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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


FERIDOS DE AMOR / Brenda Jackson
FERIDOS DE AMOR / Brenda Jackson

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblio VT

 

 

 

Tara Matthews odiava casamentos

E tinha conseguido os evitar até o momento em que conheceu a família Westmoreland. Após, tinha assistido a dois casamentos em um ano e meio. Inclusive tinha sido dama de honra quando sua boa amiga, Delaney Westmoreland, casou-se com um xerife do deserto fazia quase dezoito meses.

E esse dia, ao igual a todos os convidados no grande salão do hotel Sheraton de Atlanta, estava ali para celebrar o casamento do irmão do Delaney, Darei Westmoreland, com a mulher a que amava, Shelly Brockman.

O pior de tudo, pensou Tara olhando a seu redor, era que, realmente, não podia queixar-se de ter tido que assistir a ambos os casamentos. A família Westmoreland se converteu no mais parecido a sua própria família desde aquele dia fatal do mês de junho dois anos atrás. Foi o dia em que ela mesma ia casar se: permaneceu de pé, diante do altar enquanto o homem ao que amava, o homem que ela acreditava que correspondia a seu amor, anunciou aos trezentos convidados que a cerimônia não podia celebrar-se porque estava apaixonado por outra mulher, a dama de honra, a amiga da Tara desde fazia quinze anos. Esse mesmo dia, Tara partiu do Bunnel, na Florida, doída e humilhada, depois de jurar a sua família que jamais retornaria.

E, até o momento, tinha completo o juramento.

Uns dias depois do incidente, aceitou um posto de pediatra em um hospital do Bowling Green, em Kentucky. Partir de sua cidade natal destroçou o sonho que compartilhava com seu pai de trabalhar juntos na clínica pediátrica.

No hospital de Kentucky conheceu o Delaney Westmoreland, outra pediatra, que se converteu em seu melhor amiga. Também fez amizade com quatro dos cinco irmãos do Delaney, todos maiores que ela: Darei, Stone, e os gêmeos Chase e Storm. Pelo contrário, o primeiro encontro com o Thorn, o quinto irmão do Delaney, foi bastante desagradável e, após, ambos se evitavam. Thorn Westmoreland, de trinta e cinco anos e um metro noventa de estatura, além de tremendamente bonito, era o último homem no mundo com o que queria tratar; sobre tudo, tendo em conta que cada vez que lhe via não podia evitar pensar em velas, corpos nus e lençóis de seda.

—Vou ao banho -sussurrou ao Delaney, que se voltou, assentiu e lhe sorriu.

Tara lhe devolveu um sorriso de cumplicidade, notando que a mulher que falava com o Delaney não lhe estava deixando pronunciar palavra. Olhou-se o relógio para ver quando poderia partir dentro de um tempo razoável. Depois, saiu ao corredor que dava aos banhos.

Tara pensou no fato de que, no prazo de um mês, ia ser transferida a Atlanta. Tinha tomado a decisão devido a que um médico casado e maior que ela, com um posto de direção no hospital, estava obcecado querendo levá-la à cama; desde que lhe tinha se relacionado, estava sendo impossível a vida no hospital. Para evitar uma denúncia por perseguição sexual, o hospital tinha decidido transferi-la a Atlanta.

Quando saiu do banho, Tara estava colocando o carmim de lábios na bolsa, por isso não advertiu a presença do homem que acabava de sair do banho de cavalheiros até que se chocou com ele.

-Perdoe. Estava distraída... interrompeu-se ao ver que o homem com o que se chocou era Thorn Wesmoreland, que parecia tão surpreso de vê-la como ela de lhe ver ele.

-Olá, Thorn.

-Olá, Tara.

-Perdoe, não estava olhando por aonde ia.

Thorn, sem lhe responder, ficou olhando fixamente. Tara decidiu não seguir esperando uma resposta e se dispôs a afastar-se dele. Deu um passo e, inesperadamente, Thorn lhe agarrou o braço, detendo-a. Ela olhou a mão do Thorn e logo lhe cravou os olhos no rosto com um significativo olhar.

-Pode me soltar, Thorn.

Mas, em vez de soltá-la, Thorn murmurou algo em tom gutural, umas palavras que lhe resultaram parecidas com «Duvido que possa».

Então, de improviso, Thorn baixou a cabeça e lhe capturou os lábios com os seus.

O primeiro que Tara pensou foi que devia apresentar resistência; depois, uma segunda idéia se apoderou dela: possivelmente o melhor fora responder a seu beijo e, com isso, conseguisse quebrar o feitiço que Thorn exercia sobre ela do momento em que se conheceram. Nunca um homem lhe tinha atraído tanto, incluído Derrick Hayes, o homem com o que tinha estado a ponto de casar-se.

O terceiro que pensou foi que Thorn Westmoreland sabia beijar. O contato daquela língua com a sua a fez estremecer-se de paixão. Sentiu algo capitalista e assustador. Gemeu brandamente quando ele aprofundou o beijo.

Thorn lhe agarrou as nádegas e, instintivamente, ela se aproximou a aquele poderoso e excitado corpo. Quando lhe rodeou o pescoço com os braços, Thorn arqueou as costas, levantou-a do chão e a estreitou contra si: coxa contra coxa, assumo contra peito.

Por fim, quando Thorn lhe soltou a boca e a voltou a deixar no chão, ambos respiravam entrecortadamente. Thorn continuou rodeando-a com seus braços e começou a lhe mordiscar a garganta e o queixo antes de voltar-se para dar procuração de sua boca com veemência.

Chupou-lhe a língua tenra, lenta e apaixonadamente, como se dispusera de todo o tempo do mundo para fazê-la enlouquecer de paixão. Era como uma descarga que lhe correu por todo o corpo e a fez gemer de um prazer insuspeitado até então.

Quando ele interrompeu o beijo uma vez mais, Tara se apoiou fracamente em seu peito pensando que, em seus vinte e sete anos de vida, ninguém a tinha beijado assim nunca.

Pouco a pouco, recuperou a razão e lhe sentiu apertar as mãos dela. Tara lhe tirou as mãos dos ombros e, ao lhe olhar aos olhos, viu ira neles. Ao parecer, Thorn estava zangado consigo mesmo por havê-la beijado, e zangado com ela por haver o permitido.

Sem pronunciar palavra, Thorn se deu meia volta e partiu. Não olhou atrás. E, quando ele desapareceu de sua vista, Tara respirou profundamente, ainda sentindo a paixão daquele beijo.

Nervosa, umedeceu-se os lábios e se esforçou por recuperar a compostura, mais decidida que nunca a continuar evitando-o como se fora a peste.

Dois anos atrás tinha aprendido uma dura lição: o amor e a felicidade não eram para ela.

 

 

 

 

                                                   Capítulo Um

Três meses depois

Tinha um corpo feito para o pecado, e Thorn Westmoreland estava a ponto de morrer ante tal visão.

Esboçou lentamente um sorriso. Era perfeita, era um sonho feito realidade. Toda ela excitava os sentidos e fazia fluir a adrenalina grosseiramente.

Contemplou-a com reverência, notando-se em todas e cada uma de suas magníficas linhas. Era uma obra de arte: estilizada, bem feita, de curvas e ângulos perfeitos, e incrivelmente tentadora. voltava-se louco por montá-la e lhe dar a carreira de sua vida.

Com um formigamento no estômago, estendeu a mão e a tocou com suavidade. Estava esperando-o...

-Né, Thorn, leva pelo menos dez minutos olhando a moto e babando. Não te parece que deveria tomar um descanso?

O sorriso desapareceu do rosto do Thorn e, sem voltar-se para ver quem tinha falado, respondeu:

-A loja está fechada, Stone.

-Você está aqui, o que significa que está aberta -disse Stone Westmoreland aproximando-se de seu irmão até colocar-se diante dele.

Thorn estava de pé diante da motocicleta que tinha construído, sua última criação, a Thorn-Byrd RX1860. estenderam-se os rumores de que a Harley não podia comparar-se em desenho a Thorn-Byrd RX1860 e a Funda não podia comparar-se o tampouco em velocidade. Stone não duvidava da veracidade de ambas as hipóteses; ao fim e ao cabo, tratava-se de outra das criações do Thorn. A seu irmão tinha levado um ano inteiro construir aquela motocicleta, cinco meses mais do que estava acostumado a demorar. Vinham de todas partes do país a fazer pedidos ao Thorn, dispostos a pagar os altos preços daquelas motocicletas. Todo mundo sabia que Thorn não só se jogava sua reputação e seu nome com cada uma de suas motos; também punha nelas seu coração.

-Por que fechaste tão cedo? -perguntou Stone, ignorando o franzido cenho de seu irmão.

Conhecia o Thorn o suficiente para ignorar seu mau humor.

-Porque queria estar tranqüilo e depravado um momento. Não sabe o que me arrependo de lhes haver dado todas as chaves da loja.

Stone lhe sorriu travesso: sabia que Thorn se referia a seus outros três irmãos e a ele.

-Foi uma das melhores idéia que tiveste nunca. Qualquer dia poderíamos te encontrar enterrado sob uma pilha de cromo e metal.

Thorn elevou os olhos ao teto.

-Não te passou pela cabeça que também poderia me pilhar na cama com uma mulher?

-Não.

-Pois cabe a possibilidade, asseguro-lhe isso. A próxima vez, chama antes de entrar -disse Thorn.

Como passava muitas horas na garagem, seu escritório tinha todas as comodidades de uma casa, incluído um dormitório com uma cama. Também tinha um pequeno ginásio para manter-se em forma.

-Tratarei de recordá-lo -respondeu Stone rindo.

Seu irmão tinha fama de ladrar e morder ao mesmo tempo. Thorn podia ser difícil de tratar quando o propunha. Tampouco se podia esquecer o incidente com o Patrice Canady uns anos atrás, a causa do qual Thorn ficou em contra do mundo inteiro por uma mulher. Além disso, terei que ter em conta a política do Thorn de excluir o sexo de sua vida enquanto se preparava para uma carreira; e como se inscrito para participar de várias carreiras aquele ano, estava de pior humor que de costume. Ao igual a ocorria a muitos atletas, Thorn acreditava que o sexo antes de uma competição subtraía energia ao corpo e dificultava a concentração.

Não obstante, em opinião do Stone, o que Thorn precisava era meter-se na cama com uma mulher.

-Por que veio, Stone? Não tem que terminar um livro? —perguntou Thorn a seu irmão.

Aos trinta e três anos, Stone era um famoso autor de novelas de intriga que assinava com o pseudônimo do Rock Maçom.

A pergunta do Thorn recordou ao Stone o motivo pelo que tinha ido à oficina de seu irmão.

-Não, acabo de terminá-lo; o enviei a meu editor esta manhã. vim para te recordar que temos uma partida de cartas hoje às sete e meia.

-Não me tinha esquecido.

-E para te dizer que vai ser em outro sítio. Esta tarde não vamos casa de Darei, como tínhamos pensado, devido a que se cancelou a viagem do AJ. E como pode supor, não queremos que Storm fique a soltar maldições quando começar a perder e nosso sobrinho as acrescente a seu vocabulário.

Thorn assentiu.

-Sim, compreendo-o. Nesse caso, onde vai ser hoje a partida?

-Em casa da Tara.

Thorn, olhou a seu irmão e diminuiu os olhos.

-por que demônios vamos jogar às cartas em casa da Tara?

Stone se esforçou por não sorrir. Seus irmãos e ele tinham aceito o convite da Tara a jogar às cartas em sua casa porque sabiam que enfureceria ao Thorn, conscientes dos esforços de este por evitá-la.

-A razão pela que vamos jogar em sua casa é porque, como agradecimento por lhe haver ajudado a fazer a mudança, há-nos convidado.

-Eu não lhe ajudei a fazer a mudança.

-Porque o fim de semana passado estava em uma carreira.

Thorn apoiou um quadril na mesa e decidiu não lhe dizer ao Stone que, embora não tivesse estado ausente, não teria ajudado na mudança. Estar ao lado da Tara era uma tortura para ele; além disso, não queria recordar a forma como a tinha beijado no casamento de Darei. Se seus irmãos soubessem de que a tinha beijado, jamais o deixariam em paz.

Thorn respirou profundamente e olhou a seu irmão com dureza.

-por que não vamos jogar às cartas a sua casa?

-Porque a estão pintando.

-E a casa do Chase? -perguntou, refiriéndose ao irmão que tinha um restaurante no centro da cidade de Atlanta. Chase era o gêmeo do Storm.

-Esta muito desorganizada.

-E a do Storm?

-Chamam-no muitas mulheres e não poderíamos jogar em paz.

Thorn voltou a suspirar. Aos trinta e dois anos, Storm, o menor dos gêmeos, era bombeiro de dia e mulherengo de noite.

-Nesse caso, por que não jogamos a partida em minha casa?

Stone se se pôs a rir e sacudiu a cabeça.

-Isso nem sonhá-lo. Você nunca tem comida na geladeira nem tampouco cervejas suficientes. Bom, vais vir ou o que?

Thorn franziu o cenho.

-Pensarei.

Stone sorriu para si. Thorn jamais perderia uma partida se podia.

-De acordo. Se vier, bem; e se não vir, também. Ganharei eu sozinho o dinheiro ao Storm. Thorn voltou a franzir o cenho.

-Nem o sonhe! Stone sorriu.

-Nesse caso, verei-te em casa da Tara -disse Stone com gesto desafiante.

Tanto se Thorn o admitia como se não, seus irmãos sabiam que Thorn não podia resistir um desafio, e o maior desafio para ele era uma bonita mulher chamada Tara Matthews.

O telefone da Tara tocou.

-Sim, Susan?

-A senhora Lori Chadwick veio a vê-la, doutora Matthews.

Tara arqueou as sobrancelhas, perguntando-se por que teria ido Lori Chadwick a sua consulta. O marido daquela mulher, o doutor Martin Chadwick, era o chefe do departamento de pediatria e um médico muito importante no hospital. Também era seu chefe.

-Pode passar, por favor.

Tara sorriu quando Lori Chadwick entrou na consulta. Como de costume, essa mulher, maior que ela, tinha um aspecto excepcional. Por todos eram conhecidos os esforços do Lori Chadwick por arrecadar recursos para o hospital e, a julgar pela nova seção para meninos do hospital, lhe dava muito bem.

-Tudo bem, senhora Chadwick? -disse Tara lhe oferecendo a mão.

-Querida doutora Matthews, é um prazer voltá-la para ver.

-Obrigado -com um gesto, Tara indicou a cadeira diante de sua mesa de despacho-. Eu também me alegro de vê-la.

A última vez que tinha visto o Lori Chadwick foi umas semanas atrás durante uma festa de arrecadação de fundos. Tinha sido a primeira função a que tinha assistido desde sua transferência a Atlanta e seu ingresso no hospital universitário Emory.

Lori Chadwick sorriu.

-Já sei que está muito ocupada, doutora Matthews; portanto, irei diretamente ao grão. vim para lhe pedir ajuda com respeito a uma arrecadação de fundos que estou preparando.

Tara se sentou detrás de seu escritório e devolveu o sorriso ao Lori Chadwick, adulada de que aquela mulher tivesse ido a ela. Uma das primeiras coisas que outros médicos do hospital lhe tinham advertido era não ficar a malotes com o Lori Chadwick. A senhora Chadwick sentia autêntica paixão pelo que fazia e esperava o mesmo entusiasmo por parte de outros.

-Estarei encantada de lhe ajudar. O que é o que tem pensado fazer exatamente?

-Pensei fazer um calendário que gere muito interesse, estou segura de que venderia bem. O dinheiro que se arrecadasse com a venda dos calendários iria a Mundo Infantil.

Tara assentiu. Mundo Infantil era uma fundação que oferecia a possibilidade de cumprir sonhos para meninos com enfermidades terminais; como, por exemplo, fazer uma viagem a qualquer parte do mundo. Os recursos da fundação procediam de dinheiro arrecadado em atos de caridade.

-E tem alguma idéia sobre o que seria o calendário? —perguntou Tara, interessada na proposta da senhora Chadwick.

-Sim. Vai se tratar de um calendário com homens bonitos —respondeu a mulher rindo—. Não sou tão major como para não apreciar um bom físico.

É obvio, com gosto, nada grosseiro. Estou segura de que se venderá como rosquinhas. Mas quero que os homens que apareçam no calendário sejam de profissões variadas, ao igual a de orígens distintos. consegui que alguns se comprometam a aparecer no calendário, mas ainda ficam alguns... é por isso por que vim vê-la. Há um nome que várias mulheres me sugeriram e, conforme tenho entendido, é amigo dele. Tara arqueou as sobrancelhas.

-Meu amigo?

-Sim.

-A quem se refere?

-Ao Thorn Westmoreland, o piloto de motos. Conforme me comentaram, é muito bonito e gosta da velocidade. Faria justiça ao calendário.

antes de que Tara pudesse recuperar-se da surpresa e lhe dizer ao Lori Chadwick que Thorn não era seu amigo absolutamente, a mulher lhe sorriu radiantemente e acrescentou:

-Conto com você, doutora Matthews, para convencer ao senhor Westmoreland de que aceite posar para o calendário. Sei que não vai nos decepcionar, nem a mim nem a Mundo Infantil.

 

Aquele mesmo dia pela tarde, Tara elevou a cabeça para ouvir alguém bater na porta. depois de limpar-se restos de massa das mãos, olhou o relógio do forno. Eram as sete passadas, mas a partida não ia começar até as nove. Cruzou a sala de estar e, ao chegar à porta, olhou pela mira.

Thorn!

Se não recordava mal, Stone lhe havia dito que Thorn não ia. De repente, o coração começou a lhe pulsar com força.

Devagar, abriu a porta. Ao vê-lo com o casco da moto no braço, as pernas lhe tremeram. ficou quase sem respiração ao vê-lo adotar a pose mais sensual que tinha visto em um homem. Era uma postura que a qualquer mulher assobiaria vê-la em um calendário; sobre tudo, na classe de calendário que Lori Chadwick se propunha fazer.

O calor do intenso olhar dele se assentou em seu estômago e o coração lhe pulsou ainda com mais força. Tara fez um esforço por não fixar-se nos ajustadas calças do Thorn, nem na jaqueta de couro, nem no brilhante que adornava seu ouvido. Mas isso só lhe deixava o rosto, o que era devastador. Thorn levava o cabelo muito curto e tinha a pele marrom acobreado, seus olhos pareciam cetim negro; o nariz era firme e os maçãs do rosto proeminentes. Mas era a boca o que capturou toda sua atenção...

Tara recordou aquela boca unida à sua, seu sabor. Era uma boca enche, generosamente curva e extremamente excitante. De repente, pensou que jamais lhe tinha visto sorrir. Em sua presença, Thorn sempre tinha o cenho franzido.

Como agora.

Inclusive como a noite que a beijou.

Tara suspirou, queria esquecer aquela noite, embora sabia que não poderia fazê-lo nunca.

-Thorn, o que está fazendo aqui? -perguntou ela depois de esclarecê-la garganta.

-Não vai haver uma partida de cartas aqui esta noite? -respondeu Thorn com uma voz sensual.

Tara voltou a pigarrear quando ele arqueou uma sobrancelha em espera de sua resposta.

-Sim, mas é mais tarde. A partida é às nove.

-Às nove? Estou quase seguro de que Stone me disse que começava às sete e meia -Thorn se olhou o relógio—. De acordo, voltarei mais tarde.

Depois dessas palavras, voltou-se para partir.

-Thorn...

O se deu meia volta e a olhou.

-Sim?

Tara sabia que era um bom momento para falar do calendário com ele. O tinha comentado ao Chase Westmoreland quando este se passou pelo hospital depois da entrevista com a senhora Chadwick, Chase lhe havia dito que não via motivo pelo que não deveria pedir o favor ao Thorn; ao fim e ao cabo, o calendário era para arrecadar recursos para uma fundação sem ânimo de lucro. Não obstante, tinha-lhe advertido que lhe custaria bastante convencê-lo já que Thorn detestava todo tipo de publicidade que se centrasse em sua pessoa. Segundo Chase, a última vez que Thorn se havia visto envolto em um assunto de publicidade tinha acabado em uma infernal relação amorosa. Chase se tinha negado a lhe dar mais informação a respeito, lhe aconselhando que perguntasse ao Thorn se queria saber mais sobre o assunto.

-Pode esperar aqui aos outros se quiser. Só falta uma hora e meia para as nove —disse ela.

-Não, obrigado —respondeu Thorn imediatamente—. É mais: lhes diga a meus irmãos que troquei que idéia e que não vou dever jogar às cartas.

Tara lhe viu montar-se na moto, colocar o casco e sair dali como se o levassem os demônios.

«Isto é o mais parecido a fazer o amor com uma mulher», pensou Thorn.

Baixando o torso, tomou uma curva. O ruído do motor o acalmou e lhe fez pensar nos gemidos de prazer de uma mulher na cama. Era o mesmo som que gostaria de ouvir saindo dos lábios da Tara.

A pesar do ar frio de janeiro em Atlanta, tinha calor. Sentia uma ardente sensação lhe percorrendo o corpo, uma sensação que se repetia invariavelmente cada vez que via a Tara. Pensou nela, com calças jeans e camiseta, ao lhe abrir a porta. O pequeno e curváceo corpo dessa mulher, sua pele cor mogno, seus olhos marrons e sua curto cabelo lhe distraíam e lhe atraíam irremediavelmente. Não compreendia por que o deixava quase sem fôlego.

Desde o começo, inclusive quando ela vivia em Kentucky, tinha-lhe feito acontecer noites em vela; e, quando dormia, sonhava com perigoso e inacabável sexo. As duchas de água fria se converteram em um costume.

Não cessava de lhe assaltar a lembrança do dia em que se conheceram. Ele tinha ido a casa de sua irmã Delaney, onde seus quatro irmãos estavam jogando às cartas; Delaney não estava e nenhum de seus irmãos sabia onde se colocou nem quando retornaria. Ele acabou perdendo a paciência e, quando estava a ponto de estrangular a seus irmãos, Tara, com seus sensuais curva e extremamente atrativa, saiu da cozinha, enfrentou-se a ele e declarou que não tinha direito a interrogar assim a seus irmãos sobre o paradeiro do Delaney. Também lhe deixou muito claro o que pensava de suas maus maneiras. Enquanto lhe lançava aquele discurso, ele não pôde deixar de imaginar-se a si mesmo arrastando a à habitação mais próxima para despi-la e lhe fazer o amor.

A intensidade de seu desejo lhe aterrorizava. prometeu-se a si mesmo não lhe permitir a nenhuma mulher exercer semelhante poder sobre ele, e se mantinha firme em sua promessa. Não ia permitir.

E lhe tinha convidado a esperar durante uma hora e meia a que chegassem seus irmãos para jogar a partida! Impossível não perder a razão com ela a seu lado durante esse tempo.

Voltou a baixar o corpo para tomar outra curva, deleitando-se na liberdade e a excitação que isso lhe produzia. Assim seria como faria o amor a Tara.

Sim, o ia fazer.

Tinha estado reprimindo sua paixão; entretanto, o que precisava era liberar-se. O que tinha que fazer era deixar de fugir e enfrentar-se à situação se queria livrar-se daquela obsessão.

A próxima carreira de motos em que participaria ia ser na Daytona Beach, ao cabo de sete semanas somente. Sete semanas mais de vida celibatário.

Enquanto isso, prepararia a Tara para aquele momento, faria-o como preparava os motores das motos. Não obstante, apesar das similitudes, não lhe cabia dúvida de que deitar-se com a Tara ia ser uma experiência única.

Sorriu para si. Tinha chegado o momento de que Tara e ele deixassem de evitar-se mutuamente e, em vez de desperdiçar tanta energia, aproveitassem-na como deviam.

 

                                                       Capítulo Dois

Tara ouviu o timbre da porta justo no momento em que estava abrindo o forno para tirar outra bandeja de massas.

—Stone, poderia abrir a porta, por favor? -gritou da cozinha enquanto os irmãos Westmoreland preparavam a mesa na sala de estar para a partida de cartas.

-Sim, claro -respondeu Stone. Ao abrir, Stone arqueou as sobrancelhas quando viu o Thorn.

-Tara nos havia dito que tinha decidido não dever jogar esta noite -Stone se tornou a um lado para lhe permitir o passo a seu irmão.

—Mudei de idéia —respondeu Thorn-. por que tem aberto você a porta em vez da Tara?

Stone sorriu. Não conseguia acostumar-se aos ataques de ciúmes do Thorn; sobre tudo, porque Thorn não era consciente disso.

—Porque Tara está ocupada na cozinha. E agora, será melhor que nos ajude a preparar a mesa de jogo.

-E outra coisa, não me havia dito que a partida ia começar às sete e meia? —perguntou Thorn olhando fixamente a seu irmão.

Sem alterar-se, Stone respondeu:

-Não o recordo. Deve me haver entendido mau.

No momento em que Thorn entrou na cozinha, Tara se separou da pia e seus olhos se encontraram. Ela tragou saliva antes de dizer:

-Não havia dito que não foste vir?

Thorn se apoiou no mostrador da cozinha e continuou olhando-a. A julgar pelos nervos com os que estava agarrando o trapo da cozinha, era evidente que sua presença afetava a Tara.

-Troquei que idéia -respondeu Thorn sem apartar os olhos dos dela.

