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Miller Spurlock pode parecer um homem descontraído pelo lado de fora, mas se você irritá-lo ou violar a sua confiança, ele te mostrará o significado da dor.
Ele era um SEAL. Possui a capacidade de matar um homem de cem maneiras diferentes e não derramar uma gota de suor.
Era também é um oficial de polícia e membro da equipe SWAT, isso significa que tem o conhecimento e habilidades para escapar impune.
Raiva ferve em seu interior quando testemunha o que acontece com a bela Mercy Shepherd durante uma operação da SWAT, um inferno que nem mesmo o seu pior pesadelo poderia evocar. E o surpreende quando ela quer o quer, e somente ele pode confortá-la depois.
Miller se torna o brilhante farol de luz no fundo do poço de desespero de Mercy.
O único homem que pode puxá-la para frente através dos dias difíceis e fazê-la inteira novamente.
E durante o caminho de volta para si mesma, ela percebe que tem a única coisa que sempre quis na vida... Um herói para chamar de seu.
CAPÍTULO UM
Escrevi uma canção para você e espero que você goste. É chamada, eu espero que você morra. Que mil agulhas furem seus olhos.
- Pensamentos secretos de Miller.
Miller
“Atire nele, porra! Filho da puta, atire nele!” Gritei desesperadamente em meu microfone.
Assistimos em horror quando o homem, que estava segurando a jovem contra as portas de vidro da igreja, começou a estuprá-la.
O rosto da mulher estava pressionado contra o vidro enquanto ela soluçava.
O corpo do homem estava completamente coberto, exceto por uma pequena porção da cabeça, e eu sabia que, racionalmente, a abertura não era grande o suficiente.
James tinha uma única janela minúscula de sua posição no topo do edifício, do outro lado da rua, e o brilho do sol fora do vidro da frente era o suficiente para causar problemas até mesmo para atiradores mais experientes.
Mas, se alguém poderia fazer, era James.
O homem era sábio com um rifle.
Esperava que ele fosse capaz de fazer esse tiro, porque não havia nenhuma outra entrada ou saída para o edifício, com exceção de três janelas minúsculas na parte de trás que estavam cobertas com barras de metal. Eles poderiam vir de fora, mas não sem muito barulho.
“Preciso de uma distração. Faça-o mover dois centímetros e o tiro será feito," disse a voz fria de James no microfone em meu ouvido.
Eu me movi, nem mesmo pensando.
Avancei e corri em direção ao lado do edifício tão rápido quanto minhas pernas me levaram.
"O que você quer que eu faça?" Perguntei.
James fez uma pausa, mas foi Downy quem respondeu.
"Movimentos. Mova o corpo para trás, para o lado e deixe-o perceber. Talvez ele se moverá para ter uma visão melhor e permitir a James mais algum espaço para respirar," Downy murmurou baixinho.
Balancei a cabeça e comecei a me mexer, deixando a metade superior esquerda do meu corpo à vista e voltada para fora. "Ei!"
Vi a cabeça dele aparecer em torno e logo desaparecer de vista.
Em seguida, um pop alto encheu o ar, seguido por vidro quebrando.
Voltei-me, correndo ao redor do prédio para encontrar a jovem mulher de joelhos, suas calças para baixo em torno dos tornozelos enquanto ela chorava incontrolavelmente.
Caminhei em sua direção, pisando em vidro e escombros até que me encontrei de joelhos ao lado dela.
Inclinei-me para a frente, passando os braços a sua volta para reunir suas calças elásticas na cintura, puxando-as até que elas estivessem cobrindo-a mais uma vez.
Ela choramingou e eu disse, "Está tudo bem, querida. Eu sei. Ele está morto."
Ele estava mesmo muito morto.
Metade de sua cabeça desapareceu e seu sangue enchia o chão ao redor de seu corpo.
"Morreu?" Ela chorou desesperadamente, começando a voltar para trás e olhar.
"Não, querida. Não olhe. Ele não está bonito também.” Falei honestamente.
Empurrando-me de qualquer maneira, ela se virou para olhar o corpo no chão, depois chegou por trás e soltou um chute violento com suas botas de bico no morto.
"Seu estúpido." Chute. "Maldito." Chute. "Pedaço de sujeira, chupador de pau de merda." Chute.
Puxei-a para longe do corpo, quando os homens começaram a encher a sala em torno de nós.
"Volte aqui," eu disse, movendo-a para fora do caminho.
Ela veio por vontade própria, meus braços firmemente em torno de sua cintura.
Não me preocupei em perguntar se ela estava bem.
Não havia nenhuma maneira de que ela poderia estar bem. Não quando tinha acabado de ser estuprada em rede nacional.
Por mais que tentamos, não havia nenhuma maneira de impedir as cenas capturadas pelas várias câmeras dos repórteres que testemunharam o ato hediondo.
“Mercy Shepherd!” Uma voz perturbada de mulher chamou-nos da frente da igreja. Viramo-nos para encontrar uma mulher mais velha com cabelos grisalhos castanhos correndo pelos degraus da igreja, mas foi parada pela polícia antes que pudesse dar mais do que três passos.
Mercy virou-se para mim, protegendo o rosto em meu peito.
"Não quero vê-la agora," ela sussurrou freneticamente.
Puxei-a comigo para o que parecia ser um escritório, fechando a porta, porém deixei uma pequena fresta aberta.
Ela não se moveu para longe de mim. Seu corpo magro na verdade caiu em colapso junto ao meu. Peguei-a tempo de impedi-la de bater no piso laminado barato aos meus pés.
"Eu o conhecia," ela sussurrou em meu peito.
Suas mãos estavam segurando minha camisa em um aperto que poderia rivalizar com o do Hulk, mas não ia me queixar. Estava feliz em oferecer ajuda.
A última hora tinha sido um pesadelo maldito, e foi por isso que permiti que ela chorasse em meus braços. Se era um pesadelo para mim, foi um inferno para ela.
Nós tínhamos chegado na cena, depois de receber um telefonema de um frequentador da igreja perturbado, dizendo que um homem tinha começado a bater em sua namorada por sorrir para outro homem.
Uma vez que fomos despachados, recebemos chamada após chamada de testemunhas dizendo que a mulher estava realmente ferida, e que o homem agora tinha uma arma apontada para a sua cabeça.
Chegamos no local em menos de dez minutos após a chamada, bem a tempo de vê-lo revelar a parte inferior da mulher para um bloco inteiro da cidade de Kilgore.
Ele então começou a passar os dedos rudemente, beliscando os seios, e puxando seu cabelo, todo o tempo mantendo a arma apontada na parte de trás de sua cabeça.
Eles desapareceram por alguns momentos como o que os devotos haviam descrito como "vir a Jesus."
Os homens e mulheres na igreja não poderiam dar qualquer indicação de quem era o casal, mas não demorou para John, um dos outros membros da equipe da SWAT que fazia todo o trabalho do computador, descobrir quem ele era.
Mitch Moose, um contador de 30 anos de idade, trouxe a jovem de volta para a janela da frente trinta minutos mais tarde, onde ele passou a estuprá-la na frente de Deus e toda a população de Kilgore, Texas.
Todo o tempo nós assistimos, impotentes, porque cada peça vital de seu corpo estava coberto por ela.
O que nos leva ao agora: eu, segurando em meus braços, uma mulher chorando, perturbada, que tinha acabado de ser estuprada.
Eu não sabia o que dizer.
O que você diz em momentos como este?
"Você precisa de mim para chamar alguém para você?" resolvi finalmente falar.
Ela balançou a cabeça, o cabelo esfregando contra o meu colete e enredando-se no velcro das cintas. "Não."
Ela não tentou desembaraçar o cabelo, então decidi deixá-lo assim, temendo que ao tocar seu rosto detonasse algo nela de alguma maneira.
"Precisamos que alguém olhe você," falei.
Ela balançou a cabeça novamente. "Conheço cada homem no corpo de bombeiros. Não quero que eles me vejam assim."
Um calafrio percorreu minha espinha, e os nomes começaram a se encaixar.
Dois e dois tornou-se doze.
Filho da puta.
"Mercy Shepherd. Qualquer relação com o chefe dos bombeiros Shepherd?", perguntei em voz baixa.
Ela estremeceu em meus braços antes de tomar uma respiração profunda e dizer: "Sim."
Foi quando percebi que a conhecia.
Ela era uma amiga da mulher de Downy.
Downy era outro membro da equipe SWAT. O homem que me permitiu usar o seu apartamento quando meu irmão, Foster, e eu viemos para a cidade.
Sua mulher, Memphis, era a vizinha que morava ao lado.
Memphis conheceu Mercy há quase um ano, por que havia sido voluntária desde então na Second Chance, organização de Mercy.
Eu tinha prestado atenção por causa das coisas que ela começou a fazer para a Comunidade. Principalmente para os membros das forças armadas que voltaram do exterior e não possuíam formação o suficiente para um emprego de verdade. Eles usaram a Second Chance como uma tábua onde transitaram na sociedade sem realmente ter que estar na sociedade.
Não se eles não queriam, de qualquer maneira.
Second Chance rapidamente se tornou uma das mais procuradas empresas de construção e trabalhos pequenos na comunidade. Não só porque eles faziam um bom trabalho, mas porque a comunidade amava os seus heróis e faziam qualquer coisa para ajudar e apoiá-los pelo o que eles sacrificaram.
E sua líder ... a sua pequenina chefe ... foi apenas estuprada.
"Second Chance," falei devagar.
Ela assentiu com a cabeça. "Sim."
"O que você faz para aqueles homens ... isso é uma coisa boa. Isso é uma coisa muito boa," disse calmamente.
Ela encolheu os ombros. "Eles vão pirar."
Sim. Sim, eles iriam.
Todo homem naquele lugar olhava por Mercy. Eles apreciavam sua bondade. Ficamos felizes que ela deu-lhes uma chance, e eles a amavam e eram protetores.
Inferno, cada homem na porra do condado a adorava. Mesmo o mais marcado dos homens olhava por ela.
E saber que viram nela como sua razão para seguir em frente e continuar com a vida, e ela havia sido estuprada, ia montar uma bagunça de proporções em massa.
Ainda bem que o filho da puta estava morto.
Porque, se não estivesse, iria ser picado em pedaços, um pedaço de cada vez.
"Que tal se eu levá-la para o hospital?", perguntei baixinho. "Na minha viatura."
Eu realmente não tenho 'minha viatura' comigo, mas estava bastante certo de que poderia obter uma.
Ela estremeceu novamente. "Você pode me levar a um hospital que não está na cidade?"
Pensei imediatamente em Benton, Louisiana. A cidade onde meu irmão e sua esposa vivem.
Ele fazia parte de um clube de motoqueiros lá, e uma mulher que pertencia a outro dos membros era uma enfermeira SANE1: Uma enfermeira examinadora de agressão sexual. Ela seria capaz de fazer tudo o que fariam aqui.
E Mercy não seria conhecida por toda a cidade.
"Posso fazer isso. Tenho só que falar com o Chefe Rhodes primeiro," falei com cuidado.
Ela assentiu com a cabeça, mas não fez nenhum movimento para se afastar de mim, então coloquei minha mão no bolso e retirei o meu telefone.
O chefe respondeu imediatamente. "Ela precisa ver um médico."
"Ela quer ir para fora da cidade. Em algum lugar onde não conheça cada enfermeira e paramédico no condado," respondi de volta.
Silêncio.
"Seu pai não vai gostar disso. Na verdade, ele está levantando uma grande merda agora, porque não o deixei atravessar a linha da polícia," Chefe Rhodes explicou calmamente.
Senti uma mão pequena deslocar-se e puxar o telefone de minhas mãos, e a voz suave e melódica de Mercy dizer, "Diga-lhe que preciso de um tempo. Ele vai entender."
Imaginei que a informação foi retransmitida ao longo da linha porque ela visivelmente murchou em minhas mãos, fazendo-me inclinar para a frente quando o seu peso desabou completamente.
Baixei-a no chão, caindo de joelhos ao lado dela.
O telefone estava em sua mão, ainda em sua orelha, enquanto ela ouvia o que estava sendo dito do outro lado da linha.
"Não."
A negação foi arrancada dela. Parecia que tinha vindo do fundo da sua alma, e foi retirada dela com tanta força que levou a sua respiração junto.
"Não," ela disse com mais firmeza. "Há uma entrada por trás. O Sr. Spurlock vai me levar."
O chefe deve ter-lhe dado o meu nome, porque eu não tinha dado a ela ainda.
A mulher tinha uma espinha dorsal de aço para enfrentar o chefe assim. Ele era ainda mais intimidador do que o meu comandante quando estive na Marinha.
Enfrentá-lo foi um pequeno milagre por si só. Embora, ela tivesse que lidar com homens assim em uma base diária.
Ela apenas sabia o que precisava dizer para obter o seu caminho. As mulheres eram assim, adaptativas.
"Tudo bem," ela retrucou. "Só não espere ir no mesmo carro."
Com isso, ela desligou, e explodiu fora dos meus braços.
Não havia mais a triste Mercy. Em seu lugar estava a irritada Mercy.
Aquela que estava pronta para explodir se não conseguisse o que queria.
Algo que eu definitivamente lhe daria. Tudo o que ela tinha que fazer era pedir, e eu faria o impossível para obter para ela.
Porque não importa o quanto tentasse, não conseguia parar a repetição das cenas da última hora em minha cabeça.
CAPÍTULO DOIS
Isto é para você, chefe da porra. Espero que você pise em um Lego e quebre sua cara.
- Pensamentos secretos de Miller.
Miller
"Como é que a menina está?" Meu irmão, Trance, perguntou.
Oh, seu nome não era Trance realmente. Seu verdadeiro nome era Killian2. Não seria bom ter um irmão Spurlock e ele não fosse nomeado com nome de uma cerveja.
Meus pais estavam em merdas como essa.
Eu, é claro, tenho o nome mais legal.
Olhei e o vi encostado na parede, assim como eu estava. "Estive aqui de pé por quase cinco horas. Não tenho a menor ideia da porra do que está acontecendo. Será que isso normalmente demora muito tempo?" Perguntei preocupado.
Trance deu de ombros e colocou o pé contra a parede, fazendo com que o cão a seus pés, Kosher, resmungasse ao ser movido.
Kosher é o parceiro K-9 de Trance.
Nunca vi Trance sem Kosher.
Uma pontada de tristeza bateu-me com a lembrança de um tempo em que costumava ser um outro cão.
Radar, o último parceiro K-9 de Trance, tinha morrido em um exercício de treinamento quando Trance estava tentando ensinar a equipe da SWAT de Kilgore como lidar com o seu próprio K-9. Um que Trance tinha-lhes oferecido.
Trance vive a quase uma hora e meia de distância, e pensou que seria bom trazer Radar com ele para dar-lhe uma chance de mostrar suas habilidades. Nunca foi pretendido ser nada mais do que um show. E se transformou em um banho de sangue violento, resultando em um policial baleado e Radar morto.
Desde então, Trance agia de forma diferente. Um pouco sombrio e justificadamente com raiva.
Sua esposa, Viddy, também ficou perturbada, como era de se esperar.
Inferno, eu estava perturbado. Toda a força policial das duas cidades, bem como todos os cidadãos, ficaram perturbados.
Radar era um herói, e não merecia morrer assim. Mas morreu, e agora nós tínhamos que conviver com isso.
"Horas," uma voz disse ao meu lado.
Virei-me para encontrar Cleo, o marido da enfermeira Sane, andando pelo corredor. Ele carregava uma sacola de compras com roupas novas, as etiquetas penduradas para fora.
Levantei minhas sobrancelhas em sua direção. "Sério?"
Ele assentiu. "O mais longo que fiquei sabendo foram doze horas."
Apenas balancei a cabeça. Esperaria aqui o tempo que fosse necessário.
Ela tinha me pedido, e por alguma razão, eu não queria sair. Especialmente após a súplica que vi em seus olhos quando as portas se fecharam atrás dela. Ficaria preso onde eu estava, literalmente, até que ela saísse.
Meus pés não se moveram em cinco horas e, olhei para o meu relógio, seus minutos.
Minha bexiga estava gritando, mas aqui estava eu.
E quando a porta se abriu, mostrando uma Rue muito esgotada, a esposa de Cleo, finalmente respirei fundo pela primeira vez em horas.
Realmente não sei por que fui afetado desta maneira, mas estava, e não pude evitar. Algo dentro de mim ficou devastado por ter testemunhado esse ato de violência.
E eu não me sentia sequer responsável por ela, simplesmente me importava com o que ela estava passando.
"Você tem a roupa?"
A pergunta de Rue foi para Cleo, em vez de qualquer outra pessoa no corredor.
Seus olhos castanhos olharam brevemente para mim antes que ela balançasse a cabeça e dissesse, "Você pode entrar.”
Pisquei surpreso, mas mesmo assim entrei e fechei a porta enquanto Rue atravessava a sala.
Ela bateu suavemente em outra porta que assumi ser o banheiro e disse, "Estou pendurando as roupas na maçaneta da porta.”
Sem resposta, ela bateu novamente e um baixo ‘Obrigada’ seguiu após a batida.
Rue suspirou e virou-se, recolhendo os papéis enquanto falava. "Ela quer que você leve-a de volta para casa. Mas estava esperando para falar com você antes que ela saia."
Pisquei. "Ela não me quer aqui?"
Comecei a recuar em direção à porta antes que saísse um rápido "Sim,” de sua boca.
Parei com as costas contra a porta e esperei por ela continuar.
Ela não me decepcionou.
"Ela está agindo como se estivesse tudo bem, mas acho que uma vez que chegar em casa e ficar sozinha, ela vai quebrar. Quero que você esteja ciente, e, se possível, a verifique," ela disse suavemente.
Balancei a cabeça. "OK." Gostaria disso também.
"Tenho aqui alguns panfletos para ela levar para casa, e acho que seria benéfico ela ir falar com alguém também," Rue continuou.
Concordei com a cabeça novamente e peguei os panfletos. “OK.”
Como ela continuou falando, fiquei imaginando o porquê.
Por que ela me quer?
Eu não era um cara muito legal.
Não trato as mulheres da maneira certa.
Eu as amo e as deixo.
Ela provavelmente me odiaria na vida real, se eu não a tivesse salvo.
“A última coisa que preciso te mostrar é isto. E preciso de você para convencê-la a levá-lo," Rue falou suavemente.
O chuveiro desligou, e pude ouvir Mercy movendo-se, etiquetas sendo arrancadas das roupas, e o som distinto de algodão contra a pele.
"O que é isso?" Perguntei baixinho, olhando para a mão dela e vendo uma pílula embrulhada em um pacote plástico.
"É o plano B," Rue disse com cuidado. "O homem não usava proteção. É possível que ela esteja grávida. Isto é para neutralizar, e deve ser tomado nas primeiras quarenta e oito horas após o sexo desprotegido."
Pisquei aturdido. "Por que você está me contando isso?"
Não queria essa responsabilidade.
Eu não era o responsável!
"Porque lhe pedi para fazer isso,” Mercy disse suavemente. "Sei que você não me conhece, mas você é tudo o que tenho agora. Você é o único com uma mente sadia no momento, a minha está um tumulto e a da minha família também, provavelmente. Preciso de alguém com um cérebro racional para tentar me convencer, porque agora não acho que possa fazer isso."
Ela indicou a pílula com um aceno de cabeça, e balancei a minha. "Realmente não estou entendendo, o que você acha que posso fazer."
Ela veio totalmente para fora do banheiro em um par de calças de yoga preta e uma camisa do Mickey Mouse. Um par de chinelos rosas em seus pés, e seu longo cabelo castanho estava em um coque bagunçado no topo de sua cabeça.
"Por favor", ela disse suavemente.
Suspirei e tomei a pílula que Rue ainda estava me oferecendo.
"Ok," falei finalmente. "Você está pronta para ir?"
Ela assentiu com a cabeça em confirmação e virou-se para olhar para a porta com ansiedade.
Sem saber se meu toque seria útil ou não, andei em direção a ela, oferecendo-lhe o braço para apoio.
***
A volta para casa foi difícil, e quando cheguei à rua dela as coisas estavam totalmente fora do normal.
Havia carros de polícia, caminhões de bombeiros e equipes de reportagem em todos os lugares.
“Oh, não,” Mercy gemeu.
"Que porra é essa?", perguntei quando passamos por carro após carro.
Havia literalmente pessoas em todos os lugares.
Esses idiotas não sabem que esta era a última coisa que ela precisava agora?
Então vi a enorme multidão, e fiquei grato que estávamos em um carro sem identificação, porque fiz a volta em torno da calçada e comecei a dirigir na direção oposta.
"Qual é a sua segunda escolha?", perguntei.
Ela encolheu os ombros. "Meus pais, eu acho.”
Ela disse com uma relutância bem perceptível que aquele era o último lugar na terra que queria ir.
"Você vai ter que falar com eles, eventualmente," falei quando comecei a dirigir, não para seus pais, mas para o meu lugar.
Porque fiz isso, eu não conseguiria te dizer, mas fiz.
Foi monumentalmente estúpido, mas ela precisava.
"Eu sei," ela sussurrou entrecortada. "Só... ainda não. Eles só vão me dizer, eu te avisei, e não estou pronta para ouvir isso ainda."
Abstive-me de fazer a pergunta que estava na ponta da minha língua, mas apenas por pouco. "Vamos para o meu lugar ... ou um hotel?" Ofereci.
Ela olhou para mim com seu coração nos olhos. "Seu lugar."
E foi o início de como me tornei bem e verdadeiramente fodido.
E não de uma maneira ruim.
CAPÍTULO TRÊS
Naquela época, eu costumava chamar-lhes por nomes quando alguém me irritava. Agora, apenas deixo de segui-los no twitter. Isso vai mostrar a esses filhos da puta!
-Mercy para Miller
Miller
Quando cheguei em casa no dia seguinte, depois de deixar Mercy na casa dela, vomitei durante uma hora.
Depois que vomitei toda a comida e a água, só ficou a bile. Em seguida, terminei com arfadas secas a bela rodada.
Não conseguia respirar, e tudo que podia fazer era repetir os eventos do dia anterior em minha mente, imaginando como diabos uma mulher seria capaz de superar o que tinha acontecido a ela naquele dia.
"Você está bem?" Foster perguntou um pouco mais tarde.
Levantei meu polegar. "Bem pra caralho."
Eu não estava bem.
Estava longe de estar bem.
Não havia feito nada, apenas me mantive próximo a uma mulher que não conseguia fazer nada a não ser chorar durante todo o dia anterior.
Estava literalmente exausto, e me senti como uma porra de um pau por apenas a ter deixado em sua casa. No entanto, foi o que ela quis, então eu tinha feito isso.
Mesmo que estivesse extremamente relutante em fazê-lo.
"Ela tomou?" Foster perguntou suavemente.
Balancei minha cabeça. "Não."
Foster estava falando da pílula do dia seguinte.
Depois de horas tentando convencê-la a fazê-lo, ela finalmente correu para pia enquanto lágrimas deslizavam pelo seu rosto a um ritmo alarmante.
Foster havia entrado no nosso apartamento em algum momento entre eu tentando convencê-la, e Mercy me falando de seus 'valores' de não matar uma criança, não importa como foi concebida.
Ficou falando, mais e mais, que, se ‘Deus queria que ela tivesse um filho com esse ... homem, então ela teria um. E o amaria.’
Eu evitei discordar ou concordar.
Pessoalmente, tive a sensação de que ela não aceitaria a pílula quando recebi da mulher de Cleo. Estar jogando o papel de advogado do diabo para uma pobre mulher que tinha acabado de ser estuprada, era principalmente para o benefício de Mercy. Ela precisava saber as consequências de manter uma criança que foi concebida assim ... se estivesse mesmo grávida.
Apenas o tempo diria, no entanto. E eu não iria pregar para ela sobre certo ou errado.
Eu não conhecia a Bíblia como provavelmente deveria. Era um cristão, e falava com Deus, mas não era um frequentador assíduo da igreja.
Eu era um homem que acreditava em Deus e na pátria. Na pátria mais do que em Deus, mas nem muito em um ou no outro.
"Foi a sua decisão de não tomar, só espero que ela perceba o que vai acontecer com essa criança se ela permanecer em Kilgore. Todo mundo vai saber que o bebê foi concebido por estupro, e nenhuma criança deveria viver assim," Foster disse suavemente, inclinando os ombros no batente da porta.
Me virei para Foster com um grunhido que se deslocou até a ponta do meu lábio. "Essa criança não será intimidada. Se ele ou ela for, eles terão que responder a mim."
Praticamente cuspi as palavras, as arremessado para o meu irmão como se ele fosse o único provocando a criança indefesa.
Foster levantou as mãos com surpresa. "Eu não disse que iria fazê-lo! Estava dizendo que isso vai ser o que acontecerá. As pessoas são idiotas. Especialmente aquelas velhas intrometidas que não têm mais nada para fazer, a não ser falar sobre os problemas dos outros, menos os seus próprios.”
Apenas balancei a cabeça. "Bem, vamos esperar que isso não aconteça, porque senão irei fode-los."
Ele bufou. "A autópsia no agressor foi realizada na noite passada. Não havia nada em seu sistema, exceto uma pequena quantidade de álcool."
Olhei para o vaso sanitário, grato que a diarista veio há apenas dois dias para limpar o apartamento. Eu não era um grande fã de vomitar, e faze-lo em um vaso sanitário que fedia a mijo e merda não era minha coisa favorita.
"Bem, isso explica muita coisa", falei, sarcasticamente, antes de esforçar-me para ficar de pé.
Ele olhou para mim com cautela perguntando se eu tinha terminado ou não. Provavelmente ficou lá e tirou fotos o tempo todo.
Ele era um bom irmão assim.
"Como estava o seu bairro?" Perguntou Foster, seguindo-me para a cozinha, onde prontamente peguei uma lata de cerveja e abri para beber.
Ele me observava em silêncio, esperando que terminasse de beber antes de responder.
"Fantasmagórico. Depois que ela foi para a cama na noite passada, liguei para o pai dela e depois para o Chefe Rhodes, que tomou para si a tarefa de limpar essa bagunça. Eles deixaram cada estação de rádio, noticiário e jornais em Ark-La-Tex, saberem que estavam lá, e que se um vídeo aparecesse sobre Mercy, eles pessoalmente iriam processá-los," falei, pouco antes de arrotar.
"Cinco," Trance disse, entrando pela porta da frente sem bater.
Virei-me.
Nós iríamos atirar hoje, ou foi há três dias atrás.
Agora, eu tinha certeza que estava desidratado, e precisava de algo mais do que apenas uma cerveja para me ajudar a recuperar.
Infelizmente, a cerveja era tudo o que tínhamos, e eu teria que lavar um copo da pilha sob a pia se quisesse água.
Assim, seria a cerveja.
Depois da minha terceira, me sentia finalmente bem o suficiente para encarar os meus dois irmãos que estavam olhando para mim como se eu estivesse quebrado.
"O quê?" Perguntei com raiva.
Ambos balançaram a cabeça.
Um gesto tão parecido que era cômico.
Nós todos parecíamos iguais. Eu era o maior e mais velho. Trance era o do meio e um pouco menos musculoso que eu, mas da mesma altura. Foster era o mais novo, e mais magro. Ele não era pequeno, de qualquer maneira, simplesmente não tinha tanta massa como Trance e eu.
Suspirei e fui para o quarto, tirei a minha camisa e calças no caminho, minhas meias seguiram o mesmo destino enquanto me dirigia ao armário, de onde puxei uma camiseta limpa que cheirava a flores e merda, cortesia, mais uma vez, da empregada.
Meus jeans estavam apertados novamente.
Ugh. Acho que ela os engomou também.
"Olhem para esta merda!" Gritei para meus irmãos.
Retirando a calça, segurei-a pelo cós e coloquei-a com as pernas para baixo no tapete onde elas ficaram em pé por conta própria.
"Uau, Mandy fez um bom trabalho engomando suas calças," Foster observou secamente.
Os olhos de Trancy arredondaram, enquanto observava o meu jeans engomado ficar em pé por conta própria. Ele provavelmente faria frente contra um vento forte também.
"Você está usando esses?" Trance perguntou preocupado.
Dei-lhe um olhar e puxei para fora todas as minhas mais ou menos 41 calças engomadas, em seguida, caminhei para a lavanderia, onde joguei cada uma delas na máquina de lavar e liguei a água escaldante... ou quente. Tanto faz.
Então coloquei duas xícaras de detergente e programei seu ciclo mais longo antes de me virar e escavar através das roupas sujas.
Encontrei um par de jeans que havia usado na semana passada, feliz de ver que tinha apenas algumas manchas de, o que eu suspeitava, ser lama, sobre os joelhos.
Colocando o jeans, voltei para o meu quarto, onde calcei meus pés de volta em minhas botas.
"Você recebeu uma nova arma?" Trance perguntou quando me levantei.
Concordei falando, "Uma Colt .45. Cano curto. Se encaixa perfeitamente no meu coldre de tornozelo. Posso até correr com ela confortavelmente."
"Doce. Tenho só cinco caixas de cartuchos para a minha .45. Quero atirar," Trance disse enquanto caminhava comigo para fora de casa e descia as escadas.
Foster e eu tínhamos cada um três pentes por arma, mas eu tinha mais dois rifles pendurados sobre cada ombro.
Trance caminhou até o seu carro e tirou o rifle e os pentes antes de colocá-los na caçamba da minha caminhonete.
Nos apertamos em meu Chevrolet 87, sentando os três na frente da picape de cabine simples.
Os rifles foram para atrás do assento, todos os canos apontando para o chão.
Era um ajuste apertado, mas nós conseguimos.
Embora, estivéssemos tão apertados agora, que se precisasse parar de repente provavelmente permaneceríamos no mesmo lugar simplesmente pelo princípio geral.
"Por que nós sempre usamos sua camionete estúpida? Eu tenho uma nova,” Foster reclamou de sua posição no assento do meio.
Desloquei-me em sentido inverso, tendo a certeza de quase pregá-lo pelas bolas, e saio do estacionamento.
Ele amaldiçoou e cobriu seu pau, fazendo-nos rir.
"Porque eu sou o mais velho", falei com os olhos arregalados.
Ele apenas balançou a cabeça, e dirigi ao campo de tiro onde éramos membros.
"Você acha que elas pensam que somos gays?" Foster perguntou quando olhou para um carro cheio de garotas à nossa esquerda no primeiro semáforo que paramos.
Olhei para encontrá-las rindo e lançando olhares em nossa direção.
"Não. Nós nos parecemos. A menos que elas pensem que somos incestuosos, ou algo do tipo,” falei com calma.
Olhei para frente e engatei a primeira marcha quando o sinal ficou verde. "Bem, então, deixe-as pensar assim. Não temos nada a provar para elas."
"E se a minha futura esposa estivesse neste carro?", Foster murmurou.
Atirei um olhar em sua direção. "Foster, aquelas meninas eram todas de dezesseis anos. Se a sua futura esposa estava naquele carro, certamente teria que visitá-lo na prisão do estado por estupro.”
Trance bufou. "Você costumava ser assim também."
Dei de ombros. "Mudei os meus hábitos."
Eu era assim também.
Mais de um ano atrás transava com mulheres como se estivesse comendo doces.
Então, literalmente, fodi com tanta força um dos meus encontros que a parede entre o meu apartamento e aquele do outro lado tinha caído com a minha exuberância, e por isso não tive relações sexuais desde então.
Quase matei alguém. Duas pessoas na verdade.
Reconheço, a parede era frágil e um pedaço de merda, e resistiu não só eu ter relações sexuais contra ela, mas o ocupante anterior também. Nunca estive tão assustado na minha vida. Nem mesmo quando estava no meio de uma maldita zona de guerra com trinta Talibãs apontando suas armas para o meu rosto.
Trance e Foster bufaram. "Você virou uma pequena cadela."
Esse comentário veio de Foster, e tive a certeza de pegá-lo pelas bolas na próxima vez que mudei de marcha.
"Foda-se," ele chiou.
Cheguei na entrada do campo de tiro após trinta minutos ouvindo sua merda, e fiquei aliviado ao ver o lugar deserto.
Foi útil virmos no dia de semana. Se tivesse sido um fim de semana já estaria cheio.
"Rifle ou revólver em primeiro lugar?" Perguntei a T na estrada que levava às faixas separadas.
"Rifle."
"Revólver."
Revirando os olhos, peguei uma, escolhendo a arma em primeiro lugar.
Foster mostrou a Trance um sorriso triunfante, e Trance golpeou-o no ombro.
"Oww," ele lamentou.
Estacionei no lugar ao lado do único carro, grato que obtive uma vaga de estacionamento perto.
Eu odiava ter que transportar tudo de volta para a camionete. Era inevitável que iria esquecer alguma coisa.
Agarrando meus protetores de orelha ao redor do cabo, coloquei-os em meus ouvidos porque já podia ouvir o ocupante solitário do estacionamento atirando uma tempestade com sua arma.
Ele literalmente não tinha parado desde que tínhamos chegado. Nove tiros, recarregou, mais nove tiros.
Isso não me surpreendeu, no entanto. Algumas pessoas faziam isso assim.
Embora fiquei surpreso ao ver que o atirador era uma mulher.
Uma mulher sexy com jeans tão apertado que me deu água na boca.
Ela chamou a atenção de Foster, também.
Seu longo cabelo preto estava para baixo de sua bunda em ondas suaves, e sua camisa mostrava que ela possuía alguma filiação ao Corpo de Bombeiros de Kilgore.
Foster me cutucou, movendo a cabeça para a mulher.
Trance nem sequer se preocupou em olhar. Ele tinha uma mulher em casa que amava mais do que o ar que respirava, bem como dois filhos lindos.
Ele não precisava olhar. Ele tinha tudo.
Tudo o que eu gostaria de ter, mas nunca disse nada disso a alguém.
Esperamos por mais cinco minutos para ela parar de atirar, antes de nos anunciarmos, e quando fizemos, ela se virou como se tivesse sido cutucada com um marcador de gado.
Foi quando minha mente começou a juntar todas as peças.
"Hey Mercy," falei calmamente. "Está tudo bem."
Disse suavemente, principalmente porque ela estava segurando a arma como se fosse puxar para cima a qualquer momento, mesmo que todos nós sabíamos que estava descarregada.
Seus olhos corriam entre Trance e Foster, sua mente rapidamente notando seus portes enormes antes que ela se estabelecesse em mim.
Quando o fez, relaxou visivelmente, toda a tensão que havia em seu corpo no momento em que falamos sendo dissipada, fluindo para fora dela como se nunca tivesse estado.
"Miller," ela respirou com alívio. "Vocês me assustaram.”
Poderíamos dizer isso.
Trance olhou para a mulher com curiosidade, mas Foster percebeu quem ela era no mesmo momento que também percebi.
Foster manteve-se afastado, quando Mercy foi ao nosso apartamento. No entanto, ele não estava morto.
Ele tinha ouvido a conversa, cortesia das paredes de merda do apartamento. Também a viu enquanto ela estava dormindo.
Agora, porém, ela parecia muito foda em comparação com seu estado quebrado anterior no meu apartamento.
"Você parece bem, Mercy," disse suavemente. "Com o que está atirando?"
Eu sabia com o que ela estava atirando, mas foi um quebra-gelo para fazê-la falar.
Meus irmãos tomaram isso como uma sugestão para começar a se preparar, então coloquei minha bolsa sobre o balcão e caminhei até Mercy lentamente.
Ela realmente parecia melhor.
Vestida com suas próprias roupas e sapatos, com os cabelos lavados e soltos, ela aparentava uma pessoa totalmente diferente.
Mesmo quando a vi ontem, pressionada contra a janela ... ela se assemelhava a outra pessoa.
Esta Mercy parecia estar confortável em sua própria pele. Como se nunca tivesse experimentado a atrocidade que lhe aconteceu ontem.
Mercy estendeu a arma para mim. Uma 38 rosa que encaixava em sua pequena mão como uma luva.
"Você vem sempre aqui?" Perguntei-lhe, tocando o cabo cor-de-rosa com a ponta do meu dedo.
Ela assentiu com a cabeça. "Toda segunda-feira. Pensei que seria melhor manter minha rotina regular."
Eu poderia entender isso. Rotinas eram importantes para a maioria das pessoas normais... mas para as pessoas que foram fodidas... rotinas eram cruciais.
Algo que eu conhecia muito bem.
"Este é um bom lugar para vir. Você quer atirar com a gente?", perguntei.
Eu esperava que ela dissesse não, mas surpreendeu a merda fora de mim ao dizer, "Sim."
Ela deve ter lido a surpresa estampada em meu rosto, porque riu suavemente. “Eu estou sem balas.”
Sorri. "Sorte sua que tem munição suficiente para segurar um pequeno cerco."
Ela levantou a mão e correu para cima e para baixo em meu braço. "Obrigada, Miller."
Levantei a minha própria e apertei a sua mão. "A qualquer hora, Mercy Me."
Ela sorriu. "Mercy Me. Gosto disso."
Arqueei minhas sobrancelhas para ela. "Agora, vamos ver o que você pode fazer com uma arma de verdade."
Ofegando com graça ela me seguiu até onde meus irmãos estavam de pé, armas sobre o balcão na frente deles.
"É seguro mirar em qualquer alvo por aí?", perguntou Trance.
Mercy riu. "Desculpa. Eu estava um pouco ... distraída."
Nem Trance, nem Foster, disseram nada, mas eu poderia dizer que eles queriam. Isso só serviu para mostrar que sabiam como lidar com mulheres.
"Agora, você pode mostrar como os meninos grandes se divertem," ela brincou.
Sorri largamente para ela. "Seu desejo é uma ordem."
Foster resmungou e um sorriso brincou nos lábios de Mercy, mas ela tentou o seu melhor para não comentar.
Embora ainda estivesse um pouco nervosa, ela começou a sair da sua concha quando, não só eu, mas meus irmãos, começamos a mostrar as nossas habilidades.
Ela atirou quase dois cartuchos de cada arma que tinha tomado emprestado com a gente.
No momento em que estávamos reunindo nossos pertences para ir embora do campo de tiro, Mercy tornou-se confortável em torno de nós.
Foi quando eu estava acompanhando-a ao seu carro que ela parou e olhou para mim.
"Obrigada por me ajudar, Miller," ela falou de maneira agradecida
Toquei a ponta do seu nariz com um dos meus dedos, meus olhos fixaram nas sardas que ela tinha polvilhado sobre suas bochechas e nariz. "Foi tudo você que fez, querida."
Ela sorriu tristemente para mim. "Não, não foi."
Quando ela fez um movimento para ir até o carro, eu a parei, tomando seu pulso.
Senti a pele lisa sob a minha palma áspera, e seus pequenos ossos.
Eu poderia literalmente embrulhar o polegar e o dedo indicador ao redor do pulso, com o polegar quase tocando a minha segunda junta.
Ela olhou para mim com uma sobrancelha levantada em questão. "O quê?"
Aproximei-me quando ouvi os passos dos meus irmãos no estacionamento atrás de nós.
"Você realmente fez isso por conta própria. Não fiz nada para você que você mesma não poderia ter feito. Você é uma mulher incrível, Mercy. Sua habilidade de sobrevivência me surpreende," afirmei com sinceridade.
Um sorriso envergonhado inclinou para cima nos cantos dos seus lábios. "Você não tem sequer a mínima pista, Miller. Eu não sou aquela garota. Acabei de fazer uma boa atuação."
Com isso, ela saiu, e fui deixado com a sensação de que talvez deveria verificá-la no final do dia.
Pelo menos verificar se ela estaria bem.
Isso era puramente para benefício dela... não era?
CAPÍTULO 4
Chef, você sempre foi como um pai para mim.
- Caneca de café
Mercy
Dois dias depois
Houve uma batida na porta, e espreitei minha cabeça para fora do cobertor em que estava escondida debaixo.
Literalmente escondida.
A única maneira que eu poderia dormir era se as luzes estivessem acesas, a TV ligada, e o edredom me cobrindo da cabeça aos pés.
Levei um bom tempo para me acostumar, mas consegui. Especialmente quando era a única maneira que eu era capaz de dormir.
Olhando para o relógio, gemi, sabendo que só poderiam ser duas pessoas.
Ninguém mais iria bater à porta às seis e meia na manhã de quarta-feira.
Talvez se eu os ignorassem, eles iriam embora.
Suspirei quando a batida continuou.
Jogando as cobertas, caminhei até a porta.
Acho que deveria ter esperado por isso. Eu os ignorei por três dias. Não havia nenhuma maneira que eles me deixariam em paz para sempre.
Não era o que eu queria ... Só não sabia o que dizer.
'Estou bem' não parecia muito bom. Eles sabiam que eu não estava bem. ‘Vou ficar bem,’ era o mais perto da verdade, mas inferno, quem saberia quando eu ficaria bem.
Levantei as minhas defesas e abri a porta para minha mãe e meu pai.
Meu pai parecia pronto para colocar a porta a baixo, e minha mãe estava puxando para fora suas chaves e se preparando para usa-las.
"Você sabe," falei balançando a porta. " A maioria das pessoas normais estariam dormindo a esta hora do dia.”
Meu pai bufou e empurrou-me para o lado para entrar, mas minha mãe olhou para mim.
“Se você estivesse dormindo, eu não teria vindo. Mas vimos as luzes acesas, e todos nós sabemos que você dorme com todas as luzes apagadas," minha mãe afirmou.
Às vezes as mães achavam que sabiam de tudo.
Embora ela teria razão há apenas quatro dias atrás.
Então, nunca tive uma luz acesa em casa.
Agora, eu não conseguia dormir sem todas elas ligadas.
O que talvez deixava ela saber que eu não estava ‘bem’.
"Isso só serve para mostrar que você não me conhece tão bem quanto você pensa que conhece. Eu estava dormindo,” provoquei.
Eu não queria que meu tom soasse tão cansado, mas saiu, e meu pai que estava se ocupando de fazer café, se virou para me estudar.
Minha mãe parou até que seus pés tocavam o meu, e me puxou para seu abraço quente.
"Amo você, baby," ela sussurrou ferozmente. "Se pudesse levar sua dor de você, eu o faria.”
Ela sabia que eu precisava dela. É por isso que ela me mostrou como fez. Como ela sabia, eu não sei, mas ela fez. Deve ter sido intuição de mãe ou alguma merda assim, mas eu quebrei. Bem ali, em seus braços, eu quebrei.
Deixei sair toda a dor que estava segurando nos últimos três dias.
Disse a ela tudo o que tinha acontecido.
Disse também como não conseguia dormir com as luzes apagadas, porque quando fazia, tudo o que podia sentir eram as mãos dele em mim, me violando.
E ela ouviu.
Ela fez o que qualquer mãe faria, me ouviu, tudo o que eu tinha a dizer.
"Oh, baby," ela chorou baixinho.
Os braços do meu pai em volta de mim e de minha mãe, nos colocando em seu forte abraço, fez-me chorar ainda mais.
"Está tudo bem, menina. Nós vamos passar por isso," prometeu.
Eu não tinha tanta certeza se acreditava nele.
Falei a mim mesma a mesma coisa ao longo dos últimos dias; ainda assim, aqui estava eu, três dias após o incidente que não gosto de colocar um rótulo, ainda funcionando precariamente.
Então chorei nos braços da minha mãe, da mesma maneira que havia chorado nos braços de Miller no primeiro dia, a dor derramando para fora de mim.
Foi uma limpeza de qualquer forma.
Eu não estava nem perto de melhorar, mas senti como se pudesse respirar.
Tinha sido uma briga que estive evitando por alguns dias, e agora me sentia livre por finalmente tê-la fora do meu peito.
Depois de um longo tempo, meu pai finalmente se afastou de nós, dando-nos um beijo na testa, antes de começar a se afastar em direção a cozinha para fazer nada realmente.
Foi só quando sentimos o cheiro do bacon que minha mãe e eu finalmente quebramos o abraço.
Mas ela fez isso só para colocar as mãos no meu rosto.
"Quero que você saiba que estou aqui, querida. Dia ou noite. Se você precisar de mim, vou estar aqui," ela prometeu.
“Tudo bem, durante o dia, vou chamá-la. À noite, porém, provavelmente vou chamar o papai. Ele sempre está acordado até mais tarde do que você,” provoquei.
Ela franziu o cenho para mim, dando-me um olhar estreito ao dizer, "Ele não fica mais acordado até tarde da noite. Só se for algo de muito ruim, o que sempre é.”
Meu pai era o chefe do corpo de Bombeiros de Kilgore.
Era o grande manda chuva que tinha que se sentar atrás de uma mesa e ‘empurrar os papéis’, ou assim ele o dizia.
Ele não gostava nem de perto tanto quanto gostava de ser um bombeiro em serviço ativo, mas era mais seguro para o seu coração. Papai teve dois ataques cardíacos nos últimos quatro anos, e precisou abrandar muito por causa disso.
Foi necessário deixar o seu trabalho de alto estresse, mas felizmente ele ainda conseguiu ficar no corpo de bombeiros. A maioria não tinha essa opção.
"Papai, eu quero algumas panquecas,” falei enquanto entrava na cozinha de mãos dadas com minha mãe.
Meu pai olhou para mim irritado com uma tigela de massa nas mãos. "Você acha que não sei disso?"
Eu sorri.
Meu pai sempre soube como me fazer sentir melhor. Ele só fazia panquecas quando era uma ocasião especial, como Natal ou um aniversário.
Ele dizia que leva muito tempo. Eu realmente pensei que era porque ele odiava ficar de pé virando panquecas enquanto todos comiam sem ele.
"Obrigada, papai.” Sorri, beijando-o na bochecha antes de me sentar à mesa e esperar pacientemente.
"Qualquer coisa para você, menina. Sempre." Ele prometeu.
***
"Estamos realmente aqui para ver se precisamos cancelar o nosso cruzeiro", disse minha mãe, uma vez que tínhamos terminado e eles estavam se preparando para ir aos seus locais de trabalho.
Neguei com minha cabeça. "Não se atreva. Vocês merecem ir naquele cruzeiro. Isso tem sido algo que vocês queriam fazer há anos. Vai ficar tudo bem," assegurei.
Ela franziu a testa. "Mas você não tem ninguém para conversar."
Não concordo necessariamente com isso. Eu possuía amigos.
"Os caras do trabalho vão conversar comigo. Para não falar que tenho Memphis," expliquei.
Memphis era minha amiga que conheci no início do ano passado. Ela era casada com outro policial da KPD.
Ela franziu a testa para mim. "Acho que me sentiria melhor se você tivesse alguém para chamar a qualquer momento, embora."
Então pensei sobre Miller.
Por que não conseguia tirar o homem da minha cabeça?
O que ele tinha sobre mim?
Eu não deveria estar interessada no homem que teve conhecimento em primeira mão do meu estupro e em seguida do espancamento.
Mas eu estava, e eu fazia.
Eu o queria.
Queria falar com ele. Queria vê-lo. Para sentir-me segura em seus braços novamente.
Mas não podia depender dele assim.
Eu não deveria estar pronta para ter outro homem em minha vida.
"Tenho também esse cara, você sabe, o que me salvou!" disse a minha mãe.
Minha mãe concordou. "O que ajudou você naquele dia. O cara grande com todas as tatuagens."
Concordei com cabeça. "Sim, ele disse que poderia chamá-lo se algum dia precisasse de alguma coisa.”
Ela estudou minhas palavras, percebendo por alguns instantes se estava sendo sincera antes de assentir com a cabeça. “OK. Mas se precisar de nós, espero que você nos ligue também. Nós vamos pegar o voo mais rápido que pudermos de volta para casa.”
Concordei com um gesto de cabeça e lhe dei um beijo, e então ela saiu pela porta no instante seguinte.
Meu pai parou do lado de fora da porta e virou, deixando minha mãe seguir em frente para a camionete, me olhando de perto.
"Me ligue se precisar de alguma coisa...está bem baby?" Ele perguntou asperamente.
Coloquei minha mão contra sua bochecha. "Obrigada, papai."
Ele sorriu tristemente antes de virar a cabeça para esfregar seu rosto barbudo contra a palma da minha mão. "Você é meu bebê menina. Mesmo que você não seja realmente mais um. Sempre estarei aqui se precisar de mim. Chame-me, dia ou de noite."
Balancei a cabeça. "Eu vou, papai."
Ele parecia melhor agora do que estava antes, e fiquei contente que o olhar anterior não estava mais nos olhos dele.
Eu odiava que ele parecesse tão derrotado. Tão quebrado.
Se pudesse ter mantido isso dele, eu teria.
Não era bom para ele ou para seu coração. Eu faria qualquer coisa para poupar-lhe a dor que vi em seus olhos antes.
Eu tinha feito um bom trabalho em convencer-lhe que estava tudo bem, apesar de tudo.
Inferno, eu mesma fiz um bom trabalho em convencer-me, também.
Quando Miller havia me deixado, duas manhãs atrás, felizmente para uma rua vazia e uma casa vazia, segui com a minha rotina habitual.
Havia feito o que sempre fiz, que foi fazer o check-in no trabalho, anotar alguns recados e, em seguida ir ao campo de tiro.
Tinha me convencido de que estava tudo bem, mas a munição que normalmente leva mais de uma hora para acabar foi-se dentro de vinte minutos, e quase tive um ataque cardíaco quando ouvi meu nome sendo chamado por Miller.
Inferno, eu quase atirei nele.
