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Series & Trilogias Literarias
O cheiro familiar de sangue invade minhas narinas quando escorre pelos meus pulsos, sua umidade quente alimentando a raiva interna.
“Mais uma vez," Nixon grita, seus olhos brilham com fúria e o sangue coagula em seu rosto. “Faça isso novamente." Então eu faço. De novo.
E de novo.
E de novo.
“Acabe com ele," comanda uma voz fria.
“Dê-me uma boa razão por que eu deveria." Não reconheço minha própria voz, poderia ser um estranho falando por mim.
“Eu te darei o único motivo." Uma arma foi colocada na frente do meu rosto - apontando diretamente para mim.
“Agora acabe com ele."
CAPÍTULO 1
Dante
“Fique longe de mim." Quase não posso controlar a fúria, que faz o meu corpo tremer. O sangue escorre do meu lábio enquanto seguro um pacote de gelo na minha cara. Tudo dói. Estou em Chicago há alguns meses e nesse tempo, eu aprendi uma coisa.
Nixon Abandonato está tentando me matar.
Ele me diz isso todos os dias.
E todas as noites quando durmo, eu vejo imagens de todos os homens que fizeram ameaças semelhantes.
Homens que silenciei com meus punhos.
Nixon não é um desses homens. Ele é muito rápido, calculando cada soco. Inferno, mesmo o meu fígado ferido sabe disso.
O bastardo me vence no boxe com os olhos vendados.
E enquanto não estava satisfeito, ele pedia ao Capo que se juntasse a ele. O restante dos chefes assistia enquanto minhas mãos estavam literalmente amarradas as minhas costas e o cara afundava o punho no meu estômago.
“Não." A voz é baixa, bonita. Eu diria que é linda se não soubesse a quem pertence, ou sobre o que ela está falando. Quando veio até nós, assumimos que ela era mais velha pela maneira que se vestia e como usava maquiagem, então pensamos que ela tinha pelo menos vinte e quatro anos, e não uma idade tão próxima da minha.
Então, é mais fácil ignorá-la ao pensar que ela é usada, uma mulher patética.
Um ano mais nova que eu, e já tão dura. É como ela olha para um homem -- como se eu fosse a causa de toda sua dor.
Ela dá um passo à frente. “Você está ferido, acho que tenho alguma arnica que dei aos meninos quando eles estavam..."
Eu explodo em gargalhadas, é um som feio, e mais sangue sai da minha boca. “Foda-se, a arnica vai consertar essa merda?" Levanto minha camisa, não há um centímetro de pele que não esteja manchada com azul, preto ou a minha cor pessoal favorita, verde. Não sei como os caras conseguiram isso, mas eles oficialmente transformaram meu corpo em algo que não reconheço.
Minha mente é tudo o que deixaram.
É por isso que eles continuam me batendo.
É minha culpa.
Implorei a Sergio, o marido assustador da minha irmã gêmea, e um assassino, por uma formação adequada. O que eu não sabia, quando pedi esse treinamento, era que eles realmente me levariam tão perto da morte quanto possível e, em seguida, me dariam apenas comida suficiente, água e descanso para curar, só para fazer tudo novamente.
Passei uma semana inteira em um calabouço, morrendo de fome. E um dos caras, que geralmente era Chase, andava por perto e soltava um pacote de Cheetos através das grades, sorria e ia embora.
Não tenho certeza de quem eu odeio mais.
Sergio por tentar quebrar meu espírito.
Nixon por tentar quebrar meu corpo com os punhos.
Phoenix por tentar cortar a minha garganta com um canivete.
Chase por torturar-me até que eu desejei morrer.
Mil por atirar em mim a queima roupa e depois pedir para eu estancar o meu próprio sangramento.
Tex por me amarrar e puxar atrás do seu carro.
Ou Frank, por quebrar dois dedos meus e depois rir.
Se for assim que a máfia treina alguém que realmente gosta, então eu não quero saber o que fariam aos seus inimigos.
Luto pelo sono que não vem, e rezo que, o dia seguinte, sábado, que eles me deixem dormir em vez de tirar-me do meu sono, apenas para me torturar novamente.
Cinco minutos.
Seis.
Eu relaxo.
Quando chega aos sete minutos...
A porta abre.
“Acorde botão de ouro." A voz de Chase soa tão satisfeita que quase agarro minha arma e aponto para a cara dele. “É hora de treinar!"
“Não."
Oito minutos, as luzes acendem.
Nove minutos, eu estou com a minha bunda no chão, um joelho pressionado contra o meu peito enquanto Chase tem as mãos enroladas na minha garganta.
“Eu vou te dar a chance de mudar sua resposta."
“Que porra está errada com você?" grito tentando afastar seu corpo pesado de mim.
Ele encolhe os ombros e um sorriso atinge seus lábios. “Não tive sexo em dois dias, sorte sua."
“Por que, você quer me foder?" Eu provoco.
Seu punho voa na minha bochecha direita enquanto ele me levanta. Sem revidar. Essa é uma das regras. A menos que eles peçam.
O que significa que eu tenho 90% do tempo apenas apanhando.
“Você não é engraçado," seus olhos azuis brilham. “Encontre-me no porão, você tem dois minutos. Se você chegar atrasado, eu jogarei roleta russa com a minha pistola favorita."
“Da última vez você perdeu."
“A última vez você chegou mais cedo."
Ele resmunga e sai pisando duro.
CAPÍTULO 2
El
Fingi estar dormindo.
Eu sempre fingia estar dormindo. É o que eu faço.
Digo a mim mesma que, se meus olhos estiverem fechados, eu estou segura, escondida, longe de tudo no mundo que me diz o contrário.
Minha respiração engata em minha garganta quando outra onda de ansiedade toma conta de mim. Já é ruim o suficiente que eu estava sob a proteção da máfia siciliana depois de ser retirada dos russos. Qual era pior?
Honestamente eu acho que os sicilianos gostam de toda a violência, a casa vibra com a emoção desencadeada ao longo das últimas semanas, enquanto eles o treinam.
Eu não digo o seu nome.
Nunca olho em sua direção.
Porque a única vez que encarei seu olhar gelado, eu senti algo mudar em mim, algo que me disse que talvez eu não esteja tão morta por dentro como pensei estar.
E preciso ficar morta. Entorpecida.
Aperto os meus olhos mais duramente quando o som de água corrente enche o quarto e, finalmente consigo dar uma espiada quando a luz do banheiro de Jack e Jill desliza pelo chão até minha cama, subindo no edredom branco, e pressionando meu corpo paralisado de volta contra o colchão mais e mais.
Por quê? Por que eles não me deixaram ficar em Nova York? Eu tinha ajudado a cuidar dos filhos do meu ex, protegi-os do seu punho -- e agora eles estão com uma nova família, enquanto fui basicamente expulsa. Como se eu fosse algo tão ruim quanto ele foi. Como se eu fosse um segredo vergonhoso.
Ouço outro ruído alto, e meu corpo congela.
“Merda." Dante amaldiçoa e, em seguida, algo quebra por baixo dele, não tenho certeza se ele tropeçou ou se ele gosta de ver sangue por toda a porcelana branca.
Seguro algumas lágrimas.
Eu odeio barulhos altos.
Os sussurros em torno disso me dizem que ele está se preparando para voltar à sala de treinamento com um ou todos os caras.
Para eles, Dante está sendo preparado para a realeza italiana.
Para mim?
Eles estão alimentando o monstro.
Fazendo-o crescer.
Sem sequer perceber que já é grande o suficiente.
Suficientemente forte.
Assustador o bastante.
Encolho-me quando a luz apaga. Uma porta abre e fecha, e ouço passos perto da minha porta.
E foi isso.
Eu sei que é apenas uma questão de tempo antes dele ver o que qualquer outro homem via quando olhava para mim.
Uma oportunidade.
Rezo e mordo o meu punho para não gritar quando a porta se abre.
Por favor, Deus, não mais. Não mais.
Meus hematomas haviam se curado do lado de fora -- mas por dentro, eu também fui ferida, espancada, e sangrava mesmo que ninguém soubesse o quão profundo isso era.
Meu sangramento emocional não pararia até que meu coração parasse de bater, e alguns dias eu desejava isso.
Que apenas parasse.
A porta se fecha novamente.
Dou um suspiro de alívio.
Estou segura.
Mas por quanto tempo?
Quanto tempo até que eu tenha de ganhar meu sustento de alguma forma? Como eu fiz com Xavier Petrov? Quanto tempo antes deles começarem a me bater como ele fazia? Quanto tempo antes de verem meu bonito rosto e corpo e decidirem que eu preciso mostrar minha própria lealdade com a mesma família da qual fugi?
O alarme soou ao lado da minha cama, derrubando-me no chão em um monte enorme de cobertores.
Eu grito.
A porta abre...
Dante me dá um olhar zombeteiro. “Você pode desligar isso? Alguns de nós precisa acordar mais cedo do que outros."
Não respondo.
Mas o respondo na minha cabeça e digo um monte de outras coisas que provavelmente me bateriam se eu as dissesse em voz alta.
Dante bate a porta atrás dele.
E eu relaxo tanto quanto posso contra o chão de madeira fria enquanto olho para o início do amanhecer em Chicago.
Eles me libertaram de uma prisão
Somente para me colocar em outra.
Porque não importa quão bela são as paredes.
Eles ainda querem me segurar...
Quando tudo o que quero, tudo o que sempre quis. É ser livre.
CAPÍTULO 3
Dante
Viver com a máfia italiana é o inferno.
Ser obrigado a frequentar a Universidade Eagle Elite -- é o sétimo círculo.
Meu purgatório.
Minha punição por ter nascido na família certa na hora errada.
Quando me mudei para Chicago para treinar com as cinco famílias, e fiz a promessa ao meu pai morto, Luca Nicolasi de que eu tentaria -- veria como me encaixar neste mundo, mas nunca imaginei que me daria tão mal.
Ou que alimentaria meu ódio além do reconhecimento, desconhecendo a pessoa que eu via no meu próprio reflexo.
O Dante Nicolasi que saiu do avião há seis meses desapareceu.
E uma parte de mim os odiava por isso, os odiava por destruir aquela última peça de inocência que eu segurava com um aperto mortal.
Todos os chefes são brutais, cada um deles com seus próprios conhecimentos e negócios, cada um com suas próprias casas brilhantes, esposas brilhantes, carros e dinheiro.
Eles possuem o mundo.
E o mundo sabe disso.
Olho para os portões de ferro.
Universidade Eagle Elite.
Propriedade dos Abandonatos.
Comandada por ninguém.
Essa é a minha prisão.
A realeza italiana não precisa mais frequentar a universidade. A única razão para isso no começo tinha sido ganhar informações sobre outras famílias e agora que todas as famílias estão jogando legalmente, isso não é mais necessário.
Até que eu apareci.
Até que ficou muito evidente, uma vez que as cinco famílias se retiraram da universidade -- então novas pessoas foram forçadas a se levantar, e liderar.
Não importa que o dinheiro ainda viesse do mesmo lugar.
O que importa é a presença.
O representante não está presente.
Os eleitos, ou assim como eram chamados -- foram embora.
E sobrou isso.
Eu.
Porra.
Passo as mãos pelo meu cabelo, o sangue ainda endurecido nos meus dedos. Estou aparecendo no primeiro dia de aula, como se eu literalmente tivesse sido atropelado por um caminhão.
Talvez seja por isso que Chase tinha sido tão implacável.
Ele quer que as pessoas saibam que eu sou um filho da puta assustador.
Ele quer que as pessoas saibam que, mesmo que eu seja da família, eles não hesitariam em me matar. Bater ou atirar em mim.
Xingo quando consigo passar pelo segundo portão de ferro. Ele bate atrás de mim com tanta força que eu quase vomito.
Prisão.
Eu estou na prisão.
Minha vida não é minha.
Nunca foi.
O mestre do xadrez moveu sua peça.
“Lembre-se," Chase disse antes de dar outro golpe na minha bochecha esquerda. “A paz é sempre mais perigosa do que a guerra."
Eu evitei seu soco e o afastei, acertando meu cotovelo em suas costas enquanto ele caia no chão de cimento. “Boa tentativa."
“Obrigado." Eu o chutei nas costelas.
Chase agarrou minha perna e me fez tropeçar contra o concreto, então me puxou para o lado, me pegando em uma chave de braço. “Na guerra, você conhece seu inimigo." Eu puxei contra ele.
“Na paz," ele me liberou antes que meu braço saísse do encaixe. “Você não sabe."
Ele ficou de pé e me ofereceu sua mão. “Pode ser um professor, uma garota quente, um amigo, ou o zelador de merda," agarrei a toalha estendida. “E na minha experiência, geralmente é tudo o que está acima, os mais próximos de você são os que você precisa preocupar-se, então, quando as pessoas pedem para ser suas amigas, você se oferece para destruí-las -- quando um professor lhe dá um olhar estranho, você o olha de volta, você não responde a ninguém, entendeu?"
“Entendi," eu rebato.
“E Dante?"
“O quê?" Sangue derrama do meu nariz pelo soco que o otário acertou em mim e meus olhos começam a lacrimejar, uma sensação de ardor pulsando entre meus olhos... “Filho da puta!"
“Sempre observe suas costas." Ele sorri.
Meu nariz ainda dói cada vez que eu tento respirar calmamente.
Os rapazes brincaram que eu sou muito bonito -- e que me faria bem ser maltratado um pouco
“Não mostre nenhuma fraqueza," eu murmuro comigo mesmo enquanto forço meu corpo a andar em uma cadência lenta e normal que não revela um pingo de dor. Então ergo minha cabeça.
Minha marcha é lenta, estável.
Quando passo pelo último portão e olho para a placa.
“Bem-vindo, novos alunos!"
“Eu vou colocar fogo nessa placa," falo em voz baixa.
“Entre na fila," diz uma voz profunda atrás de mim.
Eu reviro os olhos e me viro. “Ainda assustador como sempre, Sergio."
Ele estende a mão. Eu hesito antes de aceitar. Odeio-o por tirar minha irmã de mim, por fazer dela sua esposa, por ter a família perfeita.
Por engravidá-la.
Por fazer a vida na máfia parecer normal quando tirou meu pai de mim antes que eu realmente o conhecesse.
Quando me transformou no monstro que eu sempre soube que sou.
“Você precisa de alguma coisa?" Minha voz está no limite, assim como meu corpo.
Sergio me dá um sorriso cruel que não alcança seus olhos, seu olhar me varre uma vez, duas vezes antes de segurar uma mochila. “Você esqueceu seu almoço."
Reviro meus olhos. “Deixe-me adivinhar, manteiga de amendoim e geleia?" Eu pego a mochila preta dele e olho.
Sergio sorri. “Achei que você era alérgico à manteiga de amendoim."
“Exatamente."
Seu sorriso diminui enquanto ele caminha em minha direção. “Se eu quisesse você morto -- já estaria morto."
“Até agora, o melhor primeiro dia de aula... de todos," digo com um tom zombador. “Isso é tudo... pai? Ou você precisa de mais alguma coisa?"
Isso o irrita, quando comento sua idade.
Embora ele tenha trinta anos e o restante dos caras esteja no meio dos vinte anos, ainda faz com que seus olhos brilhem como se ele quisesse lutar.
Mas essa é a coisa sobre Sergio, ele só usa os punhos quando precisa. Não, sua guerra ocorre em um computador ou com seus jogos mentais.
“Apenas certifique-se de ir à aula."
“Não posso acreditar nisso," resmungo. “Algo mais?"
Ele olha por cima da minha cabeça e volta para mim. “Certifique-se de que ela também fique fora de problemas."
E lá está.
O sétimo círculo do inferno? Conferido.
Sergio Abandonato pedindo-me para fazer o impossível. Conferido duplamente.
“Não!" Eu grunho. “Confie em mim, ela pode cuidar de si mesma."
Sergio me olha fixamente. “Só porque suas feridas físicas curaram, não significa..."
“Não significa o quê? Que ela está melhor agora?" Recuso-me a virar, e ver seus belos olhos e o balanço de seus quadris. “Nós não sabemos nada sobre ela, exceto que Frank decidiu salvá-la e agora ela está morando conosco. Você foi estúpido o suficiente para convidar o inimigo para sua casa, então não me peça para cuidar do seu maldito erro!"
Seus olhos se arregalam e depois ele solta um riso baixo. “Eu ficaria impressionado se não estivesse tão irritado por você ter acabado de me revidar." Suas narinas inflam. “Duas vezes."
Eu nem percebi que tinha feito isso.
“Nós mantemos nossos inimigos próximos." Ele encolhe os ombros. “E como não consegui descobrir nada sobre ela, exceto o fato de que a família de Petrov estuprou e abusou dela além do reconhecimento..." Meu peito queima. “Ela fica."
“Tudo bem," eu grito. “Mas não vou segurar a mão dela."
“Há algo que você precisa tirar do seu peito?" Seu sorriso é cruel. “Porque se uma menina da metade do seu tamanho é realmente intimidante..."
“Hilário. Você não tem algum lugar para estar? Uma pessoa para torturar? Mutilar? Matar? Destruir? Filhotes para chutar?"
Ele suspira. “Seu trabalho é obter uma educação e mostrar a todos nesta maldita universidade que as famílias estão unidas, fortes, observando cada movimento -- provar para aqueles que detêm o poder que só deixamos que eles o tenham por alguns anos. Você pode fazer isso sem entrar em detenção no primeiro dia, criança?"
“Você acabou de me chamar de criança?" Meu maxilar endurece, meu corpo pulsa com a necessidade de golpeá-lo em seu rosto presunçoso e alcançar a arma que eu sei que está presa em suas costas, escondida pela jaqueta de couro preta que ele veste.
“Boa conversa." Sergio me dá um tapinha nas costas. “Ah, e sua irmã quer que você venha jantar esta noite."
“Diga a ela que tenho lição de casa."
“Diga a ela você mesmo." Ele volta a colocar os óculos de sol e começa a afastar-se. “Vejo você às sete!"
Eu resmungo em resposta, quando alguns alunos rindo passam por mim, apenas para olhar novamente e começarem a sussurrar.
Não apenas olho para cada um deles, lentamente certifico-me de que eles saibam pelo meu olhar que não só os mataria, mas também acho que eles estão desejando isso. Então tiro um canivete do meu bolso, deixando-o na luz solar, em seguida, o empurro na minha mochila, tudo antes de enviar um último olhar sobre o meu ombro, que dizia, ‘sim, eu apunhalo você primeiro, e faço perguntas depois’.
“Deixe os jogos começarem," murmuro quando eles correm e todos imediatamente começam a enviar mensagens de texto em seus telefones.
CAPÍTULO 4
El
As pessoas estão encarando.
Eu frequentei a universidade por três meses no ano passado.
Três meses de tortura.
Ando com Dante todos os dias.
E todos os dias a porta bate no meu rosto antes que eu possa sair do carro, e muito menos dizer: ‘Ei, você pode mantê-la aberta?'
Eu não tenho permissão para dirigir.
Percebe? Prisão.
Todos parecem tão... Felizes para mim, como se estivessem apenas esperando terminar a universidade para que possam ser soltos no mundo.
Como se o mundo estivesse esperando que eles terminem para mostrar-lhes sua grandeza.
Mas tudo o que conheço é a dor.
Trevas.
Corrida.
Então, quando as meninas gritam ao meu redor, quando dançam e brincam, e tiram selfies do seu estúpido esquadrão e depois me encararam como se eu fosse um alienígena -- eu desvio o olhar e tento misturar-me com as árvores.
E quando isso não funciona...
Eu simplesmente... Olho para os meus pés e vejo para onde estou indo.
Estou vivendo um pesadelo absoluto, cercada por completos estranhos que não conhecem nada sobre mim e sobre a família que me adotou, que só me trouxeram porque tem um pingo de humanidade e sabe que, se não o fizessem, provavelmente eu seria morta pelo que eu sei.
Flashes invadem minha visão quando paro de andar.
E estrelas.
Sempre as estrelas, escritas em tinta, escritas em sangue através da minha própria pele arruinada. Puxo a manga da minha camisa branca Oxford e suspiro quando uma picada se espalha nas minhas veias.
Estou a salvo.
Segura.
Ninguém sabe que eu realmente estou aqui -- eles nunca saberiam.
E ele está morto.
O monstro que me tocou está morto.
Se apenas o ditado não fosse verdadeiro -- onde você corta uma cabeça -- duas aparecem e eu sei melhor do que qualquer um, que o monstro com o qual compartilhei uma cama era um mero gosto do que a família Petrov representa.
Começo a andar novamente, mesmo que a bile esteja na minha boca e me ameaça a vomitar por toda a calçada, então mantenho minha cabeça para baixo.
Concentro-me nas rachaduras do cimento enquanto lentamente vou em direção ao edifício de negócios.
E paro quando duas botas aparecem na minha linha de visão.
Mudo para a direita, mas as botas me seguem.
Vou para a esquerda. Mesma coisa.
Finalmente, levanto a cabeça, aperto os olhos e vejo o azul gelo, gelo que queima e congela tudo de uma vez, azul gelo que não faz nada para esconder o ódio, e a raiva mal controlada -- toda dirigida para mim.
Levanto meu queixo.
“El." Dante cospe meu nome mais do que diz, e lentamente envolve um braço à minha volta. Seus músculos flexionados como se estivesse chateado por ter que tocar alguém tão... Estranha. “Ande comigo."
As pessoas estão encarando.
Provavelmente mais a ele do que eu.
Ele é um Deus entre os homens.
Um homem entre meninos tolos que ainda estão crescendo em seus corpos.
Dante Nicolasi é facilmente a pessoa mais bonita e horrível que eu já conheci em toda a minha vida. Olhá-lo é fisicamente doloroso e tocá-lo -- bem, ele nunca me tocou até hoje.
O que significa que ele vai me matar ou ele está me usando para algo.
Meu corpo estremece com a necessidade de aproximar-me e de lutar pela minha vida e correr.
É assim que isso acontece?
Sem a proteção da Família em casa?
Com Dante ao meu lado?
Ele vai me estrangular?
Injetar algo na minha pele?
Atirar-me de um prédio?
Ou apenas me bater até a submissão?
E por que ninguém mais nota a maneira como sua raiva não é mantida sob controle? Mesmo durante os jantares familiares, ele parece pronto para jogar um canivete em alguém.
Dante não está apenas com raiva.
Ele é a própria raiva.
E parte de mim se pergunta se isso é tudo o que ele conhece.
Assim como tudo o que conheço é o medo.
Quando chegamos ao prédio, estou tremendo. “Você precisa de algo?" Minha voz sai suave, indiferente, fria.
Ele dá uma risada, seu nariz colide com meu pescoço antes dele sussurrar no meu ouvido. “Eu preciso de você como escudo humano."
Engulo a dor na garganta. “Então, a realeza italiana vive, e a meretriz russa morre?"
Falei antes que eu pudesse me deter.
Dante curva-se quando seu sorriso cruel mergulha em meu rosto. “Finalmente, admitindo como você abre suas pernas para o inimigo."
Eu casualmente lanço meus braços ao redor de sua cintura, meus dedos esticados em direção ao canivete, que eu sei que ele sempre guarda no bolso. Uso meu corpo, e vou para aquele lugar onde jurei que nunca mais voltaria.
Isso é sobrevivência.
Nada mais.
Quando meu corpo se arqueia em direção ao dele, sua sobrancelha se ergue em um gesto zombeteiro que me faz parar. “Está na minha mochila, boa tentativa, porém, se eu não soubesse o quanto você me odeia, quase acreditaria que posso bater-lhe contra a parede, levantar essa saia xadrez e fazer você..."
Dante para de falar.
Eu quase não tenho tempo para registrar o que está acontecendo, antes que cinco rapazes lentamente dirigem-se para nós.
A conversa a nossa volta para.
Dante me puxa para mais perto dele, escondendo-nos perto da sombra do prédio enquanto ele observa sob minha cabeça. Qualquer um que nos olhe, pensará que estamos nos preparando para foder em vez de cortar a nossa garganta.
“Aconteça o que acontecer," Dante respira em meu pescoço. “Não olhe por cima do ombro."
Minha respiração treme enquanto ele me puxa mais forte contra ele, sua colônia atinge minhas narinas fazendo-me sentir fraca por dentro quando sinto o cheiro, e quão forte ele parece, e a mentira que realmente é.
A conversa começa novo.
Dante lentamente empurra-me apenas a tempo de um dos cinco caras começarem e dar-lhe um sorriso zombeteiro na frente de pelo menos cem pessoas. Como se Dante soubesse que seria desafiado, ele sorri e sai das sombras, mas não antes de empurrar-me contra a parede como se dissesse fique -- e se aproximar do cara. Suspiros ecoam em torno de mim.
“O que diabos ele está fazendo?" Alguém sussurra. “Você não se aproxima deles, você não fala com eles!"
Reviro os olhos. Os cinco garotos já estão parados lá.
Cada um deles tem pelo menos 1,80 de altura, dois tem cabelos loiros e os outros três tem cabelos castanhos cor de areia.
Claro, eles estão em forma.
Mas tudo o que vejo são uniformes da Eagle Elite.
E então um começa a tirar o casaco.
Ele enrola a manga, lentamente, centímetro por centímetro, como se tivesse medo de obter uma mancha de sangue.
E no antebraço.
Uma coroa.
Com três malditas estrelas acima dela.
CAPÍTULO 5
Dante
“Eu sei quem você é." O cara fala com um ligeiro sotaque. “Você não é o caso de caridade que os Abandonatos encontraram no ano passado?"
Encolho os ombros, mantendo a raiva sob controle. “Talvez sim. Talvez não."
“Você é novo." Seus olhos castanhos estão planos, frios. “Então, eu vou dar um passe, mas da próxima vez que você falar sem permissão, terei que te ensinar uma lição."
Não posso evitar. Sorrio.
Muito, tanto que tenho lágrimas nos meus olhos.
O cara fica rígido.
“Qual o seu nome, cara?" Eu cruzo meus braços.
“Não é da sua maldita conta." Ele cospe aos meus pés, um pouco de saliva entra em contato com minhas botas. Suspiro e olho para o ponto molhado.
“Essas são minhas botas favoritas," digo com uma voz vazia. “Elas são Wins originais." Um dos únicos benefícios de estar perto de Chase é as suas conexões com o mundo da moda e minhas botas favoritas.
“Eu não me importo se elas têm o sangue da sua prostituta morta ali." Ele aponta para El. “Você não fala a menos que falem com você."
Um dos caras que está atrás dele ri e fala: “Peça desculpa."
“Finalmente, alguém está fazendo sentido," murmuro. “Vá em frente, eu espero."
O cara me empurra. “Ele quis dizer você, idiota!"
“Não. Me. Toque." Aperto meus punhos.
Ele zomba de mim. “Vou fazer o que eu quiser."
Eu estalo meu polegar direito.
Então meu esquerdo.
Bem, tentei não entrar em detenção.
Balanço-me quando ele abaixa e tenta me dar um soco no estômago. Evito seu soco e me ajoelho, em seguida, jogo minha mochila no chão e começo a usar o seu rosto como um saco de pancadas.
Os meus dedos se abrem. Novamente.
Sangue misturado com suor, como esta manhã.
Um dos outros caras me pega por trás.
Pego-o das minhas costas e bato o corpo no concreto. Sua cabeça cai com um estalo.
Outro cara vem.
E então é três contra um.
Sim, isso vai doer.
A dor abrasadora me atinge no peito antes de cair de costas contra a calçada apenas para ter um chute no meu peito, quase no estômago.
“Pare!" Soa uma voz feminina.
Os chutes continuam.
E então eu sou puxado de pé pelo cara que acabou de me chutar. “Diga-me, você recebeu a mensagem? Não fale por nós."
Eu dou um sorriso sangrento e vou para aquele lugar, o lugar que Chase disse-me para ir quando preciso provar alguma coisa.
Para vencer.
Inclino a cabeça para o lado e bato com ela contra a dele e depois murmuro: “Mensagem recebida."
Os dois últimos homens encaram-me e olham para seus amigos e lentamente os ajudam a se levantar.
“Alguém mais?" Limpo o sangue da minha boca com a manga da minha camisa de botão branca agora suja, bem a tempo de El tentar me afastar da crescente multidão.
Ela não é rápida o suficiente.
Na verdade, tudo o que ela faz é puxar-me na direção de um homem que parece ter visto melhores anos.
Ele é mais velho. Baixo. E nervoso.
“Sr. Abandonato." No momento em que ele diz meu nome, o lugar ao meu redor cai. É minha introdução, então deixo o medo das pessoas que estão em minha volta se instalar.
“Ele é um Abandonato?" Alguém sussurra.
O cara gemendo no chão atrás de mim cospe, “Escória italiana."
“Cara de pau russo," digo em voz baixa.
“Vamos." Ele suspira e então olha para El. “Você também, senhorita..."
“Petrov," digo, e saio na frente de todos.
Pensei que o reitor fosse desmaiar.
Ele não fez.
Em vez disso, ele fica pálido.
Sim, eu apenas fiz que ele desejasse ter colocado uma merda de vodca em seu café esta manhã.
CAPÍTULO 6
Dante
“Obrigada por nada," falo em voz baixa enquanto andamos lado a lado no prédio administrativo.
El grita. “Você quer dizer por evitar que sua traqueia fosse esmagada? De nada."
Suspiro. “Era parte do plano, eu lidei com isso."
“Você estava deixando-os vencê-lo!"
“Exatamente," eu digo, adotando um tom entediado. “Não posso mostrar todas as minhas cartas de uma vez só, e como você sabe... Cada jogo tem sua estratégia."
Ela não responde.
Nós pegamos o elevador para o escritório do reitor apenas a tempo que sua secretária quase se depare com o reitor. Ela parece pronta para vomitar, seus cabelos estão puxados em um bolo apertado, e seus lábios estão pressionados juntos em uma linha firme, como se ela estivesse prestes a lhe dar uma notícia muito ruim. “Eles estão aqui."
“Todos eles?" Ele pergunta, sua voz tremendo.
Ela dá um rápido aceno com a cabeça, então olha para mim e El, sua expressão trovejando antes de sentar-se em sua mesa e começar a digitar no seu MacBook Pro metálico elegante.
“Melhor não os manter esperando," ele murmura, abrindo as duas portas do escritório para revelar não apenas um chefe da máfia.
Mas todos eles, incluindo Sergio.
“Merda," Tex, o Capo, balança a cabeça e ri. “Eu acho que você me deve vinte dólares, Serg."
Sergio olha fixamente. “Eu te disse, sem detenção."
“Para ganhar uma aposta?" Argumento. “Você me avisou para não ser detido para que você não perdesse uma aposta? Você está brincando comigo agora?"
Ele dá de ombros e entrega uma nota de vinte dólares à mão já em espera de Tex.
Mil sorri do seu lugar no sofá. Como a única chefe feminina, ela parece quase fora de lugar entre toda a testosterona. Então, novamente, eu sei que seus calcanhares têm veneno de baiacu nas pontas, então ela é um pesadelo, mesmo que possa parecer doce.
Volto minha atenção para o reitor, que parece estar observando bem toda a cena, já que ele ainda não pulou pela janela e nem teve um derrame.
“Existe uma razão específica para esta... Visita?" Ele engole em seco, enquanto desliza uma mão pelos cabelos brancos e fica na frente de sua grande mesa marrom, que está cheia de pastas e embalagens de doces.
Nixon é o primeiro a falar, seus olhos azuis e frios avaliam a sala e depois o reitor. “Este é o filho de Luca. Preciso que você tenha certeza de que ele tenha acesso a tudo o que precisa, e se ele tiver problemas -- naturalmente..." Ele acena com uma mão no ar. “Faça com que vá embora."
O reitor para de andar e assente com a cabeça. “Entendido."
Phoenix bate uma pasta preta contra o peito do reitor, o que em nosso mundo é basicamente um lembrete de que não possuímos apenas ele, mas também a família inteira, as finanças, a vida, suas bolas - e oferece um sorriso cruel. “Não registre nada, não informe nada para o conselho e, no final do ano letivo, você será recompensado... generosamente."
“Quão generosamente?" Pergunta o reitor.
Phoenix lambe os lábios e inclina-se. “Você quer dizer, apesar de permitir que você viva? Essa é a pergunta?"
O reitor gagueja, “Não, sim, quero dizer, sim, obrigado pela minha vida."
“Sabe? Eu não acho que ninguém me agradeceu..." Ele olha por cima do ombro. “Diga-me Chase faz quanto tempo, desde que alguém me agradeceu?"
“Aquele cara ontem à noite te agradeceu." Chase levanta-se.
“Não, não." Tex ri. “Ele estava de mãos atadas e de joelhos implorando, grande diferença, embora seja difícil dizer exatamente o que ele estava dizendo desde que eu cortei-lhe a língua."
“Espero que você tenha congelado para que você possa recolocá-la mais tarde." Mil diz, inspecionando suas unhas. “Espere... você só pode fazer isso com os dedos. Continuem, meninos." Ela olha para o telefone.
Quase reviro meus olhos quando Tex tira o canivete e começa a jogá-la no ar.
“Então," Phoenix volta sua atenção para o reitor. “Então estamos entendidos, agora?"
“Sim, sim." Os lábios do reitor tremem. “Obrigado... senhores..."
Mil limpa a garganta.
“E Senhora..."
“Senhora." Chase levanta-se e segura um canivete no pescoço do reitor enquanto Phoenix dá um passo para trás e sorri. “Diga obrigado à senhora."
“Obrigado..." O suor derrama de suas têmporas. O cara é um idiota sem coluna vertebral.
Eu não consigo manter meu resmungo.
“Quanto a você," Phoenix vira os olhos brilhantes de morte em mim.
Eu gemo, meu corpo lembrando o tipo de tortura que ele gosta de fazer.
“Detenção." Ele sorri. “Vocês dois."
Os rapazes começam a dirigir-se para a porta com Mil atrás.
“Oh." Chase vira-se e me dá um olhar de conhecimento. “Você fez bem."
“Huh?" Espero por um deles dizer alguma coisa.
Nixon finalmente dá de ombros e oferece um olhar de desculpas. “Você acha que gostamos de torturar você? É para o seu próprio bem, e valeu a pena hoje. Chase apenas deu um elogio em vez de tentar esfaquear você no coração, talvez da próxima vez, apenas agradeça."
“Eu acho que preferia ser esfaqueado, obrigado." Levanto meu dedo do meio e faço um gesto arrebatador ao redor da sala, englobando todos em um giro coletivo.
Chase volta para trás.
E os caras riem na saída, mas não antes de Mil dar ao reitor um último olhar frio que me faz pensar o que o Chase viu nela.
Porque quando eu olho Mil, vejo estranhamente partes de mim.
Muito ódio.
E um monte de... Algo mais que eu raramente reconheço.
Medo.
CAPÍTULO 7
Dante
“DETENÇÃO." Repito a palavra na minha boca e tento evitar que isso piore. O reitor assente para que possamos seguir em frente.
Os ombros de El caem como se estivesse desapontada consigo mesma. Eu reviro meus olhos e sigo o resto dos caras quando saem do prédio.
“Espere."
Chase é o único que se vira. O resto dos caras parece mais preocupado com o fato de que os poucos estudantes que não estão na aula e ainda estavam espalhados pelo campus ficaram olhando para baixo como se estivessem prontos para bombardear a universidade.
“O quê?" Ele coloca seus óculos de sol e verifica seu telefone como se tivesse coisas mais importantes para fazer.
Empurro minhas mãos nos meus bolsos. “Quem são esses caras?"
Nixon finalmente olha na minha direção, o rosto severo, os olhos frios. Tex me dá um sorriso fugaz enquanto Phoenix fecha os olhos e olha para cima -- como se Deus realmente se importasse com o que fazemos, como vivemos, como se ele estivesse assistindo.
Mil lança seu olhar para baixo, como se ela estivesse mais preocupada com o inferno do que com o céu.
Chase assente com a cabeça e tranca os olhos com Nixon.
Nixon faz um pequeno meio círculo, respira através de seu nariz e fecha os olhos. “Parece que eles são os novos nós."
“Nós." Eu repito. “Quem somos nós?"
“Dois anos," Chase diz. “Tudo o que precisou foram dois anos de nossa ausência parcial para aqueles pequenos merdinhas levantarem-se e começar qualquer merda que seja que estão fazendo." Seus olhos tornam-se assassinos. “Apenas não falhe."
“Em que?" Aperto meus dentes.
“É só isso, garoto." Tex dá de ombros. É fisicamente doloroso não poder lançar meu punho em seu rosto, e manter minha expressão neutra quando quero cobrar-lhe com os dois punhos e puxar o canivete da minha mochila, e fazer seu sorriso doer tanto quanto dói em mim.
“Não temos ideia do por que os Petrov estão aqui, ou o que eles estão fazendo."
“Merda." Eu exalo. “Então você está me enviando... para o inferno... E eu nem sei o que estou procurando?"
“Claro que você sabe." Chase franze a testa. “Você está procurando uma briga."
“Eu estou," digo com uma voz entediada. “Tenho certeza de que já fiz isso e ganhei um assento brilhante na detenção."
“Então..." Ele vira as costas. “Continue a lutar. Você saberá o que está procurando quando encontrar, confie em mim."
“Vocês poderiam ser menos úteis?" Eu falo quando eles desaparecem.
Minha única resposta é o riso de todos os chefes, incluindo Mil.
“Merda." Corro minhas mãos ensanguentadas através do meu cabelo e volto para o prédio administrativo apenas a tempo de ver El sair, e uma nova onda de raiva começa.
Parece terrível.
Eu simplesmente não tenho certeza se é medo de mim ou de outra coisa inteiramente.
“Vá para a aula." Eu comando.
Sua única resposta é encarar-me com uma expressão sem vida antes de apertar sua mochila em sua mão e sair.
Sigo perguntando-me o que diabos os caras conseguiram.
E por que de repente sinto-me menos seguro em um campus universitário do que nos punhos de cinco dos chefes mafiosos mais implacáveis da história.
CAPÍTULO 8
El
Eu chegarei atrasada.
Odeio estar atrasada.
As pessoas olham quando você aparece na aula com uma nota.
Eu não tenho uma nota.
Não tenho nada.
Com a boca seca, tento manter minha cabeça erguida enquanto giro a maçaneta da porta que leva à minha classe de marketing.
Ela range quando abre.
Respiro quando cada cabeça da sala se vira na minha direção. O rosto do professor é uma máscara de completo tédio enquanto ele olha para cima de seu livro e finalmente franze o cenho.
“Oi eu sou --"
“Atrasada," ele termina com um tom irritado. Ele não pode ter mais de quarenta anos, com cabelos castanhos escuros e olhos azuis mortos. “Encontre um assento. Agora."
Engulo em seco e rapidamente caminho no meio das mesas, finalmente encontrando um assento vazio na parte de trás.
Ele continua zangado com esse tom entediado que já me deixa bocejando interiormente.
Coloco minha bolsa no chão, tiro meu livro e fico congelada.
O cara que está sentado à minha esquerda é aquele que brigou com Dante.
Ele inclina-se para mim, tão perto que eu tenho que impedir-me de encolher ou simplesmente fugir. Tão perto, que consigo distinguir os fios de seus cabelos negros ondulados que caem sobre um corte no lado da sobrancelha. O sangue seco no canto da boca, uma boca que se ergue com um sorriso zombeteiro.
“Então," Sua voz é rouca. “Eles pelo menos pagam você?"
Não respondo.
Principalmente porque eu não tenho ideia do que diabos ele está falando.
“Abra seu livro no Capítulo Um, vocês encontrarão a tarefa em seu programa de estudos. Eu voltarei em apenas cinco minutos." O professor dá ao cara ao meu lado um olhar de conhecimento antes de sair rapidamente da sala de aula, com um copo de café na mão.
“Isso é muito barato se você me perguntar... Eles nem pagarão você e a forçam a ir para a universidade ao invés disso?" Ele grunhe, então fica de pé, sua cadeira raspando o chão fazendo minhas orelhas doerem. Ele anda em direção à frente da classe e fica parado.
Todos parecem se apoiar.
Paro de respirar e observo.
Lentamente, ele enrola as mangas brancas de sua camisa, recostando-se contra a mesa do professor, como se ele fosse o dono dela.
Seus antebraços musculosos flexionam-se enquanto ele segura a borda da madeira e pula para trás em uma posição sentada, todo casual, como se este fosse o normal, como se os estudantes sempre assumissem o controle das salas de aula da universidade.
Meu olhar ansioso percorre a sala.
Ninguém se mexe.
Então eu também não.
“Provas." Ele diz as duas palavras lentamente, como se ele estivesse esperando que elas se afundassem quando uma onda de excitação enche a sala. “Será hoje à noite a meia-noite, no The Spot... lembre-se, se lutar e perder, você está fora, se você lutar e vencer..." À medida que sua voz se apaga, ele abre as mãos, e dá um encolher de ombros.
Um dos caras na minha frente esfrega as mãos. “Treinamos o verão todo."
Seu amigo fez uma careta. “O treinamento não faz merda nenhuma se te matam."
“Isso aconteceu uma vez, e foi um acidente estranho. Além disso, o garoto pediu e não sabia quando fechar a boca."
“Tipo aquele cara esta manhã." Ele estremece. “É como se ele quisesse morrer."
Olho de volta para frente da sala de aula, meus olhos perdem-se em suas profundezas. Desumano. Eles não têm alma e estão presos em mim de uma maneira que diz que ele negociou com o diabo há muito tempo atrás.
E perdeu.
“Meia-noite," ele repete com convicção. “Oh, e todos sejam bem-vindos de volta, o verão foi tão... Incrivelmente, maçante sem vocês."
A turma rompe em aplausos quando ele volta para o seu assento ao meu lado.
O professor entra no minuto em que o louco toca o assento ao lado do meu e então ele está inclinado novamente. “Então, se eles não pagam você... Isso significa que você é livre?"
Aperto os dentes e cerro os olhos. “Não sei do que diabos você está falando."
Um sorriso arrogante espalha-se pelo seu rosto. Provavelmente o acharia atraente se não estivesse tão preocupada que ele puxasse um canivete a qualquer momento, ou pior, só me envergonhasse, e me fizesse chorar. Eu tenho uma longa lista de coisas que quero realizar nesse ano letivo.
Sobreviver está no topo, bem junto com um bom e pesado manto de invisibilidade.
“Ninguém leva o que é nosso e vive para falar sobre isso." Sua mão afasta-se, dedos fortes cavam no meu antebraço.
Diretamente na tatuagem que foi gravada lá, apesar dos meus gritos de dor.
Apesar dos chutes e do ardente combate.
Foi feita tão lentamente que uma lágrima caiu e quase desmaiei várias vezes.
Eu internamente me encolho, aperto os dentes e encontro seu olhar.
Já vi olhos assim antes.
Olhos de um monstro.
Olhos daqueles que tentaram me destruir.
E eu sei o que o monstro quer, o que o alimenta.
Fraqueza.
Então eu olho para trás, sem piscar, inclinando minha cabeça naquela diversão entediada que eu sei que irá irritá-lo.
Seus dedos soltam o suficiente para eu puxar meu braço de volta.
“Você pertence a nós," ele murmura em voz baixa. “E nós não compartilhamos."
CAPÍTULO 9
Dante
Eu ignoro a aula.
Algo me diz que o que eu preciso aprender sobre a universidade, com certeza, simplesmente não aparecerá magicamente durante a aula de química.
E agora, eu estou no meio do dia.
E acho que realmente preferia ser torturado por todos os cinco.
Estou a ponto de implorar de fome até o final do dia.
Ninguém olha para mim.
As meninas olham apenas para sussurrar com aquelas risadinhas que fazem meu sangue ferver.
Espero por El fora de sua classe.
Sou a sua carona.
E embora a maioria dos dias eu queira ignorar sua existência, pelo menos, ainda tenho um pedaço de decência humana, o suficiente para reconhecer que, se ela andar nas botas fodidas que está usando, então provavelmente torceria o tornozelo.
A porta do prédio de administração abre...
Crianças.
Porque é isso o que são, empilhados, rindo, levantando seus telefones, twittando qualquer que seja a merda que eles queiram quando assumiram que o mundo é sua ostra.
Isso me deixa doente e agitado.
Eu nunca entraria nessa vida -- mesmo em Nova York, tudo tinha sido uma artimanha para manter minha irmã no escuro. Inferno, eu até fui praticar meu sorriso no espelho, relaxando os músculos ao redor da minha boca.
O mentiroso perfeito.
Isso que é o que sou.
Porque desde o meu sexto aniversário, quando descobri que minha família é uma merda profunda na máfia, é o que eu estava vivendo.
Uma maldita mentira.
El finalmente aparece, seu cabelo escuro cai como uma cortina em seu rosto enquanto ela se apressa atrás das multidões.
Um rapaz a segue.
Eu reviro os olhos. Uau, e no primeiro dia.
Suas cicatrizes desapareceram.
Qualquer idiota com dois olhos pode ver que ela é linda e ela sabe disso, é por isso que El sempre reconhece meu olhar como um desafio. Ela sabe que tem poder -- e que a única maneira de exercitá-lo é com seu corpo.
Uma vez um Petrov, sempre um Petrov.
Odeio os russos por terem uma mão na morte meu pai.
Quase tanto quanto eu odeio El por dormir com um dos seus chefes antes que Frank lhe arrancasse a garganta.
O cara a persegue.
Ela toma seu ritmo, seus olhos arrastando-se da esquerda para direita, finalmente aterrissando em mim.
É uma súplica, o olhar que El tem no rosto.
E enquanto quero virar e me dirigir para a direção oposta, eu sei que se não voltar com ela, provavelmente causarei mais problemas do que estou pronto para lidar.
Além disso, lembro-me de que me importo o suficiente para não a fazer andar cinco quilômetros.
Empurro-me da árvore em que estou encostado e aproximo-me lentamente.
O cara que a persegue é um dos que tentou chutar minha bunda apenas para descobrir que ele não é o único com treinamento.
Quem são esses caras?
“Eles são os novos nós," Nixon disse.
Chefes? Russos? Assassinos?
Eu não tive tempo para processar nada antes que El estivesse se lançando em meus braços, seu corpo pressionado contra o meu tão forte que eu tropeço para trás, e então seus lábios roçam na minha boca.
Fico impressionado demais para afastá-la.
Muito confuso e rapidamente duro para fazer qualquer coisa, mas a beijo de volta, e quando o cara para de andar, quando seu rosto passa de passivo para assassino, eu dou-lhe o dedo do meio atrás de suas costas e giro-a em meus braços, pressionando-a contra a árvore tão duramente que El grita.
Minhas mãos mergulham em seus cabelos.
Sua boca me reconhece no beijo, ela me dá posse.
E eu acompanho. Pegando as pistas enquanto eu observo.
Ela está tremendo.
Seu corpo frágil está fraco e frio.
Ele xinga.
Afasto-me. “Alguma pergunta?"
Ele inclina a cabeça, um sorriso cruel colado em seu rosto. “Ela não será sua por muito tempo... Nicolasi."
Sinto meu corpo inteiro endurecer.
Tanto quanto eu sei, eu sou o primo perdido de Nixon, um Abandonato.
O nome Nicolasi não foi sussurrado em voz alta em anos.
Em. Muitos. Anos.
Até minha própria irmã se esquiva disso.
Ela sabe que sou rápido em atravessar paredes.
Porque desencadeia algo no fundo, algo que me faz querer matar, algo escuro que me assusta, que me faz ver nada além de raiva.
Então, quando vejo suas costas.
Eu ajo.
Agarrando rapidamente meu canivete da fodida mochila que Sergio me deu, empurro-o em sua bunda russa.
Ele tropeça e cai.
Dou alguns passos em sua direção enquanto ele grita de dor.
O sangue vermelho faz uma pequena marca onde o canivete entrou. Sorrio, inclino-me e a empurro ainda mais para os gritos horrorizados que me rodeiam. “Vire as costas para mim novamente, e isso..." Eu empurro mais fundo. “Será em sua garganta, você me entendeu?"
Ele estremece amaldiçoando em russo, quando alguém começa a aplaudir, uma, duas, três vezes.
Os quatro rapazes ficam de pé quando eu empurro o canivete em seu amigo.
“Nós não pensamos que tinha isso em você," Disse um deles em um sotaque americano praticado. “E aqui está você, pronto para matar -- por ela."
“Não por ela," eu cuspo. “Por mim."
Seus olhos iluminam-se. “Melhor ainda. Eu sou Vas."
Não aceito sua mão estendida. Em vez disso, empurro o canivete em seu amigo e levanto-me. “Não se preocupe."
“Você gosta de uma boa luta," ele diz uma vez que eu me afasto um passo dele e dos caras que o rodeiam. Uma multidão começa a se formar. Eu abaixo a cabeça com a necessidade de perfurar algo ou alguém pulsando nas minhas veias. “Ah, posso sentir o cheiro em você... Diga-me, você gosta... De sangrar?"
Fecho os olhos.
Eu prometi.
Prometi a ela nunca mais.
Eu prometi nenhuma luta. Eu prometi.
Chicago era um novo começo.
Mas eu guardei o pensamento...
De sangue fresco nos nódulos dos meus dedos, do som da carne quebrando, de ossos contra ossos.
“Meia-noite," ele fala de forma casual.
Algo é empurrado na minha mão direita, aquela sem o canivete.
Fico ali parado.
Balançando no vento.
Sentindo-me nada além de um fracassado.
Porque não é neles que estou pensando.
Ou na minha irmã.
Ou na família que jurei servir.
Não é em nenhum deles em quem eu penso.
Era em mim.
Apenas em mim.
E o fato de ter demorado muito desde que provei sangue.
Quando abro meus olhos, espero medo. Eu esperava que El estivesse horrorizada, desviando o olhar com desgosto e tentando repreender-me como a minha irmã.
Em vez disso, ela suspira pesadamente e fala: “Eu vou te cobrir."
“Por quê?" Minha voz está rouca de emoção, com a certeza de que o inferno não pertence a nenhuma célula do meu corpo. A emoção mata. A emoção nunca me fez nenhum favor.
“Por que," Ela lambe os lábios, um rubor se espalha por suas bochechas. “Isso é o que os amigos fazem."
“Nós não somos amigos."
“Essa é a minha condição” Seu queixo levanta-se desafiando. “Amizade por mentiras."
“Eu não preciso de suas mentiras ou sua amizade."
Ela fica quieta antes de sua mão se fechar sobre a minha, enquanto ela puxa o canivete e limpa na parte de dentro na saia e o fecha cuidadosamente e coloca na minha mochila na grama. “É aí que você está enganado. Eu acho que você precisa de ambos... Mais do que você imagina."
“Não posso confiar em você."
“Eu nunca disse que a confiança é uma condição."
Nós encaramos um ao outro. Odeio olhar para ela, odeio reconhecer sua beleza. É por isso que tento não me concentrar em sua boca, em seus olhos. Em vez disso, eu olho para a testa como se fosse me dar respostas. A única sugestão de que está blefando e que ela está tentando o seu melhor para ser forte é o pequeno enrugamento em sua testa, e assim, quando olho sua boca, ela suga seu lábio inferior apenas para libera-lo quando percebe que está fazendo isso.
“Você está com medo," eu finalmente falo.
Ela inclina a cabeça e sussurra: “Amizade por mentiras. O que será?"
Jogo minha mochila sobre o ombro e puxo as chaves do Mercedes para fora do meu bolso. “Deixe-me pensar sobre isso."
Dirigimos em silêncio por todo o caminho de casa.
CAPÍTULO 10
El
Posso sentir o cheiro de sangue na minha saia. É metálico, queima minhas narinas, fazendo-me sentir suja. No momento em que chegamos a casa, eu já estou mentalmente tirando todas as roupas, imaginando uma vida onde o sangue não é uma parte normal da minha existência.
Onde não preciso ser forte.
Onde posso sentir algo além do medo.
Eu o beijei.
Não deveria ter feito isso.
Não tive outra escolha.
Precisei provar que eu pertencia a alguém.
Se havia algo que a máfia me ensinou, é que, quando você pertence ao sangue, você está protegido por ele.
E eu nunca tive uma necessidade tão terrível de proteção em toda a minha vida, mesmo que isso signifique que estou trocando um monstro por outro.
“Como foi a universidade?" Chase sorri para nós no instante em que entramos na casa.
Abro a boca.
Dante tapa minha boca e dá de ombros casualmente. “Lições de casa. Quando é o jantar?"
“Eu pareço sua cadela?" As sobrancelhas de Chase se levantam.
“Não, você apenas faz massas como uma," Nixon diz enquanto entra na sala, seu sorriso sorrateiro firmemente no lugar. “Mas, sério, Chase, o que tem para o jantar?"
Não sei como lidar com essas pessoas.
Com suas provocações fáceis.
As risadas são em partes iguais.
Violência em partes iguais.
Eu sempre estou confusa.
Nunca preparada para qualquer uma delas.
Antes que eu possa responder ao fato, Nixon está jogando um avental em Chase enquanto Mil abre uma garrafa de vinho e Trace, a esposa de Nixon, leva a bebê para que Nixon a beije.
Como se ele não tivesse muitas mortes em suas mãos.
Dante me empurra pelo corredor. E em seu quarto.
Um lugar que eu nunca estive.
Estou sempre do outro lado.
Vivendo com medo do banheiro de vários metros quadrados que nos separa, sempre observando, esperando, por ele atacar.
Para qualquer um ver o que Petrov viu e pegou.
A porta fecha com um baque maçante. Dante acende as luzes, então lentamente começa a tirar sua camiseta.
Está acontecendo.
Tento acalmar meus nervos.
A bile se espalha pelo meu estômago, porque não importa o quão bonito ele seja, eu sou outra peça de xadrez em um jogo que eu nunca pedi para jogar.
Em um jogo que eu nunca ganharia.
Ele me encara. “Se vissem o sangue em qualquer lugar eles fariam perguntas, especialmente se não é seu e nem meu."
Congelo, minhas mãos estão mortas ao meu lado.
Ele franze o cenho. “El, você precisa tirar sua saia para que eu possa lavá-la, depois vou tomar banho, então eles suspeitarão de nada, mas não podemos simplesmente jogá-la no cesto."
Atordoada, eu apenas olho.
E então ele está me alcançando.
Afasto-me novamente.
Dante estremece quando um músculo surge no maxilar. “Eu só fodo quem está disposta e gosta."
É minha vez de hesitar.
“A saia." Ele estende as mãos. “Confie em mim, eu já vi tudo, se isso faz você se sentir melhor. Posso me virar, mas quanto mais tempo nós estamos fazendo a lição de casa, mais eles suspeitarão de algo, então se você quer ser minha amiga, se quer que isso funcione, tem que aguentar e fazer um sacrifício -- e um compromisso."
Com um aceno lento, eu desabotoo minha saia e a deixo cair no chão.
Fiel à sua palavra, seus olhos concentram-se apenas no material, não nas minhas pernas, na minha bunda ou em qualquer outra coisa.
Nem mesmo a cicatriz que está na minha coxa.
Ou os pontos feios que ainda estão cicatrizando nela.
“Ei, Dante?" Chase bate na porta. “Eu sei que você disse que está fazendo lição de casa, mas eu ouvi o chuveiro, posso conversar com você..." A maçaneta gira.
Dante amaldiçoa e me empurra para o chuveiro, de roupa e tudo, então pula para se juntar a mim, empurrando a cortina fechada a tempo de Chase entrar.
Dante bloqueia meu corpo com o dele. “Isso é uma prisão? Não tenho privacidade?"
Chase ri. “Não. Nunca. Bem-vindo à família."
Dante cai contra mim.
E eu deixo.
Pela primeira vez em um longo tempo, o peso do corpo de um homem não me fez sufocar -- e parece... Protetor.
Mantenho meus braços presos ao meu lado enquanto ele solta uma maldição. “Chase, terminarei em um minuto."
“Eu já tive vinte anos, eu sei o que há nos banhos longos no chuveiro."
Dante sorri. “Você percebe que é três anos mais velho do que eu, certo? Você não é velho, Chase."
Chase fica quieto e depois. “Não fique muito confortável aí, temos trinta minutos de boxe antes do jantar."
“Desde quando?" Dante ruge, fechando a mão perto da minha cabeça.
Eu estremeço.
Ele envia um olhar de desculpas.
“Desde que eu preciso queimar um pouco de calorias," Chase responde.
“Você não pode encontrar outra pessoa?"
“Não, você é meu novo favorito."
“Sorte minha."
“Fico feliz que você veja dessa forma." Chase ri. “Ah, e quando você vir El novamente, diga a ela que Frank está procurando por ela."
“Sim." Dante respira profundamente enquanto o vapor sobe a nossa volta.
A porta se fecha.
Dante e eu fechamos os olhos.
Ele é lindo. O tipo de homem que é ruim para você, o tipo que eu sei que nunca poderia confiar, porque ele pode ser quem você precisa que ele seja.
No momento.
E eu conheci um cara como ele uma vez.
Ele me prometeu tudo.
Acreditei nele.
Porque ele me disse que ele me manteria segura.
Ele mentiu.
Eu acreditei em todas as belas mentiras por causa do pacote, mas quando precisei, eu sofri por isso.
Meu único trabalho é viver.
E sobreviver.
Não falharei novamente.
Os olhos de Dante curvam-se sobre mim, o olhar cerrado me contando tudo o que preciso saber.
“Por quê?" Seus olhos perguntam.
“Por quê?" Minha voz fraca me trai.
“Você poderia ter me abraçado. Por que beijar alguém que você odeia?"
Eu o evito, nossos braços roçam, meu corpo estremece. “Por que você me beijou de volta?"
O primeiro sorriso que eu vi em seu rosto aparece, como se ele estivesse me deixando ver atrás da máscara gelada que ele gosta de usar.
Respiro e quase caio de volta contra a cortina.
Ninguém tinha o direito de ser tão lindo.
Ou assustador.
“Porque," ele sussurra bruscamente, “Foi bom."
Eu não esperava por isso.
Ou a forma como seus olhos se dirigem para a minha boca antes de olhar rapidamente acima da minha cabeça como se o azulejo fosse mais interessante do que qualquer coisa que eu tivesse para oferecer.
“Brinque com fogo..." ele diz em voz baixa. “mas não me beije novamente."
Tento não reagir, mas algo sobre Dante sempre consegue... Ser difícil, como se eu não fosse fisicamente capaz de vestir a armadura que estou tão acostumada a vestir para sobreviver.
Eu mordo o lábio, juntando tempo para reunir meus pensamentos, se eu reagir, ele verá que sou fraca, e se eu não fizer nada, ele pensará que eu sou estúpida, e se eu flertar, Dante me verá hesitar.
A única escolha que tenho é dar-lhe um lento aceno de cabeça, certificando-me de que ele entenda que não há nada que ele deseje.
Podemos ser irmão e irmã.
“Amigos não se beijam," falo finalmente. “Desculpe-me." Estou arrependida, realmente.
“A verdade?" Ele finalmente olha para mim de novo quando seus olhos gelados giram com intensidade. “Diga-me a verdade."
Abro a boca e depois a fecho.
Dante inclina meu queixo em sua direção com nada além de sua mão direita, um dedo indicador e eu já senti um pulso de despertar através do meu corpo.
Isso é errado.
Totalmente errado.
Eu odeio homens.
Certo?
Os homens são a razão pela qual estou nesse chuveiro.
Prometem proteger.
Salvar.
E eles matam.
“A verdade," ele diz novamente, seus olhos estudando-me como se eu estivesse sendo interrogada, e se respondesse errado eu sofreria por isso.
Engulo, então encontro seu olhar fixo. “Eu estava com medo."
“Do quê?" Sua boca está tão perto, eu memorizo a forma como seus lábios deslizam juntos como se ele estivesse esperando por más notícias.
Eu conto os segundos na minha respiração pesada e finalmente digo: “De tudo."
CAPÍTULO 11
Dante
O medo que vi nos olhos de El assombra-me por todo o caminho para casa da minha irmã gêmea Val. E quando ficou incrivelmente claro que Chase desconfiava da minha lição de casa -- considerando que era apenas a segunda vez que eu mencionei isso -- ele decidiu que seria melhor se ele se juntasse no jantar na minha irmã.
Isso foi, naturalmente, feito na forma típica de Chase, depois de cortar-me no queixo no final da nossa sessão de luta.
Tento não tocar a pele já machucada enquanto faço uma careta na mesa.
Chase disse que eu precisava me afastar.
Que basicamente é traduzido como, não lute até eu dizer que é permitido.
E você não sabe? Ele nunca me pediu para lutar.
Então eu não me defendi e o deixei bater.
Seus olhos frios olham os meus brevemente antes de fechar.
