fazia absolutamente nenhum sentido.
Em vez disso, ninguém saiu comigo. Franzindo a testa, olhei em volta e, finalmente, atrás de mim.
Todos os homens se levantaram e fizeram o seu caminho para frente no corredor principal.
"Venha." Sal estava ao meu lado. "Está na hora."
Hora para quê?
Comunhão?
Porque parecia que alguma coisa estava acontecendo, algo importante.
O gigante moveu bem para frente e se ajoelhou na frente do padre.
"Está tudo bem." O homem que tinha a aparência aterrorizante em seus olhos apertou minha mão. "Isso vai fazer sentido um dia. Tudo isso."
Ele foi à última pessoa que eu assumiria que iria me confortar.
Onde estava Sergio quando eu precisava dele?
Ele estava atrás de alguns dos caras, eu olhei ao redor do cara assustador para olhar para ele, mas quando eu o fiz, ele me ignorou e olhou para longe.
Como se não tivéssemos compartilhado qualquer tipo de momento, esta manhã.
Eu estava de volta à estaca zero.
A criança ignorante que ele não poderia se importar menos sobre ela.
"Eu sou Phoenix." O cara colocou a mão no meu ombro. "Agora, é hora de assistir."
"Assistir?" Eu sussurrei de volta.
"Olhe." Ele apontou para o padre e o gigante.
O padre levantou as mãos acima da cabeça e começou a cantar em italiano. Eu não reconhecia isso no meu próprio idioma, mas era bonito. Eu entendi certas palavras, como "abençoe" e "nosso líder."
"Capo di tutti capi, amem (Chefe de todos os chefes, amém)." O padre beijou a testa do gigante e, depois sua mão direita.
Ele repetiu o gesto no cara tatuado, só que ele não disse tantas palavras, simplesmente beijou sua testa e sua mão direita.
Cada homem que chegou ao final recebeu algum tipo de bênção no ritual estranho. E depois eles receberam a comunhão, deixando a mim, Dante, Sal, Papi, e Gio de pé sozinhos no corredor enquanto nós os observávamos.
Quando o padre terminou com Sergio e Frank, ele olhou para Gio e estendeu as mãos.
"Está na hora." A voz de Sal parecia grave, triste.
Hora do quê?
Gio foi o primeiro.
Então Sal.
Papi era o último.
Sobramos eu e Dante.
Ninguém estava falando.
A igreja era um silêncio mortal.
Phoenix, o único que tinha sido bom, andou para frente e esticou os braços na frente de nós. "Sangue del mio sangue. Sangue Dentro fuori. Questo sangue simboleggia la famiglia (Sangue do meu sangue. Sangue dentro para fora. Este sangue simboliza a família)." Ele virou a mão direita, palma da mão aberta, depois sussurrou; "Sua mão direita, por favor."
Tremendo eu lhe dei a minha mão direita.
Ele puxou uma faca do bolso e com a ponta dela afiada, picou meu dedo e apertou. De repente, uma dorzinha aguda no meu dedo me fez lembrar a picada de um espinho de rosa. Uma gota de sangue saiu.
O gigante fez o seu caminho em direção a nós, estendeu algo que parecia uma carta de baralho que tinha sido removida do resto. Phoenix espremeu até seis gotas de sangue que caíram contra a carta.
Ele soltou minha mão, mudou-se para o meu irmão, e repetiu as mesmas palavras e ações, utilizando exatamente a mesma carta. Lágrimas embalavam meus olhos enquanto meu corpo estremecia. Eu escovei meu polegar sobre o local que tinha sido picado.
"Tu vivi dal sangue, si muore dal sangue, Benvenuti alla famiglia Valentina e Dante Nicolasi (Você vive pelo sangue, você vai morrer pelo sangue, Bem-vindo à família, Valentina e Dante Nicolasi)."
A igreja ficou de pé e repetiu a palavra inteira palavra por palavra, em italiano.
Nicolasi.
Era o sobrenome do meu pai.
O gigante beijou minha testa e depois a de Dante.
Dante estremeceu ao meu lado, como se ele entendesse totalmente o que estava acontecendo. Mas eu ainda estava no escuro. As lágrimas nublaram minha linha de visão quando esse peso instalou no meu peito.
Eu não tinha certeza se eu estava com medo.
Ou se, pela primeira vez na minha vida, eu finalmente me senti pertencendo legitimamente a algo maior do que eu.
O padre fez sinal para nós. "Vamos em frente, filha e filho de Luca Nicolasi, e recebam a bênção de Deus."
Dante pegou minha mão na sua e nos levou a alguns passos próximos ao padre.
O altar estava arrumado para a Eucaristia, e, no entanto, não estávamos tomando a comunhão.
Nós a estávamos iniciando.
"Você aceita?" O sacerdote perguntou.
"Sim." Eu mal podia ouvir minha própria voz quando ele colocou uma mão na minha cabeça e uma mão sobre Dante e repetiu algo semelhante ao que ele disse sobre o gigante.
Quando ele abaixou suas mãos, ele se dirigiu à congregação.
"Que Deus abençoe as Famílias."
"Que Deus abençoe as Famílias." Eles responderam de volta em uníssono e se levantaram. Então, lentamente, um por um, eles vieram para frente para beijar cada uma das nossas mãos.
Mais de cem pessoas.
Quando a última pessoa à esquerda e a porta se fechou, eu caio contra Dante, exausta, faminta, extremamente confusa, e mais do que um pouco chateada que Sergio não tinha me avisado.
Ele poderia pelo menos ter dito; ‘Ei a propósito, você provavelmente deveria usar sapatos confortáveis na missa’.
Sem pensar, eu os expulsei dos meus pés, quase espetando Phoenix na coxa com um deles.
"Oops." O calor invadiu minhas bochechas. "Desculpa."
"Eh, momento de desespero." Ele me deu um sorriso amável, enquanto Sergio o encarava. "Agora você começa a ficar territorial?"
Territorial?
"Para trás." Sergio estalou, ainda não olhando para mim.
Mágoa deve ter sido evidente no meu rosto porque Phoenix empurrou Sergio e puxou uma faca. "Você poderia ter pelo menos a advertido."
"Recusei-me a aproveitar a chance de vê-la correr." Sergio disse em um tom dissonante, mesmo quando todos os olhos caíram em mim.
De alguma forma, eu encontrei a minha voz, ou talvez apenas o último pedaço de coragem que possuía. Porque eu estava de pé e olhei em sua direção. "Veja, essa é a coisa sobre a amizade. Você aprende a confiar em alguém. Você lhes dá informações, plenamente consciente de que eles vão usar essa informação com base no relacionamento que você tem com eles. Então, estava certo de não me avisar, já que ele não tem feito nada além de provar que é apenas uma babá para se certificar de que eu estarei na cama na hora certa." Eu engoli as lágrimas e acenei para Gio. "Por favor, me leve para casa agora, Gio."
Com os olhos tristes, Gio pegou meu braço e me levou para fora da igreja, passando por um Sergio furioso.
Quando as portas estavam quase fechadas atrás de nós, tudo que eu podia ouvir eram maneiras interessantes de dizer a palavra imbecil.
CAPÍTULO 23
O amor pode transformar coisas básicas e vis.
O amor não olha com os olhos, mas com a mente;
E, portanto, o Cupido alado é pintado com vendas.
O amor também não tem nenhuma habilidade de julgamento;
Tem asas e olhos que não podem ver. — Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Eu me coloquei com a sua merda durante toda a viagem de volta para o bairro. Em cinco minutos teria que encará-la, mais uma vez, e não sentir nada. Era injusto lhe pedir para voltar para o modo como as coisas eram.
Onde eu era mau, frio, disponível, mas distante.
Nós tínhamos feito aos trancos e barrancos naquela manhã. Inferno, tínhamos feito aos trancos e barrancos desde o cinema, mas ver os caras de novo me fez lembrar muita dor acumulada.
Tudo o que progrediu simplesmente se dissipou quando Chase e Tex começaram a briga, porque me lembrou dela, droga. Tudo o que eles faziam eu me lembrava dela. Ela se encaixava perfeitamente com eles.
Ela tinha sido como um dos caras.
E Val não era.
Ela era suave. Assustada. Vulnerável.
Ela era exatamente o oposto do que eu precisava.
Se Tex puxasse uma faca para ela, ela desmaiaria.
Andi o teria esfaqueado na garganta, e depois perguntado onde estava a pipoca.
Eu estava sendo injusto, comparando-as, mas isso era o que você fazia quando já tinha tido o amor e o havia perdido, havia um aferidor gigante que ninguém poderia ficar ao lado porque você sabia, mesmo antes que fizessem, que fracassariam toda vez.
Nós chegamos a casa, eu soltei meu cinto de segurança, mas Nixon colocou a mão contra o meu peito.
"Fique." Seus dentes estavam tão apertados que sugeria o quão chateado ele estava.
Todo mundo saiu do carro, exceto Chase.
Nixon soltou um gemido. "Realmente, cara? Não me faça disparar em você. Vá embora, eu te dou os detalhes mais tarde."
"Desmancha prazeres." Chase murmurou, batendo a porta atrás de si, deixando eu e Nixon em um silêncio tenso superdivertido.
Eu simplesmente amei ficar sozinho com ele e seu dedo nervosinho. Inferno, ele provavelmente tinha três armas com ele e, pelo menos, duas delas, magicamente apontada para mim apenas por diversão.
"Primo," Lambi meus lábios. "Nós temos um problema?"
"Nós?" Suas sobrancelhas se ergueram. "Você é um pedaço de merda, você sabe disso, certo?"
"Sou plenamente consciente, mas é sempre bom ouvir elogios de família."
"E um idiota." Ele bateu meu peito com a mão, me empurrando contra o assento.
"Anotado."
"E um idiota."
"Sim."
Com um suspiro, ele me soltou e passou as mãos tatuadas através de seu cabelo rebelde. "Minha esposa está grávida. Eu não quero estar aqui. Phoenix está a um telefonema de distância da necessidade de pegar voo da madrugada de volta para Chicago, porque Bee está em seu último trimestre, e eu tive de conter Mil fisicamente para mantê-la de pular em um avião e chutá-lo nas bolas."
"Precisávamos que um chefe ficasse para trás."
"Certo, você diz isso a ela e veja aonde irá te levar."
Eu lhe sorri.
"Nada disso é engraçado. Eles são iniciados, bem, eles estão dentro, o sangue foi derramado... mas precisamos de uma decisão, e precisamos tirá-los daqui, e temos de fazê-lo de uma forma que não pareça que nós estamos colocando-os novamente na clandestinidade. Adicione a isso tudo ‘Xavier quer se reunir com Tex’ a informação que caiu sobre nós, esta manhã, para não mencionar o fato irritante que a própria menina que você deveria estar ajudando parece que quer colocar uma bala entre os seus olhos e bem..." Ele inclinou a cabeça contra o assento. "Inferno, Frank tem de parar de manter as informações de nós."
"Phoenix mais do que Frank."
"Maldito Phoenix."
"Nixon, este trabalho é meu, não seu."
Sua risada debochada não foi útil. "E você pensa que está fazendo um trabalho excelente aqui? Uma promessa é uma promessa, você precisa se casar com ela."
"Eu sei disso."
"E a outra parte?"
Fiquei olhando para minhas mãos.
"Sergio, você disse a ela a outra parte, certo?"
Mordi meu lábio inferior e olhei para fora da janela para todas as pessoas ignorantes que passaram pelo nosso carro. Se elas soubessem.
"Ela merece saber no que está se metendo, Sergio."
"E ela sabe."
"Mas ela sabe o que mais Luca disse? O que ele exigiu? Para sua proteção?"
Meu peito estava tão apertado que era difícil respirar. "Não."
"Ela acha que seu casamento será apenas no nome." Nixon disse isso como uma declaração. "Será que ela não sabe?"
"Um simples acordo de negócios." Eu estava dormente, da cabeça aos pés, dormente.
"Awn, inferno, Serg, seus dias estão contados, homem."
"Eu ia dizer a ela depois que nos casássemos."
"Então ela poderia matá-lo em seu sono?"
"Ela não é violenta."
Algo branco se agitou para fora da janela e aterrissou em nosso carro.
Eu pisquei, minha mente lutando para fazer sentido do que meus olhos estavam vendo.
Um vestido de casamento.
Que tinha sido picado com uma tesoura.
"Não é violenta hmm?"
"Filha da puta." Eu dei um soco no assento de couro com o meu punho e estendi a mão para a porta.
"Sergio, diga a ela antes de sair."
"Hoje à noite?"
Ele assentiu.
"E Xavier?"
"Tex quer cutucar o urso. Nós o curvamos agora ou mais tarde, ele escolheu mais tarde. Nós vamos entregar uma mensagem e avaliar a sua resposta."
"Que tipo de mensagem?"
"Desculpe, Frank já chamou primeiro."
"Nixon!" Eu gemi. "Você sabe que seria útil se eu atirasse em alguma coisa."
"Atire em Chase, ele ainda é um pé no saco, mas esta demonstração é para Frank. Além disso, é a bagunça dele. Deixe-o limpá-la."
"Tudo bem." Eu abri a porta, no momento que uma caixa de sapato caiu diretamente na frente do meu rosto colidindo com as minhas botas.
Os saltos bateram para fora da caixa.
Eu congelei.
Eles eram de Andi
Eu reconheceria aqueles sapatos em qualquer lugar.
Manchas de grama visíveis arruinaram o salto do sapato, e um pedaço de tecido azul tinha sido costurado nele.
Sem pensar, os juntei em minhas mãos e os carreguei para dentro da casa, pronto para jogar Val em cima do meu joelho, se isso é o que me levasse a conseguir um desabafo.
Talvez eu atirasse em alguma coisa depois de tudo.
Nela.
Por destruir mais uma lembrança da minha esposa morta.
CAPÍTULO 24
Como essas coisas puderam acontecer? Oh, como os meus olhos detestam seu semblante agora! — Sonho de uma Noite de Verão
Frank
Sergio quase arranca a porta. Sua agressividade é palpável, o ar tingido com seu desagrado, sua raiva. Deixo escapar um suspiro quando ele passa correndo por mim e toma as escadas de dois em dois.
O resto dos homens comungando na cozinha.
Eu fiquei atrás.
O som de vinho sendo aberto e Sergio gritando com Val encheu o ar.
Debrucei-me contra a escada, fazendo uma careta. Meus ossos doíam. Eram dias que eu ficaria sem sono, onde a luz do sol e a escuridão da noite derretiam um ao outro em horas sucessivas, o tempo escapulia.
E agora, o tempo parecia que estava fazendo exatamente a mesma coisa.
"Deus o abençoe." eu murmurei sob a minha respiração. Esse era o meu pecado, então? Suportar o peso das más escolhas sobre os meus ombros, enquanto Luca brindava com Andi no céu?
Era como se eu pegasse cada peça recortada e juntá-las novamente, tentando incorporá-las na minha pele. Eu sangrava, eu sangrava, eu sangrava um pouco mais, e depois as peças iriam finalmente juntar-se. O processo voltava a repetir.
Porque onde há dor, há também quem está curando.
Fechei os olhos, assim que Phoenix virou a esquina. "Você ouviu isso?"
"Eu ouço tudo. Eu não sou surdo." Não assim tão velho, mas eu estava cansado de discutir o meu ponto cada vez maldito que um dos jovens abre sua boca para me chatear.
"Ele está gritando..." A voz de Phoenix diminuiu. "... com uma menina inocente."
"Assim é a vida." Abro os olhos e olho para baixo. "Essa é a sorte dela na vida, Phoenix. Às vezes nós gritamos, não porque os outros tenham que ouvir, mas porque nós estamos tão profundamente machucados que gritar às vezes é a única opção."
"É uma opção de merda." Os olhos de Phoenix estão selvagens. "Ela não pode defender-se, não como Andi fazia."
"Ela não é Andi." Minha voz era calma, porque mesmo eu, o mais velho, aquele que tinha visto mais morte, ainda, que à minha maneira, lamentando uma vida que Luca tinha considerado digna da família, uma vida que ainda era uma vida, e isso significava algo, mesmo para mim. "Ela nunca será Andi."
Phoenix apontou para as escadas. "Mas ele sabe disso?"
"É claro." Eu bati no ombro de Phoenix. "É por isso que ele grita."
Ele engoliu em seco, olhando para longe, com o peso da minha mão pressionada contra ele.
Ficamos em silêncio.
Fiquei muitas vezes em silêncio com Phoenix.
Ele não era um homem que falava muitas coisas, mas, olha como ele pensava. Ele pensava com o melhor dele, seu cérebro calculava, seu julgamento rápido.
"Você se lembra?" Um sorriso triste começou no canto da sua bochecha direita e se espalhou para a esquerda, o movimento fazendo-o parecer mais humano. "Todas as pequenas... tarefas?"
Eu ri, e removi minha mão. "Lembro-me que ela era uma dor na sua bunda tanto quanto ela era uma dor na minha."
"Frank!"
Eu estava tentando escapar, Phoenix me deu um olhar indefeso quando Andi passeou para o quarto carregando uma caixa gigante, papéis caindo para fora dela.
"Merda!" Ela bateu o pé e pegou os papéis, depois quase caiu do outro lado da mesa até que Phoenix a resgatou e ela sentou-se na cadeira. Ela estava perdendo sua força rapidamente.
Quando você ama alguém, você deseja que a morte seja rápida, não lenta, não calculando quantos altos e baixos o cérebro humano poderia gerenciar ou manter-se.
"Ok, então aqui está o negócio." Andi parou, mesmo que ela devesse estar descansando, já que ela tinha acabado de sair do hospital. "Sergio é um tipo de idiota."
Phoenix rolou os olhos. "Sim, vamos continuar a fazer afirmações verdadeiras durante todo o dia. Isso parece divertido."
"E..." Andi disse, segurando sua mão. "... Ele vai voltar para seus caminhos idiotas logo que eu for embora."
Phoenix abriu a boca, depois olhou para mim quando ele sussurrou: "Eu prefiro não falar sobre você... ir."
"Merda complicada." Andi lhe deu um soco no ombro. "Agora, abra a caixa e me deixe explicar."
Eu olhei para o vinho, Andi me pegou olhando e, com um suspiro exagerado, ela serviu a ambos dois copos generosos e, em seguida, sussurrou: "Vai ser épica."
"O que será?" Phoenix perguntou. Homem corajoso.
"Sua história," Andi sussurrou. "Sua história de amor vai ser épica." Eu rejeitei o pensamento.
E então eu vi as lágrimas nos olhos dela. Para ser pacífica sobre a própria morte, para planejar que o seu marido seja feliz para sempre, sabendo que você nunca iria conseguir o seu.
Requer coragem.
Requer bravura.
E eu jurei agora mesmo, eu faria tudo ao meu alcance para ajudá-la. Até que eu estivesse morto.
Ou Deus me tirasse da terra.
Porque, finalmente, eu tinha encontrado algo digno para viver.
Engraçado como tinha olhado para mim todo esse tempo sem o meu conhecimento. Joyce teria rido de mim. Luca teria dito algo atrevido sobre eu saber o tempo todo.
Eu ia lutar.
Não para o meu próprio amor.
Mas para o dele.
Porque, Deus, se alguém nesta terra merece isso...
Era Sergio.
"Você não pode dizer uma palavra além do que a que eu te falo..." Andi pegou um caderno e começou a escrever. "Da Rússia com amor."
"Você está bem, Frank?" Phoenix fez uma careta. "Você parece um pouquinho, pálido."
"Memórias," eu disse em um tom rude. "Parece que elas estão me envelhecendo."
Ele soltou um suspiro. "Elas envelhecem a todos nós."
A voz de Sergio ressuscitou. Eu balancei a cabeça na direção da escada. "Dê-lhe um aviso, o suficiente para tirá-lo de sua insanidade, não o mate."
Sergio gritou mais alto.
"Você tem certeza sobre a parte de não o matar?" Phoenix pegou sua arma.
"Você tem?"
Phoenix rolou os olhos. "Tudo bem." Ele tomou as escadas lentamente.
CAPÍTULO 25
No templo, agora mesmo, esse casal vai se unir para sempre.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
"Onde diabos você conseguiu isso?" A voz de Sergio era tão alta que eu estava surpresa por meu espelho não quebrar.
Com um bufo, eu me virei e quase engoli minha língua. Ele segurava os sapatos em uma mão. Na outra mão, ele segurava uma arma apontada para a minha cabeça.
"Você realmente vai atirar em mim?" Minha voz tremia. "Em cima dos sapatos?"
"Isso depende." Suas narinas dilatadas. "Você está realmente disposta a aproveitar a oportunidade... em cima dos sapatos?"
"Neiman Marcus." Eu apertei meus punhos. "A caixa que você me disse para abrir, então eu só posso assumir que eles eram de você ou de Frank."
"Não era meu." Seus dentes estalaram juntos. "Eu nunca iria lhe dar algo tão precioso."
"Eu não valho nem mesmo um par de sapatos usados!" Eu gritei. "Você é um bastardo!" Ele ainda estava apontando a arma para mim, mas eu estava exausta. Exausta da sua atitude, com a capacidade dele me amarrar junto a ele e depois cortar essa mesma corda, só para depois consertá-la e cortar mais uma vez.
Era cruel e injusto. Eu fui para a porta.
"Não!" Ele deixou cair à arma no chão e me agarrou pelo braço, me puxando de volta. "Você não vai sair. Essa conversa ainda não acabou."
"Isso acabou! Eu estou exausta!" Eu gritei lutando para sair de seus braços duros como pedra. "Eu te odeio!"
"E você pensa que eu gosto de ser assim?" Ele zombou. "Você acha que eu quero ser assim? Quão estúpida você é?"
"Realmente estúpida." Eu continuei lutando. "Porque cada vez que eu deixo você destrói tudo!"
"Ah, então a culpa é minha?"
"Sinto muito sobre os sapatos! Ok?" Eu parei de lutar e cai no chão, basicamente, sentada aos seus pés. "Eu sinto muito que eu o tenha jogado, que permiti que a minha raiva por você ofuscasse o fato de que me foi dado um presente e eu não o aceitei."
O rosto de Sergio caiu. "Não fui eu que os dei."
"Eu sei. Porque eu não mereço sapatos." Eu olhei para os meus pés descalços.
Eu nem sequer faço pedicure.
Nunca me senti tão jovem.
Ou feia.
Ou apenas... Inútil.
"Ouvi alguma comoção então..." Chase bateu na porta e apenas entrou, eu pude ver Phoenix atrás dele, com a arma na mão.
Em um movimento fluido, Sergio pegou a arma do chão e a apontou para Chase. "Saia."
Os olhos de Chase se estreitaram quando seus olhos passaram da arma para a minha posição sentada no chão. "Você está bem?" Ele estendeu a mão, parando a entrada de Phoenix no quarto. Como poderia ser, Phoenix parecia prestes a rasgar a cabeça de alguém.
"Sim." Eu encontrei a minha voz. "Talvez ele tenha sorte e acidentalmente atire em mim para que não tenha que casar comigo."
O rosto de Chase transformou de preocupação para completa raiva. Seus movimentos foram rápidos e precisos, quando ele saltou no ar, e socou Sergio na cara, e depois o jogou no chão. Phoenix observava com os punhos cerrados. "Atire nela, e eu atiro em você, e nós dois sabemos que o seu rosto é tudo o que você tem desde que você nunca foi culpado de ter uma personalidade brilhante."
Sergio estava de costas, mas eu sabia que ele era melhor do que isso, quase como se quisesse que Chase chutasse sua bunda, porque ele não era capaz de fazer por si mesmo.
"Entendi." Sergio sussurrou.
Chase o soltou e me olhou. "Ele não vai te machucar."
"Eu sei."
"Você sabe? De verdade?" Chase alcançou em torno das suas costas e puxou uma arma do seu jeans. Estremeci, eu não poderia me ajudar. Armas eram perigosas, eles eram violentos. Eu tinha sido ensinada a temê-los.
Ele entregou o objeto pesado para mim e apontou para Sergio. "Se ele ficar mal-humorado aponte em sua perna e atire, realmente pode não machucar muito... e se você atirar em seu pau, você recebe um prêmio."
Eu ri através da minha raiva e nervosismo. "Que tipo?"
"Um enorme por atirar no menor alvo." Chase ergueu a mão para um High Five. Eu bati, ele me bateu continência e saiu.
Eu rapidamente coloquei a arma no chão, com cuidado apontando a parte pontuda para longe do meu corpo apenas no caso. Isso não seria apenas irônico? Eu atirar em mim em vez de no valentão.
"Eu mereço isso." Sergio não se moveu, só ficou deitado de costas, olhando para o teto. "Você sabe, se você atirar nas minhas costelas meus pulmões entrará em colapso, o que seria divertido de assistir. Ou você pode atirar no meu coração. Ele parou de funcionar de qualquer maneira. Não tem uma vez..."
"Você é um babaca... dramático."
Sergio inclinou-se sobre os cotovelos. "Você acabou de xingar?"
"Você traz o melhor de mim."
"Isso não é um elogio."
"Não."
Eu chutei a arma para mais longe de mim e abracei meus joelhos no meu peito. "Os sapatos vieram em uma caixa, sem remetente."
"Nenhum bilhete?" Perguntou.
Eu tive que mentir. Eu não quero que ele saiba sobre as cartas. "Sem bilhetes." Cartas eram diferentes, certo? "Eles vieram com o vestido."
"Eles não são seus."
"É claro."
"Não, quero dizer, eles eram dela." Sérgio mudou-se para uma posição sentada e agarrou um dos calcanhares. "Quando eu embalei todas as suas coisas, eles ainda estavam lá, eu os vi, eu os segurei, eu não sei como diabos eles fizeram o caminho para Nova York."
"Frank?"
"Ele nunca vai a minha casa," Sergio disse mais para ele do que para mim. "Ela o usava no dia do nosso casamento."
"Algo usado, algo novo, algo emprestado..."
"Algo Azul." Ele terminou. Tantas emoções em conflito atravessaram seu rosto, como se estivesse travando sua própria guerra pessoal. Com as mãos trêmulas, ele estendeu a mão para o meu pé direito e deslizou lentamente o sapato. E isso foi quando me clicou. Ele era o algo emprestado. Sergio. Tinha sido no dia do seu casamento, ele era o noivo, por empréstimo. Até quando? Até que ambos morrêssemos?
Eu estremeci com o meu pé encaixado dentro do sapato.
O ajuste perfeito.
Como Cinderela.
Só que essa não era uma dessas histórias.
Nem mesmo perto.
Eu quase desejei que eles não tivessem se encaixado porque isso teria feito sentido, o fato de que Sergio e eu não nos encaixávamos.
"Eles nunca serviram nela." ele sussurrou.
Bem lá se foi o pensamento feliz.
"Mas ela amava os sapatos, então ela os usava de qualquer maneira."
"Sergio..." Eu nem sabia por que eu estava tentando. Talvez eu gostasse de dor e sofrimento; talvez eu fosse mais da máfia do que eu me dava crédito. "Eles são sapatos."
"Eu sei."
"Sabe?"
Ele agarrou o outro. "Eu tenho que te dizer uma coisa."
"Ok."
Ele girou o sapato na mão algumas vezes. "Eu casei com ela para protegê-la. Nós não estávamos apaixonados, não de imediato. Na verdade, eu odiava que teria que casar com ela... porque eu sabia que ela estava morrendo antes de eu dizer eu aceito."
Eu respirei fundo e cobri minha boca com as mãos.
"Câncer é uma cadela sem coração." Ele atirou o sapato na porta. "E quanto mais eu a amava, mais ele se espalhava. Meu amor não a salvou, já era tarde demais." Sua voz tremeu. "Ela me contou sobre você antes dela morrer."
Isso era estranho. Ou assustador.
"Eu a conhecia?"
"Não, eu não acredito nisso. Se você a tivesse encontrado você se lembraria dela." Ele suspirou.
"Sinto muito que você teve que passar por isso."
"Eu também."
Eu não sabia mais o que dizer ou que mais eu poderia fazer para torná-lo melhor. Não havia palavras existentes na língua humana que pudesse curar adequadamente sua alma, e fazê-lo inteiro. Quando se trata de câncer, todas às vezes as palavras falham, porque rouba sem aviso, como um ladrão na noite, como o próprio diabo e, se tiver sorte, você escapa. Se não…
Você espera no escuro pelo seu salvamento.
Um resgate que nunca virá.
"Eu estou lhe dizendo isso, não para que você sinta pena de mim, mas para que você possa entender, que por duas vezes pediram que eu me casasse. A primeira vez era por apenas seis meses, e eu tinha planejado me divorciar dela até que eu me apaixonei por ela."
"E, na outra vez?" Eu estava com medo de fazer a pergunta que eu sabia que precisava da resposta. Ele não tinha me dito que um dia alguém iria me amar do jeito que eu merecia? E olhar para mim com adoração?
Eu queria esse dia mais do que qualquer coisa.
Sentir-me necessária.
Querida.
Bonita.
"Para sempre." Seus olhos presos nos meus. "O desejo de Luca era claro. Não haverá divórcio e, como uma maneira de mantê-la na Família, suas instruções eram... terrivelmente detalhadas."
Meu coração bateu contra o meu peito. "Eu não entendo."
"Seu maior desejo eram os netos."
A sensação de asfixia tomou conta de mim, paralisando minha respiração a tornando um chiado raso. "Você está dizendo que nós temos que... dormir juntos, nunca podemos nos divorciar, e que eu vou ficar presa em um casamento em que cada vez que o meu marido me toca, ele pensa em outra pessoa? Porque parece que é isso que você está me dizendo."
Por favor, esteja errado. Por favor, Deus.
Ele engoliu em seco, os olhos cheios de pena. "Sim. Isso é o que estou dizendo."
"E se eu fugir?"
"Vou te encontrar. Ou alguém o fará."
Tantas perguntas empurrando para frente da minha mente, mas uma ainda permanecia. Ele raramente olhava para mim, principalmente olhava através de mim, e os pequenos e breves momentos que ele olhava para mim, eu não conseguia ler sua expressão.
Era isso?
Ele não estava atraído por mim?
Eu era assim vaidosa?
Eu, pelo menos, precisava dele para dizer ‘não é você, sou eu. Você é linda, eu estou apenas triste’. Era tão difícil?
Olhei para as minhas calças e camisa. Não era como se eu estivesse vestida para matar.
"Posso te perguntar uma coisa?"
"Você não está chorando."
"Não." Eu fiz uma careta. "Eu acho que eu desisti das lágrimas. Elas não mudam nada."
"Acredite em mim, eu sei."
Éramos um par deprimente.
"Sou eu?" Eu sabia que ia perder a minha coragem se eu olhasse para ele, então eu olhei para um ponto no chão. Era rosa, de quando eu derramei um vidro de esmalte que tinha ganhado no meu décimo segundo aniversário. Voltar quando as coisas eram fáceis e tudo que eu queria era ter unhas rosa como as meninas no canal Disney. "Você acha que, talvez, se eu fosse diferente, não estivesse com medo o tempo todo ou não fosse assim... jovem?" Eu quase engasguei com a palavra. "Você acha que seria melhor?"
Xingando, Sergio fez o seu caminho até mim. Seu corpo pesado se inclinou contra o meu, e, em seguida, suas mãos estavam no meu rosto. "Olhe para mim."
Com uma respiração profunda olhei para cima.
Seus olhos entendiam.
Eles pesquisavam.
Eles ansiavam.
"Você é linda. Jovem, sim, mas ainda sim bonita para qualquer homem que tenha sorte suficiente de colocar os olhos em você. Eu não mudaria nada sobre você. Porque você é perfeita do jeito que você é."
"Eu tenho medo de armas."
"Eu supus isso."
"Eu nem sequer assisto a filmes violentos." Eu confessei, envergonhada que eu até lhe pedi para ir a um filme de terror comigo apenas por uma necessidade de desviar sua atenção.
"Não é um choque."
Eu apenas fiquei falando enquanto ele segurava meu rosto.
"Eu sou insegura."
"As pessoas que parecem confiantes geralmente são as que mais sofrem com a insegurança."
"Eu não sei como lutar."
"Todos os seres humanos nascem com o instinto básico de luta ou fuga." Eu tentei tirar minha cabeça, mas ele não deixou.
"Eu não sei beijar."
Ele sorriu. "Você não terminou ainda?"
"E eu sou virgem," eu soltei. "Agora eu terminei."
"Você está errada sobre duas coisas."
Seus olhos caíram para os meus lábios. "Em primeiro lugar, você não é uma má beijadora; você só precisa praticar com alguém quando ele não está sendo um imbecil."
"E em segundo lugar?"
Seu sorriso não alcançou seus olhos, mas algo em seu rosto, na forma como seus dedos cavaram em minha pele, falou muito sobre a intensidade por trás de seu olhar.
"Você não vai ser virgem por muito tempo."
Eu abri minha boca para responder.
Assim como seus lábios chocou-se contra os meus.
CAPÍTULO 26
Desperta o alegre e buliçoso espírito da alegria, despacha para os ritos fúnebres a tristeza, que essa pálida hóspede não vai bem a nossas pompas.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
A intuição me dizia para abraçá-la, abraçá-la e lhe dizer que tudo ia ficar bem. Mas, então, eu estaria mentindo. E eu me orgulhava da minha honestidade, da minha habilidade de pegar a realidade da vida e lidar com ela, embora os dias fossem cheios de horror e matança, ao menos eu tinha isso, certo?
Minha verdade.
Eu não podia abraçá-la, não do jeito que ela queria.
Eu não poderia amá-la, não da forma como ela merecia.
Eu poderia oferecer conforto, conforto físico.
Mas se ela queria calor emocional, ela ia se decepcionar. Tudo o que eu tinha para oferecer era eu.
Uma concha vazia.
Com um coração confuso.
Uma cabeça quebrada.
Eu a beijei, eu estava fazendo muito disso ultimamente, talvez o meu corpo já estivesse a bordo para algo que meu coração não estava pronto ainda, ou talvez...
Apenas talvez.
Era o dela.
Não o meu.
Talvez eu tenha estado olhando para toda a situação como um bastardo egoísta, porque não era só a minha vida, mas a dela também. E eu me recuso a ser a razão dela sentir como se sua vida tivesse acabado. Eu já tinha lidado com essa dor, essa tragédia, onde alguém inocente morre muito jovem.
Existem mortes físicas.
E há as espirituais.
Somente um tolo diria que elas eram diferentes. Eles eram uma só. Afinal, morte é morte.
Ela me beijou de volta, os lábios entreabertos enquanto uma lágrima salgada encontrou a fusão das nossas bocas.
Em uma série de movimentos repentinos, Val empurrou meu peito e, depois me deu um tapa no rosto.
Eu estava atordoado demais para fazer qualquer coisa a não ser tocar a pele latejante da minha bochecha direita.
Com as narinas dilatadas ela me agarrou pelo ombro, a boca quase tocando a minha, quando ela disse em uma voz clara. "Primeiro beijo. Lembra? E cada vez é por pena. Você me pediu para não olhar para você com pena, você pode pelo menos me fazer o mesmo favor? E pare de me beijar em cada vez que eu tanto te chatear ou comece a chorar? Nós temos que ter..." Ela engoliu em seco.
"Sexo." Eu terminei para ela.
"Isso." Outra engolida nervosa. "Então você não pode apenas sair por aí... Eu não sei." Suas bochechas ficam vermelhas. "Por favor?"
"Não tenho certeza de qual era o significado por trás dessa última frase, mas..." Eu sorri e puxei seu corpo contra o meu. "Eu vou fazer isso de novo."
"Um beijo por pena?"
"Fui recém-libertado desses."
"Ah." Os olhos dela ampliaram. "Oh então, um... sim, isso seria..." Ela mordeu o lábio inferior, e imediatamente os meus olhos se concentraram em como bonito era sua boca. Droga, eu queria saboreá-la. E então isso me atingiu.
Quase sugando o ar direto do meu peito em um só golpe cambaleante.
Eu. Queria. Beijá-la.
Eu queria.
Eu queria.
Algo.
O entorpecimento estava me deixando, a familiaridade dela sendo substituída por uma ofuscante necessidade quente e maldita curiosidade.
"Isso é..." Eu pude sufocar para fora poucas palavras. "Complicado para mim."
"Para mim também." Ela suspirou, colocando a mão no meu peito, contra o meu coração, que estava ali, mas cada batida era dolorosa, como se alguém estivesse tomando um picador de gelo e fazendo alguns danos sérios.
"Às vezes..." Eu estava de pé, puxando-a em meus braços, então estávamos peito a peito; os seios macios empurrados contra mim a cada expiração. "Não sentir, é muito melhor."
"Ainda sentindo."
"Você tem propensão a ser uma espertinha."
Suspirando, Val manteve sua mão direita firme contra o meu peito, e sua mão esquerda segurando meu ombro. "Sim, bem, normalmente eu não vocalizo todos os meus pensamentos."
"Eu acho que você deveria." Minhas mãos se mudam para o seu cabelo, cavando nas profundezas castanhas, permitindo que essa estranha, estranha sensação de tocar outra mulher me lave.
E espero pela dor. E estava ali, ah, estava ali. Eu coexisto com isso.
"Isso é bom." Val balançou para frente, a testa substituindo onde sua mão tinha estado.
Seu corpo era pequeno contra o meu, e diferente, mas não um diferente ruim, apenas, diferente.
"Eu prometo que vou tentar arduamente," ela sussurrou com uma voz triste. "Tentar te fazer feliz. Eu..." Ela começou a se agitar. "... vou fazer disso a missão da minha vida, ok?"
E meu coração quebrou mais uma vez.
"Val, eu não mereço essa honra."
Ela puxou para trás, uma carranca atraente arruinando o seu rosto bonito. "Não é sobre o que você merece," Seu rosto abriu em um sorriso bonito, um que me fez sugar um fôlego e quase tropeçar para trás. "É sobre o que você precisa."
Eu nunca tinha estado tão envergonhado sobre mim. E eu tinha feito um monte de coisas de merda. Eu não poderia me conter. Alguém deveria irromper na sala, alguém deveria me impedir de fazer o que eu estava prestes a fazer.
Pensando bem, se eles fizessem isso, eu provavelmente iria matá-los.
Eu havia convidado a raiva para minha alma e lhe disse para ficar.
E ela ficou.
Até que uma menina inocente queria fazer da sua missão me fazer sorrir.
Essa é a coisa sobre a dor. Você vive com ela, você a abraça se convencendo de que isso está certo, até que alguém finalmente alcança a sua mão pelo vidro quebrado, e agarra o que estava perdido e ferido. Quebrado e sangrando, e eles seguram sua preciosa vida, recusando-se a deixar você ir.
Eles acompanham sua dor.
E quando você vê o sangue derramando do seu braço, você percebe que a dor é você, você é a dor, você é o mestre de seu próprio destino, você construiu sobre cacos de vidro.
E agora, não se trata efetivamente apenas de você.
Mas também de alguém que não é merecedor dela.
O que faz você fazer uma pausa e tomar nota, e eu merecia a mesma coisa?
"Eu vou te beijar agora."
"Mas você disse que não ia..."
"Porque eu quero."
"Você quer?"
Eu concordei com a cabeça.
"E você vai dizer sim."
"Eu vou?" Suas sobrancelhas se ergueram em surpresa quando um som de pânico saiu da sua boca.
"Sim."
"Por que é que eu vou dizer sim?"
"Porque a prática vai torná-la perfeita e... por que... nós podemos."
"Verdade, mas..."
Eu não dei a ela uma chance de me rejeitar.
Este. Era. Um beijo.
Eu estava indo para fazê-la esquecer de tudo sobre pena, e eu estava indo para torná-lo tão bom quanto eu podia.
Com um gritinho, ela abraçou com as pernas a minha cintura.
"É isso mesmo," Eu suspirei. "Segure-se."
Com os lábios vibrando, ela quase bateu a cabeça contra a minha enquanto ela cerrou com os punhos meu ombro com as mãos delicadas, seus dedos puxando minha camiseta como se ela estivesse preparando para transar.
Pernas macias.
O leve cheiro de baunilha.
E sua respiração irregular.
Eu parei de tentar segui-la com o meu beijo e apenas... Ouvi.
Meus olhos fecharam quando inalei e a inspirei, fechando o mundo ao meu redor fora da minha mente, apenas me concentrando nela.
Minha boca desceu até a dela.
A respiração de Val era irregular.
Meus lábios reuniram-se ao dela hesitantes e depois mais uma vez, persuadindo-os, levando-os, saboreando a sensação diferente que era ela, de ter outra mulher.
Em seus braços, eu não era viúvo. Eu não estava na máfia. Eu não era nada mais que um cara; ela me fez sentir desse jeito, como se nada mais importasse.
Isso era brega.
Isso era bonito.
Era como respirar pela primeira vez.
A forma como os seus dedos dançaram até meus ombros, a forma como ela se agarrou ao meu pescoço para salvar a sua vida e, mesmo do jeito que ela me inspirou quando ela me beijou de volta, sua língua deslizando contra o meu lábio inferior.
Com um gemido, eu aprofundei o beijo, tentando diferentes ângulos, e pressionei meus lábios contra os dela de novo e de novo, mais uma vez e então eu parei.
Eu menti.
Mais duas vezes.
Três.
Sete.
Ofegando, eu deslizei minha mão até sua cintura, minha pele chamuscava com o contato com sua pele suave.
Eu me orientei em direção a sua cama e cai para trás com ela em cima de mim, ela parou, peito arfando, seus grandes olhos castanhos confiantes piscando preguiçosamente para mim. "Você parou."
"As pessoas precisam de ar," Eu sorri. "para sobreviver."
"Então eu estava usando todo o seu ar?"
"Sim." Eu engoli de volta a emoção que se recusou a parar de construir em minha garganta, no meu peito, em cada parte de mim. Cada olhar que ela me dava fazia com que eu sentisse o melhor e o pior ao mesmo tempo, sua vida estava em minhas mãos, e qualquer vida, não importa quão ruim, era um tesouro.
