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Series & Trilogias Literarias
CAPÍTULO DOZE
Hadar observa os olhos da Rainha seguir o Rei. Esta é a primeira vez que conhece a fêmea e está surpreso com o fato do Rei deixá-la sozinha com ele, mas percebe que a porta foi deixada aberta e um guerreiro está do lado de fora. Ele ouviu rumores de quão diferente ela era, não apenas em sua aparência, mas também em suas ações. Uma fêmea Torniana nunca ficaria sozinha com ele. Ela exigiria que o macho ficasse para protegê-la, mesmo que não fosse necessária proteção.
Olhando para essa pequena mulher, ele percebe que ela estaria em seu direito de estar gritando por proteção. Foi tratada mal, a condição de seu rosto e garganta uma testemunha disso, mas em vez de exigir que o Rei permaneça, ela o encoraja a cumprir seu dever, um dever que não a incluía. Ele entrou em contato com o Curandeiro do Imperador após sua chegada, esperando que ele pudesse dar-lhe algumas ideias em lidar com ela. As fêmeas Tornianas eram muito exigentes com um Curandeiro, especialmente após sua chegada. Tudo deveria ser exatamente como elas queriam e quando queriam, as irritações não eram toleradas, toda a família gira ao redor de suas necessidades.
Era uma espada de dois gumes ter uma fêmea. Sem uma, um macho não teria a chance de ter um herdeiro, mas causava um caos e drenava todos os recursos da Casa.
E esta mulher causou um grande caos... Luanda foi virada de cabeça para baixo, foi limpa e polida até que brilhasse como uma casa antiga. Os tesouros foram exibidos em todo o castelo. O pessoal foi re-atribuído, muitas posições elevadas, uma nova Guarda foi criada. Sim, ela causou um caos, mas de uma boa maneira.
No entanto, o Curandeiro do Imperador não ofereceu nenhuma informação interessante. Em vez disso, ofereceu dados brutos sobre a fisiologia de uma fêmea da Terra. Elas eram notavelmente semelhantes as Tornianas, tanto em suas necessidades nutricionais quanto nos sistemas reprodutivos. Elas eram capazes de usar as unidades de cura, o que era reconfortante dada a condição da fêmea do Rei.
Por isso que ele ficou especialmente chocado porque exigiu que ele terminasse de tratar os guerreiros feridos primeiro. Uma mulher Torniana teria exigido que ela fosse a prioridade, não importava quão insignificantes fossem suas feridas e as feridas desta mulher não eram insignificantes. Seu lábio está partido, um hematoma florescia em sua bochecha enquanto a garganta mostrava as marcas de um estrangulamento. Ela estava ferida.
— Há algo de errado Hadar? — Sua voz áspera o fez perceber que estava olhando-a por vários minutos.
— Perdão, estava pensando. — Ele levantou o scanner novamente.
— Eu posso ver isso.
— Bem, se permanecer imóvel, isso não demorará.
***
Grim olhou para a mensagem de Wray e fechou os olhos. Com tudo o que estava acontecendo, agora isso.
— O que é Grim? — Alger pergunta preocupado.
— O Imperador concedeu a petição exigindo Lisa seja levada para Tornian para a Cerimônia de União. Devemos estar lá em três dias. — Grim segura seu comunicador enquanto se aproxima para olhar o Raptor. Lisa o via assim, como o defensor de Luda, mas como a defenderia agora e suas garotas?
— Ele não pode fazer isso! — Alger exclama.
— Ele não tem escolha. Nós dois sabemos disso, Alger. Ele me deu todo o tempo possível para garantir minha união com Lisa. Agora precisa impor a lei.
— Mas não há lei para isso, ela não é Torniana. Não é diferente da Imperatriz. — Grim levanta uma sobrancelha.
— A Imperatriz Kim não era considerada Torniana quando Wray viajou com ela para Tornian. Houve várias tentativas de sequestrá-la antes de chegarem.
— Quem ousaria... ele é o Imperador.
— Não importa, eles estão mortos e uma vez que chegaram, a proclamou sua Imperatriz. Isso lhe deu a proteção da lei de Tornian. Assim, foi decidido que qualquer fêmea adquirida pelo Searcher seria imediatamente declarada Torniana, então não poderia ser tomada como eu fiz.
— A Rainha e sua prole são consideradas Tornianas? — Alger dá a ele um olhar considerado.
— Sim, agora precisamos nos preparar. — Grim se pergunta como contará isso para Lisa.
— Senhor, não existe nenhuma maneira de estar lá em três dias. — Os pensamentos de Alger começam a voar. A Rainha foi ferida e ele não sabe se ela poderá usar as unidades de reparo, se não puder, será apresentada à Assembleia maltratada e ferida, nenhuma desculpa será aceita.
— O Imperador ordenou. — Grim responde.
— É claro, meu Rei, mas uma fêmea Torniana não estaria preparada para viajar em tão curto período de tempo. Ela deve se preparar, arrumar tudo e ser tranquilizada. — O olhar de Alger permite que Grim saiba que ele percebe que Lisa não exigiria nenhuma dessas coisas. — Também para uma tão valiosa quanto a Rainha e sua prole, há uma maior necessidade de proteção. Você será negligente com seus deveres, como protetor da Rainha, se não solicitar uma escolta imperial para chegar a Luda, garantindo a segurança das mulheres. O Imperador certamente entenderá devido ao que aconteceu a Imperatriz. — Grim levanta uma sobrancelha para o Capitão, um sorriso hesitante em seus lábios.
— Você tem um bom ponto Alger, mas o que ganhamos com isso?
— Por agora Senhor, tempo. Levará vários dias para que o Imperador mobilize a escolta, depois três dias para chegar a Luda. Isso dará à rainha e sua prole tempo para se recuperar completamente dos eventos de hoje e para que possamos planejar como garantir sua segurança.
— Nós, Alger?
— Sim, Senhor, a Guarda não entregará a Rainha, nem mesmo ao Imperador.
— Você sente que pode falar por não apenas por minha Guarda, mas a da Rainha?
— Sobre este assunto, meu Rei, sim. É nossa Rainha. Ela e sua prole pertencem a você.
***
Hadar franziu a testa com a última leitura que obteve do scanner. Até saber que tudo estava normal e nenhum dano permanente foi causado à fêmea do Rei, mas essa última varredura profunda... indicava que ela estava carregando a descendência do Rei.
— Há algo de errado Hadar? — Lisa voltou para o sofá, observando-o estudar a tela.
— Não tenho certeza. — Ele a olhou com desconfiança.
— O que você quer dizer? — Lisa pergunta.
— Parece que você carrega sua descendência. — Ele espera sua reação.
— Sim. — Ela assente com a cabeça.
— Você sabe! — Hadar não pode esconder seu choque. Sua voz soou tão alta que Risley entrou na sala.
— Está tudo bem, minha Rainha? — Ele dá a Hadar um olhar duro, não se importa com quem é, ninguém perturba sua Rainha.
— Tudo está bem Risley, Hadar estava apenas expressando seus pensamentos.
— Você tem certeza, minha Rainha? — Ele hesita em sair.
— Sim. Obrigada Risley. Você se importaria de fechar parcialmente a porta ao sair? Não quero incomodar as meninas.
— Minha rainha? — Ele lhe dá um olhar preocupado.
— Não totalmente, apenas o suficiente para que nossas vozes não sejam ouvidas.
— É claro, minha Rainha. — Com uma leve reverência, ele retorna ao seu posto, fechando a porta a parcialmente.
— Por que você está tão chocado, Hadar? — Lisa se volta para ele. — Não é este o propósito das uniões em Tornian? Ter descendência? — Lisa não tem certeza do por que está sendo tão malvada com o curandeiro. Ele não disse nada, mas não gostou de sua atitude. Como se ela fosse um inseto a ser observado.
— Eu... sim... mas... — Ele gagueja.
— Mas o que? — Ela pergunta.
— O Rei não disse nada.
— Isso é porque ele não sabe.
— O que? — Ele diz mais baixo para não chamar a atenção de Risley novamente.
— Eu disse, ainda não contei a Grim. — Ela diz como se ele fosse uma criança.
— Por quê? — Hadar dá-lhe um olhar duro, imaginando o porque disso, mas as fêmeas podem ser intrigantes.
— Porque apenas descobri ontem e precisava de tempo para me ajustar.
— O Rei deve ser informado. — Hadar diz.
— E ele será, por mim! — Lisa o informa, seu olhar dizendo que ela espera que ele atenda à sua ordem.
— É meu dever denunciar sua condição ao Rei. — Hadar afirma.
— Não Hadar, não é! — Os olhos de Lisa estão duros. — É seu dever informá-lo que não sofrerei nenhum efeito permanente dos eventos de hoje. É meu dever dizer ao Rei que ele será pai.
— Há preparativos que devem ser feitos... — Hadar começa a argumentar.
— Eu tive duas filhas, Hadar. Acha que não sei o que precisa ser feito?
— Mas você nunca teve um bebê Torniano.
— Não, mas conheço meu corpo, nada que sinto é anormal.
— O que você tem sentido? — Hadar encontra-se perguntando, sua curiosidade tirando o melhor dele. As fêmeas Tornianas são muito secretas sobre o que acontece com elas quando concebem.
— Fadiga, eu tive isso com as duas meninas.
— Fadiga? — Ele olha para ela confusa.
— Estava grávida? — Ela aponta para o estômago maior. Hadar acena com a cabeça.
— Bem, de qualquer forma, apenas deve durar os primeiros três meses, então passará.
— Quais tratamentos você recebeu? — Ele exige.
— Tratamentos? — Agora é a vez de Lisa parecer confusa.
— Sim, as fêmeas Tornianas, uma vez que concebem, se isolam no nível feminino. Elas recebem muitas horas de tratamentos que lhes permitem suportar o que está por vir.
— Suportar o que está por vir... — Lisa franze o cenho. — Sobreo que está falando?
— À medida que a prole cresce dentro da fêmea. — Ele imita seu estômago inchado. — A fêmea fica muito frágil, assustada, a menor irritação a leva a um colapso. Muitas ficam o tempo todo doentes. Não é bom para a prole. Ela se torna incapaz de se mover pela sexta lua e deve permanecer na cama. Depois, há a apresentação.
— Apresentação? — Lisa não tem certeza se quer saber.
— Sim. — Ele lhe dá um olhar confuso. — A apresentação da prole... você fez duas vezes.
— Por apresentação, suponho que quer dizer dar à luz. Ter o bebê... a prole nascer... sair do meu corpo.
— Sim, é extremamente doloroso para a mulher. — Ele diz hesitante.
— Bem, não é uma caminhada no parque, mas não é tão drástico quanto você diz. — Hadar dá a ela um olhar considerado. — Por que elas devem ficar na cama? Quão grande são os bebês Tornianos quando nascem?
— Eles seriam grandes para você, de quatro a cinco quilos em termos terrestres.
— Um bebê tem cinco quilos aos seis meses!
— Não, na apresentação, a prole estará em sua oitava lua.
— Então, por que elas ficam na cama? — Hadar a olha confusa.
— Elas acham mais confortável ter todas suas necessidades atendidas.
— Parece que teriam isso de qualquer maneira. — Ela murmura. — Olhe Hadar, não sou uma mulher Torniana, então não me insulte pensando que agirei como uma. Carly nasceu com três quilos e meio, Miki com quatro. Eu não fiquei em reclusão quando concebi e certamente não o ficarei na cama. As fêmeas da Terra podem ter um bebê de cinco quilos, não é fácil, mas pode ser feito. Nossos corpos se adaptam.
— Você não entrou em isolamento? — Ele não consegue esconder seu choque. — Permitiu ser... vista... quando você estava inchada? — Ele não consegue esconder seu choque.
— Quando tive minhas filhas, sim, por que não? É uma coisa natural.
— Nossas fêmeas não gostam de ser olhadas pelos machos quando estão inchadas, isso diminui sua conveniência.
— Acho que é uma questão de opinião. Mark adorou quando estava grávida de Carly. Ele gostava de observar as mudanças no meu corpo, para sentir sua filha chutar.
— Chutar? —Ele pergunta-lhe interrogativamente.
— Sim, bebês chutam no útero. — Ela franze o cenho para ele. — Você é um curandeiro, certo? Como não sabe que os bebês chutam?
— As fêmeas Tornianas são muito secretas com o processo. Um macho, até mesmo um curandeiro, raramente tem acesso a ela e não até que termine.
— Ela fica sozinha? — Lisa não consegue esconder seu choque.
— Não, ela notifica uma fêmea mais velha, às vezes a que a apresentou, para ficar com ela e ajudá-la. O homem ajuda a fêmea com um tributo.
— Tributo... você quer dizer que ele a paga? — Lisa não consegue esconder seu choque.
— Sim.
— Então você realmente não tem ideia sobre bebês... descendência. — Ela o olha surpresa.
— Eu apresentei vários descendentes. — Hadar responde ofendido.
— Mas antes disso?
— A menos que a mulher me chame, não tenho permissão para ficar perto dela. — Ele reconhece.
— E o seu macho?
— Seu macho não é permitido perto dela até depois da apresentação e pode ser um tempo ainda mais longo se a mulher sentir que a apresentação será muito difícil. Ela pode decidir se unir a outro macho para que sua próxima apresentação seja menos dolorosa.
— Você não pode estar falando sério! — Lisa não consegue controlar sua raiva. — Que cadelas egoístas suas fêmeas são! — Ela sai do sofá, ignorando a dor que o movimento repentino causa.
— Você está irritada... por quê? — Ele fica chocado ao perceber que ela realmente está.
— Irritada. você acha? — Olhos furiosos encontram o dele. — Suas fêmeas passam pelo ato mais bonito do universo, o nascimento de uma criança e excluiu uma das pessoas mais importantes, o pai. Ele tem todo o direito de se envolver no nascimento de seu filho.
— Seu macho... ele estava lá quando sua prole foi apresentada? — Hadar não pode esconder seu espanto.
— Ele cortou o cordão umbilical de cada uma delas. — Ela não pode deixar de sorrir com a lembrança. — Mark ficou aterrorizado nas duas ocasiões.
Hadar a observa tentando entender o que ela está lhe dizendo. Cortar o cordão... a linha de vida? O que liga a prole à sua mãe? Seu homem o cortou? Ele foi permitido no quarto?
— É claro que sim. — Hadar percebe que falou em voz alta. — Depois de cortar o cordão, Mark foi a primeira pessoa a segurar nossa filha, era o direito dele. Eu senti a alegria em carrega-las. Ele mereceu ser o primeiro a segurá-las.
— Eu... — Hadar não sabe o que dizer. Esta não é a maneira Torniana, mas ecoa dentro, isto... assim era a forma como a Deusa queria que fosse. Com a garganta apertada, ele olha para a fêmea que acaba de mudar seu universo.
— O Rei deve ser informado. — Ele repete, suavemente desta vez.
— Concordo. — Lisa inclina a cabeça, fazendo uma careta ao esquecer suas feridas. — Mas não hoje. — Ela não o deixa interromper. — E não por você. Grim já se culpa pelo ataque de Luuken. Como acha que ele reagirá se descobrir que estou grávida?
— Mas...
— Não farei isso com ele. Não permitirei que um momento de alegria seja prejudicado pelo que Luuken fez.
— Ele descobrirá. — Hadar informa-a.
— Sim.
— Você parece... preocupada com os sentimentos do Rei. — Ele a observa tentando entender.
— É claro, ele é meu para proteger. — Hadar ofega ao pensar que essa pequena mulher protege o Rei. — Sabe Hadar, terminamos. Com certeza terminamos por hoje. Estou dolorida, cansada e vou para cama. Você irá até Grim e informará que estou dolorida e ferida, mas bem. — Ela o olha diretamente nos olhos, certificando-se de que ele entenda. — E se disser qualquer outra coisa, eu me certificarei que nunca mais chegue perto de mim ou de minha prole.
— Eu sou o curandeiro do Rei. — Hadar argumenta.
— Você não será o da Rainha. Entendeu, Hadar? — Girando, ela segura o encosto de uma cadeira, como se o mundo de repente começasse a escurecer.
— Majestade! — Hadar está rapidamente ao seu lado, apoiando seu peso. — Risley! —Ele grita por sua Guarda, que imediatamente corre para o lado dela.
— O que você fez? — Ele pergunta.
— Ele não fez nada. — Lisa nega, enquanto se estabiliza.
Hadar não acreditava que ela o esteja defendendo, nem sequer gostava dele.
— O que em nome da Deusa está acontecendo? — Grim invade o quarto para encontrar um macho de cada lado da Lisa. Ouvindo o tom de Grim, Lisa imediatamente sabe o que ele está pensando.
— Não Grim, eles não estão atacando, estão me ajudando. — Ambos os machos observam cautelosamente o Rei e o que eles veem os congela. Ele está além de furioso.
— Afaste-se da minha Rainha. — Os olhos de Grim são mortais quando ele avança. Lisa estende a mão e ele a puxa cuidadosamente para seus braços. Risley imediatamente se afasta, mas Hadar espera até que ela esteja completamente nos braços do Rei.
— Saia, Hadar!
— Perdão, Majestade. — Ele também recua.
— Grim. — Lisa pode sentir a raiva vibrando através dele. — Eles estavam ajudando. — Ela tenta acalmá-lo. — Eu me levantei rápido e me senti fraca, Hadar pediu a ajuda de Risley. Eles estavam me ajudando quando entrou. — Ela enfatiza.
— Você desmaiou? — Grim olha de seu rosto pálido para Hadar.
— Ela ficou fraca, meu Rei, é de se esperar... — Hadar olha para a fêmea nos braços do Rei e percebe que ele não pode ir contra seus desejos. — Seu corpo foi severamente estressado, ela precisa descansar, muito descanso. — Ressalta. — Mas terá uma recuperação completa.
— Você está certo. — Grim responde.
— Sim, Senhor.
Grim levanta Lisa em seus braços. — Saia. Eu cuidarei da Rainha. — Ele ordena, não esperando para ver se é seguido, caminha para cama.
***
Abrindo lentamente os olhos, Lisa vê o sol de Luda apenas começar a subir. Foi uma longa noite de pesadelo, mas em cada um, Grim estava lá, segurando-a, confortando-a, limpando suas lágrimas. Ele foi sua rocha, mas não estava ao seu lado agora.
— Grim. — Lisa diz, encontrando-o no outro lado do quarto, usando apenas sua calça folgada, falando em seu comunicador. — Ele não será curado. Hadar pode tratar da infecção, mas nada mais. Ele pode sofrer.
— Sim, Senhor. — Ela ouve a fraca resposta de Alger.
— Focke lhe deu mais informações? — Grim pergunta.
— Sim, Senhor, muitas. Lorde Bertos estava plenamente consciente dos planos de Luuken para a Rainha, como Focke. Focke prometeu a região de Etruria em Tornian por seu apoio.
— Impossível! — Grim exclama. — Somente o Imperador pode conceder isso.
— Sim, Senhor... Senhor... — Alger hesita.
— O que é Alger?
— A Rainha... como está... todos os guerreiros estão preocupados. — Os olhos de Grim se voltam para ela e se arregalam ao ver que está acordada e ouvindo.
— Diga-lhes... — Grim descobre que precisa limpar a garganta de repente apertada. — Diga-lhes que ela está descansando e terá uma recuperação completa.
— Dê-lhes meus agradecimentos. — Lisa diz suavemente.
— A Rainha também deseja ter certeza de que eles saibam que têm nossa gratidão por tudo o que fizeram. — Grim se move em sua direção.
— Sim, Senhor, eu direi. E a questão do Imperador?
— Lidaremos com isso uma vez que ouvirmos sua resposta.
— Sim, meu Rei. — Deixando o comunicador no sofá, Grim move-se para sentar na cama ao lado dela, gentilmente colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha antes de se inclinar para beijar gentilmente seus lábios recém curados.
— Você ainda deveria estar descansando. — Ele repreende suavemente.
— Você também, não descansou muito a noite, cuidando de mim.
— Eu sempre cuidarei de você minha Lisa.
— Eu sei. — Sentada, ela o envolve em seus braços. — Eu te amo Grim. —Ela sussurra. — E realmente ficarei bem.
— Eu falhei com você. — Ele a olha com angústia.
— Você não fez tal coisa! — Lisa fica irritada. — Como pode dizer isso? Eu estou aqui agora por sua causa!
— Korin impediu Farber, não eu. — Grim com dificuldade consegue falar isso e Lisa percebe que isso o está corroendo, que se não fosse por Korin, ela teria sido estuprada.
— E ele é um dos seus Grim. — Ela segura seu com mãos amorosas, mas firmes, forçando-o a ouvi-la. — Ele não teria conseguido. — Ela sussurra, com medo do pensamento. — Você sabe disso. Luuken nunca teria permitido. Estou segura e inteira por sua causa, Grim. Você parou Luuken e Farber, protegendo as meninas e eu. Não aconteceu nada que não possa ser curado.
— Você ainda acredita...
— Sempre! Sempre acredito em você Grim.
Grim percebe suas mãos tremendo quando percorre reverentemente suas costas, puxando-a para perto. Ele quase a perdeu. — Oh Deusa... — Sua voz quebra quando sua cabeça toca o ombro dela.
Ela segura seu forte guerreiro enquanto ele chora pelo que aconteceu com ela, pelo que não conseguiu evitar. Mais tarde, quando ele ergue a cabeça, é a vez de Lisa limpar as lágrimas nas bochechas de seu forte guerreiro.
— Tudo bem Grim... estou aqui. Amo você e não vou a lugar nenhum. —Ela realmente queria dizer estas palavras para tranquilizá-lo, mas em vez disso, ele fica rígido. — Grim? O que está errado?
Não era assim que Grim queria contar a ela. Queria evitar isso durasse o maior tempo possível, como o ataque de Luuken... nada aconteceu como ele queria. Olhando para Lisa... nos olhos de sua Rainha, percebe que ela tem fé absoluta nele, mesmo agora. Fé em seu amor, fé para protegê-la, fé que juntos poderiam derrotar qualquer coisa e quem era ele para discutir com a Rainha.
— Wray atendeu a petição de Luuken. — Ele diz suavemente e vê os olhos arregalados. — Em pouco mais de uma semana iremos para Tornian.
— Mas isso não faz sentido Grim. Por que se Wray concedeu a petição de Luuken, ele atacaria? — Ela lhe dá um olhar confuso.
— Porque as meninas permaneceriam comigo, mesmo se você se unisse a outro, então eu ainda seria Rei.
— Porque você concordou em aceitar e protegê-las quando ninguém mais faria, incluindo Luuken.
— Sim. Ele teria que provar que não era capaz de cuidar da minha prole e isso aconteceu apenas uma vez em toda a história conhecida.
— Um macho matou sua fêmea?
— Não... — Grim hesita sem querer explicar, principalmente depois do que ela passou.
— Grim... — Ela alerta.
— Ele estuprou sua própria prole, Lisa.
— Querido Deus!
— Sua vida acabou, mas suas fêmeas nunca foram as mesmas.
— Claro que não, como poderiam? É o pior tipo de traição, ferir assim o próprio filho. — Os olhos de Lisa se enchem de lágrimas com o pensamento.
— Alguns dizem que isso fez a Deusa tirar sua benção de todos os guerreiros Tornianos. Que é o que fez nossas fêmeas se tornarem tão poucas. É seu castigo, por abusar do seu presente.
— Talvez ela tenha decidido que você sofreu o suficiente, pelos pecados de outro. — Ela lhe dá um leve sorriso.
— Provavelmente. — Beijando o topo de sua cabeça, ele se levanta. — Agora, se você não vai descansar, deve comer.
Pensando no que disse Grim, Lisa ergue-se, puxando o cobertor e se levantando. Ela não está tão dolorida quanto pensava e se olha no espelho da sala de limpeza. Fica surpresa ao ver que seus hematomas estão mais claros. O tratamento de Hadar estava funcionando.
— Surpreendente... — Ela sussurra tocando sua bochecha.
— O que, minha Lisa? — A imagem de Grim se junta a ela no espelho.
— Como meu hematoma está começando a desaparecer já. Na Terra, ficaria cada vez mais escuro. Preciso agradecer Hadar.
— Ele é um curandeiro muito qualificado. E se não estivesse em Luda quando fui ferido, poderia não ter sobrevivido. — Os olhos de Lisa se arregalam quando encontra os dele no espelho. Luda sem Grim... ela não podia imaginar.
— Então ele tem minha eterna gratidão. — Virando, ela estende os braços. — Não posso imaginar minha vida sem você nela.
— Nem a minha sem você, minha Lisa. Encontrando-a no meio do caminho, ele toma seus lábios antes de levantá-la contra o peito, o desejando ardendo instantaneamente. Gemendo, Lisa afunda os dedos nos cabelos dele para aprofundar o beijo. Ao som, Grim congela, afastando a boca, com os olhos cheios de paixão tempestuosa. — Não... é muito cedo. — Sua voz é áspera com o desejo negado.