Meu rosto ainda latejava loucamente. Meus braços e pernas doíam. As minhas costelas doíam. A única coisa que não doía era aquilo que todo mundo estava tão preocupado.
Com esse pensamento, fiz o caminho mais curto para o chuveiro, saltando para ele totalmente vestida.
A água fria me atingiu como um tapa na cara, e fiquei grata pelo despertar rude.
Eu merecia tudo o que tenho e muito mais.
Eu era uma covarde.
Uma estúpida, mentirosa, horrível, covarde.
Eu pedi por tudo e mais, ao dizer o que falei naquele dia, merecia a humilhação que foi o resultado dessa terrível conversa.
E no dia seguinte, a depressão me atingiu, a auto aversão. Não consegui sair da cama naquele dia, e tinha a mesma coisa planejada para hoje também.
Sorte a minha, meus pais não se importaram de esperar mais.
Uma batida na porta fez-me virar para encará-la.
Desde que meus pais acabaram de sair, e a equipe com quem trabalho sabia não queria ser incomodada, restou um grupo muito pequeno de pessoas.
Além disso, o correio não estava funcionando hoje, visto que era um feriado, de modo que reduziu ainda mais.
Eu sabia quem era embora, sem sequer abrir a porta.
A mulher sempre teve a capacidade de fazer o meu sangue gelar nas veias, e com base nos arrepios correndo em minha espinha, tinha que ser ela.
Olhando pelo olho mágico, suspirei quando vi o rosto carrancudo de Linda.
Jesus, mas a mulher era uma vaca. Nos doze meses que a conhecia, não havia um dia sequer que poderia dizer que estava ansiosa para tê-la como minha sogra.
Relutantemente, abri a porta, a trepidação fazendo minha mãos tremerem. "Linda."
Ela olhou para mim por dois segundos antes que puxasse uma arma da bolsa e disparasse.
Ela não me abateu. Bem, ela fez, mas era água e não uma bala.
Ela acertou-me na cara. Com os olhos arregalados em choque, ofeguei para a mulher.
"Que amor eterno, porra?" Gritei para a cadela louca.
Sério!?
Ela trouxe uma pistola de água que parecia uma arma e atirou em cheio no meu rosto!?
A brincadeira, entretanto, virou contra a pobre Linda.
Principalmente por causa de cento e treze quilos de macho alfa irritado que bateu nela, e levou-a para o chão aos nossos pés.
Miller teve a mulher estúpida desarmada, de cara presa à grama, em menos de dez segundos.
"Caramba," respirei enquanto observava a cena. "Você acabou de derrubar a minha ex sogra!"
Foi quando comecei a rir de verdade.
Durante o ano passado, não houve um único dia que não desejei que ela conseguisse seu merecido castigo.
O dia em que ela finalmente comeu seu orgulho.
Miller a manteve de bruços, jogou longe a arma ‘falsa’ como se fosse um pedaço podre de carne, e então algemou-a antes de se levantar e dar-lhe um olhar de desgosto que dizia tudo. Então puxou o celular do bolso e ligou no que assumi ser a delegacia.
"É Miller Spurlock. Emblema número 544934. Preciso de uma viatura em Moonshine Drive 300," ele disse em seu telefone. "Um suspeito em custódia. Obrigado," ele grunhiu e desligou.
Então ele virou os olhos azuis irritado para mim com o queixo quadrado duro com uma fenda sexy.
Meu Deus, o homem era sexy. Mas o pensamento de nunca ter sexo novamente fez meu sangue gelar. Não porque não soasse atraente, mas porque soou atraente. Com ele. Extremamente atraente. Parecia algo que eu realmente queria fazer.
E foi o que me fez uma vadia. Eu não deveria querer isso. Não com ele, e certamente não em tão pouco tempo depois que havia acabado de... ser estuprada. Foda-se, eu não poderia nem mesmo dizer a palavra. O que me fez pensar que poderia ser normal com alguém como Miller?
Nunca estive ligada com um homem como ele antes, e certamente não agora.
Eu era muito simples. Com muitas sardas. Era muito magra, e não tinha muito o que melhorar.
Inferno, meu pai ainda me chamava de espantalho. Literalmente não havia substância em meu corpo. Meus seios era do tamanho da maioria das crianças de doze anos, e os meus pés eram tão pequenos que me faziam lembrar pés de elfos.
Era também introvertida e uma leitora ávida; preferia um bom livro do que estar com uma pessoa viva em qualquer dia.
Sim, fiquei surpresa quando Mitch me convidou para um encontro, e relutei em aceitar.
O que originalmente pensei como um desafio a mim mesma para sair mais, havia se transformado em um relacionamento que fiquei, porque não conseguia descobrir uma boa maneira de sair dele.
Ele foi o meu primeiro encontro sexual. Meu primeiro encontro sexual ruim, mas um encontro, no entanto.
Ele era doce e chato, assim como eu.
No início, foi como uma lufada de ar fresco passar o tempo com alguém que era tão parecido comigo, mas então ele começou a ser.... previsível.
Nós íamos jantar. Então teríamos sexo missionário (se tivéssemos sexo em tudo). Depois ele iria para casa. No dia seguinte me ligaria na hora do almoço com um superficial 'olá', e então me ignorava o resto do dia.
Ele nenhuma vez, durante o ano em que estivemos juntos, tentou ficar à noite. Nunca me convidou também para passar a noite em seu lugar, ou em qualquer outro.
Não que eu teria aceitado, pois ele ainda morava com a mãe... ou morou quando estava vivo.
Durante todo esse tempo, continuei lendo meus romances. Aqueles onde sonhava com um homem dominador que ia me dar o que eu desejava.
Não que eu já tivesse dito a ele. Ou, pelo menos, não tinha a intenção de dizer.
Esse ato de abertura de mim no caminho para a igreja liberou algo escuro dentro de Mitch.
Nunca em meus sonhos podia acreditar que existia isso nele.
Inferno, nunca soube que ele mesmo carregava uma arma, e estive com ele por um ano de merda!
Então, para Mitch me estuprar, não era mesmo algo que imaginei ele fazendo.
Veja, eu disse isso. Estupro. Estupro, estrupo, estrupo.
Deus, era uma palavra tão simples, mas senti minha garganta apertar cada vez mais ao repetir a palavra em minha mente.
Era como uma enorme e pulsante massa doente que causava arrepios na minha espinha no instante em que pensei sobre isso.
E o homem na minha frente, aquele que tinha um corpo de um deus e um sorriso que poderia fazer até mesmo as mulheres mais velhas estremecerem, me salvou.
Ele testemunhou o meu ato mais constrangedor. Então eu ri. Porra, todo mundo tinha testemunhado esse ato. Até os meus próprios pais.
"Você disse que a conhece?" Ele perguntou, tirando-me dos meus pensamentos sombrios e apontando para uma Linda inconsciente.
Foi quando a situação hilária finalmente me pegou.
Puxei meu telefone para fora e tirei uma foto. "Oh sim, eu a conheço. Esta é a mãe. Você sabe, daquele que você testemunhou me estuprando.”
Ele ignorou como cuspi a palavra estupro. Em vez disso, continuou insistindo no fato de que tive uma pistola de água apontada no meu rosto.
"Não posso acreditar que você tinha uma arma apontada para seu rosto. Não posso acreditar, porra!", disse Miller depois de um longo momento olhando para mim.
Eu ainda estava ocupada documentando a visão diante de mim.
Se alguém no mundo merecia ser tratado assim, era Linda. Ela tinha sido verdadeiramente horrível para mim, e agora isso.
Não foi culpa minha a morte dele. Na verdade, a culpa era dele. Ele foi o único a estragar tudo. Era o único segurando uma arma na minha cabeça. Foi o único que bateu o inferno fora de mim na porra da igreja.
Agora que pensei sobre isso, não achei a situação tão engraçada mais. E eu tinha certeza que ia vomitar.
Talvez estivesse em estado de choque.
Isso explicava por que eu estava rindo apenas alguns momentos depois de ter uma arma apontada para o meu rosto.
"Era uma arma falsa," falei sem muita convicção.
Ele voltou os olhos irritados na minha direção, me espetando no lugar.
Eles eram realmente de um belo azul.
Azul escuro, quase da cor da meia-noite, mas quando o sol os atingiam pela direita, pareciam quase roxos.
"Eu não sabia que era uma arma falsa," ele retrucou. "O que eu sabia era que você tinha uma arma apontada para o seu rosto."
Fiz uma careta. "Linda pensava que seu filho andava sobre a água. Tenho certeza de que ela está apenas perturbada."
A desculpa era fraca. Ele e eu sabíamos disso. Mas eu realmente não queria ter que acusá-la.
Não depois que seu único filho acabara de morrer, de qualquer maneira.
Ele não pareceu se preocupar, no entanto.
Não, Miller ainda estava tão chateado agora como quando chegou. Sorte para Linda, porém, que um carro da polícia parou na calçada no momento seguinte, salvando-a da ira dele.
Minha casa ficava em uma rua sem saída. Por isso, não me surpreendeu que, no momento em que o carro de polícia parou em minha calçada, quase todos os vizinhos saíram para suas varandas.
Meu pai gostava de chamá-los de 'curiosos'.
Eles eram o tipo de pessoas que paravam o tráfego no local do acidente, porque olhavam em vez de dirigir.
Cada um de meus vizinhos eram pessoas desocupadas.
Eu morava no coração de Kilgore. Minha rua consistia em dois policiais aposentados. Dois bombeiros aposentados. Três ex militares. Quatro senhoras de idade que, literalmente, não tinham nada melhor para fazer do que vigiar o bairro, e finalmente, um CEO aposentado de táticas de arma em Kilgore.
Ele mantinha a nossa rua toda sob vigilância porque não tinha nada melhor para fazer com seu tempo.
Foi ele também que forneceu armas para toda a força policial de Ark-La-Tex.
Era desnecessário dizer que, eu vivia num bairro de intrometidos em Kilgore, Texas.
E também adorava.
Ninguém se preocupava mais comigo do que eles.
Vinte minutos depois, estávamos assistindo quando eles arrastavam Linda para o carro da polícia dirigido por Foster, o irmão de Miller.
"Certifique-se de ser rude," Miller rosnou.
Dei uma cotovelada em Miller, que sorriu maliciosamente para mim.
"A cadela merece. Não posso acreditar que ela fez isso. É tão porra louca quanto seu filho foi," ele fervia.
Fiz uma careta e me afastei, mas Miller me parou e me entregou um cartão.
“Vim para lhe dar isso," disse ele, segurando um cartão.
Observei-o com ansiedade. “O que é isso?" Perguntei cautelosamente.
Li o cartão liso branco todo, quase palavra por palavra, que dizia, ‘Aconselhamento de crise de estupro. Bonita Dawes.’
“Ela está no antigo hospital na ala oeste," Miller disse suavemente.
Olhei para ele com medo em meus olhos. "Eu não achava que estivesse sendo tão óbvia sobre meus medos," falei cansada.
Ele balançou sua cabeça. "Você não estava. Só peguei isso de Rue, a mulher que verificou a evidência quando você foi... você sabe.”
Houve essa palavra repugnante novamente, na ponta da minha língua. Eu não disse isso, porém, e nem ele.
"Não quero isso," tentei desajeitadamente.
Ele levantou a sobrancelha para mim. "E se eu for com você?" Ofereceu.
Meu coração afundou. Não queria que ele fosse lá. Bem, eu queria, mas eu não conseguiria ir. "Por quê?", perguntei.
Ele pareceu pensar sobre o que ia dizer antes que finalmente falasse.
"Tenho sido responsável por tomar muitas decisões erradas na minha vida, e não posso mais fazer isso," Miller insistiu. "Sei que isso é a coisa certa a fazer. Não sei porque, mas preciso estar lá. Sinto-me conectado a você, de alguma forma, e sei que você precisa de ajuda. Então, aqui estou, oferecendo meu apoio."
A ideia dele estar lá me fez pensar que eu poderia ser capaz de ficar melhor falando, liberando tudo do meu peito.
Por que travei em cima dele tão apertado?
Ele não merecia isso.
Não era sua obrigação cuidar da mulher que salvou.
No entanto, ele fez, e eu estava grata.
Eu também era egoísta o suficiente para aceitar sua oferta.
"Ok," cedi finalmente.
Alívio tomou conta de suas feições ao ouvir o meu consentimento, e ele sorriu pela primeira vez desde que chegou quinze minutos atrás.
Fechei os olhos e peguei o telefone.
Se isso era o suficiente para fazê-lo sorrir, então eu faria esse compromisso.
CAPÍTULO CINCO
Os verdadeiros amigos sempre dizem o que você precisa ouvir. Por exemplo, hoje você precisa ouvir 'foda-se essa cadela'.
- Texto de Miller para Mercy.
Mercy
Dois dias depois
"Eu lhe disse que não estava feliz com a nossa vida sexual, e que não o amava mais. Disse-lhe também que precisava de mais. Que não havia mais nada para ser resolvido, e que depois que saíssemos da igreja, estava pensando em embalar as poucas coisas que tinha na sua casa e deixá-lo," sussurrei tristemente.
Miller olhou para mim. Podia sentir seus olhos estreitando sobre mim.
Penso que não deveria ter pedido a ele para vir, mas ele se tornou meu campeão, e acreditei que poderia fazer as coisas que normalmente não seria capaz de fazer com ele ao meu lado.
Ele não merecia ouvir tudo o que havia de errado com a minha vida. Também não precisava saber sobre minha incapacidade de ser feliz com o homem com quem estive há quase um ano. E eu tinha certeza que ele não queria ouvir sobre isso também, pois a forma como as suas pálpebras se contraíram em cada menção do nome de Mitch era uma indicação disso.
"Então, pelo o que entendi, você sente que o estupro foi culpa sua," a conselheira pediu uma confirmação.
"Eu não queria dizer a ele exatamente o que saiu da minha boca," hesitei. "Começou apenas como sendo um rompimento normal. Não estava com a intenção de lhe dizer nada até que nós chegássemos em casa depois da igreja."
A conselheira, Bonita, assentiu.
Ela era uma mulher baixa, com os cabelos curtos, um pouco abaixo de suas bochechas.
Parecia ter um pouco mais que dezoito anos, mas ela possuía uma licenciatura em psicologia, bem como em aconselhamento.
Ela entendia dessa merda.
Eu soube disso desde os primeiros quinze minutos da nossa sessão.
"Não estou dizendo que é culpa minha, por assim dizer, mas estou dizendo a você que sou a única que pediu isso a ele," expliquei lentamente.
Ouvi Miller rosnar uma longa respiração, e uma onda de calor começou a lavar meu rosto.
"Você disse a ele que não queria fazer o que fez?", perguntou Bonita.
Concordei com urgência. "Claro que lhe disse para parar. Não sou uma fã de demonstrações públicas de afeto, mas gosto de espontaneidade. Falei no caminho para a igreja, em vez de esperar quando nós chegássemos em casa, por uma razão simples. Ele perguntou e eu disse. Sou horrível em manter as coisas pra mim."
"O que mais você disse naquele dia?", perguntou Bonita.
"Disse a ele que queria alguém que pudesse me dominar. Que poderia me fazer sentir como se eu fosse insignificante para a sua força."
Bonita assentiu, e dei uma olhada para Miller. Podia ver seu rosto tentando manter-se neutro, mas ele estava fazendo um trabalho horrível em esconder sua raiva.
"Você me falou muito sobre o que você disse para Mitch. Que tal me falar sobre o que você estava sentindo durante o ato de estupro," Bonita instruiu.
Pensei sobre isso por um momento.
"Não foi 'traumatizante',” decidi dizer finalmente. "Quero dizer, foi horrível, não me interpretem mal. Não doeu, apesar de tudo. Não foi o e-estupro em si. Mas sim o fato de que eu estava com medo, e também que ele estava fazendo isso na frente de várias pessoas que realmente torna isso tão terrível."
Tomei uma respiração instável e falei o que precisava dizer a seguir, sabendo que ia fazer Miller me odiar.
"Eu gostei embora. E tive um orgasmo," disse em voz baixa. "Eu merecia ser tratada dessa maneira depois de todas as coisas depravadas que admiti para ele no carro, no caminho para a igreja. Sou tão fodidamente bruta e não posso suportar isso. Então, aqui estou eu querendo fazer sexo, quatro dias depois de ter sido estuprada. O que isso faz de mim?" Não espero por ela para responder. Fiz isso por ela. "Uma vagabunda, isso sim."
Pelo canto do meu olho vi Miller se levantar, e de repente ele estava de joelhos na minha frente. Colocou suas grandes palmas em cada lado do meu rosto. "Isso é apenas besteira, e você sabe disso. Você não merecia ser tratada assim. A primeira vez que você disse que não, e nós sabemos que você disse que não, porque podíamos vê-la, bem como ouvi-la.” Encolhi-me com o fato de que todos puderam me ver, mas Miller continuou como se não sentisse meu estremecimento. "A primeira vez que você disse que não, ele deveria ter parado. Ninguém merece perder esse direito. Todo mundo tem o direito de dizer não. Todo mundo. Homem, mulher e criança."
"Quanto a gostar de coisas como essa, quem porra não gosta? Ninguém quer um homem chato na cama. Você precisa de química para manter um relacionamento vivo. Também é possível forçar um orgasmo. Fazer uma mulher sentir como se estivesse gostando. Isso é apenas a resposta biológica do organismo a um estímulo. É o que faz um estuprador se sentir a dez metros de altura. Humilhá-la era o que ele desejava," Miller rosnou.
Pisquei com a veemência em sua voz. O poder por trás de suas palavras. A verdade absoluta nelas.
"Ele está certo, querida. Em tudo o que disse e muito mais. Essa é uma maneira para que o homem se sinta justificado em fazer o que fez. Se você gostou, então ele poderia dizer que o que estava fazendo não era ruim. Ele forçou você ao orgasmo. E não há nada de errado em querer seguir em frente. Nada mesmo. Isso é chamado de viver. Não reviver o passado, algo que você não pode mudar não importa o quanto você gostaria. Algumas pessoas levam meses ou anos. Mas os sortudos ... os que têm o apoio de um homem, como o que está de joelho na sua frente ou um ente querido que vai ajudá-los através disso, esses sim são os verdadeiramente afortunados. Os únicos que podem superar seus medos e ter uma boa vida novamente," Bonita sussurrou ferozmente.
Foi então que percebi que Bonita, também, tinha sofrido nas mãos de um homem. Que ela havia sido estuprada, assim como eu fui.
Ela estava certa. Estupro era estupro.
Mesmo se eu dissesse que não, isso foi um estupro. Em todos os cinquenta estados.
Então, senti como se algo fosse tirado de meu peito. Não era certo, mas eu estava no caminho. Tudo o que levaria era tempo.
***
Uma hora mais tarde, quando Miller e eu entramos no restaurante local chamado Catfish Charlie's, eu não estava certa se me sentia melhor. Na verdade, eu estava pior. Muito, muito pior.
Deliberadamente não saí em público desde o que tinha acontecido.
Depois de conversar com a terapeuta por mais uma hora, e dizer a Miller que estava com medo de sair sozinha, ele decidiu que deveríamos experimentar.
"Ninguém vai dizer a porra de uma palavra para você. Eu prometo,” Miller declarou enquanto segurava a porta aberta para eu entrar.
Entrei, embora com relutância, mas ele ficou perto de minhas costas.
Tão perto que podia sentir seu calor ao longo do meu corpo.
Sua mão estava descansando na parte baixa das minhas costas enquanto caminhávamos até a recepção onde Jeaniene ficou de pé, olhando para mim com simpatia.
Dei-lhe o crédito, embora. Ela não disse uma palavra enquanto nos conduzia a uma mesa, e em seguida, anotou nossos pedidos de bebidas.
Miller escolheu tomar o assento ao meu lado, em vez do lado oposto.
Efetivamente me segurando, me protegendo e mantendo-me longe dos olhos curiosos, tudo ao mesmo tempo.
"Calma," eu disse, dando um tapinha no seu braço.
Ele sorriu para mim e perguntou: "Então, o que é bom neste lugar? Nunca estive aqui antes."
Pisquei surpresa. "Você nunca esteve em Catfish Charlie's antes? É praticamente um marco histórico em Kilgore. Mesmo os forasteiros conhecem este lugar. Quanto tempo você mora aqui mesmo?"
"Um ano," ele respondeu, lendo o menu com atenção.
Eu arquejei. "Por que você não esteve aqui?"
Ele encolheu os ombros. "Existe uma isca de pesca que é usada para bagre chamada Catfish Charlie’s. Não acho que um restaurante seja muito atraente, sabendo que ele é nomeado por essa merda".
Eu sorri. "É realmente bom. Não se deixe enganar pelo nome."
Ele resmungou. "Só por você, Mercy Me, vou arriscar minha saúde comendo em um restaurante que é nomeado por algo que usa tripas de peixe moídas e sangue para fazer seu produto."
Mostrei a língua para ele e olhei o meu menu, embora já soubesse o que queria.
A mesa na minha frente balançou, e olhei para cima para ver Brock, um dos homens que trabalhavam para mim, sentar-se à nossa frente.
Ele não estava sozinho. Porter e Maine estavam com ele também.
Porter tomou um assento ao lado de Brock, e Maine puxou uma cadeira da outra mesa sem pedir aos ocupantes.
Eles deram-lhe um olhar atravessado, mas não disseram nenhuma palavra. Principalmente porque Maine não era nada acanhado em seus tímidos 1,83m e construído como um filho da puta assustador.
Pelo menos, era isso que Porter e Brock diziam.
"Senhores," Miller cumprimentou os homens.
Eles não deram-lhe um olhar, em vez disso focaram toda a sua atenção em mim.
Porter, Brock, e Maine estavam na Second Chances à pouco mais de sete meses.
Eram todos de ramos diferentes das forças armadas, e todos sofreram com a vida alterada por suas lesões que os levaram para fora de suas carreiras militares abruptamente.
Brock foi o primeiro a falar. "Nós estávamos esperando você vir aqui".
Eu sorri ligeiramente.
"Eu não estava pronta," admiti.
Ele assentiu com a cabeça girando o olhar para a mesa como se realmente quisesse dizer alguma coisa, mas estava dizendo a si mesmo que não deveria.
E eu estava contente. Realmente não quero começar isso aqui e agora. Ainda não, de qualquer maneira.
Teria um tempo e um lugar para trazer isso à tona, mas não queria fazê-lo depois que tive minha primeira sessão muito desgastante com a minha terapeuta, e enfrentava o público pela primeira vez desde o incidente.
Brock olhou para cima, e fiquei sem palavras pelo olhar em seus olhos.
Brock havia se tornado um grande amigo desde que começou na Second Chances.
Era um cara alto, com cabelos castanhos, musculoso, e bronzeado. Ele era normal em todos os sentidos.
Ou, pelo menos era, com todas as suas roupas postas.
Brock tinha uma perna amputada.
Ele foi baleado na perna há mais de um ano atrás, e com isso pegou uma infecção em seu osso.
Para evitar que a infecção se espalhasse, eles tiveram que amputar a perna do joelho para baixo.
Ele andava muito bem, apesar de tudo.
Você nunca saberia que lhe faltava uma perna ao menos que ele quisesse que você soubesse.
Uma versão da mesma coisa aconteceu com Porter.
Exceto que em Porter a amputação era acima do joelho.
Porter era tranquilo, e eu não sabia muito do seu passado.
Só que ele foi liberado da Marinha por incapacidade médica, e a vida que pensou que estaria esperando de volta, já não estava mais lá.
Pelo menos, foi o que me disse.
Porter era o tipo forte e silencioso.
Seus cabelos eram um loiro bagunçado, pele bonita e flamejantes olhos verdes que me faziam lembrar de um lobo.
"Maddie mandou um alô," Maine disse suavemente
Maddie era a noiva de Maine.
Eles se conheceram logo após Maine ter se mudado para cá.
"Diga a ela que eu disse ‘olá’ de volta, e que gostaria de fazer o almoço na próxima semana para ver quando ela me quer para ir experimentar os vestidos de dama de honra," falei suavemente.
Maine era doce. De longe o mais comportado do grupo, e também o único que tentava manter os outros na linha.
Era o mais baixo, por volta de um 1,70m. Possuía cabelo preto desgrenhado, e parecia ter alguma ascendência chinesa, que lhe dava uma pitada oriental às suas feições.
Ele me fazia lembrar de Bruce Lee.
Maine teve PTSD grave, e lutou com ele em uma base diária.
Ele começou a ser capaz de sair em público, mas ruídos altos ainda o assustavam e o enviavam a uma névoa de memórias.
O que foi mais do que evidente nos próximos segundos quando as portas para a cozinha bateram aberta.
A garçonete que anotou o nosso pedido, estava indo para a cozinha com uma grande bandeja de pratos sujos quando o inevitável aconteceu.
Num segundo os pratos dançavam precariamente na borda da bandeja, e no seguinte, caíram ruidosamente no chão, fazendo Maine congelar.
Ele não ficou congelado por muito tempo.
No segundo seguinte estava girando ao redor e agachando-se, com as mãos cobrindo os ouvidos enquanto olhava o restaurante com olhos cegos.
"Merda," Porter assobiou, levantando-se.
"Não o toque," pedi a todos. "Brock, chame Maddie. Ela está trabalhando aqui perto.”
Maddie era uma representante de vendas local da Dixie Star Boutique abaixo na estrada. Ela possuía a loja, e esperava que tivesse alguns de seus empregados lá para que ela pudesse vir até aqui.
Descobri que demorava muito mais tempo para Maine sair de seus episódios. O mais longo que testemunhei, até agora, teve mais de uma hora de duração, e a única capaz de tira-lo fora dele era Maddie.
Miller ficou de lado, olhando para o homem, esperando ele enlouquecer.
Mas também percebi um olhar de simpatia no seu rosto, aquele que tinha uma compreensão escura.
"Você está bem?", perguntei a ele.
Virando-se para mim, com aqueles lindos olhos azuis, sacudiu a cabeça. “Sim, tudo bem.”
Dez longos minutos depois, Maddie veio correndo ao redor do lado do edifício, e entrou pela porta da frente.
Ela se aproximou de Maine lentamente, com os olhos assombrados.
"Maine," ela chamou alguns passos de distância. “Baby, adivinha o quê.”
Maine virou a cabeça, mas não deu nenhum sinal de reconhecer sua presença.
Portanto, nós nos sentamos, esperando calmamente ele sair de sua neblina.
Algo que ele fez longos minutos mais tarde, quando Maddie sussurrou algo em seu ouvido.
"Você está me gozando," ele murmurou.
Ela balançou a cabeça, abraçando-o pelo pescoço. "Não. Descobri esta manhã.”
"Você vai me dar um bebê?" Ele sussurrou ferozmente.
Ela assentiu, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto enquanto se jogava em seus braços.
Ele a pegou com facilidade, e gritou em voz alta. "Eu vou ser pai!"
Brock e Porter estavam sorrindo de orelha a orelha, assim como Miller.
Eu, por outro lado, não estava.
Minha mente estava em minha própria vida. Poderia ser o meu próprio pequeno.
Isso só criou outra possibilidade. Uma que estive ignorando desde o momento em que recusei tomar a pílula do dia seguinte.
A pílula que era contra tudo o que eu era, contra tudo o que aprendi a partir do momento que tinha idade suficiente para ir à igreja.
A pílula que me impediria de sentir como eu estava me sentindo neste exato segundo.
Eu poderia ser uma mãe.
Para um bebê que não foi criado por amor, como ele deveria ser, mas por ódio.
Um bebê que foi feito por um homem que me estuprou.
Não matarás, era o que estava pensando quando recusei essa pequena pílula.
De repente, todas as coisas que estava ignorando bateram em mim.
Tropecei para trás, mas não caí.
Por quê? Porque Miller estava lá para me pegar.
CAPÍTULO SEIS
Irmãos são bons para duas coisas.
Beber sua cerveja e olhar a sua volta.
-Lição de vida.
Miller
Uma semana depois
"Uau, estou surpreso que você nos agraciou com a sua presença,” James falou.
Ele é um atirador residente na equipe da SWAT, e é realmente um bom rapaz ... na maior parte do tempo. Agora mesmo ele só estava me deixando puto.
Eu estava de mau humor. Provavelmente pensando demais na última coisa que Mercy me pediu para fazer quando saí na noite passada. A ela. Para ela.
Algo que pensei a noite toda, e fiquei pensando desde o momento em que acordei do pouco sono que fui capaz de conseguir.
" Foda-se,” resmunguei, calçando as botas.
Então, eu estava gastando muito tempo com Mercy. Foda-se. Ele mesmo passava muito tempo com a sua esposa e filhos, mas nunca disse-lhe nada sobre isso.
"Alguém está rabugento esta manhã. Quem mijou no seu muffin?” Foster falou lentamente enquanto praticamente caía no assento ao meu lado.
Ele parecia cansado. Acho que era normal para um homem que ficou fora até tarde e que só chegou em casa depois que surgiram as primeiras luzes da manhã.
Ele tinha um belo sorriso no rosto, apesar de tudo.
"Mijou em seus cereais,” eu o corrigi.
" Seja o que for,” ele murmurou enquanto puxava suas roupas para fora de seu armário e dando de ombros para mim.
“Você realmente não usava camisa ou sapatos quando chegou aqui?” Luke, o capitão da equipe, perguntou entrando na sala já vestido.
"Com certeza,” Foster confirma.
Luke apenas balançou a cabeça e voltou seu olhar para mim.
"Como nossa menina está indo?" Ele perguntou curioso.
Eu sorri. Mercy tornou-se bastante popular entre a equipe da SWAT.
Ela praticamente esteve em todos os lugares que eu tinha ido semana passada, e ela viria a ser uma parte da equipe.
Bem, não a equipe, porque tenho a porra da certeza que nunca ia deixar isso acontecer, mas ela se tornou um adicional para mim.
Onde fui, ela foi, e vice-versa... quando nós estávamos fora, era assim.
Seus pais tinham acabado de regressar ontem a noite de seu cruzeiro no Caribe, então presumi que isso iria diminuir, o que me fez inexplicavelmente triste.
Tínhamos literalmente passado todo o tempo juntos quando não estávamos trabalhando, e eu lamentava que seu tempo comigo fosse roubado.
Sim, me chamem de egoísta, mas eu estava realmente gostando de tê-la por perto.
"Que diabos estamos fazendo aqui tão cedo? Que porra está errado com nove horas da manhã, em vez de seis?" Bennett, outro membro da equipe da SWAT, resmungou enquanto entrava pela porta.
"O problema é que precisamos das horas em equipe, e isso não pode ser feito se começarmos às nove. Para não mencionar que o lugar para onde vamos teria que abrir mais tarde para deixar o local somente para nós,” Luke rebateu.
“Que diabos é o seu problema?" Downy perguntou seguido de perto por Bennett.
Downy é o nosso negociador de reféns, e é muito bom no seu trabalho. Oh, ele era muito bom na parte dele na SWAT, também, mas não como era quando negociava.
O homem tinha um talento nato para isso, e se ele pudesse trazer a situação sob controle, ao invés de nós termos que usar a força para entrar, então isso era uma coisa boa para ficar registrada.
Não quero ter que colocar minha vida em risco sem precisar.
“Para onde estamos indo, afinal? " John perguntou de sua posição no canto da sala. "Eu deixei um sono bom com minha esposa na minha cama confortável no primeiro sábado que tive folga em um mês para estar aqui. É melhor que seja bom.”
John é o nosso perito em informática. Ele participa de todos os exercícios, e mantém a sua parte no treinamento, mas não participa nas operações da SWAT, a menos que seja necessário, em vez disso fica no caminhão trabalhando sua magia em seu computador.
Era também um recém-casado. Como em, recém-casado na semana passada.
O que surpreendeu não somente a nós, mas todo o departamento. Principalmente porque se casou com uma jovem recruta policial que saiu da academia há menos de um mês.
Ela era bonita, embora, e eles eram felizes. Quem era eu para dizer qualquer coisa em contrário?
"Você verá. Para o caminhão, meninos,” Luke disse enigmaticamente.
Chegamos ao Extreme Paintball trinta minutos mais tarde, cada um de nós com um sorriso no rosto.
"Foda-se, sim, é isso que estou falando," Foster disse saindo primeiro do caminhão.
"Isso conta como tempo do time?" Bennett sorriu, pulando para fora do caminhão e andando para porta da frente.
O local era enorme e todo coberto.
Eu tinha ouvido falar sobre o lugar, mas nunca havia pisado dentro.
Não havia tempo suficiente.
No primeiro mês em que cheguei aos EUA, trabalhei em alguns locais que tinham equipes da SWAT, mas, finalmente, fui recrutado por Luke para me tornar uma parte da equipe da SWAT de Kilgore.
Como já havia frequentado a academia, comecei imediatamente o trabalho normal de cada dia de um oficial de patrulha na área de Kilgore. Em seguida, passei por treinamentos.
A partir daí passei a ter um monte de coisas para fazer, tais como, a obtenção de uma casa, sua arrumação, o cuidado com a propriedade e passar tempo com a minha família.
Uma família que negligenciei nos oito anos que fui um SEAL da Marinha.
Sem mencionar que Foster saiu apenas duas semanas depois que eu sai, decidindo que era o momento. Especialmente depois de como a última missão tinha terminado.
Que foi terrível, mas isso não era algo que eu deveria estar pensando agora. Não quando estávamos prestes a entrar em um local de paintball para jogar e se divertir. Minha mente não precisa ir a esses lugares escuros novamente.
Havia tempo e lugar para isso, e seria preciso ter whisky. Lotes e lotes da porra do whisky.
Algo que eles não permitiam se a placa na porta fosse qualquer indicação.
A mão de Michael caiu com força nas minhas costas, tirando-me dos meus pensamentos como uma mão fria segurando meu coração batendo no peito.
Reagi por instinto, indo para baixo, varrendo para fora a minha perna.
No entanto, ele deveria estar preparado para minha reação porque saltou para cima e para fora do meu pé com facilidade, depois de tantos anos de prática.
“Foda-se,” assobiei quando percebi o que estava fazendo. "Que porra é essa, cara?"
Michael deu de ombros. "Desculpe, você estava de pé olhando para a placa como se estivesse perdido em pensamentos. Onde quer que estava não era um bom lugar para você."
Dei de ombros e concordei. "Obrigado," murmurei.
Michael respondeu com, “A qualquer hora.”
Michael era outro membro da equipe SWAT de nove homens.
Ele foi apelidado de “São Michael” antes que Foster e eu tivéssemos chegado, mas não vi muito o comportamento santo vindo dele. Na verdade, eu o vi com mais mulheres nos últimos tempos do que a totalidade do departamento de polícia combinado.
Bem, isso poderia ter sido um exagero, mas era muito perto.
Eu estava com a sensação de que tinha muito a ver com uma certa irmã de Nico, o último homem na nossa equipe SWAT.
Falando de Nico, ele deu a Michael um olhar fulminante enquanto passava pelo caminho indo para dentro.
“O que foi aquilo?” Perguntei a ele.
Michael fez uma careta. “Nikki,” foi tudo o que disse.
Levantei minhas sobrancelhas para essa resposta, mas optei por não perguntar.
'Nikki' era a irmã que eu estava pensando
Ninguém teve a coragem de perguntar a ele, especialmente depois da forma como reagiu pouco mais de um mês atrás quando tinha visto Nikki durante uma de nossas reuniões semanais da SWAT.
Ele ficou furiosamente descontrolado, foi quando decidiu começar a foder qualquer coisa que se movesse. Mas eu era a última pessoa a julgar. Eu mesmo estava caindo lentamente no amor por alguém, e metade do tempo não sabia o que fazer ou dizer em seguida.
Não que eu simplesmente saísse e fodesse qualquer coisa que tivesse uma vagina viável e saudável.
"Desça, senhoras. Vamos colocar estes macacões. Spurlock faça a divisão uniformemente.” Luke instruiu.
“Minha bunda não vai caber em um tamanho pequeno de macacão, filho da puta," Downy resmungou quando levantou o macacão preto.
"Ele se estende," disse uma jovem atrás do balcão.
Virei-me, vendo uma garota com pouco mais de dezoito anos (no máximo) me encarando.
“Sim, Downy,” Bennett vaiou. “Ele se estende. A coisa boa é que você não precisa colocar sua cabeça grande nele, caso contrário você estaria ferrado. "
Downy mostrou o dedo a Bennet, rindo em silêncio, enquanto enfiava seus pés no macacão incrivelmente elástico.
"Que porra é essa? São shorts de ginástica?" James perguntou quando olhou para o seu corpo.
"Ahhh," a menina atrás do balcão disse. "Eles deveriam ser mais espaçosos do que isso... mas acho que vocês são grandes demais para eles."
"Você porra acha?" Michael murmurou olhando para seu corpo e a forma como ele não se encaixava no macacão.
A calça batia-lhe acima dos tornozelos, deixando parte da calça que estava usando por baixo a mostra. O mesmo aconteceu na parte de cima. Você podia ver cerca de sete centímetros da camiseta de manga comprida que ele estava vestindo.
"Estes não são tamanhos únicos," John resmungou.
Arquejei e entrei no meu próprio macacão, mal contendo a risada que ameaçava explodir livre de meu peito quando vi a forma como ele fazia parecer que eu tivesse peitos.
"Isto é atraente," provoquei, esfregando os dedos em meus mamilos.
Nico bufou, olhando para o seu próprio corpo. "É melhor que seja fodidamente bom," ele rosnou.
Quando esse comentário deixou a boca de Nico, um flash brilhante seguido pelo som do obturador de uma câmera perfurou o silêncio em torno de nós.
Todos nós viramos para a fonte, a jovem, e olhamos.
Ela visivelmente murchou, curvando-se em si mesma, e não tinha uma, mas toda a nossa atenção ao mesmo tempo.
"Se isso for parar em redes sociais, eu literalmente arrebento sua bunda. Vou encontrar uma maneira de prendê-la, mesmo se tiver que segui-la ao redor e observar cada maldito movimento seu para fazê-lo," Foster rosnou.
Os olhos da menina se arregalaram visivelmente com essa ameaça, e tive que reprimir uma risada que ameaçava derramar da minha garganta.
Jesus, Foster poderia ser tão idiota às vezes.
Ela virou-se rapidamente e começou a recolher tubos de plástico coberto, bem como caixas, trazendo-os para nós.
"Há mil rodadas aqui. Preciso mostrar a vocês um vídeo explicativo antes de deixá-los usarem... Não importa,” ela disse rapidamente quando notou que estávamos todos olhando para ela como se fosse estúpida novamente. "Tenho certeza que vocês podem descobrir isso. Cada jogador tem sua própria cor. Deixe-me saber quando vocês estiverem prontos e eu vou ligar a máquina de luzes e o nevoeiro," ela falou rapidamente antes de correr para longe.
“Está assustando a pobre moça,” provoquei Bennett.
Bennett ergueu as sobrancelhas para mim. "Ela não deveria dizer coisas estúpidas, se não quiser ter a sua atenção chamada por isso.”
Balançando a cabeça andei até o balcão e peguei a minha cor. Rosa, é claro, e comecei a encher os três recipientes, bem como a pistola de paintball.
"Você já fez isso antes?” Nico perguntou me olhando.
Concordei com a cabeça. "Sim, minha mãe costumava nos levar o tempo todo para jogar no campo local. Ela achava que tínhamos muita energia.”
"Ela só nos levava quando batíamos a merda uns nos outros demais. Então teríamos toda a nossa rivalidade para fora por algumas semanas, e quando começava tudo de novo ela nos levava de volta," Foster respondeu, escolhendo amarelo, e completou, "Eu sempre ganhei.”
Bufei e lhe lancei um olhar. "Isso porque você era gordo, e as bolas saltavam fora de você sem quebrar por causa de toda a sua maciez."
Ele jogou uma bola em meu rosto. “Tome isso de volta, filho da puta.”
“Você era gordo?" A menina perguntou do outro lado da sala.
Foster a ignorou assim como o resto de nós.
Uma vez que estávamos prontos e carregados, ela levou oito de nós para a sala.
“Você não está jogando, CA?” Downy gritou em voz alta.
"Não, só podem jogar oito por vez. Vou estar lá em cima observando. Mal posso esperar para mostrar esse vídeo para o chefe,” Luke gritou.
CA representava Chefe Adjunto.
Algo que Luke detestava ser chamado, porque ele odiava o trabalho, bem como o título.
Caminhamos para o grande armazém e as luzes estavam acesas, então senti o primeiro sorriso do dia surgir nos cantos da minha boca.
"Oh, isso vai ser divertido," respirei, observando nas paredes, rochas falsas, cordas e persianas.
"Heh," disse Foster. “Você irá cair.”
Apontei meu dedo para ele e disse o que sabia que iria irritá-lo. "Faça isso menino gordo." Com isso, as luzes ficaram quase negras e todos se espalharam.
Um sorriso tomou conta do meu rosto enquanto ouvia a maldição de um indignado Foster. “Não sou gordo, filho da puta!”
***
Michael tirou a camisa manchada, ele estava pintado do queixo até as pontas de seu cabelo.
Seu corpo apareceu, e minha boca ficou aberta.
Nunca o vi sem camisa. Ele estava sempre usando uma camiseta de manga comprida de algum tipo.
Fiquei fodidamente surpreso ao ver tatuagens e não cicatrizes ou algo parecido pela maneira como era meticuloso por não mostrar qualquer parte de sua pele.
"Que porra é essa, cara? Foster me empurrou para o lado.
Empurrei-o de volta, e nós entramos em uma ligeira luta que resultou com Foster no chão e eu sentado em seu peito.
Tirei uma bola de paintball sobrando da minha bolsa ao meu lado e bati com ela no topo da cabeça de Foster, encharcando seu cabelo louro encaracolado com tinta rosa brilhante.
"Foda-se," Foster retorceu e me empurrou para longe dele.
Eu sorri. “Você fica bem de rosa.”
Ele jogou um paintball em mim, mas não estourou.
No entanto, quando me abaixei para pegá-lo o telefone tocou no bolso direito.
"Já terminamos aqui?" Perguntei para Luke.
Ele assentiu. "Sim, tem um encontro quente?"
Concordei. “Sim.”
E era verdade. Com uma mulher que queria algo de mim que eu não tinha certeza se deveria dar a ela.
Algo que eu queria mais do que tudo no mundo.
Algo com o potencial de mudar tudo em nossas vidas.
CAPÍTULO SETE
O sexo é como um mergulho Olímpico. Cabeça primeiro.
- Xícara de café
Miller
Caminhei até a porta da frente de Mercy com determinação. Determinação para lhe dizer não. Determinação para dizer que ela estava cometendo um erro.
Mas no momento em que ela abriu a porta, os olhos inchados de chorar, eu sabia que não iria dizer não, e provavelmente nunca poderia dizer.
Minha mão foi até seu rosto, colocando-o em minha palma áspera e grande.
Uma que segurou a arma que tomou a vida de muitos homens. Uma palma que não tocou ninguém que significava algo mais para mim do que um olhar passageiro.
E Mercy era muito mais do que um olhar passageiro.
"Sabe o que você está me pedindo?", perguntei suavemente, empurrando-a para dentro e fechando a porta.
Ela assentiu com a cabeça. "Sei que é repugnante fazer sexo comigo. Os resultados dos exames de sangue chegaram mostrando que estou limpa de todas as doenças. Sei que o que eu estou pedindo a você é errado. Mas eu não posso. Tenho que ter essa opção. Não sei se estou grávida, mas se estiver... Preciso saber que ele pode não ser dele. Preciso saber que há possibilidade de que seja seu. Meu cérebro precisa disso."
Meu estômago se agitou.
"Querida," falei, inclinando-me até que nossas testas se tocaram. "Ter sexo com você não me dá nojo. Faz-me quente. Faz minhas palmas queimarem só em pensar sobre elas correndo sobre sua pele sedosa, macia. Mas não acho que você está pronta. Não acho que você vai estar pronta por um longo tempo. Vou esperar por você. Isto.” Fiz um gesto entre mim e ela. "Isso é algo bom, e tem o potencial de ser algo muito mais do que apenas uma amizade. E eu não quero arruinar, indo muito rápido."
Sua cabeça caiu para a frente até que ela estava descansando sua testa contra o meu peito. "Por favor.”
Cada escudo que tinha erguido no caminho até aqui caiu, e eu sabia que iria fazê-lo, só precisava ter certeza de que era isso que ela queria em primeiro lugar.
"E se você não estiver grávida? E se, em alguns dias, você menstruar e estiver tudo bem?" Perguntei, realmente querendo saber a resposta.
Ela virou-se e passou as mãos pelo cabelo.
"Quando você pensa sobre ter um bebê, você pensa sobre dois pais amorosos, fazendo com que a criança seja algo especial. Você pensa sobre duas pessoas que consentem, que embora possam não se amar, escolheram tomar essa decisão de ter relações sexuais. E se, quando o bebê crescer, ele ou ela ouvir falar de tudo o que aconteceu comigo? O que vou dizer a ele? Pelo menos, se fizermos isso... há uma pequena chance de que eu realmente não saiba. Que o bebê poderia ter sido possivelmente concebido da maneira certa," disse ela desoladamente.
"O bebê pode se parecer com ele e você vai saber de qualquer maneira. Tudo isso poderia ser por nada", joguei de advogado do diabo.
Ela balançou a cabeça. "Vocês são altos com cabelos loiros. Ambos tem olhos azuis. Por favor. Só uma vez.”
Olhei para ela, realmente olhei para ela. "Se fizermos isso... Vou ser sempre uma parte de sua vida. Parte da vida do bebê. Você está pronta para isso?”
Abstive-me de dizer ‘Se houver um bebê.’
Ela balançou a cabeça freneticamente. "Não poderia pedir isso a você.”
Eu me movi para a frente, pressionando contra dela, deixando-a sentir o comprimento duro em mim. Esperando que ela se assustasse e mudasse de ideia.
"Você não me pediu isso, eu lhe disse. Há uma maldita diferença,” rebati.
Ela encolheu os ombros, inclinando-se um pouco mais perto. Certificando-se de que eu soubesse que ela não estava fugindo. "Eu poderia ir encontrar alguém em um bar agora. Poderia fazer isso, mas não quero qualquer um. Quero você. Eu vou, porém, se você não me quiser. Não posso viver com o pensamento de que ele era o único que poderia me engravidar. Preciso de uma escapatória. Preciso dessa fuga.”
Eu a empurrei até que ela caiu de costas no sofá e a olhei.
Quando ela foi se sentar, eu segui-a para baixo até o meu corpo cobrir o dela.
"Você não vai fazê-lo com mais ninguém além de mim," rosnei, e, em seguida, bati a minha boca na dela.
Meu controle estava perdido. Apenas a ideia dela dormir com outra pessoa para isso... ela ter outro homem, que não fosse eu, dentro dela, era simplesmente impensável para mim.
Eu não poderia deixá-la.
Eu não iria deixá-la fazer isso, tampouco.
Ela era minha, mesmo que ela achasse que estava fazendo isso apenas para ter uma fuga.
O que ela não sabia era que não havia como escapar. Foi assim para mim.
Eu sabia que Mercy era minha, mesmo ela não sabendo.
Levaria tempo, mas eu iria convencê-la disso.
Nesse meio tempo, porém, daria a ela o que ela pedisse.
Iria apenas ser a cereja no bolo se concebêssemos uma criança esta noite, porque se o fizéssemos, ela estaria presa a mim.
Ela seria minha, e haveria uma pequena vida que sempre iria nos conectar. Não importa se eu fosse o pai ou não.
Nem um pouco, maldição.
Suas mãos pequenas surgiram, levantando minha camisa com elas.
"Uma vez," ela sussurrou novamente.
Dei de ombros fora da camisa, desconectando nossas bocas apenas por um momento antes dela fechar sua boca de volta na minha.
"Uma vez,” confirmei.
Toda a hesitação que eu esperava dela estava longe de ser vista.
Ela estava quente e alucinante.
Suas mãos estavam por toda parte, e sua pequena buceta quente estava esfregando em mim, me queimando através de duas camadas de roupas.
"Quero estar por cima," ela implorou.
Inverti nossas posições instantaneamente, agarrando uma porção de seus quadris e rolei para fora do sofá.
Cai no chão entre o sofá e a mesa de café, a boca de Mercy imediatamente buscando a suavidade da minha.
Suas mãos, porém, desceram entre nós, onde ela começou rapidamente a abrir os botões da minha calça jeans.
Snap. Snap. Snap. Snap. Snap.
Todos os cinco botões se abriram rapidamente, e minha ereção, que não estava coberta por uma cueca, principalmente porque ainda estava coberto de tinta, saltou fora para saudá-la.
Assobiei quando sua mão se fechou em torno de mim, dedos macios e suaves, mas fortes.
Meus olhos observaram-na, atentos em sua expressão, para o conjunto de sua boca e as linhas ao redor dos olhos. Esperava qualquer sinal de desconforto e tentava bravamente manter o controle.
Mas sua urgência, a forma como assumiu o controle da situação, estava fazendo isso quase impossível.
Ela se levantou de repente, tirando sua camisa, logo em seguida os calções de dormir preto que estava usando quando cheguei.
Quando ela foi sentar-se em cima de mim mais uma vez, meus braços a levantaram e a empurrei para baixo, fixando-a sobre os seus joelhos, plantados no tapete, suas pernas em cada lado do meu quadril.