Mas essa era a diferença de estar com ela.
Ela estava em seu centro...
Boa.
Inocente.
Imaculada.
Indigna do meu mau.
E ainda ao mesmo tempo, isso não me parou de lhe dar um puxão a fazendo cair contra o meu peito, minhas mãos cavando em seus cabelos, massageando, explorando.
"Acho que agora nós temos que nos casar."
"Huh?"
"Você sabe desde que há pouco nós tivemos sexo."
Eu congelo. "Você está falando sério agora?"
Ela começou a rir. "Eu estava brincando. Santo Deus, quão inocente você acha que eu sou?"
Eu não respondi.
Ela me deu um tapa no peito. "Isso é um insulto. Eu leio."
"Ah," Minhas sobrancelhas atiraram para cima. "Então você lê sobre sexo? É isso que você está dizendo?"
Ela arrancou para longe de mim desembarcando ao meu lado na cama, seu rosto culpado. "Não. Eu leio romance. Enorme diferença."
"Ah, é?" Meus olhos procuraram pelos dois criados-mudos até que eu localizei um livro. Peguei o primeiro que eu vi e o abri. "Ele chupou um mamilo até que ela gemeu com prazer, sua excitação pressionada contra sua coxa enquanto se movia para o próximo e..."
"Eu juro," Val ergueu as mãos. "Eu não tinha ideia!" Ela pegou o livro das minhas mãos e começou a ler, sua carranca cada vez mais intensa enquanto ela lia.
"Algum problema?"
"Não diz isso!"
"Não?" Eu sorri. "Desculpe, deve ter estado vivendo as minhas próprias fantasias por um momento."
Ela suspirou.
Aproveitei sua indignação e capturei outro beijo.
Com um suspiro, ela se afastou. "Posso te beijar, também? Você sabe... primeiro? Eu só preciso de regras básicas se nós vamos fazer isso."
"Regras básicas?" Eu repeti, meu bom humor lentamente diminuindo.
"Sim."
"Tudo bem." Eu me mudei para a beirada da cama e joguei meus pés para fora dela, eles entraram em contato com seu tapete felpudo branco. "Não se apaixone." Eu fui claro.
"Sem problema." ela disse ficando rapidamente de pé.
Muito rápido.
Mas eu não tinha uma vantagem sobre a minha posição, então eu continuei. "Nós podemos beijar um ao outro, isso é bom."
"Tudo bem."
"E, não se intrometa."
"Mas..."
"Esposa, não terapeuta. Assim, não se intrometa, não meta o nariz aonde você não é chamada."
Sua expressão mudou. Merda. Peguei a mão dela, mas ela se afastou.
"Dois passos para frente dez passos para trás?"
"Eu não quis dizer da forma como saiu."
"Sim, você quis." Ela acenou com a cabeça, mais um passo para trás. Droga. "Tudo bem, então amanhã?"
"Amanhã." Forcei um sorriso e estendi a mão para ela, mas ela empurrou para longe.
"Eu deveria..." Ela bocejou. "Dormir."
"São cinco."
"Cochilar." ela corrigiu rapidamente. "Obrigado, Sergio. Pela... conversa."
"Sem obrigado pelo beijo?" Eu perguntei em um tom de provocação.
Seu sorriso era fraco. "E por isso também."
Saí do quarto me sentindo mais perdido do que eu estava quando eu tinha entrado nele gritando. Pelo menos quando lutamos nós resolvemos as coisas.
Será que eu sempre teria que pisar em ovos ao redor dela? Será que eu sempre digo as coisas erradas e saio disso perguntando se eu fui um idiota ou ela é apenas imatura e não entende?
Eu ainda estava de mau humor quando fiz o meu caminho para a cozinha. Phoenix estava bebendo água enquanto Tex bebia ruidosamente vinho direto da garrafa.
"Que classe." Eu puxei uma cadeira.
Ele deu de ombros e ofereceu a garrafa. "Você quer?"
Eu olhei para a garrafa, depois para a água de Phoenix e soltei um riso impotente.
"Foda-se sim, acho que sim." Os olhos de Phoenix estreitaram. "Vida nova?"
"Sim, algo assim. O quê? Você quer, também?"
Phoenix levantou as mãos. "Água está bem."
"Buceta." Tex resmungou tomando outro gole antes de me entregar a garrafa.
"Dificilmente." Phoenix resmungou. "Você não está bebendo para ter que chamar um táxi. Quem você acha que realmente tem uma buceta? Pense muito bem." Ele sorriu. "Agora, se você estivesse jogando para dentro uísque como um homem..."
Antes que Tex quebrasse a garrafa sobre a cabeça de Phoenix eu intervi. "Então será uísque. Você está dentro Phoenix?"
"Estou dentro."
"Dentro?" Nixon chegou à cozinha. "O que estamos dentro?"
"Doses." Tex esfregou as mãos, no momento em que Chase quase atropelou Nixon.
"Não," Chase sacudiu a cabeça. "A última vez que tivemos doses eu encontrei uma cabeça de cavalo na minha cama."
Tex agarrou sua cintura e se contorceu rindo. "Era um adereço, mas valeu a pena."
Chase lhe mostrou o dedo.
"Você está dentro, Nixon?" Eu olhei para ele.
Ele empurrou seu telefone no bolso. "Deus, que se lixe. Tem sido anos desde que eu estive bebendo por causa de uma mulher."
"Chase." Tex tossiu.
"Sim, obrigado." Chase lhe mostrou o dedo pela segunda vez. "Vamos apenas botar para fora os nossos dramas familiares. Oh, espere, Sergio não beijou sua esposa?"
"Oh, inferno." Phoenix esfregou as têmporas com os dedos.
"Por favor!" Eu gritei. "Phoenix agrediu Trace!"
Phoenix empurrou sua cadeira para trás. "Você está brincando comigo agora?"
"Bebam!" Nixon estava entre nós dois, abrindo seus braços. Quando Phoenix não me atacou, ele limpou a garganta e puxou uma garrafa de uísque de um dos armários. "Ou, vamos jogar roleta russa com a arma de Tex, e todos nós sabemos que ele não joga limpo."
Todos nós sentamos.
Pela primeira vez desde a morte de Andi, todos nós tomamos uma dose juntos.
E pela primeira vez, isso não pareceu como um tributo.
Parecia mais um ‘o que diabos vamos fazer agora?’
CAPÍTULO 27
Os amantes e os loucos têm o cérebro tão quente.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu continuei no meu quarto como uma covarde completa durante toda a noite. Graças a Deus eu tinha um estoque de alcaçuz e barras de cereais em uma das minhas bolsas que eu levo para o trabalho.
Um pedaço de alcaçuz vermelho estava pendurado para fora da minha boca enquanto eu abri a próxima carta. Até agora, elas não tinham me dado quaisquer pistas sobre quem estava realmente me enviando as coisas.
Meu dinheiro estava em Frank.
Até que eu vi Frank e ele parecia mais... Distante e frio, não o tipo de enviar cartas do túmulo.
De modo nenhum.
Havia apenas três cartas restando.
Em pânico, eu voltei para trás até me certificar de que eu tinha contado direito.
Três?
Poderia estar certo?
E daí? Eu tinha contado sete?
Franzindo a testa, eu puxei a folha para fora do envelope. Parecia que tinha café derramado sobre ela, mas cheirava como a loção de coco e baunilha da Victoria Secret que eu usava.
Repetidas vezes o ciclo continua, o príncipe ou a besta, lutando com seus demônios. Seu passado o chamando enquanto seu futuro era preparado perfeitamente. Mas os animais, eles são treinados para lutar contra o que parece errado. As emoções podem ser tão inconstantes, não podem? Paciência. Seja paciente. Eu imagino que você tenha recebido o seu vestido, o sapato, algo velho, algo novo, algo azul. Imagino também que viu o sapato. Assim, apenas no caso de você não tê-los ainda, você vai receber outro pacote amanhã. Não o abra até dez minutos antes de caminhar para o altar. Use tudo e lhe dê a outra metade do pacote com o nome dele. E lembre-se, não é como você começa, mas como você termina.
Todo meu amor,
R.
Mais e mais as cartas não faziam sentido e era quase assustador, como se a pessoa me conhecesse pessoalmente ou pelo menos me observasse e escrevesse as cartas em tempo real.
Era um dos caras?
Ou suas esposas?
Urgh, minha cabeça dói.
Eu acho que realmente não importa quem seja, porque ela não mudava nada, certo? Ela não mudava absolutamente nada.
Algo bateu alto no andar de baixo seguido segundos depois por outro barulho alto. Em pânico, uma vez que não parava o barulho, eu corri para fora do meu quarto e desci as escadas.
Os gritos e barulhos ficaram mais altos, e quando entrei na cozinha eu quase caí para trás.
Sergio e Tex estavam disputando queda de braço.
"De uma forma ou de outra, seu bastardo, eu vou ganhar de você!" Tex rugiu.
"Mais doses!" Chase berrou batendo um copo sobre a mesa e, em seguida, girou em torno oferecendo uísque direto da garrafa. Phoenix agarrou seu estômago quando ele se inclinou contra o balcão amaldiçoando Chase ao inferno, enquanto Nixon parecia completamente sóbrio.
E, no entanto, ele estava bebendo como se fosse água.
"Ahhhhh!" Tex gritou com toda a sua força tentando bater a mão de Sergio para baixo, enquanto Sergio saltava para seus pés. "Trapaceiro!"
"Você nunca disse que eu não podia apoiar!" Tex rugiu.
Sergio ficou de pé.
"É incrível como eles não desistem." Nixon sacudiu a cabeça. "Caras, vamos considerar um empate."
"Cale a maldita boca!" Disseram em uníssono ainda tentando.
"Bem, um ainda vai ter um derrame." Chase parecia muito feliz com a ideia.
Finalmente, Tex se encolheu fazendo com que Sergio mudasse de posição, mas é evidente que ele estava blefando, ele bateu a mão de Sergio contra a mesa e cambaleou para trás gritando. "Você não está entretido?"
Chase aplaude lentamente.
Nixon tomou outro gole de uísque.
E a minha boca caiu aberta quando Sergio tirou a camisa, jogou-a na cara de Tex e disse: "Melhor de três."
"Ótimo, talvez da próxima vez nós tenhamos sorte e eu vou retirar o braço do seu corpinho magro."
Magro?
Sergio não era tão construído como Tex, mas ele ainda era enorme. Músculos salientes em todos os lugares certos, apertados como uma fodida corda em torno da sua cintura, seu trapézio sozinho parecia estar dilatando diante dos meus olhos.
Acrescente sua pele suave e algumas tatuagens, e de repente eu senti como se estivesse recebendo um show gratuito.
Marcas de registro de dias na prisão desfiguravam a lateral do seu corpo na forma de uma cruel tatuagem preta.
Havia muitas delas.
"O que você está fazendo?" Perguntou uma voz atrás de mim.
Com um grito eu quase bati de volta contra a parede quando vi que Frank estava à minha direita, malditamente rindo quando Sergio e Tex foram novamente para outra queda de braço.
"Eu, hum, estava... Eu ouvi um barulho." Não, isso soou normal, não parecia como se eu estivesse olhando para o meu futuro marido com a boca aberta. Ei, pelo menos eu não estava ofegante. Vê? Progresso.
"Ok, eles estiveram nisso pelas últimas três horas. Esses rapazes com certeza podem se controlar quando bebem."
Chase encontrou o chão e começou a rir tanto que lágrimas corriam pelo seu rosto.
"Claramente." Eu assenti.
Nixon tentou ajudá-lo, mas Chase o puxou para baixo com ele. Eu pensei que Nixon estava indo para puxar uma arma para ele ou algo assim, e então ele começou a rir enquanto Chase fingia fazer anjos de neve no chão de madeira.
Frank limpou a garganta. "Eles tiveram alguns anos estressante. É bom vê-los relaxar."
Sergio escolheu esse momento para dar um tapa no rosto de Tex com a mão esquerda, enquanto eles ainda mantinham a mesma posição na mesa, nem um movimento no antebraço.
"Awn, Tex, isso arde?"
"Eu literalmente, LITERALMENTE..." Ele gritou, seu rosto ficando vermelho. "... vou castrá-lo enquanto dorme."
"Tex gosta de seu trabalho sujo." Chase cantou do chão.
Phoenix tropeçou em direção a Nixon e Chase e caiu no chão. "Eu preciso de água."
"NÃO!" Tex rugiu. "Água é para bucetas. Você não terá água! Inferno, sem H20, nenhuma H20."
Sergio juntou-se a gritaria, e o que era uma batalha de força transformou-se neles apertando as mãos e fazendo algum aperto de mão estranho no meio da mesa, enquanto a cabeça de Chase veio à tona e tentou espiar enquanto Nixon tentava estalar os dedos.
"Sem estalo." Nixon rosnou. "Acho que bebemos todo o uísque."
"Quantos eles beberam?" Sussurrei para Frank.
"Não muito," ele disse com segurança. "Eu acredito que eles pararam na quarta garrafa."
"Quatro garrafas?" Eu assobiei. "Eles poderiam morrer!"
"Nunca o álcool tomará um italiano, apenas uma bala, ou talvez uma bomba." Ele pareceu pensar sobre isso. "Sim, uma bomba parece mais provável."
"Grande história para dormir, obrigado."
Ele sorriu. "É a minha especialidade. Quer outra?"
"Não, não." Eu ofereci um sorriso educado. "Eu estou bem, eu vou para a cama."
Eu estava talvez a cinco passos longe de Frank quando ele me chamou "Val."
"Sim?" Eu não me virei.
"Às vezes o que dizemos que não queremos é exatamente o que precisamos, o que mais ansiamos. Você entende?"
Baixei a cabeça. "Não tenho certeza."
"Sim, você entende." Passos se aproximou e, em seguida, sua mão estava nas minhas costas. "Os homens são estúpidos. Nós temos o nosso orgulho, fazemos o que nós pensamos que é o melhor para todos. Nós preferimos sacrificar nosso coração e felicidade do que sentir, ou ter a oportunidade de sentir e perder. Quando você chora por amor, você nunca quer repetir a mesma sensação, porque é sempre pior na segunda vez. Acredite em mim, é sempre pior."
"Como?" Eu resmunguei. "Como é pior?"
Um suspiro longo foi emitido atrás de mim conforme uma grande mão agarrou o meu ombro direito. "Eu amei, e eu perdi mais vezes do que posso contar. E todas as vezes você promete a si mesmo que você não vai estar tão envolvido, você não vai se importar tanto. E todas às vezes eu menti para mim mesmo, para as pessoas que eu amava, que eu o sentia mais. Ah, como eu gostaria de poder voltar atrás e mudar palavras que foram ditas, mas uma vez que as palavras são liberadas no universo, elas têm uma maneira de ficar lá até que nós as peguemos de volta, mesmo assim, a maldita memória permanece, não é?"
"Certo."
"Até mesmo esses que aceitaram a situação de estar perdido... Sonham ser encontrados." Ele bateu no meu ombro duas vezes antes de se afastar.
Mas o cheiro de Frank, meu tio, permaneceu. Como charutos e especiarias. Ele cheirava a calor, conforto. E sabedoria. Lembrou-me tanto dos meus outros tios, mas havia uma força espantosa sobre ele me deixou querendo saber se ele sequer hesitaria quando confrontado em puxar um gatilho. Não. Ele dispara em primeiro lugar, depois faz as perguntas, e se ele estava errado, simplesmente encolhia o ombro, e limpava sua arma. Era horrível que eu gostava de sua atitude?
Talvez eu estivesse mudando, crescendo, ou apenas começando a aceitar o fato de que eu era mais meu pai do que eu tinha pensado originalmente.
Uma hora mais tarde, eu olhava para o meu teto; meus pensamentos no dia seguinte tornavam impossível que eu adormecesse. Eu ia me casar.
Eu respirei fundo e lentamente exalei.
Eu repeti o mesmo estúpido processo cinco vezes antes de admitir para mim mesma o quão inútil era esse exercício para acalmar.
Bateram na minha porta antes dela se abrir e um Sergio muito bêbado e alto entrasse. Ele fez um caminho mais curto para mim e para a minha cama, e depois com um imenso gemido quase caiu em cima de mim.
"Noite difícil?" Eu sussurrei.
"Eu acho que se você corresse, eu iria gostar de persegui-la." Ele ergueu a cabeça, era difícil distinguir as características de seu rosto por causa do quão escuro estava no meu quarto. "Eu acho que eu gosto de assistir suas pernas fugirem quase tanto quanto eu iria gostar da sensação delas em volta de mim, quando você chegasse..." Ele piscou e sussurrou. "… em casa."
"Casa?"
"Minha casa. Sua casa. Eu acho que é a nossa casa agora."
"Você está bêbado."
"Eu estou embriagado, grande diferença."
"Soletre e eu vou acreditar em você."
"E-M-B-R-I-A-G-ADO." Ele acenou com a cabeça. "Fácil."
"Você as juntou na última parte."
"O que você é? A maldita polícia da gramática?"
"Ou a polícia da ortografia?"
"Chega para lá." Ele empurrou meu corpo pequeno e depois passou o braço direito em volta do meu estômago. "Eu prometo que não vou seduzi-la."
"Eu estou em perigo disso ou algo assim?" Por que eu estou discutindo com uma pessoa bêbada?
"Hah," Sergio atirou de volta. "Você não tem ideia. Toda vez que eu vejo você, eu digo a mim mesmo que você é jovem. Você é inocente. Você é boa. Eu sou mau. Muito mau. Eu acompanho a minha maldade, aqui mesmo." Antes que eu pudesse impedi-lo, ele levantou a camiseta sobre a cabeça e apontou as marcas de prisão. "Eu as acompanho aqui."
"Elas?"
"As mortes." Sua voz foi abafada pelo travesseiro.
"E essa?" Eu apontei para a Tally que estava fresca, maior e em uma cor vermelha.
"Isso é o que a perda parece." Ele divulgou. "É vermelha, está com raiva, te faz sangrar, te faz chorar, a perda parece com a raiva, uma marca de verificação vermelha, que você não pode apagar não importa quantas mortes você já tem."
"Perda." Minha mente girava. Do que ele estava falando?
"Vermelho marca o ponto." Ele bocejou. "Eu disse a ela que eu me lembraria dela, eu daria a ela essa honra. Eu tenho uma tatuagem no meu braço para honrá-la. Eu adicionei a marca de prisão para lhe dar o devido respeito."
"E se eu morresse?" Eu acabei de perguntar isso ao homem bêbado que recusava a se apaixonar por mim. Brilhante. Mas ele tinha os lábios tão soltos que eu queria pelo menos tentar forçar algum tipo de informação para fora dele.
Sergio ressuscitou quando ele cobriu meu corpo com o seu. Soltei um grunhido quando seu olhar se intensificou a cada minuto. "Não."
"Não?" Meu coração afundou.
"Não, você não pode morrer." Seus olhos eram selvagens. "Me prometa."
"O... o quê?" Eu gaguejei.
"Prometa-me!" Suas mãos se moveram para o meu rosto, e ele levemente apertou meu rosto entre as pontas dos dedos, e então ele rolou para o lado, e sua cabeça se abaixou quando ele pressionou o ouvido contra o meu peito. "Eu não vou deixar isso acontecer novamente. Eu não vou."
"Sergio, todo mundo morre."
"Não," ele murmurou a voz dele ficando em silêncio novamente. "Eu não vou passar por isso de novo, você não entende? Eu não quero outra marca vermelha. Eu não vou fazer isso, eu não vou honrar ou respeitar a sua morte, porque isso não vai acontecer. Não vai. Não pode."
"E se isso acontecer?"
"Então eu morro com você."
"Você é o Romeu agora?"
Ele riu suavemente. "Eu sempre achei que Julieta era gostosa."
"Vá dormir Sergio." Bati em sua cabeça com a mão.
"Você não prometeu ainda."
Suspirei. "Eu prometo que vou tentar permanecer viva."
"Bom." Ele piscou para mim. "Agora me beije."
"Você está bêbado. E você cheira como uísque."
"Você está mal-humorada."
"Puxa, eu me pergunto por quê?"
Ele se recusou a sair de cima de mim até que eu o empurrei para o lado e, mesmo assim, era impossível escapar dele quando ele agarrou o meu corpo e se aninhou. Ele passou uma perna por cima de mim e acariciou minha nuca. "Você cheirava a ela, naquele primeiro dia. Eu odiei você."
"Desculpa."
"Não sinta. Você agora cheira como você."
"Isso é bom?"
Ele inalou profundamente. "E a besta foi domada. Por uma noite, ele foi domesticado."
Eu congelei. "O que você acabou de dizer?" Foi exatamente como a história nas cartas, e pela segunda vez, Sergio se referia a uma besta e comparava-se a uma.
Mas o quarto estava tranquilo. Exceto pelo seu ronco.
Claro.
CAPÍTULO 28
Some-te, Língua!
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
CLANG, CLANG, CLANG.
Mas que diabos?
Eu apertei meus olhos fechados mais apertados.
Clang, Clang!
"Pelo amor de Deus!" Eu disse em um sussurro severo. "Parem de bater coisas!"
O barulho ficou mais alto.
Abri um olho, e então o outro.
Val estava sobre mim, um taco na mão e um sino de vaca na outra. "Onde diabos você conseguiu um sino de vaca?"
"Eu fui uma vaca em meu desfile de Natal no ensino fundamental. Dante interpretou José."
"Você foi uma vaca?" afirmei categoricamente enquanto eu tentava chegar a uma posição sentada. "E você manteve o sino?"
"Eu tenho a fantasia." Ela levantou o taco novamente para bater no sino.
"Não!" Eu levantei em direção a ela, então uma onda de tontura me fez cair de volta contra a cama. "Eu acho que eu vou vomitar."
"Sério?"
"Shhh." Eu levantei minhas mãos para o ar em uma tentativa desesperada para ganhar algum silêncio, mas o zumbido na minha cabeça continuou, e depois comecei a rir sem motivo. "Puta merda, eu acho que eu ainda estou bêbado."
Desta vez, o taco bateu em meu ombro me sacudindo para fora da minha própria diversão. "Doeu!" Saltei para os meus pés e tentei pegar o taco, mas ela o moveu para fora do caminho e o escondeu atrás da costa. "Por que você está tão chateada?"
"Você quase me sufocou enquanto dormia na noite passada e então você..." Suas bochechas coraram.
Senti meus olhos arregalarem. "Eu tentei...?" Puta merda. Toda a minha noite estava em branco depois de todo o episódio do anjo na neve onde Chase convenceu todos nós a deitarmos no chão e fingirmos que estávamos olhando para as estrelas na noite de Natal. Frank apagou as luzes para nós. Isso foi além de ridículo.
Mas a última vez que me lembrava de ter rido tanto com qualquer um dos caras foi quando tínhamos dez anos e tivemos uma festa do pijama no aniversário de Nixon.
"Não," Val disse rapidamente. "Bem, eu quero dizer, que você tentou tirar meu short e em certo ponto me implorou para que eu o marcasse, mas..."
Eu gemi, e cobri o rosto com as mãos. "Eu sou um idiota."
"Um bêbado com tesão."
"Bem, isso ajudou."
Ela sorriu. "Sim, bem, esse taco efetivamente chegou a ter um bom uso onde você possa estar relacionado!"
Eu fiz uma careta e olhei para o taco, realmente olhei para ele. "Onde você conseguiu isso?"
"Foi um presente."
"De quem?"
"Um admirador secreto."
"Os caras não dão tacos para uma menina. Desculpe, não é assim que funciona o amor. Um taco é uma arma. Alguém lhe deu uma arma?"
"Ele ou ela disse que eu iria precisar dele onde você está relacionado."
Meu bom humor desapareceu o suficiente para eu sentir um pouco de dor no meu peito enquanto eu lutava para respirar. "Assim como os sapatos, hein?"
Quem diabos estava enviando para Val as coisas de Andi?
"Você deve ir se arrumar. Dá azar me ver antes do casamento." Val ofereceu um sorriso educado. "E talvez tentar ficar sóbrio antes de dizer 'eu aceito'. Eu tenho sonhado com esse dia por um tempo muito longo."
Senti-me como um merda, eu abaixei minha cabeça e arranhei meu pescoço. "Sinto muito que não é como você imaginou."
Ela sorriu. "Meio que é."
"Como assim?" Eu fiz uma careta, tomando o taco das mãos dela e a puxando em meus braços. "Você sempre sonhou em casar um italiano com tesão na sua cama com um taco? É assim?"
"Não." Ela endureceu um pouco, em seguida, sussurrou. "Mas alguém já te disse... que você parece como um príncipe medieval? Ou um cavalheiro de um livro de história?"
"Eu não sou nenhum cavalheiro."
"Não, você é a besta."
Eu congelo. "Certo..." A lista em meu bolso poderia muito bem ter queimado um buraco e chamuscado o meu coração. Eu tinha ido assistir A Bela e a Fera, mas não tinha feito nada para honrar sua memória.
Ela tinha me dito algo semelhante antes de morrer.
"Seja o homem, não a besta." Andi sussurrou uma noite. "As meninas querem o cara que invada o castelo com uma espada e um sorriso, nem todas querem o rosnado e a raiva. Eu nunca iria sugerir que você se tornasse manso, mas talvez... não tão assustador."
"Eu não sou assustador."
As sobrancelhas de Andi dispararam quando ela se engasgou com uma risada. Eu não me juntei. "Oh, eu sinto muito. Eu pensei que você estava fazendo uma piada. Da próxima vez me avise quando você estiver tentando ser sério."
Revirei os olhos. "Muito engraçado."
"Sergio, garotas olham para você e veem a perfeição física. É intimidante. Não torne mais difícil para ela do que já vai ser."
Raiva me atravessou. "Nós não estamos discutindo isso."
"Mas..."
"Não." Com um beijo furioso, eu roubei o seu fôlego e tentei nos fazer esquecer, me fazer esquecer, que ela estava morrendo e ainda falando alegremente sobre a próxima garota que iria aquecer minha cama.
"Sergio?" Val exalou contra o meu peito e recuou. "Você está bem?"
Não.
"Claro," eu menti. "Eu só... você está certa, não queremos má sorte. Vejo você na igreja."
Eu tinha uma carranca o tempo todo enquanto descia as escadas, minha cabeça latejando entre minhas têmporas.
"Bom dia, luz do sol!" Chase gritou da cozinha.
Phoenix gemeu e cobriu a cabeça com os braços.
Chase riu. "Ele não está acostumado a beber tanto quanto nós."
"Porque eu gosto do meu fígado." Phoenix disparou de volta em uma voz rouca cansada. "Nunca mais."
"Anime-se!" Tex gritou alto na orelha direita de Phoenix. "Nós vamos ter você se sentindo melhor em algum momento!"
"Deixe-me matá-lo, Nixon," Phoenix implorou. "Só uma vez."
Nixon olhou para Tex por trás do jornal. "Sem violência, é o dia especial de Sergio."
"E nós tivemos a melhor despedida de solteiro de todas..." Chase assentiu. "Ainda bem, uma vez que nós não conseguimos na última vez."
Não ocorreu, até mesmo para mim, que eu não tinha tido uma antes.
Será que eles tinham planejado?
Chase me deu um tapa nas costas. "Pare de pensar merda e agradeça o homem pela melhor noite da sua vida."
"A melhor noite da minha vida não inclui fazer anjos de neve com você no chão de madeira enquanto Tex canta Home on the Range."
"Barítono surpreendente." Chase assentiu. "Muito ruim que a harmonia de Nixon não estava no ponto ou nós poderíamos ter feito uma matança na esquina da rua."
Phoenix resmungou. "Você não canta nas esquinas, você atira nelas."
"E ele deveria saber." Tex acrescentou.
"Estão todos prontos..." Frank parou em seu caminho. "Você tem exatamente uma hora até que precise estar na igreja."
Olhei para as minhas roupas amassadas e mal consegui esconder o meu bocejo enquanto Tex soltava um arroto alto e batia no peito. Na verdade, as coisas ficaram progressivamente pior quando Phoenix caiu da cadeira para o chão. Chase morria de rir enquanto Nixon trocava um olhar mal-humorado com o resto de nós.
"Querido Deus, não somente você é da máfia, mas ainda estará bêbado em uma igreja!" Frank fez o sinal da cruz sobre o peito. "Sua profissão já é ruim o suficiente; melhor enviar algumas orações aos santos para que você não seja atingido por um raio ao entrar em solo sagrado."
"Nós vamos enviar Phoenix primeiro, apenas no caso." Tex disse a sério.
"Por que eu tenho que ser o mártir?"
"Porque então todos os segredos morrem com você." Tex encolheu o ombro.
"O homem tem um ponto," Phoenix resmungou. "Mas eu não estou indo em primeiro lugar, Sergio é o único casando, ele entra em primeiro lugar. Se ele não morrer, então todos nós entramos."
"Dia mais feliz da sua vida, hein?" Chase encontrou meu olhar e riu. "Basta lembrar que nem toda a merda que nós fazemos nós queremos fazer para a família. Mas algo me diz que é mais sobre querer fazer e se sentir culpado por isso."
Eu pisquei e abri minha boca para me defender quando Frank berrou. "Vocês, mulheres, poderiam parar de brigar e se vestir! É como pastorear um bando de crianças com armas!"
"Eu apoio o controle de armas." Tex colocou a mão sobre o coração. "Como você se atreve!"
"Oh inferno," Frank murmurou maldição após maldição. "Apenas... vão."
Duas horas mais tarde e eu estava exatamente no mesmo lugar que eu tinha estado a mais de seis meses atrás. Só que dessa vez, eu não estava com tanto medo como eu tinha estado... Somente uma estranha sensação de déjà vu.
Mas ela não era nada como Andi.
Nada.
Havia mais de uma centena de membros da família presentes. Dante veio até o meu lado e me deu um toque no ombro, assim como os últimos se arrumavam nos seus lugares. "Ela precisa falar com você."
"O quê?" Eu tentei forçar um sorriso. "Ela está bem?"
Dante não respondeu imediatamente e, em seguida, revirou os olhos. "Apenas venha comigo, tudo bem?"
Meu coração fez aquela coisa que sacode no peito, mas você não tem certeza se ele está ansioso ou triste. Ela estava realmente iria pular fora? Puta merda, por que isso me incomoda tanto? Não que era uma opção de qualquer maneira, mas eu me senti triste.
Uma tristeza verdadeira com o pensamento de que ela iria pegar o caminho mais fácil. Que ela queria uma vida longe do que a que eu poderia dar a ela. Não que eu lhe oferecesse muito.
Mas ainda…
Saí pela porta lateral e segui Dante para o quarto onde ela estava esperando.
"Val," Dante bateu na porta. "Eu o trouxe."
A porta se abriu rapidamente, Val me puxou e bateu a porta fechada novamente.
Eu tropecei para trás e xinguei em voz alta quando ela envolveu os braços em torno de sua cintura. "Eu não posso fazer isso."
"Você está usando uma toalha de mesa."
"Eu sei o que estou vestindo!" Ela retrucou.
"Tudo bem..." Eu dei um passo cauteloso em direção a ela. "Era esse o plano? Coloque uma toalha de mesa branca e finja ser um futuro fantasma no Natal?"
"Engraçado." ela disse com os dentes cerrados.
Maldição, ela era linda. Ela passou maquiagem.
Não que isso a deixou mais bonita, apenas mais velha.
Parecendo muito mais velha.
Eu tentei me acalmar.
Como eu nunca tinha percebido quão grande eram seus olhos? Ou seus lábios?
Essa boca.
Eu endureci imediatamente quando ela franziu os lábios e me deu um olhar zangado. "Isso é ruim."
Merda, ela era ameaçadora quando ela estava com raiva.
Seus olhos brilharam. "Sergio, você está me ouvindo?"
"Honestamente?" Eu encolhi. "Não, mas você está linda."
"Eu estou vestindo uma toalha de mesa."
"Eu gosto do seu cabelo."
"Obrigado." Ela estendeu a mão para mexer no véu branco simples fazendo com que a toalha de mesa caísse no chão e agrupa-se aos seus pés.
"Santa Mãe de Deus!" Eu sussurrei em um gemido rouco.
Era a vez dela encolher. "Assim tão mal?"
Palavras. Droga, eu precisava de um monte dela. Uma porrada dela. "Não."
"Estava no estúpido pacote! E eu tinha arruinado o meu próprio vestido, então eu pensei ei, o que eu tenho a perder? Eu trouxe um vestido branco simples, apenas no caso, mas me deixou parecida com uma aluna do primeiro ano, e então eu abri a caixa e era do meu tamanho e..."
"Pare de falar." Minha voz soou estranhamente rouca quando eu dei dois passos em direção a ela, e então puxei seu corpo contra o meu, capturando seus lábios em um beijo ardente. Seus braços foram parar ao redor do meu pescoço, não havia como esconder a minha excitação, uma vez que estava pressionada contra sua buceta.
E pela primeira vez, isso não me trouxe vergonha.
Mas isso era quente, eu tinha uma necessidade tentadora de atirá-la sobre qualquer objeto para que eu pudesse senti-la e levantar aquela pequena saia rendada. Merda. Quem diabos iria lhe comprar algo assim?
Val puxou para trás. "Eu pareço com uma prostituta."
"Uma muito bem paga." Beijei-a repetidamente. Eu não poderia fazer nada, algo havia se partido, e eu estava faminto por ela, faminto por outro gosto.
Tremendo, ela se afastou. "O que meus tios dirão?"
"Eles provavelmente vão tentar atirar em quem estiver olhando."
"Certo, então a toalha de mesa aconteceu antes de Dante os ver."
"O que Dante disse?"
"Foi mais o que ele não disse." Val admitiu.
"Você vai lá fora, nesse vestido, ele parece deslumbrante em você."
"Eu me sinto nua."
"Ninguém vai vê-la nua..." Eu disse em uma voz severa. "... Só eu vou."
Os olhos dela arregalaram. "Ficando territorial."
Segurei sua bunda com as mãos e empurrei seu corpo contra o meu. "Você era minha antes mesmo de eu saber que você era minha. Então sim. Eu vou ser amaldiçoado se eu não for possessivo sobre você. E eu não dou a mínima para o que alguém diz, você pertence a mim para sempre, e tenha certeza que permanecerá assim."
Ela assentiu com a cabeça e então olhou para baixo lentamente, desviando a minha atenção para o que dava para ver completamente através do corpete, literalmente uma única peça de tecido que não estava fazendo nada para cobrir seus mamilos. A renda dava a ilusão de que havia mais do que a pele... Não havia.
A saia não era melhor, era uma saia longa de cetim com uma fenda gigante de um lado mostrando um extenso pedaço da coxa.
Eu imediatamente agarrei sua coxa com a mão.
Ela deixou escapar um pequeno gemido quando sua cabeça caiu para trás, expondo seu pescoço longo. Eu estava beijando todo o meu caminho para baixo quando alguém bateu na porta.
"Caras, vocês estão prontos?" Dante espreitou dentro.
"Eu estou pronto." Eu entortei meu dedo em sua calcinha de renda e dei um pequeno puxão. "Você?"
Ela lambeu os lábios e concordou com a cabeça quando eu pus a minha mão sobre sua bunda. Eu precisava parar antes que a fodesse ao lado do altar. Isso provavelmente não ia pegar bem. Finalmente, a soltei e respirei fundo.
Com as mãos trêmulas Val tirou um envelope para fora e entregou para mim. "Fui instruída a dar isso para você antes que eu caminhasse para o altar."
O pedaço de papel branco não parecia muito ameaçador. Além disso, eu precisava de uma distração.
"Val!" Dante bateu novamente, então invadiu o local.
"Que caralho, onde está a toalha de mesa."
"Sem toalha de mesa," eu lati. "Te vejo daqui a uns minutos, Val."
Ela me deu um olhar nervoso e andou para longe com Dante amaldiçoando atrás dela.
Eu segui e fiz meu caminho em direção até à frente da igreja.
Graças a Deus as pessoas ainda estavam se arrastando para dentro.
A curiosidade por fim ganhou quando os últimos membros da família finalmente encontraram seus lugares nos bancos traseiros.
Eu puxei o papel do envelope e desdobrei a folha. As pessoas provavelmente pensariam que eles eram meus votos, nada além.
Italiano,
Lembre-se, eu nunca quis que nossa história de amor acabasse em uma tragédia. Eu gosto de pensar que há um plano maior lá fora, para nós dois, caso contrário, qual seria o ponto?
Eu a amo.
Eu mais do que a amo.
Nas vezes que eu falei com ela... Eu a adorei, da mesma maneira que você vai. Ela não sabe que me conheceu. Talvez ela nunca vá saber. Não haverá volta depois que você ler a próxima linha. Uma última promessa. Você pode fazer isso?
Prometa-me que vai se apaixonar.
Prometa-me que vai ter filhos.
Prometa-me que vai tentar fazê-la feliz, tanto quanto ela vai tentar fazer você feliz.
Prometa-me que vai fazer tudo para ela.
Prometa-me que você lhe dará a chance que nunca tivemos.
Até que a morte os separe.
Bem, Sergio, eu morri.
Nos separamos.
Agora é hora de uma nova promessa.
Um novo voto.
Um novo começo.
Uma nova história para o meu príncipe.
Existe beleza na vida, beleza na morte, você apenas tem que procurar por ela.
Sergio, meu amor, eu te liberto.
Seja feliz,
Da Russa, com amor.
Com um calafrio deixei a nota cair no chão, no momento em que o órgão começou a tocar a marcha nupcial. E fui confrontado mais uma vez com uma escolha.
Fazer uma promessa.
Ou correr.
CAPÍTULO 29
As melhores produções desta classe não passam de simples sombra, e as piores deixarão de o ser, se a imaginação vier em seu auxílio.
— Sonho de uma Noite de Verão
Frank
A marcha da panela começou no momento que Xavier entrou na igreja. Val franziu a testa, então se moveu para que ela estivesse quase atrás de mim. Eu ajudei nessa situação a empurrando para Gio.
"O que é isso?" Xavier sorriu. "Sem convite?"
Ele tinha sido um bastardo na época. Entretanto ele ainda era um bastardo.
Sempre tive boas relações com os russos. Inferno, Nikolai Blazik, ou O Médico, como ele era apelidado, ele era como sangue para mim, e eu não dou declarações assim sem mais nem menos.
Com anéis em todos os dedos da mão direita e um telefone celular em sua esquerda, ele parecia ter pesquisado no Google como se vestir como um assassino e levado isso a sério.
Da sua cabeça até o dedo do pé todo vestido de preto com um casaco também preto. Eu balancei minha cabeça. "Deve ter se perdido no correio. Você sabe como são essas coisas."
"Sim." Seus dentes podem muito bem ter rangido em minha direção. "Essas coisas..." ele olhou para Val atrás de mim. "... são bastante delicadas."
Gio soltou um rosnado baixo, enquanto Papi fez um movimento para a esquerda, enfiando a mão dentro de sua jaqueta. Eles tinham estado um tempo fora do rebanho que eu esperava que eles tivessem esquecido suas maneiras quando se tratava da escória.
Eles instantaneamente tomaram suas posições, tal como eles eram voltando na época quando governavam as ruas há muito tempo atrás.
Gio atrás, Papi flanqueando a direita, e Sal à minha esquerda.
Anos atrás, para nós e Luca, até mesmo falar com um Alfero sem um convite, sem permissão, poderia te matar.
E agora, nós tínhamos o único homem que eu tinha deixado no comando, o homem que eu tinha confiado, enquanto eu tinha ido viver na clandestinidade, decidindo que era a sua vez de receber um convite.
O que ele fez? Além de jogar a minha família no chão?
Se Luca não tivesse mantido o controle dos negócios da minha família, se ele não tivesse mantido Xavier tranquilo, com suborno, eu estaria morto.
Pela mão de Xavier.
E agora que eu tinha tomado o controle da minha família de volta, tanto em Chicago quanto em Nova York, eu tinha tomado à última gota de força que eu tinha e consegui isso sozinho.
"Eu pensei que eu era sangue." Os olhos de Xavier estreitaram.
"As coisas mudaram." Eu cruzei os braços. "E eu te prometi um encontro com o Cappo não foi?"
"Sobre isso." Xavier estendeu seu telefone celular.
Eu hesitei, então agarrei o telefone, a tela estava preenchida com a imagem de uma mão amputada e faltando um dedo, dentro de uma agradável caixa de donuts.
Mal capaz de manter a minha risada, eu fiz uma careta e devolvi o telefone para ele. "Assim parece que você está dando sua resposta."
"Esse era a minha mão direita."
Não perdi a ironia.
"Claramente, não mais." Sal disse com uma risada.
Os olhos de Xavier brilharam com ódio. "Isso ainda não acabou."
"Isso apenas começou, então?" Papi respondeu antes que eu pudesse. "É isso que você ia dizer?"
"E onde está o seu exército?" Eu perguntei em uma voz fria. "Seus homens leais, aqueles dispostos a morrer por você... e para quê? para que possa ganhar mais poder, mais controle, mais dinheiro? A família Nicolasi te pagou e lhe deu um canto da rua. Seja feliz, vá para casa, faça amor com sua esposa, beije seus dois filhos na cabeça e lembre-se do dia de hoje, que se você escolher me ameaçar ou o que é meu mais uma vez, eu vou levar sua esposa. Vou levar suas crianças. Vou levar sua vida de você, e eu vou fazê-lo lentamente." Dei mais um passo. "Dolorosamente."
Os olhos castanhos de Xavier mudaram para pequenas fendas quando sua mandíbula se apertou.
"Eu estou supondo que pelo seu silêncio, você entendeu." Arrumei minha gravata. "Agora saia."
Ele não se mexeu.
Com um suspiro, eu estalei meus dedos, dois dos meus homens avançaram e o agarraram pelos braços levando-o para fora da igreja.
"Guardem as portas." eu pedi no minuto que eles a fecharam.