Normalmente, isso é um ponto em que ele soltaria uma piada, ou diria algo inapropriado que provocaria toda a tensão girando em torno da mesa de jantar.
Em vez disso, ele bebe mais vinho e recosta-se na cadeira, como se não fosse estranho pra caralho ele estar sentado entre minha irmã e seu novo marido.
Literalmente entre eles.
Ela deve saber que isso me faz querer rastejar para fora da minha pele, o fato de que o cara que a tocou, que mata sem piscar, está sentado à minha esquerda e minha inocente e jovem irmã está sentada à minha direita, com sorrisos fáceis e com brilho em seus olhos, como se Sergio Abandonato fosse o responsável por pendurar a lua no céu exatamente no ângulo que ela prefere.
“Então..." Val me dá uma cotovelada e pega outro pedaço de pão. Tudo mudou entre nós no dia em que confessei saber sobre nossa família, nossa herança, o dia em que confessei a mentira que vivi para protegê-la. Um abismo foi criado entre nós e depois, quando ela se casou com a família, esse abismo cresceu até eu mal reconhecer o que tínhamos antes de tudo explodir na nossa cara.
Nós costumávamos ser unidos.
Agora estou desconfortável na mesma sala que eles.
E isso alimenta a raiva, porque detesto que eles levaram mais uma coisa de mim que eu nem percebi que estava em risco de perder antes que fosse tarde demais.
“Como estão as aulas?"
“Como. Estão. As. Aulas." Eu repito com uma voz grosseira. “Foi um dia, Val."
Sergio limpa a garganta do meu lado.
Deixo cair meu garfo no prato e inclino-me para trás, cruzando meus braços sobre o peito. “Elas são boas, Val."
Sergio coloca outro pedaço de pão no meu prato, seguido de outro. “Coma."
Chase ri de mim, e ele ainda não comeu absolutamente nada, mas bebe sem parar. Estou pronto para roubar a garrafa dele e fugir com isso.
“Bom!" Ela parece tão esperançosa, eu sinto-me culpado. “Eu acho que você se formará um grande --"
Gemo quase no mesmo minuto que as sobrancelhas de Chase se levantam. Ele joga um copo de vinho na mesa. Eu nego com minha cabeça, e seu olhar parece dizer, problema seu.
“Val," eu começo, e Sergio dá-me um olhar assassino que estou cem por cento certo de que ele seguiria se eu perdesse a paciência novamente. Da última vez eu quebrei vários pratos. Desta vez, bem, desta vez eu apareci depois de terem conseguido extrair toda minha energia, então estou mais... Calmo. Agradeço mentalmente a Chase por isso. “Eu não serei importante em nada além dos negócios, você sabe disso."
Ela franze a testa para o prato dela. “Você costumava desenhar."
Eu congelo.
Chase desvia o olhar enquanto Sergio fica completamente quieto.
“Isso foi há muito tempo, Val," eu murmuro. “Você sabe que não é realmente uma escolha, não mais."
A expressão de Val escurece. “Poderia ser."
“Essa não é minha realidade, Val, você sabe disso."
“Isso é porque você está apenas deixando todos escolherem para você!" Ela grita.
Raramente ouvi minha irmã levantar a voz. Atordoado, observo-a com uma expressão fechada.
“Você não precisa fazer isso!" Ela joga as mãos para cima, e seus cabelos escuros chicoteiam em torno de seu maxilar afiado. “Você tem uma escolha!"
“Você quer dizer como você fez?" Olho para ela. “Não fique sentada e me diga que eu tenho uma escolha, que você teria feito -- e fez exatamente o mesmo. A escolha nos foi tomada no momento em que nascemos e fomos reivindicados como sangue de Nicolasi."
“Mas --"
“Basta!" Bato meus punhos na mesa fazendo com que o copo de vinho vazio de Chase chacoalhe e depois quebre.
Ele sorri para mim. “Quantos copos com esse agora, Sergio?" Ele inclina a cabeça com diversão. “Seis? Sete?"
“Treze," Sergio diz com um tom entediado. “Mas acho que vou parar de contar."
“Desculpe," murmuro.
Lágrimas preenchem os olhos de Val. “Vamos sentar e ter um bom jantar familiar."
Eu gemo. Não pude evitar isso, apenas estremeço com dor como se algo afiado tivesse perfurado minha coxa esquerda.
Não olho para Sergio, não preciso saber que uma lâmina está entrando centímetro por centímetro através da rugosidade do jeans na minha coxa.
Com uma expressão aborrecida, eu uso minha mão esquerda para abrir rapidamente minha própria lâmina e empurrá-la sobre seu pau.
“Deus, eu amo jantares familiares." Chase ri.
“Touché." Sergio puxa a lâmina para trás.
Eu faço o mesmo.
Val geme apoiada em suas mãos ao mesmo tempo em que Chase diz: “Ei, Val, você fez cannoli, certo?"
“Você não tem uma esposa para isso?" Val diz com uma risada.
Os olhos de Chase voltam para o copo de vinho. “Eu acho extremamente generoso usar a palavra cozinheira e Mil na mesma frase. Recebo minhas calorias bebendo."
Ele limpa a garrafa.
Estreito meus olhos.
As mãos de Sergio estão debaixo da mesa, mas ele aponta um dedo para Chase, depois me cutuca na coxa.
E começa a usar o idioma dos sinais, nenhum de nós ficando nervoso quando Val e Chase começam a discutir sobre as receitas de cannoli.
“Algo está estranho." Sergio acrescenta.
“Ele esteve no limite." Eu concordo de volta. “Eu deixei ele praticamente me espancar, antes do jantar, então me agradeça."
“Mil? Onde ela está?"
Tento pensar na última vez que a vi. Foi naquela tarde, mas ela não estava em casa. “Não tenho certeza."
“Vou perguntar a Phoenix sobre isso."
“Por que não a Nixon?"
“Muito perto. Muito emocional. Chase e Nixon são... como irmãos. Não, sem emoções."
“Bastardo sem emoções," eu completo.
Ele dá-me o dedo do meio e depois diz: “Obrigado."
Pego um pedaço de pão assim que Chase olha para nós com uma expressão cômica em seu rosto. “Val acha que a lasanha dela é melhor."
Sergio encolhe os ombros. “Suas lasanhas... são deliciosas."
“Não." Fico de pé. “Eu vou... Para qualquer outro lugar."
O riso de Chase flutua no corredor enquanto procuro um banheiro em que eu posso me esconder.
Cinco minutos.
Eu só preciso de cinco minutos para respirar.
Uma vez que a porta está trancada atrás de mim, checo meu telefone, é quase sete.
Com dedos firmes, puxo o papel na minha mão e leio...
Meia-noite. Em ponto. Sem telefones celulares.
CAPÍTULO 12
El
“Você está... Se adaptando?" Frank gira o conhaque em seu copo. O líquido vermelho se movimenta como sangue fresco.
Frank Alfero é um enigma.
Ele lembra-me desses comerciais, o homem mais interessante do mundo, esse é Frank. Os olhos dele são suaves -- suas ações são implacáveis. Não há cruzamento duplo, nenhuma opção além da estrada que ele quer que você tome.
A última vez que eu realmente falei com ele sozinha, o sangue do meu marido estava em suas mãos. E eu estourei em lágrimas de alívio.
O tipo de lágrimas agradecidas que você recebe uma vez na vida.
E quando eu pedi uma faca.
Quando tranquei os olhos com o chefe italiano que me mataria em seguida, pedi um tempo sozinha com meu marido.
Ele disse sim.
Com uma condição.
Ele estaria na sala.
Ainda posso sentir a faca em minhas mãos quando a enfiei no abdômen do meu marido, apenas para derrubá-lo até que ela entrou em contato com seu pau flácido frio e sem vida. Não percebi que estava brutalizando um cadáver até que provei as gotas de sangue nos meus lábios.
Até Frank puxar-me para dentro de seus braços.
E segurar-me.
Talvez foi quando eu soube que algo está errado comigo, algo crucial, algo que falta.
Porque eu abracei o assassino do meu marido, abracei-o como meu salvador.
Frank oferece-me o seu copo.
Balanço a cabeça negando.
“Você não respondeu... minha pergunta, Eleanor."
Seus olhos são tão azuis, tão claros, eles lembram-me a morte e o fato dele caminhar como se sua consciência estivesse clara do quanto de sangue e de quantas almas temem suas mãos, fico surpresa por Deus não o ter derrubado ainda.
Lambo meus lábios secos. “Estou tentando."
“Você está?" Frank inclina a cabeça quando seus olhos vão para trás e para frente, como se ele estivesse fazendo cálculos mentais sobre minhas ações ou a falta delas. “Quer saber o que penso?"
“Na verdade, não." Eu engulo.
Ele ri. Soa estranho vindo dele. “Eu acho... que você ainda está correndo aqui." Ele bate na cabeça e depois estende a mão e bate no meu peito. “E aqui." Ele inclina-se para trás e suspira. “Eu acho que você está em guerra consigo mesma, mas nunca estará a salvo da sua maior ameaça, a menos que você a olhe cara a cara." Os olhos dele brilham. “Você sabe, Eleanor? Você sabe do que tem medo?"
Meu coração pulsa tão rápido no meu peito, minhas pernas queimam com a necessidade de correr, escapar, fugir desse olhar de conhecimento e do jeito que me faz querer contar todos os meus segredos.
“Você," Frank fica de pé e estende a mão. Pego enquanto ele ajuda-me a levantar. “Tem medo de ser presa e, no entanto, você é a própria pessoa a manter-se em uma gaiola. Você tirou as chaves desse monstro há muito tempo e esse é o único lugar onde você sente-se segura -- você cheira a medo, isso pulsa fora de você em ondas e, o que é pior, a abraça como um cobertor sem saber que um dia vai sufocar você. O medo não é seu amigo. É o seu inimigo."
“E você? O que você é?" Eu engulo.
Ele ri, sua mão quente libera a minha ao meu lado. “Eu gostaria de pensar que sou Família..."
Eu faço uma careta, meus olhos estreitando-se um centímetro. Se ao menos ele soubesse.
Talvez ele já saiba.
Aguardo a confirmação.
Em vez disso, Frank solta um suspiro e inclina a cabeça como se estivesse frustrado. “Não iria matá-la, sabe."
“O que?"
“Fazer amigos. Comprar uma revista. Assistir as mulheres Kardashian."
Meus lábios contraem-se.
“O quê?" Suas sobrancelhas franzem. “Isso não é o certo?"
“Perto o suficiente." Encontro-me sorrindo. “Eu... vou tentar mais."
Uma porta bate, e então Dante entra na sala com Chase pendurado em seus calcanhares. “Tudo o que estou dizendo é que você tem que parar de pensar neles dessa forma."
O maxilar de Dante aperta, seus olhos são selvagens como um animal enjaulado. E então aqueles olhos gloriosamente penetram os meus. E por algum motivo, tudo o que continuo pensando é que ele me salvou hoje.
É hora de devolver o favor.
“Você está pronto?" Minha voz nunca vacila, nunca treme, eu posso jurar. Vejo a mandíbula de Chase quase desaparecer de seu rosto enquanto Frank esconde um sorriso atrás de sua mão e coça a cabeça.
Com um arfar do peito, Dante dá-me um aceno de cabeça.
Estendo a mão.
Ele pega. Aperta tão forte que quase quebra.
E então estamos na garagem.
Em um dos novos Range Rover que Nixon gosta de colecionar.
E dirigimos em alta velocidade...
“Diga-me que você gosta de torta," Dante fala.
Eu odeio torta. “Eu amo torta."
“Então será torta."
CAPÍTULO 13
Dante
Respiro pelo meu nariz, pela minha boca, duas vezes, três vezes, malditas dez vezes e ainda não está funcionando.
Eu aperto o volante com a mão, de novo, e de novo.
Pelo canto do meu olho, El encolhe com cada contato que meu punho faz, uma explosão de cor explode na minha linha de visão. Não tive escolha. Eu sei, do mesmo jeito que desenhava quadrinhos, quando as cores brotam de todos os ângulos quando estou estressado -- que eu tenho que bater em algo.
“Sente-se melhor?" Ela pergunta suavemente.
Aperto meus dentes, tomando sangue na minha língua e murmuro asperamente. “Não."
“O que resolve o problema?"
Mesmo? Ela quer falar agora?
Paro no sinal e abro o teto solar. Ar fresco, talvez isso ajude. Mas não, eu ainda estou tremendo.
A queimação corre dos meus cotovelos até a ponta dos dedos, colidindo com meus músculos, assumindo minha mente, e cegando tudo, exceto a necessidade de... Destruir.
Talvez eu seja o monstro que os caras sempre disseram que eu me tornaria.
Talvez eu seja exatamente como ele.
Assim como meu pai.
Cruel.
Maldoso.
Raivoso.
Perigoso.
“Lutar." Finalmente coloco para fora. “Lutar."
Você costumava desenhar.
Paro o pensamento, porque o desenho não traria meu pai de volta, ele não traria de volta a minha vida -- é tão inútil quanto eu, se eu não me acalmar. Concentrar-me no que é necessário para a sobrevivência.
“Mas..." El liga o ar, embora o carro já esteja gelado. “Você brigou com Chase esta noite, certo?"
“Isso é diferente." Eu exalo. “É treinamento, não posso lutar de volta, e confie em mim -- eles não querem que eu revide."
“Porque você se machucaria?" Sua voz é suave, confusa.
Eu explodo em risos. É uma risada feia, que me faz perceber o quão doente ser humano eu realmente sou. “Mais como se eles se machucassem."
Paro o carro e estaciono. “Então. Torta?"
“Por quê?" A mão de El paira sobre o cinto de segurança.
“Porque o quê? Torta?" Pergunto confuso.
“Por que você os deixa te machucarem? Por que você não luta de volta? Não entendo, se houver uma maneira de ser livre --"
“Você pensa que isso é sobre liberdade?" Eu cuspo. “Isso não tem nada a ver com ser preso e tudo a ver com vingança."
Ela recua. “Sobre quem?"
“Confie em mim, você também não quer saber disso. Olhe," eu corro minhas mãos feridas sobre minha cabeça. “Você quer torta ou você não quer torta? Eu agradeço que você me ajudou lá, mas não sou um bom conversador e prefiro esmurrar uma parede a conversar, então, se você não pode sentar-se e ficar calada... então vou deixar você no carro."
“Você é um idiota, sabe disso, não é?" Ela franze o cenho, retira o cinto de segurança e depois abre a porta.
“Confie em mim," bato minha própria porta e sigo-a para dentro. “Eu sei."
Não olho para trás quando eu empurro a porta do restaurante e vou para a mesa mais distante.
A equipe de garçons sabe o que fazer.
Uma fatia de torta de maçã à moda da casa.
Eu sei o preço exato da torta para deixar mais dinheiro.
Quatro dólares e setenta.
E se fossem rápidos, deixaria dez dólares.
Por sorte, não foram mais de dois minutos depois de me sentar e colocam um prato na minha frente com uma colher.
O assento de plástico barato geme um pouco enquanto El se move através dele e senta, coloca os cotovelos na mesa, sua cabeça nas mãos enquanto ela fica sentada em silêncio.
Eu mergulho minha colher no sorvete, depois cavo a borda na crosta da torta de maçã e levanto-a na minha boca.
Um aspirador do pó soa a distância.
O riso de uma mãe.
Um bebê gritando.
A vida existe em torno de nós, como se tivesse o direito de continuar bem, como se pessoas como eu não estivessem lutando para se manterem vivos, para ficarem seguros.
Para ficarem sãos.
Eu já tinha dado duas mordidas.
Olho para cima, pronto para oferecer minha torta como uma oferta de paz, quando El esfrega o nariz como se olhar o sorvete fosse pessoalmente ofensivo. “Eu não achei que você era um cara que gosta de baunilha."
“Oh?" Eu lambo minha colher. Ela engole em seco e desvia o olhar, suas mãos torcendo o guardanapo de papel uma e outra vez, como se fosse a única coisa que lhe proporciona conforto, rasgando o papel em pedaços. Estudo os ângulos do seu rosto, a forma como seus lábios abrem e pressionam juntos, seus olhos escuros como carvão. A forma como seus cílios abaixam através de suas maçãs do rosto altas. O mesmo rosto que estava machucado no primeiro dia que eu a vi.
Além da porra do reconhecimento. O dinheiro conseguia bons médicos.
O que significa que ela não tem cicatrizes.
E às vezes pergunto-me se El preferia ter as cicatrizes no rosto para combinar com as que têm por dentro.
“Que sabor?" Eu finalmente pergunto.
Ela levanta a cabeça na minha direção, seus lábios separaram-se. “O qu... quê?"
Lambo a parte de trás da colher lentamente e sinto-me sorrindo, suas bochechas estão cor de rosa e tenho certeza que a minha língua fez o trabalho de deixar essa cor lá. “Que sabor de sorvete?"
“Oh." Ela morde o lábio inferior sugando um pouco antes de franzir a testa e encolher os ombros. “Eu pensei que você era um cara do tipo Rocky Road1."
“Porque eu gosto de lutar?" Adivinho. “Como Rocky?"
Ela aperta os lábios em um sorriso divertido. “Não, porque parece que você apenas escolhe a maneira difícil de fazer as coisas. O caminho rochoso. Estrada menos percorrida."
Afasto-me, meu corpo batendo no couro de plástico falso. “O mesmo pode ser dito sobre você."
O sorriso dela cai. “Acredite em mim, ninguém escolheria meu caminho a menos que fossem obrigados a fazê-lo."
“Você foi?" Pergunto antes de pensar. “Você foi... de boa vontade?"
Ela respira profundamente e deixa cair o guardanapo sobre a mesa, cruzando os braços daquela maneira protetora que ela faz quando está encurralada. “Isso importa?"
“Eu acho que sim," digo com a voz mais suave que possuo, que ainda soa como se alguém tivesse riscado minha garganta com as unhas. “Importa sim."
Ela inclina-se para frente, tira a colher da minha mão e mergulha no sorvete derretido. “Nunca. Nunca fui a ele de boa vontade."
A colher toca a boca e desliza para dentro.
Eu gemo e pego seu queixo. “Boa garota." Eu inclino o queixo dela mais perto. “Sempre os faça pagar. Sempre."
“Eles?"
"Qualquer estúpido o suficiente para tocá-la sem permissão." Solto-a e aceno com a cabeça para o sorvete. “Então como foi?"
“Muita... baunilha." Ela ri e depois ri um pouco mais. “Eu acho que gostaria mais de Rocky Road."
Sim, nós dois gostaríamos.
Abaixo uma nota de vinte na mesa e levanto-me. “Você ainda vai me cobrir?"
“Com uma condição," Parece que ela está preparando-se para uma briga pela forma como coloca as mãos nos quadris e segura sua cabeça. “Eu vou com você."
“De jeito nenhum."
“Pode ser uma armadilha. Eu posso morrer."
“Então eu também morro." Ela diz isso de forma tão importante e... Lindamente com sua voz suave e corpo igualmente suave e perfeito. Uma onda me bate, e me sinto possessivo com ela.
“Não."
“Sim."
Aperto meus dentes. “El, não me pressione para isso."
“A única maneira que eles deixarão você sair esta noite é se eles acharem que você está me ajudando com algo."
“Com o que você poderia precisar de ajuda?" Eu grito.
Ela mantém a cabeça erguida, seus olhos estreitam-se. “Defesa pessoal."
Eu assobio. “Sim, não vai acontecer, você não me quer perto de você quando as coisas ficarem violentas. Eu não..." A vergonha bate em mim. “Eu não paro."
“Eu realmente não preciso de você para me ensinar." Ela revira os olhos. “Acredite, posso lidar comigo mesma."
“Duvido," falo baixinho na hora exata em que sinto um canivete sendo puxado na parte inferior das minhas costas e uma respiração no meu pescoço.
“Temos um acordo?" Ela sussurra.
“Mais segredos, hmm?" Sorrio, curtindo o jeito que ela pensa que me tem, segundos, demoraria alguns segundos para virá-la em sua bunda e empurrar o canivete onde quer que eu queira.
Mas gostei do espírito dela.
Correção, eu gosto.
Merda, esse não é o plano.
Rapidamente abaixo o cotovelo, derrubo o canivete de sua mão e levo-a em direção ao carro, e a empurro contra ele. “Regras."
Seus olhos iluminam-se. Inferno, isso é um erro.
“Não fale com ninguém."
“Eu não falo com as pessoas." Um cenho franzido ergue suas sobrancelhas.
“Você fala comigo."
“Você estoca biscoitos na despensa." Ela encolhe os ombros. “Além disso, você me salvou hoje, estou apenas retornando o favor."
Minha mente imediatamente evoca todas as outras maneiras pelas quais ela poderia retornar favores, e a ira rapidamente substitui a luxúria.
Afasto-me dela. “Faça o que fizer, não fique perto de mim quando eu estiver lutando."
“Porque você quer toda a diversão?" Ela solta enquanto vou para o lado do motorista.
Abro a porta e balanço a cabeça. “Porque eu não quero acidentalmente te matar, gênio."
Ela respira fundo.
“Não seria a primeira vez," digo, deixando o assunto antes que a raiva retorne.
Eu preciso.
Porque se estiver entrando em uma armadilha, preciso disso.
Se estiver andando para uma luta.
Eu preciso ainda mais disso.
Porque algo me diz que a luta não acabará com alguém renunciando a qualquer coisa além de sua vida.
Mantenho essa parte para mim mesmo enquanto El envia uma mensagem para Chase e Nixon com nosso álibi acordado.
A culpa me corrói.
Eu ignoro como sempre fiz.
CAPÍTULO 14
El
Raiva misturada com a antecipação pulsa fora de Dante em ondas abrasadoras que me fazem constantemente sentir a necessidade de desviar o olhar, porque quando ele é assim, quando está... Sentindo-se mais vivo -- antes da possível morte, ele é irresistível. Como o Deus da guerra.
E sob a luz da lua, quando Dante atravessa os portões do campus, quase posso acreditar. Há algo no ar quente da noite, na forma como ele segura o volante. Seus olhos tem um propósito.
Seu corpo pulsa.
Solto a respiração que estou segurando e mantenho meus olhos em alerta. Eles correm da esquerda para a direita e, novamente, em busca de qualquer coisa que me dê uma pista sobre o que realmente acontecerá a meia-noite.
E tentar desculpas para o quê?
Eu nunca disse a Dante o que o cara falou na aula.
Parte de mim está com medo do que fariam com ele.
E a outra metade de mim tem medo do que aconteceria comigo, se Dante visse a tatuagem no meu antebraço, ou suspeitasse que fui marcada como eles.
Seria como uma sentença de morte.
Embora eu lutasse como um inferno cada vez que a agulha tocou minha pele.
Eles tiveram que me drogar para me marcar.
Corro a mão no meu braço esquerdo, puxando o meu casaco bem ajustado apenas a tempo para que Dante abaixasse os olhos. “Está pronta?"
“Para o quê?" Franzo a testa, enquanto a escuridão cheia abrange o estacionamento completamente abandonado.
Ele não responde.
Dante desliga o motor.
A porta se fecha com um golpe pesado, e de repente eu encontro-me sozinha no SUV.
Rapidamente saio do carro e vou atrás de sua forma já em retirada, apenas para me sentir protegida. E, como se ouvisse meus pensamentos, ele para de andar, solta um suspiro, abaixando a cabeça no processo antes de colocar um braço em meus ombros.
Seu braço é musculoso -- pesado.
Não me relaxa.
Nada sobre Dante me relaxa.
Isso é alguma coisa, ele envia todas as minhas terminações nervosas ao caos, junto com a minha respiração e os batimentos cardíacos rápidos.
“Pelas aparências," ele sussurra com aquela voz rouca.
Já não é suficiente que ele seja lindo.
Sua voz é... Apenas bastante difícil não ser sexy.
Tento cruzar meus braços. É estranho.
Então, embora eu já tenha sentido isso antes, não significa nada. E já desempenhei esse papel antes com alguém pior do que ele. Quando envolvo meu braço em volta da sua cintura, minha respiração para.
Ele endurece e depois se aproxima.
Gostaria de pensar que tínhamos um acordo de paz instável sobre a torta e sorvete, mas não tenho certeza, porque homens como Dante nunca são seguros.
Eles sempre serão uma escolha que você faz como se não tivesse outra opção.
Dante Nicolasi é o último recurso.
Porque ele é o cara que mataria sem piscar.
Ele é o cara que realmente quer entrar em uma armadilha e ver se pode lutar por todo o caminho sem perder um dente.
Eu estremeço.
“Nada dessa merda," ele diz em voz baixa. “Cabeça alta, não podem ver você fraca, El. Tenha foco. Lembre-se de que você puxou um canivete para mim."
Eu sorri.
“Isso aí," ele me encoraja com uma inclinação de seus lábios, assim que viramos em torno de outro prédio.
“Como você sabe onde está indo?"
“The Spot," ele diz com uma voz entediada. “Há rumores disso -- e sei que o rumor veio diretamente da fonte -- a máfia teve um cara aqui uma vez, espancado, quase morto. Tornou-se uma espécie de lenda urbana. Não está no mapa do campus, então, a menos que você saiba para onde ir, você não vai encontrá-lo." Nós viramos outro corredor. “Chase disse que está bem escondido."
“Você disse ao Chase?" Acho difícil acreditar.
“Inferno, perguntei se havia algum lugar onde pudesse ter um corpo e ele riu e disse: The Spot."
Eu assinto. “Faz sentido, embora seja um pouco desconcertante que ele apenas lhe dê um ponto de entrega."
“Oh, ele também ofereceu ajuda," Dante diz com uma voz divertida.
Tento não tremer em quão facilmente ele fala sobre a morte.
Ela me rodeia nos últimos três anos.
Ainda me petrifica.
O cheiro de sangue.
O cheiro de um cadáver podre.
Ou o pesadelo que eu um dia seria a próxima se não fizesse exatamente o que queria.
Todas as noites, à meia-noite.
Cinderela foi perseguida por seu príncipe quando o relógio batia.
E de bom grado, entreguei o meu corpo e minha luta e o matei.
“Veja isso," Dante assente com a cabeça. “À frente, a centelha de luz, The Spot supostamente é diretamente para a esquerda, o que significa..."
Algumas pessoas abrem caminho para o prédio vindo da direção oposta. Ninguém parece surpreso ao nos ver.
Sussurros e murmúrios transformam-se em gargalhadas que se transformam em gritos e o som do bater de ossos.
Náusea me atinge com força total enquanto o cheiro de sangue enche o ar.
Um cara com uma jaqueta de couro e uma touca me examina, depois Dante. “Você está aqui para experimentar?"
Dante assente.
“Você tem registros dentários?"
Olho para baixo.
Dante ri. “Não, cara."
“Bem, isso foi fácil." O cara abre os dedos. “Não há policiais. Não há seguranças. E não tem câmeras."
Dante estende os braços enquanto o cara rapidamente o revista. Obviamente não encontrando o canivete escondida em sua jaqueta.
Faço uma careta enquanto ele vira os olhos para mim.
“Eu vou fazer isso," Dante diz bruscamente. “Você pode assistir."
“Mas --"
“Eu disse," Dante fica de frente para ele. “Eu farei isso."
O cara estende as mãos. “Que seja homem, eu não quero problemas."
“Não. Você realmente não quer." Dante zomba, vira um olhar duro para mim, eu tento manter meus olhos à frente, tento manter-me indiferente enquanto ele lentamente percorre suas mãos machucadas pela frente do meu corpo, os dedos quase foram... Suaves enquanto passam na pele do meu estômago e então, suas mãos estão debaixo da minha camisa. Sua mandíbula flexiona enquanto passa os dedos pelo meu sutiã, e então empurra muito estrategicamente um canivete para dentro do meu sutiã direito e pisca.
O metal frio atinge meu mamilo o suficiente para fazer-me oscilar em direção a ele, eu não tenho ideia do por que. Eu geralmente não respondo ao toque de um homem.
Não mais.
Estou muito quebrada para isso -- para querer isso de novo.
E, no entanto, quando Dante corre suas mãos ásperas, no meu jeans fino, quando ele segura minha bunda e depois corre lentamente os dedos pelas costas das minhas coxas, quase posso imaginar um mundo onde tudo ficaria bem.
Bem assim...
E então seus dedos se foram.
“Acabou o tempo." O cara zomba. “Ou você quer fazer uma pesquisa de cavidade corporal também?"
“Eu só jogo se você quiser." Dante pisca para mim.
Franzo o cenho. Embora encontre minhas bochechas estão aquecidas com constrangimento.
“Bonita." O cara parece finalmente notar-me, e seus olhos castanhos iluminam-se quando ele se concentra no meu peito. Eu estremeço.
“Minha." Dante late para o cara, depois me empurra pela porta, quase tirando meu braço do encaixe.
A porta metálica fecha-se atrás de nós, nos trancando.
Não é o que eu esperava.
É cerca de cinquenta vezes pior.
“Respire pelo nariz," Dante diz em voz baixa, puxando-me para mais perto de seu corpo enquanto entramos na grande multidão. “Não feche os olhos."
Cinco cadeiras foram levadas para uma plataforma como tronos furiosos sobre o pequeno círculo de sangue no centro.
Uma coroa.
E as estrelas sangrando em torno dela, foram gravadas no cimento.
E em cada uma das quatro paredes de cimento que nos rodeiam.
Impressões de mãos sangrentas. Com RIP escrito sobre elas. Dante vira a cabeça para a minha e me beija suavemente na boca, eu não estava esperando.
Agarro-me à sua camisa enquanto seus lábios movem-se majestosamente sobre os meus, acariciando minha bochecha suavemente e depois encontrando minha orelha. “Não fale com ninguém." Ele beija meu pescoço novamente e então sussurra na outra orelha. “Estou falando sério, El. Mantenha seus olhos em frente," outro beijo. “Cabeça para cima." Sua boca se funde contra a minha, eu suspiro quando sua língua passa pelo meu lábio inferior, lambendo-me como se eu fosse melhor do que torta, melhor do que baunilha. “Não se preocupe. Eu não perco."
Ele se sapara de mim, assim que a conversa em torno de nós morre.
Agarro a mão dele.
Meu corpo treme quando os cinco homens de hoje cedo se sentam casualmente em seus tronos de sangue, seu falso poder, com suas tatuagens russas e boa aparência. É como olhar para um deus falso, um impostor.
Enquanto seguro a mão de Zeus.
O orgulho enche-me quando um dos rapazes tira sua camiseta preta revelando mais tatuagens em seu peito, aquelas que não deixam nada para a imaginação de sua filiação.
O cara é russo.
“Eu não estou chocado." O cara zomba. “E ainda assim, aqui está você? Essa não é uma das regras? Nada de Abandonatos?"
Dante solta minha mão, tira a jaqueta e depois tira a camisa do corpo. “Bom, eu sou um Nicolasi, então, hein?"
Ele deixa cair a camisa no chão.
Tento esconder meu choque com seu corpo perfeito.
Mas é humanamente impossível não olhar, não ver todos os músculos que se abaixam em torno do seu abdômen ou a forma como os machucados danificam sua pele escura fazendo com que ele pareça muito mais perigoso que o cara que está atrás dele. A palavra Nicolasi está escrita com uma fonte escura sobre seus ombros, e abaixo dela, um corvo preto rouba um livro com suas garras.
Sussurros e zumbidos tornam-se um frenesi enquanto o cara zomba. “Isso é apenas uma tatuagem... Eu quero ver como você sangra."
Dante sorri como se estivesse tendo o momento da sua vida. “Você primeiro."
Um dos outros rapazes se levanta e estende as mãos. “Silêncio," seus olhos azuis e frios caem em mim, lembro-me da maneira como eles passaram por mim na sala de aula. “Meu irmão Ike, ao que parece, será o primeiro."
Ike entra no círculo de sangue e fica no meio da coroa, o queixo alto, as narinas dilatadas.
“Regras," o cara diz antes que as luzes se apaguem e um holofote cai sobre Dante e Ike. “O último homem de pé ganha -- e se você é o perdedor, deve perder sua vida -- até o vencedor decidir se deixará você viver. Mas lembre-se, uma vez que você luta aqui e perde -- você será marcado e será obrigado a nos devolver um favor -- ou seja, se ainda estiver respirando." Ele ri e depois fala em voz baixa. “Comecem."
Fixo os olhos em Dante.
Só para encontrar o seu sorriso arrogante. E uma máscara de brutalidade fria tomando seu lugar.
CAPÍTULO 15
Dante
Ike quer ter uma noite muito ruim.
Seguido por um dia igualmente ruim, e que ambos os olhos fiquem inchados.
O direito já estava começando a entrar, a pele inchando acima de sua bochecha como uma reação alérgica ao meu punho.
Eu sorri para ele, depois me abaixei enquanto tentava encaixar outro golpe.
Seus punhos movem-se em câmera lenta passando do meu rosto repetida vezes, abaixo-o no estômago, sigo com o meu cotovelo direito e bato com a mão contra o nariz, o ruído da ruptura da cartilagem só alimenta as chamas.
E finalmente.
Estou calmo.
A consciência leva-me enquanto aguardo o próximo passo. Foi lento, cada movimento cheio de dor enquanto ele preguiçosamente investe para o meu corpo e tenta me derrubar.
Eu sou muito grande para ele tentar me jogar no chão, mas eu o deixo tentar, e quando ele se afasta, mal consigo ver o branco de seus olhos contra o inchaço. O sangue escorre pelo lábio.
Gancho direito, gancho direito, soco, soco.
Sua cabeça afasta-se para trás quando um dente cai no chão de cimento, pingando sangue e depois seu corpo cambaleia, sangue e suor salpicam como uma névoa no ar.
Agarrando o peito, ando por cima do corpo, pronto para ajudá-lo, pronto para pedir o meu favor, o que deve a mim. Algo sobre o jeito que esses caras operam faz-me pensar que eu preciso de muito mais para descobrir o que Nixon e Chase pensam estar acontecendo nesse lugar.
Eles enviaram-me às cegas e disseram para descobrir minha própria merda.
Esta é a única maneira que eu conheço.
Mesmo que eu tenha prometido a minha irmã que não lutaria.
No meu livro, essa é a única maneira de obter respostas.
Estendo a mão.
Ike olha para ela, um olhar de desgosto em seu rosto, quando um dos rapazes desce lentamente a escada, como se esse fosse o castelo, o templo maluco e todos os participantes, seus súditos.
“Shh," alguém disse à minha esquerda. “Andrei vai dizer alguma coisa."
E assim, o local cai em um silêncio.
Eu olho de volta para El.
Seu rosto está branco.
Seus olhos cintilam com reconhecimento e então seus olhos estão implorando, implorando por... Algo.
Andrei ergue o polegar, as pessoas engasgam, então os três caras atrás dele param e fazem o mesmo.
As pessoas esperam como se fossem deuses.
E Andrei olha para Ike. “Desculpe irmão. Você já superou sua utilidade --" Ele parece pronto para dizer outra coisa, mas em vez disso ele ergue os cabelos loiros e endireita os ombros, depois vira o polegar para baixo.
Seus amigos seguem.
E o resto da sala que me rodeia faz o mesmo.
Meu coração acelera.
“Mate," Andrei diz tão simplesmente, tão suavemente que sei que devo ter ouvido errado. Não tenho nenhum problema em matar -- nada.
Mas isso... Esse é um garoto, ele tem minha idade, ele é...
Alguém atravessa a multidão.
Uma arma é colocada sobre um travesseiro vermelho com um P bordado.
El parece pronta para vomitar.
Eu não preciso fazer matemática para saber com quem este cara está relacionado.
Russo.
Petrov.
A família que seu bastardo marido costumava trabalhar.
Se eles a reconhecerem e descobrirem que ela realmente não pertence a mim, nem a nós, pelo menos, ainda não estaríamos acabados.
Eu preciso de todo o foco em mim.
Nisto.
Rapidamente pego a arma, sem hesitação. A hesitação leva você na outra extremidade dessa arma. Tiro a trava de segurança e atiro duas vezes diretamente no peito de Ike, depois mais uma vez em sua cabeça. Ando, pego minha camiseta descartada e limpo minhas impressões da arma e, lentamente, vou em direção a Andrei.
Quando estamos cara a cara, eu o observo entre suspiros e sussurros.
E porra, ele se senta em seu trono.
CAPÍTULO 16
El
Sua morte foi rápida.
Cruel.
Seus punhos rápidos, enquanto eles batiam a raiva que queimava dentro dele. Eu nunca estive tão aterrorizada com ninguém em toda a vida -- pelo que eles eram capazes.
Eu vi sua escuridão.
E não tive outra escolha senão continuar assistindo.
Nem uma vez eu achei que ele perderia.
E quando seu líder olhou para a multidão com um brilho divertido em seus olhos, ele me atingiu. Talvez fosse a forma como a luz sombreava seu rosto, ou talvez meu cérebro ainda não estivesse pronto para admitir isso.
Ele não é apenas um Petrov.
Ele é o último herdeiro restante.
Andrei Petrov.
Uma das mais mortíferas máfias russas que já conheci, um dos mesmos homens para quem meu ‘marido’ trabalhou - sangrou e matou por eles.
Andrei é o mais novo dos filhos de Petrov.
Ele gosta de ver as pessoas incendiarem-se e queimarem.
O que torna ainda maior a pergunta sobre o que no inferno ele está fazendo aqui na Eagle Elite? Quando tem contatos em todo o mundo.
Ele tem vinte e um anos.
Ele gosta de sangue.
Foi tudo o que eu consegui quando meu marido vinha para minha cama à meia-noite e usava meu corpo.
Uma vez, ele disse maldito Andrei, por envolver-se com eles.
Eu assumi que ‘eles’ era outra família.
Talvez fosse a universidade.
Eu não sei no que acreditar mais.
Porque já não estou mais segura.
Já não estou apenas tentando passar por um dia na universidade, e de repente eu me lembro do estúpido comercial de Game of Thrones.
Inimigos no Oriente.
Inimigos no Ocidente.
Inimigos no Norte.
Inimigos no Sul.
Essa era a minha vida.
Inimigos na minha casa.
Inimigos na minha cama.
Inimigos lutando pelo meu coração.
Inimigos prontos para roubarem minha alma.
Dante atirou nele três vezes.
Eu não pisquei.
Eu precisava vê-lo.
Para lembrar-me que ele é o único monstro que eu lutarei por toda a minha vida. Não importa o que, eu não me permitirei chegar perto.
E se eu fizesse -- seria uma artimanha, para que eu possa sentir minhas mãos ao redor de sua garganta enquanto assisto a vida deixar seu corpo.
É a única saída.
Ele forçaria minha mão.
Porque eu quero ser livre.
De tudo isso.
O medo estrangulador da perda me cerca.
Tudo o que tenho para lutar sou eu mesma.
A ideia de vida que meus pais me abençoaram.
Para viver além do assassinato, o dinheiro, as drogas, o nome da família.
Eu escapei.
E fui capturada.
Libertada.
Capturada novamente.
Eu não perderia.
Ele senta-se num trono de poder.
Um trono de mentiras.
Ele olha para mim, sua expressão em branco. Aceno com a cabeça para ele uma vez, e espero enquanto o corpo de Ike é arrastado pelo chão de cimento sangrento, a impressão de suas palmas vermelhas pressionadas contra a parede, e RIP com uma data escrita sobre ela.
Pessoas comemorando.
Eles aplaudem como se estivéssemos em Roma e este é o nosso Coliseu. Quase não tive tempo de sair do lugar antes de vomitar minhas tripas nos arbustos. Limpando minha boca com a parte de trás da minha mão antes de algo tocar minhas costas.
Eu me afasto.
Chase suspira e oferece-me sua camisa, tirando-a do corpo sem questionar, esperando que eu a pegue e limpe o rosto.
“Você viu?" Pergunto.
“Ele basicamente me disse para onde estava indo. Dante não faz merda assim por acidente, acho que estava preocupado que algo acontecesse com você."
Ofego e enxugo a boca novamente, sua camisa é macia, cheira a detergente, cheira normal. “Ele parece com um cara que está preocupado com quem vive ou morre?"
Chase hesita por um segundo e depois grunhe. “Dante tomou uma decisão impossível. A única maneira para ele sair de lá com você ao seu lado era atirando com aquela arma. Você percebe isso certo?"
“Eu me recuso a acreditar que era o único caminho."
“Confie em mim," Chase inclina-se mais perto quando as pessoas começam a sair do The Spot. “Você vive essa vida o suficiente e aprende a estudar cada saída, cada face, cada opção -- eu assisti tudo, eu teria feito o mesmo, exceto que provavelmente teria conseguido meu traseiro chutado muito mais, o garoto pode lutar."
“Garoto?" Eu repito.
“Tudo bem, o homem pode lutar?" Chase oferece com uma piscadela.
“Não brinque, não... não quando alguém está morto."
Chase encolhe os ombros. “Morto... esse alguém, que você está sentindo-se tão considerada, tem uma ficha suja mais longa do que a pilha de pastas pretas de Phoenix. Ele matou sua última namorada por enganá-lo... vende drogas para o corpo estudantil e vende uma droga na rua oitenta vezes mais forte do que a heroína... As pessoas estão morrendo, é justo que ele também morra."
Engulo e depois discuto, eu tenho que soltar. “Uma vida humana é uma vida."
Os olhos de Chase caem. “Mantenha essa inocência enquanto você puder, El. É o que mais amamos em você."
“Eu não sou inocente."
“E, no entanto, aqui estamos." Ele sorri. “Falando sobre o monstro morto."
A porta se abre.
Dante sai.
Olha-nos e continua andando.
Chase segue em silêncio, conseguindo andar ao seu lado.
Cinco SUVs negros esperam.
Chase abre a porta de um.
Eu entro.
Dante segue.
“El," Dante lambe os lábios. “Nós deveríamos conversar --"
“Estamos todos falando agora," eu murmuro.
Ele estende a mão.
Eu me afasto. “Toque-me novamente e usarei o canivete que você escondeu no meu sutiã."
Os olhos de Chase encontram os meus no espelho retrovisor. “Bom... você colocou um canivete no sutiã? Por que não pensei nisso?"
“Provavelmente porque sou Nicolasi e tenho um cérebro... Abandonato," Dante termina com um tom de provocação.
Como eles podem brincar?
Alguém está morto!
Sua impressão de mão está na parede!
Cruzo meus braços.
Um erro não deu certo.
Vários erros também.
Não há linha.
Está desfocada entre o certo e o errado.
Não há preto e branco.
Apenas cinza.
A chuva bate no para-brisa.
O SUV para na frente de um prédio grande.
“Chinesa?" Dante pergunta. “Vamos pedir para viagem?"
“Sim." Chase ri. “Algo parecido."
“El," Dante tenta novamente enquanto entramos no restaurante abandonado.
Um barman fica no outro lado do bar.
E um homem que parece vagamente familiar fica de pé.
Escondo-me atrás de Dante.
“Oh, agora você quer minha proteção?" Dante diz em voz baixa antes de me empurrar dentro dos seus braços.
Um dos mais infames assassinos da máfia russa.
E, naturalmente, proprietário de uma farmácia.
O mundo é um lugar cruel e confuso.
“Nikolai Blazik," digo seu nome em voz alta, para conseguir acreditar.
As tatuagens cobrem seus dedos, o homem é um anjo caído. Recuso-me a olhar nos olhos dele.
Ele me força quando inclina meu queixo em sua direção e sussurra. “Aquele bastardo merecia o que conseguiu por tocá-la."
E foi isso.
Ele assente com a cabeça para Dante, aperta a mão com Chase.
E de repente, em segundos.
Estou cercada.
Por todos os chefes da máfia italiana.
E o delator nunca visto dos russos.
Nikolai.
CAPÍTULO 17
Dante
“Você parece com a morte." As sobrancelhas de Nikolai disparam na minha direção e então ele dá um passo à frente e cheira o ar como um animal maluco. “Fica bem em você."
Acho que isso foi o equivalente a um elogio dos russos.
“Obrigado." Reconheço seu olhar escuro antes de olhar em volta do restaurante vazio. Há apenas uma razão para ele estar aqui, em Chicago, e eu sinto muito ter tudo a ver com o que acabou de acontecer.
E as consequências.
Nixon empurra a cabeça em direção ao corredor.
Sigo o resto do grupo, enquanto El anda ao meu lado, eu posso sentir o calor de seu corpo, a ondulação da tensão passando pela ponta dos dedos enquanto eles passam o lado da minha mão direita repetidas vezes, como se ela estivesse pronta para me agarrar e correr.
O quarto está escuro.
Uma única vela acesa no meio.
As cadeiras foram colocadas em torno de uma mesa quadrada.
Um copo de vinho na frente de cada cadeira.
E quando todos os chefes e associados estão sentados, torna-se muito claro que esperavam que eu fizesse o mesmo.
As semanas que eu sofri debaixo desses caras, brutalizado, espancado e sangrando.
E agora, ao que parece, eles ainda têm um último teste.
Porque ao lado do último assento vazio na mesa está um canivete à esquerda e uma arma à direita.
Sento-me enquanto El fica perto da porta.
Ela bloqueia a única saída.
Aguardo que alguém fale algo quando Tex, o Capo dei Capi, finalmente fica de pé e nos dirige.
“Fidelidade. Família. Honra. Independência. Classe. Sangue." Seus olhos brilham quando ele levanta o copo de vinho no ar. “Sangue do meu Sangue."
O resto dos homens agarram seus copos, incluindo Nikolai, eu fui iniciado em Nova York, então não tenho uma pista louca do que diabos estão fazendo ou pediram-me para fazer, até que todos tomem um gole de vinho.
Nikolai se senta à minha esquerda, Tex dá-lhe um rápido assentimento, quando Nikolai pega o canivete e estende a mão. “Dê-me seu dedo médio."
Obedeço sem piscar.
Ele puxa o dedo na minha mão direita e segura-o sobre o copo de vinho. “Uma gota para lealdade -- Uma gota para a Família," ele aperta mais, tento não estremecer quando a sensação de picada aumenta. “Uma gota para Honra. Uma gota para a Independência." Ele aperta novamente. “Uma gota para a Classe, uma gota para o sangue." Ele agarra a arma e a pressiona na palma da minha mão direita e depois coloca meu dedo no gatilho. “E uma gota para a fidelidade."
Tex anda até mim e ajoelha-se quando Nikolai força-me a pressionar a ponta da arma na testa de Tex. “Você serve a si mesmo?"
“Não," digo em voz baixa.
“Então, a quem você serve?"
Faltei em todas as provas que eu poderia pensar na universidade -- de propósito. Isso sempre me aborrecia, e agora estou enfrentando o maior teste de todos.
Eu não falharia.
“Eu sirvo a família."
Ele sorri quando afasta a arma e senta-se.
“Sangue dentro." Nixon ergue o copo. “Não fora."
Os rapazes levam seus copos de novo e observam-me quando levanto o meu.
Eles bebem.
Olhos expectantes em mim.
O olhar divertido de Chase não está ajudando as coisas.
Suspiro fortemente. “Por favor, diga-me que este não é um cenário estranho onde eu acabo tomando meu próprio sangue."
Chase explode rindo. “Apostei uma centena de que você perguntaria."
“Dólares?" Eu resmungo.
“Mil." Nixon sorri. “E não, você não bebe, é simbólico, não somos monstros completos."
Os caras riram com isso enquanto eu lentamente coloquei meu copo de vinho de volta.
“Agora que a lealdade foi cuidada." O olhar de Nikolai rapidamente lança-se atrás de mim. “Parece que temos mais um assunto para discutir."
O quarto está tenso novamente.
“Chase..." Phoenix de repente interrompe. “Talvez devêssemos aguardar Mil, precisamos de todos os votos para contar."
Sua expressão endurece um pouco. “Votarei em seu nome."
Sergio e Phoenix compartilham um olhar antes que Phoenix assentir com a cabeça para Nikolai.
“Certo." Nikolai fica de pé. “Você sabe por que estou aqui," passa uma mão por seus cabelos escuros. Suas tatuagens cintilam na luz das velas. “Os Petrov querem o que é deles."
Seguro a mesa com as mãos, cada músculo flexionando com a necessidade de agarrar El e dizer-lhe para fugir.
“Ela não é uma merda de propriedade." Eu rosno, sem perceber que eu mesmo falei antes que todos os olhos caiam em mim. “O quê?"
Chase desvia o olhar culpado enquanto Phoenix recosta-se na cadeira e suspira.
Nixon me encara e depois acena com a cabeça para Nikolai.
“Estou muito feliz que você concorda," Nikolai diz. “Isso nos leva a votação, eu suponho." Seu olhar sombrio não é reconfortante, nem a forma como seus lábios se encurralam em um sorriso ameaçador. “Se ela ficar sob sua proteção, então precisará se casar."
Ofego uma risada. “Ela é um ser humano!"
“Diz o homem que acabou de atirar em um completo estranho... Na propriedade da universidade," Nikolai diz com uma voz fria.
O homem tem um ponto.
“Todos a favor de El ficar sob a proteção da Família?"
Todos levantam as mãos.
Eu seguro a minha firmemente plantada ao meu lado e balanço minha cabeça para El, ela não merece isso, ninguém merece.
“Então está resolvido." Nikolai esfrega as mãos. “Phoenix, você entrará em contato comigo uma vez que encontrar alguém adequado para... levá-la?"
“Levá-la?" Eu repito. “Você está se ouvindo agora?"
“Sabe," Nicolai ignora-me completamente e fala com Tex. “A única vez que eu grito é quando os visito, pergunto-me por que isso?"
“Italianos," Tex murmura e pisca para mim. “Tão emocionais."
“Considere isso feito." Phoenix começa a escrever algo em uma das suas notórias pastas pretas e fica de pé. “Não deve ser um problema, já tenho alguns em mente."
O frio me toma.
“Alguns." Eu digo. Precisando repetir em voz alta para acreditar. “Você só vai levá-la para um cara que mal conhece? Como diabos isso a protegerá?"
“Nova identidade." Phoenix encolhe os ombros. “Nova localização. Vida nova. O que você esperava?"
Por algum motivo, tudo o que continuo pensando é em mim. O que espero de mim.
Eu não posso me ver sendo o seu protetor quando acho difícil ser seu amigo.
E, no entanto, pensar nela indo embora.
Em algum outro homem tocando-a.
A raiva acende meu corpo em chamas enquanto meu sangue ferve sob minha pele.
“A menos que você esteja se oferecendo?" Nixon diz interrompendo o devaneio que tive de atirar em todos eles e dizer a ela para correr. “Dante?"
Não a olho.
Não posso.
Eu seria um veneno para ela.
Eu sou a vida que ela quer sair.
Represento tudo o que ela odeia.
Ela trocaria um monstro por um vilão. “Não."
Nixon assente como se esperasse isso desde o início e tivesse feito outros planos enquanto minha alma de repente se sente esmagada.
Finalmente viro-me para olhar para El.
E pela primeira vez desde que a vi -- ela tem lágrimas nos olhos.
Uma desliza livre.
E eu sei disso em minha alma -- é por minha causa.
CAPÍTULO 18
El
Fui repetidamente maltratada, torturada nas mãos de um homem que fez um juramento de me amar e proteger na saúde e na doença -- mas ele era a doença.
Estou no inferno de novo.
E ainda estou viva, respirando, funcionando.
E, no entanto, nunca estive tão envergonhada em toda a minha vida.
Tão indesejável.
E manchada.
Quebrada.
Dante recusou-se a me olhar quando dirigimos para casa.
Talvez seja o melhor.
Ele é um assassino.
Ele não tem remorso.
O que isso diz sobre mim, o tipo de pessoa que sou, pergunto-me se o monstro nem quis o que resta da princesa descartada?
Nem percebi que estava chorando até sentir a lágrima deslizando pela minha bochecha, limpei-a o mais rápido que pude e mentalmente me amaldiçoei por permitir que eu demonstre qualquer emoção.
Você pensaria que depois de escapar do meu ex-marido, depois de ser basicamente uma noiva criança, eu não teria lágrimas.
Também achei.
Até Dante Nicolasi.
No momento em que o SUV estaciona na garagem gigante com todos os seus carros e motocicletas elegantes -- eu me afasto, meus pés levando-me cada vez mais rápido para o único lugar que me daria um pouco de solidão.
Meu quarto.
Bato a porta atrás de mim, tranco-a e caio na minha cama como uma adolescente.
Que aos dezenove anos, ainda está lutando com a infância que nunca teve, sendo forçada a aceitar a idade adulta de uma só vez.
“El!" Dante bate na minha porta. “Abra."
Não respondo.
Fecho os olhos, solto as lágrimas e espero que ele vá embora.
Ele não continua batendo.
Dante nem sequer xinga desta vez.
Em vez disso, ouço alguns sussurros e passos.
A luz do banheiro acende.
Lavando o sangue de suas mãos provavelmente.
Não que ele nunca esteja limpo.
Esse é o truque cruel da máfia.
Dê um sabão para lavar o sangue, e tudo o que faz é encorajá-lo a ficar novamente sujo.
Porque os caras que matam, caras como Dante, esquecem a maneira como o vermelho parece contra a pele, o poder que ele lhe dá quando percebem que foram eles que o causaram.
O banho termina.
Assisto o raio de luz e a sombra de Dante enquanto ele se move no banheiro e me pergunto se ele pensa no rosto do cara que ele atirou, imaginando se ele importa.
Porque o que fez é diferente?
O que faz desses italianos melhores do que os russos?
Além do fato de que eles claramente amam suas esposas.
E um ao outro.
Eu seguro meu travesseiro e deixo o cansaço me levar.
Não percebo que adormeci até que acordo com minhas roupas ainda da noite anterior, deitada na cama com a luz acesa, e o ventilador de teto girando lentamente em círculos preguiçosos.
Meu pescoço dói como se eu tivesse dormido sobre meu braço ou algo assim. Meu estômago resmunga.
Agora, eu queria ter comido toda a torta que Dante ofereceu.
Na verdade, eu gostaria de ter comido o sorvete também e pedido batatas fritas.
Lentamente tiro as roupas da noite passada, coloco um short de pijama preto e uma blusa branca, então abro a porta e puxo minha cabeça para fora.
A sala está escura.
Silenciosa.
A casa de Nixon é grande, não tão monstruosa quanto a de Sergio, mas bem parecida. E para tornar as coisas um pouco... Mais desconcertantes, há câmeras em cada canto, então não é como se eu estivesse me escondendo em qualquer lugar.
Simplesmente não quero me sentir como se tivesse que me esgueirar mais. Como se eu fosse estranha numa casa.
Vou para a cozinha.
E então abro a porta para a despensa e entro.
Dante tem um enorme vício por doces.
E desde o Natal, ele compra bolinhos extras de chocolate -- os únicos que eu posso tocar se quiser levar suas ameaças a sério, e depois da noite passada? Bem, eu não quero estar na outra extremidade de uma arma.
Alcanço a caixa assim que olho para o novo e brilhante pacote de Oreos.
Talvez apenas... Um.
Limpo as migalhas da minha boca e começo a retirar o plástico, é mais alto do que um tiro disparado naquela despensa.
Finalmente tiro o plástico e pego o primeiro Oreo.
“Roubando?" A voz baixa de Dante fala atrás de mim, não só me assustando até a morte, mas enviando calafrios pelos meus braços, ao mesmo tempo em que me faz sentir a necessidade de bater o joelho nas suas bolas e correr, com o biscoito na mão.
“Eu não ouvi você," digo, deixando o pacote de oreos e retornando à minha caixa de chocolate.
“Isso foi de propósito." Ele me alcança e agarra o pacote de Oreo, lentamente, puxa um e o morde.
Estreito meus olhos.
Ele sorri e dá outra mordida.
“Eu tenho que ir para a cama." Tento passar.
E cada vez ele bloqueia meu caminho.
Não entre em pânico. Lambo meus lábios e encontro seu olhar. “Eu não comi nenhum."
“Estou ciente disso."
“Então você não pode..." O quê? Machucar-me?
“A comida não me deixa violento." Ele sorri.
“Ah? O que deixa então?"
Seus olhos aproximam-se de mim antes que ele dê outra mordida. “Sou possessivo."
Descubro meus braços e os esfrego.
Dante respira fundo. “Merda, El, você realmente não deveria estar andando sem sutiã."
A vergonha me bate quando eu cruzo meus braços novamente. “Eu não pensei que veria nenhum pervertido."
“Oh, então sou um pervertido agora?" Ele sorri.
“Algo assim," resmungo, esgotada pela conversa.
“Aqui." Dante estende o pacote de Oreos como um ramo de oliveira. “Pegue um."
“Eles são oreos, você não pode comer apenas um," admito.
“Algo em que podemos concordar." Ele lambe os lábios como se ainda pudesse saborear o biscoito. “São apenas alguns biscoitos, El."
“Você vai me punir mais tarde?"
Seus olhos brilham. “Não da maneira que você pensa."
Tenho uma reação física completamente horrível, inclino-me para ele sem nenhum motivo! O calor do seu corpo está tornando-me irracional. E o jeito que ele me olha como se quisesse que eu fosse o Oreo... Não tenho problemas em deixá-lo olhar para mim, ou retornar o mesmo olhar e, no entanto, estamos na despensa.
Quando não me movo, pego um e o seguro na minha boca. Abro e mordo.
“Merda." Dante pisca e desvia o olhar. Eu dou outra mordida no oreo que ele está segurando, desta vez meus dentes batem no seu polegar. Ele empurra para trás.
“Você mereceu isso."
“E eu aqui pensando que tínhamos feito tanto progresso. Se você quer me morder, El tudo que você precisa fazer é perguntar."
“Não foi uma mordida amigável."
Ele sorri e se inclina, seus lábios passam pela minha orelha. “Todas as mordidas são amigáveis -- se você estiver fazendo isso direito."
Minhas mãos tremem ao meu lado, como se quisessem fazer algo estúpido e irreversível, como tocar seu rosto.
Ou beijá-lo novamente. A memória dos seus lábios me queima.
E sei que não é nada comparado com o que ele realmente parece contra a minha boca. Limpo a garganta e dou um passo para trás. “Obrigada pelo Oreo."
“Você nem sequer lambeu o recheio primeiro..." Ele pisca. “Estou tão desapontado."
Encaro-o, meu rosto está aquecido. “Talvez eu goste mais da parte do biscoito."
“Ninguém gosta da parte do biscoito mais do que o recheio, El..." Dante diz isso com tanta convicção que sinto todo o meu corpo pulsar, como se ele tivesse virado um interruptor que eu nem sabia que existia e bloqueava qualquer maneira de revidar.
Abro a boca, pronta para dizer algo que me tirasse da situação quando ele coloca a mão no meu rosto e diz contra minha orelha: “Shh, alguém está vindo."
Engulo quando ele me puxa de volta contra ele.
“Sério Mil?" Chase sussurra. “Você ao menos sabe que horas são? Estou ficando cansado dessa merda!"
Mil está quieta e então. “Você sabe que eu estava trabalhando."
“Você está sempre trabalhando, desde que descobriu que não estava grávida e acabou se dedicando somente ao trabalho," Chase diz em voz baixa. “Eu entendi, sim, mas com tudo no ar com a família Petrov, com Dante matando um dos primos essa noite..."
Eu endureço.
“Você não pode simplesmente dizer que estará lá para votar em família e não aparecer, e então espera que eu cubra sua bunda, você é a chefe, atue como tal."
Mil xinga. “Eu sei, Chase, ok? Você não acha que entendo isso? Tenho um império desmoronando nos meus ombros, e não há dinheiro para consertar isso!"
Chase murmura algo em voz baixa e depois. “Os Abandonatos --"
“Não!" É a sua fala final. “Eu não quero seu dinheiro, não quero o dinheiro de Nixon, é exatamente disso que estou falando, porque eu também não quero a ajuda de Phoenix. É minha família, meu legado, meu sangue, meu problema, e estou tentando fazê-lo bem enquanto os homens falam sobre mim nas minhas costas, enquanto as mulheres recusam-se a olhar-me nos olhos porque tenho seus maridos pelas bolas. Estou sozinha nisso."
“Engraçado," Chase diz com uma voz exausta. “Porque no momento em que nos casamos nós prometemos. Não há nada que você possa fazer, onde você pode ir que eu não a seguirei, onde não vou fazer algo para mantê-la viva, para manter sua família desmoronada colada. Isso é o que é o casamento, é isso que é uma parceria. Mas não posso fazer isso se você continuar me afastando, voltando para casa às quatro da manhã com sangue nas mãos. Não posso ajudar se não souber onde o corpo está, Mil."
Eu espero que ele queira dizer figurativamente.
Dante fica tenso atrás de mim, sua testa pressionada contra a parte de trás do meu crânio, como se ele tivesse ouvido o suficiente e estava muito frustrado por continuar ouvindo.
