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ENTRAPMENT / 3
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Biblio VT 

 

 

 ENTRAPMENT / Parte III

 

Series & Trilogias Literarias

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 32

Deixo Patrick como em todos os filmes: em um longo corredor, ladeado por sombras e desgraça iminente. Quando entro em Montague Manor, o cenário inteiro está lá, desde a iluminação misteriosa a as vozes de fundo baixas. À medida que entro, as vozes despertam tanto de reconhecimento com curiosidade.

Embora o foyer esteja vazio, as vozes me alertam que ultrapassei o prazo de Bryce.

A risada estrondosa seguida por respostas masculinas confirmam que meu padrasto está em casa.

Curiosidade é uma coisa estranha. Meu cérebro diz para ir para meu quarto, tomar um banho e me preparar para o jantar. No entanto, meus pés seguem os sons e vozes, como se me levando a respostas que não posso achar de forma diferente.

A porta do escritório de Alton está fechada; no entanto, paro perto do batente. A sala além está quieta. As vozes vinham de mais longe dentro da mansão. Sigo o corredor quando se abre numa sala de estar brilhante perto da parte traseira da casa. É a mesma sala onde Alton e minha mãe tomaram meu fundo fiduciário. As janelas intactas brilham com o laranja do restante da luz solar do início da noite. A tempestade da noite passada limpou o ar, literalmente. O céu está azul safira, livre de umidade, exceto pelo rosa e roxo do pôr do sol iminente no horizonte.

"Essa é a melhor notícia que ouço em meses."

A voz de Alton vem de dentro, reorientando minha missão. As portas estão abertas. É um convite ou uma armadilha?

"Sr. Fitzgerald, eu não perderia isso. Obrigado por me incluir."

Viro a esquina, precisando ver o rosto do homem que falou. Como gravações antigas ou músicas, tento encaixar a voz com um nome. Ouvi-a antes. Simplesmente não posso definir. Entro através da porta aberta.

"Alexandria," Alton diz, os olhos cinzentos estreitos em minha direção. "Acho que sua viagem valeu a pena?"

Um nó se forma na minha garganta enquanto considero o duplo significado. Ao mesmo tempo, o cavalheiro vira, um copo de líquido âmbar nas mãos.

"Srta. Collins?"

A temperatura da sala aumenta. "Senador Carroll?"

"Doyle, conhece minha filha?"

Estendo a mão enquanto o senador se aproxima. Ele não é o único na sala. Enquanto nos cumprimentamos, noto o encontro estranho, incluindo Bryce, que vem em minha direção.

"É um prazer vê-la novamente." diz o senador Carroll.

"Querida," Bryce diz, colocando a mão na parte inferior das minhas costas. "você não me disse que conhecia o senador."

Viro para ele. "O assunto nunca surgiu."

Bryce estende a outra mão, a que segura o copo de cristal e faz as apresentações formais. "Senhores, minha noiva, Alexandria Collins."

"Collins. Sim," diz o senador Carroll. "Isso é uma surpresa, claro."

Com meu coração acelerado pela probabilidade de que o que está acontecendo não é legal e pode afetar Lennox e a Demetri Enterprises, tento manter a calma, exalando o exterior perfeito.

"Lembra-se do senador Grant Higgins," Bryce pergunta. "de sua festa de boas-vindas, e Severo Davis?"

Festa de graduação.

Balançando a cabeça, forço um sorriso à medida que cada homem vem apertar minha mão.

"Parabéns, Srta. Collins." diz Davis.

"Pelo quê?"

"Por seu casamento, é claro."

A sala explode em risadas quando a pressão da mão de Bryce aumenta nas minhas costas.

Descartando meu erro, sorrio. "Sim, que tola. Acho que estou apenas sobrecarregada com todo o planejamento." Viro para Bryce. "Sua mãe contou que decidiu o estilo de vestido das damas de honra?"

Embora seus olhos se estreitem, a voz soa alegre. "Não, ela não fez. Isso é maravilhoso. Adoraria ouvir tudo sobre o seu dia."

"Bobagem, está ocupado e vou me arrumar para o jantar."

Ele se aproxima mais, o nariz perto do meu pescoço. Inclinando-se para trás, ele me olha de cima a baixo. "Parece uma boa ideia."

O que diabos ele está fazendo? O caroço de mais cedo volta. Engolindo-o, viro para meu quarto. "Bem, senhores, foi um prazer. Espero vê-los de novo."

O senador Carroll fala primeiro. "Amanhã à noite. Estamos felizes em compartilhar sua celebração."

Embora Bryce ande em direção à porta, eu paro, perguntando: "Nós? A Sra. Carroll irá com você?"

Suas bochechas sobem quando ele troca olhares com o Sr. Davis. "Hum, ela não está, mas quando Shirley sabe da sua festa..." Ele gesticula. "... E em casa, tenho certeza que posso convencê-la a saltar num avião e se juntar a mim. Ela não é geralmente muito de viajar, mas eu espero que, por você, ela faça uma exceção."

"Será bom vê-la novamente se puder vir. Por favor, diga a ela que falei Olá."

"Eu vou."

"Senhores." Bryce diz, balançando a cabeça e levando-me para a porta pelo corredor.

A voz de Severo Davis berra quando nos afastamos. "Bem, espero que isso não signifique que preciso trazer Marisa." Seu comentário é recebido com outra rodada de risos saudáveis.

Quando nos aproximamos das escadas da frente e tento envolver minha mente em torno desse agrupamento, Bryce para.

"O que discutiam?" Pergunto.

"Onde diabos você estava?"

Sua súbita mudança de humor me faz dar um passo atrás. "No Leopold com Patrick. Nós ligamos."

"Você deixou minha mãe a mais de três horas. O seu segurança teve um tempo infernal. Sabe como Alton ficou quando informaram que estava sozinha?"

"Eu não estava sozinha. Estava com Patrick."

"E isso deveria me fazer sentir melhor?" Estreitando o olhar, ele me verifica novamente da cabeça aos pés.

"Qual é o seu problema?"

"É... eu não sei... algo está diferente."

Balanço a cabeça. "Você está iludido. Passa muito tempo com Alton."

"Onde está seu anel?"

Merda!

Atrapalho-me com a bolsa, abrindo e tirando o diamante das profundezas. Empurrando-o no dedo, sorrindo. "Aqui. Não estou acostumada a usá-lo. É muito pesado."

Bryce estreita o olhar e assente. "Acostume-se com isso."

"Estou tentando."

Piso no primeiro degrau, assim como Bryce. "Aonde vai?"

"Para seu quarto."

"Por quê?"

"Não fico sozinho com minha noiva há dias."

Reunindo meu juízo, digo: "E tem uma sala com dois senadores, meu padrasto e um lobista. Não acha que pode esperar? Além disso, preciso me arrumar para o jantar. Aparentemente, estou diferente."

"Será que Patrick usa colônia?"

Balanço a cabeça. "Sim e é divina. Não sei a marca, mas posso perguntar." Eu sei, mas não parece importante.

"Não, é só que..." Bryce sacude a cabeça. "Eu disse para estar aqui antes de Alton."

"Você não me disse que hora seria." Coloco a mão sobre o peito e finjo um sorriso. "Isto é mais cedo que o normal. Agora vá. Estou confiante de que não quer perder o que discutiam."

Ele se inclina mais perto, seus lábios próximos, a respiração provocando meu nariz. "Erva é o que estamos discutindo. É bastante cômico. Duvido que qualquer um deles já usou." Ele toca minha bochecha. "Lembra-se daquela vez na Duke?"

Erva? Maconha?

Dou de ombros. "Lembro. Deixou-me doente."

Luto contra a vontade de recuar quando ele roça os lábios nos meus. Frio e tenso. A conexão não é nada como a eletricidade com Nox. Inconscientemente, suspirei com o pensamento do homem que amo.

Bryce me puxa para mais perto, interpretando mal as pistas do meu corpo. "Continue. Arrume-se. Você teve um longo dia." Ele me beija novamente. "E pelo amor de Deus, coloque um pouco de perfume. Você cheira ao... seu primo."

"Eu faço?"

Ele me beija novamente, desta vez sondando meus lábios.

Fecho os olhos quando sua língua molhada os separa. Quando se afasta, ele acrescenta: "Mas tem gosto de bom uísque e sorvete."

"Acho que é você que tem gosto de uísque."

Apressadamente subo as escadas, orando a cada passo para não ser seguida. No momento em que chego ao topo, meu coração está pulando no peito.

"Que diabos?" murmuro, sem saber como decifrar as pistas que Bryce deu. Será que ele tem alguma ideia de onde estive realmente? Deveria ter me limpado no hotel, mas estava muito chateada para pensar nisso.

Um milhão de pensamentos lutam para se firmar enquanto meu caminho para meu quarto.

Trancando a porta atrás de mim, aprecio a solidão. Quando aconteceu? Quando meu quarto se tornou um santuário? Quando o resto da casa se tornou tão ruim que meu quarto virou o mal menor?

Sento na beira da cama e deito. Não é a sala lá embaixo que enche minha visão, mas as memórias da tarde antes do feitiço ser quebrado, quando o mundo era certo e seguro. Eu o quero com todo meu coração. Também quero dizer a Nox ou mesmo a Deloris que o senador Carroll está na minha casa com o senador Higgins e Severo Davis.

De repente, me sento. Davis é velho, não tão tanto quanto Alton, mas muito mais que Bryce. Essa é a pessoa que Chelsea deveria estar. Será que ela sabe? Ela sabe que ele está aqui? Se tivesse acordado, sabendo de sua idade e que é casado?

Por quê?

De repente, me arrumar para o jantar perdeu a importância.

Corro pelo corredor e bato na porta de Chelsea. Lentamente ela abre.

"Onde você e Patrick foram?" Pergunta.

"Visitar minha mãe e, em seguida, tomamos um sorvete."

Ela me olha de cima a baixo.

Que diabos? Estou usando um sinal?

"Hmm," ela diz, abrindo mais a porta. "Quer entrar?"

"Sim. Qual é o problema? Será que Suzanna te irritou?"

Chelsea dá de ombros. "Não mais do que o habitual. Eu vim aqui assim que pude, esperando perder o drama."

Pego sua mão e puxo-a para as duas cadeiras perto da janela. Quando sentamos, observo seu ponto de vista. Não é nem da frente da casa, nem de trás. Da janela deste quarto vemos os campos. Quando olho mais para baixo do que par fora da casa, os campos de tênis e um pequeno edifício são visíveis.

Segurando meu colar, respiro fundo. Se pudesse sair por lá, poderia dizer a Nox o que está acontecendo.

Volto o foco para Chelsea. "Diga-me por que está aqui. Sabe como essas pessoas tornaram-se aliados de Bryce?"

"Eu não posso. Eu não sei."

"Isso não faz sentido. Quer dizer, se o que disse é verdade então não te conhecia até a noite no hospital. Diga-me como tem um emprego em DC para ficar com ele."

Dizer DC acerta um cabo. Isso seria onde ela se seria atribuída a Severus Davis. Será que ele sabe que pode ter Chelsea? Como tudo isso funciona?

Vestida com um par de calças de yoga e uma camisa, não o traje para o jantar, ela puxa os joelhos contra o peito e coloca os pés descalços na beira da cadeira. "Alex, eu gostaria de poder dizer. Estou morrendo de vontade de falar com alguém sobre isso, mas não posso. Tudo o que posso dizer é que dissemos ao policial Evanston a mesma história. Bryce estava comigo quando Melissa desapareceu."

Eu balanço a cabeça. "Mas ele estava?"

"Ele estava lá na Califórnia antes que de me dizer. Ele tem registros de viagens provando que ele esteve lá fora e sobre durante os quatro anos."

Meu estômago revira. "Você mentiu para a polícia?"

"Eu não tive escolha. Eles foram implacáveis. Até fizeram testes em seus carros e coisas. Eles vieram para Carmichael Hall... foi... assustador."

"Mas... o seu testemunho?"

Ela dá de ombros. "Eu não acho que é um testemunho. Não foi no tribunal. Rezo para que não chegue tão longe. Foi um depoimento."

"Deus, você inventou informações. Isso é perjúrio."

"Eu não tive escolha..." A defesa do Chelsea some.

Eu respiro fundo. "Por causa do acordo."

Seus olhos se arregalam. "O que disse?"

"Eu sei sobre Infidelity. Não sabia que era o que fez, mas sei sobre a empresa."

Chelsea salta da cadeira e fica de pé, de frente para a janela.

Espero, mas em vez de palavras, os ombros se movem e cabeça cai para frente.

De pé, lentamente caminho até ela. Ela não está muito longe, apenas um passo, talvez dois, mas por um momento a distância parecia intransponível. Quando coloco a mão em seu ombro, ela vira para mim.

"Não sei como você sabe," diz ela entre soluços. "mas agora você sabe que sou uma prostituta."

Lembro-me das palavras de Karen Flores, as que repeti para Nox. "É companheirismo, não sexo."

"Como?"

"É uma longa história, mas deixe-me dizer... Eu entendo o fascínio, a promessa de compensação pelo que parece pouco sacrifício. Mas é enorme. Você e seu corpo são mais valiosos que esse acordo. Eu sou mais valiosa do que isso."

Ela balança a cabeça. "Olhe em volta. Você não pode saber o que é. Odeio cada dia e em dois meses, com o acordo que fiz, com a Infidelity e o trabalho de RH da Montague, ganhei o suficiente para pagar a faculdade da minha irmã por dois anos numa estadual." Ela suspira. "É bom poder dizer Infidelity em voz alta."

"Baby, você não é uma prostituta mais do que eu."

"Não, você está errada. Bryce está muito disposto a me lembrar diariamente desse título."

"Foda-se ele!"

"Eu prefiro que não." diz ela com uma careta. "Além disso, por que iria pensar que é uma prostituta? Você não jogou sua vida fora."

"Não, eu não fiz, apenas fiz companhia."

Seus passos param enquanto as mãos vão aos lábios. "Nox?"

"Sim, mas é complicado."

"Oh meu Deus." As rodas de reconhecimento giram em sua cabeça. "O fundo fiduciário. É por isso. Como? Fez Deloris falar sobre isso também?"

"Não exatamente. Deloris encontrou meu perfil e parou. Nox... bem, a empresa é dele, ele é um investidor."

"Ele não é seu cliente?"

"Não tecnicamente. Diga-me, o que Deloris lhe pediu para fazer."

Chelsea caminha de volta para a cadeira. "Não era para ser assim. Seria um cara. Vi sua imagem e perfil. Ele é casado. Percebi que só o via quando não estava com a esposa. O resto do tempo poderia ter uma vida e ao mesmo tempo ganhar essa renda. Não sou uma puritana, mas não foi o que aconteceu."

"Eu sei e sinto muito. Você se lembra de qual o nome do cara?"

"Sim, era como o professor do Harry Potter, Severus."

"Você já o conheceu? Será que Bryce sabe com quem ficou emparelhada?"

Sua cabeça se move para trás e para frente. "Não... e não. Bryce me contou quando nos encontramos. Ele pensou ser muito engraçado." Seu rosto se contorce de desgosto. "Ele está muito orgulhoso de si mesmo."

Afundo na cadeira. "Você não tem que dizer..."

Ela senta-se mais ereta. "Ele colocou em detalhes: o comprimento do cabelo, tipo de corpo, idade. Ele descreveu você."

"Eu sinto muito."

"É por isso que estava certo quando disse que eu me parecia e vestia como você. Ele me fez até pintar o cabelo."

"Deus, Chels, não sei o que dizer."

"Não é sua culpa. Eu fiz isso."

"Mas eu lhe disse para confiar em Deloris. Eu não tinha ideia... oh, mas antes que eu esqueça, o cara que deveria sair? Ele está lá embaixo."

"Ele o quê?"

Seguro sua mão. "Não por você. É uma coisa política, dois senadores e Severo Davis. Ele é um lobista."

"Mas Deloris queria que eu o espionasse. Esse era o plano. Há alguma ligação entre ele e Nox?"

"Eu realmente não sei. Talvez desde que nós duas estamos aqui, podemos manter os ouvidos abertos. Mas saiba: vou te tirar daqui. Você não de..."

Minhas palavras morrem ao ouvir algo no corredor. A voz irritada de Bryce ecoa e penetra a porta.

Meu olhar encontra o de Chelsea.

"Ele está te procurando." diz ela.

"Talvez se a gente ficar quieta." Vou até a porta, esperando para ver se ele passou.

Quando estendo a mão para a maçaneta, a porta de Chelsea abre, com pouca atenção do outro lado. Rapidamente, pulo para trás, mal evitando a colisão.

A expressão de Bryce, a que comparo com Alton, está de volta, com o pescoço e as orelhas vermelhas.

"O quê?" pergunto, desejando termos trancado a porta. "O que está fazendo aqui?" olho para Chelsea e para ele. "Bryce, você deve sair. Precisamos ficar prontas para jantar."

Ele empurra a tela do telefone para mim. A imagem é preta e branca e de má qualidade.

"O que? Essa sou eu." Sou eu, ao lado da cama da minha mãe, sua mão na minha.

"Hoje?" Pergunta.

Merda! O chão de repente some debaixo de mim, mais precisamente, debaixo do meu álibi. O vestido é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 33

 

 

 

Deloris coloca o pen drive no computador e abre os documentos na tela.

"Vou enviá-lo para o iPad". Diz ela, enquanto os dedos voam sobre as teclas.

"E o meu?" Pergunta meu pai.

Deloris olha por cima do ombro. "Realmente precisa ver duas vezes?"

Oren dá de ombros. "Só por curiosidade, se tiver meu e-mail privado."

Ela ri quando meu iPad soa com o e-mail recebido.

"Vou tomar isso como um sim." diz ele, inclinando-se e ligando seu tablet. "Esta é a última vontade e o testamento é longo." continua ele. "Quer dizer, já vi merda, mas o homem velho Montague levou controle a um nível totalmente novo, tudo para ditar o futuro da neta. Pode ver o documento inteiro, mas sugiro que todos nos concentremos no artigo XII, por agora."

Olho para Isaac. Ele está presente, mas em silêncio. Em vez de digitalizar o documento, está comprando um colar pelo celular.

"Qualquer mudança?" Pergunto.

"Não senhor. Ela está na mansão." Ele dá de ombros. "Às vezes me pergunto se este indicador de frequência cardíaca funciona."

"Claro que sim," disse Deloris. "Por quê?"

"Como agora, se ele está funcionando, seu pulso está ridiculamente alto. Cento e trinta. Isso é o dobro do que é quando está dormindo."

Minha pele arrepia. "Se ela apenas tivesse ficado."

Oren vira para mim. "Uma semana atrás?"

"Não, hoje. Eu a vi brevemente. "

"E o deixou?"

"Ela não vai deixar sua mãe ou Chelsea."

"Foda-se!" Oren grita. "Não acha que eles já descobriram que estão juntos, não é?"

"Não. Cuidamos de tudo."

Oren se vira para mim. "Nós estamos tão perto. Não é porque você é..."

"Porque sou o quê? Estou preocupado. Eu precisava vê-la, tocá-la. Estou além de assustado com cada coisa que aprendemos sobre Spencer. Sei que ele é um porco nos negócios, mas agora... não vou estragar isso. Vou invadir se ela não chegar a estrada."

"Senhores," Deloris intervém. "nós temos um documento."

Respiro fundo e me afasto do olhar gelado do meu pai.

Oren tem que ter a última palavra. "Isto não é apenas sobre Alexandria. Ela é a mais forte delas. Pode aguentar mais um dia."

Suas palavras fazem minha pele arrepiar. Sento e pego meu tablet, rezando para ele estar certo.

Mas se estiver, então por que diabos seu pulso subiu?

Concentrando-me na tela, rolo as páginas, desacelerando nas legendas até chegar ao Artigo XII as provisões para Montague Holdings.

A sala fica em silêncio enquanto todos nós lemos:


Se no momento da minha passagem, estas disposições não estiverem satisfeitas, é da responsabilidade dos meus herdeiros, Adelaide Montague Fitzgerald e Alexandria Charles Montague Collins, a boa vontade de legalmente satisfazer os seguintes critérios nas datas apropriadas. Não fazer isso irá resultar na perda de toda a herança, incluindo, mas não limitado a bens, propriedades, ações da empresa, as propriedades pessoais, e a residência e o resto da minha herança.

Como é agora o caso, é essencial que Adelaide Montague permaneça casada com Alton Fitzgerald para o resto de suas vidas terrenas. Como o marido de Adelaide, Alton Fitzgerald terá todos os direitos estabelecidos como o acionista principal na Montague Corporation. Se pedirem divórcio ou fizerem tentativas de acabar com o casamento, todas as explorações Montague vão para Alexandria Collins.


Paro lá. "Por que diabos a mãe de Alex não faz isso?"

"Pede o divórcio?" Pergunta Oren.

"Sim, ela estaria livre e fora do controle de Fitzgerald."

Oren aperta os lábios. "Eu me culpo por não ter em minhas mãos este documento há dez anos."

Deloris vira para meu pai. A expressão dela quer mais. Não disse a ela a história entre o meu pai e a mãe de Charli, apenas que ele queria ajudar. Embora ela pareça curiosa sei que ela não perguntará. Finalmente, ela volta para a tela e continuamos a ler.


Após a morte de qualquer A. Fitzgerald ou AM Fitzgerald antes da vinda de idade de A. Collins, todas as explorações Montague serão mantidas em confiança para ela até a idade de vinte e cinco ou até que tenha concluído um diploma universitário, o que ocorrer primeiro.

Uma vez que a conclusão da idade ou grau ocorreu, a fim de que A. Collins possa herdar as propriedades e ativos Montague e cumprir os requisitos estabelecidos neste documento legal deve aderir ao seguinte:

Sendo da idade legal de vinte e cinco (ou ter concluído o seu grau de faculdade), Alexandria Collins deve concordar com uma união legal com um marido que também irá representá-la e as ações de seus filhos biológicos na Montague Corporação, bem como no funcionamento dos ativos Montague.


"Sou voluntário." murmuro. Não é uma proposta, mas isso não a torna menos válida. Charli e eu nunca falamos sobre casamento, mas o faria não por causa desta maldita vontade ou qualquer coisa relacionada com o dinheiro de sua família. Aceito-a nua e sem dinheiro. A primeira parte dessas condições traz imagens em minha mente que é melhor controlar.

Volto para o tablet.


É meu desejo, e assim por diante a determinação deste que A. Collins se case com Edward Bryce Carmichael Spencer, filho de Suzanna Carmichael Spencer, conforme descrito abaixo.


"Como diabos isso é legal?"

"Eu não tenho certeza que seja." diz Deloris.


E. Spencer deve terminar a graduação e pós-graduação e provar-se digno da Montague Corporation. Após a conclusão da pós-graduação, há mais dezoito meses antes da união.


"Provar-se digno?" Oren pergunta em voz alta. "Isso inclui acusações de abuso e ser suspeito no sequestro de uma mulher?"

Embora ninguém responda e continue a ler, pela primeira vez, estou curioso sobre o desaparecimento de Melissa Summers. Fodida Infidelity. Se a empresa se tornar pública com a investigação valerá a pena se salvar Charli.


No momento do seu casamento, o controle de interesse em todas as coisas Montague reverterá para A. Collins e E. Spencer, com provisões para apoio contínuo e supervisão de A. Fitzgerald e AM Fitzgerald até o momento em que é determinado que um ou ambos não sejam competentes.


"Você acha que...?" Começo.

"Que o bastardo está comprometendo o caso de competência mental de Adelaide antes de ser legalmente posta de lado? Tenho certeza disso." diz Oren. "Ainda tenho algumas informações sobre o assunto. Direi mais tarde. Continue lendo."


Se esta união não ocorrer, todas as explorações e ativos Montague serão liquidados. Os ativos passarão a ser legado da Fitzgerald Investments, deixando ambos os herdeiros e seus descendentes, sem ativos na Montague.

Se o casamento de A. Collins e E. Spencer não sobreviver, resultando em divórcio ou morte prematura, todas as explorações e ativos Montague serão liquidadas e, doravante, doadas a Fitzgerald Investments, com uma exceção: no caso de um herdeiro do sexo masculino sobre a idade de vinte e cinco anos, o herdeiro designado manterá todas as explorações e participação de controlo.

Se verificar que qualquer pessoa mencionada neste artigo deliberada e propositadamente dificulta meus desejos, esse beneficiário será impedido de receber sua parte da herança.


"Isso não pode ser legal. Pode ser recorrido." digo.

"Estipulações de beneficiários." Oren diz, como se a frase fosse uma referência diária.

"O quê?"

"É a imposição de cláusulas na herança dos beneficiários. Isso é feito com mais frequência do que pensa."

"Muitas vezes é algo como concluir a faculdade ou onde os fundos estão disponíveis apenas para pagar a educação ou habitação." acrescenta Deloris.

"É besteira. Charli não precisa disso. Ela não quer. Por que está aguentando?"

"É ela?" Pergunta Deloris. "Ou está aguardando tempo para sua mãe?"

Deveríamos ter conversado mais esta tarde. Eu deveria ter feito mais perguntas.

"Isso não muda nada," anuncio depois de terminar. "Vamos continuar nossos planos. Foder a Montague."

"Não tão rápido."

Voltamos para Oren.

"Eu te disse que há um adendo. Vá até perto do fim."

Oren pega o telefone e envia uma mensagem.

"Uma data importante?" Pergunto.

"De certa forma."

Antes que eu possa começar a leitura, há uma batida na porta.

"Esperando alguém?" Pergunta Deloris.

"Por uma questão de fato, estou." Oren diz enquanto levanta e caminha em direção à porta. "Desligue a câmera do Magnolia Woods."

Com um botão, a tela da TV ficou preta e Oren toca a maçaneta.

Um jovem nervoso está na porta.

"Sr. Crawford."

O menino assente. "Sr. Demetri."

"Entre." Oren abre a porta, seu convite muito gentil.

Fico de pé. "Sr. Crawford? O que é..."

"Durante minha pesquisa..." Oren começa quando o jovem se mexe desconfortavelmente de um pé para o outro e olha em volta. "... Vi um trabalho que o Sr. Crawford fez recentemente."

O menino assente. "Pode me chamar de Stephen."

"Sim, bem, Stephen foi empregado de Hamilton e Porter no escritório de advocacia que fez esse testamento. Stephen teve o prazer de trabalhar com Adelaide em relação nesta mesma vontade."

Meu pai, de repente tem a minha atenção. "A Sra. Fitzgerald sabia disso?"

"Sim", diz Stephen. "Conversei com ela em várias ocasiões." Ele olha Oren.

"Vá em frente, filho. Estes são meus colegas. Estamos todos tentando ajudar a Sra. Fitzgerald e se puder ajudar-nos a ajudá-la, podemos fazê-lo."

Ele engole em seco. "Você tem vontade?"

"Sim."

"Hum, ok. Bem, há um adendo."

"Acabamos de descobrir isso." digo.

"Há algumas coisas que pode não perceber se não tiver trabalhado com Adela- quero dizer, a Sra. Fitzgerald."

"Como o quê?" Oren pergunta.

"Senhor, esta é uma informação confidencial."

"Ainda está empregado por Hamilton e Porter?"

"Não, mas assinei um termo."

"Sentiu-se mal com alguma coisa que Ralph Porter lhe pediu para fazer?"

"Sinto que abandonei a Sra. Fitzgerald. Ela estava realmente animada sobre a cláusula."

Oren vira para Deloris. "Ligue a tela."

Balanço a cabeça.

A TV enche com uma imagem do quarto de Adelaide.

"Stephen, quando foi a última vez que viu Adelaide?" Pergunta Oren.

Ele ficou mais ereto. "Foi logo antes de deixá-la ir. Tivemos uma reunião agendada perto do início de outubro, mas não tive permissão para me encontrar com ela. A última vez foi há quase um mês antes. Ela iria agendar e, em seguida, não reagendou novamente."

Oren aponta para a tela. "Olhe bem de perto. Isso é Adelaide."

Ele ofega enquanto ele caminha em direção à tela. "O que aconteceu com ela?"

"Isso é o que estamos tentando descobrir. Pode ser que ela descobriu uma informação que não deveria saber?"

Os olhos de Stephen se arregalam de horror. "Merda. Eu... isso é perigoso. Certamente..."

A mão de Oren pousa no ombro de Stephen. "Filho, ninguém vai saber seu papel, ou que nos ajudou. Posso assegurar sua segurança e a de sua família jovem. Quantos anos tem seu bebê?"

Meu estômago revira com a facilidade das palavras de meu pai. Os olhos de Deloris vêm em minha direção. Faz anos desde que vi esse lado dele em ação e, no entanto, neste momento, não detesto sua escolha ou estratégia.

"Quinze meses."

"Stephen, nos ajude e você e sua jovem esposa e filho estarão muito melhores. Você pode ir para qualquer faculdade de direito no país. Eu vi suas notas. É um jovem trabalhador. É uma pena desperdiçar sua educação em Savannah."

"É uma boa escola..."

"Não é Stanford, Harvard, Yale..."

Ele vira para a tela. "Eu gosto dela. Será que ela vai ficar melhor?"

"Sim." Oren responde de forma inequívoca.

"Posso ver o adendo?"

Oren acena para Deloris e aparece na TV, substituindo o Magnolia Woods.

"Ok," diz Stephen, examinando as palavras. "Vê isso?" Ele aponta para a data e as iniciais CM. "Esta data é, obviamente, a data aprovada da cláusula. O que não é dito é que de acordo com Adelaide..." Ele olha para Oren como se precisasse de sua permissão para usar seu primeiro nome.

"Continue."

"Segundo ela, essa é a mesma data que seu pai morreu."

"Então isso não é legal?" Pergunta Deloris.

Stephen sacudiu a cabeça. "Não é. O Sr. Montague faleceu em seu sono naquela noite de ataque cardíaco repentino. Ele era legalmente competente quando aprovou o documento."

Quando ninguém fala, ele continua. "Pensei ser um pouco estranho. Perguntei a Natalie. Ela é uma assistente legal. Ela me disse para não me preocupar com isso."

"Então não o fez?"

"Eu não disse nada. Mas não posso afastar a sensação de que é estranhamente coincidente."

"Pode explicar a cláusula?" Pergunto.

"Você viu o testamento, de modo que sabe sobre o artigo XII?"

Assentimos.

"É uma merda estranha. Quer dizer impor estipulações beneficiárias é uma prática comum, mas nunca vi... mesmo na faculdade... nada tão estranho quanto os mandatos neste." Ele franze a testa. "Pode imaginar, um cara morto ditando com quem tem que se casar?"

"A cláusula?" Pergunto novamente, a agitação em meu tom.

"Sim, bem. Em poucas palavras, qualifica o disposto no artigo XII, basicamente dizendo que qualquer manipulação por qualquer das partes interessadas altera as disposições."

Balanço a cabeça para a realidade. Esta adição à vontade de Montague diz que se alguém fizer algo para dissuadir, para interferir a progressão natural ou parar o arranjo, então essa pessoa anula seus ativos ou qualquer pretensão de ativos. Também anula o legado dos ativos liquidados para a Fitzgerald Investments. Obviamente ele tem alguns problemas de confiança.

"Portanto, se o casamento não sair como planejado, a Montague Corporation continuará a ser uma entidade viável, não sendo liquidada como originalmente previsto no artigo XII?" Pergunto.

Stephen dá de ombros, lendo o documento. "Ele não especificou que o atual conselho de administração será dissolvido e toda a estrutura corporativa se tornará uma empresa de capital aberto. E se o casamento de sua filha com a cara não ocorrer, ou seja, ela case com outra pessoa, isso irá, então, entrar nas sucessões onde todas as partes interessadas devem fazer um caso de seus direitos. Assumindo que a interferência anteriormente mencionada não é um problema, teoricamente, a propriedade será igualmente dividida entre os herdeiros vivos."

"Então, para esclarecimento, isso anularia as consequências do artigo XII?" Pergunta Deloris.

"Sim." Stephen confirma.

"Pergunto-me o que fez o Sr. Montague mudar de ideia." acrescento.

"A Sra. Adelaide perguntou a mesma coisa." Stephen se volta para Oren. "Espero que possa ajudá-la. Ela estava tão animada. Não conseguia entender por que não sabia sobre isso. Ela continuou dizendo, se apenas... se somente."

Oren alcança a borda da mesa, estabilizando-se antes de caminhar. "Obrigado, Stephen." Ele enfia a mão no bolso do casaco interior e ira um envelope. Por seu olhar, assumo ser dinheiro. "Isso deve ajudá-lo a se mudar. Entre em contato com meu assistente. A escolha das universidades é sua."

Stephen segura o envelope por um minuto antes de passá-lo para trás. "Obrigado. Eu agradeço. Adoraria ir a qualquer uma dessas escolas que mencionou. No entanto, eu não posso." Ele balança a cabeça. "O Sr. Fitzgerald me ofereceu dinheiro também. Eu não aceitei. É ruim o suficiente que quebrei o acordo de não divulgação, mas não foi pelo dinheiro. Eu falei sério. A Sra. Adelaide é uma mulher amável. Ela não merece estar onde está. Tentei ajudá-la." Ele dá de ombros. "Temo que as informações que a ajudei a encontrar e entender possa ter levado ao que aconteceu. Por essa razão, estou feliz em ajudá-lo."

"Não vou contar a ninguém e confio que quer ajudar. Apenas faça. E se puder... aquela coisa, a data, me mantém acordado durante a noite. Só parece errado."

Levanto e dou um passo adiante, fodidamente impressionado com esse homem. Ao mesmo tempo conheço o jogo de Oren e endividamento que alimentou a obrigação mútua. Não posso prever o próximo movimento de Oren. Em vez disso, estendo a mão. "Stephen, você é um bom homem. Será um bom advogado. Sei é alguém que acredita em fazer a coisa certa e ajudar aqueles que não podem ajudar a si mesmo. A advocacia seria um lugar melhor se houvesse mais como você."

"Obrigado, Sr. Demetri."

Meu aperto aumenta quando a atenção de Isaac vai de seu telefone para Stephen. "Nós não fomos apresentados."

Seu olhar corre entre Oren e eu. "Desculpe se presumi. É a semelhança. Não são parentes?"

"Sr. Crawford, cuide-se."

"E de seu bebê." acrescenta Oren.

Deloris levanta. "Posso mostrar-lhe à porta?"

"Eu posso...? Será que vou saber se a ajudei?"

"Suspeito que haverá rumores."

 

CAPITULO 34

 

 

 

A cena acontece ao meu redor, comigo, e ainda assim estou sempre um passo atrás.

O retrato no telefone de Bryce é meu. Seria um truque?

"Bryce, o que está dizendo?"

Ele agarra meu braço, o mesmo lugar que agarrou no outro dia, me puxando para perto. "Fiz uma porra de pergunta."

Luto contra seu aperto. "Me solta. Você está me machucando."

Nos movemos pelo o quarto, nós três numa dança coreografada pela raiva e medo.

"Assim que te vi na sala, soube que algo estava errado. Não pude identificar, mas então me bateu. O vestido que usava..." Soltando o braço, ele me empurra para longe e me olha da cabeça aos pés. "Que você ainda está usando... não é o mesmo que na foto do Magnolia Woods." Ele anda num pequeno círculo. "Porra eu avisei. Quando cheguei aqui, tentei te dizer," Ele se aproxima. "Eu queria que fosse diferente, mas não serei feito de idiota!"

Embora cada parte minha queira se afastar de sua abordagem, não o faço. Eu não posso. Não lhe darei esse poder sobre mim. Nem por um dia, uma semana, até nosso casamento ou para sempre.

Levanto o queixo. "Apenas fale do que está me acusando porque tenho muitas mais acusações pra te dizer."

O próximo segundo acontece num flash. Desde que entrei no carro de Alton, fui atingida duas vezes: uma por ele e outra por Suzanna. Isso não é nada comparado ao poder do tapa de Bryce. Não é um tapa, mas um soco, juntas atingindo ossos, carne batendo carne.

Cambaleio e grito.

Não pela dor, dor que não sinto.

É pelo choque.

Meu grito: "NÃO!" Ecoa na suíte de Chelsea, uma sílaba que parece durar para sempre enquanto meus joelhos cedem e caio no chão ao lado de minha amiga.

Ela está enrolada de lado, segurando a bochecha com o peito arfando pelo golpe inesperado.

"O que diabos você fez?" Grito para ele.

Quem é esse homem?

Certamente não é meu amigo de infância. Não é o homem que relutantemente deixou minha virtude intacta quando adolescente. Não é o homem que finge ser meu noivo.

"Levante!" ele grita. Sua demanda cai como um cobertor molhado enquanto olho para ele, a cabeça de Chelsea agora no meu colo.

Ele não para. "Eu disse para levantar."

Gentilmente tiro sua cabeça do meu colo e coloco no tapete. Lentamente, levanto, pronta para enfrentar o monstro que estava escondido, o lobo em pele de cordeiro. Quando levanto, sei, sem sombra de dúvida que Bryce Spencer foi capaz de ferir Melissa Summers. As acusações de seus outros crimes que ainda não entendo.

"Não," ele xinga. "Você."

Engulo em seco quando a ponta do sapato recua e chuta a perna de Chelsea.

Fico entre eles e estendo as mãos, tentando bloqueá-lo. Meu esforço é semelhante ao das boias que flutuam pela costa, capaz de reter seu próprio espaço, mas incapaz de retardar a energia das ondas.

"Bryce, pare com isso!"

Ele passou a mão pelo cabelo enquanto Chelsea desliza para trás, para longe dele e ainda no chão.

"Levante!"

Quando a vejo começar a subir, movo-me novamente. "Não, Chelsea. Não faça. Bryce dê o fora daqui."

Encarando-me, ele destrói o passado, estendendo a mão para seu braço e puxando-a para pés. "Isso é culpa sua, Alexandria. Ela pode agradecer mais tarde pelo que está prestes a acontecer."

"Nada está prestes a acontecer," retruco. "Há uma sala cheia de homens no andar de baixo. Vá. Deixe-nos em paz. Temos que nos aprontar para jantar." É uma desculpa esfarrapada, mas minha mente é um borrão, lutando por qualquer resquício de sanidade.

Sua voz encontra uma calma quase assustadora. Com o olhar agora fixo em Chelsea, ele diz: "Saia do quarto, Alexandria."

O quê?

"Não."

"Agora!" Vejo seu rosto quando ele vira para mim, o rosto está vermelho, vermelho brilhante, um contraste gritante para o cabelo loiro e olhos cinzentos. Há algo diferente sobre eles também, algo que ainda não posso identificar as é assustadoramente familiar.

Abro a porta de Chelsea e viro mais uma vez para Bryce. Ele soltou o braço de Chelsea quando teve certeza que sai. Em vez disso, abro mais a porta e dou um passo em direção a ele. Quando nossos peitos se encontram, jogo minha chave para Chelsea e digo: "Vá agora. Tranque minha porta."

Acontece rápido. Ela não hesita quando sai correndo, os pés descalços derrapando no tapete macio enquanto corre para longe.

Bryce respira fundo e vem em minha direção, cada passo me prendendo e empurrando para trás e para trás até que a parede para meu progresso. Enjaulando-me contra a parede com um braço de cada lado do meu rosto, ele se inclina mais perto. "Vai se arrepender disso. Não tanto quanto ela, mas vai."

"Que diabos é seu problema? É Patrick?" Porque ele está pronto para chutar seu traseiro.

Não digo a última parte.

"Neste momento, meu problema é você."

"Tudo bem, então não case comigo."

Ele agarra meu queixo, os dedos dolorosamente apertando meu rosto. "Cala a boca. Aprenda a manter sua boca fechada e, vou acrescentar, as pernas também para ninguém além de mim. Se puder seguir essas simples instruções, as coisas vão melhorar para você e para a minha puta."

Suas palavras insensíveis são piores que o aperto.

"Não fale assim sobre ela."

"Você está certa. Eu não deveria diferenciar, não quando há duas vadias aqui."

O quarto estava grampeado? Ele ouviu quando assumi minha infidelidade?

Merda! Quão estúpida pude ser?

"Bryce... o que está acontecendo?"

"Você não esteve no Magnolia Woods hoje. Eu liguei. Não esteve lá, apenas Patrick. Isso significa uma coisa. Significa que estava com ele." Ele solta meu queixo e acaricia minha bochecha. A mudança de brutalidade a gentileza aumenta meu enjoo. "Querida, se pode foder, então eu também posso." Seu sorriso se alarga. "Posso até te deixar assistir."

"Eu não..."

"Não minta para mim. Eu avisei. Disse para obedecer porque se não fizesse, não seria capaz de viver com as consequências." Seu tom suaviza o timbre com uma doçura zombadora. "Não posso fazer com você o que quero, não agora."

A frieza calculista em seus olhos envia um calafrio por minha espinha.

"Porque," ele continua explicando seu raciocínio psicótico. "em menos de uma hora estará lá embaixo num vestido de porra, usando meu anel e bancando a noiva perfeita. Temos uma festa amanhã. É uma pena que Chelsea não vá."

Tenho problemas para me segurar. "Mas Suzanna e Alton a querem. Uma frente unida."

"Mas você não. Ela é uma prostituta. Todo mundo sabe que, e quando, perguntado, essa será sua resposta."

Balanço a cabeça. "Não. Não farei isso com ela. Eu não..."

Sua mão cobre meus lábios. "Você vai ou vou dizer a Alton sobre hoje. Vou deixá-lo saber que em vez de visitar Adelaide, você estava com um criminoso. E, em seguida, seus privilégios de visita a sua mãe serão revogados." Ele move a cabeça lentamente de um lado para o outro quando um sorriso surge nos lábios. "Como disse, você vai cooperar, não é, querida? Melhor amigo ou pior inimigo. Sugiro que se esforce para lembrar porque me quer como amigo."

"Deixe Chelsea em paz. Ela não fez nada. Se quiser descontar isso em alguém, não que esteja admitindo nada, mas faça comigo."

"Se eu pudesse... Mas contusões não iriam bem com o jantar hoje à noite ou a festa amanhã. E, querida..." Ele permite que o carinho paire no ar. "... Eu não dou segundas chances."

"Vá agora, é quase hora do jantar." Ele puxa um pouco o meu cabelo. "Arrume seu cabelo e maquiagem. Fique bonita." Ele corre os dedos ao longo do meu rosto com um toque de seda. "Porque você pode ficar impressionante, Alexandria. Eu já vi. Quero isso de novo. A partir de agora, vai mostrar esse sorriso lindo para mim, não vai?"

Fico olhando, com medo de sua próxima mudança de humor.

Ele passa o dedo sobre meus lábios. "Quando eu lhe fizer uma pergunta, espero uma resposta."

Balanço a cabeça. Não é uma concessão considerando seu nível de manipulação. Ao dar-lhe a resposta que ele quer, eu controlo sua reação.


Bryce sorri. "Agora, aqui está uma pergunta para você. Diga-me, você não quer se atrasar para o jantar; você não quer atrasar novamente hoje, não é?"

Não tinha tenho a chance de responder quando inesperadamente seu punho colide com a parede, meramente a polegadas do meu rosto. O gesso não é páreo para seu soco quando poeira fina agita o ar em torno de nós.

Engulo em seco, estremecendo enquanto sua ereção crescente pressiona contra meu estômago.

"Eu lhe fiz uma pergunta." O vermelho rasteja de volta para seus ouvidos. "Fodidamente responda..." Antes que possa registrar, ele abaixa o decote do meu vestido e sob meu sutiã, dolorosamente aperta e torce meu mamilo.

Grito enquanto tento, sem sucesso, me afastar.

Bryce sorri. "... Ou, querida, vou encontrar lugares que seu vestido vai esconder, lugares para deixar minha marca. Agora responda."

"Não," respondo rapidamente, reunindo o que resta do meu autocontrole e empurrando sua mão. "Não quero me atrasar."

Ele se inclina mais perto, o nariz tocando meu pescoço enquanto inala. "E um banho. Trocando-a por você eu deveria me livrar de uma prostituta e não ter outra como futura esposa."

Bryce dá um passo para trás, dando-me espaço para ficar ereta.

Ele está permitindo que eu vá? Será que ele me seguirá?

Fico imóvel e suavizo meu tom. "Por favor, Bryce. Ela é minha amiga. Por favor, não faça nada."

Ele solta um suspiro. "Sei que pode não entender, mas pago um monte de dinheiro para fazer o que quiser." Um lado de seus lábios se curva para cima. "Como disse, ela é uma prostituta, mas por você... por agora... vou voltar lá para baixo e ser agradável com seu pai." Ele inclina a cabeça em direção ao punho que atingiu a parede. "Não faça suposições. Fechaduras não irão me impedir."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 35

 

 

 

Os lábios de Bryce se curvam. "Não dou a mínima para quantas chaves tem."

Prendo a respiração e uma resposta quando Bryce se vira, deixando-me sozinha no quarto de Chelsea. Suas últimas palavras, o ameaçador olhar frio, alimenta a descarga de adrenalina inundando meu sistema. Ainda de pé, seguro meus dedos, agarro o grande diamante e tento parar de tremer. Aperto minhas mãos num esforço para acalmar o tremor, mas quando o noto, ele não está somente em minhas mãos, mas quebrando meu corpo inteiro, tornando meus joelhos cada vez mais fracos.

Como uma estátua nervosa eu espero, com medo de que ele vá voltar e ainda mais de medo de que ele procurará outro lugar para desafogar a fúria. Quando o tempo para, o ar volta a meus pulmões e diminui meus tremores. Minha respiração é o único som enquanto me atendo a qualquer ruído dele pelo corredor até Chelsea.

Embora queira ajudar minha amiga, meu corpo se recusa a mover, paralisado pelo que vi e ouvi. Tranquilidade prevalece nos passos de Bryce enquanto desaparece, substituindo o horror por alívio. Não mais rígida, meus ossos ficam flexíveis, abrindo caminho para as forças da gravidade. Com um soluço reprimido, caio contra a parede esburacada e me enrolo no tapete.

Meu Deus.

Ele é um monstro.

Com apenas os olhos, rapidamente procuro no quarto por um relógio. Preciso me arrumar. Preciso verificar Chelsea, mas não tenho forças. Segundos se tornam minutos quando o tempo passa e meu coração bate fora da cadência num ritmo composto pelo medo. Não posso casar com esse homem. Não posso passar mais um dia com ele nem permitir que Chelsea passe. Ele é um psicopata, frio e sem empatia ou remorso. Nunca testemunhei olhos tão indiferentes.

Em questão de minutos, sua raiva foi substituída, indo para um terreno frígido, mais frio do que qualquer coisa que já vi. Não é nada como o pior temperamento de Nox. É ainda pior do que Alton. Bryce é distante e desligado.

Quando fecho os olhos, seu olhar calculista enche minha mente.

Foi que a última coisa que Melissa Summers viu? O que viveu? Talvez tenha duvidado antes, mas não mais: Edward Bryce Spencer é capaz de matar. Sei disso em minha alma.

"Alex?"

Pisco os olhos quando Chelsea entra em foco.

"Você está bem?" Ela pergunta, pegando minha mão.

Sua bochecha direita está vermelha e a contusão aparece.

"Eu?" Gentilmente toco sua pele ferida. "E você?"

Puxando minha mão, ela me levanta. "Estou bem, por sua causa. Desculpe, eu corri. Eu deveria ter lutado, como você. Mas... ele me assusta."

Balanço a cabeça. "Eu vejo. Também me assusta." Acalmo nossos passos à medida que vamos para meu quarto. "Chelsea, não me defenda. Ele disse que vai..." Mal posso me fazer dizer as palavras. "... Ele pode feri-la, porque pode fazer qualquer coisa que quiser com você. Ele não pode me machucar. Tenho que estar no jantar e na festa."

Os braços do Chelsea envolvem sua cintura. "Não pode pará-lo. Você não pode."

Puxo-a para minha suíte e até o banheiro, deixando as duas portas trancadas entre nós e o corredor. "Eu posso. Vou te tirar daqui. Tenho um plano."

 


Com alguns minutos de sobra, respiro fundo, desço as longas escadas para a sala de jantar. Fiz como Bryce queria, tomei um banho, me lavando para retirar o cheiro de Nox ou Patrick e substituindo-o com hidratante, xampu e perfume. Meu vestido é novo, mesmo para mim. Estava pendurado num saco de roupa, outro traje para meu novo papel.

Sento-me à mesa de jantar desocupada, feliz por um momento de paz para reunir meus pensamentos.

"Gostaria de um copo de vinho?" A jovem empregada pergunta.

Gostaria de uma garrafa inteira, mas me contentarei com um copo. "Sim, obrigado. Cabernet."

"Sim Senhora."

Quando ela desaparece na cozinha, Suzanna e Bryce entram. A calma vai embora, mas não se viro para vê-los entrar. Estou com muito medo de que verei.

"Alexandria, como foi com sua mãe?"

Apreensiva, minha cabeça vai em sua direção, o olhar correndo entre Suzanna e seu filho. É outra armadilha? Quase imperceptivelmente, Bryce sacode a cabeça, dizendo-me para desempenhar meu papel. Noiva perfeita. É o que ele exigiu.

"Ela está melhor. Os enfermeiros continuam dizendo isso."

"Preciso ir vê-la," diz Suzanna. "Amanhã de manhã vou acompanhá-la."

Antes que possa aceitar a proposta, Bryce fala; cada uma das frases abrindo outro buraco no meu barco da esperança. Em breve ele afundará, meu titanic dos sonhos presos nas profundezas do oceano.

"Mãe, terá que ir sozinha. Alexandria estará ocupada amanhã. Talvez," ele continua. "ela estará disponível domingo. Depende de seu desempenho na festa."

Ouço a última parte alta e clara, mesmo que ele não expresse em voz alta.

"Ocupada?" Suzanna vira para mim. "Fazendo o quê?"

A jovem coloca o copo de Montague da coleção privada diante de mim enquanto Suzanna senta. Dou de ombros. "É novidade para mim, também. Vai precisar perguntar ao seu filho."

Ele ergue o copo de uísque e sorri. "Nossos planos ainda serão determinados." Ele circula o pulso, tilintando os cubos congelados. "Há tantas variáveis."

O ar é gélido, não só com suas palavras, mas também o tom demasiado calmo. O frio cai sobre a sala, deixando um rastro de arrepios na minha pele.

"Belo vestido." diz Bryce, vindo atrás de mim e beijando minha bochecha.

"Uma excursão não planejada," Suzanna diz entusiasmada. "Soa como uma grande ideia. Apenas não fique muito levado. Lembre-se que tem que estar de volta a tempo para se preparar para a festa. Os convidados chegarão às seis."

A sala fica em silêncio quando Alton entra.

Balançando a cabeça, ele sorri. "Agora, isso é o que gosto de ver. Todo mundo no lugar..." Seus olhos se estreitam quando olha para o lugar vazio. "Onde está Chelsea?"

"Alexandria?" Bryce diz.

Um nó se forma em meu estômago e minha boca seca. Meu volume é quase inaudível. "Não posso fazer isso."

Os olhos de todos estão em mim: Alton e Suzanna questionando e o de Bryce como um aviso.

"Acho que pode." Sua resposta também é suave.

Viro para ele, lutando contra as lágrimas. "Não. Eu não posso."

"O que é?" Pergunta Suzanna com preocupação genuína na voz.

Os olhos de Bryce estreitam.

Balanço a cabeça e viro para Suzanna, falando mais alto. "Eu tentei, realmente tentei, mas se tiver que enfrentar meus colegas da academia e da sociedade de Savannah, amanhã à noite, não posso fazê-lo com aquela prostituta a reboque." A palavra machuca meu coração. Sou grata por ela não poder me ouvir.

"Alexandria!" Suzanna grita.

Viro para Alton quando ele senta. "Imagine como minha mãe se sentiria ao dividir o palco com você e uma puta que está enroscando bem debaixo do seu nariz."

"Isto não é sobre sua mãe ou eu..." À medida que sua desculpa esfarrapada sai, há algo na expressão de Suzanna, que confirma as acusações de Pat.

"Ou será que é?" Pergunto.

"Estamos perdendo o foco," Bryce interrompe. "Alexandria desenhou uma linha na areia. Chelsea fica, mas não publicamente. É decisão de Alexandria."

"Eu não gosto," diz Suzanna. "Chelsea precisa trabalhar em Montague e enfrentar as pessoas de Savannah. Se a esnobar, estará condenando-a ao ridículo."

"E se abraçá-la," respondo. "Estou me condenando. Não será evidente, mas você sabe que será assim."

Alton levanta a mão quando os empregados chegam com as saladas. "Isso é o suficiente." Ele vira para a jovem. "Leve o jantar para o quarto da senhorita Moore. Aparentemente, ela não se juntará a nós."

"Senhor?" Pergunta a menina, olhando em minha direção.

"Eu já pedi. Deixei a equipe saber que ela comerá no quarto num futuro previsível."

"Isso não é necessário," diz Suzanna em defesa de Chelsea. "Se não a quer aqui, ela voltará para Carmichael Hall."

"Não."

"Por que não?" Pergunta Suzanna. "Pelo menos lá, ela não será forçada a enfrentar sua animosidade."

Viro para Bryce.

Com uma expressão doce de satisfação enfeitando seus lábios, ele levanta a taça. "Mãe, acho uma excelente ideia."

Os nós em meu estômago se multiplicaram.

"Tudo bem," Alton diz com desdém. "Depois da festa. Isso é muito drama. Tive o suficiente. Sem mais discussão sobre a senhorita Moore."

Depois da festa. Graças a Deus.

Meu barco de esperança não está além do reparo.

Curso após curso o jantar decorre. A conversa foi sem importância e incontroversa. Tentei trazer à tona o assunto da reunião mais cedo no escritório de Alton, mas cada tentativa teve respostas monossilábicas.

"Realmente, Alexandria, pode estar na faculdade de direito, mas muitas coisas estão acima de você. Deixe os homens se preocuparem com elas. É por isso que está se casando. Para se concentrar em coisas de senhoras."

É o sexismo polvilhado de negatividade que eu vivi a maior parte da vida. Não importa se vou me formar com honras. Sou do sexo feminino e, obviamente, não brilhante o suficiente para reconhecer transações ilegais quando as vejo. Cada minuto que passa queima outro pedaço da minha alma. Não quero nada mais que acabar com a farsa da família e fazer meu caminho de volta para o refúgio do meu quarto.

Fechaduras podem não manter Bryce fora, mas tenho um plano. Pedi a Jane para se juntar a mim para um filme.

Quando o jantar termina e Alton para, limpo os lábios e coloco o guardanapo ao lado do prato. Afasto a cadeira da mesa e a pergunta de Bryce me para.

"Que tal um passeio, Alexandria?"

Meu pulso acelera em aviso, mas não posso permitir que sua atenção volte para Chelsea. "Soa maravilhoso." Meu sorriso é enorme. "Mas talvez outra noite. Estou exausta. Podemos ficar algum tempo na sala de estar?" A vista de Alton, Suzanna, e os funcionários.

Seus lábios finos se curvam. "Querida, tenho certeza que pode encontrar energia. Afinal, tinha energia esta tarde. Certamente tem tempo para mim, seu noivo? Ou gostaria de nos contar tudo sobre sua tarde?"

Meus seios pressionam contra o forro de cetim do meu vestido. O corpete apertado restringe minha capacidade de respirar fundo quando uma sensação espinhosa corta minha espinha. "Claro que tenho energia para você. Eu... eu amo andar. Talvez até o lago?" pergunto, esperando o retorno da minha de infância.

"Estava pensando na floresta."

Que diabos?

"Bobagem," Suzanna interrompe. "Está escuro. Vocês têm um grande dia amanhã."

"Mãe, não somos crianças."

"Você não é, mas antes de ir se aventurar por aí acho que nós quatro temos coisas que precisamos discutir antes de amanhã."

"Tais como?" Tomo a isca, com esperança de distrai-lo.

"Ao falar com Gwen no início desta tarde, percebi que haverá suspeitas e dúvidas. Precisam ajustar suas histórias."

Balanço a cabeça.

"Vocês três terão que lidar com isso", Alton diz com desdém. "Tenho assuntos urgentes."

Ninguém refuta a alegação de Alton. Segundos depois ele vai embora deixando nós três.

"Agora," Suzanna continua. "com esta mudança abrupta em relação Chelsea, precisamos decid..."

"Não há nada para decidir," Bryce diz. "Alexandria está acabando por sua convicção." Ele levanta, dando-me a esperança de que fosse se juntar a Alton.

"Bem, sim," Suzanna diz ao virar para mim. "mas, querida, não pode dizer isso aos outros. Não pode usar a palavra com ‘v’."

Em vez de sair, Bryce senta na cadeira ao meu lado e espalma a mão sobre minha coxa. Seus olhos arregalam de excitação. "Alexandria?"

Os nós dentro do meu estômago se agitam com o pouco de comida que consegui engolir. Ao mesmo tempo, minha pele se reveste de suor à pressão crescente da mão de Bryce. Meus dentes cerram quando a dor aumenta.

"Suzanna," Luto para impedir minha expressão de exibir o que está acontecendo. "Não sei se posso. É a verdade. Há muitas mentiras para lembrar. Simplesmente não pode adicionar outra."

As pontas dos dedos de Bryce continuam a apertar, pressionando o material do meu vestido na pele, perto da rótula.

"A verdade?" Pergunto. "Quer dizer a história que dirá a qualquer um que perguntar? Talvez possa lembrar-nos?"

A sala escurece, mas obedientemente viro para meu noivo, implorando com os meus olhos para ele parar a pressão. Seguro a mesa, mas não posso aliviar a força. Minha voz falha. "Bryce?"

"Estamos esperando."

Não posso me afastar, não sem chamar a atenção para suas ações. Engulo a dor. "Que história? Quer dizer a verdade que ela é uma prostituta?"

"A quem você vai dizer?" A pergunta vem sem nenhuma outra razão do que me fazer falar, para me fazer recitar seu veneno na frente da mãe.

Suzanna vai embora. Não na realidade, mas na minha visão angustiada. A forma como seus dedos estão mais perto da minha rótula envia solavancos excruciantes da dor através de toda a perna. Agarro sua mão, mas cada ação só aumenta a pressão e, ao mesmo tempo, sua expressão permanece curiosa e fascinada. Certamente ele não iria deslocar meu joelho... Eu quero acreditar.

Lembro-me da história que fui alimentada, mas nunca repeti.

Deixando de lado sua mão, movo meu braço, visível para os olhos e concentro-me nele. Minha voz sobe acima do sangue correndo em minhas orelhas. "Vou dizer a todos que sempre te amei. Que tentei lutar contra. Enquanto na Califórnia pensei que tivesse desistido de mim. Não sabia que Chelsea estava interceptando nossas mensagens, mentindo para mim..."

Pisco com alívio quando a pressão diminui um pouco.

"Continue."

"... não foi até que voltei para a minha mãe e vi Chelsea com você que percebi."

"O quê?" Ele pergunta.

"Que estamos destinados a ficar juntos. Que fui enganada por uma prostituta cavadora de ouro que fingiu ser minha amiga."

Meus olhos fecham e suspiro quando ele suaviza o toque. Não mais forte, sua mão se move para cima, mais alto na minha coxa. Por apenas um momento, o alívio domina a realidade. Minha mão cai na sua, parando o progresso.

O olhar de Bryce estreita em advertência antes de virar em direção a sua mãe. "Existe algo que quer discutir ou podemos dar uma caminhada?"

A sala inteira vem em foco.

Umidade brilha nos olhos da Suzanna quando ela junta as mãos perto do coração. "Oh, oh. Não sabe como estou feliz... não achei que... estava preocupada..." Ela levanta e corre para nosso lado da mesa, o movimento dela me libertando da mão errante de Bryce.

Atirando-se em mim, Suzanna me envolve num abraço. "Isso vai funcionar. Irá. Estou tão feliz em saber que concorda. Espere até que dizer ao seu pai."

A cadeira de Bryce se move. "Ela concorda." Ele estende a mão. "Alexandria, meu amor, nossa caminhada nos espera."

 

 

 

CAPITULO 36

 

 

 

Como pode Bryce vomitar ódio, coisas que ameaçam num minuto e ser suave e afável no próximo? Cada palavra que pronuncia me deixa na borda do assento figurativo, com medo de cair.

Colocando minha mão na sua, fico em pé, em busca de uma saída. Volto-me para sua mãe. "Suzanna?"

Os dedos de Bryce, em volta da minha mão, apertam mais e mais.

"Sim?" ela responde.

"Tenha uma boa noite."

"Obrigado querida. Estou mais do que satisfeita com a sua mudança de atitude."

Finjo um sorriso. "Pode agradecer ao seu filho por me mostrar a luz."

Suas bochechas sobem mais, o sorriso brilhante irradiando verdadeiro apreço para Bryce.

Ela realmente criou um psicopata sem saber?

"Vocês se divirtam."

Puxando-me para perto, Bryce segura minha mão enquanto circula o outro braço na minha cintura. "Oh, nós vamos, mãe. Ok, querida?"

Em poucos dias vim a abominar o termo carinhoso. A maneira como ele diz é como uma advertência e ameaça enrolada numa fina camada de elogios. A mistura venenosa parece benigna.

Logo estamos nas portas de trás, as portas francesas que dão para o pátio de pedra calcária. Uma vez fora sob o céu estrelado, Bryce faz uma pausa e olha a mansão. "Não sei se lembra," ele começa. "mas perguntei alguns meses atrás por que você não gostaria de viver aqui e eu lhe disse que eu faria." Ele me puxa para seu lado. "E agora vou. Basta imaginar, um dia serão nossos filhos correndo nesses gramados, como nós fazíamos."

Tremo quando o ar frio de outono cai sobre nós.

"Está com frio?"

"Acho que deveria ter pego um suéter."

Com seu braço ainda em mim, Bryce corre a outra mão para cima e para baixo no meu braço. Quando toca a área que segurou no início do dia, involuntariamente me encolho.

"Não faça isso."

"O quê?" Pergunto. "Não é minha culpa que meu braço está doendo."

Vamos até a borda da escada, acima do gramado com o lago à distância. Ele me vira, propositadamente apertando meus braços. "Agora. Quero te ouvir dizer."

Bile começa a ferver no meu estômago, fervendo mais e mais a cada segundo como minha temperatura interna subindo.

"O que?"

"Diga Alexandria. Você fez um trabalho tão bom com a mãe. Tenho certeza que não terá problema em falar sobre Chelsea como a prostituta que realmente é. Agora quero ouvi-la admitir que a culpa é dela por seu braço estar doendo."

"Bryce? O que deu em você?"

Ele dá um passo em direção à borda, movendo-nos para o lance de escadas de pedra. "Posso te fazer a mesma pergunta, mas não quero saber a resposta." Ele olha além do gramado. "Alguma vez já pensou sobre o quão alto estamos? A queda até o gramado?"

Tento dar um passo atrás, mas o aperto em meus braços aumenta. "Agora, querida, seu braço?"

Tal como a firmeza de Nessie, o monstro imaginário no lago abaixo, suas palavras e tom apertam meu peito, agarrando meu coração acelerado e esmagando-o contra minhas costelas. Meu queixo se move para cima com seu encorajamento forçado.

"Olhe para mim enquanto fala. Quero ver que está dizendo a verdade."

Engulo em seco, em busca de umidade. Minha língua se lança nos lábios ressecados quando formo minha resposta. "Meu braço... não deveria ter interferido entre você e Chelsea."

"Não, não use o nome dela. Diga o que ela é."

Pisco as lágrimas. "Bryce?"

Ele olha para meu corpete, lembrando-me da agonia que infligiu ao meu mamilo. Com um sorriso doentio, seus olhos encontram os meus. "Tente novamente."

As palavras machucam meu coração, apertando-o, como se fossem uma faca, cortando não só a mim, mas também Chelsea. "Uma puta."

Aplicando mais pressão em meu queixo, ele murmura, "Querida, isso será muito melhor se aprender quando falar e o que dizer. Ela não é apenas qualquer prostituta: ela é minha. Comece de novo e diga a coisa certa."

Bastardo doente.

"Não deveria ter ficado entre você e sua puta."

"Continue."

Não tenho certeza de onde ir.

"Reivindique a responsabilidade e vou aceitar seu pedido de desculpas."

Meu pescoço tencione. Minhas desculpas?

Minha cabeça sobe quando Bryce puxa meu cabelo. "Atitude não é aceitável. Acredito que seu pai lhe disse isso."

"Eu não fiz nada."

Ele solta meu queixo e cabelo e, em seguida, delicadamente enxuga uma lágrima na minha bochecha. "Não chore, querida, você vai pegar o jeito disto. Afinal, é a única aceita em Stanford e Columbia."

"Bryce, não quero que sejamos isso. Eu não... você está me assustando."

Ele levanta minha mão e leva meus dedos aos lábios. "Depois do que fez hoje, você merece ter medo, não acha?"

Ainda não admiti nada.

"Bryce, sei o que pensa, mas não é verdade. Se estivesse com Len..." Rapidamente lembro-me de não dizer seu nome. "Se estivesse com ele... pense nisso. Acha que eu voltaria aqui?"

"Eu estava com Pat. Fomos ver minha mãe. Eu não assinei. Eles me conhecem agora. Não sei por que disseram que não fui lá, exceto que a mudança pode ser falsa."

"O vestido?"

"Não posso explicar. Talvez haja algo estranho com as câmeras. Lembra o vestido que se tornou viral há alguns anos? Algumas pessoas viram uma cor, enquanto outros viram outra." Dou um passo para longe da escada. "Não correria o risco de Alton ou você," acrescento. "ficarem chateados. E agora..." Meu peito dói. "... Meu Deus, com Chelsea, eu não faria."

Seus dedos cobrem meus lábios. "Não é um nome."

Fecho os olhos, permitindo que meus cílios encostem-se ao meu rosto enquanto tento resolver o caos dentro de mim. "Sua prostituta." Suspiro. "Não importa por que você acha disso, ela não é. Ela é minha amiga."

Tomando minha mão, ele nos guia novamente para as escadas, desta vez, descendo passo a passo. "Esse é um dos problemas com a Califórnia. Savannah tem melhores amigos de qualidade. Depois de amanhã à noite, você e eu conviveremos com Millie e Ian, Jess e Justin e Leslie e Hamilton. Eles nunca pensarão muito da minha puta."

Cada vez que ele diz, como se refere a ela, minha pele arde e estômago torce.

"É claro," ele continua. "vai precisar confirmar todas as suspeitas. A história que disse à minha mãe será boa. Tenho certeza de que, depois de amanhã à noite, terá que manter distância."

Chegamos à passagem inferior. Com as luzes da mansão atrás de nós, o gramado brilhar. A umidade é uma combinação dos efeitos colaterais dos sprinklers e uma fina camada de orvalho que começou a se formar.

Pequenas lascas de luar iluminam o lago e campos além dos gramados.

Olho meus pés e os sapatos de salto. "Realmente não estou com os sapatos certos."

"então os tire."

Enquanto considero a opção, uma brisa vem sobre os campos e lago. Pequenas ondas brilham na prata enquanto as folhas sussurram. Envolvo os braços em minha cintura.

"Estou com frio."

Num acesso de raiva, Bryce tira o paletó e coloca sobre meus ombros. Meus olhos ardem ao sentir o cheiro de sua colônia desconhecido. Anseio o perfume amadeirado de Nox ou mesmo a fórmula secreta e divina de Patrick.

"Agora tire os sapatos. Nós vamos caminhar."

Tremendo sob o paletó, pergunto, "Por quê? Qual é seu objetivo final?"

"Meu objetivo final? Meu objetivo final é ensinar-lhe uma lição, uma sobre honestidade e respeito."

"Por favor, eu entendo. Eu faço. Não preciso andar através da grama molhada para provar isso. O que quer?"

"Em primeiro lugar, caminhar no campo molhado não é o plano." Ele olha em direção ao lago e então para o horizonte. "Tenho certeza que podemos chegar longe o suficiente da mansão para ninguém te ver fazendo este papel." Ele me olha de cima a baixo. "Em segundo lugar, estou cansado de esperar. Se isso significa carrega-la na grama molhada ou pela lama, não me importo."

"Não importa o que diz..." Ele descaradamente estende a mão para meu núcleo, felizmente ainda coberto pelo vestido e calcinha. "... você agora é minha. Isso significa que quando suas pernas se abrirem, será meu pau te fazendo gritar."

Dou um passo cambaleante para trás. "Assim não. Não."

"Como disse, não dou segundas chances." Ele inclina a cabeça. "Mas já que estamos sendo honestos um com o outro e está aderindo sua história desta tarde, então segundas chances não serão um problema. Certo, querida? "Ele segura minha cintura e me puxa, juntando nossos quadris até sua ereção crescendo sob as calças espetar meu estômago.

Tento não endurecer, não mostrar qualquer sinal exterior da repugnância fervendo dentro de mim. Estou numa situação sem saída e cada segundo que passa, meu pânico aumenta.

"Bryce?"

À luz da lua, sua tez assume uma palidez estranha. "Querida, gozarei em você esta noite." A ponta do seu dedo roça meus lábios. "Em sua boca." Seu toque se move. "Nos seus peitos." Sua mão vai em direção ao meu núcleo. "Ou dentro da sua boceta, não me importo. Vai acontecer."

Minha respiração vem rápida enquanto pânico me domina. "Por quê?"

Ele esfrega-se contra mim. "Precisa perguntar? Você me pediu para 'descontar em você'. Seu desejo é uma ordem, querida." Ele alcança novamente meu lado. "Lá, nas quadras de tênis... Eu vou tê-la."

Meus pés escorregam na grama molhada. "Eu não quero isso."

Ele para, a voz novamente fria. "Errado. Você quer. Diga isso."

Engulo em seco. "Por favor, Bryce".

Seu sorriso rompe a frieza. "Ok. Implorar é aceitável. Agora, diga que quer que eu te leve. Não, diga que quer que eu te foda. Vamos querida. Não, já sei! Diga que quer me foder e vai fazê-lo melhor do que minha puta."

Não posso processar. As palavras estão longe de serem encontradas. Junto ao ar. Aonde vou? Tento inalar enquanto seus dedos torcem meu cabelo. Meu corpo inteiro enrijece.

"Alex! Alex!"

Bryce e eu viramos. Como uma válvula de escape, a tensão foge de meus músculos enquanto tropeço para trás e tomo uma respiração irregular. Cy acena em nossa direção com Patrick.

"Foda-se!" diz Bryce com os dentes cerrados. Sua maldição é mais alta do que um murmúrio, mas não o suficiente para qualquer um além de eu ouvir. Estamos muito longe.

"Pat! Cy!" Grito para eles.

Colocando a mão no peito de Bryce, o seguro a centímetros de distância. "Por favor, Bryce, me desculpe se está chateado. Banquei a noiva perfeita no jantar. É sua vez. Seja agradável com Pat."

Ele zomba. "Eu me lembro desta mesma fala anos atrás."

"Vocês dois..." Dou de ombros. "... nunca se aturaram."

"Bem, obviamente temos gostos diferentes."

"Cyrus é um homem muito bom. Ele cuida de Patrick e é bom para ele."A o contrário de você esta noite. "Não é isso o importante?"

Quando viro em direção aos degraus, Bryce pega minha mão e me puxa de volta para ele. "Isso ainda não acabou. A única coisa positiva sobre esta interrupção é que vou ouvir sua história novamente. Podemos considerar este um desempenho de treino para amanhã à noite. Lembre-se: não use o nome dela e ela não é qualquer prostituta, ela é minha. Quero ouvir cada palavra."

"Eu... Bryce, Pat a conhece, sabe dela."

Quando voltamos, as luzes do pátio iluminam seus lábios, mostrando o sorriso. "Muito melhor." Bryce se inclina para beijar minha bochecha. "Não me importo. Serei o único a desfrutar do show." Ele puxa minha mão mais uma vez. "Faça um bom trabalho. Se não fizer, não será a única a enfrentar as consequências."

Não respondo. Em vez disso, corro em direção à escada e subo os degraus até que estar nos braços de Pat.

"Problemas?" Ele sussurra.

Não posso responder com Bryce segundos atrás de mim. Em vez disso, balanço a cabeça e estendo a mão para Cy. Seus braços ficam nos meus ombros.

"Faz um tempo." Ele sussurra. Beija minha bochecha e acrescenta mais alto, "Bonito lugar tem aqui."

"Obrigada." Quero dizer que prefiro o apartamento de Nox ou o seu. Tem tantas coisas que quero dizer. Em vez disso, viro para Bryce. "Posso apresentar meu noivo, Edward Bryce Carmichael Spencer?"

Pat sorri "Tem certeza de que não há outro nome aí? Lembro-me de algum Foster ser chamado na academia."

Cy estende a mão. "Sou Cyrus Perry, mas Cy está bom."

Bryce aperta sua mão, ignorando Pat. "Edward ou Bryce. Prazer em conhecê-lo."

Acho que nunca notei o quanto Pat e Bryce realmente não gostam um do outro. Nesse momento, não dou a mínima. Estou muito feliz que mais uma vez meu primo salvou o dia.

"Posso mostrar o lugar?" Pergunto. "Ou que tal uma bebida? Alton tem uma extensa seleção de bebidas na casa."

"Oh menina," diz Pat. "você nos ganhou!"

Andei ao lado de Pat enquanto Cy fala com Bryce.

Logo estamos na sala de estar, Bryce colado ao meu lado, atento e tocante. Demora alguns minutos e um dedo ou dois de melhor uísque de Alton, mas logo Bryce presta menos atenção em mim e fala muito mais de negócios, empresas e bancos, eu não ligo para que falem sobre o tempo desde que mantenha Bryce ocupado.

"Que tal me mostrar ao redor?" Pergunta Pat.

Como um cão de caça, Bryce olha na minha direção, apoiando os dedos em meu joelho. Afastando-se de Cy, ele diz: "Sério?" É a primeira coisa direta que Bryce diz a Pat. "Tenho certeza que sabe o caminho."

Pat dá de ombros. "Faz um tempo." Ele pisca para mim. "As coisas mudam, né? E não sei dos grandes planos. Quero ouvir sobre a festa e recepção. Mamãe disse que os dois serão aqui."

Cy se inclina para trás. "Isso soa fascinante."

Bryce sorri. "As meninas serão meninas."

Idiota.

Em vez de tomar a ofensa, Pat levanta e pega minha mão. "Diga-me, planeja utilizar o pátio? Sempre amei a vista..."

Cy engole mais uísque. "Então, Edward, quanto acha que vai demorar para que aconteça?"

Bryce se volta para Cy. "A distribuição é a chave..."

Suspiro enquanto eles continuam conversando e Pat e eu seguimos em direção ao pátio. Uma vez fora, ele diz: "Quando te vi pela primeira vez... você não respondeu... aconteceu algo?"

Viro para o lago. "É uma visão bonita."

"Priminha?"

Seguro as lágrimas e balanço a cabeça. "Tanta coisa... eu não posso. Se o fizer, as lágrimas nunca vão parar."

Seus olhos castanhos se estreitam. "Você está bem?" Suas perguntas são baixas o suficiente apenas para eu ouvir.

"Eu acho, mas o tempo dirá."

"Alexandria."

Pat e eu viramos quando Bryce aparece na porta francesa.

"Entre, querida. Não quero que fique com frio."

Noto a expressão de Patrick, mas não respondo meu primo. Viro para Bryce.

Ele beija minha bochecha. "Boa menina."

Uma vez que estamos de volta para dentro, Bryce volta para onde estava sentado. Inclinando-se para trás, ele diz: "Cyrus e eu queremos mais bebidas. Por que não conseguir para nós, querida?"

A mandíbula de Patrick cerra. "Deixe-me ajudá-la."

Engulo... Mordo o interior do lábio... Estou fazendo tudo para impedir as lágrimas de cair.

"Na estrada... amanhã?" Pat sussurra.

Pisco.

"Sua mãe ficará bem," ele fala perto da minha orelha. "Isso tem que funcionar."

Ele fica de costas para os outros e diz: "Faça isso."

"Sim." É tudo o que posso dizer antes de sair e levar a garrafa para Cy e Bryce.

 

 

 


CAPITULO 37

 

 


"Se você não matá-lo, eu vou." Pat disse.

Eu andava de um lado para o outro na suíte do meu hotel, segurando meu telefone em um aperto de morte. "Você a viu de novo?"

"Sim. Cy e eu fomos para a mansão. Nós vimos e falamos com ela, se você pode chamar de conversa assim?"

"O burro era onipresente. Eu até me recusei a sair até que Alex retirou-se para seu quarto. Eu dei desculpas esfarrapadas sempre que idiota deu a entender que devíamos ir embora. Uma vez que ela se desculpou que ela tinha feito planos com Jane para uma noite de cinema, então eu não iria sair até que o carro de Spence saísse de lá."

Eu balancei a cabeça e caminhei novamente até a janela e de volta. Eu faria um buraco maldito neste carpete se eu não sair daqui em breve. Invadir a porra do castelo é o que eu queria fazer. Isso é o que meu intestino, ou era meu coração, queria que eu fizesse.

Inferno, há seis meses a maldita coisa tinha sido um buraco negro no meu peito, duro e insensível. Charli tinha feito isso comigo, me fez sentir, me fez amar, e agora ela estava quebrando meu coração. Ele estava quebrando, pensando nela com ele.

"Foda-se!" Eu disse. "Vinte e quatro horas. Ela só precisa aguentar isso por mais um dia."

Patrick suspirou. "Pelo menos a temos durante a noite. Eu não sei o que aconteceu entre esta tarde e agora, mas algo aconteceu. Ela não podia dizer, mas eu senti."

O céu sobre Savannah escureceu. No reflexo da janela vi a minha imagem... Penso que era eu. A veia agitada na minha testa, os tendões latejando no meu pescoço, e minha mandíbula apertada estava mais pronunciada do que o normal. Meus pobres dentes não durariam muito mais se eu os apertasse mais forte.

"O que você quer dizer? Você acha que eles descobriram sobre nós, sobre esta tarde?"

Foi esta tarde ou ontem? Procurei um relógio. O tempo não se movia.

"Se Spence soubesse," Patrick disse. "ele não demonstrou, nem para mim e nem para Cy. Ele estava carinhosamente pegajoso e cheio de carícias doces. Foi nauseante."

"Eu vou matá-lo."

"Ela... não era como se ela apreciasse sua atenção. Quero dizer, ela usava o sorriso Montague, mas eu a conheço, ela parecia... por falta de uma palavra melhor... assustada. Cy e eu conversamos sobre isso. Eu gostaria de poder te dar outra avaliação, mas é isso que eu tenho."

"Assustada? O que você acha que é? Você acha que aquele idiota a ameaçaria?"

"Eu não negaria nada sobre isso."

A ideia me fez cerrar meus punhos. Eu mostraria para aquele filho da puta o que é sentir medo. Afinal, Charli era a mulher mais forte que eu conhecia. Eu não podia permitir que esses pensamentos ficassem comigo. Se eu fizesse, eu bateria algo, uma parede? Uma porta? Eu não me importava.

Patrick continuou. "Mesmo na academia, ele tinha um ar narcisista, mas agora... com sua coroação para os Montagues reais na mão, há algo mais... arrogância egoísta. Tenho a sensação de que ele está sentindo invencível."

Não haveria morte rápida para esse filho da puta.

Minha Charli merecia ser adorada. As únicas coisas que devem assustá-la é um dos livros que ela gosta de ler ou se ela vai conseguir percorrer toda a cidade a tempo para as aulas. Nunca em sua própria casa, nunca em sua vida, ela deve sentir o medo real.

Patrick e eu sabíamos que Spencer estava usando Charli por poder e status social. O que tornou pior foi que ele estava fazendo isso com a benção de seu padrasto. Ela tinha razão. Ele era o diabo, e o diabo estava vendendo-a para o seu próprio futuro.

Agora que nós estivemos à vontade, tudo faz sentido. Foi o codicilo, pois sem casamento de Spencer e Charli, Alton Fitzgerald poderia perder tudo. Foi a informação que Adelaide tinha buscado recentemente com a ajuda de Stephen Crawford. Depois de quase 20 anos ela finalmente encontrou uma saída.

Infelizmente, Fitzgerald soube que ela havia descoberto. De acordo com o contato de Oren na Hamilton e Porter, Ralph Porter contatou Alton Fitzgerald... Disse-lhe sobre a descoberta de sua esposa. O advogado era outro nome na minha lista que estava crescendo a cada dia... A cada maldita hora.

O que aconteceu depois foi sabotagem sistemática. Fitzgerald levou Adelaide ao fracasso... O médico supervisionando suas informações médicas encontrou um teste de metais, realizado pelo médico de cuidados primários de Adelaide, há quase dois meses. Ele tinha testado para o mercúrio, arsênio, cádmio e cromo.

Embora os resultados fossem negativos, o que se destacou ao nosso médico foi que o médico de Fitzgerald era suspeito. Ela pediu um teste de folículo piloso. Ela mostra todo o uso de drogas, incluindo o álcool nos últimos noventa dias. Isaac garantiu a amostra de um dia atrás, depois de visitar o seu ‘pai’.

Os resultados devem estar disponíveis em breve. Sua esperança é ver exatamente quais drogas foram inseridas no sistema de Adelaide e a quantidade. Tanto quanto publicamente, nós todos acreditamos a questão desta doença era tornar Adelaide Fitzgerald incapaz. Sob a influência de tudo o que estava em seu sistema, seu comportamento tornou-se errático, ela facilmente descartou as acusações. Eventualmente os produtos químicos em seu sistema tornaram-se demasiado para seu corpo frágil lidar.

Foi um jogo desesperado, mas Alton Fitzgerald estava desesperado. Ele precisava do casamento de Charli com Spencer. Ele precisava que as estipulações iniciais da vontade velhas Montague entrassem em vigor, para que ninguém olhasse para o codicilo. Se por algum motivo ele fosse trazido à luz, a vida que Alton Fitzgerald tinha desfrutado teria chegado a um fim desastroso.

O fim da chamada de Patrick ficou em silêncio. Ele estava falando sobre amanhã... ou hoje. Onde diabos estava o relógio? Eu tinha perdido alguma coisa.

"E Cy tem um bom plano?" Perguntei.

"Para Alex, ele tem. Ele disse que sairá antes para organizar tudo."

"Você viu qualquer outra pessoa enquanto estava na mansão?"

"A equipe, mas Spence os dispensou. Feliz por ter Alex esperando por ele."

"Você está tentando me fazer cometer assassinato? Porque eu estou pronto."

"Cara, eu quero que você fique tão chateado quanto eu."

"E a Chelsea?" Perguntei.

"Eu a vi no restaurante esta tarde. Ela parecia bem, não feliz, mas bem. Eu não a vi esta noite. Talvez ela não estivesse lá."

Talvez ainda não fosse meia-noite. Por que diabos o relógio não se move?

"Isaac esteve observando," eu disse. "Segundo ele, ela foi levada de volta para Montague Manor. E não saiu. Ele tem vigiado a entrada."

Pat zombou. "Então eu não precisava deixar você saber que eu estava lá?"

"Você não precisava, mas se você não tivesse chamado, eu teria chamado você."

"Eu assegurei a Alex que você tinha trabalhado para pegar sua mãe. Diga-me que eu não menti para ela."

Eu balancei a cabeça. "Você não mentiu. Está previsto para acontecer durante a festa. Não queremos ativar nenhum alarme antes. Uma vez que os convidados começam a chegar, as coisas ficarão caóticas. Isso é para nossa vantagem."

"Você irá pegá-la pessoalmente?"

"Não. Meu pai terá essa honra."

"Seu pai?" Perguntou Pat. "Acho que é isso que as famílias fazem."

Foi a minha vez de zombar. "Bem, isso não é muito longe, mas é complicado. Aparentemente, Oren e Adelaide se conheceram antes. Ele quer ajudar."

"Alex tem bastante apoio. Olhando para ela esta noite, eu acho que ela pode ter esquecido isso. Cara, ela está sofrendo."

"Que porra é essa?!" Meu rosnado ressoou através da suíte.

"Não, não literalmente," Pat tranquilizou. "Ela estava emocionada de nos ver, mas a qualquer hora que ela começava a falar, esse imbecil a parava."

"E ela deixou?" Isso não soa como a minha Charli. "Ela me diria para ir me foder. Na verdade, ela me chamaria de idiota." O pensamento me fez sorrir.

Pat riu. Não era um sorriso real, mas quebrou a tensão.

"Se você ouvir qualquer coisa," eu disse. "... ligue. Eu não dou a mínima sobre que horas são."

"Eu vou. A propósito, eles deram a ela um telefone. Segurei-a quando ela estava com você."

"Será que é um código secreto sobre você ter o número dela?"

"Isso mesmo. Mas eu tenho certeza que é monitorado."

"Eu ficaria decepcionado com esses idiotas se não fosse. Eu não vou ligar, mas eu quero."

"Eu não sei o que isso faria conosco, mas com certeza não seria bom."

Quando desliguei a linha, olhei para o número que eu havia escrito.

Dez dígitos que me deixariam ouvir sua voz.

Dez dígitos que poderiam lhe causar mais problemas. Recusei-me a ser a fonte de mais de sua angústia. Em vez de chamar, eu enviei o número para Deloris e abri meu aplicativo. Deitado na cama, eu vi quando ela se materializou. Não ela, mas o seu ponto azul.

Minhas bochechas subiram. Minha Charli era o ponto azul mais bonito do mundo. Eu li seus números, seu pulso normal me deu esperança de que ela estava a salvo com Jane, dormindo, e pronta para o grande dia que tínhamos esperado.

Eu repassei avaliações de Patrick na minha cabeça.

Assustado.

Receoso.

A cada lembrança, o sono escorregava mais e mais longe. O que Edward Spencer tinha feito? O que ele havia ameaçado? E por que, com uma casa cheia de funcionários, somente o herdeiro Montague estava lá?

A porra do bastardo queria o poder. Ele queria que os outros a vissem. Eu conhecia seu tipo. Eu desprezava seu tipo. As pessoas que equiparavam o medo ao poder eram valentões no verdadeiro sentido da palavra. Só porque a minha Charli poderia parecer não significava que ela era fraca. Pelo contrário, ele levou a mulher a ser submissa, a ceder e a confiar. Aquela era a mulher que ela era.

Charli estava fodidamente quente quando ela se entregou, de joelhos, o queixo arqueado e os olhos velados quando ela concordou que era um presente, uma oferta para entregar seu corpo e mente, os seus dois ativos mais poderosos. Isso é o que a apresentação era para ser, um presente. Algo dado, algo que não era pedido ou tomado.

Sabendo que ela tinha bom grado confiado em mim com tudo de si, mesmo em Del Mar, mostrou-me a mulher incrível e resistente que ela é.

Eu nunca a tinha forçado. Eu nunca faria. Essa era a diferenciação entre os gostos e os abusos. Um verdadeiro Dominante, o oposto de um Submisso, entendia e respeitava o fato de que o submisso era aquele com o verdadeiro poder.

Desde nosso primeiro encontro, a primeira vez que seus olhos dourados encontraram os meus, eu nunca duvidei que ela estivesse no controle. Fui capturado por seu feitiço.

Era somente o prazer de avermelhar sua pele com a mão, um cinto, ou com os nós de uma corda, nunca foi sobre o poder. A nossa troca de poder era à cerca do prazer dela e meu. Se eu a prendia com cetim ou uma palavra, a antecipação era um afrodisíaco para nós dois. Não foi apenas sobre o seu corpo, mas também sua mente. Com alguém tão inteligente como Charli, a mente era tão poderosa quanto qualquer ligação, e as preliminares eram tão importantes quanto a execução. Com apenas algumas palavras suas coxas iriam brilhar, seus quadris se contorciam, e os mamilos endureceriam.

Charli foi a mulher mais sensível e sexual que eu já conheci.

Isso não era sua única qualidade. Sua sexualidade não definiu seu ser. Minha Charli também é a mais inteligente e mais determinada e, porra, teimosa. Enquanto eu tinha planos para avermelhá-la por isso, era uma característica que assim mesmo eu admirava.

Eu não podia... Não pensar no que ele tinha feito para assustá-la. Em vez disso, eu pensaria sobre o que poderia ser feito para assustá-lo. Os medos prosperaram na fraqueza.

"Tenho notícias para você, Spencer, eu não sou fraco. Eu também sou mais esperto do que você. Você irá cair e quando isso acontecer, você será o único a sofrer."

 


O toque do telefone me puxou do meu sono. Esfreguei meu rosto, tentando me concentrar. Desde que eu ainda estava vestido, eu devo ter caído no sono assistindo o aplicativo da Charli. Estendi a mão para o meu telefone. O nome de Isaac estava na tela.

"O quê?"

"Chefe," Isaac disse. "ela está fora da mansão."

Procurei o relógio. Que horas eram? Quão tarde eu tinha dormido?

"Para onde ela vai?"

Parece Magnolia Woods. Ela não está sozinha.

"Spencer?" Apenas dizer o seu nome acendeu o pavio explosivo da minha pressão arterial.

"Não é o que você pensa. Ela está com a Sra. Spencer."

A mãe dele? "O que te faz você pensar que elas estão indo para Magnolia Woods? As últimas vezes que elas saíram, elas foram fazer excursões do planejamento do casamento."

"O número que você nos enviou ontem à noite? A Sra. Witt o acessou. Ela tem ouvido todos os telefonemas de Collins. Spencer ligou para ela mais cedo esta manhã. A Sra. Witt ouviu para aonde elas iriam."

Eu balancei a cabeça. "Vou para o quarto de Deloris. Vamos manter um olho nas atualizações. Ligue se algo mudar."

"Sim, senhor."

Quinze minutos depois, de banho tomado e com roupas limpas, eu estava na suíte de Deloris, bebendo café e assistindo à alimentação rotativa do Magnolia Woods. O mundo além de suas cortinas fechadas estava vivo com o amanhecer do sábado de manhã. Visitantes e moradores caminhavam pelas ruas, prosseguindo com suas vidas como se não houvesse outros no equilíbrio.

Eu esperei. Quando Deloris não disse nada, eu perguntei: "Como é que ela parece?"

Eu esperei. Quando Deloris não ofereceu, eu perguntei: "Como ela pareceu?"

Olhando do computador, Deloris sorriu.

"Eu sei," eu admiti. "Eu pareço uma buceta."

"Não Lennox, você parece preocupado. Você soa como um homem que está preocupado com a mulher que ama. Enquanto eu sinto muito por vocês dois passarem por isso, eu estou feliz que vocês dois tenham percebido quão especial seu relacionamento é."

"Às vezes eu penso sobre Jo." Não havia muitas pessoas com quem eu teria essa conversa. Só duas. Deloris era um delas. "Eu penso em como eu não sabia... Quão impotente eu era. Eu não quero ser assim com Charli. Eu não vou ser."

"Não é nenhum segredo que eu amei Jocelyn quase como uma filha. Ela era uma bela alma, ingênua. Alex é diferente. Se você tivesse Jocelyn em sua cama ontem e dissesse a ela que você não queria que ela voltasse para sua família, ela teria ficado."

Fechei os olhos, lembrando-me não Jo, mas de Charli na suíte de Patrick. Eu podia sentir a suavidade da sua pele quente, cheirar seu perfume inebriante, e ouvir os ecos de seus gemidos e gemidos.

"Lennox?"

Eu desviei meu olhar da minha quase vazia xícara de café e afastei as imagens. "Eu não acho que é um elogio para Charli."

"Pelo contrário. Alex mantém você em seus dedos do pé. Apesar do que você possa pensar, você não a controla."

Os tendões do meu pescoço se esticam.

"Ouça-me," Deloris continuou. "Ela permite que você a controle. Ela está bem com isso." Ela encolheu os ombros. "Eu poderia até mesmo ir tão longe para dizer que ela gosta disso. Há algumas coisas que eu não quero saber. No entanto, não é o mesmo. O que faz os dois trabalharem é que você continua sendo teimoso."

"Eu?" Eu dei o meu olhar mais inocente. Honestamente, foi um esforço triste. Não havia nada inocente sobre mim.

"Sim. Eu posso ver que o que está acontecendo o machuca, mas está machucando-a também. Se ela não tivesse feito tudo o que podia para salvar sua mãe, Alex nunca teria perdoado a si mesma."

"E se eu não fizer tudo para salvá-la, eu nunca vou me perdoar."

Deloris assentiu. "Esta noite. O plano está pronto."

Terminando meu café, eu coloquei o copo para baixo. "Agora me fale sobre a chamada que você ouviu."

"Eu gravei."

"Que porra é essa? Por que não disse nada?"

"Porque eu não estou confiante de que eu deveria compartilhar."

"Não é sua escolha. Você trabalha para mim, caso você tenha esquecido."

"Lennox, como eu disse, Alex é forte e teimosa. Espere até que você a tenha em seus braços. Espere até que você saiba que ela está segura. Acho que... é melhor você esperar."

"Mostre."

Deloris sacudiu a cabeça. Apertando os lábios, ela digitou em seu teclado. Segundos depois, a gravação começou.

"Sim?"

Meu peito doía. Fazia realmente apenas um dia desde que eu a segurei em meus braços?

"Sim?" A voz presunçosa de Spencer ressoou. "Tente de novo, querida. Tenho certeza de que a tela lhe disse quem estava chamando."

Que porra era essa?

"Bryce, eu só acordei. Eu não li a tela."

"Então você está bem descansada."

“Na verdade, não. Eu não dormi bem."

"Essa não é minha preocupação. Sua preocupação é colocar aquele sorriso deslumbrante em seu rosto. Você acha que você pode fazer isso?"

"Eu vou trabalhar nisso."

"Seja rápida. Mamãe estará aí em breve."

"Por quê?" Perguntou Charli.

"Eu acho que a apreciação deve ser a sua resposta. Gratidão. Onde estão suas maneiras?"

Mas que porra é essa? Eu fiquei incapaz de ouvir e me sentar. Meus olhos se encontraram os de Deloris. Seus lábios pressionaram mais apertados juntos. "Lennox, você já ouviu o suficiente"

Eu levantei minha mão, silenciando-a. Charli já estava falando.

"... agradecida por?"

"Eu estou concordando com seu pedido de visitar sua mãe. Isso é o que fazemos. Nós vamos nos casar. Queremos o outro feliz, certo?"

"Então eu vou para Magnolia Woods?"

"Minha mãe vai acompanhá-la. Eu odiaria que nada acontecesse com a visita de hoje. Ela vai ficar com você o tempo todo."

"Obrigada."

"É isso aí, querida. Após sua visita, ela irá te trazer de volta e você pode elaborar a sua gratidão."

"Para Carmichael Hall? Por que não aqui?"

Que diabos? Ela está pedindo para ir para Montague Manor. O que diabos está acontecendo com Carmichael Hall?

"Olha as suas maneiras." Spencer lembrou.

"Obrigado pelo convite, mas preciso preparar-me para a festa."

"Nós temos negócios inacabados. Carmichael Hall é um lugar aonde a porra do seu primo não vai se materializar para atrapalhar nossos planos novamente."

Meu peito apertou. "Que diabos..."

Dessa vez Deloris ergueu a mão.

"Bryce, por favor."

"É simples querida, ou você vem ou eu irei chamar minha prostituta."

Os músculos do meu pescoço se apertaram.

"Talvez ambas? Talvez você gostasse de ver o que acontece quando-"

"Alton disse que ia voltar depois da festa."

"Eu não disse que a traria aqui para ficar, apenas para provar meu ponto. Ela pode retornar. Certamente ela ainda vai ser capaz de andar."

"Pare. Eu estarei lá."

"O que ela disse?" Eu gritei para o computador.

"... Minha boa menina. Certifique-se de contar à minha mãe o quanto você aprecia sua companhia."

"Sim. Preciso me preparar."

"Faça isso. Vejo você em breve. Tenho certeza que você vai gostar dos nossos planos da tarde."

"Adeus, Bryce."

O silêncio encheu a linha.

Os olhos de Deloris encontraram os meus.

Minha mandíbula doía quando eu disse: "Ele precisa sofrer."

"Eu estou pensando nisso..."

 

CAPITULO 38

 

 


"Sra. Fitzgerald."

Minhas pálpebras estavam tão pesadas, tão incrivelmente espessas. Contudo, eu conhecia a voz. Concentrei-me em abri-los. Lentamente, no início, eu permitia apenas uma fenda de luz. Estava lá, o mundo além de meus olhos fechados. Pisquei uma vez

E depois duas vezes.

Luz e paredes azuis. Guarnição branca. Monitores e bips.

Eu pisquei novamente.

"Louvo ao Senhor! Senhora Fitzgerald, você vai abrir os olhos hoje?"

Minhas pálpebras tremularam quando ela apareceu. "J-Jane? É você?"

"Sim, sim! Senhora, eu estou aqui. Estou contigo."

Deixei escapar um longo suspiro e fechei os olhos. Tão cansada.

Jane estava aqui? Por quê? Esta não era a minha casa. Eu não estava na minha suíte.

Essa realidade tinha ficado dolorosamente clara a cada vez que eu despertava nas últimas horas, ou eram dias? Talvez fossem semanas? Quando o tempo perdeu o seu significado?

Eu puxei uma respiração profunda quando senti a minha língua muito áspera, lábios ressecados e descamando. "Eu-eu estou com sede."

Uma palha apareceu em meus lábios.

"Aqui está, Sra. Fitzgerald. Beba."

Eu fiz. Gole após gole. Bebi o líquido fresco, claro, enchendo minha boca, cobrindo a minha língua e revestindo minha garganta. Cada gota era o céu, como a chuva para a ressecada e barrenta Geórgia.

Quando ela o puxou, eu lentamente abri meus olhos. Ela era real. Jane era real. Sua linda pele marrom brilhava, e eu procurei seus olhos conhecedores. Pela primeira vez, no que parecia uma vida inteira, minhas bochechas se ergueram e meus lábios se separaram.

"Você é a visão mais bonita que eu já vi." Eu levantei minha mão pesada, procurando a dela.

Calor envolveu a minha enquanto ela a pegava e apertava. "Senhora, você também é uma boa visão."

Eu balancei a cabeça. "Eu... duvido disso."

A sala além de Jane voltou à vista. Estéril. Essa tinha sido uma das palavras na minha memória recente. "Como? O que aconteceu?" Abaixei a voz. "Jane, eu tomei essas pílulas?"

"Não os que eu levei. Ainda os tenho."

"Então..." Eu tentei me lembrar. "Eu não entendo."

"A Senhora está melhorando, isso é tudo que importa. Você está falando. Espere até que a senhorita Alex a veja."

Meu sorriso desapareceu. Senhorita Alex, minha filha. Eu sonhava com ela, mas não era real. Eu não conseguia me lembrar de quanto tempo fazia desde que eu a vi. Então, novamente, minhas memórias estavam distorcidas, distantes, fora de alcance.

"Talvez um dia. Alexandria está ocupada com sua vida."

"Não, Sra. Fitzgerald. Ela esteve aqui todos os dias. Ela está tomando conta de você. Ela é a única que esteve coordenando as suas enfermeiras."

"Eu... achei que era um sonho."

"Não é um sonho, é real." Jane apertou minha mão.

Meu coração saltou e os bips das máquinas criaram um ritmo uniforme. Tentei pensar. Se Alexandria realmente estivesse comigo, Oren poderia ter vindo também? "Quem mais, Jane? Quem mais veio me ver?"

Jane encolheu os ombros. "Eu não sei exatamente. O Sr. Fitzgerald e o Sr. Spencer, eles vêm com a Srta. Alex... Senhora, sua cabeça... está doendo?"

Eu avaliei minha cabeça. "Não, não." Espremendo meus olhos, eu perguntei, "Por que Alexandria estaria aqui com o Spencer?"

"Eles... bem, eles noivaram. Há uma grande festa hoje à noite na mansão para anunciar oficialmente."

"O quê? Por quê? O que aconteceu com Lennox?"

"Seu namorado de Nova York?" Jane sacudiu a cabeça. "Ela voltou. Ela está fazendo o que precisa fazer."

Tentei levantar meu braço. "Jane, me ajude a sentar-me." Meu braço direito estava ligado a uma rede de tubos. Havia apenas duas agulhas, mas cada uma em um braço. Eu puxei novamente. "Eu quero sair daqui. Preciso ver minha filha, preciso falar com ela."

Ela estendeu a mão para o botão e me sentei. "Eu estava com ela ontem à noite. Ela pode não ser capaz de estar aqui hoje. Ela tem essa festa, mas, senhora, ela vai fazer o seu melhor para vir domingo."

"Domingo? Que dia é... tentar? O que você quer dizer?"

"Sr. Spencer... ele-"

Não. Eu não podia deixá-la fazer isso. Eu puxei com mais força. As agulhas puxaram a minha pele e puxaram a fita. "Jane tire isso. Preciso falar com ela. Ela não pode..." Eu puxei com mais força. "Isso não precisa..."

Os alarmes soavam.

Bip! Bip!

Sirenes soaram e luzes piscavam, os seus ecos e cintilações enchendo a sala.

"O que está acontecendo?" Perguntou Jane quando a porta se abriu. Ela saltou para perto da parede quando algumas pessoas correram para o pequeno espaço, gritando ordens.

"Senhora, saia."

"A senhorita Collins disse... Senhora..."

Um homem de uniforme empurrou Jane para trás enquanto outros correram para os meus monitores.

"Por favor, deixe-a ficar!"

Os grandes olhos castanhos de Jane se abriram mais largamente quando a afastaram.

"Espere! Jane, diga Alexandria..."

Uma mulher puxou a minha IV. Virei-me a tempo de vê-la inserir uma seringa.

"Por favor, não. Eu quero isso fora. Jane..."

As vozes desapareceram... O quarto desapareceu.

Teria sido real? Eu realmente conversei com Jane? Ou era faz de conta? Minha mente pregando peças. Talvez fosse uma performance, uma peça de teatro, e a cortina caiu. A cena era sobre... E agora o teatro estava vazio.

"J-Jane..." Eu tentei gritar. "Não!" A palavra não veio. Meus lábios não se moviam mais.

Tão pesado. Tudo era tão pesado.


"Acorde Adelaide, eu estou aqui, você está segura."

Quando seus lindos olhos azuis encheram minha visão, pequenas rugas se formaram em seus cantos. Eu empurrei para trás

Em direção ao travesseiro e admirei o incrível homem em minha cama. Mais precisamente, o homem na cama que estávamos compartilhando.

Levantei a palma da mão para o seu rosto e saboreei o abrasivo crescimento da barba. Antes que meus pensamentos vagassem, eu disse: "Sinto muito, Oren. Eu acordei você."

Lábios quentes salpicaram minha testa enquanto seu perfume masculino enchia meus sentidos. Colônia misturada com Intensidade. Era uma poção viciante, uma que eu precisava parar, mas como todos os outros vícios, eu tinha sido muito fraco. Isso fazia parte do meu pesadelo, a parte que eu não queria fazer.

Inspirei, deixando que o cheiro mágico que nos envolveu endurecesse meus tensos nervos.

"Eu acordaria com você todos os dias." disse ele.

"Eu não queria... eu estava sonhando."

Oren sentou-se e puxou-me para ele. Descansando minha cabeça em seu peito minhas orelhas encheram com a batida rítmica de seu coração. Sem pensar, meus dedos encontraram seu caminho até seus finos e escuros pelos no peito. Eu raspei a suavidade com minhas unhas bem feitas enquanto seu braço forte estava em torno de meu ombro.

Sua voz profunda ecoou pelo peito dele. "Soou um pouco menos como um sonho e mais como um pesadelo."

Eu dei de ombros em seu abraço. "Eu não quero falar sobre isso."

Oren mudou de posição, colocando-me de volta no travesseiro e pairando acima. "Adelaide, há quantos anos estamos vendo um ao outro?"

Estendi meu lábio inferior, brincando meu encanto do Sul. "Você não sabe?"

Seu nariz aproximou-se do meu enquanto a respiração quente soprava minhas bochechas. "Eu sei até o número de minutos, mas o ponto é que não há nada que você possa dizer que eu não consiga ouvir. Você já ouviu minhas aflições, meus arrependimentos. Mesmo depois disso, você acha que eu seguraria alguma coisa contra você?"

Levantei meus lábios aos dele. "Está bem, Sr. Demetri, eu não sou uma boa mulher. Eu sou uma esposa infiel. Isso é um pecado mortal. Estou condenada ao inferno. Não há nada que eu possa fazer sobre isso."

Suas feições se contorceram. "Adelaide, isso me dói. Eu sou a causa de sua condenação, mas eu acredito que há um recurso para a salvação."

"Você acha? E o que seria isso... confissão?"

"Você acabou de confessar."

"Então, o que posso fazer para encontrar a redenção?"

Eu sabia a resposta. Eu só não queria dizer isso.

Ele pegou minha mão, tirando-a do cobertor. "Você substitui este anel com o meu."

Um nó formou-se na minha garganta. "Eu-eu-"

"Não diga que você não vai... ou diga que você não pode... dizer não ainda."

"Oren, meu futuro está feito. Sempre foi assim."

"Meu amor, você já experimentou o sofrimento, está na hora de você experimentar a vida que você merece. Você esteve no inferno. Deixe-me dar-lhe uma fatia do céu."

Comecei a falar, mas seus lábios firmes capturaram os meus, tirando minha refutação.

"Ainda não..." ele encorajou. "Pode dizer."

Eu balancei a cabeça. "Eu não posso te machucar mais. Não vou te dar uma falsa esperança."

"E você?"

"E quanto a mim?"

"Você não merece esperança?" Ele perguntou.

"Não, eu não. Não mereço nada disso, mas Alexandria sim."

"Ela ainda está na escola."

"Sim, ela tem muito à frente dela."

"E você também."

Meus olhos se fecharam. Era meu pesadelo, o que eu estava temendo.

"Oren..." eu respirei fundo.

Segurando o lençol sobre meus seios, me mudei para a borda da cama. "Eu... eu vim te ver esta última vez por um motivo."

Ele se moveu atrás de mim, seu queixo raspando no meu ombro. "Adelaide, não é a última vez. Temos toda a nossas vidas. Você pode me ver por qualquer motivo que você quiser. O céu é azul. A grama é verde. Estou disponível para você sempre."

Eu balancei a cabeça. "Não é justo." Fiquei de pé e passei o lençol criando algo que se contorcia em torno de minhas pernas, enquanto eu andava para frente e para trás. "Estive pensando em Angelina."

"Sobre a Angelina? Por quê?"

"Vocês dois... vocês merecem encontrar isso de novo. Estou te segurando."

Oren se levantou e sua voz aumentou. "Que diabos?"

Era meu pesadelo. O homem que eu amava... Eu sabia que ele tinha uma escuridão, ele tinha que ter. Ele não poderia ter confessado as coisas que tinha dito, o que tinha feito, sem um lado escuro. No entanto, eu nunca tinha visto.

Não até agora.

Enquanto seus traços mudaram eu dei um passo para trás, antecipando a raiva do meu pesadelo. Quanto mais eu pensei sobre este dia, este adeus, mais frequentes os pesadelos vieram. Já era tempo. Eu tive que enfrentá-lo. Eu tive que enfrentar a mudança de Oren para Alton.

Talvez algumas partes de mim queriam isso. Eu precisava vê-lo para realmente ir embora.

"Adelaide, eu encontrei esse tipo de amor... em você. Você é il mio amore. Não quero outra mulher."

Seu amor.

Lágrimas encheram meus olhos. "Não. Isso demorou muito. Por anos, anos que você poderia ter estado com alguém em aberto, alguém que poderia estar com você dia após dia, e alguém que poderia ajudá-lo a cuidar de Lennox e Silvia. Eu fui egoísta."

Quando Oren alcançou meus ombros, eu me encolhi.

"Pare com isso." ele disse não me deixando ir.

"Por favor..."

"Adelaide, você sabe que eu nunca machucaria você. Eu disse a verdade. Eu queria que você soubesse o que eu tinha feito. Seja honesta comigo, essa é a razão pela qual você quer acabar com isso, por causa dele? Porque você não pode estar com um homem como eu?"

Um homem como ele... Um homem amoroso, gentil e perdoador. Um homem cuja mera presença faz meu coração bater mais rápido e cujas palavras derretem meu interior até que não haja nada e que eu não possa ficar sem seus braços fortes. Era isso que ele queria dizer?

Não.

Ele me perguntou se eu poderia viver com um homem que tinha feito coisas sombrias e terríveis. Um homem que fez o que precisava fazer, não só por seus objetivos, mas por sua família e sonhos. Um homem que me fez perguntar a mim mesma se eu poderia viver minha vida com ele. Eu queria Oren com tudo em mim.

O destino de Russell foi selado, com ou sem Oren Demetri, no dia em que ele ameaçou me deixar e Alexandria. Eu viveria com o que Oren tinha feito. Eu poderia amá-lo para o resto da minha vida, mas essa resposta não cortaria essa relação. Não libertaria esse homem maravilhoso.

Levantei meu queixo. "Eu não posso. Foi divertido enquanto durou, mas não, não posso."

As mãos de Oren caíram, seu suave aperto deixando meus ombros e caindo ao seu lado. "Eu pensei..."

"Você pensou errado. Eu tive um bom tempo, mas é hora de eu trabalhar em meu casamento."

"Ele é um porco. Você vai escolhê-lo sobre mim?"

Mil vezes não.

"Sim." Quando seus olhos azuis perderam seu brilho, foi confirmado. Eu não merecia Oren Demetri.

Endireitando meus ombros, caminhei até o banheiro. "Adeus, Oren. Por favor, saia."

"Mamãe?"

Eu não tentei responder. Não era mais real do que Oren ou Jane.

 

 

CAPITULO 39

 

 

 

Enquanto nos aproximávamos, vi Jane passeando nervosamente para fora da porta de mamãe.

"O que aconteceu?" Eu perguntei, correndo à frente de Suzanna.

Os olhos escuros de Jane transbordaram de lágrimas, deixando suas bochechas úmidas. "Ah, senhorita Alex, ela estava falando. Ela estava bem... tão bem." Ela pegou minhas mãos. "E então ela ficou chateada. Ela queria falar com você, mas eu não sabia que você estava vindo. Então ela puxou seus IVs. Havia alarmes e luzes por todo o lugar. Todos eles vieram correndo... Eles deram-lhe mais remédios."

"Ela estava falando?"

Jane assentiu com a cabeça. "Sim. Eu disse a ela que você estava aqui. Ela pensou que tinha sonhado você." Uma sugestão de um sorriso floresceu atrás de sua tristeza. "Eu disse a ela que você era real. Você é."

"O que está acontecendo aqui?" Suzanna perguntou, vindo até nós.

Jane ficou mais alta e enxugou as bochechas.

"Mamãe estava acordada e falando." Expliquei.

"E você está chateada? Por quê? Por que não estamos lá? O que ela disse?"

Jane voltou-se para ela. "Ela fez perguntas."

"Que perguntas?"

"Ela perguntou quem a visitou."

"Ah, Jane..." eu disse. "Ela vai ficar melhor."

Jane assentiu esperançosamente.

"O que ela lembrou?" Suzanna perguntou. "Ela estava alucinando?"

Eu mudei. "Por que você supõe que ela estava com alucinações?"

"Querida, eu não estou assumindo. Eu sei como ela tinha estado delirante."

Jane falou comigo. "Srta. Collins, o que quer que eles deram à ela a derrubou muito rápido. Estou preocupada."

"Eles a machucaram?"

Olhei para ela e entrei no quarto. Havia três pessoas em pé ao redor de sua cama. "Vou descobrir."

Suzanna estendeu a mão para o meu braço. "Eles são médicos e enfermeiros. Suponho que eles sabem mais sobre seu cuidado do que uma empregada doméstica."

"Com licença?"

"O quê?"

"Suzanna, obrigado por vir aqui comigo. Gostaria de privacidade enquanto falo com os médicos da mamãe."

"Eu não vim com você. Você não estaria aqui sem mim." Ela ajustou a bolsa pendurada em seu pulso e virou-se para Jane. "Por que você está aqui? Você não tem bastante trabalho na mansão para mantê-la ocupada?"

"Ela tem muito trabalho sim, mas eu pedi a ela para vir aqui. Mamãe perguntou por ela."

"Ela perguntou por você?" Suzanna perguntou e seu nariz enrugou com a última palavra.

"Sim, ela perguntou. Srta. Collins deixe-me saber o que posso fazer pela sua mãe."

Estendi a mão para ela. "Jane, venha comigo para falar com os médicos. Você estava lá. Você pode dizer a eles o que aconteceu." Eu me virei para Suzanna. "Seja uma querida..." Meu tom pingava de açúcar, mais doce do que o chá doce do sul. "... e nos dê um minuto. Há um belo pátio. Se você for e tiver um assento, eu vou ter uma boa xícara de café enviada para você. Assim que soubermos o que está acontecendo, vou buscá-la."

"Bryce não ficaria satisfeito."

Meus olhos se abriram e as mãos voaram para o meu peito. "Eu espero que não! Tenho certeza que alguém tão empático quanto seu filho seria devastado que minha mãe estava na borda da recuperação e de repente começou a piorar." Eu me aproximei. "Isso é o que você quis dizer? Não foi?"

"Bem..."

Acenei para um homem de uniforme branco. "Senhor, você poderia, por favor, pegar para a minha futura sogra uma xícara de café com creme e dois açúcares? Ela estará no pátio."

"Sim, senhora." Ele virou-se para Suzanna. "Posso mostrar-lhe o caminho?"

Seu queixo levantou. "Alexandria, eu estarei de volta daqui a dez minutos."

"Mal posso esperar."

Eu peguei a mão de Jane e a puxei para dentro do quarto de mamãe. O fundo da porta raspou contra o chão quando eu a abri.

"Eu lhe disse..." Um homem falou sem se virar.

Eu falei mais alto. "Com licença. Você está falando comigo?"

O homem girou. "Ah, senhorita Collins..."

"O que aconteceu?"

"Sua mãe teve outro incidente. Precisamos medicá-la."

"Você tentou descobrir exatamente o que aconteceu?"

"Ela estava falando." Jane se ofereceu.

"Não precisamos perguntar. Sua mãe é monitorada de perto. Os alarmes nos contaram tudo o que precisávamos saber."

Eu dei um passo para frente e ofeguei, as amarras estavam novamente em torno de seus pulsos. "Desfaça essas restrições. Qual é o seu problema?"

"Ela estava tentando remover seus IVs. Você não parece entender que estes são para seu próprio bem."

"Ela está inconsciente. Remova-os agora. Eu vou sentar com ela e garantir que ela ficará bem."

"Senhora, com a quantidade de medicação que foi dada a ela, ela não vai recuperar a consciência por um bom tempo."

Minha pele se arrepiou como a incompetência desvendando meu último nervo. "Retire as restrições agora."

Olhei para Jane como o enfermeiro contragosto liberou as restrições de velcro. Imediatamente, ambos correram para os lados e massagearam seus pulsos. "Existe alguma coisa que você precisa fazer para ajudá-la?" Perguntei indignada.

"Não, eu só tenho certeza..."

"Temos tudo coberto."

"Senhora?"

"Vá. Diga ao Dr. Miller que quero falar com ele e deixe minha futura sogra no pátio saber disso, os planos mudaram. Preciso ficar aqui até que o Dr. Miller chegue."

"Senhora, o médico não está agendado para estar aqui até esta tarde."

Puxei uma cadeira ao lado da cama de mamãe. "Não é um problema. Eu vou esperar."

Quando estávamos sozinhos, Jane se aproximou. "Criança, eu posso ficar."

"Nós duas podemos ficar."

"E sobre a festa?"

"Os convidados só chegam às seis. Estarei de volta até lá."

"Eu pensei que você disse que o Sr. Spencer não ia deixar você vir aqui hoje?"

"Estou aqui, mas ele me quer no Carmichael Hall."

Jane sorriu. "Mas você vai ficar aqui?"

"Sim, Jane. Eu vou."

Seu sorriso se alargou.

A notícia não caiu bem com Suzanna.

Quando ela entrou na sala, era óbvio que era sua primeira visita. Sua mão voou para seus lábios enquanto ela viu a minha mãe, na cama, e os monitores. "Oh..."

Seu show fingido de sensibilidade não se mexeu comigo, nem sua lista de razões que eu precisava para voltar a Carmichael Hall. Embora eu sabia que minha decisão voltaria para me assombrar, eu mantive minha posição.

"Alguma coisa significativa aconteceu. Eu não posso jogar bonito na festa sem saber pensamentos do médico."

Mesmo durante as chamadas de telefone com Bryce e Alton, eu não vacilei.

"Jane, eu tenho um favor para te pedir."

"Qualquer coisa."

"Você pode fazer qualquer coisa para conseguir Chelsea longe da Montague Manor, até o horário mais próximo da festa?"

Seu olhar se estreitou, mas ela não questionou. Jane estava em Montague por muito tempo. Um momento depois eu a ouvi fazer uma chamada. Eu não tinha certeza de com quem ela falou, mas quando ela terminou, ela se virou para mim.

"A senhorita Moore estará ocupada hoje. Ela vai ajudar a organizar as entregas. Nós temos uma grande e poderosa festa e precisamos da ajuda de todos."

"Ela ainda estará na mansão?"

"Não, senhorita Alex. A senhorita Moore estará em Savannah confirmando os fornecedores. Teria sido meu trabalho, mas estou ocupada."

Eu respirei fundo. "Obrigado."

Uma vez que eu chateei todos, eu me ajustei ao lado de Momma em um lado de sua cama e de Jane no outro. Até os bips constantes dos monitores, a sala fria, e a janela coberta me tornou mais relaxada desde que eu cheguei à Geórgia. Eu estava com as duas únicas pessoas que cuidavam de mim, e a quem eu me importava, em Montague Manor.

"Ela realmente estava coerente?" Eu perguntei, mantendo minha voz baixa.

"Ela estava," sussurrou Jane. "No outro dia, enquanto eu estava trabalhando com os fornecedores para a festa, eu parei no escritório do Dr. Beck."

"Você fez?"

Ela assentiu com a cabeça. "Eu não sei se é bom ou ruim. Os testes... não mostram quaisquer metais tóxicos. Ele pensou que poderia ser a casa velha, mas não, tudo mostra que o medicamento em seu corpo... Era o que prescreveram para ela."

Meu coração afundou. "Então ela provocou uma overdose?"

"Eu não acho que seja assim tão simples. Eu disse ao Dr. Beck, assim como eu lhe disse: ela não tinha as pílulas. Eu as tinha. Eu ainda as tenho. O Dr. Beck não lhe deu mais. O medicamento que encontraram em seu corpo, com esses testes, foi o mesmo que o que ele tinha prescrito. Eu só não acho que eram dela."

"O que a manteve na medicação preventiva? Eles dizem que ela parou de tomá-lo."

Jane balançou a cabeça. "Ela tomou todos os dias. Eu sei o que eles dizem, mas muitas manhãs eu a assisti levá-lo, mesmo depois de ela começar a ter problemas. Tenho a certeza que ela tomou. Eu não entendo por que..."

Eu respirei fundo, deixando as palavras de Jane penetrar meus pensamentos. Alton era um gênio. Foi a overdose perfeita: Dar mais do remédio que Momma já tomava, muito mais.

Depois que ele e eu tínhamos encontrado com o Dr. Miller, na hora que eu tinha o meu tablet aprovado pela escola, eu olhei para os efeitos colaterais dos opióides: dores de cabeça, tonturas, vômitos. Essencialmente, muito Vicodin e Momma pensaria que ela estava tendo uma enxaqueca. Aumentando a dose ela obteria os benefícios adicionais de ansiedade, tremores e comportamento errático. Combine isso com o álcool, outro depressivo... memória e problemas para dormir. Tirar o remédio preventivo para a dor de cabeça. Foi a tempestade perfeita.

"Esta manhã, ela estava realmente fora de controle? Será que eles precisam dominá-la?"

"Eu vi sua mãe mais chateada, muito mais. Se me deixassem, eu teria falado com ela. Ela só queria você."

Suas palavras agarraram meu peito, apertando meu coração. Eu... Eu...

Jane pegou minha mão. "Ela precisa de nós."

"Estou tentando."

"Está errado," Jane perguntou. "que eu esteja preocupada com ela, mas mais preocupada com ela aqui?"

Engoli em seco. "Não. Eu também estou."

Eu não tinha certeza de como o povo de Nox planejou ajudar minha mãe e levá-la para fora daqui, mas a cada minuto que passa, eu estava grata que eles tentarão. Eu também estava preocupada que não teria sucesso. Olhando para a minha mãe, eu temia que, se eles falhassem, ela não teria mais opções.

 

 

 

 


CAPITULO 40

 

 

 

Jane e eu escorregamos para o fundo da mansão, deixando a porta da frente. Pouco antes de fazer o meu caminho até o meu quarto, eu me lembrei de Chelsea. Eu fiz o meu caminho para o quarto, evitando o primeiro andar. Afinal de contas, aquilo era um hospício. Havia pessoas em todos os lugares, arranjos de flores, criação de Buffet e vários bares montados. Eu tinha me esquecido de perguntar a Jane quantas pessoas foram convidadas. Talvez não fosse esquecimento, somente apatia mesmo. Eu não dou a mínima.

Gentilmente eu bati na porta de Chelsea e esperei.

"Olá?"

"Chels, sou eu."

A porta se abriu. Eu não a tinha visto desde ontem à noite. Ela estava usando calças e uma blusa, e seus cabelos em um rabo de cavalo. Embora sua bochecha estivesse coberta de maquiagem, o roxo aparecia.

"Deus. Lamento que eu arranjei para você sair assim."

Ela deu de ombros quando ela abriu mais a porta, andou até uma mesa e pegou um par de óculos de sol. "A vantagem da Geórgia é que, mesmo em novembro, geralmente é ensolarado." Ela colocou os óculos, cobrindo o hematoma. "Além disso, eu estava feliz em sair daqui."

"Você o viu?" perguntei, não tendo mais tempo para dançar em torno do elefante na sala.

Ela balançou a cabeça. "Não, mas ele ligou. Ele estava chateado que eu não estava esperando aqui. Ele disse que você ficou, por isso era meu trabalho..."

Ela não terminou. Ela não precisa.

Peguei sua mão e a puxei para o banheiro. Uma vez que a porta estava fechada e ela tirou os óculos de sol, vergonha e tristeza brilharam em seus olhos castanhos, mas não havia lágrimas. Fez-me orgulhosa da minha amiga. Felizmente, ela foi sabia que tinha feito escolhas ruins e idiotas.

"Tenho medo de estragar tudo." confessei.

"Por quê?"

"Seu quarto. Eu supus que o meu foi grampeado, mas ontem quando falamos..." Os pensamentos aumentaram meu pulso "... Eu tenho medo que eles possam saber sobre minha conexão com a Infidelity."

Chelsea suspirou. "Sim, eu odiaria que eu fosse a única prostituta."

Dei um passo para trás.

"Não," ela respondeu rapidamente. "Eu sinto muito. Eu estou brava, eu estou assustada e estou atacando você... porque eu posso. Mas não quis dizer isso."

Embora eu tivesse sentido o impacto, eu entendi. "Vou tirar você esta noite. Eu te contei o meu plano, vai dar certo. O andar de baixo está zumbindo. Mais tarde, será caos total e confusão."

"Você sabia que havia trinta e dois arranjos florais entregues?" Perguntou Chelsea. "Trinta e dois grandes! Ajudar a coordenar tudo isso foi parte do meu trabalho hoje. Há uma cozinha com chefs e, ainda assim, os fornecedores trouxeram mais cozinheiros e mais de vinte servidores." Ela balançou a cabeça. "Eu não posso imaginar o seu casamento."

"Bem, não imagine. Eu vou sair antes que isso aconteça. Ele me assusta também."

"Alex, o que vai acontecer com sua mãe?"

Eu soltei um longo suspiro. "Espero que Nox possa ajudar." Eu não poderia dizer mais. E se o banheiro estivesse grampeado? E se Bryce pegasse Chelsea e a forçasse a confessar?

Como ele tinha dito sobre os planos do nosso dia... Havia muitas variáveis.

"Você não foi convocada para a festa, não é?"

Chelsea sacudiu a cabeça. "O oposto."

Fiquei mais ereta, inclinando a cabeça. "O que isso significa?"

"Quando ele me ligou, ele me disse para ficar aqui nesta sala. Ele disse que se as coisas não fosse bem na festa, ele queria saber que ele tinha uma opção..." Ela expulsou uma respiração profunda enquanto suas mãos caíram para os lados. "Se você não se ‘comportasse’ foi a palavra que ele usou, e eu seria punida. Ele quer saber a sua "prostituta" está disponível."

Eu alcancei seus ombros. "Ninguém, ninguém," eu repeti. "merece ser tratada como ele está tratando você. Eu não dou a mínima para o que o acordo diz. Deloris vai te tirar dele." Eu toquei seu rosto. "O abuso está fora. Eu acredito que pode mesmo vir com uma compensação. Porra, eles devem ter clientes melhores."

"Eu nem me importo mais sobre o dinheiro. Eu fiz. Salvei mais do mesmo. Mas que bom seria colocar a minha irmã na escola se eu não estou viva para vê-la na pós-graduação?"

Ela andou um pequeno círculo. "Mas... você tem certeza? Eu não quero deixá-la, e eu não quero ficar."

"Não vai ser por muito tempo. Eu não posso fazer isso. Eu tenho feito algumas das coisas que me propus a fazer. Eu sei coisas. Eu vi coisas. Se eu não tivesse vindo aqui... bem, eu fiz. Agora eu preciso fazer o que alguém me pediu para fazer mais vezes do que posso contar. Eu preciso confiar nele."

"Você não está falando sobre Bryce?"

"Claro que não!" Eu olhei para o meu relógio. "Eu preciso ir ficar pronta. Eu voltarei. Quando o fizer, não será por muito tempo. Eu sei o que Bryce disse, mas não sairei do meu quarto até a hora. Vou me comportar." A palavra era azeda. "Ele não terá qualquer razão para vir até aqui. Mantenha a porta trancada. Vai me fazer sentir melhor."

Chelsea concordou. "Eu te amo."

"Como uma irmã." eu disse, beijando sua bochecha não marcada.

 


De banho tomado, meu cabelo seco, mas ainda não vestida, usando um roupão envolto em torno de mim, eu decidi avaliar o vestido que eu usaria. Tudo o que eu queria era que cobrisse os meus seios. Eu realmente não tinha dito, mas é o que Bryce implicitamente queria quando ele beliscou meu mamilo para provocar a minha atenção. Era a área que o vestido cobriria... Onde ele poderia me machucar.

Eu empurrei esses pensamentos para o fundo da minha mente. Eu não poderia reviver o susto de ontem à noite, a inevitabilidade de sua ameaça... Eu não poderia fazer isso e ficar ao lado dele jogando o papel noiva perfeita. Em vez disso, eu trabalhava para evocar pensamentos do meu amigo de infância, e o que eu sentia por Nessie, o monstro que nossas mães tinham inventado para nos manter longe do lago. Irônico que elas tinham criado uma besta para nos manter seguros quando estar com um era seu objetivo.

Mesmo as memórias de infância foram manchadas. Alguma coisa tinha sido real? Claro que não, este era o mundo de fumaça e espelhos.

Quando levantei o novo saco de vestuário da prateleira do meu armário, o som de bater me avisou de outra intrusão.

Porra!

Por favor, não seja o Bryce.

"Olá?" Perguntei através da porta trancada.

"Alexandria?"

Depois de girar a chave na porta, eu a abri. Espiando modestamente em torno da borda, eu olhei Suzanna cima e para baixo. Seu vestido era intocado, um safira azul com um decote cavado, e seu cabelo estava arrumado em alguma colmeia reminiscente dos anos sessenta. Ok era bem feito, mas ainda parecia ridículo. A maquiagem dos olhos era exagerada e os lábios estavam muito vermelhos. Se a intenção tinha sido fazê-la parecer mais jovem, ela tinha perdido a marca.

"Suzanna," eu murmurei. "Você não está linda? O que posso fazer por você?"

Seus lábios franzidos. "Abra a porta. Eu ia dizer-lhe esta manhã, mas... bem, os planos mudaram."

"O quê? Eu sinto muito que eu não fui capaz de passar a tarde com você e Bryce. Mas sim, minha mãe está descansando confortavelmente. Obrigado por perguntar."

Limpando a garganta, ela deu um passo para o lado, permitindo sua comitiva a entrar em vista.

"Abra a porta. Sua equipe de estilistas não tem muito tempo."

"Os estilistas? Eu não preciso..." Meus protestos caíram em ouvidos surdos quando Suzanna e três outras mulheres demoliram seu caminho para minha suíte. Em poucos minutos o meu banheiro foi transformado em um salão de beleza. Alisadores e ferros de todas as larguras foram alinhados no balcão de mármore, enquanto paletas de maquiagem, blush, sombras para os olhos encheram todos os espaços disponíveis.

Uma cadeira foi trazida, e fui incentivada a sentar-me e obedecer.

Embora eu repeti minha objeção, logo eu estava fazendo como eu tinha me proposto, enquanto Suzanna estava me preenchendo sobre as próximas festividades.

Olhando para o relógio, ela estabeleceu o cronograma. "Apesar de que deveria começar às seis, os hóspedes podem chegar mais cedo. A equipe está pronta para recebê-los. Os bares e hors d'oeuvres estarão prontos. Seu pai e eu vamos acolher todos assim que chegarem." Ela inclinou-se para o espelho e correu o dedo pelas dobras da boca aberta, como se isso pudesse ajudar a cor berrante. "É claro," continuou ela. "ele não pretende fazer isso por muito tempo. Ele está esperando uma lista de convidados VIP distintos, muitos dos quais ele vai entreter em sua toca privada."

Será que meu padrasto canta e dança e eu tinha sido alegremente inconsciente disso por mais de vinte anos? Eu teria perguntado, mas a escova puxou meu cabelo em uma direção, esponjas para aplicar camadas de base desceram sobre o meu rosto, enquanto, ao mesmo tempo, as minhas unhas estavam recebendo um revestimento brilhante de gel, mas mantive minhas repreensões ao mínimo.

"Eu disse a Bryce para se juntar a você aqui-"

"Por quê?" Eu consegui interromper.

Eu o tinha evitado durante todo o dia, menos algumas ligações. Eu não quero vê-lo até que foram cercados por dezenas ou centenas de convidados. Quanto mais, melhor.

"Então... vocês dois podem fazer uma grande entrada." Ela disse isso como se fosse tão óbvia quanto o seu grande decote.

"E a que horas devemos entrar?"

"Só depois das 18h30."

Meu estômago afundou. "Bryce está aqui?"

"Ainda não. São quase 17h20. Eu espero que ele chegue em breve. Dá para acreditar? Os carros já começaram a se alinhar no portão." Ela estava quase tonta. "Este é verdadeiramente o evento social. Seu casamento... oh, vai ser espetacular! Eu disse a Bryce para entrar por outra entrada."

Eu mal podia formar as palavras. "V-Você fez? Qual?"

"Há uma perto dos celeiros de cura, é a mais próxima."

Deixei escapar um suspiro. Graças a Deus não era a velha estrada.

"Os guardas nunca iriam permitir que os hóspedes entrassem por lá," continuou ela. "É usada apenas pelos trabalhadores de campo, mas nesta ocasião, eu acredito que vai ajudar Bryce a evitar o engarrafamento."

Suzanna estendeu a mão para o meu ombro enquanto minhas mãos estavam ocupadas. Minhas unhas estavam ocupadas secando sob pequenas luzes roxas. "Não é este o momento mais emocionante?" Sua voz gritou com prazer. "Eu aposto que Mildred Ashmore está verde, apenas positivamente verde!"

Mildred era a mãe de Millie. Sem dúvida, eles estavam trabalhando dia e noite sobre o casamento de Millie e Ian. Afinal, essa foi a razão que Millie não poderia ir para a faculdade.

Assim que o pequeno engenho se fechou, Suzanna puxou minha mão da luz e olhou para o meu anel de noivado. "E aguarde até que todos eles vejam isso! Vai ser o assunto da cidade, não, da nação. Quem se preocupa com os Kardashians, lixo de novos ricos, se me perguntar. Os Carmichaels, os Fitzgerald e Montagues... isso é do que a verdadeira realeza americana é feita."

Comecei a lembrá-la que os Fitzgerald não faziam parte da equação quando a mulher com uma paleta, uma que parecia o pincel de um artista, me disse para fechar os olhos e abri meus lábios largamente.

"Como...?" Comecei a perguntar.

Ela demonstrou. Ela fechou os olhos, alongou a testa, e os lábios fizeram um "O."

Enquanto eu fiz como ela disse, Suzanna continuou seu monólogo.

 


O relógio mostrava um pouco mais de seis horas quando duas mulheres seguraram um vestido de renda marfim sobre a minha cabeça e apertaram uma fileira de botões. Aterrissou logo acima dos meus joelhos; no entanto, para alguns isso poderia ser um vestido de casamento. Eu suspeitava que custava tanto quanto a maioria. Eu tinha visto a etiqueta. O nome só acrescentou dez mil dólares no preço, provavelmente mais.

As prioridades em Montague Manor pareciam estar erradas. Alton chamou minha educação na escola de direito de ‘um desperdício frívolo de dinheiro’. Ele ameaçou parar todo o financiamento da assistência privada de minha mãe, e ainda assim, ele autorizou a compra de um vestido de coquetel Gucci.

"Espere até você ver estes sapatos!" Suzanna exclamou quando ela abriu uma caixa. Dentro havia um par de sandálias de tiras de cristal espumante. O calcanhar estreito tinha que ter pelo menos 10 centímetros. "Eles são Jimmy Choo."

"Sim, eu reconheço o nome dentro do sapato."

"Oh, Alexandria, você não vê? Uma vez que você se casar com Bryce, nada está fora de seu orçamento."

Que diabos? A mulher estava vivendo em um mundo de fantasia.

"Você percebe que é tudo meu, certo?"

"O quê querida?" ela perguntou quando ergueu um sapato, observando os reflexos coloridos refletindo a luz dos cristais embutidos.

"O dinheiro," expliquei. "o nome... é meu. Eu não preciso me casar com Bryce por isso."

Minhas palavras macularam sua expressão alegre. "Mas você não entende. Se não se casar, você perde tudo. Você leu o testamento. Considere a sua vinda para esta casa simplesmente uma pré-visualização da vida que você pode ter."

"Senhorita," uma das mulheres disse: "deixe-me ajudá-la com os sapatos. Nós não queremos arriscar a unha polonesa."

Sentei-me, deslizando meus pés em cada sapato, enquanto reprimi a minha resposta. Não seria produtivo, e poderia alertá-la, se não for para o meu plano, pelo menos as minhas intenções. Nenhum dos quais incluídos casar com seu filho psicótico.

Em vez disso, fingi um sorriso, perfeitamente manobrando meus lábios pintados. "Você está certa, e mais do que isso, isso assegura o seu lugar de Rainha regente?"

A micro expressão de Suzanna vacilou, mas não por muito tempo. Ela era a rainha da ilusão. Com um obediente sorriso, ela respondeu: "Querida, estou aqui apenas para ajudar Bryce e preencher o lugar onde sua mãe é incapaz de fazê-lo, assim que ela voltar será como sempre foi."

Eu queria perguntar como exatamente era isso, mas eu não tive a chance.

Outro relógio tinha atingido a hora das bruxas. Não literalmente, mas os demônios estavam se reunindo, no entanto.

"E, na verdade," prosseguiu Suzanna. "tenho que ir até seu pai e ajudá-lo a cumprimentar os convidados. Você sabe como ele fica quando as pessoas estão atrasam?"

"Eu diria que você já está."

Tinha minhas costas viradas, eu a ouvi abrir a porta.

"Mãe?"

Meu pescoço enrijeceu. Eu não precisava ver para saber quem estava parado no limiar do meu quarto. Eu não tinha Deixe Bryce entrar neste quarto desde que nós éramos adolescentes, e agora ele estava aqui.

"Bryce." murmurou Suzanna. "Você está bonito! Venha ent..."

Não importava. Eu não era a única a oferecer o convite.

Lentamente, eu me levantei e me virei. Nossos olhos se encontraram.

 

 

 

 


CAPITULO 41

 

 

 

"Alexandria! Você está impressionante!"

Eu segurei meu sorriso, o que Bryce tinha me dito para usar. Meu olhar o digitalizou da cabeça aos pés, avaliando-o como ele me avaliou. Seu terno cinza foi adaptado para ele, estreito na cintura e mais largo nos ombros. As pernas estavam um pouco mais estreitas do que os Nox usava, mas ainda era considerado elegante. Ele estava com um colete marfim, gravata e lenço que combinava com a cor do meu vestido e uma camisa engomada branco.

Eu me aproximei, alcançando seu ombro. "Você é muito bonito mesmo."

Levantando minha mão, Bryce se inclinou para mim e inalado. "Ahhh, que perfume que você está usando? É uma melhoria em relação colônia."

Engoli minha refutação e falei palavras que ele gostaria de ouvir. "A única colônia que quero usar é sua."

Bryce deu um passo trás, segurando-me no comprimento do braço. "Esta é uma melhoria."

Dei um passo para frente, pressionando-me contra ele, e beijei sua bochecha. "Este é o nosso começo, o nosso noivado formal. Eu sei que eu tenho lutado contra este resultado, mas estar com Momma..." Eu puxei a mão, puxando-o para o banco amarelo no final da minha cama. Como nós nos sentamos, eu continuei. "... estar com ela hoje..."

Meus longos cílios cobertos de rímel velaram meu olhar. "Obrigado pela compreensão permitindo-me estar lá."

Ele não falou, mas passou as mãos pelos meus braços. Eu conscientemente não vacilar como ele testou a área que ontem estava dolorido. Ainda estava, mas eu não mencionei.

"... Quando eu estava com a mamãe," eu continuei. "Eu percebi que isso está acontecendo. Eu poderia lutar com você e Alton, mas que bem isso faria? Bryce, ela estava um pouco melhor. Ela falou com Jane, mas então eles a medicaram. Eu não posso deixá-la. Eu não vou."

"E isso?" Ele fez sinal entre nós.

"É o meu futuro. Mamãe tentou me dizer. Você tentou me dizer. Eu não ouvi. Na próxima semana eu quero me transferir para Savannah, para o resto da minha formação."

Bryce estreitou os olhos. "Alton acha que é um desperdício de dinheiro."

"Depois de casados, não importa o que ele pensa. Foi o que o testamento disse. Tudo será nosso... Como meu marido, você vai tomar as decisões, não Alton."

Com cada frase o peito dele inflava cada vez mais, como um balão. Se eu continuasse será que ele se transformaria e talvez voasse para longe?

"Crianças?" Ele perguntou, não deixando pedra sobre pedra.

"Acho que é algo que precisamos discutir."

Ele passou a mão sobre meu joelho. Ao contrário da noite anterior, não era vigoroso. Pelo contrário, ele foi concebido para ser atraente quando ele moveu os dedos espalmados debaixo do meu vestido.

"Falar não vai fazer herdeiros."

Herdeiros. Eu odiava essa palavra.

Eu coloquei minha mão sobre a dele, o tecido do meu vestido separava o nosso toque. "Não... e nem você gozando na minha boca ou nos meus seios..." Eu estava usando a ameaça da noite passada. "Eu acredito que minha mãe gostaria de ter netos correndo esses gramados."

"Como costumávamos fazer?" Ele se aproximou até que seu peito estivava contra o meu. Removendo a mão do minha coxa, ele a colocou sobre meus seios. "Seu coração está batendo rápido."