Fiz um gesto para um dos meus parceiros de confiança, ele deu um passo adiante. "Hank, siga-o."
"Sim, senhor."
Com uma respiração baixa, eu sussurrei: "Obrigado."
Sal me bateu nas costas conjuntamente com Gio. Papi acenou com a cabeça e declarou: "Nós somos família."
"Somos." Emoção obstruiu minha garganta velha quando o meu coração afundou com uma louca conclusão de que Xavier continuaria voltando, querendo o que ele considerava dele, e ele queria me usar ou usar alguém que eu amasse para consegui-lo. Eu precisaria matá-lo.
E eu teria de matar sua linhagem inteira.
Algo sobre essa verdade partiu meu coração.
Afinal, eu era um avô.
Um tio.
Mas também um homem de negócios.
Sim. Eu endireitei meu ombro. E um homem de negócios que amava ferozmente e faria qualquer coisa para manter seguros aqueles que amo.
Qualquer coisa.
"Vamos?" Eu ofereci meu braço para uma Val silenciosa.
Com um aceno de cabeça, ela laçou a mão dela nele, e então sussurrou: "Obrigado por me proteger."
Qualquer coisa. Eu faria qualquer coisa, por ela.
CAPÍTULO 30
Oh não há maior inferno: estranhos olhos para escolher o amor!
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Era real. A máfia era real. E o homem tinha ódio rolando para fora dele em ondas, era quase impossível não sentir o frio no ar quando ele foi levado.
Eu devo ter surpreendido Frank ao agradecer, porque durante alguns segundos sua fachada partiu, e tudo o que eu vi foi um homem que já tinha visto seu ápice e não queria nada mais do que colocar o passado para trás.
Era como se ele estivesse tentando banir o fantasma apenas para ser assombrado constantemente.
"Será que isso vai acabar?" Eu perguntei antes de dar o meu primeiro passo para o corredor.
"Sim." Frank me deu um beijo no topo da cabeça. "Acaba quando, por apenas alguns breves momentos de descanso, você está nos braços de alguém que, apesar de todo o mal, escolhe apenas ver a bondade. Isso é quando acaba."
"Só para começar tudo de novo?"
"Vida." Frank bloqueou a visão que eu tinha de Sergio quando ele agarrou meu rosto com as duas mãos e beijou minha testa. "É um ciclo interminável do bom e do mau, é o que você faz com esses momentos que definem como o ciclo acaba."
Ele se virou e andou na minha frente, bem como a menina das flores faria, mas, realmente, foi mais significativo. Ele estava mostrando sua proteção, caminhando à minha frente, me impedindo de ser vista, me permitindo ter estes últimos momentos para me reunir com Gio que pegou meu braço direito e Sal que ficou a minha esquerda.
Papi vinha seguindo na parte de trás.
Se alguém tivesse me dito que eu teria quatro tios na minha festa de casamento, eu teria morrido de rir. Em vez disso, me deixou à beira das lágrimas.
Que as mãos idosas segurando a minha, tinham sempre estado dispostas a lutar por mim, a morrer por mim. Por mim!
Como se eu merecesse isso.
Por causa deles, eu era preciosa. Eu era uma promessa. Eu era tudo.
Eu acho que nesse momento, eu perdi a última parte da minha inocência, sabendo plenamente que eu estava entrando em um vínculo sagrado, não em apenas um com Sergio, mas com a família, com a ideia de que o meu pai tinha deixado para trás.
Um de paz.
Amor.
Um onde o sangue só era derramado em caso de necessidade.
Dante estava na frente da igreja com o resto dos homens; eles estavam esperando próximos a Sergio.
Uma vez que Frank saiu do caminho, percebi que eu estava quase no final do corredor.
Os olhos de Sergio estavam fechados como se ele estivesse com dor.
Meu coração partiu em dois.
Porque mesmo que eu queria entender, como eu poderia? Ele havia perdido a única mulher que ele já tinha amado depois de uma cerimônia como esta... E lá estava eu, o oposto exato, jovem, inocente, tudo o que ele não queria, mas teve que pegar.
Por causa de sua honra.
Eu o respeitava por isso.
E eu sabia que acabaria por amá-lo.
Eu já estava no meio do caminho.
Sim, era hora de jogar fora o velho eu e passar para uma nova realidade, uma nova vida, porque algumas histórias não são preenchidas com amor à primeira vista ou felizes para sempre, onde tudo o que é preciso é um beijo para selar o afeto entre duas pessoas.
Às vezes é trabalho.
Às vezes é doloroso.
Nosso amor seria feio, disforme, desconfortável. Seriam tantas coisas, mas eu esperava que, no fim, acima de tudo, seria bom o suficiente.
Não apenas bom.
Nem mesmo maravilhoso.
Mas bom o suficiente, de modo que pelo menos eu estava em um casamento onde tínhamos respeito, amizade, era tudo o que eu me senti no direito de pedir.
As mãos de Sergio tremiam.
Frank virou-se e levantou o véu do meu rosto beijando cada bochecha e depois sussurrou uma bênção em meu ouvido.
Sal fez o mesmo, seguido por Papi. Quando foi a vez de Gio, ele hesitou.
Peguei suas mãos enquanto as lágrimas encheram seus olhos.
Eu estava perto de todos eles, mas Gio... Gio sempre tinha sido a minha rocha. Ele segurou minha mão quando minha primeira amiga de verdade na escola se mudou.
Quando ela parou de me escrever e-mails, ele me disse que eu encontraria melhores amigos na faculdade.
Quando Dante estava sendo estúpido, quando irmãos são propensos a ser, ele teve a conversa mais traumática que eu já tive na minha vida, sobre rapazes e hormônios.
Ele pensava que trazendo filmes e fotos, eu estaria bem com o fato de que meu irmão estava agindo como um idiota.
No meio da nossa "conversa" nós dois estávamos tão traumatizados que juramos nunca mais falar sobre isso novamente.
Gio assegurava-se que eu comesse. Gio era como um recheio de avó italiana no corpo de um homem magro de setenta anos de idade com um vício secreto por charutos cubanos.
Seu cabelo era quase completamente cinza, seu rosto tinha envelhecido melhor do que o resto do corpo, mas as linhas de preocupação em torno de sua boca se aprofundaram quando ele se inclinou para frente e sussurrou perto do meu ouvido: "Basta dizer uma palavra e eu te levo embora."
Surpresa, eu o puxei para um abraço apertado. "Não. Isso é o que meu pai queria."
"Isso não faz esta escolha mais fácil." ele disse em uma voz aflita quando ele me abraçou apertado e então beijou ambas as minhas bochechas. Uma única lágrima salpicou seus lábios enquanto eles tremiam. "Você é a minha menina."
"Eu sou."
"Seja forte."
"Eu sou."
"Você é minha menina," ele repetiu. "Eu morreria por você, sim?"
"Sim." Minha voz tremeu.
"Se ele te trata mal, eu vou com a pistola, capiche?"
"Capiche." Eu meio chorei e meio ri.
Com um grunhido, ele beijou meu nariz e se juntou ao resto dos homens.
Phoenix, Tex, Nixon, e Chase estavam à esquerda com o resto do Alferos enquanto Dante estava do lado direito com Sergio.
Quando meu olhar finalmente caiu para o homem que eu ia casar, eu esperava que ele ainda estivesse com os olhos fechados, afinal, ele não queria isso, talvez essa fosse a única maneira que ele poderia passar por isso.
Em vez disso, seus olhos estavam fixos em mim.
Calor intenso irradiava dele em ondas.
Quando as nossas mãos tocaram, as suas estavam acolhedoras, não tremendo. Dedos fortes envolveram ao redor dos meus.
Está acontecendo.
Está acontecendo.
Enquanto o padre fez uma cruz com o incenso, ele começou a recitar as escrituras em italiano. Entendi algumas palavras.
As saudações e orações voaram, e de repente o Padre estava perguntando em Inglês se estávamos em perfeito juízo.
Engraçado, provavelmente não.
Os lábios de Sergio contraíram quando nós dois afirmamos que estávamos, na verdade, não estávamos entrando na união sagrada do casamento levianamente.
"Sergio..." o sotaque do padre era tão forte que até mesmo seu inglês era difícil de decifrar. "Você aceita..." Eu ia hiperventilar, ele falou tão rápido, e estava acontecendo tão rápido. "Até que a morte os separe?"
Os olhos azuis piscaram para mim, lentamente, metodicamente, e intensamente quando Sergio respondeu. "Eu aceito... até que a morte..." sua voz falhou "... nos separe."
Era a minha vez.
Minha voz era baixa quando eu respondi a mesma pergunta, eu me senti estranha dizendo sim, quando Sergio ainda repetiu a última parte.
Até que a morte nos separe.
Era aterrorizante pensar que existir a possibilidade real de que um de nós pudesse morrer antes do outro, as chances eram provavelmente ele, considerando a sua linha de trabalho.
Eu não gosto disso.
Pensar sobre a morte quando eu deveria estar pensando na vida.
Eu apertei suas mãos mais apertadas.
"E agora uma bênção," O padre ergueu as mãos. "de um amigo."
A compostura de Sergio escorregou, por pouco, quando o padre se afastou e alguém o substituía.
Um homem moreno, alto e de extrema boa aparência com tatuagens em seus dedos, e um rosto muito familiar estava diante de nós.
Ele limpou a garganta. "Que essa nova união forneça a vocês dois o amor e o riso que ambos merecem, que Deus os mantenha seguros, que Deus una nossas famílias durante o tempo que ele permitir isso. Que vocês possam honrar um ao outro, respeitar um ao outro, morrer um pelo outro, viver um para o outro. Este é o desejo da minha família, meus amigos." Suas mãos tremeram, apenas uma vez, então ele limpou a garganta e continuou. "Este é o último desejo e vontade de Andi Abandonato lido por Nikolai Blazik."
Os olhos de Sergio estavam cheios de lágrimas.
Eu não era digna.
Eu nunca seria digna de um homem que foi tão amado.
Mas, de repente, eu estava bem com isso, porque o seu amor e sua devoção por ele depois de apenas alguns meses me mostrou que ele era digno.
Sergio era digno.
E muito merecedor.
De tudo o que eu tinha para lhe oferecer.
E eu daria tudo.
Porque ela tinha morrido desejando que ela pudesse dar.
E eu tinha o privilégio de ser capaz de começar de onde ela parou.
Nikolai acenou para nós dois e juntou-se à direita ao lado de Nixon. Os homens apertaram as mãos quando o sacerdote estendeu os braços acima da nossa cabeça e continuou a cerimônia em italiano.
Trocamos anéis... Anéis que eu nunca tinha visto antes. Repetindo as palavras, elas tinham um novo significado para mim; minha vida tinha um novo significado.
"Amigos, vamos abençoar a união dessas famílias, que eles possam fortalecer e nos proteger, Amém." O padre falou em italiano novamente.
"Amém." ressoou o murmúrio coletivo através da igreja.
"Agora eu apresento, o Sr. Sergio e Sra. Valentina Abandonato, para que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, abençoe e guarde, para todo o sempre. Amém."
"Amém." Todos fizeram um rápido sinal da cruz, e então se levantaram e beijaram a mão direita e a colocaram em seu coração.
Eu não sabia o que eu sentia quando as pessoas começaram a bater palmas.
Sergio segurou minha mão na sua, depois me virou para encará-lo, seus lábios encontraram os meus em um beijo breve, antes que ele me levasse do altar.
Eu estava casada.
Casada.
Aos dezenove anos.
Com um assassino que tem os olhos lindos e um coração oprimido.
Não era necessariamente como eu tinha imaginado que a minha história seria.
"Fique bem!" Gio nos encontrou na parte de trás da igreja com lágrimas nos olhos. "Eu vou sentir sua falta."
"Sentir minha falta?" Eu repeti. "Eu não..."
"Divirta-se!" Frank piscou.
"Divirta-se?"
Dante deu uma cotovelada em mim, então jogou o arroz para o ar, um punhado dele pousou no meu cabelo. "Para que fique registrado, ela ainda é minha irmã." Eu acho que isso foi dirigido a Sergio.
"Adios!" Tex piscou. "Certifique-se de relaxar, Serg." Sergio não disse nada.
Nós nos apressamos em direção a uma limusine à nossa espera, e ninguém estava falando, outra coisa que me disseram foi para me divertir. Eles estavam falando de hoje à noite?
Calor chegou ao meu rosto até que eu senti como se estivesse em chamas.
Meu constrangimento deve ter sido perceptível, pois sob sua respiração Sergio sussurrou: "Não se preocupe."
Meu ponto de vista da limusine foi subitamente bloqueado quando um homem entrou na nossa frente. O mesmo que tinha lido a carta de Andi. Ele era o tipo de cara que escorria poder e sexualidade, mas de uma forma totalmente visível e fora do normal. Eu senti como se olhasse para ele diretamente nos olhos eu perderia minha alma ou algo assim, como se ele visse muito, visse as minhas inseguranças, e diria a todos que pudessem ouvir.
Finalmente, não querendo ser rude, eu roubei um olhar para ele, um olhar de relance sincero.
Ele parecia vagamente familiar.
Mas não me lembrava de onde.
Franzindo a testa, eu fiquei olhando.
Os olhos de Nikolai encontraram os meus, e então ele rapidamente os desviou e estendeu a mão para Sergio. "Ela teria ficado feliz."
"Eu sei." Sergio disse, em voz baixa.
"Minha oferta ainda está de pé." Ele me deu um olhar triste antes de olhar para Sergio. "Ela sempre vai estar."
"E eu vou sempre dizer não." Sergio lhe bateu na costa e depois o puxou para um abraço. "Volte para a sua esposa."
"Minha esposa," Nikolai riu alto. "Nunca pensei que eu veria o dia."
"E nós pensávamos?" Sergio reagiu. "A propósito, Xavier está nos dando um pouco de dificuldade."
"Quer que eu o espanque para você?" Nikolai perguntou.
Sergio fez uma pausa, sua mão agarrou a minha cintura. "Ele está bem. Por agora. Talvez pudéssemos jantar mais tarde."
"Você sabe onde me encontrar." Nikolai apertou sua mão uma última vez, e saiu em seguida.
Eu fiz uma careta depois que ele saiu.
"Desculpe," Sergio se desculpou. "Ele não tem boas maneiras."
"Não... não é isso." Eu engoli, meu olhar ainda preso enquanto ele desaparecia. "Ele parece familiar."
"Bem, ele ganhou o Pulitzer quando era um adolescente, pode ser isso. Ele estava na capa da Time."
"Não, não esse tipo de familiar, mas..." Eu balancei a cabeça. "... não importa. Então, por que as pessoas continuam me dizendo para me divertir?"
Sergio abriu a porta da limusine e apontou para dentro. "Se eu te disser, eu teria que te matar."
"Muito engraçado."
"É meio que engraçado." O sorriso dele era pequeno. "Você conseguiu dizer adeus?"
"Sim, mas..."
"Bom." Ele fechou a porta antes que eu pudesse continuar a falar. Irritada, eu abri a janela quando Sal, Papi, e Gio se aproximaram. "Onde eu estou indo?"
"Seria uma surpresa horrível se nós lhe dissermos." Gio piscou.
Os olhos de Papi brilhavam com lágrimas. "Você é uma boa menina, Val."
"Coma!" Sal acrescentou. "Você deve comer!"
"Batata-doce," Gio disse com uma voz séria. "Elas ajudam com os ovos."
"Ovos?" Eu repeti. "Que ovos?"
Papi corou e murmurou: "Os seus."
"Meus?"
"Para as crianças," Sal explicou. "Oramos por um ventre fértil."
Oh, por favor, não. "Eu tenho apenas dezenove anos! As crianças hão de vir de Dante!"
"Isso não é trabalho de homem." Gio franziu a testa e então estalou os dedos. "Após o ato terminar, certifique-se de esperar pelo menos cinco minutos e depois beba suco de cenoura. Você estará grávida no mesmo instante!"
Nota pessoal, saltar da cama e ficar longe de qualquer suco vegetal. "Certo. Bem, obrigado." Sergio entrou do outro lado e veio para perto de mim, então ele pegou minha mão e não a deixou ir.
Gio enfiou a cabeça pela janela da limusine. "Eu quase esqueci. Homens, às vezes têm vontade própria. Ele pode te assustar com o seu..." Ele não disse a palavra, e eu agradeci a Deus. "... virilidade, e caso você o chute, pode... pode não ser muito confortável..."
"Ok!" Eu praticamente o empurrei para fora da janela. "Tchau agora, te amo!"
"Mas Val isso é muito importante, temos que ter essa conversa! Devemos ter essa conversa! Lembra-se das fotos que eu te mostrei!"
Eu apertei o botão para que subisse o vidro e soprei beijos a todos. "Eu amo vocês, caras!"
Depois que o carro começou a se afastar, Sergio virou para mim e sorriu. "Fotos, hein?"
"Cale a boca."
"Você ainda tem as fotos?"
"Sergio," eu avisei, meu rosto formigava de vergonha.
"Você ajudou a tirar as fotos ou foi simplesmente uma observadora?"
"Você não terminou ainda?"
Seus olhos azuis brilhavam. "Oh, eu não acho que vou terminar com esta conversa. Dez anos a partir de agora e eu ainda vou perguntar. Quinze anos a partir de agora, maldita certeza que eu vou exigir que você me mostre esse olhar que você tem agora de como o sexo é a coisa mais terrível do planeta."
Eu não respondi.
Ficamos em silêncio enquanto a limusine atravessou Manhattan.
"Um ano atrás, sexo comigo teria sido terrível," ele disse calmamente. "Eu teria te fodido duro."
Uma parte de mim ficou intrigada enquanto a outra parte ainda estava tão envergonhada que eu estava tentada a saltar para fora do veículo em movimento.
"E agora?" Eu tinha que lhe perguntar.
Ele não falou por alguns minutos. Talvez eu não tivesse perguntado isso alto o suficiente. Virei-me para perguntar de novo, apenas para encontrá-lo olhando fixamente para mim.
Lambendo os lábios, ele se inclinou para frente, sua mão esquerda agarrou meu rosto e então parou quando as pontas dos dedos começaram a dançar pelo meu lábio inferior. "Devagar."
"O-o quê?"
Ele se afastou. "Eu me senti como um vilão hoje."
"Você não é..."
"Eu sou." Ele olhou para longe. "De certa forma eu sempre serei. Mas, isso não significa que você tenha que brincar de heroína para o meu vilão, Val." Seus olhos encontraram os meus brevemente. "Eu vou tentar... e, embora você nunca possa ter meu coração... eu te prometo uma coisa."
"O quê?" Minha voz estava rouca.
"Você sempre terá o meu corpo."
CAPÍTULO 31
Eu sou um tanto lerdo para aprender.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Sim, romance perda de tempo para mim. Andi não disse essas mesmas palavras há alguns meses atrás, quando eu me ofereci para matá-la vinte e quatro horas antes do nosso casamento? Porra, eu era um idiota.
Eu queria melhorar.
Não era uma segunda chance, pelo menos não da maneira que uma pessoa poderia pensar. Inferno, eu teria dito não, se fosse oferecido para mim, e ela realmente não tinha a opção de dizer não, e desde que foi um sim forçado, eu queria fazer o certo para ela.
E depois de ler a carta de Andi, eu me sentia envergonhado da maneira que eu estava agindo, mas minhas emoções recusavam a permanecer paradas, quando Val estava relacionada. Ela me confunde, me prende em nós, e estranhamente, deixando eu me sentir mais vulnerável do que já me senti em toda a minha vida.
Eu não merecia Andi.
E com certeza eu não merecia Val.
Deus perdeu o juízo? Era uma piada cruel para me fazer mudar meus modos? Dar-me duas das mulheres mais incríveis que existem? Mas tornar impossível que eu as amasse. Levar a primeira para longe, e causar uma dor tão rápida, tão forte, que eu não tinha mais nada para a próxima. Olhei para Val com o canto do meu olho.
Em outra vida, eu poderia amá-la. Realmente a amar.
Não era justo.
Amargura ameaçou assumir a medida que começamos a pegar a saída para o Aeroporto JFK.
A janela de privacidade deslizou para baixo. "Senhor, nós temos o mesmo carro nos seguindo pelos últimos dez quilômetros, pensei que você deveria saber."
Rangi os dentes. "Quão perto estamos do aeroporto?"
"Faltam alguns quilômetros, mas com este tráfego..."
A janela voltou a subir. Nós chegamos a uma parada brusca quando o semáforo ficou vermelho; carros fecharam em torno de nós. Eu olhei em volta. Dois homens grandes saíram de um carro e começaram a vir em nossa direção.
"Bem, merda." eu murmurei, rapidamente tirando meu paletó e soltei minhas abotoaduras.
"Sergio?" Os olhos de Val estavam arregalados. "O que está acontecendo?"
"Lembra-se?" Eu inverti o assento do banco do lado esquerdo e tirei duas Glocks pequenas. "Quando Chase mostrou como apontar uma arma?"
"Sim, mas..."
"Se algo acontecer, você aponta a arma e atira, você atira até ter certeza, entendeu?" Enfiei uma arma em sua mão e bati duas vezes na janela. Ele a rolou para baixo.
Mas já era tarde demais.
O som de tiros encheu o carro.
O nosso motorista, um parceiro mais recente ainda em seus vinte anos, tinha acabado de ser baleado na cabeça. Mal tive tempo para empurrar a janela de volta antes de mais tiros serem disparados.
Nós não estávamos em um carro à prova de balas, eu não era um chefe, eu não tinha pensado que seria necessário. Se eu morresse, e daí? Mas e se Val morresse.
Foda-se.
Uma guerra.
Mais guerra.
Quanto às famílias já perderam?
Que merda estava errado em querer a paz?
A bala atingiu a janela ao lado da cabeça de Val, eu a puxei para o chão da limusine quando mais balas voaram acima de nós. Vidro batia por todo o meu corpo.
Eu fiz um sinal para Val ficar quieta.
O tiroteio parou.
Os caras eram amadores no melhor dos casos. Você nunca parava, parava apenas quando o carro era um único buraco. Você parava para colocar o carro em chamas. Você parava para colocar uma bomba, você não parava, apenas porque você pensou que atingiu os seus objetivos. Você nunca parava.
A porta do passageiro se abriu e eu disparei um tiro para fora.
Um palavrão foi dito, e, em seguida, mais tiros foram disparados contra o carro.
Val não chorou.
Ela não gritou.
Ela estava mortalmente silenciosa, com os olhos presos nos meus, com medo, mas com tanta confiança que meu coração doía.
Seus olhos diziam: Você vai nos tirar dessa. Vai ficar tudo bem. Eu confio em você.
Enquanto eu estava pensando no que poderíamos fazer, do que eu poderia fazer sem prejudicá-la ou colocá-la em mais perigo.
Merda.
A bala atingiu de raspão o meu braço, rasgando a carne e parte da minha camisa. Os olhos de Val arregalaram.
"Fique quieta." eu formei com a boca, meu corpo pressionado contra o dela. Eu morreria antes de deixar que eles a levassem, quem quer que eles fossem.
Nós estávamos presos.
Cercados.
Se fosse só eu, eu saltaria para fora do carro com armas em punho, morrendo no processo, e minha família apenas teria que lidar com isso.
Mas eu tinha uma responsabilidade, e minha responsabilidade confiava em mim para permanecer viva, precisava que eu permanecesse vivo para que ela permanecesse viva.
O tiroteio parou novamente.
"Você confia em mim?" Eu sussurrei.
"Sim." ela sussurrou, com a voz trêmula.
"Vocês querem a garota?" Eu gritei para que eles pudessem ouvir.
"Morta! Nós a queremos morta!" O homem gritou de volta para mim. "Traga-a para nós e vamos deixá-lo ir."
"Não, não vão." Eu ri. "Mas o que acontece se eu levar a menina porque eu já fodi com ela e eu estou farto dela? Posso pelo menos escolher a maneira que você vai atirar em mim? Parece justo." Silêncio.
"Você quer escolher como eu vou atirar em você?"
"Eu estou morto de qualquer maneira, eu tenho uma coisa sobre tiros no meu corpo, risco elevado de dor, sangrar devagar demais, pulmões parando, asfixia. Quem quer isso? Uma morte rápida, isso é que eu digo."
"Tudo bem," outro homem latiu. "Traga-a, mas ela vai primeiro."
"Tudo bem, você pode matá-la ou fodê-la, faça o que quiser com ela."
"Nós a fodemos e depois a matamos."
"Fodemos ela?"
"O chefe nunca vai saber."
"Ela não é assim tão boa." Eu ri friamente. "Vocês podem precisar de uma bebida para apreciar o que ela tem a oferecer."
Os olhos de Val reduziram.
Mas ela não disse nada.
Os homens riram.
"Eu estou saindo agora." Eu puxei Val para uma posição sentada e sussurrei. "Eu sinto muito." Rasguei a parte de baixo do seu vestido e o envolvi em torno de suas mãos como uma corda. "Quando eu sair eu vou empurrá-la para o chão, isso vai machucar, você vai ficar arranhada. Mostre um seio."
Seus olhos arregalaram.
"Caralho, mostre os dois." Eu peguei minha faca e cortei seu espartilho. "Sua vida depende da sua capacidade de fazer esses caras hesitarem, entendeu?"
"Entendi." Sua voz estava mais clara, e depois sem hesitação, ela puxou uma quantia obscena do vestido para baixo. Eu quase engasguei com a minha língua enquanto ela se movia na minha frente. Fiel à minha promessa, eu a empurrei para fora do carro, ela caiu de joelhos puxando a parte superior do vestido com ela.
No minuto em que desembarcou no chão, os dois homens olharam para ela, os dois homens hesitaram. Era tudo o que eu precisava.
Dois tiros.
Um na cabeça, um no peito.
Ambos caíram duros no chão.
As pessoas gritavam ao nosso redor enquanto sirenes soavam, e a polícia finalmente conseguiu percorrer o caminho para dentro do círculo de carros engarrafados.
Eu coloquei a arma na parte de trás da minha calça e ajudei Val a ficar de pé. Eu estaria mentindo se eu dissesse que meu olhar não permaneceu tempo demais, porque foda-se, ela tinha um corpo bonito.
Um feito para o sexo, o quadril implorando pelo aperto de um homem.
Eu puxei o vestido para cima. "Você está bem?"
Ela assentiu com a cabeça, mas ela não chorou. Isso me assustou. Meninas que não estavam na nossa vida, caralho, meninas que presenciavam isso, elas gritavam.
"Val?" Eu passei meus braços em torno dela. "Use suas palavras, por favor."
"Eu estou..." Ela franziu a testa, "Vamos ser presos?"
"É com isso que você está preocupada? Não com os cadáveres? Não em ser baleada?"
Ela mordeu o lábio inferior. "É mais alto, os tiros são mais altos do que eu pensava, eles vibram, fazendo você achar que foi baleada quando você está simplesmente observando." Outro suspiro. "Eu não tenho certeza se lágrimas são a emoção certa, ou tristeza, eu..." Ela estremeceu. "Obrigado. Por me manter segura. "
Porra, eu podia sentir meu coração cada vez maior quando eu a segurei perto e beijei sua cabeça. Um policial assobiou quando ele caminhou até os corpos, depois para mim.
"Acidente?"
Nós dominamos esta cidade. Simples assim.
E ainda estávamos perto do nosso bairro.
Inferno, nós não apenas possuímos a cidade, detínhamos o prefeito. Eles estavam profundamente dentro, desde a crise econômica; eles tinham tirado dinheiro de ambos, dos Abandonatos e dos Alferos pelos últimos dez anos.
E a polícia sabia que estávamos na cidade.
Desde o dia em que chegamos.
Frank era gentil sobre isso.
Porra, era como escrever um fodido comunicado de imprensa. "Os Chefes estão aqui, os mantenham seguros a todo custo."
"Você está um pouco atrasado." Eu cuspi.
"Claramente." Ele bateu o queixo e olhou para os corpos. "Eu vou deixar o Chefe saber que houve uma... situação."
"Precisamos de um carro."
"Imediatamente, senhor. Você estava indo para o aeroporto?"
"Sim, o aeroporto." Eu suspirei. "Destino diferente."
Eu me abaixei na parte de trás da limusine e agarrei meu paletó, então, rapidamente peguei nossas malas no porta-malas da limusine e fomos para a viatura da polícia enquanto os outros policiais chegaram junto com o legista.
Envolvi meu paletó em volta de Val. Ela se aconchegou a ele, então me surpreendeu virando o rosto para o colarinho e inalando profundamente, um meio sorriso nos lábios. Esse pequeno movimento, quase como se estivesse saboreando o meu cheiro, marcaram um ponto em mim, mas eu não tinha tempo para analisar o que isso podia significar.
As pessoas estavam tirando fotos.
Repórteres de TV apareceram.
E estou seguro que a cidade iria espalhar bem a história, mas esse não era o meu trabalho, meu trabalho era manter minha esposa segura, e agora, nós éramos os alvos.
"Para o aeroporto, policial...?"
"Sherman." Ele tirou o chapéu.
"Obrigado pela ajuda."
"É uma honra." Ele olhou para nós através do espelho retrovisor. "Meu pai conhecia as Famílias, ele tomava bebidas no Natal com alguns dos homens todo ano durante a sua passagem pelo bairro."
Eu sorri de volta para ele. "Eu aposto que ele gostava daqueles tempos."
Um sorriso abriu no rosto do oficial Sherman. "Ele ainda fala sobre isso."
"Diga a ele para parar por algum tempo... eu tenho certeza que a Família gostaria de vê-lo."
"Vou falar." Sherman estacionou no meio-fio. "Aproveite a sua lua de mel? Estou assumindo que vocês são recém-casados."
"Nossa lua de mel, infelizmente, foi apenas interrompida." eu disse me sentindo mais triste do que eu gostaria de admitir. Val apertou minha mão enquanto fazíamos o nosso caminho para o balcão.
"Duas passagens de primeira classe para Chicago no primeiro voo, por favor."
A senhora concordou e então franziu a testa. "Não temos nenhum voo que..."
"Obrigado pelo seu tempo." eu a interrompi e peguei meu telefone enquanto eu me afastei do balcão. "Nikolai, eu preciso do seu avião."
"O que é isso? Sem Oi? Há quanto tempo não nos vemos?"
"Eu vi você há meia hora e desde então acabei com duas vidas e atiraram mais vezes em mim do que eu poderia contar. Me empreste a merda do seu avião."
"Feito." disse ele sem hesitação, todo o humor drenado de sua voz. "Precisa ainda daquele favor?"
"Engraçado!" Revirei os olhos. "É isso."
"Isso é um avião. Eu possuo seis. Dificilmente um favor. Ligue-me se precisar de mais... mão de obra."
"Viciado em trabalho."
"Sim, soa muito melhor do que assassino masoquista."
"Não é?"
"Qual aeroporto?"
"JFK."
"Você está com sorte, meu jato está sendo reabastecido para o meu voo de volta. Eu vou ficar uma noite extra e visitar a família."
"Você tem certeza?"
"Tenho certeza."
"Obrigado Nikolai."
"Claro, e Sergio?"
"Sim?"
"Ame-a bem esta noite."
Suspirei. "Eu vou fazer o meu melhor."
"Faça melhor do que o seu melhor."
Eu pressionei fim e estendi a mão para Val novamente. "Nós temos um plano, vamos lhe arranjar algumas roupas."
CAPÍTULO 32
Trazer um leão para o meio de senhoras é uma coisa pavorosa.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu estava apenas aguentando.
Tentando desesperadamente ser o tipo de mulher que Sergio precisava, do tipo que não gritava quando alguém atirava nela, o tipo que poderia matar aranhas sem xingar e apontar uma arma para alguém sem tremer.
Ele precisava de força. Mas o que ele precisava e o que eu era capaz de oferecer eram duas coisas muito diferentes. Eu não falei quando ele agarrou minha mão e me levou a uma loja próxima.
"Val?" Ele sussurrou suavemente. "Jeans ou leggings, você não tem muita escolha."
"L-leggings," eu sussurrei, minha voz fraca, meu corpo ainda mais fraco, a minha visão ficou borrada enquanto tentava me concentrar na tarefa em minhas mãos. "E hum, apenas uma camiseta ou algo assim, chinelo." Estendi a mão para uma camiseta comprida, enquanto Sergio ia buscar um par de chinelos.
Sergio franziu a testa. "É Chicago, eu não tenho tanta certeza de que você precisa de chinelos."
Engoli em seco, e encontrei a minha voz. "Entretanto estou em um avião."
"Tamanho?" Ele me chamou aparentemente me deixando ganhar essa.
"Trinta e sete." Eu peguei os chinelos e caminhei até o caixa, então quase irrompi em lágrimas, porque eu me lembrei de que não tinha nenhum dinheiro comigo.
Em pânico, eu me afoguei no pensamento.
Eu literalmente não tinha dinheiro.
Quer dizer, eu ganhava dinheiro na floricultura, mas eu normalmente apenas o depositava e usava o dinheiro que meus tios me davam, porque eles me compravam tudo.
E o meu cartão de débito estava no meu quarto.
Porque esta manhã eu acordei pensando que eu ia me casar e depois voltar para o meu quarto para me trocar.
Em vez disso, eu acordei, me casei, fui levada para uma limusine, atiraram em mim, e quase fui morta.
E eu não tinha dinheiro.
Vergonha tomou conta de mim quando eu me virei, pronta para pedir a Sergio, mas ele já estava entregando seu cartão de crédito preto brilhante para a vendedora.
Ela o passou.
Ele assinou e agradeceu.
E fomos embora.
Ainda sem falar.
Eu acho que uma parte de mim estava com medo de que se eu falasse eu ia irromper em lágrimas ou talvez todos os gritos que eu estava segurando de repente explodissem para fora da minha boca e eu não iria parar, seriam gritos.
Um estrondo quase me fez subir no corpo de Sergio.
"Shh, está tudo bem." Ele beijou minha cabeça. "A mala de alguém caiu."
"Ah." Eu resmunguei. "Sinto muito, e eu te pago de volta quando eu pegar minhas coisas. Devo conseguir minhas coisas mais tarde, ok? Quer dizer, se nós estamos indo para Chicago?"
A expressão de Sergio parecia preocupada quando ele me puxou para perto e me levou a uma porta próxima. Uma vez que estávamos do outro lado, um homem em um terno preto acenou para nós. Ele digitou uma senha e nos escoltou por um longo corredor. Quando chegou ao final, ele digitou outra, e nós saímos do lado de fora.
Na frente de um jato particular.
Um jato particular enorme.
Era preto, elegante.
E barulhento.
"Vamos." Sergio entregou a nossa bagagem para o mesmo homem e então pegou minha mão e me puxou para cima pelas escadas e para o calor de dentro do avião.
"Sr. e Sra. Abandonato," o capitão nos cumprimentou com um sorriso acolhedor. "Sou o Capitão Parker, vou levá-los para Chicago. Foi-me dito que você queria a sua privacidade por isso não haverá assistente de bordo para ajudá-lo a se instalar. O meu copiloto e eu estamos a apenas um telefonema de distância." Ele apontou para um telefone ligado à parede. "Se vocês apenas sentarem, vamos taxiar e decolaremos."
"Obrigado." Sergio apertou sua mão.
"O prazer é meu." Capitão Parker tirou o quepe e fechou a porta do avião, então entrou na cabine, enquanto eu tirava o paletó que Sergio tinha me emprestado. Um calafrio percorreu pelos meus braços quando expectativa me acertou no rosto.
"Val?" Sergio segurou meu ombro com as mãos fortes. "Olhe para mim."
Eu estava olhando para ele.
"Não, querida, não assim."
"Eu estou olhando para você," eu sussurrei. "Não estou?"
"Você está olhando através de mim, você não está nem mesmo aqui, seus pensamentos definitivamente não estão aqui. Podemos falar sobre isso, às vezes ajuda."
"Eu estou bem." eu menti, o sorriso que estava rebocado nos meus lábios era inútil, quando a ferroada das lágrimas ameaçou assumir. "Sério!"
Suspirando, Sergio se recusou a me liberar. "Suas coisas já estão embaladas. Você não vai voltar para Nova York. Não até as coisas se acalmarem."
Engraçado como foi o simples fato de que eu estava não veria a única família que eu já tinha conhecido me causaria as lágrimas. Eu poderia esconder meu terror com o que eu tinha visto uma hora atrás.
Eu poderia forçar um sorriso através da violência.
Mas tirar o que eu amo, tirar a minha segurança?
Eu quebrei.
Com um soluço, caí contra seu peito. "Era tão barulhento!"
"Eu sei." Sergio esfregou minhas costas. "Eu sei."
Tremendo, tentei entrar dentro dele, desejando segurança. "E eles não paravam e depois você só... atirou neles. Naquele homem... na cabeça!"
"Ele não sentiu dor."
"Eu não me importo com a sua dor!" Eu gritei. "Eu me preocupo com o fato de que quase fomos mortos! E para quê? Isso é normal?"
Ele não respondeu.
"O silêncio não ajuda. Faz-me supor que atiram em você todo o tempo." Eu soluçava e deixei mais lágrimas caírem quando eu empurrei para longe dele e abracei meu estômago. "Oh Deus! Nós temos que voltar! Sergio!" Eu estava além de histérica. "E se eles vão atrás meus tios? Frank! Dante! Temos que avisá-los, temos que..."
"Eles já sabem. Eles vão ficar bem. Estou mais preocupado com sua segurança do que a deles."
"Eu sou jovem! Eles são fracos e velhos, e você sabe que Sal tem uma bengala!" Eu saltei e bati contra seu peito. "Não faça isso! Por favor, por favor!"
Ele fechou os olhos e me segurou com força enquanto eu continuei a lutar contra ele, não gritando nem uma vez de volta, ou devolvendo qualquer parte da violência, apenas aceitando enquanto eu chorava.
"Val," Sergio sussurrou uma vez que eu me acalmei. "Acredite em mim quando eu digo, isso não é o que eu tinha planejado para você. Eu estava indo para levá-la em uma verdadeira lua de mel, logo após o casamento. Era uma surpresa. Eu fiz seus tios embalarem tanto quanto podiam, todos nós pensamos que você precisava se acostumar a estar casada e merecia algum tempo longe, mas..."
"Mas," eu disse com uma fungada. "Nós fomos atacados."
"Não é seguro." Sergio inclinou meu queixo em direção a ele, a ponta do polegar rolando pelo meu lábio inferior. "Eles esperam que nós estejamos no México. Então, nós estamos indo para Chicago para tentar ganhar algum tempo e ver qual será o nosso próximo passo."
Eu empurrei para longe dele novamente e encontrei um dos assentos quando o avião começou a taxiar.
Lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto. "Me desculpe, eu sou fraca." Admitir isso era uma porcaria pior do que eu pensava. E isso só me fez chorar ainda mais. Eu me casei a menos de uma hora e já estava falhando.
"O quê?" Sergio me questionou, o seu rosto bonito mal contendo sua raiva. "Que merda você quer dizer com você é fraca?"
"Eu estou absolutamente apavorada que eu nunca vá ser capaz de tirar essa imagem da minha cabeça. Todas as imagens na verdade, ou toda vez que ouvir pipoca estourando eu vou achar que estou levando um tiro. Eu sou um fracasso. Não sou uma verdadeira esposa da máfia. Eu sei... eu sei que eu sou jovem," Eu respirei fundo. "E inocente, e pelo que você disse, Andi era... exatamente o oposto de mim." Doeu dizer essas palavras em voz alta; doeu mais do que eu imaginei, admitir minha própria incapacidade de atender às suas expectativas. "Eu só... eu preciso ser mais corajosa. Eu vou me esforçar mais."
"Você está, caralho, brincando comigo?" Sergio rugiu, ele caiu de joelhos na minha frente e segurou minhas mãos. "Val, olhe para mim."
Seus olhos azuis presos nos meus. Ele era tão bonito. Assim como a história. E isso era outra coisa. Meus tios não sabiam sobre as cartas.
Isso significava que elas foram esquecidas.
Eu tinha mais duas.
E elas estavam afastadas de mim agora.
Meu estômago afundou ainda mais.
"Você não é um fracasso." Sergio segurou meu rosto. "É um pouco presunçoso da sua parte presumir o que eu preciso e não preciso em uma esposa. E se eu gosto da ideia de finalmente ter alguém para proteger? Alguém para salvar? Alguém que é vulnerável." sua voz falhou. "Às vezes, Val, é bom ser necessário. Às vezes, é bom ser o herói de alguém. Apenas uma vez."
Eu coloquei meus braços em volta do pescoço. "Eu não o chamei de herói."
"Você não precisa."
"Isso é presunçoso."
"Bem, eu tenho total confiança nas minhas habilidades de salvar donzelas em perigo."
"Arrogante."
"Ok, pretendemos chamar de arrogância ou apenas a capacidade de ser um cara mauzão? Isso é chamar os bois pelos nomes, Val."
Comecei a rir.
Ele me fez rir.
O mesmo cara que olha para as pessoas erradas e as faz explodir em lágrimas e confessarem todos os seus pecados.
Ele me fez rir.
"Obrigado," Eu aproximei nossos narizes quase se tocando. "Por ser o meu herói."
"Tudo em um dia de trabalho." Seus olhos correram para os meus lábios, e em seguida, voltaram para os meus olhos como se pedisse permissão.
Então eu lhe dei, beijando-o em primeiro lugar.
Com um gemido ele bateu seus lábios contra os meus, me encontrando no meio do caminho. Mãos fortes cavaram meu quadril me puxando quase completamente para fora do assento quando as minhas pernas atraíram seu colo. Sergio caiu de costas contra o chão, me puxando o resto do caminho com ele. Ele ficou em uma posição sentada, quando envolveu meus tornozelos em torno de sua cintura e continuou seu ataque malévolo em meus lábios.
Sua boca era quente. E parecia... Perigosamente tentadora.