Agora que tinha decidido não seguir evitando-a, deu-se conta imediatamente de que havia algo entre eles dois e se perguntou se Tara também era consciente da situação. Sorriu para si ao sentir que assim era. Foi Tara quem rompeu o contato visual e, rapidamente, cravou os olhos no chão da cozinha.

-Pode ganhar muito dinheiro esta noite e, ao final, decidi que por que não tentar ser eu quem ganhe —acrescentou Thorn.

Stone elevou os olhos ao teto.

-Vai ajudar a preparar a mesa ou vais seguir aqui na cozinha fazendo não sei o que?

Thorn se voltou para seu irmão e franziu o cenho ligeiramente.

-Já que tem a boca tão grande, Stone, me vou fazer o firme propósito de te depenar a ti antes que a outros para que volte para sua casa com os bolsos vazios.

-Sim, muito bem, o que você queira —respondeu Stone.

Thorn voltou a cativar os olhos da Tara com uma força que, estava seguro, ela não podia deixar de sentir. Por fim, satisfeito com a reação dela, saiu da cozinha atrás do Stone.

logo que Thorn e Stone saíram da cozinha, Tara se apoiou no mostrador quase sem respiração, perguntando-se se Stone não teria notado as vibrações entre o Thorn e ela. A intensidade do olhar do Thorn tinha sido tão potente como o beijo do Thorn de fazia meses, do que ainda não se recuperou.

Mas tinha que esquecê-lo.

Do incidente com o Derrick, havia jurado a não intimar com nenhum homem emocionalmente. Tinha amigos e saía com eles; entretanto, logo que demonstravam estar interessados em manter com ela algo mais que simples amizade, não vacilava em romper com eles. Do momento de conhecê-lo, deu-se conta de que Thorn era perigoso. Não obstante, embora se sentia extremamente atraída por ele, tinha acreditado poder conseguir controlar a situação...

Até o dia em que a beijou fazia uns meses.

Agora, não se sentia em controle e tampouco segura. Esse homem era uma tentação e um pecado. Quase um vício. Mas não tinha intenção de fazer-se viciada nele e sabia o que tinha que fazer. Mais ainda, sabia o que não devia fazer: não podia permitir que Thorn pensasse que tivesse interesse algum nele.

Curiosidade, sim, interesse, não.

E em parte era verdade. Interessava-lhe que aparecesse no calendário da senhora Chadwick, mas não ia permitir que seu interesse por ele chegasse mais longe.

«Onde estará?»

Thorn voltou a percorrer com o olhar a habitação enquanto se perguntava onde se colocou Tara. depois de lhes ensinar as cervejas da geladeira e de colocar os sanduíches e as massas no mostrador da cozinha, Tara se tinha partido e havia tornado ao cabo de um momento para lhes dizer que também tinham café preparado.

E disso já fazia quase duas horas.

-Vais seguir jogando ou não, Thorn?

Pergunta-a de Darei lhe tirou de seu ensinamento e, a julgar pelo sorriso de seu irmão, a Darei lhe estava divertindo sua falta de concentração. Darei, de trinta e sete anos de idade e maior dos irmãos, era xerife do College Park, nos subúrbios de Atlanta, e poucas coisas lhe aconteciam desapercebidas.

-Sim, claro que vou seguir -respondeu Thorn de más, notando-se nas cartas que tinha na mão.

-Pergunto-o porque como perdeste tanto dinheiro...

As palavras de Darei lhe fizeram dar-se conta repentinamente de que sim tinha perdido muito dinheiro: trezentos dólares que se levou Stone, que não deixava de olhá-lo com travesso sorriso.

-Parece-me que Thorn tem a cabeça em outras coisas esta noite -disse Stone rindo.

Thorn se recostou no respaldo do assento e lançou um furioso olhar a seu irmão.

-Não tome muito apego a meu dinheiro porque penso recuperá-lo tudo antes de voltar para casa -Thorn apartou a cadeira da mesa e ficou em pé-. Acredito que vou estirar as pernas por aqui.

-Não te incomode, Thorn, Tara está no piso de acima lendo —disse Storm enquanto jogava uma carta em cima da mesa. Ao ver a expressão do Thorn, Storm lançou uma gargalhada-. E, por favor, não ponha essa cara de tolo. Não somos idiotas, sabemos que você gosta.

Thorn se perguntou desde fazia quando que seus irmãos sabiam. Em sua opinião, eram excessivamente observadores. Inclusive Stone, a quem se considerava o mais avoado, parecia ter advertido a tensão entre a Tara e ele.

-E se eu gostar? Algum problema? Darei se recostou no respaldo da cadeira.

-Nós não, mas você parece o ter já que leva dois anos lutando contra isso —lhe disse Darei lhe olhando fixamente-. Desde o começo sabíamos que era uma provocação para ti e lhe dissemos isso. É hora de que o reconheça.

Thorn plantou as mãos na mesa.

-Não tenho que reconhecer nada —espetou ele.

-Fará quando te passar a história com Patrice -respondeu Darei-. Maldita seja, Thorn, já aconteceram três anos daquele assunto. Esquece-o. Além disso, em minha opinião, não estava apaixonado por ela; o que te passava era que te acreditava seu dono e havia outros que pensavam quão mesmo você. Nunca eu gostei e me alegrei de que descobrisse como era essa mulher. É um tipo preparado e não me parece que você goste de te torturar a ti mesmo, assim relaxe, deixa de ser cabeça dura e esqueça do que te fez. Pelo amor de Deus, faz algo respeito a suas frustrações sexuais. Está-nos voltando loucos a todos.

-É verdade, Thorn, nota que não te deitaste com uma mulher há bastante. Não parece que essa regra que te impuseste que nada de sexo enquanto participa de corrida de motos é um exagero? Segundo meus cálculos, faz já um ano... ou dois. Não cre que está excedendo com isso?

-Não, se está esperando a certa mulher a que deseja com toda a paixão de que é capaz um Westmoreland -disse Stone sorrindo, consciente de que outros sabiam a que se referia—. E como todos sabemos o que Thorn quer da Tara, possivelmente seja o momento de lhe dizer ao Thorn o que Tara quer dele, não te parece, Chase?

Os irmãos olharam ao Chase em silêncio. Mas o silêncio que mais preocupou ao Chase foi o do Thorn enquanto voltava a sentar-se. Tinha-lhe comentado ao Stone que Tara queria que Thorn posasse para o calendário, mas ainda não o havia dito aos outros.

-Hoje passei pelo hospital para ver a senhora Amanda, que acaba de ter uma operação de quadril -disse Stone, dirigindo-se à cozinheira que trabalhava em seu restaurante- Como estava aí, decidi ir saudar a Tara para ver se necessitava algo para esta noite. Foi então quando Tara me disse que uma mulher importante no hospital se passou por sua consulta fazia um momento e que lhe tinha perguntado por ti. Ao parecer, dita mulher quer que pose para um calendário.

Chase olhou a seus irmãos fazendo uma pausa antes de continuar.

-Por isso Tara me disse, parecia que essa mulher sabia que Tara te conhecia. Quer que Tara te convença de posar para o calendário -acrescentou Chase.

-Thorn não faz essas coisas -comentou Storm rindo—. Não havíamos falado de que ainda é solteiro?

Chase franziu o cenho e olhou a seu irmão gêmeo.

-É que não pode pensar em algo que não seja sexo, Storm? Estou falando de posar para um calendário.

-OH.

Chase cravou os olhos no Thorn.

-Bom, vais fazer o que? Thorn franziu o cenho.

-Me está pedindo isso em nome da Tara?

-Não. Mas... o que importa isso? Se ela perguntasse, você faria?

-Não -respondeu Thorn sem titubear ao tempo que, jogando uma carta na mesa, recordou o dia em que Patricia e ele se conheceram.

Patricia era fotógrafa e queria que ele posasse para um calendário; ao final, acabou sendo sua companheira de cama... e a de alguns outros, como descobriu depois.

Chase franziu o cenho.

-É por uma boa causa.

-Todas as obras de caridade são por boas causas.

-Estes é para meninos, Thorn. Todo aquele que conhecia o Thorn sabia que se desfazia com os meninos.

-A equipe de pilotos de motociclismo ao que pertenço ajuda a obras de caridade relacionadas com meninos, Chase.

Seu irmão assentiu.

-Sei, Thorn, mas o fazem com obras de caridade a nível nacional. Esta, entretanto, é mais local: beneficiará a Mundo Infantil.

A gente de Atlanta conhecia bem Mundo Infantil e sabia que ajudava a meninos com enfermidades terminais.

-O único que te estou pedindo é que pense e que esteja preparado para quando Tara, por fim, encontre o valor suficiente para perguntar lhe acrescentou isso Chase.

Thorn franziu o cenho.

-por que necessita valor para me perguntar nada?

Darei lançou uma fina gargalhada.

-Porque digamos que... não é muito simpático com ela, embora nós sabemos por que, apesar de que você te negue a reconhecê-lo.

Darei olhou a seu redor com o fim de certificar-se de que Tara não estivesse ouvindo antes de continuar.

-A questão é que você é louco e leva dois anos te convocando por seus ossos. E, em minha modesta opinião, ou faz algo a respeito ou se esquece do assunto. E se decidir esquecer do assunto, por favor, fique tranqüilo com o fim de que nós quatro possamos te agüentar.

Thorn lançou um furioso olhar a Darei.

-Não preciso me tranqüilizar.

-Você crê nisso. Thorn, admite que não é como nós quatro. Storm, Chase, Stone e eu podemos passar muito tempo sem ter relações sexuais, e como se nada. Mas, quando acontece com você, fica insuportável. E, no tempo que leva tratando de decidir a respeito da Tara, cada dia está mais insuportável. Não creio que dois anos são suficientes para tomar uma decisão?

Thorn olhou a seus irmãos, que o observavam como aves de rapina.

-Já tomei uma decisão respeito a Tara -respondeu Thorn devagar, e logo viu nas expressões de seus irmãos que o tinham compreendido.

-Já era hora de que rendesse ao inevitável -disse Storm sorrindo amplamente—. Sabia que, antes ou depois, recuperaria o sentido.

-Sinto ser a voz da razão em um momento como este —comentou Chase sorrindo travesamente-, mas te aconselho que não tome nenhuma decisão respeito a Tara sem o consentimento dela, Thorn. Tara tem uma personalidade muito forte. Não acredito que possa dirigi-la a seu desejo.

-Eu tampouco acredito -interpôs Stone. O rosto do Thorn escureceu.

-Eu penso que sim.

-Não esteja tão seguro disso -disse Stone sorrindo-. Quando te conheceu não lhe causou boa impressão, não acredito que tenha muita avaliação; o que significa que vais ter que fazer um verdadeiro esforço para ganhá-la Não estou seguro de que esteja preparado para essa provocação.

-O que querem apostar a que sim o está? –disse Storm com um malicioso sorriso-. Thorn pode conseguir algo que se proponha, incluindo a Tara.

-Não creio -respondeu Chase—. Tara é tão cabeça dura como Thorn.

-Tranqüilos, meninos -interpôs Storm acariciando o queixo lentamente—. Thorn é bastante preparado e sabe preparar um plano de ataque. Se ele se propor a ganhar a Tara, estou seguro de que o conseguirá.

-Não, não o fará -respondeu Chase-. É mais, aposto minha caixa inteira do Jack Daniels a que não a conseguirá.

-Igual a você, eu me aposto uma caixa de ferramentas a que não o consegue —acrescentou Stone sacudindo a cabeça com um sorriso.

-E eu aposto um dia inteiro trabalhando de garçom em seu restaurante que sim a consegue, Chase -disse Storm em um tom que sublinhava a confiança que tinha no Thorn—. E contigo, Stone, aposto essa caixa de ferramentas.

Thorn tinha mantido silêncio enquanto seus irmãos faziam apostas. Então, olhou a Darei, que encolheu os ombros.

-Essas apostas não são ilegais e, já que sou xerife e representante da lei, não vou apostar -declarou Darei com humor-. Não obstante, se apostasse, faria-o pelo Thorn, embora não acredito que lhe resultasse tão fácil como Storm crê. Com ou sem calendário, Tara não vai render se a seus pés, Thorn. vai ser uma luta de grandes.

Darei sorriu ao recordar como tinha ganho o coração da mulher a que amava.

-portanto, não vais poder se jogar limpo -acrescentou Darei pensando na tática que seu cunhado, o príncipe Jamal Ari Yasir, tinha utilizado para conquistar a sua irmã Delaney.

Thorn assentiu. Uma luta e jogo sujo. Sim, poderia obtê-lo. Poria em ação o plano quando seus irmãos partissem. Tara ia se encontrar com uma verdadeira surpresa.

Sim, toda uma surpresa.

 

                                                       Capítulo Três

O coração da Tara pareceu querer sair-se o do peito quando, depois da partida de cartas, Thorn, ao contrário que seus irmãos, não mostrou intenção de partir.

Tara fechou a porta e se voltou para ele. O ambiente, de repente, parecia extremamente carregado.

-Não vai embora? -perguntou-lhe ela apoiando as costas na porta.

-Não. Temos que conversar. Tara respirou profundamente.

-Sobre o que?

Teria Chase mencionado o do calendário?

Thorn a olhou aos olhos.

-Sobre nós dois. Tara arqueou as sobrancelhas.

-Não há nada entre nós dois, Thorn. e mais, tenho a impressão de que sempre te resultei desagradável companhia.

Esta equivocada , pensou Thorn. O problema era que gostava muito de sua presença.

Thorn avançou uns passos, colocando-se justo diante dela.

-Sua presença nunca me desagradou, Tara. Ela tragou saliva. O mesmo lhe tinham respondido os irmãos do Thorn quando fazia um ano lhes comentou o que pensava. Disseram-lhe que Thorn tinha às vezes momentos de mau humor e que não tomasse como algo pessoal; mas não tinha podido evitar fazê-lo.

-Meus irmãos acreditam que representa uma provocação para mim —acrescentou ele sem tirar os olhos dos dela.

-Por que pensam isso?

-Porque lhes parece que não sou capaz de ser gentil com você.

Tara franziu o cenho.

-Gentil comigo? Em que sentido?

Thorn a olhou de acima a abaixo, provocativamente, antes de voltar a cravar os olhos nos dela.

-Evidentemente, não no sentido que eu pensava ao princípio —respondeu Thorn—. Dos cinco, eu sou o que melhor entendia a Delaney e sabia como tratá-la; portanto, supôs que meus irmãos se referiam a que, como é obstinada e tem um caráter muito forte, não sabia o que fazer contigo. Não obstante, agora acredito que meus irmãos dizem que representa uma provocação para mim em um sentido completamente diferente... Como mulher. sim muito diferente.

olharam-se intensamente. Depois, Tara perguntou:

-Qual é a diferença? -sabia que estava buscando problemas, mas não se importou.

A atmosfera se carregou de tensão sexual e atração física. Não era antagonismo o que tinha havido entre ambos desde que se conheceram, a não ser um desejo primitivo e assustador.

Thorn avançou outro passo para ela.

-Se só fosse a amiga da Delaney e já que é quase oito anos menor que eu, consideraria-te como uma irmã. Mas se esquecer da diferença de idade e te considero simplesmente uma mulher, então está preparada.

Tara franziu o cenho.

-Preparada?

-Sim, preparada para mim.

Tara voltou a tragar saliva. perguntou-se como reagiria Thorn se soubesse que em seus vinte e sete anos de idade não tinha estado disponível para nenhum homem. Embora Derrick e ela tinham saído juntos durante vários anos, nunca se tinham feito sexo; o que significava que devia ser a virgem de mais idade do estado da Georgia.

Mas isso não significava que estivesse «preparada», e lhe incomodava que um homem pudesse pensar isso. Derrick lhe tinha ensinado uma dura lição e ela não tinha intenção de esquecê-la.

-Sinto te levar ao contrário, mas não estou «preparada» para qualquer homem, Thorn.

Ele continuou olhando-a. Sim, era sua provocação e gostava dos desafios.

-Eu sou de diferente opinião —respondeu ele por fim.

Tara piscou ao vê-lo sorrir. Era um sorriso para captá-la com uma câmara fotográfica. Era um sorriso irresistível e devastador. Era um sorriso erótico.

-Sim, é minha provocação, Tara -acrescentou Thorn com voz rouca.

Tara se deu conta muito tarde de que Thorn tinha avançado outro passo; agora suas coxas se tocavam, seus peitos se roçavam. Conteve o fôlego quando a sensual voz do Thorn e o calor daquele sorriso a fizeram consumir-se de desejo. Mas lutou por controlá-lo, negava-se a queimar-se.

-Não sou a provocação de ninguém, Thorn -respondeu Tara em um sussurro apenas audível.

Thorn baixou a cabeça e murmurou com voz rouca.

-Sim, o meu, sim, Tara.

O impacto da afirmação do Thorn, suas palavras de posse, fizeram-na sentir o desejo mais intenso de sua vida. O calor se fez insuportável. Queria afastar-se dele e desfazer-se das emoções que Thorn estava despertando nela. Tratou de convencer-se a si mesmo de que era sozinho um homem e que ela se prometeu não voltar a perder o sentido por um homem. E embora Thorn estava lhe pondo muito difícil manter essa promessa, não ia ceder.

Quão único Thorn não sabia dela era que não necessitava a um homem, nem física e psiquicamente. Em sua opinião, não podia sentir falta do que nunca tinha tido. Além disso, como lhes ocorria à maioria dos homens que não tinham intenção de casar-se, Thorn só podia lhe oferecer uma aventura amorosa centrada no sexo.

Tara, dando um passo para trás, separou-se dele e da tentação que representava.

-É tarde a conversa terminou.

-Sim, já chega de conversa.

Tara tragou saliva para ouvir o sedutor e rouco sussurro do Thorn e ao sentir a intensidade de seu olhar. sentiu-se como se a tivessem parecido ao chão quando ele se aproximou de novo a ela. Estavam tão perto que pôde ver sua imagem refletida nas pupilas do Thorn.

Tragou saliva uma vez mais. Ele a olhava fixamente; seu rosto refletia um intenso desejo. De repente, lhe ocorreu que pensar que não se podia sentir falta do que nunca se teve era algo que carecia de significado no referente à natureza humana; e essa noite, entre eles dois havia um magnetismo animal irresistível. Nunca tinha desejado a ninguém dessa maneira.

A parte feminina de seu corpo lhe pulsava com força, tinha cobrado vida própria e só respondia ao Thorn.

-Acredito que deveria partir daqui quanto antes -sussurrou Thorn com voz áspera e rouca enquanto lhe rodeava a cintura com os braços.

-Sim, acredito que isso é o que deveria fazer -respondeu ela com voz apenas audível enquanto um tremor lhe percorria o corpo.

Tara cravou os olhos nos lábios dele e sentiu a intensidade do desejo que se estava acumulando em todo seu ser.

-E o vou fazer -disse Thorn em tom sensual-. depois de que te provar.

Tara piscou e sua boca se abriu. Rapidamente, Thorn a cobriu. Os lábios dele se moveram sedutoramente sobre os sua em busca de uma resposta que não se fez esperar.

Agudas e voláteis sensações se ecoaram das que Thorn tinha despertado nela a primeira vez que a beijou. Não havia acanhamento na forma como lhe devorava a boca, com uma intensidade que a fez tremer de pés a cabeça. Ardor e sensualidade se uniram para converter-se em pura paixão.

Quando sentiu as mãos do Thorn lhe acariciando o corpo, Tara se deu conta de que tinha que interromper aquela loucura. Devagar e com pesar, apartou a boca da dele.

Mas Thorn continuou acariciando-a, lhe passando a mão pelas costas com suavidade. Nenhum dos dois disse nada. Não podiam.

Quando Tara teve energia suficiente para elevar a cabeça, encontrou-se com os olhos dele. O olhar do Thorn era tão intenso que quase lhe impediu de pronunciar palavra. Por fim, esclarecendo-a garganta, disse:

-Por quê?

Viu entendimento nos escuros olhos do Thorn. Ele se tinha dado conta do que lhe estava perguntando e compreendeu a necessidade que ela tinha de saber.

-Porque te desejo desde que te conheci. Neguei-me isso mesmo, mas já não posso seguir fazendo-o. Pode que você não quer reconhecê-lo e ao menos aceitá-lo, mas a forma como respondeste demonstra que me deseja tanto como eu a ti, Tara.

Tara reconheceu a verdade daquelas palavras, mas não estava disposta a admiti-lo.

-Não quero que ocorra isto entre nós. Thorn assentiu.

-Sei, mas me nego a partir assim. Faz muito tempo que não desejo tanto a ninguém. A ira brilhou nos olhos dela.

-Supõe-se que me devo sentir lisonjeada? Thorn arqueou uma sobrancelha.

-Isso espero.

-Pois não é assim. Não quero ter relações com um homem.

Thorn franziu o cenho.

-O que diz não tem nada que ver com a forma como responde. Tara enfureceu.

-Pensa o que queira, mas eu prefiro estar sozinha; dessa maneira, não corro o risco de que me façam mal... uma segunda vez.

Thorn suspirou profundamente enquanto recordava o que um de seus irmãos tinha contado sobre o modo em que o prometido da Tara a tinha humilhado o dia em que ia celebrar seu casamento. As palavras da Tara lhe afetaram. Estendeu um braço e lhe roçou a bochecha com ternura, hipnotizado pela suavidade daquela pele.

Queria voltar a beijá-la, mas se conteve.

-Eu jamais tiraria sarro, Tara. De mim só obteria paixão e prazer, prometo-lhe isso.

Apesar de suas palavras, Thorn se separou dela e foi recolher o casco da moto, que estava em cima da mesa.

Ao ver a expressão confusa da Tara, deteve-se diante da porta.

-Amanhã voltarei -declarou Thorn com calma.

-Não há motivo para que o faça, Thorn.

-Sim, claro que sim -respondeu ele-. Quero te levar a dar um passeio de moto.

Thorn viu os olhos da Tara brilhar: primeiro, de surpresa; depois, de obstinação; por último, de resistência.

Tara elevou o queixo.

-Não tenho intenção de ir contigo a nenhuma parte.

Thorn suspirou sem desgostar-se. Sabia que Tara estava defendendo seu terreno e gostava. A maioria das mulheres estavam muito dispostas a colaborar. Ele gostava da luta, gostava dos desafios; portanto, a obstinação de não lhe incomodava absolutamente, a não ser justamente o contrário, a fazia mais desejável.

-E tenho intenção de conseguir que faça de todo comigo, Tara —declarou Thorn e partiu.

Tara se apoiou contra a porta fechada enquanto o ruído do motor da moto do Thorn se desvanecia com a distância. Suspirou profundamente e tentou relaxar-se. Não podia lhe negar ao Thorn a habilidade de transtornar sua vida, o problema era que não queria uma vida transtornada, a não ser ordenada. Tampouco queria as mudanças que ele estava forçando nela. E, é obvio, não queria pensar em seus beijos. Três meses antes tinha descoberto o perigo dos beijos do Thorn, tinha medo do que seria fazer o amor com ele. E sabia que, de apresentar-se a ocasião, Thorn faria o que estivesse em sua mão por possuí-la.

Tara respirou profundamente em um esforço por recuperar o sentido. Embora era tarde, duvidava poder conciliar o sonho aquela noite. alegrou-se de não ter que ir trabalhar no dia seguinte. ia almoçar com a Delaney.

separou-se da porta e foi à cozinha com intenção de encontrar algo que a mantivera ocupada. deteve-se no marco da porta: não havia nada que fazer aí da marcha dos irmãos Westmoreland. Mas um dos irmãos tinha dado um passo extraordinário. Essa noite, Thorn tinha invadido seu espaço e tinha intimado ela mais que qualquer outro homem do ocorrido com o Derrick.

Ao subir as escadas para ir a seu quarto, lembrou-se de que não tinha mencionado ao Thorn o do calendário, o que significava que tinha que voltá-lo para ver essa mesma semana. Faria-o ao dia seguinte, pensou, já que Thorn havia dito que se passaria por sua casa.

 

                                           Capítulo Quatro

-Seu irmão é um cabeça dura, Delaney.

As duas amigas estavam sentadas em uma mesa da terraço de um restaurante. Já tinham almoçado e estavam tomando uma taça de vinho. Delaney, sorrindo, olhou a amiga.

-Deixa ver se adivinho... Deve estar referindo a meu irmão número dois, Thorn. Tara lhe devolveu o sorriso.

-Sim, como não poderia? Seus outros irmãos são adoráveis e de magnífico caráter. Mas Thorn... Delaney se pôs a rir.

-Não sei por que o deixa aproximar-se de ti, Tara -disse Delaney, apesar de saber por que.

Delaney bebeu outro sorvo de vinho. Conhecia bem ao Thorn e a Tara e sabia que sua inimizade procedia de uma atração mútua. Ao Jamal, seu marido, e lhes tinha ocorrido o mesmo. Pesava-lhe não ter estado mais com o Thorn e Tara para poder ter exercido sua influência; mas Jamal e ela tinham acontecido muito tempo no país dele durante o primeiro ano da vida de seu filho Ari. Tinham retornado aos Estados Unidos fazia uns meses para que ela pudesse completar seu período como médico residente em um hospital de Kentucky. foram ficar nos Estados Unidos um ano mais como pouco.

-Sei que não deveria permitir que me afete, Delaney, mas não posso evitá-lo. Ontem à noite, por exemplo, quando seus outros irmãos partiram, ele ficou com o único propósito de me tirar de gonzo.