É verdade. Como um aviso, de que ele estava prestes a saltar do meu peito.

"Porque eu estou nervosa."

"Por quê?"

"Eles... lá em baixo."

"Por quê?"

"E se eles não acreditarem em nós? E se eles assumirem que estou grávida?"

Seus lábios cobriram os meus, parando minhas perguntas. Eu gemi quando sua língua me sondou. Foi mais de uma ‘eca’, mas eu rezava para que não fosse do jeito que soou.

"Bryce?" Eu finalmente consegui.

"Você vai fazer isso? Você vai se comportar?"

Eu balancei minha cabeça. "Não, não se trata de comportamento. Trata-se de enfrentar os fatos. Nós estamos nos casando. Ontem à noite... você... eu estava... Eu não gosto disso. Eu não quero ter medo do meu próprio marido. Eu não posso viver assim."

Ele parou. Mesmo nos meus saltos de dez centímetros, Bryce era mais alto. Não tão alto como Nox, mas alto o suficiente para ser ameaçador. Eu estava trabalhando o meu discurso o dia todo na minha cabeça, enquanto estava sentada com Momma e Jane, mesmo durante a reunião inútil com Dr. Miller. Eu esperava que eu pudesse pegá-lo com pequenos trechos de permissão. Nunca tive a intenção de ficar sozinha com ele, mas agora que eu estava, eu esperava que eu soasse convincente.

" Chelsea?" Ele perguntou, seu pescoço se endireitando.

"Sua vadia?" Eu corrigi.

Um sorriso satisfeito cobriu seu rosto, suas bochechas coradas erguendo sob seus olhos cinza e loiro gelado cabelo. "Continue."

"Eu... eu não quero compartilhar você, mas se eu tiver que, eu prefiro não ser lembrada todos os dias."

Ele assentiu. "Acredito que podemos encontrar um terreno comum."

"A universidade de direito em Savannah?" perguntei novamente.

Bryce levantou minha mão, trazendo o diamante perto de seus lábios enquanto ele beijava meus nós dos dedos.

"Vamos passar por essa noite. O mais importante é que você chegou a um acordo com a saída de Columbia."

Eu balancei a cabeça.

"Diga."

Eu odiava esse homem.

"Eu cheguei a um acordo com não voltar para Columbia depois de terminar este semestre."

"ok."

"Obrigado. Não estaremos casados até 24 de dezembro. O semestre estará completo e, além disso, Alton disse..."

"Alton não sabe o que eu sei. Ele não sabe sobre o vestido mágico mudando. Eu te sugiro concentrar-se em se manter minhas boas graças." Ele encolheu os ombros. "Sem dúvida você viu minha prostituta hoje?"

Cada vez que ele casualmente se referia a ela dessa forma era como uma bofetada. As contusões simplesmente não apareciam.

Talvez fosse essa a intenção dele.

"Sim, já nos falamos."

"Lembre-se, só você pode mantê-la de sua punição."

Eu alcancei novamente para seu ombro. "Eu quero isso também. Eu prometo."

Novamente seus lábios cobriram os meus. Desta vez, sua mão percorreu o meu lado, por cima da fileira de botões individuais de cetim. Quando seu beijo terminou, ele pegou minha mão e me virou, me fazendo girar nas pontas dos meus pés, nos meus sapatos brilhantes.

"Diga-me que há um zíper sob esses botões."

Minhas bochechas levantaram e inclinei cabeça sugestivamente. "Eu não posso. Basta pensar como a antecipação vai se construir."

"Vá," disse ele. "Eu manchei seu batom. Eles estarão nos esperando."

Uma vez no banheiro, eu retirei o batom, tirando as manchas e adicionei outra camada. Como eu fiz, eu garanti o meu colar no espaço do meu sutiã e levantei a gargantilha de diamante que tinha vindo com o meu conjunto. Como o anel que eu usava, era ostensiva e seria notado por todos.

"Bryce?" Eu chamei através da porta aberta.

A porta se moveu enquanto ele estava no limiar. "Sim?"

Eu levantei a gargantilha para ele. "Você pode ajudar? As estilistas foram embora antes de colocarem isso."

Ele estendeu a mão para o colar e ficou atrás de mim. Nossos olhares se encontraram no espelho quando ele prendeu os diamantes no meu pescoço. Inclinando-se, beijou a área atrás da minha orelha. Fechei os olhos, bloqueando-o para fora, me odiando, e novamente esperando que aparecesse de forma diferente.

"Alex, eu quero isso também."

Alex.

Uma vez que o fecho era seguro, eu girei em direção a ele até que meus braços estavam em volta do pescoço. "Podemos esquecer o passado?"

"Isso é com você, querida."

"Eu?"

"Amanhã vamos discutir isso."

Em outras palavras, ele dependia de quão bem eu joguei o meu papel. Eu balancei a cabeça. "Amanhã."

Ele pegou minha mão e me levou para a escada. Pouco antes de descermos eu paro.

"Ah, eu esqueci minha bolsa."

"Por que você precisa de uma bolsa; você está em sua própria casa?"

"Eu não posso correr até aqui toda vez que eu quero refrescar minha maquiagem." Eu apertei meus lábios. "Você, Sr. Spencer, pode ter uma história com mulheres e prostitutas, mas você tem que aprender como se trata uma esposa."

Ele sorriu. "Tenha pressa. Nós devemos estar lá embaixo."

"Eu vou." eu chamei por cima do meu ombro enquanto eu derrapava ao redor da esquina e pelo corredor. Eu mudei meu caminho rapidamente, passando da minha porta para a de Chelsea. Uma batida e a porta ser abriu. Eu alcancei meu sutiã e dei a ela o que ela precisava para sua fuga.

"Tem certeza?" Ela sussurrou.

"Shh." eu sussurrei quando eu balancei a cabeça e olhei para trás em direção ao corredor. Como a porta fechada, eu corri de volta para a minha suíte. Respirando fundo, eu corri em direção ao banheiro e encontrei minha bolsa. Era de cristal incrustado, a bolsa Jimmy Choo, e combinava com os sapatos. Antes que eu pudesse sair, eu parei novamente, oscilando em meus calcanhares.

"O quê?" perguntei, avaliando a expressão de Bryce. Se ele tivesse me seguido? Será que ele me viu com Chelsea? Eu esperei.

"Eu pensei que você disse que estava correndo?"

Desconsideradamente balancei a cabeça e soltei um suspiro. "Mais uma vez, você tem algumas coisas para aprender. Isto sou eu apressada." Levantei um batom e o deixei cair na bolsa. "Minha bolsa não ficará bem se não houver um batom para dentro."

Balançando a cabeça, Bryce me ofereceu seu braço. Colocando minha mão na curva, olhei para seus olhos cinzentos.

"Você está pronta?" Ele perguntou.

"Vamos começar este show."

Show do cão e do pônei. As coisas nunca mudam.

Todos os olhos viraram nossa direção enquanto descíamos as escadas. Era um mar de pessoas. Eu sorri enquanto eu digitalizava os rostos conhecidos. O foyer estava ficando mais cheio enquanto as pessoas continuavam fluindo.

"São os guardas." sussurrou Bryce enquanto continuávamos nossa descida. "Alton tem mais homens. Ele foi muito específico sobre quem pode entrar. Eles estão fazendo uma triagem rigorosa. Está levando mais tempo do que o normal para que todos possam chegar."

O hall de entrada estava quase cheio e a porta continuou a abrir. Através das escadas curvas vi a multidão que se estende em direção à sala de estar, e havia pessoas em todos os lugares. "Há mais pessoas chegando?"

"Mais de cem convites foram enviados, de modo que sejam pelo menos duas centenas de pessoas."

Segurei o braço mais apertado. "Para uma festa de noivado?"

Seus olhos cinzentos arregalaram. "Você deve ver lista de convidados da mamãe para o casamento."

"Alexandria! Edward!"

"Parabéns!"

Ele nos levou pelas áreas. Foi difícil e lento. Todos queriam falar conosco, ouvir a nossa história, como o nosso amor tinha sobrevivido ao longo dos anos.

"Alexandria." Shirley Carroll subiu, estendendo a mão.

"Sra. Carroll, deixe-me apresentar o meu noivo, Edward Spencer."

Bryce galantemente pegou a mão dela. "Carroll? Você não pode ser a esposa do senador Carroll. Filha, talvez?"

Eu quase rolei meus olhos. É sério como ele falou isso? Não é de admirar que Nox pensou que ele era um lodo. Ele parecia um vendedor de carros.

"Oh, Sr. Spencer, você pode ser mais gentil?"

"Ele pode." eu confirmei. "E onde está seu marido?"

Ela encolheu os ombros. "Eu não sei. Assim que Doyle chegou, ele foi levado para o clube secreto dos homens."

O braço de Bryce ficou tenso sob o meu toque.

Virei seu caminho. "Você acha que deve ser incluído? Esta é a sua festa." Eu estava esperando que eu estivesse lhe lembrando de que após o casamento, ele seria responsável, não Alton.

"Eu..." Ele examinou a multidão, sem dúvida tomar nota de quem estava faltando.

"Realmente," eu murmurei. "Eu adoraria mostrar a Sra. Carroll ao redor e se misturar. Vi Millie e Jess na multidão. Eu prometo que eu vou ficar bem. Eu odiaria que as discussões importantes acontecessem sem você."

Seu peito cresceu e os botões do colete de marfim se esticaram.

"Oh, querida," Shirley Carroll disse para mim. "acostume-se a esse tipo de coisa. É a maneira que é. Os homens sempre têm decisões de vida ou morte em seus pratos."

Bryce virou-se, colocou a mão sobre a minha, e inclinou-se para um beijo. "As pessoas estão assistindo."

Fingi uma risada. "Há centenas de olhos, agora vá."

Um garçom se aproximou oferecendo à Sra. Carroll e eu uma taça de champanhe. Depois de cada uma de nós tomou um, eu assenti. "Posso mostrar-lhe ao redor?"

"Isso seria fabuloso. Eu nunca vim para Savannah antes..."

"Alex," Pat disse, poucos minutos depois, chegando ao meu lado. "Você viu o meu acompanhante?"

"Eu não o vi, e nem vi você." Eu virei para Shirley. "Sra. Carroll, este é o meu querido primo, Patrick Richardson. Pat, eu posso apresentá-lo a Shirley Carroll, esposa do senador Carroll."

"O senador... da Califórnia?"

"Sim. Eu não achei que as pessoas na Geórgia saberiam disso."

Os lábios de Pat se curvaram. "Eu sou daqui. No entanto, agora eu vivo com meu parceiro em Nova York. É com o trabalho do seu marido sobre a legalização do cultivo de maconha que estou familiarizado."

Eu trabalhei para não dar a Pat um sinal misto.

"Sim, é algo que ele está esperando para empurrar a nível nacional..."

Uma vez que Shirley Carroll afastou-se para falar com alguém, eu perguntei: "O que você sabe sobre o cultivo de maconha legalizada?"

Pat deu de ombros. "Nada. Ou eu não sabia até ontem à noite. Enquanto você e eu estávamos tentando falar, Spence estava dando a Cy uma bronca. De acordo com Cy, Spence estava jorrando estatísticas sobre o potencial de crescimento e fabricação de cannabis na Geórgia e, em seguida, enviá-lo para os estados onde é legal. Assim como com o tabaco, o ambiente aqui tem um grande potencial para o crescimento da maconha. Infelizmente, isso é atualmente ilegal. Seu amigo, o senador Higgins está trabalhando em um novo projeto de lei. Ele estava dizendo Cy que com o apoio adicional de representantes em estados como a Califórnia..."

 

 

 

 

CAPITULO 42

 

 

 

Eu verifiquei meu relógio. Deloris iria enviar o loop de vídeo exatamente às oito horas. A mudança de pessoal no Magnolia Woods aconteceu às sete. Isso significava que a enfermeira de plantão de Adelaide ficaria até às cinco da manhã. Nossa vigilância nos havia esclarecido quanto aos hábitos do pessoal. Enquanto algumas enfermeiras, que Deloris descobriu raramente eram enfermeiras, ficavam efetivamente perto da cadeira à espera de alarmes ou comoção de seus pacientes, os outros liam ou ficavam olhando horas a fio para seus telefones celulares, sem dúvida aumentando seu status de mídia social com fotos de gatinhos e cachorros, ou, melhor ainda, fazendo propaganda política.

O enfermeiro de Adelaide, um homem corpulento grande chamado Mack, gostava de suas mídias sociais, mas muitas vezes ele escolhia dormir como sua maneira favorita de passar o tempo. Como eu facilitei pela entrada do pátio, que Isaac tinha deixado destravada, imaginei as cenas que eu assisti várias vezes. Lembrei-me de Mack amarrar as mãos de Adelaide. Ouvi riso enquanto ele zombou dela no seu status social, chamando-a de viciada. Eu tinha tomado voluntariamente a vida de homens cujos crimes eram menos ofensivos.

Eu fiz uma varredura da direita para a esquerda. O corredor estava claro. Embora eu mantive meu rosto para baixo e longe das câmeras, como um eventual transeunte eu não deveria ser notado. Eu olhei para o jaleco branco do laboratório, idêntico aos usados pelos médicos da equipe e um crachá de identificação eletrônica.

Minha expectativa cresceu quando passo a passo, eu fiz o meu caminho em direção ao quarto dela. Embora eu a assisti, através das câmeras do Magnolia Woods, na suíte de Deloris, fazia anos desde que eu a tinha visto face a face. Isto é, a menos que sonhos contem como realidade.

Era 20h02. A vigilância do quarto de Adelaide entrou em repetição. Para qualquer um que a observar, ele iria mostrar tudo o que tinha acontecido na última hora, mais e mais, até Deloris lançar a transmissão ao vivo.

Sem hesitar, eu abri a porta. O barulho contra o azulejo alertou Mack que eu tinha entrado. Foi lamentável para ele, que o som não tinha dito a ele mais sobre o seu futuro ou a falta dele. No entanto, raramente acontecia.

Talvez isso fosse uma bênção.

Imediatamente ele se levantou. "Doutor?" Ele me olhou desconfiado. "Eu conheço você? As horas de visita acabaram."

"Acho que você não entendeu; Só vim visitar."

Adelaide se agitou e começou a murmurar quando sua cabeça girou de um lado para o outro.

Mack virou-se. "Está acabando o efeito do maldito medicamento."

"O-Oren?"

Embora sua voz fosse apenas um sussurro, meu nome era claro para mim. Meu coração bateu contra meu peito. Não agora, ainda não. Não fale.

"Não se importe com ela. Ela está delirando. Ela balbucia sobre as pessoas e os nomes que ela inventou."

"Ela já disse esse nome antes?"

Ele se aproximou, lendo meu distintivo. "Dr. Papa? Você é novo?"

"Não, normalmente estou aqui durante o dia. Esta noite eu estou cobrindo para Miller."

"Geralmente eles nos avisam..."

"Normalmente eu não me explico. Diga-me o que está acontecendo."

Mack ficou mais ereto. "Depois do que aconteceu esta manhã, há ordens estritas, como provavelmente você sabe, que esta paciente não é para recuperar a plena consciência, não por um tempo."

Eu balancei a cabeça. - Fui informado sobre o que aconteceu esta manhã. Você disse que os medicamentos estão começando a perder o efeito outra vez?"

"Sim, esta manhã deram-lhe oito miligramas de Versed. Como você pode imaginar, ela perdeu a consciência. Se você assinar, eu vou dar-lhe mais quatro miligramas e um pouco de fentanil." Ele riu. "Ela vai dormir como um bebê pelo resto da noite."

"É isso que você recomendaria Mack?"

"Sim, quero dizer, a ordem permanente é apenas para dois miligramas, mas por que abrir a porta para um problema? Seu marido estava chateado sobre ela falar esta manhã. O turno da manhã está tomando merda por causa disso. Eu não quero esta merda venha para mim."

"É assim que você discute sobre todos os nossos pacientes e suas famílias?"

Mack se desestabilizou. "Sim, não, bem... Desculpe Doutor. Eu... estou acostumado com o Dr. Miller."

Eu balancei a cabeça. "Deixe-me ver o prontuário dela."

Ele inclinou a cabeça para o canto da sala para um carrinho e um computador. Foi convenientemente localizado ao lado da cadeira favorita de Mack.

Girando o carrinho em minha direção, olhei para a tela. "Eu estou recomendando que nós a levemos para uma Tomografia computadorizada. Eu não gostaria da surpresa de que o cérebro de sua esposa tenha se desmanchado pelo excesso de sedação."

"Você está falando sério...?" Seus olhos se abriram. "A radiologia está fechada."

"Eu vou fazer uma chamada. Você tem uma maca."

"Este não é protocolo e eu não fui ordenado."

"Não. Você também não é um médico. Se eu não tiver uma maca em menos de três minutos, você não será mais um enfermeiro noturno no Magnolia Woods."

Se eu não soubesse que Deloris estava assistindo a cada um de seus movimentos através da segurança do Magnolia Woods, eu poderia ficar preocupado. Eu não estava. Minha atenção estava focada em Adelaide. Alguns minutos depois, Mack estava de volta, empurrando uma maca. "Eu não tenho certeza sobre isso... Eu deveria ficar com ela."

"Há uma ambulância chegando em breve a partir da regional. Você vai acompanhá-la. Ela vai começar a tomografia e estará de volta na cama antes que ela, ou o idiota do marido, percebam que você estava à beira da medicá-la excessivamente."

"Eu... eu... não fui eu... são as ordens."

"Mack, pare de falar e me ajude a movê-la."

Ele me olhou para cima e para baixo. "Doutor? Você vai ajudar?"

Coloquei minhas mãos atrás dos ombros dela. Quando meus dedos tocaram sua pele macia, a barragem que eu tinha construído em torno das memórias de Adelaide Montague cedeu. Os cacos rasgaram meu coração, trazendo um ataque de emoção de volta ao órgão dissecado. "Elevador."

Assim que Adelaide foi desconectada dos monitores e estava segura com seus IVs, eu disse: "Agora, vamos em frente..."

Mack se aproximou da maca.

Era bom que ele tinha uma coisa para benzodiazepinas. A seringa escorregou sem esforço através de seu pescoço. Eu ouvi dizer que inserir uma seringa é como perfurar a pele de uma laranja. Isso não era verdade. A pele humana dá muito menos resistente. A agulha afiada penetra como uma faca na manteiga amolecida, mas isso era uma história para outro dia.

O corpo de Mack foi caindo na cadeira. Ele estava certo. Oito miligramas trabalharam rápido, mesmo em um grande homem como ele. A diferença entre a sua e a que ele queria ministrar na Adelaide era que o que ele recebeu não continha Fentanil. Não havia nenhum controle de dor para este imbecil. Apenas o sono, seguido por uma dor de cabeça dos infernos. Eu considerei isso a minha contribuição para a sua formação. Talvez depois de experimentar os efeitos colaterais em primeira mão, ele se tornaria mais empático com seus futuros pacientes.

Sua cintura caiu para frente na cadeira, deixando o queixo apoiado no peito.

Eu poderia ter ajustado sua traqueia. Teoricamente, esta posição restringia suas vias aéreas, uma causa comum de asfixia. Dei de ombros. Embora isso não tivesse sido o meu objetivo, se isso acontecesse, eu não iria perder o sono.

Usando alguns travesseiros, eu criei a ilusão de um paciente. Eram os monitores que tinham sido anexados em Adelaide que poderiam ser nossa ruína, se não fosse o contato médico de Deloris. Ela disse que iria alertar o principal posto de enfermagem que seu paciente não estava mais presente. Nesse momento eu criei um falso loop. Era semelhante à vigilância de vídeo, mas elétrico, enganando os monitores para acreditar que eles ainda estavam ligados a um corpo e tudo era registrado normalmente.

Meu telefone vibrou com um texto de entrada.

"A ambulância está aqui."

"As câmeras do corredor?" eu perguntei.

"Momentaneamente OFFLINE. Proteção frontal ocupada e RECEPCIONISTA indisposta."

Eu balancei minha cabeça. Indisposta? Alguém estava se encarregando da recepcionista? Eu não me importava. Talvez fosse o guarda.

Cobrindo o rosto adormecido de Adelaide com o cobertor, eu levantei a maca no corredor. As rodas viraram facilmente no chão de ladrilhos quando passamos pelos quartos dos outros pacientes. Cada porta permaneceu fechada enquanto nós deslizamos para a área de recepção. Assim que cheguei, a porta da frente foi aberta, enchendo a entrada com uma rajada de ar da noite. Vestido com o uniforme de transporte de emergência, Clayton assentiu.

"Você chamou uma ambulância?"

"Eu fiz."

Ele estendeu a mão para o pé da maca. "Doutor, eu posso ajudar?"

Dentro de instantes, a maca de Adelaide foi colocada na parte de trás do veículo, eu fiquei ao seu lado e Clayton dirigia. Eu não tinha monitores para me dizer como ela estava. Em vez disso, era a minha mão sobre seu pulso morno, machucado, a batida de seu pulso sob meus dedos, e a ascensão e queda de seu peito que me garantiu que ela estava viva. Outra indicação foi a forma como o meu coração tamborilou uma cadência irregular, como se tivesse acabado de receber um choque elétrico que dá vida, porque se o dela parasse, o meu pararia também.

Não foi até que passamos pelo portão da frente do hotel que o meu coração finalmente encontrou seu ritmo normal. Mandei um texto em grupo.

"NÓS A TEMOS."

Alisando seu cabelo longo, eu me inclinei. "Adelaide, você pode me ouvir?"

Mais uma vez sua cabeça se moveu de lado a lado. "Irreal. É irreal."

"Oh amore mio, é real."

 


CAPITULO 43

 

 

 

Meus sapatos afundaram na argila da Geórgia. De um lado para o outro passei observando meu telefone: o tempo, o aplicativo de Charli, e os textos de Oren. O céu estava escuro, apenas um pedaço de lua iluminando a extensão do bosque para a mansão.

"Tem certeza que ela pode encontrar o caminho?" Perguntei a Isaac.

"Não é difícil. Você pode ver as luzes de mansão."

Mudei-me para a beira das árvores. Nós poderíamos vê-la. Ao longe estava a Montague Manor, no alto de uma colina, em chamas com a iluminação dourada. Mesmo de tão longe, eu poderia ver as figuras das pessoas que iam e vinham no pátio em volta. Cada um era menor do que as formigas, mas eles estavam lá.

Meu telefone tocou e eu li o texto.

"É do meu pai, e eles têm Adelaide. Estão levando-a para o aeroporto."

"Primeiro passo." confirmou Isaac. "Agora enquanto ninguém no Magnolia Woods for avisado e não podem informar o Sr. Fitzgerald."

Eu balancei a cabeça. "Maldição, meus nervos são disparados. Posso fazer negócios. Posso gastar milhões, mas esta noite é quase mais do que posso suportar."

"Estamos quase lá, chefe."

Eu me encostei-me ao chão e me estabeleci em um lugar macio, o gramado perto das árvores. Da minha nova posição, eu tinha uma visão completa da mansão e os campos entre os dois. O caule de tabaco estéril se destacou contra a noite, como o ar perto do solo parecia engrossar.

Era uma ilusão de ótica?

"Deloris cortou a lista de convidados." disse Isaac, sentando perto de mim e quebrando a tensão.

Cento e vinte e dois convites. Eu não me importava. Nem uma merda. Eu só me importava com uma pessoa. Eu reconsidero. Eu também me importava com Patrick e Chelsea, porque Charli se importava. Ainda mais com Patrick. Ele me mostrou mais de uma vez que ele amava sua prima. Durante toda essa coisa, ele tinha sido útil, muito útil.

"Algum nome que você reconheça?" Eu perguntei sem interesse na lista de convidados, mas eu estava tentando fazer o tempo se mover mais rápido. Se ao menos eu pudesse bater rápido. Se eu pudesse ter Charli em um avião como Oren estava fazendo com Adelaide agora.

Meu olhar se moveu, da paisagem mirante até o céu claro. Acima de nós haviam estrelas, milhares de estrelas. Mesmo em Rye não havia tantas assim.

"Doyle e Shirley Carroll, Severus Davis e convidados."

Isaac repente tinha a minha atenção. "Você está fodendo comigo?"

Seus olhos se arregalaram. "Não senhor, eu não estou. O Senador e Sra. Grant Higgins." Ele continuou com nomes que parecia pouco provável que fossem ao mesmo encontro. Havia mais além desta festa?

Embora eu tivesse lutado com as possibilidades, legislação, isenção de impostos, maconha, eu as afastei. Àqueles eram pensamentos para um outro dia. Agora eu estava me concentrando na tarefa em mãos.

Isaac ficou de pé. "Ela está se movendo!"

Suas palavras pareciam quase ser uma ilusão. Eu tinha imaginado tantas vezes que elas eram reais. Eu olhei a minha tela, puxando para cima o aplicativo de Charli e rezando para que o que ele tinha acabado de dizer fosse verdade.

"Merda!" Eu segurei minha respiração. O ponto azul, seu ponto azul, estava se afastando da mansão. As batidas di coração dela se elevaram, mas, novamente, ela estava se movendo rápido.

"Deus, princesa," falei com o aplicativo. "Não traga atenção para si mesma. Seja cuidadosa."

Fiquei de pé, procurando no horizonte, esperando e rezando para vislumbrar. Não havia nada na entre a luz da mansão e nós, exceto a escuridão em tons variados de cinza e preto. Como

A noite tinha caído, por isso tinha uma escassa camada de neblina. Embora eu desejasse uma visão mais clara, eu esperava que o ar fosse a capa que Charli necessitava, o manto de invisibilidade que ela havia falado de querer na infância, uma camada extra de proteção para ajudá-la em sua fuga.

"Eu gostaria de poder dizer a ela que temos a mãe dela."

"Espero que ela tenha saído de lá antes que alguém soubesse que a Sra. Fitzgerald estava desaparecida."

"Eu espero." Meus punhos se fecharam pela minha impotência. Quando eu tinha invocado esperança e desejos? Devo porra estar em execução, conhecê-la e salvá-la. "Depressa, Charli." Eu falei para a escuridão.

Depois de alguns minutos de silêncio cheio, Isaac perguntou: "Será a senhorita Moore?"

Animais passeavam e insetos cantavam suas canções enquanto meus nervos continuavam se esticando. Rãs cobriram uma melodia profunda e melancólica enquanto o grito ocasional de uma coruja praticamente controlava minha pressão superior.

Eu balancei a cabeça. "Eu não sei. Patrick não sabia. Só sabia que Charli tinha um plano."

Confie em mim. Suas palavras voltaram quando eu passei novamente, meus sapatos ficando cobertos por uma fina camada de pó vermelho. Confiança, eu pedi a mesma coisa de Charli muitas vezes. Agora era a minha vez. Eu odiava esperar. Era um inferno. O inferno seria a minha própria condenação. Este não era eu. Eu me sacrificaria voluntariamente, se fosse possível. Em vez disso, eu oscilava à beira do purgatório pelo meu amor, a mulher incrível, que me pertence, coração e alma.

Sem ela, eu estava no inferno.

"Quinze minutos." eu disse em voz alta.

"Senhor?"

"Isso é o que Patrick tinha dito. Ele disse que era a quinze minutos a pé da mansão para esta estrada."

Isaac sacudiu a cabeça. "Ela não está andando. Ela está correndo."

Minha garganta apertou e os olhos se estreitaram enquanto eu varria o horizonte. Nevoeiro jogado truques, apagando imagens e criar outros.

E então aconteceu.

Os grilos e cigarras pararam suas canções. As rãs ficaram silenciadas e aves acalmou nos ramos acima. Mesmo a brisa esqueceu a soprar.

Ao longe, vindo em nossa direção... Eu a vi.

Ela estava correndo o mais rápido que podia.

Eu não podia esperar. Eu não podia ficar parado.

"Senhor, não."

Eu saí, os meus pés batendo mais forte e mais rápido do que eles já tinham em minha esteira. Eu empurrei a frente em direção a sua figura. Na escuridão nebulosa, eu poderia distinguir seu cabelo, um rabo-de-cavalo balançando para frente e para trás enquanto ela corria. A deusa. Tomei sua figura: suas curvas se tornaram uma ampulheta escura, acentuada contra o fundo escuro, impressionista.

"Charli!" Eu não poderia permanecer em silêncio.

Nós estávamos muito longe da mansão. Ninguém, somente Charli e Isaac poderiam me ouvir. Os passos de Isaac estavam logo atrás de mim. Eu não dou a mínima para os guardas postados em torno da propriedade. Minha Charli estava se aproximando. Ela tinha feito isso, me confiou seu futuro, sua mãe, e até mesmo Chelsea.

Chelsea?

Voltei-me para Isaac. "Ela está sozinha."

"Senhor? Onde está a senhorita Moore? "

Meu intestino torcido. "Eu não sei. Eu só vejo um..."

"Nox?" A voz feminina falando meu nome me impediu de seguir em frente.

Eviscerou-me como um peixe e fiquei paralisado à medida que a figura se aproximava.

Seu peito respirou pesadamente quando ela caiu aos meus pés.

Eu levantei seus ombros até ela estar de pé. Não era o rosto dela que eu via; Em vez disso, era o colar, o que Charli deveria estar usando. "Que diabos? Onde ela está?"

O peito de Chelsea chacoalhou com soluços e respirações irregulares enquanto se inclinava para mim. "E-Ela me disse para usar isso e para vir. Ela disse que me ajudaria."

O tremor começou em minhas mãos como o meu aperto apertado. "Onde ela está?" A minha pergunta veio muito alto.

Com a proximidade, suas feições eram visíveis. Não mais aliviada, um novo terror contorcido sua expressão quando ela tentou se afastar. Seus esforços foram em vão: meu aperto de seus ombros era de ferro. Ela não estava fugindo. O corpo dela ao meu alcance tremia quando sua respiração se voltou para chora. "Eu-eu sinto muito."

Sangue ardia em velocidade recorde através de minhas veias, trovejando como um tambor crescente batendo em meus ouvidos.

"Onde ela está?"

"Senhor?" A voz de Isaac era a calma de minha tempestade. Estendeu a mão. "Senhorita Moore? Vamos ajudá-la."

Ela estendeu a mão para ele. "Senhor... deixe-a ir."

O senso comum desapareceu quando eu soltei Chelsea. Nada importava além de obter Charli. Um pé na frente do outro, eu saí correndo. Visibilidade limitando o caminho para apenas alguns pés na minha frente quando eu cegamente corri pelo mesmo lugar que Chelsea havia chegado. Isso não era completamente verdade. Acima do solo, abaixo das estrelas, a porra da mansão era uma linha de chegada em chamas, um farol luminoso que, com o nevoeiro apareceu a ser delineada em flashes de azul.

Que diabos?

Era eu o único escondido pela neblina, ou havia outros? Quando meus pés continuaram a bater, eu não me importava. Ninguém importava exceto Charli. Eu não estava indo embora sem ela.

 

 

 


CAPITULO 44

 

 

 

Os olhos de Patrick entenderam os meus antes de olhar para o relógio. Era sua súplica silenciosa, e ele estava certo. Eu precisei sair; no entanto, desde que Bryce tinha deixado o escritório de Alton, ele não tinha deixado o meu lado. Com cada taça de champanhe ou copo de uísque, seu entusiasmo por nosso casamento cresceu.

"Estou feliz," disse Millie, sua expressão mostrando o contrário. "Estou chocada. Mas na véspera de Natal?" Ela olhou para a minha barriga. "Há mais que deveria saber?"

"Só que estamos apaixonados!" Bryce disse, beijando minha bochecha e deixando o cheiro de uísque pendurado o ar. "Certo, querida?"

"Nós somos." Eu sorri seu caminho. Estendendo a mão e forçando meu dedo para apoiar a rocha gigante, perguntei: "Você viu meu anel de noivado? Eu me lembro de você me mostrar o seu."

"Eu... é lindo."

Quando Bryce pegou outra bebida, inclinei-me no caminho de Millie e franziu o nariz. "Você realmente acha isso? Eu acho que é muito grande, vistoso, não é?"

Seus olhos se arregalaram. "Não, está perfeito."

Eu não pude evitar o sorriso quando ela empurrou a mão no bolso da jaqueta de Ian.

"Agora," eu continuei com entusiasmo: "Eu não sei todos os detalhes. A Senhorita Suzanna está no comando, mas haverá alguns chás. Sabe, algo pessoal e familiar. Oh, você vai estar lá, não vai?" Estendi a mão para Millie e Jess. "Eu quero você em cada um!"

Ambos sorriram, seu desejo de ser parte do casamento Carmichael-Montague substituiu o seu ciúme, mesmo que apenas por um momento. Millie e Jess assentiram. "Claro." disseram em uníssono. "Nós não iríamos perdê-los."

"E uma despedida de solteiro!" A voz de Bryce soou mais alto do que o necessário, enquanto ele acariciava os ombros de Ian e Justin. "Eu sei..." Ele se virou para mim. "Podemos convidar minha prostituta."

Meu corpo inteiro congelou quando Jess e Millie arregalaram os olhos.

Coloquei minha mão no braço de Bryce. "Querido, você está um pouco bêbado."

"E por que eu não deveria estar? É minha festa." Ele se inclinou mais perto. "Você mesmo disse... isso é tudo meu. Isto será."

Como se um farol tivesse sido criado, a tez avermelhada de toda a sala me chamou a atenção. Não era o meu noivo, ele estava ao meu lado. Era o meu padrasto. A multidão parecia parte enquanto se movia em direção a nós.

O que diabos estava errado?

Minha mente girava com as coisas que eu tinha feito e coisas que eu sabia.

Será que ele sabe sobre Chelsea? Alguém tinha chegado a Momma? O Magnolia Woods notificou Alton que minha mãe sumiu ou eles pegaram o homem de Nox no ato?

Minha respiração engatou quando Alton parou. Sua mão caiu para o ombro de Bryce. "Bryce venha comigo."

Inspirei com a minha clemência momentânea.

"Estou um pouco ocupado." Bryce respondeu, envolvendo seu braço em volta da minha cintura e puxando-me para mais perto.

Alton acalmou a voz. "Precisamos de você no meu escritório agora." Quando Bryce simplesmente tomou outro gole de sua bebida, Alton acrescentou. "Precisamos da sua decisão."

Alton virou-se, sem dúvida esperando ser seguido.

Os olhos de Bryce arregalaram antes que eles se estreitaram meu caminho. "Você ouviu isso? Minha decisão?"

"Sim, eu ouvi."

Ele acenou para o grupo. "Continue querida. Enquanto eu estiver fora, diga a eles o que você disse à minha mãe e ao seu primo." Ele sussurrou alto o suficiente para ser ouvido. "Você sabe, sobre minha prostituta."

Enquanto Bryce se afastava, Millie se aproximou.

"Alexandria?" Perguntou com um tom de compaixão, e uma nota de piedade em seu tom.

Foda-se. Eu não precisava da pena de Millie Ashmore. O que foi dito poderia facilmente ter sido sobre ela. Eu olhei para onde Pat tinha estado permanente. Ele se foi.

"Se você me der licença, eu preciso encontrar Pat."

Millie apertou minha mão. "Ele é... é verdade? Patrick é...?"

"Desculpe-me." eu repeti.

Logo descobri Pat de pé, perto as portas abertas para o pátio. Grandes aquecedores de prata pontilhavam o terraço de pedra, criando uma área confortável para os hóspedes se conhecerem. Ele pegou minha mão e assentiu.

Era isso. Alton e Bryce estavam ocupados. Era minha chance de escapar. A semente de esperança que eu tinha veio à vida, sua concha estourando aberta com antecipação, talvez até expectativa. Logo, nada disso teria importância.

Voltando seu pequeno aceno de cabeça e com um sorriso esperançoso, eu virei em direção aos degraus de pedra calcária. Uma espessa camada de névoa se estabeleceu perto dos campos, até mesmo obstruindo o lago. Qualquer coisa além do gramado imediato foi mascarado em uma nuvem. Ninguém iria notar se eu desaparecesse, pelo menos não no início. Esta era a capa de invisibilidade que eu esperava como uma criança. Tudo o que eu precisava fazer era chegar ao nevoeiro. Como eu entreguei Pat minha taça de champanhe, seus olhos se arregalaram.

"Tio Alt."

Uma mão pesada pousou em meu ombro. "Onde você acha que vai?"

Eu me virei, transpiração pontilhando minha pele enquanto meu ombro estremeceu com o toque de Alton. Lutando contra o desejo para me afastar, acenei para o gramado, para as poucas pessoas que estavam lá embaixo e respondi: "Conversar com os convidados lá fora."

"Não, Alexandria. Quando eu chamei Bryce, eu quis dizer você também. Você é metade de um todo agora. Acostume-se a isto. Sua presença é necessária no escritório também."

Eu queria gritar por ajuda. Eu queria manter a Pat.

Eu não podia.

O olhar de Alton tirou meu protesto. Em vez disso, eu solenemente acenei para Pat e obedientemente virei-me para o escritório de Alton.

Tudo estava novamente acontecendo em câmera lenta quando minha mente tentou dar sentido a mudança. O terraço do lado de fora e os quartos dentro não tinha mudado. As vozes dos convidados, combinadas com risos criaram o mesmo murmúrio baixo. Mas agora sua música era uma melodia misteriosa aparentemente. Escrito para manter o tempo com o ritmo do meu batimento cardíaco frenético.

Quando fizemos o nosso caminho através da multidão, cheguei para o meu colar, minha conexão. Em vez da gaiola de platina, meus dedos encontrou a gargantilha de diamantes.

Oh, Nox. Estou indo, apenas mais alguns minutos. Eu respirei fundo. Por favor, deixe Chelsea com você.

Foi o meu apelo silencioso como eu sorri educadamente para as pessoas que passavam. Cada uma sorriu e acenou. Eu estava paranoica? Suas expressões mudaram? Eles estavam agora de alguma forma diferente, cheio de expectativa, como se soubessem o destino me esperando?

"O que está acontecendo?" sussurrei para Alton. "Há algo de errado?"

Sua mão, não mais no meu ombro, agarrou meu braço. Como ele apressou o nosso progresso, ele se aproximou, seus dentes manchados e lábios finos ajustados em um sorriso falso ainda zombando. Não foi destinado a mim, mas para as pessoas que passaram. "Continue caminhando."

Com cada palavra uma rajada de quente, doentiamente doce, uísque carregado respiração assaltou meus sentidos, contornando minha bochecha, e fazendo meu estômago revirar. "Não faça nada estúpido." Seu aperto aumentou quando ele falou cordialmente para as pessoas que passavam. Uma vez que estávamos longe da multidão, ele continuou: "Não há nada errado, filha. Nossa programação acaba de mudar."

Minha mente era um turbilhão de possibilidades.

O que tinha acontecido? Ele tinha aprendido nossos planos?

Minha mãe estava livre? Alton sabia? Ou foi a tentativa frustrada?

O Chelsea foi para o Nox? Ou era uma armadilha? Os homens de Alton a seguiram? Eles tinham feito alguma coisa Para Nox?

Meus pulmões pararam de inalar enquanto eu lutava contra o pânico borbulhante. Quem eu encontraria no escritório de Alton? O que tinha acontecido? Eu tive visões de uma Chelsea limite, talvez até Nox... Minha mãe... Morta...

Não era mais o meu esforço consciente que fez meus pés continuar a etapa. A causa era ou de movimento contínuo ou o impulso para frente no aperto de Alton. Com cada pé em frente, meu corpo e mente desconectado. Terror e medo fermentaram como uma bruxa borbulhante. A mistura venenosa encheu minha corrente sanguínea até que o oxigênio não fluiu. Não havia água próximo. O lago era centenas de jardas de distância velados na névoa, e ainda assim eu estava me afogando por dentro.

De repente, o barulho caótico de convidados desapareceu. Nada soou como as batidas desvanecidas de um sino de igreja quando nós cruzamos o limiar do escritório de Alton. Bryce tinha assumido a liderança, o tambor grande para o nosso desfile, alcançando o nosso primeiro destino. Alton e eu estávamos no meio com Suzanna logo atrás. Para todos nós tínhamos passado, estávamos a unidade da família perfeita.

Fumaça e espelhos.

Olhei para o quarto vazio. Não havia ninguém lá. Nem Chelsea. Sem Nox ou minha mãe. A insatisfação dos meus medos encheu meus pulmões, me dando a ilusão de força.

"O cronograma mudou?" perguntei, puxando meu braço livre. "Do que você está falando?"

A mão de Alton se moveu enquanto seus olhos cinza ardiam. No mesmo momento, Bryce deu um passo à frente, pegou a minha mão e puxou-me atrás dele. Eu balançava meus calcanhares finos, equilibrando-me em meus pés quando eu me encontrei-me pressionada contra as costas de Bryce, seu corpo de repente meu escudo, me protegendo da bofetada intencional Alton.

"Pare." proclamou Bryce. Seu discurso já não era mais difícil. "Temos convidados. A pergunta de Alexandria tem mérito. Por que você não nos informar sobre o que você quer e eu vou dar-lhe a minha decisão?"

"Isto não é sobre suas decisões. Eu construí isso..." Ele gesticulou. "... tudo isso."

"Suas decisões nos levaram onde estamos hoje, onde estamos neste exato momento. Se você fosse alguém mais..."

Seu volume de saliva cresceu e choveu com cada frase que ele cuspiu.

"Como é? Eu não estou permitindo que você tome mais nenhuma decisão." Vermelho subiu pelo seu pescoço flácido como um corante sendo absorvido por um pano e rastejando para frente, em direção ao seu rosto e orelhas.

"Alton, acalme-se. Bryce não quis dizer..." As palavras de Suzanna, embora desvanecidas no fundo, pareceu aplacar sua súbita raiva.

Teria o mundo perdido sua inclinação ou, de repente, deu uma pirueta?

Eu não podia decidir como a cena em que eu estava cativa perdeu o contato com a realidade.

Mesmo por trás de Bryce, eu podia ver o crescente brilho de seu pescoço, agora também vermelho.

O monstro que eu tinha criado com a minha conversa de seu poder iminente voltou para o monstro que eu sempre soube. De alguma forma eu era uma parte disso. Foi a minha vida, mas o poder estava mudando um universo alternativo, aquele em que Bryce e Suzanna já não eram meus algozes, mas meus salvadores.

Olhei em volta do ombro de Bryce.

Sem outra palavra, Alton pegou seu celular e digitou uma mensagem de texto. Uma vez que ele foi feito, ele ergueu os olhos redondos e sorriu. Mudei meus pés, mais desconfortável com a sua felicidade falso do que eu tinha estado com sua raiva. Eu estava acostumada à sua ira. Bryce apertou minha mão com mais força. Novo comportamento de Alton enviou um frio através do ar que mesmo ele podia sentir.

"Aconteceu alguma coisa?" perguntei por trás Bryce.

"Alguma coisa está para acontecer." Alton respondeu.

Todos nós nos voltamos para a batida na porta.

"Suzy, abra a porta e depois a tranque."

Trancá-la?

"Nós não queremos ser interrompidos." Acrescentou Alton.

Sem hesitar, ela obedeceu, abrindo a porta e fechando-a rapidamente. Eu reconheci o cavalheiro entrando como um dos convidados. Eu tinha falado brevemente com ele e sua esposa. Havia tantas pessoas... Eu não conseguia lembrar o nome dele. Tudo bem; Alton estava nos apresentando de novo quando entregou ao homem um papel.

"Obrigado por seu serviço, Keith. Bryce e Alexandria conhecem Juiz Townsend?"

"Isto é um pouco incomum," disse o juiz. "mas acredito que podemos fazê-lo funcionar." Ele se virou para Bryce e eu. "Seus convidados ficarão em êxtase."

Eu olhei para Bryce. Houve conforto no fato de que nós compartilhamos a mesma expressão de confusão?

"Alexandria e Bryce," Alton anunciou. "O juíz Townsend está aqui para casar vocês. Agora."

"N-Agora?" Meus joelhos cederam quando meu estômago caiu aos meus pés. No entanto, eu não caí. Meu novo salvador foi mais uma vez onipresente. O braço de Bryce me pegou e me puxou novamente na posição vertical.

Minha visão encheu-se com o homem que eu estava prestes a se casar: seus olhos cinzentos, cabelo loiro, e as bochechas rosadas. Isso não estava certo. Este não era o que eu queria. Eu tinha um plano. Minha linha de chegada foi quase à vista.

"Não!" Eu gritei. "Minha mãe." Eu virei para Alton. "Você disse que minha mãe poderia estar aqui. Você prometeu."

"Tenho medo de que não é mais possível."

Que diabos isso significa?

Alton virou-se para o Juíz Townsend. "Keith, precisamos acelerar esse processo. Você pode pegar os papéis da licença?"

"B-mas o casamento?" Suzanna protestou, mais uma vez vindo em meu socorro. "Este é apenas a parte... certo? Ainda podemos ter a cerimônia?"

Alton parou objeções da Suzanna com apenas um olhar, um que eu tinha visto muitas vezes.

Ele acenou para o juiz para continuar como o nível de ruído dos convidados aumentado. Seu ruído baixo tinha cresceu para um rugido estrondo.

O que está acontecendo?

"Keith?" Perguntou Alton.

"Er, sim." Ele olhou de mim para Bryce. "Hoje nos reunimos para comemorar-"

"Não," Alton interrompeu, o seu pescoço ficando tenso. "Vá para a parte legal."

O juiz Townsend assentiu e olhou para o papel em sua mão. "Ok, bem, Edward Bryce Carmichael Spencer, você toma Alexandria Charles Montague Collins para ser sua legítima esposa?"

O apoio de Bryce à minha cintura aumentou, puxando-me para mais perto de seu lado. "Sim eu aceito."

Meu coração apertado apreendido como a maçaneta da porta para o escritório foi agitada.

"Está trancado." Alton disse como que para nos tranquilizar. "Eu lhe disse que não iria ser incomodado. Continue."

As batidas rápidas do fogo vieram bater na madeira. Os golpes aumentaram.

"Continue!" Alton gritou.

Vozes chamaram de fora da porta. "Sr. Fitzgerald! Sr. Spencer!"

Alton estendeu a mão para o braço de Juiz Townsend. "Keith, fazer isso agora, se você quiser ver naquele banco novamente."

Os olhos do juiz Townsend arregalaram-se quando ele se virou para nós.

"Alexandria Charles Montague Collins, você..."

 


Notas
[1] Codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita, onde a pessoa pode estabelecer disposições para serem cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens pessoais moveis, roupas ou objetos de pequeno valor. Parece com um testamento, mas é mais limitado e não exige muitas formalidades. Pode ser feito por meio de um documento informal, assim como uma simples carta, basta que seja datado e assinado.

CAPITULO 32

Deixo Patrick como em todos os filmes: em um longo corredor, ladeado por sombras e desgraça iminente. Quando entro em Montague Manor, o cenário inteiro está lá, desde a iluminação misteriosa a as vozes de fundo baixas. À medida que entro, as vozes despertam tanto de reconhecimento com curiosidade.

Embora o foyer esteja vazio, as vozes me alertam que ultrapassei o prazo de Bryce.

A risada estrondosa seguida por respostas masculinas confirmam que meu padrasto está em casa.

Curiosidade é uma coisa estranha. Meu cérebro diz para ir para meu quarto, tomar um banho e me preparar para o jantar. No entanto, meus pés seguem os sons e vozes, como se me levando a respostas que não posso achar de forma diferente.

A porta do escritório de Alton está fechada; no entanto, paro perto do batente. A sala além está quieta. As vozes vinham de mais longe dentro da mansão. Sigo o corredor quando se abre numa sala de estar brilhante perto da parte traseira da casa. É a mesma sala onde Alton e minha mãe tomaram meu fundo fiduciário. As janelas intactas brilham com o laranja do restante da luz solar do início da noite. A tempestade da noite passada limpou o ar, literalmente. O céu está azul safira, livre de umidade, exceto pelo rosa e roxo do pôr do sol iminente no horizonte.

"Essa é a melhor notícia que ouço em meses."

A voz de Alton vem de dentro, reorientando minha missão. As portas estão abertas. É um convite ou uma armadilha?

"Sr. Fitzgerald, eu não perderia isso. Obrigado por me incluir."

Viro a esquina, precisando ver o rosto do homem que falou. Como gravações antigas ou músicas, tento encaixar a voz com um nome. Ouvi-a antes. Simplesmente não posso definir. Entro através da porta aberta.

"Alexandria," Alton diz, os olhos cinzentos estreitos em minha direção. "Acho que sua viagem valeu a pena?"

Um nó se forma na minha garganta enquanto considero o duplo significado. Ao mesmo tempo, o cavalheiro vira, um copo de líquido âmbar nas mãos.

"Srta. Collins?"

A temperatura da sala aumenta. "Senador Carroll?"

"Doyle, conhece minha filha?"

Estendo a mão enquanto o senador se aproxima. Ele não é o único na sala. Enquanto nos cumprimentamos, noto o encontro estranho, incluindo Bryce, que vem em minha direção.

"É um prazer vê-la novamente." diz o senador Carroll.

"Querida," Bryce diz, colocando a mão na parte inferior das minhas costas. "você não me disse que conhecia o senador."

Viro para ele. "O assunto nunca surgiu."

Bryce estende a outra mão, a que segura o copo de cristal e faz as apresentações formais. "Senhores, minha noiva, Alexandria Collins."

"Collins. Sim," diz o senador Carroll. "Isso é uma surpresa, claro."

Com meu coração acelerado pela probabilidade de que o que está acontecendo não é legal e pode afetar Lennox e a Demetri Enterprises, tento manter a calma, exalando o exterior perfeito.

"Lembra-se do senador Grant Higgins," Bryce pergunta. "de sua festa de boas-vindas, e Severo Davis?"

Festa de graduação.

Balançando a cabeça, forço um sorriso à medida que cada homem vem apertar minha mão.

"Parabéns, Srta. Collins." diz Davis.

"Pelo quê?"

"Por seu casamento, é claro."

A sala explode em risadas quando a pressão da mão de Bryce aumenta nas minhas costas.

Descartando meu erro, sorrio. "Sim, que tola. Acho que estou apenas sobrecarregada com todo o planejamento." Viro para Bryce. "Sua mãe contou que decidiu o estilo de vestido das damas de honra?"

Embora seus olhos se estreitem, a voz soa alegre. "Não, ela não fez. Isso é maravilhoso. Adoraria ouvir tudo sobre o seu dia."

"Bobagem, está ocupado e vou me arrumar para o jantar."

Ele se aproxima mais, o nariz perto do meu pescoço. Inclinando-se para trás, ele me olha de cima a baixo. "Parece uma boa ideia."

O que diabos ele está fazendo? O caroço de mais cedo volta. Engolindo-o, viro para meu quarto. "Bem, senhores, foi um prazer. Espero vê-los de novo."

O senador Carroll fala primeiro. "Amanhã à noite. Estamos felizes em compartilhar sua celebração."

Embora Bryce ande em direção à porta, eu paro, perguntando: "Nós? A Sra. Carroll irá com você?"

Suas bochechas sobem quando ele troca olhares com o Sr. Davis. "Hum, ela não está, mas quando Shirley sabe da sua festa..." Ele gesticula. "... E em casa, tenho certeza que posso convencê-la a saltar num avião e se juntar a mim. Ela não é geralmente muito de viajar, mas eu espero que, por você, ela faça uma exceção."

"Será bom vê-la novamente se puder vir. Por favor, diga a ela que falei Olá."

"Eu vou."

"Senhores." Bryce diz, balançando a cabeça e levando-me para a porta pelo corredor.

A voz de Severo Davis berra quando nos afastamos. "Bem, espero que isso não signifique que preciso trazer Marisa." Seu comentário é recebido com outra rodada de risos saudáveis.

Quando nos aproximamos das escadas da frente e tento envolver minha mente em torno desse agrupamento, Bryce para.

"O que discutiam?" Pergunto.

"Onde diabos você estava?"

Sua súbita mudança de humor me faz dar um passo atrás. "No Leopold com Patrick. Nós ligamos."

"Você deixou minha mãe a mais de três horas. O seu segurança teve um tempo infernal. Sabe como Alton ficou quando informaram que estava sozinha?"

"Eu não estava sozinha. Estava com Patrick."

"E isso deveria me fazer sentir melhor?" Estreitando o olhar, ele me verifica novamente da cabeça aos pés.

"Qual é o seu problema?"

"É... eu não sei... algo está diferente."

Balanço a cabeça. "Você está iludido. Passa muito tempo com Alton."

"Onde está seu anel?"

Merda!

Atrapalho-me com a bolsa, abrindo e tirando o diamante das profundezas. Empurrando-o no dedo, sorrindo. "Aqui. Não estou acostumada a usá-lo. É muito pesado."

Bryce estreita o olhar e assente. "Acostume-se com isso."

"Estou tentando."

Piso no primeiro degrau, assim como Bryce. "Aonde vai?"

"Para seu quarto."

"Por quê?"

"Não fico sozinho com minha noiva há dias."

Reunindo meu juízo, digo: "E tem uma sala com dois senadores, meu padrasto e um lobista. Não acha que pode esperar? Além disso, preciso me arrumar para o jantar. Aparentemente, estou diferente."

"Será que Patrick usa colônia?"

Balanço a cabeça. "Sim e é divina. Não sei a marca, mas posso perguntar." Eu sei, mas não parece importante.

"Não, é só que..." Bryce sacude a cabeça. "Eu disse para estar aqui antes de Alton."

"Você não me disse que hora seria." Coloco a mão sobre o peito e finjo um sorriso. "Isto é mais cedo que o normal. Agora vá. Estou confiante de que não quer perder o que discutiam."

Ele se inclina mais perto, seus lábios próximos, a respiração provocando meu nariz. "Erva é o que estamos discutindo. É bastante cômico. Duvido que qualquer um deles já usou." Ele toca minha bochecha. "Lembra-se daquela vez na Duke?"

Erva? Maconha?

Dou de ombros. "Lembro. Deixou-me doente."

Luto contra a vontade de recuar quando ele roça os lábios nos meus. Frio e tenso. A conexão não é nada como a eletricidade com Nox. Inconscientemente, suspirei com o pensamento do homem que amo.

Bryce me puxa para mais perto, interpretando mal as pistas do meu corpo. "Continue. Arrume-se. Você teve um longo dia." Ele me beija novamente. "E pelo amor de Deus, coloque um pouco de perfume. Você cheira ao... seu primo."

"Eu faço?"

Ele me beija novamente, desta vez sondando meus lábios.

Fecho os olhos quando sua língua molhada os separa. Quando se afasta, ele acrescenta: "Mas tem gosto de bom uísque e sorvete."

"Acho que é você que tem gosto de uísque."

Apressadamente subo as escadas, orando a cada passo para não ser seguida. No momento em que chego ao topo, meu coração está pulando no peito.

"Que diabos?" murmuro, sem saber como decifrar as pistas que Bryce deu. Será que ele tem alguma ideia de onde estive realmente? Deveria ter me limpado no hotel, mas estava muito chateada para pensar nisso.

Um milhão de pensamentos lutam para se firmar enquanto meu caminho para meu quarto.

Trancando a porta atrás de mim, aprecio a solidão. Quando aconteceu? Quando meu quarto se tornou um santuário? Quando o resto da casa se tornou tão ruim que meu quarto virou o mal menor?

Sento na beira da cama e deito. Não é a sala lá embaixo que enche minha visão, mas as memórias da tarde antes do feitiço ser quebrado, quando o mundo era certo e seguro. Eu o quero com todo meu coração. Também quero dizer a Nox ou mesmo a Deloris que o senador Carroll está na minha casa com o senador Higgins e Severo Davis.

De repente, me sento. Davis é velho, não tão tanto quanto Alton, mas muito mais que Bryce. Essa é a pessoa que Chelsea deveria estar. Será que ela sabe? Ela sabe que ele está aqui? Se tivesse acordado, sabendo de sua idade e que é casado?

Por quê?

De repente, me arrumar para o jantar perdeu a importância.

Corro pelo corredor e bato na porta de Chelsea. Lentamente ela abre.

"Onde você e Patrick foram?" Pergunta.

"Visitar minha mãe e, em seguida, tomamos um sorvete."

Ela me olha de cima a baixo.

Que diabos? Estou usando um sinal?

"Hmm," ela diz, abrindo mais a porta. "Quer entrar?"

"Sim. Qual é o problema? Será que Suzanna te irritou?"

Chelsea dá de ombros. "Não mais do que o habitual. Eu vim aqui assim que pude, esperando perder o drama."

Pego sua mão e puxo-a para as duas cadeiras perto da janela. Quando sentamos, observo seu ponto de vista. Não é nem da frente da casa, nem de trás. Da janela deste quarto vemos os campos. Quando olho mais para baixo do que par fora da casa, os campos de tênis e um pequeno edifício são visíveis.

Segurando meu colar, respiro fundo. Se pudesse sair por lá, poderia dizer a Nox o que está acontecendo.

Volto o foco para Chelsea. "Diga-me por que está aqui. Sabe como essas pessoas tornaram-se aliados de Bryce?"

"Eu não posso. Eu não sei."

"Isso não faz sentido. Quer dizer, se o que disse é verdade então não te conhecia até a noite no hospital. Diga-me como tem um emprego em DC para ficar com ele."

Dizer DC acerta um cabo. Isso seria onde ela se seria atribuída a Severus Davis. Será que ele sabe que pode ter Chelsea? Como tudo isso funciona?

Vestida com um par de calças de yoga e uma camisa, não o traje para o jantar, ela puxa os joelhos contra o peito e coloca os pés descalços na beira da cadeira. "Alex, eu gostaria de poder dizer. Estou morrendo de vontade de falar com alguém sobre isso, mas não posso. Tudo o que posso dizer é que dissemos ao policial Evanston a mesma história. Bryce estava comigo quando Melissa desapareceu."

Eu balanço a cabeça. "Mas ele estava?"

"Ele estava lá na Califórnia antes que de me dizer. Ele tem registros de viagens provando que ele esteve lá fora e sobre durante os quatro anos."

Meu estômago revira. "Você mentiu para a polícia?"

"Eu não tive escolha. Eles foram implacáveis. Até fizeram testes em seus carros e coisas. Eles vieram para Carmichael Hall... foi... assustador."

"Mas... o seu testemunho?"

Ela dá de ombros. "Eu não acho que é um testemunho. Não foi no tribunal. Rezo para que não chegue tão longe. Foi um depoimento."

"Deus, você inventou informações. Isso é perjúrio."

"Eu não tive escolha..." A defesa do Chelsea some.

Eu respiro fundo. "Por causa do acordo."

Seus olhos se arregalam. "O que disse?"

"Eu sei sobre Infidelity. Não sabia que era o que fez, mas sei sobre a empresa."

Chelsea salta da cadeira e fica de pé, de frente para a janela.

Espero, mas em vez de palavras, os ombros se movem e cabeça cai para frente.

De pé, lentamente caminho até ela. Ela não está muito longe, apenas um passo, talvez dois, mas por um momento a distância parecia intransponível. Quando coloco a mão em seu ombro, ela vira para mim.

"Não sei como você sabe," diz ela entre soluços. "mas agora você sabe que sou uma prostituta."

Lembro-me das palavras de Karen Flores, as que repeti para Nox. "É companheirismo, não sexo."

"Como?"

"É uma longa história, mas deixe-me dizer... Eu entendo o fascínio, a promessa de compensação pelo que parece pouco sacrifício. Mas é enorme. Você e seu corpo são mais valiosos que esse acordo. Eu sou mais valiosa do que isso."

Ela balança a cabeça. "Olhe em volta. Você não pode saber o que é. Odeio cada dia e em dois meses, com o acordo que fiz, com a Infidelity e o trabalho de RH da Montague, ganhei o suficiente para pagar a faculdade da minha irmã por dois anos numa estadual." Ela suspira. "É bom poder dizer Infidelity em voz alta."

"Baby, você não é uma prostituta mais do que eu."

"Não, você está errada. Bryce está muito disposto a me lembrar diariamente desse título."

"Foda-se ele!"

"Eu prefiro que não." diz ela com uma careta. "Além disso, por que iria pensar que é uma prostituta? Você não jogou sua vida fora."

"Não, eu não fiz, apenas fiz companhia."

Seus passos param enquanto as mãos vão aos lábios. "Nox?"

"Sim, mas é complicado."

"Oh meu Deus." As rodas de reconhecimento giram em sua cabeça. "O fundo fiduciário. É por isso. Como? Fez Deloris falar sobre isso também?"

"Não exatamente. Deloris encontrou meu perfil e parou. Nox... bem, a empresa é dele, ele é um investidor."

"Ele não é seu cliente?"

"Não tecnicamente. Diga-me, o que Deloris lhe pediu para fazer."

Chelsea caminha de volta para a cadeira. "Não era para ser assim. Seria um cara. Vi sua imagem e perfil. Ele é casado. Percebi que só o via quando não estava com a esposa. O resto do tempo poderia ter uma vida e ao mesmo tempo ganhar essa renda. Não sou uma puritana, mas não foi o que aconteceu."

"Eu sei e sinto muito. Você se lembra de qual o nome do cara?"

"Sim, era como o professor do Harry Potter, Severus."

"Você já o conheceu? Será que Bryce sabe com quem ficou emparelhada?"

Sua cabeça se move para trás e para frente. "Não... e não. Bryce me contou quando nos encontramos. Ele pensou ser muito engraçado." Seu rosto se contorce de desgosto. "Ele está muito orgulhoso de si mesmo."

Afundo na cadeira. "Você não tem que dizer..."

Ela senta-se mais ereta. "Ele colocou em detalhes: o comprimento do cabelo, tipo de corpo, idade. Ele descreveu você."

"Eu sinto muito."

"É por isso que estava certo quando disse que eu me parecia e vestia como você. Ele me fez até pintar o cabelo."

"Deus, Chels, não sei o que dizer."

"Não é sua culpa. Eu fiz isso."

"Mas eu lhe disse para confiar em Deloris. Eu não tinha ideia... oh, mas antes que eu esqueça, o cara que deveria sair? Ele está lá embaixo."

"Ele o quê?"

Seguro sua mão. "Não por você. É uma coisa política, dois senadores e Severo Davis. Ele é um lobista."

"Mas Deloris queria que eu o espionasse. Esse era o plano. Há alguma ligação entre ele e Nox?"

"Eu realmente não sei. Talvez desde que nós duas estamos aqui, podemos manter os ouvidos abertos. Mas saiba: vou te tirar daqui. Você não de..."

Minhas palavras morrem ao ouvir algo no corredor. A voz irritada de Bryce ecoa e penetra a porta.

Meu olhar encontra o de Chelsea.

"Ele está te procurando." diz ela.

"Talvez se a gente ficar quieta." Vou até a porta, esperando para ver se ele passou.

Quando estendo a mão para a maçaneta, a porta de Chelsea abre, com pouca atenção do outro lado. Rapidamente, pulo para trás, mal evitando a colisão.

A expressão de Bryce, a que comparo com Alton, está de volta, com o pescoço e as orelhas vermelhas.

"O quê?" pergunto, desejando termos trancado a porta. "O que está fazendo aqui?" olho para Chelsea e para ele. "Bryce, você deve sair. Precisamos ficar prontas para jantar."

Ele empurra a tela do telefone para mim. A imagem é preta e branca e de má qualidade.

"O que? Essa sou eu." Sou eu, ao lado da cama da minha mãe, sua mão na minha.

"Hoje?" Pergunta.

Merda! O chão de repente some debaixo de mim, mais precisamente, debaixo do meu álibi. O vestido é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 33

 

 

 

Deloris coloca o pen drive no computador e abre os documentos na tela.

"Vou enviá-lo para o iPad". Diz ela, enquanto os dedos voam sobre as teclas.

"E o meu?" Pergunta meu pai.

Deloris olha por cima do ombro. "Realmente precisa ver duas vezes?"

Oren dá de ombros. "Só por curiosidade, se tiver meu e-mail privado."

Ela ri quando meu iPad soa com o e-mail recebido.

"Vou tomar isso como um sim." diz ele, inclinando-se e ligando seu tablet. "Esta é a última vontade e o testamento é longo." continua ele. "Quer dizer, já vi merda, mas o homem velho Montague levou controle a um nível totalmente novo, tudo para ditar o futuro da neta. Pode ver o documento inteiro, mas sugiro que todos nos concentremos no artigo XII, por agora."

Olho para Isaac. Ele está presente, mas em silêncio. Em vez de digitalizar o documento, está comprando um colar pelo celular.

"Qualquer mudança?" Pergunto.

"Não senhor. Ela está na mansão." Ele dá de ombros. "Às vezes me pergunto se este indicador de frequência cardíaca funciona."

"Claro que sim," disse Deloris. "Por quê?"

"Como agora, se ele está funcionando, seu pulso está ridiculamente alto. Cento e trinta. Isso é o dobro do que é quando está dormindo."

Minha pele arrepia. "Se ela apenas tivesse ficado."

Oren vira para mim. "Uma semana atrás?"

"Não, hoje. Eu a vi brevemente. "

"E o deixou?"

"Ela não vai deixar sua mãe ou Chelsea."

"Foda-se!" Oren grita. "Não acha que eles já descobriram que estão juntos, não é?"

"Não. Cuidamos de tudo."

Oren se vira para mim. "Nós estamos tão perto. Não é porque você é..."

"Porque sou o quê? Estou preocupado. Eu precisava vê-la, tocá-la. Estou além de assustado com cada coisa que aprendemos sobre Spencer. Sei que ele é um porco nos negócios, mas agora... não vou estragar isso. Vou invadir se ela não chegar a estrada."

"Senhores," Deloris intervém. "nós temos um documento."

Respiro fundo e me afasto do olhar gelado do meu pai.

Oren tem que ter a última palavra. "Isto não é apenas sobre Alexandria. Ela é a mais forte delas. Pode aguentar mais um dia."

Suas palavras fazem minha pele arrepiar. Sento e pego meu tablet, rezando para ele estar certo.

Mas se estiver, então por que diabos seu pulso subiu?

Concentrando-me na tela, rolo as páginas, desacelerando nas legendas até chegar ao Artigo XII as provisões para Montague Holdings.

A sala fica em silêncio enquanto todos nós lemos:


Se no momento da minha passagem, estas disposições não estiverem satisfeitas, é da responsabilidade dos meus herdeiros, Adelaide Montague Fitzgerald e Alexandria Charles Montague Collins, a boa vontade de legalmente satisfazer os seguintes critérios nas datas apropriadas. Não fazer isso irá resultar na perda de toda a herança, incluindo, mas não limitado a bens, propriedades, ações da empresa, as propriedades pessoais, e a residência e o resto da minha herança.

Como é agora o caso, é essencial que Adelaide Montague permaneça casada com Alton Fitzgerald para o resto de suas vidas terrenas. Como o marido de Adelaide, Alton Fitzgerald terá todos os direitos estabelecidos como o acionista principal na Montague Corporation. Se pedirem divórcio ou fizerem tentativas de acabar com o casamento, todas as explorações Montague vão para Alexandria Collins.


Paro lá. "Por que diabos a mãe de Alex não faz isso?"

"Pede o divórcio?" Pergunta Oren.

"Sim, ela estaria livre e fora do controle de Fitzgerald."

Oren aperta os lábios. "Eu me culpo por não ter em minhas mãos este documento há dez anos."

Deloris vira para meu pai. A expressão dela quer mais. Não disse a ela a história entre o meu pai e a mãe de Charli, apenas que ele queria ajudar. Embora ela pareça curiosa sei que ela não perguntará. Finalmente, ela volta para a tela e continuamos a ler.


Após a morte de qualquer A. Fitzgerald ou AM Fitzgerald antes da vinda de idade de A. Collins, todas as explorações Montague serão mantidas em confiança para ela até a idade de vinte e cinco ou até que tenha concluído um diploma universitário, o que ocorrer primeiro.

Uma vez que a conclusão da idade ou grau ocorreu, a fim de que A. Collins possa herdar as propriedades e ativos Montague e cumprir os requisitos estabelecidos neste documento legal deve aderir ao seguinte:

Sendo da idade legal de vinte e cinco (ou ter concluído o seu grau de faculdade), Alexandria Collins deve concordar com uma união legal com um marido que também irá representá-la e as ações de seus filhos biológicos na Montague Corporação, bem como no funcionamento dos ativos Montague.


"Sou voluntário." murmuro. Não é uma proposta, mas isso não a torna menos válida. Charli e eu nunca falamos sobre casamento, mas o faria não por causa desta maldita vontade ou qualquer coisa relacionada com o dinheiro de sua família. Aceito-a nua e sem dinheiro. A primeira parte dessas condições traz imagens em minha mente que é melhor controlar.

Volto para o tablet.


É meu desejo, e assim por diante a determinação deste que A. Collins se case com Edward Bryce Carmichael Spencer, filho de Suzanna Carmichael Spencer, conforme descrito abaixo.


"Como diabos isso é legal?"

"Eu não tenho certeza que seja." diz Deloris.


E. Spencer deve terminar a graduação e pós-graduação e provar-se digno da Montague Corporation. Após a conclusão da pós-graduação, há mais dezoito meses antes da união.


"Provar-se digno?" Oren pergunta em voz alta. "Isso inclui acusações de abuso e ser suspeito no sequestro de uma mulher?"

Embora ninguém responda e continue a ler, pela primeira vez, estou curioso sobre o desaparecimento de Melissa Summers. Fodida Infidelity. Se a empresa se tornar pública com a investigação valerá a pena se salvar Charli.


No momento do seu casamento, o controle de interesse em todas as coisas Montague reverterá para A. Collins e E. Spencer, com provisões para apoio contínuo e supervisão de A. Fitzgerald e AM Fitzgerald até o momento em que é determinado que um ou ambos não sejam competentes.


"Você acha que...?" Começo.

"Que o bastardo está comprometendo o caso de competência mental de Adelaide antes de ser legalmente posta de lado? Tenho certeza disso." diz Oren. "Ainda tenho algumas informações sobre o assunto. Direi mais tarde. Continue lendo."


Se esta união não ocorrer, todas as explorações e ativos Montague serão liquidados. Os ativos passarão a ser legado da Fitzgerald Investments, deixando ambos os herdeiros e seus descendentes, sem ativos na Montague.

Se o casamento de A. Collins e E. Spencer não sobreviver, resultando em divórcio ou morte prematura, todas as explorações e ativos Montague serão liquidadas e, doravante, doadas a Fitzgerald Investments, com uma exceção: no caso de um herdeiro do sexo masculino sobre a idade de vinte e cinco anos, o herdeiro designado manterá todas as explorações e participação de controlo.

Se verificar que qualquer pessoa mencionada neste artigo deliberada e propositadamente dificulta meus desejos, esse beneficiário será impedido de receber sua parte da herança.


"Isso não pode ser legal. Pode ser recorrido." digo.

"Estipulações de beneficiários." Oren diz, como se a frase fosse uma referência diária.

"O quê?"

"É a imposição de cláusulas na herança dos beneficiários. Isso é feito com mais frequência do que pensa."

"Muitas vezes é algo como concluir a faculdade ou onde os fundos estão disponíveis apenas para pagar a educação ou habitação." acrescenta Deloris.

"É besteira. Charli não precisa disso. Ela não quer. Por que está aguentando?"

"É ela?" Pergunta Deloris. "Ou está aguardando tempo para sua mãe?"

Deveríamos ter conversado mais esta tarde. Eu deveria ter feito mais perguntas.

"Isso não muda nada," anuncio depois de terminar. "Vamos continuar nossos planos. Foder a Montague."

"Não tão rápido."

Voltamos para Oren.

"Eu te disse que há um adendo. Vá até perto do fim."

Oren pega o telefone e envia uma mensagem.

"Uma data importante?" Pergunto.

"De certa forma."

Antes que eu possa começar a leitura, há uma batida na porta.

"Esperando alguém?" Pergunta Deloris.

"Por uma questão de fato, estou." Oren diz enquanto levanta e caminha em direção à porta. "Desligue a câmera do Magnolia Woods."

Com um botão, a tela da TV ficou preta e Oren toca a maçaneta.

Um jovem nervoso está na porta.

"Sr. Crawford."

O menino assente. "Sr. Demetri."

"Entre." Oren abre a porta, seu convite muito gentil.

Fico de pé. "Sr. Crawford? O que é..."

"Durante minha pesquisa..." Oren começa quando o jovem se mexe desconfortavelmente de um pé para o outro e olha em volta. "... Vi um trabalho que o Sr. Crawford fez recentemente."

O menino assente. "Pode me chamar de Stephen."

"Sim, bem, Stephen foi empregado de Hamilton e Porter no escritório de advocacia que fez esse testamento. Stephen teve o prazer de trabalhar com Adelaide em relação nesta mesma vontade."

Meu pai, de repente tem a minha atenção. "A Sra. Fitzgerald sabia disso?"

"Sim", diz Stephen. "Conversei com ela em várias ocasiões." Ele olha Oren.

"Vá em frente, filho. Estes são meus colegas. Estamos todos tentando ajudar a Sra. Fitzgerald e se puder ajudar-nos a ajudá-la, podemos fazê-lo."

Ele engole em seco. "Você tem vontade?"

"Sim."

"Hum, ok. Bem, há um adendo."

"Acabamos de descobrir isso." digo.

"Há algumas coisas que pode não perceber se não tiver trabalhado com Adela- quero dizer, a Sra. Fitzgerald."

"Como o quê?" Oren pergunta.

"Senhor, esta é uma informação confidencial."

"Ainda está empregado por Hamilton e Porter?"

"Não, mas assinei um termo."

"Sentiu-se mal com alguma coisa que Ralph Porter lhe pediu para fazer?"

"Sinto que abandonei a Sra. Fitzgerald. Ela estava realmente animada sobre a cláusula."

Oren vira para Deloris. "Ligue a tela."

Balanço a cabeça.

A TV enche com uma imagem do quarto de Adelaide.

"Stephen, quando foi a última vez que viu Adelaide?" Pergunta Oren.

Ele ficou mais ereto. "Foi logo antes de deixá-la ir. Tivemos uma reunião agendada perto do início de outubro, mas não tive permissão para me encontrar com ela. A última vez foi há quase um mês antes. Ela iria agendar e, em seguida, não reagendou novamente."

Oren aponta para a tela. "Olhe bem de perto. Isso é Adelaide."

Ele ofega enquanto ele caminha em direção à tela. "O que aconteceu com ela?"

"Isso é o que estamos tentando descobrir. Pode ser que ela descobriu uma informação que não deveria saber?"

Os olhos de Stephen se arregalam de horror. "Merda. Eu... isso é perigoso. Certamente..."

A mão de Oren pousa no ombro de Stephen. "Filho, ninguém vai saber seu papel, ou que nos ajudou. Posso assegurar sua segurança e a de sua família jovem. Quantos anos tem seu bebê?"

Meu estômago revira com a facilidade das palavras de meu pai. Os olhos de Deloris vêm em minha direção. Faz anos desde que vi esse lado dele em ação e, no entanto, neste momento, não detesto sua escolha ou estratégia.

"Quinze meses."

"Stephen, nos ajude e você e sua jovem esposa e filho estarão muito melhores. Você pode ir para qualquer faculdade de direito no país. Eu vi suas notas. É um jovem trabalhador. É uma pena desperdiçar sua educação em Savannah."

"É uma boa escola..."

"Não é Stanford, Harvard, Yale..."

Ele vira para a tela. "Eu gosto dela. Será que ela vai ficar melhor?"

"Sim." Oren responde de forma inequívoca.

"Posso ver o adendo?"

Oren acena para Deloris e aparece na TV, substituindo o Magnolia Woods.

"Ok," diz Stephen, examinando as palavras. "Vê isso?" Ele aponta para a data e as iniciais CM. "Esta data é, obviamente, a data aprovada da cláusula. O que não é dito é que de acordo com Adelaide..." Ele olha para Oren como se precisasse de sua permissão para usar seu primeiro nome.

"Continue."

"Segundo ela, essa é a mesma data que seu pai morreu."

"Então isso não é legal?" Pergunta Deloris.

Stephen sacudiu a cabeça. "Não é. O Sr. Montague faleceu em seu sono naquela noite de ataque cardíaco repentino. Ele era legalmente competente quando aprovou o documento."

Quando ninguém fala, ele continua. "Pensei ser um pouco estranho. Perguntei a Natalie. Ela é uma assistente legal. Ela me disse para não me preocupar com isso."

"Então não o fez?"

"Eu não disse nada. Mas não posso afastar a sensação de que é estranhamente coincidente."

"Pode explicar a cláusula?" Pergunto.

"Você viu o testamento, de modo que sabe sobre o artigo XII?"

Assentimos.

"É uma merda estranha. Quer dizer impor estipulações beneficiárias é uma prática comum, mas nunca vi... mesmo na faculdade... nada tão estranho quanto os mandatos neste." Ele franze a testa. "Pode imaginar, um cara morto ditando com quem tem que se casar?"

"A cláusula?" Pergunto novamente, a agitação em meu tom.

"Sim, bem. Em poucas palavras, qualifica o disposto no artigo XII, basicamente dizendo que qualquer manipulação por qualquer das partes interessadas altera as disposições."

Balanço a cabeça para a realidade. Esta adição à vontade de Montague diz que se alguém fizer algo para dissuadir, para interferir a progressão natural ou parar o arranjo, então essa pessoa anula seus ativos ou qualquer pretensão de ativos. Também anula o legado dos ativos liquidados para a Fitzgerald Investments. Obviamente ele tem alguns problemas de confiança.

"Portanto, se o casamento não sair como planejado, a Montague Corporation continuará a ser uma entidade viável, não sendo liquidada como originalmente previsto no artigo XII?" Pergunto.

Stephen dá de ombros, lendo o documento. "Ele não especificou que o atual conselho de administração será dissolvido e toda a estrutura corporativa se tornará uma empresa de capital aberto. E se o casamento de sua filha com a cara não ocorrer, ou seja, ela case com outra pessoa, isso irá, então, entrar nas sucessões onde todas as partes interessadas devem fazer um caso de seus direitos. Assumindo que a interferência anteriormente mencionada não é um problema, teoricamente, a propriedade será igualmente dividida entre os herdeiros vivos."

"Então, para esclarecimento, isso anularia as consequências do artigo XII?" Pergunta Deloris.

"Sim." Stephen confirma.

"Pergunto-me o que fez o Sr. Montague mudar de ideia." acrescento.

"A Sra. Adelaide perguntou a mesma coisa." Stephen se volta para Oren. "Espero que possa ajudá-la. Ela estava tão animada. Não conseguia entender por que não sabia sobre isso. Ela continuou dizendo, se apenas... se somente."

Oren alcança a borda da mesa, estabilizando-se antes de caminhar. "Obrigado, Stephen." Ele enfia a mão no bolso do casaco interior e ira um envelope. Por seu olhar, assumo ser dinheiro. "Isso deve ajudá-lo a se mudar. Entre em contato com meu assistente. A escolha das universidades é sua."

Stephen segura o envelope por um minuto antes de passá-lo para trás. "Obrigado. Eu agradeço. Adoraria ir a qualquer uma dessas escolas que mencionou. No entanto, eu não posso." Ele balança a cabeça. "O Sr. Fitzgerald me ofereceu dinheiro também. Eu não aceitei. É ruim o suficiente que quebrei o acordo de não divulgação, mas não foi pelo dinheiro. Eu falei sério. A Sra. Adelaide é uma mulher amável. Ela não merece estar onde está. Tentei ajudá-la." Ele dá de ombros. "Temo que as informações que a ajudei a encontrar e entender possa ter levado ao que aconteceu. Por essa razão, estou feliz em ajudá-lo."

"Não vou contar a ninguém e confio que quer ajudar. Apenas faça. E se puder... aquela coisa, a data, me mantém acordado durante a noite. Só parece errado."

Levanto e dou um passo adiante, fodidamente impressionado com esse homem. Ao mesmo tempo conheço o jogo de Oren e endividamento que alimentou a obrigação mútua. Não posso prever o próximo movimento de Oren. Em vez disso, estendo a mão. "Stephen, você é um bom homem. Será um bom advogado. Sei é alguém que acredita em fazer a coisa certa e ajudar aqueles que não podem ajudar a si mesmo. A advocacia seria um lugar melhor se houvesse mais como você."

"Obrigado, Sr. Demetri."

Meu aperto aumenta quando a atenção de Isaac vai de seu telefone para Stephen. "Nós não fomos apresentados."

Seu olhar corre entre Oren e eu. "Desculpe se presumi. É a semelhança. Não são parentes?"

"Sr. Crawford, cuide-se."

"E de seu bebê." acrescenta Oren.

Deloris levanta. "Posso mostrar-lhe à porta?"

"Eu posso...? Será que vou saber se a ajudei?"

"Suspeito que haverá rumores."

 

CAPITULO 34

 

 

 

A cena acontece ao meu redor, comigo, e ainda assim estou sempre um passo atrás.

O retrato no telefone de Bryce é meu. Seria um truque?

"Bryce, o que está dizendo?"

Ele agarra meu braço, o mesmo lugar que agarrou no outro dia, me puxando para perto. "Fiz uma porra de pergunta."

Luto contra seu aperto. "Me solta. Você está me machucando."

Nos movemos pelo o quarto, nós três numa dança coreografada pela raiva e medo.

"Assim que te vi na sala, soube que algo estava errado. Não pude identificar, mas então me bateu. O vestido que usava..." Soltando o braço, ele me empurra para longe e me olha da cabeça aos pés. "Que você ainda está usando... não é o mesmo que na foto do Magnolia Woods." Ele anda num pequeno círculo. "Porra eu avisei. Quando cheguei aqui, tentei te dizer," Ele se aproxima. "Eu queria que fosse diferente, mas não serei feito de idiota!"

Embora cada parte minha queira se afastar de sua abordagem, não o faço. Eu não posso. Não lhe darei esse poder sobre mim. Nem por um dia, uma semana, até nosso casamento ou para sempre.

Levanto o queixo. "Apenas fale do que está me acusando porque tenho muitas mais acusações pra te dizer."

O próximo segundo acontece num flash. Desde que entrei no carro de Alton, fui atingida duas vezes: uma por ele e outra por Suzanna. Isso não é nada comparado ao poder do tapa de Bryce. Não é um tapa, mas um soco, juntas atingindo ossos, carne batendo carne.

Cambaleio e grito.

Não pela dor, dor que não sinto.

É pelo choque.

Meu grito: "NÃO!" Ecoa na suíte de Chelsea, uma sílaba que parece durar para sempre enquanto meus joelhos cedem e caio no chão ao lado de minha amiga.

Ela está enrolada de lado, segurando a bochecha com o peito arfando pelo golpe inesperado.

"O que diabos você fez?" Grito para ele.

Quem é esse homem?

Certamente não é meu amigo de infância. Não é o homem que relutantemente deixou minha virtude intacta quando adolescente. Não é o homem que finge ser meu noivo.

"Levante!" ele grita. Sua demanda cai como um cobertor molhado enquanto olho para ele, a cabeça de Chelsea agora no meu colo.

Ele não para. "Eu disse para levantar."

Gentilmente tiro sua cabeça do meu colo e coloco no tapete. Lentamente, levanto, pronta para enfrentar o monstro que estava escondido, o lobo em pele de cordeiro. Quando levanto, sei, sem sombra de dúvida que Bryce Spencer foi capaz de ferir Melissa Summers. As acusações de seus outros crimes que ainda não entendo.

"Não," ele xinga. "Você."

Engulo em seco quando a ponta do sapato recua e chuta a perna de Chelsea.

Fico entre eles e estendo as mãos, tentando bloqueá-lo. Meu esforço é semelhante ao das boias que flutuam pela costa, capaz de reter seu próprio espaço, mas incapaz de retardar a energia das ondas.

"Bryce, pare com isso!"

Ele passou a mão pelo cabelo enquanto Chelsea desliza para trás, para longe dele e ainda no chão.

"Levante!"

Quando a vejo começar a subir, movo-me novamente. "Não, Chelsea. Não faça. Bryce dê o fora daqui."

Encarando-me, ele destrói o passado, estendendo a mão para seu braço e puxando-a para pés. "Isso é culpa sua, Alexandria. Ela pode agradecer mais tarde pelo que está prestes a acontecer."

"Nada está prestes a acontecer," retruco. "Há uma sala cheia de homens no andar de baixo. Vá. Deixe-nos em paz. Temos que nos aprontar para jantar." É uma desculpa esfarrapada, mas minha mente é um borrão, lutando por qualquer resquício de sanidade.

Sua voz encontra uma calma quase assustadora. Com o olhar agora fixo em Chelsea, ele diz: "Saia do quarto, Alexandria."

O quê?

"Não."

"Agora!" Vejo seu rosto quando ele vira para mim, o rosto está vermelho, vermelho brilhante, um contraste gritante para o cabelo loiro e olhos cinzentos. Há algo diferente sobre eles também, algo que ainda não posso identificar as é assustadoramente familiar.

Abro a porta de Chelsea e viro mais uma vez para Bryce. Ele soltou o braço de Chelsea quando teve certeza que sai. Em vez disso, abro mais a porta e dou um passo em direção a ele. Quando nossos peitos se encontram, jogo minha chave para Chelsea e digo: "Vá agora. Tranque minha porta."

Acontece rápido. Ela não hesita quando sai correndo, os pés descalços derrapando no tapete macio enquanto corre para longe.

Bryce respira fundo e vem em minha direção, cada passo me prendendo e empurrando para trás e para trás até que a parede para meu progresso. Enjaulando-me contra a parede com um braço de cada lado do meu rosto, ele se inclina mais perto. "Vai se arrepender disso. Não tanto quanto ela, mas vai."

"Que diabos é seu problema? É Patrick?" Porque ele está pronto para chutar seu traseiro.

Não digo a última parte.

"Neste momento, meu problema é você."

"Tudo bem, então não case comigo."

Ele agarra meu queixo, os dedos dolorosamente apertando meu rosto. "Cala a boca. Aprenda a manter sua boca fechada e, vou acrescentar, as pernas também para ninguém além de mim. Se puder seguir essas simples instruções, as coisas vão melhorar para você e para a minha puta."

Suas palavras insensíveis são piores que o aperto.

"Não fale assim sobre ela."

"Você está certa. Eu não deveria diferenciar, não quando há duas vadias aqui."

O quarto estava grampeado? Ele ouviu quando assumi minha infidelidade?

Merda! Quão estúpida pude ser?

"Bryce... o que está acontecendo?"

"Você não esteve no Magnolia Woods hoje. Eu liguei. Não esteve lá, apenas Patrick. Isso significa uma coisa. Significa que estava com ele." Ele solta meu queixo e acaricia minha bochecha. A mudança de brutalidade a gentileza aumenta meu enjoo. "Querida, se pode foder, então eu também posso." Seu sorriso se alarga. "Posso até te deixar assistir."

"Eu não..."

"Não minta para mim. Eu avisei. Disse para obedecer porque se não fizesse, não seria capaz de viver com as consequências." Seu tom suaviza o timbre com uma doçura zombadora. "Não posso fazer com você o que quero, não agora."

A frieza calculista em seus olhos envia um calafrio por minha espinha.

"Porque," ele continua explicando seu raciocínio psicótico. "em menos de uma hora estará lá embaixo num vestido de porra, usando meu anel e bancando a noiva perfeita. Temos uma festa amanhã. É uma pena que Chelsea não vá."

Tenho problemas para me segurar. "Mas Suzanna e Alton a querem. Uma frente unida."

"Mas você não. Ela é uma prostituta. Todo mundo sabe que, e quando, perguntado, essa será sua resposta."

Balanço a cabeça. "Não. Não farei isso com ela. Eu não..."

Sua mão cobre meus lábios. "Você vai ou vou dizer a Alton sobre hoje. Vou deixá-lo saber que em vez de visitar Adelaide, você estava com um criminoso. E, em seguida, seus privilégios de visita a sua mãe serão revogados." Ele move a cabeça lentamente de um lado para o outro quando um sorriso surge nos lábios. "Como disse, você vai cooperar, não é, querida? Melhor amigo ou pior inimigo. Sugiro que se esforce para lembrar porque me quer como amigo."

"Deixe Chelsea em paz. Ela não fez nada. Se quiser descontar isso em alguém, não que esteja admitindo nada, mas faça comigo."

"Se eu pudesse... Mas contusões não iriam bem com o jantar hoje à noite ou a festa amanhã. E, querida..." Ele permite que o carinho paire no ar. "... Eu não dou segundas chances."

"Vá agora, é quase hora do jantar." Ele puxa um pouco o meu cabelo. "Arrume seu cabelo e maquiagem. Fique bonita." Ele corre os dedos ao longo do meu rosto com um toque de seda. "Porque você pode ficar impressionante, Alexandria. Eu já vi. Quero isso de novo. A partir de agora, vai mostrar esse sorriso lindo para mim, não vai?"

Fico olhando, com medo de sua próxima mudança de humor.

Ele passa o dedo sobre meus lábios. "Quando eu lhe fizer uma pergunta, espero uma resposta."

Balanço a cabeça. Não é uma concessão considerando seu nível de manipulação. Ao dar-lhe a resposta que ele quer, eu controlo sua reação.


Bryce sorri. "Agora, aqui está uma pergunta para você. Diga-me, você não quer se atrasar para o jantar; você não quer atrasar novamente hoje, não é?"

Não tinha tenho a chance de responder quando inesperadamente seu punho colide com a parede, meramente a polegadas do meu rosto. O gesso não é páreo para seu soco quando poeira fina agita o ar em torno de nós.

Engulo em seco, estremecendo enquanto sua ereção crescente pressiona contra meu estômago.

"Eu lhe fiz uma pergunta." O vermelho rasteja de volta para seus ouvidos. "Fodidamente responda..." Antes que possa registrar, ele abaixa o decote do meu vestido e sob meu sutiã, dolorosamente aperta e torce meu mamilo.

Grito enquanto tento, sem sucesso, me afastar.

Bryce sorri. "... Ou, querida, vou encontrar lugares que seu vestido vai esconder, lugares para deixar minha marca. Agora responda."

"Não," respondo rapidamente, reunindo o que resta do meu autocontrole e empurrando sua mão. "Não quero me atrasar."

Ele se inclina mais perto, o nariz tocando meu pescoço enquanto inala. "E um banho. Trocando-a por você eu deveria me livrar de uma prostituta e não ter outra como futura esposa."

Bryce dá um passo para trás, dando-me espaço para ficar ereta.

Ele está permitindo que eu vá? Será que ele me seguirá?

Fico imóvel e suavizo meu tom. "Por favor, Bryce. Ela é minha amiga. Por favor, não faça nada."

Ele solta um suspiro. "Sei que pode não entender, mas pago um monte de dinheiro para fazer o que quiser." Um lado de seus lábios se curva para cima. "Como disse, ela é uma prostituta, mas por você... por agora... vou voltar lá para baixo e ser agradável com seu pai." Ele inclina a cabeça em direção ao punho que atingiu a parede. "Não faça suposições. Fechaduras não irão me impedir."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 35

 

 

 

Os lábios de Bryce se curvam. "Não dou a mínima para quantas chaves tem."

Prendo a respiração e uma resposta quando Bryce se vira, deixando-me sozinha no quarto de Chelsea. Suas últimas palavras, o ameaçador olhar frio, alimenta a descarga de adrenalina inundando meu sistema. Ainda de pé, seguro meus dedos, agarro o grande diamante e tento parar de tremer. Aperto minhas mãos num esforço para acalmar o tremor, mas quando o noto, ele não está somente em minhas mãos, mas quebrando meu corpo inteiro, tornando meus joelhos cada vez mais fracos.

Como uma estátua nervosa eu espero, com medo de que ele vá voltar e ainda mais de medo de que ele procurará outro lugar para desafogar a fúria. Quando o tempo para, o ar volta a meus pulmões e diminui meus tremores. Minha respiração é o único som enquanto me atendo a qualquer ruído dele pelo corredor até Chelsea.

Embora queira ajudar minha amiga, meu corpo se recusa a mover, paralisado pelo que vi e ouvi. Tranquilidade prevalece nos passos de Bryce enquanto desaparece, substituindo o horror por alívio. Não mais rígida, meus ossos ficam flexíveis, abrindo caminho para as forças da gravidade. Com um soluço reprimido, caio contra a parede esburacada e me enrolo no tapete.

Meu Deus.

Ele é um monstro.

Com apenas os olhos, rapidamente procuro no quarto por um relógio. Preciso me arrumar. Preciso verificar Chelsea, mas não tenho forças. Segundos se tornam minutos quando o tempo passa e meu coração bate fora da cadência num ritmo composto pelo medo. Não posso casar com esse homem. Não posso passar mais um dia com ele nem permitir que Chelsea passe. Ele é um psicopata, frio e sem empatia ou remorso. Nunca testemunhei olhos tão indiferentes.

Em questão de minutos, sua raiva foi substituída, indo para um terreno frígido, mais frio do que qualquer coisa que já vi. Não é nada como o pior temperamento de Nox. É ainda pior do que Alton. Bryce é distante e desligado.

Quando fecho os olhos, seu olhar calculista enche minha mente.

Foi que a última coisa que Melissa Summers viu? O que viveu? Talvez tenha duvidado antes, mas não mais: Edward Bryce Spencer é capaz de matar. Sei disso em minha alma.

"Alex?"

Pisco os olhos quando Chelsea entra em foco.

"Você está bem?" Ela pergunta, pegando minha mão.

Sua bochecha direita está vermelha e a contusão aparece.

"Eu?" Gentilmente toco sua pele ferida. "E você?"

Puxando minha mão, ela me levanta. "Estou bem, por sua causa. Desculpe, eu corri. Eu deveria ter lutado, como você. Mas... ele me assusta."

Balanço a cabeça. "Eu vejo. Também me assusta." Acalmo nossos passos à medida que vamos para meu quarto. "Chelsea, não me defenda. Ele disse que vai..." Mal posso me fazer dizer as palavras. "... Ele pode feri-la, porque pode fazer qualquer coisa que quiser com você. Ele não pode me machucar. Tenho que estar no jantar e na festa."

Os braços do Chelsea envolvem sua cintura. "Não pode pará-lo. Você não pode."

Puxo-a para minha suíte e até o banheiro, deixando as duas portas trancadas entre nós e o corredor. "Eu posso. Vou te tirar daqui. Tenho um plano."

 


Com alguns minutos de sobra, respiro fundo, desço as longas escadas para a sala de jantar. Fiz como Bryce queria, tomei um banho, me lavando para retirar o cheiro de Nox ou Patrick e substituindo-o com hidratante, xampu e perfume. Meu vestido é novo, mesmo para mim. Estava pendurado num saco de roupa, outro traje para meu novo papel.

Sento-me à mesa de jantar desocupada, feliz por um momento de paz para reunir meus pensamentos.

"Gostaria de um copo de vinho?" A jovem empregada pergunta.

Gostaria de uma garrafa inteira, mas me contentarei com um copo. "Sim, obrigado. Cabernet."

"Sim Senhora."

Quando ela desaparece na cozinha, Suzanna e Bryce entram. A calma vai embora, mas não se viro para vê-los entrar. Estou com muito medo de que verei.

"Alexandria, como foi com sua mãe?"

Apreensiva, minha cabeça vai em sua direção, o olhar correndo entre Suzanna e seu filho. É outra armadilha? Quase imperceptivelmente, Bryce sacode a cabeça, dizendo-me para desempenhar meu papel. Noiva perfeita. É o que ele exigiu.

"Ela está melhor. Os enfermeiros continuam dizendo isso."

"Preciso ir vê-la," diz Suzanna. "Amanhã de manhã vou acompanhá-la."

Antes que possa aceitar a proposta, Bryce fala; cada uma das frases abrindo outro buraco no meu barco da esperança. Em breve ele afundará, meu titanic dos sonhos presos nas profundezas do oceano.

"Mãe, terá que ir sozinha. Alexandria estará ocupada amanhã. Talvez," ele continua. "ela estará disponível domingo. Depende de seu desempenho na festa."

Ouço a última parte alta e clara, mesmo que ele não expresse em voz alta.

"Ocupada?" Suzanna vira para mim. "Fazendo o quê?"

A jovem coloca o copo de Montague da coleção privada diante de mim enquanto Suzanna senta. Dou de ombros. "É novidade para mim, também. Vai precisar perguntar ao seu filho."

Ele ergue o copo de uísque e sorri. "Nossos planos ainda serão determinados." Ele circula o pulso, tilintando os cubos congelados. "Há tantas variáveis."

O ar é gélido, não só com suas palavras, mas também o tom demasiado calmo. O frio cai sobre a sala, deixando um rastro de arrepios na minha pele.

"Belo vestido." diz Bryce, vindo atrás de mim e beijando minha bochecha.

"Uma excursão não planejada," Suzanna diz entusiasmada. "Soa como uma grande ideia. Apenas não fique muito levado. Lembre-se que tem que estar de volta a tempo para se preparar para a festa. Os convidados chegarão às seis."

A sala fica em silêncio quando Alton entra.

Balançando a cabeça, ele sorri. "Agora, isso é o que gosto de ver. Todo mundo no lugar..." Seus olhos se estreitam quando olha para o lugar vazio. "Onde está Chelsea?"

"Alexandria?" Bryce diz.

Um nó se forma em meu estômago e minha boca seca. Meu volume é quase inaudível. "Não posso fazer isso."

Os olhos de todos estão em mim: Alton e Suzanna questionando e o de Bryce como um aviso.

"Acho que pode." Sua resposta também é suave.

Viro para ele, lutando contra as lágrimas. "Não. Eu não posso."

"O que é?" Pergunta Suzanna com preocupação genuína na voz.

Os olhos de Bryce estreitam.

Balanço a cabeça e viro para Suzanna, falando mais alto. "Eu tentei, realmente tentei, mas se tiver que enfrentar meus colegas da academia e da sociedade de Savannah, amanhã à noite, não posso fazê-lo com aquela prostituta a reboque." A palavra machuca meu coração. Sou grata por ela não poder me ouvir.

"Alexandria!" Suzanna grita.

Viro para Alton quando ele senta. "Imagine como minha mãe se sentiria ao dividir o palco com você e uma puta que está enroscando bem debaixo do seu nariz."

"Isto não é sobre sua mãe ou eu..." À medida que sua desculpa esfarrapada sai, há algo na expressão de Suzanna, que confirma as acusações de Pat.

"Ou será que é?" Pergunto.

"Estamos perdendo o foco," Bryce interrompe. "Alexandria desenhou uma linha na areia. Chelsea fica, mas não publicamente. É decisão de Alexandria."

"Eu não gosto," diz Suzanna. "Chelsea precisa trabalhar em Montague e enfrentar as pessoas de Savannah. Se a esnobar, estará condenando-a ao ridículo."

"E se abraçá-la," respondo. "Estou me condenando. Não será evidente, mas você sabe que será assim."

Alton levanta a mão quando os empregados chegam com as saladas. "Isso é o suficiente." Ele vira para a jovem. "Leve o jantar para o quarto da senhorita Moore. Aparentemente, ela não se juntará a nós."

"Senhor?" Pergunta a menina, olhando em minha direção.

"Eu já pedi. Deixei a equipe saber que ela comerá no quarto num futuro previsível."

"Isso não é necessário," diz Suzanna em defesa de Chelsea. "Se não a quer aqui, ela voltará para Carmichael Hall."

"Não."

"Por que não?" Pergunta Suzanna. "Pelo menos lá, ela não será forçada a enfrentar sua animosidade."

Viro para Bryce.

Com uma expressão doce de satisfação enfeitando seus lábios, ele levanta a taça. "Mãe, acho uma excelente ideia."

Os nós em meu estômago se multiplicaram.

"Tudo bem," Alton diz com desdém. "Depois da festa. Isso é muito drama. Tive o suficiente. Sem mais discussão sobre a senhorita Moore."

Depois da festa. Graças a Deus.

Meu barco de esperança não está além do reparo.

Curso após curso o jantar decorre. A conversa foi sem importância e incontroversa. Tentei trazer à tona o assunto da reunião mais cedo no escritório de Alton, mas cada tentativa teve respostas monossilábicas.

"Realmente, Alexandria, pode estar na faculdade de direito, mas muitas coisas estão acima de você. Deixe os homens se preocuparem com elas. É por isso que está se casando. Para se concentrar em coisas de senhoras."

É o sexismo polvilhado de negatividade que eu vivi a maior parte da vida. Não importa se vou me formar com honras. Sou do sexo feminino e, obviamente, não brilhante o suficiente para reconhecer transações ilegais quando as vejo. Cada minuto que passa queima outro pedaço da minha alma. Não quero nada mais que acabar com a farsa da família e fazer meu caminho de volta para o refúgio do meu quarto.

Fechaduras podem não manter Bryce fora, mas tenho um plano. Pedi a Jane para se juntar a mim para um filme.

Quando o jantar termina e Alton para, limpo os lábios e coloco o guardanapo ao lado do prato. Afasto a cadeira da mesa e a pergunta de Bryce me para.

"Que tal um passeio, Alexandria?"

Meu pulso acelera em aviso, mas não posso permitir que sua atenção volte para Chelsea. "Soa maravilhoso." Meu sorriso é enorme. "Mas talvez outra noite. Estou exausta. Podemos ficar algum tempo na sala de estar?" A vista de Alton, Suzanna, e os funcionários.

Seus lábios finos se curvam. "Querida, tenho certeza que pode encontrar energia. Afinal, tinha energia esta tarde. Certamente tem tempo para mim, seu noivo? Ou gostaria de nos contar tudo sobre sua tarde?"

Meus seios pressionam contra o forro de cetim do meu vestido. O corpete apertado restringe minha capacidade de respirar fundo quando uma sensação espinhosa corta minha espinha. "Claro que tenho energia para você. Eu... eu amo andar. Talvez até o lago?" pergunto, esperando o retorno da minha de infância.

"Estava pensando na floresta."

Que diabos?

"Bobagem," Suzanna interrompe. "Está escuro. Vocês têm um grande dia amanhã."

"Mãe, não somos crianças."

"Você não é, mas antes de ir se aventurar por aí acho que nós quatro temos coisas que precisamos discutir antes de amanhã."

"Tais como?" Tomo a isca, com esperança de distrai-lo.

"Ao falar com Gwen no início desta tarde, percebi que haverá suspeitas e dúvidas. Precisam ajustar suas histórias."

Balanço a cabeça.

"Vocês três terão que lidar com isso", Alton diz com desdém. "Tenho assuntos urgentes."

Ninguém refuta a alegação de Alton. Segundos depois ele vai embora deixando nós três.

"Agora," Suzanna continua. "com esta mudança abrupta em relação Chelsea, precisamos decid..."

"Não há nada para decidir," Bryce diz. "Alexandria está acabando por sua convicção." Ele levanta, dando-me a esperança de que fosse se juntar a Alton.

"Bem, sim," Suzanna diz ao virar para mim. "mas, querida, não pode dizer isso aos outros. Não pode usar a palavra com ‘v’."

Em vez de sair, Bryce senta na cadeira ao meu lado e espalma a mão sobre minha coxa. Seus olhos arregalam de excitação. "Alexandria?"

Os nós dentro do meu estômago se agitam com o pouco de comida que consegui engolir. Ao mesmo tempo, minha pele se reveste de suor à pressão crescente da mão de Bryce. Meus dentes cerram quando a dor aumenta.

"Suzanna," Luto para impedir minha expressão de exibir o que está acontecendo. "Não sei se posso. É a verdade. Há muitas mentiras para lembrar. Simplesmente não pode adicionar outra."

As pontas dos dedos de Bryce continuam a apertar, pressionando o material do meu vestido na pele, perto da rótula.

"A verdade?" Pergunto. "Quer dizer a história que dirá a qualquer um que perguntar? Talvez possa lembrar-nos?"

A sala escurece, mas obedientemente viro para meu noivo, implorando com os meus olhos para ele parar a pressão. Seguro a mesa, mas não posso aliviar a força. Minha voz falha. "Bryce?"

"Estamos esperando."

Não posso me afastar, não sem chamar a atenção para suas ações. Engulo a dor. "Que história? Quer dizer a verdade que ela é uma prostituta?"

"A quem você vai dizer?" A pergunta vem sem nenhuma outra razão do que me fazer falar, para me fazer recitar seu veneno na frente da mãe.

Suzanna vai embora. Não na realidade, mas na minha visão angustiada. A forma como seus dedos estão mais perto da minha rótula envia solavancos excruciantes da dor através de toda a perna. Agarro sua mão, mas cada ação só aumenta a pressão e, ao mesmo tempo, sua expressão permanece curiosa e fascinada. Certamente ele não iria deslocar meu joelho... Eu quero acreditar.

Lembro-me da história que fui alimentada, mas nunca repeti.

Deixando de lado sua mão, movo meu braço, visível para os olhos e concentro-me nele. Minha voz sobe acima do sangue correndo em minhas orelhas. "Vou dizer a todos que sempre te amei. Que tentei lutar contra. Enquanto na Califórnia pensei que tivesse desistido de mim. Não sabia que Chelsea estava interceptando nossas mensagens, mentindo para mim..."

Pisco com alívio quando a pressão diminui um pouco.

"Continue."

"... não foi até que voltei para a minha mãe e vi Chelsea com você que percebi."

"O quê?" Ele pergunta.

"Que estamos destinados a ficar juntos. Que fui enganada por uma prostituta cavadora de ouro que fingiu ser minha amiga."

Meus olhos fecham e suspiro quando ele suaviza o toque. Não mais forte, sua mão se move para cima, mais alto na minha coxa. Por apenas um momento, o alívio domina a realidade. Minha mão cai na sua, parando o progresso.

O olhar de Bryce estreita em advertência antes de virar em direção a sua mãe. "Existe algo que quer discutir ou podemos dar uma caminhada?"

A sala inteira vem em foco.

Umidade brilha nos olhos da Suzanna quando ela junta as mãos perto do coração. "Oh, oh. Não sabe como estou feliz... não achei que... estava preocupada..." Ela levanta e corre para nosso lado da mesa, o movimento dela me libertando da mão errante de Bryce.

Atirando-se em mim, Suzanna me envolve num abraço. "Isso vai funcionar. Irá. Estou tão feliz em saber que concorda. Espere até que dizer ao seu pai."

A cadeira de Bryce se move. "Ela concorda." Ele estende a mão. "Alexandria, meu amor, nossa caminhada nos espera."

 

 

 

CAPITULO 36

 

 

 

Como pode Bryce vomitar ódio, coisas que ameaçam num minuto e ser suave e afável no próximo? Cada palavra que pronuncia me deixa na borda do assento figurativo, com medo de cair.

Colocando minha mão na sua, fico em pé, em busca de uma saída. Volto-me para sua mãe. "Suzanna?"

Os dedos de Bryce, em volta da minha mão, apertam mais e mais.

"Sim?" ela responde.

"Tenha uma boa noite."

"Obrigado querida. Estou mais do que satisfeita com a sua mudança de atitude."

Finjo um sorriso. "Pode agradecer ao seu filho por me mostrar a luz."

Suas bochechas sobem mais, o sorriso brilhante irradiando verdadeiro apreço para Bryce.

Ela realmente criou um psicopata sem saber?

"Vocês se divirtam."

Puxando-me para perto, Bryce segura minha mão enquanto circula o outro braço na minha cintura. "Oh, nós vamos, mãe. Ok, querida?"

Em poucos dias vim a abominar o termo carinhoso. A maneira como ele diz é como uma advertência e ameaça enrolada numa fina camada de elogios. A mistura venenosa parece benigna.

Logo estamos nas portas de trás, as portas francesas que dão para o pátio de pedra calcária. Uma vez fora sob o céu estrelado, Bryce faz uma pausa e olha a mansão. "Não sei se lembra," ele começa. "mas perguntei alguns meses atrás por que você não gostaria de viver aqui e eu lhe disse que eu faria." Ele me puxa para seu lado. "E agora vou. Basta imaginar, um dia serão nossos filhos correndo nesses gramados, como nós fazíamos."

Tremo quando o ar frio de outono cai sobre nós.

"Está com frio?"

"Acho que deveria ter pego um suéter."

Com seu braço ainda em mim, Bryce corre a outra mão para cima e para baixo no meu braço. Quando toca a área que segurou no início do dia, involuntariamente me encolho.

"Não faça isso."

"O quê?" Pergunto. "Não é minha culpa que meu braço está doendo."

Vamos até a borda da escada, acima do gramado com o lago à distância. Ele me vira, propositadamente apertando meus braços. "Agora. Quero te ouvir dizer."

Bile começa a ferver no meu estômago, fervendo mais e mais a cada segundo como minha temperatura interna subindo.

"O que?"

"Diga Alexandria. Você fez um trabalho tão bom com a mãe. Tenho certeza que não terá problema em falar sobre Chelsea como a prostituta que realmente é. Agora quero ouvi-la admitir que a culpa é dela por seu braço estar doendo."

"Bryce? O que deu em você?"

Ele dá um passo em direção à borda, movendo-nos para o lance de escadas de pedra. "Posso te fazer a mesma pergunta, mas não quero saber a resposta." Ele olha além do gramado. "Alguma vez já pensou sobre o quão alto estamos? A queda até o gramado?"

Tento dar um passo atrás, mas o aperto em meus braços aumenta. "Agora, querida, seu braço?"

Tal como a firmeza de Nessie, o monstro imaginário no lago abaixo, suas palavras e tom apertam meu peito, agarrando meu coração acelerado e esmagando-o contra minhas costelas. Meu queixo se move para cima com seu encorajamento forçado.

"Olhe para mim enquanto fala. Quero ver que está dizendo a verdade."

Engulo em seco, em busca de umidade. Minha língua se lança nos lábios ressecados quando formo minha resposta. "Meu braço... não deveria ter interferido entre você e Chelsea."

"Não, não use o nome dela. Diga o que ela é."

Pisco as lágrimas. "Bryce?"

Ele olha para meu corpete, lembrando-me da agonia que infligiu ao meu mamilo. Com um sorriso doentio, seus olhos encontram os meus. "Tente novamente."

As palavras machucam meu coração, apertando-o, como se fossem uma faca, cortando não só a mim, mas também Chelsea. "Uma puta."

Aplicando mais pressão em meu queixo, ele murmura, "Querida, isso será muito melhor se aprender quando falar e o que dizer. Ela não é apenas qualquer prostituta: ela é minha. Comece de novo e diga a coisa certa."

Bastardo doente.

"Não deveria ter ficado entre você e sua puta."

"Continue."

Não tenho certeza de onde ir.

"Reivindique a responsabilidade e vou aceitar seu pedido de desculpas."

Meu pescoço tencione. Minhas desculpas?

Minha cabeça sobe quando Bryce puxa meu cabelo. "Atitude não é aceitável. Acredito que seu pai lhe disse isso."

"Eu não fiz nada."

Ele solta meu queixo e cabelo e, em seguida, delicadamente enxuga uma lágrima na minha bochecha. "Não chore, querida, você vai pegar o jeito disto. Afinal, é a única aceita em Stanford e Columbia."

"Bryce, não quero que sejamos isso. Eu não... você está me assustando."

Ele levanta minha mão e leva meus dedos aos lábios. "Depois do que fez hoje, você merece ter medo, não acha?"

Ainda não admiti nada.

"Bryce, sei o que pensa, mas não é verdade. Se estivesse com Len..." Rapidamente lembro-me de não dizer seu nome. "Se estivesse com ele... pense nisso. Acha que eu voltaria aqui?"

"Eu estava com Pat. Fomos ver minha mãe. Eu não assinei. Eles me conhecem agora. Não sei por que disseram que não fui lá, exceto que a mudança pode ser falsa."

"O vestido?"

"Não posso explicar. Talvez haja algo estranho com as câmeras. Lembra o vestido que se tornou viral há alguns anos? Algumas pessoas viram uma cor, enquanto outros viram outra." Dou um passo para longe da escada. "Não correria o risco de Alton ou você," acrescento. "ficarem chateados. E agora..." Meu peito dói. "... Meu Deus, com Chelsea, eu não faria."

Seus dedos cobrem meus lábios. "Não é um nome."

Fecho os olhos, permitindo que meus cílios encostem-se ao meu rosto enquanto tento resolver o caos dentro de mim. "Sua prostituta." Suspiro. "Não importa por que você acha disso, ela não é. Ela é minha amiga."

Tomando minha mão, ele nos guia novamente para as escadas, desta vez, descendo passo a passo. "Esse é um dos problemas com a Califórnia. Savannah tem melhores amigos de qualidade. Depois de amanhã à noite, você e eu conviveremos com Millie e Ian, Jess e Justin e Leslie e Hamilton. Eles nunca pensarão muito da minha puta."

Cada vez que ele diz, como se refere a ela, minha pele arde e estômago torce.

"É claro," ele continua. "vai precisar confirmar todas as suspeitas. A história que disse à minha mãe será boa. Tenho certeza de que, depois de amanhã à noite, terá que manter distância."

Chegamos à passagem inferior. Com as luzes da mansão atrás de nós, o gramado brilhar. A umidade é uma combinação dos efeitos colaterais dos sprinklers e uma fina camada de orvalho que começou a se formar.

Pequenas lascas de luar iluminam o lago e campos além dos gramados.

Olho meus pés e os sapatos de salto. "Realmente não estou com os sapatos certos."

"então os tire."

Enquanto considero a opção, uma brisa vem sobre os campos e lago. Pequenas ondas brilham na prata enquanto as folhas sussurram. Envolvo os braços em minha cintura.

"Estou com frio."

Num acesso de raiva, Bryce tira o paletó e coloca sobre meus ombros. Meus olhos ardem ao sentir o cheiro de sua colônia desconhecido. Anseio o perfume amadeirado de Nox ou mesmo a fórmula secreta e divina de Patrick.

"Agora tire os sapatos. Nós vamos caminhar."

Tremendo sob o paletó, pergunto, "Por quê? Qual é seu objetivo final?"

"Meu objetivo final? Meu objetivo final é ensinar-lhe uma lição, uma sobre honestidade e respeito."

"Por favor, eu entendo. Eu faço. Não preciso andar através da grama molhada para provar isso. O que quer?"

"Em primeiro lugar, caminhar no campo molhado não é o plano." Ele olha em direção ao lago e então para o horizonte. "Tenho certeza que podemos chegar longe o suficiente da mansão para ninguém te ver fazendo este papel." Ele me olha de cima a baixo. "Em segundo lugar, estou cansado de esperar. Se isso significa carrega-la na grama molhada ou pela lama, não me importo."

"Não importa o que diz..." Ele descaradamente estende a mão para meu núcleo, felizmente ainda coberto pelo vestido e calcinha. "... você agora é minha. Isso significa que quando suas pernas se abrirem, será meu pau te fazendo gritar."

Dou um passo cambaleante para trás. "Assim não. Não."

"Como disse, não dou segundas chances." Ele inclina a cabeça. "Mas já que estamos sendo honestos um com o outro e está aderindo sua história desta tarde, então segundas chances não serão um problema. Certo, querida? "Ele segura minha cintura e me puxa, juntando nossos quadris até sua ereção crescendo sob as calças espetar meu estômago.

Tento não endurecer, não mostrar qualquer sinal exterior da repugnância fervendo dentro de mim. Estou numa situação sem saída e cada segundo que passa, meu pânico aumenta.

"Bryce?"

À luz da lua, sua tez assume uma palidez estranha. "Querida, gozarei em você esta noite." A ponta do seu dedo roça meus lábios. "Em sua boca." Seu toque se move. "Nos seus peitos." Sua mão vai em direção ao meu núcleo. "Ou dentro da sua boceta, não me importo. Vai acontecer."

Minha respiração vem rápida enquanto pânico me domina. "Por quê?"

Ele esfrega-se contra mim. "Precisa perguntar? Você me pediu para 'descontar em você'. Seu desejo é uma ordem, querida." Ele alcança novamente meu lado. "Lá, nas quadras de tênis... Eu vou tê-la."

Meus pés escorregam na grama molhada. "Eu não quero isso."

Ele para, a voz novamente fria. "Errado. Você quer. Diga isso."

Engulo em seco. "Por favor, Bryce".

Seu sorriso rompe a frieza. "Ok. Implorar é aceitável. Agora, diga que quer que eu te leve. Não, diga que quer que eu te foda. Vamos querida. Não, já sei! Diga que quer me foder e vai fazê-lo melhor do que minha puta."

Não posso processar. As palavras estão longe de serem encontradas. Junto ao ar. Aonde vou? Tento inalar enquanto seus dedos torcem meu cabelo. Meu corpo inteiro enrijece.

"Alex! Alex!"

Bryce e eu viramos. Como uma válvula de escape, a tensão foge de meus músculos enquanto tropeço para trás e tomo uma respiração irregular. Cy acena em nossa direção com Patrick.

"Foda-se!" diz Bryce com os dentes cerrados. Sua maldição é mais alta do que um murmúrio, mas não o suficiente para qualquer um além de eu ouvir. Estamos muito longe.

"Pat! Cy!" Grito para eles.

Colocando a mão no peito de Bryce, o seguro a centímetros de distância. "Por favor, Bryce, me desculpe se está chateado. Banquei a noiva perfeita no jantar. É sua vez. Seja agradável com Pat."

Ele zomba. "Eu me lembro desta mesma fala anos atrás."

"Vocês dois..." Dou de ombros. "... nunca se aturaram."

"Bem, obviamente temos gostos diferentes."

"Cyrus é um homem muito bom. Ele cuida de Patrick e é bom para ele."A o contrário de você esta noite. "Não é isso o importante?"

Quando viro em direção aos degraus, Bryce pega minha mão e me puxa de volta para ele. "Isso ainda não acabou. A única coisa positiva sobre esta interrupção é que vou ouvir sua história novamente. Podemos considerar este um desempenho de treino para amanhã à noite. Lembre-se: não use o nome dela e ela não é qualquer prostituta, ela é minha. Quero ouvir cada palavra."

"Eu... Bryce, Pat a conhece, sabe dela."

Quando voltamos, as luzes do pátio iluminam seus lábios, mostrando o sorriso. "Muito melhor." Bryce se inclina para beijar minha bochecha. "Não me importo. Serei o único a desfrutar do show." Ele puxa minha mão mais uma vez. "Faça um bom trabalho. Se não fizer, não será a única a enfrentar as consequências."

Não respondo. Em vez disso, corro em direção à escada e subo os degraus até que estar nos braços de Pat.

"Problemas?" Ele sussurra.

Não posso responder com Bryce segundos atrás de mim. Em vez disso, balanço a cabeça e estendo a mão para Cy. Seus braços ficam nos meus ombros.

"Faz um tempo." Ele sussurra. Beija minha bochecha e acrescenta mais alto, "Bonito lugar tem aqui."

"Obrigada." Quero dizer que prefiro o apartamento de Nox ou o seu. Tem tantas coisas que quero dizer. Em vez disso, viro para Bryce. "Posso apresentar meu noivo, Edward Bryce Carmichael Spencer?"

Pat sorri "Tem certeza de que não há outro nome aí? Lembro-me de algum Foster ser chamado na academia."

Cy estende a mão. "Sou Cyrus Perry, mas Cy está bom."

Bryce aperta sua mão, ignorando Pat. "Edward ou Bryce. Prazer em conhecê-lo."

Acho que nunca notei o quanto Pat e Bryce realmente não gostam um do outro. Nesse momento, não dou a mínima. Estou muito feliz que mais uma vez meu primo salvou o dia.

"Posso mostrar o lugar?" Pergunto. "Ou que tal uma bebida? Alton tem uma extensa seleção de bebidas na casa."

"Oh menina," diz Pat. "você nos ganhou!"

Andei ao lado de Pat enquanto Cy fala com Bryce.

Logo estamos na sala de estar, Bryce colado ao meu lado, atento e tocante. Demora alguns minutos e um dedo ou dois de melhor uísque de Alton, mas logo Bryce presta menos atenção em mim e fala muito mais de negócios, empresas e bancos, eu não ligo para que falem sobre o tempo desde que mantenha Bryce ocupado.

"Que tal me mostrar ao redor?" Pergunta Pat.

Como um cão de caça, Bryce olha na minha direção, apoiando os dedos em meu joelho. Afastando-se de Cy, ele diz: "Sério?" É a primeira coisa direta que Bryce diz a Pat. "Tenho certeza que sabe o caminho."

Pat dá de ombros. "Faz um tempo." Ele pisca para mim. "As coisas mudam, né? E não sei dos grandes planos. Quero ouvir sobre a festa e recepção. Mamãe disse que os dois serão aqui."

Cy se inclina para trás. "Isso soa fascinante."

Bryce sorri. "As meninas serão meninas."

Idiota.

Em vez de tomar a ofensa, Pat levanta e pega minha mão. "Diga-me, planeja utilizar o pátio? Sempre amei a vista..."

Cy engole mais uísque. "Então, Edward, quanto acha que vai demorar para que aconteça?"

Bryce se volta para Cy. "A distribuição é a chave..."

Suspiro enquanto eles continuam conversando e Pat e eu seguimos em direção ao pátio. Uma vez fora, ele diz: "Quando te vi pela primeira vez... você não respondeu... aconteceu algo?"

Viro para o lago. "É uma visão bonita."

"Priminha?"

Seguro as lágrimas e balanço a cabeça. "Tanta coisa... eu não posso. Se o fizer, as lágrimas nunca vão parar."

Seus olhos castanhos se estreitam. "Você está bem?" Suas perguntas são baixas o suficiente apenas para eu ouvir.

"Eu acho, mas o tempo dirá."

"Alexandria."

Pat e eu viramos quando Bryce aparece na porta francesa.

"Entre, querida. Não quero que fique com frio."

Noto a expressão de Patrick, mas não respondo meu primo. Viro para Bryce.

Ele beija minha bochecha. "Boa menina."

Uma vez que estamos de volta para dentro, Bryce volta para onde estava sentado. Inclinando-se para trás, ele diz: "Cyrus e eu queremos mais bebidas. Por que não conseguir para nós, querida?"

A mandíbula de Patrick cerra. "Deixe-me ajudá-la."

Engulo... Mordo o interior do lábio... Estou fazendo tudo para impedir as lágrimas de cair.

"Na estrada... amanhã?" Pat sussurra.

Pisco.

"Sua mãe ficará bem," ele fala perto da minha orelha. "Isso tem que funcionar."

Ele fica de costas para os outros e diz: "Faça isso."

"Sim." É tudo o que posso dizer antes de sair e levar a garrafa para Cy e Bryce.

 

 

 


CAPITULO 37

 

 


"Se você não matá-lo, eu vou." Pat disse.

Eu andava de um lado para o outro na suíte do meu hotel, segurando meu telefone em um aperto de morte. "Você a viu de novo?"

"Sim. Cy e eu fomos para a mansão. Nós vimos e falamos com ela, se você pode chamar de conversa assim?"

"O burro era onipresente. Eu até me recusei a sair até que Alex retirou-se para seu quarto. Eu dei desculpas esfarrapadas sempre que idiota deu a entender que devíamos ir embora. Uma vez que ela se desculpou que ela tinha feito planos com Jane para uma noite de cinema, então eu não iria sair até que o carro de Spence saísse de lá."

Eu balancei a cabeça e caminhei novamente até a janela e de volta. Eu faria um buraco maldito neste carpete se eu não sair daqui em breve. Invadir a porra do castelo é o que eu queria fazer. Isso é o que meu intestino, ou era meu coração, queria que eu fizesse.

Inferno, há seis meses a maldita coisa tinha sido um buraco negro no meu peito, duro e insensível. Charli tinha feito isso comigo, me fez sentir, me fez amar, e agora ela estava quebrando meu coração. Ele estava quebrando, pensando nela com ele.

"Foda-se!" Eu disse. "Vinte e quatro horas. Ela só precisa aguentar isso por mais um dia."

Patrick suspirou. "Pelo menos a temos durante a noite. Eu não sei o que aconteceu entre esta tarde e agora, mas algo aconteceu. Ela não podia dizer, mas eu senti."

O céu sobre Savannah escureceu. No reflexo da janela vi a minha imagem... Penso que era eu. A veia agitada na minha testa, os tendões latejando no meu pescoço, e minha mandíbula apertada estava mais pronunciada do que o normal. Meus pobres dentes não durariam muito mais se eu os apertasse mais forte.

"O que você quer dizer? Você acha que eles descobriram sobre nós, sobre esta tarde?"

Foi esta tarde ou ontem? Procurei um relógio. O tempo não se movia.

"Se Spence soubesse," Patrick disse. "ele não demonstrou, nem para mim e nem para Cy. Ele estava carinhosamente pegajoso e cheio de carícias doces. Foi nauseante."

"Eu vou matá-lo."

"Ela... não era como se ela apreciasse sua atenção. Quero dizer, ela usava o sorriso Montague, mas eu a conheço, ela parecia... por falta de uma palavra melhor... assustada. Cy e eu conversamos sobre isso. Eu gostaria de poder te dar outra avaliação, mas é isso que eu tenho."

"Assustada? O que você acha que é? Você acha que aquele idiota a ameaçaria?"

"Eu não negaria nada sobre isso."

A ideia me fez cerrar meus punhos. Eu mostraria para aquele filho da puta o que é sentir medo. Afinal, Charli era a mulher mais forte que eu conhecia. Eu não podia permitir que esses pensamentos ficassem comigo. Se eu fizesse, eu bateria algo, uma parede? Uma porta? Eu não me importava.

Patrick continuou. "Mesmo na academia, ele tinha um ar narcisista, mas agora... com sua coroação para os Montagues reais na mão, há algo mais... arrogância egoísta. Tenho a sensação de que ele está sentindo invencível."

Não haveria morte rápida para esse filho da puta.

Minha Charli merecia ser adorada. As únicas coisas que devem assustá-la é um dos livros que ela gosta de ler ou se ela vai conseguir percorrer toda a cidade a tempo para as aulas. Nunca em sua própria casa, nunca em sua vida, ela deve sentir o medo real.

Patrick e eu sabíamos que Spencer estava usando Charli por poder e status social. O que tornou pior foi que ele estava fazendo isso com a benção de seu padrasto. Ela tinha razão. Ele era o diabo, e o diabo estava vendendo-a para o seu próprio futuro.

Agora que nós estivemos à vontade, tudo faz sentido. Foi o codicilo, pois sem casamento de Spencer e Charli, Alton Fitzgerald poderia perder tudo. Foi a informação que Adelaide tinha buscado recentemente com a ajuda de Stephen Crawford. Depois de quase 20 anos ela finalmente encontrou uma saída.

Infelizmente, Fitzgerald soube que ela havia descoberto. De acordo com o contato de Oren na Hamilton e Porter, Ralph Porter contatou Alton Fitzgerald... Disse-lhe sobre a descoberta de sua esposa. O advogado era outro nome na minha lista que estava crescendo a cada dia... A cada maldita hora.

O que aconteceu depois foi sabotagem sistemática. Fitzgerald levou Adelaide ao fracasso... O médico supervisionando suas informações médicas encontrou um teste de metais, realizado pelo médico de cuidados primários de Adelaide, há quase dois meses. Ele tinha testado para o mercúrio, arsênio, cádmio e cromo.

Embora os resultados fossem negativos, o que se destacou ao nosso médico foi que o médico de Fitzgerald era suspeito. Ela pediu um teste de folículo piloso. Ela mostra todo o uso de drogas, incluindo o álcool nos últimos noventa dias. Isaac garantiu a amostra de um dia atrás, depois de visitar o seu ‘pai’.

Os resultados devem estar disponíveis em breve. Sua esperança é ver exatamente quais drogas foram inseridas no sistema de Adelaide e a quantidade. Tanto quanto publicamente, nós todos acreditamos a questão desta doença era tornar Adelaide Fitzgerald incapaz. Sob a influência de tudo o que estava em seu sistema, seu comportamento tornou-se errático, ela facilmente descartou as acusações. Eventualmente os produtos químicos em seu sistema tornaram-se demasiado para seu corpo frágil lidar.

Foi um jogo desesperado, mas Alton Fitzgerald estava desesperado. Ele precisava do casamento de Charli com Spencer. Ele precisava que as estipulações iniciais da vontade velhas Montague entrassem em vigor, para que ninguém olhasse para o codicilo. Se por algum motivo ele fosse trazido à luz, a vida que Alton Fitzgerald tinha desfrutado teria chegado a um fim desastroso.

O fim da chamada de Patrick ficou em silêncio. Ele estava falando sobre amanhã... ou hoje. Onde diabos estava o relógio? Eu tinha perdido alguma coisa.

"E Cy tem um bom plano?" Perguntei.

"Para Alex, ele tem. Ele disse que sairá antes para organizar tudo."

"Você viu qualquer outra pessoa enquanto estava na mansão?"

"A equipe, mas Spence os dispensou. Feliz por ter Alex esperando por ele."

"Você está tentando me fazer cometer assassinato? Porque eu estou pronto."

"Cara, eu quero que você fique tão chateado quanto eu."

"E a Chelsea?" Perguntei.

"Eu a vi no restaurante esta tarde. Ela parecia bem, não feliz, mas bem. Eu não a vi esta noite. Talvez ela não estivesse lá."

Talvez ainda não fosse meia-noite. Por que diabos o relógio não se move?

"Isaac esteve observando," eu disse. "Segundo ele, ela foi levada de volta para Montague Manor. E não saiu. Ele tem vigiado a entrada."

Pat zombou. "Então eu não precisava deixar você saber que eu estava lá?"

"Você não precisava, mas se você não tivesse chamado, eu teria chamado você."

"Eu assegurei a Alex que você tinha trabalhado para pegar sua mãe. Diga-me que eu não menti para ela."

Eu balancei a cabeça. "Você não mentiu. Está previsto para acontecer durante a festa. Não queremos ativar nenhum alarme antes. Uma vez que os convidados começam a chegar, as coisas ficarão caóticas. Isso é para nossa vantagem."

"Você irá pegá-la pessoalmente?"

"Não. Meu pai terá essa honra."

"Seu pai?" Perguntou Pat. "Acho que é isso que as famílias fazem."

Foi a minha vez de zombar. "Bem, isso não é muito longe, mas é complicado. Aparentemente, Oren e Adelaide se conheceram antes. Ele quer ajudar."

"Alex tem bastante apoio. Olhando para ela esta noite, eu acho que ela pode ter esquecido isso. Cara, ela está sofrendo."

"Que porra é essa?!" Meu rosnado ressoou através da suíte.

"Não, não literalmente," Pat tranquilizou. "Ela estava emocionada de nos ver, mas a qualquer hora que ela começava a falar, esse imbecil a parava."

"E ela deixou?" Isso não soa como a minha Charli. "Ela me diria para ir me foder. Na verdade, ela me chamaria de idiota." O pensamento me fez sorrir.

Pat riu. Não era um sorriso real, mas quebrou a tensão.

"Se você ouvir qualquer coisa," eu disse. "... ligue. Eu não dou a mínima sobre que horas são."

"Eu vou. A propósito, eles deram a ela um telefone. Segurei-a quando ela estava com você."

"Será que é um código secreto sobre você ter o número dela?"

"Isso mesmo. Mas eu tenho certeza que é monitorado."

"Eu ficaria decepcionado com esses idiotas se não fosse. Eu não vou ligar, mas eu quero."

"Eu não sei o que isso faria conosco, mas com certeza não seria bom."

Quando desliguei a linha, olhei para o número que eu havia escrito.

Dez dígitos que me deixariam ouvir sua voz.

Dez dígitos que poderiam lhe causar mais problemas. Recusei-me a ser a fonte de mais de sua angústia. Em vez de chamar, eu enviei o número para Deloris e abri meu aplicativo. Deitado na cama, eu vi quando ela se materializou. Não ela, mas o seu ponto azul.

Minhas bochechas subiram. Minha Charli era o ponto azul mais bonito do mundo. Eu li seus números, seu pulso normal me deu esperança de que ela estava a salvo com Jane, dormindo, e pronta para o grande dia que tínhamos esperado.

Eu repassei avaliações de Patrick na minha cabeça.

Assustado.

Receoso.

A cada lembrança, o sono escorregava mais e mais longe. O que Edward Spencer tinha feito? O que ele havia ameaçado? E por que, com uma casa cheia de funcionários, somente o herdeiro Montague estava lá?

A porra do bastardo queria o poder. Ele queria que os outros a vissem. Eu conhecia seu tipo. Eu desprezava seu tipo. As pessoas que equiparavam o medo ao poder eram valentões no verdadeiro sentido da palavra. Só porque a minha Charli poderia parecer não significava que ela era fraca. Pelo contrário, ele levou a mulher a ser submissa, a ceder e a confiar. Aquela era a mulher que ela era.

Charli estava fodidamente quente quando ela se entregou, de joelhos, o queixo arqueado e os olhos velados quando ela concordou que era um presente, uma oferta para entregar seu corpo e mente, os seus dois ativos mais poderosos. Isso é o que a apresentação era para ser, um presente. Algo dado, algo que não era pedido ou tomado.

Sabendo que ela tinha bom grado confiado em mim com tudo de si, mesmo em Del Mar, mostrou-me a mulher incrível e resistente que ela é.

Eu nunca a tinha forçado. Eu nunca faria. Essa era a diferenciação entre os gostos e os abusos. Um verdadeiro Dominante, o oposto de um Submisso, entendia e respeitava o fato de que o submisso era aquele com o verdadeiro poder.

Desde nosso primeiro encontro, a primeira vez que seus olhos dourados encontraram os meus, eu nunca duvidei que ela estivesse no controle. Fui capturado por seu feitiço.

Era somente o prazer de avermelhar sua pele com a mão, um cinto, ou com os nós de uma corda, nunca foi sobre o poder. A nossa troca de poder era à cerca do prazer dela e meu. Se eu a prendia com cetim ou uma palavra, a antecipação era um afrodisíaco para nós dois. Não foi apenas sobre o seu corpo, mas também sua mente. Com alguém tão inteligente como Charli, a mente era tão poderosa quanto qualquer ligação, e as preliminares eram tão importantes quanto a execução. Com apenas algumas palavras suas coxas iriam brilhar, seus quadris se contorciam, e os mamilos endureceriam.

Charli foi a mulher mais sensível e sexual que eu já conheci.

Isso não era sua única qualidade. Sua sexualidade não definiu seu ser. Minha Charli também é a mais inteligente e mais determinada e, porra, teimosa. Enquanto eu tinha planos para avermelhá-la por isso, era uma característica que assim mesmo eu admirava.

Eu não podia... Não pensar no que ele tinha feito para assustá-la. Em vez disso, eu pensaria sobre o que poderia ser feito para assustá-lo. Os medos prosperaram na fraqueza.

"Tenho notícias para você, Spencer, eu não sou fraco. Eu também sou mais esperto do que você. Você irá cair e quando isso acontecer, você será o único a sofrer."

 


O toque do telefone me puxou do meu sono. Esfreguei meu rosto, tentando me concentrar. Desde que eu ainda estava vestido, eu devo ter caído no sono assistindo o aplicativo da Charli. Estendi a mão para o meu telefone. O nome de Isaac estava na tela.

"O quê?"

"Chefe," Isaac disse. "ela está fora da mansão."

Procurei o relógio. Que horas eram? Quão tarde eu tinha dormido?

"Para onde ela vai?"

Parece Magnolia Woods. Ela não está sozinha.

"Spencer?" Apenas dizer o seu nome acendeu o pavio explosivo da minha pressão arterial.

"Não é o que você pensa. Ela está com a Sra. Spencer."

A mãe dele? "O que te faz você pensar que elas estão indo para Magnolia Woods? As últimas vezes que elas saíram, elas foram fazer excursões do planejamento do casamento."

"O número que você nos enviou ontem à noite? A Sra. Witt o acessou. Ela tem ouvido todos os telefonemas de Collins. Spencer ligou para ela mais cedo esta manhã. A Sra. Witt ouviu para aonde elas iriam."

Eu balancei a cabeça. "Vou para o quarto de Deloris. Vamos manter um olho nas atualizações. Ligue se algo mudar."

"Sim, senhor."

Quinze minutos depois, de banho tomado e com roupas limpas, eu estava na suíte de Deloris, bebendo café e assistindo à alimentação rotativa do Magnolia Woods. O mundo além de suas cortinas fechadas estava vivo com o amanhecer do sábado de manhã. Visitantes e moradores caminhavam pelas ruas, prosseguindo com suas vidas como se não houvesse outros no equilíbrio.

Eu esperei. Quando Deloris não disse nada, eu perguntei: "Como é que ela parece?"

Eu esperei. Quando Deloris não ofereceu, eu perguntei: "Como ela pareceu?"

Olhando do computador, Deloris sorriu.

"Eu sei," eu admiti. "Eu pareço uma buceta."

"Não Lennox, você parece preocupado. Você soa como um homem que está preocupado com a mulher que ama. Enquanto eu sinto muito por vocês dois passarem por isso, eu estou feliz que vocês dois tenham percebido quão especial seu relacionamento é."

"Às vezes eu penso sobre Jo." Não havia muitas pessoas com quem eu teria essa conversa. Só duas. Deloris era um delas. "Eu penso em como eu não sabia... Quão impotente eu era. Eu não quero ser assim com Charli. Eu não vou ser."

"Não é nenhum segredo que eu amei Jocelyn quase como uma filha. Ela era uma bela alma, ingênua. Alex é diferente. Se você tivesse Jocelyn em sua cama ontem e dissesse a ela que você não queria que ela voltasse para sua família, ela teria ficado."

Fechei os olhos, lembrando-me não Jo, mas de Charli na suíte de Patrick. Eu podia sentir a suavidade da sua pele quente, cheirar seu perfume inebriante, e ouvir os ecos de seus gemidos e gemidos.

"Lennox?"

Eu desviei meu olhar da minha quase vazia xícara de café e afastei as imagens. "Eu não acho que é um elogio para Charli."

"Pelo contrário. Alex mantém você em seus dedos do pé. Apesar do que você possa pensar, você não a controla."

Os tendões do meu pescoço se esticam.

"Ouça-me," Deloris continuou. "Ela permite que você a controle. Ela está bem com isso." Ela encolheu os ombros. "Eu poderia até mesmo ir tão longe para dizer que ela gosta disso. Há algumas coisas que eu não quero saber. No entanto, não é o mesmo. O que faz os dois trabalharem é que você continua sendo teimoso."

"Eu?" Eu dei o meu olhar mais inocente. Honestamente, foi um esforço triste. Não havia nada inocente sobre mim.

"Sim. Eu posso ver que o que está acontecendo o machuca, mas está machucando-a também. Se ela não tivesse feito tudo o que podia para salvar sua mãe, Alex nunca teria perdoado a si mesma."

"E se eu não fizer tudo para salvá-la, eu nunca vou me perdoar."

Deloris assentiu. "Esta noite. O plano está pronto."

Terminando meu café, eu coloquei o copo para baixo. "Agora me fale sobre a chamada que você ouviu."

"Eu gravei."

"Que porra é essa? Por que não disse nada?"

"Porque eu não estou confiante de que eu deveria compartilhar."

"Não é sua escolha. Você trabalha para mim, caso você tenha esquecido."

"Lennox, como eu disse, Alex é forte e teimosa. Espere até que você a tenha em seus braços. Espere até que você saiba que ela está segura. Acho que... é melhor você esperar."

"Mostre."

Deloris sacudiu a cabeça. Apertando os lábios, ela digitou em seu teclado. Segundos depois, a gravação começou.

"Sim?"

Meu peito doía. Fazia realmente apenas um dia desde que eu a segurei em meus braços?

