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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


ENQUANTO DURAR / Abby Glines
ENQUANTO DURAR / Abby Glines

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                   

 

 

Biblio VT

 

 

 

 

Talvez dirigir para casa depois de algumas (ou mais) doses de tequila fora uma má idéia, mas inferno ele fazia isso o tempo todo. Os policiais deviam estar malditamente entediado para fazê-lo parar. Ele não estava nem dançando com o carro! Essa é história de Cage York e ele está preso a ela. Infelizmente, o seu treinador de beisebol não comprou a hitória. Cage tem uma bolsa na faculdade júnior de beisebol local - ou tinha, até que foi preso por dirigir embriagado. Agora, Cage tem que decidir: cair fora e desistir de seu sonho de ser notado por uma faculdade particular, e possivelmente jogar nas ligas principais - ou ceder a pressões de seu treinador e passar o verão empacotando feno? Eva Brooks planejou sua vida passo a passo, quando ela tinha oito anos. Nem uma única vez ao longo dos anos ela havia perdido de vista seus objetivos. Josh Beasley, seu vizinho, tinha sido o centro dessas metas. Ele tinha sido seu primeiro namorado aos sete anos, seu primeiro beijo aos dez anos, seu primeiro encontro, aos quinze anos, e sua primeira tragédia aos dezoito anos. No momento em que ela recebeu o telefonema da mãe de Josh dizendo que ele tinha sido morto junto com outros quatro soldados ao norte de Bagdá, a vida cuidadosamente planejada de Eva implodiu da pior maneira possível.
Cage não está muito feliz com seu quarto do tamanho de um armário na parte de trás de um celeiro fedido, ou suas interações diárias com vacas, mas ele sabe que se ele não fizer seu treinador feliz, então ele pode dar adeus à bolsa de estudos. Apenas um homem doente e distorcido, decidiria que o seu castigo era trabalhar em uma fazenda durante todo o verão. Sem gostosas de biquíni esperando para encontrar um menino Sul para fazer suas férias completas. Apenas ele e as vacas malditas. Oh - e uma morena irritada e sarcástica com os maiores olhos azuis que ele já viu. Mas ela não conta, porque não importa o quanto ele tentasse cativá-la para tirar sua calcinha - ele tem certeza de que ela preferia vê-lo pendurado nas vigas, do que deixá-lo sentir o gosto de seus bonitos lábios pequenos.

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  "Sua mãe me trouxe a carta hoje." A dor em meu peito era tão aguda que eu tive que lutar para me impedir de curvar e gritar. "Eu li cada palavra. Várias vezes".  O vento de outono acariciava meu rosto, mas não era suficiente para secar as minhas lágrimas. As lágrimas eram intermináveis. Nunca cessavam. Engolindo em seco, eu me forcei a continuar. Eu precisava que ele me ouvisse.  "Não é justo você sabe... uma carta não é a maneira correta de dizer adeus. É uma merda, Josh. É uma merda maldita.” Um soluço escapou do meu peito. Eu pressionei meu punho contra meu coração. Quanto mais dor ele poderia aguentar antes de simplesmente explodir em um milhão de pedaços? "Você sempre me disse que iriamos envelhecer juntos. Sentariamos em nosso balanço do alpendre, de mãos dadas e olhariamos os nossos netos brincarem no quintal. Você me prometeu que," eu botei pra fora enquanto eu pressionei meu polegar contra o pequeno diamante solitário de que ele tinha colocado no meu dedo apenas seis meses atrás. "Você quebrou sua promessa. Você nunca quebrou uma promessa antes. Desta vez, você me decepcionou e me deixou esta carta. Como posso seguir em frente com isso, hein? Você esperava que eu lesse e tudo ficaria melhor? Você esperava que eu chorasse algumas lágrimas e depois seguisse em frente?" Eu não tenho resposta. Nada mais do que uma carta pesando no meu bolso de trás. Estava tão manchado de lágrimas, que agora que várias das palavras eram difíceis de ler. Não importa. Eu tinha tudo memorizado. Cada. Palavra. "Eu comecei a escrever-lhe uma carta e ia trazê-la para você hoje. Minha chance de dizer algumas últimas palavras, mas eu não pude. Eu não posso gritar e gritar em uma carta. Palavras no papel não podem expressar as emoções que agitam dentro de mim.” Enfiei a mão no bolso e tirei a carta desgastada que me assombraria pelo resto da minha vida. "Ao invés de escrever-lhe uma carta eu decidi que iria responder a sua pessoalmente. É justo. Não... não é justo", eu cuspi com raiva "porque nada disto é justo, mas isso é tudo que eu tenho. Isso é tudo o que você me permitiu ter ". Abri a página da carta com cuidado. Eu não queria rasgá-la, porque as palavras escritas nela eram tudo o que ele tinha me deixado. Comecei a ler em voz alta:
 
    "Minha Eva Blue". 
Novas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Apenas ler o apelido que Josh me deu quando tinhamos nove anos de idade era doloroso. Como eu poderia ler esta carta inteira em voz alta, sem desmoronar no chão?
 
"O fato de que eu estou escrevendo esta carta me dói mais do que você poderia imaginar. Isso não é algo que eu quero que você leia, mas eu sei que você merece um adeus. Você merece muito mais do que isso e se Deus quiser você vai ter a vida perfeita que nós passamos horas juntos sonhando.”
 
 Eu parei de ler e levantei os olhos das palavras no papel.  "Nós fizemos esses planos, Josh. Você e eu. Aqueles que não são apenas meus planos. Eles são os nossos planos, maldito! Como você pôde me deixar? Nós tínhamos tudo planejado. Todas aquelas noites passadas deitados sob as estrelas que escolhemos os nomes dos nossos filhos, a cor do nosso quarto, as flores que nós plantariamos nos vasos em nossa varanda da frente, a casa de verão que teríamos na praia, TUDO ISSO FOI EMBORA!”. Outra lágrima rolou pelo meu rosto e eu rapidamente limpei com a mão antes que ela pudesse cair no papel abaixo. Eu tinha que acabar com isso. Por mais difícil que a leitura fosse, eu tinha que terminá-la. Isso nunca seria um encerramento. Eu nunca teria um encerramento.   Isso seria a coisa mais próxima que eu sempre teria de um adeus.
 
         "Eu te amei desde o momento em que eu olhei para aqueles seus lindos olhos azuis. Mesmo com cinco anos de idade, eu sabia que nunca haveria uma garota que poderia tomar o seu lugar no meu coração. Ninguém jamais se comparou a você. Seria sempre você para mim, Eva Brooks. Sempre. Lembre-se que, você era tudo o que sempre importou para mim. Ninguém mais tocou meu coração do jeito que você fez. Minha vida foi marcada por cada ano que eu me apaixonei mais e mais,pela bela, selvagem e louca garota da casa ao lado. Eu vivia admirado por que este anjo perfeito me queria, que essa mulher incrível seria a minha esposa. A vida que nós planejamos. A vida nós sonhamos foi o que me manteve por tanto tempo." 
 
Afundando no chão, eu puxei meus joelhos contra o peito e solucei quando eu forçava os meus olhos para concentrar-me nas palavras que eu tinha que ler. Eu tinha que fazer. Eu tinha que fazer.
 
    "Peço a Deus que você nunca tenha que ler esta carta. Eu quero que isso seja uma carta que saia da minha caixa um dia para você ler quando estivermos velhos e grisalhos. Nós podemos sorrir e perceber o quanto temos que ser gratos por essa carta nunca ter sido necessária. Mas Eva, se você receber esta carta da minha mãe um dia, então saiba: eu te amei até meu último suspiro. Você foi a única coisa em minha mente quando eu fechei os olhos pela última vez. Nosso tempo juntos foi mais perfeito do que a vida que alguém possa ter. A vida que eu vivi foi o paraíso na Terra, porque eu passei com você."
 
    "Oh Deus, Josh, eu não posso fazer isso sem você! Eu não posso fazer isso sem você. Eu te amo muito. Por favor, Deus, por favor", eu chorava em voz alta. Ninguém me ouviu. O cemitério estava vazio. As últimas linhas da carta eram as mais impossíveis de aceitar. Como ele poderia até pensar que suas palavras eram possíveis?
 
    "Um dia você vai se curar. A vida vai continuar para você. Outro cara vai ter a sorte de encontrar um lugar no seu coração. Quando isso acontecer, ame-o. Siga em frente. Viva essa vida de felicidade que você merece. Saiba que eu te amei. Saiba que você fez minha vida completa. Mas siga em frente Eva. Ame novamente. Viva a sua vida.” 
Com amor, Josh.
 
Dezoito meses mais tarde... Capitulo Um Cage
 
 ― Obrigado por me dar uma carona - eu disse, pegando a mochila que continha todo o meu guarda-roupa para o verão.   ― Eu fiz isso por Low - Marcus Hardy me lembrou. Minha melhor amiga era um uma garota realmente gostosa. Marcus, seu noivo, era um idiota esnobe às vezes, mas eu lidei com ele, teria que fazer caso eu quisesse manter Low na minha vida. Tudo o que importava era que ele entendeu que Low andou sobre as águas do caralho. Enquanto ele mantivesse isso em mente e a tratasse bem, eu poderia conviver com a sua idiotice.  ― Eu nunca duvidei disso - respondi com um sorriso, puxando as alças da minha bolsa sobre meu ombro. Tirando minha atenção de Marcus, olhei para o casarão branco e bege diante de mim. Ele era cercado por quilômetros e quilômetros de grama verde e muitíssimas vacas, meu próprio purgatório para todo o verão. Olhando para trás, vi Marcus e balançando a cabeça comecei a fechar a porta. Eu sabia que ele estava pronto para voltar para Sea Breeze, onde Low esperava por ele. Ninguém queria ficar preso neste interior do inferno.  ― Cage. Espere - Marcus chamou antes que eu pudesse fechar completamente a porta da caminhonete. Lentamente, abri de volta e arqueei uma sobrancelha questionadora. O que mais Marcus poderia querer comigo? Mal tínhamos nos falado durante o trajeto.  ― Não estrague tudo, ok? Fique sóbrio. Não dirija até ter a sua habilitação de volta e tente não irritar o irmão do seu treinador. Seu futuro está dependendo deste verão e você está perturbando Low. Eu não quero que ela fique preocupada com você. Pense em alguém diferente de si mesmo para variar. Bem... inferno, eu acabei de ganhar um discurso digno de pais. Do Marcus, porra. Não era fofo? ― Eu sei o que vai acontecer se eu estragar tudo, Marcus. Mas obrigado por lembrar. - Deixei o sarcasmo em minha voz.   Marcus franziu a testa e começou a dizer algo mais, mas mudou de ideia com um aceno de cabeça e colocou o caminhão em marcha ré. A conversa acabou. Bom. O cara deveria aprender a cuidar da vida dele.   Bati a porta e voltei minha atenção de volta para a casa, enquanto os pneus de Marcus cantaram pelo caminho da estrada de cascalho. Acho melhor ir conhecer o meu guardião para o resto do verão e começar a festa. Tudo o que eu tinha que fazer era deixar esse cara feliz. Eu iria cuidar de suas vacas e fazer trabalho manual por dois meses e meio e  depois disso meu treinador não iria chutar minha bunda para fora do time de beisebol. Ele teve que me tirar da prisão, o DUI2 seria esquecido e minha bolsa de beisebol permaneceria intacta. Eu só tinha três problemas com este plano: 
 
1. Nada de meninas por perto.  2. Detesto trabalho braçal.  3. Não há meninas.    O resto não era tão ruim assim. Eu teria folga aos domingos. Eu só tenho que pegar meu caderninho com telefones das meninas sexys que usavam bíquinis minúsculos do grêmio aos domingos. Cheguei à porta da frente na casa, o espaço em torno do alpendre era muito, muito bom. Eu não gostava muito dessa coisa de fazenda, mas este lugar não era tão ruim. Aposto que os quartos eram grandes.
 ― Você deve ser o cara que Wilson contratou para o verão - Um cara em um jeans desbotado e botas que algum 'fodão' usava para aparecer começou a subir os degraus da varanda. Ele estava sorrindo como se realmente estivesse feliz em me ver. Deveria ser filho do cara. Eu estaria cavando feno e bosta de vaca durante todo o verão no lugar dele. Aposto que ele gostava e muito de mim.   ― Sim, - eu respondi ― Cage York. Treinador Mack me enviou.   O cara sorriu e acenou com a cabeça, colocando as duas mãos nos bolsos da frente. Tudo o que ele precisava era de um maldito pedaço de palha pendurado em seus lábios para cair no estereótipo de garoto caipira.   ― Ah, é verdade. Eu ouvi sobre você. DUI. Cara, isso é uma merda. Especialmente por Wilson ser um motorista foda. Meu irmão e eu trabalhamos muitos verões para ele até o ensino médio. Eu juro que você nunca mais vai beber e dirigir de novo.   Acho que ele não era filho do velho, afinal. Balançando a cabeça, virei para bater à porta.  ― Wilson ainda não voltou do celeiro. Ele estará aqui dentro de uma hora. O rapaz estendeu a mão: ― Eu sou Jeremy Beasley. Acho que vamos nos ver bastante durante o verão, eu sou o vizinho ao lado. E, bem, então há Eva, - ele parou e seus olhos passearam de mim para a porta. Comecei a perguntar quem era Eva quando eu segui seu olhar para encontrar a luz no fim do túnel em pé na porta.   Longos cabelos castanhos encaracolados, vagamente caídos sobre um ombro nu. Os olhos azuis mais claros que eu já vi, emoldurados por grossos e longos cílios escuros e lábios vermelhos e carnudos, completando a obra de arte perfeita que era seu rosto. Meu olhar vagou lentamente para baixo, notando a pele suavemente bronzeada que mal era coberta por um top de biquíni e um par de shorts minúsculos que pendiam sobre seus quadris estreitos. Em seguida, as pernas.  Pernas de                                                             
2 Abreviatura de 'Driving Under the influence of Alcool', ou seja, dirigir alcoolizado.
quilômetros e quilômetros que iam até dois pequenos pés descalços com unhas vermelhas e assim terminava a porra do pacote ridiculamente perfeito parado diante de mim. Droga. Talvez eu devesse ter visitado o interior com mais frequência. Eu não sabia que cresciam meninas como esta por aqui.   ― Eva, você não está pronta ainda? Eu pensei que nós estávamos indo ver o filme às seis e meia, - disse Jeremy atrás de mim.  Ah, inferno, não. Com certeza não. Esta deusa estava com aquele cara? Eu trouxe meus olhos de volta até seu rosto para encontrar seus olhos azuis olhando diretamente para mim. Eles realmente eram os malditos olhos mais azuis que eu já vi.   ― Quem é você? - O tom gelado em sua voz me deixou confuso.   ― Calma menina. Seja educada, Eva. Esse é o cara que vai ajudar o seu pai neste verão. - Seus olhos brilharam com algo que parecia nojo. Sério?   Eu já tinha visto aquele olhar nos olhos de uma garota antes, mas nunca antes tinha sido para mim e, em seguida, ela falou. Interessante.   ― Você é o bêbado, - afirmou. Não era uma pergunta. Então, eu não respondi. Em vez disso, atirei-lhe um sorriso que eu sabia que afetava a calcinha de qualquer pessoa do sexo feminino e dei um passo na direção dela. ― Eu tenho um monte de nomes, bebê, - eu finalmente respondi. Com suas sobrancelhas arqueadas, ela ajeitou a postura e me atirou o olhar mais frio que eu já presenciei. O que há com essa garota? ― Tenho certeza que você tem. Deixe-me adivinhar: STD3, Perdedor, Babaca e Bêbado, apenas para citar alguns - ela cortou, saindo da porta e batendo-a atrás de si. Ela olhou para Jeremy, que eu podia jurar que estava apenas rindo.   ― Eu não posso assistir ao filme, Jer. Eu preciso de você para me levar até a Sra. Mabel e me ajudar a levá-la para o trabalho novamente. Ela precisa ser instruida.   ― Outra vez?   ― Sim, de novo. Ela realmente precisa de ajuda.    Eva passou por mim, agarrou o braço de Jeremy e puxou-o em direção às escadas. Aparentemente, eu havia sido esquecido.   ― O seu pai fala com os filhos dela ainda? Eles precisam ter seus traseiros aqui e ajudar a mãe, - Jeremy disse e eles começaram a sair sem olhar para trás. Mas que diabos? Quem apenas se afasta e deixa um homem de pé em sua varanda, sem uma palavra? Ela era linda, mas insanamente uma cadela louca.   ― Ei, é só eu entro? - Eu gritei perguntando.   Eva parou e virou-se com a mesma expressão de nojo que estava antes em seu rosto. 
3 Sexually Transmitted Disease ou Doença Sexualmente Transmissível 
― Em casa? Uh, não, - ela respondeu com um aceno de cabeça como se eu fosse louco. Ela levantou a mão e apontou para os dois celeiros vermelhos que estavam localizados atrás da casa. ― O seu quarto é na parte de trás do celeiro. Ele tem uma cama e um chuveiro.    Bem, não era apenas o caralho...? 
 
Eva
 
Eu odiava caras como Cage. A vida era uma piada para ele. Não havia nenhuma dúvida em minha mente de que as mulheres de todas as idades babavam aos seus pés. Ele era saudável, vivo e jogava tudo fora como se fosse uma brincadeira.   ― Guarde as garras, querida. Você fez o seu ponto. Ele não virá farejando em volta novamente. – Jeremy estendeu a mão e apertou a minha perna suavemente e, em seguida, ligou o rádio.   ― Ele é um idiota, - eu disse com os dentes cerrados.  Jeremy soltou uma risada baixa e se mexeu na cadeira. Eu sabia que ele estava decidindo como responder para mim. A única pessoa que me conhecia tão bem, ou melhor, do que Jeremy era Josh, seu irmão gêmeo e meu noivo. Nós tínhamos crescido todos juntos. Jeremy sempre foi o de fora, mas Josh e eu tínhamos feito o nosso melhor para incluí-lo tanto quanto possível.   Quando Josh foi morreu por uma bomba ao norte de Bagdá, 18 meses atrás, a única pessoa que eu poderia ter perto de mim era Jeremy. A mãe de Josh e Jeremy disse que era porque Jeremy era o único que eu sentia que conseguia entender a minha dor. De certa forma, nós dois perdemos a nossa outra metade.   ― E como você precebeu isso com a breve conversa que acabou de ter com ele? Ele pareceu um cara legal para mim. - Jeremy sempre foi otimista. Ele sempre viu o melhor nas pessoas. Coube a mim manter longe as pessoas que queriam tirar proveito de seu espírito confiante. Josh não estava aqui para fazer isso.   ― Ele está aqui porque estava bebendo e dirigindo, Jer. Isso não é exatamente um pequeno delito. Ele poderia ter atingido uma família. Ele poderia ter matado algum garoto. Ele é um perdedor egoísta. - Que realmente era muito bonito para ser real. Eu tenho que superar isso, no entanto. Seu rosto bonito não iria ficar comigo.   ― Eva, muitas pessoas bebem um pouco e dirigem. Ele provavelmente estava em algum bar perto de sua casa. Duvido que ele estivesse na estrada. Provavelmente só tinha tomado algumas cervejas.     Doce Jeremy. Deus abençoe o seu coração, ele não tinha idéia de como algumas pessoas depravadas agiam. Era uma das coisas que eu gostava nele. Acontece que eu sabia que Cage York estava tão alto quanto o quatro de julho quando ele foi pego. Eu ouvi o tio Mack falando sobre  ele ser um vagabundo e que a única coisa que ele levava a sério era o baseball. ― Confie em mim Jer, esse cara é problema.   Jeremy não respondeu. Ele se inclinou com o cotovelo na janela aberta e deixou a brisa esfria-lo. O interior da caminhonete do meu pai fervia nesta época do ano, mas era o único veículo que eu dirigia. Meu Jeep continuava na garagem. Intocado. Eu não poderia dirigi-lo e eu não conseguia me livrar dele. O bonito Jeep prata que papai tinha me comprado não foi usado desde que eu tinha recebido a ligação da mãe de Josh me dizendo que ele tinha sido morto. Josh tinha feito 'O Pedido' dentro do Jeep com vista para Hollows Grove. Então, ele aumentou a música que tocava no rádio e nós saímos do carro e dançamos sob as estrelas. Eu não tinha posto os olhos no carro em um ano e meio. Em vez disso, eu dirigia a caminhonete. Apenas era mais fácil.   ― Eva, - chamou Jeremy, invadindo as minhas memórias. Ele sempre parecia saber quando eu precisava de alguém para me impedir de ficar lá perdida dentro das minhas lembranças.  ― Sim?   ― Você sabe que eu te amo, né?   Enrijeci, agarrando o volante com força. Quando Jeremy começava com algo parecido, eu tinha certeza que eu não gostaria do que ele diria em seguida. Da última vez, ele pediu que eu voltasse a dirigir o meu Jeep, porque realmente Josh iria querer isso.  ― Não, Jer, - eu respondi.   ― É hora de tirar o anel, Eva.   Minhas mãos pareciam garras da morte apertando o volante gasto. A aliança de ouro no meu dedo marcando minha pele e me lembrando de porque estava ali. Eu nunca tinha tirado fora do dedo. Eu nunca faria isso.
  ― Jeremy, não.   Ele soltou um longo suspiro e balançou a cabeça. Eu esperei pacientemente ele me dizer mais e estava tão agradecida quando chegamos na Sra. Mabel que quase pulei para fora da caminhonete antes dela parar completamente, determinada a ficar longe dele antes que pudesse falar mais. O anel de noivado que Josh tinha colocado em meu dedo não seria removido. Seria como se eu estivesse me esquecendo dele. Como se eu estivesse seguido em frente e deixando-o para trás. Eu nunca o deixarei para trás.
 
Capitulo Dois
Cage
 Isso não poderia ser o meu quarto. Era do tamanho do armário do quarto do meu apartamento. Deixei minha mochila sobre a cama de solteiro que estava no canto do quarto minúsculo. No lado oposto, uma pequena mesa de cabeceira redonda mal cabia entre a cama e a parede. Em seguida, na outra extremidade do quarto estreito havia um chuveiro. O piso de cimento tinha uma infiltração em um canto onde ficava a pequena ducha. A única barreira entre o chuveiro e a cama era uma cortina escura pendurada por um arame. Tenho certeza que se meu banho fosse mais caprichado iria acabar encharcando a cama. O telefone começou a tocar no meu bolso e eu puxei-o para fora para ver o nome iluminado na tela.   ― Ei, bebê, - eu respondi e afundei na cama. Surpreendentemente, o colchão não era ruim.   ― Então, como está tudo? Eles são bons? - Só de ouvir a voz de Low me fez sentir melhor, não tão sozinho.   ― Eu só conheci a filha do cara e o vizinho.   ― Oh, a filha de um fazendeiro? - O tom de provocação na voz de Low me fez rir. Sim, era a filha de um fazendeiro, mas não é o que Low está pensando.   ― É a filha de um fazendeiro, mas ela me odeia. Louco eu sei, e achava que era impossível alguma mulher me odiar até depois de uma noite quente e eu esquecer o seu nome pela manhã.    ― Ela te odeia? Isso é... estranho. - A voz de Low sumiu como se ela estivesse em uma profunda reflexão.   O som alto da porta do celeiro se abrindo me chamou a atenção.   ― Low, tenho que ir bebê. Eu acho que o velho está aqui.    ― Tudo bem, apenas comporte-se.   ― Sempre, - eu respondi antes de desligar e deslizar meu celular de volta no bolso.  ―Olá? - Uma voz profunda e forte chamou.  Saí do pequeno armário de vassouras e me dirigi ao som da voz. Virei à esquina e parei. O cara era enorme. Pelo menos dois mentros e cem quilos de músculo firme. O chapéu de palha estilo cowboy inclinava para trás em sua cabeça mostrando que ele era completamente careca.   ― Você é Cage York?  - Ele perguntou. Sua expressão séria me fez lembrar a carranca que meu técnico fazia, mas as semelhanças pararam por aí. O treinador não tinha essa massa toda.  ― Sim, - eu respondi e os olhos do homem se estreitaram enquanto dava um passo em minha direção. Levou até a última gota do meu autocontrole para não me apavorar como o inferno.
― Rapaz, seu pai nunca lhe disse que é rude não respeitar os mais velhos? Espero que qualquer garoto de sua idade me responda com um 'sim, senhor'. Entendeu?   Sério? O que diabos meu treinador estava pensando? Isso nunca iria funcionar.  ― Quando eu lhe fizer uma pergunta espero uma resposta, - o gigante rugiu. Ótimo. Eu dei-lhe uma resposta de merda, ― Não.   Sua carranca se aprofundou e a irritação cintilou em seus olhos. Eu precisava fazer esse trabalho, mas eu não tinha que aguentar esse tipo de merda também.   ― Não, o quê? - Ele perguntou em uma voz arrastada.   ― Não, meu pai não me ensinou nada, nada além de que seus malditos punhos eram maiores do que a da minha mãe e como abandonar sua família, - eu respondi com um sorriso na voz.   A carranca de raiva em seu rosto não se alterou. Eu não esperava piedade, mas eu também não esperava dizer ao homem minhas coisas pessoais. Apenas saiu. Minha família era algo que eu só tinha falado com Low quando éramos mais jovens e ainda me afetava. Eu vi quando ele levantou a mão e esfregou a palma na mandíbula sem tirar os olhos de mim uma única vez. Eu estava preparado para esse encontro e queria que ele começasse a dizer o que era que eu deveria fazer exatamente.   ― Mack quer ajudá-lo. Eu confio em seu julgamento. Mas escute aqui e ouça bem. Eu não vou pensar duas vezes em chutar sua bunda da minha propriedade, se você usar algum tipo de droga, ou dirigir um veículo enquanto bebe. Isso foi estúpido, garoto. Além de estúpido. E o mais importante, fique longe da minha menina. Ela está completamente fora dos limites para você. Entendeu?    Considerando que Eva me odiava, o homem não tinha nada para se preocupar. Além disso, nenhuma menina valia a pena eu ferrar com o meu futuro. Não quando havia tantas outras fêmeas disponíveis e dispostas no mundo que eu poderia desfrutar.  ― Entendi. Eu não quero perder a minha bolsa, - eu respondi com toda a honestidade. Com um aceno de cabeça, ele colocou sua grande mão em mim, ― Nesse caso, eu sou Wilson Brooks. Agora, vamos levar seu rabo para o trabalho.
 
Eva
 ― O menino não tem pais. Esses são os tipos que eu quero você longe. 
Papai me deu essa saudação assim que ele abriu a porta de tela e entrou na cozinha. Revirei os olhos, voltei a golpear os peitos de frango que eu iria fritar para o jantar.  ― Eu estou falando sério Eva, ele não teve a mesma educação que você e ele é arrogante, sem respeito por autoridade. Apenas um desajustado no caminho errado. - Papai colocou o chapéu em cima da mesa e foi em direção ao chá gelado com um copo.   ― Eu não estava impressionada com ele. Pode parar com o sermão. Eu não estou procurando um homem. Eu nunca terei um encontro novamente. - Eu tinha Jeremy e até que ele conhecesse uma garota e se apaixonasse, eu teria um companheiro para fazer as coisas. A pontada familiar no meu peito me lembrou de que o estava impedidendo de voltar a viver a vida dele. Eu odiava que ele tivesse colocado tudo de lado para cuidar de mim. Ele sempre se preocupou muito comigo. Eu sabia que Chelsea Jacobson tinha uma queda por ele. Eu realmente precisava fazer algo para empurrá-lo na direção dela.   ― Hmmm, - papai murmurou quando ele se sentou na extremidade da mesa da cozinha. ― Eu sei que você não está procurando um menino Eva, mas querida, você é uma mulher. Um dia você vai ter que abrir seu coração novamente.    ― Papai, não, por favor. Eu só quero fritar esse frango, fazer a sua torta de blueberry4 favorita e desfrutar de um jantar. Não vamos falar sobre qualquer outra coisa. Ok?    Com um suspiro profundo, meu pai finalmente concordou. Ele pegou seu chapéu e colocou-o de volta em sua cabeça careca. ― É em momentos como este que eu acho que cometi um erro em não me casar novamente. Talvez você precise de uma mãe, afinal. Porque agora não sei o que fazer para corrigir isso para você, menina.    Eu coloquei o último pedaço de frango batido na vasilha e lavei as minhas mãos sob a torneira. Em seguida, tomei um longo tempo esfregando os dedos com o detergente antes de me virar e olhar para o meu pai.  ― Você foi o suficiente. Você é o suficiente. Não diga mais isso. Eu sou feliz do jeito que as coisas estão. Eu não preciso de alguém para preencher o lugar de Josh na minha vida. Eu não quero alguém para preencher o lugar dele. Ok?    Papai fechou a distância entre nós e me deu um abraço rápido e desajeitado antes de virar e sair da cozinha pela mesma porta que entrou. Eu sabia que meu desinteresse em namorar outros caras e seguir em frente incomodava, mas eu não podia. Eu não faria isso. Josh tinha sido o meu futuro. Agora, ele se foi.   A porta abriu atrás de mim. Eu não estava esperando Jeremy hoje à noite para jantar, mas eu tinha feito comida suficiente se fosse o caso.   Não era Jeremy. Era ele.
 
4 Fruta de cor azulada, parecida com framboesa, comum nos E.U.A. e Canadá.
 
 Cage ergueu as mãos, como se dissesse que ele veio em paz. O sorriso fácil de antes tinha ido embora. Ele não estava olhando para mim como se quisesse dar uma mordida. Em vez disso, ele parecia desinteressado.   ― Eu só preciso de uma bebida. Seu pai me enviou aqui e disse para lhe pedir. Mas eu posso ver que você está ocupada, por isso, se você me permite, eu mesmo pego um copo de água.    Este era o mesmo cara de antes? Obriguei-me a não continuar olhando estupidamente para ele e me virei para pegar um copo do armário e entregar a ele.  ― Eu mantenho uma jarra de água na geladeira. Temos água aqui e água de um poço tem um gosto melhor quando está gelada.   Ele balançou a cabeça: ― Obrigado.   Eu virei para trás e verifiquei a temperatura do óleo no fogão. O som de Cage engolindo a água tinha feito imagens na minha mente da maneira que seus músculos na garganta se moviam a cada gole. Fechei os olhos com força tentando impedir minha imaginação. Ouvi quando ele abriu a geladeira e se serviu de um pouco mais de água. Então mais uma vez ele bebeu rapidamente. O silêncio na cozinha só intensificou o som de sua bebida.  ― Assim é melhor. Eu estava com muita sede. Agradeço pelo copo e a água, - Cage suspirou e caminhou até a pia. ― Você quer que eu o lave ou isso é algo que você prefere fazer?  ― Uh, eu posso fazer isso, - eu gaguejei, ainda completamente fora de equilíbrio por seu comportamento.   ― Obrigado. Mas eu não me importo de lavá-lo.    ― Não, realmente eu posso fazer isso. Vou colocar na máquina de lavar de qualquer maneira, - eu estava divagando.   A porta da cozinha se abriu novamente e eu estava agradecida pela interrupção até que vi que era Becca Lynn saltitando pela casa com todos os seus cachos loiros e sorrisos. Normalmente eu gostava das borbulhantes interrupções de Becca na minha vida, mas não agora. Não quando Cage estava aqui. Becca era uma idiota quando se trata de rapazes atraentes e Cage York era além de atraente.
  Seus grandes olhos castanhos lentamente varreram o interior da cozinha. Eu limpei minha garganta tentando chamar sua atenção, mas ela não estava ciente de que havia mais alguém na sala. A regata apertada e shorts cortados com botas de cowboy eram o guarda-roupa de verão de Becca. Era tudo o que ela sempre usava e usava muito bem. Mudei a minha atenção a partir de Becca a Cage, cujo sorriso sexy havia retornado e estava apreciando a vista, tanto quanto ela. Eu não podia chamar Becca Lynn de minha melhor amiga, porque Josh sempre foi meu melhor amigo. No entanto, ela era a mais próxima amiga que eu já tive. Josh e Jeremy cresceram na fazenda à direita de mim, Becca Lynn cresceu na fazenda a esquerda. Então, quando eu precisava de um parceiro no crime, que não era do sexo masculino, sempre era Becca. Ela e Jeremy tiveram alguma coisa durante o nosso segundo ano de escola. Eu tinha certeza que ele tinha sido o único a tirar a virgindade dela. Mas isso durou pouco. Jeremy tinha terminado sem uma explicação e Becca Lynn chorou no meu ombro poucos dias, em seguida, mudou o foco na próxima semana para Benji Fitz.   ― Você não me disse que tinha companhia, Eva, - Becca murmurou, girando um de seus longos cachos loiros em torno de seu dedo enquanto batia os cílios na direção de Cage. Bom Deus, ela era ridícula.   ― Eu não tenho companhia Becca, - retorqui, na esperança de chamar a atenção dela, mas não funcionou. ― Este é o ajudante de verão do papai. Ele está trabalhando com as nossas vacas. Porque ele teve um DUI e está cumprindo pena. - Talvez isso a faça parar com o olhar de adoração que ela tinha sobre ele. Isso não aconteceu.   ― Ah, então você vai estar aqui durante todo o verão, - ela perguntou, ainda sorrindo para Cage como se ele fosse um astro de rock.   ― Parece que sim, - respondeu ele em um tom divertido. Grande, até mesmo o homem prostituto ao meu lado pensou que ela estava fazendo papel de boba.   ― Bem, quando você não estiver trabalhando e estiver entediado, eu poderia lhe fazer companhia.   ― Becca Lynn, - Eu levantei minha voz para impedi-la de ficar se oferecendo para vir aquecer sua maldita cama no celeiro.   Finalmente, seus olhos deixarm Cage para encontrar os meus. O brilho no olhar me disse que sabia exatamente como soou e ela não se importava nem um pouco.   ― Obrigado. Eu tenho certeza que eu vou precisar de alguém para mostrar o que fazer para me entreter, quando o dia de trabalho estiver terminado. Eu não consigo pensar em ninguém melhor para me levar ao redor e me mostrar às coisas para fazer por aqui. - A coisa do sotaque sexy apenas me irritou. Ele também me deu solavancos frios e fez meu coração disparar.   Os olhos de Becca viraram de volta para comer Cage vivo. ― Isso soa como um bom plano. - Ela murmurou, fechando a distância entre eles e estendendo a mão tão bem cuidada. Eu tinha certeza de que as unhas rosa shock que ela estendeu em sua direção de forma convidativa, combinava com as unhas dos pés. ― Eu sou Becca Lynn Blevins.   Cage fechou a pequena quantidade de espaço que Becca tinha deixado entre eles e deslizou sua mão na dela. Será que Becca tremeu? ― Cage York e é um prazer, Becca.   ― Oh, - ela suspirou, com a cabeça inclinada para trás. Eu juro, se ele a beijasse na minha cozinha eu ia jogar a massa da minha torta nele.   ― Eu tenho que voltar para o trabalho. Eu vou esperar você vir entreter-me logo, Becca Lynn, - Cage disse em um sussurro baixo, em seguida, deu a volta e saiu pela porta sem olhar para trás.   No segundo que a porta se fechou atrás dele, Becca puxou uma cadeira da cozinha e afundou-se com um baque alto. ― Oh meu Deus! - Ela gritou. ― Eu juro, minha maldita calcinha está toda molhada. 
 Encolhendo-me a partir dessa imagem mental, eu balancei a cabeça e fiz um barulho de engasgos. ― Você estava pronta para subir na mesa e abrir as pernas para ele aqui. Você realmente precisa ter controle sobre si mesmo, Becca. Você parecia uma vadia completa.
  Becca soltou um suspiro: ― Ah, quem se importa! Ele é o mais incrivelmente delicioso espécime de macho que eu já coloquei meus olhos. Eu quero me casar com ele e ter seus bebês e lavar seu corpo e vesti-lo e inferno, Eva, eu só quero tocar seu corpo durante todo o dia. Eu poderia fazer isso pelo resto da minha vida e nunca cansaria.   Antes que eu pudesse pensar em uma resposta que poderia vir a ser uma fonte de sabedoria para ela, a porta se abriu novamente e Jeremy entrou. Sua presença me aliviou. Apenas o rosto familiar que era tão parecido com seu irmão ajudou a lembrar-me que eu tive tudo isso uma vez. Os olhos de Jeremy encontraram Becca sentada à mesa com a expressão confusa ainda em seu rosto. Um sorriso tocou seus lábios.   ― Eu vejo que Becca conheceu Cage.   Eu balancei a cabeça e soltei um peito de frango no óleo que finalmente estava borbulhando.  ― Eu aposto que ele adorou você, Becca. O pobre garoto teve uma recepção bem grosseira de boas vindas de Eva antes. Ter uma mulher realmente babando nele deve ter sido bom para o seu ego.    Jeremy tinha que contar isso.  ― Você foi rude com aquele pedaço de perfeição? - Becca perguntou incrédula. Concentrei-me em fritar o frango na minha frente. Eu não ia falar sobre isso. ― Vocês dois ficam para o jantar? Eu perguntei então.    ― Ele está jantando com você? - Becca perguntou esperançosamente.  ― Claro que não. Ele é o ajudante. Além disso, papai não é um fã dele. Vou preparar-lhe um prato e enviar para o celeiro.
  ― Eu eu eu eu! Posso levar para ele? - Perguntou Becca. Eu não tinha que olhar para trás para saber que ela estava saltando para cima e para baixo em seu assento.   Uma imagem de Cage York com sua camisa, pressionando Becca contra a parede e, na verdade, colocando as mãos sobre ela tinha mexido com minha mente.   ― Papai não vai gostar disso. Vou pedir ao Jeremy para levar. - Eu tinha certeza de que papai não se importaria quem fosse levar desde que não fosse eu. Por alguma razão, a idéia de Becca tocar em Cage me incomodou. Eu não tinha certeza por que exatamente, mas ela fez. A idéia da minha amiga grávida e solteira com um perdedor como pai do bebê foi, provavelmente, a principal razao.
 
Capitulo Tres
Cage
Aquelas malditas vacas vieram correndo quando apareci com a comida. Elas, na verdade, sabiam que era hora de comer e eu tinha a comida. Era assustador como o inferno ter essas filhas da puta correndo atrás de você como se fossem te pisotear. Enxugando a testa com uma toalha, que Wilson tinha me deixado esta manhã dizendo que iria precisar dela em breve, sentei-me na traseira do caminhão e peguei a garrafa térmica com água gelada que ele também me trouxe. Ela estava quase no fim. Tinha que estar, pelo menos, trinta e cinco graus hoje e não era nem mesmo hora do almoço. Eu estava esperando que a loirinha com as botas aparecesse hoje e me desse uma breve distração. Ela parecia o tipo fácil. Da espécie sem amarras. Eu precisava relaxar um pouco. Especialmente se ia ter que assistir Eva Brooks vestida em um top de biquíni e shorts minúsculos todo o maldito dia. Lembrando-me de que ela estava completamente fora dos limites era dificil.   Eva não foi à primeira garota que eu tinha me recusado a paquerar. Eu me recusei a tocar em Low, mas por razões diferentes. Ela era minha melhor amiga. Eu a respeitava. Eu queria saber que quando nós mudassemos para um relacionamento, que incluisse sexo, que ela seria minha única. Isso nunca aconteceu. Honestamente, duvidava que acontecesse um dia. Mesmo que Marcus não tivesse aparecido. Eu não era um cara de uma mulher só.   A diferença com Eva era que a única razão pela qual eu não a estava tocando era porque seu pai iria cortar minhas bolas e em seguida atirar na minha bunda e eu podia dar adeus para minha bolsa. Bem, isso e que a menina que realmente não parecia gostar muito de mim. Mas, eu queria um gosto dela. Muito. Realmente muito. Ela tinha um temperamento tão quente que seria divertido ver como ela era durante o sexo. Balançando a cabeça, levantei-me e estendi a mão para a minha toalha para dobrá-la em meu bolso de trás. Perguntava-me se ainda estaria pensando nela se ela não estivesse tão fora de limites. O conjunto 'querer o que você não pode ter' sempre fez o inferno fora de mim.   ― Você está pronto para um fardo de feno? - Jeremy perguntou, enquanto caminhava ao lado do caminhão.   ― Na verdade não, mas eu não acho que tenho escolha, - respondi com um sorriso. Ele era um cara legal. Eva provavelmente o tinha ao redor de seu dedo, porque ele era malditamente bom para alguém como ela. Ela precisava de uma mão forte. Alguém que ela não poderia empurrar. Alguém que não tinha medo de amarrar o rabo dela para cima e dizer pare! Eu tinha que parar de pensar nela. Ela era o brinquedo com o aviso de "não toque".   ― Não é tão ruim assim. Além disso, podemos sempre ir e pular no lago para nos refrescar. É a única maneira de fazê-lo todos os dias com  este calor.    Eu tinha visto o lago ontem, quando Wilson tinha me levado em seu caminhão mostrando-me a propriedade. O lago foi feito pelo homem e percorria o entorno das costas de três propriedades. Os Beasley, que eram a família de Jeremy, esta e a dos Blevin da qual a quente Becca Lynn fazia parte. Eu poderia pensar em algumas atividades divertidas comigo e Becca nesse lago.   ― Estou sem água. Eu preciso de mais, antes de ir embora.    Jeremy olhou de volta para a casa, então para mim, ― Se importa se eu for buscá-la para você?   Eu podia ouvir o tom de desculpa em sua voz. Isso era estranho. Ele estava triste que sua namorada não gostava muito de mim? A maioria dos caras ficaria feliz.   ― Nem um pouco. Tenho certeza de que Eva prefere que vá buscála.    Jeremy suspirou: ―Sim, ela prefere.   Essas pessoas do interior eram esquisitas e estranhamente educadas. Pensei ter tratado Eva bem ontem à tarde na cozinha.   Jeremy riu e me tirou dos meus pensamentos em Eva. ― Parece que você tem companhia de qualquer maneira.   Becca estava se mostrando para nós em outra regata apertada. Esta era rosa. Rosa pálido. E a garota não tinha um sutiã. Uau. Ela não estava brincando. Sim, Becca e eu iriamos ficar muito bem.   ― Eu volto daqui a pouco, - disse Jeremy antes de subir para a casa.   Becca Lynn parou na minha frente e inclinou seu quadril para um Becca se aproximou colocando as mãos nos bolsos de trás de seu curto short jeans. Essa postura fez seus seios saltarem para fora e a marca de seus mamilos estavam ali para o meu prazer.   ― Então, você está tirando uma pausa tão cedo, - ela perguntou, olhando para mim com um sorriso 'foda-me agora' no rosto. Eu estava malditamente tentado. Eu poderia ter aqueles shorts pequenos e apertados fora dela em um momento. Mas algo estava me bloqueando. Talvez fosse a maneira inocente que seus cachos loiros flutuavam em torno de seus grandes olhos castanhos ou talvez uma questão de moral. Talvez fosse o fato de ser mais difícil de me livrar dela estando tão próximos, uma vez que eu terminasse com ela.   ― Eu estou indo para o fardo de feno. Jeremy apenas foi buscar um pouco de água, - eu expliquei, certificando-me de que ela compreendesse o quão desapontado estava por não ficar para ver exatamente como os alegres peitinhos pequenos dela pareciam nus.  ― Ah... bem, talvez hoje você gostaria de vir para o lago? Estou fazendo uma fogueira e convidando mais alguns amigos. Meus pais estão fora da cidade... - Ela parou. Não dar algum alívio sexual, para essa menininha ingenua ia ser dificil. Mas não ia recusar sua oferta de alguma coisa para fazer esta noite. Eu já estava entediado como a merda.   ― Eu estou precisando de uma boa cerveja gelada. Qualquer chance de que vai estar disponível? - eu perguntei. 
 Becca assentiu com a cabeça e mordeu o lábio inferior provocando. Sim, ela estava esperando por mais esta noite. Talvez eu fosse só aproveitar ter uma mulher em meus braços. Sem sexo, apenas algumas brincadeiras. Eu precisava de umas porras de brincadeiras.   Verifiquei para ver se Eva ou seu pai estavam em pé ao redor em algum lugar nos observando antes de fechar o pouco de distância que Becca tinha deixado entre nós.  ― Isso soa como uma oferta agradável realmente, - eu baixei minha voz e coloquei a mão em seu quadril. Sua boca fez um pequeno O quando eu puxei-a contra mim. ― Você acha que pode sentar no meu colo enquanto eu bebo essa cerveja?   Sua respiração estava acelerando e os peitos que ela queria me fazer notar estavam balançando contra o meu peito. Enfiei minha mão até suas costelas até que o meu polegar roçou a parte inferior de seu pesado peito macio. Sim, isso era bom. Eu precisava porra. Ela conseguiu acenar com a cabeça enquanto olhava para mim. Seus olhos eram muito castanhos, mas não o suficiente para eu me meter com uma mulher pegajosa o resto do verão. Essa lembrança tinha feito minha mão escorregar e dar um passo para trás.   ― Eu vou te ver hoje à noite, então, - respondi de repente grato que Jeremy estava vindo em nossa direção.   ― Ok, - ela suspirou e me deu um último sorriso antes de virar e correr em direção a casa. Merda. Eu me perguntei se ela estava indo contar a Eva sobre isso. Eu não tinha feito nada de errado. Talvez Eva fosse sair correndo para dizer ao seu pai que eu estava brincando com os peitos de Becca. Mas de alguma forma... eu duvidava seriamente. 
 