— Grim... — Colocando as pernas ao redor de sua cintura, Lisa se nega a soltá-lo quando ele tenta se afastar.
— É muito cedo minha Lisa. — Ele geme quando ela se esfrega contra seu eixo rígido. — Você precisa se curar.
— Não Grim, eu preciso de você. — O dourado de seus olhos penetraram no cinza. — Não deixe que Luuken fique entre nós, Grim. Por favor. Preciso sentir o seu toque no meu corpo. Suas mãos.
— Eu a machucarei.
— Nunca meu amor, nunca irá me machucar. — Grim olha nos olhos suaves de Lisa e sabe que não pode negar nada, especialmente seu corpo.
— Nós iremos devagar. — Ele diz cuidadosamente puxando o robe de seus braços, levando a camisola com ele, revelando seios cremosos, sem marcas, que se erguem, implorando por sua boca e ele a satisfaz.
Lisa envolve seus braços ao redor da cabeça de Grim, arqueando suas costas, oferecendo mais. — Sim Grim... isso é tão bom.
Grim rosna enquanto chupa um seio e depois o outro, perdido na sensação de sua linda Lisa.
Lisa está perdida nas maravilhosas sensações. A boca de Grim está criando novas lembranças e apagando as de Farber. Este é o homem, o único que a tocará dessa maneira. Ela matará o próximo macho que tentar. Ninguém toma o que é de Grim e ela é dele.
Conhecendo Grim, sabe que ele nunca permitirá isso. Ela deixa a mão tocar seu peito, provocando os mamilos, enquanto a outra trabalha para abrir a calça. Ela precisa senti-lo, todo ele.
Grim solta seu mamilo com um pop, gemendo enquanto a mão de Lisa agarra seu eixo grosso, acariciando-o.
— Deusa, Lisa...
— Eu preciso de você, Grim. — Movendo-se, ela o coloca em sua entrada lisa, descendo lentamente, até que está completamente preenchida por ele, então tão devagar, ela se ergue, seus olhos nunca deixando os dele.
— Deusa! — Grim geme, saindo quase completamente antes de repetir sua tortura sensual.
— Você disse lento, Grim. — Ela diz a ele, sua voz cheia de necessidade e desejo.
— Foda-se o lento! — Grim a levanta, segurando contra a parede, mas não antes de garantir que seus braços a protejam da textura áspera. — Espere por mim! — Ele exige à medida que seus quadris empurram profundamente, chegando a este lugar que apenas ele pode.
Agarrando seus ombros, Lisa se segura, enquanto Grim entra nela, apagando a lembrança do toque de outra pessoa. Fazendo-o seu e ela somente dele, novamente. — Deus Grim! Não pare! Nunca pare! — A necessidade de apertar a fez gritar contra o peito de Grim quando ele se movia. O rugido de Grim ecoa fora das paredes enquanto ele segue seu impulso mais tarde.
— A Deusa seja louvada. — Lisa sussurra mais tarde quando finalmente pode respirar novamente. O peito de Grim se levanta sob ela enquanto ele ri.
— Acho que eu quem deveria dizer isso. — Olhando-o, ela vê sua diversão e preocupação.
— Bem, eu precisava agradecer a ela também. Por trazê-lo para mim e por que estou bem. — Forçando seus músculos lânguidos a se mover, ela se estica para beijar seus lábios.
***
Inclinando-se, Lisa esfrega o estômago, sabendo que não há como comer mais. Olhando para Grim, ela vê que ele está observando-a com uma careta.
— Estou bem, apenas cheia.
— Você precisa comer mais. — Ele olha para a refeição ainda pela metade.
— Tenho certeza de que o farei quando as meninas se levantarem. Elas não gostarão de não ter esperado.
— Eu me certificarei de estar aqui para a última refeição. — Grim se levanta para terminar de se vestir. Permanecendo onde está, Lisa o vê desfrutando da forma como olha seu uniforme. Quando ele se move para colocar a faixa real, ela franze a testa. Obviamente, ele se encontrará com Luuken, deixando-o saber que ele é o Rei de Luda.
— Grim? — Ela chama.
— O que foi minha Lisa? — Virando ele a vê franzindo a testa. — Você está com dor? — Rapidamente ele está ao seu lado.
— Não, estou bem, de verdade. — Ela o tranquiliza rapidamente. — Por que Luuken prometeu a Farber que ele seria o Capitão da Guarda do Rei, o Rei de Luda? Luuken é de linhagem real? Um irmão?
— Não! — Ele tem que respirar fundo para se acalmar ao pensar nisso. — E Luuken nunca poderia ser o rei de Luda, apenas alguém com o sangue do Imperador é permitido ser Rei.
— Então, por que Farber acreditou nele? — Descobrindo que não poderia ficar sentada, ela se levanta. — Por que ele se arriscaria? Por que Baccuus e Focke se arriscaram, se nunca teriam uma chance? — Grim pensa a respeito do que ela disse e empalidece percebendo há uma chance, uma chance que nunca considerou, ele se pergunta se Wray o fez.
— Grim? — Lisa percebe sua súbita quietude.
— Você se lembra do homem sobre o qual contei? Aquele que estuprou suas fêmeas.
— Sim. — Lisa responde sabendo que ela não gostará disso.
— Ele era o Imperador Lucan Bertos. Por seus crimes ele foi executado, sua família destituída do direito de governar o Império Torniano. A Assembleia dos Lordes votou e WyckVasteri da casa Vasteri foi escolhido como Imperador, meu antepassado.
— Bertos e Luuken são descendentes de Lucan Berto...
— Sim, Berto tinha dois descendentes masculinos e dois femininos.
— Então, não há razão para alguns acreditarem que poderiam prometer essas coisas. Apenas se a Assembleia dos Lordes decidisse fazer de Bertos um Imperador.
— Os Lordes não podem remover o Imperador. Berto tinha um irmão. Temia-se que o mal que infectou o Imperador também afetasse a linhagem. Portanto, ele não teve permissão para ascender. A única forma dos Lordes decidirem sobre outro Imperador seria se a linhagem Vasteri fosse extinta.
— Sim... — Grim olha bruscamente para Lisa.
— Mas Wray tem dois descendentes masculinos e uma Imperatriz grávida.
— O mais novo de Wray, Van foi morto há cinco anos quando seu transporte caiu da ponte em uma tempestade.
— Sobre Tornian?
— Sim, na Região de Etruria... Região de Bertos. — Grim faz uma pausa pensando. — Bertos conseguiu uma fêmea há cinco anos, mesmo que já tivesse Luuken. Ela deu-lhe outro macho e permaneceu com ele. — Grim observa Lisa. — É Risa.
— Risa! — Lisa não pode acreditar. — Essa cadela sempre aparece, não é? — Respirando fundo Lisa tenta juntar seus pensamentos. — Você... a Imperatriz... Van... ela sempre está envolvida.
— Seria improvável que ela estivesse envolvida, minha Lisa. Bertos sim, mas não Risa.
— Por quê? Porque ela é uma fêmea? — Lisa desafia.
— Bem... sim... ela apenas se preocuparia com o que poderia conseguir de seu próximo macho.
— Você quer dizer se ele puder levá-la de volta a Tornian, certo? Foi o que você disse que todas as suas mulheres queriam... ser Imperatriz.
— Sim...
— E quem melhor do que um poderoso, do que alguém que vive em Tornian, cujo pai era o Capitão da Guarda do Imperador.
— Faz quinze anos desde o meu ataque, minha Lisa.
— Um ataque ao qual você não deveria sobreviver. — Lisa lembra-lhe. — O que aconteceu com Risa depois disso?
— Ela voltou para Tornian e afirmou que nenhum macho apropriado se apresentou, solicitando a Wray que assumisse a responsabilidade por ela até que alguém pudesse. A Imperatriz concordou.
— Woa! Woa! — Lisa dá a Grim um olhar totalmente confuso. — Sobre o que você está falando?
— Uma fêmea pode adiar sua primeira união se não sentir que os machos apresentados são apropriados. — Ele cala Lisa com a mão no alto. — Mas apenas se seu pai permitir.
— O pai de Risa estava morto.
— Sim, nesse caso, ela pode solicitar a proteção de outro macho, desde que ele já esteja unido. As fêmeas são poucas.
— Mas a Imperatriz permitiu.
— Sim, ela sentia carinho por Risa e permitiu que ela ficasse.
— Um carinho pode ter custado sua vida, Grim.
Grim vai até uma janela e olha para Luda pensando sobre o que Lisa sugeria. Isso ia contra tudo o que ele conhecia. Sim, suas fêmeas podiam fazer muitas intrigas, colocando um macho contra outro, mas fazer isso, acabar com a vida de outros?
Bem, caso se tratasse de Bertos... Bertos, ele podia ver... planejando... tentando conquistar o apoio que precisaria para eliminar a Casa Vasteri. Virando-se para Lisa, ele a vê observando-o com os olhos estreitos, preocupada. Ela não era como suas fêmeas, mas ainda parecia entender como funcionava a mente delas.
— Você acha que Risa esteve envolvida o tempo todo?
— Sim.
— Explique-me por quê.
— Ela estava em Tornian e queria ficar ali, no entanto, quando seu pai morreu, pediu para se unir a você em vez de solicitar a proteção de Wray, então... por quê? Que diferença isso faria, a menos que fizesse diferença para outra pessoa... talvez Bertos. Ela poderia tê-lo conhecido em Tornian, não poderia? E se eu estiver correta, Bertos já era o Senhor de Etrúria.
— Sim, ele era.
— E se você morresse, os Lordes teriam escolhido o próximo Rei de Luda certo?
— Sim, mas apenas Van poderia me substituir.
— E Van morreu. — Ela diz calmamente.
— Sim...
— Os guerreiros que o emboscaram... você descobriu por quê?
— Nenhum sobreviveu tempo suficiente para ser interrogado.
— Eles eram de Luda?
— Não, pareciam ser um grupo de guerreiros aleatórios. Nenhuma conexão foi feita entre eles.
— Eles não tinham laços com a Casa Bertos? Nenhum irmão mais novo estava treinando lá? — Grim ergue uma sobrancelha com a sugestão, isso nunca lhe ocorreu. — Eu não sei se alguém pensou nesta possibilidade. Você acha que Risa planejou com Bertos me matar, assim ele poderia se tornar Rei?
— E ela ainda conseguiria Luda, ficando perto de Tornian.
— No entanto, ela não se uniu a ele. — Grim lembra-lhe.
— Você não morreu. — Ela ressalta, grata pelo fato. — Bertos falhou. Você mesmo disse como suas fêmeas não gostam de ficar desapontadas. O que não entendo é porque ela não se uniu a você. É a mesma posição. — Ela o olha questionando, quem não iria querer Grim?
— Porque eu não quero ser Imperador, não faria nada para isso. Apenas planejava ser Rei até que Van tivesse idade o suficiente. Eu me tornaria seu Conselheiro.
— E Risa sabia disso. — Ela agora entende o raciocínio de Risa.
— Era fácil saber que não havia rivalidade entre Wray e eu, apenas me tornaria Imperador se não houvesse outra escolha.
— Então, depois que Bertos falhou, ela decidiu seguir um caminho mais direto. Assumiu que Wray tomaria outra Imperatriz.
— E se você estiver certa, Lisa, então a Imperatriz Kim está em grande perigo.
— Como Wray e Tora.
— Preciso entrar em contato com Wray e dizer-lhe o que aconteceu aqui, de nossas suspeitas. — Ele olha para a compreensão em seus olhos.
— É claro que sim, ele é seu irmão. — Entrando em seus braços, ela coloca as mãos no peito, adorando a sensação de seus músculos flexionando seu toque, ficando nas pontas dos pés, ela o beija.
— Faça o que precisa fazer Grim. Lidaremos com o restante mais tarde.
CAPÍTULO TREZE
A conversa de pequenas vozes cumprimenta Lisa enquanto ela entra na sala de estar. — Bom dia, meus bebês. — Ajoelhada, ela envolve seus braços ao redor de seus corpos preciosos, quando elas voam para seus braços.
— Mamãe! — Elas gritam.
— Como vocês estão nesta maravilhosa manhã?
— Nós estamos bem, mamãe. Você gosta da minha nova roupa, mamãe? — Miki se afasta, então Lisa pode ver o lindo vestido azul.
— É lindo Miki e sua cor favorita também.
— Padma me fez muitas roupas lindas, mamãe. Você quer ver?
— Eu adoraria. — Mais de uma hora depois, as meninas ainda estavam excitadas e riram por cada roupa. A alegria em seus olhos era facilmente vista, substituindo o medo do dia anterior.
— Obrigada Padma, por tudo. — Ela encontra seus olhos cheios de lágrimas. — Você também, Gossamer.
— Não precisa agradecer, minha Rainha. Gossamer faz uma leve reverência.
— Gostaria de ver o que trouxe para você, minha Rainha? — Padma vê que ela ainda está usando suas roupas da Terra e não eram apropriadas para uma Rainha.
— Sim, muito, se tiver tempo. Há algo que gostaria de discutir com você. Isso se estiver bem para você, Gossamer. — Ela olha para ele por sua permissão. — Eu sei que você esteve longe de Dagan por mais tempo do que o planejado. — Ela franze a testa um pouco. — Conseguiu falar com ele, não foi? Ele está bem? — A preocupação na voz da Rainha é inconfundível e comove Gossamer, ao ver que ela se preocupa com sua descendência mais nova...
— Ele está bem, minha Rainha, Gahan está com ele. — Ele assegura-lhe.
— Oh isso é bom. — Ela dirige sua atenção para Padma. — Vamos para o quarto e olharei as roupas.
— Majestade. — Gossamer a interrompe. — Com sua permissão, voltarei mais tarde para buscar Padma.
— Tudo bem para mim, desde que para Parma esteja de acordo. — Lisa olha para ela.
— Seria ótimo, Majestade. — Padma concorda.
— Você poderia enviar uma mensagem a Gahan para mim, Gossamer? — Lisa olha para ele.
— Claro, Majestade.
— Diga-lhe que sinto muito, mas precisarei dos Medalhões para o uniforme de corte para ambas as Guardas em seis dias. Eu sei que é pouco tempo, se ele não conseguir não tem problema.
— Eu... sim, minha Rainha, eu o informarei imediatamente.
— Mamãe?
— Sim, Carly? — Lisa olha para sua filha mais velha.
—Miki e eu podemos ver Cook? Ele disse que fará mais cookies hoje.
— Vocês acabaram de tomar café da manhã.
— Eu sei, mas são cookies... por favor... — Lisa olha para Kirk.
— Eu entrarei em contato com a Guarda e Cook, Majestade. Elas estarão seguras.
— Obrigada Kirk. Meninas, devem obedecer a Kirk, entenderam?
— Sim, mamãe. — Elas respondem felizes.
***
Lisa não pode acreditar no que o Padma fez em tão pouco tempo. Há vestidos, calças e camisas como pediu, juntamente com sapatos e até mesmo um manto que Padma explicou ser para quando as noites esfriaram.
— Você dormiu, Padma? — Lisa não consegue afastar a surpresa de sua voz, enquanto ela se vira no espelho, admirando o longo vestido e fazendo Padma rir.
— É claro que sim, mas não fiz tudo isso sozinha, Gossamer é muito hábil e Dagan ajuda com as contas, ele é muito exigente.
— O que é necessário para fazer roupas uma vez tentei fazer roupas para Carly, mas ficou horrível.
— Pode ser difícil, minha Rainha. — Padma diz a ela.
— Padma. — Lisa lhe dá um olhar exasperado. — Pode me chamar de Lisa, pelo menos, quando estivermos sozinhas? Gosto de pensar que somos amigas.
— Eu... tudo bem... Lisa.
— Obrigada. — Virando Lisa move-se para o assento da janela, pegando um livro, ela folheia suas páginas até encontrar o que quer, então mostra para Padma. — Você já viu algo assim?
Caminhando lentamente, Padma tira o livro dela e franze a testa. É um retrato do antigo Rei e Rainha de Luda, o Rei em seu uniforme de corte completo, todo negro, colorido apenas pelas medalhas exibidas na faixa púrpura, cruzando seu enorme peito. O Raptor negro logo acima, deixando todos saberem que ele é o Rei de Luda.
Por mais impressionante que fosse o Rei, é sua Rainha quem chama a atenção. Porque ela é muito menor do que o Rei, mas apenas no tamanho. O poder que ela irradia é inegável, como o sentimento que ela tem pelo Rei. É evidente pelo olhar em seus olhos, na forma como ela se inclina tão levemente para ele, na forma como o braço do Rei curva-se protetoramente ao redor dela, a mão em sua cintura.
Ela usa um vestido púrpura em um tom mais profundo que se adapta ao seu corpo, mostrando a beleza de suas curvas. Contra a pele pálida de seu peito, descansa o emblema do Rei, preso em uma corrente charoites incrustados, anunciando que ela era a Rainha de Luda e eles eram um.
— Eu nunca vi nada assim antes. É maravilhoso, lindo e triste...
— Triste? — Lisa pergunta.
— Sim, que um povo uma vez tão grande, pode se destruir. Olhe para eles, não havia nada com que não pudessem lidar. — Lisa sorri para sua amiga.
— Eu concordo e é por isso que preciso de sua ajuda. Para que isso aconteça novamente.
— Minha ajuda? — Padma não consegue esconder seu choque.
— Sim. Sente-se. — Lisa diz a ela que Wray concedeu a petição de Luuken e que em sete dias ela irá para Tornian, para a cerimônia de união.
— Mas...
— Eu preciso do guarda-roupa... roupas de uma Rainha Padma, especificamente a Rainha de Luda. — Ela aponta para o livro. — Para mim e para as meninas. Quero fazer uma declaração, sobre quem sou e que pertencemos a Grim. Não deixaremos nenhuma dúvida de que Grim é mais que apropriado.
— Eu... — Padma lentamente gira as páginas do livro, encontrando mais retratos, antes de lentamente olhar de volta para ela. Esta pequena mulher planeja ficar em frente ao Imperador, a Assembleia dos Lordes e desafiar a Lei de União. Ela realmente entendia o que iria enfrentar? Ficando de pé, Padma olha as janelas cintilantes de Luanda e percebe que não importa. Esta pequena mulher já enfrentou seu maior desafio e ganhou. Tinha o coração do Rei. Em comparação com isso, a Assembleia dos Lordes não era nada. Sorrindo com o pensamento, ela olha para sua amiga... a Rainha... quem teria pensando isso?
— Diga-me o que deseja e você terá, minha Rainha.
***
— Onde você acha que vai, minha Rainha? — Lisa não dá mais do que três passos fora da ala real, quando seu Capitão aparece.
— Como? — Ela levanta uma sobrancelha, olhando para ele e os dois guardas que se aproximam por trás dela.
— Ninguém foi informado de que você sairia de sua ala. — Ao som de pés correndo, ela se vira para ver os membros restantes da Guarda invadir o corredor, armas levantadas.
— Eu... — Seus olhos se arregalam quando vê a preocupação no olhar de sua Guarda, preocupação por ela. — Eu sinto muitíssimo. — Seu olhar engloba todos os machos. — Eu não pensei... queria verificar Ion e Nairn... — Ao fechar os olhos, ela se força a estabilizar. — Ainda não os agradeci, todos vocês, pelo que fizeram ontem. Ficaram com as meninas quando não pude. Vocês as protegeram.
— Foi uma honra, minha Rainha. — Agee fala por todos os machos presentes.
— Eu...obrigada e tentarei fazer melhor no futuro para deixá-los saber onde irei. — Todos veem o sorriso perverso que de repente curva seus lábios. — Mas não posso prometer. — Ouvindo-os gemer, ela se volta para Agee. — Agora, gostaria muito de ver Ion e Nairn.
— Por aqui, minha Rainha. Bonar e Dyer comigo, o restante de vocês retornem aos seus postos.
Lisa nunca esteve na ala dos guerreiros e a expressão chocada no rosto de cada macho, com certeza nenhuma mulher causou.
— Suponho que isso seja algo que uma fêmea não faz. — Lisa olha para Agee.
— Claro que não, minha Rainha, mas estamos nos acostumando com isso. — Lisa para e aperta a boca.
— Agee... acho que você fez uma piada... — Ela vê a pele azul do Capitão começar a ficar roxa enquanto ele ruboriza. — Eu gosto disso. — Ela sorri então e continua.
***
— Você pode olhar as meninas por mim, Agee? — Lisa pergunta enquanto deixam a ala dos guerreiros. Nairn e Ion estavam se recuperando bem de seus ferimentos, embora ainda levaria vários dias antes que pudessem retomar suas funções na Guarda. Ela estava realmente espantada com os avanços médicos de Tornian. Seus ferimentos levariam semanas, se não meses, para se curar na Terra, se tivessem sobrevivido.
— As princesas ainda estão com Cook, Majestade. — Agee informa.
— Bom, eu gostaria de ver Korin agora. — Ela sabe que seu pedido encontrará muita resistência e não fica desapontada com o fato de sua Guarda parar de repente.
— Isso não é possível Majestade. — Agee a informa.
— Claro que é. — Lisa olha para ele de forma inocente. — Você apenas me leva até onde ele está preso.
— O Rei nunca a deixará chegar perto dele. — Ele responde.
— Por quê?
— Porque... — Agee hesita.
— Porque ele ajudou a me proteger? — Lisa questiona.
— Porque ele tentou feri-la!
— Psst. — Lisa levanta uma mão ao seu comentário. — Korin nunca me feriu.
— Sinto muito, Majestade, mas não a levarei até Korin. — Olhando para ele, Lisa pode dizer que não haverá nenhum problema com isso, o que ela supõe é que o Capitão de sua Guarda saber quando dizer à Rainha não e manter-se.
— Tudo bem, então me leve a Grim. — Agee fala em seu comunicador repassando o pedido de sua Rainha.
— O Rei estará na sala de comando em breve. — Ele responde acompanhando Lisa.
***
— Tarbox tem o que ele precisa para assumir o controle da região? — Grim olha para Junius.
— Ele acredita que sim, Majestade. Encontrou resistência, principalmente com a Guarda pessoal de Focke, mas foram facilmente subjugados, uma vez que souberam das acusações. Parece que ele fez mudanças que não agradaram a todos.
— No entanto, ninguém se aproximou de mim com suas preocupações. — Grim está com raiva de si mesmo. Ninguém leal a Luda deveria ter medo de ir a ele com sua preocupação. Isso deveria mudar. — Certifique-se de que ele tenha o que precisa para descobrir todos os traidores restantes. Quero que seja prontamente conhecido que qualquer ameaça à minha Rainha seja tratada com dureza e sem piedade.
— Sim Majestade, faremos isso. — Entrando na sala de comando do Rei, Junius hesita, vendo a Rainha sentada pacientemente em uma das cadeiras. Ele não esperava vê-la novamente, especialmente tão logo após seu ataque. Pelo que lhe disseram foi particularmente brutal, para uma fêmea pelo menos, mas ali estava ela. Olhando atentamente, Junius pode ver os hematomas em sua bochecha e pescoço.
— Lisa, o que você está fazendo aqui? Deveria estar descansando. — Grim se aproxima imediatamente.
— Estou bem. Fui visitar Ion e Nairn. Eles estão bem e voltarão à Guarda antes de irmos para Tornian.
— Você foi a ala dos guerreiros? — Os olhos de Grim vão para Agee.
— Sim, com Agee e dois guardas, todos foram muito bem-comportados, eu juro. — Grim grunhe, deixando Agee saber que ele não está feliz com a visita dela.
— Não fique irritado com Agee. — Ela ergue o olhar. — Eles são meus guardas, Grim. Foram feridos me protegendo-me e aos meus. Não é apenas meu dever, mas meu direito, garantir que eles tenham uma recuperação completa.
— Você não precisava ir à ala dos guerreiros para fazer isso. — Ele discute.
— Sim, precisava e deveria ter ido antes. Há mudanças que precisam ser feitas lá, Grim. — Junius fica chocado quando todos os guardas da sala gemem. — Nada drástico. — Ela olha os machos com um sorriso indulgente. — Apenas algumas coisas pequenas, como acabar com o cheiro, realmente deve haver um lugar melhor para armazenar suas roupas molhadas e também há a cor. Não é de admirar que quase nunca sorriem é....
— Lisa! — Grim a impede de divagar.
— Sim, Grim? — Ela pergunta inocentemente.
— Há uma razão pela qual você está aqui?
— Eu preciso de uma? — Grim ergue uma sobrancelha, mas permanece em silêncio. — Tudo bem, sim, tenho um motivo. Eu.... — Ela olha para Junius para comprar tempo. — Oh, oi. — Movendo-se para ficar de pé, ela olha para Grim, que esconde seu sorriso, ele sabe que ela está tramando algo e a ajuda a ficar de pé.
— Comandante Baa Junius, apresento a você, sua Rainha.
— Minha Rainha. — Junius leva uma mão a seu peito curvando-se levemente.