Minha ereção estava gritando.
Minhas mãos, no entanto, a seguraram enquanto ela lutava para avançar. Colocando a boca contra a minha mais uma vez.
"Mercy," falei, fazendo com que seus olhos olhassem nos meus.
"Sim," ela perguntou sem fôlego.
Seus quadris começaram a se mover, seu núcleo quente rolando sobre meu pau nu.
Algo que nunca, nunca senti antes.
Eu sempre, e quero dizer sempre, usei um preservativo.
Nunca nem por acaso, deixei meu pau nu e que seu conteúdo chegasse perto em qualquer lugar de uma vagina.
E foi por isso que não foi surpresa nenhuma que ele saltou ao contato, preparado e pronto para ir.
"Miller," ela gemeu. "O que é isso?"
Olhei em seus olhos, não vendo nenhuma ansiedade. Sem hesitação. Apenas precisão. Desejo. Necessidade.
Puxei-a para meus braços até que ela descansou totalmente em cima de mim, seus mamilos bonitos cavando deliciosamente no meu peito, e deixei-a me possuir.
Relaxei, cruzando os braços até que minhas mãos descansavam debaixo da minha cabeça.
Ela sorriu, inclinando-se para arrastar seus bicos túrgidos contra o cabelo do meu peito, mexendo para cima e baixo deliciosamente lento.
Então ela se ergueu, chegando para trás até que estava com meu pau duro como pedra em sua mão.
Com um movimento lento, delicioso, ela colocou a cabeça do meu pau contra sua entrada escorregadia, e, lentamente, sentou-se.
Meu comprimento deslizou dentro dela.
Ela arregalou os olhos, mas não parou, apenas se empurrou para baixo, mais e mais, até que eu estava totalmente dentro. Meu pau estava esticando as paredes de sua vagina tanto que eu tinha certeza que estava desconfortável.
Mas ela não demonstrou qualquer desconforto no seu rosto, apenas o prazer.
Seus olhos dilataram, e suas mãos desceram para o meu peito enquanto ela começou a balançar seus quadris para frente e para trás.
Ondulando em cima de mim, fazendo seu núcleo apertado massagear meu pau quando ela se movia.
Ela não se elevou muito de cima de mim, era mais uma moagem, permitindo que a cabeça do meu pau batesse na parte de trás dela, enchendo-a tanto que tive que cerrar os dentes ao perceber que ela foi feita perfeitamente para mim.
"Oh, Deus," gemi.
Levou tudo que eu tinha para não inverter as nossas posições, jogá-la de costas e forçá-la a tomar o meu pau duro e rápido.
Ela não precisava disso, apesar de tudo. Não nesta primeira vez.
Inferno, provavelmente não tão cedo. Ou alguma vez.
"Você me faz tão bem," ela respirou. "Não sabia que podia ser assim."
Lambi meus lábios. "Beije-me."
Ela se inclinou para baixo, forçando o meu pau ainda mais dentro dela quando me deu o beijo que pedi.
Era doce, algo que eu não estava acostumado a ter.
Algo que planejava nunca desistir, porque descobri que eu gostava da marca doce.
Quando ela foi se afastar, inclinei-me para a frente e capturei um de seus mamilos com a minha boca, fazendo um meio ruído quando ela me montou agora para valer.
Cada vez mais rápido até que eu tinha certeza de que, se ela não se apressasse a gozar, eu ia explodir sem ela.
Mas ela gozou, inclinando-se de repente com meu pau dentro dela, acertando uma parte diferente, e rasgando o mamilo fora da minha boca no processo.
Ela não pareceu notar qualquer dor, no entanto, pois estava muito ocupada apertando sua vagina para baixo no meu pau, fazendo com que meus olhos rolassem quando me juntei a ela.
Minha libertação se derramou de mim, atirando nela como nunca senti antes.
A umidade de sua vagina, e a sensação de seus músculos foi demais para os meus sentidos. E derramei tudo o que tinha nela em rajadas curtas, espasmódicas.
"Uhh," grunhi, contraindo meus quadris enquanto ela me cavalgava, através dos nossos orgasmos.
Ela desabou sobre mim, meu pau ainda empurrando na sequência, enquanto nós dois respirávamos com dificuldade.
"Eu gostei," sussurrou baixinho.
Suspirei em uma risada. "Sim, eu gostei também. Muito."
Ela beijou meu queixo, mas não se moveu mais do que isso, e eu me encontrei não querendo de outro modo.
Aqui eu estava feliz, e nós poderíamos agir como se o mundo real não existisse.
Tudo o que estava aqui era Mercy e eu. Minha Mercy Me.
CAPÍTULO OITO
Eu gosto de três coisas:
1. Tattoos
2. Homens
3. Barbas
Se você tem essas três coisas ... a gente pode se casar terça-feira.
-Pensamentos secretos de Mercy
Mercy
Meu rosto queimava enquanto pensava sobre como tinha acabado de passar por mulher dominante com Miller.
Primeiro, praticamente o forcei a fazer sexo comigo. Então o ataquei, como se fosse um mulher possuída. Então o fiz ir para casa.
Que porra eu estava pensando?
A parte ruim foi que ele realmente foi embora!
Aqui estava eu, sentada sozinha, quinze minutos depois, perguntando o que diabos acabei de fazer, minha mente ainda uma névoa.
Ele desapareceu pela porta da frente sem olhar para trás, e eu ainda estava sentada no chão ao lado do sofá... seu orgasmo, junto com o meu, vazando fora de mim, desejando que ele voltasse.
Só quando a minha mente começou a derivar para um lugar onde ela realmente não precisava ir, chaves começaram a tilintar perto da porta da frente, e depois ela foi escancarada.
Consegui pegar um travesseiro do sofá e cobrir a maior parte do meu corpo quando Miller retornou, seus braços cheios com bebidas e alimentos.
"Espero que você goste de hambúrgueres, porque estou faminto. Meu irmão comeu todo o meu Captain Crunch3 esta manhã, e estamos correndo a tarde toda. Eu não como desde a noite passada," Miller disse quando se sentou e colocou o material na mesa de café na minha frente.
"Não que eu não goste de olhar para você nua, mas você pode escorrer em alguns lugares questionáveis, e aí terei que ir lá e lambê-lo. Então, não estarei comendo como realmente preciso. Posso sentir meu açúcar no sangue caindo, enquanto falamos," Miller brincou enquanto puxava os alimentos dos pacotes.
Vi quando ele se sentou literalmente com um copo, um copo de papel cheio de batatas fritas na minha frente, seguido pelo maior hambúrguer do mundo.
"O que você pegou?”, perguntei com os olhos arregalados quando ele colocou a montanha maciça de papel alumínio na minha frente.
"Hambúrguer com queijo, alface e tomate," disse Miller enquanto mordia um enorme pedaço de comida.
Balancei a cabeça e comecei a desembrulhar o hambúrguer.
Cheirava divinamente, mas eu não pude deixar de me assustar um pouco.
Ele estava agindo de modo normal. Como se algo monumental não tivesse acabado de acontecer.
Como se eu não acabasse de ter o melhor orgasmo da minha vida... a primeira vez que fiz sexo depois de ser.... Aperto meus olhos fortemente fechados com esse pensamento.
Eu não queria trazer Mitch para isso. Ele não teria lugar em meus pensamentos mais. Nunca mais.
Só que não podia fazer meu coração colaborar com a minha cabeça. Eu tinha toneladas de razões para não pensar em Mitch agora. Em primeiro lugar, porque não gostava dele. Segundo, porque acabei de ter o melhor sexo da minha vida. Terceiro, porque estava muito positiva que iríamos fazê-lo novamente se o olhar nos olhos de Miller eram qualquer indicação disso.
Seus olhos não se moveram de cima de mim todo o tempo que estávamos comendo. Ele estava olhando para meus seios, minha barriga, e qualquer coisa que podia ver sobre a mesa de café.
"Você está pensando demais. Basta deixar acontecer," disse Miller, abaixando seu hambúrguer e olhando para mim com sinceridade quando disse isso.
Engoli em seco.
Então minha boca se abriu e passei a derramar tudo o que me incomodava.
"Eu gosto de você. Gosto muito de você. Quero ter sexo outra vez, e quero fazê-lo em breve. Mas sinto como se não devesse ter gostado. Sinto que deveria estar em um canto agora, chorando muito porque tive sexo pela primeira vez desde que fui estuprada. Eu poderia estar grávida agora, e você me oferecer um hambúrguer em vez de pensar que isso é terrível é apenas louco para mim,” derramo.
Tudo o que eu estava sentindo, foi derramado diretamente sobre ele.
Ele levantou os olhos surpreso por eu ser tão aberta e honesta.
"Sei que você sente que não deveria ter gostado... mas então, porra, e se você fez? Cada mulher é diferente. Sim, o que lhe aconteceu foi traumatizante. E sim, foi trágico... mas você não tem que mergulhar em lágrimas e ficar entristecida sobre o que foi tirado de você. Você já fez isso, e você teve o apoio de seus amigos. Você não gostou da situação em que estava, então a consertou. Confesso, de um jeito nada ortodoxo pedindo isso a mim, mas eu estava mais do que disposto. Se não estivesse, então teria lhe dito. Eu estava preocupado sobre você. Não se culpe, apenas deixe acontecer.”
Encontrei-me sorrindo para ele. "Isso não é uma canção infantil?"
"O que? Não se culpe?" Ele perguntou confuso.
Neguei com cabeça. "Não, deixe acontecer."
Ele encolheu os ombros. "Quem diabos sabe disso? Eu não tenho filhos."
O ‘ainda’ não dito pairava no ar enquanto olhávamos um para o outro com os olhos arregalados.
Abri a boca e fechei-a novamente, sem saber o que dizer.
No final, decidi comer o meu hambúrguer e conversar coisas mais amenas.
Ninguém poderia dizer que Miller não era um cara honesto.
"O que você costuma colocar no seu hambúrguer?" Ele rugiu, observando-me morder.
Apontei com a mão livre no hambúrguer. "Isto," falei com a boca cheia de comida.
"Eu normalmente gosto com batatas fritas, chili de queijo e um milk-shake do meu lado.”
Ele ergueu as sobrancelhas para mim. “Agora você está falando a minha língua!”
Abri um sorriso e continuei comendo, agarrando os vários pacotes de ketchup, abrindo-os antes de começar a sufocar minhas batatas fritas neles.
“Isso parece bruto, embora,” ele disse, olhando a forma como o ketchup encharcava as minhas batatas fritas. Não havia nenhum pedaço sem estar coberto.
Dei de ombros. "Sou uma pessoa de ketchup.”
Ele bufou. "Isso, eu posso dizer. Aposto que você coloca ketchup em seus ovos, também.”
Sorri com a boca cheia de hambúrguer e peguei o garfo de plástico na bolsa.
"Eu coloco ketchup em tudo. Até mesmo no meu sanduíche de presunto e queijo.”
Ele fez um gesto de engasgos falso e empurrou doze batatas fritas em sua boca."
“Você já pensou sobre quando vai voltar ao trabalho?” Ele perguntou curioso.
Balancei a cabeça. "Eu realmente não ‘trabalho’. Só supervisiono. Faço algumas chamadas, pago as contas, recebo os pagamentos. É o que tenho feito debaixo do meu edredom desde...," hesitei e fiz uma careta, mas ele balançou a cabeça em compreensão.
"Isso é legal, o que você faz. Como conseguiu isso e como começou?” Ele questionou, tomando um gole de sua bebida.
Olhei para o meu copo, sem saber o que havia dentro, mas tomei um gole de qualquer maneira, confiando nele.
Ele passou muito tempo comigo na semana passada, e sabia exatamente o que eu gostava.
Sorri quando provei não uma, mas quatro bebidas. “Você me pegou um suicídio4?”
Ele assentiu. "Senti-me como um idiota pegando um pouco de cada bebida que eles tinham, mas foi divertido. Não vejo como você mistura todas essas bebidas gaseificadas, no entanto.”
Dei de ombros. “YOLO.”
Ele virou a cabeça em confusão. "YOLO?”
"Você sabe, YOLO? A canção? Você só vive uma vez?” Confirmei.
Ele balançou a cabeça com exagerada lentidão.
"Não é uma porra de pista," disse ele com os olhos arregalados. "Então, se é pop ou R & B5, não ouvi. Sou um homem que gosta mais do tipo rock clássico. Só ouço quando estou trabalhando fora e levantando pesos. Há um certo ‘tom’ que se deve definir enquanto faz isso. Para obter o bombeamento da adrenalina. Não me faz querer ser uma menina.”
Mostrei a língua para ele e ele riu da minha reação. "Você é horrível," ele murmurou.
Dei de ombros. "Você quer assistir um filme?"
Ele balançou sua cabeça. "Não. Quero jogar algumas cartas.”
Inclinei-me, meu peito nu tocando a madeira fria da mesa de café, fazendo-me recuar de surpresa.
"Merda," reclamei.
"A título de curiosidade, porque você não está vestida ainda? Eu saí tem uns 20 minutos," ele perguntou, terminando a última de suas batatas fritas.
Pisquei, perguntando como deveria dizer a ele que estava chafurdando sobre o fato de que ele me deixou.
"Umm," falei. "Eu estava... ummmm."
Ele sorriu.
"Você pensou que lhe deixei, então você estava deitada em depressão?” Ele brincou.
"Mais como se eu estivesse pensando em maneiras de torturá-lo por ter saído sem olhar para trás," falei secamente. “Você acha que não consigo encontrar maneiras de torturá-lo?"
Ele balançou sua cabeça. "Sou um SEAL, baby. Você não pode fazer nada comigo que eu não tenha experimentado antes."
Lancei-me para ele.
Desafio aceito.
***
Ficamos em silêncio por alguns momentos, permitindo que os nossos batimentos cardíacos voltassem ao normal antes de que qualquer um de nós nos mexêssemos.
Eu agora vestia a camisa de botão de Miller, e ele estava morto de cócegas. Foi o que ele disse.
Suei muito tentando convencê-lo de que poderia torturá-lo até a morte com cócegas. Mas que trabalhou de forma diferente do que esperava. Ele começou a rir da minha incapacidade de fazer-lhe cócegas, e eu tomei para mim provar que ele era sensível a cócegas em algum lugar.
No final, tinha sido ele a rir de minhas tentativas fracassadas.
"Você acha que está grávida?" Ele perguntou calmamente.
O suor na minha pele estava esfriando rapidamente, e arrepios começaram a rolar sobre o meu corpo.
Era ruim que eu quisesse estar grávida de seu filho?
Eu sempre quis ser mãe.
Na verdade, quando entrei de verdade no relacionamento com Mitch, pensei sobre isso.
Meu relógio biológico estava passando, e com a idade de vinte e nove, já era hora, pelo menos, na minha opinião. Eu estava pronta para ser mãe.
E foi por isso que havia escolhido Mitch.
Ele era um cara para uma relação estável.
Tudo o que pensei que queria.
O que não tinha percebido, no entanto, era que iria colocar-me com um homem que não estava mentalmente estável.
Minha primeira pista deveria ter sido a maneira que ele se recusou a sair da casa de sua mãe. O segundo deveria ter sido a sua própria mãe.
"Não sei. Quero dizer, sim..." Falei suavemente.
“Espero que você também esteja. Você não é a única que quer um bebê. Uma família para chamar de sua. Você e eu não somos tão diferentes. Tenho as minhas cicatrizes que não quero trazer para a luz, e você tem suas cicatrizes que deseja que sejam levadas de volta para a sombra. Mas eu garanto isso," ele disse suavemente. "Não vou deixá-la nunca, e nunca vou fazer nada para você que vai te machucar. Serei sua sombra que dará a certeza de que estarão sempre protegidos. Isso eu juro para você," ele murmurou contra a minha testa.
Eu te amo, estava na ponta da minha língua, mas em vez disso, apenas o abracei. Forte. Ou tão duro quanto consegui.
Ele não parecia muito afetado pela gravidade do meu abraço, embora. Algo também estava na ponta da sua língua, porque quando ele se inclinou para trás e olhou nos meus olhos, vi perguntas lá.
No entanto nenhum de nós disse uma palavra.
Ele me segurou. Falou comigo. Provocou-me.
E deixe-me dizer-lhe algo, foi perfeito. Exatamente o que eu precisava naquele momento.
Uma coisa estava clara, apesar de tudo.
Seria quase impossível viver tão perto dele e não fazer nada com ele novamente.
Uma vez não ia ser suficiente. Não ao menos para o meu corpo.
CAPÍTULO NOVE
Quero brincar de esconde-esconde. E seu pênis e minha vagina são os dois jogadores principais.
- Pensamentos secretos de Mercy
Mercy
Voltei a trabalhar, de verdade, uma semana depois.
Na noite anterior fiquei cheia de nervos, e Miller me segurou do começo ao fim.
Eu estava nervosa por ser vista.
A vida continuou como se nada tivesse acontecido, mas eu ainda era observada.
Um olhar discreto aqui, um olhar malicioso ali. Eles pensavam que eu não via, mas eu via.
E eu queria chutar suas bundas.
Mesmo a cadela, Sarah Higgins, sentada do outro lado da lanchonete estava rindo de mim, olhando para seu cardápio enquanto falava com seu marido, Devon Higgins.
Peguei meu telefone e mandei uma mensagem para Miller, embora soubesse que ele estava trabalhando hoje.
Ei, ele disse-me que poderia contatá-lo a qualquer momento! Isto contava, certo?
Mercy Me - Estou sendo alvo de diversão de dois adultos crescidos. Um deles é o homem que namorei na escola.
Miller respondeu quase imediatamente.
Miller - Onde você está?
Mercy Me - Catfish Charlie's.
Sua resposta estava demorando mais do que pensei, então coloquei o telefone no bolso e comecei a procurar algum dinheiro para a bebida que pedi.
Eu ainda precisava pedir minha comida porque a garçonete estava muito ocupada conversando com seus colegas de trabalho e me mandando olhares discretos, quando pensava que eu não estava olhando.
Bem, a minha primeira saída sozinha se transformou em uma grande pilha de merda. Talvez eu não estaria indo para o grande jantar da Liga das Grandes Empresas de Kilgore hoje à noite. Na verdade, eu poderia ter algum problema estomacal entre agora e depois. Especialmente quando Devon levantou-se e começou a vir em minha direção.
Foda-se!
Ele deslizou para dentro da cabine do outro lado e sorriu seu 'eu sou tão encantador' sorriso. Foi o que ele tinha dado a cada garota que sempre quis... todas, exceto para mim.
Ele teria me conseguido, também, se eu não o ouvisse falando com seus amigos sobre como ele estava indo para 'meter o seu pau' após o jogo de futebol.
Agora, sei que não sou a mulher mais curvilínea do local, e onze anos atrás, eu era ainda pior.
Mas você não deveria agir assim. Não quando você seduziu a menina para sair com você com a sua língua convincente.
Ele ficou chateado quando protelei nosso encontro, e depois me recusei a falar com ele. Acho que foi mais porque seu ego estava machucado em vez dele se sentir realmente chateado.
Ele superou isso rapidamente, principalmente depois de foder a menina mais popular da escola, Sarah Higgins.
Eles estavam casados há muito tempo, e tinham três filhos lindos que ignoravam.
"Devon," cumprimentei-o de forma neutra.
Ele sorriu, me dando um vislumbre de seus dentes brancos retos.
"Como está se sentindo, Mercy?" Ele perguntou casualmente.
De uma maneira muito casualmente. Ele estava tentando pescar algo, ou veio aqui para esfregar na minha cara.
"Estou bem. Sua esposa parece chateada por você estar aqui," falei, mudando meu olhar na direção de Sarah para ver seus olhos atirando punhais em mim.
Jesus, mas a mulher realmente me odiava! Não é como se eu tivesse saído com ele! Aceitei ir a um encontro e, em seguida, nunca fui! Esse devia ser o fim de tudo, mas não foi. A rivalidade já durava quase onze anos.
Eu tenho um carro novo, ela tem o mesmo tipo mas com mais opções nele.
Tenho uma casa nova, ela comprou uma ao lado e acrescentou uma adição sobre ela.
Fui para a faculdade da comunidade para obter o meu diploma em negócios, ela foi a uma faculdade de quatro anos e obteve seu bacharelado no mesmo curso.
E assim por diante. Claro, poderiam ser coincidências, mas não eram. Eu sabia que ela estava fazendo isso só para me mostrar que ela podia.
Eu não tinha nada.
Eu ainda não conseguia entendê-la.
Por que eu?
"Ela e eu temos uma aposta. Ela diz que você tem um namorado e eu disse a ela que o seu único namorado foi o...."
Suas palavras congelaram em sua boca quando ele olhou para algo sobre o meu ombro.
"Mova-se," disse a voz muito irritada de Miller.
Na verdade, as palavras não poderiam mesmo fazer justiça à forma irritada como ele olhava.
Devon se assustou.
Eu também.
Miller apenas apareceu do nada. Eu não tinha sequer ouvido o sino sobre a porta com a sua entrada.
Devon levantou-se lentamente em toda sua estatura.
Sempre pensei que Devon era o que eu consideraria ‘grande’ e ‘construído’.
Isso foi até que vi Miller, no momento seguinte, fazendo o seu caminho até ficar a centímetros de Devon.
Eram como noite e dia.
Devon não era construído. Miller era construído.
Ele parecia incrivelmente sexy
Eu também pensava o mesmo naquela manhã quando assisti ele se vestir.
Fiquei olhando o meticuloso processo do início ao fim, do meio da cama com meu edredom por cima dos meus ombros e em torno da minha frente.
Ele começou primeiro com um par básico de meias brancas.
Em seguida, colocou sua cueca, seguida por estas calças pretas que deveriam ter pelo menos um milhão de bolsos.
Então começou a encher esses bolsos. Carteira, telefone, chaveiro com pelo menos quinze chaves, cartuchos cheios de balas e o que parecia ser um canivete, mas ele chamou de um de canivete Raptor ou algo assim.
Em seguida, foi para o cinto, e vi, extasiada, enquanto ele falava sobre as diferentes probabilidades e extremidades nele.
Depois vestiu uma camiseta branca, um colete Kevlar e uma polo preta lisa.
Ele estava usando a mesma roupa que saiu esta manhã, só que agora sua camisa estava coberta no que parecia ser barro, e ele tinha um pequeno rasgo perto de onde se abotoa a camiseta.
Então comecei a reparar no seu corpo, comparando-o a Devon, e eu estava em êxtase.
Devon tinha sido a estrela de futebol da escola, e manteve o corpo que teve, mesmo indo mais longe e adicionando mais músculos. Ele não era um homem pequeno, mas em comparação com Miller, parecia um maldito anão.
Os músculos de Miller incharam quando ele levantou o braço e apontou seu dedo indicador apenas alguns milímetros do peito de Devon. "Que tal você manter suas besteiras para si mesmo, e na próxima vez que pensar em vir assediar a minha garota, pense duas vezes. Talvez imagine sobre o que vai sentir ao ter o meu punho plantado em seu rostinho bonito? Hmm?"
Devon ergueu as mãos. “Sinto muito, cara.”
Ele não parecia sentir muito, mas nós estávamos começando a chamar a atenção de cada homem, mulher e criança no restaurante, bem como de fora na rua. Assim, com as pernas trêmulas, fiquei de pé, joguei meu um dólar e cinquenta em cima da mesa para pagar a minha bebida, e agarrei um bíceps de Miller.
Minhas mãos não poderiam se tocar quando as envolvi em torno de seu bíceps inchados. Nem mesmo chegaram perto.
Seus músculos saltaram sob o meu toque, mas ele nunca tirou os olhos de seu alvo.
E Devon estava tentando realmente, realmente difícil segurar o olhar de Miller.
"Baby, você está bem? Você precisa de mim para chamar a polícia?" Sarah perguntou em sua voz unha-arranhando-contra-o-quadro-negro.
Odiei essa voz por onze anos, e agora se é possível, ela só ficou mais irritante.
Minhas mãos apertaram o braço de Miller, e ele finalmente olhou para mim para ver o que estava errado.
Suas sobrancelhas se levantaram quando ele viu que meus olhos estavam dirigidos para a mulher sobre seu ombro direito.
Que o levou a se virar ligeiramente para manter os dois em sua vista.
Levando-me para a direita junto com ele.
"Eu sou a polícia, senhora," Miller estalou.
Sarah ergueu as sobrancelhas para mim. Aquelas sobrancelhas perfeitamente esculpidas em lápis preto que eu quis rasgar do seu rosto por toda a minha vida, se arquearam quando ela estava prestes a dizer algo imprestável, e ela não me decepcionou.
"Bem," ela disse em uma voz sulina falsa e ofendida. "É óbvio que, se você está com ela," disse, apontando para mim. "Então você não é um policial digno. Certamente você poderia encontrar alguém que não tenha sido usada assim ... completamente."
Comecei a avançar antes mesmo de perceber que estava me movendo, assustando tanto Miller e Sarah.
Minha mão bateu em seu rosto com um agudo ‘clap’, fazendo com que a cabeça dela chicoteasse para o lado comicamente.
Heh, nunca golpeei alguém antes, mas dane-se se eu não me sentia malditamente incrível! Minha mão picava um pouco, mas no geral não doeu como tinha visto nos filmes.
E durante a minha contemplação disso, Sarah tentou revidar, mas Miller a parou antes que a mão dela pudesse se mover mais do que alguns centímetros de seu corpo.
Sorri secretamente, quase morrendo de rir quando ela deu a Miller o olhar mais venenoso que pôde reunir com suas lágrimas caindo e uma cópia vermelha da minha mão sobre o rosto.
Devon, que estava assistindo em silêncio, finalmente começou a avançar quando Miller teve o pulso de Sarah preso ao seu corpo.
Miller começou a movê-la para longe de mim, mas Devon, se meteu na frente e atirou-se para a briga.
"Tire as mãos de minha esposa!" Devon rugiu.
"Oh, céus," falei, puxando o meu telefone e chamando Foster.
Eu podia ver isso entrando em território perigoso muito rápido, especialmente quando percebi a forma como as pessoas que estavam jantando e do lado de fora começaram a nos cercar, suas vozes subindo.
"Olá?" Foster falou interrogativamente.
"Uhh, ei, aqui é Mercy. Seu irmão e eu estamos no Catfish Charlie's, e temos cerca de quinze pessoas nos cercando. Acho que precisamos de algum apoio," disse apressadamente.
Pude ouvir Foster mover-se no fundo, e então o que soou como uma porta se fechando, logo seguido pelas sirenes ligadas ao fundo. "Estarei ai em menos de dois minutos. Mantenha-me na linha."
Ele parecia exatamente como seu irmão com a sua prepotência.
Mantenha-me na linha.
Como se eu fosse fazer algo diferente!
Logo a multidão passou de quinze para mais pessoas, e fui empurrada para trás até que eu não estava mais ao alcance do braço de Miller.
Sabendo que ele seria capaz de lidar com a situação melhor se eu saísse do caminho, mudei-me até que fiquei atrás da porta de vaivém que levava para a parte detrás do balcão, e em seguida fui ainda mais longe entre a máquina de gelo e a caixa registadora.
Ainda podia ver tudo o que estava acontecendo, mas eles não podiam chegar a mim, a menos que pulassem o balcão.
O que eu achava que eles não iriam fazer uma vez que todos pareciam interessados em Devon gritando com Miller para deixar sua esposa ir, durante todo o tempo sua esposa tentou dar uma bofetada em Miller por "assaltá-la indecentemente."
"Você é o problema,” disse a voz de um homem mais velho da janela que dava para a cozinha.
Olhei para cima e encontrei Jimmy-John, o proprietário do Catfish Charlie's, olhando para mim acusador.
Levantei minhas mãos e disse: "Não tenho nada a ver com isso!"
Ele balançou sua cabeça. "Mercy menina, eu te conheço desde que mal tinha idade suficiente para ficar em pé. Você está sempre no meio de tudo, querendo ou não."
Eu não poderia ajudá-lo, eu ri.
O que fez Miller virar a cabeça e olhar para mim. O que fez então com que Devon desse um soco em Miller, enquanto sua cabeça estava virada.
A cabeça de Miller virou com a força do soco de Devon, e ele virou-se lentamente para encarar Devon enquanto ainda tentava conter Sarah.
Miller jogou um soco perfeitamente cronometrado direto para a têmpora de Devon.
Devon caiu como um tijolo.
E a multidão foi à loucura.
***
Sentei-me na cadeira acolchoada do escritório de Miller enquanto ouvia ele e o chefe conversarem.
Bem, Chefe Rhodes, um oficial veterano há trinta e cinco anos, foi o único a falar, e foi mais gritos do que 'falar'. Eu o conhecia por vinte e nove anos, desde que ele era o melhor amigo do meu pai, e eu nunca o ouvi gritar com outro oficial assim.
Comecei a balançar para a frente, consciente que todos poderiam me ver.
Lágrimas derramavam pelo meu rosto enquanto ouvia Miller levar a culpa por mim. Algo que eu nunca deveria ter trazido para ele.
Eu deveria ter ligado para o 911. Talvez então não estaria ouvindo meu namorado receber gritos e ser colocado em liberdade condicional.
"Merda," Miller assobiou.
Ouvi as botas batendo no chão quando ele entrou em seu escritório, em seguida, caiu de joelhos na minha frente.
Levantei minha cabeça, e vi com os olhos cheios de lágrimas quando ele estendeu a mão, puxando-me em seus braços.
Fui de boa vontade, vendo o olhar horrorizado no rosto do chefe.
Passei meus braços em volta do pescoço de Miller e chorei. "Sinto muito, Miller. Nunca deveria ter trazido tudo isso para você."
Ele esfregou as grandes palmas para cima e para baixo nas minhas costas em cursos lentos, suaves. "Está tudo bem, Mercy Me. Eu teria sido o único a vir de qualquer maneira, mesmo se você tivesse ligado para o 911. Eu era o mais próximo ao local."
Cerrei os olhos fechados apertado. "Não. Quero dizer afinal. Eu praticamente arruinei sua vida."
Ele apertou-me mais forte. "Você não me fez nada. Sou um homem crescido. Posso levar tudo isso amarrado e com os olhos vendados."
Inclinei-me para trás, os olhos ainda derramando lágrimas, e ri na cara dele. "Não sou violenta demais. Eu poderia levá-lo se tivesse desejado isso".
"Miller," Chefe Rhodes rosnou da outra sala. "Seu irmão precisa de um passeio na sala de emergência. Você pode ter o resto do dia de folga. Amanhã também. Volte quarta-feira com uma melhor atitude."
Com isso, o chefe se virou e saiu, sem se preocupar em olhar para trás.
"Você irritou o chefe por mim. Eu acho que é muito romântico," provoquei, levantando a minha mão e correndo meus dedos contra sua mandíbula.
Ele estava com uma barba sexy hoje. Algo que decidiu deixar crescer por causa de alguma aposta entre ele e Foster. Tinha começado bastante inocente, duas noites atrás, mas terminou em um completo 'não se barbear até março' para os dois.
Eles tentaram puxar seu outro irmão para isso, mas, aparentemente, sua esposa não iria deixá-lo entrar para outra ‘competição de barba entre irmãos’.
Pessoalmente, penso que toda a situação é hilariante, mas isso era minha opinião.
"Querida, eu irritaria o mundo inteiro por você. O chefe é apenas uma fatia do bolo em comparação. E irei me encontrar com seus pais no jantar esta noite. Nunca seria capaz de enfrentar o seu pai se eu não fizesse isso," ele rosnou.
Abri um sorriso e me inclinei para frente, dando-lhe um beijo no nariz antes de fazer um esforço para ficar de pé.
Quando fiz, pude ver toda a estação de polícia nos observando através das janelas de vidro do escritório de Miller.
Os policiais intrometidos nem sequer se preocuparam em esconder o fato de que eles estavam assistindo, só continuaram a fazê-lo.
Alguns até foram mais longe como parar e acenar.
Aqueles, porém, eram os homens da equipe da SWAT.
Eles eram piores do que um bando de adolescentes rindo.
"Todos estão nos observando,” sussurrei, passando minhas mãos pelos cabelos de Miller.
Ele gemeu e colocou seu rosto no meu colo. "Adoro quando você coloca suas mãos em mim."
Eu ri e agarrei suas orelhas antes de puxá-lo para cima. "Vamos pegar seu irmão caçula. Parece que alguém precisa cuidar dele."
"Sim, senhora," ele concordou.
***
"Uau, acho que eu ganhei," Miller incitou seu irmão.
"Foda-se," ele retrucou, olhando para Miller sobre o ombro do enfermeiro que estava ocupado limpando o sangue do corte em sua mandíbula.
Quando Foster havia chegado, ele imediatamente entrou na briga, ajudando a defender seu irmão desde o momento em que passou pela porta.
Em seguida, jogaram uma garrafa de xarope em seu rosto. O vidro quebrado entrou fundo de forma instantânea em sua mandíbula e queixo. Ele se tornou uma confusão de sangue e xarope, mas conseguiu convencer a multidão a se distanciar de Devon, Sarah e Miller.
Miller rapidamente obteve o controle da situação, assim como mais três policiais que chegaram, prendendo mais de vinte pessoas.
Sarah e Devon foram presos por agredir um policial, Devon sendo o que jogou a garrafa de xarope em Foster.
Sarah tinha agarrado o pescoço e o rosto de Miller, mas não foi nada tão ruim quanto a lesão de Foster.
"Eles não rasparão tudo," eu disse, indo para o outro lado, colocando minha mão no queixo de Foster e puxando-o para mim.
O enfermeiro me jogou um olhar grato por cima do ombro, feliz que consegui interromper o jogo entre os dois homens.
"É isso mesmo, tenho ainda um bom pedaço da barba. E não fui eu que a raspou. Esse cara o fez," Foster disse, apontando acusadoramente para o homem na frente dele.
Suspirando, peguei o pano molhado do enfermeiro e comecei a limpar Foster como se ele fosse uma criança pequena que não poderia fazê-lo sozinho.
Provavelmente fiz isso um pouco mais forte do que o necessário, mas sério, qual era o seu negócio? Foster foi ferido hoje, tudo porque ele estava tentando ajudar seu irmão. Eles precisavam se acalmar com a aposta.
"Quantos pontos você acabou de receber?", perguntei, olhando para a ferida desagradável.
"Trinta e um," disse uma voz de homem atrás de nós.
Encolhi-me no momento em que ele falou, afundando em Foster no instante em que ouvi a voz do homem.
Foster e Miller repararam na minha reação, prestando atenção no segundo que fiz isso.
Foster deslizou sobre a cama até que ficou sentado na beirada, com os pés balançando sobre o lado para me permitir ficar entre ele e o homem que entrou na sala.
Miller entrou na frente do médico, impedindo o seu progresso para a frente antes mesmo que ele desse dois passos dentro do quarto.
Comecei a ofegar, apertando os olhos bem fechados, rezando para que ele fosse embora antes que eu tivesse um completo ataque de pânico.
Meu Deus. Aquela voz soava tão parecida com a de Mitch que eu queria vomitar.
Ele parecia exatamente como Mitch também, mesmo que fosse em uma versão muito mais velha dele.
Doutor Raine Moose, o pai de Mitch, era um bom homem.
Era uma pessoa muito legal, e eu o amei desde o momento em que o conheci.
Alguma coisa tinha que ser dita para um homem que tentou tão duramente cuidar de sua família, mas havia falhado. Ele e a mãe de Mitch, Linda, tinham se separado apenas no ano passado.
Ele era a única coisa boa sobre ir até a casa de Mitch, e uma vez que ele se foi, eu odiava estar em qualquer lugar perto de Linda. Era como se Raine a mantivesse ligada à terra, e sem ele por perto, ela parecia ficar pior.
"Acho que você precisa sair," Miller ordenou calmamente.
Quando Raine olhou para mim em choque com suas sobrancelhas espessas e o cabelo loiro branco, quase o mesmo que de Foster, eu sabia que ele se sentia mal. Devastado, na verdade.
"Não," falei suavemente, inclinando-me em Foster. "Está tudo bem. Miller, gostaria que você conhecesse o Dr. Raine Moose, pai de Mitch.”
Miller congelou, olhando para Raine como se ele fosse um inseto, estudando-o como se ele tivesse se tornado um espécime interessante.
Os olhos de Raine eram todos para mim, embora.
Eles estavam cheios de tristeza quando falou, "Sinto muito, Mercy."
Balancei a cabeça, sem saber o que dizer.
'Está tudo bem' realmente não soa como a melhor coisa a dizer. Não estava nada bem que seu filho tinha me estuprado.
Embora soubesse que não era culpa dele, ia estar sempre na minha mente que ele foi o responsável por criar Mitch.
E se ... desliguei esse pensamento rapidamente. Não, não era culpa de Raine. Se fosse culpa de alguém, era de Linda.
"Eu sei,” resolvi finalmente dizer.
Ele deu um meio sorriso e voltou sua atenção para Foster, que não se moveu um centímetro desde que Raine entrou no quarto.
"Você está pronto para ir, assim que a enfermeira entregar seus documentos de alta. Não molhe a ferida durante 24 a 48 horas. E não se esqueça de manter um olhar atento para infecção. Anotei uma prescrição no seu nome para um antibiótico na farmácia de Kilgore, e um analgésico também. Existe alguma coisa que possa fazer por você?", Raine perguntou a Foster.
Foster sacudiu a cabeça. "Não, isso é tudo."
Com isso, Raine tinha sido devidamente dispensado, então virou-se para sair do quarto, apenas olhando para trás por cima do ombro para mim duas vezes antes que desaparecesse no corredor.
"Que porra é essa?", perguntou Miller, virando-se e fixando os olhos em mim.
Dei de ombros. "O pai de Mitch é um bom homem. Ele não merece que eu tenha medo dele, mas não pude evitar. Ele se parece tanto com Mitch que dói.”
Miller balançou a cabeça e virou-se para seu irmão, mas foi interrompido pela enfermeira entrando com uma pilha de papéis na mão. "Tudo bem, esta são a suas instruções de alta. Se você precisar de alguma coisa, não hesite em chamar o seu prestador de assistência básica. Qualquer outra coisa que posso fazer por você?”
Foster balançou a cabeça negativamente.
Com isso, a enfermeira assentiu e saiu, reaparecendo novamente com uma cadeira de rodas.
Foster bufou e levantou-se, tirou o vestido do hospital que o fizeram usar, vestiu suas calças e pegou uma sacola de roupas antes de sair.
Miller bufou e esboçou um sorriso antes de oferecer-me sua mão.
Fiquei de pé, aceitando de bom grado.
"Parece que ele não vai precisar dessa cadeira de rodas. Obrigado por cuidar dele," Miller disse felizmente.
A enfermeira assentiu. "Os homens são sempre os piores. Sei que ele não agiu propositadamente como um babaca.”
Miller bufou. "Não, ele realmente é um babaca."
"Eu ouvi isso!", disse Foster do fundo do corredor.
Cobri minha boca para esconder meu sorriso quando nós andamos de mãos dadas para fora da porta.
A última coisa que vi quando nós saímos do pronto socorro foi Raine me olhando com olhos assombrados.
CAPÍTULO DEZ
Se você está discutindo com sua mulher, e ela diz: ‘vá em frente, eu não me importo’, não a ouça.
É um truque.
-Fato da vida
Mercy
Quatro semanas depois
Lambi meus lábios repentinamente secos, morrendo de medo de abrir a caixa que logo determinaria meu destino.
Miller não tinha nenhum problema desse tipo e foi logo rasgando a caixa.
A primeira coisa a ir para o lixo foram as instruções, seguido pelos minúsculos restos da caixa dizimada.
“Jesus,” assobiei, tirando o bastão de teste das mãos dele, antes que ele pudesse rasgar o plástico fora dele também. "Gostaria de ter lido essas instruções.”
Ele sorriu para mim. "Apenas mije na vara. Você gostaria que eu te ajudasse?"
Bati no seu braço e apontei para a porta. "Saia!"
Ele riu. "Vou ficar de costas.”
Nós compartilhamos muito nas últimas semanas. Variando de nossos corpos, o quarto, a roupa. No entanto, não tínhamos compartilhado o banheiro juntos, com exceção dos chuveiros. Uma linha teria que ser traçada em algum lugar, e ele me observar fazer xixi em uma vara era uma.
"É melhor não se virar," resmunguei quando ele se virou e começou a ler a coisa mais próxima. Que passou a ser a revista Cosmopolitan que chegou pelo correio no início do dia.
Não me preocupei em perguntar por que estava lá dentro. Haviam certas coisa em um relacionamento que era muita informação, e isso era uma delas.
"Você já terminou?" Miller perguntou exasperado.
Bufei. "Nem abri a embalagem ainda."
Ele virou e rasgou o pacote com facilidade, entregando o pequeno bastão branco para mim antes de voltar a ler algo na revista.
"Alguma coisa boa aí?” Tentei iniciar uma pequena conversa.
"Hmm," ele falou. “Como agradar seu homem quando sai com os amigos. Como dar ao seu homem o melhor boquete de sua vida. O que acontece com os seus seios quando você consome muito sal.”
Pisquei surpresa.
"Qual você tem mais interesse?”, perguntei.
Podia praticamente ouvir o sorriso surgir no rosto de Miller quando olhei para o teste na minha mão, em seguida, tentei fazer xixi na vara sem fazer na minha mão.
"O que uma elevada ingestão de sal faz para seus seios," ele brincou.
Sorri e puxei a vara para fora feliz que consegui não fazer xixi em mim no processo, colocando-a em cima do balcão como se fosse uma bomba pronta para explodir.
"Ei!" Falei quando Miller se virou e começou a olhar para o teste como se pudesse fazê-lo ficar rosa.
"Você tem certeza que está atrasada?" Ele perguntou para confirmar.
Revirei os olhos.
"Sim," eu disse lentamente.
"Como você sabe?" Ele persistiu.
Fui em direção ao lavatório, e empurrei-o com meu ombro parar retirá-lo da frente.
Então lavei minhas mãos, ignorando a vara branca no balcão. Mantive meus olhos em tudo, menos nela. Nas paredes do meu banheiro com o horrível papel de parede florido com orquídea branca. Na cortina do meu chuveiro combinando com tudo, menos com o papel de parede. Na maneira como Miller mantinha os olhos na vara, os punhos plantados no balcão, enquanto observava.
"Você vai ficar olhando para isso durante os dois minutos?" Perguntei preocupada.
Deus, por que eu estava assim tão nervosa?
Meus olhos correram pelo torso de Miller.
Ele estava sem camisa e descalço. Suas calças de uniforme era a única coisa que estava usando, depois de ter tirado fora o resto do uniforme no minuto em que entrou pela minha porta.
Já havia reservado um local para ele pendurar suas coisas do trabalho, bem como suas roupas no meu armário.
Algo que descobri que ele não fez, em vez disso jogou tudo o que trouxe sobre o sofá no momento em que entrou pela porta após seu turno.
Ele havia saído do trabalho apenas uma hora atrás, mas fez uma parada na loja para comprar alguns testes de gravidez.
Provavelmente parecia um esquisitão comprando muitos testes, mas ele estava feliz, então eu não me importava.
"Não preciso de dois minutos inteiros. Só estou tentando descobrir o que diabos o sinal de mais e duas linhas significam," ele resmungou.
Suspirei. "Bem, isso certamente está nas instruções.”
Seus olhos se levantaram e ele me olhou antes de se abaixar e pegar as instruções amassada.
"Duas linhas e nenhum sinal de mais significa negativo," ele leu. "Duas linhas e um sinal de mais significa ..." ele olhou para mim, encontrando meus olhos, quando disse, "Positivo."
Meu coração começou a bater ferozmente. Meus olhos se arregalaram, e minha respiração acelerou.
"Puta merda," arquejei.
Ele sorriu e soltou o papel, que notei, caiu no chão, perdendo completamente a lixeira.
Seus braços enrolaram em torno dos meus ombros, e ele me olhou nos olhos através do espelho.
Meus olhos começaram a encher de água, e depois, lentamente, as lágrimas transbordaram.
"Espero que ele seja seu," eu disse em desespero.
Seus olhos, aqueles belos olhos azuis, com alma, estava se afogando em felicidade.
Meu coração aliviou um pouco quando sorri tristemente para ele.
"Vai ficar tudo bem," ele insistiu novamente.
Concordei com cabeça. "Eu sei. Sei que vai. Só espero que ele seja seu. Com todo o meu coração, espero que o bebê seja seu.”
Ele beijou o lado do meu pescoço. "O bebê é meu. Não importa quantos genes ele carrega. Esse bebê será meu tanto quanto é seu.”
A promessa sincera me fez respirar direito novamente, mas a pequena preocupação e uma necessidade deslizou por meu corpo e fez com que me aconchegasse em seus braços.
Agora que estava grávida... ele estaria em torno de mim como costumava estar?
E o que todos diriam? Eu tinha uma sensação de que isso ia ficar muito pior antes de melhorar.
Eu só esperava que isso que pensei não fosse o precursor de coisas ruins para vir.
Que foi provado ser verdadeiro uma hora mais tarde, quando recebi uma carta expressa do advogado de Mitch me dizendo para encontrá-los em dois dias para discutir o que ele me deixou em seu testamento.
***
Miller
"Foda-se, você o quê?" Meus irmãos gritaram em uníssono.
Olhei para eles bruscamente, perguntando-me o que falei para fazê-los reagirem dessa maneira.
"Que porra é essa?" perguntei, levantando-me da minha posição agachada na água na altura da cintura.
"Por favor, me diga que você está brincando,” Foster indagou, com as mãos subindo para a cabeça e cruzando no topo dos seus cabelos.
Minhas sobrancelhas franziram. "O que?"
"Você a engravidou? Depois de tudo que ela passou?” Foster gritou, todos os patos ao redor viraram-se bruscamente, voando tão rápido quanto suas asas poderiam carregá-los.
"Que merda levou você a fazer isso?" Trance rosnou.
"Eu não fiz nada. Nós fizemos isso," falei lentamente.
Qual era o negócio deles?
Eu lhes disse literalmente, apenas duas palavras: 'Mercy está grávida’.
Essas duas palavras fizeram os dois explodir em condenações e acusações. O que nos levou ao agora.
"Você não pode usar a porra de um preservativo pelo amor de Deus? Agora você nunca saberá de quem é a criança! Você irá fazer um teste de DNA?" Trance perguntou.
"Ele está tão fodido. Ela vai dizer que é dele e ele vai ter que pagar pensão alimentícia," Foster disse com um tom mal humorado na voz.
Eu parei e olhei para os dois. "Você está de brincadeira comigo agora, não é?”
Meus irmãos congelaram com a dureza e hostilidade letal que coloquei no tom da minha voz.
"Miller,” Trance disse, levantando a mão. " O que está acontecendo?"
Foster não abriu a boca novamente, só me olhava, como fez Trance.
"Escuta, seu idiota fodido,” rosnei. "Vou te dizer isso uma vez, e apenas uma vez. Mercy é minha. Aquele garoto que ela está esperando é meu. E se você não gosta, então você pode dar o fora da porra da minha vida. Não me obrigue a fazer isso, porque estou dizendo a você agora, que se você me fizer escolher, vou escolhê-la. Cada único dia de merda e duas vezes no domingo. Essa mulher é uma parte de mim e vou fazer o que for preciso para protegê-la de tudo. Mesmo da grosseria dos meus próprios irmãos."
O rosto de Trance ficou apertado, assim como o de Foster, mas não discutiram.
"Ouça," Foster disse suavemente. "Não dissemos isso de maneira prejudicial, nós estamos apenas preocupados com você cara. Diga-nos o que está em sua cabeça. Nós amamos Mercy. Nós apenas não queremos ver você preso em toda a merda que podemos ver em um futuro muito próximo.”
Relaxei visivelmente, sabendo imediatamente que eles protegeriam minhas costas.
O que Foster acabou de dizer atingiu mais perto do que ele mesmo sabia.
Nós dirigimos para casa em silêncio, a emoção da caça muito longe.
Eles me seguiram para dentro do meu lugar, embora, sem pensar nem por um momento que eu iria negar-lhes entrada.
"Foda-se," eu disse, caindo para o sofá na frente de meus irmãos. "Este tem sido um longo dia de merda, e preciso da opinião de vocês sobre algumas coisas."
Ambos sentaram, mas não antes que cada um pegasse uma cerveja na geladeira.
Nós estávamos no apartamento que compartilhei com Foster, embora não houvesse muita partilha ultimamente. Passei quase todas as noites na casa de Mercy, e só vinha aqui quando precisava de mais algumas roupas. Lentamente, tudo estava sendo levado. A única coisa que restava agora era o material grande.
"Fale," Trance disse enquanto me oferecia uma cerveja.
Peguei-a e torci a tampa, dobrando o alumínio em si mesmo e jogando-o em uma lata no canto da sala.
Ela saltou do topo, que transbordava de lata vermelha de café, já que não havia espaço na vasilha cheia.
Assisti ela se retorcer por alguns segundos antes de se estabelecer ao lado de outras no chão antes de começar a falar.
"Mercy recebeu uma carta do advogado de seu ex. Aparentemente, ele lhe deixou uma quantidade considerável de dinheiro, assim como a casa que sua mãe está atualmente residindo,” disse, cansado, apertando a ponta do meu nariz entre dois dedos.
Ambos piscaram.
Trance foi o único a falar em primeiro lugar. “Será que ela vai aceitar?”