Eva
 Meu rosto estava quente. Afastei-me da janela do banheiro e fechei os olhos com força. Quando eu tinha visto Becca se debruçando em Cage deveria ter parado de lavar minhas mãos e me afastado da janela. Não. Quando eu percebi que Cage estava sem camisa e derramando a última gota de sua água sobre seu peito nu, eu deveria ter parado de olhar. Mas não tinha. Eu não podia. Tinha sido fascinante. Nunca tinha visto um peito ou braços como os dele. Eles eram tão... tão... tão esculpidos e musculosos. Eu fechei a minha cara feliz que eu tinha um minuto para me recuperar antes de Becca me encontrar aqui.   Becca estava realmente próxima ao peito nu dele. Aquelas grandes mãos bronzeadas tocaram sua cintura e pelo que eu poderia dizer ele tinha tocado um pouco mais do que isso. Fiquei surpresa que Becca não caiu no chão. A menina não tinha sequer um sutiã! Será que ela não tem vergonha? Eu estava dividida entre desgosto e inveja. Sim, poderia muito bem admitir isso. Estava com inveja. O cara era lindo e Becca estava livre para apreciar o quão lindo ele era. Estava com ciúmes disso. Porque eu sabia que eu não era. Eu nunca seria livre.   Mesmo se meu pai aprovasse alguém como Cage, eu nunca poderia seguir em frente com alguém menos do que digno de encher os sapatos de Josh. Josh queria que seguisse em frente e eu tinha certeza que jamais poderia. Se fizesse... Se eu tentasse, teria que ser com um cara que Josh aprovaria. Cage York nunca seria esse cara.
  ― EVA! Onde você está? A voz de Becca ecoou no corredor quando ela se aproximou da porta do banheiro que eu sabia que ela iria bater a qualquer segundo. Tomando uma respiração profunda, limpei minhas mãos sobre a toalha de mão e abri a porta.  Becca parou do lado de fora e levantou seu punho para cima pronto para bater. ― Aí está você! Meu Deus Eva! Eu acho que eu vou beijar o seu tio Mack na próxima vez que eu vê-lo. Eu juro que meu corpo nunca ficou tão louco por um menino quanto agora. Cage me faz sentir como se tivesse tido o melhor orgasmo do mundo e ele não fez nada mais do que sorrir para mim com aqueles deliciosos lábios carnudos dele. CARO SENHOR, TEM PIEDADE, o polegar dele TOCOU meu peito e estou mais do que certa de que eu tive um orgasmo ali mesmo no seu quintal, - Becca passou por mim, fechou a tampa do vaso sanitário, deixou-se cair sobre ela e começou a abanar-se. ― Estou muito certa do que vou fazer sexo com ele esta noite. Eu não me importo que eu só o conheci ontem. Eu quero o menino nu! Você o viu por aí sem camisa?    Sim, eu o vi.
  ― Não tenha relações sexuais com ele, Becca. Ele provavelmente tem DSTs. Ele vai transar com você hoje e passar para outra pessoa amanhã. Não lhe dê essa parte de você.   Porque eu tinha certeza que eu ia morrer de ciúmes por ter que ouvi-la reviver uma e outra vez.   Becca revirou os olhos, ― Que seja, Eva. Ele não tem doenças sexualmente transmissíveis. Isso é bobagem. Não é como se ele catasse prostitutas. O menino pode escolher. Além disso, eu vou ter certeza de usar camisinha. De qualquer forma, para quem mais é que ele vai passar? Ele está preso aqui durante todo o verão. Além de você e eu, ninguém mais está chegando por aqui para ele passar.   Eu pensei sobre as meninas que estariam na festa de hoje à noite no lago e me perguntei se isso nunca lhe passara pela mente.   ― Deedee e Farah estao chegando hoje à noite, não é? - Eu perguntei, inclinando meu quadril contra a pia.   Becca franziu a testa por um momento e depois ergueu o olhar para encontrar o meu ― Deedee voltou com Brett e Farrah está vendo Hayden Morris, você sabe o menino que foi quarterback do Sea Breeze, nosso júnior e sênior por anos. Josh jogava melhor do que ele durante o jogo do campeonato e nós... - Ela parou como sempre fazia quando ela mencionava o nome de Josh. Era como se ela estivesse com medo que eu explodisse em lágrimas e caisse no chão. Eu não podia culpá-la. Eu tinha sido uma grande reclusa por mais de oito meses após a morte de Josh. Além de Jeremy, eu tinha fechado todos os outros caminhos durante esses meses. Becca estava na faculdade a maior parte desse tempo, por isso não foi difícil me esconder de todos. Jeremy tinha abandonado aquele semestre e eu estava tão envolvida com a minha dor que eu não tinha pensado sobre como a minha tristeza estava afetando ele. Quando eu ouvi meu pai falando com Jeremy uma noite depois que ele pensou que eu tinha ido para a cama, percebi o que estava fazendo com ele. Papai tinha dito que ele precisava voltar para a universidade naquele outono. Ele não poderia ficar aqui comigo para sempre. Jeremy se recusou a me deixar.   Eu tinha feito tudo que podia para provar a ele que estava melhor. Que poderia ficar sem ele. No final, tinha sido inútil. Ele se matriculou em uma faculdade local. Até o semestre de inverno eu estava inscrita também. Nós estudávamos juntos. Ele estava trabalhando.  Este seria o nosso último verão juntos. As coisas estavam mudando. Jeremy queria ir para a LSU1. Ele tinha família em Louisiana e queria arranjar um apartamento com seu primo. Ele não tinha idéia de que eu sabia de tudo isso. Mas eu sabia. Eu estava fazendo tudo que podia para provar que ele poderia me contar seus planos. Eu ficaria bem. Era o momento de viver sua vida e parar de segurar minha mão.   ― Eu não queria... - A voz de Becca invadiu os meus pensamentos e eu percebi que ela achava que meu silêncio era por causa da menção de Josh.   Eu sorri: ― Não há problema em dizer o nome dele. Eu não quero fingir que ele não existiu. Eu posso ouvir o nome dele agora e não desmoronar. Josh foi a maior parte da minha vida por 18 anos. Eu gosto de lembrar coisas sobre ele - eu assegurei a ela e estendi a mão para apertar seu ombro.   ― Ele foi incrível nesse jogo. Nós estavamos destinados a perder e ele dominou o campo. Ele mostrou a todos os olheiros da faculdade que o quarterback tiro-quente Hayden Morris não era tão grande e ruim, afinal.   O sorriso de Becca estava triste. ― Sim, ele fez, não foi? Por que ele não pegou essa bolsa para o futebol na Carolina do Sul?    Meu peito apertou. Eu não estava pronta para isso ainda. Balançando a cabeça, endireitei minha postura relaxada. ― Porque ele disse que a vida era mais do que futebol. Ele queria que a sua vida significasse algo mais.   Isso foi tudo o que eu consegui. Virei e saí pela porta. Eu precisava de um momento. Lembrei-me do dia em que ele tinha se alistado e eu chorei, meus olhos implorando para não se juntar ao exército. Eu havia prometido que eu iria para Carolina do Sul com ele. Nós não teríamos que nos separar e ele ficaria seguro. Longe de armas e bombas.
1 - Universidade de Luisiana
 
Capitulo Quatro
Cage Eu conhecia o suficiente sobre música country para saber que era a voz de George Strait cantando nos alto-falantes. A mão de Becca apertou a minha enquanto ela caminhava ao meu lado em direção ao local. O luar era a única luz aqui na floresta. A pequena área estava cheia de rostos desconhecidos. Alguns deles eu não me importo de chegar a conhecer um pouco melhor. A morena glamorosa me deu um sorriso maroto antes de pressionar seu peito de bom tamanho contra o braço do cara que ela estava segurando.  Eu examinei o resto da multidão. Eu ainda não tinha certeza do que ia fazer com Becca nesta noite. Não consegui me decidir. Eu tinha a sensação de que ela seria do tipo que você não poderia se livrar após a noitada. Houve algumas outras opções aqui no escuro. Minha mente foi até Eva e perguntei se ela estaria aqui. Isso provavelmente não era a sua praia. Eu duvidava que Eva Brooks fosse para fogueiras à noite. Mas dane-se se a ideia de pressionar sua esnobe bundinha contra uma árvore não soava muito bem. Ela poderia ser uma cadela, mas ela devia ser tão sexy fodendo que nem sequer importava. Eu tenho que ficar me lembrando de que ela está fora dos limites. Tinha muito com que me preocupar com seu pai gostando de mim, para ficar apegado a ideia de tirá-la de sua calcinha.  ― Deixe-me levá-lo até a cerveja, - Becca disse, lembrando-me que ela estava ao meu lado.  ― Obrigado, - eu respondi, sorrindo para ela.  ― Aqui estão Jeremy e Eva. Você pode conversar com eles enquanto eu estiver fora, - ela sorriu e em seguida virou para correr em direção aos grandes coolers cheios de gelo que estavam tão longe do fogo quanto possível. É claro que Eva tinha aparecido com o namorado, que não combinava com ela. Ela precisava de alguém que pudesse mostrar-lhe como relaxar. Bom, o velho Jeremy não era aquele cara.  ― Ei, cara, Becca arrastou você aqui esta noite, hein? - Jeremy disse em um tom divertido quando ele parou ao meu lado.  ― Sim. Eu pensei em verificar a vida noturna deste lugar, - eu respondi, mudando os meus olhos de Jeremy para Eva. Ela não estava olhando para mim, mas eu poderia dizer que ela estava tentando realmente não olhar. Sua postura rígida me disse que ela estava muito consciente de que eu estava olhando para ela. Droga, por que isso me fazia feliz para caramba? 
 ― Obrigado por enviar a toalha de gelo hoje. Aquilo com certeza foi bom, - eu disse, sabendo que não seria capaz de me ignorar agora.  Ela tomou uma respiração profunda que ela tentou esconder, mas eu estava observando muito de perto. Então ela virou os olhos e foi como um maldito chute no estômago quando a luz do fogo iluminou seu rosto. Eu estive com um monte de mulheres lindas, mas nunca tinha sido tão afetado pela aparência antes. Havia algo em seus olhos que me atraiu e eu queria fazer a tristeza que ela tentou esconder ir embora. Eva Brooks era atormentada e minhas tendências protetoras começaram a me puxar para ela.             ― De nada, - ela respondeu em um tom cortante.  ― Eu percebi que eles provavelmente eram para Jeremy, mas ele compartilhou e eu gostei muito.  Um pequeno cenho franzido na testa. ― Eu mandei duas não mandei? Uma para cada um de vocês.   Ah, então ela estava admitindo pensar em mim também. Eu gostei disso.  ― Realmente. Bem, obrigado. Fiquei com a impressão de que você não cuspiria em mim se eu estivesse pegando fogo.  A minha resposta divertiu Jeremy, que ria baixinho e estava começando a me dar nos nervos. Ele fazia muito isso.  ― Enquanto você faz o trabalho que o meu pai te deu e você trabalhe duro, então serei mais do que feliz em lhe fornecer água e toalhas frias.  Suas respostas eram tão práticas. Ela já se apaixonou ou se emocionou sobre qualquer coisa? Seria uma pena se ela fosse tão fria e controlada durante o sexo. Algo em seus olhos me disse que ela estava se segurando. Havia algo que estava faltando.  Ela levantou a mão para passar uma mecha atrás da orelha e eu vi o brilho de um pequeno diamante que estava em sua mão esquerda. Olhei para ele quando a compreensão lentamente começou a afundar dentro de mim.       Eva estava noiva.       Fiquei sem palavras. O mundo inclinou um pouco fora do centro. Eu puxei meu olhar do anel para Jeremy, que estava me observando de perto. Jeremy era seu maldito noivo?  ― Aqui vamos nós, - Becca disse enquanto segurava uma lata de cerveja para mim. Peguei-a de sua mão estendida e abri, bebendo um longo gole. Eu tinha que colocar minha cabeça no lugar. Eu não estava esperando por isso. A ideia de Jeremy e Eva namorando era louca o suficiente, mas noivos? Como diabos isso aconteceu? 
 ― Quer ir nadar? - Becca perguntou docemente. Eu precisava me lembrar de que eu estava aqui com ela. Eu precisava me concentrar em outra coisa senão o anel de diamante na mão de Eva.  ― Claro, - eu consegui responder.  ― Becca, não faça isso. – A óbvia desaprovação de Eva me surpreendeu. Que diabos havia de errado com nadar? Ela era contra isso também?               ― Por que não? - Ela perguntou quando ela começou a tirar sua blusa por cima da cabeça. NOSSA!   ― Então, pelo menos, dispa-se nas sombras e não aqui na frente de todos. Especialmente Jeremy. Você vai deixá-lo desconfortável.    Tirar? Íamos nadar nus?
  ― Não é como se Jeremy não tivesse me visto nua, Eva.  O quê?   ― Ugh, basta ir despir-se longe de nós, - Eva respondeu.  ― Eu não estava exatamente reclamando. Becca tem belos peitos, - Jeremy soltou.  Veio do nada. De repente eu vi vermelho.  Estendi a mão para pegar Jeremy pelo colarinho e levantei-o do chão. ― Peça desculpas, agora seu puto estúpido.  A expressão de olhos arregalados de Jeremy me disse que eu o assustei, mas eu não me importava. Ele era comprometido. Com Eva. Por que diabos ele estava olhando para os peitos de outras meninas e falando sobre o quão bonito eles eram na frente dela? Babaca.  ― Sinto muito Becca, - ele resmungou.  ― Não seu idiota! Eva! Desculpas. Para. Eva.   Por que diabos ele parecia confuso? Ele era um idiota?   ― Uh, desculpe Eva. Eu não queria uh, dizer isso... - ele gaguejou nervosamente.  Senti uma mão no meu braço puxando-me, mas o sangue pulsando em meus ouvidos abafou todo o resto. Virei o olhar zangado longe de Jeremy ver a expressão horrorizada de Eva quando ela gritou e puxou meu braço.  Concentrando-se em suas palavras respirei profundamente em uma tentativa de me acalmar.  ― PARE! PARE COM ISSO AGORA! CAGE.    Lentamente, baixei Jeremy e vi como Eva me empurrou de volta e foi cuidar dele como se fosse sua maldita mãe.
 ― Você está bem? Ele é louco. O que o tio Mack estava pensando ao mandá-lo aqui? Sinto muito, Jer.  Jeremy sacudiu a cabeça e empurrou as mãos dela. ― Eva, eu estou bem. Ele não me machucou. Ele estava ofendido com o meu comentário e, aparentemente, pensou que você poderia estar também.  Bem, inferno, sim. Low teria matado Marcus com suas mãos se ele tivesse dito algo parecido sobre outra mulher. Eva não reagia adequadamente. Ela estava com raiva de mim. De mim. Não de Jeremy.  ― Porque ele é louco. Ele é um bêbado e ele bebeu muito.   Era isso, ― Me desculpe Madre Teresa, mas esta é a minha primeira maldita cerveja em três dias e eu só tinha bebido a metade. Isso não caracteriza um bêbado.   Ela abriu a boca para responder e estalou fechando novamente. Então se virou para Jeremy, ― Vamos. Eu tive toda a diversão que eu posso lidar por uma noite.  Incapaz de controlar a minha boca por mais tempo, eu tinha que comentar.  ― Você não sabe o que é divertido Eva Brooks, mas bebê, eu poderia mostrar-lhe um mundo de diversão se você se soltar um pouco.  Suas bochechas rosadas brilharam e ela enrijeceu as costas antes de virar e adentrar a escuridão. Jeremy sacudiu a cabeça e, em seguida, a seguiu.  Como eu era o cara mau nisso? 
Eva  ― Você pode acreditar nele? Ele é louco? Quero dizer, ele apenas pegou você e você deixou. Se defenda, Jer, - Eu estava furiosa e talvez um pouco ligada. Os braços de Cage tinham alguns músculos muito salientes.  ― Ele acha que estamos noivos, - Jeremy respondeu.  Eu congelei.
  ― O quê? - De onde ele tirou a ideia de que Jeremy e eu estávamos noivos?   Jeremy pegou minha mão esquerda e segurou. ― Você usa um anel de noivado e o único cara com quem você anda sou. É um erro honesto, Eva. Ele estava defendendo você. Eu tenho que dizer que não consegui ver isso antes. Então me dei conta de que ele não estava indo todo homem das cavernas possessivo sobre Becca Lynn, mas ele estava chateado que seu noivo tinha acabado de fazer um comentário sugestivo sobre outra mulher. Ele estava defendendo você.   Eu?
 Eu repassei na minha cabeça tudo o que tinha acontecido. Becca estava prestes a se despir ali mesmo diante de nós. Eu não queria ver o olhar apreciativo de Cage em seu corpo muito nu. Isso me incomodou. Um monte. Então, Jeremy tinha feito o comentário sobre seus agradáveis peitos. Que eu sabia que ele realmente gostava. Ele havia mencionado mais de uma vez. Então... então... Cage tinha explodido.  Porque ele pensou que eu estava noiva de Jeremy. De certa forma assustadora e estranha ele estivesse defendendo minha honra. Foi... doce. Bem, uma porcaria. Eu não preciso dele fazendo coisas doces para mim. Especialmente estranhas, assustadoras, coisas doces. Ele poderia ter ferido Jeremy.  ― Você está entendendo agora? - perguntou Jeremy, lembrando-me que ele estava ali no escuro comigo.  ― Sim. Eu entendo. Embora não queira que ele te machuque se vir voce com outra garota. Preciso arrumar isso.   Jeremy assentiu com a cabeça, ― Eu aprecio isso. Porque esse cara é durão. Ele não é um garoto mimado. Ele me machucaria se ele achasse que eu mereço.    ― Está certo. Eu vou voltar. Você pode ficar ou ir embora. Eu levo o caminhão para casa depois que falar com ele.   ― Você tem certeza? Quero dizer, ele pode optar por nadar nu com Becca ou querer sair com você.   Não. Cage não pode ser totalmente ruim, mas ele ainda não está em forma suficiente. Josh nunca aprovaria.  ― Eu vou falar com ele alguns minutos e depois sair.  Jeremy suspirou: ― Sim, tudo bem.  Eu sabia que ele não entendia completamente. Fui até lá e dei-lhe um abraço antes de virar e voltar para o lago. O brilho do fogo tornou fácil voltar. A multidão em volta do fogo tinha diminuido e eu não vi Cage em lugar nenhum. Isso significava que ele estava no lago. Talvez... nu.   Cage pode não ser bom o suficiente para mim em comparação com o que eu tinha com Josh, mas eu ainda podia apreciar a beleza de seu corpo nu. Eu nunca tinha visto Josh completamente nu. Eu nunca tinha visto qualquer cara completamente nu.  Eu fui até o lago ficando apenas fora da luz da fogueira, para que ninguém me visse ir lá para baixo. Eu não queria que as pessoas fizessem um grande negócio do fato de Eva Brooks estar indo para o lago para um mergulho, porque eu não estava. Nem perto disso.  Virando a esquina ao redor do velho carvalho, eu parei e, lentamente, espiei ao virar a esquina. Pulos e risadas ficaram cada vez mais altos a partir da água a poucos metros de distância. Era Cage lá fora, com Becca? 
 ― Você vem, Cage? - A voz de Becca estava perto e eu me afastei mais para as sombras.  Eu trabalhei duro para focar os olhos no escuro. Cage saiu da escuridão. Ele estendeu a mão e jogou seu jeans sobre um galho baixo. O luar bateu a parte de trás do seu corpo e eu cobri minha boca para não fazer barulho. Porque QUERIDO DEUS! Sua bunda era inacreditável. Os músculos de suas costas se moveram enquanto ele caminhava em direção à água. Ele tinha músculos em suas costas!   ― Eu vou entrar, se você sair e me pegar, - ele falou. Ele estava totalmente nu diante do lago, para Becca e qualquer outra pessoa que quisesse olhar. Ele não tinha vergonha. Ele sabia o que eles estavam olhando e ele não se importava.    Becca caminhou em direção a ele, as gotas de água escorriam pelo seu peito nu e estômago. Eu me recusei a deixar que o meu olhar caísse ainda mais. As mãos de Cage caíram em torno de sua cintura nua e ele baixou a boca para a dela. Isso era tudo que eu poderia suportar. Meu peito tinha uma nova dor estranha e meu estômago se revirou. Eu só queria voltar para casa. Eu esclareceria as coisas com Cage York em outra ocasião.
 
Capitulo Cinco
Cage
Esta noite tinha sido um fracasso. Eu não fodo inocentes bêbadas de quem eu não poderia me afastar na manhã seguinte. Tão bom quanto sentir Becca Lynn toda agradável e molhada, não fui capaz de ficar com ela. Seu vômito ajudou a tornar essa decisão muito mais fácil, porque a certa altura eu estive realmente perto de esquecer como é chato ter uma mulher que não ia embora.  Saí da minha calça jeans e puxei as cobertas para que eu pudesse rastejar na minha cama. Os lençóis não eram ruins. Eu esperava lençóis baratos uma vez que aqui era um celeiro, mas eles eram bons. Macios. Fechei os olhos e deixei imaginar Eva colocando os lençóis sobre a cama para mim. Suas mãos seriam suaves ou talvez tivessem calos? Ela fazia todo o trabalho doméstico e ela cozinhava? Espere. Eu não tinha visto a mãe ainda. Eva tinha sido a única mulher que tinha visto naquela casa. Sua mãe morreu? Ou simplesmente teria ido embora? Seu pai a amava. Isso era óbvio.  Meu telefone tocou e eu o peguei. O número de Low mais uma vez iluminou a tela.  ― Ei, minha garota favorita, - disse por meio de uma saudação.  ― Ei, como estão às coisas? - Low respondeu. Eu podia ouvir o sorriso em sua voz.  ― Quente e as vacas são mais assustadoras do que eu imaginava, mas a minha pequena cama tem lençóis muito bons.  ― E a menina?   Deixe-o para baixo para não bater em torno do arbusto. ― Eu tenho certeza que ela me odeia agora mais do que ela odiava quando me conheceu.  ― Por quê? O que você fez com ela?   ― Eu não fiz absolutamente nada para ela. Eu ameacei seu noivo um pouco duro demais. Nada sério. Ele estava falando sobre os peitos de outra menina na frente de Eva. Foi desrespeitoso.    Low ficou em silêncio um minuto. Eu sabia que ela estava processando isso e tentando descobrir como resolver o meu problema.  ― Então, ela está noiva? - Foi sua resposta.  ― Sim, ela está e o cara não é um faz um par com ela. Eu gosto dele, mas eles simplesmente não se encaixam você sabe?  
 ― Hmmm... eu acho. Mas eles estão comprometidos, Cage. Isso a deixa fora dos limites.   Eu podia ouvir a preocupação em sua voz. ― Eu não estava indo lá de qualquer maneira, Low. Ela está fora dos limites por muitas razões. Para começar, seu pai iria me despedir na hora e eu perderia minha bolsa.  ― Certo. Bem, eu sinto sua falta. Eu vou estar aí bem cedo no domingo de manhã para levá-lo. Marcus vai nos dar um tempo sozinho pela manhã. Então eu vou deixá-lo em seu apartamento para que você possa conversar com todos. Marcus terá que levá-lo de volta pela noite, porque embora nós estejamos mantendo Larissa neste fim de semana, eu vou ficar longe dela a maior parte do dia. Além disso, tanto quanto Marcus ama Larissa, ele vai precisar de uma pausa dela.   ― Obrigado, Low. Estou ansioso para vê-la. Restam apenas mais quatro dias antes do meu indulto do inferno.  Ela riu e nos despedimos. -*-
 
 Dois dias mais tarde. Nenhum sinal de Becca e muito poucos lampejos de Eva. O calor estava piorando e Jeremy não estava mais por perto para ajudar. Ele estava de volta ao trabalho em sua fazenda e fui deixado para descobrir o resto por minha conta.  A mágica garrafa térmica de água fria ficou cheia e uma toalha gelada aparecia algumas vezes por dia. Elas sempre apareceram na traseira do caminhão da fazenda eu usava durante o dia. Eu sempre estava de costas ou havia saído para ir ao banheiro. Ela estava me monitorando? Como ela sabia quando eu estava de costas? Dane-se se a idéia dela me observando, não me fazia sorrir.  Eu puxei minha camisa suada sobre minha cabeça e joguei na parte de trás do caminhão. Esguichei um pouco de água fria sobre o meu peito e nas minhas costas, eu tentei manter o sorriso no meu rosto. Se ela estava assistindo eu estava dando um show e tanto. Peguei a toalha de gelo e me dirigi para a sombra. Eu tinha que ir consertar a cerca em alguns lugares que Wilson tinha apontado, mas eu precisava esfriar um pouco antes.  Encostando-se à árvore, bebi mais um gole de água e envolvi a toalha de gelo em volta do meu pescoço. A brisa era mais agradável quando o sol escaldante não estava direto em cima de você.  ― O que você fez para Becca?   Tirando minha cabeça do meu lugar de descanso contra a árvore, tive a primeira visão real de Eva desde a noite no lago. Seu longo cabelo castanho estava puxado para trás em um rabo de cavalo. Ela estava usando um vestido curto de algodão branco e um par de chinelos. Ela  também estava tentando dar um olhar severo. Ela não estava com raiva de mim. Ela estava apenas sendo intrometida. Eu gostei disso.  ― Bom dia para você também Eva, - eu respondi incapaz de manter um sorriso.  Ela inclinou a cabeça para um lado e continuou a forçar sua carranca. Eu tinha visto a coisa real. Este não era o rosto "zangado” de Eva.  ― Becca não aparece por aqui há dois dias. Isso não é normal. Especialmente desde que ela ficava tão quente atrás de você. Então, o que você fez com ela?    ― Eu acredito que é o que eu não fiz com ela. - Eu tomei um lento gole da minha água, mas eu não tirei os olhos dela enquanto ela deixava minhas palavras surtirem efeito.  Mudando seus pés, ela colocou as mãos nos quadris. ― O que significa isso?   ― Isso significa exatamente o que parece. Eu não fiz nada com ela. Eu acredito que este é o problema.   A carranca falsa de Eva havia desaparecido e ela estava franzindo a testa. ― Mas eu vi vocês dois nus na... - ela parou e seus olhos se arregalaram. Duas manchas rosa tinham coberto o seu rosto. Eva Brooks tinha voltado para o lago na outra noite. Ela tinha me visto nu. Sim, eu ia ter que gastar um monte de merda de tempo no chuveiro agora. A imagem dela se esgueirando para me ver nu era apenas quente.             ― Será que Eva Brooks voltou para o lago para dar uma boa olhada?  - Eu provoquei.               Eu tinha certeza de que ela ia girar ao redor e sair correndo, mas ela não fez.              ― Eu não queria ver nada. Eu estava voltando para falar com você sobre... Eu só estava... - Ela não podia dizer isso. Eu precisava que ela terminasse esse pensamento. Ela tinha voltado para falar comigo? Por quê?                ― Eu tinha certeza que você estava pronta para me atropelar com seu caminhão naquela noite. Por que você voltou para falar comigo?    Eva torceu as mãos nervosamente. Eu nunca tinha visto esse gesto nervoso antes. ― É sobre Jeremy e eu, - começou ela. Esperei achando que ela lançaria alguma luz sobre a sua relação ferrada.  Um movimento com o canto do meu olho me chamou a atenção. Agarrando os ombros de Eva, eu a empurrei atrás de mim, avistando as vacas a poucos metros de distância de nós. Elas estavam fora da cerca. Como diabos elas tinham saído?   ― O que você está fazendo? - Eva gritou batendo nas minhas costas enquanto eu a prendia contra a árvore com o meu corpo. Eu não era uma barreira muito boa entre ela e as vacas, mas no momento esta foi a melhor idéia que eu tive.  ― Pare de me bater! - Eu exigi. ― E me diga como diabos eu levo essas grandes filhas da puta de volta no portão.  Eva parou de me estapear apenas para me empurrar duro. ― Oh, para de ficar chorando, Cage. Elas não vão nos matar. - Ela abriu caminho por trás de mim e me lançou um sorriso divertido. ― Elas não são touros.  Quem diabos se importava se eram touros ou não? Eu estava apavorado.  Eva andou na direção delas sem um pingo de medo e começou a gritar com elas para seguir em frente. Ela bateu o pé levando-as a se reunirem e, em seguida, elas lentamente começaram a se mover em direção à cerca que eu tinha deixado aberta. Ela olhou para mim por cima do ombro e revirou os olhos, ― Elas são animais ferozes, não são?  Eu estava dividido entre o sentimento de parecer um idiota e rir de como era fofo, ela guardando o gado.  Uma vez que ela levou a última vaca a atravessar o portão, fechou-o e colocou a trava no lugar. ― Pode ajudar se você bloqueá-lo da próxima vez, - ela disse em um tom brincalhão.  ― Você está gostando disso um pouco demais, - eu respondi.  Ela deu de ombros e cruzou os braços na frente do peito. ― Eu tenho que admitir que a sua bravura em tentar me salvar das grandes vacas malvadas foi nobre, de uma forma imbecil.  ― Imbecil, hein? Eu gosto de te ver solta e divertida. Até agora, tudo o que eu tinha visto era a versão tensa de Eva Brooks.  ― Você não pode ser um bom vaqueiro, se você está com medo das vacas.  Deixei escapar um suspiro: ― Bem, droga lá se foi meus planos futuros.  O que parecia um sorriso brincou em seus lábios, mas desapareceu muito rapidamente. O brilho divertido em seu olhar desapareceu também. O que eu tinha feito para colocá-la de volta em seu mau humor? Eu gostei da Eva que tinha acabado de ver, não esta versão sarcástica e triste que tinha reaparecido.  ― Nós não estamos noivos. Jeremy e eu somos amigos. Muito bons amigos.  Confuso, baixei meus olhos para o anel em sua mão esquerda só para ter certeza que eu não imaginava vê-lo. O diamante ainda estava lá professando ao mundo que ela era uma mulher comprometida. De quem diabos ela estava noiva? O único cara que eu tinha visto era Jeremy.
 ― Você usa o anel para se divertir? - Eu perguntei brincando, na esperança de conseguir a divertida Eva de volta, mas em vez disso o rosto dela se fechou.              ― Não. Eu não uso para me divertir. Eu não estou noiva de Jeremy. Estou noiva do irmão dele.    Eva
 Estou noiva do irmão dele?  Por que eu disse isso como se ainda estivesse noiva de Josh? Ele iria descobrir a verdade. Eu saí correndo tão rápido que ele não poderia me fazer mais perguntas, mas ele iria perguntar a alguém. Não que eu achasse que ele estava muito curioso sobre mim, mas porque ele estava confuso. Eu não o queria curioso sobre Josh. Não quero que ele saiba tudo o que aconteceu.  Queria que ele ainda olhasse para mim com aquele brilho sexy apreciativo em seus olhos. O brilho que eu iria continuar a ignorar. Gostava de ter alguém olhando para mim com algo diferente de simpatia. Uma vez que ele soubesse, os sorrisos sensuais e strip-tease que ele dava para meu benefício terminariam. Ele se sentiria mal sobre a pobre Eva.  Até ele aparecer, eu não tinha percebido como todo mundo olhava para mim de forma diferente. Eles tiveram cuidado comigo. Cage não olhou para mim como se eu fosse quebrável. Dez meses atrás, eu não estava pronta para que alguém olhasse para mim de forma diferente. Queria que eles se lembrassem de Josh quando me vissem. Agora precisava de alguém, qualquer um, apenas para me ver. Não a tragédia. Apenas eu.  Cage não sabia sobre meu passado. Ele não sabia a dor que eu tinha sofrido. Ele não mediu cada palavra que falou comigo e ele não conteve os socos. Ele me tratou como tratava todos os outros. Com ele, me senti normal novamente. Era hora de me sentir como um ser humano novamente.  A porta de tela bateu atrás de mim e eu pulei.  ― Droga, Charles North pensa que ele pode apenas ir até meu acampamento de caça, sempre que ele quiser agradar seus amigos banqueiros, - papai resmungou quando ele entrou na cozinha.  Charles North era o marido da irmã da minha mãe. Minha mãe faleceu quando eu tinha sete anos, então realmente nunca conheci sua irmã ou o marido de sua irmã. Tudo o que sabia era que meu pai não era seu fã. Minha tia Kim ligava apenas quando ela queria alguma coisa. Ela agia como se papai lhe devesse alguma coisa, porque a minha mãe foi morta em um acidente de carro. Papai não estava dirigindo, mas isso não parece fazer diferença para a minha tia. Ela ainda o culpava.  ― O que aconteceu? - Eu perguntei, chegando até o armário para conseguir-lhe um copo.                Ele pegou da minha mão e serviu-se de uma limonada.  ― Sua tia Kim ligou e me informou que Charles vai pescar no acampamento neste fim de semana. Ele vai trazer amigos com ele. Ninguém me perguntou. Eles só se encarregaram de fazer esses planos. Bem, eu disse a Josias que ele poderia levar Jeremy até o acampamento neste fim de semana e eles poderiam ir pescar. Eu não estou mudando isso. - Papai balançou a cabeça e tomou um longo gole da limonada.  ― Você vai para lá? - Eu perguntei quando ele terminou sua bebida e colocou o copo sobre a mesa na frente dele.  ― Sim, tenho que ir. Vou sair na parte da manhã. Cage sabe o que fazer lá fora, e então ele irá embora no domingo. Esse é o seu dia de folga. Ele já me disse que tinha uma carona de volta para a praia.  Cage ficaria fora durante todo o domingo? Eu não teria que me preocupar com ele ficando muito quente lá fora, então eu deveria estar aliviada, mas não estava. Eu não quero que ele vá. Eu ficaria sozinha aqui.  ― Certo, - eu consegui responder.  ― Eu vou para a cidade comprar mais arame farpado para a cerca. O touro maldito rasgou aquele pedaço da cerca à beira do lago. Acho que ele quer sair para tomar um banho, - resmungou papai enquanto se dirigia para a porta.  Eu esperei até que eu ouvi o caminhão de papai estar longe. Eu não tinha certeza exatamente o que eu estava fazendo. Foi uma decisão de momento. Cage tinha entrado no celeiro, há poucos minutos. Eu o observava da janela da cozinha.  Fui para o celeiro.  Abrindo a porta, entrei e tive que apertar os olhos para ver claramente. A única luz que flui para o celeiro era das rachaduras no teto, por isso estava escuro em comparação com a luz do sol brilhante. O cheiro familiar de feno e madeira bateu em mim quando me virei para ver se Cage ainda estava aqui.  ― À procura de algo? - Cage perguntou atrás de mim.  Eu me virei para encará-lo e quase engoli a minha língua, quando meus olhos encontraram o seu peito nu. Eu o admirava de longe, mas nunca de perto. Era melhor de perto.  ― Uma senhora comprometida não deve estar olhando para outro homem, como se ela quisesse lamber ele. - O tom de brincadeira em sua voz me disse que realmente não se importava que eu estivesse boquiaberta. Ele estava gostando.  ― Quem disse que eu queria dar uma lambida? - Eu respondi surpresa com minha própria resposta. Eu tinha acabado de paquerar? Eu não tinha certeza que eu já tinha flertado.  Cage passou a mão pelos cabelos e soltou uma gargalhada curta. ― Talvez devêssemos mudar de assunto. - Cage estava nervoso. Tinha o meu comentário o deixado nervoso?  ― Você trouxe o assunto da lambida, Cage, não eu. - Esperei para ver como ele reagiria dessa vez.  ― Sim, eu acho que eu fiz, - ele falou e deu um passo em minha direção. Certo, talvez eu não o tivesse deixado nervoso. Caras como Cage provavelmente não ficam nervosos.  ― Se você realmente quer falar sobre lamber, eu vou ser feliz em ajudar.  Oh, meu Deus. Agora, eu estava nervosa. Cage estendeu a mão e pegou a minha mão esquerda na dele. O calor de sua mão calejada fez todo o meu corpo formigar. ― O único problema em falar de lambidas com você é que me dá ideias. Eu começo a pensar em coisas que não deveria estar pensando. Coisas que só vão me atormentar porque eu nunca vou saber o quão doce é o seu sabor. Eu posso ser um monte de coisas Eva, até mesmo alguns desses nomes que você me chamou, mas eu não vou tocar no que pertence a outro homem.    Eu abri minha boca para dizer algo e parei quando Cage levantou a mão esquerda à boca e beijou meu dedo anelar. Então sua língua saiu e por pouco deslizou em cima da minha mão. Ele sorriu maliciosamente.  Em algum momento, eu tinha parado de respirar. Quando meus pulmões começaram a queimar, respirei fundo e Cage soltou a minha mão, ela caiu de volta para o meu lado.   ― Desculpe, eu tive que tomar uma pequena amostra. - Então ele piscou para mim e virou para a porta.  Eu fiquei em silêncio enquanto caminhava de volta para fora no calor do verão.
 
Capitulo Seis
Cage
Eu dirigi o mais longe possível do maldito celeiro. Quando avistei o lago, eu puxei o freio de mão e saltei para fora da caminhonete. Então eu fui até a água. Eu precisava fodidamente me esfriar. Eu queria parar o pequeno flerte que Eva estava fazendo e maldição se eu não tinha me ferrado. Estúpido. Estúpido.  Estúpido.  Comecei a desabotoar minha calça jeans.   ― Ei, se você está pensando em tirar suas roupas, me dê tempo para ir embora primeiro. - Virei para ver Jeremy caminhando do seu lado da cerca. Não é exatamente quem eu queria ver no momento. Minha cabeça estava toda ferrada por causa de sua futura cunhada.   ― Está quente, - eu respondi. O aborrecimento no meu tom de voz era inevitável. Eu estava chateado. Eu não tinha nenhuma razão de estar, mas eu estava. Por que não eu tinha apenas ficado com Becca e acabado com a seca? Teria me dado alívio físico e chateado Eva. Se tivesse voltado a me odiar depois ela iria parar de me perseguir e dizer merda que ela não tinha nada que dizer.   ― Sim, está. Nós não temos muito da brisa do Golfo aqui como vocês têm no sul, na costa.    Eu não estava com vontade de falar sobre o tempo.   ― Você está trabalhando? - Eu perguntei antes que eu dissesse para ele se foder e entrasse na água.
  ― Não, eu terminei. Estou indo pescar com meu pai neste fim de semana. Pensei em vir aqui e conferir a linha da cerca antes de irmos.   Apenas o pai dele? Ele nunca havia mencionado seu irmão. Nem uma vez. Isso foi estranho.  ― Seu irmão vai também?   O sorriso fácil de Jeremy desapareceu. ― Uh, não.   ― Ele não mora por aqui? Eu nunca o vi com Eva.   Jeremy enfiou as mãos nos bolsos da frente da calça jeans e sua carranca se aprofundou. ― O que você sabe sobre o meu irmão?   ― Nada, exceto que ele é o noivo de Eva. - Qual é o problema? Por que a estranheza sobre seu irmão? Era uma questão simples.   ― Eva te disse isso? - Jeremy perguntou ainda franzindo a testa.  ― Sim.   Jeremy soltou um suspiro profundo e balançou a cabeça. Algo estava errado aqui.  ― Eu realmente não deveria dizer isso, porque é a história de Eva para contar. Ainda assim, você pelo menos precisa saber a verdade. Eva foi noiva do meu irmão.
 Eles terminaram? Exceto, ela ainda estava usando o anel. Ela tinha problemas mentais? Era isso que não se encaixava aqui?    ― Cage, meu irmão está morto.   Não era o que eu estava esperando. Eu quase tinha me convencido de que Eva era um pouco instável. Tenho certeza que não esperava ouvir que ela estava usando o anel que seu noivo morto lhe deu.   ― Ele estava no exército. Cerca de 18 meses atrás, uma bomba perto de Bagdá. Ele, juntamente com outros quatro soldados. Ele havia proposto a Eva em sua última licença.  Bem, merda.   ― Ela ainda usa o anel, - disse eu, tentando envolver minha cabeça em torno disso.  ― Sim, ela usa. Eles cresceram juntos. Nós todos crescemos. Ele era meu irmão gêmeo. Mas ele e Eva eram inseparáveis. Eles eram tão parecidos.  Eu não tenho uma resposta para isso. O que eu poderia dizer? Eu sinto muito? Isso parecia muito superficial. O cara tinha perdido seu irmão. Eva tinha perdido seu noivo. Sentir muito não era profundo o suficiente.  ― Faça-me um favor e não comente que eu disse a você. Ela não fala sobre ele. Como você pode ver, ela ainda usa o anel e nem me fale nessa porra de Jeep que ela tem e não dirige. - Ele parou e a preocupação em seus olhos era clara. Ele não queria Eva chateada.  ― Eu não vou dizer a ela que eu sei, - eu assegurei a ele.
  ― Obrigado, cara. - Ele começou a se virar e ir embora, quando ele parou e olhou para mim. ― Lembre-se disso da próxima vez que ela agir como uma puta completa. Ela não lhe deu uma chance, mas eu decidi que é porque ela está atraída por você e isso a assusta. Duvido que ela alivie para você. Simplesmente ignore-a.    Ela começou a me dar algum tipo de abertura no celeiro antes. Com certeza gostaria de ter ficado por perto para descobrir, agora que eu sabia disso. Eu corri, porque eu estava bem perto de beijar seus pequenos lábios bonitos. Ela ser comprometida era uma bandeira vermelha. Então, lá estava a minha bolsa que eu tinha que pensar. Mas verdade seja dita, se Eva pressionasse bastante eu iria quebrar.  ― Ei, Jeremy, - eu chamei e ele parou novamente. ― Ela alguma vez sorri?   Eu estava esperando ver o seu sorriso. Pensei que era só pra mim que ela não sorria. Depois de ouvir isso, eu me perguntava se ela já sorriu algum dia.   ― Ainda não vi o sorriso dela desde o dia que recebemos a ligação sobre Josh. Era fim de semana e eu decidi fazer uma surpresa a todos, voltando para casa de Vanderbilt. Lembro-me de estar em pé na porta da cozinha e Eva estava sentada à mesa com mamãe olhando para revistas de casamento. Ambas gritaram e pularam para me abraçar. Recebemos o telefonema na manhã seguinte.    Meu peito doía. Eu não era realmente um cara emotivo. Eu tinha uma vida de merda na sua maior parte. Mesmo assim, a imagem que ele tinha acabado de pintar de uma Eva feliz com sua vida à sua frente, em seguida, tê-lo arrancado... me machucou.   ― Como é o sorriso dela? - Perguntei.   Jeremy olhou melancólico por um momento. Em seguida, respondeu: ― Incrível.
 
Eva
 Papai tinha saído para o fim de semana e Cage iria desaparecer amanhã. Nem mesmo Jeremy estaria por perto. Pensei em ligar para Becca, mas então eu não tinha certeza se a queria por aqui ainda. O que aconteceu com ela e Cage não tinha sido algo que ela apreciava, pois ela não tinha me ligado ou passado por aqui ainda.   Enrolei Saran5 em torno dos dois sanduíches de peru que eu tinha feito para Cage de janta. Eu não tinha preparado nada, mas Cage precisava comer. Cheguei sob o balcão e tirei uma garrafa vazia. Ele devia estar cansado de água. Enchi com o resto da limonada que eu tinha feito para o papai.   Incapaz de resistir, deixei os dois itens sobre o balcão e fui até o espelho no corredor para conferir meu cabelo e rosto. Eu não ia pensar muito sobre por que queria estar atraente para Cage. Se pensasse sobre isso, seria mais do que provável que a resposta me incomodaria.   Uma vez que eu tinha certeza que eu parecia bem o suficiente eu voltei para a cozinha e peguei o prato de comida junto com um saco de batatas fritas e a limonada e, em seguida, fui para o celeiro.   O sol estava se pondo e era mais tarde do que eu normalmente trazia o jantar para ele. Normalmente conseguia chegar aqui antes de ele terminar de trabalhar e deixava sobre a mesa ao lado da cama. Mas hoje queria vê-lo. Eu queria que ele tocasse minha mão novamente e fizesse o meu corpo formigar. Fazia muito tempo que um simples toque me fazia sentir viva. Foi emocionante. Eu sentia falta da emoção.   Eu abri a porta do celeiro. Olhando para a direita eu vi a porta de seu quarto fechado. O ar-condicionado no celeiro era a pequena janela no quarto dos fundos. Manter a porta fechada era a única maneira para ele manter o quarto frio, por isso ele sempre mantinha fechado. Eu normalmente não me questionava se ele estava lá ou não, porque sabia que ele não estava. Mas não o tinha visto entrar então tudo que sabia era que a caminhonete estava estacionada do lado de fora.   Com um controle apertado sobre a bandeja na minha mão, fiz o
5 Um tipo de plástico filme.
 
meu caminho para sua porta. Comecei a bater, mas decidi me inclinar para frente e ouvir pela primeira vez. Talvez ele estivesse no chuveiro, ou no telefone. Eu pressionei meu ouvido na madeira quente. Eu não conseguia ouvir nada. Talvez se jogasse a limonada fora e usasse o copo da minha orelha até a porta podesse ouvir melhor.   Abaixei e coloquei a garrafa de energético aos meus pés, então usei a minha mão para ver se era mais fácil ouvir através da madeira.  ― O que está acontecendo lá dentro? Não pode ser muita coisa. É muito pequeno, - a voz divertida de Cage me assustou e me atrapalhei com a bandeja que eu estava segurando com uma mão.   ― Uau, menina. Não deixe cair o meu jantar, - ele riu. Então ele estendeu os braços e pegou o prato das minhas mãos.   Eu tinha sido pega tentando espioná-lo. Isso não poderia ser mais embaraçoso. Rastejar debaixo da minha cama e não sair por uma semana soou atraente agora mesmo.  ― Antes de você chutá-la, pode me passar à garrafa lá de baixo, - ele apontou para a limonada que eu tinha posto no chão para que pudesse ser mais eficiente na minha escuta. Inclinei-me para trás e peguei. Talvez pudesse entregar a ele e, em seguida, correr para fora daqui, sem ter que fazer contato visual. Segurei a garrafa, mas mantive meus olhos desviados dos seus. Podia sentir a diversão em seu rosto. Não tenho que vê-la.  ― Ah, vamos lá, Eva. Você não pode deixar de olhar para mim. Você não teve nenhum problema em ouvir a minha porta. Quem sabe o que poderia ter ouvido se eu estivesse lá dentro.    Ele estava me provocando e ele tinha todo o direito. Eu não conseguia manter a pequena bolha de riso baixo. Levantando os olhos, encontrei seu olhar. ― Eu não posso acreditar que você me pegou, - eu respondi honestamente.  Eu esperava que ele soltasse outra piada, mas seu rosto não era mais divertido. Ele parecia estar me estudando de perto. Um sorriso satisfeito se formou em seus lábios e ele levantou a bandeja de sanduíches. ― Há dois aqui. Você vai comer comigo?   Oh. Uau. Hum. Não. Eu comecei a balançar a cabeça quando ele se inclinou para frente, me fazendo tremer a partir do calor de sua pele.  ― E por que não? - Ele perguntou em um sussurro rouco e a porta atrás de mim começou a abrir.   ― Eu já comi, - disse.   ― Então me faça companhia enquanto eu como, - respondeu ele, inclinando-se para trás de mim, agora que ele tinha a porta aberta às minhas costas. ― Vá em frente Eva, é agradável e fresco.   Isso foi quando eu deveria ter educadamente recusado e voltado para a casa. Exceto, que eu não fiz. Virei e entrei no pequeno quarto que Cage ocupava durante a semana.
 Como todas as outras vezes que eu estive aqui para deixar o seu jantar, a cama estava uma bagunça. Ele nunca arrumava. Tinha também uma pilha de roupas sujas no canto. O único hábito puro que o menino tinha era que ele pendurava sua toalha de banho todas as noites na parte de trás da porta. Lembrei de que só tinha deixado uma toalha, quando tinha preparado o quarto para ele. Ele estava tendo que usar a mesma toalha? Senti-me culpada por ser uma pirralha julgadora no início desta semana. Ele trabalhou duro durante toda a semana. Ele merecia uma toalha limpa todas as noites.   Cage caminhou em volta de mim desde que eu tinha parado no meio da quarto e se sentou em sua cama desfeita. Ele começou a desembrulhar o prato de sanduíches como se não tivesse sido alimentado em dias. Olhando para o relógio na parede sobre a cama eu vi que era depois das oito horas. Fazia mais de seis horas desde que eu o trouxe para fora a água fresca e uma fatia do bolo de limão da Sra. Mabel’s. Outra pontada de culpa sobre como o tratei bateu em meu estômago.   ― Se isso não for o suficiente eu posso ir fazer mais um ou dois, - eu ofereci quando ele tomou uma grande mordida. Ele sorriu enquanto mastigava e, em seguida, tomou um longo gole da limonada.  ― Isso é ótimo. Obrigado. Eu estava morrendo de fome. E o bolo de limão que a fada invisível me trouxe anteriormente era incrível também.  O quê? ― Fada Invisível? - eu perguntei confusa.   Cage parecia tão sincero. ― Você sabe, é a fada que magicamente me traz água e toalhas geladas quando eu viro as costas.  Ele queria bancar o espertinho, hein. Bem, dois podem jogar esse jogo.   ― Oh, a fada. Sim, ela tem uma aversão a caras arrogantes que pensam que têm o mundo em suas mãos.   Cage afastou o sanduíche e estreitou os olhos: ― É isso mesmo? Hmmm... e eu aqui esperando que ela viesse finalmente aparecer um dia e dar-me uma boa diversão do trabalho.   ― Altamente duvidoso, - eu respondi incapaz de não sorrir.   ― Bem, quem sabe um dia. Eu vou ter que vir com algo diferente do que a minha fantasia sexy da fada em topless na próxima vez que eu precisar de uma pausa.    Oh meu Deus, ele quis dizer...? ― Você é doente, - eu disse através de meu riso chocado.  ― Quem, eu? Você que estava tentado escutar atrás da minha porta. O que você estava esperando ouvir, Eva? Se eu soubesse que você estava vindo com a esperança de um show eu poderia ter feito um.
 