"Sim?" A voz presunçosa de Spencer ressoou. "Tente de novo, querida. Tenho certeza de que a tela lhe disse quem estava chamando."

Que porra era essa?

"Bryce, eu só acordei. Eu não li a tela."

"Então você está bem descansada."

“Na verdade, não. Eu não dormi bem."

"Essa não é minha preocupação. Sua preocupação é colocar aquele sorriso deslumbrante em seu rosto. Você acha que você pode fazer isso?"

"Eu vou trabalhar nisso."

"Seja rápida. Mamãe estará aí em breve."

"Por quê?" Perguntou Charli.

"Eu acho que a apreciação deve ser a sua resposta. Gratidão. Onde estão suas maneiras?"

Mas que porra é essa? Eu fiquei incapaz de ouvir e me sentar. Meus olhos se encontraram os de Deloris. Seus lábios pressionaram mais apertados juntos. "Lennox, você já ouviu o suficiente"

Eu levantei minha mão, silenciando-a. Charli já estava falando.

"... agradecida por?"

"Eu estou concordando com seu pedido de visitar sua mãe. Isso é o que fazemos. Nós vamos nos casar. Queremos o outro feliz, certo?"

"Então eu vou para Magnolia Woods?"

"Minha mãe vai acompanhá-la. Eu odiaria que nada acontecesse com a visita de hoje. Ela vai ficar com você o tempo todo."

"Obrigada."

"É isso aí, querida. Após sua visita, ela irá te trazer de volta e você pode elaborar a sua gratidão."

"Para Carmichael Hall? Por que não aqui?"

Que diabos? Ela está pedindo para ir para Montague Manor. O que diabos está acontecendo com Carmichael Hall?

"Olha as suas maneiras." Spencer lembrou.

"Obrigado pelo convite, mas preciso preparar-me para a festa."

"Nós temos negócios inacabados. Carmichael Hall é um lugar aonde a porra do seu primo não vai se materializar para atrapalhar nossos planos novamente."

Meu peito apertou. "Que diabos..."

Dessa vez Deloris ergueu a mão.

"Bryce, por favor."

"É simples querida, ou você vem ou eu irei chamar minha prostituta."

Os músculos do meu pescoço se apertaram.

"Talvez ambas? Talvez você gostasse de ver o que acontece quando-"

"Alton disse que ia voltar depois da festa."

"Eu não disse que a traria aqui para ficar, apenas para provar meu ponto. Ela pode retornar. Certamente ela ainda vai ser capaz de andar."

"Pare. Eu estarei lá."

"O que ela disse?" Eu gritei para o computador.

"... Minha boa menina. Certifique-se de contar à minha mãe o quanto você aprecia sua companhia."

"Sim. Preciso me preparar."

"Faça isso. Vejo você em breve. Tenho certeza que você vai gostar dos nossos planos da tarde."

"Adeus, Bryce."

O silêncio encheu a linha.

Os olhos de Deloris encontraram os meus.

Minha mandíbula doía quando eu disse: "Ele precisa sofrer."

"Eu estou pensando nisso..."

 

CAPITULO 38

 

 


"Sra. Fitzgerald."

Minhas pálpebras estavam tão pesadas, tão incrivelmente espessas. Contudo, eu conhecia a voz. Concentrei-me em abri-los. Lentamente, no início, eu permitia apenas uma fenda de luz. Estava lá, o mundo além de meus olhos fechados. Pisquei uma vez

E depois duas vezes.

Luz e paredes azuis. Guarnição branca. Monitores e bips.

Eu pisquei novamente.

"Louvo ao Senhor! Senhora Fitzgerald, você vai abrir os olhos hoje?"

Minhas pálpebras tremularam quando ela apareceu. "J-Jane? É você?"

"Sim, sim! Senhora, eu estou aqui. Estou contigo."

Deixei escapar um longo suspiro e fechei os olhos. Tão cansada.

Jane estava aqui? Por quê? Esta não era a minha casa. Eu não estava na minha suíte.

Essa realidade tinha ficado dolorosamente clara a cada vez que eu despertava nas últimas horas, ou eram dias? Talvez fossem semanas? Quando o tempo perdeu o seu significado?

Eu puxei uma respiração profunda quando senti a minha língua muito áspera, lábios ressecados e descamando. "Eu-eu estou com sede."

Uma palha apareceu em meus lábios.

"Aqui está, Sra. Fitzgerald. Beba."

Eu fiz. Gole após gole. Bebi o líquido fresco, claro, enchendo minha boca, cobrindo a minha língua e revestindo minha garganta. Cada gota era o céu, como a chuva para a ressecada e barrenta Geórgia.

Quando ela o puxou, eu lentamente abri meus olhos. Ela era real. Jane era real. Sua linda pele marrom brilhava, e eu procurei seus olhos conhecedores. Pela primeira vez, no que parecia uma vida inteira, minhas bochechas se ergueram e meus lábios se separaram.

"Você é a visão mais bonita que eu já vi." Eu levantei minha mão pesada, procurando a dela.

Calor envolveu a minha enquanto ela a pegava e apertava. "Senhora, você também é uma boa visão."

Eu balancei a cabeça. "Eu... duvido disso."

A sala além de Jane voltou à vista. Estéril. Essa tinha sido uma das palavras na minha memória recente. "Como? O que aconteceu?" Abaixei a voz. "Jane, eu tomei essas pílulas?"

"Não os que eu levei. Ainda os tenho."

"Então..." Eu tentei me lembrar. "Eu não entendo."

"A Senhora está melhorando, isso é tudo que importa. Você está falando. Espere até que a senhorita Alex a veja."

Meu sorriso desapareceu. Senhorita Alex, minha filha. Eu sonhava com ela, mas não era real. Eu não conseguia me lembrar de quanto tempo fazia desde que eu a vi. Então, novamente, minhas memórias estavam distorcidas, distantes, fora de alcance.

"Talvez um dia. Alexandria está ocupada com sua vida."

"Não, Sra. Fitzgerald. Ela esteve aqui todos os dias. Ela está tomando conta de você. Ela é a única que esteve coordenando as suas enfermeiras."

"Eu... achei que era um sonho."

"Não é um sonho, é real." Jane apertou minha mão.

Meu coração saltou e os bips das máquinas criaram um ritmo uniforme. Tentei pensar. Se Alexandria realmente estivesse comigo, Oren poderia ter vindo também? "Quem mais, Jane? Quem mais veio me ver?"

Jane encolheu os ombros. "Eu não sei exatamente. O Sr. Fitzgerald e o Sr. Spencer, eles vêm com a Srta. Alex... Senhora, sua cabeça... está doendo?"

Eu avaliei minha cabeça. "Não, não." Espremendo meus olhos, eu perguntei, "Por que Alexandria estaria aqui com o Spencer?"

"Eles... bem, eles noivaram. Há uma grande festa hoje à noite na mansão para anunciar oficialmente."

"O quê? Por quê? O que aconteceu com Lennox?"

"Seu namorado de Nova York?" Jane sacudiu a cabeça. "Ela voltou. Ela está fazendo o que precisa fazer."

Tentei levantar meu braço. "Jane, me ajude a sentar-me." Meu braço direito estava ligado a uma rede de tubos. Havia apenas duas agulhas, mas cada uma em um braço. Eu puxei novamente. "Eu quero sair daqui. Preciso ver minha filha, preciso falar com ela."

Ela estendeu a mão para o botão e me sentei. "Eu estava com ela ontem à noite. Ela pode não ser capaz de estar aqui hoje. Ela tem essa festa, mas, senhora, ela vai fazer o seu melhor para vir domingo."

"Domingo? Que dia é... tentar? O que você quer dizer?"

"Sr. Spencer... ele-"

Não. Eu não podia deixá-la fazer isso. Eu puxei com mais força. As agulhas puxaram a minha pele e puxaram a fita. "Jane tire isso. Preciso falar com ela. Ela não pode..." Eu puxei com mais força. "Isso não precisa..."

Os alarmes soavam.

Bip! Bip!

Sirenes soaram e luzes piscavam, os seus ecos e cintilações enchendo a sala.

"O que está acontecendo?" Perguntou Jane quando a porta se abriu. Ela saltou para perto da parede quando algumas pessoas correram para o pequeno espaço, gritando ordens.

"Senhora, saia."

"A senhorita Collins disse... Senhora..."

Um homem de uniforme empurrou Jane para trás enquanto outros correram para os meus monitores.

"Por favor, deixe-a ficar!"

Os grandes olhos castanhos de Jane se abriram mais largamente quando a afastaram.

"Espere! Jane, diga Alexandria..."

Uma mulher puxou a minha IV. Virei-me a tempo de vê-la inserir uma seringa.

"Por favor, não. Eu quero isso fora. Jane..."

As vozes desapareceram... O quarto desapareceu.

Teria sido real? Eu realmente conversei com Jane? Ou era faz de conta? Minha mente pregando peças. Talvez fosse uma performance, uma peça de teatro, e a cortina caiu. A cena era sobre... E agora o teatro estava vazio.

"J-Jane..." Eu tentei gritar. "Não!" A palavra não veio. Meus lábios não se moviam mais.

Tão pesado. Tudo era tão pesado.


"Acorde Adelaide, eu estou aqui, você está segura."

Quando seus lindos olhos azuis encheram minha visão, pequenas rugas se formaram em seus cantos. Eu empurrei para trás

Em direção ao travesseiro e admirei o incrível homem em minha cama. Mais precisamente, o homem na cama que estávamos compartilhando.

Levantei a palma da mão para o seu rosto e saboreei o abrasivo crescimento da barba. Antes que meus pensamentos vagassem, eu disse: "Sinto muito, Oren. Eu acordei você."

Lábios quentes salpicaram minha testa enquanto seu perfume masculino enchia meus sentidos. Colônia misturada com Intensidade. Era uma poção viciante, uma que eu precisava parar, mas como todos os outros vícios, eu tinha sido muito fraco. Isso fazia parte do meu pesadelo, a parte que eu não queria fazer.

Inspirei, deixando que o cheiro mágico que nos envolveu endurecesse meus tensos nervos.

"Eu acordaria com você todos os dias." disse ele.

"Eu não queria... eu estava sonhando."

Oren sentou-se e puxou-me para ele. Descansando minha cabeça em seu peito minhas orelhas encheram com a batida rítmica de seu coração. Sem pensar, meus dedos encontraram seu caminho até seus finos e escuros pelos no peito. Eu raspei a suavidade com minhas unhas bem feitas enquanto seu braço forte estava em torno de meu ombro.

Sua voz profunda ecoou pelo peito dele. "Soou um pouco menos como um sonho e mais como um pesadelo."

Eu dei de ombros em seu abraço. "Eu não quero falar sobre isso."

Oren mudou de posição, colocando-me de volta no travesseiro e pairando acima. "Adelaide, há quantos anos estamos vendo um ao outro?"

Estendi meu lábio inferior, brincando meu encanto do Sul. "Você não sabe?"

Seu nariz aproximou-se do meu enquanto a respiração quente soprava minhas bochechas. "Eu sei até o número de minutos, mas o ponto é que não há nada que você possa dizer que eu não consiga ouvir. Você já ouviu minhas aflições, meus arrependimentos. Mesmo depois disso, você acha que eu seguraria alguma coisa contra você?"

Levantei meus lábios aos dele. "Está bem, Sr. Demetri, eu não sou uma boa mulher. Eu sou uma esposa infiel. Isso é um pecado mortal. Estou condenada ao inferno. Não há nada que eu possa fazer sobre isso."

Suas feições se contorceram. "Adelaide, isso me dói. Eu sou a causa de sua condenação, mas eu acredito que há um recurso para a salvação."

"Você acha? E o que seria isso... confissão?"

"Você acabou de confessar."

"Então, o que posso fazer para encontrar a redenção?"

Eu sabia a resposta. Eu só não queria dizer isso.

Ele pegou minha mão, tirando-a do cobertor. "Você substitui este anel com o meu."

Um nó formou-se na minha garganta. "Eu-eu-"

"Não diga que você não vai... ou diga que você não pode... dizer não ainda."

"Oren, meu futuro está feito. Sempre foi assim."

"Meu amor, você já experimentou o sofrimento, está na hora de você experimentar a vida que você merece. Você esteve no inferno. Deixe-me dar-lhe uma fatia do céu."

Comecei a falar, mas seus lábios firmes capturaram os meus, tirando minha refutação.

"Ainda não..." ele encorajou. "Pode dizer."

Eu balancei a cabeça. "Eu não posso te machucar mais. Não vou te dar uma falsa esperança."

"E você?"

"E quanto a mim?"

"Você não merece esperança?" Ele perguntou.

"Não, eu não. Não mereço nada disso, mas Alexandria sim."

"Ela ainda está na escola."

"Sim, ela tem muito à frente dela."

"E você também."

Meus olhos se fecharam. Era meu pesadelo, o que eu estava temendo.

"Oren..." eu respirei fundo.

Segurando o lençol sobre meus seios, me mudei para a borda da cama. "Eu... eu vim te ver esta última vez por um motivo."

Ele se moveu atrás de mim, seu queixo raspando no meu ombro. "Adelaide, não é a última vez. Temos toda a nossas vidas. Você pode me ver por qualquer motivo que você quiser. O céu é azul. A grama é verde. Estou disponível para você sempre."

Eu balancei a cabeça. "Não é justo." Fiquei de pé e passei o lençol criando algo que se contorcia em torno de minhas pernas, enquanto eu andava para frente e para trás. "Estive pensando em Angelina."

"Sobre a Angelina? Por quê?"

"Vocês dois... vocês merecem encontrar isso de novo. Estou te segurando."

Oren se levantou e sua voz aumentou. "Que diabos?"

Era meu pesadelo. O homem que eu amava... Eu sabia que ele tinha uma escuridão, ele tinha que ter. Ele não poderia ter confessado as coisas que tinha dito, o que tinha feito, sem um lado escuro. No entanto, eu nunca tinha visto.

Não até agora.

Enquanto seus traços mudaram eu dei um passo para trás, antecipando a raiva do meu pesadelo. Quanto mais eu pensei sobre este dia, este adeus, mais frequentes os pesadelos vieram. Já era tempo. Eu tive que enfrentá-lo. Eu tive que enfrentar a mudança de Oren para Alton.

Talvez algumas partes de mim queriam isso. Eu precisava vê-lo para realmente ir embora.

"Adelaide, eu encontrei esse tipo de amor... em você. Você é il mio amore. Não quero outra mulher."

Seu amor.

Lágrimas encheram meus olhos. "Não. Isso demorou muito. Por anos, anos que você poderia ter estado com alguém em aberto, alguém que poderia estar com você dia após dia, e alguém que poderia ajudá-lo a cuidar de Lennox e Silvia. Eu fui egoísta."

Quando Oren alcançou meus ombros, eu me encolhi.

"Pare com isso." ele disse não me deixando ir.

"Por favor..."

"Adelaide, você sabe que eu nunca machucaria você. Eu disse a verdade. Eu queria que você soubesse o que eu tinha feito. Seja honesta comigo, essa é a razão pela qual você quer acabar com isso, por causa dele? Porque você não pode estar com um homem como eu?"

Um homem como ele... Um homem amoroso, gentil e perdoador. Um homem cuja mera presença faz meu coração bater mais rápido e cujas palavras derretem meu interior até que não haja nada e que eu não possa ficar sem seus braços fortes. Era isso que ele queria dizer?

Não.

Ele me perguntou se eu poderia viver com um homem que tinha feito coisas sombrias e terríveis. Um homem que fez o que precisava fazer, não só por seus objetivos, mas por sua família e sonhos. Um homem que me fez perguntar a mim mesma se eu poderia viver minha vida com ele. Eu queria Oren com tudo em mim.

O destino de Russell foi selado, com ou sem Oren Demetri, no dia em que ele ameaçou me deixar e Alexandria. Eu viveria com o que Oren tinha feito. Eu poderia amá-lo para o resto da minha vida, mas essa resposta não cortaria essa relação. Não libertaria esse homem maravilhoso.

Levantei meu queixo. "Eu não posso. Foi divertido enquanto durou, mas não, não posso."

As mãos de Oren caíram, seu suave aperto deixando meus ombros e caindo ao seu lado. "Eu pensei..."

"Você pensou errado. Eu tive um bom tempo, mas é hora de eu trabalhar em meu casamento."

"Ele é um porco. Você vai escolhê-lo sobre mim?"

Mil vezes não.

"Sim." Quando seus olhos azuis perderam seu brilho, foi confirmado. Eu não merecia Oren Demetri.

Endireitando meus ombros, caminhei até o banheiro. "Adeus, Oren. Por favor, saia."

"Mamãe?"

Eu não tentei responder. Não era mais real do que Oren ou Jane.

 

 

CAPITULO 39

 

 

 

Enquanto nos aproximávamos, vi Jane passeando nervosamente para fora da porta de mamãe.

"O que aconteceu?" Eu perguntei, correndo à frente de Suzanna.

Os olhos escuros de Jane transbordaram de lágrimas, deixando suas bochechas úmidas. "Ah, senhorita Alex, ela estava falando. Ela estava bem... tão bem." Ela pegou minhas mãos. "E então ela ficou chateada. Ela queria falar com você, mas eu não sabia que você estava vindo. Então ela puxou seus IVs. Havia alarmes e luzes por todo o lugar. Todos eles vieram correndo... Eles deram-lhe mais remédios."

"Ela estava falando?"

Jane assentiu com a cabeça. "Sim. Eu disse a ela que você estava aqui. Ela pensou que tinha sonhado você." Uma sugestão de um sorriso floresceu atrás de sua tristeza. "Eu disse a ela que você era real. Você é."

"O que está acontecendo aqui?" Suzanna perguntou, vindo até nós.

Jane ficou mais alta e enxugou as bochechas.

"Mamãe estava acordada e falando." Expliquei.

"E você está chateada? Por quê? Por que não estamos lá? O que ela disse?"

Jane voltou-se para ela. "Ela fez perguntas."

"Que perguntas?"

"Ela perguntou quem a visitou."

"Ah, Jane..." eu disse. "Ela vai ficar melhor."

Jane assentiu esperançosamente.

"O que ela lembrou?" Suzanna perguntou. "Ela estava alucinando?"

Eu mudei. "Por que você supõe que ela estava com alucinações?"

"Querida, eu não estou assumindo. Eu sei como ela tinha estado delirante."

Jane falou comigo. "Srta. Collins, o que quer que eles deram à ela a derrubou muito rápido. Estou preocupada."

"Eles a machucaram?"

Olhei para ela e entrei no quarto. Havia três pessoas em pé ao redor de sua cama. "Vou descobrir."

Suzanna estendeu a mão para o meu braço. "Eles são médicos e enfermeiros. Suponho que eles sabem mais sobre seu cuidado do que uma empregada doméstica."

"Com licença?"

"O quê?"

"Suzanna, obrigado por vir aqui comigo. Gostaria de privacidade enquanto falo com os médicos da mamãe."

"Eu não vim com você. Você não estaria aqui sem mim." Ela ajustou a bolsa pendurada em seu pulso e virou-se para Jane. "Por que você está aqui? Você não tem bastante trabalho na mansão para mantê-la ocupada?"

"Ela tem muito trabalho sim, mas eu pedi a ela para vir aqui. Mamãe perguntou por ela."

"Ela perguntou por você?" Suzanna perguntou e seu nariz enrugou com a última palavra.

"Sim, ela perguntou. Srta. Collins deixe-me saber o que posso fazer pela sua mãe."

Estendi a mão para ela. "Jane, venha comigo para falar com os médicos. Você estava lá. Você pode dizer a eles o que aconteceu." Eu me virei para Suzanna. "Seja uma querida..." Meu tom pingava de açúcar, mais doce do que o chá doce do sul. "... e nos dê um minuto. Há um belo pátio. Se você for e tiver um assento, eu vou ter uma boa xícara de café enviada para você. Assim que soubermos o que está acontecendo, vou buscá-la."

"Bryce não ficaria satisfeito."

Meus olhos se abriram e as mãos voaram para o meu peito. "Eu espero que não! Tenho certeza que alguém tão empático quanto seu filho seria devastado que minha mãe estava na borda da recuperação e de repente começou a piorar." Eu me aproximei. "Isso é o que você quis dizer? Não foi?"

"Bem..."

Acenei para um homem de uniforme branco. "Senhor, você poderia, por favor, pegar para a minha futura sogra uma xícara de café com creme e dois açúcares? Ela estará no pátio."

"Sim, senhora." Ele virou-se para Suzanna. "Posso mostrar-lhe o caminho?"

Seu queixo levantou. "Alexandria, eu estarei de volta daqui a dez minutos."

"Mal posso esperar."

Eu peguei a mão de Jane e a puxei para dentro do quarto de mamãe. O fundo da porta raspou contra o chão quando eu a abri.

"Eu lhe disse..." Um homem falou sem se virar.

Eu falei mais alto. "Com licença. Você está falando comigo?"

O homem girou. "Ah, senhorita Collins..."

"O que aconteceu?"

"Sua mãe teve outro incidente. Precisamos medicá-la."

"Você tentou descobrir exatamente o que aconteceu?"

"Ela estava falando." Jane se ofereceu.

"Não precisamos perguntar. Sua mãe é monitorada de perto. Os alarmes nos contaram tudo o que precisávamos saber."

Eu dei um passo para frente e ofeguei, as amarras estavam novamente em torno de seus pulsos. "Desfaça essas restrições. Qual é o seu problema?"

"Ela estava tentando remover seus IVs. Você não parece entender que estes são para seu próprio bem."

"Ela está inconsciente. Remova-os agora. Eu vou sentar com ela e garantir que ela ficará bem."

"Senhora, com a quantidade de medicação que foi dada a ela, ela não vai recuperar a consciência por um bom tempo."

Minha pele se arrepiou como a incompetência desvendando meu último nervo. "Retire as restrições agora."

Olhei para Jane como o enfermeiro contragosto liberou as restrições de velcro. Imediatamente, ambos correram para os lados e massagearam seus pulsos. "Existe alguma coisa que você precisa fazer para ajudá-la?" Perguntei indignada.

"Não, eu só tenho certeza..."

"Temos tudo coberto."

"Senhora?"

"Vá. Diga ao Dr. Miller que quero falar com ele e deixe minha futura sogra no pátio saber disso, os planos mudaram. Preciso ficar aqui até que o Dr. Miller chegue."

"Senhora, o médico não está agendado para estar aqui até esta tarde."

Puxei uma cadeira ao lado da cama de mamãe. "Não é um problema. Eu vou esperar."

Quando estávamos sozinhos, Jane se aproximou. "Criança, eu posso ficar."

"Nós duas podemos ficar."

"E sobre a festa?"

"Os convidados só chegam às seis. Estarei de volta até lá."

"Eu pensei que você disse que o Sr. Spencer não ia deixar você vir aqui hoje?"

"Estou aqui, mas ele me quer no Carmichael Hall."

Jane sorriu. "Mas você vai ficar aqui?"

"Sim, Jane. Eu vou."

Seu sorriso se alargou.

A notícia não caiu bem com Suzanna.

Quando ela entrou na sala, era óbvio que era sua primeira visita. Sua mão voou para seus lábios enquanto ela viu a minha mãe, na cama, e os monitores. "Oh..."

Seu show fingido de sensibilidade não se mexeu comigo, nem sua lista de razões que eu precisava para voltar a Carmichael Hall. Embora eu sabia que minha decisão voltaria para me assombrar, eu mantive minha posição.

"Alguma coisa significativa aconteceu. Eu não posso jogar bonito na festa sem saber pensamentos do médico."

Mesmo durante as chamadas de telefone com Bryce e Alton, eu não vacilei.

"Jane, eu tenho um favor para te pedir."

"Qualquer coisa."

"Você pode fazer qualquer coisa para conseguir Chelsea longe da Montague Manor, até o horário mais próximo da festa?"

Seu olhar se estreitou, mas ela não questionou. Jane estava em Montague por muito tempo. Um momento depois eu a ouvi fazer uma chamada. Eu não tinha certeza de com quem ela falou, mas quando ela terminou, ela se virou para mim.

"A senhorita Moore estará ocupada hoje. Ela vai ajudar a organizar as entregas. Nós temos uma grande e poderosa festa e precisamos da ajuda de todos."

"Ela ainda estará na mansão?"

"Não, senhorita Alex. A senhorita Moore estará em Savannah confirmando os fornecedores. Teria sido meu trabalho, mas estou ocupada."

Eu respirei fundo. "Obrigado."

Uma vez que eu chateei todos, eu me ajustei ao lado de Momma em um lado de sua cama e de Jane no outro. Até os bips constantes dos monitores, a sala fria, e a janela coberta me tornou mais relaxada desde que eu cheguei à Geórgia. Eu estava com as duas únicas pessoas que cuidavam de mim, e a quem eu me importava, em Montague Manor.

"Ela realmente estava coerente?" Eu perguntei, mantendo minha voz baixa.

"Ela estava," sussurrou Jane. "No outro dia, enquanto eu estava trabalhando com os fornecedores para a festa, eu parei no escritório do Dr. Beck."

"Você fez?"

Ela assentiu com a cabeça. "Eu não sei se é bom ou ruim. Os testes... não mostram quaisquer metais tóxicos. Ele pensou que poderia ser a casa velha, mas não, tudo mostra que o medicamento em seu corpo... Era o que prescreveram para ela."

Meu coração afundou. "Então ela provocou uma overdose?"

"Eu não acho que seja assim tão simples. Eu disse ao Dr. Beck, assim como eu lhe disse: ela não tinha as pílulas. Eu as tinha. Eu ainda as tenho. O Dr. Beck não lhe deu mais. O medicamento que encontraram em seu corpo, com esses testes, foi o mesmo que o que ele tinha prescrito. Eu só não acho que eram dela."

"O que a manteve na medicação preventiva? Eles dizem que ela parou de tomá-lo."

Jane balançou a cabeça. "Ela tomou todos os dias. Eu sei o que eles dizem, mas muitas manhãs eu a assisti levá-lo, mesmo depois de ela começar a ter problemas. Tenho a certeza que ela tomou. Eu não entendo por que..."

Eu respirei fundo, deixando as palavras de Jane penetrar meus pensamentos. Alton era um gênio. Foi a overdose perfeita: Dar mais do remédio que Momma já tomava, muito mais.

Depois que ele e eu tínhamos encontrado com o Dr. Miller, na hora que eu tinha o meu tablet aprovado pela escola, eu olhei para os efeitos colaterais dos opióides: dores de cabeça, tonturas, vômitos. Essencialmente, muito Vicodin e Momma pensaria que ela estava tendo uma enxaqueca. Aumentando a dose ela obteria os benefícios adicionais de ansiedade, tremores e comportamento errático. Combine isso com o álcool, outro depressivo... memória e problemas para dormir. Tirar o remédio preventivo para a dor de cabeça. Foi a tempestade perfeita.

"Esta manhã, ela estava realmente fora de controle? Será que eles precisam dominá-la?"

"Eu vi sua mãe mais chateada, muito mais. Se me deixassem, eu teria falado com ela. Ela só queria você."

Suas palavras agarraram meu peito, apertando meu coração. Eu... Eu...

Jane pegou minha mão. "Ela precisa de nós."

"Estou tentando."

"Está errado," Jane perguntou. "que eu esteja preocupada com ela, mas mais preocupada com ela aqui?"

Engoli em seco. "Não. Eu também estou."

Eu não tinha certeza de como o povo de Nox planejou ajudar minha mãe e levá-la para fora daqui, mas a cada minuto que passa, eu estava grata que eles tentarão. Eu também estava preocupada que não teria sucesso. Olhando para a minha mãe, eu temia que, se eles falhassem, ela não teria mais opções.

 

 

 

 


CAPITULO 40

 

 

 

Jane e eu escorregamos para o fundo da mansão, deixando a porta da frente. Pouco antes de fazer o meu caminho até o meu quarto, eu me lembrei de Chelsea. Eu fiz o meu caminho para o quarto, evitando o primeiro andar. Afinal de contas, aquilo era um hospício. Havia pessoas em todos os lugares, arranjos de flores, criação de Buffet e vários bares montados. Eu tinha me esquecido de perguntar a Jane quantas pessoas foram convidadas. Talvez não fosse esquecimento, somente apatia mesmo. Eu não dou a mínima.

Gentilmente eu bati na porta de Chelsea e esperei.

"Olá?"

"Chels, sou eu."

A porta se abriu. Eu não a tinha visto desde ontem à noite. Ela estava usando calças e uma blusa, e seus cabelos em um rabo de cavalo. Embora sua bochecha estivesse coberta de maquiagem, o roxo aparecia.

"Deus. Lamento que eu arranjei para você sair assim."

Ela deu de ombros quando ela abriu mais a porta, andou até uma mesa e pegou um par de óculos de sol. "A vantagem da Geórgia é que, mesmo em novembro, geralmente é ensolarado." Ela colocou os óculos, cobrindo o hematoma. "Além disso, eu estava feliz em sair daqui."

"Você o viu?" perguntei, não tendo mais tempo para dançar em torno do elefante na sala.

Ela balançou a cabeça. "Não, mas ele ligou. Ele estava chateado que eu não estava esperando aqui. Ele disse que você ficou, por isso era meu trabalho..."

Ela não terminou. Ela não precisa.

Peguei sua mão e a puxei para o banheiro. Uma vez que a porta estava fechada e ela tirou os óculos de sol, vergonha e tristeza brilharam em seus olhos castanhos, mas não havia lágrimas. Fez-me orgulhosa da minha amiga. Felizmente, ela foi sabia que tinha feito escolhas ruins e idiotas.

"Tenho medo de estragar tudo." confessei.

"Por quê?"

"Seu quarto. Eu supus que o meu foi grampeado, mas ontem quando falamos..." Os pensamentos aumentaram meu pulso "... Eu tenho medo que eles possam saber sobre minha conexão com a Infidelity."

Chelsea suspirou. "Sim, eu odiaria que eu fosse a única prostituta."

Dei um passo para trás.

"Não," ela respondeu rapidamente. "Eu sinto muito. Eu estou brava, eu estou assustada e estou atacando você... porque eu posso. Mas não quis dizer isso."

Embora eu tivesse sentido o impacto, eu entendi. "Vou tirar você esta noite. Eu te contei o meu plano, vai dar certo. O andar de baixo está zumbindo. Mais tarde, será caos total e confusão."

"Você sabia que havia trinta e dois arranjos florais entregues?" Perguntou Chelsea. "Trinta e dois grandes! Ajudar a coordenar tudo isso foi parte do meu trabalho hoje. Há uma cozinha com chefs e, ainda assim, os fornecedores trouxeram mais cozinheiros e mais de vinte servidores." Ela balançou a cabeça. "Eu não posso imaginar o seu casamento."

"Bem, não imagine. Eu vou sair antes que isso aconteça. Ele me assusta também."

"Alex, o que vai acontecer com sua mãe?"

Eu soltei um longo suspiro. "Espero que Nox possa ajudar." Eu não poderia dizer mais. E se o banheiro estivesse grampeado? E se Bryce pegasse Chelsea e a forçasse a confessar?

Como ele tinha dito sobre os planos do nosso dia... Havia muitas variáveis.

"Você não foi convocada para a festa, não é?"

Chelsea sacudiu a cabeça. "O oposto."

Fiquei mais ereta, inclinando a cabeça. "O que isso significa?"

"Quando ele me ligou, ele me disse para ficar aqui nesta sala. Ele disse que se as coisas não fosse bem na festa, ele queria saber que ele tinha uma opção..." Ela expulsou uma respiração profunda enquanto suas mãos caíram para os lados. "Se você não se ‘comportasse’ foi a palavra que ele usou, e eu seria punida. Ele quer saber a sua "prostituta" está disponível."

Eu alcancei seus ombros. "Ninguém, ninguém," eu repeti. "merece ser tratada como ele está tratando você. Eu não dou a mínima para o que o acordo diz. Deloris vai te tirar dele." Eu toquei seu rosto. "O abuso está fora. Eu acredito que pode mesmo vir com uma compensação. Porra, eles devem ter clientes melhores."

"Eu nem me importo mais sobre o dinheiro. Eu fiz. Salvei mais do mesmo. Mas que bom seria colocar a minha irmã na escola se eu não estou viva para vê-la na pós-graduação?"

Ela andou um pequeno círculo. "Mas... você tem certeza? Eu não quero deixá-la, e eu não quero ficar."

"Não vai ser por muito tempo. Eu não posso fazer isso. Eu tenho feito algumas das coisas que me propus a fazer. Eu sei coisas. Eu vi coisas. Se eu não tivesse vindo aqui... bem, eu fiz. Agora eu preciso fazer o que alguém me pediu para fazer mais vezes do que posso contar. Eu preciso confiar nele."

"Você não está falando sobre Bryce?"

"Claro que não!" Eu olhei para o meu relógio. "Eu preciso ir ficar pronta. Eu voltarei. Quando o fizer, não será por muito tempo. Eu sei o que Bryce disse, mas não sairei do meu quarto até a hora. Vou me comportar." A palavra era azeda. "Ele não terá qualquer razão para vir até aqui. Mantenha a porta trancada. Vai me fazer sentir melhor."

Chelsea concordou. "Eu te amo."

"Como uma irmã." eu disse, beijando sua bochecha não marcada.

 


De banho tomado, meu cabelo seco, mas ainda não vestida, usando um roupão envolto em torno de mim, eu decidi avaliar o vestido que eu usaria. Tudo o que eu queria era que cobrisse os meus seios. Eu realmente não tinha dito, mas é o que Bryce implicitamente queria quando ele beliscou meu mamilo para provocar a minha atenção. Era a área que o vestido cobriria... Onde ele poderia me machucar.

Eu empurrei esses pensamentos para o fundo da minha mente. Eu não poderia reviver o susto de ontem à noite, a inevitabilidade de sua ameaça... Eu não poderia fazer isso e ficar ao lado dele jogando o papel noiva perfeita. Em vez disso, eu trabalhava para evocar pensamentos do meu amigo de infância, e o que eu sentia por Nessie, o monstro que nossas mães tinham inventado para nos manter longe do lago. Irônico que elas tinham criado uma besta para nos manter seguros quando estar com um era seu objetivo.

Mesmo as memórias de infância foram manchadas. Alguma coisa tinha sido real? Claro que não, este era o mundo de fumaça e espelhos.

Quando levantei o novo saco de vestuário da prateleira do meu armário, o som de bater me avisou de outra intrusão.

Porra!

Por favor, não seja o Bryce.

"Olá?" Perguntei através da porta trancada.

"Alexandria?"

Depois de girar a chave na porta, eu a abri. Espiando modestamente em torno da borda, eu olhei Suzanna cima e para baixo. Seu vestido era intocado, um safira azul com um decote cavado, e seu cabelo estava arrumado em alguma colmeia reminiscente dos anos sessenta. Ok era bem feito, mas ainda parecia ridículo. A maquiagem dos olhos era exagerada e os lábios estavam muito vermelhos. Se a intenção tinha sido fazê-la parecer mais jovem, ela tinha perdido a marca.

"Suzanna," eu murmurei. "Você não está linda? O que posso fazer por você?"

Seus lábios franzidos. "Abra a porta. Eu ia dizer-lhe esta manhã, mas... bem, os planos mudaram."

"O quê? Eu sinto muito que eu não fui capaz de passar a tarde com você e Bryce. Mas sim, minha mãe está descansando confortavelmente. Obrigado por perguntar."

Limpando a garganta, ela deu um passo para o lado, permitindo sua comitiva a entrar em vista.

"Abra a porta. Sua equipe de estilistas não tem muito tempo."

"Os estilistas? Eu não preciso..." Meus protestos caíram em ouvidos surdos quando Suzanna e três outras mulheres demoliram seu caminho para minha suíte. Em poucos minutos o meu banheiro foi transformado em um salão de beleza. Alisadores e ferros de todas as larguras foram alinhados no balcão de mármore, enquanto paletas de maquiagem, blush, sombras para os olhos encheram todos os espaços disponíveis.

Uma cadeira foi trazida, e fui incentivada a sentar-me e obedecer.

Embora eu repeti minha objeção, logo eu estava fazendo como eu tinha me proposto, enquanto Suzanna estava me preenchendo sobre as próximas festividades.

Olhando para o relógio, ela estabeleceu o cronograma. "Apesar de que deveria começar às seis, os hóspedes podem chegar mais cedo. A equipe está pronta para recebê-los. Os bares e hors d'oeuvres estarão prontos. Seu pai e eu vamos acolher todos assim que chegarem." Ela inclinou-se para o espelho e correu o dedo pelas dobras da boca aberta, como se isso pudesse ajudar a cor berrante. "É claro," continuou ela. "ele não pretende fazer isso por muito tempo. Ele está esperando uma lista de convidados VIP distintos, muitos dos quais ele vai entreter em sua toca privada."

Será que meu padrasto canta e dança e eu tinha sido alegremente inconsciente disso por mais de vinte anos? Eu teria perguntado, mas a escova puxou meu cabelo em uma direção, esponjas para aplicar camadas de base desceram sobre o meu rosto, enquanto, ao mesmo tempo, as minhas unhas estavam recebendo um revestimento brilhante de gel, mas mantive minhas repreensões ao mínimo.

"Eu disse a Bryce para se juntar a você aqui-"

"Por quê?" Eu consegui interromper.

Eu o tinha evitado durante todo o dia, menos algumas ligações. Eu não quero vê-lo até que foram cercados por dezenas ou centenas de convidados. Quanto mais, melhor.

"Então... vocês dois podem fazer uma grande entrada." Ela disse isso como se fosse tão óbvia quanto o seu grande decote.

"E a que horas devemos entrar?"

"Só depois das 18h30."

Meu estômago afundou. "Bryce está aqui?"

"Ainda não. São quase 17h20. Eu espero que ele chegue em breve. Dá para acreditar? Os carros já começaram a se alinhar no portão." Ela estava quase tonta. "Este é verdadeiramente o evento social. Seu casamento... oh, vai ser espetacular! Eu disse a Bryce para entrar por outra entrada."

Eu mal podia formar as palavras. "V-Você fez? Qual?"

"Há uma perto dos celeiros de cura, é a mais próxima."

Deixei escapar um suspiro. Graças a Deus não era a velha estrada.

"Os guardas nunca iriam permitir que os hóspedes entrassem por lá," continuou ela. "É usada apenas pelos trabalhadores de campo, mas nesta ocasião, eu acredito que vai ajudar Bryce a evitar o engarrafamento."

Suzanna estendeu a mão para o meu ombro enquanto minhas mãos estavam ocupadas. Minhas unhas estavam ocupadas secando sob pequenas luzes roxas. "Não é este o momento mais emocionante?" Sua voz gritou com prazer. "Eu aposto que Mildred Ashmore está verde, apenas positivamente verde!"

Mildred era a mãe de Millie. Sem dúvida, eles estavam trabalhando dia e noite sobre o casamento de Millie e Ian. Afinal, essa foi a razão que Millie não poderia ir para a faculdade.

Assim que o pequeno engenho se fechou, Suzanna puxou minha mão da luz e olhou para o meu anel de noivado. "E aguarde até que todos eles vejam isso! Vai ser o assunto da cidade, não, da nação. Quem se preocupa com os Kardashians, lixo de novos ricos, se me perguntar. Os Carmichaels, os Fitzgerald e Montagues... isso é do que a verdadeira realeza americana é feita."

Comecei a lembrá-la que os Fitzgerald não faziam parte da equação quando a mulher com uma paleta, uma que parecia o pincel de um artista, me disse para fechar os olhos e abri meus lábios largamente.

"Como...?" Comecei a perguntar.

Ela demonstrou. Ela fechou os olhos, alongou a testa, e os lábios fizeram um "O."

Enquanto eu fiz como ela disse, Suzanna continuou seu monólogo.

 


O relógio mostrava um pouco mais de seis horas quando duas mulheres seguraram um vestido de renda marfim sobre a minha cabeça e apertaram uma fileira de botões. Aterrissou logo acima dos meus joelhos; no entanto, para alguns isso poderia ser um vestido de casamento. Eu suspeitava que custava tanto quanto a maioria. Eu tinha visto a etiqueta. O nome só acrescentou dez mil dólares no preço, provavelmente mais.

As prioridades em Montague Manor pareciam estar erradas. Alton chamou minha educação na escola de direito de ‘um desperdício frívolo de dinheiro’. Ele ameaçou parar todo o financiamento da assistência privada de minha mãe, e ainda assim, ele autorizou a compra de um vestido de coquetel Gucci.

"Espere até você ver estes sapatos!" Suzanna exclamou quando ela abriu uma caixa. Dentro havia um par de sandálias de tiras de cristal espumante. O calcanhar estreito tinha que ter pelo menos 10 centímetros. "Eles são Jimmy Choo."

"Sim, eu reconheço o nome dentro do sapato."

"Oh, Alexandria, você não vê? Uma vez que você se casar com Bryce, nada está fora de seu orçamento."

Que diabos? A mulher estava vivendo em um mundo de fantasia.

"Você percebe que é tudo meu, certo?"

"O quê querida?" ela perguntou quando ergueu um sapato, observando os reflexos coloridos refletindo a luz dos cristais embutidos.

"O dinheiro," expliquei. "o nome... é meu. Eu não preciso me casar com Bryce por isso."

Minhas palavras macularam sua expressão alegre. "Mas você não entende. Se não se casar, você perde tudo. Você leu o testamento. Considere a sua vinda para esta casa simplesmente uma pré-visualização da vida que você pode ter."

"Senhorita," uma das mulheres disse: "deixe-me ajudá-la com os sapatos. Nós não queremos arriscar a unha polonesa."

Sentei-me, deslizando meus pés em cada sapato, enquanto reprimi a minha resposta. Não seria produtivo, e poderia alertá-la, se não for para o meu plano, pelo menos as minhas intenções. Nenhum dos quais incluídos casar com seu filho psicótico.

Em vez disso, fingi um sorriso, perfeitamente manobrando meus lábios pintados. "Você está certa, e mais do que isso, isso assegura o seu lugar de Rainha regente?"

A micro expressão de Suzanna vacilou, mas não por muito tempo. Ela era a rainha da ilusão. Com um obediente sorriso, ela respondeu: "Querida, estou aqui apenas para ajudar Bryce e preencher o lugar onde sua mãe é incapaz de fazê-lo, assim que ela voltar será como sempre foi."

Eu queria perguntar como exatamente era isso, mas eu não tive a chance.

Outro relógio tinha atingido a hora das bruxas. Não literalmente, mas os demônios estavam se reunindo, no entanto.

"E, na verdade," prosseguiu Suzanna. "tenho que ir até seu pai e ajudá-lo a cumprimentar os convidados. Você sabe como ele fica quando as pessoas estão atrasam?"

"Eu diria que você já está."

Tinha minhas costas viradas, eu a ouvi abrir a porta.

"Mãe?"

Meu pescoço enrijeceu. Eu não precisava ver para saber quem estava parado no limiar do meu quarto. Eu não tinha Deixe Bryce entrar neste quarto desde que nós éramos adolescentes, e agora ele estava aqui.

"Bryce." murmurou Suzanna. "Você está bonito! Venha ent..."

Não importava. Eu não era a única a oferecer o convite.

Lentamente, eu me levantei e me virei. Nossos olhos se encontraram.

 

 

 

 


CAPITULO 41

 

 

 

"Alexandria! Você está impressionante!"

Eu segurei meu sorriso, o que Bryce tinha me dito para usar. Meu olhar o digitalizou da cabeça aos pés, avaliando-o como ele me avaliou. Seu terno cinza foi adaptado para ele, estreito na cintura e mais largo nos ombros. As pernas estavam um pouco mais estreitas do que os Nox usava, mas ainda era considerado elegante. Ele estava com um colete marfim, gravata e lenço que combinava com a cor do meu vestido e uma camisa engomada branco.

Eu me aproximei, alcançando seu ombro. "Você é muito bonito mesmo."

Levantando minha mão, Bryce se inclinou para mim e inalado. "Ahhh, que perfume que você está usando? É uma melhoria em relação colônia."

Engoli minha refutação e falei palavras que ele gostaria de ouvir. "A única colônia que quero usar é sua."

Bryce deu um passo trás, segurando-me no comprimento do braço. "Esta é uma melhoria."

Dei um passo para frente, pressionando-me contra ele, e beijei sua bochecha. "Este é o nosso começo, o nosso noivado formal. Eu sei que eu tenho lutado contra este resultado, mas estar com Momma..." Eu puxei a mão, puxando-o para o banco amarelo no final da minha cama. Como nós nos sentamos, eu continuei. "... estar com ela hoje..."

Meus longos cílios cobertos de rímel velaram meu olhar. "Obrigado pela compreensão permitindo-me estar lá."

Ele não falou, mas passou as mãos pelos meus braços. Eu conscientemente não vacilar como ele testou a área que ontem estava dolorido. Ainda estava, mas eu não mencionei.

"... Quando eu estava com a mamãe," eu continuei. "Eu percebi que isso está acontecendo. Eu poderia lutar com você e Alton, mas que bem isso faria? Bryce, ela estava um pouco melhor. Ela falou com Jane, mas então eles a medicaram. Eu não posso deixá-la. Eu não vou."

"E isso?" Ele fez sinal entre nós.

"É o meu futuro. Mamãe tentou me dizer. Você tentou me dizer. Eu não ouvi. Na próxima semana eu quero me transferir para Savannah, para o resto da minha formação."

Bryce estreitou os olhos. "Alton acha que é um desperdício de dinheiro."

"Depois de casados, não importa o que ele pensa. Foi o que o testamento disse. Tudo será nosso... Como meu marido, você vai tomar as decisões, não Alton."

Com cada frase o peito dele inflava cada vez mais, como um balão. Se eu continuasse será que ele se transformaria e talvez voasse para longe?

"Crianças?" Ele perguntou, não deixando pedra sobre pedra.

"Acho que é algo que precisamos discutir."

Ele passou a mão sobre meu joelho. Ao contrário da noite anterior, não era vigoroso. Pelo contrário, ele foi concebido para ser atraente quando ele moveu os dedos espalmados debaixo do meu vestido.

"Falar não vai fazer herdeiros."

Herdeiros. Eu odiava essa palavra.

Eu coloquei minha mão sobre a dele, o tecido do meu vestido separava o nosso toque. "Não... e nem você gozando na minha boca ou nos meus seios..." Eu estava usando a ameaça da noite passada. "Eu acredito que minha mãe gostaria de ter netos correndo esses gramados."

"Como costumávamos fazer?" Ele se aproximou até que seu peito estivava contra o meu. Removendo a mão do minha coxa, ele a colocou sobre meus seios. "Seu coração está batendo rápido."

É verdade. Como um aviso, de que ele estava prestes a saltar do meu peito.

"Porque eu estou nervosa."

"Por quê?"

"Eles... lá em baixo."

"Por quê?"

"E se eles não acreditarem em nós? E se eles assumirem que estou grávida?"

Seus lábios cobriram os meus, parando minhas perguntas. Eu gemi quando sua língua me sondou. Foi mais de uma ‘eca’, mas eu rezava para que não fosse do jeito que soou.

"Bryce?" Eu finalmente consegui.

"Você vai fazer isso? Você vai se comportar?"

Eu balancei minha cabeça. "Não, não se trata de comportamento. Trata-se de enfrentar os fatos. Nós estamos nos casando. Ontem à noite... você... eu estava... Eu não gosto disso. Eu não quero ter medo do meu próprio marido. Eu não posso viver assim."

Ele parou. Mesmo nos meus saltos de dez centímetros, Bryce era mais alto. Não tão alto como Nox, mas alto o suficiente para ser ameaçador. Eu estava trabalhando o meu discurso o dia todo na minha cabeça, enquanto estava sentada com Momma e Jane, mesmo durante a reunião inútil com Dr. Miller. Eu esperava que eu pudesse pegá-lo com pequenos trechos de permissão. Nunca tive a intenção de ficar sozinha com ele, mas agora que eu estava, eu esperava que eu soasse convincente.

" Chelsea?" Ele perguntou, seu pescoço se endireitando.

"Sua vadia?" Eu corrigi.

Um sorriso satisfeito cobriu seu rosto, suas bochechas coradas erguendo sob seus olhos cinza e loiro gelado cabelo. "Continue."

"Eu... eu não quero compartilhar você, mas se eu tiver que, eu prefiro não ser lembrada todos os dias."

Ele assentiu. "Acredito que podemos encontrar um terreno comum."

"A universidade de direito em Savannah?" perguntei novamente.

Bryce levantou minha mão, trazendo o diamante perto de seus lábios enquanto ele beijava meus nós dos dedos.

"Vamos passar por essa noite. O mais importante é que você chegou a um acordo com a saída de Columbia."

Eu balancei a cabeça.

"Diga."

Eu odiava esse homem.

"Eu cheguei a um acordo com não voltar para Columbia depois de terminar este semestre."

"ok."

"Obrigado. Não estaremos casados até 24 de dezembro. O semestre estará completo e, além disso, Alton disse..."

"Alton não sabe o que eu sei. Ele não sabe sobre o vestido mágico mudando. Eu te sugiro concentrar-se em se manter minhas boas graças." Ele encolheu os ombros. "Sem dúvida você viu minha prostituta hoje?"

Cada vez que ele casualmente se referia a ela dessa forma era como uma bofetada. As contusões simplesmente não apareciam.

Talvez fosse essa a intenção dele.

"Sim, já nos falamos."

"Lembre-se, só você pode mantê-la de sua punição."

Eu alcancei novamente para seu ombro. "Eu quero isso também. Eu prometo."

Novamente seus lábios cobriram os meus. Desta vez, sua mão percorreu o meu lado, por cima da fileira de botões individuais de cetim. Quando seu beijo terminou, ele pegou minha mão e me virou, me fazendo girar nas pontas dos meus pés, nos meus sapatos brilhantes.

"Diga-me que há um zíper sob esses botões."

Minhas bochechas levantaram e inclinei cabeça sugestivamente. "Eu não posso. Basta pensar como a antecipação vai se construir."

"Vá," disse ele. "Eu manchei seu batom. Eles estarão nos esperando."

Uma vez no banheiro, eu retirei o batom, tirando as manchas e adicionei outra camada. Como eu fiz, eu garanti o meu colar no espaço do meu sutiã e levantei a gargantilha de diamante que tinha vindo com o meu conjunto. Como o anel que eu usava, era ostensiva e seria notado por todos.

"Bryce?" Eu chamei através da porta aberta.

A porta se moveu enquanto ele estava no limiar. "Sim?"

Eu levantei a gargantilha para ele. "Você pode ajudar? As estilistas foram embora antes de colocarem isso."

Ele estendeu a mão para o colar e ficou atrás de mim. Nossos olhares se encontraram no espelho quando ele prendeu os diamantes no meu pescoço. Inclinando-se, beijou a área atrás da minha orelha. Fechei os olhos, bloqueando-o para fora, me odiando, e novamente esperando que aparecesse de forma diferente.

"Alex, eu quero isso também."

Alex.

Uma vez que o fecho era seguro, eu girei em direção a ele até que meus braços estavam em volta do pescoço. "Podemos esquecer o passado?"

"Isso é com você, querida."

"Eu?"

"Amanhã vamos discutir isso."

Em outras palavras, ele dependia de quão bem eu joguei o meu papel. Eu balancei a cabeça. "Amanhã."

Ele pegou minha mão e me levou para a escada. Pouco antes de descermos eu paro.

"Ah, eu esqueci minha bolsa."

"Por que você precisa de uma bolsa; você está em sua própria casa?"

"Eu não posso correr até aqui toda vez que eu quero refrescar minha maquiagem." Eu apertei meus lábios. "Você, Sr. Spencer, pode ter uma história com mulheres e prostitutas, mas você tem que aprender como se trata uma esposa."

Ele sorriu. "Tenha pressa. Nós devemos estar lá embaixo."

"Eu vou." eu chamei por cima do meu ombro enquanto eu derrapava ao redor da esquina e pelo corredor. Eu mudei meu caminho rapidamente, passando da minha porta para a de Chelsea. Uma batida e a porta ser abriu. Eu alcancei meu sutiã e dei a ela o que ela precisava para sua fuga.

"Tem certeza?" Ela sussurrou.

"Shh." eu sussurrei quando eu balancei a cabeça e olhei para trás em direção ao corredor. Como a porta fechada, eu corri de volta para a minha suíte. Respirando fundo, eu corri em direção ao banheiro e encontrei minha bolsa. Era de cristal incrustado, a bolsa Jimmy Choo, e combinava com os sapatos. Antes que eu pudesse sair, eu parei novamente, oscilando em meus calcanhares.

"O quê?" perguntei, avaliando a expressão de Bryce. Se ele tivesse me seguido? Será que ele me viu com Chelsea? Eu esperei.

"Eu pensei que você disse que estava correndo?"

Desconsideradamente balancei a cabeça e soltei um suspiro. "Mais uma vez, você tem algumas coisas para aprender. Isto sou eu apressada." Levantei um batom e o deixei cair na bolsa. "Minha bolsa não ficará bem se não houver um batom para dentro."

Balançando a cabeça, Bryce me ofereceu seu braço. Colocando minha mão na curva, olhei para seus olhos cinzentos.

"Você está pronta?" Ele perguntou.

"Vamos começar este show."

Show do cão e do pônei. As coisas nunca mudam.

Todos os olhos viraram nossa direção enquanto descíamos as escadas. Era um mar de pessoas. Eu sorri enquanto eu digitalizava os rostos conhecidos. O foyer estava ficando mais cheio enquanto as pessoas continuavam fluindo.

"São os guardas." sussurrou Bryce enquanto continuávamos nossa descida. "Alton tem mais homens. Ele foi muito específico sobre quem pode entrar. Eles estão fazendo uma triagem rigorosa. Está levando mais tempo do que o normal para que todos possam chegar."

O hall de entrada estava quase cheio e a porta continuou a abrir. Através das escadas curvas vi a multidão que se estende em direção à sala de estar, e havia pessoas em todos os lugares. "Há mais pessoas chegando?"

"Mais de cem convites foram enviados, de modo que sejam pelo menos duas centenas de pessoas."

Segurei o braço mais apertado. "Para uma festa de noivado?"

Seus olhos cinzentos arregalaram. "Você deve ver lista de convidados da mamãe para o casamento."

"Alexandria! Edward!"

"Parabéns!"

Ele nos levou pelas áreas. Foi difícil e lento. Todos queriam falar conosco, ouvir a nossa história, como o nosso amor tinha sobrevivido ao longo dos anos.

"Alexandria." Shirley Carroll subiu, estendendo a mão.

"Sra. Carroll, deixe-me apresentar o meu noivo, Edward Spencer."

Bryce galantemente pegou a mão dela. "Carroll? Você não pode ser a esposa do senador Carroll. Filha, talvez?"

Eu quase rolei meus olhos. É sério como ele falou isso? Não é de admirar que Nox pensou que ele era um lodo. Ele parecia um vendedor de carros.

"Oh, Sr. Spencer, você pode ser mais gentil?"

"Ele pode." eu confirmei. "E onde está seu marido?"

Ela encolheu os ombros. "Eu não sei. Assim que Doyle chegou, ele foi levado para o clube secreto dos homens."

O braço de Bryce ficou tenso sob o meu toque.

Virei seu caminho. "Você acha que deve ser incluído? Esta é a sua festa." Eu estava esperando que eu estivesse lhe lembrando de que após o casamento, ele seria responsável, não Alton.

"Eu..." Ele examinou a multidão, sem dúvida tomar nota de quem estava faltando.

"Realmente," eu murmurei. "Eu adoraria mostrar a Sra. Carroll ao redor e se misturar. Vi Millie e Jess na multidão. Eu prometo que eu vou ficar bem. Eu odiaria que as discussões importantes acontecessem sem você."

Seu peito cresceu e os botões do colete de marfim se esticaram.

"Oh, querida," Shirley Carroll disse para mim. "acostume-se a esse tipo de coisa. É a maneira que é. Os homens sempre têm decisões de vida ou morte em seus pratos."

Bryce virou-se, colocou a mão sobre a minha, e inclinou-se para um beijo. "As pessoas estão assistindo."

Fingi uma risada. "Há centenas de olhos, agora vá."

Um garçom se aproximou oferecendo à Sra. Carroll e eu uma taça de champanhe. Depois de cada uma de nós tomou um, eu assenti. "Posso mostrar-lhe ao redor?"

"Isso seria fabuloso. Eu nunca vim para Savannah antes..."

"Alex," Pat disse, poucos minutos depois, chegando ao meu lado. "Você viu o meu acompanhante?"

"Eu não o vi, e nem vi você." Eu virei para Shirley. "Sra. Carroll, este é o meu querido primo, Patrick Richardson. Pat, eu posso apresentá-lo a Shirley Carroll, esposa do senador Carroll."

"O senador... da Califórnia?"

"Sim. Eu não achei que as pessoas na Geórgia saberiam disso."

Os lábios de Pat se curvaram. "Eu sou daqui. No entanto, agora eu vivo com meu parceiro em Nova York. É com o trabalho do seu marido sobre a legalização do cultivo de maconha que estou familiarizado."

Eu trabalhei para não dar a Pat um sinal misto.

"Sim, é algo que ele está esperando para empurrar a nível nacional..."

Uma vez que Shirley Carroll afastou-se para falar com alguém, eu perguntei: "O que você sabe sobre o cultivo de maconha legalizada?"

Pat deu de ombros. "Nada. Ou eu não sabia até ontem à noite. Enquanto você e eu estávamos tentando falar, Spence estava dando a Cy uma bronca. De acordo com Cy, Spence estava jorrando estatísticas sobre o potencial de crescimento e fabricação de cannabis na Geórgia e, em seguida, enviá-lo para os estados onde é legal. Assim como com o tabaco, o ambiente aqui tem um grande potencial para o crescimento da maconha. Infelizmente, isso é atualmente ilegal. Seu amigo, o senador Higgins está trabalhando em um novo projeto de lei. Ele estava dizendo Cy que com o apoio adicional de representantes em estados como a Califórnia..."

 

 

 

 

CAPITULO 42

 

 

 

Eu verifiquei meu relógio. Deloris iria enviar o loop de vídeo exatamente às oito horas. A mudança de pessoal no Magnolia Woods aconteceu às sete. Isso significava que a enfermeira de plantão de Adelaide ficaria até às cinco da manhã. Nossa vigilância nos havia esclarecido quanto aos hábitos do pessoal. Enquanto algumas enfermeiras, que Deloris descobriu raramente eram enfermeiras, ficavam efetivamente perto da cadeira à espera de alarmes ou comoção de seus pacientes, os outros liam ou ficavam olhando horas a fio para seus telefones celulares, sem dúvida aumentando seu status de mídia social com fotos de gatinhos e cachorros, ou, melhor ainda, fazendo propaganda política.

O enfermeiro de Adelaide, um homem corpulento grande chamado Mack, gostava de suas mídias sociais, mas muitas vezes ele escolhia dormir como sua maneira favorita de passar o tempo. Como eu facilitei pela entrada do pátio, que Isaac tinha deixado destravada, imaginei as cenas que eu assisti várias vezes. Lembrei-me de Mack amarrar as mãos de Adelaide. Ouvi riso enquanto ele zombou dela no seu status social, chamando-a de viciada. Eu tinha tomado voluntariamente a vida de homens cujos crimes eram menos ofensivos.

Eu fiz uma varredura da direita para a esquerda. O corredor estava claro. Embora eu mantive meu rosto para baixo e longe das câmeras, como um eventual transeunte eu não deveria ser notado. Eu olhei para o jaleco branco do laboratório, idêntico aos usados pelos médicos da equipe e um crachá de identificação eletrônica.

Minha expectativa cresceu quando passo a passo, eu fiz o meu caminho em direção ao quarto dela. Embora eu a assisti, através das câmeras do Magnolia Woods, na suíte de Deloris, fazia anos desde que eu a tinha visto face a face. Isto é, a menos que sonhos contem como realidade.

Era 20h02. A vigilância do quarto de Adelaide entrou em repetição. Para qualquer um que a observar, ele iria mostrar tudo o que tinha acontecido na última hora, mais e mais, até Deloris lançar a transmissão ao vivo.

Sem hesitar, eu abri a porta. O barulho contra o azulejo alertou Mack que eu tinha entrado. Foi lamentável para ele, que o som não tinha dito a ele mais sobre o seu futuro ou a falta dele. No entanto, raramente acontecia.

Talvez isso fosse uma bênção.

Imediatamente ele se levantou. "Doutor?" Ele me olhou desconfiado. "Eu conheço você? As horas de visita acabaram."

"Acho que você não entendeu; Só vim visitar."

Adelaide se agitou e começou a murmurar quando sua cabeça girou de um lado para o outro.

Mack virou-se. "Está acabando o efeito do maldito medicamento."

"O-Oren?"

Embora sua voz fosse apenas um sussurro, meu nome era claro para mim. Meu coração bateu contra meu peito. Não agora, ainda não. Não fale.

"Não se importe com ela. Ela está delirando. Ela balbucia sobre as pessoas e os nomes que ela inventou."

"Ela já disse esse nome antes?"

Ele se aproximou, lendo meu distintivo. "Dr. Papa? Você é novo?"

"Não, normalmente estou aqui durante o dia. Esta noite eu estou cobrindo para Miller."

"Geralmente eles nos avisam..."

"Normalmente eu não me explico. Diga-me o que está acontecendo."

Mack ficou mais ereto. "Depois do que aconteceu esta manhã, há ordens estritas, como provavelmente você sabe, que esta paciente não é para recuperar a plena consciência, não por um tempo."

Eu balancei a cabeça. - Fui informado sobre o que aconteceu esta manhã. Você disse que os medicamentos estão começando a perder o efeito outra vez?"

"Sim, esta manhã deram-lhe oito miligramas de Versed. Como você pode imaginar, ela perdeu a consciência. Se você assinar, eu vou dar-lhe mais quatro miligramas e um pouco de fentanil." Ele riu. "Ela vai dormir como um bebê pelo resto da noite."

"É isso que você recomendaria Mack?"

"Sim, quero dizer, a ordem permanente é apenas para dois miligramas, mas por que abrir a porta para um problema? Seu marido estava chateado sobre ela falar esta manhã. O turno da manhã está tomando merda por causa disso. Eu não quero esta merda venha para mim."

"É assim que você discute sobre todos os nossos pacientes e suas famílias?"

Mack se desestabilizou. "Sim, não, bem... Desculpe Doutor. Eu... estou acostumado com o Dr. Miller."

Eu balancei a cabeça. "Deixe-me ver o prontuário dela."

Ele inclinou a cabeça para o canto da sala para um carrinho e um computador. Foi convenientemente localizado ao lado da cadeira favorita de Mack.

Girando o carrinho em minha direção, olhei para a tela. "Eu estou recomendando que nós a levemos para uma Tomografia computadorizada. Eu não gostaria da surpresa de que o cérebro de sua esposa tenha se desmanchado pelo excesso de sedação."

"Você está falando sério...?" Seus olhos se abriram. "A radiologia está fechada."

"Eu vou fazer uma chamada. Você tem uma maca."

"Este não é protocolo e eu não fui ordenado."

"Não. Você também não é um médico. Se eu não tiver uma maca em menos de três minutos, você não será mais um enfermeiro noturno no Magnolia Woods."

Se eu não soubesse que Deloris estava assistindo a cada um de seus movimentos através da segurança do Magnolia Woods, eu poderia ficar preocupado. Eu não estava. Minha atenção estava focada em Adelaide. Alguns minutos depois, Mack estava de volta, empurrando uma maca. "Eu não tenho certeza sobre isso... Eu deveria ficar com ela."

"Há uma ambulância chegando em breve a partir da regional. Você vai acompanhá-la. Ela vai começar a tomografia e estará de volta na cama antes que ela, ou o idiota do marido, percebam que você estava à beira da medicá-la excessivamente."

"Eu... eu... não fui eu... são as ordens."

"Mack, pare de falar e me ajude a movê-la."

Ele me olhou para cima e para baixo. "Doutor? Você vai ajudar?"

Coloquei minhas mãos atrás dos ombros dela. Quando meus dedos tocaram sua pele macia, a barragem que eu tinha construído em torno das memórias de Adelaide Montague cedeu. Os cacos rasgaram meu coração, trazendo um ataque de emoção de volta ao órgão dissecado. "Elevador."

Assim que Adelaide foi desconectada dos monitores e estava segura com seus IVs, eu disse: "Agora, vamos em frente..."

Mack se aproximou da maca.

Era bom que ele tinha uma coisa para benzodiazepinas. A seringa escorregou sem esforço através de seu pescoço. Eu ouvi dizer que inserir uma seringa é como perfurar a pele de uma laranja. Isso não era verdade. A pele humana dá muito menos resistente. A agulha afiada penetra como uma faca na manteiga amolecida, mas isso era uma história para outro dia.

O corpo de Mack foi caindo na cadeira. Ele estava certo. Oito miligramas trabalharam rápido, mesmo em um grande homem como ele. A diferença entre a sua e a que ele queria ministrar na Adelaide era que o que ele recebeu não continha Fentanil. Não havia nenhum controle de dor para este imbecil. Apenas o sono, seguido por uma dor de cabeça dos infernos. Eu considerei isso a minha contribuição para a sua formação. Talvez depois de experimentar os efeitos colaterais em primeira mão, ele se tornaria mais empático com seus futuros pacientes.

Sua cintura caiu para frente na cadeira, deixando o queixo apoiado no peito.

Eu poderia ter ajustado sua traqueia. Teoricamente, esta posição restringia suas vias aéreas, uma causa comum de asfixia. Dei de ombros. Embora isso não tivesse sido o meu objetivo, se isso acontecesse, eu não iria perder o sono.

Usando alguns travesseiros, eu criei a ilusão de um paciente. Eram os monitores que tinham sido anexados em Adelaide que poderiam ser nossa ruína, se não fosse o contato médico de Deloris. Ela disse que iria alertar o principal posto de enfermagem que seu paciente não estava mais presente. Nesse momento eu criei um falso loop. Era semelhante à vigilância de vídeo, mas elétrico, enganando os monitores para acreditar que eles ainda estavam ligados a um corpo e tudo era registrado normalmente.

Meu telefone vibrou com um texto de entrada.

"A ambulância está aqui."

"As câmeras do corredor?" eu perguntei.

"Momentaneamente OFFLINE. Proteção frontal ocupada e RECEPCIONISTA indisposta."

Eu balancei minha cabeça. Indisposta? Alguém estava se encarregando da recepcionista? Eu não me importava. Talvez fosse o guarda.

Cobrindo o rosto adormecido de Adelaide com o cobertor, eu levantei a maca no corredor. As rodas viraram facilmente no chão de ladrilhos quando passamos pelos quartos dos outros pacientes. Cada porta permaneceu fechada enquanto nós deslizamos para a área de recepção. Assim que cheguei, a porta da frente foi aberta, enchendo a entrada com uma rajada de ar da noite. Vestido com o uniforme de transporte de emergência, Clayton assentiu.

"Você chamou uma ambulância?"

"Eu fiz."

Ele estendeu a mão para o pé da maca. "Doutor, eu posso ajudar?"

Dentro de instantes, a maca de Adelaide foi colocada na parte de trás do veículo, eu fiquei ao seu lado e Clayton dirigia. Eu não tinha monitores para me dizer como ela estava. Em vez disso, era a minha mão sobre seu pulso morno, machucado, a batida de seu pulso sob meus dedos, e a ascensão e queda de seu peito que me garantiu que ela estava viva. Outra indicação foi a forma como o meu coração tamborilou uma cadência irregular, como se tivesse acabado de receber um choque elétrico que dá vida, porque se o dela parasse, o meu pararia também.

Não foi até que passamos pelo portão da frente do hotel que o meu coração finalmente encontrou seu ritmo normal. Mandei um texto em grupo.

"NÓS A TEMOS."

Alisando seu cabelo longo, eu me inclinei. "Adelaide, você pode me ouvir?"

Mais uma vez sua cabeça se moveu de lado a lado. "Irreal. É irreal."

"Oh amore mio, é real."

 


CAPITULO 43

 

 

 

Meus sapatos afundaram na argila da Geórgia. De um lado para o outro passei observando meu telefone: o tempo, o aplicativo de Charli, e os textos de Oren. O céu estava escuro, apenas um pedaço de lua iluminando a extensão do bosque para a mansão.

"Tem certeza que ela pode encontrar o caminho?" Perguntei a Isaac.

"Não é difícil. Você pode ver as luzes de mansão."

Mudei-me para a beira das árvores. Nós poderíamos vê-la. Ao longe estava a Montague Manor, no alto de uma colina, em chamas com a iluminação dourada. Mesmo de tão longe, eu poderia ver as figuras das pessoas que iam e vinham no pátio em volta. Cada um era menor do que as formigas, mas eles estavam lá.

Meu telefone tocou e eu li o texto.

"É do meu pai, e eles têm Adelaide. Estão levando-a para o aeroporto."

"Primeiro passo." confirmou Isaac. "Agora enquanto ninguém no Magnolia Woods for avisado e não podem informar o Sr. Fitzgerald."

Eu balancei a cabeça. "Maldição, meus nervos são disparados. Posso fazer negócios. Posso gastar milhões, mas esta noite é quase mais do que posso suportar."

"Estamos quase lá, chefe."

Eu me encostei-me ao chão e me estabeleci em um lugar macio, o gramado perto das árvores. Da minha nova posição, eu tinha uma visão completa da mansão e os campos entre os dois. O caule de tabaco estéril se destacou contra a noite, como o ar perto do solo parecia engrossar.

Era uma ilusão de ótica?

"Deloris cortou a lista de convidados." disse Isaac, sentando perto de mim e quebrando a tensão.

Cento e vinte e dois convites. Eu não me importava. Nem uma merda. Eu só me importava com uma pessoa. Eu reconsidero. Eu também me importava com Patrick e Chelsea, porque Charli se importava. Ainda mais com Patrick. Ele me mostrou mais de uma vez que ele amava sua prima. Durante toda essa coisa, ele tinha sido útil, muito útil.

"Algum nome que você reconheça?" Eu perguntei sem interesse na lista de convidados, mas eu estava tentando fazer o tempo se mover mais rápido. Se ao menos eu pudesse bater rápido. Se eu pudesse ter Charli em um avião como Oren estava fazendo com Adelaide agora.

Meu olhar se moveu, da paisagem mirante até o céu claro. Acima de nós haviam estrelas, milhares de estrelas. Mesmo em Rye não havia tantas assim.

"Doyle e Shirley Carroll, Severus Davis e convidados."

Isaac repente tinha a minha atenção. "Você está fodendo comigo?"

Seus olhos se arregalaram. "Não senhor, eu não estou. O Senador e Sra. Grant Higgins." Ele continuou com nomes que parecia pouco provável que fossem ao mesmo encontro. Havia mais além desta festa?

Embora eu tivesse lutado com as possibilidades, legislação, isenção de impostos, maconha, eu as afastei. Àqueles eram pensamentos para um outro dia. Agora eu estava me concentrando na tarefa em mãos.

Isaac ficou de pé. "Ela está se movendo!"

Suas palavras pareciam quase ser uma ilusão. Eu tinha imaginado tantas vezes que elas eram reais. Eu olhei a minha tela, puxando para cima o aplicativo de Charli e rezando para que o que ele tinha acabado de dizer fosse verdade.

"Merda!" Eu segurei minha respiração. O ponto azul, seu ponto azul, estava se afastando da mansão. As batidas di coração dela se elevaram, mas, novamente, ela estava se movendo rápido.

"Deus, princesa," falei com o aplicativo. "Não traga atenção para si mesma. Seja cuidadosa."

Fiquei de pé, procurando no horizonte, esperando e rezando para vislumbrar. Não havia nada na entre a luz da mansão e nós, exceto a escuridão em tons variados de cinza e preto. Como

A noite tinha caído, por isso tinha uma escassa camada de neblina. Embora eu desejasse uma visão mais clara, eu esperava que o ar fosse a capa que Charli necessitava, o manto de invisibilidade que ela havia falado de querer na infância, uma camada extra de proteção para ajudá-la em sua fuga.

"Eu gostaria de poder dizer a ela que temos a mãe dela."

"Espero que ela tenha saído de lá antes que alguém soubesse que a Sra. Fitzgerald estava desaparecida."

"Eu espero." Meus punhos se fecharam pela minha impotência. Quando eu tinha invocado esperança e desejos? Devo porra estar em execução, conhecê-la e salvá-la. "Depressa, Charli." Eu falei para a escuridão.

Depois de alguns minutos de silêncio cheio, Isaac perguntou: "Será a senhorita Moore?"

Animais passeavam e insetos cantavam suas canções enquanto meus nervos continuavam se esticando. Rãs cobriram uma melodia profunda e melancólica enquanto o grito ocasional de uma coruja praticamente controlava minha pressão superior.

Eu balancei a cabeça. "Eu não sei. Patrick não sabia. Só sabia que Charli tinha um plano."

Confie em mim. Suas palavras voltaram quando eu passei novamente, meus sapatos ficando cobertos por uma fina camada de pó vermelho. Confiança, eu pedi a mesma coisa de Charli muitas vezes. Agora era a minha vez. Eu odiava esperar. Era um inferno. O inferno seria a minha própria condenação. Este não era eu. Eu me sacrificaria voluntariamente, se fosse possível. Em vez disso, eu oscilava à beira do purgatório pelo meu amor, a mulher incrível, que me pertence, coração e alma.

Sem ela, eu estava no inferno.

"Quinze minutos." eu disse em voz alta.

"Senhor?"

"Isso é o que Patrick tinha dito. Ele disse que era a quinze minutos a pé da mansão para esta estrada."

Isaac sacudiu a cabeça. "Ela não está andando. Ela está correndo."

Minha garganta apertou e os olhos se estreitaram enquanto eu varria o horizonte. Nevoeiro jogado truques, apagando imagens e criar outros.

E então aconteceu.

Os grilos e cigarras pararam suas canções. As rãs ficaram silenciadas e aves acalmou nos ramos acima. Mesmo a brisa esqueceu a soprar.

Ao longe, vindo em nossa direção... Eu a vi.

Ela estava correndo o mais rápido que podia.

Eu não podia esperar. Eu não podia ficar parado.

"Senhor, não."

Eu saí, os meus pés batendo mais forte e mais rápido do que eles já tinham em minha esteira. Eu empurrei a frente em direção a sua figura. Na escuridão nebulosa, eu poderia distinguir seu cabelo, um rabo-de-cavalo balançando para frente e para trás enquanto ela corria. A deusa. Tomei sua figura: suas curvas se tornaram uma ampulheta escura, acentuada contra o fundo escuro, impressionista.

"Charli!" Eu não poderia permanecer em silêncio.

Nós estávamos muito longe da mansão. Ninguém, somente Charli e Isaac poderiam me ouvir. Os passos de Isaac estavam logo atrás de mim. Eu não dou a mínima para os guardas postados em torno da propriedade. Minha Charli estava se aproximando. Ela tinha feito isso, me confiou seu futuro, sua mãe, e até mesmo Chelsea.

Chelsea?

Voltei-me para Isaac. "Ela está sozinha."

"Senhor? Onde está a senhorita Moore? "

Meu intestino torcido. "Eu não sei. Eu só vejo um..."

"Nox?" A voz feminina falando meu nome me impediu de seguir em frente.

Eviscerou-me como um peixe e fiquei paralisado à medida que a figura se aproximava.

Seu peito respirou pesadamente quando ela caiu aos meus pés.

Eu levantei seus ombros até ela estar de pé. Não era o rosto dela que eu via; Em vez disso, era o colar, o que Charli deveria estar usando. "Que diabos? Onde ela está?"

O peito de Chelsea chacoalhou com soluços e respirações irregulares enquanto se inclinava para mim. "E-Ela me disse para usar isso e para vir. Ela disse que me ajudaria."

O tremor começou em minhas mãos como o meu aperto apertado. "Onde ela está?" A minha pergunta veio muito alto.

Com a proximidade, suas feições eram visíveis. Não mais aliviada, um novo terror contorcido sua expressão quando ela tentou se afastar. Seus esforços foram em vão: meu aperto de seus ombros era de ferro. Ela não estava fugindo. O corpo dela ao meu alcance tremia quando sua respiração se voltou para chora. "Eu-eu sinto muito."

Sangue ardia em velocidade recorde através de minhas veias, trovejando como um tambor crescente batendo em meus ouvidos.

"Onde ela está?"

"Senhor?" A voz de Isaac era a calma de minha tempestade. Estendeu a mão. "Senhorita Moore? Vamos ajudá-la."

Ela estendeu a mão para ele. "Senhor... deixe-a ir."

O senso comum desapareceu quando eu soltei Chelsea. Nada importava além de obter Charli. Um pé na frente do outro, eu saí correndo. Visibilidade limitando o caminho para apenas alguns pés na minha frente quando eu cegamente corri pelo mesmo lugar que Chelsea havia chegado. Isso não era completamente verdade. Acima do solo, abaixo das estrelas, a porra da mansão era uma linha de chegada em chamas, um farol luminoso que, com o nevoeiro apareceu a ser delineada em flashes de azul.

Que diabos?

Era eu o único escondido pela neblina, ou havia outros? Quando meus pés continuaram a bater, eu não me importava. Ninguém importava exceto Charli. Eu não estava indo embora sem ela.

 

 

 


CAPITULO 44

 

 

 

Os olhos de Patrick entenderam os meus antes de olhar para o relógio. Era sua súplica silenciosa, e ele estava certo. Eu precisei sair; no entanto, desde que Bryce tinha deixado o escritório de Alton, ele não tinha deixado o meu lado. Com cada taça de champanhe ou copo de uísque, seu entusiasmo por nosso casamento cresceu.

"Estou feliz," disse Millie, sua expressão mostrando o contrário. "Estou chocada. Mas na véspera de Natal?" Ela olhou para a minha barriga. "Há mais que deveria saber?"

"Só que estamos apaixonados!" Bryce disse, beijando minha bochecha e deixando o cheiro de uísque pendurado o ar. "Certo, querida?"

"Nós somos." Eu sorri seu caminho. Estendendo a mão e forçando meu dedo para apoiar a rocha gigante, perguntei: "Você viu meu anel de noivado? Eu me lembro de você me mostrar o seu."

"Eu... é lindo."

Quando Bryce pegou outra bebida, inclinei-me no caminho de Millie e franziu o nariz. "Você realmente acha isso? Eu acho que é muito grande, vistoso, não é?"

Seus olhos se arregalaram. "Não, está perfeito."

Eu não pude evitar o sorriso quando ela empurrou a mão no bolso da jaqueta de Ian.

"Agora," eu continuei com entusiasmo: "Eu não sei todos os detalhes. A Senhorita Suzanna está no comando, mas haverá alguns chás. Sabe, algo pessoal e familiar. Oh, você vai estar lá, não vai?" Estendi a mão para Millie e Jess. "Eu quero você em cada um!"

Ambos sorriram, seu desejo de ser parte do casamento Carmichael-Montague substituiu o seu ciúme, mesmo que apenas por um momento. Millie e Jess assentiram. "Claro." disseram em uníssono. "Nós não iríamos perdê-los."

"E uma despedida de solteiro!" A voz de Bryce soou mais alto do que o necessário, enquanto ele acariciava os ombros de Ian e Justin. "Eu sei..." Ele se virou para mim. "Podemos convidar minha prostituta."

Meu corpo inteiro congelou quando Jess e Millie arregalaram os olhos.

Coloquei minha mão no braço de Bryce. "Querido, você está um pouco bêbado."

"E por que eu não deveria estar? É minha festa." Ele se inclinou mais perto. "Você mesmo disse... isso é tudo meu. Isto será."

Como se um farol tivesse sido criado, a tez avermelhada de toda a sala me chamou a atenção. Não era o meu noivo, ele estava ao meu lado. Era o meu padrasto. A multidão parecia parte enquanto se movia em direção a nós.

O que diabos estava errado?

Minha mente girava com as coisas que eu tinha feito e coisas que eu sabia.

Será que ele sabe sobre Chelsea? Alguém tinha chegado a Momma? O Magnolia Woods notificou Alton que minha mãe sumiu ou eles pegaram o homem de Nox no ato?

Minha respiração engatou quando Alton parou. Sua mão caiu para o ombro de Bryce. "Bryce venha comigo."

Inspirei com a minha clemência momentânea.

"Estou um pouco ocupado." Bryce respondeu, envolvendo seu braço em volta da minha cintura e puxando-me para mais perto.

Alton acalmou a voz. "Precisamos de você no meu escritório agora." Quando Bryce simplesmente tomou outro gole de sua bebida, Alton acrescentou. "Precisamos da sua decisão."

Alton virou-se, sem dúvida esperando ser seguido.

Os olhos de Bryce arregalaram antes que eles se estreitaram meu caminho. "Você ouviu isso? Minha decisão?"

"Sim, eu ouvi."

Ele acenou para o grupo. "Continue querida. Enquanto eu estiver fora, diga a eles o que você disse à minha mãe e ao seu primo." Ele sussurrou alto o suficiente para ser ouvido. "Você sabe, sobre minha prostituta."

Enquanto Bryce se afastava, Millie se aproximou.

"Alexandria?" Perguntou com um tom de compaixão, e uma nota de piedade em seu tom.

Foda-se. Eu não precisava da pena de Millie Ashmore. O que foi dito poderia facilmente ter sido sobre ela. Eu olhei para onde Pat tinha estado permanente. Ele se foi.

"Se você me der licença, eu preciso encontrar Pat."

Millie apertou minha mão. "Ele é... é verdade? Patrick é...?"

"Desculpe-me." eu repeti.

Logo descobri Pat de pé, perto as portas abertas para o pátio. Grandes aquecedores de prata pontilhavam o terraço de pedra, criando uma área confortável para os hóspedes se conhecerem. Ele pegou minha mão e assentiu.

Era isso. Alton e Bryce estavam ocupados. Era minha chance de escapar. A semente de esperança que eu tinha veio à vida, sua concha estourando aberta com antecipação, talvez até expectativa. Logo, nada disso teria importância.

Voltando seu pequeno aceno de cabeça e com um sorriso esperançoso, eu virei em direção aos degraus de pedra calcária. Uma espessa camada de névoa se estabeleceu perto dos campos, até mesmo obstruindo o lago. Qualquer coisa além do gramado imediato foi mascarado em uma nuvem. Ninguém iria notar se eu desaparecesse, pelo menos não no início. Esta era a capa de invisibilidade que eu esperava como uma criança. Tudo o que eu precisava fazer era chegar ao nevoeiro. Como eu entreguei Pat minha taça de champanhe, seus olhos se arregalaram.

"Tio Alt."

Uma mão pesada pousou em meu ombro. "Onde você acha que vai?"

Eu me virei, transpiração pontilhando minha pele enquanto meu ombro estremeceu com o toque de Alton. Lutando contra o desejo para me afastar, acenei para o gramado, para as poucas pessoas que estavam lá embaixo e respondi: "Conversar com os convidados lá fora."

"Não, Alexandria. Quando eu chamei Bryce, eu quis dizer você também. Você é metade de um todo agora. Acostume-se a isto. Sua presença é necessária no escritório também."

Eu queria gritar por ajuda. Eu queria manter a Pat.

Eu não podia.

O olhar de Alton tirou meu protesto. Em vez disso, eu solenemente acenei para Pat e obedientemente virei-me para o escritório de Alton.

Tudo estava novamente acontecendo em câmera lenta quando minha mente tentou dar sentido a mudança. O terraço do lado de fora e os quartos dentro não tinha mudado. As vozes dos convidados, combinadas com risos criaram o mesmo murmúrio baixo. Mas agora sua música era uma melodia misteriosa aparentemente. Escrito para manter o tempo com o ritmo do meu batimento cardíaco frenético.

Quando fizemos o nosso caminho através da multidão, cheguei para o meu colar, minha conexão. Em vez da gaiola de platina, meus dedos encontrou a gargantilha de diamantes.

Oh, Nox. Estou indo, apenas mais alguns minutos. Eu respirei fundo. Por favor, deixe Chelsea com você.

Foi o meu apelo silencioso como eu sorri educadamente para as pessoas que passavam. Cada uma sorriu e acenou. Eu estava paranoica? Suas expressões mudaram? Eles estavam agora de alguma forma diferente, cheio de expectativa, como se soubessem o destino me esperando?

"O que está acontecendo?" sussurrei para Alton. "Há algo de errado?"

Sua mão, não mais no meu ombro, agarrou meu braço. Como ele apressou o nosso progresso, ele se aproximou, seus dentes manchados e lábios finos ajustados em um sorriso falso ainda zombando. Não foi destinado a mim, mas para as pessoas que passaram. "Continue caminhando."

Com cada palavra uma rajada de quente, doentiamente doce, uísque carregado respiração assaltou meus sentidos, contornando minha bochecha, e fazendo meu estômago revirar. "Não faça nada estúpido." Seu aperto aumentou quando ele falou cordialmente para as pessoas que passavam. Uma vez que estávamos longe da multidão, ele continuou: "Não há nada errado, filha. Nossa programação acaba de mudar."

Minha mente era um turbilhão de possibilidades.

O que tinha acontecido? Ele tinha aprendido nossos planos?

Minha mãe estava livre? Alton sabia? Ou foi a tentativa frustrada?

O Chelsea foi para o Nox? Ou era uma armadilha? Os homens de Alton a seguiram? Eles tinham feito alguma coisa Para Nox?

Meus pulmões pararam de inalar enquanto eu lutava contra o pânico borbulhante. Quem eu encontraria no escritório de Alton? O que tinha acontecido? Eu tive visões de uma Chelsea limite, talvez até Nox... Minha mãe... Morta...

Não era mais o meu esforço consciente que fez meus pés continuar a etapa. A causa era ou de movimento contínuo ou o impulso para frente no aperto de Alton. Com cada pé em frente, meu corpo e mente desconectado. Terror e medo fermentaram como uma bruxa borbulhante. A mistura venenosa encheu minha corrente sanguínea até que o oxigênio não fluiu. Não havia água próximo. O lago era centenas de jardas de distância velados na névoa, e ainda assim eu estava me afogando por dentro.

De repente, o barulho caótico de convidados desapareceu. Nada soou como as batidas desvanecidas de um sino de igreja quando nós cruzamos o limiar do escritório de Alton. Bryce tinha assumido a liderança, o tambor grande para o nosso desfile, alcançando o nosso primeiro destino. Alton e eu estávamos no meio com Suzanna logo atrás. Para todos nós tínhamos passado, estávamos a unidade da família perfeita.

Fumaça e espelhos.

Olhei para o quarto vazio. Não havia ninguém lá. Nem Chelsea. Sem Nox ou minha mãe. A insatisfação dos meus medos encheu meus pulmões, me dando a ilusão de força.

"O cronograma mudou?" perguntei, puxando meu braço livre. "Do que você está falando?"

A mão de Alton se moveu enquanto seus olhos cinza ardiam. No mesmo momento, Bryce deu um passo à frente, pegou a minha mão e puxou-me atrás dele. Eu balançava meus calcanhares finos, equilibrando-me em meus pés quando eu me encontrei-me pressionada contra as costas de Bryce, seu corpo de repente meu escudo, me protegendo da bofetada intencional Alton.

"Pare." proclamou Bryce. Seu discurso já não era mais difícil. "Temos convidados. A pergunta de Alexandria tem mérito. Por que você não nos informar sobre o que você quer e eu vou dar-lhe a minha decisão?"

"Isto não é sobre suas decisões. Eu construí isso..." Ele gesticulou. "... tudo isso."

"Suas decisões nos levaram onde estamos hoje, onde estamos neste exato momento. Se você fosse alguém mais..."

Seu volume de saliva cresceu e choveu com cada frase que ele cuspiu.

"Como é? Eu não estou permitindo que você tome mais nenhuma decisão." Vermelho subiu pelo seu pescoço flácido como um corante sendo absorvido por um pano e rastejando para frente, em direção ao seu rosto e orelhas.

"Alton, acalme-se. Bryce não quis dizer..." As palavras de Suzanna, embora desvanecidas no fundo, pareceu aplacar sua súbita raiva.

Teria o mundo perdido sua inclinação ou, de repente, deu uma pirueta?

Eu não podia decidir como a cena em que eu estava cativa perdeu o contato com a realidade.

Mesmo por trás de Bryce, eu podia ver o crescente brilho de seu pescoço, agora também vermelho.

O monstro que eu tinha criado com a minha conversa de seu poder iminente voltou para o monstro que eu sempre soube. De alguma forma eu era uma parte disso. Foi a minha vida, mas o poder estava mudando um universo alternativo, aquele em que Bryce e Suzanna já não eram meus algozes, mas meus salvadores.

Olhei em volta do ombro de Bryce.

Sem outra palavra, Alton pegou seu celular e digitou uma mensagem de texto. Uma vez que ele foi feito, ele ergueu os olhos redondos e sorriu. Mudei meus pés, mais desconfortável com a sua felicidade falso do que eu tinha estado com sua raiva. Eu estava acostumada à sua ira. Bryce apertou minha mão com mais força. Novo comportamento de Alton enviou um frio através do ar que mesmo ele podia sentir.

"Aconteceu alguma coisa?" perguntei por trás Bryce.

"Alguma coisa está para acontecer." Alton respondeu.

Todos nós nos voltamos para a batida na porta.

"Suzy, abra a porta e depois a tranque."

Trancá-la?

"Nós não queremos ser interrompidos." Acrescentou Alton.

Sem hesitar, ela obedeceu, abrindo a porta e fechando-a rapidamente. Eu reconheci o cavalheiro entrando como um dos convidados. Eu tinha falado brevemente com ele e sua esposa. Havia tantas pessoas... Eu não conseguia lembrar o nome dele. Tudo bem; Alton estava nos apresentando de novo quando entregou ao homem um papel.

"Obrigado por seu serviço, Keith. Bryce e Alexandria conhecem Juiz Townsend?"

"Isto é um pouco incomum," disse o juiz. "mas acredito que podemos fazê-lo funcionar." Ele se virou para Bryce e eu. "Seus convidados ficarão em êxtase."

Eu olhei para Bryce. Houve conforto no fato de que nós compartilhamos a mesma expressão de confusão?

"Alexandria e Bryce," Alton anunciou. "O juíz Townsend está aqui para casar vocês. Agora."

"N-Agora?" Meus joelhos cederam quando meu estômago caiu aos meus pés. No entanto, eu não caí. Meu novo salvador foi mais uma vez onipresente. O braço de Bryce me pegou e me puxou novamente na posição vertical.

Minha visão encheu-se com o homem que eu estava prestes a se casar: seus olhos cinzentos, cabelo loiro, e as bochechas rosadas. Isso não estava certo. Este não era o que eu queria. Eu tinha um plano. Minha linha de chegada foi quase à vista.

"Não!" Eu gritei. "Minha mãe." Eu virei para Alton. "Você disse que minha mãe poderia estar aqui. Você prometeu."

"Tenho medo de que não é mais possível."

Que diabos isso significa?

Alton virou-se para o Juíz Townsend. "Keith, precisamos acelerar esse processo. Você pode pegar os papéis da licença?"

"B-mas o casamento?" Suzanna protestou, mais uma vez vindo em meu socorro. "Este é apenas a parte... certo? Ainda podemos ter a cerimônia?"

Alton parou objeções da Suzanna com apenas um olhar, um que eu tinha visto muitas vezes.

Ele acenou para o juiz para continuar como o nível de ruído dos convidados aumentado. Seu ruído baixo tinha cresceu para um rugido estrondo.

O que está acontecendo?

"Keith?" Perguntou Alton.

"Er, sim." Ele olhou de mim para Bryce. "Hoje nos reunimos para comemorar-"

"Não," Alton interrompeu, o seu pescoço ficando tenso. "Vá para a parte legal."

O juiz Townsend assentiu e olhou para o papel em sua mão. "Ok, bem, Edward Bryce Carmichael Spencer, você toma Alexandria Charles Montague Collins para ser sua legítima esposa?"

O apoio de Bryce à minha cintura aumentou, puxando-me para mais perto de seu lado. "Sim eu aceito."

Meu coração apertado apreendido como a maçaneta da porta para o escritório foi agitada.

"Está trancado." Alton disse como que para nos tranquilizar. "Eu lhe disse que não iria ser incomodado. Continue."

As batidas rápidas do fogo vieram bater na madeira. Os golpes aumentaram.

"Continue!" Alton gritou.

Vozes chamaram de fora da porta. "Sr. Fitzgerald! Sr. Spencer!"

Alton estendeu a mão para o braço de Juiz Townsend. "Keith, fazer isso agora, se você quiser ver naquele banco novamente."

Os olhos do juiz Townsend arregalaram-se quando ele se virou para nós.

"Alexandria Charles Montague Collins, você..."

 


Notas
[1] Codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita, onde a pessoa pode estabelecer disposições para serem cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens pessoais moveis, roupas ou objetos de pequeno valor. Parece com um testamento, mas é mais limitado e não exige muitas formalidades. Pode ser feito por meio de um documento informal, assim como uma simples carta, basta que seja datado e assinado.

CAPITULO 32

Deixo Patrick como em todos os filmes: em um longo corredor, ladeado por sombras e desgraça iminente. Quando entro em Montague Manor, o cenário inteiro está lá, desde a iluminação misteriosa a as vozes de fundo baixas. À medida que entro, as vozes despertam tanto de reconhecimento com curiosidade.

Embora o foyer esteja vazio, as vozes me alertam que ultrapassei o prazo de Bryce.

A risada estrondosa seguida por respostas masculinas confirmam que meu padrasto está em casa.

Curiosidade é uma coisa estranha. Meu cérebro diz para ir para meu quarto, tomar um banho e me preparar para o jantar. No entanto, meus pés seguem os sons e vozes, como se me levando a respostas que não posso achar de forma diferente.

A porta do escritório de Alton está fechada; no entanto, paro perto do batente. A sala além está quieta. As vozes vinham de mais longe dentro da mansão. Sigo o corredor quando se abre numa sala de estar brilhante perto da parte traseira da casa. É a mesma sala onde Alton e minha mãe tomaram meu fundo fiduciário. As janelas intactas brilham com o laranja do restante da luz solar do início da noite. A tempestade da noite passada limpou o ar, literalmente. O céu está azul safira, livre de umidade, exceto pelo rosa e roxo do pôr do sol iminente no horizonte.

"Essa é a melhor notícia que ouço em meses."

A voz de Alton vem de dentro, reorientando minha missão. As portas estão abertas. É um convite ou uma armadilha?

"Sr. Fitzgerald, eu não perderia isso. Obrigado por me incluir."

Viro a esquina, precisando ver o rosto do homem que falou. Como gravações antigas ou músicas, tento encaixar a voz com um nome. Ouvi-a antes. Simplesmente não posso definir. Entro através da porta aberta.

"Alexandria," Alton diz, os olhos cinzentos estreitos em minha direção. "Acho que sua viagem valeu a pena?"

Um nó se forma na minha garganta enquanto considero o duplo significado. Ao mesmo tempo, o cavalheiro vira, um copo de líquido âmbar nas mãos.

"Srta. Collins?"

A temperatura da sala aumenta. "Senador Carroll?"

"Doyle, conhece minha filha?"

Estendo a mão enquanto o senador se aproxima. Ele não é o único na sala. Enquanto nos cumprimentamos, noto o encontro estranho, incluindo Bryce, que vem em minha direção.

"É um prazer vê-la novamente." diz o senador Carroll.

"Querida," Bryce diz, colocando a mão na parte inferior das minhas costas. "você não me disse que conhecia o senador."

Viro para ele. "O assunto nunca surgiu."

Bryce estende a outra mão, a que segura o copo de cristal e faz as apresentações formais. "Senhores, minha noiva, Alexandria Collins."

"Collins. Sim," diz o senador Carroll. "Isso é uma surpresa, claro."

Com meu coração acelerado pela probabilidade de que o que está acontecendo não é legal e pode afetar Lennox e a Demetri Enterprises, tento manter a calma, exalando o exterior perfeito.

"Lembra-se do senador Grant Higgins," Bryce pergunta. "de sua festa de boas-vindas, e Severo Davis?"

Festa de graduação.

Balançando a cabeça, forço um sorriso à medida que cada homem vem apertar minha mão.

"Parabéns, Srta. Collins." diz Davis.

"Pelo quê?"

"Por seu casamento, é claro."

A sala explode em risadas quando a pressão da mão de Bryce aumenta nas minhas costas.

Descartando meu erro, sorrio. "Sim, que tola. Acho que estou apenas sobrecarregada com todo o planejamento." Viro para Bryce. "Sua mãe contou que decidiu o estilo de vestido das damas de honra?"

Embora seus olhos se estreitem, a voz soa alegre. "Não, ela não fez. Isso é maravilhoso. Adoraria ouvir tudo sobre o seu dia."

"Bobagem, está ocupado e vou me arrumar para o jantar."

Ele se aproxima mais, o nariz perto do meu pescoço. Inclinando-se para trás, ele me olha de cima a baixo. "Parece uma boa ideia."

O que diabos ele está fazendo? O caroço de mais cedo volta. Engolindo-o, viro para meu quarto. "Bem, senhores, foi um prazer. Espero vê-los de novo."

O senador Carroll fala primeiro. "Amanhã à noite. Estamos felizes em compartilhar sua celebração."

Embora Bryce ande em direção à porta, eu paro, perguntando: "Nós? A Sra. Carroll irá com você?"

Suas bochechas sobem quando ele troca olhares com o Sr. Davis. "Hum, ela não está, mas quando Shirley sabe da sua festa..." Ele gesticula. "... E em casa, tenho certeza que posso convencê-la a saltar num avião e se juntar a mim. Ela não é geralmente muito de viajar, mas eu espero que, por você, ela faça uma exceção."

"Será bom vê-la novamente se puder vir. Por favor, diga a ela que falei Olá."

"Eu vou."

"Senhores." Bryce diz, balançando a cabeça e levando-me para a porta pelo corredor.

A voz de Severo Davis berra quando nos afastamos. "Bem, espero que isso não signifique que preciso trazer Marisa." Seu comentário é recebido com outra rodada de risos saudáveis.

Quando nos aproximamos das escadas da frente e tento envolver minha mente em torno desse agrupamento, Bryce para.

"O que discutiam?" Pergunto.

"Onde diabos você estava?"

Sua súbita mudança de humor me faz dar um passo atrás. "No Leopold com Patrick. Nós ligamos."

"Você deixou minha mãe a mais de três horas. O seu segurança teve um tempo infernal. Sabe como Alton ficou quando informaram que estava sozinha?"

"Eu não estava sozinha. Estava com Patrick."

"E isso deveria me fazer sentir melhor?" Estreitando o olhar, ele me verifica novamente da cabeça aos pés.

"Qual é o seu problema?"

"É... eu não sei... algo está diferente."

Balanço a cabeça. "Você está iludido. Passa muito tempo com Alton."

"Onde está seu anel?"

Merda!

Atrapalho-me com a bolsa, abrindo e tirando o diamante das profundezas. Empurrando-o no dedo, sorrindo. "Aqui. Não estou acostumada a usá-lo. É muito pesado."

Bryce estreita o olhar e assente. "Acostume-se com isso."

"Estou tentando."

Piso no primeiro degrau, assim como Bryce. "Aonde vai?"

"Para seu quarto."

"Por quê?"

"Não fico sozinho com minha noiva há dias."

Reunindo meu juízo, digo: "E tem uma sala com dois senadores, meu padrasto e um lobista. Não acha que pode esperar? Além disso, preciso me arrumar para o jantar. Aparentemente, estou diferente."

"Será que Patrick usa colônia?"

Balanço a cabeça. "Sim e é divina. Não sei a marca, mas posso perguntar." Eu sei, mas não parece importante.

"Não, é só que..." Bryce sacude a cabeça. "Eu disse para estar aqui antes de Alton."

"Você não me disse que hora seria." Coloco a mão sobre o peito e finjo um sorriso. "Isto é mais cedo que o normal. Agora vá. Estou confiante de que não quer perder o que discutiam."

Ele se inclina mais perto, seus lábios próximos, a respiração provocando meu nariz. "Erva é o que estamos discutindo. É bastante cômico. Duvido que qualquer um deles já usou." Ele toca minha bochecha. "Lembra-se daquela vez na Duke?"

Erva? Maconha?

Dou de ombros. "Lembro. Deixou-me doente."

Luto contra a vontade de recuar quando ele roça os lábios nos meus. Frio e tenso. A conexão não é nada como a eletricidade com Nox. Inconscientemente, suspirei com o pensamento do homem que amo.

Bryce me puxa para mais perto, interpretando mal as pistas do meu corpo. "Continue. Arrume-se. Você teve um longo dia." Ele me beija novamente. "E pelo amor de Deus, coloque um pouco de perfume. Você cheira ao... seu primo."

"Eu faço?"

Ele me beija novamente, desta vez sondando meus lábios.

Fecho os olhos quando sua língua molhada os separa. Quando se afasta, ele acrescenta: "Mas tem gosto de bom uísque e sorvete."

"Acho que é você que tem gosto de uísque."

Apressadamente subo as escadas, orando a cada passo para não ser seguida. No momento em que chego ao topo, meu coração está pulando no peito.

"Que diabos?" murmuro, sem saber como decifrar as pistas que Bryce deu. Será que ele tem alguma ideia de onde estive realmente? Deveria ter me limpado no hotel, mas estava muito chateada para pensar nisso.

Um milhão de pensamentos lutam para se firmar enquanto meu caminho para meu quarto.

Trancando a porta atrás de mim, aprecio a solidão. Quando aconteceu? Quando meu quarto se tornou um santuário? Quando o resto da casa se tornou tão ruim que meu quarto virou o mal menor?

Sento na beira da cama e deito. Não é a sala lá embaixo que enche minha visão, mas as memórias da tarde antes do feitiço ser quebrado, quando o mundo era certo e seguro. Eu o quero com todo meu coração. Também quero dizer a Nox ou mesmo a Deloris que o senador Carroll está na minha casa com o senador Higgins e Severo Davis.

De repente, me sento. Davis é velho, não tão tanto quanto Alton, mas muito mais que Bryce. Essa é a pessoa que Chelsea deveria estar. Será que ela sabe? Ela sabe que ele está aqui? Se tivesse acordado, sabendo de sua idade e que é casado?

Por quê?

De repente, me arrumar para o jantar perdeu a importância.

Corro pelo corredor e bato na porta de Chelsea. Lentamente ela abre.

"Onde você e Patrick foram?" Pergunta.

"Visitar minha mãe e, em seguida, tomamos um sorvete."

Ela me olha de cima a baixo.

Que diabos? Estou usando um sinal?

"Hmm," ela diz, abrindo mais a porta. "Quer entrar?"

"Sim. Qual é o problema? Será que Suzanna te irritou?"

Chelsea dá de ombros. "Não mais do que o habitual. Eu vim aqui assim que pude, esperando perder o drama."

Pego sua mão e puxo-a para as duas cadeiras perto da janela. Quando sentamos, observo seu ponto de vista. Não é nem da frente da casa, nem de trás. Da janela deste quarto vemos os campos. Quando olho mais para baixo do que par fora da casa, os campos de tênis e um pequeno edifício são visíveis.

Segurando meu colar, respiro fundo. Se pudesse sair por lá, poderia dizer a Nox o que está acontecendo.

Volto o foco para Chelsea. "Diga-me por que está aqui. Sabe como essas pessoas tornaram-se aliados de Bryce?"

"Eu não posso. Eu não sei."

"Isso não faz sentido. Quer dizer, se o que disse é verdade então não te conhecia até a noite no hospital. Diga-me como tem um emprego em DC para ficar com ele."

Dizer DC acerta um cabo. Isso seria onde ela se seria atribuída a Severus Davis. Será que ele sabe que pode ter Chelsea? Como tudo isso funciona?

Vestida com um par de calças de yoga e uma camisa, não o traje para o jantar, ela puxa os joelhos contra o peito e coloca os pés descalços na beira da cadeira. "Alex, eu gostaria de poder dizer. Estou morrendo de vontade de falar com alguém sobre isso, mas não posso. Tudo o que posso dizer é que dissemos ao policial Evanston a mesma história. Bryce estava comigo quando Melissa desapareceu."

Eu balanço a cabeça. "Mas ele estava?"

"Ele estava lá na Califórnia antes que de me dizer. Ele tem registros de viagens provando que ele esteve lá fora e sobre durante os quatro anos."

Meu estômago revira. "Você mentiu para a polícia?"

"Eu não tive escolha. Eles foram implacáveis. Até fizeram testes em seus carros e coisas. Eles vieram para Carmichael Hall... foi... assustador."

"Mas... o seu testemunho?"

Ela dá de ombros. "Eu não acho que é um testemunho. Não foi no tribunal. Rezo para que não chegue tão longe. Foi um depoimento."

"Deus, você inventou informações. Isso é perjúrio."

"Eu não tive escolha..." A defesa do Chelsea some.

Eu respiro fundo. "Por causa do acordo."

Seus olhos se arregalam. "O que disse?"

"Eu sei sobre Infidelity. Não sabia que era o que fez, mas sei sobre a empresa."

Chelsea salta da cadeira e fica de pé, de frente para a janela.

Espero, mas em vez de palavras, os ombros se movem e cabeça cai para frente.

De pé, lentamente caminho até ela. Ela não está muito longe, apenas um passo, talvez dois, mas por um momento a distância parecia intransponível. Quando coloco a mão em seu ombro, ela vira para mim.

"Não sei como você sabe," diz ela entre soluços. "mas agora você sabe que sou uma prostituta."

Lembro-me das palavras de Karen Flores, as que repeti para Nox. "É companheirismo, não sexo."

"Como?"

"É uma longa história, mas deixe-me dizer... Eu entendo o fascínio, a promessa de compensação pelo que parece pouco sacrifício. Mas é enorme. Você e seu corpo são mais valiosos que esse acordo. Eu sou mais valiosa do que isso."

Ela balança a cabeça. "Olhe em volta. Você não pode saber o que é. Odeio cada dia e em dois meses, com o acordo que fiz, com a Infidelity e o trabalho de RH da Montague, ganhei o suficiente para pagar a faculdade da minha irmã por dois anos numa estadual." Ela suspira. "É bom poder dizer Infidelity em voz alta."

"Baby, você não é uma prostituta mais do que eu."

"Não, você está errada. Bryce está muito disposto a me lembrar diariamente desse título."

"Foda-se ele!"

"Eu prefiro que não." diz ela com uma careta. "Além disso, por que iria pensar que é uma prostituta? Você não jogou sua vida fora."

"Não, eu não fiz, apenas fiz companhia."

Seus passos param enquanto as mãos vão aos lábios. "Nox?"

"Sim, mas é complicado."

"Oh meu Deus." As rodas de reconhecimento giram em sua cabeça. "O fundo fiduciário. É por isso. Como? Fez Deloris falar sobre isso também?"

"Não exatamente. Deloris encontrou meu perfil e parou. Nox... bem, a empresa é dele, ele é um investidor."

"Ele não é seu cliente?"

"Não tecnicamente. Diga-me, o que Deloris lhe pediu para fazer."

Chelsea caminha de volta para a cadeira. "Não era para ser assim. Seria um cara. Vi sua imagem e perfil. Ele é casado. Percebi que só o via quando não estava com a esposa. O resto do tempo poderia ter uma vida e ao mesmo tempo ganhar essa renda. Não sou uma puritana, mas não foi o que aconteceu."

"Eu sei e sinto muito. Você se lembra de qual o nome do cara?"

"Sim, era como o professor do Harry Potter, Severus."

"Você já o conheceu? Será que Bryce sabe com quem ficou emparelhada?"

Sua cabeça se move para trás e para frente. "Não... e não. Bryce me contou quando nos encontramos. Ele pensou ser muito engraçado." Seu rosto se contorce de desgosto. "Ele está muito orgulhoso de si mesmo."

Afundo na cadeira. "Você não tem que dizer..."

Ela senta-se mais ereta. "Ele colocou em detalhes: o comprimento do cabelo, tipo de corpo, idade. Ele descreveu você."

"Eu sinto muito."

"É por isso que estava certo quando disse que eu me parecia e vestia como você. Ele me fez até pintar o cabelo."

"Deus, Chels, não sei o que dizer."

"Não é sua culpa. Eu fiz isso."

"Mas eu lhe disse para confiar em Deloris. Eu não tinha ideia... oh, mas antes que eu esqueça, o cara que deveria sair? Ele está lá embaixo."

"Ele o quê?"

Seguro sua mão. "Não por você. É uma coisa política, dois senadores e Severo Davis. Ele é um lobista."

"Mas Deloris queria que eu o espionasse. Esse era o plano. Há alguma ligação entre ele e Nox?"

"Eu realmente não sei. Talvez desde que nós duas estamos aqui, podemos manter os ouvidos abertos. Mas saiba: vou te tirar daqui. Você não de..."

Minhas palavras morrem ao ouvir algo no corredor. A voz irritada de Bryce ecoa e penetra a porta.

Meu olhar encontra o de Chelsea.

"Ele está te procurando." diz ela.

"Talvez se a gente ficar quieta." Vou até a porta, esperando para ver se ele passou.

Quando estendo a mão para a maçaneta, a porta de Chelsea abre, com pouca atenção do outro lado. Rapidamente, pulo para trás, mal evitando a colisão.

A expressão de Bryce, a que comparo com Alton, está de volta, com o pescoço e as orelhas vermelhas.

"O quê?" pergunto, desejando termos trancado a porta. "O que está fazendo aqui?" olho para Chelsea e para ele. "Bryce, você deve sair. Precisamos ficar prontas para jantar."

Ele empurra a tela do telefone para mim. A imagem é preta e branca e de má qualidade.

"O que? Essa sou eu." Sou eu, ao lado da cama da minha mãe, sua mão na minha.

"Hoje?" Pergunta.

Merda! O chão de repente some debaixo de mim, mais precisamente, debaixo do meu álibi. O vestido é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 33

 

 

 

Deloris coloca o pen drive no computador e abre os documentos na tela.

"Vou enviá-lo para o iPad". Diz ela, enquanto os dedos voam sobre as teclas.

"E o meu?" Pergunta meu pai.

Deloris olha por cima do ombro. "Realmente precisa ver duas vezes?"

Oren dá de ombros. "Só por curiosidade, se tiver meu e-mail privado."

Ela ri quando meu iPad soa com o e-mail recebido.

"Vou tomar isso como um sim." diz ele, inclinando-se e ligando seu tablet. "Esta é a última vontade e o testamento é longo." continua ele. "Quer dizer, já vi merda, mas o homem velho Montague levou controle a um nível totalmente novo, tudo para ditar o futuro da neta. Pode ver o documento inteiro, mas sugiro que todos nos concentremos no artigo XII, por agora."

Olho para Isaac. Ele está presente, mas em silêncio. Em vez de digitalizar o documento, está comprando um colar pelo celular.

"Qualquer mudança?" Pergunto.

"Não senhor. Ela está na mansão." Ele dá de ombros. "Às vezes me pergunto se este indicador de frequência cardíaca funciona."

"Claro que sim," disse Deloris. "Por quê?"

"Como agora, se ele está funcionando, seu pulso está ridiculamente alto. Cento e trinta. Isso é o dobro do que é quando está dormindo."

Minha pele arrepia. "Se ela apenas tivesse ficado."

Oren vira para mim. "Uma semana atrás?"

"Não, hoje. Eu a vi brevemente. "

"E o deixou?"

"Ela não vai deixar sua mãe ou Chelsea."

"Foda-se!" Oren grita. "Não acha que eles já descobriram que estão juntos, não é?"

"Não. Cuidamos de tudo."

Oren se vira para mim. "Nós estamos tão perto. Não é porque você é..."

"Porque sou o quê? Estou preocupado. Eu precisava vê-la, tocá-la. Estou além de assustado com cada coisa que aprendemos sobre Spencer. Sei que ele é um porco nos negócios, mas agora... não vou estragar isso. Vou invadir se ela não chegar a estrada."

"Senhores," Deloris intervém. "nós temos um documento."

Respiro fundo e me afasto do olhar gelado do meu pai.

Oren tem que ter a última palavra. "Isto não é apenas sobre Alexandria. Ela é a mais forte delas. Pode aguentar mais um dia."

Suas palavras fazem minha pele arrepiar. Sento e pego meu tablet, rezando para ele estar certo.

Mas se estiver, então por que diabos seu pulso subiu?

Concentrando-me na tela, rolo as páginas, desacelerando nas legendas até chegar ao Artigo XII as provisões para Montague Holdings.

A sala fica em silêncio enquanto todos nós lemos:


Se no momento da minha passagem, estas disposições não estiverem satisfeitas, é da responsabilidade dos meus herdeiros, Adelaide Montague Fitzgerald e Alexandria Charles Montague Collins, a boa vontade de legalmente satisfazer os seguintes critérios nas datas apropriadas. Não fazer isso irá resultar na perda de toda a herança, incluindo, mas não limitado a bens, propriedades, ações da empresa, as propriedades pessoais, e a residência e o resto da minha herança.

Como é agora o caso, é essencial que Adelaide Montague permaneça casada com Alton Fitzgerald para o resto de suas vidas terrenas. Como o marido de Adelaide, Alton Fitzgerald terá todos os direitos estabelecidos como o acionista principal na Montague Corporation. Se pedirem divórcio ou fizerem tentativas de acabar com o casamento, todas as explorações Montague vão para Alexandria Collins.


Paro lá. "Por que diabos a mãe de Alex não faz isso?"

"Pede o divórcio?" Pergunta Oren.

"Sim, ela estaria livre e fora do controle de Fitzgerald."

Oren aperta os lábios. "Eu me culpo por não ter em minhas mãos este documento há dez anos."

Deloris vira para meu pai. A expressão dela quer mais. Não disse a ela a história entre o meu pai e a mãe de Charli, apenas que ele queria ajudar. Embora ela pareça curiosa sei que ela não perguntará. Finalmente, ela volta para a tela e continuamos a ler.


Após a morte de qualquer A. Fitzgerald ou AM Fitzgerald antes da vinda de idade de A. Collins, todas as explorações Montague serão mantidas em confiança para ela até a idade de vinte e cinco ou até que tenha concluído um diploma universitário, o que ocorrer primeiro.

Uma vez que a conclusão da idade ou grau ocorreu, a fim de que A. Collins possa herdar as propriedades e ativos Montague e cumprir os requisitos estabelecidos neste documento legal deve aderir ao seguinte:

Sendo da idade legal de vinte e cinco (ou ter concluído o seu grau de faculdade), Alexandria Collins deve concordar com uma união legal com um marido que também irá representá-la e as ações de seus filhos biológicos na Montague Corporação, bem como no funcionamento dos ativos Montague.


"Sou voluntário." murmuro. Não é uma proposta, mas isso não a torna menos válida. Charli e eu nunca falamos sobre casamento, mas o faria não por causa desta maldita vontade ou qualquer coisa relacionada com o dinheiro de sua família. Aceito-a nua e sem dinheiro. A primeira parte dessas condições traz imagens em minha mente que é melhor controlar.

Volto para o tablet.


É meu desejo, e assim por diante a determinação deste que A. Collins se case com Edward Bryce Carmichael Spencer, filho de Suzanna Carmichael Spencer, conforme descrito abaixo.


"Como diabos isso é legal?"

"Eu não tenho certeza que seja." diz Deloris.


E. Spencer deve terminar a graduação e pós-graduação e provar-se digno da Montague Corporation. Após a conclusão da pós-graduação, há mais dezoito meses antes da união.


"Provar-se digno?" Oren pergunta em voz alta. "Isso inclui acusações de abuso e ser suspeito no sequestro de uma mulher?"

Embora ninguém responda e continue a ler, pela primeira vez, estou curioso sobre o desaparecimento de Melissa Summers. Fodida Infidelity. Se a empresa se tornar pública com a investigação valerá a pena se salvar Charli.


No momento do seu casamento, o controle de interesse em todas as coisas Montague reverterá para A. Collins e E. Spencer, com provisões para apoio contínuo e supervisão de A. Fitzgerald e AM Fitzgerald até o momento em que é determinado que um ou ambos não sejam competentes.


"Você acha que...?" Começo.

"Que o bastardo está comprometendo o caso de competência mental de Adelaide antes de ser legalmente posta de lado? Tenho certeza disso." diz Oren. "Ainda tenho algumas informações sobre o assunto. Direi mais tarde. Continue lendo."


Se esta união não ocorrer, todas as explorações e ativos Montague serão liquidados. Os ativos passarão a ser legado da Fitzgerald Investments, deixando ambos os herdeiros e seus descendentes, sem ativos na Montague.

Se o casamento de A. Collins e E. Spencer não sobreviver, resultando em divórcio ou morte prematura, todas as explorações e ativos Montague serão liquidadas e, doravante, doadas a Fitzgerald Investments, com uma exceção: no caso de um herdeiro do sexo masculino sobre a idade de vinte e cinco anos, o herdeiro designado manterá todas as explorações e participação de controlo.

Se verificar que qualquer pessoa mencionada neste artigo deliberada e propositadamente dificulta meus desejos, esse beneficiário será impedido de receber sua parte da herança.


"Isso não pode ser legal. Pode ser recorrido." digo.

"Estipulações de beneficiários." Oren diz, como se a frase fosse uma referência diária.

"O quê?"

"É a imposição de cláusulas na herança dos beneficiários. Isso é feito com mais frequência do que pensa."

"Muitas vezes é algo como concluir a faculdade ou onde os fundos estão disponíveis apenas para pagar a educação ou habitação." acrescenta Deloris.

"É besteira. Charli não precisa disso. Ela não quer. Por que está aguentando?"

"É ela?" Pergunta Deloris. "Ou está aguardando tempo para sua mãe?"

Deveríamos ter conversado mais esta tarde. Eu deveria ter feito mais perguntas.

"Isso não muda nada," anuncio depois de terminar. "Vamos continuar nossos planos. Foder a Montague."

"Não tão rápido."

Voltamos para Oren.

"Eu te disse que há um adendo. Vá até perto do fim."

Oren pega o telefone e envia uma mensagem.

"Uma data importante?" Pergunto.

"De certa forma."

Antes que eu possa começar a leitura, há uma batida na porta.

"Esperando alguém?" Pergunta Deloris.

"Por uma questão de fato, estou." Oren diz enquanto levanta e caminha em direção à porta. "Desligue a câmera do Magnolia Woods."

Com um botão, a tela da TV ficou preta e Oren toca a maçaneta.

Um jovem nervoso está na porta.

"Sr. Crawford."

O menino assente. "Sr. Demetri."

"Entre." Oren abre a porta, seu convite muito gentil.

Fico de pé. "Sr. Crawford? O que é..."

"Durante minha pesquisa..." Oren começa quando o jovem se mexe desconfortavelmente de um pé para o outro e olha em volta. "... Vi um trabalho que o Sr. Crawford fez recentemente."

O menino assente. "Pode me chamar de Stephen."

"Sim, bem, Stephen foi empregado de Hamilton e Porter no escritório de advocacia que fez esse testamento. Stephen teve o prazer de trabalhar com Adelaide em relação nesta mesma vontade."

Meu pai, de repente tem a minha atenção. "A Sra. Fitzgerald sabia disso?"

"Sim", diz Stephen. "Conversei com ela em várias ocasiões." Ele olha Oren.

"Vá em frente, filho. Estes são meus colegas. Estamos todos tentando ajudar a Sra. Fitzgerald e se puder ajudar-nos a ajudá-la, podemos fazê-lo."

Ele engole em seco. "Você tem vontade?"

"Sim."

"Hum, ok. Bem, há um adendo."

"Acabamos de descobrir isso." digo.

"Há algumas coisas que pode não perceber se não tiver trabalhado com Adela- quero dizer, a Sra. Fitzgerald."

"Como o quê?" Oren pergunta.

"Senhor, esta é uma informação confidencial."

"Ainda está empregado por Hamilton e Porter?"

"Não, mas assinei um termo."

"Sentiu-se mal com alguma coisa que Ralph Porter lhe pediu para fazer?"

"Sinto que abandonei a Sra. Fitzgerald. Ela estava realmente animada sobre a cláusula."

Oren vira para Deloris. "Ligue a tela."

Balanço a cabeça.

A TV enche com uma imagem do quarto de Adelaide.

"Stephen, quando foi a última vez que viu Adelaide?" Pergunta Oren.

Ele ficou mais ereto. "Foi logo antes de deixá-la ir. Tivemos uma reunião agendada perto do início de outubro, mas não tive permissão para me encontrar com ela. A última vez foi há quase um mês antes. Ela iria agendar e, em seguida, não reagendou novamente."

Oren aponta para a tela. "Olhe bem de perto. Isso é Adelaide."

Ele ofega enquanto ele caminha em direção à tela. "O que aconteceu com ela?"

"Isso é o que estamos tentando descobrir. Pode ser que ela descobriu uma informação que não deveria saber?"

Os olhos de Stephen se arregalam de horror. "Merda. Eu... isso é perigoso. Certamente..."

A mão de Oren pousa no ombro de Stephen. "Filho, ninguém vai saber seu papel, ou que nos ajudou. Posso assegurar sua segurança e a de sua família jovem. Quantos anos tem seu bebê?"

Meu estômago revira com a facilidade das palavras de meu pai. Os olhos de Deloris vêm em minha direção. Faz anos desde que vi esse lado dele em ação e, no entanto, neste momento, não detesto sua escolha ou estratégia.

"Quinze meses."

"Stephen, nos ajude e você e sua jovem esposa e filho estarão muito melhores. Você pode ir para qualquer faculdade de direito no país. Eu vi suas notas. É um jovem trabalhador. É uma pena desperdiçar sua educação em Savannah."

"É uma boa escola..."

"Não é Stanford, Harvard, Yale..."

Ele vira para a tela. "Eu gosto dela. Será que ela vai ficar melhor?"

"Sim." Oren responde de forma inequívoca.

"Posso ver o adendo?"

Oren acena para Deloris e aparece na TV, substituindo o Magnolia Woods.

"Ok," diz Stephen, examinando as palavras. "Vê isso?" Ele aponta para a data e as iniciais CM. "Esta data é, obviamente, a data aprovada da cláusula. O que não é dito é que de acordo com Adelaide..." Ele olha para Oren como se precisasse de sua permissão para usar seu primeiro nome.

"Continue."

"Segundo ela, essa é a mesma data que seu pai morreu."

"Então isso não é legal?" Pergunta Deloris.

Stephen sacudiu a cabeça. "Não é. O Sr. Montague faleceu em seu sono naquela noite de ataque cardíaco repentino. Ele era legalmente competente quando aprovou o documento."

Quando ninguém fala, ele continua. "Pensei ser um pouco estranho. Perguntei a Natalie. Ela é uma assistente legal. Ela me disse para não me preocupar com isso."

"Então não o fez?"

"Eu não disse nada. Mas não posso afastar a sensação de que é estranhamente coincidente."

"Pode explicar a cláusula?" Pergunto.

"Você viu o testamento, de modo que sabe sobre o artigo XII?"

Assentimos.

"É uma merda estranha. Quer dizer impor estipulações beneficiárias é uma prática comum, mas nunca vi... mesmo na faculdade... nada tão estranho quanto os mandatos neste." Ele franze a testa. "Pode imaginar, um cara morto ditando com quem tem que se casar?"

"A cláusula?" Pergunto novamente, a agitação em meu tom.

"Sim, bem. Em poucas palavras, qualifica o disposto no artigo XII, basicamente dizendo que qualquer manipulação por qualquer das partes interessadas altera as disposições."

Balanço a cabeça para a realidade. Esta adição à vontade de Montague diz que se alguém fizer algo para dissuadir, para interferir a progressão natural ou parar o arranjo, então essa pessoa anula seus ativos ou qualquer pretensão de ativos. Também anula o legado dos ativos liquidados para a Fitzgerald Investments. Obviamente ele tem alguns problemas de confiança.

"Portanto, se o casamento não sair como planejado, a Montague Corporation continuará a ser uma entidade viável, não sendo liquidada como originalmente previsto no artigo XII?" Pergunto.

Stephen dá de ombros, lendo o documento. "Ele não especificou que o atual conselho de administração será dissolvido e toda a estrutura corporativa se tornará uma empresa de capital aberto. E se o casamento de sua filha com a cara não ocorrer, ou seja, ela case com outra pessoa, isso irá, então, entrar nas sucessões onde todas as partes interessadas devem fazer um caso de seus direitos. Assumindo que a interferência anteriormente mencionada não é um problema, teoricamente, a propriedade será igualmente dividida entre os herdeiros vivos."

"Então, para esclarecimento, isso anularia as consequências do artigo XII?" Pergunta Deloris.

"Sim." Stephen confirma.

"Pergunto-me o que fez o Sr. Montague mudar de ideia." acrescento.

"A Sra. Adelaide perguntou a mesma coisa." Stephen se volta para Oren. "Espero que possa ajudá-la. Ela estava tão animada. Não conseguia entender por que não sabia sobre isso. Ela continuou dizendo, se apenas... se somente."

Oren alcança a borda da mesa, estabilizando-se antes de caminhar. "Obrigado, Stephen." Ele enfia a mão no bolso do casaco interior e ira um envelope. Por seu olhar, assumo ser dinheiro. "Isso deve ajudá-lo a se mudar. Entre em contato com meu assistente. A escolha das universidades é sua."

Stephen segura o envelope por um minuto antes de passá-lo para trás. "Obrigado. Eu agradeço. Adoraria ir a qualquer uma dessas escolas que mencionou. No entanto, eu não posso." Ele balança a cabeça. "O Sr. Fitzgerald me ofereceu dinheiro também. Eu não aceitei. É ruim o suficiente que quebrei o acordo de não divulgação, mas não foi pelo dinheiro. Eu falei sério. A Sra. Adelaide é uma mulher amável. Ela não merece estar onde está. Tentei ajudá-la." Ele dá de ombros. "Temo que as informações que a ajudei a encontrar e entender possa ter levado ao que aconteceu. Por essa razão, estou feliz em ajudá-lo."

"Não vou contar a ninguém e confio que quer ajudar. Apenas faça. E se puder... aquela coisa, a data, me mantém acordado durante a noite. Só parece errado."

Levanto e dou um passo adiante, fodidamente impressionado com esse homem. Ao mesmo tempo conheço o jogo de Oren e endividamento que alimentou a obrigação mútua. Não posso prever o próximo movimento de Oren. Em vez disso, estendo a mão. "Stephen, você é um bom homem. Será um bom advogado. Sei é alguém que acredita em fazer a coisa certa e ajudar aqueles que não podem ajudar a si mesmo. A advocacia seria um lugar melhor se houvesse mais como você."

"Obrigado, Sr. Demetri."

Meu aperto aumenta quando a atenção de Isaac vai de seu telefone para Stephen. "Nós não fomos apresentados."

Seu olhar corre entre Oren e eu. "Desculpe se presumi. É a semelhança. Não são parentes?"

"Sr. Crawford, cuide-se."

"E de seu bebê." acrescenta Oren.

Deloris levanta. "Posso mostrar-lhe à porta?"

"Eu posso...? Será que vou saber se a ajudei?"

"Suspeito que haverá rumores."

 

CAPITULO 34

 

 

 

A cena acontece ao meu redor, comigo, e ainda assim estou sempre um passo atrás.

O retrato no telefone de Bryce é meu. Seria um truque?

"Bryce, o que está dizendo?"

Ele agarra meu braço, o mesmo lugar que agarrou no outro dia, me puxando para perto. "Fiz uma porra de pergunta."

Luto contra seu aperto. "Me solta. Você está me machucando."

Nos movemos pelo o quarto, nós três numa dança coreografada pela raiva e medo.

"Assim que te vi na sala, soube que algo estava errado. Não pude identificar, mas então me bateu. O vestido que usava..." Soltando o braço, ele me empurra para longe e me olha da cabeça aos pés. "Que você ainda está usando... não é o mesmo que na foto do Magnolia Woods." Ele anda num pequeno círculo. "Porra eu avisei. Quando cheguei aqui, tentei te dizer," Ele se aproxima. "Eu queria que fosse diferente, mas não serei feito de idiota!"

Embora cada parte minha queira se afastar de sua abordagem, não o faço. Eu não posso. Não lhe darei esse poder sobre mim. Nem por um dia, uma semana, até nosso casamento ou para sempre.

Levanto o queixo. "Apenas fale do que está me acusando porque tenho muitas mais acusações pra te dizer."

O próximo segundo acontece num flash. Desde que entrei no carro de Alton, fui atingida duas vezes: uma por ele e outra por Suzanna. Isso não é nada comparado ao poder do tapa de Bryce. Não é um tapa, mas um soco, juntas atingindo ossos, carne batendo carne.

Cambaleio e grito.

Não pela dor, dor que não sinto.

É pelo choque.

Meu grito: "NÃO!" Ecoa na suíte de Chelsea, uma sílaba que parece durar para sempre enquanto meus joelhos cedem e caio no chão ao lado de minha amiga.

Ela está enrolada de lado, segurando a bochecha com o peito arfando pelo golpe inesperado.

"O que diabos você fez?" Grito para ele.

Quem é esse homem?

Certamente não é meu amigo de infância. Não é o homem que relutantemente deixou minha virtude intacta quando adolescente. Não é o homem que finge ser meu noivo.

"Levante!" ele grita. Sua demanda cai como um cobertor molhado enquanto olho para ele, a cabeça de Chelsea agora no meu colo.

Ele não para. "Eu disse para levantar."

Gentilmente tiro sua cabeça do meu colo e coloco no tapete. Lentamente, levanto, pronta para enfrentar o monstro que estava escondido, o lobo em pele de cordeiro. Quando levanto, sei, sem sombra de dúvida que Bryce Spencer foi capaz de ferir Melissa Summers. As acusações de seus outros crimes que ainda não entendo.

"Não," ele xinga. "Você."

Engulo em seco quando a ponta do sapato recua e chuta a perna de Chelsea.

Fico entre eles e estendo as mãos, tentando bloqueá-lo. Meu esforço é semelhante ao das boias que flutuam pela costa, capaz de reter seu próprio espaço, mas incapaz de retardar a energia das ondas.

"Bryce, pare com isso!"

Ele passou a mão pelo cabelo enquanto Chelsea desliza para trás, para longe dele e ainda no chão.

"Levante!"

Quando a vejo começar a subir, movo-me novamente. "Não, Chelsea. Não faça. Bryce dê o fora daqui."

Encarando-me, ele destrói o passado, estendendo a mão para seu braço e puxando-a para pés. "Isso é culpa sua, Alexandria. Ela pode agradecer mais tarde pelo que está prestes a acontecer."

"Nada está prestes a acontecer," retruco. "Há uma sala cheia de homens no andar de baixo. Vá. Deixe-nos em paz. Temos que nos aprontar para jantar." É uma desculpa esfarrapada, mas minha mente é um borrão, lutando por qualquer resquício de sanidade.

Sua voz encontra uma calma quase assustadora. Com o olhar agora fixo em Chelsea, ele diz: "Saia do quarto, Alexandria."

O quê?

"Não."

"Agora!" Vejo seu rosto quando ele vira para mim, o rosto está vermelho, vermelho brilhante, um contraste gritante para o cabelo loiro e olhos cinzentos. Há algo diferente sobre eles também, algo que ainda não posso identificar as é assustadoramente familiar.

Abro a porta de Chelsea e viro mais uma vez para Bryce. Ele soltou o braço de Chelsea quando teve certeza que sai. Em vez disso, abro mais a porta e dou um passo em direção a ele. Quando nossos peitos se encontram, jogo minha chave para Chelsea e digo: "Vá agora. Tranque minha porta."

Acontece rápido. Ela não hesita quando sai correndo, os pés descalços derrapando no tapete macio enquanto corre para longe.

Bryce respira fundo e vem em minha direção, cada passo me prendendo e empurrando para trás e para trás até que a parede para meu progresso. Enjaulando-me contra a parede com um braço de cada lado do meu rosto, ele se inclina mais perto. "Vai se arrepender disso. Não tanto quanto ela, mas vai."

"Que diabos é seu problema? É Patrick?" Porque ele está pronto para chutar seu traseiro.

Não digo a última parte.

"Neste momento, meu problema é você."

"Tudo bem, então não case comigo."

Ele agarra meu queixo, os dedos dolorosamente apertando meu rosto. "Cala a boca. Aprenda a manter sua boca fechada e, vou acrescentar, as pernas também para ninguém além de mim. Se puder seguir essas simples instruções, as coisas vão melhorar para você e para a minha puta."

Suas palavras insensíveis são piores que o aperto.

"Não fale assim sobre ela."

"Você está certa. Eu não deveria diferenciar, não quando há duas vadias aqui."

O quarto estava grampeado? Ele ouviu quando assumi minha infidelidade?

Merda! Quão estúpida pude ser?

"Bryce... o que está acontecendo?"

"Você não esteve no Magnolia Woods hoje. Eu liguei. Não esteve lá, apenas Patrick. Isso significa uma coisa. Significa que estava com ele." Ele solta meu queixo e acaricia minha bochecha. A mudança de brutalidade a gentileza aumenta meu enjoo. "Querida, se pode foder, então eu também posso." Seu sorriso se alarga. "Posso até te deixar assistir."

"Eu não..."

"Não minta para mim. Eu avisei. Disse para obedecer porque se não fizesse, não seria capaz de viver com as consequências." Seu tom suaviza o timbre com uma doçura zombadora. "Não posso fazer com você o que quero, não agora."

A frieza calculista em seus olhos envia um calafrio por minha espinha.

"Porque," ele continua explicando seu raciocínio psicótico. "em menos de uma hora estará lá embaixo num vestido de porra, usando meu anel e bancando a noiva perfeita. Temos uma festa amanhã. É uma pena que Chelsea não vá."

Tenho problemas para me segurar. "Mas Suzanna e Alton a querem. Uma frente unida."

"Mas você não. Ela é uma prostituta. Todo mundo sabe que, e quando, perguntado, essa será sua resposta."

Balanço a cabeça. "Não. Não farei isso com ela. Eu não..."

Sua mão cobre meus lábios. "Você vai ou vou dizer a Alton sobre hoje. Vou deixá-lo saber que em vez de visitar Adelaide, você estava com um criminoso. E, em seguida, seus privilégios de visita a sua mãe serão revogados." Ele move a cabeça lentamente de um lado para o outro quando um sorriso surge nos lábios. "Como disse, você vai cooperar, não é, querida? Melhor amigo ou pior inimigo. Sugiro que se esforce para lembrar porque me quer como amigo."

"Deixe Chelsea em paz. Ela não fez nada. Se quiser descontar isso em alguém, não que esteja admitindo nada, mas faça comigo."

"Se eu pudesse... Mas contusões não iriam bem com o jantar hoje à noite ou a festa amanhã. E, querida..." Ele permite que o carinho paire no ar. "... Eu não dou segundas chances."

"Vá agora, é quase hora do jantar." Ele puxa um pouco o meu cabelo. "Arrume seu cabelo e maquiagem. Fique bonita." Ele corre os dedos ao longo do meu rosto com um toque de seda. "Porque você pode ficar impressionante, Alexandria. Eu já vi. Quero isso de novo. A partir de agora, vai mostrar esse sorriso lindo para mim, não vai?"

Fico olhando, com medo de sua próxima mudança de humor.

Ele passa o dedo sobre meus lábios. "Quando eu lhe fizer uma pergunta, espero uma resposta."

Balanço a cabeça. Não é uma concessão considerando seu nível de manipulação. Ao dar-lhe a resposta que ele quer, eu controlo sua reação.


Bryce sorri. "Agora, aqui está uma pergunta para você. Diga-me, você não quer se atrasar para o jantar; você não quer atrasar novamente hoje, não é?"

Não tinha tenho a chance de responder quando inesperadamente seu punho colide com a parede, meramente a polegadas do meu rosto. O gesso não é páreo para seu soco quando poeira fina agita o ar em torno de nós.

Engulo em seco, estremecendo enquanto sua ereção crescente pressiona contra meu estômago.

"Eu lhe fiz uma pergunta." O vermelho rasteja de volta para seus ouvidos. "Fodidamente responda..." Antes que possa registrar, ele abaixa o decote do meu vestido e sob meu sutiã, dolorosamente aperta e torce meu mamilo.

Grito enquanto tento, sem sucesso, me afastar.

Bryce sorri. "... Ou, querida, vou encontrar lugares que seu vestido vai esconder, lugares para deixar minha marca. Agora responda."

"Não," respondo rapidamente, reunindo o que resta do meu autocontrole e empurrando sua mão. "Não quero me atrasar."

Ele se inclina mais perto, o nariz tocando meu pescoço enquanto inala. "E um banho. Trocando-a por você eu deveria me livrar de uma prostituta e não ter outra como futura esposa."

Bryce dá um passo para trás, dando-me espaço para ficar ereta.

Ele está permitindo que eu vá? Será que ele me seguirá?

Fico imóvel e suavizo meu tom. "Por favor, Bryce. Ela é minha amiga. Por favor, não faça nada."

Ele solta um suspiro. "Sei que pode não entender, mas pago um monte de dinheiro para fazer o que quiser." Um lado de seus lábios se curva para cima. "Como disse, ela é uma prostituta, mas por você... por agora... vou voltar lá para baixo e ser agradável com seu pai." Ele inclina a cabeça em direção ao punho que atingiu a parede. "Não faça suposições. Fechaduras não irão me impedir."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 35

 

 

 

Os lábios de Bryce se curvam. "Não dou a mínima para quantas chaves tem."

Prendo a respiração e uma resposta quando Bryce se vira, deixando-me sozinha no quarto de Chelsea. Suas últimas palavras, o ameaçador olhar frio, alimenta a descarga de adrenalina inundando meu sistema. Ainda de pé, seguro meus dedos, agarro o grande diamante e tento parar de tremer. Aperto minhas mãos num esforço para acalmar o tremor, mas quando o noto, ele não está somente em minhas mãos, mas quebrando meu corpo inteiro, tornando meus joelhos cada vez mais fracos.

Como uma estátua nervosa eu espero, com medo de que ele vá voltar e ainda mais de medo de que ele procurará outro lugar para desafogar a fúria. Quando o tempo para, o ar volta a meus pulmões e diminui meus tremores. Minha respiração é o único som enquanto me atendo a qualquer ruído dele pelo corredor até Chelsea.

Embora queira ajudar minha amiga, meu corpo se recusa a mover, paralisado pelo que vi e ouvi. Tranquilidade prevalece nos passos de Bryce enquanto desaparece, substituindo o horror por alívio. Não mais rígida, meus ossos ficam flexíveis, abrindo caminho para as forças da gravidade. Com um soluço reprimido, caio contra a parede esburacada e me enrolo no tapete.

Meu Deus.

Ele é um monstro.

Com apenas os olhos, rapidamente procuro no quarto por um relógio. Preciso me arrumar. Preciso verificar Chelsea, mas não tenho forças. Segundos se tornam minutos quando o tempo passa e meu coração bate fora da cadência num ritmo composto pelo medo. Não posso casar com esse homem. Não posso passar mais um dia com ele nem permitir que Chelsea passe. Ele é um psicopata, frio e sem empatia ou remorso. Nunca testemunhei olhos tão indiferentes.

Em questão de minutos, sua raiva foi substituída, indo para um terreno frígido, mais frio do que qualquer coisa que já vi. Não é nada como o pior temperamento de Nox. É ainda pior do que Alton. Bryce é distante e desligado.