Neguei com minha cabeça. “Não. Nós estamos indo até lá amanhã. Ela diz que vai recusar, assinar a renúncia dizendo que ela não quer. Em seguida, ele vai para a próxima pessoa na fila, que provavelmente é a mãe.”
Foster ergueu as sobrancelhas. “Eu pegaria tudo daquele filho da puta. Foda-se. Ela merece ficar com essa casa e todo o seu dinheiro. Foda-se. Ele.”
Eloquente, mas justo. Essa também era grande parte da mesma opinião, mas não era comigo, e sim com Mercy.
“Tentei dizer isso a ela, mas ela não quer. Eu estou indo para ser solidário com o que ela quer fazer,” falei honestamente.
Ambos olharam para mim sem expressão.
"E o bebê? Você sabe que eles vão perguntar. Inferno, cara, nós mesmos dissemos algo e somos seus irmãos. Haverá falatório sobre quem a criança pertence. Você sabe disso, certo?” Foster finalmente, acrescentou.
Balancei a cabeça em concordância. "Nós sabemos disso. É por isso que nós fizemos isso. Eles vão especular, mas nunca será provado. É por isso que fizemos o que fizemos. Ela não queria ter isso sempre pairando sobre ela. Sobre a cabeça do bebê. E eu dei isso a ela.”
Ambos me encararam duramente antes de concordar.
"Então nós vamos apoiá-lo. E meus bebês terão um novo priminho para brincar,” Trance disse, estendendo a mão.
Peguei-a com um sorriso. “Certamente que eles vão.”
CAPÍTULO ONZE
Se é quente, úmida, pegajosa e não é sua ... não toque.
-Nota para si mesmo.
Miller
Entrei no escritório do advogado com Mercy apoiada no meu braço, preocupado que tudo isso era um grande erro.
Ela não só veria a mãe do ex, mas teria que ver o pai também. O pai, que parecia exatamente como Mitch Moose. O pai que a deixou em pânico a última vez que ela o viu.
"Tudo bem," disse o advogado, quando entrou na sala. "Estamos aqui para ler a vontade de Mitch Moose. Todo mundo que está nesta sala foi mencionado no testamento, de alguma maneira ou de outra. Podemos prosseguir?"
A mãe olhou na nossa direção quando nos sentamos nas cadeiras à direita da mesa do advogado.
O nome dele era Ryan Monk, e era um advogado especializado em herança em Kilgore.
Sua atuação era em testamentos de herança, quando uma pessoa morre.
Ryan começou a ler a vontade de Mitch, e sem surpresa, a maioria das ‘pequenas coisas’ foi para a mãe de Mitch. No entanto, em seguida, ele chegou à casa.
"A casa foi deixada para Mercy Shepherd. Além da casa, ela receberá a totalidade da apólice de seguro de vida de Mitch, assim como o seu...”
Não ouvi o resto do que o advogado disse, pois a mãe de Mitch entrou em um turbilhão de ação.
Ela rasgou os papéis das mãos do advogado e os jogou contra a parede.
Coloquei-me entre Mercy e a cadela enfurecida, usando o meu corpo como um escudo.
Raine, o ex-marido da vadia louca, estava também, empurrando a mulher para o canto da sala.
Olhei para Mercy com o canto do meu olho, vendo que ela estava contornando a mesa, indo em direção à parede.
Balancei a cabeça em sua direção, dizendo-lhe para ficar onde estava, e me virei para a mãe bem a tempo de vê-la empurrar o ex-marido.
Ele caiu no chão, tropeçando no tapete caro e caindo com um baque alto.
Então, a seguir, a mãe lançou através da sala um abajur em direção a Mercy.
Não a acertou, mas colidiu com a TV que estava pendurada na parede, fazendo-a cair no chão.
Mercy saltou fora do caminho a tempo ao ver a TV quebrar a seus pés, mas tropeçou e caiu, batendo o rosto no canto da mesa.
Comecei a me mover um pouco antes que ela saltasse, e fui capaz de chegar nela no momento em que caiu completamente no chão.
Com o canto do meu olho vi o pai se levantar para deter a cadela louca, e fiquei grato.
O advogado sentou-se atordoado atrás de sua mesa, olhando para a coisa toda como se estivesse acontecendo no escritório de outra pessoa.
"Mercy," falei com urgência, olhando em seus olhos.
Ela estremeceu, levantando a mão para um local na sua cabeça.
O sangue começou a infiltrar-se entre os dedos, fazendo com que meu estômago rolasse.
"Eu estou bem," ela disse suavemente, levantando-se para ficar de pé.
Mas quando se levantou, seu rosto ficou mortalmente branco e ela olhou para baixo em horror.
Segui o movimento de seus olhos e recuei assustado.
Assustado porque ela estava sangrando entre as pernas, e muito.
Peguei-a nos meus braços e comecei a correr pelo corredor.
A primeira coisa que fiz foi colocá-la em seu assento e prender o cinto. A próxima coisa foi retirar minha camisa e entregá-la a ela. "Coloque sobre o corte em sua cabeça," pedi.
Ela obedeceu cautelosamente, colocando a minha camisa sobre seu corte, e caminhei para o meu lado do carro depois de fechar a porta suavemente.
Fiquei feliz por ter levado a viatura hoje, porque liguei as luzes e sirenes enquanto acelerava freneticamente para o hospital.
Os jeans de Mercy estavam cobertos de sangue vermelho vivo desde do alto das suas coxas e todo o caminho até os joelhos.
Ela estava olhando para frente, os olhos fixos na estrada, enquanto eu manobrava dentro e fora do tráfego.
A sua mão que não estava cobrindo o ferimento na cabeça, permanecia firmemente agarrada a minha.
"Vai ficar tudo bem," ela disse suavemente.
Olhei para os seus olhos e os encontrei em mim.
Minha dúvida deve ter aparecido no meu rosto, porque suas feições suavizaram. “Ainda não acabou.”
Isso foi tudo o que ela disse até que estacionei minha viatura na unidade de emergência na entrada do Hospital, e corri para o lado dela.
Peguei-a no colo como tinha feito antes, andando diretamente através das portas do hospital.
As pessoas na sala da frente correram em volta quando viram todo o sangue, e começaram a levá-la direto para um quarto.
"Qual é a sua história?" A enfermeira que chegou primeiro a nós, perguntou.
"Ela está grávida e caiu duramente. Sua cabeça bateu no canto da mesa, e foi assim que ela conseguiu o corte," eu disse a eles, seguindo-os quando eles abriam porta após porta.
Nós finalmente chegamos à parte de trás do hospital onde fomos levados para o quarto mais para a direita.
"Ela é alérgica a alguma coisa?" A enfermeira perguntou quando o médico entrou no quarto.
"Ela pode responder. E ela não é alérgica a coisa alguma,” Mercy disse cansada.
"Senhor, se você puder sair da sala, enquanto nós realizamos o exame interno...," o médico começou a dizer, mas Mercy começou a lutar.
"Não!" Ela gritou, afastando-se das mãos da enfermeira e as colocando no meu peito.
Ela praticamente se arrastou até meu peito, e olhei para o médico que estava olhando para Mercy com grande preocupação.
"Ela foi estuprada há seis semanas," falei com suavidade. "Ela não está confortável em ter um homem fazendo isso. Você terá que encontrar uma mulher. De preferência uma que seja pequena."
Ele balançou a cabeça e saiu sem outra palavra, e uma mulher retornou pouco tempo depois com o nome de Dra. A. Abernathy bordado no bolso do peito.
"Olá," a mulher disse suavemente. "Sou a Dra. A. Posso vê-la agora, querida?"
Mercy virou a cabeça para que ela não ficasse mais enterrada debaixo do meu queixo, permitindo-lhe ver a médica de olhos doces.
Ela estava em seus vinte e poucos anos, com longos cabelos loiros que desciam até a cintura. Ele foi puxado para trás do rosto em um rabo de cavalo baixo, permitindo-me ver seus lindos olhos azuis.
Olhos que estavam cheios de tristeza e mágoa.
A enfermeira que já estava no quarto, gentilmente tomou uma mão de Mercy, e ajudou-a sobre a cama.
"Você quer que cortemos suas calças ou o seu marido as tirará fora?" A enfermeira perguntou suavemente.
"Marido," ela disse suavemente.
Algo aqueceu dentro de mim ao ouvir essas palavras.
Movendo-me lentamente, fiz um gesto em direção à porta. “Feche-a.”
A médica balançou a cabeça e virou-se para fechá-la, em seguida, se manteve de costas para nós.
Puxei lentamente as calças para baixo das pernas de Mercy, oscilando-as sobre seus quadris e pelas pernas com facilidade praticada.
Não me senti bem como normalmente fazia.
Fiquei surpreso ao ver que não havia tanto sangue como havia temido.
A enfermeira, Aubrey, como se lê em seu crachá, pegou um lençol para lhe cobrir as pernas, mesmo antes que eu pensasse em pedir a ela.
Sorri para ela com gratidão, em seguida, virou-me para que pudesse ver o rosto de Mercy e verificar como ela estava se sentindo.
Se o olhar pálido era qualquer indicação, não era muito bom.
"Mercy Me," eu disse suavemente.
Ela virou o rosto para o meu, e me inclinei para dar-lhe um pequeno beijo.
“Diga-me o que você está pensando.” Exigi baixinho.
Ela fechou os olhos por um minuto, e quando abriu novamente vi fogo no interior.
"Vou tirar a casa dessa vaca e expulsá-la. Então irei doar o lugar para algum abrigo," ela rosnou.
Pisquei. Então joguei minha cabeça para trás e ri.
"Essa é minha garota," falei através das lágrimas de riso. ‘Isso é o que eu queria ouvir.”
***
Mercy
“Não quero ficar de repouso na cama,” resmunguei.
Miller olhou para mim com pena. "É apenas por hoje à noite.”
Zombei dele.
"É fácil para você dizer. Você tem que ir trabalhar. E você pode tomar um banho. Eu ainda tenho sangue em mim," reclamei. "Minha cabeça nem sequer dói!"
"Vou esperar para tomar um banho com você," ele brincou.
Enruguei meu nariz. “Então, serei obrigada a cheirar seu suor nos lençóis. Não, obrigada.”
Ele piscou, então olhou para o seu telefone na cama entre nós quando começou a vibrar.
Mamãe ligando.
"Mamãe?" Perguntei, provocando.
Ele piscou pressionando o botão de atender, em seguida, colocou-o no viva a voz.
"Mamãe, o quanto está furiosa?" Miller perguntou em voz alta.
Balancei a cabeça e deitei-me no travesseiro, observando o rosto de Miller enquanto falava.
"Miller Genuine, recebi um telefonema hoje de seu irmão me dizendo que vou ser avó outra vez, e não por ele. Será que Foster tem alguma vagabunda que está grávida dele de novo?” Sua mãe começou sem preâmbulos.
Os olhos de Miller franziram fechados, e apareceu uma cicatriz, normalmente invisível sob seu olho, quando ele esticou suas bochechas.
Levantei a minha mão e tracei a cicatriz, fazendo com que ele abrisse seus olhos quando respondeu à sua mãe.
"Mãe, Foster nunca foi o pai da criança daquela garota. Ele…"
Sua mãe não esperou que ele terminasse.
"Não quero ouvir isso novamente. Aquela criança é dele. Ela disse que sim. Se parece com ele. Eu tenho um neto correndo ao redor desta cidade e sei disso. Foster é simplesmente muito estúpido e teimoso para admiti-lo. Também não o ouvi negar que ele engravidou outra vagabunda," ela retrucou.
"Mãe, Foster não tem uma garota grávida. Eu tenho," Miller disse em voz alta.
Silêncio.
Tirei o meu dedo da cicatriz e fiquei olhando para o telefone como se fosse uma bomba prestes a explodir.
Em seguida, veio a surpresa, um grito animado soou no telefone, fazendo-nos rir.
"Micah! Meu bebê está tendo um bebê!” Sua mãe gritou.
Fechei os olhos e sorri.
Grata por ainda estar grávida e poder testemunhar essa conversa sob circunstâncias muito diferentes dais quais teria sido se eu sofresse um aborto espontâneo como pensei que estava acontecendo antes.
Acontece que a fonte do sangramento não tinha absolutamente nada a ver com o bebê, e sim com o fato de que caí em cima de um caco de vidro. Eu iria fazer uma visita ao meu Obstreta/Ginecologista daqui a dois dias para um exame mais completo, mas a partir do que eles puderam me dizer, eu estava bem.
Permaneceria em repouso na cama por um dia por causa da concussão que sofri quando bati minha cabeça.
Seja qual for a razão, o bebê ainda estava confortavelmente no meu ventre, e eu estava feliz.
Eu sabia que esse bebê era de Miller. Do fundo do meu coração eu sabia disso. Então, escolhi me alegrar na gravidez, porque qualquer bebê era uma bênção de Deus.
Só esperava que meus pais reagissem da mesma maneira que a mãe de Miller estava reagindo.
"Jesus, mulher. Estamos em um bar. Vá para a parte de trás se você quer gritar sobre bebês e besteiras," uma voz rouca, de homem mais velho, resmungou de mais longe.
Deve ter sido ‘Micah’, o pai de Miller.
Miller bocejou alto. “Tudo bem, mãe. Estamos indo para a cama. Tem sido um longo dia maldito, e tenho que estar no trabalho às quatro.”
"Espere!" Ela gritou em voz alta. "Você virá para a reunião de família no próximo fim de semana?"
Ele abriu os olhos e ergueu as sobrancelhas para mim em questão, como se perguntasse: 'Bem?'
Balancei a cabeça que sim.
Realmente soava como um monte de diversão, e seria bom passar mais tempo com sua família já que ele gostava muito de falar sobre isso.
"Sim, mãe. Nós estaremos lá," disse rispidamente.
Sorri para o que ela disse em seguida.
"Ótimo, eu fiz camisas legais!"
Com isso, ela desligou antes que ele pudesse responder, e ri bastante com a expressão no seu rosto.
"O que," falei entre risos. "Você não gosta de usar camisas combinando?"
Ele balançou sua cabeça. "Não; pelo menos não as que ela pensa como sendo 'camisas legais’.”
Puxei a mão dele longe de seu peito, e a coloquei na minha, apoiando meu queixo contra seu punho grande enquanto olhávamos nos olhos um do outro.
"Preciso dizer aos meus pais amanhã," eu disse suavemente.
Ele deu um aperto na minha mão e fechou os olhos. “Nós podemos fazer isso depois que eu sair por volta das cinco. Nós vamos convidá-los para jantar. Tudo bem?”
Concordei, agradecida que ele queria fazer isso comigo.
“Meu pai vai ficar puto, e pode não entender,” eu disse baixinho, ainda observando seu rosto.
Ele abriu os olhos e sorriu lentamente. “Então vou fazê-lo entender.”
***
Acordei no meio da noite com as mãos de Miller em meus seios, e seu grande corpo empurrado atrás de mim.
Sua ereção estava me cutucando no traseiro, e eu o queria.
Mal.
Nunca deveria ter dito 'apenas uma vez’.
Amaldiçoei-me por dizer isso, e agora não sei como dizer a ele que queria mais.
Quando meus olhos se fecharam novamente, eu sabia que teria que encontrar uma maneira de convencê-lo de que o queria.
Ele não faria nada até que eu lhe desse o sinal verde.
Minha mente estava em verde. Meu coração estava no verde. No entanto a minha boca estava no vermelho. Nunca fui boa em expressar meus desejos sexuais, e agora mais ainda.
A única vez que disse a um homem o que eu queria, ele usou isso contra mim.
E, embora soubesse que Miller nunca faria isso, não conseguia fazer minha boca dizer as palavras.
Então teria que mostrar a ele.
Espero levá-lo a descobrir isso em breve, porque não poderia estar mais excitada por isso. Era uma tortura em si. Um tipo especial de tortura, mas ainda uma maldita tortura.
CAPÍTULO DOZE
Você não precisa me deixar louca.
Estou perto o suficiente para andar.
-Xícara de café
Mercy
Olhei pela janela para o meu pai e Miller, mordendo meu lábio com preocupação.
"Basta dar-lhe uma chance para esfriar, mel. Vai ficar tudo bem," minha mãe disse suavemente.
Virei-me no meu sofá, olhando para minha mãe com ansiedade.
"Nunca o vi tão furioso," sussurrei.
Ela assentiu com a cabeça.
"Querida," disse ela, hesitante. “Como você acha que ele se sente enfrentando tudo isso? Você é a nossa pequena menina. Nós nunca desejamos isso para você. Isso nunca passou por nossas mentes quando pensamos sobre netos.”
“É de Miller.” Eu disse suavemente.
Seus olhos preocupados se afastaram da janela para mim, e ela sorriu tristemente.
"Sei que você quer que seja..."
"É dele," falei com firmeza. “Eu sei com minha alma e coração.”
Ela olhou para mim, e depois assentiu. "Ok. Então o que vamos fazer sobre controle de danos? Todo mundo não vai ser tão fácil de convencer como nós fomos. O que nós vamos fazer então?"
Olhei-a sem responder.
Honestamente não sabia como isso ia acontecer. Se o dia no restaurante servia como qualquer indicação, não iria passar por cima disso muito bem.
Esse era o problema com a vida em uma cidade tão pequena. As pessoas pensavam que podiam se meter em sua vida, porque eles te conheciam desde que era um bebê.
Eles não se importavam que estavam se intrometendo onde não deviam. Só se preocupavam com a próxima rodada de fofocas.
"Bem," disse minha mãe. "Oh céus."
Olhei para fora da janela e encontrei meu pai e Miller em um ... abraço.
“O que estão fazendo?” Perguntei, levantando-me em alarme.
Minha mãe ficou ao meu lado, e vimos como Miller abraçou meu pai fortemente.
Meu pai agarrava-o em um abraço tão feroz que estava tornando o rosto de Miller vermelho. Porém ele não se afastou. Ficou lá, os olhos fixos em mim através da janela, enquanto recebia nas costas as batidas que meu pai lhe dava.
"Então... você acha que ele está feliz?” Minha mãe brincou.
Fui sozinha com minha mãe sobre o bebê, enquanto Miller levou meu pai ao lado de fora para dizer a ele.
Falei de maneira simples com minha mãe. Sempre senti que a notícia, boa ou má, era digna de ser contada. Era como arrancar um band-aid.
Miller obviamente fez isso explicando a história, é por isso que tinha tomado tanto tempo.
"Querida," a voz da minha mãe me chamou.
Virei-me para encontrá-la olhando para mim.
"O quê?" Perguntei.
Ela estudou meu rosto por alguns segundos antes de dizer o que estava em sua mente. "Não o use. Não sei se você está com ele agora por causa do que aconteceu, ou porque você realmente o quer. Não importa qual a razão, você precisa avaliar isso antes de levar adiante esse interesse que vejo crescendo em seus olhos, ainda mais longe. Ok?” Ela perguntou calmamente.
Concordei com a cabeça.
"Pensei sobre isso," expliquei. "No começo, acho que era o que eu estava fazendo. Contudo, ao longo das últimas semanas, quando comecei a conhecê-lo, sinto ter uma conexão com ele. É como se nos conhecêssemos desde sempre. E a maneira como ele me trata me deixa quente por dentro. O que nós temos... Não consigo nem explicar. É algo como você e papai tem. Talvez até mesmo algo mais."
Ela me olhou por mais alguns segundos, depois assentiu. "Tudo bem então. Vamos fazer o jantar."
***
"No próximo fim de semana você está indo ver seus pais?", minha mãe perguntou.
Miller assentiu. "Sim. Vegas, baby."
Franzi meu nariz. "Nunca estive em Vegas antes. E também nunca estive em um avião."
"Você já esteve em um avião antes. Você simplesmente não se lembra disso," minha mãe disse, pegando um bocado de purê de batatas e entregando a tigela ao meu pai.
Meu pai pegou-a, mas optou por não comentar sobre o nosso argumento usual.
"Acho que ela está fumando alguma coisa," eu disse para Miller. "Minha irmã era a única que estava no avião," continuei, virando o olhar para a minha mãe. “Nunca andei em um avião.”
“Só porque você não se lembra, não significa que isso não aconteceu," ela riu.
Meu pai bufou. "Isso é o que ela disse quando permiti que parasse de tomar suas pílulas anticoncepcionais. Não me lembro. Ela diz que eu disse isso. Ela vem usando esse argumento por trinta anos."
Engasguei com o meu frango, e Miller bateu nas minhas costas.
"Obrigada," tossi. "Não vamos falar sobre isso na mesa de jantar. Consegui finalmente meu apetite de volta depois que você me contou como os cachorros-quentes são feitos."
"Bem, eles são feitos de cartilagens moídas. Não há segredo em torno disso. Só porque você gosta de cachorros-quentes não os tornam o que você quer que eles sejam," ele riu.
Virei-me para Miller. "Tem certeza de que quer ser parte desta família?”
Falei provocativamente, mas ele levou a questão a sério. "Sim. Não é pior que a minha. Você verá isso daqui a uma semana.”
Eu acariciei sua coxa.
Pude sentir as chaves através do bolso do seu jeans, bem como algo mais circular ao fundo. Quando comecei a traçar o contorno dele, ele capturou minha mão, segurando-a para que ela descansasse no músculo duro de sua coxa.
Querendo saber o que era aquilo tudo, tentei a coisa ‘mostre a ele que quer sexo’. No entanto, quando comecei a mover minha mão em direção a sua virilha e tinha acabado de chegar aonde as pontas dos meus dedos estavam na costura de seu zíper, o cão começou a latir para mim.
Olhei para baixo para ver o Boston Terrier da minha mãe, Hiccup, aos meus pés.
Hiccup era idiota.
Ele era um bloqueador de pau. Ele fez isso com os meus pais, também, então seus olhares seguiram a minha mão, percebendo que eu não estava com a minha mão no meu colo.
Minha mãe disse, "Sabe, querida. Se você quer senti-lo, pelo menos, coloque o maldito cão lá fora."
Meu rosto inflamou.
"O que?" disse um confuso Miller, pois o que ela falou foi abafado pelo incessante latido de Hiccup.
Tentei mover minha mão, mas Miller não entendendo o que estava acontecendo, moveu minha mão para perto da sua barriga, me puxando mais próxima a ele.
"Por que ele está latindo?" Miller perguntou, olhando para o cão que continuou cutucando meu braço tentando tirar minha mão de Miller.
Hiccup provavelmente teria continuado a latir, se o Pager de Miller não começasse a apitar.
"Então é isso," eu disse, levantando da mesa. "É hora de irmos."
"Na verdade," disse Miller, lendo a mensagem. "Tenho que ir. Você se importa de ficar aqui? Voltarei para te buscar assim que terminar."
"Podemos levá-la para casa," disse meu pai, levantando-se também.
"Não," ele disse com firmeza. "Eu voltarei."
Algo parecia ser dito silenciosamente entre meu pai e Miller, porque meu pai assentiu em vez de insistir um pouco mais.
Dando-me um beijo rápido no topo da minha cabeça, ele disse adeus, e foi embora no momento seguinte.
Meu pai sentou-se e continuou a comer seu jantar, como se nada tivesse acontecido.
Embora tivesse que lidar com chamadas no meio do jantar tantas vezes que provavelmente tinha perdido a conta, isso era novo para mim.
Ter que se preocupar.
Fiz muito isso quando meu pai era um bombeiro; no entanto, ele continuou comendo sua refeição com baixo teor de sal. Era diferente ter que se preocupar com outra pessoa.
Isso dizia que Miller significava muito mais para mim do que apenas um conhecido ocasional.
Preocupar-se significa cuidar.
E agora, eu era uma confusão nervosa pensando que ele estava lá fora com armas apontadas para seu bonito rosto.
***
Duas horas mais tarde, minha mãe e eu estávamos presas à TV, enquanto observávamos a cena na nossa frente.
Coloquei mais um pouco de pipoca na minha boca, estava tão cheia e não sabia porque ainda permanecia com a tigela na mão.
"Você acha que ele vai pular?" Perguntei a minha mãe.
Ela balançou a cabeça. "De jeito nenhum. Ele é muito idiota para fazer isso."
Suspirei, mas concordei.
Devon Higgins, o mesmo homem que havia sido responsável pelos pontos de Foster e a falha na sua barba, estava ameaçando pular do edifício mais alto da cidade de Kilgore.
"Mesmo que ele pulasse, não morreria," meu pai retumbou atrás de nós.
Nós duas nos viramos e olhamos para ele em confusão. "Sério?"
Ele balançou sua cabeça. "Muito sério."
"O que aconteceria com ele?" Perguntei curiosamente, voltando-me para a programação que estava mostrando as notícias ao vivo.
"Partiria ao meio. Um monte de ossos quebrados... se ele tiver sorte," disse meu pai.
"Hmm," essa foi minha resposta.
"É ele?" Minha mãe perguntou excitada.
Movi-me para a borda da cadeira para olhar a tela mais de perto. "Não. Esse é o seu irmão."
"Como você sabe?", perguntou papai.
Levantei-me e apontei para a tela.
"Isso," eu disse, indicando a falha na sua barba. "É aqui que rasparam sua barba por causa dos pontos."
"Por que ele não raspou tudo?", perguntou mamãe.
Dei de ombros e voltei ao meu lugar no assento. "Também me fiz esta pergunta. Tudo se resume ao fato de que os irmãos têm uma aposta, e quem for o primeiro a raspar sua barba terá que pagar a cerveja durante um ano."
Meu pai bufou. "Isso que é uma aposta."
Secretamente concordei, mas estava ficando de fora dela. Parecia que os meninos Spurlock jogavam sujo quando se tratava de suas apostas, e eles não estavam poupando suas ‘mulheres’, se tivesse que empurrar, iriam empurrar. Tudo era válido na guerra e no amor, e toda essa besteira.
"É ele," falei, apontando para a tela.
Miller se aproximava de Devon por trás, movendo-se lentamente para não chamar a atenção sobre si mesmo.
Foi bom que ele estivesse lá também, porque no momento que Miller chegou à beira do edifício, Devon saltou.
Miller só teve tempo suficiente para pegar uma porção do cinto de Devon.
A mudança no peso de Devon levou Miller até a borda, duramente, batendo-o tão áspero contra o tijolo que eu não tinha certeza que ele seria capaz de se segurar.
Minha mãe e eu engasgamos enquanto permanecíamos sentadas em nossos lugares.
Devon estava pendurado como uma criança pequena por seu cinto, mas ele era tudo menos uma criança.
A câmera focou o zoom nos dois homens, e me concentrei no rosto de Miller. O pouco que eu podia ver dele. Ele estava vermelho, e as veias saltavam ao longo do pescoço e testa. Os músculos de seus braços incharam enquanto ele tentava desesperadamente se segurar.
As pessoas embaixo começaram a se mexer.
Eu esperava que eles fizessem o que esses palhaços de circos fazem, colocando em baixo um trampolim. No entanto, não havia nada disso acontecendo. Todos eles acabaram de se mudar para fora do caminho.
A mão e o braço de Miller estavam com as veias saltadas, e não ajudava que Devon estava se debatendo como um peixe fora d’água.
Ele dizia algo, realmente gritando, e Miller gritava algo de volta.
Então eu caí, deslizando do sofá para os meus joelhos quando Devon tirou algo do bolso da calça, apontando o que quer que fosse para Miller.
Miller visivelmente recuou, mas manteve a pressão no cinto enquanto tentava, em vão, esconder a cabeça do que Devon tinha na mão.
Em seguida, a arma veio à tona, quando Devon colocou-a embaixo do queixo e depois puxou o gatilho.
A violência do tiro jogou o resto do corpo de Devon para trás, e Miller deixou-o cair.
Essa foi a segunda vez que vi a cabeça de alguém feita em pedaços em menos de dois meses.
Mal consegui chegar a tempo ao banheiro antes de colocar para fora cerca de cinco quilos de pipoca, bem como o jantar, vomitando tudo o que tinha no meu estômago em uma corrida.
"Jesus Cristo," meu pai rosnou, caindo de joelhos para alisar meu cabelo longe do meu rosto. "Deixe ir, baby."
Então, eu fiz isso.
"Papai," engasguei no vaso sanitário. "Por que você me deixou comer tanta pipoca?"
Ele bufou. "Porque você não sabe ouvir."
CAPÍTULO TREZE
Tampe seus 3.1415926 buracos.
- T-Shirt (camiseta)
Mercy
"Tudo bem meninos," eu disse para a tripulação. "Guardem tudo para que possamos ir para casa. Lembrem-se que teremos um fim de semana de três dias para celebrar a Páscoa, ok?"
"Sim, senhora," Brock riu. "Não se esqueça que temos um encontro com os corretores de imóveis na terça-feira, ok?"
Balancei a cabeça, dei-lhe um polegar, e me despedi.
Saí da casa recém-pintada que estávamos construindo, acenei para Maine, e me movi rapidamente para o meu carro.
O caminho para minha casa era curto, e eu estava contente por isso porque estava exausta.
Esta merda de gravidez não é nenhuma piada.
Adicione a pintura de toda uma sala de estar em cima disso, e terão uma Mercy muito cansada.
Miller estava esperando por mim quando entrei na minha garagem.
Eu vivia em uma pequena casa de classe média em um dos bairros mais antigos em Kilgore.
O lado de fora da minha casa era pintado de um cinza escuro, enquanto as molduras laterais das janelas foram acentuadas com um vermelho profundo. A frente da casa tinha canteiros que pediam também para serem capinados, eu só não tive tempo ainda.
Também havia um grande carvalho, com um balanço de madeira preso a um galho baixo, e era onde Miller atualmente estava sentado, empurrando preguiçosamente com um pé no chão, enquanto o outro estava no assento do balanço.
Ele vestia calça jeans, botas de cowboy marrom, uma camiseta branca e um boné da SWAT preto.
E parecia melhor hoje do que ontem à noite.
Na noite passada, ele me buscou, e depois me levou para a sua casa.
Sua única explicação foi que não queria deixar Foster sozinho.
Não discuti, e fomos para a cama com um Miller muito silencioso ao meu lado. Não me deu explicações, e eu não pedi. Não queria empurrá-lo, mas esperava que, pelo menos, me contasse o que estava acontecendo.
Quando acordei, ele já havia saído para o trabalho a mais de uma hora, e Foster estava lá para me levar para casa.
Descobri em uma coletiva de imprensa, dada por Downy, que as impressões digitais de Devon foram ligadas a um caso antigo que aconteceu há três anos, de uma mulher que havia sido estuprada e depois assassinada. Seu corpo foi encontrado no rio Sabine, e a única prova que eles tinham para continuar, era uma impressão digital.
Como não correspondia com a de ninguém que passou pelo sistema, não havia nada que pudessem fazer.
Suas impressões digitais foram tiradas no dia que foi levado para a prisão, mas seu advogado estava lá para pagar a fiança de Sarah, assim como a de Devon, no momento em que entraram na delegacia.
Assim, eles não ficaram muito lá antes que saíssem novamente.
As digitais combinaram cerca de duas horas mais tarde, que foi quando o mandado de prisão foi decretado.
No entanto, Devon sabia que iria ser descoberto, pois a transmissão do assassinato foi muito grande em toda a região.
Ele estava escondido na casa de um amigo quando foi encontrado.
Agentes policiais o perseguiram até o banco, onde ele subiu até o alto por uma escada de emergência externa que ficava ao lado do edifício. Foi quando o impasse ocorreu, levando a chegada da equipe da SWAT.
Parei o meu carro, estacionando debaixo do toldo.
Miller não se moveu de seu lugar, fazendo-me franzir o cenho.
Ele nunca falhou em me encontrar na minha porta se estivesse ciente de que eu chegaria. Nenhuma vez.
Eu sabia que ele me viu estacionar; assisti sua cabeça seguir a minha caminhada da rua a quatro metros de distância. Inferno, ele me ouviu, também.
Agarrando minha bolsa, saí do carro e comecei a caminhar lentamente em sua direção.
"Ei," eu disse quando estava perto o suficiente.
Notei que ele tinha bolsas sob os olhos. Esses bebês azuis não estavam brilhando como sempre faziam; estavam duros e cautelosos. Não que fosse uma surpresa que estivesse cansado; ele se foi pela metade da noite com essa chamada e depois disso teve que voltar para o turno das seis da manhã.
"Ei," cumprimentou-me com sua voz profunda e retumbante.
Tentei sentar-me no balanço ao lado dele, mas ele me pegou pelos quadris e posicionou minha bunda em seu colo.
Tomei a posição com facilidade, sentada em seu colo e puxando meus pés para cima do banco de madeira.
Seus braços cercaram meu corpo e ele me puxou para perto, descansando a cabeça no topo da minha.
Isso era novo para nós.
Embora estivéssemos carinhosos e ele me beijar de vez em quando, sempre respeitava o meu espaço pessoal. O que era um pouco irritante às vezes. Às vezes eu só queria que ele fosse ele mesmo e eu fosse eu.
Queria que me agarrasse por trás e tentasse me assustar como o vi fazendo com a esposa de James, Shiloh, no outro dia, quando fomos comer fora com eles.
Desejava que envolvesse seus braços a minha volta e me beijasse desesperadamente.
Esperava que ele fosse o homem que quisesse ser, sem parar para medir suas atitudes. Sempre teve cuidado para não fazer algo que pensa que poderia me assustar e, embora estivesse grata, eu queria ser normal.
Ser normal com ele.
E isto, eu sentada em seu colo, parecia normal.
Parecia certo.
"Esperaremos Foster, então poderemos ir," ele rugiu.
Sua voz ainda parecia cansada. Pobre rapaz.
"Você quer que eu dirija? Vocês não têm que trabalhar hoje?" Perguntei suavemente.
Ele balançou sua cabeça. "Sim, nós dois teremos que trabalhar. Mas podemos lidar com isso."
"Hmm," falei, não concordando e nem discordando dele.
Descobri que Miller fazia o que queria, independentemente de suas limitações.
Por exemplo, ele concertou a pia em minha casa.
Quando eu não tinha as ferramentas certas, ele improvisava. Principalmente usando sua força bruta, em vez de me deixar comprar uma ferramenta nova que poderia ter nos salvado de um monte de problemas e tempo.
Apenas achei que era mais fácil deixá-lo fazer o que queria.
"Como foi seu dia?" Ele perguntou, esfregando a mão para cima e para baixo nas minhas costas.
Sorri, descansando minha cabeça em seu peito.
"Foi ótimo," bocejei. "Mas estou tão cansada que poderia dormir por horas."
Ele riu, me fazendo saltar para cima e para baixo em seu peito.
"Sim," ele concordou. "Conheço o sentimento. Como você ia dirigir se está cansada?"
Dei de ombros, empurrando a cabeça dele que ainda estava descansando no topo da minha.
"Eu teria ficado acordada," murmurei para ele.
Talvez. Provavelmente.
"Hmm," disse ele. "Todo mundo lhe deixou em paz?"
Concordei com a cabeça. "Não fui a qualquer lugar em público, apenas para almoçar com os caras. Eles são como uma fortaleza humana, entretanto. Ninguém ficou próximo de dez pés de mim, exceto a garçonete, e ela era nova na cidade, então ela não me reconheceu."
"Bom," ele disse, parecendo satisfeito que os caras tomaram conta de mim.
Embora achasse bom que estivessem fazendo isso, eles não poderiam estar lá para sempre.
Quando minha barriga começasse a crescer, e eu não conseguisse esconder mais minha gravidez, tinha certeza que as usinas de fofoca iriam começar a correr com força total.
"Como foi o trabalho?", perguntei, correndo a palma para cima e para baixo em seu peito.
"Longo. Foi divertido, entretanto. Foster teve que ajudar um paramédico a fazer um parto hoje," Miller riu.
Eu sorri. "Como isso aconteceu com ele?"
Foster, pelo que eu poderia dizer, era bebê-fóbico.
Ele gostava de seus sobrinhos e sobrinhas, não me interpretem mal, mas havia algo sobre os pequenos que o assustavam.
Como algumas semanas atrás, quando encontrei Miller e Foster enquanto eles estavam almoçando. Enquanto estávamos comendo, uma mulher veio até Foster e perguntou se ele estaria disposto a tirar uma foto com seu bebê.
Dei umas boas risadas, porque Foster parecia tão incrivelmente desconfortável segurando a criança que era hilariante para mim.
O grande policial durão, estava com medo de uma criança pequena.
Foster escolheu esse momento para estacionar na calçada, e Miller esperou até a camionete estar desligada e ele começar a andar até nós para se mexer.
Quando Foster estava apenas três passos de nós, disse: "Tudo bem, rapazes e moças. Quem diabos está pronto para voar?", falou anunciando sua presença.
Arqueei minhas sobrancelhas para ele, e ele sorriu para mim.
Levantando minhas pernas com uma mão, Foster sentou-se no espaço vazio onde meus pés estavam, e ouvi o balanço gemendo.
"Oh, Jesus," sussurrei, olhando para o galho. "Apenas não nos balance e acho que iremos ficar bem."
Foster bufou e empurrou com os dois pés.
"Vai ficar tudo bem," disse ele, rindo.
***
"Vocês dois podem parar com isso?" Falei, exasperada.
Miller deslizou seu olhar irritado para mim. "Eu tenho o direito de olhar para ele."
"Sim, bem, talvez você devesse fazê-lo enquanto não estamos sendo revistados em cada cavidade," rebati.
Um risadinha, que partiu do outro lado da segurança do aeroporto, fez-me virar para ver uma mulher de cabelos pretos muito bonita. Trance, o outro irmão de Miller, tinha o braço em volta dela, abraçando-a estreitamente.
"O que diabos eles estão fazendo aqui?" Miller riu ao meu lado.
Seus olhos não estavam na beleza de cabelos negros, no entanto, eles estavam em...
Endureci e virei minha cabeça passando pela mulher de cabelos negros bonitos para uma parede de... couro.
Haviam sete deles no total, e todos estavam acompanhados de suas mulheres. Todos, exceto os dois últimos. Esses dois eram mais velhos. Um me lembrou de Dumbledore... ou papai Noel. O outro me fazia lembrar de Sam Elliott com sua barba fodona, e seu cabelo com fios grisalhos.
Estavam quase todos vestidos de maneira idêntica. Jeans azuis, botas pretas de motoqueiro e camiseta. E também vestiam um colete de couro sobre as camisetas, que aprendi, assistindo Sons of Anarchy, eram chamadas 'cortes'.
A segurança do aeroporto foi lhes dando espaço, mas mantiveram os olhos neles, no entanto.
Do que ouvi falar sobre os The Dixie Wardens, estes homens eram heróis, cada um deles.
Suas esposas, por apoiá-los, também eram heroínas.
Eu só esperava que, um dia, fosse capaz de dar a Miller o que suas esposas davam a eles.
Só escutei falar coisas boas sobre eles.
"Eles quiseram vir e mamãe os convidou," Trance deu de ombros.
Miller suspirou. "Você sabe, eu queria que isto fosse uma coisa discreta. Você sabe que isso vai sair do controle. Muito rápido."
Não foi Trance que assentiu, embora. Mas a mulher em seu braço.
"Especialmente desde que beber não é permitido no avião," a mulher sorriu.
Pisquei. "Por que isso importa?", perguntei, curiosa.
"Meu irmão mais novo está com medo de voar. Então ele bebe até que se esqueça que está no ar," Miller falou lentamente, esvaziando os bolsos na caixa que o segurança do aeroporto lhe estendeu.
Então tirou o tênis, jaqueta e cinto, soltando-os sobre a mesa do scanner.
Seu material passou pelo meio, e foi a minha vez de esvaziar meus bolsos e colocar a minha bagagem de mão através do scanner.
"Senhora," disse o homem. "Você precisa dar um passo para o lado de lá."
Segui o seu dedo para a mulher que estava de pé ao lado da tela acenando para mim.
"Por quê?" Perguntei ao homem muito nervoso.
"Verificação aleatória de corpo e bagagem," disse o homem, olhando para os homens que agora estavam se aglomerando em torno do posto de controle esperando por mim. "Juro que é apenas aleatório, mas meu chefe está lá, se certificando que nós façamos, por isso não posso dizer não. Sinto muito."
Trance, Miller e Foster pareciam formidáveis de pé ali com seus braços cruzados firmemente sobre o peito. Mas a coisa realmente assustadora eram os homens em suas costas. Também com os braços cruzados.
Meus olhos piscaram em confusão, mas mesmo assim, levei minha bolsa e meu corpo para a 'verificação aleatória de corpo e bagagem'.
Fui até a mulher com receio, dando a Miller um ‘fique porra aí’ olhar.
A mulher observou a interação, e deu um sorriso assassino para mim, acenando.
"Não se preocupe, garotão. Vou cuidar dela," disse a segurança para Miller antes de fechar a cortina atrás de nós. "Tudo bem, vamos fazer isso."
Cinco minutos mais tarde, calcei os meus sapatos e saí da área acortinada com uma mulher rindo atrás de mim.
"Divirta-se lá fora, e obrigado por ser uma companhia tão boa," disse a mulher, entregando-me um cartão.
Peguei-o. "Obrigada, LaShondra. Foi bom conhecê-la. Vou ligar para sua filha!"
Miller me segurou assim que passei pelo portão, e enviou outro olhar para a mulher que acenou para ele conspiratória.
"O que foi aquilo?" Ele perguntou, puxando-me para seu lado.
"Eu disse a ela que o cheiro daqui estava me deixando enjoada, e ela me deu o cartão de sua filha, que vende óleos essenciais. Ela disse que usou hortelã-pimenta durante a gravidez, e que se eu estivesse interessada, que mandasse à sua filha uma mensagem," falei, mostrando-lhe o cartão.
"Onde você colocará este óleo?" Perguntou curioso. "E você não me disse que estava enjoada."
"Eu não estava enjoada até que você começou a dirigir como um louco para tentar deixar seu irmão doente," murmurei.
Ele sorriu impertinente para mim. "Sinto muito, mas valeu a pena."
"O que aconteceu com vocês?" Trance perguntou quando notou Foster e Miller caminhando rigidamente ao meu lado.
Comecei a ri, virando meu rosto no braço de Miller quando ele respondeu.
"Seu irmãozinho idiota sentou-se no balanço de Mercy, em seguida, balançou as pernas. As correntes quebraram, e você pode adivinhar o que aconteceu depois disso," Miller rosnou, dando um olhar a Foster.
Eu ri da expressão inocente em seu rosto.
"Não achei que ele iria quebrar!" Foster disse em voz alta.
Pisquei para ele e sentei-me ao lado da mulher de cabelo escuro, estendendo a minha mão em sua direção. "Oi, você deve ser Viddy."
Ela sorriu para mim, pegando minha mão. "Eu gostaria de ir em frente e pedir desculpas por meu marido desde agora."
Minhas sobrancelhas arquearam. "Miller me disse que ele não gostava de voar... mas realmente é tão ruim assim?"
Ela assentiu tristemente. "Sim. Tentei convencê-lo a tomar alguns medicamentos para ansiedade, mas ele recusou. Então, no momento em que pousarmos em Las Vegas, estará mais bêbado do que um gambá. E também fica tagarela quando está bêbado."
"Certamente que não!" Trance argumentou de seu assento no lado oposto dela.
***
"O que ele acabou de dizer?" Ofeguei, inclinando-me sobre o colo de Miller para ver Trance no banco atrás de mim.
O rosto de Viddy ficou vermelho flamejante, e ela afundou-se ainda mais em seu assento.
Nós ocupamos praticamente toda a seção da primeira classe, felizmente eles não ouviram determinados comentários.
Miller enterrou seu rosto no meu ventre, sufocando suas gargalhadas com a minha camisa e estômago.
"É hora de jogar limpo, seu gordo filho da puta!" Trance gritou novamente.
"Que tipo de nome é Dixie, afinal?" Perguntei, virando meu rosto para baixo para ver o rosto de Miller.
Seu rosto ainda estava enterrado na minha barriga, mas o ouvi dizer, "Pergunte a ele."
Pensando 'por que diabos não', inclinei-me e perguntei a Dixie, que estava sentado do outro lado do corredor de Trance.
"Qual o porquê do seu nome?" Perguntei, curiosa.
Dixie, cara de Papai Noel, virou-se para mim e sorriu. "Meu nome real é Normus."
"Então onde é que Dixie se encaixa?" Perguntei com uma sobrancelha levantada.
"Dixie Normus," disse ele, como se estivesse falando com uma criança lenta.
Minhas sobrancelhas arquearam, e Miller começou a gargalhar.
Pude sentir os sopros de ar de suas risadas contra a pele do meu ventre, e meus mamilos apertaram com a sensação dele contra mim.
"Dixie Normus... oh, merda," eu disse, jogando a cabeça para trás e rindo junto com o resto dos homens.
"Oh, cara", disse Foster do assento em frente ao meu. "Por que isso nunca envelhece?"
"Provavelmente porque você tem a capacidade mental de um adolescente de treze anos," Viddy murmurou sombriamente.
CAPÍTULO CATORZE
O sexo era tão bom que mesmo os vizinhos queriam um cigarro.
-Camiseta
Mercy
Andei ao lado de Viddy enquanto caminhávamos pelo corredor de saída do avião.
Meus olhos estavam em Trance, que estava, de fato, bêbado. Ele mal estava colocando um pé na frente do outro, e eu honestamente não sabia como ele estava andando com a quantidade de álcool que tinha consumido.
Ele não parecia tão bêbado quando estava sentado; embora, assim que se levantou todos perceberam.
Miller, no entanto, estava esperando por isso porque o pegou antes que seus joelhos tivessem a chance de falhar.
"Qual é o problema? Por que ele odeia tanto voar?" Perguntei, virando o olhar para Viddy.
Sua boca se curvou em um canto enquanto ela dizia, "Eu não acho que tem uma ‘razão’. Mas, acho que é só uma fobia dele. Ele diz que a tem desde que era um adolescente quando aconteceu o 11 de setembro. Não o culpo. Aquele dia afetou todos nós. Alguns mais, outros menos. Mas ainda assim foi importante."
Concordei com a cabeça.
Eu podia ver como isso o assustava. Inferno, eu não podia dizer que isso não passou pela minha cabeça quando o avião decolava.
Nós ficamos em silêncio enquanto caminhávamos pelo corredor, seguindo para a parte principal do aeroporto.
Eu podia ouvir as botas batendo atrás de mim, e olhei por cima do meu ombro para ver Silas.
Silas, descobri, era o presidente do clube dos motociclistas que Trance pertencia.
Ele estava em seus cinquenta anos, foi o que me disseram, mas o homem poderia facilmente passar por trinta e poucos anos. Não havia percebido que ele era o pai de Sebastian. Outro homem que só conheci hoje.
Sebastian e Silas pareciam ser irmãos, em vez de pai e filho.
Silas sorriu para mim quando me pegou olhando em sua direção, e me deu uma piscadela.
"Você está pronta para conhecer os pais?" Ele perguntou.
Assustei-me, em seguida, comecei a ficar nervosa.
Claro, eu sabia que estaria indo conhecer os pais de Miller... mas não tinha pensado como era importante... esta reunião inicial. Eu queria causar uma boa impressão.
E foi por isso que, quando vi o banheiro pouco antes de chegarmos ao local onde pegaríamos as bagagens onde todos foram se encontrando, corri para dentro e fui direto para uma cabine. Onde comecei imediatamente a hiperventilar.
Sentei e enterrei o rosto em minhas mãos, inclinando-me para tentar contornar o pânico que eu podia sentir aumentando num ritmo alarmante.
E se eles não gostassem de mim?
Miller pensaria diferente por isso?
Inferno, Miller não sentia nada por mim. Como poderia?
Ele não podia fazer muito com o seu rabo preso a mim desde que o obriguei a me foder.
A porta do banheiro se abriu e parei meus soluços.
Lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto enquanto esperava quem tinha entrado sair para retornar a porra do festival de choro.
Exceto que quem quer que fosse, não saiu.
"O que há de errado?" Miller perguntou de cima de mim.
Eu gritei.
Como uma cadela.
"Que diabos, Miller! O que eu disse a você sobre limites?" gritei, puxando as calças para cima e virando-me para encara-lo.
Ele começou a sorrir de maneira impertinente para mim antes de ver as lágrimas nos meus olhos, então franziu a testa.
"O que há de errado?" Exigiu saber.
Em seguida, ele literalmente saltou sobre a cabine.
Eu não tinha certeza de como ele fez isso, mas num segundo estava do outro lado, e no seguinte me pegando em seus braços.
"Não quero falar sobre isso," falei sem muita convicção.
Ele me ignorou. "Supere isso e me diga o que diabos está errado."
Sempre tão elegante, o meu Miller.
"E se eles não gostarem de mim?" Sussurrei ferozmente.
Seus olhos suavizaram quando segurou meu rosto. "Eles vão gostar de você, querida. Você já tem meus irmãos enrolados em seu dedo. E nós temos nossos pais em torno dos nossos. Confie em mim, tudo ficará bem. Eu não teria lhe trazido aqui se não achasse que eles gostariam de você."
Fechei os olhos e encostei minha cabeça em seu peito.
"Ok," suspirei. "Vamos."
Ele puxou-me para fora, parou no dispensador para esguichar desinfetante nas minhas mãos e depois abriu a porta para sairmos.
Não tinha dado três passos para fora do banheiro quando um barril de energia bateu em mim, reunindo-me nos braços e me puxando para ela.