— Comandante Junius, é um prazer. O Rei me disse que você descobriu a nave não autorizada de Luuken.
— Eu... — Os olhos de Junius voltam para o Rei. — Sim, minha Rainha, infelizmente isso é verdade.
— Como é algo infeliz, Comandante? Você descobriu um problema e relatou. Infeliz seria se não descobrisse, quem sabe o que teria acontecido, se não tivesse alertado o Rei.
— Sim, Majestade. — Junius encontra-se curvado novamente, agradecendo por encontrar seu próprio erro.
— A Rainha está correta Junius, outro poderia não ter percebido e você não o fez. Confio que você continuará servindo seu Rei e Rainha também no futuro.
— É claro, meu Rei! Minha Rainha.
— Bom, entre em contato com Tarbox e informe meus desejos, certo Comandante?
— Claro, Majestade. — Com uma reverência final para a Rainha, Junius sai.
***
— Eu quero ver Korin. — Lisa aguarda até a porta se fechar atrás de Junius antes de fazer o pedido.
— Por quê? — A expressão de Grim instantaneamente fica dura.
— Porque ele é meu também. — Ela o informa.
— Como você pode dizer isso? — Ele se afasta dela. — Por causa dele...
Lisa interrompe. — Eu estou segura e inteira. — Caminhando até ficar na frente dele, ela coloca uma mão reconfortante em seu peito. — Ele me protegeu Grim, quando não consegui me proteger, até que você pudesse chegar lá, porque foi isso que você ensinou a ele.
— Nunca deveria ter permitido!
— Concordo e em um universo perfeito não teria sido, mas você mesmo disse que Bertos está usando o irmão mais novo de Korin para controlá-lo. — Seus olhos imploram para ele entender. — Ele estava apenas protegendo a quem ama da mesma forma que você... e quando foi empurrado muito longe, escolheu me proteger como você ensinou, arriscando seu irmão porque se Bertos descobrisse...
— Ele mataria Mabon. — Grim responde.
— Mabon... é o irmão dele?
— Sim. Já enviei uma mensagem a alguém em quem confio, para que ele seja removido do cuidado de Bertos. — Ele se aproxima Lisa quando seus olhos se enchem de lágrimas.
— Sinto muito, Grim. Eu deveria saber que você entenderia e faria alguma coisa.
— Eu sei que Mabon é inocente dos crimes de seu irmão.
— Crimes... — Lisa afasta-se dele de choque. — Sobre quais crimes estamos falando?
— Ele a atacou duas vezes, Lisa. — Ele a lembra.
— Ambos sob as ordens de Luuken. — Ela argumenta de volta.
— Isso não importa.
— É claro que importa! — Lisa gira e aproxima-se de Agee. — Há um homem que é uma ameaça para Carly. Ele a mantém contra a vontade dela. Recupere-a.
— Eu... o que, minha Rainha? — Agee a olha em choque.
— Você desobedecerá minha ordem, Agee? Uma fêmea está em risco. Minha filha!
— Mas... — Ele olha para Grim.
— Sim ou não? — Ninguém nunca ouviu a voz da Rainha tão dura, tão fria, todos os olhos vão para ela.
— Eu nunca desobedeceria uma ordem para proteger uma fêmea, minha Rainha, especialmente uma sua. — Agee fica tenso com o pensamento, então vê os olhos da Rainha suavizar.
— Obrigada Agee. — Ela volta para Grim. — Fui capaz de fazer o Capitão da minha Guarda, o macho que, além de você mesmo, acha mais apto para me proteger, concordar em atacar outro macho, mantendo uma fêmea porque eu disse que ela estava em perigo. — Ela observa Grim franzir o cenho. — Não há nenhuma ameaça a seu irmão, como com Korin, apenas o dever de Agee de proteger, ensinado por você e no final, o dever de Korin de proteger uma fêmea, eu, superou seu dever para com seu irmão. Ele está em um lugar difícil, Grim. Ao proteger-me, seu irmão sofre, mas se ele não o faz, sofre sua honra. O que estaria disposto a desistir por alguém que ama, Grim?
— Tudo. — Grim responde para a surpresa de seus guerreiros. — Eu entendo a minha Lisa, mas ainda há leis.
— Leis ou justiça, Grim? Porque podem ser duas coisas muito diferentes, há também a proteção. — Ela caminha até o Raptor reverentemente tocando sua cabeça. — E há o controle. Bertos e Luuken estão controlando Korin por seus próprios meios. Não se preocupam com ele, nem com Mabon.
— Seus ataques foram documentados.
— Ordenado por seu Senhor.
— Não há provas disso.
Lisa lhe dá um olhar incrédulo. — Por favor... — Lisa levanta uma mão. — Korin é leal a você, Grim. Ele admite isso toda vez que ele chama Luuken, de o filho de seu Senhor e você, seu Rei. Sua lealdade a você nunca foi colocada em dúvida, mas por causa da decisão de seu pai, ele precisou sobreviver às exigências de Bertos, se quisesse proteger seu irmão. Você teria feito menos se fosse Wray? Algum de vocês se fosse seu irmão? — Virando, ela se dirige aos guerreiros mais confiáveis de Luda. — Eu ouvi dizer que vocês são verdadeiros guerreiros, que tem honra. Mas o que é honra? Obedecer seu Rei sem dúvidas? Alguns diriam sim... mas foi o que os guerreiros de Luuken fizeram ontem, mesmo envolvendo estupros e assassinatos. Isto é honra? Korin foi o único que disse que não. Ele foi o único que tentou impedi-lo.
— O que você quer, minha Lisa? — Grim pergunta.
— Eu quero falar com ele, não é inocente Grim, mas isso também não o torna culpado. — Ela diz a ele.
— E o que isso conseguirá?
— Talvez nada, talvez depois de falar com ele, veja que não vale a pena salvá-lo... ou talvez seja a chave, a chave para Bertos. Ele pode ter a informação que precisamos para saber o que Bertos realmente quer. — Ela vê que Grim entende o que não está dizendo.
***
Korin estava deitado de costas na cela, olhando para o teto. Como sua vida chegou a isso? Ele era um jovem tão orgulhoso, treinando com o maior guerreiro do Império... então Grim foi atacado e seu pai o forçou a treinar com Bertos. Era tão diferente lá, não importava como entrou na Casa Bertos apenas o que o fez.
Korin vira a cabeça ao som do desbloqueio de sua cela, não se surpreende quando Alger e outro guerreiro entram, mas seguindo-os está Grim e atrás dele sua fêmea.
— Levante-se para a Rainha, Korin. — Alger ordena e lentamente ele o faz, perguntando o que está acontecendo.
— Olá Korin. — Lisa se move em direção a ele, apenas para Grim colocar uma mão suave, mas firme na frente dela. — Vejo que seus ferimentos foram tratados.
— Como os seus. — Ele finalmente encontra sua voz.
— Sim, a tecnologia Torniana é bastante impressionante. — Lisa o observa. Ela nunca o olhou antes, sempre estava sendo atacada. Ele era um macho verde bem grande, com cabelos negros e longos, como todos os Tornianos pareciam ter. No entanto, o olhar em seus olhos que chamou sua atenção. Era de pura derrota, misturado com a aceitação. Este é um macho que sabia ser indigno de misericórdia e não esperava nenhuma. Tinha algo em comum com outro macho que conhecia. Nunca recebeu apoio inegável de que ele era um homem digno, mesmo que tenha feito algumas escolhas ruins. Talvez fosse a hora de alguém mostrar a ele que era digno.
— Por quê? — Ela pergunta.
— Como? Porque o que? — Korin olha para a Rainha.
— Por que você me ajudou? — Seu olhar é inabalável. — Colocou seu irmão em risco por uma fêmea que não conhece. Desobedeceu ao seu Senhor.
— Luuken não é meu Senhor! — Korin nega veemente.
— Está dizendo que Bertos sabe que você está aqui? Sabe o que foi planejado? — Lisa exige.
— Lorde Bertos não confia em mim. Minhas ordens eram ficar e obedecer Luuken.
— Ainda assim você não o fez. — Korin descobre que não pode mais manter o olhar da Rainha, sua vergonha aumenta.
— Responda a Rainha, Korin. — Os olhos de Korin vão para Grim.
— Não há nada para dizer, meu Rei.
— Discordo. — Lisa fica à frente de Grim, certificando-se de tocá-lo. — A pergunta é simples Korin, por que, se seu Senhor ordenou que seguisse as ordens de Luuken, que eram me sequestrar, estuprar repetidamente e depois finalmente me matar, acusando Grim, seu ex-Rei, você desobedeceu?
— Porque não foi isso que me disseram e não foi isso que aprendi, sou um verdadeiro guerreiro! — Korin grita com ela, fazendo todos os machos ficarem tensos.
— Bertos o ensinou a ser um verdadeiro guerreiro? — Lisa pergunta calmamente.
— Não! Aprendi isso aqui em Luda. — Ele responde.
— Soube que ficou aqui apenas um ano.
— E aprendi mais naquele ano do que todos aqueles combinados desde então.
— O que isso quer dizer, Korin? — Lisa pergunta.
— O que isso importa? Ajudei no sequestro de uma fêmea e não apenas de uma fêmea, mas de uma Rainha. Minha vida deve cessar, é apenas o que está em questão.
— Isto é o que você pensa? — Lisa pergunta. — Porque você fez a escolha certa... a escolha difícil... deveria ser punido?
— Não importa, tudo o que importa é que falhei e pagarei por isso. — Lisa olha para Grim e o vê franzir a testa.
— Como você falhou, Korin? Ao impedir que fosse estuprada? — Ela exige.
— Não! Isso nunca deveria ser permitido. Eu falhei em não a levar para Tornian com as outras fêmeas.
— Estas eram suas ordens?
— Sim.
— Dado a você por quem? — Lisa pergunta.
— Foi o que Bertos me informou e Luuken quando nos enviou a Luda.
— Bertos não disse nada sobre Lisa não chegar a Tornian? — Grim pergunta ficando ao lado dela.
— Não na minha presença, foi-me dito para sair para preparar a nave. Tudo o que ouvi foi que esta missão era imperativa.
Lisa olha para Grim.
— O que mais você ouviu Korin? — Grim se aproxima do macho de forma ameaçadora. — O que você ouviu sobre Wray?
— O Imperador?
Lisa vê a confusão honesta em seus olhos. — Sim, o Imperador, o que se diz dele na Casa de Bertos?
— Não entendo. — Korin dá-lhe um olhar honestamente confuso.
— É uma pergunta simples Korin.
— Sim, claro, mas o que quer dizer? Bertos fala diariamente sobre o Imperador, principalmente de suas falhas como quando o fez...
— Quando fez? — Grim pergunta, sabendo o que ele dirá.
— Quando o fez Rei de Luda, considerando que não tem a chance de produzir descendentes. — Korin olha para Grim.
— Mas ele tem descendência, duas para ser exatas. Carly e Miki. — Lisa fala rompendo o silêncio tenso.
— Ele acredita que pode facilmente desafiar a aceitação de Grim de sua prole desde que seu educador foi removido indevidamente.
— O que Grim não sabia.
— Isso não importa, não para Bertos.
— Então ele é um idiota tão grande quanto seu filho.
— Ele não é. — Korin diz calmamente, olhando para Lisa. — Bertos é tão inteligente quanto mortal e sua fêmea é pior.
— Risa.
Korin dá-lhe um olhar chocado. — Sim. — Ele concorda.
— Por que você diz que ela é mais mortal do que Bertos? — Grim pergunta.
— Acho que disse o suficiente. — Korin endireita-se em toda sua altura. — Quando serei executado?
— Bem, se é isso que deseja. — Grim olha para Alger.
— É isso que deseja, Korin? É o que deseja? — Lisa pergunta ao guerreiro. — Ser lembrado como um guerreiro que não apenas desonrou seu Senhor, mas seu Rei? Um homem que escolheria estuprar, em vez de proteger? Acha que isso manterá seu irmão seguro?
— Você não sabe nada de Mabon! — Os três homens se movem quando Korin a enfrenta. Ela não se afasta,
— Eu sei do seu amor por ele. Que estava tentando protegê-lo. Comprometendo-o ao me proteger. Não pode protegê-lo se estiver morto Korin.
— Já é tarde demais...
— Por que diz isso? — Ela pergunta.
— Porque quando a nave de recuperação não conseguir passar pelo sistema de defesa, ele entrará em contato com Bertos, ele saberá que falhamos.
— Ele não saberá que foi por você.
— Não terá importante, fará um exemplo de Mabon e os irmãos de todos os outros guerreiros que enviou aqui, garantindo que outros não falhem.
— Quando a nave chega? — Grim pergunta.
— Hoje mais tarde. — Korin responde.
— Usará os mesmos procedimentos de quando você veio? Pousará no mesmo local? — Grim pergunta.
— Sim, Bertos assegurou que você nunca detectaria nossa entrada.
— Ele estava errado, dê-me as especificidades que conhece, Korin. Alger contate Junius, eu vou montar uma armadilha.
— Sim, meu Rei.
***
Lisa entra no corredor, deixando Grim e seus guerreiros planejar sem se preocupar em ofendê-la. Ela nunca esteve nesta seção de Luanda, não sabia que existia, até que Grim a levou ali entendeu por que. Era uma espécie de calabouço, embora melhor, diferente do que tinham na Terra, mas ainda um lugar onde aqueles que precisavam ser punidos ficassem presos. Não era um lugar que Grim queria que visse, algo que nunca queria que as meninas vissem, mas sabia que era necessário. Movendo-se pelo corredor, encontrou-se parada na frente de outra cela, esta tinha uma porta clara, permitindo que visse o macho lá dentro. Luuken...
Com um olhar duro, frio, os olhos se fixaram nela, enquanto ele se sentava no chão com as costas contra a parede. Estava imundo, ainda com as roupas que vestia quando a atacou, pelo menos da cintura para baixo. Porque da cintura para cima, estava nu, revelando seu peito ferido, que ainda não foi tratado.
— Olá Luuken, vejo que finalmente está onde pertence, em uma gaiola.
— Você cadela. — Ele diz.
— É Rainha Cadela para você, Luuken. Isso doeu? — Ela gesticula para a ferida que Grim fez. — Espero que sim.
— Você não sabe com quem está lidando! — Fazendo uma careta, ele se levanta. — Sou o Capitão Luuken, primeiro macho de Lorde Bertos! Ele não irá tolerar que eu seja tratado assim! — Ele se move em direção à porta. — Irá destruí-lo. — Ele ameaça,
— Com você assim? — Lisa zomba. — Este é seu terceiro fracasso Luuken, derrotado por duas jovens e uma fêmea. Na Terra, três derrotas significam que você está fora... feito... você e o seu senhor.
— Traga-me um curandeiro! — Luuken grita para ela, furioso por ela falar assim com ele.
— Não. — Lisa responde altiva o olhando. — Você pagará por seus crimes e Grim será o juiz. Não receberá nenhuma misericórdia de mim. É a definição do que é um macho inapropriado. Agora todos podem ver.
— Lisa... — Virando-se ao ouvir a voz preocupada de Grim, ela o vê se aproximando.
— Olhe, Luuken. — Ela gesticula para Grim. — Veja o que é um verdadeiro macho, um homem digno e honrado, mas você já sabia disso, não o é? — Seus olhos se estreitam para ele e ela pode dizer que ele sabe que está certa. — É por isso que você repetidamente tentou derrubá-lo, porque sabe que ele é o que você nunca será, nunca poderia ser. — Virando de costas para ele, ela o deixa com seu destino e caminha para o dela, Grim.
CAPÍTULO QUATORZE
Não parece ter suficiente horas nos dias seguintes. Grim saia antes do amanhecer e enquanto se certifica de fazer a última refeição com elas, imediatamente saia, retornando depois que Lisa estava dormindo.
Colocando o cabelo solto atrás da orelha, Lisa observa as meninas rir, enquanto brincam com Dagan. Conseguiu convencer Gossamer a permitir que o jovem especial fosse a Luanda com sua mãe, sabendo que ele e as meninas se tornariam grandes amigos apesar das diferenças.
— Eles são bons juntos. — Padma comenta enquanto observa os três. — Muitos não permitiriam sua prole perto de alguém como ele.
— Não apenas estão errados, estão perdendo uma das maiores bênçãos da Deusa. — Lisa olha para a amiga. — Dagan é uma pessoa especial Padma. Diferente? Sim. Um guerreiro? Nunca. Ele tem uma alma pura que vê a beleza que outros não veem. A Deusa o dotou da capacidade de compartilhá-lo conosco, com seus coletores de sol.
— Foi sugerido, mais de uma vez, que ele não deveria viver. — Padma sussurrou, as lágrimas enchendo seus olhos. — Eles só veem o que ele não é.
— Não por muito tempo, logo o verão como nós, como um presente da Deusa. — Lisa abraça sua amiga.
— Obrigada Lisa, por tanto tempo que tenho me preocupado com ele.
— É a maior alegria e o maior fardo de uma mãe, a preocupação com sua prole. Você não pode ter um sem o outro.
— Você é tão diferente das outras fêmeas Tornianas. — Padma sorri.
— Isso é porque eu não sou uma.
— Claro que você é. — Padma lhe dá um olhar confuso. — O Imperador declarou-o. É por isso que ele pode exigir que você vá para Tornian.
— O que você está falando, Padma? — Lisa olha para ela franzindo a testa.
— Você não sabe? — Os olhos dela se arregalam.
— Aparentemente não.
— Somente as fêmeas Tornianas podem escolher seus machos através da cerimônia de união. Todos as outras, como eu, estão em risco.
— O que você quer dizer em risco? — Lisa sente seu estômago se apertar.
— Machos... — Padma procura certificar-se de que as crianças não ouçam. — Podem se unir a qualquer mulher não Torniana, mas não tem nenhuma responsabilidade com ela.
— Isso aconteceu com você. — Lisa vê a dor nos olhos de sua amiga.
— Muitas vezes... até encontrar Gossamer. Ele não é um guerreiro, mas ainda me protegeu, me fez sua fêmea, mesmo depois de tantos outros machos.... — Ela não pode continuar.
— Ele te ama. — Lisa coloca uma mão reconfortante em seu braço.
— Sim.
— Então, a Cerimônia de União, também oferece proteção.
— Sim, isso permite que uma fêmea escolha o macho que sente ser mais adequado para ela.
— Espere! O que? Pensei que a mulher não tivesse escolha senão escolher um dos machos que lhe era apresentado?
— Bem... isso é o que se espera, já que todos os machos são escolhidos pela fêmea ou pelo pai dela.
— Ela e seu manno escolhem os machos?
— Sim. Ele contata os machos que são considerados apropriados e ela escolhe um deles na cerimônia de união.
— E é assim sempre? Isso é de conhecimento comum?
— Claro. — Padma olha para ela. — Você não sabia disso.
— Não, não estava no programa de educação que recebemos, apenas que devemos nos juntar a um dos machos que nos foram apresentados.
— Mas... você não sabe nada deles... não sabe o que podem fornecer.
— Não e alguém quer assim. — A mente de Lisa está correndo.
— Mas por que? O que ganha com isso? — Padma pergunta.
— Poder. — Lisa atravessa o pátio, olhando as crianças subirem na árvore, a árvore onde Luuken a capturou. Capturou-a para usar contra Grim, para conquistar Luda. Afastando-se, ela volta para Padma. — Diga-me tudo o que você sabe sobre a cerimônia de união, todas as regras.
***
É tarde quando Grim volta para a Câmara Real, sua cabeça cheia de milhares de coisas que ainda precisavam ser feitas antes de partir para Tornian, mas agora, tudo o que ele quer é manter sua Lisa perto. Sua camisa está a meio caminho antes de perceber que a cama está vazia, entrando em pânico, gira rapidamente, os olhos observando o quarto, acalmando apenas quando a encontra no banco da janela, olhando para a escuridão.
— Por que você não está descansando, minha Lisa? — Ele se senta e coloca seus pés descalços no colo, acariciando suas panturrilhas. — O que a está incomodando?
— Eu conversei com Padma hoje. — Grim permanece em silêncio, sabendo que ela lhe dirá quando estiver pronta. — Você já avaliou o que foi colocado nos educadores?
— Os educadores? — Grim pergunta, querendo saber o que ela está falando.
— Sim.
— O que foi programado neles?
— Eu programei o das meninas, você sabe disso. — Ele diz a ela.
— Sim, eu sei. — Inclinando-se para frente, ela toca sua bochecha suavemente. — Obrigada por isso, mas estou falando sobre o programa original, o que eu e as outras recebemos. Quem decide qual informação devem fornecer?
— Que informação... — Ela o observa. — Você recebeu todas as informações minha Lisa, nada foi retido.
— Então, como é que eu não sabia até hoje que fui declarada Torniana? Que uma fêmea não Torniana pode ser abusada por homens sem consequências. — Ela exige irritada com o pensamento. — Que a Cerimônia de União é tanto sobre proteção quanto uma relação.
— Você não sabia disso?
Lisa vê uma verdadeira confusão nos olhos dele. — Não. Eu também não sabia que em uma cerimônia de união tradicional, a fêmea seleciona os machos convidados antes de finalmente decidir sobre um. — Grim permanece em silêncio. — Você sabia disso.
— Claro.
— Então, como esses doze machos foram escolhidos? Machos que nunca conhecemos, de quem não sabemos nada?
Grim solta um suspiro pesado. — Foi decidido que levaria muito tempo para você escolher entre os machos disponíveis, então cada Casa selecionou o mais digno para ser apresentado.
— Quem você selecionou? — Lisa pergunta suavemente, seu coração doendo por ele.
— Callen foi minha seleção. — Ele a informa.
— Ele é um bom macho. — Lisa concorda. — E se não fosse por ele, nunca seria ouvida. Você nunca teria me ouvido.
— Ele é um bom macho. Merece uma fêmea.
— Sim, todos os seus machos merecem, mas não assim. E se for por este caminho, onde ele termina? Proclama-nos Tornianas, mas nos tira o direito mais básico. O direito de escolher o macho com quem queremos nos unir e o que é pior, as outras fêmeas sequer sabem que têm esse direito. Você está transformando-as em nada além de reprodutoras, Grim. — Ela se aproxima dele. — Eu sei que não pode ser o que você quer.
Grim cuidadosamente afasta os pés de seu colo, levantando-se. Ele passa uma mão frustrada pelos cabelos, tentando entender tudo o que seu amor lhe disse. Ela está certa, isso não é o que ele quer... não é o que Wray quer. Wray não queria enviar o Searcher, mas uma vez que foi descoberto que Kim concebeu, muitos dos Lordes insistiram que seus homens recebessem a mesma chance que o Imperador, todos liderados por Bertos.
— Fale comigo Grim. — Lisa diz calmamente, observando-o se mover.
— Isso não é como deveria ser, Lisa. Você deveria receber todas as informações que qualquer mulher Torniana receberia.
— Como pode ter certeza? — Ela questiona.
— Porque foi discutido na Assembleia, Wray ordenou que os educadores fossem programados com todas as informações necessárias.
— Pediu a quem, Grim? — Ela sussurra.
— Bertos... — Ele se afasta.
— Bertos foi o encarregado de programar os educadores?
— Sim, eles são criados em sua região.
— E ninguém pensou em conferir?
— Não tinha razão para isso. As ordens do Imperador são sempre seguidas.
— Então Bertos decidiu o que era informação necessária.
— Assim parece.
— As fêmeas precisam ser informadas, Grim.
— Nenhum macho é permitido perto das fêmeas até a cerimônia de união. Elas são guardadas em Tornian pela Guarda do Imperador, aguardando nossa chegada.
— Então Kim precisa conversar com elas.
— Wray disse que elas se recusam a falar com ela. Elas a culpam.
— Você pode culpá-las, Grim? Foram sequestradas da Terra e agora nem sequer lhes é dito a verdade.
— A Imperatriz não deu a localização exata da Terra, Lisa. — Grim olha para ela com olhos culpados. — Ela não sabia disso, mais do que você. Nós conseguimos a informações da nave Ganglian, o restante era o pouco que ela sabia sobre seu sistema. Nove planetas, um azul, um sol. Era tão vago que nunca esperava encontrar.
— Então, como conseguiu? — Lisa pergunta.
— Continuamente estudei as varreduras das áreas que procuramos, surpreendentemente, não demorou muito. A Terra está em uma parte muito desolada do universo. Não tínhamos motivos para acreditar em uma raça compatível lá. — Lisa empalidece quando de repente percebe o que Grim está dizendo.
— Você... — Ela sussurra. — Você encontrou a Terra. — Grim vê o choque e a dor nos olhos de Lisa.
— Sim. — Ele admite, sabendo que ela ficará irritada. Era algo que ele esperava nunca precisar revelar.
— E se não fosse você... — Agora é a vez de Lisa caminhar, Grim era responsável por serem sequestradas e se não fosse por ele...