“Eu sei." Mil chora. Nunca vi a mulher chorar. “Estou apenas... essa é a minha única chance, e eu quero que vocês se orgulhem de mim, você não consegue ver que preciso fazer isso sozinha?"
Algo atinge o chão e faz um barulho antes que Chase suspire. “Mil, eu te amo. Seja o que for que você precise -- é seu, apenas prometa que estará segura."
“Eu tenho minha arma."
“E os seus canivetes?"
“Eu investi em outros, mais bonitos, mais sexys --"
Com um gemido, Chase começa a beijá-la.
Não há dúvida sobre o que estão fazendo.
Eu meio que esperava que Dante cobrisse meus ouvidos, ao invés disso, só me fez... Querer exatamente o que eles tinham.
A respiração de Dante engata quando outra coisa cai no chão e os gemidos de Mil enchem o ar junto com os sons de roupas.
Eu deveria estar envergonhada. Mas não estou.
Eu também deveria ter tossido para saberem que estamos ouvindo.
Meu coração corre enquanto a respiração de Dante se aprofunda atrás de mim.
Fecho os olhos e tento me concentrar em qualquer coisa, exceto a maneira como Chase falou com Mil, com palavras sujas, promessas, coisas que me transformou em geleia...
Nunca falaram comigo dessa maneira antes.
“Como diabos você foi esfaqueada na coxa?" Chase geme. “Não importa, simplesmente não se preocupe, apenas não seja infectada -- sim, baby." Mais roupas caem, e então, “Se apoie na bancada, sim, adoro ver sua bunda na minha cara."
Mil ri. “Chase, sua língua não deveria -- sim, sim, não pare, ainda tenho meu canivete."
“Como se eu me importasse."
Meu peito aperta quando eu viro para Dante, como se precisasse arrastar-me mais para a sombra da despensa.
Ele sussurra uma maldição no meu ouvido, quase tropeçando para trás, e então agarra meu corpo e segura. Eu o sinto...
Sólido.
Todo homem.
Eu engulo e rezo para que ele não possa ouvir meu coração acelerado, ou ler minha mente, e a maneira que os pensamentos demoram no nosso beijo ou na maneira de como eu senti sua tentativa de controlar sua excitação.
Com cada barulho.
Ele apertou-me mais forte.
Aperto os olhos e mordo o lábio até que posso sentir sangue.
E então eles acabam...
Estou tão alerta que senti como se tivesse acabado de tomar um punhado de café expresso coberto de chocolate.
As mãos de Dante flexionam enquanto ele segura meus quadris. “Espere."
Abaixo a cabeça enquanto seus dedos dançam pelos meus lados, passando minhas costelas, tocando o meu top, até que ambas caem na minha barriga.
Eu congelo.
E ocorre um milagre.
Suas mãos, as mãos de um assassino.
Sinto como se fossem as mãos de um salvador.
Não é a morte que sinto na pele.
É completamente diferente.
Vida.
Inclino-me para perto dele, sinto seus lábios passarem no meu pescoço antes de suspirar e largar as mãos, sem tocar-me sem permissão.
“Vamos." Sua voz está rouca quando ele agarra minha mão e me leva silenciosamente pelo corredor.
Ele para primeiro no meu quarto.
Quero que ele entre.
Sinto-me fraca por querer qualquer coisa de um homem que não quer nada de mim, mesmo quando foi oferecido em uma bandeja de prata.
Eu sou a prostituta russa.
Mas por um segundo.
Dante tocou-me como se eu fosse -- mais.
Seus olhos vagam sobre mim antes dele suspirar e virar a cabeça. “Noite, El."
Fecho minha porta e tranco-a. Olho para o banheiro compartilhado e sem pensar um pouco, destranco a porta e abro uma fenda.
CAPÍTULO 19
Dante
Não há uma chance no inferno que eu possa dormir depois de tocar sua pele lisa, depois de estar tão perto de fazer algo, que não haveria volta.
Quanto mais eu tento odiá-la.
O ódio transforma-se em vontade.
Que é uma das piores coisas que já senti, culpo a adrenalina da luta e o fato de que amanhã na universidade -- as coisas serão diferentes.
Eu matei um deles.
Sentei em seu patético trono.
Basicamente mostraram-me o seu culto e recebi um horário de reunião antes das aulas. O que basicamente significa que estou dentro.
Mas simplesmente não sei em que eu estou.
O que significa que os caras me devem uma explicação, em vez de se meterem em problemas por lutar de novo, por entrarem na minha cabeça, basicamente me receberam em seu círculo e deram-me o mesmo equilíbrio com a votação da Família.
Corro minhas mãos sobre o meu rosto, assim que o som de um bloqueio girando faz-me fixar minha atenção no banheiro.
Sempre deixo minha porta aberta.
Não porque eu tenho medo de portas trancadas.
Mas porque ouço seus pesadelos todas as noites desde que ela se mudou para a casa de Nixon. E todas as noites, uma parte de mim não queria nada além de matar qualquer monstro que a assombrou e enviá-lo de volta ao Inferno.
Mas sua porta estava fechada.
Então ela lutou sozinha com seus demônios enquanto eu escutava.
Não essa noite.
Viro para o lado, e meus olhos se concentram em sua porta como um soldado treinado, eu os mantenho abertos, observando, esperando que ela adormeça.
Porque algo me diz que ela é o único soldado em um exército de uma mulher.
E é hora de alguém ajudá-la -- mesmo que esse seja seu novo inimigo.
Amigos?
Essa é apenas a palavra que ela costumava usar para me desarmar.
O que ela queria dizer é que me queria por perto, a menos que todas as coisas fossem para o inferno. Ela não quer minha amizade, e isso tinha machucado mais do que deveria.
Mas proteção? Ela sabe que pode conseguir.
Eu realmente não deveria tê-la beijado.
Tocado.
Eu a quero.
Estou fazendo muitas coisas que jurei que nunca faria, inclusive perder muito sono necessário para que eu possa proteger sua porta -- então ela não precisaria fazer isso.
CAPÍTULO 20
Dante
“Bem, você parece uma merda completa," Chase diz enquanto toma um gole de café.
“E você parece ter relaxado," recordo.
Ele engasga com o café enquanto eu olho para o balcão. “Diga-me que você desinfetou todas as superfícies dessa cozinha."
Os olhos de Chase se estreitam. “Diga-me que você não me observou dar a minha esposa..."
Levanto as mãos. “Eu não vi, eu ouvi."
“Toda a maldita casa ouviu." Nixon olha de seu lugar na mesa, eu nem tinha reparado nele. “E Trace já desinfetou todos os espaços que podem ter visto e passado pelo pau do Chase."
“Graças a Deus."
Chase sorri. “Eu sei que ela faz quando eu..."
“Não antes do café da manhã," Nixon interrompe enquanto eu puxo uma cadeira da mesa e começo a empilhar no meu prato ovos, bacon e torradas.
“Então," Nixon pega uma caneca próxima a mim e a enche de café puro. “Você está pronto para hoje?"
Dou de ombros. “Não tenho certeza se estou pronto para algo... desde que vocês não me dizem merda alguma."
Chase senta-se no meu outro lado. “Pense nisso assim, esses caras comandam a universidade, mas é mais do que isso. Se fossem apenas alguns picaretas cheios de energia, estaríamos bem com isso -- nós, sendo os Abandonatos, já que somos donos da universidade."
“Mas eles estão claramente matando estudantes por besteira e diversão," falo sobre o vapor saindo da minha xícara. “E claramente estão relacionados com Petrov."
“Andrei é seu último filho restante -- vinte e um anos, se inscreveu na universidade no momento em que descobriu que matamos seu informante, Xavier."
Ex-marido de El.
Tirano.
Idiota.
Fecho minhas mãos em punhos apertados enquanto meu sangue grunhe por justiça.
“Não é só isso," Nixon enche sua xícara de café. “Eles estão tentando fazer um show mostrando que os italianos estão fora -- estão tentando construir sua patética e pequena gangue em Chicago, assim como em Nova York."
“Merda." De repente, não estou com tanta fome. “Essas são ótimas notícias."
“A maior parte do dinheiro de Petrov foi apreendido durante a incursão do FBI no ano passado. Nikolai nos ajudou a derrubá-los e eles juraram vingança desde então. Até agora, falta o dinheiro para fazê-lo," Chase fala. “E ainda assim, as operações começaram novamente na Costa Leste, eles estão vendendo tudo e qualquer coisa, entrando em grandes embarques do México e Canadá e aqui está a parte mais divertida, eles estão distribuindo para o corpo estudantil."
Um pulso de dor de cabeça vem atrás dos meus ouvidos. “Então eles continuaram as operações, embora, tecnicamente, não tenham um líder, exceto por uma merdinha de vinte e um anos de idade que pensa que pode construir seu próprio exército, dando às pessoas drogas gratuitas e colocando estudantes que não são resistentes o suficiente em sacos cadavéricos? Perdi alguma coisa?"
Nixon dá de ombros como se fosse uma terça-feira normal. “É toda a informação que temos."
Chase fica de pé. “É a nossa cidade."
“Com certeza, porra." Nixon pragueja. “Eu quero que eles sejam apagados."
Minhas sobrancelhas disparam. “E quando você diz apagados --"
“Deixe-me ser muito claro." As narinas de Nixon inflam. “Eu quero que você se infiltre na pequena gangue patética, ganhe a confiança deles, faça o que quer que você tenha que fazer, como ontem à noite, e pegue-os um por um. Entendeu?"
Dou de ombros e tomo um longo gole de café. “Considere feito."
Nixon balança a cabeça e volta a sentar-se na cadeira, como se ele tivesse o peso do mundo nos ombros, então, como chefe, ele provavelmente tem.
É por isso que nunca quis essa posição.
No entanto, estou chateado por estar sendo preparado para isso.
Porque a única razão pela qual eu voltei para Chicago era para ser preparado para assumir a Família que meu pai deveria ter assumido -- mas não.
Os Alferos.
Meu nome diz Nicolasi.
Assim como o nome do meu pai era Nicolasi.
Mas antes que ele fosse parte daquela família criminosa.
Ele e seu irmão Frank, lideraram os Alferos.
Eles estavam apaixonados pela mesma mulher.
E porque Frank arruinou-se da pior maneira possível -- ele entregou sua esposa -- para o irmão dele.
A mulher que ele amava.
E quando você ama alguém, as crianças logo chegam, certo?
Enojado, empurro meu prato de comida para longe. “E quanto a El?"
Nixon franze a testa. “O que tem ela?"
“Ela está na universidade, então saberá que está acontecendo alguma coisa."
“Ela é inteligente." Nixon assente lentamente. “Então, sua melhor aposta, é ter certeza de que, quando se trata de escolher os lados -- ela ficará do nosso."
“Quanto tempo até alguém..." Nem conseguia falar. “Até que Phoenix encontre alguém --"
“Esta semana," Chase interrompe. “Estamos recebendo uma pequena visita de nossos primos favoritos, uhuh," suas palavras pingam com sarcasmo. “Olha, nós temos que fazê-lo dessa maneira, isso é a máfia, se voltar para os russos, certamente morrerá, ou então fica sob nossa proteção e casa-se com alguém que, pelo menos a deixará viver sua vida."
“Isso não é vida." Aperto meus dentes.
“Não," Nixon diz depois de uma pausa. “Mas é o melhor que podemos fazer."
CAPÍTULO 21
El
Dante quer nos levar para a universidade.
Eu não tenho forças para argumentar, ainda estou exausta, embora de alguma forma tive o melhor sono da minha vida inteira. Sonhei com Dante colocando um cobertor sobre mim quando esfriou e o sonho mudou para algo mais quente que bagunçou meus lençóis e me fez suar. E acima de tudo estou confusa sobre o que isso significa.
“Eu tenho um lugar para ir nesta manhã," Dante fala com sua habitual indiferença, porém sempre frio. “Eu vou encontrar você depois da aula."
Engulo e olho pela janela. “Você se encontrará com eles? Os caras da noite passada?"
Silêncio.
Tento novamente. “E se for quatro contra um? E se eles quiserem machucá-lo?"
“Então vou machucá-los de volta." Ele não perde a confiança enquanto manobra o carro através dos portões abertos.
Eu deveria ter esperado esse tipo de resposta.
“Tudo bem," eu digo assim que estacionamos.
Pego minha mochila enquanto Dante xinga em voz baixa.
Os caras estão nos esperando.
Mantenho minha expressão em branco.
“Se eles te tocarem, deixe-me lidar com isso. Tudo o que estou prestes a dizer será mentira, entendeu?"
“Como saberei quando você está dizendo a verdade?" Pergunto antes de pôr a mão na maçaneta da porta.
Ele empurra as chaves no bolso e agarra meu braço, trazendo-me de volta para o assento até que estou pressionada contra o couro macio, e o seu rosto está quase colado ao meu.
“Eu nunca mentirei na sua cara." Ele pisca lentamente, seus olhos azuis avaliando-me. “Se estiver mentindo para você, olharei abaixo dos seus olhos, acima dos seus olhos, ao lado dos seus olhos," ele toca um lado do meu rosto. “E posso até olhar através dos seus olhos, mas nunca olharei para a alma por trás deles. Você saberá que estou mentindo porque não falarei com a sua alma, El."
Dante se afasta e abre a porta do carro.
Solto uma respiração áspera e saio.
Todos os quatro homens estão com uma distância igual de espaço entre eles. Os uniformes da Eagle Elite parecem estranhos neles.
Calças pretas, camisas brancas de botão com uma insígnia de águia no bolso, com mangas enroladas até os cotovelos e nada de coletes.
Pergunto se a razão do uniforme branco é para que a equipe da universidade possa ver o sangue mais fácil.
Mantenho minha cabeça erguida em Andrei, ele me olha e pisca para mim.
“Faça isso de novo," Dante diz em voz baixa. “E você não gostará dos resultados."
Um dos rapazes do lado direito de Andrei ri apenas para ser golpeado no peito por Andrei.
“Não tivemos a chance de falar ontem à noite," Andrei diz, e seus olhos vagam sobre mim como se tivesse todo direito de olhar. Ele é atraente, pode até ser sexy, mas seus olhos são frios, e eu sei o que é compartilhar uma cama com alguém que não tem alma.
São homens que gostam de ter mulheres debaixo deles.
Homens que encontram seu poder em fazê-las sentirem-se fracas.
Não são homens. São monstros.
Dante estende a mão e segura a minha mão na dele, é tão inesperado que eu respiro forçadamente.
“Não sabia que precisávamos de apresentações." Dante fala com uma calma enganosa. “Eu chutei a bunda do seu amigo, então o enviei para o inferno junto --." Ele detém-se. “Não importa, tenho certeza se ainda é um assunto muito sensível."
A mandíbula de Andrei flexiona. “Você acha que pode dizer-me essas coisas?"
Seu sotaque pesa, apenas o suficiente para eu querer correr na outra direção.
“Como é que se sente..." Dante sorri. “ao ter um alvo nas costas?"
“Pergunte ao seu pai," ele cospe. “Oh espere."
Dante aperta a vida dos meus dedos.
“Parece..." Andrei vira a cabeça. "...que ambos temos razões para querer vingança, hein?"
Mentalmente quero acalmar a raiva de Dante. Tudo é seguido por silêncio, e isso é mais terrível do que suas palavras.
O silêncio significa que ele está pensando em todas as maneiras que pode quebrá-lo -- machucá-lo. Eu conheço o seu silêncio muito bem, não porque nunca tenha sido direcionado a mim, mas porque o vi dirigir para Ike ontem à noite.
E isso não terminou bem.
“Sim," Dante fala. “Parece que ambos temos o mesmo motivo para odiar..."
“A única questão é... você é meu inimigo ou meu amigo?"
“O inimigo do meu inimigo é meu amigo." Ele dá de ombros. “Ou algo assim, certo?"
Os olhos de Andrei se estreitam. “Você terá que soletrar isso para mim, Nicolasi. Onde você está?"
“Bem na sua frente." Dante finalmente sorri. “Achou que eu não estaria aqui? Acha que eu matei alguém a sangue frio para você, e então me viraria contra?"
Andrei parece relaxar com isso, ele estende a mão. Dante aceita com a mão livre e libera o seu aperto em mim.
Andrei assente para os outros caras. “Este é Klaus." Ele tem uma cabeça quase completamente raspada e uma tatuagem espreitando de sua camisa perto da orelha direita. Eu estremeço.
“Maksim," outro homem acena com a cabeça para nós, ele parece gostar muito de malhar, sua camisa é tão apertada que parece desconfortável, e ele está usando óculos de sol como se fosse uma estrela de cinema tentando se esconder.
“E, finalmente, o pequeno Ivan."
Ivan não é pequeno.
Ivan é... Encorpado.
Cerca de cinquenta quilos de músculos empacotados suficientes para provavelmente desarmar alguém só ao se focar em seu peito.
“Agora você sabe nossos nomes." Andrei encolhe os ombros. “É assim que a amizade funciona, certo?"
“Absolutamente."
Andrei volta sua atenção para mim. Dou um passo em direção a Dante, ele não coloca um braço protetor ao meu redor, em vez disso, ele permanece imóvel como uma estátua enquanto Andrei dá um passo, depois dois até que está no meu espaço pessoal.
“E seu nome?"
Suponho que ele já saiba.
Ele viu minha tatuagem.
Ele viu quem me possuía.
Mas essa é a questão da máfia russa. Meu marido foi morto a sangue frio, o que significa que eu não tenho ninguém.
Porque ninguém me reclamou.
Ainda.
Eu engulo.
“Você sabe exatamente quem eu sou, Andrei Petrov."
Digo seu nome completo de propósito.
Já o vi uma vez.
Meus olhos estavam inchados, quase pretos, de uma pancada.
E ele riu e disse ao meu marido na hora, para fazer o que pudesse para manter-me em silêncio. Totalmente sem coração.
Talvez seja por isso que demorei um pouco para reconhecê-lo.
Porque meu cérebro recusa-se a reconhecer que este homem, muito perigoso, com ainda mais conexões perigosas está na mesma cidade que eu.
E na mesma universidade.
“Você não pertence aos italianos." Sua voz é ameaçadora.
Dante dá uma risada. “Sim, bem, eu também, parece que estamos ambos presos, por que mais eu esteja escondendo-a debaixo do meu telhado? É o despojo da guerra, Andrei." Seus olhos se fixam em mim. “Ela é minha."
“Que pena, eu teria gostado de levá-la de volta para o seu lugar."
Tento não vomitar.
Reagir.
Onde é o meu lugar, na sua mente, é a uma cama, acorrentada.
Ivan fala. “Andrei," ele aponta para o relógio.
Andrei olha Dante uma última vez antes de colocar os óculos de sol. “Você comerá com a gente."
“Vamos ver," Dante diz.
Klaus olha entre eles como se estivesse esperando que Andrei puxe uma arma ou dê um soco em Dante. Em vez disso Andrei sorri e coloca um braço em volta de Dante. “Eu gosto de você."
“A maioria das pessoas gostam," Dante fala com uma voz divertida.
“Você não aceita nenhuma merda," Andrei acrescenta.
“Sou melhor em dar isso."
Andrei explode em uma risada mais uma vez e dá um tapa nas costas de Dante. “Coma conosco, e volte esta noite."
“Outra luta?"
“Combate. Comida. Porra." Andrei encolhe os ombros. “É tudo o mesmo para nós." Ele empurra sua atenção para mim novamente. “Você pode trazer sua garota se quiser, apenas lembre-se, se outro membro a quiser -- você tem que deixá-los olharem -- mesmo que não possam tocar."
“Eu pensarei nisso." Dante sorri, enquanto Andrei e o resto dos rapazes se afastam.
Ainda estou tremendo pela troca quando Dante agarra minha mão novamente e me leva para a minha primeira aula. Quando minhas pernas não cooperam, ele me puxa atrás de um grande carvalho e pressiona-me contra ele.
“Segure-se, El, você é mais forte do que essa merda." Seus olhos azuis procuram os meus. “Tudo bem?"
Respiro, solto um grande suspiro e lhe dou um leve aceno. “Ele... Ele," mal consigo pronunciar as palavras. “Ele me viu uma noite depois que Xavier me bateu, ele riu."
Dante bate sua mão na árvore, seu queixo endurece quando ele aperta os dentes e depois, com calma, ele sussurra perto da minha orelha: “Quer que eu o mate?"
Algumas pessoas caminham e olham para nós, parece que ele está beijando meu pescoço, como se fossemos estudantes universitários normais compartilhando um momento.
Não. História errada.
Ele simplesmente ofereceu para matar alguém que me ofendeu, não há nada para ver aqui.
“Depois," eu falo. “Mate-o depois que ele deixar de ser útil para você, e para os chefes." Não posso acreditar no que saiu da minha boca, no que estou concordando. “Sim."
Dante se afasta e aparece um sorriso em seu rosto. “O estranho é que eu realmente estou ansioso por esse momento."
Eu engulo. “Está no seu sangue."
“Eu queria que não estivesse," ele diz bruscamente. “queria não desejar isso -- sonhar com isso -- quase tanto quanto desejo não sentir culpa todos os dias por causa disso."
Suspiro e coloco minhas mãos em seu peito, depois passo para o seu pescoço, ele não se move nem se encolhe, então, talvez, estivéssemos tendo um momento com nossas bocas quase se tocando. “A única vergonha na vida é não ser quem você realmente nasceu para ser. Se isso significa que você mata os maus -- mate o mal, Dante. Apenas não perca sua alma no processo."
“E se ela já foi perdida?" Dante murmura e seus olhos escurecem enquanto ele se inclina lentamente até sua testa tocar na minha.
Há alguns dias eu teria ficado aterrorizada pelo fato de seu corpo estar perto.
Há alguns dias, eu o teria afastado e corrido.
Dias atrás, eu teria estremecido por suas mãos manchadas de sangue correrem subindo e descendo na minha pele.
Mas hoje.
Hoje é diferente.
Hoje fecho os olhos e sinto o perfume perverso de Dante Nicolasi, a colônia misturada com sabão.
Eu inalo.
E abro meus olhos novamente.
Ontem eu estava com raiva. Estava com medo.
Hoje. Contra a árvore.
Segura nos braços de Dante.
Estou a salvo.
“Eu o ajudarei a encontrá-la," sussurro.
“Apenas não se amaldiçoe no processo, El." Ele segura meu rosto com a mão direita, seus olhos vão para minha boca, seu olhar sedutor pode fazer uma menina morrer em seu caminho.
As esposas sempre falam sobre o quão atraente seu pai era, mesmo em uma idade mais avançada.
Quase como se estivesse rejuvenescendo.
Dante não é diferente.
Se fosse possível um ser humano tornar-se mais atraente dia após dia -- ele seria o único a provar que sim, é possível.
“Você vai me beijar de novo?" Pergunto esperançosamente.
“Não." Ele se afasta.
Meu coração afunda no meu estômago.
“Porque não quero começar algo que não tenho intenção de parar."
Minha cabeça vira, nossos olhos se predem, e eu vejo. A honestidade.
“Eu disse que nunca mentiria, El." Sua voz possui um tipo de advertência, para que eu não o pressione, ou empurre quaisquer limites invisíveis que ele mentalmente colocou entre nós. Seus olhos nunca deixam os meus.
E eu sei, é assim que ele parece quando está falando a verdade.
Seus olhos perfuram minhas defesas em uma busca sem remorso pelo meu coração, minha alma.
E eu permito.
“Nós deveríamos ir à aula." Finalmente encontro minha voz e começo a andar, ele caminha ao meu lado.
E passo o resto do dia pensando no não-beijo. E a promessa que veio com ele.
CAPÍTULO 22
Dante
Eu deveria pensar em negócios -- sobre a arte da guerra, em manter meus inimigos mais próximos do que os do meu próprio sangue.
Em vez disso, estou pensando na boca de El.
Seus lábios principalmente, e a forma como eles se curvaram com o sorriso mais impressionante que já vi quando ela está feliz. O jeito que sua língua deslizou sobre o lábio inferior, molhando apenas o suficiente para fazê-la parecer como uma festa para os meus olhos.
Eu a teria beijado.
Eu não teria parado.
Sou o cara que você quer ao seu lado em uma guerra.
Sou o cara que mata o cara que você odeia.
Sou o cara que sangra por você.
Não sou o cara que apenas beija e se afasta.
Honestamente, não tenho certeza de ter isso em mim. E sei que se beijasse El novamente, se acontecesse, tudo seria rompido.
Meu foco desapareceria.
Já é uma merda completa e tudo que tenho são lembranças do que ela provocou, bem como a sensação da sua bunda pressionada contra mim naquela maldita dispensa.
Ela pertence à outra pessoa.
Será de outra pessoa.
E eu seria o maior idiota vivo se tomasse o que não é meu, apenas porque quero prová-la novamente.
O cara que a beijar, precisa ser um cara que não tem sangue em suas mãos, um cara que não esteja neste lado da máfia.
Um cara que não viveu essa vida.
Eu me torturo mais uma hora antes da minha última aula e tento não descontar nela a caminho de casa. O que fica mais difícil -- em todos os sentidos -- quando um dos botões da sua blusa abre, expondo seu sutiã azul de renda justamente no momento em que me viro para lhe fazer uma pergunta.
Eu quase bato em três caixas de correio no caminho para casa.
E estou agarrando o volante tão forte, que fico surpreso que meus dedos não desenvolveram um tipo de cola contra o couro.
“Você está bem?" El pergunta antes de abrir a porta.
Olho para o volante, sem confiar em mim mesmo para não olhar a sua blusa. “Sim."
“Dante..."
Meu pau traidor fica duro. “Sim?"
“Somos amigos... Certo? Quero dizer, ainda somos amigos?"
“Sim, El." Tiro meu cinto de segurança e saio do carro, depois pego minha mochila do banco de trás exatamente quando ela deixa cair uma caneta da bolsa e inclina-se na minha frente, porra.
“Deixe-a," grito a ordem.
Ela olha para cima, não fica de pé, apenas olha para cima, de joelhos, na minha frente, eu nunca tirarei essa visão da minha cabeça, entre tantas outras coisas para fantasiar.
Eu preciso de pessoas para matar.
Belisco a ponta do meu nariz, fecho meus olhos e simplesmente ando ao redor, deixando-a no ponto ideal, para ela ver quando ajusto minhas calças no lugar.
Talvez seja melhor. Apenas fazer com que ela se sinta uma prostituta barata, que ela me odeie para sempre como antes, e siga em frente.
Exceto...
Que o pensamento de a tratar desse jeito, ou sequer pensar nisso...
Deixa-me mais chateado do que quando atirei no Ike na noite passada.
Então, deixo a porta fechar atrás de mim e entro na cozinha apenas para encontrar Chase olhando para uma garrafa de vinho tinto.
“Um pouco cedo, Chase." Pego a garrafa e começo a beber. Paro depois de alguns goles e depois sento com ele no balcão.
“Beber as quatro da tarde, não é o seu comportamento normal Dante..." Chase sorri. “Quero dizer, eu não sou ninguém para julgar, bebo vinho igual água como todo bom italiano deve, mas algo parece... complicado?"
“Entendo por que Nixon está sempre ameaçando atirar em você agora. Eu realmente entendo." Pego a garrafa de novo, mas ele a afasta e cruza seus braços tatuados. “Então? Quem é a menina?"
“Menina?"
“Garoto?" Ele parece confuso. “Maricas?"
“Você é um idiota." Eu tento acertá-lo, ele me bloqueia com um de seus movimentos ninja, assim que El chega.
Ela entra na cozinha, nos encara e sai.
“Ah." Chase me deixa pegar o vinho desta vez.
“Não é o que você pensa," resmungo.
“Então, você não é o motivo do botão que está faltando?" Sua expressão divertida não ajuda meu humor em nada. “O que está perto do decote, aquele sutiã é azul?"
Alcanço meu bolso traseiro, puxo meu canivete e seguro-o na sua garganta ao mesmo tempo em que ele aponta uma arma no meu queixo. “Droga."
“Ainda mais rápido." Com a mão livre ele pega o vinho e serve no copo com a arma ainda apontada para o meu queixo, Chase bebe e depois suspira alegremente. “Então, você gosta dela?"
“Não," minto.
“Você está segurando-me na ponta de um canivete porque comentei a cor do sutiã dela."
“Diga novamente, desafio você," grito.
“Azul." Ele ri quando uma gota de sangue corre pela sua garganta onde eu seguro o canivete.
Nixon entra e nos olha -- revira os olhos e sai.
Você pensaria que isso lhe interessaria.
Acho que isso apenas o deixa com ciúmes, ele não faz parte desse jogo de poder.
Maldita máfia.
Chase puxa a arma para longe, suas sobrancelhas se erguem. Eu me calo e empurro meu canivete de volta no meu bolso.
“Então, nós temos convidados esta noite," Chase diz mudando de assunto, como se não estivéssemos prontos para atacar um ao outro. “Tente não puxar nenhum canivete para eles."
“Você é o único afortunado que me irrita diariamente." Roubo o copo e lhe dou o dedo do meio.
Chase ri alto, então me entrega toda a garrafa. “Honestamente, acho que realmente irei aproveitar isso."
“O quê?" O medo enche o meu estômago.
“Um dos nossos primos está aqui, acho que ele seria ótimo para El."
Eu cuspo o vinho na pia e enxugo a boca. “Besteira. O quê? Eu pensei que demoraria algumas semanas? Você não disse dias esta manhã? Dias até um deles chegar à cidade?"
Chase encolhe os ombros. “Ele tem negócios, e decidiu chegar cedo, nós o convidamos para nossa adorável casa."
“Nunca diga adorável novamente."
“Adorável!" Chase grita alto. “Além disso, quanto mais cedo ela ficar sob a proteção de alguém, mais segura estará." Sua expressão fica sóbria. “Ela não quer mais essa vida. E nós podemos dar-lhe uma escolha," ele me dá um tapa no ombro. “Então tente não matar o bastardo sortudo, hein?"
Amaldiçoo. “Sem promessas."
“Sim, bem, eu direi a Nixon para cavar um buraco no caso."
“Faça o mais profundo possível," murmuro.
CAPÍTULO 23
El
Alguém está batendo na porta do banheiro.
O que seria estranho se eu não estivesse plenamente consciente de quem é esse alguém e que tenho um banheiro conectado ao seu quarto.
Abro a porta para ver Dante olhando para mim, vestindo apenas calças jeans e um sorriso.
Fico com os olhos concentrados em seu rosto.
E tento não os deixar muito tempo em sua boca ou em qualquer lugar abaixo do queixo onde eu sei que há um belo abdômen e um grande V que mergulha profundamente em sua calça.
Meus olhos seguem na direção de meus pensamentos, e nem percebo que estou olhando até um dedo aparecer e inclinar meu queixo de volta. Pelo menos ele parece mais divertido do que ofendido, enquanto meu rosto se aquece até um grau doloroso.
Você pensaria que nunca vi um homem nu antes.
Então, novamente, meu marido nunca me... Deixou tocá-lo de qualquer maneira. Eu estava lá para seu prazer.
Não o meu.
E na maioria das vezes, fui tomada rapidamente, de todas as maneiras que ele queria enquanto eu nunca cheguei a olhar em seus olhos.
Afasto a memória.
Junto com os sentimentos de suas mãos em mim.
Bem, pelo menos, não estou mais envergonhada.
Entorpecida novamente. Mais um presente de despedida dele, eu suponho.
“Então," Dante empurra as mãos nos bolsos. “Desde que somos amigos... pensei que poderia te dar um aviso justo."
Meu estômago pula na minha garganta com todas as possibilidades do que ele pode estar falando. “Um primo idiota vem jantar aqui hoje, é quem eles querem que você se case."
Faço uma careta.
“Exatamente." Dante franze o cenho. “Eu simplesmente não queria que você fosse pega de surpresa."
“Eu não posso simplesmente..." Lambo meus lábios e depois apoio minhas mãos contra o batente da porta, ele está cauteloso e dá um passo para trás, como se estivesse com medo do meu corpo. “Não posso mudar minha identidade? Mudar daqui?"
Dante suspira, então me dá o olhar de lamento que os pais dão as crianças quando eles explicam que Papai Noel não é real, e que o coelhinho da Páscoa não traz chocolate.
“Quer a versão revestida de açúcar?"
“Nunca," respondo.
Ele assente, o respeito brilha em seus olhos. “Não há lugar onde você possa ir que eles não encontrarão. Não tem nenhum lugar onde eu não consiga encontrá-la. Eles têm pessoas em todos os lugares assim como nós, temos o FBI nos bolsos, El, não seja estúpida o suficiente para acreditar que eles também não têm pessoas. A única resposta para isso é... Você fazer parte desta vida agora, mas é sua escolha quanto a isso. Você pode correr -- eles gostam de uma boa perseguição. Ou você pode se casar com um ex-associado chato que gosta de assistir Netflix à noite em vez de tirar sangue das mãos. Sua escolha."
Levanto minha cabeça. “Qual seu filme favorito?"
Ele franze a testa. “Você ouviu alguma coisa que eu acabei de dizer?"
“Sim, eu corro, sou perseguida, sangue, morte. Você deve casar-se. Não discuta."
“E sua única pergunta é sobre filmes?"
“Você disse Netflix."
"Eu estava fazendo um ponto."
“Certo e agora estou perguntando qual é o seu filme favorito."
Sua expressão passa de criminoso endurecido a sexy como inferno e quase nu -- novamente. “Você promete que não contará a ninguém?"
Estendo minha mão.
Dante olha para baixo e a agarra forte, então me puxa contra seu peito quente, sussurrando no meu ouvido muito suavemente. Arrepiando o cabelo na parte de trás do meu pescoço. “Newsies!"
Eu suspiro.
Ele se afasta e pisca. “Você prometeu. Eu levo promessas muito a sério, são basicamente juramentos de sangue, se quebrar sua promessa, eu mato você."
“Não se eu te matar primeiro."
“Ameaças vazias." Ele sorri. “Você sabe mesmo como usar uma arma?"
Dou de ombros. “Talvez um dia você descubra."
Ele lambe os lábios, dá um passo decidido em minha direção até que estamos ambos de pé no meu quarto. Tensão gira ao nosso redor.
Uma batida soa na minha porta.
Ele aperta minha mão, então se vira e fecha silenciosamente a porta do banheiro atrás dele, assim que eu abro a porta do meu quarto.
Nixon está de pé com Trace.
Ele está segurando seu bebê em um braço e uma mamadeira no outro. “Como foi a universidade?"
Olho para ele e depois sacudo a cabeça. “Eu vivi para ver outro dia."
Ele sorri quando Trace revira os olhos e aponta para ele como se quisesse dizer desculpa, Nixon transformou-se em um pai agora.
“Então," Ela dá um passo ao redor dele enquanto ele alimenta a bebê. “Temos companhia esta noite."
“Sim, Dante me contou."
Nixon estreita os olhos enquanto Trace parece esperançosa. “Ele é doce, eu prometo."
Doce. Eu costumava querer doce.
Eu já dormi com o diabo.
Eu mereço um anjo, não é?
Então, por que o anjo tem os traços escuros de Dante e os olhos claros.
“Sim, ok, obrigada... vou me preparar."
“Vai ficar tudo bem," Nixon fala bruscamente. “Este é o único caminho."
“Eu sei," assinto. “e obrigada."
Eles saem.
Sento na minha cama, sentindo-me... Vazia.
A porta do banheiro abre e, de repente, Dante está no meu quarto, sentado na minha cama e puxando um laptop aberto.
Newsies está começando. A música enche meu quarto.
“Nós temos tempo," ele diz.
Mas na verdade, não temos.
Porque um dia ele baterá na porta do banheiro.
E eu terei ido embora.
Nada além de uma boa lembrança.
De uma garota que perdeu sua amizade.
De uma menina que estava morrendo de fome por contato humano.
E o homem que era o monstro e o salvador -- deu isso a ela.
CAPÍTULO 24
Dante
O seu nome é Chris.
Que tipo de italiano se chama Chris?
Eu já o odeio.
É um sentimento completamente irracional.
No fundo da escuridão do meu peito, onde meu coração tenta fazer-me sentir as coisas -- eu sei, eu sei que ele não fez nada de errado, mas ela ser atada com um Chris quando deveria ser com alguém como... Eu olho para ele de novo e inclino a cabeça enquanto memorizo suas feições. Talvez ele seja um Chris.
Talvez eu esteja pensando demais nisso.
Porque Chris é o cara que você leva para casa para seus pais. Deus, sua camisa com botões parece que foi passada uma dúzia de vezes. Sua gravata vermelha está apertada em seu pescoço como se ele estivesse indo a um funeral.
E ainda tem o blazer.
Um maldito blazer.
É azul.
Ele literalmente aparece em nossa casa parecendo uma bandeira americana, talvez isso seja de propósito -- ele quer parecer o sonho americano? Um perfeito marido americano?
Franzo o cenho enquanto Nixon continua apresentando-o ao resto da família. Estou sentado nessa mesa pelos últimos cinco minutos, perguntando-me em quanto tempo ele chegaria à El e faria seu jogo.
“Você está linda." Chris pega sua mão e a beija na frente de todos e depois casualmente senta-se e coloca uma mão na cadeira em que El está sentada, como se estivesse pronto para envolver seu braço ao redor dela.
Como se tivesse direitos.
Ele nem a conhece!
“Quantos anos você tem?" Pergunto, com cuidado para manter a tensão da minha voz bem junto com o desgosto e ciúmes.
Seus olhos castanhos se acendem. “Acabei de completar vinte e seis."
Ele se volta para El.
Eu não acabei.
“Qual é a sua profissão?"
Chase ri sobre seu copo antes de Nixon lhe dar um olhar de corte.
A sobrancelha esquerda de Chris arqueia, como se estivesse se divertindo com minhas perguntas. “Talvez devêssemos apenas acabar com isso."
“O que você quer dizer?" Eu chutaria sua bunda em uma luta, tenho pelo menos trinta quilos de músculo a mais.
Ele tira a mão da cadeira de El, a tensão deixa meu corpo, e então ele pega o seu vinho e conversa novamente. “Sou vice-presidente na corporação de energia limpa do meu pai e tenho algumas participações na Itália, formei-me com mestrado em negócios internacionais, falo francês, espanhol, português e russo fluentemente -- e sou de peixes, qualquer outra pergunta?"
Encaro-o e cerro meus dentes.
“Parece bom para mim." Chase assente com satisfação. “Certo, Dante?" Ele sorri para o resto da mesa. “Irmão protetor, estou certo?"
Engasgo com a minha água e quase a cuspo na mesa, diretamente na cara de Chris.
Chase me bate nas costas.
“Certo," digo com voz rouca. “Irmão protetor..." Meus olhos encontram El e ficam presos nela, ela engole e de repente, acha o guardanapo em seu colo mais interessante do que a forma como Chris tenta se aproximar dela.
“Então," El limpa a garganta. “Obrigada, por ter vindo... esta noite."
“Estou na cidade a negócios, pareceu prudente pelo menos nos encontrar, não acha?"
Ele simplesmente disse prudente?
Sério?
A melhor noite da minha vida.
“Onde estamos com a situação do jantar?" Pergunto.
“Pensei que estávamos esperando a Mil?" Nixon assente com a cabeça para Chase. “Ela disse em quanto tempo chegaria?"
Os lábios de Chase se pressionam em uma linha firme antes de encolher os ombros. Eu conheço isso, é o mesmo que ele fez quando pediu para me treinar algumas noites atrás. “Você conhece as mulheres -- vamos comer sem ela."
Nixon franze a testa. “Tem certeza?"
"Positivo," Chase dispara quando outro tipo de tensão se expande ao redor da sala. Ele leva mais tempo para beber o seu vinho e bate o copo de volta na mesa com força suficiente para que ele quebre.
Frank e Sergio compartilham um olhar, antes de Frank ficar de pé e falar uma oração. Tex e Mo ocupam seus lugares.
E minha irmã olha para mim do seu lugar na extremidade da mesa como se eu fosse um estranho. Ela está fazendo muito isso ultimamente, como se eu fosse um tipo de quebra-cabeças que está faltando cada peça necessária para torná-lo completo.
Nós estávamos comendo há uns cinco minutos quando Tex joga um pão na minha cabeça. Eu o pego no ar e o afasto. “Boa tentativa."
“Cara seus reflexos estão ficando muito melhores, a última vez que fiz isso você ficou com geleia no seu queixo."
“A última vez que você fez isso, tinha acabado de me espancar e meus olhos estavam inchados," respondo em meio a risadas masculinas ao redor da mesa.
“Olhe para você agora! Todo crescido…"
“Sim, ontem à noite atirei em alguém sem chorar e tudo, tão crescido." Franzo o cenho. Todos ficam em silêncio.
Chris empalidece na minha frente, sua garganta balança como se ele estivesse tendo problemas para engolir.
“Sem negócios durante o jantar," Frank me adverte do seu assento no meio. Ele mal toca sua comida e já está bebendo outro copo de vinho. Na verdade, a maioria de todos está bebendo mais do que comendo.
Todos, exceto Chris, que come a sua comida com tanto vigor, que estou preocupado que ele sufoque por falta de oxigênio.
Eu pego o pão que Tex jogou e como um pedaço, mas ele tem gosto de papelão na minha boca e meu mastigar é alto apenas o suficiente para tornar difícil ouvir o que Chris está dizendo a El.
Seu rosto cora.
Aperto minha mão ao redor do pão.
“O pão te ofendeu?" Chase provoca, mas no momento em que ele vê a direção que estou olhando ele diz calmamente. “Vamos treinar esta noite, sim?"
“Eu tenho planos."
“Com inimigos ou amigos?"
“Ambos." Deixo cair o pão no meu prato e suspiro.
“Mantenha-me atualizado." Ele se vira e sussurra algo para Nixon, que faz um sinal para Tex enquanto Phoenix escreve algo em uma de suas malditas pastas.
Segredos. Tantos segredos.
E o fato de que Mil não está aqui apenas adiciona mais tensão.
Como se eu a evocasse, Chase estica no bolso e olha para o telefone dele. “Volto logo."
Phoenix pega uma garrafa de vinho e toma o assento vazio de Chase, ele recosta-se e pisca para a esposa enquanto a mão esquerda mergulha debaixo da mesa.
Observo-o e pego o pedaço de papel, quando ele o solta e fica de pé.
“O que tem para a sobremesa."
“Vinho." Tex olha a garrafa na mão de Phoenix enquanto as esposas compartilham um olhar de desagrado. Mo dá uma cotovelada em Tex. “O quê?"
“Coma." Ela empurra a lasanha no prato e depois congela. “Oh merda, eu falei como uma mãe."
“Coma, coma." Nixon diz com um forte sotaque antes de resmungar uma risada.
Tex dá a Nixon um olhar desafiador antes de agarrar a mão de Mo e beijar o interior de sua palma. “Eu vou comer mais tarde..."
“Mais vinho," Nixon estala os dedos enquanto Sergio ri por trás do seu copo.
“Oh, por favor, todos nós ouvimos você e Val na semana passada na lavanderia."
Começo a engasgar com meu pão enquanto Val cora contra mim.
“Estranhos jantares amorosos da Família," anuncia Bee.
Phoenix inclina-se e beija sua bochecha, então fala algo em voz baixa e beija seu pescoço abaixo da orelha.
“Ei, Ei!" Tex acena com o copo no ar. “Nada disso na mesa."
Suspiro e abaixo a cabeça.
Estou cercado por casais curiosos e meu futuro sombrio está sentado em frente a mim sob a forma de um Chris que, provavelmente, usa cuecas brancas e assiste American Got Talent —o mais próximo que esse cara provavelmente chegou perto de uma arma foi enquanto assistia suas gravações semanais do Dateline2.
Afasto meu prato, franzo o nariz para a grande mesa de madeira. Sinto-me como uma criança petulante quando Val me dá um olhar assassino. Por favor, tenho permissão para ser imaturo, eu tenho apenas vinte anos. Dê-me uma pausa.
Trace se levanta da cadeira. “Chris, por que você não sai com os homens por um tempo enquanto vamos limpar aqui."
Nixon franze a testa. “Querida, você não precisa limpar nada, deixe os rapazes fazerem isso."
Os caras e eu incluído, reclamamos juntos.
“Talvez o detergente nos pratos ajude a lavar o sangue das nossas mãos," Chase diz enquanto entra na sala, com um rosto indiferente. “Vou lavar se Nixon secar."
“Ei, eu consigo secar!" Tex argumenta. “A última vez que lavei, eu quase me afoguei."
“Talvez não fiquem bêbados na próxima vez," Phoenix diz.
Frank fica de pé. “Eu vou lavar."
Mais caras gemem.
“Eu adoraria ajudar!" Diz o alegre Chris. Sim, esse será o seu novo nome, Alegre Chris. Deus, eu quero tanto esmurrá-lo na garganta que meu punho queima.
“Calma Tigre," Sergio sussurra em voz baixa quando está de pé e aponta para a cozinha. “Sua exibição de ciúmes."
“Eu não estou com ciúmes."
Ele ofega. “Certo, você continua procurando por seu canivete para certificar-se de que não o perdeu na sua sessão extra?"
“Você é um pé no saco."
Ele ri. “Ah, mas pelo menos manterei seu segredo -- não que isso importe, uma vez que os caras estão prestes a perceber em breve, se você continuar apertando os punhos, como se estivesse prestes a usá-los."
Exalo alto e falo com os dentes cerrados. “Seu nome é Chris."
Sergio ri tão alto que nós ganhamos olhares estranhos de Nixon e Tex. Sergio rir ainda é uma coisa estranha de se testemunhar -- ele recebeu um golpe fodido e ainda sente uma culpa persistente sobre isso, mas principalmente seu estresse constante leva Val para um mundo que ele deseja que ela jamais tivesse que ver.
E por isso, eu não posso odiá-lo.
Não quando vejo a maneira como ele a toca.
Cuida dela.
“Dante, você irá ajudar?" Tex joga um pano de prato na minha direção, eu o pego no ar e suspiro, depois o torço em um chicote e disparo em sua direção. A toalha se conectada com sua coxa. Ele xinga.
Mais panos de prato são jogados.
E a guerra começa.
É quase tão fácil com eles.
Pratos esquecidos.
Todos nós brincando.
E o pobre Chris está indefeso.
Eu sorrio para ele.
Que comecem os jogos.
CAPÍTULO 25
El
As esposas, como eu gosto de chamá-las -- são intimidadoras por direito próprio -- cada uma delas é linda a sua própria maneira. Únicas com as suas peles italianas morenas e temperamentos fortes. Elas são igualmente correspondentes aos homens que as amam ferozmente e fariam qualquer coisa -- matar qualquer um -- em sua honra.
Eu não entendo esse tipo de amor e uma parte de mim está agradecida, porque se eu fizer, certamente ficarei insana de ciúmes ao me sentar lá com essas mulheres que possuem tudo -- quando tudo o que tenho são cicatrizes emocionais e físicas.
“El," Trace interrompe meus pensamentos fracos. Seus suaves olhos castanhos ficam presos em mim. “O que você achou do Chris?"
Acho que o nome dele é Chris e ele tem um bom sorriso. “Ele é legal."
E ele é. Não há nada de errado fisicamente e ele manteve uma boa conversa mesmo com Dante olhando-o fixamente do outro lado da mesa, mais de uma vez, eu fiquei preocupada. Dante realmente parecia que pularia sobre a mesa e estrangularia Chris por somente respirar.
Dante escondeu sua ira bem -- então eu não tinha certeza sobre qual o problema, além do fato de não gostar da ideia de ver-me presa com alguém como Xavier novamente.
Mas Chris é o oposto exato do meu marido morto.
Xavier era coberto de tatuagens, de suas mãos até os ombros, ele gostava de infligir dor, e saia do controle.
Chris, por outro lado, parece ser o tipo de cara que quer sexo em uma única posição, com as luzes apagadas. Terminaria em minutos e provavelmente seria capaz de fingir uma dor de cabeça pelo menos a cada cinco ou sete dias, o que significa que ele não me tocaria.
E se eu avançar, provavelmente poderia escapar sem ter que compartilhar um quarto com ele.
Outra prisão onde, pelo menos, conseguiria evitar os tiros e não teria que me preocupar com outro homem colocando as mãos em mim, controlando-me.
Risos vêm da cozinha.
Mo revira os olhos. “Tex está perdendo de novo." Ela dá uma cotovelada em Val. “Seu menino, Dante, é implacável."
Val ri. “Eu avisei Tex na última vez para não entrar em uma guerra de toalhas com ele, o jeito dele é muito competitivo e impossível de perder."
“Tirem as camisas," Bee diz em voz baixa e depois olha para mim inocentemente. “Oh, desculpe-me eu disse isso em voz alta?"
“Não posso mais culpar os hormônios da gravidez." Trace suspira alegremente. “Mas eu conheço bem o sentimento."
Mais suspiros...
Os caras são uma visão.
Eu não posso culpá-las por querer que seus maridos tirem as camisas.
Mas foi Dante quem tirou primeiro.
Suspiro uma respiração vertiginosa quando as esposas ficam boquiabertas.
“Esse homem fica mais e mais bonito," Mo diz com uma voz apreensiva. “Lembram-se quando ele chegou? E Chase ficou chateado porque Mil não conseguiu se lembrar do próprio nome?"
“Você exagerou." Val ri.
Volto-me para elas. “Ela realmente esqueceu seu nome?"
“Oh, desculpe." Mo sorri. “Você não percebe o quão sexy esse homem é? Tenho certeza de que até mesmo Nixon estava pronto para forçá-lo a ir para a casa de Frank, então ele não se preocuparia com o olhar de Trace."
Trace revira os olhos. “Mesmo que eu tenha o meu homem não significa que não posso apreciar o que Deus fez certo com aquele."
“Amém." Bee levanta o copo enquanto todas caem em risos.
Mais gritos da cozinha.
Tex acusa Dante.
Dante ri e esquiva-se do caminho quando mais água voa ao redor da sala, um prato cai no chão e então Nixon ataca Phoenix que já tirava sua camisa para usá-la como arma.
É um caos completo.
É a felicidade.
Chris fica no corredor sem saber o que fazer com as mãos. Eu mentalmente gemo e apoio minhas mãos em meu rosto enquanto Dante se move casualmente pela cozinha, pingando por toda a madeira dura, seus olhos azuis são tão claros, tão leves que te sugam, hipnotizam e abraçam a vida.
“Deus, aquele homem tem um ótimo abdômen," diz uma das meninas atrás de mim. Eu não sei quem, porque estou muito concentrada no tal abdômen. E em um sorriso que promete luzes acesas.
E muito sexo sujo.
Ele para na minha frente, gotas de água escorregam pelo seu peito, atravessam o abdômen perfeito e caem na frente do seu jeans baixo.
Eu engulo.
“Senhoras, parece que estou perdendo, então eu vim para..." Ele lambe os lábios. Posso jurar que uma das garotas suspirou novamente. “Recrutar."
“Estou dentro!" Trace fica de pé e então todas as meninas entram na cozinha gritando e xingando os caras.
“Você não joga limpo," digo em uma voz ofegante que me fez querer desaparecer no sofá.
Dante pega minha mão, a mesma mão que Chris beijou. Ele a leva até sua boca e pressiona um beijo quente no meu pulso, um onde posso sentir o movimento da sua língua e o calor de seus lábios.
Seu olhar semicerrado levanta-se para o meu rosto, e ele deixa minha mão cair. “Nunca."
Eu quase desmaio a seus pés.
Um beijo no pulso e sou sua propriedade.
Isso é tudo que precisa para um homem como Dante quebrar o seu mundo.
Ele se vira e volta para a cozinha, para as lutas e eu assisto a cada um rindo, vejo como a sala cheia de chefes da máfia, assassinos, brincam com a lava-louças enquanto o mais velho deles bebe diretamente da garrafa.
Eu assisto a Família.
E pela primeira vez desde que eu era pequena.
Eu espero.
E quero fazer parte disso.
Chris pega meu olhar e lentamente dirige-se para mim. “Posso te ver de novo?"
O corpo musculoso de Dante move-se logo atrás de Chris.
Ele não me quer -- pelo menos não da maneira que precisa me querer... E eu me recuso a ficar presa em uma situação em que me apaixone por alguém, apenas para que ele me tolere porque é seu trabalho me proteger.
Dante é um gato selvagem.
Chris é seguro.
Então eu aceno com a cabeça, e quando Chris alcança minha mão e a segura, eu deixo.
Mesmo quando vejo a expressão assassina de Dante no outro lado da sala.
Eu não sou dele.
Nunca serei dele.
Nós dois sabemos disso.
Nós apenas temos que aceitar isso.
Viro minha cabeça e digo suavemente. “Deixa-me te dar o meu número."
CAPÍTULO 26
Dante
“Você não pode vir!" Viro as mãos e me seguro contra o balcão. Chris foi embora, obrigado Deus, e o resto da família saiu há uma hora.
Sei que Andrei está esperando por mim.
E se eu quiser entrar.
Se quiser descobrir o que está acontecendo, preciso ir, mas há o merdinha que disse que as meninas seriam compartilhadas.
“Não," repito.
O rosto de El se entristece. “Eu posso te ajudar."
“Isso é novidade para mim, tudo bem, então quero saber, o que você pode fazer além de ficar lá e fazer o papel de parede parecer bonito?"
Ela coloca as mãos nos quadris estreitos. “Você refere-se ao papel de parede manchado de sangue?"
“Você seria uma melhoria."
“Quer um elogio, Dante?"
Eu respiro fundo. Porra, adoro a forma como seus lábios se movem quando ela diz meu nome, quase posso provar-lhe em minha boca quando ela está perto.
El suspira e dá outro passo em frente, até que nossos corpos se estudam mutuamente, até que eu me aproximo de El porque estou cansado -- e fraco, e quero tocar o que não é meu.
Talvez eu seja mais como meu pai do que pensei.
Porque essa mulher não é minha para querer.
E isso ainda não me impede de imaginar todas as maneiras que eu posso tê-la na minha cama -- nos meus braços.
A pior parte? Não sinto qualquer culpa pelos devaneios que desfilam na minha cabeça -- esses em que a tenho nua, ofegante, pronta para mim.
Enquanto eu coloco fogo no carro de Chris.
“Olha," suspiro. “Você será uma distração."
“Exatamente." Ela sorri. “Eu vou distraí-los também!"
“O inferno que você vai!" Grunho e agarro seu braço apenas para libertar minha tensão. “Desculpe, eu só -- isso é uma ideia realmente ruim."
“Se você se distrair comigo e... certas coisas." Ela engole. “Então eles distrairão também quando você estiver falando com eles, e posso bisbilhotar. É um trabalho de duas pessoas, Dante."
Reviro os olhos. “Nós nem sabemos que trabalho é esse, além de que claramente Andrei nos seguiu de Nova York e montou um acampamento aqui."
“Exatamente! Tem que haver uma razão pela qual ele está aqui e não está lá."
A mulher tem um ponto.
“Eu vou me arrepender disso. E serei morto," murmuro com a voz tremendo enquanto ela irradia em mim. “Troque sua roupa para algo preto, apertado, algo sexy. Sim, eu vou me arrepender disso."
“Isso não é sexy?" Ela franze a testa para o jeans e camiseta.
“Boa isca." Aperto meus lábios juntos em uma linha firme. “Não vou cair nessa, eu tenho uma irmã e sei como essa conversa termina."
“Como?"
“Com um canivete enfiado na minha artéria."
“Talvez você seja mais esperto do que parece."
“Não pego essa isca também. Não vou me envolver," falo com um tom entediado. “Vá se trocar."
Ela solta um suspiro frustrado. “Tudo bem, vou usar algo sexy, mas esteja avisado que tenho motivos para não usar essas coisas."
“Oh, e qual é o motivo?"
Ela cruza os braços. “Faz eu me sentir mal quando eles me olham de forma suja e ele..." Ela fica pálida. “Ele costumava me vestir para os seus associados... e então eu tinha que esperar... às vezes por horas e depois o vestido nunca era usado de novo."
Tento controlar minha raiva por causa dela, e não a assustar. “Por quê?"
“Porque ele quase sempre estava coberto com o sangue de outra pessoa quando ele ia para a cama."
“Eu queria que ele estivesse vivo para poder cortar seu pau e o fazer comê-lo enquanto esfaqueava seu coração."
El se afasta e depois aponta para o corredor. “Acho que vou pegar esse vestido agora."
“Faça isso." Cerro os dentes e apoio meu corpo contra o balcão. Inspire, expire. Não me admira que ela queira um Chris.
Chris não sonha com a morte do seu marido e acorda com um sorriso no rosto.
Chris viraria merda se visse sangue.
Eu me sujo se não o vejo.
Eu imploro por isso.
El merece algo melhor do que minhas mãos trêmulas -- as mesmas que imaginam que felicidade seria sufocar qualquer homem que acredita que tem o direito de tocá-la -- com qualquer coisa além de bondade.
CAPÍTULO 27
Dante
Mantenho meus olhos na estrada.
E minha respiração está instável.
Respiro com grande dificuldade.
Estou ao lado de El e ela usa ‘O vestido’.
Ela tomou meu conselho, e agora eu me refiro ao ‘O vestido’ como uma coisa tangível. É culpa do vestido que estou com problemas para me concentrar, e porque continuo vendo flashes de suas coxas e imaginando elas enroladas ao redor do meu corpo, me apertando até eu sentir nada além do seu calor pulsando com cada batida do meu coração perverso.
El limpa a garganta.
Eu limpo a minha.
Como um nerd em seu primeiro encontro.
“Lembre-se," entro no campus e estaciono o carro, meus movimentos bruscos e desajeitados. “Qualquer cara que tocar em você, use o canivete."
“Que canivete?"
“Aquele que lhe darei."
“Ah, ok."
Reviro os olhos. “Eu realmente não tenho certeza sobre isso."
“Posso fazer isso." Ela cobre minha mão com a dela.
Eu finalmente olho para ela. El está usando maquiagem. Ela nunca usou maquiagem, seus olhos estão delineados.
Seu rosto é suave. Ela está de tirar o fôlego, e antes sempre me incomodou o quanto ela tinha medo da sua própria beleza.
E agora ela está se destacando para o mundo ver.
Para eu ver.
“Você é linda," sussurro. Falo sinceramente. Você pensaria que eu lhe dei uma tapa com quão atordoada está a sua expressão.
É como se ela nunca tivesse ouvido ninguém dizer essa frase em voz alta com sinceridade, ou talvez seja como se ninguém já tenha dito isso em voz alta sem querer algo em troca.
“Obrigada." Seus olhos procuram os meus.
A tensão no carro dobra.
Solto um suspiro. “Nós devemos ir."
“Sim." Seus cílios são tão longos que eu me pergunto como seria aproximar-me, estar perto deles. Sim, se seus cílios estão me atraindo, estou profundamente na merda.
É fisicamente doloroso retirar meu olhar do seu rosto, fazer o movimento de abrir a porta do carro e me certificar que minha arma está apertada na parte de trás da minha calça. Assumi que eles não me revistariam uma vez que não haverá qualquer luta, a menos que eles lutem todas as noites, mas o campus está bastante quieto.
Seguro um dos meus canivetes na minha mão direita quando El sai do carro e espera.
“Aqui," eu o jogo para ela.
Ela a pega no ar. “Eu apenas seguro o canivete?"
Eu olho, e continuo olhando. Acho que pisquei. “Desculpe, o quê?"
“Eu só o seguro?"
“O que mais você faria com ele? Comeria?" Isso é real? Ela realmente não sabe o que fazer com um canivete? El me deu a impressão de que sabia usá-lo.
Com uma careta, ela se aproxima de mim. “Eu sei como usar um canivete, seu burro." Sorrio com isso, talvez eu goste de ser chamado de burro mais do que meu próprio nome, ou talvez apenas goste de ver o fogo em seus olhos quando ela disse isso. “Eu simplesmente não sei onde colocá-lo, não tenho bolsos e não estou usando sutiã."
“Merda!" Minha maldição tem tudo a ver com o fato de que estou imaginando seu topless e não sobre o problema com um esconderijo. “Você..." não devia tê-la trazido. Foi um erro gigante.
“Você está usando roupas íntimas?"
Suas bochechas ficam rosadas um pouco antes dela fazer um aceno positivo.
“Graças a Deus." E quero dizer isso. Pego o canivete de suas mãos e me ajoelho na sua frente. “Não se mova."
El se acalma.
Eu alcanço seu vestido, minha mão direita passa por sua coxa, quando entro em contato com a renda que ela está usando, quase rasgo com meus dedos, e então imagino fazer o mesmo com meus dentes.
Ela treme ao meu toque.
Eu luto pra caralho para me impedir de fazer algo sem volta, então me atrapalho com o canivete e cuidadosamente levanto sua calcinha de lado, perto da sua coxa, ela tem que ter cuidado, mas pelo menos está escondido.