"Oh," a mulher, que imaginei ser a mãe de Miller, disse. "Estive esperando por você por trinta e cinco anos."
Pisquei. "Trinta e cinco anos?"
Ela assentiu com a cabeça. "No momento que tive Miller, eu sabia que estaria tendo apenas meninos. Mas sabia também que um dia Miller iria se casar, e eu teria uma filha."
"Ei, e o que diz sobre mim?" Viddy brincou da cadeira ao lado de um Trance amontoado.
"Eu gosto dela," sua mãe sussurrou. "Mas você é exatamente como imaginei a minha nora."
Então ela se virou para Viddy. "Sem ofensa."
Ela sorriu. "Não levei a sério, Sloan. Sei que Miller é o seu favorito."
Sloan, mãe de Miller, assentiu. "Isso é verdade," ela disse voltando-se para mim. "Ele é o meu favorito."
Meu queixo caiu. "Você tem um filho preferido?"
Ela assentiu com a cabeça. "Ele foi o único que tive que receber drogas quando estava dando à luz. Não me importa o que diabos você diz. Você não se esquece. Você se lembra de tudo sobre a experiência do parto, e os outros dois filhos me deixaram com cicatrizes. Horríveis, cicatrizes feias."
Meus olhos se arregalaram e virei meu rosto para Miller e o vi sorrindo.
Mas aquele sorriso contagiante.
Ele pegou meu rosto, e quando me virei para Sloan, disse, "Acho que vou te amar."
Ela sorriu. Positivamente radiante.
***
"Tem certeza que não importa se eu sair? Nós não temos que ir," Miller disse, olhando em minha direção enquanto caminhávamos para fora do elevador.
Atirei-lhe um rolar de olhos. "Não, está tudo bem. Seu pai tem os bilhetes, você deve ir."
Tentei sair dele mais uma vez, mas parece que a mente do homem estava ou que eu deveria ir com ele, ou ele não estaria indo sozinho.
"Você está vindo comigo. Ele tem uma seção inteira que ganhou," me corrigiu.
"Nunca estive em uma luta antes. Como vou saber o que está acontecendo?", perguntei preocupada.
Ele me arrastava para fora do hall de entrada do hotel onde estávamos hospedados, e mais além, para um lado da sala onde estava reunido o restante do nosso grupo.
"Não é uma luta livre real. É uma luta livre da TV. Há uma enorme diferença. Todos esses caras são atores. Atores que realmente treinam para realizarem um show."
"É isso mesmo," Foster disse quando ouviu o que Miller estava dizendo. "Eles são muito bons em fazer que pareça real, entretanto. Tem um cara que..."
"Não vamos falar sobre isso, por favor. Quero ser capaz de manter o meu jantar no meu estômago, que é o lugar dele," Miller retumbou.
Levantei minhas sobrancelhas o questionando, mas ele me ignorou.
Bem, era óbvio que ele não queria falar sobre o 'cara'.
Trance foi o último a chegar e fiquei surpresa que ele parecia meio normal.
O homem teve que ser carregado desde do momento que aterrissamos até que chegamos ao nosso hotel, e Miller, assim como Foster, tiveram que leva-lo até o seu quarto.
O engraçado era, que o tempo todo que ele estava sendo levado, nenhuma uma única pessoa disse qualquer coisa sobre o grande homem que desmaiou bêbado.
Embora, desde o momento que cheguei aqui, tinha visto, literalmente, outras três pessoas sendo carregadas também nessa situação. É óbvio que isto era algo normal em Vegas.
"Bem, agora que a alma da festa está aqui," Foster disse em voz alta. "Nós podemos ir!"
Trance sacudiu seu irmão de lado, e foi somente isso. Pelo menos até que voltamos para casa.
***
Uma hora mais tarde, eu estava em êxtase.
Havia uma multidão enorme no estádio; estávamos na fileira da frente de todos os lugares, e eu poderia literalmente jogar meu copo e golpear o homem atualmente no palco.
"Ouvi dizer que temos alguns ex militares na casa," disse o locutor, olhando para o nosso grupo. "E se algum de vocês quiser vir aqui e mostrar suas habilidades, oferecemos a vocês um jantar no The Showgirl’s Saloon and Show, cortesia da WWE."
Minha boca abriu atordoada.
Olhei para Miller e o vi com um olhar furioso.
"Esse idiota," Miller resmungou.
Assustei-me. "O que?"
"É assim que papai conseguiu os ingressos," Foster falou. "Por causa da porra do Faris Blue, aquele babaca. Ele sabia que estaríamos aqui para a reunião da família. E nos queria aqui para testemunhar seu sucesso."
Ainda não entendia. "Quem é Faris Blue?"
Faris estava vestindo uma sunga preta com botas altas até os joelhos.
Seu cabelo estava solto, molhado, e confuso em torno de sua cabeça. Seus olhos eram brancos. Literalmente, brancos do caralho.
Ele deveria estar usando lentes de contato que bloqueavam a cor de sua íris. Independentemente do que estava em seus olhos, parecia fodidamente assustador.
"Faris Blue era um garoto com quem íamos para a escola. Sempre o valentão da classe." Trance disse, pensativo.
"Papai tinha que saber o que ia acontecer," disse Foster.
Miller assentiu. "Então, quem vai fazer isso? Um de vocês ou eu?"
Endureci surpresa. "O que quer dizer com, quem vai fazer isso?"
Acenando com a cabeça para o palco, me respondeu, "Ele vai conseguir um de nós aqui em cima, porque simplesmente não pode ajudar a si mesmo. Só estou me perguntando quem ele quer, porque odeia nós todos a tanto tempo que nem posso contar."
"Talvez a pequena senhora ali queira vir aqui em cima e mostrar a um homem de verdade sobre tamanho," disse Faris.
Olhei em volta, tentando descobrir de quem ele estava falando quando finalmente percebi que era sobre mim. Só porque vi meu rosto no enorme telão no meio da arena.
Miller ficou rígido ao meu lado. "Acho que ele quer a mim."
Então, sem qualquer hesitação, pulou as cordas que nos separava do palco e caminhou-se lentamente para o ringue.
***
Miller
Minha mente não estava em um bom lugar.
Eu ainda estava me recuperando de todos os acontecimentos fodidos de ontem à noite, e agora este filho da puta estava chamando minha garota para a arena na frente de quinze mil pessoas.
Não havia nenhuma maneira no inferno que eu deixaria Faris porra Blue fazer as mesmas coisas que ele costumava fazer. Não estávamos mais no colégio.
Por outro lado, eu realmente não queria que Mercy visse esse lado meu.
Eu estava tentando duramente não mostrar a ela o meu lado áspero. Não mostrar a ela como poderia facilmente ser ferida por mim. Não lhe mostrar como posso rapidamente perder meu temperamento.
Ela estava prestes a ver tudo, no entanto, este era o teste final.
Deslizei para o ringue sob minha barriga, pus-me de pé e caminhei até o centro.
Faris me observava com seus pequenos olhos redondos enquanto eu caminhava em sua direção.
Quando fiquei ao alcance de um braço, ele abaixou o microfone e sorriu. "Já faz muito tempo, Genuine."
Cerrei meu dentes. Eu odiava quando me chamava de 'Genuine.'
Ele sempre dizia isso em tom de brincadeira e eu queria foder seu rosto a cada vez que falava.
"Tente se manter para o bem da multidão, ok?", disse Faris no microfone.
Sorri dolorosamente para ele. Que pau.
Tente ficar comigo meu traseiro.
Ele se moveu como se estivesse em câmera lenta, e eu soube imediatamente que iria tentar varrer as minhas pernas debaixo de mim.
Recuei, colocando espaço entre nós, fazendo com que sua varredura de perna o fizesse parecer estúpido ao invés de eficaz.
“Jogue junto,” disse um homem atrás de mim.
Levantei minhas sobrancelhas e olhei para o lado e vi um homem com um fone de ouvido cobrindo metade de sua cabeça, vestido com uma camisa preta que dizia: 'gerente de palco.’
Dispensando-o como menos do que nada, virei-me e vi Faris correndo em minha direção.
Mudei-me, deixando-o passar por mim, dando um passo maior do que normalmente faria para que eu pudesse obter um bom balanço, e esperei ele saltar sobre as cordas.
O que ele fez, segundos depois, saltando duro e voltando para mim com o dobro da velocidade e força.
Levantei meu punho e balancei.
Ele se conectou com sua mandíbula e senti o estalo de uma rachadura.
A multidão nas primeiras oito fileiras ficaram todos ofegantes quando Faris caiu com força.
Foi fodidamente frio.
O que mais me surpreendeu foi Mercy.
No momento que Faris desceu, Mercy começou a pular de excitação, gritando meu nome e aplaudindo-me.
Depois de um minuto sem ele se mover, me retirei do ringue para uma multidão em silêncio atordoante, ignorando o gerente de palco e seus grandes olhos sem palavras.
Foi quando o mundo desabou.
Homens começaram a sair do túnel que os ‘concorrentes’ ficavam quando não estavam nos bastidores.
Homens, cada um deles maior do que eu, corriam pela passarela.
Virei meus olhos para a comoção que senti acontecendo no lado oposto, e sorri largamente quando cada homem, menos Silas e Dixie, pularam a corda e correram para me ajudar.
Ao mesmo tempo meus irmãos chegaram do meu outro lado, e dez dos antigos colegas de equipe de Faris pararam diretamente na nossa frente.
A adrenalina corria rapidamente através das minhas veias, e minhas mãos tremiam para lutar.
Eu realmente tive um longo dia de merda, e um mês ainda mais longo. Sentia a necessidade de colocar tudo isso para fora, e esta era maneira a exata para fazer isso.
"Vamos ver o que vocês têm, rapazes," eu disse, chamando-os com os dedos.
O da frente deu um sorriso, com seus dentes de ouro, e com um collant amarelo muito justo. Ou o que quer que fossem chamados.
Ele usava botas vermelhas também.
"Você é supostamente o filho de um caso de amor do Hulk Hogan6 ou algo assim?", perguntei, incitando ainda mais o homem.
"Não," respondeu com os dentes cerrados.
"Bem, então, o que você deveria ser?" Brinquei.
Ele bateu, jogando seu peso em mim como um boi.
E teria me golpeado duro, também, se Trance não tivesse levantado seu pé quando ele chegou ao alcance, o parando com um chute no peito.
Hogan Júnior caiu no chão, ofegando de dor.
Em seguida, o resto caiu sobre nós.
CAPÍTULO QUINZE
A única palavra com 'B7' que você nunca deve chamar uma mulher é de bonita. Por quê? Porque cadelas gostam de ser chamadas de bonitas.
- T-Shirt
Miller
"As cadeiras não estão lá para batermos nas pessoas com elas?" Foster perguntou a um oficial de polícia de Las Vegas.
Tony revirou os olhos para mim. "Por favor, pelo amor de tudo que é sagrado, cale seu irmão antes que eu tenha que prendê-lo."
Foster sorriu e saudou-o em silêncio.
Tony e Foster eram bons amigos.
Sempre aportávamos por aqui quando estávamos na Marinha, e Tony DeRoy era um cliente regular no bar que costumávamos ir durante o nosso tempo livre.
Ele também costumava trabalhar com Trance antes de se mudar para Louisiana.
"Por que foi que isso ocorreu mesmo?" Tony me perguntou.
Apontei em direção a Faris, que estava com sangue seco em seu rosto. "Foi aquele filho da puta ali."
"Droga. Quantas vezes nós temos que separar de um de vocês?" Tony balançou a cabeça em desagrado. "Você precisa obter uma ordem de restrição."
Dei de ombros. "Nada demais."
"Tudo bem, podem retomar ao show," Tony se dirigiu ao gerente de palco. "Só não puxe mais essa merda. As pessoas que estão assistindo esse programa, não entendem que isso não foi encenado. Você teve sorte por não matarem o seu pessoal. Obrigado por ligar."
Com isso, Tony bateu-me no ombro e começou a sair do edifício.
O entretenimento que estava acontecendo no ringue, sob a forma de duas mulheres lutando na gelatina, não me interessava quando me virei e finalmente voltei para os nossos assentos.
Pulei sobre a barreira que levava aos nossos lugares, e mal coloquei os pés no chão quando Mercy me agarrou.
Ela escalou no meu corpo, envolvendo os braços ao redor do meu pescoço e seus pés em volta da minha cintura.
"Puta merda, isso foi quente," ela ofegou, dando-me um beijo na boca. "Eu poderia facilmente me ver sobrevivendo a um apocalipse zumbi com você. Você seria totalmente melhor do que Daryl."
Abri meus lábios em surpresa e ela aproveitou o momento, varrendo sua língua para dentro.
Beijei-a de volta: quente, duro e sórdido. Enfiei meus dedos através de seus cabelos, e meu braço em volta da sua cintura, apertando-a junto a mim.
Todas as emoções que estive segurando até agora, por pura força de vontade, quebraram através da parede de auto preservação que eu tinha erguido.
Gemi em sua boca, saboreando o modo como a sentia junto a mim.
Foi só quando as vaias e gritos da multidão animada penetraram em minha mente que percebi que estávamos no telão.
"Merda," Falei contra seus lábios. "Nós estamos chamando a atenção da multidão."
Ela mordeu o lábio. "Isso te incomoda?"
Neguei com minha cabeça. "Não."
"Bom, porque agora eu faria qualquer coisa para permanecer em seus braços."
"Qualquer coisa?", perguntei, inclinando-me ligeiramente para trás.
Ela assentiu com a cabeça. "Qualquer coisa."
Essas palavras eram o que eu estava esperando ouvir.
***
Mercy
Miller e eu caminhamos lado a lado depois do jantar, seguindo atrás de nossa multidão.
Era uma coisa incrível para ver, estes homens enormes. Eles andavam sem esforço e sem problemas. Como se fossem uma máquina bem oleada.
Eram também intimidantes, porque não teve ninguém atrapalhando nossa caminhada do restaurante para o nosso hotel. O tempo todo as pessoas saíam fora do nosso caminho, mesmo que para isso tivesse que virar de lado ou contra os edifícios para fazê-lo.
Miller apertou sua mão na minha, trazendo a minha atenção de volta para ele.
"O quê?", perguntei.
Ele olhou para os dois na frente de nós, Silas e Dixie, e depois desacelerou vagarosamente para colocar mais distância na nossa frente antes de dizer qualquer coisa.
"Preciso saber uma coisa," falou disse calmamente.
Esperei, borboletas começando a girar em torno na minha barriga.
"O quê?", perguntei novamente.
Ele engoliu em seco, fazendo subir seu pomo de Adão, antes de dizer, "Você quer levar a nossa relação mais longe?"
Fiz uma pausa, meu passos vacilaram, quando entendi o que ele queria saber.
Eu sabia que se dissesse que não, ele ia respeitar a minha vontade e nunca tocaria no assunto novamente.
No entanto, se falasse que sim, todos os meus sonhos poderiam se tornar realidade.
Eu literalmente sonhei com ele, em uma base diária, desde o nosso primeiro encontro sexual após os vinte minutos que tinha acontecido.
Não ajudava que dormíamos juntos na mesma cama quase todas as noites desde que o ataque aconteceu.
Era pura tortura dormir contra seu bastante quente (e eu quero dizer quente, literalmente e figurativamente) corpo, e não o querer.
"Quero dizer que sim com tudo em meu corpo e minha alma," respondi calmamente.
Ele soltou a minha mão e me puxou para o seu corpo, envolvendo o braço em volta do meu ombro enquanto andávamos.
"Mas?"
Tomei uma respiração profunda, e, em seguida, soltei.
"Eu ainda tenho essas tendências escuras. Ainda quero tudo." Falei lambendo meus lábios repentinamente secos. "Quero ainda que me digam o que fazer. Que seja áspero. Mas não tenho certeza se posso lidar com isso tudo agora."
Minha admissão levou-o a apertar meu ombro em compreensão. "Então vamos trabalhar nisso. Tudo o que você aguentar, vou te dar. E até esse momento chegar, você estará no comando, ok?"
Sua aceitação dos meus medos me deixou com lágrimas nos olhos. "Então sim, Miller. Você é o que eu quero. Você tem sido o que eu queria há muito tempo. Desejei apenas que tudo isso não tivesse acontecido para trazer você até mim."
Ele beijou o topo da minha cabeça antes de dizer: "Nem eu, querida. Nem eu."
Em seguida, chegamos ao hotel, e nos despedimos dos outros para a noite.
Foi quando estávamos na porta do nosso quarto que comecei a ficar nervosa.
Se eu fosse ‘estar no comando’ de todos os nossos encontros sexuais... seria a única a ter que iniciá-los?
Miller deve ter compreendido a minha inquietação, entretanto, porque fechou a porta e virou o bloqueio antes de puxar-me em seus braços.
"Naturalmente, Mercy Me. Naturalmente. Apenas deixe acontecer, entretanto, você pode dar as dicas e eu vou pegar, ok?" Ele ofereceu.
Balancei a cabeça e comecei a retirar minhas roupas.
Eu estava nervosa.
Nas seis semanas desde que ele me viu nua pela última vez, meu corpo mudou.
Minhas formas estavam um pouco mais suaves e arredondadas, menos ossudas e mais carnudas.
Meus seios, embora não muito maior do que antes, agora tinham auréolas escuras.
Minha rotina de exercícios diminuiu consideravelmente, e agora minhas coxas eram um pouco mais flácidas e menos musculosas.
Mas quando tirei minhas roupas, Miller me observou como se eu fosse a mulher mais bonita do mundo.
Seus olhos queimaram quando, em primeiro lugar, minha blusa saiu, logo seguida pelo meu sutiã.
Ele lambeu os lábios quando chutei meus sapatos, e depois comecei a desabotoar e descer as minhas calças.
Quando finalmente cheguei na minha calcinha, virei-me e inclinei-me quando ela escorregou pelos meus quadris.
Elas caíram no chão em um amontoado de tecido macio, e eu me virei para olhar por cima do ombro, encontrando Miller na beira da cama, com as mãos em punhos no bolso de sua calça jeans.
Ele balançou para trás, e comecei a andar em sua direção.
Seus olhos foram o que me deram força.
Sabendo que eu poderia fazer isso, chegando perto dele parei somente quando os dedos dos meus pés descalços tocaram as pontas de suas botas.
"Estou bem," prometi, vendo a ligeira preocupação em seus olhos quando cheguei mais perto.
Ele sorriu, levantando as mãos para um lado do meu rosto. "Eu sei, Mercy Me."
Peguei a borda da camiseta azul que ele estava usando e levantei-a sobre seus ombros.
Ele teve que se curvar para a frente para que eu conseguisse tirá-la, mas tirei.
Depois que sua camisa estava fora, estudei as tatuagens que cobriam seu peito.
"Por que essa?" Perguntei, correndo a ponta do meu dedo na águia sob o seu coração, alinhado à sua caixa torácica.
Ele encolheu os ombros. "Eu gostei."
Eu sorri.
Essa foi uma resposta boa o suficiente.
"E essa aqui?", perguntei, passeando meus dedos por sob seu torso.
"Essa foi no dia que me graduei no treinamento de SEALS," ele murmurou.
"Mmmm," cantarolei, seguindo os tentáculos de um design celta, que descia em direção a suas calças, mergulhando meu dedo por dentro antes de puxá-lo para fora.
Ele respirou fundo, em seguida, expirou lentamente.
Tentando manter o controle e sua promessa de me deixar ficar no comando, eu tinha certeza.
O homem não foi feito para ser submisso, mas estava sendo por mim, para garantir que eu estivesse confortável com o que estávamos fazendo, e eu estava contente.
Inclinando-me para a frente, corri minha língua sobre um de seus mamilos enquanto afrouxava seu cinto.
Senti Miller se mover, e algo duro bateu na cama atrás dele.
Seu cinto estalou livre com um slap, slap, slap, quando o puxei, passando pelas laçadas de suas calças, em seguida, o joguei no chão com um som metálico alto.
Corri minha língua ao redor da borda externa do seu mamilo, passeando sobre ele, e lentamente desabotoei as calças e empurrei para baixo em seus quadris.
Elas caíram pesadamente no chão, chaves e outras coisas estalando com a queda. Em seguida minhas mãos foram para sua cueca, puxando-as para baixo.
Fui com elas, lambendo sua barriga por todo o caminho, até em baixo, caindo de joelhos, quando seu pau saltou livre dos limites de sua cueca boxer.
"Mmmm", murmurei, inclinando-me para a frente e correndo minha língua ao redor do eixo de seu pênis, como se fosse um sorvete de casquinha.
Ele suspirou, mas não se moveu quando estudei o grande pau na minha frente.
A cabeça era vermelho e escura, e a quantidade de sangue pulsando em seu pênis, o enchia com tanta força que parecia um tijolo de cimento em minhas mãos.
Inclinando-me para a frente, peguei a parte de trás de suas coxas com ambas as mãos, apertando-as com força enquanto levava o comprimento dele em minha boca tão fundo quanto pudesse ir.
Seus cabelos das pernas provocavam meus mamilos salientes quando comecei a acariciar lentamente seu pênis com a minha boca, empurrando a cabeça, levando o máximo até minha garganta antes que puxar de volta.
Depois da quarta vez de levá-lo tanto quanto conseguia, ele rosnou em um gemido, fazendo-me olhar para cima.
Seus olhos estavam fixos em mim, acesos com necessidade e desejo.
Levantei minhas mãos para cima, colocando suas bolas sobre as palmas abertas, para depois rolar ao redor delas lentamente, enquanto trabalhava minha boca para cima e para baixo em seu comprimento.
Seus olhos ficaram presos aos meus quando fiz isso, as mãos sobre a cabeça para que ele acidentalmente não me obrigasse a fazer qualquer coisa que eu não queria fazer.
Dando mais uma longa sugada forte, liberei seu pênis com um 'pop' alto e fiquei de pé.
Colocando minhas mãos sobre o seu peito, empurrei-o até que ele foi forçado a se sentar.
Bem, digo 'forçado', mas foi mais como se 'me permitiu forçá-lo' a esse tipo de coisa.
Sorri quando ele finalmente se sentou, puxando as pernas mais separadas, enquanto esperava o que eu iria fazer a seguir.
Não o desapontei quando me virei e o presenteei com a visão da minha bunda.
Ele não pôde resistir a tocar, então.
Inclinando para frente, agarrou em torno dos meus quadris enquanto me puxava para trás.
Soltou uma mão e agarrou o comprimento de seu pênis, apontando-o para cima, enquanto me guiava para baixo.
Lentamente, fui sendo preenchida por seu comprimento. Ele me encheu por completo. Eu estava tão cheia que queria chorar com a constatação disso.
Estava tão molhada, e não havia uma única coisa em minha mente, só o aqui e agora. Nenhum fantasma do nosso passado. Nem o que vai acontecer no futuro. Somente o aqui e agora. A forma como seu pau me enchia, e o som da nossa respiração.
"Deus," grunhiu Miller, finalmente, soltando os braços dos meus quadris colocando-os para os lados, tentando conter-se mais uma vez.
Sorri para mim mesma, e comecei a tirar meus quadris de seu colo, montá-lo em uma posição de vaqueiro reverso era diferente, e teria minhas coxas queimando em questão de segundos.
"Preciso de suas mãos, me ajude," eu ofeguei.
Percebi que ele se sentia muito bem, e eu não podia me decidir se gostava ou não da queimadura em minhas pernas, mas estava gostando da queimadura em outros lugares.
Porém, quando suas mãos se posicionaram nos meus quadris, e começaram a me ajudar a subir e descer, ofeguei. A carne da minha bunda encontrava os seus quadris em um movimento rítmico, quando ele me ajudou a montá-lo.
"Oh, sim. Miller," gemi, sentindo-o bater esse ponto que eu sabia que me levaria ao longo da borda a qualquer minuto.
Seu braço cercou minha cintura, me puxando para o seu peito até que não havia nada entre nós.
Esta nova posição lhe permitiu ir mais fundo dentro de mim, atingindo um ponto interior que me fez sacudir com delicioso prazer.
"Sim," eu gritei, batendo meus quadris para baixo. Agora não era mais rítmico, e sim cru e frenético.
Eu trabalhava duro pelo meu próprio orgasmo. Tão forte, na verdade, que não percebi o que o meu ritmo frenético estava fazendo com ele.
Sua respiração acelerou, dentro e fora de seus pulmões, quando seu abdômen apertou. "Depressa, não vou ser capaz de me segurar por muito mais tempo."
Deixei minha mão serpentear para baixo entre minhas pernas, encontrando o pequeno feixe de nervos que estava pulsando.
Com a minha mão aberta, pressionei contra o meu clitóris, e deixei meus dedos sentir onde estávamos unidos.
Ele resmungou algo em minhas costas quando pressionou a testa contra meu ombro e apertou os braços em volta da minha cintura.
Eu sorri, amando a sensação de nós dois juntos.
A coisa toda era tão erótica que eu estava tombando em uma borda imaginária, mergulhando nas profundezas do meu orgasmo dentro de segundos.
Então gritei, anunciando meu prazer para todos ouvirem.
Ele ficou tenso, e eu sabia que estava gozando, mesmo que eu não pudesse sentir ou ver isso acontecendo.
Ele caiu para trás, puxando-me junto. Sua cabeça bateu na coronha de sua arma, mas ele não parou, grunhindo e empurrando enquanto me fodeu com força, trabalhando seu próprio orgasmo.
A umidade adicional nos seus movimentos me deixou saber que ele terminou, bem como a maneira como tinha desabado.
Seus membros caíram na cama como se estivesse exausto, deixando-me equilibrada precariamente em seu peito.
Movi minhas pernas até meus pés estarem equilibrados em cima da cama a cada lado de seus joelhos.
"Gosto desta coisa de 'mulher em cima'. Eu realmente poderia me acostumar com isso," ele rugiu suavemente.
Meu rosto estava inclinado para o lado, encontrando-se contra seu peito. Seu cabelo do peito estava fazendo cócegas em meus lábios enquanto sorri em concordância.
"Você pode estar no topo da próxima vez. Não acho que minhas pernas poderiam aguentar outra rodada como essa," falei cansada.
Ele bufou. "Gosto dessa coisa que você faz com seus quadris."
Eu estava de acordo com isso, também.
Minha buceta apertou apenas com a lembrança.
Seu pau, que estava mole dentro de mim, lentamente começou a se encher de sangue mais uma vez.
A sensação em si era absolutamente deliciosa, mas também estranha. Era uma situação que nunca experimentei antes, mas que esperava experimentar muitas vezes, para o resto da minha vida.
Ele se sentou e saiu do meu corpo com um som de sucção molhada. Então nos rolou até que estava por cima e entre as minhas pernas mais uma vez.
Quando deslizou dentro, meus olhos se arregalaram de prazer.
Inclinando-se para frente sobre mim, chegou a parar quando os nossos lábios estavam a um milímetro de distância.
Eu podia sentir seus gozo anterior vazando de mim antes que ele pressionasse para dentro, minha excitação e a dele facilitando o caminho para o seu pau.
"O quê?", respirei, meus braços indo para cima e em volta do seu pescoço para puxá-lo mais perto de mim.
Ele empurrou lentamente, dentro e fora, até que eu estava ofegante com a necessidade de liberação quase antes que eu pudesse acreditar.
Ele somente movia os quadris, olhando nos meus olhos enquanto trabalhava seu pênis dentro de mim. Dentro e fora. Oh, tão lentamente.
Lágrimas caíram dos meus olhos quando o orgasmo mais doce e mais delicioso que já experimentei assumiu meu corpo. Derramando quente, como mel derretido.
O calor impregnou meu corpo quando ele gozou dentro de mim mais uma vez, beijando-me sem fôlego o tempo todo.
Lambi meus lábios.
"Você sabe," falei, hesitante. "Nós vamos ter que continuar fazendo isso... pelo menos até eu me tornar muito grande para fazer. Ouvi dizer que mulheres grávidas precisam de um monte de sexo."
Ele deu de ombros, com os olhos presos ao meu. "Você pode me ter de dia ou de noite, baby. Se eu estiver aqui. E se não estiver, então você tem meu celular e o número do meu Pager. Sempre o trago comigo no caso de haver uma situação SWAT na cidade."
Pisquei. "Você quer que eu te bipe se quiser sexo?"
Ele sorriu. "Bem, com certeza. Por que diabos não?”
CAPÍTULO DEZESSEIS
Não tiro conclusões precipitadas. Sou uma bala de canhão e um caralho de um chefe.
- Pensamentos pessoais de Mercy.
Mercy
Acordei nos braços de Miller, feliz e contente.
Estava com sede, e muita fome, apesar de tudo. Que deve ter sido por isso que acordei a esta hora depois da noite que acabara de experimentar.
Eram seis da manhã, e eu me estiquei, deliciosamente dolorida da noite anterior.
Rolei para o meu lado para sair da cama, terminei minha rotina matinal, e depois me vesti.
Durante todo esse tempo, não vi Miller mover um único músculo.
Ele parecia tão bonito.
Dormia em suas costas com um braço para cima sobre a cabeça, enquanto o outro estava estendido no colchão, onde estive deitada.
Os lençóis brancos enroscados em suas pernas, somente uma parte cobrindo o mínimo dele.
Sua cueca boxer azul estava amontoada na parte superior das coxas, algo que me incomodaria bastante, mas que parecia não afetá-lo em nada.
Ele roncava um pouco, a barba um pouco mais crescida, se mexia em seu rosto.
Quase ri quando vi uma pena do travesseiro do luxuoso hotel presa nele. Cada vez que respirava, a pena ia para frente e para trás.
Pensando em sair e trazer o seu café da manhã, rapidamente vesti uma calça, que por sinal era de Miller.
Tive que amarrá-la muito, muito bem, mas serviu ao meu propósito.
A camisa que eu estava vestindo dizia, Cinder-foda-se-Ella. Miller a conseguiu na loja de presentes ontem depois almoço, e eu absolutamente amei.
Depois de pegar o cartão branco na mesa ao lado da porta, lentamente abri a porta, tentando fazer o menor ruído possível.
Depois de sair da sala sem acordar Miller, andei pelo corredor, tentando segurar a risada quando ouvi grunhidos e gemidos de cada quarto por onde passei.
Com certeza, eram apenas quatro quartos, e todos os quatro estavam ocupados por pessoas do nosso grupo, mas ainda era hilário.
Pressionei o botão para baixo, e esperei pacientemente o elevador chegar; embora, como descobri na noite passada, levaria um tempo, pois havia mais de quarenta e cinco andares no hotel, e nós estávamos no trigésimo oitavo.
Eu estava parcialmente escondida pela grande coluna de mármore à direita do elevador, e foi por isso que, enquanto os pais de Miller também esperavam, não interromperam a conversa.
"Só estou dizendo, não é meio estranho? Miller dizia que nunca queria ter filhos. Então, de repente, ele está bem com o fato de que ela está grávida," disse a mãe de Miller animadamente.
"Eu sei querida. Mas você não sabe o que aconteceu. Ele poderia realmente amá-la. Você só tem que falar com ele," seu pai disse cansado, como se tivesse dizendo a mesma coisa uma e outra vez.
"Ela não é o tipo dele, entretanto. Todas as meninas que conheci nos trinta e cinco anos de sua vida, nenhuma se parece com ela. Concordo que ele parece gostar da companhia dela, mas isso é tão surreal. Ele tem sido tão inflexível sobre não se casar, e não ter filhos, que pensei que seria o último dos meus filhos a fazer isso, ou talvez nunca," ela disse, exasperada.
"Você também não sabe nada sobre isso. Dê tempo a ele. Dê-lhes tempo," seu pai disse suavemente.
"Sei que eu preciso, mas ele é meu bebê. Será que ele a ama? Porque ficará preso a ela para sempre. Literalmente, nunca a deixará. Você se lembra quando ele pegou aquele filhote quando era mais jovem, e descobrimos que tinha um problema cardíaco?", perguntou a mãe.
Ele deve ter assentindo, porque não ouvi a resposta antes que ela continuasse falando.
"E ele se recusou a deixá-lo ir. O coração dele é tão suave para aqueles que não podem cuidar de si mesmos. Você se lembra como nós tentamos levar o cachorro de volta para os criadores, e ele se recusou a deixá-lo ir? Ele cuidou dele até seus últimos dias, e depois o enterrou no quintal, sozinho?" Sua mãe continuou.
Engasguei.
Colocando o punho fechado na minha boca para manter o soluço que queria se libertar, encostei minha cabeça contra a coluna de mármore, tão agradecida que eu podia abraçá-la.
" Você está bem, Micah?" Sloan perguntou, preocupada.
"Bem. Não foi eu," Micah confirmou.
Felizmente, fui salva pela abertura das portas do elevador, e os dois desaparecendo dentro.
Saindo de trás do pilar quando a porta fechou, apertei o botão do elevador mais uma vez.
Eu não iria para o café da manhã, entretanto. Não mais.
Foi isso o que fiz?
Será que ele estava realmente comigo por causa do que eu o forçara a fazer?
Eu o forcei e, Jesus. E se eu fosse apenas mais um caso de pena para ele? Alguém que pensava ter obrigação de cuidar?
"Meu Deus. O que eu fiz?" Perguntei-me desoladamente.
Eu havia arruinado sua vida.
Ele era um homem muito bom para me dizer não, e eu estava tão fodida da cabeça na época, só pensando em mim, que não percebi o que estava pedindo a ele.
Após uma longa espera, a porta finalmente sibilou e abriu, e corri para dentro.
Ou teria, se não tivesse batido em uma parede de músculos.
" Oomph," falei, cambaleando para trás com a força.
As mãos do homem surgiram, e ele sorriu.
Imediatamente estremeci.
O homem, Faris Blue, tinha um olho negro, e olhava para mim como se eu fosse sua última refeição.
"Bem, bem," ele zombou. "O que temos aqui?"
Ele passou o dedo pela parte externa do meu braço, circulando em torno de um pedaço do meu cabelo que havia soltado da trança.
"Mercy, querida," uma voz não tão divertida disse atrás de mim. "Você está bem?"
Relaxei visivelmente ao som daquela voz áspera e rouca.
"Sim, Silas. Acredito que este homem estava saindo do elevador. Estou descendo para o café da manhã. Quer se juntar a mim?", perguntei em voz alta, voltando meus olhos cheios de medo em direção a Silas.
Ele notou meus olhos com lágrimas, bem como que estava prestes a desmoronar se não levasse o homem para longe de mim, e fez uma careta. "Claro, querida. Acho que vamos deixar o Sr. Blue pegar o elevador sozinho, embora."
Faris entrou com relutância, os olhos em Silas o tempo todo até as portas se fecharem.
Quando ele finalmente foi cortado das nossas vistas, virei-me para Silas e disse: "Obrigada."
Silas deu um tapinha no topo da minha cabeça, então apertou o botão novamente. "Não fiz nada, querida. Vá tomar seu café da manhã."
Não me incomodei em corrigi-lo que tinha outros planos além do café da manhã. Na verdade, planejava ir encher-me de Dr. Pepper e jogar nos caça niqueis até que ficasse sem dinheiro ou ganhasse uma grande quantidade.
As portas se abriram, e entrei no elevador, acenando para Silas até elas se fecharem. Os olhos dele me estudando o tempo todo, então soltei um suspiro aliviado, sentido os joelhos fracos, quando ele não me impediu de sair.
No entanto, consegui ficar em pé quando as portas se abriram novamente, mostrando um casal sorrindo.
Eles eram tão apaixonados um com o outro que eu queria vomitar.
Foda-se minha vida.
***
"Você coloca um pouco de Dr. Pepper em uma caneca de cerveja? Quero uma daquelas grandes," perguntei gesticulando, mostrando uma caneca de cerveja do tamanho da minha coxa.
A garçonete sorriu. "Claro querida."
Alimentei minha primeira rodada na máquina de slot machine8 que escolhi, e puxei a alavanca.
Sete-sete-estrelas.
Repeti. De novo e de novo.
Isto não era tão divertido quanto os anúncios faziam parecer.
"Por favor, diga-me," disse uma voz profunda atrás de mim. "Que você não está bebendo cerveja."
Olhei por cima do meu ombro para Silas, e fiz uma careta.
"O que você está fazendo aqui?", perguntei, cansada.
"Nada," ele disse, tomando o assento ao meu lado, alimentando uma máquina e imediatamente tirando três cerejas.
Moedas começaram a cair para fora da máquina, enchendo a bandeja. Alarmes começaram a soar e as pessoas aplaudiram animadamente.
Dei a Silas um olhar de desgosto quando ele pegou todo o montante, e depositou no meu balde, que se deteriorava rapidamente."
“Como você fez isso?", perguntei, apontando para a sua máquina.
Ele encolheu os ombros. "O poder da observação. A velha senhora que estava sentada antes de mim esteve aqui desde esta manhã, quando fui para a cama em torno da uma. Ela saiu com o mesmo copo que entrou, o que significava que não ganhou nada, ou teria saído com mais. Então, isto estava prestes a acontecer. Essas coisas não seriam tão populares se não pagassem de vez em quando para manter a multidão interessada."
Pisquei, atordoada por suas palavras, Poder de observação, de fato.
"Então, o que você está fazendo aqui?", perguntei, alimentando a máquina novamente. " Como me encontrou?"
7-7 - cereja.
Foda-se.
Olhei para Silas enquanto ele, mais uma vez, bateu uma combinação vencedora e mais moedas derramaram antes que respondesse.
"Seguindo você," falou suavemente.
Abaixei minhas sobrancelhas para ele. "Como? Você ainda estava em cima quando cheguei ao térreo. E esse deve ser o elevador mais lento do planeta. Como me encontrou?"
Ele me deu um olhar divertido. "Você está no cassino do hotel que estamos hospedados. Se você não quisesse ser encontrada, você não estaria aqui."
Franzi o nariz, e puxei a alavanca novamente.
Cereja-cereja-duas cerejas.
Merda.
"Estou na parte de trás do casino; estou sendo discreta," resmunguei.
Ele bufou. "O que você disser, querida. Sei que é melhor não discutir com uma mulher grávida."
"Como sabe que estou grávida?", perguntei em tom acusador.
Ele ergueu as sobrancelhas. "Ter que mijar a cada trinta minutos. Quase vomitar com o cheiro de um aeroporto. Dormir quase toda a viagem de avião. Comer no domingo um brownie com batatas fritas? Se isso não significar grávida com um G maiúsculo, então não sei o que é."
"Hum," suspirei. "Tanto faz."
Jogamos em silêncio por mais de uma hora antes de começar a me perguntar por que ele ainda estava lá.
"Por que você está aqui, ainda?", perguntei, curiosa.
"Porque você está sentada na minha máquina de caça níqueis," respondeu, levando a cerveja que a garçonete havia acabado de trazer aos lábios e tomando uma gole.
"Bem, parece que você tem o melhor, de qualquer maneira," murmurei, puxando para baixo a alavanca.
7-7-7.
Alarmes começaram a soar, confetes caíram do teto e as pessoas começaram a se aglomerar ao meu redor.
Em vez de me animar, comecei a me sentir sobrecarregada com a quantidade enorme de pessoas e comecei a surtar.
Entretanto, a mão reconfortante de Silas no meu ombro, parou a minha reação exagerada, e fui capaz de sorrir, e em vez de cair moedas, um recibo impresso começou a sair para fora da máquina.
"Que diabos é isso?", perguntei em confusão.
"Você ganhou mais do que a máquina tem para dar. Então, eles lhe deram um recibo impresso, então você terá que ir até ali para receber," disse Silas, apontando para um canto onde havia um box com outras pessoas com bilhetes iguais ao meu.
"Hmm," eu disse, sentando-me novamente enquanto as pessoas começaram a se dispersar.
"O que você estava dizendo sobre não ganhar?" Silas rosnou.
Mostrei meus dentes para ele. "Cale-se."
Ficamos mais ou menos dez minutos quando finalmente fui encontrada por Foster e Trance.
Tentei me esconder atrás de Silas, mas eles me viram facilmente e começaram a andar apressadamente em minha direção.
"Cara", Foster gritou. "Que merda?"
Isso foi dirigido a Silas e não a mim, felizmente.
"O quê?", perguntou Silas, fingindo inocência.
"Nós estamos procurando por ela a duas horas. Se você sabia onde ela estava, por que não nos contou?" Foster perguntou mal conseguindo se controlar. "E você," dirigiu-se a mim. "Você sabe o que é um telefone celular?"
Arqueei minhas sobrancelhas para ele. "Sim."
"E para o quê serve?" Trance retumbou, os olhos acusadoramente fixos nos meus.
Ignorei-os e alimentei a máquina novamente. "Para jogar Angry Birds, é claro."
Silas bufou, enquanto tentava segurar sua risada, mas isso o fez soar como se estivesse sufocando na própria saliva.
Virei-me para ele. "Você sabia que eles estavam procurando por mim?"
Ele encolheu os ombros. "Não, nenhuma deles me chamou. Como eu saberia que estavam procurando por você?"
Trance bufou. "Você ficou por um motivo, meu velho. E a porra da polícia na porta de Miller não era uma boa maneira de começar a manhã. Ele teve que ir até a delegacia com eles para explicar o que aconteceu na última noite."
"Explicar o quê?", perguntei ficando de pé, em alarme.
"Aquele idiota da noite passada foi morto," disse Foster eloquentemente.
Pisquei, voltando-me para Trance para ele traduzir. "O que?"
"Faris Blue foi morto," Trance disse.
Pisquei surpresa. "Porque que Miller está na delegacia?"
"Eles têm a informação do voo, bem como os nossos nomes escritos em um pedaço de papel ao lado do seu telefone no escritório," Trance explicou. "Eles estão apenas conversando com ele, e gostariam de falar com você também."
"Tudo bem," passei por eles. "Deixe-me pegar o dinheiro que ganhei e irei em seguida."
"Miller disse para você ficar aqui; ele dirá a eles tudo o que precisam saber," Trance falou nas minhas costas.
Claro que iria, porque precisava cuidar de mim, depois de tudo. Eu era uma pobre mulher patética, incapaz de cuidar de si mesma.
"Seja como for," eu disse. "Estou indo para lá. Você pode ir comigo ou então saia do meu caminho."
Surpreendentemente, ou posso dizer felizmente, perdi Miller por uma questão de segundos.
Trance tentou chamá-lo, mas a recepção do hotel em que estávamos hospedados era terrível, fazendo com que cada chamada feita por Trance a Miller fosse inútil.
Agora Trance estava nos levando para a delegacia de polícia de Las Vegas para que pudéssemos falar com o mesmo homem que conheci na noite passada, Tony DeRoy.
"Não diga nada que você acha que não deveria," Trance disse quando chegamos à porta.
Dei-lhe um olhar irritado. "Sim, pai."
Ele me olhou. "Você não sabe com quem está lidando, garotinha."
Eu retruquei. "Você não sabe com quem está lidando."
“Tudo bem," disse Foster, abrindo a porta e andando a nossa frente. "Agora que você já mediu seu pau, vamos acabar com isso antes da reunião que começa em duas horas."
Não me incomodei dizendo que eu não iria. Especialmente porque seus pais estariam lá. Essa realmente era a última coisa que eu queria fazer hoje.
"O meu é maior," sussurrei a Trance quando passei.
Ele bufou, mas mesmo assim me seguiu.
"Tony, vamos logo fazer isso. A reunião começa em breve," Trance disse, me ignorando no momento.
E foi assim que descobri que não estava autorizada a deixar o estado, porque eu era uma suspeita na morte de Faris Blue.
CAPÍTULO DEZESSETE
Os tempos difíceis sempre revelam os verdadeiros amigos. Por quê? Porque esses filhos da puta estarão tragando doses no banco ao seu lado.
-Lições da vida
Mercy
"Ela contou isso quinze vezes, Tony. Droga. Quantas vezes mais ela terá que dizer?", perguntou Trance, correndo os dedos pelos cabelos.
Ele era tão bonito, me defendendo.
"Por que você ainda está aqui, garoto?" Tony perguntou, zombando dele.
Eu apenas balancei a cabeça. Eles fizeram isso pelo menos cinco vezes na última hora.
Realmente me sentia pronta para sair daqui. Para não mencionar que o meu bebê, que era do tamanho de uma ervilha, estava de algum modo, pressionando minha bexiga ao ponto de dor.
Desnecessário dizer que, quando Miller entrou na sala um minuto e quarenta segundos depois, porque, sério, eu estava de olho no relógio, enquanto os dois cabeças ocas argumentavam, eu estava mais do que feliz em vê-lo.
Só que ele não parecia nada feliz em me ver.
"Tony, você me prometeu que não iria incomodá-la," Miller rosnou, virando a carranca ao meu captor.
"Sim," ele respondeu. "E também concordei que, se ela viesse até mim, como você falou que ela não faria, que iria conversar com ela. O que ela fez, e eu fiz. Só tenho mais duas... "
"Você acabou. Levante-se, Mercy. É hora de ir," disse Miller, interrompendo as explicação de Tony.
"Ei!" Tony estalou. "Sei que você é meu amigo e tudo, mas esta é uma investigação de assassin..."
"Agora," Miller o cortou.
Dei de ombros e me levantei, saindo pela porta, sem esperar os protesto de Miller ou de Tony.
Na verdade, entrei no banheiro dos funcionários antes que alguém dissesse alguma coisa.
Miller, obviamente, não me viu entrar no banheiro, porque no momento em que finalmente comecei a me aliviar, ele estava gritando pela delegacia.
"Mercy!" Miller gritou em voz alta.
"Estou fazendo xixi!" Gritei através da porta.
Maldição. Uma mulher não pode fazer xixi em paz?
"Você precisa relaxar, cara. Tem quatro horas que não faço xixi," murmurei.
Não deveria ter me surpreendido quando ele abriu a porta. A porta trancada. Mas fiquei.
Ele simplesmente entrou e bateu a porta fechada atrás dele, soprando o ar como se tivesse corrido um quilômetro e estivesse morto.
"Jesus," eu disse, virando as costas para ele enquanto puxava a calça sobre minha bunda. "Qual é o seu maldito problema?"
Eu ainda estava louca. E era por isso que estava sendo tão mesquinha.
Eu sabia que ele estava preocupado. Inferno, eu também estava preocupada com ele. Mas ele precisava recuar. Eu não estava com disposição para lidar com sua veia super protetora que chegava à beira do irracional.
"Que diabos é o seu problema comigo? Eu apenas salvei você," ele perguntou, atordoado com a maneira que estourei com ele.
Virei-me para encará-lo. "Meu problema?"
Ele piscou. "Foi o que perguntei, não foi?"
Aproximei-me mais dele. "Meu problema, senhor," pontuei essa palavra cutucando o seu peito, inclinando-me para a frente até que o meu nariz estava na altura do queixo dele. Claro, tive que ficar na pontas dos pés para isso, e também me apoiar um pouco no dedo que o cutucava para manter o equilíbrio, mas era a ameaça que contava. "É que você precisa parar de jogar sua influência ao redor. Eu não sou seu projeto favorito. Não posso ser consertada por você me mimando todo o maldito tempo."
Ele piscou, franzindo as sobrancelhas em confusão. "Projeto favorito?"
Balancei a cabeça, cutucando-o novamente. "Sim, o seu projeto favorito. A pobre menina que não pode cuidar de si mesma. A pobrezinha que foi estuprada na frente de todo o maldito Texas. Não preciso de você. E também não preciso de sua compaixão."
Ok, estava sendo muito dura, eu sabia. Eu não sabia o lado dele, mas o que seus pais haviam dito fazia sentido. Muito sentido, na verdade. Um homem como Miller não podia gostar de mim.
Não à simples Mercy Diane Shepherd. A menina que não possuía curvas, seios ou qualidades de qualquer tipo. Eu era simplesmente Mercy. A menina que foi estuprada. A garota que tinha mais em comum com um homem do que uma mulher.
Eu era a mulher que queimava se ficasse no sol por muito tempo, e poderia comer cinquenta rosquinhas e não ter nada para mostrar para ele, mas seria mais atraente para os mosquitos. Eu era a mulher que passava em frente a um grupo de trabalhadores da construção civil na sua aparência mais sexy, e nunca recebi um único maldito assobio.
Seus olhos pregaram no meu e ele me encurralou contra a parede.
"Isso é sobre o que você viu ontem?" Ele perguntou, colocando uma mão ao lado do meu pescoço, e a outra desceu parando ao lado do meu quadril.
"O que vi ontem? Você quer dizer o que ouvi?", perguntei confusa.
Ele balançou sua cabeça. "O que quer dizer o que você ouviu? Estava falando sobre o que você viu quando bati a merda fora de Faris."
Pisquei. "Uhh, não. Estou falando sobre o que ouvi seus pais dizerem, esta manhã."
Confusão nublou suas feições. "Não me lembro de ouvir meus pais dizer qualquer coisa que a perturbasse. Na verdade, nem vi meus pais hoje. O que você ouviu que fez você sair e desaparecer por horas? Que, devo acrescentar, assustou a merda fora de mim."
Desde que ele parecia tão genuinamente confuso, fiquei com pena dele.
Com os lábios tremendo, expliquei o que tinha ouvido seus pais conversarem quando saía para o café da manhã.
"Eu vou matá-los," ele falou, se distanciando de mim e abrindo a porta.
Corri e pulei em suas costas, passando os braços em torno de seu pescoço.
Ele não parou, no entanto. Continuou andando como se um extra de 50kg não estivesse adicionado ao seu peso.