Capitulo Sete
Cage Porra, se o seu sorriso não era fodidamente lindo. Sem mencionar que a risada dela me fez querer pegar e guardá-lo para mais tarde. Só de saber que estava a fazendo sorrir fez tudo parecer menos importante.  ― Eu estava apenas tendo certeza de que não estava no chuveiro ou no telefone, - explicou ela.  Claro. Isso é o que ela estava fazendo quando eu estava lá nas sombras do celeiro e a vi se esgueirando para ouvir algo pela porta. Levou toda a minha força de vontade para não cair na gargalhada.  ― Você estava indo ver se eu estava no chuveiro? Você já viu a minha bunda.  Eva corou novamente. Ela tinha dado uma boa olhada, maldição.  ― Eu preciso voltar para casa, - disse ela e começou a andar em direção à porta.  ― Por favor, não vá. Eu não vou provocá-la mais, eu prometo. - Eu queria que ela ficasse. Eu queria conhecê-la e eu queria que ela confiasse em mim o suficiente para me dizer a verdade sobre o anel em seu dedo.  Eu podia ver a indecisão em seu rosto. Isso era um bom sinal. Uma parte dela queria ficar aqui. ― Você não está cansado? - Ela perguntou.   Eu estava extremamente exausto, mas eu não estava pronto para desistir dela ainda.  ― Na verdade, não, apenas solitário. Todos os meus amigos estão à uma hora de distância. Eu preciso de um amigo aqui.   Eva passou e sentou na beirada da cama. Ela ia ficar.  ― Você está me pedindo para ser sua amiga, Cage York?   Não exatamente. Mas, por agora, amizade serviria. ― Eu acho que estou.  ― Por que você me quer como amiga? Não tenho sido nem um pouco simpática desde que você chegou aqui.    Porque você me fascina. Ela não estava pronta para ouvir isso ainda. ― Eu acredito que você controla se os meus lençóis são lavados ou não. Achei que, se fôssemos amigos, então, isso iria acontecer mais vezes.  ― Não, você e eu sendo ou não amigos os lençóis são lavados. Você sabe onde o sabão e água estão, - ela atirou de volta para mim.
 Ela realmente era uma meleca quando ela queria ser. ― Bem, nesse caso eu vou ter que trazer uma mulher aqui que gosta de mim o suficiente para me ajudar.  Eu podia ver pela expressão dela que ela pensou que eu estava brincando. Eu não estava. Eu realmente pretendia chamar Low e fazê-la ajudar com o meu lugar e me pegar alguns lençóis limpos e um par de panos e toalhas. Eu também precisava de um shampoo e sabonete. Eu estava cansado de lavar meu cabelo e corpo com o detergente que eu tinha encontrado embaixo da pia.  ― Boa sorte com isso, - ela disse.  Eu terminei meu último sanduíche e abri o saco de batatas fritas antes de me inclinar para trás contra a parede apoiando as minhas pernas em cima da cama. ― Você pode realmente se surpreender.  Eva revirou os olhos e então ela estava de frente para mim. ― Seu ego não conhece limites, não é?   Eu coloquei outra batata na minha boca e mastiguei lentamente apreciando a gordura. Eva estudou como eu mastigava. Seus olhos desceram para o meu pescoço. O que ela estava olhando no meu pescoço? Em seguida, a ponta da sua língua cor-de-rosa correu para fora e lambeu o lábio inferior. Bem, maldição.   Eu simplesmente não era tão forte. Coloquei o saco de batatas fritas na cama e balancei as pernas de volta para o chão. Seus olhos se arregalaram de surpresa e levantaram para trás encontrando o meu olhar. Eu parei na frente dela e me abaixei para pegar sua mão e puxá-la até levantá-la. Eu gentilmente a puxei contra mim, então antes que ela tivesse tempo para pensar ou recusar eu cobri os lábios vermelhos dela e carnudos com os meus.  Ela ficou rígida em meus braços por um momento. Seus lábios relaxaram e ela começou a me beijar de volta ansiosamente. Mordi levemente seu lábio superior e, em seguida, arrastei pequenos beijos em seu lábio inferior e lambi cada canto quente. Quando um suspiro escapou de sua boca, tirei vantagem completa e deslizei minha língua dentro do calor escuro dela. Ela era mais doce do que eu imaginava. Ela tinha gosto de limonada e sol. Sua língua começou a juntar-se à exploração e, pela primeira vez na minha vida, senti os joelhos tremerem, um pouco fracos.  Coloquei minhas duas mãos em sua cintura e deslizei até os quadris. Eu queria explorar seu corpo do jeito que estava começando a explorar os limites da seda de sua boca, mas eu não tinha certeza de que ela estava pronta para mais. Lentamente, as mãos deslizaram até meu peito sobre o algodão macio da minha camiseta. Ela correu as pontas dos seus dedos sobre os meus mamilos e eu agarrei-a mais firme na cintura me forçando a manter as mãos em uma área segura. Foda-se, quando eu mantive minhas malditas mãos em uma área segura? Como diabos eu sei o que é uma área segura? 
 O gemido que escapou de sua boca era a minha perdição. Minhas mãos escorregaram pelas suas costelas e segurei ambos os seios dela. Os pontos duros de seus mamilos estavam pressionados contra o tecido de seu sutiã e camisa. Isso não era o suficiente. Eu precisava de mais. Abaixei-me e comecei a levantar a barra da camisa, enquanto ansiosamente beijava seu queixo e mordiscava sua orelha.  ― Cage, não.   Eu congelei. Filho da puta.  Eu deixei a bainha de seu top cair para baixo sobre a barriga nua e me afastei dela. O cheiro do sua pele e o sabor dos seus lábios se agarrou em mim. Fechando os olhos, respirei fundo. Isso não era o suficiente. Eu precisava de mais distância.  ― Então vá, - eu respondi com a respiração irregular.  ― Sinto muito.   ― Não se desculpe. Não há razão para isso. Eu só preciso que você vá, - eu consegui botar pra fora.  Assim que a porta se fechou atrás dela, eu me virei e abri a cortina do chuveiro, em seguida, estendi a mão e liguei a água fria.
 
Eva  O sono tinha me escapado. Toda vez que eu fechava os olhos tudo o que eu podia ver era o beijo. Em seguida, ele mudava e eu estava beijando Josh. Não era tão apaixonado e louco. Ele não sentia tão perversamente delicioso. Então, a culpa viria. Josh tinha sido perfeito. Josh me amou e só a mim. Cage não tinha nada de bom e longe de ser perfeito, exceto por sua aparência exterior. Cage só gostava de mulheres. Ele não me amava. Ele nunca amou ninguém. Eu tinha que ser o pior tipo de pessoa se eu sequer admitisse que o beijo de Cage York tivesse sido a coisa mais alucinante que já tinha experimentado quando Josh tinha me beijado muitas vezes. Ele me segurou em seus braços e dançou comigo na luz do luar. Como eu poderia pensar que o beijo sem significado nenhum parecia melhor do que até mesmo num momento na presença de Josh?   Jogando as cobertas eu desisti de tentar dormir até tarde. Peguei um par de shorts e um top de manga curta do meu armário e desci o corredor para o meu banheiro. Cage iria embora hoje. Devo deixá-lo ir sem dizer nada a ele sobre a minha saída abrupta na noite passada ou deveria ir em frente e falar sobre isso agora? Eu decidi que iria acabar logo com isso, em vez de pensar nisso o dia todo.  Uma vez limpa e vestida, fui lá fora. Um carro prata estava estacionado na garagem. Sua carona deveria estar aqui. Eu fiz o meu caminho até o celeiro e notei que a caminhonete que ele usou para o trabalho tinha ido embora. Ele tinha que fazer alguma coisa antes de ir embora?   A porta do celeiro se abriu e dali saiu uma ruiva curvilínea. Ela estava carregando o que parecia lençóis e uma toalha. Quando seus olhos encontraram os meus, ela sorriu e começou a caminhar em minha direção. A saia curta que ela usava exibiu um par de pernas realmente surpreendentes. Eu a odiava. Então ela chegou perto o suficiente para eu ver a cor verde cristal dos olhos e eu realmente a odiava. Quem era ela e porque ela estava no meu celeiro?  ― Ei, eu sou Willow, uma amiga de Cage. Eu trouxe lençóis limpos e algumas toalhas e panos. Pensei em levar esses para casa comigo hoje e lavá-los. Ele pode trazê-los de volta esta noite. Dessa forma, ele pode ter um jogo extra.    Ele não estava brincando sobre a obtenção de alguma ajuda. Mas eu estava brincando sobre não lavar os lençóis. Estava indo trocar eles hoje e me certificar que ele tinha toalhas e panos suficientes para a semana. Irritava-me que esta menina fizesse isso por ele. Ele tinha lindas mulheres em volta apenas com uma chamada. Quem eu estava enganando? Se eu o recusasse ele só tinha uma fila de espera para uma chance. O fato de que eu o tinha deixado na noite passada foi, provavelmente, esquecida esta manhã. Tudo o que tínhamos era um beijo. Eu tinha perdido o sono por isso e Cage tinha estado ocupado chamando sua "amiga" para levá-lo e trazer lençóis e toalhas limpas. UGH!   ― Vou levar as peças. Eu não me importo de lavá-las. Eu iria fazer isso hoje, enquanto ele estivesse fora. - O tom irritado na minha voz não passou despercebido por ela.  A expressão preocupada refletia na testa franzida ― Oh. Sinto muito. Acho que ele não queria incomodar você. Ele me ligou e perguntou se eu me importaria de trazer algumas coisas que ele precisava e mencionou os lençóis. Eu percebi enquanto esperava por ele alimentar as vacas que poderia ir em frente e trocá-los.    Ela era muito atraente para ser capacho de um cara que quando dizia para saltar, ela saltava. Será que a menina não tem nenhuma autoestima? Seu pai deveria ter ensinado que ela era mais do que capacho de algum homem. O rosto e o corpo de Cage provavelmente faziam as meninas suas escravas. Não esta garota aqui. Eu não iria me tornar mais uma das suas muitas fãs. Eu tinha orgulho. ― Tenho certeza que ele teria conseguido sozinho, - eu disse e peguei os lençóis e as toalhas sujas de seus braços.  Willow riu: ― Você poderia pensar. Infelizmente, ele está acostumado a mulheres que tomam conta dele. Isto está amasssando ele. Eu admito, ele precisava dessa chamada para despertar. Qualquer coisa para fazê-lo parar de beber e dirigir.  
 Ela com certeza sabia muito sobre ele. Será que ele mantinha essa em volta em uma base regular? Eu não parecia como um cara que mantinha uma menina perto. Ou talvez ela só conhecesse as regras e estava tudo bem com elas. Mais uma vez, seu pai deveria ter ensinando ela melhor.  O som da caminhonete crepitou conforme chegava até parar do lado de fora do celeiro. Willow lançou um sorriso para mim e em seguida acenou para Cage quando ele saiu. Por que ele já estava sem camisa? Eram oito horas da manhã. Tudo o que ele tinha feito era alimentar as vacas.  ― Low, você trouxe as coisas? - ele gritou quando ele caminhou em nossa direção.  ― Sim, e eu coloquei seu quarto em ordem para você. Sua cama também. Está agradável e limpo.    ― Que tal uma camisa?   Willow concordou: ― Sim, está em sua cama.  Ele parou na frente de Willow e puxou-a para um abraço de urso, em seguida, enterrou a cabeça na curva de seu pescoço. Ela acariciou as costas e riu de alguma coisa. Ele murmurou contra sua cabeça cheia de cabelo. Eu não estava realmente pronta para assistir os dois começarem a se beijar, assim que eu comecei a virar e caminhar de volta para a casa com os braços cheios de roupa suja.  ― Eva, espere. Você conheceu Low?    Ótimo, ele queria nos apresentar. O que eu deveria dizer a ela? Eu tinha sido a única a beijá-lo na noite passada e agora ela seria a única a beijar e, provavelmente, transar com ele hoje.  ― Sim, eu fiz. - respondi o mais friamente possível.  Cage franziu a testa e olhou para Low como se ela tivesse a resposta para o porquê eu estava irritada. ― Certo bem, eu estou saindo. Eu vou te ver hoje à noite. Eu tenho as vacas alimentadas. Tudo deve estar bem.    Com um breve aceno de cabeça, eu me virei e andei o mais rápido que pude para casa. Eu tive que ir para dentro com o peito apertado. Tudo o que o cara tinha feito era me beijar. Por que eu estava agindo como se tivesse sido algo mais? Não tínhamos nada. Ele estava indisponível para mim como qualquer outro.  Jogando as toalhas na máquina de lavar fiz uma careta para as roupas de cama de algodão como se fosse culpa delas. A ruiva idiota tinha que vir. Ela trocou os lençóis para ele e lhe comprou mais toalhas porque eu tinha esquecido de dar a ele toalhas suficientes. Bom trabalho Eva.
 
Capitulo Oito
Cage
― Que diabos você fez com Eva? - Eu perguntei enquanto subia no banco do passageiro do Volvo que Low dirigia. Estava esperando acalmar as coisas com Eva antes de eu sair hoje, mas ela tinha sido espinhosa, assim mantive distância. Não há razão para irritar suas penas na frente de Low.  ― Então, você percebeu isso também? Eu pensei que estava apenas sendo paranoica. Não tenho ideia do que fiz para irritá-la, mas tenho a nítida impressão de que ela não gostou de me ver trazendo lençóis limpos e fazendo a sua cama, - Low me lançou um olhar de advertência. ― Você não fez nada com ela, fez Cage? Ela está comprometida.    Eu deixei minha cabeça cair no encosto do banco e suspirei. Eu quase me senti como se eu traísse Eva se eu contasse a verdade a Low, mas o inferno tinha que dizer a alguém. Low era a melhor amiga que eu tinha e era uma mulher, talvez ela pudesse me ajudar a descobrir isso.  ― Ela não é exatamente comprometida, - eu comecei.  ― Sim, ela é. Eu vi o diamante na mão esquerda.    ― Sim, eu sei disso, mas o cara que colocou o anel no dedo dela foi morto em Bagdá, 18 meses atrás.  Low respirou profundamente e soltou um "Oh meu Deus.”  ― O cara que eu pensei que ela estava noiva era irmão gêmeo de seu noivo. Eles são apenas bons amigos.   ― Mas ela ainda usa o anel, - Low sussurrou. ― Como isso é triste. Quando foi que ela te disse isso?   Eu me perguntei se ela nunca iria me contar. Ontem à noite, apesar de seu retraimento, tinha sido um beijo e tanto. Mesmo antes do beijo nós conversamos e ela riu. Não apenas sorriu, mas riu.  ― Ela não fez. Jeremy contou.   ― Jeremy? Ele é o irmão gêmeo de seu noivo?    ― Sim.   ― Isso só quebra o meu coração, Cage.  A dor que pulsava em meu peito quando eu deixei-me pensar sobre a dor de Eva voltou. ― Ela não é a puta que ela parece ser. Ela é realmente muito divertida, se você conseguir passar suas paredes de aço.  Low limpou a garganta e se moveu em seu assento. ― Eu posso entender que isso significa que você passou esses muros de aço?   ― Um pouco. Eu a fiz sorrir e rir. Jeremy disse que ela não tinha sorrido desde o dia da morte de Josh.
 Low estendeu a mão e deu uma tapinha no meu joelho. ― Se ela é inteligente o suficiente para deixá-lo entrar, o verdadeiro você, não o que você compartilha com as fêmeas cuja calcinha você só quer entrar, então ela é uma mulher esperta.  ― Não se trata da calcinha dela. - Eu respondi, estendendo a mão para apertar a dela.  ― Não Cage, com você, é sobre a calcinha, pelo menos um pouco. Mas eu acho que talvez desta vez você queira mais.   Será que eu quero mais? Era apenas porque ela era tão difícil de conseguir? Ou será que eu realmente quero mais?   ― Sim, você está certa. As calcinhas estão sempre na minha lista de prioridades.   Low balançou a cabeça e riu. ― Eu senti sua falta esta semana. O Live Bay não é o mesmo sem você lá com a gente. Acho até que Preston pode ter derramado uma lágrima quando você não estava lá para cantar parte de Kid Rock em “Picture” quando eles tocaram, enquanto a banda estava em pausa.  ― Ele cantou a parte de Sheryl Crow e Kid´s sozinho? - Perguntei   ― Sim, infelizmente. Em cima da mesa com uma escova em suas mãos como seu microfone.   ― Aposto que foi engraçado como merda, - eu respondi.  ― Ou um típico pesadelo. Depende da sua perspectiva.      ~ * ~   A viagem de uma hora com Marcus foi mais fácil desta vez. Ele não estava chateado toda a viagem. Provavelmente porque Low estava muito feliz por eu ainda não ter sido demitido. Depois que ele me deixou, pensei em parar pela casa e conversar com Eva. O caminhão de seu pai ainda não estava por ali. Ela provavelmente não ficaria verdadeiramente emocionada se eu aparecesse na sua porta às nove horas da noite. Talvez eu só precise esperar até que ela venha a mim.  Antes que pudesse chegar ao extremo da casa, ouvi o ruído de pneus contra o cascalho na entrada. Virando-me, verifiquei para ter certeza que era Wilson. Eu não queria alguém aparecendo com Eva sozinha na casa.  A porta do passageiro da caminhonete de Jeremy se abriu e Eva pulou.  ― Cage está de volta, - ela balbuciou feliz. Sua mão estava segurando o lado da porta para se firmar.  ― Eva! Droga, eu disse-lhe para esperar por mim. Você vai cair no cascalho e se machucar. - Jeremy deu a volta na caminhonete e rapidamente colocou seu braço ao redor da cintura de Eva.
 ― Ela está bêbada? - Eu perguntei com espanto enquanto eu caminhava de volta para a calçada ainda não tendo certeza que eu estava vendo o que parecia.  ― Nocauteada é mais parecido com ela. Ela saiu para o maldito honky-tonk2 com Becca. Eu recebi um telefonema de Nelly, a proprietária, cerca de uma hora atrás. Ela disse que eu precisava ir buscar Eva. Becca estava desmaiada em cima do bar. Ela já tinha chamado o pai de Becca.  ― É divertido, - Eva disse com um sorriso desleixado e saiu dos braços de Jeremy para o meu peito. Eu passei meus braços em torno dela rapidamente para mantê-la em pé no cascalho.  ― Sim, parece que você teve um bom tempo, - eu respondi quando ela passou os braços em torno de mim e apertou as mãos firmemente por trás do meu pescoço.  ― Você devia vir também.  Balançando a cabeça, eu levantei meu olhar do seu com a expressão adoravelmente bêbada para o olhar de Jeremy. Ele estava de pé atrás dela à espera de seu próximo passo.  ― Precisamos levá-la para a cama. O pai dela não vai voltar para casa até amanhã. Ele ainda tem um monte de gente no seu campo de caça.  ― Ela deveria ser deixada sozinha em casa desse jeito? - Eu perguntei quando ela se apoiou em mim.  ― Provavelmente não, - Jeremy passou a mão pelos cabelos e olhou para seu caminhão. Ele tinha outros planos. Eu poderia dizer que ele estava se esforçando para descobrir a coisa certa a fazer.  ― Eu tenho que arrumar minha mala hoje à noite, vou viajar amanha para verificar um apartamento que eu estou olhando para me mudar com o meu primo no outono. Você acha que pode cuidar dela?    Então, Jeremy estava pronto para seguir em frente com sua vida. Será que ele falou para Eva? Foi por isso que ela ficou completamente despedaçada?   ― Eu cuido dela. Você pode ir em frente. Nós vamos ficar bem.  A indecisão em seu rosto enquanto ele estudava a parte de trás da cabeça de Eva tinha me feito pensar que ele iria acabar ficando para cuidar dela depois de tudo. Eu entendia esse sentimento de proteção. Eu sempre tive isso com Low. Eva descansou a cabeça no meu peito.  ― Você está bem com isso, Eva? - Perguntou Jeremy.   ― Mmmmmmhmmmm, - respondeu ela e, em seguida, começou a cheirar minha camisa.
 
 2 - Honk Tonk – são bares com musica country aovivo, comum nos Estados Unidos.
 
 Jeremy sacudiu a cabeça e olhou para mim. ― Ela está lidando com a vida. Ela está seguindo sem Josh e só agora ela está percebendo. Seja bom para ela.    ― É claro, - eu respondi e beijei o topo de seu cabelo cheirando a cigarro. Não é algo que eu esperava cheirar no cabelo de Eva Brooks.  Jeremy me estudou por um momento, em seguida, com um rápido aceno, se virou e voltou para sua caminhonete. Eu esperei até que ele tivesse dado ré antes de pegar Eva.  ― Eu preciso levá-la a sua cama, querida. Você quer que a carregue ou prefere andar? Ou você precisa vomitar?   Eva riu contra o meu peito e inclinou a cabeça para trás para sorrir sonolenta para mim. ― Leve-me para sua cama, - ela falou de forma arrastada.  ― Agora isso é uma má ideia, bonita. Veja bem, quando você estiver sóbria minha cama é o último lugar que você vai querer estar.  Ela balançou a cabeça e de pé nas pontas dos pés deu um beijo com gosto de tequila na minha boca.  ― Eu quero dormir na sua cama. - Ela conseguiu formar essas palavras neste momento.  Como eu ia lhe dizer não quando ela era doce e brincalhona? Ela estava podre de bêbada, mas ela era uma boa bêbada.  ― Só dormir? - Perguntei.   ― Apenas dormir.   Abaixei e coloquei meu braço sob seus joelhos, em seguida, embalei-a contra meu peito e a levei para o celeiro. Este, provavelmente, não foi o meu momento mais inteligente, mas não estava disposto a desistir do que poderia ser a minha única chance de dormir toda a noite com Eva Brooks em meus braços.
 
Eva
 ― Você não vai dormir ainda. Você precisa beber água e tomar a aspirina. – A voz de Cage era sexy mesmo quando ele estava sendo mandão.  Eu ri e olhei para ele enquanto ele estava debruçado sobre mim. Sua cama era boa e suave e eu realmente só queria fechar os olhos. Como uma menina deveria recusar as ordens de um cara? Coloquei meu braço no ar, ― Puxe-me, - eu disse a ele. Cage sorriu e estendeu a mão para pegar a minha que estava dormente, infelizmente, então eu não tive a completa satisfação do seu toque.
 Uma vez que ele tinha me sentado na beira da cama, ele se agachou na minha frente até que estávamos ao nível dos olhos. O copo de água que ele correu até a casa para pegar estava em uma mão e as aspirinas que eu odiava estavam na outra.  ― Posso só beber a água? - Eu perguntei, franzindo o cenho para os comprimidos. Eu odiava engolir comprimidos. Eu só fazia isso se realmente não tivesse escolha, mas detestava o gosto que eles deixavam na minha garganta e da forma como eles desciam até o estômago.  ― Se você não tomar a aspirina, você vai ter uma ressaca infernal amanhã. Beba todo este copo de água e tome os comprimidos.   Sua voz era profunda e hipnótica. Eu me perguntei se ele falaria comigo enquanto eu dormia? Eu teria que perguntar isso a ele. Primeiro, eu precisava beber a água.  ― Eu odeio engolir comprimidos, - eu resmunguei, pegando o copo de água.  O sorriso de Cage reapareceu e ele estendeu a mão e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Eu tentei enfiar o cabelo atrás da minha orelha antes, mas a minha mão não cooperava. Eu continuei perdendo o meu ouvido.  ― Você pode fazê-lo. Eu estou aqui se você precisar de mim. Vou até segurar sua mão. Só por favor, Eva, engula os comprimidos.  Seus olhos eram muito ridiculamente lindos, muito para pertencer a um rapaz. Especialmente um cara com seu abdômen, seus músculos das costas... oh, eu gostava dos músculos das costas.   ― Não é justo que os seus cílios sejam tão longos e encaracolados. Meninas gastam muito tempo e dinheiro tentando obter cílios como os seus.    Cage riu estendeu a mão e passou o polegar debaixo do meu olho esquerdo. ― Sim, bem, meus cílios não são nada comparando com seus olhos. Eles são fodidamente incríveis.  Oh. Uau.   ― Eu desejo agora que eu não tivesse fugido na noite passada, - eu admiti, enquanto ele continuava a acariciar minha bochecha, então meu queixo.  ― Foi uma coisa boa que você fez. Eu estava perto de perder meu controle.  - Sua voz caiu para um sussurro rouco que me fez estremecer.  ― Talvez eu quisesse que você perdesse o controle.  O sorriso de Cage retornou. ― Você está bêbada, Eva. Posso assegurar que a Eva sóbria não me quer perdendo o controle. Ela quer que eu mantenha distância.
 Era verdade? Não, não era. A Eva sóbria estava tão determinada a viver de acordo com seu próprio conjunto de regras.  ― Beba a água, - Cage cutucou o copo em direção a minha boca.  Tomei um pequeno gole e o gosto de água fria na minha língua foi refrescante. Eu não tinha percebido como a minha boca estava seca. Tomei vários goles quando Cage estendeu a mão e pegou o copo de mim.  ― Agora pegue a aspirina, - ordenou ele, segurando os comprimidos para mim. Obediente, abri a boca e ele colocou na minha língua. Ele trouxe a água de volta para os meus lábios e eu engoli as pílulas com facilidade. Eu nem sequer as senti deslizando na minha garganta. Talvez eu devesse ficar bêbada toda vez que eu ficasse doente e precisasse tomar pílulas. Talvez eu só precisasse de Cage para dar-lhes a mim.  ― Boa menina, - disse ele, assim que terminei o resto da água. ― Agora, deite-se, mas coloque sua bunda bonitinha contra a parede. Eu tenho que caber na cama também.   Olhando para seus ombros largos e pernas longas, comecei me perguntando se isso seria possível. Eu realmente não queria dormir em casa hoje à noite. Queria ficar com Cage. Mas isso iria dificultar que ele conseguisse um bom descanso?  ― Eu vou fazer isso funcionar. Acontece que eu sei exatamente como dormir na cama com uma garota confortavelmente, - ele me assegurou. Eu deslizei até que todo o meu lado esquerdo estivesse encostado na parede. ― Agora role do seu lado.  Eu fiz como ele instruiu. Em seguida, a cama cedeu para baixo com seu peso e ele caiu atrás de mim. Um braço quente enrolado no meu estômago, quando ele colocou-se contra minhas costas. Isso era bom. Muito bom.   ― Cage?   ― Sim?   Eu queria sentir perto dele. Eu não queria mais mentiras entre nós. Mas o pensamento de dizer o nome de Josh enquanto eu estava bêbada e aconchegada contra Cage parecia errado. Eu não poderia fazê-lo. Então, em vez disso, eu fechei os olhos.
 
Capitulo Nove
Cage  Depois de uma semana acordando junto com o sol, meus olhos abriram facilmente antes dele nascer completamente. Eva estava ronronando suavemente em seu sono. Suas pernas acabaram enroscadas com as minhas em algum momento na noite passada.   A seda suave de sua pele deslizando contra minhas panturrilhas era difícil de resistir. Mas eu tinha conseguido. Embora não fosse um anjo completo. Eu não poderia evitar. Quando ela agarrou meu braço com a sua mão e puxou-me mais próximo ao seu redor à palma da minha mão tinha sido deixada em seu seio esquerdo. Então, sim, eu peguei uma sensação, mas caramba, sou um homem. Eles estavam muito bem também. Suave, mas firme e seu mamilo estava endurecido, mesmo durante o sono.   A ereção que eu tinha pressionava seu traseiro e provavelmente não iria passar despercebida quando Eva acordasse, tanto quanto eu odiava ter que fazer isso, aliviei meu braço em torno dela e desembaracei minhas pernas das dela tão silenciosamente como pude, escorregando para fora da cama. Pegando um par de jeans, uma camisa de trabalho e minhas botas, saí do quarto para ir me vestir. Não queria acordá-la. Ela realmente precisava dormir essa merda. Estaria disposto a apostar que foi a sua primeira experiência de embriaguez. Ela tinha sido tão bonitinha. Se ao menos a Eva sóbria gostasse de mim tanto quanto a Eva bêbada. Com um suspiro, puxei as minhas calças jeans e amarrei minhas botas. Era hora de voltar para as vacas.   Saindo para o sol da manhã, eu não estava surpreso ao ver Jeremy lá. Perguntei se ele tinha mesmo se preocupado por ter deixado Eva comigo. Eu cheguei a questionar seu senso comum um pouco. Eu nunca deixaria Low com um cara como eu, enquanto ela estava bêbada e não pensava com clareza.   Jeremy estava andando para lá e para cá na frente da porta do celeiro com uma expressão preocupada. Seu cabelo parecia que nem tinha sido penteado essa manhã ou ele estava passando as mãos por ele tantas vezes que estragou o penteado.   ― Pensei que você tinha que sair mais cedo esta manhã, - disse em saudação.   Jeremy parou de andar e fechou a distância entre nós. Ele quase parecia corajoso o suficiente para me bater. ― Cara, por favor, me diga que você não...   ― Eu só lhe dei uma aspirina, um pouco de água e dormi ao seu lado.   ― Ela está bem? Você fez alguma coisa com ela? Ela está doente? DROGA, eu não devia ter deixado ela. Josh ficaria furioso comigo. Ela estava vulnerável e acabei por abandoná-la ao sair. Não posso simplesmente ir embora. - Ele parou seu discurso antes de começar novamente.   ― Ela está bem. Eu cuidei dela. Ela está cuidada e segura. Nenhum dano foi feito.  Jeremy sacudiu a cabeça e continuou andando. ― Não. Não, ela não está bem. Ela nunca vai ficar bem. Eu estive esperando ela estar bem nesses últimos dezoito meses. Eu sei que Josh iria querer que cuidasse e olhasse por ela. Venho fazendo o que sei que ele queria por um ano e meio. Recusei a minha bolsa para Vanderbilt. Eu perdi um semestre de aula. Eu fui a um colégio de vaqueiro dessa comunidade idiota apenas para que eu pudesse ficar perto dela. Mas não posso continuar fazendo isso. Quero viver novamente. Vou sentir falta de Josh para o resto da minha vida, mas não quero ficar de luto por ele. - Ele parou e colocou as mãos em seus quadris. Seus olhos estavam vidrados como se ele estivesse tentando segurar as lágrimas. ― Eu não posso parar a minha vida por ela, mas tenho medo de que, se ninguém estiver aqui para pegá-la, quando ela cair, como na noite passada naquele maldito bar, então ela vai bater e quebrar. Eu nunca seria capaz de me perdoar se algo acontecesse com ela. Ela sempre teve Josh. Ele era seu melhor amigo, seu protetor e ele a fazia se sentir completa. Mas eu não sou Josh.   Fechei a porta do celeiro firmemente atrás de mim depois de verificar para ver se a porta do quarto ainda estava fechada. Eu não queria que Eva ouvisse isso. Eu entendi que Jeremy precisava botar isso para fora, mas Eva não precisava estar tão fodidamente perto quando ele fez.   ― Por que não vamos para outro lugar e falamos sobre isso? - eu sugeri andar longe do celeiro e mais perto da casa.   ― Você está certo. Desculpe. Maldição, ela ainda está dormindo, não é?     Eu balancei a cabeça e levei-o para a varanda da frente, onde eu tinha uma visão da porta do celeiro, mas estávamos longe o suficiente que ela não seria capaz de nos ouvir.   Jeremy subiu os degraus e passou as mãos pelo seu cabelo novamente. Ele ainda o puxou um pouco como se ele estivesse tentando infligir dor em si mesmo.   ― Eu só preciso fazer isso. Eu preciso ir para Louisiana e começar a fazer tudo que foi planejado anteriormente. Mas cada vez que penso em voltar para casa e dizer a Eva que vou embora em agosto, para ir para a faculdade, sinto que vou vomitar.    Pobre rapaz. Ele estava certo, ele não poderia continuar colocando sua vida em espera por Eva. Ela não era sua responsabilidade. Só porque ela tinha sido noiva de seu irmão não fazia dela sua agora, seu irmão tinha ido embora. Por que não havia alguém que lhe dissesse isso antes?   ― Eu tenho uma melhor amiga que por acaso é mulher. Eu entendo o que você está sentindo. Eu sei que se Low precisasse de mim, eu estaria lá. Eu iria derrubar o mundo para ela, mas houve momentos em nossa  vida que desejei que não tivesse essa responsabilidade. A diferença é que Eva não é a sua melhor amiga, ela era a melhor amiga de seu irmão. Isto não é sobre Eva. É sobre você querer cumprir o que você acredita que teriam sido os últimos desejos de seu irmão. Em minha opinião, você fez, mas eu acho que você já fez o seu trabalho. Eu não conheci o cara, mas eu não acho que ele queria que você desistisse de sua vida por Eva.   Jeremy afundou na velha cadeira de balanço de madeira que eu tinha visto frequentemente Eva sentada ao beber um copo de chá e olhando para o espaço. ― Você a viu ontem à noite. E se isso acontecer quando eu for embora?    Inferno, eu não era um psiquiatra. O que ele esperava de mim? Ele estava pedindo sabedoria do cara que estava trabalhando em uma fazenda durante todo o verão por causa de um DUI.
  ― Ela é uma menina grande. Ela vai ficar bem. Ela tem seu pai aqui olhando por ela e ela tem outros amigos.   Jeremy esfregou a parte de trás do seu pescoço nervosamente, ― E você? Enquanto estiver aqui, ela tem você?    Eu? Porra, que tipo de pergunta era essa? Ela não me quer. Às vezes eu tinha a absoluta certeza que ela me odiava. Mas, sim, se ela precisasse de mim eu sabia que, sem dúvida, eu estaria lá. Ela tinha chegado sob a minha pele.   ― Sim, ela me tem. Enquanto eu estiver aqui, eu estarei disponível se ela precisar de mim. Mesmo quando ela não me quiser.    Jeremy riu e se levantou. ― Ela quer você. Ela só não queria querer. Ou pelo menos é o que ela disse no meu caminhão na noite passada.    Ela disse a Jeremy que ela não queria me querer. Eu gostei disso. Eu poderia trabalhar com isso. ― Eva bêbada era outra coisa, - eu respondi.   Jeremy foi até a escada e estendeu a mão. Olhei para ele e percebi que ele queria apertar minha mão. Segurei e ele apertou um bom tempo antes de deixar cair. ― Cuide dela para mim.   Eu balancei a cabeça, ― Eu vou. 
 
Eva
 Eu não conseguia lembrar tudo o que tinha dito a Cage enquanto eu estava bêbada. Tudo o que eu sabia era que ele tinha sido doce e eu tinha dormido em sua cama cheirando a tequila e cinzeiro. Enquanto ele estava trabalhando esta manhã, eu tinha mudado seus lençóis e feito a cama. Eu odiaria se ele tivesse que dormir em lençóis que cheiravam como o interior de um bar durante toda a semana.   Esse foi o único contato que eu tive com ele. Eu estava evitando ele. Tinha certeza que ele percebeu isso. Eu não podia deixar de me sentir culpada por não levar água e toalhas geladas, mas não poderia encará-lo ainda. Será que ronquei? Deus, provavelmente tinha roncado. Eu nem sequer sabia se roncava. Além disso, minha respiração pode ter sido atroz. Ele ainda me deixaria dormir em sua cama com ele? Como poderia uma garota conseguir se fazer de tola tão facilmente? Eu realmente deveria escrever um livro sobre como fazer de si mesmo uma piada.   Cage não tinha vindo me procurar hoje também. Ele provavelmente estava preocupado que eu estivesse pensando que o que aconteceu era mais do ele pensava que era. Aposto que a ruiva linda nunca chegou a sua cama como uma idiota chorando e fedendo a cigarro. Ela só não parecia esse tipo.   Eu corri para fazer coisas fora, na cidade e nenhum dos filmes que passavam no cinema pareciam atraentes. Tudo o que restava a fazer era me esconder em casa. Vários veículos pararam na entrada da fazenda, escutei o som do cascalho. Eu fui espiar lá fora para ver o que estava acontecendo. Eram carros de caras. Muitos caras. O que no mundo? Apressei-me para descer as escadas na varanda da frente.   Insultos altos foram jogados ao redor junto com um monte de risadas masculinas e comentários obscenos. Cage pulou a cerca e um sorriso enorme estourou em seu rosto quando o rebanho de caras fez o seu caminho até o celeiro.   Eles eram seus amigos. Isso estava claro. Ele bateu o punho um pouco e fez alguns comentários com o seu sorriso arrogante que eu sabia que era provavelmente algo impertinente.  ― Fique dentro de casa pelas póximas horas, - Papai disse assim que subiu os degraus do alpendre com uma careta.   ― Quem são eles? - Eu perguntei surpresa de que Cage tinha deixado um monte de caras virem vê-lo aqui.   ― É o time de beisebol de seu tio Mack. Ele os mandou aqui para um tempo com o menino. Ele quer Cage com a mente fora do objetivo. Eu disse a ele que ficaria bem por algumas horas. Eles devem levá-lo para a cidade para comer alguma coisa e trazê-lo de volta.    ― Posso me sentar na varanda? - Eu perguntei, querendo vê-los. Era interessante assistir Cage com seus companheiros.   ― Eu acho que sim, mas se eles vierem nessa direção você entra de volta para dentro. Ouviu?   ― Sim, senhor, - eu respondi. Ele ainda me tratava como se eu fosse uma garota de dezesseis anos de idade em vez de uma mulher de vinte anos. Parte da culpa era minha. Eu estava tão dependente de Josh que quando ele morreu eu tinha desmoronado. Papai teve que cuidar de mim como se eu fosse uma criança novamente. Eu não me lembrava de comer. Eu não respondia as chamadas telefônicas. Não ia a lugar nenhum. Deilhe o controle completo sobre a minha vida. Minha idade não significa nada para ele. Ele ainda achava que tinha que cuidar de mim. Até que me mudasse eu sabia que ele sempre se sentiria assim.   Um assovio alto invadiu os meus pensamentos e olhei para trás para baixo em direção ao celeiro para ver três dos rapazes sentados na parte de trás do caminhão da fazenda olhando para mim.   O loiro com cabelo comprido puxado para trás em um rabo de cavalo era o mais bonito de todos e ele sabia disso. O sorriso convencido em seu rosto e a inclinação de sua cabeça tornou aparente, ele realmente achava que eu tinha acabado de ir a pé até lá, porque ele assobiou para mim. Talvez todos os jogadores de beisebol fossem cheios de si mesmos.  Cage veio andando para fora do celeiro com seus olhos presos nos meus. Ele desviou o olhar para os caras no caminhão e deu-lhes um único aceno de cabeça. Todos os três disseram algo para ele, e ele não parecia muito feliz. Mas eles não olharam mais para trás. Eu me perguntei se ele advertiu-os, porque eu era sobrinha do treinador Mack ou porque ele não os queria me paquerando.   De alguma forma não acho que ele realmente se importou se eles flertaram comigo. Ele mesmo era um grande paquerador. Não era nenhuma surpresa que seus amigos fossem também.   Os caras começaram a vir em minha direção, agora que Cage estava vestido com roupas limpas. Papai estava de volta em seu escritório e me perguntei se poderia fugir da cadeira de balanço, enquanto eles passavam.
  Cage levou o grupo à medida que se aproximava da frente da casa. Olhei para o grupo e, em seguida, meus olhos voltaram para ele. Ele estava me observando. Senti meu rosto ficar quente. E se ele falasse comigo na frente de todos eles, e eu dissesse algo estúpido em resposta e todos rissem de mim? Decidi que era melhor fazer o que papai mandou, afinal. Voltando para dentro de casa peguei a maçaneta da porta e corri para dentro.  Fui até a geladeira pegar um copo de água. Eu odiava que algo tão estúpido como um bando de caras me deixasse nervosa. Houve uma batida na porta de tela, em seguida, abriu-se uma fenda e Cage colocou a cabeça para dentro.   ― Ei, você está bem? - Ele perguntou com um olhar de preocupação em seu rosto.  ― Sim, eu estou bem, - respondi rapidamente, me sentindo boba.   ― Sinto muito sobre os caras. Não queria fazer você se sentir desconfortável. Eu estava tomando banho, então não sabia que eles a estavam incomodando.    Ele havia se preocupado com eles fazendo-me desconfortável? Isso era... doce.   ― Oh. Não. Está tudo bem. Eu nem sei o que eles disseram.    Um sorriso torto brilhou em seu rosto, ― Provavelmente uma coisa boa. Você com certeza é uma imagem bonita de pé na varanda naqueles shorts. Não posso culpá-los por olhar.    Meu rosto estava corado e uma buzina soou do lado de fora. ― Eu tenho que ir. Só queria ter certeza de que você estava bem.    Eu balancei a cabeça e dei um passo para trás e deixei a porta de tela fechada. Então ele piscou para mim antes de virar e ir embora.
 