Parecia que eu estava com medo de cair e nunca ser capaz de voltar para onde eu tinha a vantagem, mais uma vez, eu nunca a tive, não onde ele estava envolvido.
Suas mãos deslizaram até a minha cintura fazendo com que o meu corpo subisse acima do dele, e então ele me guiou de volta para baixo.
Eu apertava minhas coxas em volta dele, e cada vez que eu apertava mais a sensação construía combinada com seus movimentos lentos. E cada vez que meu corpo entrava em contato contra o dele, era como o sentir empurrar para dentro de mim.
Minha roupa estava bloqueando os nossos corpos de se unirem.
Bem, isso, e o fato de que ele também estava vestido.
Mas eu queria.
Medo não estava preso ao modo como nós nos beijamos, somente exploração quente da minha parte, e necessária sobre a dele.
"Por favor, preparem-se para a decolagem." a voz do capitão saiu no alto-falante.
"Droga." Sergio se afastou de mim com os olhos selvagens. "Nós devemos..." Ele apontou para as poltronas.
Eu nem tinha percebido o quão bom o interior do avião era, eu estava muito ocupada observando o quão sexy ele era, bem isso, e tendo um colapso nervoso.
As poltronas de couro eram cor creme e havia sofás decorando esparsamente em torno da cabine principal. Uma pequena cozinha e um minibar com uma TV de tela plana estavam no lado oposto, e uma porta que eu imaginava levasse tanto ao banheiro ou a um quarto estava na outra extremidade.
"Eu não vou pressioná-la," Sergio beijou minha boca novamente. "hoje à noite."
"Que tal amanhã? Será que você me pressionará amanhã, então?" Eu só tinha que perguntar.
"Não." Ele sorriu presunçosamente. "Eu não acho que eu vou precisar."
"Lá vem você com essa arrogância novamente."
"Eu estou convencido." Ele empurrou contra mim, então riu sombriamente contra o meu pescoço. "O que posso dizer?"
O avião começou a pegar velocidade, então eu me apressei para longe dele, ajustando o meu vestido o melhor que pude, e me sentando em uma das poltronas mais próximas a ele.
Uma vez que estávamos no ar, Sergio tirou o cinto de segurança e se aproximou de mim, inclinou-se, a boca pairando perto do meu ouvido quando ele sussurrou: "Não se mova."
CAPÍTULO 33
Sono, que esquecer fazes a agonia, liberta-me da minha companhia. — Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Eu estava sendo cruel.
Bem, não tão cruel.
Mas usando o medo dela contra ela.
Seu peito levantava com cada respiração que ela dava, Val congelou, seu corpo inteiro ficou rígido enquanto eu estava inclinado na frente dela e lentamente soltava o cinto de segurança.
Beijei sua bochecha direita, depois à esquerda, os meus lábios pairando sobre sua boca. Seus beijos inocentes tinham se tornado viciantes da pior maneira.
Eu tinha esquecido.
Que era assim tão simples.
Eu gostaria de não estar tão perdido em minha própria tristeza e que eu não tivesse ignorado e lutado contra cada pensamento carnal, pensando que era quase uma traição contra a memória dela.
Mas cada beijo com Val me aproximava mais e mais perto da borda até que, finalmente, eu dei o salto e percebi que eu não tinha culpa de estar satisfeito com isso.
É desejo. Carência. Vontade.
Eu me lembrei de que eu gostava de sexo, inferno, eu amava.
Eu queria, eu poderia prová-lo, saborear a excitação no ar cada vez que minha língua tocava seus lábios e suas pequenas mãos inocentes chegavam ao meu corpo.
Eu estava duro antes de sequer tê-la tocado.
Uma virgem.
Uma menina que ainda não tinha sido beijada.
O que significava que eu não podia simplesmente lhe empurrar contra a parede e levantar a sua saia, ou lhe dizer para se curvar e me tomar.
Porra, apenas de imaginar todas as diferentes posições tinha me deixado duro mais de uma vez.
Eu precisava trancá-la no quarto, então eu a deixaria nua e me afundaria nela pouco a pouco.
"Vamos." Eu a levantei em meus braços e a levei para o quarto. Ela não era tão leve quanto Andi tinha sido.
Mais muscular.
Mais curvas.
E, pela primeira vez em um tempo, não me parecia como se eu estivesse fazendo uma comparação, onde faltava em Andi, sobrava em Val.
É mais como uma observação. Ela era mais forte.
E eu gostava.
Seus lábios eram mais cheios.
E eles tinham um sabor diferente.
Mas eles eram maus... Tentadores.
E quando ela me beija, meu corpo voa baixo com consciência, minha língua quase fica entorpecida com a adrenalina que eu sinto fluir no meu sangue.
Sentei-a suavemente na cama e cruzei os braços. "Por que não se troca para as roupas que compramos, desde que as suas estão embaladas? Você pode tirar um cochilo." Val estava olhando para mim. E pela primeira vez desde que eu a conheci, eu não poderia ler sua expressão por mais que eu tentasse. Então eu continuei falando, minha voz ficando mais alta, como se para acalmar meus pensamentos, os pensamentos perigosos que apontavam como sexy ela estava, sentada na cama, e como sua coxa direita estava exposta por todo o caminho até a curva do quadril.
"E," Tossi e me virei em um semicírculo, tentando do modo mais idiota encontrar a luz. "Aqui está o interruptor de luz."
As sobrancelhas de Val subiram.
"Para..." Outra tosse estranha. Que diabos? "Desligar... as luzes."
"Isso é o que os interruptores fazem," Val disse docemente. "Eles desligam as coisas."
Eu engoli, e o meu corpo ficou completamente a bordo com todo o cenário de ligar e desligar. "Então..." Eu encontrei a minha voz, graças a Deus. "Talvez dormir cure todo o trauma."
"Ok," Val concordou rapidamente e se levantou. "Mas primeiro você pode me ajudar com o meu vestido?"
"O que você disse?" Perguntei com voz rouca, minhas mãos tremiam ao meu lado.
Ela virou as costas para mim. "Meu vestido, tem botões pequenos atrás que são impossíveis de alcançar. No fim das contas é um corpete e eu não tenho como arrancar pela frente."
Ela tem certeza sobre isso? Porque eu tenho certeza que eu poderia estar a ponto de arrancar o referido. Em vez disso, eu me aproximo dela e desabotoo rapidamente os dozes pequenos botões torturantes, meus dedos tremem quando eu encontro o zíper e o deslizo todo o caminho para baixo.
O som era mais erótico do que deveria ser, o farfalhar de seu vestido uma vez que caiu a seus pés.
Minha respiração estava ofegante quando eu coloquei minhas mãos em seu ombro.
Só para olhar para cima e perceber que ela literalmente não tinha sutiã.
Nenhum.
Mas ela tinha uma tira de renda branca, aninhada entre a bunda mais sexy que eu já vi em toda a minha vida.
Sem qualquer comparação necessária.
Verdade pura e simples.
Sua bunda era mais do que boa.
Olhar para ela me deixava atordoado e com ciúmes ao mesmo tempo, só de pensar que um simples pedaço de tecido estava indo para ter mais ação do que eu.
Eu deslizei minhas mãos por seus braços suaves, e então dei um passo para trás. "Terminei."
Ela virou com as suas mãos nos quadris. "Terminou?"
"Foda-se."
"Sergio?"
"Não tente um pecador, querida."
"Engraçado, eu sempre pensei que você fosse mais um santo." Ela era como uma deusa diante de mim, toda cheia de curvas e pele macia. Meus olhos tinham dificuldade para se concentrar em apenas uma coisa. Engraçado, antes tinha sido esse o meu objetivo, me concentrar apenas nos pés, ou apenas no quadril, ou apenas nos olhos, inferno até nas suas orelhas.
E agora, era definitivo. Era completamente ridículo o quão cego eu tinha sido, como eu não tinha visto isso antes.
Como que ela era linda.
Porque o que fazia Val... O que fazia Val linda... Tinha tudo a ver com todas essas características. Por si só, elas eram a perfeição que pintava um quadro de tão profunda beleza que, se eu tivesse olhado para ela, realmente a tivesse visto, no primeiro dia em que a conheci eu teria me ferrado.
E muito provavelmente pulado de um prédio para me impedir de sentir, de aceitar, de seguir adiante com isso.
"Eu não sei como fazer isso," ela confessou com uma voz suave. "É a sua vez, Sergio."
Eu não era digno desse tipo de confiança.
"Tem certeza?"
"Não."
Sua resposta me surpreendeu. "Você não tem certeza, e ainda assim você está em pé na minha frente de topless?"
"Eu não acho que uma virgem terá sempre certeza. Eu estaria mentindo. Você quer a verdade nesse casamento? Você me prometeu seu corpo." Ela deu um passo para frente. "Agora o dê para mim."
Suas mãos tremiam, era quase imperceptível. Minha menina estava sendo corajosa. Inferno, ela poderia chorar sobre tiroteios durante todo o dia, mas bravura no quarto? Era tudo que eu precisava.
E algo que eu nunca sequer imaginaria que eu estava desesperado para ter. Permissão para estar com ela.
Menos a culpa de reter as melhores partes de mim.
Dois passos e minhas mãos encontraram o seu exuberante corpo, puxando-a contra mim, seus seios pressionados contra o meu peito, provocando, provocando.
Movi minhas mãos para o corpo. Droga, ela pode ser jovem, mas ela era toda mulher.
O poder que tinha sobre mim era humilhante e terrível ao mesmo tempo. Nossas bocas se encontraram em um beijo frenético. Minhas mãos cavaram em seu cabelo enquanto ela agarrou minha bunda.
Onde diabos uma virgem já sabe como agradar um homem antes que ele esteja dentro dela? Suas unhas cravaram em minhas calças.
Com um louco eu ando para trás e puxo minha camisa sobre a minha cabeça jogando-a para o lado. O avião atingiu um patch de turbulência enviando-a em meus braços. Eu caí de costas puxando-a comigo, assim que nós sentimos outra turbulência.
A luz do cinto de segurança acendeu no quarto. "O que você disse?" Eu rio. "Viva perigosamente?"
"Oh, eu tenho uma cobra." Val sorriu. "Eu casei com um ninho delas."
"Sim, você fez." Comecei a rir.
Na cama.
Com a minha nova esposa.
Louco.
Impossível.
Mas lá estava eu.
Ela lambeu os lábios, em seguida, passou um dedo no meio do meu peito. "Eu quero..." Ela olhou mais baixo. "Agradar você."
"Eu quero isso..." Eu peguei as duas mãos. "Mais tarde. Mas agora, vamos fazer isso mais sobre nós do que sobre mim."
Seus olhos se arregalaram. Provavelmente, como o meu fez. Minha admissão me assustou, porque eu não estava mais pensando no singular, e sim como uma equipe.
Com uma nova parceira. Uma que eu nunca pedi. Uma que tinha sido forçada em cima de mim. Mais uma vez.
Seus olhos procuraram os meus, como se dissesse: "E agora?"
Eu puxei sua cabeça para baixo, nossas bocas se encontrando em algum lugar no meio, enquanto eu a provei uma e outra vez, então enganchei o pé em suas pernas, lançando-a de costas. O avião saltou, fazendo-a mover-se para mim.
Eu ia usar a turbulência ao meu favor.
Com um sorriso malicioso, eu tirei minha calça, em seguida, me arrastei lentamente até o seu corpo, não deixando nenhum pedaço de pele sem a atenção de ambos, meus lábios ou a minha língua.
Seus olhos fechavam, e abriam, fechavam novamente. "Eu sinto..."
"Tudo," eu disse para ela. "Eu quero que você sinta tudo".
CAPÍTULO 34
Meu coração é verdadeiro como aço.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Roube o seu corpo, o coração dele o seguirá.
O bilhete no dia do meu casamento, o que veio com o vestido, tinha instruções muito específicas. Roubar seu corpo, seu coração seguirá. Junto com o vestido e meu bilhete havia um para Sergio.
Eu não sabia o que isso significava. O que qualquer coisa disso significava.
E eu tinha estado traumatizada demais para pensar nisso até esse beijo.
Eu teria sido tão valente sem o encorajamento? Provavelmente não. Mas algo sobre a maneira como ele estava murmurando sobre acender as luzes e desligá-las era bonito, como parte de sua atitude alfa, de alguma forma tomou um desvio e revelou um nervosismo e vulnerabilidade que eu nunca tinha visto nele antes.
Deixou-me à vontade. E me deixou na dúvida: ele me quer tanto quanto eu o quero?
No pior cenário, ele me rejeita e fecha a porta. Já havia feito isso, só que dessa vez seria pior, porque eu estaria seminua.
As palavras do bilhete ainda me assombravam.
Roube o seu corpo, o coração dele o seguirá.
Então eu fiz a única coisa que eu sabia... Afinal, eles nos safaram dos assassinos, certo? Mostrando meus seios? Foi desse modo que nós tínhamos sobrevivido antes. Eu penso que se eles resolveram as coisas com esses assassinos, então eles trabalhariam no meu marido.
E estava acontecendo.
Bem demais.
A boca de Sergio estava tão molhada e quente que eu tinha dificuldade em não me contorcer debaixo dele cada vez que seus lábios escaldantes encontravam a minha pele. Peguei um punhado de seu cabelo enquanto ele abaixou a boca para minha coxa, tão perigosamente perto de me beijar em um lugar que eu não tinha certeza se eu estava preparada.
Meu corpo ficou tenso com nervosismo e talvez com um pouco de medo... Era desconhecido, e tudo era bom, mas era novo. E assustador.
Ele se afastou bruscamente, com uma expressão de concentração. "Levante-se."
"Não!" Eu balancei minha cabeça. "Eu vou fazer melhor? Veja? Sem tensão!" Eu tentei relaxar tanto quanto eu podia, enquanto seus lábios tremeram com um sorriso. "Você está rindo de mim?"
"Por dentro," ele disse em uma voz grave. "Deveria fazer eu me sentir melhor?"
Eu fiz beicinho. "Não."
Sergio me puxou para uma posição sentada, em seguida, me colocou em meus pés, tomando o meu lugar ao pé da cama. Ele ainda tinha sua cueca boxer, mas ela não escondia nada. Se eu estava intimidada antes, então eu estava pirando agora.
"Sente-se aqui." Ele puxou meu corpo para baixo, então eu estava de frente para ele, minhas pernas acima dele como antes. O avião sacudiu, meu corpo bateu contra o seu, o atrito, a sensação de nossos corpos era quente. Era bom, muito bom, e se eu apenas me movesse um pouco mais, um pouco mais rápido...
"Monte-me," ele sussurrou em meu ouvido. "Duro."
Era isso que eu estava fazendo?
"E saia da sua maldita cabeça." Sua boca encontrou a minha em um beijo longo e lento. Eu estava tonta com a sensação dele pressionado contra mim, junto com a sua língua na minha boca. Ele aprofundou o beijo, gemendo quanto mais eu me movia contra ele.
A turbulência atingiu novamente. Eu bati contra ele com mais força.
"Foda-se." Ele respirou contra meu pescoço. "Só assim, deixe seu corpo assumir..."
"Mas,"
Ele agarrou meu quadril, seus dentes mordiscando meu pescoço entre beijos enquanto ele me empurrou contra ele. A turbulência, ou talvez o universo, concordou, porque cada vez que atingiu um solavanco era como se nossos corpos estivessem lutando para juntar um ao outro.
Sensações estavam sendo construída dentro de mim, impossível parar a necessidade de me mover mais rápido, mais duro contra ele.
"É isso aí," insistiu ele, sua voz rouca. "Vamos lá, querida."
O avião sacudiu.
E eu também quando algo quebrou em torno de mim, talvez fosse o meu corpo, meu coração, ou uma mistura de ambos. Parecia... Bom demais para ser verdade.
Sem me dar tempo para pensar sobre o que aconteceu, Sergio me pegou pela bunda e me jogou em cima da cama, tirando a sua cueca boxer preta, e, em seguida, muito lentamente tirou minha tanga pelas minhas pernas.
Isso estava acontecendo.
As sensações se foram.
Substituída com um pouco de trepidação quando um homem que eu tinha visto se posicionar no meio de outros homens, pairou seu corpo poderoso e divino sobre mim.
Ele era tanto uma fera quanto um príncipe.
As linhas de seu corpo eram de tirar o fôlego. Ele tinha marcas de suas batalhas em sua pele perfeita, seu forte maxilar cerrado quando ele abaixou seu corpo, mais perto, e mais perto, até que finalmente estávamos pele com pele.
Deixei escapar um suspiro quando ele lentamente provocou a minha entrada. "Você está pronta para mim..."
"Como você sabe?" Uma pressão estava sendo construída dentro de mim de novo, uma necessidade intensa de algo que eu não sabia como vocalizar.
"Confie em mim." Seus lábios roçaram meu ouvido, e então ele estava me beijando novamente. Esse beijo era diferente, quase de uma natureza violenta, tão fácil de ser apanhado dentro, me consumir toda. Nossa respiração era uma. E então ele se afundou em mim.
Completamente.
Engoli em seco e, então soltei um gemido ridículo.
Ele cobriu minha boca com a sua e então puxou para trás. "Sinto muito, nunca é fácil na primeira vez."
"Só isso?" Eu fiz uma careta, um pouco decepcionada.
Ele sorriu enquanto seu corpo se movia para dentro e para fora, construindo uma cadência lenta, permitindo que eu me acostumasse com a plenitude. "Nem pensar."
Eu assenti.
Uma vez.
Duas vezes.
Ele mudou de posição para que pudesse alcançar entre os nossos corpos. Tudo sobre o seu corpo era intenso, colossal, suado, com a palma da mão calejada pressionando firmemente contra o meu clitóris, a sensação dolorosa se intensificou quando ele empurrou para dentro de mim uma e outra vez.
Minha boca se abriu com um gemido quando ele beijou o lado do meu pescoço, e sussurrou: "Abra os olhos."
"Não quero."
"Você quer."
"Eu não quero."
"Observe-me te foder."
Talvez eu estivesse escandalizada, ou chocada, ou uma mistura de ambos, mas eu abri meus olhos e o que eu vi não era o que ele descreveu.
Ele pensava que era.
Ele queria que fosse simples.
Mas não havia nada, que não fosse à ternura de quando ele diminuiu o ritmo e alongou cada impulso tão profundo que eu pensei que estava indo para queimar.
"Sim," choraminguei arranhando suas costas. "Por favor."
"Por favor, o quê?"
"Por favor..." Eu puxei sua boca para baixo para a minha e o beijei ternamente mudando a maneira como eu me agarrei a ele, o abraçando, lhe mostrando com o meu corpo que isso era mais... Nós éramos mais do que o que ele estava fazendo. "Faça amor comigo, Sergio. Faça-me esquecer tudo, ser apenas nós."
Uma expressão de dor cruzou seu rosto quando ele empurrou uma última vez, o corpo dele pressionando o meu na cama enquanto sua boca encontrava a minha em um beijo punitivo. Algo mudou nesse momento entre nós, quando eu gritei e ele caiu contra mim.
Algo épico.
Mas eu não tinha tempo para descobrir isso, porque assim que ele caiu contra mim, ele se afastou, pegou suas roupas do chão e caiu fora do quarto, batendo a porta atrás dele.
CAPÍTULO 35
Pois nunca poderá ser ofensivo quanto à simplicidade e o zelo dita. — Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Raiva sempre ataca de duas maneiras diferentes.
Ou é uma queimadura lenta, uma loucura rodopiando amarga bombeando em suas veias até que você sinta como se estivesse prestes a explodir.
Ou é súbita.
Como levar um tiro no peito com ácido, te deixando paralisado, incapaz de se mover, e nesse momento, você gosta da sensação, você a aceita.
Você merece isso.
Insano.
Raiva.
Raiva incontrolável.
Pela primeira vez na minha vida.
Ambas aconteceram simultaneamente quando eu joguei minhas roupas contra a parede. Insuficiente. Não era o suficiente.
Ainda doía.
A raiva ainda bombeando.
Eu bati minhas mãos contra o bar e empurrei todos os copos de cristal para fora. Eles voaram pelo ar e bateram em meus pés descalços, se espalhando pelo chão do avião.
Meu peito parecia que ia estourar, eu soquei o bar de mogno com o meu punho direito, várias e várias vezes.
"Sergio." A voz de Val estava calma. Por que diabos ela estava calma.
"Saia!" Eu gritei sem me virar, sem confiar na minha própria violência, minha incapacidade de virar e olhá-la. "AGORA!"
Um tranquilo "Não." foi sussurrado.
E então braços vieram em volta da minha cintura.
Tentei afastá-la, mas era como se toda a minha força tivesse me abandonado.
"Foda-se." Eu deslizei para o chão, do meio dos braços de Val e puxei meus joelhos para o meu peito. "Você precisa ir."
Ela não discutiu, mas ela não saiu. "Val, eu estou avisando."
Ela era estúpida?
Recusei-me a olhar para ela.
Eu já me sentia um merda. A última coisa que eu precisava ver era a raiva em seus olhos, a rejeição, a vulnerabilidade. Eu tinha acabado de tomar a sua virgindade e corrido para fora do quarto como se demônios estivessem me perseguindo.
Eles estavam.
Eles arranhavam meu corpo ensanguentado, rindo, provocando, me sacudindo até que eu quis queimar no inferno, seguindo junto com os meus pecados. Eu queria ser mais do que o meu passado, mais do que a toda a escuridão que me consumia, e por algum breve momento, eu me senti feliz, mais feliz que eu me senti em um longo tempo.
Mas assim que a felicidade aconteceu, veio seguida de culpa. Estando dentro dela, conhecendo-a desse modo, era como se eu estivesse sendo forçado a deixá-la ir.
A fim de aceitá-la.
Eu tinha que deixar Andi ir.
Eu me recusava a fazer isso.
Eu não poderia fazer isso.
"Droga." Eu esfreguei meu rosto com minhas mãos. "Val, eu preciso ficar sozinho. Desculpe-me, eu estou sendo um idiota. Mas, pode fazer o favor de sair?"
"Não."
"O que diabos está errado com você?" Eu lati, irritado que ela não me ouviria. Era tudo o que eu precisava. Apenas um maldito minuto para pensar sobre as coisas. Para processar o que tinha acontecido.
Tentar reviver o sabor dela.
A maneira como ela fazia eu me sentir.
Embora estivesse errado.
Era fodidamente injusto sentir... Essa perfeição com ela...
Meus punhos apertaram. Ela era diferente de Andi, eu sabia disso. O que eu não esperava. Eram os meus sentimentos por ela, após um encontro.
Era para eu ser mais forte.
E eu me odiava por isso.
Será que eu até mesmo amei Andi?
Meu peito doía.
E não pararia de doer.
Ela era o problema.
Val.
Ela precisava ser a única a correr, havia uma razão para eu manter distância, e agora eu sabia.
Oh, eu sabia muito bem.
Ela era perigosa, o poder que ela já tinha sobre mim era palpável, como se algo tivesse até mesmo mudado no ar entre nós, a agitação da tensão sexual, luxúria, ressentimentos... Amor.
"Durma um pouco, Val," eu sussurrei. "Eu não sou boa companhia agora." Eu tentei soar mais suave, mais no controle das minhas palavras.
"Eu acho que você precisa de alguém... talvez, mesmo que esse alguém não faça nada além de sentar ao seu lado nesses vidros quebrados."
Olhei para baixo, meus pés estavam cortados, minhas mãos estavam sangrando e com feridas, e ela estava sentada no vidro ao meu lado, como se não estivesse machucando sua pele, como se ela estivesse bem com a dor, porque era compartilhada com ela mesma.
Com um suspiro, Val estendeu a mão para mim.
Olhei para ela como se fosse um objeto estranho. "É apenas uma mão, Sergio."
"Não," Eu mordi meu lábio sentindo gosto de sangue. "Não é."
Val apertou minha mão sangrando na dela e segurou-a firmemente. "Por agora ela é. Deixe-o simples, Sergio. Eu estou segurando a sua mão porque você está chateado. Isso é tudo que existe nisso, ok?"
Eu não confio em mim para falar, então eu concordo e quando dou por mim me encontro apertando a sua mão como se fosse uma tábua de salvação.
O avião pousou.
E eu ainda não tinha falado mais do que algumas frases com Val. Ela tinha trocado de roupa e começado a limpar a bagunça dos vidros. Eu estava vestido com minha calça e camisa branca do casamento, mas minhas roupas pareciam sujas, manchadas. E eu não tinha ideia do por que.
Depois de agradecer o piloto, enviei uma mensagem rápida para Nikolai para avisá-lo sobre a confusão e me oferecer para pagar pelos danos. Não que ele provavelmente se importe, mas ainda assim.
A Mercedes Maybach esperava na pista, o motor ligado, e um dos associados da família, Darin, no assento do motorista. No minuto que saímos do avião, ele saiu do carro e abriu nossas portas.
"Você teve um bom voo, Sr. Abandonato?" Eu não ousei olhar para Val.
"Muito turbulento," Ela respondeu por mim. "Mas foi uma viagem rápida."
Darin acenou com a cabeça, fios de cabelo grisalho caíram sobre sua testa. "Bom, eu vou levar as suas malas."
Suas sobrancelhas se ergueram quando ele se moveu por mim e agarrou as malas do avião. Eu o conhecia desde que eu era um fedelho, sua expressão dizia tudo.
Ela era bonita.
Sim, mensagem recebida.
E ela parecia com a família... Com Luca.
"Entre," eu ladrei para ela. "Estamos a céu aberto." Era mentira, ninguém se atreveria a nos tocar em Chicago, no nosso território, mas eu não queria Darin fazendo quaisquer outros comentários ou olhando para ela, para que conste.
Val assentiu e deslizou pelo assento de couro macio.
A seguir, esperando por Darin apressar sua bunda para que eu pudesse chegar em casa e me trancar longe da minha nova esposa.
"Eu nunca estive em Chicago," Val disse em voz baixa. "Está mais frio do que eu pensava."
"É sempre frio." eu murmurei. Deus me salve da conversa fiada.
Ela tremia um pouco ao meu lado. "Você acha que eu posso ligar o aquecedor?"
Franzindo a testa, olhei para as suas mãos só para vê-las cruzadas em seu colo, tremendo como folhas. Quando eu encontrei o seu olhar, seu rosto estava pálido, como um fantasma.
Inferno, a última coisa que eu queria era me sentir como merda sobre isso, mas eu me senti. Porque tudo isso era novo para ela. No topo de tudo o que aconteceu no avião, ela estava totalmente entrando no meu estilo de vida. E não tinha ideia de como fazê-lo.
Não havia nenhum manual.
Sem qualquer instrução.
Nada, apenas permanecer viva e assistir à sua volta.
Eu precisava das meninas.
Com um suspiro, eu estendi a mão para o painel na parte de trás e liguei o aquecedor e aqueci seu assento, então peguei meu telefone do meu bolso e digitei.
"Ei," Mil respondeu ao primeiro toque. "Você pousou?"
"Sim." De repente eu estava exausto. "Olha, você pode trazer as meninas até a..."
"Cara, nós estivemos em sua casa pelas últimas duas horas. Eu sou uma leitora de mente. Você pode me agradecer mais tarde."
"Ou nem por isso." eu brinquei.
"Você é um idiota. Por que nós o mantemos por perto?"
"Eu sou muito caro para ser morto?" Eu ofereci.
"Certo, ninguém sequer encontraria o seu corpo. Mo está com essa merda fechada."
"A boca!" Mo gritou em voz alta.
"Vocês estão assistindo filmes de gangster de novo?"
Silêncio e então. "Eles são o favorito de Trace, e, aparentemente, você recebe um tratamento especial quando você está grávida."
"Ouçam, ouçam!" Uma voz gritou no fundo. Eu não poderia dizer se era Bee ou Trace, mas será que isso realmente importa? As mulheres eram ligadas pelo quadril; seria chato se não fosse tão necessário em nossas vidas.
Família era tudo.
Suspirando, eu disse: "Vamos ver vocês em cerca de quinze minutos."
"Okay, e Sergio?"
"Sim?" Eu resmunguei, minha visão borrada de exaustão e stress. "O quê?"
"Pode não ser bom agora, mas um dia será."
"Esse é o problema Mil, esse é o maldito problema, não é?"
Ela ficou quieta.
Mil e eu sempre tínhamos estado juntos. Ela era meia-irmã de Phoenix e não tinha sido fácil para ela e, no topo disso, ela era casada com Chase, de todas as pessoas, ela era rápida, uma locutora rápida, aterrorizante, e a única chefe da máfia do sexo feminino na história da Cosa Nostra. Ela via coisas que outras pessoas não viam.
Assim, a minha resposta provavelmente não foi uma surpresa para ela.
Porque eu sabia, que o dia tudo ficasse bem, também seria o dia... Que eu deixaria Andi ir.
CAPÍTULO 36
Para nos enforcarem. As nossas mães perderiam os filhos.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu estaria mentindo se dissesse que estava bem, que eu não estava me sentindo humilhada, irritada, frustrada, confusa. E, no entanto, eu também estava triste.
Triste por ele.
Porque a batalha era tão evidente em seu rosto, na forma como os ombros estavam caídos durante todo o percurso pela cidade. Ele estava chateado.
E por uma boa razão.
Eu era uma intrusa.
Uma substituta para o que ele realmente queria, o que ele sempre precisaria.
Eu nunca tomaria o que ele tinha tido, mas parte de mim perguntava se era assim que essas coisas funcionavam. Quer dizer, eu era uma pessoa completamente diferente, eu nunca seria ela, mas dizer isso em voz alta para ele parecia ser apenas uma opção de vida muito errada.
Ele tinha uma arma.
E ele tinha dado muita pancada em um balcão de madeira. Quase cortado às artérias com cacos de vidro.
Sim, ele precisava de espaço. Mas quando você está machucado, pelo menos na minha pequena e inocente mente, o que você diria era geralmente o oposto do que você queria.
Então eu segurei sua mão, com medo de que ele virasse contra mim. Seus olhos selvagens eram mais de cansaço do que raiva, agora que estávamos dirigindo por alguns quilômetros.
Eu me sentia solitária.
Eu tinha perdido Gio, Sal, e Papi, e meu coração doía quando eu pensava em Dante sozinho. Mesmo Frank tinha crescido em mim, e agora era como se eu tivesse sido arrancada da minha antiga vida e recebida uma nova sem ninguém me perguntando se eu estava bem com isso.
Eu sabia que Sergio estava sofrendo, Deus, eu podia sentir a sua dor, que era uma coisa tangível, sua tristeza, sua raiva, mas, parte de mim só queria alguém para perguntar se eu estava bem.
Eu precisava que alguém segurasse minha mão também.
Eu precisava de um abraço.
Ou até mesmo algo familiar.
Pegamos uma saída, que nos levou por um longo... Caminho. Algo tocou, e a porta se abriu. A casa era enorme, dois andares, com uma fonte no meio. Enorme. Um enorme conto de fadas.
Hah, irônico, que eu ia fazer parte do conto de fadas, pelo menos que haja uma biblioteca ou algo assim. Desde que eu tinha casado com a besta, dê-me livros.
Engoli em seco, quando alguns homens de terno saíram da casa e acenaram com a cabeça em direção ao carro. Nossa porta se abriu. Com a boca ainda aberta, eu dei um passo para fora do carro e em direção as escadas que levava até a casa, assim que entrei uma menina se atirou para fora das portas duplas e correu a toda velocidade em nossa direção.
Eu me protegi.
Ela parou bem na frente de Sergio e piscou. "Eu vejo que Tex não o matou."
"Infelizmente, não." Sergio sorriu. "Seu interesse é louvável, Mo."
"É não é? O que posso fazer?" Ela o puxou para um abraço apertado e, em seguida, virou-se para mim. "Carne fresca?"
Eu abri minha boca e então fechei.
"Eu estava brincando," ela disse em um tom mais suave. "Você é jovem."
Era realmente isso o que todos pensavam sobre mim quando me viam?
"Inferno Sergio, eu poderia jurar que encontrei uma ruga no meu olho direito, olhe." Ela apontou para o lado de seu rosto, enquanto Sergio revirava os olhos.
"Mo, você tem vinte e três."
Com um suspiro, ela enganchou seu braço no meu e se inclinou. "Você parece com ele. Com Luca."
"Eu pareço com um homem?" Eu deixei escapar.
Mo começou a rir. "E você é adorável, alguém já lhe disse como sua voz é sexy? É realmente baixa, profunda, mas sexy como o inferno. Você não acha que ela é sexy como o inferno, Serg?"
Era a sua vez de ficar pálido.
Eu me entreguei, quase me encostei-me a Mo quando a rejeição ameaçou sufocar a vida para fora de mim.
Eu estava envergonhada. Envergonhada. Eu cheirava como ele? Como sexo? Ela poderia dizer? Cada movimento que eu fiz foi um lembrete de que nós tínhamos sido íntimos, minhas coxas ainda zumbiam com prazer, eu estava ferida, e minha boca estava inchada.
"Não seja constrangedor, idiota." Mo olhou para ele. "Leopardos realmente não mudam suas manchas, não é?"
"As meninas?" Sergio ignorou. "Estão aqui dentro?"
"Sim, nós estávamos arrumando o quarto dela."
Eu fiz uma careta. "Dela?"
"Sim." Mo disse suavemente. "Nós achamos que, depois de passar alguns dias com Sergio você iria querer seu próprio espaço longe do animal, por isso, fizemos um quarto mauzão, com roupas suficientes para deixar qualquer menina louca de inveja. Conseguimos os seus tamanhos com Phoenix."
"Phoenix!" Sergio gritou, "Onde diabos ele conseguiu as medidas dela?"
Mo apenas sorriu.
Eu estava cansada demais para ficar chateada que eu não estava dividindo um quarto com Sergio. Ele precisava de espaço, certo? Talvez eu precisasse, também.
Talvez fosse apenas demais.
Mo manteve falando sobre as roupas no meu quarto, ela era cerca de cinco centímetros mais alta do que eu, o que não era nada de novo desde que eu sempre fui um pouco baixa. Seu cabelo preto longo, sedoso chegava à sua cintura; era lindo.
Ela era linda.
O som da risada enchia a casa conforme Mo me levava para uma sala e anunciava: "Olha quem eu achei!"
Todo riso cessou.
As garotas viraram a cabeça. Todas elas eram morenas, e eram absolutamente tediosamente impressionantes. Até o ponto onde eu não tinha certeza de quem era mais bonita.
Todas elas?
Uma delas estava pelo menos com oito meses de gravidez. Ela brilhava mais que o resto; seus olhos brilharam em minha direção quando ela deu uma cotovelada na menina à sua direita, cujo sorriso parecia que tinha ganhado uma aposta ou algo assim.
"Oi." Eu consegui dizer e, em seguida, como uma total perdedora; comecei a chorar.
"Oh, querida!" Uma das meninas correu para frente e de repente eu tinha cinco mulheres me abraçando e me levando para um grande sofá branco.
"Sirva o vinho!" Uma gritou. "Pegue o chocolate!"
Dentro de minutos, eu tinha uma enorme taça de vinho em uma mão e uma barra de chocolate na outra. Atordoada, olhei para todas elas quando mais lágrimas escorriam pelo meu rosto. "Eu sinto muito. Eu juro que eu normalmente não sou uma chorona. Bem, quero dizer, se você contar ultimamente eu sou, mas..."
"Está tudo bem aqui?" Sergio bateu na porta aberta.
Uma das meninas ficou de pé e marchou para a porta. Sem responder, ela bateu a porta na cara dele e a trancou.
Engoli em seco. "Você acabou de bater a porta na cara dele?"
"Sim, ele está bem." Ela sorriu.
Meus olhos se estreitaram. Ela parecia familiar, como realmente familiar. E de repente tudo se encaixou. "Você!"
Seu sorriso se alargou. "Eu?"
"VOCÊ!" Eu quase saltei da cadeira. "Você estava no banco!"
"Prazer em conhecê-la Val, oficialmente." Ela colocou as mãos no quadril. "O meu nome é Emiliana, mas você pode me chamar de Mil. Eu sou a esposa de Chase."
Uma das meninas fez o sinal da cruz sobre o peito ao meu lado, como se dissesse boa sorte com isso.
"Eu não..." Eu respirei fundo. "Eu não entendo, o que você estava fazendo no banco? E quem era aquele outro cara?"
"Roubando-o?" Mil ofereceu com um sorriso malicioso. "Eu sou boa com as mãos."
"Pare, você vai dar a ela estranhos pesadelos sexuais com Chase."
Uma das meninas à minha direita começou a esfregar minha costa, seu sorriso era cativante, confiante. "Eu sou a Trace a propósito, a melhor metade de Nixon."
"Ouçam, ouçam!" Mo riu, enquanto o resto das meninas levantou os copos no ar, a grávida levou uma garrafa de água para os lábios e piscou para mim.
"Mo, você é casada com?"
"O alto feio," ela disse com uma voz completamente séria. "Realmente alto, grita muito, o que muitas vezes sonha em usar Sergio como tiro ao alvo."
"Tex?" Eu imaginei. "O-o Cappo?"
Mo riu. "Por favor, não gagueje seu nome perto dele, vai ser impossível viver com ele, e já é."
A menina com a garrafa de água sentou-se perto dos meus pés. "Eu sou Bee."
"Você vai ter um bebê em breve?" Eu estava feliz que a conversa não era mais sobre mim, porque eu sabia que se eu falasse sobre mim, sobre a minha situação, eu sentiria pena de mim mesma, e eu provavelmente iria chorar de novo, e a última coisa que eu queria fazer era chorar na frente de minhas novas amigas, minha nova família.
Ela assentiu com a cabeça. "Sim, a qualquer momento. Eu não posso esperar para tirar esse pequeno monstro de dentro de mim. Phoenix está forçando a vida para fora de mim desse modo. Se ele estivesse aqui, ele provavelmente iria me mandar para a cama."
Phoenix parecia o mais escuro para mim, mas algo ajustava sobre a sua situação, ele seria protetor sobre sua esposa grávida, porque, mesmo sem me conhecer, ele agiu dessa maneira comigo, como se eu fosse importante, embora eu fosse uma completa desconhecida.
"Então," Mil sentou-se de pernas cruzadas na minha frente, trazendo o vinho aos lábios. "Encontrou o que procurava?"
"Hã?"
"Com a chave que você tinha você encontrou o que estava procurando?"
"Você...?" Eu tentei reconstituir o momento que estivemos juntas. "Como você sabia que eu estaria lá naquele dia?"
"Nós temos os nossos métodos." Ela não disse mais nada, apenas bebeu mais vinho com os olhos fixos nos meus sobre sua taça. Quando ela o colocou para baixo, ela levantou as sobrancelhas. "Bem? E então?"
Eu não tinha certeza de como responder. "Sim e não."
As meninas ficaram quietas.
Uma forte batida soou na porta. "Mo, sua filha da puta! Quantas roupas você comprou?"
"Você pode pagar, seu idiota!" Ela gritou de volta.
"Você demoliu o quarto inteiro!"
"Foi necessário!"
As garotas caíram em ataques de riso quando ele foi embora soltando palavrões.
Eu fiz uma careta. "O que vocês fizeram?"
"Ei," Trace acenou. "Você precisava de um quarto que fosse próximo ao de Sergio, mas sem fantasmas do passado, de modo que, basicamente, remodelamos um dos banheiros e uma das áreas de estar do andar de cima em uma suíte máster gigante. É lindo e há uma porta de ligação para o quarto dele apenas no caso de você precisar."
Hah, apenas no caso.
Olhei para as minhas mãos e murmurei: "Obrigado. Eu não sei como pagar vocês."
"Dê-lhe o inferno." Mo disse enquanto minha cabeça se ergueu. "É assim que você nos paga, Nicolasi, dê-lhe o inferno."
"Eu sou uma Abandonato agora," eu disse com uma voz derrotada. "Eu era uma Nicolasi toda a minha vida e não sabia, e agora eu tenho um novo nome, um que nem mesmo..."
"... Se ajusta." Trace agarrou a minha mão. "Eu diria para lhe dar tempo, mas ele teve. E Andi não queria que ele agisse deste jeito. Na verdade, ela provavelmente chutaria a bunda dele se pudesse. Não me surpreenderia, se ela descobrisse uma maneira de assombrá-lo."
As meninas riram.
"Como ela era?" Perguntei. "Ele não fala muito sobre ela."
Trace trocou um olhar com Mil que negou com a cabeça lentamente e disse: "Ainda não."
"Huh?" Eu fiz uma careta. "Estou perdendo algo?"
"Espere até você ler a última carta. E então nós vamos lhe mostrar o quarto."
"O meu quarto?"
Ela ficou em silêncio e depois Bee sussurrou: "O dela."
Mais tarde naquela noite, quando eu estava resolvida na cama com a mesma taça de vinho na minha mesa de cabeceira, eu percebi.
Elas tinham conhecimento sobre as cartas.
Todas elas tinham.
Qual o jogo que elas estavam jogando?
Foram elas que as escreveram?
Não que isso importasse, já que as cartas estavam muito longe agora. Eu tremia sob os cobertores, então, finalmente, os joguei e fui para a mala que tinha sido embalada para mim.
Eu a abri e comecei a remexer procurando por algo mais quente quando minha mão tocou o papel. Franzindo a testa, eu dei um pequeno puxão.
Cada carta estava embrulhada em um pacote pequeno, incluindo as duas últimas.
Deixei cair o pacote como se fosse fogo. Phoenix tinha feito minhas malas. Era ele o tempo todo? Mil era sua irmã. Era desse modo que ele sabia?
Minha cabeça doía. Estava dando voltas completas.
Peguei uma camiseta Henley e a puxei sobre o meu corpo, em seguida, comecei a caminhar de volta para minha cama solitária, quando ouvi uma batida na porta.
"Entre." eu falei.
"Obrigado." Sergio deu dois passos e olhou ao redor, seus olhos tomando o conceito por todo o quarto gigante, com um closet aberto que era maior do que todo meu quarto em Nova York. As roupas eram todas de grife. Todas novas. E todas do meu tamanho.