Delaney arqueou as sobrancelhas.

-O que Thorn ficou? Surpreende-me que não fora o primeiro em partir.

A Tara também tinha surpreso. Normalmente, Thorn a evitava como se tivesse com peste.

-Pois ontem à noite ficou.

-E?

-E me disse que tínhamos que falar. Delaney sacudiu a cabeça.

-Sobre o do calendário da senhora Chadwick?

-Não, não me deu tempo a comentar-lhe Delaney sorriu.

-Ah. Nesse caso, do que falaram? As bochechas da Tara se ruborizaram ao pensar nos fatos além das palavras.

-Tara?

Tara olhou para sua amiga.

-Verá... quer me levar a dar um passeio de moto hoje, e falamos disso -respondeu Tara, não vendo necessidade de dar a Delaney mais explicações.

Sem dúvida, via-as em seu rosto.

-vai fazer o que? Tara piscou.

-O que?

-Que se for dar um passeio de moto com o Thorn?

Tara se encolheu de ombros.

-Ontem à noite lhe disse que não, mas isso não significa que hoje ele não passe por minha casa. Tinha pensado não estar, mas logo me lembrei que ainda não lhe hei dito nada sobre o do ditoso calendário da senhora Chadwick.

-Nesse caso, vai com ele? Tara suspirou.

-Suponho que sim, mas só pelo do calendário.

Delaney sorriu. Ao parecer, as coisas se estavam arrumando entre o Thorn e Tara; já era hora, depois de dois anos. Não obstante, pensou em lhe dar a seu amiga um conselho.

-Escuta, Tara, pode que conheça meus irmãos melhor que ninguém e ao Thorn em particular. Faz uns anos teve relações com uma mulher e a coisa não acabou bem e lhe deixou um ressentimento muito amargo. Thorn é implacável quando se propõe algo, sempre o consegue. É capaz de algo para obter seus propósitos. Que eu saiba, só há uma forma de vencê-lo.

-Qual é?

Delaney sorriu: os olhos lhe iluminaram ao falar do irmão que trazia todos loucos.

-Não tente ganhá-lo seguindo o jogo já que é um profissional. O que deveria fazer é seguir seu próprio jogo.

Tara arqueou as sobrancelhas.

-Meu próprio jogo? Delaney assentiu.

-Sim. Algo que te dê o que você quer, mas deixando que ele crê que está conseguindo o que ele quer... o que ele quer de ti.

Tara franziu o cenho. Durante os dois últimos anos, Thorn a tinha evitado; mas agora, de repente, proposto-se invadi-la. Não precisava ser um gênio para dar-se conta do que Thorn queria dela: desejava-a!

-Meu próprio jogo. Mmmmm. Acredito que é uma idéia fantástica.

 

Thorn, montado na moto, olhou a casa da Tara perguntando-se se ela estaria dentro. Stone lhe havia dito que Tara tinha almoçando com a Delaney.

Deveria ter chamado por telefone, mas não o tinha feito por medo de que ela negasse o convite. Tinha-lhe parecido melhor tática surpreendê-la.

Apagou o motor e se dirigiu para a porta com dois cascos na mão. Estava decidido a ir dar um passeio de moto com ela. passou-se quase toda a noite acordado pensando no que se sentiria deitado com ela, seus corpos entrelaçados.

Chamou o timbre e ouviu uns quedos passados ao outro lado da porta. Uns momentos depois, Tara abriu e... sorriu.

-Estava começando a duvidar de que viesse, Thorn. Estou te esperando há uma hora.

Thorn piscou com olhar indeciso, não tinha esperado esse recebimento. Pouco a pouco, sua expressão se escureceu ao perguntar-se que demônios se trazia entre mãos Tara.

-Acreditava que não queria ir comigo a dar um passeio de moto -disse ele olhando-a com uma intensidade que deveria pô-la nervosa.

Mas Tara, com gesto de não lhe dar importância, tornou-se a um lado para deixá-lo passar dentro da casa.

-Se pensava que não queria ir dar um passeio de moto, por que vieste? —perguntou ela ao tempo que fechava a porta, saboreando aquele momento único no que levava a dianteira ao Thorn.

Então, com surpresa, Tara lhe viu esboçar um sedutor sorriso.

-Porque a experiência me ensinou que a maioria das mulheres não dizem o que pensam. Tara franziu o cenho.

-Quando eu digo que não vou fazer uma coisa, pelo general, não a faço. A única razão pela que troquei que parecer respeito ao passeio de moto é porque lembrei que tenho que te comentar uma coisa.

Thorn continuou olhando-a. Sabia o que Tara queria lhe comentar, seu posado para o calendário. Mas preferia discutir a oferta depois do passeio de moto, não antes.

-Está bem. Tinha pensado em ir jantar a um restaurante que acredito que você gostará; falaremos ali. Tara arqueou as sobrancelhas.

-Ir jantar? Ontem não mencionou nada de um jantar.

Thorn se encolheu de ombros.

-Não? Devo ter esquecido Thorn a ajudou a subir na moto. Foi então quando Thorn se fixou no traje da Tara: calças jeans, pulôver e botas de couro. Era o traje perfeito para andar de moto e, além disso, sentava-lhe muito bem.

-Como de noite refrescará, será melhor que leve uma jaqueta -sugeriu Thorn.

Tara suspirou. Thorn não lhe tinha comentado o do jantar a noite anterior a propósito, mas decidiu não protestar ainda. Já teria tempo logo, depois de lhe dizer o que queria dele.

-De acordo. Espera um momento, já volto.

Alguns minutos depois, Tara retornou.

-Bem, já estou preparada.

-E eu -respondeu Thorn olhando-a fixamente.

-Deixa que te ajude -disse Thorn antes de atar as correias ao casco da Tara-. Já andou de moto alguma vez ?.

Thorn fez um esforço por evitar que seu corpo respondesse à proximidade da Tara. Como de costume, quando estava com essa mulher, seu desejo sexual se concentrava em seu corpo. Era em momentos como esse quando pensava no tempo que levava fazendo vida sexual, o que não ajudava em nada.

-Não, nunca andei numa de moto. Thorn tragou saliva. O tom sedutor da voz da Tara piorava a situação.

-Mas fui no Vespino. isso conta? Thorn sacudiu a cabeça.

-Não, não conta.

Thorn a ajudou a subir à moto e colocar-se no assento posterior ao dele. Tratou de não pensar em quão atrativa estava com as pernas abertas. Esse dia, Thorn tinha eleito a Thorn-Byrd 1.725, uma moto enorme com braços e respaldo para mais comodidade do acompanhante.

-Está bem? -perguntou Thorn enquanto se colocava o casco.

-Sim, estou bem, embora um pouco nervosa. Esta moto é imensa.

Thorn lançou uma fica gargalhada.

-Sim, eu gosto das grandes.

-Estou realmente surpreendida.

-O que é o que te surpreende tanto?

-A habilidade e o conhecimento que se necessitam para construir uma moto assim. É realmente habilidoso.

Um sorriso curvou os lábios do Thorn. Agradava-lhe que Tara houvesse dito isso, e logo lhe ia demonstrar quão habilidoso era.

-Segure a mim com força. E não se preocupe se pega a meu corpo, de acordo?

-por que ia pegar me a seu corpo? -respondeu ela algo confusa.

-Já o verá.

Tara assentiu; não obstante, embora lhe rodeou a cintura com os braços, ficou sentada rigidamente. Mas quando o motor começou a rugir, Tara se tornou para diante automaticamente, pegando o corpo ao do Thorn.

-Pronta? -ouviu-lhe dizer ao Thorn, que havia tornado a cabeça.

Tara suspirou e fechou os olhos.

-Sim, estou preparada.

Ao cabo de uns instantes, Thorn pôs em marcha a moto e os dois saíram a toda velocidade.

Thorn diminuiu a velocidade ao sair da auto-estrada e tomar uma estrada de cascalho que conduzia a um lago em meio de um bosque. Uns momentos depois, parou o motor e, antes de que Tara pudesse falar, disse-lhe:

-Este é um dos lugares que mais eu gosto de Atlanta; queria te mostrar isso.

Tara olhou a seu redor contendo a respiração. Thorn tinha razão, era um lugar precioso. Então, olhou a ele. Nunca tinha imaginado que ao Thorn gostasse da natureza; mas a julgar pelo brilho de seus olhos, assim era.

-Vem aqui freqüentemente? -perguntou Tara.

-Sim. É propriedade de nossa família. As ruínas da casa de meus avós não estão longe, estávamos acostumados a vir com muita freqüência. O irmão menor de meu pai, que ficou solteiro, Corey Westmoreland, nos ensinou a apreciar a natureza e a respeitar o meio ambiente. Você conhece meu tio, verdade?

Tara assentiu.

-Sim, vi-o duas vezes; a primeira vez foi no casamento da Delaney, e as segunda no casamento de Darei. É o que trabalha no parque nacional do Yellowstone, não?

Thorn assentiu.

-Sim, quão mesmo minha prima Durango. Antes de acabar o bacharelado, Durango pediu transferência a Montana para estudar e estar perto do tio Corey. Não acredito que nenhum dos dois volte a viver aqui. Os dois estão encantados de viver em Montana.

Thorn baixou a costeleta da moto e tirou o casco.

-Vêem, vamos dar uma volta.

Devagar, Tara desmontou e teve que agarrar-se à moto para não perder o equilíbrio. Thorn foi em sua ajuda imediatamente e lhe tirou o casco.

Depois, ficou olhando uns momentos antes de que começassem a caminhar.

Tara sabia que estava vendo um aspecto do Thorn desconhecido para ela. O gesto carrancudo tinha desaparecido e decidiu aproveitar-se da atual situação. Sabia que o melhor para os dois era seguir evitando-se, mas recordou do pedido da senhora Chadwick. De uma forma ou outra, tinha que convencer ao Thorn de que posasse para o calendário.

Caminharam juntos em silêncio. Tara nunca tinha visto tantos animais silvestres: uma manada de cervos, um montão de coelhos de monte e perus. Thorn lhe indicou o lugar onde tinha aprendido a montar em sua primeira moto, que seus avós lhe compraram quando tinha doze anos.

-Bom, vamos ? -perguntou-lhe Thorn por fim. Tara lhe olhou.

-Sim, vamos.

Thorn se inclinou sobre ela para lhe pôr o casco; mas, de repente, deteve-se. Acariciou-lhe a mandíbula com a gema dos dedos enquanto a olhava fixamente aos olhos. Ela respirou profundamente para acalmar os batimentos do coração ao dar-se conta do que Thorn ia fazer. ia beijar e ela não podia pronunciar as palavras que o deteriam.

Um súbito desejo se apoderou dela avivado pela lembrança dos beijos já compartilhados. Beijos ardentes e enlouquecido.

Rapidamente, Tara decidiu questionar-se mais tarde o sentido de suas ações; agora, necessitava aquele beijo tanto como o ar para respirar.

Tremeu ao pensar na intensidade desse desejo e o estômago lhe formigou. Seus lábios se abriram automaticamente quando ele os roçou com os seus, e suspirou de prazer quando os braços do Thorn a rodearam.

Depois de minutos que pareceram durar uma eternidade, Thorn quebrou o beijo. Tara lhe viu esticar a mandíbula e se deu conta de que ele se estava arrependendo de havê-la beijado. Sem falar nenhuma palavra, Thorn lhe colocou o casco e o atou.

Em um momento tinha passado de mostrar ternura a sua atitude mal-humorada de costume. Quando Thorn subiu à moto e tinha o casco posto, lhe perguntou com voz zangada:

-por que me beijaste se te foste desgostar depois? de agora em diante será melhor que fique com a boca longe da minha, Thorn.

Ele demorou para responder. Por fim, voltou a cabeça e disse

-Esse é o problema, Tara: que quando estou contigo não consigo manter a boca longe. É como se tivesse vida própria e, por si mesmo, encontrasse o caminho à tua -Thorn suspirou e acrescentou-: Meus irmãos são da opinião de que é meu desafio; entretanto, estou começando a pensar que se trata de outra coisa.

Tara arqueou as sobrancelhas.

-Do que?

-É a tentação mais doce que conheço.

 

                                               Capítulo Cinco

-Bom, do que queria falar comigo?

Nervosa, Tara se mordeu o lábio inferior. Thorn e ela acabavam de comer o melhor chili mexicano que tinha comido em sua vida. O restaurante era rústico, feito de troncos de madeira e se encontrava em um compartimento rincão perto de uma estrada.

Dada a localidade, Tara supôs que os clientes daquele estabelecimento eram clientes habituais, e muitos deles eram motociclistas. A atmosfera era acolhedora e quase se esqueceu do bate-papo que devia ter com o Thorn.

-Quero te pedir um favor.

Elevando a taça de café, Thorn ficou olhando.

Tara suspirou.

-ouviste falar do Lori Chadwick? Thorn franziu o cenho antes de responder ao cabo de uns segundos:

-Não.

Tara assentiu.

-Bom, pois é bastante conhecida na cidade pelo trabalho que faz respeito a obras de caridade. À senhora Chadwick lhe ocorreu um projeto para arrecadar recursos para Mundo Infantil. ouviste falar de Mundo Infantil, verdade?

-Sim.

-Bom, pois decidiu arrecadar recursos mediante um calendário com fotos de homens atrativos de profissões diferentes, e gostaria que você fosse um dos modelos. Pediu-me que lhe diga isso.

Thorn deixou a taça de café no pires.

-Pois vá ver a e lhe diga que já me há isso dito. Tara lhe olhou.

-E?

-E que o sinto, mas não. Tara diminuiu os olhos.

-me parece estupendo que pensasse em ti para o calendário.

-Nesse caso, tomarei como lisonja .

-Por isso tenho entendido, pagariam-lhe.

-Não é uma questão de dinheiro.

-Então, qual é a questão, Thorn? Sei que colabora com algumas obra de caridade para meninos. por que te nega a participar desta?

Thorn se recostou no respaldo do assento.

-Eu não gosto que me tirem fotos. Tara franziu o cenho.

-Isso é uma desculpa tola e sabe, tendo em conta a quantidade de vezes que sua foto saiu nos periódicos quando ganhaste uma corrida ou quando construíste uma moto para alguém famoso.

Thorn se encolheu de ombros.

-Os fotógrafos de imprensa são diferentes. Eu não gosto que me tirem fotos em um estudo ou coisas assim.

-Nesse caso, não tem por que preocupar-se. Conforme tenho entendido, querem te mostrar em seu ambiente; portanto, suponho que será ao ar livre e em sua moto.

-A resposta segue sendo não, Tara. Lhe lançou um furioso olhar.

-por que, Thorn?

-Tenho meus motivos -respondeu ele, também jogando faíscas pelos olhos-. Esta tarde, deveríamos partir já.

Tara suspirou. Era o homem mais obstinado que tinha conhecido em sua vida.

-Tenho que ir ao banheiro antes de irmos embora -disse Tara em voz baixa, desiludida depois da negativa do Thorn.

Uns minutos depois, quando Tara saiu do restaurante e se aproximou da moto, não pôde evitar perguntar-se por que Thorn não queria que um profissional lhe fizesse fotos.

-Bom, já estou preparada.

Sem dizer nada, Thorn lhe ajudou a colocar o casco e o atou. Ela subiu à moto e o olhou com cólera.

-Hei dito que já estou preparada, Thorn.

O permaneceu de pé sem mover uns segundos mais; por fim, montou-se na moto e a pôs em marcha.

Tara estava zangada com ele, mas não podia fazer nada para evitar porque não estava disposto a posar para o calendário. quanto antes o aceitasse ela, melhor.

-Outra vez está nas nuvens, Thorn. Joga ou não?

Thorn olhou furioso ao Chase.

-Sim, jogo.

Chase lançou uma gargalhada enquanto olhava suas cartas.

-Soube que Tara não está muito contente contigo ultimamente. Pelo do calendário, verdade?

Thorn jogou uma carta na mesa.

-Isso passará.

-É possível. Entretanto, pode ser que leve bastante tempo, já que se considera que falhou.

Thorn não queria falar disso, mas a curiosidade pôde ao Storm.

-A quem ou no que falhou Tara?

-Aos meninos.

-Ah -depois de atirar uma carta, Storm olhou coléricamente ao Thorn-. Me tinha esquecido o de Mundo Infantil. Bom, suponho que isso significa também que vou perder a aposta. Thorn não vai ganhar nunca pontos com a Tara se não para de fazê-la fica mais aborrecida.

Thorn decidiu que necessitava um descanso e colocou as cartas para baixo na mesa.

-Onde está Shelly, Darei? Quero um copo de água.

Darei não apartou os olhos de suas cartas.

-Deve estar acima vendo um filme ou algo assim, mas já sabe onde está a geladeira. Também há cerveja e refrescos.

Thorn se levantou da cadeira, foi à cozinha e tirou uma jarra de água fria da geladeira. Já havia ultrapassado a sua quota de cervejas que podia beber se queria voltar para sua casa de moto.

Tirou de um dos armários um copo, encheu-o de água e, ao voltar para sala de estar, viu uma fotografia do Shelly, Tara e Delaney tomada fazia uns meses durante uma viagem que fizeram a Nova Iorque.

Tara.

Fazia quase uma semana que não a via, mas não passava um só dia que não pensasse nela. Tinha telefonado uma par de vezes e, em ambas as ocasiões, tinha-lhe deixado recado na secretária eletrônica; mas não lhe havia devolvido os recados e ele não esperava que o fizesse. Custava-lhe admiti-lo, mas Storm tinha razão: seria impossível ganhar pontos com ela se ainda estivesse zangada. Não obstante, posar diante de uma câmara como tinha feito com o Beatrice lhe resultava muito difícil.

-Thorn, vamos, estamos te esperando! Voltou a sentar-se à mesa e teve que suportar as olhadas irritadas de seus irmãos.

-Eu não gosto de perder, Thorn -disse-lhe Storm olhando-o com intensidade.

Thorn sabia que seu irmão se estava referindo à aposta que tinha feito com seus outros irmãos, não ao jogo. Suspirou. Também sabia o que Tara queria dele, e o que ele queria dela. De repente, lhe ocorreu a forma de conseguir o que ambos queriam. Satisfeito consigo mesmo, olhou ao Storm.

-Não se dê por vencido ainda, irmão. Storm sorriu.

-Obrigado, Thorn. Sabia que podia contar contigo.

Thorn parou a moto diante da casa da Tara. Havia algumas janelas iluminadas, o que significava que ainda não tinha ido para cama. Rapidamente, foi à porta e chamou, perguntando-se se Tara aceitaria a oferta que ia propor.

Quando Tara abriu, o primeiro que viu no rosto dela foi surpresa; depois, um gesto carrancudo. Lisonjeada.

-Olá, Thorn. O que está fazendo aqui? Thorn se apoiou no marco da porta.

-Tinha que conversar com você sobre um assunto.

Ela elevou as sobrancelhas e Thorn também notou que, embora Tara não tinha ido para cama, levava uma camisola muito fina. Não pôde evitar perguntar-se se o único objeto que a cobria era a camisola.

-Do que quer falar?

-Da possibilidade de posar para o calendário. Tara o olhou aos olhos com incerteza.

-Mudou de idéia a respeito desse assunto? Thorn sacudiu a cabeça.

-Não, ainda não. Entretanto, acredito que poderíamos chegar a um acordo que resultasse satisfatório para ambos.

A expressão de incerteza da Tara se tornou em uma de esperança.

-De acordo, entra -disse-lhe ela ficando de lado.

Thorn entrou e fechou a porta detrás de si. O que mais desejava era ajeitá-la em seus braços e beijá-la. Sentia falta de seu sabor, seu aroma e toda sua pessoa.

-Gostaria de beber algo? -perguntou Tara com voz suave e delicada.

-Não, obrigado. Acabo de sair de casa de Darei de jogar às cartas e, como vou na moto, não quero beber nada mais.

Tara assentiu.

-Estava na cozinha tomando um café enquanto lia uns relatório médico. Se quiser, podemos nos sentar aí.

-Sim.

Para Thorn a cozinha da Tara lhe parecia grande, à exceção de quando estavam os dois sozinhos. De repente, a mesa pareceu encolher por momentos.

Thorn suspirou e se sentou à mesa.

-Agora que pensei melhor, gosta de uma xícara de café.

-Como você gosta?

-Só e com duas colheradas de açúcar. Enquanto Tara lhe servia o café, ambos guardaram silêncio.

-Deixei vários recados na secretaria eletrônica mas não me retornou -disse Thorn para romper o silêncio.

-Não acreditava que tivéssemos nada do que falar, Thorn.

Ele assentiu.

Tara voltou para a mesa com a taça de café. Ele bebeu um sorvo. Era muito especial com o café, mas gostava da forma como Tara o preparava.

-Está delicioso.

-Obrigado. E agora, me desculpe um momento, vou subir a me vestir.

Thorn gostava do que ela estava vestindo.

-Por mim não te incomode.

-Não é incomodo. Em seguida volto.

Quando ficou a sós, Thorn se fixou na revista médica que ela estava lendo. Marcou a página onde se ficou e fechou a revista; não queria que nada lhe distraíra enquanto falavam.

Tinha decidido ser honesto com ela respeito a sua proposta.

-Bom, Thorn, já estou aqui. O que queria me falar?

Thorn se esclareceu garganta.

-Tenho uma proposta -disse ele em tom apenas audível.

Tara arqueou as sobrancelhas.

-Que proposta?

-Ainda quer que pose para o calendário, verdade?

-Seria de grande ajuda. Thorn assentiu.

-Nesse caso, acredito que o que vou propor será aceitável.

Tara inclinou a cabeça sorrindo.

-Ainda não me disse o que é o que me vais propor, Thorn.

Devagar, Thorn se levantou da cadeira e se aproximou dela. inclinou-se sobre a Tara e colocou ambas as mãos no mostrador da cozinha, rodeando seu corpo, apanhando-a.

-Aceito a fazer o calendário se você me fizer um favor, Tara.

Viu-a mordê-los lábios.

-Que favor, Thorn?

O pulso do Thorn se acelerou de desejo ao pensar no que queria dela.

-Há dois anos estou sem deitar com uma mulher. Tara piscou.

-Sim?

-Sim.

-por que?

-Porque nunca tenho relações sexuais antes de uma corrida; e como levo dois anos participando de muitas, levo a vida de solteiro todo esse tempo. Não obstante, devo admitir que, de ter querido, poderia haver deitado com outras entre as corridas. Mas não o tenho feito.

Nervosa, Tara se umedeceu os lábios com a língua.

-por que não?

-Porque já te conhecia e porque, desde a primeira vez que te vi, desejava a ti e a nenhuma outra.

Tara sacudiu a cabeça como se o que ele estava dizendo não tivesse sentido.

-Mas... Evitava-me todo o tempo. Sempre parecia mal-humorado. Thorn sorriu.

-Sim, é verdade. Estou acostumado a me pôr de muito mau humor quando passo tempo sem me deitar com uma mulher. E te evitava porque não queria de maneira nenhuma ter relações contigo. Entretanto, agora mudei de idéia.

Tara tragou saliva.

-por que?

-Quero fazer um trato contigo: eu te dou o que você quer e em troca você me dá o que eu quero. Tara ficou olhando.

-E o que é o que quer de mim?

-A seguinte corrida em que vou participar é na Daytona durante a Semana de Motos, dentro de cinco semanas. Uma vez que acabe a corrida, quero que deite comigo durante uma semana.

Thorn notou a expressão de perplexidade dela, que se tornou em uma de cólera ao cabo de uns segundos. Rapidamente, selou-lhe os lábios com os dedos para sossegar as palavras que queriam sair de sua boca.

-Só uma semana. Uma aventura amorosa de uma semana. Preciso me tirar a obsessão que sinto por ti e também compensar os dois anos que levo sem contato físico com uma mulher.

Thorn decidiu não comentar que, durante os cinco dias anteriores à corrida, tinha pensado prepará-la para que, quando chegasse o momento de deitar-se, Tara o desejasse com a mesma paixão que ele a ela.

E para demonstrar-lhe retirou-lhe os dedos dos lábios e os substituiu por sua boca. Em uns instantes a teve ofegando e gemendo enquanto a beijava com todo seu ser.

Thorn lhe pôs uma mão no ventre e sentiu seu calor. Decidindo ir mais longe, deslizou os dedos por debaixo da cintura das calças até sentir a fina malha das calcinhas.

Não se deteve.

Enquanto continuava beijando-a, passou-lhe os dedos por debaixo da borda da calcinha até encontrar o que estava procurando: a parte do corpo da Tara que ardia com o contato.

Inalando o aroma da essência dela, continuou lhe proporcionando agradar. A Tara havia dito fazia uns dias que era habilidoso; agora estava disposto a demonstrar-lhe Tinha intenção de lhe causar o clímax com os dedos.

Sentiu que a Tara fraquejavam as pernas como se não pudesse seguir mantendo-se em pé; então, com a outra mão, sujeitou-a. Por fim, ouviu-a gritar e estremecer-se em seus braços ao alcançar o orgasmo.

Thorn apertou a boca da da Tara e a olhou; mas, ao momento, voltou a beijá-la, necessitava esse contato. Não relaxou os dedos, mas sim continuou com o que estava fazendo. Tinha intenção de seguir lhe dando agradar... Até que a ouviu lançar o último grito de êxtase.