Capitulo Dez
Eva
 Eu parei meu caminhão perto do lago e peguei minha toalha e meu iPod. Eu pretendia me estender no sol por algumas horas e até mesmo dar um mergulho. Não queria voltar para cidade hoje. Não havia mais nada para comprar. Todos os filmes que estavam passando no cinema, já os tinham visto nas últimas 48 horas.   Arrumei a minha toalha sobre a parte mais grossa de grama. Certifiquei-me de que não tinha nenhuma cobra por perto. Crescer no interior me fez aprender a muito tempo que cobras podem estar em qualquer lugar. Uma vez que eu tive certeza que eu estava num lugar agradável e seguro, enfiei os fones de ouvido e coloquei a minha lista de reprodução “depois de Josh”. Todas as listas de reprodução que eu tinha antes me lembravam dele. Então, encontrei músicas de artistas que nunca ouvimos juntos e fiz uma compilação de músicas que não me lembravam dele. Foi o unico jeito que eu encontrei para começar a ouvir música de novo.   Eu sabia que papai e Jeremy esperavam o dia que eu ia pegar meu violão novamente, mas eu sabia que isso nunca iria acontecer. O dia em que finalmente o tirei para fora do armário e o deixei no canto onde costumava deixá-lo tinha deixado Jeremy todo alegre. Até que ele percebeu que não tinha realmente intenção de tocá-lo. Cada canção que escrevi tinha alguma coisa a ver com Josh. Mesmo nas que não eram canções de amor, Josh estava em algum lugar. Ele sempre foi minha inspiração. Eu não podia tocá-lo agora. Não com ele morto, eu nunca me sentiria bem.   Pelo menos ia deixar a música voltar à minha vida. Isso foi um passo que nunca pensei que iria conseguir. Cresci com a música como o meu segundo amor, atrás de Josh, é claro, sempre pensei que seria o meu futuro. De alguma forma, faria algo com minhas músicas e meu talento.
Eu já sabia que eu tinha perdido aquele amor também. Era apenas uma lembrança dolorosa agora.   Um tecido áspero roçou a minha perna e eu me sentei pronta para gritar quando os meus olhos encontraram um Cage muito divertido chegando.  Eu puxei meus fones de ouvido para fora e fiz uma careta para ele. ― Você me assustou!    Cage tentou segurar o seu riso, mas seus olhos estavam brilhando com ele. ― Sim, sinto muito por isso. Eu tentei falar com você, mas quando você não respondeu achei que você estava dormindo ou que a música estava malditamente alta.    ― O que você está fazendo aqui? - Eu atirei. Eu estava irritada. Principalmente pela minha reação, mas ele não sabia disso.   ― Bem, eu estava andando até aqui para dar um mergulho porque está quente e eu te vi e você está gostosa nesse pequeno biquíni rosa. Eu sou um homem querida e não pude resistir à vista.   Olhei para mim mesma depois de volta para ele. Ele gostou do que viu? Eu não podia sorrir. Eu não podia sorrir. Eu pareceria uma idiota.   ― Por que você não da um mergulho comigo? Vou até deixar minhas boxers aqui.    Nadar com Cage. Hum. Esta era provavelmente uma má idéia.   ― Eu não sei...   Cage levantou e começou a tirar sua camisa por cima da cabeça e todo o meu pensamento estava perdido. Ele tinha um piercing no mamilo?
 ― O que é isso? - Eu perguntei incapaz de tirar os olhos da pequena barra de prata que estava definitivamente ligada ao seu bronzeado peito.   ― É um piercing, doce Eva. Agora pegue sua bunda sexy e venha nadar comigo. Você deve estar com calor.    Balancei minha cabeça ainda tentando descobrir quando ele tinha conseguido um piercing no mamilo. ― Eu nunca vi isso antes, - finalmente disse. 
 Cage soltou uma pequena risada sexy, ― Sim, eu sei. Eu não acho que o seu pai estaria interessado de verdade em mim tendo um piercing no mamilo. Eu não o uso na maior parte do tempo enquanto estou aqui. Mas eu coloquei na noite passada e me esqueci de tirá-lo esta manhã.   Eu sempre pensei que um cara que tivesse seu mamilo perfurado fosse nojento. Não era tão nojento.   Cage começou a desamarrar suas botas de trabalho e eu assisti enquanto ele as tirou. Quando suas mãos foram para seus jeans eu sabia que deveria levantar e agir como se isso não fosse um striptease, mas parecia impossível desviar meus olhos do strip de Cage York.  ― Você vai se levantar e se juntar a mim ou vou ter que te pegar e jogar dentro da água?
 Quando a calça jeans de Cage deslizou em seus quadris e o azulescuro de suas boxers começou a aparecer eu desviei meu olhar para longe de Cage e mirei para a água.  Cage achou isso engraçado. Sua risada baixa fez meu sangue correr por todo o meu corpo. Fui em direção à água, sem olhar para sua expressão divertida. Além disso, eu tinha certeza de que fazer contato visual com ele seria difícil com esse maldito piercing de mamilo me provocando. Mais uma razão para não ficar de boca aberta olhando o peito dele.
 ― Você vai me dizer por que está me evitando nos últimos dois dias?   Mergulhei meus dedos dentro da água para testar a temperatura. Com a sombra das árvores, a nossa parte do lago permaneceu mais fria do que as outras partes.                Tentei me concentrar na água e ignorar a pergunta. Como ia responder isso, afinal? Eu não queria dizer a verdade: que tinha vergonha porque estava fedida e horrível quando dormi em sua cama e, provavelmente, ronquei a noite toda.
  Dando de ombros, entrei na água e continuei andando até ela bater na minha cintura. Então eu me virei para olhar para Cage. Ele estava de pé na margem, com os olhos focados em mim. A boxer azul escuro pendurada em seus quadris estreitos e os cabelos escuros, que começaram logo abaixo do umbigo me fez engolir em seco.   ― Você não consideraria sair da água e me deixar ficar aqui de pé só te olhando, né?  ― O quê? - Eu perguntei e ele apenas sorriu e balançou a cabeça.   ― Deixa para lá.   Ele segurou o meu olhar enquanto caminhava para dentro da água fria. Eu queria olhar para seu mamilo novamente, mas eu não podia. Seria apenas dar mais armas para ele me provocar.   ― Ah, doce alívio. Minha fada invisível me deixou suado e com sede nos últimos dois dias. Eu tive que me virar para sobreviver com a minha água e tudo o que tinha para me refrescar era esse lago. O que será que eu fiz para irritar ela?
 A risada que borbulhou dentro de mim me surpreendeu. Eu não tinha rido em tanto tempo, até Cage. Ele sempre soube como me fazer rir. Como me fazer esquecer.   ― A fada invisível estava envergonhada por seu comportamento, - eu murmurei e afundei mais na água.   ― Por quê? O que ela fez? - Ele perguntou, seguindo-me para o fundo da água.   ― Ela bebeu um pouco demais, - eu admiti.  Os olhos de Cage se arregalaram de surpresa, ― Sério? Fadas bebem? Maldição. Eu não tinha idéia. Você se importaria de contar que eu não vou usar isso contra ela? Acontece que eu também fiz algumas escolhas erradas, quando tequila estava envolvida.  Sua aceitação da minha estupidez fez algo em mim derreter. Eu nunca conheci ninguém como ele antes. Ele cometeu erros e admitiu. Ele não arranjava desculpas para as coisas que ele fez de errado. Ele só lidou com isso e seguiu em frente. Eu queria ser tão forte. Eu queria esse tipo de determinação de apenas viver.   ― Eu gostaria de ser mais parecida com você, - eu disse antes que eu pudesse pensar sobre isso.   Os olhos de Cage realmente se arregalaram com o choque desta vez. ― O quê? - Ele perguntou.   Dando de ombros, eu mergulhei minha cabeça para trás para molhar meu cabelo. ― Você me ouviu. Você aceita a vida e seus erros e segue em frente. Eu não faço isso bem.  
― Não diga isso Eva. Você não quer ser nada como eu. Eu tenho feito algumas coisas fodidas. Tomei algumas decisões muito ruins. Se eu não tivesse Low lá para me manter em pé, quem sabe? Eu provavelmente estaria na cadeia agora.   Low? Como em Willow, a ruiva? Então, ela era sua namorada? Se Low tinha sido a única a mantê-lo salvo de estragar completamente a sua vida, então por que diabos ele estava flertando com Becca Lynn e comigo? A velha eu teria saído correndo. Eu não queria fazer isso agora. Josh teria corrido atrás de mim e tentaria consertar o que estava errado. Cage não faria isso. Ele esperava que eu dissesse o que estava errado comigo. Ele não iria correr atrás de mim. Cage York não corria atrás de mulheres.   ― Será que Low sabe que você flerta com todas as mulheres atraentes que encontra? - eu perguntei, tentando não parecer ciumenta. Porque eu não estava com ciúmes. Eu não estava.
  ― Claro que sim, ela sabe. - Ele respondeu. O olhar confuso em seus lindos olhos azul pálidos mudou para o entendimento. ― Oh, espere, você acha que eu e Low estamos juntos? - Ele soltou uma gargalhada divertida ― Nem de perto. Low está noiva e não é comigo.   O que uma mulher comprometida estaria fazendo mudando os lençóis e trazendo toalhas limpas? ― Ela é muito útil quando você precisa dela. Será que o seu noivo sabe disso?
 Cage sorriu: ― Sim, ele sabe. Quando ele pegou a Low, ele pegou o melhor amigo dela também. Low e eu crescemos juntos. Nós dois tivemos famílias de merda em uma parte ainda pior da cidade. Nós cuidamos um do outro. Eramos a família um do outro. Ela é a única família que tenho.    Meu coração doeu um pouco com a imagem que ele tinha acabado de pintar com tão poucas palavras. Duas crianças que só tinham um ao outro. Nenhum pai, mãe ou irmãos para amá-los. Lembrei-me do sorriso doce de Low e da sua expressão confusa quando eu fui tão rude sobre os lençóis. Ela provavelmente pensou que eu era uma vadia completa.
 ― Oh, - eu respondi. ― Eu não percebi isso. Eu achava que ela era uma de suas muitas, uma que você fazia sinal e ela vinha correndo.   Cage caiu na gargalhada: ― Por favor, não deixe nunca que Low ouça você dizer isso. Iria deixar a ruiva louca. - Ele deu um passo em minha direção e seu sorriso arrogante retornou. ― Você acha que eu faço sinal e todas as meninas vêm? - ele perguntou.   Eu levantei uma sobrancelha e lhe devolvi o sorriso estúpido, ― Eu sei que é só você fazer um sinal e elas vem correndo. Garotos como você as têm de balde, alinhadas e esperando.   Cage deu mais um passo em minha direção, ― Você pensa que me conhece tão bem né?    Eu balancei a cabeça e cerrei o punho para não estender a mão e tocar o piecing de seu mamilo agora que estava tão perto de mim. Tão, tão tentador  ― Há muita coisa que você não sabe.   ― Como o quê? - Eu perguntei, com a necessidade de obter minha mente fora de seu mamilo e abdominal que estavam muito perto de minhas mãos.   ― Como o fato de que eu acho que você tem os olhos mais bonitos que eu já vi. Eu penso sobre eles frequentemente. Ou que disse a Low sobre você. Eu nunca conto a Low nada sobre garotas. Elas nunca foram importantes o suficiente. E que a noite de domingo foi a melhor noite da minha vida, porra, mesmo você estando bêbada e provavelmente não se lembrando de nada. 
             ― Oh, - foi à única resposta que eu tive. Meu coração estava batendo tão forte no meu peito que eu me perguntava se ele podia ouvi-lo.
  ― Falando de mulheres comprometidas, - Cage pegou minha mão esquerda, onde meu dedo anelar estava agora nu. Eu tinha tirado minha aliança quando estava bêbada e enfiei na minha bolsa. Usar o anel de Josh enquanto eu bebia tequila e dançava em um bar me fazia sentir mal. Eu não tinha colocado de volta.   ― Há muita coisa que você não sabe sobre mim também, - eu murmurei.   A maioria dos caras iria pressionar por mais. Mas não Cage. Ele apenas aceitou o que queria dizer a ele e não pediu o que não estava pronta para dar.              O peito de Cage estava tão perto de mim que roçou contra o meu peito. Eu tinha que senti-lo. Ele apenas disse que eu tinha os olhos mais bonitos que ele já tinha visto e que dormir comigo foi a melhor noite de sua vida. Chegando perto passei meu polegar sobre a pequena barra de prata. O músculo do peitoral de Cage deu um salto. Encarei isso como incentivo. Passei a ponta do dedo ao redor lentamente. Seu peito começou a subir mais rápido com cada ingestão rápida de respiração. Saber que estava afetando Cage me deu uma estranha sensação de poder. Seu toque era o unico que me fazia entrar em combustão. Era bom inverter os papéis.   ― Você realmente gosta do meu piercing nos mamilos, não é? - Disse ele em algo próximo a um rosnado.   ― Mmmhmmm, eu nunca vi um antes. Eu gosto muito.    ― Eu não estou reclamando. Se ele te fascina tanto, vou colocar no outro também. - Sua respiração era irregular.   A garota safada dentro de mim, que sinceramente eu não sabia que existia, inclinou a cabeça e olhou para ele através dos cílios, colocando a ponta da lingua para fora.  ― Ah, merda, - ele sussurrou, mas soou como um gemido. 
 Incentivada por sua resposta, coloquei a minha língua na barra de prata e ela correu para cima e sobre seu mamilo duro.
 
Cage
 Nada. Absolutamente nada que eu já tinha experimentado era tão gostoso como Eva lambendo meu mamilo como se fosse um maldito pirulito. Ela fez meu pau ficar tão duro, que de jeito nenhum eu ia ser capaz de me livrar dessa coisa sem algum alívio. A água fria não ia ser suficiente neste momento. Eu ia ter que conseguir ficar sozinho, porra.
 ― Posso ir com você quando fizer no outro? - ela perguntou, olhando para mim com aqueles olhos apertados fortemente através das pálpebras e cílios. Droga. O que ela disse? Eu não conseguia manter a linha de pensamento.   ― Huh? - Eu consegui perguntar.   Ela começou colocando pequenos beijos ao redor do meu peitoral. ― Posso ir com você quando você furar o outro mamilo? - ela perguntou com os lábios contra meu peito.  ― Baby, eu vou deixar você sentar no meu maldito colo se você quiser, - eu respondi.
 Ela riu e sua língua sexy foi para a direita de volta para sacudir a barra. Eu merecia um prêmio maldito por não empurrar os peitos dela da parte de cima de seu biquini e dar aos mamilos dela a mesma atenção que ela estava dando aos meus.   ― Eu gosto disso... - ela sussurrou.   ― Estou muito feliz que você goste, mas eu não acho que posso aguentar muito mais.
 Ela parou e levantou os olhos para encontrar os meus, ― Dói?
  Foda-se, ela era inocente. ― Não, querida É uma sensação incrível.
Mas eu quero seus lindos mamilos pequenos na minha boca agora mesmo.   Ela congelou. Eu esperei que ela fosse se afastar e correr para a praia, de volta à segurança.
 Se ela me deixasse aqui, eu ia bater punheta nesta maldita água. Eu não seria capaz de chegar longe com o pulsar insano entre minhas pernas.   ― Tudo bem, - disse ela, em voz tão baixa que eu me perguntei se eu tinha ouvido direito. Ela chegou para trás e soltou as cordas superiores do biquini enquanto a observava com medo de que fosse acordar a qualquer minuto sozinho na minha cama e com uma excitação do inferno.   Ela puxou o pequeno pedaço de tecido que cobria seus seios e colocou em cima do meu ombro. Eles eram perfeitos: redondos e macios, um pouco mais do que uma mão cheia. Cobri cada um e medi o seu peso em minhas mãos. Isso poderia nunca acontecer novamente e se isso fosse tudo o que ia ter de Eva Brooks, então eu iria saborear cada maldito minuto.   Eva engasgou enquanto minhas mãos apertaram suavemente, em seguida, delicadamente belisquei os mamilos que eram como uma cereja redonda em cada ponta. ― Vou colocá-los na minha boca agora, Eva, - Eu avisei, quando eu baixei minha cabeça para o seio direito e puxei o mamilo em minha boca. Foda-se, como era doce. Seus dedos correram pelo meu cabelo e agarraram um punhado segurando a minha cabeça com firmeza enquanto eu chupava e apalpava cada mama.   ― Ahhh - ela gemeu, pressionando mais perto. Tufos de meu cabelo estavam firmemente em sua mão fechada e seus mamilos foi puxado apenas o suficiente para fazê-la se sentir bem. Eu dei beijos em todo seu peito e lambi avidamente o vale entre os seios. Eu poderia fazer isso todo o maldito dia e não ter o suficiente.  A perna de Eva se ergueu e embrulhou ao redor da minha cintura, apertando-a contra o meu pau extremamente ansioso. Ah, o inferno não, ela não poderia fazer isso. 
 ― Eva, o que você está fazendo querida? - Eu perguntei quando eu fechei os olhos com força, tentando pressionar o meu necessitado pau apertado contra o V quente de suas pernas.  ― Eu quero sentir mais, - ela gemeu quando ela levantou a outra perna e trancou as duas nas minhas costas. Seu calor pressionado firmemente contra mim agora e meus joelhos se dobraram na intensidade.
  ― Oh foda, - eu murmurei, quando Eva começou a balançar os quadris suavemente. No momento em que encontrou o lugar certo, ela gritou e balançou mais.   Mãe foda do inferno. Os seios dela começaram a saltar enquanto ela me cavalgava. Eu tinha ouvido falar de transar a seco, mas eu nunca tinha experimentado. Inferno era bom. Com cada movimento para cima e para baixo de sua virilha contra meu pau eu tremia. Sua cabeça foi jogada para trás e ela estava completamente perdida. Eu queria os seios doces na minha boca novamente, mas olhar para ela era incrível. Sua boca inchada estava ligeiramente aberta e a expressão em seu rosto era de puro êxtase.   ― Oh Deus, Oh Deus, Oh Deus, - ela começou a cantar enquanto ela levantou a cabeça e as pálpebras pesadas de seus olhos encontraram os meus. Eu precisava da sua boca. Inclinando-me para frente eu cobri os seus lábios com os meus empurrando minha língua entre sua suavidade e começei a fazer amor com sua boca do jeito que eu queria fazer amor com seu corpo.   Como ela balançou contra o meu pau, eu coloquei minhas mãos em suas nádegas e a puxei mais contra mim. No momento em que a sentia tensa sob minhas mãos eu sabia que ela estava perto. Afastando-me apenas o suficiente para ver seus olhos quando ela gozou, eu pressionei mais um beijo na boca.   E ela se desfez em minhas mãos.
 
Eva
 Eu deslizei para baixo do corpo de Cage, mas ele manteve as mãos firmemente na minha cintura. Ele pensou que eu iria tentar escapar. Parte de mim queria correr e se esconder, mas a maior parte queria ficar aqui e aproveitar os tremores ainda correndo pelo meu corpo.   Cage baixou a cabeça e descansou sua testa contra a minha. Nós não dissemos nada. Não era um silêncio constrangedor, era bom. Nenhuma palavra era realmente necessária.
 Ele estendeu a mão para a parte superior do biquini que ele tinha amarrado ao redor de seu braço em algum momento e começou a colocálo de volta em mim.
 ― Eu preciso te cobrir de volta, - ele sussurrou. Comecei a ajudá-lo, mas ele empurrou minhas mãos: ― Não. Eu quero fazer isso.   Me lembrar de que Cage era bom com as mulheres, porque ele sempre estava com um monte delas era difícil. Eu queria acreditar que ele só era doce e romântico assim quando estava comigo. Por enquanto, eu poderia fingir.
  Uma vez que ele tinha atado o biquíni atrás das minhas costas, ele ajustou o bojo sobre os meus seios e passou os polegares sobre os topos deles antes de deixar cair às mãos ao seu lado.  ― Eu tenho que voltar ao trabalho antes de seu pai vir me procurar. - Eu podia ouvir o lamento na voz de Cage e isso me fez sorrir. Ele não queria me deixar.   ― Certo isso é provavelmente uma boa idéia, - eu concordei e encaminhei para a beira.  Quando Cage não se mexeu eu virei para vê-lo ali me observando. ― Você vem?
Um sorriso malicioso em seus lábios: ― Ainda não.   Balançando a cabeça em sinal de confusão, sorri e voltei em direção à costa. Eu não precisava mais me esconder, então peguei minha toalha e fui para a minha caminhonete. Quando subi, vi Cage ainda de pé na água me assistindo. O que ele estava fazendo? Um sorriso sexy tocou seus lábios e ele me saudou com um tchau e fui embora.      
 Eu puxei a toalha congelada do freezer e peguei a garrafa de limonada fresca que tinha preparado para Cage. Ele havia retornado uma hora atrás e esperei até que ele estivesse ocupado para levar suas coisas. Não era que queria evitá-lo, mas, gostava do jogo em que isso tinha se transformado. Ele queria me pegar deixando a toalha e bebida fresca. Eu preferia manter a fada invisível. Sorrindo me dirigi para a porta quando ela se abriu e papai entrou.   ― Você está trazendo isso para mim? - ele perguntou, olhando para a toalha de gelo como as que ele mantinha no freezer para si mesmo. Eu nunca levei as coisas para o papai. Ele sempre veio aqui dentro, quando ele estava quente e com sede. Cage não podia fazer isso. Ele só ficava lá fora no calor.   ― Hum... - Eu não tinha certeza de como responder a isso. Eu não queria mentir para ele, porque eu tinha certeza que ele veria através de mim e faria disso um negócio maior do que era.   Papai ficou ali franzindo a testa para mim e eu sabia que precisava responder antes que ele viesse com a pior hipótese possível.   ― Cage não entra quando ele fica com sede, ou com calor. Eu não tenho sido muito legal com ele. Assim, quando ele está ocupado deixo uma toalha e uma bebida, então não tenho que falar com ele.    Essa era a verdade ou pelo menos era, até cerca de uma hora atrás, no lago.
 Papai soltou um suspiro e balançou a cabeça. ― Você é uma boa menina, Eva. Aquele menino provavelmente não tem muito, se é que tem alguém que toma conta dele. Ele é um trabalhador, embora. Isso é certo. Acho que deveria ter me preocupado com ele passando calor e ficando desidratado. - Ele deu um passo em torno de mim e me deu uma tapinha nas costas.   Ele não ia ficar louco com isso. Relaxada, deixei escapar um suspiro de alívio e dei um passo em direção à porta.   ― Não quer dizer que ele é bom o suficiente para você. Manter a distância é o que você precisa fazer. Só porque ele é um bom trabalhador não significa que ele não é perigoso para uma moça bonita. Especialmente uma inocente.   Eu não poderia concordar com ele. Eu sabia melhor. Cage não era nem um pouco perigoso. Ele não era nada do que o papai achava. Balançar a cabeça foi o melhor que eu pude fazer. Eu saí para o calor da rua e fui para o celeiro.
 Cage estava dando a volta no caminhão sem camisa e carregando uma pá. Ele quase tropeçou em mim. Seu mamilo estava nu novamente. Tanto quanto eu gostava de olhar o piercing eu estava agradecida. Ele estava certo sobre o papai. Ele não ia gostar muito. Ele parou de andar quando me viu chegando e um sorriso iluminou seu rosto instantaneamente. Lembrando que papai provavelmente estava olhando da janela da cozinha, eu sabia que teria que jogar.   ― O que é isso? Eva Brooks me trazendo uma toalha congelada e uma garrafa térmica com água? Veja bem, minha fada invisível vai ficar com ciúmes. Ela é do tipo possessivo.
 Eu tive que morder meu lábio com força para não sorrir. ― Ela vai superar isso e não é água. É limonada, - eu disse, colocando na traseira do caminhão.
 Seus olhos me deixaram e ele examinou o quintal. Ele estava olhando para papai.
 ― Ele está nos observando da janela da cozinha. Basta ir. Vejo você mais tarde. - Eu dei-lhe um pequeno sorriso e, em seguida, virei e me dirigi de volta para a casa. Eu só esperava que ele não estivesse me vendo ir embora. Papai não gostaria nada disso.   ― Obrigado! - Ele gritou atrás de mim e eu continuei andando.
 
Capitulo Onze
Cage
 Durante três dias não a vi. Três dias muito longos. Quando acordei encontrei a carta que tinha sido deixada ao lado da minha cama, eu estava esperando que fosse uma carta sexy me avisando quando eu iria ficar sozinho com ela novamente. Em vez disso, era uma carta dizendo que Jeremy viria para buscá-la e levá-la para visitar sua família na Louisiana, e que ela estaria de volta em alguns dias.   Eu estava ansioso desde que ela se foi. Eu sabia que ele contaria a ela sobre seus planos e isso estava me deixando nervoso como o inferno. Eu não gostava de pensar nela chateada em algum lugar por aí. Lembrarme que Jeremy sabia como lidar com suas emoções muito bem era difícil.   Low estaria aqui para me buscar pela parte da manhã e eu não queria ir sem ver Eva. Eu não iria aproveitar meu dia de folga sem saber se ela estava bem. Como eu não tenho seu maldito número de telefone? Eu tinha dormido a noite toda com ela em meus braços e tinha dado a ela um orgasmo no lago. Eu normalmente não penso em ver uma garota novamente, por isso que eu nunca pedi seus números. Eva não caia em nenhuma dessas categorias. Ela era... mais. Eu precisava que ela me desse o número de seu celular do caralho.  Saí do banho e enrolei uma toalha em volta da minha cintura. Talvez eu pudesse ligar para Low e ver se ela queria fazer alguma coisa por aqui por algumas horas. Eu não tinha que ir até o meu apartamento. A idéia de sair com Preston e pegar meninas na praia já não tinha o mesmo apelo. Eva Brooks estava fodendo com a minha cabeça.   Eu peguei meu telefone e pressionei o número de discagem rápida.   ― Cage?   ― Sim, você está bem?   Larissa gritou ao fundo e começou a bater palmas enquanto chamava meu nome.   ― Alguém quer falar com você, espere.   Sorrindo, eu esperei um pouco para ouvir a voz de Larissa. Eu não a tinha visto desde que cheguei aqui. Larissa era a sobrinha de Low. Até que o pai de Larissa decidisse tornar parte na sua vida, eu tinha ajudado Low a cuidar de Larissa enquanto a mãe dela fazia outras coisas. Às vezes era como se Larissa fosse filha de Low. As coisas mudaram, uma vez que o noivo de Low, Marcus Hardy, entrou em sua vida. Agora, Larissa só vinha visitar Low quando pedia por ela.   ― Oi Cage, - Larissa disse ao telefone.   ― Ei menina. Você esta se divertindo com Low?   ― Sim! Martus qui também, - ela gritou ao telefone. Ela não tinha descoberto ainda que ela poderia falar normalmente ao telefone.   ― Então, eu aposto que você está recebendo todos os tipos de atenção. Como todas as suas princesas estão?   ― Tenho uma nova! Marcus compro a Media pa mim. Ela tem o cabelo da Low Low.  Eu não tinha idéia do que isso significava, mas eu não estava prestes a dizer-lhe.   ― Você vai ter que me mostrar na próxima vez que eu te ver.   Low começou a falar e Larissa me disse: ― Tchau.   ― Você entendeu aquela coisa sobre o cabelo da nova princesa? - perguntou Low, com uma voz divertida.   ― Não.   ― Eu sabia que você não entenderia. A Disney tem uma nova princesa. O nome dela é Merida e seu cabelo é longo, vermelho e encaracolado. É muito mais crespo do que o meu, mas Marcus está se divertindo muito com isso. Ele comprou para Larissa várias coisas da Merida e a chama de Princesa Low.   A felicidade em sua voz fez tudo o que estava errado parecer certo. Ela tinha sido entregue a uma vida de merda. Agora as coisas mudaram e Low finalmente encontrou uma pausa.  ― Eu não posso esperar para ver essa nova princesa ruiva.   ― Hmmm, mas não é por isso que você ligou. O que está acontecendo?   ― Eu preciso, - me virei para ver Eva em pé na porta com uma expressão estranha ― Uh, deixe-me chamá-la de volta. - Eu terminei o telefonema e fui em direção a Eva, puxando-a para dentro até que eu pudesse fechar a porta atrás dela.   ― Ei, você está de volta.   Ela olhou para mim com uma suavidade que eu não estava esperando. ― Eu ouvi você falar com uma menina sobre suas princesas?   Quanto tempo ela tinha estado ali?   ― Sim, era a sobrinha de Low, Larissa.   ― E você fala com ela ao telefone sobre suas bonecas? Eu realmente não sei o que pensar de você, Cage York.   Eu estendi a mão e envolvi um de seus longos cachos em volta do meu dedo. Eu só precisava tocá-la de alguma forma. ― Você está de volta, - repeti.   Ela tentou sorrir e não conseguiu. Eu podia ver a pequena oscilação em seu lábio inferior.  ― O que há de errado? - Eu perguntei, já sabendo que isso era sobre Jeremy.  Uma pequena lágrima escapou e eu rapidamente limpei com o dedo.  ― Jeremy está superando. Ele precisa. Eu quero que ele... Quero dizer ele precisa viver a vida dele. - Ela engoliu em seco, em seguida, fechou os olhos com força. ― Eu sabia que ele estava indo embora antes que ele me dissesse. Vendo seu apartamento e sua nova vida só, foi muito para lidar, eu estou feliz por ele, mas eu vou sentir falta. Eu vou ficar perdida sem ele.    Puxei-a em meus braços e ela escondeu o rosto no meu ombro. As lágrimas quentes espirraram contra a minha pele e cada gota quebrou meu coração. Eu corrigiria isso se eu soubesse como. Eu só não sabia o que fazer que pudesse fazer isso melhor. Jeremy era a rede de segurança dela.   ― É só isso, - ela engasgou - ele está superando. Ele está esquecendo.  - Ela calou-se e se afastou de mim. Eu podia ver a dor em seus olhos e o desejo de me contar sobre Josh. Eu queria que ela fizesse. Eu queria ser capaz de falar com ela sobre isso. Eu odiava que ela sentisse como se ela só tivesse Jeremy para socorrê-la.   ― O que ele está esquecendo, Eva? - Perguntei. Ela tinha evitado me dizer mais alguma coisa sobre o fato de que ela tinha tirado o anel de noivado. Eu estava tentando tão duro mantê-la sem correr de mim, mas eu precisava de mais agora.   ― O passado, - ela finalmente respondeu. Virando, ela estendeu a mão para a maçaneta da porta. Foda-se. Ela ia correr.   ― Não, - eu implorei. ― Fique. Fale comigo.   Ela não se voltou. Em vez disso, abriu a porta e foi embora.
 
Eva
 Cage não havia retornado até depois da meia-noite de domingo. A única razão pela qual eu sabia disso era porque a última vez que olhei para o relógio da minha cama eram 12:05. Pouco tempo depois, eu tinha adormecido. No momento em que me levantei na segunda-feira, Cage já estava com as vacas. Papai estava com ele marcando as que ele enviaria para o curral. Eu tinha ido até o lago esperando que ele viesse me procurar, mas depois de três horas eu percebi que o tinha empurrado longe demais.  Ele tinha sido aberto comigo desde o início. Ele não se esquivou de nenhuma pergunta que eu fiz. Eu sabia muito mais sobre ele do que ele sabia sobre mim.  Isso era minha culpa. Como é que eu lhe contaria sobre Josh? Como é que eu explicaria para outro cara que perder Josh me quebrou? Como eu iria lidar com a piedade nos olhos de Cage, quando ele olhasse para mim? Eu acho que não poderia lidar com isso. Jeremy estava superando, mas eu não podia.   Eu tinha voltado a entregar toalha de Cage e uma garrafa térmica de forma anônima. Ele, obviamente, não queria me ver. Eu fui embora quando ele me pediu para não ir. O som suplicante em sua voz assombrou meus sonhos.   Ele não era o playboy egoísta durão que eu esperava quando o conheci. Cage era gentil quando ele precisava ser. A forma como a sua voz tinha ficado toda doce quando ele conversava com a menina no telefone e do jeito que ele tinha de bom grado me puxado em seus braços, sem dúvida, para me confortar quando ele percebeu que eu estava chateada provou isso.
  Quando ele percebeu que o meu anel não estava em meu dedo ele me perguntou sobre isso e eu ignorei e o distraí. Ele não tinha me pressionado por isso também. Cage tinha que aturar um monte de mim. Ele tinha o suficiente.  Eu puxei minhas pernas para que eu pudesse envolver meus braços ao seu redor e descansar meu queixo em meus joelhos. Eu tinha ficado tão patética nos últimos dias, apenas tentando obter um vislumbre de Cage que eu passei mais tempo na cadeira de balanço na varanda do que eu fiz em qualquer outro lugar.   O cascalho rangia e vi quando o conversível vermelho de Becca virou na entrada da garagem. Ela se afastou por mais tempo do que eu esperava. Tínhamos conversado muito pouco sobre Cage antes de nós começarmos a beber doses de tequila na noite em que saímos.  Hoje as botas dela eram vermelhas. Quase combinando perfeitamento com o seu carro. Ela provavelmente sabia quando ela as comprou. Conhecendo Becca ela devia ter pedido para levar as botas lá fora para comparar as cores.  ― Bem, olhe para você sentada aqui na cadeira de balanço como se estivesse com 60 anos de idade, - Becca brincou enquanto ela pulava em todo o jardim da frente e subia os degraus.   ― É um local agradável, - eu respondi, onde eu poderia vislumbrar Cage.  Becca franziu os lábios vermelhos, também um tom próximo de suas botas e examinou o quintal. ― Não vejo seu ajudante fodão em lugar nenhum, - ela falou.   ― O nome dele é Cage, você sabe disso, - eu atirei.   Becca virou seu olhar de volta para mim. ― Oooooh irritada. Será que você foi e consguiu um lugar macio para o morador gostoso?  ― Ele não é um cara tão ruim, afinal. Ele não se aproveitou de você, não é?  Becca enrijeceu e depois deu de ombros como se ela não pudesse se importar menos. ― Eu acho que ele é provavelmente um daqueles tipos muito gostoso, mas muito gay. Normalmente, quando um cara é que nem ele, é muito bom para ser verdade. Meu palpite é que ele tem um igualmente belo parceiro de volta em casa. Não me interprete mal, eu não sou uma homofóbica. Eu acho que seria quente como a merda de se ver. Mas é uma pena que tal perfeição não jogue na equipe certa.   Ela apenas acusou Cage de ser gay porque ele não quis transar com ela depois de acabar de conhece-lá. Eu queria gritar o quão gay Cage não era, mas eu me controlei.   ― Eu vi a menina em sua vida. Ele não é gay, - eu informei a ela. Ela não tinha que saber que Willow estava envolvida com outra pessoa.   Becca franziu a testa: ― Ele tem uma namorada?   Tecnicamente, sim. Ele tinha uma garota que era uma amiga.
― Eles cresceram juntos. Estão juntos há anos.   O rosto de Becca ficou triste e me dei conta do que eu tinha acabado de dizer. Ela estava pensando em mim e Josh. Esta era a pena que eu nunca quis ver no rosto de Cage. Eu tenho bastante pena de todos os outros. Jeremy era o único que não tinha pena de mim. Ele ficou ao meu lado e chorou comigo, mas ele nunca teve pena de mim.  ― Jeremy vai para a LSU no outono, - eu soltei, com a necessidade de contar a alguém e de mudar de assunto. Eu não estava com vontade de discutir Josh com ela.   ― Oh, uau. - Becca estava me observando de perto. Ela estava esperando me ver quebrar e chorar. Eu já tinha feito isso. Durante dois dias inteiros eu chorava toda vez que eu pensava sobre ele seguir em frente. Eu estava cansada de chorar. Elas não eram lágrimas de tristeza por ter perdido Jeremy. Eram lágrimas de tristeza, porque ele tinha encontrado uma maneira de seguir em frente e eu ainda estava presa, incapaz de superar Josh.
  ― Então, quando foi que você descobriu?   ― Na semana passada. Ele me levou para ver o seu novo lugar. Ele alugou um apartamento com seu primo de Jefferson Parrish. Ele vai no começo do próximo mês. Ele precisa encontrar um emprego e se instalar em antes das aulas começarem.  ― Vocês dois vai ficar bem distantes?   O que ela realmente quis dizer era se eu ia ficar bem sem ele. Todo mundo parecia entender que Jeremy estava pronto para seguir com sua vida.   ― Nós vamos ficar bem. Jeremy precisa viver.   Becca concordou: ― Sim, ele precisa, - ela fez uma pausa - assim como você precisa.  Eu gostaria de saber como.   O barulho de um caminhão nos interrompeu e Becca virou de seu poleiro na grade para ver como Cage vinha de cima do pasto.   ― Deus, eu espero que ele tenha tirado a camisa, - ela sussurrou.   Eu estava de acordo com esse desejo.
  Quando ele saiu do caminhão, olhou em nossa direção e logo desviou o olhar entrando no celeiro. Ele estava vestindo uma camiseta branca, que parecia um pouco pequena demais. Eu me perguntei se ele estava usando, porque ele estava com o piercing.  ― Eu vou falar com ele. Eu logo estarei de volta, - Becca anunciou quando ela pulou a grade e começou a descer as escadas.   E se ele estivesse se trocando? E se ela visse seu mamilo perfurado? Eu não queria que ela visse. Era o meu segredo. Eu abri minha boca para dizer algo para detê-la, mas eu não tinha uma desculpa diferente além de que eu não queria dividir ele. Quão ridículo é isso? Eu observava impotente enquanto Becca saltitava pelo pátio em direção às portas do celeiro. Eu não podia fazer nada sobre isso.
 
Capitulo Doze
Cage
 Eu tinha feito isso, três dias sem ceder, e ir atrás dela. Eu não tinha certeza de quanto tempo mais eu podia esperar. Ela correu e eu queria que ela fosse a única a voltar. Mas caramba vê-la sentada no alpendre com os olhos em mim, tão grandes e tristes foi mais do que qualquer homem poderia suportar.   Eu bati minha porta e caminhei até bater meu punho na parede. Eu precisava aliviar a minha frustração de alguma maneira. Eu me importava muito também, caramba. Este sentimento era diferente do de cuidar de Low. Completamente diferente. Eva tinha me envolvido em nós. Eu não queria compromisso. Eu não era um cara de uma mulher só. Eu gostava de variedade. Eu não gostava de ter que me importar com merda nenhuma. Esta história de sentimentos era besteira. Eu não precisava disso.   Uma batida na porta me assustou e a esperança aqueceu meu peito. Ela finalmente voltou. Dei dois passos largos e eu estava na porta abrindo pronto para cair de joelhos e prometendo fazer tudo o que diabos ela quisesse, para fazer ela feliz.  ― Ei Cage, - Becca disse alegremente enquanto a minha emoção virou amargura.   ― Becca, - eu respondi.   ― Hum, eu posso entrar? - Ela perguntou. Olhei para trás para me certificar de que Eva não estava ali esperando para falar comigo. De onde Becca tinha vindo de qualquer maneira? Será que ela estava na varanda com Eva?   ― Eu acho. - recuei. Esperava que a falta de entusiasmo no meu tom fosse impedi-la de fazer qualquer coisa estúpida.   ― Hum, então, como você está? - ela perguntou quando entrou e fechou a porta atrás dela.   ― Bem.   Ela se aproximou e sentou na beira da minha cama. Do jeito que ela estava empinando os seios na minha direção, ela estava se oferendo para o que eu quisesse fazer. Algumas semanas atrás talvez eu estivesse interessado em tudo isso. Agora não. As coisas tinham mudado para mim.   ― Me desculpe, eu não tenho aparecido desde a noite no lago. Eu acho que eu não lido bem com rejeição, - ela murmurou.   ― Acho que não, - resmunguei e mantive minha distância dela.   Becca puxou a barra da sua blusa e começou a puxá-la para cima.   ― Não faça isso. Becca. Eu não estou interessado. Eu lhe disse antes que você é uma garota legal e muito bonita, mas apenas não é o meu tipo.   Becca rasgou sua camisa mesmo assim e jogou de volta na cama.
Seus seios nus eram bonitos, mas depois de ter visto Eva isso não era nada em comparação.   ― Eu sei sobre sua namorada. Eu não vou contar a ninguém, - ela ronronou quando ela se abaixou e começou a brincar com seus mamilos.   ― Que namorada? - Eu perguntei confuso.   Becca sorriu para mim: ― A que cresceu com você. Eva me contou sobre ela.  Eva tinha dito a Becca que eu tinha uma namorada? Ela usou Low como a "namorada" para que ela não tivesse que mentir de verdade. Eu não conseguia evitar o sorriso no meu rosto. Ela não queria que Becca viesse aqui. Ela estava com ciúmes.  Eu não ir esperar ela ceder e vir até mim. Não haveria mais jogo nenhum. Eu queria falar com Eva, agora. Eu precisava que ela me contasse tudo. Mesmo que eu já soubesse eu queria que ela me falasse. Já era hora dela para de correr e enfrentar seus medos.  ― Onde você está indo? - Becca perguntou e eu olhei para ela, agora de pé no meu quarto de topless e confusa.   ― Coloque sua camisa Becca e cai fora.   Eu não esperei por ela jogar alguma coisa em mim ou me chamar de nomes. Eu tinha ouvido tudo isso antes. Eu só queria encontrar Eva.   Abrindo as portas do celeiro, eu olhei para varanda e a encontrei sentada lá. Nossos olhos se encontraram e fiz um gesto em direção ao lago inclinando a cabeça. Eu esperei até que ela concordou então eu fui para o caminhão. Era hora de resolvermos essa merda toda.  
 
Eva
 Assim, quando Cage se afastou no caminhão, Becca veio pisando para fora do celeiro com um grunhido em seu rosto. Alívio tomou conta de mim. Quando ela tinha ido lá eu me deixei imaginar um cenário ruim após o outro na minha cabeça até que Cage saiu pelas portas do celeiro como se ele estivesse em uma missão. Sabendo que ele queria me encontrar no lago fez as borboletas no meu estômago agirem.   ― Ele é um completo idiota. Eu não sei por que eu ainda me incomodo. - Becca falou indo para o seu carro.   ― Você está indo embora? - eu perguntei só para ter certeza, antes de eu seguir Cage.  ― Sim, eu tenho uma porcaria para fazer. Eu te ligo, - Becca respondeu.   Uma vez que ela se foi, eu pulei e corri para o caminhão, mas parei antes de chegar à porta. Virando, olhei para a garagem. Meu Jeep estava lá sem uso. Eu tinha tirado o anel. Era o momento de dirigir aquele Jeep. Lentamente, fiz o meu caminho em direção à garagem. Eu não tinha certeza se as memórias provariam ser demais para mim. Eu apertei o código na porta. Meu Jeep prata estava bom e limpo. Eu sabia que meu pai pagava a Jeremy para pegar ele uma vez a cada duas semanas e lavá-lo e garantir que funcionaria. Eu fingia que não sabia, só porque confrontálos sobre isso iria me fazer lembrar.   A necessidade de me jogar no chão e chorar se foi. Eu só tinha boas lembranças. Eu andei e abri a porta do lado do motorista. ― Acho que é hora de te dirigir de novo, - eu sussurrei enquanto subia ao volante. A música country tocava no rádio e eu sorri pensando em Jeremy tocando a música para que ele pudesse ouvi-la enquanto limpava o carro.   Saí do Jeep e me dirigi até o lago, sem qualquer problema. Não houve momentos de dor intensa e perda. Só eu e meu carro.   Eu vi o caminhão de Cage assim que virei à esquina atrás das árvores velhas na borda. Ele estava sentado na porta traseira esperando por mim. Seus olhos se arregalaram de surpresa quando estacionei ao lado dele. Ele nunca tinha visto meu Jeep. Tudo o que ele tinha me visto usando foi um dos velhos caminhões de fazenda do meu pai. Sorri para sua expressão, em seguida, pulei para baixo e caminhei até ele.   ― Carro legal, - disse ele quando eu parei na frente dele.  ― Obrigada, - eu respondi, antes de sentar na extremidade da porta traseira com ele.   ― No caso de você estar curiosa, Becca tirou a blusa depois que eu pedi para ela não fazer isso. Eu nunca cheguei perto dela ou saí com ela. Ela provavelmente está chateada.   Eu não conseguia segurar minha risada. ― Sim, ela está.  ― Você acha isso engraçado? - Cage perguntou, tentando parecer severo, mas o tom de brincadeira em sua voz era inconfundível.   ― Sim. Eu acho.   Cage sorriu e olhou para o chão. Eu sabia que ele estava me esperando. Ele pode ter me pedido para vir aqui, mas era porque ele ainda estava à espera de respostas. Ele merecia.  ― Eu estava noiva, - comecei e não conseguia encontrar as palavras certas.   Cage não me pressionou, mas esperou em silêncio ao meu lado.               ― Josh morreu em Bagdá, um ano e meio atrás, - eu consegui dizer sem engasgar-me.  Cage não virou a cabeça para olhar para mim. Não havia piedade e nem condolências vazias. Eu não tinha certeza do que eu esperava dele, mas sua calma aceitação, não era.   ― Eu sei. Jeremy me disse na sexta-feira antes de você sair para se embebedar.  Jeremy tinha dito a ele? Por quê?   ― Mas você nunca disse nada, - disse, tentando envolver minha cabeça em torno do fato de Jeremy ter me traído. Ele tinha quebrado minha confiança. Ele sabia que eu não queria que Cage soubesse.   ― Eu queria que você fosse a única a me dizer. - Ele finalmente desviou o olhar do chão e virou a cabeça para olhar para mim. Não havia piedade em suas profundezas azuis pálidas, apenas compreensão. ― Era a sua história. Se você quisesse que eu soubesse, era você que ia me dizer.
Então, quando você não o fez depois daquele dia no lago eu estava com raiva. Doeu. Eu esperava que você entendesse que isso não é uma brincadeira para mim.    Ele sabia o tempo todo. Nunca, nenhuma vez ele tinha me tratado de forma diferente. Ele não tinha me tratado com luvas de pelica. Estendi a mão e cobri a mão dele com a minha. Ele enganchou seus dedos nos meus, então apertou.   ― Quando você veio para o meu quarto na outra noite. Eu sabia porquê. Eu queria ser o único a cuidar enquanto você chorava e aceitava a mudança que está por vir. Mas você não me deixou entrar. Eu nunca quis isso, Eva. Não até você.    Engoli a massa na minha garganta. Eu precisava lhe dizer mais. Se íamos ter um caso de verão, ser apenas amigos ou qualquer outra coisa que íamos acabar por ser nos próximos dois meses, eu queria que ele soubesse.   ― Ele era meu melhor amigo. Nós tínhamos sido inseparáveis desde que eu tinha cinco anos de idade. Ele foi meu primeiro beijo. Meu primeiro encontro.  Senti a queimação familiar no meu nariz enquanto meus olhos se encheram de lágrimas. Eu tinha que fazer isso. Eu tinha que compartilhar isso com ele.    ― Nós íamos envelhecer juntos. Mas ele não voltou para casa. - Cage soltou a minha mão e colocou o braço em volta do meu ombro me puxando para o seu lado. Eu coloquei minha cabeça em seu peito e deixei as últimas lágrimas que eu sabia que eu iria chorar por Josh Beasley caírem.   Nós não falamos. Ele não me pediu mais do que eu estava disposta a compartilhar. Em vez disso, ele apenas me segurou. Sua mão esfregou suavemente para cima e para baixo no meu braço e colocou beijos na minha cabeça de vez em quando. Fora isso apenas ficou ali, em silêncio.          
 
 Depois que eu deixei Cage no lago voltei para casa e fui para o meu quarto. O violão no canto em pé em sua caixa me lembrava de diariamente que era ele uma parte de mim também. Eu consegui tirar o anel. Eu consegui dirigir o jipe. Eu queria tocar violão novamente. Fechei a porta do quarto e caminhei até minha cama em frente à caixa da guitarra. Os adesivos que Josh tinha me comprado ao longo dos anos cobria cada centímetro quadrado da caixa preta. Eu odiei ate a caixa preta quando papai a trouxe para casa. Quando eu tinha quebrado o meu primeiro violão, ele tinha ido comprar um novo. Eu queria uma caixa legal. A caixa preta simples era tão sem graça. Josh tinha vindo naquela noite para ver meu violão novo e eu disse a ele como eu estava infeliz com a caixa feia. No dia seguinte, ele apareceu com alguns adesivos engraçados e os colocou sobre a caixa. Eu ri e disse a ele que era perfeito. Durante os próximos anos ele me trouxe adesivos dos lugares que ele foi, ou apenas alguns aleatórios que ele se deparava e pensava que eu gostaria.   Esse ia ser o obstáculo mais difícil, mas eu tinha perdido tanto quando Josh tinha morrido. Eu queria ter um pouco de volta. Minha música era algo que eu sentia falta. Alcançando a caixa, eu peguei e coloquei sobre a cama ao meu lado. Abrindo a tampa lentamente meu coração bateu forte quando tive a visão da madeira lisa e familiar presa nas cordas. O caderno, onde todas as minhas músicas estavam escritas estava enfiado sob o pescoço da guitarra. Eu não vou tocar essas músicas. Ainda não. Pequenos passos.   Com reverência, tirei a minha velha amiga de seu estojo forrado de veludo. Hoje à noite eu iria apenas afiná-la. Isso seria o suficiente por enquanto. Segurei em meus braços, fechando os olhos com o sentimento familiar. Era como se eu estivesse voltando para casa. Meus olhos ardiam com lágrimas não derramadas enquanto a emoção que acompanhava o sentimento de ser capaz de segurá-la em meus braços novamente me invadia.  Comecei a afinar enquanto eu dedilhava cada corda. A melodia simples me rodeava. O mundo ao redor de mim desapareceu. Assim como antes, era só eu e minha música. Cada emoção que eu tinha sentido dentro de mim em relação ao ano e meio passado começou a sangrar na música. Eu toquei pela minha tristeza, minha raiva, minha amargura, o meu perdão e, finalmente, a esperança que foi lentamente criando raiz dentro de mim.  Meus dedos fora de prática começaram a adormecer e eu desacelerei para uma pausa. A umidade no meu rosto me surpreendeu. Não eram lágrimas tristes. Não desta vez. Desta vez, elas eram lágrimas de felicidade. Talvez houvesse um amanhã, afinal.   O som de bater palmas me assustou e eu abri meus olhos para ver meu pai de pé no batente da porta. Seus olhos estavam lacrimejantes e um sorriso inclinado para cima em cada canto de sua boca.  ― Essa é minha garota, - ele disse em uma voz rouca cheia de emoção.  ― Você não sabe como foi bom entrar e ouvir esse som. - Ele apertou os lábios com força e respirou profundamente pelo nariz. ― Estou ansioso para ouvir mais do que isso. - Ele acenou com a cabeça em aprovação e, em seguida, caminhou pelo corredor para seu quarto.
 