Quando fecho os olhos, seu olhar calculista enche minha mente.

Foi que a última coisa que Melissa Summers viu? O que viveu? Talvez tenha duvidado antes, mas não mais: Edward Bryce Spencer é capaz de matar. Sei disso em minha alma.

"Alex?"

Pisco os olhos quando Chelsea entra em foco.

"Você está bem?" Ela pergunta, pegando minha mão.

Sua bochecha direita está vermelha e a contusão aparece.

"Eu?" Gentilmente toco sua pele ferida. "E você?"

Puxando minha mão, ela me levanta. "Estou bem, por sua causa. Desculpe, eu corri. Eu deveria ter lutado, como você. Mas... ele me assusta."

Balanço a cabeça. "Eu vejo. Também me assusta." Acalmo nossos passos à medida que vamos para meu quarto. "Chelsea, não me defenda. Ele disse que vai..." Mal posso me fazer dizer as palavras. "... Ele pode feri-la, porque pode fazer qualquer coisa que quiser com você. Ele não pode me machucar. Tenho que estar no jantar e na festa."

Os braços do Chelsea envolvem sua cintura. "Não pode pará-lo. Você não pode."

Puxo-a para minha suíte e até o banheiro, deixando as duas portas trancadas entre nós e o corredor. "Eu posso. Vou te tirar daqui. Tenho um plano."

 


Com alguns minutos de sobra, respiro fundo, desço as longas escadas para a sala de jantar. Fiz como Bryce queria, tomei um banho, me lavando para retirar o cheiro de Nox ou Patrick e substituindo-o com hidratante, xampu e perfume. Meu vestido é novo, mesmo para mim. Estava pendurado num saco de roupa, outro traje para meu novo papel.

Sento-me à mesa de jantar desocupada, feliz por um momento de paz para reunir meus pensamentos.

"Gostaria de um copo de vinho?" A jovem empregada pergunta.

Gostaria de uma garrafa inteira, mas me contentarei com um copo. "Sim, obrigado. Cabernet."

"Sim Senhora."

Quando ela desaparece na cozinha, Suzanna e Bryce entram. A calma vai embora, mas não se viro para vê-los entrar. Estou com muito medo de que verei.

"Alexandria, como foi com sua mãe?"

Apreensiva, minha cabeça vai em sua direção, o olhar correndo entre Suzanna e seu filho. É outra armadilha? Quase imperceptivelmente, Bryce sacode a cabeça, dizendo-me para desempenhar meu papel. Noiva perfeita. É o que ele exigiu.

"Ela está melhor. Os enfermeiros continuam dizendo isso."

"Preciso ir vê-la," diz Suzanna. "Amanhã de manhã vou acompanhá-la."

Antes que possa aceitar a proposta, Bryce fala; cada uma das frases abrindo outro buraco no meu barco da esperança. Em breve ele afundará, meu titanic dos sonhos presos nas profundezas do oceano.

"Mãe, terá que ir sozinha. Alexandria estará ocupada amanhã. Talvez," ele continua. "ela estará disponível domingo. Depende de seu desempenho na festa."

Ouço a última parte alta e clara, mesmo que ele não expresse em voz alta.

"Ocupada?" Suzanna vira para mim. "Fazendo o quê?"

A jovem coloca o copo de Montague da coleção privada diante de mim enquanto Suzanna senta. Dou de ombros. "É novidade para mim, também. Vai precisar perguntar ao seu filho."

Ele ergue o copo de uísque e sorri. "Nossos planos ainda serão determinados." Ele circula o pulso, tilintando os cubos congelados. "Há tantas variáveis."

O ar é gélido, não só com suas palavras, mas também o tom demasiado calmo. O frio cai sobre a sala, deixando um rastro de arrepios na minha pele.

"Belo vestido." diz Bryce, vindo atrás de mim e beijando minha bochecha.

"Uma excursão não planejada," Suzanna diz entusiasmada. "Soa como uma grande ideia. Apenas não fique muito levado. Lembre-se que tem que estar de volta a tempo para se preparar para a festa. Os convidados chegarão às seis."

A sala fica em silêncio quando Alton entra.

Balançando a cabeça, ele sorri. "Agora, isso é o que gosto de ver. Todo mundo no lugar..." Seus olhos se estreitam quando olha para o lugar vazio. "Onde está Chelsea?"

"Alexandria?" Bryce diz.

Um nó se forma em meu estômago e minha boca seca. Meu volume é quase inaudível. "Não posso fazer isso."

Os olhos de todos estão em mim: Alton e Suzanna questionando e o de Bryce como um aviso.

"Acho que pode." Sua resposta também é suave.

Viro para ele, lutando contra as lágrimas. "Não. Eu não posso."

"O que é?" Pergunta Suzanna com preocupação genuína na voz.

Os olhos de Bryce estreitam.

Balanço a cabeça e viro para Suzanna, falando mais alto. "Eu tentei, realmente tentei, mas se tiver que enfrentar meus colegas da academia e da sociedade de Savannah, amanhã à noite, não posso fazê-lo com aquela prostituta a reboque." A palavra machuca meu coração. Sou grata por ela não poder me ouvir.

"Alexandria!" Suzanna grita.

Viro para Alton quando ele senta. "Imagine como minha mãe se sentiria ao dividir o palco com você e uma puta que está enroscando bem debaixo do seu nariz."

"Isto não é sobre sua mãe ou eu..." À medida que sua desculpa esfarrapada sai, há algo na expressão de Suzanna, que confirma as acusações de Pat.

"Ou será que é?" Pergunto.

"Estamos perdendo o foco," Bryce interrompe. "Alexandria desenhou uma linha na areia. Chelsea fica, mas não publicamente. É decisão de Alexandria."

"Eu não gosto," diz Suzanna. "Chelsea precisa trabalhar em Montague e enfrentar as pessoas de Savannah. Se a esnobar, estará condenando-a ao ridículo."

"E se abraçá-la," respondo. "Estou me condenando. Não será evidente, mas você sabe que será assim."

Alton levanta a mão quando os empregados chegam com as saladas. "Isso é o suficiente." Ele vira para a jovem. "Leve o jantar para o quarto da senhorita Moore. Aparentemente, ela não se juntará a nós."

"Senhor?" Pergunta a menina, olhando em minha direção.

"Eu já pedi. Deixei a equipe saber que ela comerá no quarto num futuro previsível."

"Isso não é necessário," diz Suzanna em defesa de Chelsea. "Se não a quer aqui, ela voltará para Carmichael Hall."

"Não."

"Por que não?" Pergunta Suzanna. "Pelo menos lá, ela não será forçada a enfrentar sua animosidade."

Viro para Bryce.

Com uma expressão doce de satisfação enfeitando seus lábios, ele levanta a taça. "Mãe, acho uma excelente ideia."

Os nós em meu estômago se multiplicaram.

"Tudo bem," Alton diz com desdém. "Depois da festa. Isso é muito drama. Tive o suficiente. Sem mais discussão sobre a senhorita Moore."

Depois da festa. Graças a Deus.

Meu barco de esperança não está além do reparo.

Curso após curso o jantar decorre. A conversa foi sem importância e incontroversa. Tentei trazer à tona o assunto da reunião mais cedo no escritório de Alton, mas cada tentativa teve respostas monossilábicas.

"Realmente, Alexandria, pode estar na faculdade de direito, mas muitas coisas estão acima de você. Deixe os homens se preocuparem com elas. É por isso que está se casando. Para se concentrar em coisas de senhoras."

É o sexismo polvilhado de negatividade que eu vivi a maior parte da vida. Não importa se vou me formar com honras. Sou do sexo feminino e, obviamente, não brilhante o suficiente para reconhecer transações ilegais quando as vejo. Cada minuto que passa queima outro pedaço da minha alma. Não quero nada mais que acabar com a farsa da família e fazer meu caminho de volta para o refúgio do meu quarto.

Fechaduras podem não manter Bryce fora, mas tenho um plano. Pedi a Jane para se juntar a mim para um filme.

Quando o jantar termina e Alton para, limpo os lábios e coloco o guardanapo ao lado do prato. Afasto a cadeira da mesa e a pergunta de Bryce me para.

"Que tal um passeio, Alexandria?"

Meu pulso acelera em aviso, mas não posso permitir que sua atenção volte para Chelsea. "Soa maravilhoso." Meu sorriso é enorme. "Mas talvez outra noite. Estou exausta. Podemos ficar algum tempo na sala de estar?" A vista de Alton, Suzanna, e os funcionários.

Seus lábios finos se curvam. "Querida, tenho certeza que pode encontrar energia. Afinal, tinha energia esta tarde. Certamente tem tempo para mim, seu noivo? Ou gostaria de nos contar tudo sobre sua tarde?"

Meus seios pressionam contra o forro de cetim do meu vestido. O corpete apertado restringe minha capacidade de respirar fundo quando uma sensação espinhosa corta minha espinha. "Claro que tenho energia para você. Eu... eu amo andar. Talvez até o lago?" pergunto, esperando o retorno da minha de infância.

"Estava pensando na floresta."

Que diabos?

"Bobagem," Suzanna interrompe. "Está escuro. Vocês têm um grande dia amanhã."

"Mãe, não somos crianças."

"Você não é, mas antes de ir se aventurar por aí acho que nós quatro temos coisas que precisamos discutir antes de amanhã."

"Tais como?" Tomo a isca, com esperança de distrai-lo.

"Ao falar com Gwen no início desta tarde, percebi que haverá suspeitas e dúvidas. Precisam ajustar suas histórias."

Balanço a cabeça.

"Vocês três terão que lidar com isso", Alton diz com desdém. "Tenho assuntos urgentes."

Ninguém refuta a alegação de Alton. Segundos depois ele vai embora deixando nós três.

"Agora," Suzanna continua. "com esta mudança abrupta em relação Chelsea, precisamos decid..."

"Não há nada para decidir," Bryce diz. "Alexandria está acabando por sua convicção." Ele levanta, dando-me a esperança de que fosse se juntar a Alton.

"Bem, sim," Suzanna diz ao virar para mim. "mas, querida, não pode dizer isso aos outros. Não pode usar a palavra com ‘v’."

Em vez de sair, Bryce senta na cadeira ao meu lado e espalma a mão sobre minha coxa. Seus olhos arregalam de excitação. "Alexandria?"

Os nós dentro do meu estômago se agitam com o pouco de comida que consegui engolir. Ao mesmo tempo, minha pele se reveste de suor à pressão crescente da mão de Bryce. Meus dentes cerram quando a dor aumenta.

"Suzanna," Luto para impedir minha expressão de exibir o que está acontecendo. "Não sei se posso. É a verdade. Há muitas mentiras para lembrar. Simplesmente não pode adicionar outra."

As pontas dos dedos de Bryce continuam a apertar, pressionando o material do meu vestido na pele, perto da rótula.

"A verdade?" Pergunto. "Quer dizer a história que dirá a qualquer um que perguntar? Talvez possa lembrar-nos?"

A sala escurece, mas obedientemente viro para meu noivo, implorando com os meus olhos para ele parar a pressão. Seguro a mesa, mas não posso aliviar a força. Minha voz falha. "Bryce?"

"Estamos esperando."

Não posso me afastar, não sem chamar a atenção para suas ações. Engulo a dor. "Que história? Quer dizer a verdade que ela é uma prostituta?"

"A quem você vai dizer?" A pergunta vem sem nenhuma outra razão do que me fazer falar, para me fazer recitar seu veneno na frente da mãe.

Suzanna vai embora. Não na realidade, mas na minha visão angustiada. A forma como seus dedos estão mais perto da minha rótula envia solavancos excruciantes da dor através de toda a perna. Agarro sua mão, mas cada ação só aumenta a pressão e, ao mesmo tempo, sua expressão permanece curiosa e fascinada. Certamente ele não iria deslocar meu joelho... Eu quero acreditar.

Lembro-me da história que fui alimentada, mas nunca repeti.

Deixando de lado sua mão, movo meu braço, visível para os olhos e concentro-me nele. Minha voz sobe acima do sangue correndo em minhas orelhas. "Vou dizer a todos que sempre te amei. Que tentei lutar contra. Enquanto na Califórnia pensei que tivesse desistido de mim. Não sabia que Chelsea estava interceptando nossas mensagens, mentindo para mim..."

Pisco com alívio quando a pressão diminui um pouco.

"Continue."

"... não foi até que voltei para a minha mãe e vi Chelsea com você que percebi."

"O quê?" Ele pergunta.

"Que estamos destinados a ficar juntos. Que fui enganada por uma prostituta cavadora de ouro que fingiu ser minha amiga."

Meus olhos fecham e suspiro quando ele suaviza o toque. Não mais forte, sua mão se move para cima, mais alto na minha coxa. Por apenas um momento, o alívio domina a realidade. Minha mão cai na sua, parando o progresso.

O olhar de Bryce estreita em advertência antes de virar em direção a sua mãe. "Existe algo que quer discutir ou podemos dar uma caminhada?"

A sala inteira vem em foco.

Umidade brilha nos olhos da Suzanna quando ela junta as mãos perto do coração. "Oh, oh. Não sabe como estou feliz... não achei que... estava preocupada..." Ela levanta e corre para nosso lado da mesa, o movimento dela me libertando da mão errante de Bryce.

Atirando-se em mim, Suzanna me envolve num abraço. "Isso vai funcionar. Irá. Estou tão feliz em saber que concorda. Espere até que dizer ao seu pai."

A cadeira de Bryce se move. "Ela concorda." Ele estende a mão. "Alexandria, meu amor, nossa caminhada nos espera."

 

 

 

CAPITULO 36

 

 

 

Como pode Bryce vomitar ódio, coisas que ameaçam num minuto e ser suave e afável no próximo? Cada palavra que pronuncia me deixa na borda do assento figurativo, com medo de cair.

Colocando minha mão na sua, fico em pé, em busca de uma saída. Volto-me para sua mãe. "Suzanna?"

Os dedos de Bryce, em volta da minha mão, apertam mais e mais.

"Sim?" ela responde.

"Tenha uma boa noite."

"Obrigado querida. Estou mais do que satisfeita com a sua mudança de atitude."

Finjo um sorriso. "Pode agradecer ao seu filho por me mostrar a luz."

Suas bochechas sobem mais, o sorriso brilhante irradiando verdadeiro apreço para Bryce.

Ela realmente criou um psicopata sem saber?

"Vocês se divirtam."

Puxando-me para perto, Bryce segura minha mão enquanto circula o outro braço na minha cintura. "Oh, nós vamos, mãe. Ok, querida?"

Em poucos dias vim a abominar o termo carinhoso. A maneira como ele diz é como uma advertência e ameaça enrolada numa fina camada de elogios. A mistura venenosa parece benigna.

Logo estamos nas portas de trás, as portas francesas que dão para o pátio de pedra calcária. Uma vez fora sob o céu estrelado, Bryce faz uma pausa e olha a mansão. "Não sei se lembra," ele começa. "mas perguntei alguns meses atrás por que você não gostaria de viver aqui e eu lhe disse que eu faria." Ele me puxa para seu lado. "E agora vou. Basta imaginar, um dia serão nossos filhos correndo nesses gramados, como nós fazíamos."

Tremo quando o ar frio de outono cai sobre nós.

"Está com frio?"

"Acho que deveria ter pego um suéter."

Com seu braço ainda em mim, Bryce corre a outra mão para cima e para baixo no meu braço. Quando toca a área que segurou no início do dia, involuntariamente me encolho.

"Não faça isso."

"O quê?" Pergunto. "Não é minha culpa que meu braço está doendo."

Vamos até a borda da escada, acima do gramado com o lago à distância. Ele me vira, propositadamente apertando meus braços. "Agora. Quero te ouvir dizer."

Bile começa a ferver no meu estômago, fervendo mais e mais a cada segundo como minha temperatura interna subindo.

"O que?"

"Diga Alexandria. Você fez um trabalho tão bom com a mãe. Tenho certeza que não terá problema em falar sobre Chelsea como a prostituta que realmente é. Agora quero ouvi-la admitir que a culpa é dela por seu braço estar doendo."

"Bryce? O que deu em você?"

Ele dá um passo em direção à borda, movendo-nos para o lance de escadas de pedra. "Posso te fazer a mesma pergunta, mas não quero saber a resposta." Ele olha além do gramado. "Alguma vez já pensou sobre o quão alto estamos? A queda até o gramado?"

Tento dar um passo atrás, mas o aperto em meus braços aumenta. "Agora, querida, seu braço?"

Tal como a firmeza de Nessie, o monstro imaginário no lago abaixo, suas palavras e tom apertam meu peito, agarrando meu coração acelerado e esmagando-o contra minhas costelas. Meu queixo se move para cima com seu encorajamento forçado.

"Olhe para mim enquanto fala. Quero ver que está dizendo a verdade."

Engulo em seco, em busca de umidade. Minha língua se lança nos lábios ressecados quando formo minha resposta. "Meu braço... não deveria ter interferido entre você e Chelsea."

"Não, não use o nome dela. Diga o que ela é."

Pisco as lágrimas. "Bryce?"

Ele olha para meu corpete, lembrando-me da agonia que infligiu ao meu mamilo. Com um sorriso doentio, seus olhos encontram os meus. "Tente novamente."

As palavras machucam meu coração, apertando-o, como se fossem uma faca, cortando não só a mim, mas também Chelsea. "Uma puta."

Aplicando mais pressão em meu queixo, ele murmura, "Querida, isso será muito melhor se aprender quando falar e o que dizer. Ela não é apenas qualquer prostituta: ela é minha. Comece de novo e diga a coisa certa."

Bastardo doente.

"Não deveria ter ficado entre você e sua puta."

"Continue."

Não tenho certeza de onde ir.

"Reivindique a responsabilidade e vou aceitar seu pedido de desculpas."

Meu pescoço tencione. Minhas desculpas?

Minha cabeça sobe quando Bryce puxa meu cabelo. "Atitude não é aceitável. Acredito que seu pai lhe disse isso."

"Eu não fiz nada."

Ele solta meu queixo e cabelo e, em seguida, delicadamente enxuga uma lágrima na minha bochecha. "Não chore, querida, você vai pegar o jeito disto. Afinal, é a única aceita em Stanford e Columbia."

"Bryce, não quero que sejamos isso. Eu não... você está me assustando."

Ele levanta minha mão e leva meus dedos aos lábios. "Depois do que fez hoje, você merece ter medo, não acha?"

Ainda não admiti nada.

"Bryce, sei o que pensa, mas não é verdade. Se estivesse com Len..." Rapidamente lembro-me de não dizer seu nome. "Se estivesse com ele... pense nisso. Acha que eu voltaria aqui?"

"Eu estava com Pat. Fomos ver minha mãe. Eu não assinei. Eles me conhecem agora. Não sei por que disseram que não fui lá, exceto que a mudança pode ser falsa."

"O vestido?"

"Não posso explicar. Talvez haja algo estranho com as câmeras. Lembra o vestido que se tornou viral há alguns anos? Algumas pessoas viram uma cor, enquanto outros viram outra." Dou um passo para longe da escada. "Não correria o risco de Alton ou você," acrescento. "ficarem chateados. E agora..." Meu peito dói. "... Meu Deus, com Chelsea, eu não faria."

Seus dedos cobrem meus lábios. "Não é um nome."

Fecho os olhos, permitindo que meus cílios encostem-se ao meu rosto enquanto tento resolver o caos dentro de mim. "Sua prostituta." Suspiro. "Não importa por que você acha disso, ela não é. Ela é minha amiga."

Tomando minha mão, ele nos guia novamente para as escadas, desta vez, descendo passo a passo. "Esse é um dos problemas com a Califórnia. Savannah tem melhores amigos de qualidade. Depois de amanhã à noite, você e eu conviveremos com Millie e Ian, Jess e Justin e Leslie e Hamilton. Eles nunca pensarão muito da minha puta."

Cada vez que ele diz, como se refere a ela, minha pele arde e estômago torce.

"É claro," ele continua. "vai precisar confirmar todas as suspeitas. A história que disse à minha mãe será boa. Tenho certeza de que, depois de amanhã à noite, terá que manter distância."

Chegamos à passagem inferior. Com as luzes da mansão atrás de nós, o gramado brilhar. A umidade é uma combinação dos efeitos colaterais dos sprinklers e uma fina camada de orvalho que começou a se formar.

Pequenas lascas de luar iluminam o lago e campos além dos gramados.

Olho meus pés e os sapatos de salto. "Realmente não estou com os sapatos certos."

"então os tire."

Enquanto considero a opção, uma brisa vem sobre os campos e lago. Pequenas ondas brilham na prata enquanto as folhas sussurram. Envolvo os braços em minha cintura.

"Estou com frio."

Num acesso de raiva, Bryce tira o paletó e coloca sobre meus ombros. Meus olhos ardem ao sentir o cheiro de sua colônia desconhecido. Anseio o perfume amadeirado de Nox ou mesmo a fórmula secreta e divina de Patrick.

"Agora tire os sapatos. Nós vamos caminhar."

Tremendo sob o paletó, pergunto, "Por quê? Qual é seu objetivo final?"

"Meu objetivo final? Meu objetivo final é ensinar-lhe uma lição, uma sobre honestidade e respeito."

"Por favor, eu entendo. Eu faço. Não preciso andar através da grama molhada para provar isso. O que quer?"

"Em primeiro lugar, caminhar no campo molhado não é o plano." Ele olha em direção ao lago e então para o horizonte. "Tenho certeza que podemos chegar longe o suficiente da mansão para ninguém te ver fazendo este papel." Ele me olha de cima a baixo. "Em segundo lugar, estou cansado de esperar. Se isso significa carrega-la na grama molhada ou pela lama, não me importo."

"Não importa o que diz..." Ele descaradamente estende a mão para meu núcleo, felizmente ainda coberto pelo vestido e calcinha. "... você agora é minha. Isso significa que quando suas pernas se abrirem, será meu pau te fazendo gritar."

Dou um passo cambaleante para trás. "Assim não. Não."

"Como disse, não dou segundas chances." Ele inclina a cabeça. "Mas já que estamos sendo honestos um com o outro e está aderindo sua história desta tarde, então segundas chances não serão um problema. Certo, querida? "Ele segura minha cintura e me puxa, juntando nossos quadris até sua ereção crescendo sob as calças espetar meu estômago.

Tento não endurecer, não mostrar qualquer sinal exterior da repugnância fervendo dentro de mim. Estou numa situação sem saída e cada segundo que passa, meu pânico aumenta.

"Bryce?"

À luz da lua, sua tez assume uma palidez estranha. "Querida, gozarei em você esta noite." A ponta do seu dedo roça meus lábios. "Em sua boca." Seu toque se move. "Nos seus peitos." Sua mão vai em direção ao meu núcleo. "Ou dentro da sua boceta, não me importo. Vai acontecer."

Minha respiração vem rápida enquanto pânico me domina. "Por quê?"

Ele esfrega-se contra mim. "Precisa perguntar? Você me pediu para 'descontar em você'. Seu desejo é uma ordem, querida." Ele alcança novamente meu lado. "Lá, nas quadras de tênis... Eu vou tê-la."

Meus pés escorregam na grama molhada. "Eu não quero isso."

Ele para, a voz novamente fria. "Errado. Você quer. Diga isso."

Engulo em seco. "Por favor, Bryce".

Seu sorriso rompe a frieza. "Ok. Implorar é aceitável. Agora, diga que quer que eu te leve. Não, diga que quer que eu te foda. Vamos querida. Não, já sei! Diga que quer me foder e vai fazê-lo melhor do que minha puta."

Não posso processar. As palavras estão longe de serem encontradas. Junto ao ar. Aonde vou? Tento inalar enquanto seus dedos torcem meu cabelo. Meu corpo inteiro enrijece.

"Alex! Alex!"

Bryce e eu viramos. Como uma válvula de escape, a tensão foge de meus músculos enquanto tropeço para trás e tomo uma respiração irregular. Cy acena em nossa direção com Patrick.

"Foda-se!" diz Bryce com os dentes cerrados. Sua maldição é mais alta do que um murmúrio, mas não o suficiente para qualquer um além de eu ouvir. Estamos muito longe.

"Pat! Cy!" Grito para eles.

Colocando a mão no peito de Bryce, o seguro a centímetros de distância. "Por favor, Bryce, me desculpe se está chateado. Banquei a noiva perfeita no jantar. É sua vez. Seja agradável com Pat."

Ele zomba. "Eu me lembro desta mesma fala anos atrás."

"Vocês dois..." Dou de ombros. "... nunca se aturaram."

"Bem, obviamente temos gostos diferentes."

"Cyrus é um homem muito bom. Ele cuida de Patrick e é bom para ele."A o contrário de você esta noite. "Não é isso o importante?"

Quando viro em direção aos degraus, Bryce pega minha mão e me puxa de volta para ele. "Isso ainda não acabou. A única coisa positiva sobre esta interrupção é que vou ouvir sua história novamente. Podemos considerar este um desempenho de treino para amanhã à noite. Lembre-se: não use o nome dela e ela não é qualquer prostituta, ela é minha. Quero ouvir cada palavra."

"Eu... Bryce, Pat a conhece, sabe dela."

Quando voltamos, as luzes do pátio iluminam seus lábios, mostrando o sorriso. "Muito melhor." Bryce se inclina para beijar minha bochecha. "Não me importo. Serei o único a desfrutar do show." Ele puxa minha mão mais uma vez. "Faça um bom trabalho. Se não fizer, não será a única a enfrentar as consequências."

Não respondo. Em vez disso, corro em direção à escada e subo os degraus até que estar nos braços de Pat.

"Problemas?" Ele sussurra.

Não posso responder com Bryce segundos atrás de mim. Em vez disso, balanço a cabeça e estendo a mão para Cy. Seus braços ficam nos meus ombros.

"Faz um tempo." Ele sussurra. Beija minha bochecha e acrescenta mais alto, "Bonito lugar tem aqui."

"Obrigada." Quero dizer que prefiro o apartamento de Nox ou o seu. Tem tantas coisas que quero dizer. Em vez disso, viro para Bryce. "Posso apresentar meu noivo, Edward Bryce Carmichael Spencer?"

Pat sorri "Tem certeza de que não há outro nome aí? Lembro-me de algum Foster ser chamado na academia."

Cy estende a mão. "Sou Cyrus Perry, mas Cy está bom."

Bryce aperta sua mão, ignorando Pat. "Edward ou Bryce. Prazer em conhecê-lo."

Acho que nunca notei o quanto Pat e Bryce realmente não gostam um do outro. Nesse momento, não dou a mínima. Estou muito feliz que mais uma vez meu primo salvou o dia.

"Posso mostrar o lugar?" Pergunto. "Ou que tal uma bebida? Alton tem uma extensa seleção de bebidas na casa."

"Oh menina," diz Pat. "você nos ganhou!"

Andei ao lado de Pat enquanto Cy fala com Bryce.

Logo estamos na sala de estar, Bryce colado ao meu lado, atento e tocante. Demora alguns minutos e um dedo ou dois de melhor uísque de Alton, mas logo Bryce presta menos atenção em mim e fala muito mais de negócios, empresas e bancos, eu não ligo para que falem sobre o tempo desde que mantenha Bryce ocupado.

"Que tal me mostrar ao redor?" Pergunta Pat.

Como um cão de caça, Bryce olha na minha direção, apoiando os dedos em meu joelho. Afastando-se de Cy, ele diz: "Sério?" É a primeira coisa direta que Bryce diz a Pat. "Tenho certeza que sabe o caminho."

Pat dá de ombros. "Faz um tempo." Ele pisca para mim. "As coisas mudam, né? E não sei dos grandes planos. Quero ouvir sobre a festa e recepção. Mamãe disse que os dois serão aqui."

Cy se inclina para trás. "Isso soa fascinante."

Bryce sorri. "As meninas serão meninas."

Idiota.

Em vez de tomar a ofensa, Pat levanta e pega minha mão. "Diga-me, planeja utilizar o pátio? Sempre amei a vista..."

Cy engole mais uísque. "Então, Edward, quanto acha que vai demorar para que aconteça?"

Bryce se volta para Cy. "A distribuição é a chave..."

Suspiro enquanto eles continuam conversando e Pat e eu seguimos em direção ao pátio. Uma vez fora, ele diz: "Quando te vi pela primeira vez... você não respondeu... aconteceu algo?"

Viro para o lago. "É uma visão bonita."

"Priminha?"

Seguro as lágrimas e balanço a cabeça. "Tanta coisa... eu não posso. Se o fizer, as lágrimas nunca vão parar."

Seus olhos castanhos se estreitam. "Você está bem?" Suas perguntas são baixas o suficiente apenas para eu ouvir.

"Eu acho, mas o tempo dirá."

"Alexandria."

Pat e eu viramos quando Bryce aparece na porta francesa.

"Entre, querida. Não quero que fique com frio."

Noto a expressão de Patrick, mas não respondo meu primo. Viro para Bryce.

Ele beija minha bochecha. "Boa menina."

Uma vez que estamos de volta para dentro, Bryce volta para onde estava sentado. Inclinando-se para trás, ele diz: "Cyrus e eu queremos mais bebidas. Por que não conseguir para nós, querida?"

A mandíbula de Patrick cerra. "Deixe-me ajudá-la."

Engulo... Mordo o interior do lábio... Estou fazendo tudo para impedir as lágrimas de cair.

"Na estrada... amanhã?" Pat sussurra.

Pisco.

"Sua mãe ficará bem," ele fala perto da minha orelha. "Isso tem que funcionar."

Ele fica de costas para os outros e diz: "Faça isso."

"Sim." É tudo o que posso dizer antes de sair e levar a garrafa para Cy e Bryce.

 

 

 


CAPITULO 37

 

 


"Se você não matá-lo, eu vou." Pat disse.

Eu andava de um lado para o outro na suíte do meu hotel, segurando meu telefone em um aperto de morte. "Você a viu de novo?"

"Sim. Cy e eu fomos para a mansão. Nós vimos e falamos com ela, se você pode chamar de conversa assim?"

"O burro era onipresente. Eu até me recusei a sair até que Alex retirou-se para seu quarto. Eu dei desculpas esfarrapadas sempre que idiota deu a entender que devíamos ir embora. Uma vez que ela se desculpou que ela tinha feito planos com Jane para uma noite de cinema, então eu não iria sair até que o carro de Spence saísse de lá."

Eu balancei a cabeça e caminhei novamente até a janela e de volta. Eu faria um buraco maldito neste carpete se eu não sair daqui em breve. Invadir a porra do castelo é o que eu queria fazer. Isso é o que meu intestino, ou era meu coração, queria que eu fizesse.

Inferno, há seis meses a maldita coisa tinha sido um buraco negro no meu peito, duro e insensível. Charli tinha feito isso comigo, me fez sentir, me fez amar, e agora ela estava quebrando meu coração. Ele estava quebrando, pensando nela com ele.

"Foda-se!" Eu disse. "Vinte e quatro horas. Ela só precisa aguentar isso por mais um dia."

Patrick suspirou. "Pelo menos a temos durante a noite. Eu não sei o que aconteceu entre esta tarde e agora, mas algo aconteceu. Ela não podia dizer, mas eu senti."

O céu sobre Savannah escureceu. No reflexo da janela vi a minha imagem... Penso que era eu. A veia agitada na minha testa, os tendões latejando no meu pescoço, e minha mandíbula apertada estava mais pronunciada do que o normal. Meus pobres dentes não durariam muito mais se eu os apertasse mais forte.

"O que você quer dizer? Você acha que eles descobriram sobre nós, sobre esta tarde?"

Foi esta tarde ou ontem? Procurei um relógio. O tempo não se movia.

"Se Spence soubesse," Patrick disse. "ele não demonstrou, nem para mim e nem para Cy. Ele estava carinhosamente pegajoso e cheio de carícias doces. Foi nauseante."

"Eu vou matá-lo."

"Ela... não era como se ela apreciasse sua atenção. Quero dizer, ela usava o sorriso Montague, mas eu a conheço, ela parecia... por falta de uma palavra melhor... assustada. Cy e eu conversamos sobre isso. Eu gostaria de poder te dar outra avaliação, mas é isso que eu tenho."

"Assustada? O que você acha que é? Você acha que aquele idiota a ameaçaria?"

"Eu não negaria nada sobre isso."

A ideia me fez cerrar meus punhos. Eu mostraria para aquele filho da puta o que é sentir medo. Afinal, Charli era a mulher mais forte que eu conhecia. Eu não podia permitir que esses pensamentos ficassem comigo. Se eu fizesse, eu bateria algo, uma parede? Uma porta? Eu não me importava.

Patrick continuou. "Mesmo na academia, ele tinha um ar narcisista, mas agora... com sua coroação para os Montagues reais na mão, há algo mais... arrogância egoísta. Tenho a sensação de que ele está sentindo invencível."

Não haveria morte rápida para esse filho da puta.

Minha Charli merecia ser adorada. As únicas coisas que devem assustá-la é um dos livros que ela gosta de ler ou se ela vai conseguir percorrer toda a cidade a tempo para as aulas. Nunca em sua própria casa, nunca em sua vida, ela deve sentir o medo real.

Patrick e eu sabíamos que Spencer estava usando Charli por poder e status social. O que tornou pior foi que ele estava fazendo isso com a benção de seu padrasto. Ela tinha razão. Ele era o diabo, e o diabo estava vendendo-a para o seu próprio futuro.

Agora que nós estivemos à vontade, tudo faz sentido. Foi o codicilo, pois sem casamento de Spencer e Charli, Alton Fitzgerald poderia perder tudo. Foi a informação que Adelaide tinha buscado recentemente com a ajuda de Stephen Crawford. Depois de quase 20 anos ela finalmente encontrou uma saída.

Infelizmente, Fitzgerald soube que ela havia descoberto. De acordo com o contato de Oren na Hamilton e Porter, Ralph Porter contatou Alton Fitzgerald... Disse-lhe sobre a descoberta de sua esposa. O advogado era outro nome na minha lista que estava crescendo a cada dia... A cada maldita hora.

O que aconteceu depois foi sabotagem sistemática. Fitzgerald levou Adelaide ao fracasso... O médico supervisionando suas informações médicas encontrou um teste de metais, realizado pelo médico de cuidados primários de Adelaide, há quase dois meses. Ele tinha testado para o mercúrio, arsênio, cádmio e cromo.

Embora os resultados fossem negativos, o que se destacou ao nosso médico foi que o médico de Fitzgerald era suspeito. Ela pediu um teste de folículo piloso. Ela mostra todo o uso de drogas, incluindo o álcool nos últimos noventa dias. Isaac garantiu a amostra de um dia atrás, depois de visitar o seu ‘pai’.

Os resultados devem estar disponíveis em breve. Sua esperança é ver exatamente quais drogas foram inseridas no sistema de Adelaide e a quantidade. Tanto quanto publicamente, nós todos acreditamos a questão desta doença era tornar Adelaide Fitzgerald incapaz. Sob a influência de tudo o que estava em seu sistema, seu comportamento tornou-se errático, ela facilmente descartou as acusações. Eventualmente os produtos químicos em seu sistema tornaram-se demasiado para seu corpo frágil lidar.

Foi um jogo desesperado, mas Alton Fitzgerald estava desesperado. Ele precisava do casamento de Charli com Spencer. Ele precisava que as estipulações iniciais da vontade velhas Montague entrassem em vigor, para que ninguém olhasse para o codicilo. Se por algum motivo ele fosse trazido à luz, a vida que Alton Fitzgerald tinha desfrutado teria chegado a um fim desastroso.

O fim da chamada de Patrick ficou em silêncio. Ele estava falando sobre amanhã... ou hoje. Onde diabos estava o relógio? Eu tinha perdido alguma coisa.

"E Cy tem um bom plano?" Perguntei.

"Para Alex, ele tem. Ele disse que sairá antes para organizar tudo."

"Você viu qualquer outra pessoa enquanto estava na mansão?"

"A equipe, mas Spence os dispensou. Feliz por ter Alex esperando por ele."

"Você está tentando me fazer cometer assassinato? Porque eu estou pronto."

"Cara, eu quero que você fique tão chateado quanto eu."

"E a Chelsea?" Perguntei.

"Eu a vi no restaurante esta tarde. Ela parecia bem, não feliz, mas bem. Eu não a vi esta noite. Talvez ela não estivesse lá."

Talvez ainda não fosse meia-noite. Por que diabos o relógio não se move?

"Isaac esteve observando," eu disse. "Segundo ele, ela foi levada de volta para Montague Manor. E não saiu. Ele tem vigiado a entrada."

Pat zombou. "Então eu não precisava deixar você saber que eu estava lá?"

"Você não precisava, mas se você não tivesse chamado, eu teria chamado você."

"Eu assegurei a Alex que você tinha trabalhado para pegar sua mãe. Diga-me que eu não menti para ela."

Eu balancei a cabeça. "Você não mentiu. Está previsto para acontecer durante a festa. Não queremos ativar nenhum alarme antes. Uma vez que os convidados começam a chegar, as coisas ficarão caóticas. Isso é para nossa vantagem."

"Você irá pegá-la pessoalmente?"

"Não. Meu pai terá essa honra."

"Seu pai?" Perguntou Pat. "Acho que é isso que as famílias fazem."

Foi a minha vez de zombar. "Bem, isso não é muito longe, mas é complicado. Aparentemente, Oren e Adelaide se conheceram antes. Ele quer ajudar."

"Alex tem bastante apoio. Olhando para ela esta noite, eu acho que ela pode ter esquecido isso. Cara, ela está sofrendo."

"Que porra é essa?!" Meu rosnado ressoou através da suíte.

"Não, não literalmente," Pat tranquilizou. "Ela estava emocionada de nos ver, mas a qualquer hora que ela começava a falar, esse imbecil a parava."

"E ela deixou?" Isso não soa como a minha Charli. "Ela me diria para ir me foder. Na verdade, ela me chamaria de idiota." O pensamento me fez sorrir.

Pat riu. Não era um sorriso real, mas quebrou a tensão.

"Se você ouvir qualquer coisa," eu disse. "... ligue. Eu não dou a mínima sobre que horas são."

"Eu vou. A propósito, eles deram a ela um telefone. Segurei-a quando ela estava com você."

"Será que é um código secreto sobre você ter o número dela?"

"Isso mesmo. Mas eu tenho certeza que é monitorado."

"Eu ficaria decepcionado com esses idiotas se não fosse. Eu não vou ligar, mas eu quero."

"Eu não sei o que isso faria conosco, mas com certeza não seria bom."

Quando desliguei a linha, olhei para o número que eu havia escrito.

Dez dígitos que me deixariam ouvir sua voz.

Dez dígitos que poderiam lhe causar mais problemas. Recusei-me a ser a fonte de mais de sua angústia. Em vez de chamar, eu enviei o número para Deloris e abri meu aplicativo. Deitado na cama, eu vi quando ela se materializou. Não ela, mas o seu ponto azul.

Minhas bochechas subiram. Minha Charli era o ponto azul mais bonito do mundo. Eu li seus números, seu pulso normal me deu esperança de que ela estava a salvo com Jane, dormindo, e pronta para o grande dia que tínhamos esperado.

Eu repassei avaliações de Patrick na minha cabeça.

Assustado.

Receoso.

A cada lembrança, o sono escorregava mais e mais longe. O que Edward Spencer tinha feito? O que ele havia ameaçado? E por que, com uma casa cheia de funcionários, somente o herdeiro Montague estava lá?

A porra do bastardo queria o poder. Ele queria que os outros a vissem. Eu conhecia seu tipo. Eu desprezava seu tipo. As pessoas que equiparavam o medo ao poder eram valentões no verdadeiro sentido da palavra. Só porque a minha Charli poderia parecer não significava que ela era fraca. Pelo contrário, ele levou a mulher a ser submissa, a ceder e a confiar. Aquela era a mulher que ela era.

Charli estava fodidamente quente quando ela se entregou, de joelhos, o queixo arqueado e os olhos velados quando ela concordou que era um presente, uma oferta para entregar seu corpo e mente, os seus dois ativos mais poderosos. Isso é o que a apresentação era para ser, um presente. Algo dado, algo que não era pedido ou tomado.

Sabendo que ela tinha bom grado confiado em mim com tudo de si, mesmo em Del Mar, mostrou-me a mulher incrível e resistente que ela é.

Eu nunca a tinha forçado. Eu nunca faria. Essa era a diferenciação entre os gostos e os abusos. Um verdadeiro Dominante, o oposto de um Submisso, entendia e respeitava o fato de que o submisso era aquele com o verdadeiro poder.

Desde nosso primeiro encontro, a primeira vez que seus olhos dourados encontraram os meus, eu nunca duvidei que ela estivesse no controle. Fui capturado por seu feitiço.

Era somente o prazer de avermelhar sua pele com a mão, um cinto, ou com os nós de uma corda, nunca foi sobre o poder. A nossa troca de poder era à cerca do prazer dela e meu. Se eu a prendia com cetim ou uma palavra, a antecipação era um afrodisíaco para nós dois. Não foi apenas sobre o seu corpo, mas também sua mente. Com alguém tão inteligente como Charli, a mente era tão poderosa quanto qualquer ligação, e as preliminares eram tão importantes quanto a execução. Com apenas algumas palavras suas coxas iriam brilhar, seus quadris se contorciam, e os mamilos endureceriam.

Charli foi a mulher mais sensível e sexual que eu já conheci.

Isso não era sua única qualidade. Sua sexualidade não definiu seu ser. Minha Charli também é a mais inteligente e mais determinada e, porra, teimosa. Enquanto eu tinha planos para avermelhá-la por isso, era uma característica que assim mesmo eu admirava.

Eu não podia... Não pensar no que ele tinha feito para assustá-la. Em vez disso, eu pensaria sobre o que poderia ser feito para assustá-lo. Os medos prosperaram na fraqueza.

"Tenho notícias para você, Spencer, eu não sou fraco. Eu também sou mais esperto do que você. Você irá cair e quando isso acontecer, você será o único a sofrer."

 


O toque do telefone me puxou do meu sono. Esfreguei meu rosto, tentando me concentrar. Desde que eu ainda estava vestido, eu devo ter caído no sono assistindo o aplicativo da Charli. Estendi a mão para o meu telefone. O nome de Isaac estava na tela.

"O quê?"

"Chefe," Isaac disse. "ela está fora da mansão."

Procurei o relógio. Que horas eram? Quão tarde eu tinha dormido?

"Para onde ela vai?"

Parece Magnolia Woods. Ela não está sozinha.

"Spencer?" Apenas dizer o seu nome acendeu o pavio explosivo da minha pressão arterial.

"Não é o que você pensa. Ela está com a Sra. Spencer."

A mãe dele? "O que te faz você pensar que elas estão indo para Magnolia Woods? As últimas vezes que elas saíram, elas foram fazer excursões do planejamento do casamento."

"O número que você nos enviou ontem à noite? A Sra. Witt o acessou. Ela tem ouvido todos os telefonemas de Collins. Spencer ligou para ela mais cedo esta manhã. A Sra. Witt ouviu para aonde elas iriam."

Eu balancei a cabeça. "Vou para o quarto de Deloris. Vamos manter um olho nas atualizações. Ligue se algo mudar."

"Sim, senhor."

Quinze minutos depois, de banho tomado e com roupas limpas, eu estava na suíte de Deloris, bebendo café e assistindo à alimentação rotativa do Magnolia Woods. O mundo além de suas cortinas fechadas estava vivo com o amanhecer do sábado de manhã. Visitantes e moradores caminhavam pelas ruas, prosseguindo com suas vidas como se não houvesse outros no equilíbrio.

Eu esperei. Quando Deloris não disse nada, eu perguntei: "Como é que ela parece?"

Eu esperei. Quando Deloris não ofereceu, eu perguntei: "Como ela pareceu?"

Olhando do computador, Deloris sorriu.

"Eu sei," eu admiti. "Eu pareço uma buceta."

"Não Lennox, você parece preocupado. Você soa como um homem que está preocupado com a mulher que ama. Enquanto eu sinto muito por vocês dois passarem por isso, eu estou feliz que vocês dois tenham percebido quão especial seu relacionamento é."

"Às vezes eu penso sobre Jo." Não havia muitas pessoas com quem eu teria essa conversa. Só duas. Deloris era um delas. "Eu penso em como eu não sabia... Quão impotente eu era. Eu não quero ser assim com Charli. Eu não vou ser."

"Não é nenhum segredo que eu amei Jocelyn quase como uma filha. Ela era uma bela alma, ingênua. Alex é diferente. Se você tivesse Jocelyn em sua cama ontem e dissesse a ela que você não queria que ela voltasse para sua família, ela teria ficado."

Fechei os olhos, lembrando-me não Jo, mas de Charli na suíte de Patrick. Eu podia sentir a suavidade da sua pele quente, cheirar seu perfume inebriante, e ouvir os ecos de seus gemidos e gemidos.

"Lennox?"

Eu desviei meu olhar da minha quase vazia xícara de café e afastei as imagens. "Eu não acho que é um elogio para Charli."

"Pelo contrário. Alex mantém você em seus dedos do pé. Apesar do que você possa pensar, você não a controla."

Os tendões do meu pescoço se esticam.

"Ouça-me," Deloris continuou. "Ela permite que você a controle. Ela está bem com isso." Ela encolheu os ombros. "Eu poderia até mesmo ir tão longe para dizer que ela gosta disso. Há algumas coisas que eu não quero saber. No entanto, não é o mesmo. O que faz os dois trabalharem é que você continua sendo teimoso."

"Eu?" Eu dei o meu olhar mais inocente. Honestamente, foi um esforço triste. Não havia nada inocente sobre mim.

"Sim. Eu posso ver que o que está acontecendo o machuca, mas está machucando-a também. Se ela não tivesse feito tudo o que podia para salvar sua mãe, Alex nunca teria perdoado a si mesma."

"E se eu não fizer tudo para salvá-la, eu nunca vou me perdoar."

Deloris assentiu. "Esta noite. O plano está pronto."

Terminando meu café, eu coloquei o copo para baixo. "Agora me fale sobre a chamada que você ouviu."

"Eu gravei."

"Que porra é essa? Por que não disse nada?"

"Porque eu não estou confiante de que eu deveria compartilhar."

"Não é sua escolha. Você trabalha para mim, caso você tenha esquecido."

"Lennox, como eu disse, Alex é forte e teimosa. Espere até que você a tenha em seus braços. Espere até que você saiba que ela está segura. Acho que... é melhor você esperar."

"Mostre."

Deloris sacudiu a cabeça. Apertando os lábios, ela digitou em seu teclado. Segundos depois, a gravação começou.

"Sim?"

Meu peito doía. Fazia realmente apenas um dia desde que eu a segurei em meus braços?

"Sim?" A voz presunçosa de Spencer ressoou. "Tente de novo, querida. Tenho certeza de que a tela lhe disse quem estava chamando."

Que porra era essa?

"Bryce, eu só acordei. Eu não li a tela."

"Então você está bem descansada."

“Na verdade, não. Eu não dormi bem."

"Essa não é minha preocupação. Sua preocupação é colocar aquele sorriso deslumbrante em seu rosto. Você acha que você pode fazer isso?"

"Eu vou trabalhar nisso."

"Seja rápida. Mamãe estará aí em breve."

"Por quê?" Perguntou Charli.

"Eu acho que a apreciação deve ser a sua resposta. Gratidão. Onde estão suas maneiras?"

Mas que porra é essa? Eu fiquei incapaz de ouvir e me sentar. Meus olhos se encontraram os de Deloris. Seus lábios pressionaram mais apertados juntos. "Lennox, você já ouviu o suficiente"

Eu levantei minha mão, silenciando-a. Charli já estava falando.

"... agradecida por?"

"Eu estou concordando com seu pedido de visitar sua mãe. Isso é o que fazemos. Nós vamos nos casar. Queremos o outro feliz, certo?"

"Então eu vou para Magnolia Woods?"

"Minha mãe vai acompanhá-la. Eu odiaria que nada acontecesse com a visita de hoje. Ela vai ficar com você o tempo todo."

"Obrigada."

"É isso aí, querida. Após sua visita, ela irá te trazer de volta e você pode elaborar a sua gratidão."

"Para Carmichael Hall? Por que não aqui?"

Que diabos? Ela está pedindo para ir para Montague Manor. O que diabos está acontecendo com Carmichael Hall?

"Olha as suas maneiras." Spencer lembrou.

"Obrigado pelo convite, mas preciso preparar-me para a festa."

"Nós temos negócios inacabados. Carmichael Hall é um lugar aonde a porra do seu primo não vai se materializar para atrapalhar nossos planos novamente."

Meu peito apertou. "Que diabos..."

Dessa vez Deloris ergueu a mão.

"Bryce, por favor."

"É simples querida, ou você vem ou eu irei chamar minha prostituta."

Os músculos do meu pescoço se apertaram.

"Talvez ambas? Talvez você gostasse de ver o que acontece quando-"

"Alton disse que ia voltar depois da festa."

"Eu não disse que a traria aqui para ficar, apenas para provar meu ponto. Ela pode retornar. Certamente ela ainda vai ser capaz de andar."

"Pare. Eu estarei lá."

"O que ela disse?" Eu gritei para o computador.

"... Minha boa menina. Certifique-se de contar à minha mãe o quanto você aprecia sua companhia."

"Sim. Preciso me preparar."

"Faça isso. Vejo você em breve. Tenho certeza que você vai gostar dos nossos planos da tarde."

"Adeus, Bryce."

O silêncio encheu a linha.

Os olhos de Deloris encontraram os meus.

Minha mandíbula doía quando eu disse: "Ele precisa sofrer."

"Eu estou pensando nisso..."

 

CAPITULO 38

 

 


"Sra. Fitzgerald."

Minhas pálpebras estavam tão pesadas, tão incrivelmente espessas. Contudo, eu conhecia a voz. Concentrei-me em abri-los. Lentamente, no início, eu permitia apenas uma fenda de luz. Estava lá, o mundo além de meus olhos fechados. Pisquei uma vez

E depois duas vezes.

Luz e paredes azuis. Guarnição branca. Monitores e bips.

Eu pisquei novamente.

"Louvo ao Senhor! Senhora Fitzgerald, você vai abrir os olhos hoje?"

Minhas pálpebras tremularam quando ela apareceu. "J-Jane? É você?"

"Sim, sim! Senhora, eu estou aqui. Estou contigo."

Deixei escapar um longo suspiro e fechei os olhos. Tão cansada.

Jane estava aqui? Por quê? Esta não era a minha casa. Eu não estava na minha suíte.

Essa realidade tinha ficado dolorosamente clara a cada vez que eu despertava nas últimas horas, ou eram dias? Talvez fossem semanas? Quando o tempo perdeu o seu significado?

Eu puxei uma respiração profunda quando senti a minha língua muito áspera, lábios ressecados e descamando. "Eu-eu estou com sede."

Uma palha apareceu em meus lábios.

"Aqui está, Sra. Fitzgerald. Beba."

Eu fiz. Gole após gole. Bebi o líquido fresco, claro, enchendo minha boca, cobrindo a minha língua e revestindo minha garganta. Cada gota era o céu, como a chuva para a ressecada e barrenta Geórgia.

Quando ela o puxou, eu lentamente abri meus olhos. Ela era real. Jane era real. Sua linda pele marrom brilhava, e eu procurei seus olhos conhecedores. Pela primeira vez, no que parecia uma vida inteira, minhas bochechas se ergueram e meus lábios se separaram.

"Você é a visão mais bonita que eu já vi." Eu levantei minha mão pesada, procurando a dela.

Calor envolveu a minha enquanto ela a pegava e apertava. "Senhora, você também é uma boa visão."

Eu balancei a cabeça. "Eu... duvido disso."

A sala além de Jane voltou à vista. Estéril. Essa tinha sido uma das palavras na minha memória recente. "Como? O que aconteceu?" Abaixei a voz. "Jane, eu tomei essas pílulas?"

"Não os que eu levei. Ainda os tenho."

"Então..." Eu tentei me lembrar. "Eu não entendo."

"A Senhora está melhorando, isso é tudo que importa. Você está falando. Espere até que a senhorita Alex a veja."

Meu sorriso desapareceu. Senhorita Alex, minha filha. Eu sonhava com ela, mas não era real. Eu não conseguia me lembrar de quanto tempo fazia desde que eu a vi. Então, novamente, minhas memórias estavam distorcidas, distantes, fora de alcance.

"Talvez um dia. Alexandria está ocupada com sua vida."

"Não, Sra. Fitzgerald. Ela esteve aqui todos os dias. Ela está tomando conta de você. Ela é a única que esteve coordenando as suas enfermeiras."

"Eu... achei que era um sonho."

"Não é um sonho, é real." Jane apertou minha mão.

Meu coração saltou e os bips das máquinas criaram um ritmo uniforme. Tentei pensar. Se Alexandria realmente estivesse comigo, Oren poderia ter vindo também? "Quem mais, Jane? Quem mais veio me ver?"

Jane encolheu os ombros. "Eu não sei exatamente. O Sr. Fitzgerald e o Sr. Spencer, eles vêm com a Srta. Alex... Senhora, sua cabeça... está doendo?"

Eu avaliei minha cabeça. "Não, não." Espremendo meus olhos, eu perguntei, "Por que Alexandria estaria aqui com o Spencer?"

"Eles... bem, eles noivaram. Há uma grande festa hoje à noite na mansão para anunciar oficialmente."

"O quê? Por quê? O que aconteceu com Lennox?"

"Seu namorado de Nova York?" Jane sacudiu a cabeça. "Ela voltou. Ela está fazendo o que precisa fazer."

Tentei levantar meu braço. "Jane, me ajude a sentar-me." Meu braço direito estava ligado a uma rede de tubos. Havia apenas duas agulhas, mas cada uma em um braço. Eu puxei novamente. "Eu quero sair daqui. Preciso ver minha filha, preciso falar com ela."

Ela estendeu a mão para o botão e me sentei. "Eu estava com ela ontem à noite. Ela pode não ser capaz de estar aqui hoje. Ela tem essa festa, mas, senhora, ela vai fazer o seu melhor para vir domingo."

"Domingo? Que dia é... tentar? O que você quer dizer?"

"Sr. Spencer... ele-"

Não. Eu não podia deixá-la fazer isso. Eu puxei com mais força. As agulhas puxaram a minha pele e puxaram a fita. "Jane tire isso. Preciso falar com ela. Ela não pode..." Eu puxei com mais força. "Isso não precisa..."

Os alarmes soavam.

Bip! Bip!

Sirenes soaram e luzes piscavam, os seus ecos e cintilações enchendo a sala.

"O que está acontecendo?" Perguntou Jane quando a porta se abriu. Ela saltou para perto da parede quando algumas pessoas correram para o pequeno espaço, gritando ordens.

"Senhora, saia."

"A senhorita Collins disse... Senhora..."

Um homem de uniforme empurrou Jane para trás enquanto outros correram para os meus monitores.

"Por favor, deixe-a ficar!"

Os grandes olhos castanhos de Jane se abriram mais largamente quando a afastaram.

"Espere! Jane, diga Alexandria..."

Uma mulher puxou a minha IV. Virei-me a tempo de vê-la inserir uma seringa.

"Por favor, não. Eu quero isso fora. Jane..."

As vozes desapareceram... O quarto desapareceu.

Teria sido real? Eu realmente conversei com Jane? Ou era faz de conta? Minha mente pregando peças. Talvez fosse uma performance, uma peça de teatro, e a cortina caiu. A cena era sobre... E agora o teatro estava vazio.

"J-Jane..." Eu tentei gritar. "Não!" A palavra não veio. Meus lábios não se moviam mais.

Tão pesado. Tudo era tão pesado.


"Acorde Adelaide, eu estou aqui, você está segura."

Quando seus lindos olhos azuis encheram minha visão, pequenas rugas se formaram em seus cantos. Eu empurrei para trás

Em direção ao travesseiro e admirei o incrível homem em minha cama. Mais precisamente, o homem na cama que estávamos compartilhando.

Levantei a palma da mão para o seu rosto e saboreei o abrasivo crescimento da barba. Antes que meus pensamentos vagassem, eu disse: "Sinto muito, Oren. Eu acordei você."

Lábios quentes salpicaram minha testa enquanto seu perfume masculino enchia meus sentidos. Colônia misturada com Intensidade. Era uma poção viciante, uma que eu precisava parar, mas como todos os outros vícios, eu tinha sido muito fraco. Isso fazia parte do meu pesadelo, a parte que eu não queria fazer.

Inspirei, deixando que o cheiro mágico que nos envolveu endurecesse meus tensos nervos.

"Eu acordaria com você todos os dias." disse ele.

"Eu não queria... eu estava sonhando."

Oren sentou-se e puxou-me para ele. Descansando minha cabeça em seu peito minhas orelhas encheram com a batida rítmica de seu coração. Sem pensar, meus dedos encontraram seu caminho até seus finos e escuros pelos no peito. Eu raspei a suavidade com minhas unhas bem feitas enquanto seu braço forte estava em torno de meu ombro.

Sua voz profunda ecoou pelo peito dele. "Soou um pouco menos como um sonho e mais como um pesadelo."

Eu dei de ombros em seu abraço. "Eu não quero falar sobre isso."

Oren mudou de posição, colocando-me de volta no travesseiro e pairando acima. "Adelaide, há quantos anos estamos vendo um ao outro?"

Estendi meu lábio inferior, brincando meu encanto do Sul. "Você não sabe?"

Seu nariz aproximou-se do meu enquanto a respiração quente soprava minhas bochechas. "Eu sei até o número de minutos, mas o ponto é que não há nada que você possa dizer que eu não consiga ouvir. Você já ouviu minhas aflições, meus arrependimentos. Mesmo depois disso, você acha que eu seguraria alguma coisa contra você?"

Levantei meus lábios aos dele. "Está bem, Sr. Demetri, eu não sou uma boa mulher. Eu sou uma esposa infiel. Isso é um pecado mortal. Estou condenada ao inferno. Não há nada que eu possa fazer sobre isso."

Suas feições se contorceram. "Adelaide, isso me dói. Eu sou a causa de sua condenação, mas eu acredito que há um recurso para a salvação."

"Você acha? E o que seria isso... confissão?"

"Você acabou de confessar."

"Então, o que posso fazer para encontrar a redenção?"

Eu sabia a resposta. Eu só não queria dizer isso.

Ele pegou minha mão, tirando-a do cobertor. "Você substitui este anel com o meu."

Um nó formou-se na minha garganta. "Eu-eu-"

"Não diga que você não vai... ou diga que você não pode... dizer não ainda."

"Oren, meu futuro está feito. Sempre foi assim."

"Meu amor, você já experimentou o sofrimento, está na hora de você experimentar a vida que você merece. Você esteve no inferno. Deixe-me dar-lhe uma fatia do céu."

Comecei a falar, mas seus lábios firmes capturaram os meus, tirando minha refutação.

"Ainda não..." ele encorajou. "Pode dizer."

Eu balancei a cabeça. "Eu não posso te machucar mais. Não vou te dar uma falsa esperança."

"E você?"

"E quanto a mim?"

"Você não merece esperança?" Ele perguntou.

"Não, eu não. Não mereço nada disso, mas Alexandria sim."

"Ela ainda está na escola."

"Sim, ela tem muito à frente dela."

"E você também."

Meus olhos se fecharam. Era meu pesadelo, o que eu estava temendo.

"Oren..." eu respirei fundo.

Segurando o lençol sobre meus seios, me mudei para a borda da cama. "Eu... eu vim te ver esta última vez por um motivo."

Ele se moveu atrás de mim, seu queixo raspando no meu ombro. "Adelaide, não é a última vez. Temos toda a nossas vidas. Você pode me ver por qualquer motivo que você quiser. O céu é azul. A grama é verde. Estou disponível para você sempre."

Eu balancei a cabeça. "Não é justo." Fiquei de pé e passei o lençol criando algo que se contorcia em torno de minhas pernas, enquanto eu andava para frente e para trás. "Estive pensando em Angelina."

"Sobre a Angelina? Por quê?"

"Vocês dois... vocês merecem encontrar isso de novo. Estou te segurando."

Oren se levantou e sua voz aumentou. "Que diabos?"

Era meu pesadelo. O homem que eu amava... Eu sabia que ele tinha uma escuridão, ele tinha que ter. Ele não poderia ter confessado as coisas que tinha dito, o que tinha feito, sem um lado escuro. No entanto, eu nunca tinha visto.

Não até agora.

Enquanto seus traços mudaram eu dei um passo para trás, antecipando a raiva do meu pesadelo. Quanto mais eu pensei sobre este dia, este adeus, mais frequentes os pesadelos vieram. Já era tempo. Eu tive que enfrentá-lo. Eu tive que enfrentar a mudança de Oren para Alton.

Talvez algumas partes de mim queriam isso. Eu precisava vê-lo para realmente ir embora.

"Adelaide, eu encontrei esse tipo de amor... em você. Você é il mio amore. Não quero outra mulher."

Seu amor.

Lágrimas encheram meus olhos. "Não. Isso demorou muito. Por anos, anos que você poderia ter estado com alguém em aberto, alguém que poderia estar com você dia após dia, e alguém que poderia ajudá-lo a cuidar de Lennox e Silvia. Eu fui egoísta."

Quando Oren alcançou meus ombros, eu me encolhi.

"Pare com isso." ele disse não me deixando ir.

"Por favor..."

"Adelaide, você sabe que eu nunca machucaria você. Eu disse a verdade. Eu queria que você soubesse o que eu tinha feito. Seja honesta comigo, essa é a razão pela qual você quer acabar com isso, por causa dele? Porque você não pode estar com um homem como eu?"

Um homem como ele... Um homem amoroso, gentil e perdoador. Um homem cuja mera presença faz meu coração bater mais rápido e cujas palavras derretem meu interior até que não haja nada e que eu não possa ficar sem seus braços fortes. Era isso que ele queria dizer?

Não.

Ele me perguntou se eu poderia viver com um homem que tinha feito coisas sombrias e terríveis. Um homem que fez o que precisava fazer, não só por seus objetivos, mas por sua família e sonhos. Um homem que me fez perguntar a mim mesma se eu poderia viver minha vida com ele. Eu queria Oren com tudo em mim.

O destino de Russell foi selado, com ou sem Oren Demetri, no dia em que ele ameaçou me deixar e Alexandria. Eu viveria com o que Oren tinha feito. Eu poderia amá-lo para o resto da minha vida, mas essa resposta não cortaria essa relação. Não libertaria esse homem maravilhoso.

Levantei meu queixo. "Eu não posso. Foi divertido enquanto durou, mas não, não posso."

As mãos de Oren caíram, seu suave aperto deixando meus ombros e caindo ao seu lado. "Eu pensei..."

"Você pensou errado. Eu tive um bom tempo, mas é hora de eu trabalhar em meu casamento."

"Ele é um porco. Você vai escolhê-lo sobre mim?"

Mil vezes não.

"Sim." Quando seus olhos azuis perderam seu brilho, foi confirmado. Eu não merecia Oren Demetri.

Endireitando meus ombros, caminhei até o banheiro. "Adeus, Oren. Por favor, saia."

"Mamãe?"

Eu não tentei responder. Não era mais real do que Oren ou Jane.

 

 

CAPITULO 39

 

 

 

Enquanto nos aproximávamos, vi Jane passeando nervosamente para fora da porta de mamãe.

"O que aconteceu?" Eu perguntei, correndo à frente de Suzanna.

Os olhos escuros de Jane transbordaram de lágrimas, deixando suas bochechas úmidas. "Ah, senhorita Alex, ela estava falando. Ela estava bem... tão bem." Ela pegou minhas mãos. "E então ela ficou chateada. Ela queria falar com você, mas eu não sabia que você estava vindo. Então ela puxou seus IVs. Havia alarmes e luzes por todo o lugar. Todos eles vieram correndo... Eles deram-lhe mais remédios."

"Ela estava falando?"

Jane assentiu com a cabeça. "Sim. Eu disse a ela que você estava aqui. Ela pensou que tinha sonhado você." Uma sugestão de um sorriso floresceu atrás de sua tristeza. "Eu disse a ela que você era real. Você é."

"O que está acontecendo aqui?" Suzanna perguntou, vindo até nós.

Jane ficou mais alta e enxugou as bochechas.

"Mamãe estava acordada e falando." Expliquei.

"E você está chateada? Por quê? Por que não estamos lá? O que ela disse?"

Jane voltou-se para ela. "Ela fez perguntas."

"Que perguntas?"

"Ela perguntou quem a visitou."

"Ah, Jane..." eu disse. "Ela vai ficar melhor."

Jane assentiu esperançosamente.

"O que ela lembrou?" Suzanna perguntou. "Ela estava alucinando?"

Eu mudei. "Por que você supõe que ela estava com alucinações?"

"Querida, eu não estou assumindo. Eu sei como ela tinha estado delirante."

Jane falou comigo. "Srta. Collins, o que quer que eles deram à ela a derrubou muito rápido. Estou preocupada."

"Eles a machucaram?"

Olhei para ela e entrei no quarto. Havia três pessoas em pé ao redor de sua cama. "Vou descobrir."

Suzanna estendeu a mão para o meu braço. "Eles são médicos e enfermeiros. Suponho que eles sabem mais sobre seu cuidado do que uma empregada doméstica."

"Com licença?"

"O quê?"

"Suzanna, obrigado por vir aqui comigo. Gostaria de privacidade enquanto falo com os médicos da mamãe."

"Eu não vim com você. Você não estaria aqui sem mim." Ela ajustou a bolsa pendurada em seu pulso e virou-se para Jane. "Por que você está aqui? Você não tem bastante trabalho na mansão para mantê-la ocupada?"

"Ela tem muito trabalho sim, mas eu pedi a ela para vir aqui. Mamãe perguntou por ela."

"Ela perguntou por você?" Suzanna perguntou e seu nariz enrugou com a última palavra.

"Sim, ela perguntou. Srta. Collins deixe-me saber o que posso fazer pela sua mãe."

Estendi a mão para ela. "Jane, venha comigo para falar com os médicos. Você estava lá. Você pode dizer a eles o que aconteceu." Eu me virei para Suzanna. "Seja uma querida..." Meu tom pingava de açúcar, mais doce do que o chá doce do sul. "... e nos dê um minuto. Há um belo pátio. Se você for e tiver um assento, eu vou ter uma boa xícara de café enviada para você. Assim que soubermos o que está acontecendo, vou buscá-la."

"Bryce não ficaria satisfeito."

Meus olhos se abriram e as mãos voaram para o meu peito. "Eu espero que não! Tenho certeza que alguém tão empático quanto seu filho seria devastado que minha mãe estava na borda da recuperação e de repente começou a piorar." Eu me aproximei. "Isso é o que você quis dizer? Não foi?"

"Bem..."

Acenei para um homem de uniforme branco. "Senhor, você poderia, por favor, pegar para a minha futura sogra uma xícara de café com creme e dois açúcares? Ela estará no pátio."

"Sim, senhora." Ele virou-se para Suzanna. "Posso mostrar-lhe o caminho?"

Seu queixo levantou. "Alexandria, eu estarei de volta daqui a dez minutos."

"Mal posso esperar."

Eu peguei a mão de Jane e a puxei para dentro do quarto de mamãe. O fundo da porta raspou contra o chão quando eu a abri.

"Eu lhe disse..." Um homem falou sem se virar.

Eu falei mais alto. "Com licença. Você está falando comigo?"

O homem girou. "Ah, senhorita Collins..."

"O que aconteceu?"

"Sua mãe teve outro incidente. Precisamos medicá-la."

"Você tentou descobrir exatamente o que aconteceu?"

"Ela estava falando." Jane se ofereceu.

"Não precisamos perguntar. Sua mãe é monitorada de perto. Os alarmes nos contaram tudo o que precisávamos saber."

Eu dei um passo para frente e ofeguei, as amarras estavam novamente em torno de seus pulsos. "Desfaça essas restrições. Qual é o seu problema?"

"Ela estava tentando remover seus IVs. Você não parece entender que estes são para seu próprio bem."

"Ela está inconsciente. Remova-os agora. Eu vou sentar com ela e garantir que ela ficará bem."

"Senhora, com a quantidade de medicação que foi dada a ela, ela não vai recuperar a consciência por um bom tempo."

Minha pele se arrepiou como a incompetência desvendando meu último nervo. "Retire as restrições agora."

Olhei para Jane como o enfermeiro contragosto liberou as restrições de velcro. Imediatamente, ambos correram para os lados e massagearam seus pulsos. "Existe alguma coisa que você precisa fazer para ajudá-la?" Perguntei indignada.

"Não, eu só tenho certeza..."

"Temos tudo coberto."

"Senhora?"

"Vá. Diga ao Dr. Miller que quero falar com ele e deixe minha futura sogra no pátio saber disso, os planos mudaram. Preciso ficar aqui até que o Dr. Miller chegue."

"Senhora, o médico não está agendado para estar aqui até esta tarde."

Puxei uma cadeira ao lado da cama de mamãe. "Não é um problema. Eu vou esperar."

Quando estávamos sozinhos, Jane se aproximou. "Criança, eu posso ficar."

"Nós duas podemos ficar."

"E sobre a festa?"

"Os convidados só chegam às seis. Estarei de volta até lá."

"Eu pensei que você disse que o Sr. Spencer não ia deixar você vir aqui hoje?"

"Estou aqui, mas ele me quer no Carmichael Hall."

Jane sorriu. "Mas você vai ficar aqui?"

"Sim, Jane. Eu vou."

Seu sorriso se alargou.

A notícia não caiu bem com Suzanna.

Quando ela entrou na sala, era óbvio que era sua primeira visita. Sua mão voou para seus lábios enquanto ela viu a minha mãe, na cama, e os monitores. "Oh..."

Seu show fingido de sensibilidade não se mexeu comigo, nem sua lista de razões que eu precisava para voltar a Carmichael Hall. Embora eu sabia que minha decisão voltaria para me assombrar, eu mantive minha posição.

"Alguma coisa significativa aconteceu. Eu não posso jogar bonito na festa sem saber pensamentos do médico."

Mesmo durante as chamadas de telefone com Bryce e Alton, eu não vacilei.

"Jane, eu tenho um favor para te pedir."

"Qualquer coisa."

"Você pode fazer qualquer coisa para conseguir Chelsea longe da Montague Manor, até o horário mais próximo da festa?"

Seu olhar se estreitou, mas ela não questionou. Jane estava em Montague por muito tempo. Um momento depois eu a ouvi fazer uma chamada. Eu não tinha certeza de com quem ela falou, mas quando ela terminou, ela se virou para mim.

"A senhorita Moore estará ocupada hoje. Ela vai ajudar a organizar as entregas. Nós temos uma grande e poderosa festa e precisamos da ajuda de todos."

"Ela ainda estará na mansão?"

"Não, senhorita Alex. A senhorita Moore estará em Savannah confirmando os fornecedores. Teria sido meu trabalho, mas estou ocupada."

Eu respirei fundo. "Obrigado."

Uma vez que eu chateei todos, eu me ajustei ao lado de Momma em um lado de sua cama e de Jane no outro. Até os bips constantes dos monitores, a sala fria, e a janela coberta me tornou mais relaxada desde que eu cheguei à Geórgia. Eu estava com as duas únicas pessoas que cuidavam de mim, e a quem eu me importava, em Montague Manor.

"Ela realmente estava coerente?" Eu perguntei, mantendo minha voz baixa.

"Ela estava," sussurrou Jane. "No outro dia, enquanto eu estava trabalhando com os fornecedores para a festa, eu parei no escritório do Dr. Beck."

"Você fez?"

Ela assentiu com a cabeça. "Eu não sei se é bom ou ruim. Os testes... não mostram quaisquer metais tóxicos. Ele pensou que poderia ser a casa velha, mas não, tudo mostra que o medicamento em seu corpo... Era o que prescreveram para ela."

Meu coração afundou. "Então ela provocou uma overdose?"

"Eu não acho que seja assim tão simples. Eu disse ao Dr. Beck, assim como eu lhe disse: ela não tinha as pílulas. Eu as tinha. Eu ainda as tenho. O Dr. Beck não lhe deu mais. O medicamento que encontraram em seu corpo, com esses testes, foi o mesmo que o que ele tinha prescrito. Eu só não acho que eram dela."

"O que a manteve na medicação preventiva? Eles dizem que ela parou de tomá-lo."

Jane balançou a cabeça. "Ela tomou todos os dias. Eu sei o que eles dizem, mas muitas manhãs eu a assisti levá-lo, mesmo depois de ela começar a ter problemas. Tenho a certeza que ela tomou. Eu não entendo por que..."

Eu respirei fundo, deixando as palavras de Jane penetrar meus pensamentos. Alton era um gênio. Foi a overdose perfeita: Dar mais do remédio que Momma já tomava, muito mais.

Depois que ele e eu tínhamos encontrado com o Dr. Miller, na hora que eu tinha o meu tablet aprovado pela escola, eu olhei para os efeitos colaterais dos opióides: dores de cabeça, tonturas, vômitos. Essencialmente, muito Vicodin e Momma pensaria que ela estava tendo uma enxaqueca. Aumentando a dose ela obteria os benefícios adicionais de ansiedade, tremores e comportamento errático. Combine isso com o álcool, outro depressivo... memória e problemas para dormir. Tirar o remédio preventivo para a dor de cabeça. Foi a tempestade perfeita.

"Esta manhã, ela estava realmente fora de controle? Será que eles precisam dominá-la?"

"Eu vi sua mãe mais chateada, muito mais. Se me deixassem, eu teria falado com ela. Ela só queria você."

Suas palavras agarraram meu peito, apertando meu coração. Eu... Eu...

Jane pegou minha mão. "Ela precisa de nós."

"Estou tentando."

"Está errado," Jane perguntou. "que eu esteja preocupada com ela, mas mais preocupada com ela aqui?"

Engoli em seco. "Não. Eu também estou."

Eu não tinha certeza de como o povo de Nox planejou ajudar minha mãe e levá-la para fora daqui, mas a cada minuto que passa, eu estava grata que eles tentarão. Eu também estava preocupada que não teria sucesso. Olhando para a minha mãe, eu temia que, se eles falhassem, ela não teria mais opções.

 

 

 

 


CAPITULO 40

 

 

 

Jane e eu escorregamos para o fundo da mansão, deixando a porta da frente. Pouco antes de fazer o meu caminho até o meu quarto, eu me lembrei de Chelsea. Eu fiz o meu caminho para o quarto, evitando o primeiro andar. Afinal de contas, aquilo era um hospício. Havia pessoas em todos os lugares, arranjos de flores, criação de Buffet e vários bares montados. Eu tinha me esquecido de perguntar a Jane quantas pessoas foram convidadas. Talvez não fosse esquecimento, somente apatia mesmo. Eu não dou a mínima.

Gentilmente eu bati na porta de Chelsea e esperei.

"Olá?"

"Chels, sou eu."

A porta se abriu. Eu não a tinha visto desde ontem à noite. Ela estava usando calças e uma blusa, e seus cabelos em um rabo de cavalo. Embora sua bochecha estivesse coberta de maquiagem, o roxo aparecia.

"Deus. Lamento que eu arranjei para você sair assim."

Ela deu de ombros quando ela abriu mais a porta, andou até uma mesa e pegou um par de óculos de sol. "A vantagem da Geórgia é que, mesmo em novembro, geralmente é ensolarado." Ela colocou os óculos, cobrindo o hematoma. "Além disso, eu estava feliz em sair daqui."

"Você o viu?" perguntei, não tendo mais tempo para dançar em torno do elefante na sala.

Ela balançou a cabeça. "Não, mas ele ligou. Ele estava chateado que eu não estava esperando aqui. Ele disse que você ficou, por isso era meu trabalho..."

Ela não terminou. Ela não precisa.

Peguei sua mão e a puxei para o banheiro. Uma vez que a porta estava fechada e ela tirou os óculos de sol, vergonha e tristeza brilharam em seus olhos castanhos, mas não havia lágrimas. Fez-me orgulhosa da minha amiga. Felizmente, ela foi sabia que tinha feito escolhas ruins e idiotas.

"Tenho medo de estragar tudo." confessei.

"Por quê?"

"Seu quarto. Eu supus que o meu foi grampeado, mas ontem quando falamos..." Os pensamentos aumentaram meu pulso "... Eu tenho medo que eles possam saber sobre minha conexão com a Infidelity."

Chelsea suspirou. "Sim, eu odiaria que eu fosse a única prostituta."

Dei um passo para trás.

"Não," ela respondeu rapidamente. "Eu sinto muito. Eu estou brava, eu estou assustada e estou atacando você... porque eu posso. Mas não quis dizer isso."

Embora eu tivesse sentido o impacto, eu entendi. "Vou tirar você esta noite. Eu te contei o meu plano, vai dar certo. O andar de baixo está zumbindo. Mais tarde, será caos total e confusão."

"Você sabia que havia trinta e dois arranjos florais entregues?" Perguntou Chelsea. "Trinta e dois grandes! Ajudar a coordenar tudo isso foi parte do meu trabalho hoje. Há uma cozinha com chefs e, ainda assim, os fornecedores trouxeram mais cozinheiros e mais de vinte servidores." Ela balançou a cabeça. "Eu não posso imaginar o seu casamento."

"Bem, não imagine. Eu vou sair antes que isso aconteça. Ele me assusta também."

"Alex, o que vai acontecer com sua mãe?"

Eu soltei um longo suspiro. "Espero que Nox possa ajudar." Eu não poderia dizer mais. E se o banheiro estivesse grampeado? E se Bryce pegasse Chelsea e a forçasse a confessar?

Como ele tinha dito sobre os planos do nosso dia... Havia muitas variáveis.

"Você não foi convocada para a festa, não é?"

Chelsea sacudiu a cabeça. "O oposto."

Fiquei mais ereta, inclinando a cabeça. "O que isso significa?"

"Quando ele me ligou, ele me disse para ficar aqui nesta sala. Ele disse que se as coisas não fosse bem na festa, ele queria saber que ele tinha uma opção..." Ela expulsou uma respiração profunda enquanto suas mãos caíram para os lados. "Se você não se ‘comportasse’ foi a palavra que ele usou, e eu seria punida. Ele quer saber a sua "prostituta" está disponível."

Eu alcancei seus ombros. "Ninguém, ninguém," eu repeti. "merece ser tratada como ele está tratando você. Eu não dou a mínima para o que o acordo diz. Deloris vai te tirar dele." Eu toquei seu rosto. "O abuso está fora. Eu acredito que pode mesmo vir com uma compensação. Porra, eles devem ter clientes melhores."

"Eu nem me importo mais sobre o dinheiro. Eu fiz. Salvei mais do mesmo. Mas que bom seria colocar a minha irmã na escola se eu não estou viva para vê-la na pós-graduação?"

Ela andou um pequeno círculo. "Mas... você tem certeza? Eu não quero deixá-la, e eu não quero ficar."

"Não vai ser por muito tempo. Eu não posso fazer isso. Eu tenho feito algumas das coisas que me propus a fazer. Eu sei coisas. Eu vi coisas. Se eu não tivesse vindo aqui... bem, eu fiz. Agora eu preciso fazer o que alguém me pediu para fazer mais vezes do que posso contar. Eu preciso confiar nele."

"Você não está falando sobre Bryce?"

"Claro que não!" Eu olhei para o meu relógio. "Eu preciso ir ficar pronta. Eu voltarei. Quando o fizer, não será por muito tempo. Eu sei o que Bryce disse, mas não sairei do meu quarto até a hora. Vou me comportar." A palavra era azeda. "Ele não terá qualquer razão para vir até aqui. Mantenha a porta trancada. Vai me fazer sentir melhor."

Chelsea concordou. "Eu te amo."

"Como uma irmã." eu disse, beijando sua bochecha não marcada.

 


De banho tomado, meu cabelo seco, mas ainda não vestida, usando um roupão envolto em torno de mim, eu decidi avaliar o vestido que eu usaria. Tudo o que eu queria era que cobrisse os meus seios. Eu realmente não tinha dito, mas é o que Bryce implicitamente queria quando ele beliscou meu mamilo para provocar a minha atenção. Era a área que o vestido cobriria... Onde ele poderia me machucar.

Eu empurrei esses pensamentos para o fundo da minha mente. Eu não poderia reviver o susto de ontem à noite, a inevitabilidade de sua ameaça... Eu não poderia fazer isso e ficar ao lado dele jogando o papel noiva perfeita. Em vez disso, eu trabalhava para evocar pensamentos do meu amigo de infância, e o que eu sentia por Nessie, o monstro que nossas mães tinham inventado para nos manter longe do lago. Irônico que elas tinham criado uma besta para nos manter seguros quando estar com um era seu objetivo.

Mesmo as memórias de infância foram manchadas. Alguma coisa tinha sido real? Claro que não, este era o mundo de fumaça e espelhos.

Quando levantei o novo saco de vestuário da prateleira do meu armário, o som de bater me avisou de outra intrusão.

Porra!

Por favor, não seja o Bryce.

"Olá?" Perguntei através da porta trancada.

"Alexandria?"

Depois de girar a chave na porta, eu a abri. Espiando modestamente em torno da borda, eu olhei Suzanna cima e para baixo. Seu vestido era intocado, um safira azul com um decote cavado, e seu cabelo estava arrumado em alguma colmeia reminiscente dos anos sessenta. Ok era bem feito, mas ainda parecia ridículo. A maquiagem dos olhos era exagerada e os lábios estavam muito vermelhos. Se a intenção tinha sido fazê-la parecer mais jovem, ela tinha perdido a marca.

"Suzanna," eu murmurei. "Você não está linda? O que posso fazer por você?"

Seus lábios franzidos. "Abra a porta. Eu ia dizer-lhe esta manhã, mas... bem, os planos mudaram."

"O quê? Eu sinto muito que eu não fui capaz de passar a tarde com você e Bryce. Mas sim, minha mãe está descansando confortavelmente. Obrigado por perguntar."

Limpando a garganta, ela deu um passo para o lado, permitindo sua comitiva a entrar em vista.

"Abra a porta. Sua equipe de estilistas não tem muito tempo."

"Os estilistas? Eu não preciso..." Meus protestos caíram em ouvidos surdos quando Suzanna e três outras mulheres demoliram seu caminho para minha suíte. Em poucos minutos o meu banheiro foi transformado em um salão de beleza. Alisadores e ferros de todas as larguras foram alinhados no balcão de mármore, enquanto paletas de maquiagem, blush, sombras para os olhos encheram todos os espaços disponíveis.

Uma cadeira foi trazida, e fui incentivada a sentar-me e obedecer.

Embora eu repeti minha objeção, logo eu estava fazendo como eu tinha me proposto, enquanto Suzanna estava me preenchendo sobre as próximas festividades.

Olhando para o relógio, ela estabeleceu o cronograma. "Apesar de que deveria começar às seis, os hóspedes podem chegar mais cedo. A equipe está pronta para recebê-los. Os bares e hors d'oeuvres estarão prontos. Seu pai e eu vamos acolher todos assim que chegarem." Ela inclinou-se para o espelho e correu o dedo pelas dobras da boca aberta, como se isso pudesse ajudar a cor berrante. "É claro," continuou ela. "ele não pretende fazer isso por muito tempo. Ele está esperando uma lista de convidados VIP distintos, muitos dos quais ele vai entreter em sua toca privada."

Será que meu padrasto canta e dança e eu tinha sido alegremente inconsciente disso por mais de vinte anos? Eu teria perguntado, mas a escova puxou meu cabelo em uma direção, esponjas para aplicar camadas de base desceram sobre o meu rosto, enquanto, ao mesmo tempo, as minhas unhas estavam recebendo um revestimento brilhante de gel, mas mantive minhas repreensões ao mínimo.

"Eu disse a Bryce para se juntar a você aqui-"

"Por quê?" Eu consegui interromper.

Eu o tinha evitado durante todo o dia, menos algumas ligações. Eu não quero vê-lo até que foram cercados por dezenas ou centenas de convidados. Quanto mais, melhor.

"Então... vocês dois podem fazer uma grande entrada." Ela disse isso como se fosse tão óbvia quanto o seu grande decote.

"E a que horas devemos entrar?"

"Só depois das 18h30."

Meu estômago afundou. "Bryce está aqui?"

"Ainda não. São quase 17h20. Eu espero que ele chegue em breve. Dá para acreditar? Os carros já começaram a se alinhar no portão." Ela estava quase tonta. "Este é verdadeiramente o evento social. Seu casamento... oh, vai ser espetacular! Eu disse a Bryce para entrar por outra entrada."

Eu mal podia formar as palavras. "V-Você fez? Qual?"

"Há uma perto dos celeiros de cura, é a mais próxima."

Deixei escapar um suspiro. Graças a Deus não era a velha estrada.

"Os guardas nunca iriam permitir que os hóspedes entrassem por lá," continuou ela. "É usada apenas pelos trabalhadores de campo, mas nesta ocasião, eu acredito que vai ajudar Bryce a evitar o engarrafamento."

Suzanna estendeu a mão para o meu ombro enquanto minhas mãos estavam ocupadas. Minhas unhas estavam ocupadas secando sob pequenas luzes roxas. "Não é este o momento mais emocionante?" Sua voz gritou com prazer. "Eu aposto que Mildred Ashmore está verde, apenas positivamente verde!"

Mildred era a mãe de Millie. Sem dúvida, eles estavam trabalhando dia e noite sobre o casamento de Millie e Ian. Afinal, essa foi a razão que Millie não poderia ir para a faculdade.

Assim que o pequeno engenho se fechou, Suzanna puxou minha mão da luz e olhou para o meu anel de noivado. "E aguarde até que todos eles vejam isso! Vai ser o assunto da cidade, não, da nação. Quem se preocupa com os Kardashians, lixo de novos ricos, se me perguntar. Os Carmichaels, os Fitzgerald e Montagues... isso é do que a verdadeira realeza americana é feita."

Comecei a lembrá-la que os Fitzgerald não faziam parte da equação quando a mulher com uma paleta, uma que parecia o pincel de um artista, me disse para fechar os olhos e abri meus lábios largamente.

"Como...?" Comecei a perguntar.

Ela demonstrou. Ela fechou os olhos, alongou a testa, e os lábios fizeram um "O."

Enquanto eu fiz como ela disse, Suzanna continuou seu monólogo.

 


O relógio mostrava um pouco mais de seis horas quando duas mulheres seguraram um vestido de renda marfim sobre a minha cabeça e apertaram uma fileira de botões. Aterrissou logo acima dos meus joelhos; no entanto, para alguns isso poderia ser um vestido de casamento. Eu suspeitava que custava tanto quanto a maioria. Eu tinha visto a etiqueta. O nome só acrescentou dez mil dólares no preço, provavelmente mais.

As prioridades em Montague Manor pareciam estar erradas. Alton chamou minha educação na escola de direito de ‘um desperdício frívolo de dinheiro’. Ele ameaçou parar todo o financiamento da assistência privada de minha mãe, e ainda assim, ele autorizou a compra de um vestido de coquetel Gucci.

"Espere até você ver estes sapatos!" Suzanna exclamou quando ela abriu uma caixa. Dentro havia um par de sandálias de tiras de cristal espumante. O calcanhar estreito tinha que ter pelo menos 10 centímetros. "Eles são Jimmy Choo."

"Sim, eu reconheço o nome dentro do sapato."

"Oh, Alexandria, você não vê? Uma vez que você se casar com Bryce, nada está fora de seu orçamento."

Que diabos? A mulher estava vivendo em um mundo de fantasia.

"Você percebe que é tudo meu, certo?"

"O quê querida?" ela perguntou quando ergueu um sapato, observando os reflexos coloridos refletindo a luz dos cristais embutidos.

"O dinheiro," expliquei. "o nome... é meu. Eu não preciso me casar com Bryce por isso."

Minhas palavras macularam sua expressão alegre. "Mas você não entende. Se não se casar, você perde tudo. Você leu o testamento. Considere a sua vinda para esta casa simplesmente uma pré-visualização da vida que você pode ter."

"Senhorita," uma das mulheres disse: "deixe-me ajudá-la com os sapatos. Nós não queremos arriscar a unha polonesa."

Sentei-me, deslizando meus pés em cada sapato, enquanto reprimi a minha resposta. Não seria produtivo, e poderia alertá-la, se não for para o meu plano, pelo menos as minhas intenções. Nenhum dos quais incluídos casar com seu filho psicótico.

Em vez disso, fingi um sorriso, perfeitamente manobrando meus lábios pintados. "Você está certa, e mais do que isso, isso assegura o seu lugar de Rainha regente?"

A micro expressão de Suzanna vacilou, mas não por muito tempo. Ela era a rainha da ilusão. Com um obediente sorriso, ela respondeu: "Querida, estou aqui apenas para ajudar Bryce e preencher o lugar onde sua mãe é incapaz de fazê-lo, assim que ela voltar será como sempre foi."

Eu queria perguntar como exatamente era isso, mas eu não tive a chance.

Outro relógio tinha atingido a hora das bruxas. Não literalmente, mas os demônios estavam se reunindo, no entanto.

"E, na verdade," prosseguiu Suzanna. "tenho que ir até seu pai e ajudá-lo a cumprimentar os convidados. Você sabe como ele fica quando as pessoas estão atrasam?"

"Eu diria que você já está."

Tinha minhas costas viradas, eu a ouvi abrir a porta.

"Mãe?"

Meu pescoço enrijeceu. Eu não precisava ver para saber quem estava parado no limiar do meu quarto. Eu não tinha Deixe Bryce entrar neste quarto desde que nós éramos adolescentes, e agora ele estava aqui.

"Bryce." murmurou Suzanna. "Você está bonito! Venha ent..."

Não importava. Eu não era a única a oferecer o convite.

Lentamente, eu me levantei e me virei. Nossos olhos se encontraram.

 

 

 

 


CAPITULO 41

 

 

 

"Alexandria! Você está impressionante!"

Eu segurei meu sorriso, o que Bryce tinha me dito para usar. Meu olhar o digitalizou da cabeça aos pés, avaliando-o como ele me avaliou. Seu terno cinza foi adaptado para ele, estreito na cintura e mais largo nos ombros. As pernas estavam um pouco mais estreitas do que os Nox usava, mas ainda era considerado elegante. Ele estava com um colete marfim, gravata e lenço que combinava com a cor do meu vestido e uma camisa engomada branco.

Eu me aproximei, alcançando seu ombro. "Você é muito bonito mesmo."

Levantando minha mão, Bryce se inclinou para mim e inalado. "Ahhh, que perfume que você está usando? É uma melhoria em relação colônia."

Engoli minha refutação e falei palavras que ele gostaria de ouvir. "A única colônia que quero usar é sua."

Bryce deu um passo trás, segurando-me no comprimento do braço. "Esta é uma melhoria."

Dei um passo para frente, pressionando-me contra ele, e beijei sua bochecha. "Este é o nosso começo, o nosso noivado formal. Eu sei que eu tenho lutado contra este resultado, mas estar com Momma..." Eu puxei a mão, puxando-o para o banco amarelo no final da minha cama. Como nós nos sentamos, eu continuei. "... estar com ela hoje..."

Meus longos cílios cobertos de rímel velaram meu olhar. "Obrigado pela compreensão permitindo-me estar lá."

Ele não falou, mas passou as mãos pelos meus braços. Eu conscientemente não vacilar como ele testou a área que ontem estava dolorido. Ainda estava, mas eu não mencionei.

"... Quando eu estava com a mamãe," eu continuei. "Eu percebi que isso está acontecendo. Eu poderia lutar com você e Alton, mas que bem isso faria? Bryce, ela estava um pouco melhor. Ela falou com Jane, mas então eles a medicaram. Eu não posso deixá-la. Eu não vou."

"E isso?" Ele fez sinal entre nós.

"É o meu futuro. Mamãe tentou me dizer. Você tentou me dizer. Eu não ouvi. Na próxima semana eu quero me transferir para Savannah, para o resto da minha formação."

Bryce estreitou os olhos. "Alton acha que é um desperdício de dinheiro."

"Depois de casados, não importa o que ele pensa. Foi o que o testamento disse. Tudo será nosso... Como meu marido, você vai tomar as decisões, não Alton."

Com cada frase o peito dele inflava cada vez mais, como um balão. Se eu continuasse será que ele se transformaria e talvez voasse para longe?

"Crianças?" Ele perguntou, não deixando pedra sobre pedra.

"Acho que é algo que precisamos discutir."

Ele passou a mão sobre meu joelho. Ao contrário da noite anterior, não era vigoroso. Pelo contrário, ele foi concebido para ser atraente quando ele moveu os dedos espalmados debaixo do meu vestido.

"Falar não vai fazer herdeiros."

Herdeiros. Eu odiava essa palavra.

Eu coloquei minha mão sobre a dele, o tecido do meu vestido separava o nosso toque. "Não... e nem você gozando na minha boca ou nos meus seios..." Eu estava usando a ameaça da noite passada. "Eu acredito que minha mãe gostaria de ter netos correndo esses gramados."

"Como costumávamos fazer?" Ele se aproximou até que seu peito estivava contra o meu. Removendo a mão do minha coxa, ele a colocou sobre meus seios. "Seu coração está batendo rápido."

É verdade. Como um aviso, de que ele estava prestes a saltar do meu peito.

"Porque eu estou nervosa."

"Por quê?"

"Eles... lá em baixo."

"Por quê?"

"E se eles não acreditarem em nós? E se eles assumirem que estou grávida?"

Seus lábios cobriram os meus, parando minhas perguntas. Eu gemi quando sua língua me sondou. Foi mais de uma ‘eca’, mas eu rezava para que não fosse do jeito que soou.

"Bryce?" Eu finalmente consegui.

"Você vai fazer isso? Você vai se comportar?"

Eu balancei minha cabeça. "Não, não se trata de comportamento. Trata-se de enfrentar os fatos. Nós estamos nos casando. Ontem à noite... você... eu estava... Eu não gosto disso. Eu não quero ter medo do meu próprio marido. Eu não posso viver assim."

Ele parou. Mesmo nos meus saltos de dez centímetros, Bryce era mais alto. Não tão alto como Nox, mas alto o suficiente para ser ameaçador. Eu estava trabalhando o meu discurso o dia todo na minha cabeça, enquanto estava sentada com Momma e Jane, mesmo durante a reunião inútil com Dr. Miller. Eu esperava que eu pudesse pegá-lo com pequenos trechos de permissão. Nunca tive a intenção de ficar sozinha com ele, mas agora que eu estava, eu esperava que eu soasse convincente.

" Chelsea?" Ele perguntou, seu pescoço se endireitando.

"Sua vadia?" Eu corrigi.

Um sorriso satisfeito cobriu seu rosto, suas bochechas coradas erguendo sob seus olhos cinza e loiro gelado cabelo. "Continue."

"Eu... eu não quero compartilhar você, mas se eu tiver que, eu prefiro não ser lembrada todos os dias."

Ele assentiu. "Acredito que podemos encontrar um terreno comum."

"A universidade de direito em Savannah?" perguntei novamente.

Bryce levantou minha mão, trazendo o diamante perto de seus lábios enquanto ele beijava meus nós dos dedos.

"Vamos passar por essa noite. O mais importante é que você chegou a um acordo com a saída de Columbia."

Eu balancei a cabeça.

"Diga."

Eu odiava esse homem.

"Eu cheguei a um acordo com não voltar para Columbia depois de terminar este semestre."

"ok."

"Obrigado. Não estaremos casados até 24 de dezembro. O semestre estará completo e, além disso, Alton disse..."

"Alton não sabe o que eu sei. Ele não sabe sobre o vestido mágico mudando. Eu te sugiro concentrar-se em se manter minhas boas graças." Ele encolheu os ombros. "Sem dúvida você viu minha prostituta hoje?"

Cada vez que ele casualmente se referia a ela dessa forma era como uma bofetada. As contusões simplesmente não apareciam.

Talvez fosse essa a intenção dele.

"Sim, já nos falamos."

"Lembre-se, só você pode mantê-la de sua punição."

Eu alcancei novamente para seu ombro. "Eu quero isso também. Eu prometo."

Novamente seus lábios cobriram os meus. Desta vez, sua mão percorreu o meu lado, por cima da fileira de botões individuais de cetim. Quando seu beijo terminou, ele pegou minha mão e me virou, me fazendo girar nas pontas dos meus pés, nos meus sapatos brilhantes.

"Diga-me que há um zíper sob esses botões."

Minhas bochechas levantaram e inclinei cabeça sugestivamente. "Eu não posso. Basta pensar como a antecipação vai se construir."

"Vá," disse ele. "Eu manchei seu batom. Eles estarão nos esperando."

Uma vez no banheiro, eu retirei o batom, tirando as manchas e adicionei outra camada. Como eu fiz, eu garanti o meu colar no espaço do meu sutiã e levantei a gargantilha de diamante que tinha vindo com o meu conjunto. Como o anel que eu usava, era ostensiva e seria notado por todos.

"Bryce?" Eu chamei através da porta aberta.

A porta se moveu enquanto ele estava no limiar. "Sim?"

Eu levantei a gargantilha para ele. "Você pode ajudar? As estilistas foram embora antes de colocarem isso."

Ele estendeu a mão para o colar e ficou atrás de mim. Nossos olhares se encontraram no espelho quando ele prendeu os diamantes no meu pescoço. Inclinando-se, beijou a área atrás da minha orelha. Fechei os olhos, bloqueando-o para fora, me odiando, e novamente esperando que aparecesse de forma diferente.

"Alex, eu quero isso também."

Alex.

Uma vez que o fecho era seguro, eu girei em direção a ele até que meus braços estavam em volta do pescoço. "Podemos esquecer o passado?"

"Isso é com você, querida."

"Eu?"

"Amanhã vamos discutir isso."

Em outras palavras, ele dependia de quão bem eu joguei o meu papel. Eu balancei a cabeça. "Amanhã."

Ele pegou minha mão e me levou para a escada. Pouco antes de descermos eu paro.

"Ah, eu esqueci minha bolsa."

"Por que você precisa de uma bolsa; você está em sua própria casa?"

"Eu não posso correr até aqui toda vez que eu quero refrescar minha maquiagem." Eu apertei meus lábios. "Você, Sr. Spencer, pode ter uma história com mulheres e prostitutas, mas você tem que aprender como se trata uma esposa."

Ele sorriu. "Tenha pressa. Nós devemos estar lá embaixo."

"Eu vou." eu chamei por cima do meu ombro enquanto eu derrapava ao redor da esquina e pelo corredor. Eu mudei meu caminho rapidamente, passando da minha porta para a de Chelsea. Uma batida e a porta ser abriu. Eu alcancei meu sutiã e dei a ela o que ela precisava para sua fuga.

"Tem certeza?" Ela sussurrou.

"Shh." eu sussurrei quando eu balancei a cabeça e olhei para trás em direção ao corredor. Como a porta fechada, eu corri de volta para a minha suíte. Respirando fundo, eu corri em direção ao banheiro e encontrei minha bolsa. Era de cristal incrustado, a bolsa Jimmy Choo, e combinava com os sapatos. Antes que eu pudesse sair, eu parei novamente, oscilando em meus calcanhares.

"O quê?" perguntei, avaliando a expressão de Bryce. Se ele tivesse me seguido? Será que ele me viu com Chelsea? Eu esperei.

"Eu pensei que você disse que estava correndo?"

Desconsideradamente balancei a cabeça e soltei um suspiro. "Mais uma vez, você tem algumas coisas para aprender. Isto sou eu apressada." Levantei um batom e o deixei cair na bolsa. "Minha bolsa não ficará bem se não houver um batom para dentro."

Balançando a cabeça, Bryce me ofereceu seu braço. Colocando minha mão na curva, olhei para seus olhos cinzentos.

"Você está pronta?" Ele perguntou.

"Vamos começar este show."

Show do cão e do pônei. As coisas nunca mudam.

Todos os olhos viraram nossa direção enquanto descíamos as escadas. Era um mar de pessoas. Eu sorri enquanto eu digitalizava os rostos conhecidos. O foyer estava ficando mais cheio enquanto as pessoas continuavam fluindo.

"São os guardas." sussurrou Bryce enquanto continuávamos nossa descida. "Alton tem mais homens. Ele foi muito específico sobre quem pode entrar. Eles estão fazendo uma triagem rigorosa. Está levando mais tempo do que o normal para que todos possam chegar."

O hall de entrada estava quase cheio e a porta continuou a abrir. Através das escadas curvas vi a multidão que se estende em direção à sala de estar, e havia pessoas em todos os lugares. "Há mais pessoas chegando?"

"Mais de cem convites foram enviados, de modo que sejam pelo menos duas centenas de pessoas."

Segurei o braço mais apertado. "Para uma festa de noivado?"

Seus olhos cinzentos arregalaram. "Você deve ver lista de convidados da mamãe para o casamento."

"Alexandria! Edward!"

"Parabéns!"

Ele nos levou pelas áreas. Foi difícil e lento. Todos queriam falar conosco, ouvir a nossa história, como o nosso amor tinha sobrevivido ao longo dos anos.

"Alexandria." Shirley Carroll subiu, estendendo a mão.

"Sra. Carroll, deixe-me apresentar o meu noivo, Edward Spencer."

Bryce galantemente pegou a mão dela. "Carroll? Você não pode ser a esposa do senador Carroll. Filha, talvez?"

Eu quase rolei meus olhos. É sério como ele falou isso? Não é de admirar que Nox pensou que ele era um lodo. Ele parecia um vendedor de carros.

"Oh, Sr. Spencer, você pode ser mais gentil?"

"Ele pode." eu confirmei. "E onde está seu marido?"

Ela encolheu os ombros. "Eu não sei. Assim que Doyle chegou, ele foi levado para o clube secreto dos homens."

O braço de Bryce ficou tenso sob o meu toque.

Virei seu caminho. "Você acha que deve ser incluído? Esta é a sua festa." Eu estava esperando que eu estivesse lhe lembrando de que após o casamento, ele seria responsável, não Alton.

"Eu..." Ele examinou a multidão, sem dúvida tomar nota de quem estava faltando.

"Realmente," eu murmurei. "Eu adoraria mostrar a Sra. Carroll ao redor e se misturar. Vi Millie e Jess na multidão. Eu prometo que eu vou ficar bem. Eu odiaria que as discussões importantes acontecessem sem você."

Seu peito cresceu e os botões do colete de marfim se esticaram.

"Oh, querida," Shirley Carroll disse para mim. "acostume-se a esse tipo de coisa. É a maneira que é. Os homens sempre têm decisões de vida ou morte em seus pratos."

Bryce virou-se, colocou a mão sobre a minha, e inclinou-se para um beijo. "As pessoas estão assistindo."

Fingi uma risada. "Há centenas de olhos, agora vá."

Um garçom se aproximou oferecendo à Sra. Carroll e eu uma taça de champanhe. Depois de cada uma de nós tomou um, eu assenti. "Posso mostrar-lhe ao redor?"

"Isso seria fabuloso. Eu nunca vim para Savannah antes..."

"Alex," Pat disse, poucos minutos depois, chegando ao meu lado. "Você viu o meu acompanhante?"

"Eu não o vi, e nem vi você." Eu virei para Shirley. "Sra. Carroll, este é o meu querido primo, Patrick Richardson. Pat, eu posso apresentá-lo a Shirley Carroll, esposa do senador Carroll."

"O senador... da Califórnia?"

"Sim. Eu não achei que as pessoas na Geórgia saberiam disso."

Os lábios de Pat se curvaram. "Eu sou daqui. No entanto, agora eu vivo com meu parceiro em Nova York. É com o trabalho do seu marido sobre a legalização do cultivo de maconha que estou familiarizado."

Eu trabalhei para não dar a Pat um sinal misto.

"Sim, é algo que ele está esperando para empurrar a nível nacional..."

Uma vez que Shirley Carroll afastou-se para falar com alguém, eu perguntei: "O que você sabe sobre o cultivo de maconha legalizada?"

Pat deu de ombros. "Nada. Ou eu não sabia até ontem à noite. Enquanto você e eu estávamos tentando falar, Spence estava dando a Cy uma bronca. De acordo com Cy, Spence estava jorrando estatísticas sobre o potencial de crescimento e fabricação de cannabis na Geórgia e, em seguida, enviá-lo para os estados onde é legal. Assim como com o tabaco, o ambiente aqui tem um grande potencial para o crescimento da maconha. Infelizmente, isso é atualmente ilegal. Seu amigo, o senador Higgins está trabalhando em um novo projeto de lei. Ele estava dizendo Cy que com o apoio adicional de representantes em estados como a Califórnia..."

 

 

 

 

CAPITULO 42

 

 

 

Eu verifiquei meu relógio. Deloris iria enviar o loop de vídeo exatamente às oito horas. A mudança de pessoal no Magnolia Woods aconteceu às sete. Isso significava que a enfermeira de plantão de Adelaide ficaria até às cinco da manhã. Nossa vigilância nos havia esclarecido quanto aos hábitos do pessoal. Enquanto algumas enfermeiras, que Deloris descobriu raramente eram enfermeiras, ficavam efetivamente perto da cadeira à espera de alarmes ou comoção de seus pacientes, os outros liam ou ficavam olhando horas a fio para seus telefones celulares, sem dúvida aumentando seu status de mídia social com fotos de gatinhos e cachorros, ou, melhor ainda, fazendo propaganda política.

O enfermeiro de Adelaide, um homem corpulento grande chamado Mack, gostava de suas mídias sociais, mas muitas vezes ele escolhia dormir como sua maneira favorita de passar o tempo. Como eu facilitei pela entrada do pátio, que Isaac tinha deixado destravada, imaginei as cenas que eu assisti várias vezes. Lembrei-me de Mack amarrar as mãos de Adelaide. Ouvi riso enquanto ele zombou dela no seu status social, chamando-a de viciada. Eu tinha tomado voluntariamente a vida de homens cujos crimes eram menos ofensivos.

Eu fiz uma varredura da direita para a esquerda. O corredor estava claro. Embora eu mantive meu rosto para baixo e longe das câmeras, como um eventual transeunte eu não deveria ser notado. Eu olhei para o jaleco branco do laboratório, idêntico aos usados pelos médicos da equipe e um crachá de identificação eletrônica.

Minha expectativa cresceu quando passo a passo, eu fiz o meu caminho em direção ao quarto dela. Embora eu a assisti, através das câmeras do Magnolia Woods, na suíte de Deloris, fazia anos desde que eu a tinha visto face a face. Isto é, a menos que sonhos contem como realidade.

Era 20h02. A vigilância do quarto de Adelaide entrou em repetição. Para qualquer um que a observar, ele iria mostrar tudo o que tinha acontecido na última hora, mais e mais, até Deloris lançar a transmissão ao vivo.

Sem hesitar, eu abri a porta. O barulho contra o azulejo alertou Mack que eu tinha entrado. Foi lamentável para ele, que o som não tinha dito a ele mais sobre o seu futuro ou a falta dele. No entanto, raramente acontecia.

Talvez isso fosse uma bênção.

Imediatamente ele se levantou. "Doutor?" Ele me olhou desconfiado. "Eu conheço você? As horas de visita acabaram."

"Acho que você não entendeu; Só vim visitar."

Adelaide se agitou e começou a murmurar quando sua cabeça girou de um lado para o outro.

Mack virou-se. "Está acabando o efeito do maldito medicamento."

"O-Oren?"

Embora sua voz fosse apenas um sussurro, meu nome era claro para mim. Meu coração bateu contra meu peito. Não agora, ainda não. Não fale.

"Não se importe com ela. Ela está delirando. Ela balbucia sobre as pessoas e os nomes que ela inventou."

"Ela já disse esse nome antes?"

Ele se aproximou, lendo meu distintivo. "Dr. Papa? Você é novo?"

"Não, normalmente estou aqui durante o dia. Esta noite eu estou cobrindo para Miller."

"Geralmente eles nos avisam..."

"Normalmente eu não me explico. Diga-me o que está acontecendo."

Mack ficou mais ereto. "Depois do que aconteceu esta manhã, há ordens estritas, como provavelmente você sabe, que esta paciente não é para recuperar a plena consciência, não por um tempo."

Eu balancei a cabeça. - Fui informado sobre o que aconteceu esta manhã. Você disse que os medicamentos estão começando a perder o efeito outra vez?"

"Sim, esta manhã deram-lhe oito miligramas de Versed. Como você pode imaginar, ela perdeu a consciência. Se você assinar, eu vou dar-lhe mais quatro miligramas e um pouco de fentanil." Ele riu. "Ela vai dormir como um bebê pelo resto da noite."

"É isso que você recomendaria Mack?"

"Sim, quero dizer, a ordem permanente é apenas para dois miligramas, mas por que abrir a porta para um problema? Seu marido estava chateado sobre ela falar esta manhã. O turno da manhã está tomando merda por causa disso. Eu não quero esta merda venha para mim."

"É assim que você discute sobre todos os nossos pacientes e suas famílias?"

Mack se desestabilizou. "Sim, não, bem... Desculpe Doutor. Eu... estou acostumado com o Dr. Miller."

Eu balancei a cabeça. "Deixe-me ver o prontuário dela."

Ele inclinou a cabeça para o canto da sala para um carrinho e um computador. Foi convenientemente localizado ao lado da cadeira favorita de Mack.

Girando o carrinho em minha direção, olhei para a tela. "Eu estou recomendando que nós a levemos para uma Tomografia computadorizada. Eu não gostaria da surpresa de que o cérebro de sua esposa tenha se desmanchado pelo excesso de sedação."

"Você está falando sério...?" Seus olhos se abriram. "A radiologia está fechada."

"Eu vou fazer uma chamada. Você tem uma maca."

"Este não é protocolo e eu não fui ordenado."

"Não. Você também não é um médico. Se eu não tiver uma maca em menos de três minutos, você não será mais um enfermeiro noturno no Magnolia Woods."

Se eu não soubesse que Deloris estava assistindo a cada um de seus movimentos através da segurança do Magnolia Woods, eu poderia ficar preocupado. Eu não estava. Minha atenção estava focada em Adelaide. Alguns minutos depois, Mack estava de volta, empurrando uma maca. "Eu não tenho certeza sobre isso... Eu deveria ficar com ela."

"Há uma ambulância chegando em breve a partir da regional. Você vai acompanhá-la. Ela vai começar a tomografia e estará de volta na cama antes que ela, ou o idiota do marido, percebam que você estava à beira da medicá-la excessivamente."

"Eu... eu... não fui eu... são as ordens."

"Mack, pare de falar e me ajude a movê-la."

Ele me olhou para cima e para baixo. "Doutor? Você vai ajudar?"

Coloquei minhas mãos atrás dos ombros dela. Quando meus dedos tocaram sua pele macia, a barragem que eu tinha construído em torno das memórias de Adelaide Montague cedeu. Os cacos rasgaram meu coração, trazendo um ataque de emoção de volta ao órgão dissecado. "Elevador."

Assim que Adelaide foi desconectada dos monitores e estava segura com seus IVs, eu disse: "Agora, vamos em frente..."

Mack se aproximou da maca.

Era bom que ele tinha uma coisa para benzodiazepinas. A seringa escorregou sem esforço através de seu pescoço. Eu ouvi dizer que inserir uma seringa é como perfurar a pele de uma laranja. Isso não era verdade. A pele humana dá muito menos resistente. A agulha afiada penetra como uma faca na manteiga amolecida, mas isso era uma história para outro dia.

O corpo de Mack foi caindo na cadeira. Ele estava certo. Oito miligramas trabalharam rápido, mesmo em um grande homem como ele. A diferença entre a sua e a que ele queria ministrar na Adelaide era que o que ele recebeu não continha Fentanil. Não havia nenhum controle de dor para este imbecil. Apenas o sono, seguido por uma dor de cabeça dos infernos. Eu considerei isso a minha contribuição para a sua formação. Talvez depois de experimentar os efeitos colaterais em primeira mão, ele se tornaria mais empático com seus futuros pacientes.

Sua cintura caiu para frente na cadeira, deixando o queixo apoiado no peito.

Eu poderia ter ajustado sua traqueia. Teoricamente, esta posição restringia suas vias aéreas, uma causa comum de asfixia. Dei de ombros. Embora isso não tivesse sido o meu objetivo, se isso acontecesse, eu não iria perder o sono.

Usando alguns travesseiros, eu criei a ilusão de um paciente. Eram os monitores que tinham sido anexados em Adelaide que poderiam ser nossa ruína, se não fosse o contato médico de Deloris. Ela disse que iria alertar o principal posto de enfermagem que seu paciente não estava mais presente. Nesse momento eu criei um falso loop. Era semelhante à vigilância de vídeo, mas elétrico, enganando os monitores para acreditar que eles ainda estavam ligados a um corpo e tudo era registrado normalmente.

Meu telefone vibrou com um texto de entrada.

"A ambulância está aqui."

"As câmeras do corredor?" eu perguntei.

"Momentaneamente OFFLINE. Proteção frontal ocupada e RECEPCIONISTA indisposta."

Eu balancei minha cabeça. Indisposta? Alguém estava se encarregando da recepcionista? Eu não me importava. Talvez fosse o guarda.

Cobrindo o rosto adormecido de Adelaide com o cobertor, eu levantei a maca no corredor. As rodas viraram facilmente no chão de ladrilhos quando passamos pelos quartos dos outros pacientes. Cada porta permaneceu fechada enquanto nós deslizamos para a área de recepção. Assim que cheguei, a porta da frente foi aberta, enchendo a entrada com uma rajada de ar da noite. Vestido com o uniforme de transporte de emergência, Clayton assentiu.

"Você chamou uma ambulância?"

"Eu fiz."

Ele estendeu a mão para o pé da maca. "Doutor, eu posso ajudar?"

Dentro de instantes, a maca de Adelaide foi colocada na parte de trás do veículo, eu fiquei ao seu lado e Clayton dirigia. Eu não tinha monitores para me dizer como ela estava. Em vez disso, era a minha mão sobre seu pulso morno, machucado, a batida de seu pulso sob meus dedos, e a ascensão e queda de seu peito que me garantiu que ela estava viva. Outra indicação foi a forma como o meu coração tamborilou uma cadência irregular, como se tivesse acabado de receber um choque elétrico que dá vida, porque se o dela parasse, o meu pararia também.

Não foi até que passamos pelo portão da frente do hotel que o meu coração finalmente encontrou seu ritmo normal. Mandei um texto em grupo.

"NÓS A TEMOS."

Alisando seu cabelo longo, eu me inclinei. "Adelaide, você pode me ouvir?"

Mais uma vez sua cabeça se moveu de lado a lado. "Irreal. É irreal."

"Oh amore mio, é real."

 


CAPITULO 43

 

 

 

Meus sapatos afundaram na argila da Geórgia. De um lado para o outro passei observando meu telefone: o tempo, o aplicativo de Charli, e os textos de Oren. O céu estava escuro, apenas um pedaço de lua iluminando a extensão do bosque para a mansão.

"Tem certeza que ela pode encontrar o caminho?" Perguntei a Isaac.

"Não é difícil. Você pode ver as luzes de mansão."

Mudei-me para a beira das árvores. Nós poderíamos vê-la. Ao longe estava a Montague Manor, no alto de uma colina, em chamas com a iluminação dourada. Mesmo de tão longe, eu poderia ver as figuras das pessoas que iam e vinham no pátio em volta. Cada um era menor do que as formigas, mas eles estavam lá.

Meu telefone tocou e eu li o texto.

"É do meu pai, e eles têm Adelaide. Estão levando-a para o aeroporto."

"Primeiro passo." confirmou Isaac. "Agora enquanto ninguém no Magnolia Woods for avisado e não podem informar o Sr. Fitzgerald."

Eu balancei a cabeça. "Maldição, meus nervos são disparados. Posso fazer negócios. Posso gastar milhões, mas esta noite é quase mais do que posso suportar."

"Estamos quase lá, chefe."

Eu me encostei-me ao chão e me estabeleci em um lugar macio, o gramado perto das árvores. Da minha nova posição, eu tinha uma visão completa da mansão e os campos entre os dois. O caule de tabaco estéril se destacou contra a noite, como o ar perto do solo parecia engrossar.

Era uma ilusão de ótica?

"Deloris cortou a lista de convidados." disse Isaac, sentando perto de mim e quebrando a tensão.

Cento e vinte e dois convites. Eu não me importava. Nem uma merda. Eu só me importava com uma pessoa. Eu reconsidero. Eu também me importava com Patrick e Chelsea, porque Charli se importava. Ainda mais com Patrick. Ele me mostrou mais de uma vez que ele amava sua prima. Durante toda essa coisa, ele tinha sido útil, muito útil.

"Algum nome que você reconheça?" Eu perguntei sem interesse na lista de convidados, mas eu estava tentando fazer o tempo se mover mais rápido. Se ao menos eu pudesse bater rápido. Se eu pudesse ter Charli em um avião como Oren estava fazendo com Adelaide agora.

Meu olhar se moveu, da paisagem mirante até o céu claro. Acima de nós haviam estrelas, milhares de estrelas. Mesmo em Rye não havia tantas assim.

"Doyle e Shirley Carroll, Severus Davis e convidados."

Isaac repente tinha a minha atenção. "Você está fodendo comigo?"

Seus olhos se arregalaram. "Não senhor, eu não estou. O Senador e Sra. Grant Higgins." Ele continuou com nomes que parecia pouco provável que fossem ao mesmo encontro. Havia mais além desta festa?

Embora eu tivesse lutado com as possibilidades, legislação, isenção de impostos, maconha, eu as afastei. Àqueles eram pensamentos para um outro dia. Agora eu estava me concentrando na tarefa em mãos.

Isaac ficou de pé. "Ela está se movendo!"

Suas palavras pareciam quase ser uma ilusão. Eu tinha imaginado tantas vezes que elas eram reais. Eu olhei a minha tela, puxando para cima o aplicativo de Charli e rezando para que o que ele tinha acabado de dizer fosse verdade.

"Merda!" Eu segurei minha respiração. O ponto azul, seu ponto azul, estava se afastando da mansão. As batidas di coração dela se elevaram, mas, novamente, ela estava se movendo rápido.

"Deus, princesa," falei com o aplicativo. "Não traga atenção para si mesma. Seja cuidadosa."

Fiquei de pé, procurando no horizonte, esperando e rezando para vislumbrar. Não havia nada na entre a luz da mansão e nós, exceto a escuridão em tons variados de cinza e preto. Como

A noite tinha caído, por isso tinha uma escassa camada de neblina. Embora eu desejasse uma visão mais clara, eu esperava que o ar fosse a capa que Charli necessitava, o manto de invisibilidade que ela havia falado de querer na infância, uma camada extra de proteção para ajudá-la em sua fuga.

"Eu gostaria de poder dizer a ela que temos a mãe dela."

"Espero que ela tenha saído de lá antes que alguém soubesse que a Sra. Fitzgerald estava desaparecida."

"Eu espero." Meus punhos se fecharam pela minha impotência. Quando eu tinha invocado esperança e desejos? Devo porra estar em execução, conhecê-la e salvá-la. "Depressa, Charli." Eu falei para a escuridão.

Depois de alguns minutos de silêncio cheio, Isaac perguntou: "Será a senhorita Moore?"

Animais passeavam e insetos cantavam suas canções enquanto meus nervos continuavam se esticando. Rãs cobriram uma melodia profunda e melancólica enquanto o grito ocasional de uma coruja praticamente controlava minha pressão superior.

Eu balancei a cabeça. "Eu não sei. Patrick não sabia. Só sabia que Charli tinha um plano."

Confie em mim. Suas palavras voltaram quando eu passei novamente, meus sapatos ficando cobertos por uma fina camada de pó vermelho. Confiança, eu pedi a mesma coisa de Charli muitas vezes. Agora era a minha vez. Eu odiava esperar. Era um inferno. O inferno seria a minha própria condenação. Este não era eu. Eu me sacrificaria voluntariamente, se fosse possível. Em vez disso, eu oscilava à beira do purgatório pelo meu amor, a mulher incrível, que me pertence, coração e alma.

Sem ela, eu estava no inferno.

"Quinze minutos." eu disse em voz alta.

"Senhor?"

"Isso é o que Patrick tinha dito. Ele disse que era a quinze minutos a pé da mansão para esta estrada."

Isaac sacudiu a cabeça. "Ela não está andando. Ela está correndo."

Minha garganta apertou e os olhos se estreitaram enquanto eu varria o horizonte. Nevoeiro jogado truques, apagando imagens e criar outros.

E então aconteceu.

Os grilos e cigarras pararam suas canções. As rãs ficaram silenciadas e aves acalmou nos ramos acima. Mesmo a brisa esqueceu a soprar.

Ao longe, vindo em nossa direção... Eu a vi.

Ela estava correndo o mais rápido que podia.

Eu não podia esperar. Eu não podia ficar parado.

"Senhor, não."

Eu saí, os meus pés batendo mais forte e mais rápido do que eles já tinham em minha esteira. Eu empurrei a frente em direção a sua figura. Na escuridão nebulosa, eu poderia distinguir seu cabelo, um rabo-de-cavalo balançando para frente e para trás enquanto ela corria. A deusa. Tomei sua figura: suas curvas se tornaram uma ampulheta escura, acentuada contra o fundo escuro, impressionista.

"Charli!" Eu não poderia permanecer em silêncio.

Nós estávamos muito longe da mansão. Ninguém, somente Charli e Isaac poderiam me ouvir. Os passos de Isaac estavam logo atrás de mim. Eu não dou a mínima para os guardas postados em torno da propriedade. Minha Charli estava se aproximando. Ela tinha feito isso, me confiou seu futuro, sua mãe, e até mesmo Chelsea.

Chelsea?

Voltei-me para Isaac. "Ela está sozinha."

"Senhor? Onde está a senhorita Moore? "

Meu intestino torcido. "Eu não sei. Eu só vejo um..."

"Nox?" A voz feminina falando meu nome me impediu de seguir em frente.

Eviscerou-me como um peixe e fiquei paralisado à medida que a figura se aproximava.

Seu peito respirou pesadamente quando ela caiu aos meus pés.

Eu levantei seus ombros até ela estar de pé. Não era o rosto dela que eu via; Em vez disso, era o colar, o que Charli deveria estar usando. "Que diabos? Onde ela está?"

O peito de Chelsea chacoalhou com soluços e respirações irregulares enquanto se inclinava para mim. "E-Ela me disse para usar isso e para vir. Ela disse que me ajudaria."

O tremor começou em minhas mãos como o meu aperto apertado. "Onde ela está?" A minha pergunta veio muito alto.

Com a proximidade, suas feições eram visíveis. Não mais aliviada, um novo terror contorcido sua expressão quando ela tentou se afastar. Seus esforços foram em vão: meu aperto de seus ombros era de ferro. Ela não estava fugindo. O corpo dela ao meu alcance tremia quando sua respiração se voltou para chora. "Eu-eu sinto muito."

Sangue ardia em velocidade recorde através de minhas veias, trovejando como um tambor crescente batendo em meus ouvidos.

"Onde ela está?"

"Senhor?" A voz de Isaac era a calma de minha tempestade. Estendeu a mão. "Senhorita Moore? Vamos ajudá-la."

Ela estendeu a mão para ele. "Senhor... deixe-a ir."

O senso comum desapareceu quando eu soltei Chelsea. Nada importava além de obter Charli. Um pé na frente do outro, eu saí correndo. Visibilidade limitando o caminho para apenas alguns pés na minha frente quando eu cegamente corri pelo mesmo lugar que Chelsea havia chegado. Isso não era completamente verdade. Acima do solo, abaixo das estrelas, a porra da mansão era uma linha de chegada em chamas, um farol luminoso que, com o nevoeiro apareceu a ser delineada em flashes de azul.

Que diabos?

Era eu o único escondido pela neblina, ou havia outros? Quando meus pés continuaram a bater, eu não me importava. Ninguém importava exceto Charli. Eu não estava indo embora sem ela.

 

 

 


CAPITULO 44

 

 

 

Os olhos de Patrick entenderam os meus antes de olhar para o relógio. Era sua súplica silenciosa, e ele estava certo. Eu precisei sair; no entanto, desde que Bryce tinha deixado o escritório de Alton, ele não tinha deixado o meu lado. Com cada taça de champanhe ou copo de uísque, seu entusiasmo por nosso casamento cresceu.

"Estou feliz," disse Millie, sua expressão mostrando o contrário. "Estou chocada. Mas na véspera de Natal?" Ela olhou para a minha barriga. "Há mais que deveria saber?"

"Só que estamos apaixonados!" Bryce disse, beijando minha bochecha e deixando o cheiro de uísque pendurado o ar. "Certo, querida?"

"Nós somos." Eu sorri seu caminho. Estendendo a mão e forçando meu dedo para apoiar a rocha gigante, perguntei: "Você viu meu anel de noivado? Eu me lembro de você me mostrar o seu."

"Eu... é lindo."

Quando Bryce pegou outra bebida, inclinei-me no caminho de Millie e franziu o nariz. "Você realmente acha isso? Eu acho que é muito grande, vistoso, não é?"

Seus olhos se arregalaram. "Não, está perfeito."

Eu não pude evitar o sorriso quando ela empurrou a mão no bolso da jaqueta de Ian.

"Agora," eu continuei com entusiasmo: "Eu não sei todos os detalhes. A Senhorita Suzanna está no comando, mas haverá alguns chás. Sabe, algo pessoal e familiar. Oh, você vai estar lá, não vai?" Estendi a mão para Millie e Jess. "Eu quero você em cada um!"

Ambos sorriram, seu desejo de ser parte do casamento Carmichael-Montague substituiu o seu ciúme, mesmo que apenas por um momento. Millie e Jess assentiram. "Claro." disseram em uníssono. "Nós não iríamos perdê-los."

"E uma despedida de solteiro!" A voz de Bryce soou mais alto do que o necessário, enquanto ele acariciava os ombros de Ian e Justin. "Eu sei..." Ele se virou para mim. "Podemos convidar minha prostituta."

Meu corpo inteiro congelou quando Jess e Millie arregalaram os olhos.

Coloquei minha mão no braço de Bryce. "Querido, você está um pouco bêbado."

"E por que eu não deveria estar? É minha festa." Ele se inclinou mais perto. "Você mesmo disse... isso é tudo meu. Isto será."

Como se um farol tivesse sido criado, a tez avermelhada de toda a sala me chamou a atenção. Não era o meu noivo, ele estava ao meu lado. Era o meu padrasto. A multidão parecia parte enquanto se movia em direção a nós.

O que diabos estava errado?

Minha mente girava com as coisas que eu tinha feito e coisas que eu sabia.

Será que ele sabe sobre Chelsea? Alguém tinha chegado a Momma? O Magnolia Woods notificou Alton que minha mãe sumiu ou eles pegaram o homem de Nox no ato?

Minha respiração engatou quando Alton parou. Sua mão caiu para o ombro de Bryce. "Bryce venha comigo."

Inspirei com a minha clemência momentânea.

"Estou um pouco ocupado." Bryce respondeu, envolvendo seu braço em volta da minha cintura e puxando-me para mais perto.

Alton acalmou a voz. "Precisamos de você no meu escritório agora." Quando Bryce simplesmente tomou outro gole de sua bebida, Alton acrescentou. "Precisamos da sua decisão."

Alton virou-se, sem dúvida esperando ser seguido.

Os olhos de Bryce arregalaram antes que eles se estreitaram meu caminho. "Você ouviu isso? Minha decisão?"

"Sim, eu ouvi."

Ele acenou para o grupo. "Continue querida. Enquanto eu estiver fora, diga a eles o que você disse à minha mãe e ao seu primo." Ele sussurrou alto o suficiente para ser ouvido. "Você sabe, sobre minha prostituta."

Enquanto Bryce se afastava, Millie se aproximou.

"Alexandria?" Perguntou com um tom de compaixão, e uma nota de piedade em seu tom.

Foda-se. Eu não precisava da pena de Millie Ashmore. O que foi dito poderia facilmente ter sido sobre ela. Eu olhei para onde Pat tinha estado permanente. Ele se foi.

"Se você me der licença, eu preciso encontrar Pat."

Millie apertou minha mão. "Ele é... é verdade? Patrick é...?"

"Desculpe-me." eu repeti.

Logo descobri Pat de pé, perto as portas abertas para o pátio. Grandes aquecedores de prata pontilhavam o terraço de pedra, criando uma área confortável para os hóspedes se conhecerem. Ele pegou minha mão e assentiu.

Era isso. Alton e Bryce estavam ocupados. Era minha chance de escapar. A semente de esperança que eu tinha veio à vida, sua concha estourando aberta com antecipação, talvez até expectativa. Logo, nada disso teria importância.

Voltando seu pequeno aceno de cabeça e com um sorriso esperançoso, eu virei em direção aos degraus de pedra calcária. Uma espessa camada de névoa se estabeleceu perto dos campos, até mesmo obstruindo o lago. Qualquer coisa além do gramado imediato foi mascarado em uma nuvem. Ninguém iria notar se eu desaparecesse, pelo menos não no início. Esta era a capa de invisibilidade que eu esperava como uma criança. Tudo o que eu precisava fazer era chegar ao nevoeiro. Como eu entreguei Pat minha taça de champanhe, seus olhos se arregalaram.

"Tio Alt."

Uma mão pesada pousou em meu ombro. "Onde você acha que vai?"

Eu me virei, transpiração pontilhando minha pele enquanto meu ombro estremeceu com o toque de Alton. Lutando contra o desejo para me afastar, acenei para o gramado, para as poucas pessoas que estavam lá embaixo e respondi: "Conversar com os convidados lá fora."

"Não, Alexandria. Quando eu chamei Bryce, eu quis dizer você também. Você é metade de um todo agora. Acostume-se a isto. Sua presença é necessária no escritório também."

Eu queria gritar por ajuda. Eu queria manter a Pat.

Eu não podia.

O olhar de Alton tirou meu protesto. Em vez disso, eu solenemente acenei para Pat e obedientemente virei-me para o escritório de Alton.

Tudo estava novamente acontecendo em câmera lenta quando minha mente tentou dar sentido a mudança. O terraço do lado de fora e os quartos dentro não tinha mudado. As vozes dos convidados, combinadas com risos criaram o mesmo murmúrio baixo. Mas agora sua música era uma melodia misteriosa aparentemente. Escrito para manter o tempo com o ritmo do meu batimento cardíaco frenético.

Quando fizemos o nosso caminho através da multidão, cheguei para o meu colar, minha conexão. Em vez da gaiola de platina, meus dedos encontrou a gargantilha de diamantes.

Oh, Nox. Estou indo, apenas mais alguns minutos. Eu respirei fundo. Por favor, deixe Chelsea com você.

Foi o meu apelo silencioso como eu sorri educadamente para as pessoas que passavam. Cada uma sorriu e acenou. Eu estava paranoica? Suas expressões mudaram? Eles estavam agora de alguma forma diferente, cheio de expectativa, como se soubessem o destino me esperando?

"O que está acontecendo?" sussurrei para Alton. "Há algo de errado?"

Sua mão, não mais no meu ombro, agarrou meu braço. Como ele apressou o nosso progresso, ele se aproximou, seus dentes manchados e lábios finos ajustados em um sorriso falso ainda zombando. Não foi destinado a mim, mas para as pessoas que passaram. "Continue caminhando."

Com cada palavra uma rajada de quente, doentiamente doce, uísque carregado respiração assaltou meus sentidos, contornando minha bochecha, e fazendo meu estômago revirar. "Não faça nada estúpido." Seu aperto aumentou quando ele falou cordialmente para as pessoas que passavam. Uma vez que estávamos longe da multidão, ele continuou: "Não há nada errado, filha. Nossa programação acaba de mudar."

Minha mente era um turbilhão de possibilidades.

O que tinha acontecido? Ele tinha aprendido nossos planos?

Minha mãe estava livre? Alton sabia? Ou foi a tentativa frustrada?

O Chelsea foi para o Nox? Ou era uma armadilha? Os homens de Alton a seguiram? Eles tinham feito alguma coisa Para Nox?

Meus pulmões pararam de inalar enquanto eu lutava contra o pânico borbulhante. Quem eu encontraria no escritório de Alton? O que tinha acontecido? Eu tive visões de uma Chelsea limite, talvez até Nox... Minha mãe... Morta...

Não era mais o meu esforço consciente que fez meus pés continuar a etapa. A causa era ou de movimento contínuo ou o impulso para frente no aperto de Alton. Com cada pé em frente, meu corpo e mente desconectado. Terror e medo fermentaram como uma bruxa borbulhante. A mistura venenosa encheu minha corrente sanguínea até que o oxigênio não fluiu. Não havia água próximo. O lago era centenas de jardas de distância velados na névoa, e ainda assim eu estava me afogando por dentro.

De repente, o barulho caótico de convidados desapareceu. Nada soou como as batidas desvanecidas de um sino de igreja quando nós cruzamos o limiar do escritório de Alton. Bryce tinha assumido a liderança, o tambor grande para o nosso desfile, alcançando o nosso primeiro destino. Alton e eu estávamos no meio com Suzanna logo atrás. Para todos nós tínhamos passado, estávamos a unidade da família perfeita.

Fumaça e espelhos.

Olhei para o quarto vazio. Não havia ninguém lá. Nem Chelsea. Sem Nox ou minha mãe. A insatisfação dos meus medos encheu meus pulmões, me dando a ilusão de força.

"O cronograma mudou?" perguntei, puxando meu braço livre. "Do que você está falando?"

A mão de Alton se moveu enquanto seus olhos cinza ardiam. No mesmo momento, Bryce deu um passo à frente, pegou a minha mão e puxou-me atrás dele. Eu balançava meus calcanhares finos, equilibrando-me em meus pés quando eu me encontrei-me pressionada contra as costas de Bryce, seu corpo de repente meu escudo, me protegendo da bofetada intencional Alton.

"Pare." proclamou Bryce. Seu discurso já não era mais difícil. "Temos convidados. A pergunta de Alexandria tem mérito. Por que você não nos informar sobre o que você quer e eu vou dar-lhe a minha decisão?"

"Isto não é sobre suas decisões. Eu construí isso..." Ele gesticulou. "... tudo isso."

"Suas decisões nos levaram onde estamos hoje, onde estamos neste exato momento. Se você fosse alguém mais..."

Seu volume de saliva cresceu e choveu com cada frase que ele cuspiu.

"Como é? Eu não estou permitindo que você tome mais nenhuma decisão." Vermelho subiu pelo seu pescoço flácido como um corante sendo absorvido por um pano e rastejando para frente, em direção ao seu rosto e orelhas.

"Alton, acalme-se. Bryce não quis dizer..." As palavras de Suzanna, embora desvanecidas no fundo, pareceu aplacar sua súbita raiva.

Teria o mundo perdido sua inclinação ou, de repente, deu uma pirueta?

Eu não podia decidir como a cena em que eu estava cativa perdeu o contato com a realidade.

Mesmo por trás de Bryce, eu podia ver o crescente brilho de seu pescoço, agora também vermelho.

O monstro que eu tinha criado com a minha conversa de seu poder iminente voltou para o monstro que eu sempre soube. De alguma forma eu era uma parte disso. Foi a minha vida, mas o poder estava mudando um universo alternativo, aquele em que Bryce e Suzanna já não eram meus algozes, mas meus salvadores.

Olhei em volta do ombro de Bryce.

Sem outra palavra, Alton pegou seu celular e digitou uma mensagem de texto. Uma vez que ele foi feito, ele ergueu os olhos redondos e sorriu. Mudei meus pés, mais desconfortável com a sua felicidade falso do que eu tinha estado com sua raiva. Eu estava acostumada à sua ira. Bryce apertou minha mão com mais força. Novo comportamento de Alton enviou um frio através do ar que mesmo ele podia sentir.

"Aconteceu alguma coisa?" perguntei por trás Bryce.

"Alguma coisa está para acontecer." Alton respondeu.

Todos nós nos voltamos para a batida na porta.

"Suzy, abra a porta e depois a tranque."

Trancá-la?

"Nós não queremos ser interrompidos." Acrescentou Alton.

Sem hesitar, ela obedeceu, abrindo a porta e fechando-a rapidamente. Eu reconheci o cavalheiro entrando como um dos convidados. Eu tinha falado brevemente com ele e sua esposa. Havia tantas pessoas... Eu não conseguia lembrar o nome dele. Tudo bem; Alton estava nos apresentando de novo quando entregou ao homem um papel.

"Obrigado por seu serviço, Keith. Bryce e Alexandria conhecem Juiz Townsend?"

"Isto é um pouco incomum," disse o juiz. "mas acredito que podemos fazê-lo funcionar." Ele se virou para Bryce e eu. "Seus convidados ficarão em êxtase."

Eu olhei para Bryce. Houve conforto no fato de que nós compartilhamos a mesma expressão de confusão?

"Alexandria e Bryce," Alton anunciou. "O juíz Townsend está aqui para casar vocês. Agora."

"N-Agora?" Meus joelhos cederam quando meu estômago caiu aos meus pés. No entanto, eu não caí. Meu novo salvador foi mais uma vez onipresente. O braço de Bryce me pegou e me puxou novamente na posição vertical.

Minha visão encheu-se com o homem que eu estava prestes a se casar: seus olhos cinzentos, cabelo loiro, e as bochechas rosadas. Isso não estava certo. Este não era o que eu queria. Eu tinha um plano. Minha linha de chegada foi quase à vista.

"Não!" Eu gritei. "Minha mãe." Eu virei para Alton. "Você disse que minha mãe poderia estar aqui. Você prometeu."

"Tenho medo de que não é mais possível."

Que diabos isso significa?

Alton virou-se para o Juíz Townsend. "Keith, precisamos acelerar esse processo. Você pode pegar os papéis da licença?"

"B-mas o casamento?" Suzanna protestou, mais uma vez vindo em meu socorro. "Este é apenas a parte... certo? Ainda podemos ter a cerimônia?"

Alton parou objeções da Suzanna com apenas um olhar, um que eu tinha visto muitas vezes.

Ele acenou para o juiz para continuar como o nível de ruído dos convidados aumentado. Seu ruído baixo tinha cresceu para um rugido estrondo.

O que está acontecendo?

"Keith?" Perguntou Alton.

"Er, sim." Ele olhou de mim para Bryce. "Hoje nos reunimos para comemorar-"

"Não," Alton interrompeu, o seu pescoço ficando tenso. "Vá para a parte legal."

O juiz Townsend assentiu e olhou para o papel em sua mão. "Ok, bem, Edward Bryce Carmichael Spencer, você toma Alexandria Charles Montague Collins para ser sua legítima esposa?"

O apoio de Bryce à minha cintura aumentou, puxando-me para mais perto de seu lado. "Sim eu aceito."

Meu coração apertado apreendido como a maçaneta da porta para o escritório foi agitada.

"Está trancado." Alton disse como que para nos tranquilizar. "Eu lhe disse que não iria ser incomodado. Continue."

As batidas rápidas do fogo vieram bater na madeira. Os golpes aumentaram.

"Continue!" Alton gritou.

Vozes chamaram de fora da porta. "Sr. Fitzgerald! Sr. Spencer!"

Alton estendeu a mão para o braço de Juiz Townsend. "Keith, fazer isso agora, se você quiser ver naquele banco novamente."

Os olhos do juiz Townsend arregalaram-se quando ele se virou para nós.

"Alexandria Charles Montague Collins, você..."

 


Notas
[1] Codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita, onde a pessoa pode estabelecer disposições para serem cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens pessoais moveis, roupas ou objetos de pequeno valor. Parece com um testamento, mas é mais limitado e não exige muitas formalidades. Pode ser feito por meio de um documento informal, assim como uma simples carta, basta que seja datado e assinado.