Ele não precisou ir muito longe, no entanto.
Na verdade, assim que ele saiu da delegacia, caminhou cinco portas a baixo, e abriu uma de cor escura com janelas de vidro cercando o batente da porta.
A primeira coisa que me atingiu foi o cheiro de álcool e madeira velha.
A segunda foi a maneira como as luzes vermelhas baixas faziam Miller parecer um super alienígena. Um grande, irritado, musculoso alienígena a procura de vingança, pronto para conquistar a terra e vingar a honra de sua mulher.
Ok, eu estava exagerando, mas também estava entrando em pânico.
Seus pais estavam sentados no bar, seu pai servindo sua mãe em um banquinho no final.
"Nós precisamos conversar," Miller resmungou para os dois.
Soltei imediatamente o pescoço de Miller, mas ele me pegou com as duas mãos firmemente plantadas na minha bunda, mantendo-me no lugar enquanto chegava mais perto de seus pais atordoados.
Abaixei minha cabeça, e rezei para que tudo acabasse logo.
***
Miller
"Querido," minha mãe disse enquanto olhava para Mercy, que brincava com a jukebox, apontando canções ela gostava para Foster e Trance. "Nunca quis que o que eu disse fosse doloroso. Eu estava apenas curiosa."
Coloquei minhas duas mãos na testa, e esfreguei vigorosamente com as palmas das minhas mãos. "Se eu estou feliz, você deve estar feliz por mim. Nenhuma das suas opiniões importam aqui. Ela é minha e eu sou dela. Nada que você possa dizer ou fazer vai mudar isso.”
Minha mãe olhou para suas mãos. "Essa nunca foi minha intenção, apenas estava preocupada com você. Fiquei chateada por ter sido tão repentino. Nunca ouvi nenhuma razão para isso a não ser ela estar grávida, o que me deixou curiosa. Estou feliz por você. Estou feliz por ela. Ela parece ser uma jovem muito agradável."
Suspirei. "Eu sei, mãe. Apenas... dê-lhe uma chance. Você provavelmente lhe deve um pedido de desculpas."
"Ninguém tem tempo para isso, filho. Temos que estar na reunião em menos de uma hora," meu pai tentou intervir.
"Não, Micah. Está tudo bem. Vou falar com ela, e você pode ir se vestir com seus irmãos," minha mãe disse para mim, levantando e fazendo seu caminho para Mercy.
Assim que chegou lá, ela enviou Trance e Foster para nós antes de sequestrar Mercy para um canto do bar.
"Mamãe mandou confeccionar camisas," Foster disse quando chegou mais próximo de nós.
Fiz uma careta. "O que elas dizem, pai?"
Meu pai não se preocupou em conter seu desgosto. "Só não leia, e você não vai saber o quanto é ruim."
Meus olhos estudaram o rosto de Mercy, certificando-me que minha mãe não estava dizendo nada para aborrecê-la antes que me encaminhasse para a sala atrás do bar, onde nossas camisas estavam guardadas.
A primeira coisa que vi quando cheguei foi o néon amarelo.
A segunda, foi a frase e quase me virei e saí.
Eu teria, mas meu pai me impediu de me mover mais que um centímetro.
Ele era quase do mesmo tamanho de Trance, que era um pouco menor que eu.
Era constituído também da mesma massa que o resto de nós. A mesma covinha no queixo, e o mesmo queixo quadrado.
A única diferença entre nós era que ele tinha algumas rugas e linhas de expressão a mais, assim como o cabelo, que estava ficando grisalho.
Seu olhar era desgostoso enquanto olhava para os pedaços de merda que deveríamos usar.
"Eu não usarei isso," Trance disse sem preâmbulos.
Meu pai zombou. "Claro que você irá. Se eu tenho que usar, você também usará. E é o fim."
Meu pai se aposentou da Marinha há quase três anos, e ainda agia como se estivesse no comando, mesmo quando não estava. O que ele precisava aprender era que não era o único chefe na cidade mais.
***
"Não posso acreditar que estamos vestindo esta camisa," Foster resmungou quando chegamos na reunião de família.
A esposa de Trance começou a rir.
"Eu acho que elas são fofinhas," Viddy provocou o marido alegremente, alisando a mão sobre a camisa com amor.
Trance pegou sua mão e levantou para beijá-la antes de soltá-la e jogar seu braço em torno de seu ombro. "Claro que você pensaria. Você não está usando uma. Por que não?"
Viddy franziu os lábios. "Ficou muito apertada, então deixei Mercy usá-la."
Meu olhar voltou-se para a minha Mercy, que estava com a minha mãe ao longo da mesa de comida.
As duas estavam rindo, apontando para o chapéu da minha avó que era maior do que alguns daqueles que a rainha da Inglaterra usava.
Uma das muitas crianças que corriam ao redor havia pendurado uma cobra de plástico na traseira de uma mulher, e ela falava tão animadamente, que a cobra balançava para frente e para trás com o seu entusiasmo.
"Você está mentindo. Ela cabe sim em você. Você só queria que ela usasse," Trance disse suavemente, dando um beijo na cabeça de Viddy.
Um grande sentimento de gratidão borbulhou dentro de mim pelas boas-vindas de Viddy, e eu estava animado para ver como as duas interagiriam. Especialmente desde que elas estariam tendo filhos juntas. Não que Trance soubesse disso, ainda.
Viddy deu de ombros. "Eu queria que ela sentisse como se pertencesse aqui. Além disso, você nunca me deixou ir mais de três passos longe de você. Tenho certeza que eles vão saber a quem eu pertenço."
Trance deu de ombros. "Você está perdendo sem essas camisas 'Time Spurlock'. Não posso acreditar que ela fez com estas cores tão desagradáveis. A minha nem sequer cabe direito."
"Umm," Viddy sorriu largamente. "E isso foi porque eu disse a sua mãe que você era grande."
Trance sacudiu a cabeça, rindo um pouco. "Você é uma merda."
"Atenção!" Foster gritou do outro lado da sala.
Olhei para cima a tempo de ver uma bola de futebol a alguns metros do meu rosto.
Por reflexo, eu a peguei, e depois lancei-a de volta para ele como um míssil.
O que meu primo imediatamente interceptou com uma cerveja na mão.
"Que comecem os jogos!" Foster gritou, então atacou Aiden no chão.
CAPÍTULO DEZOITO
Abdomens são legais e tudo... mas você já provou as baguetes de Olive Garden9?
-Pensamentos secretos de Mercy
Mercy
Abri os olhos para uma parede de músculos tatuada.
Virando e me alongando, vi as luzes brilhantes de néon da Strip de Las Vegas.
Olhei para o relógio e gemi.
Eram quase seis da manhã, e mais uma vez, eu estava acordada e morrendo de fome.
Quase senti como um déjà vu, quando fiz a minha rotina matinal, e saí do banheiro. Exceto, que desta vez, Miller estava acordado e inclinando contra a cabeceira da cama; com as pernas cruzadas, e o lençol puxado em torno de seus quadris.
Lambi meus lábios quando vi a cena diante de mim. "Você está acordado."
A declaração soou ofegante em meus lábios e os olhos sonolentos de Miller sorriram, mas sua boca não.
"Vem aqui," ele disse em sua voz rouca de sono, dando um tapinha na cama ao lado dele.
Fui, chegando ao final da cama subi e rastejei até ele.
Ele empurrou o lençol para um lado, dando-me uma visão desimpedida de seu pênis flácido deitado contra uma de suas coxas.
Engatinhei até o seu corpo, colocando minha bunda em seu colo, com o seu pênis entre nós.
Os lábios aquecidos de meu sexo cobriram o dele, mas sua atenção estava focada em outra coisa além de nós, levando minha atenção para longe de como me sentia com sua pele contra a minha, vendo como seus olhos estavam ligeiramente preocupados.
Ele jogou o lençol sobre nós, envolvendo-o confortavelmente em torno de meus ombros antes de envolver seu braços ao redor do meu corpo.
Deitei minha cabeça em seu peito, enfiando meus braços entre nós.
"Estou com fome," falei suavemente.
Ele bufou. "Você está sempre com fome."
Sorri contra seu peito. "Verdade. Estou com muita fome hoje, no entanto."
"Você disse isso ontem no almoço e no jantar. Bem como aquele lanche da meia-noite quando passamos pela padaria a caminho do hotel depois da reunião de família," ele brincou.
Belisquei seu lado. "Tenho certeza que só vai piorar."
Seus lábios descansaram acima da minha cabeça. "Minha mãe disse que quando estava grávida de mim, ganhou cinquenta quilos, porque estava sempre com muita fome."
Estremeci. "Espero que não seja o meu caso. Acho que meus pés não aguentariam um peso extra de cinquenta quilos. Já estou tão cansada, que não saberia o que fazer com um peso adicional."
"Preciso falar sobre Faris," ele disse suavemente.
Assustei-me. "O que tem ele? A polícia não encontrou nada?"
"Sim," ele disse. "Recebi um telefonema de Tony enquanto estávamos na reunião. Só não te contei."
Engoli em seco. "Ok, o quê?"
Ele passou os dedos lentamente pelo meu cabelo.
"Ele estava em nosso andar, não sei por que, e aí você entrou. Depois que você deixou Silas, as câmeras de segurança acompanharam você até o elevador, depois para o banheiro, onde você desapareceu por vinte minutos," ele hesitou. "Faris seguiu você até o banheiro. Você saiu, e ele não."
Pestanejei, distraidamente rodeando o mamilo de Miller com o meu dedo.
"A única coisa que a impede de ser presa no momento é o fato de que suas roupas estavam limpas, não tinha... resíduos... em você," Miller disse suavemente.
Endureci e levantei minha cabeça, olhando para ele. "Resíduo?"
Ele assentiu. "O que aconteceu, foi bastante confuso. Quem fez isso, deveria ter saído do banheiro coberto de sangue... ou ter se desfeito de suas roupas."
Minha boca abria e fechava como um peixe. "Como não se ouviu nada? Ou viram?"
Miller balançou a cabeça. "Fui lá ontem com um outro amigo na LVPD. As cabines são minúsculas. O que aconteceu com Faris foi na cabine mais afastada. A porta estava trancada, também, então ninguém se preocupou em abri-la, até que a senhora da limpeza veio mais tarde naquele dia."
"O que isso significa para mim?", perguntei preocupada, inclinando-me para a frente, até minhas mãos descansarem em seu peito musculoso.
Ele ergueu as mãos para cobrir as minhas antes de dizer: "Você agora é apenas uma suspeita, as provas que eles têm é apenas circunstancial. Você está autorizada a deixar a cidade, mas você terá que voltar se eles tiverem alguma dúvida."
Soltei um suspiro aliviado. "Bom. Isso teria me sugado, ter que ficar em Las Vegas enquanto todo mundo ia para casa."
Ele se inclinou e me apertou em seu peito mais uma vez. "Eu não deixaria você aqui sozinha."
Enrosquei meus braços em volta do seu pescoço, estudando seu rosto. A fenda em seu queixo. O azul de seus olhos.
Tomando uma profunda e calmante respiração, abordei o assunto de ontem que ainda não estava resolvido. "Eu não quero ser seu projeto de caridade. Quero que você esteja comigo porque você quer estar, e, sinto muito se forcei involuntariamente a barra com você. Você está livre para sair, quando quiser e se você quiser. Nunca quis forçá-lo a ficar comigo," eu disse suavemente, olhando em seus olhos ao falar.
Seus lábios apertaram. "Não sei onde você quer chegar com essa merda," ele retrucou, invertendo nossas posições, até ficar profundamente envolvido entre minhas coxas. "Isso parece que você é apenas um projeto de caridade para mim?"
Ele apertou sua ereção volumosa em mim. Uma que não estava lá quando abordei o assunto.
Puta merda, ele ficou duro muito, muito rápido.
A cabeça de seu pau trabalhava na costura do meu sexo, para frente e para trás, enquanto olhava nos meus olhos.
Quando não respondi, ele se inclinou para trás e a cabeça de seu pau pressionou a minha buceta.
Em seguida, começou a empurrar lentamente para a frente.
Meus olhos se arregalaram de surpresa.
Ele me encheu com perfeição e o senti ainda maior nesta posição.
"Ohh," respirei, levantando meus quadris para pressioná-lo ainda mais entre as minhas coxas.
Seus olhos fixaram nos meus enquanto ele lentamente começava a se mover para frente e para trás.
Seus olhos estudaram o meu rosto, observando meus lábios entreabertos, a maneira como o meu peito arfava, e as respirações que não enviavam oxigênio suficiente para meu cérebro.
Quando meus quadris começaram a se inclinar ainda mais, ele empurrou meus joelhos para cima, em seguida, me puxou, até que ficassem apoiados em suas coxas.
Suas mãos subiram e empurraram minha camisa para cima, libertando meus seios pequenos para seu olhar intenso.
"Posso brincar com seus bonitos mamilos?" Ele perguntou grosseiramente, batendo os quadris para cima e para baixo. Cada movimento empurrava a cabeça de seu pênis contra um delicioso local dentro de mim, fazendo minha respiração ofegar a cada passagem.
Algo quente e pesado foi surgindo em meu núcleo, queimando-me de dentro para fora.
Assenti, e ele capturou cada um entre dois dedos, batendo seus quadris, usando a pressão em meus mamilos para me impulsar para cima e para baixo.
"Deus," ofeguei, o lento acúmulo do meu orgasmo se transformando em um trem de carga, correndo solto em minha direção, sem me dar chance de sair de seu caminho.
Meu grito silencioso rolou através de mim quando arqueei minhas costas e gozei forte, apertando em seu comprimento com toda a ferocidade que meu corpo poderia reunir.
Ele grunhiu em surpresa, soltando meus seios e agarrando meus quadris quando começou a bater dentro de mim.
Preparei-me novamente quando meu orgasmo começou a construir mais uma vez, não totalmente recuperada do último.
Quando seus movimentos tornaram-se espasmódicos, ele saiu de mim rapidamente, segurando seu pau enquanto apontava-o para a minha buceta.
Grandes jatos quentes de sêmen dispararam da ponta do seu pênis.
A substância branca leitosa atingiu meu clitóris e barriga.
Eu alternava o olhar de seu rosto para seu pau, totalmente extasiada com todo o ato.
Era tão erótico, tão fodidamente perfeito, que gozei de novo em seus dedos enquanto ele esfregava sua essência em mim em círculos lentos e sensuais, focalizando o meu clitóris.
"Deus," eu o empurrei. "Pare, é demais."
Ele sorriu e se inclinou para frente, capturando meu mamilo com a boca, enquanto continuava sua tortura erótica, persuadindo outro orgasmo do meu corpo muito cansado.
Uma vez que a tortura parou, meus membros caíram na cama em exaustão, enquanto eu olhava para o teto espelhado, percebendo tarde demais, como teria sido erótico observar tudo isso.
Inferno, tudo que podia ver agora era o topo da cabeça e os ombros de Miller, bem como onde seu pênis estava contra a minha barriga enquanto ele se inclinava para trás olhando para mim.
"Você é tão linda," murmurou, trazendo meus olhos de volta para ele.
Eu sorri. "Obrigada."
Nunca tinha ouvido essas palavras proferidas pela boca de alguém além do meu pai, e era bom ouvir. Especialmente de seus belos lábios.
Ele estava prestes a dizer algo mais quando o som de minha barriga roncando o deteve.
"Acho que é a nossa deixa,” ele brincou.
Eu sorri e me sentei, então me ajoelhei e me estiquei para alcançar o rosto de Miller.
Capturei sua boca com a minha e disse: "Eu te amo."
Ele empurrou e olhou nos meus olhos, surpreso. "Você... você... você tem certeza?”
Eu balancei a cabeça. "Não pense que você tem que dizer de volta..."
Ele capturou minha boca, me dando um beijo molhado, antes de se retirar. "Eu também te amo, sua garota louca."
"Ei!" falei, indignada.
Ele sorriu sem se arrepender, e me colocou na cama antes de se levantar.
Caminhando para o chuveiro, ele disse, "Sugiro que você se limpe. Você tem um cheiro muito característico. E garanto que cada homem que a ver conseguirá senti-lo.”
Sorri. “Talvez devêssemos guardar isso para depois quando não estivermos com a sua família."
Segui ele até o banheiro, e tomamos um longo banho muito sexy juntos.
Um que tinha muitas e muitas ensaboadas envolvidas.
Fiquei completamente limpa depois.
Especialmente meus seios.
***
"Por que seus pais ficam em um hotel se moram aqui?", perguntei, curiosa.
Miller sorriu. "Assim eles podem estar perto de nós. A última vez que estivemos aqui, ficamos todos em um hotel, e mamãe e papai ficaram em sua casa fora da cidade. Não os vimos tanto quanto gostaríamos."
Balancei a cabeça enquanto caminhávamos lado a lado no corredor. Estávamos esperando o elevador chegar, quando o Oficial Tony DeRoy saiu dele.
"O que você está fazendo aqui?" Miller perguntou, desconfiado.
"Preciso que sua mulher olhe algumas fotos para mim. Tudo bem para você?” Perguntou Tony para Miller.
Miller balançou a cabeça, exasperado. " Você não tem merda nenhuma sobre ela."
Tony assentiu. "Isto não é sobre ela. Nós temos um suspeito."
"Um suspeito? " Miller falou rapidamente. "Quem?"
Miller liderou o caminho de volta para o nosso quarto, abrindo a porta, permitindo que Tony e eu entrássemos, antes de fechá-la firmemente atrás dele.
Tony retirou as fotos, e Miller e eu caminhamos até a mesa com cautela.
Havia apenas uma pessoa em cada uma das fotos. Em uma havia o rosto de uma mulher e na outra mostrava uma pessoa com o seu capuz puxado para cima em sua cabeça.
A mulher loira tinha no rosto uma quantidade exagerada de maquiagem e vestia uma calça jeans muito apertada que a fazia parecer horrível. Os saltos altos não é melhores. Sem mencionar que ela me parecia surpreendentemente familiar, embora eu não pudesse dizer quem ela era.
"Não me lembro de vê-la no banheiro, mas há algo nela que me parece familiar. Talvez se eu pudesse ver o seu cabelo, e ter uma imagem melhor dela, poderia lhe dizer. Mas agora, ela só parece que precisa encontrar um espelho."
Tony e Miller suspiraram.
"Tudo bem, bom, esta é oficialmente a nossa suspeita. Nós acreditamos que foi ela. Ela foi a única a entrar logo depois de você. Em seguida Faris entrou. Literalmente, trinta segundos depois dela. Esta mulher passou quase tanto tempo quanto você, e saiu usando um par de calças pretas de ioga, sapatos pretos e um capuz cinza," Tony suspirou. "Ela tinha também uma mochila grande, com tamanho suficiente para colocar as suas roupas e pertences."
"Se você tem um suspeito, por que pensou que foi Mercy?" Miller perguntou com cautela.
Tony encolheu os ombros. "Tempo e motivo, principalmente."
"Bem, qualquer que seja a razão, só sei que não aprecio, e da próxima vez que você falar com ela, vamos ter um advogado presente," Miller afirmou.
"Notei," Tony disse, estendendo a mão. "Voe seguro para casa, cara.”
Miller a pegou. "Tenha cuidado no seu trabalho. E nos mantenha informados, por favor."
Tony balançou a cabeça, e observamos ele sair.
Tive o pressentimento de que isso ainda não estava nem perto de terminar.
Pelo menos nós poderíamos voltar para casa esta tarde com o restante do pessoal.
***
Chegamos em casa oito horas mais tarde, cansados, exaustos e cautelosos.
A polícia permitiu que eu voltasse para casa, uma vez que não podiam me culpar pelo assassinato, mas disseram que ‘entrariam em contato,’ caso tivessem dúvidas.
Eu, obviamente, estava de acordo. Miller estava chateado. Na verdade, ele estava tão puto, que contratou um advogado, recomendado por James, enquanto estávamos no voo de volta para casa. Um homem que era supostamente um advogado muito bom, e poderia nos aconselhar sobre o que deveríamos fazer em seguida.
O voo de volta não foi tão divertido como havia sido a ida.
Eles descobriram que, se dessem a Trance um comprimido para dormir no momento em chegasse ao aeroporto, ele dormiria todo o voo de volta para casa. E foi o que aconteceu.
O resto estava dormindo, tentando se recuperar da semana louca em Las Vegas.
Miller e eu fingíamos estar dormindo. Estávamos perdidos em nossos próprios pensamentos para se preocupar em falar sobre coisas que não tinham importância.
Quando chegamos à minha casa, um sentimento súbito de desgraça me atingiu no momento em que vi o homem esperando por nós na varanda.
"Posso ajudá-lo?", perguntei ao homem.
Ele estava na casa dos quarenta anos, com óculos e cabelos grisalhos. Sua aparência era bastante sem graça, mas seus olhos eram de um tom quase translúcido de marrom.
Ele sorriu para mim com tristeza.
"Sim, desculpe. Só estava esperando para ver se alguém chegava desta vez."
"Desta vez?", perguntou Miller.
O homem assentiu. "Sim, desta vez. Tentei encontrar o proprietário desta residência por quatro dias. Você é a proprietária?" Ele perguntou, fixando os olhos em mim.
Engoli em seco, depois assenti. "Sim."
"Mercy Shepherd?" Ele esclareceu.
Balancei a cabeça novamente. "Sim, sou eu."
Ele balançou a cabeça e desceu os degraus até nós, um envelope marrom em suas mãos com cerca de dois centímetros de espessura.
"Você foi intimada. Duas vezes."
CAPÍTULO DEZENOVE
Estou cansado de ser fodido de maneira que não termina em um orgasmo. Vamos apenas dizer que eu não estou mais tomando no cú.
- Pensamentos secretos de Miller
Mercy
"Que porra é essa? Algum tipo de convenção de pessoas doentes fodidas, que se juntaram e começaram a jogar todos os seus problemas sobre nós?", gritei bem alto, agitando os braços freneticamente.
Miller passou o braço em volta da minha cintura, sua mão descansando logo abaixo da minha camisa, contra a minha barriga. "Linda quer alguma coisa, e ela está tentando provar algo fazendo isso."
"Como ela descobriu que eu estava grávida?" Lamentei. "E com quem ela fode para levá-los a fazer um empréstimo bancário com minha casa... e meu negócio?"
"Ela está tentando intimidá-la. Fazer você ficar mal, Miller disse enquanto caminhávamos para o escritório do advogado com quem tínhamos um encontro marcado.
Como se já não fosse suficiente ter que lidar com o assassinato de um homem que vi por não mais de três minutos, no máximo. E também fui intimada. Duas vezes.
Uma dizendo que minha casa e minha empresa foram dadas como garantia em um empréstimo bancário. A outra afirmando que Linda fez um pedido de custódia parcial do meu filho no momento em que ele nascesse. Uma criança que não estava nem mesmo com oito semanas de gestação. Uma que eu ainda nem tinha ido ao médico, porque minha primeira consulta era na próxima semana.
Sentei-me enquanto esperava ele iniciar a reunião, e fiquei imediatamente repugnada com o que vi sobre a mesa.
"Bem, ela conseguiu. Puta estúpida e louca," resmunguei, olhando para a mulher que quase arruinou a minha vida.
Era uma foto de Linda no jornal da cidade. A 'história sincera' que 'certamente irá capturar seu coração.'
Foi o que eu li.
Fiquei enlouquecida, depois que consegui me forçar a ler todo o artigo.
Quando Miller sentou-se ao meu lado, lhe entreguei o jornal.
Ele o pegou como se eu tivesse lhe entregado um saco de papel com cobras vivas, empurrando os óculos de sol no topo de sua cabeça, abriu e sua testa enrugou quando começou a ler.
Seus ombros começaram a tremer quando ele chegou à parte sobre ela ser “expulsa da casa de sua família pela esposa abusiva de seu filho assassinado.”
"A Sra. Moose pede, por favor, para o público ajudá-la. Ela explica ainda que tudo foi um grande mal intendido que seu filho, Mitch Moose, 32, baleado no início deste ano em um resgate da SWAT," Miller leu a legenda sob a foto principal.
A foto foi tirada em frente à ‘casa da família,’ e Linda segurava uma foto de Mitch.
Provei a bile dentro da minha boca, mas optei por não olhar para a foto novamente.
"Mercy Sheperd. Miller Spurlock. Sr. Masterson vai vê-los agora.”, ouvi alguém dizer em algum lugar na minha frente.
Olhei para cima e sorri para a mulher.
Ela era muito bonita, eu a chamaria de jovem, embora penso que esteja na casa dos cinquenta.
Ela tinha longos cabelos loiros que estavam presos em um coque na nuca, e seus olhos eram de um verde muito expressivo.
Levantei-me e comecei a segui-la.
Ela estava vestida casualmente em uma leve calça bege e uma camisa de algodão preta simples.
Sorriu para mim enquanto caminhávamos. "Você me parece familiar."
Estremeci. "Sim, isso porque fui o centro das atenções, há algumas semanas. Fui estuprada e a mídia filmou a coisa toda quando isso acontecia."
Tentei fazer a minha voz parecer despreocupada, mas a emoção que sentia se recusava a ser contida.
Não era o braço de Miller então, que me abraçava. Era o da mulher.
"Sinto muito ao saber o que aconteceu com você, nunca fui de assistir ao noticiário. Ouvi sobre isso, entretanto, e lamento muito pelo que aconteceu. Pensei que você fosse uma amiga da minha filha. Conhece Cheyenne Mackenzie?" Ela perguntou.
Minhas sobrancelhas franziram. Embora o nome soasse vagamente familiar, não conseguia juntar um rosto ao nome.
"Você é mãe de James?", perguntou Miller.
A mulher sorriu. "Sim, sou eu!"
"Daina", disse uma voz grave de homem da entrada da porta a qual estávamos indo. "Existe uma razão para você encher-lhes os ouvidos antes que eles entrem aqui? Se soubesse que você era uma faladora, nunca teria concordado em tê-la aqui como minha secretária."
A mulher corou, e eu tive certeza de que havia algo mais nessas palavras que o que eu tinha ouvido.
Miller devia concordar, porque ele me olhou com os olhos arregalados antes de entrarmos no escritório do advogado.
***
Miller
"Você pode me dizer por que está aqui?" Perguntou o advogado.
Era um cara constituído como um maldito touro, e poderia facilmente rivalizar com qualquer homem que eu conhecia em tamanho. Eu sabia que ele era das forças armadas, estava apenas insegura em qual ramo que foi.
Ele poderia facilmente ter sido um SEAL da Marinha.
Mercy se inclinou para frente e lhe entregou a pilha de papéis, começando primeiro com o que era mais importante para nós.
A custódia do bebê.
"Você sabe que há uma maneira fácil de resolver isso, se mostrar qual é a verdade, certo?"
O advogado, Todd Masterson, perguntou lentamente.
Nós dois olhamos para ele. "O quê?"
"Um teste de DNA," respondeu simplesmente.
"Não!" Nós dois explodimos ao mesmo tempo.
Ele balançou sua cabeça. "Esta seria a maneira mais fácil. Isto seria facilmente corrigido. Nenhuma batalha judicial, sem custos judiciais, sem custos de advogado. Terminaria tudo facilmente."
Ele estalou os dedos, assustando Mercy.
Balancei minha cabeça. "Isso não está fodidamente acontecendo. Encontre uma outra maneira."
Ele olhou para mim, certificando-se de que tinha uma boa leitura de mim antes que concordasse com a cabeça. "Ok, tudo bem. Não vou forçá-la a fazê-lo. Há outras maneiras, é claro, mas ainda há uma chance de que o juiz vá exigir que você faça de qualquer maneira."
Respondi contrariado. "Ninguém está tocando meu filho. Eles não estão chegando perto dele."
Mercy encostou a cabeça no meu bíceps, seu braço enrolado protetoramente ao redor da barriga, enquanto ela silenciosamente me agradecia pelo apoio.
"Então, a primeira coisa que sugiro é o casamento," Todd disse lentamente.
Nós dois ficamos boquiabertos.
Não que eu nunca pensei em casar com Mercy.
Na verdade, pensei muito sobre isso. Especialmente em Las Vegas, durante a semana passada.
No entanto, não queria que ela pensasse que eu estava indo muito rápido. Estava dando-lhe tempo para chegar a um acordo com o que estava acontecendo com a gente. Era mais do que óbvio para mim que ela não estava pronta.
Ela reagiu por instinto ao escutar a conversa dos meus pais, o que ela pensava de mim e nosso relacionamento.
Seu primeiro instinto foi fugir, e até que eu conseguisse fazê-la entender que havia um nós, não haveria nenhuma mudança no status do nosso relacionamento.
Mas então ela chocou a merda fora de mim, dizendo: "Ok, se fizermos isso, no que nos ajudaria?"
Inspirei bastante alto, tirando sua atenção de Todd direto para o meu rosto.
"O quê?" Ela perguntou. "Nós nos amamos. Temos uma criança à caminho. Se o que você disse este fim de semana é verdade, então não tenho nada com que me preocupar. Certo?"
Suspirei, e depois acenei estupidamente, remexendo em meu assento, surpreso.
Quando me virei para Todd, ele começou a explicar. "A maneira mais fácil de fazer isso é colocando o nome de Miller na certidão de nascimento. Você pode fazer isso sem se casar, é claro, mas é mais fácil se vocês tiverem o mesmo sobrenome quando o bebê nascer."
Pestanejei. "Ela ainda pode tentar obter direitos de avó ou algo assim, quando o bebê nascer?"
Ele balançou sua cabeça. "Não, não tão facilmente. Dois pais que são casados, felizes e com uma vida familiar estável, não tem nenhuma razão para compartilhar seus filhos com os avós. Os avós não são a mãe ou o pai. Vocês são. Tão fácil. Qual é o próxima problema? "
Apenas assenti com a cabeça.
Era assim tão fácil?
Certamente não podia ser.
Escolhi deixá-lo me iludir, por agora.
O próximo item da agenda era dizer-lhe sobre o assassinato de Faris Blue.
"Diga-me sobre o assassinato. Por que Mercy é uma suspeita?", perguntou Todd, tentando obter todas as informações.
Comecei a falar, começando com a briga no show WWE que fomos, e terminando com o que Tony nos disse na manhã anterior.
"Eles disseram como o homem foi assassinado?" Todd perguntou com as sobrancelhas franzidas.
"Salto alto através da virilha, pescoço, tronco e face. Havia uma única contusão na cabeça do homem, que eles acham que foi feita por um objeto longo e contundente. Algo como uma lanterna, ou cassetete. Possivelmente uma tábua," expliquei, lembrando das fotos da cena do crime que olhei.
"Ok, vou colocar o meu investigador nisso. Ele é meio caro, mas faz um bom trabalho. Isso é aceitável?"
Todd perguntou.
Concordei com a cabeça, assim como Mercy.
Agarrando a mão dela, fiz um gesto para Todd. "Dê a ele o último pacote."
Todd sorriu. "Acho que não tive alguém entrando com tanto trabalho para mim de uma só vez."
Mercy fez uma careta ao entregar o último pacote de papéis.
Todd os leu calmamente em voz baixa, passando por todos os detalhes antes de falar.
"Então, eles lhe deram uma razão pela qual estes foram cobrados?", perguntou Todd, abaixando os óculos de seu rosto e esfregando os olhos.
"Não. Só que eles foram cobrados. Perguntei ao redor e me disseram que na semana passada, Linda Moose passou algum tempo no banco com o gerente," rosnei.
Ele piscou.
"Tenho algumas pessoas na minha folha de pagamento que podem fazer um pouco de escavação. No entanto, a partir de agora, tudo isso é juridicamente vinculativo. Eles têm o direito de cobrar o empréstimo a qualquer momento," disse ele honestamente.
"Foda-se," rosnei. "Aquela cadela puta."
Mercy apertou minha mão, cravando as unhas em minha pele. "Sério? Pare de xingar na frente das pessoas."
Duplamente castigado, sorri desculpando-me com o homem na minha frente. Mesmo tendo a certeza de que Todd usava essas palavras em uma base diária, de terno chique ou não.
"Sim, senhora," falei com um sorriso na minha voz.
"Quanto ao que fazer em seguida, liquidem alguns bens. Venda a sua casa, para que você possa manter algum do dinheiro que você fez sobre ela ao longo dos dois anos em que morou lá. Casem, comprem uma casa nova, que não seja através do Banco de Empréstimos de Kilgore. Mantenha-me atualizado sobre as novidades, e deixem-me saber se houver qualquer outra coisa que eu possa fazer," Todd disse enquanto se levantava.
Nós levantamos, também, e ofereci minha mão para o homem.
Ele a tomou, apertando-a com afeto genuíno. "Fuzileiros navais."
Eu sorri.
Ele sabia que eu estava curioso.
Homem inteligente.
CAPÍTULO VINTE
A maioria das pessoas dormem pacificamente em suas camas à noite, porque há homens lá fora prontos para fazer a violência em seu nome.
-Xícara de café
Mercy
Duas semanas depois
"Se você me deixasse ajudá-la, isso seria desnecessário," minha mãe disse pela quinta vez, enquanto subíamos os degraus do banco.
Virei-me para ela e balancei a cabeça tristemente. "Eu sei disso, mãe. Mas também sei que você tem um monte de dívidas em contas médicas, que está pagando pela internação do pai e sua cirurgia cardíaca. Não quero, nem vou acrescentar aos seus fardos. Está tudo bem, eu prometo."
Consegui com sucesso lidar com meus empréstimos de negócios e habitação, fazendo-me escolher qual deles eu queria manter.
Escolhi o meu empréstimo de negócios e consegui me manter apenas no verde desde que comecei a Second Chance há quatro anos, me fazendo perceber que tomei a decisão certa.
Minha casa, no entanto, teve que ser vendida para que eu fizesse isso. Sua casa, no entanto, permanecia intocada e desocupada, enquanto Miller e eu compartilhávamos seu quarto no apartamento que ele dividia com Foster.
Tive várias ofertas de ajuda, não só de Miller, mas dos seus colegas de serviço, dos membros do The Dixie Wardens e toda a equipe da SWAT, assim como de outros membros da comunidade.
Não aceitei nada disso, entretanto. Isso tudo foi um ponto de discórdia desde que voltamos de Las Vegas e descobri o que ela tinha feito.
Eu estava agora entrando no banco para entregar o cheque que iria pagar o restante do empréstimo do meu negócio.
Depois, eu tinha um compromisso na casa que agora eu morava.
Minha mãe, no entanto, achava que tomei uma decisão ruim.
Eu não tomei. E eu sabia no fundo, que Miller também não.
Ele dizia que era loucura, mas entendia o meu desejo de realizar algo por mim mesma.
Era por isso que ele próprio estava comprando uma casa esta tarde.
Consegui impedi-lo de comprar a minha casa, mas apenas por pouco.
Ele era um diabo sorrateiro, e nem eu conseguiria fazê-lo mudar de ideia, apesar de ter implorado para que não fizesse.
Não que ele fodidamente se importasse.
Não o vi por mais de uma hora no fim da noite, desde que lhe disse que estava vendendo minha casa.
Passei mais tempo com seu irmão na semana passada do que com ele.
"Sra. Shepherd, Srta. Shepherd, como posso ajudá-las hoje?" O gerente do banco viscoso perguntou cordialmente.
Eu queria dar um soco no nariz do filho da puta.
"Estou aqui para pagar o empréstimo. Vendi minha casa ontem, por uma boa quantia, bem mais do que paguei quando comprei, apesar de não ter perguntado. Aqui está o cheque," falei, lhe entregando.
Seus olhos arregalaram quando viu a quantia. "Você... você está pagando tudo isso?"
Concordei com ele e balancei a cabeça. "Você disse, 'pagar na íntegra' nos papéis que me enviou. É isso que estou fazendo."
Ele assentiu e levou o cheque para o computador mais próximo à parede.
"Bem, vamos apenas fazer isso rápido."
O gerente do banco que eu estava lidando chamava-se Elbert Rommel.
Ele provavelmente era um cara legal em um certo ponto, mas como descobri na noite passada pelo detetive particular que meu advogado contratou, Elbert tinha um pequeno problema com jogo. Elbert gostava de gastar dinheiro que não era dele, e Linda, de alguma forma, havia descoberto.
O detetive particular ainda estava tentando descobrir como Linda sabia disso, mas ele havia entregado todas as suas informações aos detetives locais da DP na esperança de que eles fizessem algo a respeito.
Tentando assim incapacitar Linda de causar mal a outras pessoas.
"Tudo bem, Srta. Shepherd, está integralmente pago. O banco enviará o comprovante da quitação em poucas semanas. Existe alguma outra coisa que posso fazer por você?"
Em vez de responder, virei-me e caminhei em direção à porta.
Minha mãe, porém, ainda tinha algumas palavras bem preparadas para dizer a ele, e foi, no entanto, o que me salvou de levar uma porta no rosto quando ela foi violentamente empurrada pelo outro lado.
"Todo mundo para baixo," disse a voz frenética de uma mulher. "Todo mundo para baixo, e não façam nenhum movimento fedido."
Fedido?
Apesar de eu pensar que a escolha das palavras da mulher era infantil, a arma que ela tinha nas mãos não era nada infantil.
Mergulhei no chão, movendo-me em direção ao canto, o máximo que pude, já que havia uma máquina de pipoca no caminho.
Eu estava muito bem escondida, embora minha mãe não estivesse.
A mulher com a arma porém, não deu a ela qualquer atenção, graças a Deus.
"Eu disse, todo mundo pro chão!" A mulher gritou mais uma vez.
Estremeci, e senti meu celular vibrar no meu bolso.
Alarme disparou através de mim enquanto eu pensava freneticamente na minha manhã.
Será que coloquei meu telefone no modo silencioso?
Quando nenhum som veio dele, soltei um suspiro de alívio.
Eu fiz.
Obrigada, Jesus.
Isso não significava que eu não poderia atendê-lo, porém.
Quem estava chamando?
Acontece que era o gerente do banco... do empréstimo que acabei de pagar.
Depois de deslizar lentamente o telefone de volta no meu bolso, fiz uma careta, era o mesmo homem que havia ligado noite e dia por duas semanas e que agora começou a tagarelar a mil por hora.
Apesar de tudo, não perdi meu tempo falando com ele.
Encolhendo as pernas até meus joelhos tocarem meu peito, imediatamente liguei para o 911, com o telefone escondido entre eles.
Não poderia dizer o que a mulher... ou o homem... estava dizendo.
Tudo o que eu poderia afirmar, era que quem estava do outro lado, tinha-me na linha.
Ajudou que a mulher louca começou a soar o seu discurso cada vez mais familiar.
"Eu quero cada nota de dinheiro de todas e cada uma de suas gavetas. Mesmo aquelas na parte de trás. Falando nisso, feche as janelas e as cortinas. E desligue todos os dispositivos ligados," ela gritou
Ladrão de banco. Entendi.
Ela parecia boa também.
Ela estava vestida com calças pretas apertadas, botas de salto alto, que subiam até os joelhos, e uma blusa de gola alta.
Ela usava um lenço de lã preto e branco enrolado em seu rosto, e a única coisa que eu podia ver eram seus olhos.
Não podia nem dizer a cor do seu cabelo, mas se eu pudesse adivinhar, seria loira com mechas mais claras em destaque. Isso foi exatamente o que sua voz me fez pensar.
Kilgore era uma comunidade bastante unida, então não era todo dia que eu não sabia quem era alguém. E era por isso que eu sentia que o nome de quem estava por trás da máscara não estava vindo para mim, mas estava na ponta da minha língua.
Suas mãos estavam cobertas com luvas de couro pretas, e a bolsa que ela tinha na mão era uma Dooney e Burke.
Então a mulher precisava de dinheiro? Por quê?
Meu palpite era que ela gastou tudo em seu guarda-roupa.
Aposto que ela dirigia um Lexus.
"Agora!" Ela gritou.
"Dois minutos, dois minutos, dois minutos," ela repetia mais e mais.
Pela trigésima vez que ela disse isso, imaginei que ela planejava ficar lá por cinco minutos. Fazendo seu objetivo de dois minutos comicamente incorreto.
Curvando-me, da melhor forma que minha calça jeans apertada permitia, debrucei sobre o telefone para ver se podia ouvir a pessoa no telefone.
Eu não diria nada. Não seria louca de trazer a atenção de um assassino para mim de propósito.
Vagamente ouvi as palavras 'reféns' e 'SWAT'.
Então, minha barriga apertou.
"Oh, merda," eu disse suavemente. "Você precisa avisar Miller."
Disse isso tão suavemente que não achei que a despachante ouviria, mas ela fez.
"Miller?" Ouvi ela repetindo.
“Namorado. Está na força."
Naquela hora, chamei a atenção da senhora louca com a arma.
Seus olhos varreram para trás, não conseguindo ver onde eu estava presa atrás da máquina de pipoca.
Era uma daquelas máquinas de pipoca reais, como as de cinema, mas era em um tamanho mais administrável.
Estava quente, também. O cheiro de pipoca era tão tentador que eu estava com água na boca.
A manteiga estava bem na minha frente, e os sacos pré-fabricados, prontos para derreter na boca, a pipoca a apenas alguns centímetros do meu rosto.
"...oficial Spurlock. SWAT. Mercy?"
"Sim," confirmei e mais uma vez a senhora louca se virou.
"Nós não temos nenhum saco," ouvi dizer uma voz hesitante. "O carro forte levou todas as bolsas com os nossos depósitos."
A mulher gritou. "Você está me dizendo que também não tem dinheiro?
Ah, merda.
A mão da mulher, a que segurava a arma, começou a balançar.
Então uma sirene solitária perfurou o silêncio da manhã, fazendo com que a mulher chicoteasse sua cabeça e olhasse com medo para a porta.
"Alguém, vá trancar a porta," a mulher pediu rapidamente. "Agora!"
Foda-me.
Meu Deus, minha linguagem ultimamente estava deplorável.
Eu realmente precisava descobrir uma maneira de parar de usar essas palavras antes do bebê chegar.
Um movimento pelo canto do meu olho, deixou-me com os olhos arregalados de surpresa.
O homem era um gigante.
E a cicatriz em seu rosto era muito intimidante.
Ele tinha cabelos grisalhos nas têmporas, mas o restante era um negro puro e forte.
O homem parecia estranhamente semelhante ao homem que conheci na nossa viagem a Las Vegas, Sebastian.
Ele possuía as mesmas características faciais, bem como o comportamento e sua constituição.
Ouvi Miller, bem como Silas, falar sobre o homem.
Acredito que seu nome era Sam. Silas era o pai de Sam, e Sebastian era seu irmão.
Eles não pareciam tão intimidantes quanto este homem.
O olhar em seu rosto falava um milhão de palavras. Ou mais como gritavam.
Ele estava chateado, e não tinha medo de deixar transparecer.
E também estava ciente de que eu estava olhando para ele, e que havia um telefone no meu colo.
Ele começou a soletrar algo no ar com os dedos, e levou três tentativas para que eu finalmente entendesse.
"Alguém está aqui comigo. Ele diz que a arma é falsa," sussurrei.
Eu não deveria me sentir aliviada, no entanto.
Queria entender por quê ele continuava no chão por tanto tempo, se sabia que a arma era falsa.
Ele estava de barriga para baixo com as mãos levantadas na cabeça. Seu rosto estava descansando no chão, e eu podia ver claramente o contorno de uma arma pequena nas suas costas.
Houve tempo suficiente para ele atirar nela se isso fosse tudo que precisava.
B-O-M-B-A.
Ele soletrou novamente, mais e mais.
Na verdade, ele fez isso por tanto tempo que pensei que estava ficando um pouco louca pensando que eu não estava recebendo a informação. A verdade era que eu estava congelada de medo.
Empurrei o sentimento para longe, para retransmitir a informação.
Os policiais precisavam saber, caso contrário, isso poderia significar a morte de cada pessoa na sala, bem como de algumas do lado de fora.
"O homem. Diz que tem uma bomba."
A despachante amaldiçoou.
Foi quando eu soube que tudo estava indo para o inferno.
A Charlie Foxtrot10 em primeiro grau.
Um enxame. Porra.
Conheci esse termo através de Foster quando me descreveu algo que estava acontecendo na televisão. Um programa sobre policiais de Nova Orleans, que estavam no meio de um tumulto.
Uma hora mais tarde, eu sabia que era verdade.
"Está mais quente que em um baile aqui," resmunguei.
Eu estava encolhida no canto por tanto tempo que minhas pernas estavam dormentes, e tinha quase certeza de que eles desligaram o ar condicionado também.
Eu estava suando. Minha mãe estava suando. O homem no chão, Sam, estava com as costas encharcadas. Podia ver isso, principalmente porque sua camisa era cinza, e o suor a manchava em um cinza muito mais escuro.
Também não ajudou que a máquina de pipoca ainda estava ligada.
Eu teria desligado, mas a coisa estúpida tinha uma luz sobre ela. No momento que o fizesse, a luz se apagaria e alertaria a mulher para a minha presença.
Tentei cochilar, mas Sam continuava transmitindo informações para mim, e comecei a ficar irritada.
Portanto, fiquei acordada, o suor escorrendo por todo o meu corpo.
"Tenho que fazer xixi, também.”
Eu tinha quase certeza que o operador do 911 achava que eu era louca.
O telefone de mesa perto da minha mãe tocou, e meus olhos se arregalaram quando a cabeça da mulher virou.
Ela estivera ali de pé, andando freneticamente em um círculo apertado com pilhas de dinheiro a seus pés.
Ela não havia dito uma palavra, e isso era o que mais perturbador.
"Atenda." Disse a mulher ofegante.
O cabeça de merda, quero dizer, Elbert, atendeu o telefone com as mãos trêmulas.
"A....Alô?" Ele gaguejou. "Uh-huh."
Seus olhos se voltaram para a mulher. "O homem ao telefone gostaria de falar com você."
A mulher gritou.
Era um grito de raiva. Um que estava tão cheio de ódio, loucura e dor que estremeci.
O que eu também fiz, foi ampliar meus olhos depois que finalmente percebi quem no inferno estava por trás de todo o preto.
Sarah Higgins. Minha arqui-inimiga, a mulher que me atormentava desde o meu primeiro dia no ensino médio.
“Ah, porra. É Sarah Higgins," sussurrei.
De alguma forma, eu havia me deslocado do meu lugar também, porque Sam começou a sacudir a cabeça para mim quando atingi o alto do carrinho para obter uma melhor visão dela.
Pisquei.
Ela perdeu um pouco de peso desde a briga algumas semanas atrás; agora ela se parecia mais com um manequim de loja de departamentos. Aqueles que eram apenas metal. Não parecia um ser humano real.
Beee-dooop.
Congelei quando o som do meu telefone surgiu dos mortos parando todos em seus lugares.
Até Sarah.
Ela girou, voltando seu olhar louco em mim, prendendo-me no local.
"Você," ela gritou, marchando para a frente.
Fiquei de joelhos, enfiando o celular no bolso traseiro da minha calça jeans, antes de ficar totalmente de pé.
"Sim, sou eu," concordei. "Eu diria que é bom ver você, mas isso seria uma mentira."
O homem grande no chão ficou de joelhos no momento em que Sarah passou ao seu lado, e eu sabia o que ele faria no momento em que o vi se movendo.
Eu só precisava mantê-la falando.
"O que você está fazendo com esse arma falsa?" Disparei, apontando para a arma em sua mão.
Ela levantou a arma e apontou-a diretamente para o meu rosto. "Quer saber como ela é real?"
Suspirei.
Não importa o que Sam disse sobre ser falsa, eu não tinha provas reais. Ele poderia estar enganado. Poderia estar adivinhando. E também pode ser louco.
Escolhi confiar nele, apesar de tudo. Especialmente porque ele estava se movendo rapidamente para a parte de trás de Sarah.
Seus pés eram excepcionalmente silenciosos enquanto se movia, quase como um gato perseguindo sua presa.
"Você está certa," disse Sarah, jogando a arma para longe e rasgando sua blusa. "Mas este bebê é tão real quanto pode ser. Graças ao pedaço de merda da sua quase sogra. Você pode agradecer a ela por este fiasco. Não posso acreditar que ela me fez fazer isso. Jesus Cristo."
Sara arrancou o lenço que cobria seu rosto, então jogou a sacola, liberando os braços.
Quando ela estava com o casaco até os cotovelos, Sam a atacou com seu bíceps maciços em torno da sua garganta, sufocando-a em um abraço clássico que toda mulher secretamente desejava que nunca acontecesse com ela.
E como sempre pensei que aconteceria se isso viesse a ocorrer a alguém que era muito menor que o assaltante, Sarah agarrou o braço de Sam freneticamente sem sucesso.
Lentamente, sua luta cessou, até que não passou de movimentos fracos e aleatórios.
Finalmente, seus olhos se fecharam, e ela ficou mole.
"Maldito inferno," Sam rosnou, permitindo que o corpo de Sarah deslizasse lentamente para o chão sob a sua orientação.
Foi quando dei minha primeira olhada no peito de Sarah.
"Isso é o que eu acho que é?", perguntei preocupada.
Sam acenou com a cabeça, seu cabelo negro caindo em seus olhos antes dele retirá-lo novamente. "Claro que é, porra."
"Na verdade, diz BOMBA em seu peito. O que há nessas garrafas?", perguntei.
Ele grunhiu, sem responder.
Meu telefone escolheu esse momento para gritar seu som de acordar os mortos, mais uma vez, me assustando.