— Eu estava fazendo o que meu Imperador ordenou, Lisa, pelo bem do nosso povo. — Grim defende o que ele fez, mesmo que não concordasse.
— Seu povo? E o meu? — Lisa pergunta com raiva apenas para que ele segure seus braços, impedindo-a de se afastar.
— Eu não mudaria nada minha decisão Lisa. Você entende isso? — Ele a balança um pouco. — Pois se o fizesse, não teria você. — Grim se recusa a liberá-la, entende por que ela está irritada, mas não deixará isso ficar entre eles.
— Merda, Grim! — Lisa grita, mas o calor em suas palavras se perde quando ela coloca a testa no peito dele. — Por que foi você? — Ela sussurra. — Quero ficar com raiva de alguém. Culpar alguém. E agora... — Ela se afasta.
— E agora? — Ele levanta seu queixo, vendo suas lágrimas, mas também seu amor.
— E agora não posso, porque não mudaria nada Grim, pelo menos não para mim. Não desistirei de você.
— Lisa... — Ele sussurra.
— Mas isso ainda não é certo. Kim e eu encontramos a felicidade. Mas isso não significa que as outras irão.
— Isso também não significa que não irão. — Grim responde gentilmente. — Há duas fêmeas da Terra que se juntaram a machos Tornianos e estão felizes, isso é verdade, é um bom sinal de que as outras também podem.
— Pode ser apenas porque eles são machos de Vasteri. — Lisa lhe dá um olhar provocador, eliminando sua raiva. — E se for esse o caso, não compartilharei. Nós apenas as devolveremos à Terra.
Grim ri das provocações de Lisa e sabe que ele está perdoado. — Nenhuma outra fêmea nunca me atrairá minha Lisa. Você é tudo o que sempre irei querer. Deixe-me mostrar. — Pegando-a em seus braços, ele a leva para cama.
***
— Você ainda não contou ao Rei. — Hadar acusa na manhã seguinte.
— Não. Há muitas outras coisas acontecendo. — Lisa olha para Hadar, esperando que esteja tomando a decisão certa. — Ela pediu essa reunião porque precisava de sua ajuda. — O que você sabe sobre o curandeiro do Imperador?
— O que? — Hadar pergunta surpreso.
— O que você sabe... — Lisa fala muito devagar.
— Eu ouvi o que você disse! —Hadar responde com raiva.
— Então responda. — Lisa exige.
— O curandeiro Yakar tem uma forte reputação como um excelente curandeiro.
— Reputação... você nunca o conheceu? — Ela fica surpresa.
— Não, não havia nenhuma razão também. Nos comunicamos recentemente, mas...
— Sim? Por quê? — Lisa pergunta. A fúria de sua pergunta surpreende Hadar.
— Por sua causa... — Ele diz a ela. — Não tenho conhecimento sobre o tratamento das fêmeas da Terra e estava procurando informações sobre o tratamento da Imperatriz.
— Ele trata a Imperatriz?
— Eu... bem, suponho que sim, quem mais faria? — Hadar agora está totalmente confuso.
— O que ele o informou? — Ela pergunta.
— Na verdade, não muito, apenas que suas necessidades nutricionais e sistemas reprodutivos são muito semelhantes às nossas fêmeas.
— Mesmo... — Lisa se vira, afastando-se dele, pensando em voz alta. — Você não acha isso estranho? Ele deveria poder lhe fornecer uma grande quantidade de informações... se está tratando Kim. Na Terra, as mulheres vão ao seu médico... curandeiro regularmente durante uma gravidez. Kim está com o que, sete meses agora?
— Sim, é o que se espera, mas como eu disse, as fêmeas Tornianas são muito secretas sobre o processo.
— Acha que ela tem uma fêmea Torniana a ajudando? — Lisa não esconde seu choque.
— Eu... bem, claro que sim. — Hadar franze o cenho para ela.
— Eu direi o que eu acho Hadar. Acho que Kim não deixou Yakar se aproximar dela. Ela também não deixou uma fêmea Torniana se aproximar. Fêmeas da Terra... são diferentes das suas...
— Conte-me sobre isso. — Hadar murmura antes que ele possa evitar e depois fica pálido.
— Muito bom Hadar, sarcasmo, eu gosto disso. — Lisa dá um sorriso antes de continuar. — Mas como eu dizia, somos diferentes, somos protetoras com nossas proles e isso começa quando estão no útero. Esta é a primeira gravidez de Kim. Ela está em um planeta alienígena com ninguém para conversar também. Não confiará em ninguém além de Wray ou um dos seus.
— Você tem certeza disso. — Hadar dá a ela um olhar considerado.
— Eu não tenho. Então, precisamos fazer algo sobre isso. — Ela olha para ele esperando.
— Nós... nós... como em você e eu? — Hadar não pode acreditar no que está ouvindo.
— Sim, você e eu. Até agora você já ouviu que em três dias uma escolta imperial chegará, levando-nos a Tornian para a cerimônia de união oficial.
— Sim, é por isso que você precisa dizer ao Rei...
— Não. Há uma hora e um lugar para isso, mas não é agora. — Ela o olhou duro. — Então, como eu estava tentando dizer, eu quero que você vá conosco.
— Como? — Lisa balança a cabeça para ele.
— Você precisa vir conosco... se houver alguém aqui que possa assumir seus deveres, não deixarei os guerreiros sem um curandeiro.
— Há outro que pode assumir meus deveres, mas por que você quer que eu vá? Está preocupado com sua prole? Eu nunca as tratei. — Ele a lembra.
— Eu sei, mas Grim garantiu-me que você é um curandeiro muito talentoso, que se não estivesse aqui para tratá-lo, ele teria morrido. — Lágrimas enchem os olhos de Lisa. — Obrigada Hadar, do fundo do meu coração, pois não podia imaginar minha vida sem Grim. — Hadar sente-se romper com a gratidão sincera da Rainha. Ele nunca esperou por isso.
— O Rei sobreviveu porque tem um chamado. — Hadar murmura.
— Como você deveria estar lá para ajudá-lo. — Lisa se recupera. — Agora, Kim precisa de sua ajuda.
— Eu não entendo. — Ele a olha confuso.
— Kim precisará de um curandeiro em que possa confiar, Hadar. Grim confia em você e mostrou o que posso fazê-lo também, acredito que Kim o fará também.
— Mas você disse que eu sei pouco sobre o que acontece com uma fêmea antes que ela apresente.
— Eu não acho que isso será um problema, acho que Kim está mais perto de apresentar do que qualquer um sabe.
— Por que acha isso? — Ele olhou para ela, intrigado com o pensamento.
— A intuição de uma fêmea, isso e o fato das fêmeas da Terra geralmente não anunciarem que conceberam até que estejam com pelo menos três meses. Há quanto tempo ela fez o anúncio?
— Cinco meses, talvez um pouco mais.
— E quanto tempo é a gravidez normal para uma Torniana? Na Terra são quarenta semanas.
— Trinta e oito.
— Então, um pouco mais curto, estará muito inchada e assustada. Precisará de todo o apoio que puder obter, de nós.
— Por que você faria isso? — Hadar não pode deixar de perguntar, nenhuma Torniana o faria, não sem ser compensada, senão deixariam a fêmea sofrer, se uma morrer, torna outras valiosas.
— Ela é a esposa do irmão de Grim. Também é uma companheira, presa em algo que não tem controle, tendemos a nos unir nestes momentos.
— Você... — Hadar descobre que está sem palavras, esta fêmea fala como uma guerreira.
— Você não conhece as mulheres da Terra, Hadar, nenhum de vocês realmente conhece, exceto Grim e Wray e isto será uma surpresa. — Virando, ela se senta e gesticula para ele. — Então, em três dias irá conosco e diremos que sou uma fêmea frágil que precisa de atendimento constante.
Hadar resmunga sua descrença antes que ele possa evitar, então parece horrorizado.
— Não se preocupe com isso Hadar. — Lisa sorri para ele. — Eu acredito na amizade, sei que sempre posso contar com alguém, que sempre podemos contar uns aos outros a verdade. Isso inclui quando alguém está cheio de merda. —A boca de Hadar se abre. Ela acha que eles podem ser amigos...
Depois de vários minutos, quando Hadar não diz nada, Lisa se move desconfortável, talvez tenha cometido um erro. — Sinto muito Hadar, se falei demais. Eu sei que não é normal que os machos e as fêmeas de Tornian sejam amigos, mas achei que porque você salvou a vida de Grim e que um dia apresentará sua prole deveríamos tentar.
— Você também confia em mim...
— Grim confia em você. Isso é um grande apoio para mim. — Com seu olhar confuso, ela suspira. — Significa muito. — Ele concorda. — E eu também precisarei de alguém. Mesmo tendo duas descendentes, nunca fiz isso sozinha, sempre havia um curandeiro junto com uma equipe de suporte se alguma coisa desse errado.
— Desse errado?
— Sim, Hadar, errado. Não me faça começar. Milhares de coisas podem dar errado, é por isso que cada bebê é um milagre. Quero você... — Lisa respira fundo e começa novamente. — Eu gostaria que você me escaneasse novamente, para que pudesse obter uma leitura... é a palavra certa? — Ele acena com a cabeça e ela continua. — Leitura básica para comparar leituras futuras também.
— Você sente que algo está errado? — Ele olha para ela preocupada.
— Não, mas como você disse, só houve outra gravidez como a minha e ainda não sabemos como será.
— Uma varredura completa na unidade médica seria melhor para obter o conhecimento que precisaríamos.
— Será que machucará o bebê? — Ela pergunta em voz baixa, o medo facilmente ecoando em sua voz. Hadar descobre que ele não gosta. — Nós temos ultrassom na Terra. É a forma de um curandeiro ver como um bebê está sem prejudicá-lo. É uma espécie de onda sonora, mas não sei o que.
— Nossa unidade médica possui esse dispositivo. Mostra o que está acontecendo dentro do corpo, sem causar danos.
Lisa olha para ele, procurando conselhos. — Você acha que isso prejudicará o bebê? — Lisa vê que está pensando seriamente sobre sua pergunta.
— Foi usado há anos em nossos machos e não causou problemas reprodutivos. Não vejo nenhum motivo para isso com uma mulher. — Ele pensa um pouco mais. — Não, isso não causará nenhum dano, a onda não é alta o suficiente. — Os olhos dele se arregalam. — Mas pode nos dizer o que a prole será.
— Se é macho ou fêmea?
— Sim.
— Tão cedo? — Ela fica chocada. — Nós podemos dizer isso também na Terra, às vezes, se o bebê cooperar.
— Coopera? O que você quer dizer? — Lisa sorri para ele.
— Bem, você precisa ver a posição correta. — Ela faz um movimento com seu dedo mindinho que parece ser universalmente entendido pelos homens, fazendo com que Hadar ruborize. Ela nunca conseguirá superar o quão fácil é atrapalhar esses machos grandes com conversas sexuais. — E se as pernas do bebê estiverem cruzadas...
— Entendo... — Hadar tosse. — Você pode me dizer... — Ele hesita.
— O que Hadar? O que você quer saber? — Lisa olha para ele com curiosidade.
— Eles dizem... eles dizem que na Terra há muitas fêmeas. — Ele olha para ela com esperança. — Qual é a proporção? Para Tornianos é agora uma fêmea para cada duzentos machos.
— Um a duzentos? — Lisa fica pálida. Ela sabia que os machos superavam em número as fêmeas, mas duzentos para uma?
— Sim. Como é na Terra?
— Tanto quanto eu sei, é praticamente igual. E se há mais homens nascidos, não são tantos.
— Uma mulher para cada homem? — Hadar não pode evitar o choque ou a inveja de sua voz.
— Sim, não tanto em uma família, mas é assim.
— Os machos e as fêmeas interagem.
— Claro, havia vários homens... machos na Terra que eu considerava bons amigos e nunca houve nada sexual sobre isso. Nós simplesmente gostávamos uns dos outros, tínhamos coisas em comum, conversávamos.
— Verdade?
— Verdade Hadar e se você estudasse sua história, saberia que era assim antes também.
— Isso foi nos tempos antigos. — Hadar diz com desdém.
— Talvez, mas pode acontecer novamente, a história tem uma maneira de se repetir. — Ela o deixa pensar sobre isso por um minuto. — Então, o que você acha? Devemos fazer esta verificação ou o que?
***
Grim observa Lisa durante a última refeição. Ela parece bem, mas pediu para ver Hadar hoje e entrou na unidade médica. O que estava errado? Ele olha para as meninas, sabendo que não pode dizer nada na frente delas, isso iria assustá-las.
— Tudo bem meninas, chuveiro e depois cama. — Lisa anuncia.
— Awww... mas quase não vimos Grim, mamãe! — Miki reclama.
— Você faz o que sua mãe diz Miki Renee e contarei uma outra história sobre o Grande Raptor quando estiver na cama.
— Verdade? — Miki pergunta com os olhos cheios de emoção.
— Verdade, pequena, agora vá. — Grim aproveita a nova palavra da Terra que aprendeu. Juntas, ambas as meninas se afastam da sala.
— Você realmente tem outra história para contar a elas? — Lisa lhe dá um olhar amoroso enquanto recolhe os pratos.
— Milhares. — Ele diz a ela, colocando um braço ao redor de sua cintura, a puxa para o seu colo.
— Grim! — Ela ri, tentando não derrubar os pratos no colo.
— Por que você estava com Hadar hoje? — Grim pergunta com olhos preocupados. — O que está errado?
Virando, Lisa cuidadosamente coloca os pratos antes de olhá-lo.
— Não há nada de errado. — Ela o deixa ver a verdade em seus olhos. — Eu queria falar com ele sobre ir conosco para Tornian.
— Vir conosco? Por quê? — Ele pergunta. Por que ela acha precisará de um curandeiro?
— Depois que conversamos sobre como você encontrou a Terra, percebi que Kim é uma vítima em tudo isso como o restante de nós.
— Vítima?
— Vítima, é como Korin por causa de Bertos, alguém que não tem controle sobre o que está acontecendo com eles.
— É assim que você se vê minha Lisa? — O coração de Grim dói ao pensar.
— Sim, se não tivesse você. Tenho certeza de que Kim sente o mesmo, mas as outras mulheres, Grim, são vítimas porque não há ninguém que as cuide, protegendo-as, na verdade... — Ela coloca os dedos suavemente sobre os lábios. — Não é como você cuida de mim e das meninas e isso tem que ser tão aterrador. E se for preciso confiar no que Bertos programou para aquele educador, agora estaria com medo.
— Por que você vê a Imperatriz Kim desse jeito? — Ele pergunta.
— Por causa do que você me disse, ela foi tirada da Terra, mas não por Tornianos.
— Não, ela foi levada por Ganglians para ser vendida como escrava sexual.
— Exatamente meu ponto, ela foi levada para ser uma escrava, apenas para ser resgatada por Wray. Eles se apaixonaram e ele a fez sua Imperatriz, mas isso ainda não a deixa em casa, Grim. Apenas a coloca em outro lugar estranho onde não conhece ninguém... e agora está grávida. Pode ser um momento assustador para uma fêmea, mesmo na Terra cercada por pessoas que amam e se importam com você. Kim não tem isso.
— Você ficou com medo quando concebeu? — Ele não gostava deste pensamento.
— Claro, cada mãe é, bem, toda mãe da Terra, se preocupa com o que come, o que faz. Você se preocupa que algo possa prejudicar o bebê. Milhares de coisas podem dar errado, Grim, por isso que cada um é um milagre.
— Você se preocupou com ambas as meninas? Mesmo com seu Mark ao seu lado?
— Claro. — Ela o tranquiliza.
— E você acha que a Kim de Wray está se sentindo da mesma maneira.
— Eu sei que está. É por isso que quero levar Hadar. Ele me disse que se consultou com o curandeiro Yakar quando cheguei, esperando que pudesse ajudá-lo a lidar com uma fêmea da Terra, mas apenas disse que nosso sistema nutricional e reprodutivo era muito parecido. Isso soa como um curandeiro que examinou uma mulher que está grávida?
Grim franziu a testa, percebendo que não. O curandeiro do Imperador deveria ter compartilhado todas as informações que conseguiu reunir para ajudar outro a lidar com uma fêmea, especialmente entre irmãos.
— Eu não acho que Kim confia nele, isso é importante para as mulheres da Terra, precisamos ser capazes de confiar no nosso médico... curandeiro. Ele estará lá conosco no momento mais vulnerável.
— E você acha que ela confiará em Hadar? — Grim olha para ela. — Por quê?
— Porque entre nós dois, penso que podemos convencê-la. Ele ajudou a salvar sua vida Grim. Não fez parte dos planos de Bertos.
— E você confia nele? — Grim pergunta.
— Estou aprendendo. É por isso que deixei que ele fizesse uma varredura completa na unidade médica. Não há base, nenhuma informação sobre as fêmeas da Terra disponível para um curandeiro e se há doze casas diferentes, com fêmeas essa informação precisa ser compartilhada para garantir que sejam atendidas.
— Onze. — Grim rosna, sua Lisa não vai a lugar nenhum.
— Onze. — Ela concorda. — Então, também há o fato de que, se algo acontecesse, eu confiaria em Hadar com você, as meninas e ninguém mais.
— Nada nos acontecerá, minha Lisa. — Ele a tranquiliza.
— Eu sei, mas é melhor estar seguro do que remediar.
— Mamãe... acabamos... — Duas pequenas vozes ecoam para o quarto, dando a Grim um beijo rápido, ela vai às garotas.
Grim segue Lisa até que desaparece, Deusa, ele amava essa fêmea. Ela era dele e estava preocupada com ele, mesmo com tudo o que passou. Caminhando até o armário, ele o abre, depois o painel secreto atrás. Chegando lá dentro, ele remove duas caixas de madeira, cada uma escurecida com a idade. Abriu-as apenas uma vez antes, quando se tornou Rei, apenas para verificar que existiam, depois as devolveu ao lugar. Nunca pensou que fosse usá-los, agora achava que era hora de serem vistos novamente.
— Grim... as meninas estão na cama. — Lisa chama de seu quarto, colocando as caixas de lado ele vai para sua família.
CAPÍTULO QUINZE
Lisa olha da caixa aberta, para Grim, depois de volta. Ele pediu que ela se juntasse a ele, selecionasse suas roupas e depois conduzisse à área de prática dos guerreiros. Uma área vazia esperava por ela, Grim, Alger e Agee. Isso a deixou curiosa, mas agora...
— É uma faca. — Ela diz confusa.
— É chamado Garra do Raptor. — Grim corrige-a.
— Tem um nome? — Grim acena com a cabeça, observando enquanto ela lentamente se esforça para tocá-la.
— Eu sou o Raptor, esta é minha Garra. Apenas é dado a verdadeira companheira do Raptor. Então ela terá sua proteção quando ele não estiver lá. —Grim olha para ela de forma solene. — Não foi dado em mais de quinhentos anos.
Lisa olha para ele com olhos assustados que se suavizam ao perceber o que está falando, o que está oferecendo. Cuidadosamente, ela aperta o punho com joias da lâmina, sentindo-a instantaneamente quente e observando com espanto as garras, fechando a mão em segurança.
Agee e Alger observam com admiração quando a Rainha puxa a Garra de sua bainha, a luz do sol brilhando em sua lâmina. A Garra do Raptor... é algo saído de uma lenda.
— Tudo bem, mostre-me o que preciso saber.
Nas próximas horas, Grim, Alger e Agee mostram como lidar com a Garra. Onde atacar para causar o maior dano se fosse atacada. Ela consegue surpreendê-los quando faz alguns movimentos defensivos.
— Eu fiz aulas anos atrás, Mark insistiu. Recentemente comecei a praticá-las novamente. — Ela olha para Grim e ele sabe que foi por causa de Peter.
— Treinaremos durante uma hora por dia até ficar confortável com a Garra em sua mão.
— Certo. — Movendo-se para Grim, ela pega a bainha dele. Deslizando a lâmina dentro, as garras de proteção se retraem. — Isso é tão legal. — Ela a entrega para Grim sorrindo. — Obrigada. — Aproximando-se ele lhe dá um longo beijo, indiferente a quem vê.
— Você é perigosa minha Lisa. — Grim murmura contra seus lábios, forçando-se a não continuar.
— Acho que gosto de estar com você. — Ela provoca.
— Minha Rainha. — Montfort chama pela área de prática.
— Sim, Montfort? O que foi? — Ela olha para ele.
— Padma está aqui, Majestade.
— Oh, minhas roupas! — Os machos sorriem quando pula para cima e para baixo com emoção. — Acabamos aqui? — Ela olha para Grim.
— Por hoje sim. — Um sorriso aparece em seu rosto. — Vá para suas roupas, eu a vejo na última refeição.
***
Olhando ao redor do corredor, Lisa precisa esconder sua diversão ao olhar de pânico nos rostos dos machos de Luanda. Ela convenceu Grim de que eles precisavam fazer a última refeição no grande salão. Ele argumentou que isso deixaria os machos desconfortáveis. Ela argumentou que eles teriam que superar se quisessem atrair uma mulher da Terra. Então, ali estavam eles, sentados em uma mesa de frente para um grupo de machos, que tentavam descobrir o que fazer.
— Sentem-se! Grim dá a Lisa um olhar exasperado sobre o crescente som, pois todos tentam sentar-se imediatamente, fazendo com que Carly e Miki riem. Rapidamente o pessoal do serviço entra, levando pratos carregados com comida para as mesas, mas nenhum macho se move para encher seu prato. Todos olham para Grim por orientação.
— Por amor da Deusa, comam! — Todos de uma vez começam a comer enquanto Lisa espera. Eles, um por um, enchem lentamente os pratos e comem silenciosamente.
— Isso não pode ser o que geralmente é. — Lisa se aproxima, sussurrando para Grim.
— Não, não é, geralmente é muito alto. — Grim levanta a voz para que todos ouçam. Lisa olha para as garotas que estão observando os machos com curiosidade desenfreada.
— Meninas... vocês precisam comer se quiserem ajudar mais tarde. — A solicitação é tudo o que é preciso. Parece também relaxar os machos, pois começam discretamente a conversar entre si. Logo o salão está cheio de vozes e risadas.
Quando a refeição termina, Grim fica parado, o silêncio cai quando todos os olhos se voltam para ele. — Como todos sabem, o Searcher chegará com uma escolta imperial para que eu, a Rainha Lisa e nossas meninas possamos viajar para Tornian para a cerimônia de união. — Um estrondo descontente começa no corredor, mas para quando Grim franze a testa com frieza.
— Esta é a ordem do seu Imperador e será seguida! — Ele ordena. — Uma vez que a cerimônia estiver completa, devemos voltar para Luda. — Isso traz um rugido de aprovação e cada homem se levanta, enchendo os olhos de Lisa de lágrimas com seu apoio.
— Agora. —Grim aguarda até que eles se calam antes de continuar. — É o pedido de sua Rainha que os seguintes guerreiros avancem. — Atrás dele, ele ouve Lisa e as meninas se movendo para ficar ao seu lado. O salão fica silencioso quando Lisa leva algo a Grim e então se inclina para sussurrar na orelha de Carly.
— Guerreiro Ion. — Carly anuncia com orgulho.
Ion, assustado, ergue-se lentamente e caminha em direção à família real.
— Guerreiro Ion, você foi escolhido para ser membro da Guarda de Elite da Rainha. Uma honra que você ganhou com a bravura que mostrou em defesa dela e de nossas meninas apenas há pouco tempo. Como tal, é para ser sua a honra de ser o primeiro a usar o símbolo da Rainha de Luda. Grim coloca o medalhão do peito de Gahan, em um peito que parece expandir quando é colocado.
— Abaixe-se Ion, você é muito alto. — Carly diz-lhe, quando ele o faz, ela o beija na bochecha, então sorrindo volta ao lado de sua mãe. Leva um momento para que Ion se endireite, quando ele o faz, ele olha nos olhos do Rei, vendo que ele entende.
— Obrigada Ion. — Lisa diz baixinho, apenas para ele. Ion quer responder, mas descobre que não pode, em vez disso, se aproxima completamente, colocando o braço em seu peito, tocando o medalhão recém-colocado e fazendo uma reverência.
— Minha vida por você. — Ele promete depois se afasta.
Miki dá um passo a seguir. — Guerreiro Nairn. — Ela anuncia e o procedimento é repetido até que toda a Guarda de Elite, do Rei e da Rainha tenham recebido seus medalhões, todos salvo um.
— Capitão Alger. — Miki anuncia e o Capitão de Grim avança para aceitar o novo símbolo do Rei de Luda.
— Capitão Alger, você é o Capitão da Guarda de Elite do Rei, mostrou bravura, honra e lealdade ao seu Rei que é incomparável, tenho a honra de chamá-lo de meu amigo. — Grim acena mostrando respeito por este homem. — Como tal, você tem a honra de usar o novo símbolo do rei de Luda. Grim remove o velho medalhão de Alger, substituindo-o pelo novo. — Obrigado, meu amigo.