CAPITULO 32

Deixo Patrick como em todos os filmes: em um longo corredor, ladeado por sombras e desgraça iminente. Quando entro em Montague Manor, o cenário inteiro está lá, desde a iluminação misteriosa a as vozes de fundo baixas. À medida que entro, as vozes despertam tanto de reconhecimento com curiosidade.

Embora o foyer esteja vazio, as vozes me alertam que ultrapassei o prazo de Bryce.

A risada estrondosa seguida por respostas masculinas confirmam que meu padrasto está em casa.

Curiosidade é uma coisa estranha. Meu cérebro diz para ir para meu quarto, tomar um banho e me preparar para o jantar. No entanto, meus pés seguem os sons e vozes, como se me levando a respostas que não posso achar de forma diferente.

A porta do escritório de Alton está fechada; no entanto, paro perto do batente. A sala além está quieta. As vozes vinham de mais longe dentro da mansão. Sigo o corredor quando se abre numa sala de estar brilhante perto da parte traseira da casa. É a mesma sala onde Alton e minha mãe tomaram meu fundo fiduciário. As janelas intactas brilham com o laranja do restante da luz solar do início da noite. A tempestade da noite passada limpou o ar, literalmente. O céu está azul safira, livre de umidade, exceto pelo rosa e roxo do pôr do sol iminente no horizonte.

"Essa é a melhor notícia que ouço em meses."

A voz de Alton vem de dentro, reorientando minha missão. As portas estão abertas. É um convite ou uma armadilha?

"Sr. Fitzgerald, eu não perderia isso. Obrigado por me incluir."

Viro a esquina, precisando ver o rosto do homem que falou. Como gravações antigas ou músicas, tento encaixar a voz com um nome. Ouvi-a antes. Simplesmente não posso definir. Entro através da porta aberta.

"Alexandria," Alton diz, os olhos cinzentos estreitos em minha direção. "Acho que sua viagem valeu a pena?"

Um nó se forma na minha garganta enquanto considero o duplo significado. Ao mesmo tempo, o cavalheiro vira, um copo de líquido âmbar nas mãos.

"Srta. Collins?"

A temperatura da sala aumenta. "Senador Carroll?"

"Doyle, conhece minha filha?"

Estendo a mão enquanto o senador se aproxima. Ele não é o único na sala. Enquanto nos cumprimentamos, noto o encontro estranho, incluindo Bryce, que vem em minha direção.

"É um prazer vê-la novamente." diz o senador Carroll.

"Querida," Bryce diz, colocando a mão na parte inferior das minhas costas. "você não me disse que conhecia o senador."

Viro para ele. "O assunto nunca surgiu."

Bryce estende a outra mão, a que segura o copo de cristal e faz as apresentações formais. "Senhores, minha noiva, Alexandria Collins."

"Collins. Sim," diz o senador Carroll. "Isso é uma surpresa, claro."

Com meu coração acelerado pela probabilidade de que o que está acontecendo não é legal e pode afetar Lennox e a Demetri Enterprises, tento manter a calma, exalando o exterior perfeito.

"Lembra-se do senador Grant Higgins," Bryce pergunta. "de sua festa de boas-vindas, e Severo Davis?"

Festa de graduação.

Balançando a cabeça, forço um sorriso à medida que cada homem vem apertar minha mão.

"Parabéns, Srta. Collins." diz Davis.

"Pelo quê?"

"Por seu casamento, é claro."

A sala explode em risadas quando a pressão da mão de Bryce aumenta nas minhas costas.

Descartando meu erro, sorrio. "Sim, que tola. Acho que estou apenas sobrecarregada com todo o planejamento." Viro para Bryce. "Sua mãe contou que decidiu o estilo de vestido das damas de honra?"

Embora seus olhos se estreitem, a voz soa alegre. "Não, ela não fez. Isso é maravilhoso. Adoraria ouvir tudo sobre o seu dia."

"Bobagem, está ocupado e vou me arrumar para o jantar."

Ele se aproxima mais, o nariz perto do meu pescoço. Inclinando-se para trás, ele me olha de cima a baixo. "Parece uma boa ideia."

O que diabos ele está fazendo? O caroço de mais cedo volta. Engolindo-o, viro para meu quarto. "Bem, senhores, foi um prazer. Espero vê-los de novo."

O senador Carroll fala primeiro. "Amanhã à noite. Estamos felizes em compartilhar sua celebração."

Embora Bryce ande em direção à porta, eu paro, perguntando: "Nós? A Sra. Carroll irá com você?"

Suas bochechas sobem quando ele troca olhares com o Sr. Davis. "Hum, ela não está, mas quando Shirley sabe da sua festa..." Ele gesticula. "... E em casa, tenho certeza que posso convencê-la a saltar num avião e se juntar a mim. Ela não é geralmente muito de viajar, mas eu espero que, por você, ela faça uma exceção."

"Será bom vê-la novamente se puder vir. Por favor, diga a ela que falei Olá."

"Eu vou."

"Senhores." Bryce diz, balançando a cabeça e levando-me para a porta pelo corredor.

A voz de Severo Davis berra quando nos afastamos. "Bem, espero que isso não signifique que preciso trazer Marisa." Seu comentário é recebido com outra rodada de risos saudáveis.

Quando nos aproximamos das escadas da frente e tento envolver minha mente em torno desse agrupamento, Bryce para.

"O que discutiam?" Pergunto.

"Onde diabos você estava?"

Sua súbita mudança de humor me faz dar um passo atrás. "No Leopold com Patrick. Nós ligamos."

"Você deixou minha mãe a mais de três horas. O seu segurança teve um tempo infernal. Sabe como Alton ficou quando informaram que estava sozinha?"

"Eu não estava sozinha. Estava com Patrick."

"E isso deveria me fazer sentir melhor?" Estreitando o olhar, ele me verifica novamente da cabeça aos pés.

"Qual é o seu problema?"

"É... eu não sei... algo está diferente."

Balanço a cabeça. "Você está iludido. Passa muito tempo com Alton."

"Onde está seu anel?"

Merda!

Atrapalho-me com a bolsa, abrindo e tirando o diamante das profundezas. Empurrando-o no dedo, sorrindo. "Aqui. Não estou acostumada a usá-lo. É muito pesado."

Bryce estreita o olhar e assente. "Acostume-se com isso."

"Estou tentando."

Piso no primeiro degrau, assim como Bryce. "Aonde vai?"

"Para seu quarto."

"Por quê?"

"Não fico sozinho com minha noiva há dias."

Reunindo meu juízo, digo: "E tem uma sala com dois senadores, meu padrasto e um lobista. Não acha que pode esperar? Além disso, preciso me arrumar para o jantar. Aparentemente, estou diferente."

"Será que Patrick usa colônia?"

Balanço a cabeça. "Sim e é divina. Não sei a marca, mas posso perguntar." Eu sei, mas não parece importante.

"Não, é só que..." Bryce sacude a cabeça. "Eu disse para estar aqui antes de Alton."

"Você não me disse que hora seria." Coloco a mão sobre o peito e finjo um sorriso. "Isto é mais cedo que o normal. Agora vá. Estou confiante de que não quer perder o que discutiam."

Ele se inclina mais perto, seus lábios próximos, a respiração provocando meu nariz. "Erva é o que estamos discutindo. É bastante cômico. Duvido que qualquer um deles já usou." Ele toca minha bochecha. "Lembra-se daquela vez na Duke?"

Erva? Maconha?

Dou de ombros. "Lembro. Deixou-me doente."

Luto contra a vontade de recuar quando ele roça os lábios nos meus. Frio e tenso. A conexão não é nada como a eletricidade com Nox. Inconscientemente, suspirei com o pensamento do homem que amo.

Bryce me puxa para mais perto, interpretando mal as pistas do meu corpo. "Continue. Arrume-se. Você teve um longo dia." Ele me beija novamente. "E pelo amor de Deus, coloque um pouco de perfume. Você cheira ao... seu primo."

"Eu faço?"

Ele me beija novamente, desta vez sondando meus lábios.

Fecho os olhos quando sua língua molhada os separa. Quando se afasta, ele acrescenta: "Mas tem gosto de bom uísque e sorvete."

"Acho que é você que tem gosto de uísque."

Apressadamente subo as escadas, orando a cada passo para não ser seguida. No momento em que chego ao topo, meu coração está pulando no peito.

"Que diabos?" murmuro, sem saber como decifrar as pistas que Bryce deu. Será que ele tem alguma ideia de onde estive realmente? Deveria ter me limpado no hotel, mas estava muito chateada para pensar nisso.

Um milhão de pensamentos lutam para se firmar enquanto meu caminho para meu quarto.

Trancando a porta atrás de mim, aprecio a solidão. Quando aconteceu? Quando meu quarto se tornou um santuário? Quando o resto da casa se tornou tão ruim que meu quarto virou o mal menor?

Sento na beira da cama e deito. Não é a sala lá embaixo que enche minha visão, mas as memórias da tarde antes do feitiço ser quebrado, quando o mundo era certo e seguro. Eu o quero com todo meu coração. Também quero dizer a Nox ou mesmo a Deloris que o senador Carroll está na minha casa com o senador Higgins e Severo Davis.

De repente, me sento. Davis é velho, não tão tanto quanto Alton, mas muito mais que Bryce. Essa é a pessoa que Chelsea deveria estar. Será que ela sabe? Ela sabe que ele está aqui? Se tivesse acordado, sabendo de sua idade e que é casado?

Por quê?

De repente, me arrumar para o jantar perdeu a importância.

Corro pelo corredor e bato na porta de Chelsea. Lentamente ela abre.

"Onde você e Patrick foram?" Pergunta.

"Visitar minha mãe e, em seguida, tomamos um sorvete."

Ela me olha de cima a baixo.

Que diabos? Estou usando um sinal?

"Hmm," ela diz, abrindo mais a porta. "Quer entrar?"

"Sim. Qual é o problema? Será que Suzanna te irritou?"

Chelsea dá de ombros. "Não mais do que o habitual. Eu vim aqui assim que pude, esperando perder o drama."

Pego sua mão e puxo-a para as duas cadeiras perto da janela. Quando sentamos, observo seu ponto de vista. Não é nem da frente da casa, nem de trás. Da janela deste quarto vemos os campos. Quando olho mais para baixo do que par fora da casa, os campos de tênis e um pequeno edifício são visíveis.

Segurando meu colar, respiro fundo. Se pudesse sair por lá, poderia dizer a Nox o que está acontecendo.

Volto o foco para Chelsea. "Diga-me por que está aqui. Sabe como essas pessoas tornaram-se aliados de Bryce?"

"Eu não posso. Eu não sei."

"Isso não faz sentido. Quer dizer, se o que disse é verdade então não te conhecia até a noite no hospital. Diga-me como tem um emprego em DC para ficar com ele."

Dizer DC acerta um cabo. Isso seria onde ela se seria atribuída a Severus Davis. Será que ele sabe que pode ter Chelsea? Como tudo isso funciona?

Vestida com um par de calças de yoga e uma camisa, não o traje para o jantar, ela puxa os joelhos contra o peito e coloca os pés descalços na beira da cadeira. "Alex, eu gostaria de poder dizer. Estou morrendo de vontade de falar com alguém sobre isso, mas não posso. Tudo o que posso dizer é que dissemos ao policial Evanston a mesma história. Bryce estava comigo quando Melissa desapareceu."

Eu balanço a cabeça. "Mas ele estava?"

"Ele estava lá na Califórnia antes que de me dizer. Ele tem registros de viagens provando que ele esteve lá fora e sobre durante os quatro anos."

Meu estômago revira. "Você mentiu para a polícia?"

"Eu não tive escolha. Eles foram implacáveis. Até fizeram testes em seus carros e coisas. Eles vieram para Carmichael Hall... foi... assustador."

"Mas... o seu testemunho?"

Ela dá de ombros. "Eu não acho que é um testemunho. Não foi no tribunal. Rezo para que não chegue tão longe. Foi um depoimento."

"Deus, você inventou informações. Isso é perjúrio."

"Eu não tive escolha..." A defesa do Chelsea some.

Eu respiro fundo. "Por causa do acordo."

Seus olhos se arregalam. "O que disse?"

"Eu sei sobre Infidelity. Não sabia que era o que fez, mas sei sobre a empresa."

Chelsea salta da cadeira e fica de pé, de frente para a janela.

Espero, mas em vez de palavras, os ombros se movem e cabeça cai para frente.

De pé, lentamente caminho até ela. Ela não está muito longe, apenas um passo, talvez dois, mas por um momento a distância parecia intransponível. Quando coloco a mão em seu ombro, ela vira para mim.

"Não sei como você sabe," diz ela entre soluços. "mas agora você sabe que sou uma prostituta."

Lembro-me das palavras de Karen Flores, as que repeti para Nox. "É companheirismo, não sexo."

"Como?"

"É uma longa história, mas deixe-me dizer... Eu entendo o fascínio, a promessa de compensação pelo que parece pouco sacrifício. Mas é enorme. Você e seu corpo são mais valiosos que esse acordo. Eu sou mais valiosa do que isso."

Ela balança a cabeça. "Olhe em volta. Você não pode saber o que é. Odeio cada dia e em dois meses, com o acordo que fiz, com a Infidelity e o trabalho de RH da Montague, ganhei o suficiente para pagar a faculdade da minha irmã por dois anos numa estadual." Ela suspira. "É bom poder dizer Infidelity em voz alta."

"Baby, você não é uma prostituta mais do que eu."

"Não, você está errada. Bryce está muito disposto a me lembrar diariamente desse título."

"Foda-se ele!"

"Eu prefiro que não." diz ela com uma careta. "Além disso, por que iria pensar que é uma prostituta? Você não jogou sua vida fora."

"Não, eu não fiz, apenas fiz companhia."

Seus passos param enquanto as mãos vão aos lábios. "Nox?"

"Sim, mas é complicado."

"Oh meu Deus." As rodas de reconhecimento giram em sua cabeça. "O fundo fiduciário. É por isso. Como? Fez Deloris falar sobre isso também?"

"Não exatamente. Deloris encontrou meu perfil e parou. Nox... bem, a empresa é dele, ele é um investidor."

"Ele não é seu cliente?"

"Não tecnicamente. Diga-me, o que Deloris lhe pediu para fazer."

Chelsea caminha de volta para a cadeira. "Não era para ser assim. Seria um cara. Vi sua imagem e perfil. Ele é casado. Percebi que só o via quando não estava com a esposa. O resto do tempo poderia ter uma vida e ao mesmo tempo ganhar essa renda. Não sou uma puritana, mas não foi o que aconteceu."

"Eu sei e sinto muito. Você se lembra de qual o nome do cara?"

"Sim, era como o professor do Harry Potter, Severus."

"Você já o conheceu? Será que Bryce sabe com quem ficou emparelhada?"

Sua cabeça se move para trás e para frente. "Não... e não. Bryce me contou quando nos encontramos. Ele pensou ser muito engraçado." Seu rosto se contorce de desgosto. "Ele está muito orgulhoso de si mesmo."

Afundo na cadeira. "Você não tem que dizer..."

Ela senta-se mais ereta. "Ele colocou em detalhes: o comprimento do cabelo, tipo de corpo, idade. Ele descreveu você."

"Eu sinto muito."

"É por isso que estava certo quando disse que eu me parecia e vestia como você. Ele me fez até pintar o cabelo."

"Deus, Chels, não sei o que dizer."

"Não é sua culpa. Eu fiz isso."

"Mas eu lhe disse para confiar em Deloris. Eu não tinha ideia... oh, mas antes que eu esqueça, o cara que deveria sair? Ele está lá embaixo."

"Ele o quê?"

Seguro sua mão. "Não por você. É uma coisa política, dois senadores e Severo Davis. Ele é um lobista."

"Mas Deloris queria que eu o espionasse. Esse era o plano. Há alguma ligação entre ele e Nox?"

"Eu realmente não sei. Talvez desde que nós duas estamos aqui, podemos manter os ouvidos abertos. Mas saiba: vou te tirar daqui. Você não de..."

Minhas palavras morrem ao ouvir algo no corredor. A voz irritada de Bryce ecoa e penetra a porta.

Meu olhar encontra o de Chelsea.

"Ele está te procurando." diz ela.

"Talvez se a gente ficar quieta." Vou até a porta, esperando para ver se ele passou.

Quando estendo a mão para a maçaneta, a porta de Chelsea abre, com pouca atenção do outro lado. Rapidamente, pulo para trás, mal evitando a colisão.

A expressão de Bryce, a que comparo com Alton, está de volta, com o pescoço e as orelhas vermelhas.

"O quê?" pergunto, desejando termos trancado a porta. "O que está fazendo aqui?" olho para Chelsea e para ele. "Bryce, você deve sair. Precisamos ficar prontas para jantar."

Ele empurra a tela do telefone para mim. A imagem é preta e branca e de má qualidade.

"O que? Essa sou eu." Sou eu, ao lado da cama da minha mãe, sua mão na minha.

"Hoje?" Pergunta.

Merda! O chão de repente some debaixo de mim, mais precisamente, debaixo do meu álibi. O vestido é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 33

 

 

 

Deloris coloca o pen drive no computador e abre os documentos na tela.

"Vou enviá-lo para o iPad". Diz ela, enquanto os dedos voam sobre as teclas.

"E o meu?" Pergunta meu pai.

Deloris olha por cima do ombro. "Realmente precisa ver duas vezes?"

Oren dá de ombros. "Só por curiosidade, se tiver meu e-mail privado."

Ela ri quando meu iPad soa com o e-mail recebido.

"Vou tomar isso como um sim." diz ele, inclinando-se e ligando seu tablet. "Esta é a última vontade e o testamento é longo." continua ele. "Quer dizer, já vi merda, mas o homem velho Montague levou controle a um nível totalmente novo, tudo para ditar o futuro da neta. Pode ver o documento inteiro, mas sugiro que todos nos concentremos no artigo XII, por agora."

Olho para Isaac. Ele está presente, mas em silêncio. Em vez de digitalizar o documento, está comprando um colar pelo celular.

"Qualquer mudança?" Pergunto.

"Não senhor. Ela está na mansão." Ele dá de ombros. "Às vezes me pergunto se este indicador de frequência cardíaca funciona."

"Claro que sim," disse Deloris. "Por quê?"

"Como agora, se ele está funcionando, seu pulso está ridiculamente alto. Cento e trinta. Isso é o dobro do que é quando está dormindo."

Minha pele arrepia. "Se ela apenas tivesse ficado."

Oren vira para mim. "Uma semana atrás?"

"Não, hoje. Eu a vi brevemente. "

"E o deixou?"

"Ela não vai deixar sua mãe ou Chelsea."

"Foda-se!" Oren grita. "Não acha que eles já descobriram que estão juntos, não é?"

"Não. Cuidamos de tudo."

Oren se vira para mim. "Nós estamos tão perto. Não é porque você é..."

"Porque sou o quê? Estou preocupado. Eu precisava vê-la, tocá-la. Estou além de assustado com cada coisa que aprendemos sobre Spencer. Sei que ele é um porco nos negócios, mas agora... não vou estragar isso. Vou invadir se ela não chegar a estrada."

"Senhores," Deloris intervém. "nós temos um documento."

Respiro fundo e me afasto do olhar gelado do meu pai.

Oren tem que ter a última palavra. "Isto não é apenas sobre Alexandria. Ela é a mais forte delas. Pode aguentar mais um dia."

Suas palavras fazem minha pele arrepiar. Sento e pego meu tablet, rezando para ele estar certo.

Mas se estiver, então por que diabos seu pulso subiu?

Concentrando-me na tela, rolo as páginas, desacelerando nas legendas até chegar ao Artigo XII as provisões para Montague Holdings.

A sala fica em silêncio enquanto todos nós lemos:


Se no momento da minha passagem, estas disposições não estiverem satisfeitas, é da responsabilidade dos meus herdeiros, Adelaide Montague Fitzgerald e Alexandria Charles Montague Collins, a boa vontade de legalmente satisfazer os seguintes critérios nas datas apropriadas. Não fazer isso irá resultar na perda de toda a herança, incluindo, mas não limitado a bens, propriedades, ações da empresa, as propriedades pessoais, e a residência e o resto da minha herança.

Como é agora o caso, é essencial que Adelaide Montague permaneça casada com Alton Fitzgerald para o resto de suas vidas terrenas. Como o marido de Adelaide, Alton Fitzgerald terá todos os direitos estabelecidos como o acionista principal na Montague Corporation. Se pedirem divórcio ou fizerem tentativas de acabar com o casamento, todas as explorações Montague vão para Alexandria Collins.


Paro lá. "Por que diabos a mãe de Alex não faz isso?"

"Pede o divórcio?" Pergunta Oren.

"Sim, ela estaria livre e fora do controle de Fitzgerald."

Oren aperta os lábios. "Eu me culpo por não ter em minhas mãos este documento há dez anos."

Deloris vira para meu pai. A expressão dela quer mais. Não disse a ela a história entre o meu pai e a mãe de Charli, apenas que ele queria ajudar. Embora ela pareça curiosa sei que ela não perguntará. Finalmente, ela volta para a tela e continuamos a ler.


Após a morte de qualquer A. Fitzgerald ou AM Fitzgerald antes da vinda de idade de A. Collins, todas as explorações Montague serão mantidas em confiança para ela até a idade de vinte e cinco ou até que tenha concluído um diploma universitário, o que ocorrer primeiro.

Uma vez que a conclusão da idade ou grau ocorreu, a fim de que A. Collins possa herdar as propriedades e ativos Montague e cumprir os requisitos estabelecidos neste documento legal deve aderir ao seguinte:

Sendo da idade legal de vinte e cinco (ou ter concluído o seu grau de faculdade), Alexandria Collins deve concordar com uma união legal com um marido que também irá representá-la e as ações de seus filhos biológicos na Montague Corporação, bem como no funcionamento dos ativos Montague.


"Sou voluntário." murmuro. Não é uma proposta, mas isso não a torna menos válida. Charli e eu nunca falamos sobre casamento, mas o faria não por causa desta maldita vontade ou qualquer coisa relacionada com o dinheiro de sua família. Aceito-a nua e sem dinheiro. A primeira parte dessas condições traz imagens em minha mente que é melhor controlar.

Volto para o tablet.


É meu desejo, e assim por diante a determinação deste que A. Collins se case com Edward Bryce Carmichael Spencer, filho de Suzanna Carmichael Spencer, conforme descrito abaixo.


"Como diabos isso é legal?"

"Eu não tenho certeza que seja." diz Deloris.


E. Spencer deve terminar a graduação e pós-graduação e provar-se digno da Montague Corporation. Após a conclusão da pós-graduação, há mais dezoito meses antes da união.


"Provar-se digno?" Oren pergunta em voz alta. "Isso inclui acusações de abuso e ser suspeito no sequestro de uma mulher?"

Embora ninguém responda e continue a ler, pela primeira vez, estou curioso sobre o desaparecimento de Melissa Summers. Fodida Infidelity. Se a empresa se tornar pública com a investigação valerá a pena se salvar Charli.


No momento do seu casamento, o controle de interesse em todas as coisas Montague reverterá para A. Collins e E. Spencer, com provisões para apoio contínuo e supervisão de A. Fitzgerald e AM Fitzgerald até o momento em que é determinado que um ou ambos não sejam competentes.


"Você acha que...?" Começo.

"Que o bastardo está comprometendo o caso de competência mental de Adelaide antes de ser legalmente posta de lado? Tenho certeza disso." diz Oren. "Ainda tenho algumas informações sobre o assunto. Direi mais tarde. Continue lendo."


Se esta união não ocorrer, todas as explorações e ativos Montague serão liquidados. Os ativos passarão a ser legado da Fitzgerald Investments, deixando ambos os herdeiros e seus descendentes, sem ativos na Montague.

Se o casamento de A. Collins e E. Spencer não sobreviver, resultando em divórcio ou morte prematura, todas as explorações e ativos Montague serão liquidadas e, doravante, doadas a Fitzgerald Investments, com uma exceção: no caso de um herdeiro do sexo masculino sobre a idade de vinte e cinco anos, o herdeiro designado manterá todas as explorações e participação de controlo.

Se verificar que qualquer pessoa mencionada neste artigo deliberada e propositadamente dificulta meus desejos, esse beneficiário será impedido de receber sua parte da herança.


"Isso não pode ser legal. Pode ser recorrido." digo.

"Estipulações de beneficiários." Oren diz, como se a frase fosse uma referência diária.

"O quê?"

"É a imposição de cláusulas na herança dos beneficiários. Isso é feito com mais frequência do que pensa."

"Muitas vezes é algo como concluir a faculdade ou onde os fundos estão disponíveis apenas para pagar a educação ou habitação." acrescenta Deloris.

"É besteira. Charli não precisa disso. Ela não quer. Por que está aguentando?"

"É ela?" Pergunta Deloris. "Ou está aguardando tempo para sua mãe?"

Deveríamos ter conversado mais esta tarde. Eu deveria ter feito mais perguntas.

"Isso não muda nada," anuncio depois de terminar. "Vamos continuar nossos planos. Foder a Montague."

"Não tão rápido."

Voltamos para Oren.

"Eu te disse que há um adendo. Vá até perto do fim."

Oren pega o telefone e envia uma mensagem.

"Uma data importante?" Pergunto.

"De certa forma."

Antes que eu possa começar a leitura, há uma batida na porta.

"Esperando alguém?" Pergunta Deloris.

"Por uma questão de fato, estou." Oren diz enquanto levanta e caminha em direção à porta. "Desligue a câmera do Magnolia Woods."

Com um botão, a tela da TV ficou preta e Oren toca a maçaneta.

Um jovem nervoso está na porta.

"Sr. Crawford."

O menino assente. "Sr. Demetri."

"Entre." Oren abre a porta, seu convite muito gentil.

Fico de pé. "Sr. Crawford? O que é..."

"Durante minha pesquisa..." Oren começa quando o jovem se mexe desconfortavelmente de um pé para o outro e olha em volta. "... Vi um trabalho que o Sr. Crawford fez recentemente."

O menino assente. "Pode me chamar de Stephen."

"Sim, bem, Stephen foi empregado de Hamilton e Porter no escritório de advocacia que fez esse testamento. Stephen teve o prazer de trabalhar com Adelaide em relação nesta mesma vontade."

Meu pai, de repente tem a minha atenção. "A Sra. Fitzgerald sabia disso?"

"Sim", diz Stephen. "Conversei com ela em várias ocasiões." Ele olha Oren.

"Vá em frente, filho. Estes são meus colegas. Estamos todos tentando ajudar a Sra. Fitzgerald e se puder ajudar-nos a ajudá-la, podemos fazê-lo."

Ele engole em seco. "Você tem vontade?"

"Sim."

"Hum, ok. Bem, há um adendo."

"Acabamos de descobrir isso." digo.

"Há algumas coisas que pode não perceber se não tiver trabalhado com Adela- quero dizer, a Sra. Fitzgerald."

"Como o quê?" Oren pergunta.

"Senhor, esta é uma informação confidencial."

"Ainda está empregado por Hamilton e Porter?"

"Não, mas assinei um termo."

"Sentiu-se mal com alguma coisa que Ralph Porter lhe pediu para fazer?"

"Sinto que abandonei a Sra. Fitzgerald. Ela estava realmente animada sobre a cláusula."

Oren vira para Deloris. "Ligue a tela."

Balanço a cabeça.

A TV enche com uma imagem do quarto de Adelaide.

"Stephen, quando foi a última vez que viu Adelaide?" Pergunta Oren.

Ele ficou mais ereto. "Foi logo antes de deixá-la ir. Tivemos uma reunião agendada perto do início de outubro, mas não tive permissão para me encontrar com ela. A última vez foi há quase um mês antes. Ela iria agendar e, em seguida, não reagendou novamente."

Oren aponta para a tela. "Olhe bem de perto. Isso é Adelaide."

Ele ofega enquanto ele caminha em direção à tela. "O que aconteceu com ela?"

"Isso é o que estamos tentando descobrir. Pode ser que ela descobriu uma informação que não deveria saber?"

Os olhos de Stephen se arregalam de horror. "Merda. Eu... isso é perigoso. Certamente..."

A mão de Oren pousa no ombro de Stephen. "Filho, ninguém vai saber seu papel, ou que nos ajudou. Posso assegurar sua segurança e a de sua família jovem. Quantos anos tem seu bebê?"

Meu estômago revira com a facilidade das palavras de meu pai. Os olhos de Deloris vêm em minha direção. Faz anos desde que vi esse lado dele em ação e, no entanto, neste momento, não detesto sua escolha ou estratégia.

"Quinze meses."

"Stephen, nos ajude e você e sua jovem esposa e filho estarão muito melhores. Você pode ir para qualquer faculdade de direito no país. Eu vi suas notas. É um jovem trabalhador. É uma pena desperdiçar sua educação em Savannah."

"É uma boa escola..."

"Não é Stanford, Harvard, Yale..."

Ele vira para a tela. "Eu gosto dela. Será que ela vai ficar melhor?"

"Sim." Oren responde de forma inequívoca.

"Posso ver o adendo?"

Oren acena para Deloris e aparece na TV, substituindo o Magnolia Woods.

"Ok," diz Stephen, examinando as palavras. "Vê isso?" Ele aponta para a data e as iniciais CM. "Esta data é, obviamente, a data aprovada da cláusula. O que não é dito é que de acordo com Adelaide..." Ele olha para Oren como se precisasse de sua permissão para usar seu primeiro nome.

"Continue."

"Segundo ela, essa é a mesma data que seu pai morreu."

"Então isso não é legal?" Pergunta Deloris.

Stephen sacudiu a cabeça. "Não é. O Sr. Montague faleceu em seu sono naquela noite de ataque cardíaco repentino. Ele era legalmente competente quando aprovou o documento."

Quando ninguém fala, ele continua. "Pensei ser um pouco estranho. Perguntei a Natalie. Ela é uma assistente legal. Ela me disse para não me preocupar com isso."

"Então não o fez?"

"Eu não disse nada. Mas não posso afastar a sensação de que é estranhamente coincidente."

"Pode explicar a cláusula?" Pergunto.

"Você viu o testamento, de modo que sabe sobre o artigo XII?"

Assentimos.

"É uma merda estranha. Quer dizer impor estipulações beneficiárias é uma prática comum, mas nunca vi... mesmo na faculdade... nada tão estranho quanto os mandatos neste." Ele franze a testa. "Pode imaginar, um cara morto ditando com quem tem que se casar?"

"A cláusula?" Pergunto novamente, a agitação em meu tom.

"Sim, bem. Em poucas palavras, qualifica o disposto no artigo XII, basicamente dizendo que qualquer manipulação por qualquer das partes interessadas altera as disposições."

Balanço a cabeça para a realidade. Esta adição à vontade de Montague diz que se alguém fizer algo para dissuadir, para interferir a progressão natural ou parar o arranjo, então essa pessoa anula seus ativos ou qualquer pretensão de ativos. Também anula o legado dos ativos liquidados para a Fitzgerald Investments. Obviamente ele tem alguns problemas de confiança.

"Portanto, se o casamento não sair como planejado, a Montague Corporation continuará a ser uma entidade viável, não sendo liquidada como originalmente previsto no artigo XII?" Pergunto.

Stephen dá de ombros, lendo o documento. "Ele não especificou que o atual conselho de administração será dissolvido e toda a estrutura corporativa se tornará uma empresa de capital aberto. E se o casamento de sua filha com a cara não ocorrer, ou seja, ela case com outra pessoa, isso irá, então, entrar nas sucessões onde todas as partes interessadas devem fazer um caso de seus direitos. Assumindo que a interferência anteriormente mencionada não é um problema, teoricamente, a propriedade será igualmente dividida entre os herdeiros vivos."

"Então, para esclarecimento, isso anularia as consequências do artigo XII?" Pergunta Deloris.

"Sim." Stephen confirma.

"Pergunto-me o que fez o Sr. Montague mudar de ideia." acrescento.

"A Sra. Adelaide perguntou a mesma coisa." Stephen se volta para Oren. "Espero que possa ajudá-la. Ela estava tão animada. Não conseguia entender por que não sabia sobre isso. Ela continuou dizendo, se apenas... se somente."

Oren alcança a borda da mesa, estabilizando-se antes de caminhar. "Obrigado, Stephen." Ele enfia a mão no bolso do casaco interior e ira um envelope. Por seu olhar, assumo ser dinheiro. "Isso deve ajudá-lo a se mudar. Entre em contato com meu assistente. A escolha das universidades é sua."

Stephen segura o envelope por um minuto antes de passá-lo para trás. "Obrigado. Eu agradeço. Adoraria ir a qualquer uma dessas escolas que mencionou. No entanto, eu não posso." Ele balança a cabeça. "O Sr. Fitzgerald me ofereceu dinheiro também. Eu não aceitei. É ruim o suficiente que quebrei o acordo de não divulgação, mas não foi pelo dinheiro. Eu falei sério. A Sra. Adelaide é uma mulher amável. Ela não merece estar onde está. Tentei ajudá-la." Ele dá de ombros. "Temo que as informações que a ajudei a encontrar e entender possa ter levado ao que aconteceu. Por essa razão, estou feliz em ajudá-lo."

"Não vou contar a ninguém e confio que quer ajudar. Apenas faça. E se puder... aquela coisa, a data, me mantém acordado durante a noite. Só parece errado."

Levanto e dou um passo adiante, fodidamente impressionado com esse homem. Ao mesmo tempo conheço o jogo de Oren e endividamento que alimentou a obrigação mútua. Não posso prever o próximo movimento de Oren. Em vez disso, estendo a mão. "Stephen, você é um bom homem. Será um bom advogado. Sei é alguém que acredita em fazer a coisa certa e ajudar aqueles que não podem ajudar a si mesmo. A advocacia seria um lugar melhor se houvesse mais como você."

"Obrigado, Sr. Demetri."

Meu aperto aumenta quando a atenção de Isaac vai de seu telefone para Stephen. "Nós não fomos apresentados."

Seu olhar corre entre Oren e eu. "Desculpe se presumi. É a semelhança. Não são parentes?"

"Sr. Crawford, cuide-se."

"E de seu bebê." acrescenta Oren.

Deloris levanta. "Posso mostrar-lhe à porta?"

"Eu posso...? Será que vou saber se a ajudei?"

"Suspeito que haverá rumores."

 

CAPITULO 34

 

 

 

A cena acontece ao meu redor, comigo, e ainda assim estou sempre um passo atrás.

O retrato no telefone de Bryce é meu. Seria um truque?

"Bryce, o que está dizendo?"

Ele agarra meu braço, o mesmo lugar que agarrou no outro dia, me puxando para perto. "Fiz uma porra de pergunta."

Luto contra seu aperto. "Me solta. Você está me machucando."

Nos movemos pelo o quarto, nós três numa dança coreografada pela raiva e medo.

"Assim que te vi na sala, soube que algo estava errado. Não pude identificar, mas então me bateu. O vestido que usava..." Soltando o braço, ele me empurra para longe e me olha da cabeça aos pés. "Que você ainda está usando... não é o mesmo que na foto do Magnolia Woods." Ele anda num pequeno círculo. "Porra eu avisei. Quando cheguei aqui, tentei te dizer," Ele se aproxima. "Eu queria que fosse diferente, mas não serei feito de idiota!"

Embora cada parte minha queira se afastar de sua abordagem, não o faço. Eu não posso. Não lhe darei esse poder sobre mim. Nem por um dia, uma semana, até nosso casamento ou para sempre.

Levanto o queixo. "Apenas fale do que está me acusando porque tenho muitas mais acusações pra te dizer."

O próximo segundo acontece num flash. Desde que entrei no carro de Alton, fui atingida duas vezes: uma por ele e outra por Suzanna. Isso não é nada comparado ao poder do tapa de Bryce. Não é um tapa, mas um soco, juntas atingindo ossos, carne batendo carne.

Cambaleio e grito.

Não pela dor, dor que não sinto.

É pelo choque.

Meu grito: "NÃO!" Ecoa na suíte de Chelsea, uma sílaba que parece durar para sempre enquanto meus joelhos cedem e caio no chão ao lado de minha amiga.

Ela está enrolada de lado, segurando a bochecha com o peito arfando pelo golpe inesperado.

"O que diabos você fez?" Grito para ele.

Quem é esse homem?

Certamente não é meu amigo de infância. Não é o homem que relutantemente deixou minha virtude intacta quando adolescente. Não é o homem que finge ser meu noivo.

"Levante!" ele grita. Sua demanda cai como um cobertor molhado enquanto olho para ele, a cabeça de Chelsea agora no meu colo.

Ele não para. "Eu disse para levantar."

Gentilmente tiro sua cabeça do meu colo e coloco no tapete. Lentamente, levanto, pronta para enfrentar o monstro que estava escondido, o lobo em pele de cordeiro. Quando levanto, sei, sem sombra de dúvida que Bryce Spencer foi capaz de ferir Melissa Summers. As acusações de seus outros crimes que ainda não entendo.

"Não," ele xinga. "Você."

Engulo em seco quando a ponta do sapato recua e chuta a perna de Chelsea.

Fico entre eles e estendo as mãos, tentando bloqueá-lo. Meu esforço é semelhante ao das boias que flutuam pela costa, capaz de reter seu próprio espaço, mas incapaz de retardar a energia das ondas.

"Bryce, pare com isso!"

Ele passou a mão pelo cabelo enquanto Chelsea desliza para trás, para longe dele e ainda no chão.

"Levante!"

Quando a vejo começar a subir, movo-me novamente. "Não, Chelsea. Não faça. Bryce dê o fora daqui."

Encarando-me, ele destrói o passado, estendendo a mão para seu braço e puxando-a para pés. "Isso é culpa sua, Alexandria. Ela pode agradecer mais tarde pelo que está prestes a acontecer."

"Nada está prestes a acontecer," retruco. "Há uma sala cheia de homens no andar de baixo. Vá. Deixe-nos em paz. Temos que nos aprontar para jantar." É uma desculpa esfarrapada, mas minha mente é um borrão, lutando por qualquer resquício de sanidade.

Sua voz encontra uma calma quase assustadora. Com o olhar agora fixo em Chelsea, ele diz: "Saia do quarto, Alexandria."

O quê?

"Não."

"Agora!" Vejo seu rosto quando ele vira para mim, o rosto está vermelho, vermelho brilhante, um contraste gritante para o cabelo loiro e olhos cinzentos. Há algo diferente sobre eles também, algo que ainda não posso identificar as é assustadoramente familiar.

Abro a porta de Chelsea e viro mais uma vez para Bryce. Ele soltou o braço de Chelsea quando teve certeza que sai. Em vez disso, abro mais a porta e dou um passo em direção a ele. Quando nossos peitos se encontram, jogo minha chave para Chelsea e digo: "Vá agora. Tranque minha porta."

Acontece rápido. Ela não hesita quando sai correndo, os pés descalços derrapando no tapete macio enquanto corre para longe.

Bryce respira fundo e vem em minha direção, cada passo me prendendo e empurrando para trás e para trás até que a parede para meu progresso. Enjaulando-me contra a parede com um braço de cada lado do meu rosto, ele se inclina mais perto. "Vai se arrepender disso. Não tanto quanto ela, mas vai."

"Que diabos é seu problema? É Patrick?" Porque ele está pronto para chutar seu traseiro.

Não digo a última parte.

"Neste momento, meu problema é você."

"Tudo bem, então não case comigo."

Ele agarra meu queixo, os dedos dolorosamente apertando meu rosto. "Cala a boca. Aprenda a manter sua boca fechada e, vou acrescentar, as pernas também para ninguém além de mim. Se puder seguir essas simples instruções, as coisas vão melhorar para você e para a minha puta."

Suas palavras insensíveis são piores que o aperto.

"Não fale assim sobre ela."

"Você está certa. Eu não deveria diferenciar, não quando há duas vadias aqui."

O quarto estava grampeado? Ele ouviu quando assumi minha infidelidade?

Merda! Quão estúpida pude ser?

"Bryce... o que está acontecendo?"

"Você não esteve no Magnolia Woods hoje. Eu liguei. Não esteve lá, apenas Patrick. Isso significa uma coisa. Significa que estava com ele." Ele solta meu queixo e acaricia minha bochecha. A mudança de brutalidade a gentileza aumenta meu enjoo. "Querida, se pode foder, então eu também posso." Seu sorriso se alarga. "Posso até te deixar assistir."

"Eu não..."

"Não minta para mim. Eu avisei. Disse para obedecer porque se não fizesse, não seria capaz de viver com as consequências." Seu tom suaviza o timbre com uma doçura zombadora. "Não posso fazer com você o que quero, não agora."

A frieza calculista em seus olhos envia um calafrio por minha espinha.

"Porque," ele continua explicando seu raciocínio psicótico. "em menos de uma hora estará lá embaixo num vestido de porra, usando meu anel e bancando a noiva perfeita. Temos uma festa amanhã. É uma pena que Chelsea não vá."

Tenho problemas para me segurar. "Mas Suzanna e Alton a querem. Uma frente unida."

"Mas você não. Ela é uma prostituta. Todo mundo sabe que, e quando, perguntado, essa será sua resposta."

Balanço a cabeça. "Não. Não farei isso com ela. Eu não..."

Sua mão cobre meus lábios. "Você vai ou vou dizer a Alton sobre hoje. Vou deixá-lo saber que em vez de visitar Adelaide, você estava com um criminoso. E, em seguida, seus privilégios de visita a sua mãe serão revogados." Ele move a cabeça lentamente de um lado para o outro quando um sorriso surge nos lábios. "Como disse, você vai cooperar, não é, querida? Melhor amigo ou pior inimigo. Sugiro que se esforce para lembrar porque me quer como amigo."

"Deixe Chelsea em paz. Ela não fez nada. Se quiser descontar isso em alguém, não que esteja admitindo nada, mas faça comigo."

"Se eu pudesse... Mas contusões não iriam bem com o jantar hoje à noite ou a festa amanhã. E, querida..." Ele permite que o carinho paire no ar. "... Eu não dou segundas chances."

"Vá agora, é quase hora do jantar." Ele puxa um pouco o meu cabelo. "Arrume seu cabelo e maquiagem. Fique bonita." Ele corre os dedos ao longo do meu rosto com um toque de seda. "Porque você pode ficar impressionante, Alexandria. Eu já vi. Quero isso de novo. A partir de agora, vai mostrar esse sorriso lindo para mim, não vai?"

Fico olhando, com medo de sua próxima mudança de humor.

Ele passa o dedo sobre meus lábios. "Quando eu lhe fizer uma pergunta, espero uma resposta."

Balanço a cabeça. Não é uma concessão considerando seu nível de manipulação. Ao dar-lhe a resposta que ele quer, eu controlo sua reação.


Bryce sorri. "Agora, aqui está uma pergunta para você. Diga-me, você não quer se atrasar para o jantar; você não quer atrasar novamente hoje, não é?"

Não tinha tenho a chance de responder quando inesperadamente seu punho colide com a parede, meramente a polegadas do meu rosto. O gesso não é páreo para seu soco quando poeira fina agita o ar em torno de nós.

Engulo em seco, estremecendo enquanto sua ereção crescente pressiona contra meu estômago.

"Eu lhe fiz uma pergunta." O vermelho rasteja de volta para seus ouvidos. "Fodidamente responda..." Antes que possa registrar, ele abaixa o decote do meu vestido e sob meu sutiã, dolorosamente aperta e torce meu mamilo.

Grito enquanto tento, sem sucesso, me afastar.

Bryce sorri. "... Ou, querida, vou encontrar lugares que seu vestido vai esconder, lugares para deixar minha marca. Agora responda."

"Não," respondo rapidamente, reunindo o que resta do meu autocontrole e empurrando sua mão. "Não quero me atrasar."

Ele se inclina mais perto, o nariz tocando meu pescoço enquanto inala. "E um banho. Trocando-a por você eu deveria me livrar de uma prostituta e não ter outra como futura esposa."

Bryce dá um passo para trás, dando-me espaço para ficar ereta.

Ele está permitindo que eu vá? Será que ele me seguirá?

Fico imóvel e suavizo meu tom. "Por favor, Bryce. Ela é minha amiga. Por favor, não faça nada."

Ele solta um suspiro. "Sei que pode não entender, mas pago um monte de dinheiro para fazer o que quiser." Um lado de seus lábios se curva para cima. "Como disse, ela é uma prostituta, mas por você... por agora... vou voltar lá para baixo e ser agradável com seu pai." Ele inclina a cabeça em direção ao punho que atingiu a parede. "Não faça suposições. Fechaduras não irão me impedir."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 35

 

 

 

Os lábios de Bryce se curvam. "Não dou a mínima para quantas chaves tem."

Prendo a respiração e uma resposta quando Bryce se vira, deixando-me sozinha no quarto de Chelsea. Suas últimas palavras, o ameaçador olhar frio, alimenta a descarga de adrenalina inundando meu sistema. Ainda de pé, seguro meus dedos, agarro o grande diamante e tento parar de tremer. Aperto minhas mãos num esforço para acalmar o tremor, mas quando o noto, ele não está somente em minhas mãos, mas quebrando meu corpo inteiro, tornando meus joelhos cada vez mais fracos.

Como uma estátua nervosa eu espero, com medo de que ele vá voltar e ainda mais de medo de que ele procurará outro lugar para desafogar a fúria. Quando o tempo para, o ar volta a meus pulmões e diminui meus tremores. Minha respiração é o único som enquanto me atendo a qualquer ruído dele pelo corredor até Chelsea.

Embora queira ajudar minha amiga, meu corpo se recusa a mover, paralisado pelo que vi e ouvi. Tranquilidade prevalece nos passos de Bryce enquanto desaparece, substituindo o horror por alívio. Não mais rígida, meus ossos ficam flexíveis, abrindo caminho para as forças da gravidade. Com um soluço reprimido, caio contra a parede esburacada e me enrolo no tapete.

Meu Deus.

Ele é um monstro.

Com apenas os olhos, rapidamente procuro no quarto por um relógio. Preciso me arrumar. Preciso verificar Chelsea, mas não tenho forças. Segundos se tornam minutos quando o tempo passa e meu coração bate fora da cadência num ritmo composto pelo medo. Não posso casar com esse homem. Não posso passar mais um dia com ele nem permitir que Chelsea passe. Ele é um psicopata, frio e sem empatia ou remorso. Nunca testemunhei olhos tão indiferentes.

Em questão de minutos, sua raiva foi substituída, indo para um terreno frígido, mais frio do que qualquer coisa que já vi. Não é nada como o pior temperamento de Nox. É ainda pior do que Alton. Bryce é distante e desligado.

Quando fecho os olhos, seu olhar calculista enche minha mente.

Foi que a última coisa que Melissa Summers viu? O que viveu? Talvez tenha duvidado antes, mas não mais: Edward Bryce Spencer é capaz de matar. Sei disso em minha alma.

"Alex?"

Pisco os olhos quando Chelsea entra em foco.

"Você está bem?" Ela pergunta, pegando minha mão.

Sua bochecha direita está vermelha e a contusão aparece.

"Eu?" Gentilmente toco sua pele ferida. "E você?"

Puxando minha mão, ela me levanta. "Estou bem, por sua causa. Desculpe, eu corri. Eu deveria ter lutado, como você. Mas... ele me assusta."

Balanço a cabeça. "Eu vejo. Também me assusta." Acalmo nossos passos à medida que vamos para meu quarto. "Chelsea, não me defenda. Ele disse que vai..." Mal posso me fazer dizer as palavras. "... Ele pode feri-la, porque pode fazer qualquer coisa que quiser com você. Ele não pode me machucar. Tenho que estar no jantar e na festa."

Os braços do Chelsea envolvem sua cintura. "Não pode pará-lo. Você não pode."

Puxo-a para minha suíte e até o banheiro, deixando as duas portas trancadas entre nós e o corredor. "Eu posso. Vou te tirar daqui. Tenho um plano."

 


Com alguns minutos de sobra, respiro fundo, desço as longas escadas para a sala de jantar. Fiz como Bryce queria, tomei um banho, me lavando para retirar o cheiro de Nox ou Patrick e substituindo-o com hidratante, xampu e perfume. Meu vestido é novo, mesmo para mim. Estava pendurado num saco de roupa, outro traje para meu novo papel.

Sento-me à mesa de jantar desocupada, feliz por um momento de paz para reunir meus pensamentos.

"Gostaria de um copo de vinho?" A jovem empregada pergunta.

Gostaria de uma garrafa inteira, mas me contentarei com um copo. "Sim, obrigado. Cabernet."

"Sim Senhora."

Quando ela desaparece na cozinha, Suzanna e Bryce entram. A calma vai embora, mas não se viro para vê-los entrar. Estou com muito medo de que verei.

"Alexandria, como foi com sua mãe?"

Apreensiva, minha cabeça vai em sua direção, o olhar correndo entre Suzanna e seu filho. É outra armadilha? Quase imperceptivelmente, Bryce sacode a cabeça, dizendo-me para desempenhar meu papel. Noiva perfeita. É o que ele exigiu.

"Ela está melhor. Os enfermeiros continuam dizendo isso."

"Preciso ir vê-la," diz Suzanna. "Amanhã de manhã vou acompanhá-la."

Antes que possa aceitar a proposta, Bryce fala; cada uma das frases abrindo outro buraco no meu barco da esperança. Em breve ele afundará, meu titanic dos sonhos presos nas profundezas do oceano.

"Mãe, terá que ir sozinha. Alexandria estará ocupada amanhã. Talvez," ele continua. "ela estará disponível domingo. Depende de seu desempenho na festa."

Ouço a última parte alta e clara, mesmo que ele não expresse em voz alta.

"Ocupada?" Suzanna vira para mim. "Fazendo o quê?"

A jovem coloca o copo de Montague da coleção privada diante de mim enquanto Suzanna senta. Dou de ombros. "É novidade para mim, também. Vai precisar perguntar ao seu filho."

Ele ergue o copo de uísque e sorri. "Nossos planos ainda serão determinados." Ele circula o pulso, tilintando os cubos congelados. "Há tantas variáveis."

O ar é gélido, não só com suas palavras, mas também o tom demasiado calmo. O frio cai sobre a sala, deixando um rastro de arrepios na minha pele.

"Belo vestido." diz Bryce, vindo atrás de mim e beijando minha bochecha.

"Uma excursão não planejada," Suzanna diz entusiasmada. "Soa como uma grande ideia. Apenas não fique muito levado. Lembre-se que tem que estar de volta a tempo para se preparar para a festa. Os convidados chegarão às seis."

A sala fica em silêncio quando Alton entra.

Balançando a cabeça, ele sorri. "Agora, isso é o que gosto de ver. Todo mundo no lugar..." Seus olhos se estreitam quando olha para o lugar vazio. "Onde está Chelsea?"

"Alexandria?" Bryce diz.

Um nó se forma em meu estômago e minha boca seca. Meu volume é quase inaudível. "Não posso fazer isso."

Os olhos de todos estão em mim: Alton e Suzanna questionando e o de Bryce como um aviso.

"Acho que pode." Sua resposta também é suave.

Viro para ele, lutando contra as lágrimas. "Não. Eu não posso."

"O que é?" Pergunta Suzanna com preocupação genuína na voz.

Os olhos de Bryce estreitam.

Balanço a cabeça e viro para Suzanna, falando mais alto. "Eu tentei, realmente tentei, mas se tiver que enfrentar meus colegas da academia e da sociedade de Savannah, amanhã à noite, não posso fazê-lo com aquela prostituta a reboque." A palavra machuca meu coração. Sou grata por ela não poder me ouvir.

"Alexandria!" Suzanna grita.

Viro para Alton quando ele senta. "Imagine como minha mãe se sentiria ao dividir o palco com você e uma puta que está enroscando bem debaixo do seu nariz."

"Isto não é sobre sua mãe ou eu..." À medida que sua desculpa esfarrapada sai, há algo na expressão de Suzanna, que confirma as acusações de Pat.

"Ou será que é?" Pergunto.

"Estamos perdendo o foco," Bryce interrompe. "Alexandria desenhou uma linha na areia. Chelsea fica, mas não publicamente. É decisão de Alexandria."

"Eu não gosto," diz Suzanna. "Chelsea precisa trabalhar em Montague e enfrentar as pessoas de Savannah. Se a esnobar, estará condenando-a ao ridículo."

"E se abraçá-la," respondo. "Estou me condenando. Não será evidente, mas você sabe que será assim."

Alton levanta a mão quando os empregados chegam com as saladas. "Isso é o suficiente." Ele vira para a jovem. "Leve o jantar para o quarto da senhorita Moore. Aparentemente, ela não se juntará a nós."

"Senhor?" Pergunta a menina, olhando em minha direção.

"Eu já pedi. Deixei a equipe saber que ela comerá no quarto num futuro previsível."

"Isso não é necessário," diz Suzanna em defesa de Chelsea. "Se não a quer aqui, ela voltará para Carmichael Hall."

"Não."

"Por que não?" Pergunta Suzanna. "Pelo menos lá, ela não será forçada a enfrentar sua animosidade."

Viro para Bryce.

Com uma expressão doce de satisfação enfeitando seus lábios, ele levanta a taça. "Mãe, acho uma excelente ideia."

Os nós em meu estômago se multiplicaram.

"Tudo bem," Alton diz com desdém. "Depois da festa. Isso é muito drama. Tive o suficiente. Sem mais discussão sobre a senhorita Moore."

Depois da festa. Graças a Deus.

Meu barco de esperança não está além do reparo.

Curso após curso o jantar decorre. A conversa foi sem importância e incontroversa. Tentei trazer à tona o assunto da reunião mais cedo no escritório de Alton, mas cada tentativa teve respostas monossilábicas.

"Realmente, Alexandria, pode estar na faculdade de direito, mas muitas coisas estão acima de você. Deixe os homens se preocuparem com elas. É por isso que está se casando. Para se concentrar em coisas de senhoras."

É o sexismo polvilhado de negatividade que eu vivi a maior parte da vida. Não importa se vou me formar com honras. Sou do sexo feminino e, obviamente, não brilhante o suficiente para reconhecer transações ilegais quando as vejo. Cada minuto que passa queima outro pedaço da minha alma. Não quero nada mais que acabar com a farsa da família e fazer meu caminho de volta para o refúgio do meu quarto.

Fechaduras podem não manter Bryce fora, mas tenho um plano. Pedi a Jane para se juntar a mim para um filme.

Quando o jantar termina e Alton para, limpo os lábios e coloco o guardanapo ao lado do prato. Afasto a cadeira da mesa e a pergunta de Bryce me para.

"Que tal um passeio, Alexandria?"

Meu pulso acelera em aviso, mas não posso permitir que sua atenção volte para Chelsea. "Soa maravilhoso." Meu sorriso é enorme. "Mas talvez outra noite. Estou exausta. Podemos ficar algum tempo na sala de estar?" A vista de Alton, Suzanna, e os funcionários.

Seus lábios finos se curvam. "Querida, tenho certeza que pode encontrar energia. Afinal, tinha energia esta tarde. Certamente tem tempo para mim, seu noivo? Ou gostaria de nos contar tudo sobre sua tarde?"

Meus seios pressionam contra o forro de cetim do meu vestido. O corpete apertado restringe minha capacidade de respirar fundo quando uma sensação espinhosa corta minha espinha. "Claro que tenho energia para você. Eu... eu amo andar. Talvez até o lago?" pergunto, esperando o retorno da minha de infância.

"Estava pensando na floresta."

Que diabos?

"Bobagem," Suzanna interrompe. "Está escuro. Vocês têm um grande dia amanhã."

"Mãe, não somos crianças."

"Você não é, mas antes de ir se aventurar por aí acho que nós quatro temos coisas que precisamos discutir antes de amanhã."

"Tais como?" Tomo a isca, com esperança de distrai-lo.

"Ao falar com Gwen no início desta tarde, percebi que haverá suspeitas e dúvidas. Precisam ajustar suas histórias."

Balanço a cabeça.

"Vocês três terão que lidar com isso", Alton diz com desdém. "Tenho assuntos urgentes."

Ninguém refuta a alegação de Alton. Segundos depois ele vai embora deixando nós três.

"Agora," Suzanna continua. "com esta mudança abrupta em relação Chelsea, precisamos decid..."

"Não há nada para decidir," Bryce diz. "Alexandria está acabando por sua convicção." Ele levanta, dando-me a esperança de que fosse se juntar a Alton.

"Bem, sim," Suzanna diz ao virar para mim. "mas, querida, não pode dizer isso aos outros. Não pode usar a palavra com ‘v’."

Em vez de sair, Bryce senta na cadeira ao meu lado e espalma a mão sobre minha coxa. Seus olhos arregalam de excitação. "Alexandria?"

Os nós dentro do meu estômago se agitam com o pouco de comida que consegui engolir. Ao mesmo tempo, minha pele se reveste de suor à pressão crescente da mão de Bryce. Meus dentes cerram quando a dor aumenta.

"Suzanna," Luto para impedir minha expressão de exibir o que está acontecendo. "Não sei se posso. É a verdade. Há muitas mentiras para lembrar. Simplesmente não pode adicionar outra."

As pontas dos dedos de Bryce continuam a apertar, pressionando o material do meu vestido na pele, perto da rótula.

"A verdade?" Pergunto. "Quer dizer a história que dirá a qualquer um que perguntar? Talvez possa lembrar-nos?"

A sala escurece, mas obedientemente viro para meu noivo, implorando com os meus olhos para ele parar a pressão. Seguro a mesa, mas não posso aliviar a força. Minha voz falha. "Bryce?"

"Estamos esperando."

Não posso me afastar, não sem chamar a atenção para suas ações. Engulo a dor. "Que história? Quer dizer a verdade que ela é uma prostituta?"

"A quem você vai dizer?" A pergunta vem sem nenhuma outra razão do que me fazer falar, para me fazer recitar seu veneno na frente da mãe.

Suzanna vai embora. Não na realidade, mas na minha visão angustiada. A forma como seus dedos estão mais perto da minha rótula envia solavancos excruciantes da dor através de toda a perna. Agarro sua mão, mas cada ação só aumenta a pressão e, ao mesmo tempo, sua expressão permanece curiosa e fascinada. Certamente ele não iria deslocar meu joelho... Eu quero acreditar.

Lembro-me da história que fui alimentada, mas nunca repeti.

Deixando de lado sua mão, movo meu braço, visível para os olhos e concentro-me nele. Minha voz sobe acima do sangue correndo em minhas orelhas. "Vou dizer a todos que sempre te amei. Que tentei lutar contra. Enquanto na Califórnia pensei que tivesse desistido de mim. Não sabia que Chelsea estava interceptando nossas mensagens, mentindo para mim..."

Pisco com alívio quando a pressão diminui um pouco.

"Continue."

"... não foi até que voltei para a minha mãe e vi Chelsea com você que percebi."

"O quê?" Ele pergunta.

"Que estamos destinados a ficar juntos. Que fui enganada por uma prostituta cavadora de ouro que fingiu ser minha amiga."

Meus olhos fecham e suspiro quando ele suaviza o toque. Não mais forte, sua mão se move para cima, mais alto na minha coxa. Por apenas um momento, o alívio domina a realidade. Minha mão cai na sua, parando o progresso.

O olhar de Bryce estreita em advertência antes de virar em direção a sua mãe. "Existe algo que quer discutir ou podemos dar uma caminhada?"

A sala inteira vem em foco.

Umidade brilha nos olhos da Suzanna quando ela junta as mãos perto do coração. "Oh, oh. Não sabe como estou feliz... não achei que... estava preocupada..." Ela levanta e corre para nosso lado da mesa, o movimento dela me libertando da mão errante de Bryce.

Atirando-se em mim, Suzanna me envolve num abraço. "Isso vai funcionar. Irá. Estou tão feliz em saber que concorda. Espere até que dizer ao seu pai."

A cadeira de Bryce se move. "Ela concorda." Ele estende a mão. "Alexandria, meu amor, nossa caminhada nos espera."

 

 

 

CAPITULO 36

 

 

 

Como pode Bryce vomitar ódio, coisas que ameaçam num minuto e ser suave e afável no próximo? Cada palavra que pronuncia me deixa na borda do assento figurativo, com medo de cair.

Colocando minha mão na sua, fico em pé, em busca de uma saída. Volto-me para sua mãe. "Suzanna?"

Os dedos de Bryce, em volta da minha mão, apertam mais e mais.

"Sim?" ela responde.

"Tenha uma boa noite."

"Obrigado querida. Estou mais do que satisfeita com a sua mudança de atitude."

Finjo um sorriso. "Pode agradecer ao seu filho por me mostrar a luz."

Suas bochechas sobem mais, o sorriso brilhante irradiando verdadeiro apreço para Bryce.

Ela realmente criou um psicopata sem saber?

"Vocês se divirtam."

Puxando-me para perto, Bryce segura minha mão enquanto circula o outro braço na minha cintura. "Oh, nós vamos, mãe. Ok, querida?"

Em poucos dias vim a abominar o termo carinhoso. A maneira como ele diz é como uma advertência e ameaça enrolada numa fina camada de elogios. A mistura venenosa parece benigna.

Logo estamos nas portas de trás, as portas francesas que dão para o pátio de pedra calcária. Uma vez fora sob o céu estrelado, Bryce faz uma pausa e olha a mansão. "Não sei se lembra," ele começa. "mas perguntei alguns meses atrás por que você não gostaria de viver aqui e eu lhe disse que eu faria." Ele me puxa para seu lado. "E agora vou. Basta imaginar, um dia serão nossos filhos correndo nesses gramados, como nós fazíamos."

Tremo quando o ar frio de outono cai sobre nós.

"Está com frio?"

"Acho que deveria ter pego um suéter."

Com seu braço ainda em mim, Bryce corre a outra mão para cima e para baixo no meu braço. Quando toca a área que segurou no início do dia, involuntariamente me encolho.

"Não faça isso."

"O quê?" Pergunto. "Não é minha culpa que meu braço está doendo."

Vamos até a borda da escada, acima do gramado com o lago à distância. Ele me vira, propositadamente apertando meus braços. "Agora. Quero te ouvir dizer."

Bile começa a ferver no meu estômago, fervendo mais e mais a cada segundo como minha temperatura interna subindo.

"O que?"

"Diga Alexandria. Você fez um trabalho tão bom com a mãe. Tenho certeza que não terá problema em falar sobre Chelsea como a prostituta que realmente é. Agora quero ouvi-la admitir que a culpa é dela por seu braço estar doendo."

"Bryce? O que deu em você?"

Ele dá um passo em direção à borda, movendo-nos para o lance de escadas de pedra. "Posso te fazer a mesma pergunta, mas não quero saber a resposta." Ele olha além do gramado. "Alguma vez já pensou sobre o quão alto estamos? A queda até o gramado?"

Tento dar um passo atrás, mas o aperto em meus braços aumenta. "Agora, querida, seu braço?"

Tal como a firmeza de Nessie, o monstro imaginário no lago abaixo, suas palavras e tom apertam meu peito, agarrando meu coração acelerado e esmagando-o contra minhas costelas. Meu queixo se move para cima com seu encorajamento forçado.

"Olhe para mim enquanto fala. Quero ver que está dizendo a verdade."

Engulo em seco, em busca de umidade. Minha língua se lança nos lábios ressecados quando formo minha resposta. "Meu braço... não deveria ter interferido entre você e Chelsea."

"Não, não use o nome dela. Diga o que ela é."

Pisco as lágrimas. "Bryce?"

Ele olha para meu corpete, lembrando-me da agonia que infligiu ao meu mamilo. Com um sorriso doentio, seus olhos encontram os meus. "Tente novamente."

As palavras machucam meu coração, apertando-o, como se fossem uma faca, cortando não só a mim, mas também Chelsea. "Uma puta."

Aplicando mais pressão em meu queixo, ele murmura, "Querida, isso será muito melhor se aprender quando falar e o que dizer. Ela não é apenas qualquer prostituta: ela é minha. Comece de novo e diga a coisa certa."

Bastardo doente.

"Não deveria ter ficado entre você e sua puta."

"Continue."

Não tenho certeza de onde ir.

"Reivindique a responsabilidade e vou aceitar seu pedido de desculpas."

Meu pescoço tencione. Minhas desculpas?

Minha cabeça sobe quando Bryce puxa meu cabelo. "Atitude não é aceitável. Acredito que seu pai lhe disse isso."

"Eu não fiz nada."

Ele solta meu queixo e cabelo e, em seguida, delicadamente enxuga uma lágrima na minha bochecha. "Não chore, querida, você vai pegar o jeito disto. Afinal, é a única aceita em Stanford e Columbia."

"Bryce, não quero que sejamos isso. Eu não... você está me assustando."

Ele levanta minha mão e leva meus dedos aos lábios. "Depois do que fez hoje, você merece ter medo, não acha?"

Ainda não admiti nada.

"Bryce, sei o que pensa, mas não é verdade. Se estivesse com Len..." Rapidamente lembro-me de não dizer seu nome. "Se estivesse com ele... pense nisso. Acha que eu voltaria aqui?"

"Eu estava com Pat. Fomos ver minha mãe. Eu não assinei. Eles me conhecem agora. Não sei por que disseram que não fui lá, exceto que a mudança pode ser falsa."

"O vestido?"

"Não posso explicar. Talvez haja algo estranho com as câmeras. Lembra o vestido que se tornou viral há alguns anos? Algumas pessoas viram uma cor, enquanto outros viram outra." Dou um passo para longe da escada. "Não correria o risco de Alton ou você," acrescento. "ficarem chateados. E agora..." Meu peito dói. "... Meu Deus, com Chelsea, eu não faria."

Seus dedos cobrem meus lábios. "Não é um nome."

Fecho os olhos, permitindo que meus cílios encostem-se ao meu rosto enquanto tento resolver o caos dentro de mim. "Sua prostituta." Suspiro. "Não importa por que você acha disso, ela não é. Ela é minha amiga."

Tomando minha mão, ele nos guia novamente para as escadas, desta vez, descendo passo a passo. "Esse é um dos problemas com a Califórnia. Savannah tem melhores amigos de qualidade. Depois de amanhã à noite, você e eu conviveremos com Millie e Ian, Jess e Justin e Leslie e Hamilton. Eles nunca pensarão muito da minha puta."

Cada vez que ele diz, como se refere a ela, minha pele arde e estômago torce.

"É claro," ele continua. "vai precisar confirmar todas as suspeitas. A história que disse à minha mãe será boa. Tenho certeza de que, depois de amanhã à noite, terá que manter distância."

Chegamos à passagem inferior. Com as luzes da mansão atrás de nós, o gramado brilhar. A umidade é uma combinação dos efeitos colaterais dos sprinklers e uma fina camada de orvalho que começou a se formar.

Pequenas lascas de luar iluminam o lago e campos além dos gramados.

Olho meus pés e os sapatos de salto. "Realmente não estou com os sapatos certos."

"então os tire."

Enquanto considero a opção, uma brisa vem sobre os campos e lago. Pequenas ondas brilham na prata enquanto as folhas sussurram. Envolvo os braços em minha cintura.

"Estou com frio."

Num acesso de raiva, Bryce tira o paletó e coloca sobre meus ombros. Meus olhos ardem ao sentir o cheiro de sua colônia desconhecido. Anseio o perfume amadeirado de Nox ou mesmo a fórmula secreta e divina de Patrick.

"Agora tire os sapatos. Nós vamos caminhar."

Tremendo sob o paletó, pergunto, "Por quê? Qual é seu objetivo final?"

"Meu objetivo final? Meu objetivo final é ensinar-lhe uma lição, uma sobre honestidade e respeito."

"Por favor, eu entendo. Eu faço. Não preciso andar através da grama molhada para provar isso. O que quer?"

"Em primeiro lugar, caminhar no campo molhado não é o plano." Ele olha em direção ao lago e então para o horizonte. "Tenho certeza que podemos chegar longe o suficiente da mansão para ninguém te ver fazendo este papel." Ele me olha de cima a baixo. "Em segundo lugar, estou cansado de esperar. Se isso significa carrega-la na grama molhada ou pela lama, não me importo."

"Não importa o que diz..." Ele descaradamente estende a mão para meu núcleo, felizmente ainda coberto pelo vestido e calcinha. "... você agora é minha. Isso significa que quando suas pernas se abrirem, será meu pau te fazendo gritar."

Dou um passo cambaleante para trás. "Assim não. Não."

"Como disse, não dou segundas chances." Ele inclina a cabeça. "Mas já que estamos sendo honestos um com o outro e está aderindo sua história desta tarde, então segundas chances não serão um problema. Certo, querida? "Ele segura minha cintura e me puxa, juntando nossos quadris até sua ereção crescendo sob as calças espetar meu estômago.

Tento não endurecer, não mostrar qualquer sinal exterior da repugnância fervendo dentro de mim. Estou numa situação sem saída e cada segundo que passa, meu pânico aumenta.

"Bryce?"

À luz da lua, sua tez assume uma palidez estranha. "Querida, gozarei em você esta noite." A ponta do seu dedo roça meus lábios. "Em sua boca." Seu toque se move. "Nos seus peitos." Sua mão vai em direção ao meu núcleo. "Ou dentro da sua boceta, não me importo. Vai acontecer."

Minha respiração vem rápida enquanto pânico me domina. "Por quê?"

Ele esfrega-se contra mim. "Precisa perguntar? Você me pediu para 'descontar em você'. Seu desejo é uma ordem, querida." Ele alcança novamente meu lado. "Lá, nas quadras de tênis... Eu vou tê-la."

Meus pés escorregam na grama molhada. "Eu não quero isso."

Ele para, a voz novamente fria. "Errado. Você quer. Diga isso."

Engulo em seco. "Por favor, Bryce".

Seu sorriso rompe a frieza. "Ok. Implorar é aceitável. Agora, diga que quer que eu te leve. Não, diga que quer que eu te foda. Vamos querida. Não, já sei! Diga que quer me foder e vai fazê-lo melhor do que minha puta."

Não posso processar. As palavras estão longe de serem encontradas. Junto ao ar. Aonde vou? Tento inalar enquanto seus dedos torcem meu cabelo. Meu corpo inteiro enrijece.

"Alex! Alex!"

Bryce e eu viramos. Como uma válvula de escape, a tensão foge de meus músculos enquanto tropeço para trás e tomo uma respiração irregular. Cy acena em nossa direção com Patrick.

"Foda-se!" diz Bryce com os dentes cerrados. Sua maldição é mais alta do que um murmúrio, mas não o suficiente para qualquer um além de eu ouvir. Estamos muito longe.

"Pat! Cy!" Grito para eles.

Colocando a mão no peito de Bryce, o seguro a centímetros de distância. "Por favor, Bryce, me desculpe se está chateado. Banquei a noiva perfeita no jantar. É sua vez. Seja agradável com Pat."

Ele zomba. "Eu me lembro desta mesma fala anos atrás."

"Vocês dois..." Dou de ombros. "... nunca se aturaram."

"Bem, obviamente temos gostos diferentes."

"Cyrus é um homem muito bom. Ele cuida de Patrick e é bom para ele."A o contrário de você esta noite. "Não é isso o importante?"

Quando viro em direção aos degraus, Bryce pega minha mão e me puxa de volta para ele. "Isso ainda não acabou. A única coisa positiva sobre esta interrupção é que vou ouvir sua história novamente. Podemos considerar este um desempenho de treino para amanhã à noite. Lembre-se: não use o nome dela e ela não é qualquer prostituta, ela é minha. Quero ouvir cada palavra."

"Eu... Bryce, Pat a conhece, sabe dela."

Quando voltamos, as luzes do pátio iluminam seus lábios, mostrando o sorriso. "Muito melhor." Bryce se inclina para beijar minha bochecha. "Não me importo. Serei o único a desfrutar do show." Ele puxa minha mão mais uma vez. "Faça um bom trabalho. Se não fizer, não será a única a enfrentar as consequências."

Não respondo. Em vez disso, corro em direção à escada e subo os degraus até que estar nos braços de Pat.

"Problemas?" Ele sussurra.

Não posso responder com Bryce segundos atrás de mim. Em vez disso, balanço a cabeça e estendo a mão para Cy. Seus braços ficam nos meus ombros.

"Faz um tempo." Ele sussurra. Beija minha bochecha e acrescenta mais alto, "Bonito lugar tem aqui."

"Obrigada." Quero dizer que prefiro o apartamento de Nox ou o seu. Tem tantas coisas que quero dizer. Em vez disso, viro para Bryce. "Posso apresentar meu noivo, Edward Bryce Carmichael Spencer?"

Pat sorri "Tem certeza de que não há outro nome aí? Lembro-me de algum Foster ser chamado na academia."

Cy estende a mão. "Sou Cyrus Perry, mas Cy está bom."

Bryce aperta sua mão, ignorando Pat. "Edward ou Bryce. Prazer em conhecê-lo."

Acho que nunca notei o quanto Pat e Bryce realmente não gostam um do outro. Nesse momento, não dou a mínima. Estou muito feliz que mais uma vez meu primo salvou o dia.

"Posso mostrar o lugar?" Pergunto. "Ou que tal uma bebida? Alton tem uma extensa seleção de bebidas na casa."

"Oh menina," diz Pat. "você nos ganhou!"

Andei ao lado de Pat enquanto Cy fala com Bryce.

Logo estamos na sala de estar, Bryce colado ao meu lado, atento e tocante. Demora alguns minutos e um dedo ou dois de melhor uísque de Alton, mas logo Bryce presta menos atenção em mim e fala muito mais de negócios, empresas e bancos, eu não ligo para que falem sobre o tempo desde que mantenha Bryce ocupado.

"Que tal me mostrar ao redor?" Pergunta Pat.

Como um cão de caça, Bryce olha na minha direção, apoiando os dedos em meu joelho. Afastando-se de Cy, ele diz: "Sério?" É a primeira coisa direta que Bryce diz a Pat. "Tenho certeza que sabe o caminho."

Pat dá de ombros. "Faz um tempo." Ele pisca para mim. "As coisas mudam, né? E não sei dos grandes planos. Quero ouvir sobre a festa e recepção. Mamãe disse que os dois serão aqui."

Cy se inclina para trás. "Isso soa fascinante."

Bryce sorri. "As meninas serão meninas."

Idiota.

Em vez de tomar a ofensa, Pat levanta e pega minha mão. "Diga-me, planeja utilizar o pátio? Sempre amei a vista..."

Cy engole mais uísque. "Então, Edward, quanto acha que vai demorar para que aconteça?"

Bryce se volta para Cy. "A distribuição é a chave..."

Suspiro enquanto eles continuam conversando e Pat e eu seguimos em direção ao pátio. Uma vez fora, ele diz: "Quando te vi pela primeira vez... você não respondeu... aconteceu algo?"

Viro para o lago. "É uma visão bonita."

"Priminha?"

Seguro as lágrimas e balanço a cabeça. "Tanta coisa... eu não posso. Se o fizer, as lágrimas nunca vão parar."

Seus olhos castanhos se estreitam. "Você está bem?" Suas perguntas são baixas o suficiente apenas para eu ouvir.

"Eu acho, mas o tempo dirá."

"Alexandria."

Pat e eu viramos quando Bryce aparece na porta francesa.

"Entre, querida. Não quero que fique com frio."

Noto a expressão de Patrick, mas não respondo meu primo. Viro para Bryce.

Ele beija minha bochecha. "Boa menina."

Uma vez que estamos de volta para dentro, Bryce volta para onde estava sentado. Inclinando-se para trás, ele diz: "Cyrus e eu queremos mais bebidas. Por que não conseguir para nós, querida?"

A mandíbula de Patrick cerra. "Deixe-me ajudá-la."

Engulo... Mordo o interior do lábio... Estou fazendo tudo para impedir as lágrimas de cair.

"Na estrada... amanhã?" Pat sussurra.

Pisco.

"Sua mãe ficará bem," ele fala perto da minha orelha. "Isso tem que funcionar."

Ele fica de costas para os outros e diz: "Faça isso."

"Sim." É tudo o que posso dizer antes de sair e levar a garrafa para Cy e Bryce.

 

 

 


CAPITULO 37

 

 


"Se você não matá-lo, eu vou." Pat disse.

Eu andava de um lado para o outro na suíte do meu hotel, segurando meu telefone em um aperto de morte. "Você a viu de novo?"

"Sim. Cy e eu fomos para a mansão. Nós vimos e falamos com ela, se você pode chamar de conversa assim?"

"O burro era onipresente. Eu até me recusei a sair até que Alex retirou-se para seu quarto. Eu dei desculpas esfarrapadas sempre que idiota deu a entender que devíamos ir embora. Uma vez que ela se desculpou que ela tinha feito planos com Jane para uma noite de cinema, então eu não iria sair até que o carro de Spence saísse de lá."

Eu balancei a cabeça e caminhei novamente até a janela e de volta. Eu faria um buraco maldito neste carpete se eu não sair daqui em breve. Invadir a porra do castelo é o que eu queria fazer. Isso é o que meu intestino, ou era meu coração, queria que eu fizesse.

Inferno, há seis meses a maldita coisa tinha sido um buraco negro no meu peito, duro e insensível. Charli tinha feito isso comigo, me fez sentir, me fez amar, e agora ela estava quebrando meu coração. Ele estava quebrando, pensando nela com ele.

"Foda-se!" Eu disse. "Vinte e quatro horas. Ela só precisa aguentar isso por mais um dia."

Patrick suspirou. "Pelo menos a temos durante a noite. Eu não sei o que aconteceu entre esta tarde e agora, mas algo aconteceu. Ela não podia dizer, mas eu senti."

O céu sobre Savannah escureceu. No reflexo da janela vi a minha imagem... Penso que era eu. A veia agitada na minha testa, os tendões latejando no meu pescoço, e minha mandíbula apertada estava mais pronunciada do que o normal. Meus pobres dentes não durariam muito mais se eu os apertasse mais forte.

"O que você quer dizer? Você acha que eles descobriram sobre nós, sobre esta tarde?"

Foi esta tarde ou ontem? Procurei um relógio. O tempo não se movia.

"Se Spence soubesse," Patrick disse. "ele não demonstrou, nem para mim e nem para Cy. Ele estava carinhosamente pegajoso e cheio de carícias doces. Foi nauseante."

"Eu vou matá-lo."

"Ela... não era como se ela apreciasse sua atenção. Quero dizer, ela usava o sorriso Montague, mas eu a conheço, ela parecia... por falta de uma palavra melhor... assustada. Cy e eu conversamos sobre isso. Eu gostaria de poder te dar outra avaliação, mas é isso que eu tenho."

"Assustada? O que você acha que é? Você acha que aquele idiota a ameaçaria?"

"Eu não negaria nada sobre isso."

A ideia me fez cerrar meus punhos. Eu mostraria para aquele filho da puta o que é sentir medo. Afinal, Charli era a mulher mais forte que eu conhecia. Eu não podia permitir que esses pensamentos ficassem comigo. Se eu fizesse, eu bateria algo, uma parede? Uma porta? Eu não me importava.

Patrick continuou. "Mesmo na academia, ele tinha um ar narcisista, mas agora... com sua coroação para os Montagues reais na mão, há algo mais... arrogância egoísta. Tenho a sensação de que ele está sentindo invencível."

Não haveria morte rápida para esse filho da puta.

Minha Charli merecia ser adorada. As únicas coisas que devem assustá-la é um dos livros que ela gosta de ler ou se ela vai conseguir percorrer toda a cidade a tempo para as aulas. Nunca em sua própria casa, nunca em sua vida, ela deve sentir o medo real.

Patrick e eu sabíamos que Spencer estava usando Charli por poder e status social. O que tornou pior foi que ele estava fazendo isso com a benção de seu padrasto. Ela tinha razão. Ele era o diabo, e o diabo estava vendendo-a para o seu próprio futuro.

Agora que nós estivemos à vontade, tudo faz sentido. Foi o codicilo, pois sem casamento de Spencer e Charli, Alton Fitzgerald poderia perder tudo. Foi a informação que Adelaide tinha buscado recentemente com a ajuda de Stephen Crawford. Depois de quase 20 anos ela finalmente encontrou uma saída.

Infelizmente, Fitzgerald soube que ela havia descoberto. De acordo com o contato de Oren na Hamilton e Porter, Ralph Porter contatou Alton Fitzgerald... Disse-lhe sobre a descoberta de sua esposa. O advogado era outro nome na minha lista que estava crescendo a cada dia... A cada maldita hora.

O que aconteceu depois foi sabotagem sistemática. Fitzgerald levou Adelaide ao fracasso... O médico supervisionando suas informações médicas encontrou um teste de metais, realizado pelo médico de cuidados primários de Adelaide, há quase dois meses. Ele tinha testado para o mercúrio, arsênio, cádmio e cromo.

Embora os resultados fossem negativos, o que se destacou ao nosso médico foi que o médico de Fitzgerald era suspeito. Ela pediu um teste de folículo piloso. Ela mostra todo o uso de drogas, incluindo o álcool nos últimos noventa dias. Isaac garantiu a amostra de um dia atrás, depois de visitar o seu ‘pai’.

Os resultados devem estar disponíveis em breve. Sua esperança é ver exatamente quais drogas foram inseridas no sistema de Adelaide e a quantidade. Tanto quanto publicamente, nós todos acreditamos a questão desta doença era tornar Adelaide Fitzgerald incapaz. Sob a influência de tudo o que estava em seu sistema, seu comportamento tornou-se errático, ela facilmente descartou as acusações. Eventualmente os produtos químicos em seu sistema tornaram-se demasiado para seu corpo frágil lidar.

Foi um jogo desesperado, mas Alton Fitzgerald estava desesperado. Ele precisava do casamento de Charli com Spencer. Ele precisava que as estipulações iniciais da vontade velhas Montague entrassem em vigor, para que ninguém olhasse para o codicilo. Se por algum motivo ele fosse trazido à luz, a vida que Alton Fitzgerald tinha desfrutado teria chegado a um fim desastroso.

O fim da chamada de Patrick ficou em silêncio. Ele estava falando sobre amanhã... ou hoje. Onde diabos estava o relógio? Eu tinha perdido alguma coisa.

"E Cy tem um bom plano?" Perguntei.

"Para Alex, ele tem. Ele disse que sairá antes para organizar tudo."

"Você viu qualquer outra pessoa enquanto estava na mansão?"

"A equipe, mas Spence os dispensou. Feliz por ter Alex esperando por ele."

"Você está tentando me fazer cometer assassinato? Porque eu estou pronto."

"Cara, eu quero que você fique tão chateado quanto eu."

"E a Chelsea?" Perguntei.

"Eu a vi no restaurante esta tarde. Ela parecia bem, não feliz, mas bem. Eu não a vi esta noite. Talvez ela não estivesse lá."

Talvez ainda não fosse meia-noite. Por que diabos o relógio não se move?

"Isaac esteve observando," eu disse. "Segundo ele, ela foi levada de volta para Montague Manor. E não saiu. Ele tem vigiado a entrada."

Pat zombou. "Então eu não precisava deixar você saber que eu estava lá?"

"Você não precisava, mas se você não tivesse chamado, eu teria chamado você."

"Eu assegurei a Alex que você tinha trabalhado para pegar sua mãe. Diga-me que eu não menti para ela."

Eu balancei a cabeça. "Você não mentiu. Está previsto para acontecer durante a festa. Não queremos ativar nenhum alarme antes. Uma vez que os convidados começam a chegar, as coisas ficarão caóticas. Isso é para nossa vantagem."

"Você irá pegá-la pessoalmente?"

"Não. Meu pai terá essa honra."

"Seu pai?" Perguntou Pat. "Acho que é isso que as famílias fazem."

Foi a minha vez de zombar. "Bem, isso não é muito longe, mas é complicado. Aparentemente, Oren e Adelaide se conheceram antes. Ele quer ajudar."

"Alex tem bastante apoio. Olhando para ela esta noite, eu acho que ela pode ter esquecido isso. Cara, ela está sofrendo."

"Que porra é essa?!" Meu rosnado ressoou através da suíte.

"Não, não literalmente," Pat tranquilizou. "Ela estava emocionada de nos ver, mas a qualquer hora que ela começava a falar, esse imbecil a parava."

"E ela deixou?" Isso não soa como a minha Charli. "Ela me diria para ir me foder. Na verdade, ela me chamaria de idiota." O pensamento me fez sorrir.

Pat riu. Não era um sorriso real, mas quebrou a tensão.

"Se você ouvir qualquer coisa," eu disse. "... ligue. Eu não dou a mínima sobre que horas são."

"Eu vou. A propósito, eles deram a ela um telefone. Segurei-a quando ela estava com você."

"Será que é um código secreto sobre você ter o número dela?"

"Isso mesmo. Mas eu tenho certeza que é monitorado."

"Eu ficaria decepcionado com esses idiotas se não fosse. Eu não vou ligar, mas eu quero."

"Eu não sei o que isso faria conosco, mas com certeza não seria bom."

Quando desliguei a linha, olhei para o número que eu havia escrito.

Dez dígitos que me deixariam ouvir sua voz.

Dez dígitos que poderiam lhe causar mais problemas. Recusei-me a ser a fonte de mais de sua angústia. Em vez de chamar, eu enviei o número para Deloris e abri meu aplicativo. Deitado na cama, eu vi quando ela se materializou. Não ela, mas o seu ponto azul.

Minhas bochechas subiram. Minha Charli era o ponto azul mais bonito do mundo. Eu li seus números, seu pulso normal me deu esperança de que ela estava a salvo com Jane, dormindo, e pronta para o grande dia que tínhamos esperado.

Eu repassei avaliações de Patrick na minha cabeça.

Assustado.

Receoso.

A cada lembrança, o sono escorregava mais e mais longe. O que Edward Spencer tinha feito? O que ele havia ameaçado? E por que, com uma casa cheia de funcionários, somente o herdeiro Montague estava lá?

A porra do bastardo queria o poder. Ele queria que os outros a vissem. Eu conhecia seu tipo. Eu desprezava seu tipo. As pessoas que equiparavam o medo ao poder eram valentões no verdadeiro sentido da palavra. Só porque a minha Charli poderia parecer não significava que ela era fraca. Pelo contrário, ele levou a mulher a ser submissa, a ceder e a confiar. Aquela era a mulher que ela era.

Charli estava fodidamente quente quando ela se entregou, de joelhos, o queixo arqueado e os olhos velados quando ela concordou que era um presente, uma oferta para entregar seu corpo e mente, os seus dois ativos mais poderosos. Isso é o que a apresentação era para ser, um presente. Algo dado, algo que não era pedido ou tomado.

Sabendo que ela tinha bom grado confiado em mim com tudo de si, mesmo em Del Mar, mostrou-me a mulher incrível e resistente que ela é.

Eu nunca a tinha forçado. Eu nunca faria. Essa era a diferenciação entre os gostos e os abusos. Um verdadeiro Dominante, o oposto de um Submisso, entendia e respeitava o fato de que o submisso era aquele com o verdadeiro poder.

Desde nosso primeiro encontro, a primeira vez que seus olhos dourados encontraram os meus, eu nunca duvidei que ela estivesse no controle. Fui capturado por seu feitiço.

Era somente o prazer de avermelhar sua pele com a mão, um cinto, ou com os nós de uma corda, nunca foi sobre o poder. A nossa troca de poder era à cerca do prazer dela e meu. Se eu a prendia com cetim ou uma palavra, a antecipação era um afrodisíaco para nós dois. Não foi apenas sobre o seu corpo, mas também sua mente. Com alguém tão inteligente como Charli, a mente era tão poderosa quanto qualquer ligação, e as preliminares eram tão importantes quanto a execução. Com apenas algumas palavras suas coxas iriam brilhar, seus quadris se contorciam, e os mamilos endureceriam.

Charli foi a mulher mais sensível e sexual que eu já conheci.

Isso não era sua única qualidade. Sua sexualidade não definiu seu ser. Minha Charli também é a mais inteligente e mais determinada e, porra, teimosa. Enquanto eu tinha planos para avermelhá-la por isso, era uma característica que assim mesmo eu admirava.

Eu não podia... Não pensar no que ele tinha feito para assustá-la. Em vez disso, eu pensaria sobre o que poderia ser feito para assustá-lo. Os medos prosperaram na fraqueza.

"Tenho notícias para você, Spencer, eu não sou fraco. Eu também sou mais esperto do que você. Você irá cair e quando isso acontecer, você será o único a sofrer."

 


O toque do telefone me puxou do meu sono. Esfreguei meu rosto, tentando me concentrar. Desde que eu ainda estava vestido, eu devo ter caído no sono assistindo o aplicativo da Charli. Estendi a mão para o meu telefone. O nome de Isaac estava na tela.

"O quê?"

"Chefe," Isaac disse. "ela está fora da mansão."

Procurei o relógio. Que horas eram? Quão tarde eu tinha dormido?

"Para onde ela vai?"

Parece Magnolia Woods. Ela não está sozinha.

"Spencer?" Apenas dizer o seu nome acendeu o pavio explosivo da minha pressão arterial.

"Não é o que você pensa. Ela está com a Sra. Spencer."

A mãe dele? "O que te faz você pensar que elas estão indo para Magnolia Woods? As últimas vezes que elas saíram, elas foram fazer excursões do planejamento do casamento."

"O número que você nos enviou ontem à noite? A Sra. Witt o acessou. Ela tem ouvido todos os telefonemas de Collins. Spencer ligou para ela mais cedo esta manhã. A Sra. Witt ouviu para aonde elas iriam."

Eu balancei a cabeça. "Vou para o quarto de Deloris. Vamos manter um olho nas atualizações. Ligue se algo mudar."

"Sim, senhor."

Quinze minutos depois, de banho tomado e com roupas limpas, eu estava na suíte de Deloris, bebendo café e assistindo à alimentação rotativa do Magnolia Woods. O mundo além de suas cortinas fechadas estava vivo com o amanhecer do sábado de manhã. Visitantes e moradores caminhavam pelas ruas, prosseguindo com suas vidas como se não houvesse outros no equilíbrio.

Eu esperei. Quando Deloris não disse nada, eu perguntei: "Como é que ela parece?"

Eu esperei. Quando Deloris não ofereceu, eu perguntei: "Como ela pareceu?"

Olhando do computador, Deloris sorriu.

"Eu sei," eu admiti. "Eu pareço uma buceta."

"Não Lennox, você parece preocupado. Você soa como um homem que está preocupado com a mulher que ama. Enquanto eu sinto muito por vocês dois passarem por isso, eu estou feliz que vocês dois tenham percebido quão especial seu relacionamento é."

"Às vezes eu penso sobre Jo." Não havia muitas pessoas com quem eu teria essa conversa. Só duas. Deloris era um delas. "Eu penso em como eu não sabia... Quão impotente eu era. Eu não quero ser assim com Charli. Eu não vou ser."

"Não é nenhum segredo que eu amei Jocelyn quase como uma filha. Ela era uma bela alma, ingênua. Alex é diferente. Se você tivesse Jocelyn em sua cama ontem e dissesse a ela que você não queria que ela voltasse para sua família, ela teria ficado."

Fechei os olhos, lembrando-me não Jo, mas de Charli na suíte de Patrick. Eu podia sentir a suavidade da sua pele quente, cheirar seu perfume inebriante, e ouvir os ecos de seus gemidos e gemidos.

"Lennox?"

Eu desviei meu olhar da minha quase vazia xícara de café e afastei as imagens. "Eu não acho que é um elogio para Charli."

"Pelo contrário. Alex mantém você em seus dedos do pé. Apesar do que você possa pensar, você não a controla."

Os tendões do meu pescoço se esticam.

"Ouça-me," Deloris continuou. "Ela permite que você a controle. Ela está bem com isso." Ela encolheu os ombros. "Eu poderia até mesmo ir tão longe para dizer que ela gosta disso. Há algumas coisas que eu não quero saber. No entanto, não é o mesmo. O que faz os dois trabalharem é que você continua sendo teimoso."

"Eu?" Eu dei o meu olhar mais inocente. Honestamente, foi um esforço triste. Não havia nada inocente sobre mim.

"Sim. Eu posso ver que o que está acontecendo o machuca, mas está machucando-a também. Se ela não tivesse feito tudo o que podia para salvar sua mãe, Alex nunca teria perdoado a si mesma."

"E se eu não fizer tudo para salvá-la, eu nunca vou me perdoar."

Deloris assentiu. "Esta noite. O plano está pronto."

Terminando meu café, eu coloquei o copo para baixo. "Agora me fale sobre a chamada que você ouviu."

"Eu gravei."

"Que porra é essa? Por que não disse nada?"

"Porque eu não estou confiante de que eu deveria compartilhar."

"Não é sua escolha. Você trabalha para mim, caso você tenha esquecido."

"Lennox, como eu disse, Alex é forte e teimosa. Espere até que você a tenha em seus braços. Espere até que você saiba que ela está segura. Acho que... é melhor você esperar."

"Mostre."

Deloris sacudiu a cabeça. Apertando os lábios, ela digitou em seu teclado. Segundos depois, a gravação começou.

"Sim?"

Meu peito doía. Fazia realmente apenas um dia desde que eu a segurei em meus braços?

"Sim?" A voz presunçosa de Spencer ressoou. "Tente de novo, querida. Tenho certeza de que a tela lhe disse quem estava chamando."

Que porra era essa?

"Bryce, eu só acordei. Eu não li a tela."

"Então você está bem descansada."

“Na verdade, não. Eu não dormi bem."

"Essa não é minha preocupação. Sua preocupação é colocar aquele sorriso deslumbrante em seu rosto. Você acha que você pode fazer isso?"

"Eu vou trabalhar nisso."

"Seja rápida. Mamãe estará aí em breve."

"Por quê?" Perguntou Charli.

"Eu acho que a apreciação deve ser a sua resposta. Gratidão. Onde estão suas maneiras?"

Mas que porra é essa? Eu fiquei incapaz de ouvir e me sentar. Meus olhos se encontraram os de Deloris. Seus lábios pressionaram mais apertados juntos. "Lennox, você já ouviu o suficiente"

Eu levantei minha mão, silenciando-a. Charli já estava falando.

"... agradecida por?"

"Eu estou concordando com seu pedido de visitar sua mãe. Isso é o que fazemos. Nós vamos nos casar. Queremos o outro feliz, certo?"

"Então eu vou para Magnolia Woods?"

"Minha mãe vai acompanhá-la. Eu odiaria que nada acontecesse com a visita de hoje. Ela vai ficar com você o tempo todo."

"Obrigada."

"É isso aí, querida. Após sua visita, ela irá te trazer de volta e você pode elaborar a sua gratidão."

"Para Carmichael Hall? Por que não aqui?"

Que diabos? Ela está pedindo para ir para Montague Manor. O que diabos está acontecendo com Carmichael Hall?

"Olha as suas maneiras." Spencer lembrou.

"Obrigado pelo convite, mas preciso preparar-me para a festa."

"Nós temos negócios inacabados. Carmichael Hall é um lugar aonde a porra do seu primo não vai se materializar para atrapalhar nossos planos novamente."

Meu peito apertou. "Que diabos..."

Dessa vez Deloris ergueu a mão.

"Bryce, por favor."

"É simples querida, ou você vem ou eu irei chamar minha prostituta."

Os músculos do meu pescoço se apertaram.

"Talvez ambas? Talvez você gostasse de ver o que acontece quando-"

"Alton disse que ia voltar depois da festa."

"Eu não disse que a traria aqui para ficar, apenas para provar meu ponto. Ela pode retornar. Certamente ela ainda vai ser capaz de andar."

"Pare. Eu estarei lá."

"O que ela disse?" Eu gritei para o computador.

"... Minha boa menina. Certifique-se de contar à minha mãe o quanto você aprecia sua companhia."

"Sim. Preciso me preparar."

"Faça isso. Vejo você em breve. Tenho certeza que você vai gostar dos nossos planos da tarde."

"Adeus, Bryce."

O silêncio encheu a linha.

Os olhos de Deloris encontraram os meus.

Minha mandíbula doía quando eu disse: "Ele precisa sofrer."

"Eu estou pensando nisso..."

 

CAPITULO 38

 

 


"Sra. Fitzgerald."

Minhas pálpebras estavam tão pesadas, tão incrivelmente espessas. Contudo, eu conhecia a voz. Concentrei-me em abri-los. Lentamente, no início, eu permitia apenas uma fenda de luz. Estava lá, o mundo além de meus olhos fechados. Pisquei uma vez

E depois duas vezes.

Luz e paredes azuis. Guarnição branca. Monitores e bips.

Eu pisquei novamente.

"Louvo ao Senhor! Senhora Fitzgerald, você vai abrir os olhos hoje?"

Minhas pálpebras tremularam quando ela apareceu. "J-Jane? É você?"

"Sim, sim! Senhora, eu estou aqui. Estou contigo."

Deixei escapar um longo suspiro e fechei os olhos. Tão cansada.

Jane estava aqui? Por quê? Esta não era a minha casa. Eu não estava na minha suíte.

Essa realidade tinha ficado dolorosamente clara a cada vez que eu despertava nas últimas horas, ou eram dias? Talvez fossem semanas? Quando o tempo perdeu o seu significado?

Eu puxei uma respiração profunda quando senti a minha língua muito áspera, lábios ressecados e descamando. "Eu-eu estou com sede."

Uma palha apareceu em meus lábios.

"Aqui está, Sra. Fitzgerald. Beba."

Eu fiz. Gole após gole. Bebi o líquido fresco, claro, enchendo minha boca, cobrindo a minha língua e revestindo minha garganta. Cada gota era o céu, como a chuva para a ressecada e barrenta Geórgia.

Quando ela o puxou, eu lentamente abri meus olhos. Ela era real. Jane era real. Sua linda pele marrom brilhava, e eu procurei seus olhos conhecedores. Pela primeira vez, no que parecia uma vida inteira, minhas bochechas se ergueram e meus lábios se separaram.

"Você é a visão mais bonita que eu já vi." Eu levantei minha mão pesada, procurando a dela.

Calor envolveu a minha enquanto ela a pegava e apertava. "Senhora, você também é uma boa visão."

Eu balancei a cabeça. "Eu... duvido disso."

A sala além de Jane voltou à vista. Estéril. Essa tinha sido uma das palavras na minha memória recente. "Como? O que aconteceu?" Abaixei a voz. "Jane, eu tomei essas pílulas?"

"Não os que eu levei. Ainda os tenho."

"Então..." Eu tentei me lembrar. "Eu não entendo."

"A Senhora está melhorando, isso é tudo que importa. Você está falando. Espere até que a senhorita Alex a veja."

Meu sorriso desapareceu. Senhorita Alex, minha filha. Eu sonhava com ela, mas não era real. Eu não conseguia me lembrar de quanto tempo fazia desde que eu a vi. Então, novamente, minhas memórias estavam distorcidas, distantes, fora de alcance.

"Talvez um dia. Alexandria está ocupada com sua vida."

"Não, Sra. Fitzgerald. Ela esteve aqui todos os dias. Ela está tomando conta de você. Ela é a única que esteve coordenando as suas enfermeiras."

"Eu... achei que era um sonho."

"Não é um sonho, é real." Jane apertou minha mão.

Meu coração saltou e os bips das máquinas criaram um ritmo uniforme. Tentei pensar. Se Alexandria realmente estivesse comigo, Oren poderia ter vindo também? "Quem mais, Jane? Quem mais veio me ver?"

Jane encolheu os ombros. "Eu não sei exatamente. O Sr. Fitzgerald e o Sr. Spencer, eles vêm com a Srta. Alex... Senhora, sua cabeça... está doendo?"

Eu avaliei minha cabeça. "Não, não." Espremendo meus olhos, eu perguntei, "Por que Alexandria estaria aqui com o Spencer?"

"Eles... bem, eles noivaram. Há uma grande festa hoje à noite na mansão para anunciar oficialmente."

"O quê? Por quê? O que aconteceu com Lennox?"

"Seu namorado de Nova York?" Jane sacudiu a cabeça. "Ela voltou. Ela está fazendo o que precisa fazer."

Tentei levantar meu braço. "Jane, me ajude a sentar-me." Meu braço direito estava ligado a uma rede de tubos. Havia apenas duas agulhas, mas cada uma em um braço. Eu puxei novamente. "Eu quero sair daqui. Preciso ver minha filha, preciso falar com ela."

Ela estendeu a mão para o botão e me sentei. "Eu estava com ela ontem à noite. Ela pode não ser capaz de estar aqui hoje. Ela tem essa festa, mas, senhora, ela vai fazer o seu melhor para vir domingo."

"Domingo? Que dia é... tentar? O que você quer dizer?"

"Sr. Spencer... ele-"

Não. Eu não podia deixá-la fazer isso. Eu puxei com mais força. As agulhas puxaram a minha pele e puxaram a fita. "Jane tire isso. Preciso falar com ela. Ela não pode..." Eu puxei com mais força. "Isso não precisa..."

Os alarmes soavam.

Bip! Bip!

Sirenes soaram e luzes piscavam, os seus ecos e cintilações enchendo a sala.

"O que está acontecendo?" Perguntou Jane quando a porta se abriu. Ela saltou para perto da parede quando algumas pessoas correram para o pequeno espaço, gritando ordens.

"Senhora, saia."

"A senhorita Collins disse... Senhora..."

Um homem de uniforme empurrou Jane para trás enquanto outros correram para os meus monitores.

"Por favor, deixe-a ficar!"

Os grandes olhos castanhos de Jane se abriram mais largamente quando a afastaram.

"Espere! Jane, diga Alexandria..."

Uma mulher puxou a minha IV. Virei-me a tempo de vê-la inserir uma seringa.

"Por favor, não. Eu quero isso fora. Jane..."

As vozes desapareceram... O quarto desapareceu.

Teria sido real? Eu realmente conversei com Jane? Ou era faz de conta? Minha mente pregando peças. Talvez fosse uma performance, uma peça de teatro, e a cortina caiu. A cena era sobre... E agora o teatro estava vazio.

"J-Jane..." Eu tentei gritar. "Não!" A palavra não veio. Meus lábios não se moviam mais.

Tão pesado. Tudo era tão pesado.


"Acorde Adelaide, eu estou aqui, você está segura."

Quando seus lindos olhos azuis encheram minha visão, pequenas rugas se formaram em seus cantos. Eu empurrei para trás

Em direção ao travesseiro e admirei o incrível homem em minha cama. Mais precisamente, o homem na cama que estávamos compartilhando.

Levantei a palma da mão para o seu rosto e saboreei o abrasivo crescimento da barba. Antes que meus pensamentos vagassem, eu disse: "Sinto muito, Oren. Eu acordei você."

Lábios quentes salpicaram minha testa enquanto seu perfume masculino enchia meus sentidos. Colônia misturada com Intensidade. Era uma poção viciante, uma que eu precisava parar, mas como todos os outros vícios, eu tinha sido muito fraco. Isso fazia parte do meu pesadelo, a parte que eu não queria fazer.

Inspirei, deixando que o cheiro mágico que nos envolveu endurecesse meus tensos nervos.

"Eu acordaria com você todos os dias." disse ele.

"Eu não queria... eu estava sonhando."

Oren sentou-se e puxou-me para ele. Descansando minha cabeça em seu peito minhas orelhas encheram com a batida rítmica de seu coração. Sem pensar, meus dedos encontraram seu caminho até seus finos e escuros pelos no peito. Eu raspei a suavidade com minhas unhas bem feitas enquanto seu braço forte estava em torno de meu ombro.

Sua voz profunda ecoou pelo peito dele. "Soou um pouco menos como um sonho e mais como um pesadelo."

Eu dei de ombros em seu abraço. "Eu não quero falar sobre isso."

Oren mudou de posição, colocando-me de volta no travesseiro e pairando acima. "Adelaide, há quantos anos estamos vendo um ao outro?"

Estendi meu lábio inferior, brincando meu encanto do Sul. "Você não sabe?"

Seu nariz aproximou-se do meu enquanto a respiração quente soprava minhas bochechas. "Eu sei até o número de minutos, mas o ponto é que não há nada que você possa dizer que eu não consiga ouvir. Você já ouviu minhas aflições, meus arrependimentos. Mesmo depois disso, você acha que eu seguraria alguma coisa contra você?"

Levantei meus lábios aos dele. "Está bem, Sr. Demetri, eu não sou uma boa mulher. Eu sou uma esposa infiel. Isso é um pecado mortal. Estou condenada ao inferno. Não há nada que eu possa fazer sobre isso."

Suas feições se contorceram. "Adelaide, isso me dói. Eu sou a causa de sua condenação, mas eu acredito que há um recurso para a salvação."

"Você acha? E o que seria isso... confissão?"

"Você acabou de confessar."

"Então, o que posso fazer para encontrar a redenção?"

Eu sabia a resposta. Eu só não queria dizer isso.

Ele pegou minha mão, tirando-a do cobertor. "Você substitui este anel com o meu."

Um nó formou-se na minha garganta. "Eu-eu-"

"Não diga que você não vai... ou diga que você não pode... dizer não ainda."

"Oren, meu futuro está feito. Sempre foi assim."

"Meu amor, você já experimentou o sofrimento, está na hora de você experimentar a vida que você merece. Você esteve no inferno. Deixe-me dar-lhe uma fatia do céu."

Comecei a falar, mas seus lábios firmes capturaram os meus, tirando minha refutação.

"Ainda não..." ele encorajou. "Pode dizer."

Eu balancei a cabeça. "Eu não posso te machucar mais. Não vou te dar uma falsa esperança."

"E você?"

"E quanto a mim?"

"Você não merece esperança?" Ele perguntou.

"Não, eu não. Não mereço nada disso, mas Alexandria sim."

"Ela ainda está na escola."

"Sim, ela tem muito à frente dela."

"E você também."

Meus olhos se fecharam. Era meu pesadelo, o que eu estava temendo.

"Oren..." eu respirei fundo.

Segurando o lençol sobre meus seios, me mudei para a borda da cama. "Eu... eu vim te ver esta última vez por um motivo."

Ele se moveu atrás de mim, seu queixo raspando no meu ombro. "Adelaide, não é a última vez. Temos toda a nossas vidas. Você pode me ver por qualquer motivo que você quiser. O céu é azul. A grama é verde. Estou disponível para você sempre."

Eu balancei a cabeça. "Não é justo." Fiquei de pé e passei o lençol criando algo que se contorcia em torno de minhas pernas, enquanto eu andava para frente e para trás. "Estive pensando em Angelina."

"Sobre a Angelina? Por quê?"

"Vocês dois... vocês merecem encontrar isso de novo. Estou te segurando."

Oren se levantou e sua voz aumentou. "Que diabos?"

Era meu pesadelo. O homem que eu amava... Eu sabia que ele tinha uma escuridão, ele tinha que ter. Ele não poderia ter confessado as coisas que tinha dito, o que tinha feito, sem um lado escuro. No entanto, eu nunca tinha visto.

Não até agora.

Enquanto seus traços mudaram eu dei um passo para trás, antecipando a raiva do meu pesadelo. Quanto mais eu pensei sobre este dia, este adeus, mais frequentes os pesadelos vieram. Já era tempo. Eu tive que enfrentá-lo. Eu tive que enfrentar a mudança de Oren para Alton.

Talvez algumas partes de mim queriam isso. Eu precisava vê-lo para realmente ir embora.

"Adelaide, eu encontrei esse tipo de amor... em você. Você é il mio amore. Não quero outra mulher."

Seu amor.

Lágrimas encheram meus olhos. "Não. Isso demorou muito. Por anos, anos que você poderia ter estado com alguém em aberto, alguém que poderia estar com você dia após dia, e alguém que poderia ajudá-lo a cuidar de Lennox e Silvia. Eu fui egoísta."

Quando Oren alcançou meus ombros, eu me encolhi.

"Pare com isso." ele disse não me deixando ir.

"Por favor..."

"Adelaide, você sabe que eu nunca machucaria você. Eu disse a verdade. Eu queria que você soubesse o que eu tinha feito. Seja honesta comigo, essa é a razão pela qual você quer acabar com isso, por causa dele? Porque você não pode estar com um homem como eu?"

Um homem como ele... Um homem amoroso, gentil e perdoador. Um homem cuja mera presença faz meu coração bater mais rápido e cujas palavras derretem meu interior até que não haja nada e que eu não possa ficar sem seus braços fortes. Era isso que ele queria dizer?

Não.

Ele me perguntou se eu poderia viver com um homem que tinha feito coisas sombrias e terríveis. Um homem que fez o que precisava fazer, não só por seus objetivos, mas por sua família e sonhos. Um homem que me fez perguntar a mim mesma se eu poderia viver minha vida com ele. Eu queria Oren com tudo em mim.

O destino de Russell foi selado, com ou sem Oren Demetri, no dia em que ele ameaçou me deixar e Alexandria. Eu viveria com o que Oren tinha feito. Eu poderia amá-lo para o resto da minha vida, mas essa resposta não cortaria essa relação. Não libertaria esse homem maravilhoso.

Levantei meu queixo. "Eu não posso. Foi divertido enquanto durou, mas não, não posso."

As mãos de Oren caíram, seu suave aperto deixando meus ombros e caindo ao seu lado. "Eu pensei..."

"Você pensou errado. Eu tive um bom tempo, mas é hora de eu trabalhar em meu casamento."

"Ele é um porco. Você vai escolhê-lo sobre mim?"

Mil vezes não.

"Sim." Quando seus olhos azuis perderam seu brilho, foi confirmado. Eu não merecia Oren Demetri.

Endireitando meus ombros, caminhei até o banheiro. "Adeus, Oren. Por favor, saia."

"Mamãe?"

Eu não tentei responder. Não era mais real do que Oren ou Jane.

 

 

CAPITULO 39

 

 

 

Enquanto nos aproximávamos, vi Jane passeando nervosamente para fora da porta de mamãe.

"O que aconteceu?" Eu perguntei, correndo à frente de Suzanna.

Os olhos escuros de Jane transbordaram de lágrimas, deixando suas bochechas úmidas. "Ah, senhorita Alex, ela estava falando. Ela estava bem... tão bem." Ela pegou minhas mãos. "E então ela ficou chateada. Ela queria falar com você, mas eu não sabia que você estava vindo. Então ela puxou seus IVs. Havia alarmes e luzes por todo o lugar. Todos eles vieram correndo... Eles deram-lhe mais remédios."

"Ela estava falando?"

Jane assentiu com a cabeça. "Sim. Eu disse a ela que você estava aqui. Ela pensou que tinha sonhado você." Uma sugestão de um sorriso floresceu atrás de sua tristeza. "Eu disse a ela que você era real. Você é."

"O que está acontecendo aqui?" Suzanna perguntou, vindo até nós.

Jane ficou mais alta e enxugou as bochechas.

"Mamãe estava acordada e falando." Expliquei.

"E você está chateada? Por quê? Por que não estamos lá? O que ela disse?"

Jane voltou-se para ela. "Ela fez perguntas."

"Que perguntas?"

"Ela perguntou quem a visitou."

"Ah, Jane..." eu disse. "Ela vai ficar melhor."

Jane assentiu esperançosamente.

"O que ela lembrou?" Suzanna perguntou. "Ela estava alucinando?"

Eu mudei. "Por que você supõe que ela estava com alucinações?"

"Querida, eu não estou assumindo. Eu sei como ela tinha estado delirante."

Jane falou comigo. "Srta. Collins, o que quer que eles deram à ela a derrubou muito rápido. Estou preocupada."

"Eles a machucaram?"

Olhei para ela e entrei no quarto. Havia três pessoas em pé ao redor de sua cama. "Vou descobrir."

Suzanna estendeu a mão para o meu braço. "Eles são médicos e enfermeiros. Suponho que eles sabem mais sobre seu cuidado do que uma empregada doméstica."

"Com licença?"

"O quê?"

"Suzanna, obrigado por vir aqui comigo. Gostaria de privacidade enquanto falo com os médicos da mamãe."

"Eu não vim com você. Você não estaria aqui sem mim." Ela ajustou a bolsa pendurada em seu pulso e virou-se para Jane. "Por que você está aqui? Você não tem bastante trabalho na mansão para mantê-la ocupada?"

"Ela tem muito trabalho sim, mas eu pedi a ela para vir aqui. Mamãe perguntou por ela."

"Ela perguntou por você?" Suzanna perguntou e seu nariz enrugou com a última palavra.

"Sim, ela perguntou. Srta. Collins deixe-me saber o que posso fazer pela sua mãe."

Estendi a mão para ela. "Jane, venha comigo para falar com os médicos. Você estava lá. Você pode dizer a eles o que aconteceu." Eu me virei para Suzanna. "Seja uma querida..." Meu tom pingava de açúcar, mais doce do que o chá doce do sul. "... e nos dê um minuto. Há um belo pátio. Se você for e tiver um assento, eu vou ter uma boa xícara de café enviada para você. Assim que soubermos o que está acontecendo, vou buscá-la."

"Bryce não ficaria satisfeito."

Meus olhos se abriram e as mãos voaram para o meu peito. "Eu espero que não! Tenho certeza que alguém tão empático quanto seu filho seria devastado que minha mãe estava na borda da recuperação e de repente começou a piorar." Eu me aproximei. "Isso é o que você quis dizer? Não foi?"

"Bem..."

Acenei para um homem de uniforme branco. "Senhor, você poderia, por favor, pegar para a minha futura sogra uma xícara de café com creme e dois açúcares? Ela estará no pátio."

"Sim, senhora." Ele virou-se para Suzanna. "Posso mostrar-lhe o caminho?"

Seu queixo levantou. "Alexandria, eu estarei de volta daqui a dez minutos."

"Mal posso esperar."

Eu peguei a mão de Jane e a puxei para dentro do quarto de mamãe. O fundo da porta raspou contra o chão quando eu a abri.

"Eu lhe disse..." Um homem falou sem se virar.

Eu falei mais alto. "Com licença. Você está falando comigo?"

O homem girou. "Ah, senhorita Collins..."

"O que aconteceu?"

"Sua mãe teve outro incidente. Precisamos medicá-la."

"Você tentou descobrir exatamente o que aconteceu?"

"Ela estava falando." Jane se ofereceu.

"Não precisamos perguntar. Sua mãe é monitorada de perto. Os alarmes nos contaram tudo o que precisávamos saber."

Eu dei um passo para frente e ofeguei, as amarras estavam novamente em torno de seus pulsos. "Desfaça essas restrições. Qual é o seu problema?"

"Ela estava tentando remover seus IVs. Você não parece entender que estes são para seu próprio bem."

"Ela está inconsciente. Remova-os agora. Eu vou sentar com ela e garantir que ela ficará bem."

"Senhora, com a quantidade de medicação que foi dada a ela, ela não vai recuperar a consciência por um bom tempo."

Minha pele se arrepiou como a incompetência desvendando meu último nervo. "Retire as restrições agora."

Olhei para Jane como o enfermeiro contragosto liberou as restrições de velcro. Imediatamente, ambos correram para os lados e massagearam seus pulsos. "Existe alguma coisa que você precisa fazer para ajudá-la?" Perguntei indignada.

"Não, eu só tenho certeza..."

"Temos tudo coberto."

"Senhora?"

"Vá. Diga ao Dr. Miller que quero falar com ele e deixe minha futura sogra no pátio saber disso, os planos mudaram. Preciso ficar aqui até que o Dr. Miller chegue."

"Senhora, o médico não está agendado para estar aqui até esta tarde."

Puxei uma cadeira ao lado da cama de mamãe. "Não é um problema. Eu vou esperar."

Quando estávamos sozinhos, Jane se aproximou. "Criança, eu posso ficar."

"Nós duas podemos ficar."

"E sobre a festa?"

"Os convidados só chegam às seis. Estarei de volta até lá."

"Eu pensei que você disse que o Sr. Spencer não ia deixar você vir aqui hoje?"

"Estou aqui, mas ele me quer no Carmichael Hall."

Jane sorriu. "Mas você vai ficar aqui?"

"Sim, Jane. Eu vou."

Seu sorriso se alargou.

A notícia não caiu bem com Suzanna.

Quando ela entrou na sala, era óbvio que era sua primeira visita. Sua mão voou para seus lábios enquanto ela viu a minha mãe, na cama, e os monitores. "Oh..."

Seu show fingido de sensibilidade não se mexeu comigo, nem sua lista de razões que eu precisava para voltar a Carmichael Hall. Embora eu sabia que minha decisão voltaria para me assombrar, eu mantive minha posição.

"Alguma coisa significativa aconteceu. Eu não posso jogar bonito na festa sem saber pensamentos do médico."

Mesmo durante as chamadas de telefone com Bryce e Alton, eu não vacilei.

"Jane, eu tenho um favor para te pedir."

"Qualquer coisa."

"Você pode fazer qualquer coisa para conseguir Chelsea longe da Montague Manor, até o horário mais próximo da festa?"

Seu olhar se estreitou, mas ela não questionou. Jane estava em Montague por muito tempo. Um momento depois eu a ouvi fazer uma chamada. Eu não tinha certeza de com quem ela falou, mas quando ela terminou, ela se virou para mim.

"A senhorita Moore estará ocupada hoje. Ela vai ajudar a organizar as entregas. Nós temos uma grande e poderosa festa e precisamos da ajuda de todos."

"Ela ainda estará na mansão?"

"Não, senhorita Alex. A senhorita Moore estará em Savannah confirmando os fornecedores. Teria sido meu trabalho, mas estou ocupada."

Eu respirei fundo. "Obrigado."

Uma vez que eu chateei todos, eu me ajustei ao lado de Momma em um lado de sua cama e de Jane no outro. Até os bips constantes dos monitores, a sala fria, e a janela coberta me tornou mais relaxada desde que eu cheguei à Geórgia. Eu estava com as duas únicas pessoas que cuidavam de mim, e a quem eu me importava, em Montague Manor.

"Ela realmente estava coerente?" Eu perguntei, mantendo minha voz baixa.

"Ela estava," sussurrou Jane. "No outro dia, enquanto eu estava trabalhando com os fornecedores para a festa, eu parei no escritório do Dr. Beck."

"Você fez?"

Ela assentiu com a cabeça. "Eu não sei se é bom ou ruim. Os testes... não mostram quaisquer metais tóxicos. Ele pensou que poderia ser a casa velha, mas não, tudo mostra que o medicamento em seu corpo... Era o que prescreveram para ela."

Meu coração afundou. "Então ela provocou uma overdose?"

"Eu não acho que seja assim tão simples. Eu disse ao Dr. Beck, assim como eu lhe disse: ela não tinha as pílulas. Eu as tinha. Eu ainda as tenho. O Dr. Beck não lhe deu mais. O medicamento que encontraram em seu corpo, com esses testes, foi o mesmo que o que ele tinha prescrito. Eu só não acho que eram dela."

"O que a manteve na medicação preventiva? Eles dizem que ela parou de tomá-lo."

Jane balançou a cabeça. "Ela tomou todos os dias. Eu sei o que eles dizem, mas muitas manhãs eu a assisti levá-lo, mesmo depois de ela começar a ter problemas. Tenho a certeza que ela tomou. Eu não entendo por que..."

Eu respirei fundo, deixando as palavras de Jane penetrar meus pensamentos. Alton era um gênio. Foi a overdose perfeita: Dar mais do remédio que Momma já tomava, muito mais.

Depois que ele e eu tínhamos encontrado com o Dr. Miller, na hora que eu tinha o meu tablet aprovado pela escola, eu olhei para os efeitos colaterais dos opióides: dores de cabeça, tonturas, vômitos. Essencialmente, muito Vicodin e Momma pensaria que ela estava tendo uma enxaqueca. Aumentando a dose ela obteria os benefícios adicionais de ansiedade, tremores e comportamento errático. Combine isso com o álcool, outro depressivo... memória e problemas para dormir. Tirar o remédio preventivo para a dor de cabeça. Foi a tempestade perfeita.

"Esta manhã, ela estava realmente fora de controle? Será que eles precisam dominá-la?"

"Eu vi sua mãe mais chateada, muito mais. Se me deixassem, eu teria falado com ela. Ela só queria você."

Suas palavras agarraram meu peito, apertando meu coração. Eu... Eu...

Jane pegou minha mão. "Ela precisa de nós."

"Estou tentando."

"Está errado," Jane perguntou. "que eu esteja preocupada com ela, mas mais preocupada com ela aqui?"

Engoli em seco. "Não. Eu também estou."

Eu não tinha certeza de como o povo de Nox planejou ajudar minha mãe e levá-la para fora daqui, mas a cada minuto que passa, eu estava grata que eles tentarão. Eu também estava preocupada que não teria sucesso. Olhando para a minha mãe, eu temia que, se eles falhassem, ela não teria mais opções.

 

 

 

 


CAPITULO 40

 

 

 

Jane e eu escorregamos para o fundo da mansão, deixando a porta da frente. Pouco antes de fazer o meu caminho até o meu quarto, eu me lembrei de Chelsea. Eu fiz o meu caminho para o quarto, evitando o primeiro andar. Afinal de contas, aquilo era um hospício. Havia pessoas em todos os lugares, arranjos de flores, criação de Buffet e vários bares montados. Eu tinha me esquecido de perguntar a Jane quantas pessoas foram convidadas. Talvez não fosse esquecimento, somente apatia mesmo. Eu não dou a mínima.

Gentilmente eu bati na porta de Chelsea e esperei.

"Olá?"

"Chels, sou eu."

A porta se abriu. Eu não a tinha visto desde ontem à noite. Ela estava usando calças e uma blusa, e seus cabelos em um rabo de cavalo. Embora sua bochecha estivesse coberta de maquiagem, o roxo aparecia.

"Deus. Lamento que eu arranjei para você sair assim."

Ela deu de ombros quando ela abriu mais a porta, andou até uma mesa e pegou um par de óculos de sol. "A vantagem da Geórgia é que, mesmo em novembro, geralmente é ensolarado." Ela colocou os óculos, cobrindo o hematoma. "Além disso, eu estava feliz em sair daqui."

"Você o viu?" perguntei, não tendo mais tempo para dançar em torno do elefante na sala.

Ela balançou a cabeça. "Não, mas ele ligou. Ele estava chateado que eu não estava esperando aqui. Ele disse que você ficou, por isso era meu trabalho..."

Ela não terminou. Ela não precisa.

Peguei sua mão e a puxei para o banheiro. Uma vez que a porta estava fechada e ela tirou os óculos de sol, vergonha e tristeza brilharam em seus olhos castanhos, mas não havia lágrimas. Fez-me orgulhosa da minha amiga. Felizmente, ela foi sabia que tinha feito escolhas ruins e idiotas.

"Tenho medo de estragar tudo." confessei.

"Por quê?"

"Seu quarto. Eu supus que o meu foi grampeado, mas ontem quando falamos..." Os pensamentos aumentaram meu pulso "... Eu tenho medo que eles possam saber sobre minha conexão com a Infidelity."

Chelsea suspirou. "Sim, eu odiaria que eu fosse a única prostituta."

Dei um passo para trás.

"Não," ela respondeu rapidamente. "Eu sinto muito. Eu estou brava, eu estou assustada e estou atacando você... porque eu posso. Mas não quis dizer isso."

Embora eu tivesse sentido o impacto, eu entendi. "Vou tirar você esta noite. Eu te contei o meu plano, vai dar certo. O andar de baixo está zumbindo. Mais tarde, será caos total e confusão."

"Você sabia que havia trinta e dois arranjos florais entregues?" Perguntou Chelsea. "Trinta e dois grandes! Ajudar a coordenar tudo isso foi parte do meu trabalho hoje. Há uma cozinha com chefs e, ainda assim, os fornecedores trouxeram mais cozinheiros e mais de vinte servidores." Ela balançou a cabeça. "Eu não posso imaginar o seu casamento."

"Bem, não imagine. Eu vou sair antes que isso aconteça. Ele me assusta também."

"Alex, o que vai acontecer com sua mãe?"

Eu soltei um longo suspiro. "Espero que Nox possa ajudar." Eu não poderia dizer mais. E se o banheiro estivesse grampeado? E se Bryce pegasse Chelsea e a forçasse a confessar?

Como ele tinha dito sobre os planos do nosso dia... Havia muitas variáveis.

"Você não foi convocada para a festa, não é?"

Chelsea sacudiu a cabeça. "O oposto."

Fiquei mais ereta, inclinando a cabeça. "O que isso significa?"

"Quando ele me ligou, ele me disse para ficar aqui nesta sala. Ele disse que se as coisas não fosse bem na festa, ele queria saber que ele tinha uma opção..." Ela expulsou uma respiração profunda enquanto suas mãos caíram para os lados. "Se você não se ‘comportasse’ foi a palavra que ele usou, e eu seria punida. Ele quer saber a sua "prostituta" está disponível."

Eu alcancei seus ombros. "Ninguém, ninguém," eu repeti. "merece ser tratada como ele está tratando você. Eu não dou a mínima para o que o acordo diz. Deloris vai te tirar dele." Eu toquei seu rosto. "O abuso está fora. Eu acredito que pode mesmo vir com uma compensação. Porra, eles devem ter clientes melhores."

"Eu nem me importo mais sobre o dinheiro. Eu fiz. Salvei mais do mesmo. Mas que bom seria colocar a minha irmã na escola se eu não estou viva para vê-la na pós-graduação?"

Ela andou um pequeno círculo. "Mas... você tem certeza? Eu não quero deixá-la, e eu não quero ficar."

"Não vai ser por muito tempo. Eu não posso fazer isso. Eu tenho feito algumas das coisas que me propus a fazer. Eu sei coisas. Eu vi coisas. Se eu não tivesse vindo aqui... bem, eu fiz. Agora eu preciso fazer o que alguém me pediu para fazer mais vezes do que posso contar. Eu preciso confiar nele."

"Você não está falando sobre Bryce?"

"Claro que não!" Eu olhei para o meu relógio. "Eu preciso ir ficar pronta. Eu voltarei. Quando o fizer, não será por muito tempo. Eu sei o que Bryce disse, mas não sairei do meu quarto até a hora. Vou me comportar." A palavra era azeda. "Ele não terá qualquer razão para vir até aqui. Mantenha a porta trancada. Vai me fazer sentir melhor."

Chelsea concordou. "Eu te amo."

"Como uma irmã." eu disse, beijando sua bochecha não marcada.

 


De banho tomado, meu cabelo seco, mas ainda não vestida, usando um roupão envolto em torno de mim, eu decidi avaliar o vestido que eu usaria. Tudo o que eu queria era que cobrisse os meus seios. Eu realmente não tinha dito, mas é o que Bryce implicitamente queria quando ele beliscou meu mamilo para provocar a minha atenção. Era a área que o vestido cobriria... Onde ele poderia me machucar.

Eu empurrei esses pensamentos para o fundo da minha mente. Eu não poderia reviver o susto de ontem à noite, a inevitabilidade de sua ameaça... Eu não poderia fazer isso e ficar ao lado dele jogando o papel noiva perfeita. Em vez disso, eu trabalhava para evocar pensamentos do meu amigo de infância, e o que eu sentia por Nessie, o monstro que nossas mães tinham inventado para nos manter longe do lago. Irônico que elas tinham criado uma besta para nos manter seguros quando estar com um era seu objetivo.

Mesmo as memórias de infância foram manchadas. Alguma coisa tinha sido real? Claro que não, este era o mundo de fumaça e espelhos.

Quando levantei o novo saco de vestuário da prateleira do meu armário, o som de bater me avisou de outra intrusão.

Porra!

Por favor, não seja o Bryce.

"Olá?" Perguntei através da porta trancada.

"Alexandria?"

Depois de girar a chave na porta, eu a abri. Espiando modestamente em torno da borda, eu olhei Suzanna cima e para baixo. Seu vestido era intocado, um safira azul com um decote cavado, e seu cabelo estava arrumado em alguma colmeia reminiscente dos anos sessenta. Ok era bem feito, mas ainda parecia ridículo. A maquiagem dos olhos era exagerada e os lábios estavam muito vermelhos. Se a intenção tinha sido fazê-la parecer mais jovem, ela tinha perdido a marca.

"Suzanna," eu murmurei. "Você não está linda? O que posso fazer por você?"

Seus lábios franzidos. "Abra a porta. Eu ia dizer-lhe esta manhã, mas... bem, os planos mudaram."

"O quê? Eu sinto muito que eu não fui capaz de passar a tarde com você e Bryce. Mas sim, minha mãe está descansando confortavelmente. Obrigado por perguntar."

Limpando a garganta, ela deu um passo para o lado, permitindo sua comitiva a entrar em vista.

"Abra a porta. Sua equipe de estilistas não tem muito tempo."

"Os estilistas? Eu não preciso..." Meus protestos caíram em ouvidos surdos quando Suzanna e três outras mulheres demoliram seu caminho para minha suíte. Em poucos minutos o meu banheiro foi transformado em um salão de beleza. Alisadores e ferros de todas as larguras foram alinhados no balcão de mármore, enquanto paletas de maquiagem, blush, sombras para os olhos encheram todos os espaços disponíveis.

Uma cadeira foi trazida, e fui incentivada a sentar-me e obedecer.

Embora eu repeti minha objeção, logo eu estava fazendo como eu tinha me proposto, enquanto Suzanna estava me preenchendo sobre as próximas festividades.

Olhando para o relógio, ela estabeleceu o cronograma. "Apesar de que deveria começar às seis, os hóspedes podem chegar mais cedo. A equipe está pronta para recebê-los. Os bares e hors d'oeuvres estarão prontos. Seu pai e eu vamos acolher todos assim que chegarem." Ela inclinou-se para o espelho e correu o dedo pelas dobras da boca aberta, como se isso pudesse ajudar a cor berrante. "É claro," continuou ela. "ele não pretende fazer isso por muito tempo. Ele está esperando uma lista de convidados VIP distintos, muitos dos quais ele vai entreter em sua toca privada."

Será que meu padrasto canta e dança e eu tinha sido alegremente inconsciente disso por mais de vinte anos? Eu teria perguntado, mas a escova puxou meu cabelo em uma direção, esponjas para aplicar camadas de base desceram sobre o meu rosto, enquanto, ao mesmo tempo, as minhas unhas estavam recebendo um revestimento brilhante de gel, mas mantive minhas repreensões ao mínimo.

"Eu disse a Bryce para se juntar a você aqui-"

"Por quê?" Eu consegui interromper.

Eu o tinha evitado durante todo o dia, menos algumas ligações. Eu não quero vê-lo até que foram cercados por dezenas ou centenas de convidados. Quanto mais, melhor.

"Então... vocês dois podem fazer uma grande entrada." Ela disse isso como se fosse tão óbvia quanto o seu grande decote.

"E a que horas devemos entrar?"

"Só depois das 18h30."

Meu estômago afundou. "Bryce está aqui?"

"Ainda não. São quase 17h20. Eu espero que ele chegue em breve. Dá para acreditar? Os carros já começaram a se alinhar no portão." Ela estava quase tonta. "Este é verdadeiramente o evento social. Seu casamento... oh, vai ser espetacular! Eu disse a Bryce para entrar por outra entrada."

Eu mal podia formar as palavras. "V-Você fez? Qual?"

"Há uma perto dos celeiros de cura, é a mais próxima."

Deixei escapar um suspiro. Graças a Deus não era a velha estrada.

"Os guardas nunca iriam permitir que os hóspedes entrassem por lá," continuou ela. "É usada apenas pelos trabalhadores de campo, mas nesta ocasião, eu acredito que vai ajudar Bryce a evitar o engarrafamento."

Suzanna estendeu a mão para o meu ombro enquanto minhas mãos estavam ocupadas. Minhas unhas estavam ocupadas secando sob pequenas luzes roxas. "Não é este o momento mais emocionante?" Sua voz gritou com prazer. "Eu aposto que Mildred Ashmore está verde, apenas positivamente verde!"

Mildred era a mãe de Millie. Sem dúvida, eles estavam trabalhando dia e noite sobre o casamento de Millie e Ian. Afinal, essa foi a razão que Millie não poderia ir para a faculdade.

Assim que o pequeno engenho se fechou, Suzanna puxou minha mão da luz e olhou para o meu anel de noivado. "E aguarde até que todos eles vejam isso! Vai ser o assunto da cidade, não, da nação. Quem se preocupa com os Kardashians, lixo de novos ricos, se me perguntar. Os Carmichaels, os Fitzgerald e Montagues... isso é do que a verdadeira realeza americana é feita."

Comecei a lembrá-la que os Fitzgerald não faziam parte da equação quando a mulher com uma paleta, uma que parecia o pincel de um artista, me disse para fechar os olhos e abri meus lábios largamente.

"Como...?" Comecei a perguntar.

Ela demonstrou. Ela fechou os olhos, alongou a testa, e os lábios fizeram um "O."

Enquanto eu fiz como ela disse, Suzanna continuou seu monólogo.

 


O relógio mostrava um pouco mais de seis horas quando duas mulheres seguraram um vestido de renda marfim sobre a minha cabeça e apertaram uma fileira de botões. Aterrissou logo acima dos meus joelhos; no entanto, para alguns isso poderia ser um vestido de casamento. Eu suspeitava que custava tanto quanto a maioria. Eu tinha visto a etiqueta. O nome só acrescentou dez mil dólares no preço, provavelmente mais.

As prioridades em Montague Manor pareciam estar erradas. Alton chamou minha educação na escola de direito de ‘um desperdício frívolo de dinheiro’. Ele ameaçou parar todo o financiamento da assistência privada de minha mãe, e ainda assim, ele autorizou a compra de um vestido de coquetel Gucci.

"Espere até você ver estes sapatos!" Suzanna exclamou quando ela abriu uma caixa. Dentro havia um par de sandálias de tiras de cristal espumante. O calcanhar estreito tinha que ter pelo menos 10 centímetros. "Eles são Jimmy Choo."

"Sim, eu reconheço o nome dentro do sapato."

"Oh, Alexandria, você não vê? Uma vez que você se casar com Bryce, nada está fora de seu orçamento."

Que diabos? A mulher estava vivendo em um mundo de fantasia.

"Você percebe que é tudo meu, certo?"

"O quê querida?" ela perguntou quando ergueu um sapato, observando os reflexos coloridos refletindo a luz dos cristais embutidos.

"O dinheiro," expliquei. "o nome... é meu. Eu não preciso me casar com Bryce por isso."

Minhas palavras macularam sua expressão alegre. "Mas você não entende. Se não se casar, você perde tudo. Você leu o testamento. Considere a sua vinda para esta casa simplesmente uma pré-visualização da vida que você pode ter."

"Senhorita," uma das mulheres disse: "deixe-me ajudá-la com os sapatos. Nós não queremos arriscar a unha polonesa."

Sentei-me, deslizando meus pés em cada sapato, enquanto reprimi a minha resposta. Não seria produtivo, e poderia alertá-la, se não for para o meu plano, pelo menos as minhas intenções. Nenhum dos quais incluídos casar com seu filho psicótico.

Em vez disso, fingi um sorriso, perfeitamente manobrando meus lábios pintados. "Você está certa, e mais do que isso, isso assegura o seu lugar de Rainha regente?"

A micro expressão de Suzanna vacilou, mas não por muito tempo. Ela era a rainha da ilusão. Com um obediente sorriso, ela respondeu: "Querida, estou aqui apenas para ajudar Bryce e preencher o lugar onde sua mãe é incapaz de fazê-lo, assim que ela voltar será como sempre foi."

Eu queria perguntar como exatamente era isso, mas eu não tive a chance.

Outro relógio tinha atingido a hora das bruxas. Não literalmente, mas os demônios estavam se reunindo, no entanto.

"E, na verdade," prosseguiu Suzanna. "tenho que ir até seu pai e ajudá-lo a cumprimentar os convidados. Você sabe como ele fica quando as pessoas estão atrasam?"

"Eu diria que você já está."

Tinha minhas costas viradas, eu a ouvi abrir a porta.

"Mãe?"

Meu pescoço enrijeceu. Eu não precisava ver para saber quem estava parado no limiar do meu quarto. Eu não tinha Deixe Bryce entrar neste quarto desde que nós éramos adolescentes, e agora ele estava aqui.

"Bryce." murmurou Suzanna. "Você está bonito! Venha ent..."

Não importava. Eu não era a única a oferecer o convite.

Lentamente, eu me levantei e me virei. Nossos olhos se encontraram.

 

 

 

 


CAPITULO 41

 

 

 

"Alexandria! Você está impressionante!"

Eu segurei meu sorriso, o que Bryce tinha me dito para usar. Meu olhar o digitalizou da cabeça aos pés, avaliando-o como ele me avaliou. Seu terno cinza foi adaptado para ele, estreito na cintura e mais largo nos ombros. As pernas estavam um pouco mais estreitas do que os Nox usava, mas ainda era considerado elegante. Ele estava com um colete marfim, gravata e lenço que combinava com a cor do meu vestido e uma camisa engomada branco.

Eu me aproximei, alcançando seu ombro. "Você é muito bonito mesmo."

Levantando minha mão, Bryce se inclinou para mim e inalado. "Ahhh, que perfume que você está usando? É uma melhoria em relação colônia."

Engoli minha refutação e falei palavras que ele gostaria de ouvir. "A única colônia que quero usar é sua."

Bryce deu um passo trás, segurando-me no comprimento do braço. "Esta é uma melhoria."

Dei um passo para frente, pressionando-me contra ele, e beijei sua bochecha. "Este é o nosso começo, o nosso noivado formal. Eu sei que eu tenho lutado contra este resultado, mas estar com Momma..." Eu puxei a mão, puxando-o para o banco amarelo no final da minha cama. Como nós nos sentamos, eu continuei. "... estar com ela hoje..."

Meus longos cílios cobertos de rímel velaram meu olhar. "Obrigado pela compreensão permitindo-me estar lá."

Ele não falou, mas passou as mãos pelos meus braços. Eu conscientemente não vacilar como ele testou a área que ontem estava dolorido. Ainda estava, mas eu não mencionei.

"... Quando eu estava com a mamãe," eu continuei. "Eu percebi que isso está acontecendo. Eu poderia lutar com você e Alton, mas que bem isso faria? Bryce, ela estava um pouco melhor. Ela falou com Jane, mas então eles a medicaram. Eu não posso deixá-la. Eu não vou."

"E isso?" Ele fez sinal entre nós.

"É o meu futuro. Mamãe tentou me dizer. Você tentou me dizer. Eu não ouvi. Na próxima semana eu quero me transferir para Savannah, para o resto da minha formação."

Bryce estreitou os olhos. "Alton acha que é um desperdício de dinheiro."

"Depois de casados, não importa o que ele pensa. Foi o que o testamento disse. Tudo será nosso... Como meu marido, você vai tomar as decisões, não Alton."

Com cada frase o peito dele inflava cada vez mais, como um balão. Se eu continuasse será que ele se transformaria e talvez voasse para longe?

"Crianças?" Ele perguntou, não deixando pedra sobre pedra.

"Acho que é algo que precisamos discutir."

Ele passou a mão sobre meu joelho. Ao contrário da noite anterior, não era vigoroso. Pelo contrário, ele foi concebido para ser atraente quando ele moveu os dedos espalmados debaixo do meu vestido.

"Falar não vai fazer herdeiros."

Herdeiros. Eu odiava essa palavra.

Eu coloquei minha mão sobre a dele, o tecido do meu vestido separava o nosso toque. "Não... e nem você gozando na minha boca ou nos meus seios..." Eu estava usando a ameaça da noite passada. "Eu acredito que minha mãe gostaria de ter netos correndo esses gramados."

"Como costumávamos fazer?" Ele se aproximou até que seu peito estivava contra o meu. Removendo a mão do minha coxa, ele a colocou sobre meus seios. "Seu coração está batendo rápido."