"Tudo bem pessoal. Vamos sair daqui. Devagar. Não assustem os rapazes lá fora," disse Sam autoritariamente. "Vão para fora com as mãos acima da cabeça."
Sam ficou de pé, deixando Sarah inconsciente no chão. "Vamos sair daqui antes que ela acorde."
Minha mãe correu para mim, jogando os braços em volta do meu pescoço. "Oh, bebê."
"Agora, senhoras," Sam ordenou novamente.
Retirei os meus braços da minha mãe. "Agora, mãe. Ela tem uma bomba amarrada ao peito."
"O quê?" Minha mãe gritou, mas ainda assim escolheu seguir-me para fora, apesar do fato de que ela queria olhar de volta para Sarah.
"Você a matou?" Minha mãe perguntou a Sam. "Eu juro por Deus. Conheço essa menina desde quando era uma criança pequena. O que diabos está acontecendo nesta cidade?"
"Aparentemente, esta cidade resolveu diversificar e precisa parar com essa merda," Sam murmurou baixinho enquanto abria as portas e foi o primeiro a sair.
Não era uma atitude egoísta. E sim porque se alguém ia ser baleado por um policial nervoso, seria ele.
O que me mostrou naquelas poucas ações de curto tempo que ele tomou nas duas horas que estivemos lá.
De fato, a coisa toda foi um evento bastante traumático.
Eu sentia que ainda havia algo para acontecer, mas a única coisa que vi foi Miller subir correndo as escadas do banco e me pegar em seus braços.
Então, sem preâmbulo, virou-se descendo os degraus, me embalando em seus braços super protetores.
"Para onde estamos indo?", perguntei freneticamente.
"Para o tribunal," disse ele com os dentes cerrados.
"Mas o que vamos fazer lá? Preciso falar com a minha mãe!" Falei preocupada, virando-me e vendo minha mãe correndo atrás de nós.
“Sua mãe nos seguirá até lá. Ela irá parar para pegar o seu pai," ele retrucou.
"Mas... mas...," gaguejei. "O que está acontecendo?"
Ele me empurrou para a parte traseira do carro de polícia mais próximo, mantendo sua mão sobre minha cabeça para me ajudar a entrar.
“Ei!" Gritei indignada, batendo em suas mãos.
Mas isso não o impediu.
Ele só atirou um olhar para mim antes de fechar a porta e rodear a parte de trás o carro.
"Foster! Carro!" Ele gritou em voz alta.
Foster veio correndo.
Ambos entraram, e Miller começou a seguir em direção ao tribunal.
Sentei-me na parte de trás, fumegante.
O que no mundo era o seu problema?
Quando girou um pouco rápido demais ao virar a esquina, coloquei minha mão sobre meu abdômen em reflexo, o que chamou sua atenção.
Sua boca apertou, e ele diminuiu a velocidade para um ritmo mais aceitável.
"Para onde estamos indo, mano?" Foster perguntou depois de alguns minutos de silêncio.
"Tribunal," Miller disse brevemente.
"Oh, tudo bem," Foster disse gentilmente.
Era como se soubesse exatamente o que estava acontecendo com apenas essas duas palavras.
''Sabe o que eu estava fazendo quando recebi a chamada que havia no banco uma situação com reféns?" Miller perguntou, quando parou na frente do tribunal.
Ele saiu e parou na minha porta, curvando-se para que pudesse olhar para mim.
Balancei a cabeça lentamente. "Não. O quê?"
A frase saiu sem fôlego, principalmente porque o olhar em seus olhos me fazia lutar para respirar. A expressão neles era claramente torturada.
"Planejando nosso futuro. Mas o que eu não sabia era que, enquanto fazia isso, você estava sendo tirada de mim. Antes sequer que eu oficialmente fizesse o pedido." Ele disse asperamente. "O que me leva ao agora... preciso que você faça isso. Para minha sanidade.”
“Vai ser difícil, e teremos momentos em que nos odiaremos. Onde você odiará o meu trabalho. Onde não voltarei para casa às cinco horas, depois do fim do meu turno. Dias que não retornarei até você ficar tão preocupada comigo que não conseguirá enxergar em linha reta. Então vou entrar por aquela porta, e será apenas porque preciso mijar e precisava de um minuto de merda para relaxar com os meninos. Não estou te prometendo uma vida perfeita. O que estou prometendo, é uma vida onde te amo até você ou eu morrer. Uma vida onde você sempre saberá que terei as suas costas. Uma vida onde a razão pela qual respiro mais fácil é porque você está deitada ao meu lado."
Ele ficou de joelhos, puxando do bolso do colete uma caixa preta simples.
"Mercy Me, quer se casar comigo?" Ele perguntou solenemente.
Eu ofeguei, tentando me recuperar das lágrimas debilitantes que eu sabia que me levariam para baixo rapidamente. "Claro, seu idiota, homem louco e estúpido. Vou me casar com você. Só não volte a ficar todo homem das cavernas em mim novamente."
Ele deslizou o anel no meu dedo e ficou de pé, puxando-me para perto, com as duas mãos em cada lado do meu rosto, certificando-se que eu não batesse a cabeça no teto do carro.
"Isso é uma condição para você se casar comigo?" Ele perguntou.
Neguei com a cabeça. "Não. Porque sei que você nunca manteria sua parte no trato."
"Você está certa," ele rosnou contra a minha garganta. "Não vou."
Em seguida, fomos para o tribunal, passando direto pelo detector de metal por causa do distintivo que Foster mostrou, quando abriu a porta da frente.
"Ok, mas você terá que me dar uma cerimônia de verdade em algumas semanas. Uma onde seus pais estarão presentes. E seus irmãos. Meu pai precisa caminhar comigo até o altar. Eu também tenho uma grande família no corpo de bombeiros. Eles também terão que estar lá."
Chegamos a uma porta aberta que dava para o que parecia ser um escritório quando ouvi uma voz divertida em minhas costas.
"Está tudo arrumado, garotinha. Estão todos lá fora agora. Na verdade, acho que toda a porra da cidade está lá fora.", meu pai disse, correndo para a sala com o cabelo bagunçado, a gravata que usava para trabalhar torta, segurando a mão de minha mãe em um aperto de morte.
Ele não perdeu tempo agarrando-me em seus braços. "Deus, pensei que perderia as duas."
As palavras, sussurradas com tanta emoção, tiveram o poder de quase me deixar de joelhos.
Voltando meu olhar para Miller, sabendo que eu tinha com ele a mesma coisa que os meus pais tinham, ofereci-lhe minha mão. "Vamos fazer isso."
CAPÍTULO VINTE E UM
Beba com responsabilidade ... para não derramá-la, porra.
-Nota para si mesmo
Mercy
"O que você quer fazer?" Ele perguntou baixinho enquanto caminhamos de mãos dados para fora na bela tarde.
Eu sorri. "Tenho algo que você vai querer ver. E juro por Deus, se eles fizeram isso sem mim, eu vou matá-los."
Interrompemos brevemente a caminhada, quando um homem em uma moto parou e sorriu para nós.
"Sam!", eu disse alegremente.
Ele inclinou a cabeça. "Como você sabia quem eu era?"
Fiz um gesto para Miller. "Você tem um fã-clube. Além disso, sua mamãe-da-lei fala muito sobre você."
Sam sorriu. "Bom saber."
Ele ofereceu sua mão primeiro a Miller, depois para mim.
"Casaram?" Ele perguntou, olhando para o anel que agora seria um elemento permanente na minha mão.
"Sim. Alguém não pôde nem mesmo esperar que seus pais chegassem," eu disse, olhando para o meu homem. Meu marido. "Mas nós faremos uma recepção neste fim de semana. Você deveria vir."
Os lábios de Sam se contraíram. "Com certeza, querida. Só queria te agradecer."
O braço de Miller cercou meu pescoço enquanto ele beijava o topo da minha cabeça.
Ele ainda mantinha um ligeiro tremor em seus movimentos, e eu sentia que ele ainda estava bastante abalado com os acontecimentos do dia.
"Sim," ele balançou a cabeça, os olhos se conectando com Miller. "Ela salvou nossas vidas."
Miller concordou com a cabeça, algo passou entre eles. "Ouvi dizer que você teve muito a ver com isso também."
Sam deu de ombros. "Eu não era a pessoa ao telefone, apesar de tudo. Eu tinha uma arma e tudo, mas não havia uma única coisa que poderia fazer sem saber se não ligaria um interruptor nela. Sua garota manteve a calma, transmitiu tudo à polícia e, no fim, foi a única a distraí-la para que eu pudesse derrubá-la. Ela é a verdadeira heroína."
Corei com o elogio. "Não sei sobre tudo isso, mas obrigada."
"Agora, tenho que chegar em casa para minha esposa e filhos. Eles ainda estão bastante abalados. Só queria me apresentar e dizer que se você precisar de qualquer coisa, estou aqui."
Com isso, me entregou um cartão, e voltou a sua motocicleta.
Ele passou a perna musculosa sobre a máquina poderosa, deu partida e saindo em um rugido.
"Você está babando. Seu marido está bem ao seu lado, e você está babando por outro homem," Miller disse descaradamente.
Dei um beliscão de brincadeira nele e olhei para o cartão.
Freebirds - 100988 Dr. Freedom - Kilgore, TX
"Acho que você precisa comprar uma motocicleta," eu disse, provocando.
Ele me olhou estranho. "Eu tenho uma motocicleta. Deixo-a na casa de Trance porque tenho que ter a viatura comigo em todos os momentos."
Meu queixo caiu enquanto ele segurava a porta de sua camionete aberta. "Depois de todo esse tempo, você me diz que tem uma motocicleta, e nem uma vez me convidou para dar uma volta?"
Ele sorriu, e então se inclinou para mim, mexendo seus quadris entre minhas coxas abertas.
"Querida, vou levá-la para um passeio a hora que você quiser. Tudo que você tem que fazer é pedir.", disse ele contra os meus lábios.
Eu sorri, e, em seguida, aproveitei a boca aberta dele e varri minha língua para dentro.
Ele gemeu, me puxando para mais perto do seu corpo.
Algo duro pressionou em minha buceta através do meu jeans e eu sabia que, de fato, não era sua lanterna.
Minhas mãos se apegaram a ele desesperadamente, segurando-o com toda a força que eu possuía.
Minha barriga começou a se agitar, e tornei-me ofegante com a voracidade do beijo.
"Miller," suspirei.
Desejando que ele estivesse mais perto, comecei a puxá-lo para dentro do carro comigo, mas ele pegou minhas mãos.
"Você disse que tinha um compromisso," disse ele, encostando sua testa na minha, enquanto nós dois lutávamos para respirar.
"Foda-se o compromisso," eu disse.
Ele riu e se afastou ainda mais.
Então foi em frente e colocou minhas pernas para dentro da camionete antes de afivelar o cinto.
"Ei!" Falei sem fôlego.
Ele sorriu para mim. "Nós temos o resto de nossas vidas para isso."
Fiz beicinho, mas não discuti.
"Então, onde estamos indo?" Ele perguntou ligando a camionete.
Dei a ele o endereço, dirigindo até lá com a minha mão na sua.
Estudei nossas mãos juntas, enquanto ele brincava com a pedra grande que colocou no meu dedo no cartório, apenas uma hora atrás.
Seu dedo mexia para frente e para trás na minha mão, e eu adorei.
"Você está brincando comigo?", disse Miller em negação.
Olhei para cima, sorrindo quando Miller chegou na casa.
Soltando a minha mão da dele, saí e andei até Brock, que estava sentado na caçamba da escavadeira, encostado para trás lendo o jornal.
"Você está pronto?", perguntei.
Ele me olhou de cima a baixo, presumo me avaliando, tentando encontrar alguma lesão, mas não disse nada. Apenas levantou-se e deu a volta para o lado do motorista, e, em seguida, subiu no banco.
"Vamos fazer isso."
Com isso, ele acenou o braço em um círculo acima da cabeça, fazendo Maine acenar de sua própria máquina. Sendo logo seguido pelo resto da minha equipe.
Então, eles demoliram a casa de Linda, e todas as memórias que a acompanharam.
***
"Você é uma grande maluca." disse ele, balançando a cabeça em negação. "Essa era uma casa perfeitamente boa. Você poderia ter dado a alguém."
Assenti. "Sim, tenho certeza que poderia. Mas eu dei um bocado a esta comunidade. Já estava na hora de fazer algo por mim. Essa casa tem um monte de memórias negativas. Eu precisava que elas se fossem."
Ele abriu a porta da camionete para mim, e acenei para os rapazes que ainda estavam pegando os escombros, enquanto o bairro assistia, antes de entrar.
Ele se inclinou, deu-me um beijo possessivo na boca, e caminhou para o seu lado.
"Você quer ir ver no que venho trabalhando?" Miller perguntou, com os olhos brilhando de alegria enquanto continuava a observar a casa em uma pilha de escombros e lascas de madeira.
Eu sorri para ele, envolvendo minha mão em torno da sua, e acenei com a cabeça. "Qualquer coisa que você quiser fazer, estarei lá. A menos que seja limpeza. Não gosto de limpar."
Ele piscou. "Anotado."
O passeio foi muito mais longo que pensei que seria, mas foi apenas um pouco mais de vinte minutos para fora da cidade.
"É aí que Nico mora," disse ele, apontando para o portão negro maciço, sem tirar a mão do volante.
Meus olhos se arregalaram quando vi o homem em questão andando pela estrada.
Sem camisa.
Lambi meus lábios.
O homem era lindíssimo, e seus olhares sombrios, e sua personalidade marcante, só parecia aumentar seu apelo.
"Onde estamos indo? Pensei que isto era uma rua sem saída", falei, arrancando meus olhos longe de Nico.
A esposa de Nico, Geórgia, era uma nova amiga, e senti que seria prudente não cobiçar o marido dela.
Nico ergueu a mão enquanto passávamos, e acenei de volta.
Miller nem se incomodou em fazer nada além de um elevar do queixo, o que Nico retribuiu ao passarmos por ele.
"Você não está me respondendo," reclamei, olhando para seu rosto.
Ele estava sorrindo. Sorrindo tão grande que eu temia suas próximas ações.
Afastando-se da estrada, ele entrou em um caminho que eu nunca tinha visto antes, no lado oposto da propriedade de Nico.
"O quê... oh, meu Deus! Essa é casa do velho Holmes Homestead! Quando eles abriram uma entrada deste lado? Ei, eles a pintaram, também!", eu disse, surpresa.
A casa de Holmes Homestead era uma espécie de conto de fadas em Kilgore.
A casa era um dos locais mais antigos e mais belos do estado. Ela foi destaque na capa de muitas revistas há alguns anos.
É conhecida principalmente por suas milhares e milhares de bluebonnets11 que enfeitavam ao redor dos pastos durante o ano.
Eles não permitiam que o público atravessassem suas terras, mas se tivéssemos sorte, algumas das bluebonnets iriam crescer por baixo da cerca, e nós poderíamos tirar algumas fotos no lado da estrada.
Eu não havia percebido, porém, que havia outra entrada.
"Como você encontrou isso?" Perguntei cautelosamente.
Ele sorriu. "Salvei sua neta no mês passado, quando ela caiu do cavalo. Ela tinha seis anos e estava perdida. Encontrei-a vagando ao longo da Stone Road, com frio e medo."
"Então, eles deixaram você entrar em suas terras?", perguntei preocupada.
Eu realmente não queria ser enviada para a prisão por invasão, o que era algo que o Holmes faziam de vez em quando. Eles odiavam quando as pessoas vinham em suas terras para tirar fotos. Que era algo que alguém inevitavelmente tentava fazer todos os anos.
"Na verdade," disse ele, saindo da camionete. "É nosso."
Eu o segui. "O que é nosso?"
Ele apontou para a casa.
Era uma casa enorme, com grandes pilares brancos na frente segurando a varanda do térreo e a do segundo andar.
Ela foi pintada recentemente. Já não era a pintura descascada e descamada. Agora era de um belo branco, com detalhes em vermelho.
"A casa."
Congelei, virando-me para olhar para ele.
"É a nossa casa," falou novamente quando não falei nada. "O lugar é nosso. A família Holmes vendeu para mim."
"O que-como?", perguntei, minha mente girando.
Este lugar deve ter custado uma fortuna.
"Eu disse que tinha dinheiro. Bem... não muito mais, mas coloquei um maldito esforço nessa casa para comprá-la. Ouvi você falando sobre isso no outro dia com Memphis. Sobre como era bonita. Então fui e perguntei, e acho que foi o momento certo, porque o velho Sr. Holmes decidiu vender. Seus filhos vivem no Alasca, e estão com um negócio muito próspero por lá. Não havia razão para não vender. Ele se mudou para o Alasca para passar mais tempo com seus netos, e eu comprei a sua casa," explicou.
Saí do carro com cautela e atravessei o gramado da frente.
"Isto é o que você tem feito ao longo da última semana?" Ofeguei, passando minhas mãos ao longo dos pilares vermelhos que enfeitavam a varanda da frente.
Ele piscou. "Sim, eu e os rapazes arrebentamos nossos traseiros para torná-la habitável. Foster diz que você lhe deve um mês de refeições caseiras."
"Foster pode se mudar, por tudo que me importa. Este lugar é uma bomba atômica!" Falei com entusiasmo, subindo os degraus.
Tentei a porta, mas estava trancada.
"Está trancada," falei esperta.
Ele piscou, e depois enfiou a mão no bolso, retirando seu enorme chaveiro, entregando-o a mim.
"É a nova."
Foi fácil de encontrar.
Todas as chaves do molho eram de bronze, ou realmente velhas.
A única nova no monte inteiro foi incrivelmente fácil de detectar.
A inscrição na chave dizia: "Mercy Me."
Lancei lhe um sorriso, em seguida, abri a porta, ofegando no local diante de mim.
"Oh, é lindo!" Gritei, pulando para cima e para baixo. "Uh-oh. São escadas. Nunca tive escadas antes. Elas devem ficar emocionantes quando eu estiver tão grande quanto uma casa em alguns meses."
Seus olhos se arregalaram quando ele olhou as escadas, eu, e, em seguida, as escadas novamente. "Posso mover tudo para baixo..."
Suspirei. "Eu estava apenas brincando. Acho que consigo lidar com as escadas. Não se preocupe."
Eu poderia dizer pelo olhar em seu rosto, que ele iria se preocupar, mas escolhi não fazer um grande negócio disso, e fui em uma turnê pela casa.
"Oh, wow", me surpreendi. "Essa cozinha é linda."
As bancadas eram de ardósia em um cinza escuro. "Isto é concreto?"
Ele assentiu. "Foi interessante vê-los trabalhando. Seus homens fazem milagres."
"Minha equipe fez isso?", perguntei, virando-me para olhar seu rosto.
"Sim," ele disse, apontando para os armários. "Fizeram esses também. Os rapazes e eu concentramos nossos esforços apenas nas coisas em que éramos bons. Como a pintura e os pisos. O deck na parte de trás também fomos nós que fizemos."
Segui-o pela casa, enquanto me apontava isso e aquilo. Ele parecia tão orgulhoso do que tinha feito, que quase me fez rir.
Consegui me segurar, no entanto.
"E isso," disse, parando em frente uma porta fechada. "Não foi qualquer um de nós."
Parei, surpresa.
Quando ele abriu a porta, ofeguei.
"Oh," suspirei.
Entrei lentamente no quarto, contemplando as paredes em tons claros de cinza, e o tapete cinza escuro.
Não havia muito mais do que isso para ver, exceto uma única coisa.
"É lindo," murmurei, correndo minhas mãos lentamente sobre a bela madeira. "Onde você conseguiu isso?"
"On-line,” ele respondeu, passando a mão sobre a madeira, também. "comprei o formato arredondado porque achei que era legal. Todos os outros berços pareciam sem graça em comparação."
O berço era único, isso era certo.
Era completamente redondo, em um tom cinza. A estrutura e artesanato do berço era requintado.
"É lindo, Miller. Amei."
As lágrimas começaram a escapar lentamente dos meus olhos, e virei-me para vê-lo olhando para mim, estudando meu rosto com um pequeno sorriso no canto dos lábios.
"Estou feliz que você gostou," ele rugiu. "Não é reembolsável."
Eu bufei. "Você é um merda."
Ele me puxou pelos braços, e me levou para fora do quarto, em direção a última porta que tínhamos para ver.
"E isso," disse ele, abrindo a porta. "É o nosso quarto."
Era enorme. As paredes eram de uma cor semelhante à do resto da casa, mas a moldagem das bordas nos limites do teto eram um estouro de cores.
A única coisa em todo o quarto, assim como no quarto do bebê, era uma cama.
Uma gigante king size com dossel.
"Uau," falei, subindo na cama e colocando metade do meu corpo sobre ela. "Essa coisa é enorme."
"É grande o suficiente para fazer o trabalho," ele concordou, deitando em cima de mim por trás.
De repente, minha mente não estava mais na decoração. Agora estava focada em coisas mais importantes. Tal como no fato de que acabei de me casar com o homem que atualmente moía seu pau enorme pau na fenda da minha bunda.
Ele lentamente deslizou suas mãos ao redor dos meus quadris, seguindo para o alto das minhas coxas.
Quando suas mãos chegaram ao local desejado, ele começou a se esfregar ao longo da costura do meu jeans, esfregando com tanta perfeição que gemi em necessidade.
"Acho que deveríamos ter sexo de casados. Ver como se compara ao sexo de não-casados," ele rosnou, descendo de joelhos atrás de mim.
Desci uma das minhas mão e desabotoei bruscamente meu jeans.
O barulho do zíper foi alto no quarto vazio, parecendo ecoar nas paredes.
Engoli em seco, e esperei com impaciência enquanto ele lentamente deslizava minhas calças para baixo sobre meus quadris.
Sua boca quente começou a trilhar beijos até o interior das minhas coxas, quando ele puxou meu tênis, libertando meus pés.
Então calmamente retirou minhas meias e calcinha.
Ofeguei quando ele lambeu a costura do meu sexo, sua língua cutucando minhas dobras enquanto ele lambia do meu clitóris até o meu períneo.
"Oh, doce mãe Maria," arquejei, os olhos rolando na parte de trás da minha cabeça.
Sua língua subiu, provocando meu clitóris, lambendo minha excitação, e me fodendo com o máximo da sua capacidade. O que era fodidamente fantástico.
Nunca houve nada do que reclamar de Miller. Ele sempre me lia como um livro aberto, nunca me causou incômodo algum e sempre me deixava quente.
"Por favor," eu ofeguei, empurrando de volta para ele.
Ele riu contra a minha buceta, esfregando o nariz e os lábios para cima e para baixo na minha coxa. "Por favor, o quê?"
"Foda-me." Respondi ofegante.
"Foda-me... por favor? Foda-me... agora? Foda-me... marido?" Ele perguntou para esclarecer.
Parte da luxúria se dissipou, trazendo minha mente para o aqui e agora tempo suficiente para dizer: "Foda-me agora, marido, por favor."
Oh, homem, sentia-me incrível dizendo aquelas palavras.
Então falei novamente. "Marido, eu quero você agora. Quero seu pau quente, grosso dentro de mim, deixando-me tão cheia que não eu consiga ver direito. Quero que você fique de pé, com seus pés cavados no tapete, e encha-me de você até que eu... sim!"
Ele me encheu com o seu pênis tão rápido que não tive sequer tempo para pensar.
Num segundo eu estava falando sujo para ele, e no próximo ele estava dentro de mim, batendo tão forte e rápido que eu não podia recuperar o fôlego.
Sua mão subiu e puxou o elástico do meu cabelo, fazendo com que meus longos cabelos castanhos caíssem em um emaranhado contra as minhas costas, que era o que ele obviamente queria.
Ele segurou firme um punhado com uma mão, enquanto a outra foi para o meu quadril.
"Você está bem?", ele perguntou, girando seus quadris para que a cabeça de seu pênis batesse no ponto sensível dentro de mim que só ele tinha sido capaz de alcançar.
A única coisa que consegui fazer foi grunhir em afirmação enquanto fechava os olhos e agarrava o colchão nu, à procura de lençóis onde não havia nenhum.
"Mais f-forte," eu disse, precisando de algo mais.
Eu praticamente podia ouvir o sorriso em seu rosto. "O que mais você quer, garotinha?"
Fechei os olhos e sussurrei. "Seus olhos. Você em cima, enchendo-me duro, olhando nos meus olhos quando eu gozar."
Ele diminuiu a velocidade até parar, então lentamente se retirou do meu corpo com um gemido.
Mais uma vez, o som ecoou nas paredes vazias do quarto enquanto ele se movia para trás, me dando espaço para virar.
"Vá para o meio da cama," ordenou, tirando sua camisa e calças. "E tire sua blusa."
Inclinei-me para a frente e puxei a blusa do meu corpo, jogando-a do outro lado do quarto enquanto caía de volta no lugar.
Ele sorriu e se arrastou entre as minhas coxas abertas, espreitando enquanto chegava.
Seu pênis rígido saltou, a pele do seu comprimento brilhante com minha excitação.
Uma gota de pré sêmen saía da ponta, e eu lambi meus lábios, querendo lambê-lo tanto que mal conseguira ficar no lugar.
Ele se moveu muito rápido, entretanto, encaixando-se entre as minhas coxas e deslizando de volta sem qualquer resistência.
Minha boca abriu em um grito silencioso quando ele me encheu, mais uma vez.
Seus belos olhos azuis ficaram presos nos meus enquanto se movia mais e mais rápido.
Meus seios sacudiam com cada choque no meu quadril. Cada impulso me movia mais e mais na cama até que minha cabeça estava pendurada um pouco fora do outro lado.
"Mais duro?" Ele perguntou, estudando meu rosto.
Concordei com a cabeça. "Mais duro."
Ele rosnou, acelerando sua velocidade até que o golpe smack-smack-smack de nossos corpos preenchia os espaços vazios do quarto.
"Oh," eu falei quando o primeiro sinal do meu orgasmo começou a derramar sobre mim.
Meus mamilos arrepiaram, e meu clitóris inchou.
Meus olhos se estreitaram, e fiquei conectada com os dele enquanto seu pau derramava meu orgasmo fora de mim.
"Sim," respirei, fazendo seus olhos apertarem firmemente com o prazer na minha voz.
Ele grunhiu com força, os músculos de seus braços enrijecendo em cada lado da minha cabeça.
Nossos batimentos cardíacos aceleraram, e minha voz me deixou quando ele começou a gozar dentro de mim.
Segundos mais tarde, voltei a Terra com Miller desabando em cima de mim, seu corpo suado e musculoso prendendo-me entre ele e o colchão.
"Vamos fazer uma bagunça na cama nova," falei ofegante.
Ele resmungou.
"Vamos ver sobre isso," ele disse, colocando seus braços em torno das minhas costas e ficando de pé comigo.
Eu gritei enquanto ele permanecia firmemente dentro de mim e nos levava até o banheiro.
"Agora vamos entrar no chuveiro. O resto da casa faremos amanhã."
Eu ri e beijei seu pescoço.
"Esse será o nosso dia."
***
Miller
Subi as escadas para o nosso apartamento, grato por ser a última noite lá.
Nada contra a vida em apartamentos, mas eu estava cansado de viver tão perto de pessoas.
Me dava arrepios ter alguém não apenas abaixo de mim, mas em ambos os lados também.
"Estou surpresa que você não encontrou uma maneira mágica de pegar todas as nossas coisas lá." Mercy disse ao meu lado.
Olhei para ela, ainda tão agradecido, sete horas depois que ela foi liberada do banco, com o que presenciei acontecendo.
Eu não tinha certeza do que aconteceu comigo.
De repente, porém, eu simplesmente sabia.
Eu sabia que ela seria minha esposa, e teria que fazer o certo, ou nada ficaria bem.
Admito, exagerei, mas não pude evitar. Ela apenas trouxe à tona um lado de mim que não se preocupava muito com as opiniões dos outros, somente a minha.
"Esse dia estará sempre enraizado na minha cabeça. Não quero nunca mais testemunhar isso de novo, sentir o que passou através de mim quando percebi que você estava lá," falei calmamente.
Ela apertou minha mão. "Sinto muito, Miller. Quem dera eu pudesse voltar atrás e permitir que isso não acontecesse."
"Se isso não tivesse acontecido, nós não saberíamos que Linda Moose estava por trás da coisa toda," disse Foster a partir do topo da escada.
Ele estava encostado ao lado da porta, uma mão em torno de uma garrafa de cerveja, e a outra coçando a cabeça.
"Espere," eu falei, interrompendo a nossa caminhada. "Você está me dizendo que Linda estava por trás disso também?"
"Oh, e fica ainda melhor," disse Foster, abrindo a porta totalmente.
À medida que entravamos no apartamento, parei na porta, e me surpreendi ao ver não apenas os homens da equipe da SWAT, mas o chefe, o pai de Mercy, bem como alguns dos homens da Free.
Free era a organização de James, assim como de Sam.
Tudo começou quando a unidade que Sam tinha sido capitão começou a dispersar.
Quando todos eles se aposentaram do exército, começaram uma loja de motos personalizadas. No outro lado, mantinham uma estrada de ferro subterrânea onde ajudavam mulheres, crianças e até mesmo alguns homens, se libertarem de relacionamentos abusivos.
Eles lhes davam uma vida nova, às vezes levando-os por todo o caminho até o país onde tinham vivido anteriormente.
"O que há com todos os carros?" Mercy perguntou às minhas costas quando fechou a porta atrás de nós. “Você vai dar uma festa de despedida aqui?”
Foster bufou. "Na verdade, não."
Com isso, ele começou apontando para os homens, apresentando a Mercy os que ela não conhecia.
"Este é Gabe, Max e Jack. Eles são os proprietários da loja de motos personalizadas, Free. E também estão cientes do que estou prestes a lhe dizer."
Eu pisquei, surpreso.
"E isso seria?", perguntei, cruzando os braços sobre o peito, e encarando os homens.
"Sarah diz que Linda estava por trás do assassinato de Faris Blue, também," Foster explicou, apontando para uma confissão assinada que estava sobre a mesa de café entre nós.
Abaixei-me e a peguei, lendo o que Sarah disse palavra por palavra.
"Puta merda," falei, surpreso. "Que porra é essa? Como não a vimos?"
"Maquiagem. Ela também cortou todo o seu cabelo. Não há nada mais do que apenas um punhado no lado esquerdo," disse Gabe.
Gabe era porto-riquenho.
Ele tinha olhos escuros, o cabelo ainda mais escuro, e um bronzeado durante o ano todo. As tatuagens em seus braços lhe davam um visual 'escuro e mortal', e eu sabia que ele foi o primeiro a chamar a atenção de Mercy.
Ela recuou para mim lentamente, desconfiada de todos os homens agora enchendo o apartamento.
Gabe também era um cara muito bom, algo que eu poderia dizer facilmente pelo ano em que eu o conhecia.
"Por que ela ainda não foi presa?" Perguntei, pegando a foto da última aparência de Linda.
"Ninguém conseguiu encontrá-la. Ela desapareceu no dia em que foi expulsa de casa," disse Luke. "Nós temos um mandado sobre ela, mas ela é boa. Ninguém a viu, nem mesmo o ex-marido."
Peguei o último assento disponível, que era uma cadeira de cozinha feita de couro velho.
Quando estava sentado, puxei Mercy para baixo em meu colo, e envolvi meus braços em torno dela, efetivamente protegendo-a com minha força.
Ela manteve-se muito tranquila desde que soube do envolvimento de Linda, e eu estava preocupado.
Preocupado que sua cabeça estivesse de volta naquela igreja, onde toda a sua vida mudou em um único instante de tempo. Onde seu namorado, o homem com quem ela deveria contar acima de todos os outros, tinha se virado contra ela. Levantou a mão para ela, a espancou sem sentido, e depois a estuprou para que todos pudessem ver.
Ela me surpreendeu, no entanto, com a pergunta: "Então, o que vocês vão fazer?"
Uma batida na porta colocou Foster de pé indo em direção a ela.
Surpreendentemente, o homem que entrou era Silas.
"Finalmente, o que você tem para nós?" Sam perguntou grosseiramente.
"Se você pudesse relaxar seus peitos, ele seria capaz de falar, grande irmão do caralho," Sebastian rosnou enquanto também abria caminho até Silas.
Sam bufou e mostrou o dedo ao seu irmão, e eu sorri, vendo um pouco de mim e Foster nos dois.
"Afastem-se do caminho, isto é fodidamente pesado," a voz de Trance chamou do corredor.
Falando de irmãos...
Olhei para longe de Sebastian e Sam para encontrar Trance andando com o que equivalia a uma grande pilha com cerca de dez caixas de pizza.
"Feliz jantar de casamento, irmão mais velho," Trance disse enquanto colocava as caixas sobre a mesa de café.
Mercy riu, aconchegando seu nariz no meu pescoço.
"Isso não foi exatamente como pensei que seria a nossa noite de núpcias," ela disse secamente.
Eu bufei. "Foi bom enquanto durou. Acho que nunca vou ficar livre desses meninos. Eles estão fixados de modo permanente. Especialmente aqueles dois,” gesticulei para Trance e Foster, que estavam lutando sobre o mesmo pedaço de pizza; um que tinha mais borda do que fatia, com uma enorme bolha de massa em cima dela.
"Eu gostaria de ter irmãos como os seus," ela sussurrou.
Eu apertei-a com força. "Você pode tê-los sempre que quiser."
***
"Que noite de núpcias," Foster provocou quando consegui me sentar novamente.
Mercy adormeceu cerca de vinte minutos depois de comer, e eu a levei para o nosso quarto, beijando-a na bochecha e colocando-a na cama antes de sair.
"Não foi tão ruim. Ela gostou da casa," eu disse a eles.
"Qual casa?" Perguntou Sam.
"A casa do velho Holmes Homestead," expliquei, pegando uma fatia de pizza fria e mordendo-a.
"Tentei pegar aquela terra quando me mudei para cá. O velho filho da puta me disse para 'me foder e comer merda'," Sam riu.
"Eu acho," disse Luke, inclinando-se para estudar os papéis sobre a mesa na frente dele. "Que ela está aqui. Ela está seguindo Mercy, e se Mercy está aqui, Linda não está muito longe."
Fiz que sim com cabeça. "Cheguei a essa conclusão também."
"Ela não pode estar longe," disse Sam. "Alguém teve que ajudar essa cadela louca esta manhã a entrar nessa bomba. Ela foi amarrada ao seu peito."
Nós ficamos sérios, pensando novamente sobre o que poderia ter dado errado.
"Você é um filho da puta de sorte, irmão mais velho. Estou feliz por você ter feito isso," disse Sebastian no silêncio. "Eu teria levado a sua esposa, e teria cuidado dela por você, mas os filhos de Sam são porra louca. Não sei como ela lidaria com isso."
Sam deu uma cotovelada em Sebastian. "Pelo menos meus filhos usam roupas. Isso é mais do que posso dizer do seu filho."
Sebastian sorriu. "Sim, ele é depravado mesmo."
"De volta ao negócios, rapazes."
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Não toque nesta campainha ao menos que você esteja me oferecendo um milhão de dólares e você deve tê-lo nas mãos. Isso ou você ser Ryan Reynolds. Se você me acordar quando eu estiver dormindo, nunca vou deixar você esquecer, e isso vale para você também, Sr. Carteiro.
- Sabedoria de uma pessoa grávida
Mercy
"Certo, então você acredita que está em torno de 10 semanas de gestação?" Perguntou Dr. Mead.
Assenti para ele. "Sim."
A porta do quarto se abriu, e Miller entrou, vestido em seu uniforme da SWAT.
"Merda, me desculpe, baby. Não queria chegar atrasado. Eu não perdi, não é? Luke subestimou o tempo que demoraria o curso."
Neguei, um sorriso estourando no meu rosto.
"Não, o médico estava prestes a fazer um ultra som," respondi, estendendo minha mão para ele. "No entanto, eu apreciaria se você fechasse a porta, assim a equipe e outros pacientes não verão a minha hoo-hoo."
Ele sorriu timidamente. "Desculpa."
Assim que a porta foi fechada, ele veio para o meu lado, os olhos focados na tela em vez da enorme varinha prestes a entrar na minha vagina.
"Você é o homem que salvou aquela menina alguns meses atrás?" Perguntou Dr. Mead, segurando a varinha, esperando outra pessoa chegar.
Felizmente, porém, a mulher que ele esperava que estivesse lá, acabou de chegar.
Nada contra o médico, mas eu realmente não estava ansiosa para tê-lo empurrando aquela coisa dentro de mim.
Eu ainda não era uma grande fã de homens perto quando estava tão vulnerável e, para minha sorte, eu não teria que passar por isso.
"Desculpe," ela disse, excitada. "Tivemos uma jovem mulher a poucos minutos atrás grávida de trigêmeos. Eu só queria dar uma olhada rápida. Você está pronta?"
No meu aceno ela aplicou uma quantidade generosa de lubrificante, e depois enfiou dentro de mim.
Estremeci, o coração começou a acelerar um pouco com a invasão, mas Miller parou o pânico surgindo em mim.
Ele beijou meu nariz, correndo o queixo barbudo sobre o meu rosto.
Eu ri, e o empurrei. "Você é tão estranho."
Ele piscou para mim, aqueles olhos azuis bebê fixando nos meus antes de voltar a olhar para a tela.
"Tudo bem," a médica disse, clicando algumas teclas. "Este é o seu bebê."
Olhei para a tela. Em seguida, apertei os olhos. "Parece uma grande bolha."
O médico e a médica da máquina de ultra sonografia riram, assim como a enfermeira.
"Sim, parece. Da próxima vez que você fizer outra ultrassonografia ele ou ela terá aparência um pouco mais semelhante à humana. E repare que eu disse um pouco mais. Eu recebo o 'ele parece um alien' de vez em quando.”
"Eu diria nove semanas e meia. Ou um pouco menos," o médico falou olhando a tela.
Meu coração disparou. Nove semanas o colocaria como fruto da noite que Miller e eu tivemos... coloquei o pensamento de lado. Prometi a mim mesma que não iria questioná-lo. O que está feito está feito, e nós iríamos ser uma família feliz, não importa o quê.
" Sim," Sra. Brewer confirmou. "Nove semanas. A data de nascimento deve ter em torno da primeira semana de outubro!"
Miller apertou minha mão. "Essa é a semana do meu aniversário."
Seu sorriso era contagiante, e não pude deixar de beijar sua mão, excitada que ele estava animado.
"Tudo bem," disse a Sra. Brewer, batendo em mais alguns botões no computador.
Papéis começaram a imprimir, e ela entregou uma cópia a cada um de nós. "Aí está! A primeira imagem do bebê."
Eu comecei a chorar.
Miller limpou a garganta, e enfiou-o na frente do bolso, bem acima do coração, logo atrás do seu distintivo.
"Perfeito," eu disse, sentando-me logo que a varinha foi retirada de mim.
"Agora, vou querer vê-la de volta em um mês. Deveremos estar pertos de saber o sexo do bebê até lá," o médico disse enquanto se dirigia para a porta. "Há mais alguma coisa que você precisa?"
Balancei minha cabeça. "Não, você tirou todas as minhas dúvidas, muito obrigada."
Com isso, o quarto esvaziou, e fui deixada sozinha com Miller.
"Bem?" Perguntei a ele.
Ele estava olhando para a imagem ainda na minha mão, os olhos nunca vacilantes.
Seu olhar deslizou para mim. "Estou feliz."
Minhas lágrimas, que tinham começado a secar, surgiram novamente. "Também estou feliz. Tão feliz que poderia gritar."
Ele inclinou-se para frente e me deu um beijo na testa. "Espere até que estejamos lá fora, ou eles pensarão que estou batendo em você."
Bufei e saltei, minha bunda livre do vestido de papel que eles me colocaram.
Miller aproveitou e bateu no meu traseiro, fazendo-me saltar de surpresa.
"Ei!" Reclamei, indignada.
Ele sorriu. "Ela estava de fora. Não foi culpa minha."
Olhei para ele, e me vesti de qualquer jeito.
"Você quer ir almoçar agora?" Perguntei, deslizando minha blusa sobre minha cabeça.
"Claro," ele respondeu.
Olhei por cima do meu ombro e o vi olhando para a minha bunda, e tive que rir.
"Calma, rapaz."
Ele piscou, pegou minha calcinha da cadeira e jogou no meu rosto.
"Se você não quer que eu olhe, que tal você cobri-la?"
Peguei a calcinha e vesti, fazendo um rápido trabalho em colocar minhas calças.
Meus sapatos vieram por último, mas desde que eu estava usando sapatilhas, não importava muito.
"Pronto," eu disse, pegando minha imagem de sua mão e colocando em minha bolsa.
Ele puxou meu cabelo, "Lidere o caminho, Mercy Me."
Eu fiz, pelo corredor, para fora do escritório e em direção à luz do sol brilhante.
Meu cabelo chicoteou sobre o meu rosto com a rajada de vento, e eu ri quando voou para o rosto de Miller.
O que me chocou, porém, foi que seus olhos estavam alertas e fixos em algo longe no estacionamento.
"O que é?" Perguntei, pegando meu cabelo e torcendo antes de enfiá-lo sob minha camisa.
Seus olhos seguiram um carro preto velho, saindo do estacionamento, observando-o seguir na estrada sem pressa.
"Miller?" Perguntei com preocupação.
Seus olhos não se desviaram até que o carro desaparecesse completamente de sua vista.
"Sim?" Ele perguntou.
"O que foi?"
Ele balançou a cabeça. "Nada. Não foi nada."
***
Linda
Na manhã seguinte
"Você vê isso, meu filho? Você vê a loucura? Olhe para nossa casa! Não posso acreditar que você deu isso a ela! Ela, de todas as pessoas!" Fiz um gesto para o nosso antigo lugar com um movimento da minha mão.
Meus olhos se voltaram da casa em ruínas para a urna de prata contendo as cinzas do meu filho. Que carreguei comigo desde que ele foi entregue de volta para mim.
O entregador de jornal parou no final da calçada, no lugar onde a nossa casa ficava a doze horas atrás e, finalmente, jogou o jornal.
Ora, não sei o que poderia dizer. Era mais do que óbvio, até mesmo para mim, que os ocupantes da casa não estavam mais lá.
No entanto, porém, andei até lá e o peguei.
Era um hábito, acompanhar os acontecimentos da cidade.
Se eu não soubesse o que estava acontecendo ao meu redor, me sentia um pouco ... instável.
Meu filho me manteve protegida, e agora que ele se foi, por causa daquela estúpida cadela prostituta, eu não tinha mais aquela paz que costumava me manter calma.
Em seguida, o pouco da "calma" que eu tinha, evaporou-se quando vi a história na primeira página do jornal.
Kilgore, querida cidade natal, casa oficial da SWAT.
Aquela vadia estúpida!
Ela não percebeu que tipo de prêmio era meu filho? Que tipo de vida que ele poderia ter dado a ela?
Então as palavras embaixo capturaram o meu olhar, e eu sabia o que deveria fazer.
Casal celebrará seu casamento na noite deste sábado no Sacred Spur Ranch.
Adeus, Sr. e Sra. Spurlock. Espero que vocês queimem no inferno.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
Não escolhi esta vida, escolhi ele.
- Mercy
Mercy
Dois dias depois
"Às vezes meu cérebro desliga onde me encontro em uma espécie de zona de conforto por um tempo, e é bom saber que quando eu sair dessa, posso recorrer a você e ser como, 'Precisamos construir um abrigo subterrâneo para nos proteger do apocalipse zumbi,' e você levará seriamente a sério," eu disse no microfone no nosso jantar de recepção, meus olhos em meu marido. "É por isso que eu queria casar com você. Você suporta a minha estranheza. Você me protege, cuida de mim e me ama. Não há uma única coisa que eu mudaria no nosso relacionamento. Pode ter começado à beira do impossível, mas você ficou comigo, e me amou por isso. Eu te amo, Miller Genuine Spurlock, e estou orgulhosa de ser sua esposa."
Meus olhos começaram a encher-se de lágrimas durante a primeira parte do discurso, e no final, eu estava realmente chorando, lágrimas escorrendo pelo meu rosto rapidamente.
Miller inclinou-se para frente e capturou minha boca, pressionando os lábios quentes contra os meus.
"Eu amo o jeito que seus lábios ficam macios quando você chora. Amo a maneira que você olha para mim quando te acordo de manhã depois de uma longa noite de trabalho. Amo o jeito que você me olha passar pela rua até que você não pode mais me ver. O que amo, porém, é o seu coração. Sua vontade de superar. A maneira como você enfrenta continuamente o dia, quando a maioria das pessoas teria rastejado em um buraco e morrido. Meu desejo, para o resto de nossas vidas, é que eu possa viver de acordo com o homem que você me fez ser, e sempre oferecer-lhe um ombro em que confiar. Eu te amo mais. Até a Lua e de volta. Ao infinito e além. Estou sobre a porra do arco-íris no amor com você," ele disse no microfone que ainda estava agarrado em minhas mãos.
"Linguagem," eu disse, colocando minha mão sobre sua boca.
A multidão que estava nos observando riu, e me virei para sorrir para as pessoas que estavam na nossa recepção, tão feliz que poderia explodir.
"Tudo bem, há uma última coisa que temos que fazer antes que possamos cortar o bolo," Memphis disse, apontando para uma cadeira que estava no fundo da sala.
Meu coração começou a palpitar quando eu soube o que iria acontecer. Ele estava prestes a ver a liga que eu estava usando, assim como o resto dos convidados.
E provou ser divertido.
Ele amou a liga, e o fato de que quase toda a minha perna foi exposta não foi tão difícil como pensei que seria.
Embora ter os grandes ombros de Miller encravados entre as minhas pernas também tinha algo a ver com não me importar.
Vinte minutos depois de cortarmos o nosso bolo e o último adeus ser dito, Miller e eu fomos para o carro enquanto a multidão em torno de nós jogava arroz.
"Você está pronta, Sra. Spurlock?" Miller perguntou, rodando a liga que ele arrancou da minha perna com os dentes em torno de seu dedo.
Corei e caí no assento, rindo quando ele se inclinou sobre mim e colocou a liga em seu espelho retrovisor.
Ele parou no meio do caminho e me deu um beijinho nos lábios, então se virou para acenar para seus amigos e os meus mais uma vez.
Quando Miller e eu saímos com o carro, virei-me para trás e acenei mais uma vez para a multidão de pessoas que estavam atrás de nós.
Miller bateu na minha bunda, "Vire-se e coloque o seu cinto de segurança."
Foi nesse momento que vi o carro sair do nada.
Ele colidiu com o nosso lado direito como um aríete.
Miller jogou o braço para o lado, me puxando contra ele, me segurando como se sua vida dependesse disso, enquanto éramos jogados de qualquer jeito.
Devemos ter girado pelo menos quinze vezes, finalmente chegando a uma parada contra o que assumi ser o outro veículo.
Minha cabeça, porém, era um redemoinho de confusão.
Meus olhos estavam abertos, mas eu não estava vendo nada.
Tiros foram disparados, um motor rugiu. Um homem gritou. Mais tiros perfuraram através da minha neblina.
Mesmo assim não conseguia entender.
Devo ter batido a cabeça, porque quando tentei olhar ao redor, tudo o que ouvi foram gritos.
“Ela está machucada!”
"Tire-os para fora!"
"A cabeça dela está sangrando."
"Foster está fodido."
"Meu bebê!"
"Foster está ferido. Mal."
"É Linda."
Minha consciência finalmente ficou alerta tempo suficiente para três pensamentos passarem por mim.
Oh, por favor, não deixe que Foster esteja ferido.
Onde está Miller? Por que não consigo ouvir Miller?
Linda! Sua chupadora de pau!
***
Miller
Minha cabeça latejava, mas coloquei um pé na frente do outro.
Não poderia fazer menos.
Minha mente estava em um turbilhão de emoções enquanto caminhava pelo corredor, deixando Mercy dormir em sua cama de hospital.
Ela estava bem, mas poderia ter sido pior.
Ela poderia ter ficado presa em seu assento, presa por seu cinto de segurança que não a deixaria se mover.
Se ela estivesse sem o cinto de segurança, teria sido esmagada.
Eu teria perdido tanto ela quanto o bebê em um só golpe.
"Ele já acordou?" Perguntei em transe enquanto caminhava em direção a Viddy.
Ela balançou a cabeça. "Ainda não. Eles esperam que isso aconteça a qualquer momento, no entanto."
"Obrigado," eu disse calmamente. "Você se importa se formos pelas escadas?"
"Não há problema," disse Viddy, virando-se para a porta, em vez dos elevadores quando chegamos ao final do corredor.
Subimos em silêncio, cada um em seus próprios pensamentos.
Eu amava imensamente Viddy. Ela era tão intuitiva, e sempre sabia quando calar a boca, ou quando falar.
Este era um daqueles momentos 'calar a boca'; ela não tentou falar comigo como a maioria faria.
Apenas andou ao meu lado, subindo os degraus, um por um, até chegarmos à UTI.
"Que quarto ele está?" Perguntei em voz baixa.
"Primeira porta à direita. Eles o consideram como risco de morte. Por isso é o mais afastado dos elevadores, e o mais próximo do posto de enfermagem," explicou Viddy.
"Hmmph", eu disse. "Isso não vai mantê-lo onde ele deveria estar. Isso só facilitará a fuga dele."