Quando notou que Tara começava a recuperar o sentido, afastou a mão, consciente de que essas cinco semanas de espera foram ser uma tortura para ele. Mas valia a pena esperar.

Thorn se separou dela um passo e a viu abrir os olhos lentamente. Sabia que Tara queria dizer algo, mas não o conseguia. Por isso, voltou a aproximar-se dela e lhe beijou os lábios.

-foi só o princípio, Tara -sussurrou Thorn-. Acessa a passar uma semana comigo e posarei para o calendário. pense nisso e me chame quando tiver tomado uma decisão.

Sem dizer nada mais, Thorn se deu meia volta e partiu.

 

                                               Capítulo Seis

Tara chegou ao hospital quase trinta minutos mais tarde que de costume, depois de ter dormido como em sua vida não acontecia. Só à luz do dia se permitiu pensar na proposta do Thorn. A noite anterior, quando ele partiu, estava muito cansada e muito saciada para fazer nada; limitou-se a dar uma ducha, ficar de camisola e ir-se à cama.

Mas agora, pela manhã, Tara estava zangada.

Primeiro, Derrick; depois, o doutor Moyer; agora, Thorn. Acaso tinha um pôster escrito na cabeça que dizia: «Adiante, me utilize tudo o que queira»?

É obvio, a ridícula proposição do Thorn não se merecia consideração alguma; entretanto, se ia com ele a Daytona, estaria perto de sua casa. Sua cidade natal, Bunnell, Florida, estava a menos de uma hora em carro da Daytona Beach, e fazia já dois anos que não ia ver sua família. Falava com eles por telefone com freqüência, mas não os tinha visitado. Por sorte, sua família compreendia que ela tivesse tão más lembranças e os visitasse pouco. Como Bunnell era uma cidade muito pequena, todo mundo sabia o que tinha passado o dia de sua frustrada tentativa de casamento com o Derrick.

Voltou a pensar no Thorn. Por mais zangada que estivesse, não podia esquecer o prazer que lhe tinha dado a noite anterior. Um penetrante calor se concentrou na boca de seu estômago e sentiu um certo arrepio nas pernas. A noite anterior era a primeira vez que havia sentido um orgasmo, e Thorn só tinha empregado as mãos. O que aconteceria lhe fazia o amor completamente?

Custava admitir, mas estava louca de vontades para descobrir.

Tara suspirou profundamente, zangada tanto consigo mesma como com o Thorn. Ele não deveria lhe haver feito experimentar aquilo; não podia tirar-lo da cabeça.

-Doutora Matthews, a senhora Chadwick deixou uma mensagem lhe pedindo que a chame -disse-lhe sua secretária no momento em que saiu do elevador.

Tara fechou os olhos, estava quase segura de saber o que essa mulher queria: saber se Thorn ia posar para o calendário. Sim, claro que ia posar, pensou Tara ao abrir a porta de seu escritório e deixar a maleta em cima do escritório. Aceitaria encantado se ela, por sua parte, passar uma semana com ele.

E o que era isso de que alguma vez tinha relações sexuais antes de uma corrida, sem recordar o que havia dito de levar dois anos sem deitar-se com uma mulher? Seria verdade? Nesse caso, não sentia saudades que sempre estivesse de tão mau humor.

Tinha lido suficientes livros médicos para saber que a falta de contato sexual podia afetar a muitas pessoas. Sem dúvida, Thorn esperava uma maratona sexual depois de seu automóvel imposto solteiro. Inclusive tinha mencionado que queria deixar de sentir-se obcecado com ela.

De repente, o conselho do Delaney foi a sua mente. Sua amiga lhe havia dito que não seguisse o jogo ao Thorn, mas sim lhe fizesse seguir o seu próprio.

Tara suspirou profundamente. Tinha-o tentado o dia em que foram dar um passeio de moto, mas tinha falhado. Possivelmente tinha chegado o momento de tentá-lo de novo.

Thorn acreditava poder agüentar até depois da carreira; Tara se perguntou até que ponto podia resistir à tentação. Não acreditava que coubesse a possibilidade de que Thorn se arriscasse a perder se rendia à tentação; não obstante, ela podia ficar o difícil, fazer o possível para que lhe resultasse impossível resistir.

Se Thorn acreditava ser o que controlava a situação, estava equivocado. Thorn ia descobrir muito em breve que tinha uma adversária feita a sua medida.

Tara sacudiu a cabeça ao entrar na oficina do Thorn com a chave que Stone lhe tinha dado.

Segundo os irmãos do Thorn, aí era onde este passava quase todas as tardes. depois de fechar, ficava a trabalhar na última moto. Naquele momento, Thorn estava construindo uma moto de motocross que ia dar de presente lhe a seu sobrinho AJ, o filho de Darei. Darei não tinha sabido que tinha um filho até no ano anterior, quando mãe e filho voltaram para a cidade. Agora, Darei, Shelly e AJ formavam uma família feliz.

Ao princípio, Tara se negou a aceitar a chave que Stone lhe ofereceu; mas este lhe tinha assegurado que não tinha do que preocupar-se, que ao Thorn não iria mal um pouco de companhia. Mas também lhe tinham advertido que tomasse cuidado porque Thorn, quanto mais perto estava de uma carreira, mais mal-humorado ficava.

depois do que Thorn lhe havia dito a outra noite, Tara entendia por que.

Fazia três dias que não via o Thorn. Esperava não estar cometendo um engano e que o plano que se riscou lhe saísse mau.

Olhou a seu redor e viu que a entrada lateral conduzia a um escritório com uma fileira inacabável de arquivos. Também havia um escritório enorme cuja superfície estava coberta de metal e cromo em vez de papel. Mas o que lhe chamou a atenção foram as fotografias emolduradas que penduravam de uma das paredes. aproximou-se para as examinar.

A primeira foto que observou era do Thorn com o presidente Bill Clinton. Na foto, os dois sorriam ao lado de uma moto preciosa. Tara recordou que Thorn tinha construído para o antigo presidente uma moto no ano anterior.

Depois, olhou as outras fotos, todas do Thorn com gente famosa de Hollywood ou do mundo esportivo. E, a seu pesar, sentiu-se orgulhosa dele.

Mas Tara sacudiu a cabeça, obrigando-se a recordar o motivo pelo que tinha ido ali: lhe demonstrar que, em um desafio, ela podia ganhar. Tinha a intenção de lhe excitar de tal maneira que Thorn se visse obrigado a romper o trato com o fim de que a relação não interferisse em sua carreira.

Thorn quase que caiu a chave de fenda que tinha nas mãos. Seu corpo ficou tenso. Tinha parecido captar o aroma da Tara, embora sabia que isso era impossível. Não obstante, só de pensar nela fez que lhe fervesse o sangue.

Não pôde evitar lançar um grunhido. Era como uma enfermidade! Estava três dias sem vê-la e já estava imaginando sua presença ali e sentindo seu aroma.

Deixou as ferramentas. Pensar tanto em não lhe deixava trabalhar; portanto, decidiu dar a jornada trabalhista por acabada e tomar uma cerveja. Passaria ali a noite, já que ninguém lhe esperava em casa.

Thorn ia para a geladeira quando lhe pareceu ouvir um ruído. deteve-se e olhou a seu redor, notando-se no corredor que dava a seu escritório.

Só seus irmãos tinham chave dali. perguntou-se se não teria ido algum deles: não seria a primeira vez que se apresentavam para ler o último número de alguma revista de motos.

De repente, voltou a captar o aroma da Tara. Com curiosidade, diminuiu os olhos e começou a caminhar para o despacho.

Ao chegar, viu-a.

Tara Matthews: seu desafio, a mais doce de suas tentações.

Com incredulidade, contemplou-a enquanto ela olhava as fotos que penduravam das paredes.

perguntou-se qual de seus irmãos lhe teria dado a chave, embora não tinha importância. Não o bastante, tinham estado com ele aquela tarde e sabiam perfeitamente qual era seu estado mental e físico. Sabiam que estava quase raivoso. E Tara estava ali! E se tratava de uma brincadeira, não lhe via a menor graça. Tinha que centrar-se na corrida, por difícil que lhe resultasse nesse momento.

Apesar de estar de costas a ele contemplando as fotos, Thorn viu que algo fez que Tara ficasse rígida. Ao momento, deu-se conta de que ela havia sentido sua presença, embora não se virou.

Thorn respirou profundamente. As cinco semanas próximas foram pôr a prova sua força de vontade, sua decisão e seu controle. Quão único podia compensar seu esforço era saber que, ao final, ela acabaria sendo completamente dele. E isso era quão único precisava saber, se Tara ia aceitar o trato que lhe tinha proposto.

-Devia saber que foste vir, teria arrumado um pouco isto -disse Thorn por fim. Tara se voltou devagar.

-Não é necessário que se incomode por mim. Além disso, não tenho intenção de ficar muito. Só vim para te informar de minha decisão.

Thorn se separou da porta e foi ao centro da estadia: precisava estar mais perto dela.

-O que decidiu, Tara?

Tara o olhou nos olhos. Estava muito bonito. Thorn teve que fazer um esforço imenso por não estreitá-la em seus braços e beijá-la.

Os olhos da Tara irradiavam calor, estavam cheios de emoção. Durante uns prolongados momentos, os dois permaneceram em silencio em meio da habitação, desejando-se em silêncio. Era igualmente difícil para ambos controlar suas reações. Os dois pareciam padecer a mesma paixão animal.

Thorn respirou profundamente e deu um passo atrás. Nunca lhe tinha ocorrido nada parecido com uma mulher. Estava a ponto de possuí-la ali mesmo, em cima do escritório. Queria receber e dar prazer.

Thorn sacudiu a cabeça, recordando-se a si mesmo que devia esperar cinco semanas, até depois da carreira. Estava desejando que chegasse a primeira semana de março.

Então se deu conta de que estava esperando sentado a resposta da Tara. Ela não havia dito ainda que ia aceitar o trato. Possivelmente tivesse ido dizer lhe que se fora ao demônio.

Tragou saliva. A incerteza o estava matando, igual a seu desejo.

-Bom, qual é sua decisão? -voltou a perguntar Thorn.

-Quero estar segura do que me propondo, Thorn. O trato é que você posará para o calendário se eu aceitar a me deitar contigo, a ter uma aventura amorosa exclusivamente física sem laços emocionais, depois da corrida. Tenho que estar disponível durante uma semana inteira. É isso?

Thorn sorriu. O que havia dito Tara gostava.

-Sim, isso.

-E não vai me tocar até depois da corrida, verdade? -enfatizou ela. Thorn cruzou os braços.

-Não, tocarei-te, mas não te farei o sexo no pleno sentido da palavra até depois da carreira. No que a mim respeita, todo o resto vale. Tara arqueou uma sobrancelha.

-Todo o resto? Como o que?

Esta vez, foi Thorn quem arqueou as sobrancelhas.

-Já sabe, o resto. Surpreende-me que faça essa pergunta.

Tara assentiu. Não queria seguir falando disso para não levantar a suspeita de sua falta de experiência. Inteirar-se de que era virgem lhe assustaria, possivelmente também lhe zangasse até o ponto de negar-se a posar para o calendário.

-entendi perfeitamente o que se espera de mim.

Thorn sorriu para si. Duvidava de que Tara entendesse nada; sobre tudo, seu papel. Mas durante nas próximas semanas se definiriam seus deveres.

-Nesse caso, qual é a resposta? Tara rezou por que tudo saísse como tinha planejado.

-Aceito o trato.

Thorn lançou um suspiro de alívio.

-me diga, quando é a data mais próxima em que pode estar disponível para a sessão de fotos do calendário?

A pergunta tomou despreparada.

-Quando querem fazer as fotos?

-Suponho que dentro de um prazo de quinze dias.

Thorn assentiu.

-me avise quando e estarei lá.

Tara piscou, e Thorn se deu conta de que ela não podia acreditar que se mostrou tão pormenorizado.

-O que vais fazer este fim de semana? -perguntou Thorn.

Tara arqueou uma sobrancelha antes de responder.

-na sábado trabalho no hospital, mas tenho livre no domingo. por que?

-Chase vai organizar um jantar em seu restaurante no domingo de noite e eu gostaria que me acompanhasse.

Tara piscou.

-Eu? Você? De casal? -perguntou ela surpreendida.

-Sim. Não crê que a família deveria acostumar-se a nos ver juntos? Do contrário, o que vão pensar quando souberem de que vem a Daytona comigo?

Thorn não tinha idéia do que seus irmãos pudessem pensar e tampouco lhe importava, mas sim lhe preocupava o que pensassem seus pais. Queriam a Tara como a outra filha mais e não tolerariam que ele se aproveitasse dela. E dado que suas intenções não eram honoráveis, tinha que fingir diante de seus pais. Além disso, estava Delaney, a quem não gostaria dos planos que tinha respeito a Tara.

Viu-a morder o lábio inferior antes de responder.

-Sim, suponho que tem razão. Está bem, irei contigo ao jantar do Chase no domingo. Thorn assentiu satisfeito de si mesmo.

-Bom, está tarde. Melhor eu ir embora.

Que Tara partisse não era má idéia, tendo em conta a reação de seu corpo em presença dela. Um só podia resistir à tentação até certo ponto, mas havia um limite.

-Bem. Acompanho-te até o carro... Ah, esqueci te perguntar, como entrou?

-Stone me deu a chave. Disse-me que entrasse pela porta lateral para não te incomodar.

Thorn assentiu, plenamente consciente do verdadeiro motivo que tinha impulsionado ao Stone a dar a chave a Tara.

Dirigiram-se ao carro em silêncio. Por fim, quando chegaram, Thorn ficou olhando enquanto ela abria a porta do Sedam. Depois, voltou-se de cara a ele.

-Obrigado por me acompanhar até o carro, Thorn.

-De nada.

Thorn estava devorando-a com o olhar, mas não podia evitá-lo. Respirou profundamente antes de avançar um passo para ela. Sabia que Tara estava esperando um beijo e não queria decepcioná-la. inclinou-se sobre ela e colocou a boca sobre a da Tara brandamente antes de lhe acariciar os lábios com a ponta da língua. Repetiu a ação várias vezes até que Tara abriu a boca; então, a penetrou com a língua.

O coração lhe pulsou com força enquanto brincavam com suas línguas. desejavam-se. Nesse momento, tudo tinha sentido. Possivelmente acabaria pensando que se tornou louco; mas de momento, estar aí na rua devorando a boca da Tara era quão único tinha sentido para ele, o mais racional que tinha feito em muito tempo.

O sabor da Tara lhe seduziu. Pensou em coisas nas que não devia pensar antes de uma corrida. Tinha que afastar-se dela.

E o fez por fim: Thorn deu um passo atrás.

 

                                                       Capítulo Sete

-Conduz com cuidado, Tara - disse Thorn pensando que Tara devia partir antes de lhe fazer perder o controle por completo.

Ela assentiu e, sem responder, entrou no carro e partiu.

Thorn se perguntou como ia sobreviver cinco semanas nesse estado.

-Bem, senhor Westmoreland, só umas fotos mais e teremos acabado a sessão —disse a fotógrafa enquanto trocava de posição os focos.

«Graças a Deus», pensou Thorn subindo outra vez à moto. Tinha um montão de trabalho esperando-o e levava três horas posando. A fotógrafa, Lois Kent, tinha decidido lhe fazer as fotos ao ar livre, na estrada, na moto.

Tinham-lhe tirado mais de cem fotos e ao Thorn lhe estava esgotando a paciência. Não obstante, a recompensa valia a pena. Aquela semana, estava de pior humor que de costume.

-Tenho que voltar a carregar a câmara, mas não demorarei nada.

Thorn assentiu. A sessão não tinha sido tão malote como tinha pensado que seria. Lois Kent era estritamente profissional, ao contrário que Patrice. Para a Lois, esse era um trabalho e nada mais. lhe gostava dessa atitude.

Viu um carro parar-se onde estavam eles, e o coração começou a lhe pulsar com força ao ver a pessoa que o conduzia.

Viu a Tara sair do veículo e caminhar para eles. Levava umas calças brancas e um pulôver azul.

Como de costume, estava muito bonita.

Estava sem vê-la uma semana, fazia já sete dias que a tinha levado ao jantar no restaurante de seu irmão. Apesar de estar rodeado de amigos e de sua família, não tinha podia tirar os olhos de cima de Tara. E seus irmãos, que o notaram, após não deixavam de fazer brincadeiras a respeito, o que lhe deixava ainda de pior humor.

Thorn arqueou as sobrancelhas ao perguntar-se o que estaria fazendo Tara ali, embora não se queixava. O único era que tinha tentado manter certa distância com ela para não perder o controle.

Ainda ficavam quatro semanas.

Observou-a enquanto Tara saudava a Lois antes de olhar em sua direção.

-Olá, Thorn.

-Olá, Tara —respondeu ele antes de respirar profundamente.

Durante o jantar do domingo anterior se levou como um cavalheiro, inclusive a tinha levado de volta a sua casa. Tinha-a beijado diante da porta e logo partiu.

-Que surpresa ver você aqui -disse ele sem deixar de devorar a beleza da Tara com os olhos.

Fazia um desses dias de fresca brisa e céu radiante. Os raios do sol iluminavam a beleza da Tara.

-Tenho o dia livre e, como não tinha nada que fazer, decidi passar aqui para ver como as coisas iam. comi na casa do Chase e, ao perguntar o que fazia, disseram-me que estava aqui.

Thorn assentiu. Não tinha dúvida que seu irmão estava lhe dando a informação que ela quisesse respeito a seu paradeiro. Mas o que lhe surpreendia era que Tara lhe tivesse perguntado ao Chase.

Thorn suspirou, já o averiguaria.

-Senhor Westmoreland, já tenho a câmara lista -disse Lois, chamando sua atenção.

Thorn apartou os olhos da Tara para fixá-los no Lois.

-Bem. Nesse caso, vamos continuar.

Tara conteve a respiração ao observar ao Thorn diante da câmara. Estava magnífico.

Thorn montou em sua moto.

Sabia que seria um prazer para qualquer mulher vê-lo na imagem do mês de julho, um mês caloroso que ele faria explosivo.

Não deveria ter ido ali, acabaria tendo que ir ao psiquiatra. Sabia por antecipado que era o dia da sessão de fotos do Thorn e, quando Chase mencionou onde ia ter lugar, não pôde evitar ir vê-lo. Durante o trajeto em carro, perguntou-se uma e outra vez por que sentia essa necessidade de vê-lo, mas não conhecia a resposta.

-Muito bem, assim, senhor Westmoreland, outro sorriso dessas para a câmara. Isso, perfeito. Pense em todas essas mulheres que vão se ficar pasmadas ao vê-lo no calendário. Já verá como alguma ou outra acabará obtendo seu número de telefone. Certamente, vai ter de onde escolher -disse Lois enquanto tirava fotos ao Thorn desde distintos ângulos.

Tara franziu o cenho. Não gostou das palavras da fotógrafa, incomodava-lhe a possibilidade de que algumas mulheres ficassem em contato com o Thorn ao ver o calendário. Não deveria estar permitido.

Olhou ao Thorn e o surpreendeu observando-a. Tinha-lhe lido o pensamento?

Tara suspirou profundamente, zangada consigo mesma. O que Thorn fizesse não era assunto dele; ao menos, não devia ser.

-Muito bem, senhor Westmoreland, já acabamos. esteve magnífico durante a sessão e estou desejando que saia o calendário. Estou segura de que será todo um êxito para Mundo Infantil.

Lois fez uma pausa antes de acrescentar:

-Espero que não lhe incomode, mas tenho uma amiga que me pediu que dê a você seu número de telefone. É uma grande admiradora e adoraria ficar com você quando tiver tempo. É aeromoça e está acostumado a ir todos os anos ao Daytona às corridas de motos, por isso a minha amiga lhe ocorreu que...

-Obrigado, mas não estou interessado -interrompeu-lhe Thorn enquanto se descia da moto. Tara notou que não se fixou na expressão de surpresa do Lois quando Thorn se aproximou dela-. Aqui tenho à única mulher que me interessa.

Imediatamente, Thorn acompanhou suas palavras com um beijo que não deixou lugar a dúvidas de sua relação com ela; ao menos, para qualquer estranho que o presenciasse.

-Perdão-disse Lois quando Thorn interrompeu o beijo-. Não sabia que estavam juntos, doutora Matthews —Lois sorriu com gesto de desculpas e acrescentou-: Pensava que se passou por aqui em seu papel de membro do comitê; além disso, por isso tinha lido e ouvido respeito ao Thorn Westmoreland, acreditava que estava sozinho -Lois lançou uma fica gargalhada—. Evidentemente, estava em um engano.

Antes que Tara pudesse abrir a boca para responder, Thorn lhe disse:

-Sim, estava em um engano porque esta mulher me pertence.

Tara arqueou as sobrancelhas, mas decidiu que não era o momento nem o lugar para esclarecer coisas com o Thorn. Ninguém tinha direito a declarar que a possuía.

-Ao parecer, a sessão foi bem, não? —disse Tara.

-Melhor do que pensava. Lois é uma boa profissional e espero que lhe tenham saído as fotos como queria.

Tara assentiu. Não lhe cabia dúvida de que assim seria.

-Bom, será melhor eu ir. Só tinha vindo porque tinha curiosidade de ver como você estava indo -disse Tara.

Thorn assentiu.

-O que vais fazer hoje?

A Tara lhe acelerou o pulso para ouvir aquela pergunta.

-Nada. Por quê?

-Você gostaria de ir dar um passeio de moto e logo para jantar a esse restaurante ao que te levei o dia que fomos na moto?

Sim, gostava do plano, mas não sabia se era aconselhável. Entretanto, se tinha pensado seduzir ao Thorn e obrigá-lo a romper seu acordo, seria melhor que fizesse algo.

-Fechado. Mas deixa que antes vá casa para me trocar de roupa. Só me levará uma hora.

-De acordo -respondeu Thorn olhando-a fixamente aos olhos.

Nesta ocasião, Thorn não teve que incitá-la para que se pegasse a seu corpo. Tara apoiou o peito contra as costas dele automaticamente, deleitando-se na sensação que lhe produziu. Pareceu-lhe que aquela proximidade era algo necessário em sua vida. Não tinha sentido, já que se tinha jurado a si mesmo não voltar a sentir nada parecido por um homem.

Mas Thorn também era uma provocação para ela: sua provocação.

Sabia que sua relação não tinha futuro, mas Thorn tinha algo que leão convertia em um vício. Não obstante, não queria que as coisas chegassem muito longe; Thorn teria que escolher entre ela e a corrida, e tinha apostado porque ele se decidisse pela corrida. Era uma questão de ego. Podia deitar-se com qualquer mulher quando quisesse, mas ser o vitorioso da corrida a que ia se apresentar era algo único, uma meta que levava anos perseguindo.

Tara estava decidida a fazer o que estivesse em seu poder por aumentar o desejo sexual do Thorn e tentá-lo até o limite de suas forças. portanto, apertou-se contra ele o que pôde, lhe rodeando a cintura com força.

Fechou os olhos e recordou o incidente na cozinha, a habilidade com a que ele a tinha acariciado intimamente e o que a tinha feito sentir. Depois, imaginou o que ocorreria se seguiam juntos uma vez transcorridas as quatro semanas que ficavam para a corrida, embora imaginava que não seria assim.

O que ocorreria se seu plano de sedução falhava? Nesse caso, Thorn ganharia a corrida e logo celebraria sua vitória, mas não durante muito tempo. dirigiria-se a ela com uma só idéia na cabeça: levá-la à cama.

Não, não queria pensar nessa possibilidade. Mas não pôde evitá-lo. Imaginou seus corpos nus e entrelaçados como se só existisse esse momento, como se não houvesse um manhã.

Durante toda uma semana.

Tara abriu os olhos em um intento por livrar-se desses pensamentos. Muito tarde. Enchiam-lhe a cabeça. depois de dois anos de abstinência, Thorn se mostraria como um homem morto de fome diante de sua comida favorita. Tremeu ao imaginá-lo dentro de seu corpo; possivelmente seria doloroso ao princípio, dado que ela era virgem. Mas o que seguiria depois...

Piscou ao notar que Thorn tinha diminuído a velocidade. Olhou a seu redor e lhe surpreendeu encontrar-se na propriedade da família Westmoreland, o lugar ao que tinham ido o primeiro dia de seu passeio de moto. por que estavam ali? por que a tinha levado de novo a esse sítio?

Thorn soltou ar profundamente quando deteve a moto. Sua intenção tinha sido ir diretamente ao restaurante e logo levar a Tara a sua casa. Mas ao sentir os braços dela lhe rodeando a cintura e seu corpo pego ao dele...

Voltou a cabeça e se encontrou perto do rosto dela.

-Temos que conversar. Tara arqueou as sobrancelhas.

-Não podíamos ter esperado a chegar ao restaurante?

Thorn sacudiu a cabeça.

-Não, é algo muito íntimo para falar disso enquanto jantamos.

-Ah -respondeu Tara, perguntando-se do que se trataria.

Tara desceu da moto e se afastou enquanto ele desligava o motor e baixava a costeleta de sujeição. Tentou não fixar-se no rodeados que ficavam as calças jeans enquanto Thorn cobria a distância que os separava. Olhou-o aos olhos. Thorn havia dito que tinham que falar, mas o brilho de seus olhos indicava outra coisa.

Tragou saliva quando o viu deter-se justo diante dela.

-Do que quer falar?