É verdade. Como um aviso, de que ele estava prestes a saltar do meu peito.

"Porque eu estou nervosa."

"Por quê?"

"Eles... lá em baixo."

"Por quê?"

"E se eles não acreditarem em nós? E se eles assumirem que estou grávida?"

Seus lábios cobriram os meus, parando minhas perguntas. Eu gemi quando sua língua me sondou. Foi mais de uma ‘eca’, mas eu rezava para que não fosse do jeito que soou.

"Bryce?" Eu finalmente consegui.

"Você vai fazer isso? Você vai se comportar?"

Eu balancei minha cabeça. "Não, não se trata de comportamento. Trata-se de enfrentar os fatos. Nós estamos nos casando. Ontem à noite... você... eu estava... Eu não gosto disso. Eu não quero ter medo do meu próprio marido. Eu não posso viver assim."

Ele parou. Mesmo nos meus saltos de dez centímetros, Bryce era mais alto. Não tão alto como Nox, mas alto o suficiente para ser ameaçador. Eu estava trabalhando o meu discurso o dia todo na minha cabeça, enquanto estava sentada com Momma e Jane, mesmo durante a reunião inútil com Dr. Miller. Eu esperava que eu pudesse pegá-lo com pequenos trechos de permissão. Nunca tive a intenção de ficar sozinha com ele, mas agora que eu estava, eu esperava que eu soasse convincente.

" Chelsea?" Ele perguntou, seu pescoço se endireitando.

"Sua vadia?" Eu corrigi.

Um sorriso satisfeito cobriu seu rosto, suas bochechas coradas erguendo sob seus olhos cinza e loiro gelado cabelo. "Continue."

"Eu... eu não quero compartilhar você, mas se eu tiver que, eu prefiro não ser lembrada todos os dias."

Ele assentiu. "Acredito que podemos encontrar um terreno comum."

"A universidade de direito em Savannah?" perguntei novamente.

Bryce levantou minha mão, trazendo o diamante perto de seus lábios enquanto ele beijava meus nós dos dedos.

"Vamos passar por essa noite. O mais importante é que você chegou a um acordo com a saída de Columbia."

Eu balancei a cabeça.

"Diga."

Eu odiava esse homem.

"Eu cheguei a um acordo com não voltar para Columbia depois de terminar este semestre."

"ok."

"Obrigado. Não estaremos casados até 24 de dezembro. O semestre estará completo e, além disso, Alton disse..."

"Alton não sabe o que eu sei. Ele não sabe sobre o vestido mágico mudando. Eu te sugiro concentrar-se em se manter minhas boas graças." Ele encolheu os ombros. "Sem dúvida você viu minha prostituta hoje?"

Cada vez que ele casualmente se referia a ela dessa forma era como uma bofetada. As contusões simplesmente não apareciam.

Talvez fosse essa a intenção dele.

"Sim, já nos falamos."

"Lembre-se, só você pode mantê-la de sua punição."

Eu alcancei novamente para seu ombro. "Eu quero isso também. Eu prometo."

Novamente seus lábios cobriram os meus. Desta vez, sua mão percorreu o meu lado, por cima da fileira de botões individuais de cetim. Quando seu beijo terminou, ele pegou minha mão e me virou, me fazendo girar nas pontas dos meus pés, nos meus sapatos brilhantes.

"Diga-me que há um zíper sob esses botões."

Minhas bochechas levantaram e inclinei cabeça sugestivamente. "Eu não posso. Basta pensar como a antecipação vai se construir."

"Vá," disse ele. "Eu manchei seu batom. Eles estarão nos esperando."

Uma vez no banheiro, eu retirei o batom, tirando as manchas e adicionei outra camada. Como eu fiz, eu garanti o meu colar no espaço do meu sutiã e levantei a gargantilha de diamante que tinha vindo com o meu conjunto. Como o anel que eu usava, era ostensiva e seria notado por todos.

"Bryce?" Eu chamei através da porta aberta.

A porta se moveu enquanto ele estava no limiar. "Sim?"

Eu levantei a gargantilha para ele. "Você pode ajudar? As estilistas foram embora antes de colocarem isso."

Ele estendeu a mão para o colar e ficou atrás de mim. Nossos olhares se encontraram no espelho quando ele prendeu os diamantes no meu pescoço. Inclinando-se, beijou a área atrás da minha orelha. Fechei os olhos, bloqueando-o para fora, me odiando, e novamente esperando que aparecesse de forma diferente.

"Alex, eu quero isso também."

Alex.

Uma vez que o fecho era seguro, eu girei em direção a ele até que meus braços estavam em volta do pescoço. "Podemos esquecer o passado?"

"Isso é com você, querida."

"Eu?"

"Amanhã vamos discutir isso."

Em outras palavras, ele dependia de quão bem eu joguei o meu papel. Eu balancei a cabeça. "Amanhã."

Ele pegou minha mão e me levou para a escada. Pouco antes de descermos eu paro.

"Ah, eu esqueci minha bolsa."

"Por que você precisa de uma bolsa; você está em sua própria casa?"

"Eu não posso correr até aqui toda vez que eu quero refrescar minha maquiagem." Eu apertei meus lábios. "Você, Sr. Spencer, pode ter uma história com mulheres e prostitutas, mas você tem que aprender como se trata uma esposa."

Ele sorriu. "Tenha pressa. Nós devemos estar lá embaixo."

"Eu vou." eu chamei por cima do meu ombro enquanto eu derrapava ao redor da esquina e pelo corredor. Eu mudei meu caminho rapidamente, passando da minha porta para a de Chelsea. Uma batida e a porta ser abriu. Eu alcancei meu sutiã e dei a ela o que ela precisava para sua fuga.

"Tem certeza?" Ela sussurrou.

"Shh." eu sussurrei quando eu balancei a cabeça e olhei para trás em direção ao corredor. Como a porta fechada, eu corri de volta para a minha suíte. Respirando fundo, eu corri em direção ao banheiro e encontrei minha bolsa. Era de cristal incrustado, a bolsa Jimmy Choo, e combinava com os sapatos. Antes que eu pudesse sair, eu parei novamente, oscilando em meus calcanhares.

"O quê?" perguntei, avaliando a expressão de Bryce. Se ele tivesse me seguido? Será que ele me viu com Chelsea? Eu esperei.

"Eu pensei que você disse que estava correndo?"

Desconsideradamente balancei a cabeça e soltei um suspiro. "Mais uma vez, você tem algumas coisas para aprender. Isto sou eu apressada." Levantei um batom e o deixei cair na bolsa. "Minha bolsa não ficará bem se não houver um batom para dentro."

Balançando a cabeça, Bryce me ofereceu seu braço. Colocando minha mão na curva, olhei para seus olhos cinzentos.

"Você está pronta?" Ele perguntou.

"Vamos começar este show."

Show do cão e do pônei. As coisas nunca mudam.

Todos os olhos viraram nossa direção enquanto descíamos as escadas. Era um mar de pessoas. Eu sorri enquanto eu digitalizava os rostos conhecidos. O foyer estava ficando mais cheio enquanto as pessoas continuavam fluindo.

"São os guardas." sussurrou Bryce enquanto continuávamos nossa descida. "Alton tem mais homens. Ele foi muito específico sobre quem pode entrar. Eles estão fazendo uma triagem rigorosa. Está levando mais tempo do que o normal para que todos possam chegar."

O hall de entrada estava quase cheio e a porta continuou a abrir. Através das escadas curvas vi a multidão que se estende em direção à sala de estar, e havia pessoas em todos os lugares. "Há mais pessoas chegando?"

"Mais de cem convites foram enviados, de modo que sejam pelo menos duas centenas de pessoas."

Segurei o braço mais apertado. "Para uma festa de noivado?"

Seus olhos cinzentos arregalaram. "Você deve ver lista de convidados da mamãe para o casamento."

"Alexandria! Edward!"

"Parabéns!"

Ele nos levou pelas áreas. Foi difícil e lento. Todos queriam falar conosco, ouvir a nossa história, como o nosso amor tinha sobrevivido ao longo dos anos.

"Alexandria." Shirley Carroll subiu, estendendo a mão.

"Sra. Carroll, deixe-me apresentar o meu noivo, Edward Spencer."

Bryce galantemente pegou a mão dela. "Carroll? Você não pode ser a esposa do senador Carroll. Filha, talvez?"

Eu quase rolei meus olhos. É sério como ele falou isso? Não é de admirar que Nox pensou que ele era um lodo. Ele parecia um vendedor de carros.

"Oh, Sr. Spencer, você pode ser mais gentil?"

"Ele pode." eu confirmei. "E onde está seu marido?"

Ela encolheu os ombros. "Eu não sei. Assim que Doyle chegou, ele foi levado para o clube secreto dos homens."

O braço de Bryce ficou tenso sob o meu toque.

Virei seu caminho. "Você acha que deve ser incluído? Esta é a sua festa." Eu estava esperando que eu estivesse lhe lembrando de que após o casamento, ele seria responsável, não Alton.

"Eu..." Ele examinou a multidão, sem dúvida tomar nota de quem estava faltando.

"Realmente," eu murmurei. "Eu adoraria mostrar a Sra. Carroll ao redor e se misturar. Vi Millie e Jess na multidão. Eu prometo que eu vou ficar bem. Eu odiaria que as discussões importantes acontecessem sem você."

Seu peito cresceu e os botões do colete de marfim se esticaram.

"Oh, querida," Shirley Carroll disse para mim. "acostume-se a esse tipo de coisa. É a maneira que é. Os homens sempre têm decisões de vida ou morte em seus pratos."

Bryce virou-se, colocou a mão sobre a minha, e inclinou-se para um beijo. "As pessoas estão assistindo."

Fingi uma risada. "Há centenas de olhos, agora vá."

Um garçom se aproximou oferecendo à Sra. Carroll e eu uma taça de champanhe. Depois de cada uma de nós tomou um, eu assenti. "Posso mostrar-lhe ao redor?"

"Isso seria fabuloso. Eu nunca vim para Savannah antes..."

"Alex," Pat disse, poucos minutos depois, chegando ao meu lado. "Você viu o meu acompanhante?"

"Eu não o vi, e nem vi você." Eu virei para Shirley. "Sra. Carroll, este é o meu querido primo, Patrick Richardson. Pat, eu posso apresentá-lo a Shirley Carroll, esposa do senador Carroll."

"O senador... da Califórnia?"

"Sim. Eu não achei que as pessoas na Geórgia saberiam disso."

Os lábios de Pat se curvaram. "Eu sou daqui. No entanto, agora eu vivo com meu parceiro em Nova York. É com o trabalho do seu marido sobre a legalização do cultivo de maconha que estou familiarizado."

Eu trabalhei para não dar a Pat um sinal misto.

"Sim, é algo que ele está esperando para empurrar a nível nacional..."

Uma vez que Shirley Carroll afastou-se para falar com alguém, eu perguntei: "O que você sabe sobre o cultivo de maconha legalizada?"

Pat deu de ombros. "Nada. Ou eu não sabia até ontem à noite. Enquanto você e eu estávamos tentando falar, Spence estava dando a Cy uma bronca. De acordo com Cy, Spence estava jorrando estatísticas sobre o potencial de crescimento e fabricação de cannabis na Geórgia e, em seguida, enviá-lo para os estados onde é legal. Assim como com o tabaco, o ambiente aqui tem um grande potencial para o crescimento da maconha. Infelizmente, isso é atualmente ilegal. Seu amigo, o senador Higgins está trabalhando em um novo projeto de lei. Ele estava dizendo Cy que com o apoio adicional de representantes em estados como a Califórnia..."

 

 

 

 

CAPITULO 42

 

 

 

Eu verifiquei meu relógio. Deloris iria enviar o loop de vídeo exatamente às oito horas. A mudança de pessoal no Magnolia Woods aconteceu às sete. Isso significava que a enfermeira de plantão de Adelaide ficaria até às cinco da manhã. Nossa vigilância nos havia esclarecido quanto aos hábitos do pessoal. Enquanto algumas enfermeiras, que Deloris descobriu raramente eram enfermeiras, ficavam efetivamente perto da cadeira à espera de alarmes ou comoção de seus pacientes, os outros liam ou ficavam olhando horas a fio para seus telefones celulares, sem dúvida aumentando seu status de mídia social com fotos de gatinhos e cachorros, ou, melhor ainda, fazendo propaganda política.

O enfermeiro de Adelaide, um homem corpulento grande chamado Mack, gostava de suas mídias sociais, mas muitas vezes ele escolhia dormir como sua maneira favorita de passar o tempo. Como eu facilitei pela entrada do pátio, que Isaac tinha deixado destravada, imaginei as cenas que eu assisti várias vezes. Lembrei-me de Mack amarrar as mãos de Adelaide. Ouvi riso enquanto ele zombou dela no seu status social, chamando-a de viciada. Eu tinha tomado voluntariamente a vida de homens cujos crimes eram menos ofensivos.

Eu fiz uma varredura da direita para a esquerda. O corredor estava claro. Embora eu mantive meu rosto para baixo e longe das câmeras, como um eventual transeunte eu não deveria ser notado. Eu olhei para o jaleco branco do laboratório, idêntico aos usados pelos médicos da equipe e um crachá de identificação eletrônica.

Minha expectativa cresceu quando passo a passo, eu fiz o meu caminho em direção ao quarto dela. Embora eu a assisti, através das câmeras do Magnolia Woods, na suíte de Deloris, fazia anos desde que eu a tinha visto face a face. Isto é, a menos que sonhos contem como realidade.

Era 20h02. A vigilância do quarto de Adelaide entrou em repetição. Para qualquer um que a observar, ele iria mostrar tudo o que tinha acontecido na última hora, mais e mais, até Deloris lançar a transmissão ao vivo.

Sem hesitar, eu abri a porta. O barulho contra o azulejo alertou Mack que eu tinha entrado. Foi lamentável para ele, que o som não tinha dito a ele mais sobre o seu futuro ou a falta dele. No entanto, raramente acontecia.

Talvez isso fosse uma bênção.

Imediatamente ele se levantou. "Doutor?" Ele me olhou desconfiado. "Eu conheço você? As horas de visita acabaram."

"Acho que você não entendeu; Só vim visitar."

Adelaide se agitou e começou a murmurar quando sua cabeça girou de um lado para o outro.

Mack virou-se. "Está acabando o efeito do maldito medicamento."

"O-Oren?"

Embora sua voz fosse apenas um sussurro, meu nome era claro para mim. Meu coração bateu contra meu peito. Não agora, ainda não. Não fale.

"Não se importe com ela. Ela está delirando. Ela balbucia sobre as pessoas e os nomes que ela inventou."

"Ela já disse esse nome antes?"

Ele se aproximou, lendo meu distintivo. "Dr. Papa? Você é novo?"

"Não, normalmente estou aqui durante o dia. Esta noite eu estou cobrindo para Miller."

"Geralmente eles nos avisam..."

"Normalmente eu não me explico. Diga-me o que está acontecendo."

Mack ficou mais ereto. "Depois do que aconteceu esta manhã, há ordens estritas, como provavelmente você sabe, que esta paciente não é para recuperar a plena consciência, não por um tempo."

Eu balancei a cabeça. - Fui informado sobre o que aconteceu esta manhã. Você disse que os medicamentos estão começando a perder o efeito outra vez?"

"Sim, esta manhã deram-lhe oito miligramas de Versed. Como você pode imaginar, ela perdeu a consciência. Se você assinar, eu vou dar-lhe mais quatro miligramas e um pouco de fentanil." Ele riu. "Ela vai dormir como um bebê pelo resto da noite."

"É isso que você recomendaria Mack?"

"Sim, quero dizer, a ordem permanente é apenas para dois miligramas, mas por que abrir a porta para um problema? Seu marido estava chateado sobre ela falar esta manhã. O turno da manhã está tomando merda por causa disso. Eu não quero esta merda venha para mim."

"É assim que você discute sobre todos os nossos pacientes e suas famílias?"

Mack se desestabilizou. "Sim, não, bem... Desculpe Doutor. Eu... estou acostumado com o Dr. Miller."

Eu balancei a cabeça. "Deixe-me ver o prontuário dela."

Ele inclinou a cabeça para o canto da sala para um carrinho e um computador. Foi convenientemente localizado ao lado da cadeira favorita de Mack.

Girando o carrinho em minha direção, olhei para a tela. "Eu estou recomendando que nós a levemos para uma Tomografia computadorizada. Eu não gostaria da surpresa de que o cérebro de sua esposa tenha se desmanchado pelo excesso de sedação."

"Você está falando sério...?" Seus olhos se abriram. "A radiologia está fechada."

"Eu vou fazer uma chamada. Você tem uma maca."

"Este não é protocolo e eu não fui ordenado."

"Não. Você também não é um médico. Se eu não tiver uma maca em menos de três minutos, você não será mais um enfermeiro noturno no Magnolia Woods."

Se eu não soubesse que Deloris estava assistindo a cada um de seus movimentos através da segurança do Magnolia Woods, eu poderia ficar preocupado. Eu não estava. Minha atenção estava focada em Adelaide. Alguns minutos depois, Mack estava de volta, empurrando uma maca. "Eu não tenho certeza sobre isso... Eu deveria ficar com ela."

"Há uma ambulância chegando em breve a partir da regional. Você vai acompanhá-la. Ela vai começar a tomografia e estará de volta na cama antes que ela, ou o idiota do marido, percebam que você estava à beira da medicá-la excessivamente."

"Eu... eu... não fui eu... são as ordens."

"Mack, pare de falar e me ajude a movê-la."

Ele me olhou para cima e para baixo. "Doutor? Você vai ajudar?"

Coloquei minhas mãos atrás dos ombros dela. Quando meus dedos tocaram sua pele macia, a barragem que eu tinha construído em torno das memórias de Adelaide Montague cedeu. Os cacos rasgaram meu coração, trazendo um ataque de emoção de volta ao órgão dissecado. "Elevador."

Assim que Adelaide foi desconectada dos monitores e estava segura com seus IVs, eu disse: "Agora, vamos em frente..."

Mack se aproximou da maca.

Era bom que ele tinha uma coisa para benzodiazepinas. A seringa escorregou sem esforço através de seu pescoço. Eu ouvi dizer que inserir uma seringa é como perfurar a pele de uma laranja. Isso não era verdade. A pele humana dá muito menos resistente. A agulha afiada penetra como uma faca na manteiga amolecida, mas isso era uma história para outro dia.

O corpo de Mack foi caindo na cadeira. Ele estava certo. Oito miligramas trabalharam rápido, mesmo em um grande homem como ele. A diferença entre a sua e a que ele queria ministrar na Adelaide era que o que ele recebeu não continha Fentanil. Não havia nenhum controle de dor para este imbecil. Apenas o sono, seguido por uma dor de cabeça dos infernos. Eu considerei isso a minha contribuição para a sua formação. Talvez depois de experimentar os efeitos colaterais em primeira mão, ele se tornaria mais empático com seus futuros pacientes.

Sua cintura caiu para frente na cadeira, deixando o queixo apoiado no peito.

Eu poderia ter ajustado sua traqueia. Teoricamente, esta posição restringia suas vias aéreas, uma causa comum de asfixia. Dei de ombros. Embora isso não tivesse sido o meu objetivo, se isso acontecesse, eu não iria perder o sono.

Usando alguns travesseiros, eu criei a ilusão de um paciente. Eram os monitores que tinham sido anexados em Adelaide que poderiam ser nossa ruína, se não fosse o contato médico de Deloris. Ela disse que iria alertar o principal posto de enfermagem que seu paciente não estava mais presente. Nesse momento eu criei um falso loop. Era semelhante à vigilância de vídeo, mas elétrico, enganando os monitores para acreditar que eles ainda estavam ligados a um corpo e tudo era registrado normalmente.

Meu telefone vibrou com um texto de entrada.

"A ambulância está aqui."

"As câmeras do corredor?" eu perguntei.

"Momentaneamente OFFLINE. Proteção frontal ocupada e RECEPCIONISTA indisposta."

Eu balancei minha cabeça. Indisposta? Alguém estava se encarregando da recepcionista? Eu não me importava. Talvez fosse o guarda.

Cobrindo o rosto adormecido de Adelaide com o cobertor, eu levantei a maca no corredor. As rodas viraram facilmente no chão de ladrilhos quando passamos pelos quartos dos outros pacientes. Cada porta permaneceu fechada enquanto nós deslizamos para a área de recepção. Assim que cheguei, a porta da frente foi aberta, enchendo a entrada com uma rajada de ar da noite. Vestido com o uniforme de transporte de emergência, Clayton assentiu.

"Você chamou uma ambulância?"

"Eu fiz."

Ele estendeu a mão para o pé da maca. "Doutor, eu posso ajudar?"

Dentro de instantes, a maca de Adelaide foi colocada na parte de trás do veículo, eu fiquei ao seu lado e Clayton dirigia. Eu não tinha monitores para me dizer como ela estava. Em vez disso, era a minha mão sobre seu pulso morno, machucado, a batida de seu pulso sob meus dedos, e a ascensão e queda de seu peito que me garantiu que ela estava viva. Outra indicação foi a forma como o meu coração tamborilou uma cadência irregular, como se tivesse acabado de receber um choque elétrico que dá vida, porque se o dela parasse, o meu pararia também.

Não foi até que passamos pelo portão da frente do hotel que o meu coração finalmente encontrou seu ritmo normal. Mandei um texto em grupo.

"NÓS A TEMOS."

Alisando seu cabelo longo, eu me inclinei. "Adelaide, você pode me ouvir?"

Mais uma vez sua cabeça se moveu de lado a lado. "Irreal. É irreal."

"Oh amore mio, é real."

 


CAPITULO 43

 

 

 

Meus sapatos afundaram na argila da Geórgia. De um lado para o outro passei observando meu telefone: o tempo, o aplicativo de Charli, e os textos de Oren. O céu estava escuro, apenas um pedaço de lua iluminando a extensão do bosque para a mansão.

"Tem certeza que ela pode encontrar o caminho?" Perguntei a Isaac.

"Não é difícil. Você pode ver as luzes de mansão."

Mudei-me para a beira das árvores. Nós poderíamos vê-la. Ao longe estava a Montague Manor, no alto de uma colina, em chamas com a iluminação dourada. Mesmo de tão longe, eu poderia ver as figuras das pessoas que iam e vinham no pátio em volta. Cada um era menor do que as formigas, mas eles estavam lá.

Meu telefone tocou e eu li o texto.

"É do meu pai, e eles têm Adelaide. Estão levando-a para o aeroporto."

"Primeiro passo." confirmou Isaac. "Agora enquanto ninguém no Magnolia Woods for avisado e não podem informar o Sr. Fitzgerald."

Eu balancei a cabeça. "Maldição, meus nervos são disparados. Posso fazer negócios. Posso gastar milhões, mas esta noite é quase mais do que posso suportar."

"Estamos quase lá, chefe."

Eu me encostei-me ao chão e me estabeleci em um lugar macio, o gramado perto das árvores. Da minha nova posição, eu tinha uma visão completa da mansão e os campos entre os dois. O caule de tabaco estéril se destacou contra a noite, como o ar perto do solo parecia engrossar.

Era uma ilusão de ótica?

"Deloris cortou a lista de convidados." disse Isaac, sentando perto de mim e quebrando a tensão.

Cento e vinte e dois convites. Eu não me importava. Nem uma merda. Eu só me importava com uma pessoa. Eu reconsidero. Eu também me importava com Patrick e Chelsea, porque Charli se importava. Ainda mais com Patrick. Ele me mostrou mais de uma vez que ele amava sua prima. Durante toda essa coisa, ele tinha sido útil, muito útil.

"Algum nome que você reconheça?" Eu perguntei sem interesse na lista de convidados, mas eu estava tentando fazer o tempo se mover mais rápido. Se ao menos eu pudesse bater rápido. Se eu pudesse ter Charli em um avião como Oren estava fazendo com Adelaide agora.

Meu olhar se moveu, da paisagem mirante até o céu claro. Acima de nós haviam estrelas, milhares de estrelas. Mesmo em Rye não havia tantas assim.

"Doyle e Shirley Carroll, Severus Davis e convidados."

Isaac repente tinha a minha atenção. "Você está fodendo comigo?"

Seus olhos se arregalaram. "Não senhor, eu não estou. O Senador e Sra. Grant Higgins." Ele continuou com nomes que parecia pouco provável que fossem ao mesmo encontro. Havia mais além desta festa?

Embora eu tivesse lutado com as possibilidades, legislação, isenção de impostos, maconha, eu as afastei. Àqueles eram pensamentos para um outro dia. Agora eu estava me concentrando na tarefa em mãos.

Isaac ficou de pé. "Ela está se movendo!"

Suas palavras pareciam quase ser uma ilusão. Eu tinha imaginado tantas vezes que elas eram reais. Eu olhei a minha tela, puxando para cima o aplicativo de Charli e rezando para que o que ele tinha acabado de dizer fosse verdade.

"Merda!" Eu segurei minha respiração. O ponto azul, seu ponto azul, estava se afastando da mansão. As batidas di coração dela se elevaram, mas, novamente, ela estava se movendo rápido.

"Deus, princesa," falei com o aplicativo. "Não traga atenção para si mesma. Seja cuidadosa."

Fiquei de pé, procurando no horizonte, esperando e rezando para vislumbrar. Não havia nada na entre a luz da mansão e nós, exceto a escuridão em tons variados de cinza e preto. Como

A noite tinha caído, por isso tinha uma escassa camada de neblina. Embora eu desejasse uma visão mais clara, eu esperava que o ar fosse a capa que Charli necessitava, o manto de invisibilidade que ela havia falado de querer na infância, uma camada extra de proteção para ajudá-la em sua fuga.

"Eu gostaria de poder dizer a ela que temos a mãe dela."

"Espero que ela tenha saído de lá antes que alguém soubesse que a Sra. Fitzgerald estava desaparecida."

"Eu espero." Meus punhos se fecharam pela minha impotência. Quando eu tinha invocado esperança e desejos? Devo porra estar em execução, conhecê-la e salvá-la. "Depressa, Charli." Eu falei para a escuridão.

Depois de alguns minutos de silêncio cheio, Isaac perguntou: "Será a senhorita Moore?"

Animais passeavam e insetos cantavam suas canções enquanto meus nervos continuavam se esticando. Rãs cobriram uma melodia profunda e melancólica enquanto o grito ocasional de uma coruja praticamente controlava minha pressão superior.

Eu balancei a cabeça. "Eu não sei. Patrick não sabia. Só sabia que Charli tinha um plano."

Confie em mim. Suas palavras voltaram quando eu passei novamente, meus sapatos ficando cobertos por uma fina camada de pó vermelho. Confiança, eu pedi a mesma coisa de Charli muitas vezes. Agora era a minha vez. Eu odiava esperar. Era um inferno. O inferno seria a minha própria condenação. Este não era eu. Eu me sacrificaria voluntariamente, se fosse possível. Em vez disso, eu oscilava à beira do purgatório pelo meu amor, a mulher incrível, que me pertence, coração e alma.

Sem ela, eu estava no inferno.

"Quinze minutos." eu disse em voz alta.

"Senhor?"

"Isso é o que Patrick tinha dito. Ele disse que era a quinze minutos a pé da mansão para esta estrada."

Isaac sacudiu a cabeça. "Ela não está andando. Ela está correndo."

Minha garganta apertou e os olhos se estreitaram enquanto eu varria o horizonte. Nevoeiro jogado truques, apagando imagens e criar outros.

E então aconteceu.

Os grilos e cigarras pararam suas canções. As rãs ficaram silenciadas e aves acalmou nos ramos acima. Mesmo a brisa esqueceu a soprar.

Ao longe, vindo em nossa direção... Eu a vi.

Ela estava correndo o mais rápido que podia.

Eu não podia esperar. Eu não podia ficar parado.

"Senhor, não."

Eu saí, os meus pés batendo mais forte e mais rápido do que eles já tinham em minha esteira. Eu empurrei a frente em direção a sua figura. Na escuridão nebulosa, eu poderia distinguir seu cabelo, um rabo-de-cavalo balançando para frente e para trás enquanto ela corria. A deusa. Tomei sua figura: suas curvas se tornaram uma ampulheta escura, acentuada contra o fundo escuro, impressionista.

"Charli!" Eu não poderia permanecer em silêncio.

Nós estávamos muito longe da mansão. Ninguém, somente Charli e Isaac poderiam me ouvir. Os passos de Isaac estavam logo atrás de mim. Eu não dou a mínima para os guardas postados em torno da propriedade. Minha Charli estava se aproximando. Ela tinha feito isso, me confiou seu futuro, sua mãe, e até mesmo Chelsea.

Chelsea?

Voltei-me para Isaac. "Ela está sozinha."

"Senhor? Onde está a senhorita Moore? "

Meu intestino torcido. "Eu não sei. Eu só vejo um..."

"Nox?" A voz feminina falando meu nome me impediu de seguir em frente.

Eviscerou-me como um peixe e fiquei paralisado à medida que a figura se aproximava.

Seu peito respirou pesadamente quando ela caiu aos meus pés.

Eu levantei seus ombros até ela estar de pé. Não era o rosto dela que eu via; Em vez disso, era o colar, o que Charli deveria estar usando. "Que diabos? Onde ela está?"

O peito de Chelsea chacoalhou com soluços e respirações irregulares enquanto se inclinava para mim. "E-Ela me disse para usar isso e para vir. Ela disse que me ajudaria."

O tremor começou em minhas mãos como o meu aperto apertado. "Onde ela está?" A minha pergunta veio muito alto.

Com a proximidade, suas feições eram visíveis. Não mais aliviada, um novo terror contorcido sua expressão quando ela tentou se afastar. Seus esforços foram em vão: meu aperto de seus ombros era de ferro. Ela não estava fugindo. O corpo dela ao meu alcance tremia quando sua respiração se voltou para chora. "Eu-eu sinto muito."

Sangue ardia em velocidade recorde através de minhas veias, trovejando como um tambor crescente batendo em meus ouvidos.

"Onde ela está?"

"Senhor?" A voz de Isaac era a calma de minha tempestade. Estendeu a mão. "Senhorita Moore? Vamos ajudá-la."

Ela estendeu a mão para ele. "Senhor... deixe-a ir."

O senso comum desapareceu quando eu soltei Chelsea. Nada importava além de obter Charli. Um pé na frente do outro, eu saí correndo. Visibilidade limitando o caminho para apenas alguns pés na minha frente quando eu cegamente corri pelo mesmo lugar que Chelsea havia chegado. Isso não era completamente verdade. Acima do solo, abaixo das estrelas, a porra da mansão era uma linha de chegada em chamas, um farol luminoso que, com o nevoeiro apareceu a ser delineada em flashes de azul.

Que diabos?

Era eu o único escondido pela neblina, ou havia outros? Quando meus pés continuaram a bater, eu não me importava. Ninguém importava exceto Charli. Eu não estava indo embora sem ela.

 

 

 


CAPITULO 44

 

 

 

Os olhos de Patrick entenderam os meus antes de olhar para o relógio. Era sua súplica silenciosa, e ele estava certo. Eu precisei sair; no entanto, desde que Bryce tinha deixado o escritório de Alton, ele não tinha deixado o meu lado. Com cada taça de champanhe ou copo de uísque, seu entusiasmo por nosso casamento cresceu.

"Estou feliz," disse Millie, sua expressão mostrando o contrário. "Estou chocada. Mas na véspera de Natal?" Ela olhou para a minha barriga. "Há mais que deveria saber?"

"Só que estamos apaixonados!" Bryce disse, beijando minha bochecha e deixando o cheiro de uísque pendurado o ar. "Certo, querida?"

"Nós somos." Eu sorri seu caminho. Estendendo a mão e forçando meu dedo para apoiar a rocha gigante, perguntei: "Você viu meu anel de noivado? Eu me lembro de você me mostrar o seu."

"Eu... é lindo."

Quando Bryce pegou outra bebida, inclinei-me no caminho de Millie e franziu o nariz. "Você realmente acha isso? Eu acho que é muito grande, vistoso, não é?"

Seus olhos se arregalaram. "Não, está perfeito."

Eu não pude evitar o sorriso quando ela empurrou a mão no bolso da jaqueta de Ian.

"Agora," eu continuei com entusiasmo: "Eu não sei todos os detalhes. A Senhorita Suzanna está no comando, mas haverá alguns chás. Sabe, algo pessoal e familiar. Oh, você vai estar lá, não vai?" Estendi a mão para Millie e Jess. "Eu quero você em cada um!"

Ambos sorriram, seu desejo de ser parte do casamento Carmichael-Montague substituiu o seu ciúme, mesmo que apenas por um momento. Millie e Jess assentiram. "Claro." disseram em uníssono. "Nós não iríamos perdê-los."

"E uma despedida de solteiro!" A voz de Bryce soou mais alto do que o necessário, enquanto ele acariciava os ombros de Ian e Justin. "Eu sei..." Ele se virou para mim. "Podemos convidar minha prostituta."

Meu corpo inteiro congelou quando Jess e Millie arregalaram os olhos.

Coloquei minha mão no braço de Bryce. "Querido, você está um pouco bêbado."

"E por que eu não deveria estar? É minha festa." Ele se inclinou mais perto. "Você mesmo disse... isso é tudo meu. Isto será."

Como se um farol tivesse sido criado, a tez avermelhada de toda a sala me chamou a atenção. Não era o meu noivo, ele estava ao meu lado. Era o meu padrasto. A multidão parecia parte enquanto se movia em direção a nós.

O que diabos estava errado?

Minha mente girava com as coisas que eu tinha feito e coisas que eu sabia.

Será que ele sabe sobre Chelsea? Alguém tinha chegado a Momma? O Magnolia Woods notificou Alton que minha mãe sumiu ou eles pegaram o homem de Nox no ato?

Minha respiração engatou quando Alton parou. Sua mão caiu para o ombro de Bryce. "Bryce venha comigo."

Inspirei com a minha clemência momentânea.

"Estou um pouco ocupado." Bryce respondeu, envolvendo seu braço em volta da minha cintura e puxando-me para mais perto.

Alton acalmou a voz. "Precisamos de você no meu escritório agora." Quando Bryce simplesmente tomou outro gole de sua bebida, Alton acrescentou. "Precisamos da sua decisão."

Alton virou-se, sem dúvida esperando ser seguido.

Os olhos de Bryce arregalaram antes que eles se estreitaram meu caminho. "Você ouviu isso? Minha decisão?"

"Sim, eu ouvi."

Ele acenou para o grupo. "Continue querida. Enquanto eu estiver fora, diga a eles o que você disse à minha mãe e ao seu primo." Ele sussurrou alto o suficiente para ser ouvido. "Você sabe, sobre minha prostituta."

Enquanto Bryce se afastava, Millie se aproximou.

"Alexandria?" Perguntou com um tom de compaixão, e uma nota de piedade em seu tom.

Foda-se. Eu não precisava da pena de Millie Ashmore. O que foi dito poderia facilmente ter sido sobre ela. Eu olhei para onde Pat tinha estado permanente. Ele se foi.

"Se você me der licença, eu preciso encontrar Pat."

Millie apertou minha mão. "Ele é... é verdade? Patrick é...?"

"Desculpe-me." eu repeti.

Logo descobri Pat de pé, perto as portas abertas para o pátio. Grandes aquecedores de prata pontilhavam o terraço de pedra, criando uma área confortável para os hóspedes se conhecerem. Ele pegou minha mão e assentiu.

Era isso. Alton e Bryce estavam ocupados. Era minha chance de escapar. A semente de esperança que eu tinha veio à vida, sua concha estourando aberta com antecipação, talvez até expectativa. Logo, nada disso teria importância.

Voltando seu pequeno aceno de cabeça e com um sorriso esperançoso, eu virei em direção aos degraus de pedra calcária. Uma espessa camada de névoa se estabeleceu perto dos campos, até mesmo obstruindo o lago. Qualquer coisa além do gramado imediato foi mascarado em uma nuvem. Ninguém iria notar se eu desaparecesse, pelo menos não no início. Esta era a capa de invisibilidade que eu esperava como uma criança. Tudo o que eu precisava fazer era chegar ao nevoeiro. Como eu entreguei Pat minha taça de champanhe, seus olhos se arregalaram.

"Tio Alt."

Uma mão pesada pousou em meu ombro. "Onde você acha que vai?"

Eu me virei, transpiração pontilhando minha pele enquanto meu ombro estremeceu com o toque de Alton. Lutando contra o desejo para me afastar, acenei para o gramado, para as poucas pessoas que estavam lá embaixo e respondi: "Conversar com os convidados lá fora."

"Não, Alexandria. Quando eu chamei Bryce, eu quis dizer você também. Você é metade de um todo agora. Acostume-se a isto. Sua presença é necessária no escritório também."

Eu queria gritar por ajuda. Eu queria manter a Pat.

Eu não podia.

O olhar de Alton tirou meu protesto. Em vez disso, eu solenemente acenei para Pat e obedientemente virei-me para o escritório de Alton.

Tudo estava novamente acontecendo em câmera lenta quando minha mente tentou dar sentido a mudança. O terraço do lado de fora e os quartos dentro não tinha mudado. As vozes dos convidados, combinadas com risos criaram o mesmo murmúrio baixo. Mas agora sua música era uma melodia misteriosa aparentemente. Escrito para manter o tempo com o ritmo do meu batimento cardíaco frenético.

Quando fizemos o nosso caminho através da multidão, cheguei para o meu colar, minha conexão. Em vez da gaiola de platina, meus dedos encontrou a gargantilha de diamantes.

Oh, Nox. Estou indo, apenas mais alguns minutos. Eu respirei fundo. Por favor, deixe Chelsea com você.

Foi o meu apelo silencioso como eu sorri educadamente para as pessoas que passavam. Cada uma sorriu e acenou. Eu estava paranoica? Suas expressões mudaram? Eles estavam agora de alguma forma diferente, cheio de expectativa, como se soubessem o destino me esperando?

"O que está acontecendo?" sussurrei para Alton. "Há algo de errado?"

Sua mão, não mais no meu ombro, agarrou meu braço. Como ele apressou o nosso progresso, ele se aproximou, seus dentes manchados e lábios finos ajustados em um sorriso falso ainda zombando. Não foi destinado a mim, mas para as pessoas que passaram. "Continue caminhando."

Com cada palavra uma rajada de quente, doentiamente doce, uísque carregado respiração assaltou meus sentidos, contornando minha bochecha, e fazendo meu estômago revirar. "Não faça nada estúpido." Seu aperto aumentou quando ele falou cordialmente para as pessoas que passavam. Uma vez que estávamos longe da multidão, ele continuou: "Não há nada errado, filha. Nossa programação acaba de mudar."

Minha mente era um turbilhão de possibilidades.

O que tinha acontecido? Ele tinha aprendido nossos planos?

Minha mãe estava livre? Alton sabia? Ou foi a tentativa frustrada?

O Chelsea foi para o Nox? Ou era uma armadilha? Os homens de Alton a seguiram? Eles tinham feito alguma coisa Para Nox?

Meus pulmões pararam de inalar enquanto eu lutava contra o pânico borbulhante. Quem eu encontraria no escritório de Alton? O que tinha acontecido? Eu tive visões de uma Chelsea limite, talvez até Nox... Minha mãe... Morta...

Não era mais o meu esforço consciente que fez meus pés continuar a etapa. A causa era ou de movimento contínuo ou o impulso para frente no aperto de Alton. Com cada pé em frente, meu corpo e mente desconectado. Terror e medo fermentaram como uma bruxa borbulhante. A mistura venenosa encheu minha corrente sanguínea até que o oxigênio não fluiu. Não havia água próximo. O lago era centenas de jardas de distância velados na névoa, e ainda assim eu estava me afogando por dentro.

De repente, o barulho caótico de convidados desapareceu. Nada soou como as batidas desvanecidas de um sino de igreja quando nós cruzamos o limiar do escritório de Alton. Bryce tinha assumido a liderança, o tambor grande para o nosso desfile, alcançando o nosso primeiro destino. Alton e eu estávamos no meio com Suzanna logo atrás. Para todos nós tínhamos passado, estávamos a unidade da família perfeita.

Fumaça e espelhos.

Olhei para o quarto vazio. Não havia ninguém lá. Nem Chelsea. Sem Nox ou minha mãe. A insatisfação dos meus medos encheu meus pulmões, me dando a ilusão de força.

"O cronograma mudou?" perguntei, puxando meu braço livre. "Do que você está falando?"

A mão de Alton se moveu enquanto seus olhos cinza ardiam. No mesmo momento, Bryce deu um passo à frente, pegou a minha mão e puxou-me atrás dele. Eu balançava meus calcanhares finos, equilibrando-me em meus pés quando eu me encontrei-me pressionada contra as costas de Bryce, seu corpo de repente meu escudo, me protegendo da bofetada intencional Alton.

"Pare." proclamou Bryce. Seu discurso já não era mais difícil. "Temos convidados. A pergunta de Alexandria tem mérito. Por que você não nos informar sobre o que você quer e eu vou dar-lhe a minha decisão?"

"Isto não é sobre suas decisões. Eu construí isso..." Ele gesticulou. "... tudo isso."

"Suas decisões nos levaram onde estamos hoje, onde estamos neste exato momento. Se você fosse alguém mais..."

Seu volume de saliva cresceu e choveu com cada frase que ele cuspiu.

"Como é? Eu não estou permitindo que você tome mais nenhuma decisão." Vermelho subiu pelo seu pescoço flácido como um corante sendo absorvido por um pano e rastejando para frente, em direção ao seu rosto e orelhas.

"Alton, acalme-se. Bryce não quis dizer..." As palavras de Suzanna, embora desvanecidas no fundo, pareceu aplacar sua súbita raiva.

Teria o mundo perdido sua inclinação ou, de repente, deu uma pirueta?

Eu não podia decidir como a cena em que eu estava cativa perdeu o contato com a realidade.

Mesmo por trás de Bryce, eu podia ver o crescente brilho de seu pescoço, agora também vermelho.

O monstro que eu tinha criado com a minha conversa de seu poder iminente voltou para o monstro que eu sempre soube. De alguma forma eu era uma parte disso. Foi a minha vida, mas o poder estava mudando um universo alternativo, aquele em que Bryce e Suzanna já não eram meus algozes, mas meus salvadores.

Olhei em volta do ombro de Bryce.

Sem outra palavra, Alton pegou seu celular e digitou uma mensagem de texto. Uma vez que ele foi feito, ele ergueu os olhos redondos e sorriu. Mudei meus pés, mais desconfortável com a sua felicidade falso do que eu tinha estado com sua raiva. Eu estava acostumada à sua ira. Bryce apertou minha mão com mais força. Novo comportamento de Alton enviou um frio através do ar que mesmo ele podia sentir.

"Aconteceu alguma coisa?" perguntei por trás Bryce.

"Alguma coisa está para acontecer." Alton respondeu.

Todos nós nos voltamos para a batida na porta.

"Suzy, abra a porta e depois a tranque."

Trancá-la?

"Nós não queremos ser interrompidos." Acrescentou Alton.

Sem hesitar, ela obedeceu, abrindo a porta e fechando-a rapidamente. Eu reconheci o cavalheiro entrando como um dos convidados. Eu tinha falado brevemente com ele e sua esposa. Havia tantas pessoas... Eu não conseguia lembrar o nome dele. Tudo bem; Alton estava nos apresentando de novo quando entregou ao homem um papel.

"Obrigado por seu serviço, Keith. Bryce e Alexandria conhecem Juiz Townsend?"

"Isto é um pouco incomum," disse o juiz. "mas acredito que podemos fazê-lo funcionar." Ele se virou para Bryce e eu. "Seus convidados ficarão em êxtase."

Eu olhei para Bryce. Houve conforto no fato de que nós compartilhamos a mesma expressão de confusão?

"Alexandria e Bryce," Alton anunciou. "O juíz Townsend está aqui para casar vocês. Agora."

"N-Agora?" Meus joelhos cederam quando meu estômago caiu aos meus pés. No entanto, eu não caí. Meu novo salvador foi mais uma vez onipresente. O braço de Bryce me pegou e me puxou novamente na posição vertical.

Minha visão encheu-se com o homem que eu estava prestes a se casar: seus olhos cinzentos, cabelo loiro, e as bochechas rosadas. Isso não estava certo. Este não era o que eu queria. Eu tinha um plano. Minha linha de chegada foi quase à vista.

"Não!" Eu gritei. "Minha mãe." Eu virei para Alton. "Você disse que minha mãe poderia estar aqui. Você prometeu."

"Tenho medo de que não é mais possível."

Que diabos isso significa?

Alton virou-se para o Juíz Townsend. "Keith, precisamos acelerar esse processo. Você pode pegar os papéis da licença?"

"B-mas o casamento?" Suzanna protestou, mais uma vez vindo em meu socorro. "Este é apenas a parte... certo? Ainda podemos ter a cerimônia?"

Alton parou objeções da Suzanna com apenas um olhar, um que eu tinha visto muitas vezes.

Ele acenou para o juiz para continuar como o nível de ruído dos convidados aumentado. Seu ruído baixo tinha cresceu para um rugido estrondo.

O que está acontecendo?

"Keith?" Perguntou Alton.

"Er, sim." Ele olhou de mim para Bryce. "Hoje nos reunimos para comemorar-"

"Não," Alton interrompeu, o seu pescoço ficando tenso. "Vá para a parte legal."

O juiz Townsend assentiu e olhou para o papel em sua mão. "Ok, bem, Edward Bryce Carmichael Spencer, você toma Alexandria Charles Montague Collins para ser sua legítima esposa?"

O apoio de Bryce à minha cintura aumentou, puxando-me para mais perto de seu lado. "Sim eu aceito."

Meu coração apertado apreendido como a maçaneta da porta para o escritório foi agitada.

"Está trancado." Alton disse como que para nos tranquilizar. "Eu lhe disse que não iria ser incomodado. Continue."

As batidas rápidas do fogo vieram bater na madeira. Os golpes aumentaram.

"Continue!" Alton gritou.

Vozes chamaram de fora da porta. "Sr. Fitzgerald! Sr. Spencer!"

Alton estendeu a mão para o braço de Juiz Townsend. "Keith, fazer isso agora, se você quiser ver naquele banco novamente."

Os olhos do juiz Townsend arregalaram-se quando ele se virou para nós.

"Alexandria Charles Montague Collins, você..."

 


Notas
[1] Codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita, onde a pessoa pode estabelecer disposições para serem cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens pessoais moveis, roupas ou objetos de pequeno valor. Parece com um testamento, mas é mais limitado e não exige muitas formalidades. Pode ser feito por meio de um documento informal, assim como uma simples carta, basta que seja datado e assinado.

CAPITULO 32

Deixo Patrick como em todos os filmes: em um longo corredor, ladeado por sombras e desgraça iminente. Quando entro em Montague Manor, o cenário inteiro está lá, desde a iluminação misteriosa a as vozes de fundo baixas. À medida que entro, as vozes despertam tanto de reconhecimento com curiosidade.

Embora o foyer esteja vazio, as vozes me alertam que ultrapassei o prazo de Bryce.

A risada estrondosa seguida por respostas masculinas confirmam que meu padrasto está em casa.

Curiosidade é uma coisa estranha. Meu cérebro diz para ir para meu quarto, tomar um banho e me preparar para o jantar. No entanto, meus pés seguem os sons e vozes, como se me levando a respostas que não posso achar de forma diferente.

A porta do escritório de Alton está fechada; no entanto, paro perto do batente. A sala além está quieta. As vozes vinham de mais longe dentro da mansão. Sigo o corredor quando se abre numa sala de estar brilhante perto da parte traseira da casa. É a mesma sala onde Alton e minha mãe tomaram meu fundo fiduciário. As janelas intactas brilham com o laranja do restante da luz solar do início da noite. A tempestade da noite passada limpou o ar, literalmente. O céu está azul safira, livre de umidade, exceto pelo rosa e roxo do pôr do sol iminente no horizonte.

"Essa é a melhor notícia que ouço em meses."

A voz de Alton vem de dentro, reorientando minha missão. As portas estão abertas. É um convite ou uma armadilha?

"Sr. Fitzgerald, eu não perderia isso. Obrigado por me incluir."

Viro a esquina, precisando ver o rosto do homem que falou. Como gravações antigas ou músicas, tento encaixar a voz com um nome. Ouvi-a antes. Simplesmente não posso definir. Entro através da porta aberta.

"Alexandria," Alton diz, os olhos cinzentos estreitos em minha direção. "Acho que sua viagem valeu a pena?"

Um nó se forma na minha garganta enquanto considero o duplo significado. Ao mesmo tempo, o cavalheiro vira, um copo de líquido âmbar nas mãos.

"Srta. Collins?"

A temperatura da sala aumenta. "Senador Carroll?"

"Doyle, conhece minha filha?"

Estendo a mão enquanto o senador se aproxima. Ele não é o único na sala. Enquanto nos cumprimentamos, noto o encontro estranho, incluindo Bryce, que vem em minha direção.

"É um prazer vê-la novamente." diz o senador Carroll.

"Querida," Bryce diz, colocando a mão na parte inferior das minhas costas. "você não me disse que conhecia o senador."

Viro para ele. "O assunto nunca surgiu."

Bryce estende a outra mão, a que segura o copo de cristal e faz as apresentações formais. "Senhores, minha noiva, Alexandria Collins."

"Collins. Sim," diz o senador Carroll. "Isso é uma surpresa, claro."

Com meu coração acelerado pela probabilidade de que o que está acontecendo não é legal e pode afetar Lennox e a Demetri Enterprises, tento manter a calma, exalando o exterior perfeito.

"Lembra-se do senador Grant Higgins," Bryce pergunta. "de sua festa de boas-vindas, e Severo Davis?"

Festa de graduação.

Balançando a cabeça, forço um sorriso à medida que cada homem vem apertar minha mão.

"Parabéns, Srta. Collins." diz Davis.

"Pelo quê?"

"Por seu casamento, é claro."

A sala explode em risadas quando a pressão da mão de Bryce aumenta nas minhas costas.

Descartando meu erro, sorrio. "Sim, que tola. Acho que estou apenas sobrecarregada com todo o planejamento." Viro para Bryce. "Sua mãe contou que decidiu o estilo de vestido das damas de honra?"

Embora seus olhos se estreitem, a voz soa alegre. "Não, ela não fez. Isso é maravilhoso. Adoraria ouvir tudo sobre o seu dia."

"Bobagem, está ocupado e vou me arrumar para o jantar."

Ele se aproxima mais, o nariz perto do meu pescoço. Inclinando-se para trás, ele me olha de cima a baixo. "Parece uma boa ideia."

O que diabos ele está fazendo? O caroço de mais cedo volta. Engolindo-o, viro para meu quarto. "Bem, senhores, foi um prazer. Espero vê-los de novo."

O senador Carroll fala primeiro. "Amanhã à noite. Estamos felizes em compartilhar sua celebração."

Embora Bryce ande em direção à porta, eu paro, perguntando: "Nós? A Sra. Carroll irá com você?"

Suas bochechas sobem quando ele troca olhares com o Sr. Davis. "Hum, ela não está, mas quando Shirley sabe da sua festa..." Ele gesticula. "... E em casa, tenho certeza que posso convencê-la a saltar num avião e se juntar a mim. Ela não é geralmente muito de viajar, mas eu espero que, por você, ela faça uma exceção."

"Será bom vê-la novamente se puder vir. Por favor, diga a ela que falei Olá."

"Eu vou."

"Senhores." Bryce diz, balançando a cabeça e levando-me para a porta pelo corredor.

A voz de Severo Davis berra quando nos afastamos. "Bem, espero que isso não signifique que preciso trazer Marisa." Seu comentário é recebido com outra rodada de risos saudáveis.

Quando nos aproximamos das escadas da frente e tento envolver minha mente em torno desse agrupamento, Bryce para.

"O que discutiam?" Pergunto.

"Onde diabos você estava?"

Sua súbita mudança de humor me faz dar um passo atrás. "No Leopold com Patrick. Nós ligamos."

"Você deixou minha mãe a mais de três horas. O seu segurança teve um tempo infernal. Sabe como Alton ficou quando informaram que estava sozinha?"

"Eu não estava sozinha. Estava com Patrick."

"E isso deveria me fazer sentir melhor?" Estreitando o olhar, ele me verifica novamente da cabeça aos pés.

"Qual é o seu problema?"

"É... eu não sei... algo está diferente."

Balanço a cabeça. "Você está iludido. Passa muito tempo com Alton."

"Onde está seu anel?"

Merda!

Atrapalho-me com a bolsa, abrindo e tirando o diamante das profundezas. Empurrando-o no dedo, sorrindo. "Aqui. Não estou acostumada a usá-lo. É muito pesado."

Bryce estreita o olhar e assente. "Acostume-se com isso."

"Estou tentando."

Piso no primeiro degrau, assim como Bryce. "Aonde vai?"

"Para seu quarto."

"Por quê?"

"Não fico sozinho com minha noiva há dias."

Reunindo meu juízo, digo: "E tem uma sala com dois senadores, meu padrasto e um lobista. Não acha que pode esperar? Além disso, preciso me arrumar para o jantar. Aparentemente, estou diferente."

"Será que Patrick usa colônia?"

Balanço a cabeça. "Sim e é divina. Não sei a marca, mas posso perguntar." Eu sei, mas não parece importante.

"Não, é só que..." Bryce sacude a cabeça. "Eu disse para estar aqui antes de Alton."

"Você não me disse que hora seria." Coloco a mão sobre o peito e finjo um sorriso. "Isto é mais cedo que o normal. Agora vá. Estou confiante de que não quer perder o que discutiam."

Ele se inclina mais perto, seus lábios próximos, a respiração provocando meu nariz. "Erva é o que estamos discutindo. É bastante cômico. Duvido que qualquer um deles já usou." Ele toca minha bochecha. "Lembra-se daquela vez na Duke?"

Erva? Maconha?

Dou de ombros. "Lembro. Deixou-me doente."

Luto contra a vontade de recuar quando ele roça os lábios nos meus. Frio e tenso. A conexão não é nada como a eletricidade com Nox. Inconscientemente, suspirei com o pensamento do homem que amo.

Bryce me puxa para mais perto, interpretando mal as pistas do meu corpo. "Continue. Arrume-se. Você teve um longo dia." Ele me beija novamente. "E pelo amor de Deus, coloque um pouco de perfume. Você cheira ao... seu primo."

"Eu faço?"

Ele me beija novamente, desta vez sondando meus lábios.

Fecho os olhos quando sua língua molhada os separa. Quando se afasta, ele acrescenta: "Mas tem gosto de bom uísque e sorvete."

"Acho que é você que tem gosto de uísque."

Apressadamente subo as escadas, orando a cada passo para não ser seguida. No momento em que chego ao topo, meu coração está pulando no peito.

"Que diabos?" murmuro, sem saber como decifrar as pistas que Bryce deu. Será que ele tem alguma ideia de onde estive realmente? Deveria ter me limpado no hotel, mas estava muito chateada para pensar nisso.

Um milhão de pensamentos lutam para se firmar enquanto meu caminho para meu quarto.

Trancando a porta atrás de mim, aprecio a solidão. Quando aconteceu? Quando meu quarto se tornou um santuário? Quando o resto da casa se tornou tão ruim que meu quarto virou o mal menor?

Sento na beira da cama e deito. Não é a sala lá embaixo que enche minha visão, mas as memórias da tarde antes do feitiço ser quebrado, quando o mundo era certo e seguro. Eu o quero com todo meu coração. Também quero dizer a Nox ou mesmo a Deloris que o senador Carroll está na minha casa com o senador Higgins e Severo Davis.

De repente, me sento. Davis é velho, não tão tanto quanto Alton, mas muito mais que Bryce. Essa é a pessoa que Chelsea deveria estar. Será que ela sabe? Ela sabe que ele está aqui? Se tivesse acordado, sabendo de sua idade e que é casado?

Por quê?

De repente, me arrumar para o jantar perdeu a importância.

Corro pelo corredor e bato na porta de Chelsea. Lentamente ela abre.

"Onde você e Patrick foram?" Pergunta.

"Visitar minha mãe e, em seguida, tomamos um sorvete."

Ela me olha de cima a baixo.

Que diabos? Estou usando um sinal?

"Hmm," ela diz, abrindo mais a porta. "Quer entrar?"

"Sim. Qual é o problema? Será que Suzanna te irritou?"

Chelsea dá de ombros. "Não mais do que o habitual. Eu vim aqui assim que pude, esperando perder o drama."

Pego sua mão e puxo-a para as duas cadeiras perto da janela. Quando sentamos, observo seu ponto de vista. Não é nem da frente da casa, nem de trás. Da janela deste quarto vemos os campos. Quando olho mais para baixo do que par fora da casa, os campos de tênis e um pequeno edifício são visíveis.

Segurando meu colar, respiro fundo. Se pudesse sair por lá, poderia dizer a Nox o que está acontecendo.

Volto o foco para Chelsea. "Diga-me por que está aqui. Sabe como essas pessoas tornaram-se aliados de Bryce?"

"Eu não posso. Eu não sei."

"Isso não faz sentido. Quer dizer, se o que disse é verdade então não te conhecia até a noite no hospital. Diga-me como tem um emprego em DC para ficar com ele."

Dizer DC acerta um cabo. Isso seria onde ela se seria atribuída a Severus Davis. Será que ele sabe que pode ter Chelsea? Como tudo isso funciona?

Vestida com um par de calças de yoga e uma camisa, não o traje para o jantar, ela puxa os joelhos contra o peito e coloca os pés descalços na beira da cadeira. "Alex, eu gostaria de poder dizer. Estou morrendo de vontade de falar com alguém sobre isso, mas não posso. Tudo o que posso dizer é que dissemos ao policial Evanston a mesma história. Bryce estava comigo quando Melissa desapareceu."

Eu balanço a cabeça. "Mas ele estava?"

"Ele estava lá na Califórnia antes que de me dizer. Ele tem registros de viagens provando que ele esteve lá fora e sobre durante os quatro anos."

Meu estômago revira. "Você mentiu para a polícia?"

"Eu não tive escolha. Eles foram implacáveis. Até fizeram testes em seus carros e coisas. Eles vieram para Carmichael Hall... foi... assustador."

"Mas... o seu testemunho?"

Ela dá de ombros. "Eu não acho que é um testemunho. Não foi no tribunal. Rezo para que não chegue tão longe. Foi um depoimento."

"Deus, você inventou informações. Isso é perjúrio."

"Eu não tive escolha..." A defesa do Chelsea some.

Eu respiro fundo. "Por causa do acordo."

Seus olhos se arregalam. "O que disse?"

"Eu sei sobre Infidelity. Não sabia que era o que fez, mas sei sobre a empresa."

Chelsea salta da cadeira e fica de pé, de frente para a janela.

Espero, mas em vez de palavras, os ombros se movem e cabeça cai para frente.

De pé, lentamente caminho até ela. Ela não está muito longe, apenas um passo, talvez dois, mas por um momento a distância parecia intransponível. Quando coloco a mão em seu ombro, ela vira para mim.

"Não sei como você sabe," diz ela entre soluços. "mas agora você sabe que sou uma prostituta."

Lembro-me das palavras de Karen Flores, as que repeti para Nox. "É companheirismo, não sexo."

"Como?"

"É uma longa história, mas deixe-me dizer... Eu entendo o fascínio, a promessa de compensação pelo que parece pouco sacrifício. Mas é enorme. Você e seu corpo são mais valiosos que esse acordo. Eu sou mais valiosa do que isso."

Ela balança a cabeça. "Olhe em volta. Você não pode saber o que é. Odeio cada dia e em dois meses, com o acordo que fiz, com a Infidelity e o trabalho de RH da Montague, ganhei o suficiente para pagar a faculdade da minha irmã por dois anos numa estadual." Ela suspira. "É bom poder dizer Infidelity em voz alta."

"Baby, você não é uma prostituta mais do que eu."

"Não, você está errada. Bryce está muito disposto a me lembrar diariamente desse título."

"Foda-se ele!"

"Eu prefiro que não." diz ela com uma careta. "Além disso, por que iria pensar que é uma prostituta? Você não jogou sua vida fora."

"Não, eu não fiz, apenas fiz companhia."

Seus passos param enquanto as mãos vão aos lábios. "Nox?"

"Sim, mas é complicado."

"Oh meu Deus." As rodas de reconhecimento giram em sua cabeça. "O fundo fiduciário. É por isso. Como? Fez Deloris falar sobre isso também?"

"Não exatamente. Deloris encontrou meu perfil e parou. Nox... bem, a empresa é dele, ele é um investidor."

"Ele não é seu cliente?"

"Não tecnicamente. Diga-me, o que Deloris lhe pediu para fazer."

Chelsea caminha de volta para a cadeira. "Não era para ser assim. Seria um cara. Vi sua imagem e perfil. Ele é casado. Percebi que só o via quando não estava com a esposa. O resto do tempo poderia ter uma vida e ao mesmo tempo ganhar essa renda. Não sou uma puritana, mas não foi o que aconteceu."

"Eu sei e sinto muito. Você se lembra de qual o nome do cara?"

"Sim, era como o professor do Harry Potter, Severus."

"Você já o conheceu? Será que Bryce sabe com quem ficou emparelhada?"

Sua cabeça se move para trás e para frente. "Não... e não. Bryce me contou quando nos encontramos. Ele pensou ser muito engraçado." Seu rosto se contorce de desgosto. "Ele está muito orgulhoso de si mesmo."

Afundo na cadeira. "Você não tem que dizer..."

Ela senta-se mais ereta. "Ele colocou em detalhes: o comprimento do cabelo, tipo de corpo, idade. Ele descreveu você."

"Eu sinto muito."

"É por isso que estava certo quando disse que eu me parecia e vestia como você. Ele me fez até pintar o cabelo."

"Deus, Chels, não sei o que dizer."

"Não é sua culpa. Eu fiz isso."

"Mas eu lhe disse para confiar em Deloris. Eu não tinha ideia... oh, mas antes que eu esqueça, o cara que deveria sair? Ele está lá embaixo."

"Ele o quê?"

Seguro sua mão. "Não por você. É uma coisa política, dois senadores e Severo Davis. Ele é um lobista."

"Mas Deloris queria que eu o espionasse. Esse era o plano. Há alguma ligação entre ele e Nox?"

"Eu realmente não sei. Talvez desde que nós duas estamos aqui, podemos manter os ouvidos abertos. Mas saiba: vou te tirar daqui. Você não de..."

Minhas palavras morrem ao ouvir algo no corredor. A voz irritada de Bryce ecoa e penetra a porta.

Meu olhar encontra o de Chelsea.

"Ele está te procurando." diz ela.

"Talvez se a gente ficar quieta." Vou até a porta, esperando para ver se ele passou.

Quando estendo a mão para a maçaneta, a porta de Chelsea abre, com pouca atenção do outro lado. Rapidamente, pulo para trás, mal evitando a colisão.

A expressão de Bryce, a que comparo com Alton, está de volta, com o pescoço e as orelhas vermelhas.

"O quê?" pergunto, desejando termos trancado a porta. "O que está fazendo aqui?" olho para Chelsea e para ele. "Bryce, você deve sair. Precisamos ficar prontas para jantar."

Ele empurra a tela do telefone para mim. A imagem é preta e branca e de má qualidade.

"O que? Essa sou eu." Sou eu, ao lado da cama da minha mãe, sua mão na minha.

"Hoje?" Pergunta.

Merda! O chão de repente some debaixo de mim, mais precisamente, debaixo do meu álibi. O vestido é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 33

 

 

 

Deloris coloca o pen drive no computador e abre os documentos na tela.

"Vou enviá-lo para o iPad". Diz ela, enquanto os dedos voam sobre as teclas.

"E o meu?" Pergunta meu pai.

Deloris olha por cima do ombro. "Realmente precisa ver duas vezes?"

Oren dá de ombros. "Só por curiosidade, se tiver meu e-mail privado."

Ela ri quando meu iPad soa com o e-mail recebido.

"Vou tomar isso como um sim." diz ele, inclinando-se e ligando seu tablet. "Esta é a última vontade e o testamento é longo." continua ele. "Quer dizer, já vi merda, mas o homem velho Montague levou controle a um nível totalmente novo, tudo para ditar o futuro da neta. Pode ver o documento inteiro, mas sugiro que todos nos concentremos no artigo XII, por agora."

Olho para Isaac. Ele está presente, mas em silêncio. Em vez de digitalizar o documento, está comprando um colar pelo celular.

"Qualquer mudança?" Pergunto.

"Não senhor. Ela está na mansão." Ele dá de ombros. "Às vezes me pergunto se este indicador de frequência cardíaca funciona."

"Claro que sim," disse Deloris. "Por quê?"

"Como agora, se ele está funcionando, seu pulso está ridiculamente alto. Cento e trinta. Isso é o dobro do que é quando está dormindo."

Minha pele arrepia. "Se ela apenas tivesse ficado."

Oren vira para mim. "Uma semana atrás?"

"Não, hoje. Eu a vi brevemente. "

"E o deixou?"

"Ela não vai deixar sua mãe ou Chelsea."

"Foda-se!" Oren grita. "Não acha que eles já descobriram que estão juntos, não é?"

"Não. Cuidamos de tudo."

Oren se vira para mim. "Nós estamos tão perto. Não é porque você é..."

"Porque sou o quê? Estou preocupado. Eu precisava vê-la, tocá-la. Estou além de assustado com cada coisa que aprendemos sobre Spencer. Sei que ele é um porco nos negócios, mas agora... não vou estragar isso. Vou invadir se ela não chegar a estrada."

"Senhores," Deloris intervém. "nós temos um documento."

Respiro fundo e me afasto do olhar gelado do meu pai.

Oren tem que ter a última palavra. "Isto não é apenas sobre Alexandria. Ela é a mais forte delas. Pode aguentar mais um dia."

Suas palavras fazem minha pele arrepiar. Sento e pego meu tablet, rezando para ele estar certo.

Mas se estiver, então por que diabos seu pulso subiu?

Concentrando-me na tela, rolo as páginas, desacelerando nas legendas até chegar ao Artigo XII as provisões para Montague Holdings.

A sala fica em silêncio enquanto todos nós lemos:


Se no momento da minha passagem, estas disposições não estiverem satisfeitas, é da responsabilidade dos meus herdeiros, Adelaide Montague Fitzgerald e Alexandria Charles Montague Collins, a boa vontade de legalmente satisfazer os seguintes critérios nas datas apropriadas. Não fazer isso irá resultar na perda de toda a herança, incluindo, mas não limitado a bens, propriedades, ações da empresa, as propriedades pessoais, e a residência e o resto da minha herança.

Como é agora o caso, é essencial que Adelaide Montague permaneça casada com Alton Fitzgerald para o resto de suas vidas terrenas. Como o marido de Adelaide, Alton Fitzgerald terá todos os direitos estabelecidos como o acionista principal na Montague Corporation. Se pedirem divórcio ou fizerem tentativas de acabar com o casamento, todas as explorações Montague vão para Alexandria Collins.


Paro lá. "Por que diabos a mãe de Alex não faz isso?"

"Pede o divórcio?" Pergunta Oren.

"Sim, ela estaria livre e fora do controle de Fitzgerald."

Oren aperta os lábios. "Eu me culpo por não ter em minhas mãos este documento há dez anos."

Deloris vira para meu pai. A expressão dela quer mais. Não disse a ela a história entre o meu pai e a mãe de Charli, apenas que ele queria ajudar. Embora ela pareça curiosa sei que ela não perguntará. Finalmente, ela volta para a tela e continuamos a ler.


Após a morte de qualquer A. Fitzgerald ou AM Fitzgerald antes da vinda de idade de A. Collins, todas as explorações Montague serão mantidas em confiança para ela até a idade de vinte e cinco ou até que tenha concluído um diploma universitário, o que ocorrer primeiro.

Uma vez que a conclusão da idade ou grau ocorreu, a fim de que A. Collins possa herdar as propriedades e ativos Montague e cumprir os requisitos estabelecidos neste documento legal deve aderir ao seguinte:

Sendo da idade legal de vinte e cinco (ou ter concluído o seu grau de faculdade), Alexandria Collins deve concordar com uma união legal com um marido que também irá representá-la e as ações de seus filhos biológicos na Montague Corporação, bem como no funcionamento dos ativos Montague.


"Sou voluntário." murmuro. Não é uma proposta, mas isso não a torna menos válida. Charli e eu nunca falamos sobre casamento, mas o faria não por causa desta maldita vontade ou qualquer coisa relacionada com o dinheiro de sua família. Aceito-a nua e sem dinheiro. A primeira parte dessas condições traz imagens em minha mente que é melhor controlar.

Volto para o tablet.


É meu desejo, e assim por diante a determinação deste que A. Collins se case com Edward Bryce Carmichael Spencer, filho de Suzanna Carmichael Spencer, conforme descrito abaixo.


"Como diabos isso é legal?"

"Eu não tenho certeza que seja." diz Deloris.


E. Spencer deve terminar a graduação e pós-graduação e provar-se digno da Montague Corporation. Após a conclusão da pós-graduação, há mais dezoito meses antes da união.


"Provar-se digno?" Oren pergunta em voz alta. "Isso inclui acusações de abuso e ser suspeito no sequestro de uma mulher?"

Embora ninguém responda e continue a ler, pela primeira vez, estou curioso sobre o desaparecimento de Melissa Summers. Fodida Infidelity. Se a empresa se tornar pública com a investigação valerá a pena se salvar Charli.


No momento do seu casamento, o controle de interesse em todas as coisas Montague reverterá para A. Collins e E. Spencer, com provisões para apoio contínuo e supervisão de A. Fitzgerald e AM Fitzgerald até o momento em que é determinado que um ou ambos não sejam competentes.


"Você acha que...?" Começo.

"Que o bastardo está comprometendo o caso de competência mental de Adelaide antes de ser legalmente posta de lado? Tenho certeza disso." diz Oren. "Ainda tenho algumas informações sobre o assunto. Direi mais tarde. Continue lendo."


Se esta união não ocorrer, todas as explorações e ativos Montague serão liquidados. Os ativos passarão a ser legado da Fitzgerald Investments, deixando ambos os herdeiros e seus descendentes, sem ativos na Montague.

Se o casamento de A. Collins e E. Spencer não sobreviver, resultando em divórcio ou morte prematura, todas as explorações e ativos Montague serão liquidadas e, doravante, doadas a Fitzgerald Investments, com uma exceção: no caso de um herdeiro do sexo masculino sobre a idade de vinte e cinco anos, o herdeiro designado manterá todas as explorações e participação de controlo.

Se verificar que qualquer pessoa mencionada neste artigo deliberada e propositadamente dificulta meus desejos, esse beneficiário será impedido de receber sua parte da herança.


"Isso não pode ser legal. Pode ser recorrido." digo.

"Estipulações de beneficiários." Oren diz, como se a frase fosse uma referência diária.

"O quê?"

"É a imposição de cláusulas na herança dos beneficiários. Isso é feito com mais frequência do que pensa."

"Muitas vezes é algo como concluir a faculdade ou onde os fundos estão disponíveis apenas para pagar a educação ou habitação." acrescenta Deloris.

"É besteira. Charli não precisa disso. Ela não quer. Por que está aguentando?"

"É ela?" Pergunta Deloris. "Ou está aguardando tempo para sua mãe?"

Deveríamos ter conversado mais esta tarde. Eu deveria ter feito mais perguntas.

"Isso não muda nada," anuncio depois de terminar. "Vamos continuar nossos planos. Foder a Montague."

"Não tão rápido."

Voltamos para Oren.

"Eu te disse que há um adendo. Vá até perto do fim."

Oren pega o telefone e envia uma mensagem.

"Uma data importante?" Pergunto.

"De certa forma."

Antes que eu possa começar a leitura, há uma batida na porta.

"Esperando alguém?" Pergunta Deloris.

"Por uma questão de fato, estou." Oren diz enquanto levanta e caminha em direção à porta. "Desligue a câmera do Magnolia Woods."

Com um botão, a tela da TV ficou preta e Oren toca a maçaneta.

Um jovem nervoso está na porta.

"Sr. Crawford."

O menino assente. "Sr. Demetri."

"Entre." Oren abre a porta, seu convite muito gentil.

Fico de pé. "Sr. Crawford? O que é..."

"Durante minha pesquisa..." Oren começa quando o jovem se mexe desconfortavelmente de um pé para o outro e olha em volta. "... Vi um trabalho que o Sr. Crawford fez recentemente."

O menino assente. "Pode me chamar de Stephen."

"Sim, bem, Stephen foi empregado de Hamilton e Porter no escritório de advocacia que fez esse testamento. Stephen teve o prazer de trabalhar com Adelaide em relação nesta mesma vontade."

Meu pai, de repente tem a minha atenção. "A Sra. Fitzgerald sabia disso?"

"Sim", diz Stephen. "Conversei com ela em várias ocasiões." Ele olha Oren.

"Vá em frente, filho. Estes são meus colegas. Estamos todos tentando ajudar a Sra. Fitzgerald e se puder ajudar-nos a ajudá-la, podemos fazê-lo."

Ele engole em seco. "Você tem vontade?"

"Sim."

"Hum, ok. Bem, há um adendo."

"Acabamos de descobrir isso." digo.

"Há algumas coisas que pode não perceber se não tiver trabalhado com Adela- quero dizer, a Sra. Fitzgerald."

"Como o quê?" Oren pergunta.

"Senhor, esta é uma informação confidencial."

"Ainda está empregado por Hamilton e Porter?"

"Não, mas assinei um termo."

"Sentiu-se mal com alguma coisa que Ralph Porter lhe pediu para fazer?"

"Sinto que abandonei a Sra. Fitzgerald. Ela estava realmente animada sobre a cláusula."

Oren vira para Deloris. "Ligue a tela."

Balanço a cabeça.

A TV enche com uma imagem do quarto de Adelaide.

"Stephen, quando foi a última vez que viu Adelaide?" Pergunta Oren.

Ele ficou mais ereto. "Foi logo antes de deixá-la ir. Tivemos uma reunião agendada perto do início de outubro, mas não tive permissão para me encontrar com ela. A última vez foi há quase um mês antes. Ela iria agendar e, em seguida, não reagendou novamente."

Oren aponta para a tela. "Olhe bem de perto. Isso é Adelaide."

Ele ofega enquanto ele caminha em direção à tela. "O que aconteceu com ela?"

"Isso é o que estamos tentando descobrir. Pode ser que ela descobriu uma informação que não deveria saber?"

Os olhos de Stephen se arregalam de horror. "Merda. Eu... isso é perigoso. Certamente..."

A mão de Oren pousa no ombro de Stephen. "Filho, ninguém vai saber seu papel, ou que nos ajudou. Posso assegurar sua segurança e a de sua família jovem. Quantos anos tem seu bebê?"

Meu estômago revira com a facilidade das palavras de meu pai. Os olhos de Deloris vêm em minha direção. Faz anos desde que vi esse lado dele em ação e, no entanto, neste momento, não detesto sua escolha ou estratégia.

"Quinze meses."

"Stephen, nos ajude e você e sua jovem esposa e filho estarão muito melhores. Você pode ir para qualquer faculdade de direito no país. Eu vi suas notas. É um jovem trabalhador. É uma pena desperdiçar sua educação em Savannah."

"É uma boa escola..."

"Não é Stanford, Harvard, Yale..."

Ele vira para a tela. "Eu gosto dela. Será que ela vai ficar melhor?"

"Sim." Oren responde de forma inequívoca.

"Posso ver o adendo?"

Oren acena para Deloris e aparece na TV, substituindo o Magnolia Woods.

"Ok," diz Stephen, examinando as palavras. "Vê isso?" Ele aponta para a data e as iniciais CM. "Esta data é, obviamente, a data aprovada da cláusula. O que não é dito é que de acordo com Adelaide..." Ele olha para Oren como se precisasse de sua permissão para usar seu primeiro nome.

"Continue."

"Segundo ela, essa é a mesma data que seu pai morreu."

"Então isso não é legal?" Pergunta Deloris.

Stephen sacudiu a cabeça. "Não é. O Sr. Montague faleceu em seu sono naquela noite de ataque cardíaco repentino. Ele era legalmente competente quando aprovou o documento."

Quando ninguém fala, ele continua. "Pensei ser um pouco estranho. Perguntei a Natalie. Ela é uma assistente legal. Ela me disse para não me preocupar com isso."

"Então não o fez?"

"Eu não disse nada. Mas não posso afastar a sensação de que é estranhamente coincidente."

"Pode explicar a cláusula?" Pergunto.

"Você viu o testamento, de modo que sabe sobre o artigo XII?"

Assentimos.

"É uma merda estranha. Quer dizer impor estipulações beneficiárias é uma prática comum, mas nunca vi... mesmo na faculdade... nada tão estranho quanto os mandatos neste." Ele franze a testa. "Pode imaginar, um cara morto ditando com quem tem que se casar?"

"A cláusula?" Pergunto novamente, a agitação em meu tom.

"Sim, bem. Em poucas palavras, qualifica o disposto no artigo XII, basicamente dizendo que qualquer manipulação por qualquer das partes interessadas altera as disposições."

Balanço a cabeça para a realidade. Esta adição à vontade de Montague diz que se alguém fizer algo para dissuadir, para interferir a progressão natural ou parar o arranjo, então essa pessoa anula seus ativos ou qualquer pretensão de ativos. Também anula o legado dos ativos liquidados para a Fitzgerald Investments. Obviamente ele tem alguns problemas de confiança.

"Portanto, se o casamento não sair como planejado, a Montague Corporation continuará a ser uma entidade viável, não sendo liquidada como originalmente previsto no artigo XII?" Pergunto.

Stephen dá de ombros, lendo o documento. "Ele não especificou que o atual conselho de administração será dissolvido e toda a estrutura corporativa se tornará uma empresa de capital aberto. E se o casamento de sua filha com a cara não ocorrer, ou seja, ela case com outra pessoa, isso irá, então, entrar nas sucessões onde todas as partes interessadas devem fazer um caso de seus direitos. Assumindo que a interferência anteriormente mencionada não é um problema, teoricamente, a propriedade será igualmente dividida entre os herdeiros vivos."

"Então, para esclarecimento, isso anularia as consequências do artigo XII?" Pergunta Deloris.

"Sim." Stephen confirma.

"Pergunto-me o que fez o Sr. Montague mudar de ideia." acrescento.

"A Sra. Adelaide perguntou a mesma coisa." Stephen se volta para Oren. "Espero que possa ajudá-la. Ela estava tão animada. Não conseguia entender por que não sabia sobre isso. Ela continuou dizendo, se apenas... se somente."

Oren alcança a borda da mesa, estabilizando-se antes de caminhar. "Obrigado, Stephen." Ele enfia a mão no bolso do casaco interior e ira um envelope. Por seu olhar, assumo ser dinheiro. "Isso deve ajudá-lo a se mudar. Entre em contato com meu assistente. A escolha das universidades é sua."

Stephen segura o envelope por um minuto antes de passá-lo para trás. "Obrigado. Eu agradeço. Adoraria ir a qualquer uma dessas escolas que mencionou. No entanto, eu não posso." Ele balança a cabeça. "O Sr. Fitzgerald me ofereceu dinheiro também. Eu não aceitei. É ruim o suficiente que quebrei o acordo de não divulgação, mas não foi pelo dinheiro. Eu falei sério. A Sra. Adelaide é uma mulher amável. Ela não merece estar onde está. Tentei ajudá-la." Ele dá de ombros. "Temo que as informações que a ajudei a encontrar e entender possa ter levado ao que aconteceu. Por essa razão, estou feliz em ajudá-lo."

"Não vou contar a ninguém e confio que quer ajudar. Apenas faça. E se puder... aquela coisa, a data, me mantém acordado durante a noite. Só parece errado."

Levanto e dou um passo adiante, fodidamente impressionado com esse homem. Ao mesmo tempo conheço o jogo de Oren e endividamento que alimentou a obrigação mútua. Não posso prever o próximo movimento de Oren. Em vez disso, estendo a mão. "Stephen, você é um bom homem. Será um bom advogado. Sei é alguém que acredita em fazer a coisa certa e ajudar aqueles que não podem ajudar a si mesmo. A advocacia seria um lugar melhor se houvesse mais como você."

"Obrigado, Sr. Demetri."

Meu aperto aumenta quando a atenção de Isaac vai de seu telefone para Stephen. "Nós não fomos apresentados."

Seu olhar corre entre Oren e eu. "Desculpe se presumi. É a semelhança. Não são parentes?"

"Sr. Crawford, cuide-se."

"E de seu bebê." acrescenta Oren.

Deloris levanta. "Posso mostrar-lhe à porta?"

"Eu posso...? Será que vou saber se a ajudei?"

"Suspeito que haverá rumores."

 

CAPITULO 34

 

 

 

A cena acontece ao meu redor, comigo, e ainda assim estou sempre um passo atrás.

O retrato no telefone de Bryce é meu. Seria um truque?

"Bryce, o que está dizendo?"

Ele agarra meu braço, o mesmo lugar que agarrou no outro dia, me puxando para perto. "Fiz uma porra de pergunta."

Luto contra seu aperto. "Me solta. Você está me machucando."

Nos movemos pelo o quarto, nós três numa dança coreografada pela raiva e medo.

"Assim que te vi na sala, soube que algo estava errado. Não pude identificar, mas então me bateu. O vestido que usava..." Soltando o braço, ele me empurra para longe e me olha da cabeça aos pés. "Que você ainda está usando... não é o mesmo que na foto do Magnolia Woods." Ele anda num pequeno círculo. "Porra eu avisei. Quando cheguei aqui, tentei te dizer," Ele se aproxima. "Eu queria que fosse diferente, mas não serei feito de idiota!"

Embora cada parte minha queira se afastar de sua abordagem, não o faço. Eu não posso. Não lhe darei esse poder sobre mim. Nem por um dia, uma semana, até nosso casamento ou para sempre.

Levanto o queixo. "Apenas fale do que está me acusando porque tenho muitas mais acusações pra te dizer."

O próximo segundo acontece num flash. Desde que entrei no carro de Alton, fui atingida duas vezes: uma por ele e outra por Suzanna. Isso não é nada comparado ao poder do tapa de Bryce. Não é um tapa, mas um soco, juntas atingindo ossos, carne batendo carne.

Cambaleio e grito.

Não pela dor, dor que não sinto.

É pelo choque.

Meu grito: "NÃO!" Ecoa na suíte de Chelsea, uma sílaba que parece durar para sempre enquanto meus joelhos cedem e caio no chão ao lado de minha amiga.

Ela está enrolada de lado, segurando a bochecha com o peito arfando pelo golpe inesperado.

"O que diabos você fez?" Grito para ele.

Quem é esse homem?

Certamente não é meu amigo de infância. Não é o homem que relutantemente deixou minha virtude intacta quando adolescente. Não é o homem que finge ser meu noivo.

"Levante!" ele grita. Sua demanda cai como um cobertor molhado enquanto olho para ele, a cabeça de Chelsea agora no meu colo.

Ele não para. "Eu disse para levantar."

Gentilmente tiro sua cabeça do meu colo e coloco no tapete. Lentamente, levanto, pronta para enfrentar o monstro que estava escondido, o lobo em pele de cordeiro. Quando levanto, sei, sem sombra de dúvida que Bryce Spencer foi capaz de ferir Melissa Summers. As acusações de seus outros crimes que ainda não entendo.

"Não," ele xinga. "Você."

Engulo em seco quando a ponta do sapato recua e chuta a perna de Chelsea.

Fico entre eles e estendo as mãos, tentando bloqueá-lo. Meu esforço é semelhante ao das boias que flutuam pela costa, capaz de reter seu próprio espaço, mas incapaz de retardar a energia das ondas.

"Bryce, pare com isso!"

Ele passou a mão pelo cabelo enquanto Chelsea desliza para trás, para longe dele e ainda no chão.

"Levante!"

Quando a vejo começar a subir, movo-me novamente. "Não, Chelsea. Não faça. Bryce dê o fora daqui."

Encarando-me, ele destrói o passado, estendendo a mão para seu braço e puxando-a para pés. "Isso é culpa sua, Alexandria. Ela pode agradecer mais tarde pelo que está prestes a acontecer."

"Nada está prestes a acontecer," retruco. "Há uma sala cheia de homens no andar de baixo. Vá. Deixe-nos em paz. Temos que nos aprontar para jantar." É uma desculpa esfarrapada, mas minha mente é um borrão, lutando por qualquer resquício de sanidade.

Sua voz encontra uma calma quase assustadora. Com o olhar agora fixo em Chelsea, ele diz: "Saia do quarto, Alexandria."

O quê?

"Não."

"Agora!" Vejo seu rosto quando ele vira para mim, o rosto está vermelho, vermelho brilhante, um contraste gritante para o cabelo loiro e olhos cinzentos. Há algo diferente sobre eles também, algo que ainda não posso identificar as é assustadoramente familiar.

Abro a porta de Chelsea e viro mais uma vez para Bryce. Ele soltou o braço de Chelsea quando teve certeza que sai. Em vez disso, abro mais a porta e dou um passo em direção a ele. Quando nossos peitos se encontram, jogo minha chave para Chelsea e digo: "Vá agora. Tranque minha porta."

Acontece rápido. Ela não hesita quando sai correndo, os pés descalços derrapando no tapete macio enquanto corre para longe.

Bryce respira fundo e vem em minha direção, cada passo me prendendo e empurrando para trás e para trás até que a parede para meu progresso. Enjaulando-me contra a parede com um braço de cada lado do meu rosto, ele se inclina mais perto. "Vai se arrepender disso. Não tanto quanto ela, mas vai."

"Que diabos é seu problema? É Patrick?" Porque ele está pronto para chutar seu traseiro.

Não digo a última parte.

"Neste momento, meu problema é você."

"Tudo bem, então não case comigo."

Ele agarra meu queixo, os dedos dolorosamente apertando meu rosto. "Cala a boca. Aprenda a manter sua boca fechada e, vou acrescentar, as pernas também para ninguém além de mim. Se puder seguir essas simples instruções, as coisas vão melhorar para você e para a minha puta."

Suas palavras insensíveis são piores que o aperto.

"Não fale assim sobre ela."

"Você está certa. Eu não deveria diferenciar, não quando há duas vadias aqui."

O quarto estava grampeado? Ele ouviu quando assumi minha infidelidade?

Merda! Quão estúpida pude ser?

"Bryce... o que está acontecendo?"

"Você não esteve no Magnolia Woods hoje. Eu liguei. Não esteve lá, apenas Patrick. Isso significa uma coisa. Significa que estava com ele." Ele solta meu queixo e acaricia minha bochecha. A mudança de brutalidade a gentileza aumenta meu enjoo. "Querida, se pode foder, então eu também posso." Seu sorriso se alarga. "Posso até te deixar assistir."

"Eu não..."

"Não minta para mim. Eu avisei. Disse para obedecer porque se não fizesse, não seria capaz de viver com as consequências." Seu tom suaviza o timbre com uma doçura zombadora. "Não posso fazer com você o que quero, não agora."

A frieza calculista em seus olhos envia um calafrio por minha espinha.

"Porque," ele continua explicando seu raciocínio psicótico. "em menos de uma hora estará lá embaixo num vestido de porra, usando meu anel e bancando a noiva perfeita. Temos uma festa amanhã. É uma pena que Chelsea não vá."

Tenho problemas para me segurar. "Mas Suzanna e Alton a querem. Uma frente unida."

"Mas você não. Ela é uma prostituta. Todo mundo sabe que, e quando, perguntado, essa será sua resposta."

Balanço a cabeça. "Não. Não farei isso com ela. Eu não..."

Sua mão cobre meus lábios. "Você vai ou vou dizer a Alton sobre hoje. Vou deixá-lo saber que em vez de visitar Adelaide, você estava com um criminoso. E, em seguida, seus privilégios de visita a sua mãe serão revogados." Ele move a cabeça lentamente de um lado para o outro quando um sorriso surge nos lábios. "Como disse, você vai cooperar, não é, querida? Melhor amigo ou pior inimigo. Sugiro que se esforce para lembrar porque me quer como amigo."

"Deixe Chelsea em paz. Ela não fez nada. Se quiser descontar isso em alguém, não que esteja admitindo nada, mas faça comigo."

"Se eu pudesse... Mas contusões não iriam bem com o jantar hoje à noite ou a festa amanhã. E, querida..." Ele permite que o carinho paire no ar. "... Eu não dou segundas chances."

"Vá agora, é quase hora do jantar." Ele puxa um pouco o meu cabelo. "Arrume seu cabelo e maquiagem. Fique bonita." Ele corre os dedos ao longo do meu rosto com um toque de seda. "Porque você pode ficar impressionante, Alexandria. Eu já vi. Quero isso de novo. A partir de agora, vai mostrar esse sorriso lindo para mim, não vai?"

Fico olhando, com medo de sua próxima mudança de humor.

Ele passa o dedo sobre meus lábios. "Quando eu lhe fizer uma pergunta, espero uma resposta."

Balanço a cabeça. Não é uma concessão considerando seu nível de manipulação. Ao dar-lhe a resposta que ele quer, eu controlo sua reação.


Bryce sorri. "Agora, aqui está uma pergunta para você. Diga-me, você não quer se atrasar para o jantar; você não quer atrasar novamente hoje, não é?"

Não tinha tenho a chance de responder quando inesperadamente seu punho colide com a parede, meramente a polegadas do meu rosto. O gesso não é páreo para seu soco quando poeira fina agita o ar em torno de nós.

Engulo em seco, estremecendo enquanto sua ereção crescente pressiona contra meu estômago.

"Eu lhe fiz uma pergunta." O vermelho rasteja de volta para seus ouvidos. "Fodidamente responda..." Antes que possa registrar, ele abaixa o decote do meu vestido e sob meu sutiã, dolorosamente aperta e torce meu mamilo.

Grito enquanto tento, sem sucesso, me afastar.

Bryce sorri. "... Ou, querida, vou encontrar lugares que seu vestido vai esconder, lugares para deixar minha marca. Agora responda."

"Não," respondo rapidamente, reunindo o que resta do meu autocontrole e empurrando sua mão. "Não quero me atrasar."

Ele se inclina mais perto, o nariz tocando meu pescoço enquanto inala. "E um banho. Trocando-a por você eu deveria me livrar de uma prostituta e não ter outra como futura esposa."

Bryce dá um passo para trás, dando-me espaço para ficar ereta.

Ele está permitindo que eu vá? Será que ele me seguirá?

Fico imóvel e suavizo meu tom. "Por favor, Bryce. Ela é minha amiga. Por favor, não faça nada."

Ele solta um suspiro. "Sei que pode não entender, mas pago um monte de dinheiro para fazer o que quiser." Um lado de seus lábios se curva para cima. "Como disse, ela é uma prostituta, mas por você... por agora... vou voltar lá para baixo e ser agradável com seu pai." Ele inclina a cabeça em direção ao punho que atingiu a parede. "Não faça suposições. Fechaduras não irão me impedir."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 35

 

 

 

Os lábios de Bryce se curvam. "Não dou a mínima para quantas chaves tem."

Prendo a respiração e uma resposta quando Bryce se vira, deixando-me sozinha no quarto de Chelsea. Suas últimas palavras, o ameaçador olhar frio, alimenta a descarga de adrenalina inundando meu sistema. Ainda de pé, seguro meus dedos, agarro o grande diamante e tento parar de tremer. Aperto minhas mãos num esforço para acalmar o tremor, mas quando o noto, ele não está somente em minhas mãos, mas quebrando meu corpo inteiro, tornando meus joelhos cada vez mais fracos.

Como uma estátua nervosa eu espero, com medo de que ele vá voltar e ainda mais de medo de que ele procurará outro lugar para desafogar a fúria. Quando o tempo para, o ar volta a meus pulmões e diminui meus tremores. Minha respiração é o único som enquanto me atendo a qualquer ruído dele pelo corredor até Chelsea.

Embora queira ajudar minha amiga, meu corpo se recusa a mover, paralisado pelo que vi e ouvi. Tranquilidade prevalece nos passos de Bryce enquanto desaparece, substituindo o horror por alívio. Não mais rígida, meus ossos ficam flexíveis, abrindo caminho para as forças da gravidade. Com um soluço reprimido, caio contra a parede esburacada e me enrolo no tapete.

Meu Deus.

Ele é um monstro.

Com apenas os olhos, rapidamente procuro no quarto por um relógio. Preciso me arrumar. Preciso verificar Chelsea, mas não tenho forças. Segundos se tornam minutos quando o tempo passa e meu coração bate fora da cadência num ritmo composto pelo medo. Não posso casar com esse homem. Não posso passar mais um dia com ele nem permitir que Chelsea passe. Ele é um psicopata, frio e sem empatia ou remorso. Nunca testemunhei olhos tão indiferentes.

Em questão de minutos, sua raiva foi substituída, indo para um terreno frígido, mais frio do que qualquer coisa que já vi. Não é nada como o pior temperamento de Nox. É ainda pior do que Alton. Bryce é distante e desligado.

Quando fecho os olhos, seu olhar calculista enche minha mente.

Foi que a última coisa que Melissa Summers viu? O que viveu? Talvez tenha duvidado antes, mas não mais: Edward Bryce Spencer é capaz de matar. Sei disso em minha alma.

"Alex?"

Pisco os olhos quando Chelsea entra em foco.

"Você está bem?" Ela pergunta, pegando minha mão.

Sua bochecha direita está vermelha e a contusão aparece.

"Eu?" Gentilmente toco sua pele ferida. "E você?"

Puxando minha mão, ela me levanta. "Estou bem, por sua causa. Desculpe, eu corri. Eu deveria ter lutado, como você. Mas... ele me assusta."

Balanço a cabeça. "Eu vejo. Também me assusta." Acalmo nossos passos à medida que vamos para meu quarto. "Chelsea, não me defenda. Ele disse que vai..." Mal posso me fazer dizer as palavras. "... Ele pode feri-la, porque pode fazer qualquer coisa que quiser com você. Ele não pode me machucar. Tenho que estar no jantar e na festa."

Os braços do Chelsea envolvem sua cintura. "Não pode pará-lo. Você não pode."

Puxo-a para minha suíte e até o banheiro, deixando as duas portas trancadas entre nós e o corredor. "Eu posso. Vou te tirar daqui. Tenho um plano."

 


Com alguns minutos de sobra, respiro fundo, desço as longas escadas para a sala de jantar. Fiz como Bryce queria, tomei um banho, me lavando para retirar o cheiro de Nox ou Patrick e substituindo-o com hidratante, xampu e perfume. Meu vestido é novo, mesmo para mim. Estava pendurado num saco de roupa, outro traje para meu novo papel.

Sento-me à mesa de jantar desocupada, feliz por um momento de paz para reunir meus pensamentos.

"Gostaria de um copo de vinho?" A jovem empregada pergunta.

Gostaria de uma garrafa inteira, mas me contentarei com um copo. "Sim, obrigado. Cabernet."

"Sim Senhora."

Quando ela desaparece na cozinha, Suzanna e Bryce entram. A calma vai embora, mas não se viro para vê-los entrar. Estou com muito medo de que verei.

"Alexandria, como foi com sua mãe?"

Apreensiva, minha cabeça vai em sua direção, o olhar correndo entre Suzanna e seu filho. É outra armadilha? Quase imperceptivelmente, Bryce sacode a cabeça, dizendo-me para desempenhar meu papel. Noiva perfeita. É o que ele exigiu.

"Ela está melhor. Os enfermeiros continuam dizendo isso."

"Preciso ir vê-la," diz Suzanna. "Amanhã de manhã vou acompanhá-la."

Antes que possa aceitar a proposta, Bryce fala; cada uma das frases abrindo outro buraco no meu barco da esperança. Em breve ele afundará, meu titanic dos sonhos presos nas profundezas do oceano.

"Mãe, terá que ir sozinha. Alexandria estará ocupada amanhã. Talvez," ele continua. "ela estará disponível domingo. Depende de seu desempenho na festa."

Ouço a última parte alta e clara, mesmo que ele não expresse em voz alta.

"Ocupada?" Suzanna vira para mim. "Fazendo o quê?"

A jovem coloca o copo de Montague da coleção privada diante de mim enquanto Suzanna senta. Dou de ombros. "É novidade para mim, também. Vai precisar perguntar ao seu filho."

Ele ergue o copo de uísque e sorri. "Nossos planos ainda serão determinados." Ele circula o pulso, tilintando os cubos congelados. "Há tantas variáveis."

O ar é gélido, não só com suas palavras, mas também o tom demasiado calmo. O frio cai sobre a sala, deixando um rastro de arrepios na minha pele.

"Belo vestido." diz Bryce, vindo atrás de mim e beijando minha bochecha.

"Uma excursão não planejada," Suzanna diz entusiasmada. "Soa como uma grande ideia. Apenas não fique muito levado. Lembre-se que tem que estar de volta a tempo para se preparar para a festa. Os convidados chegarão às seis."

A sala fica em silêncio quando Alton entra.

Balançando a cabeça, ele sorri. "Agora, isso é o que gosto de ver. Todo mundo no lugar..." Seus olhos se estreitam quando olha para o lugar vazio. "Onde está Chelsea?"

"Alexandria?" Bryce diz.

Um nó se forma em meu estômago e minha boca seca. Meu volume é quase inaudível. "Não posso fazer isso."

Os olhos de todos estão em mim: Alton e Suzanna questionando e o de Bryce como um aviso.

"Acho que pode." Sua resposta também é suave.

Viro para ele, lutando contra as lágrimas. "Não. Eu não posso."

"O que é?" Pergunta Suzanna com preocupação genuína na voz.

Os olhos de Bryce estreitam.

Balanço a cabeça e viro para Suzanna, falando mais alto. "Eu tentei, realmente tentei, mas se tiver que enfrentar meus colegas da academia e da sociedade de Savannah, amanhã à noite, não posso fazê-lo com aquela prostituta a reboque." A palavra machuca meu coração. Sou grata por ela não poder me ouvir.

"Alexandria!" Suzanna grita.

Viro para Alton quando ele senta. "Imagine como minha mãe se sentiria ao dividir o palco com você e uma puta que está enroscando bem debaixo do seu nariz."

"Isto não é sobre sua mãe ou eu..." À medida que sua desculpa esfarrapada sai, há algo na expressão de Suzanna, que confirma as acusações de Pat.

"Ou será que é?" Pergunto.

"Estamos perdendo o foco," Bryce interrompe. "Alexandria desenhou uma linha na areia. Chelsea fica, mas não publicamente. É decisão de Alexandria."

"Eu não gosto," diz Suzanna. "Chelsea precisa trabalhar em Montague e enfrentar as pessoas de Savannah. Se a esnobar, estará condenando-a ao ridículo."

"E se abraçá-la," respondo. "Estou me condenando. Não será evidente, mas você sabe que será assim."

Alton levanta a mão quando os empregados chegam com as saladas. "Isso é o suficiente." Ele vira para a jovem. "Leve o jantar para o quarto da senhorita Moore. Aparentemente, ela não se juntará a nós."

"Senhor?" Pergunta a menina, olhando em minha direção.

"Eu já pedi. Deixei a equipe saber que ela comerá no quarto num futuro previsível."

"Isso não é necessário," diz Suzanna em defesa de Chelsea. "Se não a quer aqui, ela voltará para Carmichael Hall."

"Não."

"Por que não?" Pergunta Suzanna. "Pelo menos lá, ela não será forçada a enfrentar sua animosidade."

Viro para Bryce.

Com uma expressão doce de satisfação enfeitando seus lábios, ele levanta a taça. "Mãe, acho uma excelente ideia."

Os nós em meu estômago se multiplicaram.

"Tudo bem," Alton diz com desdém. "Depois da festa. Isso é muito drama. Tive o suficiente. Sem mais discussão sobre a senhorita Moore."

Depois da festa. Graças a Deus.

Meu barco de esperança não está além do reparo.

Curso após curso o jantar decorre. A conversa foi sem importância e incontroversa. Tentei trazer à tona o assunto da reunião mais cedo no escritório de Alton, mas cada tentativa teve respostas monossilábicas.

"Realmente, Alexandria, pode estar na faculdade de direito, mas muitas coisas estão acima de você. Deixe os homens se preocuparem com elas. É por isso que está se casando. Para se concentrar em coisas de senhoras."

É o sexismo polvilhado de negatividade que eu vivi a maior parte da vida. Não importa se vou me formar com honras. Sou do sexo feminino e, obviamente, não brilhante o suficiente para reconhecer transações ilegais quando as vejo. Cada minuto que passa queima outro pedaço da minha alma. Não quero nada mais que acabar com a farsa da família e fazer meu caminho de volta para o refúgio do meu quarto.

Fechaduras podem não manter Bryce fora, mas tenho um plano. Pedi a Jane para se juntar a mim para um filme.

Quando o jantar termina e Alton para, limpo os lábios e coloco o guardanapo ao lado do prato. Afasto a cadeira da mesa e a pergunta de Bryce me para.

"Que tal um passeio, Alexandria?"

Meu pulso acelera em aviso, mas não posso permitir que sua atenção volte para Chelsea. "Soa maravilhoso." Meu sorriso é enorme. "Mas talvez outra noite. Estou exausta. Podemos ficar algum tempo na sala de estar?" A vista de Alton, Suzanna, e os funcionários.

Seus lábios finos se curvam. "Querida, tenho certeza que pode encontrar energia. Afinal, tinha energia esta tarde. Certamente tem tempo para mim, seu noivo? Ou gostaria de nos contar tudo sobre sua tarde?"

Meus seios pressionam contra o forro de cetim do meu vestido. O corpete apertado restringe minha capacidade de respirar fundo quando uma sensação espinhosa corta minha espinha. "Claro que tenho energia para você. Eu... eu amo andar. Talvez até o lago?" pergunto, esperando o retorno da minha de infância.

"Estava pensando na floresta."

Que diabos?

"Bobagem," Suzanna interrompe. "Está escuro. Vocês têm um grande dia amanhã."

"Mãe, não somos crianças."

"Você não é, mas antes de ir se aventurar por aí acho que nós quatro temos coisas que precisamos discutir antes de amanhã."

"Tais como?" Tomo a isca, com esperança de distrai-lo.

"Ao falar com Gwen no início desta tarde, percebi que haverá suspeitas e dúvidas. Precisam ajustar suas histórias."

Balanço a cabeça.

"Vocês três terão que lidar com isso", Alton diz com desdém. "Tenho assuntos urgentes."

Ninguém refuta a alegação de Alton. Segundos depois ele vai embora deixando nós três.

"Agora," Suzanna continua. "com esta mudança abrupta em relação Chelsea, precisamos decid..."

"Não há nada para decidir," Bryce diz. "Alexandria está acabando por sua convicção." Ele levanta, dando-me a esperança de que fosse se juntar a Alton.

"Bem, sim," Suzanna diz ao virar para mim. "mas, querida, não pode dizer isso aos outros. Não pode usar a palavra com ‘v’."

Em vez de sair, Bryce senta na cadeira ao meu lado e espalma a mão sobre minha coxa. Seus olhos arregalam de excitação. "Alexandria?"

Os nós dentro do meu estômago se agitam com o pouco de comida que consegui engolir. Ao mesmo tempo, minha pele se reveste de suor à pressão crescente da mão de Bryce. Meus dentes cerram quando a dor aumenta.

"Suzanna," Luto para impedir minha expressão de exibir o que está acontecendo. "Não sei se posso. É a verdade. Há muitas mentiras para lembrar. Simplesmente não pode adicionar outra."

As pontas dos dedos de Bryce continuam a apertar, pressionando o material do meu vestido na pele, perto da rótula.

"A verdade?" Pergunto. "Quer dizer a história que dirá a qualquer um que perguntar? Talvez possa lembrar-nos?"

A sala escurece, mas obedientemente viro para meu noivo, implorando com os meus olhos para ele parar a pressão. Seguro a mesa, mas não posso aliviar a força. Minha voz falha. "Bryce?"

"Estamos esperando."

Não posso me afastar, não sem chamar a atenção para suas ações. Engulo a dor. "Que história? Quer dizer a verdade que ela é uma prostituta?"

"A quem você vai dizer?" A pergunta vem sem nenhuma outra razão do que me fazer falar, para me fazer recitar seu veneno na frente da mãe.

Suzanna vai embora. Não na realidade, mas na minha visão angustiada. A forma como seus dedos estão mais perto da minha rótula envia solavancos excruciantes da dor através de toda a perna. Agarro sua mão, mas cada ação só aumenta a pressão e, ao mesmo tempo, sua expressão permanece curiosa e fascinada. Certamente ele não iria deslocar meu joelho... Eu quero acreditar.

Lembro-me da história que fui alimentada, mas nunca repeti.

Deixando de lado sua mão, movo meu braço, visível para os olhos e concentro-me nele. Minha voz sobe acima do sangue correndo em minhas orelhas. "Vou dizer a todos que sempre te amei. Que tentei lutar contra. Enquanto na Califórnia pensei que tivesse desistido de mim. Não sabia que Chelsea estava interceptando nossas mensagens, mentindo para mim..."

Pisco com alívio quando a pressão diminui um pouco.

"Continue."

"... não foi até que voltei para a minha mãe e vi Chelsea com você que percebi."

"O quê?" Ele pergunta.

"Que estamos destinados a ficar juntos. Que fui enganada por uma prostituta cavadora de ouro que fingiu ser minha amiga."

Meus olhos fecham e suspiro quando ele suaviza o toque. Não mais forte, sua mão se move para cima, mais alto na minha coxa. Por apenas um momento, o alívio domina a realidade. Minha mão cai na sua, parando o progresso.

O olhar de Bryce estreita em advertência antes de virar em direção a sua mãe. "Existe algo que quer discutir ou podemos dar uma caminhada?"

A sala inteira vem em foco.

Umidade brilha nos olhos da Suzanna quando ela junta as mãos perto do coração. "Oh, oh. Não sabe como estou feliz... não achei que... estava preocupada..." Ela levanta e corre para nosso lado da mesa, o movimento dela me libertando da mão errante de Bryce.

Atirando-se em mim, Suzanna me envolve num abraço. "Isso vai funcionar. Irá. Estou tão feliz em saber que concorda. Espere até que dizer ao seu pai."

A cadeira de Bryce se move. "Ela concorda." Ele estende a mão. "Alexandria, meu amor, nossa caminhada nos espera."

 

 

 

CAPITULO 36

 

 

 

Como pode Bryce vomitar ódio, coisas que ameaçam num minuto e ser suave e afável no próximo? Cada palavra que pronuncia me deixa na borda do assento figurativo, com medo de cair.

Colocando minha mão na sua, fico em pé, em busca de uma saída. Volto-me para sua mãe. "Suzanna?"

Os dedos de Bryce, em volta da minha mão, apertam mais e mais.

"Sim?" ela responde.

"Tenha uma boa noite."

"Obrigado querida. Estou mais do que satisfeita com a sua mudança de atitude."

Finjo um sorriso. "Pode agradecer ao seu filho por me mostrar a luz."

Suas bochechas sobem mais, o sorriso brilhante irradiando verdadeiro apreço para Bryce.

Ela realmente criou um psicopata sem saber?

"Vocês se divirtam."

Puxando-me para perto, Bryce segura minha mão enquanto circula o outro braço na minha cintura. "Oh, nós vamos, mãe. Ok, querida?"

Em poucos dias vim a abominar o termo carinhoso. A maneira como ele diz é como uma advertência e ameaça enrolada numa fina camada de elogios. A mistura venenosa parece benigna.

Logo estamos nas portas de trás, as portas francesas que dão para o pátio de pedra calcária. Uma vez fora sob o céu estrelado, Bryce faz uma pausa e olha a mansão. "Não sei se lembra," ele começa. "mas perguntei alguns meses atrás por que você não gostaria de viver aqui e eu lhe disse que eu faria." Ele me puxa para seu lado. "E agora vou. Basta imaginar, um dia serão nossos filhos correndo nesses gramados, como nós fazíamos."

Tremo quando o ar frio de outono cai sobre nós.

"Está com frio?"

"Acho que deveria ter pego um suéter."

Com seu braço ainda em mim, Bryce corre a outra mão para cima e para baixo no meu braço. Quando toca a área que segurou no início do dia, involuntariamente me encolho.

"Não faça isso."

"O quê?" Pergunto. "Não é minha culpa que meu braço está doendo."

Vamos até a borda da escada, acima do gramado com o lago à distância. Ele me vira, propositadamente apertando meus braços. "Agora. Quero te ouvir dizer."

Bile começa a ferver no meu estômago, fervendo mais e mais a cada segundo como minha temperatura interna subindo.

"O que?"

"Diga Alexandria. Você fez um trabalho tão bom com a mãe. Tenho certeza que não terá problema em falar sobre Chelsea como a prostituta que realmente é. Agora quero ouvi-la admitir que a culpa é dela por seu braço estar doendo."

"Bryce? O que deu em você?"

Ele dá um passo em direção à borda, movendo-nos para o lance de escadas de pedra. "Posso te fazer a mesma pergunta, mas não quero saber a resposta." Ele olha além do gramado. "Alguma vez já pensou sobre o quão alto estamos? A queda até o gramado?"

Tento dar um passo atrás, mas o aperto em meus braços aumenta. "Agora, querida, seu braço?"

Tal como a firmeza de Nessie, o monstro imaginário no lago abaixo, suas palavras e tom apertam meu peito, agarrando meu coração acelerado e esmagando-o contra minhas costelas. Meu queixo se move para cima com seu encorajamento forçado.

"Olhe para mim enquanto fala. Quero ver que está dizendo a verdade."

Engulo em seco, em busca de umidade. Minha língua se lança nos lábios ressecados quando formo minha resposta. "Meu braço... não deveria ter interferido entre você e Chelsea."

"Não, não use o nome dela. Diga o que ela é."

Pisco as lágrimas. "Bryce?"

Ele olha para meu corpete, lembrando-me da agonia que infligiu ao meu mamilo. Com um sorriso doentio, seus olhos encontram os meus. "Tente novamente."

As palavras machucam meu coração, apertando-o, como se fossem uma faca, cortando não só a mim, mas também Chelsea. "Uma puta."

Aplicando mais pressão em meu queixo, ele murmura, "Querida, isso será muito melhor se aprender quando falar e o que dizer. Ela não é apenas qualquer prostituta: ela é minha. Comece de novo e diga a coisa certa."

Bastardo doente.

"Não deveria ter ficado entre você e sua puta."

"Continue."

Não tenho certeza de onde ir.

"Reivindique a responsabilidade e vou aceitar seu pedido de desculpas."

Meu pescoço tencione. Minhas desculpas?

Minha cabeça sobe quando Bryce puxa meu cabelo. "Atitude não é aceitável. Acredito que seu pai lhe disse isso."

"Eu não fiz nada."

Ele solta meu queixo e cabelo e, em seguida, delicadamente enxuga uma lágrima na minha bochecha. "Não chore, querida, você vai pegar o jeito disto. Afinal, é a única aceita em Stanford e Columbia."

"Bryce, não quero que sejamos isso. Eu não... você está me assustando."

Ele levanta minha mão e leva meus dedos aos lábios. "Depois do que fez hoje, você merece ter medo, não acha?"

Ainda não admiti nada.

"Bryce, sei o que pensa, mas não é verdade. Se estivesse com Len..." Rapidamente lembro-me de não dizer seu nome. "Se estivesse com ele... pense nisso. Acha que eu voltaria aqui?"

"Eu estava com Pat. Fomos ver minha mãe. Eu não assinei. Eles me conhecem agora. Não sei por que disseram que não fui lá, exceto que a mudança pode ser falsa."

"O vestido?"

"Não posso explicar. Talvez haja algo estranho com as câmeras. Lembra o vestido que se tornou viral há alguns anos? Algumas pessoas viram uma cor, enquanto outros viram outra." Dou um passo para longe da escada. "Não correria o risco de Alton ou você," acrescento. "ficarem chateados. E agora..." Meu peito dói. "... Meu Deus, com Chelsea, eu não faria."

Seus dedos cobrem meus lábios. "Não é um nome."

Fecho os olhos, permitindo que meus cílios encostem-se ao meu rosto enquanto tento resolver o caos dentro de mim. "Sua prostituta." Suspiro. "Não importa por que você acha disso, ela não é. Ela é minha amiga."

Tomando minha mão, ele nos guia novamente para as escadas, desta vez, descendo passo a passo. "Esse é um dos problemas com a Califórnia. Savannah tem melhores amigos de qualidade. Depois de amanhã à noite, você e eu conviveremos com Millie e Ian, Jess e Justin e Leslie e Hamilton. Eles nunca pensarão muito da minha puta."

Cada vez que ele diz, como se refere a ela, minha pele arde e estômago torce.

"É claro," ele continua. "vai precisar confirmar todas as suspeitas. A história que disse à minha mãe será boa. Tenho certeza de que, depois de amanhã à noite, terá que manter distância."

Chegamos à passagem inferior. Com as luzes da mansão atrás de nós, o gramado brilhar. A umidade é uma combinação dos efeitos colaterais dos sprinklers e uma fina camada de orvalho que começou a se formar.

Pequenas lascas de luar iluminam o lago e campos além dos gramados.

Olho meus pés e os sapatos de salto. "Realmente não estou com os sapatos certos."

"então os tire."

Enquanto considero a opção, uma brisa vem sobre os campos e lago. Pequenas ondas brilham na prata enquanto as folhas sussurram. Envolvo os braços em minha cintura.

"Estou com frio."

Num acesso de raiva, Bryce tira o paletó e coloca sobre meus ombros. Meus olhos ardem ao sentir o cheiro de sua colônia desconhecido. Anseio o perfume amadeirado de Nox ou mesmo a fórmula secreta e divina de Patrick.

"Agora tire os sapatos. Nós vamos caminhar."

Tremendo sob o paletó, pergunto, "Por quê? Qual é seu objetivo final?"

"Meu objetivo final? Meu objetivo final é ensinar-lhe uma lição, uma sobre honestidade e respeito."

"Por favor, eu entendo. Eu faço. Não preciso andar através da grama molhada para provar isso. O que quer?"

"Em primeiro lugar, caminhar no campo molhado não é o plano." Ele olha em direção ao lago e então para o horizonte. "Tenho certeza que podemos chegar longe o suficiente da mansão para ninguém te ver fazendo este papel." Ele me olha de cima a baixo. "Em segundo lugar, estou cansado de esperar. Se isso significa carrega-la na grama molhada ou pela lama, não me importo."

"Não importa o que diz..." Ele descaradamente estende a mão para meu núcleo, felizmente ainda coberto pelo vestido e calcinha. "... você agora é minha. Isso significa que quando suas pernas se abrirem, será meu pau te fazendo gritar."

Dou um passo cambaleante para trás. "Assim não. Não."

"Como disse, não dou segundas chances." Ele inclina a cabeça. "Mas já que estamos sendo honestos um com o outro e está aderindo sua história desta tarde, então segundas chances não serão um problema. Certo, querida? "Ele segura minha cintura e me puxa, juntando nossos quadris até sua ereção crescendo sob as calças espetar meu estômago.

Tento não endurecer, não mostrar qualquer sinal exterior da repugnância fervendo dentro de mim. Estou numa situação sem saída e cada segundo que passa, meu pânico aumenta.

"Bryce?"

À luz da lua, sua tez assume uma palidez estranha. "Querida, gozarei em você esta noite." A ponta do seu dedo roça meus lábios. "Em sua boca." Seu toque se move. "Nos seus peitos." Sua mão vai em direção ao meu núcleo. "Ou dentro da sua boceta, não me importo. Vai acontecer."

Minha respiração vem rápida enquanto pânico me domina. "Por quê?"

Ele esfrega-se contra mim. "Precisa perguntar? Você me pediu para 'descontar em você'. Seu desejo é uma ordem, querida." Ele alcança novamente meu lado. "Lá, nas quadras de tênis... Eu vou tê-la."

Meus pés escorregam na grama molhada. "Eu não quero isso."

Ele para, a voz novamente fria. "Errado. Você quer. Diga isso."

Engulo em seco. "Por favor, Bryce".

Seu sorriso rompe a frieza. "Ok. Implorar é aceitável. Agora, diga que quer que eu te leve. Não, diga que quer que eu te foda. Vamos querida. Não, já sei! Diga que quer me foder e vai fazê-lo melhor do que minha puta."

Não posso processar. As palavras estão longe de serem encontradas. Junto ao ar. Aonde vou? Tento inalar enquanto seus dedos torcem meu cabelo. Meu corpo inteiro enrijece.

"Alex! Alex!"

Bryce e eu viramos. Como uma válvula de escape, a tensão foge de meus músculos enquanto tropeço para trás e tomo uma respiração irregular. Cy acena em nossa direção com Patrick.

"Foda-se!" diz Bryce com os dentes cerrados. Sua maldição é mais alta do que um murmúrio, mas não o suficiente para qualquer um além de eu ouvir. Estamos muito longe.

"Pat! Cy!" Grito para eles.

Colocando a mão no peito de Bryce, o seguro a centímetros de distância. "Por favor, Bryce, me desculpe se está chateado. Banquei a noiva perfeita no jantar. É sua vez. Seja agradável com Pat."

Ele zomba. "Eu me lembro desta mesma fala anos atrás."

"Vocês dois..." Dou de ombros. "... nunca se aturaram."

"Bem, obviamente temos gostos diferentes."

"Cyrus é um homem muito bom. Ele cuida de Patrick e é bom para ele."A o contrário de você esta noite. "Não é isso o importante?"

Quando viro em direção aos degraus, Bryce pega minha mão e me puxa de volta para ele. "Isso ainda não acabou. A única coisa positiva sobre esta interrupção é que vou ouvir sua história novamente. Podemos considerar este um desempenho de treino para amanhã à noite. Lembre-se: não use o nome dela e ela não é qualquer prostituta, ela é minha. Quero ouvir cada palavra."

"Eu... Bryce, Pat a conhece, sabe dela."

Quando voltamos, as luzes do pátio iluminam seus lábios, mostrando o sorriso. "Muito melhor." Bryce se inclina para beijar minha bochecha. "Não me importo. Serei o único a desfrutar do show." Ele puxa minha mão mais uma vez. "Faça um bom trabalho. Se não fizer, não será a única a enfrentar as consequências."

Não respondo. Em vez disso, corro em direção à escada e subo os degraus até que estar nos braços de Pat.

"Problemas?" Ele sussurra.

Não posso responder com Bryce segundos atrás de mim. Em vez disso, balanço a cabeça e estendo a mão para Cy. Seus braços ficam nos meus ombros.

"Faz um tempo." Ele sussurra. Beija minha bochecha e acrescenta mais alto, "Bonito lugar tem aqui."

"Obrigada." Quero dizer que prefiro o apartamento de Nox ou o seu. Tem tantas coisas que quero dizer. Em vez disso, viro para Bryce. "Posso apresentar meu noivo, Edward Bryce Carmichael Spencer?"

Pat sorri "Tem certeza de que não há outro nome aí? Lembro-me de algum Foster ser chamado na academia."

Cy estende a mão. "Sou Cyrus Perry, mas Cy está bom."

Bryce aperta sua mão, ignorando Pat. "Edward ou Bryce. Prazer em conhecê-lo."

Acho que nunca notei o quanto Pat e Bryce realmente não gostam um do outro. Nesse momento, não dou a mínima. Estou muito feliz que mais uma vez meu primo salvou o dia.

"Posso mostrar o lugar?" Pergunto. "Ou que tal uma bebida? Alton tem uma extensa seleção de bebidas na casa."

"Oh menina," diz Pat. "você nos ganhou!"

Andei ao lado de Pat enquanto Cy fala com Bryce.

Logo estamos na sala de estar, Bryce colado ao meu lado, atento e tocante. Demora alguns minutos e um dedo ou dois de melhor uísque de Alton, mas logo Bryce presta menos atenção em mim e fala muito mais de negócios, empresas e bancos, eu não ligo para que falem sobre o tempo desde que mantenha Bryce ocupado.

"Que tal me mostrar ao redor?" Pergunta Pat.

Como um cão de caça, Bryce olha na minha direção, apoiando os dedos em meu joelho. Afastando-se de Cy, ele diz: "Sério?" É a primeira coisa direta que Bryce diz a Pat. "Tenho certeza que sabe o caminho."

Pat dá de ombros. "Faz um tempo." Ele pisca para mim. "As coisas mudam, né? E não sei dos grandes planos. Quero ouvir sobre a festa e recepção. Mamãe disse que os dois serão aqui."

Cy se inclina para trás. "Isso soa fascinante."

Bryce sorri. "As meninas serão meninas."

Idiota.

Em vez de tomar a ofensa, Pat levanta e pega minha mão. "Diga-me, planeja utilizar o pátio? Sempre amei a vista..."

Cy engole mais uísque. "Então, Edward, quanto acha que vai demorar para que aconteça?"

Bryce se volta para Cy. "A distribuição é a chave..."

Suspiro enquanto eles continuam conversando e Pat e eu seguimos em direção ao pátio. Uma vez fora, ele diz: "Quando te vi pela primeira vez... você não respondeu... aconteceu algo?"

Viro para o lago. "É uma visão bonita."

"Priminha?"

Seguro as lágrimas e balanço a cabeça. "Tanta coisa... eu não posso. Se o fizer, as lágrimas nunca vão parar."

Seus olhos castanhos se estreitam. "Você está bem?" Suas perguntas são baixas o suficiente apenas para eu ouvir.

"Eu acho, mas o tempo dirá."

"Alexandria."

Pat e eu viramos quando Bryce aparece na porta francesa.

"Entre, querida. Não quero que fique com frio."

Noto a expressão de Patrick, mas não respondo meu primo. Viro para Bryce.

Ele beija minha bochecha. "Boa menina."

Uma vez que estamos de volta para dentro, Bryce volta para onde estava sentado. Inclinando-se para trás, ele diz: "Cyrus e eu queremos mais bebidas. Por que não conseguir para nós, querida?"

A mandíbula de Patrick cerra. "Deixe-me ajudá-la."

Engulo... Mordo o interior do lábio... Estou fazendo tudo para impedir as lágrimas de cair.

"Na estrada... amanhã?" Pat sussurra.

Pisco.

"Sua mãe ficará bem," ele fala perto da minha orelha. "Isso tem que funcionar."

Ele fica de costas para os outros e diz: "Faça isso."

"Sim." É tudo o que posso dizer antes de sair e levar a garrafa para Cy e Bryce.

 

 

 


CAPITULO 37

 

 


"Se você não matá-lo, eu vou." Pat disse.

Eu andava de um lado para o outro na suíte do meu hotel, segurando meu telefone em um aperto de morte. "Você a viu de novo?"

"Sim. Cy e eu fomos para a mansão. Nós vimos e falamos com ela, se você pode chamar de conversa assim?"

"O burro era onipresente. Eu até me recusei a sair até que Alex retirou-se para seu quarto. Eu dei desculpas esfarrapadas sempre que idiota deu a entender que devíamos ir embora. Uma vez que ela se desculpou que ela tinha feito planos com Jane para uma noite de cinema, então eu não iria sair até que o carro de Spence saísse de lá."

Eu balancei a cabeça e caminhei novamente até a janela e de volta. Eu faria um buraco maldito neste carpete se eu não sair daqui em breve. Invadir a porra do castelo é o que eu queria fazer. Isso é o que meu intestino, ou era meu coração, queria que eu fizesse.

Inferno, há seis meses a maldita coisa tinha sido um buraco negro no meu peito, duro e insensível. Charli tinha feito isso comigo, me fez sentir, me fez amar, e agora ela estava quebrando meu coração. Ele estava quebrando, pensando nela com ele.

"Foda-se!" Eu disse. "Vinte e quatro horas. Ela só precisa aguentar isso por mais um dia."

Patrick suspirou. "Pelo menos a temos durante a noite. Eu não sei o que aconteceu entre esta tarde e agora, mas algo aconteceu. Ela não podia dizer, mas eu senti."

O céu sobre Savannah escureceu. No reflexo da janela vi a minha imagem... Penso que era eu. A veia agitada na minha testa, os tendões latejando no meu pescoço, e minha mandíbula apertada estava mais pronunciada do que o normal. Meus pobres dentes não durariam muito mais se eu os apertasse mais forte.

"O que você quer dizer? Você acha que eles descobriram sobre nós, sobre esta tarde?"

Foi esta tarde ou ontem? Procurei um relógio. O tempo não se movia.

"Se Spence soubesse," Patrick disse. "ele não demonstrou, nem para mim e nem para Cy. Ele estava carinhosamente pegajoso e cheio de carícias doces. Foi nauseante."

"Eu vou matá-lo."

"Ela... não era como se ela apreciasse sua atenção. Quero dizer, ela usava o sorriso Montague, mas eu a conheço, ela parecia... por falta de uma palavra melhor... assustada. Cy e eu conversamos sobre isso. Eu gostaria de poder te dar outra avaliação, mas é isso que eu tenho."

"Assustada? O que você acha que é? Você acha que aquele idiota a ameaçaria?"

"Eu não negaria nada sobre isso."

A ideia me fez cerrar meus punhos. Eu mostraria para aquele filho da puta o que é sentir medo. Afinal, Charli era a mulher mais forte que eu conhecia. Eu não podia permitir que esses pensamentos ficassem comigo. Se eu fizesse, eu bateria algo, uma parede? Uma porta? Eu não me importava.

Patrick continuou. "Mesmo na academia, ele tinha um ar narcisista, mas agora... com sua coroação para os Montagues reais na mão, há algo mais... arrogância egoísta. Tenho a sensação de que ele está sentindo invencível."

Não haveria morte rápida para esse filho da puta.

Minha Charli merecia ser adorada. As únicas coisas que devem assustá-la é um dos livros que ela gosta de ler ou se ela vai conseguir percorrer toda a cidade a tempo para as aulas. Nunca em sua própria casa, nunca em sua vida, ela deve sentir o medo real.

Patrick e eu sabíamos que Spencer estava usando Charli por poder e status social. O que tornou pior foi que ele estava fazendo isso com a benção de seu padrasto. Ela tinha razão. Ele era o diabo, e o diabo estava vendendo-a para o seu próprio futuro.

Agora que nós estivemos à vontade, tudo faz sentido. Foi o codicilo, pois sem casamento de Spencer e Charli, Alton Fitzgerald poderia perder tudo. Foi a informação que Adelaide tinha buscado recentemente com a ajuda de Stephen Crawford. Depois de quase 20 anos ela finalmente encontrou uma saída.

Infelizmente, Fitzgerald soube que ela havia descoberto. De acordo com o contato de Oren na Hamilton e Porter, Ralph Porter contatou Alton Fitzgerald... Disse-lhe sobre a descoberta de sua esposa. O advogado era outro nome na minha lista que estava crescendo a cada dia... A cada maldita hora.

O que aconteceu depois foi sabotagem sistemática. Fitzgerald levou Adelaide ao fracasso... O médico supervisionando suas informações médicas encontrou um teste de metais, realizado pelo médico de cuidados primários de Adelaide, há quase dois meses. Ele tinha testado para o mercúrio, arsênio, cádmio e cromo.

Embora os resultados fossem negativos, o que se destacou ao nosso médico foi que o médico de Fitzgerald era suspeito. Ela pediu um teste de folículo piloso. Ela mostra todo o uso de drogas, incluindo o álcool nos últimos noventa dias. Isaac garantiu a amostra de um dia atrás, depois de visitar o seu ‘pai’.

Os resultados devem estar disponíveis em breve. Sua esperança é ver exatamente quais drogas foram inseridas no sistema de Adelaide e a quantidade. Tanto quanto publicamente, nós todos acreditamos a questão desta doença era tornar Adelaide Fitzgerald incapaz. Sob a influência de tudo o que estava em seu sistema, seu comportamento tornou-se errático, ela facilmente descartou as acusações. Eventualmente os produtos químicos em seu sistema tornaram-se demasiado para seu corpo frágil lidar.

Foi um jogo desesperado, mas Alton Fitzgerald estava desesperado. Ele precisava do casamento de Charli com Spencer. Ele precisava que as estipulações iniciais da vontade velhas Montague entrassem em vigor, para que ninguém olhasse para o codicilo. Se por algum motivo ele fosse trazido à luz, a vida que Alton Fitzgerald tinha desfrutado teria chegado a um fim desastroso.

O fim da chamada de Patrick ficou em silêncio. Ele estava falando sobre amanhã... ou hoje. Onde diabos estava o relógio? Eu tinha perdido alguma coisa.

"E Cy tem um bom plano?" Perguntei.

"Para Alex, ele tem. Ele disse que sairá antes para organizar tudo."

"Você viu qualquer outra pessoa enquanto estava na mansão?"

"A equipe, mas Spence os dispensou. Feliz por ter Alex esperando por ele."

"Você está tentando me fazer cometer assassinato? Porque eu estou pronto."

"Cara, eu quero que você fique tão chateado quanto eu."

"E a Chelsea?" Perguntei.

"Eu a vi no restaurante esta tarde. Ela parecia bem, não feliz, mas bem. Eu não a vi esta noite. Talvez ela não estivesse lá."

Talvez ainda não fosse meia-noite. Por que diabos o relógio não se move?

"Isaac esteve observando," eu disse. "Segundo ele, ela foi levada de volta para Montague Manor. E não saiu. Ele tem vigiado a entrada."

Pat zombou. "Então eu não precisava deixar você saber que eu estava lá?"

"Você não precisava, mas se você não tivesse chamado, eu teria chamado você."

"Eu assegurei a Alex que você tinha trabalhado para pegar sua mãe. Diga-me que eu não menti para ela."

Eu balancei a cabeça. "Você não mentiu. Está previsto para acontecer durante a festa. Não queremos ativar nenhum alarme antes. Uma vez que os convidados começam a chegar, as coisas ficarão caóticas. Isso é para nossa vantagem."

"Você irá pegá-la pessoalmente?"

"Não. Meu pai terá essa honra."

"Seu pai?" Perguntou Pat. "Acho que é isso que as famílias fazem."

Foi a minha vez de zombar. "Bem, isso não é muito longe, mas é complicado. Aparentemente, Oren e Adelaide se conheceram antes. Ele quer ajudar."

"Alex tem bastante apoio. Olhando para ela esta noite, eu acho que ela pode ter esquecido isso. Cara, ela está sofrendo."

"Que porra é essa?!" Meu rosnado ressoou através da suíte.

"Não, não literalmente," Pat tranquilizou. "Ela estava emocionada de nos ver, mas a qualquer hora que ela começava a falar, esse imbecil a parava."

"E ela deixou?" Isso não soa como a minha Charli. "Ela me diria para ir me foder. Na verdade, ela me chamaria de idiota." O pensamento me fez sorrir.

Pat riu. Não era um sorriso real, mas quebrou a tensão.

"Se você ouvir qualquer coisa," eu disse. "... ligue. Eu não dou a mínima sobre que horas são."

"Eu vou. A propósito, eles deram a ela um telefone. Segurei-a quando ela estava com você."

"Será que é um código secreto sobre você ter o número dela?"

"Isso mesmo. Mas eu tenho certeza que é monitorado."

"Eu ficaria decepcionado com esses idiotas se não fosse. Eu não vou ligar, mas eu quero."

"Eu não sei o que isso faria conosco, mas com certeza não seria bom."

Quando desliguei a linha, olhei para o número que eu havia escrito.

Dez dígitos que me deixariam ouvir sua voz.

Dez dígitos que poderiam lhe causar mais problemas. Recusei-me a ser a fonte de mais de sua angústia. Em vez de chamar, eu enviei o número para Deloris e abri meu aplicativo. Deitado na cama, eu vi quando ela se materializou. Não ela, mas o seu ponto azul.

Minhas bochechas subiram. Minha Charli era o ponto azul mais bonito do mundo. Eu li seus números, seu pulso normal me deu esperança de que ela estava a salvo com Jane, dormindo, e pronta para o grande dia que tínhamos esperado.

Eu repassei avaliações de Patrick na minha cabeça.

Assustado.

Receoso.

A cada lembrança, o sono escorregava mais e mais longe. O que Edward Spencer tinha feito? O que ele havia ameaçado? E por que, com uma casa cheia de funcionários, somente o herdeiro Montague estava lá?

A porra do bastardo queria o poder. Ele queria que os outros a vissem. Eu conhecia seu tipo. Eu desprezava seu tipo. As pessoas que equiparavam o medo ao poder eram valentões no verdadeiro sentido da palavra. Só porque a minha Charli poderia parecer não significava que ela era fraca. Pelo contrário, ele levou a mulher a ser submissa, a ceder e a confiar. Aquela era a mulher que ela era.

Charli estava fodidamente quente quando ela se entregou, de joelhos, o queixo arqueado e os olhos velados quando ela concordou que era um presente, uma oferta para entregar seu corpo e mente, os seus dois ativos mais poderosos. Isso é o que a apresentação era para ser, um presente. Algo dado, algo que não era pedido ou tomado.

Sabendo que ela tinha bom grado confiado em mim com tudo de si, mesmo em Del Mar, mostrou-me a mulher incrível e resistente que ela é.

Eu nunca a tinha forçado. Eu nunca faria. Essa era a diferenciação entre os gostos e os abusos. Um verdadeiro Dominante, o oposto de um Submisso, entendia e respeitava o fato de que o submisso era aquele com o verdadeiro poder.

Desde nosso primeiro encontro, a primeira vez que seus olhos dourados encontraram os meus, eu nunca duvidei que ela estivesse no controle. Fui capturado por seu feitiço.

Era somente o prazer de avermelhar sua pele com a mão, um cinto, ou com os nós de uma corda, nunca foi sobre o poder. A nossa troca de poder era à cerca do prazer dela e meu. Se eu a prendia com cetim ou uma palavra, a antecipação era um afrodisíaco para nós dois. Não foi apenas sobre o seu corpo, mas também sua mente. Com alguém tão inteligente como Charli, a mente era tão poderosa quanto qualquer ligação, e as preliminares eram tão importantes quanto a execução. Com apenas algumas palavras suas coxas iriam brilhar, seus quadris se contorciam, e os mamilos endureceriam.

Charli foi a mulher mais sensível e sexual que eu já conheci.

Isso não era sua única qualidade. Sua sexualidade não definiu seu ser. Minha Charli também é a mais inteligente e mais determinada e, porra, teimosa. Enquanto eu tinha planos para avermelhá-la por isso, era uma característica que assim mesmo eu admirava.

Eu não podia... Não pensar no que ele tinha feito para assustá-la. Em vez disso, eu pensaria sobre o que poderia ser feito para assustá-lo. Os medos prosperaram na fraqueza.

"Tenho notícias para você, Spencer, eu não sou fraco. Eu também sou mais esperto do que você. Você irá cair e quando isso acontecer, você será o único a sofrer."

 


O toque do telefone me puxou do meu sono. Esfreguei meu rosto, tentando me concentrar. Desde que eu ainda estava vestido, eu devo ter caído no sono assistindo o aplicativo da Charli. Estendi a mão para o meu telefone. O nome de Isaac estava na tela.

"O quê?"

"Chefe," Isaac disse. "ela está fora da mansão."

Procurei o relógio. Que horas eram? Quão tarde eu tinha dormido?

"Para onde ela vai?"

Parece Magnolia Woods. Ela não está sozinha.

"Spencer?" Apenas dizer o seu nome acendeu o pavio explosivo da minha pressão arterial.

"Não é o que você pensa. Ela está com a Sra. Spencer."

A mãe dele? "O que te faz você pensar que elas estão indo para Magnolia Woods? As últimas vezes que elas saíram, elas foram fazer excursões do planejamento do casamento."

"O número que você nos enviou ontem à noite? A Sra. Witt o acessou. Ela tem ouvido todos os telefonemas de Collins. Spencer ligou para ela mais cedo esta manhã. A Sra. Witt ouviu para aonde elas iriam."

Eu balancei a cabeça. "Vou para o quarto de Deloris. Vamos manter um olho nas atualizações. Ligue se algo mudar."

"Sim, senhor."

Quinze minutos depois, de banho tomado e com roupas limpas, eu estava na suíte de Deloris, bebendo café e assistindo à alimentação rotativa do Magnolia Woods. O mundo além de suas cortinas fechadas estava vivo com o amanhecer do sábado de manhã. Visitantes e moradores caminhavam pelas ruas, prosseguindo com suas vidas como se não houvesse outros no equilíbrio.

Eu esperei. Quando Deloris não disse nada, eu perguntei: "Como é que ela parece?"

Eu esperei. Quando Deloris não ofereceu, eu perguntei: "Como ela pareceu?"

Olhando do computador, Deloris sorriu.

"Eu sei," eu admiti. "Eu pareço uma buceta."

"Não Lennox, você parece preocupado. Você soa como um homem que está preocupado com a mulher que ama. Enquanto eu sinto muito por vocês dois passarem por isso, eu estou feliz que vocês dois tenham percebido quão especial seu relacionamento é."

"Às vezes eu penso sobre Jo." Não havia muitas pessoas com quem eu teria essa conversa. Só duas. Deloris era um delas. "Eu penso em como eu não sabia... Quão impotente eu era. Eu não quero ser assim com Charli. Eu não vou ser."

"Não é nenhum segredo que eu amei Jocelyn quase como uma filha. Ela era uma bela alma, ingênua. Alex é diferente. Se você tivesse Jocelyn em sua cama ontem e dissesse a ela que você não queria que ela voltasse para sua família, ela teria ficado."

Fechei os olhos, lembrando-me não Jo, mas de Charli na suíte de Patrick. Eu podia sentir a suavidade da sua pele quente, cheirar seu perfume inebriante, e ouvir os ecos de seus gemidos e gemidos.

"Lennox?"

Eu desviei meu olhar da minha quase vazia xícara de café e afastei as imagens. "Eu não acho que é um elogio para Charli."

"Pelo contrário. Alex mantém você em seus dedos do pé. Apesar do que você possa pensar, você não a controla."

Os tendões do meu pescoço se esticam.

"Ouça-me," Deloris continuou. "Ela permite que você a controle. Ela está bem com isso." Ela encolheu os ombros. "Eu poderia até mesmo ir tão longe para dizer que ela gosta disso. Há algumas coisas que eu não quero saber. No entanto, não é o mesmo. O que faz os dois trabalharem é que você continua sendo teimoso."

"Eu?" Eu dei o meu olhar mais inocente. Honestamente, foi um esforço triste. Não havia nada inocente sobre mim.

"Sim. Eu posso ver que o que está acontecendo o machuca, mas está machucando-a também. Se ela não tivesse feito tudo o que podia para salvar sua mãe, Alex nunca teria perdoado a si mesma."

"E se eu não fizer tudo para salvá-la, eu nunca vou me perdoar."

Deloris assentiu. "Esta noite. O plano está pronto."

Terminando meu café, eu coloquei o copo para baixo. "Agora me fale sobre a chamada que você ouviu."

"Eu gravei."

"Que porra é essa? Por que não disse nada?"

"Porque eu não estou confiante de que eu deveria compartilhar."

"Não é sua escolha. Você trabalha para mim, caso você tenha esquecido."

"Lennox, como eu disse, Alex é forte e teimosa. Espere até que você a tenha em seus braços. Espere até que você saiba que ela está segura. Acho que... é melhor você esperar."

"Mostre."

Deloris sacudiu a cabeça. Apertando os lábios, ela digitou em seu teclado. Segundos depois, a gravação começou.

"Sim?"

Meu peito doía. Fazia realmente apenas um dia desde que eu a segurei em meus braços?

"Sim?" A voz presunçosa de Spencer ressoou. "Tente de novo, querida. Tenho certeza de que a tela lhe disse quem estava chamando."