O canivete está seguro.
Mas meu cérebro está tentando convencer minhas mãos a se afastarem da sua pele quente.
Seguro sua bunda com as duas mãos, e gemo, apertando o rosto entre suas coxas enquanto respiro fundo e só sinto.
E quando ela passa as mãos pela minha cabeça, seus dedos cavam meu couro cabeludo, tocando meus cabelos.
Eu quase morro milhares de mortes.
Finalmente, dolorosamente, tiro minhas mãos e me levanto.
Estamos peito a peito, sua respiração é tão errática quanto a minha e pergunto-me se eu pressionar minha palma sobre o seu peito, o seu coração estará batendo tão selvagem como o meu? Ele combinará as batidas com as minhas? Isso importa?
Dou um passo para trás e estendo a mão. “Use o canivete se você precisar."
“Tudo bem," ela diz com a voz fraca.
Andamos em silêncio até a entrada do The Spot.
Um cara espera na porta, ele deve me reconhecer da noite anterior porque ele nos deixa entrar.
A música percorre a sala.
Os malditos tronos estão de volta aos seus lugares.
O álcool está em toda parte.
E também as drogas.
“Acho que encontramos a cocaína e a heroína," sussurro contra o cabelo de El antes de agarrar sua mão e nos levar para o meio da multidão.
As pessoas estão de um lado ao outro, pressionando-se contra as paredes, bebendo, festejando.
É basicamente uma orgia toda a noite.
Apenas os caras dos tronos têm armas.
E todos parecem estar se exibindo para eles.
Como um gigante fodido circo para seu entretenimento.
No final da escada há dois casais que estão ficando muito quentes e excitados e apenas param quando Andrei aponta sua arma para eles e lhes diz para se afastarem do caminho.
Uma vez que El e eu chegamos o topo, eu posso ver melhor. Algumas mesas de cartas foram configuradas atrás dos tronos, as pessoas jogam, apostam, provavelmente perdem a fortuna de seus pais, devem uns aos outros alguns favores.
A política na Eagle Elite nunca ficou dentro das paredes da universidade, esses alunos crescerão para serem líderes em todo o mundo, e líderes que devem pequenos favores e que possuem segredos em seu poder, é um jogo perigoso para incentivar.
E isso faz alguém como Andrei muito poderoso.
Uma das cadeiras mais próximas dele está vazia.
Sento-me e puxo El no meu colo.
“Não achei que você conseguiria, Nicolasi." Andrei parece aborrecido, e novamente, ele tem visto demais para ser entretido por meros meninos beijando-se na frente dele e ficando bêbados.
Não é o nosso mundo.
Ele sabe disso tanto quanto eu.
Isso não é chocante.
A morte é chocante.
É a nossa realidade.
Então, quando um calouro luta com um sênior e nem sequer lhe tira sangue, eu entendo o tédio.
“Onde você pega as drogas?" Pergunto alguns minutos depois da luta enquanto El fica inquieta no meu colo.
Ivan é o único que responde. “As drogas são drogas, isso importa?"
“É importante se cada um de vocês está recebendo uma parte e eu não estou," falo claramente.
Andrei ri. “Precisando de algum dinheiro, é?"
“Você sabe como isso funciona," encolho os ombros. “Nunca é o suficiente, além disso, pensei que você soubesse?"
Ele vira o rosto para mim.
“Eu não sou um chefe."
O sorriso dele cai. “Ainda não."
“Talvez nunca, eu tenho que me provar, como disse, você sabe como funciona."
Maksim e Ivan compartilham um olhar antes de Andrei assentir com a cabeça, e eles saem.
“Por que você não despacha sua menina enquanto falamos de negócios?"
El se levanta, inclina-se e beija meu pescoço. “Até logo."
“Incrível." Andrei bufa. “Em todos os anos que a prostituta espalhou as pernas para Xavier, nunca o vi beijá-la -- embora eu tenha visto outras coisas..." Ele ri. O bastardo ri.
Manter minha raiva sob controle está ficando impossível, especialmente por causa de El.
“Eu costumava ouvir seus gritos," ele diz de forma casual. “Ele adorava levá-la por trás."
Fico de pé, puxo minha arma e aponto para a sua testa. “Não hesito, e não dou segundas chances, diga mais alguma merda sobre minha garota e a próxima impressão de mão sangrenta na parede será a sua."
Ele levanta as mãos e ri. “Desculpe, a verdade te ofende?"
“Nenhum pouco," falo friamente. “É a forma como você disse: não desrespeite o que é meu."
“Ainda não é seu," ele responde, calmo pra caralho. “Estou certo? Ela nem está mesmo debaixo de sua proteção, não vejo nenhum anel no dedo dela, não vejo nenhum nome italiano ligado a ela. Até então, ela é um jogo aberto, você sabe como funciona. O que acontecerá quando ela estiver sozinha? Quando sua arma não estiver aqui para protegê-la? Eu vou te dizer o que acontecerá... o passado se repetirá, só isso." Ele sorri. “Ela provou a mãe Rússia, por que diabos ela iria para a pequena Itália?"
A única razão pela qual eu não atiro é porque preciso dele para obter informações.
Abaixo a arma e sento-me.
“Você tem bolas," Andrei fala. “Eu gosto disso."
“Você gosta das minhas bolas. Eu não gosto de homens."
Ele para de sorrir, e suas narinas inflam. “Você quer entrar nas drogas, terá que me fazer um favor."
É o que eu preciso.
Mais Informações.
Para mergulhar mais profundamente em qualquer operação que tivessem e quebrá-la de dentro para fora.
“Depende do favor."
Seus olhos focam em El. “Eu a quero."
“Não." Encolho os ombros. “Escolha um novo favor."
“Você não me deixou terminar."
Não gostarei disso.
Sinto isso no meu íntimo.
Eu realmente não devia tê-la trazido.
“Ela tem uma tatuagem em seu braço, foi marcada," ele aponta para o antebraço. “Eu quero que você use o canivete e tire toda a marca -- ela já não tem permissão para usar nossa coroa sangrenta. E você sabe como essas coisas funcionam."
Seus olhos frios encontram os meus. “O sangue sempre deve ser derramado. Uma vida por uma vida. Você derrama seu sangue, faça isso agora, e estará dentro."
“De quanto estamos falando?"
“Nós temos um parceiro silencioso." Ele dá de ombros. “Eles conseguem setenta, nós temos trinta até que estejamos em plena operação novamente, a universidade nos protege dos federais, e eles escondem tudo através de sua própria operação. Nós saímos limpos. Será dado a você a parte de dez mil."
Ele mal sabe que a dinastia Nicolasi vale quase um bilhão. Não digo isso, mantenho isso para mim mesmo. Somente Phoenix sabe o quanto valemos a pena. Ele mantém os segredos.
E trata dos favores.
Então, quando eu disse a ele para não contar a Val.
Tive que assinar com meu próprio sangue que eu faria algo por ele quando o momento chegasse.
“Dê-me um minuto."
“Não." Ele agarra meu braço. “Você não pode avisá-la, não é assim que isso funciona, Nicolasi. Faça agora, ou saia."
CAPÍTULO 28
El
Posso sentir o olhar penetrante de Dante do outro lado da sala. Eu ando por cinco minutos, ninguém fala comigo, ninguém me reconhece.
Então, basicamente, sou inútil e uso um vestido desconfortável que me faz sentir nua, com um canivete encaixado na minha coxa.
É ingenuidade pensar que posso ajudar Dante de qualquer forma simplesmente por estar ao seu lado.
O que estou fazendo?
Eu quero segurança.
Quero Chris.
E aqui estou, na cova dos leões com o único cara que é ruim para mim.
Estremeço e olho a tempo de ver Dante torcer o dedo.
Seus movimentos são casuais.
Seu olhar está aquecido -- furioso.
Andrei ainda está como uma estátua atrás dele, pela primeira vez desde que vi seus olhos -- eles estão vivos -- animados.
Não gosto do seu olhar ou do jeito maligno que eles brilham quando eu finalmente caminho para Dante, apenas para que ele pegue minha mão e a aperte. “Eu sinto muito."
Meu coração acelera enquanto ele tranca os olhos comigo e então, muito lentamente, passa a mão pelo meu quadril, tocando onde está o canivete. Não tenho tempo de reagir quando sua boca se funde com a minha, sua língua saqueia, captura, domina, até que tropeço para trás, ele me pega antes de cair e seus lábios correm pelo meu ouvido. “Não tenho escolha."
Mordo o lábio e assinto com a cabeça.
“Seja forte." Ele me coloca de pé e inclina-se, sua mão sobe na minha coxa enquanto as pessoas começam a fazer um círculo lento ao nosso redor.
Seus dedos pegam minha calcinha e aquele olhar de admiração está de volta ao lugar, e depois desliga.
Dante não tem escolha, ele é todo sério -- quando suas mãos passam pelo meu corpo é tudo sobre o prazer.
Ele puxa o canivete livre e fica de pé.
Ele vira.
E me encara...
“Dê-me seu braço," Dante fala em voz baixa.
Agitada, dou-lhe meu braço direito.
“Não é esse." Seus olhos caem à minha esquerda, onde eu alegremente coloquei pulseiras suficientes para cobrir a tatuagem. A marca é exatamente como a marca de Andrei.
Uma a uma, Dante tira as pulseiras de prata. Elas caem no chão com o barulho de um tiro.
A coroa significa poder.
O sangue significa a única maneira de permanecer no poder.
Sacrifício.
Xavier estava tão orgulhoso quando lhe deram sua tatuagem.
Eu fiquei doente.
Preferia a morte.
“Vou tirar isso de você," Dante sussurra, apontando o canivete para baixo no meio da coroa. “vai doer."
“Você vai... Tirá-la?" Eu repito. “Como --"
Ele amaldiçoa.
O canivete perfura meu antebraço e se aprofunda.
Eu mal seguro meu grito.
O horror do que ele está fazendo comigo, machucando-me e totalmente disposto a fazer qualquer coisa para estar com eles.
Por que eu continuo dizendo-me que Dante é diferente?
Tento puxar meu braço livre.
Dante aperta meu pulso tão forte que eu tenho medo de ficar com marcas na minha pele.
Assim como ele.
Abusivo, assim como ele.
“Não!" Balanço minha cabeça. “Pare!"
Mas ele não para. Dante corre a ponta do canivete ao longo da minha pele, criando uma longa linha na coroa, perfurando mais e fazendo sair o meu sangue fresco.
O corte não é muito profundo.
Também não é tão superficial que não começo a sangrar imediatamente.
Ainda me sinto viva.
Dante finalmente para.
Seus olhos fixam-se aos meus quando ele aperta.
Várias gotas de sangue caem no chão rapidamente.
“A tatuagem foi retirada -- e o sangue já foi derramado."
Andrei franze a testa. “Ela mal está sangrando."
Fale por si mesmo, idiota!
“Você disse que o sangue deve ser derramado, você nunca disse o quanto, se você queria um massacre deveria ter sido específico, melhor ainda, deixe-me lutar contra um deles e eu lhe darei seu sangue." Ele assente com a cabeça para Maksim que se apoia como se não quisesse uma luta.
“Tudo bem." Andrei concorda e depois se senta de volta enquanto o resto das pessoas ao meu redor continua bebendo e festejando. “Nós entraremos em contato, aproveitem a festa." E então basicamente ignora o fato de que eu ainda estou sangrando e que Dante parece pronto para matar.
Medo envolve meu coração como um vício, Dante me deixa afastar dele, mas não antes de colocar um braço à minha volta e me conduzir em direção à porta. “Nós vamos para casa."
“Você está louco?" Eu grito. “Não vou entrar em um carro com você!"
“Oh, tudo bem." Suas narinas inflam. “Devemos chamar um Uber e deixá-la sangrar por toda parte? Você quer explicar a Chase por que você tem um antebraço cortado?"
“Não, acho que vou gostar de ver você explicar isso!" Eu grito, então levanto minha mão para dar um tapa no seu rosto.
Dante pega meu braço, e sua expressão é sofrida.
“Deixe-me ir!"
“Você acha que eu machucaria intencionalmente você?" Ele grita.
“Você fez!" Finalmente puxo-me livre e corro para o carro o melhor que posso. Eu não estou tremendo pela perda de sangue, estou tremendo por outra coisa.
Estou com muito medo e decepcionada.
Decepção mais do que qualquer coisa.
Fiz o impensável e me tornei suave com o inimigo, com o monstro. Foi fácil esquecer sobre a violência contra os outros -- o assassinato -- até que foi dirigida a mim.
Até que seu olhar frio pegou o meu e a máscara caiu.
A porta foi destrancada.
Abro a porta e bato com força.
Dante não entra no lado do motorista. Ele abre o porta-malas, e depois anda para o meu lado e abre a porta.
“O quê? Você quer acabar comigo?" Eu cuspo. “Você é como ele! Assim como eles! Não posso acreditar que eu pensei --"
“Pensou o quê?" Dante interrompe. “Vá em frente, o quê? Que eu era bom? Que sou capaz disso? Que eu me importo?" Ele ri ironicamente. “Sou tão fodido como eles são, eu atirei no amigo deles e gostei." Respiro fundo. “Eu gostei," ele repete, como se estivesse tentando convencer-se mais do que eu. “Este não é um conto de fadas, e se fosse, eu com certeza não seria o príncipe."
Dante pega um pequeno saco preto e tira um pouco de antisséptico, em seguida, esfrega-o no meu corte. Gaze branca é colocada até que todo meu antebraço fique embrulhado.
Ainda dói, mas pelo menos não estou sangrando mais.
Ele bate a mão contra o carro e xinga. “Eu não tive escolha."
“Quer dizer que não poderia ter apenas dito não? O quê? Foi difícil demais? Não quis perder suas bolas na frente deles?"
“Você sabe..." Sua mandíbula endurece. “Por ser da máfia desde que nasceu, com certeza sabe como as coisas funcionam, não é?"
Cruzo os braços e olho para longe.
“Era fazer o que ele pediu, ou sair em um saco de cadáver... confie em mim, eu fiz os cálculos... talvez pudesse desarmá-lo, matá-lo antes de Maksim ou Ivan me pegar, mas então seria dois contra um e embora eu esteja bastante confiante de que poderia levá-los -- não tenho ideia se o resto dos alunos ficaria do seu lado, ou do meu. E então..." Ele engole outra maldição. “Então, era você. Maksim estava a dois metros de você, ele a usaria como garantia ou me mataria primeiro? Fiz os cálculos. Em todos os cenários, você morreria. Em todos os cenários, eu falharia com você." Ele prende a respiração. “Então, fiz a coisa mais difícil -- não minta e diga que você não teria feito o mesmo."
Ele fecha a porta do carro.
Voltamos para casa em completo silêncio. E eu o odeio novamente. Por estar certo.
E fazer-me sentir como uma tola.
Mas não tanto quanto eu o odeio por me fazer queimar pelo seu toque -- quando minutos atrás -- eu estava no lado oposto do seu canivete.
CAPÍTULO 29
Dante
Sangue bombardeia as minhas veias enquanto acerto o saco de novo e de novo até meu corpo gotejar com suor.
“Noite difícil?" Chase interrompe quando ele entra na academia e pega o saco enquanto eu continuo acertando-o.
Chuto o saco e jogo um gancho esquerdo. “Você." Gancho direito. “Pode." Gancho direito. “Dizer isso."
Chase me deixa lutar contra meus demônios em silêncio.
O som dos meus punhos atingindo o saco é a única coisa calma sobre viver nessa casa. O fato de que posso dar um soco sem ter que me preocupar em ser golpeado de volta.
Finalmente caio contra o saco, pressionando minha testa contra o couro frio. “Eu acho que a perdi."
Chase solta uma pequena risada. “Uau, incrível, você acha que a teve em primeiro lugar."
Encaro-o. “Quero dizer, cara. Estou preso entre tentar mostrar-lhes minha lealdade e tê-la apanhada no meio, não devia tê-la deixado ir comigo."
“Ah." Chase assente como se entendesse. “Deixe-me adivinhar, você está supondo que ela o faz fraco."
Fico em silêncio.
“Eu acho que isso pode ser verdade -- mas só se você deixar," Chase diz com aquela voz irritantemente mandona que me lembra de Frank falando.
E então, antes que possa me defender, Chase me soca nas costelas e faz tropeçar para trás sobre o seu pé me derrubando no tatame, e mantendo um punho acima do meu queixo. “Ouça com atenção."
Eu o olho. “Esse foi um jogo sujo."
“Não, você simplesmente não está prestando atenção, merda." Ele grunhe. “Não fale mais, apenas ouça, assinta com a cabeça se você me entende."
Olho para baixo e assinto com a cabeça uma vez.
“Ela é sua fraqueza se você permitir... Mas as mulheres em nossas vidas não devem ser amedrontadas, elas não devem ser uma fraqueza, um alvo -- elas devem ser nossa força. Você não existe fora da pessoa com quem você está -- você existe dentro delas. Se você se sentir fraco quando está ao seu redor, é porque você se sente indefeso. E isso, meu amigo, é uma grande diferença." Ele suspira, então puxa o punho de volta. “Você se sente desamparado porque torna seu trabalho protegê-la de tudo -- até de você mesmo -- o que é engraçado desde que eu não me lembro de ter pedido para você fazer isso, de fato, tenho certeza de que ela está à caminho para estar com outra pessoa inteiramente."
Ele fica de pé e oferece-me sua mão, e eu aceito.
“Faça a você mesmo um favor... Não mexa com seus sentimentos mais do que já fez, não a menos que você esteja disposto a ir com tudo -- e pelo seu aspecto -- você é muito estúpido para ver o que está bem na sua frente."
“Um pau?" Respondo com hostilidade.
"Não cara," Chase passa a mão sobre o cabelo e ri para si mesmo. “A única garota que é capaz de fazê-lo ser mais... Do que isso." Ele faz um pequeno giro e depois toca levemente o saco com a mão.
Não sei por quanto tempo eu fico deitado no tatame, no meu próprio suor e sujeira. Deve ter sido um longo período de tempo já que Chase finalmente volta com Nixon logo atrás dele.
Ambos olham para mim.
Nixon sorri. “Engraçado, não acreditei quando ele me disse."
“Que eu estava olhando as estrelas na academia?" Respondo sarcasticamente.
Nixon senta-se, e Chase também.
Estou em um sanduíche de Nixon e Chase. Mate-me agora.
“Que você realmente gosta dela."
Eu gemo e cubro o meu rosto com as mãos.
“Ela teve uma vida difícil." Nixon continua falando. “Não seja mais difícil ainda, fazendo-a pensar que você é capaz de qualquer coisa que não seja o egoísmo completo e a burrice completa."
“Essa é a sua versão de uma boa conversa?" Pergunto.
Chase apenas ri. “Deveria ter ouvido suas conversas anteriores antes de ter um filho... essas eram as melhores. Grande quantidade de armas, gritos, xingamentos. Isso é o mais próximo da Disney que você receberá, meu homem."
Olho para a minha direita, e vejo um homem enorme com tatuagens em todo o corpo, um piercing labial no rosto e um cenho franzido permanente. “Sim, e na Disney, o que você seria Nixon? A fada sininho?"
Nixon me encara. “Diga isso novamente e vou chutar sua bunda."
“Fada sininho." Eu abaixo quando o punho vem voando.
E é assim que passo a próxima hora.
Lutando tanto com Nixon quanto com Chase.
Eu finalmente estou exausto o suficiente para adormecer, mas não esgotado o suficiente para não acordar duro como uma pedra depois de sonhar com a boca dela.
Tenho duas escolhas. Posso tentar voltar a dormir e tomar um banho frio, ou ser o pervertido total que observa uma garota que nem sequer percebe isso enquanto dorme no quarto ao lado.
Eu gemo, jogo o edredom grande e tiro minha cueca boxer, preta, não branca como Chris.
Isso deve ajudar a livrar-me de toda excitação.
Basta pensar em Chris e suas cuecas brancas chatas, seu Dateline, sua incapacidade de fazer El sentir qualquer coisa.
Ah pau minúsculo.
Tudo melhora.
Exceto que estou pensando em El novamente.
Meu corpo está completamente fora de controle.
Ele se recusa a ouvir os sinais que meu cérebro está enviando, aqueles que dizem para ele ir devagar antes de se envergonhar pela primeira vez desde os treze.
Ligo a água fria e pulo nela, batendo meus dentes quando deixo a água gelada castigar meu corpo como uma... Punição por querer afundar-me nela e... eu bato minha mão contra a parede de azulejos.
Não está funcionando.
Nem mesmo perto.
Ainda está dolorosamente duro.
Algo ou alguém geme. Desligo o chuveiro e pego uma toalha a tempo de ouvir El gritando em seu sono. “Pare, eu disse pare!"
Abro a porta do quarto e corro para a cama dela.
Os punhos dela batem enquanto eu a sacudo.
Ela ofega. Então me dá uma bofetada.
A ardência da sua bofetada acaba com todos os pensamentos felizes nas minhas partes baixas, enquanto eu esfrego minha bochecha. “Você quer falar sobre isso?"
“Você não ia parar." Lágrimas enchem seus olhos. “E então seu rosto transformou-se no dele, eu me lembrei e simplesmente..." Ela fecha seus olhos. “Estou bem. Foi apenas um sonho."
“Merda, El." Sento-me na cama, pronto para puxá-la nos meus braços quando seus olhos se arregalam. “O que?"
“Existe uma razão pela qual você está nu?"
Rapidamente me cubro com a toalha. Não que ela não tenha visto cada centímetro meu. “Eu estava tomando banho."
Ela franze a testa e olha para o telefone dela. “Às quatro da manhã?"
“Sou um madrugador," minto.
Seus olhos se estreitam. Quanto mais tempo ficar mais difícil será para sair, também estou muito consciente de quão fino é o seu pijama, tudo o que tenho que fazer é soltar a toalha e teríamos um problema sério que meu pau ficaria muito feliz em resolver.
“Bem, pelo menos, não acordei você." Ela lambe os lábios.
Sim, sim, não de uma maneira que ela compreenda.
El baixa o telefone.
A tensão estoura como um fogo ardente entre nós, passamos por ele e nos movemos diretamente para uma tempestade de chamas.
“Você me assustou esta noite," ela sussurra. “Mas você está certo. Eu não gosto disso. Não gosto de nada disso. Mas posso ver por que você... Porque você fez isso." El esfrega o braço. “Eu apenas -- isso lembrou-me demais dele."
“Eu sei." Pego seu braço enfaixado e passo os dedos sobre ele. “Mas eu não sou. Confie em mim, se tivesse você em meus braços pediria que me olhasse para que você nunca tivesse nenhuma dúvida de que sou eu o homem que a preenche -- e faria com que você se sentisse bem."
Seus olhos dirigem-se para a minha boca e depois abaixam. Desejo que o meu pau não empurre a toalha para fora no caminho. “Eu sei."
Quero-a tanto que quase posso sentir seu gosto. Quase posso prová-la. Mas o medo, o medo ainda está aqui e odeio isso. E é dirigido a mim, como se ela não tivesse certeza se pode confiar em mim novamente.
“Nós somos amigos, certo?" Eu me odeio tanto. Muito. Droga. Muito.
Ela franze a testa. “Sim, por quê?"
“Amigos dão conselhos e merdas assim?"
“Mais conselhos do que merdas. Mas sim." Pelo menos ela está sorrindo agora.
Aceno com a cabeça para o telefone. “Ligue para ele. Ele é... seguro." Odeio essa palavra.
“Sim. Ele é." Ela parece desapontada. “Ei, talvez ele seja ainda melhor quando você o conhecer. Você pode vir ao casamento, gostaria de te ver em um smoking."
Qual é esse sentimento? Esse que ameaça espremer a vida do meu peito enquanto tento levar oxigênio aos meus pulmões.
“Sim." Finalmente consigo dizer uma palavra depois de segundos de silêncio doloroso onde uma parte de mim sente como se estivesse morrendo. “Aposto que sim."
O sorriso dela é triste.
E completamente destruído.
Quero que ela grite novamente.
Quero que ela lute.
Quero que ela me diga que o seguro pode ir para o inferno. Dê-me o perigo. Apenas me dê você.
Ela não faz.
E no silêncio, acho que nós dois temos nossa resposta.
Nossos caminhos se cruzaram, e nunca mais devem se encontrar novamente.
Eu beijo sua cabeça e me levanto.
“Ei Dante?"
Eu paro.
“Se você vestir roupas, pode apenas deitar um pouco comigo só no caso dos monstros voltarem ou algo assim?" As lágrimas enchem seus olhos novamente, e sei que não tem nada a ver com os monstros que vieram -- mas aquele que deixará o quarto dela -- a vida dela.
"Sim," respondo. “Certo."
Levo onze segundos para pegar uma calça e vesti-la.
Cinco para voltar para o quarto dela.
E uma eternidade para adormecer com ela nos meus braços.
Fechar meus olhos parece tão definitivo.
Como a morte.
E pela primeira vez na minha vida -- não anseio pela escuridão viciante que viria com ela.
Eu só a quero.
CAPÍTULO 30
El
O peito de Dante é quente ao meu toque -- eu não tenho o direito de tocá-lo, mas não consigo parar.
Arrasto meu dedo pelo seu peito, seguindo as pequenas linhas de seus abdominais enquanto ele respira profundamente.
A luz do sol cintila no meu quarto lançando um brilho sobre seu enorme corpo.
Se isso é estar acordada -- eu nunca mais quero dormir novamente.
Músculos saltados e tensos em seu abdômen perfeito, corro meu dedo mais baixo -- sua mão dispara e agarra meu pulso antes que eu possa continuar minha exploração.
“Caçando um tesouro?" Ele pergunta sem abrir os olhos, seu firme aperto ainda na minha mão. “Ou apenas curiosa desde a noite passada?"
“Desculpa." Tento me afastar, mas Dante não deixa. “Eu apenas... Você tem a pele macia."
Ele sorri e abre os olhos. “Você acabou de dizer que tenho a pele macia como se fosse uma desculpa plausível para me tocar?"
“Sim." Quero morrer. “Eu disse."
Dante não sorri com frequência, na verdade, ele dá meios sorrisos, muitos, mas vê-lo sorrir completamente é magnífico. Não tenho palavras para o efeito que tem em cada centímetro do meu corpo ou do jeito que fez meu coração bater no meu peito estupidamente, como se tivesse motivos para acreditar que o sorriso é para mim.
Ele inclina-se para mim.
Eu me aproximo dele.
Então uma batida soa na porta.
Claro.
“Um momento," grito enquanto Dante se espreguiça na minha cama, o bastardo fecha os olhos como se fosse voltar a dormir. “Dante! Levante-se!"
“Vou ficar aqui, El." Seu sorriso diminui e seu olhar desafiante é o que eu gosto, quase tanto como o sorriso.
“Ugh." Reviro meus olhos. “Tudo bem, é o seu funeral."
Abro a porta.
Chase olha em volta de mim e balança a cabeça. “Imaginei, já que a cama dele está vazia, que ele roubaria a sua."
“Eu fiquei com medo," falo na defensiva. “E adormecemos." Por que ainda estou falando? “Nada aconteceu."
Chase parece pronto para rir, mas ele simplesmente acena com a cabeça e se esquiva.
“Sim, com certeza, entre," resmungo.
“Confortável?" Ele pergunta a Dante.
Dante coloca as mãos atrás da cabeça. “Por que a cama dela é mais suave?"
“Ela merece coisas agradáveis."
Os olhos de Dante se estreitam. “E eu não?"
“Camas macias tornam os homens moles," Chase explica, e Dante lhe dá um olhar confuso e então Chase xinga. “Soou melhor na minha cabeça, eu só queria dar a vocês dois uma advertência de que Chris está a caminho para o café da manhã. Ele enviou mensagens de texto esta manhã depois de não ter conseguido te informar ontem à noite."
Ele olha para o chão. “Eu pensei que seria melhor avisar, para que você fique pronta. E não na cama com o diabo."
“Só observe," Dante diz.
“Foi um elogio." Chase para. “Ah, e Chris quer levá-la para a aula também, antes do trabalho."
Meu estômago aperta.
Isso já está acontecendo.
A separação.
O pânico começa quando eu reconheço o olhar de Dante.
Ele nos leva para a universidade.
Dante.
Ele me acompanha para minha primeira aula, não Chris.
Engulo o nódulo na garganta e dou um aceno fraco para Chase. “Vou me preparar."
Chase coloca a mão no meu ombro e o acaricia como se isso fosse melhorar tudo, então fecha a porta atrás dele. Minhas pernas estão bambas como se eu estivesse a poucos segundos de desmoronar.
Dante finalmente fica de pé, e sua forma musculosa anda para mim. Ele para a centímetros do meu corpo, e então me puxa para um abraço apertado. Eu me encaixo perfeitamente em seus braços, assim como eu sabia que faria.
Meu coração estabiliza sua batida.
Como se finalmente se acalmasse.
Casa.
Ele é um perigo que meu coração não reconhece -- porque às vezes o coração não se importa que a pessoa que o detém mata outras pessoas -- só reconhece sua alma gêmea e bate de qualquer maneira.
Seus olhos -- aqueles olhos azuis irão me assombrar até eu morrer e ser enterrada. Eu os bloqueio quando ele se afasta e me encara, observando-me como se quisesse memorizar cada centímetro do meu rosto.
Ele pega meu rosto, o polegar direito percorre meu lábio inferior antes de se afastar.
Ele para na entrada do banheiro e vira a cabeça. “Talvez seja uma maldição."
“O quê?"
“O legado da minha família. Meu nome." Ele não vira, apenas flexiona suas mãos ao redor da porta, seus músculos tensos como se estivessem prestes a bater a qualquer momento. “É uma longa história -- talvez eu lhe diga antes de você sair."
“Diga-me agora."
“Você deve se vestir."
“Dante..."
“Meu pai teve que morrer -- para realmente viver... Ele foi enterrado por ela, pelo menos... Na morte dela ele encontrou sua alma."
“O quê?"
Ele olha por cima do ombro dele. “Joyce Alfero possuía a alma de Luca em vida -- e agora, o faz na morte. É a coisa mais fodida que eu já ouvi, a ideia de que ele andou por aí na terra sabendo que ela existia -- mas ele nunca poderia tê-la. Não da maneira que eles queriam." Com isso, ele sai deixando-me sem fôlego.
E o querendo.
Porque cada vez que Dante sai de uma sala, sinto uma parte de mim mesma quebrar e desmoronar no chão.
Ele passou pelas minhas defesas.
Ele me mostrou suas verdadeiras cores.
O rosto de um monstro.
E quero esse monstro -- e o homem.
De repente sinto-me doente, deslizo para o chão e ordeno-me a ser uma adulta sobre a situação.
Ele está chateado com o fato de que vou embora.
Mas não me pediu para ficar.
E sou muito covarde para perguntar-lhe se ele quer que eu fique.
Se ele realmente quer.
CAPÍTULO 31
Dante
Chris é todo sorrisos e apertos de mão nessa manhã.
Eu me pergunto quanto tempo demoraria para ele sangrar se o esfaqueasse com a faca de manteiga. Três segundos? Quatro? Eu só tenho que acertar uma artéria principal. Fácil. Posso fazê-lo com os olhos fechados.
“Cuidado." Chase tosse sobre o seu café enquanto mantenho vivo o plano da morte de Chris em minha mente.
“Nós devemos ir." Ele pega a mochila de El. “Quantas aulas você tem hoje?"
“Duas." Seu sorriso é forçado.
“Ótimo, vou ver se posso sair de uma reunião para que possamos almoçar, tudo bem?"
“Sim, apenas me avise."
Observá-los interagir é pura tortura. Ele não percebeu? A maneira como ela se afastou dele como se ele tivesse uma praga? Os sorrisos que nunca chegam aos seus olhos. A hesitação em seus passos?
“Vejo você na aula, Dante," ela diz com um tom esperançoso.
“Vejo você..." respondo com uma voz áspera enquanto a porta fecha atrás deles.
Eu pensei que seria capaz de respirar uma vez que fossem embora, em vez disso eu me torturo com visões de sua boca sobre ela, visões dele beijando seu pescoço, alcançando sua mão.
Bato minha caneca vazia na mesa.
E fico com nada além da alça e uma bagunça de porcelana quebrada.
“Merda, essa era a caneca favorita do Nixon." Chase grita.
Mil entra na sala e dá um bocejo. “Eu senti falta do café da manhã."
“Bem, por que você não está sentindo falta de todo o resto?" Chase fala em um tom sarcástico que imediatamente me diz que eu preciso ter certeza de que Mil não tem nada afiado que possa jogar na cara dele.
Mil lhe dá um olhar triste e exausto. Seu sorriso também não chega aos olhos dela. Ela parece como se não tivesse dormido em semanas. “Ei, eu pedi desculpa, você sabe que eu estava fazendo coisas para a Família."
“Engraçado." Chase fica parado. “Porque achei que esta é a sua Família. Que eu sou a sua família."
“Não na frente de Dante," ela fala com os dentes cerrados.
“Dante é o único com quem sinto que posso conversar sem mentir, então sim, podemos fazer isso na frente de Dante."
Nixon escolhe esse momento realmente inoportuno para entrar com o Trace. “Vocês estão bem?"
“Não," Chase cospe, enquanto Mil fala: “Sim."
Ela vai até a cafeteira. “Nós simplesmente não dormimos muito a noite."
Pergunto-me se Nixon pode perceber que ela está mentindo.
Assim como eu me pergunto se alguém notou que suas mãos tremem quando ela serve uma xícara de café.
“Ei, deixe um pouco de cafeína, Mil," Trace diz suavemente antes de olhar para Nixon com os olhos arregalados.
O peito de Chase sobe e desce como se estivesse se preparando para lutar contra alguém ou algo assim.
Nixon aponta a cabeça para mim, basicamente dizendo para fazer algo.
Pego Chase pelo braço. “Leve-me para a universidade."
“Não."
“Sim. Eu tenho uma prova de química para estudar e posso usar o tempo."
Merda, eu nem tenho aula de química.
“Você está estudando química?"
Ignoro-o, pego as chaves, jogo-as em seu rosto e abro a porta.
Ele pisa fora da casa e liga o motor e quase sai sem que eu esteja no carro com ele.
Fecho a porta do passageiro e abaixo a música alta. “Fale comigo."
“Você odeia pequenas conversas, não pode tê-las nem em jantares familiares," Chase murmura.
“Sim, bem, desta vez, acho que vou ouvir. O que está acontecendo?"
Chase bate a mão contra o volante uma e outra vez até que entra no trânsito e pisa no acelerador. “Eu não posso segui-la sem que ela reconheça um dos carros -- ela conhece todos os meus associados e eu honestamente não confio no que ela está fazendo. Se eu disser a algum dos caras..." Chase para de falar. “Meu trabalho é protegê-la, mesmo que isso signifique protegê-la de si mesma, mas estou voando às cegas. Mil não me fala nada. E esta manhã, foi a primeira vez que pareceu ter medo, como se tivesse ido muito longe. E não sei o que diabos fazer."
Respiro fundo, deixando as palavras se assentarem. Ele sabe que Sergio já suspeita? Ele sabe que está sendo vigiado tanto quanto a sua própria esposa?
Tenho uma escolha a fazer.
Confiar em Chase.
Mas posso confiar nele para fazer a coisa certa quando o amor da sua vida estiver na balança?
“Posso fazer uma pergunta?" Eu olho pela janela para lhe dar a ideia de que não estou estudando sua linguagem corporal quando ele responder. Gostaria de pensar em mim como um bom detector de mentiras humanas, Sergio ensinou-me bem, muito bem. Entre isso e a linguagem gestual, às vezes eu sinto que ele me ensinou muito cedo -- porque quando você vê as pessoas que você ama fugindo -- mentindo na sua cara -- é quando as coisas ficam reais e eu odeio receber essas mentiras mais do que eu posso contar.
“Claro, isso é tudo o que você tem feito durante todo esse tempo de qualquer forma." Ele parece aborrecido quando ele segue com o carro através dos portões abertos do campus. “Você vai perguntar ou apenas olhar para as árvores e sonhar acordado com uma garota que está atualmente em um carro com outro cara?"
“Lembre-me de encontrar outra pessoa para conversar no futuro," resmungo, então me sento para frente, dobrando minhas mãos quando ele entra em uma vaga do estacionamento e desliga o motor. “Se você tivesse que escolher entre Mil e o resto de sua família -- que escolha você faria?"
As mãos de Chase congelam ao redor do volante enquanto sua respiração diminui e então ele vira e trava os olhos comigo, este não é meu amigo olhando para mim, quase posso ver o que as pessoas veem quando Chase -- o assassino -- olha pela mira de sua arma.
Não o quero como meu inimigo.
Ele pode não me dar uma escolha.
Maldita Mil.
“Eu fui criado para proteger uma coisa e uma única coisa." Os olhos de Chase se estreitam. “Sangue."
Eu assinto. “Essa não é uma resposta."
“Então reze a Deus, que nunca nos encontremos nesse tipo de situação," ele murmura baixinho em sua garganta, então volta a atenção para o volante. “Você não tem aula de química? Sabe, eu pensei que com todo o treinamento que Sergio fez com você, seria um mentiroso melhor."
“Só precisava tirá-lo da casa antes que Nixon suspeitasse de qualquer coisa," digo, falando honestamente.
Chase puxa sua atenção para mim. “O que diabos isso significa?"
“Exatamente o que soou." Encolho os ombros. “Você está vivendo sob seu telhado enquanto constrói sua casa dos sonhos, vive ao lado dele por tempo suficiente e ele fica... confortável, então ele ignora as coisas simples, como a maneira que você olha para Mil quando você nem sabe quem ela é mais, como o simples fato de você não compartilhar uma cama com sua própria esposa em mais de duas semanas."
Chase puxa uma respiração.
“Eu devo continuar falando?"
“É como se eu tivesse um maldito espião na minha casa." Ele geme. “E não é por falta de tentativas, estamos dormindo em camas separadas. No começo, ela disse que não queria me acordar..." Sua voz seca. “Duas noites atrás, eu a vi lavar sangue de suas mãos, ela não conseguiu sair rápido o suficiente. Seus olhos estavam assombrados. Perguntei-lhe se era dela ou de outra pessoa... mas isso realmente importa?" Ele resmunga. “Sangue, tudo é vermelho. Tudo deve ficar dentro do corpo." Ele morde os lábios e bate sua mão no volante. “Eu não desejaria isso nem ao meu pior inimigo."
“Isso?" Eu repito.
Chase coloca o carro no sentido inverso e acena com a cabeça em direção a minha porta para sair do jeito que estou acostumado.
“Isso," ele diz uma vez que eu abro minha porta. “Ver alguém que você ama desaparecer lentamente e um estranho tomar o seu lugar. A máfia nunca prometeu ser justa... eu simplesmente não percebi que seria tão cruel, não depois de tudo o que já passamos."
“Pode não ser nada," falo rapidamente. “Quero dizer, é de Mil que estamos falando."
“Sangue dentro, não fora, Dante." Sua voz baixou. “Uma vez um De Lange, sempre um De Lange."
“Mas Phoenix..."
“Não hesitaria em matar sua própria irmã se soubesse que ela está fazendo algo contra as Famílias. Nem Tex. Nixon. Frank -- você não entendeu ainda? O sangue vence. Todo o tempo, porra."
Ele acelera para fora do estacionamento justo no momento em que vejo El e Chris andando de mãos dadas em direção ao edifício de negócios.
E tenho que me perguntar. Se alguém me pedisse para matá-la para provar minha lealdade. Se minha própria família me pedisse para acabar com ela para nos proteger.
Eu faria isso?
O pensamento me assombra enquanto vou para a aula.
CAPÍTULO 32
El
Chris tem mãos quentes.
E ele fala -- muito.
Mas estou realmente agradecida por falar com ele, especialmente quando posso sentir os olhos de Dante em mim, assistindo, calculando.
Ainda posso sentir seus braços ao redor do meu corpo, o calor do seu toque e o quase beijo que nunca deveria ter acontecido em primeiro lugar.
Ele é perigoso.
Ruim para mim.
Ele não é seguro.
Ele está certo sobre tudo. É por isso que estou segurando essa mão quente e sorrindo quando preciso, e às vezes me inclino quando é socialmente aceitável aproximar-me um pouco.
“Você não ouviu nada, que eu acabei de dizer a você?" Chris sorri, interrompendo-me bem na frente do edifício.
Meus olhos se arregalam. “Claro que sim, desculpe-me, foi uma noite longa."
Nos braços de outra pessoa.
Meus lençóis cheiravam a ele.
Oh, Deus, que tipo de tortura é essa?
Forço meu sorriso novamente.
Chris suspira. “Eu gosto de você, sabe disso, certo?"
Assinto com uma inclinação fraca.
Ele sorri, é um sorriso bom, e isso me faz sentir cruel por usá-lo de uma maneira que ele não merece.
“Ei," Chris inclina meu queixo em sua direção, ele é bem bonito, não está perto do nível de magnetismo sexual de Dante, mas ele é bonito em todos os lugares certos. Ele é como um modelo que você veria em uma revista da Harvard.
Então, por que eu quero o maldito cara tatuado que, por todos os meios, deveria estar na prisão?
“Olhe para mim," Chris fala suavemente. “Eu sei que não sou como eles..." Ele se detém antes de continuar. “Mas ainda posso protegê-la. Posso lhe dar o que você precisa, mas você tem que me dar uma chance."
Assinto com a cabeça de novo.
“Prometa-me que você vai me dar uma chance, El. Não posso lutar contra uma batalha que já perdi. Deixe-me levá-la para sair da próxima vez que eu voltar a cidade, está bem?"
Mordo meus lábios. “Tudo bem."
Seu rosto se ilumina com um sorriso brilhante. “Ótimo."
Antes que pudesse detê-lo, Chris dá um beijo casto nos meus lábios, ele tem gosto de café e menta.
Eu não hesito e nem recuo...
Mas isso me fez sentir de alguma forma -- suja.
Que sou mais uma vez um peão em um jogo que nunca pedi para fazer parte, sendo vendida para um lado que não tenho certeza se está lutando.
Ele beija minha cabeça e em seguida vai embora.
Não entro no edifício.
Eu espero.
Pelo inevitável.
E um minuto depois, Dante está ao meu lado.
Caminhamos lado a lado pelo edifício.
Pode haver um abismo de palavras que nos separa.
E, no entanto, nenhum de nós alcança e constrói uma ponte, ao tomar as palavras e formar sentenças.
Algo precisa ser dito.
O momento está perdido.
As portas foram fechadas.
E me sinto mais doente nesse momento enquanto ouço meu professor, do que com Xavier.
E não tenho ideia do por que.
Nem tive a chance de fazer isso.
Andrei chega alguns minutos depois, fixa os olhos em mim e se senta ao meu lado.
Eu me retorço um pouco, mas tento ignorá-lo.
“Eu preciso falar com Dante," ele diz em voz baixa.
“Então vá atrás dele e fale," digo com cuidado para não olhar para ele.
“Você é mais bonita de olhar." Posso ouvir o sorriso malicioso em seu tom, enquanto ele se inclina mais perto de mim, o calor do seu corpo tenta penetrar no meu escudo. “Além disso, acho que outro teste está para acontecer -- sei que posso confiar nele -- mas posso confiar em você?"
Franzo o cenho. “Eu só estou tentando ir à universidade -- e reconstruir minha vida."
“Você teve uma vida. Uma boa vida," ele fala simplesmente. “Xavier te deu tudo, você queria mais e ele espalhou suas pernas todas as noites e lhe deu mais. Não seja uma cadela ingrata."
Bile sobe na minha garganta. Recuso-me a olhar para ele. Andrei não entenderia. Ele não valoriza as mulheres.
Apenas dinheiro.
E ele mesmo.
“Dê-lhe isso. Não leia. Eu saberei se você o fizer." Ele desliza uma nota na minha mesa e volta a sua atenção ao professor.
Pego a nota e empurro na minha mochila.
Quando a aula termia, eu me afasto e saio em busca de Dante.
Não demoro em encontrá-lo -- lá fora.
Encurralado em um canto com uma garota que não conheço.
Sorrindo para ela como se estivessem familiarizados.
O ciúme me atravessa enquanto eu ando até ele.
O seu sorriso diminui quando ele me vê.
Dante se afasta da menina sem dizer nada e me encontra a meio caminho, puxando-me para os seus braços. “O que aconteceu?"
“Aqui." Com as mãos apertadas dou-lhe a nota e tento segurar as minhas emoções. É demais, estar em seus braços, vendo a preocupação em seu rosto.
Ele pega a nota e a lê. Surge um sorriso no seu rosto. “Você leu isso?"
“Ele disse que eu não podia."
Dante exala. “Boa garota."
“Não diga boa garota, é degradante." Eu me afasto dele.
Dante não me deixa chegar longe, apenas agarra minha mão. “Vamos para nossa próxima aula."
Nós passamos por Andrei, que inclina a cabeça em nossa direção como se eu tivesse passado em algum teste importante.
Uma vez que estamos fora do alcance de ser ouvidos e a caminho para o próximo edifício, eu sussurro. “O que a nota diz?"
“Se ela parecer ter medo em vez de ciúmes, você tem que matá-la..."
Paro de andar. “Espere, o quê?"
“A namorada de Andrei." Ele dá de ombros. “A garota com quem eu estava falando?!"
Meu peito sobe e desce. “Foi um teste?"
“Aparentemente." Dante tira a palavra. “Mas você passou."
“Eu podia ter sido morta!"
Dante me empurra contra a parede com o seu corpo e puxa minha orelha com os dentes. “Você não pode reagir aqui, não assim, El. Não é seguro, ok? Ponha para fora no carro ou quando chegarmos em casa." Casa. Gosto como isso soa em seus lábios. “Mas não aqui, aqui está a realeza italiana, tudo bem? Você está comigo, sob a minha proteção, e na minha Família." Por algum motivo, meus olhos começam a nublar. “Não vou deixar que nada aconteça com você, mas isso também significa que você precisa ter cuidado com a forma como reage, e quando você reage, não banque a heroína." Ele olha para longe.
“Se eu tivesse lido a nota," finalmente olho para ele. “Você me mataria?"
“Sim." Dante não hesita.
Fico muito chocada para dizer qualquer coisa. Eu quero bater nele por ser uma pessoa tão horrível enquanto ao mesmo tempo, quero abraçá-lo por ser honesto. O que diabos há de errado comigo?
“Deixe-me terminar, antes de começar a tramar minha morte." Ele me puxa para perto novamente, provavelmente para que ninguém possa ver ou nos ouvir enquanto andamos para a aula. E então, sua bochecha áspera esfrega contra a minha quando ele murmura baixo em sua garganta. “Se eu não atirasse em você -- eles iriam atirar em nós dois e provavelmente te torturar, te devolveriam para a vida da qual você fugiu. Você continua se esquecendo -- eles querem você morta ou que volte. Então, sim, eu prefiro matá-la a vê-la com eles, pois eles a enviariam de volta aos poços do inferno sem maneira de trazê-la de volta. E eu acho que você preferiria dessa maneira -- porque ouvi seus gritos à noite, segurei seu corpo enquanto você se contorcia tentando tirar a memória. Eu conheço você. Você prefere a morte. Estou errado?"
Estou respirando tão pesado que pensei que sufocaria. Eu só posso respirar, “Você não está."
Antes, de basicamente, desabar em seus braços.
“Inspire e, expire." Ele esfrega minhas costas. “Devemos chegar à aula, há apenas mais uma antes de irmos para casa, tudo bem?"
Assinto com a cabeça e o deixo envolver o braço ao meu redor enquanto andamos.
Pelo menos nós estamos falando agora.
Pelo menos estamos nos tocando.
Ele não fala sobre o beijo.
Então, novamente, é difícil trazer o assunto de algo tão insignificante -- quando sua vida está na balança.
Meu coração dispara com o conhecimento de quão bem ele me conhece.
Ao mesmo tempo em que se rompe com um fato frio e difícil.
Eu nunca serei dele.
CAPÍTULO 33
Dante
Eu jurei que não pensaria sobre o beijo que eles compartilharam. Prometi a mim mesmo que eu me concentraria no meu trabalho. Identidade, foco no sangue.
Não El.
Mas quanto mais eu digo a mim mesmo, mais ela vem em minha mente, especialmente depois do golpe que Andrei deu hoje. Eu nunca estive tão agradecido pelo ciúme em toda a minha vida.
Sei por que ele quer El com eles ou morta.
Ele estava supondo que Xavier lhe contou coisas quando tudo o que ele fazia era usá-la para sexo.
Só o pensamento das mãos de alguém sobre ela.
Aperto meus dentes quando ela entra na cozinha para jantar, olhando para o telefone.
Sorridente.
Que diabos esse cara enviou? Vídeos de gatos? Nudes? Na minha vida nunca fui tão tentado de pedir ao meu cunhado um favor.
Hackear seu telefone.
Mas sei que isso não ajudaria.
Eu apenas iria me torturar com todas as brincadeiras intimas e todos os cumprimentos e planos para o futuro.
Um futuro que eu não faria parte.
“Você está sorrindo," Frank aponta da ponta da mesa, ele mora sozinho, por isso não é raro para ele compartilhar o jantar com a gente várias vezes por semana.
O que é raro é que Mil esteja realmente sentada a mesa.
Ela olha para mim e depois para as batatas na frente dela.
Tudo bem então.
“Dante," Nixon pega uma garrafa de vinho e coloca sobre a mesa. “Sergio e Phoenix estão a caminho -- mais treinamento, então só coma o que você não se importaria de vomitar depois."
Nixon. Sempre é encorajador.
“Fechado." Eu puxo uma cadeira.
El senta em frente a mim, logo ao lado de Mil.
Chase senta na minha direita.
Eu engulo.
Isso é estranho.
Trace está tentando alimentar a bebê enquanto Nixon ajuda.
Eles estão distraídos.
E nesse momento, tudo faz sentido.
Como Mil supôs que ela poderia voar sob o radar na casa de outro chefe.
Ele está distraído.
Desarmado.
Não fico tão abalado quando a realidade da situação me atinge.
Tudo o que ela está fazendo ou não fazendo.
Ela está contando que Chase a proteja e que Nixon a ignore.
Eu sou o trunfo deles.
Então, fiz o que alguém faria na minha posição.
Fodi com a cabeça dela.
“Mil," encho um copo de vinho. “Você parece cansada. Ela não parece cansada Chase?"
Chase fica perto de mim. Sou leal a ele. Mas leal ao meu sangue primeiro, meu legado, meu pai morto.
E se ela está fazendo qualquer coisa para pôr em perigo minha vingança contra qualquer inimigo que tentar levar minha irmã para longe, eu acabaria com ela.
“Muitas noites atrasadas, hein Chase?" Ela pisca para Chase.
Ele fica imóvel como uma estátua, então lhe dá um olhar completamente desgostoso.
Ela fica pálida.
E eu sei... ela quebrou uma coisa muito forte entre eles. Está frágil agora.
Em um mundo cheio de mentiras e destruição.
Às vezes, tudo que você precisa é uma pessoa para ajudá-lo a ver a luz.
Mas o que acontece quando eles sucumbem à escuridão?
“Eu não saberia," Chase finalmente diz, encontrando seu olhar chateado.
Trace finalmente olha para nós como se notasse a tensão em torno da mesa. “O que está acontecendo?"
“Eu não tenho certeza." Eu olho para Mil. “Mas, vou descobrir. A verdade sempre ganha -- especialmente quando você é um mentiroso muito ruim." A acusação sai antes que eu possa detê-la.
O peito de Chase se expande.
Eu fiz o trabalho que ele não queria.
Ele me agradeceria mais tarde.
Depois de tentar me matar.
Os olhos de Mil se estreitam.
E sei o que ela está pensando.
Amigo ou inimigo.
Eu sorri, não é intencional como um sorriso amigável, mas como alguém que promete dor se ela tocar alguma coisa ou alguém que eu amo.
Eu desafiaria a chefe De Lange se fosse assim. E ganharia. Porque não tenho nada a perder.
E ela tem.
Frank se afasta em seu assento, seus olhos pegando tudo. Silenciosamente. Ele faz as coisas quietamente. E sei que ele está assistindo a cena com interesse, o próprio fato de que a coloquei em uma posição ruim na frente de dois dos chefes não estava perdido para ele.
O olhar de Mil é gelado.
Nunca tinha visto alguém ficar assim na frente dos meus olhos.
Mas eu vi isso nela, vi o medo, a culpa e, finalmente, a vergonha quando ela olha de volta ao seu copo de vinho e bebe tudo de uma vez.
Volto minha atenção para El, seu rosto está triste.
Quando ela nota as peças quebradas entre Chase e Mil e não sabe como consertá-las.
Ela chega à mesma conclusão que já fiz há alguns minutos atrás.
Às vezes você não conserta o que foi quebrado.
Especialmente quando não é o amor que se quebra. Mas sim a confiança.
“Perdi meu apetite." Eu me viro para ir embora.
Chase pega meu braço, agarra-o tão forte que sei que ele poderia quebrar algo se quisesse.
Em vez disso, ele apenas assente uma vez.
E essa é a minha resposta.
Seu agradecimento.
Enquanto sua esposa assiste.
O sangue sempre ganha.
E por causa de suas escolhas.
Ela apenas coloca um alvo ainda maior em suas costas.
Eu não hesitarei em atirar.
Então, Chase não precisaria.
CAPÍTULO 34
Dante
Outro dia de merda na Eagle Elite.
Depois de deixar Chase me dar socos repetidamente, ele agradeceu por eu ter exposto Mil, mas com o agradecimento veio o estresse, o que significa que virei o saco para ele bater.
Suspiro e olho ao redor procurando El.
Deveria sentir-me culpado por ela estar sentada sozinha, e as pessoas estão sussurrando como sempre.
Mas tenho um trabalho a fazer -- e esse trabalho não inclui segurar a sua mão certificando-me que os adolescentes não serão ruins para ela. Eu suspiro com desgosto e jogo uma batata-frita de volta no meu prato.
Andrei aproxima-se como se eu soubesse o que ele quer -- foi ele que me convidou para comer com eles.
O silêncio segue.
Está ficando irritante a forma como as pessoas o olha como se ele fosse Deus, quando eu sei mais, que ele é exatamente o oposto de qualquer um ou qualquer coisa que você deseje adorar.
Quase posso sentir a tensão pingando da atmosfera quando ele calmamente senta na minha frente e cruza as mãos no banco de piquenique.
Tenho uma hora antes da minha próxima aula.
E estou gastando isso tentando comer comida ruim e não olhar para El enquanto ela lê um livro debaixo da árvore.
“Ainda tão bonita." Andrei assente em sua direção. “Pena que outro a tem usado também, surpreendeu-me você ainda beijá-la sabendo onde a boca dela esteve."
Mantenho minha cara indiferente quando meu coração bate desafiando suas palavras, como se estivesse se ofendendo mesmo que não fosse necessário. Maldita seja, essa boca é minha.
Com um encolher de ombros, pego outra porcaria e empurro-a na minha boca.
“Ela é pior do que uma prostituta russa”, ele diz em voz baixa. “Na próxima vez que você a levar, saiba que vamos aproveitar dela em todos os sentidos. É nosso direito. Além disso..." Ele fica de pé e pisca. “Ela não tem um nome para protegê-la, não que seja surpreendente. Nenhum italiano seria corajoso o suficiente para tomá-la, hein? Quanto tempo passou? Alguns dias?"
Sua voz aumenta.
El está a poucos metros de mim.
Lágrimas enchem seus olhos e ela olha de volta para o livro.
“O que faz você pensar que eu não a tenho?" Eu falo calmamente. “Não presuma que não espalhei suas pernas para o meu próprio prazer e ri do jeito que ela gritou meu nome como se ninguém jamais a fizera se sentir desse jeito antes. Xavier devia ter um pau muito pequeno... Ela é tão apertada que quase desmaiei. Provavelmente é bom Xavier estar morto, ou eu o mataria por ser um parceiro sexual de merda."
“Olha," O rosto de Andrei abre um sorriso. “Ele pode ter sido um idiota, mas ele era nosso idiota."
“E agora ele é um idiota morto." Acrescento com um sorriso malicioso.
“Não consigo decidir se devo confiar em você ou simplesmente matar você."
“Você está fazendo a pergunta errada, Andrei."
“Estou?"
“O único que você pode confiar neste negócio é no dinheiro e no sangue. Você não precisa confiar nas pessoas. Confie na ganância que você vê nos meus olhos, confie no sangue que derramei por você. Fim da história."
Andrei assente lentamente. “Em breve." Ele bate na mesa e começa a andar atrás de mim.
“Nós temos algumas pontas soltas e então você terá todo o dinheiro que pode querer -- e o suficiente de sangue para derramar para abafar a sua sede, Dante."
Olho para cima e para baixo com uma expressão entediada e falo. “Isso é duvidoso."
Ele joga a cabeça para trás e ri. “Sim, eu gosto de você."
Quando ele está a poucos metros de mim, com suas costas viradas, imagino apontar uma arma para a cabeça dele e disparar o gatilho pelo menos uma dúzia de vezes.
Se eu não precisasse de informações sobre Andrei, seus contatos, e o que diabos ele está fazendo na universidade além de arruinar a vida de merda da El -- ele estaria morto.
Lentamente, aproximo-me de El, lançando uma sombra sobre sua forma. Ela vira a página, esfrega o nariz como se estivesse concentrada quando nós dois sabemos que ela provavelmente ouviu toda parte feia sobre a conversa
“Eu devo agradecer?" Ela não olha para cima.
“Não."
“Não estava planejando nada sobre isso."
Sento-me ao lado dela, nossas coxas encostadas. Ela respira fundo e inclina a cabeça para trás contra o tronco da árvore. “Ele vai matar você."
“Não se eu o matar primeiro."
“Isso é uma aposta. Eles estão colocando você em uma posição ruim -- os chefes, se isso ir mal, se você não for mais útil --"
“É aí que você está errada El -- sempre serei útil para homens como Andrei porque eles não podem ver além da própria arrogância. Eu sou apenas perigoso o suficiente para ele querer-me do seu lado, tenho todos os direitos, conexões, e há uma satisfação doentia que ele pensa que eu nunca atravessaria minha própria família apenas para construir um nome para mim. Não, ele não disparará primeiro, porque ele se vê em mim, e você não atira em si mesmo em uma guerra, você atira no inimigo. Minha bala será alojada em sua cabeça, é apenas uma questão de tempo."
Ela estremece e fecha seu livro. “Espero que você esteja certo."
“Por quê?" Viro-me para ela. “Você sentirá minha falta?"
Ela revira os olhos. “Deve ser legal, afundar entre as minhas coxas, hein Dante?"
Fico de pé e ofereço a minha mão. “Eu não sei por que você as mantém tão apertadas, porra. Estou surpreso em como você pode até colocar calça sem dificuldade."
Ela franze o cenho e afasta-se de mim. “Obrigada... por fazê-lo pensar que também sou sua prostituta."
Envolvo um braço ao seu redor. “É para manter você a salvo."
“Eu sei." Sua voz é abafada contra meu peito enquanto eu ando para longe da multidão de pessoas e em direção ao edifício de escritórios. “Eu só... Isso me faz sentir -- suja de novo."
Paro de andar, largo o livro no chão e a mochila, depois pego-a entre as minhas mãos, minha boca encontra a dela em um beijo abrasador enquanto minha língua desliza por suas defesas, minhas mãos mergulham em seus lustrosos cabelos, quando ela ofega, diminuo o ritmo do beijo até que eu apenas a prove.
Com um suspiro eu me afasto, beijo sua testa, pego sua mochila e o livro e depois a mão dela.
Continuamos andando.
“O quê?" Sua voz é rouca. “Para o que foi aquilo?"
“Isso foi um beijo, El."
“Eu sei o que foi Dante, perguntei por quê?"
“Um lembrete." Dou de ombros.
“Sobre?"
“A pureza dos beijos, a simplicidade de se beijar apenas por beijar, porque é bom, porque às vezes o sexo é apenas fodido e sem emoção, mas quando você beija, caramba, quando você beija sente tudo, não é? Você sente isso em todos os lugares, o beijo te consome mais do que qualquer ato sexual que você fará. As pessoas realmente não se lembram da sua primeira experiência sexual, mas seu primeiro beijo? Você vai lembrá-lo até o dia da sua morte. Somente dei-lhe algo feliz para que você possa substituir o feio. Às vezes, beijar é a única maneira de dar a inocência de volta que foi tomada."
Eu paro de andar. “Agora, El. Você pode me agradecer."
Ela suspira e então sussurra: “Obrigada."
Foi inesperado.