Thorn piscou. Por um momento se esqueceu do que era o que tinha que lhe dizer a Tara; as vontades de lhe devorá-la tinham distraído.

-De anticoncepcionais -respondeu ele por fim. Foi Tara quem piscou esta vez.

-De anticoncepcionais?

-Sim -repôs Thorn com voz rouca-. Eu gostaria de saber se está utilizando algum. Tara voltou a piscar.

-O que?

A voz do Thorn se fez ainda mais rouca.

-Quero saber se tem pensado utilizar algum método anticoncepcional quando fizermos o amor porque eu não tenho intenção de utilizar nada.

Tara ficou olhando fixamente, tinha perdido a capacidade de falar. Jamais lhe tinha ocorrido pensar que Thorn pudesse ser um egoísta em suas relações sexuais, que fora dessa classe de homens que se acreditavam com direito a desfrutar do que pudessem sem responsabilizar-se e tomar precauções contra as possíveis conseqüências. Não podia acreditar que Thorn se colocou diante dela e carregasse em seus ombros toda a responsabilidade.

Tara elevou o queixo e se levou as mãos aos quadris.

-Não, não estou utilizando nenhum método anticoncepcional.

E não o considerava necessário, já que não tinha intenção de deitar-se com o Thorn; mas claro, ele não sabia.

-Assim, se tem pensado te deitar comigo, Thorn, será melhor que use uma camisinha.

Thorn se cruzou de braços. Sim, claro que tinha intenção de deitar-se com ela, mas antes tinha que esclarecer alguns probleminhas.

-Não me interprete mau, Tara. Se tratasse de qualquer outra mulher, jamais me deitaria com ela sem pôr uma camisinha, apesar de que ela me dissesse que estava tomando a pirula ou qualquer outra coisa. E também me asseguraria de que ambos estivéssemos sãos. A saúde no sexo me parece primitivo e também é fundamental que o seja para a mulher com a que me deito. Sou muito seletivo na hora de me colocar na cama com uma mulher. devido às corridas, faço-me provas médicas constantemente; e, como você é médica, suponho que te ocorrerá o mesmo a ti. Peço-te desculpas por ter dado a impressão de ser um homem que responsabiliza à mulher do método anticoncepcional que se tem que utilizar, mas te assegurou que não é assim. Não sou nem egoísta nem estúpido. Tara se sentiu confusa.

-Nesse caso, por que me tem feito essa pergunta? Não o compreendo.

Thorn decidiu que tinha chegado o momento de fazê-la compreender.

-Porque te desejo tanto tempo e meu desejo de ti é tão grande que quero explorar dentro de ti e ser plenamente consciente do que acontece. E quero que seja assim contigo especialmente.

Com o coração martelando, Tara baixou os braços e sussurrou em voz apenas audível:

-por quê?

-Porque quero compartilhar contigo um prazer que não compartilhei com nenhuma outra mulher. Durante uma semana não quero saber onde acaba seu corpo e onde começa o meu. E nos momentos nos que esteja dentro de ti, fazendo amor uma e outra vez, quero sentir como te umedece. Quero sentir completamente o efeito de alcançar o orgasmo juntos.

Thorn estendeu o braço, tocou-lhe a cintura e sentiu o tremor que suas palavras tinham causado. Atirou dela para si, queria que Tara sentisse o que ele estava sentindo também. Ela era a causador de seu perpétuo estado de ereção durante os últimos dias. Nenhuma outra mulher lhe tinha afetado dessa maneira. Só ela. Levava dois anos

Frustrado sexualmente e queria liberar-se dentro dela. Não podia imaginar fazer o amor com outra mulher.

Deitar-se com outra mulher seria um ato puramente sexual e vazio, sem sentido e insatisfatório. Possivelmente se tratasse de algum truque que lhe estava jogando a mente, mas não podia evitá-lo. Estava convencido de que Tara era sua paixão e de que ambos conectariam de uma forma especial na cama. Juntos seriam fantásticos.

Tara se umedeceu o lábio inferior com a língua. perguntou-se qual seria a reação do Thorn se ele soubesse que era virgem. E o que diria se lhe contava que não tinha intenção de utilizar nenhum método anticoncepcional durante uma semana só? Embora, é obvio, não ia ocorrer nada. Mas não, não podia lhe dizer essas coisas.

-E o que faria se te dissesse que não posso tomar a pirula por motivos médicos e que eu não gosto de nenhum outro tipo de método anticoncepcional? Utilizaria uma camisinha nesse caso?

Sem vacilar, Thorn respondeu:

-Sim.

E acreditou.

Tara lhe desejava do momento em que lhe conheceu. Agora também. Era o suficientemente forte para admiti-lo. Mas desejar algo e o ter eram duas coisas completamente diferentes. Derrick quase tinha destruído seus sentimentos, mas Thorn os estava fazendo cobrar vida uma vez mais.

-Conforme tenho entendido, esteve a ponto de te casar uma vez.

Tara deixou de comer bruscamente, olhou ao Thorn com perplexidade e o viu tremendamente sério.

-Quem te há dito isso?

Thorn a observou uns momentos antes de responder.

-Um de meus irmãos, embora não recordo qual. supõe-se que é um segredo? Tara lhe lançou um olhar reflexivo.

-Não.

-Nesse caso, me diga, o que aconteceu?

Tara se figurou que sabia tudo; portanto, não entendia por que lhe tinha feito essa pergunta. O dia em que Delaney se casou foi ela a que tinha agarrado o buquê de flores da noiva e, quando os irmãos Westmoreland lhe disseram que seria a próxima em casar-se, ela respondeu imediatamente que jamais se casaria e lhes explicou por que.

Tara suspirou.

-Derrick, o tipo com o que ia casar, decidiu no mesmo dia do casamento na igreja, diante de mais de trezentos convidados, dizer que estava apaixonado por minha dama de honra ao invés de mim. O casamento foi cancelado, pediu-me perdão, e ele e a dama de honra, uma amiga de toda a vida, partiram. foram a Georgia e se casaram esse mesmo dia.

-Era um imbecil —disse Thorn sem vacilar antes de tomar um sorvo de café-. Você já superou isso?

-Sim. por que me pergunta isso?

-Por curiosidade.

Tara continuou comendo, embora sem entender por que ao Thorn interessava o que ela pudesse sentir pelo Derrick. Em qualquer caso, pensou que já lhe tinha dado suficiente informação sobre seu passado; agora, queria saber o que tinha passado com a mulher do passado do Thorn.

-E você, Thorn? esteve apaixonado alguma vez?

Thorn levou a xícara de café aos lábios.

-por que o pergunta?

-Por curiosidade.

Thorn deixou a xícara de café na mesa.

-Não sei. Possivelmente, no momento, pensei que o estava, mas já não acredito. Em realidade, analisando-o, penso que nunca estive apaixonado.

Tara assentiu.

-Mas uma mulher te fez sofrer -não foi uma pergunta, e sim uma afirmação.

-Parece-me que me desiludiu mais que me fez sofrer. É difícil assumir que a pessoa com a que está te está enganando.

Ela sabia perfeitamente o que Thorn acabava de dizer. Derrick e Danielle lhe tinham escrito em numerosas ocasiões lhe pedindo perdão por havê-la enganado, e ela tinha atirado ao lixo essas cartas.

-Significava muito para ti? —perguntou Tara. Thorn voltou a agarrar a xícara de café e bebeu outro sorvo antes de responder.

-Sim, em seu momento sim. O que mais me incomodou foi que eu não era o único com o que se estava deitando, não sabe quanto me alegro de ter usado preservativos com ela. Nunca me deito com mulheres que mantêm relações com vários homens simultaneamente. Tara assentiu.

-No que trabalhava?

Thorn fez um gesto a uma garçonete para que voltasse a lhes servir café.

-Era fotógrafa.

-OH –agora entendia a relutância do Thorn a que lhe fizessem fotos—. E já superou?

Thorn riu.

-Sim, já superei -Thorn se inclinou para diante por cima da mesa e lhe falou em voz baixa-. Tara, você é a única mulher em minha agenda neste momento, e estou contando os dias que faltam para que possamos nos deitar juntos.

Tara tragou saliva e o pulso lhe acelerou. Baixou os olhos ao prato, mas as sensações que as palavras do Thorn lhe provocaram lhe obrigaram a elevar o olhar outra vez. A expressão do Thorn era séria e sensual.

Tara voltou a baixar o olhar o prato de comida outra vez. Thorn a estava seduzindo e não podia permitir-lhe Tinha que pensar com claridade e não perder o controle. Decidiu trocar de conversação.

-por que participa de corrida de motos?

Thorn sorriu e Tara se deu conta de que ele, apesar de compreender que ela estivesse tentando falar de outra coisa, decidiu lhe seguir o jogo.

-Eu gosto de correr riscos e sempre gosto de competir. As corridas de motos cumprem essa função.

Durante os vinte minutos seguintes Thorn lhe falou das corridas de motos e dos benefícios, a publicidade e o reconhecimento que sua empresa receberia se ganhava a corrida da Daytona. Também lhe falou do muito o que gostaria de participar de uma corrida de motos na Europa.

-Participa de muitas corridas?

-Em algumas. O ano passado corri em doze, a uma média de uma corrida por mês, por isso passei fora bastante tempo. Meu chefe de equipe e o mecânico são os melhores profissionais em seu campo. Também há outra pessoa que se encarrega de transportar as motos e todas as ferramentas é excelente. O motociclismo é um trabalho de equipe e, se ganhar, a equipe inteira ganha.

Quando acabaram o jantar e partiram, Tara pensou que agora compreendia melhor a paixão do Thorn pelas corridas de motos.

Mais tarde aquela noite, quando Tara estava na cama entre o sono e a consciência, recordou a conversação que tinham tido sobre métodos anticoncepcionais.

Antes de dormir, e no caso de, Tara decidiu pedir uma consulta com seu ginecologista.

 

                                             Capítulo Oito

Tara olhou o relógio da parede. Thorn estava a ponto de chegar.

Tinha-o chamado à oficina para lhe perguntar se sabia um pouco de encanamento, porque gotejava um grifo. Era a desculpa perfeita, já que os irmãos do Thorn se foram o fim de semana de acampamento; de ter estado na cidade, Thorn se teria perguntado por que chamava a ele e não a outro de seus irmãos.

Quase deu um salto para ouvir o timbre. Fazia dois dias que não o via e tinha um plano. Estava decidida a pôr a prova o auto controle do Thorn com a esperança de que se desse conta de que os problemas que ela podia lhe ocasionar não mereciam a pena e que corria o risco de perder a carreira; sobre tudo, tendo em conta que Thorn acreditava firmemente nisso do celibato antes de uma competição.

olhou-se a roupa antes de abrir a porta. Embora não ia vestida de forma excessivamente provocadora, sim chamava a atenção.

depois de olhar pelo olho mágico, abriu.

-Olá, Thorn. Obrigado por vir. Perdoe-me que te tenha incomodado, mas a destilação do grifo me estava me deixando louca e sabia que, se não o arrumava, não poderia dormir esta noite.

-Não se preocupe, não é nada —respondeu Thorn entrando na casa. Na mão levava uma caixa com ferramentas.

Thorn a olhou de acima a abaixo, notando-se nas calças jeans curtas e a pequena camiseta de fina malha que, sem ser transparente, deixava quase visíveis os mamilos.

Thorn franziu o cenho.

-saiu à rua vestida assim? Tara se olhou.

-O que tem como estou vestida?

-Nada, só que esta procurando briga.

Tara se conteve para não responder que a única briga que queria era com ele. limitou-se a elevar os olhos ao teto.

-Por favor, Thorn. Está falando como Stone. Thorn arqueou as sobrancelhas.

-Como Stone?

-Sim, como Stone. Está em plano irmão maior. Thorn a olhou aos olhos.

Isso é porque tem avaliação.

-Asseguro-te que sei cuidar de mim mesma. E agora, se não te importar, quereria me arrumar o grifo?

Thorn suspirou.

-Vamos, me diga onde está.

Ao Thorn galopou o coração quando a viu de costas. Essas calças curtas eram muito curtas. Muito curtos. E mais rodeados, impossível. Corria o risco de ser presa se sair assim na rua.

Quando chegaram às escadas, Thorn decidiu pará-la.

-Espera. Aonde vamos?

Tara se deteve e voltou a cabeça.

-A meu quarto. Thorn tragou saliva.

-por que?

Tara fez um esforço por aparentar inocência.

-Para que me arrume o grifo do banheiro de meu quarto.

Thorn ficou imóvel. Tinha suposto que se tratava do grifo da cozinha. Demônios! Seu auto controle ia por água abaixo quando aproximava do dormitório da Tara.

-Algo errado, Thorn?

Sim, passava em muitas coisas; o primeiro, dois anos de abstinência.

-Não, não me passa nada. Bem, me leve a seu banheiro -respondeu ele.

Thorn respirou profundamente enquanto a seguia escada acima e quase se afogou quando entrou no dormitório. Estava decorado em negro, cinza metálico e malva, e tudo fazia jogo. A habitação era como ela, feminina e sensual. Inclusive a enorme cama era mais para fazer o amor que para dormir. imaginou a si mesmo deslizando-se entre os lençóis...

-O banheiro está aí.

Rapidamente, Thorn se limpou a cabeça e a seguiu para o banheiro.

-Posso-te ajudar em algo? -perguntou ela.

Thorn não pôde evitar lhe olhar os peitos. Nesse momento, Tara só podia ajudá-lo lhe deixando sozinho.

-Não, obrigado. Em seguida acabarei.

-Nesse caso, estarei aqui mesmo, em meu quarto, se por acaso quer algo.

Thorn arqueou as sobrancelhas. Preferia que Tara fosse para a cozinha e se afastasse todo o possível dele, mas não podia dizer-lhe Ao fim e ao cabo, não era culpa dela que ele queria devorá-la.

logo que Tara lhe deixou sozinho, Thorn foi examinar o grifo e tratou de ignorar o ruído dos movimentos da Tara no quarto. Não lhe levou muito tempo a reparação, pelo que se alegrou. Agora, só tinha que partir dali a toda pressa.

Fazia uns minutos que não tinha ouvido ruídos no quarto, o que lhe fez imaginar que Tara não estava ali.

Mas se tinha equivocado.

Ao sair do banheiro, viu-a em seu quarto com apenas a camiseta e umas calcinhas tanga de cor negra, sem calças. Estava de costas e, logo que ele pigarreou, Tara agarrou uma bata de seda de em cima da cama e a pôs.

Esta muito tarde. Thorn já tinha visto mais do que devia.

-Perdoe-me. Acreditava que foste demorar mais e me estava trocando de roupa —disse ela a modo de desculpa enquanto se atava a bata.

Thorn não disse nada. Não podia. O corpo inteiro lhe doía.

-Já o arrumou?

A pergunta da Tara lhe recordou o motivo pelo que estava ali, mas seguia sem poder pensar em outra coisa que não fora a pele nua dela. Nada conseguia apagar de sua memória o que acabava de ver.

-Repito, já arrumou?

Thorn a olhou aos olhos e, sem pensar o que fazia, deixou a caixa de ferramentas em uma mesa que havia no dormitório e se aproximou da Tara. depois de olhá-la fixamente, beijou-a e ela não resistiu.

Sentiu-a tremer e lhe acariciou o corpo. Deslizou a mão por debaixo da curta camiseta, obrigou-a a separar as pernas e começou a tocar a da mesma forma como a havia meio doido na cozinha.

Uns momentos depois, Thorn descobriu que isso não era suficiente. Tinha que possuí-la. Tinha que penetrá-la.

Com a mão que ficava livre, baixou-se a cremalheira das calças enquanto seguia beijando-a.

De repente, Tara deixou de beijar.

-Thorn, não podemos: os anticoncepcionais, a corrida...

Thorn recuperou o julgamento nada mais ouvir essas palavras. Respirou profundamente, deu um passo atrás e voltou a subir cremalheira das calças. Tinha perdido a cabeça durante uns momentos. Uns momentos nos que nada, à exceção da posse da Tara, tinha tido importância.

passou-se uma mão pelo rosto, arrependendo-se do que tinha feito. Tara estava úmida, seu aroma lhe tinha impregnado a mão. Aroma de mulher.

Thorn fechou os olhos e, quando voltou a abri-los, foi a por sua caixa de ferramentas e logo se dirigiu à porta.

-O grifo já funciona -disse Thorn com voz rouca.

E partiu em um abrir e fechar de olhos.

Durante as seguintes semanas, Tara se derrubou em seu trabalho.

depois desse primeiro intento de sedução, descobriu que conseguir que Thorn rompesse seu voto de abstinência não era uma tarefa fácil.

Thorn a tinha convidado para jantar em várias ocasiões e tinham ido ao cinema duas vezes, mas ele se negou a entrar em sua casa. Levava-a para casa, dava-lhe um beijo de boa noite e ia rapidamente embora.

Um vírus tinha contaminado a muitas mães fazendo fila na sala de urgências para que os médicos examinassem a seus pequenos. Em duas ocasiões de na semana anterior Tara tinha tido que permanecer no hospital depois de que seu turno acabasse, mas preferia ter muito trabalho.

As noites eram uma tortura. Custava-lhe conciliar o sonho e não deixava de pensar nos beijos do Thorn.

Tara se levantou da cama. Era uma dessas noites inquietas. deitou-se cedo, antes das oito, e tinha tentado dormir; entretanto, era quase meia-noite e ainda estava acordada.

Por sorte, não tinha que ir trabalhar ao dia seguinte. Sabia que Thorn estava trabalhando na moto de seu sobrinho. Ela morria de vontades de ver a cara do AJ quando recebesse como presente a moto que Thorn lhe estava fazendo. Ainda não a tinha visto, mas segundo um dos irmãos do Thorn era uma preciosidade. Todos os da família Westmoreland tinham uma moto construída pelo Thorn; aos onze anos, era hora de que AJ recebesse a sua.

Em mais de uma ocasião, Tara tinha pensado em aparecer na oficina do Thorn com a desculpa de ver a moto; mas cada vez que se entrava no carro e ficava a caminho, acabava dando-se meia volta e voltando para casa sem chegar à oficina.

Tara foi à cozinha para servir um copo de chá frio que tinha preparado aquela tarde. Possivelmente a bebida a refrescasse porque essa noite tinha o corpo em chamas.

Thorn parou a moto e desligou o motor. Ainda havia luzes acesas em casa da Tara, o que significava que ainda não se foi para cama. Tinha estado na oficina tentando trabalhar, mas como não podia deixar de pensar na Tara, decidiu ir vela.

Até o momento, nunca tinha estado tão tenso antes de uma corrida. Normalmente, não pensava nas mulheres antes de entrar em competição. Entretanto, nesta ocasião, era justamente o contrário. Agora que conhecia o sabor dela, não podia tirar o gosto da boca. E não passava um só dia sem pensar no que tinham estado a ponto de fazer no quarto da Tara. baixou-se a cremalheira das calças, disposto a possuí-la sem pensar nas conseqüências.

E seus irmãos tinham piorado a situação com suas estúpidas apostas. negou-se a lhes falar de sua relação com a Tara, não era assunto de sua incumbência. Nenhum sabia o do trato e, além do jantar no restaurante do Chase, nenhum os havia visto juntos. Queria mantê-lo em segredo tanto como pudesse. Além disso, logo saberiam de que ela ia acompanhá-lo à carreira.

Fazia um momento, ao ver que não podia concentrar-se no trabalho, tinha-se dado uma ducha fria para refrescar o ardente corpo. Não tinha feito efeito. Depois, vestiu-se e decidiu ir dar uma volta de moto. Mas isto, tampouco tinha tido o efeito desejado.

Só havia uma forma de aliviar-se, mas não podia chegar tão longe. Impossível romper seu voto de abstinência. portanto, só duas semanas da carreira, precisava pôr distâncias entre a Tara e ele. Ela se estava convertendo em uma tentação excessiva, por isso tinha decidido ir a Daytona antes do pensado e lhe dizer a um de seus irmãos que levasse a Tara mais tarde.

O realmente importante era que Tara estivesse na Daytona quando acabasse a corrida. Não podia arriscar-se a que ela estivesse por ali, tentando-o a romper sua abstinência. Não obstante, ia deixar lhe um presente antes de partir.

Thorn se aproximou da porta e chamou o timbre. Sabia que era tarde, mas tinha que vê-la. O corpo lhe pulsava de antecipação.

Ouviu a voz da Tara ao outro lado da porta.

-Quem é?

Thorn respirou profundamente e respondeu:

-Thorn.

Quando a porta se abriu, viu surpresa na expressão dela.

-Thorn, o que está fazendo aqui?

Thorn tragou saliva. Tara levava uma camisola curta de seda, tinha o cabelo revolto e uma alça da camisola lhe tinha baixado. Sua imagem era sensual, excitante e o objeto da fantasia de qualquer homem.

-Thorn?

Ele piscou, dando-se conta de que não tinha respondido à pergunta.

-houve uma mudança de planos em relação à semana das corridas e queria te falar disso.

Viu indecisão nos olhos da Tara. Era como se ela duvidasse de deixá-lo entrar. Devia estar-se perguntando por que não o havia dito por telefone em vez de aparecer de improviso em sua casa.

-Perdoe-me que não te tenha telefonado, mas lhe queria dizer isso pessoalmente.

Sabia que isso não era uma boa desculpa, mas precisava estar a sós com ela uns minutos.

-Está bem, entre -Tara se fez a um lado para deixá-lo entrar.

No momento em que Thorn se viu em casa da Tara e com a porta fechada, um intenso desejo se apoderou dele, deixando-o quase sem respiração.

Não era normal, mas nada era normal quando estava com a Tara. E não melhorava a situação estar vendo as pernas nuas dela e o movimento de seus quadris sob a fina camisola.

Levava dois anos lutando contra seus sentimentos pela Tara, contra o desejo que despertava nele e, sobre tudo, contra o crescente afeto que sentia por ela. Mas não queria afeiçoar-se com nenhuma mulher. Além da sua família, as motos era quão único queria em sua vida. Entretanto, Tara o tinha quebrado tudo.

-Thorn, qual é a mudança de planos? Thorn se apoiou na porta.

-decidi partir a Daytona antes do que pensava.

Tara arqueou as sobrancelhas.

-Quando vai?

-no domingo, se conseguir ter tudo arrumado para então.

-Este domingo? Só ficam três dias. Thorn, não posso pedir dias...

-Não, não, vou sozinho. Falarei com um de meus irmãos para que te leve logo, quando tiver começado a semana das corridas.

-Mas... por que vai tão logo? -perguntou ela.

Thorn se passou o capacete à outra mão, não podia lhe dizer a verdade.

-Tenho que fazer algumas coisas antes da corrida, uma delas é fazer exercícios de concentração.

Coisa que era verdade. Nesse tipo de corrida, a concentração era fundamental, e não podia concentrar-se estando na mesma cidade que Tara.

Thorn deixou o capacete em cima da mesa.

-Tara...

Olhou aos olhos.

-O que?

Thorn estendeu um braço.

-Venha aqui -disse com voz que quase não reconheceu.

Quão único reconhecia era a necessidade de tocá-la, de saboreá-la, de estreitá-la em seus braços. Duas semanas sem vê-la seria uma tortura.

Devagar, Tara se aproximou e, lhe agarrando a mão, entrelaçou os dedos com os dele. O calor do contato com a Tara foi automático. Era um calor sensual que nasceu na mão e lhe estendeu por todo o corpo. Inclusive o sangue lhe ferveu. Lentamente, atirou dela para si, deixando que o corpo da Tara se apoiasse no seu.

-Tem idéia do muito que te desejo, Tara? -perguntou Thorn com voz rouca, seus lábios cerca de centímetros dos dela.

Os olhos da Tara refletiram desejo ao responder brandamente:

-Sim, acredito que sim.

-Quero que fique completamente claro o que espero de ti no momento no que apareça na Daytona e já não tenha que me preocupar da corrida. Não quero que te surpreenda a magnitude de meu desejo. E também quero te dar um exemplo do que te espera... se me permitir isso, é obvio.

Em sua opinião, Thorn lhe tinha dado um montão de exemplos, assim tinha idéia do que lhe esperava. Não obstante, o fato de que lhe tivesse pedida permissão quase a tinha desfeito. Apesar de sua dureza e mau humor, Thorn sempre se levou com ela como um cavalheiro. Sensual, irresistível e excitante, mas um cavalheiro.

Tara tragou o nó que lhe tinha formado na garganta: não sabia o que dizer nem o que fazer. Se lhe concedia o que queria, poderia piorar sua situação. Agora que Thorn tinha adiantado a viagem, não teria ocasião de tentá-lo, como era seu plano, e, ao final, teria que ir a Daytona, tal e como tinham combinado.

Não obstante, se era honesta consigo mesma, tinha que admitir que queria uma semana com ele.

E sabia por que.

apaixonou-se pelo Thorn Westmoreland.

Era muito tarde para evitá-lo. Tinha-o tentado, esforçou-se em proteger seus sentimentos, seu coração; mas Thorn saiu com a sua. Thorn lhe tinha perguntado se sabia o muito que a desejava; ela também tinha uma pergunta para o Thorn: sabia ele quanto o amava?

Não obstante, era uma pergunta que não podia lhe fazer.

Tara lhe olhou, Thorn ainda estava esperando sua resposta, queria saber se lhe ia permitir que lhe desse um exemplo do que lhe esperava. É obvio, não podia negar-lhe -Thorn, não podemos –Tara respondeu -. Pensa nos anticoncepcionais.