Que porra era essa?

"Bryce, eu só acordei. Eu não li a tela."

"Então você está bem descansada."

“Na verdade, não. Eu não dormi bem."

"Essa não é minha preocupação. Sua preocupação é colocar aquele sorriso deslumbrante em seu rosto. Você acha que você pode fazer isso?"

"Eu vou trabalhar nisso."

"Seja rápida. Mamãe estará aí em breve."

"Por quê?" Perguntou Charli.

"Eu acho que a apreciação deve ser a sua resposta. Gratidão. Onde estão suas maneiras?"

Mas que porra é essa? Eu fiquei incapaz de ouvir e me sentar. Meus olhos se encontraram os de Deloris. Seus lábios pressionaram mais apertados juntos. "Lennox, você já ouviu o suficiente"

Eu levantei minha mão, silenciando-a. Charli já estava falando.

"... agradecida por?"

"Eu estou concordando com seu pedido de visitar sua mãe. Isso é o que fazemos. Nós vamos nos casar. Queremos o outro feliz, certo?"

"Então eu vou para Magnolia Woods?"

"Minha mãe vai acompanhá-la. Eu odiaria que nada acontecesse com a visita de hoje. Ela vai ficar com você o tempo todo."

"Obrigada."

"É isso aí, querida. Após sua visita, ela irá te trazer de volta e você pode elaborar a sua gratidão."

"Para Carmichael Hall? Por que não aqui?"

Que diabos? Ela está pedindo para ir para Montague Manor. O que diabos está acontecendo com Carmichael Hall?

"Olha as suas maneiras." Spencer lembrou.

"Obrigado pelo convite, mas preciso preparar-me para a festa."

"Nós temos negócios inacabados. Carmichael Hall é um lugar aonde a porra do seu primo não vai se materializar para atrapalhar nossos planos novamente."

Meu peito apertou. "Que diabos..."

Dessa vez Deloris ergueu a mão.

"Bryce, por favor."

"É simples querida, ou você vem ou eu irei chamar minha prostituta."

Os músculos do meu pescoço se apertaram.

"Talvez ambas? Talvez você gostasse de ver o que acontece quando-"

"Alton disse que ia voltar depois da festa."

"Eu não disse que a traria aqui para ficar, apenas para provar meu ponto. Ela pode retornar. Certamente ela ainda vai ser capaz de andar."

"Pare. Eu estarei lá."

"O que ela disse?" Eu gritei para o computador.

"... Minha boa menina. Certifique-se de contar à minha mãe o quanto você aprecia sua companhia."

"Sim. Preciso me preparar."

"Faça isso. Vejo você em breve. Tenho certeza que você vai gostar dos nossos planos da tarde."

"Adeus, Bryce."

O silêncio encheu a linha.

Os olhos de Deloris encontraram os meus.

Minha mandíbula doía quando eu disse: "Ele precisa sofrer."

"Eu estou pensando nisso..."

 

CAPITULO 38

 

 


"Sra. Fitzgerald."

Minhas pálpebras estavam tão pesadas, tão incrivelmente espessas. Contudo, eu conhecia a voz. Concentrei-me em abri-los. Lentamente, no início, eu permitia apenas uma fenda de luz. Estava lá, o mundo além de meus olhos fechados. Pisquei uma vez

E depois duas vezes.

Luz e paredes azuis. Guarnição branca. Monitores e bips.

Eu pisquei novamente.

"Louvo ao Senhor! Senhora Fitzgerald, você vai abrir os olhos hoje?"

Minhas pálpebras tremularam quando ela apareceu. "J-Jane? É você?"

"Sim, sim! Senhora, eu estou aqui. Estou contigo."

Deixei escapar um longo suspiro e fechei os olhos. Tão cansada.

Jane estava aqui? Por quê? Esta não era a minha casa. Eu não estava na minha suíte.

Essa realidade tinha ficado dolorosamente clara a cada vez que eu despertava nas últimas horas, ou eram dias? Talvez fossem semanas? Quando o tempo perdeu o seu significado?

Eu puxei uma respiração profunda quando senti a minha língua muito áspera, lábios ressecados e descamando. "Eu-eu estou com sede."

Uma palha apareceu em meus lábios.

"Aqui está, Sra. Fitzgerald. Beba."

Eu fiz. Gole após gole. Bebi o líquido fresco, claro, enchendo minha boca, cobrindo a minha língua e revestindo minha garganta. Cada gota era o céu, como a chuva para a ressecada e barrenta Geórgia.

Quando ela o puxou, eu lentamente abri meus olhos. Ela era real. Jane era real. Sua linda pele marrom brilhava, e eu procurei seus olhos conhecedores. Pela primeira vez, no que parecia uma vida inteira, minhas bochechas se ergueram e meus lábios se separaram.

"Você é a visão mais bonita que eu já vi." Eu levantei minha mão pesada, procurando a dela.

Calor envolveu a minha enquanto ela a pegava e apertava. "Senhora, você também é uma boa visão."

Eu balancei a cabeça. "Eu... duvido disso."

A sala além de Jane voltou à vista. Estéril. Essa tinha sido uma das palavras na minha memória recente. "Como? O que aconteceu?" Abaixei a voz. "Jane, eu tomei essas pílulas?"

"Não os que eu levei. Ainda os tenho."

"Então..." Eu tentei me lembrar. "Eu não entendo."

"A Senhora está melhorando, isso é tudo que importa. Você está falando. Espere até que a senhorita Alex a veja."

Meu sorriso desapareceu. Senhorita Alex, minha filha. Eu sonhava com ela, mas não era real. Eu não conseguia me lembrar de quanto tempo fazia desde que eu a vi. Então, novamente, minhas memórias estavam distorcidas, distantes, fora de alcance.

"Talvez um dia. Alexandria está ocupada com sua vida."

"Não, Sra. Fitzgerald. Ela esteve aqui todos os dias. Ela está tomando conta de você. Ela é a única que esteve coordenando as suas enfermeiras."

"Eu... achei que era um sonho."

"Não é um sonho, é real." Jane apertou minha mão.

Meu coração saltou e os bips das máquinas criaram um ritmo uniforme. Tentei pensar. Se Alexandria realmente estivesse comigo, Oren poderia ter vindo também? "Quem mais, Jane? Quem mais veio me ver?"

Jane encolheu os ombros. "Eu não sei exatamente. O Sr. Fitzgerald e o Sr. Spencer, eles vêm com a Srta. Alex... Senhora, sua cabeça... está doendo?"

Eu avaliei minha cabeça. "Não, não." Espremendo meus olhos, eu perguntei, "Por que Alexandria estaria aqui com o Spencer?"

"Eles... bem, eles noivaram. Há uma grande festa hoje à noite na mansão para anunciar oficialmente."

"O quê? Por quê? O que aconteceu com Lennox?"

"Seu namorado de Nova York?" Jane sacudiu a cabeça. "Ela voltou. Ela está fazendo o que precisa fazer."

Tentei levantar meu braço. "Jane, me ajude a sentar-me." Meu braço direito estava ligado a uma rede de tubos. Havia apenas duas agulhas, mas cada uma em um braço. Eu puxei novamente. "Eu quero sair daqui. Preciso ver minha filha, preciso falar com ela."

Ela estendeu a mão para o botão e me sentei. "Eu estava com ela ontem à noite. Ela pode não ser capaz de estar aqui hoje. Ela tem essa festa, mas, senhora, ela vai fazer o seu melhor para vir domingo."

"Domingo? Que dia é... tentar? O que você quer dizer?"

"Sr. Spencer... ele-"

Não. Eu não podia deixá-la fazer isso. Eu puxei com mais força. As agulhas puxaram a minha pele e puxaram a fita. "Jane tire isso. Preciso falar com ela. Ela não pode..." Eu puxei com mais força. "Isso não precisa..."

Os alarmes soavam.

Bip! Bip!

Sirenes soaram e luzes piscavam, os seus ecos e cintilações enchendo a sala.

"O que está acontecendo?" Perguntou Jane quando a porta se abriu. Ela saltou para perto da parede quando algumas pessoas correram para o pequeno espaço, gritando ordens.

"Senhora, saia."

"A senhorita Collins disse... Senhora..."

Um homem de uniforme empurrou Jane para trás enquanto outros correram para os meus monitores.

"Por favor, deixe-a ficar!"

Os grandes olhos castanhos de Jane se abriram mais largamente quando a afastaram.

"Espere! Jane, diga Alexandria..."

Uma mulher puxou a minha IV. Virei-me a tempo de vê-la inserir uma seringa.

"Por favor, não. Eu quero isso fora. Jane..."

As vozes desapareceram... O quarto desapareceu.

Teria sido real? Eu realmente conversei com Jane? Ou era faz de conta? Minha mente pregando peças. Talvez fosse uma performance, uma peça de teatro, e a cortina caiu. A cena era sobre... E agora o teatro estava vazio.

"J-Jane..." Eu tentei gritar. "Não!" A palavra não veio. Meus lábios não se moviam mais.

Tão pesado. Tudo era tão pesado.


"Acorde Adelaide, eu estou aqui, você está segura."

Quando seus lindos olhos azuis encheram minha visão, pequenas rugas se formaram em seus cantos. Eu empurrei para trás

Em direção ao travesseiro e admirei o incrível homem em minha cama. Mais precisamente, o homem na cama que estávamos compartilhando.

Levantei a palma da mão para o seu rosto e saboreei o abrasivo crescimento da barba. Antes que meus pensamentos vagassem, eu disse: "Sinto muito, Oren. Eu acordei você."

Lábios quentes salpicaram minha testa enquanto seu perfume masculino enchia meus sentidos. Colônia misturada com Intensidade. Era uma poção viciante, uma que eu precisava parar, mas como todos os outros vícios, eu tinha sido muito fraco. Isso fazia parte do meu pesadelo, a parte que eu não queria fazer.

Inspirei, deixando que o cheiro mágico que nos envolveu endurecesse meus tensos nervos.

"Eu acordaria com você todos os dias." disse ele.

"Eu não queria... eu estava sonhando."

Oren sentou-se e puxou-me para ele. Descansando minha cabeça em seu peito minhas orelhas encheram com a batida rítmica de seu coração. Sem pensar, meus dedos encontraram seu caminho até seus finos e escuros pelos no peito. Eu raspei a suavidade com minhas unhas bem feitas enquanto seu braço forte estava em torno de meu ombro.

Sua voz profunda ecoou pelo peito dele. "Soou um pouco menos como um sonho e mais como um pesadelo."

Eu dei de ombros em seu abraço. "Eu não quero falar sobre isso."

Oren mudou de posição, colocando-me de volta no travesseiro e pairando acima. "Adelaide, há quantos anos estamos vendo um ao outro?"

Estendi meu lábio inferior, brincando meu encanto do Sul. "Você não sabe?"

Seu nariz aproximou-se do meu enquanto a respiração quente soprava minhas bochechas. "Eu sei até o número de minutos, mas o ponto é que não há nada que você possa dizer que eu não consiga ouvir. Você já ouviu minhas aflições, meus arrependimentos. Mesmo depois disso, você acha que eu seguraria alguma coisa contra você?"

Levantei meus lábios aos dele. "Está bem, Sr. Demetri, eu não sou uma boa mulher. Eu sou uma esposa infiel. Isso é um pecado mortal. Estou condenada ao inferno. Não há nada que eu possa fazer sobre isso."

Suas feições se contorceram. "Adelaide, isso me dói. Eu sou a causa de sua condenação, mas eu acredito que há um recurso para a salvação."

"Você acha? E o que seria isso... confissão?"

"Você acabou de confessar."

"Então, o que posso fazer para encontrar a redenção?"

Eu sabia a resposta. Eu só não queria dizer isso.

Ele pegou minha mão, tirando-a do cobertor. "Você substitui este anel com o meu."

Um nó formou-se na minha garganta. "Eu-eu-"

"Não diga que você não vai... ou diga que você não pode... dizer não ainda."

"Oren, meu futuro está feito. Sempre foi assim."

"Meu amor, você já experimentou o sofrimento, está na hora de você experimentar a vida que você merece. Você esteve no inferno. Deixe-me dar-lhe uma fatia do céu."

Comecei a falar, mas seus lábios firmes capturaram os meus, tirando minha refutação.

"Ainda não..." ele encorajou. "Pode dizer."

Eu balancei a cabeça. "Eu não posso te machucar mais. Não vou te dar uma falsa esperança."

"E você?"

"E quanto a mim?"

"Você não merece esperança?" Ele perguntou.

"Não, eu não. Não mereço nada disso, mas Alexandria sim."

"Ela ainda está na escola."

"Sim, ela tem muito à frente dela."

"E você também."

Meus olhos se fecharam. Era meu pesadelo, o que eu estava temendo.

"Oren..." eu respirei fundo.

Segurando o lençol sobre meus seios, me mudei para a borda da cama. "Eu... eu vim te ver esta última vez por um motivo."

Ele se moveu atrás de mim, seu queixo raspando no meu ombro. "Adelaide, não é a última vez. Temos toda a nossas vidas. Você pode me ver por qualquer motivo que você quiser. O céu é azul. A grama é verde. Estou disponível para você sempre."

Eu balancei a cabeça. "Não é justo." Fiquei de pé e passei o lençol criando algo que se contorcia em torno de minhas pernas, enquanto eu andava para frente e para trás. "Estive pensando em Angelina."

"Sobre a Angelina? Por quê?"

"Vocês dois... vocês merecem encontrar isso de novo. Estou te segurando."

Oren se levantou e sua voz aumentou. "Que diabos?"

Era meu pesadelo. O homem que eu amava... Eu sabia que ele tinha uma escuridão, ele tinha que ter. Ele não poderia ter confessado as coisas que tinha dito, o que tinha feito, sem um lado escuro. No entanto, eu nunca tinha visto.

Não até agora.

Enquanto seus traços mudaram eu dei um passo para trás, antecipando a raiva do meu pesadelo. Quanto mais eu pensei sobre este dia, este adeus, mais frequentes os pesadelos vieram. Já era tempo. Eu tive que enfrentá-lo. Eu tive que enfrentar a mudança de Oren para Alton.

Talvez algumas partes de mim queriam isso. Eu precisava vê-lo para realmente ir embora.

"Adelaide, eu encontrei esse tipo de amor... em você. Você é il mio amore. Não quero outra mulher."

Seu amor.

Lágrimas encheram meus olhos. "Não. Isso demorou muito. Por anos, anos que você poderia ter estado com alguém em aberto, alguém que poderia estar com você dia após dia, e alguém que poderia ajudá-lo a cuidar de Lennox e Silvia. Eu fui egoísta."

Quando Oren alcançou meus ombros, eu me encolhi.

"Pare com isso." ele disse não me deixando ir.

"Por favor..."

"Adelaide, você sabe que eu nunca machucaria você. Eu disse a verdade. Eu queria que você soubesse o que eu tinha feito. Seja honesta comigo, essa é a razão pela qual você quer acabar com isso, por causa dele? Porque você não pode estar com um homem como eu?"

Um homem como ele... Um homem amoroso, gentil e perdoador. Um homem cuja mera presença faz meu coração bater mais rápido e cujas palavras derretem meu interior até que não haja nada e que eu não possa ficar sem seus braços fortes. Era isso que ele queria dizer?

Não.

Ele me perguntou se eu poderia viver com um homem que tinha feito coisas sombrias e terríveis. Um homem que fez o que precisava fazer, não só por seus objetivos, mas por sua família e sonhos. Um homem que me fez perguntar a mim mesma se eu poderia viver minha vida com ele. Eu queria Oren com tudo em mim.

O destino de Russell foi selado, com ou sem Oren Demetri, no dia em que ele ameaçou me deixar e Alexandria. Eu viveria com o que Oren tinha feito. Eu poderia amá-lo para o resto da minha vida, mas essa resposta não cortaria essa relação. Não libertaria esse homem maravilhoso.

Levantei meu queixo. "Eu não posso. Foi divertido enquanto durou, mas não, não posso."

As mãos de Oren caíram, seu suave aperto deixando meus ombros e caindo ao seu lado. "Eu pensei..."

"Você pensou errado. Eu tive um bom tempo, mas é hora de eu trabalhar em meu casamento."

"Ele é um porco. Você vai escolhê-lo sobre mim?"

Mil vezes não.

"Sim." Quando seus olhos azuis perderam seu brilho, foi confirmado. Eu não merecia Oren Demetri.

Endireitando meus ombros, caminhei até o banheiro. "Adeus, Oren. Por favor, saia."

"Mamãe?"

Eu não tentei responder. Não era mais real do que Oren ou Jane.

 

 

CAPITULO 39

 

 

 

Enquanto nos aproximávamos, vi Jane passeando nervosamente para fora da porta de mamãe.

"O que aconteceu?" Eu perguntei, correndo à frente de Suzanna.

Os olhos escuros de Jane transbordaram de lágrimas, deixando suas bochechas úmidas. "Ah, senhorita Alex, ela estava falando. Ela estava bem... tão bem." Ela pegou minhas mãos. "E então ela ficou chateada. Ela queria falar com você, mas eu não sabia que você estava vindo. Então ela puxou seus IVs. Havia alarmes e luzes por todo o lugar. Todos eles vieram correndo... Eles deram-lhe mais remédios."

"Ela estava falando?"

Jane assentiu com a cabeça. "Sim. Eu disse a ela que você estava aqui. Ela pensou que tinha sonhado você." Uma sugestão de um sorriso floresceu atrás de sua tristeza. "Eu disse a ela que você era real. Você é."

"O que está acontecendo aqui?" Suzanna perguntou, vindo até nós.

Jane ficou mais alta e enxugou as bochechas.

"Mamãe estava acordada e falando." Expliquei.

"E você está chateada? Por quê? Por que não estamos lá? O que ela disse?"

Jane voltou-se para ela. "Ela fez perguntas."

"Que perguntas?"

"Ela perguntou quem a visitou."

"Ah, Jane..." eu disse. "Ela vai ficar melhor."

Jane assentiu esperançosamente.

"O que ela lembrou?" Suzanna perguntou. "Ela estava alucinando?"

Eu mudei. "Por que você supõe que ela estava com alucinações?"

"Querida, eu não estou assumindo. Eu sei como ela tinha estado delirante."

Jane falou comigo. "Srta. Collins, o que quer que eles deram à ela a derrubou muito rápido. Estou preocupada."

"Eles a machucaram?"

Olhei para ela e entrei no quarto. Havia três pessoas em pé ao redor de sua cama. "Vou descobrir."

Suzanna estendeu a mão para o meu braço. "Eles são médicos e enfermeiros. Suponho que eles sabem mais sobre seu cuidado do que uma empregada doméstica."

"Com licença?"

"O quê?"

"Suzanna, obrigado por vir aqui comigo. Gostaria de privacidade enquanto falo com os médicos da mamãe."

"Eu não vim com você. Você não estaria aqui sem mim." Ela ajustou a bolsa pendurada em seu pulso e virou-se para Jane. "Por que você está aqui? Você não tem bastante trabalho na mansão para mantê-la ocupada?"

"Ela tem muito trabalho sim, mas eu pedi a ela para vir aqui. Mamãe perguntou por ela."

"Ela perguntou por você?" Suzanna perguntou e seu nariz enrugou com a última palavra.

"Sim, ela perguntou. Srta. Collins deixe-me saber o que posso fazer pela sua mãe."

Estendi a mão para ela. "Jane, venha comigo para falar com os médicos. Você estava lá. Você pode dizer a eles o que aconteceu." Eu me virei para Suzanna. "Seja uma querida..." Meu tom pingava de açúcar, mais doce do que o chá doce do sul. "... e nos dê um minuto. Há um belo pátio. Se você for e tiver um assento, eu vou ter uma boa xícara de café enviada para você. Assim que soubermos o que está acontecendo, vou buscá-la."

"Bryce não ficaria satisfeito."

Meus olhos se abriram e as mãos voaram para o meu peito. "Eu espero que não! Tenho certeza que alguém tão empático quanto seu filho seria devastado que minha mãe estava na borda da recuperação e de repente começou a piorar." Eu me aproximei. "Isso é o que você quis dizer? Não foi?"

"Bem..."

Acenei para um homem de uniforme branco. "Senhor, você poderia, por favor, pegar para a minha futura sogra uma xícara de café com creme e dois açúcares? Ela estará no pátio."

"Sim, senhora." Ele virou-se para Suzanna. "Posso mostrar-lhe o caminho?"

Seu queixo levantou. "Alexandria, eu estarei de volta daqui a dez minutos."

"Mal posso esperar."

Eu peguei a mão de Jane e a puxei para dentro do quarto de mamãe. O fundo da porta raspou contra o chão quando eu a abri.

"Eu lhe disse..." Um homem falou sem se virar.

Eu falei mais alto. "Com licença. Você está falando comigo?"

O homem girou. "Ah, senhorita Collins..."

"O que aconteceu?"

"Sua mãe teve outro incidente. Precisamos medicá-la."

"Você tentou descobrir exatamente o que aconteceu?"

"Ela estava falando." Jane se ofereceu.

"Não precisamos perguntar. Sua mãe é monitorada de perto. Os alarmes nos contaram tudo o que precisávamos saber."

Eu dei um passo para frente e ofeguei, as amarras estavam novamente em torno de seus pulsos. "Desfaça essas restrições. Qual é o seu problema?"

"Ela estava tentando remover seus IVs. Você não parece entender que estes são para seu próprio bem."

"Ela está inconsciente. Remova-os agora. Eu vou sentar com ela e garantir que ela ficará bem."

"Senhora, com a quantidade de medicação que foi dada a ela, ela não vai recuperar a consciência por um bom tempo."

Minha pele se arrepiou como a incompetência desvendando meu último nervo. "Retire as restrições agora."

Olhei para Jane como o enfermeiro contragosto liberou as restrições de velcro. Imediatamente, ambos correram para os lados e massagearam seus pulsos. "Existe alguma coisa que você precisa fazer para ajudá-la?" Perguntei indignada.

"Não, eu só tenho certeza..."

"Temos tudo coberto."

"Senhora?"

"Vá. Diga ao Dr. Miller que quero falar com ele e deixe minha futura sogra no pátio saber disso, os planos mudaram. Preciso ficar aqui até que o Dr. Miller chegue."

"Senhora, o médico não está agendado para estar aqui até esta tarde."

Puxei uma cadeira ao lado da cama de mamãe. "Não é um problema. Eu vou esperar."

Quando estávamos sozinhos, Jane se aproximou. "Criança, eu posso ficar."

"Nós duas podemos ficar."

"E sobre a festa?"

"Os convidados só chegam às seis. Estarei de volta até lá."

"Eu pensei que você disse que o Sr. Spencer não ia deixar você vir aqui hoje?"

"Estou aqui, mas ele me quer no Carmichael Hall."

Jane sorriu. "Mas você vai ficar aqui?"

"Sim, Jane. Eu vou."

Seu sorriso se alargou.

A notícia não caiu bem com Suzanna.

Quando ela entrou na sala, era óbvio que era sua primeira visita. Sua mão voou para seus lábios enquanto ela viu a minha mãe, na cama, e os monitores. "Oh..."

Seu show fingido de sensibilidade não se mexeu comigo, nem sua lista de razões que eu precisava para voltar a Carmichael Hall. Embora eu sabia que minha decisão voltaria para me assombrar, eu mantive minha posição.

"Alguma coisa significativa aconteceu. Eu não posso jogar bonito na festa sem saber pensamentos do médico."

Mesmo durante as chamadas de telefone com Bryce e Alton, eu não vacilei.

"Jane, eu tenho um favor para te pedir."

"Qualquer coisa."

"Você pode fazer qualquer coisa para conseguir Chelsea longe da Montague Manor, até o horário mais próximo da festa?"

Seu olhar se estreitou, mas ela não questionou. Jane estava em Montague por muito tempo. Um momento depois eu a ouvi fazer uma chamada. Eu não tinha certeza de com quem ela falou, mas quando ela terminou, ela se virou para mim.

"A senhorita Moore estará ocupada hoje. Ela vai ajudar a organizar as entregas. Nós temos uma grande e poderosa festa e precisamos da ajuda de todos."

"Ela ainda estará na mansão?"

"Não, senhorita Alex. A senhorita Moore estará em Savannah confirmando os fornecedores. Teria sido meu trabalho, mas estou ocupada."

Eu respirei fundo. "Obrigado."

Uma vez que eu chateei todos, eu me ajustei ao lado de Momma em um lado de sua cama e de Jane no outro. Até os bips constantes dos monitores, a sala fria, e a janela coberta me tornou mais relaxada desde que eu cheguei à Geórgia. Eu estava com as duas únicas pessoas que cuidavam de mim, e a quem eu me importava, em Montague Manor.

"Ela realmente estava coerente?" Eu perguntei, mantendo minha voz baixa.

"Ela estava," sussurrou Jane. "No outro dia, enquanto eu estava trabalhando com os fornecedores para a festa, eu parei no escritório do Dr. Beck."

"Você fez?"

Ela assentiu com a cabeça. "Eu não sei se é bom ou ruim. Os testes... não mostram quaisquer metais tóxicos. Ele pensou que poderia ser a casa velha, mas não, tudo mostra que o medicamento em seu corpo... Era o que prescreveram para ela."

Meu coração afundou. "Então ela provocou uma overdose?"

"Eu não acho que seja assim tão simples. Eu disse ao Dr. Beck, assim como eu lhe disse: ela não tinha as pílulas. Eu as tinha. Eu ainda as tenho. O Dr. Beck não lhe deu mais. O medicamento que encontraram em seu corpo, com esses testes, foi o mesmo que o que ele tinha prescrito. Eu só não acho que eram dela."

"O que a manteve na medicação preventiva? Eles dizem que ela parou de tomá-lo."

Jane balançou a cabeça. "Ela tomou todos os dias. Eu sei o que eles dizem, mas muitas manhãs eu a assisti levá-lo, mesmo depois de ela começar a ter problemas. Tenho a certeza que ela tomou. Eu não entendo por que..."

Eu respirei fundo, deixando as palavras de Jane penetrar meus pensamentos. Alton era um gênio. Foi a overdose perfeita: Dar mais do remédio que Momma já tomava, muito mais.

Depois que ele e eu tínhamos encontrado com o Dr. Miller, na hora que eu tinha o meu tablet aprovado pela escola, eu olhei para os efeitos colaterais dos opióides: dores de cabeça, tonturas, vômitos. Essencialmente, muito Vicodin e Momma pensaria que ela estava tendo uma enxaqueca. Aumentando a dose ela obteria os benefícios adicionais de ansiedade, tremores e comportamento errático. Combine isso com o álcool, outro depressivo... memória e problemas para dormir. Tirar o remédio preventivo para a dor de cabeça. Foi a tempestade perfeita.

"Esta manhã, ela estava realmente fora de controle? Será que eles precisam dominá-la?"

"Eu vi sua mãe mais chateada, muito mais. Se me deixassem, eu teria falado com ela. Ela só queria você."

Suas palavras agarraram meu peito, apertando meu coração. Eu... Eu...

Jane pegou minha mão. "Ela precisa de nós."

"Estou tentando."

"Está errado," Jane perguntou. "que eu esteja preocupada com ela, mas mais preocupada com ela aqui?"

Engoli em seco. "Não. Eu também estou."

Eu não tinha certeza de como o povo de Nox planejou ajudar minha mãe e levá-la para fora daqui, mas a cada minuto que passa, eu estava grata que eles tentarão. Eu também estava preocupada que não teria sucesso. Olhando para a minha mãe, eu temia que, se eles falhassem, ela não teria mais opções.

 

 

 

 


CAPITULO 40

 

 

 

Jane e eu escorregamos para o fundo da mansão, deixando a porta da frente. Pouco antes de fazer o meu caminho até o meu quarto, eu me lembrei de Chelsea. Eu fiz o meu caminho para o quarto, evitando o primeiro andar. Afinal de contas, aquilo era um hospício. Havia pessoas em todos os lugares, arranjos de flores, criação de Buffet e vários bares montados. Eu tinha me esquecido de perguntar a Jane quantas pessoas foram convidadas. Talvez não fosse esquecimento, somente apatia mesmo. Eu não dou a mínima.

Gentilmente eu bati na porta de Chelsea e esperei.

"Olá?"

"Chels, sou eu."

A porta se abriu. Eu não a tinha visto desde ontem à noite. Ela estava usando calças e uma blusa, e seus cabelos em um rabo de cavalo. Embora sua bochecha estivesse coberta de maquiagem, o roxo aparecia.

"Deus. Lamento que eu arranjei para você sair assim."

Ela deu de ombros quando ela abriu mais a porta, andou até uma mesa e pegou um par de óculos de sol. "A vantagem da Geórgia é que, mesmo em novembro, geralmente é ensolarado." Ela colocou os óculos, cobrindo o hematoma. "Além disso, eu estava feliz em sair daqui."

"Você o viu?" perguntei, não tendo mais tempo para dançar em torno do elefante na sala.

Ela balançou a cabeça. "Não, mas ele ligou. Ele estava chateado que eu não estava esperando aqui. Ele disse que você ficou, por isso era meu trabalho..."

Ela não terminou. Ela não precisa.

Peguei sua mão e a puxei para o banheiro. Uma vez que a porta estava fechada e ela tirou os óculos de sol, vergonha e tristeza brilharam em seus olhos castanhos, mas não havia lágrimas. Fez-me orgulhosa da minha amiga. Felizmente, ela foi sabia que tinha feito escolhas ruins e idiotas.

"Tenho medo de estragar tudo." confessei.

"Por quê?"

"Seu quarto. Eu supus que o meu foi grampeado, mas ontem quando falamos..." Os pensamentos aumentaram meu pulso "... Eu tenho medo que eles possam saber sobre minha conexão com a Infidelity."

Chelsea suspirou. "Sim, eu odiaria que eu fosse a única prostituta."

Dei um passo para trás.

"Não," ela respondeu rapidamente. "Eu sinto muito. Eu estou brava, eu estou assustada e estou atacando você... porque eu posso. Mas não quis dizer isso."

Embora eu tivesse sentido o impacto, eu entendi. "Vou tirar você esta noite. Eu te contei o meu plano, vai dar certo. O andar de baixo está zumbindo. Mais tarde, será caos total e confusão."

"Você sabia que havia trinta e dois arranjos florais entregues?" Perguntou Chelsea. "Trinta e dois grandes! Ajudar a coordenar tudo isso foi parte do meu trabalho hoje. Há uma cozinha com chefs e, ainda assim, os fornecedores trouxeram mais cozinheiros e mais de vinte servidores." Ela balançou a cabeça. "Eu não posso imaginar o seu casamento."

"Bem, não imagine. Eu vou sair antes que isso aconteça. Ele me assusta também."

"Alex, o que vai acontecer com sua mãe?"

Eu soltei um longo suspiro. "Espero que Nox possa ajudar." Eu não poderia dizer mais. E se o banheiro estivesse grampeado? E se Bryce pegasse Chelsea e a forçasse a confessar?

Como ele tinha dito sobre os planos do nosso dia... Havia muitas variáveis.

"Você não foi convocada para a festa, não é?"

Chelsea sacudiu a cabeça. "O oposto."

Fiquei mais ereta, inclinando a cabeça. "O que isso significa?"

"Quando ele me ligou, ele me disse para ficar aqui nesta sala. Ele disse que se as coisas não fosse bem na festa, ele queria saber que ele tinha uma opção..." Ela expulsou uma respiração profunda enquanto suas mãos caíram para os lados. "Se você não se ‘comportasse’ foi a palavra que ele usou, e eu seria punida. Ele quer saber a sua "prostituta" está disponível."

Eu alcancei seus ombros. "Ninguém, ninguém," eu repeti. "merece ser tratada como ele está tratando você. Eu não dou a mínima para o que o acordo diz. Deloris vai te tirar dele." Eu toquei seu rosto. "O abuso está fora. Eu acredito que pode mesmo vir com uma compensação. Porra, eles devem ter clientes melhores."

"Eu nem me importo mais sobre o dinheiro. Eu fiz. Salvei mais do mesmo. Mas que bom seria colocar a minha irmã na escola se eu não estou viva para vê-la na pós-graduação?"

Ela andou um pequeno círculo. "Mas... você tem certeza? Eu não quero deixá-la, e eu não quero ficar."

"Não vai ser por muito tempo. Eu não posso fazer isso. Eu tenho feito algumas das coisas que me propus a fazer. Eu sei coisas. Eu vi coisas. Se eu não tivesse vindo aqui... bem, eu fiz. Agora eu preciso fazer o que alguém me pediu para fazer mais vezes do que posso contar. Eu preciso confiar nele."

"Você não está falando sobre Bryce?"

"Claro que não!" Eu olhei para o meu relógio. "Eu preciso ir ficar pronta. Eu voltarei. Quando o fizer, não será por muito tempo. Eu sei o que Bryce disse, mas não sairei do meu quarto até a hora. Vou me comportar." A palavra era azeda. "Ele não terá qualquer razão para vir até aqui. Mantenha a porta trancada. Vai me fazer sentir melhor."

Chelsea concordou. "Eu te amo."

"Como uma irmã." eu disse, beijando sua bochecha não marcada.

 


De banho tomado, meu cabelo seco, mas ainda não vestida, usando um roupão envolto em torno de mim, eu decidi avaliar o vestido que eu usaria. Tudo o que eu queria era que cobrisse os meus seios. Eu realmente não tinha dito, mas é o que Bryce implicitamente queria quando ele beliscou meu mamilo para provocar a minha atenção. Era a área que o vestido cobriria... Onde ele poderia me machucar.

Eu empurrei esses pensamentos para o fundo da minha mente. Eu não poderia reviver o susto de ontem à noite, a inevitabilidade de sua ameaça... Eu não poderia fazer isso e ficar ao lado dele jogando o papel noiva perfeita. Em vez disso, eu trabalhava para evocar pensamentos do meu amigo de infância, e o que eu sentia por Nessie, o monstro que nossas mães tinham inventado para nos manter longe do lago. Irônico que elas tinham criado uma besta para nos manter seguros quando estar com um era seu objetivo.

Mesmo as memórias de infância foram manchadas. Alguma coisa tinha sido real? Claro que não, este era o mundo de fumaça e espelhos.

Quando levantei o novo saco de vestuário da prateleira do meu armário, o som de bater me avisou de outra intrusão.

Porra!

Por favor, não seja o Bryce.

"Olá?" Perguntei através da porta trancada.

"Alexandria?"

Depois de girar a chave na porta, eu a abri. Espiando modestamente em torno da borda, eu olhei Suzanna cima e para baixo. Seu vestido era intocado, um safira azul com um decote cavado, e seu cabelo estava arrumado em alguma colmeia reminiscente dos anos sessenta. Ok era bem feito, mas ainda parecia ridículo. A maquiagem dos olhos era exagerada e os lábios estavam muito vermelhos. Se a intenção tinha sido fazê-la parecer mais jovem, ela tinha perdido a marca.

"Suzanna," eu murmurei. "Você não está linda? O que posso fazer por você?"

Seus lábios franzidos. "Abra a porta. Eu ia dizer-lhe esta manhã, mas... bem, os planos mudaram."

"O quê? Eu sinto muito que eu não fui capaz de passar a tarde com você e Bryce. Mas sim, minha mãe está descansando confortavelmente. Obrigado por perguntar."

Limpando a garganta, ela deu um passo para o lado, permitindo sua comitiva a entrar em vista.

"Abra a porta. Sua equipe de estilistas não tem muito tempo."

"Os estilistas? Eu não preciso..." Meus protestos caíram em ouvidos surdos quando Suzanna e três outras mulheres demoliram seu caminho para minha suíte. Em poucos minutos o meu banheiro foi transformado em um salão de beleza. Alisadores e ferros de todas as larguras foram alinhados no balcão de mármore, enquanto paletas de maquiagem, blush, sombras para os olhos encheram todos os espaços disponíveis.

Uma cadeira foi trazida, e fui incentivada a sentar-me e obedecer.

Embora eu repeti minha objeção, logo eu estava fazendo como eu tinha me proposto, enquanto Suzanna estava me preenchendo sobre as próximas festividades.

Olhando para o relógio, ela estabeleceu o cronograma. "Apesar de que deveria começar às seis, os hóspedes podem chegar mais cedo. A equipe está pronta para recebê-los. Os bares e hors d'oeuvres estarão prontos. Seu pai e eu vamos acolher todos assim que chegarem." Ela inclinou-se para o espelho e correu o dedo pelas dobras da boca aberta, como se isso pudesse ajudar a cor berrante. "É claro," continuou ela. "ele não pretende fazer isso por muito tempo. Ele está esperando uma lista de convidados VIP distintos, muitos dos quais ele vai entreter em sua toca privada."

Será que meu padrasto canta e dança e eu tinha sido alegremente inconsciente disso por mais de vinte anos? Eu teria perguntado, mas a escova puxou meu cabelo em uma direção, esponjas para aplicar camadas de base desceram sobre o meu rosto, enquanto, ao mesmo tempo, as minhas unhas estavam recebendo um revestimento brilhante de gel, mas mantive minhas repreensões ao mínimo.

"Eu disse a Bryce para se juntar a você aqui-"

"Por quê?" Eu consegui interromper.

Eu o tinha evitado durante todo o dia, menos algumas ligações. Eu não quero vê-lo até que foram cercados por dezenas ou centenas de convidados. Quanto mais, melhor.

"Então... vocês dois podem fazer uma grande entrada." Ela disse isso como se fosse tão óbvia quanto o seu grande decote.

"E a que horas devemos entrar?"

"Só depois das 18h30."

Meu estômago afundou. "Bryce está aqui?"

"Ainda não. São quase 17h20. Eu espero que ele chegue em breve. Dá para acreditar? Os carros já começaram a se alinhar no portão." Ela estava quase tonta. "Este é verdadeiramente o evento social. Seu casamento... oh, vai ser espetacular! Eu disse a Bryce para entrar por outra entrada."

Eu mal podia formar as palavras. "V-Você fez? Qual?"

"Há uma perto dos celeiros de cura, é a mais próxima."

Deixei escapar um suspiro. Graças a Deus não era a velha estrada.

"Os guardas nunca iriam permitir que os hóspedes entrassem por lá," continuou ela. "É usada apenas pelos trabalhadores de campo, mas nesta ocasião, eu acredito que vai ajudar Bryce a evitar o engarrafamento."

Suzanna estendeu a mão para o meu ombro enquanto minhas mãos estavam ocupadas. Minhas unhas estavam ocupadas secando sob pequenas luzes roxas. "Não é este o momento mais emocionante?" Sua voz gritou com prazer. "Eu aposto que Mildred Ashmore está verde, apenas positivamente verde!"

Mildred era a mãe de Millie. Sem dúvida, eles estavam trabalhando dia e noite sobre o casamento de Millie e Ian. Afinal, essa foi a razão que Millie não poderia ir para a faculdade.

Assim que o pequeno engenho se fechou, Suzanna puxou minha mão da luz e olhou para o meu anel de noivado. "E aguarde até que todos eles vejam isso! Vai ser o assunto da cidade, não, da nação. Quem se preocupa com os Kardashians, lixo de novos ricos, se me perguntar. Os Carmichaels, os Fitzgerald e Montagues... isso é do que a verdadeira realeza americana é feita."

Comecei a lembrá-la que os Fitzgerald não faziam parte da equação quando a mulher com uma paleta, uma que parecia o pincel de um artista, me disse para fechar os olhos e abri meus lábios largamente.

"Como...?" Comecei a perguntar.

Ela demonstrou. Ela fechou os olhos, alongou a testa, e os lábios fizeram um "O."

Enquanto eu fiz como ela disse, Suzanna continuou seu monólogo.

 


O relógio mostrava um pouco mais de seis horas quando duas mulheres seguraram um vestido de renda marfim sobre a minha cabeça e apertaram uma fileira de botões. Aterrissou logo acima dos meus joelhos; no entanto, para alguns isso poderia ser um vestido de casamento. Eu suspeitava que custava tanto quanto a maioria. Eu tinha visto a etiqueta. O nome só acrescentou dez mil dólares no preço, provavelmente mais.

As prioridades em Montague Manor pareciam estar erradas. Alton chamou minha educação na escola de direito de ‘um desperdício frívolo de dinheiro’. Ele ameaçou parar todo o financiamento da assistência privada de minha mãe, e ainda assim, ele autorizou a compra de um vestido de coquetel Gucci.

"Espere até você ver estes sapatos!" Suzanna exclamou quando ela abriu uma caixa. Dentro havia um par de sandálias de tiras de cristal espumante. O calcanhar estreito tinha que ter pelo menos 10 centímetros. "Eles são Jimmy Choo."

"Sim, eu reconheço o nome dentro do sapato."

"Oh, Alexandria, você não vê? Uma vez que você se casar com Bryce, nada está fora de seu orçamento."

Que diabos? A mulher estava vivendo em um mundo de fantasia.

"Você percebe que é tudo meu, certo?"

"O quê querida?" ela perguntou quando ergueu um sapato, observando os reflexos coloridos refletindo a luz dos cristais embutidos.

"O dinheiro," expliquei. "o nome... é meu. Eu não preciso me casar com Bryce por isso."

Minhas palavras macularam sua expressão alegre. "Mas você não entende. Se não se casar, você perde tudo. Você leu o testamento. Considere a sua vinda para esta casa simplesmente uma pré-visualização da vida que você pode ter."

"Senhorita," uma das mulheres disse: "deixe-me ajudá-la com os sapatos. Nós não queremos arriscar a unha polonesa."

Sentei-me, deslizando meus pés em cada sapato, enquanto reprimi a minha resposta. Não seria produtivo, e poderia alertá-la, se não for para o meu plano, pelo menos as minhas intenções. Nenhum dos quais incluídos casar com seu filho psicótico.

Em vez disso, fingi um sorriso, perfeitamente manobrando meus lábios pintados. "Você está certa, e mais do que isso, isso assegura o seu lugar de Rainha regente?"

A micro expressão de Suzanna vacilou, mas não por muito tempo. Ela era a rainha da ilusão. Com um obediente sorriso, ela respondeu: "Querida, estou aqui apenas para ajudar Bryce e preencher o lugar onde sua mãe é incapaz de fazê-lo, assim que ela voltar será como sempre foi."

Eu queria perguntar como exatamente era isso, mas eu não tive a chance.

Outro relógio tinha atingido a hora das bruxas. Não literalmente, mas os demônios estavam se reunindo, no entanto.

"E, na verdade," prosseguiu Suzanna. "tenho que ir até seu pai e ajudá-lo a cumprimentar os convidados. Você sabe como ele fica quando as pessoas estão atrasam?"

"Eu diria que você já está."

Tinha minhas costas viradas, eu a ouvi abrir a porta.

"Mãe?"

Meu pescoço enrijeceu. Eu não precisava ver para saber quem estava parado no limiar do meu quarto. Eu não tinha Deixe Bryce entrar neste quarto desde que nós éramos adolescentes, e agora ele estava aqui.

"Bryce." murmurou Suzanna. "Você está bonito! Venha ent..."

Não importava. Eu não era a única a oferecer o convite.

Lentamente, eu me levantei e me virei. Nossos olhos se encontraram.

 

 

 

 


CAPITULO 41

 

 

 

"Alexandria! Você está impressionante!"

Eu segurei meu sorriso, o que Bryce tinha me dito para usar. Meu olhar o digitalizou da cabeça aos pés, avaliando-o como ele me avaliou. Seu terno cinza foi adaptado para ele, estreito na cintura e mais largo nos ombros. As pernas estavam um pouco mais estreitas do que os Nox usava, mas ainda era considerado elegante. Ele estava com um colete marfim, gravata e lenço que combinava com a cor do meu vestido e uma camisa engomada branco.

Eu me aproximei, alcançando seu ombro. "Você é muito bonito mesmo."

Levantando minha mão, Bryce se inclinou para mim e inalado. "Ahhh, que perfume que você está usando? É uma melhoria em relação colônia."

Engoli minha refutação e falei palavras que ele gostaria de ouvir. "A única colônia que quero usar é sua."

Bryce deu um passo trás, segurando-me no comprimento do braço. "Esta é uma melhoria."

Dei um passo para frente, pressionando-me contra ele, e beijei sua bochecha. "Este é o nosso começo, o nosso noivado formal. Eu sei que eu tenho lutado contra este resultado, mas estar com Momma..." Eu puxei a mão, puxando-o para o banco amarelo no final da minha cama. Como nós nos sentamos, eu continuei. "... estar com ela hoje..."

Meus longos cílios cobertos de rímel velaram meu olhar. "Obrigado pela compreensão permitindo-me estar lá."

Ele não falou, mas passou as mãos pelos meus braços. Eu conscientemente não vacilar como ele testou a área que ontem estava dolorido. Ainda estava, mas eu não mencionei.

"... Quando eu estava com a mamãe," eu continuei. "Eu percebi que isso está acontecendo. Eu poderia lutar com você e Alton, mas que bem isso faria? Bryce, ela estava um pouco melhor. Ela falou com Jane, mas então eles a medicaram. Eu não posso deixá-la. Eu não vou."

"E isso?" Ele fez sinal entre nós.

"É o meu futuro. Mamãe tentou me dizer. Você tentou me dizer. Eu não ouvi. Na próxima semana eu quero me transferir para Savannah, para o resto da minha formação."

Bryce estreitou os olhos. "Alton acha que é um desperdício de dinheiro."

"Depois de casados, não importa o que ele pensa. Foi o que o testamento disse. Tudo será nosso... Como meu marido, você vai tomar as decisões, não Alton."

Com cada frase o peito dele inflava cada vez mais, como um balão. Se eu continuasse será que ele se transformaria e talvez voasse para longe?

"Crianças?" Ele perguntou, não deixando pedra sobre pedra.

"Acho que é algo que precisamos discutir."

Ele passou a mão sobre meu joelho. Ao contrário da noite anterior, não era vigoroso. Pelo contrário, ele foi concebido para ser atraente quando ele moveu os dedos espalmados debaixo do meu vestido.

"Falar não vai fazer herdeiros."

Herdeiros. Eu odiava essa palavra.

Eu coloquei minha mão sobre a dele, o tecido do meu vestido separava o nosso toque. "Não... e nem você gozando na minha boca ou nos meus seios..." Eu estava usando a ameaça da noite passada. "Eu acredito que minha mãe gostaria de ter netos correndo esses gramados."

"Como costumávamos fazer?" Ele se aproximou até que seu peito estivava contra o meu. Removendo a mão do minha coxa, ele a colocou sobre meus seios. "Seu coração está batendo rápido."

É verdade. Como um aviso, de que ele estava prestes a saltar do meu peito.

"Porque eu estou nervosa."

"Por quê?"

"Eles... lá em baixo."

"Por quê?"

"E se eles não acreditarem em nós? E se eles assumirem que estou grávida?"

Seus lábios cobriram os meus, parando minhas perguntas. Eu gemi quando sua língua me sondou. Foi mais de uma ‘eca’, mas eu rezava para que não fosse do jeito que soou.

"Bryce?" Eu finalmente consegui.

"Você vai fazer isso? Você vai se comportar?"

Eu balancei minha cabeça. "Não, não se trata de comportamento. Trata-se de enfrentar os fatos. Nós estamos nos casando. Ontem à noite... você... eu estava... Eu não gosto disso. Eu não quero ter medo do meu próprio marido. Eu não posso viver assim."

Ele parou. Mesmo nos meus saltos de dez centímetros, Bryce era mais alto. Não tão alto como Nox, mas alto o suficiente para ser ameaçador. Eu estava trabalhando o meu discurso o dia todo na minha cabeça, enquanto estava sentada com Momma e Jane, mesmo durante a reunião inútil com Dr. Miller. Eu esperava que eu pudesse pegá-lo com pequenos trechos de permissão. Nunca tive a intenção de ficar sozinha com ele, mas agora que eu estava, eu esperava que eu soasse convincente.

" Chelsea?" Ele perguntou, seu pescoço se endireitando.

"Sua vadia?" Eu corrigi.

Um sorriso satisfeito cobriu seu rosto, suas bochechas coradas erguendo sob seus olhos cinza e loiro gelado cabelo. "Continue."

"Eu... eu não quero compartilhar você, mas se eu tiver que, eu prefiro não ser lembrada todos os dias."

Ele assentiu. "Acredito que podemos encontrar um terreno comum."

"A universidade de direito em Savannah?" perguntei novamente.

Bryce levantou minha mão, trazendo o diamante perto de seus lábios enquanto ele beijava meus nós dos dedos.

"Vamos passar por essa noite. O mais importante é que você chegou a um acordo com a saída de Columbia."

Eu balancei a cabeça.

"Diga."

Eu odiava esse homem.

"Eu cheguei a um acordo com não voltar para Columbia depois de terminar este semestre."

"ok."

"Obrigado. Não estaremos casados até 24 de dezembro. O semestre estará completo e, além disso, Alton disse..."

"Alton não sabe o que eu sei. Ele não sabe sobre o vestido mágico mudando. Eu te sugiro concentrar-se em se manter minhas boas graças." Ele encolheu os ombros. "Sem dúvida você viu minha prostituta hoje?"

Cada vez que ele casualmente se referia a ela dessa forma era como uma bofetada. As contusões simplesmente não apareciam.

Talvez fosse essa a intenção dele.

"Sim, já nos falamos."

"Lembre-se, só você pode mantê-la de sua punição."

Eu alcancei novamente para seu ombro. "Eu quero isso também. Eu prometo."

Novamente seus lábios cobriram os meus. Desta vez, sua mão percorreu o meu lado, por cima da fileira de botões individuais de cetim. Quando seu beijo terminou, ele pegou minha mão e me virou, me fazendo girar nas pontas dos meus pés, nos meus sapatos brilhantes.

"Diga-me que há um zíper sob esses botões."

Minhas bochechas levantaram e inclinei cabeça sugestivamente. "Eu não posso. Basta pensar como a antecipação vai se construir."

"Vá," disse ele. "Eu manchei seu batom. Eles estarão nos esperando."

Uma vez no banheiro, eu retirei o batom, tirando as manchas e adicionei outra camada. Como eu fiz, eu garanti o meu colar no espaço do meu sutiã e levantei a gargantilha de diamante que tinha vindo com o meu conjunto. Como o anel que eu usava, era ostensiva e seria notado por todos.

"Bryce?" Eu chamei através da porta aberta.

A porta se moveu enquanto ele estava no limiar. "Sim?"

Eu levantei a gargantilha para ele. "Você pode ajudar? As estilistas foram embora antes de colocarem isso."

Ele estendeu a mão para o colar e ficou atrás de mim. Nossos olhares se encontraram no espelho quando ele prendeu os diamantes no meu pescoço. Inclinando-se, beijou a área atrás da minha orelha. Fechei os olhos, bloqueando-o para fora, me odiando, e novamente esperando que aparecesse de forma diferente.

"Alex, eu quero isso também."

Alex.

Uma vez que o fecho era seguro, eu girei em direção a ele até que meus braços estavam em volta do pescoço. "Podemos esquecer o passado?"

"Isso é com você, querida."

"Eu?"

"Amanhã vamos discutir isso."

Em outras palavras, ele dependia de quão bem eu joguei o meu papel. Eu balancei a cabeça. "Amanhã."

Ele pegou minha mão e me levou para a escada. Pouco antes de descermos eu paro.

"Ah, eu esqueci minha bolsa."

"Por que você precisa de uma bolsa; você está em sua própria casa?"

"Eu não posso correr até aqui toda vez que eu quero refrescar minha maquiagem." Eu apertei meus lábios. "Você, Sr. Spencer, pode ter uma história com mulheres e prostitutas, mas você tem que aprender como se trata uma esposa."

Ele sorriu. "Tenha pressa. Nós devemos estar lá embaixo."

"Eu vou." eu chamei por cima do meu ombro enquanto eu derrapava ao redor da esquina e pelo corredor. Eu mudei meu caminho rapidamente, passando da minha porta para a de Chelsea. Uma batida e a porta ser abriu. Eu alcancei meu sutiã e dei a ela o que ela precisava para sua fuga.

"Tem certeza?" Ela sussurrou.

"Shh." eu sussurrei quando eu balancei a cabeça e olhei para trás em direção ao corredor. Como a porta fechada, eu corri de volta para a minha suíte. Respirando fundo, eu corri em direção ao banheiro e encontrei minha bolsa. Era de cristal incrustado, a bolsa Jimmy Choo, e combinava com os sapatos. Antes que eu pudesse sair, eu parei novamente, oscilando em meus calcanhares.

"O quê?" perguntei, avaliando a expressão de Bryce. Se ele tivesse me seguido? Será que ele me viu com Chelsea? Eu esperei.

"Eu pensei que você disse que estava correndo?"

Desconsideradamente balancei a cabeça e soltei um suspiro. "Mais uma vez, você tem algumas coisas para aprender. Isto sou eu apressada." Levantei um batom e o deixei cair na bolsa. "Minha bolsa não ficará bem se não houver um batom para dentro."

Balançando a cabeça, Bryce me ofereceu seu braço. Colocando minha mão na curva, olhei para seus olhos cinzentos.

"Você está pronta?" Ele perguntou.

"Vamos começar este show."

Show do cão e do pônei. As coisas nunca mudam.

Todos os olhos viraram nossa direção enquanto descíamos as escadas. Era um mar de pessoas. Eu sorri enquanto eu digitalizava os rostos conhecidos. O foyer estava ficando mais cheio enquanto as pessoas continuavam fluindo.

"São os guardas." sussurrou Bryce enquanto continuávamos nossa descida. "Alton tem mais homens. Ele foi muito específico sobre quem pode entrar. Eles estão fazendo uma triagem rigorosa. Está levando mais tempo do que o normal para que todos possam chegar."

O hall de entrada estava quase cheio e a porta continuou a abrir. Através das escadas curvas vi a multidão que se estende em direção à sala de estar, e havia pessoas em todos os lugares. "Há mais pessoas chegando?"

"Mais de cem convites foram enviados, de modo que sejam pelo menos duas centenas de pessoas."

Segurei o braço mais apertado. "Para uma festa de noivado?"

Seus olhos cinzentos arregalaram. "Você deve ver lista de convidados da mamãe para o casamento."

"Alexandria! Edward!"

"Parabéns!"

Ele nos levou pelas áreas. Foi difícil e lento. Todos queriam falar conosco, ouvir a nossa história, como o nosso amor tinha sobrevivido ao longo dos anos.

"Alexandria." Shirley Carroll subiu, estendendo a mão.

"Sra. Carroll, deixe-me apresentar o meu noivo, Edward Spencer."

Bryce galantemente pegou a mão dela. "Carroll? Você não pode ser a esposa do senador Carroll. Filha, talvez?"

Eu quase rolei meus olhos. É sério como ele falou isso? Não é de admirar que Nox pensou que ele era um lodo. Ele parecia um vendedor de carros.

"Oh, Sr. Spencer, você pode ser mais gentil?"

"Ele pode." eu confirmei. "E onde está seu marido?"

Ela encolheu os ombros. "Eu não sei. Assim que Doyle chegou, ele foi levado para o clube secreto dos homens."

O braço de Bryce ficou tenso sob o meu toque.

Virei seu caminho. "Você acha que deve ser incluído? Esta é a sua festa." Eu estava esperando que eu estivesse lhe lembrando de que após o casamento, ele seria responsável, não Alton.

"Eu..." Ele examinou a multidão, sem dúvida tomar nota de quem estava faltando.

"Realmente," eu murmurei. "Eu adoraria mostrar a Sra. Carroll ao redor e se misturar. Vi Millie e Jess na multidão. Eu prometo que eu vou ficar bem. Eu odiaria que as discussões importantes acontecessem sem você."

Seu peito cresceu e os botões do colete de marfim se esticaram.

"Oh, querida," Shirley Carroll disse para mim. "acostume-se a esse tipo de coisa. É a maneira que é. Os homens sempre têm decisões de vida ou morte em seus pratos."

Bryce virou-se, colocou a mão sobre a minha, e inclinou-se para um beijo. "As pessoas estão assistindo."

Fingi uma risada. "Há centenas de olhos, agora vá."

Um garçom se aproximou oferecendo à Sra. Carroll e eu uma taça de champanhe. Depois de cada uma de nós tomou um, eu assenti. "Posso mostrar-lhe ao redor?"

"Isso seria fabuloso. Eu nunca vim para Savannah antes..."

"Alex," Pat disse, poucos minutos depois, chegando ao meu lado. "Você viu o meu acompanhante?"

"Eu não o vi, e nem vi você." Eu virei para Shirley. "Sra. Carroll, este é o meu querido primo, Patrick Richardson. Pat, eu posso apresentá-lo a Shirley Carroll, esposa do senador Carroll."

"O senador... da Califórnia?"

"Sim. Eu não achei que as pessoas na Geórgia saberiam disso."

Os lábios de Pat se curvaram. "Eu sou daqui. No entanto, agora eu vivo com meu parceiro em Nova York. É com o trabalho do seu marido sobre a legalização do cultivo de maconha que estou familiarizado."

Eu trabalhei para não dar a Pat um sinal misto.

"Sim, é algo que ele está esperando para empurrar a nível nacional..."

Uma vez que Shirley Carroll afastou-se para falar com alguém, eu perguntei: "O que você sabe sobre o cultivo de maconha legalizada?"

Pat deu de ombros. "Nada. Ou eu não sabia até ontem à noite. Enquanto você e eu estávamos tentando falar, Spence estava dando a Cy uma bronca. De acordo com Cy, Spence estava jorrando estatísticas sobre o potencial de crescimento e fabricação de cannabis na Geórgia e, em seguida, enviá-lo para os estados onde é legal. Assim como com o tabaco, o ambiente aqui tem um grande potencial para o crescimento da maconha. Infelizmente, isso é atualmente ilegal. Seu amigo, o senador Higgins está trabalhando em um novo projeto de lei. Ele estava dizendo Cy que com o apoio adicional de representantes em estados como a Califórnia..."

 

 

 

 

CAPITULO 42

 

 

 

Eu verifiquei meu relógio. Deloris iria enviar o loop de vídeo exatamente às oito horas. A mudança de pessoal no Magnolia Woods aconteceu às sete. Isso significava que a enfermeira de plantão de Adelaide ficaria até às cinco da manhã. Nossa vigilância nos havia esclarecido quanto aos hábitos do pessoal. Enquanto algumas enfermeiras, que Deloris descobriu raramente eram enfermeiras, ficavam efetivamente perto da cadeira à espera de alarmes ou comoção de seus pacientes, os outros liam ou ficavam olhando horas a fio para seus telefones celulares, sem dúvida aumentando seu status de mídia social com fotos de gatinhos e cachorros, ou, melhor ainda, fazendo propaganda política.

O enfermeiro de Adelaide, um homem corpulento grande chamado Mack, gostava de suas mídias sociais, mas muitas vezes ele escolhia dormir como sua maneira favorita de passar o tempo. Como eu facilitei pela entrada do pátio, que Isaac tinha deixado destravada, imaginei as cenas que eu assisti várias vezes. Lembrei-me de Mack amarrar as mãos de Adelaide. Ouvi riso enquanto ele zombou dela no seu status social, chamando-a de viciada. Eu tinha tomado voluntariamente a vida de homens cujos crimes eram menos ofensivos.

Eu fiz uma varredura da direita para a esquerda. O corredor estava claro. Embora eu mantive meu rosto para baixo e longe das câmeras, como um eventual transeunte eu não deveria ser notado. Eu olhei para o jaleco branco do laboratório, idêntico aos usados pelos médicos da equipe e um crachá de identificação eletrônica.

Minha expectativa cresceu quando passo a passo, eu fiz o meu caminho em direção ao quarto dela. Embora eu a assisti, através das câmeras do Magnolia Woods, na suíte de Deloris, fazia anos desde que eu a tinha visto face a face. Isto é, a menos que sonhos contem como realidade.

Era 20h02. A vigilância do quarto de Adelaide entrou em repetição. Para qualquer um que a observar, ele iria mostrar tudo o que tinha acontecido na última hora, mais e mais, até Deloris lançar a transmissão ao vivo.

Sem hesitar, eu abri a porta. O barulho contra o azulejo alertou Mack que eu tinha entrado. Foi lamentável para ele, que o som não tinha dito a ele mais sobre o seu futuro ou a falta dele. No entanto, raramente acontecia.

Talvez isso fosse uma bênção.

Imediatamente ele se levantou. "Doutor?" Ele me olhou desconfiado. "Eu conheço você? As horas de visita acabaram."

"Acho que você não entendeu; Só vim visitar."

Adelaide se agitou e começou a murmurar quando sua cabeça girou de um lado para o outro.

Mack virou-se. "Está acabando o efeito do maldito medicamento."

"O-Oren?"

Embora sua voz fosse apenas um sussurro, meu nome era claro para mim. Meu coração bateu contra meu peito. Não agora, ainda não. Não fale.

"Não se importe com ela. Ela está delirando. Ela balbucia sobre as pessoas e os nomes que ela inventou."

"Ela já disse esse nome antes?"

Ele se aproximou, lendo meu distintivo. "Dr. Papa? Você é novo?"

"Não, normalmente estou aqui durante o dia. Esta noite eu estou cobrindo para Miller."

"Geralmente eles nos avisam..."

"Normalmente eu não me explico. Diga-me o que está acontecendo."

Mack ficou mais ereto. "Depois do que aconteceu esta manhã, há ordens estritas, como provavelmente você sabe, que esta paciente não é para recuperar a plena consciência, não por um tempo."

Eu balancei a cabeça. - Fui informado sobre o que aconteceu esta manhã. Você disse que os medicamentos estão começando a perder o efeito outra vez?"

"Sim, esta manhã deram-lhe oito miligramas de Versed. Como você pode imaginar, ela perdeu a consciência. Se você assinar, eu vou dar-lhe mais quatro miligramas e um pouco de fentanil." Ele riu. "Ela vai dormir como um bebê pelo resto da noite."

"É isso que você recomendaria Mack?"

"Sim, quero dizer, a ordem permanente é apenas para dois miligramas, mas por que abrir a porta para um problema? Seu marido estava chateado sobre ela falar esta manhã. O turno da manhã está tomando merda por causa disso. Eu não quero esta merda venha para mim."

"É assim que você discute sobre todos os nossos pacientes e suas famílias?"

Mack se desestabilizou. "Sim, não, bem... Desculpe Doutor. Eu... estou acostumado com o Dr. Miller."

Eu balancei a cabeça. "Deixe-me ver o prontuário dela."

Ele inclinou a cabeça para o canto da sala para um carrinho e um computador. Foi convenientemente localizado ao lado da cadeira favorita de Mack.

Girando o carrinho em minha direção, olhei para a tela. "Eu estou recomendando que nós a levemos para uma Tomografia computadorizada. Eu não gostaria da surpresa de que o cérebro de sua esposa tenha se desmanchado pelo excesso de sedação."

"Você está falando sério...?" Seus olhos se abriram. "A radiologia está fechada."

"Eu vou fazer uma chamada. Você tem uma maca."

"Este não é protocolo e eu não fui ordenado."

"Não. Você também não é um médico. Se eu não tiver uma maca em menos de três minutos, você não será mais um enfermeiro noturno no Magnolia Woods."

Se eu não soubesse que Deloris estava assistindo a cada um de seus movimentos através da segurança do Magnolia Woods, eu poderia ficar preocupado. Eu não estava. Minha atenção estava focada em Adelaide. Alguns minutos depois, Mack estava de volta, empurrando uma maca. "Eu não tenho certeza sobre isso... Eu deveria ficar com ela."

"Há uma ambulância chegando em breve a partir da regional. Você vai acompanhá-la. Ela vai começar a tomografia e estará de volta na cama antes que ela, ou o idiota do marido, percebam que você estava à beira da medicá-la excessivamente."

"Eu... eu... não fui eu... são as ordens."

"Mack, pare de falar e me ajude a movê-la."

Ele me olhou para cima e para baixo. "Doutor? Você vai ajudar?"

Coloquei minhas mãos atrás dos ombros dela. Quando meus dedos tocaram sua pele macia, a barragem que eu tinha construído em torno das memórias de Adelaide Montague cedeu. Os cacos rasgaram meu coração, trazendo um ataque de emoção de volta ao órgão dissecado. "Elevador."

Assim que Adelaide foi desconectada dos monitores e estava segura com seus IVs, eu disse: "Agora, vamos em frente..."

Mack se aproximou da maca.

Era bom que ele tinha uma coisa para benzodiazepinas. A seringa escorregou sem esforço através de seu pescoço. Eu ouvi dizer que inserir uma seringa é como perfurar a pele de uma laranja. Isso não era verdade. A pele humana dá muito menos resistente. A agulha afiada penetra como uma faca na manteiga amolecida, mas isso era uma história para outro dia.

O corpo de Mack foi caindo na cadeira. Ele estava certo. Oito miligramas trabalharam rápido, mesmo em um grande homem como ele. A diferença entre a sua e a que ele queria ministrar na Adelaide era que o que ele recebeu não continha Fentanil. Não havia nenhum controle de dor para este imbecil. Apenas o sono, seguido por uma dor de cabeça dos infernos. Eu considerei isso a minha contribuição para a sua formação. Talvez depois de experimentar os efeitos colaterais em primeira mão, ele se tornaria mais empático com seus futuros pacientes.

Sua cintura caiu para frente na cadeira, deixando o queixo apoiado no peito.

Eu poderia ter ajustado sua traqueia. Teoricamente, esta posição restringia suas vias aéreas, uma causa comum de asfixia. Dei de ombros. Embora isso não tivesse sido o meu objetivo, se isso acontecesse, eu não iria perder o sono.

Usando alguns travesseiros, eu criei a ilusão de um paciente. Eram os monitores que tinham sido anexados em Adelaide que poderiam ser nossa ruína, se não fosse o contato médico de Deloris. Ela disse que iria alertar o principal posto de enfermagem que seu paciente não estava mais presente. Nesse momento eu criei um falso loop. Era semelhante à vigilância de vídeo, mas elétrico, enganando os monitores para acreditar que eles ainda estavam ligados a um corpo e tudo era registrado normalmente.

Meu telefone vibrou com um texto de entrada.

"A ambulância está aqui."

"As câmeras do corredor?" eu perguntei.

"Momentaneamente OFFLINE. Proteção frontal ocupada e RECEPCIONISTA indisposta."

Eu balancei minha cabeça. Indisposta? Alguém estava se encarregando da recepcionista? Eu não me importava. Talvez fosse o guarda.

Cobrindo o rosto adormecido de Adelaide com o cobertor, eu levantei a maca no corredor. As rodas viraram facilmente no chão de ladrilhos quando passamos pelos quartos dos outros pacientes. Cada porta permaneceu fechada enquanto nós deslizamos para a área de recepção. Assim que cheguei, a porta da frente foi aberta, enchendo a entrada com uma rajada de ar da noite. Vestido com o uniforme de transporte de emergência, Clayton assentiu.

"Você chamou uma ambulância?"

"Eu fiz."

Ele estendeu a mão para o pé da maca. "Doutor, eu posso ajudar?"

Dentro de instantes, a maca de Adelaide foi colocada na parte de trás do veículo, eu fiquei ao seu lado e Clayton dirigia. Eu não tinha monitores para me dizer como ela estava. Em vez disso, era a minha mão sobre seu pulso morno, machucado, a batida de seu pulso sob meus dedos, e a ascensão e queda de seu peito que me garantiu que ela estava viva. Outra indicação foi a forma como o meu coração tamborilou uma cadência irregular, como se tivesse acabado de receber um choque elétrico que dá vida, porque se o dela parasse, o meu pararia também.

Não foi até que passamos pelo portão da frente do hotel que o meu coração finalmente encontrou seu ritmo normal. Mandei um texto em grupo.

"NÓS A TEMOS."

Alisando seu cabelo longo, eu me inclinei. "Adelaide, você pode me ouvir?"

Mais uma vez sua cabeça se moveu de lado a lado. "Irreal. É irreal."

"Oh amore mio, é real."

 


CAPITULO 43

 

 

 

Meus sapatos afundaram na argila da Geórgia. De um lado para o outro passei observando meu telefone: o tempo, o aplicativo de Charli, e os textos de Oren. O céu estava escuro, apenas um pedaço de lua iluminando a extensão do bosque para a mansão.

"Tem certeza que ela pode encontrar o caminho?" Perguntei a Isaac.

"Não é difícil. Você pode ver as luzes de mansão."

Mudei-me para a beira das árvores. Nós poderíamos vê-la. Ao longe estava a Montague Manor, no alto de uma colina, em chamas com a iluminação dourada. Mesmo de tão longe, eu poderia ver as figuras das pessoas que iam e vinham no pátio em volta. Cada um era menor do que as formigas, mas eles estavam lá.

Meu telefone tocou e eu li o texto.

"É do meu pai, e eles têm Adelaide. Estão levando-a para o aeroporto."

"Primeiro passo." confirmou Isaac. "Agora enquanto ninguém no Magnolia Woods for avisado e não podem informar o Sr. Fitzgerald."

Eu balancei a cabeça. "Maldição, meus nervos são disparados. Posso fazer negócios. Posso gastar milhões, mas esta noite é quase mais do que posso suportar."

"Estamos quase lá, chefe."

Eu me encostei-me ao chão e me estabeleci em um lugar macio, o gramado perto das árvores. Da minha nova posição, eu tinha uma visão completa da mansão e os campos entre os dois. O caule de tabaco estéril se destacou contra a noite, como o ar perto do solo parecia engrossar.

Era uma ilusão de ótica?

"Deloris cortou a lista de convidados." disse Isaac, sentando perto de mim e quebrando a tensão.

Cento e vinte e dois convites. Eu não me importava. Nem uma merda. Eu só me importava com uma pessoa. Eu reconsidero. Eu também me importava com Patrick e Chelsea, porque Charli se importava. Ainda mais com Patrick. Ele me mostrou mais de uma vez que ele amava sua prima. Durante toda essa coisa, ele tinha sido útil, muito útil.

"Algum nome que você reconheça?" Eu perguntei sem interesse na lista de convidados, mas eu estava tentando fazer o tempo se mover mais rápido. Se ao menos eu pudesse bater rápido. Se eu pudesse ter Charli em um avião como Oren estava fazendo com Adelaide agora.

Meu olhar se moveu, da paisagem mirante até o céu claro. Acima de nós haviam estrelas, milhares de estrelas. Mesmo em Rye não havia tantas assim.

"Doyle e Shirley Carroll, Severus Davis e convidados."

Isaac repente tinha a minha atenção. "Você está fodendo comigo?"

Seus olhos se arregalaram. "Não senhor, eu não estou. O Senador e Sra. Grant Higgins." Ele continuou com nomes que parecia pouco provável que fossem ao mesmo encontro. Havia mais além desta festa?

Embora eu tivesse lutado com as possibilidades, legislação, isenção de impostos, maconha, eu as afastei. Àqueles eram pensamentos para um outro dia. Agora eu estava me concentrando na tarefa em mãos.

Isaac ficou de pé. "Ela está se movendo!"

Suas palavras pareciam quase ser uma ilusão. Eu tinha imaginado tantas vezes que elas eram reais. Eu olhei a minha tela, puxando para cima o aplicativo de Charli e rezando para que o que ele tinha acabado de dizer fosse verdade.

"Merda!" Eu segurei minha respiração. O ponto azul, seu ponto azul, estava se afastando da mansão. As batidas di coração dela se elevaram, mas, novamente, ela estava se movendo rápido.

"Deus, princesa," falei com o aplicativo. "Não traga atenção para si mesma. Seja cuidadosa."

Fiquei de pé, procurando no horizonte, esperando e rezando para vislumbrar. Não havia nada na entre a luz da mansão e nós, exceto a escuridão em tons variados de cinza e preto. Como

A noite tinha caído, por isso tinha uma escassa camada de neblina. Embora eu desejasse uma visão mais clara, eu esperava que o ar fosse a capa que Charli necessitava, o manto de invisibilidade que ela havia falado de querer na infância, uma camada extra de proteção para ajudá-la em sua fuga.

"Eu gostaria de poder dizer a ela que temos a mãe dela."

"Espero que ela tenha saído de lá antes que alguém soubesse que a Sra. Fitzgerald estava desaparecida."

"Eu espero." Meus punhos se fecharam pela minha impotência. Quando eu tinha invocado esperança e desejos? Devo porra estar em execução, conhecê-la e salvá-la. "Depressa, Charli." Eu falei para a escuridão.

Depois de alguns minutos de silêncio cheio, Isaac perguntou: "Será a senhorita Moore?"

Animais passeavam e insetos cantavam suas canções enquanto meus nervos continuavam se esticando. Rãs cobriram uma melodia profunda e melancólica enquanto o grito ocasional de uma coruja praticamente controlava minha pressão superior.

Eu balancei a cabeça. "Eu não sei. Patrick não sabia. Só sabia que Charli tinha um plano."

Confie em mim. Suas palavras voltaram quando eu passei novamente, meus sapatos ficando cobertos por uma fina camada de pó vermelho. Confiança, eu pedi a mesma coisa de Charli muitas vezes. Agora era a minha vez. Eu odiava esperar. Era um inferno. O inferno seria a minha própria condenação. Este não era eu. Eu me sacrificaria voluntariamente, se fosse possível. Em vez disso, eu oscilava à beira do purgatório pelo meu amor, a mulher incrível, que me pertence, coração e alma.

Sem ela, eu estava no inferno.

"Quinze minutos." eu disse em voz alta.

"Senhor?"

"Isso é o que Patrick tinha dito. Ele disse que era a quinze minutos a pé da mansão para esta estrada."

Isaac sacudiu a cabeça. "Ela não está andando. Ela está correndo."

Minha garganta apertou e os olhos se estreitaram enquanto eu varria o horizonte. Nevoeiro jogado truques, apagando imagens e criar outros.

E então aconteceu.

Os grilos e cigarras pararam suas canções. As rãs ficaram silenciadas e aves acalmou nos ramos acima. Mesmo a brisa esqueceu a soprar.

Ao longe, vindo em nossa direção... Eu a vi.

Ela estava correndo o mais rápido que podia.

Eu não podia esperar. Eu não podia ficar parado.

"Senhor, não."

Eu saí, os meus pés batendo mais forte e mais rápido do que eles já tinham em minha esteira. Eu empurrei a frente em direção a sua figura. Na escuridão nebulosa, eu poderia distinguir seu cabelo, um rabo-de-cavalo balançando para frente e para trás enquanto ela corria. A deusa. Tomei sua figura: suas curvas se tornaram uma ampulheta escura, acentuada contra o fundo escuro, impressionista.

"Charli!" Eu não poderia permanecer em silêncio.

Nós estávamos muito longe da mansão. Ninguém, somente Charli e Isaac poderiam me ouvir. Os passos de Isaac estavam logo atrás de mim. Eu não dou a mínima para os guardas postados em torno da propriedade. Minha Charli estava se aproximando. Ela tinha feito isso, me confiou seu futuro, sua mãe, e até mesmo Chelsea.

Chelsea?

Voltei-me para Isaac. "Ela está sozinha."

"Senhor? Onde está a senhorita Moore? "

Meu intestino torcido. "Eu não sei. Eu só vejo um..."

"Nox?" A voz feminina falando meu nome me impediu de seguir em frente.

Eviscerou-me como um peixe e fiquei paralisado à medida que a figura se aproximava.

Seu peito respirou pesadamente quando ela caiu aos meus pés.

Eu levantei seus ombros até ela estar de pé. Não era o rosto dela que eu via; Em vez disso, era o colar, o que Charli deveria estar usando. "Que diabos? Onde ela está?"

O peito de Chelsea chacoalhou com soluços e respirações irregulares enquanto se inclinava para mim. "E-Ela me disse para usar isso e para vir. Ela disse que me ajudaria."

O tremor começou em minhas mãos como o meu aperto apertado. "Onde ela está?" A minha pergunta veio muito alto.

Com a proximidade, suas feições eram visíveis. Não mais aliviada, um novo terror contorcido sua expressão quando ela tentou se afastar. Seus esforços foram em vão: meu aperto de seus ombros era de ferro. Ela não estava fugindo. O corpo dela ao meu alcance tremia quando sua respiração se voltou para chora. "Eu-eu sinto muito."

Sangue ardia em velocidade recorde através de minhas veias, trovejando como um tambor crescente batendo em meus ouvidos.

"Onde ela está?"

"Senhor?" A voz de Isaac era a calma de minha tempestade. Estendeu a mão. "Senhorita Moore? Vamos ajudá-la."

Ela estendeu a mão para ele. "Senhor... deixe-a ir."

O senso comum desapareceu quando eu soltei Chelsea. Nada importava além de obter Charli. Um pé na frente do outro, eu saí correndo. Visibilidade limitando o caminho para apenas alguns pés na minha frente quando eu cegamente corri pelo mesmo lugar que Chelsea havia chegado. Isso não era completamente verdade. Acima do solo, abaixo das estrelas, a porra da mansão era uma linha de chegada em chamas, um farol luminoso que, com o nevoeiro apareceu a ser delineada em flashes de azul.

Que diabos?

Era eu o único escondido pela neblina, ou havia outros? Quando meus pés continuaram a bater, eu não me importava. Ninguém importava exceto Charli. Eu não estava indo embora sem ela.

 

 

 


CAPITULO 44

 

 

 

Os olhos de Patrick entenderam os meus antes de olhar para o relógio. Era sua súplica silenciosa, e ele estava certo. Eu precisei sair; no entanto, desde que Bryce tinha deixado o escritório de Alton, ele não tinha deixado o meu lado. Com cada taça de champanhe ou copo de uísque, seu entusiasmo por nosso casamento cresceu.

"Estou feliz," disse Millie, sua expressão mostrando o contrário. "Estou chocada. Mas na véspera de Natal?" Ela olhou para a minha barriga. "Há mais que deveria saber?"

"Só que estamos apaixonados!" Bryce disse, beijando minha bochecha e deixando o cheiro de uísque pendurado o ar. "Certo, querida?"

"Nós somos." Eu sorri seu caminho. Estendendo a mão e forçando meu dedo para apoiar a rocha gigante, perguntei: "Você viu meu anel de noivado? Eu me lembro de você me mostrar o seu."

"Eu... é lindo."

Quando Bryce pegou outra bebida, inclinei-me no caminho de Millie e franziu o nariz. "Você realmente acha isso? Eu acho que é muito grande, vistoso, não é?"

Seus olhos se arregalaram. "Não, está perfeito."

Eu não pude evitar o sorriso quando ela empurrou a mão no bolso da jaqueta de Ian.

"Agora," eu continuei com entusiasmo: "Eu não sei todos os detalhes. A Senhorita Suzanna está no comando, mas haverá alguns chás. Sabe, algo pessoal e familiar. Oh, você vai estar lá, não vai?" Estendi a mão para Millie e Jess. "Eu quero você em cada um!"

Ambos sorriram, seu desejo de ser parte do casamento Carmichael-Montague substituiu o seu ciúme, mesmo que apenas por um momento. Millie e Jess assentiram. "Claro." disseram em uníssono. "Nós não iríamos perdê-los."

"E uma despedida de solteiro!" A voz de Bryce soou mais alto do que o necessário, enquanto ele acariciava os ombros de Ian e Justin. "Eu sei..." Ele se virou para mim. "Podemos convidar minha prostituta."

Meu corpo inteiro congelou quando Jess e Millie arregalaram os olhos.

Coloquei minha mão no braço de Bryce. "Querido, você está um pouco bêbado."

"E por que eu não deveria estar? É minha festa." Ele se inclinou mais perto. "Você mesmo disse... isso é tudo meu. Isto será."

Como se um farol tivesse sido criado, a tez avermelhada de toda a sala me chamou a atenção. Não era o meu noivo, ele estava ao meu lado. Era o meu padrasto. A multidão parecia parte enquanto se movia em direção a nós.

O que diabos estava errado?

Minha mente girava com as coisas que eu tinha feito e coisas que eu sabia.

Será que ele sabe sobre Chelsea? Alguém tinha chegado a Momma? O Magnolia Woods notificou Alton que minha mãe sumiu ou eles pegaram o homem de Nox no ato?

Minha respiração engatou quando Alton parou. Sua mão caiu para o ombro de Bryce. "Bryce venha comigo."

Inspirei com a minha clemência momentânea.

"Estou um pouco ocupado." Bryce respondeu, envolvendo seu braço em volta da minha cintura e puxando-me para mais perto.

Alton acalmou a voz. "Precisamos de você no meu escritório agora." Quando Bryce simplesmente tomou outro gole de sua bebida, Alton acrescentou. "Precisamos da sua decisão."

Alton virou-se, sem dúvida esperando ser seguido.

Os olhos de Bryce arregalaram antes que eles se estreitaram meu caminho. "Você ouviu isso? Minha decisão?"

"Sim, eu ouvi."

Ele acenou para o grupo. "Continue querida. Enquanto eu estiver fora, diga a eles o que você disse à minha mãe e ao seu primo." Ele sussurrou alto o suficiente para ser ouvido. "Você sabe, sobre minha prostituta."

Enquanto Bryce se afastava, Millie se aproximou.

"Alexandria?" Perguntou com um tom de compaixão, e uma nota de piedade em seu tom.

Foda-se. Eu não precisava da pena de Millie Ashmore. O que foi dito poderia facilmente ter sido sobre ela. Eu olhei para onde Pat tinha estado permanente. Ele se foi.

"Se você me der licença, eu preciso encontrar Pat."

Millie apertou minha mão. "Ele é... é verdade? Patrick é...?"

"Desculpe-me." eu repeti.

Logo descobri Pat de pé, perto as portas abertas para o pátio. Grandes aquecedores de prata pontilhavam o terraço de pedra, criando uma área confortável para os hóspedes se conhecerem. Ele pegou minha mão e assentiu.

Era isso. Alton e Bryce estavam ocupados. Era minha chance de escapar. A semente de esperança que eu tinha veio à vida, sua concha estourando aberta com antecipação, talvez até expectativa. Logo, nada disso teria importância.

Voltando seu pequeno aceno de cabeça e com um sorriso esperançoso, eu virei em direção aos degraus de pedra calcária. Uma espessa camada de névoa se estabeleceu perto dos campos, até mesmo obstruindo o lago. Qualquer coisa além do gramado imediato foi mascarado em uma nuvem. Ninguém iria notar se eu desaparecesse, pelo menos não no início. Esta era a capa de invisibilidade que eu esperava como uma criança. Tudo o que eu precisava fazer era chegar ao nevoeiro. Como eu entreguei Pat minha taça de champanhe, seus olhos se arregalaram.

"Tio Alt."

Uma mão pesada pousou em meu ombro. "Onde você acha que vai?"

Eu me virei, transpiração pontilhando minha pele enquanto meu ombro estremeceu com o toque de Alton. Lutando contra o desejo para me afastar, acenei para o gramado, para as poucas pessoas que estavam lá embaixo e respondi: "Conversar com os convidados lá fora."

"Não, Alexandria. Quando eu chamei Bryce, eu quis dizer você também. Você é metade de um todo agora. Acostume-se a isto. Sua presença é necessária no escritório também."

Eu queria gritar por ajuda. Eu queria manter a Pat.

Eu não podia.

O olhar de Alton tirou meu protesto. Em vez disso, eu solenemente acenei para Pat e obedientemente virei-me para o escritório de Alton.

Tudo estava novamente acontecendo em câmera lenta quando minha mente tentou dar sentido a mudança. O terraço do lado de fora e os quartos dentro não tinha mudado. As vozes dos convidados, combinadas com risos criaram o mesmo murmúrio baixo. Mas agora sua música era uma melodia misteriosa aparentemente. Escrito para manter o tempo com o ritmo do meu batimento cardíaco frenético.

Quando fizemos o nosso caminho através da multidão, cheguei para o meu colar, minha conexão. Em vez da gaiola de platina, meus dedos encontrou a gargantilha de diamantes.

Oh, Nox. Estou indo, apenas mais alguns minutos. Eu respirei fundo. Por favor, deixe Chelsea com você.

Foi o meu apelo silencioso como eu sorri educadamente para as pessoas que passavam. Cada uma sorriu e acenou. Eu estava paranoica? Suas expressões mudaram? Eles estavam agora de alguma forma diferente, cheio de expectativa, como se soubessem o destino me esperando?

"O que está acontecendo?" sussurrei para Alton. "Há algo de errado?"

Sua mão, não mais no meu ombro, agarrou meu braço. Como ele apressou o nosso progresso, ele se aproximou, seus dentes manchados e lábios finos ajustados em um sorriso falso ainda zombando. Não foi destinado a mim, mas para as pessoas que passaram. "Continue caminhando."

Com cada palavra uma rajada de quente, doentiamente doce, uísque carregado respiração assaltou meus sentidos, contornando minha bochecha, e fazendo meu estômago revirar. "Não faça nada estúpido." Seu aperto aumentou quando ele falou cordialmente para as pessoas que passavam. Uma vez que estávamos longe da multidão, ele continuou: "Não há nada errado, filha. Nossa programação acaba de mudar."

Minha mente era um turbilhão de possibilidades.

O que tinha acontecido? Ele tinha aprendido nossos planos?

Minha mãe estava livre? Alton sabia? Ou foi a tentativa frustrada?

O Chelsea foi para o Nox? Ou era uma armadilha? Os homens de Alton a seguiram? Eles tinham feito alguma coisa Para Nox?

Meus pulmões pararam de inalar enquanto eu lutava contra o pânico borbulhante. Quem eu encontraria no escritório de Alton? O que tinha acontecido? Eu tive visões de uma Chelsea limite, talvez até Nox... Minha mãe... Morta...

Não era mais o meu esforço consciente que fez meus pés continuar a etapa. A causa era ou de movimento contínuo ou o impulso para frente no aperto de Alton. Com cada pé em frente, meu corpo e mente desconectado. Terror e medo fermentaram como uma bruxa borbulhante. A mistura venenosa encheu minha corrente sanguínea até que o oxigênio não fluiu. Não havia água próximo. O lago era centenas de jardas de distância velados na névoa, e ainda assim eu estava me afogando por dentro.

De repente, o barulho caótico de convidados desapareceu. Nada soou como as batidas desvanecidas de um sino de igreja quando nós cruzamos o limiar do escritório de Alton. Bryce tinha assumido a liderança, o tambor grande para o nosso desfile, alcançando o nosso primeiro destino. Alton e eu estávamos no meio com Suzanna logo atrás. Para todos nós tínhamos passado, estávamos a unidade da família perfeita.

Fumaça e espelhos.

Olhei para o quarto vazio. Não havia ninguém lá. Nem Chelsea. Sem Nox ou minha mãe. A insatisfação dos meus medos encheu meus pulmões, me dando a ilusão de força.

"O cronograma mudou?" perguntei, puxando meu braço livre. "Do que você está falando?"

A mão de Alton se moveu enquanto seus olhos cinza ardiam. No mesmo momento, Bryce deu um passo à frente, pegou a minha mão e puxou-me atrás dele. Eu balançava meus calcanhares finos, equilibrando-me em meus pés quando eu me encontrei-me pressionada contra as costas de Bryce, seu corpo de repente meu escudo, me protegendo da bofetada intencional Alton.

"Pare." proclamou Bryce. Seu discurso já não era mais difícil. "Temos convidados. A pergunta de Alexandria tem mérito. Por que você não nos informar sobre o que você quer e eu vou dar-lhe a minha decisão?"

"Isto não é sobre suas decisões. Eu construí isso..." Ele gesticulou. "... tudo isso."

"Suas decisões nos levaram onde estamos hoje, onde estamos neste exato momento. Se você fosse alguém mais..."

Seu volume de saliva cresceu e choveu com cada frase que ele cuspiu.

"Como é? Eu não estou permitindo que você tome mais nenhuma decisão." Vermelho subiu pelo seu pescoço flácido como um corante sendo absorvido por um pano e rastejando para frente, em direção ao seu rosto e orelhas.

"Alton, acalme-se. Bryce não quis dizer..." As palavras de Suzanna, embora desvanecidas no fundo, pareceu aplacar sua súbita raiva.

Teria o mundo perdido sua inclinação ou, de repente, deu uma pirueta?

Eu não podia decidir como a cena em que eu estava cativa perdeu o contato com a realidade.

Mesmo por trás de Bryce, eu podia ver o crescente brilho de seu pescoço, agora também vermelho.

O monstro que eu tinha criado com a minha conversa de seu poder iminente voltou para o monstro que eu sempre soube. De alguma forma eu era uma parte disso. Foi a minha vida, mas o poder estava mudando um universo alternativo, aquele em que Bryce e Suzanna já não eram meus algozes, mas meus salvadores.

Olhei em volta do ombro de Bryce.

Sem outra palavra, Alton pegou seu celular e digitou uma mensagem de texto. Uma vez que ele foi feito, ele ergueu os olhos redondos e sorriu. Mudei meus pés, mais desconfortável com a sua felicidade falso do que eu tinha estado com sua raiva. Eu estava acostumada à sua ira. Bryce apertou minha mão com mais força. Novo comportamento de Alton enviou um frio através do ar que mesmo ele podia sentir.

"Aconteceu alguma coisa?" perguntei por trás Bryce.

"Alguma coisa está para acontecer." Alton respondeu.

Todos nós nos voltamos para a batida na porta.

"Suzy, abra a porta e depois a tranque."

Trancá-la?

"Nós não queremos ser interrompidos." Acrescentou Alton.

Sem hesitar, ela obedeceu, abrindo a porta e fechando-a rapidamente. Eu reconheci o cavalheiro entrando como um dos convidados. Eu tinha falado brevemente com ele e sua esposa. Havia tantas pessoas... Eu não conseguia lembrar o nome dele. Tudo bem; Alton estava nos apresentando de novo quando entregou ao homem um papel.

"Obrigado por seu serviço, Keith. Bryce e Alexandria conhecem Juiz Townsend?"

"Isto é um pouco incomum," disse o juiz. "mas acredito que podemos fazê-lo funcionar." Ele se virou para Bryce e eu. "Seus convidados ficarão em êxtase."

Eu olhei para Bryce. Houve conforto no fato de que nós compartilhamos a mesma expressão de confusão?

"Alexandria e Bryce," Alton anunciou. "O juíz Townsend está aqui para casar vocês. Agora."

"N-Agora?" Meus joelhos cederam quando meu estômago caiu aos meus pés. No entanto, eu não caí. Meu novo salvador foi mais uma vez onipresente. O braço de Bryce me pegou e me puxou novamente na posição vertical.

Minha visão encheu-se com o homem que eu estava prestes a se casar: seus olhos cinzentos, cabelo loiro, e as bochechas rosadas. Isso não estava certo. Este não era o que eu queria. Eu tinha um plano. Minha linha de chegada foi quase à vista.

"Não!" Eu gritei. "Minha mãe." Eu virei para Alton. "Você disse que minha mãe poderia estar aqui. Você prometeu."

"Tenho medo de que não é mais possível."

Que diabos isso significa?

Alton virou-se para o Juíz Townsend. "Keith, precisamos acelerar esse processo. Você pode pegar os papéis da licença?"

"B-mas o casamento?" Suzanna protestou, mais uma vez vindo em meu socorro. "Este é apenas a parte... certo? Ainda podemos ter a cerimônia?"

Alton parou objeções da Suzanna com apenas um olhar, um que eu tinha visto muitas vezes.

Ele acenou para o juiz para continuar como o nível de ruído dos convidados aumentado. Seu ruído baixo tinha cresceu para um rugido estrondo.

O que está acontecendo?

"Keith?" Perguntou Alton.

"Er, sim." Ele olhou de mim para Bryce. "Hoje nos reunimos para comemorar-"

"Não," Alton interrompeu, o seu pescoço ficando tenso. "Vá para a parte legal."

O juiz Townsend assentiu e olhou para o papel em sua mão. "Ok, bem, Edward Bryce Carmichael Spencer, você toma Alexandria Charles Montague Collins para ser sua legítima esposa?"

O apoio de Bryce à minha cintura aumentou, puxando-me para mais perto de seu lado. "Sim eu aceito."

Meu coração apertado apreendido como a maçaneta da porta para o escritório foi agitada.

"Está trancado." Alton disse como que para nos tranquilizar. "Eu lhe disse que não iria ser incomodado. Continue."

As batidas rápidas do fogo vieram bater na madeira. Os golpes aumentaram.

"Continue!" Alton gritou.

Vozes chamaram de fora da porta. "Sr. Fitzgerald! Sr. Spencer!"

Alton estendeu a mão para o braço de Juiz Townsend. "Keith, fazer isso agora, se você quiser ver naquele banco novamente."

Os olhos do juiz Townsend arregalaram-se quando ele se virou para nós.

"Alexandria Charles Montague Collins, você..."

 


Notas
[1] Codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita, onde a pessoa pode estabelecer disposições para serem cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens pessoais moveis, roupas ou objetos de pequeno valor. Parece com um testamento, mas é mais limitado e não exige muitas formalidades. Pode ser feito por meio de um documento informal, assim como uma simples carta, basta que seja datado e assinado.

CAPITULO 32

Deixo Patrick como em todos os filmes: em um longo corredor, ladeado por sombras e desgraça iminente. Quando entro em Montague Manor, o cenário inteiro está lá, desde a iluminação misteriosa a as vozes de fundo baixas. À medida que entro, as vozes despertam tanto de reconhecimento com curiosidade.

Embora o foyer esteja vazio, as vozes me alertam que ultrapassei o prazo de Bryce.

A risada estrondosa seguida por respostas masculinas confirmam que meu padrasto está em casa.

Curiosidade é uma coisa estranha. Meu cérebro diz para ir para meu quarto, tomar um banho e me preparar para o jantar. No entanto, meus pés seguem os sons e vozes, como se me levando a respostas que não posso achar de forma diferente.

A porta do escritório de Alton está fechada; no entanto, paro perto do batente. A sala além está quieta. As vozes vinham de mais longe dentro da mansão. Sigo o corredor quando se abre numa sala de estar brilhante perto da parte traseira da casa. É a mesma sala onde Alton e minha mãe tomaram meu fundo fiduciário. As janelas intactas brilham com o laranja do restante da luz solar do início da noite. A tempestade da noite passada limpou o ar, literalmente. O céu está azul safira, livre de umidade, exceto pelo rosa e roxo do pôr do sol iminente no horizonte.

"Essa é a melhor notícia que ouço em meses."

A voz de Alton vem de dentro, reorientando minha missão. As portas estão abertas. É um convite ou uma armadilha?

"Sr. Fitzgerald, eu não perderia isso. Obrigado por me incluir."

Viro a esquina, precisando ver o rosto do homem que falou. Como gravações antigas ou músicas, tento encaixar a voz com um nome. Ouvi-a antes. Simplesmente não posso definir. Entro através da porta aberta.

"Alexandria," Alton diz, os olhos cinzentos estreitos em minha direção. "Acho que sua viagem valeu a pena?"

Um nó se forma na minha garganta enquanto considero o duplo significado. Ao mesmo tempo, o cavalheiro vira, um copo de líquido âmbar nas mãos.

"Srta. Collins?"

A temperatura da sala aumenta. "Senador Carroll?"

"Doyle, conhece minha filha?"

Estendo a mão enquanto o senador se aproxima. Ele não é o único na sala. Enquanto nos cumprimentamos, noto o encontro estranho, incluindo Bryce, que vem em minha direção.

"É um prazer vê-la novamente." diz o senador Carroll.

"Querida," Bryce diz, colocando a mão na parte inferior das minhas costas. "você não me disse que conhecia o senador."

Viro para ele. "O assunto nunca surgiu."

Bryce estende a outra mão, a que segura o copo de cristal e faz as apresentações formais. "Senhores, minha noiva, Alexandria Collins."

"Collins. Sim," diz o senador Carroll. "Isso é uma surpresa, claro."

Com meu coração acelerado pela probabilidade de que o que está acontecendo não é legal e pode afetar Lennox e a Demetri Enterprises, tento manter a calma, exalando o exterior perfeito.

"Lembra-se do senador Grant Higgins," Bryce pergunta. "de sua festa de boas-vindas, e Severo Davis?"

Festa de graduação.

Balançando a cabeça, forço um sorriso à medida que cada homem vem apertar minha mão.

"Parabéns, Srta. Collins." diz Davis.

"Pelo quê?"

"Por seu casamento, é claro."

A sala explode em risadas quando a pressão da mão de Bryce aumenta nas minhas costas.

Descartando meu erro, sorrio. "Sim, que tola. Acho que estou apenas sobrecarregada com todo o planejamento." Viro para Bryce. "Sua mãe contou que decidiu o estilo de vestido das damas de honra?"

Embora seus olhos se estreitem, a voz soa alegre. "Não, ela não fez. Isso é maravilhoso. Adoraria ouvir tudo sobre o seu dia."

"Bobagem, está ocupado e vou me arrumar para o jantar."

Ele se aproxima mais, o nariz perto do meu pescoço. Inclinando-se para trás, ele me olha de cima a baixo. "Parece uma boa ideia."

O que diabos ele está fazendo? O caroço de mais cedo volta. Engolindo-o, viro para meu quarto. "Bem, senhores, foi um prazer. Espero vê-los de novo."

O senador Carroll fala primeiro. "Amanhã à noite. Estamos felizes em compartilhar sua celebração."

Embora Bryce ande em direção à porta, eu paro, perguntando: "Nós? A Sra. Carroll irá com você?"

Suas bochechas sobem quando ele troca olhares com o Sr. Davis. "Hum, ela não está, mas quando Shirley sabe da sua festa..." Ele gesticula. "... E em casa, tenho certeza que posso convencê-la a saltar num avião e se juntar a mim. Ela não é geralmente muito de viajar, mas eu espero que, por você, ela faça uma exceção."

"Será bom vê-la novamente se puder vir. Por favor, diga a ela que falei Olá."

"Eu vou."

"Senhores." Bryce diz, balançando a cabeça e levando-me para a porta pelo corredor.

A voz de Severo Davis berra quando nos afastamos. "Bem, espero que isso não signifique que preciso trazer Marisa." Seu comentário é recebido com outra rodada de risos saudáveis.

Quando nos aproximamos das escadas da frente e tento envolver minha mente em torno desse agrupamento, Bryce para.

"O que discutiam?" Pergunto.

"Onde diabos você estava?"

Sua súbita mudança de humor me faz dar um passo atrás. "No Leopold com Patrick. Nós ligamos."

"Você deixou minha mãe a mais de três horas. O seu segurança teve um tempo infernal. Sabe como Alton ficou quando informaram que estava sozinha?"

"Eu não estava sozinha. Estava com Patrick."

"E isso deveria me fazer sentir melhor?" Estreitando o olhar, ele me verifica novamente da cabeça aos pés.

"Qual é o seu problema?"

"É... eu não sei... algo está diferente."

Balanço a cabeça. "Você está iludido. Passa muito tempo com Alton."

"Onde está seu anel?"

Merda!

Atrapalho-me com a bolsa, abrindo e tirando o diamante das profundezas. Empurrando-o no dedo, sorrindo. "Aqui. Não estou acostumada a usá-lo. É muito pesado."

Bryce estreita o olhar e assente. "Acostume-se com isso."

"Estou tentando."

Piso no primeiro degrau, assim como Bryce. "Aonde vai?"

"Para seu quarto."

"Por quê?"

"Não fico sozinho com minha noiva há dias."

Reunindo meu juízo, digo: "E tem uma sala com dois senadores, meu padrasto e um lobista. Não acha que pode esperar? Além disso, preciso me arrumar para o jantar. Aparentemente, estou diferente."

"Será que Patrick usa colônia?"

Balanço a cabeça. "Sim e é divina. Não sei a marca, mas posso perguntar." Eu sei, mas não parece importante.

"Não, é só que..." Bryce sacude a cabeça. "Eu disse para estar aqui antes de Alton."

"Você não me disse que hora seria." Coloco a mão sobre o peito e finjo um sorriso. "Isto é mais cedo que o normal. Agora vá. Estou confiante de que não quer perder o que discutiam."

Ele se inclina mais perto, seus lábios próximos, a respiração provocando meu nariz. "Erva é o que estamos discutindo. É bastante cômico. Duvido que qualquer um deles já usou." Ele toca minha bochecha. "Lembra-se daquela vez na Duke?"

Erva? Maconha?

Dou de ombros. "Lembro. Deixou-me doente."

Luto contra a vontade de recuar quando ele roça os lábios nos meus. Frio e tenso. A conexão não é nada como a eletricidade com Nox. Inconscientemente, suspirei com o pensamento do homem que amo.

Bryce me puxa para mais perto, interpretando mal as pistas do meu corpo. "Continue. Arrume-se. Você teve um longo dia." Ele me beija novamente. "E pelo amor de Deus, coloque um pouco de perfume. Você cheira ao... seu primo."

"Eu faço?"

Ele me beija novamente, desta vez sondando meus lábios.

Fecho os olhos quando sua língua molhada os separa. Quando se afasta, ele acrescenta: "Mas tem gosto de bom uísque e sorvete."

"Acho que é você que tem gosto de uísque."

Apressadamente subo as escadas, orando a cada passo para não ser seguida. No momento em que chego ao topo, meu coração está pulando no peito.

"Que diabos?" murmuro, sem saber como decifrar as pistas que Bryce deu. Será que ele tem alguma ideia de onde estive realmente? Deveria ter me limpado no hotel, mas estava muito chateada para pensar nisso.

Um milhão de pensamentos lutam para se firmar enquanto meu caminho para meu quarto.

Trancando a porta atrás de mim, aprecio a solidão. Quando aconteceu? Quando meu quarto se tornou um santuário? Quando o resto da casa se tornou tão ruim que meu quarto virou o mal menor?

Sento na beira da cama e deito. Não é a sala lá embaixo que enche minha visão, mas as memórias da tarde antes do feitiço ser quebrado, quando o mundo era certo e seguro. Eu o quero com todo meu coração. Também quero dizer a Nox ou mesmo a Deloris que o senador Carroll está na minha casa com o senador Higgins e Severo Davis.

De repente, me sento. Davis é velho, não tão tanto quanto Alton, mas muito mais que Bryce. Essa é a pessoa que Chelsea deveria estar. Será que ela sabe? Ela sabe que ele está aqui? Se tivesse acordado, sabendo de sua idade e que é casado?

Por quê?

De repente, me arrumar para o jantar perdeu a importância.

Corro pelo corredor e bato na porta de Chelsea. Lentamente ela abre.

"Onde você e Patrick foram?" Pergunta.

"Visitar minha mãe e, em seguida, tomamos um sorvete."

Ela me olha de cima a baixo.

Que diabos? Estou usando um sinal?

"Hmm," ela diz, abrindo mais a porta. "Quer entrar?"

"Sim. Qual é o problema? Será que Suzanna te irritou?"

Chelsea dá de ombros. "Não mais do que o habitual. Eu vim aqui assim que pude, esperando perder o drama."

Pego sua mão e puxo-a para as duas cadeiras perto da janela. Quando sentamos, observo seu ponto de vista. Não é nem da frente da casa, nem de trás. Da janela deste quarto vemos os campos. Quando olho mais para baixo do que par fora da casa, os campos de tênis e um pequeno edifício são visíveis.

Segurando meu colar, respiro fundo. Se pudesse sair por lá, poderia dizer a Nox o que está acontecendo.

Volto o foco para Chelsea. "Diga-me por que está aqui. Sabe como essas pessoas tornaram-se aliados de Bryce?"

"Eu não posso. Eu não sei."

"Isso não faz sentido. Quer dizer, se o que disse é verdade então não te conhecia até a noite no hospital. Diga-me como tem um emprego em DC para ficar com ele."

Dizer DC acerta um cabo. Isso seria onde ela se seria atribuída a Severus Davis. Será que ele sabe que pode ter Chelsea? Como tudo isso funciona?

Vestida com um par de calças de yoga e uma camisa, não o traje para o jantar, ela puxa os joelhos contra o peito e coloca os pés descalços na beira da cadeira. "Alex, eu gostaria de poder dizer. Estou morrendo de vontade de falar com alguém sobre isso, mas não posso. Tudo o que posso dizer é que dissemos ao policial Evanston a mesma história. Bryce estava comigo quando Melissa desapareceu."

Eu balanço a cabeça. "Mas ele estava?"

"Ele estava lá na Califórnia antes que de me dizer. Ele tem registros de viagens provando que ele esteve lá fora e sobre durante os quatro anos."

Meu estômago revira. "Você mentiu para a polícia?"

"Eu não tive escolha. Eles foram implacáveis. Até fizeram testes em seus carros e coisas. Eles vieram para Carmichael Hall... foi... assustador."

"Mas... o seu testemunho?"

Ela dá de ombros. "Eu não acho que é um testemunho. Não foi no tribunal. Rezo para que não chegue tão longe. Foi um depoimento."

"Deus, você inventou informações. Isso é perjúrio."

"Eu não tive escolha..." A defesa do Chelsea some.

Eu respiro fundo. "Por causa do acordo."

Seus olhos se arregalam. "O que disse?"

"Eu sei sobre Infidelity. Não sabia que era o que fez, mas sei sobre a empresa."

Chelsea salta da cadeira e fica de pé, de frente para a janela.

Espero, mas em vez de palavras, os ombros se movem e cabeça cai para frente.

De pé, lentamente caminho até ela. Ela não está muito longe, apenas um passo, talvez dois, mas por um momento a distância parecia intransponível. Quando coloco a mão em seu ombro, ela vira para mim.

"Não sei como você sabe," diz ela entre soluços. "mas agora você sabe que sou uma prostituta."

Lembro-me das palavras de Karen Flores, as que repeti para Nox. "É companheirismo, não sexo."

"Como?"

"É uma longa história, mas deixe-me dizer... Eu entendo o fascínio, a promessa de compensação pelo que parece pouco sacrifício. Mas é enorme. Você e seu corpo são mais valiosos que esse acordo. Eu sou mais valiosa do que isso."

Ela balança a cabeça. "Olhe em volta. Você não pode saber o que é. Odeio cada dia e em dois meses, com o acordo que fiz, com a Infidelity e o trabalho de RH da Montague, ganhei o suficiente para pagar a faculdade da minha irmã por dois anos numa estadual." Ela suspira. "É bom poder dizer Infidelity em voz alta."

"Baby, você não é uma prostituta mais do que eu."

"Não, você está errada. Bryce está muito disposto a me lembrar diariamente desse título."

"Foda-se ele!"

"Eu prefiro que não." diz ela com uma careta. "Além disso, por que iria pensar que é uma prostituta? Você não jogou sua vida fora."

"Não, eu não fiz, apenas fiz companhia."

Seus passos param enquanto as mãos vão aos lábios. "Nox?"

"Sim, mas é complicado."

"Oh meu Deus." As rodas de reconhecimento giram em sua cabeça. "O fundo fiduciário. É por isso. Como? Fez Deloris falar sobre isso também?"

"Não exatamente. Deloris encontrou meu perfil e parou. Nox... bem, a empresa é dele, ele é um investidor."

"Ele não é seu cliente?"

"Não tecnicamente. Diga-me, o que Deloris lhe pediu para fazer."

Chelsea caminha de volta para a cadeira. "Não era para ser assim. Seria um cara. Vi sua imagem e perfil. Ele é casado. Percebi que só o via quando não estava com a esposa. O resto do tempo poderia ter uma vida e ao mesmo tempo ganhar essa renda. Não sou uma puritana, mas não foi o que aconteceu."

"Eu sei e sinto muito. Você se lembra de qual o nome do cara?"

"Sim, era como o professor do Harry Potter, Severus."

"Você já o conheceu? Será que Bryce sabe com quem ficou emparelhada?"

Sua cabeça se move para trás e para frente. "Não... e não. Bryce me contou quando nos encontramos. Ele pensou ser muito engraçado." Seu rosto se contorce de desgosto. "Ele está muito orgulhoso de si mesmo."

Afundo na cadeira. "Você não tem que dizer..."

Ela senta-se mais ereta. "Ele colocou em detalhes: o comprimento do cabelo, tipo de corpo, idade. Ele descreveu você."

"Eu sinto muito."

"É por isso que estava certo quando disse que eu me parecia e vestia como você. Ele me fez até pintar o cabelo."

"Deus, Chels, não sei o que dizer."

"Não é sua culpa. Eu fiz isso."

"Mas eu lhe disse para confiar em Deloris. Eu não tinha ideia... oh, mas antes que eu esqueça, o cara que deveria sair? Ele está lá embaixo."

"Ele o quê?"

Seguro sua mão. "Não por você. É uma coisa política, dois senadores e Severo Davis. Ele é um lobista."

"Mas Deloris queria que eu o espionasse. Esse era o plano. Há alguma ligação entre ele e Nox?"

"Eu realmente não sei. Talvez desde que nós duas estamos aqui, podemos manter os ouvidos abertos. Mas saiba: vou te tirar daqui. Você não de..."

Minhas palavras morrem ao ouvir algo no corredor. A voz irritada de Bryce ecoa e penetra a porta.

Meu olhar encontra o de Chelsea.

"Ele está te procurando." diz ela.

"Talvez se a gente ficar quieta." Vou até a porta, esperando para ver se ele passou.

Quando estendo a mão para a maçaneta, a porta de Chelsea abre, com pouca atenção do outro lado. Rapidamente, pulo para trás, mal evitando a colisão.

A expressão de Bryce, a que comparo com Alton, está de volta, com o pescoço e as orelhas vermelhas.

"O quê?" pergunto, desejando termos trancado a porta. "O que está fazendo aqui?" olho para Chelsea e para ele. "Bryce, você deve sair. Precisamos ficar prontas para jantar."

Ele empurra a tela do telefone para mim. A imagem é preta e branca e de má qualidade.

"O que? Essa sou eu." Sou eu, ao lado da cama da minha mãe, sua mão na minha.

"Hoje?" Pergunta.

Merda! O chão de repente some debaixo de mim, mais precisamente, debaixo do meu álibi. O vestido é diferente.

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 33

 

 

 

Deloris coloca o pen drive no computador e abre os documentos na tela.

"Vou enviá-lo para o iPad". Diz ela, enquanto os dedos voam sobre as teclas.

"E o meu?" Pergunta meu pai.

Deloris olha por cima do ombro. "Realmente precisa ver duas vezes?"

Oren dá de ombros. "Só por curiosidade, se tiver meu e-mail privado."

Ela ri quando meu iPad soa com o e-mail recebido.

"Vou tomar isso como um sim." diz ele, inclinando-se e ligando seu tablet. "Esta é a última vontade e o testamento é longo." continua ele. "Quer dizer, já vi merda, mas o homem velho Montague levou controle a um nível totalmente novo, tudo para ditar o futuro da neta. Pode ver o documento inteiro, mas sugiro que todos nos concentremos no artigo XII, por agora."

Olho para Isaac. Ele está presente, mas em silêncio. Em vez de digitalizar o documento, está comprando um colar pelo celular.

"Qualquer mudança?" Pergunto.

"Não senhor. Ela está na mansão." Ele dá de ombros. "Às vezes me pergunto se este indicador de frequência cardíaca funciona."

"Claro que sim," disse Deloris. "Por quê?"

"Como agora, se ele está funcionando, seu pulso está ridiculamente alto. Cento e trinta. Isso é o dobro do que é quando está dormindo."

Minha pele arrepia. "Se ela apenas tivesse ficado."

Oren vira para mim. "Uma semana atrás?"

"Não, hoje. Eu a vi brevemente. "

"E o deixou?"

"Ela não vai deixar sua mãe ou Chelsea."

"Foda-se!" Oren grita. "Não acha que eles já descobriram que estão juntos, não é?"

"Não. Cuidamos de tudo."

Oren se vira para mim. "Nós estamos tão perto. Não é porque você é..."

"Porque sou o quê? Estou preocupado. Eu precisava vê-la, tocá-la. Estou além de assustado com cada coisa que aprendemos sobre Spencer. Sei que ele é um porco nos negócios, mas agora... não vou estragar isso. Vou invadir se ela não chegar a estrada."

"Senhores," Deloris intervém. "nós temos um documento."

Respiro fundo e me afasto do olhar gelado do meu pai.

Oren tem que ter a última palavra. "Isto não é apenas sobre Alexandria. Ela é a mais forte delas. Pode aguentar mais um dia."

Suas palavras fazem minha pele arrepiar. Sento e pego meu tablet, rezando para ele estar certo.

Mas se estiver, então por que diabos seu pulso subiu?

Concentrando-me na tela, rolo as páginas, desacelerando nas legendas até chegar ao Artigo XII as provisões para Montague Holdings.

A sala fica em silêncio enquanto todos nós lemos:


Se no momento da minha passagem, estas disposições não estiverem satisfeitas, é da responsabilidade dos meus herdeiros, Adelaide Montague Fitzgerald e Alexandria Charles Montague Collins, a boa vontade de legalmente satisfazer os seguintes critérios nas datas apropriadas. Não fazer isso irá resultar na perda de toda a herança, incluindo, mas não limitado a bens, propriedades, ações da empresa, as propriedades pessoais, e a residência e o resto da minha herança.

Como é agora o caso, é essencial que Adelaide Montague permaneça casada com Alton Fitzgerald para o resto de suas vidas terrenas. Como o marido de Adelaide, Alton Fitzgerald terá todos os direitos estabelecidos como o acionista principal na Montague Corporation. Se pedirem divórcio ou fizerem tentativas de acabar com o casamento, todas as explorações Montague vão para Alexandria Collins.


Paro lá. "Por que diabos a mãe de Alex não faz isso?"

"Pede o divórcio?" Pergunta Oren.

"Sim, ela estaria livre e fora do controle de Fitzgerald."

Oren aperta os lábios. "Eu me culpo por não ter em minhas mãos este documento há dez anos."

Deloris vira para meu pai. A expressão dela quer mais. Não disse a ela a história entre o meu pai e a mãe de Charli, apenas que ele queria ajudar. Embora ela pareça curiosa sei que ela não perguntará. Finalmente, ela volta para a tela e continuamos a ler.


Após a morte de qualquer A. Fitzgerald ou AM Fitzgerald antes da vinda de idade de A. Collins, todas as explorações Montague serão mantidas em confiança para ela até a idade de vinte e cinco ou até que tenha concluído um diploma universitário, o que ocorrer primeiro.

Uma vez que a conclusão da idade ou grau ocorreu, a fim de que A. Collins possa herdar as propriedades e ativos Montague e cumprir os requisitos estabelecidos neste documento legal deve aderir ao seguinte:

Sendo da idade legal de vinte e cinco (ou ter concluído o seu grau de faculdade), Alexandria Collins deve concordar com uma união legal com um marido que também irá representá-la e as ações de seus filhos biológicos na Montague Corporação, bem como no funcionamento dos ativos Montague.


"Sou voluntário." murmuro. Não é uma proposta, mas isso não a torna menos válida. Charli e eu nunca falamos sobre casamento, mas o faria não por causa desta maldita vontade ou qualquer coisa relacionada com o dinheiro de sua família. Aceito-a nua e sem dinheiro. A primeira parte dessas condições traz imagens em minha mente que é melhor controlar.

Volto para o tablet.


É meu desejo, e assim por diante a determinação deste que A. Collins se case com Edward Bryce Carmichael Spencer, filho de Suzanna Carmichael Spencer, conforme descrito abaixo.


"Como diabos isso é legal?"

"Eu não tenho certeza que seja." diz Deloris.


E. Spencer deve terminar a graduação e pós-graduação e provar-se digno da Montague Corporation. Após a conclusão da pós-graduação, há mais dezoito meses antes da união.


"Provar-se digno?" Oren pergunta em voz alta. "Isso inclui acusações de abuso e ser suspeito no sequestro de uma mulher?"

Embora ninguém responda e continue a ler, pela primeira vez, estou curioso sobre o desaparecimento de Melissa Summers. Fodida Infidelity. Se a empresa se tornar pública com a investigação valerá a pena se salvar Charli.


No momento do seu casamento, o controle de interesse em todas as coisas Montague reverterá para A. Collins e E. Spencer, com provisões para apoio contínuo e supervisão de A. Fitzgerald e AM Fitzgerald até o momento em que é determinado que um ou ambos não sejam competentes.


"Você acha que...?" Começo.

"Que o bastardo está comprometendo o caso de competência mental de Adelaide antes de ser legalmente posta de lado? Tenho certeza disso." diz Oren. "Ainda tenho algumas informações sobre o assunto. Direi mais tarde. Continue lendo."


Se esta união não ocorrer, todas as explorações e ativos Montague serão liquidados. Os ativos passarão a ser legado da Fitzgerald Investments, deixando ambos os herdeiros e seus descendentes, sem ativos na Montague.

Se o casamento de A. Collins e E. Spencer não sobreviver, resultando em divórcio ou morte prematura, todas as explorações e ativos Montague serão liquidadas e, doravante, doadas a Fitzgerald Investments, com uma exceção: no caso de um herdeiro do sexo masculino sobre a idade de vinte e cinco anos, o herdeiro designado manterá todas as explorações e participação de controlo.

Se verificar que qualquer pessoa mencionada neste artigo deliberada e propositadamente dificulta meus desejos, esse beneficiário será impedido de receber sua parte da herança.


"Isso não pode ser legal. Pode ser recorrido." digo.

"Estipulações de beneficiários." Oren diz, como se a frase fosse uma referência diária.

"O quê?"

"É a imposição de cláusulas na herança dos beneficiários. Isso é feito com mais frequência do que pensa."

"Muitas vezes é algo como concluir a faculdade ou onde os fundos estão disponíveis apenas para pagar a educação ou habitação." acrescenta Deloris.

"É besteira. Charli não precisa disso. Ela não quer. Por que está aguentando?"

"É ela?" Pergunta Deloris. "Ou está aguardando tempo para sua mãe?"

Deveríamos ter conversado mais esta tarde. Eu deveria ter feito mais perguntas.

"Isso não muda nada," anuncio depois de terminar. "Vamos continuar nossos planos. Foder a Montague."

"Não tão rápido."

Voltamos para Oren.

"Eu te disse que há um adendo. Vá até perto do fim."

Oren pega o telefone e envia uma mensagem.

"Uma data importante?" Pergunto.

"De certa forma."

Antes que eu possa começar a leitura, há uma batida na porta.

"Esperando alguém?" Pergunta Deloris.

"Por uma questão de fato, estou." Oren diz enquanto levanta e caminha em direção à porta. "Desligue a câmera do Magnolia Woods."

Com um botão, a tela da TV ficou preta e Oren toca a maçaneta.

Um jovem nervoso está na porta.

"Sr. Crawford."

O menino assente. "Sr. Demetri."

"Entre." Oren abre a porta, seu convite muito gentil.

Fico de pé. "Sr. Crawford? O que é..."

"Durante minha pesquisa..." Oren começa quando o jovem se mexe desconfortavelmente de um pé para o outro e olha em volta. "... Vi um trabalho que o Sr. Crawford fez recentemente."

O menino assente. "Pode me chamar de Stephen."

"Sim, bem, Stephen foi empregado de Hamilton e Porter no escritório de advocacia que fez esse testamento. Stephen teve o prazer de trabalhar com Adelaide em relação nesta mesma vontade."

Meu pai, de repente tem a minha atenção. "A Sra. Fitzgerald sabia disso?"

"Sim", diz Stephen. "Conversei com ela em várias ocasiões." Ele olha Oren.

"Vá em frente, filho. Estes são meus colegas. Estamos todos tentando ajudar a Sra. Fitzgerald e se puder ajudar-nos a ajudá-la, podemos fazê-lo."

Ele engole em seco. "Você tem vontade?"

"Sim."

"Hum, ok. Bem, há um adendo."

"Acabamos de descobrir isso." digo.

"Há algumas coisas que pode não perceber se não tiver trabalhado com Adela- quero dizer, a Sra. Fitzgerald."

"Como o quê?" Oren pergunta.

"Senhor, esta é uma informação confidencial."

"Ainda está empregado por Hamilton e Porter?"

"Não, mas assinei um termo."

"Sentiu-se mal com alguma coisa que Ralph Porter lhe pediu para fazer?"

"Sinto que abandonei a Sra. Fitzgerald. Ela estava realmente animada sobre a cláusula."

Oren vira para Deloris. "Ligue a tela."

Balanço a cabeça.

A TV enche com uma imagem do quarto de Adelaide.

"Stephen, quando foi a última vez que viu Adelaide?" Pergunta Oren.

Ele ficou mais ereto. "Foi logo antes de deixá-la ir. Tivemos uma reunião agendada perto do início de outubro, mas não tive permissão para me encontrar com ela. A última vez foi há quase um mês antes. Ela iria agendar e, em seguida, não reagendou novamente."

Oren aponta para a tela. "Olhe bem de perto. Isso é Adelaide."

Ele ofega enquanto ele caminha em direção à tela. "O que aconteceu com ela?"

"Isso é o que estamos tentando descobrir. Pode ser que ela descobriu uma informação que não deveria saber?"

Os olhos de Stephen se arregalam de horror. "Merda. Eu... isso é perigoso. Certamente..."

A mão de Oren pousa no ombro de Stephen. "Filho, ninguém vai saber seu papel, ou que nos ajudou. Posso assegurar sua segurança e a de sua família jovem. Quantos anos tem seu bebê?"

Meu estômago revira com a facilidade das palavras de meu pai. Os olhos de Deloris vêm em minha direção. Faz anos desde que vi esse lado dele em ação e, no entanto, neste momento, não detesto sua escolha ou estratégia.

"Quinze meses."

"Stephen, nos ajude e você e sua jovem esposa e filho estarão muito melhores. Você pode ir para qualquer faculdade de direito no país. Eu vi suas notas. É um jovem trabalhador. É uma pena desperdiçar sua educação em Savannah."

"É uma boa escola..."

"Não é Stanford, Harvard, Yale..."

Ele vira para a tela. "Eu gosto dela. Será que ela vai ficar melhor?"

"Sim." Oren responde de forma inequívoca.

"Posso ver o adendo?"

Oren acena para Deloris e aparece na TV, substituindo o Magnolia Woods.

"Ok," diz Stephen, examinando as palavras. "Vê isso?" Ele aponta para a data e as iniciais CM. "Esta data é, obviamente, a data aprovada da cláusula. O que não é dito é que de acordo com Adelaide..." Ele olha para Oren como se precisasse de sua permissão para usar seu primeiro nome.

"Continue."

"Segundo ela, essa é a mesma data que seu pai morreu."

"Então isso não é legal?" Pergunta Deloris.

Stephen sacudiu a cabeça. "Não é. O Sr. Montague faleceu em seu sono naquela noite de ataque cardíaco repentino. Ele era legalmente competente quando aprovou o documento."

Quando ninguém fala, ele continua. "Pensei ser um pouco estranho. Perguntei a Natalie. Ela é uma assistente legal. Ela me disse para não me preocupar com isso."

"Então não o fez?"

"Eu não disse nada. Mas não posso afastar a sensação de que é estranhamente coincidente."

"Pode explicar a cláusula?" Pergunto.

"Você viu o testamento, de modo que sabe sobre o artigo XII?"

Assentimos.

"É uma merda estranha. Quer dizer impor estipulações beneficiárias é uma prática comum, mas nunca vi... mesmo na faculdade... nada tão estranho quanto os mandatos neste." Ele franze a testa. "Pode imaginar, um cara morto ditando com quem tem que se casar?"

"A cláusula?" Pergunto novamente, a agitação em meu tom.

"Sim, bem. Em poucas palavras, qualifica o disposto no artigo XII, basicamente dizendo que qualquer manipulação por qualquer das partes interessadas altera as disposições."

Balanço a cabeça para a realidade. Esta adição à vontade de Montague diz que se alguém fizer algo para dissuadir, para interferir a progressão natural ou parar o arranjo, então essa pessoa anula seus ativos ou qualquer pretensão de ativos. Também anula o legado dos ativos liquidados para a Fitzgerald Investments. Obviamente ele tem alguns problemas de confiança.

"Portanto, se o casamento não sair como planejado, a Montague Corporation continuará a ser uma entidade viável, não sendo liquidada como originalmente previsto no artigo XII?" Pergunto.

Stephen dá de ombros, lendo o documento. "Ele não especificou que o atual conselho de administração será dissolvido e toda a estrutura corporativa se tornará uma empresa de capital aberto. E se o casamento de sua filha com a cara não ocorrer, ou seja, ela case com outra pessoa, isso irá, então, entrar nas sucessões onde todas as partes interessadas devem fazer um caso de seus direitos. Assumindo que a interferência anteriormente mencionada não é um problema, teoricamente, a propriedade será igualmente dividida entre os herdeiros vivos."

"Então, para esclarecimento, isso anularia as consequências do artigo XII?" Pergunta Deloris.

"Sim." Stephen confirma.

"Pergunto-me o que fez o Sr. Montague mudar de ideia." acrescento.

"A Sra. Adelaide perguntou a mesma coisa." Stephen se volta para Oren. "Espero que possa ajudá-la. Ela estava tão animada. Não conseguia entender por que não sabia sobre isso. Ela continuou dizendo, se apenas... se somente."

Oren alcança a borda da mesa, estabilizando-se antes de caminhar. "Obrigado, Stephen." Ele enfia a mão no bolso do casaco interior e ira um envelope. Por seu olhar, assumo ser dinheiro. "Isso deve ajudá-lo a se mudar. Entre em contato com meu assistente. A escolha das universidades é sua."

Stephen segura o envelope por um minuto antes de passá-lo para trás. "Obrigado. Eu agradeço. Adoraria ir a qualquer uma dessas escolas que mencionou. No entanto, eu não posso." Ele balança a cabeça. "O Sr. Fitzgerald me ofereceu dinheiro também. Eu não aceitei. É ruim o suficiente que quebrei o acordo de não divulgação, mas não foi pelo dinheiro. Eu falei sério. A Sra. Adelaide é uma mulher amável. Ela não merece estar onde está. Tentei ajudá-la." Ele dá de ombros. "Temo que as informações que a ajudei a encontrar e entender possa ter levado ao que aconteceu. Por essa razão, estou feliz em ajudá-lo."

"Não vou contar a ninguém e confio que quer ajudar. Apenas faça. E se puder... aquela coisa, a data, me mantém acordado durante a noite. Só parece errado."

Levanto e dou um passo adiante, fodidamente impressionado com esse homem. Ao mesmo tempo conheço o jogo de Oren e endividamento que alimentou a obrigação mútua. Não posso prever o próximo movimento de Oren. Em vez disso, estendo a mão. "Stephen, você é um bom homem. Será um bom advogado. Sei é alguém que acredita em fazer a coisa certa e ajudar aqueles que não podem ajudar a si mesmo. A advocacia seria um lugar melhor se houvesse mais como você."

"Obrigado, Sr. Demetri."

Meu aperto aumenta quando a atenção de Isaac vai de seu telefone para Stephen. "Nós não fomos apresentados."

Seu olhar corre entre Oren e eu. "Desculpe se presumi. É a semelhança. Não são parentes?"

"Sr. Crawford, cuide-se."

"E de seu bebê." acrescenta Oren.

Deloris levanta. "Posso mostrar-lhe à porta?"

"Eu posso...? Será que vou saber se a ajudei?"

"Suspeito que haverá rumores."

 

CAPITULO 34

 

 

 

A cena acontece ao meu redor, comigo, e ainda assim estou sempre um passo atrás.

O retrato no telefone de Bryce é meu. Seria um truque?

"Bryce, o que está dizendo?"

Ele agarra meu braço, o mesmo lugar que agarrou no outro dia, me puxando para perto. "Fiz uma porra de pergunta."

Luto contra seu aperto. "Me solta. Você está me machucando."

Nos movemos pelo o quarto, nós três numa dança coreografada pela raiva e medo.

"Assim que te vi na sala, soube que algo estava errado. Não pude identificar, mas então me bateu. O vestido que usava..." Soltando o braço, ele me empurra para longe e me olha da cabeça aos pés. "Que você ainda está usando... não é o mesmo que na foto do Magnolia Woods." Ele anda num pequeno círculo. "Porra eu avisei. Quando cheguei aqui, tentei te dizer," Ele se aproxima. "Eu queria que fosse diferente, mas não serei feito de idiota!"

Embora cada parte minha queira se afastar de sua abordagem, não o faço. Eu não posso. Não lhe darei esse poder sobre mim. Nem por um dia, uma semana, até nosso casamento ou para sempre.

Levanto o queixo. "Apenas fale do que está me acusando porque tenho muitas mais acusações pra te dizer."

O próximo segundo acontece num flash. Desde que entrei no carro de Alton, fui atingida duas vezes: uma por ele e outra por Suzanna. Isso não é nada comparado ao poder do tapa de Bryce. Não é um tapa, mas um soco, juntas atingindo ossos, carne batendo carne.

Cambaleio e grito.

Não pela dor, dor que não sinto.

É pelo choque.

Meu grito: "NÃO!" Ecoa na suíte de Chelsea, uma sílaba que parece durar para sempre enquanto meus joelhos cedem e caio no chão ao lado de minha amiga.

Ela está enrolada de lado, segurando a bochecha com o peito arfando pelo golpe inesperado.

"O que diabos você fez?" Grito para ele.

Quem é esse homem?

Certamente não é meu amigo de infância. Não é o homem que relutantemente deixou minha virtude intacta quando adolescente. Não é o homem que finge ser meu noivo.

"Levante!" ele grita. Sua demanda cai como um cobertor molhado enquanto olho para ele, a cabeça de Chelsea agora no meu colo.

Ele não para. "Eu disse para levantar."

Gentilmente tiro sua cabeça do meu colo e coloco no tapete. Lentamente, levanto, pronta para enfrentar o monstro que estava escondido, o lobo em pele de cordeiro. Quando levanto, sei, sem sombra de dúvida que Bryce Spencer foi capaz de ferir Melissa Summers. As acusações de seus outros crimes que ainda não entendo.

"Não," ele xinga. "Você."

Engulo em seco quando a ponta do sapato recua e chuta a perna de Chelsea.

Fico entre eles e estendo as mãos, tentando bloqueá-lo. Meu esforço é semelhante ao das boias que flutuam pela costa, capaz de reter seu próprio espaço, mas incapaz de retardar a energia das ondas.

"Bryce, pare com isso!"

Ele passou a mão pelo cabelo enquanto Chelsea desliza para trás, para longe dele e ainda no chão.

"Levante!"

Quando a vejo começar a subir, movo-me novamente. "Não, Chelsea. Não faça. Bryce dê o fora daqui."

Encarando-me, ele destrói o passado, estendendo a mão para seu braço e puxando-a para pés. "Isso é culpa sua, Alexandria. Ela pode agradecer mais tarde pelo que está prestes a acontecer."

"Nada está prestes a acontecer," retruco. "Há uma sala cheia de homens no andar de baixo. Vá. Deixe-nos em paz. Temos que nos aprontar para jantar." É uma desculpa esfarrapada, mas minha mente é um borrão, lutando por qualquer resquício de sanidade.

Sua voz encontra uma calma quase assustadora. Com o olhar agora fixo em Chelsea, ele diz: "Saia do quarto, Alexandria."

O quê?

"Não."

"Agora!" Vejo seu rosto quando ele vira para mim, o rosto está vermelho, vermelho brilhante, um contraste gritante para o cabelo loiro e olhos cinzentos. Há algo diferente sobre eles também, algo que ainda não posso identificar as é assustadoramente familiar.

Abro a porta de Chelsea e viro mais uma vez para Bryce. Ele soltou o braço de Chelsea quando teve certeza que sai. Em vez disso, abro mais a porta e dou um passo em direção a ele. Quando nossos peitos se encontram, jogo minha chave para Chelsea e digo: "Vá agora. Tranque minha porta."

Acontece rápido. Ela não hesita quando sai correndo, os pés descalços derrapando no tapete macio enquanto corre para longe.

Bryce respira fundo e vem em minha direção, cada passo me prendendo e empurrando para trás e para trás até que a parede para meu progresso. Enjaulando-me contra a parede com um braço de cada lado do meu rosto, ele se inclina mais perto. "Vai se arrepender disso. Não tanto quanto ela, mas vai."

"Que diabos é seu problema? É Patrick?" Porque ele está pronto para chutar seu traseiro.

Não digo a última parte.

"Neste momento, meu problema é você."

"Tudo bem, então não case comigo."

Ele agarra meu queixo, os dedos dolorosamente apertando meu rosto. "Cala a boca. Aprenda a manter sua boca fechada e, vou acrescentar, as pernas também para ninguém além de mim. Se puder seguir essas simples instruções, as coisas vão melhorar para você e para a minha puta."

Suas palavras insensíveis são piores que o aperto.

"Não fale assim sobre ela."

"Você está certa. Eu não deveria diferenciar, não quando há duas vadias aqui."

O quarto estava grampeado? Ele ouviu quando assumi minha infidelidade?

Merda! Quão estúpida pude ser?

"Bryce... o que está acontecendo?"

"Você não esteve no Magnolia Woods hoje. Eu liguei. Não esteve lá, apenas Patrick. Isso significa uma coisa. Significa que estava com ele." Ele solta meu queixo e acaricia minha bochecha. A mudança de brutalidade a gentileza aumenta meu enjoo. "Querida, se pode foder, então eu também posso." Seu sorriso se alarga. "Posso até te deixar assistir."

"Eu não..."

"Não minta para mim. Eu avisei. Disse para obedecer porque se não fizesse, não seria capaz de viver com as consequências." Seu tom suaviza o timbre com uma doçura zombadora. "Não posso fazer com você o que quero, não agora."

A frieza calculista em seus olhos envia um calafrio por minha espinha.

"Porque," ele continua explicando seu raciocínio psicótico. "em menos de uma hora estará lá embaixo num vestido de porra, usando meu anel e bancando a noiva perfeita. Temos uma festa amanhã. É uma pena que Chelsea não vá."

Tenho problemas para me segurar. "Mas Suzanna e Alton a querem. Uma frente unida."

"Mas você não. Ela é uma prostituta. Todo mundo sabe que, e quando, perguntado, essa será sua resposta."

Balanço a cabeça. "Não. Não farei isso com ela. Eu não..."

Sua mão cobre meus lábios. "Você vai ou vou dizer a Alton sobre hoje. Vou deixá-lo saber que em vez de visitar Adelaide, você estava com um criminoso. E, em seguida, seus privilégios de visita a sua mãe serão revogados." Ele move a cabeça lentamente de um lado para o outro quando um sorriso surge nos lábios. "Como disse, você vai cooperar, não é, querida? Melhor amigo ou pior inimigo. Sugiro que se esforce para lembrar porque me quer como amigo."

"Deixe Chelsea em paz. Ela não fez nada. Se quiser descontar isso em alguém, não que esteja admitindo nada, mas faça comigo."

"Se eu pudesse... Mas contusões não iriam bem com o jantar hoje à noite ou a festa amanhã. E, querida..." Ele permite que o carinho paire no ar. "... Eu não dou segundas chances."

"Vá agora, é quase hora do jantar." Ele puxa um pouco o meu cabelo. "Arrume seu cabelo e maquiagem. Fique bonita." Ele corre os dedos ao longo do meu rosto com um toque de seda. "Porque você pode ficar impressionante, Alexandria. Eu já vi. Quero isso de novo. A partir de agora, vai mostrar esse sorriso lindo para mim, não vai?"

Fico olhando, com medo de sua próxima mudança de humor.

Ele passa o dedo sobre meus lábios. "Quando eu lhe fizer uma pergunta, espero uma resposta."

Balanço a cabeça. Não é uma concessão considerando seu nível de manipulação. Ao dar-lhe a resposta que ele quer, eu controlo sua reação.


Bryce sorri. "Agora, aqui está uma pergunta para você. Diga-me, você não quer se atrasar para o jantar; você não quer atrasar novamente hoje, não é?"

Não tinha tenho a chance de responder quando inesperadamente seu punho colide com a parede, meramente a polegadas do meu rosto. O gesso não é páreo para seu soco quando poeira fina agita o ar em torno de nós.

Engulo em seco, estremecendo enquanto sua ereção crescente pressiona contra meu estômago.

"Eu lhe fiz uma pergunta." O vermelho rasteja de volta para seus ouvidos. "Fodidamente responda..." Antes que possa registrar, ele abaixa o decote do meu vestido e sob meu sutiã, dolorosamente aperta e torce meu mamilo.

Grito enquanto tento, sem sucesso, me afastar.

Bryce sorri. "... Ou, querida, vou encontrar lugares que seu vestido vai esconder, lugares para deixar minha marca. Agora responda."

"Não," respondo rapidamente, reunindo o que resta do meu autocontrole e empurrando sua mão. "Não quero me atrasar."

Ele se inclina mais perto, o nariz tocando meu pescoço enquanto inala. "E um banho. Trocando-a por você eu deveria me livrar de uma prostituta e não ter outra como futura esposa."

Bryce dá um passo para trás, dando-me espaço para ficar ereta.

Ele está permitindo que eu vá? Será que ele me seguirá?

Fico imóvel e suavizo meu tom. "Por favor, Bryce. Ela é minha amiga. Por favor, não faça nada."

Ele solta um suspiro. "Sei que pode não entender, mas pago um monte de dinheiro para fazer o que quiser." Um lado de seus lábios se curva para cima. "Como disse, ela é uma prostituta, mas por você... por agora... vou voltar lá para baixo e ser agradável com seu pai." Ele inclina a cabeça em direção ao punho que atingiu a parede. "Não faça suposições. Fechaduras não irão me impedir."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPITULO 35

 

 

 

Os lábios de Bryce se curvam. "Não dou a mínima para quantas chaves tem."

Prendo a respiração e uma resposta quando Bryce se vira, deixando-me sozinha no quarto de Chelsea. Suas últimas palavras, o ameaçador olhar frio, alimenta a descarga de adrenalina inundando meu sistema. Ainda de pé, seguro meus dedos, agarro o grande diamante e tento parar de tremer. Aperto minhas mãos num esforço para acalmar o tremor, mas quando o noto, ele não está somente em minhas mãos, mas quebrando meu corpo inteiro, tornando meus joelhos cada vez mais fracos.

Como uma estátua nervosa eu espero, com medo de que ele vá voltar e ainda mais de medo de que ele procurará outro lugar para desafogar a fúria. Quando o tempo para, o ar volta a meus pulmões e diminui meus tremores. Minha respiração é o único som enquanto me atendo a qualquer ruído dele pelo corredor até Chelsea.

Embora queira ajudar minha amiga, meu corpo se recusa a mover, paralisado pelo que vi e ouvi. Tranquilidade prevalece nos passos de Bryce enquanto desaparece, substituindo o horror por alívio. Não mais rígida, meus ossos ficam flexíveis, abrindo caminho para as forças da gravidade. Com um soluço reprimido, caio contra a parede esburacada e me enrolo no tapete.

Meu Deus.

Ele é um monstro.

Com apenas os olhos, rapidamente procuro no quarto por um relógio. Preciso me arrumar. Preciso verificar Chelsea, mas não tenho forças. Segundos se tornam minutos quando o tempo passa e meu coração bate fora da cadência num ritmo composto pelo medo. Não posso casar com esse homem. Não posso passar mais um dia com ele nem permitir que Chelsea passe. Ele é um psicopata, frio e sem empatia ou remorso. Nunca testemunhei olhos tão indiferentes.

Em questão de minutos, sua raiva foi substituída, indo para um terreno frígido, mais frio do que qualquer coisa que já vi. Não é nada como o pior temperamento de Nox. É ainda pior do que Alton. Bryce é distante e desligado.

Quando fecho os olhos, seu olhar calculista enche minha mente.