Capitulo Treze
Cage
 Parei o Jeep fodão de Eva no lugar do estacionamento reservado para minha vaga no condomínio. O pai de Eva saiu para o fim de semana em uma viagem de pesca de alto mar, então eu a trouxe para casa comigo. No momento em que terminei o trabalho, eu tomei banho, troquei de roupa e nós saimos. Eu queria que ela fosse comigo hoje à noite e encontrasse meus amigos. Eu também a queria na minha cama. Minha boa e grande cama king size. Tê-la em meu espaço, de repente parecia real e malditamente importante.   ― É de frente para o mar? - Eva engasgou quando eu cheguei por trás de seu assento e peguei a sua pequena mala.   ― Sim e tenho a intenção de levá-la naquela praia em seu pequeno biquíni quente enquanto estamos aqui.    Ela sorriu para mim, em seguida, abriu a porta e saiu.   Eu andei ao redor da parte de trás do Jeep para que eu pudesse pegar a mão dela. A idéia de ela estar aqui me fazia ridiculamente feliz.   ― São quase nove horas. Será que seus amigos ainda estão fora? Ou será que tudo está fechado? - ela perguntou quando eu a levei para as escadas. Menina inocente do interior estava acostumada com tudo se fechando ao pôr do sol.   ― Nós estamos na praia Eva. Há uma vida noturna aqui. Eu duvido que alguém está mesmo na baía ainda. A banda normalmente não começa a tocar antes das dez.   ― Oh, - foi sua resposta simples.   Quando cheguei à porta do meu apartamento, eu abri e orei a Low que tinha enviado alguém aqui para limpá-lo para mim.   O cheiro fresco de desinfetante bateu no meu nariz e eu relaxei. Sabia que Preston tinha usado algumas vezes na semana passada e eu não sabia o que ele poderia ter deixado para trás.   ― É tão grande, - Eva inspirou admiração. Olhei em volta e não achava tão grande, mas eu não ia discutir com ela.   ― Ah, e dá para ver o mar, - ela gritou e correu para a janela com vista para o golfo.  Coloquei a bolsa para baixo sobre o novo sofá de couro que eu mal tinha usado desde que comprei. Eu precisava de um beijo. Eva estava aqui no meu espaço pessoal e eu queria comemorar.   ― Venha aqui, - eu sussurrei quando fui por trás dela e virei-a de frente para mim.  Eu mergulhei minha cabeça para que eu pudesse pressionar alguns beijos suaves nos lábios, em seguida, estendi o braço e segurei seu rosto com as duas mãos antes de aprofundar o beijo. Sua boca ansiosa abriu de boa vontade e o gosto dela me deixou um pouco louco. Sempre me deixava. Estar tão perto dela ficava cada vez melhor. Suas duas mãos subiram por minha camisa até que encontraram o piercing que eu tinha colocado de volta em meu mamilo após meu banho só para ela. Eu perguntei quanto tempo levaria para ela procurá-lo.  Sorri contra seus lábios e uma pequena risada escapou. Ela pensava que o meu piercing no mamilo era impertinente e algo que a fascinava.   Eva puxou a cabeça para trás e olhou para mim. ― Em quanto tempo precisamos sair? - Ela perguntou, ainda esfregando o polegar sobre meu mamilo. Era um pouco difícil formar palavras coerentes enquanto ela fazia isso.   ― Em cerca de 30 minutos, - eu respondi.   Com um suspiro, ela deu um passo para trás para fora do meu abraço. ― Então eu preciso que você me mostre um banheiro onde eu possa tomar banho e me arrumar.   ― Você pode se trocar no meu quarto. Vou até te ajudar. É serviço completo por aqui, - eu respondi, estendendo a mão para pegar a dela e puxá-la de volta para mim.   Balançando a cabeça, ela deu um passo fora do meu alcance. ― Se você quiser me levar para conhecer seus amigos, então eu preciso ficar pronta.   ― Você está incrível com isso, mas se você quer se refrescar e se trocar, use a porta fora da cozinha que o banheiro está conectado a ela.   Eu vi quando ela pegou sua bolsa e eu fui para o meu quarto. Eu nunca tinha trazido uma menina aqui como esta antes. Low não contava e todas as outras do sexo feminino que estiveram em meu apartamento tinham vindo com alguém. Elas não estavam aqui para se vestir no meu quarto ou dormir na minha cama. Nenhuma vez eu considerei isso. Trazer meninas no meu espaço pessoal nunca me atraiu.
 
Eva
 O estacionamento estava lotado de carros. Eu puxei a barra da minha saia preta. Não tinha certeza de como todos estariam vestidos. Cage não foi de muita ajuda na escolha de uma roupa. Ele gostava de tudo o que eu tentei usar e ele estava vestindo uma calça jeans e uma camiseta azul confortável que fazia os olhos deles parecer incriveis.   Ele tinha dirigido o meu Jeep até aqui porque disse que precisava estacioná-lo. Agora eu entendi por que. Ele parou no lugar onde tinha uma placa que dizia estacionamento para empregados.    ― O que você está fazendo? - Eu perguntei, horrorizada. Eu não ia deixar meu Jeep aqui para ser rebocado.   Cage estendeu a mão e apertou meu joelho ― Relaxa bebê. Vou me certificar de que eles saibam este é o meu carro. Ele vai ficar bem.    Eu não tinha tanta certeza sobre isso. Ele abriu a porta e saiu e eu não estava bem com isso. Cage contornou o carro pela frente e abriu minha porta. ― Leve seu traseiro para fora deste Jeep. - Ele deu um passo para frente e deslizou as mãos por cima das minhas pernas. ― Ou podemos ficar aqui mais um pouco e eu podia desfrutar desta saia que você decidiu usar.   Rindo, eu dei uma tapa em suas mãos. ― Eu quero ir, mas estou preocupada com o meu Jeep.   Alguém gritando alto me assustou e eu virei minha cabeça para ver uma loira magra, com pouquissima roupa e seios realmente grandes correndo em nossa direção. Eu estava com um pouco de medo de que seus seios fossem saltar para fora de seu top. O que ela estava fazendo?   ― Caaaaage! - Acrescentou ao seu alto grito. Incerta de quem era eu esperei. Cage virou ao som do seu nome.   ― Pris, - respondeu ele, enquanto ela grudava em seus braços.   ― Uau menina. - Ele agarrou-a pela cintura. Eu não tinha certeza se ele estava fazendo isso porque ele queria ou porque ele estava tentando impedir ela de derrubar eles. Ela não parecia muito estável em cima dos sapatos plataforma de quinze centímetros rosa que ela usava.  ― Onde você estava? - Ela perguntou passando as mãos no peito dele como se estivesse pronta para deixar ele nu aqui e agora, no estacionamento.   ― Eu estou trabalhando fora da cidade no verão. - Ele estendeu a mão e puxou as mãos fora de seu corpo.   Ela fez beicinho quando ele colocou as mãos para trás e para baixo ao seu lado e deu um passo para longe dela. Ela era de verdade? Seu lábio inferior estava rígido e como ela podia caminhar com aqueles saltos ridículos?   ― Mas você está de volta hoje à noite?   ― Sim, só por esta noite, - respondeu ele, afastando mais um pouco seu corpo até tocar minhas pernas.   Os olhos da loira finalmente desviaram de Cage e ela se concentrou em mim. ― Oh, você já tem alguém para hoje à noite, - ela começou a fazer beicinho e, em seguida, um lento sorriso apareceu e ela se inclinou para Cage, esfregando os seios no peito dele. ― Você sabe que eu não me importo de partilhar. Poderíamos fazer um ménage à trois8. Eu sei como você gosta de uma garota para...   ― Uh, NÃO. Má idéia, - Cage interrompeu e virou para me pegar pela cintura, me colocando ao lado dele. Ele manteve o braço envolto protetoramente em volta de mim como se ele precisasse me manter fora de perigo.   ― Por que não? Ela não é...    ― Porque eu não faço mais isso. Mas você pode fazer algo para mim. Avise o manobrista que o Jeep é meu.   A menina franziu as sobrancelhas, um pouco confusa, então balançou a cabeça. ― Esta bem. Eu vou. Mas me ligue!    Cage já tinha começado a nos guiar em direção à porta dos fundos. 
 8 Ato sexual com três participantes.
 
 ― Quem era? E você realmente fez um ménage à trois? Tipo com duas garotas ao mesmo tempo?  Eu não podia acreditar no que tinha ouvido. Quer dizer, eu sabia que as pessoas falavam sobre isso, mas eu não achava que eles realmente faziam. Eca.   ― Era a Priscilla. É uma garçonete aqui. Não vamos discutir a minha vida sexual passada. Eu cometi um monte de erros, vamos deixar por isso mesmo.    Meu queixo caiu aberto: ― Você então fez um ménage à trois. Oh meu Deus - eu respirei quando ele suspirou com a minha reação e abriu a porta para eu entrar.   O Cage que eu conhecia e o Cage que aquela menina conhecia não pareciam ser o mesmo cara.  ― Venha por aqui, - disse ele, enquanto colocava a mão na parte inferior das minhas costas e me levava por um corredor em direção à música alta. ― Jackdown está tocando hoje. Tenho amigos na banda. Eles não são os melhores, mas eles não são uma porcaria.   ― Você tem amigos em uma banda. Não é à toa que você teve trio. - Eu não poderia deixar essa passar. Com quantas meninas será que ele já dormiu?  ― Ali estão eles, - disse ele com entusiasmo evidente em sua voz. Ele gritou por cima do barulho: ― Traga-me dois. - Ele baixou os olhos para olhar para mim: ― Espere. O que você quer beber?   ― Coca-Cola, - eu respondi. Ele me estudou por um momento, então balançou a cabeça e olhou de volta para o barman, que estava a uma boa distância, mas vendo Cage. ― Faz um e me traga uma Coca, - ele gritou de novo.   De alguma forma, o homem ouviu por cima do barulho. Nós caminhamos ao redor dos corpos em movimento, em vez de através deles. Eu não tinha certeza do que esperar dos amigos de Cage depois de conhecer a menina do lado de fora. Será que todos eles eram selvagens como ela? E se vir aqui fosse um erro?   ― Cage chegou, - um cara loiro com aparência de surfista anunciou com um sorriso enorme no rosto. ― E ele já escolheu uma gata e escolheu muito bem. - O loiro piscou para mim.  ― Eva, o idiota que precisa de um corte de cabelo é Preston. Ele também é o mesmo idiota que assobiou para você no dia que a equipe foi na fazenda, - Cage me informou, inclinando-se para que ele não precisasse gritar.   ― Eva, - Preston repetiu. ― Eu me lembro de você agora. Eu não pude dar uma boa olhada em você daquela distância naquele dia, mas meus instintos estavam certos.
  ― Ele caiu de cabeça quando era bebê. Ignore-o, - Cage sussurrou, me fazendo rir.   ― Oi Eva, sou Trisha. - A loura platinada cheia de curvas com o par de lábios mais grossos que eu já vi se apresentou. Ela parecia bonita o suficiente.   ― Olá, é um prazer conhecê-la, - eu respondi. Era oficial, toda mulher em volta de Cage era loira e tinha um conjunto de peitos grandes.   ― Este é o meu marido, Rock, - ela me informou e eu voei meu olhar para encontrar os olhos divertidos de um homem musculoso, tatuado, careca e grande. Ele não era feio, se você gostasse de motoqueiros.   ― Low e Marcus vêm? - Cage perguntou enquanto examinava a casa lotada.   ― Hoje à noite não. Marcus está fazendo alguns cursos de verão e Low vai ficar em casa com ele, - respondeu Trisha.   ― Você quer dançar? - Cage estava tão perto do meu ouvido que o calor de sua respiração me fez tremer. Olhei para trás na pista de dança e todas aquelas pessoas que se deslocavam de uma forma que eu nunca tinha visto me intimidaram.   ― Não de verdade, - eu disse, mudando meu olhar de volta para ele. Eu poderia dizer que ele estava desapontado. Este não era o meu habitat e eu temia que ele desejasse nunca ter me trazido antes que a noite terminasse.   ― Tudo bem, - disse ele através de um sorriso forçado.   ― Aqui, sente-se. Acabei de ver alguém que precisa de mim, - Preston levantou e puxou o banquinho vazio para mim. Olhei para Cage e ele acenou com a cabeça para eu seguir em frente e me sentar. Se eu não ia dançar, eu acho que ele queria que eu ficasse confortável.  ― Eu pensei que Cage estava trabalhando em uma fazenda durante todo o verão. Onde ele te encontrou? - perguntou Trisha, inclinando-se sobre a mesa para que eu pudesse ouvi-la.  ― Ele trabalha na fazenda do meu pai, - eu expliquei. Seus olhos se arregalaram e ela olhou para Cage.   ― Para de encher a Eva, Trisha. Ela é diferente, - sua resposta foi curta e fria de seu olhar questionador.   ― Sério? - A voz dela sumiu quando ela olhou para mim. A súbita análise me fez pensar que talvez a pista de dança fosse uma opção mais segura.  ― Onde é o banheiro? - Perguntei a Trisha, eu precisava de alguma desculpa para ir respirar fundo e relaxar. Eu sabia que parecia tão tensa como eu me sentia.  ― Vamos, eu te mostro, - Trisha disse, levantando de seu banco.   ― Eu já volto, - disse a Cage enquanto seguia rapidamente atrás de Trisha.
 
Capitulo Quatorze
Cage 
 Eu esperava que Trisha ficasse de boca fechada. Eu deveria ter me oferecido para levar Eva ao banheiro. A última coisa que eu precisava era de Trisha compartilhando todas as minhas merdas com ela. Eu pensei que trazer ela aqui para conhecer todo mundo parecia certo. Em vez disso, eu estava amarrado em nós. Ver Priscilla no estacionamento tinha sido a minha bandeira de advertência. Eva não conhecia o verdadeiro eu, e se ela descobrisse exatamente como eu era fodido ela iria embora correndo, para sempre dessa vez   ― Eu tenho que saber cara, você está realmente saindo com alguém, tipo, sempre? Eu quero dizer, ela é a filha do maldito fazendeiro. Não é como se você pudesse transar com ela e depois ir embora. Então o que diabos está acontecendo?    Rock estava franzindo a testa. Eu não consegui descobrir se era por causa da inocência que emanava de Eva ou se ele estava preocupado comigo estragando a chance de manter minha bolsa.   ― Eu estou trabalhando nisso, - eu respondi, desejando que ele cuidasse de seu próprio negócio.   ― Você está trabalhando em quê? Transar com ela?   Minha cabeça começou a latejar e as minhas duas mãos fecharam em punhos. Eu nivelei meu olhar sobre Rock. ― Não é assim, - eu assobiei por entre os dentes.   Rock se inclinou para trás e me estudou. Em seguida, ele balançou a cabeça lentamente e soltou um assobio baixo, ― Droga. Eu pensei que nunca veria esse dia. ― Que dia? - Preston perguntou quando ele viu uma cerveja e uma Coca-Cola em cima da mesa. ― Aqueles são seus, - disse ele, empurrando a cerveja em minha direção.   ― Eu acredito que Cage realmente passou a ter sentimentos por uma garota que não seja Low, - Rock arrastou as palavras em um tom divertido.   Preston sacudiu a cabeça e olhou para mim, ― O quê? Você está falando sério sobre a morena? Bem, merda. Eu estava esperando que você compartilhasse.   ― Não, - eu rosnei em advertência e Preston fechou a boca antes que ele pudesse dizer mais besteira que me irritasse.   ― CAGE! Você está aqui! - Amanda Hardy, irmã de Marcus veio até a mesa toda sorrisos e os olhos vidrados. Ótimo, Marcus ficaria chateado se soubesse que Amanda estava bebendo. Eu teria que chamar Low antes de sair. 
 ― Dance comigo Cage, - ela chamou, pegando a minha mão e me puxando em direção à pista de dança. Quando Amanda tinha se tornado uma mulher de balada? Eu sempre achei que ela era uma clássica boa menina.   ― Ela está muito bêbada, - eu disse, olhando para Preston com uma careta. Ele fez uma careta e balançou a cabeça. ― Basta dançar com ela. Pelo menos se ela está dançando com você ela está segura. Eu estive batendo os abutres de cima dela durante toda a maldita noite. Eu estou pronto para chamar Marcus. Ficar de babá não é a porra do meu trabalho.  Estava faltando alguma coisa aqui, mas eu fui para a pista de dança com Amanda. Ela me puxou para o meio da pista e colocou os braços em volta do meu pescoço. Então ela começou a se mover de uma maneira que seu irmão iria matar alguém se visse.  Sim, eu precisava chamar Low. Se ela continuasse essa merda com outros caras hoje ela iria acordar na cama de um estranho.   ― Eu senti sua falta, - ela balbuciou então riu às gargalhadas quando ela se virou de frente para mim e jogou os braços para trás ao redor do meu pescoço.  ― Que eu saiba você nunca foi muito minha fã, - eu respondi.  ― Oh, não! Eu sempre fui uma fã sua. - Ela passou a unha no meu rosto e no meu lábio inferior. Seus olhos estavam fixos em minha boca. Merda.  ― Você não bebe Amanda. O que há com você hoje? - Eu precisava distraí-la, porque eu tinha a porra da certeza de que não deixaria ela me beijar. Essa era a última coisa que eu precisava. Eva já estava assustada com o fato de que eu tinha feito um ménage à trois. Se ela visse uma garota me beijar eu tinha a maldita certeza que eu perderia qualquer chance dela me ver como algo diferente de um playboy.   ― Sabe o que eu sempre quis saber, Cage? - perguntou Amanda, inclinando-se para mim. Eu dei um passo para trás e ela começou a balançar, então eu agarrei sua cintura para estabilizá-la.  ― O que Amanda? - Comecei examinando a multidão procurando alguém para vir em meu socorro.   ― Como é beijar o famoso Cage York. Meninas caem loucamente a seus pés. Você deve estar fazendo algo certo, - ela inclinou-se na ponta dos pés e eu desviei rapidamente. Se ela caisse com aquela bunda bêbada então ela merecia. A garota não deveria sair sozinha assim.   ― Eu não vou dizer a Marcus, - ela prometeu olhando para mim. ― Nós podemos ir lá fora para o meu carro. Ninguém vai ver.   Eu olhei de volta para a mesa. Eu precisava da ajuda de Preston, agora. Seus olhos estavam olhando diretamente para nós e ele não estava feliz.   ― Me ajude, - eu murmurei.   As mãos de Amanda estavam cruzadas atrás do meu pescoço novamente. ― Eu sei que você quer. Bad boys como você gostam de fazer em qualquer lugar que eles consigam.
 PUTA MERDA! O que tinha acontecido com ela?              Eu olhei para ver se Preston estava perto quando o vi espreitando por entre a multidão. Ele nos alcançou e colocou as mãos em volta da cintura de Amanda.  ― Vamos Amanda. Vou levá-lo para casa.    ― Nããão. Você não é meu pai. Vá embora Preston. - Ela chegou para mim e eu dei um passo para trás novamente.   ― Ele está certo. Você precisa ir para casa.    ― Mas você não quer me levar lá fora sozinha? - ela perguntou em voz magoada. Preston desviou o olhar para mim e o olhar assassino piscando em seus olhos não era algo que eu estava familiarizado. O cara nunca ficou bravo. Que diabo aconteceu com todos esta noite?   ― Ideia dela. Não minha. Eu tenho um encontro, - eu lembrei a ele.  Preston sorriu e acenou com a cabeça em um ponto atrás de mim. ― Talvez você esteja errado. Ela parece estar se divertindo sem você.    Eva estava dançando com um cara. Um cara estranho aleatório. Eu a convidei para dançar e ela recusou, mas esse cara vem do nada e ela dança com ele? 
 
Eva
 ― Eu ainda não posso acreditar que você está aqui. Quando me virei para encomendar a minha bebida e vi você sentada em uma mesa eu pensei que estava vendo coisas.   Brett Cortwright era um dos mais próximos amigos que Josh teve na escola. Quando ele caminhou até a mesa que eu estava, fiquei tão feliz em ver um rosto familiar. Cage tinha ido dançar com outra loira. Eu não deveria estar brava com ele porque ele me pediu para dançar e eu disse que não por medo. Mas ao mesmo tempo, eu estava brava. Eu estava magoada. Eu estava com ciúmes.   ― Eu estou lentamente começando a sair de novo. Jeremy está indo no próximo mês para LSU.   Brett franziu a testa, ― Sério? Você está bem com isso?   Porque essa era a reação imediata de todos? Será que todos pensam que eu não poderia sobreviver sem ele?   ― Estou feliz por ele. É hora de ele voltar à sua vida. Nós dois estamos em pausa por um tempo agora.    Brett acenou com a cabeça em concordância. Uma música lenta começou a tocar. ― Você aceita uma dança lenta? Eu não vou morder, - ele brincou.   Eu comecei a dizer sim quando Brett deu um passo para trás. Confusa, eu olhei para ele e ele estava focado em algo atrás de mim.   ― Boa idéia. Vá em frente. Fique o inferno longe dela.   O rosnado furioso de Cage me assustou e eu virei para vê-lo olhando para Brett. O que ele estava fazendo? ― CAGE! Pare com isso, - eu disse ― Não vá a lugar nenhum, Brett.  A expressão furiosa de Cage mudou para mim.  ― Você o esta chamando pelo primeiro nome agora? É isso que você está procurando? Um menino filhinho da mamãe com boas maneiras, porra?    Meu sangue estava fervendo. Eu nunca tinha ficado tão brava na minha vida. Avancei até que eu estava tão perto a ponto de encostar no rosto de Cage.   ― Não é da sua conta com quem eu vou dançar. Você pode se desculpar com Brett ou vou embora, - eu gritei.   Cage sorriu, mas o brilho zangado ainda estava em seus olhos. ― Eu não vou pedir desculpa para ninguém, querida.   Eu queria gritar e bater no peito dele, porque ele não era quem eu pensava que era. Ele não era o cara doce que eu tinha conhecido nas ultimas semanas. Deveria me despedir de Brett, mas eu não podia. Eu estava muito perto de chorar. Então, eu corri.  Ouvi Cage chamar meu nome quando eu empurrei no meio da multidão, mas eu não olhei para trás. Ele mostrou suas cores verdadeiras hoje. Eu tinha caído na sua história, mas não ia cair de novo. Meu peito doía e o sentimento de solidão que eu lentamente vinha superando estava me tomando por dentro.  Eu empurrei o primeiro conjunto de portas que eu vi e corri para o estacionamento. Este não era o lugar onde meu Jeep estava estacionado. As lágrimas que eu tentei segurar finalmente começaram a cair e minha visão estava embaçada. Eu odiava isso. Eu só queria ir para casa. Eu queria abraçar meu cobertor e ficar segura. Sem mais sentir dor. Sem mais ser deixada para baixo.   Eu comecei a andar. Eu iria andar em círculos até achar meu Jeep. Talvez eu pudesse encontrá-lo antes que alguém viesse aqui e me visse assim. Eu odiava parecer fraca.   ― EVA - a voz de Cage chamou atrás de mim. Eu queria correr, mas eu estava usando saltos e andava no cascalho. Eu iria acabar caindo se eu tentasse. Mesmo assim, não tinha que parar. Se ele quisesse falar comigo, então ele poderia fazer enquanto eu caminhava. Seria mais fácil ignorá-lo desse jeito.   ― Eva. - Ele repetiu o meu nome de novo quando me alcançou. Eu não virei à cabeça.  ― Sinto muito. Eu te vi com aquele cara e eu surtei. Eu não pensei em como você ia se sentir só me importou que ele estivesse te tocando. Eu não queria que ele te tocasse. Eu estava errado. - O som suplicante da sua voz era mais forte do que eu esperava. Parei de andar, mas continuei olhando para frente. Eu estava com medo de olhar em seus olhos ainda. Se ele estava tão triste quanto ele parecia então seus olhos me diriam e eu ia derreter. Maldito, rosto bonito dele.   ― Brett era um amigo de Josh. Ele não era um cara estranho em um bar.  Cage soltou um suspiro pesado. ― Foooda.   ― Você estava dançando com uma garota. Eu não vejo como eu dançando com algum cara era diferente.    Os dedos de Cage envolveram meu braço, ― Por favor, olhe para mim, Eva.  Ele era muito bom com essa coisa de mendicância. Sua voz caiu para um susurro ainda mais baixo e sexy. Droga.   Mudei minha posição e fiquei de frente para ele. Seus olhos azuis pálidos pareciam desesperados.  ― Eu sou um idiota. Eu sei disso. Sinto muito. Eu nunca deveria ter te tratado dessa maneira.  ― Eu? Que tal o pobre Brett?   Cage franziu a testa: ― Eu não toquei nele.   ― Mas você foi rude com ele.   Cage puxou delicadamente meu braço para me puxar para perto dele. ― A garota que eu estava dançando era Amanda Hardy. Ela é irmã de Marcus Hardy, noivo de Low, a irmã mais nova. Ela estava muito bêbada, o que não é normal para ela. Dancei com ela porque eu estava preocupado com quem ela poderia pegar se eu a rejeitasse.    Então, ele estava sendo gentil. Não era o que eu estava esperando.   ― Esta bem. Eu entendo.  - Eu respondi.   ― Você vai voltar para dentro? - ele perguntou quando ele segurou o lado do meu rosto com a mão.   ― Você vai se desculpar com Brett?   A expressão suave de Cage endureceu, mas só por um momento. Em seguida, com o canto da boca inclinado para cima, ― Provavelmente não.  ― Então eu não vou voltar para dentro, - eu respondi.   O rosto de Cage caiu: ― Mas eu nem consegui dançar com você.   Agora que Brett tinha me chamado para dançar, eu estava um pouco decepcionada por não ter dançado com Cage.   ― Certo, mas apenas uma dança.
 
Capitulo Quinze
Cage 
 O aperto no meu peito finalmente aliviou na hora em que voltei para dentro do Live Bay com Eva. Ver seu rosto marcado por lágrimas só tinha piorado a sensação de pânico. Se ela tivesse realmente insistido, eu teria voltado aqui, encontrado o cara e pedido desculpas. Eu estava pronto para fazer o que ela quisesse para que ela me perdoasse.  Eu a tinha levado para o Jeep para que ela pudesse pegar a bolsa e retocar seu rosto antes de entrarmos. Eu também me assegurei de dar um bom e longo beijo nela tambem. Só a sensação de segurança dela em meus braços e não fugindo de mim tinha sido o maior alívio. O fato de que ela tinha gosto de algodão doce era um bálsamo que ela tinha colocado como um bônus adicional.   Notei uma menina que eu tinha certeza que eu tinha ficado algum tempo atrás caminhando em nossa direção. Eu realmente não queria mais nada do meu passado sendo revelado esta noite. Ela teve sua cota das merdas de Cage. Era um milagre que ela não insistisse para que eu a levasse para casa já. Eu peguei a mão dela e enganchei seus dedos nos meus. O simples fato de que ela me deixou fazer isso me fez sentir como um sortudo filho da puta.   Eu levantei as mãos unidas e girei em torno de mim, ela riu e, em seguida, puxei-a para perto de mim. ― Mmmm... você cheira bem, - eu sussurrei em seu ouvido enquanto eu  encaixava seu corpo o mais próximo que pude contra o meu. Suas mãos arrastaram até meu peito até que sua mão esquerda sentiu a barra debaixo da camisa. Sorrindo para mim ela correu o polegar sobre ele antes de deslizar as mãos por trás do meu pescoço.   ― É apenas o piercing que a deixa quente ou você gosta de tatuagens também?Porque eu tenho uma um pouco abaixo, dentro da minha cueca boxer que eu vou deixar você olhar mais tarde, se quiser, - eu provoquei. Sua cabeça se voltou em estado de choque, até que ela viu o sorriso maroto no meu rosto. Seu riso era exatamente o que eu precisava para fazer o desastre da noite sumir da minha mente.   ― Você é um menino muito mau. - Ela puxou o cabelo que roçou o meu colar.  ― Eu posso ser muito ruim. Você não viu nada ainda, - eu murmurei, inclinando minha cabeça para que eu pudesse beliscar a pele macia em seu pescoço.  ― Eu não tenho certeza se eu poderia acompanhá-lo. Eu sou muito inexperiente. Estamos em planetas completamente diferentes quando se trata de experiência sexual, - sua respiração era difícil quando eu lambi e beijei diferentes pontos doces em seu ombro e clavícula.  ― Eu não disse nada sobre sexo, Eva, - eu sorri antes de beijar seu queixo. ― Você foi a única que trouxe o assunto sexo.   Observar seu peito arfar rapidamente estava me fazendo ficar um pouco louco. Eu queria dançar, mas dane-se, eu também queria levar a bunda dela de volta para minha cama.  A música mudou e eu girei em torno dela, pressionando suas costas contra mim. Tomei as duas mãos e passei-as em torno do meu pescoço. ― Esta é realmente uma vista boa, - eu sussurrei em seu ouvido.   Ela enrijeceu na nova posição. Isso era algo novo para ela. Eu deslizei minhas mãos para baixo nas suas costelas e movi os meus quadris contra ela com a batida da música. Lentamente, ela começou a sentir a música. Seus olhos se fecharam e eu apertei minhas mãos contra os ossos do quadril e movi o seu corpo com o meu.   A cabeça dela inclinou para um lado e eu aproveitei seu pescoço exposto. Esquecendo a sala cheia de pessoas e a banda tocando uma das minhas músicas favoritas, fiquei segurando Eva até que ela se soltou e fomos juntos com o ritmo que ela sentia. Nenhum pensamento ou cuidado. Foi bonito de ver.   Eva pensou que ela era a pessoa inexperiente, mas ela não era. Eu era. Eva sabia qual era a sensação de segurar em seus braços alguém que ela gostava. Ela sabia qual era a sensação da dor quando eles se ferem e de querer ver eles felizes. Ela sabia qual era a sensação de ser tocada e beijada por alguém que não era um caso de uma noite.   Sexo com Eva não seria apenas sexo para mim. Eu nunca tive isso. Seria... mais. Muito, muito mais do que eu tinha imaginado. Eu estava pronto para isso?   A música mudou e Eva se virou nos meus braços e ficou na ponta dos pés para dar um beijo em meus lábios antes de enfiar os dedos com os meus. ― Isso foi divertido.   Baixei a cabeça para lhe dar um beijo mais profundo. Ter essa conexão com ela era mesmo diferente para mim. ― Sim, foi divertido, - eu respondi depois de ter o gosto dela em meus lábios. ― Você está interessada em conhecer a banda?   Ela olhou para o palco quando Jackdown estava anunciando sua pausa.  ― Sim, com certeza.  ― Estou avisando agora, Krit é um vocalista típico. Ele acha que tudo o que ele tem que fazer é sorrir e as meninas vão soltar suas calcinhas. Eu vou garantir que ele entenda que você está fora dos limites, mas ele ainda pode fazer comentários sugestivos. Vou levá-lo para fora e bater nele, se eu precisar.    Eva apenas riu. Ela pensou que eu estava brincando. Ela, obviamente, nunca conheceu um vocalista antes. Eu só esperava que Krit realmente não me irritasse. Dependia de quão chapado ele estava.
 
Eva
 Cage me levou de volta para a mesa em que estávamos antes. Havia muito mais gente em torno dela agora. Outra mesa tinha sido puxada ao lado dela. Os membros da banda que eu tinha notado antes estavam em torno da outra mesa e gritavam seu pedidos para o barman. Trisha estava rindo e empurrando o vocalista sem camisa. Ele estava sentado em seu colo balançando seu cabelo suado sobre ela. Eu estava um pouco surpresa que seu marido fodão não estava chateado com isso. Em seguida, o vocalista ergueu a cabeça e seus olhos encontraram os meus. Eu vi a semelhança instantaneamente. Seus olhos eram da mesma cor e da forma exata dos de Trisha. Eles também tinham bocas muito semelhantes.   ― Talvez eu tenha que bater nele, por causa do jeito que você está olhando para ele, - Cage rosnou ao meu lado. Assustada com o tom irritado eu voltei minha atenção para ele.  ― O quê?   Ele estava rosnando para o cara sem camisa e com o cabelo muito suado.   ― Cage?   Ele finalmente desviou sua expressão intensa para fora do vocalista e olhou para mim. ― Sim?   ― Eu estava olhando para ele, porque eu estava surpresa que ele estivesse sentado no colo de Trisha desse jeito, então quando eu vi seu rosto eu descobri a semelhança. Isso era tudo.  Sua carranca se desfez ― Tudo bem. Bom.   ― O condenado está de volta, - o vocalista disse em uma voz monótona.   ― Eva, o bandido no colo de Trisha é seu irmão, Krit. E Krit, esta é Eva. Fique longe, - Cage disse nos apresentando.   As sobrancelhas loiras de Krit se arquearam e ele pulou do colo boquiaberto de sua irmã para mim.  ― Merda. Cage York foi amarrado? Diga que não, cara. Diga que não é assim, - o espanto na voz de Krit foi um pouco perturbador. Era realmente tão difícil de acreditar que Cage estava em um encontro? Com uma garota que ele não queria compartilhar?   ― O que é isso que eu ouvi? - O baixista sem camisa que cantou algumas músicas se inclinou sobre a mesa com um gole de algo em sua mão. Todo o seu peito e os braços estavam cobertos de tatuagens.   ― Aquela, - Krit disse apontando para nós com a mão que segurava sua cerveja, ― Cage não a compartilha. Sua cara feia não vai desfrutar das vantagens do rosto bonito de Cage esta noite. Ele tem a mulher dele. Ele não encosta-se a ninguem para compartilhar com você.    Cage ficou tenso ao meu lado. Eu não tenho que perguntar por que.  ― Eva, esse idiota é Green. Ele toca baixo e divide o palco cantando junto com Krit. 
 Eu tinha notado ele antes quando eu estava sentada à mesa. Ver alguém que realmente sabia tocar baixo sempre era intrigante para mim.   ― Você é bom. Estou impressionada que você realmente consegue tocar as composições do Flea.  Krit e Green congelaram.   ― Você sabe quem é o baixista do Red Hot Chili Peppers? - Green me perguntou. O choque em seu rosto me fez sorrir.   ― Sim, eu sei. Flea é um dos grandes nomes em minha opinião. Mas Jon Paul Jones é o meu favorito de todos os tempos, - eu respondi.   Green bateu com o copo ainda cheio em cima da mesa e algumas gotas espirraram para o lado. ― Puta merda! Ela sabe quem é o baixista do Led Zeppelin porra!   Ele trocou seu olhar reverente com Cage, ― Eu faço o que você quiser cara. Só me deixe ficar com ela, por favor?    O braço de Cage continuou em volta da minha cintura e ele me puxou para mais perto de seu lado. ― Não vai acontecer. Cai fora.   ― Porra, cara, você sabe quantas meninas eu conheço que sabem o que diabos é um baixista? NENHUMA! Porra NENHUMA! Onde você a conseguiu? Eu quero uma também.   Cage riu ao meu lado: ― Desculpe cara. Isso não vai acontecer.   ― Talvez se fosse a uma escola de música você conheceria garotas que sabem tocar baixo. Normalmente as que você pega em bares só sabem tiras suas calças. - Eu informei a ele.   A mesa inteira caiu na gargalhada. Cage deu um beijo no topo da minha cabeça e me estreitou contra ele.   ― Certo, inferno, agora eu quero uma, - opinou Krit.   ― Você continue com ela por mais tempo, Cage. Eu gosto dessa, - Trisha disse sorrindo para mim.   ― O que você quer dizer com “dessa”? - Perguntou Green antes de drenar o seu copo. ― Cage nunca teve outro encontro que durasse mais do que algumas horas.   ― Isso é o suficiente, você dois. Eu não estou a fim de salvar suas bundas de serem chutadas por Cage esta noite. Se ele decidir te calar eu vou deixá-lo, - Rock falou pela primeira vez.   ― Ele sabe que estamos brincando, - Krit me lançou um sorriso arrogante e piscou.  ― Caralho, eu não estou brincando. Eu a quero, - disse Green antes de voltar a tomar outro copo de uma garçonete.   ― MATTY! - Krit gritou para a multidão. Notei meninas com muita maquiagem e pouquíssimas roupas pairando em torno de nós como abutres. Elas estavam esperando por um dos membros da banda notá-las?  Um cara com o cabelo longo que usava calça jeans muito apertadas passeava com uma garota em cada braço. Nenhuma delas parecia ter mais que dezessete anos. Eu estava mais do que certa que isso era ilegal.   ― Por favor, me diga que você viu a identidade delas, - Green gemeu em aborrecimento.  ― Eu confio nelas. As duas têm dezoito anos, não é meninas? 
 As meninas balançaram suas cabeças em uníssono.   ― Claro que elas têm, - Cage murmurou ao meu lado.   O novo cara finalmente olhou para nossa direção e seu foco mudou de Cage para mim e voltou para Cage. ― Você já pegou uma para a noite?   Cage fez um som grave em sua garganta. ― Eva, este é Matty, o baterista. Matty, esta é Eva, meu encontro. - O olhar de advertência nos olhos de Cage não passou despercebido por mim.   A expressão de surpresa de Matty era algo que eu estava ficando acostumada. Se era realmente esta tão louco que Cage ficasse com apenas uma menina, então por que ele estava comigo? Se dormirmos juntos, deveria ser isso, o que ele iria fazer comigo depois?  Será que eu estava errada ao pensar que ele era um cara legal? Porque eu sabia que ele não era exatamente um bom rapaz.   ― Maldição, - foi a resposta de Matty.   ― Sim, já sabia que estava amaldiçoado. Mesmo antes de você decidir dar em cima de duas calouras da escola. - Krit falou em um tom divertido.   ― Eu disse que elas têm dezoito anos, - Matty insistiu.   ― Nós temos que voltar em dois minutos, - Green interrompeu e tomou um último gole de seu mais novo copo. Quantos ele tinha bebido durante seus cinco minutos de pausa?   ― Traga-a de volta, - Green disse a Cage e então piscou para mim.  ― Desculpe por ele. Mas você o fez desencadear algum conhecimento estelar de baixistas famosos. É como pornografia para Green, - Cage disse com um sorriso.   ― Eles são divertidos, - eu assegurei a ele.   Ele puxou-me para encará-lo e me estudou por um momento.    ― Quer me dizer como você sabe sobre guitarristas e baixistas?   Eu estava pronta para compartilhar isso com Cage? Eu só toquei meu violão uma vez na outra noite. Compartilhar mais de Josh com Cage quase me fez passar mal. Se Cage estava em minha vida apenas para o verão, então eu não queria dar muito de mim. Se eu estivesse imaginando que poderiámos ter mais que isso, esses pensamentos morreram esta noite. Cage não se compromete. Eu era apenas um caso de verão.   Dei de ombros, ― Eu gosto de guitarras, eu acho.   Ele não acreditou. Eu podia ver isso em seus olhos, mas ele não queria me empurrar.  ― Você está pronta para ir? - ele perguntou.   ― Sim, eu acho que eu estou.
 
Capitulo Dezesseis
Cage 
 Eu não disse uma palavra durante a viagem de volta ao meu apartamento. Eva estava cautelosa. Eu sabia disso. Eu sabia desde o primeiro dia, quando ela basicamente me chamou de “homem puta”. Foi uma das coisas que eu havia gostado a respeito dela. Até hoje eu vinha fazendo progresso. Ela me contou sobre Josh. Eu tinha sido capaz de segurá-la enquanto ela chorava. Eu pensei que havia formado um vínculo de confiança entre nós.  Levá-la para o meu mundo tinha desfeito tudo o que eu tinha trabalhado muito duro para provar a ela. Se eu não tivesse meninas se atirando em mim e falando sobre os nossos trios, ou meus amigos falando como eu costumava usar as garotas como objetos descartáveis. Teria sido perfeito. Eu queria que meus amigos a conhecessem. Eu queria que ela me conhecesse, até que ela tivesse uma verdadeira noção da minha vida. Agora, eu queria levá-la de volta para o interior para que pudéssemos viver em nosso pequeno casulo onde meu passado não estava lá para me assombrar.   ― Você está bravo comigo? - A Pergunta de Eva me tirou dos meus pensamentos.  Ergui os olhos da mancha no chão que eu estava olhando para vê-la em pé na porta vestindo um par de shorts de pijama com bolinhas cor de rosa e uma blusa combinando. Era a coisa mais sexy que eu já tinha visto.   ― Huh? - Eu consegui perguntar através da névoa de luxúria que se instalou em mim. Ela não estava usando sutiã. Engoli em seco enquanto seus mamilos endureceram sob o meu olhar e foram pressionados contra o tecido de seda fina.   ― Você não falou todo o caminho de volta do bar. Eu pensei que talvez você estivesse com raiva de mim por alguma coisa.   Bravo com ela? O quê?   Eu desviei meus olhos de seus seios e foquei em seu rosto preocupado. ― Não, eu não estou bravo com você. Eu só tinha algumas coisas em minha mente.   Ela trocou os pés e mordeu o interior da bochecha nervosamente.   ― Venha aqui. - Eu convidei, batendo na beirada da cama ao meu lado.   Ela veio de bom grado. Tentei me concentrar em seu rosto para deixá-la menos nervosa. Mas porra se o fato de seus shorts que mal cobriam seu bumbum não me distraía. Ela sentou ao meu lado e colocou as mãos no colo. Estendi as mãos e cobri com as minhas.   ― Relaxe, Eva. Eu não estou bravo com você. Estou frustrado comigo mesmo.   Ela inclinou a cabeça para o lado e olhou para mim. Seus cabelos castanhos sedosos deslizaram sobre o ombro nu. Será que eu já tinha reparado quão sexy um simples ombro nu poderia ser?   ― Por que você está frustrado com você mesmo?   Porque eu sou um babaca fudido e agora você sabe disso.   ― Esta noite não foi tão boa como eu esperava. Eu não tenho uma reputação maravilhosa e parecia que todo mundo queria ter certeza de que você soubesse exatamente o passado sórdido que eu tenho.   Seus ombros relaxaram e ela se inclinou e bateu no meu braço com o ombro. ― Você percebe que eu nunca pensei que você tivesse uma boa reputação. - Seu tom de provocação me fez sorrir.   ― O quê? Você não achava que eu era o próximo na linha para Papa? Porra, eu pensei que tivesse te enganado.   Eva riu e encolheu as pernas em cima da cama, virando seu corpo para ficar de frente para mim. ― Sim, todo a historia de dirigir bêbado, esse tipo de coisa, me fez perceber.   ― Você acha que você é engraçada, não é? - Eu me inclinei para trás em meus cotovelos para que eu pudesse olhar para ela. Também porque eu tinha uma boa visão da bunda dela, agora que seus shorts subiram o suficiente para me mostrar a curva inferior perfeitamente arredondada.   ― Eu me diverti hoje. Seus amigos são muito divertidos.   E o único amigo que ela tinha lá eu tinha ameaçado.   ― Eu realmente sinto muito sobre a coisa com seu amigo. - Eu falei.   Um pequeno cenho franzido apareceu e, em seguida, ela deu de ombros. ― Você pediu desculpas por isso e já perdoei, mas, no futuro, você poderia abster-se de ameaçar as pessoas por minha causa, seria bom.
  Eu não respondi por que isso provavelmente nunca aconteceria. Se ela estivesse com outro cara, eu ficaria louco. Não adiantava eu fazer quaisquer promessas que não podia cumprir.  ― Eu realmente gosto desse pijama, - mudei de assunto e estendi a mão para traçar meu dedo ao longo da borda do short. Eu não conseguia olhar para a bunda dela por mais tempo e pelo menos, não tocá-la.   Ela estremeceu e apertou os lábios com força. Quão inocente era ela? Ela tinha estado com Josh sempre. Eles estavam noivos. Certamente ela não era virgem. Nenhum homem seria capaz de passar pelo ensino médio e continuar intacto. Eu não queria saber tudo o que ela tinha feito com ele. Mesmo que o cara estivesse morto. Eu não poderia lidar com imagens de outro cara tocando-a. Considerando que eu não podia nem mesmo contar o número de meninas que eu tinha estado, parecia insano que eu me preocupasse com ela estar com apenas um cara. Mas eu não tinha amado nenhuma dessas garotas. Ela amava Josh. Essa era a diferença. Pelo menos na minha cabeça, sim.   ― Eu quero... eu quero fazer as coisas, hoje à noite. Quer dizer, eu quero fazer mais do que temos feito, - ela gaguejou e seu rosto corou com um rosa brilhante. ― Mas eu não tenho certeza se estou pronta para, você sabe...  sexo. 
 Sentei e fechei o espaço entre nós. A verdade era que eu não tinha certeza se eu estava pronto para o sexo. Seria diferente para mim neste momento. Ela me assustava. Sexo e sentimentos nunca estiveram juntos antes, mas muito tempo desde que eu tinha estado com alguém, e eu não tinha certeza se eu poderia parar se avançassemos muito. Eu não estava acostumado a parar e eu com certeza nunca tinha recebido um não.  Mas essa era Eva. Eu poderia fazer isso por ela.   Eu deslizei uma mão ao redor da cintura dela e passei a outra em volta de seus cabelos.   ― Nós só vamos fazer o que você quiser fazer. Nós paramos quando você disser. - Eu sussurrei quando baixei minha boca na dela. Ela inclinou a cabeça para trás e encontrou minha boca ansiosa.
 