-Sim, permito-lhe isso.

Sem dizer nada, sem perder um segundo, Thorn lhe cobriu os lábios com os seus. Aprofundou o beijo imediatamente e ela, imediatamente, rodeou-lhe o pescoço com os braços. Thorn a estreitou contra si, moldando o corpo ao de enquanto lhe acariciava as costas.

A boca do Thorn se saciou da sua, era um homem possessivo pela paixão. Em certo modo, aquele beijo foi diferente a outros e, durante um segundo, Tara pensou que ia perder o controle. Quando as pernas lhe tremeram, Thorn tomou em seus braços, levou-a a sofá e a sentou em cima.

Tara olhou ao homem que a abraçava. ficou contemplando seus lábios, seus olhos negros e sua dura mandíbula. Viu em sua expressão o desejo de devorá-la. Essa mesma noite. Nesse instante.

Tragou saliva. Estava quase nua em cima dele. Não levava nem prendedor nem calcinhas, só a camisola.

Viu-o lutar contra si mesmo por não perder o controle e se deu conta de quão difícil devia ser a situação para o Thorn, um homem que levava dois anos sem deitar-se com uma mulher. Sabia que, pelo bem dele, devia lhe dizer que partisse. Mas não podia.

Tara mordeu o lábio inferior e decidiu lhe dizer com feitos, não com palavras, o muito que desejava suas carícias, o muito que desejava a ele. E quando acreditou não poder suportá-lo mais, viu o Thorn baixar a cabeça e beijá-la outra vez.

Conteve a respiração ao sentir a mão do Thorn deslizar-se por debaixo da camisola e lhe tocar a perna. Então, começou a acariciá-la. Ela gemeu de agradar no momento em que seu corpo cobrou vida com essas carícias. Recordou o que havia sentido quando Thorn lhe fez o mesmo na cozinha.

De repente, Thorn apartou os lábios dos seus e, antes de que ela pudesse protestar, lhe baixou a camisola para lhe deixar ao descoberto os peitos. Acariciou-lhe a garganta e, inclinando-se para ela, baixou a cabeça. Ao momento, apoderou-se de um de seus mamilos e começou a chupá-lo.

-Thorn... -disse ela sentindo um imenso prazer.

Tara fechou os olhos enquanto saboreava esses momentos com o Thorn. Gemeu enquanto ele continuava lambendo os peitos com a boca e acariciando-a intimamente com a mão.

-Quero te provar -disse-lhe ele com a boca pega a um seio.

Tara não compreendeu o significado daquelas palavras até que Thorn, com suavidade, tombou-a no sofá.

-Fecha os olhos, céu -disse ele com voz rouca ao tempo que se ajoelhava diante do sofá.

Tara lhe olhou e viu um profundo desejo refletido na escuridão daqueles olhos. perguntou-se se Thorn ia ser capaz de controlar-se. Sabia que não podia fazer isso ao Thorn, não podia lhe permitir que pusesse em perigo a carreira.

-Thorn, não podemos -conseguiu dizer ela-. Pensa nos anticoncepcionais.

Thorn seguiu lhe acariciando intimamente, penetrando-a com os dedos, voltando-a louca.

-Ssss. Já sei, querida, mas não necessitamos anticoncepcionais para o que vou fazer. Isto vai dar sorte. Ir com seu sabor nos lábios me vai fazer ganhador em vários sentidos, não só no referente à corrida. Isto é o que necessito agora.

E então lhe subiu a camisola, baixou a cabeça e lhe beijou o ventre no momento em que ela fechou os olhos para concentrar-se nas sensações que lhe produziam o que Thorn lhe estava fazendo.

Tara conteve a respiração quando a boca do Thorn substituiu a seus dedos.

-Thorn! —gritou ela.

Ninguém a tinha beijado assim. Sentiu um prazer que a penetrou até os ossos. Gemeu em voz alta quando Thorn aprofundou o íntimo beijo. A língua dele era tão hábil como suas mãos. Sensações incríveis lhe fizeram dar-se conta da magnitude de seu amor por ele.

Voltou a gritar ao sentir a primeira quebra de onda de êxtase, e continuou gritando enquanto sujeitava a cabeça do Thorn contra si e ele continuava lambendo-a enquanto os tremores a faziam estremecer-se.

Uns minutos depois, quando seu corpo se acalmou, Thorn tomou em seus braços, a sentou em cima e começou a lhe acariciar as costas.

-Obrigado -disse Thorn ao ouvido.

Tara se perguntou por que ele dava obrigado. A julgar por sua ereção, era evidente que seu desejo não tinha sido satisfeito.

-Mas... você não há...

Thorn lhe pôs dois dedos nos lábios.

-Não se preocupe por isso, já me chegará o turno. E te dei obrigado por me haver dado ilusão, a ilusão do que me espera depois da corrida, tanto se ganhar como se não. Eu já tenho um prêmio, e esse prêmio é você.

As palavras do Thorn a estremeceram. Mas antes de poder lhe responder, Thorn sossegou sua resposta com um beijo.

Tara soube nesse instante que o homem que a sujeitava com tanta ternura também teria sempre seu coração.

À manhã seguinte, Tara abriu os olhos devagar enquanto recordava a noite anterior: depois de beijá-la, Thorn a tinha levado ao quarto, tinha-a deitado e depois partiu.

Gemeu ao recordar o que tinham feito. Thorn tinha despertado nela uma incrível paixão e o tinha feito sem egoísmo, pensando nela. Inclusive agora, ao pensar nisso o corpo lhe tremia.

Amava-o. Passasse o que acontecesse Daytona, sempre o amaria.

Seus quatro irmãos se cruzaram de braços e o olharam com cólera nos olhos.

-Que é isso de que não está apaixonado pela Tara? Se for assim, nenhum de nós está disposto a levar isso Thorn. Não vamos permitir que se aproveite dela dessa maneira -disse Stone com aborrecimento-. E esqueça da maldita aposta.

Thorn respirou profundamente. ia partir já a Daytona e tinha encontrado a seus irmãos tomando o café da manhã em casa do Storm porque foram pescar. Quão único ele tinha feito era lhes pedir que um deles levasse a Tara a Daytona. Então, Stone havia perguntado que era para estar apaixonado e ele lhes tinha deixado muito claro que não o estava, que o que havia entre a Tara e ele era algo puramente físico. Foi então quando se armou o alvoroço.

-o da aposta não foi minha idéia, a não ser sua. E digam o que digam, Stone, Tara vai vir a Daytona -Thorn logo que podia conter a ira.

-Não, não vai. Eu estou totalmente de acordo com o Stone -disse Chase-. Fizemos a aposta com o fim de que te desse conta do muito que Tara significava para ti; entretanto, você decidiste utilizá-la. Maldito seja, Thorn, se Tara fora Dela-Ney, daríamos uma surra. portanto, a menos que esteja apaixonado por ela, esqueça da Tara.

-Não vou utilizá-la -disse Thorn apertando os dentes.

À margem de Darei, nenhum de seus outros irmãos estava apaixonado; portanto, não compreendia a que se devia todo isso.

Storm lançou uma gargalhada.

-E quer que acreditemos nisso? depois de não estar com uma mulher em dois anos, quer que nos mantenhamos à margem e permitamos que faça com ela o que queira sabendo que não a amas?

Ao Thorn ferveu o sangue de ira.

-Tenho um grande carinho, mas não estou apaixonado por ela. Além disso, o que Tara e eu façamos é nosso assunto e vocês não devem misturar.

-Engana-se, Thorn -disse Stone zangado enquanto subia as mangas e avançava um passo.

Darei decidiu intervir para evitar que corresse o sangue.

-Vamos, tranqüilo, Stone. Então, voltou-se para o Thorn.

-E no que a Tara se refere, eu a levarei a Daytona quando Shelly e eu famos.

-O que!

Darei ignorou a exclamação simultânea de seus irmãos.

-Obrigado, Darei -disse Thorn.

E sem acrescentar palavra, deu-se meia volta e partiu da casa.

Três dos irmãos Westmoreland se enfrentaram com Darei.

-Por muito xerife que seja, vamos dar uma surra, Darei -disse Chase zangado-. Como pode fazer isso a Tara? Está claro que Thorn quer aproveitar-se dela e Tara não se merece uma coisa assim.

-Ele a quer muito para utilizá-la —disse Darei com voz suave.

-Ele a quer? Maldito seja, Darei, é que não ouviste o que há dito? Há dito que não está apaixonado por ela -disse Stone.

Darei sorriu.

-Sim, ouvi o que há dito, mas não acredito. me façam caso, digo-o por experiência. Thorn está tão apaixonado pela Tara que nem sequer pode pensar direito. Não obstante, agora o que precisa é concentrar-se na corrida, e é por isso pelo que adiantou a viagem a Daytona. Thorn necessita que Tara esteja durante a corrida; mas quando tiver terminado, já verão como recupera o julgamento. Não lhe vai levar muito tempo reconhecer que a quer.

Chase franziu o cenho.

-Bom, todos sabemos o cabeça dura que é Thorn. E se não se dá conta de que a quer? Nesse caso, o que vai passar com a Tara?

Darei lançou uma breve gargalhada.

-Em minha opinião, Tara não vai se conformar deitando-se com o Thorn, já verão como lhe obriga a reconhecer o que sente por ela.

-E se não o faz? -perguntou Storm, não de tudo convencido.

Um sorriso curvou os lábios do xerife Darei Westmoreland.

-Nesse caso, daremos uma surra de morte; de uma forma ou outra, vai ter se que convencer de que Tara é a mulher de sua vida. Mas não acredito que precisemos chegar tão longe; conforme eu soube, enviou a Tara um buquê de flores pelo dia dos Namorados.

Chase ficou boquiaberto.

-Flores? Thorn? Darei se pôs-se a rir.

-Sim, Thorn. Já sabem que Luanne Coleman não consegue manter a boca fechada; pois bem, foi dizendo que Thorn foi ontem a sua floricultura, pediu flores para a Tara e lhe escreveu um cartão.

-Incrível! -exclamou Stone com incredulidade no rosto-. meninos, arrumado a que vai haver casamento em Junho.

-Eu acredito que será antes de junho, duvido de que possa esperar tanto. Em minha opinião, vai ser em maio, perto de seu aniversário —interpôs Chase.

Storm elevou os olhos ao teto.

-Apaixonado ou não, Thorn não vai parar de protestar de caminho ao altar, ele é assim. Eu, pelo contrário, penso que o casamento será por volta de setembro.

Os outros se voltaram a Darei para ver o que dizia ele.

-Quão único digo é que eu não faço apostas -um sorriso tocou seus lábios-. Mas se apostasse, estaria de acordo com o Chase. Thorn não vai agüentar até junho.

Tara elevou a cabeça de seu escritório quando ouviu uns golpes na porta de seu escritório no hospital.

-Sim? Entre.

Outra pediatra, a doutora Chapéu de palha Wentworth, entrou com o buquê de flores mais bonito que Tara tinha visto em sua vida.

Tara sorriu.

-Mais, Pam, que preciosidade. Deve ser muito especial para alguém.

Pam sorriu travesamente.

-Não, é você a que deve ser muito especial porque estas flores são para ti.

Tara se endireitou no assento. Seus olhos se aumentaram imediatamente.

-O que? Há dito que essas flores são para mim?

-Sim. Acabam-nas de enviar e as deixaram na enfermaria. Como estava a caminho, disse à enfermeira Meadows que eu lhe traria isso.

A outra doutora deixou as flores em cima do escritório da Tara e acrescentou:

-Amiga minha, não sei o que está fazendo, mas a julgar por este ramo deve estar fazendo-o muito bem -Chapéu de palha Wentworth sorriu-. Bom, agora será melhor que vá. Parece-me que nunca tivemos tanto trabalho assim desfruta de do descanso enquanto possa.

Pam saiu imediatamente, deixando a Tara com o enorme acerto floral em cima de seu escritório.

Tara franziu o cenho.

-Quem me terá mandado isto? -perguntou-se Tara em voz alta.

Depois, foi agarrar o cartão que acompanhava ao ramo. Que homem podia pensar nela o dia dos Namorados?

Rapidamente, abriu o sobre e piscou ao ler a mensagem:

Quero que seja minha, Thorn.

Imediatamente lhe fez um nó na garganta. Que fora seu o que? Seu amante? O passatempo de uma noite? Sua companheira de cama durante uma semana? Seu verdadeiro amor? A mãe de seus filhos? O que?

Tara suspirou pesadamente. Só Thorn tinha a resposta a essas perguntas e tinha intenção de perguntar-lhe a próxima vez que o visse.

 

                                              Capítulo Nove

Tara olhou pelo guichê do carro de Darei quando chegaram a Daytona Beach. Fazia um sol resplandecente e se surpreendeu que as corridas se anunciassem como o acontecimento motociclista mais importante do mundo. E Thorn ia fazer parte do acontecimento.

Fazia mais de duas semanas que não o via e não deixava de recordar a noite em que se apresentou de improviso em sua casa. A noite em que tinha reconhecido o que sentia por ele. Também a noite em que Thorn lhe tinha dado um exemplo do que lhe esperava.

Mas ainda pensava mais nas flores que lhe tinha enviado pelo dia dos Namorados. A nota do cartão tinha sido pessoal, mas continuava perguntando-se o que estava querendo dizer Thorn com essa mensagem.

-Deixemos as coisas para possamos ir as compras, Tara?

A pergunta do Shelly a tirou de seu pensamento. Tinha desfrutado da viagem de sete horas com Darei e sua esposa. AJ não tinha ido por causa do colégio e ficou com os pais de Darei.

-Sempre estou disposta para ir às compras -respondeu Tara sorrindo.

Ao olhar os postos de venda que havia por todos os lugares, Tara se perguntou se venderiam algo que não fossem artigos relacionados com as motos.

-logo que deixemos as coisas no hotel, podemos ir ao centro comercial —disse Shelly voltando o rosto para lhe sorrir.

Tara assentiu.

Uns meses atrás, antes do casamento do Shelly, esta, Delaney e ela tinham ido a Nova Iorque a passar o fim de semana e desfrutaram de muito. Entre outras coisas, tinham em comum sua afeição a ir às compras.

-Espero ver o Thorn algum dia -disse Tara, sem preocupar-se no que Shelly ou Darei pudessem pensar.

-Não acredito que seja muito difícil encontrá-lo -disse Darei olhando-a pelo espelho retrovisor-. Ele veio de moto, mas sua equipe veio em um caminhão de dezoito rodas com o fim de pôr em exposição as motos do Thorn. Não pode imaginar a quantidade de gente que vem aqui a comprar uma moto. Mas durante os últimos dias antes da corrida não espere vê-lo. Thorn necessita completa concentração enquanto se treina pelas auto-estradas; e quando digo completa, é completa.

Tara assentiu, compreendeu perfeitamente as palavras de Darei. Tinha falado o suficiente com os irmãos Westmoreland para dar-se conta de que o que Thorn fazia era arriscado. Entretanto, não podia permitir-se estar assustada, tinha que acreditar que Thorn não iria ocorrer nada.

Suspirou profundamente. Por isso Stone lhe havia dito, havia muitas atividades além das corridas, incluindo exposições e concertos. Também havia postos de venda por toda parte que se podia comprar algo.

Quando Darei deteve o carro no estacionamento do hotel, Tara sentiu umas terríveis pontadas de ver o Thorn.

Storm olhou o relógio.

-Darei, Shelly e Tara já devem ter chegado. Não vai ao hotel a saúda-los?

Thorn, agachado diante de uma de suas motos, continuou tirando brilho.

-Ainda não. Possivelmente mais tarde.

Storm franziu o cenho. Não pareceu o comportamento de um homem apaixonado, como assegurava Darei que estava. De fato, desde que Chase, Stone, e ele tinham chegado, Thorn não tinha mencionado a Tara nenhuma só vez.

Storm teve uma idéia.

-Bom, possivelmente seja melhor assim. Thorn o olhou imediatamente.

-por que?

Storm se encolheu de ombros.

-Cabe a possibilidade de que Tara não tenha vindo -mentiu Storm-. Segundo as últimas notícias, não estava segura de se vir ou não.

Thorn franziu o cenho e imediatamente deixou o que estava fazendo.

-O que quer dizer com isso de que não estava segura? me disse que vinha.

-E quando foi isso, Thorn?

A expressão do Thorn escureceu.

-Um dias antes de que viesse.

Storm sacudiu a cabeça.

-Maldito seja, Thorn, disso já faz mais de duas semanas. É que em todo este tempo não ligou nenhuma só vez?

-Não.

Storm se cruzou de braços.

-Nesse caso, seria bem feito se ela não tivesse vindo. Inclusive eu sei que às mulheres não gosta que as ignore.

-Eu não estava a ignorando, estava me concentrando no meu.

-te concentrando no teu? Isso não tem que ver com que telefone para falar com ela. Às mulheres gosta que pensemos nelas embora só seja de vez em quando. lhe sinto dizer isso irmão, mas acredito que estragou tudo. Como você não pensou em ligar?

Thorn se endireitou o corpo e atirou o trapo que tinha na mão.

-Porque estava tratando de não perder o julgamento —respondeu Thorn ao tempo que agarrava o casco para ficar o Voltarei logo.

Storm riu ao ver seu irmão sair com a moto à velocidade do raio. Logo, sacudiu a cabeça. Darei tinha razão: Thorn estava apaixonado embora ele não o reconhecesse ainda.

Tara se tinha dado uma ducha e se pôs roupa cômoda. O quarto de Darei e Shelly estava no décimo piso e, ao igual à sua, tinha uma magnífica vista para o mar.

Tara saiu no terraço e a vista lhe fez conter a respiração. Abaixo, no passeio marinho, via-se gente passeando e rindo.

Shelly e ela tinham decidido ir ao centro comercial em outro momento. Era evidente que Darei queria estar a sós com sua esposa durante um momento, e ela o compreendia perfeitamente. O casal queria aproveitar ao máximo essa semana que foram passar sozinhos sem ter que se preocupar de que AJ os interrompesse no momento mais inoportuno.

Tara entrou de novo no quarto, olhou o relógio e sentiu saudades de que Thorn não tivesse ligado para ver se tinham chegado. Devia estar muito ocupado; não obstante, tinha acreditado que Thorn encontraria algum momento livre para vê-la. Evidentemente, estava equivocada.

Tinha que enfrentar à realidade: Thorn só estava interessado nela depois da corrida, não antes. O quarto que lhe tinham dado estava no nome do Thorn e era uma suíte, a suíte que compartilhariam quando tivesse concluído a competição.

Precisava falar com ele e lhe confessar que não tinha experiência que ele acreditava que tinha. O mais provável era que, quando Thorn soubesse do estado de virgindade, sairia correndo. Nenhum homem queria perder o tempo lhe ensinando a uma mulher como agradá-la na cama.

Tara suspirou. Queria dizer a verdade ao Thorn no momento em que o visse; mas depois do que Darei havia dito a respeito que, para o Thorn, era necessária uma concentração absoluta, decidiu deixá-lo para depois da corrida. Não seria o melhor momento, mas não podia fazer nada a respeito.

De repente, ouviu que alguém batia na porta. Acreditando que Shelly tinha trocado de idéia respeito a ir às compras, aproximou-se da porta e olhou pelo olho mágico.

-Thorn!

Não perdeu tempo em abrir, e ele não perdeu tempo em entrar e fechar a porta detrás de si; tampouco em estreitá-la em seus braços e beijá-la.

E ela não perdeu tempo em responder a seus beijos.

A língua do Thorn lhe acariciou a sua com incessante precisão enquanto lhe acariciava o corpo com as mãos como se queria assegurar-se de que estava ali e não era produto de sua imaginação. Quando Tara rodeou o pescoço com os braços, ele aprofundou o beijo.

Sentiu o desejo do Thorn na boca do estômago e um intenso prazer se estendeu por todo seu corpo. O beijo era assustador.

Tara sabia que devia afastar-se dele antes de perder o controle, mas suas línguas continuaram festejando seu encontro negando-se a afastar-se.

Uns momentos depois, Thorn se afastou ligeiramente, mas não interrompeu o beijo de tudo, mas sim lhe lambeu brandamente os lábios. Ela gemeu.

-Senti sua falta — sussurrou Thorn com voz enrouquecida pela paixão—. Maldita abstinência: desejo-te. Quero te possuir agora mesmo. Que demônios, pode que não haja um depois, poderia ocorrer algo.

As palavras do Thorn a recordaram o perigo inerente à corrida do domingo. Não podia arriscar-se a fazer algo que logo pudesse lamentar. Queria-o muito. Um deles dois tinha que manter o julgamento e, nesse momento, parecia ser ela quem devia evitar perder a cabeça.

Tara lançou um suspiro enquanto se olhavam aos olhos.

-Desejo-te, Tara. Não depois da corrida, a não ser agora.

Ela tragou saliva. O desejo sexual estava fazendo que Thorn perdesse a cabeça, e era responsabilidade dela fazê-lo entrar em razão. Além disso, embora não pusesse sua vida em perigo, se Thorn perdesse a corrida o jogaria em sua cara durante o resto da vida.

Tara inclinou a cabeça e franziu o cenho.

-Esqueça de que me deseja. É necessário que te recorde que temos feito um trato, Thorn? O motivo pelo que vim é para satisfazer suas necessidades sexuais depois da corrida, não antes. Acredito que será melhor que coloque as mãos nos bolsos e as deixe aí até então.

Thorn não disse nada, mas sua expressão de desejo se tornou em uma de aborrecimento. Depois, deu um passo atrás e olhou a Tara de acima a abaixo.

-Obrigado por me recordar o motivo que você veio, Tara. E não se preocupe, não vai ter que voltar a me recordar de nada. Entretanto, não fique equivocada, vai cumprir com sua parte do trato como eu já cumpri com a minha.

Sem dizer nada mais, Thorn se deu meia volta e partiu dando uma portada.

Thorn montou na moto e se afastou do hotel a toda velocidade.

Maldito trato. Durante as duas últimas semanas, deu-se conta do muito que Tara significava para ele. Ter afeto não tinha sido parte do plano, mas tinha ocorrido.

Pensou no que lhe havia dito. A sério Tara acreditava que o único motivo que estava ali era para satisfazer seu desejo sexual durante uma semana depois da corrida? Não obstante, não podia reprovar, era o que lhe havia dito.

Se perguntou em que momento tinham trocado seus sentimentos para ela. Quando tinha decidido que queria algo mais da Tara que uma semana na cama? Quando tinha decidido que queria algo mais que sexo com ela?

Suspirou profundamente. Não podia seguir enganando a si mesmo, tinha que admitir que estava apaixonado por ela desde que a conheceu. Tinha mentido a respeito e havia dito a seus irmãos que não a queria. Mas tinha que enfrentar à verdade: amava-a desesperadamente.

Seu aborrecimento se dissipou enquanto tomava outra curva a grande velocidade. Não era o momento de zangar-se, já teria tempo para dar uma lição a certa doutora. De mau humor, ele era insuportável; apaixonado podia ser invencível.

-Tudo bem, Tara?

Tara apartou os olhos de sua taça e se encontrou com o olhar curioso do Stone. Depois, olhou em torno da mesa, ao resto dos irmãos Westmoreland. Ao parecer, todos estavam interessados em sua resposta.

-Bem, estou bem, obrigado -respondeu ela em tom animado.

Sabia que não os tinha enganado e que eles eram conscientes de que não estava passando bem. O único que lhe alegrava era ver Darei e ao Shelly juntos. Estavam tão apaixonados que virtualmente brilhavam. Nesses momentos estavam dançando.

A Tara estremeceu a imagem, a idéia de que duas pessoas pudessem querer-se tanto. Suspirou. Nenhum homem a tinha amado dessa maneira e, é obvio, menos Derrick.

-Gosta de dançar, Tara?

Ela olhou ao Chase. Ele tampouco se enganou a ela: sabia perfeitamente que os irmãos estavam inteirados de com quem queria dançar. O que deviam saber era que, intencionalmente, ela o tinha rechaçado.

-Não, mas obrigado de todos os modos.

Estavam em um nightclub que tinha atuações em direto. Todos os irmãos Westmoreland estavam pressentem, menos Thorn.

Não o tinha visto desde sua visita ao hotel três dias atrás. Todos os dias tinha ido ao lugar onde se exibiam as motos do Thorn com o fim de vê-lo, mas ele nunca estava ali. Conforme Darei, Thorn estava concentrando-se e não o veria até depois da corrida.

-Tara!

Tara sorriu e olhou a seu redor; dê repente, deu-se conta de que não tinha sido nenhum dos irmãos o que pronunciasse seu nome, a não ser um homem sentado na mesa logo atrás à sua.

Derrick!

Surpreendida, olhou-o e se perguntou que demônios estaria fazendo Derrick na Daytona durante a semana das motos. Embora Bunnell estava a só cem quilômetros dali, nunca o tinha visto interessado nas motos. Não obstante, recordou que havia muita gente que ia ali a passar um bom momento. Tara esboçou um falso sorriso e agarrou a taça.

-Derrick, o que está fazendo aqui? Que surpresa.

Tara notou que Derrick estava nervoso, mas ao voltar a passar o olhar por sua mesa, deu-se conta de por que. Stone, Chase e Storm estavam olhando ao Darrick com caras que não deixavam lugar a dúvidas do que pensavam dele. Evidentemente, deram-se conta de quem era e recordavam o que Derrick tinha feito a ela.