— Sim Alger, obrigada por proteger o homem que amo. — Lisa diz baixinho apenas para ele. Com um aceno para a Rainha, ele olha para Miki e se inclina para baixo.
— Ainda acho que você é bonito. — Miki diz-lhe, alto o suficiente para todos possam ouvir antes de beijar sua bochecha. Desta vez, as risadas não o deixam envergonhado, ele considera um ótimo presente e toma a liberdade de responder.
— Obrigado Princesa Miki. — Piscando, ele coloca um braço em seu peito e faz uma reverência.
— Minha vida por você.
O salão entra em erupção quando o Rei puxa sua Rainha para seus braços e a beija para que todos possam ver.
***
É uma sensação inteiramente diferente na manhã seguinte no corredor, quando o Capitão Veron e sua contingência se aproximam do Rei Grim e a fêmea que estava atrás dele, sua cabeça inclinada.
— Rei Grim, estou aqui para escoltá-lo, a fêmea da Terra e suas duas descendentes para Tornian, para a Cerimônia de União. — O rumor de desagrado que enche o salão faz a mão de Veron se movendo para sua espada.
— Recebi as ordens do Imperador, Capitão Veron e enquanto falamos as coisas que minhas fêmeas precisam estão em direção ao Raptor. — Grim sabe que Lisa não queria se separar das garotas, mas não podiam confiar que nada aconteceria. Toda a Guarda da Rainha estava com elas. — Vamos nos juntar a eles no Raptor e ir para Tornian. — Grim se vira para Lisa, apenas para ser parado, quando um homem amarelo fica na frente de Veron.
— Isso não foi o que a Assembleia ordenou ao Rei Grim. — O homem o informa com uma voz presunçosa. — A fêmea e sua prole devem viajar no Searcher. Você pode acompanhá-los ou seguir o Raptor.
— Isso não é... — Grim começa, apenas para ser cortado por um lamento agudo e plano.
— Nãoooooo... — Lisa grita, fazendo com que qualquer macho da sala se incline. — Eu não irei nessa nave! Eu não vou! — Ela começa a soluçar, grandes soluços e seus olhos se enchem de lágrimas.
— Você estará segura... — Veron olha para o outro homem, que está tentando ser ouvido pelos soluços, mas eles apenas aumentam.
— Nãoooooo... — Lisa cai de joelhos. — Não é seguro lá... fui atacada lá... atacada em um lugar protegido... serei atacada novamente... morrerei se voltar para está nave... — Com um gemido ainda mais alto, ela se afasta, mas não antes de ver Alger agarrar sua espada, extremamente pálido. Dando-lhe uma piscadela, ela cobre o rosto com as mãos e soluça.
Chocado, Alger precisa invocar todo o seu controle guerreiro para não rir da performance da Rainha. Porque é exatamente isso, uma performance. Ela está imitando perfeitamente uma fêmea Torniana. Olhando para os outros guerreiros da Guarda Elite do Rei, ele vê que estão tão preocupados quanto antes, olhando um para o outro e sutilmente ele ordena que eles permaneçam onde estão.
— Eu... — Veron olha para Lisa, sem saber o que fazer. Esta não era a mesma fêmea que encontrou antes.
— Veja o que fez! — Grim olha para o homem amarelo. — Você a aborreceu! Sabe quanto tempo demorou para convencê-la a ir e agora... ela não irá parar até chegarmos... ela ficará doente e a cerimônia de união será adiada ainda mais.
— Ela irá se acalmar se ficar no Raptor? — Veron olha para ela interrogativamente.
— Foi para o que a preparei, o que ela espera, sabe como são as fêmeas. Não pode surpreendê-las e esperar que lidem bem com isso.
— A Assembleia exigiu garantias de que ela esteja em rota. — Grim rosna para o homem amarelo, obviamente não feliz, mas finalmente acena com a cabeça.
— Você pode viajar conosco no Raptor. — Ele aponta para Veron. — Somente você, comunicará ao Imperador e a Assembleia que não apenas ela embarcou no Raptor, mas também sua prole feminina e que estamos em direção a Tornian.
— Preciso notificar o Imperador desta mudança. — Veron diz com um aceno de com a cabeça.
— Então faça! A última vez que ela ficou agitada, se isolou por uma semana!
— Uma semana? — Veron não pode ocultar seu choque.
— Você não tem ideia do que é ter uma mulher da Terra. — Grim diz a ele com sua voz mais rude. — Elas podem ser... irritantes.
Lisa se levanta e olha para Grim. Irritante... ela mostraria o irritante...
— Eu o notificarei uma vez que estivermos no Raptor. Tenho certeza de que ele entenderá depois de sua união.
— Capitão Alger... — Sobre o ombro, Lisa vê o macho amarelo do lado de Veron falar novamente. — Isto não foi o que a Assembleia ordenou.
— Não recebo minhas ordens da Assembleia, Kiril. O Imperador ordenou que levasse a fêmea a Tornian, ilesa, de qualquer maneira que eu achasse conveniente.
— Temos um curandeiro. Ela pode relaxar de modo que sequer saiba onde está. — Kiril oferece. — Os lamentos de Lisa quase quebram as janelas.
— Não! — Veron finalmente precisa cobrir seus ouvidos. — Rei Grim, vamos levar a fêmea ao Raptor para que ela possa se acalmar. — Com um assentimento, Grim se vira e a pega em seus braços. Seu gemido não se reduz até que ele pressiona seu rosto em seu ombro, para o alívio de todos.
***
Lisa já não tem certeza de que está fingindo estar doente. Os lamentos incessantes, juntamente com o passeio acidentado, irritaram seu estômago, dando-lhe uma dor de cabeça forte. Quem teria pensado que ser uma mulher Torniana poderia ser tão cansativo.
— Grim. — Ela sussurra em seu ouvido. — Quanto mais tempo?
Grim olha bruscamente para ela, ela foi magnífica, agindo como uma mulher frágil e fraca, mas agora vê que sua pele está realmente pálida e seus olhos estão começando a ficar vermelhos.
— Alger! — Virando a cabeça, ele grita.
— Sim, meu Rei. — Alger imediatamente sai do assento à convocação do Rei.
— Envie Hadar para nossa Câmara. — Alger olha para ele, para a Rainha em seus braços, balançando a cabeça.
— Será feito.
— Quem é Hadar? — Kiril exige.
— Ele é meu curandeiro. — Grim o informa com impaciência. — Ela exigiu que ele viesse para cuidar dela.
— Há um no Searcher. — Os lamentos de Lisa aumentam novamente.
— Silêncio! — Grim ordena ao macho, puxando-a para mais perto. — Ela terá o que quiser ou você explicará à Assembleia por que não pode comparecer à Cerimônia. — Quando o macho recua, Grim sabe que ele voltará.
— Apenas um pouco mais meu amor. — Grim promete no cabelo dela.
***
Uma vez a bordo do Raptor, Grim imediatamente leva Lisa para seu quarto, colocando-a cuidadosamente em sua cama. Ao vê-la olhar atrás dele, ele se volta para encontrar Veron e Kiril ali.
— Saiam! — Ele grita para eles. Sua Lisa está doente e ele não irá tolerar que eles a olhem. Os machos imediatamente recuam para o corredor.
— Hadar está a caminho minha Lisa. — Ele sussurra, seus olhos cheios de preocupação.
— Eu ficarei bem. — Ela lhe dá um sorriso fraco. — Vá, quanto mais cedo terminar, mais cedo você poderá voltar para mim. — Acenando ele vai lidar com Veron e Kiril.
— As fêmeas jovens estão ao lado. — Ele gesticula para a porta com dois Guardas postados. — Você pode verificá-las. — Grim diz olhando para Kiril.
— Eu devo ficar também! — Kiril exige.
— Você não permanecerá na minha nave! — Grim rosna, dando um passo ameaçador em direção ao macho amarelo. — Você irritou minha fêmea.
— Faça como ele diz Kiril. — Veron ordena ao perceber que Grim está realmente irritado. — Verifique se as jovens estão ao lado. Eu ficarei aqui, certificando-me de que a fêmea não saia. Volte para o Unical e sele pessoalmente a escotilha. Permaneça lá até partimos, cuidando para que ninguém seja removido. Uma vez que estiver no Searcher entre em contato comigo e verificaremos que as fêmeas ainda estão a bordo.
— Isto não foi o que a Assembleia ordenou. — Kiril argumenta, chateado por não viajar com as fêmeas, ele foi ordenado a separá-las de Grim.
— É o que eles estão recebendo. —Veron diz-lhe. — Você responde à Assembleia e não para mim. O Imperador ficará satisfeito enquanto a fêmea chegar intacta.
Veron vê Kiril fugir, como o pequeno roedor que ele é. Indo falar com Grim descobre que ele está sozinho no corredor. Franzindo o cenho, Veron olha para as portas fechadas, esta fêmea... não é como ela era... ele realmente queria mantê-la?
— Fora do meu caminho! — Veron fica chocado quando um macho verde-argiloso o empurra para o lado, entrando na Câmara do Rei. Depois de alguns segundos, a porta se abre para um Grim muito pálido.
— Ela está na câmara de descanso Hadar. Ajude-a. — Inclinando, o macho apressa-se.
— Grim. — Veron tenta impedi-lo, mas descobre que ele está sozinho novamente.
***
— Eu ficarei bem. — Lisa tenta tranquilizar os dois homens ao seu lado. — Essa coisa sobre suas fêmeas chorando até ficarem doentes... aparentemente é verdade. Eu nunca fiz isso antes, mas tentei fazer um grande espetáculo.
— E conseguiu, minha Lisa. Meus ouvidos ainda estão zumbindo. — Grim diz a ela.
— Você tem sorte que estão apenas zumbindo, especialmente depois de dizer que sou irritante. Vou mostrar o que é irritante. —Ela sorri para ele.
— Minha Deusa, Lisa você é uma benção. — Ele se inclinou beijando sua testa.
— Pode olhar as meninas para mim? — Lisa pergunta, seus olhos implorando. — Eu sei que estão seguras, mas ficarão assustadas, especialmente com os motores aquecendo.
— Eu cuidarei delas. Hadar... — Grim olha para o curandeiro certificando-se de que ele entende.
— Eu ficarei com a Rainha até você voltar, Senhor. — Depois de mais um beijo rápido, Grim acena com a cabeça para Hadar e sai.
Grim passa pela porta e Lisa corre para a sala de limpeza, vomitando.
— Minha rainha! — Imediatamente Hadar está ao seu lado, puxando o cabelo para trás. — O que eu posso fazer?
— Pegue uma toalha. Molhada. — Ela murmura, quando finalmente pode falar. Fazendo rapidamente o que ela pede, ele pega uma toalha, observando atentamente enquanto ela primeiro limpa o rosto e a boca. Quando tenta ficar de pé, ele está lá para apoiá-la.
— Cama. — Uma vez que ela está confortável, ele tira o scanner.
— É isso... — Hadar pergunta segurando o scanner e Lisa dá sua permissão para escaneá-la. Apenas quando ela abre os olhos, vários minutos depois, que percebe que ainda está olhando seu estômago.
— O que você está fazendo?
— A varredura... — Seus olhos ficam colados na tela.
— E? Há algo de errado com meu bebê? — Quando ele não responde, ela agarra sua camisa. — Hadar! — Ela exige.
— É feminino. — Seus olhos se enchem de lágrimas quando ele olha para ela. — Você está carregando a fêmea do Rei.
— Você tem certeza? — Lisa agarra o scanner de sua mão, tentando entender o que está vendo.
— Sim. Não há nada... — Ele mostra o dedo como ela fez antes.
— Uma menina. — Ela sussurra.
— Fêmea. — Hadar corrige. — Por isso que você ficou doente? Carregar uma fêmea a deixa doente?
— Não. Pode acontecer com qualquer um. Acho que fiquei doente porque... um, o estresse recente... dois, soluçar e lamentar pode realmente irritar o estômago... e três o passeio acidentado. Todas essas coisas combinadas me deixaram doente.
— O Rei não ficará feliz... que esteja doente. — Hadar diz.
— Não diga a ele. — Ela diz fechando os olhos.
— Eu não posso...
— Hadar, eu sei que se preocupa comigo e Grim, mas há mais em jogo aqui do que apenas nós. — Ela olha para ele com olhos sérios. — O bebê está em risco?
— Eu não faria...
— Alguma de suas leituras indica que ela está estressada? — Lisa exige.
— Não, minha Rainha.
— Então eu preciso que você confie em mim Hadar, o que acontecerá nos próximos quatro dias pode mudar o universo. Mudar o mundo em que este bebê nascerá, mas para ela, agora mesmo, a espera não prejudicará.
— Farei a varredura diariamente. — Ele exige.
— Certo.
— E você descansará. — Ele ordena.
— Farei o meu melhor Hadar. — Ele abre a boca para falar, mas ela o para. — Basta pensar no poder que terá uma vez que Grim descobrir... apenas precisará sugerir algo e ele provavelmente ouvirá... a vingança pode ser muito doce Hadar.
— Sim... — Ele diz, mas seu sorriso é preocupado.
***
Veron fica na sala esperando que Grim fale. Nas últimas horas ele contatou o Imperador, informando-o sobre a mudança de planos, através dos canais oficiais para que todos acreditassem que foi uma decisão de última hora, a dele. Também conseguiu falar com Alger sobre o momento antes da morte do Rei Rask e enquanto o Capitão contava o que sabia, parecia irritado com a reação que teve com a fêmea no Grande Salão, o que o surpreendeu muito desde que Alger não interagia com ela.
Grim olha para o Capitão de Wray, um amigo confiável de ambos os machos, mas agora e não está feliz com ele. Sua Lisa sofreu por causa dele, por causa da trama que inventou.
— Não havia nenhuma razão para demorar todo este tempo, Capitão. — O uso de seu título diz a Veron que Grim está muito irritado com ele, novamente fica surpreso. Ele sabia que Grim sempre quis uma prole, mas ter que lidar com uma mulher assim...
— Kiril precisava se convencer de que foi uma decisão de última hora, Majestade. Minha. Então poderá convencer aqueles na Assembleia.
— Ela ficou doente. — Grim rosna para ele.
— Sinto muito, Senhor. — Veron escolhe suas próximas palavras com cuidado. — Ela parece mais... frágil... do que quando nos reunimos anteriormente.
— Frágil? — Os lábios de Grim se curvam com a palavra.
— Sim Senhor, se soubesse, eu teria sugerido diferentes medidas. — Grim olha fixamente para Veron por um momento.
— Siga-me. — Ele ordena então sai da sala, sabendo que Veron obedecerá. Nos corredores, os guerreiros assentem para Grim e encararam Veron. Percebendo que estão indo para a sala de exercícios, Veron se pergunta por que e franze a testa quando ouve risadas, risadas femininas. Grim entra, mas Veron congela na porta, atordoado com o que vê.
A fêmea Lisa e suas duas descendentes estão emaranhadas nas esteiras de exercícios, aparentemente jogando algum tipo de jogo que as faz rir incontrolavelmente. Seis machos estão ao redor da sala olhando com diversão.
— O que você está fazendo agora? — Grim pergunta, caminhando até elas
— Bem, deveria ser um jogo chamado Twister. — Lisa diz se sentando. Afastando o cabelo do rosto, ela tenta soltar as pernas das garotas. — Mas é um pouco difícil de jogar sem pontos e sem marcação então simplesmente se tornou um livre para todos. — Sorrindo para Grim, ela levanta as mãos, ele a puxa para seus braços, beijando seus lábios sorridente.
Veron não pode conter o choque em seu rosto, não é a mesma fêmea que chorou e gritou enquanto Grim a carregava até o Raptor. Esta era radiante... ela era... o que ela e Grim estavam fazendo?
— É chamado beijo. — Veron gira a cabeça bruscamente para encontrar um macho, obviamente um guarda, falando com ele.
— Beijo... — Seus olhos involuntariamente retornam ao casal que agora se separou.
— Sim, eles fazem isso com bastante frequência, parecem ter grande prazer com isso.
***
Grim olha para Lisa, feliz por ver que sua cor não apenas retornou, mas também a felicidade. Olhando para a porta, ele vê Veron parado ao lado de Agee, um olhar atordoado em seu rosto.
— Veron. — Ele chama e Veron lentamente caminha em direção a eles.
— Lisa, este é Veron, você já o conheceu antes, mas não foi apresentada. —Ele serve a Wray como Capitão e é um amigo de confiança.
— Olá Capitão. — Lisa responde friamente, fazendo com que Grim a olhe bruscamente. E de repente, ele percebe que Lisa não perdoou Veron por se recusar a voltar para Terra, por dizer-lhe que deveria esquecer sua prole. Levará tempo para ela confiar nele, como Grim, acredita que com o tempo, ela irá.
— E estas são nossas filhas. — Grim usa a palavra da Terra. — Carly e Miki. — Ele coloca uma mão em cada ombro indicando qual é qual para Veron.
— Oi! — Elas dizem antes de olhar para Grim com adoração.
— Podemos brincar com aquela coisa que pula? Mamãe disse que precisávamos perguntar a você. Então podemos? — Os olhos de Miki imploram.
Grim olha para o equipamento sobre o qual estão falando, é um material muito elástico, como um trampolim. Os guerreiros treinam para aprender a controlar o equilíbrio. Pode ser difícil dominar.
— Você pode tentar, uma de cada vez, mas se Kirk disser para parar, devem fazê-lo. — Grim olha fixamente para suas filhas.
— Sim, Grim! — Elas se afastam e Veron observa com espanto, enquanto todos os seis guardas correm freneticamente para acompanhá-las.
— Elas ficarão bem? — Os olhos preocupados de Lisa as seguem.
— Sim, não pesam o suficiente para que o trampolim seja perigoso. — Assentindo, Lisa volta sua atenção para Veron.
Veron, acompanha toda a conversa, completamente perdido. As fêmeas estão interagindo com Grim. Elas são... ele não tem certeza do que são... desconcertantes... únicas... queria... ele está espantado ao descobrir que quer uma... que nunca quis uma prole antes, mas se forem assim...
Grim observa os olhos de Veron seguirem suas filhas e entende o que o outro macho está pensando e sentindo. Os machos Tornianos não têm esse tipo de contato com sua prole, especialmente descendentes femininas.
— Veron... — Grim chama sua atenção das garotas.
— Elas são tão diferentes... — Ele se afasta.
— Sim. Assim é a mãe delas, minha Rainha. —Veron olha para Lisa, achando seu aspecto ainda mais frio do que antes. — Lisa. — Grim murmura.
— Não Grim. — Ela o olhou com raiva. — Ele as deixaria sem proteção. Disse que eu deveria me esquecer delas! — A voz de Lisa se levanta antes que obrigue a si mesma a baixa-las para que as meninas não ouçam. — Nada poderia me fazer esquecer minhas filhas, Capitão Veron. — A suavidade de sua voz não faz Veron duvidar de sua raiva. Esta é a fêmea que o enfrentou, a Luuken e Grim. — E quando Grim tiver um descendente macho, será tão querido como uma fêmea.
— Eu... sinto muito... — Veron não pode ocultar seu choque e responde sem pedir a permissão de Grim, seus olhos vão para ele.
— Está tudo bem, Veron. Minha Lisa fala com quem deseja. É comum que ela converse com os machos. — Ele percebe que precisa engolir saliva com o pensamento dela amar uma prole masculina tanto como uma fêmea.
— Verdade? — Veron não pode impedir que seus olhos se arregalem.
— Verdade.
— Verdade! Vocês dois agem como se eu tivesse reinventado a roda. — Lisa se afasta deles com exasperação e se aproxima para olhar as meninas brincarem.
***
— Ela realmente é assim, Grim? — Veron espera até que ela se afasta para perguntar.
— Sim. Ela realmente se preocupa com nossa prole mais que ela mesma. Atraiu os guerreiros de Luuken para protegê-las, conscientemente arriscando-se. — Grim franze o cenho com a lembrança.
— Eu preciso falar com ele Grim, com Luuken. — Veron se obriga a parar de observar as fêmeas. — Ele tem a informação que precisamos.
— Ele está preso, junto com Korin, mas você precisa saber que não permiti que ele fosse curado. — Veron compreende, na verdade foi muito indulgente, algo que não esperava.
— Eu não tenho problema com isso. — Ele merece muito pior.
— Certo, mas você precisará se quisermos prosseguir contra seu pai.
— Sim. É uma ideia. Eu fiz algumas perguntas e preciso discutir isso ainda mais com você.
— Então precisamos de Lisa, porque ela fez as conexões, não eu.
Veron olha para Grim em estado de choque.
***
Lisa, silenciosamente observa Veron enquanto termina de explicar como chegou a sua conclusão de que Bertos e Risa estavam tentando assumir o Império, matando a Casa Vasteri. Sua incredulidade é facilmente vista.
— Que provas você tem? — Ele exige.
— Nenhuma. Apenas intuição e o que Luuken disse. A única maneira dele se tornar Rei de Luda é se seu pai for Imperador, portanto, Bertos deve trabalhar para alcançá-lo. Ele tem sido a força motriz por trás das declarações de que Grim deve ser declarado inapropriado. Ele também foi, de acordo com Grim, o mais vocal em conseguir que os outros Lordes concordassem em enviar o Searcher para Terra, afirmando que todos os machos mereceram a chance de prole. Com as fêmeas entregues, ele terá o apoio que precisa para ser declarado Rei de Luda, a um passo do Imperador. E se algo então acontecesse com os dois machos Vasteri restantes...
— Mas isso não vincula Risa. — Veron argumenta.
— Oh, por favor... — Lisa lhe dá um olhar completamente desgostoso, como não percebem que as mulheres e são tão intrigantes e mortais quanto qualquer homem é ridículo. — O pai de Risa morreu com o Rei Rask. A caminho de conhecer Risa, Grim foi atacado e quase morto. Risa estava com a Imperatriz Adana quando consumiu a baga de skua.
— Também estava no prato dela. — Responde Veron.
— Uma tela de fumaça, afastando a atenção do que ela fez. — Lisa ergue as mãos com desdém. — Ela ficou em Tornian apenas até que Wray declarou que teria outra Imperatriz, ela então escolheu um macho.
— Mas não Bertos. — Veron diz, passando uma mão frustrada pelos cabelos. Por que esta mulher não entendia?
— Porque estava irritada! Bertos falhou com ela não matando Grim. Suas fêmeas não toleram o desapontamento, Veron. Levou anos para perdoá-lo, durante o qual nenhum membro da Casa Vasteri morreu. No entanto, dentro de um ano de sua união com Bertos, Van morre, na região de Bertos. Como você não pode ver as conexões? — Ela pergunta com raiva, de pé com as mãos nos quadris.
— Porque você não tem nenhuma prova! —Veron descobre que também está de pé, gritando de volta para ela, Grim se inclina em sua cadeira sorrindo. Veron ficará muito irritado quando perceber o que está fazendo. Discutindo com uma fêmea.
— Luuken é sua prova! — Lisa grita de volta para ele, não intimida pelo Capitão. — Com o que ele tentou fazer comigo, a Grim, essa é a sua prova!
— Grim... — Veron olha para ele. — Você não tem nenhuma prova que pode ser levada à Assembleia e sem ela...
— Então, é melhor encontrar Veron. — Grim diz, o sorriso deixando seu rosto. — Antes que a Casa Vasteri não exista mais.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Sem saber que seus dedos estão fazendo pequenos círculos no peito de Grim. Lisa deixa sua mente vagar ao início da manhã. Seu tempo no Raptor passou muito rápido. As meninas tiveram acesso total aos níveis superiores, felizmente correndo de um lugar para outro, todos os homens cuidando delas. Elas adoraram quando Grim as levou ao topo da nave, abrindo a cúpula para que pudessem sentir que estavam viajando em uma bolha. Eram jovens e despreocupadas novamente, chegar a Tornian hoje mudará isso.
Hadar a escaneava todos os dias, falando os resultados, mas ainda não disse a Grim sobre o bebê, sabendo que isso causaria mais dificuldade para ele.
— Minha Lisa? Grim a chama, seus braços se fecham ao redor dela enquanto ele acorda, rolando, a puxa sob ele.
— Estou aqui Grim. — Abrindo as pernas ela o leva para dentro. Eles se amaram muito até a noite, sem querer perder um momento, mas agora o amor era suave e lento, cada um querendo manter o momento, deixando durar para sempre.
— Deusa, Lisa. — Grim geme enquanto ele empurra uma última vez e ela se junta a ele no céu.
***
Grim rosna suavemente, observando Lisa ajustar as capas sobre os vestidos púrpura das meninas. Seu coração quase explodiu quando as viu usando suas cores, afirmando a todos que eram dele. Agora, estavam cobertas pelo cinza não comprometido das capas.
— Lembre-se do que eu disse, meninas. — Ela diz com um olhar sério.
— Sim, mamãe. — Elas respondem com os olhos sérios. Acenando, ela coloca sua própria capa, quando Grim a interrompe.