Eva
 Mesmo que eu tivesse beijado Cage varias vezes agora, eu ainda perdia todos os meus pensamentos quando seus lábios macios e cheios tocam os meus. Seus beijos sempre deslizaram suavemente sobre minha boca e, no entanto, nunca era a mesma coisa. Ele beijou, chupou e deixou pequenas lambidas com um movimento de sua língua. Ele realmente gostava de chupar meu lábio inferior e ele passou muito tempo me provando. Ou pelo menos é o que parecia. Ele beijou uma trilha na minha mandíbula e no meu pescoço. Eu queria que ele fosse mais longe. Quando ele parou de provocar a curva do meu pescoço eu tive que cerrar os dentes para não implorar para ele ir mais abaixo. Um gemido escapou de mim e eu provavelmente deveria ter ficado envergonhada, mas ele começou a viajar para a curva dos meus seios e assim, em vez de envergonhada, eu estava agradecida. Qualquer coisa para tê-lo sobre mim. Meus seios já sabiam o que estava por vir. Eles estavam formigando.  Suas mãos roçaram meu estômago me assustando. Ele levantou a cabeça para olhar para mim quando eu engasguei. Ele não perguntou, mas eu podia ver a pergunta em seus olhos. Eu balancei a cabeça e ele subiu o pijama sobre o meu peito e eu levantei meus braços para que ele pudesse tirá-lo.   A maneira como ele olhou avidamente para os meu seio nu só fez o formigueiro se intensificar. Eu queria tirar a camisa dele. Eu queria sentir sua pele quente contra a minha.  Antes que ele pudesse me distrair com a boca eu peguei sua camisa e puxei para fora. Ele ergueu as mãos para mim, para que eu pudesse tirála facilmente. O piercing no mamilo que eu senti sob a camisa mais cedo só me excitava mais. Eu comecei a inclinar para frente quando Cage investiu sobre mim e me obrigou a deitar enquanto cobria meu corpo com o dele. 
― Por mais que eu goste de ver a sua pequena língua lambendo meu mamilo, eu quero provar você primeiro desta vez. - Sua voz era baixa e rouca.   Corri minhas mãos pelo seu cabelo quando ele baixou a boca para meu seio e sugou um dos meus mamilos em sua boca. Com cada puxão de sua boca, eu perdia mais e mais o pensamento. Eu queria mais. O calor entre as minhas pernas estava ficando desconfortável. Eu esfreguei minhas pernas juntas precisando de ajuda. Cage passou a mão na minha barriga e colocou os dedos dentro dos meus shorts. Ele deslizou os dedos para trás fazendo apenas com que a minha necessidade se tornasse mais quente. Eu estava tão perto de suplicar-lhe para fazer mais. Ele parou de me tocar e sua mão se afastou. Meu pequeno grito de frustração só o fez sorrir.   Ele mudou seu peso de um lado, em seguida, sua mão estava no meu joelho abrindo uma das minhas pernas, enquanto sua mão deslizava pela pele sensível da minha coxa até o polegar tocar a borda da minha calcinha. Eu podia ouvir a minha própria respiração ofegante enquanto eu esperava.   Quando ele correu um dedo ao longo do laço ao redor da minha perna, eu cedi. ― Por favor, - implorei. Ele levantou a cabeça e seus olhos encontraram os meus. Olhei em seus olhos azuis firmemente enquanto seu dedo escorregava debaixo da renda e deslizava ao longo do calor úmido de minhas pregas.   ― Oh Deus - Engoli em seco, fechando os olhos com o êxtase de seu toque me controlando. O hálito quente de Cage fez cócegas na minha barriga nua quando o seu dedo deslizou facilmente dentro de mim. Eu estava à beira de explodir em milhões de pedaços. A necessidade era de implorar que ele ficasse lá.   Cage moveu-se pelo meu corpo beijando cada mamilo e lambendo uma trilha entre meu decote antes de ir de volta ao meu pescoço. Seu dedo ficou firme dentro de mim. Apenas um pouco.   ― Estou prestes a bombear este pequeno buraco apertado com o meu dedo, - disse ele com uma voz entrecortada. Cada respiração quente contra o meu ouvido me deu calafrios. ― Ok, - eu botei pra fora.   Seu dedo calmamente foi para fora e voltou e eu pensei que eu ia morrer de prazer. ― Será que você está se sentindo bem, baby? - Ele perguntou, dando um beijo ao lado da minha orelha.   ― Mmmmhmmm, - eu consegui gemer.   Ele correu a ponta do seu nariz contra a minha face. ― Você está tão molhada. Tão quente, - ele murmurou no meu cabelo.   Eu gostava dele falando comigo enquanto ele me tocava. Ouvindo o efeito que tinha sobre ele em sua voz só fazia tudo melhor.   ― Cage, - Eu choraminguei quando ele começou a bombear dentro e fora mais rápido.
― Sim, querida? - ele perguntou, enquanto beijava em volta do meu pescoço.   ― Eu quero que você tire suas calças jeans, - eu consegui coaxar.   Sua mão parou de se mover e ele levantou a cabeça olhando para mim. ― Por quê? ― Eu quero sentir mais de você contra mim. - Eu sussurrei.   Cage baixou a cabeça e respirou fundo. Ele não se moveu por alguns segundos. Finalmente, ele olhou de volta para mim com um olhar torturado em seu rosto.  ― Eu preciso da minha cueca. Eu não posso... Eu preciso que haja alguma barreira.    Eu balancei a cabeça em concordância. Quando ele enfiou a mão para fora da minha calcinha eu queria protestar. Mas eu tinha sido a única a pedir-lhe para tirar a roupa. Ele não podia fazer isso exatamente com um dedo dentro de mim.   Ele se levantou e lentamente desabotoou seus jeans. Ou ele estava brincando comigo ou estava me dando tempo para mudar de idéia. Uma vez que ele fixou o olhar com a meu, eu sorri. Então Cage York deslizou seu jeans pelos quadris e deixou-os cair no chão, onde foram esquecidos. A cueca boxer branca que ele usava não deixava muito para a imaginação.  Eu vi seu belo corpo enquanto ele engatinhava em minha direção e eu afastei minhas pernas para que sua dureza pressionasse diretamente a fonte do meu calor.   No segundo em que ele se posicionou em cima de mim, eu gritei.  ― Foda-se, Eva. - Ele respirou fundo e estendeu-se ainda por cima de mim. Eu não queria que ele saisse ainda. Levantando meus quadris eu esfreguei contra ele e seus braços tremiam.  ― Eu não quero perder o controle com você Eva. - Sua voz soava desesperada.  ― Está tudo bem, - eu corri minhas mãos pelo seu cabelo e levantei meus quadris novamente. Nós ainda tínhamos muitas camadas de tecido entre nós. Eu queria meus shorts fora.  ― Eu quero estar dentro de você. Não está tudo bem, - respondeu ele com os dentes cerrados.  Levei minhas mãos até meus shorts e comecei a empurrá-los para baixo. Cage gemeu alto quando eu deslizei minha bermuda para baixo até que elas estavam em meus tornozelos e eu podia chutá-los longe. Agora, só tinha a renda da minha calcinha e cueca entre nós.   ― Beije-me - eu disse, levantando minha cabeça para encontrar seus lábios. A fome em seu beijo foi emocionante. Pequenos rosnados escaparam dele enquanto ele explorava a minha boca como um homem faminto.   Lentamente, ele abaixou-se até que ficamos tão pressionados juntos que tudo que eu tinha a fazer era balançar meus quadris para obter algum atrito.
 Cage afastou sua boca da minha antes dele começar a balançar seus quadris contra mim. Isso foi muito melhor.
  ― Sim, por favor, - eu o encorajei.   Seus braços incharam de cada lado à minha volta enquanto ele se segurava para que pudesse olhar para mim. Corri minhas mãos até seu peito e encontrei o piercing que eu tanto amava.   ― Ah, - ele gritou quando eu o puxei suavemente. Seu prazer óbvio fez o meu aumentar. Eu levantei meus quadris em sintonia com ele e ele soltou um gemido fechando os olhos com mais força.   ― Eu quero estar dentro de Eva. Eu quero tão malditamente.  O desespero em seu rosto e a necessidade de sua voz me enviou sobre a borda. Meu mundo derreteu e eu gritei quando tudo dentro de mim acendeu em chamas.
 
Capitulo Dezessete
Cage
 A cabeça de Eva estava jogada para trás e seus longos cachos escuros foram se espalhando sobre o travesseiro enquanto ela gritava meu nome. Os tremores que percorriam seu corpo só a levaram a pressionar mais contra o meu pau pronto para explodir.   De alguma forma, eu consegui evitar rasgar sua calcinha e empurrar minha cueca para que eu pudesse me enterrar dentro dela e encontrar alívio. Isso nunca tinha acontecido comigo e era doloroso como a merda.   Seus longos cílios se abriram lentamente enquanto seu corpo começou a relaxar debaixo de mim. Um pequeno sorriso brincou em seus lábios e de repente eu me senti como uma maldita estrela de rock. Eu poderia ser o mais idiota ciumento do caralho, mas eu a fazia se sentir muito bem. Isso colocava um sorriso no meu rosto.   ― Uau, - ela arfava. Suas pálpebras estavam caídas. Ela ia dormir bem esta noite. Eu não me importaria de fazer isso todas as noites.   ― Você é linda, mas quando goza você é maravilhosa, - eu sussurrei, tirando o cabelo do rosto.  ― Você com certeza sabe o que dizer a uma garota, - disse ela, em sua voz baixa e rouca.   Parte de mim queria ficar zangado com ela pela suposição leviana, mas eu sabia que ela só sabia o que tinha sido falado para ela.   ― Não se engane. Eu nunca fiquei tempo suficiente para dizer nem'obrigado' depois que gozava. Muito menos para dizer a uma garota que ela era bonita quando ela gozava. Eu nunca me importei para assistir ninguem. Um pequeno 'O' se formou em seus lábios vermelhos e inchados. Abaixeime e dei um beijo neles, então me levantei de cima dela. Eu precisava terminar isso no banheiro. Eu não ia conseguir dormir de jeito nenhum assim.  ― Aonde você vai? - Ela perguntou sonolenta quando me levantei.   ― Eu tenho alguns negócios para cuidar. Eu vou voltar em poucos minutos - eu pisquei e me dirigi para o banheiro.   Ao entrar estudei o chuveiro e tentei decidir se eu deveria tomar uma ducha fria ou se eu estava tão longe que eu precisava pegar o óleo de bebê.   ― Cage? - Eva me chamou.   ― Sim?   ― Posso entrar?   Foda-se. Será que ela realmente não percebeu que eu vim aqui para me aliviar?   A porta se abriu e ela entrou. A parte superior do pijama havia sido colocada de volta, mas ela ainda estava usando as calcinhas rendadas que eu sabia que de fato estavam encharcadas. Meu pau pulsava mais forte só de pensar nisso.   ― Posso fazer isso? - ela perguntou nervosamente.   ― Fazer o quê?   Ela andou até ficar na minha frente e deslizou sua mão sobre a minha ereção do inferno.   ― Eu quero te ajudar a melhorar - ela sussurrou.   Desviei a minha atenção de seu rosto para sua mão no meu pau. Ela apertou suavemente e meus joelhos se dobraram. Oh merda, sim.   ― Sim - eu resmunguei e recostei-me contra a parede de apoio.   Ela arrastou levemente a unha no meu peito antes de pegar o cós da minha cueca e empurrá-la para baixo. Olhei para baixo, fascinado, enquanto ela se ajoelhava na minha frente, até que minha cueca estava no chão. Saí delas e ela se levantou beijando meu peito. Se ela continuasse assim eu ia explodir sem ela precisar me tocar.   ― Você tem loção? - ela perguntou, olhando para mim através de seus cílios.   ― O óleo de bebê. Gaveta de baixo.   Ela virou e encontrou a garrafa que raramente era usada e derramou um pouco em ambas as mãos, aquecendo-as. Eu a olhava com fascinação extasiada e cheguei bem perto de implorar.   Ela se virou para mim e ambas as mãos quentes escorregadias me cobriram e começaram a deslizar para cima e para baixo sobre meu pau inchado.   ― Puta merda - eu gemi, deixando minha cabeça cair para trás na parede.   Sua boca quente cobriu o meu mamilo perfurado e eu senti meus joelhos começarem a tremer novamente. Eu não ia durar muito.   Abrindo os olhos, vi como a língua de Eva sacudia meu mamilo e puxava para chupar-lo. Quando ela voltou a olhar para as mãos eu segui sua visão. A imagem de suas pequenas mãos deslizando para cima e para baixo no meu pau me enviou sobre a borda.   ― Foda-se, eu vou gozar. Saia. - Eu pedi, me levantando. Ela não se mexeu. Em vez disso, ela me pressionou contra a parede com seu pequeno corpo e seu aperto firme. Eu explodi em suas mãos.   ― Ahhhhhh! - Eu gritei enquanto ela continuava lentamente me bombeamento até que não houvesse mais nada. Fiquei olhando para a bagunça que ela estava determinada a participar.  Eu não podia acreditar que ela tinha acabado de fazer isso. Inferno, eu não podia acreditar que eu tinha acabado de deixá-la fazer. Quando foi a última vez que tinha sido levado desse jeito por uma menina? No ensino médio? Provavelmente. Mas caramba, se isso não foi a coisa mais quente que eu já tinha visto. Será que tudo com Eva iria ser assim?  Tudo seria muito mais...? 
 ― Oh, - ela sussurrou, sorrindo para mim. ― Eu gostei disso.   Rindo, peguei a toalha mais próxima e comecei a limpar ela primeiro.  ― Não tanto quanto eu, - eu respondi.   ― É provavelmente não. Parece que você gostou um pouco, - brincou ela enquanto limpava as mãos.
 
Eva
 Cage estava enrolado em volta de mim quando abri meus olhos na manhã seguinte. Seu braço me segurava com força contra seu peito e sua perna estava entre as minhas. Eu me aconcheguei. Isso era bom. Eu nunca tinha dormido com um cara antes. Exceto na noite que eu estava bêbada e dormi com Cage no celeiro.   Ontem à noite tinha sido incrível. Eu esqueci o quanto eu sentia falta de estar perto de alguém assim. Josh e eu nunca tinhamos feito sexo, mas nós brincávamos. Embora nunca tenhamos nos esfregado um contra o outro até que eu gozasse. Ele nunca tinha gozado em minhas mãos. Ele sempre se afastava e se cobria primeiro. Com Cage eu queria mais. Talvez fosse porque eu era mais velha agora. Eu queria coisas que eu nunca quis naquela época.   Se não fosse pelo fato de que eu era apenas mais uma para Cage eu estaria disposta a ir até o fim. Meu corpo tinha certeza que queria e sua declaração desesperada de querer estar dentro de mim tinha sido difícil de resistir. No entanto, eu não podia deixar que o que estava acontecendo entre nós se tornasse muito importante. O verão acabaria e ele iria embora. Eu precisava olhar para o nosso tempo juntos como um tempo de cura. Eu poderia apreciá-lo enquanto durasse.   ― Mmmmmm, você está bem? - Cage sussurrou em meu ouvido com uma voz rouca.  Suas mãos desciam para agradar meu estômago e eu ri enquanto me contorcia.   ― Não se mexa – alertou ele e colocou algum espaço entre a sua ereção e a minha bunda.  ― Tudo bem, tudo bem. Vou me comportar - Eu rolei e olhei para ele. Ele apoiou a cabeça com a mão e sorriu maliciosamente para mim.   ― Só para você saber, eu não me comportei enquanto você dormia - admitiu.   ― O quê! - Eu perguntei, sentando-me.   ― Estou brincando. Bem, talvez não completamente. Eu deslizei minha mão em sua blusa e toquei esses seios incríveis. Mas você gostou. Eu estava lá.
 Rindo, eu joguei meu travesseiro em sua cabeça e me arrastei para fora da cama.   ― Ei! Aonde você vai?   Eu joguei meu cabelo para trás por cima do ombro e olhei para ele. ― Eu estou morrendo de fome. Vou ver se há o que comer neste lugar.   Cage gemeu ― Comida. Eu me esqueci de pegar comida.   Ele jogou as pernas para fora da cama e levantou, se esticando. Cada músculo em seu corpo bronzeado flexionou e inchou. De repente comer não parecia mais importante.  Ele terminou e pegou-me boquiaberta. ― Eu normalmente cobro por esse show, mas você pode ver de graça. - Ele piscou e pegou um par de jeans de seu armário.  Comecei a sugerir que ele deixasse o jeans fora e fizesse aquela coisa de se esticar de novo quando uma batida na porta me interrompeu.   Quem estaria aqui tão cedo? Dei um passo para trás no quarto e fui até a minha bolsa para encontrar algumas roupas.   Cage não se incomodou com uma camisa. A calça jeans estava pendurada deliciosamente em seus quadris que mostrava duas covinhas na parte inferior das costas. Eu queria lambe-las da próxima vez.   ― Provavelmente é Low, - disse ele, dirigindo-se a porta e fechando-a atrás dele para que eu pudesse me vestir.   Eu não tinha certeza se eu queria conhecer oficialmente Low agora que eu sabia quem ela era. Eu tirei o vestido amarelo curto que eu trouxe e o coloquei. Eu deixei minha necessaire no banheiro na noite passada. Meu cabelo e dentes precisavam de uma escova.  Eu tentei arduamente parecer apresentável, sem me dar ao trabalho de colocar maquiagem. Eu puxei o meu cabelo por cima do ombro e fiz um rabo de cavalo nele para mantê-lo domado. Eu precisava de um banho antes de ir para qualquer lugar.   Quando abri a porta e entrei na cozinha o cheiro de café bateu no meu nariz. Graças a Deus.   ― Lá está ela, - Cage disse sorrindo para mim. Ele estava sentado no balcão com uma xícara de café na mão. Ainda sem camisa e parecendo muito bonito para seu próprio bem. ― Low trouxe comida. - Ele pulou o balcão e se aproximou de mim.   ― Eva, você se lembra de Low. Ela cometeu o grande crime de trocar meus lençóis. - Cage estava sorrindo como um menino com sua tentativa de ser engraçado.   Low riu e parecia quase musical. ― Deixe disso, Cage. Não é bom provocar as mulheres. Você sabe bem. - Ela o repreendeu.   Low ergueu dois grandes sacos de papel marrom. ― Eu sabia que ele não teria qualquer comida aqui e eu odiaria se vocês acordassem com fome. Então eu trouxe biscoitos, salsichas, ovos e rosquinhas, se você preferir doces no café da manhã.   Meu estômago roncou. Eu coloquei a mão sobre ele e Cage riu: ― Venha garota, eu vou alimentá-la. 
 Cage pegou os sacos de Low e começou a abri-los. Voltei minha atenção para ela.  ― Eu realmente sinto muito ter sido rude quando nos conhecemos. Eu não sei por que eu agi de forma tão ridícula sobre lençóis e uma toalha... - Eu parei esperando que ela entendesse o meu momento de estupidez.   Low sorriu e passou seu olhar para Cage. ― Não se preocupe com isso. Eu entendo completamente. Eu não deveria ter me intrometido.   Tentar me explicar só deixaria tudo mais embaraçoso então eu decidi deixar passar. Talvez ela simplesmente esqueça, eventualmente.   ― O café da manhã está servido - Cage disse, trazendo-me um prato de comida.  ― Vá se sentar e eu vou servir o café.   ― Obrigada, - eu respondi. Ele colocou um pouco de tudo no meu prato. Eu não ia reclamar. Eu estava morrendo de fome.   ― Café com dois cremes e um pouco de açúcar? - Perguntou ele, enquanto se movia em direção ao pote de café.   Comecei a responder e parei. Como ele sabia disso? Nós nunca tinhamos tomado café juntos.   Quando eu não respondi, ele olhou para mim. Ele viu a pergunta em meus olhos e seu sorriso arrogante apareceu em seus lábios.   ― Você disse a Jeremy uma vez o que você queria no seu café enquanto você estava sentada na cadeira de balanço na varanda da frente. Ele estava dentro da casa e você gritou para ele. Eu estava descarregando o caminhão e ouvi você, - explicou.   Uau.  ― Oh - eu respondi, sentindo os olhos de Low em mim. Ela estava nos observando de perto.   ― Então, você conheceu todos ontem à noite? Você está com medo agora? - Low perguntou em um tom jovial quando me sentei na mesa em frente a ela.   ― Eles foram muito legais. Foi divertido.   Cage riu: ― Isso é sua maneira de dizer que os meus amigos são um bando de malucos.  ― Isso não é verdade. Eu realmente gostei deles.    Cage se aproximou e colocou uma xícara de café ao lado do meu prato, em seguida deu um beijo na minha cabeça antes de voltar a pegar algo para comer. A curiosidade no rosto de Low quase me fez rir. Será que ela não conhecia este homem melhor do que ninguém? Certamente ela não estava chocada com tudo o que ele disse ou fez.   ― Que horas vocês têm que voltar hoje? - Low perguntou.   Eu tinha acabado de dar uma mordida em meus ovos e não podia responder.  ― Eu acho que nós vamos sair cerca de cinco ou mais. Quero deixála antes de seu pai chegar a casa. E eu preciso verificar as vacas antes de ir para cama.   Low voltou a olhar curiosa alternando de mim para Cage. Eu não precisava olhar para saber que eles estavam tendo uma conversa silenciosa. Eu costumava ter essas conversas com Josh. Eu entendia. Meu peito doía um pouco com a ideia de nunca mais ter isso de novo. Mas não doeu tanto quanto costumava. Eu estava ficando cada vez melhor. Talvez um dia eu fosse realmente capaz de seguir em frente.   Cage limpou a garganta e eu sabia que ele estava avisando Low que sua conversa sem palavras tinha acabado. Outro sinal que eu tinha usado com Josh.   ― Bem, o que vocês estão pensando em fazer hoje? - Low perguntou.   Olhei por cima do meu prato para Cage. Eu não tinha idéia do que ele queria fazer hoje.   ― Eu pensei que iriamos passar algumas horas na praia e isso é o máximo de planos que eu fiz. - Cage respondeu.   ― Isso parece divertido. - Low começou a dizer mais, mas seu telefone começou a tocar. Ela olhou para ele e franziu a testa.   ― Quem é? - Cage perguntou olhando-a com cuidado.   Low suspirou e se levantou. ― É minha irmã.   Cage fez uma careta. ― Quer que eu me livre dela?   Low balançou a cabeça e dirigiu-se para a outra sala antes de eu a ouvir dizer. ― Alô?  Cage estava olhando para a porta com uma postura protetora estranha. Quase parecia que ele estava pronto para pegar o telefone da mão dela, se sua irmã dissesse algo para chateá-la.   ― O relacionamento com a irmã dela é tão ruim assim? - Eu perguntei, tentando relaxá-lo. Ele virou a cabeça para mim e os ombros aliviaram quando nossos olhos se encontraram. ― Sim. Sua irmã é uma vadia. Ela colocou Low no inferno.   Mas Low, obviamente, tinha um Cage muito leal para afastar os agressores em sua vida.  ― Se você precisa ver como ela está tudo bem.   Estudou-me um minuto, em seguida, um sorriso de satisfação surgiu em seu rosto.  ― Se ela precisar de mim ela vai vir me chamar. Eu prefiro sentar aqui com você e aproveitar meu café da manhã.
 
Capitulo Dezoito
Cage 
 Eva tinha dormido na areia sob um grande guarda-sol enquanto observávamos as ondas. Eu estava preocupado com as partes dela que não estavam completamente cobertas pela sombra e eu a acordei quando esfreguei loção em seus pés.   Os grandes olhos azuis dela me observavam atentamente enquanto eu esfregava loção nos pés massageando-os.  ― Mmmm, isso é bom. Eu espero que você não esteja esperando retorno - ela disse em uma voz sonolenta.   ― Eu não trabalho de graça.   ― Eu tenho medo de perguntar qual a forma de pagamento que você aceita.   Eu poderia pensar em algumas coisas diferentes para dizer, mas eu decidi tomar cuidado com as minhas palavras. Eva tinha visto e ouvido o suficiente ontem à noite, tanto que eu estava preocupado. Eu não queria que ela pensasse que eu estava falando sério.   ― Você está com fome? - Eu decidi mudar de assunto.   Ela sentou um pouco mais reta e me deu um sorriso tímido. ― Sim, um pouco.  Peguei o pé dela que estava descansando na minha perna e coloquei de volta na cadeira.  ― Vamos comer, - eu respondi, segurando a mão para puxá-la para cima.   ― Vamos voltar para dentro? Preciso juntar nossas coisas?   ― Não, podemos deixar tudo aqui. Elas não serão removidas. Eu conheço um cara - eu assegurei a ela.
  Um pequeno cenho franziu os lábios. Eu decidi mandar tudo ao inferno. Se ela ia fazer merda sexy assim com os lábios, eu reagiria do jeito que eu quisesse.  Baixei a cabeça e apertei os lábios firmemente contra os dela antes de puxar esse doce lábio inferior dela em minha boca. Suas mãos me agarraram e ela fez um pequeno suspiro de surpresa. Sorrindo, eu puxei de volta e pisquei para ela antes de tirar a mão dela.  ― O que foi isso? - Ela perguntou um pouco sem fôlego.  ― Você faz beicinhos sensuais franindo esses lábios, eu não vou ser capaz de ignorar.   Um sorriso lento se espalhou por seu rosto e ela lambeu os lábios. ― Oh.  Nós caminhamos até o Beach Shark, um restaurante de frutos do mar. Eles também tinham algumas das melhores batatas fritas caseiras que eu já tinha comido.   ― Cage, meu dia acabou de se iluminar. - Jess, a prima de Rock, gritou enquanto ela caminhava em nossa direção em um biquini com a bandeira americana. Jess era um problema. Eu cometi o erro de ficar com ela uma noite só para tirá-la de Marcus Hardy porque ela estava perturbando Low. Jess não entendia o sexo sem amarras. Rock e eu chegamos a brigar por causa dela. Depois de alguns golpes sólidos de cada um, nós dois nos sentimos melhor e decidimos deixar para lá. Não era como se Rock não soubesse que ela era fácil.   ― Jess, - eu respondi, enganchando meus dedos em Eva. Você nunca pode dizer o que Jess ia fazer.   ― Ouvi dizer que você estava exilado no interior por ser um bad boy. Jess se aproximou de mim e se inclinou para beijar minha bochecha.   Afastei minha cabeça para trás longe de seus lábios. ― Sim. Eu estou de folga aos domingos.   Jess não gostava de ser esnobada. Ela era uma grande pirralha quando as coisas não corriam do jeito dela.   ― Você precisa me ligar, assim podemos nos encontrar quando você voltar no próximo domingo. Estou com saudades. - Ela baixou a voz para um sussurro como se estivesse compartilhando um segredo entre nós dois.   ― Isso não vai acontecer, Jess. Eu não pretendo entrar em outra briga com Rock por sua causa. - Além disso, você é uma puta louca.   Jess levantou a mão e passou a unha no meu braço, ― Eu prometo não contar para ele.  Eu soltei a mão de Eva e coloquei o braço em volta da cintura dela. ― Jess, esta é Eva. Eva, esta é Jess, a prima de Rock.   Eva parecia tensa e eu odiava que fosse minha culpa ela estar se sentindo desconfortável. Será que eu jamais seria capaz de levá-la em qualquer lugar e não ter uma garota que eu fodi aparecendo?   Eu rocei meus lábios contra sua têmpora. Ela relaxou um pouco em meus braços e se inclinou para mim. Isso era melhor.   ― Então, você está em um relacionamento? - Jess perguntou incrédula.   Como diabos eu respondo a essa pergunta? Eva não era uma garota qualquer que eu peguei para o entretenimento de hoje. Mas não estávamos em um relacionamento real também.   ― Estamos namorando - Eva começou a falar.   Jess fez uma careta, ― Cage não namora.   Eu abri minha boca para dizer alguma coisa para parar Jess.   ― Talvez ele não namore você, mas ele está definitivamente namorando comigo, - Eva respondeu antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.   O aborrecimento no olhar de Jess foi dirigido para mim. Eu podia sentir isso, mas eu não conseguia tirar os olhos de Eva. Ela lidou com a situação, e o sorriso ridículo no meu rosto não podia ser disfarçado. Maldição, ela era sexy quando era atrevida.
 Eva inclinou a cabeça para trás para olhar para mim e plantar um beijo no meu sorriso satisfeito.
  ― Inacreditável, - Jess respondeu incrédula.   ― Sim, ela é, - eu respondi, piscando para Eva.   ― Vocês se divirtam com isso, - Jess disse sarcasticamente, antes de finalmente cair fora.  Arrumar as malas e voltar para a fazenda onde ela estaria longe de mim a maior parte do dia não era atraente. Eu queria mantê-la aqui comigo. Ontem à noite, pode ter começado mal, mas as coisas tomaram um rumo incrível no final.   Eu joguei as malas no Jeep e subi novamente ao apartamento para ajudar Eva que estava determinada a limpar tudo antes de sairmos.   Meus ouvidos reconheceram o dedilhar de cordas de guitarra quando eu abri a porta do apartamento. A voz suave se juntou à música desconhecida. Eva podia tocar violão? Eu fechei a porta silenciosamente atrás de mim. Não era uma música que eu estava familiarizado, mas eu sabia o suficiente sobre tocar violão para saber que o que ela estava tocando não era fácil. Eu poderia tocar algumas músicas, mas meu talento acabava ali. O violão que ela, obviamente, tinha encontrado no canto de meu quarto era um que eu tinha ganhado em uma aposta. Krit tinha ficado chateado quando ele teve que me dar, mas eu queria um violão então eu não ia deixar a bunda dele se livar da aposta.   O som suave de sua voz tinha tomado conta do ambiente. Eva era musicalmente talentosa. Não havia nenhuma dúvida disso. Se Krit ouvisse ele teria um orgasmo. Eu não queria que ela me visse e parasse, mas eu não podia evitar ficar tão perto da porta do quarto quanto possível. Eu queria vê-la assim.   Sua cabeça estava inclinada e a cortina de seu cabelo me impediu de ver seu rosto. A emoção na voz dela me falou mais do que qualquer visual. Encostado no batente da porta eu cruzei os braços e observei as mãos voarem sobre as cordas. Sem erros. Ela simplesmente não perdia um acorde. Sua voz era tão baixa que eu não conseguia distinguir as palavras, mas o que eu ouvi rasgou minha alma.   Uma vez que a música chegou ao fim, ela levantou a cabeça e soltou um suspiro longo.  ― Essa é apenas a segunda vez que eu peguei uma guitarra desde a morte de Josh, - disse ela em voz alta, em seguida, virou a cabeça para olhar para mim. O sorriso no rosto não estava triste, que era o que eu estava esperando. Ela estava feliz. Ela tinha recuperado alguma coisa que a morte de Josh tinha tirado dela.   ― Há quanto tempo você toca? - Perguntei.
  ― Desde que eu tinha cinco anos. O violão sempre me fascina. A maioria dos instrumentos musicais me fascina, mas o único que eu aprendi a tocar foi o violão. Eu sempre quis tocar piano, mas minha mãe tocava piano e só ver um já perturba papai. Então, eu nunca pedi um ou manifestei interesse nele. 
 Eu compraria um piano. Estaria aqui na próxima vez que ela viesse para casa comigo.  ― Você é incrível, - eu disse e caminhei até sentar ao lado dela.  ― Você vai tocar outra? Eu quero ouvir a sua voz neste momento.   Ela abaixou a cabeça e corou.  ― Eu não posso. Eu sabia que você estava lá, mas eu não podia vê-lo. Se você está onde eu posso ver, eu não vou conseguir tocar. Você vai me deixar nervosa.   ― Hmmm, - Enfiei a mão dentro do calor de suas coxas. ― E se eu subornar você?  Ela riu e balançou a cabeça. ― Nenhuma quantidade de beijos pode me fazer cantar com você olhando para mim. Eu não posso. Talvez um dia, mas eu simplesmente não posso agora.  ― Você tem certeza disso? - Eu perguntei quando eu inclinei e dei um beijo no canto da sua boca.
  ― Sim, - ela disse em voz ofegante.   ― Mmmm... Eu não me importo de tentar de qualquer maneira, - eu respondi, beijando o outro canto da boca.   ― Certo.   Peguei o violão do colo dela e coloquei sobre a cama ao lado dela, antes de puxá-la no meu colo. Enterrei minhas mãos em seu cabelo e devorei seus lábios.
 
Eva
 Cage: O que você está vestindo? 
 
 Eu ri quando li a mensagem que Cage acabou de me enviar. Ele pediu o número do meu telefone celular antes de chegarmos em casa na noite de domingo. 
 
 Eu: Nada. 
 
 Sorrindo, eu esperei ele responder.
 
 Cage: Porra. O lago, agora.    Eu cobri minha boca para não rir em voz alta. Papai estava na casa em algum lugar. Eu não o tinha visto desde o jantar.
 
 Eu: Você sabe que eu não posso. Papai ainda está acordado.
 
 Cage: O celeiro, então? 
 
 Fui até a janela e olhei para fora no escuro para ver a única luz acesa na parte de trás do celeiro.    Eu: Má ideia também.
 
 Cage: Eu discordo.
 
 Eu: Eu tinha certeza que sim. Boa noite.     Cage: Poderia ser melhor.    O sorriso no meu rosto parecia estar permanentemente lá recentemente. Papai tinha notado mais cedo durante o jantar. Eu queria dizer tudo sobre Cage para ele, mas eu nunca seria capaz de fazer isso. Ele nunca iria aceitar e ele provavelmente iria demiti-lo. Eu não queria ser o motivo de Cage perder sua bolsa de estudos. Além disso, ele iria embora a pouco mais de um mês. O verão acabaria e nosso tempo junto seria apenas uma lembrança. Eu tinha que lembrar isso cada vez mais e mais. Apegar-me a Cage era ruim. Ele tinha sido a chave da minha cura. Ele me obrigou a superar as coisas. Ninguém tinha me empurrado antes dele. Eu vou sempre estimá-lo por isso.   Debatendo na cama, a felicidade que eu sentia subitamente desapareceu. Eu não gostava de enfrentar os fatos sobre Cage. E tão doce quanto era Low eu odiava o fato de que ela nunca teria que perdê-lo. Ele sempre estaria lá quando ela precisasse dele. Eu invejava isso.   Uma batida na minha porta invadiu meus pensamentos melancólicos. ― Menina Eva, você está acordada? - Papai chamou.   ― Sim, entre, - eu respondi.   Ele abriu a porta e entrou. Ele sempre parecia tão fora de lugar no meu quarto. Ele raramente pisava nele.   ― Eu queria falar com você sobre uma coisa, - ele disse, cruzando os braços sobre o peito largo.   ― Tudo bem. - Eu odiava quando ele começava nossas conversas assim. Isso normalmente significava que eu não ia gostar do que viria a seguir.   ― Jeremy vai sair logo para a faculdade. Antes de ele ir eu quero convidar ele e seus pais para jantar. Ele ajudou você a cada passo do caminho e eles são como uma família, mesmo que as coisas tenham acontecido dessa maneira...   Eu não tinha pensado nisso, mas papai estava certo. Precisávamos convidá-los para jantar. Tínhamos passado por tanta coisa ao longo dos anos. 
 
 ― Boa ideia. Vou ligar de manhã e combinar tudo.   Papai acenou com a cabeça: ― Tudo bem, então, bem, boa noite.   ― Boa noite. 
 
 A fada invisível não existia mais. Eu sempre me certifiquei de que Cage estivesse por perto antes de levar limonada, uma toalha gelada e um lanche. Eu também fazia essas coisas a cada chance que eu tinha em vez de apenas duas vezes por dia.   Uma vez que eu sabia que papai tinha ido para a cidade, levei uma grande fatia do bolo de chocolate que eu tinha feito para o jantar dos Beasley hoje à noite, fui à geladeira e peguei as outras coisas que eu sabia que Cage necessitava. Observar suas costas enquanto ele pegava fardos de feno e jogava por cima do muro era de dar água na boca. Eu me sentei na tampa traseira do caminhão e decidi aproveitar o show por alguns minutos. Ele me veria em breve.  O suor brilhava em suas costas enquanto o sol batia nele.  A calça jeans de trabalho se encaixava em seus quadris mais baixos me dando uma visão perfeita de suas covinhas nas costas e o topo da sua cueca boxer. Ele inclinou para pegar um fardo de feno e parou. Levantou e olhou por cima de seu ombro. Quando seus olhos se encontraram com os meus, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.   ― Você vê algo que quer baby?
  ― Talvez. Estou verificando. Vendo se eu estou interessada, - eu respondi com o meu próprio sorriso maligno.   As sobrancelhas escuras dele se ergueram e ele girou completamente me dando uma visão de seu peito suado. Oh meu. Isso nunca seria demais.   ― Eu vejo algo que eu quero, - ele falou quando ele veio em minha direção. Meu batimento cardíaco, que estava calmo, aumentou quando ele chegou perto de mim.   ― Você vê? - Eu perguntei quando ele parou na minha frente e se inclinou.   ― Claro que sim, você sabe, - ele murmurou. ― Eu amo chocolate.   O quê? Minha excitação virou confusão. Seu braço se estendeu e a sua mão pegou o pedaço de bolo de chocolate que eu trouxe.  ― Você é um provocador, - Eu fiz beicinho. Ele deu a volta e sentou ao meu lado.  ― Eu? Você é a única que vem desfilando por aqui em um par de shorts minúsculos e estraga o meu trabalho por ficar me admirando. Inferno, menina. Você acha que um homem pode trabalhar quando ele sabe que você está olhando para ele como se você quisesse um pedaço dele?   O prazer quente de suas palavras se espalhou através de mim. Ele deu uma mordida no bolo, em seguida, fechou os olhos e fez um gemido baixo em sua garganta. Oh meu.  ― Maldição, bebê, isso é bom.   Sim, isso era bom. A forma como seus músculos da mandíbula flexionaram enquanto mastigava e sua garganta se movia quando ele engoliu em seco. Era realmente bom.  ― Eva, - Cage disse tirando minha atenção para longe de seu muito bom, grosso e musculoso pescoço.   ― Hmmm, - eu respondi.   ― Se eu vou comer esse bolo, então você precisa falar e parar de me olhar assim. Você mantém essa merda e eu vou comer você e para o inferno com quem nos pegar.  Eu não podia evitar. Eu ri.   ― Não ria. Não foi uma piada, - ele ralhou, levantando uma sobrancelha para mim antes de pegar outra mordida de bolo.   Forcei meus olhos para longe dele. Fazia dois dias desde que nós tinhamos conseguido qualquer tipo de contato. Eu estava ficando excitada com muita facilidade.   ― Você tem companhia, - Cage disse, levantando e se afastando de mim.   Companhia? Quem? Eu pulei para baixo e virei para olhar para a calçada. Meu estômago caiu. Eu conhecia aquele carro. Se ela tivesse nos visto? Eu tinha que ficar longe de Cage.   ― Eu tenho que ir, - eu disse, sem olhar para ele. Eu não queria que ele visse a preocupação em meus olhos. Se eu explicasse a ele, ele nunca iria entender. Eu não tinha certeza que eu poderia explicar. Eu só não queria Elaine Beasley me pegando com alguém como Cage. Ela ficaria tão decepcionada.   Correndo de volta até a colina em direção a casa eu silenciosamente rezei para que ela não estivesse olhando para o pasto enquanto dirigia.   Elaine já tinha saído de seu Lincoln Towncar e estava indo ao meu encontro. O sorriso em seu rosto me fez lembrar tanta coisa. Ela tinha sido a única mãe que eu conseguia me lembrar. Eu era muito jovem quando eu perdi minha mãe. Elaine tinha sido uma substituta enquanto eu estava crescendo. Quando eu precisava de uma mãe, Josh sempre me levava para ela.   ― Olá Eva, - disse ela, abrindo seus braços para um abraço. Eu fui de bom grado. Eu sempre me sentia segura quando Elaine me abraçava. Ela cheirava a primavera e cookies.  ― Sra. Elaine, é tão bom ver você, - eu respondi, abraçando-a antes de recuar.   ― Então porque você não foi mais me visitar? Só porque Jeremy está se mudando, não significa que você não pode vir me visitar.   A culpa remoía minhas entranhas. Eu não tinha ido vê-la desde o dia em que eu comecei a cobiçar Cage York. Estar na casa de Josh fazia a diversão que eu estava tendo com Cage parecer contaminada e errada. Eu não me queria sentir desse jeito. Então, eu fiquei longe.   Ela estendeu a mão e pegou a minha mão esquerda nua. ― Jeremy me disse que finalmente tirou. Eu quero que você saiba que eu estou feliz. Eu o amava muito Eva, mas querida, era hora de tirá-lo. - Sua voz era suave e maternal. Era o seu filho que eu estava deixando ir quando eu tinha tirado o anel, mas ela estava feliz com isso. Como?   ― Ainda há dias que eu quero pegá-lo e colocá-lo de volta, - eu admiti.   ― Eu sei. Há dias em que eu quero limpar seu quarto e arrumar sua cama como se ele fosse voltar para casa. - A emoção na voz dela rasgou minha alma. Deus, a dor ainda estava lá.   Ela desviou o olhar por cima do ombro em direção ao celeiro. Eu vi a pequena pitada de preocupação em sua expressão. ― Eva, é o rapaz que seu tio mandou para cá para trabalhar por causa de algumas encrencas que ele se meteu?   Ela tinha nos visto.   ― Sim, senhora, - eu botei pra fora. Eu não queria admitir isso para ela, mas o que mais eu poderia fazer? Ela me viu sentada no bagageiro toda sorridente quando ela chegou. O que ela estava pensando? Será que ela achava que eu estava desrespeitando completamente Josh por passar o tempo com alguém que não era tão bom quanto ele tinha sido?  ― Você sabe que eu te amo como uma filha. Você é tanto minha como Josh e Jeremy. Eu sempre me preocupei e orei por você, assim como eu faço pelos meus meninos. Eu ainda faço. Josh te amou tanto. Você era o seu mundo a partir do momento que ele era apenas um menino. Ele queria que você tivesse a vida maravilhosa que vocês dois tinham planejado. Mas querida, eu posso dizer-lhe que Josh nunca ia querer que você passasse o tempo com esse menino. - Ela assentiu com a cabeça na direção do celeiro. ― Ele não é digno de você. Josh iria querer que você encontrasse alguém que fosse bom e estável. Alguém que pudesse cuidar de você e ficar com você através das voltas e reviravoltas da vida. - Sua mão fria se estendeu e segurou a minha na dela com um aperto suave.  ― Você merece muito mais do que ser uma pequena aventura para um cara como esse. Não deixe que sua tristeza e dor lhe enviem em uma estrada que você não pode voltar.   Meu peito se sentiu tão pesado. Culpa. Dor. Tristeza. Perda. Tudo girava em conjunto tornando difícil para eu respirar fundo. Ela estava certa? Eu estava jogando a memória de Josh fora porque Cage York tinha um corpo incrível e um sorriso sexy? Será que eu fiquei tão superficial? Oh, Deus. Lágrimas ardiam em meus olhos e Elaine me puxou para um abraço. ― Eu não queria incomodá-la, querida. Às vezes, uma mãe precisa ajudar a encontrar o caminho certo quando nos desviamos. Isso é tudo. - Ela alisou meu cabelo enquanto me tranquilizava.   ― Agora, vamos falar de outras coisas. Coisas mais positivas. Quais são os seus planos agora que você decidiu dirigir o agradável Jeep novamente e começar a viver a sua vida? Eu quero ouvir tudo sobre isso.
Você vai voltar para a faculdade, não é? Quero dizer você não pode ficar aqui e continuar indo para a faculdade da comunidade. Você é muito inteligente para este lugar Eva. Ah, e o violão. Seu pai me disse que ele voltou para casa e viu você tocar no outro dia. Estou muito orgulhosa de você.  - Eu segui Elaine até a casa, mas eu não tinha vontade de falar sobre nenhuma dessas coisas. Eu queria me esconder no meu quarto e chorar. Se estar com Cage era tão ruim, por que doia quando me diziam que era errado? Ele era a razão pela qual eu estava melhorando. Isso não tinha que contar para alguma coisa?
 