Eu tive um momento de raiva quando quis rasgá-las todas para fora dos cabides e colocá-las no fogo, não porque eu não estava grata, mas porque os presentes não eram o caminho para o meu coração, se ele sabia disso, ele saberia que não importava se eu vivia em uma caixa de sapatos com um bom par de sapatos e uma camiseta, ou tinha uma mansão. Ele saberia que o material não me importava. Mesmo que em sua maior parte os presentes eram mais das meninas do que era dele.
Por favor, me abrace. Eu silenciosamente implorei.
Ou pelo menos olhe para mim.
Diga-me que tudo vai ficar bem.
Eu tremia, abraçando meu corpo perto quando os olhos frios de Sergio finalmente desembarcaram nos meus.
Ele poderia muito bem estar em outro país da maneira como ele olhou para mim, colocando toda essa distância física entre os nossos dois corpos, recusando-se a mover para mais perto. "Então," ele disse, e fez um pequeno semicírculo. "Até agora você viu que as meninas são loucas."
Eu ofereci um pequeno sorriso. "Sim, eu meio que me apaixonei por elas."
"É assustador o fato de que elas estão reproduzindo cópias com carbono."
Conversa fiada? Sério?
"Você precisa de alguma coisa?" Perguntei.
Ele abriu a boca e a fechou, os olhos transmitindo uma tristeza enraizada e dor que eu sabia que ele se recusaria a compartilhar comigo, o que me prejudicava ainda mais do que ser deixada sozinha, porque eu queria ajudá-lo.
Vê-lo com dor me machucava.
Ele só não sabe ainda.
"Não." Ele se balançou sobre os calcanhares. "Durma bem."
"Obrigado. Você também."
CAPÍTULO 37
Sei o lugar onde há um belo canteiro que o ar embalsama o agradável cheiro do tomilho selvagem, da sincera violeta e da graciosa primavera, onde há latada de rosas e doces madressilvas. — Sonho de uma Noite de Verão
Duas semanas depois
Valentina
"Durma bem." Sergio assentiu.
"Você também."
Era a nossa coisa.
Durante o dia ele me evitava, fechava as portas, fazia algumas tarefas. E eu assistia cada programa de TV conhecido pela humanidade. Depois de um tempo, o tédio venceu, e eu pedi a uma das meninas para me ensinar como fazer algo útil.
Bee veio às segundas-feiras para me ajudar a cozinhar, embora ela tivesse de sentar-se durante todo o tempo desde que ela teria um bebê a qualquer momento.
Trace me ensinou a atirar nos campos, ela sempre tinha histórias engraçadas sobre Wyoming e me fez sentir que estava bem ter medo. Chorei com ela algumas vezes, e eu estava tão envergonhada que eu chorei mais. Mas Trace não disse nada. Ela apenas me segurou e me disse que iria ficar melhor.
Mil ajudou com a raiva. Sextas-feiras eu fiz sessões de Kickboxing, e ela tinha colocado uma imagem do rosto de Sergio sobre o saco de pancadas. No começo eu me senti horrível. E então Sergio passou pelo ginásio e apenas continuou andando.
A culpa desapareceu, e a raiva foi substituída por uma raiva intensa. Como ele ousa me ignorar!
Parei de ler as cartas também. Eu tinha uma boa esquerda.
Eu não queria parar, mas elas me deixavam esperançosa.
Eu estava sofrendo.
Eu estava sozinha.
E Dante não me mandava textos de volta.
Gio tinha atendido ao telefone quando eu liguei e disse que Frank estava ocupado com Dante e que eu ia começar a falar com ele em breve.
O restante dos caras tinha voltado de Nova York logo depois que eu cheguei a Chicago, mas eles não apareceram por aqui imediatamente. Acho que foi a maneira deles deixarem Sergio e eu ter um tempo juntos. Mal sabiam eles que não havia tempo. Risque isso, havia tempo, era apenas eu gastando comigo mesma.
Mo me visitava sempre, às vezes todos os dias. Ela sempre tentava me levar às compras, e quando o meu próprio cartão de crédito preto brilhante chegou com o meu novo sobrenome e uma linha de crédito sem limite, ela disse que deveríamos comprar um carro e colocar Sergio nele, atear fogo, e jogá-lo de um penhasco. Eu ri, mas não fiz.
Eu queria defendê-lo. Mas eu estava cansada de mentir por ele. Cansada de forçar sorrisos quando ele estava por perto, quando estávamos na frente das pessoas, eu sabia que o meu momento estava por vir. Quando eu não teria mais nenhuma energia.
Quando eu quebrasse.
Era apenas uma questão de tempo, antes que ele sugasse a vida fora de mim, porque ele não conseguia superar a morte. Eu apaguei a luz e olhei para a porta, minha mente vagando, meu coração ferido. Sergio Abandonato, meu marido, não estava vivendo.
Ele não estava nem morto.
Ele era um fantasma.
E só ele poderia libertar-se.
CAPÍTULO 38
Em quarenta minutos vou dar uma volta na terra.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Eu estava torturando a mim mesmo.
Eu pensei que se eu propositadamente lembrasse tudo sobre Andi, indo tão longe a ponto de até mesmo manter seu quarto em perfeito estado, com todas as memórias de nós dois juntos, talvez eu fosse me lembrar de como era estar com ela e só com ela.
Durante o dia, eu forcei meus pensamentos em Andi.
Mas as noites eram completamente diferentes, porque à noite eu perdia o controle absoluto. Eu não podia controlar meus pensamentos. À noite, eu ansiava por Val. Eu ansiava por ela. Tantas noites eu fui para ficar ao seu lado, com a mão levantada para bater, apenas para me apoiar e voltar para a minha cama, dormir, sonhar com a maneira como ela me respondeu, do jeito que ela me beijou, me aceitou, o modo como estava disposta a me dizer sim.
Eu sabia que ela estava com raiva, também.
Machucada.
Era um círculo vicioso, cada um de nós concentrando apenas em nós mesmos, nos recusando a dar o primeiro passo. E a culpa era minha. Como diabos eu deveria esperar que uma menina tão jovem se colocasse continuamente na linha de fogo quando cada vez que ela fez, eu lhe dei um tiro mortal?
Frank ainda estava em Nova York, mas ele estava enviando Dante, aparentemente, as coisas tinham ficado mais perigosas, então eu estava escondendo o outro gêmeo, o colocando sob a proteção de todas as nossas famílias, enquanto Frank despejava Xavier.
Embora ele ainda não tivesse certeza se ele simplesmente contrataria um assassino e ofereceria uma quantidade abominável de dinheiro, ou cuidaria disso ele mesmo.
Frank parecia cansado, quebrado.
Junte-se ao clube.
Eu já estava exausto, e era apenas seis da noite, noite do jantar em família. Todos se convidaram para minha casa, desde que Dante estava chegando. O que significava mais uma noite onde eu tinha que forçar um sorriso e fazer todo mundo pensar que tudo estava bem entre eu e Val, quando na verdade eu nunca me senti mais distante de outro ser humano.
A campainha tocou.
Eu me arrastei para atender, mas a porta se abriu antes que eu tivesse a chance. Tex estava carregando balões, enquanto o resto da equipe aparecia atrás dele, cada um deles trazendo presentes.
"VAL!" Mil gritou, perfurando os meus ouvidos com seu timbre. "Traga seu traseiro aqui embaixo! Temos presentes!"
Franzindo a testa, eu vi como cada casal foi até a cozinha, o vinho foi puxado para fora, pratos foram distribuídos enquanto a comida era colocada em cima do balcão.
Era a vez de Chase cozinhar, o que significava que nós provavelmente estávamos comendo algum tipo de prato de massa complexo.
Minha respiração escorregou no minuto em que Val entrou na cozinha. Seu cabelo estava puxado para trás em um rabo de cavalo alto, ela estava vestindo um jeans apertado e um suéter, e ela não poderia estar mais linda. Seu rosto jovem brilhava enquanto ela abraçava cada uma das meninas e beijava os caras na bochecha.
Desde quando ela tinha superado o medo deles?
Onde diabos eu estava?
"Ei!" Tex estendeu um punho para ela, ela bateu nele. "Como está o som do motor do carro agora?"
"Bom." Ela inclinou aliviada. "Muito obrigado por ter vindo em meu socorro ontem."
"Que merda?" Eu ladrei. "Socorro?"
Tex piscou para mim. "Você ainda mora aqui?"
Nixon deu um tapa na parte de trás da cabeça dele e se dirigiu a mim. "Ela teve um pneu furado a caminho de casa depois de ir buscar alguns mantimentos, e você sabe como Tex não pode recusar uma oportunidade de chegar montado em um cavalo branco."
"Droga!" Chase gritou. "Phoenix é só me dizer onde o cavalo branco está!"
"Não." Phoenix encheu uma taça de vinho e o levantou na direção de Tex. Desde então Phoenix tem deixado um bilhete sobre um cavalo branco para sua irmã, deixando Chase na caça.
Bastardo doente.
"Por que você não me ligou?" Eu precisava perguntar.
O olhar de Val encontrou os meus. "Eu liguei."
"Mas..."
"Você não atendeu." Ela engoliu em seco quando suas bochechas queimaram vermelhas. "De qualquer forma, obrigado, Tex." Ela deu-lhe um pequeno abraço, em seguida, aproximou-se e começou a falar com Phoenix sobre o Muay Thai.
Que merda?
Ela sabia o que era isso?
Eu ainda estava congelado no local quando vi outro presente embrulhado fazer o seu caminho para a mesa via Nixon, que deslizou ao lado dos outros. Cinco presentes. Por quê?
"Porque todos os presentes?" Perguntei completamente confuso.
Todo falatório cessou.
Merda. E agora?
Val não poderia ficar mais vermelha nem se você a jogasse em um tanque de suco de tomate.
"É o aniversário da Val." Mo disse, seus olhos brilhando com veneno.
"Foda-se." Eu esfreguei meu rosto com as mãos.
Lágrimas encheram os olhos de Val quando ela caminhou lentamente para trás e, em seguida, virou-se e correu para fora da sala.
Eu corri atrás dela.
A cena era muito familiar para descrever em palavras, perseguindo minha esposa enquanto ela corria para fora da casa e para o campo.
O mesmo campo onde Andi tinha morrido.
Foi o que Val escolheu para atravessar.
Claro.
Porque essa era a vida.
Ela parou de repente, seu corpo ficou rígido, depois ela se virou e marchou em minha direção.
Eu senti que eu precisava recuar, mas eu não tinha certeza do por que.
Até que ela me deu um soco no rosto, me enviando para o chão.
"Merda!" Eu assobiei. "Desde quando você bate nas pessoas!"
"Você não é nem mesmo uma pessoa!" Ela gritou. "Você não é humano! Um ser humano, um ser humano decente iria perguntar se eu estava bem! Um ser humano decente iria garantir que havia comida em casa! Um ser humano decente viria em meu socorro quando eu voltasse para casa com um pneu furado! Você nem se lembrou do meu aniversário? Eu lhe disse ontem! Eu lhe disse no jantar! E você disse Okay!"
Essa breve conversa passou pela minha mente. Ela estava vestindo um short curto, e eu tinha tido fantasias sobre a pegar pela bunda e a foder sobre o balcão.
E então a culpa aconteceu.
Porque eu vi Andi sobre o balcão.
E a memória estava desbotada, não tão forte. Então eu disse Okay para fazê-la parar de falar e, em seguida, me desculpei.
Eu ainda estava na minha posição no chão, bochecha latejando. "Eu sinto muito."
"Não, você não sente." Os olhos de Val estavam borrados de lágrimas. "Eu tentei!" Ela gritou mais alto. "Eu te mando mensagens. Eu tento falar com você durante a noite. Você me ignora! O tempo todo! Eu sinto... que a única razão que eu não estou em antidepressivos é por causa das meninas!" Ela apontou de volta para a casa. "Até mesmo os caras falam mais comigo do que você!"
Abri a boca, mas ela levantou a mão.
"Não," ela fervilhava. "Você não consegue falar comigo. Na verdade, eu não quero você aqui. Nem um pouco. É meu aniversário, certo? Você me trouxe um presente?"
"Eu teria mas..."
"Aqui está à oportunidade perfeita." Lágrimas escorriam pelo seu rosto. "Dê-me o presente da sua ausência. Porque olhando para você dói demais, e eu quero ser feliz no meu aniversário."
"Você quer que eu saia?" Meu peito se abriu. Inferno, eu estava sangrando, ferido, morrendo por dentro. "Como um presente de aniversário?"
"Sim."
Eu não tinha escolha. Levantei-me e acenei com a cabeça lentamente. "Ok, se é isso que você quer."
"Você perdeu o direito de perguntar o que eu queria há muito tempo, e a coisa triste é que eu sou fácil, Sergio. Eu sou uma pessoa muito fácil de agradar. Realmente, é patético, sendo tão carente de qualquer tipo de carinho que mesmo que você não tivesse me dado um sorriso desde que chegamos aqui, eu não quero nada mais do que ter você ao meu lado."
Ela poderia muito bem ter pegado uma arma e disparado esse tiro direto no meu coração, eu estava morto, desorientado, caído.
Como eu tinha estragado tudo de um modo tão terrível?
Não visto sua dor?
Porque eu estava tão focado em mim.
Em manter a memória viva de quem estava há muito tempo morta.
Vergonha. A vergonha era pior do que a raiva.
Eu nadei nela, eu a assumi, eu senti vergonha.
A raiva tinha ido embora.
E o que o substituiu era pior, porque pelo menos você pode justificar a raiva, mas a vergonha? Não há justificativa nenhuma para a vergonha.
É o que é.
Horripilante.
Val saiu pisando duro e voltou para a minha família... Sua família, e eu apaticamente fui para a garagem para conceder a Val o seu desejo.
CAPÍTULO 39
Nos densos cerrados, no bosque fagueiro, nos belos gramados por tudo me esgueiro mais apressada que a lua quando na mata flutua.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu queria Dante.
E Gio.
E Sal.
E Papi.
E curiosamente, em momentos como esse, eu queria a minha melhor amiga do colégio, a única que tinha se afastado sem dizer uma palavra. Ela sempre me entendia e tinha sido tão amável quando eu estava frustrada, quase como se ela me conhecesse melhor do que eu me conhecia.
Mas as pessoas se tornam ocupadas.
E nós perdemos contato.
Olhei para a porta de casa e respirei fundo apenas para tê-la aberta antes de eu mesmo ter a oportunidade de tocar na maçaneta.
"Então." Nixon sorriu. "Como estão às coisas na Terra dos idiotas? Eu preciso enterrar um corpo do tamanho de Sergio?"
Nixon nunca falou muito comigo, quero dizer, ele falava, mas não como o resto dos caras; ele estava constantemente observando, calculando. Engraçado como eu costumava ter medo de Phoenix e agora era Nixon que me deixava inquieta, provavelmente porque as meninas falavam demais, e eu aprendi o quão brutal ele poderia ser, quão brutal ele queria ser quando estava zangado.
Ele me lembrava de muito do meu irmão gêmeo.
Engraçado, talvez porque ele próprio era um irmão gêmeo. Quem ia saber?
Encolhi o ombro.
"Não encolha o ombro." Nixon suspirou e abriu os braços. "Qualquer coisa menos o encolher de ombro. Quando Trace encolhe o ombro, eu escondo as armas."
Eu sorrio.
"Ah, um sorriso?"
"Eu não o matei."
O carro de Sergio arrancou para fora da garagem, fazendo meus ouvidos doer, mas o meu coração doía mais.
Nixon xingou sob sua respiração. "O que você disse a ele?"
"Depois que eu lhe dei um soco?" Eu ofereci.
Seus olhos arregalaram. "Você deu um soco nele?"
"Parecia a coisa certa."
"Grande, menina!" Ele esfregou o queixo com a barba desleixada e riu ainda mais, o seu anel de lábio chamando a atenção para o seu rosto jovem. Mesmo que eles fossem gêmeos, ele e Mo não eram nada parecidos. Ela era linda, mas havia uma beleza cruel sobre Nixon, que dizia a pessoas como eu que nós poderíamos olhar o quanto quiséssemos, mas se o tocássemos estaríamos por conta própria. "Então, o que aconteceu depois do soco, Rocky?"
"Eu gritei... um monte." Meu ombro caiu, me movi para frente em seus braços e apertei minha cabeça contra seu peito forte enquanto ele esfregava minhas costas. Ele não era Dante, mas, mais uma vez ele parecia com Dante. "E lhe disse que já que ele não me deu nada no meu aniversário, meu presente poderia ser sua ausência."
"Cruel." Nixon sussurrou.
"Necessário." eu disparei de volta.
"A dor tem uma maneira de nos destruir de dentro para fora, Val. A dor física não é nada. Droga, atire na minha perna, corte minha garganta, mas quando se trata de perder?" Ele sacudiu a cabeça. "Me lembro de quando eu pensei que tinha perdido Tracey para Chase."
"Perdido?" Dei um passo atrás. "O que você quer dizer com perdido?"
"O ponto é," ele evitou minha pergunta. "cicatrizes de dor emocional nunca curam de verdade. É como uma ferida que se recusa a parar a hemorragia. Você acha que está bem, até que bate em alguma coisa e o sangramento retorna. É confuso pra caralho, e isso dói. Eu não estou dizendo para lhe dar tempo, mas sabe que eu conheço o meu primo." Ele olhou para a estrada. "Ele não está lutando contra você. Ele está lutando contra ele. Se ele não gostasse de você, se ele não se importasse com você, ele não te manteria por perto."
"Bem, isso é... confuso."
"Se eu fosse ele," Nixon disse enquanto abria a porta e me levava para dentro. "Eu acho que eu estaria preso em um lugar onde fui forçado a colocar o meu passado para descansar, para poder aceitar o meu futuro, e porque ele é idiota, ele provavelmente acha que tem de libertar a única mulher que ele já amou, para poder aceitar a que ele não tem nem mesmo certeza se gosta dele. Diga-me, você iria correr esse risco?"
"Não," eu murmurei com voz rouca. "Eu não acho que eu faria. Porque eu não sou uma coisa certa."
"O amor nunca é uma coisa certa." Nixon me abraçou novamente. "Muito bem, isso é o suficiente, vá abrir seus presentes. Chase fez lasanha."
E foi isso.
Ninguém falou sobre Sergio.
E havia risada.
Principalmente porque Tex me comprou uma arma rosa e um urso de pelúcia que dizia assassino. Eu confessei que estava me sentindo só à noite.
"Você precisa de crianças." Chase jogou uma batata frita no rosto de Tex. "E em breve, quero dizer armas cor de rosa? Ursinhos de pelúcia? Isso não é um sinal?"
"Talvez para você." Tex olhou.
Uma forte batida na porta interrompeu a conversa.
Eu estava fora da minha cadeira, antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, correndo em direção à porta, como se minha vida dependesse disso.
Quando eu a abri, comecei a chorar.
Dante tinha duas malas em suas mãos e um sorriso no rosto. "Feliz aniversário, irmã."
Lancei-me em seus braços e lhe beijei o rosto. "Senti sua falta."
"Claramente." Ele riu envolvendo os braços enormes em torno de mim e me apertando bem apertado. "Deus deve me amar porque eu cheiro lasanha, e eu estou morrendo de fome." Ele me colocou para baixo e foi direto para a cozinha. Talvez faça parte de ser um cara? Se havia comida, você sabia onde ela estava. Ponto final.
Eu sorri e fui atrás dele.
No minuto em que ele entrou na cozinha, os olhos das meninas arregalaram. Eu fui para pegar um prato da mesa, enquanto Bee começou a engasgar.
"Você está bem?" Perguntei interessada.
"Puta merda." Mo disse debaixo de sua respiração. "Ele é de verdade?"
"Quem?" Eu fiz uma careta, em seguida, olhei para Dante. "Meu irmão?"
Trace e Mil tinham enormes sorrisos em seus rostos.
Mil sacudiu a cabeça. "Não admira que Joyce tivesse um caso. Sem ofensa Trace, mas segundo Mo, santa amada merda, ele é quente."
"Eu estou bem aqui." Chase levantou a mão. "Sentado ao seu lado."
Mil golpeou a mão dele e ficou olhando enquanto Bee tomou um grande gole de água e limpou a garganta. "Eu quase morri sufocada. Você deve avisar as pessoas, Val!"
Comecei a rir. "Hum, ele é meu irmão."
"Mas não é meu irmão." Mo brincou enquanto Tex lhe lançou um olhar.
Dante estava em profunda discussão com Phoenix, tentei vê-lo através dos olhos delas. Ele era alto, assim como os outros caras, e tinha um tipo de corpo semelhante ao de Nixon e Chase. Volumoso, mas magro ao mesmo tempo. Seus bíceps eram limpos de tatuagens embora. Ele tinha pele de bebê. Nossa, e todas elas estavam olhando para ele como se ele fosse um stripper!
Ele riu alto, seus olhos azuis cristalinos brilhavam enquanto corria os dedos sobre o cabelo azeviche raspados, sua camisa levantava, apenas um pouco, mostrando um incrível conjunto de abs. Bruto.
Uma das meninas, eu não sabia qual, suspirou, enquanto outra amaldiçoou.
Então, ele parecia ser um modelo. Não era como se elas fossem casadas com corcundas, eu poderia fazer uma matança para conseguir um calendário com tema de máfia.
"Onde está Sergio?" Dante perguntou da sala, ao mesmo tempo em que Phoenix lhe deu uma cotovelada e sacudiu a cabeça lentamente.
Mas Dante, sendo Dante, não iria deixar isso passar.
"Val," Suas narinas queimavam. "Onde diabos ele está?"
Trace começou a abanar-se, enquanto Mo derramou vinho na taça e se inclinou para frente.
"Eu lhe dei um soco e depois o pedi para sair." eu disse com uma voz calma. "Quantas porções você quer? De lasanha?"
"Eu vou matá-lo." ele sussurrou.
"Eu vou ajudar!" Tex disse com uma voz alegre.
"Coloque sua mão para baixo." Nixon suspirou parecendo entediado. "Ninguém está matando Sergio."
"É evidente que ele precisa ser morto se ele fez a minha irmãzinha socá-lo. Ela é a pessoa menos violenta que eu conheço!"
Isso era verdade.
Eu estremeci. "Bem, para ser justa, eu estava tendo aulas com as meninas então..."
Suas sobrancelhas se ergueram. "Aulas?"
"Panificação." Eu assenti. "Tiros. Lutas."
Dante amaldiçoou. "Você tem vinte."
"Eu sou uma Abandonato." Eu disse com orgulho.
"Ouçam isso, ouçam!" Nixon levantou seu uísque no ar e piscou enquanto Chase tilintou com seu copo.
"Droga, eu odeio estar em menor número." Tex fez beicinho.
"Muita tagarelice." Phoenix me olhou. "Eu digo que iniciemos nossos dois novos membros... ao estilo familiar."
Meus olhos arregalaram. "Eu não posso matar alguém."
Todo mundo ficou em silêncio e depois começaram a rir.
"Pegue a bandeira," Nixon disse, através de seu riso. "No estilo Paintball."
"No escuro?" Eu estava animada só de pensar nisso. Pensando bem, eles eram assassinos treinados então talvez eu devesse me esconder em um buraco escuro e balançar para trás e para frente.
"Equipem-se!" Chase se levantou. "Hoje à noite, estamos em guerra!"
CAPÍTULO 40
Até rugir tão docemente como uma pombinha.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Eu dirijo em círculos e, em seguida, vou até a sua sepultura.
Pela primeira vez desde a sua morte, eu a senti como uma sepultura. Não havia nada vivo sob a lápide de mármore olhando para mim, apenas um marcador de uma vida que foi vivida, e que continha apenas corpo e terra.
Começou a chover quando eu caí de joelhos na frente da lápide e gritei o mais alto que eu pude. Relâmpagos cortavam o céu, combinando com o meu humor.
Eu tinha fodido tudo. E por quê?
Por isto?
Por esse túmulo.
Esse túmulo que eu colocaria minha alma dentro.
Que eu coloquei meu coração dentro.
Uma memória que me deixava como um robô e jogava uma e outra vez na minha cabeça até que eu estivesse beirando a insanidade.
Ter sexo com Val tinha mudado tudo. Eu a desejava. E, para piorar a situação, há duas noites ela tinha deixado a porta aberta, e eu entrei e fiquei observando seu sono como um chapado de drogas.
Eu estava preocupado com ela.
Eu queria falar com ela, perguntar como foi seu dia, ver a luz no rosto dela quando conta suas histórias.
Droga, eu só queria segurar sua mão.
O orgulho me manteve hesitante.
E o medo me manteve distante.
Porque quanto mais eu caía por ela, mais difícil era para me lembrar de Andi. Para eu ainda amar Andi como se ela estivesse viva. Porque era isso que eu estava fazendo, amando algo que não me segurava durante a noite, não me confortava, não fazia nada além de ficar pacificamente no chão como corpos são supostos fazer. A grama tocou mais de sua essência do que eu ainda fazia.
E, no entanto, as minhas memórias a mantinham viva, respirando, um fantasma andando bem ao meu lado. Talvez seja assim que as pessoas que são deixadas para trás pelos seus entes queridos enlouquecem; eles continuam como se a pessoa ainda estivesse lá, até que se torne a sua realidade, mesmo que não tenha ninguém próximo a eles na cama, eles ainda organizam os travesseiros como se houvesse.
Eu sempre amarei Andi, mas é como se Val estivesse lutando por uma posição no meu coração, uma posição que eu nem sabia que estava vaga, eu não me sinto com uma vaga disponível, não quando eu fecho meus olhos e me forço a pensar nos lábios de Andi, no seu toque, no seu riso.
Além do riso? Não era tão forte.
O toque dos seus lábios já não fazia a minha boca consciente, porque era ar, eu estava beijando o ar.
"Você se foi." Aí, eu disse isso em voz alta. "Você não vai voltar."
Fechei os olhos enquanto a chuva caia sobre meu rosto misturando com as lágrimas quentes. Eu não sabia o que fazer ou como consertar as coisas.
Assim eu me vi perguntando. O que Andi faria?
A vida era bela.
A morte era bonita.
Ela estaria furiosa que eu estava me afastando.
Sua mensagem dizia que ela me libertava.
O que eu não tinha percebido era que eu nunca precisei da sua permissão.
Porque em primeiro lugar, você precisa libertar você mesmo.
Uma hora mais tarde, voltei para a casa. Eu peguei um vislumbre de uma das meninas vestidas de preto, com uma bandana rosa em volta da cabeça. Eu estacionei o carro e sai quando vi Phoenix sair de trás de um arbusto, o rosto manchado com pintura de guerra camuflada. Eu mal tive tempo para correr e me esconder quando um tiro de paintball me atingiu no estômago me fazendo dobrar com uma maldição.
"Te peguei!" Tex gritou empurrando a arma para o ar.
"Bastardo!" Eu assobiei. "Parece que eu posso me defender?" Eu estendi as mãos e esperei.
Ele atirou em mim novamente.
"É isso aí!" Eu o acusei, mas estava escuro, e eu não podia localizá-lo rápido o suficiente antes que ele se escondesse atrás de uma árvore.
"Precisa de alguém para salvar sua bunda?" Nixon correu em minha direção e me jogou uma arma de paintball, eu a peguei no ar com uma mão. "Além disso, se você pudesse tirar uma das meninas, seria super útil, estamos perdendo."
"Foda-se!" Eu gritei. "Não perdemos em cinco anos!"
"Então você vê a gravidade desta situação?"
"Eu vou cuidar disso." Eu me encontrei sorrindo, apesar do fato de eu ter tido uma das piores noites da minha vida desde a morte de Andi.
"Isso é bom homem." Ele correu e me chamou por cima do ombro. "A propósito, sua garota tirou Chase."
Meus passos vacilaram. "Sério?" Chase era um dos melhores, o bastardo sabia como deslocar-se silenciosamente sobre uma pessoa, o que deveria ser surpreendente sobre sua maneira barulhenta de ser, de modo que o fato dela ter tirado ele era mais do que um pouco impressionante.
"Ela mirou um pouco para baixo, ele não chorou, mas seus olhos lacrimejaram."
Orgulho inchou meu peito enquanto eu corria atrás de Nixon e me escondi atrás da primeira árvore. Eu tinha terreno suficiente tornando fácil configurar um campo de paintball. Era profissional para dizer no mínimo.
Tivemos várias árvores estrategicamente plantadas ao redor da casa para a proteção. O campo à esquerda perto da garagem era geralmente vazio, a menos que colocássemos todos os nossos obstáculos para o paintball, criando um campo de competição enorme para a Captura da Bandeira, que acabou fazendo a maioria dos campos profissionais que você paga dinheiro para jogar como se fosse um circo de baixo custo.
Eu não tive tempo para me mudar.
Estávamos perdendo e os Abandonatos eram competitivos por natureza.
Então eu rapidamente joguei o meu casaco para o lado e comecei a me mover furtivamente pelas árvores que conduziam a bandeira do nosso grupo. Sempre tivemos dois campos de base, um para o outro time, e um para o nosso; a bandeira era sempre visível. Conseguir pegá-la era o problema.
"Eu vou cortar uma puta!" Phoenix rugiu quando uma bolinha de paintball passou muito perto da sua orelha. "Elas estão dando tiros na cabeça!"
"Então abaixe," Eu ofereci em um tom seco. "Seja um homem crescido, Phoenix."
Ele me passou e depois correu para a esquerda, enquanto eu fiz um caminho mais curto para o acampamento das meninas.
Ficava a cerca de 250 metros de distância, visível, com um refletor na janela que corria de um lado para o outro por toda a paisagem em uma sequência de vinte segundos.
Eu me escondi atrás de uma árvore quando ele parou perto de mim e passou.
Respirei, me mudando novamente, tomando cuidado para manter meus olhos abertos para o rosa.
Um lampejo dessa cor mudou-se para a direita e depois para trás de mim, triturando as folhas. Com um suspiro, eu apontei a arma atrás de mim sem olhar e disparei duas rodadas.
"Filho de uma mãe fu..."
"Você acertou Mo!" Tex gritou assim quando eu me virei e dei a Mo um pequeno cumprimento. Ela sacudiu a cabeça e marchou em direção ao nosso acampamento base, enquanto Tex me deu um aceno de cabeça e apontou para frente com os dedos.
Eu já estava à frente dele.
Mudei-me para a direita, enquanto ele saiu ligeiramente pelo lado esquerdo.
Um tiro foi dado.
Outra garota gritou.
Esperei no ar fresco da noite quando o vento passou ao meu redor, mas nada. Ela não gritou mais uma vez, ou suplicou, ela estava no chão? Ou foi fingimento?
Mais dois passos.
Tex soltou uma maldição alto quando soou fogo rápido.
"Eu acertei você em primeiro lugar!" Ele gritou.
"Mentira!" Mil mandou de volta. "Eu acertei você em primeiro lugar."
Muito zangado, ele deu um passo para trás, sacudindo a cabeça para mim, assim como eu acertei ao lado dela.
"Awn, que pena Mil, isso é uma droga. Acho que você foi atingida também. "
Seus olhos se estreitaram em Tex, enquanto ela mandou eu ir me foder com o dedo e saiu de fininho.
"Pegue a bandeira, homem." Os olhos de Tex eram como feixes de laser. "A única garota que resta é a Val."
Eu não queria insultá-la perguntando como assim em voz alta. Mas ainda assim. Como diabos ela era a última garota contra chefes da máfia e suas esposas?
Talvez ela tenha escondido depois de acertar Chase.
Não que ela parecesse ser o tipo.
Dei um passo cauteloso em direção a seu acampamento-base e, em seguida, me escondi atrás de uma árvore quando ouvi o som de alguém respirando.
Minha corrida iria começar quando a respiração ficou cada vez mais alta.
No minuto em que percebi de onde a respiração estava vindo, foi um minuto tarde demais, e então uma arma estava sendo apontada para a minha costa, eu deixei cair minhas mãos aos meus lados e me virei, dedo indicador direito ainda no gatilho. "Val."
"Sergio." Suas bochechas estavam coradas, seu rosto sujo como se ela tivesse rastejado na lama.
"Você escorregou?" Eu zombei, porque realmente, jogar bonito com ela neste momento seria apenas suspeito. Saí porque era seu aniversário e ela preferiria atirar no meu pau a olhar para mim por mais dois minutos.
Os olhos de Val se tornaram pequenas fendas. "Eu estava rastejando."
"Através de hera venenosa?" Eu balancei a cabeça em direção às folhas. Sem nenhuma chance no inferno que ela iria cair nisso, mas eu tinha que tentar.
Seus olhos brilharam, e por um breve momento, ela olhou para seu braço, assim quando eu levantei minha arma e a apontei para o seu peito.
"O mais antigo truque no livro." Encolhi os ombros. "Desculpe."
"Uau, eu não ouvi essa palavra muitas vezes de você."
"É difícil pronunciá-la."
"Talvez para você…"
Eu segurei meu sorriso. Pelo menos ela estava falando comigo, considerando que toda palavra estivesse escorrendo insulto e sarcasmo. "Mãos para cima, Val, eu estou pegando a sua bandeira."
"Eu aposto que você diz isso para todas as garotas antes de puxar o gatilho."
"Você tem que admitir, as faz relaxar um pouco antes de se encontrarem com seu criador." Segurei-a com a mão livre e a empurrei para o acampamento base, onde a bandeira estava posicionada. Uma vez que estávamos dentro do pequeno forte, eu a empurrei para o lado, não forte o suficiente para machucá-la, mas de modo que ela soubesse que eu não seria simpático só porque ela era minha esposa.
Ou apenas porque eu tinha esquecido seu aniversário.
Ou a irritado.
Puta merda, eu era um idiota.
Peguei a bandeira e me virei bem a tempo de vê-la segurando outra arma de paintball e a apontando para o meu rosto.
"Surpresa." Ela sorriu alegremente. "Eu roubei a arma de Trace antes dela ser retirada."
"Mas..."
"As regras não diziam que eu não poderia pegar a arma de outra pessoa. Elas apenas disseram que tínhamos de ter uma quantidade igual de armas."
"Bom, Val." Eu estendi minha mão, a que estava segurando a bandeira, ao mesmo tempo em que ela fez disparos rápidos em meu peito. Sete.
Não que eu estava contando.
E quando ela terminou.
E a dor me queimava de dentro para fora.
Ela disparou um último tiro.
"Filha da puta!" Eu gritei, caindo de joelhos. "Eu não tenho nenhum equipamento de segurança!"
"Desculpe." Ela encolheu o ombro. "Está muito escuro aqui."
"Sim, incrível como isso funciona, você me acertou no peito, em quase..." Eu exalei trêmulo. "... no mesmo fodido lugar, e você fez isso sem ver. Impressionante. Pensei que não pudesse atirar."
"Eu tive algum tempo livre."
"Lembre-me de enviá-la para o colégio interno." Com grande esforço, me levantei ao mesmo tempo em que ela me atirou novamente na perna. "Que diabos, Val! Porra!"
"Internato? Eu não sou sua maldita filha!"
"Então pare de agir como uma e pare de atirar em mim só porque você está chateada!"
"Claro que eu estou chateada!" Val gritou. "Você é um idiota! Eu não mereço ser colocada para baixo ou ignorada ou apenas..." Seu rosto torcido de mágoa. "Você poderia dizer oi. Você poderia, pelo menos, dizer oi uma vez. Apenas uma vez por dia Sergio, o que há de tão horrível sobre dizer oi?"
Defendi-me cabisbaixo pela segunda vez. "O que é tão duro sobre oi?" Eu esfreguei a parte de trás do meu pescoço. "É o começo de algo. Você diz oi quando você inicia uma conversa, é uma simples saudação com milhares de significados por trás dela. Oi... sempre leva a como você está, que leva ao o que você está fazendo hoje, e que leva ao você quer fazer algo hoje? Você tem planos? E honestamente Val, se eu digo oi, eu vou seguir com todo o resto, eu vou perguntar como você está, eu vou querer morrer por dentro quando você disser que está triste. E quando eu perguntar se você quer sair, você vai dizer que sim, e quando eu perguntar sobre planos, nós vamos realizá-los. E se fizermos planos..." Minha voz deu um nó. "Se fizermos planos. Eu não terei energia para me impedir de transar com você. De deixar você nua. De tomar cada parte do seu corpo, de sua alma. Eu não vou conseguir parar. Eu vou continuar, e eu vou me perder, e se eu perder a única parte de mim que contém ela... eu vou perdê-la também. Tudo por causa de um oi."
Val lentamente abaixou a arma para o lado dela. "Então é isso." Seu lábio inferior tremeu. "É um pouco irônico, certo?"
"O quê?" Eu me levantei e dei um passo cauteloso em direção a ela. Droga, eu estava atraído por ela, embora eu não quisesse estar.
Ela recuou, longe do meu toque. "Você disse adeus a uma mulher, a palavra mais difícil na linguagem humana para expressar. Devido a esse final, você recusou um começo. Você já fez isto. Dar adeus foi difícil, mas por que então, você acha que Oi é mais difícil?"
Eu abri minha boca para responder, mas nada saiu.
"Sergio." Desta vez Val caminhou lentamente para mim, sua arma de paintball caiu no chão e seus dedos estavam trêmulos. "Quando você seguir em frente com sua vida, quando você encontrar essa pessoa, quem quer que ela possa ser, ela não irá remover cada último pedaço remanescente de Andi de seu coração. Ela não vai assumir e espremer as memórias. Ela vai se encaixar com elas. Viver com elas. Rir com elas. Não é uma questão de substituição, é apenas uma questão de como uni-las."
Parecia que ela iria me abraçar.
Mas ela deve ter pensado melhor, porque ela deu um passo para trás de novo, pegou sua arma e correu para fora do forte.
Cinco minutos depois, as ouvi comemorando.
As meninas ganharam.
E eu ainda estava congelado no lugar.
Porque minha esposa jovem, inocente, era absolutamente surpreendente.
De verdade.
CAPÍTULO 41
... as moças chamam-no de amor perfeito.
__ Sonho de uma Noite de Verão
Frank
Eu não quero encontrar Xavier mais do que eu quero cortar meu próprio coração e batê-lo sobre a mesa, mas ele precisava ser contido.
E eu precisava ser o único a fazê-lo.
Não Dante.
Não Sergio.
Não Tex.
A sabedoria me dizia que se eu fosse morrer, eles ficariam muito bem, mas qual a finalidade de eles passarem por isso? Seria trágico. Eles tinham ainda tanta vida para viver, e eu sabia que meu tempo estava lentamente chegando ao fim, não que eu quisesse. Eu queria ver meus bisnetos; eu queria ver minha família de volta no caminho certo.
Havia muitas coisas que eu queria ver.
Mas isso não significava que eu merecia vê-los.
Eu sabia disso mais do que ninguém.
Os erros têm uma maneira de discordar do seu senso de realidade, do que é certo e errado, do por que cometemos erros, ou do que escolhemos, seu companheiro constante é a necessidade de justificar o caminho pedregoso do qual você está na esperança de que, no final do dia você vá ser capaz de fechar os olhos contra o seu travesseiro macio e dormir.
Eu não tenho realmente dormido em mais de trinta anos.
Eu estava prestes a dormir em breve a qualquer momento.
Sal mexeu ao meu lado. "Isso... isso não vai funcionar."
"Vamos torcer para que sim." Pode não funcionar, mas poderíamos tentar.
Papi e Gio estavam à minha esquerda, cada um deles com armas apontadas para a porta apenas no caso de Xavier tornar as coisas difíceis.
Uma batida soou na porta.
Meu sócio, Joe, respondeu e fez uma pausa.
Joe raramente faz uma pausa.
Depois de olhar para mim, ele abriu a porta bem aberta.
E quatro pessoas entraram.
Xavier, sua esposa, e seus dois filhos.
"Merda." Gio disse em voz baixa.
Ou Xavier estava blefando ou ele estava prestes a fazer o nosso trabalho um inferno de muito mais difícil.
Ele queria ser o chefe.
Bem, se você quer algo, você precisa pegá-lo.
Não há mais ameaças.
Não há mais armas.
Não há mais guerra.
Coloquei minha arma no chão e me levantei. "Então é assim que tem que ser?"
"Eles não significam nada para mim. Um meio para um fim. Mate-os, aqui e agora. Eu ainda quero o que eu quero. Nada vai mudar isso."
"Você poderia estar blefando." Inclinei a cabeça. Não, seus olhos brilhavam, esse era o olhar de um homem enlouquecido com ganância. Isso, infelizmente, era como olhar para a justificativa na sua forma mais pura.
A do tipo que você não volta a partir disso.
Como uma doença, que envenena o sangue até tudo que você quer e mais, até que somos menos do que humano.
Ele estava finalmente no ponto de não retorno.
E por causa de sua escolha, eu estava indo enviá-lo para o inferno.
"Nenhuma arma." Eu esperei enquanto Joe o revistava.
"Você me mata. Vou lhe dar o que quiser." Eu estendi minha mão, enquanto Sal lentamente se levantou e se aproximou, com o contrato na mão. "Assinado com o meu sangue. Carimbado com o meu anel. Eu vou te entregar todo o império Alfero. Mas você deve tomá-lo."
"Velho, você está prestes a se arrepender de dizer isso."
Eu sorri. "Veremos."
"Sim." Ele rolou lentamente a manga direita e depois à esquerda. "Nós veremos."
"Em primeiro lugar," Entreguei-lhe uma caneta. "Você assina na linha pontilhada."
"Eu não li isso."
"Você não leu o último contrato de qualquer jeito. Você não confia em mim?"
"Isso importa?" Ele rabiscou seu nome. "Você vai estar morto em poucos minutos, e se você estiver mentindo, não haverá nenhuma consequência. Eu ainda vou ter o seu dinheiro, sua casa, seu nome, eu posso até ter sua neta."