— Grim? — Ela olha para ele. Eles chegaram a Tornian pouco depois da primeira refeição e agora estavam se preparando para se transferir para o transporte pessoal do Imperador que os levaria até Tornian, onde se encontrariam com Wray. A cerimônia de União estava programada para depois da refeição do meio dia.
— Você a tem? — Ele pergunta e ela sabe que está se referindo à Garra.
— Sim. — Puxando para trás a manga de seu próprio vestido púrpura, ela revela a Garra presa ao braço.
— Você a usará se for preciso, Lisa. — Ele ordena com olhos duros. — Nada importa, apenas mantê-la e a nossas garotas seguras.
— Eu o farei. — Ela olha profundamente em seus olhos, sabendo que iria matá-lo ficarem separados, mesmo pelo pouco tempo que demorará em se juntar às outras mulheres antes da Cerimônia.
— Nunca duvide que farei o que for preciso para ficarmos juntos.
— Tem mais uma coisa... — Colocando a mão dentro da jaqueta, ele tira o Coração do Raptor, entregando-o a ela.
— Grim... — Lisa olha para o colar em suas mãos. Ela já o viu antes, nas fotos antigas do Rei e Rainha de Luda.
— Isto é chamado o Coração do Raptor. — Ele o levanta cuidadosamente, prendendo-o ao redor de seu pescoço. — É seu porque você é minha. —Ele toca a corrente antes de colocar a pedra contra sua pele combinando com seu vestido. Os olhos de Lisa se enchem de lágrimas quando o toca.
— E você é meu Grim, para sempre. — Sabendo que seu tempo é curto, Grim se obriga a virar e sorrir para as meninas.
— Vocês duas estão muito bonitas. — Ele diz a elas, ajoelhando-se de frente a elas. — Estão prontas para encontrar o Imperador?
— Posso perguntar-lhe Grim? — Carly pergunta, seus olhos cheios de emoção.
— Perguntar? — Ele lhe dá um olhar confuso. — Perguntar a quem o que, Carly?
— Ao Imperador. — Ela responde como se ele entendesse. — Posso perguntar-lhe o que um Imperador faz? — Grim descobre que está rindo. Com tudo o que está acontecendo, ainda há inocência no universo.
— Você certamente pode minha Carly, apenas me pergunte primeiro, certo?
— Ok. — O sorriso que ela lhe dá é radiante. Está prestes a levantar quando Miki puxa seu braço, seus pequenos olhos cheios de dúvida.
— Miki, o que foi? — A preocupação enche instantaneamente seu coração.
— Posso ser sua também, Grim? Como mamãe e Carly? — Seus pequenos lábios tremem, esperando sua resposta, de repente Grim percebe ao que ela está se referindo.
— Claro que pode, você é minha, Miki. — A alegria que enche seus olhos humilha Grim. Envolvendo os braços ao redor delas, ele olha para Lisa e vê que ela entende.
— Obrigado, minha Lisa.
***
Ambos os Guardas os cercam enquanto passam do Raptor para o transporte do Imperador. O Lanyard é a principal estação de transferência para Tornian, com todos os Lordes que chegam para a Cerimônia está cheio. No entanto, todos param para olhar o Rei de Luda, tentando vislumbrar as três fêmeas que ele reivindicou.
Grim carrega suas filhas enquanto se movem rapidamente pelas pontes. Ele preferiria ter suas mãos livres, mas levaria muito tempo para as meninas andarem e não queria nenhum outro macho carregando estes presentes preciosos, nem mesmo sua Guarda. Somente quando estavam seguros dentro do transporte de Wray, ele as desceu, colocando-as em seus assentos.
Observando o cuidado de Grim com suas filhas, os olhos de Lisa se enchem de lágrimas. Ela não pode esperar para vê-lo segurando seu bebê. Ele será um bom pai, olhando-o e para a Guarda, franze a testa.
— Onde está Veron? — Ela pergunta.
— Ele e Hadar já estão na superfície. — Grim diz a ela ficando de pé. —Veron precisava falar com alguém e Hadar queria conversar com Yakar. Venha minha Lisa, sente-se, levará algum tempo para chegar a Tornian. — Movendo-se para fazer o que ele pede, ela se senta.
— Então nos encontraremos com Wray?
— Sim. Em suas câmaras privadas.
— Kim estará lá? — Grim vê a preocupação que sua Lisa tem pela outra fêmea e percebe que não deveria se surpreender. Ela mostrou isso para todos os machos em Luanda, é claro que faria por uma dela.
— Eu pedi que ela estivesse lá, mas se Wray permitirá, eu não sei.
— Permitir?
— Ela carrega sua prole, minha Lisa. Nós somos muito protetores de nossas fêmeas, você sabe disso, mas quando carregam nossa prole...
— Eu entendo Grim, mas a vida não para apenas porque nós concebemos. Não podem nos trancar e esconder.
— Acho muito difícil ele permitir que ela esteja lá, minha Lisa. E se fosse você... — Grim descobre que não pode continuar.
— E se fosse eu? — Ela incentiva.
— E se fosse você, eu estaria louco agora, sabendo o risco que corre.
***
Lisa pode imediatamente dizer que o macho sentado diante deles é Wray. Sua pele é como bronze igual a de Grim, embora não seja tão grande, não há dúvida de que são irmãos de sangue. A mulher ao seu lado, com certeza não é Torniana. Sua pele é ainda mais clara que a de Lisa e seus cabelos vermelhos flamejantes estão longe do rosto tenso, os olhos verdes fechados. Ela está sentada ereta na cadeira, o estomago inchado. Lisa não sabe como ela consegue.
— Sente-se Grim. — Wray gesticula para as cadeiras em frente a elas. — Eu não sabia que você traria as jovens fêmeas.
— Eu não as teria deixado no Raptor. São minhas filhas. — Grim informa-o, avançando.
— Filhas? — Wray repete.
— É como um manno chama suas jovens fêmeas na Terra. — Kim informa a Wray, que franze a testa um pouco.
— Você não é manno destas fêmeas, Grim.
— Não importa Wray, eu as aceitei. São minhas. Este é minha Carly e esta minha Miki. — Ele sorri para cada uma. — Meninas, este é meu irmão, o Imperador Wray e sua Imperatriz Kim.
— Olá. — As meninas dizem calmamente, observando Wray.
— E esta é a minha Rainha, minha Lisa. — Lisa acena levemente.
Wray avalia a mulher reivindicada pelo irmão como sua Rainha. Ela é menor do que aprecia pelas imagens do Searcher. Analisou o que aconteceu na sala de controle e ficou intrigado com suas ações. Sua Kim, enquanto estava disposta a enfrentá-lo agora, não o fez no início. Esta, no entanto, não apenas enfrentou Veron, seu Capitão mais confiável, mas Grim, o guerreiro mais temido em todo o Império. Agora estava diante dele, ao lado de Grim, olhando atentamente para ele antes voltar sua atenção para Kim.
Lisa perguntou-se como se sentiria quando finalmente conhecesse Kim, mas não era isso... essa raiva... por esta mulher que mal parecia ter vinte anos. Sentindo seu olhar, Kim permanece firme.
— Grim? — Lisa volta seus olhos confusos para ele.
— O que há de errado, minha Lisa? — Ele franze o cenho para ela, sentindo seu desconforto.
— Eu... há algo... — Grim se vira, colocando cuidadosamente as meninas numa cadeira atrás dela antes de se voltar para ela.
— O que foi? — Segurando seu rosto com as mãos, olha profundamente nos olhos preocupados.
— Eu... eu sinto tanta raiva... tanto raiva... não entendo... mas tudo é direcionado para Kim.
— Isso é porque é minha culpa. — Kim diz calmamente com uma profunda tristeza, olhando das meninas para Lisa, depois para baixo.
— Não Kim, não é! — Wray explode com raiva. — Nunca foi sua culpa. É minha. — Ignorando-os, Grim concentra-se em Lisa.
— Diga-me a minha Lisa. — Grim sussurra suavemente.
— Não estava aqui antes... não assim... especialmente depois de me contar o que aconteceu com Kim, o que precisou fazer para sobreviver até chegar aqui, mas agora... os educadores... — Ela sussurra horrorizada.
— Bertos. — Grim imediatamente entende o que ela diz.
— Grim... — Os olhos de Lisa se enchem de lágrimas.
— Shhhh ficará bem. — Ele a puxa para a segurança de seus braços, sua raiva por Bertos aumentando.
— Mas as outras mulheres... elas não entenderão... não até explicarmos.
— Eles não falarão comigo. — Kim sussurra, finalmente olhando Lisa enquanto gira nos braços de Grim. — Eu tentei, quando chegaram pela primeira vez... para explicar... mas ficaram muito irritadas quando me viram. — Seus olhos se enchem de lágrimas. — Eu... A Imperatriz não pode continuar.
Lisa observa enquanto os olhos de Kim se enchem de lágrimas, vê a dor e a culpa que está carregando e sabe que não é dela, pelo menos não dela sozinha. Enquanto pode ter começado tudo isso, foi Grim quem encontrou a Terra, Wray quem enviou os guerreiros e Bertos quem está envenenando as mulheres contra ela.
— Grim, sobre o que está falando? — Wray exige.
— Eu disse que descobrimos que Bertos adulterou a programação nos educadores, retendo informações. Agora parece que ele também adicionou algo, algo para colocar as mulheres contra Kim.
— A manipulação mental é proibida. — Wray diz com raiva.
— Eu não acho que Bertos realmente se importa. — Lisa diz com raiva antes de voltar para as meninas sentadas calmamente nas cadeiras, observando e ouvindo. — Meninas, peguem algumas almofadas do sofá para Kim.
— Sim, mamãe. — Eles saem rapidamente de suas cadeiras para fazer o trabalho designado. Dando a Grim um beijo gentil, ela se afasta de seus braços e se move para Kim.
Wray imediatamente a impede. Ele não deixará está se aproximar de Kim, sendo do seu irmão ou não. — Kim ficou devastada quando as outras fêmeas a atacaram verbalmente.
— Eu não sou como suas fêmeas como Kim também não, Wray. Não vou machucá-la. — Ainda assim ele não se move. — Ela precisa sentar-se. — Lisa tenta novamente passar por ele. — Não é bom para ela se sentar assim, não quando está tão avançada. — Os olhos de Wray vão para Kim e veem o desconforto que ela tentou esconder.
— Ela nunca machucaria sua fêmea, Wray. — Olhando para seu irmão, Wray pode ver essa verdade em seus olhos e lentamente se afasta. Lisa está ao lado de Kim em um instante, seu coração se partindo com a angústia em seus olhos.
— Oh, Kim. — Lisa sussurra, enquanto as lágrimas escorrem pelas bochechas da jovem e faz o mesmo que faria se fossem suas garotas, envolve seus braços ao redor dela. — Tudo bem, Kim. — Ela diz. — Tudo ficará bem. Isto não é culpa sua. — Ambos os homens observam com desconforto enquanto Kim entra completamente nos braços de Lisa.
— Oh Deus! — Kim soluça, apertando Lisa. — Eu sinto muito!
— Não. — Lisa nega. — Você não tem nada para se desculpar. Sobreviveu tanto para chegar aqui. — Ela vê as meninas se aproximarem cautelosamente. — Carly coloque esta almofada atrás das costas de Kim. Incline-se Kim, sentar-se assim deve estar matando-a. — Ela a ajuda a se inclinar para trás. — Quanto meses está?
— Oito meses... eu acho. — Ela geme de alívio enquanto a pressão se alivia.
— Quase no final. — A mente de Lisa corre para o que isso significa.
— Sim.
— Miki coloque... — Ela vê Grim e Wray de pé ali, observando-as com os olhos arregalados. — Não fiquem os dois aí parado, movam está mesa aqui. Kim precisa colocar os pés para cima. — Lisa teria rido ao vê-los empurrar os móveis, mas agora mesmo, a única preocupação era com a mulher na sua frente.
— Agora coloque seus pés nas almofadas. — Ela ordena a Wray.
— Deus, se sente tão bem. — Kim admite.
— Por que você não disse alguma coisa minha Kim? — Lisa pode ouvir a culpa e a preocupação com a voz de Wray enquanto ele se ajoelha do outro lado.
— Você tem tanta coisa acontecendo com a chegada de todos os Lordes. — Kim segura o rosto de Wray. — Que não parecia importar.
— Você é tudo o que importa minha Kim. — É nesse momento que Lisa percebe que Wray ama Kim como Grim a ama e está tão preparada para lidar com uma mulher grávida como Grim está.
— Mamãe? — Lisa se volta para sua filha mais velha. — Posso sentir o bebê, como fiz com Miki? — Os olhos dela olham de sua mãe para a barriga inchada de Kim.
— Comigo? — Miki olha para a irmã confusa.
— Quando você estava na mamãe, ela me deixava tocar sua barriga, você me chutava. — Carly sorri para irmã. Um sorriso tão parecido com o de sua mãe que o coração de Grim se aperta. — Às vezes eu cantava para você.
— Você fez? —Miki olha a barriga de Kim com admiração. — Posso também? — Ela olha para sua mãe.
Lisa sorri para suas garotas. — Precisa perguntar para Kim.
Limpando suas lágrimas, Kim ri. — Claro, por que não. Ele está muito ativo hoje.
— Ele? Você sabe que terá um menino? — Lisa olha para Kim.
— Não, simplesmente assumi que seria, já que as mulheres são tão raras aqui. — Segurando a mão de Miki, ela move para onde o bebê está chutando e é recompensada com um enorme sorriso.
— Isso é tão legal! — Miki sussurra antes de inocentemente beijar o estômago de Kim. — Oi bebê, eu sou Miki. Podemos ser amigos? — Grim e Wray olham com espanto.
— Você não viu um curandeiro? — Lisa pergunta.
— Não. — Kim afasta os olhos das garotas.
— Você realmente precisa ver um Kim, especialmente perto do parto.
— Eu... — Seus olhos estão hesitantes.
— Chamarei Yakar. — Wray imediatamente fica de pé.
— Não! — Kim exclama agarrando seu braço.
— Kim... — Lisa a olha. — Você não confia em Yakar?
— Eu... não é como se ele realmente me fez...
— Você não confia nele. — Lisa olha para ela balançando a cabeça de forma compreensiva.
— Não. Não confio. — Ela diz, olhando para Wray teimosa, dizendo a Lisa que isso é um argumento recorrente entre eles.
— Kim... — Wray suspira forte.
— Confie no seu instinto Kim. — Lisa dá a Wray um olhar irritado. — Especialmente quando se trata de seus filhos, o instinto de mãe raramente é errado em relação a seus filhos. Ainda precisa ver alguém. Não pode fazer o parto deste bebê sozinha. — Kim acena lentamente e Lisa continua. — Há um curandeiro em quem confio. Anos atrás, ele salvou a vida de Grim e quando fiquei ferida, ele me ajudou, nós o trouxemos conosco.
— Hadar? — Grim acena com a cabeça para a pergunta de Wray.
— Você foi ferida? —Os olhos de Kim vão para Grim. Ela apenas se encontrou com ele uma vez e se sentiu desconfortável. Ele sempre foi tão distante e bem... sombrio, mesmo que sendo o irmão de Wray, mas ao redor de Lisa e as meninas, ele é diferente.
— Não foi Grim. — Lisa rapidamente a corrige.
— Mamãe caiu de uma árvore quando os machos maus tentaram nos levar de Grim. Ele os impediu. — Carly diz fazendo com que todos percebam que as meninas estavam ouvindo atentamente.
— Sim, Carly. — O olhar que ela dá para Kim e Wray lhes diz para não dizer mais. — Foi exatamente o que aconteceu.
— Ele realmente o ajudou? O curandeiro. — Kim olha para ela, um vislumbre de esperança em seus olhos.
— Sim. Ele é um bom macho Kim, leal à Casa Vasteri. — Kim olha para Wray, que assente com tranquilidade.
— Então eu o verei. — Todos os três respiram com alívio, mas são de curta duração. — Após a cerimônia de união.
— Você não irá à a Cerimônia Kim. — Wray franze o cenho para ela.
Kim aperta o braço de Lisa, ergue-se lentamente, quando se move Wray está ao seu lado. — Eu irei à Cerimônia, Wray. — Ela diz com olhos firmes. — Estas mulheres estão aqui por minha causa. Lisa e suas garotas estão aqui por minha causa. Não me esconderei em nossa ala como uma criança assustada, enquanto o destino delas está em perigo.
— Você está carregando nossa descendência! — Wray grita.
— Isso não me torna inválida! — Lisa observa divertida quando Kim grita com o Imperador. Ali estava a mulher que sobreviveu e ainda permanecia de pé.
— Você não é... — Wray apenas começa para ser interrompido por Grim.
— Não diga isso meu irmão. — Grim decide que é hora de ajudar seu irmão. — Elas não são Tornianas, não importa o que tenha declarado. Minha Lisa tem todos os guerreiros em Luanda na esperança de poderem atrair uma fêmea da Terra.
— Eles são bons machos, merecem uma boa fêmea. — Lisa olha para Wray enquanto caminha para o lado de Grim. — Eu tenho certeza que você também tem bons machos Wray, mas a forma como está conseguindo as fêmeas está errado.
— Eu disse a ele isso, mas ninguém me ouviu. — Kim concorda com raiva.
— Eles irão agora Kim. Faremos com que ouçam. Todos nós. — Lisa diz com confiança.
— Como? — Kim pergunta.
— Bem, primeiro...
***
O resto da manhã passa rapidamente, com Lisa explicando a Kim como tentará convencer as outras mulheres.
— Isso é possível? — Kim olha para Wray em estado de choque. — Por que nunca me disse isso? — Ela pergunta com raiva.
— Nunca pensei que você precisava saber. — Wray diz a ela.
— O que mais você não me contou, Wray Vasteri? — Kim exige.
— Eu... — Wray olha para Kim sem palavras.
— Talvez os educadores possam ser programados com a informação real que todas precisamos. — Lisa sugere calmamente.
Grim olha para Carly que, depois de afastar o prato, puxa sua manga. Seus olhos cheios de antecipação.
— O que foi minha Carly? — Ele pergunta suavemente.
— Posso perguntar-lhe agora? — Ela sussurra e Grim ri, vendo o olhar questionador de Wray.
— Sim, minha Carly agora seria um momento perfeito. — Ele diz a ela e se inclina para trás, sorrindo.
Wray olha para o rosto sorridente de seu irmão, algo que ele nunca esperou ver novamente, depois para a pequena que o olha tão atentamente.
— O que um Imperador faz? — Ela pergunta com uma voz cheia de inocência.
— O que... — Wray gagueja. — Bem... — Wray envia um olhar atordoado para Grim, que explode em risadas.
— Sim, meu irmão, conte-nos o que você faz.
CAPÍTULO DEZESSETE
Lisa para na porta, olhando o quarto extravagante que é a câmara feminina. É uma sala grande e aberta, cheia de fêmeas Tornianas, cada uma usando a cor de sua Casa. Muitas estão deitadas em sofás em frente às grandes janelas, tomando sol como gatos preguiçosos, ignorando sua entrada, enquanto outras lentamente viram a cabeça para ver quem ousou entrar em seu domínio. Apertando as mãos das garotas com tranquilidade, Lisa se move em direção a mulheres amontoadas em um canto, vestindo capas de união cinza.
— Lisa! — Rebecca exclama, parado quando vê. Os olhos de Lisa vão para sua amiga e outras mulheres. Parecem bem pelo tempo que ficaram em Tornian.
— Rebecca. — Lisa lhe dá um longo abraço, seus olhos se enchem de lágrimas quando se afasta. E se não fosse por essa mulher, por todas estas mulheres, suas filhas teriam sido deixadas na Terra.
— Rebecca... todas... — Ela as olha, enxugando os olhos. — Estas são minhas filhas, Carly e Miki. — Ela sorri para as meninas. —Meninas, essas são as mulheres das quais falei, as que tornaram possível que Grim e eu voltássemos.
— Obrigada. — As meninas dizem calmamente.
— Você está bem? — Rebecca pergunta. — Nós ouvimos rumores. — Ela olha as garotas com um olho crítico. — O que você está fazendo aqui?
— Estamos muito bem. — Lisa diz a ela sorrindo. — Vamos, vamos nos sentar. Há muito que preciso contar. — As mulheres fazem espaço para elas, mas antes que Lisa possa sentar-se, uma voz insidiosa ecoa.
— Ela está aqui para a Cerimônia de União, como o restante de vocês. —Girando lentamente, Lisa descobre que seis fêmeas cruzaram a sala e ficaram atrás dela. Uma fêmea amarela alta, facilmente com mais de um metro e oitenta, com cabelos longos e escuros, olhos negros maliciosos fica à frente, obviamente a líder. Ela usa um vestido prateado e tantas joias que Lisa não tem certeza de como consegue ficar parada. — Ela deve se unir a um macho apropriado, como todas vocês. — Ela continua.
— Olá Risa. — Lisa responde, desfrutando do choque nos olhos das outras mulheres.
— Você sabe quem eu sou? — Risa rapidamente se recupera. — Claro que sabe quem sou. — Ela olha para as fêmeas atrás dela com presunção.
— Claro que sim. — Lisa concorda. — Você é a idiota que escolheu se unir a outro quando poderia ter ficado com Grim.
O sorriso de Risa imediatamente desaparece. — Eu sou a fêmea de Bertos de Etrúria! — Risa diz alto, tentando intimar a mulher menor com sua importância. Ela era a fêmea mais poderosa do Império. Como se atrevia a insultá-la?
— E eu sou a rainha Lisa de Luda! — Lisa dá um passo em direção a Risa, deixando-a saber que não está intimidada pela mulher maior. —Eu forneci a meu Rei duas proles femininas. O que você fez, Risa? — Lisa zomba de Risa. — Exceto se unir a um homem de uma linhagem de sangue contaminada? Meu Rei é o irmão do sangue do Imperador. Ele é o próximo na fila para governar, enquanto o seu homem nunca o fará. — Lisa espera, querendo saber como Risa reagirá.
— Como você ousa! — O rosto de Risa fica laranja em sua raiva. — Grim nunca será Imperador! Ele será considerado inapropriado!
— Para você, ele é impróprio porque não merece um guerreiro tão grande. — A raiva de Lisa é ouvida por todos. — Ele foi o único sobrevivente em uma batalha de oito contra um... uma batalha que você armou com Bertos. — Risa fica sem cor e isso diz a Lisa que ela estava correta o tempo todo. — Com certeza você se lembra. — Lisa empurra. — Aquela à qual Grim sobreviveu. Por isso que as bagas skua apareceram magicamente no prato da Imperatriz? — Toda fêmea na sala ofega com a acusação de Lisa.
— Você não sabe de nada! Cadela estúpida! — Risa ignora a acusação de Lisa e tenta recuperar o controle da situação. — Vocês não são mais que reprodutoras! — Seus olhos se voltam para as meninas. — E elas também serão. — Ela ameaça, chocada quando todas as mulheres ficam imediatamente de pé, colocando-se entre ela e as jovens fêmeas. O baixo grunhido de Lisa faz com que ela pule. É tão ameaçador quanto qualquer macho.
— Nunca... — Os olhos que fixam em Risa são mortíferos. — Nunca... ameace minhas filhas Risa, qualquer uma de vocês. — Lisa deixa cada mulher ver o olhar nos olhos dela. — Nós defendemos nossas jovens. Nós nunca os abandonamos. Não somos nada como você!
— Você não é nada! — Risa grita, sua raiva aparecendo. — Nunca será Imperatriz! Acha que Grim pode salvá-la. Ele não pode salvar a si mesmo! Hoje aparecerá quem é realmente digno de Tornian. — Risa se afasta, terminando a conversa.
— Vamos para a Cerimônia de União! — Ela ordena às outras fêmeas.
***
Lady Isis, da Casa Rigel, observa a interação entre Risa e a pequena fêmea da Terra com grande interesse. Ela não é uma fêmea ambiciosa, ao contrário de tantas na sala, tudo o que sempre quis foi ter um macho com quem pudesse se importar e ver sua prole crescer. Algo que nunca ouviu nenhuma outra fêmea dizer querer... até agora.
Que esta declarasse que ela era a Rainha de Luda a surpreendeu. Oryon contou sobre ela, disse-lhe que o Rei Grim a reivindicou junto com a prole feminina, mas não disse nada sobre ser a Rainha. Ela se recusou a acreditar nos rumores que os machos contaram, de sua posição para Grim, especialmente depois de ver as outras fêmeas se afastarem quando um macho se aproximava. Esta, porém... esta fez reconsiderar, especialmente depois de todas se levantarem para proteger as jovens. Talvez essas uniões funcionassem afinal.