Capitulo Dezenove
Cage
 Eu tinha enviado duas mensagens a Eva e ligado uma vez. Ela ainda não tinha respondido. A fada invisível estava de volta, mas ela não estava trazendo os mimos extras, como o bolo de chocolate ou torta de morango. Tudo o que eu recebia era uma garrafa térmica com água e uma toalha de gelo. Algo estava fodido.   Eu não podia ir procurar ela e exigir que ela falasse comigo. Seu pai jogaria a minha bunda fora da propriedade. Eu perderia minha bolsa e eu não teria Eva. O que diabos eu poderia fazer? Ela não queria falar comigo. Nossa última conversa foi quando ela me trouxe o bolo de chocolate. A única coisa que eu poderia pensar era que tinha alguma coisa a ver com a senhora que veio outro dia e ela estava ocupada com isso. Mesmo assim por que diabos ela ainda não tinha respondido minhas mensagens?   Eu precisava falar com Wilson de qualquer maneira. Low poderia vir me buscar esta noite para o meu dia de folga tão facilmente quanto amanhã. Eu não faria nada entre agora e amanhã de manhã. Por mais que eu não quisesse sair por causa do tratamento de silêncio de Eva, ficar aqui só iria me deixar louco. Eu puxei uma camisa limpa e, em seguida, peguei minha bolsa e joguei algumas coisas nela.   Wilson devia ter chegado nesse meio tempo. Talvez Eva atendesse a porta. Eu poderia ver o rosto dela, mesmo que não pudesse falar.   Eu fui até a casa.   As luzes estavam todas acesas, o que era estranho. Mesmo os holofotes estavam iluminando o quintal. A entrada também estava cheia. Eles estavam dando uma festa?   Parei na porta quando o riso e várias vozes flutuaram para fora.   A porta se abriu e Jeremy estava sorrindo para mim. ― Ei, cara. O que está acontecendo?    ― Eu preciso falar com Wilson, - eu expliquei, olhando por Jeremy para ver qualquer sinal de Eva.   ― Venha. Ele está à mesa com a família.   A família? Que família?   Jeremy me levou para dentro num pequeno foyer. Eu não poderia deixar de fazer uma pausa várias vezes para estudar os quadros na parede, eram de Eva quando ela era mais jovem. Ela tinha sido bonita toda a sua vida. Cacho também tinha sido o seu penteado favorito por um longo tempo.   ― Ela tinha dez anos. Acabado de colocar aparelhos e estava realmente chateada com isso. O pai dela não conseguiu a fazer sorrir por isso ligou para minha casa e chamou Josh e eu para virmos. Quando chegamos aqui, Eva estava empoleirada em cima desse balanço com lágrimas não derramadas em seus olhos e uma irritada carranca no rosto. Josh estava atrás do fotógrafo e começou a contar suas piadas toc-toc e fazer caretas.   Sua cabeça estava inclinada para o lado e ela parecia que tinha acabado de rir na imagem. Meu coração apertou ao pensar com todas as recordações que ela tinha para lembrar-lá todo dia do que ela tinha perdido.  Jeremy começou a andar novamente e eu o segui em direção à grande porta de entrada em arco, onde os sons de vozes e risadas foram saindo. Quem estava lá, estava se divertindo muito.   Jeremy entrou na minha frente, ― Mãe, pai, Chad, este é Cage York. Ele está trabalhando para Wilson neste verão. Cage, esta é a minha família. Chad é meu primo da Louisiana, eu te falei que eu vou dividir o quarto com ele.   Eu não esperava uma introdução completa. Aparentemente, nem eles. Eu não me concentrei em ninguém. Quando meus olhos varreram a mesa eu reconheci a mãe de Jeremy, como a senhora que tinha vindo no outro dia. Medo inflamou com o que sua chegada poderia ter significado. Ela era a mãe de Josh também. Eu não gostava de onde minha mente estava indo com isso.   Quando o meu olhar encontrou Eva, ela não estava olhando para mim. Sua cabeça estava abaixada e ela estava brincando nervosamente com o guardanapo. Porra.   ― Cage? Algo está errado? - perguntou Wilson.   Obriguei-me a olhar para Wilson, em vez de sua filha.   ― Eu não queria interromper o seu jantar. Eu só precisava perguntar se tem algum problema eu ir para casa hoje à noite?   Wilson deu de ombros e acenou com a cabeça: ― Eu não vejo por que não, menino. Claro, vá em frente. Vejo você na segunda de manhã.   ― Obrigado, - eu respondi e joguei meu olhar para Eva. Ela ainda não tinha levantado a cabeça. Eu não queria deixar como estava. ― Foi uh,um  prazer em conhecer vocês. - Eu não esperei por uma resposta. Virei e fiz meu caminho de volta para a porta. Eu precisava de um pouco de ar fresco e tentar arduamente controlar o pânico que se estabeleceu em meu peito.   A porta de tela bateu atrás de mim, mas eu não vacilei, eu apenas continuei andando. Peguei meu celular no meu bolso e mandei uma mensagem para Low vir.
  Ela demoraria pelo menos uma hora. Em vez de voltar para o espaço fechado do meu quarto improvisado, eu fui sentar no balanço sob o carvalho maior na propriedade. Eu raramente vi alguém aqui fora. Estava escuro e eu poderia ficar escondido enquanto eu juntava meus pensamentos.   A mãe de Josh tinha vindo para uma visita e Eva não tinha falado comigo desde então. O que foi isso? Eva tinha visto ela e percebido que ela estava baixando o nivel? Josh teve a boa família americana. Eu, por outro lado, só tinha Low. Minha mãe não me fez refeições ou lavou minhas roupas. Inferno, minha mãe nem tinha me levado ao médico quando estava doente. Minha meia-irmã e eu quase nunca nos falávamos. A última vez que ouvi, ela tinha sido presa em um laboratório de metanfetamina com o seu mais recente namorado e ido para a prisão.   Sim, eu tinha uma porra de família fantástica para apresentar para Eva também. Se ela achava que eu não era digno agora, sem saber tudo o que eu fiz de errado, merda, então eu não tinha a menor chance.   Eu deixei a minha cabeça em minhas mãos. Por que eu me deixei importar? Por que eu decidi cuidar da merda de alguém que era tão fora do meu maldito alcance? As meninas como Eva não querem ficar comigo. Elas queriam brincar comigo por um tempo e depois encontrar o garoto que seus pais aprovariam. Eu não era o tipo para ficar. Eu aprendi em tenra idade que as mulheres não me queriam de verdade. Quando a mãe de um cara não o quer, por que diabos alguém iria querer? Algo estava errado comigo. Sempre esteve errado. Quando eu tinha encontrado Low, eu a segurei e decidi que ela seria a única menina que queria ficar comigo, então ela seria a única que ficaria para sempre. Eu sabia que ela nunca iria me deixar. Minhas merdas mundo afora nunca a fariam fugir. Então ela encontrou Marcus e ele a amava de uma maneira que eu nunca faria. Tanto quanto eu a amava eu não poderia amá-la do jeito que seria necessário para ser fiel.   Então veio Eva. Ela me mostrou que eu poderia desejar uma só mulher e ser malditamente feliz com isso. Pena que, assim como as outras, ela não queria ficar comigo. Desta vez eu não tinha me livrado dela antes que ela pudesse descobrir que não valia a pena estar comigo. Eu quis muito. Eu esperei por muito, caramba.   Vozes percorreram o gramado e vi quando Eva veio andando com Jeremy e seu primo. Eu podia ouvir suas risadas. Os três saíram no Jeep de Eva e o primo abriu a porta e sussurrou algo em seu ouvido antes de ajudá-la a entrar. A dor me cortou.   Jeremy subiu atrás e seu primo sentou no banco do passageiro. Eva estava saindo. Ela estava seguindo em frente. Eu tinha sido uma distração.   Meus olhos ardiam e eu odiava a fraqueza que as lágrimas representavam. Foda-se isso. Eu não iria chorar. Eu não chorava. Eu também não iria implorar porra. Eu sabia o que parecia implorar para alguém te querer. Eu fui chamado de pedaço de merda inútil, por meu pai desde que eu tinha cinco anos. Então, novamente, por minha mãe quando eu era um adolescente rebelde por causa da vida que eu tinha.  Eu decidi há muito tempo que eu não valia nada, então eu não tenho que viver de acordo com as regras de merda de ninguém. Eu faria as minhas próprias.
 
Eva
 Meu telefone soou me alertando de uma mensagem de texto, eu agarrei e rezei que fosse Cage. Ele não tinha voltado ainda e era terçafeira. Papai não parecia preocupado e eu estava com medo de perguntar onde Cage estava. Eu não poderia mostrar qualquer interesse em Cage. Mas eu precisava saber onde ele estava. Ele parou de me mandar mensagens de texto depois de sábado à noite. Ele não tinha ligado. Eu o ignorei. Eu tinha que fazer. Eu estava tão confusa.   A mensagem era de Chad. Ele estava me deixando louca. Nós tínhamos ido dançar na noite de sábado depois que Cage saiu. Papai e Elaine tinham pensado que era uma ideia maravilhosa quando Jeremy sugeriu. Eu estava presa. A expressão esperançosa de Elaine quando Chad puxou a cadeira para mim foi difícil de perder. Ela convidou Chad porque ela era uma casamenteira.   Chad queria saber o que eu ia fazer hoje. Eu queria saber quando ele ia voltar para Louisiana para que ele me deixasse em paz. Eu digitei que eu não estava a fim de fazer nada e deixei por isso mesmo.   Olhar o celeiro me deixava ansiosa e enjoada a cada minuto que ele não voltava. E se ele foi embora? Certamente não. Ele tinha sua bolsa para lidar. Eu olhei para o meu telefone e pensei nas mensagens de texto dele. Eu tinha ignorado as suas tentativas de tentar entrar em contato comigo. Será que ele responderia?   Eu tinha que saber.    Eu: Você está bem? Onde você está? 
 
 Eu segurei meu telefone em minhas mãos e esperei.   O silêncio no quarto era ensurdecedor. Eu podia ouvir meu coração batendo. A cada segundo que se passava sem uma resposta meu estômago revirava apertado na situação emocional que eu estava desde que Elaine me falou como desapontado Josh estaria comigo. Eu não queria decepcionar Josh. Eu não queria cometer um erro. Cage tinha sido uma maneira de me curar. Ele era sido divertido e emocionante. Nada parecia ruim e errado quando estávamos juntos. Eu sabia que ele iria embora em breve. Eu não tinha me permitido acreditar que tinhamos alguma coisa duradoura.   Depois de vários minutos e nenhuma resposta eu deixei cair meu celular em cima da cama e deitei no meu travesseiro. Ele ia deixar a minha vida desse jeito? Sem adeus, simplesmente desaparecer?   Uma lágrima quente escorreu pelo meu rosto. Pela primeira vez em 18 meses minhas lágrimas não eram por causa de Josh Beasley. 
 
 Eu decidi buscar os lençóis de Cage e lavá-los. Eu poderia perguntar a papai se ele iria voltar com a desculpa de que eu precisava saber se eu deveria colocar novamente os lençóis.   A porta do celeiro estava aberta quando eu saí na quarta-feira. A esperança cresceu em meu peito. Eu queria correr em direção ao celeiro, mas eu não podia. Papai estava aqui em algum lugar.   Uma vez eu cheguei perto, parei e respirei fundo antes de entrar. Se ele estivesse lá eu tinha que explicar as coisas. Eu ainda não tinha certeza do que eu ia dizer. Dizer a Cage que a mãe de Josh não o aprovava não era exatamente uma boa ideia. Cage não parece ser o tipo de cara que precisasse ser dito que ele era menos do que digno. Se eu quisesse me livrar dele, seria uma boa maneira de fazê-lo. E eu definitivamente não queria me livrar dele.  Cage saiu do celeiro com uma carranca no rosto. Ele tinha um chapéu de palha inclinado para trás em sua cabeça e sua camisa ainda não estava encharcada de suor. Ele estava lindo.   Ele parou quando me viu então seu rosto ficou duro e frio antes dele andar por trás de mim e jogar a pá e a caixa de ferramenta na parte de trás do caminhão. Tentei falar, mas as minhas palavras ficaram presas na garganta. Eu não sabia como falar com este Cage. Aquele com o sorriso arrogante e sexy tinha ido embora.   Ele andou para trás de mim e se dirigiu de volta para o celeiro. Eu estava congelada. O que eu diria? Será que ele gritaria comigo se eu tentasse explicar? Será que ele se importaria? Oh, Deus. Eu era agora apenas uma das muitas que ele joga fora e esquece?   Ele voltou para fora do celeiro com as mãos cheias de comida e uma lata de óleo de motor. Seus olhos nem sequer piscaram para mim. Eu realmente me sentia invisível agora.  Uma vez que ele jogou as coisas em seu caminhão, ele se dirigiu para a porta do lado do motorista e puxou-a. Ele iria sair com o caminhão. Eu tinha que dizer alguma coisa.   ― Cage, - eu resmunguei.   O único sinal de que ele me ouviu foram os ombros tensos, mas ele não olhou para trás ou respondeu.   ― Cage, por favor, - eu implorei, na esperança de que, pelo menos, o forçaria a olhar para mim.   Seu domínio sobre a porta estava tão apertado que os nós dos dedos estavam brancos.  ― Não, - ele respondeu com uma voz sem emoção antes de deslizar para dentro e bater a porta do caminhão.   Ele saiu em direção ao sul, sem sequer uma vez fazer contato visual comigo. Meu peito parecia que ia estourar. Eu queria chorar. Eu queria gritar. Eu queria correr atrás dele e exigir que ele falasse comigo.
 
 É assim que se sente quando se gosta de alguém que não sente o mesmo.
 
Eu só sabia como era amar alguém que me amava de volta ferozmente. Eu nunca tinha conhecido a rejeição. Eu nunca quis alguém que não me quisesse. O desejo não vai embora com a rejeição.   Entorpecida, eu entrei no celeiro e voltei para o quarto dele. Eu ainda iria lavar os lençóis e toalhas. Ele precisava de coisas limpas.   Eu abri a porta do seu quarto. O colchão estava nu e um conjunto de lençóis limpos estava empilhado em cima dele. Ao lado deles estava uma pilha de toalhas dobradas e panos limpos. Ele tinha levado suas coisas para Low. Ela lavou tudo para ele.   A tristeza só cresceu. Ela nunca teria que sentir a dor da rejeição de Cage. Ele a amava. Ele sempre amaria. Assim como Josh havia me amado, sem dúvida. Tinha sido incondicional. Eu odiava Willow porque ela tinha algo que eu nunca teria: o amor incondicional de Cage York. Alguém mais tem isso? Eu sabia que eles se amavam. Ele nunca falou de família. Low era sua família. Ela era tudo o que importava para ele. O que precisava para fazer ele se sentir assim? Peguei suas toalhas e coloquei na pequena prateleira ao lado do chuveiro. Então eu fui fazer a cama para ele. Eu não pude lavar os lençóis para ele, mas pelo menos eu pude fazer alguma coisa. Eu queria fazer algo por ele. Mesmo que ele nao me quisesse.
 
Capitulo Vinte
Cage
 Ela fez a minha cama. Caramba. Por que ela estava fazendo isso? Eu trabalhei duro para tirar ela da cabeça e do meu sistema por três dias muito longos. Um monte de uísque e mulheres. Não tinha funcionado. O unico jeito eu tinha sido capaz de ficar com elas era fechando os olhos e fingindo que era Eva. Chamando o nome dela não tinha funcionado muito bem com as meninas que estavam sóbrias o suficiente para perceber que eu não estava mentalmente com elas.   O canto da minha colcha foi puxado de volta para mim e um prato de comida estava na mesa ao lado, coberta em papel alumínio para mantê-la aquecido. Eu tinha que aguentar até sábado à noite. Então eu iria embora novamente por três dias inteiros. O treinador decidiu que eu precisava começar a trabalhar com a equipe de domingo a terça-feira. Eu estava destinado a trabalhar na fazenda de quarta-feira a sábado agora. Wilson tinha dado ao treinador Mack um bom relatório e eu estava sendo recompensado por bom comportamento.  Quando Eva falou comigo antes, eu tinha quase quebrado. A única coisa que me impediu de me virar para olhar para ela foi à imagem dela com outro cara. Ela o deixou tocá-la e ajudá-la a subir no Jeep. Ele não foi esnobado. Ele era bom o suficiente. Eu não podia fazer isso com ela. Ser o pequeno segredo sujo de alguém nunca tinha me incomodado até agora. Eu não quero ser o segredo de Eva. As coisas eram diferentes com ela. Eu senti alguma coisa. Ela tinha sido real. Tinha sido mais. Muito mais.   Peguei a folha de fora do prato e o cheiro do bolo de carne e milho me bateu. Eu estava faminto. A imagem de Eva fazendo meu prato e tendo o cuidado de envolvê-lo e trazê-lo até aqui para mim pesou em meu peito. Porra se isso não ia ser dificil. Felizmente, eu tinha aprendido em uma idade precoce que a auto-preservação era a única maneira de sobreviver com sua alma intacta.   Ou talvez eu já tivesse perdido a minha alma. Eu duvidava que Deus permitisse que alguém como eu mantivesse qualquer presente Dele. Era muito provável que eu tivesse nascido sem uma. 
 
 A água do lago foi ficando mais quente a cada dia, fumegante. Mas ainda era mais fria que o calor de quartenta graus que fazia na rua, o que tornava o ar tão espesso que ficava difícil respirar fundo. Eu baixei minha cabeça sob a superfície e molhei meu cabelo, alisando-o de volta no meu rosto. 
 
 O som de uma porta de carro batendo chamou a minha atenção quando eu vim à tona. Virei na água para ver Eva andando em minha direção. Merda. O que ela está fazendo agora? Eu tinha feito tudo o que eu podia pensar em fazer para ela me deixar em paz. Seus longos cabelos castanhos estavam voando livre pelas costas e a barriga plana bronzeada estava descoberta.    Eu deveria virar minha cabeça e ignorá-la, mas ela estava tão linda que era difícil. Eu não tinha me permitido olhar para ela em mais de uma semana. Ela parou no banco e começou a puxar sua blusinha fora. Que porra é essa? Um sutiã vermelho estava cobrindo seus seios e, apesar de eu ter ficado aliviado, não era muito melhor do se ela estivesse nua. Era foda, sexy como o inferno. Quando suas mãos foram para o botão de pressão de seus shorts eu abri minha boca para impedi-la, mas ela começou a tirá-los mesmo assim. Um par de calcinhas combinando com a renda vermelha tinha muito pouca cobertura e me fez sufocar com a minha língua  ― Você vai falar comigo? - ela perguntou, entrando na água. Eu queria discutir com ela, mas ela estava andando na água com um biquini vermelho. Eu não conseguia formar palavras.  ― Onde você estava? - Ela perguntou quando ela fechou o espaço entre nós.   Eu não poderia esquecer. Eu não poderia quebrar. Ela tinha o poder de me quebrar. Ninguém nunca tinha tido esse poder, nunca. Eva tinha. Se eu a deixar chegar muito perto, ela poderia me destruir completamente. Eu era fraco, quando se tratava dela. Eu não poderia ser fraco. Ela me rejeitou. Por que ela estava tão malditamente determinada a falar comigo agora? Eu não era rejeitado. Eu era o único que rejeitava. Eu não daria a alguém a chance de decidir que eu não era bom o suficiente.   ― Eu não me lembro de ser problema seu, não é querida? - Eu disse com voz arrastada em um tom aborrecido.   Ela endureceu e parou sua abordagem. Bom. Se ela ficasse perto demais eu ia agarrá-la e esquecer tudo sobre como ela não achava que eu era bom o suficiente para ela. Ela tinha vergonha de mim. Eu me agarrei a esse pensamento quando seus seios roliços pareciam rodeados no vai e vem da água. Provocando-me.   ― Por que você está agindo assim? - Ela perguntou. A mágoa na voz dela colocava uma rachadura na minha parede. Eu tinha que me afastar dela antes que eu cometesse um erro.   ― Eu estou apenas sendo eu.   Ela franziu a testa: ― Esse não é você. Você não é frio e cruel.   Cerrei os punhos sob a água para não estender a mão e puxar seu corpo doce contra o meu e saboreá-la. Mais uma memória para manter comigo quando eu fosse embora. Ela tinha me rejeitado. Ela só iria fazer novamente.   ― O que você quer baby? Você quer que eu cuide desse corpo gostoso? Porque eu não me importo de fazer você se sentir bem. Você pode ter todos os meus dedos ou você está pronta para eu me enterrar dentro de você agora? Você quer saber como é transar com um bad boy? É muito bom, eu garanto. Eu sempre tenho garotas e elas sempre continuam voltando para mais.   ― Cage não faça isso, - ela engasgou.   ― Não fazer o quê? Dizer a verdade sobre mim? Você estava certa sobre mim o tempo todo. É por isso que você me quer como seu pequeno segredo sujo. Estou acostumado com isso, Eva. Eu fui à aventura selvagem de várias mulheres.  ― Para, isso não é quem você é.   Dei um passo em direção a ela e meu coração batia contra o meu peito dolorosamente. As lágrimas que enchiam seus olhos eram tudo o que eu poderia suportar. Eu me odiava quando a merda feia derramou da minha boca.  ― Sim, baby, eu sou. Mas não se preocupe. Eu vou ficar bem. Eu fui rejeitado por você e mais vieram correndo. Várias meninas gostosas do grêmio me fizeram sentir bem melhor neste fim de semana.   Antes que eu pudesse correr o inferno longe dela, ela se virou e correu para a praia. A dor em meu peito se tornou insuportável. Inclineime e coloquei minhas mãos nos joelhos. FOOOODA. Isso dói.   O Jeep rugiu para a vida e ouvi quando ela foi embora. Ela correu de novo, mas desta vez eu a mandei correr.   Levantei, joguei minha cabeça para trás e gritei:  ― FILHO DA PUTA, - quando o sol batia em mim. Zombando de mim. Zombando de minha vida. 
 
Eva
 Josh tinha ido embora. Jeremy foi embora. Cage tinha ido embora. Eu não tinha ninguém. Eu não poderia suportar isso. Eu precisava fazer a dor ir embora. Eu estava tão mal que ficar longe de Cage o resto da semana foi à única maneira que eu pude lidar com isso. Mesmo assim, tudo que eu conseguia fazer era chorar. Ele estava com outras mulheres. Eu queria acreditar que ele estava mentindo apenas para me machucar, mas eu sabia que ele não estava. Eu já tinha visto a sinceridade em seus olhos.
  A ideia de alguém tocá-lo e sentir suas mãos por todo o corpo me deixou enjoada. Eu não podia suportar isso. Eu precisava esquecer. Eu precisava lavar essa imagem na minha cabeça. A dor só foi piorando. Ele pensou que eu tinha rejeitado ele e de algum jeito, eu tinha. Ele estava certo. Eu merecia isso. Mas doia muito.   Eu puxei meu Jeep para Nelly. Era a única honky-tonk na cidade. Era também o único lugar que alguém de 20 anos de idade poderia conseguir uma bebida. Eu precisava me anestesiar. O álcool era a única coisa que eu podia pensar para conseguir isso.  Nelly não negava uma bebida se você tivesse o dinheiro. Por isso, ela conseguiu ter um negócio bem sucedido. Aqui no interior ninguém pensou em fiscalizá-la. Ela fugiu com um monte de coisas porque ela estava fora do radar.   Eu tinha colocado minha mini-saia jeans azul que Josh amava tanto, usando-a como fonte de conforto. Eu completei minha roupa honky-tonking com botas de cowboy e um top preto brilhante. Eu ia dançar com homens atraentes e beber bastante tequila para fazer a dor ir embora. Cage pode ter me jogado de lado uma vez quando ele se cansou de mim, mas eu não era indesejável. Muitos rapazes ficariam encantados de ter a minha atenção.   Eu empurrei a porta para abri-la. Quando entrei no bar esfumaçado, procurei por Becca. Ela me mandou uma mensagem e me disse para vir encontrá-la aqui se eu estivesse pronta para me divertir um pouco. Vi ela dançando com um cara com um Stetson preto e um par de jeans apertados. Becca estava esfregando cada parte de seu corpo contra o dele, enquanto a banda ao vivo tocava uma velha música country que me fez lembrar Hank Williams Jr. dos álbuns de papai.   Nelly estava no bar e eu fui para pedir a minha primeira dose da noite.   ― Não esperava vê-la de volta aqui depois que Jeremy veio para arrancar você do chão na última vez - a carranca preocupada de Nelly me incomodou. Será que todos na cidade meteriam o nariz na minha vida?   ― Eu preciso de uma bebida, Nelly, - eu disse a ela quando me sentei no banco vazio à sua frente.    Ela suspirou ― Tudo bem menina você é uma mulher agora. - Ela pegou um copo e derramou Jose Cuervo prata no copo então o deslizou para mim.   ― Você quer limão e sal com isso?   ― Não. Assim está bom, - eu respondi e atirei na garganta. O calor queimou todo o meu corpo. Eu coloquei o copo de volta no balcão e empurrei para ela.
  ― Devagar agora, docinho, - ela repreendeu e encheu o copo novamente antes de correr de volta para mim.   ― Eu só preciso de dois para me soltar.   Peguei o copo e bebi rapidamente. A queimadura foi menos intensa, mas ainda estava lá.   ― Isso é porque Jeremy foi embora para a faculdade? - Perguntou Nelly, inclinando os cotovelos no bar e me estudando. Seus longos cabelos negros estavam salpicados com cinza e puxados para trás em um rabo de cavalo. Difícil, a vida não tinha sido boa para ela, provavelmente em torno de seus quarenta e poucos anos, ela parecia mais velha. Sua pele estava desgastada.   ― Não. Desta vez não é por causa de um menino Beasley, - Eu informei a ela, deslizando meu copo para ela. ― Só mais um, - disse a ela. 
 ― Com Jeremy fora, para quem eu vou ligar se você acabar bebâda?   ― Eu não vou ficar bêbada, eu prometo. Eu só preciso de um zumbido, Nelly.   Seus lábios enrugados franziram em uma careta e ela me serviu mais um copo.   Eu não esperei ela dar para mim. Estendi a mão, peguei e bebi. A dormência começou a aparecer e Cage York parecia menos importante. Perfeito. Sorri para Nelly e teria beijado sua bochecha flacida se eu pudesse alcançá-la. Ela tinha me dado o meu primeiro alívio da dor desde que Cage tinha me descartado.   Levantando, eu tive que parar um segundo para me equilibrar quando a sala girou um pouco. Uma vez que eu paguei minha conta, eu saí para a pista de dança. Eu dançaria sozinha. Eu não precisava de um homem.   ― Eva Brooks, eu acredito que você andou bebendo, - uma voz familiar falou lentamente e eu levantei meu olhar do chão onde eu estava focada em não cair e encontrei os olhos castanhos sorridentes de Mark Ganner. Mark era um grande receptor, ele jogava futebol na escola. Josh tinha dito muitas vezes que Mark era seu "ir para". Ele poderia pegar uma bola, não importa o quão ruim fosse o arremesso.
  ― Mark - Eu sorri feliz por ver alguém do meu passado.
  ― Você parece muito bem, Eva.   Estendi a mão e agarrei o braço dele, inclinando-me sobre ele um pouco. Minhas pernas ainda estavam um pouco dormentes. ― Obrigada, - eu respondi.   ― Você quer dançar? - Mark perguntou.   ― SIM!   Mark riu e me puxou para os seus braços. Eu estava grata por algum apoio.   ― O que você tem feito? - Ele perguntou quando nos movemos juntos com a música.  ― Nada. Tentando descobrir o que acontece em seguida.   Mark concordou com a cabeça: ― Sim.   A música mudou e eu tinha mais controle sobre o meu corpo com a tequila circulando através de mim.   Jogando para trás minha cabeça, eu ri e comecei a mover os quadris sedutoramente contra Mark. O interesse em seus olhos pareceu vazio. Então, novamente, eu estava vazia. Poderia muito bem ter o que eu pudesse pegar.   ― EVA - Becca gritou quando o cowboy girou em torno dela e aproximou-se ao meu lado e de Mark.   ― Olhe para você já seguindo em frente e dançando com Mark. Estou tão orgulhosa que eu poderia arrebentar. - Becca aplaudiu. ― Vai ser bom para você.   ― Ela está em boas mãos, - assegurou Mark para Becca. Ela riu, em seguida, atirou-lhe uma piscadela antes de sair dançando.   ― Vocês duas ainda mantem contato, então? - Mark perguntou. 
 ― Sim, Becca ainda fica por perto. Ela é a única amiga fora Jeremy que é corajosa o suficiente para me visitar.    Mark franziu a testa e eu podia ver a pena em seus olhos. Eu odiava a pena. Cage nunca olhou para mim com pena em seus olhos.   ― Eu preciso de outra dose. Será que você pode pegar para mim? Nelly está sendo mesquinha hoje comigo.   A pena de Mark desapareceu e ele me deu um sorriso animado, ― Sim, claro. Eu já volto.    ― Você poderia trazer duas? - Eu perguntei quando ele se dirigiu para o bar.   ― Absolutamente.
 
Capitulo Vinte e Um
Cage
 ― Tire a sua bunda daí e vá pegar umas malditas gatas. Eu quero hoje a noite uma ruiva com peitos realmente grandes. Tão malditamente grandes quanto falsos, - Preston gritou sobre a música alta.   ― Estou aqui apenas para beber, - eu respondi. Eu já lhe disse isso uma vez. Eu simplesmente não podia fingir com sexo barato. Não ajudou em nada. Ele só me fez sentir mais filho da puta do que eu já era.   ― Vamos, cara. Eu posso disputar algumas senhoras, mas você sempre terá o creme da maldita nata. Especialmente com peitos. As meninas com peitos grandes correm para você. Por favor, vá me conseguir algumas grandes tetas gordas e redondas para eu me enterrar esta noite.   Eu gosto de Preston, mas ele estava me dando nos nervos. Eu não queria bater nele de jeito nenhum. Será mesmo que ele não percebia o quão superficial do caralho ele parecia?  ― Eu disse que não estou aqui para isso.   Preston colocou a sua cerveja em cima da mesa e sentou no banco vazio ao meu lado. ― Por favor, não me diga que isso é por causa da garota que você trouxe aqui algumas semanas atrás. Pensei que você tivesse superado isso. Eu não posso passar por essa merda com você também. Primeiro Marcus, agora você. Inferno, o que aconteceu com a variedade de buceta? Por que alguém iria querer desistir disso?   Meu celular vibrou no meu bolso antes que eu respondesse. Puxei para fora e um número desconhecido brilhou na minha tela. Eu pressionei para aceitar e cobri minha outra orelha para que eu pudesse ouvir.   ― Olá?   ― Cage. Ei, cara é Jeremy. Onde você está?   Que diabos era Jeremy me ligando?   ― Em Sea Breeze, por quê?   ― Eu preciso de um grande favor. É Eva.   Levantei e comecei a andar para a porta em passos largos.   ― E o que tem Eva?   ― Estou em Louisiana e ela ficou bebâda de novo. Acabei de receber um telefonema de Nelly. Ela disse que Eva estava dançando em cima do maldito bar.
 ― Foooda - Eu rosnei e comecei a correr. Cavei no meu bolso e encontrei minhas chaves e enfiei na fechadura quando eu alcancei meu Mustang. Eu não deveria dirigir, mas foda-se. Eu tinha que chegar até ela. E se alguém a tocasse? Meu peito batia freneticamente no meu peito.   ― Nelly está cuidando dela, mas ela disse que precisava de alguém para ir buscá-la e ela odiaria ter que chamar Wilson. Ele ficaria furioso.
Além disso, ele foi para o campo para pegar peixes.   ― Ligue para Nelly e diga para ela tirar Eva do bar e ter certeza que ninguém coloque um dedo sobre ela ou ela vai ter uma briga de bar e tanto nas mãos quando eu chegar lá, - eu rosnei.   Jeremy ficou quieto um segundo, em seguida, finalmente disse: ― Esta bem. Eu vou. Posso perguntar uma coisa?   NÃO.  ― O quê?   ― Ela é apenas mais uma garota para você? Ou ela é diferente?            Segurei o volante com força e tentei controlar a gama de emoções rolando através de mim.  ― Eva sempre foi diferente, - eu disse com os dentes cerrados.   ― Bom, - ele suspirou, ― Eu vou ligar para Nelly.   Eu atirei o telefone no assento do passageiro. Isso era minha culpa. Se alguém a tocasse, seria minha culpa. Além disso, seria minha culpa, quando o filho da puta estúpido tiver o rosto socado.   Entrei no estacionamento de Nelly e tinha a porta aberta antes de eu parar completamente. Eu consegui fazer uma hora de carro em apenas 30 minutos. Era um milagre que eu não estivesse atrás das grades.   A pesada porta de madeira se abriu e Becca veio caindo em um par de sapatos de salto alto e pendurado no braço de um aspirante a cowboy.   Seus olhos vidrados encontraram os meus e ela me deu um sorriso embriagado.  ― Cage York, o que fazendo aqui?   ― Onde está Eva?   Becca riu e depois deu de ombros. ― Da última vez que a vi, ela estava dançando no bar.   Andei, passando por Becca e entrei. Vasculhei a sala e procurei por Eva.   ― Você está aqui pela Eva? - A bartender chamou.   ― Sim, - eu respondi, caminhando até ela, ― Onde ela está?   A senhora jogou uma toalha sobre o ombro e saiu de trás do bar, ― Venha comigo.  Segui quando ela abriu a porta à esquerda do bar e entrou em um corredor escuro.  ― Eu a coloquei aqui atrás. Não sou realmente louca por brigas aqui. Jeremy me disse que o calvário estava chegando e se Eva estivesse dançando em uma mesa que você destruiria o lugar. Então eu a coloquei no meu escritório.   A senhora abriu a porta no final do corredor e ficou para trás. ― Vai você. Eu tenho que voltar lá na frente. Fique a vontade, - disse ela e se virou para caminhar de volta pelo corredor.  Entrei no quarto. Uma única lâmpada iluminava o ambiente. Eva estava encolhida no sofá desbotado no canto. Seus olhos estavam fechados e ela parecia tão pacífica. Deus, eu sentia falta dela. Eu a segurei uma vez quando ela tinha dormido assim.   Fechei a porta atrás de mim e caminhei até ela. Abaixei na sua frente e afastei os cachos para fora de seu rosto. Seus cílios se agitaram contra sua bochecha. Corri meu polegar sobre a pele macia debaixo de sua orelha. Eu tinha medo de que deixá-la chegar muito perto iria me quebrar. Infelizmente, eu tinha me preocupado com isso um pouco tarde demais. Porque eu já estava quebrado. O Cage que eu era antes de Eva já não existia. Por mais que eu não quisesse admitir, eu tinha me apaixonado por ela. Eu tinha permitido alguém entrar e ela não me queriam. Eu não era bom o suficiente. Eu nunca seria.   Vê-la doce, perfeita, inocente só aumentou a dor ainda mais. Eu não era bom o suficiente para ela. Ela merecia outro cara como Josh em sua vida. Ela merecia um cara que não tinha vivido uma vida tão fodida que ele nunca poderia ser bom o suficiente. Eu andei muito perto do céu e tive um vislumbre. O inferno que eu tinha vivido antes dela já não me atraia.  Levantei e peguei Eva em meus braços. Ela aconchegou-se contra mim. ― Cage, - ela sussurrou grogue contra meu peito.   ― Sim, eu estou aqui, baby. Volte a dormir. Eu vou te levar para casa. 
 
Eva
 Abri os olhos e olhei para o teto. Eu estava em casa. Na minha cama. Mas eu não me lembro de ir para a cama. Ainda estava escuro lá fora. Olhando para o relógio vi que eram quatro da manhã. Um copo de água e um vidro de aspirina estavam na mesa de cabeceira com uma pequena nota.   Você pode precisar tomar outra aspirina quando você acordar. Beba a água também. Tudo.   Cage. Eu podia sentir o cheiro dele na minha camisa. Pulando eu corri para a janela e olhei para o celeiro. Ele estava ali?   Comecei a correr para as escadas e peguei uma lufada de cheiro de cigarro em minhas roupas. Eu despi-me e rapidamente entrei no chuveiro. Eu tinha que lavar o fedor do bar.   Depois que eu estava limpa e vestida, eu corri para o celeiro. Eu não bati em sua porta. Em vez disso, abri lentamente. A luz do luar na janela iluminava a cama de Cage. Meu coração disparou. Ele veio para me pegar. Ele me trouxe para casa.   Os olhos de Cage estavam abertos e ele olhou para mim. Eu sabia que precisava dizer alguma coisa, mas só de vê-lo aqui e saber que ele ia voltar para mim entupiu minha garganta com a emoção.   ― O que está fazendo, Eva?  - Sua voz não parecia com raiva. Parecia derrotado.
― Eu acordei e eu estava em casa. Então eu vi o seu bilhete e eu vim ver se você estava aqui, - eu gaguejei. Eu não queria que ele me mandasse embora.   ― Eu estou aqui. Agora volte para a cama, - ele respondeu.   ― Cage, por favor, fale comigo. Eu sinto sua falta. - Eu não tinha a intenção de soar tão patética, mas eu não poderia evitar. Ele veio para mim. Eu precisava saber por quê. Ele tinha que sentir algo por mim. Eu não queria ser apenas mais uma garota que ele tinha gostado e jogado de lado. Estar com ele significou algo para mim. Ele significou algo para mim.   Cage soltou um suspiro cansado e sentou. Agora o lençol caiu e seu peito quase nu me fez esquecer o que eu queria dizer.   ― Você não pode dizer essas merdas, Eva. Não é justo.   ― Como não é justo te dizer como eu me sinto? Não é justo que você me deixou assim que você se cansou. Você só foi embora e fodeu uma vadia sem nenhum problema.   A cabeça de Cage virou. A raiva e a mágoa em seu rosto me assustaram.  ― O quê? Eu não deixei você porque eu fiquei entediado. Você. Me. Rejeitou. Porra, Eva. TUDO o que via, enquanto eu estava com elas era você. Eu fechava meus olhos e imaginava você. Só - você.  Ele estava pensando em mim. Eu estava mentalmente doente porque ouvi-lo dizer isso me fez melhor? Eu odiava que ele tivesse estado com outras meninas, mas apenas sabendo que era difícil para ele e que ele tinha pensado em mim, me aliviou a dor. Eu comecei isso. Minha estúpida necessidade de agradar a mãe de Josh. Ele nunca teria feito isso se eu não tivesse rejeitado ele. Toda essa dor e mágoa só porque a mãe de Josh me fez sentir culpada.  ― Eu estava confusa, - eu admiti.   Cage soltou uma risada dura. ― Sim, bem, eu não estava.   Dei um passo em direção a ele, e ele balançou a cabeça.  ― Não se aproxime. ― Por favor, me escute. Deixe-me explicar.   Ele passou a mão pelo cabelo escuro e eu podia ver a batalha interna em sua expressão. Eu precisava falar enquanto eu o tinha fraco.   ― Eu cometi um erro. Eu escutei alguém que não sabia nada sobre você. Eu deixei os meus medos terem melhor de mim e eu cometi um erro muito, muito grave.   Cage deixou cair a mão de volta para seu colo e seus olhos tristes encontraram os meus.  ― Mas você escutou. Algo que a mãe de Josh disse fez sentido para você. Tanto quanto eu odeio admitir isso, ela provavelmente estava certa. Você estava certa em se afastar. Ele já tinha descoberto que ela tinha falado comigo e a chamou de mãe de Josh, não Jeremy. Ele estava fazendo isso sobre Josh. 
 ― Não, Cage. Não, eu não estava.   ― Sim, Eva, você estava. Eu não sou o cara bom. Eu não sou o cara que você poderia apresentar a seu pai. Você teria vergonha de deixar as pessoas nesta pequena cidade saber que você tinha ido do grande e poderoso Josh Beasley para o perdedor Cage York. Você merece um cara como Josh Beasley.   Meu coração se partiu enquanto eu observava a auto-aversão no rosto de Cage. Eu me odiava por colocá-la lá. Ele não era Josh. Ele não era nada como Josh. Ele era mais.   ― Cage, por favor, não, - eu implorei, fechando a distância entre nós. Ele se afastou e eu agarrei o rosto com as mãos e cobri seus lábios com os meus. Ele não respondeu no início. Quando montei em seu colo e me arrastei em cima dele, ele cedeu. Suas mãos deslizaram até as costas das minhas pernas quando ele enfiou a língua na minha boca e começou a me beijar de volta.
  O gemido que arranquei de seu peito me deixou um pouco louca. Eu queria tanto isso. Eu precisava sentir ele novamente. Estendi a mão para a parte inferior da minha camisa e puxei ignorando o protesto de Cage. Peguei seu rosto, pressionando o meu peito nu contra o dele. A fria barra fez cócegas em meu mamilo e eu tremi.   Eu o provei do jeito que ele sempre me provou. Beijando cada canto de sua boca, eu mordiscava o lábio inferior e puxava sua língua em minha boca, sugando forte. Quando as mãos em concha pressionaram meus seios eu gritei e me apertei sobre ele. Sua ereção colocava pressão sobre o meu calor inchado. Hoje à noite nada seria suficiente. Eu precisava estar mais perto. Eu quase o perdi. Eu precisava de mais.   Eu o empurrei até que ele caiu de costas no colchão debaixo de mim. Ao vê-lo olhando para mim com esses olhos que refletiam o que eu estava sentindo afastou qualquer dúvida da minha mente. Levantei e comecei a tirar meu short.   ― Eva, não... ah porra, - Cage gemeu quando eu saí da minha calcinha e me arrastei de volta em cima dele. Puxei as cobertas para que eu pudesse tirar os boxers fora e sua ereção saltou livre em seu lugar. Cage dormia nu. Descendo eu o levei em minhas mãos e deslizei para baixo da sua textura quente e sedosa.   Cage soltou um gemido baixo, ― Ahhhh, Eva você não quer fazer isso, - disse ele em um apelo rouco e desesperado.   - Sim, eu quero. Eu quero fazer isso mais do que eu quero respirar.   Eu deslizei minhas mãos até seu peito e baixei o meu corpo sobre o dele. Mantendo as pernas em cada lado de seus quadris eu fechei meus olhos em puro prazer quando sua ereção empurrou contra a minha abertura molhada.   Eu nunca tinha feito isso, mas eu tinha lido o suficiente para saber que seria difícil ter a minha primeira vez comigo em cima. Eu precisava que ele assumisse. Eu deslizei sobre ele várias vezes, o fazendo praguejar e a agarrar o lençol debaixo dele em um aperto de morte.   ― Cage, eu quero você dentro de mim. Eu quero que você faça amor comigo, - eu sussurrei em seu ouvido e ele tremeu debaixo de mim. Era um sentimento poderoso e eu adorei. Cage gemeu e agarrou minha cintura. Ele puxou meu peito mais perto de sua boca. Quando meu mamilo balançou na frente dele, ele estendeu a mão e cobriu com sua boca. Gritando, eu apertei sua cabeça para perto de mim. Eu queria mais.   Ele mordeu suavemente meu mamilo e meu corpo entrou em chamas.   ― Sim, por favor, - eu implorei. Ele deixou sair de sua boca antes de passar para o próximo seio e fazer a mesma coisa nele. Comecei a balançar para trás e para frente. Quanto mais ele chupava melhor ficava.   Cage mudou seus quadris e eu congelei quando a cabeça de sua ereção entrou em mim. Fechando os olhos eu queria avisar a ele, mas me senti tão bem que eu não conseguia encontrar palavras.   ― Porra, bebê você é tão apertada, - ele gemeu quando suas mãos agarraram meus quadris e me seguraram firme. Eu pressionei e a dor do estiramento era excitante.   ― Pare. Não. Eu vou te machucar. Por favor. Só me dê um minuto. Eu preciso fazer isso devagar, - sua respiração era difícil e as suas palavras agitadas.   O deixei empurrar mais para baixo e eu gritei quando a dor se intensificou. Ele acalmou.   ― Eva? - ele perguntou com uma voz triste. Eu o estava machucando muito? Eu estava muito apertada?   ― Sim? - Deus, por favor, não deixe que ele pare.   ― Você é virgem.   Engoli em seco nervosamente, ― Sim.   ― Oh, inferno, - ele gemeu e começou a sair de perto de mim.   ― Não, não, por favor, - eu implorei quando ele me levantou.   Ele me virou de costas e olhou para mim. ― Eu quero isso. Assim, Deus me ajude, eu não mereço isso, mas eu quero isso pra caralho. Você tem certeza? - Seu rosto estava tão dilacerado. Estendi a mão e o acariciei esfregando o polegar em sua bochecha.   - Sim. Por favor, Cage. Isto é o que eu quero, - eu respondi.   Ele fechou os olhos e soltou um suspiro irregular. ― Tudo bem. - Ele se estabeleceu entre as minhas pernas se mantendo em cima de mim. ― Eu nunca estive com uma virgem, Eva. Eu vou tentar realmente duro não te machucar.   ― Será que vai te machucar? - Eu perguntei, pensando em sua expressão de dor quando ele disse que eu era muito apertada.   Ele sorriu: - Vai ser o mais próximo do paraíso que eu nunca vou conseguir baby. Oh.    Eu vi seu rosto quando ele investiu dentro de mim. Quando eu estiquei para acomodá-lo a dor não me incomodou. Ver o prazer no rosto de Cage quando ele afundou mais profundo dentro de mim me fez querer resistir contra ele. Eu adorava saber que eu poderia fazê-lo se sentir tão bem.   Ele parou e seus olhos se cravaram em mim, ― Esta é a parte que vai doer. Vou fazê-lo rápido e então vou ficar parado até você acostumar.   ― Certo.   Cage fechou os olhos com força e apertou firme dentro de mim e uma dor aguda interna tirou meu fôlego. Ele enterrou seu rosto no meu pescoço e começou a chover beijos em todos os meus pontos fracos, enquanto sussurrava o quão bem ele se sentia.   ― Eu estou dentro e você é tão quente e apertada. É como uma maldita luva, baby. Ao ouvi-lo dizer como se sentia, meu prazer voltou com força total. Eu queria que ele se movesse. Levantando meus quadris ele avançou mais profundo em mim.   ― Oh, Deus, Eva, - ele gemeu quando deslizou lentamente para fora, em seguida, voltou para dentro.
  Eu levantei minhas pernas e enlacei seus quadris e ele soltou um gemido de prazer e aprovação. ― Isso é perfeito. Você é perfeita, - ele arquejou. ― Eu não quero que isso acabe.  Sua respiração tornou-se mais irregular quando os braços flexionavam com cada impulso.  ― Foda-se, baby, você é tão apertada, - ele gemeu.   Eu levantei para atender cada impulso precisando de alguma coisa. Eu precisava de mais. Eu não conseguia o suficiente.   Cage rosnou e saiu de mim.   ― Não, não, - eu chorei quando ele abriu minhas pernas e escondeu o rosto entre elas. A primeira lambida de sua língua contra mim me mandou para as alturas. Eu ouvi meu grito de prazer e o nome de Cage foi arrancado do meu peito enquanto eu rebolava freneticamente contra o seu rosto. Ele soltou um gemido alto, enquanto continuava.   Ele diminuiu a velocidade e finalmente levantou a cabeça. Por mais incrível que tivesse sido eu estava gostando de ter ele dentro de mim.   ― Por que você parou?   Ele limpou a boca com as costas da sua mão e ele se arrastou de volta ao meu lado. ― Eu não estava usando um preservativo. Eu nunca esqueci antes. Eu sempre tive um por perto. Sempre. Eu não sabia até que eu estava pronto para explodir dentro de você. Eu tinha que sair.   ― Então, você não... - Eu parei, odiando que mais uma vez ele não tivesse gozado.  Ele riu: ― Ah, não, eu fiz. Um monte de merda.   Franzindo a testa, eu me virei para olhar para ele.   ― Eu vou precisar trocar os lençóis, - explicou.   ― Oh, - eu respondi. Eu queria fazer isso de novo e eu não queria que ele saisse de dentro de mim. ― Você tem camisinha? - Eu perguntei, movendo-me para que eu pudesse tocar seu mamilo perfurado.   ― Eu sempre tenho um preservativo, - respondeu ele.   Sorrindo para ele eu beijei sua barra, ― Quanto tempo até que você pode fazer isso de novo?   Ele levantou as sobrancelhas em surpresa: ― Não é sobre mim. Eu posso fazer isso agora, mas você vai ficar dolorida, - ele correu o polegar sobre meu lábio inferior, ― Porque você estava tão incrivelmente apertada. Juro Eva, nada jamais se comparou a isso.  ― Eu não estou dolorida, - eu assegurei a ele, movendo meus quadris para que eu pudesse escarranchar nele.   ― Sim, você está. Basta esperar, na parte da manhã você vai sentir.   Com um beicinho, eu me sentei e cruzei os braços sob os meus seios. Seus olhos vidrados com eles e eu tive um momento difícil em não sorrir. ― Quando nós podemos voltar a fazer isso?   Cage inclinou-se sobre os cotovelos e os olhos fechados com os meus. ― Droga, toda vez que você quiser. Eu sou todo seu. - Ele sorriu, ― Se você continuar fazendo beicinho eu vou decidir que sua dor pode se tratada de outras maneiras.   Curiosa, debrucei-me sobre ele: ― O que significa isso?   Ele pressionou um beijo no topo de um dos meus seios, ― Isso significa que eu só vou beijá-la e torná-la melhor.
 