"Engraçado!" Eu lutei para me impedir de rir em voz alta. "Eu gostaria de vê-lo passar por Nixon. Inferno, eu pagaria para ver isso."
"Ele é uma criança."
"Não." Eu suspirei. "Se você precisa de um exemplo de quem é uma criança, basta olhar em um espelho. Você acha que merece o poder, mas você não sabe o que fazer com ele. Você acha que você quer dinheiro, mas isso só dura um tempo. Você acha que quer o meu nome? Quando a identidade não encaixa melhor do que meus sapatos? Você é um filho errante, zangado com o mundo, com raiva de mim, com raiva de Luca." Meus olhos caíram para a esposa.
Ela era jovem, talvez vinte e cinco. Sua maquiagem não fazia nada para encobrir seu rosto machucado. As crianças eram muito velhas para ser dela, ou seja, ela estava criando bastardos, mas a maneira como ela pairou sobre eles dizia tudo. Ela morreria por eles, sendo sangue dela ou não. Pena, pois eram necessárias mais mulheres assim neste mundo, mulheres dispostas a perder o pulmão e sua integridade física, ser humana por outro simplesmente porque era a coisa certa a fazer.
"Você está mesmo zangado com sua esposa. Diga-me, você também bate em seus filhos? Chuta seus cães?"
Xavier revirou os olhos e zombou. "Não é da sua maldita conta o que eu faço."
"Há um código," eu disse em uma voz fria. "Um que você não seguiu nem uma única vez. Um pelo qual você vai morrer sabendo, mesmo que eu tenha que empurrá-lo para baixo em sua garganta quando você engasgar com o seu último suspiro. Nunca..." Me aproximei dele, quase tocando o seu peito com o meu, eu tinha quase 10 centímetros sobre ele em altura. "... toque na esposa de outro homem ou a sua própria de uma forma que seja desrespeitosa." Peguei a mão direita dele antes que ele a pudesse puxar para fora e torci tão duro quanto eu poderia. O pulso dele estalou. "Ou você perde a mão usada para criar o trauma." Ele tentou se lançar para mim, mas Joe o agarrou por trás.
"Você mentiu! Você disse sem armas!"
"Eu tenho uma arma?" Eu olhei ao redor da sala. "Você tem?"
"Eu assumi."
"Ahh." Eu balancei a cabeça, pensativo. "A maioria das crianças assume. Elas assumem que sabem o que o pai vai fazer. Mas eu não sou seu fodido pai, graças a Deus. Nem sou seu amigo." Eu sorri lentamente. "Eu sou seu carrasco."
Sete horas mais tarde...
"Se você vai me matar, você deve acabar com isso." disse Xavier algumas horas mais tarde. Eu tinha mantido toda a água, luz solar e alimentação fora de seu corpo conforme seu pulso continuou a inchar.
Sua esposa e filhos tinham sido enviados a um lugar para ficarem seguros. Isso era tudo o que importava. Que as vítimas estivessem a salvo, enquanto o monstro estava acorrentado.
"Diga-me," Tomei um gole de café. "Qual você acha que deve ser a punição para os seus... pecados?"
Ele cuspiu no chão.
"Bem." Eu peguei meu guardanapo e limpei minha boca, então balancei a cabeça para Joe. Joe saiu da sala, e depois reapareceu com um martelo.
Xavier não se mexeu.
Mas eu podia sentir seu medo.
Era impossível não ver a maneira como seus olhos focavam no martelo como raios laser, esperando que a visão fosse apenas uma miragem e não o seu futuro.
Joe puxou a mesa de madeira para onde Xavier estava sentado, em seguida, libertou a sua mão esquerda e a colocou sobre a mesa. Xavier lutou, mas ele estava fraco demais para resistir muito.
Eu olhei para sua mão.
"Você sabia que mesmo que eu deixasse você viver, você perderia toda a função dos seus dedos? Os ossos lascam em pequenos fragmentos, como pedaços de um quebra-cabeça que não podem ser colados de volta, não importa quanto dinheiro você gaste em uma visita ao médico. Um pulso quebrado e uma mão quebrada."
Xavier olhou.
"A não ser," Eu brinquei com o martelo, avaliando o peso dele enquanto eu apagava alguma ferrugem com os dedos. "que você desista de todos os associados que são vitais para o seu plano. Nomes, endereços, números de segurança social. Eu vou permitir que você viva, com as duas mãos quebradas, se você os der para mim."
"Se eu não fizer isso, você me mata?" Xavier disse em uma voz fria. "É isso?"
"Sim, e eu posso lhe prometer isso. Não vai ser rápido." Eu dei um passo à frente. "Eu preciso de uma resposta."
"Eu estou pensando!" Ele gritou.
"Pense com força!"
"Eu estou morto de qualquer maneira." Ele se endireitou. "Ele vai me matar de qualquer maneira."
"Quem?" Inferno, eu não tinha nenhuma ideia de que ele tinha tantos problemas com outra pessoa. Mas isso explicaria por que ele queria dinheiro e poder. Talvez não fosse sobre ele, mas sobre escapar debaixo do polegar de alguém completamente diferente. "Quem vai matá-lo?"
"Petrov." ele cuspiu o nome.
Eu ri. "Esse problema será resolvido. Você não ouviu? Ele está morto. O FBI descobriu algumas informações interessantes sobre suas redes de prostituição. Ele não... sobreviverá a prisão."
Xavier sacudiu a cabeça de um lado para o outro. "Esse não."
Meus olhos se estreitaram. "O que quer dizer, esse não?"
"Seu outro filho."
"Seu. Outro. Filho." Eu respirei fundo. "Seu outro filho tem apenas vinte e dois. Se tiver isso."
"Seu outro FILHO!" Xavier gritou. "Está unido com Satanás."
"Awn, ele não pode ser tão ruim." Minhas sobrancelhas arquearam. "Me diga, como é que ele mata?"
Xavier engoliu em seco e olhou para seus pés. "Ele te afoga. E, em seguida, te revive, só para repetir o processo. E depois ele permite que você coma e beba. Para começar a chamuscar lentamente a sua pele em cada centímetro quadrado do seu corpo com uma tocha e, quando você está com tanta dor que ele tem medo que sua morte seja iminente, ele injeta morfina para mantê-lo vivo. Mas isso não é nada, porque quando ele acende as luzes, sua pele está defumada ou o que resta dela. Há uma multidão acompanhando, as apostas acontecem em todo lugar, se você sobreviver, é apenas para trazê-lo no dia seguinte, permitir que mais apostas aconteçam e, finalmente, quando você acha que não pode aguentar mais, você implora por sua morte. Ele joga uma arma no ringue," A voz de Xavier balança. "E você tira a sua própria vida."
"Dê-me nomes," eu repeti. "E eu vou matá-lo antes que ele faça isso."
Xavier olhou para mim, seus olhos, pela primeira vez, mostrando seu medo quando ele balançava a cabeça lentamente. Joe soltou suas mãos. Ele desabotoou a camisa dois botões depois puxou um fio de cima de sua cabeça e o atirou sobre a mesa. Um pen drive no formato de um tubarão estava anexado a esse fio. "Eu o usei em todos os momentos. Mantendo meus segredos perto do meu coração."
"E agora eles são os meus segredos."
"Você pode me matar agora."
Eu hesitei. "Você não confia que posso protegê-lo?"
Xavier zombou. "Você me protegeria me dando o título de chefe. Já a paciência dele estará esgotada desde que eu não o trouxe os gêmeos. Ele precisa deles."
"Você nunca os terá." eu disse.
"Ele terá e, lhe dando mais, eu poderia negociar por você. Todo mundo teria vencido. Bem, exceto você. E mais uma vez, você está velho, por que você se importa? Eu seria um homem livre, os gêmeos estariam com os russos, e eu me tornaria o que eu deveria ter sido há muito tempo, o chefe da família Alfero."
"Quantos?" Eu ignorei seu insulto. "Quantos associados você roubou da minha família?"
"Dez." Ele nem sequer piscou. "E eles vão me seguir até a morte."
"Bom." Enfiei a mão no bolso de trás e tirei a minha faca. "Porque eles vão ter." Um golpe atravessa o seu pescoço, breve, rápido, ele agarrou seu pescoço, mas o pulso estava quebrado, não funcionando devidamente. O sangue escorria pelos seus dedos conforme eu me inclinava e sussurrava em seu ouvido. "Que você encontre a paz quando os santos o arrastarem para o inferno." Seus olhos se arregalaram; os russos sempre foram supersticiosos. Eu sorri quando ele caiu contra a mesa, os olhos abertos e cheios de medo.
"E agora?" Gio entrou, a metade de um sanduíche ressaltando do lado de seus lábios. "Vamos atrás de Petrov?"
"Engraçado." Eu neguei com a cabeça lentamente. "Não, nós eliminamos os dez associados que nos desafiaram."
"Bem, foda-se," Sal disse da porta. "Isso soa como férias."
"Quem tiver o mais alto número de corpos paga o jantar."
Papi assentiu seriamente. "Quero cannoli."
CAPÍTULO 42
... é a imaginação tão caprichosa.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu acordei em um blecaute.
Sergio não tinha me dado boa noite depois da guerra de paintball. Era a primeira noite desde que eu tinha chegado a sua casa que Sergio não tinha me dito boa noite. Pensando bem, talvez fosse tão duro quanto o oi agora que ele tinha conseguido colocar tudo para fora no aberto.
Eu não queria que meu coração doesse ainda mais do que doía por estar atraída por ele, o impossível homem de luto que tinha os mais lindos olhos azuis que eu já vi. Sua dor tornou impossível odiá-lo, porque ele usava isso como uma capa sobre seu corpo musculoso. A dor fazia isso. Ela faz as pessoas sentir pena de você e ela cria ressentimento, mas não cria ódio.
Eu realmente gostaria que ela criasse.
Depois de colocar um jeans e uma camisa de manga comprida rosa, eu lentamente desci as escadas e fiz meu caminho até a cozinha.
O café estava sendo feito.
O café da manhã estava em cima da mesa.
E mais o importante, Sergio estava à mesa, lendo um fodido jornal.
Eu hesitei, pois talvez ele estivesse tendo um encontro e eu não fui convidada?
Meu estômago roncou, e meus olhos se lançaram para o café.
O desespero triunfou, então sem palavras eu fui até o armário e peguei uma caneca.
Eu tive que localizar cada garfo, cada prato, cada pedaço de comida, por minha conta. Se eu não tivesse ido ao supermercado teria morrido de fome.
Talvez por isso eu tenha batido a porta do armário com mais força do que eu deveria, e pode ser que tenha pisado duro até o balcão e sentei, mas eu não me sinto um pouco melhor sobre o fato de que pelo menos ele pode ouvir a minha irritação.
Assim que eu trouxe a caneca aos lábios Sergio deixou escapar, "Oi."
Eu quase vomitei meu café sobre a mesa com a surpresa antes de eu lhe dar um olhar atento. "Hum... oi?"
Ele colocou o jornal para baixo e apoiou os antebraços bronzeados no outro lado da mesa. "Como você está, Val?"
Eu lhe virei às costas. "Cansada."
"Sim, bem, atirar no seu marido é uma maneira de esgotar uma pessoa."
Eu não sorri. Ou ri. Ou me virei.
"Então," O som da cadeira arrastou contra o chão fazendo meu coração bater como as asas de um beija-flor. E então os passos. "O que você está fazendo hoje?"
"É segunda-feira," eu disse em um tom aborrecido. "Farei compras e cozinharei."
"Posso ir?"
O ramo de oliveira podia muito bem ter sido uma bomba caindo naquela cozinha. Meus sentimentos feridos exigiam que eu recusasse, eles exigiam que eu dissesse algo mau, algo que o fizesse se sentir mal como eu me sentia. Eu queria abraçar a raiva, eu queria que ele se sentisse magoado. Não deve ser fácil para ele vir dançando uma valsa de volta, porque pela minha experiência com Sergio, ele quase sempre se apavorava quando ficamos íntimos.
Mais uma vez. Se ele fizesse isso mais uma vez, eu acho, não, eu sabia, isso me destruiria completamente.
Tremendo, eu coloquei a xícara de café para baixo e olhei para ele. "Não."
Aí, eu tinha dito.
Mas eu não me senti melhor.
"Pelo menos me deixe levá-la." ele insistiu, sua voz gentil.
Eu assenti com a cabeça, não confiando em mim mesma para não voltar atrás, retirar tudo o que eu disse e me lançar em seus braços, eu estava tão carente de afeto dele que era difícil me manter sem chorar na minha xícara de café da manhã.
Ele se tornou meu amigo.
E algo mais.
Eu o sentia.
Eu não queria senti-lo.
Seria tão mais fácil se ele fosse apenas mais um corpo naquela cozinha gourmet gigante.
Mas eu o sentia.
E eu não tinha nenhuma explicação do por que, exceto que, quando eu estava perto dele, ele nunca estava perto o suficiente.
"Sim," Meus ombros caíram em derrota. "Você pode dirigir."
Sergio possuía muitos carros.
Muitos carros mesmo.
Era como ir a uma concessionária e dizer: humm, qual veículo novinho, com no máximo dois mil e quinhentos quilômetros em seu hodômetro, que eu quero usar?
Eu escolhi um Tesla vermelho brilhante, um carro que eu tinha ouvido falar, mas nunca entrado e tentei não parecer muito impressionada quando ele ligou o motor.
Minhas mãos agarraram o banco de couro quando Sergio apertou no acelerador tão duro quanto ele podia sem nos enviar para a estratosfera.
"Humm, Sergio," Eu agarrei a alça acima da porta, minha mão ficando mais suada a cada minuto.
"Humm?" Ele não olhou para mim.
"Muito rápido."
"Você precisa rápido."
O que diabos isso significa?
Ele arrancou para a estrada principal. Era bastante estranho, saber o quão rápido estávamos indo, e aumentando, mas não se ouvia nenhum ruído da estrada.
Todos os carros elétricos eram assim? Ou apenas aqueles que custam mais do que as casas da maioria das pessoas?
Mais rápido, estávamos indo cada vez mais rápido, mas eu não podia dizer pelo som. Eu sentia isso, entretanto, como se estivéssemos subindo sem esforço para chegar a qualquer lugar.
Como se eu pudesse fazer qualquer coisa.
Lentamente, eu liberei meu aperto na alça e no banco conforme Sergio continuava quebrando todos os limites de velocidade. "Quão rápido você quer ir?"
Parecia uma pergunta previsível. Como se houvesse significado por trás dela, embora eu não conseguisse descobrir qual. Olhei para cima e notei que estavam batendo mais de cento e noventa quilômetros.
"Quão rápido podemos ir?"
Ele sorriu, mudando a marcha, e eu observei com espanto quando ele aumentou mais cem.
Eu não poderia segurar por mais tempo, comecei a rir. "Isso é uma loucura! Desacelere!"
Sergio se juntou ao meu riso. "Agora você quer que eu diminua? Onde está seu senso de aventura?"
"Eu acho que deixei lá atrás com aquele esquilo que você matou."
Com uma risada baixa, ele diminuiu a velocidade do carro para cerca de cem quilômetros e nós fizemos o resto do caminho para a cidade.
Eu ainda estava sorrindo quando estacionamos no supermercado.
"Eu quero que você fique com ele."
"Ficar com o quê?" Eu fiz uma careta olhando em volta do carro em confusão. O que era o "ele" ao qual ele estava se referindo?
"O carro." Ele tirou os óculos escuros e o jogou no console. "Tecnicamente, todos os carros são seus desde que estamos casados, mas este carro, eu quero esse carro seja seu, só seu. Eu o comprei bem antes de eu ir para Nova York. A única outra vez que eu o dirigi tão rápido foi logo depois que ela morreu." Sua voz falhou. "Eu fiz uma curva muito rápido. Eu deveria ter passado direto, mas não o fiz. Eu estava tão zangado. Eu estava tão frustrado que a minha vida não acabaria. Então eu dirigi o mais rápido que eu pude, eu acelerei o carro até duzentos e cinquenta e apenas dirigi, pensando que se eu apenas acelerasse rápido o suficiente, talvez o meu coração parasse. Talvez eu batesse em uma árvore, talvez..." Ele encolheu os ombros. "Esse carro em um ponto, me fez sentir que ele seria um meio para um fim. Ninguém se importaria se um homem como eu estivesse envolvido em um acidente de carro enquanto eu não ferisse ninguém. Seria uma saída fácil. Para todos."
Meu coração se partiu por ele. "O que te fez mudar de ideia?"
Ele enfiou a mão no bolso e tirou um pedaço esfarrapado de papel. "Eu sempre mantive perto do meu coração, dentro do meu bolso, mas quando eu estava dirigindo, por alguma razão ele estava no painel, eu não teria sido tão descuidado para deixá-lo lá. Até hoje não tenho ideia de como ele chegou lá."
"O que é isso?"
"Leia por você mesma." Ele me entregou e apontou para o supermercado. "Eu acho que vou para dentro."
"Mas..."
Sua porta fechou, me cobrindo com silêncio enquanto eu olhava para o pedaço de papel.
99 Coisas para fazer na minha lua de mel!
1. Ir para Tóquio.
2. Ver a London Eye.
3. Aprender a cozinhar!
4. Acariciar uma girafa e alimentá-la também.
5. Aprender Origami.
6. Rodopiar na chuva, quantas vezes eu conseguir.
7. Ser beijada na chuva por um homem bonito (não tem que ser o Sergio!).
8. Saltar de um avião.
9. Assar um bolo e saltar nele.
10. Fazer uma tatuagem muito foda.
11. Ver os Alpes Suíços.
12. acariciar um golfinho.
13. Cantar em um karaokê.
14. Ter montes e montes de sexo.
15. Ir a um show da Broadway e cantar junto, mesmo que isso pareça horrível.
16. Cantar no topo de seus pulmões... Mal.
17. Fazer um bebê.
Lágrimas caiam na página conforme eu continuei lendo. Algumas das tarefas estavam riscadas, mas a maioria delas ainda estava esperando para serem realizadas. Algumas tinham sido sublinhadas como se talvez ela pensasse que elas eram mais importantes ou ela queria fazê-las em seguida. Ou... Talvez isso significasse que Sergio as tinha feito ou se preparava para fazê-las? Havia apenas noventa e nove coisas diferentes que ela queria fazer, o sexo estava listado com mais frequência do que o necessário.
Poderia estar intitulada como lista de lua de mel.
Mas era uma lista de coisas para fazer antes de morrer. Qualquer pessoa com dois olhos podia ver isso.
Meu coração doía por essa menina, pela qual Sergio amava, pelo tempo que eles não tiveram, que não tinham tido. Mas acima de tudo, eu estava grata, porque esse pequeno pedaço de papel tinha salvado sua vida.
Provavelmente mais de uma vez.
Ela tinha salvado sua vida, mesmo sem estar aqui para fazê-lo.
Talvez fosse a minha vez de segurar o fardo.
Não que eu fosse tornar fácil para ele, mas ele me ajudou a entender um pouco mais do por que ele faz o que faz.
E por que era necessário que eu o ajudasse a sair desse espiral de loucura com vida.
Deixei a nota no carro e fiz meu caminho para o supermercado. Eu finalmente encontrei Sergio no corredor de panificação, parecendo tão confuso como eu nunca o tinha visto.
"Essas são lascas de chocolate," eu disse atrás dele. "Não munição."
"Mas há um bilhão de sabores diferentes, e esse diz que é livre de soja, este diz que é livre de leite, e então apenas..." Seu cenho franzido se afundou. "... estupidamente me ocorreu que eu não sei nada sobre você, não é?"
Meu coração estúpido derreteu um pouco. "Bem," Estendi a mão para as lascas de chocolate amargo e os bati contra seu peito com um pequeno sorriso. "Agora você conhece."
Ele agarrou o pacote e olhou para ele. "Chocolate amargo?"
"Gosto da maneira que o sabor amargo da água na boca. Não importa quantas vezes você come chocolate amargo, sua boca sempre enche de água."
Seus olhos encobriram. "Está agora?"
Oh droga. Ele estava olhando para mim. Retiro o que disse. Ele não deveria dizer oi, ele não deveria nem sequer estar perto de mim, porque ele era perigoso quando ele era agradável, e eu estava indefesa.
"Prometa-me uma coisa," eu atirei.
"Qualquer coisa." ele disse sem hesitação.
"Não corra."
Uma expressão de dor cintilou em seu rosto. "Eu não vou."
"Prometa-me."
Com movimentos rápidos ele puxou algo metálico do bolso e fez um corte rápido em um de seus dedos, em seguida, agarrou a minha mão, a que não estava segurando o chocolate e picou o meu dedo mindinho. Minha respiração ficou presa quando ele apertou o seu dedo ensanguentado contra o meu. Seu aperto aumentou quando ele me puxou contra ele. "Eu prometo. Eu não vou correr."
"Juramento de sangue, hein?" Eu sussurrei. "Esses são sérios não são? Mortalmente sério como na máfia?"
"Isso significa..." Seus olhos procuraram os meus. "... que se eu correr uma segunda vez, você tem permissão para me matar ou mandar alguém para fazer isso por você."
"Talvez seja isso que você queira," retruquei. "Você sabe, a parte do seu plano."
"Desculpe querida," Sua respiração espalhou no meu rosto quando ele se inclinou para frente, seus lábios roçando no meu ouvido. "Você está presa comigo. Até que a morte nos separe. E não será porque eu serei estúpido o suficiente para virar as costas para você uma terceira vez."
Exalei em alívio, mas ele não soltou minha mão.
Em vez disso, ele deu um passo para trás, levou meu dedo para os lábios e chupou o sangue da ponta, seus olhos presos aos meus.
Paralisada, eu observava silenciosamente, e mais definitivamente sentia como sua língua girava pelo meu corte, seus lábios fechando sobre uma parte do meu corpo que eu nunca tinha dado um segundo pensamento, até agora.
Quando ele terminou, eu estava respirando tão pesado que era embaraçoso.
"Você completa e absolutamente me desfaz," ele admitiu. "Não é uma sensação reconfortante, saber que eu tenho passado tanto tempo com você sem sequer descobrir a sua cor favorita, e um olhar seu me envia em um acesso de raiva, luxúria, ira, paixão, é inquietante e ainda mais horrível admitir isso em voz alta, admitir a verdade, que quando eu te toco... Eu sempre quero mais."
Ele suspirou e uniu firmemente nossas mãos.
"Então," Ele pegou mais dois sacos de lascas de chocolate. "O que estamos assando?"
Eu finalmente encontrei a minha voz enquanto eu balançava a cabeça para sair do meu estupor. "Bem, eu estou assando cookies. Você é apenas o motorista."
"Ai, nem mesmo compartilhando com o ajudante."
"Eu posso lhe dar uma migalha."
"Provocadora."
Eu sorri incapaz de ajudá-lo. "Eu não acho que eu já fui acusada disso."
"Provavelmente porque eles nunca chegaram perto o suficiente de você para dizer isso." Ele endireitou seu ombro. "O que mais nós precisamos?"
"Você não vai deixar minha mão ir, não é?"
"Não."
"E você vai continuar me importunando até que eu o alimente?"
"Eu sou um cara. Primeiro sexo, comida estará sempre em segundo lugar."
Nós pegamos o próximo corredor. "Então, se eu lhe der sexo, eu posso comer todos os cookies?"
Sergio tropeçou em uma senhora passando por nós com seu carrinho de compras e amaldiçoou enquanto ela corria para fora do perigo.
"Não me tente. Eu sei exatamente o que eu prefiro comer e não é uma lasca maldita de chocolate."
Ele reforçou seu aperto e não soltou até que nós estivéssemos de volta ao estacionamento.
CAPÍTULO 43
Amante, que se mata galantemente por questões de amor.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Eu a deixei dirigir.
Ela era horrível.
Tal como, uma das piores motoristas que eu já tive a infelicidade de encontrar; ainda pior do que Bee, o que diz muita coisa. Ela já havia derrubado três caixas de correio desde que se casou com Phoenix, que elas descansem em paz.
É preciso alguma merda assustadora para assustar aquele homem. Toda vez que ela pedia para dirigir, ele ficava horrivelmente pálido, como se essa pudesse ser a última pergunta que ele fosse responder.
"Então," O carro sacudiu em uma parada quando Val o colocou no modo de parada do câmbio. "Obrigado por me deixar dirigir!"
Pobre carro.
"Sim." eu consegui coaxar quando abri a porta e toquei o solo com ambos os pés. Terra firme. Graças a Deus. "A qualquer momento."
Val deu uma gargalhada. "Você é um mentiroso!"
"Humm?" Eu me virei para encará-la, meu rosto cuidadosamente vazio de emoção. "O que você quer dizer?" Eu casualmente apoiei meus braços por toda a parte superior do carro e cruzei as mãos.
"Eu sou o pior motorista de sempre."
Eu lutei para manter minha risada por dentro. "O que te faz dizer isso?"
"Você fez o sinal da cruz sobre o peito, e se você tivesse um rosário, você o teria segurado e resmungado orações."
"Não," eu menti mais. "Não, não foi assim tão ruim."
Seus olhos se estreitaram. "Então você não se importaria de voltar para dentro."
"Cookies," eu soltei. "Nós temos manteiga no banco de trás e nós não queremos que ela derreta."
"Engraçado, manteiga faz isso? Em um ambiente com temperatura controlada."
"Sim." Eu concordei e movi minhas mãos para mostrar a ela. "Por todo o banco, é impossível tirar, como gordura de bacon, então..."
"Eu acho que finalmente encontrei alguém que é um mentiroso pior do que eu."
"Eu não acho que eu já fui acusado de ser um mal mentiroso. Estranhamente me parece ofensivo."
"É assim que você sabe que é da máfia. Quando alguém diz que você é ruim em mentir ou matar, você realmente fica chateado e sente a necessidade de provar o seu valor."
Eu sorri. "Tudo bem, você dirige muito mal. Avós cegas com cabelo azul dirigem melhor do que você. Um gato com tesão que não pudesse alcançar os pedais seria uma escolha melhor."
Val agarrou as sacolas no banco de trás. "E ele tem tesão por quê?"
"Todos os gatos estão com tesão." Encolhi o ombro. Como escapar disso? Porque eu estava com uma agressão reprimida em direção a ela, e era todo tipo errado de agressão, o tipo que me faz pensar sobre coisas estúpidas, como lascas de chocolate.
E elas derretendo em diferentes partes do seu corpo.
Uma onda de calor ferve abaixo da superfície da minha pele, escaldante, me avisando que eu estava em perigo de seduzi-la novamente. Engoli em seco, a necessidade de correr era tão forte, tão intensa que quase me dobrava. A reação física do meu corpo era aterrorizante.
Esqueça a pistola.
Guerra.
Sangue.
Tortura.
Desmembramento.
Val. Era. Aterrorizante.
Meus dedos tremiam, eu agarrei a última sacola e vi quando ela caminhou para dentro da casa.
Eu olhei.
Na casa.
Meus dedos apertando a sacola plástica. Eu me dei alguns segundos para apenas respirar sem a sensação de asfixia que a sua proximidade me causava. Porque, às vezes, isso é o que sentia, como se ela estivesse em toda parte, e eu não fosse conseguir escapar dela, e quanto mais eu a sentia, mais eu era levado a querer ficar perto dela.
Correr. Parecia mais fácil do que entrar naquela casa.
Correr. Seria sempre mais fácil.
Se eu corresse, ela iria superar isso? Neste ponto, eu achava minha ligação era mais forte do que a dela, mas eu não tinha ideia de como saber. Tudo o que eu sabia é que eu tinha feito um juramento de sangue, uma promessa, e foi uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito, porque eu queria fazer o oposto.
Eu queria ser o mentiroso.
A pessoa que a trairia mais uma vez.
Porque isso se transformou rapidamente em conforto. E eu estava doente de me sentir descontente.
Sobre Andi.
Sobre a mudança dos meus sentimentos em relação a Val.
Coexistir. Isso é o que Val tinha dito. Ao tomar um passo em direção à minha casa, entrando em minha cozinha, eu não estava empurrando Andi para fora.
Eu estava simplesmente... Deixando Val entrar.
Com uma respiração profunda, eu entrei pela porta ainda aberta e a fechei atrás de mim, fiz o meu caminho para a cozinha, onde Val já estava puxando uma pancada de coisas que eu nunca na minha vida tinha utilizado.
Entre elas copos de medida.
Uma batedeira fodona rosa, que eu nem me lembrava de ter comprado. Os cortadores de cookies tinham formato de armas. Certo, quem poderia adivinhar?
"De onde é que veio tudo isso?"
Val parou seu corpo pairando sobre a pia e lavando as mãos. "Da loja." Ela desligou a água e pegou uma toalha.
"Da loja." Eu balancei a cabeça lentamente. "Poderia ter adivinhado isso. Você comprou?"
"Talvez?" Seu rosto amassou e depois seu rosto ficou ameaçador, eu dei um passo para trás. "Olha." Ela apontou o dedo em minha direção. "Você nem veio falar comigo. Eu quase morri de fome! Uma vez que meu cartão de crédito chegou, eu fui... as compras."
"Deixe-me ver se entendi." Eu ignorei o tom que ela deu ao falar fome uma vez que me fez sentir como merda. "Você acabou de completar vinte anos, e sua primeira compra com o seu novo cartão de crédito brilhante, o primeiro sem limite, foi uma batedeira rosa?"
"E formas para assar cookies." ela resmungou.
"E..." Eu apontei "... copos medidores?"
Ela bufou. "Eu vivo perigosamente."
"Sim. Essa é exatamente a resposta que eu tenho na minha cabeça, puta merda, ela é audaciosa. Quanto você pagou na batedeira? Cem dólares, duzentos?"
"Seiscentos." Ela sorriu, enquanto eu quase engasguei com a minha língua.
"Por isso?" Eu apontei para a engenhoca rosa pálida. "Isso é..."
"O quê?" Ela cobriu seu ouvido. "Você não quer nenhum cookie?"
Eu olhei. "É um belo... fabricante de cookie."
"Batedeira."
"Tanto faz."
"Ok escravo, eu vou assar, e você começa o trabalho superdivertido de limpar." Ela arreganhou um sorriso enquanto me evitou em seu caminho para a geladeira. "E eu sou muito, muito desorganizada."
Engoli em seco.
Duas vezes.
E, em seguida, contei até dez para que eu não a puxasse para trás e acabasse beijando cada centímetro de sua pele exposta.
"Anotado," eu finalmente tossi. "Você precisa de um avental ou..."
"Não." Ela balançou a caixa de ovos no ar. "Quanto mais sujo, mais divertido. Panificação nunca deve ser limpa, Sergio."
Eu não conseguia desviar o olhar de seu rosto entusiasmado quando ela começou a jogar os ingredientes na tigela, cantarolando para si mesma enquanto ela flutuava ao redor, com intervalo de poucos minutos quando ela parava e girava em torno da cozinha parecendo confusa.
Eu tinha trabalho a fazer.
Correção, eu tinha trabalho que eu deveria fazer.
Trabalho importante.
Trabalho de vida ou morte.
Trabalho de pirataria informática.
Em vez disso, fiquei colado à banqueta observando quanto mais e mais farinha faziam o seu caminho para as bochechas, em vez da tigela. Quando ela começou a despejar as lascas de chocolate ficou evidente que, pelo menos, metade do saco estava indo para a massa.
Quando ela virou de costa, eu mergulhei meu dedo na tigela, e peguei uma bolinha de massa e experimentei. Porra, estava incrível.
Ela se virou e estreitou os olhos. "Você fez alguma coisa."
"Não."
Ela cruzou os braços fazendo com que um pedaço de cabelo caísse em seu rosto e beijasse a farinha na bochecha direita. "Eu acho que nós determinamos que você é um péssimo mentiroso. Você roubou massa?"
Merda. Engoli em seco. "Defina roubar."
"É bastante duvidoso que eu preciso explicar o que é roubar a alguém que faz parte do crime organizado."
"Isso é cruel." Eu sorri. "Eu sou um bom rapaz, lembra?"
"Se o mocinho mata as pessoas e depois as marca em seu corpo, certamente, você é um cara bom."
"Elas mereciam morrer."
Ela encolheu os ombros e examinou a tigela. "Marcas de dedo."
"Esses não são meus." eu continuei mentindo. Eu nem sei por que diabos eu iria mentir sobre algo tão estúpido, talvez eu gostasse da sua reação. Puta merda, eu estava brincando? Discutir com ela era melhor do que estar sendo ignorado em qualquer dia da semana.
Meus senhores, Sergio Abandonato voltou oficialmente à época do ensino fundamental.
O próximo será ele roubando o seu peixinho e o metendo em sua boca, e depois a empurrando do carrossel.
"Bem aqui." Ela apontou com uma faca. "Um dedo muito grande, acompanhado por duas marcas preguiçosas dos nós dos dedos ao lado."
Revirei os olhos. "Minhas mãos não são preguiçosas. Acredite em mim."
"Se minha memória não falha..."
Meu queixo caiu. "Você está gozando de mim agora?"
Sua expressão era de completa inocência. "O quê?"
Ela estava falando sobre sexo? Ou eu estava apenas vendo coisas. Será que isso importa? Eu estreitei os meus olhos, fazendo o meu caminho lentamente ao redor do balcão e mergulhando dois dedos na massa e os empurrando em minha boca.
Seu rosto rapidamente passou de inocente para horrorizado. "Você não coloca os dedos na comida!"
Comecei a rir. Ela não.
"Val..." Eu tentei me impedir de rir como um louco. "Você tem uma coisa com comida?"
"Eu n-não." Ela cruzou os braços. "Eu só... É grosseiro quando as pessoas enfiam os dedos nos alimentos frescos. Quer dizer quem sabe onde suas mãos estavam?"
"Elas estavam em você." Eu mudei a mão para o seu quadril. "Isso é grosseiro também?"
Ela olhou. "Sim."
"Agora, quem está mentindo?"
"Você."
Eu movi a minha outra mão para que ambas estivessem segurando seu quadril. "Então, você não gosta de pessoas tocando sua comida enquanto você assa. Qualquer outra coisa que eu deveria saber?"
"Eu gosto de esperar."
"Humm?" Eu estava além de distraído do modo como eu me sentia com ela entre as minhas mãos. "O que você quer dizer?"
"Eu não trapaceio. Eu nunca provo a minha própria comida até o produto final. Aumenta o paladar... dá-lhe algo para desejar... algo para você ansiar."
Merda. Eu estava tão fodido, onde ela estava envolvida.
"Eu prometo, não vou fazer novamente sem permissão."
Seu sorriso me derrubou. "Obrigada." Ela se esticou e beijou meu rosto, em seguida, voltou para trás, percebendo o que ela tinha acabado de fazer.
Segurei seus pulsos a mantendo bem na minha frente, então eu teria fácil acesso a seus lábios.
"Por favor, não." ela sussurrou.
"Por quê?"
"Porque você vai me beijar. E eu vou esquecer que preciso ser forte, porque seus beijos me fazem esquecer. E eu já estou tendo dificuldade para lembrar o porquê eu o odeio. Há apenas um dia você esqueceu meu aniversário. Você não pode simplesmente me beijar e tornar tudo melhor."
"Eu sei disso."
"Não, você acha que sabe. Eu não posso... não podemos." Ela libertou suas mãos. "De agora em diante, seus beijos têm de ser conquistados."
"Será que vamos ter algum tipo de gráfico de etiqueta para isso, ou eu estou por conta própria?"
Seus lábios contraíram com um sorriso. "Eu ainda não pensei nessa parte."
"Avise-me quando os cookies estiverem prontos..." Limpei um pouco de farinha de seu nariz. "E Val?"
"Humm?" Ela tocou seu rosto, onde meus dedos tinham a acariciado.
"Qual é a sua cor favorita?"
Suas bochechas coraram em um vermelho brilhante. "Rosa."
"Rosa," eu repeti. "Okay."
"Sergio?"
"O quê?" Eu dei meia volta.
"Qual é a sua?"
"Rosa."
Ela jogou um copo medidor em minha direção ao mesmo tempo em que eu me esquivei dele rindo.
"Fala sério!" Sua cor voltou ao normal.
Eu a olhei de cima para baixo, não percebendo até hoje que minha cor favorita tinha muito a ver com ela. Eu nunca tinha dado muita atenção a isso. Andi e eu tínhamos brincado sobre isso, mas eu nunca considerei seriamente a questão.
Até agora.
Eu cruzei meus olhos com ela e sussurrei: "Marrom." Em seguida, me virei e sai da sala.
CAPÍTULO 44
... um apaixonado é mais sentimental.
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Eu deixei a bagunça para Sergio e fui para o meu quarto pegar alguns livros. Eu não tinha certeza se ele ficaria aqui ou ia sair pelo resto do dia ou se a sua pequena operação de paz tinha acabado.
Quando finalmente consegui voltar para a cozinha vi o homem em pessoa lavando a louça.
Se eu pensava em Sergio me beijando, pairando sobre mim enquanto seus lábios encontrassem meu pescoço sem parar era sexy, eu estava errada.
Sergio se inclinou sobre a pia.
Eu suspirei.
Eu não tive a intenção.
Ele girou rapidamente, respingos de água por toda parte da sua camiseta branca aderindo ao seu abdômen em todos os lugares certos. Lugares que faziam o meu controle lentamente esfarelar em pedaços minúsculos de poeira.
Eu precisava vendar meus olhos ou algo assim.
"Eu roubei dois cookies," ele confessou depois de virar de costa e começar a lavar o próximo prato. "Mas eles estão prontos, então..."
"Eu não policio o produto, uma vez que está pronto então você está seguro." Eu sorri quando ele encolheu o ombro como se estivesse se preparando para uma discussão acalorada onde eu iria cortá-lo de todo o açúcar. "Obrigada por limpar."
"Sim, bem, era parte do acordo." Ele colocou o último copo medidor sobre a toalha e o secou, em seguida, virou em um semicírculo.
"Terceira gaveta à sua direita." Eu apontei.
"Eu sabia disso." ele disse rispidamente, pegando os copos e os jogando na gaveta só para encarar extraordinariamente duro as formas de cookies.
"Você sabe onde está tudo na sua cozinha?"
"Eu não asso."
"Nããão." Eu sorri, então peguei as formas de cookie e as coloquei na grande gaveta embaixo do forno. Então eu abri a dispensa e fui guardar a batedeira pesada.
"Eu guardo." Ele a pegou com uma das mãos como se não pesasse nada.
Eu apontei para a prateleira inferior.
O cheiro dos cookies estava preso no ar.
Eu não tinha outros planos para o resto do dia, exceto ler. Eu tinha deixado os meus livros no balcão da cozinha.
"Você vai ler?" Ele agarrou os três e me entregou.
"Sim." Quero dizer, se eu tivesse uma escolha, eu provavelmente preferiria ter uma sessão de beijos quentes com ele, mas eu leria, eu poderia ser capaz de ler.
"Eu tenho uma ideia melhor como alternativa, se você concordar."
Abracei meus livros como um escudo. "Vamos ouvi-la."
"Nadar."
"Nadar..." eu repeti.
"Nadar." Com um aceno de cabeça para a janela, ele confirmou o que já havia dito. "A não ser que você não possa nadar."
"Por que nadar?"
"É uma das minhas coisas favoritas para fazer, e eu acho que se eu te chatear você pode apenas me afogar e sair tão rápido da sua miséria sem ter que usar qualquer tipo de arma. Realmente, é uma situação que todos ganham."
"Por que eu te afogaria?"
"Eu esqueci o seu aniversário. Eu te abandonei. Tomei a sua virgindade, e então fiz a merda de quebrar alguns copos. Te envergonhei na frente de seus novos amigos. Trai. Menti..."
Eu levantei minha mão. "Repetir todos os seus pecados realmente não me faz sentir como se fosse possível te perdoar."
"Esse é o propósito, Val. Eu vou continuar te lembrando até que você confie em mim o suficiente para saber... que isso não vai acontecer novamente."
"Eu não," eu disse em uma voz calma. "Eu queria confiar em você, mas eu não confio."
Sua voz caiu para um sussurro áspero: "Você vai."
"Eu não acho que eu possa... não até que você me mostre tudo, não apenas as partes bonitas."
"Você acabou de me chamar de bonito?"
"Sim. Você é lindo. Como uma garota. Uau, quais os produtos que você usa na pele?"
Ele amaldiçoou. "Eu mereci isso."
Acenei com a cabeça.
"Então, vamos nadar?"
Eu estava presa entre uma rocha e uma parede, porque ele realmente estava tentando passar um tempo comigo, mas quanto mais eu o deixasse entrar, mais ele poderia me magoar quando ele finalmente achasse a saída, quebrando cada parte de mim até que ele ficasse livre, e eu sendo deixada para juntar as peças.
"Sim," eu me encontrei dizendo. "Mas nenhum toque de qualquer tipo."
Seus lábios apertaram juntos enquanto ele abaixou a cabeça. "Certo."
"Tudo bem." Eu respirei fundo. "Agora eu preciso encontrar um maiô."
Sergio suspirou. "Me siga."
Eu segui.
Ele subiu as escadas muito rápido, o que tornava quase impossível acompanhá-lo. Ele parou em um dos primeiros quartos e alcança a maçaneta, em seguida, puxou a mão para trás como se ela fosse queimá-lo. "Apenas... espere aqui."
Algo parecia errado.
Errado.
Ele entrou no quarto escuro e voltou rapidamente com três trajes de banho, cada um deles com as etiquetas ainda.
"Qualquer um destes serve?"
A única razão pela qual minhas mãos trêmulas pegaram os trajes de banho de suas mãos foi devido ao fato de que cada um tinha uma etiqueta de preço elevadíssimo pendurada nelas, o que significava que nunca tinham sido usadas.
Ele não estaria olhando para mim, me comparando a um fantasma.
"Sim." Tentei parecer animada. "Tenho certeza de que vão ficar bem."