Ela orava constantemente à deusa, pedindo-lhe para proporcionar uma boa fêmea para sua descendência masculina mais velha que estaria na cerimônia de união hoje. Ele é um macho digno, muito parecido com o pai, que a enchia de orgulho. Todos seus descendentes eram guerreiros dignos. E se eles tivessem uma falha, era dela. Pois se recusou a deixar seu macho para dar a outro o dom da prole. Depois de sua primeira apresentação, muitos tentaram atraí-la para longe de Oryon, mas realmente se importava com ele e não queria outro. Mesmo agora, depois de vinte e cinco anos com Oryon, um macho ocasionalmente tentava persuadi-la.
Isis se perguntava se a acusação da fêmea sobre Risa ser responsável pelo ataque de Grim e pela morte súbita da Imperatriz, poderia ser verdade. Havia rumores na época, com o ataque de Grim e a morte de Adana tão próximos. Em caso afirmativo, não teria feito algo? Oryon teria dito algo a ela. Eles tinham um relacionamento incomum na medida em que realmente discutiam estes assuntos, especialmente quando afetava sua prole.
Isis continuava observando as fêmeas da Terra enquanto as outras saiam para ocupar seus lugares na Câmara da Assembleia. Dando a fêmea de Grim um leve assentimento, ela vira para se juntar a Oryon. Há muito o que precisa dizer a ele.
***
Lisa observa como a fêmea cor de rosa, vestida de cor âmbar, dá um aceno leve antes de seguir as outras fêmeas. Ela é mais velha do que as outras, manteve-se longe e elas dela como se não fosse desejável. Está poderia ser Lady Isis? Sobre a qual Padma lhe contou. Uma mulher Torniana que se recusou a se unir a qualquer outro macho depois de seu primeiro descendente. Devolvendo o leve assentimento, Lisa volta para as mulheres.
— Nós precisamos conversar. — Lisa diz a elas.
— Sim, precisamos. — Rebecca franze o cenho para ela. — O que eles fizeram com você?
— Fizeram? — Lisa olha confusa. — Nada foi feito a mim. Porque pensa isso?
— Foi-nos dito que você foi atacada repetidamente. — As outras mulheres concordam. — E que se conversássemos com um homem, também seríamos.
— Isso é ridículo! Quem disse? — Lisa pergunta. — Não! Deixe-me adivinhar. — Ela olha com raiva para as portas fechadas. — Risa.
— Sim. — Rebecca reconhece.
— E se realmente conversasse com um homem, ele provavelmente desmaiaria com choque. Lisa sorri um pouco, pensando em quantos guerreiros de Grim quase fizeram isso. — Eles nunca a machucariam, Rebecca. — Ela olha sério para as outras mulheres. — Na verdade, eles morreriam de bom grado para protegê-las.
— Como pode defendê-los? — Rebecca pergunta.
— Eu não estou, Rebecca, não da maneira que acha. — Ela vê a crescente desconfiança nos olhos da mulher. — Por favor... podemos sentar? Há tanto que você não sabe. Tanta informação que precisa saber antes da cerimônia de união.
— Você se tornou um deles! — Uma das mulheres acusa.
— Eles? — Lisa olha confusa.
— Sim, eles! Como essa pessoa Kim.
— Você não sabe nada sobre Kim. — Lisa responde.
— Ela é a razão pela qual estamos aqui! — Outra grita.
— Não! — Lisa respira fundo e tenta acalmar-se. Isso não está os levando a nenhum lugar. — Bem, sim, ela é, mas não da maneira que você pensa. Por favor... — Lisa olha para elas suplicante. — Apenas me deem uma chance de explicar? Por favor... por favor... você me ajudou quando precisei, me ajudou a buscar minhas meninas, deixe-me ajudá-la agora. — Depois que cada mulher finalmente acena com a cabeça. Lisa gesticula para sentar-se.
— A Imperatriz Kim... ela foi tirada da Terra como nós. — Lisa olha para as meninas, mas percebe que não pode evitar falar tudo. — Mas ela não teve tanta sorte quanto nós.
— Sorte? — Uma das mulheres se mostra indignada.
— Você foi estuprada? — Lisa ergue-se desafiando-a. — Você foi maltratada? Apanhou? Ficou sozinha? — Todas as mulheres olham para ela em estado de choque. A mulher lentamente se senta. — Kim foi, durante semanas. Wray, o Imperador, a salvou. Entende? Ela estaria morta agora, se não fosse por ele.
— Isso não é desculpa... — Rebecca começa.
— Não, não é! — Lisa corta-a. — E Kim fez tudo o que pode para impedir isso, mas uma vez que se descobriu que ela ficou grávida, os outros machos exigiram a mesma chance de ter descendência. Você recebeu toda a informação correta sobre isso, sua civilização está morrendo.
— Informação correta? — Rebecca pergunta.
— Sim, mas nem tudo em seu educador é verdadeiro. — Lisa vê ainda sua incredulidade. — Poderia dizer a alguém onde está a Terra? — Ela exige e recebe olhares confusos.
— O que quer dizer? — Uma bela loira pergunta.
— Pode dizer a alguém como levá-la de volta à Terra?
— Eu... — Rebecca olha das outras para ela. — Eu nem saberia por onde começar.
— Nem Kim. Entende agora? Kim... não sabia... Wray conseguiu retirar parte da informação sobre a localização do sistema de navegação na nave Ganglian, onde encontrou Kim, mas mesmo assim não os levou à Terra.
— Então como? — Ela questiona.
— Grim encontrou... pelo que Kim sabia. Nove planetas, um azul, um sol.
— Este é o homem que defendeu para Risa.
— Sim. Grim de Luanda... estamos aqui por causa disso. Nunca foi culpa de Kim.
— Mas...
— Precisa entender, eu soube tudo isso antes de chegar à Tornian. Grim me disse a verdade. — Lisa olha para as mulheres. — E ainda, no momento em que vi Kim, fiquei furiosa.
— O que... — Rebecca a olha tentando entender e lentamente se aproxima. — Foi programado para os educadores, que devemos ficar irritadas com ela.
— Sim, pelo macho Bertos de Risa, então Kim não poderia dizer o que direi a vocês agora. — Ela garante que todas estão ouvindo. — Vocês foram todas declarados Tornianas no momento em que foram levadas. — Ela vê o choque. — Por causa disso, tem direitos, direitos que eles não querem que conheçam, era a única forma de Kim protegê-las deles.
— Quem? — Rebecca pergunta.
— Risa e Bertos... Rebecca... Luuken é filho de Bertos.
— Bem, isso faz sentido. — Rebecca murmura.
— Sim. Bertos quer ser Imperador, Risa quer ser Imperatriz e ela não se importa com quem morra para isso acontecer.
— Matar?
— Sim. Ela tentou matar Grim. Matou a primeira Imperatriz de Wray, Adana e o segundo filho dele morreu enquanto estava em sua Região. Agora querem matar Kim e seu filho por nascer.
— Você tem certeza disso? — Rebecca pergunta, a raiva começando a encher seus olhos, raiva de Risa.
— Sim. — Lisa olha das garotas para as mulheres. — Há algo mais que vocês precisam entender. Enquanto Kim e eu estamos muito felizes com nossos homens e não desejamos voltar para Terra, não há garantia de que nenhuma de vocês sentirá o mesmo. — Ela vê que todos estão ouvindo. — A maioria dos machos que conheci são bons machos, que realmente as apreciariam, mas há alguns como Luuken e Bertos. Que irão apenas usá-las, como diz Risa, como reprodutoras. — Várias mulheres começam a chorar em silêncio.
— Estou sendo totalmente honesta com vocês, porque precisam entender, não há como parar a cerimônia de união, precisam passar por isso... mas não significa que são obrigadas a se unir a um homem.
— O que? — Rebecca olha para ela confusa e antes que Lisa possa explicar as portas se abrem.
— É hora da cerimônia de união. — Um grande guarda de pele verde anuncia, entrando na sala.
— Tudo dará certo. — Lisa rapidamente olha para as mulheres. — Por favor... não posso explicar agora, estamos sem tempo. Preciso que vocês ouçam uma vez que estivermos na Assembleia dos Lordes, realmente ouçam. Você tem direitos e não importa o que pensem ou ouçam, Grim irá apoiá-las, eu prometo.
— Fêmeas, é hora de partir. — O macho diz novamente, desta vez com mais força.
— Meninas. — Lisa segura suas mãos e elas passam a frente das mulheres.
— Podem confiar em Grim. — Carly diz-lhes com a fé absoluta que apenas uma criança pode ter.
— Ele nos ama. — Miki diz. — Ele é nosso Grim.
***
Risa faz uma pausa na entrada da área da Assembleia atribuída à Casa Guttuso e sorri. Esta será a última vez que se sentará ali, olhando para o lugar do Imperador vazio, ela sabe onde pertence.
A Casa Guttuso, enquanto está no mesmo nível das outras Casas, fica mais perto do Imperador, mostrando sua importância em Tornian. A Casa Luanda de Luda é a única a sentar em um lugar mais elevado ainda abaixo do Imperador, mostrando que quem quer que se sente lá, será o próximo na sucessão. Risa sorri friamente para os assentos vazios. Hoje, Grim será finalmente destruído. Hoje ele estará diante dos Lordes, mas também das fêmeas e dos maiores guerreiros. Pois todos chegaram para esta Cerimônia de União sem precedentes. Uma cerimônia pela qual ela e Bertos são responsáveis, o sorriso dela se amplia.
Grim ficará diante de todos e terá tudo despojado dele, seu título, seu status e suas fêmeas, tudo isso por seu próprio irmão, assim como tudo foi tirado de sua família há tantos séculos. Ainda sorridente, ela senta-se atrás de Bertos.
— Você se certificou de que as fêmeas fizessem como foram instruídas? —Bertos gira em seu assento para encará-la, seus olhos negros em Risa, exigindo a resposta correta.
— Claro. — Risa lhe dá um olhar irritado. — Ela já desejou muito este homem. Seu corpo amarelo era alto e forte quando o encontrou aos quinze anos, ali naquela Assembleia. Ele também estava ali para uma Cerimônia de União. Risa entrou na Cerimônia, através de uma passagem secreta que terminava nesta mesma área, uma das muitas passagens secretas que descobriu quando era criança. Bertos a descobriu, mas em vez de denunciá-la ao seu pai, ele permitiu que ela ficasse, mas chegou a um acordo e naquele dia ela descobriu o verdadeiro poder que uma fêmea tinha sobre um macho. Ela permitiu que ele a tocasse como nenhum outro fez e em troca, ele prometeu fazê-la sua Imperatriz.
Ele falhou com ela, Grim sobreviveu, então precisou tomar as coisas em suas próprias mãos e quando conseguiu, Wray a recusou, recusou-a! Bem, em breve ela seria Imperatriz e então Wray saberia o que era ser recusado!
Olhando para Bertos, ela agora se perguntava o que viu nele. Sua cor amarela brilhante desapareceu, sua força deixando-o muito antes de sua chegada em sua Casa. E se não fosse por Luuken, ela nunca teria conseguido dar-lhe um segundo descendente masculino. Não é que soubessem. Luuken era fraco, enquanto Bertos acreditava que ninguém ousaria desafiá-lo.
— Elas não sabem que têm uma opção, tal como planejamos. Escolherão um macho apresentado e todos saberão que é graças a você. Ninguém irá se opor.
Assentindo, Bertos vira para a Assembleia com um sorriso no rosto.
Risa não dirá a Bertos que a fêmea de Grim afirmou saber sobre ela matar a Imperatriz. Que sabe que ela está por trás do ataque a Grim. Em breve não importará, pois ela será Imperatriz e ninguém toca a Imperatriz.
— Sabe algo de Luuken? — Bertos volta a interromper seus pensamentos. Luuken deveria ter chegado no início daquele dia, explicando pessoalmente por que não conseguiu capturar a fêmea, selando o destino de Grim.
— Não. Você tentou Korin? — Ela deveria fazer tudo?
— Sim, ele disse que estavam tendo problemas no motor e chegariam mais tarde.
— Aí tem sua resposta. Vire e aproveite o show que organizamos. —Risa informa-o. Às vezes, achava que ele não era mais brilhante do que um jovem de três anos. — Ele virá direto aqui. Não vai querer perder a grande Casa destruída. Assentindo, Bertos faz o que diz.
***
— Minha Rainha. — Agee entra relutantemente na sala, suando seu uniforme e medalhão de corte. Ele não quer fazer isso. — Devo agora escoltá-lo para a Cerimônia. — Lisa olha para ele e vê sua angústia. O macho verde da Guarda do Imperador grunhe para ele.
— É claro que deve fazê-lo. Não se preocupe, Agee. — Ela olha de volta para as mulheres. — Senhoras, esse homem é o Capitão Agee. — Ela gesticula para ele. — Ele é o Capitão da Minha Guarda de Elite, um homem digno e com honra, todos os guerreiros da Guarda Elite de Luda são.
O guarda verde observa a incredulidade quando onze mais guerreiros de Luda se deslocam para cercar as fêmeas. O Capitão Agee apenas abordou a fêmea como sua Rainha? Ela simplesmente disse que ele é o Capitão da Guarda Elite da Rainha? Não existia tal coisa. Pois não havia Rainha. Avançando, ele para Agee.
— Você ficará de lado Capitão. É nosso dever escoltar essas fêmeas. — Ele arregala os olhos quando vê o medalhão no ombro de Agee. Uma rápida análise revela que cada Guarda de Elite de Luda usa um. Isto era um charoite?
— Não. — Agee rosna. — Nossa Rainha está dentro desse grupo, assim como sua prole. Não confiamos em sua proteção. — Os guardas de ambas as Casas levantam suas armas.
— Cavalheiros! — Lisa avança, colocando uma mão nas costas de Agee. — Acho que todos nós queremos o mesmo aqui. — Ela cutuca Agee, ele se move um pouco para que possa dirigir-se à Guarda do Imperador, enquanto se certifica de que ele possa ficar à sua frente, se necessário. — Qual é o seu nome? — Lisa aborda ao guerreiro verde que enfrenta Agee, o macho a olha em choque.
— Minha Rainha fez uma pergunta, responda! — Agee rosna para o macho.
— Eu... eu sou o Guerreiro Jaqua, da Guarda Torniana do Imperador. — Ele finalmente responde.
— É um prazer conhecê-lo Guerreiro Jaqua. — Lisa dá um leve assentimento. — O Imperador deu a você e a seus guerreiros a tarefa muito importante de garantir chegarmos com segurança na cerimônia.
— Sim. — Ele reconhece.
— Então, pode entender que o Capitão Agee sente o mesmo, desde que seu Rei lhe deu a mesma ordem, proteger sua Rainha e prole.
— Sim. — Ele admite de má vontade.
— Dito isto, sugiro que você permita que a Guarda da Rainha nos acompanhe, como o meu Rei exige. — Ela levanta uma mão silenciando-o antes que possa falar. — Enquanto você e sua Guarda escoltam a Guarda da Rainha, como o Imperador exigiu. Dessa forma, todos são capazes de cumprir seu dever.
— Não foi o que o Imperador pediu. — Jaqua fica surpreso ao descobrir que ele está discutindo com a fêmea.
— Como não? — Lisa pergunta. — Você não está nos escoltando? — Duplicou nossa proteção, usando a Guarda da Rainha, garantindo nossa chegada segura. A fé que seu Imperador tem em você está bem colocada.
A pele verde de Jaqua começa a escurecer quando ele olha para a pequena fêmea, surpreso não apenas por sua lógica e elogio, mas por falar abertamente com ele. Nenhuma fêmea fala com um macho com quem não está unida, ela poderia querer se unir a ele?
— Jaqua. — A voz de um macho o retira de seus pensamentos e ele percebe que todos estão aguardando sua decisão. A fêmea está bem, não haveria dano se ambas as Guardas escoltassem as fêmeas.
— Cumpra suas ordens. — Jaqua olha para Agee.
— Enquanto eles não colocarem em perigo aquelas sob meus cuidados. — Ambos os homens concordam.
***
Isis entra silenciosamente na área da Casa Rigel para sentar-se atrás de Oryon, que está conversando com Ynyr, sua terceira prole. Ynyr está em Tornian há quase um ano, recebendo treinamento especial da Guarda do Imperador para que possa treinar guerreiros em Betelgeuse. Uma grande honra para um guerreiro tão jovem, mas Ynyr sempre foi mais maduro que seus anos, quando vira para reconhecê-la, ela sorri.
Ele é um macho tão bom, sempre atento e atencioso com ela. Tem mais de sua coloração do que seu manno, mas tem a força poderosa de Oryon e a habilidade mortal com a espada.
— Tudo está bem Isis? — A pergunta de Oryon afasta seu olhar de Ynyr.
— Sim, mas me pergunto se não teremos algumas surpresas neste dia. — Ela o informa.
— Por que diz isso? — Oryon move-se para se sentar ao lado de sua fêmea, deixando seus dedos tocar sua perna enquanto se senta. Ele nunca se cansa de tocar essa fêmea e ela permite, mesmo depois de vinte e cinco anos. A Deusa verdadeiramente o abençoou com sua Isis.
— A mulher do Rei Grim foi levada à câmara feminina, juntamente com sua prole.
— Verdadeiramente? — Ynyr pergunta com esperança em seus olhos. — Ela tem duas descendentes femininas?
— Sim, ainda muito jovens, mas definitivamente fêmeas, ela e Risa tiveram uma discussão.
— O que? — Oryon olha para ela preocupada. Risa não é uma mulher com quem se mexe.
— Risa aproximou-se dela assim que chegou, tentando afirmar sua dominância. — Oryon olha para a Casa Guttuso e vê Risa olhando para a cadeira do Imperador.
— Não estou surpreso. — Ele murmura.
— Risa enfrentou a fêmea de Grim, que não recuou. — Oryon a olha surpresa. — Em vez disso, ela disse a Risa que era uma cadela estúpida por escolher outro sobre Grim e então a acusou de não apenas de organizar o ataque de Grim, mas de matar a Imperatriz Adana.
— Verdadeiramente? — Oryon sempre se perguntou sobre isso.
— Sim, foi bastante interessante que Risa não negou, mas optando por ameaçar as jovens... — Isis olha para Oryon e ele vê... respeito nos olhos de sua fêmea. — Todas as fêmeas da Terra na sala levantaram-se para proteger as jovens, mesmo não sendo suas. — Oryon olha para ela, considerando o que disse.
— Então, os rumores que ouvimos sobre o que aconteceu em Luda são verdadeiros. — Ynyr olha para seu pai.
— O que você ouviu Ynyr? — Oryon pergunta.
— É dito que ela descansa com o Rei. — Ynyr olha de seu manno para sua mãe, ele sabe que seu relacionamento é incomum, mas nunca ouviu falar deles descansando juntos.
— O que? — Oryon não pode esconder seu choque ou o olhar considerado que dá a Isis.
— Sim, não apenas isso, mas que ela o toca, às vezes com os lábios, na frente dos outros e ele permite.
— Isso é impossível. — Oryon nega a possibilidade, sim, Isis o toca, mas é apenas em privado e apenas com as mãos.
— É o que eles dizem. Também dizem que ela conversa com qualquer macho que deseja, se o Rei estiver presente ou não.
Antes que Oryon responda, as portas à Câmara se abrem, levantando-se ele ocupa seu lugar como Senhor da Casa Rigel, mas se pergunta se Isis não está certa, todos podem ter uma grande surpresa hoje, apenas esperava que sobrevivessem.
***
Lisa sorri de forma reconfortante para suas filhas enquanto caminham, ela está tão orgulhosa delas. Elas caminham diante dela, sem medo do que está por vir, porque confiam nela e Grim e sabe que não as decepcionarão.
— Faça bem. — Rebecca sussurra enquanto para ao lado dela.
— Eu tentarei. — Lisa sussurra, quando duas portas maciças se abrem e são levadas para a Câmara dos Lordes. A Câmara foi construída para intimidar, Grim tentou prepará-la para isso, mas ver é acreditar. A área principal é um círculo alto, de modo que precisam olhar, devem olhar para cima, para os Senhores que se sentam dos lados e logo mais acima para o Imperador que se senta no extremo oposto, presidindo a Assembleia. Os Guardas as levam até doze guerreiros, cada um observando-as atentamente enquanto seguram uma capa na cor de sua Casa.
— Vocês permanecerão dentro deste círculo até que estejam prontas para selecionar o macho para sua união. — Jaqua as instrui, então a Guarda do Imperador move-se para ficar diante das portas que se fecham. Sinalizando que as fêmeas não terão permissão para sair. Agee olha para Lisa, depois para as meninas, seu conflito fácil de se ver.
— Tudo dará certo Agee, confie em seu Rei. — Lisa o tranquiliza suavemente.
— Sim, minha Rainha. — Ele responde, seu braço cruza o peito e ele se inclina para ela, seguido de toda a Guarda. Eles então se movem para ficar do outro lado das fêmeas, prontos para proteger sua Rainha, se necessário.
***
Um ruído surdo ecoa através da Câmara enquanto a Guarda se curva para uma fêmea, mostrando seu respeito por ela, antes de se afastar. A cor e brilho dos Charoites em seus medalhões capturam os olhos de cada macho. Esta Guarda... até mesmo a Guarda de Elite do Rei... tem charoite em seus medalhões? Por que se curvariam para uma fêmea?
O som de um sino anuncia a chegada do Imperador, a Assembleia como um se levanta e viram para olhá-lo e com surpresa, para a Imperatriz. Lisa observa enquanto Wray escolta cuidadosamente Kim para o assento, um assento que está ao lado dele. Ela senta-se orgulhosa ao seu lado, enquanto olha para Assembleia, seus olhos vão para as mulheres abaixo. Ela usa azul real, as cores de Wray, com um corpete incrustado de joias e o emblema do imperador ao redor do pescoço, Lisa lhe dá um leve assentimento, que Kim devolve. A Assembleia mantém sua respiração suspensa enquanto ela se senta lentamente com a ajuda do Imperador. O que o Imperador está pensando em tê-la ali? Wray pessoalmente organiza as almofadas em sua cadeira, certificando-se de que ela fique confortável.
— Estou bem, Wray. Vamos fazer isso. — Ela sussurra, esfregando o estômago enquanto o bebê se move novamente, com um aceno rígido ele endireita-se e enfrenta a Assembleia.
— Senhores, guerreiros, machos do Império Torniano. — Wray aborda-os. — Estamos todos aqui neste dia histórico para uma cerimônia de união que mudará o nosso universo para sempre... mas antes disso poder acontecer, há outro assunto que deve ser abordado. — Olhando para uma das Guardas, ele acena com a cabeça antes de sentar de frente à Assembleia.
CAPÍTULO DEZOITO
A porta perto do Imperador se abre e todas as cabeças se voltam para testemunhar Grim entrando na Câmara, seguido por mais um conjunto de guerreiros que também tem charoite em seus medalhões, embora não tanta cor. Olhos confusos olham de uma Guarda para a outra, seus medalhões, enquanto diferem, representam a Casa de Luanda... por que o Rei Grim precisaria de duas Guardas?
Lisa olha com orgulho enquanto Grim avança com confiança na Câmara. Ele é o Rei de Luda. Ele é o Raptor, com os olhos frios e ferozes, sem oferecer simpatia para aqueles que ameaçam o que é dele. Somente aqueles que ele protege sentem o calor do Raptor. Seus olhos imediatamente procuram e encontram Lisa com as meninas antes de ir para a Guarda, garantindo que estão seguras, ele se vira para enfrentar o Imperador.
— Mamãe. — Carly sussurra, sua pequena voz cheia de admiração.
— Eu sei, bebê. — Lisa sussurra de volta.
— Lisa, esse é ele? — Rebecca pergunta olhando o macho bronzeado horrivelmente cicatrizado, que parece poder matar alguém que o olha errado. — Este é o homem com o qual se uniu?
— Sim. Ele não é magnífico?
Rebecca a olha como se tivesse perdido a cabeça. — Posso pensar em algumas outras palavras.
Lisa dá um olhar duro. — Suas cicatrizes são de um ataque ao qual não deveria sobreviver. Ele o fez. Eles não. Isso prova que ele é o guerreiro mais apto.
— O ataque sobre o qual falou com Risa. —Rebecca a olha com espanto.
— Sim. — Ela olha e vê que todos estão ouvindo. — Eu preciso que você acredite que a defenderei. Grim irá defendê-la, se você o deixar. Ele é um homem honrado. Protege o que é dele.
Lisa não percebe que sua voz viaja até os Guardas do Imperador. Que todos a olham com incredulidade, nenhuma fêmea fala sobre um macho dessa maneira, com tal compromisso com tal... paixão. Jaqua olha para Agee e não vê nenhuma surpresa em seus olhos, apenas a verdade. Ela realmente queria dizer aquilo? Era possível?
***
— Rei Grim. — Wray saúda seu irmão. — Você está perante a Assembleia dos Lordes para responder às acusações de que descumpriu as leis de Tornian. Qual é sua resposta? — Olhando para Grim, Wray espera que seu irmão saiba o que está fazendo.
— Minha resposta é que não descumpri nenhuma lei. — Grim anuncia para todos ouvir.