"Foi o que falei a eles, mas as 'enfermeiras sabem o que é melhor,' ou, pelo menos, isso foi o que a enfermeira me disse."
Viddy explicou, voltando-se para o primeiro quarto.
Trance estava sentado ao lado de Foster lendo algo em seu telefone.
Os olhos de Foster estavam abertos e olhando para Trance, o que eu imaginava, se recusara a dizer uma palavra como sempre. Ele não era bom em conflitos, e pelo olhar nos olhos de Foster, ele sabia que uma tempestade estava prestes a acontecer.
"O que diabos aconteceu?" Foster fervia.
Trance fez uma careta e se levantou. "Acho que Viddy e eu iremos..."
"Sente-se," eu disse, apontando para o assento. "Foster, eles tiveram que cortar a perna do joelho para baixo."
Trance não se sentou.
Ele saiu, levando Viddy com ele.
Foster olhou para mim como se tivesse crescido uma segunda cabeça, e então seus olhos foram para o cobertor, onde você poderia definitivamente ver o contorno de sua perna faltando.
"Você está me dizendo que passei através de três viagem pelo maldito deserto," disse ele suavemente. "Inúmeras missões como um SEAL. E a maneira que eu perco a porra de uma perna é por alguma MALDITA CADELA QUE PASSOU POR CIMA DE MIM?"
Estremeci quando a voz de meu irmão passou de suave e mortal para um rugido total.
"Eles a pegaram, embora. Ela foi pega em flagrante," Luke disse cansado atrás de mim.
Todos nós estávamos aqui a noite toda. Eu porque estava com Mercy. Luke e o resto deles dividiram seu tempo com Foster e Mercy, indo e vindo para entregar atualizações sobre os dois.
"E porque ela fez isso?" Foster perguntou.
"Vingança," respondi, andando cansado pelo quarto. "Ela odiava tanto Mercy, desde a primeira vez que a conheceu, que assumiu a responsabilidade de arruinar a vida dela. Ela matou Faris Blue depois que ele entrou no banheiro atrás de Mercy. Seu único raciocínio era de que ela 'não podia deixar que outro homem tivesse o que era de seu filho.'"
Foster rosnou uma maldição. "Que puta fodida!"
Assenti com a cabeça, olhando para a cama. No local vazio onde a perna de meu irmão deveria estar.
"Você está pronto para conversar com o médico?" Perguntei.
"Foda-se o médico," Foster rosnou. "Onde está Mercy?"
Eu sorri. "Na maternidade. Eles tiveram que monitorar o bebê enquanto você estava tendo seu pé cortado."
Ele piscou, em seguida jogou as cobertas da cama.
"Me tragam algumas muletas," ele ordenou.
Pisquei. "Você não pode se mover."
"Eu tive uma perna amputada; não sou um aleijado," ele retrucou.
"Deixe-me ir perguntar ao médico," falei hesitante.
Virando-me, saí para o posto de enfermagem e fui em direção ao primeiro médico que encontrei.
"Preciso que você venha falar com o meu irmão. Agora," pedi apressadamente.
O homem me olhou com suas sobrancelhas grossas com surpresa. "Quem é?"
No entanto, ele veio comigo, pegando o prontuário quando lhe disse o número do quarto.
"Sou um cardiologista, não um cirurgião ortopédico, mas vou tentar o meu melhor. Onde ele está?"
Ele me acompanhou até o quarto de Foster, mas estava vazio.
"Filho da puta," suspirei, e então disse: "Não importa. Sei onde ele está."
Encontrei-o exatamente onde pensei que ele estaria.
Na cama, junto com a minha esposa.
Sua perna ferida apoiada em um travesseiro no meio da cama.
Todos os seus cabos e drenos enganchados na cama e pendurados de maneira bagunçada ao seu lado.
Como ele conseguiu sair da cama estava além de mim, muito menos chegar aqui.
Ele sempre foi teimoso, nosso Foster. Se alguém pudesse enfrentar este obstáculo, seria ele.
Mercy chorava, apoiada no ombro de Foster, os olhos vertendo lágrimas enquanto ela pedia desculpas a ele uma e outra vez por 'trazer esse monstro em sua vida.'
"Está tudo bem, Mercy Me. Vamos chutar o traseiro dela, você e eu juntos. Linda nem se quer faz parte mais do nosso jogo. Estou feliz que você está bem," disse Foster, encostando a cabeça na dela.
No entanto, ela não viu a vingança em seus olhos. Não viu a raiva queimando profundamente.
Uma raiva tão pura e abrangente, que eu sabia que explodiria.
Era apenas uma questão de tempo.
***
Miller
Três meses depois
"Foster desenvolveu uma certa reputação em torno da cidade," Mercy disse, olhando para Foster enquanto ele mancava até a frente do restaurante.
Ele cambaleou por um momento, e nem uma única pessoa entrou em seu caminho. Ele teve literalmente todos, e quero dizer a todos, saindo da sua frente.
Isso porque as pessoas tinham um instinto bem afiado para evitar o perigo, e Foster era isso em poucas palavras.
Ele era um fio vivo de agressão e ressentimento acumulado.
Ele não culpava ninguém, exceto Linda, por sua condição, mas ele não estava dando mais nada a ninguém.
Foi-se o Foster despreocupado que ria de todo mundo, e em seu lugar surgiu um homem tão zangado com o mundo que ele mal podia funcionar.
Ele era agora conhecido na força como Crush.
Nós todos vimos o vídeo.
Foster foi, impossivelmente, o único a prender Linda.
Ela nos atingiu, e depois colocou seu carro em marcha à ré, batendo em Foster na sua tentativa de fuga.
Embora tivesse sido levado ao chão, ele certamente não permaneceu.
No vídeo você pode vê-lo levantar-se, usando apenas uma perna, e atirar nos pneus do carro.
Linda roda e bate em uma árvore, tudo no espaço de trinta segundos.
Foster salvou o dia, mas também perdeu a perna devido a uma lesão por esmagamento.
Daí o apelido 'Crush,' e toda a comunidade de Kilgore agora o conhecia como 'The Crush'. Na verdade, ele era muito bem conhecido como o ‘policial quente’ que multava todo mundo. Até as senhoras idosas.
"Por que você está sorrindo?" Mercy perguntou.
"Você vê aquela garota ali?" Perguntei, apontando para a cabine ao lado da porta.
"Sim," Mercy disse, voltando seus olhos para o velho e a jovem almoçando juntos.
A menina era uma cabeça quente.
Metade do departamento testemunhou quando ela entrou para protestar contra uma multa que Foster tinha dado a seu avô.
"Foster deu ao senhor uma multa ontem de manhã, e a neta veio para fazer uma reclamação. Ela enfrentou Foster como nunca tinha visto antes, e pensei que ele ia perder a sua recém-descoberta calma."
Eu ri, pensando sobre a reação que ele teve com ela. "Mas ele não se agarrou a ela, por pouco, e então ela bateu no ombro dele em seu caminho para fora".
Mercy assentiu, fascinada com a história.
Foster era o seu herói e ela o amava um bocado.
Às vezes eu tinha a nítida sensação de que ela favorecia Foster sobre mim, mas descobri que era apenas uma ligação especial que eles.
Ele agora estava vivendo conosco em tempo integral.
Levamos ele conosco no dia que recebeu alta, após sua amputação, mas ele ainda pagava aluguel, mesmo que ninguém morasse lá.
Esta era sua primeira semana de volta na força, mas ele ainda não tinha se requalificado para estar na equipe SWAT.
"Ele caiu, e ela só fungou, lançando uma risada por cima do ombro enquanto saía. Eu nunca, na minha vida, o vi tão louco como dessa vez. Nem mesmo depois que descobriu que Linda não estava indo para a cadeia, mas sim para uma avaliação psiquiátrica."
Há dois meses, o estado do Texas decidiu que a prisão não era o ajuste certo para Linda, e condenou-a a um hospital psiquiátrico de alta segurança, onde eles estariam monitorando ela para o resto de sua vida, sem possibilidade de sair em liberdade condicional.
O que serviu para todos nós. Ficamos felizes ao saber que ela nunca sairia novamente.
Nosso filho estaria seguro dela para sempre.
"Uh-oh," disse Mercy. "Ela está se levantando."
Tirei meus olhos do rosto de minha esposa e encontrei a garota praticamente rolando por entre as mesas para chegar a Foster.
"Ei! Você!" A garota gritou.
Foster congelou, e lentamente se virou para ela.
"Sim?" Perguntou Foster, sua feição impassível, não mostrando uma única porção de seus sentimentos.
As mãos de Foster foram para seus quadris enquanto ele olhava a garota.
"Você sabe alguma coisa sobre os pneus novos no carro do meu avô?" A menina acusou.
Foster não se mexeu.
Mercy inclinou-se mais perto, seu braço rodeando meus ombros para ficar mais confortável enquanto ouvia.
Sua barriga pressionava contra o meu braço, e senti a vida que criei agitando debaixo de sua pele.
Sorri, olhando para sua barriga quando levantei minha mão para descansar no pequeno inchaço.
"A que horas temos que ir para descobrir o sexo?" Perguntei, virando-me para estudar o rosto de Mercy.
Ela ganhou um pouco de peso desde que a conheci todos esses meses atrás, mas na minha opinião, ela parecia tão bonita agora, como sempre esteve. Se não ainda melhor.
Eu gostava da forma que o bebê a tinha mudado.
Especialmente quando se tratava de sua bunda e peitos.
A barriga não era uma desvantagem, também.
"Shhhh!" Mercy vaiou, cobrindo minha boca com a mão.
Revirei os olhos e voltei-me para examinar a briga ocorrendo no meio do Catfish Charlie's, assim como o resto do lugar estava fazendo.
"Bem, se foi você, não quero aceitar caridade, por isso, tirei os pneus do carro e mandei-os de volta para o vendedor. Se não foi você, então, que seja," disse a garota, virando-lhe as costas e pisando fora.
Foster a observou voltar para a mesa antes de se virar e fazer o seu caminho para nós.
Seu rosto era o que eu descreveria como ‘ameaçador.’
Bravo era apenas uma fração do que estava em seu rosto naquele momento. Foi-se a sua nova postura, legal. Em seu lugar estava o velho Foster. Aquele que estava nervoso e emocional.
Um que eu perdi.
Um que eu estava feliz que a garota puxou para fora.
No momento em que Foster se sentou, eu sorri para Mercy.
"Ele comprou a ela pneus," eu disse a ela.
Os olhos risonhos de Mercy se viraram para mim.
"Ele comprou os pneus para ela," ela confirmou.
"Vocês dois podem ir embora. Talvez se juntem àquela mocinha quando forem," Foster murmurou com raiva.
Sinceramente, como ele poderia esperar que eu não risse?
Isso era o que os irmãos faziam, certo?
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
Eu gosto da sua roupa ... ela vem com as botas de stripper também?
- Pensamentos secretos de Mercy
Mercy
"Tudo bem, tudo bem, tudo bem," o locutor, que era Bennett, gritou através do microfone.
Estremeci quando sua voz atingiu uma nota um pouco mais alta, mas ainda assim levantei a minha bunda grande e comecei a aplaudir.
Os bombeiros e os policiais de Kilgore estavam competindo para ver quem poderia levantar mais fundos para o leilão.
Eu, é claro, tinha que estar aqui dando apoio moral para o meu marido.
Marido.
Ainda me sentia tão estranha ao dizer, mesmo agora, cinco meses depois.
Parecia que foi ontem que nos conhecemos, e agora aqui estava eu, nove meses e meio depois, grávida do nosso filho em um leilão que ele me prometeu que venceria, e assim não teria que ir para a casa de uma estranha.
"Bem senhoras," Foster falou. "É a hora de todas darem uma olhada no que estarão recebendo. A primeira coisa que faremos é dar a vocês uma prévia. Por favor, senhoras, não agarrarem os homens de forma inadequada. Qualquer uma de vocês que quebrar essa regra será escoltada para fora das instalações. Compreendem?"
Isso é para mim, também? Quer dizer, se eu fosse a única a tocar o meu marido de forma inadequada, não seria escoltada para fora, seria?
Gostaria de vê-los tentar.
Seria muito engraçado eles fazerem isso sem me tocar. Algo que, se fizessem, Miller poderia perder sua cabeça como tinha feito na semana passada, quando tínhamos ido à delegacia.
Ele me pediu para esperar no corredor, enquanto entrava para revisar uma fita de um crime que havia presenciado na noite anterior. Como eu já estava ao telefone quando ele se foi, escolhi ficar do lado de fora da porta para não perturbá-lo. Quando terminei, olhei para cima e encontrei um oficial recente olhando feio para mim. Ele me explicou que teria que me escoltar para fora, pois não estava acompanhada por pessoal autorizado.
Quando tentei explicar a ele que eu estava à espera de Miller, ele gentilmente tomou a minha mão e começou a me levar embora.
Eu estava indo de bom grado, mas não fiquei surpresa ao saber que Miller não só assistiu a coisa toda pela câmera de vigilância, mas que também jogou toda a sua ira sobre o pobre rapaz, que estava apenas tentando fazer o seu trabalho.
Acabei me afastando, balançando a cabeça com admiração pela forma como Miller colocou o pobre homem para fora.
Juro que, quanto mais eu crescia por causa do bebê, mais protetor ele se tornava.
"Agora, por favor, deem aos nossos homens uma salva de palmas!" Bennett gritou, movendo seu braço de forma dramática, do tipo que um mágico faz quando revela seu grande ‘ta-da’, no final da mágica.
Eu diria que os homens eram mágicos em sua própria maneira de ser, entretanto.
Eles começaram a descer o 'T' no palco um a um.
Quando Miller finalmente fez o seu caminho para baixo, as mulheres começaram a gritar e gritar.
Oh, elas estavam gritando e gritando, pois Miller tornou-se uma espécie de celebridade local com a maneira como ele salvou aquela mulher e seu filho de seu carro que estava rapidamente afundando quando caiu no rio semana passada.
Quando ele chegou perto o suficiente de mim, gritei, "Sou voluntária!”
Ele sorriu diabolicamente para mim, soprando-me um beijo antes de se virar.
Ele não fez isso com graça como um modelo faria. Em vez disso, era todo incrível Hulk, virando-se e andando com pisadas fortes contra o chão do palco.
"Você é um idiota," Memphis provocou, me cutucando com o cotovelo.
Virei o rosto para o dela e sorri. "Aquele homem me faz sem vergonha.”
"Não," disse Reese, a esposa de Luke, sentando-se ao meu lado. "Ele faz de você uma puta."
Fiz grandes amigas com as mulheres da equipe SWAT, e não podia esperar para acumular mais e mais lembranças. Era como se tivéssemos uma enorme família de amor e apoio.
Quando um membro da SWAT gostava, ele amava muito.
Concordei com a cabeça. "Sim, para ele eu faria absolutamente qualquer coisa. Qualquer coisa. Se ele me pedir para latir como um cachorro enquanto nós fazemos aquilo, faria totalmente!"
Memphis explodiu em gargalhadas, rindo tanto que quase caiu da cadeira.
Reese cobriu a boca com a mão para controlar a risada, e fiquei na sensação que perdi alguma coisa.
"Ok," perguntei, virando-me para Memphis. "O que eu perdi?"
Memphis enxugou as lágrimas de seus olhos enquanto falava, finalmente, terminando com, "E nunca tive certeza se era Foster ou Miller. Acho que não preciso dizer que o você acabou de falar apenas me pareceu engraçado."
Enquanto ela falava, o meu humor murchou, tornou-se um rolo de emoções enquanto eu pensava sobre o que ela tinha acabado de me dizer.
"Você está brincando," finalmente consegui colocar para fora.
Memphis empurrou a cabeça. "Não. Eu juro. Pergunte a Miller se você não acredita em mim."
As luzes se apagaram e a música começou a sair dos alto-falantes de cada lado do palco, efetivamente cortando as perguntas que estavam queimando na ponta da minha língua.
Sentei-me na minha cadeira, cruzando os braços sobre a grande barriga, nem de longe de tão bom humor quanto eu estava momentos antes.
Ele seriamente não fez isso... não é?
***
Eu o ganhei, mas só de má vontade.
Quando o velho, aquele que Foster multou alguns meses atrás, tinha aumentado sua oferta para seiscentos dólares, fiquei muito tentada a deixá-lo ficar com ele.
Foi apenas seu olhar desesperado, selvagem que ele atirou na minha direção quando Bennett disse, 'Mais alguém' duas vezes que finalmente dei um lance por ele.
"Então você me ganhou, onde você está me levando?" Ele perguntou, passando o braço em volta dos meus ombros enquanto caminhávamos para o ar quente do verão.
"É uma surpresa," eu disse, entregando-lhe as chaves. " A surpresa é em casa, no entanto."
Ele pegou e abriu a porta para mim, oferecendo uma mão firme enquanto eu subia em sua camionete.
"Obrigada," agradeci sem fôlego. "Isso está ficando cada vez mais difícil de fazer!"
Ele suspirou. "Isso é porque você está... grávida de nove meses."
Minhas orelhas ficaram de pé, e virei-me para ele bruscamente.
Minha barriga grande liderando o caminho quando fiz.
"Você hesitou. Por que você hesitou?" Eu perguntei bruscamente.
Ele fez uma careta. "Eu ia dizer ‘grande’, mas achei que não soaria bem. Então mudei o que ia dizer."
Olhei para ele. "Você sabe," comecei a dizer, não sendo capaz de segurar minhas perguntas. "Memphis tinha algumas ... coisas a dizer sobre você hoje. E estou curiosa."
A cabeça de Miller caiu contra o volante.
"Não queria derrubar a parede abaixo quando eu estava fazendo isso. Era um pedaço frágil de merda. Eu realmente fiquei feliz por ela ter caído," Miller disse rapidamente.
Olhei para ele boquiaberta. "Você está me dizendo que derrubou a porra de uma parede enquanto estava fodendo, mas você não vai fazer o mesmo por mim? Quando isto aconteceu?"
Eu estava quente!
Ele não tinha feito nada mais do que sexo "lento e fácil" em todo o nosso relacionamento. Para não mencionar que está é a primeira vez que ouço qualquer coisa dele desde que nos conhecemos há nove meses atrás.
E embora eu o ame profundamente, não vou fodidamente quebrar! Eu queria meu sexo um pouco mais áspero do que estava recebendo dele, e tentei dizer isso de várias maneiras. Mas ele tinha uma lista de desculpas de um quilômetro e meio de comprimento, no entanto.
‘Não quero machucar o bebê’ e ‘Gosto de fazer lento com você’ foram duas das suas desculpas mais usadas.
"Eu... o que Memphis disse, exatamente?" Perguntou Miller, olhando para mim com cautela quando começou a nos levar para casa.
Cruzei os braços sobre a barriga, sentindo nosso filho mover debaixo de minhas mãos, e lhe dei o tratamento do silêncio.
"Mercy?" Ele perguntou novamente.
Continuei ignorando-o, fazendo um trabalho tão bom que adormeci depois de alguns minutos.
Só acordei quando Miller fechou a porta da camionete e saiu.
Ele começou a caminhar para o meu lado, mas saí do carro tão rápido quanto a minha barriga permitia.
"Mercy, por favor?" Miller gemeu.
Eu o ignorei e subi os degraus, tendo que parar meu avanço quando percebi que a porta estava trancada e eu havia deixado minha bolsa, bem como chaves, na camionete.
Miller, sempre cavalheiro, abriu a porta para mim, e eu prontamente entrei, a raiva queimando quente em mim.
Virando-me, comecei a acenar minhas mãos selvagemente. "O que é preciso para você me foder mais forte do que você faria com uma boneca de cerâmica?"
Miller congelou onde estava, jogando as chaves no pote em cima da mesa na entrada e virou.
Lentamente.
Oh, Merda.
"Primeiro de tudo, eu não fodo com bonecas. Eu fodo você. E tudo que você tinha a fazer, baby," ele começou a vir em minha direção, "Era pedir."
Engoli em seco quando me trouxe até ele, puxando-me pelo cabelo ao fazer isso.
Ofeguei, abrindo a boca para gritar, mas ele me impediu empurrando sua língua dentro da minha boca.
Ele fez bem ali.
No chão, na entrada.
Algo que nunca teríamos conseguido fazer se Foster estivesse lá.
Empurrando-me de joelhos, me firmando quando desci, ele arrancou fora o pau da sua calça jeans.
"Chupe," ordenou, puxando meu rosto para ele.
Olhando para ele, sentindo minha buceta praticamente gritar em excitação, eu o levei na minha boca.
Miller definiu o ritmo, começando lento e estável, mas aos poucos se movendo para duro e longo.
Ele usava meu cabelo para ajudar a guiar minha cabeça, fodendo em mim com abandono.
"Oh, Deus," disse Miller, olhando para mim.
Meus olhos se conectaram com os dele, presa ao olhar desesperado no seu rosto. Na forma como seus dentes trincaram em antecipação. A maneira como seus olhos brilhavam com a necessidade.
De repente, porém, ele simplesmente se foi.
Ele rasgou de minha boca, dando alguns passos para trás, colocando alguma distância entre nós.
“Você chupa meu pau como um fodido aspirador de pó. Abaixe as calças. Vire-se.”
Enquanto fazia essas coisas, fiquei de olho nele, me perguntando até onde ele iria.
E ir longe, foi o que ele fez.
Pisquei quando suas mãos foram para minha bunda, seus dedos separando minhas dobras quando afundou um dedo solitário completamente dentro da minha buceta.
Minha boca se abriu em um gemido quando o moveu dentro e fora de mim, lentamente.
Em seguida, sons úmidos e sufocantes foram ouvidos quando ele retirou seu dedo.
Deslizando seu pau na minha buceta, empurrou áspero para dentro, não me dando nenhum tempo para me recuperar de sua invasão, como sempre fazia.
Desta vez, ele começou a me foder com força.
Golpes duros, profundos e abrangentes, enquanto ele segurava meus quadris para impulsionar.
"Oh, Deus,” eu gemi, caindo em meus cotovelos em um impulso particularmente delicioso.
"Foda-se," Miller rosnou, bombeando cada vez mais forte.
Era o que eu sempre quis.
Miller explosivo.
O homem que não tentou colocar nenhuma reserva para não me machucar.
Ele se soltou, e eu gostei.
"Uhhh," ele gemeu. "Toque aquele lindo clitóris seu. Faça-se gozar ou gozarei sem você.”
As palavras que ele acabou de dizer me excitaram. Sabendo que tudo isso era para seu prazer me deu prazer, e eu explodi em chamas.
Desci junto com Miller em uma chuva de faíscas quando meu orgasmo explodiu através do meu corpo.
Seus impulsos atrás de mim se tornaram rápidos quando ele empurrou uma vez, duas vezes, e uma terceira vez dentro de mim antes de seu pau explodir. Sua liberação derramando dele e banhando meu ventre com tudo o que era Miller.
"Isso foi duro o suficiente para você, baby?" Miller perguntou enquanto se afastava lentamente.
Senti seu gozo escorrer pelo interior da minha coxa quando ele se retirou, e embora eu devesse parecer um naufrágio completo caída no chão ao seu lado, eu não dava a mínima de uma merda.
Eu estava fodidamente feliz. Bem e verdadeiramente feliz.
"Sim. Perfeitamente duro. Vamos fazer isso de novo em uma hora, certo?" Falei concordando.
Miller zombou respirando rápido. "Vou acreditar quando eu ver isso. Parece que me lembro de você dizendo que tinha uma surpresa para mim."
Sorri para ele, então ofereci a minha mão.
"Isso mesmo," eu disse enquanto ele me ajudou a ficar de pé. "Eu tenho."
***
"Uau, quem fez isso?" Miller perguntou baixinho enquanto passava a mão pela parede.
"Seus irmãos," respondi suavemente. "Tentei ajudar, mas eles não me deixaram."
Ele se virou e me pegou em seus braços. "Eu adorei."
Eu sabia que ele gostaria.
Era uma única linha azul ao redor do meio da sala.
A ‘linha azul fina’ era uma espécie de fraternidade. Quando você se tornava um policial, você entrava para uma família. Uma família que faria qualquer coisa por você e com você. Eles também protegeriam sua família se alguma coisa acontecesse.
"A águia na parede ali é apenas um adesivo. Vai sair quando estiver pronto," expliquei, puxando-o para olhar para a etiqueta da Marinha dos EUA que eu tinha feito.
"Isso é bom," ele disse, correndo os dedos sobre as bordas, inspecionando como foi feito.
Sorri, feliz que ele gostou.
"A última surpresa que tenho para mostrar está no seu quarto," eu disse, puxando-o junto comigo.
Nós fomos para a sua ‘caverna de homens.’
Não acho que originalmente era para ser uma caverna de homens, mas é o que acabou se tornando.
Foster e Miller passaram muito tempo 'refletindo' lá depois do acidente de Foster, e senti que eles mereciam ter algo especial. Então, os rapazes e eu trabalhamos nele desde a última sexta-feira, e eu finalmente terminei.
Acendendo a luz, afastei-me e deixei que ele visse tudo.
"Puta merda," Miller sorriu. "Você fez um bar para mim!"
Sorri amplamente. "Ele também tem três torneiras. Você pode colocar qualquer coisa que você quiser."
Seus olhos passearem pelo quarto.
O novo bar. A decoração militar. A grande bandeira americana na parede. As novas cadeiras de couro. A tela grande montada na parede.
"Puta merda," disse de novo, balançando a cabeça. "Como você fez tudo isso sem que eu soubesse?"
Dei de ombros. "Paciência. E Foster também ajudou bastante."
Os olhos de Miller se tornaram suaves, e ele me envolveu em seus braços por trás.
“Obrigado, querida," falou. "Eu te amo mais do que qualquer coisa."
"Mais do que suas armas e munição?" Brinquei.
"Muito mais. Como toneladas a mais. Mais do que a minha Shotgun News Magazine."
Eu sorri.
Viver com Miller não foi fácil nestes últimos meses.
Eu havia encontrado uma forma de brincar com ele sobre quase qualquer coisa. Minhas emoções um turbilhão, quando meus hormônios assumiram o controle do meu cérebro.
Eu sabia que fui rude em alguns momentos, mas eu realmente e verdadeiramente tinha o melhor marido do mundo. Um que lidaria com as minhas mudanças de humor louco, e esfregaria meus pés.
Um que me traria Donuts no seu horário de almoço porque eu estava com desejo e muito cansada para dirigir.
Um também que não vacilou quando a minha bolsa estourou molhando suas pernas e botas.
"Você não fez xixi em mim, não é?" Miller pediu em confirmação.
"Não," eu disse imediatamente. "Isso é negativo, Ghost Rider12."
***
“Quem diabos é Ghost Rider, e por que ela continua o chamando de filho de Satanás?" Foster perguntou do outro lado da cortina.
Quando dei um empurrão final na dor mais horrível que senti em toda a minha vida, não pude deixar de rir.
"O que é isso em todo o rosto dele?" Miller perguntou quando nosso filho foi puxado do meu corpo e, em seguida, sem a menor cerimônia colocado em meu peito.
Ele tinha uma mistura esbranquiçada de gosma sobre ele, que agora estava em todo meu peito e no vestido do hospital.
"Isso é o vernix, Miller. Isso sairá logo," respondeu a enfermeira Cheyenne, esfregando vigorosamente as costas do meu filho. "Veja, perfeito!"
Nós só percebemos depois de três horas das onze horas do meu trabalho de parto que Cheyenne era a esposa de Sam.
Cheyenne era uma bela loira, com cabelos quase até a bunda, mesmo com o rabo de cavalo solto que descia por suas costas.
Ela parecia uma deusa, enquanto eu me assemelhava a uma grande pilha de vômito de cavalo.
Miller mesmo assim curvou o lábio, dizendo a Cheyenne. "Isso é nojento."
Desnecessário dizer que Miller não aceitou muito bem o processo do parto.
Embora tivesse levado muito bem o estouro da minha bolsa sobre ele, não lidou muito bem com a dor, o sangue e.... outras coisas questionáveis que veio junto.
"Juro por Deus, é melhor você ter os seus bens cobertos, porque estou entrando!" Foster chamou de trás da cortina.
Olhei para o médico atualmente entre as minhas pernas. "Minhas partes de menina está exposta. Talvez você possa dar um pulo à lanchonete, comer alguma coisa e voltar depois?"
Ouvi alguns resmungos vindo do corredor, a partir da máquina de amendoim por trás da cortina, mas eles saíram, deixando o médico entre as minhas pernas, e a enfermeira ainda limpando o nosso filho.
"Eu vou fazer você mais apertada do que nunca," disse o médico chinês entre as minhas pernas. "Como se tivesse nascida de novo virgem."
Meu médico estava, naturalmente, fora da cidade.
Em vez disso, tive o médico de plantão cuidando de mim, e deixe-me dizer uma coisa, ele era fodidamente quente!
Ele foi o centro da festa, e havia comemorado junto comigo quando passei através da última contração.
"Ok, feito aqui. Perfeito para você, mais uma vez, meu caro senhor." Dr. Chen disse, batendo nas costa de Miller.
Fui rasgada, é claro. O bebê, era uma mistura perfeita de Miller e eu, mas valeu a pena, no entanto. Valeu cada lágrima derramada. Cada gota de sangue. Cada tremor doloroso.
Miller corou.
Realmente corou.
O bebê foi tirado do meu peito, e Miller o seguiu até o canto da sala onde o pesaram e tomaram as impressões dos pezinhos.
"Agora vamos levá-la e deixá-la limpa. Parece bom para você?" O assistente da enfermeira me perguntou quando eu estava livre de olhos curiosos.
Aproveitei a oportunidade para me limpar, enquanto o assistente trocava os lençóis.
"Tudo bem, agora é você! Há mais alguma coisa que posso fazer por você?", perguntou o assistente.
Antes que eu pudesse responder, no entanto, o médico que estava verificando o bebê começou a cantar.
“Happy birthday to you. Happy Birthday to you. Happy birthday dear baby. Happy birthday to you!”13
Lágrimas começaram a formar em meus olhos quando o médico beijou os pés do meu filho, e depois saiu sem mais uma palavra.
"Oh, Deus, isso foi tão doce!" Eu chorei.
Cheyenne sorriu. "Ele faz isso com cada bebê que entrega. Nunca falha," Cheyenne disse suavemente.
"Cara legal," Miller retumbou, os olhos ainda em nosso filho em seus braços.
"Tudo bem, vocês dois. Vou dar a vocês de meia a uma hora com este doce pacote de amor. Isso soa bem?" Cheyenne perguntou enquanto jogava seu estetoscópio em torno de seu pescoço.
Concordei com a cabeça, e ela saiu com um aceno de mão.
O silêncio prevaleceu quando Miller finalmente se dirigiu a mim.
Eu estava ficando doente do meu estômago.
Por um lado, eu queria segurar o bebê com todo o meu coração. Olhar seus traços, sentir seu cheiro. Beija-lo e sufocá-lo com amor.
O que eu não queria ver, no entanto, era qualquer sinal de Mitch nele.
"Você está pronta?" Perguntou Miller, sentando na beira da cama.
Acenei com a cabeça, segurando minha respiração enquanto Miller colocava nosso filho em meus braços, em seguida, levantou lentamente o boné em sua cabeça, e depois desembrulhou o pequeno corpo, em meu colo.
Então ofeguei.
"Oh não."
***
"Não posso acreditar que ele tem o queixo dos Spurlock. Ele até tem o seu cabelo encaracolado," minha mãe jorrou.
"Não acredito que você roubou o nome do nosso bebê!" Trance disse animadamente. "Esse era o nosso nome! Você roubou!"
"Oh, silêncio. Você está sendo ridículo," Sloan ralhou com seu filho do meio.
Micah bufou. "Sua mãe sabe como colocar você na linha. Mercy, deixe ela saber se precisar acertar os ponteiros. Esses meninos Spurlock são uma mão cheia. Mesmo depois que eles cresceram."
Sorri largamente e me aconcheguei no peito de Miller. Nosso filho, Samuel Adams, estava aninhado na cama entre nós. Seu corpinho perfeito de 2,5 kg encaixado perfeitamente na fenda entre nós como se ele fosse feito para estar lá.
Ele era uma réplica perfeita, embora menor, de seu pai, e eu estava tão feliz que mal podia conter meus sorrisos de felicidade.
"Eu te amo, Miller Genuine Spurlock," falei baixinho, roçando um beijo sobre sua mandíbula barbuda.
Ele se virou para mim, capturando meus lábios com os seus, enquanto dizia, “Eu também, baby.”
EPÍLOGO
Você vai trabalhar no Dia dos Namorados? Isso é bonito, vou ouvir a polícia digitalizar para que eu possa ouvir a voz do meu marido. Ah, é mais provável comer tudo que for comestível no refrigerador.
-Fatos da vida de uma esposa de policial
Miller
Dia dos Namorados, um ano mais tarde.
"Acabamos de fazer para Samuel uma irmãzinha, posso sentir isso," murmurei contra os lábios da minha esposa, girando meus quadris para afirmar minha reivindicação.
Ela gemeu e empurrou até que rolei para o lado, desprendendo dela em um gemido.
"Se nós fizemos, então você terá que ajudar com as fraldas. Estou farta de todo este negócio de fraldas," Mercy respondeu.
Bati no seu traseiro quando ela saiu da cama. "Vou ter que concordar em discordar."
Ela me jogou um ‘você não é tão divertido’ olhar por cima do ombro, e acendeu a luz em nosso banheiro.
Rolei para minhas costas e empurrei minhas mãos debaixo da minha cabeça, fechando os olhos e suspirando.
"Parece que você está cansado, quando sei que de fato você dormiu, e tirou uma soneca hoje," Mercy disse da porta do banheiro.
Ela estava escovando os dentes, a espuma do creme dental escorrendo pelo queixo.
"E como você sabe disso?" Perguntei em dúvida.
Ela sorriu. "O monitor do bebê."
Abri a boca, e depois fechei. "Como você sabe que fiz isso?" Perguntei, desconfiado.
"Você tem um aplicativo para ele em seu telefone. E não foi difícil descobrir qual o nome do usuário e senha. Tem sido o mesmo desde que conheço você," brincou ela, retornando a escovar os dentes.
Sorri sem arrependimento. "Você me pegou. Eu só gosto de ver você e Samuel durante o dia."
Ela encolheu os ombros. "Contanto que você perceba que a virada é um jogo justo."
Eu assenti. "Nunca tive a intenção de esconder isso de você, é só que você raramente precisou dele desde que você sempre usou o monitor portátil. Realmente nunca pensei em lhe dizer o que mais ele faz. Só descobri há alguns meses por acidente."
Ela encolheu os ombros e se virou para enxaguar a boca, enchendo um copo de água da pia antes que ela voltasse para o quarto.
Nua.
Meu pau começou a endurecer, mas a única coisa que fiz foi puxá-la para o meu lado quando ela subiu na cama.
Minha Mercy era uma trabalhadora.
Era dedicada ao seu trabalho, tanto em seu próprio negócio, bem como em sendo uma mãe.
Ela levava Samuel onde quer que fosse, no seu escritório ou meu local de trabalho. Os caras em seu emprego o amavam, e contando que fosse seguro, eu faria tudo para não colocar meu filho na creche.
Thump-thump
"Seu filho está acordado," ela murmurou no meu lado, soando meio adormecida.
"Deixo-o. Está tudo bem," eu disse tão cansado.
Havia algo sobre ter Mercy em meus braços que me fazia relaxar. Fazia-me liberar toda a tensão do dia, mesmo se tudo o que fiz durante o dia todo foi sentar em minha bunda e não fazer nada.
A porta do quarto se abriu, e ouvi o som distinto dos pés do meu filho batendo contra o piso de madeira, antes dele subir em nossa cama.
Ele não se incomodou em anunciar sua presença com a sua voz, só se jogou na cama entre nós, e se contorceu até que estava sob as cobertas, exatamente onde queria estar.
Nós tentamos desencorajar o ato quando ele tinha cerca de nove meses de idade, mas agora, com um ano e algumas semanas, ainda tínhamos que encontrar uma solução para isso, além de prendê-lo em seu quarto. Algo que nenhum de nós queria, então, deixávamos ele fazer o que quisesse.
Felizmente, apenas espero que, em poucos anos, ele comece a dormir em sua própria cama. Por enquanto, porém, eu estava feliz. Eu gostava de ter a minha família em meus braços. O sentimento era o suficiente para fazer o meu coração estourar.
***
Dia dos Namorados, um ano mais tarde
Não tenho certeza do que pensei que aconteceria, quando me casei com ela. Uma coisa que eu poderia dizer com certeza, no entanto, era que estava apaixonado por ela agora, tanto quanto como no dia em que nos casamos. Não há um dia que lamente ter me casado com ela.
Ela é uma mãe maravilhosa de dois filhos, uma esposa perfeita e solidária, uma mulher carinhosa e atenciosa.
Ficava impressionado diariamente com ela.
"Não posso acreditar que ela organizou este evento tão rápido," minha mãe disse ao meu lado. "É incrível."
Eu não também não podia.
Passando meu braço em torno dos seus ombros, puxei-a para perto de mim e descansei minha bochecha contra a parte superior de sua cabeça.
"Eu também não posso. Ela levantou mais de cinquenta mil dólares em pouco mais de três semanas. Agora cada pessoa no departamento de polícia tem um novo colete à prova de balas. Ela até conseguiu um para a unidade K-9 de Downy, Mocha," eu disse a ela. "Agora ela está fazendo uma festa de aniversário para o filho de Elton."
Eu ainda não podia acreditar.
Ela trabalhou duramente depois que outro oficial, um novato chamado Elton Beret, foi baleado no cumprimento do dever.
Mercy se tornara uma espécie de ‘mãe da classe’ da delegacia.
Ela cuidava de todos nós, assim como dos nossos filhos.
Samuel estava com dois anos, e era uma imagem perfeita de mim quando tinha a idade dele.
Sierra Nevada Spurlock foi a mais recente adição à nossa pequena família, e aos dois meses de idade, ela era a criança mais perfeita do mundo.
Claro, isso era uma questão de opinião, mas eu me sentia assim.
"Veja! Parece que Samuel encontrou uma mulher para chamar de sua," minha mãe disse, rindo alegremente ao meu lado.
Virei-me para encontrar Samuel na caixa de areia, jogando muito bem, ao lado da aniversariante.
"Você se saiu muito bem, meu rapaz. Estou muito orgulhosa de você," minha mãe disse calmamente, correndo seu dedo no nariz da minha filha.
Eu assenti.
"Obrigado, mãe."
"Obrigado por quê?" Mercy perguntou enquanto se aproximava de mim, envolvendo seu braço em volta do meu peito e dando-me um beijo.
"Ela está orgulhosa de mim por comer trinta e dois cachorros-quentes no carnaval que você organizou para o PD," menti.
Ela estreitou os olhos para mim.
"Não acho que isso conta como 'comer,'" ela falou fazendo aspas com os dedos. "Se você jogar tudo para fora vinte minutos depois de ter comido."
"Ei!" falei indignado. "Pelo menos fui mais longe do que Foster."
"Isso porque comi quarenta cachorros-quentes," Foster riu do outro lado da sala.
Discretamente soltei mais um pum.
Não discretamente o suficiente, no entanto, desde que recebi um tapa em ambos os ombros de duas das minhas mulheres favoritas.
O único outro que ultrapassou os dois foi a menina atualmente cagando suas calças em meus braços.
"Aqui, segure ela,” falei a minha mãe. "Tenho que ir ao banheiro."
Não dei vinte passos antes da minha mãe começar a gritar em minhas costas.
"Ei, menino!" Minha ordenou. "Volte aqui e troque este bebê!"
"Quem sente o cheiro em primeiro lugar, tem que trocar! Você conhece as regras!" Gritei de volta.
Foster e Trance bufaram quando cheguei ao bar.
"Ótimo," disse Foster.
"Eu tento," concordei.
Sentando-me, refleti sobre o quanto minha vida mudou em pouco mais de três anos.
Uma esposa. Duas crianças. Uma casa. Um trabalho estável.
Foda-se, me tornei domesticado.
Um gemido perfurou o ar, e olhei para ver o meu garotinho recebendo um golpe, caindo deitado, ela sobre ele.
Ele se livrou dela, finalmente, e veio correndo para mim como uma bola de fogo e energia. Seu pequeno coração estava quebrado, e quando o peguei em meus braços, me senti completo.
Tudo sobre este momento era certo.
Meus irmãos ao meu lado, felizes com sua própria família.
Os meus pais na minha frente, olhando para meu outro filho.
Em seguida, havia a minha Mercy. Meu tudo. Meu coração, alma e unidade, olhando fixamente para mim.
Eu te amo. Falei com meus lábios.
Ela piscou. Eu também, menino grande.
Em breve
Charlie Foxtrot; 03 de setembro de 2015
Capítulo 1
Não sei por que as pessoas pensam que sou um babaca. Sou a porra de uma de delícia de pessoa.
- Pensamentos secretos de Foster
Foster
"Preciso falar com o oficial que deu ao meu avô uma multa. Agora," ouvi estalar sobre o telefone.
Balancei a cabeça e levantei-me da cadeira. "Estarei aí em um minuto, Pat," eu disse firmemente, controlando minha raiva o melhor que pude.
Pattie Hightower era a recepcionista do escritório da frente que estava sentada atrás da parede de vidro. A primeira pessoa a estar em contato com o público em geral, assim que entrava no edifício.
Era um trabalho de merda, e não fazia o suficiente. Todos na delegacia eram culpados por abusar de sua gentileza, incluindo eu.
Mancando em torno da mesa, estremeci quando minha perna começou a familiar queimação dolorosa que normalmente acontecia quando trabalhava muito com ela.
O que eu havia feito hoje. O que fazia todos os dias, mas hoje me requalifiquei com a equipe da SWAT.
Executei o curso de obstáculos que cada novo membro potencial da SWAT tinha que fazer para ser aceito na equipe.
Estive anteriormente na equipe SWAT, mas um incidente no último Dia dos Namorados com uma cadela louca que tentou matar meu irmão, Miller, e minha cunhada Mercy me afastou temporariamente.
Linda Moose, também conhecida como Cadela louca, CB14 para abreviar, tentou passar seu carro em linha reta através de Mercy.
Na época, Mercy estava grávida do meu sobrinho.
Eu tinha visto seu pequeno corpo dobrar sobre o meu irmão, e antes que percebesse, estava correndo. Diretamente no caminho do para-choques da cadela estúpida.
A cadela mudou a trajetória, e eu também. Parei quando vi a minha frente a caixa de correio de tijolos.
Infelizmente, Linda não parou.
Ela voltou direto para mim, prendendo minha perna esquerda entre o para-choques e a caixa de correio de tijolos do inferno. Em seguida, ela tentou sair.
Pior para ela, minha arma estava na minha mão antes de sequer conseguir pensar.
Atirei nela através do vidro traseiro.
As duas primeiras balas tinham passado por seu ombro esquerdo, e a próxima arranhou o topo de sua cabeça. Ela parou após os meus últimos tiros irem para seus pneus.
Foi inconclusivo se ela desmaiou ao bater na árvore, ou pela bala na cabeça.
Independentemente disso, consegui detê-la antes que a minha perna finalmente percebesse que não havia muito mais para sustenta-la.
Eu havia caído no chão e prontamente desmaiado.
Então acordei numa cama de hospital dez horas depois, sem a perna, e com um mau humor perpétuo.
"Você teve um esmagamento," disse o chefe Rhodes, com olhos brilhando de tanto rir. Não me preocupei em responder.
De alguma forma tornei-me o motivo de chacota da corporação.
Eles pensaram que era engraçado chamar-me de esmagado.
Eu, por outro lado, pensava que era malditamente ruim.
Não precisava ser lembrado em uma base diária que perdi a minha perna. Bem, metade de uma perna.
Sofri uma amputação abaixo do joelho.
Que foi melhor do que, digamos, uma amputação acima do joelho. Independentemente disso, ainda era uma amputação e havia impactado muito a minha vida.
Testemunhei o fato todas as manhãs quando olhei para baixo. Toda manhã, quando montava a prótese em minha perna. Todas as manhãs, quando entrei no trabalho.
Minha prótese parecia a perna de alguém quando eu estava usando jeans ou calças compridas. O problema era, que todos na força, bem como na comunidade, sabiam que estava faltando uma perna. Sabiam da fraqueza que eu tinha.
"Não, só quero falar com ele. Não vai demorar mais que um minuto." Ouvi uma voz de mulher dizer quando alcancei o lobby.
Empurrando a porta fechada atrás de mim, parei atrás da mulher, examinando-a.
Ela estava com cerca de vinte oito ou vinte e nove
Figura cheia, quadris redondos, bunda perfeita. Pernas longas envolta de apertados jeans.
Cabelo encaracolado, loiro quase branco que ela estava usando solto correndo no meio das costas. As extremidades pareciam que tinham sido mergulhadas em tinta roxa.
"Posso ajudá-la?", perguntei a mulher.
Ela virou-se, estreitando os olhos no meu rosto, em seguida, no meu distintivo, arma, e postura antes de voltar novamente os olhos para mim.
Minha respiração ficou presa quando dei uma olhada em seu rosto.
Ela era fodidamente linda.
Seus olhos pareciam mel, derretido. Seus lábios suculentos, e ela tinha a fenda mais bonita que já vi em seu queixo.
E isso era algo para, já que o meu sobrinho e sobrinha tinham fissura no queixo. Isso era difícil de competir.
Eu queria tocá-la. Mal.
Mas então sua irritada atitude apagou qualquer desejo que surgiu.
"Você é o oficial Spurlock? Crachá número 654?" Ela perguntou, cruzando os braços sobre os seios.
Levantei minhas sobrancelhas para ela. Ela obviamente tinha feito sua lição de casa sobre mim.
Olhando para o meu crachá, apontei para ele com um dedo. "Este sou eu."
Ela veio para a frente, fechando a distância que deixei entre nós em milissegundos.
"Deixe-me dizer uma coisa, Oficial Spurlock. O que você fez foi desprezível," ela assobiou.
Levantei minha sobrancelha para ela. "E o que eu fiz, exatamente?"
"Você deu ao meu avô, um veterano e um bom homem, uma multa por estar portanto um canivete," ela cuspiu.
Pisquei.
Que porra é essa?
"Você está falando sobre aquele velho louco que estava empunhando uma faca de açougueiro para mim? Isso era tudo menos um canivete. Estava mais para um facão do que uma faca de bolso." Esclareci.
Seus olhos se estreitaram. "era uma faca de bolso."
Rangi os dentes e puxei o meu telefone do meu bolso. Mostraria a ela como não era um ‘canivete’.
Folheei as minhas imagens, passado as de meus irmãos que pensavam que era divertido postar uma foto de suas bundas no meu celular, sobre a pilha de latas de cerveja que tinha usado para fazer uma torre, e, finalmente, parando no que estava procurando.
"Será que isso," eu disse, segurando meu telefone para mostrar-lhe a imagem. "Parece como um canivete para você, senhora?"
Suas sobrancelhas baixaram em confusão. "N -não. Isso não é o que ele me disse... desculpe-me." Com isso, ela passou por mim.
Perdendo o equilíbrio, instintivamente coloquei o meu peso na minha perna ruim, e prontamente comi poeira.
A mulher tinha ido embora antes mesmo de eu bater no chão.
Eu era capaz de me segurar antes de fazer qualquer grandes danos à minha pessoa, mas não em tempo suficiente para evitar toda a estação de ver-me cair.
Havia homens alinhando atrás do balcão, todos os olhos arregalados olhando para mim, perguntando-se o que deveriam fazer.
Eu praticamente podia ouvir seus pensamentos.
Devemos ajudá-lo? Ele pode levantar-se por si mesmo?
Meu Deus. Aquela mulher só fez a queda do aleijado.
Estreitando meus olhos sobre eles, eu estava, certificando-me de que ninguém viu o quão estranho era realmente ficar de pé, e caminhar para fora da porta.
Uma vez que alcancei os degraus da frente, cruzei os braços e observei a mulher gritando com seu avô.
O velho que parecia o homem mais inocente do mundo. O homem que puxou a faca para mim mais rápido do que eu pudesse piscar.
Ele teve sorte, pois tudo o que lhe dei foi uma citação de armas.
Eu poderia o ter prendido por ameaçar um policial com a intenção de prejudica-lo.
Quando ela me viu, começou a marchar até as escadas, parando dois pisos abaixo de mim.
“Ele me diz que você está mentindo. Que não tinha nada mais do que sua faca de bolso," ela levantou uma porra de canivete.
Estendi a mão para ele, e ela cautelosamente colocou na minha palma.
Agindo rapidamente, pressionei a alavanca, desengatei a lâmina e assustei a merda fora dela.
“Isto," eu disse, segurando a minha mão para ela, oferecendo-lhe o cabo da lâmina. "É um canivete. Não uma faca de bolso. É também ilegal, porque é dupla face."
Ela olhou para a faca agora em sua mão, em seguida, ofereceu-o de volta para mim. "Fique com ele."
Peguei a arma de suas mãos, fechando a lâmina, e empurrando-o no bolso.
"Que porra, vovô! Isso é ilegal, também!”
Ouvi pouco antes dela entrar em seu Camaro de modelo dos anos noventa e fechar a porta.
Não consegui segurar o sorriso que se surgiu no meu rosto.
Pela primeira vez em meses, eu tinha algo para sorrir!
Lani Lynn Vale
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