Cerca de quinze minutos depois e eu já sabia que havia uma grande diferença entre eu e Andi.
Ela claramente não estava desperdiçando nada.
Porque meus peitos estavam mal cobertos pelos pedaços finos de tecido branco. O que era pior, era a parte de trás do maiô que era extremamente baixa e reveladora. Eles serviam, mas eu parecia uma prostituta.
Eu nunca tinha usado nada tão revelador e, isso era dizer muito, considerando que o meu vestido de casamento também me fazia parecer uma.
E foi assim que eu me lembrei.
Eu tinha outra carta.
Uma última carta.
Sergio provavelmente já estava se perguntando se eu tinha caído no vaso sanitário ou coisa parecida, eu deveria confirmar mais tarde a noite.
Eu posicionei o biquíni sobre meus seios o melhor que pude e rezei para que eu não fosse mostrá-los enquanto eu descia lentamente as escadas, cuidando para que nenhuma das minhas meninas pulasse para fora.
"Sergio?" Eu chamei.
"Cozinha." ele respondeu de imediato.
Eu lentamente entrei e quase desmaiei. Ele estava sem camisa. Claro que ele estaria sem camisa. Por que é que eu não pensei nesse cenário antes? Que ele estaria sem uma camisa.
E que eu veria grandes quantidades de pele morena enquanto ele se movia graciosamente através da água. As marcas na sua pele eram um lembrete gritante.
Ele era perigoso.
Mas o perigo não era mais do que ele poderia fazer para o meu corpo.
Mas, para o meu coração.
"Você não importa de se molhar?" Ele não se virou enquanto ele pegava uma garrafa de vinho e duas taças.
"Humm, estamos nadando, não é?" Eu desajeitadamente cruzei os braços sobre o peito, e então deixei escapar uma pequena maldição quando eu percebi que só piorei a situação.
"Está chovendo." Ele apontou para as janelas.
"Ah, está tudo bem."
"Excelente." Ele virou-se e soltou uma série de maldições que deixaram as minhas orelhas queimando e meus braços coçando para pegar uma toalha, um cobertor, uma manta, qualquer coisa.
"Esse foi o que ficou melhor." eu disse com a voz trêmula.
"Sem dúvida." ele engasgou rapidamente, se virou e apoiou uma mão sobre o balcão antes de empurrar para trás e passou apressadamente por mim. "Me siga."
Eu não poderia dizer se ele estava com raiva de mim ou apenas lidando com as memórias de nadar com Andi.
Era uma reação boa ou ruim?
Eu não tinha ideia, porque eu não conheço os homens da maneira que eu deveria, e eu realmente não conheço Sergio da maneira que eu deveria.
Mais uma vez era difícil eu acompanhá-lo, então eu comecei a fazer uma corrida lenta atrás dele, eu não estava vendo onde estava indo até que virei em um canto e bati em suas costas.
"Desculpe!" Meus braços voaram ao redor da sua cintura enquanto eu me firmava, e ele estava quente, talhado, ele era tudo.
Com um suspiro ele inclinou a cabeça, seus ombros estavam tensos, ele pegou uma das minhas mãos e a segurou firmemente contra seu estômago firme, muito firme. "Nós ainda não vamos para a piscina."
"Não?" Minha voz soou fraca, ofegante.
"Então, tocar é permitido certo?"
"Cer-certo." Eu deveria ter dito errado, mas ele parecia tão certo, e sua proximidade era exatamente o que eu tinha desejado. Eu precisava disso mais do que eu queria admitir em voz alta, especialmente para ele.
Cuidadosamente, ele colocou as taças de vinho em uma mesa próxima, juntamente com o vinho e virou sua mão ainda segurando a minha contra seu estômago.
Uma vez que estávamos cara a cara, ele me soltou apenas para segurar o meu rosto com as mãos e sussurrar: "Eu quero você."
Eu não sabia o que dizer. Eu sabia o que eu queria dizer, o que meu corpo estava gritando para dizer, mas eu fiquei em silêncio ao invés de falar.
"Mas eu não mereço você. Eu não tenho certeza se algum dia irei merecer." ele terminou, seus olhos encobertos. "Faça-me um favor?"
"Qual?" Era impossível não estar atraída pelos seus olhos azuis gelados e o calor que emanava do seu corpo.
"Quando eu puder te beijar de novo... diga-me. Eu não consigo ler mentes. Eu sou um cara. Eu preciso que você venha a mim e diga isto. Eu preciso que você declare isso em voz alta, então eu saberei."
"Ok." Me beije, me beije, me beije. "Eu posso fazer isso."
"Bom." Ele amaldiçoou. "Excelente." Outra maldição. "Vamos para fora." Ele rapidamente virou e abriu a porta para o pátio externo, então voltou para dentro para pegar as taças e o vinho.
A chuva não era tão forte. Pelo menos ainda não.
"A piscina é aquecida." Duas toalhas já estavam colocadas sob a pérgula, em uma das cadeiras. "O último a..."
Eu passei por ele e saltei na piscina, e me encostei imediatamente na parede. Felizmente, eu fui capaz de ajustar meu biquíni quando ele pulou para dentro. Nós nadamos por uma hora. Ele me perguntou sobre a minha vida com os meus tios.
Perguntei-lhe sobre a vida na máfia.
Nossos alimentos favoritos, os animais, os filmes, as bebidas, os livros, nós cobrimos tudo, até que eu percebi que não estávamos nem mesmo mais nadando. Estávamos sentados nas escadas na parte rasa, conversando.
E foi isso, apenas conversando enquanto a chuva continuou a cair sobre as nossas cabeças.
Eventualmente eu lhe disse que estava congelando, então nos movemos para a banheira de hidromassagem.
"Você teve algum melhor amigo enquanto crescia?" Ele se inclinou para trás em seus cotovelos enquanto girava preguiçosamente o vinho na taça.
"Uma." Tremendo, eu cheguei mais perto dele. Ele, naturalmente, levantou o braço quando eu fugi em sua direção. "Ela era incrível."
"Qual era o seu nome?"
"Ara." Eu encolhi o ombro. "Ela era linda." Eu não sei por que eu disse isso, mas ela era impressionante, tão bonita que você queria odiá-la, mas no final não poderia deixar de amá-la.
"O que aconteceu?"
"Humm?" Eu olhei para cima.
"Você parece triste, o que aconteceu? Vocês tiveram uma briga?"
"Oh, não." Eu balancei a cabeça vigorosamente. "Nós brigávamos somente por coisas como livros e filmes. Seu pai era uma pessoa difícil de lidar. Ela nunca veio e disse isso, mas às vezes eu me perguntava sobre o modo como ele a tratava. Ele nunca gritou, mas ele oscilava de uma maneira muito estranha." Eu fiz uma careta. "Um dia, ela veio à minha casa e disse que tinha que ir, que seu pai tinha um trabalho importante e ela não tinha escolha a não ser ir com ele."
"E ela não manteve contato? Sua melhor amiga?"
"Ela manteve." Eu engoli o caroço na minha garganta. "Até que de repente, ela simplesmente sumiu. Desde então, eu escrevo, mas tudo acaba voltando declarando que o endereço não é mais válido. Nós sempre pensamos que era mais divertido enviar cartas reais, em vez de e-mails. Era uma espécie de coisa nossa. Tentei mandar mensagens de texto, há alguns meses, mas nada pôde ser entregue."
Sergio me puxou para perto e beijou minha cabeça. "Eu sinto muito. Você quer que eu a olhe para você?"
Fiz uma pausa depois me afastei. "O que quer dizer olhar por ela? É meio que um código para matar alguém?"
Os lábios de Sergio contraíram. "Eu não atiro em todos, Val."
"Posso ter me enganado."
Seus olhos presos nos meus. "Estou falando sério. Você quer que eu a encontre?"
"Talvez." Meu estômago caiu. "Sim. Ok, eu quero."
"Considere isso feito. Até o final de amanhã eu vou ter cada local conhecido e pseudônimo."
"Pseudônimo?" Eu ri. "Ela não é uma espiã."
"Verdade." Ele sorriu. "Às vezes eu esqueço nem todo mundo usa disfarce."
"Eu não uso."
"Não." Ele engoliu em seco. "Você não usa."
A chuva começou a cair mais forte do que o silêncio crescia entre nós. Eu queria beijá-lo.
Eu queria que ele me beijasse.
Havia tantas coisas que eu queria.
Em um mundo perfeito, eu ia fazê-lo sofrer por semanas, meses. Eu ia fazê-lo perceber o quanto ele tinha me machucado. Em um mundo perfeito, ele viria rastejando de volta e confessaria seu eterno amor. Em um mundo perfeito, ele iria ganhar, no entanto de forma dolorosa, devagar.
Mas o mundo que eu vivia, aquele em que Sergio existia, era um mundo diferente, cheio de sonhos quebrados, expectativas destruídas e traição. Era um mundo consumido pela dúvida, luxúria, ira, raiva, querer.
Era um mundo que não importava se eu não queria ceder, porque ele iria exigir isso de qualquer maneira.
"Sergio," eu sussurrei.
"Sim." Seu maxilar contraiu quando ele se inclinou, a chuva escorrendo por seus rosto perfeito.
"Beije-me."
Ele não perguntou se eu tinha certeza.
Ele não hesitou.
Ele não perdeu um instante... Antes de sua boca se chocar com a minha... Sua língua fez o caminho passando qualquer barreira física... Antes que eu tivesse a chance de levantá-las.
Mãos quentes moveram-se para os meus seios enquanto ele desamarrou o meu biquíni e o jogou para fora da banheira de água quente, sua boca se moveu no meu pescoço quando ele me puxou contra seu corpo já excitado.
Deixei escapar um gemido quando a água começou a passar em torno de nossos corpos, nos empurrando juntos, nos separando, nos movendo conforme seus dentes roçavam a pele da minha orelha. Sua respiração estava quente quando ele sussurrou: "Me diga que eu posso te beijar em qualquer lugar."
"Você..." Eu ofeguei. "... pode me beijar em qualquer lugar."
Ele suspirou aliviado. "Graças a Deus." Sem aviso, ele deslizou a mão pela minha perna e puxou a calcinha do meu biquíni para fora do meu corpo, então a jogou na mesma direção que a parte de cima tinha ido.
Eu não tive tempo para me cobrir quando ele me levantou pelo quadril e me pôs na beira da banheira de hidromassagem. Tudo o que vi foi sua cabeça sexy como pecado indo para baixo e ele começando a me chupar. Eu apoiei minhas mãos em seu ombro, quando meu corpo arqueou sob a pressão da sua boca.
Flexionei de volta, cavando meus dedos em seus músculos, tentando equilibrar meu corpo para que eu não caísse para trás, sempre que eu senti como se estivesse indo para dar um mortal para o lado, ele segurava meu quadril com tanta força que quase doía.
No entanto a dor dele me manter assim.
Estava completamente esquecida quando ele movia sua língua, e beijava, e chupava, apenas para repetir cada movimento com calma, e depois com um movimento rápido, seguido de truques que eu nem sabia que existiam.
Eu estava sensível demais.
A chuva fria, uma vez que atingiu a parte superior do meu corpo, me esfriava o suficiente para que eu tremesse cada vez que ele me chupava mais fundo e cada vez mais fundo com a sua boca.
"Sergio." Eu bati em sua costa com o meu punho. "Isso é..." Eu não conseguia formar palavras, eu não sabia como dizer.
"Você tem um gosto perfeito." ele sussurrou reverentemente, mas ele não parou, não, ele nunca parou. Ele me torturou até que eu estivesse ofegante e, em seguida, gritando seu nome no topo dos meus pulmões. Foi demais, ele era muito.
Ele me levantou sem esforço, puxando meu corpo de volta para a banheira de água quente só para me beijar mais e mais vezes, suas mãos seguraram meus seios, me colocou de costas e me segurou contra ele.
Ele amaldiçoou quando me movi contra a seu pau duro.
E amaldiçoou novamente quando eu passei meus braços atrás de sua cabeça e o fiz novamente. Enlouquecê-lo pode ser a minha mais nova coisa favorita.
Quando eu enfiei minha mão em sua sunga, ele soltou uma maldição tão violenta que eu não tinha certeza se ele estava irritado ou apenas no seu limite.
"Que merda vocês estão fazendo aí na chuva?" Uma voz gritou.
Eu parei de me mover e encostei a cabeça no ombro de Sergio enquanto ele ofegava. "Volte para dentro antes que eu atire em você, Tex!"
"A porta estava aberta!" Ele gritou.
"Um! Dois!" Sergio começou a contar.
"Tudo bem, tudo bem." Tex riu alto. "Vocês dois estão esquentando a água por conta própria? Nixon daria a própria merda para ver todo o vapor saindo de seus corpos."
Sergio me virou e me bloqueou com seu corpo.
"Temos notícias," Tex gritou. "Cinco minutos para ficar decente, Serg, ou eu estou me juntando..."
"O inferno que você está!"
"Quatro minutos!"
"Filho da puta." Sergio bateu na água com uma das mãos, enquanto a outra me segurou contra ele. "Me diga a verdade." Seus lábios inchados encontraram os meus em um beijo punitivo. "Você ficaria terrivelmente desapontada se eu o matasse para que eu pudesse fazer sexo com você?"
"Bem, é um ser humano," eu sussurrei. "Pensando bem..." Olhei para a água, mesmo que ela não ocultasse as provas de sua excitação. "Nós realmente temos mais uma chance, não é?"
"Você não..." Ele me beijou ferozmente, me puxando pelo cabelo enquanto ele rosnava. "… faz ideia."
CAPÍTULO 45
... se deitarmos um pouco de seu suco sobre as pálpebras de um homem ou de uma mulher entregue ao sono ficará loucamente apaixonado, por quem primeiro ver, quando despertar.
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Tex me deu o dedo médio como cumprimento cerca de quinze minutos depois. Eu estava seco. Decente. Mas extremamente excitado, como se os meus jeans estivessem um pouco mais apertado e o atrito do meu zíper seria um problema sério.
"Então..." Tex colocou as mãos atrás da cabeça enquanto eu fechava a porta do meu escritório e depois a abri só para batê-la novamente mais três vezes. "Como está à vida de casado?"
Abri a boca e a fechei, puxando minha cadeira. "O quê? O que é tão extremamente importante que você precisava me interromper?"
"Interromper?" Ele colocou a mão no seu ouvido como se não tivesse escutado bem. "Beijos? Porra, você é muito devagar. Eu já estaria trabalhando na parte de vamos-fazer-um-bebê. Oh, aguarde." Ele estalou os dedos enquanto eu imaginava minhas mãos em volta do seu pescoço.
Eu desejava saber, em uma escala de um a dez, quão horrível que isso me faria como ser humano se eu sorrisse enquanto eu o matava.
"Tex."
"Frank matou Xavier."
Suspirei e me inclinei para frente, os cotovelos sobre os joelhos. "Então ele não é mais uma ameaça?"
"Ele não é mais uma ameaça, nem os dez associados que estavam trabalhando com ele."
Eu bati de volta. "Por quê?"
"Por que..." Tex suspirou. "foi ordenado um ataque para cada um deles, e ao invés de compartilhar Frank eliminou todos ele mesmo, com os tios, é claro. Aqueles bastardos sujos provavelmente tiveram o tempo de suas vidas."
"Humm." Eu umedeci meus lábios e me recostei na cadeira. "Então, eu estou supondo que há mais."
"Há sempre mais." Tex batia na têmpora. "Ele deixou esposa e dois filhos, e quando digo esposa, eu digo à garota que ele recebeu de Petrov com o objetivo de manter sua boca fechada, e dois garotos que perderam seus pais."
"Petrov está morto."
"Não seu filho."
"Foda-se, por que ele está vivo?"
"Porque até o ano passado ele não era uma ameaça."
"Onde você está indo com isso?"
"Frank ofereceu proteção a ela."
Eu soltei uma maldição. "Claro que ele ofereceu, ele está se transformando em uma droga de santo na sua velhice."
"Sim, eu tenho certeza que é exatamente o que Xavier pensava antes que Frank quebrasse o seu pulso, o deixasse faminto, e depois cortasse sua garganta e o mandasse para o inferno. Hey!" Tex hesitou. "Este velho está ficando mole!"
"Você fez o seu ponto."
Tex ficou em pé. "Ele está voando de volta com ela esta semana, pensei que você deveria saber desde que Frank enfiou na cabeça que traria outro estranho para o rebanho."
"Maravilhoso," eu murmurei. "Me deixe adivinhar, eu sou o novo hotel?"
"Não." Ele riu. "Na verdade Nixon recebe o presente neste caso, bastardo de sorte, eu ouvi que ela gritou por uma hora na frente de Frank até que ele finalmente pode acalmá-la e quando o fez, ela o mordeu."
"Merda. Boa sorte com isso."
"Ela tem dezoito anos."
"Merda."
"Concordo."
Ele ficou quieto. Eu não me importava. Tex fazia isso muitas vezes para mim e, na maioria das vezes, eu precisava desse tempo de silêncio para processar qualquer bomba que ele não tinha problema nenhum em jogar do nada.
"Tex?"
"Atire."
"Como você sabe que eu vou te fazer uma pergunta?"
"Isso é o que você faz. Você é um cara de números e perguntas, então pergunte."
"Val mencionou uma melhor amiga que ela costumava ter, eu pensei..." Merda. "Eu não dei qualquer coisa para ela de presente de casamento, e eu pensei que localizá-la poderia ser um bom lugar para começar."
Tex congelou. "Sério?"
"Sim." Eu suspirei. "Ou estar perseguindo um estranho aleatório e, em seguida, comprar-lhe um bilhete de avião para sua casa é desaprovado nos dias de hoje?"
Tex começou a rir. "Olha, eu acho que é um plano sólido, só..." Ele hesitou, como se estivesse realmente pensando antes de falar, o que era uma raridade. Este era Tex. Não Nixon. "Prepare-se para más notícias, as pessoas desaparecem o tempo todo, você sabe? Sem nenhuma razão especial, e embora você tenha habilidades fodidas com informática, você não sabe nem mesmo o seu último nome."
"Eu não disse isso," eu disse lentamente. "Eu não disse nenhuma vez que eu não tinha o sobrenome dela."
"Bem, não tem?" Ele respondeu, evitando a questão completamente. "Você tem o sobrenome dela?"
"Não." Eu suspirei. "Mas, eu tenho certeza que se eu rastrear o histórico da conta bancária de Val, juntamente com a dos seus tios, até mesmo olhar através dos seus arquivos escolares, vai ser fácil."
Tex se levantou da cadeira e me deu um tapa nas costas. "Você provavelmente está certo. Boa caça."
"Obrigado." eu murmurei, enquanto ele saiu, deixando a porta aberta. Alguns minutos mais tarde Val bateu.
"Posso entrar?" Ela perguntou.
"Claro." Graças a Deus que ela vestiu uma calça. Todas as apostas teriam sido encerradas se ela ainda estivesse de biquíni. Cada curva dela é deliciosa, cada pedaço da sua pele. Merda, lá estava eu de novo, perdendo o controle.
"Eu estava indo preparar o jantar, qualquer coisa que você queira?"
"Cookies?"
Rindo, ela começou a caminhar para fora. "Eles são para a sobremesa."
"Ou," eu acrescentei. "Nós os comemos agora e criamos nossa própria sobremesa mais tarde?"
"Eu acho que vou fazer uma carne assada." ela disse, me ignorando completamente enquanto se dirigia para a porta. "Parece... hummm... suculenta."
"Você está me matando!" Eu gritei atrás dela.
"Acostume-se com isso!" Ela me devolveu.
Foda-se. A segunda rodada foi ganha por Val.
Três horas mais tarde, Val trouxe a comida para o meu escritório, eu estava debruçado sobre o meu computador digitando energicamente e eu ainda não tinha localizado qualquer informação sobre sua melhor amiga. Era como se ela literalmente não existisse. Mas ela teria de ser brilhante para limpar seus próprios arquivos escolares, a menos que alguém tenha feito isso por ela.
"Hey." Val sentou em uma das cadeiras. "Eu já comi. Não queria te incomodar, então te trouxe um pouco de comida." Ela apontou para o prato. "Eu tenho cookies para quando você acabar."
Forcei um sorriso exausto. "Ótimo. Obrigado."
Ela franziu a testa, depois se levantou e andou até mim, inclinando-se sobre o meu ombro. Normalmente isso me irritaria, ter as pessoas olhando por cima do meu ombro para olhar a minha própria merda. Esse era o meu domínio, o meu mundo, mas, por algum motivo estranho, eu queria que ela visse o código, a pirataria, os números estranhos e os algoritmos.
"Uau." Ela suspirou e apontou para a tela. "Afinal, o que isso quer dizer?"
"É um tipo de linguagem. Se você o conhece, você pode usá-lo em sua vantagem." Eu digitei algumas teclas e apertei enter. Uma imagem de Val na escola apareceu.
Ela começou a rir. "Me diga você ama o aparelho."
"Foi meu primeiro pensamento. O próximo foi à camisa do One Direction é claro."
Eu recebi um beliscão na cintura.
"Mostre-me outra." ela sussurrou, suas palavras beijando meu pescoço com a sua proximidade. Eu estava impotente para dizer não, então eu digitei outra coisa e encontrei outra imagem, desta vez do Facebook.
Ela estava rindo muito, Dante estava tentando roubar o seu Kindle, e de repente, o meu mundo deu uma pequena cambalhota.
Era a imagem exata da minha pasta.
Sem pensar eu agarrei a pasta preta do outro lado da minha mesa e a abri.
Era exatamente a mesma imagem.
"O quê!" Val silvou um gritinho. "Você tem fotos minhas."
Eu assenti com a cabeça, incapaz de falar. "Foi à primeira vez que vi você."
"Mas essa..." Ela fez uma careta. "Essa não é muito recente. Quero dizer que ela facilmente foi tirada há mais de um ano atrás."
Foi por isso que, quando eu a conheci, fiquei chocado, quase caindo de joelhos.
"Eu não tenho certeza." Porque normalmente a máfia era melhor do que isso. Inferno, Luca era melhor do que isso. Ele teria informações atualizadas, ou pedido para alguém para atualizar a minha pasta, certo?
Ou foi apenas preguiça?
Eu fiz uma careta. Dividido entre querer chamar Phoenix e cavar um pouco mais por minha conta.
"Sergio?"
"Sim?"
Eu nem tinha percebido que Val tinha a minha pasta nas mãos até que fosse tarde demais, com as mãos trêmulas, ela tirou uma foto de Luca e franziu a testa. "Eu o odeio."
Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela corria para fora do escritório e subia as escadas.
O pai dela?
Eu entendi. Eu realmente entendo, eu odiava isso, mas uma parte de mim entendia isso, entendia sua raiva. Então, eu suspirei, e lentamente a segui até as escadas ao mesmo tempo em que a porta bateu fechada.
CAPÍTULO 46
... crescem, vivem, morrem em sua solitária beatitude.
__ Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Com as mãos trêmulas, eu peguei a última carta e comecei a ler.
Eu sinto muito.
É realmente tudo o que posso dizer.
Eu acho que se eu me explicasse, não faria sentido, ainda não de qualquer maneira. Então, te deixo com isso. Peça-lhe para te mostrar.
Peça-lhe para nos mostrar.
Mas só depois de lhe mostrar uma foto minha e sua.
A foto tremeu no meu colo.
Eu li a carta de novo e de novo, então peguei a foto, no momento em que Sergio entrou no quarto, fazendo um caminho mais curto para a minha cama.
"Val." Sua voz era fria. "Por que você está com a foto da minha esposa morta?"
Ele estava errado.
Completamente delirante em sua raiva e tristeza, e estava finalmente o quebrando, o fazendo alucinar. Irritada, eu o empurrei para longe. "É minha amiga, Ara."
"Não," Sergio tirou a foto das minhas mãos e olhou. "Essa é Andi."
"Não." Eu balancei a cabeça, incapaz de acreditar no que estava dizendo. "Esse é a minha melhor amiga. Ela está, ela está bem, e ela está feliz, e você está apenas confuso porque você está triste." Lágrimas escorriam pelo meu rosto. "Todo mundo tem uma sósia sabe? Todos! Não é ela!"
Os olhos de Sergio fecharam brevemente antes que ele estendesse a mão. "Há algo que você precisa ver."
Eu queria me enfiar sob os cobertores. Eu queria ignorá-lo, ignorar a dor no meu peito com a sua expressão, ignorar o mundo, mas seus olhos tinham mudado, transformando profundamente a tristeza enraizada em algo pior.
Pena.
Eu agarrei a mão dele e o segui até o quarto de hóspedes, onde ele pegou as roupas de banho.
Ele abriu a porta bem aberta.
E acendeu as luzes.
Não era um quarto enorme.
Mesmo assim era bonito do seu próprio jeito, apesar de ser menor do que o meu, não tão novo. Por outro lado, poderia ser o fato de que as cortinas estivessem fechadas, uma sensação de asfixia envolveu em torno do meu pescoço enquanto eu tentava inalar através da apatia do quarto, com as mãos trêmulas eu toquei meu pescoço, em um esforço para liberar o ar.
"Essa..." Sergio agarrou uma foto emoldurada, a segurando perto do seu peito, e fechou os olhos por alguns instantes. "Essa é Andi."
Estendi a mão para ele, mas ele não me entregou, em vez disso ele me olhou de cima para baixo com desconfiança, como se eu soubesse um grande segredo.
"O quê?"
"Você realmente não tem nenhuma ideia, não é?"
"Do que você está falando?" Eu acho que no fundo eu suspeitava, talvez eu nem soubesse, mas eu não queria saber, eu queria virar no meu calcanhar e correr para fora da casa, para o campo, eu queria correr, e eu não tinha ideia do por que, diferente do olhar em seu rosto que dizia que meu mundo, ou o mundo que eu tinha conhecido até então, ia ser quebrado mais uma vez, talvez para sempre.
Ele suspirou e baixou a cabeça, e depois me entregou o porta-retratos.
No minuto em que minhas mãos o seguraram, foi como se houvesse uma mudança física no meu corpo quando eu o virei e olhei.
Minha amiga Ara... Era Andi.
O mesmo sorriso, lábios, atitude, olhos.
Tremendo, eu quase deixei à foto cair até que Sergio a tirou das minhas mãos, a segurando com a sua.
Eu deveria estar confusa, com medo, com raiva, tantas coisas, em vez disso, tudo o que eu senti foi uma tristeza tão horrível que cai de joelhos e chorei.
Porque foi ela quem me ajudou.
Ela que tinha, em um ponto, me feito sentir viva.
Ela tinha me salvado quando ninguém sabia que precisava me salvar.
Foi sua esposa morta que me trouxe para a terra dos vivos.
E eu não poderia nem mesmo agradecê-la.
Eu não poderia dizer obrigado.
E o pior de tudo, eu nem sequer fiquei sabendo quando ela se foi até que fosse tarde demais.
"Não." Eu pressionei minhas mãos contra o chão acarpetado e tentei respirar através das minhas lágrimas. "Não, não é verdade. Você está mentindo! É um truque!" Eu não reconheci minha própria voz quando eu gritei para ele.
"Respire." Sergio passou a mão em minhas costas e sussurrou com urgência, "Inspire e expire."
"Eu sei!" Eu engasguei em uma respiração. "Estou respirando! Deixe-me em paz!" Eu tentei golpear a mão dele, mas toda a minha força foi atingida na hora que eu bloqueei os olhos com ela.
Tinha que ser ela.
Tinha que ser ela.
"Por quê?" Eu finalmente resmunguei uma vez que eu fui capaz de formar as palavras. "Por que ela faria isso comigo? Tornar-se minha amiga e depois me deixar?" E morrer. Eu não disse a última parte, talvez eu não precisasse. Era um pensamento egoísta, mas eu estava me sentindo egoísta, e mais que abandonada, enganada mesmo.
Tinha a nossa amizade sido real?
Ou ela tinha me usado?
Com um suspiro, Sergio se juntou a mim no chão. Um pequeno raio de sol passou através da cortina desenhando uma linha no tapete entre os nossos corpos.
"Eu gostaria de ter respostas. Mas eu não tenho." Ele suspirou. "Eu não tenho ideia, Val, acredite. Se eu tivesse…"
"O quê?" Engoli em seco. "O que você teria feito? Teria feito qualquer coisa diferente?" Por favor, diga não. Era duro o bastante ser rejeitada por ele, além de ser casada com o homem que minha melhor amiga tinha amado com todo o seu coração, sabendo que ele tinha sentido o mesmo sobre ela.
Era impossível não sentir raiva e mágoa, mas o que era ainda pior é que eu poderia ver como facilmente ela se apaixonou mesmo que não fosse de propósito, e quanto ela deve tê-lo amado.
"O que você estava segurando mais cedo?" Perguntou Sérgio. "Em seu quarto?"
Eu olhei para as minhas mãos. "Cartas."
"Cartas," ele repetiu. "De Andi? Ou Ara?" Ele retificou.
"De nenhuma." Eu fiz uma careta. "Eu não tenho ideia de quem as enviou, me foi enviada uma chave de um cofre no banco e..."
"E você está me dizendo isso agora?" Sua voz subiu uma oitava quando ele chegou mais perto de mim. "Isso é sério! Poderia ter sido uma armadilha! Você poderia ter se machucado. Preciso lembrá-la que há um fodido russo que quer matá-la?"
Eu tremi com o pensamento. "Foi antes de te conhecer."
"E isso melhora as coisas?"
"Pare!" Eu empurrei o seu peito. "Eu estava sozinha, ok?" Lágrimas escorriam pelo meu rosto. "Minha melhor amiga tinha tudo, mas me abandonou, Dante estava se distanciando, e eu estava entediada! Não tinha ninguém para conversar, e então de repente chega esta carta, que assumi ser de Ara, eu pensei até que enfim, sabe? Porque ela simplesmente parou de escrever e eu a abri sem pensar e então eu não sei." Eu encolhi meus ombros. "Eu não sei o que aconteceu, de repente eu estava na frente do banco e..." Eu fiz uma careta.
"E o quê?"
"E Mil estava lá… e tinha esse outro cara alto, que era realmente muito bonito para olhar e..." Eu lembrei vagamente do cara com o sorriso confiante. Pisquei para Sergio e depois deixei escapar um pequeno suspiro. "Ele parecia... com você."
Sergio ficou tenso ao meu lado. "Era realmente um cara legal, que estava com Mil, mas não era Chase e se parecia comigo?"
"Sim. Não. Talvez." Eu pressionei meus dedos nas minhas têmporas. "Mas ele era mais comprido."
"Ah, isso é útil." Ele reprimiu uma maldição e sacudiu a cabeça.
"Sinto muito!" Eu estalei. "Eu não sabia que precisaria traçar um perfil depois!"
"Merda," Sergio sussurrou uma maldição. "Sinto muito, apenas, nada disto faz sentido, e se estou certo, e eu normalmente sempre estou, isso significa que meu irmão Ax tem estado nisso desde o início."
"S-Seu irmão?"
Ele cerrou o maxilar e, em seguida, perguntou: "Posso ver as cartas?"
"Você já viu uma, no dia do nosso casamento, ela veio com o vestido."
O silêncio era tenso.
"Se você me mostrar a sua, eu mostro as minhas."
"Não." Ele nem sequer refletiu ou hesitou.
Tanto para confiar um no outro.
Outra maldição escapou dos seus lábios carnudos antes que ele pegasse seu telefone e apertasse um botão, então soltou: "Mil, me diga que merda está acontecendo agora, ou eu vou apontar uma arma na têmpora do seu marido e puxar o gatilho."
Eu não ouvi o que ela disse na outra extremidade.
"Phoenix? O que você quer dizer com Phoenix?" Os olhos de Sergio arregalaram. "Frank também? Excelente, mande-os para cá agora."
Ele jogou o telefone no tapete e suspirou.
"Boas notícias?" Eu suspirei, puxando os fios do tapete.
"Ela disse para perguntar para Phoenix, uma vez que as instruções foram dadas a ele e Frank."
"Instruções?" Eu balancei minha cabeça. "Para quê?"
Sergio abaixou a cabeça. "Nossa história de amor."
"Sinto muito, o quê?"
"Justamente." Ele se levantou e estendeu a mão. "Phoenix estava com Chase de qualquer maneira, então Mil retransmitiu a mensagem, eles estão a caminho."
"Eles?"
"Todo mundo."
De repente eu queria rastejar para a cama e me esconder, não na minha cama, nem mesmo na de Sergio, mas na dela. Minha melhor amiga.
Porque eu sabia que se ela estivesse aqui, ela poderia explicar o método para o seu plano maluco, e ela também iria rir de mim e me dizer que tudo ia ficar bem.
E talvez, depois que ela fizesse isso, eu poderia pedir desculpas.
Por cair no amor pelo mesmo homem que ela.
Só que eu não estava arrependida.
Eu nunca iria me arrepender.
E isso me fazia o pior tipo de melhor amiga, o pior tipo de pessoa, porque cada vez que pensava nela o tocando, uma pontada de ciúme picava no meu peito. Com câncer ou não, se ela estivesse aqui, eu ainda lutaria por ele.
E eu me odiava por isso.
CAPÍTULO 47
Se não pensarmos deles mais mal do que eles próprios pensam, poderão passar por excelentes pessoas. — Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Estava chovendo de novo.
Eu estava com raiva mais uma vez.
Eu estava frustrado.
Eu estava irritado.
E tanto quanto eu queria confortar Val, eu estava lívido que ela tinha mantido isso em segredo por tanto tempo. Como eu poderia confiar nela no futuro?
A divisão entre nós cresceu lentamente junto com o silêncio quando a grupo começou a chegar.
Eles sabiam de alguma coisa.
E isso me deixava puto, que eles tinham mantido isso de mim junto com Val, por outro lado ela era tão vítima quanto eu. Que porra Andi estava pensando?
Talvez ela tivesse delirante e Frank não teve coragem de lhe dizer não, talvez Phoenix estivesse desesperado, talvez todos eles estivessem com medo querendo pular de um penhasco no momento que ela morreu.
Eles tinham boas razões para estar com medo.
Por mais que eu não queira admitir isso.
Phoenix foi o último a chegar, e quando o fez, ele bateu a porta atrás de si com tanta força que o tremor perfurou a tensão na casa com uma faca, causando uma explosão de emoções que ferveu no meu peito. Eu fiquei em pé e comecei a acusá-lo, apenas para ser interceptado por Tex e Nixon.
"Pare," Nixon vaiou em um tom irritado. "atacá-lo não vai levar a nada, deixe-o falar."
Eu respirei fundo e assenti quando Nixon me empurrou de volta para o sofá onde Val estava encolhida. As meninas tinham ficado em casa. Eu realmente desejava que não tivessem ficado, porque Val precisava de alguém, de alguma coisa, e eu não poderia dar a ela, não agora, talvez nunca.
Como você consola alguém neste tipo de situação? Eu sinto muito que eu era casado com sua melhor amiga e não sabia disso? Lamento que ela te abandonou, pode ter te traído, e te machucado? Sinto muito que eu a amava?
Lamento que eu esteja me apaixonando por você também?
Merda, eu estava confuso. E, pela primeira vez desde a morte de Andi, senti raiva voltada à ela, raiva real.
Eu odiei isso.
Phoenix foi até o sistema de som e mexeu no DVD, em seguida, pegou o controle remoto e apertou o play.
A tela ficou preta.
E então Andi apareceu.
Mordi uma maldição enquanto ela sorria, seu corpo estava tão frágil e exausto do câncer que ela estava quase irreconhecível. Ela tinha colocado maquiagem, mas as olheiras sob seus olhos ainda estavam visíveis, a mesma expressão vítrea que ela usava durante suas últimas duas semanas, aquela em que você quase poderia jurar que ela estava presa entre o céu e o inferno. Era uma expressão de tristeza e de espera, mas também era uma expressão de paz.
"Surpresa!" Ela disse em voz alta quando ela abriu os braços. "E não fique zangado," ela tossiu. "Sergio."
E Deus eu queria estar zangado, mas ela tornava quase impossível.
"Em primeiro lugar..." Ela encolheu os ombros. "Eu preciso me explicar." Ela mordeu o lábio e franziu a testa. "Quando eu fui enviada para Nova York pela primeira vez, eu trabalhava para o seu pai, Val." As lágrimas encheram seus olhos. "Ele me salvou. Eu sei que você não sabia disso, mas ele me salvou do meu pai. Ele costumava trabalhar para o FBI, mas meu verdadeiro pai era da máfia russa. Sergio pode contar-lhe. Esses detalhes não são realmente importantes. O que é importante é que você saiba que no momento em que te conheci, eu estava com ciúmes. Insanamente, com ciúmes do outro mundo. Eu sabia quem você era, e eu sabia com quem você ia acabar. Era a combinação perfeita para as famílias, e enquanto eu trabalhava para seu pai, era suposto eu estar conseguindo informações de Xavier, que, notícia de uma hora, é louco de comer merda, por isso caras, é melhor vocês desligarem tudo o que ele está formando ali. De qualquer forma, eu estava em um local seguro, mas quando as coisas começaram a se formar entre a minha família e os italianos, eu fui enviada para a Eagle Elite para começar a estudar, com o objetivo de me infiltrar, então, basicamente, eu sou como uma agente dupla fodona. Isso foi na época em que descobri que a minha leucemia estava de volta, e eu soube que era uma daquelas missões adoráveis que você sabe que vai e nunca vai voltar." Uma lágrima escapou, deslizando pelo seu rosto.
Ela a limpou e encolheu o ombro. "Eu não quero que você lembre-se de mim assim." Ela apontou para si mesma. "Frágil e doente. Você foi e ainda é minha melhor amiga. O plano nunca foi eu terminar com Sergio, tenho certeza que você sabe disso agora. Mas meu pai estava vindo atrás de mim, e era a única maneira. E eu sinto muito." Mais lágrimas caíram. "Sinto muito que eu roubei seus beijos."
Meu coração se apertou em meu peito.
"Desculpe-me, eu roubei esses momentos de você, momentos que você deveria ter tido em primeiro lugar." Ela sorriu. "Mas eu não posso estar arrependida que ter tido ele. E eu te conheço bem o suficiente para saber que você provavelmente se sente da mesma maneira. Se eu estivesse na sala agora, você iria me bater depois me abraçar, e então me bater mais uma vez. Eu conheço você. Você é boa. Pode ser que você apenas me empurrasse ou algo assim, já que boas meninas não batem." Ela piscou. Eu cheguei mais perto de Val e envolvi meu braço em torno dela quando ela começou a soluçar com as mãos em seu rosto. "Por favor, não fique brava, Val. Você é a melhor amiga que eu já tive. Eu gostaria de ter ficado em contato, mas Luca me fez jurar que eu manteria sua identidade em segredo, e uma vez que ele morreu tudo meio que... veio à tona. Eu quis lhe escrever, apenas para que você soubesse. As cartas eram para supostamente ser entregues antes de seu primeiro encontro com a fera." Ela riu. "Oh, a propósito, Sergio, esse é você, tanto príncipe e fera, porque se eu conheço bem, e eu gostaria de pensar que eu conheço você late muito e tem uma mordida muito pequena. Você tem momentos de ternura e depois se arrepende. Um processo que eu tenho certeza que você ainda está lutando para não repetir constantemente."
Eu apertei o ombro de Val quando vergonha tomou conta de mim.
"Então, as cartas. Há mais uma para você ler, Val. Phoenix vai entregar a você, e até lá, eu acho que você vai saber o que você precisa fazer. Por favor, não fique brava. Esta foi à única maneira... a única maneira que eu poderia pensar em dar para vocês uma chance."
Seus olhos encheram de lágrimas. "Sergio, eu escrevi uma carta que foi entregue no dia do casamento liberando você, eu espero que você finalmente compreenda que você nunca precisou da minha permissão, você a tem, você tem isso. Eu quero a felicidade para ambos, mas principalmente, eu fiz este vídeo para pedir perdão, minha intenção nunca foi magoar ninguém, mas ajudar a curar." Ela encolheu o ombro. "Sergio, você é um homem inteligente, beije-a, é tão mais fácil a repelir depois a fazê-la chorar. E Val, deixe-o te amar, o amor dele é grande." Ela suspirou. "Ele tem muito a oferecer, e eu gostaria de pensar que nessa vida agora, entre vocês dois, será apenas o começo de algo bonito. Isso não seria ótimo?" Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela abriu um grande sorriso. "Porque, o meu final, o meu final favorito seria aquele em que minha melhor amiga casa-se com o meu melhor amigo. Eu não posso imaginar nada melhor do que o amor da minha vida se apaixonando pela minha única melhor amiga que eu já tive. Isso," Ela assentiu. "seria bastante espetacular."
Com um suspiro, ela baixou a cabeça e olhou diretamente para a câmera.
"Eu amo vocês dois. Sejam felizes."
A tela ficou preta.
Eu não sabia o que dizer ou como me sentir.
Porque a minha preocupação era com a menina sentada no sofá comigo, a menina que discretamente soluçava em suas mãos sussurrando uma e outra vez: "Ela está morta, minha melhor amiga está morta."
Com uma maldição, eu passei meus braços em torno dela enquanto ela soluçava pela minha esposa morta.
Não era como eu imaginava as primeiras semanas do nosso casamento, não em tudo.
Eu olhei para os caras por cima da cabeça dela e acenei com a cabeça em direção à porta. Eu imagino que todos eles vieram apenas no caso de que eles precisassem me manter na linha. Eu não os culpo. Eu tinha vindo a perder muito minha merda ultimamente.
"Val," Eu beijei sua cabeça. "Você quer que eu chame Dante?"
Ela balançou a cabeça.
A porta da frente se fechou, cobrindo a casa de silêncio. "Você precisa comer alguma coisa?"
Que porra? Como se isso a fizesse se sentir melhor? Um hambúrguer? Sua melhor amiga morreu, e eu me ofereci para fazer uma corrida para o McDonald’s? Eu mentalmente me dei um tapa e a abracei com mais força, tentando me lembrar o que me fez sentir melhor depois da morte de Andi.