-Bom, uns amigos e eu viemos a dar uma volta -respondeu Derrick depois de esclarecer garganta.

Tara assentiu.

-Como esta Danielle? Derrick voltou a pigarrear.

-Está bem. Está no estado. O menino vai nascer dentro de umas semanas.

Surpreendentemente, noticiou-a não o afeto como lhe teria afetado um ano atrás, e Tara sorriu com sinceridade.

-Felicidades. Me alegro de que sejam felizes e de que tenham decidido ter família. Desejo para vocês o melhor.

Derrick assentiu.

-E você, Tara? Está bem?

Tara abriu a boca para responder; entretanto, uma voz varonil a suas costas respondeu por ela.

-Sim, está muito bem.

O Tara coração começou a pulsar com força. Conteve a respiração quando Thorn se colocou ao lado dela e, agachando-se, deu-lhe um beijo nos lábios diante de todos.

Depois, Thorn se endireitou e olhou ao Derrick com um brilho de cólera nos olhos.

-É meu assunto assegurar de que esteja bem -acrescentou Thorn.

A Tara deu vontade de gritar: «Desde quando?». Mas decidiu seguir o jogo, fora o que fosse. Além disso, o que Thorn acabava de dizer e fazer deixou bem claro ao Derrick que ela já não sofria por ele. E teve que agradecer-lhe Segundo seus pais, no Bunnell corria o rumor de que ela ainda não tinha superado o do Derrick.

Derrick olhou ao Thorn.

-Me alegro em saber —foi então quando o reconheceu—. - Não é Thorn Westmoreland?

-Sim.

Thorn cruzou de braços e olhou ao homem que tinha tido o atrevimento de trair e humilhar a Tara o dia em que ela ia casar com ele. Em sua opinião, ele tinha ganho o que esse homem tinha desprezado.

-Fantástico! Suas motos são uma bomba -disse Derrick com admiração.

Normalmente, Thorn agradecia a opinião da gente que reconhecia seu trabalho, mas não nesta ocasião.

-Obrigado. E agora, se não importar, eu gostaria de dançar com a Tara. A corrida é dentro de dois dias e, enquanto isso, quero passar o tempo que me resta com ela.

-Sim, claro, compreendendo -disse Derrick antes de voltar-se para a Tara uma vez mais-. Se cuide, Tara. Direi a sua família que te vi.

Tara se encolheu de ombros.

-Não é necessário: tenho pensado ir fazer uma visita amanhã. Derrick assentiu.

-Sim, claro. Bom, adeus. Então, Derrick voltou sua atenção para seus acompanhantes.

-Me alegro de que tenha decidido vir nos ver, Thorn -disse Darei sarcasticamente quando Shelly e ele se sentaram à mesa. Depois, olhou em direção ao Derrick, que estava de costas a eles—. Quem é esse?

Thorn olhou a seu irmão.

-O imbecil que não soube reconhecer o que tinha.

Sem esperar comentário de nenhum de seus irmãos, Thorn agarrou a mão da Tara e atirou dela para que se levantasse.

-vamos dançar.

As palavras morreram na garganta da Tara quando Thorn a tocou. Não ofereceu resistência enquanto se deixava levar a pista de baile. Um incômodo olhar sobre o ombro em direção à mesa do Derrick indicou que este e seus amigos os estavam observando o Thorn e a ela. Rapidamente, olhou a seu redor e viu que os irmãos Westmoreland também tinham os olhos fixos neles. Pareceu-lhe ser o centro de atenção de todo o mundo. por que?

-me diga, o que acontece com seus irmãos? -perguntou ao Thorn já em seus braços.

-Não tenho nem idéia. Ignora-os. Isso não lhe resultaria difícil, pensou Tara enquanto sentia o corpo do Thorn colado ao dele.

-O que está fazendo aqui, Thorn? Acreditava que, agora que só faltam dois dias para a corrida, estaria isolado e se concentrando.

Thorn franziu o cenho.

-Sim, não sente saudades que o pensasse. Mas não se preocupe, vou bem preparado para a corrida. Para falar a verdade, estou desejando que acabe. E não quero que se preocupe, também estou preparado para depois...

Tara umedeceu o lábio inferior com a língua. Possivelmente fora o momento de lhe falar de sua virgindade. Abriu a boca, mas antes de poder dizer nada, Thorn a cobriu com a sua. Em meio da pista de baile, Thorn lhe deu um beijo ardente.

Tara ignorou os assobios e também os flashs das câmaras de alguns fotógrafos.

Por fim, com inapetência, Thorn interrompeu o beijo quando alguém lhe deu uma palmada no ombro. Voltou a cabeça e olhou furioso a seu irmão Darei, que havia tornado com o Shelly à pista de baile.

-Está dando o espetáculo, Thorn; além disso, a canção se acabou faz uns segundos. Acredito que deveria sair um momento fora.

-Tem razão —respondeu Thorn. E sem esperar a que Tara pudesse dizer algo, tirou-a do nightclub.

Tara escapou da mão do Thorn no momento em que o ar da noite da Florida lhe acariciou o rosto e lhe fez recuperar o sentido.

-Ei, espera um momento, Thorn. O que está fazendo?

-Te vou levar a um sítio.

Thorn atirou dela, mas Tara se negou a mover-se de onde estava.

-Aonde?

-Quero te mostrar minha moto. Tara franziu o cenho.

-Já vi sua moto, inclusive montei nela, ou se esqueceu? Thorn sorriu.

-Esta, não. A moto que quero te mostar com a que vou correr.

Durante um momento, a Tara lhe esqueceu respirar. Tinha estado com os irmãos Westmoreland o tempo suficiente para ouvir suas brincadeiras em relação à superstição do Thorn de não deixar que ninguém visse a moto com a que ia participar de uma competição antes da corrida.

-Acreditava que, exceto a gente de sua equipe, não quer que ninguém veja a moto que vais usar. Thorn se encolheu de ombros.

-Sim, é verdade, mas quero que você a veja. É mais, quero que a batize. Tara levantou uma sobrancelha.

-Que a batize? Quer que lhe estrele uma garrafa de champanha ou algo pelo estilo? Thorn sacudiu a cabeça e sorriu.

-Não, assim lhe faria uma amolgadura. Há outras formas de batizar uma moto. Se vier comigo, mostrarei isso.

Indecisa, Tara ficou olhando. Não sabia o que fazer. Estar a sós com o Thorn não lhe parecia boa idéia; sobre tudo, quando só faltavam dois dias para a corrida.

De repente, Thorn tomou a cara nas mãos e a beijo.

Beijo três vezes, pensou Tara fechando os olhos enquanto a boca dele devorava a sua. Tremeu quando sentiu as mãos do Thorn tirar a camisa para acariciar a pele nua.

Alguns instantes, Thorn separou a boca da dela e Tara apoiou a cabeça naquele duro peito.

Por fim, Tara levantou o rosto e olhou aos olhos.

-Acreditava que havia dito que não foste me tocar nem me beijar até depois da corrida, Thorn. Ele tomou ar trabalhosamente.

-Tentei, mas não consigo, Tara -respondeu Thorn com sinceridade.

Queria falar com você mais claramente. Queria dizer a Tara que, tanto se ganhava a corrida ou não, amava-a e ela era o melhor prêmio que podia ganhar. Mas ainda não era o momento de dizer Tinha que esperar à ocasião oportuna.

Thorn baixou a cabeça e a olhou fixamente.

-vai vir comigo, Tara? Não farei nada que você não queira que faça. Tara continuou indecisa.

-Tara, vem comigo? -insistiu ele.

Ela lançou um enorme suspiro antes de responder.

-Sim, Thorn, vou contigo.

Tara, olhou a seu redor: quase não podia acreditar que estava dentro do caminhão de dezoito rodas do Thorn. O veículo estava dividido em três partes: uma, a da rampa, onde estavam as motos; a seção do meio, que servia de despacho do Thorn; e a parte mais próxima à cabine, que tinha uma cama, banheiro com ducha, geladeira, microondas, televisor e cadeia musical.

depois de que Thorn ensinasse todo o veículo, Tara decidiu não correr riscos e ficou na parte onde estavam as motos.

-Esta é a moto com a que vou correr na corrida.

Tara se colocou diante da moto que lhe acabava de indicar para examiná-la. Era uma preciosidade ela disse.

-Obrigado. Comecei a construí-la o ano passado —Thorn a olhou aos olhos—. Me parece com você.

Tara levantou uma sobrancelha. Jamais lhe tinham comparado com uma moto.

-por que, Thorn? Ele sorriu.

-Porque é uma preciosidade capaz de satisfazer a fantasia e o sonho de qualquer homem. Igual a você. Está bem construída, ângulos e curvas perfeitas... é uma tentação. Igual a você.

Tara tragou saliva.

Como não sabia o que dizer, Tara se esclareceu garganta e permaneceu calada.

-Tara...

-Sim?

-Quer montar na moto? Ela piscou.

-Montar na moto?

Thorn assentiu sem deixar de olhar a Tara aos olhos.

-Sim, montá-la.

Tara voltou a tragar saliva.

-Não entendo, já guardaste as motos, não vai tirá-las uma outra vez, não? Thorn voltou a assentir.

-Certo. Mas há diferentes forma de montar uma moto sem necessidade de fazer que se mova. Quero que a batize. Se o fizer, dará-me boa sorte e ganharei a corrida no domingo.

Tara, confusa, lançou um suspiro. Não sabia muito sobre o sexo, mas tinha uma idéia do que Thorn estava sugerindo.

-Quer que o façamos em cima da moto? Thorn sorriu.

-Sim.

-Pensará que estou louca, mas... é possível? O sorriso dele se fez mais ampla.

-Tudo é possível tratando-se de nós, Tara, e te prometo que não o faremos tudo. Eu farei coisas a ti, igual a nas outras ocasiões -Thorn se aproximou dela e lhe ofereceu uma mão-. Deixe que eu te leve ao céu.

Tara se perguntou se Thorn não seria masoquista, porque era ele quem sempre dava prazer sem recebê-lo. Não sabia o que ganhava ele com aquilo.

-Não o entendo, eu não te vou fazer nada. por que te está fazendo isto a ti mesmo, Thorn? Sou eu quão única obtém satisfação.

Thorn refletiu uns momentos. Queria responder com a maior honestidade possível sem ser completamente claro com ela.

-Satisfaz-me que alcance o orgasmo em meus braços, Tara. De momento, é tudo o que necessito. Já me chegará o turno depois da corrida.

Tara sentiu a necessidade de lhe fazer uma pergunta.

-Quando me enviou as flores pelo dia dos Namorados, na carta me pedia que fora tua. O que quis dizer com isso?

Thorn a olhou fixamente, mas demorou uns segundos em responder.

-Embora só seja por uma semana, Tara, asseguro-te que não tomarei à ligeira o tempo que passemos juntos. Sei que não tenho direito a ser possessivo contigo além desse momento; mas até então, preciso saber que não há outro homem nem em sua mente, nem em sua alma. Quando fizermos amor, quero que seja minha em corpo e alma.

Então, Thorn baixou a cabeça e a beijou.

Tara se derreteu em seus braços, entregando-se completamente.

Quando Thorn afastou a boca da dela, levantou-a em seus braços, sentou-a no assento posterior da moto e ele se sentou no do piloto; mas em vez de colocar-se de costas a Tara, sentou de frente. E voltou a beijá-la.

Thorn a acariciou por toda parte antes de lhe tirar a camiseta. Ficou olhando os peitos. Antes, quando estava dançando com ela, tinha notado que não estava de sutiã; agora, ao ver os mamilos erguidos, lançou um grunhido rouco.

Agarrou-lhe as pernas e as colocou ao redor dos quadris; logo, fez ela tombar-se e, imediatamente, começou a lhe chupar os mamilos.

Mas queria chupar outra coisa, provar outro sabor.

Devagar, baixou a cremalheira das calças curtas da Tara e, depois de lhe levantar os quadris, os tirou pelas pernas. Então, lançou um olhar de admiração às sensuais calcinhas negras antes de tirar-lhe Thorn começou a lhe acariciar as coxas com as mãos; depois, passou-lhe os dedos pelas femininas dobras já úmidas. Ao cabo de uns momentos, levantou as pernas da Tara e as colocou nos ombros.

Por fim, Thorn capturou com a boca o que queria. Por muito alto que Tara gemesse e gritasse, a boca dele se negou a deixar de lhe dar agradar. O corpo inteiro dela começou a tremer enquanto seguia recebendo as carícias e as penetrações daquela língua que a estavam conduzindo ao êxtase.

-Thorn...

-Tranqüila, querida, se entregue ao prazer -disse ele, substituindo momentaneamente sua boca com os dedos-. Preciso te possuir assim. Quando correr no domingo, vou recordar o que senti ao te fazer assim o amor. te dar agradar é meu próprio prazer.

E lhe deu prazer. Uns momentos depois, quando a boca do Thorn substituiu a seus dedos uma vez mais, Tara lançou um grito e se desfez por completo, perdeu o controle em forma absoluta e alcançou a cúpula do prazer.

 

                                               Capítulo Dez

Tara lançou um olhar aos degraus cheias de espectadores. O ambiente estava carregado pelo entusiasmo ante o início da corrida. O céu estava completamente azul, o dia era perfeito.

Os irmãos Westmoreland tinham falado com ela essa manhã e lhe tinham assegurado repetidamente que ao Thorn não aconteceria nada. Mas ela era perfeitamente consciente dos riscos inerentes à competição.

Tratou de não pensar nas numerosas voltas ao circuito que Thorn teria que dar e as perigosas curvas que deveria dobrar. Em um esforço por aliviar a tensão que sentia, recordou a noite do «batismo» da moto; inclusive agora, ao pensar nisso, ruborizava-se. Thorn a tinha levado de volta ao hotel, mas não tinha entrado; depois de lhe dar um beijo de despedida, deu-se a volta e partiu.

Também recordou o contente que se pôs sua família ao ir visitá-los. Derrick, é obvio, já tinha chamado para lhes dizer que estava na Daytona acompanhando ao Thorn Westmoreland. Já que Thorn era uma pessoa famosa no mundo das corridas de motos, seus pais, irmãos e amigos a tinham enchido de perguntas sobre sua relação com ele. Ela disse que havia dito que estava saindo com o Thorn, mas nada mais.

Suspirou profundamente e olhou para baixo, ao lugar onde os irmãos Westmoreland estavam com o Thorn e com outros membros da equipe lhes dando uma mão.

Ao dia seguinte, Thorn e ela se foram ao West Palm Beach a passar uma semana, e não queria pensar no que lhe esperava ali. Thorn já tinha enviado sua bagagem à suíte do hotel, onde ia passar a noite com ela. Tara sabia o que isso significava.

Não podia deixar de perguntar sobre a reação do Thorn quando soubesse que era virgem.

De repente, anunciou pelos alto-falantes que a corrida estava a ponto de começar. Tara sorriu ao Shelly, que estava a seu lado. Os nervos e a emoção se apoderaram dela. Então, baixou-se a bandeira verde e a corrida começou.

Todo mundo estava gritando quando Thorn foi o primeiro em cruzar a linha de meta, convertendo-se no ganhador da corrida da semana das motos na Daytona.

Thorn logo que teve tempo de parar a moto quando um montão de gente descendeu sobre ele. Um jornalista da CNN foi o primeiro em entrevistá-lo depois de uma ronda de felicitações.

-Thorn, depois de seis anos em competição, ganhaste esta corrida. Como se sente?

Thorn sorriu: a resposta que queria dar não seria a apropriada. Em vez de dizer: «Mais excitado sexualmente que nunca», Thorn respondeu:

-Maravilhosamente bem.

Thorn procurou a Tara com o olhar, mas não conseguiu vê-la. Sentiu a presença de seu irmão Darei e soube que este teria seguido suas instruções ao pé da letra.

-Depois de toda uma exibição de habilidade e esportividade durante toda a corrida. No que pensava quando estava a ponto de cruzar a linha de meta na última volta?

De novo, Thorn conteve a resposta que tinha na ponta da língua. Seus pensamentos e emoções estavam centrados em uma mulher.

Thorn sorriu ao jornalista e respondeu com sinceridade:

-Em uma mulher.

-Thorn me pediu que te leve a hotel, Tara -disse Darei sorrindo animadamente.

Era evidente que seus irmãos e ele se sentiam muito orgulhosos do Thorn.

-Está bem.

A julgar pelo número de jornalistas rodeando ao Thorn, Tara se deu conta de que não estaria livre em um bom momento. Em certo modo, era uma sorte. Necessitava tempo para pensar.

Sentindo-se orgulhosa do Thorn, sorriu quando lhe deram o troféu. Thorn estava contente e ela se alegrava por ele.

Quando começou a andar com Darei e Shelly, não pôde evitar pensar em que o momento da verdade estava já muito perto.

Tara andou nervosa pelo quarto do hotel enquanto esperava ao Thorn. A corrida tinha acabado fazia mais de duas horas. Como estava muito calor, resolveu tomar uma ducha e se pôs um vestido florido com suspensórios.

Estava a ponto de sair a terraço quando ouviu a porta se abrir.

voltou-se e seus olhos se encontraram com os do Thorn no momento em que ele pôs um pé no quarto. Thorn também se trocou de roupa; em vez do traje de couro, levava umas calças jeans, uma camisa vaqueiro e umas botas de motociclista.

Tara ficou imóvel, observando-o. Por uma parte, queria correr para ele, beijá-lo e lhe dizer quão orgulhosa estava dele; por outra, não queria mover do lugar. Cabia a possibilidade de que Thorn não queria saber nada dela quando ouvisse o que tinha que lhe dizer. Não obstante, devia lhe confessar que estava muito orgulhosa.

-Felicidades, Thorn. Estou muito orgulhosa de ti.

Thorn se apoiou na porta fechada e continuou olhando-a. A julgar por sua expressão, a corrida não era o que tinha em memória nesse momento.

Estava absolutamente centrado nela e o que disse não deixou lugar a dúvidas.

-Ainda está vestida.

As palavras do Thorn tomaram despreparada e, durante uns segundos, ficou sem saber o que responder.

-meu deus! -exclamou Tara por fim em um sussurro-. Acreditava que te ia esperar nua?

Um lento e travesso sorriso iluminou o rosto do Thorn.

-Sim, eu teria gostado. Tara devolveu o sorriso.

-Temos que conversar, Thorn -disse ela com intenção de não atrasar mais o que tinha que lhe dizer.

Tragou saliva ao ver o Thorn se afastar da porta e avançar para ela com a expressão de um ave de rapina. Quando se deteve um passo dela, Tara inalou seu aroma. Thorn cheirava a sabão e a xampu.

Thorn pôs um dedo no queixo.

-Falaremos amanhã.

Tara levantou uma sobrancelha. Amanhã? Acaso pensava a ter ocupada toda a tarde e toda a noite até o ponto de não deixar pronunciar uma palavra? Não pôde evitar sentir um tremor em todo o corpo ao pensar nisso.

Não obstante, Thorn tinha que saber a verdade.

-O que tenho que te dizer não pode esperar o amanhã.

-De acordo, fala -disse ele com voz rouca.

Mas como se Thorn sentisse a mesma necessidade de tocá-la como ela de respirar, colocou-lhe a mão na cintura e, devagar, começou a acariciá-la. Tara não se incomodou em resistir, já que ela necessitava igualmente essas carícias.

-Tem que saber uma coisa de mim, Thorn. Uma coisa que pode te fazer trocar de idéia respeito a esta situação.

-Não acredito que haja nada que possa me fazer trocar de idéia, Tara -respondeu Thorn olhando-a aos olhos.

Tara não estava tão segura disso. Thorn era um homem com experiência e cabia a possibilidade de que não queria deitar-se com uma novata.

Com uma velocidade inacreditável, Thorn baixou os suspensórios do vestido, deixando ao descoberto o sutiã negro. E com a mesma velocidade desabotoou o prendedor e o tirou para lhe cobrir um dos peitos com a mão.

-Precioso.

Tara estava a ponto de perder o controle, mas tinha que falar, tinha que lhe dizer ao Thorn que era virgem.

-Thorn...

-Hummmm?

Tara tragou saliva e suspirou. Fechou os olhos para não ver a expressão dele ao inteirar-se.

-Sou virgem.

Esperou uma explosão de cólera. Nada. Transcorreram dois minutos e abriu os olhos. Thorn, concentrado em um de seus mamilos, não parecia havê-la ouvido.

-Thorn, ouviu o que te disse? —perguntou Tara, lutando por controlar as sensações que ele estava despertando.

Thorn elevou a cabeça e a olhou aos olhos.

-Sim, te ouvi.

Tara arqueou as sobrancelhas. Se a tinha ouvido, o estava tomando muito bem. Muito bem. De repente, Tara viu tudo claro.

-Sabia a verdade?

-Sim, sabia.

Como era possível? Tara só o havia dito a Delaney e estava segura de que sua amiga não o havia dito ao Thorn.

-Mas..., mas... como? Thorn se encolheu de ombros.

-Notei meio dolorido várias vezes e também que não podia te penetrar muito com os dedos.

Tara piscou.

-E... não está zangado? Thorn arqueou uma sobrancelha.

-Não, claro que não, Tara. O que estou é excitado -disse ele com uma fina gargalhada.

-Eu acreditava que os homens preferiam deitar-se com mulheres com experiência.

Thorn lançou um suspiro de frustração.

-Eu quero me deitar contigo, Tara, com experiência ou não. Quanto ao de sua virgindade, suponho que terá seus motivos respeito ter esperado até agora, e suponho que também há uma razão pela qual vai permitir me te fazer a honra.

Tara lhe olhou fixamente.

-Está seguro de que quer isto? Está seguro?

Thorn respirou profundamente.

-Céus, asseguro-te que é isto o que quero, o que necessito.

Thorn a beijou e, nesse momento, Tara soube que o amava mais do que tinha acreditado possível amar a alguém.

-E te prometo que tomarei cuidado -sussurrou-lhe ele junto aos lábios-. Terei a primeira cuidado e a segunda vez, mas depois...

Tara se entregou aos braços desse homem.

Thorn tombou a Tara na cama e passeou o olhar por seu corpo médio nu. Ainda levava o vestido, mas a parte de acima a tinha na cintura e a saia ascensão.

Ele se tirou a camisa e disse simplesmente:

-Meu Deus como te desejo.

Tara tragou saliva e decidiu ser honesta com ele.

-Eu também te desejo.

Thorn sorriu e desabotoou o cinturão.

Ela piscou. Não tinha esperado que fora tão direto, que se tirasse a roupa diante dela; não obstante, não deveria lhe surpreender. Thorn era um homem ao que gostava de correr riscos.

Tara o viu tirar as botas e as calças. Quando ficou de pé com umas cueca negras ajustadas sob os quais se notava sua ereção, ela conteve a respiração.

Thorn era perfeito em todos os sentidos.

O corpo desse homem o tinha tudo: força, resistência e poder. Estendeu um braço e lhe tocou o ventre, sólido e duro. Ouviu-o respirar profundamente e o olhou aos olhos.

Viu um potente desejo naquele olhar e uma quebra de onda de calor lhe percorreu o corpo. inclinou-se para ele para provar a textura da pele e lhe aconteceu a língua pelo umbigo.

-OH, Meu deus —murmurou Thorn ao tempo que enterrava a mão nos cabelos dela, deliciando-se naquela carícia.

Tara sabia que o estava torturando, mas ainda lhe esperava mais. Certo que era novata, mas não tola. E essa tarde se sentia mais atrevida que nunca, queria lhe demonstrar ao Thorn o que significava para ela.

Thorn estava perdendo o controle e sabia que tinha que ir mais devagar. Quando sentiu descender a língua da Tara e a mão dela deslizando-se por debaixo de sua cueca para tocá-lo, deu-se conta de que tinha que fazer-se com o controle da situação.

Excitado ao máximo, atirou dela para si e a beijou com paixão, com loucura. Era o sabor do fruto proibido, a mais doce tentação e o prazer mais escondido.

Thorn interrompeu o beijo, seus olhos cheios de desejo. Precisava lhe tirar o resto da roupa a Tara, assim que a fez voltar a tombar de tudo e tirou o vestido. Depois, tirou-lhe a calcinha quase arrancando antes de que ela pudesse reagir, Thorn se tombou com ela e, como um homem morto de fome, agarrou-lhe os quadris e a cobriu com a boca.

-Thorn!

Queria que esse momento fora diferente aos anteriores e a saboreou com uma intensidade que a fez estremecer-se e gritar enquanto ele absorvia seu sexo. E quando a sentiu alcançar o clímax, Thorn intensificou seu íntimo beijo a cada quebra de onda de prazer.

Uns momentos depois, ainda aniquilada pelo que havia sentido, Tara viu ele tirar a cueca. Conteve a respiração ao vê-lo nu e piscou ao duvidar de poder acomodá-lo dentro de seu corpo.

Thorn agarrou as calças que estavam no chão e tirou de um dos bolsos seu moedeiro. dele tirou um pacote pequeno. ia abrir o quando lhe deteve.

-Não é necessário, Thorn.

Thorn voltou a cabeça para olhá-la.

-Não?

Tara sacudiu a cabeça.

-Não —repetiu ela.

-Como assim?

-Estou tomando a pílula. Thorn arqueou as sobrancelhas.