Capitulo Vinte e Dois
Cage
 Eva me acordou uma hora antes do amanhecer, beijando meu peito e deslizando a mão para cima e para baixo do meu pau muito acordado.   ― Mmmm, - eu gemi, descendo para puxá-la mais perto para que eu pudesse apertar os lábios maravilhosamente inchados nos meus. ― Este é um jeito bom de acordar, - eu sussurrei antes de deslizar minha língua em sua boca ávida.   Eva jogou a perna sobre meus quadris e me montou.   ― O que está fazendo, baby? - Eu perguntei quando ela se inclinou até que a cabeça do meu pau foi penetrando-a. ― Uau! Espera, - Peguei o preservativo extra que eu tinha deixado na mesa de cabeceira na noite passada, apenas no caso. ― Precisamos usar isso.  ― Posso fazer isso?, - ela perguntou com um sorriso malicioso no rosto.   ― Oh, sim, - eu respondi entregando o pequeno pacote para ela.   Ela rasgou e abriu com os dentes, o que era sexy como o inferno. Em seguida, ela rolou para baixo fazendo com que lentamente meu pau latejasse ansiosamente sob seu toque. Uma vez que ela tinha firmemente no lugar, sentou e deixou cair sobre ele em um impulso. Nós dois gritamos em uníssono.   Eu assisti com admiração quando Eva lentamente abriu os olhos e olhou para mim com puro prazer brilhando em seu olhar. Eu nunca me canso disso. Dela. Eu nunca teria o suficiente. Agarrei sua cintura e guieia quando ela me cavalgava para conduzir-nos tanto mais perto e mais perto da borda.   Pouco antes de eu me perder dentro dela, minha boca se abriu e eu não conseguia segurar as palavras martelando na minha cabeça a cada batida do meu coração.   ― Eu te amo.   Quando eu saí do chuveiro meus lençóis tinham sido trocados. Se eu não tivesse gozado sobre eles eu queria mantê-los. Eles cheiravam a sexo e Eva. Peguei uma toalha e sequei o meu cabelo. Então eu passei a toalha em volta da minha cintura. Eu estava preocupado em deixar Eva dolorida, mas porra se ela não tinha me machucado.   Depois da noite passada, Eva me possuía. Eu empurrei o medo longe quando veio eu percebi isso. Antes eu achava que ela tinha me quebrado, mas agora ela tinha o poder de absolutamente me destruir. Sexo sempre foi uma libertação para mim. Nada mais do que um passatempo prazeroso. O que tinhamos feito era muito mais do que sexo.   Uma batida forte na porta do celeiro me tirou dos meus pensamentos felizes.   ― Sim, - eu chamei.   A porta se abriu e Wilson entrou de assalto com sede de assassinato em seu rosto. Não demorou muito para eu descobrir que eu era o único pronto para morrer. De alguma forma, ele sabia.   Ele apontou o dedo na minha cara:  ― Você tocou em algo que você não tinha nenhum direito, rapaz. Ela não é uma das suas pequenas putas. Ela é uma boa garota que teve um ano e tanto. Eu deveria colocar uma bala em sua cabeça e enterrá-lo no quintal, - ele vociferou e balançou o dedo para mim. ― Mas não. Chamei Mack. Eu disse a ele que você trabalhou duro aqui neste verão e que deve ser deixado fora de sua DUI e ele permitiu sua volta à equipe. Eu não lhe disse que você estava dormindo com a minha menina. Levou toda a minha força de vontade para não pegar a minha arma de fogo e vir explodir suas bolas, porra, quando eu dirigi até aqui e vi Eva sair daqui ao nascer do sol, com os braços cheios com os SEUS LENÇÓIS!   Eva tinha visto ele? Ela estava bem? Por que ela não ligou ou mandou uma mensagem para me avisar?   ― Você vai arrumar suas malas e sair. Você não vai dizer adeus. Você não vai sequer olhar na direção dela. Se você tanto quanto piscar um olho na direção dela eu vou ter certeza de que você perderá tudo. Eu sei tudo sobre a sua situação. Você quer um futuro, então você não pode perder a sua educação. Se você quiser mantê-lo, então você vai embora. Não se iluda garoto, se você acha que pode escolher a minha filha em vez disso, você nunca vai tê-la. Vou pegar a arma e eu vou acabar com isso de qualquer jeito. Você está me ouvindo?  Ele queria me afastar dela? Como diabos eu deveria afastar-me dela? Eu não podia deixá-la.  ― Eu não vou deixá-la.   ― O inferno que não vai. Você nunca vai tê-la. Eu posso pegar o telefone agora e tirar o seu mundo.   Baseball era a única maneira que eu poderia receber uma educação universitária. Eu não teria outra chance. Eu estaria trabalhando em um bar em algum lugar com salário mínimo para o resto da minha vida. Eva merecia mais do que isso. Ela merecia um homem que podia cuidar dela. Mas foda-se eu nao estava indo só para deixá-la. Eu não poderia fazer isso. Eu posso não ser bom o suficiente para ela, mas eu estava indo muito bem tentando o meu melhor para tornar-me digno.   ― Eu não posso machucá-la e não vou deixá-la.   ― Você já machucou rapaz. Você já fez. Ela era instável e você se aproveitou disso. Eva nunca vai se casar com alguém como você. Ela amava Josh Beasley. Ela o adorava. Ela nunca será feliz até que ela encontre outro como Josh. Nós dois sabemos que você não vai cumprir essas normas. Você é apenas um caminho para Eva se levantar. Você não significa nada para ela, rapaz. Agora arrume as malas e vá antes que eu mude de ideia. 
 
 Wilson bateu a porta ao sair.   Eu me afundei na cama e deixei minha cabeça cair em minhas mãos. CASAR? Porra, o que ele quis dizer com se casar? Eu não podia casar. Eva nunca iria pensar em mim desse jeito. Eu não era o tipo de cara que uma garota como ela casava. Ele estava certo. Ela nunca disse que me amava. Ela nunca disse nada sobre para sempre. Eu nunca iria me comparar a Josh e Eva queria outro Josh. Quando Eva decidisse se casar ela iria à procura de alguém sem um passado fodido e um registro criminal.   Na noite passada eu tinha feito amor com uma mulher pela primeira e última vez. Tinha sido incrível e eu tinha uma memória para o resto da minha vida. Eva teve o gosto do lado selvagem. Ela seguirá em frente em breve. Não era como se eu estivesse quebrando seu coração. Mas caramba, se eu não estava rasgando o meu fora do meu peito.   Com a minha mochila nas costas, eu fui para o meu carro. Eu não olhei para qualquer lugar, mas para frente. Eu não seria capaz de sair, se eu a visse. Ela não me ama, mas eu a amava pra caramba, e isso não importava. O mais perto que eu cheguei ao meu carro sem ela chamando meu nome, mas eu senti algo dentro de mim morrer.   Abrindo a porta do carro, eu joguei minha mochila dentro e entrei nele, sabendo que estaria ali pela última vez. Deixando meu coração para trás. 
 
Eva
 Onde ele estava? Depois que eu tinha tomado um banho, fiz uma maquiagem especial e escolhi uma roupa que deixaria Cage louco. Desci para fazer-lhe um lanche. Seu carro tinha desaparecido. Eu andei até a rua e olhei em volta. Meu coração começou a correr como o medo dentro de mim. Teria acontecido alguma coisa? Ele estava bem? Será que ele teve problemas por dirigir a noite passada? Corri até o celeiro e em seu quarto. Estava vazio. Nenhum sinal de que Cage tinha estado lá.   Virei e encontrei meu pai em pé na porta.   ― O que está fazendo Eva?    Eu não me importava mais. Papai poderia superar isso. Eu tinha vinte anos de idade. ― Estou procurando Cage, - eu respondi, desafiando a me perguntar por quê.   ― Ele foi embora.   Meu coração parou.   ― O que você quer dizer? - Ele precisava levar o carro de volta? Será que ele tem alguma prática?   ― Mack o queria de volta. Disse que tinha cumprido a sua sentença e ele poderia ir para casa. Ele correu daqui como se ele não pudesse esperar para ir embora.   Não. Cage nao iria só sair correndo. Ele não iria sem me dizer quando ele me veria de novo. Meu telefone. Se ele tivesse chamado o meu telefone?   Eu empurrei papai passado e corri para a casa. Eu tinha que pegar meu telefone. Eu tinha deixado no meu quarto. Talvez estivesse no silencioso e eu houvesse perdido sua chamada. Tinha que ser isso, porque Cage não iria me deixar. Não depois de ontem à noite. Ele não faria isso. A última vez que ele tinha usado o preservativo e gozou dentro de mim, ele disse que me amava.   Ele não iria me deixar.   Não havia chamadas no meu telefone. Nenhuma mensagem de texto. Nada.  Cage tinha me deixado sem uma palavra.   Por quê? O que eu tinha feito de errado? Teria tudo sido apenas sexo para ele? Todas aquelas palavras doces era algo que ele dizia a toda garota quando ele fazia sexo? Deus, não. Eu deixei cair meu telefone no chão e deixei a dor me assaltar. Eu dei meu coração a alguém que não o queria. Mesmo sabendo disso, eu não me arrependo. Eu só queria que ele me quisesse. Eu só queria que ele me amasse também. 
 
 Eu peguei o meu violão e me dirigi para o celeiro. Era a minha rotina diária. Papai estava incomodado com isso, mas eu disse-lhe que me deixasse em paz e deixasse lidar com isso da maneira que eu quisesse. Eu não era mais inocente e cheia de sonhos e fantasias. Tudo isso morreu com Josh. Eu entendi que a dor é real e às vezes as coisas não duram muito. Às vezes, você só tinha que aproveitar enquanto durasse e estimálo quando fosse embora.   Abrindo a porta do quarto de Cage, me sentei na cama e coloquei o meu violão no meu colo. Eu me escondi da minha música quando eu tinha perdido Josh. Eu precisava dela agora. Havia tanta coisa que eu precisava expressar e esta era a única maneira que eu sabia. Abri o notebook novo que eu tinha comprado e as palavras que eu estava trabalhando na primeira página. Eu comecei a tocar a música que eu ouvia na minha cabeça e anotava aquelas que soaram melhor.   Meu tempo com Cage não era algo que eu queria esquecer. Eu queria que cada emoção fosse escrita. Do jeito que eu senti ao me apaixonar. Perder-se em alguém. Foram momentos que eu seguraria sempre perto.   Josh sempre esteve em minha vida. Eu não me lembro de realmente ter me apaixonado por ele. Eu sempre o amei. Ele era seguro. Ele estava lá para mim e eu sabia disso. Éramos uma parte um do outro.   Cage era tão diferente. Ele me mostrou qual era a sensação de querer, precisar, se render, se perder. Ele me incentivou a deixar ir minhas inseguranças e ser eu mesma. Cage era livre e selvagem. Ele era como um belo pássaro você nunca poderia possuir.   As palavras fluíam para fora de mim e eu ignorei as lágrimas que riscavam pelo meu rosto.
 
Capitulo Vinte e Tres
Cage 
 ― Você não veio para a festa, então eu trouxe a festa para você, - Preston gritou quando ele entrou no meu apartamento. Quatro mulheres rindo seguiram para dentro. Merda.  Bati minha cerveja no balcão e olhei para ele do outro lado do bar. ― Eu disse que não estava interessado.   Preston estava com o braço em torno de uma ruiva e estendeu a mão e agarrou seus seios. ― Mas olhe para estas belezas. - Ele piscou para mim. ― Elas são pequenas meninas impertinentes do grêmio. Nosso tipo preferido.   Eu estava doente. Saltei fora do bar e apontei para a porta. ― Leveas em outro lugar Preston. Eu não estou no clima.   A loira caminhou até mim e apertou seus enormes peitos falsos contra o meu braço. ― Awww, não seja tão mau. Eu posso fazer você se sentir muito melhor. - Quando a mão atropelou meu pau desinteressado e apertou, explodi.   ― Tire elas da PORRA do meu apartamento. Agora.   ― Cage. Droga. Você não é mais divertido.   Eu não esperei por ele para tirá-las. Andei de volta para o meu quarto e bati a porta, em seguida, tranquei-a. Eu conhecia essas meninas tanto quanto as outras antes. Elas não aceitariam não como resposta.   ― Posso pelo menos usar o quarto de hóspedes? Eu posso cuidar de todas as quatro! - Preston gritou.   ― NÃO!   Eu os ouvi resmungando quando eles sairam. Assim que a porta se fechou atrás deles, eu me deitei na minha cama e fechei os olhos.   Eva. Deus, eu sentia tanta falta dela. Ia dormir pensando nela e acordava todas as manhãs com a realidade de que eu nunca a seguraria novamente.   Será que ela pensa que eu a deixei? Será que ela acha que eu consegui o que queria e fui embora? Ela havia me dado sua virgindade e eu apenas fui embora. Porra. Como eu ia viver o resto da minha vida sabendo que ela pensava que eu tinha abandonado ela? Ela não ligou ou me mandou uma mensagem. Talvez ela estivesse aliviada. Talvez à luz do dia, ela percebesse que tinha cometido um erro. Eu disse a ela que eu a amava. Eu não tinha sido capaz de segurar, além de Low eu nunca disse a ninguém que eu a amava.   Peguei meu celular. Eu sei que Wilson me disse para não entrar em contato com ela, mas eu tinha que ter certeza que ela estava bem. 
 
 Eu: Eu sinto muito. Eu tive que sair. Eu só quero ter certeza que você está bem.    Eu duvidava que ela respondesse. Mas eu tinha que tentar.    Eva: Eu sinto muito também.·.
 
 O que isso significava? Ela estava triste que eu saí? Ela sabia que seu pai não me deu escolha? Ela estava arrependida de ter feito sexo comigo? 
 
 Eu: Por que você sente muito? 
 
 Eva: Por tudo.
 
 Eu deixei meu telefone cair da cama e fechei os olhos contra a dor. 
 
 ― Saía do quarto e traga sua bunda aqui, - Low chamou na minha sala. Eu realmente precisava esconder a chave extra em um lugar melhor.   Rolando na cama, eu me levantei e me arrastei até a cozinha.   ― O que você está fazendo aqui, Low?   Low olhou a minha aparência e balançou a cabeça. ― Você está horrível. Você precisa tomar um banho e fazer a barba.   ― Obrigado. Se isso é tudo o que você queria me dizer eu vou voltar para a cama, - eu resmunguei.   ― Não, você não vai. Eu vim aqui porque nós precisamos conversar.
  Encostei-me ao balcão e cruzei os braços sobre o peito.   ― Fale, - eu respondi.   Low levantou para sentar-se no bar. ― Por que está fazendo isso com você mesmo? Por que você a deixou se você está sofrendo trancado aqui no seu apartamento?   Suspirando, eu corri meus dedos pela minha cabeça. ― Eu te disse Low, o pai dela me obrigou.   ― Quando alguém já te obrigou a fazer alguma coisa? Hmmm? Porque o Cage que eu conheci toda a minha vida faz o que o agrada e porra, foda-se as regras.   ― Mesmo se eu tivesse ficado ela nunca iria me querer. Ela não me quer para nada mais do que um caso de verão. Eu era uma maneira de passar o tempo para ela.   Low balançou a cabeça: ― Eu não acredito nisso. Eu a conheci. Eu vi o jeito que ela olhava para você. Ela não é o tipo de garota que apenas fica ao redor para se divertir. 
 
 ― Ela me rejeitou Low. Quando ela teve que escolher entre sua família e amigos, ou eu, ela escolheu eles. Sim, eu perdoei e a aceitei de volta, pois ela foi extremamente persuasiva. Ela me rejeitou uma vez. Ela vai fazer de novo. Quando as coisas ficarem difíceis, eu nunca serei a escolha dela.   ― E você sabe disso porque ela fez uma escolha ruim? Ela foi colocada contra a parede e ficou em pânico, Cage.   Bati no balcão. Eu não queria ficar com raiva de Low. Eu nunca estive zangado com ela, mas ela estava me empurrando. Eu não ia ser capaz de controlar minhas emoções sobre isso...  ― Eu. Amo. Ela. - Eu disse duramente entre palavras cortadas.   ― Então, siga o seu próprio conselho. Dê. Uma. Chance.   Dê uma chance. Eu aconselhei ela sobre Marcus. Ela estava preocupada que ele fosse deixá-la um dia. Como eu, ela estava com medo de rejeição. Eu disse a ela para dar uma chance a Marcus.   ― Eu sabia que Marcus te amava, - eu respondi.   Low deu um passo em minha direção ― Eu sei que qualquer um que você deixar chegar perto de você do jeito que você deixou Eva não será capaz de NÃO te amar. Seria impossível. Você não tem idéia do quanto você é especial. Você vê o lado ruim. Você sempre vê apenas o lado ruim. Mas eu vejo o bom. Há tanta coisa que é bom e maravilhoso em você. Você deixou Eva ver isso. Você nunca deixou ninguém ver antes, exceto eu. Mas você a deixou ver. Eu sei que ela não pode evitar amar o que viu.   Lágrimas escorriam pelo rosto de Low, quando ela terminou.   Fechei a distância entre nós e puxei-a para um abraço.   ― Obrigado, - eu sussurrei quando eu descansei meu queixo no topo de sua cabeça.  ― Não me agradeça. Só vá atrás dela. 
 
Eva
 Eu saí do celeiro, quando avistei a Sra. Elaine chegando. Eu não estava esperando por ela, mas isso não queria dizer nada. Ela costumava vir me ver muitas vezes. Com Jeremy na universidade, ela provavelmente estava apenas precisando falar sobre ele.   ― É muito bom vê-la com o violão de novo, - ela sorriu.   Subi os degraus da varanda em direção a ela e abri a porta.   ― É bom tocar de novo. Você quer entrar?   ― Sim, eu queria falar com você um pouco.
  Ótimo. Outro coração para coração. O último havia causado muita dor de cabeça. Desta vez eu a lembraria que não era uma criança que precisava de orientação, mas uma adulta que tinha suas próprias ideias.   ― Claro, vamos entrar.   Eu coloquei o estojo do violão em cima da mesa e fui até o balcão para pegar dois copos de chá. Sra. Elaine amava chá doce gelado.   ― Ouvi seu pai dizer que o menino que estava ajudando foi embora, - disse ela por trás de mim. Meu estômago deu um nó. Eu não queria falar sobre Cage com ela. Eu não podia. Ela não entendia. Ninguém fazia.
  ― Sim, ele foi.   ― Isso é bom. Ele não era o tipo de garoto que você precisava por perto. Não com tantos rapazes tão bons lá fora. Os meninos que vão ser bons maridos e homens de bem.   Se ela não fosse à mãe de Josh e Jeremy e se ela não me tivesse visto crescer eu mandaria ela embora. Eu devia a ela respeito por essas coisas e morder a minha língua era melhor. Gostaria apenas de acenar com a cabeça e, em seguida, me livrar dela.   ― Você sabe que Chad está fazendo muitas perguntas sobre você. Ele fala para mim quando Jeremy chega em casa. Eu acho que ele está apaixonado por você. - Ela sorriu como se tivesse acabado de me deixar entrar em uma grande conspiração. Eu estava ciente que Chad gostava de mim. Ele não estava sendo tímido sobre isso. As mensagens dele estavam me dando nos nervos. Eu mandei Jeremy dizer para ele parar.   ― Ele vai herdar a terra e tudo o que a construtora de seu pai tem. Ele é um grande partido.  Ele também era um garoto da mamãe que chorava quando ele não conseguia o que queria. Seu peito também era magro e fino. Uma vez que você tocou no peito de Cage York não havia como se contentar com menos. ― Hmmm, - eu respondi, tomando um grande gole do meu chá. Por favor, deixe esta conversa ser breve.   ― Eu vou receber Chad e seus pais aqui para o fim de semana do Dia do Trabalho. Jeremy estará em casa também. Eu pensei que talvez você pudesse vir e comemorar com a gente. Vai ser a mesma coisa que fazemos todos os anos. Bifes na grelha.  Minha salada de batata que você ama, panela de feijão e muita salada verde.   ― Hum, bem, uh, obrigado Sra. Elaine, mas eu ainda não tenho certeza do que papai está pensando em fazer.   ― Oh, ele está convidado também, é claro. Nós não nos reunimos em familia nos feriados desde antes de Josh falecer. Isso vai ser bom para todos nós.   A batida forte na porta e gritos interrompeu nossa conversa. Eu pulei e corri para a varanda. Papai estava bloqueando minha visão. Eu não conseguia ver quem estava gritando, mas eu conhecia o carro que estava parado em frente. Era Cage. O que ele estava fazendo aqui?   ― Oh meu Deus. O que esse menino está fazendo aqui? Devo chamar a polícia?   ― Shhh, não. Não chame ninguém, - eu gritei e voltei minha atenção de volta para a calçada.  ― Eu lhe disse para não voltar por aqui, rapaz. - Papai rugiu.   ― Eu não deveria ter ido embora. Eu quero falar com Eva. Você nunca deveria ter me feito ir embora sem falar com ela, - Cage respondeu.   O quê?   ― Eu te dei uma escolha e você escolheu a sua carreira no beisebol em vez dela. Você não é bom o suficiente para a minha menina, pois escolheu qualquer outra coisa sobre ela.   Cage bateu com o punho no capô do carro.   ― Eu não escolhi nada sobre ela. Você ameaçou minha vida e minha educação. Nunca foi sobre beisebol. Foda-se o beisebol!
  ― Entre naquele carro e vá embora. Não volte. Eu vou chamar a polícia da próxima vez e você vai para a cadeia. Não mexa comigo. Eu protejo o que é meu.   Os olhos de Cage pousaram em mim e nossos olhos se encontraram. Eu não entendia o que eu tinha acabado de ouvir. Eu não sabia o que tinha acontecido entre meu pai e Cage. No momento, eu não me importava. Eu estava olhando para ele de novo. Ele estava aqui e eu podia vê-lo. Ele não se parecia com um cara que queria me jogar de lado.  ― Eu te amo, Eva Brooks. Não importa o que foi dito ou o que você pensa de mim. Eu te amo!   Tudo e todos se dissiparam. Cage estava gritando para todo mundo ouvir que ele me amava. Mesmo com meu pai respirando em seu cangote. Eu não podia me mexer. Eu não sabia o que fazer. Ele me deixou. Sem dizer uma palavra. Agora ele estava de volta dizendo que me amava. Qual era a verdade? Quem ama não fugia sem uma explicação. Ele tinha quebrado o meu coração.   Cage virou, abriu a porta do carro e entrou. Entorpecida, eu o assisti sair e ir embora.  Eu o deixei ir. Por que eu o deixei ir?
 
Capitulo Vinte e Quatro
Cage 
 Sentado em nossa mesa no Live Bay, eu parecia vazio. Tudo parecia vazio. Eu pensei que ver Eva e dizer a ela que eu a amava iria fazer alguma coisa. Low tinha me levado a acreditar que alguém como Eva poderia me amar. Ela estava errada. Eva tinha escolhido a sua família ao invés de mim, de novo. Ela sempre iria.   ― Sorria, você está deprimindo como merda, - Rock resmungou quando ele colocou uma cerveja na minha frente.   ― Obrigado, - eu respondi.   ― Nunca pensei que eu iria vê-lo com o coração partido. Eu nunca pensei que esse cara seria você. É como se eu entrasse na merda de zona nebulosa e não pudesse sair.   Eu resmunguei e bebi um longo gole da minha cerveja.   ― Quer dançar, Cage?   Eu nem sequer tentei lembrar o nome dela. Ela foi um dos erros. Eu tive tantos. Eu só balancei a cabeça e tomei outro gole.   ― Desculpe querida, mas ele não é realmente boa companhia agora, - Trisha pediu desculpas por mim.   ― Se você mudar de ideia, ela começou.   ― Eu não vou, - eu interrompi.
  Ela pegou a dica e se afastou. Eu nunca olhei para o rosto dela. Todas pareciam a mesma de qualquer maneira. Nenhuma delas era Eva.   ― Você acha que talvez pudesse parecer menos assustador? Perguntou Trisha.   ― Não.   Rock riu, ― Deixa pra lá, querida. Ele está cuidando de um coração partido e você sabe que o menino nunca teve um antes. É uma experiência nova para ele.   ― Você pode querer avisar a Krit antes de fazer uma pausa. Eu não quero Cage e ele brigando porque ele não consegue manter a boca fechada. Eu não pertencia àquele lugar. Eu não queria estar aqui. Eu coloquei vinte dólares sobre a mesa e levantei.  ― Estou saindo, de qualquer maneira. Eu tive toda a diversão que eu posso lidar essa noite.   ― Eu odeio que você esteja sozinho. Você quer que eu chame Low?   Low era a última pessoa que eu queria falar. Ela não entendia que isso não era fácil de resolver.   ― Não. Eu só quero ir para casa e para a cama. Eu preciso estar na academia pela manhã.    ― Até mais tarde, - Rock disse com um aceno de cabeça e enquanto eu virava em direção à porta. 
 Notei que a Jackdown tinha parado de tocar e a multidão tinha ficado em silêncio. Isso era estranho e inédito. Fiz uma pausa e olhei de volta para o palco para ver o que é que estava acontecendo, o que acalmou a multidão.   ― Olá, - disse a voz de Eva sobre o microfone. Que porra é essa?   ― Eu não, uh, eu normalmente não toco na frente das pessoas. Na verdade, eu nunca realmente toquei na frente de outras pessoas além da minha família.   Eu comecei a andar em direção ao som da sua voz. Eu empurrei através da multidão e mantive meus olhos fixos no palco até que eu estava perto o suficiente para vê-la. Ela ficou no centro das atenções com o cabelo puxado para trás em um rabo de cavalo e sua guitarra sobre o peito. Aqueles olhos azuis que tinham parado o meu coração pela primeira vez olharam para mim me encontrando no meio da multidão. Um pequeno sorriso tocou seus lábios.   ― Mas eu tenho essa canção que eu escrevi para esse cara incrível, que mudou completamente a minha vida e eu preciso que ele a ouça.   Ela queria tocar e cantar na frente de um bar cheio de gente. Eu dei outro passo em direção a ela e ela começou a tocar.
 
  “Eu não queria ver você, mas você invadiu meu mundo              Você encontrou uma entrada em cada canto escuro Trazendor cor ao inanimado e perdido.
 
  Eu não queria tocar em você, mas você alcançou dentro de mim  Cada memória perdida que encontrou uma maneira de derreter o gelo Até que o pequeno mundo fechado abriu para o mar
 
Você me fez amar você pelo sorriso em seu rosto, a bondade em seus olhos, o calor de sua pele.          Um beijo fez tudo o que foi ferido desaparecer. Me fez amá-lo pelo homem interior. O único que ninguém vê, só eu.    O homem que ouve o que meu coração tem a dizer.
 
          Eu não quero amar você, mas você é impossível de não amar.           Cada momento perfeito gasto em seus braços nos aproxima           Mostrando-me que a vida não acabou porque o meu caminho deu uma virada súbita
 
          Eu não vi você chegar quando você veio           Nada me preparou para o dom de uma segunda chance.           Eu tinha amado na vida, mas o que importa agora é que eu sou amada por você Você me fez amar você pelo sorriso em seu rosto, a bondade em seus olhos, O calor de sua pele.           Um beijo fez tudo o que foi ferido desaparecer.
 
          Você me fez amá-lo pelo homem interior. A única que ninguém vê, só eu. O homem que ouve o que meu coração tem a dizer.
 
         Eu vou passar a eternidade em seus braços, se você confiar em mim quando digo que          Eu te amo.”
 
        O rugido da multidão acabou desaparecendo quando eu pulei em cima do palco e puxei-a em meus braços.
 
Eva
 Cage me pegou e me levou para fora do palco, enquanto a multidão aplaudia e gritava todo o tipo de sugestão para ele. Ele continuou andando até que chegou a porta dos fundos. Abriu e me empurrou para um quarto que parecia um closet. Sofás de veludo vermelho e espelhos grandes cobriam as paredes.   Fechando a porta atrás dele, ele trancou com a chave. Então ele me virou e me pressionou contra a porta. Sua boca cobriu a minha em um grunhido faminto e eu envolvi minhas pernas em volta de sua cintura e agarrei seus braços fortes.   Sua boca pressionou avidamente contra a minha quando ele me dominou completamente.   Uma vez que ele me tinha ofegante, ele quebrou o beijo e enterrou a cabeça na curva do meu pescoço.   ― Eu te amo, porra.   Eu ri. Isso era tão Cage.   ― Eu amo. Eu juro. Eu nunca deveria ter saído. Eu estava com medo. Eu fui estúpido. Vou te compensar o resto de nossas vidas.   ― Eu posso decidir como você vai compensar isso para mim? - Eu provoquei e eu podia sentir o sorriso em sua boca contra o meu pescoço.   ― Como é atrevida - respondeu ele.   Corri minhas mãos pelo seu cabelo e ao longo dos seus braços enquanto estávamos lá.   ― Você tocou para mim, - disse ele, levantando a cabeça para que ele pudesse olhar nos meus olhos.   ― Eu fiz.   ― Foi incrível. - Ele depositou um beijo no meu queixo. ― Você vai cantar para mim de novo algum dia?   ― Sim, - eu respondi incapaz de conter o riso.   ― Eu gosto desta saia, - ele sussurrou enquanto suas mãos deslizavam pelas minhas coxas e seguravam minha bunda coberta. ― Eu gosto muito. - Suas mãos deslizaram em minha calcinha. Quando seu dedo deslizou dentro de mim, eu gritei e ele cobriu minha boca com a dele. Eu o beijei de volta com toda a necessidade e desejo rolando através de mim. Comecei agarrando sua camisa enquanto nos beijávamos freneticamente. Cage deixou-me deslizar através do seu corpo para que eu pudesse puxar a camisa fora dele.   Eu atirei-a no chão e minha boca cobriu seu mamilo fazendo-o gemer. ― Porra, eu vou furar o outro amanhã, - ele jurou. A ideia me deixou um pouco mais louca. Eu estava remoendo na minha cama a noite toda sozinha o quanto o sexo foi incrível. Agora eu o tinha aqui e ele era todo meu. Eu caí de joelhos para começar a desabotoar sua calça jeans e em seguida, empurrei-as para baixo. Ele chegou para mim e me pegou, me empurrando para trás contra a porta. Ele estendeu a mão debaixo da minha saia, rasgou minha calcinha e jogou de lado. Minha camisa foi a próxima e sua boca cobriu meu mamilo quando ele me levantou contra a porta e deslizou para dentro de mim, com um impulso rápido.   Eu gritei e Cage me beijou duro enfiando a língua na minha boca, da mesma maneira que ele estava empurrando para dentro de mim. Afastando-se, ele olhou para mim.  ― Fooooda, - ele gemeu e eu levantei meus quadris para pressionálo mais. ― Devagar bebê, - disse ele com os dentes cerrados.   ― Por favor, Cage eu quero isso duro.   Seus olhos se iluminaram em um azul brilhante. Ele bombeou duro e forte e eu gritei encorajando-o. Cada gemido de prazer o deixava um pouco mais selvagem. Eu queria que ele se soltasse.   ― Oh Deus, Eva, - ele gemeu bombeado mais rápido.   ― Sim, sim, sim.   ― Oh, porra bebê, - ele gritou e começou a bater em mim fazendo com que a porta atrás de nós sacudisse.   ― Mais duro Cage. Mais duro, - eu implorei.   ― AHHHH!
  Nossos corpos suados perderam o controle e nossa necessidade frenética para a liberação assumiu.   Nenhum de nós se importava com o fato de que não estavamos abafando nossos sons. Nós só precisávamos um do outro.   ― MERDA! Eu não tenho um preservativo, - Cage rosnou quando ele ficou tenso debaixo de mim.   ― Não me importo, não pare, - eu respirei desesperadamente.   ― Tem certeza? - Ele perguntou quando seu corpo tremia sob minhas mãos.   ― Por favor, Deus só não pare, - eu gritei.   Cage soltou um rugido e começou a bombear dentro de mim novamente, o que me enviou sobre a borda, explodindo alegremente.   Seu grito de prazer seguiu o meu.   Consegui recuperar o fôlego e um sorriso apareceu em meus lábios.   Eu estava tirando o bad boy do mercado para sempre.
 
Capitulo Vinte e Cinco
Eva
 ― Se você não parar de se mexer no meu colo eu não vou conseguir furar esse maldito piercing, - Cage rosnou no meu ouvido me fazendo rir.   ― Desculpe, eu vou me comportar, eu prometo.   ― Eu nunca disse que queria que você fosse boa, baby. Eu gosto de você má e perversa, - ele beijou meu ombro e enfiou o dedo no meio das minhas pernas  ― E molhada.  Eu empurrei a mão dele e verifiquei a porta para me certificar que a garota que iria furar o outro mamilo não estava nos observando. ― Se você não me quer me mexendo, então não comece a falar sujo, - eu assobiei.   Cage sorriu: ― Isso não é sujo, baby. Isso é apenas um pouco de fala doce. Mas se você quiser que eu fale sujo, eu vou.   ― Eu quero o seu outro mamilo perfurado. Pare de tentar me distrair. - Cage mordiscava minha orelha. ― Eu sei que você quer isso e isso está me fazendo ter pensamentos quentes sobre essa pequena língua rosada.   ― Você é como um grande pedaço de doce. Eu amo lamber tudo em você. Mesmo aquelas covinhas em sua parte inferior das costas.   Seu sorriso se espalhou por seu rosto lentamente. ― Eu gosto quando você lambe o resto. Aposto que pode convencê-los a nos deixar em uma sala privada, se você quiser me mostrar exatamente quais todas as partes do meu corpo que você gosta de lamber.   A porta se abriu e uma mulher entrou, ela tinha várias tatuagens e uma boa parte do rosto perfurado. Seus olhos foram para Cage. O que só ajudou a provar o que eu disse sobre ele ser como um grande pedaço de doce. Ela também viu.   ― Certo então você quer seu outro mamilo perfurado, - disse ela, puxando uma cadeira e pegando seu material preparado.   ― Ela quer meu outro mamilo perfurado, respondeu ele, piscando para mim.   A garota passou os olhos para mim. Eu podia ver a inveja neles e eu não a culpo.   ― Camisa, - a menina instruíu.
  Abaixei e puxei sua camisa para cima. Ele levantou os braços obedientemente. Eu levei meus olhos sobre a garota e ela estava gostando do show. Isso me irritou um pouco, mas eu me aconcheguei em seu colo e apertei-lhe o braço em volta de mim quando ele enfiou a mão entre minhas pernas.   ― Você está pronto? - Ela perguntou.   ― Você não tem idéia, - ele respondeu com um tom divertido.
Mordi o lábio para não rir.   A menina esfregou álcool em seu mamilo fazendo-o endurecer. Ela, então, pegou uma coisa parecida com um grampo que puxou o mamilo para fora. Então veio a agulha. Eu fiquei tensa no colo de Cage e ele riu deslizando a mão até o interior das minhas coxas. Ele não estava nem preocupado com isso.   Quando a agulha entrou nele, ele nem sequer reagiu. Eu gritei um pouco, mas essa era a única reação.   A pequena barra de prata foi colocada em seguida.   ― Você está pronto, - a moça anunciou e eu suspirei de alívio.   ― É preciso mantê-lo limpo e sem substâncias estranhas sobre ele até ele que cicatrize, - ela virou os olhos para mim e eu me perguntei se isso significava que era a minha saliva.   ― Entendi, - Cage respondeu, levantando-se e pegando a minha mão ― Você quer que eu coloque a minha camisa de volta? Perguntou Cage. 
  Eu considerei todas as fêmeas entre aqui e o carro e acenei com a cabeça.   Ele estendeu a mão para pega-la e vestiu.   ― Vamos lá. Eu estou pronto para ir ver o quanto você gosta dele, - ele sorriu maliciosamente.   ― A minha saliva não é uma substância estranha? E não vai machucar?   Cage se inclinou e cochichou no meu ouvido: ― Sua saliva é boa e quanto a dor isso nunca nos parou antes. 
 
Cage
 Eva mexia nervosamente com as mãos na viagem de volta de sua casa para pegar todas as suas coisas e levar para o meu apartamento. Ela tinha tratado o seu pai como um estranho cordial e não teve nenhum problema arrumando todas as suas coisas. Agora era óbvio que algo a estava incomodando. Eu não gostava de nada a incomodando.   ― O que há com as suas mãos nervosas?     Eva parou imediatamente e soltou uma risadinha: ― Eu não sabia que eu estava fazendo isso.   ― O que é a incomoda? Por que você está nervosa?   Ela mordeu o interior da bochecha, outro hábito nervoso dela, em seguida, dirigiu seus olhos para mim: ― Você tem certeza quer que eu responda isso?   Eu tive um breve momento de pânico, mas lembrei que ela tinha acabado de anunciar a seu pai que ela estava apaixonada por mim.   ― Sim, eu quero. - Eu respondi com cautela.   Ela soltou um suspiro e encolheu os ombros, ― Eu estou preocupada que ainda seja muito cedo. E se você se cansar de me ter por perto o tempo todo? E se eu comer seu cereal ou deixar a minha maquiagem no banheiro ou se eu roncar?   Alívio tomou conta de mim. Isso eu poderia consertar. Ela não estava prestes a fugir de mim.   Estacionei na nossa vaga no condomínio e, em seguida, desliguei o motor e virei-me no banco do carro para olhar para ela. ― Eu não como cereal, eu espero que você deixe toda sua merda de garota em todo o lugar que eu possa vê-la quando você não estiver lá para que eu saiba que você está voltando. E você não ronca. Você pode fazer essa coisa de ronronar suave que é bonito pra caralho eu só desejo poder ficar acordado e ouvi-la.  Eva debruçou-se sobre o console e me deu um rápido beijo suave. ― Eu te amo.   O sorriso bobo que essas palavras sempre colocavam no meu rosto não podia ser disfarçado. ― Então, suba as escadas e me mostre o quanto você me ama. Eu tenho todos os tipos de ideias.   Eva se aproximou e gentilmente apertou meu mais novo piercing. ― Estes podem estar envolvidos? - ela perguntou com uma voz rouca que me deixou imediatamente duro.  ― O inferno, sim, eles podem.  Levar Eva até o apartamento para que eu pudesse ter meu caminho perverso com ela parecia atraente, mas não era por isso que eu estava animado. Eu tinha uma surpresa esperando por ela e eu não podia esperar para chegar lá e mostrar a ela. Levei duas de suas caixas em meus braços e coloquei-as ao lado da porta para que eu pudesse desbloqueá-la. Eu também não queria nada em meus braços obstruindo minha visão do rosto de Eva quando ela entrasse no apartamento.   Girei a maçaneta devagar e abri.   ― Primeiro as damas, - eu disse, dando um passo para trás para deixá-la entrar.   Eva me deu um pequeno sorriso confuso e entrou na sala. A segui para dentro sem tirar os olhos do rosto dela. No momento em que viu o piano posicionado no meio da sala de estar com uma dúzia de rosas vermelhas em cima dele, ela congelou. Seu queixo caiu, em seguida, ela caminhou lentamente em direção ao piano. Eu não respirava. Eu não podia. Eu precisava que ela dissesse alguma coisa. Se eu tivesse feito a coisa errada?   Eva correu os dedos sobre as teclas de marfim, em seguida, ela estendeu a mão e pegou o pequeno cartão que eu tinha deixado com as rosas. Ele simplesmente dizia: Eu te amo.   Quando levantou os olhos para encontrar os meus, eles estavam brilhando com lágrimas não derramadas. Seu punho se aproximou e cobriu a boca e ela balançou a cabeça. Ah, merda. Eu a tinha feito chorar. Isso não era o que eu queria fazer.   ― Eu não posso acreditar que você me deu um piano, - ela suspirou quando ela deixou cair o punho na frente de sua boca. 
 ― Se você não quiser não precisa ficar com ele. Eu só pensei desde que você disse... ― Você não vai levar o meu piano a lugar nenhum - Eva me interrompeu. Um sorriso apareceu em seu rosto e uma pequena risada saiu de seus lábios. ― Você me deu um piano, - ela disse balançando a cabeça como se ela não conseguisse compreender.   ― Você queria um, - eu respondi.   Eva colocou o cartão de volta no piano e caminhou até ficar na minha frente. Colocou as mãos no meu peito e olhou meu rosto. ― Cage, eu vou querer um monte de coisas, mas eu não espero que você forneça essas coisas para mim. O que eu mais quero é você. E eu tenho você. De alguma forma, eu roubei o famoso Playboy Cage York e eu não pretendo deixá-lo ir.   Sorrindo, me abaixei e toquei o lábio inferior com a ponta do meu polegar. ― Então, você quer dizer que eu não tenho que comprar aquele piano a fim para te subornar para ficar? Bem, inferno, baby. Se eu soubesse eu poderia ter poupado todo o dinheiro.  Eva caiu na gargalhada e bateu no meu peito. ― Aqui estou tentando ser doce e você está tirando sarro de mim.   ― Sinto muito. Eu não sabia que queria ser doce. Eu tenho uma ideia, vamos tomar um banho e você pode me deixar provar e ver o quão doce você é.   ― Você não vai me deixar tocar meu piano antes? - Ela perguntou, olhando para trás com saudade.   ― Eu não me importo de prová-la no piano. Isso é bom para mim também. Eu aposto que você ficaria muito sexy espalhada naquele banco.
Epilogo
 ― Eu conversei com Jeremy hoje. Ele está indo muito bem na LSU e eu acho que ele conheceu uma garota. A maior parte da nossa conversa foi sobre como ela era inteligente e engraçada como ela era e quão bonito o cabelo dela era. - Eu ri baixinho deixando a brisa do outono levar minha voz.   ― Ele estava lá quando eu precisei dele. Você teria ficado orgulhoso de quão forte ele foi quando por dentro e eu sabia que ele estava quebrando. Você sempre disse que ele era o durão.   Eu sorri pensando no tempo que ambos estavam com os dentes do siso nascendo e Josh estava na cama durante dias com dor, enquanto Jeremy tinha ido para a prática do futebol no dia seguinte.   ― A última vez que estive aqui eu estava uma bagunça. Você apenas quebrou o meu mundo. Eu não conseguia imaginar como eu iria tomar a próxima respiração sem você e muito menos como eu iria viver uma vida em paz. Eu não entendi a sua carta então. Eu não achava que você entendia o impacto do que tinha acontecido. Como você pode me dizer que a vida iria passar e que eu precisava seguir em frente? Era incompreensível para mim. Você era meu mundo, Josh. Desde o momento que eu era uma garotinha, até que eu tinha dezoito anos. Toda memória que tenho do meu crescimento você está nela.   Enfiei a mão no bolso e tirei uma carta que eu fiquei até tarde escrevendo na última noite. Eu não conseguia dormir, porque eu sabia que eu viria para cá hoje. Eu tinha tantas coisas a dizer e eu queria dizer direito ― Eu escrevi uma carta desta vez, - eu expliquei.   Abrindo o papel duro que eu tinha arrancado do meu caderno, eu percebi que não havia manchas de lágrimas nesta carta. Minhas lágrimas secaram agora. Eu encontrei a minha paz. Caro Josh,  Obrigado por me dar as lembranças mais surpreendentes. Minha vida enquanto crescia estava tão cheia porque você estava nela. Ter seu amor e te amar sempre foi correto. Fazia sentido. Você era a minha casa. Quando eu estava com você eu sabia que tudo ficaria bem.   Você secou minhas lágrimas quando eu estava triste. Você segurou minhas mãos quando enterrei minha mãe. Você me fez rir, quando o mundo parecia que estava caindo aos pedaços. Você estava em cada lembrança especial que uma menina poderia ter. Aquele primeiro beijo estará para sempre gravado no meu cérebro. Foi tão engraçado quanto foi doce.   Nossa vida juntos me moldou na mulher que me tornei. Eu entendo qual é a sensação de ser amada e apreciada porque eu tinha isso com você. Eu nunca duvidei de mim, porque você me ensinou que eu era digna. 
 Quando você disse que um dia eu iria superar. Eu não acreditava que era possível. A vida não poderia continuar sem o meu melhor amigo. Não havia espaço para outro cara no meu coração. Acontece que você estava certo. Você sempre esteve. Eu o encontrei. Ele é incrível. Ele não é nada como eu planejei. Ele não se encaixa em um pacote perfeito. Ele conseguiu mexer no meu coração e assumir o controle antes que eu percebesse o que estava acontecendo. Descobri a felicidade que você me disse que viria junto. Eu vou viver essa vida. Tenho certeza de que será o passeio mais selvagem do que eu imaginava e eu não posso esperar para vivê-lo. Ele é a minha casa agora. Eu sempre vou te amar. Eu nunca vou te esquecer. Mas esta é a minha despedida. Eu não estava pronta antes para deixá-lo ir. Agora, eu posso seguir em frente. Sua memória viverá em meu coração para sempre.
Com amor,  Sua Eva Blue.

 

 

                                                                  Abbi Glines

 

 

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