A sensação no meu peito que me diz que o beijo não foi apenas para ela.
Mas para mim também.
Meu beijo foi abnegado e depois de dois segundos em seus braços, rapidamente tornou-se egoísta.
Porque eu quero mais.
E uma parte de mim está enojada com todo pensamento que é dirigido para a garota que eu devo ficar longe -- para proteger.
Ela nunca será minha.
Mas por alguns minutos.
Quando nossos lábios se uniram.
Eu era dela.
CAPÍTULO 35
El
Sergio e Phoenix não se juntaram a nós para o jantar, eles ignoraram todo o vinho e comida -- muito incomum para qualquer italiano, e foram buscar Dante.
E pela segunda noite seguida, Chase não se move do seu lugar, nem seus olhos deixam os de Mil.
Parece que ela está tentando depois da noite anterior, não que isso importe, as coisas já estão -- quebradas.
Estou com muito medo de perguntar se ele está bem na frente dela. Parece que algo já estava quebrando, mudando, e de repente, a casa não é tão segura quanto antes.
Não pelo modo como Frank observa a Mil.
Ou a maneira como Chase observa Frank.
Nixon não percebe, mas ele tem uma filha de seis meses em seus braços.
Trace, no entanto, continua olhando para todos.
Mil finalmente se levantam e olha para Chase. “Quer ir assistir um filme?"
“É um código para o sexo?" Chase tenta provocar.
Um pequeno sorriso vem nos seus lábios. “Provavelmente."
Estão fingindo.
Todos sabem disso, a não ser eles mesmos.
Ele a segue.
Abaixo-me em alívio.
Até que Nixon fala. “Lidarei com isso."
Com meus olhos arregalados eu espero que Frank fale alguma coisa. Em vez disso, ele encosta-se na cadeira e agarra o jornal. “Desfrute da sua filha enquanto ela é jovem," ele suspira. “Dante já está nisso."
Nixon congela. “O inferno que ele..."
“Deixe-o." Trace toca o rosto de Nixon. “Por favor, apenas... Deixe alguém tirar sangue uma vez, ok?"
Seu corpo é rígido, seus olhos estão irritados quando ele toca sua testa com a de Trace e assente. “Tudo bem."
Fico de pé e começo a limpar os pratos quando a mão de Nixon dispara e agarra meu braço, puxando-me de volta no meu assento.
Abaixo os pratos e espero o que ele deseja dizer. É sempre difícil olhar diretamente para ele, Nixon é cruel, perigoso, ele é justamente como Dante, sei do sangue que ele tem em suas mãos.
Nixon Abandonato é um pesadelo em carne e osso.
“Como estão as coisas com Chris?" Ele pergunta casualmente cavando em sua comida.
Suspiro em alívio. “Hum, bem, estão boas."
“Você acha que se sentirá segura com ele?"
Eu hesito.
Não sei por quê.
“Segurança." Repito a palavra feia. "É apenas uma história de fantasia para contar para seus filhos, uma história para ajudar eles a dormirem melhor à noite. Algum de nós está seguro?"
“Não." Nixon sorri para mim, encurralando-me em silêncio com sua beleza. “Eu perguntei-me quanto tempo levaria para você descobrir isso."
“O quê?"
“Apenas pense nisso." Ele assente. “Você pode ir agora, mas deixe a louça para Chase, é a vez dele."
Não consigo sair da sala de jantar rápido o suficiente.
Minha rotina normal é lição de casa e a TV no meu quarto.
Afastando-me do mundo.
Longe de Dante.
E agora, deixo a porta do banheiro aberta, agora estou no seu mundo, como uma parte dele.
Sinto-me errada em trancar-me no meu quarto como uma prisão.
Talvez fosse isso que eu estava fazendo o tempo todo.
Eles me levaram para uma casa.
E a transformei em uma cela porque tinha medo.
Eu ainda estou com medo.
Mas não das mesmas coisas que tive medo antes.
Eu costumava ter medo da maneira como os homens me olhavam.
Agora?
Agora estou com medo do dia em que certo homem me observe com esses olhos azuis cristalinos -- quando eu descer o corredor para os braços de outro.
Minhas pernas me levam para a sala de treinamento onde Dante normalmente chuta alguma bunda ou tem a bunda dele chutada.
O som da luta enche a sala.
O cheiro de suor.
Sangue.
Algumas semanas atrás, eu teria gritado.
E agora, estou curiosa.
O que Dante fez comigo?
Dou um passo para dentro e assisto.
Dante não está usando camisa.
Nem Phoenix e nem Sergio.
Deve ser ilegal ver esses músculos nus num espaço tão pequeno.
Eu estremeço quando Dante pula para Phoenix.
“Pare." Ele levanta as mãos. “Lembre-se que seu objetivo é fugir, não atacar, é completamente oposto do que você sabe, mas é o que o Krav Maga é. Agora, incline-se com sua mão direita, você não pode simplesmente olhar com tanta força, você apenas enfiará seus dedos nos globos oculares e picará como se fossem espetos ou acabará com socos em vez de socar."
“Adoro quando ele diz socar," Dante diz em voz baixa para a diversão de Sergio que observa à margem.
Sorrio com ele.
Todos os olhos se viram para mim.
Levanto as mãos. “Desculpa, eu estava apenas... Assistindo."
“Aposto que você estava." Dante sorri.
Reviro meus olhos.
Sergio assente com a cabeça para mim. “Entre, assista Dante ser chutado, é um ótimo entretenimento."
Dante o afasta.
Eu ando até o lado de Sergio quando Phoenix se aproxima de Dante novamente, ele é mais magro do que Dante, mas possui muita força.
Dante evita um dos socos de Phoenix, alcança-o com a mão direita e para logo antes do dedo indicador atingir o olho dele.
“Bom," Sergio diz com aprovação. “Novamente."
Eles fazem o mesmo movimento cerca de mais uma dúzia de vezes antes de Dante juntar-se a mim e Sergio ir para o seu lugar.
“Você é bom nisso," falo com calma.
Dante joga a cabeça para trás e ri. “É mais cérebro do que músculo, e é difícil dizer ao meu corpo para acelerar os movimentos mais rápidos quando eu apenas quero puxar minha arma e atirar em alguém."
Eu faço uma careta. “Então, por que aprender?"
“Porque isso me torna letal," ele fala sério. “E porque Phoenix é o melhor, ele ensinou Trace como lutar, sabia disso?"
Sinto o meu rosto iluminar. “Mesmo?"
“Sim." Dante olha minha boca e então desvia o olhar. “Então ela não teria medo."
“Eu nunca disse que não posso lutar."
“Ah, mas você pode lutar bem?"
Dou de ombros. “Quer um desafio, Nicolasi?"
“Você vai deixá-la falar merda com você, Dante?" Phoenix provoca.
“Talvez eu goste de falar..." Ele suga o lábio inferior e segue com um dos sorrisos mais sexy que eu já vi na minha vida inteira.
Phoenix bate no seu ombro. “Sim, acho que isso significa que vamos partir, não esqueça do que falamos, Dante."
Sergio não se move.
Phoenix esfrega o queixo com a mão. “Você virá, Serg?"
“Não tenho certeza." Sergio cruza os braços. “Quero dizer, quantas vezes você foi um idiota para sua irmã? Interrompendo coisas que não era da sua conta... Aumentando o inferno." Ele ri quando Dante o olha pronto para matá-lo com um canivete.
“Sim, sim, eu vou, mas você me deve, Dante."
“Faça uma lista," Dante responde.
Sergio e Phoenix riem e fecham a porta atrás deles.
Enriquecendo o nosso silêncio tenso.
Dante fixa-me com outro olhar embriagado antes dele mexer no queixo. “Regra número um, sem camisas no ringue."
Minhas sobrancelhas levantam. “Mesmo para as meninas?"
Sua voz diminui quando ele pega um pedaço do material de algodão entre os dedos e puxa.
“Especialmente para as meninas."
“Como eu sei que você está dizendo a verdade? Quero dizer essas regras, estão escritas em algum lugar?"
Ele bate na cabeça com um dedo. “Trancadas aqui, além disso, por que eu mentiria para você?"
“Sim, por quê?" Empurro a camisa sobre minha cabeça antes de ficar mais nervosa. Pelo menos estou usando um sutiã preto esportivo, mas ainda deixo pouco à imaginação graças a Victoria's Secret e à sua nova linha esportiva.
O olhar de Dante me engole inteira, como se estivesse me degustando, tomando.
“Mais regras?" Coloco as mãos nos meus quadris.
“Apenas uma." Ele se aproxima até que estamos quase colados, posso sentir o seu cheiro e tenho um desejo repentino de correr as mãos pelo seu peito e vê-las deslizando contra sua pele lisa. “Não há mentiras no ringue. Você deve confiar no seu parceiro de luta."
Mantenho minha expressão contida quando concordo com um rápido. “Ok."
“Tudo bem." Ele está de volta ao modo de luta. “Mostre-me o que você sab..."
Soco a sua mandíbula, ele tropeça para trás quando meu golpe marca sua pele.
Sua expressão atordoada vale a pena enquanto eu ataco novamente, desta vez dou um chute em seu estômago antes que ele possa perguntar quem me ensinou a lutar.
“Que diabos?" Dante murmura e vem em minha direção.
Ah merda.
Bloqueio seus dois socos antes dele acertar um em meu estômago, eu me curvo contra ele e tento jogá-lo sobre meu ombro.
Mas ele é muito grande.
Muito pesado.
Bom demais.
Ele ri.
Na verdade, ri na minha orelha, como se eu estivesse fazendo cócegas nele.
Liberto-me e tento acertá-lo novamente, desta vez ele pega minha mão direita, a esquerda também e quando tento dar um chute, ele agarra meu tornozelo e empurra torcendo-me no ar até que caio de lado.
“Você precisa saber exatamente três formas diferentes de surpreender seu agressor o suficiente para fugir." Ele ajoelha-se do meu lado e sorrio. “Mas você está enferrujada."
“Ai." Esfrego meu estômago.
Ele não pede desculpa.
Eu teria ficado chateada se o fizesse.
“Quem te ensinou a lutar?"
Dou de ombros. “Talvez eu seja autodidata."
“Besteira."
Suspiro. “E... Isso importa?"
Ele examina meu estômago correndo suas mãos para baixo, onde eu sei que me machucaria. “É importante para mim."
“Papai." Minha garganta seca. “Meu avô era um boxeador que amava um pouco de Jiu Jitsu. Ele ensinou-me antes de... Tudo."
“Você lutou contra eles?" Raiva sai em seu tom. “Você tentou matá-los antes deles a levarem?"
“Sim." Engulo. “E também o meu pai. Ele morreu tentando me salvar... Eu não sabia disso na época, mas ele ajudou a ganhar muitas lutas para muitos Petrovs. Ele não era o que eu chamaria de bom homem, mas eu o amava." Pisco algumas lágrimas.
“Você não ama as coisas, porque são realmente boas, às vezes você simplesmente ama as pessoas por quem elas são -- e onde elas estão. Você não tem que amar as ações, você pode amar a pessoa, apesar do que elas fazem."
“Eu o amava, apesar do que ele fez." Deixo de lado a parte em que, sempre que vejo seu rosto, penso nos meus pais mortos também.
“Você o culpa por ser pega pelos Petrovs? Vendida a Xavier para seu próprio prazer?"
“Vinte perguntas, hein?" Falo nervosamente.
“Não é como se tivéssemos muito tempo, El."
Isso me deixa mais triste, faz com que as lágrimas preencham meus olhos mais rapidamente do que a morte do meu próprio pai. “Isso me fez odiá-los. Mas nunca culpei meu pai por não poder me manter segura -- porque gosto de pensar que, de alguma forma, sua memória é o que ajudou a me manter viva."
“Às vezes, as memórias são tudo o que temos." Dante segura meu rosto.
“Sim." Eu engulo.
Ele inclina-se para perto.
Eu não deveria tê-lo encontrado no meio caminho.
E quando nossos lábios estão separados.
Ele para.
“El."
“Sim."
“Faça dessa uma memória uma boa."
Dante esmaga sua boca na minha.
E a primeira lágrima de muitas que eu choraria sobre Dante Nicolasi, cai.
CAPÍTULO 36
Dante
Cada vez que eu a beijei em minha mente, foi frenético, apressado com uma paixão mal reprimida.
Mas agora que é uma realidade, agora que meus lábios estão saboreando os dela, agora que nossas bocas estão fechadas com palavras que nunca confiamos no mundo que nos rodeia para ouvir -- eu sei. Prefiro morrer a apressar cada beijo.
Deixo-me dar-lhe isso.
Pego sua bunda e levanto-a no meu colo, ela inclina-se de joelhos sobre o meu corpo contra o tapete sujo enquanto mergulho meus dedos em seus cabelos sedosos torcendo apenas com força suficiente para ter acesso a sua garganta.
El solta um gemido enquanto aperta meus ombros movendo seu corpo lentamente contra o meu de todos os modos que sonhei desde a primeira vez que nos beijamos.
Desde a primeira vez que trocamos olhares.
Desde a primeira vez que ela me deixou ver sua dor.
E eu a deixei ver a minha.
Você sabe que encontrou algo inegável quando pode mostrar a garota o monstro que você é, e ao invés de fugir, ela corre para ele e segura sua mão.
Eu era o que ela odiava.
Aquilo que representava a morte.
E ainda assim ela devolve cada beijo com mais pressão, e quando minha língua desliza na sua boca, ela chora contra mim como se estivesse esperando por toda a sua vida pelo o meu gosto.
Imploro com meu corpo -- lembre-se disso.
Nunca se esqueça.
Porque sei que nunca o farei.
Seus lábios tremem quando passo minhas mãos pelo seu corpo, meus dedos dançando ao longo de sua pele.
Lembre.
Lembre.
Eu luto.
Eu luto com a necessidade de tomá-la.
E não deixar nada para ele.
Talvez eu não seja um monstro, afinal.
Porque não consigo encontrá-lo em mim agora.
Levanto-a do meu corpo, facilmente colocando-a ao meu lado. “Deixe-me ver você toda."
El engole. “Eu não estou acostumada..." Vermelho acende em suas bochechas.
“El, eu o mataria por você. Faria-o sofrer, mas já que alguém passou na minha frente -- irei fazê-los sofrerem, farei Andrei sofrer. Vou matar todos. Por você. Vou fazer isso doer."
Seus lábios cheios espalham-se em um sorriso que perfura meu coração, quebrando com sua intensidade.
Seu sorriso poderia iniciar guerras.
E acabar com elas.
“Por favor," peço. “Por favor, deixe-me dar-lhe isso."
Ela assente com uma inclinação de cabeça, mas ainda é um aceno de cabeça.
Pego seu jeans e lentamente puxo-o abaixo dos seus quadris, joelhos, pés e com cada movimento, cada puxão, minha respiração diminui.
Essas pernas.
Eu poderia passar anos adorando somente suas pernas.
Beijando atrás de seus joelhos, lambendo-os até chegar entre suas coxas e ela gritar meu nome.
Até que ela soubesse que não é apenas o prazer na verdade.
Mas amor.
O tipo de paixão pela qual ela nasceu.
O tipo que ela nunca receberia de Chris.
Eu. Só eu.
Concentro-me totalmente nela quando solto o jeans ao nosso lado, plenamente consciente de que existem câmeras, viro minhas costas para que a segurança não veja essa merda mesmo que queiram.
Apagarei tudo pela manhã.
Ou talvez mantenha e verei seu rosto quando eu não tiver mais nada dela, exceto a lembrança do seu gosto em meus lábios.
Ela não se move para encobrir nada enquanto sigo minha fantasia e inclino meu rosto para os seus quadris. Inalo contra os quadris, e então muito gentilmente mordo o laço de sua calcinha.
E lentamente puxo-a por suas pernas, observando-a me assistir o tempo todo.
Seu peito sobe e desce devagar.
Seus olhos se fecham quando El fecha as mãos em punhos apertados.
Solto sua calcinha dos meus dentes e a olho.
Cada pedaço forte dela.
“Você é mais," digo com reverência.
“Mais," ela repete em um sussurro. “O que isso significa?"
Mesmo agora, posso ver a hesitação em seu olhar, o medo que eu me transforme nele. Ela foi usada e fodida.
Sem prazer.
Ela espera que os homens não tenham controle.
O controle é tudo o que tenho para dar a ela.
El já tem meu coração.
“Mais," pego sua mão e beijo a ponta dos dedos um a um, depois movo entre suas pernas, descansando as mãos em suas coxas. “Você é mais bonita do que eu poderia ter imaginado, mais tentadora do que jamais percebi, você é mais em todos os sentidos, El. Somente. Mais."
Lágrimas enchem seus olhos. “Eu queria."
“O quê?"
“Que eu pudesse ver a maneira como você me olha agora -- todos os dias."
“Você vai," prometo-lhe. “Mesmo que você não me veja, saiba que todas as noites durante o resto da minha vida, eu vou olhar para você do jeito que a vejo agora -- mesmo que você não possa me ver."
Ela assente, as lágrimas enchem seus olhos.
Não sou seguro.
Mas uma parte de mim espera que ela ainda veja o bom.
Em meio a todo o mau.
Beijo-a então.
Beijo com as promessas ainda frescas em minha língua. Selando tudo entre nós.
Algo dentro de mim lamenta a perda do que poderia ter sido com a garota que deveria ter sido.
Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço, sua boca pressiona contra a minha, completamente nua da cintura para baixo, apenas com seu sutiã e El ainda me beija com ferocidade.
Mulheres como ela foram feitas para serem adoradas por horas.
Afasto-me e a beijo novamente.
“Seus beijos me distraem," falo em voz alta.
“Não é esse o ponto?" Ela diz com tristeza.
“Não." Abaixo minha cabeça. “Isto é."
Meu primeiro gosto dela será cimentado no meu cérebro e gravado em minha alma pelo resto da minha existência.
Seus quadris tremem contra meu rosto. “Eu nunca -- isso não é algo..."
“Não, ele não fez isso porque era um bastardo que merecia morrer." Paro e olho para ela. “farei isso agora mesmo."
“Esse não é o seu trabalho, você sabe..."
Amar você sempre foi meu trabalho. Eu simplesmente não sabia disso.
Mais coisas que não foram ditas.
Seu olhar não deixa o meu quando eu me inclino para baixo, e minha língua invade cada centímetro firme dela. Bebo-a enquanto seu corpo se contrai ao meu redor, implorando-me por mais com cada toque da minha língua. Eu chupo profundo.
“Não pare --" ela chora. “Por favor, não pare."
“Nunca," desço para a sua buceta enquanto ela empurra as mãos para o meu cabelo. “Posso ficar aqui para sempre..."
Faço outro redemoinho com minha língua. “Viver aqui para sempre."
“Sim." El responde com sua voz rouca, e levanta-se para encontrar-me uma e outra vez, eu a amo com minha boca, brinco com ela, minha língua a prova como se ela fosse minha para saborear.
Um estremecimento invade meu corpo quando ela contrai em torno da minha língua, apertando-me forte, e desejo nesse momento fazer mais uma coisa.
Enche-la completamente de mim em vez de apenas uma parte.
Seus músculos apertam novamente, eu chupo mais forte, e atinjo com meus dedos a sua área mais sensível.
E a deixo gozar.
“Dante, Dante, Dante," ela aperta suas pernas ao meu redor, meu nome em seus lábios, o seu gosto na minha boca. “Eu nunca soube."
Se fosse possível o coração de alguém romper várias vezes, o meu teria.
“Bom," sussurro com reverência, enquanto seu rosto se ilumina em um sorriso. “Fico feliz que não foi ele... Mas eu."
“Eu também." Ela me pega quando abaixo minha cabeça para beijá-la, nossas mãos se entrelaçam enquanto ela me joga de costas, empurrando-me mais uma vez, e alcança meu cinto.
“Não." Pego suas mãos ansiosas. “Não vou tirar isso de você."
“Mas --" Seus olhos nublam. “Eu não entendo, você não..." Ela morde o lábio inferior. “Você não me quer?"
“Eu não quero?" Repito, então me esfrego contra aquelas mãos ansiosas. “O que você acha?"
Ela cora novamente.
“Você não é minha." Odeio a forma como ela mata o olhar de felicidade em seu rosto.
“Por que isso parece como um adeus?"
Porque é isso.
Porque ele está voltando.
Porque ele já a beijou.
Porque tenho a sensação de que virá uma guerra, e farei qualquer coisa que puder para mantê-la tão longe quanto possível.
“Memórias," lembro-lhe. “Boas memórias."
Ela engole em seco e desvia o olhar quando outra lágrima cai. “A melhor."
CAPÍTULO 37
El
Não estou certa se ele me seguraria enquanto eu dormia. Meu corpo ainda está anestesiado dele. Eu nunca tive esse tipo de sentimento por qualquer um.
E foi o homem que mais me assustou quando cheguei a Chicago -- quem me deu.
Livremente. Sem pedir nada em troca.
Conto de fadas? Mas tudo ao contrário, não?
Os príncipes crescem com vidas de privilégio, nunca desejaram nada ou alguém.
Os monstros crescem sabendo exatamente o que todos pensam deles e lutam de qualquer maneira.
As princesas são capturadas -- e ficam sozinhas.
E capturam o monstro -- apenas para serem libertados.
Eu não choro no meu travesseiro quando uma hora passa e não sinto Dante ao meu lado.
Em vez disso, checo meu telefone e suspiro quando uma mensagem de Chris chega...
Não posso esperar até este fim de semana!
Xoxo
Desligo o meu telefone para não ver mais. E olho para as paredes brancas sem graça.
Como seria a vida sem Dante nela?
Chata.
Vazia.
Segura.
A cama afunda.
“Dante." Minha voz treme.
Ele me puxa contra seu peito e beija a parte de trás da minha cabeça. “Durma."
“Eu pensei que você não viria."
“Eu não viria."
“O que mudou?"
“Não há memórias suficientes, El." Ele aperta seu domínio no meu corpo. “Preciso apenas de mais uma."
“E o sono é uma delas?"
“Eu não vou dormir -- não esta noite. Hoje vou te segurar até você adormecer para que quando você tiver partido, eu me lembre do que senti ao ter você em meus braços."
“Segura." Usando a palavra que ele me fez sentir de muitas maneiras.
“De seus inimigos, sim..." Sua boca encontra meu pescoço em um beijo doloroso. “Mas El, você nunca estará a salvo de mim."
Estremeço. “E se eu não quiser ficar a salvo de você?"
Dante passa a mão pelo meu braço e entra em contato com minha tatuagem. “Faça-me a pergunta, El."
“Que pergunta?" Confusa, viro para encará-lo, feliz por ele deixar.
Seus olhos brilham brevemente. “A que precisa ser feita."
“Eu não... não entendo." Sobre o que ele está falando?
“Se eu te machucaria novamente?" Ele passa as mãos pelo meu braço enfaixado. "Se eu poderia se tivesse que fazer isso."
Engulo. “Conheço essa resposta."
Ele me dá um olhar desgostoso.
“Sim," respondo, com a voz fraca. “Você poderia."
“Então entende por que você nunca ficaria a salvo comigo na verdade, não fazendo o que eu tenho que fazer."
“Sim."
Ele estremece e então beija minha testa. “Durma, El."
“Você estará aqui quando eu abrir os olhos?"
Ele não responde.
Acabo aproximando-me do seu peito até sentir que somos um só, até a cadência rítmica de seu coração me embalar para dormir como uma canção.
E quando acordo.
Ele se foi.
CAPÍTULO 38
Dante
“Você tem certeza que é um bom plano?" Pergunto para Sergio na manhã seguinte no café da manhã. Eu cheguei à sua casa às seis da manhã, cedo o suficiente para conversar com ele antes que minha irmã acordasse e tarde o suficiente para que eu pudesse passar os últimos -- poucos minutos da manhã na cama de El.
“Não." Pego meu café. “Mas ela não pode tentar com ele se eu constantemente a observar, ainda estou lutando com Chase em uma base regular, então estarei por perto o suficiente para vigiar Mil e ela é tão rara em casa que quase não consigo ficar de olho nela."
“Você precisa de um carro." Sergio encolhe os ombros.
“Você tem doze," grito. “Literalmente."
Seus lábios se torcem em um sorriso cruel. “Sim, sou bem apegado a eles. Todos eles. Use um pouco do nome Nicolasi, pegue dinheiro e compre algo legal..." Ele levanta, encolhendo os ombros. “Um que Mil não tenha visto antes."
Entendimento me atinge. “Você sabe que terei meu disfarce explodido se ela descobrir que sou eu quem a segue."
“Ela já suspeita. Mil não é estúpida," Sergio fala. “Você mostrou sua mão muito bem, de acordo com Frank, no jantar."
Eu gemo. “Chase não me deu escolha."
“Chase está entre a cruz e a espada. Um lugar que rezo para que alguém que eu ame nunca esteja." Sergio lamenta.
Val entra na sala e se acalma. “Dante? Está tudo bem?" Ela franze a testa quando vê uma pequena mochila. “Corpo ou roupa?"
“É alarmante que você pergunte isso." Olho para Sergio como se fosse culpa dele. “E ficarei por uma semana ou até..." Até El me deixar para sempre.
Até a tentação de implorar para que ela permaneça passe.
Dormir ao lado dela.
Depois de realmente saboreá-la.
Sentir sua rendição em meus braços.
Seria fisicamente impossível ficar longe.
E ela merece isso.
Uma ruptura limpa.
Pelo menos uma vez, sinto que estou fazendo o certo.
Val boceja atrás de sua mão. “Seja como for, eu preciso de café. Você tem aula hoje?"
Ela está vestindo o menor short que já vi e um top que quase não cobre sua barriga.
Olho de novo para Sergio.
Ele sorri para o café dele.
Chuto-o por debaixo da mesa.
Ele bloqueia meu segundo chute.
Val se vira.
Nós paramos como se não estivéssemos lutando.
“Mais um favor," fico de pé. “Coloque-me tão longe do quarto do seu homem quanto for humanamente possível, eu nem mesmo me oponho a dormir fora com tampões de abafamento de ruído."
Sergio revira os olhos. “Cala a boca, cara, ela não grita tão alto."
Seguro meus ouvidos enquanto Val atira em Sergio um olhar irritado e depois o golpeia na parte de trás da cabeça.
Ele deixa.
Então sorri para mim.
Removo minhas mãos. “Nós estamos bem? Não há mais conversas sexuais?"
“Tudo certo." Sergio encolhe os ombros. “Nós não falamos sobre isso porque estamos realmente fazendo isso, ao contrário de algumas pessoas."
Resmungo com frustração e alcanço minhas chaves. “Obrigado pela... imagem."
“Sempre que precisar." Ele verifica o relógio e acena a cabeça para a porta. “Leve Chase com você, ele sabe sobre carros."
“Ele não vai dizer a ela que tenho um carro novo?"
“Acho que vamos descobrir, não é?"
“Maldita máfia," resmungo quando saio pela porta e vou até um dos carros de Nixon.
É legal.
Como todos os seus carros.
Mas não é meu tipo.
Sorrio com entusiasmo.
Um ano atrás, eu não tinha ideia de quanto dinheiro eu tinha no meu nome.
E agora que sei -- os milhões que foram deixados para Phoenix, e os bilhões que Luca pediu para ele guardar para mim e Val.
É humilhante.
E surpreendente.
Pensar que as celebridades saem em seus iates privados pensando que estão vivendo um sonho. Eu sei, posso comprar dez deles, e ainda não sinto isso como um sonho.
O pensamento faz-me sorrir até parar e olhar para a mochila no carro de Nixon.
El.
Merda.
O que é dinheiro, quando você não tem ninguém com quem compartilhar?
E, de repente, a compra de um carro parece muito estúpido.
?????
“Você está brincando, certo?" Chase ainda está enchendo-me por minha escolha. “Você disse não ao Range Rover, não para o Benz, e disse que o Bugatti parece uma nave espacial, não há esperança para você, homem."
“Eu gosto do G-Wagon."
Ele cruza os braços como se estivesse chateado por eu ter escolhido um SUV em vez do Maybach que ele basicamente lambeu dez minutos atrás.
“Você sabe que pode pegar um carro novo, Chase," brinco. “Não é como se você não tivesse pilhas e pilhas de dinheiro."
Ele se afasta, então seu sorriso diminui. “Não, eu não posso."
“Por quê?"
“Mil," é tudo o que ele diz.
Eu espero.
Ele amaldiçoa e depois chuta o pneu dianteiro do carro que estou comprando. “Quanto você sabe sobre os De Lange?"
“Basta saber que eles fizeram qualquer coisa e tudo para reconstruir suas riquezas e até Mil, eles eram a família mais odiada na Cosa Nostra."
“Ainda são," Chase acrescenta. “Ela tentou, eu gosto de pensar que ela tentou muito corrigir todos os erros -- mas você não pode criar milagres sem dinheiro. O único dinheiro que ela tem é o meu."
“Você não o dará a ela?" Sei que estou empurrando, a conversa que eles tiveram algumas noites atrás foi estranhamente semelhante a isso.
Meus pensamentos voam.
Para El.
Foco.
“Ela não aceita."
Minha cabeça estala em sua direção. “Se você tem dinheiro para dar a ela, milhões de fato, por que não o aceita e o usa?"
“Ela aceitou." Ele lambe os lábios. “No começo, e então simplesmente parou, disse que isso deixou os homens incomodados. Saber que eles deviam favores aos Abandonatos... que queria fazer tudo sozinha. Foi louvável. Então eu disse sim."
“Quando foi isso?"
“Estávamos em Nova York no momento, procurando você e Val, há nove meses, talvez mais. Isso importa?" Chase engole em seco e olha para o chão. “No minuto em que eu disse, sim, no instante em que concordei, perdi uma parte da mulher que amei para o mundo que eu odeio."
“Merda." Passo minhas mãos pelo meu cabelo. “Chase, isso não acabou."
“Eu sei disso." Ele encontra meu olhar. “Porque ainda estou vivo, e ela também."
“O que você está dizendo?"
“Estou dizendo que tenho um mau pressentimento. Estou dizendo que não sei o que diabos fazer. Estou dizendo que se houver algum jeito..." Ele desvia o olhar. “Não falarei sobre o seu carro novo."
Fecho os olhos.
“Eu não queria isso, Chase."
“Quem quer?" Ele diz simplesmente.
“E se --"
“Não me diga."
Nosso vendedor anda na minha direção com a papelada.
“Vou dirigir o carro de Nixon para casa para você."
“Chase," eu viro para ele.
Ele finalmente para de andar e vira. “Sim?"
“Você é um bom homem."
“Eu queria ser melhor," foi tudo o que ele disse enquanto entrava no carro. Algo mudou em seu comportamento, como se estivesse se preparando para uma guerra, e ele sabe que não sobreviverá.
Como se ele já aceitasse seu destino.
E não estava feliz com isso.
CAPÍTULO 39
El
Ele se foi.
A mesa do café da manhã está vazia.
Eu quase não consegui engolir alguns cereais antes de voltar para o meu quarto e depois deslizar minha cabeça quando passei pelo banheiro compartilhado e bati na sua porta.
A porta estremece.
Sua cama está feita.
As luzes estão ligadas.
Mas ele não está lá.
Lágrimas enchem meus olhos. Como eu poderia ter pensado que este homem, neste quarto, seria qualquer coisa exceto incrível para mim? Perigoso e bom, tudo embrulhado em um pacote perfeito.
Meu telefone vibra no meu bolso.
Eu sei quem é.
Não quero ver a mensagem.
Não quero ver mais um estúpido emoticon de Chris durante o tempo que eu viver.
Vozes soam no corredor, volto para o meu quarto bem a tempo de Trace entrar com Bee.
Ambas têm bebês em seus quadris, fazendo com que a vida familiar mafiosa pareça normal e realmente possível. Eu sempre quis crianças. É por isso que me liguei tanto com as de Xavier.
Eu os segurava quando eles choravam.
Contei histórias quando tiveram medo.
Uma parte de mim ainda deseja segurá-los -- mas eles estão melhores com uma família de verdade, sem memórias do que viveram comigo.
Onde estávamos juntos, e fomos vencidos.
Onde eu fiz o melhor que pude para protegê-los dos espancamentos assumindo os seus lugares, então eles não teriam que experimentar a dor.
Quando você só deve experimentar o amor incondicional.
“Ei," O sorriso brilhante de Bee é tão oposto ao de Phoenix que é estranho. Ela se parece com Tex naquele momento, alta, comandando, e ainda acessível. Seu garotinho está tentando puxar seus cabelos em um esforço inútil para chamar a atenção dela. Com um suspiro, ela lhe entrega um lanche de frutas e beija sua cabeça. “Mamãe está conversando, querido."
Seus olhos se arregalam quando ele empurra o lanche de frutas em sua boca.
“Então," Bee molha os lábios e olha entre mim e Trace. “Estou pensando que deveríamos sair hoje, fazer algo divertido, sair da casa e deixar as crianças com os caras. Phoenix já disse que está animado para ter um tempo com Nixon e eu acho que você está..." Ela se detém. "Acho, que seria divertido, além disso, você provavelmente sairá logo com Chris, certo?"
Só de ouvir seu nome, quero vomitar. Não quero Chris em qualquer lugar perto de mim. Por que pensei que eu o queria?
Seu beijo não é absolutamente nada em comparação com Dante.
E agora Dante se foi.
Seguro um soluço e assinto com a cabeça. “Sim, claro, o que vocês têm em mente?"
“Um filme!" Trace quase grita e depois franze a testa. “Desculpe, não costumamos ir ao cinema... então é sempre um grande problema quando fazemos."
É minha vez de franzir o cenho. “Por que vocês não vão ao cinema?"
“É um bom lugar para ser baleado," Bee diz num tom completamente aborrecido. “É escuro, apenas uma saída -- você conhece esse tipo de coisa, mas Nixon cobriu muito bem o cinema inteiro para nós e levaremos alguns caras, por segurança."
Meu maxilar cai. “Tudo isso por um filme?"
“Eu realmente me apaixonei pelo Ryan Reynolds." Trace assente solenemente. “Nós convidamos Mo e Val também, mas Val pode estar muito ocupada com Sergio, então..."
“Muito ocupada?" Pergunto em voz alta.
Bee franze o nariz. “Eles ainda estão naquele estágio de lua de mel grosseiro, onde seu único propósito na vida é batizar cada quarto em sua casa." Ela bufa. “Eu quase me sinto mal por Dante ter que testemunhar tudo isso."
Viro minha cabeça. “O quê? Por que ele tem que testemunhar isso?"
Bee pressiona seus lábios juntos, seu rosto culpado. “Ele ficará lá por algumas semanas... É difícil para ele ficar longe de sua irmã gêmea."
“Oh." A rejeição bate em mim com rapidez, dolorosamente. “Acho que isso faz sentido."
Ele me deixou.
E eu não tenho ideia do por que.
Não há mais noites onde ele me segura enquanto eu durmo.
Não há mais banheiro compartilhado.
Somente.
Nada.
“Então..." Trace apoia o bebê no outro quadril. “Nós vamos fazer isso?"
“Sim." Passo minhas mãos pelo cabelo e o coloco em um rabo de cavalo rápido. “Deixe-me apenas pegar minhas coisas."
“Ótimo!" Diz Trace enquanto ela entra em meu quarto.
Bee fica na porta.
Seus olhos estão tristes.
Eu odeio esse olhar.
Ela sente muita pena.
E tudo é direcionado para mim.
“Sou casada com o mais assustador de todos," ela diz em voz baixa. “sou casada com um homem que tentou estuprar e assassinar uma das minhas melhores amigas." Ela dá um passo, depois dois. “Eu durmo com um homem que não guarda um, nem dois, mas sete canivetes, tudo a um passo da nossa cama." Ela para quando está diretamente na frente do meu rosto, temos a mesma altura, seus olhos se enchem de lágrimas não derramadas.
“E eu não mudaria isso por nada no mundo. Se você me enviasse para o subúrbio, eu ficaria louca. Se você me disser para obter um emprego normal onde não estarei rodeada por segurança todas as horas do dia, eu ficaria tão entediada que perderia minha mente sempre amorosa." Ela sorri e suspira. “Esta vida é a que você faz, El. Estou com medo todos os dias da minha vida. Mas às vezes pergunto-me se isso é o que me faz sentir viva. Viver não é ficar fechada em uma pequena caixa de segurança onde ninguém e nada podem ferir você -- viver é sentir a dor e fazer cada segundo valer a pena."
Ela se afasta.
Entro em colapso na cama e coloco a cabeça em minhas mãos, nem percebo que estou chorando até que alguém entrega um lenço de papel.
Eu o pego.
Bee e Trace me ajudam a levantar e me abraçam, mas não antes que Bee pergunte a Trace se ela já pegou sua arma.
É um mundo perigoso para elas.
E são as pessoas mais felizes que já conheci.
Eu sou a miserável.
E pergunto-me se essa miséria não aumentará apenas no momento em que eu deixar essa casa e for para os braços de um Chris muito seguro, e muito, muito chato.
CAPÍTULO 40
Dante
Eu a segui.
Cuidando para não ficar tão perto quando ela correu pela cidade. Ela foi fazer compras, então foi ao banco.
Mas ela entrou.
Espero que não esteja a ponto de roubar algo que eu odiaria explicar a Chase.
Quando sai, ela está segurando um envelope bem grande em sua bolsa.
Dez minutos depois, ela estaciona na frente do aeroporto.
Eu espero.
Ela não volta.
Coloco um boné de beisebol, entro e procuro no balcão.
Ela simplesmente desapareceu.
Ligo para Sergio.
“Sim?" Ele responde bruscamente.
Nem quero saber por que ele soa sem fôlego.
“Ei, verifique o telefone de Mil, qual é a localização do GPS?"
“Espere aí." Ele parece irritado. “Você não deveria segui-la agora?"
“É meio-dia cara, pare de fazer sexo em horas estranhas, torna difícil saber quando voltar para casa se você estiver se enroscando na mesa ao lado do macarrão."
Ele xinga e então o som de digitação preenche o espaço vazio do telefone. “Você ainda está aí?"
“Sim." Abaixo a aba do boné para proteger meu rosto.
“Merda." A digitação fica mais alta, move-se mais rápido. “Ela está a cerca de dez mil metros no ar."
“Não temos ideia de onde ela está indo ou se voltará," murmuro.
“Ela vai voltar, Mil não deixaria Chase, estou mais preocupado com a direção do avião."
“Engraçado," suspiro. “porque estou mais preocupado com quem é o dono de qualquer avião em que Mil esteja, porque ela com certeza não voou em um comercial, só faz quinze minutos."
“Inferno." Sergio parece exausto. “Chegue em casa, acho que preciso ligar para Nixon."
Seguro o telefone, minha mão dói. “Você está certo que é uma boa ideia?"
“Está acontecendo algo, Dante. Se isso acabar mal," quando isso acabar. “Nixon precisará de ajuda para garantir que Chase não faça algo estúpido."
“Tudo bem." Mordo meus lábios. “Vou te encontrar em casa."
“Esteja pronto." Sergio soa... não necessariamente com medo, mas, como se estivesse tentando me avisar.
“Para o quê?" Odeio minha própria curiosidade.
Ele hesita como se não estivesse seguro de querer me dizer. “Desde o bebê, ele ficou distraído, você o viu explodir talvez uma ou duas vezes. Isso irá destruí-lo, ele e Chase, são mais como irmãos, são os mais próximos de todos nós. Então, se Chase está machucado, posso garantir a você que Nixon sentirá a mesma dor, como a coisa gêmea. Nixon tem sido a besta adormecida... tudo gira em torno de sua esposa, como deveria," ele acrescenta rapidamente. “Nós estivemos em um tipo de paz nos últimos seis meses, isso explodirá tudo para o inferno, e Nixon, bem, Nixon não é apenas um chefe, ele tem tudo e todos no bolso e usará isso, e ele vai matar quem quer que esteja no seu caminho."
“Você e Chase precisam trabalhar em suas palavras, você não pode mentir? Só uma vez? E dizer ‘oi Dante, não cara, venha para casa e todos beberão vinho e vamos rir sobre isso’?"
Sergio ri então, “Bem-vindo à máfia."
“Sim, sim." Eu desligo e volto para o meu carro novo, aquele que comprei com sangue. Eu olho para ele, desde as janelas perfeitas até a brilhante tinta preta.
As guerras nunca terminam entre as Famílias?
Ou elas simplesmente se renovam?
Porque com certeza parecia que o mundo estava caindo sobre nós novamente e a última vez que isso aconteceu.
Meu pai acabou morto.
CAPÍTULO 41
Dante
Piso em cascalho triturado abaixo das minhas botas quando saio do meu carro e entro na casa de Sergio.
“Na cozinha," Sergio grita.
Viro o corredor e paro.
Nixon está apoiado no balcão com as mãos, cada músculo em seu corpo esticado contra sua pele como se estivesse esperando para avançar. Sua cabeça vira na minha direção, olhos azuis frios se fixam nos meus. “Conte-me tudo."
Solto minhas chaves no balcão e puxo uma cadeira ao lado de Sergio, um pouco surpreso que Phoenix e Frank não estejam aqui para me ouvir, então, eles provavelmente conhecem todos os detalhes, obrigado por isso Sergio.
“Não sei no que ela está envolvida," finalmente falo depois que lhe dei todos os detalhes que consegui encontrar.
“Mas sei que Chase está preocupado, e ele suspeita de algo, então precisamos estar preparados."
Nixon bate a mão no balcão tão forte que um dos copos de vinho cai e quebra.
“Temos acesso às contas De Lange?"
Sergio assobia. “Provavelmente posso obter acesso, mas ela sabe que se nós suspeitarmos de qualquer coisa, seria o primeiro lugar que olharíamos."
Nixon aponta o dedo para mim, “Você é a nova sombra dela. Quando ela sair, você a segue em todos os lugares, entendeu?"
Faço uma careta. “E quanto a universidade? E os russos?"
“Nós temos um problema maior do que foder os russos agora," Nixon ruge. “Na nossa própria Família! Se formos quebrados por dentro, estamos acabados!" Ele anda na minha direção. “Entenda isso, eu matarei Chase antes de deixá-lo fazer algo que não pode retomar. Se matar é salvá-lo de si mesmo -- farei isso em um piscar de olhos e ele gostaria que eu fizesse. Ele é um dos melhores e também está envolvido e pode fazer merda. O que significa que, a partir de agora, você usa sua amizade para descobrir tudo o que puder."
Eu respiro. “Certo."
“Sergio," Nixon alcança a parte de trás de seu jeans, puxa sua arma e coloca-a no balcão, apontando na minha direção. Espero que isso seja por acidente. “Continue observando, e cavando absolutamente tudo."
“E a universidade?" Finalmente pergunto.
“Parecerá suspeito se você parar de ir à aula." Nixon assente lentamente e então, como se o esclarecimento acontecesse, ele bate as mãos no balcão novamente. “Merda!"
Dou de ombros. “Também parece suspeito ter me esforçado para entrar naquela pequena gangue russa e de repente perder o interesse."
“Você consegue lidar com tudo isso?" Nixon dispara contra mim.
“Eu tenho uma escolha?" Atiro de volta.
“Não," ele finalmente diz. “Nós raramente nos damos o luxo de escolhas nesta vida, pelo menos as boas."
Sergio me olha e assente uma vez. “Ele pode fazer isso, tenho completa fé nele."
Nixon joga a arma na mesa diretamente na minha frente. “Leve isso com você em todos os lugares, sempre limpe suas impressões, apenas no caso. Atire primeiro. Não sinta nada. Mil não está em posição de guardar qualquer segredo, e nem deixar a cidade sem permissão."
“Permissão?" Olho entre eles.
As sobrancelhas de Sergio elevam-se. “Aparentemente, não te ensinamos tudo. Se vai sair da cidade, precisa perguntar ao Capo. Tex saberia e agora Tex está pronto para rasgá-la membro por membro, mesmo pensando que seria bom pisar em um avião sem o seu consentimento. Faz com que ele pareça fraco. Faz com que as Famílias pareçam estúpidas. Faz dela um alvo vermelho brilhante."
“Merda." Pego a arma. “Ainda bem que não fiz uma viagem improvisada para o México na noite passada."
Nenhum dos dois ri.
Chase teria rido.
Meu estômago aperta.
Odeio pedir informações. Mas sei que não tenho escolhas, agora não. Nixon está certo, nós não temos escolhas...
Você age e pede a Deus que tenha escolhido direito.
Minha cabeça fica latejando com tantas informações enquanto meu coração ainda parece como se estivesse partido em dois.
Devo concentrar-me na minha nova missão.
Em vez de senti-la na minha pele.
Após dois banhos gelados.
“Sem distrações," Nixon ordena antes de partir e a porta bate atrás dele.
“Isso foi..." sopro uma respiração. “Diferente."
“Eu avisei você." Sergio levanta, seus olhos vão para a mesa. “Ele matou seu próprio pai à sangue frio com essa arma, mantenha-a segura."
“Conversa estimulante," resmungo. “Vou trabalhar nisso."
Sergio solta uma risada. “Sim, vou pensar sobre isso. Talvez sua irmã possa ajudar."
Aponto a arma e ele sorri. “O que você disse mesmo?"
“E pensar que eu estava preocupado que você não pudesse se encaixar."
Tiro a trava de segurança.
Ele revira os olhos e sai da sala.
Volto a colocar a trava de segurança e coloco a arma na mesa a minha frente, começo a gira-la com o dedo.
Um ano atrás, eu era um bartender e me envolvia em lutas subterrâneas.
Um ano atrás eu sabia sobre minha herança, mas nunca estive envolvido.
Um ano atrás eu era inocente, cego, estúpido.
E agora, tenho a arma de um dos mais poderosos chefes da máfia na história... Colocada bem na minha frente como se eu tivesse ganhado o direito de usá-la.
É uma responsabilidade muito grande. Normalmente eu falaria com Val.
Mas nosso relacionamento quebrou no instante em que ela se casou com Sergio.
Perdi minha melhor amiga.
Só para perder outra... El.
E agora, meu estômago aperta com o pensamento de que posso perder mais alguém, que merece muito mais do que segredos e mentiras.
Chase.
CAPÍTULO 42
El
O cinema está completamente vazio como prometido. Tento colar um sorriso no meu rosto, o que se tornou difícil quando Chris continuou enviando-me mensagens de texto sobre não poder esperar até a semana que vem.
Chris: Tão animado! Não posso esperar para te beijar. ?
Outro coração de emoticon.
Chris: Obrigado por nos dar uma chance, será ótimo, você verá!
Finalmente coloco o telefone no bolso, não é como se fosse Dante do outro lado, ligando ou mesmo querendo falar comigo. Aparentemente, parou de falar. E seguiu em frente.
Como eu também devia fazer.
Volto meu foco no filme quando Trace agarra o braço de Bee, pois Ryan Reynolds aparece na tela.
Mo joga pipoca e Val me entrega um pedaço de alcaçuz vermelho.
Parece tão normal.
Como elas podem agir de forma normal quando tínhamos três homens armados lá fora apenas para nos manter seguras?
Faço uma careta novamente.
Segura.
Estou a salvo. Neste cinema, mas segura é apenas uma palavra, os homens poderiam facilmente serem enganados se não estivessem preparados o suficiente.
Segura.
Encosto no apoio dos braços quando um tiro de bala soa na tela, ninguém parece perturbado. Estou suando apenas com o som.
Outro tiro soa, aparentemente este é um filme de ação.
E de repente tudo é demais para mim. Fico de pé e vou embora.
Um dos homens está perto da porta, não sei o seu nome, mas ele parece bem o suficiente, talvez cinco anos mais velho do que eu com cabelos pretos e olhos azuis.
“Você está bem?"
“Filme de ação. Já vi o suficiente," falo com calma.
Ele ri e cruza os braços. “Acho que todos nós também, não acha?"
“Você parece --"
“Vou ter que mantê-la aqui," ele estende mão. “Sou Axe, favorito de Sergio e seu irmão."
Pego sua mão. “Ah faz sentido, eles só enviam o melhor, hein?"
“Nem todos os dias um assassino treinado consegue assistir Ryan Reynolds," ele brinca.
Faço uma careta. “Não é humilhante?"
“Proteger aqueles que você ama nunca é humilhante," ele diz com um simples encolher de ombros.
Mordo meu lábio inferior e encosto contra a parede. “Eles querem me casar com um cara muito legal."
“Eu sei."
“Ah, então você sabe quem eu sou?"
“Não importa se sei quem você é -- você sabe quem você é?" Ele dispara suavemente.
Fico surpreendida, acho que minha boca cai um pouco antes de fechá-la e sacudir a cabeça. “Uh, sim, tenho verificado ultimamente."
“Hmm, com certeza, você parece um pouco confusa."
“Estou no cinema com esposas de chefes da máfia e conversando com um associado que provavelmente conhece pelo menos doze formas diferentes de me matar com um palito de dente."
“É, mais como dezessete," ele acena com um sorriso.
A porta do cinema é aberta, Bee sai, seus olhos estão tristes. Axe assente e se afasta.
“Você está bem?" Ela segura meu braço.
“Sim." Eu engulo. “Meio que já tive ação o suficiente, entende?"
Ela sorri. “Desculpa, não pensei que seria violento, provavelmente lembra... Xavier."
Congelo. Porque na verdade, eu não pensei em Xavier desde que a boca de Dante percorreu meu corpo. A minha mente foi consumida por Dante, apenas Dante.
Os tiros lembraram-me o trabalho dele.
Quando ele me empurrou para os braços de outra pessoa.
De não poder fazer minha própria escolha.
Minha cabeça volta. “Você faria isso novamente? Tudo isso?"
Bee fica confusa.
“Isto," abaixo os braços. “Esta vida, o assassino que você se casou, você faria tudo de novo?"
Seus lábios inclinam para um pequeno sorriso. “Inferno, sim, eu faria."
Nós nos sentamos e conversamos durante a próxima hora e quando deixamos o filme eu me sinto mais leve do que me senti em anos.
Ela me contou histórias assustadoras de Phoenix.
E depois adicionou histórias fofas sobre seu filho pequeno.
Tornando impossível ficar aterrorizada com o seu marido quando o bebê fez xixi nos dois.
Isso o fez parecer menos monstruoso.
E mais homem.
Talvez seja assim que todos esses homens funcionam, cem por cento de tudo o que eles nasceram e foram criados para fazer.
Vivendo uma vida de violência extrema.
E sangue extremo.
De alguma forma equilibraram tudo.
E estranhamente -- isso me fez sentir segura.
CAPÍTULO 43
Dante
É quarta-feira.
Faz seis dias que a beijei.
Seis dias de tortura solitária, dormindo com um travesseiro sobre os ouvidos ao tentar não ouvir minha irmã e seu marido.
Há uma necessidade dolorida que não me deixa dormir.
Tudo me lembra dela.
Cada. Maldita. Coisa.
De repente odeio o café da manhã porque ela não o compartilhou comigo, e quando dirijo para a universidade sem ela ao meu lado, acabo passando mais tempo batendo no volante do que realmente dirigindo.
Parei na casa de Nixon em um momento de fraqueza para ver se poderia levar El para a universidade, apenas para ver se ela já tinha saído. Eu vi Mil passando com um sorriso enorme em seu rosto quando agarrou a mão de Chase e o empurrou no corredor.
Como se nada estivesse acontecendo...
Tive que desviar o olhar, a alegria no seu rosto era demais, como se talvez, qualquer merda que ela tivesse se envolvido foi resolvida. Mil era dele novamente.
Isso me forçou a ir para a aula cedo, de modo que eu não a olharia sobre a mesa ou dissesse algo que me arrependeria.
Dirigir para a universidade mais cedo só me deixou sozinho com meus pensamentos. E foi obviamente ruim para o volante do meu novo SUV.
Mil poderia ter me visto facilmente.
Eu fui descuidado.
Porque estava desesperado para ver El.
Uma vez que encontro um espaço vazio, desligo a ignição e esfrego minhas têmporas com os dedos, cavando na constante dor de cabeça tão forte que me faz ver manchas.
Espero pelo inevitável.
Pelo momento que El sairá do carro.
Cinco minutos.
Quatro.
Três.
Dois.
Eu respiro quando o Mercedes preto para. Ela lentamente sai, ajustando a saia. Meus olhos vão para baixo e Deus... Suas pernas são incríveis, empurrar meu rosto entre elas tinha ultrapassado cada fantasia vívida que eu já tive sobre ela. Minha boca quer mais, porra, meu corpo esforça-se para ir até ela.
El tira os óculos de sol e guarda na mochila.
E antes que eu possa me impedir, saio do meu carro.
Estou, talvez, a dois metros de distância dela quando um corpo bloqueia minha visão.
O corpo de um muito fodido Chris.
Ele a puxa para um abraço e grita. “Surpresa!"
Quase vomito as minhas tripas na calçada, depois de mentalmente puxar a arma de Nixon e disparar duas rodadas.
O que no inferno?
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Chris beija sua boca.
Correção. Minha boca.
Meu corpo.
Eu lambi esse corpo, para cima e para baixo, por dentro e por fora.
Estremeço e olho, esperando que ela o afaste, para dizer que ele não é o que ela quer.
Em vez disso, ela inclina a cabeça e depois sorri para ele. “É bom ver você também."
O canivete torce em meu estômago... Ela olha por cima dele e mira diretamente em mim.
E então desvia o olhar.
Como se eu fosse apenas uma figura da sua imaginação.
Como se eu não existisse em absoluto.
Não sei quanto tempo fico lá, observando-os andando para a aula, foram pelo menos dez minutos até que fui capaz de empurrar o suficiente a névoa irritada do ciúme, e por meu cérebro para funcionar, colocando um pé na frente do outro.
Fui completamente inútil durante a aula e só consegui pegar metade do que o professor falou sobre comunicação e negócios.
Quando a aula termina, pulo do meu assento e vou em busca de El.
Sua aula ainda não tinha acabado.
Espero na sua porta.
Quando vejo o esboço do seu corpo, quando inalo seu perfume misturado com aquele shampoo que cheira como pêssegos, puxo suas costas contra mim, prendendo-a contra a parede.
Inclino o seu queixo em minha direção, sua pele é mais suave do que eu me lembrava há seis dias, seus olhos mais claros.
Seu lábio inferior treme.
Percorro meu polegar sobre ele e fecho meus olhos quando me inclino para frente e inalo. Sempre senti seu cheiro muito bem, como frutas e creme de baunilha.
“Você foi embora," El acusa.
“Não tive escolha." Fico com os olhos fechados, se eu olhar para ela, a desejarei mais do que já faço e o meu controle já está atrapalhado com cada inspiração, com cada pequeno toque inocente das minhas mãos contra sua pele.
“Se não me quer perto de você poderia ter me contado, não precisava sair de casa, Dante."
Meus olhos se arregalam. “É isso que você realmente acha? Que eu não quero você por perto?"
Seu brilho disse tudo.
“Minha língua esteve dentro de você," lembro-a. “Você estava nua, tremendo abaixo de mim, espalhei essas coxas," afasto suas pernas, empurrando meu joelho entre elas. El solta um pequeno suspiro. “Lambi entre essas lindas pernas," suspiro. “E você acha que não quero você por perto?"
El não fala nada, suas bochechas ficam rosa quando ela engole e olha para baixo.
“Por quê?"
“Porque você não é minha," pressiono minha bochecha contra a dela, meus lábios esfregam-se contra sua orelha. “Se eu tivesse ficado. Você seria. De todas as formas. E não sou um bastardo tão grande para tirar tudo de você -- Quando você irá embora." Ela fica quieta. “Você irá embora, certo?"
Seus olhos trancam-se nos meus. “Dê-me uma razão para ficar."
“Estou carregando uma arma na minha calça, um canivete na minha bota e bati em três pessoas diferentes agora mesmo, você quer ficar? Por isso?"
“Não”, Ela beija minha bochecha e sussurra: “Mas eu ficaria por você."
Antes que eu pudesse perguntar o que ela quis dizer, El já está passando pela multidão de estudantes indo para a aula.
Bato minha mão contra a parede, ei, pelo menos, não é o volante desta vez.
“Problemas de senhora?" A voz de Andrei está realmente começando a irritar meus nervos.
“Sempre," eu minto. “Algo que eu possa fazer por você?"
“Negócios... É bom."
Assinto. “Ótimo. O que isso tem a ver comigo?"
“Se nos ajudar com o próximo envio, distribuição, nós lhe daremos uma grande parte. Como isso soa?"
“Parece uma maneira muito fácil de ir para a prisão." Eu suspiro. “Então acho que estou dentro. Isso significa que preciso saber com quem estamos trabalhando?"
Uso isso de propósito, então ele pensará que estou do seu lado.
Quando eu quero matar todos.
“Você não precisa de detalhes."
Aperto meus dentes. “Na verdade, como é a minha vida, acho que preciso de detalhes. Especialmente porque é provável que fazendo tudo isso contra minha própria família -- eu me juntando a você -- basicamente cuspo no rosto dos italianos e agora você diz que não preciso de detalhes?"
Ele me empurra contra a parede. “Aqui não."
“Onde então?" Termino com a minha paciência.
Ele olha da esquerda para a direita. “Seria presunçoso assumir que você é insubstituível."
“Então me chame de presunçoso." Sorrio.
Ele franze o cenho. “Nós entraremos em contato, é uma grande expedição, não haverá lutas nesta semana, temos que manter um perfil baixo durante este tempo."
De nós, ele quis dizer...
O único filho fora da família Petrov.
O mais jovem de todos.
E de alguma forma, o mais perigoso.
Porque quando um homem que não tem nada a perder -- vai contra homens que têm tudo a perder.
Nunca termina bem.
CAPÍTULO 44
El
Desde que Chris surpreendeu-me, pareceu natural, normal até ter um jantar em família gigante.
Na quarta-feira à noite.
O vinho foi derramado.
E eu estava sentada diretamente na frente Dante. Teria sido mais fácil se ele me ignorasse. Em vez disso, seus olhos estão presos no meu rosto desde que todos nos sentamos. Seus olhos azuis são tão intensos que eu me retorço no meu assento. E lembro-me da nossa conversa.
Sobre o que ele disse...
Sobre ele olhar a minha alma.
Pego meu copo de água com uma mão trêmula e tomo um gole.
Frank fica de pé. Todos fecham os olhos e inclinam a cabeça.
Todos, exceto Dante.
Não, ele mantém os olhos colados aos meus.
“Amém." Frank faz o sinal da cruz.
“Então..." Chris passa para mim um prato de algo que eu não sei se poderia segurar no estômago se Dante não parasse de me encarar. “Negócios, como sempre?"
O som de garfos raspando nos pratos de vidro faz meus nervos se alertarem, porque de repente tudo para.
“Nós tentamos não falar de negócios durante as refeições," Nixon o lembra em um tom letal que faz Chris ficar pálido perto de mim.
“Eu vejo." Chris passa a mão na garganta e de repente não parece perturbado. Ele pega outro pedaço de frango, enquanto tento não desmaiar.
“Então," Chase sorri na minha direção. Seu rosto prometendo problemas. Meu estômago aperta. “Chris," e aqui vamos nós. “Uma vez que você levar El para Seattle com você, qual é o final do jogo? Você vai começar a tentar ter filhos imediatamente? Talvez comprar uma minivan agradável? Um cachorro pequeno? Quero dizer, você sonha grande, não estou certo?"
Dante alcança o vinho de Chase e começa a beber.
Não o culpo.
Nem alguém o impede.
“Na verdade," Chris sorri, o cara sorri como se estivesse muito orgulhoso de qualquer ideia que está prestes a flutuar fora de sua cabeça de modelo pequena e perfeita. “Eu estava pensando em sair da casa dos meus pais e..."
“Pais?" Chase, Dante e eu falamos em uníssono, enquanto Tex e Nixon compartilham um olhar sobre a mesa.
Até mesmo Phoenix está sorrindo para o seu frango. Que diabos?
Chris ri. “Sim, bem, por que mudar quando vivemos em uma casa de dez mil metros quadrados? Não é como se eu vivesse no seu porão e jogasse Warcraft o dia todo."
“Droga, e eu aqui pensando que você poderia ajudar-me a vencer o próximo nível," Chase provoca.
Chris juntou-se com algumas risadas falsas que me fazem rezar para que um raio atinja a mesa e que eu possa morrer ou sair. Essas são minhas duas únicas opções neste momento. Morte ou sobrevivência ao me esconder no meu quarto.
“Como eu estava dizendo, estou pensando em sair e nós poderíamos escolher uma linda casa juntos, nada muito grande --"
“Ah, claro." Chase assente com a cabeça como se ele entendesse totalmente o que Chris está dizendo e concordasse, você sabe, porque sua casa não era o dobro do tamanho da casa dos pais de Chris. Eles estavam construindo um fosso. Ele estava prestes a viver em um castelo privado, e precisariam de uma daquelas pistas de aeroportos para chegar do ponto A ao ponto B.