A porta se abriu e fechou novamente.
"Vá embora." Eu lati.
Phoenix tinha um envelope branco em sua mão. "A última carta."
Val se afastou de mim, mas não olhou para cima.
Um trovão sacudiu a casa enquanto o som da chuva começava a tamborilar contra o teto.
"Obrigado, Phoenix." Eu disse grosseiramente, pegando o envelope das suas mãos e o entreguei a Val.
Phoenix assentiu e saiu.
E mais uma vez, éramos apenas nós.
Só que desta vez a tempestade furiosa era a nossa música de fundo, como um lembrete de que tudo havia sido devastado, destruído, lançado ao redor.
"Você pode lê-la?" Val perguntou em voz baixa.
"Sim." Eu umedeci meus lábios, abri a carta e li em voz alta. "A vida é cheia de momentos com dois giros, não permita que ela se contente com apenas um."
Val fez uma careta. "Eu pensei que era para mim? A última carta?"
Eu suspirei, meu peito pesado, levantei e segurei a sua mão. "Era."
"O quê?" Ela agarrou a minha mão quando eu a puxei para seus pés e começamos a caminhar em direção a porta da frente. "O que estamos fazendo?"
Eu não respondi.
Em vez disso, eu a puxei para fora na tempestade quando um trovão berrou. Eu continuei andando.
Val me seguiu.
Eu parei uma vez que estávamos no meio do campo e levantei a cabeça para o céu fazendo com que a chuva batesse no meu rosto, o frio tanto me entorpecia, quanto me revivia simultaneamente.
"Sergio?" Val abaixou a cabeça no meu peito.
"Ela morreu aqui." Eu apontei para o chão. "Observando o nascer do sol. Sorrindo. Feliz. Pacífica."
Val sufocou um soluço.
"Portanto, este é o lugar onde nós dançaremos." Eu anunciei me voltando para ela. "Este é o lugar onde nós giraremos."
"Mas..."
"A vida..." Eu não podia acreditar, mas eu estava canalizando Andi. Algo estalou dentro do meu peito amargo, quando uma rachadura finalmente permitiu que o sol a rompesse. Era necessário que Val parasse de chorar, mas ela também precisava ver que a vida de Andi foi uma celebração. Eu tinha tido essa oportunidade. Ela não tinha. "... é para ser vivida, sentida, experimentada. Por que gastar a sua vida andando quando você pode dançar." Segurei as suas duas mãos e comecei a dançar com ela no campo, com as memórias da vida de Andi passando pela minha mente.
O sorriso dela.
A maneira como ela ria.
Aos poucos, eu levantei o meu braço fazendo Val girar uma vez debaixo do meu braço, o rosto finalmente, me dando um sorriso enquanto a chuva escorria pelo seu rosto misturado com suas lágrimas.
"Mais uma vez," Eu sussurrei enquanto a abraçava. "Dois giros, você merece dois giros."
Ela girou três vezes e, em seguida, colocou os braços ao redor do meu pescoço, os lábios quentes tocando minha pele com um chiado. "A última carta era para nós."
"Sim, era."
"Eu não lamento."
"O quê?" Eu me afastei procurando os olhos dela. "O que você quer dizer?"
"Eu não lamento que eu esteja me apaixonando por você. Eu deveria lamentar muito, mas eu não lamento. Estou dividida entre desejar que minha melhor amiga estivesse aqui e me sentindo culpada que eu estou feliz..." Ela sacudiu a cabeça. "Ainda bem que sou eu dançando com você, girando, porque não ter você em minha vida me apavora mais do que a morte."
"Val," amaldiçoei. "Eu não quero que você lamente por isso."
"Não?"
"Eu não lamento também," eu sussurrei. "Eu a amava mais do que tudo na vida... e ela sempre estará aqui." Eu coloquei a mão de Val no meu peito. "Mas a melhor parte sobre ser humano é que nossos corações crescem, eles arrumam espaço, eles não têm parâmetros para até que ponto ou o quanto eles podem amar, e mesmo que eu não seja digno, eu estou honrado que você está disposta a compartilhar o espaço com alguém que eu amava, eu estou me apaixonando por você também, e eu não sinto muito por isso. Só lamento que a estrada fosse marcada com tanta dor para você e para ela."
"Beije-me." Suas mãos puxaram avidamente minha camisa. "Por favor. Porque isso foi muito romântico, e eu ainda estou triste, e eu não quero ficar triste, eu não quero ficar triste..."
"Não há problema em ficar triste."
"Eu sei."
"Não há problema em chorar."
"Eu sei."
"Val..." Eu dei um beijo em seus lábios. "O que você quer? Diga-me."
"Você." Ela suspirou. "Eu quero você."
CAPÍTULO 48
Quem é Píramo? Amante ou tirano?
— Sonho de uma Noite de Verão
Valentina
Sergio sempre foi bonito, homem de um modo que as linhas do seu rosto se encontravam uma com a outra. Todas, desde o contorno das bochechas até seus lábios carnudos, eu desejava saber se ele era algum tipo de cavaleiro perdido de um livro de um conto de fadas.
O que tornava pior era o seu cabelo.
Passava apenas um pouco das suas orelhas, enrolava perto do pescoço na nuca, implorando para uma menina lhe dar um pequeno puxão.
Mas molhado...
Sergio. Molhado.
Sergio. Molhado e forte.
Sergio sendo a minha âncora.
Isso era sexy.
Nunca na minha vida eu precisei mostrar que estava à altura do desafio... E nunca na minha vida eu tinha duvidado tanto que ele não conseguiria fazer isso, afinal, sua esposa estava morta.
Eu esperava que ele chorasse comigo, fugisse, me culpasse, puxasse cada gota de amargura que ainda tinha nele e a lançasse em minha direção.
"Vamos." Ele me puxou contra seu peito enquanto caminhávamos lado a lado de volta para casa.
Uma vez que estávamos dentro e a porta se fechou, ele tirou a camisa e a jogou no chão, depois tirou sua calça jeans e repetiu o processo até que ele estivesse completamente nu.
Eu fui de soluçar a ficar de boca aberta. De fria a escaldante.
"Venha aqui." Com uma maldição áspera ele puxou minha camisa sobre a minha cabeça e moveu suas mãos quentes para os meus quadris enquanto lentamente rolou minha leggings para baixo, então tirou minhas botas, tirou as leggings por cima das meias que cobriam meus pés.
Como podia ser tão injusto.
Ele estava nu e bonito.
E eu estava com meu sutiã, calcinha e meias de lã feias.
"Eu acho que a minha avó tinha um par dessas." Ele apontou para as meias e sorriu. "O que significa que elas precisam sair."
"Chicago é fria." eu disse com um tremor na minha voz.
"Talvez se o seu marido não fosse tão burro, você não tivesse que usar meias de lã." Ele se agachou, mostrando os músculos de suas coxas enquanto ele agarrou um pé e puxou a meia, então agarrou o outro. "Porque você estaria dormindo com ele ao invés de dormir com elas."
"Ele só é um idiota às vezes." Eu senti a necessidade de defendê-lo.
Sergio olhou para mim debaixo daqueles cílios escuros. "Você não precisa passar manteiga para me amaciar com elogios, Val. Eu já vou dormir com você."
"Tipo agora," Eu sorri ignorando a forma como o meu pé se sentia em sua mão, e como a minha pele zumbia com seu toque suave. "Agora você está sendo meio que um idiota."
"Você sorriu," Ele se levantou em toda a sua altura, então segurou meu rosto. "O que significa que eu estou fazendo algo certo."
Suspirando, eu passei meus braços ao redor do seu corpo nu. "Você faz um monte de coisas certas, é o que vem depois de fazer a coisa certa que realmente me irrita... você sabia. Beijar, depois fugir, dormir comigo, depois bater as portas, partilhar detalhes íntimos divertidos, e depois ameaçar me matar..."
"Eu entendi seu ponto." Ele levantou a mão.
"Você tem certeza? Porque eu acho que tenho mais exemplos."
"Eu estou bem." Ele assentiu. "Obrigado, ainda que você faça um homem se sentir bem com todos esses incidentes armazenados que você guarda aqui em cima." Ele bateu do lado da minha cabeça. "Agora... você disse algo sobre não ficar triste."
"Eu não estou triste." menti quando uma onda sufocante de ansiedade tomou conta de mim. Ela foi sua primeira. Ele era meu primeiro. "Quer dizer, eu estou. Estou triste. Eu sinto falta dela. E isso faz me sentir como se eu não conseguisse respirar e, então quando eu canso de sentir falta dela, eu sinto raiva."
"Ok." Ele me pegou como se eu não pesasse nada e me levou até a escada. "Eu conheço a raiva, nós somos praticamente melhores amigos."
"E eu aqui pensando que você não tinha amigos."
"Eu tenho você." ele sussurrou. "Agora, pare de me atacar, eu não sou o único que está com raiva, pelo menos dessa vez."
"Isso é verdade, seria mais fácil se fosse sua culpa."
"Você quer que eu leve a culpa? Ser o saco de pancadas? Eu posso fazer isso, se isso te ajuda. Eu ficaria mais do que feliz sendo o receptor de um olho negro; imagino que eu seria o seu primeiro destinatário."
Ele nos levou até seu quarto, depois me colocou na cama e foi para um grande banheiro de mármore. Havia vidros em todos os lugares, sem qualquer privacidade. Como ele poderia viver dessa maneira? Eu tremi com a sexualidade selvagem que ele emitia apenas andando, os músculos de suas pernas mudavam e puxavam por todo o caminho até sua bunda firme como o pecado.
Meu corpo começou a suar frio ao ouvir o som de água, e então ele estava andando de volta para mim. Era quase impossível manter os olhos em seu rosto quando havia outras partes de seu corpo brigando pela minha atenção.
Pelo menos era uma distração.
Ele era uma distração.
No entanto, cada vez que eu olhava para ele, eu a via tocando-o, amando-o, agradando-o, e isso fez mal ao meu estômago.
Eu queria gritar com ciúmes ao mesmo tempo soluçar com a injustiça de sua morte.
"Ei," De repente, Sergio estava a minha frente. "Você ainda está com raiva."
"Sim." Eu agarrei o edredom com meu punho e torci, com medo de que se eu usasse as minhas palavras, diria todas as coisas horríveis que eu estava pensando, e ele iria me odiar. Eu me sentia mal o suficiente por sequer pensar nelas, quanto mais dizê-las em voz alta.
"É uma cama nova." Ele apontou para a minha mão. "Então você não precisa destruir os travesseiros e o edredom." Ele gentilmente pegou minha mão liberando meus dedos do edredom. "Você realmente acha que eu sou muito estúpido? Que eu iria trazê-la para o meu quarto, deixá-la nua... sobre a mesma cama? Sobre o mesmo perfume?"
Eu não confiava em mim para falar e não gritar. "Eu não tinha certeza."
"Val." Sergio franziu a testa. "Eu estou tentando aqui, mas você tem que me encontrar no caminho. Normalmente, você fala o que está em sua mente, normalmente você está quieta porque você está enfurecida comigo, e eu posso consertar isso. Mas eu não posso corrigir isso a menos que você me diga o que está acontecendo dentro de sua cabeça."
Suspirei.
"Tudo bem." Ele pegou minha mão e me puxou para fora da cama. Uma vez que meus pés tocaram o piso do banheiro, eles imediatamente aqueceram. Cerâmica aquecida? Uma banheira antiga gigante com pés em forma de garra esperava no canto. "Eu vou primeiro."
"Vai?" Eu fiz uma careta.
"Eu estou com raiva," ele sussurrou. "que ela não lhe disse quem era."
"Eu também." Minha voz tremeu.
"Eu estou com raiva..." Sua boca encontrou meu ouvido, num sussurro molhado enquanto ele tirava meu sutiã e lentamente o puxava do meu corpo. "Que eu estou dividido entre sentir falta dela e estar chateado com ela por fazer você ficar triste."
Somos dois.
Suas mãos se moveram para baixo pelos meus quadris, dedos enganchando em minha calcinha quando ele deslizou para baixo aos meus tornozelos, seus lábios se encontraram na parte de trás da minha coxa. "Eu estou com raiva que, pela primeira vez em semanas, eu tenho você nua, e você não está corando."
Corei, quase na sugestão, uma vez que me dei conta de que eu estava completamente sem roupa na frente dele, com cada luz do banheiro reluzindo no meu corpo.
"Assim é melhor." Ele se levantou e me puxou de volta contra ele. "A raiva não é ruim, Val. É normal sentir raiva. A raiva se torna mortal quando você permite que ela controle outras emoções, porque então você vai ter uma resposta natural a ter uma reação fora do normal se manifestando e comendo o seu caminho através de cada área positiva de sua vida."
Lágrimas brotaram nos meus olhos, eu as segurei de volta, porque elas não eram do tipo triste, elas eram do tipo zangado, e eu sabia que se eu as deixasse cair, eu faria algo estúpido, como gritar ou dizer todas as coisas que eu não deveria dizer.
"Para a banheira." Sergio suspirou e desligou a água. "A menos que você prefira que eu tire proveito da sua nudez."
Apressei-me para dentro da banheira e me sentei, para ser acompanhada imediatamente por ele.
"O que você está fazendo?" Perguntei.
"Não é óbvio?" Seu sorriso mortal aprofundou quando a água roçou em torno de nossos corpos. Lentamente, com uma precisão felina, ele se mudou até que estivesse ajoelhado em cima de mim, quase peito a peito. "Eu estou seduzindo você, assim você vai me contar todos os seus segredos."
"Hey," eu disse, incapaz de escapar. "Isso não é traição?"
"Então essa é uma coisa sua, Val? Você gosta que as pessoas joguem limpo?"
"Pessoas bonitas, pessoas como você... elas devem sempre jogar limpo."
"Por quê?"
"Porque você já tem toda a vantagem!" Eu recuei contra a banheira, a água espirrando no meu cabelo enquanto ele olhava para os meus seios e soprou uma maldição.
"Eu tenho toda a vantagem?" Ele levantou a mão e a deixou cair, amaldiçoando novamente. "Certo, eu vou ter que discordar."
Sua outra mão dançou ao longo da minha clavícula e depois deslizou pelo meu estômago até que ele atingiu o topo das minhas coxas.
Eu me contorci sob a pressão de seu toque.
"Converse comigo," ele exigiu, uma mão mortal estava massageando meu seio enquanto a outra habilmente causava estragos na metade inferior do meu corpo. "Agora."
"Não." eu gemi, quase saindo água enquanto ele brincava comigo uma e outra vez. A água do banho fez eu me sentir muito quente, transpiração começou a escorrer pelo meu rosto, e quando eu senti como se estivesse pronta para perder minha mente, ele parou de me tocar e se recostou. "O que você está fazendo?"
"Bem, me desculpe, você estava esperando mais?" Ele inclinou a cabeça. "Os relacionamentos não funcionam assim Val. Você não pode simplesmente pegar. Você tem que dar também."
"É esse o seu jeito de pedir um favor sexual?"
"Eu não quero sexo."
"Certo."
"Eu quero que você converse comigo."
"E eu não quero conversar hoje."
"E quando você tiver terminado de me usar, de nos usar, o que vai ser então?" Sérgio perguntou, sua voz era calma, mas assustadora. "Você vai voltar a ficar irritada e triste e, eventualmente, você vai se ressentir, se ressentir de nós, se ressentir de toda a situação. Não, nós lidaremos com isso agora. "
"Na banheira?" Eu joguei para cima as minhas mãos espirrando água, com raiva que ele estava me fazendo falar quando tudo o que eu queria fazer era ir me enrolar no canto e balançar para trás e para frente.
"Na banheira."
"Agora?"
"Agora seria bom."
"Você realmente vai me manter aqui não vai?"
"Eu acho que você sabe em que pé eu estou quando se trata das minhas ameaças." Ele se inclinou para frente novamente submergindo os dedos debaixo da água, eu fiquei tensa com o primeiro toque e, em seguida, relaxei quando em um ritmo lento algo construiu dentro do meu corpo, as imagens dela, as imagens dele, as imagens de tudo o que passava pela minha mente. Um último toque.
Uma última visão deles de mãos dadas.
Na cama.
Casados.
"Eu a odeio!" Eu gritei batendo minhas mãos contra a água. "Eu odeio que ela tenha arruinado isso! Eu odeio que ela me deixou! Ela me abandonou! Minha melhor amiga! Ela mentiu para mim! Ela me traiu!" Minha voz estava ficando rouca. "E ela tinha você!" Eu soluçava. "Ela tinha você, todos vocês! E eu consigo os pedaços! Eu não quero os pedaços, eu sei que eu disse que ia tentar fazer você feliz e eu iria trabalhar para fazer tudo ficar bem, mas eu não posso funcionar dessa maneira, eu tentei, e eu não posso fazer isso. Eu não posso viver sendo comparada constantemente com uma menina que até hoje costumava ser a minha ideia de perfeição! Você era casado com a garota perfeita, e agora você tem a mim, e eu estou com raiva, tanta raiva, que de um modo egoísta eu odeio ser a segunda melhor. Eu quero ser a primeira, Sergio. Você foi meu primeiro e..."
Sua boca fundiu contra a minha quando ele agarrou o meu corpo e me puxou contra ele, água caiu sobre o chão com o beijo frenético dele, meus braços voaram em volta do seu pescoço, minhas pernas lutando para envolver o seu corpo em torno delas tão rápido quanto eu podia.
Com uma mão me segurando, e a outra empurrando contra a banheira, ele se levantou e deu um passo para fora da banheira, me puxando com ele, ele não me soltou quando ele empurrou meu corpo contra a parede do azulejo e deslizou para dentro de mim.
Foi doloroso no início e então o meu mundo foi dividido em dois, enquanto eu me assistia sendo tomada por esse homem, esse homem pelo qual eu estava me apaixonando, esse homem que eu poderia amar, esse homem que eu queria amar, esse homem quebrado.
Ele empurrou seu quadril devagar, dolorosamente devagar, e depois cavou com as mãos em minha carne enquanto ele angulava meu corpo em cima dele, seus olhos fixos em mim, e eu estava perdida, completamente sem armadura enquanto eu o deixava ver como eu me sentia sobre ele, o deixando entrar, sua boca encontrou a minha de novo.
E eu sabia que eu era uma mentirosa.
Eu pegaria os pedaços.
Eu os procuraria.
Eu os manteria por perto.
Eu os colocaria juntos de novo.
Eu me cortaria neles quando ele me ferisse.
E o processo deles se espalhasse se repetisse.
Somente para que eu recolhesse os pedaços de novo e continuasse o ciclo torturante de ser esposa de Sergio Abandonato, de ser a segunda.
Seus músculos incharam quando ele recuou, seus eram olhos selvagens quando o autocontrole que o segurava estava escorregando.
"Por favor," eu sussurrei.
Eu precisava dele, tudo dele, apenas dessa vez. Eu estava mentindo de novo, porque eu sempre quero tudo dele.
"Sim..." ele sussurrou, me punindo com um beijo duro apenas para impulsionar mais profundo, mais áspero, até que eu pensei que ia desmaiar com a intensidade do que estava sentindo.
Eu apertei ao redor dele, segurando sua preciosa vida quando meu corpo entrou em colapso contra o dele, completamente gasta, ele libertou a tensão em seus ombros, ainda unidos ele me beijou com ternura e sussurrou: "Eu me comprometo a nunca mais fazer amor com você..."
Prendi minha respiração quando a ansiedade acumulou.
"Onde eu fiz amor com ela."
Eu cedi, aliviada.
"Val." Ele me beijou de novo e de novo. "Você não é ela. Eu não quero que você seja ela. Eu quero que você seja você. Assim como eu quero que nós tenhamos uma chance de começar algo bom, algo novo. Ela esperava essa sua raiva, na verdade, eu tenho certeza que ela provavelmente planejava isso. Se permita sofrer, se permita ficar com raiva, mas não se afaste de mim por causa do medo."
"Eu tenho medo de não ser suficiente para você."
"Quer saber do que eu tenho medo?" Seus olhos fecharam e depois abriram novamente, vidrados. "Perder mais alguém. Eu não posso passar por isso de novo, Val. Eu não posso." Ele balançou a cabeça. "Você tem uma chance. Se você sair agora, eu vou deixar você ir. Eu não vou persegui-la. Eu juro. Mas se você ficar na minha cama essa noite, você é minha. Onde quer que você vá, eu vou encontrá-la, não importa o que você possa dizer para me afastar; eu estou vou contra atracar. Eu não me importo se viver comigo é uma versão do seu próprio inferno pessoal. Eu quero você. Aqui. Porque eu me importo. Porque eu estou me apaixonando mais rápido do que deveria. Porque quando eu seguro sua mão, o mundo passa do cinza ao colorido. Porque quando eu te beijo, eu esqueço tudo sobre a dor da perda e lembro a alegria de ser encontrado." Ele beijou meus lábios suavemente. "Porque quando eu estou com você... eu não quero estar em outro lugar. E essa é a minha confissão, a minha verdade. Isso, aqui, você, nós, é o que eu quero. Sem recomeço. Sem o devia ter, deve ter, sem ao menos. Somente. O aqui. E o agora."
"Eu quero isso também," eu disse em uma voz trêmula. "Eu quero você."
"É sobre o maldito tempo, você começa a fazer sentido, Val." Seu sorriso estava de volta. "Agora, vá para minha cama."
Eu não devo ter movido rápido o suficiente, porque no minuto em que ele se afastava de mim ele já estava agarrando o meu braço e me arrastando de volta para o quarto.
"Coloque sua roupa e você vai ser punida," ele disse com uma voz ameaçadora. "Eu estarei de volta em cinco minutos."
CAPÍTULO 49
Alegres e felizes, os amantes vêm vindo para cá, muita alegria, gentis amigos! Alegria e belos dias de amor! Acompanhem os seus corações!
— Sonho de uma Noite de Verão
Sergio
Olhei para a cozinha vazia por alguns minutos antes de pegar dois copos de água e alguns lanches.
Memórias de Andi inundaram a minha consciência, mas não foi tristeza que eu senti, era paz.
Finalmente eu me senti em paz.
Como se o fantasma dela já não estivesse me seguindo por aí gritando com toda a força dos seus pulmões para que eu tirasse minha cabeça para fora da minha bunda. Sorri quando eu me lembrei dela na mesa de jantar, onde ela costumava incomodar o inferno para fora de mim. Era também a mesma mesa que ela tinha caído contra quando ela quase desmaiou.
Eu fiz meu caminho até a porta de entrada e a sala de estar, a mesa onde eu tinha rasgado as roupas dela com a minha faca.
Onde ela quase foi morta.
Eu fiz um círculo lento ao redor da sala e sorri para mim.
"Obrigado." eu sussurrei tanto para o nada e para tudo. A morte de Andi não me ensinou apenas a amar. Ela me ensinou a viver, como sobreviver em meio à escuridão, como sair do outro lado e não me sentir horrorizado por estar quebrado, mas celebrar a vitória de sair vivo em primeiro lugar.
Sem Andi, eu não acho que eu teria apreciado Val. Andi ajudou a me tornar uma pessoa melhor para Val. Se tivesse sido Val primeiro, eu a teria rasgado em pedaços, aterrorizado a merda para fora dela, e muito provavelmente teria acabado baleado por um dos membros da minha família. Andi tinha sido capaz de me segurar quando eu estava com meu ego amargo e torcido.
E Val tinha aparecido quando eu precisava de cura, quando eu precisava falar, quando eu precisava de um amigo. Eu tive ambos.
E como uma autoproclamada profecia, as palavras de Andi voltaram para mim. Ela disse que me amava, mas que eu gostaria de encontrar alguém que iria colocar chamas no meu mundo, alguém que seria mais do que a minha amiga, mais do que minha amante, ela seria a minha outra metade.
Minha alma gêmea.
Eu pensei que tinha sido Andi.
Mas, quando eu comecei a fazer o meu caminho até as escadas, eu me perguntava, se eu estive errado todo o tempo. Andi tinha sido a minha melhor amiga.
Minha parceira.
Meu verdadeiro primeiro amor.
A primeira pessoa na minha vida que me amou de volta, que me via como fácil de amar, que alcançou além da escuridão e acendeu a luz.
E Val.
Val é...
Eu fiz uma pausa.
Eu não tinha palavras para Val.
Não há maneira de explicar para outro ser humano, quão profundamente ela conseguiu alcançar para arrancar cada vulnerabilidade que eu já tive e plantou-se em seu lugar.
Eu a vi chegando.
Eu a estudei.
Eu ainda não estava preparado.
Val não era Andi.
E eu não queria que ela fosse.
Eu estava grato, que, quando eu dei o meu último passo para o meu quarto, era Val esperando por mim, Val tremendo de nervosismo, embora eu já tivesse visto cada centímetro de seu corpo nu duas vezes até agora. Val, corando quando excitada com suas bochechas róseas descendo até os dedos dos pés. Val, sorrindo quando ela me via, algumas marcas e tudo, e as abraçava. Val, que, em um ato completo de altruísmo, não me pediu para empurrar Andi para longe, mas simplesmente perguntou se eu poderia abrir espaço para mais uma.
"Eu menti." Val admitiu uma vez que eu caminhei de volta para o quarto com os nossos copos de água.
Eu os coloquei sobre a mesa e me juntei a ela na cama, puxando-a em meus braços. "Sobre o quê?"
"Bem, eu quero dizer, menti no momento em que eu fiz uma promessa, mas eu estou voltando atrás."
"O que você prometeu?"
"Não te beijar."
"Você a quebrou há um tempo."
"Certo." Ela suspirou, pressionando a palma da mão no meu peito. "Mas você também disse que você não queria o meu amor, que você não iria amar novamente, você me disse para não me apaixonar por você, você me avisou." Outro grande suspiro. "E eu me apaixonei de qualquer maneira."
"Eu sei."
Val sorriu. "Bem, isso é arrogante."
Eu beijei a sua testa. "Eu sei, porque eu me sinto da mesma maneira."
"Por favor, não." Seus olhos se encheram de lágrimas. "Não diga isso a menos que você queira dizer isso."
"Ok." Eu assenti. "Eu não te amo."
Seus olhos se arregalaram.
"Eu te conheço há menos de um mês."
"Verdade."
"Eu vou."
"O quê?"
"Te amar," eu sussurrei contra seus lábios. "Porque eu estou no meio do caminho para isso, e só eu descobri a sua cor favorita um dia atrás."
"E eu sei qual é a sua," ela sussurrou "Marrom."
"A cor exata de seus olhos. Um marrom Valentina."
Sua respiração engatou enquanto ela beijou minha boca suavemente. "Eu quero te mostrar algo."
Ela rapidamente saltou da cama. Eu seria um idiota para não ver enquanto ela saia do quarto, ainda nua, e depois veio de volta com uma pilha de papel.
"Aqui." Ela os empurrou na minha cara. "Essas, eram de Andi."
Eu comecei com a primeira carta.
E comecei a rir.
"Ela está me comparando com a besta de ‘A Bela e a Fera’?"
"Sim." Val sorriu. "Embora eu não soubesse que ela estava falando sobre você em primeiro lugar..."
Falamos sobre cada carta até tarde da noite, até que eu finalmente encontrei a última e franzi a testa. "Você não a abriu?"
Val pegou a carta e a virou. "Eu juro que essa não estava junto com as outras no outro dia."
"Você tem certeza?"
"Absoluta." Val olhou para ela como se estivesse indo para comê-la.
"Abra."
"Mas..." Ela suspirou. "E se ela arruínar o que temos e..."
"Val," Beijei-a profundamente na boca. "Abra a maldita carta."
"Ok." Ela rasgou-a aberta enquanto olhava por cima do ombro.
Certifique-se de que ele desempenhe um desses números, você sabe qual, pelo menos sete vezes por semana.
O infernize.
Procure uma imperfeição, orelha esquerda, Por nada!
O ame também.
O ame bem, Italiana.
De certa forma, vocês são mais perfeitos um para o outro do que jamais fomos, e se eu conheço Sergio da maneira que eu acho que eu conheço, eu vou assumir que ele já está chegando à mesma conclusão. De melhores amigos para amantes e agora, Sergio, você tem sua alma gêmea, o que está desenhado para você inexplicavelmente.
A que você vai morrer por.
Menino bobo, você nunca foi feito para estar comigo em primeiro lugar.
Sou eu quem deveria me sentir culpada, não vocês.
Aproveitem esta vida que lhes foi dada.
E, Sergio, pelo amor de Deus, leve a mulher a uma lua de mel!
Todo o meu amor, para os meus dois melhores amigos, minhas duas pessoas favoritas...
Andi
Val não chorou.
Eu não chorei.
Nós dois sorrimos para a carta e então começamos a rir.
"Quer saber," Val cruzou os braços. "eu nunca estive fora do país."
"Eu acho que vou ter que corrigir isso."
"Eu acho que você deveria."
"Você acha que Dante tomaria conta da casa?"
"Eu acho que se você quer que a sua casa ainda esteja de pé quando você voltar terá que ter alguém tomando conta dele enquanto fica em casa, mas sim ele tomaria."
"Na próxima semana," Eu empurrei as cartas no chão e apertei suas costas contra o colchão. "Saímos na próxima semana."
"E todo o drama e termos de nos esconder e..."
"Eu vou levar a minha arma."
Ela sorriu quando olhou para baixo.
"Ambas."
"Oh bem, eu fiquei preocupada."
"Eu poderia dizer pela sua risada."
Ela enrolou as pernas em volta de mim e beijou meu pescoço. "Estou pronta para mais sedução."
"Tem certeza?"
"Sim." Ela assentiu com a cabeça. "Mas dessa vez, eu posso..." As mãos dela ficaram irrequietas enquanto ela corava e depois cobriu o rosto com as mãos.
"Você é muito inocente para o seu próprio bem. Você vai acabar me matando, não é?" Eu gemi quando ela chegou para mim e começou a explorar, lentamente, tão lento que eu estava pronto para gritar.
"Sim, mas eu sou uma aprendiz rápida."
"Sim." Eu empurrei para fora da cama. "Sim, você é."
"Sergio?"
"Esse é o meu castigo, não é?" Eu gemi em voz alta. "Eu lhe pedi para falar comigo e agora você não vai parar. Enquanto isso, eu estou pronto para explodir e..."
"Para um homem mais velho você é do tipo quente."
"Eu não sou velho!" Eu esbravejei completamente ofendido. "Eu sou apenas dez anos mais velho que você."
"Velho." Ela lambeu os lábios e depois me lambeu.
E eu esqueci tudo sobre sua provocação conforme fui lembrado mais uma vez do quão perfeita ela era, quão certo que eu me sentia, para estar em seus braços.
EPÍLOGO
Amor é amor. Não há nenhuma explicação, nenhuma razão, nenhum caminho. É o que é, e como ele deve ser. — Valentina
Cinco meses mais tarde
Sergio
"PUTA QUE PARIU!" Nixon rugiu enquanto corria pelo corredor quase tropeçando em seus próprios pés em um esforço para ir me buscar. "Sergio! No andar de cima, AGORA!"
Val se afastou de mim e piscou enquanto seus dedos roçaram a minha bunda. Deixei escapar um gemido de lamento e a puxei para o canto, capturando seus lábios, eu não poderia ter o suficiente, eu nunca teria o suficiente. Eu a amava mais agora do que jamais imaginei ser possível.
"Sergio!" Nixon rugiu.
"Em um minuto!" Eu gritei de volta.
"Ela está em trabalho de parto SEU ESTUPÍDO!"
"O QUÊ?" Eu empurrei Val de volta e corri para as escadas subindo os degraus de dois em dois. "Onde ela está?"
"Sua bolsa estourou e, então ela disse que sentia como se fosse necessário empurrar! Eu não sei o que diabos fazer!" Os olhos de Nixon estavam enlouquecidos quando a gritaria começou no andar de baixo.
Logo Tex, Chase e Phoenix estavam todos no quarto comigo enquanto Trace estava contra a cabeceira da cama gritando.
"Eu acho que vou desmaiar." Tex sussurrou para Chase. Eu poderia jurar que ele estava se apoiando fortemente sobre ele antes de Mil marchar para o quarto com Frank e anunciar que alguém ia ter que fazer o parto do bebê.
"Dói tanto!" Trace disse com os dentes cerrados e então virou o rosto na direção de Nixon. "VOCÊ!"
"Oh, inferno." Chase tropeçou para trás, enquanto Tex levantou as mãos em sinal de rendição.
Phoenix bocejou. Então, novamente, ele já tinha passado por todo o processo com Bee e era um dos melhores pais que eu já vi, ele realmente cantarolava canções quando ele mudava as fraldas do pequeno menino.
"Você foi o escolhido homem." Tex murmurou enquanto corria para fora do quarto.
Frank murmurou algo para Phoenix, então pegou seu telefone; eu esperava que fosse para chamar os médicos, porque eu com certeza não sou médico.
"Querida," Nixon disse calmamente. "Esta é uma reação completamente normal que..."
Ela jogou um sapato em sua cabeça, depois começou a andar.
Nixon, o coitado, estava pálido. Ah inferno, parecia que eu teria que assumir depois de tudo, ou pelo menos me oferecer para evitar que o cara desmaie como uma menina.
"Nixon." Eu balancei a cabeça para ele e fiz meu caminho até Trace. Eu nunca tinha terminado a faculdade de medicina, mas eu estava muito confiante de que eu poderia fazer o parto do seu bebê, se a ambulância não chegasse a tempo.
"Eu sinto que eu preciso empurrar. Eu sinto..." Trace exalou. "A pressão, é muita pressão, e se eu segurar dói." Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Olhei para Nixon para ele tomar uma decisão.
Afinal de contas, ele estava prestes a ser pai.
E pela primeira vez na minha vida, eu vi medo nos olhos do meu primo. Porque ele mataria por esta mulher, inúmeras vezes; ele iria protegê-la com sua vida, e agora era a minha vez de protegê-la para ele.
"Trace, eu vou examinar você está bem?"
Nixon cerrou os punhos, mas ele não se moveu.
Val rapidamente entrou na sala e começou a puxar o edredom para trás e deixou tudo pronto para Trace, enquanto Nixon ficou congelado no lugar.
Uma vez que Val terminou, ela foi até Nixon e agarrou sua mão. "Ela vai ficar bem."
Nixon apertou de volta e ficou paralisado quando Trace deitou-se na cama. "Trace," Limpei a garganta. "Eu vou..."
"Ahhhhh!" Ela deu um soco na cama. "Basta fazê-lo já!"
Parecia estranho, examinar a esposa do meu primo para ver o quanto ela estava dilatada. O que foi ainda mais estranho era ver a cabeça de um bebê. "Oh Merda!"
"Oh, merda?" Nixon gritou. "Foi isso o que você disse?"
"Cabeça." Eu respirei fundo. "Há uma cabeça."
"A cabeça de um bebê?" Nixon tomou fôlego, então bateu no peito.
"Não, de um gafanhoto." Eu olhei. "Sim, seu imbecil, a cabeça da sua filha. Certo Trace, nessa próxima contração eu preciso que você empurre." Eu olhei para Val. "Pegue algumas toalhas."
O som da ambulância parecia uma sinfonia quando Trace empurrou duas vezes e depois descansou.
"Bom trabalho." Eu estava tocando a cabeça. Puta merda. Eu estava calmo. E assim a faculdade de medicina inteira, toda família da máfia precisava de um médico, eu parei antes que eu pudesse realmente me tornar um; isso foi o que eu me lembrava quando pedi a ela para empurrar novamente.
Logo os paramédicos estavam valsando para dentro da casa. Eu podia ouvir as suas vozes abafadas, então o barulho dos pés nas escadas.
"Um último empurrão, Trace." Eu a encorajei.
"Estou tão cansada." Ela suspirou. "Isso dói."
"Querida." Nixon finalmente mudou de seu lugar no tapete e correu até ela, beijando sua testa. "Você consegue fazer isso."
"Eu posso." Ela agarrou as suas mãos e empurrou.
"Quase lá!" Eu disse, injetando mais calma e confiança em minha voz. "Vamos, Trace."
Com um grito, ela empurrou uma última vez, e o choro de um bebê perfurou a tensão na sala. Eu segurei a menina em meus braços, chocado até a medula quando os paramédicos finalmente chegaram ao quarto e foram para o lado de Trace.
"Ela é linda." Os olhos de Val brilhavam de lágrimas quando ela passou um braço em volta de mim.
"Ela é tão pequena," eu sussurrei, pegando uma toalha e envolvendo o bebezinho. "e tão indefesa. Inocente."
"Ela é perfeita." Val beijou minha testa. "E assim foi você."
Um dos paramédicos colocou uma braçadeira de plástico no cordão e o cortou.
Levantei-me e caminhei até Nixon e Trace, levando a criança como se ela pudesse quebrar. Com as mãos trêmulas Nixon tomou a sua menina e ficou boquiaberto, as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Foi uma das únicas vezes que eu o vi chorar.
"Meu Deus, ela é linda como a mãe dela." ele sussurrou reverentemente. "Obrigado." Ele a entregou a Trace e beijou cada centímetro de seu rosto repetidas vezes. "Muito obrigado."
Val e eu calmamente dispensamos a nós mesmos. Ela me seguiu até o banheiro e fechou a porta atrás dela enquanto eu lavei minhas mãos.
"O quê?" Eu sorri enquanto eu pegava a toalha. "Você está muito quieta."
Ela colocou os braços em volta de mim, e depois uma boca estava sugando meu pescoço por trás. "Você teria sido um médico sexy."
"Você está realmente me fazendo repensar sobre a faculdade de medicina no momento." Eu gemi quando ela entrou na minha frente e suas mãos mudaram para minha calça e começou a abri-la.
Rindo, ela puxou minha camiseta sobre a minha cabeça e me beijou mais forte.
"Eu já te disse o quanto eu te amo?" Eu sussurrei entre beijos, "Porque eu amo. Um pouco mais, todos os dias."
"Diga isso de novo."
"Eu te amo, Val."
"Eu também te amo, doutor..."
Revirei os olhos quando um ruído alto de algo batendo soou na porta. "É melhor você não estar se aproveitando da minha irmã!"
"Vá embora, Dante!" Val gritou. "Você não tem escola hoje?"
"Não a chame assim!" Ele disparou de volta. "É faculdade, e não escola!"
"Escola é escola!"
"Eu não vou... Não com ela no carro."
Val congelou, seu rosto quebrou fazendo com que eu desse um passo para trás e assumisse a conversa. "Você vai colocar sua bunda gorda no carro com ela."
"Ela é uma prostituta."
"É isso aí," Eu empurrei Val de lado e abri a porta para enfrentar Dante. "Você é uma dor grave na minha bunda." Eu coloquei a minha camiseta e abotoei a calça, depois enfrentei o cara que eu estava seriamente ansioso para dar um soco na cara.
"Você se casou com minha irmã, isso não faz de você meu pai, isso faz de você meu cunhado, por isso, se terminamos por aqui..."
Ele tentou ir embora, então eu o agarrei pela camisa e o joguei contra a parede. Mas era Dante.
Ele usava sua raiva como uma medalha de honra. Não ajudou que ele tivesse voltado a lutar novamente. Eu podia ver isso em seus olhos; que brilhavam com a necessidade de bater em alguma coisa.
E por ter apenas vinte anos de idade, ele tinha mais músculo nele do que bom senso, o que fez o meu trabalho muito mais difícil uma vez que éramos igualmente compatíveis. Apesar de sua imaturidade me fez querer puxar uma arma para ele e usar seu corpo como prática de tiro ao alvo.
"Está tudo bem," Ella disse em voz baixa. "Realmente, eu posso ir sozinha." Seu rosto estava corado.
Frank a tinha trazido para casa depois de ter lidado com Xavier. Embora ela tivesse que ter casado à força com Xavier depois de ter assassinado seus pais, ele ainda fez Dante sentir como se ela fosse nossa inimiga. Isso foi agravado pelo fato de que ela se recusou a vir sob nossa proteção, a menos que ela fosse autorizada a trazer os filhos bastardos de Xavier.
Eles eram mais fáceis de lidar do que Dante.
Eu belisquei o meio do meu nariz. "Olha, por que vocês dois não ficam em casa?"
"Casa," Dante bufou. "Sinto muito, eu não tenho uma dessas." Com isso, ele me empurrou passando por mim, desceu as escadas e bateu a porta da frente.
"Dê-lhe tempo." Ella sempre defendia Dante, embora ele a tratasse como merda. "Ele está apenas com raiva."
Val assistiu tudo em silêncio.
"Desculpe." Eu a puxei para um abraço.
"A culpa é dele, não sua."
"Parece que é minha."
Ela suspirou. "O que vamos fazer com ele?"
"Bem eu estou fodidamente seguro que não vou continuar a treiná-lo com armas. Na última vez ele quase arrancou a minha cabeça, e ele estava chateado porque errou."
"Eu não sei por que ele está agindo assim."
Eu não disse nada.
Porque não era da minha conta.
Nem era a minha história para contar.
Não, isso era outra história.
Sobrecarregado com o peso de um legado que você nunca pediu, nunca quis, e sentir como se você não o merecesse, só para descobrir que você está sozinho no mundo.
Eu conhecia sua raiva. Seu ódio. Sua resistência.
Eu só não sabia como romper com ela e tinha medo de que com o tempo eu descobrisse isso, eu estaria falando de um cadáver quando eles estivessem enterrando seu corpo sem vida no chão.
"Hey!" Val me deu uma cotovelada. "Acho que podemos voltar para o quarto? Eu quero segurar o bebê."
"Sim." Eu a guiei para longe de Ella e do drama de Dante, e a segui para o quarto. Ela fez um caminho mais curto para o bebê e tudo parecia certo no meu mundo novamente.
Porque em breve, esses seríamos nós.
Nossa família.

 

 

                                                   Rachel Van Dyken         

 

 

 

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