-Acreditava que não podia tomar a pílula por motivos médicos.

Tara sacudiu a cabeça.

-Não, eu te perguntei o que faria se não pudesse tomar a pílula por motivos de saúde, que não é o mesmo. Queria saber se foi suficientemente responsável.

Thorn assentiu.

-Nesse caso, não há perigo?

-Não, não há nenhum perigo de que fique grávida. Comecei a tomar a pílula faz umas semanas.

Thorn ficou olhando, pensando no muito que a amava. Como ele havia dito que não queria utilizar uma camisinha, Tara se tinha encarregado de tomar devidas precauções, dando amostras de sua falta de egoísmo.

Queria demonstrar seu amor da única forma que sabia fazê-lo: amando-a total e completamente, em corpo e alma.

Thorn voltou a tombar-se com ela, consciente de que devia ir devagar e com cuidado, por muito que lhe custasse.

Tocou-lhe a úmida. Tara estava preparada: molhada e amadurecida. Não obstante sabia que, apesar disso, resultaria-lhe doloroso. Não podia ser de outra maneira.

Quando se colocou em cima de Tara, olhou-a aos olhos com um desejo que o estava matando.

-Acredito que queria isto desde a primeira vez que te vi, Tara —admitiu Thorn-. sonhei com este momento e quero que saiba o muito que aprecio o que vai me dar.

E como Thorn sabia que a pílula não era segura cem por cento, acrescentou:

-E embora esteja tomando a pílula, se por qualquer acidente fica grávida, nunca esqueceria minha responsabilidade.

antes de que Tara pudesse responder, Thorn começou a lhe beijar a boca com todo seu amor.

Foi então quando Tara sentiu a ponta, tocando-a. Thorn começou a penetrá-la com cuidado e, embora o passo estava muito fechado, ela sentiu que seu corpo se fazia mais flexível, abria-se para recebê-lo.

Thorn tinha a testa banhada em suor enquanto a penetrava. Viu uma expressão de dor aparecer no rosto da Tara quando rompeu a barreira. Era seu primeiro amante, o primeiro em entrar assim nela, e isso lhe produziu uma imensa ternura.

Nunca tinha sentido o que estava sentindo com essa mulher. Tara não sabia ainda, mas tinha a intenção de casar-se com ela. Tara ia ser a mãe de seus filhos, a mulher de sua vida. A mulher com quem quer ficar velho e que amaria até o final.

Uns momentos depois, completamente dentro dela, ficou quieto. Queria saborear aquela união. Nenhum dos dois falou, mas Thorn sabia que se tratava de um momento de profundo significado para ambos.

-Está bem? -sussurrou-lhe ele antes de lhe beijar os lábios.

Tara assentiu.

-Sim. E você? Thorn sorriu.

-Perfeitamente. Eu gostaria de estar dentro de ti o resto de minha vida. E agora, não se preocupe, irei devagar.

E isso foi o que fez.

Com lenta e suave precisão, Thorn começou a mover-se dentro dela, uma e outra vez, mais e mais profundamente, estabelecendo um ritmo que Tara logo seguiu.

Tara fechou os olhos para saborear o momento. Não queria que Thorn parasse, nunca. Queria que seguisse lhe fazendo sentir o que estava sentindo. Um imenso prazer lhe percorreu o corpo.

Sobressaltada pelas sensações, Tara atirou dele para que a beijasse quando Thorn acelerou o ritmo de seus movimentos. Um explosivo calor os envolveu e lhe fincou os dedos nos ombros enquanto sussurrava o nome do Thorn uma e outra vez.

Então, Tara se entregou ao êxtase. Seu corpo se sacudiu sob a força dos quadris do Thorn pegas às seu enquanto um sem-fim de sensações a embargavam.

-me olhe, querida.

Tara abriu os olhos e estes se encontraram com os do Thorn enquanto seu corpo se desfazia e sentia o dele ficar rígido enquanto quebras de onda de prazer a sacudiam. Thorn incrementou o ritmo e sussurrou o nome dela justo no momento em que jogava atrás a cabeça e se derrubava dentro dela, dissipando-a.

-Thorn!

O corpo da Tara respondeu uma vez mais com outro orgasmo, este mais explosivo que os anteriores. Thorn a estreitou com força cheio de amor.

Para a Tara tinha sido mais que sexo. Tinha sido a mais formosa e profunda união, e sabia que seu coração sempre pertenceria ao Thorn.

 

                                             Capítulo Onze

A mulher que o pertencia estava dormindo

depois de ter feito o amor duas vezes, Tara tinha dormido em seus braços e ele ainda estava a olhando.

Estava deitada de frente, seus rostos estavam apenas poucos centímetros.

Que bonita era e que bem cheirava.

Voltou a excitar-se só olhá-la. Seria a terceira vez, mas o faria brandamente. Tara devia estar dolorida e seria muito egoísta por sua parte dar rédea solta a sua paixão.

Começou a acariciar o corpo e, com uma imperiosa necessidade de unir-se a ela de novo, beijou-a até despertá-la.

Tara abriu os olhos devagar e sorriu sensualmente.

-Quer mais? -perguntou ela despertando. Thorn sorriu.

-O que te faz pensar isso?

Tara baixou o olhar à ereção dele.

-Isso. Thorn Riu.

-Sim, é uma pista.

Então, Thorn a fez colocar-se em cima dele e viu surpresa na expressão da Tara.

-Desta maneira, é você quem o controla tudo — sussurrou ele.

Tara o acolheu dentro. Sentiu calor e sorriu. Thorn tinha razão, aquela posição lhe dava mais liberdade sexual e lhe proporcionava prazer visual. Colocou os peitos diante dos olhos do Thorn, e este aproveitou a ocasião.

Thorn chupou e lambeu os mamilos até saciar-se enquanto ela se movia devagar, subindo e baixando, controlando o ritmo. Baixou os olhos e o viu lhe devorando os seios, o que lhe fez acelerar seus movimentos.

E voltou a ocorrer. viu-se imersa em um prazer tão profundo que não pôde evitar gritar ao tempo que incrementava o ritmo. Seu orgasmo provocou o do Thorn; e ele, abandonando os seios, apoderou-se da boca dela enquanto quebras de onda de prazer os envolviam até fazê-los cair exaustos na cama.

-Está segura de que quer ir à festa de celebração?

Tara, que estava dando os últimos toques a sua maquiagem, olhou para ele.

-Claro que quero ir. É um momento importante para ti e quero estar contigo. Além disso, o que pensariam todos se o homenageado não tivesse lá?

Thorn abotoou a camisa.

-Estou seguro de que meus irmãos iriam dizer alguma desculpa pela minha ausência.

Tara respirou profundamente. Isso era precisamente o que a preocupava, estava segura de que os irmãos do Thorn sabiam que tinham acontecido as últimas quatro horas trancados em seu quarto. Não obstante, não queria que ninguém considerasse o que tinham feito como algo insignificante.

Thorn tinha assegurado que seus irmãos não estavam sabendo do trato que tinham combinado, e ela o agradecia.

-Está preparada?

Tara olhou ao Thorn. O olhar que lançou não tinha deixado lugar para dúvidas de que, embora gostava do que ela tinha posto, preferia-a completamente nua.

Tara sorriu. Sair do hotel durante um momento era uma boa idéia já que estava segura de que, depois, repetiriam o que tinham feito.

-Thorn, devo dizer que te vejo de muito bom humor esta noite -declarou Stone sorrindo travesamente.

Thorn arqueou as sobrancelhas enquanto olhava ao Stone, Chase e Storm. Os quatro tinham saído fora para fumar uns charuto, presente de um dos patrocinadores.

-Sim, Thorn, essas quatro horas que esteve trancado no quarto com a Tara fizeram milagres -acrescentou Chase.

-E eu te agradeço que me tenha feito ganhar a aposta, Thorn. Como disse antes, embora Tara era um verdadeiro desafio para ti, estava seguro de que a levaria para cama quando quisesse -interpôs Storm-. Sim, hoje você ganhou em mais de um sentido, né, Thorn?

Tara tinha saído a lhes dizer aos irmãos Westmoreland que seus pais tinham chamado ao móvel de Darei para felicitar ao Thorn. parou-se, sem poder acreditar o que estava ouvindo. Ao parecer, Thorn e seus irmãos tinham apostado a que ele a levava a cama, não era isso?

Thorn só se deitou com ela por ganhar uma aposta?

Tara retrocedeu sem que a vissem, seus olhos cheios de lágrimas de humilhação. Sim, sentia-se tão humilhada como quando Derrick a abandonou diante do altar, mas muito mais doída devido a seu amor pelo Thorn

Rapidamente, deu-se meia volta e saiu a toda pressa, mas se topou com Darei.

Darei a agarrou por braço para evitar que caísse. Depois, ao vê-la com lágrimas nos olhos, franziu o cenho.

-Tara, o que aconteceu?

Tara se passou uma mão pelos olhos.

-Nada, não tem nada, Darei... só que eu não gosto que seus irmãos façam apostas por mim. E pode dizer ao Thorn que não quero voltar a vê-lo nunca mais.

Sem dizer nada mais, Tara escapou dele e entrou no recinto onde se celebrava a festa.

Depois do que disse Storm, Thorn estalou de ira e olhou a seus irmãos durante uns momentos sem pronunciar palavra.

-Acredito que deveríamos deixar as coisas claras. Em primeiro lugar, minha relação com a Tara não tem nada que ver com sua aposta —declarou Thorn-. Tara significa muito mais que aliviar minhas necessidades sexuais depois de dois anos de abstinência.

Thorn suspirou, já não se importou admitir a verdade diante de seus irmãos.

-Estou apaixonado pela Tara. Quero-a com todo meu coração e é hora de que saibam. Stone sorriu abertamente.

-Isso já sabíamos, Thorn; o que não sabíamos era como fazer que o reconhecesse. A única razão pela que fizemos a aposta era para te irritar até o ponto de que reconhecesse o que sente por ela.

-Sinto muito, mas pode que já seja muito tarde -disse Darei, que acabava de aproximar-se do grupo—. É possível que seu jogo tenha quebrado tudo.

Thorn franziu o cenho.

-Que demônios está dizendo?

Darei sacudiu a cabeça antes de responder.

-Mamãe e papai me chamaram a mesa para te felicitar, e Tara veio a lhes dizer isso e me parece que lhes ouviu. Eu a encontrei chorando e saiu correndo. Ah, Thorn, e me pediu que te diga que não quer voltar a te ver nunca mais.

Thorn se deu meia volta imediatamente e se afastou dali em busca da Tara.

-partiu, Thorn-disse shelly olhando a seu cunhado-.Estava chorando, recolheu sua bolsa e foi embora, saiu pela porta lateral. me diga, o que aconteceu?.

Thorn não tinha tempo de lhe dar explicações a sua cunhada. O mais provável era que Tara fora ao hotel para recolher suas coisas e partir. Tinha que lhe dar explicações, tinha que saber o que ela significava para ele.

Quando Thorn chegou ao hotel, ela já não estava ali. Um dos membros de sua equipe disse que tinha levado a Tara ao hotel e que ali ela tinha pedido um carro de aluguel.

Transcorreram as horas e Tara não tinha retornado. Quando seus irmãos retornaram ao hotel e descobriram que ela ainda não tinha retornado, começaram a preocupar-se.

Darei chamou o xerife da Daytona, a quem conhecia pessoalmente. depois de umas quantas chamadas, o xerife os informou que um carro similar ao da descrição de que tinha alugado Tara tinha sido visto na estrada do Bunnell.

Thorn andava de um lado par o outro no quarto do hotel. Estava zangado com seus irmãos e mais consigo mesmo. Deveria haver dito a Tara que a amava. Agora, ela devia pensar que quão único ele tinha feito era humilhá-la.

Sabia que tinha que confessar seu amor e dizer o muito que significava para ele.

Tinha que convencer de que a amava mais que a sua vida.

 

                                               Capítulo Doze

Tara despertou cedo à manhã seguinte em sua antigo quarto. Seus pais tinham deixado como ela a tinha deixado dois anos atrás; inclusive as gavetas e armários estavam cheios de roupa que ainda lhe servia.

Tinha surpreendido a seus pais ao apresentar-se inesperadamente a noite anterior para perguntar se podia ficar um par de dias enquanto arrumava sua viagem de volta a Atlanta em avião. Eles, sem lhe fazer perguntas, tinham-na recebido com os braços abertos e lhe haviam dito que podia ficar o tempo que quisesse. Também tinha chamado à agência de aluguel de carros para informar os de que ficaria com o veículo o tempo que estivesse ali.

Suspirou profundamente. Seus pais eram maravilhosos e agradecia tudo o que tinham feito por ela. Seus irmãos já tinham voltado para a universidade e sua irmã menor se foi com a banda de música do colégio para dar recitais durante uma semana nas cidades vizinhas. Em certo modo, alegrava-se de que seus irmãos não estivessem ali para que não presenciassem sua segunda humilhação por causa de um homem.

Possivelmente devesse partir de Atlanta. Uma amiga dela da faculdade de medicina estava ainda tentando convencer ela para trabalhar em Boston e, possivelmente, era a mudança que necessitava.

-Já sabemos que seu jovem acompanhante ganhou a corrida de motos ontem, Tara. saiu em todos os periódicos e a gente não falava de outra coisa esta manhã. Deve estar muito orgulhosa dele.

Tara, sentada à mesa, sorriu a seu pai. Como fazia todas as segundas-feiras, seu pai tinha fechado o consultório ao meio dia e tinha ido casa para comer. Seus pais sempre tinham sido membros do clube de petanca local e foram jogar as segundas-feiras pela tarde.

-Sim, estou orgulhosa dele -respondeu Tara com voz tensa.

Sabia que seus pais se figuravam que Thorn tinha algo que ver com sua aparição a noite anterior, por isso decidiu dar uma versão abreviada do ocorrido e explicar que sua relação com o Thorn tinha terminado.

Estava a ponto de abrir a boca quando soou o telefone. Seu pai respondeu rapidamente se por acaso se tratava de um menino que necessitasse assistência urgentemente.

-Sim, xerife, estou bem. E você? -ouviu-lhe Tara seu pai dizer.

Então, viu-o olhá-la e acrescentar:

-De acordo, o direi.

depois de pendurar, seu pai voltou a reunir-se com sua mãe e ela à mesa e, recostando-se no respaldo do assento, disse:

-Parece que, Deke deu uma permissão especial. A mãe da Tara arqueou as sobrancelhas.

-Que tipo de licença?

Antes que Frank Matthews pudesse responder, um ruído parecido ao do trovão alagou a casa.

-meu deus —disse Lynn Matthews levantando-se da mesa—. O que é esse ruído? Frank sacudiu a cabeça.

-Deke concedeu uma permissão especial a um grupo de motociclistas para desfilar pelo Bunnell. O rosto do Lynn não ocultou sua surpresa.

-Motociclistas? por que? Bunnell é uma cidade muito pequena e muito tranqüila, não compreendo a que vêm aqui uns motociclistas.

Frank sorriu.

-Me parece que, um deles, o chefe da banda, é o ganhador da corrida da Daytona de ontem. E vem a nossa casa... acredito que é por nossa filha.

Tara piscou, não estava segura de ter ouvido bem.

-Thorn? Que Thorn vem fazia aqui? Seu pai assentiu.

-Sim. Acredito que ele e seu grupo de seguidores estão dobrando a esquina da rua nestes momentos.

Tara franziu o cenho, perguntando-se a que iria ali Thorn. Mas antes de lhe dar tempo a dizer nada, o ensurdecedor ruído dos motores de umas motos sacudiu a casa.

Tara suspirou profundamente e se levantou da mesa. Que Thorn fora ali não significava nada para ela, não queria vê-lo.

-Papai, por favor, diga que vai embora. Não quero vê-lo.

Frank a olhou com infinito carinho a sua filha. Um homem lhe tinha destroçado o coração uma vez e não queria que voltasse a ocorrer, mas pareceu que Tara tinha que lhe dar uma oportunidade de explicar-se, e disse.

-Nada que possa me dizer vai trocar a situação, papai. Eu o quero, mas ele à mim não. É assim simples.

Frank suspirou. Não era tão singelo como sua filha pensava. Segundo o xerife, Thorn Westmoreland estava proclamando a grito seus sentimentos pela Tara, e esta tinha que admitir que podia haver-se equivocado em relação aos sentimentos do Thorn.

-Concordo, Tara, se isso for o que pensa... Mas vai ter que ser você quem dirá para ele ir, eu não vou fazer o por ti.

Tara olhou a seu pai aos olhos e assentiu.

-Muito bem, eu direi.

Levantando-se da mesa, Tara saiu da cozinha, cruzou a sala de estar e abriu a porta. Ao sair, ficou imóvel. Havia motociclistas por toda parte; não um grupo pequeno, e sim enorme.

Thorn era à cabeça do grupo que se deteve diante da casa de seus pais e seus quatro irmãos, que levavam uma enorme cartaz em que se lia: «Thorn ama a Tara».

Ao ler o que estava escrito , os olhos da Tara se encheram de lágrimas. Thorn estava proclamando a todo mundo que a queria, que era muito mais que uma aposta.

Viu o Thorn descer da moto e começar a caminhar para ela. Tara respirou profundamente ao vê-lo parar-se diante dela com o casco em um braço.

Thorn a olhou e, com ternura, secou-lhe uma lágrima que lhe caía pela bochecha.

-Deveria conhecer meus irmãos o suficiente para saber que a maioria das vezes não pode levá-los a sério, Tara. Eu não tenho feito nenhuma aposta, mas sim três deles a têm feito entre si. E o fizeram para conseguir que me desse conta do meus sentimentos por você.

Thorn olhou por cima do ombro dela e viu seus pais na soleira da porta; então, baixou a voz e sussurrou a Tara:

-foi muito mais que sexo o que houve entre nós, Tara. Quero você. Sei que deveria dizer isso ontem, mas fazer amor com você me instigou o sentido e não encontrei o momento para falar de meus sentimentos. Mas agora digo que te quero com toda minha alma.

Thorn elevou o tom de voz ao acrescentar:

-E quero proclamar meu amor aos quatro ventos para que o mundo inteiro escute. Quero que todo mundo saiba que te amo.

Então, Thorn pôs um joelho no chão e continuou:

-Te quero e prometo te querer durante o resto de minha vida. Prometo te amar, te honrar e te proteger. E peço que se case comigo, Tara. Peço-te diante de todos que me faça a honra de ser minha esposa. Aceita?

As lágrimas turvaram a vista dela e, momentaneamente, o nó que tinha na garganta a impediu de responder. Por fim, alguns segundos depois, recuperou a voz.

-Sim, Thorn, seria uma honra ser sua esposa.

Dois dias mais tarde, no quarto de um hotel do West Palm Beach, Tara descansava entre os braços do Thorn ouvindo o rumor do mar depois de ter feito amor.

-Tara...

Ela elevou o rosto. Thorn estava acordado, olhando-a.

-Sim?

-Já te falei o quanto te amo hoje?.

Ela sorriu, havia-lhe dito o mesmo um milhão de vezes.

-Já sim e eu a ti.

Tinham decidido casar um dia muito significativo, Memorial Day.

-Thorn...

-diga, querida.

-Ouvi dizer ao Chase que tem outra corrida em agosto. vai estar de abstinência depois do casamento até a corrida?

Thorn a olhou aos olhos.

-Não, acabaram-se meus dias de abstinência. Seria impossível me abster contigo ao meu lado. Não posso deixar de querer e fazer amor com você.

-Não se preocupam as repercussões que isso possa ter em relação à corrida?

-Não. até agora, competir em corridas e construir motos era minha vida; mas você mudou isso. Você é o mais importante para mim agora, Tara. Se não voltar a ganhar um prêmio, perfeito; ao fim e ao cabo, tenho o melhor prêmio de todos: você.

-OH, Thorn.

Tara se aproximou o rosto para beijá-lo, e o fez com paixão. Thorn e ela foram passar o resto de suas vidas juntos e teriam muitos filhos.

Filhos? Não tinham falado de ter filhos.

Tara interrompeu o beijo e ele franziu o cenho.

-O que tem?

-Quer ter filhos? -perguntou ela olhando-o com intensidade. Thorn sorriu.

-Sim, quero ter filhos. Tara lhe devolveu o sorriso.

-Fantástico. Quantos? Thorn Riu.

-Todos que você queira me dar. E não importa se forem meninos ou meninas, amarei por igual.

Thorn se inclinou sobre ela e selou os lábios com os seus. Depois, aprofundando o beijo, decidiu dar o maior prazer que podia oferecer.

 

                                           Epílogo

Tara já não odiava os casamentos.

Ao olhar em torno da igreja respirou profundamente. Lembranças da vez que tinha um vestido de noiva anteriormente a assaltaram; mas esse dia, diante de uns trezentos convidados, já tinha casado com o Thorn.

Thorn, a família e ela se ficaram um pouco mais na igreja pelas fotos, mas outros convidados tinham saído para ir à festa , que tinha lugar no salão de bailes de um hotel da praia.

Thorn a tinha deixado um momento para dizer algo ao sacerdote. Foi então quando viu o Chase, Stone, Storm e seus primos trocando dinheiro.

Franzindo o cenho, perguntou-se o que se trariam entre mãos. Sorriu ao recordar aos irmãos Westmoreland explicando a história da aposta e desculpando-se por ter provocado um conflito entre o Thorn e ela.

Tara ajustou o véu e decidiu ir ver que tipo de aposta tinham feito, e se tinha algo que ver com o Thorn e ela.

Chase estava contando a seus primos Jared, Quade, Sepencer, lan, Durango e Reggie Westmoreland a aposta que ele tinha feito com seus irmãos Stone e Storm. Sorria porque tinha “ganho."

-Quinhentos dólares não é nada mau. Disse que Thorn não ia agüentar até junho para casar-se com a Tara.

Chase olhou o dinheiro que Stone e Storm acabavam de lhe dar.

-Agradeço à todos que me tenham permitido tirar este dinheiro das mãos de vocês, não me virá mal para comprar a panela de última geração que quero ter no restaurante.

De repente, o dinheiro desapareceu de suas mãos.

-Que demônios...!

Ao voltar-se, encontrou-se de cara com sua cunhada... e deu um passo atrás.

-Ah, olá, Tara -disse Chase em tom inocente—. Acreditava que tinha ido com o Thorn a falar com o sacerdote.

Tara o olhou jogando faíscas pelos olhos e cruzou de braços.

Thorn foi sozinho. e... equivoco-me ao pensar que têm feito outra aposta?

Stone, Chase e Storm se olharam aos pés. Por fim, foi Stone quem falou em defesa própria e de seus irmãos.

-Sim, mas esta aposta a fizemos antes de te prometer que não íamos fazer nenhuma outra aposta no que a ti e ao Thorn se referia, assim não conta.

Tara assentiu.

-Bem, pois como estamos em uma igreja, acredito que só se pode fazer uma coisa com este dinheiro.

Chase adotou uma expressão de pânico.

-O que?

-Doá-lo à igreja. Meu pai dá catecismo aqui os domingos e estou segura de que agradecerá muito uma doação.

Tara dedicou um sorriso encantador e se deu a volta para partir.

-Tara. Ela se voltou.

-O que, Chase?

Chase cruzou de braços.

-Sabia que é a única pessoa que pode fazer isto né.

Ela sorriu e assentiu.

-Sei.

-Tara...

-O que, Storm?

-Não vai dizer ao Thorn da aposta, verdade?

Tara voltou a sorrir.

-Não, Storm.

-Tara...

Ela se encontrou com o sorriso do Stone.

-O que, Stone?

O sorriso dele se aumentou.

-Bem-vinda à família.

Tara se pôs a rir. Esses irmãos eram algo especial.

-Obrigado, Stone.

Então, ao voltar-se, tropeçou-se com o Corey Westmoreland, o tio do Thorn e de seus irmãos. Era a terceira vez em dois anos que saía de Montana para ir ao casamento de um sobrinho.

Tara sorriu. Segundo os irmãos Westmoreland, seu tio de cinqüenta e três anos era um solteiro exímio. Uma pena, já que ainda era um homem muito atrativo. Um desperdício.

-Meus sobrinhos não estão causando problemas, verdade? —perguntou Corey rindo.

A Tara gostava do sorriso do Corey, recordava-lhe muito a do Thorn.

-Não, nenhum que não eu possa solucionar. Mas obrigado por me perguntar isso sorriu travesamente.

-Estupendo. E se por acaso ainda não te disse isso dito, parece-me a mulher perfeita para o Thorn. Estou seguro de que serão muito felizes juntos. E se algum dia gosta de ver uma paisagem maravilhosa, diga ao Thorn que te leve a meu rancho em Montana.

-Obrigado pelo convite, estou segura de que iremos te visitar em breve.

Nesse momento, Thorn e o sacerdote apareceram. Ela, imediatamente, chamou a atenção de seu marido com os olhos e sorriu.

-me desculpe, tio Corey -disse Tara, e começou a caminhar para o Thorn.

Quando chegou junto a ele, Thorn a estreitou em seus braços.

-Pronta? -perguntou dando um beijo nos lábios.

Tara sabia que seus olhos refletiam o amor que sentia.

-Sim, estou pronta.

Tara sempre estaria ao lado de seu marido e, em silêncio, prometeu a si mesmo demonstrar-lhe com acréscimo essa noite. 

 

                                                                  Brenda Jackson

 

 

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