“Sim," Chris dá uma mordida no frango, mastiga duas vezes e depois começa a conversar novamente.
Um pedaço de frango cai da sua boca no prato. É um pequeno pedaço. Olho para o lado direito, então vejo Dante dando-me um sorriso sarcástico. Como se ele soubesse o quão completamente desligada eu estou com a mastigação desse cara -- da conversa. De tudo.
Chris mastiga da mesma forma que me beija -- com o único propósito de chegar ao próximo passo, digestão, mais comida, sexo.
Era um meio para um fim.
Beijar Dante foi um banquete por si só.
Bebo mais água.
“E, quanto a crianças..."
Pare de falar, Chris, pare de falar.
“Acho que devemos começar de imediato. Quero dizer, nenhum de nós está ficando mais jovem, então, por que não?"
Claro, por que não? Ter filhos é totalmente o mesmo que escolher uma casa ou uma cor de tinta ou um carro...
Pressiono uma mão no peito para evitar uma asfixia com a água que eu tinha bebido.
“Hmm, você já perguntou a El sobre isso?" Dante finalmente se junta à conversa. “E se ela odiar crianças? Inferno, e se ela odiar casas e quiser viver em uma cobertura Você vai comprar uma cobertura?"
“Hum..." Chris olha entre nós. “Sim, acho que sim."
“Isso é bom." Dante vira o resto do vinho de Chase. “Não é legal isso, gente? Que maldito cavalheiro esse cara é, comprando o que quer que o coração dela desejar... por que... você a ama certo?"
Os olhos de Chris se estreitam. “Eu acho que sim, o que há para não amar?"
“Absolutamente nada." Os olhos de Dante encontram-se com os meus, a intensidade está de volta, o aperto de busca da alma, a cintilação cresce atrás do olhar azul gelado.
“E você, Dante?" Chris pergunta apoiando os cotovelos sobre a mesa, como um animal. “Tem alguém especial na sua vida?"
“Sim." Ele diz isso tão rápido que quase doeu o tempo que demorei para olhar dos cotovelos de Chris para o rosto presunçoso de Dante. “Eu acho que você poderia dizer, eu a tive..." Ele não me olha nenhuma única vez.
A mesa fica em silêncio. “Ela tem pernas longas, embora essa não seja a primeira coisa que notei sobre ela."
Chris sorri aparentemente animado, o foco estava fora dele. “Ah, sim, qual é a primeira coisa que você notou?"
Dante fica quieto e depois fala devagar, com confiança. “Sua dor."
Chris franze a testa e olha em volta da mesa, seus olhos finalmente focando em mim. Fico muito atordoada para falar.
“E a maneira sexy como o inferno que ela lidou com isso, e continua passando por cima disso, todos os dias de sua vida." Ele solta em seguida. “Eu amo essa garota."
“O que aconteceu com ela?" Chris pergunta, seus olhos virando entre mim e Dante.
“A Bela nunca deveria acabar com a fera, Chris, ela se casa com o príncipe. Isso é o que aconteceu." Ele pega a garrafa de vinho, puxa a cadeira e sai.
Estou respirando tão forte que tenho medo de desmaiar.
Faço contato visual com Chase.
Seu rosto é indiferente, exceto pelo pequeno sorriso que curva seus lábios e a rápida piscadinha que ele me dá antes de falar. “Ei, Chris, já contei a história do cavalo branco?"
“Eu uh," limpo a garganta. “Vou usar o banheiro."
Fico calma até chegar ao corredor.
Calma até chegar ao meu quarto.
E então eu me torno uma bagunça quente quando ando pelo banheiro e encontro Dante no quarto dele. Descalço, usando jeans e uma camiseta, bebendo vinho diretamente da garrafa.
“Menor de idade bebendo?" Eu falo. “Dia difícil?"
Ele encolhe os ombros. “A existência é difícil, e acho que se tenho idade suficiente para matar à sangue frio, tenho permissão de tomar álcool sempre que eu quiser, inferno."
“Bom ponto."
No instante em que nossos olhos se encontram. Um zumbido de consciência enche o espaço entre meus ouvidos. Minha cabeça está cheia apenas por estar no mesmo quarto que ele.
“Diga-me a verdade," imploro. “Você quis dizer isso? Alguma coisa disso?"
“El," ele geme e coloca a garrafa em sua mesa, antes de voltar atrás e segurar o meu rosto e me aproximar com as suas mãos. “Cada. Palavra."
Lágrimas brotam nos meus olhos. “Então eu acho que é isso."
As suas narinas queimam quando ele deixa cair as mãos do meu rosto e corre por seus cabelos escuros. Eu esperava que ele tivesse desistido. De ser o nobre. Para ser o cara que eu não quero que ele seja mais.
Em vez disso, quando Dante se vira, seus olhos estão selvagens, o monstro está de volta -- e estou aliviada.
“Foda-se isso” nossas bocas batem em um doloroso beijo quando ele me levanta em seus braços, minhas pernas se emaranham em torno dele enquanto tropeçamos para trás, atingindo sua mesa, enviando a garrafa de vinho longe.
E o tempo todo a sua boca nunca deixa a minha.
Este lado dele, esse lado selvagem, eu nunca conseguiria o suficiente, do jeito que ele inclina a boca sobre a minha ou puxa meu cabelo para ter um melhor acesso, apenas doloroso o suficiente para ser erótico. Seus dedos cavam no meu couro cabeludo apenas para puxar a camisa sobre minha cabeça. Uma onda de tensão puxa e volta a disparar quando seus dentes encontram meu ombro como se ele não tivesse certeza se quer me morder ou me beijar novamente.
Ele escolhe os dois.
Balanço em seus braços fortes, tentando ganhar uma base, ou algum tipo de controle, mas ele apenas me beija de novo, o sabor do vinho invade minha boca, é rico, embriagante -- divertido como Dante.
Palavras não foram ditas.
Talvez elas simplesmente não fossem necessárias.
Não quando a linha já havia sido cruzada.
A expressão de Dante está cheia de dor quando ele finalmente liberta-se o suficiente para andar na minha frente. “Ele não pode ter você."
Aceno com a cabeça, lágrimas enchem meus olhos. “Não quando alguém já me tem."
Dante fica calmo. “Eu não vou parar. Estou realmente sem autocontrole em todas as áreas da minha vida, El. Quando se trata de você é um milagre."
Seus lábios estão úmidos do meu beijo, sua camisa parece ter sido amarrotada em um esforço para mantê-lo mais perto e de alguma forma há um arranhão no lado de seu pescoço.
Acho que fiz isso.
Mordo o lábio, em seguida, pulo em seus braços. Ele me pega, como se soubesse que eu pularia.
Dante beija-me sem reservas, desta vez, tirando meu sutiã antes de dizer. “Próxima vez."
Próxima vez?
Ele puxa minha saia acima dos meus quadris. “Maldição," ele geme, puxando minha calcinha de lado enquanto eu tento desabotoar sua calça.
Ela desliza e se pendura em seus quadris.
Sem cueca.
Nenhuma barreira.
Céus.
Eu o seguro.
Ele cerra os dentes. “Qualquer outra hora eu morreria feliz em deixar você me tocar, qualquer outra hora eu pensaria que não estava fazendo meu trabalho certo se você não estivesse gritando meu nome, mas seu cara, aquele que você está prestes a despejar, aquele que eu estava ansioso para dar um soco, está dois quartos abaixo."
“Isso significa?" Roubo mais palavras da sua boca com meus beijos. E ele deixa. Sua língua mergulha profundamente fazendo-me ver estrelas, a maneira como ele beija é como nada que eu já experimentei. Sua língua me tira mais e mais da escuridão que eu nunca pensei em sair.
“Foda-se, você está me matando, El." Seus lábios encontram os meus novamente, duas vezes mais, e então ele me apoia na mesa. “Apenas... você sabe o quê? Eu não me importo, grite tudo o que quiser, grite meu nome, faça-o ter certeza, faça-o saber que você é minha e que ninguém a merece."
“Eu não quero ser merecida," confesso. “Só quero ser sua."
Trancamos nossos olhos, e então ele me leva até a borda da mesa e estou tentando descobrir como não percebi quando o cara estava empacotando suas coisas.
Dante avança para invadir-me tão forte e rápido que eu grito e depois sugo uma muito necessária respiração.
“Tudo bem?" Ele se acalma. “Porque estou tentando não parti-la ao meio, eu juro..."
“Mais." Seguro seus cotovelos e puxo-o com mais força quando ele levanta uma das minhas pernas e entra mais em mim. Agarro sua camisa como um fio de vida, puxando-o cada vez mais duro contra mim até que não consigo respirar, até que tudo o que sinto são seus impulsos e meu próprio corpo pulsando em torno do seu pau.
“Merda, El." Dante segura a mão esquerda contra a mesa e me beija de novo, os lábios deslizam, as línguas enroscam-se em um esforço para sentir mais, para ir mais fundo, para tirar mais proveito desse pequeno momento.
Uma explosão de calor me atinge, minhas coxas se fecham ao seu redor.
“El," ele diz meu nome em reverência. “Estou aqui, apenas deixe ir."
Eu nunca deixei ir.
Não tenho ideia do que estou sentindo.
E não tinha ideia que poderia ser assim.
“Então acabou," digo com uma voz angustiada. “Isso não pode acabar."
“Olhe para mim," Dante exige.
Nossos olhos encontraram-se.
“Não acabou -- porque está apenas começando."
“Prometa-me." Aperto ele com força.
Ele segura meu queixo e me beija suavemente nos lábios antes de sussurrar no meu ouvido. “Eu juro."
É tudo o que eu precisava ouvir, para encontrar minha libertação e entregar meu corpo completamente a ambos, o monstro e homem.
Ele avança enquanto a mesa bate contra a parede atrás de nós, seu beijo é áspero e possessivo quando ele goza, sua respiração ainda ofegante.
“Eu tenho uma ideia." Com a voz áspera, ele afasta o cabelo do meu rosto. “Nós devemos ficar aqui para sempre. Nessa mesa, as pessoas enviam comida. E esse tipo de coisas."
Sorrio de verdade e o beijo novamente, só porque eu posso. “Fácil assim, hein?"
“Se for o caso," ele repete com um último toque de seus lábios contra minha bochecha.
CAPÍTULO 45
Dante
Lambo meus lábios, saboreando-a, desejando mais.
Pego minha calça.
Ela puxa a saia.
E eu a beijo novamente como um bastardo ganancioso.
El deixa, enrolando suas pernas em volta de mim mais uma vez.
“Merda." Nossas testas batem suavemente. “A essa velocidade, nunca mais voltaremos para o jantar."
“Você acha que eles saberão?" Ela pergunta em voz baixa. Olho seus cabelos bagunçados e, lábios inchados e o olhar me foda.
Desvio o olhar. “De modo algum."
Ela bate no meu braço. "Você não olhou para mim."
“Porque estou mentindo." Seguro seu rosto e dou-lhe mais um beijo, chupando seu lábio inferior tão forte que faz um barulho antes de me afastar. “Apenas... Aja de forma normal."
“Normal." Ela morde o mesmo lábio inferior.
Gemo e passo minhas mãos sobre minha cabeça e meu rosto. “Eu vou primeiro."
Ela me dá um aceno rápido.
Rapidamente deixo o quarto e fecho a porta atrás de mim, então tomo o meu tempo andando pelo corredor, arrogante pra caralho, porque meu pau ainda está pulsando com a necessidade de estar dentro dela novamente.
A cozinha está alta, como de costume.
Mas no instante em que tomo meu lugar.
O silêncio me envolve.
Pego minha água e olho o Chris. Uma expressão presunçosa atravessa meu rosto antes que eu possa me segurar. Meu corpo inteiro está se regozijando pela forma como posso sentir meus músculos esforçando-se contra minhas roupas, meus lábios inchados de seus beijos, meus cabelos bagunçados por suas mãos. Minha camisa enrugada pelo puxão constante.
Tire o seu coração da jogada Chris. Ela. É. Minha.
“Então," Chase fala primeiro. “Você apenas pulou o jantar e foi direto para a sobremesa, hein?"
Ele estremece, alguém deve tê-lo chutado por debaixo da mesa.
Dou de ombros. “O que posso dizer? Você sabe que eu tenho uma preferência por doces."
“O homem ama seus biscoitos." Chase assente.
“Nada melhor do que um suave, e quente," sorrio para Chris. “Biscoito."
Seus olhos se estreitam.
El anda rapidamente para a cozinha, suas mãos estão nervosas quando ela afasta seu cabelo e senta ao lado de Chris.
A melhor parte? Ela não parece ter sido fodida contra uma mesa -- parece que acabou de ser amada.
Suas bochechas estão coradas, seus lábios estão vermelhos e seus olhos, eles continuam dirigindo-se até mim, embora eu posso dizer que ela está tentando não me olhar.
“E você?" Chris vira-se para ela. “Você comeu biscoito também?"
Todos observam, com atenção arrebatada.
“Dante compra seus biscoitos," Chase diz alegremente. “Então ela provavelmente lambeu alguns deles -- não seria a primeira vez."
Soquei-o com força nas costelas.
Chris empurra a cadeira para trás e olha para Nixon. “Uma palavra?"
Nixon olha para mim antes de acenar com a cabeça para Chris, eles saem, a porta do escritório de Nixon se fecha.
E o mesmo caos ocorre.
“SANTA MERDA!" Chase joga o guardanapo sobre a mesa. “Podíamos ouvir você! Nixon disse que deixou a TV ligada, mas vamos homem! Nenhuma TV faz aquele barulho a menos que seja às duas da manhã!"
El cobre o rosto com as mãos.
Tex bebe lentamente. “Não pensei que você tinha isso em você." Ele levanta o copo na minha direção enquanto Phoenix e Sergio trocam dinheiro.
“Espere!" Fico de pé e aponto. “Que diabos! Vocês fizeram apostas?"
Phoenix nem parece culpado. “Nós estávamos nos divertindo, enquanto observamos você, tentar fazer a coisa nobre."
“Uma palavra," Sergio coloca o braço em volta de Val, que se recusa a fazer contato visual comigo, por razões óbvias. “Máfia."
“O que diabos isso significa?" Eu pergunto na mesa.
“Isso significa," Chase ri. “Que às vezes a nossa bússola moral é um pouco... distorcida, eu tinha até medo de que você estivesse quebrado, ou se afastaria disso."
“Olhe para ela assim novamente e eu acabo com você," eu rosno.
Chase levanta as mãos. “Eu repito meu ponto."
“Bastardos, todos vocês," resmungo.
E então Frank pega no bolso uma nota de cem dólares e desliza para Phoenix.
“Você também?" Eu grunho. “Frank, isso foi baixo vindo de você. Tem alguém do meu lado?"
Eles olham para cima desviando da pergunta.
Acho que El quer rastejar debaixo da mesa e se esconder quando Nixon e Chris voltam.
Chris olha para El, depois para mim, depois de volta para El e diz: “Você está deixando o melhor homem se afastar, espero que você saiba disso."
Não me lembro de jogar a cadeira, nem sei como fui para o seu lado na sala, então rapidamente o levanto contra a parede e aperto um canivete na sua garganta.
“Diga novamente, eu desafio você."
A sala está quieta novamente.
“Diga!" Eu grito.
Ninguém me impede. A raiva acaba por ceder, abaixo-o, com a necessidade de cortar sua garganta por dizer algo assim -- tão verdadeiro na frente de El.
Sei que sou o pior homem.
“Você não acha merda nenhuma," eu falo em voz baixa: “Eu sei que ela merece mais do que isso." Puxo o canivete e balanço a cabeça. “Saia."
Ele hesita.
“Escolha errada." Pego-o pela camisa e empurro para a porta. Ele vira e dá um olhar de desgosto.
A adrenalina me percorre quando volto para a mesa de jantar.
Todos agem como se nada tivesse acontecido.
Todos exceto Mil.
Ela estreita os olhos em mim, depois em El, como se eu tivesse de alguma forma complicado sua vida de uma grande maneira.
Chase dá uma olhada na minha expressão e segue meus olhos. Mil olha para baixo e depois se desculpa e sai da mesa.
Dez minutos depois.
E ela dirige seu carro para fora da entrada.
Chase viu, todos nós vimos.
“Se ela está escondendo algo, está fazendo isso à vista," Nixon fala enquanto limpamos os pratos. “E isso significa apenas uma coisa."
Entrego-lhe uma toalha. “O quê?"
“Controle de danos."
“Damos um fim nela?"
Ele assente. “Ela sabe que nós sabemos. Não tem nada a perder, e uma pessoa desesperada não é alguém com quem eu quero lutar."
“Porque eles não lutam justo?" Adivinho.
“Porque eles não têm nada a perder." Ele abaixa a cabeça. “E nós temos tudo."
O momento não poderia ter sido pior, El anda na sala segurando a bebê de Nixon, e Trace ri de algo que El diz.
O enorme corpo de Nixon estremece como se ele tivesse sido atingido com alguma coisa.
“Eu cuido disso," asseguro. “Eu a seguirei todos os dias, vamos descobrir algo."
Ele suspira. “El não quer Chris, ela quer você."
Meu corpo aquece ao pensar em estar com ela novamente. “Mesmo que eu seja ruim para ela."
“Deixe-a ser a juíza disso."
Quando El se aproxima, Nixon beija sua bebê na cabeça e faz um gesto para nós dois. “Meu escritório, agora."
Seguro a mão de El, precisando tocá-la como reafirmação. Estamos bem. Eu a protegerei até minha última respiração moribunda.
Engraçado, como eu nunca quis ser colocado nessa posição, isso me deixa tão irritado que não consigo ver diretamente.
Mas vejo que a raiva é uma farsa.
Eu não estou com raiva.
Estou apavorado.
CAPÍTULO 46
El
Madeira polida, artes caras, um aparador com pelo menos sete tipos diferentes de uísque caro e o cheiro de charutos -- e na parede uma TV de tela plana. Seu escritório é tão grande como o quarto que eles me deixaram ficar. Tudo é chique, caro e moderno.
Xavier nunca teve coisas boas, lembro-me de ter que implorar para ele comprar mantimentos, ele não se importava sobre cuidar de alguém ou qualquer coisa além de si mesmo.
Sua ideia de estar na máfia era toda sobre destruição.
A Família de Nixon é sobre a vida.
Dante solta minha mão quando a porta fecha atrás de nós, deixando Phoenix entrar na sala. Ele fica em silêncio atrás de nós enquanto Nixon anda na frente.
Minha ansiedade dispara quando Nixon não fala por mais dois minutos antes de colocar as mãos nos seus quadris e ficar de frente para nós. “El, desculpe, mas você não pode ficar."
Eu respiro fundo.
Dante tenta se jogar para cima de Nixon.
Phoenix o segura de volta.
“Que diabos, Nixon!" Dante ruge.
“Deixe-me terminar," Nixon diz.
Meu estômago aperta. Eu não tenho para onde ir. Ninguém para me proteger. Sem família. Fora da máfia italiana -- o único lugar onde eu posso correr é para minha própria morte.
Eu deveria ter aceitado Chris.
Devia ter aceitado o cartão que foi oferecido.
Minha cabeça de repente parece pesada como se fosse rolar do meu corpo enquanto começo a cair no chão.
Os braços de Dante me pegam instantaneamente.
Phoenix deve tê-lo soltado.
Eu só preciso me sentar.
Ou alguma coisa.
Dante se ajoelha ao meu lado enquanto Nixon continua a falar como se eu não estivesse quase desmaiando.
Sentindo que ele tirou o meu universo.
“Você não pode ficar," ele repete, desnecessariamente porque a primeira vez quase me deixou histérica. Engraçado como a prisão agora me faz sentir como em casa.
“A menos que você se case com ele."
“Ele?" Olho ao redor. “Mas ele saiu."
“Não ele." Nixon finalmente sorri e acena com a cabeça para Dante. “Eu quis dizer com ele." Ele cruza os braços. “Então, o que será, Dante?"
Dante não tenta fugir.
Ele abre a boca e fecha.
“Eu avisei você," Nixon diz com uma voz perigosamente baixa. “Eu avisei o que aconteceria, Dante. Você sabia que tinha que protegê-la com um dos nossos nomes, e agora que Chris está fora de cena, estamos na merda sem qualquer outra opção. Encontrar alguém confiável leva tempo, encontrar alguém solteiro, alguém que conhece nosso negócio, mas promete ficar longe? Você percebe o tipo de favores que tive que puxar para que a família de Chris aceitasse os termos? Ele interrompeu um noivado de dois anos!" A voz de Nixon sobe. “Esse é o poder atrás do meu nome. Ele desistiu de tudo. E você esfregou na cara dele. Eu esperava isso de você, eu juro, simplesmente não esperava que você fizesse com ele ouvindo cada segundo de vocês fazendo isso!"
Meu corpo treme. Meia hora atrás, nunca estive tão feliz em estar nos braços de Dante. E agora? Agora estou questionando tudo. Eram apenas palavras bonitas? De um homem que queria tudo o que sabia que não poderia ter?
“Desculpe-me." A voz de Dante o corta.
“Então, faça algo sobre isso," Nixon comanda. “A cada segundo que está debaixo do nosso teto, ela coloca todos em perigo, El não está alinhada conosco, então ela se coloca em perigo. Esta é uma guerra que El não sobreviverá se permitirmos que ela vá embora. É uma guerra que não podemos ganhar se ela ficar sem nosso sangue."
“Por quê?" Sinto meu corpo balançar. “Por que eles me querem morta afinal? Nunca ouvi nada. Nunca vi qualquer coisa." Minha voz aumenta. “Eu era uma escrava sexual!"
Nixon não responde.
Phoenix, no entanto, faz.
“Tudo o que sabemos..." Os olhos de Phoenix, a maneira como ele olha através de uma pessoa, é como se ele estivesse tendo pesadelos, uma linda lembrança do que aconteceu quando você viu tanto mal que se tornou parte de você. Às vezes, Phoenix aterrorizava-me com um olhar mais do que Xavier com um toque. “É que eles estão convencidos de que você viu alguma coisa, simplesmente não sabemos o quê. Tem a ver com o seu sangue tanto quanto tem a ver com o que sua família fez para os Petrovs."
Tento manter minha linguagem corporal neutra. “Papai competiu em lutas."
As sobrancelhas de Phoenix se erguem. “E?"
“Sim," faço uma careta. “Ele competia em lutas subterrâneas para os Petrov, e então um dia ele acabou... morto. Eu fui entregue a Xavier, fim da história."
“Errado." Phoenix me dá o olhar mais próximo de compaixão que eu provavelmente já vi em seu rosto. “Você não derruba um lutador rapidamente, El. Não vale a pena a bala desperdiçada. Você derruba informantes, ratos, e pontas soltas. Ele era um dos três, e aposto toda minha pilha de pastas pretas sujas que ele pode ter sido todos os três, é a única razão pela qual você foi entregue a Xavier e não foi morta imediatamente. Ele gostou do pacote. E você foi o despojo da guerra."
Dante fica perto de mim, como se tivesse percebido os horrores que eu passei na mão desse homem.
“Então, o que agora?" Dou de ombros. “Eu apenas saio daqui e espero que alguém atire em mim?" Meu peito aperta. Dante ainda se mantem calado. Ele está olhando suas mãos como se tivessem a resposta.
Quando tudo o que quero que ele faça é reagir.
É como se o monstro hibernou e o homem não é capaz de falar.
“Não." Ele finalmente fica de pé. “Ela não sairá daqui, El não vai a lugar algum."
Eu seguro a respiração.
“Se houvesse uma saída para isso..." ele olha para mim, enquanto lágrimas enchem meus olhos. “Eu aceitaria isso, não porque eu não quero você a cada segundo de todos os dias, mas porque não sei como mantê-la segura deste mundo -- e de mim."
“Às vezes," Nixon assente com a cabeça para Phoenix, que bate os nódulos dos dedos na porta, Tex entra com uma Bíblia. “Nós só temos que confiar que Deus nos permitirá alguns anos de felicidade com aqueles que amamos antes de serem levados por uma doença, acidente, guerra." Ele encolhe os ombros. “Alguns de nós não são tão sortudos, outros são. É por isso que nos apegamos a cada maldito momento que recebemos..."
“E dormimos com um olho aberto," Tex diz alegremente.
O rosto de Dante é de puro tormento, como se ele se culpasse por eu ter que me casar com ele, quando tudo o que quero fazer é gritar sim e depois dar uma bofetada nele por ser tão estúpido.
Como provar para um homem que você confia nele com cada parte de si? Mesmo sabendo que ele provavelmente quebrará todas as partes do seu coração sem mesmo saber disso? Ele não é gentil. Dante não é seguro.
Mas eu sei que ele é bom.
E em um mundo cheio de ódio. Cheio de destruição.
Bom é tudo o que tenho.
Eu rezo para que o amor venha a seguir.
CAPÍTULO 47
Dante
Esperava que, pelo menos, fosse dado um aviso.
Eu esperava passar as próximas noites em seus braços, convencendo-a, convencendo-me, de que sou um homem bom o suficiente para ela quando eu sabia na minha alma -- que não sou.
Nixon não nos deu o luxo de nos acostumar com a ideia.
Ela me odiaria?
Ela se ressentiria?
Quando tudo o que sempre quis foi cuidar dela?
De repente, fico de pé, e a encaro.
Eu esperava lágrimas, confusão, raiva, muita ira.
Em vez disso, El retira a atadura ainda cobrindo o seu braço e a deixa cair no chão, então agarra minha mão e coloca sobre a ferida quase cicatrizada.
“Corte-me."
“El, o que é --"
“Ele me marcou, colocou sua inicial em mim, aqui mesmo. Quando você derramou meu sangue, você a deixou."
“O que diabos você quer dizer com quando derramou seu sangue?" Nixon rugiu.
“Posso ter deixado de lado alguns detalhes pertinentes de você," eu grito. “Chase sabia."
“Bem, isso faz tudo melhor," Tex diz sarcasticamente.
“Por favor," ela implora, seus olhos cheios de lágrimas. "Pegue seu canivete, cubra o X, faça-o ir embora, me dê uma nova cicatriz --" Ela anda em minha direção. “Dê-me você."
“Você não precisa fazer isso, El. Podemos fazer uma nova tatuagem."
“Não vou entrar em um novo casamento com o nome dele ainda na minha pele!" Ela grita. “Tem que ser você!"
Na última vez que a cortei, El pensou que eu estava tentando machucá-la, agora me pede para fazê-lo novamente, na frente dos outros, para lhe dar dor em vez de prazer, antes de dizer nossos votos.
Não quero ser humilde.
Sou errado por me sentir honrado.
E, no entanto, eu me sinto assim.
Eu tiro meu canivete.
Nixon move-se em minha direção.
Tex o detém, enquanto Phoenix balança a cabeça.
O X era pequeno, no meio do antebraço, parece que ele gravou sua inicial na pele dela com um canivete, o corte era irregular, profundo.
“Ele fez isso com você." Minhas mãos tremem.
“Até que a cicatriz permaneceu," ela revela.
Não a aviso.
A tensão não ajudaria nenhum de nós.
Em vez disso, corro o canivete ao longo da borda do X, deixando-o aprofundar o suficiente para ela começar a sangrar, e então eu rapidamente curvo o canivete criando meio círculo.
Quando me afasto, o X parece um D. Sangrento.
E me pergunto se esse será meu legado, se ela olhará para o seu braço e me odiará como ela o odeia.
O sangue desce pelo seu braço, escorrendo lentamente no chão de madeira.
Tex dá um passo à frente e coloca a Bíblia sob nossas mãos, mas não antes de pegar meu canivete e deslizar através do meu antebraço e empurrar as mãos juntas, o nosso sangue se mistura e desliza caindo gota a gota na Bíblia.
Ele abre e começa a falar.
Não consigo ouvir nada, exceto o próprio som do meu coração martelando, enquanto El me observa olhá-la.
Ela mal pisca.
Seus lábios tremem.
Eu só quero beijar suas dores, absorver todo o medo.
E então acabou.
Cinco minutos.
Isso deveria ter durado horas, dias de celebração, escolhendo vestidos e sapatos, convidando amigos e familiares -- degustando bolos.
Foi feito.
Abaixo minha cabeça.
Chris estava certo.
Ela estava se casando com o homem errado.
Mas isso não significa que eu não passarei uma vida tentando fazer o caminho certo. Mesmo que isso signifique minhas mãos cheias de sangue.
“Vocês podem se beijar agora," Tex diz.
Nós nos inclinamos ao mesmo tempo, ela suspira contra minha boca. Devia ter sido um beijo triste.
Um beijo casto.
Mas não foi.
Não consegui me conter.
Seguro-a -- sabendo que ela é minha, sabendo que sua boca nunca tocará em outra pessoa, eu gemo, mergulhando minhas mãos em seus cabelos bagunçados, apenas para que alguém me afaste.
“Foi mais ou menos assim que você entrou nesta situação, Dante." Nixon limpa a garganta.
“Deixei-me levar." Limpo minha garganta.
Tex pisca para mim. “Acontece com o melhor de nós, confie em mim, sempre que eu beijo a irmã de Nixon, eu tenho um mini orgasmo direto n meu p --"
Nixon dá um soco em seu estômago.
Tex curva-se e tosse. “Vale a pena."
Os caras saem um a um, Phoenix fica.
Lambendo seus lábios, ele olha entre nós dois, então me entrega um envelope.
“Estou feliz por estar certo."
Faço uma careta para o envelope. “O que é isso?"
“Pegue-o." Ele dá de ombros. “Pense nisso como um presente de casamento da Família Nicolasi -- de seu pai. Vá, divirta-se, posso comprar para você um dia longe deste inferno. E então, você voltará para rastrear Mil, e vocês..." Ele aponta com a cabeça para El. “Voltam às aulas como se nada tivesse acontecido."
“Algo grande está vindo neste fim de semana." Suspiro e entrego o envelope de volta. “Eu não acho que seja inteligente perder um dia de universidade. Andrei pode suspeitar de algo."
Phoenix parece pensar nisso então encolhe os ombros. “Vou forçar os professores a entrarem em greve amanhã, simples, eles terão se recuperado milagrosamente até sexta-feira. Algo mais?"
“Você pode fazer isso?" Ele ofega.
Phoenix ofega com um pequeno sorriso nos lábios. “Querido, eu posso fazer o que eu quiser."
“Poder absoluto corrompe absolutamente." Tex puxa a cabeça para trás. “E desde que eu estava espiando, isso significa que vou ajudar, certo? Faz muito tempo que atirei em alguma coisa."
“Foi ontem." Phoenix declara devagar. “Mas sim, você pode ajudar."
Estou incomodado com o assunto todo. E talvez um pouco nervoso, não tendo mais nada ocupando a minha mente, somente El. Merda e se depois de estar comigo, e não precisar da minha proteção ou minha arma -- e se ela odiar o que vê?
“Eu não sei, Phoenix."
“Você vai." Seus olhos brilham e depois suavizam. “Merda, você vai me fazer dizer isso, tudo bem eu vou dizer. Você toma esse dia, ficam juntos, porque não posso te prometer mais, tudo bem? Não posso controlar tudo e todos, e enquanto eu sei que algo grande está chegando neste fim de semana, nenhum de nós sabe o quão grande é. Então você vai levar esse dia de merda, e vai gostar, porque pode ser o seu último. Você entendeu?"
Pego o envelope de volta. “Entendi."
El solta uma respiração instável.
“Desculpe," Phoenix resmunga. “Eu tenho trabalhado nas minhas maneiras."
“Isso explica," eu minto.
Ele solta uma risada. “Okay, certo. Vá, aproveite e aproveite ao máximo. Ah, e pegue o dele."
“Dele?" Eu repito.
“O Rolls Royce do seu pai, eu o dirigi mais cedo, pegue-o."
Meu maxilar cai.
El aperta minha mão com mais força.
“Não há bombas nele certo?"
“Claro que não," Phoenix ergue os olhos “eu mesmo verifiquei."
“Isso não é exatamente reconfortante."
“Vá," ele fala novamente.
Desta vez eu escuto.
CAPÍTULO 48
El
Nunca vi um carro mais bonito em toda a minha vida. Tem uma pequena placa de
RECÉM-CASADOS na parte de trás dele.
Eu levei dez minutos para arrumar uma mala.
E naqueles dez minutos, o carro foi decorado, tem latas penduradas no fundo dele, e fitas suficientes para que alguém como Dante provavelmente queira cometer um ato violento em relação a alguém ou a alguma coisa.
Eu me casei duas vezes na minha vida.
A primeira vez eu estava drogada quando disse sim.
Fui estuprada pelo meu próprio marido.
Espancada.
Humilhada.
Mas desta vez? Desta vez, eu disse sim com a cabeça clara, e beijei meu marido porque quis.
Não precisei de um vestido elegante.
Eu só preciso dele.
Lágrimas enchem meus olhos enquanto as esposas se reúnem ao redor do carro e gritam com entusiasmo que é o melhor dia de suas vidas.
“EL!" Trace grita, então puxa a mala da minha mão e entrega para Mo que abre, e empurra algumas caixas pequenas dentro. “Use o vermelho."
“Não!" Mo levanta-se. “Use o preto."
“Por que isso importa?" Pergunto.
“Nós fizemos apostas." Bee dá de ombros como se fosse normal, é o que toda essa família faz? Apostam no meu relacionamento com Dante até na cor, abro uma das caixas e fico vermelha. Lingerie.
Ótimo
Eu nunca usei nada tão transparente.
E se Dante odiar isso?
E se ele não quiser me tocar?
Sua mão foi forçada, mesmo quando ele disse que se importava -- isso significa que essa fantasia entre nós -- essa atração acabará?
Não tive tempo para pensar mais sobre isso antes de ser arrastada por Tex e colocada no carro.
“Bem-vinda à Família." Ele beija minha bochecha direita. Frank em seguida, Nixon, Chase e, finalmente, Phoenix.
Ele fecha a porta atrás dele.
Tento acalmar meus nervos quando Dante entra do seu lado.
E falho.
Ele não tem o direito de parecer tão calmo.
Tão intocável.
Lindo.
“Você está pronta?" Dante olha para todos os lados, menos para mim.
Meu coração afunda. “Sim, claro que sim."
Seus lábios se contraem. “Isso foi um monte de sim, El."
“Ignore-me. Foi um longo dia." Pego a mão dele.
Ele aceita e aperta.
Alguém bate no capô do carro.
Dou um pulo quando Tex dá a Dante uma saudação com o dedo do meio.
Dante pisa no acelerador e dirige para a estrada.
“Então, o que estava no envelope?"
“Chaves." Sua mandíbula flexiona. “Um endereço, e..." ele engole. “E o diário da minha mãe."
CAPÍTULO 49
Dante
Meu cérebro lento não está processando nada além do fato de que estou dirigindo o carro que meu pai uma vez dirigiu.
Quantas vezes ele tocou esse volante?
Ele tinha alguém para dirigi-lo?
Que tipo de segredos Phoenix esconde de mim, se ele tem o carro do meu pai esse tempo todo e apenas agora me bate na cara com isso.
Todas essas coisas correm na minha mente, bem como o fato de que El não para de tremer desde o minuto que sentou no carro.
Meu humor provavelmente não está ajudando muito. Estou dividido entre querer abraçar e beijá-la loucamente -- ou apenas provocar um acidente fazendo isso enquanto dirijo.
Está me deixando louco.
Saber que ela é minha, e não conseguir prová-la novamente.
Resmungo uma maldição enquanto respiro pelo espesso tráfego de Chicago, apenas para me encontrar completamente fora da cidade.
Franzindo o cenho, sigo as instruções no meu telefone.
E entro em uma pequena estrada de terra.
“Você tem certeza de que isso está certo?" El pergunta.
Dou de ombros. “Eu honestamente não tenho ideia, mas," pego minha arma com a mão esquerda e continuo dirigindo. “Apenas no caso."
Seus olhos se movem entre a arma e o meu rosto. Posso senti-la observando minhas reações a tudo o que estou vendo.
“Vou te manter segura," prometo.
“Eu sei." El responde rapidamente com uma confiança que eu provavelmente não mereço, então, novamente, ela já me viu em ação e sabe o quão rápido eu tirei sangue sem pensar duas vezes nisso.
Pergunto-me se isso a faz sentir-se melhor ou pior.
A estrada de terra parece continuar para sempre.
Até que finalmente faz uma pequena curva e nos leva à frente de uma casa de fazenda.
Algo sobre isso é familiar, mas não tenho ideia do por que.
Tem uma varanda e parece algo que você veria em Wyoming ou Montana ou...
Olho para o endereço novamente, o papel que Phoenix me deu, e abro. Não diz nada.
Incerto se alguém mora lá ou se estamos prestes a sermos baleados, puxo meu telefone e ligo para Phoenix, colocando-o no viva voz.
“Acredito que você chegou a casa?" Seu tom é divertido.
“Certo, o que exatamente é essa casa?"
“É uma casa."
“Sim, eu vejo isso," grito, Deus, talvez ele estivesse certo, talvez eu precise de um dia de folga. “Mas por que aqui? É algum tipo de casa segura?"
“Está completamente fora do radar," Phoenix explica. “Era assim que o seu pai queria," ele hesita. “Quando a construiu para sua mãe."
“Fale novamente?" Digo asperamente.
“Era seu lugar favorito no mundo -- a casa do rancho de Frank em Wyoming. Então, sendo o competitivo pau que Luca era, ele decidiu que, se ela voltasse para Chicago, voltasse para essa vida, ele teria uma réplica esperando por ela." Não consigo encontrar palavras, não sei o que dizer, essas pessoas eram estranhas para mim, pessoas que me deram a vida, mas nunca me acompanharam. Pessoas que se amavam tão forte quanto guerreavam.
“Dante, essa era a vontade do seu pai -- ele lhe deu a casa, para que você desse a sua esposa se alguma vez quisesse voltar -- um presente final, um lugar seguro para sua família -- algo que ele nunca teve."
“É nosso?" El engasga e cobre a boca com a mão. “Nós temos uma casa?"
Phoenix ri. “Não apenas qualquer casa, El, vocês estão completamente fora do mapa, ninguém sabe que existe, apenas certifique-se de desligar o GPS dos seus telefones celulares. Bem, até amanhã."
“Phoenix," grito, encontrando a minha voz. “Obrigado."
Silêncio e, então, a voz de Phoenix, sem coração, vacila. “Ame-a com tudo que você tem, Dante. Não conhecemos o nosso futuro. Vinte e quatro horas."
“Vinte e quatro horas," repito, depois termino a ligação.
“Nós temos uma casa," El diz pela terceira vez. “Uma casa de verdade!"
Nunca a vi tão animada, tão excitada, e isso me pega porque, diabos, sim, não temos apenas uma casa.
Não, porque casas podem ser construídas.
Meu pai deixou algo que eu nunca tive.
Ele me deixou um lar.
CAPÍTULO 50
El
Dante olha a casa, seus olhos enchem de anseio, sua linguagem corporal está rígida.
“Ei," pego sua mão.
Ele sente quando meus dedos roçam os dele.
A textura de veludo do seu polegar corre sobre o meu, seus olhos estão fechados como se ele estivesse sofrendo, seu polegar continua me acariciando, mal me tocando e meu corpo está vibrando com a sensação, meu coração bate com cada respiração que ele toma.
Com um estremecimento, ele levanta. “Devemos entrar."
“Sim." Tiro meu cinto de segurança enquanto ele calmamente sai do carro e pega nossas malas, com o cascalho triturando sob suas botas.
Nunca vi uma varanda tão bonita em toda a minha vida. Duas cadeiras brancas foram colocadas ao lado de um grande balanço, eu não sei por que, mas é romântico -- e ao mesmo tempo devastador.
Talvez porque este é o tipo de casa que você preencheria com crianças, o tipo de lugar que você passa geração após geração.
E está vazio.
Talvez porque, agora eu sei, foi construído para uma mãe que Dante nunca conheceu, por um homem que estava completamente acorrentado à máfia, assim como Dante.
E parte de mim grita com desespero -- enfrentaríamos exatamente o mesmo destino.
Vinte e quatro horas.
Dante coloca as malas suavemente aos meus pés enquanto nós dois enfrentamos a porta de tela.
Ele solta um suspiro. “Você desejaria estar em segurança agora?"
Pego sua mão e falo calmamente. “Seguro é chato."
“Chato também significa viver."
“Não." Viro-me para ele, abaixo sua mão e agarro seu rosto entre minhas mãos. “Isto, aqui mesmo, isso é viver."
Sua respiração muda quando beijo levemente sua boca, seus lábios ficam quentes, sua língua pesada quando ele aprofunda o beijo, seu corpo musculoso fixa o meu contra a porta. É um assalto total dos sentidos, o poder viciante por trás do seu beijo, por trás do seu corpo, das suas mãos que derramaram sangue -- que prometeu me amar e me proteger.
E matar por mim.
E morrer por mim.
Ele se afasta, acredito que tentando recuperar o fôlego. Beijar Dante me faz desejar nunca respirar novamente, respirar significa soltar meus lábios longe dos dele e isso sempre soa como a pior escolha que eu poderia fazer na vida sempre que ele está por perto.
“Você está me deixando louco." Ele diz, e beija minha cabeça antes de abrir a porta e virar para me dar um dos sorrisos mais sexy que eu já vi. Minhas coxas apertam com a memória de ter sua cabeça entre elas. “E não acho que vinte e quatro horas é tempo suficiente para fazer todas as coisas que eu quero..." Ele se detém e seus olhos lentamente me estudam antes de amaldiçoar e segurar a porta aberta para mim.
Eu entro e fico com a boca e olhos abertos.
“Isto é," faço um pequeno círculo no caminho da entrada, cada pedaço de madeira parece especificamente escolhido à mão. “Incrível!"
O rosto de Dante se fecha quando ele aperta o queixo. “Sim."
A tensão na sala poderia ter feito até Phoenix suar. A maneira que Dante mudou de humor, em um segundo, pronto para rasgar minhas roupas e no próximo parecia pronto para bater a cabeça numa parede e ficar lá pelas próximas vinte e quatro horas.
É outro lembrete de como nós não nos conhecemos, quanto tempo ainda precisamos para passar pelas fases em que um de nós ou os dois dizem ou fazem uma coisa errada.
É tudo o que sei além dos meus sentimentos por ele.
E a única coisa que tende a acalmá-lo, é a luta e o sangue.
Não planejei nossas próximas vinte e quatro horas, mas fui com ele de qualquer maneira.
Talvez eu seja uma mulher desesperada.
Talvez esteja confusa
Mas quero meu monstro.
E quero superar o que está acontecendo na cabeça dele.
Então, sem aviso prévio, eu toco no seu ombro, e quando ele vira para mim com uma mistura de choque e irritação.
Eu faço de novo.
Desta vez ele me bloqueia. Assassinato em seus olhos.
Sim, vou acabar em um saco de cadáver.
O que estou pensando?
Dante pode derrubar quatro caras de uma só vez.
Dante atirou em um completo estranho porque outro completo estranho disse a ele para fazê-lo!
Ele me agarra pela camisa e me joga na parede mais próxima. Eu ofego com o impacto.
E então, sua boca belisca a minha, ele morde meu lábio inferior, segura minha camisa em suas mãos e, em seguida, a arranca do meu corpo.
Fecho os olhos quando o som de um rasgo gigante enche a casa tranquila.
E então sua boca está na minha novamente.
Suas mãos em todos os lugares.
“Nunca," ele aperta os dentes enquanto tira meu sutiã e lambe um dos meus mamilos antes de o chupar completamente em sua boca, sua língua se move, mais forte, eu gemo. “Nunca faça aquilo novamente."
“Fale comigo..." agarro-o pelos cabelos, forçando seu rosto a encontrar o meu.
“Depois." Seus olhos azuis brilham com dor. “Eu vou falar com você depois."
“Depois do quê?"
Sua resposta é outro sorriso sujo antes de cair de joelhos na minha frente e abaixar-se para debaixo da minha saia.
Ele morde o interior da minha coxa.
Meus joelhos curvam-se com pequenas mordidas até minha outra coxa, e então a calcinha é descartada em algum lugar perto dos meus pés enquanto o ar frio atinge a minha bunda.
Então, fica quente.
Tanto calor que eu tenho problemas para ficar em pé, enquanto tento com força agarrar a parede plana com os dedos, cavando o gesso na vã esperança de que eu não me acabaria com tanto prazer.
Dante estica-me com a língua, então, quando ele agarra minha bunda com as mãos, sugando com a mesma precisão, a mesma intensidade que ele mata, cada célula em seu corpo foca em uma única coisa.
O meu prazer.
Aperto minhas coxas, tentando diminuir as ondas de prazer, apenas para ganhar um tapa duro na bunda seguido por uma mordida que me deixa envergonhada e excitada.
“Ainda não terminei," ele fala contra a minha coxa. “Maldição, você tem um gosto bom."
Apenas o toque de sua língua é minha destruição.
O mais leve dos toques faz isso.
“Dante --"
Fico tão perto quando ele levanta, quando o brilho perverso em seus olhos me prende na parede, quando sua boca me beija novamente, sua língua aveludada tem o meu gosto, o nosso gosto.
Com movimentos rápidos ele afasta mais as minhas pernas, então para de me beijar completamente quando alcança minhas coxas encharcadas e me agarra, a palma da sua mão me faz gritar.
“O que você...?" Fecho meus olhos.
“Olhando para você," ele responde. “Estou assistindo o que faço para você, deixando que queime na minha memória, então nunca esquecerei, mesmo que sejam apenas vinte e quatro horas."
Ele estremece quando eu me afasto.
Com movimentos rápidos, ele liberta-se e geme quando entra em mim, minha cabeça cai contra a parede com a sua força. É impossível segurar.
“Sua vez." Ele geme. “Veja o que faz comigo, El, nunca se esqueça desse momento, é só você e eu."
Seu olhar é o mais sexy que já vi na minha vida inteira, a forma como ele retarda seus movimentos, balançando os quadris como se tivesse todo o tempo no mundo, mesmo que sua mandíbula se aperte com a necessidade de ir mais profundo, mais forte, mais rápido.
“Isto," ele bate sua mão contra a parede perto da minha cabeça enquanto entra mais forte em mim, apenas para abrandar. “Você me deixa insanamente louco." Sua mandíbula aperta mais, o calor e o poder irradiam do seu corpo em torrenciais ondas de prazer quando seguro seus ombros para aproximar nossos corpos, precisando sentir mais.
Ele encontra minha boca novamente, seu beijo é urgente.
Este beijo é diferente.
Este beijo é um completo desespero de ambas as partes.
Para manter esse momento.
Eu quero coisas que não tenho o direito de desejar.
Desejo uma vida com ele.
Desejo crianças naquela casa.
Desejo a paz.
“El!" Dante grunhe meu nome, seu corpo fica tenso quando ele empurra em mim uma última vez, com seu ritmo frenético contínuo.
De repente, meu orgasmo me atingi, sua boca encontra a minha, beijos quentes, seus lábios percorrendo o meu pescoço até que ele pressiona a testa contra meu peito, ainda dentro de mim, ainda com esforço.
“Olhe para mim," imploro, eu preciso ver isso em seus olhos, a mesma vontade de viver, a mesma esperança de que tudo ficará bem. “Por favor."
“Apenas pergunte, El."
“Tudo vai ficar bem, promete?"
Ele não levanta a cabeça quando sussurra. “Eu prometo."
CAPÍTULO 51
Dante
É insano o fato que odeio mentir.
Prefiro disparar em alguém a sangue frio do que mentir em seu rosto, talvez esse seja o único presente que Deus decidiu me dar nesta vida fodida.
Honestidade.
Ainda não posso olhar para ela.
Ela quer ter uma certeza que não posso dar a ela.
Eu fico assim, com minha cabeça pressionada contra seu peito, ouvindo seus batimentos cardíacos por alguns minutos antes de finalmente me afastar, esperando ver a desilusão em seus olhos.
Em vez disso, encontro indiferença.
A mesma indiferença que eu tenho certeza ser sua única arma quando sofreu nas mãos de Xavier.
Ela dá um beijo na minha bochecha. “Vou me vestir, e então talvez encontrar algo para comer. Você acha que eles deixaram tudo abastecido?"
E foi isso.
Ela pega sua mochila.
E volta dez minutos depois usando uma calça e uma camisa.
Parecem roupas novas.
Inclino a cabeça, examinando-a da cabeça aos pés, raramente a vi fora do uniforme da Eagle Elite e mesmo assim ela costuma se vestir para cobrir seu corpo.
Posso ver o contorno da sua bunda perfeitamente.
Lambo meus lábios.
“Vê algo que você gosta?" Ela pergunta com aquele tom de provocação que me prepara para a segunda rodada e um inferno de muito tempo com essas pernas.
“Sempre." Sorrio. “Sempre gosto, confie em mim, mesmo quando fingi que não gostava do que vi, eu sempre gostei, acho que sua beleza alimentou minha raiva."
“Estou tentando encontrar o romance nisso."
“Minha maldição." Eu dou de ombros. “Honestidade completa." Pego minha própria mochila e tiro uma nova camisa. Troco a velha enrugada e coloco uma camiseta preta.
El faz um barulho na parte de trás da garganta. Eu olho para ela. Seu rosto está rosado, seu pescoço também, assim como todas as minhas partes favoritas que quero continuar a lamber.
“Você está bem aí?"
Ela assente. “Desculpa, é normal ter um abdômen como esse?"
Não é o que eu esperava. Explodo em uma gargalhada. “Quando você tem sua bunda chutada por cinco caras diariamente e precisa se defender -- sim, é normal. De que outra forma eu deveria me proteger contra todos os seus socos?"
“Armadura?" Ela propõe.
“Sim, eu não estava lá no dia em que entregaram a nova armadura da máfia com coletes à prova de bala e capacetes, talvez na próxima vez." Eu pisco para ela.
El morde o lábio e ainda me estuda, então quase bate em uma parede antes de encontrar o caminho para a cozinha.
“Alguma comida aí?" Eu grito.
“Meu palpite é que eles mandaram Chase a uma mercearia, porque quem fez isso lembrou dos biscoitos e do vinho."
Ela estende uma garrafa e depois joga meus oreos.
“Ei!" Pego eles com uma mão. “Não se joga um pacote de Oreos, El, eles são delicados."
Ela aperta os lábios juntos como se estivesse lutando contra um sorriso. “Você sabe que eles ainda têm um gosto bom mesmo quebrados, não é, Dante?"
Estreito meus olhos. “Você está brincando comigo?"
“Nunca." Ela pisca e levanta as mãos inocentemente no ar. “Eu vi o que você pode fazer com seu corpo."
Fecho os olhos e gemo. “Devemos pelo menos comer primeiro, antes de fazer coisas com meu corpo."
Ela suspira. “Se você diz."
“Foda-me." Passo minhas mãos sobre o rosto com frustração. “Estou tentando ser gentil com você, pegar leve com você nas coisas, o último cara com quem você esteve --"
“Era um psicopata completo." Ela termina. “E nunca olhou para mim como você faz."
“Como eu olho para você?"
“Como se eu não fosse um objeto, um meio para um fim, você me olha com propósito -- você me olha do modo que todas as garotas neste planeta querem ser vistas."
Meu peito aperta enquanto espero que ela fale mais.
El engole em seco, e a incerteza acende seus olhos antes de desviar o olhar e sussurrar. “Você me olha como se não pudesse ver cada centímetro impuro e sujo em mim -- você me olha como se não fosse digno. E às vezes, isso quebra meu coração, porque é assim que eu me sinto quando olho para você. Então, eu sei o que é querer tanto, mas ter medo disso ser arrancado no minuto em que você ceder."
Fico muito atordoado para falar.
Ela olha para o Oreos. “Quer um pouco de leite?"
“Você diz isso," grito. “E então você me oferece leite?"
“Nós temos tempo."
Eu queria que ela não tivesse dito isso.
Porque tempo é a única coisa que não temos.
Uma sensação de engasgamento se enrola no meu pescoço enquanto olho entre ela e o resto da sala de estar.
Foi assim que meu pai se sentiu?
Quando ele estava com minha mãe?
Quando sabia que seu tempo era limitado?
Tudo o que disseram foi que eles receberam uma espécie de passe de Frank para estarem juntos, mas por apenas alguns dias.
Fui concebido em alguns dias.
Em uma casa que parece exatamente assim.
El coloca um copo de leite frio na minha mão. Eu quase o derramo. “Eu não ouvi você."
“Você parece assombrado."
“Esta casa está assombrada," falo olhando para onde deixei o diário no chão.
El anda até ele e o pega. “Quer que eu leia para você?"
Dou um rápido aceno.
E então sua voz me cobre como um cobertor quente, com segurança, com amor, e eu me preparo para o pior entre essas páginas.
Preparo-me para promessas quebradas.
Corações partidos.
Morte.
Eu me preparo para o meu futuro.
CAPÍTULO 52
El
Minhas mãos estão tremendo, eu tenho medo de ler os segredos, e o medo do que eles revelariam.
"Diário de Joyce Alfero," eu leio, reverentemente correndo minha mão sobre a primeira página, quando um pedaço de papel cai.
Eu leio em voz alta.
“Filho," minha voz quebra. “Uma guerra quase foi travada por esse maldito diário. Detém muitos segredos, muitos arrependimentos, ele detém tudo. Lembro-me quando Joyce contou-me sobre ele, senti muita vergonha da minha parte em arruinar vida após vida. Filho, eu não sou um bom homem. Se você tirar uma coisa desse diário, pegue a verdade honesta de Deus.
Eu matei.
Tenho guerreado.
Eu lutei.
Não ganhei.
E, finalmente, filho, eu amei. Deus me deu um momento no tempo com a única mulher que eu já coloquei meus olhos. Eu a amei com cada batida do meu coração, com cada centímetro do meu corpo. Eu a amei e você nasceu desse amor.
Se você está lendo isso -- significa apenas uma coisa.
Eu falhei com você como pai.
Deixei essa terra muito cedo para criar você para ser o homem que eu preciso que você seja. Minha única esperança é que Frank e Phoenix fizeram o certo em encontrar você e sua irmã.
Minha última esperança, como foi dito, é você tomar o lugar legítimo como chefe da Família Alfero.
Frank me empurrou para os Nicolasi porque meu pai queria poder.
Nós dois éramos herdeiros legítimos do trono Alfero.
Mas meu pai queria mais.
Ele estava sedento de sangue.
E eu nasci desse sangue -- não amor.
Na minha morte desejei que Frank o encontrasse, para colocá-lo onde é o seu lugar.
Meu desejo moribundo é egoísta, porque é ver meu filho como um chefe. Você é Nicolasi de nascimento.
Você é Alfero pelo sangue.
Talvez, minha história, a história de sua mãe e eu, o ajudará com essa decisão.
O meu último conselho, o meu último desejo para você é que você encontre um amor tão profundo, tão puro que transcenda essa vida de guerra.
Que nesse amor, você encontre paz, mesmo quando o mundo arder ao seu redor.
Com amor em seu coração, uma arma em sua mão e a Família ao seu lado.
Você. Não. Vai. Perder.
Eu saudei a morte, não porque quis deixar você -- mas porque eu sabia que através da minha morte -- meu próprio sangue aumentaria seu poder. Minha Família se tornaria imparável. Nixon. Frank. Phoenix. Tex. Chase. Sergio. Você."
Faço uma careta quando percebo que ele deixou Mil de fora.
“A nova Cosa Nostra temerá você.
As pessoas lutarão contra você.
As pessoas morrerão por você.
Nunca esqueça quem você é.
Dante Luca Nicolasi Alfero. Meu filho."
Olho para cima. Dante tem lágrimas em seus olhos. Eu nunca o vi chorando, nunca o vi mostrar nenhuma emoção em seu rosto.
Sem palavras, ele fica parado e sai da sala. Seus passos ecoando atrás dele.
Uma porta é fechada.
Fecho os olhos quando uma única lágrima cai sobre a carta ainda apertada em minhas mãos.
E depois outra.
Eu choro por um homem que nunca conheci.
E o amor que ele teve.
O amor que me deu o lindo monstro quebrado que pode matar a sangue frio, mas que se recusa a mentir em meu rosto.
Coloco a carta de volta no diário e o fecho.
Não são meus segredos para ler -- não sem Dante ao meu lado. Estou com as pernas trêmulas e decido sentar na varanda.
Imagino o momento em que Luca estava segurando a mão de Joyce e lhe dizendo que tudo ficaria bem.
Imagino o momento em que o riso preenchia a casa do rancho que parecia exatamente assim.
Quando estavam livres.
E quando olho para o relógio na parede, eu quase posso ouvir o tic tac no silêncio, lembrando-me que temos pouco disso.
CAPÍTULO 53
Dante
Entro em um escritório.
Seu escritório?
Não tenho certeza se ele já veio para esta casa uma vez que foi construída, as memórias, os fantasmas, eram quase demais para mim e ainda nem passei por eles.
Ele deixou uma carta para mim.
E eu poderia ter jurado, naquele momento, que não era a voz de El que ouvi, mas do meu pai.
Memórias de seu cheiro brotam à superfície.
Do charuto na boca.
Do tapinha na cabeça.
De ser empurrado para trás enquanto ele gritava para os homens ao seu redor.
Flashes, sempre foram flashes, e assim, desencadearam o inferno na minha mente, meu coração, minha alma.
A voz dele.
Sua voz forte e ligeiramente acentuada.
Fecho os olhos novamente, incapaz de tirá-lo da minha cabeça, não importa o quanto eu estava cansado.
Meu filho.
Meu filho.
Meu filho.
Até esse momento na minha vida -- eu só queria vingança. Eu queria matar. Queria as ferramentas para fazer o que precisava ser feito.
Eu queria que a linhagem dos Petrovs terminasse.
Queria ser livre.
Uma carta do meu pai mudou tudo.
Acendeu algo dentro de mim, eu sei que não podia ignorar.
Como ignorar a coroa em sua própria cabeça durante os últimos vinte anos apenas para encontrá-la ainda lá, o tempo todo.
Realeza italiana.
Pergunto-me como Frank se sentiu.
Então, novamente, ele não teria lutado tanto para me encontrar, a menos que quisesse que eu assumisse essa dinastia, esse poder.
Eu era muito jovem.
Não estava pronto.
Muitas incertezas atormentam minha mente e o relógio marca minuto a minuto, cada pensamento desperdiçado é um minuto que eu poderia ter gasto nos braços de El.
Sento-me atrás da grande mesa de carvalho, a cadeira afunda com o meu peso.
Eu gemo e olho para baixo, paralisado no lugar.
Carvão.
Papel.
Lápis.
A respiração para nos meus pulmões.
“Você costumava desenhar..."
Com as mãos trêmulas, pego o carvão e não solto, não paro enquanto minha mão se move furiosamente por todo o papel, e com cada golpe, com cada movimento, uma calma se derrama sobre mim.
Até que a imagem está concluída.
CAPÍTULO 54
Dante
Passo pelo batente da porta, ela está na varanda dos fundos, com uma caneca na mão, seus olhos observam o horizonte. Não há muito para olhar, exceto pela grande extensão de terra e uma vaca solitária.
“Quem você acha que a alimenta?" Pergunto andando em direção à cadeira vazia ao lado dela e sentando.
El sorri para a vaca. “Gosto de pensar que ela só existe e não precisa ser alimentada, como uma vaca milagre."
“Sim." Meus olhos se estreitam no animal marrom e branco. “Ela é muito gorda para existir sem ajuda extra."
El ri sobre a caneca. “Vou assumir que, uma vez que Phoenix foi quem te enviou aqui, ele é o único que conhece a vaca. Eu vou atormentar o Phoenix pra caralho."
“É errado que isso me traga uma alegria verdadeira? Pensar que Phoenix tenha que cuidar de uma vaca?" Pergunto-me em voz alta. “O homem costumava me trancar e pendurar comida na minha frente antes de comê-la." Eu grito. “Ele merece uma vaca leiteira com um vício em foder."
A risada suave de El vai rapidamente se tornando uma das minhas coisas favoritas, o vento pega mechas do seu cabelo escuro enquanto beija seu queixo. “E como ela conseguiu esse vício em sexo?"
Dou de ombros. “Talvez Phoenix tenha mostrado isso para ele."
“Pode ser uma menina."
Sorrio. “Você falhou em anatomia básica na universidade?"
Seu rosto cai um pouco. “Eu fui educada em casa."
Franzo o cenho, e pego sua mão. “E isso deixa você... Triste?"
Ela não responde e depois olha para a minha mão direita. “O que é isso?"
Estendo o pedaço de papel. “É você."