Foi que a última coisa que Melissa Summers viu? O que viveu? Talvez tenha duvidado antes, mas não mais: Edward Bryce Spencer é capaz de matar. Sei disso em minha alma.

"Alex?"

Pisco os olhos quando Chelsea entra em foco.

"Você está bem?" Ela pergunta, pegando minha mão.

Sua bochecha direita está vermelha e a contusão aparece.

"Eu?" Gentilmente toco sua pele ferida. "E você?"

Puxando minha mão, ela me levanta. "Estou bem, por sua causa. Desculpe, eu corri. Eu deveria ter lutado, como você. Mas... ele me assusta."

Balanço a cabeça. "Eu vejo. Também me assusta." Acalmo nossos passos à medida que vamos para meu quarto. "Chelsea, não me defenda. Ele disse que vai..." Mal posso me fazer dizer as palavras. "... Ele pode feri-la, porque pode fazer qualquer coisa que quiser com você. Ele não pode me machucar. Tenho que estar no jantar e na festa."

Os braços do Chelsea envolvem sua cintura. "Não pode pará-lo. Você não pode."

Puxo-a para minha suíte e até o banheiro, deixando as duas portas trancadas entre nós e o corredor. "Eu posso. Vou te tirar daqui. Tenho um plano."

 


Com alguns minutos de sobra, respiro fundo, desço as longas escadas para a sala de jantar. Fiz como Bryce queria, tomei um banho, me lavando para retirar o cheiro de Nox ou Patrick e substituindo-o com hidratante, xampu e perfume. Meu vestido é novo, mesmo para mim. Estava pendurado num saco de roupa, outro traje para meu novo papel.

Sento-me à mesa de jantar desocupada, feliz por um momento de paz para reunir meus pensamentos.

"Gostaria de um copo de vinho?" A jovem empregada pergunta.

Gostaria de uma garrafa inteira, mas me contentarei com um copo. "Sim, obrigado. Cabernet."

"Sim Senhora."

Quando ela desaparece na cozinha, Suzanna e Bryce entram. A calma vai embora, mas não se viro para vê-los entrar. Estou com muito medo de que verei.

"Alexandria, como foi com sua mãe?"

Apreensiva, minha cabeça vai em sua direção, o olhar correndo entre Suzanna e seu filho. É outra armadilha? Quase imperceptivelmente, Bryce sacode a cabeça, dizendo-me para desempenhar meu papel. Noiva perfeita. É o que ele exigiu.

"Ela está melhor. Os enfermeiros continuam dizendo isso."

"Preciso ir vê-la," diz Suzanna. "Amanhã de manhã vou acompanhá-la."

Antes que possa aceitar a proposta, Bryce fala; cada uma das frases abrindo outro buraco no meu barco da esperança. Em breve ele afundará, meu titanic dos sonhos presos nas profundezas do oceano.

"Mãe, terá que ir sozinha. Alexandria estará ocupada amanhã. Talvez," ele continua. "ela estará disponível domingo. Depende de seu desempenho na festa."

Ouço a última parte alta e clara, mesmo que ele não expresse em voz alta.

"Ocupada?" Suzanna vira para mim. "Fazendo o quê?"

A jovem coloca o copo de Montague da coleção privada diante de mim enquanto Suzanna senta. Dou de ombros. "É novidade para mim, também. Vai precisar perguntar ao seu filho."

Ele ergue o copo de uísque e sorri. "Nossos planos ainda serão determinados." Ele circula o pulso, tilintando os cubos congelados. "Há tantas variáveis."

O ar é gélido, não só com suas palavras, mas também o tom demasiado calmo. O frio cai sobre a sala, deixando um rastro de arrepios na minha pele.

"Belo vestido." diz Bryce, vindo atrás de mim e beijando minha bochecha.

"Uma excursão não planejada," Suzanna diz entusiasmada. "Soa como uma grande ideia. Apenas não fique muito levado. Lembre-se que tem que estar de volta a tempo para se preparar para a festa. Os convidados chegarão às seis."

A sala fica em silêncio quando Alton entra.

Balançando a cabeça, ele sorri. "Agora, isso é o que gosto de ver. Todo mundo no lugar..." Seus olhos se estreitam quando olha para o lugar vazio. "Onde está Chelsea?"

"Alexandria?" Bryce diz.

Um nó se forma em meu estômago e minha boca seca. Meu volume é quase inaudível. "Não posso fazer isso."

Os olhos de todos estão em mim: Alton e Suzanna questionando e o de Bryce como um aviso.

"Acho que pode." Sua resposta também é suave.

Viro para ele, lutando contra as lágrimas. "Não. Eu não posso."

"O que é?" Pergunta Suzanna com preocupação genuína na voz.

Os olhos de Bryce estreitam.

Balanço a cabeça e viro para Suzanna, falando mais alto. "Eu tentei, realmente tentei, mas se tiver que enfrentar meus colegas da academia e da sociedade de Savannah, amanhã à noite, não posso fazê-lo com aquela prostituta a reboque." A palavra machuca meu coração. Sou grata por ela não poder me ouvir.

"Alexandria!" Suzanna grita.

Viro para Alton quando ele senta. "Imagine como minha mãe se sentiria ao dividir o palco com você e uma puta que está enroscando bem debaixo do seu nariz."

"Isto não é sobre sua mãe ou eu..." À medida que sua desculpa esfarrapada sai, há algo na expressão de Suzanna, que confirma as acusações de Pat.

"Ou será que é?" Pergunto.

"Estamos perdendo o foco," Bryce interrompe. "Alexandria desenhou uma linha na areia. Chelsea fica, mas não publicamente. É decisão de Alexandria."

"Eu não gosto," diz Suzanna. "Chelsea precisa trabalhar em Montague e enfrentar as pessoas de Savannah. Se a esnobar, estará condenando-a ao ridículo."

"E se abraçá-la," respondo. "Estou me condenando. Não será evidente, mas você sabe que será assim."

Alton levanta a mão quando os empregados chegam com as saladas. "Isso é o suficiente." Ele vira para a jovem. "Leve o jantar para o quarto da senhorita Moore. Aparentemente, ela não se juntará a nós."

"Senhor?" Pergunta a menina, olhando em minha direção.

"Eu já pedi. Deixei a equipe saber que ela comerá no quarto num futuro previsível."

"Isso não é necessário," diz Suzanna em defesa de Chelsea. "Se não a quer aqui, ela voltará para Carmichael Hall."

"Não."

"Por que não?" Pergunta Suzanna. "Pelo menos lá, ela não será forçada a enfrentar sua animosidade."

Viro para Bryce.

Com uma expressão doce de satisfação enfeitando seus lábios, ele levanta a taça. "Mãe, acho uma excelente ideia."

Os nós em meu estômago se multiplicaram.

"Tudo bem," Alton diz com desdém. "Depois da festa. Isso é muito drama. Tive o suficiente. Sem mais discussão sobre a senhorita Moore."

Depois da festa. Graças a Deus.

Meu barco de esperança não está além do reparo.

Curso após curso o jantar decorre. A conversa foi sem importância e incontroversa. Tentei trazer à tona o assunto da reunião mais cedo no escritório de Alton, mas cada tentativa teve respostas monossilábicas.

"Realmente, Alexandria, pode estar na faculdade de direito, mas muitas coisas estão acima de você. Deixe os homens se preocuparem com elas. É por isso que está se casando. Para se concentrar em coisas de senhoras."

É o sexismo polvilhado de negatividade que eu vivi a maior parte da vida. Não importa se vou me formar com honras. Sou do sexo feminino e, obviamente, não brilhante o suficiente para reconhecer transações ilegais quando as vejo. Cada minuto que passa queima outro pedaço da minha alma. Não quero nada mais que acabar com a farsa da família e fazer meu caminho de volta para o refúgio do meu quarto.

Fechaduras podem não manter Bryce fora, mas tenho um plano. Pedi a Jane para se juntar a mim para um filme.

Quando o jantar termina e Alton para, limpo os lábios e coloco o guardanapo ao lado do prato. Afasto a cadeira da mesa e a pergunta de Bryce me para.

"Que tal um passeio, Alexandria?"

Meu pulso acelera em aviso, mas não posso permitir que sua atenção volte para Chelsea. "Soa maravilhoso." Meu sorriso é enorme. "Mas talvez outra noite. Estou exausta. Podemos ficar algum tempo na sala de estar?" A vista de Alton, Suzanna, e os funcionários.

Seus lábios finos se curvam. "Querida, tenho certeza que pode encontrar energia. Afinal, tinha energia esta tarde. Certamente tem tempo para mim, seu noivo? Ou gostaria de nos contar tudo sobre sua tarde?"

Meus seios pressionam contra o forro de cetim do meu vestido. O corpete apertado restringe minha capacidade de respirar fundo quando uma sensação espinhosa corta minha espinha. "Claro que tenho energia para você. Eu... eu amo andar. Talvez até o lago?" pergunto, esperando o retorno da minha de infância.

"Estava pensando na floresta."

Que diabos?

"Bobagem," Suzanna interrompe. "Está escuro. Vocês têm um grande dia amanhã."

"Mãe, não somos crianças."

"Você não é, mas antes de ir se aventurar por aí acho que nós quatro temos coisas que precisamos discutir antes de amanhã."

"Tais como?" Tomo a isca, com esperança de distrai-lo.

"Ao falar com Gwen no início desta tarde, percebi que haverá suspeitas e dúvidas. Precisam ajustar suas histórias."

Balanço a cabeça.

"Vocês três terão que lidar com isso", Alton diz com desdém. "Tenho assuntos urgentes."

Ninguém refuta a alegação de Alton. Segundos depois ele vai embora deixando nós três.

"Agora," Suzanna continua. "com esta mudança abrupta em relação Chelsea, precisamos decid..."

"Não há nada para decidir," Bryce diz. "Alexandria está acabando por sua convicção." Ele levanta, dando-me a esperança de que fosse se juntar a Alton.

"Bem, sim," Suzanna diz ao virar para mim. "mas, querida, não pode dizer isso aos outros. Não pode usar a palavra com ‘v’."

Em vez de sair, Bryce senta na cadeira ao meu lado e espalma a mão sobre minha coxa. Seus olhos arregalam de excitação. "Alexandria?"

Os nós dentro do meu estômago se agitam com o pouco de comida que consegui engolir. Ao mesmo tempo, minha pele se reveste de suor à pressão crescente da mão de Bryce. Meus dentes cerram quando a dor aumenta.

"Suzanna," Luto para impedir minha expressão de exibir o que está acontecendo. "Não sei se posso. É a verdade. Há muitas mentiras para lembrar. Simplesmente não pode adicionar outra."

As pontas dos dedos de Bryce continuam a apertar, pressionando o material do meu vestido na pele, perto da rótula.

"A verdade?" Pergunto. "Quer dizer a história que dirá a qualquer um que perguntar? Talvez possa lembrar-nos?"

A sala escurece, mas obedientemente viro para meu noivo, implorando com os meus olhos para ele parar a pressão. Seguro a mesa, mas não posso aliviar a força. Minha voz falha. "Bryce?"

"Estamos esperando."

Não posso me afastar, não sem chamar a atenção para suas ações. Engulo a dor. "Que história? Quer dizer a verdade que ela é uma prostituta?"

"A quem você vai dizer?" A pergunta vem sem nenhuma outra razão do que me fazer falar, para me fazer recitar seu veneno na frente da mãe.

Suzanna vai embora. Não na realidade, mas na minha visão angustiada. A forma como seus dedos estão mais perto da minha rótula envia solavancos excruciantes da dor através de toda a perna. Agarro sua mão, mas cada ação só aumenta a pressão e, ao mesmo tempo, sua expressão permanece curiosa e fascinada. Certamente ele não iria deslocar meu joelho... Eu quero acreditar.

Lembro-me da história que fui alimentada, mas nunca repeti.

Deixando de lado sua mão, movo meu braço, visível para os olhos e concentro-me nele. Minha voz sobe acima do sangue correndo em minhas orelhas. "Vou dizer a todos que sempre te amei. Que tentei lutar contra. Enquanto na Califórnia pensei que tivesse desistido de mim. Não sabia que Chelsea estava interceptando nossas mensagens, mentindo para mim..."

Pisco com alívio quando a pressão diminui um pouco.

"Continue."

"... não foi até que voltei para a minha mãe e vi Chelsea com você que percebi."

"O quê?" Ele pergunta.

"Que estamos destinados a ficar juntos. Que fui enganada por uma prostituta cavadora de ouro que fingiu ser minha amiga."

Meus olhos fecham e suspiro quando ele suaviza o toque. Não mais forte, sua mão se move para cima, mais alto na minha coxa. Por apenas um momento, o alívio domina a realidade. Minha mão cai na sua, parando o progresso.

O olhar de Bryce estreita em advertência antes de virar em direção a sua mãe. "Existe algo que quer discutir ou podemos dar uma caminhada?"

A sala inteira vem em foco.

Umidade brilha nos olhos da Suzanna quando ela junta as mãos perto do coração. "Oh, oh. Não sabe como estou feliz... não achei que... estava preocupada..." Ela levanta e corre para nosso lado da mesa, o movimento dela me libertando da mão errante de Bryce.

Atirando-se em mim, Suzanna me envolve num abraço. "Isso vai funcionar. Irá. Estou tão feliz em saber que concorda. Espere até que dizer ao seu pai."

A cadeira de Bryce se move. "Ela concorda." Ele estende a mão. "Alexandria, meu amor, nossa caminhada nos espera."

 

 

 

CAPITULO 36

 

 

 

Como pode Bryce vomitar ódio, coisas que ameaçam num minuto e ser suave e afável no próximo? Cada palavra que pronuncia me deixa na borda do assento figurativo, com medo de cair.

Colocando minha mão na sua, fico em pé, em busca de uma saída. Volto-me para sua mãe. "Suzanna?"

Os dedos de Bryce, em volta da minha mão, apertam mais e mais.

"Sim?" ela responde.

"Tenha uma boa noite."

"Obrigado querida. Estou mais do que satisfeita com a sua mudança de atitude."

Finjo um sorriso. "Pode agradecer ao seu filho por me mostrar a luz."

Suas bochechas sobem mais, o sorriso brilhante irradiando verdadeiro apreço para Bryce.

Ela realmente criou um psicopata sem saber?

"Vocês se divirtam."

Puxando-me para perto, Bryce segura minha mão enquanto circula o outro braço na minha cintura. "Oh, nós vamos, mãe. Ok, querida?"

Em poucos dias vim a abominar o termo carinhoso. A maneira como ele diz é como uma advertência e ameaça enrolada numa fina camada de elogios. A mistura venenosa parece benigna.

Logo estamos nas portas de trás, as portas francesas que dão para o pátio de pedra calcária. Uma vez fora sob o céu estrelado, Bryce faz uma pausa e olha a mansão. "Não sei se lembra," ele começa. "mas perguntei alguns meses atrás por que você não gostaria de viver aqui e eu lhe disse que eu faria." Ele me puxa para seu lado. "E agora vou. Basta imaginar, um dia serão nossos filhos correndo nesses gramados, como nós fazíamos."

Tremo quando o ar frio de outono cai sobre nós.

"Está com frio?"

"Acho que deveria ter pego um suéter."

Com seu braço ainda em mim, Bryce corre a outra mão para cima e para baixo no meu braço. Quando toca a área que segurou no início do dia, involuntariamente me encolho.

"Não faça isso."

"O quê?" Pergunto. "Não é minha culpa que meu braço está doendo."

Vamos até a borda da escada, acima do gramado com o lago à distância. Ele me vira, propositadamente apertando meus braços. "Agora. Quero te ouvir dizer."

Bile começa a ferver no meu estômago, fervendo mais e mais a cada segundo como minha temperatura interna subindo.

"O que?"

"Diga Alexandria. Você fez um trabalho tão bom com a mãe. Tenho certeza que não terá problema em falar sobre Chelsea como a prostituta que realmente é. Agora quero ouvi-la admitir que a culpa é dela por seu braço estar doendo."

"Bryce? O que deu em você?"

Ele dá um passo em direção à borda, movendo-nos para o lance de escadas de pedra. "Posso te fazer a mesma pergunta, mas não quero saber a resposta." Ele olha além do gramado. "Alguma vez já pensou sobre o quão alto estamos? A queda até o gramado?"

Tento dar um passo atrás, mas o aperto em meus braços aumenta. "Agora, querida, seu braço?"

Tal como a firmeza de Nessie, o monstro imaginário no lago abaixo, suas palavras e tom apertam meu peito, agarrando meu coração acelerado e esmagando-o contra minhas costelas. Meu queixo se move para cima com seu encorajamento forçado.

"Olhe para mim enquanto fala. Quero ver que está dizendo a verdade."

Engulo em seco, em busca de umidade. Minha língua se lança nos lábios ressecados quando formo minha resposta. "Meu braço... não deveria ter interferido entre você e Chelsea."

"Não, não use o nome dela. Diga o que ela é."

Pisco as lágrimas. "Bryce?"

Ele olha para meu corpete, lembrando-me da agonia que infligiu ao meu mamilo. Com um sorriso doentio, seus olhos encontram os meus. "Tente novamente."

As palavras machucam meu coração, apertando-o, como se fossem uma faca, cortando não só a mim, mas também Chelsea. "Uma puta."

Aplicando mais pressão em meu queixo, ele murmura, "Querida, isso será muito melhor se aprender quando falar e o que dizer. Ela não é apenas qualquer prostituta: ela é minha. Comece de novo e diga a coisa certa."

Bastardo doente.

"Não deveria ter ficado entre você e sua puta."

"Continue."

Não tenho certeza de onde ir.

"Reivindique a responsabilidade e vou aceitar seu pedido de desculpas."

Meu pescoço tencione. Minhas desculpas?

Minha cabeça sobe quando Bryce puxa meu cabelo. "Atitude não é aceitável. Acredito que seu pai lhe disse isso."

"Eu não fiz nada."

Ele solta meu queixo e cabelo e, em seguida, delicadamente enxuga uma lágrima na minha bochecha. "Não chore, querida, você vai pegar o jeito disto. Afinal, é a única aceita em Stanford e Columbia."

"Bryce, não quero que sejamos isso. Eu não... você está me assustando."

Ele levanta minha mão e leva meus dedos aos lábios. "Depois do que fez hoje, você merece ter medo, não acha?"

Ainda não admiti nada.

"Bryce, sei o que pensa, mas não é verdade. Se estivesse com Len..." Rapidamente lembro-me de não dizer seu nome. "Se estivesse com ele... pense nisso. Acha que eu voltaria aqui?"

"Eu estava com Pat. Fomos ver minha mãe. Eu não assinei. Eles me conhecem agora. Não sei por que disseram que não fui lá, exceto que a mudança pode ser falsa."

"O vestido?"

"Não posso explicar. Talvez haja algo estranho com as câmeras. Lembra o vestido que se tornou viral há alguns anos? Algumas pessoas viram uma cor, enquanto outros viram outra." Dou um passo para longe da escada. "Não correria o risco de Alton ou você," acrescento. "ficarem chateados. E agora..." Meu peito dói. "... Meu Deus, com Chelsea, eu não faria."

Seus dedos cobrem meus lábios. "Não é um nome."

Fecho os olhos, permitindo que meus cílios encostem-se ao meu rosto enquanto tento resolver o caos dentro de mim. "Sua prostituta." Suspiro. "Não importa por que você acha disso, ela não é. Ela é minha amiga."

Tomando minha mão, ele nos guia novamente para as escadas, desta vez, descendo passo a passo. "Esse é um dos problemas com a Califórnia. Savannah tem melhores amigos de qualidade. Depois de amanhã à noite, você e eu conviveremos com Millie e Ian, Jess e Justin e Leslie e Hamilton. Eles nunca pensarão muito da minha puta."

Cada vez que ele diz, como se refere a ela, minha pele arde e estômago torce.

"É claro," ele continua. "vai precisar confirmar todas as suspeitas. A história que disse à minha mãe será boa. Tenho certeza de que, depois de amanhã à noite, terá que manter distância."

Chegamos à passagem inferior. Com as luzes da mansão atrás de nós, o gramado brilhar. A umidade é uma combinação dos efeitos colaterais dos sprinklers e uma fina camada de orvalho que começou a se formar.

Pequenas lascas de luar iluminam o lago e campos além dos gramados.

Olho meus pés e os sapatos de salto. "Realmente não estou com os sapatos certos."

"então os tire."

Enquanto considero a opção, uma brisa vem sobre os campos e lago. Pequenas ondas brilham na prata enquanto as folhas sussurram. Envolvo os braços em minha cintura.

"Estou com frio."

Num acesso de raiva, Bryce tira o paletó e coloca sobre meus ombros. Meus olhos ardem ao sentir o cheiro de sua colônia desconhecido. Anseio o perfume amadeirado de Nox ou mesmo a fórmula secreta e divina de Patrick.

"Agora tire os sapatos. Nós vamos caminhar."

Tremendo sob o paletó, pergunto, "Por quê? Qual é seu objetivo final?"

"Meu objetivo final? Meu objetivo final é ensinar-lhe uma lição, uma sobre honestidade e respeito."

"Por favor, eu entendo. Eu faço. Não preciso andar através da grama molhada para provar isso. O que quer?"

"Em primeiro lugar, caminhar no campo molhado não é o plano." Ele olha em direção ao lago e então para o horizonte. "Tenho certeza que podemos chegar longe o suficiente da mansão para ninguém te ver fazendo este papel." Ele me olha de cima a baixo. "Em segundo lugar, estou cansado de esperar. Se isso significa carrega-la na grama molhada ou pela lama, não me importo."

"Não importa o que diz..." Ele descaradamente estende a mão para meu núcleo, felizmente ainda coberto pelo vestido e calcinha. "... você agora é minha. Isso significa que quando suas pernas se abrirem, será meu pau te fazendo gritar."

Dou um passo cambaleante para trás. "Assim não. Não."

"Como disse, não dou segundas chances." Ele inclina a cabeça. "Mas já que estamos sendo honestos um com o outro e está aderindo sua história desta tarde, então segundas chances não serão um problema. Certo, querida? "Ele segura minha cintura e me puxa, juntando nossos quadris até sua ereção crescendo sob as calças espetar meu estômago.

Tento não endurecer, não mostrar qualquer sinal exterior da repugnância fervendo dentro de mim. Estou numa situação sem saída e cada segundo que passa, meu pânico aumenta.

"Bryce?"

À luz da lua, sua tez assume uma palidez estranha. "Querida, gozarei em você esta noite." A ponta do seu dedo roça meus lábios. "Em sua boca." Seu toque se move. "Nos seus peitos." Sua mão vai em direção ao meu núcleo. "Ou dentro da sua boceta, não me importo. Vai acontecer."

Minha respiração vem rápida enquanto pânico me domina. "Por quê?"

Ele esfrega-se contra mim. "Precisa perguntar? Você me pediu para 'descontar em você'. Seu desejo é uma ordem, querida." Ele alcança novamente meu lado. "Lá, nas quadras de tênis... Eu vou tê-la."

Meus pés escorregam na grama molhada. "Eu não quero isso."

Ele para, a voz novamente fria. "Errado. Você quer. Diga isso."

Engulo em seco. "Por favor, Bryce".

Seu sorriso rompe a frieza. "Ok. Implorar é aceitável. Agora, diga que quer que eu te leve. Não, diga que quer que eu te foda. Vamos querida. Não, já sei! Diga que quer me foder e vai fazê-lo melhor do que minha puta."

Não posso processar. As palavras estão longe de serem encontradas. Junto ao ar. Aonde vou? Tento inalar enquanto seus dedos torcem meu cabelo. Meu corpo inteiro enrijece.

"Alex! Alex!"

Bryce e eu viramos. Como uma válvula de escape, a tensão foge de meus músculos enquanto tropeço para trás e tomo uma respiração irregular. Cy acena em nossa direção com Patrick.

"Foda-se!" diz Bryce com os dentes cerrados. Sua maldição é mais alta do que um murmúrio, mas não o suficiente para qualquer um além de eu ouvir. Estamos muito longe.

"Pat! Cy!" Grito para eles.

Colocando a mão no peito de Bryce, o seguro a centímetros de distância. "Por favor, Bryce, me desculpe se está chateado. Banquei a noiva perfeita no jantar. É sua vez. Seja agradável com Pat."

Ele zomba. "Eu me lembro desta mesma fala anos atrás."

"Vocês dois..." Dou de ombros. "... nunca se aturaram."

"Bem, obviamente temos gostos diferentes."

"Cyrus é um homem muito bom. Ele cuida de Patrick e é bom para ele."A o contrário de você esta noite. "Não é isso o importante?"

Quando viro em direção aos degraus, Bryce pega minha mão e me puxa de volta para ele. "Isso ainda não acabou. A única coisa positiva sobre esta interrupção é que vou ouvir sua história novamente. Podemos considerar este um desempenho de treino para amanhã à noite. Lembre-se: não use o nome dela e ela não é qualquer prostituta, ela é minha. Quero ouvir cada palavra."

"Eu... Bryce, Pat a conhece, sabe dela."

Quando voltamos, as luzes do pátio iluminam seus lábios, mostrando o sorriso. "Muito melhor." Bryce se inclina para beijar minha bochecha. "Não me importo. Serei o único a desfrutar do show." Ele puxa minha mão mais uma vez. "Faça um bom trabalho. Se não fizer, não será a única a enfrentar as consequências."

Não respondo. Em vez disso, corro em direção à escada e subo os degraus até que estar nos braços de Pat.

"Problemas?" Ele sussurra.

Não posso responder com Bryce segundos atrás de mim. Em vez disso, balanço a cabeça e estendo a mão para Cy. Seus braços ficam nos meus ombros.

"Faz um tempo." Ele sussurra. Beija minha bochecha e acrescenta mais alto, "Bonito lugar tem aqui."

"Obrigada." Quero dizer que prefiro o apartamento de Nox ou o seu. Tem tantas coisas que quero dizer. Em vez disso, viro para Bryce. "Posso apresentar meu noivo, Edward Bryce Carmichael Spencer?"

Pat sorri "Tem certeza de que não há outro nome aí? Lembro-me de algum Foster ser chamado na academia."

Cy estende a mão. "Sou Cyrus Perry, mas Cy está bom."

Bryce aperta sua mão, ignorando Pat. "Edward ou Bryce. Prazer em conhecê-lo."

Acho que nunca notei o quanto Pat e Bryce realmente não gostam um do outro. Nesse momento, não dou a mínima. Estou muito feliz que mais uma vez meu primo salvou o dia.

"Posso mostrar o lugar?" Pergunto. "Ou que tal uma bebida? Alton tem uma extensa seleção de bebidas na casa."

"Oh menina," diz Pat. "você nos ganhou!"

Andei ao lado de Pat enquanto Cy fala com Bryce.

Logo estamos na sala de estar, Bryce colado ao meu lado, atento e tocante. Demora alguns minutos e um dedo ou dois de melhor uísque de Alton, mas logo Bryce presta menos atenção em mim e fala muito mais de negócios, empresas e bancos, eu não ligo para que falem sobre o tempo desde que mantenha Bryce ocupado.

"Que tal me mostrar ao redor?" Pergunta Pat.

Como um cão de caça, Bryce olha na minha direção, apoiando os dedos em meu joelho. Afastando-se de Cy, ele diz: "Sério?" É a primeira coisa direta que Bryce diz a Pat. "Tenho certeza que sabe o caminho."

Pat dá de ombros. "Faz um tempo." Ele pisca para mim. "As coisas mudam, né? E não sei dos grandes planos. Quero ouvir sobre a festa e recepção. Mamãe disse que os dois serão aqui."

Cy se inclina para trás. "Isso soa fascinante."

Bryce sorri. "As meninas serão meninas."

Idiota.

Em vez de tomar a ofensa, Pat levanta e pega minha mão. "Diga-me, planeja utilizar o pátio? Sempre amei a vista..."

Cy engole mais uísque. "Então, Edward, quanto acha que vai demorar para que aconteça?"

Bryce se volta para Cy. "A distribuição é a chave..."

Suspiro enquanto eles continuam conversando e Pat e eu seguimos em direção ao pátio. Uma vez fora, ele diz: "Quando te vi pela primeira vez... você não respondeu... aconteceu algo?"

Viro para o lago. "É uma visão bonita."

"Priminha?"

Seguro as lágrimas e balanço a cabeça. "Tanta coisa... eu não posso. Se o fizer, as lágrimas nunca vão parar."

Seus olhos castanhos se estreitam. "Você está bem?" Suas perguntas são baixas o suficiente apenas para eu ouvir.

"Eu acho, mas o tempo dirá."

"Alexandria."

Pat e eu viramos quando Bryce aparece na porta francesa.

"Entre, querida. Não quero que fique com frio."

Noto a expressão de Patrick, mas não respondo meu primo. Viro para Bryce.

Ele beija minha bochecha. "Boa menina."

Uma vez que estamos de volta para dentro, Bryce volta para onde estava sentado. Inclinando-se para trás, ele diz: "Cyrus e eu queremos mais bebidas. Por que não conseguir para nós, querida?"

A mandíbula de Patrick cerra. "Deixe-me ajudá-la."

Engulo... Mordo o interior do lábio... Estou fazendo tudo para impedir as lágrimas de cair.

"Na estrada... amanhã?" Pat sussurra.

Pisco.

"Sua mãe ficará bem," ele fala perto da minha orelha. "Isso tem que funcionar."

Ele fica de costas para os outros e diz: "Faça isso."

"Sim." É tudo o que posso dizer antes de sair e levar a garrafa para Cy e Bryce.

 

 

 


CAPITULO 37

 

 


"Se você não matá-lo, eu vou." Pat disse.

Eu andava de um lado para o outro na suíte do meu hotel, segurando meu telefone em um aperto de morte. "Você a viu de novo?"

"Sim. Cy e eu fomos para a mansão. Nós vimos e falamos com ela, se você pode chamar de conversa assim?"

"O burro era onipresente. Eu até me recusei a sair até que Alex retirou-se para seu quarto. Eu dei desculpas esfarrapadas sempre que idiota deu a entender que devíamos ir embora. Uma vez que ela se desculpou que ela tinha feito planos com Jane para uma noite de cinema, então eu não iria sair até que o carro de Spence saísse de lá."

Eu balancei a cabeça e caminhei novamente até a janela e de volta. Eu faria um buraco maldito neste carpete se eu não sair daqui em breve. Invadir a porra do castelo é o que eu queria fazer. Isso é o que meu intestino, ou era meu coração, queria que eu fizesse.

Inferno, há seis meses a maldita coisa tinha sido um buraco negro no meu peito, duro e insensível. Charli tinha feito isso comigo, me fez sentir, me fez amar, e agora ela estava quebrando meu coração. Ele estava quebrando, pensando nela com ele.

"Foda-se!" Eu disse. "Vinte e quatro horas. Ela só precisa aguentar isso por mais um dia."

Patrick suspirou. "Pelo menos a temos durante a noite. Eu não sei o que aconteceu entre esta tarde e agora, mas algo aconteceu. Ela não podia dizer, mas eu senti."

O céu sobre Savannah escureceu. No reflexo da janela vi a minha imagem... Penso que era eu. A veia agitada na minha testa, os tendões latejando no meu pescoço, e minha mandíbula apertada estava mais pronunciada do que o normal. Meus pobres dentes não durariam muito mais se eu os apertasse mais forte.

"O que você quer dizer? Você acha que eles descobriram sobre nós, sobre esta tarde?"

Foi esta tarde ou ontem? Procurei um relógio. O tempo não se movia.

"Se Spence soubesse," Patrick disse. "ele não demonstrou, nem para mim e nem para Cy. Ele estava carinhosamente pegajoso e cheio de carícias doces. Foi nauseante."

"Eu vou matá-lo."

"Ela... não era como se ela apreciasse sua atenção. Quero dizer, ela usava o sorriso Montague, mas eu a conheço, ela parecia... por falta de uma palavra melhor... assustada. Cy e eu conversamos sobre isso. Eu gostaria de poder te dar outra avaliação, mas é isso que eu tenho."

"Assustada? O que você acha que é? Você acha que aquele idiota a ameaçaria?"

"Eu não negaria nada sobre isso."

A ideia me fez cerrar meus punhos. Eu mostraria para aquele filho da puta o que é sentir medo. Afinal, Charli era a mulher mais forte que eu conhecia. Eu não podia permitir que esses pensamentos ficassem comigo. Se eu fizesse, eu bateria algo, uma parede? Uma porta? Eu não me importava.

Patrick continuou. "Mesmo na academia, ele tinha um ar narcisista, mas agora... com sua coroação para os Montagues reais na mão, há algo mais... arrogância egoísta. Tenho a sensação de que ele está sentindo invencível."

Não haveria morte rápida para esse filho da puta.

Minha Charli merecia ser adorada. As únicas coisas que devem assustá-la é um dos livros que ela gosta de ler ou se ela vai conseguir percorrer toda a cidade a tempo para as aulas. Nunca em sua própria casa, nunca em sua vida, ela deve sentir o medo real.

Patrick e eu sabíamos que Spencer estava usando Charli por poder e status social. O que tornou pior foi que ele estava fazendo isso com a benção de seu padrasto. Ela tinha razão. Ele era o diabo, e o diabo estava vendendo-a para o seu próprio futuro.

Agora que nós estivemos à vontade, tudo faz sentido. Foi o codicilo, pois sem casamento de Spencer e Charli, Alton Fitzgerald poderia perder tudo. Foi a informação que Adelaide tinha buscado recentemente com a ajuda de Stephen Crawford. Depois de quase 20 anos ela finalmente encontrou uma saída.

Infelizmente, Fitzgerald soube que ela havia descoberto. De acordo com o contato de Oren na Hamilton e Porter, Ralph Porter contatou Alton Fitzgerald... Disse-lhe sobre a descoberta de sua esposa. O advogado era outro nome na minha lista que estava crescendo a cada dia... A cada maldita hora.

O que aconteceu depois foi sabotagem sistemática. Fitzgerald levou Adelaide ao fracasso... O médico supervisionando suas informações médicas encontrou um teste de metais, realizado pelo médico de cuidados primários de Adelaide, há quase dois meses. Ele tinha testado para o mercúrio, arsênio, cádmio e cromo.

Embora os resultados fossem negativos, o que se destacou ao nosso médico foi que o médico de Fitzgerald era suspeito. Ela pediu um teste de folículo piloso. Ela mostra todo o uso de drogas, incluindo o álcool nos últimos noventa dias. Isaac garantiu a amostra de um dia atrás, depois de visitar o seu ‘pai’.

Os resultados devem estar disponíveis em breve. Sua esperança é ver exatamente quais drogas foram inseridas no sistema de Adelaide e a quantidade. Tanto quanto publicamente, nós todos acreditamos a questão desta doença era tornar Adelaide Fitzgerald incapaz. Sob a influência de tudo o que estava em seu sistema, seu comportamento tornou-se errático, ela facilmente descartou as acusações. Eventualmente os produtos químicos em seu sistema tornaram-se demasiado para seu corpo frágil lidar.

Foi um jogo desesperado, mas Alton Fitzgerald estava desesperado. Ele precisava do casamento de Charli com Spencer. Ele precisava que as estipulações iniciais da vontade velhas Montague entrassem em vigor, para que ninguém olhasse para o codicilo. Se por algum motivo ele fosse trazido à luz, a vida que Alton Fitzgerald tinha desfrutado teria chegado a um fim desastroso.

O fim da chamada de Patrick ficou em silêncio. Ele estava falando sobre amanhã... ou hoje. Onde diabos estava o relógio? Eu tinha perdido alguma coisa.

"E Cy tem um bom plano?" Perguntei.

"Para Alex, ele tem. Ele disse que sairá antes para organizar tudo."

"Você viu qualquer outra pessoa enquanto estava na mansão?"

"A equipe, mas Spence os dispensou. Feliz por ter Alex esperando por ele."

"Você está tentando me fazer cometer assassinato? Porque eu estou pronto."

"Cara, eu quero que você fique tão chateado quanto eu."

"E a Chelsea?" Perguntei.

"Eu a vi no restaurante esta tarde. Ela parecia bem, não feliz, mas bem. Eu não a vi esta noite. Talvez ela não estivesse lá."

Talvez ainda não fosse meia-noite. Por que diabos o relógio não se move?

"Isaac esteve observando," eu disse. "Segundo ele, ela foi levada de volta para Montague Manor. E não saiu. Ele tem vigiado a entrada."

Pat zombou. "Então eu não precisava deixar você saber que eu estava lá?"

"Você não precisava, mas se você não tivesse chamado, eu teria chamado você."

"Eu assegurei a Alex que você tinha trabalhado para pegar sua mãe. Diga-me que eu não menti para ela."

Eu balancei a cabeça. "Você não mentiu. Está previsto para acontecer durante a festa. Não queremos ativar nenhum alarme antes. Uma vez que os convidados começam a chegar, as coisas ficarão caóticas. Isso é para nossa vantagem."

"Você irá pegá-la pessoalmente?"

"Não. Meu pai terá essa honra."

"Seu pai?" Perguntou Pat. "Acho que é isso que as famílias fazem."

Foi a minha vez de zombar. "Bem, isso não é muito longe, mas é complicado. Aparentemente, Oren e Adelaide se conheceram antes. Ele quer ajudar."

"Alex tem bastante apoio. Olhando para ela esta noite, eu acho que ela pode ter esquecido isso. Cara, ela está sofrendo."

"Que porra é essa?!" Meu rosnado ressoou através da suíte.

"Não, não literalmente," Pat tranquilizou. "Ela estava emocionada de nos ver, mas a qualquer hora que ela começava a falar, esse imbecil a parava."

"E ela deixou?" Isso não soa como a minha Charli. "Ela me diria para ir me foder. Na verdade, ela me chamaria de idiota." O pensamento me fez sorrir.

Pat riu. Não era um sorriso real, mas quebrou a tensão.

"Se você ouvir qualquer coisa," eu disse. "... ligue. Eu não dou a mínima sobre que horas são."

"Eu vou. A propósito, eles deram a ela um telefone. Segurei-a quando ela estava com você."

"Será que é um código secreto sobre você ter o número dela?"

"Isso mesmo. Mas eu tenho certeza que é monitorado."

"Eu ficaria decepcionado com esses idiotas se não fosse. Eu não vou ligar, mas eu quero."

"Eu não sei o que isso faria conosco, mas com certeza não seria bom."

Quando desliguei a linha, olhei para o número que eu havia escrito.

Dez dígitos que me deixariam ouvir sua voz.

Dez dígitos que poderiam lhe causar mais problemas. Recusei-me a ser a fonte de mais de sua angústia. Em vez de chamar, eu enviei o número para Deloris e abri meu aplicativo. Deitado na cama, eu vi quando ela se materializou. Não ela, mas o seu ponto azul.

Minhas bochechas subiram. Minha Charli era o ponto azul mais bonito do mundo. Eu li seus números, seu pulso normal me deu esperança de que ela estava a salvo com Jane, dormindo, e pronta para o grande dia que tínhamos esperado.

Eu repassei avaliações de Patrick na minha cabeça.

Assustado.

Receoso.

A cada lembrança, o sono escorregava mais e mais longe. O que Edward Spencer tinha feito? O que ele havia ameaçado? E por que, com uma casa cheia de funcionários, somente o herdeiro Montague estava lá?

A porra do bastardo queria o poder. Ele queria que os outros a vissem. Eu conhecia seu tipo. Eu desprezava seu tipo. As pessoas que equiparavam o medo ao poder eram valentões no verdadeiro sentido da palavra. Só porque a minha Charli poderia parecer não significava que ela era fraca. Pelo contrário, ele levou a mulher a ser submissa, a ceder e a confiar. Aquela era a mulher que ela era.

Charli estava fodidamente quente quando ela se entregou, de joelhos, o queixo arqueado e os olhos velados quando ela concordou que era um presente, uma oferta para entregar seu corpo e mente, os seus dois ativos mais poderosos. Isso é o que a apresentação era para ser, um presente. Algo dado, algo que não era pedido ou tomado.

Sabendo que ela tinha bom grado confiado em mim com tudo de si, mesmo em Del Mar, mostrou-me a mulher incrível e resistente que ela é.

Eu nunca a tinha forçado. Eu nunca faria. Essa era a diferenciação entre os gostos e os abusos. Um verdadeiro Dominante, o oposto de um Submisso, entendia e respeitava o fato de que o submisso era aquele com o verdadeiro poder.

Desde nosso primeiro encontro, a primeira vez que seus olhos dourados encontraram os meus, eu nunca duvidei que ela estivesse no controle. Fui capturado por seu feitiço.

Era somente o prazer de avermelhar sua pele com a mão, um cinto, ou com os nós de uma corda, nunca foi sobre o poder. A nossa troca de poder era à cerca do prazer dela e meu. Se eu a prendia com cetim ou uma palavra, a antecipação era um afrodisíaco para nós dois. Não foi apenas sobre o seu corpo, mas também sua mente. Com alguém tão inteligente como Charli, a mente era tão poderosa quanto qualquer ligação, e as preliminares eram tão importantes quanto a execução. Com apenas algumas palavras suas coxas iriam brilhar, seus quadris se contorciam, e os mamilos endureceriam.

Charli foi a mulher mais sensível e sexual que eu já conheci.

Isso não era sua única qualidade. Sua sexualidade não definiu seu ser. Minha Charli também é a mais inteligente e mais determinada e, porra, teimosa. Enquanto eu tinha planos para avermelhá-la por isso, era uma característica que assim mesmo eu admirava.

Eu não podia... Não pensar no que ele tinha feito para assustá-la. Em vez disso, eu pensaria sobre o que poderia ser feito para assustá-lo. Os medos prosperaram na fraqueza.

"Tenho notícias para você, Spencer, eu não sou fraco. Eu também sou mais esperto do que você. Você irá cair e quando isso acontecer, você será o único a sofrer."

 


O toque do telefone me puxou do meu sono. Esfreguei meu rosto, tentando me concentrar. Desde que eu ainda estava vestido, eu devo ter caído no sono assistindo o aplicativo da Charli. Estendi a mão para o meu telefone. O nome de Isaac estava na tela.

"O quê?"

"Chefe," Isaac disse. "ela está fora da mansão."

Procurei o relógio. Que horas eram? Quão tarde eu tinha dormido?

"Para onde ela vai?"

Parece Magnolia Woods. Ela não está sozinha.

"Spencer?" Apenas dizer o seu nome acendeu o pavio explosivo da minha pressão arterial.

"Não é o que você pensa. Ela está com a Sra. Spencer."

A mãe dele? "O que te faz você pensar que elas estão indo para Magnolia Woods? As últimas vezes que elas saíram, elas foram fazer excursões do planejamento do casamento."

"O número que você nos enviou ontem à noite? A Sra. Witt o acessou. Ela tem ouvido todos os telefonemas de Collins. Spencer ligou para ela mais cedo esta manhã. A Sra. Witt ouviu para aonde elas iriam."

Eu balancei a cabeça. "Vou para o quarto de Deloris. Vamos manter um olho nas atualizações. Ligue se algo mudar."

"Sim, senhor."

Quinze minutos depois, de banho tomado e com roupas limpas, eu estava na suíte de Deloris, bebendo café e assistindo à alimentação rotativa do Magnolia Woods. O mundo além de suas cortinas fechadas estava vivo com o amanhecer do sábado de manhã. Visitantes e moradores caminhavam pelas ruas, prosseguindo com suas vidas como se não houvesse outros no equilíbrio.

Eu esperei. Quando Deloris não disse nada, eu perguntei: "Como é que ela parece?"

Eu esperei. Quando Deloris não ofereceu, eu perguntei: "Como ela pareceu?"

Olhando do computador, Deloris sorriu.

"Eu sei," eu admiti. "Eu pareço uma buceta."

"Não Lennox, você parece preocupado. Você soa como um homem que está preocupado com a mulher que ama. Enquanto eu sinto muito por vocês dois passarem por isso, eu estou feliz que vocês dois tenham percebido quão especial seu relacionamento é."

"Às vezes eu penso sobre Jo." Não havia muitas pessoas com quem eu teria essa conversa. Só duas. Deloris era um delas. "Eu penso em como eu não sabia... Quão impotente eu era. Eu não quero ser assim com Charli. Eu não vou ser."

"Não é nenhum segredo que eu amei Jocelyn quase como uma filha. Ela era uma bela alma, ingênua. Alex é diferente. Se você tivesse Jocelyn em sua cama ontem e dissesse a ela que você não queria que ela voltasse para sua família, ela teria ficado."

Fechei os olhos, lembrando-me não Jo, mas de Charli na suíte de Patrick. Eu podia sentir a suavidade da sua pele quente, cheirar seu perfume inebriante, e ouvir os ecos de seus gemidos e gemidos.

"Lennox?"

Eu desviei meu olhar da minha quase vazia xícara de café e afastei as imagens. "Eu não acho que é um elogio para Charli."

"Pelo contrário. Alex mantém você em seus dedos do pé. Apesar do que você possa pensar, você não a controla."

Os tendões do meu pescoço se esticam.

"Ouça-me," Deloris continuou. "Ela permite que você a controle. Ela está bem com isso." Ela encolheu os ombros. "Eu poderia até mesmo ir tão longe para dizer que ela gosta disso. Há algumas coisas que eu não quero saber. No entanto, não é o mesmo. O que faz os dois trabalharem é que você continua sendo teimoso."

"Eu?" Eu dei o meu olhar mais inocente. Honestamente, foi um esforço triste. Não havia nada inocente sobre mim.

"Sim. Eu posso ver que o que está acontecendo o machuca, mas está machucando-a também. Se ela não tivesse feito tudo o que podia para salvar sua mãe, Alex nunca teria perdoado a si mesma."

"E se eu não fizer tudo para salvá-la, eu nunca vou me perdoar."

Deloris assentiu. "Esta noite. O plano está pronto."

Terminando meu café, eu coloquei o copo para baixo. "Agora me fale sobre a chamada que você ouviu."

"Eu gravei."

"Que porra é essa? Por que não disse nada?"

"Porque eu não estou confiante de que eu deveria compartilhar."

"Não é sua escolha. Você trabalha para mim, caso você tenha esquecido."

"Lennox, como eu disse, Alex é forte e teimosa. Espere até que você a tenha em seus braços. Espere até que você saiba que ela está segura. Acho que... é melhor você esperar."

"Mostre."

Deloris sacudiu a cabeça. Apertando os lábios, ela digitou em seu teclado. Segundos depois, a gravação começou.

"Sim?"

Meu peito doía. Fazia realmente apenas um dia desde que eu a segurei em meus braços?

"Sim?" A voz presunçosa de Spencer ressoou. "Tente de novo, querida. Tenho certeza de que a tela lhe disse quem estava chamando."

Que porra era essa?

"Bryce, eu só acordei. Eu não li a tela."

"Então você está bem descansada."

“Na verdade, não. Eu não dormi bem."

"Essa não é minha preocupação. Sua preocupação é colocar aquele sorriso deslumbrante em seu rosto. Você acha que você pode fazer isso?"

"Eu vou trabalhar nisso."

"Seja rápida. Mamãe estará aí em breve."

"Por quê?" Perguntou Charli.

"Eu acho que a apreciação deve ser a sua resposta. Gratidão. Onde estão suas maneiras?"

Mas que porra é essa? Eu fiquei incapaz de ouvir e me sentar. Meus olhos se encontraram os de Deloris. Seus lábios pressionaram mais apertados juntos. "Lennox, você já ouviu o suficiente"

Eu levantei minha mão, silenciando-a. Charli já estava falando.

"... agradecida por?"

"Eu estou concordando com seu pedido de visitar sua mãe. Isso é o que fazemos. Nós vamos nos casar. Queremos o outro feliz, certo?"

"Então eu vou para Magnolia Woods?"

"Minha mãe vai acompanhá-la. Eu odiaria que nada acontecesse com a visita de hoje. Ela vai ficar com você o tempo todo."

"Obrigada."

"É isso aí, querida. Após sua visita, ela irá te trazer de volta e você pode elaborar a sua gratidão."

"Para Carmichael Hall? Por que não aqui?"

Que diabos? Ela está pedindo para ir para Montague Manor. O que diabos está acontecendo com Carmichael Hall?

"Olha as suas maneiras." Spencer lembrou.

"Obrigado pelo convite, mas preciso preparar-me para a festa."

"Nós temos negócios inacabados. Carmichael Hall é um lugar aonde a porra do seu primo não vai se materializar para atrapalhar nossos planos novamente."

Meu peito apertou. "Que diabos..."

Dessa vez Deloris ergueu a mão.

"Bryce, por favor."

"É simples querida, ou você vem ou eu irei chamar minha prostituta."

Os músculos do meu pescoço se apertaram.

"Talvez ambas? Talvez você gostasse de ver o que acontece quando-"

"Alton disse que ia voltar depois da festa."

"Eu não disse que a traria aqui para ficar, apenas para provar meu ponto. Ela pode retornar. Certamente ela ainda vai ser capaz de andar."

"Pare. Eu estarei lá."

"O que ela disse?" Eu gritei para o computador.

"... Minha boa menina. Certifique-se de contar à minha mãe o quanto você aprecia sua companhia."

"Sim. Preciso me preparar."

"Faça isso. Vejo você em breve. Tenho certeza que você vai gostar dos nossos planos da tarde."

"Adeus, Bryce."

O silêncio encheu a linha.

Os olhos de Deloris encontraram os meus.

Minha mandíbula doía quando eu disse: "Ele precisa sofrer."

"Eu estou pensando nisso..."

 

CAPITULO 38

 

 


"Sra. Fitzgerald."

Minhas pálpebras estavam tão pesadas, tão incrivelmente espessas. Contudo, eu conhecia a voz. Concentrei-me em abri-los. Lentamente, no início, eu permitia apenas uma fenda de luz. Estava lá, o mundo além de meus olhos fechados. Pisquei uma vez

E depois duas vezes.

Luz e paredes azuis. Guarnição branca. Monitores e bips.

Eu pisquei novamente.

"Louvo ao Senhor! Senhora Fitzgerald, você vai abrir os olhos hoje?"

Minhas pálpebras tremularam quando ela apareceu. "J-Jane? É você?"

"Sim, sim! Senhora, eu estou aqui. Estou contigo."

Deixei escapar um longo suspiro e fechei os olhos. Tão cansada.

Jane estava aqui? Por quê? Esta não era a minha casa. Eu não estava na minha suíte.

Essa realidade tinha ficado dolorosamente clara a cada vez que eu despertava nas últimas horas, ou eram dias? Talvez fossem semanas? Quando o tempo perdeu o seu significado?

Eu puxei uma respiração profunda quando senti a minha língua muito áspera, lábios ressecados e descamando. "Eu-eu estou com sede."

Uma palha apareceu em meus lábios.

"Aqui está, Sra. Fitzgerald. Beba."

Eu fiz. Gole após gole. Bebi o líquido fresco, claro, enchendo minha boca, cobrindo a minha língua e revestindo minha garganta. Cada gota era o céu, como a chuva para a ressecada e barrenta Geórgia.

Quando ela o puxou, eu lentamente abri meus olhos. Ela era real. Jane era real. Sua linda pele marrom brilhava, e eu procurei seus olhos conhecedores. Pela primeira vez, no que parecia uma vida inteira, minhas bochechas se ergueram e meus lábios se separaram.

"Você é a visão mais bonita que eu já vi." Eu levantei minha mão pesada, procurando a dela.

Calor envolveu a minha enquanto ela a pegava e apertava. "Senhora, você também é uma boa visão."

Eu balancei a cabeça. "Eu... duvido disso."

A sala além de Jane voltou à vista. Estéril. Essa tinha sido uma das palavras na minha memória recente. "Como? O que aconteceu?" Abaixei a voz. "Jane, eu tomei essas pílulas?"

"Não os que eu levei. Ainda os tenho."

"Então..." Eu tentei me lembrar. "Eu não entendo."

"A Senhora está melhorando, isso é tudo que importa. Você está falando. Espere até que a senhorita Alex a veja."

Meu sorriso desapareceu. Senhorita Alex, minha filha. Eu sonhava com ela, mas não era real. Eu não conseguia me lembrar de quanto tempo fazia desde que eu a vi. Então, novamente, minhas memórias estavam distorcidas, distantes, fora de alcance.

"Talvez um dia. Alexandria está ocupada com sua vida."

"Não, Sra. Fitzgerald. Ela esteve aqui todos os dias. Ela está tomando conta de você. Ela é a única que esteve coordenando as suas enfermeiras."

"Eu... achei que era um sonho."

"Não é um sonho, é real." Jane apertou minha mão.

Meu coração saltou e os bips das máquinas criaram um ritmo uniforme. Tentei pensar. Se Alexandria realmente estivesse comigo, Oren poderia ter vindo também? "Quem mais, Jane? Quem mais veio me ver?"

Jane encolheu os ombros. "Eu não sei exatamente. O Sr. Fitzgerald e o Sr. Spencer, eles vêm com a Srta. Alex... Senhora, sua cabeça... está doendo?"

Eu avaliei minha cabeça. "Não, não." Espremendo meus olhos, eu perguntei, "Por que Alexandria estaria aqui com o Spencer?"

"Eles... bem, eles noivaram. Há uma grande festa hoje à noite na mansão para anunciar oficialmente."

"O quê? Por quê? O que aconteceu com Lennox?"

"Seu namorado de Nova York?" Jane sacudiu a cabeça. "Ela voltou. Ela está fazendo o que precisa fazer."

Tentei levantar meu braço. "Jane, me ajude a sentar-me." Meu braço direito estava ligado a uma rede de tubos. Havia apenas duas agulhas, mas cada uma em um braço. Eu puxei novamente. "Eu quero sair daqui. Preciso ver minha filha, preciso falar com ela."

Ela estendeu a mão para o botão e me sentei. "Eu estava com ela ontem à noite. Ela pode não ser capaz de estar aqui hoje. Ela tem essa festa, mas, senhora, ela vai fazer o seu melhor para vir domingo."

"Domingo? Que dia é... tentar? O que você quer dizer?"

"Sr. Spencer... ele-"

Não. Eu não podia deixá-la fazer isso. Eu puxei com mais força. As agulhas puxaram a minha pele e puxaram a fita. "Jane tire isso. Preciso falar com ela. Ela não pode..." Eu puxei com mais força. "Isso não precisa..."

Os alarmes soavam.

Bip! Bip!

Sirenes soaram e luzes piscavam, os seus ecos e cintilações enchendo a sala.

"O que está acontecendo?" Perguntou Jane quando a porta se abriu. Ela saltou para perto da parede quando algumas pessoas correram para o pequeno espaço, gritando ordens.

"Senhora, saia."

"A senhorita Collins disse... Senhora..."

Um homem de uniforme empurrou Jane para trás enquanto outros correram para os meus monitores.

"Por favor, deixe-a ficar!"

Os grandes olhos castanhos de Jane se abriram mais largamente quando a afastaram.

"Espere! Jane, diga Alexandria..."

Uma mulher puxou a minha IV. Virei-me a tempo de vê-la inserir uma seringa.

"Por favor, não. Eu quero isso fora. Jane..."

As vozes desapareceram... O quarto desapareceu.

Teria sido real? Eu realmente conversei com Jane? Ou era faz de conta? Minha mente pregando peças. Talvez fosse uma performance, uma peça de teatro, e a cortina caiu. A cena era sobre... E agora o teatro estava vazio.

"J-Jane..." Eu tentei gritar. "Não!" A palavra não veio. Meus lábios não se moviam mais.

Tão pesado. Tudo era tão pesado.


"Acorde Adelaide, eu estou aqui, você está segura."

Quando seus lindos olhos azuis encheram minha visão, pequenas rugas se formaram em seus cantos. Eu empurrei para trás

Em direção ao travesseiro e admirei o incrível homem em minha cama. Mais precisamente, o homem na cama que estávamos compartilhando.

Levantei a palma da mão para o seu rosto e saboreei o abrasivo crescimento da barba. Antes que meus pensamentos vagassem, eu disse: "Sinto muito, Oren. Eu acordei você."

Lábios quentes salpicaram minha testa enquanto seu perfume masculino enchia meus sentidos. Colônia misturada com Intensidade. Era uma poção viciante, uma que eu precisava parar, mas como todos os outros vícios, eu tinha sido muito fraco. Isso fazia parte do meu pesadelo, a parte que eu não queria fazer.

Inspirei, deixando que o cheiro mágico que nos envolveu endurecesse meus tensos nervos.

"Eu acordaria com você todos os dias." disse ele.

"Eu não queria... eu estava sonhando."

Oren sentou-se e puxou-me para ele. Descansando minha cabeça em seu peito minhas orelhas encheram com a batida rítmica de seu coração. Sem pensar, meus dedos encontraram seu caminho até seus finos e escuros pelos no peito. Eu raspei a suavidade com minhas unhas bem feitas enquanto seu braço forte estava em torno de meu ombro.

Sua voz profunda ecoou pelo peito dele. "Soou um pouco menos como um sonho e mais como um pesadelo."

Eu dei de ombros em seu abraço. "Eu não quero falar sobre isso."

Oren mudou de posição, colocando-me de volta no travesseiro e pairando acima. "Adelaide, há quantos anos estamos vendo um ao outro?"

Estendi meu lábio inferior, brincando meu encanto do Sul. "Você não sabe?"

Seu nariz aproximou-se do meu enquanto a respiração quente soprava minhas bochechas. "Eu sei até o número de minutos, mas o ponto é que não há nada que você possa dizer que eu não consiga ouvir. Você já ouviu minhas aflições, meus arrependimentos. Mesmo depois disso, você acha que eu seguraria alguma coisa contra você?"

Levantei meus lábios aos dele. "Está bem, Sr. Demetri, eu não sou uma boa mulher. Eu sou uma esposa infiel. Isso é um pecado mortal. Estou condenada ao inferno. Não há nada que eu possa fazer sobre isso."

Suas feições se contorceram. "Adelaide, isso me dói. Eu sou a causa de sua condenação, mas eu acredito que há um recurso para a salvação."

"Você acha? E o que seria isso... confissão?"

"Você acabou de confessar."

"Então, o que posso fazer para encontrar a redenção?"

Eu sabia a resposta. Eu só não queria dizer isso.

Ele pegou minha mão, tirando-a do cobertor. "Você substitui este anel com o meu."

Um nó formou-se na minha garganta. "Eu-eu-"

"Não diga que você não vai... ou diga que você não pode... dizer não ainda."

"Oren, meu futuro está feito. Sempre foi assim."

"Meu amor, você já experimentou o sofrimento, está na hora de você experimentar a vida que você merece. Você esteve no inferno. Deixe-me dar-lhe uma fatia do céu."

Comecei a falar, mas seus lábios firmes capturaram os meus, tirando minha refutação.

"Ainda não..." ele encorajou. "Pode dizer."

Eu balancei a cabeça. "Eu não posso te machucar mais. Não vou te dar uma falsa esperança."

"E você?"

"E quanto a mim?"

"Você não merece esperança?" Ele perguntou.

"Não, eu não. Não mereço nada disso, mas Alexandria sim."

"Ela ainda está na escola."

"Sim, ela tem muito à frente dela."

"E você também."

Meus olhos se fecharam. Era meu pesadelo, o que eu estava temendo.

"Oren..." eu respirei fundo.

Segurando o lençol sobre meus seios, me mudei para a borda da cama. "Eu... eu vim te ver esta última vez por um motivo."

Ele se moveu atrás de mim, seu queixo raspando no meu ombro. "Adelaide, não é a última vez. Temos toda a nossas vidas. Você pode me ver por qualquer motivo que você quiser. O céu é azul. A grama é verde. Estou disponível para você sempre."

Eu balancei a cabeça. "Não é justo." Fiquei de pé e passei o lençol criando algo que se contorcia em torno de minhas pernas, enquanto eu andava para frente e para trás. "Estive pensando em Angelina."

"Sobre a Angelina? Por quê?"

"Vocês dois... vocês merecem encontrar isso de novo. Estou te segurando."

Oren se levantou e sua voz aumentou. "Que diabos?"

Era meu pesadelo. O homem que eu amava... Eu sabia que ele tinha uma escuridão, ele tinha que ter. Ele não poderia ter confessado as coisas que tinha dito, o que tinha feito, sem um lado escuro. No entanto, eu nunca tinha visto.

Não até agora.

Enquanto seus traços mudaram eu dei um passo para trás, antecipando a raiva do meu pesadelo. Quanto mais eu pensei sobre este dia, este adeus, mais frequentes os pesadelos vieram. Já era tempo. Eu tive que enfrentá-lo. Eu tive que enfrentar a mudança de Oren para Alton.

Talvez algumas partes de mim queriam isso. Eu precisava vê-lo para realmente ir embora.

"Adelaide, eu encontrei esse tipo de amor... em você. Você é il mio amore. Não quero outra mulher."

Seu amor.

Lágrimas encheram meus olhos. "Não. Isso demorou muito. Por anos, anos que você poderia ter estado com alguém em aberto, alguém que poderia estar com você dia após dia, e alguém que poderia ajudá-lo a cuidar de Lennox e Silvia. Eu fui egoísta."

Quando Oren alcançou meus ombros, eu me encolhi.

"Pare com isso." ele disse não me deixando ir.

"Por favor..."

"Adelaide, você sabe que eu nunca machucaria você. Eu disse a verdade. Eu queria que você soubesse o que eu tinha feito. Seja honesta comigo, essa é a razão pela qual você quer acabar com isso, por causa dele? Porque você não pode estar com um homem como eu?"

Um homem como ele... Um homem amoroso, gentil e perdoador. Um homem cuja mera presença faz meu coração bater mais rápido e cujas palavras derretem meu interior até que não haja nada e que eu não possa ficar sem seus braços fortes. Era isso que ele queria dizer?

Não.

Ele me perguntou se eu poderia viver com um homem que tinha feito coisas sombrias e terríveis. Um homem que fez o que precisava fazer, não só por seus objetivos, mas por sua família e sonhos. Um homem que me fez perguntar a mim mesma se eu poderia viver minha vida com ele. Eu queria Oren com tudo em mim.

O destino de Russell foi selado, com ou sem Oren Demetri, no dia em que ele ameaçou me deixar e Alexandria. Eu viveria com o que Oren tinha feito. Eu poderia amá-lo para o resto da minha vida, mas essa resposta não cortaria essa relação. Não libertaria esse homem maravilhoso.

Levantei meu queixo. "Eu não posso. Foi divertido enquanto durou, mas não, não posso."

As mãos de Oren caíram, seu suave aperto deixando meus ombros e caindo ao seu lado. "Eu pensei..."

"Você pensou errado. Eu tive um bom tempo, mas é hora de eu trabalhar em meu casamento."

"Ele é um porco. Você vai escolhê-lo sobre mim?"

Mil vezes não.

"Sim." Quando seus olhos azuis perderam seu brilho, foi confirmado. Eu não merecia Oren Demetri.

Endireitando meus ombros, caminhei até o banheiro. "Adeus, Oren. Por favor, saia."

"Mamãe?"

Eu não tentei responder. Não era mais real do que Oren ou Jane.

 

 

CAPITULO 39

 

 

 

Enquanto nos aproximávamos, vi Jane passeando nervosamente para fora da porta de mamãe.

"O que aconteceu?" Eu perguntei, correndo à frente de Suzanna.

Os olhos escuros de Jane transbordaram de lágrimas, deixando suas bochechas úmidas. "Ah, senhorita Alex, ela estava falando. Ela estava bem... tão bem." Ela pegou minhas mãos. "E então ela ficou chateada. Ela queria falar com você, mas eu não sabia que você estava vindo. Então ela puxou seus IVs. Havia alarmes e luzes por todo o lugar. Todos eles vieram correndo... Eles deram-lhe mais remédios."

"Ela estava falando?"

Jane assentiu com a cabeça. "Sim. Eu disse a ela que você estava aqui. Ela pensou que tinha sonhado você." Uma sugestão de um sorriso floresceu atrás de sua tristeza. "Eu disse a ela que você era real. Você é."

"O que está acontecendo aqui?" Suzanna perguntou, vindo até nós.

Jane ficou mais alta e enxugou as bochechas.

"Mamãe estava acordada e falando." Expliquei.

"E você está chateada? Por quê? Por que não estamos lá? O que ela disse?"

Jane voltou-se para ela. "Ela fez perguntas."

"Que perguntas?"

"Ela perguntou quem a visitou."

"Ah, Jane..." eu disse. "Ela vai ficar melhor."

Jane assentiu esperançosamente.

"O que ela lembrou?" Suzanna perguntou. "Ela estava alucinando?"

Eu mudei. "Por que você supõe que ela estava com alucinações?"

"Querida, eu não estou assumindo. Eu sei como ela tinha estado delirante."

Jane falou comigo. "Srta. Collins, o que quer que eles deram à ela a derrubou muito rápido. Estou preocupada."

"Eles a machucaram?"

Olhei para ela e entrei no quarto. Havia três pessoas em pé ao redor de sua cama. "Vou descobrir."

Suzanna estendeu a mão para o meu braço. "Eles são médicos e enfermeiros. Suponho que eles sabem mais sobre seu cuidado do que uma empregada doméstica."

"Com licença?"

"O quê?"

"Suzanna, obrigado por vir aqui comigo. Gostaria de privacidade enquanto falo com os médicos da mamãe."

"Eu não vim com você. Você não estaria aqui sem mim." Ela ajustou a bolsa pendurada em seu pulso e virou-se para Jane. "Por que você está aqui? Você não tem bastante trabalho na mansão para mantê-la ocupada?"

"Ela tem muito trabalho sim, mas eu pedi a ela para vir aqui. Mamãe perguntou por ela."

"Ela perguntou por você?" Suzanna perguntou e seu nariz enrugou com a última palavra.

"Sim, ela perguntou. Srta. Collins deixe-me saber o que posso fazer pela sua mãe."

Estendi a mão para ela. "Jane, venha comigo para falar com os médicos. Você estava lá. Você pode dizer a eles o que aconteceu." Eu me virei para Suzanna. "Seja uma querida..." Meu tom pingava de açúcar, mais doce do que o chá doce do sul. "... e nos dê um minuto. Há um belo pátio. Se você for e tiver um assento, eu vou ter uma boa xícara de café enviada para você. Assim que soubermos o que está acontecendo, vou buscá-la."

"Bryce não ficaria satisfeito."

Meus olhos se abriram e as mãos voaram para o meu peito. "Eu espero que não! Tenho certeza que alguém tão empático quanto seu filho seria devastado que minha mãe estava na borda da recuperação e de repente começou a piorar." Eu me aproximei. "Isso é o que você quis dizer? Não foi?"

"Bem..."

Acenei para um homem de uniforme branco. "Senhor, você poderia, por favor, pegar para a minha futura sogra uma xícara de café com creme e dois açúcares? Ela estará no pátio."

"Sim, senhora." Ele virou-se para Suzanna. "Posso mostrar-lhe o caminho?"

Seu queixo levantou. "Alexandria, eu estarei de volta daqui a dez minutos."

"Mal posso esperar."

Eu peguei a mão de Jane e a puxei para dentro do quarto de mamãe. O fundo da porta raspou contra o chão quando eu a abri.

"Eu lhe disse..." Um homem falou sem se virar.

Eu falei mais alto. "Com licença. Você está falando comigo?"

O homem girou. "Ah, senhorita Collins..."

"O que aconteceu?"

"Sua mãe teve outro incidente. Precisamos medicá-la."

"Você tentou descobrir exatamente o que aconteceu?"

"Ela estava falando." Jane se ofereceu.

"Não precisamos perguntar. Sua mãe é monitorada de perto. Os alarmes nos contaram tudo o que precisávamos saber."

Eu dei um passo para frente e ofeguei, as amarras estavam novamente em torno de seus pulsos. "Desfaça essas restrições. Qual é o seu problema?"

"Ela estava tentando remover seus IVs. Você não parece entender que estes são para seu próprio bem."

"Ela está inconsciente. Remova-os agora. Eu vou sentar com ela e garantir que ela ficará bem."

"Senhora, com a quantidade de medicação que foi dada a ela, ela não vai recuperar a consciência por um bom tempo."

Minha pele se arrepiou como a incompetência desvendando meu último nervo. "Retire as restrições agora."

Olhei para Jane como o enfermeiro contragosto liberou as restrições de velcro. Imediatamente, ambos correram para os lados e massagearam seus pulsos. "Existe alguma coisa que você precisa fazer para ajudá-la?" Perguntei indignada.

"Não, eu só tenho certeza..."

"Temos tudo coberto."

"Senhora?"

"Vá. Diga ao Dr. Miller que quero falar com ele e deixe minha futura sogra no pátio saber disso, os planos mudaram. Preciso ficar aqui até que o Dr. Miller chegue."

"Senhora, o médico não está agendado para estar aqui até esta tarde."

Puxei uma cadeira ao lado da cama de mamãe. "Não é um problema. Eu vou esperar."

Quando estávamos sozinhos, Jane se aproximou. "Criança, eu posso ficar."

"Nós duas podemos ficar."

"E sobre a festa?"

"Os convidados só chegam às seis. Estarei de volta até lá."

"Eu pensei que você disse que o Sr. Spencer não ia deixar você vir aqui hoje?"

"Estou aqui, mas ele me quer no Carmichael Hall."

Jane sorriu. "Mas você vai ficar aqui?"

"Sim, Jane. Eu vou."

Seu sorriso se alargou.

A notícia não caiu bem com Suzanna.

Quando ela entrou na sala, era óbvio que era sua primeira visita. Sua mão voou para seus lábios enquanto ela viu a minha mãe, na cama, e os monitores. "Oh..."

Seu show fingido de sensibilidade não se mexeu comigo, nem sua lista de razões que eu precisava para voltar a Carmichael Hall. Embora eu sabia que minha decisão voltaria para me assombrar, eu mantive minha posição.

"Alguma coisa significativa aconteceu. Eu não posso jogar bonito na festa sem saber pensamentos do médico."

Mesmo durante as chamadas de telefone com Bryce e Alton, eu não vacilei.

"Jane, eu tenho um favor para te pedir."

"Qualquer coisa."

"Você pode fazer qualquer coisa para conseguir Chelsea longe da Montague Manor, até o horário mais próximo da festa?"

Seu olhar se estreitou, mas ela não questionou. Jane estava em Montague por muito tempo. Um momento depois eu a ouvi fazer uma chamada. Eu não tinha certeza de com quem ela falou, mas quando ela terminou, ela se virou para mim.

"A senhorita Moore estará ocupada hoje. Ela vai ajudar a organizar as entregas. Nós temos uma grande e poderosa festa e precisamos da ajuda de todos."

"Ela ainda estará na mansão?"

"Não, senhorita Alex. A senhorita Moore estará em Savannah confirmando os fornecedores. Teria sido meu trabalho, mas estou ocupada."

Eu respirei fundo. "Obrigado."

Uma vez que eu chateei todos, eu me ajustei ao lado de Momma em um lado de sua cama e de Jane no outro. Até os bips constantes dos monitores, a sala fria, e a janela coberta me tornou mais relaxada desde que eu cheguei à Geórgia. Eu estava com as duas únicas pessoas que cuidavam de mim, e a quem eu me importava, em Montague Manor.

"Ela realmente estava coerente?" Eu perguntei, mantendo minha voz baixa.

"Ela estava," sussurrou Jane. "No outro dia, enquanto eu estava trabalhando com os fornecedores para a festa, eu parei no escritório do Dr. Beck."

"Você fez?"

Ela assentiu com a cabeça. "Eu não sei se é bom ou ruim. Os testes... não mostram quaisquer metais tóxicos. Ele pensou que poderia ser a casa velha, mas não, tudo mostra que o medicamento em seu corpo... Era o que prescreveram para ela."

Meu coração afundou. "Então ela provocou uma overdose?"

"Eu não acho que seja assim tão simples. Eu disse ao Dr. Beck, assim como eu lhe disse: ela não tinha as pílulas. Eu as tinha. Eu ainda as tenho. O Dr. Beck não lhe deu mais. O medicamento que encontraram em seu corpo, com esses testes, foi o mesmo que o que ele tinha prescrito. Eu só não acho que eram dela."

"O que a manteve na medicação preventiva? Eles dizem que ela parou de tomá-lo."

Jane balançou a cabeça. "Ela tomou todos os dias. Eu sei o que eles dizem, mas muitas manhãs eu a assisti levá-lo, mesmo depois de ela começar a ter problemas. Tenho a certeza que ela tomou. Eu não entendo por que..."

Eu respirei fundo, deixando as palavras de Jane penetrar meus pensamentos. Alton era um gênio. Foi a overdose perfeita: Dar mais do remédio que Momma já tomava, muito mais.

Depois que ele e eu tínhamos encontrado com o Dr. Miller, na hora que eu tinha o meu tablet aprovado pela escola, eu olhei para os efeitos colaterais dos opióides: dores de cabeça, tonturas, vômitos. Essencialmente, muito Vicodin e Momma pensaria que ela estava tendo uma enxaqueca. Aumentando a dose ela obteria os benefícios adicionais de ansiedade, tremores e comportamento errático. Combine isso com o álcool, outro depressivo... memória e problemas para dormir. Tirar o remédio preventivo para a dor de cabeça. Foi a tempestade perfeita.

"Esta manhã, ela estava realmente fora de controle? Será que eles precisam dominá-la?"

"Eu vi sua mãe mais chateada, muito mais. Se me deixassem, eu teria falado com ela. Ela só queria você."

Suas palavras agarraram meu peito, apertando meu coração. Eu... Eu...

Jane pegou minha mão. "Ela precisa de nós."

"Estou tentando."

"Está errado," Jane perguntou. "que eu esteja preocupada com ela, mas mais preocupada com ela aqui?"

Engoli em seco. "Não. Eu também estou."

Eu não tinha certeza de como o povo de Nox planejou ajudar minha mãe e levá-la para fora daqui, mas a cada minuto que passa, eu estava grata que eles tentarão. Eu também estava preocupada que não teria sucesso. Olhando para a minha mãe, eu temia que, se eles falhassem, ela não teria mais opções.

 

 

 

 


CAPITULO 40

 

 

 

Jane e eu escorregamos para o fundo da mansão, deixando a porta da frente. Pouco antes de fazer o meu caminho até o meu quarto, eu me lembrei de Chelsea. Eu fiz o meu caminho para o quarto, evitando o primeiro andar. Afinal de contas, aquilo era um hospício. Havia pessoas em todos os lugares, arranjos de flores, criação de Buffet e vários bares montados. Eu tinha me esquecido de perguntar a Jane quantas pessoas foram convidadas. Talvez não fosse esquecimento, somente apatia mesmo. Eu não dou a mínima.

Gentilmente eu bati na porta de Chelsea e esperei.

"Olá?"

"Chels, sou eu."

A porta se abriu. Eu não a tinha visto desde ontem à noite. Ela estava usando calças e uma blusa, e seus cabelos em um rabo de cavalo. Embora sua bochecha estivesse coberta de maquiagem, o roxo aparecia.

"Deus. Lamento que eu arranjei para você sair assim."

Ela deu de ombros quando ela abriu mais a porta, andou até uma mesa e pegou um par de óculos de sol. "A vantagem da Geórgia é que, mesmo em novembro, geralmente é ensolarado." Ela colocou os óculos, cobrindo o hematoma. "Além disso, eu estava feliz em sair daqui."

"Você o viu?" perguntei, não tendo mais tempo para dançar em torno do elefante na sala.

Ela balançou a cabeça. "Não, mas ele ligou. Ele estava chateado que eu não estava esperando aqui. Ele disse que você ficou, por isso era meu trabalho..."

Ela não terminou. Ela não precisa.

Peguei sua mão e a puxei para o banheiro. Uma vez que a porta estava fechada e ela tirou os óculos de sol, vergonha e tristeza brilharam em seus olhos castanhos, mas não havia lágrimas. Fez-me orgulhosa da minha amiga. Felizmente, ela foi sabia que tinha feito escolhas ruins e idiotas.

"Tenho medo de estragar tudo." confessei.

"Por quê?"

"Seu quarto. Eu supus que o meu foi grampeado, mas ontem quando falamos..." Os pensamentos aumentaram meu pulso "... Eu tenho medo que eles possam saber sobre minha conexão com a Infidelity."

Chelsea suspirou. "Sim, eu odiaria que eu fosse a única prostituta."

Dei um passo para trás.

"Não," ela respondeu rapidamente. "Eu sinto muito. Eu estou brava, eu estou assustada e estou atacando você... porque eu posso. Mas não quis dizer isso."

Embora eu tivesse sentido o impacto, eu entendi. "Vou tirar você esta noite. Eu te contei o meu plano, vai dar certo. O andar de baixo está zumbindo. Mais tarde, será caos total e confusão."

"Você sabia que havia trinta e dois arranjos florais entregues?" Perguntou Chelsea. "Trinta e dois grandes! Ajudar a coordenar tudo isso foi parte do meu trabalho hoje. Há uma cozinha com chefs e, ainda assim, os fornecedores trouxeram mais cozinheiros e mais de vinte servidores." Ela balançou a cabeça. "Eu não posso imaginar o seu casamento."

"Bem, não imagine. Eu vou sair antes que isso aconteça. Ele me assusta também."

"Alex, o que vai acontecer com sua mãe?"

Eu soltei um longo suspiro. "Espero que Nox possa ajudar." Eu não poderia dizer mais. E se o banheiro estivesse grampeado? E se Bryce pegasse Chelsea e a forçasse a confessar?

Como ele tinha dito sobre os planos do nosso dia... Havia muitas variáveis.

"Você não foi convocada para a festa, não é?"

Chelsea sacudiu a cabeça. "O oposto."

Fiquei mais ereta, inclinando a cabeça. "O que isso significa?"

"Quando ele me ligou, ele me disse para ficar aqui nesta sala. Ele disse que se as coisas não fosse bem na festa, ele queria saber que ele tinha uma opção..." Ela expulsou uma respiração profunda enquanto suas mãos caíram para os lados. "Se você não se ‘comportasse’ foi a palavra que ele usou, e eu seria punida. Ele quer saber a sua "prostituta" está disponível."

Eu alcancei seus ombros. "Ninguém, ninguém," eu repeti. "merece ser tratada como ele está tratando você. Eu não dou a mínima para o que o acordo diz. Deloris vai te tirar dele." Eu toquei seu rosto. "O abuso está fora. Eu acredito que pode mesmo vir com uma compensação. Porra, eles devem ter clientes melhores."

"Eu nem me importo mais sobre o dinheiro. Eu fiz. Salvei mais do mesmo. Mas que bom seria colocar a minha irmã na escola se eu não estou viva para vê-la na pós-graduação?"

Ela andou um pequeno círculo. "Mas... você tem certeza? Eu não quero deixá-la, e eu não quero ficar."

"Não vai ser por muito tempo. Eu não posso fazer isso. Eu tenho feito algumas das coisas que me propus a fazer. Eu sei coisas. Eu vi coisas. Se eu não tivesse vindo aqui... bem, eu fiz. Agora eu preciso fazer o que alguém me pediu para fazer mais vezes do que posso contar. Eu preciso confiar nele."

"Você não está falando sobre Bryce?"

"Claro que não!" Eu olhei para o meu relógio. "Eu preciso ir ficar pronta. Eu voltarei. Quando o fizer, não será por muito tempo. Eu sei o que Bryce disse, mas não sairei do meu quarto até a hora. Vou me comportar." A palavra era azeda. "Ele não terá qualquer razão para vir até aqui. Mantenha a porta trancada. Vai me fazer sentir melhor."

Chelsea concordou. "Eu te amo."

"Como uma irmã." eu disse, beijando sua bochecha não marcada.

 


De banho tomado, meu cabelo seco, mas ainda não vestida, usando um roupão envolto em torno de mim, eu decidi avaliar o vestido que eu usaria. Tudo o que eu queria era que cobrisse os meus seios. Eu realmente não tinha dito, mas é o que Bryce implicitamente queria quando ele beliscou meu mamilo para provocar a minha atenção. Era a área que o vestido cobriria... Onde ele poderia me machucar.

Eu empurrei esses pensamentos para o fundo da minha mente. Eu não poderia reviver o susto de ontem à noite, a inevitabilidade de sua ameaça... Eu não poderia fazer isso e ficar ao lado dele jogando o papel noiva perfeita. Em vez disso, eu trabalhava para evocar pensamentos do meu amigo de infância, e o que eu sentia por Nessie, o monstro que nossas mães tinham inventado para nos manter longe do lago. Irônico que elas tinham criado uma besta para nos manter seguros quando estar com um era seu objetivo.

Mesmo as memórias de infância foram manchadas. Alguma coisa tinha sido real? Claro que não, este era o mundo de fumaça e espelhos.

Quando levantei o novo saco de vestuário da prateleira do meu armário, o som de bater me avisou de outra intrusão.

Porra!

Por favor, não seja o Bryce.

"Olá?" Perguntei através da porta trancada.

"Alexandria?"

Depois de girar a chave na porta, eu a abri. Espiando modestamente em torno da borda, eu olhei Suzanna cima e para baixo. Seu vestido era intocado, um safira azul com um decote cavado, e seu cabelo estava arrumado em alguma colmeia reminiscente dos anos sessenta. Ok era bem feito, mas ainda parecia ridículo. A maquiagem dos olhos era exagerada e os lábios estavam muito vermelhos. Se a intenção tinha sido fazê-la parecer mais jovem, ela tinha perdido a marca.

"Suzanna," eu murmurei. "Você não está linda? O que posso fazer por você?"

Seus lábios franzidos. "Abra a porta. Eu ia dizer-lhe esta manhã, mas... bem, os planos mudaram."

"O quê? Eu sinto muito que eu não fui capaz de passar a tarde com você e Bryce. Mas sim, minha mãe está descansando confortavelmente. Obrigado por perguntar."

Limpando a garganta, ela deu um passo para o lado, permitindo sua comitiva a entrar em vista.

"Abra a porta. Sua equipe de estilistas não tem muito tempo."

"Os estilistas? Eu não preciso..." Meus protestos caíram em ouvidos surdos quando Suzanna e três outras mulheres demoliram seu caminho para minha suíte. Em poucos minutos o meu banheiro foi transformado em um salão de beleza. Alisadores e ferros de todas as larguras foram alinhados no balcão de mármore, enquanto paletas de maquiagem, blush, sombras para os olhos encheram todos os espaços disponíveis.

Uma cadeira foi trazida, e fui incentivada a sentar-me e obedecer.

Embora eu repeti minha objeção, logo eu estava fazendo como eu tinha me proposto, enquanto Suzanna estava me preenchendo sobre as próximas festividades.

Olhando para o relógio, ela estabeleceu o cronograma. "Apesar de que deveria começar às seis, os hóspedes podem chegar mais cedo. A equipe está pronta para recebê-los. Os bares e hors d'oeuvres estarão prontos. Seu pai e eu vamos acolher todos assim que chegarem." Ela inclinou-se para o espelho e correu o dedo pelas dobras da boca aberta, como se isso pudesse ajudar a cor berrante. "É claro," continuou ela. "ele não pretende fazer isso por muito tempo. Ele está esperando uma lista de convidados VIP distintos, muitos dos quais ele vai entreter em sua toca privada."

Será que meu padrasto canta e dança e eu tinha sido alegremente inconsciente disso por mais de vinte anos? Eu teria perguntado, mas a escova puxou meu cabelo em uma direção, esponjas para aplicar camadas de base desceram sobre o meu rosto, enquanto, ao mesmo tempo, as minhas unhas estavam recebendo um revestimento brilhante de gel, mas mantive minhas repreensões ao mínimo.

"Eu disse a Bryce para se juntar a você aqui-"

"Por quê?" Eu consegui interromper.

Eu o tinha evitado durante todo o dia, menos algumas ligações. Eu não quero vê-lo até que foram cercados por dezenas ou centenas de convidados. Quanto mais, melhor.

"Então... vocês dois podem fazer uma grande entrada." Ela disse isso como se fosse tão óbvia quanto o seu grande decote.

"E a que horas devemos entrar?"

"Só depois das 18h30."

Meu estômago afundou. "Bryce está aqui?"

"Ainda não. São quase 17h20. Eu espero que ele chegue em breve. Dá para acreditar? Os carros já começaram a se alinhar no portão." Ela estava quase tonta. "Este é verdadeiramente o evento social. Seu casamento... oh, vai ser espetacular! Eu disse a Bryce para entrar por outra entrada."

Eu mal podia formar as palavras. "V-Você fez? Qual?"

"Há uma perto dos celeiros de cura, é a mais próxima."

Deixei escapar um suspiro. Graças a Deus não era a velha estrada.

"Os guardas nunca iriam permitir que os hóspedes entrassem por lá," continuou ela. "É usada apenas pelos trabalhadores de campo, mas nesta ocasião, eu acredito que vai ajudar Bryce a evitar o engarrafamento."

Suzanna estendeu a mão para o meu ombro enquanto minhas mãos estavam ocupadas. Minhas unhas estavam ocupadas secando sob pequenas luzes roxas. "Não é este o momento mais emocionante?" Sua voz gritou com prazer. "Eu aposto que Mildred Ashmore está verde, apenas positivamente verde!"

Mildred era a mãe de Millie. Sem dúvida, eles estavam trabalhando dia e noite sobre o casamento de Millie e Ian. Afinal, essa foi a razão que Millie não poderia ir para a faculdade.

Assim que o pequeno engenho se fechou, Suzanna puxou minha mão da luz e olhou para o meu anel de noivado. "E aguarde até que todos eles vejam isso! Vai ser o assunto da cidade, não, da nação. Quem se preocupa com os Kardashians, lixo de novos ricos, se me perguntar. Os Carmichaels, os Fitzgerald e Montagues... isso é do que a verdadeira realeza americana é feita."

Comecei a lembrá-la que os Fitzgerald não faziam parte da equação quando a mulher com uma paleta, uma que parecia o pincel de um artista, me disse para fechar os olhos e abri meus lábios largamente.

"Como...?" Comecei a perguntar.

Ela demonstrou. Ela fechou os olhos, alongou a testa, e os lábios fizeram um "O."

Enquanto eu fiz como ela disse, Suzanna continuou seu monólogo.

 


O relógio mostrava um pouco mais de seis horas quando duas mulheres seguraram um vestido de renda marfim sobre a minha cabeça e apertaram uma fileira de botões. Aterrissou logo acima dos meus joelhos; no entanto, para alguns isso poderia ser um vestido de casamento. Eu suspeitava que custava tanto quanto a maioria. Eu tinha visto a etiqueta. O nome só acrescentou dez mil dólares no preço, provavelmente mais.

As prioridades em Montague Manor pareciam estar erradas. Alton chamou minha educação na escola de direito de ‘um desperdício frívolo de dinheiro’. Ele ameaçou parar todo o financiamento da assistência privada de minha mãe, e ainda assim, ele autorizou a compra de um vestido de coquetel Gucci.

"Espere até você ver estes sapatos!" Suzanna exclamou quando ela abriu uma caixa. Dentro havia um par de sandálias de tiras de cristal espumante. O calcanhar estreito tinha que ter pelo menos 10 centímetros. "Eles são Jimmy Choo."

"Sim, eu reconheço o nome dentro do sapato."

"Oh, Alexandria, você não vê? Uma vez que você se casar com Bryce, nada está fora de seu orçamento."

Que diabos? A mulher estava vivendo em um mundo de fantasia.

"Você percebe que é tudo meu, certo?"

"O quê querida?" ela perguntou quando ergueu um sapato, observando os reflexos coloridos refletindo a luz dos cristais embutidos.

"O dinheiro," expliquei. "o nome... é meu. Eu não preciso me casar com Bryce por isso."

Minhas palavras macularam sua expressão alegre. "Mas você não entende. Se não se casar, você perde tudo. Você leu o testamento. Considere a sua vinda para esta casa simplesmente uma pré-visualização da vida que você pode ter."

"Senhorita," uma das mulheres disse: "deixe-me ajudá-la com os sapatos. Nós não queremos arriscar a unha polonesa."

Sentei-me, deslizando meus pés em cada sapato, enquanto reprimi a minha resposta. Não seria produtivo, e poderia alertá-la, se não for para o meu plano, pelo menos as minhas intenções. Nenhum dos quais incluídos casar com seu filho psicótico.

Em vez disso, fingi um sorriso, perfeitamente manobrando meus lábios pintados. "Você está certa, e mais do que isso, isso assegura o seu lugar de Rainha regente?"

A micro expressão de Suzanna vacilou, mas não por muito tempo. Ela era a rainha da ilusão. Com um obediente sorriso, ela respondeu: "Querida, estou aqui apenas para ajudar Bryce e preencher o lugar onde sua mãe é incapaz de fazê-lo, assim que ela voltar será como sempre foi."

Eu queria perguntar como exatamente era isso, mas eu não tive a chance.

Outro relógio tinha atingido a hora das bruxas. Não literalmente, mas os demônios estavam se reunindo, no entanto.

"E, na verdade," prosseguiu Suzanna. "tenho que ir até seu pai e ajudá-lo a cumprimentar os convidados. Você sabe como ele fica quando as pessoas estão atrasam?"

"Eu diria que você já está."

Tinha minhas costas viradas, eu a ouvi abrir a porta.

"Mãe?"

Meu pescoço enrijeceu. Eu não precisava ver para saber quem estava parado no limiar do meu quarto. Eu não tinha Deixe Bryce entrar neste quarto desde que nós éramos adolescentes, e agora ele estava aqui.

"Bryce." murmurou Suzanna. "Você está bonito! Venha ent..."

Não importava. Eu não era a única a oferecer o convite.

Lentamente, eu me levantei e me virei. Nossos olhos se encontraram.

 

 

 

 


CAPITULO 41

 

 

 

"Alexandria! Você está impressionante!"

Eu segurei meu sorriso, o que Bryce tinha me dito para usar. Meu olhar o digitalizou da cabeça aos pés, avaliando-o como ele me avaliou. Seu terno cinza foi adaptado para ele, estreito na cintura e mais largo nos ombros. As pernas estavam um pouco mais estreitas do que os Nox usava, mas ainda era considerado elegante. Ele estava com um colete marfim, gravata e lenço que combinava com a cor do meu vestido e uma camisa engomada branco.

Eu me aproximei, alcançando seu ombro. "Você é muito bonito mesmo."

Levantando minha mão, Bryce se inclinou para mim e inalado. "Ahhh, que perfume que você está usando? É uma melhoria em relação colônia."

Engoli minha refutação e falei palavras que ele gostaria de ouvir. "A única colônia que quero usar é sua."

Bryce deu um passo trás, segurando-me no comprimento do braço. "Esta é uma melhoria."

Dei um passo para frente, pressionando-me contra ele, e beijei sua bochecha. "Este é o nosso começo, o nosso noivado formal. Eu sei que eu tenho lutado contra este resultado, mas estar com Momma..." Eu puxei a mão, puxando-o para o banco amarelo no final da minha cama. Como nós nos sentamos, eu continuei. "... estar com ela hoje..."

Meus longos cílios cobertos de rímel velaram meu olhar. "Obrigado pela compreensão permitindo-me estar lá."

Ele não falou, mas passou as mãos pelos meus braços. Eu conscientemente não vacilar como ele testou a área que ontem estava dolorido. Ainda estava, mas eu não mencionei.

"... Quando eu estava com a mamãe," eu continuei. "Eu percebi que isso está acontecendo. Eu poderia lutar com você e Alton, mas que bem isso faria? Bryce, ela estava um pouco melhor. Ela falou com Jane, mas então eles a medicaram. Eu não posso deixá-la. Eu não vou."

"E isso?" Ele fez sinal entre nós.

"É o meu futuro. Mamãe tentou me dizer. Você tentou me dizer. Eu não ouvi. Na próxima semana eu quero me transferir para Savannah, para o resto da minha formação."

Bryce estreitou os olhos. "Alton acha que é um desperdício de dinheiro."

"Depois de casados, não importa o que ele pensa. Foi o que o testamento disse. Tudo será nosso... Como meu marido, você vai tomar as decisões, não Alton."

Com cada frase o peito dele inflava cada vez mais, como um balão. Se eu continuasse será que ele se transformaria e talvez voasse para longe?

"Crianças?" Ele perguntou, não deixando pedra sobre pedra.

"Acho que é algo que precisamos discutir."

Ele passou a mão sobre meu joelho. Ao contrário da noite anterior, não era vigoroso. Pelo contrário, ele foi concebido para ser atraente quando ele moveu os dedos espalmados debaixo do meu vestido.

"Falar não vai fazer herdeiros."

Herdeiros. Eu odiava essa palavra.

Eu coloquei minha mão sobre a dele, o tecido do meu vestido separava o nosso toque. "Não... e nem você gozando na minha boca ou nos meus seios..." Eu estava usando a ameaça da noite passada. "Eu acredito que minha mãe gostaria de ter netos correndo esses gramados."

"Como costumávamos fazer?" Ele se aproximou até que seu peito estivava contra o meu. Removendo a mão do minha coxa, ele a colocou sobre meus seios. "Seu coração está batendo rápido."

É verdade. Como um aviso, de que ele estava prestes a saltar do meu peito.

"Porque eu estou nervosa."

"Por quê?"

"Eles... lá em baixo."

"Por quê?"

"E se eles não acreditarem em nós? E se eles assumirem que estou grávida?"

Seus lábios cobriram os meus, parando minhas perguntas. Eu gemi quando sua língua me sondou. Foi mais de uma ‘eca’, mas eu rezava para que não fosse do jeito que soou.

"Bryce?" Eu finalmente consegui.

"Você vai fazer isso? Você vai se comportar?"

Eu balancei minha cabeça. "Não, não se trata de comportamento. Trata-se de enfrentar os fatos. Nós estamos nos casando. Ontem à noite... você... eu estava... Eu não gosto disso. Eu não quero ter medo do meu próprio marido. Eu não posso viver assim."

Ele parou. Mesmo nos meus saltos de dez centímetros, Bryce era mais alto. Não tão alto como Nox, mas alto o suficiente para ser ameaçador. Eu estava trabalhando o meu discurso o dia todo na minha cabeça, enquanto estava sentada com Momma e Jane, mesmo durante a reunião inútil com Dr. Miller. Eu esperava que eu pudesse pegá-lo com pequenos trechos de permissão. Nunca tive a intenção de ficar sozinha com ele, mas agora que eu estava, eu esperava que eu soasse convincente.

" Chelsea?" Ele perguntou, seu pescoço se endireitando.

"Sua vadia?" Eu corrigi.

Um sorriso satisfeito cobriu seu rosto, suas bochechas coradas erguendo sob seus olhos cinza e loiro gelado cabelo. "Continue."

"Eu... eu não quero compartilhar você, mas se eu tiver que, eu prefiro não ser lembrada todos os dias."

Ele assentiu. "Acredito que podemos encontrar um terreno comum."

"A universidade de direito em Savannah?" perguntei novamente.

Bryce levantou minha mão, trazendo o diamante perto de seus lábios enquanto ele beijava meus nós dos dedos.

"Vamos passar por essa noite. O mais importante é que você chegou a um acordo com a saída de Columbia."

Eu balancei a cabeça.

"Diga."

Eu odiava esse homem.

"Eu cheguei a um acordo com não voltar para Columbia depois de terminar este semestre."

"ok."

"Obrigado. Não estaremos casados até 24 de dezembro. O semestre estará completo e, além disso, Alton disse..."

"Alton não sabe o que eu sei. Ele não sabe sobre o vestido mágico mudando. Eu te sugiro concentrar-se em se manter minhas boas graças." Ele encolheu os ombros. "Sem dúvida você viu minha prostituta hoje?"

Cada vez que ele casualmente se referia a ela dessa forma era como uma bofetada. As contusões simplesmente não apareciam.

Talvez fosse essa a intenção dele.

"Sim, já nos falamos."

"Lembre-se, só você pode mantê-la de sua punição."

Eu alcancei novamente para seu ombro. "Eu quero isso também. Eu prometo."

Novamente seus lábios cobriram os meus. Desta vez, sua mão percorreu o meu lado, por cima da fileira de botões individuais de cetim. Quando seu beijo terminou, ele pegou minha mão e me virou, me fazendo girar nas pontas dos meus pés, nos meus sapatos brilhantes.

"Diga-me que há um zíper sob esses botões."

Minhas bochechas levantaram e inclinei cabeça sugestivamente. "Eu não posso. Basta pensar como a antecipação vai se construir."

"Vá," disse ele. "Eu manchei seu batom. Eles estarão nos esperando."

Uma vez no banheiro, eu retirei o batom, tirando as manchas e adicionei outra camada. Como eu fiz, eu garanti o meu colar no espaço do meu sutiã e levantei a gargantilha de diamante que tinha vindo com o meu conjunto. Como o anel que eu usava, era ostensiva e seria notado por todos.

"Bryce?" Eu chamei através da porta aberta.

A porta se moveu enquanto ele estava no limiar. "Sim?"

Eu levantei a gargantilha para ele. "Você pode ajudar? As estilistas foram embora antes de colocarem isso."

Ele estendeu a mão para o colar e ficou atrás de mim. Nossos olhares se encontraram no espelho quando ele prendeu os diamantes no meu pescoço. Inclinando-se, beijou a área atrás da minha orelha. Fechei os olhos, bloqueando-o para fora, me odiando, e novamente esperando que aparecesse de forma diferente.

"Alex, eu quero isso também."

Alex.

Uma vez que o fecho era seguro, eu girei em direção a ele até que meus braços estavam em volta do pescoço. "Podemos esquecer o passado?"

"Isso é com você, querida."

"Eu?"

"Amanhã vamos discutir isso."

Em outras palavras, ele dependia de quão bem eu joguei o meu papel. Eu balancei a cabeça. "Amanhã."

Ele pegou minha mão e me levou para a escada. Pouco antes de descermos eu paro.

"Ah, eu esqueci minha bolsa."

"Por que você precisa de uma bolsa; você está em sua própria casa?"

"Eu não posso correr até aqui toda vez que eu quero refrescar minha maquiagem." Eu apertei meus lábios. "Você, Sr. Spencer, pode ter uma história com mulheres e prostitutas, mas você tem que aprender como se trata uma esposa."

Ele sorriu. "Tenha pressa. Nós devemos estar lá embaixo."

"Eu vou." eu chamei por cima do meu ombro enquanto eu derrapava ao redor da esquina e pelo corredor. Eu mudei meu caminho rapidamente, passando da minha porta para a de Chelsea. Uma batida e a porta ser abriu. Eu alcancei meu sutiã e dei a ela o que ela precisava para sua fuga.

"Tem certeza?" Ela sussurrou.

"Shh." eu sussurrei quando eu balancei a cabeça e olhei para trás em direção ao corredor. Como a porta fechada, eu corri de volta para a minha suíte. Respirando fundo, eu corri em direção ao banheiro e encontrei minha bolsa. Era de cristal incrustado, a bolsa Jimmy Choo, e combinava com os sapatos. Antes que eu pudesse sair, eu parei novamente, oscilando em meus calcanhares.

"O quê?" perguntei, avaliando a expressão de Bryce. Se ele tivesse me seguido? Será que ele me viu com Chelsea? Eu esperei.

"Eu pensei que você disse que estava correndo?"

Desconsideradamente balancei a cabeça e soltei um suspiro. "Mais uma vez, você tem algumas coisas para aprender. Isto sou eu apressada." Levantei um batom e o deixei cair na bolsa. "Minha bolsa não ficará bem se não houver um batom para dentro."

Balançando a cabeça, Bryce me ofereceu seu braço. Colocando minha mão na curva, olhei para seus olhos cinzentos.

"Você está pronta?" Ele perguntou.

"Vamos começar este show."

Show do cão e do pônei. As coisas nunca mudam.

Todos os olhos viraram nossa direção enquanto descíamos as escadas. Era um mar de pessoas. Eu sorri enquanto eu digitalizava os rostos conhecidos. O foyer estava ficando mais cheio enquanto as pessoas continuavam fluindo.

"São os guardas." sussurrou Bryce enquanto continuávamos nossa descida. "Alton tem mais homens. Ele foi muito específico sobre quem pode entrar. Eles estão fazendo uma triagem rigorosa. Está levando mais tempo do que o normal para que todos possam chegar."

O hall de entrada estava quase cheio e a porta continuou a abrir. Através das escadas curvas vi a multidão que se estende em direção à sala de estar, e havia pessoas em todos os lugares. "Há mais pessoas chegando?"

"Mais de cem convites foram enviados, de modo que sejam pelo menos duas centenas de pessoas."

Segurei o braço mais apertado. "Para uma festa de noivado?"

Seus olhos cinzentos arregalaram. "Você deve ver lista de convidados da mamãe para o casamento."

"Alexandria! Edward!"

"Parabéns!"

Ele nos levou pelas áreas. Foi difícil e lento. Todos queriam falar conosco, ouvir a nossa história, como o nosso amor tinha sobrevivido ao longo dos anos.

"Alexandria." Shirley Carroll subiu, estendendo a mão.

"Sra. Carroll, deixe-me apresentar o meu noivo, Edward Spencer."

Bryce galantemente pegou a mão dela. "Carroll? Você não pode ser a esposa do senador Carroll. Filha, talvez?"

Eu quase rolei meus olhos. É sério como ele falou isso? Não é de admirar que Nox pensou que ele era um lodo. Ele parecia um vendedor de carros.

"Oh, Sr. Spencer, você pode ser mais gentil?"

"Ele pode." eu confirmei. "E onde está seu marido?"

Ela encolheu os ombros. "Eu não sei. Assim que Doyle chegou, ele foi levado para o clube secreto dos homens."

O braço de Bryce ficou tenso sob o meu toque.

Virei seu caminho. "Você acha que deve ser incluído? Esta é a sua festa." Eu estava esperando que eu estivesse lhe lembrando de que após o casamento, ele seria responsável, não Alton.

"Eu..." Ele examinou a multidão, sem dúvida tomar nota de quem estava faltando.

"Realmente," eu murmurei. "Eu adoraria mostrar a Sra. Carroll ao redor e se misturar. Vi Millie e Jess na multidão. Eu prometo que eu vou ficar bem. Eu odiaria que as discussões importantes acontecessem sem você."

Seu peito cresceu e os botões do colete de marfim se esticaram.

"Oh, querida," Shirley Carroll disse para mim. "acostume-se a esse tipo de coisa. É a maneira que é. Os homens sempre têm decisões de vida ou morte em seus pratos."

Bryce virou-se, colocou a mão sobre a minha, e inclinou-se para um beijo. "As pessoas estão assistindo."

Fingi uma risada. "Há centenas de olhos, agora vá."

Um garçom se aproximou oferecendo à Sra. Carroll e eu uma taça de champanhe. Depois de cada uma de nós tomou um, eu assenti. "Posso mostrar-lhe ao redor?"

"Isso seria fabuloso. Eu nunca vim para Savannah antes..."

"Alex," Pat disse, poucos minutos depois, chegando ao meu lado. "Você viu o meu acompanhante?"

"Eu não o vi, e nem vi você." Eu virei para Shirley. "Sra. Carroll, este é o meu querido primo, Patrick Richardson. Pat, eu posso apresentá-lo a Shirley Carroll, esposa do senador Carroll."

"O senador... da Califórnia?"

"Sim. Eu não achei que as pessoas na Geórgia saberiam disso."

Os lábios de Pat se curvaram. "Eu sou daqui. No entanto, agora eu vivo com meu parceiro em Nova York. É com o trabalho do seu marido sobre a legalização do cultivo de maconha que estou familiarizado."

Eu trabalhei para não dar a Pat um sinal misto.

"Sim, é algo que ele está esperando para empurrar a nível nacional..."

Uma vez que Shirley Carroll afastou-se para falar com alguém, eu perguntei: "O que você sabe sobre o cultivo de maconha legalizada?"

Pat deu de ombros. "Nada. Ou eu não sabia até ontem à noite. Enquanto você e eu estávamos tentando falar, Spence estava dando a Cy uma bronca. De acordo com Cy, Spence estava jorrando estatísticas sobre o potencial de crescimento e fabricação de cannabis na Geórgia e, em seguida, enviá-lo para os estados onde é legal. Assim como com o tabaco, o ambiente aqui tem um grande potencial para o crescimento da maconha. Infelizmente, isso é atualmente ilegal. Seu amigo, o senador Higgins está trabalhando em um novo projeto de lei. Ele estava dizendo Cy que com o apoio adicional de representantes em estados como a Califórnia..."

 

 

 

 

CAPITULO 42

 

 

 

Eu verifiquei meu relógio. Deloris iria enviar o loop de vídeo exatamente às oito horas. A mudança de pessoal no Magnolia Woods aconteceu às sete. Isso significava que a enfermeira de plantão de Adelaide ficaria até às cinco da manhã. Nossa vigilância nos havia esclarecido quanto aos hábitos do pessoal. Enquanto algumas enfermeiras, que Deloris descobriu raramente eram enfermeiras, ficavam efetivamente perto da cadeira à espera de alarmes ou comoção de seus pacientes, os outros liam ou ficavam olhando horas a fio para seus telefones celulares, sem dúvida aumentando seu status de mídia social com fotos de gatinhos e cachorros, ou, melhor ainda, fazendo propaganda política.

O enfermeiro de Adelaide, um homem corpulento grande chamado Mack, gostava de suas mídias sociais, mas muitas vezes ele escolhia dormir como sua maneira favorita de passar o tempo. Como eu facilitei pela entrada do pátio, que Isaac tinha deixado destravada, imaginei as cenas que eu assisti várias vezes. Lembrei-me de Mack amarrar as mãos de Adelaide. Ouvi riso enquanto ele zombou dela no seu status social, chamando-a de viciada. Eu tinha tomado voluntariamente a vida de homens cujos crimes eram menos ofensivos.

Eu fiz uma varredura da direita para a esquerda. O corredor estava claro. Embora eu mantive meu rosto para baixo e longe das câmeras, como um eventual transeunte eu não deveria ser notado. Eu olhei para o jaleco branco do laboratório, idêntico aos usados pelos médicos da equipe e um crachá de identificação eletrônica.

Minha expectativa cresceu quando passo a passo, eu fiz o meu caminho em direção ao quarto dela. Embora eu a assisti, através das câmeras do Magnolia Woods, na suíte de Deloris, fazia anos desde que eu a tinha visto face a face. Isto é, a menos que sonhos contem como realidade.

Era 20h02. A vigilância do quarto de Adelaide entrou em repetição. Para qualquer um que a observar, ele iria mostrar tudo o que tinha acontecido na última hora, mais e mais, até Deloris lançar a transmissão ao vivo.

Sem hesitar, eu abri a porta. O barulho contra o azulejo alertou Mack que eu tinha entrado. Foi lamentável para ele, que o som não tinha dito a ele mais sobre o seu futuro ou a falta dele. No entanto, raramente acontecia.

Talvez isso fosse uma bênção.

Imediatamente ele se levantou. "Doutor?" Ele me olhou desconfiado. "Eu conheço você? As horas de visita acabaram."

"Acho que você não entendeu; Só vim visitar."

Adelaide se agitou e começou a murmurar quando sua cabeça girou de um lado para o outro.

Mack virou-se. "Está acabando o efeito do maldito medicamento."

"O-Oren?"

Embora sua voz fosse apenas um sussurro, meu nome era claro para mim. Meu coração bateu contra meu peito. Não agora, ainda não. Não fale.

"Não se importe com ela. Ela está delirando. Ela balbucia sobre as pessoas e os nomes que ela inventou."

"Ela já disse esse nome antes?"

Ele se aproximou, lendo meu distintivo. "Dr. Papa? Você é novo?"

"Não, normalmente estou aqui durante o dia. Esta noite eu estou cobrindo para Miller."

"Geralmente eles nos avisam..."

"Normalmente eu não me explico. Diga-me o que está acontecendo."

Mack ficou mais ereto. "Depois do que aconteceu esta manhã, há ordens estritas, como provavelmente você sabe, que esta paciente não é para recuperar a plena consciência, não por um tempo."

Eu balancei a cabeça. - Fui informado sobre o que aconteceu esta manhã. Você disse que os medicamentos estão começando a perder o efeito outra vez?"

"Sim, esta manhã deram-lhe oito miligramas de Versed. Como você pode imaginar, ela perdeu a consciência. Se você assinar, eu vou dar-lhe mais quatro miligramas e um pouco de fentanil." Ele riu. "Ela vai dormir como um bebê pelo resto da noite."

"É isso que você recomendaria Mack?"

"Sim, quero dizer, a ordem permanente é apenas para dois miligramas, mas por que abrir a porta para um problema? Seu marido estava chateado sobre ela falar esta manhã. O turno da manhã está tomando merda por causa disso. Eu não quero esta merda venha para mim."

"É assim que você discute sobre todos os nossos pacientes e suas famílias?"

Mack se desestabilizou. "Sim, não, bem... Desculpe Doutor. Eu... estou acostumado com o Dr. Miller."

Eu balancei a cabeça. "Deixe-me ver o prontuário dela."

Ele inclinou a cabeça para o canto da sala para um carrinho e um computador. Foi convenientemente localizado ao lado da cadeira favorita de Mack.

Girando o carrinho em minha direção, olhei para a tela. "Eu estou recomendando que nós a levemos para uma Tomografia computadorizada. Eu não gostaria da surpresa de que o cérebro de sua esposa tenha se desmanchado pelo excesso de sedação."

"Você está falando sério...?" Seus olhos se abriram. "A radiologia está fechada."

"Eu vou fazer uma chamada. Você tem uma maca."

"Este não é protocolo e eu não fui ordenado."

"Não. Você também não é um médico. Se eu não tiver uma maca em menos de três minutos, você não será mais um enfermeiro noturno no Magnolia Woods."

Se eu não soubesse que Deloris estava assistindo a cada um de seus movimentos através da segurança do Magnolia Woods, eu poderia ficar preocupado. Eu não estava. Minha atenção estava focada em Adelaide. Alguns minutos depois, Mack estava de volta, empurrando uma maca. "Eu não tenho certeza sobre isso... Eu deveria ficar com ela."

"Há uma ambulância chegando em breve a partir da regional. Você vai acompanhá-la. Ela vai começar a tomografia e estará de volta na cama antes que ela, ou o idiota do marido, percebam que você estava à beira da medicá-la excessivamente."

"Eu... eu... não fui eu... são as ordens."

"Mack, pare de falar e me ajude a movê-la."

Ele me olhou para cima e para baixo. "Doutor? Você vai ajudar?"

Coloquei minhas mãos atrás dos ombros dela. Quando meus dedos tocaram sua pele macia, a barragem que eu tinha construído em torno das memórias de Adelaide Montague cedeu. Os cacos rasgaram meu coração, trazendo um ataque de emoção de volta ao órgão dissecado. "Elevador."

Assim que Adelaide foi desconectada dos monitores e estava segura com seus IVs, eu disse: "Agora, vamos em frente..."

Mack se aproximou da maca.

Era bom que ele tinha uma coisa para benzodiazepinas. A seringa escorregou sem esforço através de seu pescoço. Eu ouvi dizer que inserir uma seringa é como perfurar a pele de uma laranja. Isso não era verdade. A pele humana dá muito menos resistente. A agulha afiada penetra como uma faca na manteiga amolecida, mas isso era uma história para outro dia.

O corpo de Mack foi caindo na cadeira. Ele estava certo. Oito miligramas trabalharam rápido, mesmo em um grande homem como ele. A diferença entre a sua e a que ele queria ministrar na Adelaide era que o que ele recebeu não continha Fentanil. Não havia nenhum controle de dor para este imbecil. Apenas o sono, seguido por uma dor de cabeça dos infernos. Eu considerei isso a minha contribuição para a sua formação. Talvez depois de experimentar os efeitos colaterais em primeira mão, ele se tornaria mais empático com seus futuros pacientes.

Sua cintura caiu para frente na cadeira, deixando o queixo apoiado no peito.

Eu poderia ter ajustado sua traqueia. Teoricamente, esta posição restringia suas vias aéreas, uma causa comum de asfixia. Dei de ombros. Embora isso não tivesse sido o meu objetivo, se isso acontecesse, eu não iria perder o sono.

Usando alguns travesseiros, eu criei a ilusão de um paciente. Eram os monitores que tinham sido anexados em Adelaide que poderiam ser nossa ruína, se não fosse o contato médico de Deloris. Ela disse que iria alertar o principal posto de enfermagem que seu paciente não estava mais presente. Nesse momento eu criei um falso loop. Era semelhante à vigilância de vídeo, mas elétrico, enganando os monitores para acreditar que eles ainda estavam ligados a um corpo e tudo era registrado normalmente.

Meu telefone vibrou com um texto de entrada.

"A ambulância está aqui."

"As câmeras do corredor?" eu perguntei.

"Momentaneamente OFFLINE. Proteção frontal ocupada e RECEPCIONISTA indisposta."

Eu balancei minha cabeça. Indisposta? Alguém estava se encarregando da recepcionista? Eu não me importava. Talvez fosse o guarda.

Cobrindo o rosto adormecido de Adelaide com o cobertor, eu levantei a maca no corredor. As rodas viraram facilmente no chão de ladrilhos quando passamos pelos quartos dos outros pacientes. Cada porta permaneceu fechada enquanto nós deslizamos para a área de recepção. Assim que cheguei, a porta da frente foi aberta, enchendo a entrada com uma rajada de ar da noite. Vestido com o uniforme de transporte de emergência, Clayton assentiu.

"Você chamou uma ambulância?"

"Eu fiz."

Ele estendeu a mão para o pé da maca. "Doutor, eu posso ajudar?"

Dentro de instantes, a maca de Adelaide foi colocada na parte de trás do veículo, eu fiquei ao seu lado e Clayton dirigia. Eu não tinha monitores para me dizer como ela estava. Em vez disso, era a minha mão sobre seu pulso morno, machucado, a batida de seu pulso sob meus dedos, e a ascensão e queda de seu peito que me garantiu que ela estava viva. Outra indicação foi a forma como o meu coração tamborilou uma cadência irregular, como se tivesse acabado de receber um choque elétrico que dá vida, porque se o dela parasse, o meu pararia também.

Não foi até que passamos pelo portão da frente do hotel que o meu coração finalmente encontrou seu ritmo normal. Mandei um texto em grupo.

"NÓS A TEMOS."

Alisando seu cabelo longo, eu me inclinei. "Adelaide, você pode me ouvir?"

Mais uma vez sua cabeça se moveu de lado a lado. "Irreal. É irreal."

"Oh amore mio, é real."

 


CAPITULO 43

 

 

 

Meus sapatos afundaram na argila da Geórgia. De um lado para o outro passei observando meu telefone: o tempo, o aplicativo de Charli, e os textos de Oren. O céu estava escuro, apenas um pedaço de lua iluminando a extensão do bosque para a mansão.

"Tem certeza que ela pode encontrar o caminho?" Perguntei a Isaac.

"Não é difícil. Você pode ver as luzes de mansão."

Mudei-me para a beira das árvores. Nós poderíamos vê-la. Ao longe estava a Montague Manor, no alto de uma colina, em chamas com a iluminação dourada. Mesmo de tão longe, eu poderia ver as figuras das pessoas que iam e vinham no pátio em volta. Cada um era menor do que as formigas, mas eles estavam lá.

Meu telefone tocou e eu li o texto.

"É do meu pai, e eles têm Adelaide. Estão levando-a para o aeroporto."

"Primeiro passo." confirmou Isaac. "Agora enquanto ninguém no Magnolia Woods for avisado e não podem informar o Sr. Fitzgerald."

Eu balancei a cabeça. "Maldição, meus nervos são disparados. Posso fazer negócios. Posso gastar milhões, mas esta noite é quase mais do que posso suportar."

"Estamos quase lá, chefe."

Eu me encostei-me ao chão e me estabeleci em um lugar macio, o gramado perto das árvores. Da minha nova posição, eu tinha uma visão completa da mansão e os campos entre os dois. O caule de tabaco estéril se destacou contra a noite, como o ar perto do solo parecia engrossar.

Era uma ilusão de ótica?

"Deloris cortou a lista de convidados." disse Isaac, sentando perto de mim e quebrando a tensão.

Cento e vinte e dois convites. Eu não me importava. Nem uma merda. Eu só me importava com uma pessoa. Eu reconsidero. Eu também me importava com Patrick e Chelsea, porque Charli se importava. Ainda mais com Patrick. Ele me mostrou mais de uma vez que ele amava sua prima. Durante toda essa coisa, ele tinha sido útil, muito útil.

"Algum nome que você reconheça?" Eu perguntei sem interesse na lista de convidados, mas eu estava tentando fazer o tempo se mover mais rápido. Se ao menos eu pudesse bater rápido. Se eu pudesse ter Charli em um avião como Oren estava fazendo com Adelaide agora.

Meu olhar se moveu, da paisagem mirante até o céu claro. Acima de nós haviam estrelas, milhares de estrelas. Mesmo em Rye não havia tantas assim.

"Doyle e Shirley Carroll, Severus Davis e convidados."

Isaac repente tinha a minha atenção. "Você está fodendo comigo?"

Seus olhos se arregalaram. "Não senhor, eu não estou. O Senador e Sra. Grant Higgins." Ele continuou com nomes que parecia pouco provável que fossem ao mesmo encontro. Havia mais além desta festa?

Embora eu tivesse lutado com as possibilidades, legislação, isenção de impostos, maconha, eu as afastei. Àqueles eram pensamentos para um outro dia. Agora eu estava me concentrando na tarefa em mãos.

Isaac ficou de pé. "Ela está se movendo!"

Suas palavras pareciam quase ser uma ilusão. Eu tinha imaginado tantas vezes que elas eram reais. Eu olhei a minha tela, puxando para cima o aplicativo de Charli e rezando para que o que ele tinha acabado de dizer fosse verdade.

"Merda!" Eu segurei minha respiração. O ponto azul, seu ponto azul, estava se afastando da mansão. As batidas di coração dela se elevaram, mas, novamente, ela estava se movendo rápido.

"Deus, princesa," falei com o aplicativo. "Não traga atenção para si mesma. Seja cuidadosa."

Fiquei de pé, procurando no horizonte, esperando e rezando para vislumbrar. Não havia nada na entre a luz da mansão e nós, exceto a escuridão em tons variados de cinza e preto. Como

A noite tinha caído, por isso tinha uma escassa camada de neblina. Embora eu desejasse uma visão mais clara, eu esperava que o ar fosse a capa que Charli necessitava, o manto de invisibilidade que ela havia falado de querer na infância, uma camada extra de proteção para ajudá-la em sua fuga.

"Eu gostaria de poder dizer a ela que temos a mãe dela."

"Espero que ela tenha saído de lá antes que alguém soubesse que a Sra. Fitzgerald estava desaparecida."

"Eu espero." Meus punhos se fecharam pela minha impotência. Quando eu tinha invocado esperança e desejos? Devo porra estar em execução, conhecê-la e salvá-la. "Depressa, Charli." Eu falei para a escuridão.

Depois de alguns minutos de silêncio cheio, Isaac perguntou: "Será a senhorita Moore?"

Animais passeavam e insetos cantavam suas canções enquanto meus nervos continuavam se esticando. Rãs cobriram uma melodia profunda e melancólica enquanto o grito ocasional de uma coruja praticamente controlava minha pressão superior.

Eu balancei a cabeça. "Eu não sei. Patrick não sabia. Só sabia que Charli tinha um plano."

Confie em mim. Suas palavras voltaram quando eu passei novamente, meus sapatos ficando cobertos por uma fina camada de pó vermelho. Confiança, eu pedi a mesma coisa de Charli muitas vezes. Agora era a minha vez. Eu odiava esperar. Era um inferno. O inferno seria a minha própria condenação. Este não era eu. Eu me sacrificaria voluntariamente, se fosse possível. Em vez disso, eu oscilava à beira do purgatório pelo meu amor, a mulher incrível, que me pertence, coração e alma.

Sem ela, eu estava no inferno.

"Quinze minutos." eu disse em voz alta.

"Senhor?"

"Isso é o que Patrick tinha dito. Ele disse que era a quinze minutos a pé da mansão para esta estrada."

Isaac sacudiu a cabeça. "Ela não está andando. Ela está correndo."

Minha garganta apertou e os olhos se estreitaram enquanto eu varria o horizonte. Nevoeiro jogado truques, apagando imagens e criar outros.

E então aconteceu.

Os grilos e cigarras pararam suas canções. As rãs ficaram silenciadas e aves acalmou nos ramos acima. Mesmo a brisa esqueceu a soprar.

Ao longe, vindo em nossa direção... Eu a vi.

Ela estava correndo o mais rápido que podia.

Eu não podia esperar. Eu não podia ficar parado.

"Senhor, não."

Eu saí, os meus pés batendo mais forte e mais rápido do que eles já tinham em minha esteira. Eu empurrei a frente em direção a sua figura. Na escuridão nebulosa, eu poderia distinguir seu cabelo, um rabo-de-cavalo balançando para frente e para trás enquanto ela corria. A deusa. Tomei sua figura: suas curvas se tornaram uma ampulheta escura, acentuada contra o fundo escuro, impressionista.

"Charli!" Eu não poderia permanecer em silêncio.

Nós estávamos muito longe da mansão. Ninguém, somente Charli e Isaac poderiam me ouvir. Os passos de Isaac estavam logo atrás de mim. Eu não dou a mínima para os guardas postados em torno da propriedade. Minha Charli estava se aproximando. Ela tinha feito isso, me confiou seu futuro, sua mãe, e até mesmo Chelsea.

Chelsea?

Voltei-me para Isaac. "Ela está sozinha."

"Senhor? Onde está a senhorita Moore? "

Meu intestino torcido. "Eu não sei. Eu só vejo um..."

"Nox?" A voz feminina falando meu nome me impediu de seguir em frente.

Eviscerou-me como um peixe e fiquei paralisado à medida que a figura se aproximava.

Seu peito respirou pesadamente quando ela caiu aos meus pés.

Eu levantei seus ombros até ela estar de pé. Não era o rosto dela que eu via; Em vez disso, era o colar, o que Charli deveria estar usando. "Que diabos? Onde ela está?"

O peito de Chelsea chacoalhou com soluços e respirações irregulares enquanto se inclinava para mim. "E-Ela me disse para usar isso e para vir. Ela disse que me ajudaria."

O tremor começou em minhas mãos como o meu aperto apertado. "Onde ela está?" A minha pergunta veio muito alto.

Com a proximidade, suas feições eram visíveis. Não mais aliviada, um novo terror contorcido sua expressão quando ela tentou se afastar. Seus esforços foram em vão: meu aperto de seus ombros era de ferro. Ela não estava fugindo. O corpo dela ao meu alcance tremia quando sua respiração se voltou para chora. "Eu-eu sinto muito."

Sangue ardia em velocidade recorde através de minhas veias, trovejando como um tambor crescente batendo em meus ouvidos.

"Onde ela está?"

"Senhor?" A voz de Isaac era a calma de minha tempestade. Estendeu a mão. "Senhorita Moore? Vamos ajudá-la."

Ela estendeu a mão para ele. "Senhor... deixe-a ir."

O senso comum desapareceu quando eu soltei Chelsea. Nada importava além de obter Charli. Um pé na frente do outro, eu saí correndo. Visibilidade limitando o caminho para apenas alguns pés na minha frente quando eu cegamente corri pelo mesmo lugar que Chelsea havia chegado. Isso não era completamente verdade. Acima do solo, abaixo das estrelas, a porra da mansão era uma linha de chegada em chamas, um farol luminoso que, com o nevoeiro apareceu a ser delineada em flashes de azul.

Que diabos?

Era eu o único escondido pela neblina, ou havia outros? Quando meus pés continuaram a bater, eu não me importava. Ninguém importava exceto Charli. Eu não estava indo embora sem ela.

 

 

 


CAPITULO 44

 

 

 

Os olhos de Patrick entenderam os meus antes de olhar para o relógio. Era sua súplica silenciosa, e ele estava certo. Eu precisei sair; no entanto, desde que Bryce tinha deixado o escritório de Alton, ele não tinha deixado o meu lado. Com cada taça de champanhe ou copo de uísque, seu entusiasmo por nosso casamento cresceu.

"Estou feliz," disse Millie, sua expressão mostrando o contrário. "Estou chocada. Mas na véspera de Natal?" Ela olhou para a minha barriga. "Há mais que deveria saber?"

"Só que estamos apaixonados!" Bryce disse, beijando minha bochecha e deixando o cheiro de uísque pendurado o ar. "Certo, querida?"

"Nós somos." Eu sorri seu caminho. Estendendo a mão e forçando meu dedo para apoiar a rocha gigante, perguntei: "Você viu meu anel de noivado? Eu me lembro de você me mostrar o seu."

"Eu... é lindo."

Quando Bryce pegou outra bebida, inclinei-me no caminho de Millie e franziu o nariz. "Você realmente acha isso? Eu acho que é muito grande, vistoso, não é?"

Seus olhos se arregalaram. "Não, está perfeito."

Eu não pude evitar o sorriso quando ela empurrou a mão no bolso da jaqueta de Ian.

"Agora," eu continuei com entusiasmo: "Eu não sei todos os detalhes. A Senhorita Suzanna está no comando, mas haverá alguns chás. Sabe, algo pessoal e familiar. Oh, você vai estar lá, não vai?" Estendi a mão para Millie e Jess. "Eu quero você em cada um!"

Ambos sorriram, seu desejo de ser parte do casamento Carmichael-Montague substituiu o seu ciúme, mesmo que apenas por um momento. Millie e Jess assentiram. "Claro." disseram em uníssono. "Nós não iríamos perdê-los."

"E uma despedida de solteiro!" A voz de Bryce soou mais alto do que o necessário, enquanto ele acariciava os ombros de Ian e Justin. "Eu sei..." Ele se virou para mim. "Podemos convidar minha prostituta."

Meu corpo inteiro congelou quando Jess e Millie arregalaram os olhos.

Coloquei minha mão no braço de Bryce. "Querido, você está um pouco bêbado."

"E por que eu não deveria estar? É minha festa." Ele se inclinou mais perto. "Você mesmo disse... isso é tudo meu. Isto será."

Como se um farol tivesse sido criado, a tez avermelhada de toda a sala me chamou a atenção. Não era o meu noivo, ele estava ao meu lado. Era o meu padrasto. A multidão parecia parte enquanto se movia em direção a nós.

O que diabos estava errado?

Minha mente girava com as coisas que eu tinha feito e coisas que eu sabia.

Será que ele sabe sobre Chelsea? Alguém tinha chegado a Momma? O Magnolia Woods notificou Alton que minha mãe sumiu ou eles pegaram o homem de Nox no ato?

Minha respiração engatou quando Alton parou. Sua mão caiu para o ombro de Bryce. "Bryce venha comigo."

Inspirei com a minha clemência momentânea.

"Estou um pouco ocupado." Bryce respondeu, envolvendo seu braço em volta da minha cintura e puxando-me para mais perto.

Alton acalmou a voz. "Precisamos de você no meu escritório agora." Quando Bryce simplesmente tomou outro gole de sua bebida, Alton acrescentou. "Precisamos da sua decisão."

Alton virou-se, sem dúvida esperando ser seguido.

Os olhos de Bryce arregalaram antes que eles se estreitaram meu caminho. "Você ouviu isso? Minha decisão?"

"Sim, eu ouvi."

Ele acenou para o grupo. "Continue querida. Enquanto eu estiver fora, diga a eles o que você disse à minha mãe e ao seu primo." Ele sussurrou alto o suficiente para ser ouvido. "Você sabe, sobre minha prostituta."

Enquanto Bryce se afastava, Millie se aproximou.

"Alexandria?" Perguntou com um tom de compaixão, e uma nota de piedade em seu tom.

Foda-se. Eu não precisava da pena de Millie Ashmore. O que foi dito poderia facilmente ter sido sobre ela. Eu olhei para onde Pat tinha estado permanente. Ele se foi.

"Se você me der licença, eu preciso encontrar Pat."

Millie apertou minha mão. "Ele é... é verdade? Patrick é...?"

"Desculpe-me." eu repeti.

Logo descobri Pat de pé, perto as portas abertas para o pátio. Grandes aquecedores de prata pontilhavam o terraço de pedra, criando uma área confortável para os hóspedes se conhecerem. Ele pegou minha mão e assentiu.

Era isso. Alton e Bryce estavam ocupados. Era minha chance de escapar. A semente de esperança que eu tinha veio à vida, sua concha estourando aberta com antecipação, talvez até expectativa. Logo, nada disso teria importância.

Voltando seu pequeno aceno de cabeça e com um sorriso esperançoso, eu virei em direção aos degraus de pedra calcária. Uma espessa camada de névoa se estabeleceu perto dos campos, até mesmo obstruindo o lago. Qualquer coisa além do gramado imediato foi mascarado em uma nuvem. Ninguém iria notar se eu desaparecesse, pelo menos não no início. Esta era a capa de invisibilidade que eu esperava como uma criança. Tudo o que eu precisava fazer era chegar ao nevoeiro. Como eu entreguei Pat minha taça de champanhe, seus olhos se arregalaram.

"Tio Alt."

Uma mão pesada pousou em meu ombro. "Onde você acha que vai?"

Eu me virei, transpiração pontilhando minha pele enquanto meu ombro estremeceu com o toque de Alton. Lutando contra o desejo para me afastar, acenei para o gramado, para as poucas pessoas que estavam lá embaixo e respondi: "Conversar com os convidados lá fora."

"Não, Alexandria. Quando eu chamei Bryce, eu quis dizer você também. Você é metade de um todo agora. Acostume-se a isto. Sua presença é necessária no escritório também."

Eu queria gritar por ajuda. Eu queria manter a Pat.

Eu não podia.

O olhar de Alton tirou meu protesto. Em vez disso, eu solenemente acenei para Pat e obedientemente virei-me para o escritório de Alton.

Tudo estava novamente acontecendo em câmera lenta quando minha mente tentou dar sentido a mudança. O terraço do lado de fora e os quartos dentro não tinha mudado. As vozes dos convidados, combinadas com risos criaram o mesmo murmúrio baixo. Mas agora sua música era uma melodia misteriosa aparentemente. Escrito para manter o tempo com o ritmo do meu batimento cardíaco frenético.

Quando fizemos o nosso caminho através da multidão, cheguei para o meu colar, minha conexão. Em vez da gaiola de platina, meus dedos encontrou a gargantilha de diamantes.

Oh, Nox. Estou indo, apenas mais alguns minutos. Eu respirei fundo. Por favor, deixe Chelsea com você.

Foi o meu apelo silencioso como eu sorri educadamente para as pessoas que passavam. Cada uma sorriu e acenou. Eu estava paranoica? Suas expressões mudaram? Eles estavam agora de alguma forma diferente, cheio de expectativa, como se soubessem o destino me esperando?

"O que está acontecendo?" sussurrei para Alton. "Há algo de errado?"

Sua mão, não mais no meu ombro, agarrou meu braço. Como ele apressou o nosso progresso, ele se aproximou, seus dentes manchados e lábios finos ajustados em um sorriso falso ainda zombando. Não foi destinado a mim, mas para as pessoas que passaram. "Continue caminhando."

Com cada palavra uma rajada de quente, doentiamente doce, uísque carregado respiração assaltou meus sentidos, contornando minha bochecha, e fazendo meu estômago revirar. "Não faça nada estúpido." Seu aperto aumentou quando ele falou cordialmente para as pessoas que passavam. Uma vez que estávamos longe da multidão, ele continuou: "Não há nada errado, filha. Nossa programação acaba de mudar."

Minha mente era um turbilhão de possibilidades.

O que tinha acontecido? Ele tinha aprendido nossos planos?

Minha mãe estava livre? Alton sabia? Ou foi a tentativa frustrada?

O Chelsea foi para o Nox? Ou era uma armadilha? Os homens de Alton a seguiram? Eles tinham feito alguma coisa Para Nox?

Meus pulmões pararam de inalar enquanto eu lutava contra o pânico borbulhante. Quem eu encontraria no escritório de Alton? O que tinha acontecido? Eu tive visões de uma Chelsea limite, talvez até Nox... Minha mãe... Morta...

Não era mais o meu esforço consciente que fez meus pés continuar a etapa. A causa era ou de movimento contínuo ou o impulso para frente no aperto de Alton. Com cada pé em frente, meu corpo e mente desconectado. Terror e medo fermentaram como uma bruxa borbulhante. A mistura venenosa encheu minha corrente sanguínea até que o oxigênio não fluiu. Não havia água próximo. O lago era centenas de jardas de distância velados na névoa, e ainda assim eu estava me afogando por dentro.

De repente, o barulho caótico de convidados desapareceu. Nada soou como as batidas desvanecidas de um sino de igreja quando nós cruzamos o limiar do escritório de Alton. Bryce tinha assumido a liderança, o tambor grande para o nosso desfile, alcançando o nosso primeiro destino. Alton e eu estávamos no meio com Suzanna logo atrás. Para todos nós tínhamos passado, estávamos a unidade da família perfeita.

Fumaça e espelhos.

Olhei para o quarto vazio. Não havia ninguém lá. Nem Chelsea. Sem Nox ou minha mãe. A insatisfação dos meus medos encheu meus pulmões, me dando a ilusão de força.

"O cronograma mudou?" perguntei, puxando meu braço livre. "Do que você está falando?"

A mão de Alton se moveu enquanto seus olhos cinza ardiam. No mesmo momento, Bryce deu um passo à frente, pegou a minha mão e puxou-me atrás dele. Eu balançava meus calcanhares finos, equilibrando-me em meus pés quando eu me encontrei-me pressionada contra as costas de Bryce, seu corpo de repente meu escudo, me protegendo da bofetada intencional Alton.

"Pare." proclamou Bryce. Seu discurso já não era mais difícil. "Temos convidados. A pergunta de Alexandria tem mérito. Por que você não nos informar sobre o que você quer e eu vou dar-lhe a minha decisão?"

"Isto não é sobre suas decisões. Eu construí isso..." Ele gesticulou. "... tudo isso."

"Suas decisões nos levaram onde estamos hoje, onde estamos neste exato momento. Se você fosse alguém mais..."

Seu volume de saliva cresceu e choveu com cada frase que ele cuspiu.

"Como é? Eu não estou permitindo que você tome mais nenhuma decisão." Vermelho subiu pelo seu pescoço flácido como um corante sendo absorvido por um pano e rastejando para frente, em direção ao seu rosto e orelhas.

"Alton, acalme-se. Bryce não quis dizer..." As palavras de Suzanna, embora desvanecidas no fundo, pareceu aplacar sua súbita raiva.

Teria o mundo perdido sua inclinação ou, de repente, deu uma pirueta?

Eu não podia decidir como a cena em que eu estava cativa perdeu o contato com a realidade.

Mesmo por trás de Bryce, eu podia ver o crescente brilho de seu pescoço, agora também vermelho.

O monstro que eu tinha criado com a minha conversa de seu poder iminente voltou para o monstro que eu sempre soube. De alguma forma eu era uma parte disso. Foi a minha vida, mas o poder estava mudando um universo alternativo, aquele em que Bryce e Suzanna já não eram meus algozes, mas meus salvadores.

Olhei em volta do ombro de Bryce.

Sem outra palavra, Alton pegou seu celular e digitou uma mensagem de texto. Uma vez que ele foi feito, ele ergueu os olhos redondos e sorriu. Mudei meus pés, mais desconfortável com a sua felicidade falso do que eu tinha estado com sua raiva. Eu estava acostumada à sua ira. Bryce apertou minha mão com mais força. Novo comportamento de Alton enviou um frio através do ar que mesmo ele podia sentir.

"Aconteceu alguma coisa?" perguntei por trás Bryce.

"Alguma coisa está para acontecer." Alton respondeu.

Todos nós nos voltamos para a batida na porta.

"Suzy, abra a porta e depois a tranque."

Trancá-la?

"Nós não queremos ser interrompidos." Acrescentou Alton.

Sem hesitar, ela obedeceu, abrindo a porta e fechando-a rapidamente. Eu reconheci o cavalheiro entrando como um dos convidados. Eu tinha falado brevemente com ele e sua esposa. Havia tantas pessoas... Eu não conseguia lembrar o nome dele. Tudo bem; Alton estava nos apresentando de novo quando entregou ao homem um papel.

"Obrigado por seu serviço, Keith. Bryce e Alexandria conhecem Juiz Townsend?"

"Isto é um pouco incomum," disse o juiz. "mas acredito que podemos fazê-lo funcionar." Ele se virou para Bryce e eu. "Seus convidados ficarão em êxtase."

Eu olhei para Bryce. Houve conforto no fato de que nós compartilhamos a mesma expressão de confusão?

"Alexandria e Bryce," Alton anunciou. "O juíz Townsend está aqui para casar vocês. Agora."

"N-Agora?" Meus joelhos cederam quando meu estômago caiu aos meus pés. No entanto, eu não caí. Meu novo salvador foi mais uma vez onipresente. O braço de Bryce me pegou e me puxou novamente na posição vertical.

Minha visão encheu-se com o homem que eu estava prestes a se casar: seus olhos cinzentos, cabelo loiro, e as bochechas rosadas. Isso não estava certo. Este não era o que eu queria. Eu tinha um plano. Minha linha de chegada foi quase à vista.

"Não!" Eu gritei. "Minha mãe." Eu virei para Alton. "Você disse que minha mãe poderia estar aqui. Você prometeu."

"Tenho medo de que não é mais possível."

Que diabos isso significa?

Alton virou-se para o Juíz Townsend. "Keith, precisamos acelerar esse processo. Você pode pegar os papéis da licença?"

"B-mas o casamento?" Suzanna protestou, mais uma vez vindo em meu socorro. "Este é apenas a parte... certo? Ainda podemos ter a cerimônia?"

Alton parou objeções da Suzanna com apenas um olhar, um que eu tinha visto muitas vezes.

Ele acenou para o juiz para continuar como o nível de ruído dos convidados aumentado. Seu ruído baixo tinha cresceu para um rugido estrondo.

O que está acontecendo?

"Keith?" Perguntou Alton.

"Er, sim." Ele olhou de mim para Bryce. "Hoje nos reunimos para comemorar-"

"Não," Alton interrompeu, o seu pescoço ficando tenso. "Vá para a parte legal."

O juiz Townsend assentiu e olhou para o papel em sua mão. "Ok, bem, Edward Bryce Carmichael Spencer, você toma Alexandria Charles Montague Collins para ser sua legítima esposa?"

O apoio de Bryce à minha cintura aumentou, puxando-me para mais perto de seu lado. "Sim eu aceito."

Meu coração apertado apreendido como a maçaneta da porta para o escritório foi agitada.

"Está trancado." Alton disse como que para nos tranquilizar. "Eu lhe disse que não iria ser incomodado. Continue."

As batidas rápidas do fogo vieram bater na madeira. Os golpes aumentaram.

"Continue!" Alton gritou.

Vozes chamaram de fora da porta. "Sr. Fitzgerald! Sr. Spencer!"

Alton estendeu a mão para o braço de Juiz Townsend. "Keith, fazer isso agora, se você quiser ver naquele banco novamente."

Os olhos do juiz Townsend arregalaram-se quando ele se virou para nós.

"Alexandria Charles Montague Collins, você..."

 


Notas


[1] Codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita, onde a pessoa pode estabelecer disposições para serem cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens pessoais moveis, roupas ou objetos de pequeno valor. Parece com um testamento, mas é mais limitado e não exige muitas formalidades. Pode ser feito por meio de um documento informal, assim como uma simples carta, basta que seja datado e assinado.

 

 

                                                   Aleatha Roming         

 

 

 

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