El respira fundo, sua mão treme quando agarra delicadamente o retrato. “Eu não pareço com isso."
“Você está certa, você parece melhor, mas não tive muito tempo, além de ter que fazer isso usando a memória."
Ela rastreia os contornos que fiz em carvão vegetal.
O sombreamento dos lábios, seus olhos.
“É assim que você me vê?" Sua voz fica cheia de admiração quando seus olhos cheios de lágrimas encontram os meus.
Eu assinto.
“Eu quero que você me veja assim, pareço tão intocada, então..."
“Você é minha." Caio de joelhos na frente dela. “Não dele, é minha. Você me entende?" Aperto suas coxas, nossos olhos se encontram, os dela inquisidores, os meus com desejo.
Por favor, Deus, não permita que a história se repita.
“Obrigada," ela finalmente diz, olhando a simples imagem. “Você é realmente talentoso quando não está ocupado atirando nas coisas."
O elogio foi tão estranho que eu realmente não sei como responder. A última vez que desenhei algo parece ter sido há vários anos.
Antes da raiva da morte do meu pai, meu legado tornou-se demais.
Antes de descobrir que as lutas me faziam sentir melhor do que o desenho, porque pelo menos eu podia ver que estava fazendo a diferença, pelo menos eu podia sentir o sangue bombeando nas veias.
Eu podia ver os danos por fora.
E comparar com os meus danos por dentro.
“Por que você parou?" El pergunta. “De desenhar, quero dizer."
Suspiro e tento afastar minhas mãos.
Ela não deixa.
Ainda estou de joelhos, como se estivesse a poucos segundos de adorá-la com minha boca, com meus olhos estudando todo o seu rosto. Eu nunca faria justiça a ela, não com carvão, tinta e lápis.
Os seres humanos só são capazes de capturar certa quantidade de beleza -- e ela tem tanta que jamais conseguiria capturá-la completamente.
Mas eu tentaria.
“Você já amou algo tanto que é tudo o que você pensa?" Pergunto olhando para a vaca enquanto El passa as mãos pelos meus ombros e aperta meus braços como se estivesse tentando me consolar durante minha confissão.
“Não." Sua voz é baixa. “Nunca me foi dado esse luxo."
Eu resmungo. “Agora soarei como um idiota completo."
“Ao contrário de outros dias? Quando você soa como um cavalheiro?" Ela rebate.
“Sim, isso é justo." Expiro e me levanto, puxo-a para ficar de pé e então começo a balançar, dançando debaixo do céu no crepúsculo. “Eu parei de desenhar porque isso parou de me ajudar a escapar."
Giro-a novamente, o ar parece grosso, pesado com algo que não consigo descrever quando ela ri e continua a dançar comigo.
Sem música.
Na varanda.
Os cabelos na parte de trás dos meus braços estão de pé, enquanto El olha para mim, o sorriso dela brilha em seus olhos penetrantes. “Nenhum cara nunca me levou para dançar, muito menos em uma varanda e sem música."
“Há muito que você não conhece sobre mim," admito, e então me arrependo porque não posso prometer que ela conhecerá algo além dos próximos dias.
É uma sensação horrível.
É um maldito sentimento horrível.
Esse estado constante de medo, não por mim mesmo, mas pelo que poderíamos ter juntos, apenas por permanecermos vivos.
É mais fácil falar do que fazer.
“Ei," Ela puxa o meu rosto com a mão, seus olhos caem nos meus lábios. “Eu tenho uma ideia."
“Você tem? Qual?"
El agarra minhas mãos, entrelaça nossos dedos antes de ficar na ponta dos pés e apertar um beijo suave na minha boca.
Sorrio contra sua boca. “Uau, você é um gênio."
“Essa não é a ideia," ela admite. “Eu só queria te beijar."
“Não me deixe parar você," falo bruscamente enquanto beijo-a novamente, troco nossas posições, minha boca inclina quando tento aprofundar o beijo.
El puxa para trás. “Nós temos a noite toda e parte do dia amanhã, certo?"
“Certo." Estreito meus olhos.
“Você," ela empurra contra meu peito. “Vai me levar a um encontro."
“Eu vou," repito, e depois coço meu pescoço, meu olhar salta sobre sua cabeça. “Eu uh, nunca estive em um encontro antes."
Ela respira fundo.
“Você está tentando não rir ou está tão chocada que eu terei que fazer massagem cardíaca," resmungo. “Qual é?"
Estou com muito medo de olhar.
E talvez um pouco envergonhado de admitir isso em voz alta.
“Eu também não," El diz com uma voz fraca. “É por isso que quero um, quero dizer, nós pulamos essa parte."
“E toda vez que você e eu estivemos juntos," encolho os ombros e finalmente olho para ela. “Sem encontros, hein?"
“Eu era jovem quando Xavier me levou." Seus lábios tremem. “E você?"
Solto um suspiro exausto e dou de ombros. “Nunca precisei."
Ela franze a testa. “Eu não entendo?"
“Nunca tive que perguntar," digo lentamente. “Ou ganhar uma garota, eu simplesmente..."
El bate no meu ombro e me dá um soco no estômago antes que eu pudesse flexioná-lo.
“Que diabos!" Eu grunho. “Isso dói!"
“Você vai viver." Ela me olha, e coloca as mãos nos quadris. “Você está dizendo que as meninas simplesmente caíam aos seus pés, que elas praticamente imploravam para você tirar a roupa? É o que você está dizendo, não é?"
Aperto meus lábios juntos para evitar sorrir, mas o olhar no seu rosto não tem preço. Eu perco a guerra e caio na gargalhada.
Rir de verdade é bom. Até que ela começa a me bater novamente.
“El, ei," digo, entre risadas antes de pegá-la e jogar sobre meu ombro. Ela continua batendo nas minhas costas, minha bunda, no que pode tocar. “Você sabe que apenas faz cócegas agora certo?" Ela continua. “Tudo bem, um pouco para a esquerda."
El belisca minha bunda esquerda.
Deixo-a ficar de pé. “Você não quer jogar esse jogo, eu ganharei sempre, El."
“Que jogo?" Ela ofega e pula em mim.
“Ok, ok," coloco o sofá entre nós. “Não tenho muita certeza se o que você está procurando é uma desculpa aqui, mas sinto muito que eu fodi garotas sem levá-las a encontros e lamento que você esteja presa comigo sem saber como é sair em um encontro."
Ela cruza os braços. “E?"
“E..." Inclino meu corpo contra o sofá. “Eu adoraria levá-la para um encontro, agora mesmo."
“Agora mesmo?"
Sorrio. “Talvez depois de colocar algo mais sexy."
Ela joga uma almofada na minha cara, eu apenas me afasto e consigo outra apontada para o meu pau.
“El," eu digo, segurando minhas mãos e sorrindo. “Não estou tentando ser ofensivo aqui."
“E, no entanto, você é!" Ela pega a almofada.
Suspiro. “Viu agora?! Eu seria uma merda total no namoro!"
Ela espera, e pega outra almofada.
“O que estou tentando dizer, mas posso adicionar... sem sucesso..." Limpo meu rosto com minhas mãos. “Eu tenho uma irmã."
Seus olhos estreitam.
“Espera." Aponto para a almofada. “Apenas deixe-me terminar. Tenho uma irmã, uma linda maravilhosa, e irritante irmã. Eu sei o que as meninas querem quando vão a um encontro, elas querem passar horas se preparando apenas para o rapaz quase cair morto quando as vê. Então ele olha para ela e percebe plenamente que é um bastardo de sorte por fazê-la dizer sim. Então, vá ao banheiro, leve o seu tempo fazendo o que as garotas diabos fazem lá, coloque algo extravagante e me dê tempo para preparar tudo para esse... encontro em casa." Meu peito está agitado quando termino, mas pelo menos a almofada está de volta ao sofá.
“Tudo bem." Ela assente. “Então, eu apenas desapareço um pouco?"
“Sim," respiro. “Então posso surpreendê-la e assim você pode fazer o seu pior -- mas já vi você nua, então, se você estiver vestindo roupas, elas ainda serão a minha segunda coisa favorita que já vi em você."
Ela encolhe os ombros. “Então, talvez eu apareça nua."
“Então talvez você seja a sobremesa," ofereço.
“Talvez seja tudo o que eu desejo o tempo todo," ela passa por mim, envolvo meu braço em sua cintura e dou um beijo em seus lábios e aponto para o corredor.
E rezo para que não tenha feito outra coisa ofensiva ou estúpida.
Não tenho ideia de como namorar.
Especialmente porque não é como se eu pudesse pagar pelo jantar e um filme.
Sim, eu tenho muito trabalho a fazer e não tenho tempo para descobrir como fazê-lo.
CAPÍTULO 55
El
Ele nunca esteve em um encontro.
Eu tenho olhos.
Estou ciente da aparência divina que o homem tem -- não é como se estou exatamente emocionada com isso, ele simplesmente dormia com quem quisesse, sem ter que comprar o jantar primeiro.
Senti-me tão estúpida ao dizer algo que eu quase corri para meu quarto e tranquei a porta atrás de mim.
Mas sua risada.
Deus, essa risada.
Foi ruidosa, real, divertida.
Eu amei.
É uma coisa que eu me lembraria do meu tempo nesta casa do rancho, ouvir o riso de Dante Nicolasi devia ser ilegal.
Enrolado em torno de mim, e fazendo meu corpo pulsar em todos os lugares certos, leva tudo em mim para não saltar em seus braços e começar a arrancar suas roupas e implorar por mais.
Mais risada.
Mais provocações.
Ele sempre foi sério.
Sempre assombrado.
Sempre com raiva.
Pergunto-me, se talvez eu estivesse ajudando a destruir a armadura que ele estava tão interessado em manter -- talvez eu pudesse atravessá-la.
Talvez isso, seja lá o que for, pode ir além do sexo, além da atração.
Além da proteção equivocada do seu nome.
Tenho esperança.
Pela primeira vez desde que me lembro, tenho esperança de que meu futuro não será preenchido com a morte, mas com vida.
A esperança é uma coisa perigosa.
Porque me faz sonhar acordada sobre coisas que eu não tinha direito de sonhar, isso me faz pensar que qualquer coisa seja possível quando eu sabia que estávamos correndo contra um relógio que não escolhia um lado, e que não nos devia favores.
Suspiro e vou até minha mochila e abro uma das caixas que as meninas me deram.
A camisola é de seda preta, tem uma frente aberta e quase pode passar como um vestido de coquetel chique.
Rapidamente o visto e olho as ligas ao lado.
“Que diabos?" Puxo as meias, junto as ligas está uma tanga preta de renda e dou uma pequena volta no espelho antes de deixar a camisola descer em cascata contra minhas pernas.
Parece caro.
Puxo meu cabelo em um coque solto na base do meu pescoço e procuro por alguma maquiagem.
Eu nunca usei muito em torno de Dante, principalmente porque Xavier sempre quis tirar do meu rosto. Pensava que ele ficava com raiva de ver minhas contusões, e sei que foi porque eu lutei com ele.
Ele queria uma apresentação completa. Enquanto eu queria esfaqueá-lo na garganta com qualquer objeto afiado que estivesse por perto.
Ele não está aqui agora.
É só eu, e Dante -- e aquela vaca estranha lá fora.
Inclino meus ombros e aplico uma sombra escura nos olhos, seguida de um delineador azul e um blush e batom vermelho que espero que seja tirado, pelo menos eu espero, mas adorei o batom vermelho. Mesmo porque eu raramente uso.
Eu costumava vê-lo em sua pele.
E odeio que ele arruinou mais uma coisa mais para mim.
Mas talvez, talvez o vermelho na pele de Dante esteja se redimindo. Com as mãos trêmulas, adiciono alguns acabamentos.
Jogo um pouco de perfume que uma das meninas embalou com as caixas e, finalmente, um par de saltos pretos, que não me lembro de ter visto.
O que elas faziam? Basta comprar coisas e escondê-las para ocasiões como essa?
Levanto a cabeça e toco a maçaneta da porta.
Vim para cá há quarenta e cinco minutos.
Isso era suficiente para criar algo? Qualquer coisa? Ou ele ainda estaria de pé pensando em como ele me daria um encontro?
Solto uma respiração instável, abro a porta e ando com passos lentos pelo corredor, fazendo meus pés fazerem um som contra a madeira.
A cozinha cheira, eu não tenho certeza a quê.
A mesa foi posta.
Um prato de cada lado em uma toalha de mesa branca, com guardanapos na louça que ele dobrou e colocou talheres em cima.
Dante até acendeu uma vela e apagou as luzes.
Com a garganta seca, passo pela mesa e encontro Dante na cozinha. É um completo desastre.
Ele cozinha da mesma maneira como ele luta -- com imprudência e muito foco. E aparentemente o seu objetivo é matar o espaguete até parecer algo como --
“Parece bom."
“Eu cozinhei o macarrão, tentei novamente, depois cozinhei, mas essa coisa," ele diz, apontando para o fogão, “Está chutando a minha bunda, eu só tive que passar por duas caixas de..." Ele olha por cima do ombro.
Seus olhos queimam, seu olhar me percorre da cabeça aos pés e volta a subir, ele suga o lábio inferior como se estivesse imaginando me provar, e quando seus olhos encontram os meus novamente, ele parece drogado. “Não se mova."
“Ok."
“El..." Dante engole em seco, olha de volta para o macarrão e de volta para mim. “Foda-se o encontro."
“Você não quer fazer isso?" De repente, com vergonha, começo a me afastar.
“Não. Se. Mova." Sua mandíbula fica rígida enquanto ele apoia as mãos contra a bancada e se inclina como se estivesse se preparando para uma briga. “Sabe o quê? Eu tenho uma ideia, aqui."
Dante desliga o fogão, escorre o macarrão, e espalha tudo em pratos como se estivesse sendo cronometrado. Uma vez que tudo está na mesa, ele pega uma toalha e me dá. “Pegue isso."
“Uma toalha?" As minhas sobrancelhas se levantam. “Eu já estou no serviço de limpeza?"
“Não, nesse vestido você não está." Ele geme. “Apenas a envolva em meus olhos."
Tento não hesitar na dor que se espalha por minhas mãos trêmulas quando pego a toalha e envolvo ao redor de seus olhos, então quando estou pronta para amarra-la, ele agarra meus pulsos e vira a cabeça.
“El," ele inala com avidez como se ele pudesse me cheirar no ar. “Você está bonita."
“E, no entanto, você não quer me olhar."
“Mais um segundo te olhando em vez de tocar e esse vestido estaria destruído no chão, sua maquiagem manchada, seu cabelo puxado, e suas coxas enroladas em meu corpo tão rápido que você não teria o seu encontro. Eu faria uma festa no seu corpo enquanto o espaguete ficaria frio, eu adoraria você com a minha língua e não levaria o meu tempo, não iria fazer perguntas. Foda-se, nem consigo me lembrar do endereço de Nixon agora." Ele confessa. “Quero fazer isso certo, El. Até agora eu fiz tudo errado, é a única coisa que sou bom, fazer a coisa errada. Então me dê essa chance, para te dar o encontro que você merece, e não me deixe te ver até que você esteja pronta para eu fazer amor com você, não contra a parede, não na mesa, mas em uma cama, uma boa cama onde eu possa levar meu tempo com você, onde eu possa adorar cada centímetro de você. Tudo bem?"
Aceno para ele enquanto as lágrimas enchem meus olhos.
“El?"
Não respondo.
Choro alto o suficiente para ele provavelmente adivinhar que eu estou quase arruinando a minha maquiagem. Ninguém me levou a um encontro.
E ninguém, nem mesmo Xavier, alguma vez me tocou em uma cama onde eu pude olhar nos olhos dele. Onde consegui fazer parte do processo.
Onde eu era igual.
Aperto um beijo nas costas de Dante, ele solta um gemido gutural antes de embrulhar bem a toalha no rosto e amarrar. “Feito."
Quando ele vira eu quero rolar meus olhos ou pelo menos ter uma conversa muito séria com Deus.
Como é possível ficar melhor só com a metade do seu rosto?
Seu sorriso é mais sexy, sua boca um toque mais largo do que eu lembro, sua pele mais suave. Coloco minhas mãos ao lado de seu rosto, passo os polegares em sua mandíbula forte e dou um leve beijo na sua boca.
Ele lambe os lábios e assente. “Mais?"
“Alimentos primeiro."
“Alimentos primeiro," ele resmunga. “Mas agora que não a vejo, você tem que fazer algo por mim..."
“O quê?"
“Alimentar-me." Ele sorri de novo. “Já assistiu A dama e o vagabundo?"
“Deixe-me adivinhar... você é o vagabundo?"
“Bem, sou aquele que nunca namorou, apenas fodeu, então, vou pegar o título. Depois de você," ele aponta para a mesa enquanto seus lábios dançam ao longo da minha orelha. “Minha dama."
Estremeço e puxo sua cadeira, então sento na minha, estou a poucos centímetros dele, nossos pratos quase se tocando.
“Eu acho que já gosto desse encontro." Olho para o pão francês e rasgo um pedaço. “Aparentemente eles abasteceram com comida?"
“Acho que Phoenix fez as compras." Ele continua. “Muito macarrão, Chase teria um aneurisma se ele visse toda comida encaixotada aqui e latas, o homem odeia qualquer coisa que não seja feita do zero."
“Chase deveria ter sido um chef," concordo.
O rosto de Dante entristece um pouco antes dele encolher os ombros. “Eu acho que todos nós poderíamos ter sido muitas coisas, se não tivéssemos nascido nisso."
“Sim." O pão de repente parece areia na minha boca, eu engulo e pego um garfo.
“E você?" Dante interrompe meus pensamentos. “O que você queria fazer?"
“Conversa boa em um encontro," desvio.
“Responda à pergunta," ele rejeita.
Deixo cair meu garfo e olho para as minhas mãos no meu colo, ele as alcança e segura nas suas.
Sempre tive medo do que suas mãos eram capazes, sem perceber que eu tinha medo de que uma parte dele cuidaria de mim, e faria qualquer coisa por mim.
Essas mãos, elas matariam por mim.
Essas mãos, arrancariam a vida alguém e qualquer coisa por mim.
E essas mãos, nesta noite, irão me tocar, acariciar e amar.
As mãos não definem o homem.
O homem define as mãos.
“Eu amo elas." Beijo seus dedos sem pensar.
Dante respira fundo. “Minhas mãos?"
“Destrutivo, assassino, lindo." Beijo seu pulso.
“Responda à pergunta, El."
Nada passa por Dante. Nem mesmo a minha obsessão com suas mãos.
Suspiro enquanto aperto minhas mãos com mais força. “Meus pais foram mortos por Xavier antes mesmo de eu saber quem ele era, antes de me mudar com meu papai. Eu estava brincando com minhas bonecas e uma batida veio da porta, foi no mesmo dia em que eu disse a minha mãe que queria ser uma mãe como ela."
Sorrio mesmo que ele não possa ver.
“Meninas da minha idade, elas queriam ser supermodelos, estrelas de TV, professoras, astronautas..." Lágrimas brilham nos meus olhos quando encolho os ombros. “Meu sonho era ser ela."
Dante inclina-se para frente, sua cadeira range. “El... como foi? Como ela era?"
E então eu me lembro, como uma idiota. Estou falando com um órfão.
Uma vítima desta vida.
Apenas como eu.
Ele cresceu sem conhecer sua própria mãe.
Ele cresceu sabendo que esta vida matou seu pai -- provavelmente o levaria em algum ponto.
Ele cresceu sem mãe.
“Ela sempre estava cantando," eu sussurro. “Tudo era caseiro, ela ficava na cozinha por horas, eu odiava aquela cozinha, porque sempre significava que tinha que lavar os pratos." Eu ri da memória. “Ela era linda, feliz, sempre fazendo coisas para os outros. Sabe, acho que eu não vi minha mãe chorar? Ela era tão forte. Quando..." Engoli. “Quando os tiros dispararam, eu corri para baixo, havia sangue, tanto sangue." Balanço minha cabeça. “Fiquei lá por pelo menos uma hora. Não havia pulso. Mas pelo menos os olhos dela estavam fechados, entende? Pelo menos parecia que ela estava dormindo. Foi o que disse a mim mesma quando papai veio com eles."
Dante congela. “Quem foi com seu pai?"
“A cavalaria." Eu suspiro. “Ou, pelo menos, parecia assim, o homem parecia um anjo, ele tinha o cabelo grisalho, olhos azuis cristalinos, e cheirava a charutos e menta. Seu terno era listrado e eu me lembro dele perguntando se meu pai era capaz de me proteger." Lambo meus lábios. “Papai nem sequer hesitou. Ele disse que me protegeria com a sua vida. O homem parecia estar chateado com alguma coisa, ele e papai conversaram um pouco, mas foi decidido que eu ficaria bem. E então..." sorrio com a lembrança. “Mesmo que fosse o pior dia de todos os tempos, ele se ajoelhou ao meu lado e colocou a mão em cada corpo frio e disse uma oração."
“Sangue do meu sangue, você é livre -- encontre o descanso --"
“Encontre o descanso no final de sua jornada, que você seja abençoado, que sua família seja abençoada, que suas vidas sejam abençoadas, que eles sejam protegidos pelo sangue que você derramou. Sangue in nessun fuori3," Dante termina silenciosamente.
Eu suspiro. “Como você sabe disso?"
Ele não responde imediatamente, sua mandíbula está apertada e depois ele recosta-se na cadeira e sacode a cabeça. “Porque é o que Luca Nicolasi dizia quando perdia um dos seus na batalha. É o lema da Família Nicolasi e passou para o restante das quatro Famílias. Nós o memorizamos apenas no caso de precisarmos. Temos que dizer isso a um amigo, parente, associado. É nossa maneira de mandar alguém para casa."
Lágrimas lentamente começam a abrir caminho no meu rosto. “Você está dizendo isso, que o homem que veio naquele dia era italiano?"
“Isso é exatamente o que estou dizendo." Ele abre a boca como se fosse dizer mais, em vez disso Dante assente com a cabeça para a mesa. “Devemos comer antes de ficar frio."
E foi isso.
Ele está incomodado com a conversa. Ou escondendo algo.
Mas eu conheço Dante o suficiente para saber disso -- haverá mais, quando chegar a hora certa.
E pela primeira vez em muito tempo, consegui falar sobre as mortes dos meus pais, e sobre os meus sonhos.
Sem chorar.
Suas mãos, aquelas mãos, apertaram as minhas novamente. E eu sei -- sua força é a minha.
Não estou sozinha.
Não mais.
CAPÍTULO 56
Dante
Eu queria poder dizer que a história de El não é típica. Mas em nosso mundo, as Famílias foram destruídas pelos segredos que eles concordaram em manter.
E muitas vezes, não era culpa deles serem mortos, na maioria das vezes, é porque alguém sabia demais.
Muitas vezes, é porque alguém está desconfortável com o conhecimento que outra pessoa tem e quando você está desconfortável, você está disposto a matar para ficar confortável novamente.
El não teria sido poupada se a tivessem visto.
El teria sido morta por estar na mesma casa que os segredos.
E ainda assim, ela não faz ideia. Ela não está sendo caçada por causa da morte de Xavier, ela está sendo caçada por ter enganado uma morte merecida. A máfia não mata apenas os pais -- eles eliminam linhagens de sangue e por algum motivo eles queriam que ela desaparecesse.
Tentei não reagir e provavelmente fiz um trabalho muito ruim, mas isso muda as coisas, isso significa que mesmo sendo quem eu sou -- ela ainda é um alvo para eles, sempre será um fodido alvo -- a menos que...
A menos que eu seja o chefe.
Meu sangue é real.
Meu nome é tão bom quanto o de Nixon ou de qualquer outra pessoa.
Mas não tenho o título.
Ainda não.
Eu prometi a ela que a protegeria. Prometi que mataria por ela. Para manter essas promessas, eu terei que colocar a maldita coroa.
E sentar no trono da Família Alfero.
Eu posso não sobreviver.
“Aqui," ela interrompe meus pensamentos levantando um garfo para os meus lábios, o molho escorre do meu lábio inferior enquanto eu lambo e gemo. “Abra."
Abro a boca quando ela desliza o garfo. Dou algumas mordidas e engulo. “Estou surpreso que você está sendo legal e não jogando molho em cima de mim."
“Sim, bem, você não viu sua calça, tem molho em todos os lugares, pensei que quanto mais sujo ficasse mais cedo você a tiraria."
Eu gemo. “Está me matando."
“E quanto a mim? Eu tive que olhar sua boca pela última hora!"
“O que há de errado com minha boca?"
Ela fica quieta e depois suspira. “É agradável."
“É agradável?" Repito com uma risada. “Agradável, não faz você parecer que está engasgando, e não faz você ficar toda molhada, não é?"
El ofega.
“Oh, desculpe, esta não é a conversa adequada de um encontro?"
“Não!" Ela empurra outra garfada contra meus lábios. Eu rapidamente afasto e inclino-me em sua direção.
“Molhada."
“Pare com isso!"
“Você," coloco meus dedos nas suas coxas e puxo a cadeira para mim. “Admita e vou comer."
“Quer um pouco de vinho?"
“Quer a minha boca?"
“Dante."
“El," baixo a voz. “Claro, me dê um pouco de vinho, simplesmente abra suas pernas."
“Não."
“Sim."
Deslizo minha mão debaixo do vestido e arrasto os dedos pelas suas coxas, uma a uma, até que as separo.
Ela aperta minha mão como se estivesse tentando quebrá-la.
“O quê?" Dou voz à minha cabeça enquanto meu coração ruge para a vida junto com cada célula do meu corpo. “O que diabos, você está vestindo?"
“Ligas," ela engasga.
“Estou cheio." Fico de pé.
“Eu não estou." Sua voz provoca. “Sente-se, vou te servir o vinho, podemos conversar mais, sabe, como em um encontro de verdade."
Odeio essa palavra. Encontro. Ela é minha esposa!
Sento-me de qualquer modo.
Tento controlar meus pensamentos.
Cinta liga. Ela está de ligas, porra!
“De que cor elas são?" Pergunto uma vez que El me entrega um copo de vinho.
Ela suspira alto. “Você descobrirá."
“Igual ao seu vestido? Se é que se pode chamar isso de vestido! Porque parece lingerie."
Tomo um grande gole de vinho.
“Por que é."
Eu engasgo.
“As garotas compraram para mim caixas e caixas."
“Elas fizeram isso?" Bato no meu peito, a voz tensa. “Lembre-me de agradecer a elas quando voltarmos."
Ou comprar a minha própria ilha no sul da França, juntamente com um pônei para cada criança nascida aqui para sempre.
“Uh-huh." A provocação em seu tom intensifica o som dela colocando seu copo de vinho na mesa e enche a sala. “Eu não cheguei a ver tudo, mas há muita renda."
Engulo e me forço a respirar. “Apenas vinte e quatro horas e toda essa renda... parece um desafio."
“Você adora desafios."
“Eu gosto de ganhar." Sorrio. “Gosto de prêmios. Sou a versão mafiosa de um guaxinim4 com uma arma brilhante e com uma fixação por facas -- bem junto com uma obsessão não saudável por olhos marrons, lábios vermelhos e, aparentemente, ligas. Que cor você disse que era?"
“Eu não disse."
“Tem certeza?"
“Fique se matando, você é horrível nas negociações." Ela ri.
“Sou horrível porque estou distraído."
“E novamente, fique com as armas, Dante."
“Armas hein? Só porque não posso negociar com a minha boca não significa que não posso fazer outras coisas com os meus lábios, e a minha língua," Inclino-me mais perto dela até que posso ouvir sua falta de ar. “Eu não ouvi você reclamar nenhuma vez."
“Talvez porque tenho medo de você."
“Você tinha." Assinto. “Mas não tem mais."
“Não," ela sussurra. “não tenho mais medo de você -- eu tenho medo por você. É pior, muito pior."
“Não vamos mais falar sobre morte, a minha ou de outra pessoa, El." Fico de pé e ofereço minha mão. “Vamos para o quarto."
“Então você poderá ver minhas ligas?"
“Eu não disse que tiraria a venda."
“Mas como --"
“Deixe que eu me preocupo em encontrar o caminho em seu corpo, além disso, gosto da ideia de esconder e procurar." Ela agarra minha mão na dela. “E vou permitir que você faça o que quiser comigo na cama, provavelmente é a melhor ideia que já tive."
Sua mão cai. “É porque você sente pena de mim?"
“Não." Falo devagar, propositalmente. “Toda mulher merece ser adorada El, mas acho que muitas vezes os homens são estúpidos idiotas que esquecem que as mulheres não querem apenas ser objetos -- elas querem participar, então continuarei com a minha venda e você..." sorrio. “Faça o seu pior."
“Estou gostando mais desse encontro..."
Sorrio, sentindo-me bem, conversar com ela é tão natural que quase posso esquecer o peso constante nos meus ombros e o relógio que corre sobre nossas cabeças.
CAPÍTULO 57
El
As janelas estão abertas no quarto principal, criando um brilho prateado da lua enquanto lança a luz através do edredom branco na cama king gigante.
Há uma lareira à direita, ao lado de uma sala de estar que se liga a um banheiro gigante com um chuveiro grande o suficiente para dez pessoas.
É aconchegante e moderno.
“Você está quieta." Dante fica de pé na minha frente, suas mãos nos quadris, o jeans baixo abraça sua perna e a camisa preta quase não esconde os músculos em seu peito e o bíceps.
“Eu estava apenas olhando para você," finalmente admito depois de alguns batimentos. “Você sabe que todas as esposas pensam que você é sexy."
Ele inclina a cabeça. “E eu me importaria com isso por quê?"
“Você não entende quão sexy você é."
“Não, eu não entendo, e você provavelmente deveria continuar dizendo-me isso enquanto me mostra as suas ligas."
“Deite-se primeiro." Empurro-o levemente no peito, e ele cai contra o colchão. “E as ligas são brancas."
Ele geme e sua cabeça cai contra os travesseiros como se estivesse tentando não reagir. “Uma promessa é uma promessa."
Eu fui usada como uma escrava sexual por anos.
Nunca me sentei sobre um homem e olhei para ele. Se Xavier tivesse me dado essa chance eu abriria sua garganta com minhas unhas, se necessário.
“Você está quieta novamente," Dante fala, apoiando meus quadris com as mãos. “Estou fazendo isso errado?"
Sorrio. “Eu gosto desse lado seu, esse que você não está frustrado o tempo todo."
“Eu não," ele franze o cenho. “Sou frustrado o tempo todo."
“Você está fazendo isso agora."
“Tenho uma mulher sexy como o inferno sobre mim e nem posso vê-la, o que você espera que eu faça? Ria? Você percebe o quanto é doloroso ser pressionado contra você e não poder te sentir?"
Sorrio com isso. “Você confia em mim?"
Ele suspira, passando as mãos na sua cintura. “Você poderia ter uma arma apontada na minha cabeça agora e eu não saberia, El. A primeira coisa que faço quando entro em uma sala é procurar saídas. Nunca estive com os olhos vendados, nunca deixei nenhuma mulher me dominar porque eu não confio em ninguém... entrei neste quarto cego. Eu fiz isso por você. Sim, El, eu confio em você."
Engulo o nó na minha garganta e beijo seu pescoço, e puxo a toalha. Os seus olhos azuis cristalinos se trancam nos meus.
“O que está errado?"
“Não é o que está errado," digo. “É o que é certo. Eu quero te ver. Quero que você me veja." Corro meus dedos através do seu cabelo. “Eu só quero nós."
O seu peito sobe e desce enquanto ele desenha com os dedos círculos preguiçosos nos meus quadris, e em seguida ficamos um ao lado do outro, olhando fixamente.
Ele fala primeiro. “Prometa-me uma coisa."
“O que?"
“Isso aqui”, ele balança a mão ao redor. “Este é o nosso lugar seguro, sem sangue, sem guerra, apenas um homem e uma mulher."
“Apenas um homem e uma mulher," repito com ele. “Gosto muito disso."
“Bom." Dante inclina meu queixo em sua direção e roça um beijo suave na minha boca e então usa sua outra mão para juntar a camisola de seda e puxar acima dos meus quadris. Ele sente primeiro as ligas, seus dedos se enrolam em torno do material e um sorriso sorrateiro se espalha por todo seu rosto deslumbrante. “Branco pode ser minha nova cor favorita."
Pressiono minha mão contra a dele, o calor da sua palma se espalha por toda a minha coxa. “Melhor que um grande vestido branco, certo?"
Ele ergue a cabeça e pisca. “Desculpe, você não teve a chance de usar o grande vestido branco."
“Eu prefiro ter as ligas," digo, meu rosto aquecendo com timidez. “Além disso, este vestido é mais bonito do que qualquer coisa que já usei."
“Terei que discordar sobre isso," Dante fica de joelhos e se inclina sobre mim, sua boca roça a minha. “A coisa mais bonita que você usa é sua própria maldita pele, El."
Bato minha boca contra a dele com pura fome, puxo sua camisa sobre sua cabeça e alcanço a sua calça jeans.
“Isso deveria ser lento," ele murmura contra minha boca, sua língua desliza apenas o suficiente para me fazer gemer pedindo por mais.
Abaixo sua calça e ele tira.
“Não há boxer hoje," eu o seguro na minha mão.
Dante solta um gemido e me vira de costas quando ele desliza a camisola sobre meus quadris e depois pela minha cabeça, e a joga no chão.
Dante respira fundo. “Eu deveria ter casado com você semanas atrás," ele observa meu rosto, os músculos flexionados em seu estômago e peito, quando ele me dá outro beijo de boca aberta. Balanço meus quadris contra ele, e Dante sorri em meus lábios.
“Ainda não," Dante move seu enorme corpo para baixo, e cobre minha barriga com outro beijo, então descansa a cabeça no meu estômago enquanto move as mãos pelas minhas coxas, suas palmas acariciam as ligas como se ele não conseguisse realmente acreditar que existem, e então lentamente solta uma, puxa a meia toda até o meu pé, então faz o mesmo com a outra.
Quase explodo quando seus lábios mordem os meus, seu pau pressiona contra a minha barriga quando ele agarra meus joelhos e os separa apenas para estreitar os olhos para mim, como se estivesse gastando tempo enquanto me olha, como se quisesse saborear o momento para sempre.
“Olhe para mim, El." Ele aperta o meu rosto entre as mãos, seus olhos são urgentes. “Não desvie o olhar."
Eu não desvio.
Fixo os olhos nele.
Dante paira sobre mim.
Respiro quando ele para perto da minha entrada.
“Está vendo?" Ele respira. “Assista El, isso, somos nós."
Lágrimas brotam nos meus olhos enquanto ele aperta lentamente, possessivamente. Quero fechar os olhos, é muito para processar, esse homem bonito, movendo-se em mim, dentro de mim, comigo.
Eu arqueio, minha cabeça mergulha no travesseiro quando uma onda de prazer cresce e quebra entre nós apenas para recomeçar novamente, ele abranda os movimentos, puxa seu corpo pesado sobre o meu e o beijo com os olhos abertos. Inclino-me nele com cada beijo.
E em cada vez que ele empurra, eu o seguro com força. Prometendo o para sempre.
Seu corpo treme, sua respiração é pesada. “Nada deveria ser tão bom."
“Nada nunca foi," admito, uma lágrima desliza pela minha bochecha.
Ele a beija.
Envolvo meus braços ao redor de seu pescoço e seguro enquanto ele me mostra seu amor.
Enquanto ele me fode com paixão.
Enquanto ele me força a ver o que deveria ter sido o tempo todo.
E como seria com ele.
“Vamos, Dante." Beijo sua boca, a tensão nos seus músculos é linda, a maneira como ele se mantém protetoramente sobre mim, amando e salvando ao mesmo tempo, provavelmente sem perceber.
Homens como Dante Nicolasi existem em dois lugares.
Nos livros.
E em meus braços.
Ele geme meu nome.
Eu suspiro quando ele empurra mais fundo.
“Eu. Sou. Seu." Ele me dá tudo.
Eu pego tudo.
CAPÍTULO 58
Dante
Não sei quanto tempo olhei para ela, mas durou tempo suficiente para El cair em um sono profundo enquanto olhava seu peito subir e descer. Enquanto eu me lembrava que, neste momento, ela está em meus braços.
Ela está respirando.
Minha.
Um monte de emoções me atinge de uma só vez. Proteção, medo, e, se eu não fosse um idiota, uma parte de mim admitiria que a última emoção que sinto é diferente.
Desconhecida.
Como se alguém abrisse meu peito apenas para ter certeza de que meu coração está batendo e o cutucasse com um bastão.
É doloroso.
É constante.
É horrível.
É amor.
Aperto meu braço ao redor do seu corpo, beijo sua cabeça e imagino um mundo onde as horas passando por nós não soassem como uma sentença de morte.
Eu digo que estou exagerando.
Eu digo a mim mesmo que tudo ficará bem.
Mas meu instinto pensa de uma forma diferente.
“Dante," ela passa o braço em volta de mim e aperta. “Não me deixe."
“Nunca," minto. “Eu nunca vou deixar você." De propósito. Deixo a última parte e prometo de qualquer jeito.
Porque pelo menos eu não estou olhando seu rosto.
Pergunto-me se o amor me fará um mentiroso.
Porque em um ponto prometi a ela que nunca olharia em seus olhos e diria qualquer mentira.
Mas agora as coisas são diferentes.
Eu sei -- e farei isso para salvá-la.
Eu mentirei para salvá-la.
O amor não faz as pessoas boas serem honestas.
Faz de todos nós mentirosos.
Porque ao ser confrontado em machucar alguém que você ama, dizer a verdade ou dar a mentira, então eles não experimentarão a escuridão.
Escolherei a mentira toda maldita vez.
Finalmente adormeço, só para acordar horas depois com a cama vazia.
“El?" Chamo seu nome e visto meu jeans. Ela não está no banheiro e nenhuma luz está acesa na casa.
Ando pelo corredor, a porta do escritório está aberta.
Abro-a ainda mais.
El está de pé na frente da mesa do meu pai.
Segurando uma foto.
“Este é o seu pai?" Ela pergunta enquanto passo meus braços ao redor dela por trás, descansando meu queixo sobre seu ombro.
“Sim, é ele." Éramos muito parecidos, é assustador como os olhos azuis cristalinos, cabelos pretos e o maxilar forte são idênticos.
“Ele estava lá," ela diz. “O dia em que meus pais foram mortos." Eu paro de me mover. “Você acha que talvez... Eu tenha sido salva para você? Que neste maldito confuso mundo, eu servi meu tempo com o diabo -- e Deus me deu um anjo como penitência?"
“Não sou um anjo."
“Você está certo," ela vira em meus braços. “Você é meu salvador."
“Não sou bom El, nós conversamos sobre isso."
“Não preciso que você seja bom, Dante. Lembra?"
Nossas testas se tocam. “Sim," digo bruscamente. “Espero que Deus tenha colocado meu pai para vê-la e o quanto estava sofrendo, e sussurrou algo no ouvido de Frank e ele a salvou para que um dia você não tivesse que ser espancada por esse monstro -- mas amada completamente por mim."
Experimento suas lágrimas em seus lábios quando ela me beija e sobe na mesa enquanto embrulha as pernas ao meu redor.
“Temos um fetiche por mesas," ela fala entre beijos.
“Eu não me importo." Beijo seus lábios com mais força quando El deixa cair meu jeans no chão. “Nunca me cansarei de você."
El me guia até ela. “Eu também."
Estamos fazendo amor na mesa do meu pai.
Em uma casa com mais segredos e mais fantasmas do que posso imaginar, e ainda assim, não consigo evocar qualquer coisa, exceto pura alegria. Talvez El esteja certa. Ele a salvou sem saber o seu futuro. Ou o meu.
Ele fez a coisa certa.
E por isso, um homem que não é bom, que nunca será bom, pode experimentar um gostinho do céu.
Agradeço silenciosamente enquanto a amo e fico ainda mais solidificado na minha decisão de tomar o meu legítimo lugar.
Não porque é o melhor para ela.
Ou para mim.
Mas porque é o que Luca Nicolasi teria feito.
E era o que ele queria.
Um homem não é bom, e não é mal, mas ambos.
E quero seguir seus passos.
Provavelmente isso me matará.
Mas uma coisa é certa, estou cansado de sentir raiva, cansado de correr, e muito cansado da vingança.
“Eu te amo," gemo contra o pescoço dela.
“Então me prometa que você terá cuidado." El agarra meu rosto com suas mãos. “Prometa."
“Não é agora onde você deveria dizer que me ama também?" Desvio com um impulso.
“Dante."
“Eu prometo." Olho em seus olhos e então nossas bocas colidem quando ela alcança seu clímax e grita.
“Eu também te amo."
CAPÍTULO 59
El
Não quero ir embora.
Eu sei o que está nos esperando quando nós sairmos da casa do rancho. Mas nosso tempo acabou.
Passamos a manhã na cama.
Conversando.
Rindo.
Como se fossemos normais.
Como se essa situação fosse normal.
E toda vez que ele achava que eu não estava observando -- podia ver o futuro incerto pelos meus próprios olhos.
Dante entrou aqui procurando uma vida.
Ele está saindo daqui como um homem.
Está em seu sangue.
O jeito que ele cuidou de tudo, incluindo a vaca. Como se estivesse tentando desvendar um quebra-cabeça, o quebra-cabeça do nosso futuro, os russos, e qualquer que seja esse inferno.
“Você está pronta?" Ele estende a mão.
Não quero tomá-la.
O rosto de Dante suaviza, ele beija minha cabeça e me puxa para dentro de seus braços. “Nós voltaremos."
“Por mais que vinte e quatro horas?"
“Absolutamente, além disso, alguém tem que alimentar aquela maldita vaca," ele provoca.
A vaca muge como se tivesse ouvido a promessa de comida.
Ambos compartilhamos um sorriso e depois andamos lentamente descendo os degraus da varanda até o carro em espera.
O cascalho range sob meus sapatos.
A tristeza pende entre nós como uma corda pesada.
Dante abre a porta para mim.
“Você acha que foi assim com sua mãe e seu pai? Quando ela teve que deixá-lo?" Eu pergunto.
“Tenho certeza de que foi pior." Dante olha para longe. “Ela pertencia à outra pessoa, e você... você sempre será minha."
Respiro aliviada. “Eu sou sua."
Dante fixa seus olhos nos meus. “E eu sou seu."
Ele beija a ponta dos meus dedos uma última vez antes de ir para o seu lado do carro, entra e fecha a porta.
O silêncio pende ao nosso redor.
Um silêncio pesado que fala de cada medo que eu me recuso a admitir em voz alta.
Ele liga o carro.
Meu coração bate em meu peito.
Nós estamos deixando a fantasia.
De volta à realidade.
De volta ao sangue, armas e guerra.
Como eles fazem isso? Como ainda sorriem? Bebem? Fazem bebês? Como elas fazem isso?
Sem morrer um pouco por dentro cada vez que um dos seus maridos saem de casa -- sabendo que eles podem não voltar.
Como você deixa de se ressentir da mesma coisa que lhe dá essa vida de luxo?
Esses homens foram moldados pela violência, se não estivessem nesta vida, eu não acho que o amor seria tão intenso.
O que os tornou máfia -- é o que os fez quem são.
Dante dirige o carro, segurando o volante com as duas mãos e expirando lentamente.
E então estamos dirigindo pela estrada de cascalho e de repente de volta à autoestrada.
Nós não conversamos.
Acho que ambos estamos muito consumidos com o que o hoje traria. Estou prestes a perguntar-lhe se ele irá ao The Spot ver Andrei nesta noite, quando Dante solta uma maldição e muda de pista.
“O que há de errado?" Meu coração pula uma batida.
“Estamos sendo seguidos." Ele joga para mim o seu telefone. “Ligue para Nixon, agora."
Busco o contato e disco o número de Nixon.
“Sim?" Ele responde no primeiro toque.
“Dante disse que estamos sendo seguidos."
“Merda." Ouço murmúrios atrás dele. “Onde vocês estão agora?"
“Autoestrada." Minha mão está entorpecida por agarrar o iPhone muito forte.
“Diga-lhe para acertar."
“Acertar?" Repito em voz alta.
Dante bate o pé no acelerador e faz algum tipo de movimento estranho que eu só vi em manobras que os dublês fazem, enquanto dirige pelo trânsito e toma a próxima saída.
Meu corpo bate na porta. “Ok, acho que os despistamos."
“Merda!" Dante ruge torcendo o volante para a direita e desce por outra rua lateral.
Seus olhos viram da direita para a esquerda, depois de volta antes de parar o carro no parque. “Dê-me o telefone."
“Por que estamos parando?" O pânico aperta meu peito.
"O telefone, El."
Entrego-lhe.
“Vou precisar de limpeza," é tudo o que ele diz para Nixon antes de desligar o telefone e segurar meu rosto entre as mãos. “Fique no chão. Agora."
“Mas --"
“Você me ama. Preciso que confie em mim. Agora, El."
Desato meu cinto de segurança e deito-me no chão assim que ele abre o porta-malas e anda ao redor.
Por que ele está andando tão lentamente?
Olho no banco.
Isso estava lá o tempo todo?
Ele puxa um AR-16, empurra algumas munições e o segura no ar.
Pego seu telefone apenas no caso.
Não tenho arma.
Aperto os olhos quando um SUV preto para na rua em frente a nós, então vira em direção ao nosso carro estacionado.
Eles não têm uma chance.
Dante começa a disparar tão forte e rápido que tive que tapar meus ouvidos.
Pneus estouram no SUV, um cara com uma arma tenta disparar contra Dante, mas ele atira na sua cabeça antes dele pensar duas vezes.
Um toque soa em meus ouvidos quando um homem sai do carro e começa a atirar em Dante.
Um tiro.
O cara cai.
Outro segue.
Até seis corpos estarem espalhados pela rua.
Dou um pulo quando Dante aparece no lado do passageiro e bate na janela.
Abro a porta.
Ele se ajoelha. “Você está bem?"
“Eu não estava sendo baleada."
Ele sorri. “Sim, bem..."
O som de passos cruza o cascalho e atinge meus ouvidos, Dante aponta a arma para a esquerda e dispara mais duas vezes.
O cara, quem quer que fosse, cai agarrando seu peito.
Encosto novamente contra o assento.
“Estamos quase em casa," ele beija minha bochecha, joga a arma de volta no porta-malas e depois agarra seu telefone e liga para Nixon. “Cerca de dez quilômetros de distância."
Ouço sua voz, o endereço que ele dá, e a explicação.
Esta foi a vida que me inscrevi no momento em que me casei com ele.
Simplesmente não esperava que isso acontecesse tão cedo.
A luta.
As armas.
O sangue.
Sete corpos apenas... Mortos.
Pelas mãos do meu marido.
As mesmas mãos que segurou a minha viciosamente por todo o caminho de casa.
Eu ainda estou em estado de choque quando chegamos à entrada.
Nixon, Sergio, Frank, Phoenix, Chase e Tex estão todos à espera na frente da casa, com os braços cruzados.
Mil está longe de ser vista.
O que acaba de deixar meu estômago ainda mais doente.
Dante desliga a ignição e aperta minha mão uma última vez. “Confie em mim."
“Eu confio."
“Ame-me." Ele sorri tristemente com as mãos juntas.
“Sempre."
O seu olhar é triste. “Desculpe, El, pelo que está por vir, pelo que preciso fazer, só eu sei. Se pudesse, eu fugiria com você -- faria toda a coisa de artista de rua." Ele morde o lábio. “Desenhar casais no parque."
“E eu cozinharia."
Ele dá uma risada. “E criaria pratos."
“Tudo a partir do zero," acrescento.
“Estas são nossas cartas, El."
“Eu sei," admito com tristeza.
Ele acena com a cabeça e lentamente sai do carro. Eu sigo. Andamos de mãos dadas até os homens.
Dante para na frente de Frank e lentamente, com confiança, levanta a cabeça e fala as palavras que eu nunca pensei que o ouviria dizer. “Eu, Dante Nicolasi Alfero aceito meu papel como chefe da família Alfero."
Os olhos de Frank são uma mistura de tristeza e alegria.
Os ombros de Nixon caem em alívio.
Dante solta minha mão quando Frank se inclina para frente e beija sua bochecha esquerda e depois a direita.
E, descendo a linha, Dante caminha.
Até que ele se depara com O Capo. Tex.
Tex levanta a mão para Frank.
Frank desliza um anel de seu dedo anelar direito e o coloca na palma de Tex.
Parece pesado.
É a coroa da Família Alfero.
Tex o beija, então o desliza no dedo de Dante.
O peso do que acabou de acontecer me atinge no peito com tanta força, que eu balanço em meus pés.
Deixei esta casa com um homem.
E voltei com o chefe legítimo do trono Alfero.
Um anel para governá-los, nunca pareceu tão certo.
E errado ao mesmo tempo.
“E agora," Frank sorri. “Nós brindamos."
Tento sorrir, mas estou muito chocada pelo que Dante fez e o que sei que ele tem que fazer.
E o que isso significa para o nosso futuro.
Especialmente porque eu sei que ele será caçado mais do que nunca.
Ressentido.
Desprezado.
Temido.
Reverenciado.
Respiro fundo e sigo os homens, mas sou parada por Frank, pelo assassino do meu ex-marido.
Pelo ex-chefe dos Alfero.
“Ele fez o certo," Frank sussurra com uma voz solene. “Este é o caminho dele, esse deveria ter sido o caminho do seu pai, ele está fazendo certo, o que eu fiz errado. É minha culpa. E carregarei esse fardo todo o caminho até o meu túmulo, até que eu possa ver meu irmão novamente e pedir desculpas, até que eu possa ver a mãe de Dante..." Ele aponta a cabeça para a casa. “Esta vida é difícil, mas compensamos isso. Nós rimos muito. Nós bebemos bastante. Nós trabalhamos duro. Vivemos e, no final, não é isso que todo humano quer? Uma existência onde se pode fechar os olhos todas as noites e saber que, se Deus os levar -- eles viveram bem a vida."
Pisco para ele. “Eu nunca pensei dessa forma."
“Eh, a máfia faz você pensar em muitas áreas cinzentas, não há preto e branco na vida, não deixe que qualquer um lhe diga qualquer coisa diferente. Sem linhas retas. Sem regras. A vida é a vida, cabe a nós decidir o quão bem nós vivemos o que nos foi dado."
Abaixo minha cabeça.
“Não importa o que aconteça, El," Frank inclina meu queixo em sua direção. “Se vive intensamente. Você vive bem."
“Sim senhor."
Ele sorri. “Não sou tão velho, e sou tio de Dante, isso faz de você minha sobrinha agora."
Família.
Eu tenho família.
Surpreendida, eu só posso olhar para ele.
“O quê? Você não fez os cálculos nessa sua cabeça." Ele envolve um braço ao meu redor e me leva para a porta. “Agora, bebemos todas as últimas gotas do vinho de Nixon. Tenho grande prazer em fazer excursões na sua adega."
Sorrio sobre isso. “Eu aposto que sim."
“Tenho o direito depois dele ter seduzido minha neta e me dar uma bisneta que é tão bonita que traz fodidas lágrimas aos meus olhos ao ver seu rosto rosado." Ele suspira. “Eu já contei a história de como eu quase atirei na cara em Nixon?"
“Qual das vezes?" Tex chama de dentro da casa.
“Ou a vez que Nixon quase bateu em Tex e atirou nele a queima-roupa”, Chase lembra falando sobre o seu copo de vinho. “Melhor história para dormir, queria ter uma foto do seu rosto, oh aguarde”, ele fecha os olhos. “Aí está!"
Tex resmunga sobre o seu vinho.
E logo se juntam todas as esposas.
Mais garrafas são abertas em comemoração.
E quando Mil chega tarde em casa -- novamente.
Ninguém diz nada.
Ela age perfeitamente normal.
Com exceção do fato de que Chase observa cada movimento seu como um falcão e quando ele acha que ninguém está olhando, limpa uma lágrima de seus olhos e sai.
CAPÍTULO 60
Dante
O anel pesa na minha mão o caminho inteiro para a aula. El juntou-se a mim na cama mais tarde naquela noite, ela não disse qualquer coisa, apenas me segurou.
É o que eu precisava.
Ela está quieta novamente no caminho da aula, embora ela torça o anel ao redor do meu dedo algumas vezes como se estivesse tentando descobrir o quanto pesa, quantos pecados ele carrega -- e se isso poderia nos salvar.
“Você está completamente segura," tranquilizo-a. “Meu nome, meu sangue, nossas Famílias, não deixe ninguém te sacanear hoje e se Andrei te encurralar..."
“Dante," ela me interrompe com um sorriso. “Estou bem, eu prometo, é apenas uma responsabilidade muito grande sabe?"
Estremeço. “Nem me fale. Eles lhe dão uma maldita pasta preta com cada segredo familiar no minuto que o anel atinge seu dedo. Quase me sinto mal por Phoenix, e a merda que esse homem carrega." Eu me encolho. “Só tenho confiança nos meus próprios contatos, nos associados Alfero e, claro, você."
Falei demais.
Ela olha para suas mãos. “Qual é o meu sobrenome então?"
Mordo meu lábio. “Nicolasi-Alfero."
“E meu nome de solteira?"
Não respondo.
“O seu pai sabia? Quem era minha família? De onde eles eram?"
“Eu não acho que você quer fazer isso agora, El."
“Diga-me." Sua voz é fraca. “Por favor, apenas... diga-me. Preciso ouvir você dizer isso."
“Você não é russa," finalmente digo enquanto caminhamos pelos portões da universidade.
“Eu sei disso."
“Você é italiana."
“Eu suspeitava disso."
Com um suspiro, estaciono o carro e olho para ela com preocupação. “Não importa quem você era, o que importa é quem você é."
“Quem era o papai, quem eram meus pais? Vocês devem saber agora, se todos tem pastas pretas, eu quero ver a minha."
“Ah!" Desligo a ignição. “Confie em mim, você não quer."
“Dante..." Ela toca meu antebraço.
“Eu não sabia," não pretendia falar. “Quando estávamos na casa do rancho, não tinha ideia, está bem? Isto fez Sergio e Phoenix trabalharem juntos e quase se matarem enquanto descobriam."
“Descobriam o quê?" Sua voz treme.
“Eu disse que você viu Luca," engulo. “que ele estava lá no dia em que seus pais morreram -- era a peça final que faltava."
Lágrimas enchem seus olhos. “Diga."
“De Lange," eu suspiro. “Você é uma De Lange."
Seu rosto se fecha enquanto ela afunda contra o banco. “A Família de Phoenix? Mil?"
“Prima distante," respondo honestamente. “Muito distante, tão distante que foi quase impossível encontrá-la uma vez que Xavier fez parecer que você morreu também. As pistas acabaram. Mas ele te levou, e te manteve viva por seus próprios motivos doentios e por isso, você ainda é um alvo. Eles não só deveriam acabar com todos os membros da Família que estavam trabalhando com os Petrovs escondidos -- mas também deveriam matar a linhagem completa. Seu pai não é realmente o seu papai, ele era um associado da Família Nicolasi, ele estava sob grande disfarce. Ele levou você, eles inventaram uma história -- e ele fez o impossível."
Seus olhos enchem com lágrimas. “Ele se apaixonou por uma pequena garota que o chamou de papá porque ela não conseguia pronunciar seu nome corretamente. E ele a protegeu até a sua última respiração."
Puxo-a em meus braços. “El," beijo sua cabeça. “Vou cuidar de você, tudo bem? Matarei todos que fizeram isso, eu os matarei e quem mais precisar. Eu juro."
“Quando o sangue será suficiente? Quando acabará essa guerra?" Ela sussurra através de suas lágrimas.
“Quando estiverem mortos," eu digo a verdade. “Você é um alvo, mas eles não podem tocar em você, não enquanto eu estiver vivo --"
“Então fique vivo," ela exige.
“Então, você sentiria minha falta?"
Ela franze o cenho.
“Agora, quem está franzindo o cenho?"
El cai contra o meu peito. “Obrigada por me contar."
“Eu não queria te contar."
“Por quê?"
“Porque jurei protegê-la e dizer essas coisas não a protegerá, isso a deixa triste, irritada, desapontada -- eu quero protegê-la de tudo, El."
Ela me dá um sorriso triste. “É só isso? Se for, você não pode."
“Deixe-me tentar." Eu prometo. “Aposto que eu poderia."
Ela pega meu rosto com a mão. “Sua arrogância é sexy."
Esmago sua boca com a minha.
Ela se afasta e geme. “Nós realmente temos que ir a aula?"
“Até que tudo se resolva," suspiro. “sim, mas no momento em que tudo isso acabar, trancarei você no quarto e jogarei a chave fora."
“Parece bom."
“Continue me olhando assim e vou ter você nua e atrasada para a aula."
El encolhe os ombros.
Meus olhos se estreitam.
E então ela lentamente rasteja para o banco de trás.
“Você está falando sério?" Olho em volta como se eu tivesse medo de ser pego quando já estou tirando a porra do meu uniforme.
El pisca e torce o dedo, espalhando as pernas largas enquanto eu passo para o banco de trás e levanto sua saia.
“Então, vamos nos atrasar alguns minutos," ela me puxa segurando minha camisa. “Vai valer a pena."
“Deus, eu amo o casamento." Beijo-a novamente.
E fico perdido no momento.
Ela pode ser uma De Lange.
De uma Família odiada.
De uma família que, até Mil, não tinha lealdade a ninguém.
Mas eu lhe dei o meu nome.
E agora? Ela é minha.
CAPÍTULO 61
El
A coisa sobre a máfia? Você conhece todos os segredos, conhece a escuridão do mundo e ganha a perspectiva da vida quando você tem medo constante de perdê-la.
Algum garoto punk, sentado ao meu lado na aula, está ouvindo Justin Bieber e reclamando sobre o hambúrguer que ele comeu.
Eu endureço quando Andrei vem e senta ao meu lado.
“Acho que tenho que te dar os parabéns." Ele sorri e depois se recosta na cadeira enquanto o professor fala sobre uma boa comunicação no local de trabalho. Inútil, a informação é totalmente inútil.
“Sim." Digo sem olhar para ele. Eu finjo ouvir as instruções que eu preciso da aula.
“Seria uma vergonha... que jovens tão apaixonados morram tão cedo, não é?"
Eu congelo.
“Uma total vergonha." Ele dá de ombros. “Eu me pergunto que tipo de monstro ele se transformaria se eu tirasse dele tudo o que importa? Só porque posso?"
“Por que você faria isso com alguém que está do seu lado?" Pergunto.
“Ele está?" A cabeça de Andrei se inclina. “Uma chance, darei uma chance para provar isso, e se ele falhar -- bem, não acho que a história terminará com ‘E viverão felizes para sempre’."
“Você pode confiar nele."
Ele ofega. “Assim como posso confiar em você?"
“Eu nunca disse que você poderia confiar em mim, sou uma mulher apesar de tudo," digo com tom sarcástico.
Andrei me olha, posso sentir seu olhar penetrar nos meus ossos. “Eu gosto das minhas mulheres quietas."
“Afortunadas."
Ele agarra meu braço esquerdo, seus dedos cavam na minha carne tão forte que eu gemo. “Dê ao seu homem uma mensagem por mim, ok?"
Ele me entrega outra nota. Olho para o papel e depois para ele. “Você vai me matar se eu ler."
“Sim." Ele não hesita.
Aceno com a cabeça e empurro a nota na minha bolsa. “Pelo menos você é honesto."
“Eu tenho os meus dias." Andrei pisca como se estivesse flertando comigo quando nós dois sabemos que ele não hesitaria em acabar comigo.
“Por que você veio aqui? Para Chicago?" Pergunto.
Ele faz uma pausa, um olhar de irritação cruza suas feições. “Eu realmente não acho que você está em posição de me perguntar coisas investigatórias."
“Oh." Faço uma careta. “Eu só pensei que estávamos passando notas em aula e conversando, meu erro."
Volto minha atenção para o professor.
Andrei mantém a voz baixa. “Nem todos tem o luxo de ter infinitas quantias de dinheiro -- não infinitas quantias que estão congeladas pelo governo dos EUA. Então eu fui criativo. E fiz novos amigos."
“Amigos perigosos?" Adivinho.
“Estúpidos," ele responde rapidamente. “Posso manipular, como eu bem quiser assim como tudo e todos nesse universo abandonado por Deus."
Estou chocada para responder, por ele estar falando comigo sobre coisas assim, apenas assinto com a cabeça e olho para longe.
“Se ele me enganar, vou matá-lo -- não vou te matar. Vou amarrar você na minha cama," ele acaricia meu braço, “vou amarrar cada perna de um lado para que eu possa vê-la sempre que quiser, e fodê-la sempre que isso me agradar."
Os meus lábios tremem. “Sim, eu gostaria disso, talvez apenas o mutilasse para que você possa assistir..."
Afasto-me para longe.
Ele ri e fica de pé, então simplesmente sai da classe, como se fosse autorizado a fazê-lo enquanto o professor está no meio da aula.
Respiro fundo.
Conto o número de vezes que minha respiração sai como se estivesse presa nos meus pulmões.
E quando a aula termina eu corro para a porta. Saída. Preciso de uma saída.
E eu preciso de Dante.
Ele já está me esperando.
Lanço-me em seus braços e beijo seu pescoço e então sussurro na sua orelha. “Ele não confia em você por que ainda não fez alguma coisa assustadora."
Entrego-lhe a nota.
Dante olha para baixo, sorri e então agarra minha mão.
Estamos nos movendo rapidamente.
Muito rápido.
As pessoas começam a olhar enquanto Dante me mantém presa ao seu lado.
Andrei está lá fora, com seus minions ao lado dele.
Cada um deles parece satisfeito com eles mesmos.
Dante solta minha mão, beija a minha testa e diz: “Fique aqui."
“Você recebeu minha nota?" Andrei pergunta.
“Eu não li." Dante encolhe os ombros.
O sorriso de Andrei desaparece. “Você provavelmente deveria."
“Eu vou chegar lá." Dante puxa sua Glock debaixo de seu uniforme e segura ao seu lado. “Agora, qual número?"
“O quê?" Os olhos de Andrei se estreitam em pequenas fendas.
“Qual você quer que eu mate?"
Maksim faz um barulho de asfixia e ri.
“Não importa, vou escolher." Dante aponta a arma para Maksim. “Sua escolha, pé, perna, braço ou peito?"
“Nenhum." Maksim aperta os dentes. Um músculo flexiona em sua mandíbula.
Andrei cruza os braços e sorri. “Perna."
Dante dispara dois tiros na coxa de Maksim. Ambos os buracos escorrem sangue pela calça de seu uniforme, e ele cai de joelhos, gritando de dor.
Dante afasta a arma. “Toque-a novamente e eu arrancarei sua língua. Isso não é sobre ela. É sobre fazer um nome para mim mesmo com quem quer que esteja disposto a me dar." Noto que ele não está usando o seu anel. “Você não irá questioná-la, não irá assustá-la. Ela é minha."
“Então coloque uma mordaça na boca dela." Andrei zomba. “Ela fala demais."
A mão de Dante estremece ao seu lado. “Nós vamos fazer isso ou não?"
“A nota." Andrei assente. “Isso acontecerá amanhã. Espero que você valha a pena, já que atirou em um dos meus melhores homens, vou precisar de você na sua melhor forma."
“Vou me certificar de usar vermelho para que não vejam meu sangue." Dante vira as costas para ele agarra meu braço e nós caminhamos.
Ele não está tremendo de terror.
Ele parece tremer de raiva e adrenalina.
Uma vez que estamos fora do alcance, estico-me e toco seu ombro. “Você está bem?"
“Não ficarei bem até eu colocar uma bala entre os olhos daquele merda."
“Eu sinto muito."
Ele franze a testa para mim. “Pelo quê?"
“Sinto muito, isso é minha cul --"
“Eu juro que, se a próxima palavra for culpa, vou voltar e atirar nele, e terminar isso agora."
“Você sabe o que quero dizer." Meus ombros caem. “Se eu tivesse morrido então --"
“Então, nós ainda estaríamos em guerra porque é o que acontece quando pessoas egoístas e sem moral recebem uma arma e poder, está bem?"
Aceno com a cabeça e abaixo minha cabeça. “Ok."
Ele abre a nota e lê. “É um endereço."
Suspiro em alívio. “Isso é bom, certo?"
“É bom ou é uma armadilha."
“Ótimo," sussurro.
“Logo." Dante beija o topo da minha cabeça, “Acabarei com isso, em breve."
CAPÍTULO 62
Dante
Mil não está em casa.
O rastreador que colocamos diz que ela está fazendo compras.
El estava exausta, então a forcei a tirar uma soneca.
O que me deixou com Chase, olhando um para o outro, esperando que sua esposa volte para casa.
Ele desliza a garrafa de vinho em minha direção. “Você acha que isso vai funcionar? Apenas perguntar a ela?"
Dou de ombros. “Nós sabemos que ela realmente não está fazendo compras. Talvez ela se sinta culpada o suficiente para simplesmente lhe dizer tudo."
“Você acha que não tentei isso todos os dias?" Ele tira o vinho de mim e olha para ele com nojo. “Não posso continuar assim. Viver com ela sabendo que isso está matando-a -- nos matando. E a parte doente, é achar que ela quer me dizer, acho que ela quer que isso acabe -- e está aterrorizada que eu descubra o porquê -- e se recusa a envolver qualquer um de nós por causa disso."
Eu não pensei nisso.
“Como se ela estivesse nos protegendo?"
Chase apenas encolhe os ombros.
Mil entra pela porta dez minutos depois.
Sem sacolas.
“Compras?" Eu pergunto, o sarcasmo escorre pela minha voz enquanto olho suas mãos vazias.
“Você saberia, perseguidor." Ela pisca como se fosse engraçado, eu balanço minha cabeça e desvio o olhar, detesto mentirosos, eu odeio.
Chase fica de pé. “Onde você esteve Mil?"
“Não importa, Chase." Ela dá um sorriso triste. “Eu já disse, nada importa quando passo por estas portas, deixe-me ser sua esposa, não uma chefe."
"Você concordou em ser ambos," ele diz com tristeza. “Deixe-nos ajudá-la."
Ela treme e olha para suas mãos, como se estivessem manchadas de sangue, mas se recusa a nos contar. “Esta é a parte em que digo que você não pode ir para onde eu vou, você não pode fazer o que estou fazendo. Esta é a parte em que digo que estou deixando você, Chase." É impossível perder as lágrimas que enchem seus olhos, junto com o medo brutal por trás deles.
Chase pula de seu assento, e depois dispara abraçando-a. “O inferno que você vai!"
Lágrimas derramam sobre suas bochechas. “Eu te amo mas --"
“Mas?" Ele ruge. “Eu lhe dou meu coração e alma e você diz que me ama, mas...?"
Nixon entra na cozinha, sua mão direita segura uma arma.
Trace não está muito atrás dele, com sua própria arma na mão.
Todos possuem uma arma nesta maldita casa?
O entendimento atinge Chase, ele olha entre Mil e Nixon. “É tão ruim..." Ele balança a cabeça. “Que você me deixaria? Deixaria-nos?"
“Olha, isso não pode ser apenas sobre mim? E não sobre a máfia." Ela implora.
“Não!" Dizemos todos em uníssono.
Mil olha para a minha direção. “Você não deveria estar na universidade?"
“Eu realmente gostava de você," digo. “O que diabos aconteceu?"
“A vida." Ela engole em seco, com os olhos vagando pela sala. “Acho que é melhor eu simplesmente... ir embora por um tempo."
Todos sabíamos o que isso significava. Ir embora significa nunca voltar.
“Se sair desta casa, irá morrer," Nixon diz num tom que nunca o ouvi usar antes.
Ela dá um passo em direção a ele. “Não me importo com quem você --"
Nixon bate sua arma no rosto dela e ela cai no chão.
Chase se move para segurá-la.
Nixon balança a cabeça. “Se você sair desta casa sozinha por sua vontade -- eu prometo a você, que eu mesmo te mato, e vou."
“Você não entende." Ela limpa o sangue em seus lábios. “Nenhum de vocês entende! Eu não quero que vocês cheguem nisso, não quero que vocês descubram isso, não quero que vocês toquem nisso, ou que me toquem." Ela começa a tremer no chão envolvendo seus braços em torno de si mesma. “Eu pensei que poderia entrar e sair, era suposto ser limpo! Dinheiro fácil!"
Chase geme nas mãos dele. “Você tem dinheiro!"
“Não é meu!"
“Tudo o que é meu é seu, é nosso, é o casamento!" Ele ruge.
Lágrimas enchem os olhos de Trace e ela olha para Mil e depois para Chase, e então ela me assusta pra caralho e provavelmente o seu próprio marido quando aponta a arma para Mil e baixa sua voz, falando em um tom ameaçador. “Se você machucar meu melhor amigo, meu marido, minha família, minha filha, não haverá um lugar onde você possa esconder que não a encontrarei."
“Trace --" As lágrimas derramam nas bochechas de Mil.
“Não." Trace balança a cabeça. “Você escolheu."
A sala fica em silêncio quando Mil limpa as lágrimas de suas bochechas e se levanta. Chase a alcança, mas ela se afasta.
É um momento que ficará gravado permanentemente no meu cérebro, a fome crua no seu rosto, e o terror sobre o dela. Um amor tão tangível que você pode saboreá-lo no ar.
E depois. Nada.
Como se tivessem arrancado a corda invisível entre eles, cortassem seu próprio coração e voltassem para trás com todas as malditas coisas que alguma vez compartilharam. Sinto isso no meu próprio peito, a perda, e a dor abrasadora. E quando Chase cai em colapso de joelhos, eu sei.
Ele prefere morrer a experimentar isso novamente.
Ele prefere estar morto.
Que conhecer a perda de seu amor.
Mil balança a cabeça mais uma vez e sai da sala.
Nixon vai em direção a Chase, mas Trace o segura, ajoelhando-se no chão com ele enquanto o puxa em seus braços e o segura forte.
Nixon passa a mão pelo seu rosto e faz um pequeno círculo, como se não estivesse certo se ele deveria sair, atirar em Mil, ou se juntar ao abraço.
“Dante..." sua voz grossa enche a sala.
“Fique com Chase, vou chamar o resto dos caras para que possamos decidir o que precisa ser feito."
Ele hesita.
“Eu farei." Engulo a secura na minha garganta. “Tudo o que precisa ser feito." Olho para trás. “Eu tenho o menor apego emocional a ela -- vou fazer isso."
“Fazer o quê?" El entra na sala.
Ninguém diz nada.
Chase se vira e fica parado quando Nixon me dá um aceno solitário.
Não é assim que eu esperava passar o resto do meu dia.
Matando a esposa do meu melhor amigo.
Porque foi o que Chase se transformou.
Dou-lhe um olhar triste antes de puxá-la nos meus braços e beijar sua testa. “Você teve um bom cochilo?"
Ela suspira. “Sim, até o grito."
Estremeço. “Não se preocupe com isso."
Ela fixa seu olhar em mim, como se estivesse lendo minha alma perturbada, então fica na ponta dos pés e beija minha bochecha antes de andar até a geladeira. “Vá treinar, estarei no meu quarto fazendo lição de casa desse ‘negócio de classe’ estúpido que estou sendo forçada a fazer."
Meus lábios se contraem.
Trace coloca a arma no balcão, El ergue as sobrancelhas, mas não diz nada.
“Tive que ir às aulas que eu também odiava," Trace finalmente diz.
Nixon empurra a cabeça para mim.
Sigo-o pela sala.
Chase está atrás de nós.
Nixon se vira e coloca a mão no ombro de Chase.
“Não." Chase se afasta e inclina a cabeça. “Você só vai piorar."
Nixon amaldiçoa. “Se houvesse outro caminho --"
“Mas não existe," Chase cospe empurrando Nixon no peito. “Existe? Esse é o mundo em que vivemos! Onde as pessoas ficam fodidas -- onde você perde o amor de sua vida por causa de quê? Orgulho? Dinheiro?" Ele resmunga em desgosto. “Não era para ser assim." Sua voz vacila, ele me olha e diz. “Vamos treinar."
Estou esperando há semanas para ouvi-lo dizer isso.
E agora? Eu quero que ele mude de ideia.
Outro aceno solitário vem de Nixon.
“Tudo bem," suspiro. “Tente não morrer."
“Isso importa?" Ele diz enquanto passa por mim e entra na sala de treino.
“Vou conversar com o resto dos caras, ainda podemos votar, eles podem não querer avançar para isso até que possamos saber mais, mas..." Nixon suspira. “Eu acho que sabemos o suficiente para entender que ela está fazendo algo muito sombrio e colocou cada um de nós em perigo por causa disso."
“Diga-me que nem sempre é assim." Eu me inclino contra a parede. “Diga-me que você não está constantemente sufocando de medo e com raiva, me diga que fica melhor."
“Isso vem em ondas." Nixon diz depois de um longo momento. “Então, aproveite o passeio quando estiver bom e mantenha-se próximo a quem você ama quando for ruim."
Assinto com a cabeça e entro na sala de treino. Chase já está sem camisa, sem capacete, sem luvas.
Ele não tem qualquer tipo de proteção.
“Estilo de rua." Faço uma careta. “Tem certeza disso?"
“Talvez se você me colocar em coma irei esquecer toda essa merda," seus olhos são selvagens.
E pela primeira vez desde que o encontrei, eu quero protegê-lo. Quero matar todos e qualquer um que já o magoou.
Eu quero que eles sintam a dor.
E, de repente, não tenho nenhum problema em matar alguém que prometeu amá-lo até a sua última respiração.
Porque ela mentiu.
Não apenas para ele.
Mas para todos nós.
E ele é meu irmão.
Adiciono outra marca de contagem ao lado da palavra vingança, e lanço meu primeiro soco.
CAPÍTULO 63
El
Algo está errado. Chase parece completamente destruído, e Trace está tão tensa que ela saltou quando eu abri o armário em busca de um biscoito e novamente quando abri o refrigerador para pegar uma garrafa de água.
Finalmente, bati a porta do armário e juntei-me a Trace na mesa da cozinha. “O que está acontecendo?"
Ela engole em seco, olhando a mesa com interesse. “Eu o amo."
“Nixon?"
O sorriso dela é triste. “Nixon é minha alma gêmea."
“Ok?"
“Chase," ela lambe os lábios. “Eu amo Chase. Não posso explicar o amor tão profundo que sinto por esse homem, e eu faria qualquer coisa para mantê-lo seguro, mesmo que isso signifique protegê-lo de si mesmo. Ele é um dos meus melhores amigos. Sempre foi assim -- talvez seja por isso que eu nunca pude estar com ele -- nossa amizade entrou no caminho, com Nixon há perigo, paixão, nossas almas se conhecem, reconhecem uma à outra." Ela suspira e senta na cadeira, cruzando os braços. “Está doendo não poder fazer nada sobre isso, não consigo nem confortá-lo sem que Nixon fique chateado."
“Por que Nixon ficaria chateado?" pergunto.
Trace sorri. “Longa história, em síntese pensamos que Nixon estava morto, fui levada para os braços volumosos de Chase, blá blá blá”, ela ri um pouco. “Mas nunca teria funcionado entre nós, nós dois reconhecemos que sempre foi Nixon, e sempre será Nixon, mas Chase -- fiquei tão feliz quando ele encontrou Mil, que ele tinha alguém que o amava tanto quanto eu, e agora? Agora..." Lágrimas enchem seus olhos. “Entendi. Eu finalmente entendi o que assombra Nixon à noite. Não são inimigos do lado de fora -- estamos quebrando por dentro." Ela se inclina para frente. “E confiar em alguém, amá-lo tanto -- apenas para descobrir que não se sentem da mesma forma, ou talvez que simplesmente se amem um pouco mais e está disposto a fazer qualquer coisa para ter certeza que deixará um nome. Mil ama Chase, eu sei que sim, mas ela ama mais a si mesma, eu acho, apenas um pouquinho mais. É fácil ficar cego quando nos colocamos em posições de poder. Acho que Mil ficou assustada. Acho que ela ainda está com medo. Acho que ela está tentando se separar emocionalmente de todos nós, porque sabe o que está por vir." Seus olhos se trancam com os meus. “Nosso inimigo nunca esteve na Universidade, El. Nosso inimigo estava dormindo em nossa casa."
Calafrios correm em meus braços. “O que você está dizendo?"
“Estou dizendo..." Ela fica parada. “Para dormir com uma arma. Estou dizendo que não podemos confiar nela. Estou dizendo --"
“Estou saindo." Mil entra na sala.
Nós duas assistimos quando ela vai embora.
A porta fecha.
“E agora..." Trace suspira quando lágrimas enchem seus olhos. “Ela vai morrer. Nixon disse que a mataria se ela saísse."
“Espera." Fico de pé e agarro a cadeira na minha frente, me preparando. “Talvez se apenas conversarmos com ela."
Trace bufa.
“Olhe, o carro ainda não saiu." Franzo a testa “Eu já volto."
Corro para fora sem meu celular, minha bolsa, afasto-me da proteção e dou de cara com o cano de uma arma.
Lágrimas escorrem pelo rosto de Mil. “Desculpe, El. É a única maneira. Eu tentei..." Sua voz congela. “Eles querem você. É a única maneira."
Memórias me atingem, lembranças do beijo de Dante, sua risada, o tempo na casa do rancho.
Engulo e levanto as mãos. “Por favor, Mil. Seja lá o que for, podemos passar por isso, apenas deixe um dos rapazes ajudarem."
“Eles não podem," ela sussurra, apertando os dentes. “Você não acha que eu queria? Você não acha que eu queria ajuda? Eles serão mortos, cada um deles entrará em uma armadilha. Eu examinei isso de cada ângulo e o único que faz sentido, o único que os deixará felizes é a sua morte. Você pode fazer isso por mim?" A arma balança em sua mão. “Você pode sacrificar sua vida para que eu possa ter a minha de volta? Você conhece Dante há algumas semanas, eu conheço Chase há dois anos. Ele é a minha vida! Eu mereço uma vida com ele!"
“Você merece," concordo. “Você merece uma vida com Chase, assim como mereço uma vida com Dante."
“Você o ama?" Seu peito sobe e desce enquanto ela abaixa a arma.
“Eu o amo." Sinto meu corpo relaxar enquanto meus olhos se enchem de lágrimas. “Eu o amo."
“Bem." Ela coloca a arma longe. “Merda."
Começo a virar para a porta.
Ela segura a arma novamente, seus olhos mudam da esquerda para a direita antes de empurrar a cabeça para o Mercedes. “Entre."
“Mil --"
“Entre antes que eu atire em você."
Fecho os olhos, seguro as memórias, os segundos, as horas que estive nos braços de Dante e faço a única coisa possível.
Eu sussurro, “Adeus."
E agradeço a Deus por me dar pelo menos vinte e quatro horas no céu -- depois de anos no inferno.
Uma vez que entro no carro, Mil coloca a arma longe, faz a reversão com o carro, em seguida, acelera no caminho da entrada como se estivéssemos numa corrida da NASCAR.
Mil começa a chorar novamente enquanto aponta sua arma na minha cabeça, “El, por favor, simplesmente não se mexa. Não posso..."
As lágrimas escorrem pelo seu rosto. Ela limpa com a arma e então aponta para mim. “Você pensa que Deus me perdoaria pelos pecados que cometi? Você acha que Chase faria isso?" Ela diz agitando os dedos cobertos de sangue deslizando sob seus olhos, não tinha percebido que ela estava sangrando. “Eu só queria provar minha capacidade, salvar a minha família..." Ela engole seco. “E perdi tudo."
“Você não sabe disso," digo suavemente. “Não precisa ser assim."
“Eu sei." Mil fica sóbria. “Esta noite terminará em sangue, seja o meu ou o de alguém, é a única questão. E sou o motivo disso." Ela inclina a cabeça. “Eles a querem. Você é uma ponta solta. Você deveria ter se casado com Chris, isso acabaria, sabe disso, não é? O plano era simples. Eu queria sair. Eles queriam você. Eu tinha tudo mapeado, o posto de gasolina que vocês passariam antes de sair da cidade, o pneu furado em seu carro, o estranho assalto que aconteceria matando vocês dois. Limpo... deixaria tudo limpo. Fácil. Um acidente. Eu não achava que Dante era capaz de fazer o certo."
Atordoada, olho direto para frente. “Você ia me matar."
“Para salvá-los? Para salvar minha família? Eu mesma? Sim. Eu te mataria. Eu te mataria e não pensaria duas vezes. Quanto vale a vida, El? Você deveria ter morrido junto com os seus pais."
“Mas não morri."
“Não," ela bufa. “Porque Luca Nicolasi colocou você sob a proteção de outra pessoa e no momento que alguém descobriu quem você era, Xavier recebeu um favor. Você teve sorte, você é linda -- foi isso que a manteve viva."
“Sorte," repito. “Sim, é como estou me sentindo agora, com sorte."
“Eu vou melhorar isso," Mil assente. “Sei o que precisa acontecer. Eu simplesmente não quero fazer esse telefonema, você sabe aquele de quem você ouve a voz uma última vez sabendo que não voltará?" Ela solta a arma e pega seu telefone. Mil não consegue segurar a arma e o volante sem nos matar. Então fico quieta.
Chase responde no primeiro toque. “Mil?" Posso ouvir Dante ao fundo. Meu coração aperta. “Por que você está me ligando quando você está na mesma casa que eu?"
Ele para. Amaldiçoa.
“Mil, onde você está?"
“Eu te amo," sua voz é calma, solene. “Preciso que você saiba disso. Preciso que você saiba que eu amarei você pelo resto da minha vida. Eu não queria isso. Nunca quis isso."
“Mil!" Sua voz quebra. “Mil o que há de errado? Apenas diga-me para que eu possa corrigir."
“Você não pode consertar isso, Chase." Outra lágrima escorre por sua bochecha. “Eu tenho El. Não tive escolha. Todos eles têm armas, são bons nos tiros. Certifique-se de que Dante entre primeiro, seguido de Nixon. Você tem que me prometer que entrará por último. Siga meu rastreador. Eu vou levá-lo diretamente para eles."
“MIL!"
“Prometa-me, ou a matarei agora." Mil me pede desculpas, mas não alcança sua arma.
Em vez disso, ela parece quebrada, como se quisesse que eu a roube e atire nela.
“Eu prometo." Sua voz engata. “Eu prometo que vou entrar por último."
“Bom." Ela exala. “Isso é bom." A linha do telefone quebra quando Chase começa a gritar com Dante para se controlar e chamar Nixon. “A vida era perfeita com você, Chase. Eu fiz isso. Tudo isso é minha culpa."
“Vai ficar tudo bem, Mil, vamos te tirar disso. Eu juro."
“Sangue dentro," ela sussurra. “Não fora."
E desliga o telefone.
CAPÍTULO 64
Dante
Chase não precisa me dizer o que está acontecendo para eu saber, vi a angústia em seus olhos primeiro -- depois vi a determinação, a lealdade feroz que está dividida entre o sangue.
E a esposa dele.
“Dante chame Nixon agora, ligue para Sergio, Phoenix, Frank, Tex -- reúna todos -- eles têm El."
Não me lembro de falar com Nixon, minha visão ficou vermelha, e meu corpo pesado pela raiva quando amarro outra arma na minha perna e checo minha Glock, me assegurando de ter munição suficiente.
Em três minutos todos estão na casa.
Frank usa um terno. Completamente desarmado. É o que eu pensei, até que ele abre seu paletó e vejo um vislumbre de pelo menos três armas e o que parece ser uma granada.
Sinto todos prontos para invadirem e bombardearem o mundo inteiro para encontrá-la, para matar Mil por levá-la.
Começo a andar de um lado para o outro enquanto Chase dá a todos um resumo da conversa com Mil, e em cada palavra que sai de sua boca a raiva cresce mais e mais até que eu não reconheço os pensamentos que passam pela minha cabeça ou o jeito que meu sangue pulsa pelo meu corpo.
“Dante puxa o gatilho," Nixon diz. “É disso que se trata, e ele concordou por nós, para o nosso bem."
“Não." Chase morde os lábios, dando a cada um dos homens um olhar, “Isto é minha responsabilidade. Ela é minha esposa. Eu disse na doença e na morte -- e quis dizer isso."
Não tenho certeza se o respeito mais nesse momento.
Ou menos.
Porque seu trabalho é protegê-la.
E, no entanto, parte de mim sabe que talvez a única maneira de a proteger deles -- seria eu matá-la.
Sergio pega seu iPad do banco da frente do seu novo Tesla e amaldiçoa. “Elas estão no campus."
“Onde?" Chase pega o iPad.
“The Spot." Aperto meus dentes. “Eles disseram que algo grande aconteceria esta semana, amanhã à noite na realidade. Se Mil está no campus, ela está com eles."
Todos ficam em silêncio.
Nosso inimigo estava na nossa própria casa.
Trabalhando com os russos.
“Parece que o meu primeiro tiro vai para ele." Entro no carro de Sergio com Chase, enquanto os caras entram no carro de Tex.
A locomoção é silenciosa.
Os meus nervos estão disparados.
Meu sangue pulsa, a cada batida. Por favor, Deus, deixe-a estar viva.
Não posso pensar depois da necessidade de derramar cada gota de sangue de todos os bastardos que tocaram nela.
E Mil? Meus dedos se fecham em um punho para fazê-la sentir dor do mesmo jeito que estou sentindo.
“Desculpe-me," Chase diz com voz rouca do banco de trás. “Eu sinto muito, Dante."
“Não é sua culpa." Aperto minha mandíbula. “Entende isso?"
“Eu deveria ter pressionado mais," ele responde. “E agora..."
“Calem-se," Sergio intervém. “Ambos." Ele desliga a música que estava tocando levemente ao fundo. “Esta merda é o nosso trabalho, tudo bem? Nós entramos sem emoção. Nós matamos sem emoção. Nós sangramos sem emoção. Por alguns instantes, deixamos de ser humanos e fazemos o trabalho. Perguntas?"
Em qualquer outro dia eu questionaria com que tipo de bastardo doente minha irmã se casou.
Qualquer outro dia em que o amor da minha vida não estivesse com o inimigo.
“Não, sem perguntas," digo finalmente.
Chase fica quieto no banco de trás.
Sergio deve saber que ele precisava mais do que isso, porque ele guia o carro ao lado da estrada, estaciona no parque e se vira, pega Chase pela camisa e o puxa perto do seu rosto. “Faça o que precisa ser feito. Você me entendeu? Você é o melhor atirador que temos, você é um assassino nessa merda. Aja como tal."
Ele volta a colocar o cinto de segurança, os pneus guincham quando voltamos para a Universidade.
E no espelho retrovisor eu vejo Chase sair do pânico.
Vejo propósito.
Uma máscara substitui seu comportamento normalmente alegre.
Ele não parece mais humano.
Ele parece como eu me sinto.
Como se pudesse matar qualquer um que estivesse de pé e atirasse novamente só por precaução.
Chegamos à Universidade.
Sergio desliga o carro e se vira para mim. “Você é o chefe Alfero -- eles têm sua esposa -- não hesite, você não terá o luxo do tempo."
Dou um rápido aceno de cabeça e abro minha porta.
Tex não age normalmente.
Ele parece com raiva.
Chateado pra caralho.
Nenhum dos dois parece feliz por estar aqui.
Como se soubéssemos que tínhamos que fazer a coisa mais difícil.
Mas ninguém quer avançar e fazê-lo.
Vejo os círculos escuros nos olhos de Phoenix enquanto ele caminha para Chase, coloca a mão no ombro dele e sussurra algo em seu ouvido antes de dar um tapa nas suas costas e pegar sua arma.
Há uma semana eu teria atacado.
Há uma semana eu não era o mesmo. Ainda estou tentando provar a mim mesmo.
Hoje ando com eles em direção a um edifício que mantém El como refém, em direção a um futuro incerto.
Tex suspira e faz o sinal da cruz sobre seu coração.
Frank beija um colar e empurra de volta dentro da camisa, enquanto Nixon inclina-se e toca a grama, parece que todos possuem estranhas peculiaridades antes da batalha.
A névoa vermelha embaça a minha visão, levanto meu rosto brevemente enquanto Tex abre a porta para o local. Entro primeiro seguido pelo resto deles.
Nós fomos exatamente como Mil nos instruiu.
O som de rápidos disparos enche o lugar.
Não tenho certeza se são nossos ou deles.
No momento em que todos nós conseguimos entrar, com Chase perto de nós, Nixon está no chão com uma arma apontada em sua cabeça e Frank está encarando o rosto de Maksim.
As mãos de El estão amarradas, Mil está atrás dela, com uma arma apontada para a sua cabeça.
“Uau!" Andrei sorri. “Bem feito, Mil, você realmente conseguiu trazer cada um deles aqui para mim. Impressionante. Quando começamos essa relação de trabalho, achei que você estava cheia de merda! E agora, cada chefe veio à reunião."
Os olhos de Nixon ardem com raiva em Mil. Ele está segurando sua perna enquanto sangra por todo o concreto.
“Agora," Andrei sorri mais amplo. “Vamos discutir os termos?"
“Termos?" Tex ri. “Sinto muito, não negociamos com pequenos terroristas de merda em uniformes universitários. Eu acho que você está com a família errada para isso, diga-me, seu pai está curtindo a prisão? Ouvi dizer que ele deixou cair o sabão de propósito... Apenas porque ele gosta da sensação de..." Andrei atira perto da cabeça de Tex.
Tex se afasta e olha.
“Cuidado, você sabe quem eu sou, pequeno, um estalar de dedos e não haverá qualquer lugar onde você possa ir, onde minha Família não o encontrará."
“Talvez." Andrei encolhe os ombros, “Foi um tiro de advertência, não sou estúpido, na verdade, eu quero propor um arranjo de negócios."
“Estou ouvindo." Tex cruza os braços.
“Graças a linda Mil," Andrei lambe os lábios como se ele a tivesse provado, e lhe dá um beijo. Chase fica tenso ao lado meu lado e o seguro com minha mão. “A Família De Lange tornou-se bastante rica, ela nos ajudou a abrir os canais de transporte para o nosso novo pequeno cartel de drogas e nós estamos dando-lhe um corte, mas, infelizmente, não temos fluxo de caixa suficiente. Queremos todos, Seattle, São Francisco, Nova York --"
“Sim, vou parar você bem aí." Tex ri. “Nikolai Blazik possui Seattle, de nenhuma maneira no inferno ele aceitará isso."
“Ele fará se você lhe disser." Andrei encolhe os ombros. “Pegue-o, entendeu? Por que eu me importo? Não quero uma guerra. Eu quero dinheiro. O dinheiro fala mais do que a guerra. Você não acha, Mil?" Ele caminha até ela e bate em seu rosto. “Eu lhe prometi dinheiro e olhe o que você estava disposta a fazer por mim?"
Chase grunhe ao meu lado.
“O que você nos dará em troca?" Tex pergunta ocasionalmente.
“Não vou matar Mil e ficarei com El."
Inclino-me para frente. “O inferno que vai!"
“E você," Andrei aponta sua arma para mim. “Eu ainda não consigo te entender -- mas, você pode manter sua promessa de me ajudar, eu lhe darei tudo o que precisa e você poderá manter El, mas você tem que amarrar cada extremidade solta aqui."
Ou mata todos eles e sai com El.
Ou El morre e eles fogem com Mil.
Meus olhos caem para Nixon.
A única saída.
A única saída é fazer com que pareço acreditar em cada pedaço de merda que ele está lançando para nós.
Então pego minha arma e assinto com a cabeça. “O que você prefere? Tiros na cabeça? Tiros no corpo? Nós não queremos que as coisas fiquem muito confusas entre nós, não é?"
Andrei sorri. Como se já soubesse que eu faria essa escolha.
Como se ele me tivesse exatamente onde queria.
E sorrio inteiramente sabendo que vou tirar tudo dele e farei isso com um sorriso no rosto.
CAPÍTULO 65
Dante
Nixon me conhece bem o suficiente para ver o que está por vir. Andrei faz um gesto para que os homens se afastem de todos os chefes.
Olho para cada um.
Enfrento a todos.
Meus irmãos no sangue e na guerra.
Fecho os olhos em Nixon e disparo um tiro diretamente na mesma perna que ele está segurando. Seus olhos rolam antes de fazer uma expressão de dor e sorrir.
Bang.
Bang.
Bang.
Cada tiro gira em espiral em direção ao chefe pretendido. O sangue é derramado, correndo como um rio em frente ao concreto.
O cheiro familiar de sangue invade minhas narinas quando escorre pelos meus pulsos, a umidade quente abastece minha raiva por dentro.
“Mais uma vez," Nixon grita, seus olhos brilham com fúria enquanto sangue escorre do seu rosto. “Faça isso novamente."
Então eu faço.
E de novo.
E de novo.
E de novo.
Disparo um tiro de advertência ao lado de Tex novamente, depois no braço esquerdo. Ele nem sequer se encolhe. E quando eu disparo em Sergio com um tiro na coxa, ele a agarra e cai, alcançando sua arma antes de entrar em colapso contra o chão.
O fogo rápido continua da minha arma até que todos os chefes estão no chão segurando suas feridas.
Foi sangrento.
“Termine," comanda uma voz fria.
Mate-o, era o que ele realmente queria dizer.
“Dê-me uma boa razão por que eu deveria." Não reconheço minha própria voz, talvez também seja um estranho falando por mim.
“Eu vou te dar o único motivo." Uma arma é apontada na frente do seu rosto -- diretamente para El. “Agora termine isso." Andrei hesita e continua: “Melhor ainda, acabe com todos. Você sai daqui com sua garota, e tudo isso acaba. Você é o último homem, talvez Mil possa até deixar você trabalhar para ela, os De Lange precisam claramente de mais pessoas em quem possam confiar."
Solto uma risada. “Sabe..." pego a arma de sua mão estendida, a arma russa com placas de ouro e um P preto no lado direito. “Eu realmente não gosto de trabalhar para outras pessoas."
Seus olhos se estreitam em confusão.
Enfio minha mão no bolso, pego meu anel e o empurro no meu dedo. “Eu acho que ser chefe é um título muito melhor."
Seu olhar pisca o suficiente para eu empurrar contra ele, coloco minha arma no lado de seu peito
E puxo o gatilho.
Ele cai quando Maksim luta para pegar uma arma atrás dele.
O caos ocorre quando os caras começam a disparar de suas posições.
Ninguém teve feridas críticas.
Fui cuidadoso.
Nixon estoura a cabeça de um cara e depois dispara alguns tiros atrás dele, Mil desaba no chão.
El estende sua mão para ela.
Andrei sorri enquanto levanta sua arma e dispara três tiros no corpo de Mil.
Aponto para ele e atiro na arma em sua mão e me viro.
El está inclinada sobre Mil, suas mãos estão ensanguentadas.
Corro como o inferno e puxo-a para os meus braços.
“Estou bem, estou bem." Ela estremece contra mim. “Não é o meu sangue."
Mil segura sua coxa e treme quando o sangue escorre pelo seu queixo.
A maioria dos homens de Andrei fogem. E quando eu me viro, ele também tinha ido embora.
“Nós o perdemos." Tex parece pronto para matar.
“Merda!" Nixon estremece.
Ninguém está em boa forma para perseguir alguém.
Não, desde que atirei em todos -- mas foi o único caminho.
Nós ficamos em torno de Mil.
“Você fez isso," Nixon fala. “Mas isso não significa..."
“Apenas acabe com isso." Ela soluça quando mais sangue sai de sua boca. “Não me deixe sofrer com isso." Ela agarra a mão de Chase e segura a ponta de sua arma em seu peito.
Sua mão treme.
Ele deixa cair.
Então levanto minha arma e aponto, pronto para disparar, pronto para fazer o que mais ninguém pode.
E então, um tiro dispara, seguido de mais dois quando Mil fica inerte nos braços de Chase.
Phoenix baixa a arma, uma lágrima solitária percorre sua bochecha e cai no corpo de sua irmã.
“Ninguém merece viver com esse tipo de mancha em sua alma..." Ele assente com a cabeça para Chase. “Especialmente seu marido." Ele lambe os lábios e curva-se sobre ela. “É meu trabalho manter os segredos da família -- o que é mais um?"
Ela teria morrido de qualquer maneira.
Ela tinha uma hemorragia interna.
Isso não fez com que sua sentença de morte fosse mais fácil de lidar.
Chase fecha os olhos de Mil e aperta uma mão no seu peito sangrento. “Sangue do meu sangue, você é livre -- encontre descanso." Ele sufoca um soluço. “No final da sua jornada, que você seja abençoada, que sua Família seja abençoada, que suas vidas sejam abençoadas, que elas sejam protegidas pelo sangue que você derramou. Sangue in nessun fuori."
“Sangue dentro, não fora."
“Sangue." Cruzamos nossos peitos. “In Nessun Fuori." - Dentro, não fora.
Por respeito à Chase, eu recuo, o resto dos homens me seguem, e então, o vejo chorar.
Eu o vejo quebrar.
Desligar-se diante dos meus próprios olhos.
“POR QUÊ!" Chase grita. “Ti Amavo! Ti Amavo!" Ele ruge repetidamente.
Eu te amei. Eu te amei.
“Io, sono morto."
Eu também estou morto.
El abaixa a cabeça contra meu peito e soluça.
E eu assisto.
Assisto um homem se desfazer.
E eu sei, nada será o mesmo.
CAPÍTULO 66
El
Eu não deixo a mão dele o caminho inteiro de volta para a casa.
As mulheres estão alinhadas lá fora esperando.
Todos os homens saem de seus carros, pingando seu próprio sangue, sangue que Dante não teve escolha senão derramar.
Eu sei por que ele fez isso.
Foi a única saída.
Atirar.
E cada um deles está agradecido à sua maneira, vejo isso pela maneira que de repente eles olham para Dante, como se nunca devessem ter duvidado de sua lealdade, e sua honra.
Sinto isso na maneira como ele anda, com sua cabeça baixa, seus ombros pesados com culpa, com o quanto foi difícil fazer aquilo com pessoas que prometeu proteger.
Este é o nosso futuro.
Estes foram os nossos momentos. Às vezes curtos e violentos.
Eles são nossos para segurar, para manter, o nosso tesouro, depois mais guerra. Mas pelo menos os tínhamos, e estávamos juntos.
Mo encontra os braços de Tex e beija seu rosto.
Trace entrega sua filha para Nixon, que sorri e aperta sua garotinha muito forte e não para de sorrir.
Frank beija Trace na cabeça enquanto Bee se joga em Phoenix e fala suavemente em seu rosto enquanto ela segura seu garoto e aperta um beijo em sua boca.
Eu assisto como todos comemoram.
Eu assisto enquanto todos esperam.
E meu coração quebra quando Chase, lentamente, sai do SUV.
Sem Mil.
Sem o coração dele.
Sem a sua própria alma.
Mo engasga e cobre o rosto com as mãos enquanto Bee começa a soluçar nos braços de Phoenix.
E Trace.
Trace corre.
Ela corre tão rápido, tão forte para os braços de Chase que ele cai para trás. Ela mantém seu rosto entre suas mãos obrigando-o a olhar para ela. “Isto não é sua culpa."
“Trace --"
“Olhe para mim!" Chase fecha os olhos. “Foda-se, olhe para mim, Chase!" Ela grita batendo no seu peito com seus punhos.
Ele abre os olhos cheios de lágrimas.
“Isso não é culpa sua." Ela diz isso uma e outra vez, e continua dizendo até Chase quebrar em seus braços, até que uma parte do homem volta, até que a emoção enche sua voz engasgada. Ela o balança no seu colo.
Nixon entrega sua menina a seu vovô.
E anda até Chase.
E envolve seus braços em torno de Trace e Chase enquanto Chase continua a chorar.
Nunca vi um homem tão quebrado.
Agarro-me a Dante mais forte enquanto ele reza em voz baixa.
“Você fez o que tinha que fazer," falo contra seu peito, precisando sentir os batimentos do seu coração contra meu rosto. “Desculpa, eu estava tentando ajudá-la, não sabia que ela tentaria me levar, eu tinha..."
Dante aperta um beijo na minha boca. “Isso não estava em suas mãos, El. Esta morte, essa traição..."
Ele estremece.
“Foi sobre nós."
“Mas --"
“Nós," ele repete com firmeza. “Isso é algo que deveríamos ter parado, algo que poderia ter terminado muito diferente, ok?"
Assinto com a cabeça e agarro-me à frente da sua camisa. O som dos soluços guturais de Chase é a única coisa a preencher o ar.
Dante franze a testa e para de andar comigo, depois caminha até Chase e fala. “Ela receberá um verdadeiro funeral." Ele olha em volta para todos os homens chocados. “Tanto quanto sabem, ela morreu com honra, uma encruzilhada dupla, manteremos a calma -- não para nós -- mas para Chase. De acordo?"
Mais silêncio.
E então, Tex tira uma lâmina e corta a palma da mão e estende a mão para Chase.
Chase pega o canivete com as mãos trêmulas, o desliza na palma da mão e bate-a contra a mão de Tex enquanto ele puxa Chase de pé.
Nixon puxa Trace para longe, e lentamente as pessoas lhe dão espaço, até que apenas Sergio fica de pé na frente dele.
O único homem que conhece essa dor como ninguém.
Que viveu para contar sobre isso.
E que teve uma segunda chance, mesmo que ele não merecesse isso.
É difícil não assistir a troca silenciosa entre eles, o momento assustador, quando o frio e implacável Sergio puxa Chase em seus braços e sussurra algo em sua orelha, recusando-se a soltá-lo.
“Vamos dar-lhes espaço," Dante agarra minha mão. Quando chegamos dentro da casa, há pelo menos dez garrafas de vinho espalhadas pela mesa de Nixon.
Frank já está no que parece ser o segundo copo.
Nós cercamos a mesa.
Frank alinha os copos no meio.
Enchendo-os com vodca.
Então faz o mesmo com os copos de vinho.
Um para cada um de nós.
E depois deixa três copos de vinho vazios, e três copos de vodca vazios no meio da mesa.
Ele levanta o copo. “Para os caídos. Sangue dentro. Não fora. Você pode encontrar a paz, Luca Nicolasi, Andi Abandonato, Mil Abandonato."
Com as mãos trêmulas, pego meu copo e depois tomo um gole.
Ninguém me disse que essa vida seria fácil.
Ninguém me disse que isso acabaria com meu coração.
Apoio-me contra Dante, eu preciso dele mais do que preciso do meu próximo suspiro, preciso de uma lembrança de que há mais do que a morte, mais do que o sangue.
Eu não percebo que estou chorando até Chase trancar os olhos em mim como se estivesse arrependido, e não tivesse que compartilhar sua dor.
Como se desejasse poder aceitar tudo, então nenhum de nós teria que sentir uma fração do que sente.
Mas não posso evitar.
Tantas mortes.
Quando isso vai parar?
“Todos," Tex limpa a garganta. “Hoje à noite bebemos, amanhã descansamos." Ele suspira e aperta as mãos de Chase. “Amanhã à noite, faremos os preparativos."
Sergio lentamente tira algum kit médico e começa a costurar quem precisa, a parte chocante é que ele consegue fazer isso mesmo com uma ferida de bala que ainda sangra através de uma bandagem que ele colocou.
“Universidade de medicina." Val se senta ao meu lado e observa o marido com olhos cheios de terror. “Eu poderia tê-lo perdido."
“Mas você não perdeu." Coloco minha mão na dela.
Ela afasta algumas lágrimas e assente com a cabeça. “Eu sei. É que... dói saber que aconteceu dentro destas paredes."
Ela diz o que todos tem medo de admitir em voz alta.
Sergio para suas suturas.
Nixon compartilha um olhar com Tex.
E todos ficam calados.
Chase já está no seu segundo copo de vinho e bem a caminho de ficar bêbado, então espero que ele não tenha ouvido isso.
Uma forte pancada me faz pular do meu assento assim que a porta da garagem abre e Nikolai abre caminho segurando a mão de uma mulher. Ela é linda com cabelo preto e feições de modelo.
Parece que ela pertence a Vogue. Não à nossa sala de estar.
“Eu vim logo que ouvi."
Sergio deixa sua mão cair enquanto ela o abraça, como se o conhecesse. Faço uma careta. Nikolai deve ver isso, ele dirige-se para o meu assento e se ajoelha. “Sinto muito."
“O quê?"
“Sinto muito, você ter que permanecer nesta vida." Ele fala devagar. “E pare de olhar para minha esposa como se ela fosse uma inimiga, ela não é mais Petrov do que você é."
“Petrov?"
“Uma de suas filhas perdidas há muito tempo." Ela sorri tristemente para mim. “Que ele possa apodrecer no inferno."
“Amém." Todos dizemos em uníssono enquanto Nikolai que está de pé anda até Chase. Ele está sentado no canto, sua expressão em branco, sua postura como se estivesse tentando manter-se de pé quando tudo o que quer é quebrar.
Nikolai cruza os braços. “Eu te ofereço o mesmo que eu faria com qualquer irmão. Você quer que eu te mate?"
Eu congelo. Dante fecha os olhos em mim, como se fosse a primeira vez.
Eu espero.
A sala está tensa.
Trace começa a avançar para Chase, mas Nixon a impede. Chase olha para o copo e diz. “Sim."
Cubro minha boca com as minhas mãos.
“Mas estou bêbado." Ele fala lentamente. “Pergunte quando estiver sóbrio."
“Isso é justo." Ele acaricia Chase no ombro e pega uma garrafa de vinho: “Tudo bem, quem eu preciso consertar? Vejo sangue em cada um dos chefes e apenas uma pessoa ligeiramente capaz de fazer suturas que não deixarão cicatrizes."
Sergio se afasta.
E lentamente, os caras se sentam e o deixam cutucar-lhes com as agulhas.
A conversa flui como o vinho -- e durante todo o tempo, eu juro, nunca vi Chase nem piscar.
CAPÍTULO 67
Dante
Meu corpo dói.
Meu coração sofre.
Meus olhos queimam.
Ando com El para o que costumava ser nosso banheiro compartilhado, e puxo-a para o banho, arranco suas roupas encharcadas de sangue enquanto ela entorpecidamente me observa.
O sangue de Mil.
É o sangue de Mil que escorre pelo ralo.
E sou um bastardo por não ter uma desculpa. Eu faria isso novamente. Puxaria o gatilho. Esse tipo de traição colocou tudo em que esses caras já trabalharam -- em perigo.
E por quê?
Dinheiro?
Eu sei que Chase sabe disso, sei que os rapazes sabem disso -- mas isso não facilita nada. Acho que seria mais fácil se fosse um acidente.
Em vez disso, estava planejado.
Uma traição planejada.
Contra aqueles que você ama.
É como dormir com uma arma apontada para o coração de alguém sabendo que você tem planos de puxar o gatilho
E assisti-lo sangrar.
Planejar e aproveitar.
“Olhe para mim," seguro seu queixo entre as minhas mãos. “Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo." Beijo suas bochechas, e suas lágrimas. “Diga-me o que fazer."
Ela estremece com um suspiro. “Exatamente o que você está fazendo."
Lavo seu corpo, fico com raiva quando vejo contusões que, com certeza, não estavam lá no dia anterior. Aterrorizado com o que sou capaz de fazer quando é sobre a mulher que estou tocando.
Eu destruiria o mundo por ela.
E exigiria que ela me deixasse.
“Eu deveria morrer," ela admite.
Faço uma pausa. “O quê?"
“Chris e eu deveríamos entrar em um acidente." Lágrimas enchem seus olhos. “Eu era sua saída."
“Você por sua liberdade," corrijo-a.
Ela assente. “E a parte doente? Eu não sei de nada! Eles querem que eu termine um maldito trabalho! Eles me querem pelo meu sangue! É uma morte inclinada ao orgulho e vingança!"
“São os russos." Finalmente respondo antes de terminar com seus braços e descer para as coxas dela, minhas mãos dançam através de suas pernas quando agarro seus quadris entre meus dedos e beijo sua barriga, descansando minha cabeça contra seu estômago antes de olhar para cima.
A água cai em cascata por seus cabelos, até meu rosto.
“Eu faria qualquer coisa por você," sussurro com reverência. “Diga-me que você faria o mesmo por mim. Diga-me que não existe nenhuma quantidade de dinheiro, e poder --"
“Nada," ela cai de joelhos na minha frente. “Nada poderia me separar de você."
Não percebi o quanto eu precisava ouvi-la dizer isso até que um peso gigante sai dos meus ombros.
Agarro seu corpo, meus beijos são frenéticos quando eu a levanto contra a parede de azulejos e penetro-a de novo e de novo.
Até que ela grita meu nome em seus lábios.
E a percorro com minha língua enquanto mergulho no seu corpo uma última vez, dolorosamente consciente do quanto me destruiria se ela me traísse alguma vez.
Se alguma vez nos traíssemos.
“Obrigada," ela fala entre beijos suaves depois que eu a deixo deslizar para baixo. “Por me salvar."
Suspiro, com nossas cabeças unidas. “Eu acho que você está atrasada."
Ela franze a testa.
“Você nunca precisou ser salva, El. Eu, por outro lado..." Seguro seu pulso e pressiono sua palma contra meu coração. “Eu fui."
Nossas bocas se encontram suavemente.
Beijamo-nos até o banho ficar frio.
E quando pego seu corpo tremendo e deito-a através da minha cama, e tento fazê-la esquecer do sangue.
A morte.
Tento agradecê-la por me salvar.
Quando nunca percebi que precisava ser salvo.
CAPÍTULO 68
Chase
Não suportei planejar o funeral da minha esposa.
Olho para dentro da garrafa de uísque em uma mão e a mancha do seu sangue no outra.
“Ei, posso entrar?" Phoenix já está entrando. Não tenho energia para apontar uma arma para ele ou mesmo responder. Em vez disso, levanto a garrafa para os meus lábios e estremeço quando mais lágrimas se juntam nos meus olhos.
Porra, eu sinto o cheiro dela em todos os lugares.
Pressiono a mão nos meus olhos.
Preciso queimar o quarto.
E tudo nele.
Minha mente confusa não consegue lidar com a traição. Meu coração se recusa a parar de rachar, e com cada batida que ele dá, parece meu último suspiro.
“Chase," Phoenix lambe os lábios. “Ela era sua esposa, ela era minha irmã."
Assinto com a cabeça, sem confiar na minha voz.
“Não sei por que ela fez isso -- mas sei o que essa vida faz para pessoas boas. Acabei de conversar com Dante -- ela ia matar o Chris e a El em um acidente de carro, esse era o plano, e eles a deixariam sair."
“Merda." Quanto mais o coração humano pode aguentar? Eu sinto como se tivesse uma faca nas minhas costas, e outra presa entre minhas costelas. “Mas desde que ela se casou com Dante..." Minha voz para.
“Tenho algo para você, eu não sei... não sei se você quer. Não sei se vai tornar as coisas melhores ou piores."
“Um tiro na cabeça melhoraria as coisas, Phoenix, apenas faça isso já."
Ele sorri tristemente. “Eu não vou atirar em você."
“Então, saia e encontre Nikolai," cuspo, realmente sentindo-me suicida, como se não quisesse o privilégio de respirar.
Ele estende um envelope preto para mim. “Isto foi entregue por um dos associados de De Lange há meia hora."
Com as mãos trêmulas o pego e franzo a testa. “Você sabe o que é isso?"
“Eu faço uma ideia." Phoenix empurra as mãos nos bolsos. “Queime, leia, eu não me importo."
Ele sai do quarto e fecha a porta silenciosamente atrás dele.
Levanto o envelope e olho para baixo enquanto tomo outro gole de uísque.
Eu quero queimá-lo.
Quero fingir que é ela, então eu posso gritar com isso. Então obterei respostas, e poderei perguntar.
Por quê.
Somente. Por quê.
Por que eu não fui suficiente.
Por que não fomos suficientes.
Por que ela nos quebrou.
Por que ela destruiu meu coração.
Queria perguntar-lhe se valia a pena. Tudo isso.
“É isso que você queria?" Grito para o envelope. “Destruir-me?" Caio de joelhos na frente dele e o pego novamente.
Empurro o papel para fora e olho para sua perfeita caligrafia.
Ela está falando comigo do túmulo.
Um túmulo que foi cavado muito cedo.
Para uma esposa com a qual queria envelhecer.
Ter filhos.
Não posso desviar o olhar.
E começo a ler.
CHASE
Eu te amo. Quero que você saiba que se você estiver lendo isto, significa que algo deu errado.
Eu nunca quis te machucar. E sei como falho isso soa.
Sei o quão arrogante parece, e sou eu quem escrevo.
Eu pensei... Pensei que poderia fazer um trabalho por fora, ajudar a família Petrov, que precisavam fazer embarques no país, e eu conhecia uma maneira de fazer isso.
As coisas foram excelentes nos dois primeiros meses. Eu raramente o vi. E então, Andrei começou a me chamar e meus caras para trabalhos estranhos, ele pagou bem, então eles fizeram, e eu permiti.
Entrei muito fundo.
E quando percebi o que ele realmente estava fazendo, e não apenas mexendo com drogas, mas armas ilegais, e um círculo de sexo que eu ainda não tinha informação a respeito. Decidi começar a coletar informações, apenas no caso de precisar de uma saída.
Ele me manipulou.
Então, eu tentei manipulá-lo de volta. E saiu pela culatra. Ele descobriu.
Destruiu a maior parte das provas que eu tinha. E passei a ser dele. Ele me tem como propriedade, Chase. Foi a minha arrogância.
Nunca foi uma traição planejada.
E então ele me ofereceu outra saída -- uma maneira de voltar para você, uma maneira de esquecer tudo.
El.
Tenho vergonha de admitir que eu aceitei.
Eu não a conhecia. Era apenas outro alvo.
E no grande esquema das coisas, você era a minha razão de viver, você e a família que estávamos tentando construir, a vida que tínhamos, o nosso futuro.
Obviamente, isso não deu certo já que ela acabou se casando com Dante. Eu vi seu rosto quando me levantei da mesa de jantar. Ele a ama. E ele deveria.
Não há nenhuma saída, Chase.
Estou escrevendo isso porque não vejo saída a não ser deixá-lo, para protegê-lo, para proteger o resto das Famílias.
Por favor, me perdoe.
Perdoe-me por não ser suficiente.
Perdoe-me por não ser mais forte.
Perdoe-me por não lhe dizer o quanto eu te amo a cada segundo de cada dia. Perdoe-me por ser uma covarde.
Perdoe-me por não ser digna do nome Abandonato.
O cavalo branco... Aquele que você sempre procurou, e Phoenix recusa-se a deixá-lo ter? Está bem na sua frente esse tempo todo.
Olho para cima, com meus olhos frenéticos, em seguida, olho para cima e para baixo.
Eu constantemente o movi, era como um jogo. Eu queria que você o encontrasse, mas também senti que enquanto isso nos observasse -- tudo ficaria bem. Olhe no meu armário, na minha caixa de joias.
Não é muito grande.
Mas isso significa tudo para mim. Porque faz parte da nossa história.
E espero que um dia, você encontre alguém que possa ajudá-lo a continuar. Um dia, você vai encontrar alguém que não está competindo constantemente ou na sua sombra, mas alguém que permita que você a proteja, para lhe dar o amor que você merece.
Eu nunca mereci você.
Eu peguei você de qualquer maneira.
Nunca me arrependerei pelos momentos em seus braços.
Mas eu prefiro queimar no inferno, do que roubar o sorriso do seu rosto, o riso do seu coração.
Por favor, viva.
Por favor.
E nunca se esqueça.
Eu te amo.
E te amarei.
Para sempre.
-- Emiliana De Lange Abandonato.
Eu li a carta duas vezes.
Enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto sobre a sua caligrafia. E com passos lentos, vou até a cômoda.
O cavalo branco está exatamente onde ela disse que estaria. Aperto-o na minha mão, e meu corpo estremece.
Com um grito que caio de joelhos, ainda o segurando, ainda desejando que fosse mágico e que pudesse trazê-la de volta. Desejando que eu estivesse morto. Não ela.
Não a mulher que eu amei.
Não a mulher que arriscou tudo -- e perdeu. Eu seguro o cavalo na palma da minha mão e prometo.
Eu nunca mais serei o mesmo. Nunca.
E quero agarrar meu ressentimento, até que ele se transforme em raiva, até que ele queime e alimente o ódio. Porque eu não quero sentir. Não mais.
Fico de pé e empurro o cavalo branco no bolso. Outra batida soa.
Trace entra e fecha a porta atrás dela. Ela vem diretamente para os meus braços.
“Queria ter me casado com você em vez dela," confesso. “Então talvez isso não doesse tanto."
“Porque você nunca me amou da maneira que a amava." Ela segura meu rosto e beija a minha bochecha. “Dói porque você a amava."
“Dói porque ela quebrou a porra do meu coração," Digo asperamente.
Foram minutos.
Horas.
Dias.
Eu não tenho certeza.
Finalmente, Trace me deixou.
E olho para o teto, segurando o cavalo branco na minha mão direita, e uma garrafa de uísque na esquerda, e me pergunto.
Quando eu me sentirei bem novamente?
EPÍLOGO
Dante
“Como você se sente?" Eu seguro uma cenoura para a vaca.
El franze a testa. “Ela não é um cavalo."
“As vacas não comem vegetais?"
“E sou eu quem tem que ficar na universidade," El murmura amargamente.
Puxo-a em meus braços e beijo sua testa enquanto a vaca alcança a cenoura sobre o meu ombro.
Trace corre para nós. “O jantar está pronto, e por que você está tentando alimentar uma vaca com uma cenoura?"
“É um vegetal." Encolho os ombros.
“Homens," Trace sorri, agarrando a mão de El e puxando-a para longe de mim.
Olho para a varanda perfeita.
Uma varanda que eu nunca pensei ver novamente.
Tex está sentado a frete da mesa.
Frank do outro lado.
E o resto dos chefes e suas esposas começam a passar os pratos.
E então vejo Chase.
Sentado à esquerda.
Olhando para o campo.
Uma semana e ele não falou com ninguém além de olá e adeus.
Trace e Sergio tiraram a maior parte das palavras dele.
E isso está despedaçando Nixon. Ver o seu melhor amigo tão quebrado.
Esfrego um hematoma na minha bochecha e estremeço no contato.
Eu o deixei me bater pra caralho por sete dias seguidos e depois explodi e empurrei Nixon para o ringue.
Nunca vi tanta ira em outro ser humano. Pensei que eu era o rei da fúria.
E então isso aconteceu.
Chase já não era um homem.
É como se o meu monstro tivesse me deixado e se alimentasse da sua alma vazia. Eu fiquei leve.
E ele ficou escuro.
Seus olhos estão aborrecidos.
Sua aparência é pálida o tempo todo.
Parece que ele passa suas noites lutando contra os seus demônios, e seus dias bebendo-os.
El me chama.
Jogo a cenoura e volto para minha família.
E Chase ainda não se juntou a nós, então, pego um prato e o levo.
Nós sentamos.
E comemos em silêncio.
Pelo menos ele está comendo.
"Nós vamos lutar mais tarde?" Pergunto.
“Você finalmente curou o suficiente para me deixar vencer você de novo?" Ele fala, seus lábios se contorcem.
“Mal," resmungo. “Não é exatamente justo se você não pode lutar de volta."
Ele encolhe os ombros.
Nixon aproxima-se e se junta a nós. “Eu estive pensando,"
“Isso é sempre perigoso." Trace senta-se, seguida por El até que toda a família cerca Chase na varanda com seus pratos e bebidas.
Ele não parece se importar.
Talvez ele simplesmente não tenha energia para se levantar e sair. Talvez seu coração não saiba como bombear o sangue necessário para cada órgão.
Talvez seja realmente impossível.
“Nosso advogado da Família é velho e vamos precisar de um novo para representar as Famílias nos próximos anos, precisamos elaborar testamentos, nosso dinheiro, e todo esse tipo de merda. E, acima de tudo, precisamos de alguém bom em seu maldito trabalho."
“Então?" Chase encolhe os ombros.
“Então, encontre um." Nixon sorri.
“Um o quê?" Chase questiona. “Eu não posso simplesmente andar pela rua com minha arma apontada e pedir um advogado."
“Vou pegar uma lista," Sergio oferece. “Você os entrevista, escolhe um que você ache que é confiável e nós partiremos daí."
“Isso parece um trabalho de vadia." Chase olha fixamente.
Nixon simplesmente encolhe os ombros. “Bem, da maneira que eu vejo, nós precisamos de alguém e isso, pelo menos, o forçará a tomar banho."
Chase xinga.
Espero ele dizer não.
Mas ele não diz nada.
O que significa que está pensando nisso.
O que significa que eu não perderei mais o sono, ficando fora do seu quarto, esperando um tiro soar.
Esperando que meu melhor amigo se junte a sua esposa.
“Tudo bem," ele concorda. “Eu vou fazer isso."
Notas
[1] Rocky Road Ice Cream é um sorvete com sabor de chocolate. Embora existam variações do sabor original, é tradicionalmente composto de sorvete de chocolate, nozes e marshmallows inteiros ou cortados em cubos.
[2] Programa diário sobre notícias e entretenimento.
[3] Sangue não fora.
[4]Referência ao Rocle Raciono da HQ Guardiões da galáxia.
Rachel Van Dyken
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