— Você se uniu a uma fêmea fora da cerimônia. — Lorde Bertos fica de pé, olhando para Grim. — Isso é contra a lei Torniana.
— Admito que foi fora da cerimônia de união tradicional, mas nada disso. — Grim aponta para as fêmeas no círculo, — É tradicional. Dito isto, na sua essência, minha união não quebra nenhuma lei.
— Que você possa sugerir tal coisa é uma indignação! — Bertos bate a mão na borda na frente dele fazendo com que muitos pulem. — Uma fêmea é apresentada apenas para o mais apropriado de todos os guerreiros Tornianos e você, independentemente da linhagem do sangue. — Ele zomba de Wray. — Foi considerado inapropriado! Portanto, sua união está fora da lei, assim, ilegal! Elas serão removidas de sua Casa.
— A Lei estabelece que, se uma fêmea fizer uma demanda especialmente incomum a cerimônia de união tradicional pode ser ignorada. — Grim desafia Bertos. — Foi feito um pedido de recuperação e proteção de sua prole. Havia mais de uma dúzia de guerreiros na sala de controle quando o pedido foi feito. Os guerreiros considerados por esta Assembleia como apropriados para concluir a tarefa de buscar estas fêmeas. Todos eles a recusaram, incluindo seu macho, Lorde Bertos. Eu não o fiz. Concordei em aceitar e proteger sua prole. Elas são minhas.
— Você fez demandas próprias! — Bertos está furioso por Grim anunciar a todos que Luuken recusou a fêmea.
— Que ela aceitou. — Ele responde.
— Ela não sabia o que estava aceitando! Não completou o programa de educação!
— Mais uma vez, culpa de Luuken, por não ter cumprido seu dever!
— Isso não importa! — Bertos desce seu punho novamente. — Machos inapropriados não tem permissão para ter descendência. Elas serão removidas e entregues a um macho apropriado!
Lisa já ouviu o suficiente, ninguém fala com Grim assim, não em sua presença, mas antes que ela possa se mexer, as meninas o fazem.
— Carly! Miki! — O grito de Lisa faz Grim agarrar sua espada enquanto gira pronto para proteger sua família. Ao ver suas filhas correndo para ele, rapidamente fica de joelhos puxando seus corpos trêmulos perto quando elas se lançam para ele.
Todos os machos da Assembleia observam um silêncio atordoado quando as jovens fêmeas envolvem os braços no pescoço de Grim procurando conforto. Isso não acontece, nem sequer com a própria descendência do macho.
— Não deixa que eles nos levem, Grim! — As meninas imploram, seu medo ouvido por todos. — Queremos ficar com você! Nós te amamos.
— Calma. Tudo ficará bem. — Ele sussurra, beijando os topos de cada cabeça.
— Acho que a questão de a quem minhas filhas pertencem foi resolvida. — Lisa anuncia. Com um último olhar para Rebecca, ela sai do círculo para se juntar a sua família, sua Guarda segue imediatamente. Ignorando os sussurros chocados, ela dá a Grim um beijo rápido, mas profundo antes que ele fique de pé e juntos eles se voltam para encarar o Imperador.
— A prole pertence ao macho com quem você se une! — Bertos anuncia e um rumor excitado percorre a Assembleia ao pensar em uma de suas Casas com essas três fêmeas, sentando-se de volta Bertos sorri com satisfação. Deixe o Imperador tentar controlar os Lordes agora.
— Alguém morreu e fez você Imperador Lorde Bertos, para fazer tal decreto? — Lisa desafia Bertos. — Um decreto que rompe a mais básica de todas as Leis Tornianas? — Um suspiro chocado segue seu desafio, não apenas com sua pergunta, mas também por ela se atrever a dirigir-se diretamente a Bertos, que tira o olhar presunçoso de seu rosto.
— É a lei Torniana. — Lisa enfatiza para todos ouvir. — Que a prole de um macho permaneça com ele, mesmo que a fêmea o deixe. É como você mantém sua prole quando suas fêmeas escolhem outro. — Afastando-se de Grim, Lisa fala sobre os sussurros, olhando diretamente todos os machos na sala antes de se virar para Wray. — Não é?
— Essa é a Lei. —Wray responde.
— E se esse macho morrer, quem fica responsável por sua prole? — Ela pergunta à Assembleia.
— Os irmãos do macho. — É a resposta imediata.
— Não! — Lisa imediatamente corta-os. — A lei Torniana afirma que a prole deve ser devolvida à fêmea. Ela aceita ou permite que o irmão do macho as proteja.
Bertos senta-se bruscamente. Como ela aprendeu isso?
— Isso também é verdade. — Wray anuncia.
— Essa lei é para Tornianos! — Bertos ergue-se, olhando com raiva para Lisa.
— E seu ponto? — Lisa pergunta suavemente, levantando uma sobrancelha.
— Elas não são Tornianas! — Ele gesticula para Carly e Miki, que Grim abaixou apenas para serem cercadas por sua Guarda.
— Elas não são? — Lisa pergunta com uma voz chocada, olhando para Grim, mas ele não se engana, nem são seus guerreiros, que sabem o que está fazendo.
— Claro que não. — Bertos diz com presunção.
— Então por que estamos aqui? — Ela olha para os Lordes esperando a resposta. — Esta Assembleia é apenas para as fêmeas Tornianas. Vocês não se importam se outras fêmeas estão em risco, se forem abusadas... mesmo que seja por machos de Tornian... homens tão apropriados, como vocês são. — Ela os deixa ouvir seu desprezo. — Não é de admirar que a Deusa os tenha abandonado. — Ela se volta para Grim. — Estamos prontas para sair meu Rei.
— Ela foi declarada Torniana! — Um dos Lordes olha com raiva para ela. — Por um voto desta Assembleia, antes de enviar o Searcher. Ela é Torniana, assim como sua prole. — Ele olha para ela com satisfação. Lisa apenas levanta uma sobrancelha para o homem vermelho que reconhece ser Lorde Reeve, antes de olhar para o Imperador aguardando.
— Você é. — Ele reconhece. — Toda fêmea trazida da Terra para Tornian foi declarada assim.
— Então sou Torniana com todos os direitos e proteção como qualquer outra fêmea? — Ela questiona.
— Sim. — Wray assente com a cabeça.
— Minha prole é Torniana. — Ela pressiona a confirmação.
— Sim.
— Então, Lorde Bertos está negando conscientemente a minha prole seus direitos? Direitos conferidos a elas por esta Assembleia. Isso não é crime? — Ela olha para Bertos quando faz a última declaração.
— Como ousa! — Bertos está mais uma vez de pé.
— Você não tentou negar a minha prole seus direitos? Aqui? — Lisa aponta para o chão. — Na frente desta Assembleia?
— Nunca foi concebido para prole. — Bertos olha para seus apoiantes para obter ajuda.
— O Imperador apenas declarou que era para todas as fêmeas da Terra trazidas para Tornian, você o está desafiando?
— Meus Senhores, vocês sabem que não é para isso que a Lei estava prevista. —Bertos leva seu caso para os Lordes.
— Então, mudaria a lei para atender às suas necessidades? — Lisa acusa. — Que outras leis você mudaria à vontade? Os direitos de quem negaria? — Todos os olhos vão para Bertos, sussurros de descontentamento se espalham pela Assembleia com o pensamento.
— As jovens fêmeas são Tornianas como declaradas por esta Assembleia antes de sua chegada. — A voz do Imperador está cheia de autoridade por sua posição.
— Então elas ficam com o macho que escolhi. Esse é o meu direito como uma Torniana.
— É o seu direito. — Wray reconhece. — Escolha o protetor da sua prole.
— Rei Grim. —Lisa se vira para encará-lo. — Pois ele foi o único macho disposto a aceitá-las e protegê-las antes de saber que eram fêmeas, ele provou repetidas vezes que é mais do que digno delas e... — Lisa olha para Grim, um sorriso suave nos lábios. — Porque o amam tanto quanto ele as ama.
O humor da Assembleia muda imediatamente com a declaração de Lisa. Grim passou de ser um macho com quem nenhuma fêmea quer para um macho com não uma, mas duas fêmeas novas. Ninguém se atreveria a ofendê-lo agora. Lisa lhe dá um sorriso de boas-vindas.
***
— Parece que as histórias sobre esta fêmea são verdadeiras. — Ynyr se inclina, falando calmamente com seu pai. — Ela acabou de garantir a posição de Grim.
— Provavelmente. — Oryon diz. — Mas Bertos não aceitará isso. — Antes que Ynyr possa responder seu manno sua suposição se prova correta.
****
— Ela deixou o círculo. — Bertos sai, fazendo com que muitos saltem novamente, ele ainda pode salvar isso, sabe que pode. — Ela agora deve escolher um dos machos apresentados para se unir. — Ele sorri maliciosamente para Lisa, sabendo que ela recusará. Ele pode então argumentar que sua decisão anterior é inadequada. Em vez disso, observa com espanto quando ela se vira para ele, caminhando para sua prole. Ajoelhando-se, abre suas capas, jogando o cinza ofensivo de lado, revelando roupas púrpuras por baixo.
— Devem fazer o que Grim disser, garotas. — Ela diz apenas para elas. — Entenderam?
— Sim, mamãe. — Elas sussurram, balançando a cabeça, então as beija antes de se levantar e com um último olhar, Grim se afasta.
***
Grim dificilmente pode evitar agarrar sua Lisa, puxando-a para trás, não gosta disso. Vai contra tudo o que aprendeu, tudo para o qual foi treinado, mas sabe que é o único caminho para Lisa ajudar suas companheiras femininas. Respirando fundo, ele solta a espada, olhando para baixo, vê suas filhas se moveram para envolver seus braços ao redor de suas pernas, enquanto seus olhos seguem sua mãe.
— Tudo ficará bem, pequenas. — Ele diz suavemente, colocando uma mão gentil sobre cada uma, antes de voltar sua atenção para sua Lisa.
***
— A Cerimônia de União de Tornian é uma cerimônia antiga e respeitada. —Lisa começa enquanto caminha em direção às mulheres. — Começou em um momento em que o Império estava cheio de fêmeas, como maneira de conhecer machos de outros planetas, expandir o grupo genético, mas depois da grande infecção, quando ficou óbvio que a população feminina estava em declínio, mudou, transformou-se na maldade que está acontecendo hoje, tornando-se mais do que uma barraca de reprodução. — A declaração de Lisa é recebida com gritos indignados, já que muitos estão protestando.
— Quietos! — Wray exige. — Fiquem em silêncio ou fecharei esta Câmara.
— Ela não pode falar assim! — Bertos grita enquanto o salão se acalma.
— Eu falo com vocês, sempre que quiser. — Lisa caminha até Bertos. — Porque vocês são os que falharam! Não apenas estas mulheres, mas as suas próprias! — Lisa caminha em direção a Casa Guttuso e Grim move as meninas para Agee e Kirk, preparando-se para protegê-la. — Você foi responsável pela programação dos educadores, não foi? No entanto, escolheu não lhes dizer que tinham direitos. Encorajou os Lordes desta Assembleia a adquirir fêmeas quando sabiam que estava errado. E você sabia! — Lisa acusa, virando-se para confrontar os homens ainda de pé que agora estavam em silêncio, permitindo que eles vissem sua raiva. — O voto foi de seis a cinco para enviar o Searcher, então não me diga que não tiveram dúvidas. Um macho com honra admitiria isso. — Lisa olha para as mulheres e vê que a estão ouvindo atentamente.
— Eles não contarão o que vocês merecem saber. Que vocês têm o direito de saber! — Ela gesticula para a Assembleia. — Então eu irei. — Ela caminha na frente das mulheres antes de se virar para enfrentar os machos. — Antes de vocês escolherem os doze machos, um de cada Grande Casa do Império Torniano, eles estão aqui porque são considerados os homens mais dignos de sua Casa. Uma grande honra, uma que tenho certeza de que cada um deles merece. — Lisa ergue a cabeça levemente para eles, surpreendendo a todos. — Qualquer macho neste piso as tratariam como o centro de seu mundo... pois vocês serão. São tudo o que está entre eles e a extinção de sua linhagem.
Lisa lentamente caminha diante dos machos. — E se decidirem se unir a um, devem ficar na frente deles, virar as costas e tirar sua capa. — Lisa toca o fecho dela fazendo com que todos gritem antes de abaixar a mão e seguir em frente. — Ele colocará em vocês a capa que segura, a capa na cor da sua Casa, ao redor de seus ombros e vocês se tornarão deles. — Enquanto fala, Lisa caminha até Grim.
— Ou... — Lisa diz. — Caso não ache que nenhum macho apropriado foi apresentado a vocês, por qualquer motivo, podem solicitar a qualquer macho que tenha uma fêmea proteção até que tal macho seja encontrado. É a escolha de vocês. — Levantando a mão, Lisa solta sua capa, permitindo que ela caia aos pés de Grim, revelando não apenas seu vestido púrpura, mas também o Coração do Raptor, orgulhosamente em seu peito.
Um rugido de protesto é ouvido em toda a Assembleia enquanto Lisa tira sua capa. Tanto o Rei como a Guarda da Rainha se movem para assumir uma posição protetora ao redor deles.
— Isto é um ultraje! — Bertos grita. — Ela não pode escolher o Rei Grim! — Muitos concordam rapidamente com ele. Ignorando-os todos, Grim se volta para o Imperador para completar a cerimônia.
— Imperador Wray, Imperatriz Kim, eu apresento, minha Rainha. — Ele enfatiza para certificar-se que todo o ouçam. — Rainha Lisa Vasteri da Casa de Luanda. — Ambos se inclinam para eles.
Lentamente, o Imperador fica de pé, levantando as mãos para silenciar a Assembleia. O Imperador deve reconhecer a união para completar a Cerimônia.
— Você não pode fazer isso! — Bertos explode. Ele precisa parar isso. Arruinará tudo. — Ele foi considerado inapropriado.
— Por você! — Lisa caminha até Bertos com tanta raiva que surpreende todos que não a conhece. — Mas sua opinião é sem importância, Lorde Bertos, pois cabe à fêmea julgar o mérito dos machos que lhe são apresentados e eu o considero mais do que digno.
— Ele não foi apresentado! — Bertos grita novamente.
— Ele está neste piso! — Lisa faz um movimento com o braço enquanto se certifica que todos possam ouvir. — Somente os dignos são permitidos no piso durante a cerimônia de união, tornando cada homem aqui. — Gesticula para os guardas e para os guerreiros. — Digno de ser escolhido.
— Isso é um tecnicismo. — Bertos acena de forma despreocupada.
— Talvez para você, Lorde Bertos. — A voz do Imperador corta os gritos que seguem a afirmação de Bertos. — Mas tecnicismo ou não é ainda é a Lei, uma Lei que esta Assembleia deve impor, portanto, a Rainha Lisa está dentro de seus direitos na escolha do Rei Grim.
***
Lorde Oryon não consegue esconder seu choque quando a fêmea solta sua capa para revelar não apenas a cor da cor da Casa Luanda em seu vestido, mas que usa o Coração do Raptor. É o símbolo da Rainha de Luanda. Ele não foi visto em mais de quinhentos anos. Para ela usá-lo, quer dizer que realmente aceitou Grim como seu único macho.
Olhando ao redor da Assembleia, ele vê os outros perceberem isso também e não estão felizes com isso. Grim agora tem duas fêmeas jovens, ele não precisa dela para garantir sua posição e outros sim. E se Isis tivesse lhe dado uma fêmea, ele seria forçado a desistir dela. Isso não acabará bem. O rugido que começa diz que ele está certo.
***
Um rugido de protesto sobe da Assembleia, crescendo mesmo quando o Imperador tenta resolvê-los. Grim puxa Lisa para trás dele e ambos guardam suas espadas.
— Parem com isso! — Lisa grita e mal é ouvida. Empurrando contra Grim, ela tenta pisar ao redor dele, mas o encontra imutável. — Deixe-me, Grim. Deixe-me falar antes disso realmente ficar fora de controle.
— Lisa... — Grim franze o cenho. Ela sabe o que está pedindo?
— Por favor, Grim. — Ela implora. — Confie em mim. — Colocando uma mão em seu rosto, ela o tranquiliza. — Eu posso impedir isso antes que o sangue seja derramado. — Finalmente, com concordando, Grim a leva para fora da Guarda, mas mantém a mão na espada. Em seu reaparecimento, a Assembleia lentamente começa a se calar, todos querendo saber o que ela tem a dizer agora.
***
— O que diriam se contasse que, não importa quem estivesse no piso aqui hoje, eu ainda escolheria Grim? — Lisa anuncia e a Assembleia olha para ela com descrença. — O que diriam se fosse assim?
— Isso não seria possível. — Um homem branco mais velho diz, um homem que Lisa reconhece como Lorde Oryon, que protestou fortemente ao enviar o Searcher. Olhando atrás dele, vê a fêmea de cor de rosa de antes.
— Sim, Lorde Oryon, pois não existe uma lei Torniana mais sagrada que a cerimônia de união. — Lisa pode ver a mudança na expressão de Lorde Oryon, quando de repente a compreende. — Nenhum macho. — Lisa fala alto o suficiente para que todos possam ouvir. — Induzirá uma fêmea a se unir a outro... enquanto ela estiver carregando sua descendência. — Um silêncio atordoado segue a declaração de Lisa.
***
— Lisa? — Ignorando a assombrada Assembleia, Grim fica na frente dela, segurando seu rosto, ele procura seus olhos pela verdade. Era possível? Ela estava carregando sua prole?
Colocando uma mão gentil em sua bochecha cicatrizada, ela o deixa ver a alegria em seus olhos. — Sim Grim. — Segurando uma de suas mãos levemente trêmulas, ela a coloca em seu estômago ainda plano. — Seu filho está aqui, seguro e saudável. — E de repente, ela ficou nas pontas dos pés e envolveu os braços no pescoço de Grim enquanto dava-lhe um beijo apaixonado. Movimentando-se a Guarda do Rei os rodeia protegendo assim a Rainha e suas meninas.
— Por que você não me disse? — Ele sussurra pousando a testa contra a dela. — Você deveria estar descansando. Hadar deveria estar aqui. Nós...
— Shhhh... ficará tudo bem Grim. — Ela o tranquiliza sem fôlego. — Eu ficarei bem e também a sua filha. — Grim lentamente fica pálido enquanto a olha surpreso.
— Filha... fêmea? — Lisa descobre que não pode deixar de sorrir para as palavras de Grim.
— Assim Hadar me disse. — Ela sorri para ele. — Ele está muito entusiasmado por poder documentar seu desenvolvimento.
— Uma menina... — Ele sussurra, olhando-a com admiração antes de beijá-la novamente. — Obrigado, minha Lisa.
— Acredite em mim Grim. — Ela sorri para ele. — Foi um prazer. —Enquanto ela o beijava, Alger tossiu, lembrando-os de onde estavam. Com o maior cuidado, Grim solta Lisa, enquanto ela enterra seu rosto flamejante em seu peito, percebendo que toda a Assembleia ouviu cada palavra que ela disse.
— Minha Lisa? — Grim gentilmente inclina seu rosto para cima, preocupado com o rubor que de repente apareceu em seu rosto.
— Estou bem, Grim. — Ela assegura. — Apenas queria que estivéssemos sozinhos, eu te amo.
— E eu te amo, minha Lisa. — Ele promete.
***
Wray olha para seu irmão e não tenta esconder seu sorriso. É um dia de alegria, mas olhando através da Câmara, percebe que não é para todos, pois ainda há onze mulheres que devem completar a Cerimônia. Ele olha para Kim, seus olhos cheios de arrependimento e vê a compreensão em seus olhos. Nunca em sua vida se sentiu mais envergonhado de ser um macho Torniano, mas olhando para estas fêmeas, sabe que não há honra no que deve fazer agora.
— Rei Grim. Rainha Lisa. Esta Assembleia reconhece sua união como válida. — Dando-lhes um último olhar, ele volta sua atenção para as fêmeas restantes. — É hora da cerimônia de união continuar. Que a Deusa abençoe todos, como ela fez com o Rei Grim e a Rainha Lisa.
***
Bertos voltou a assentar-se. Todos seus planos estão caindo aos pedaços, tudo por causa dessa pequena fêmea. Como isso aconteceu? Eles estavam tão perto.
— Bertos! — Risa diz. — Faça alguma coisa! — Ela exige. — Isso não pode ser permitido!
— O que você espera que eu faça Risa? — Ele responde.
— Alguma coisa! — Ela não pode acreditar que isso esteja acontecendo depois de todos seus sacrifícios. — Isso é tudo culpa de Luuken! Tudo o que ele precisava fazer era reivindicá-la e nós estaríamos governando Tornian. A raiva de Risa aumenta enquanto observa os machos de Luda cercarem a cadela da Terra. Terá que cuidar dela ela mesma.
***
Rebecca olha do Imperador para os machos que estão diante dela, para os machos que cercaram rapidamente Lisa e suas meninas. E se ela entendeu bem, Lisa era agora a fêmea de um homem muito poderoso. Um homem, que segundo ela, estava disposto a ajudá-las. No entanto, este Grim agora não tinha apenas uma mulher para proteger, mas também duas jovens e outra a caminho. Ele ainda estará disposto a aceitar mais? Lisa parece pensar assim.
À medida que as outras mulheres começam a se mover nervosas dentro do círculo, Rebecca vê Lisa se afastar dos machos que a cercaram. Movendo-se para ficar ao lado do mais intimidador homem que Rebecca já viu, especialmente quando ele franze a testa. Ela simplesmente o ignora, colocando uma mão em seu braço, ela olha diretamente para Rebecca.
Os dedos de Lisa apertam com força o braço de Grim enquanto ela olha para Rebecca. Não sabe o que mais pode fazer. Tentou o seu melhor para deixar claro para as mulheres o que precisam fazer, por palavras e ações. Elas entenderam? Todo seu futuro estava no que fizerem nos próximos minutos. Olhando para Rebecca, ela espera que entenda o leve aceno que lhe dá.
Respirando fundo, Rebecca se obriga a sair do círculo e todos os olhos se concentram nela. Lentamente ela passa na frente de cada homem, avaliando-os. Quando para momentaneamente na frente de Callen, todos seguram a respiração. Ele esteve lá desde o início, ajudando-as, explicando as coisas... até chegarem a Tornian, então ele desapareceu. Rebecca continua. Quando ela chega ao último homem, olha primeiro para Lisa, então para Grim, hesitante, ela se aproxima deles parando apenas quando fica na frente de Grim.
— Solicito proteção ao Rei de Luda até encontrar um macho digno de mim. — Ela pressiona os lábios trêmulos enquanto aguarda sua resposta.
Grim olha para a fêmea bravamente diante dele. Ela foi a única a ajudar Lisa quando ela foi levada a bordo do Searcher. Também foi a única pessoa a certificar-se de que a comida adequada fosse fornecida para suas garotas quando ele nem sequer considerou isso. Ela era verdadeiramente uma fêmea especial. Sabendo que todos estão esperando sua resposta, ele olha para Lisa e vê seu amor, confiança e crença nele, quando ela dá um leve assentimento, o olhar dele retorna para Rebecca.
— A Casa de Luanda aceita a responsabilidade de protegê-la até encontrar o macho com quem deseja se unir. — Ele anuncia.
As mãos de Rebecca se levantam para o rosto tentando segurar o choro quando ouve o que Grim acabou de falar, não percebeu o quanto estava tensa, como tinha medo de que ele recusasse. Quando os braços de Lisa a envolverem, ela finalmente se rompe.
— Bem-vinda à casa Luanda, Rebecca. — Lisa sussurra. — Você estará segura conosco. Venha. — Ela a conduz para dentro do círculo de machos que protegem as meninas. — Estes machos estão aqui para protegê-la. — Ela olha para eles, vendo-o que entenderam. — Irão de bom grado dar suas vidas fazendo isso. Fique aqui com as meninas enquanto eu recebo as outras. — Ela espera até Rebecca concorde e voltar para o lado de Grim.
***
Sorrindo, Kim senta-se novamente. Uma por uma, as mulheres pedem e são aceitas sob a proteção da Casa Luanda. Lisa fez isso, ela fez o que Kim não conseguiu, agora apenas esperava que a aceitassem. Quando suas costas doem de repente, ela solta um suspiro assustado, Wray olha-a bruscamente, aproximando-se, aperta sua mão com tranquilidade, enquanto a cãibra passa.
— Estou bem. — Ela diz a ele quando Aad se aproxima dele.
***
Grim se volta para o grupo de fêmeas que agora cercam Lisa e suas meninas. Ele não pode acreditar que ela fez isso, aceitou todas as mulheres que pediram sua proteção... cada... uma. Luda seria agora o lar de onze fêmeas. Deveriam ser tomadas medidas drásticas para protegê-las. Olhando para Alger e Agee, ele vê que eles entendem e já estão considerando as mudanças que devem ser feitas.
Olhando para as fêmeas, percebe que nunca soube que poderiam ter tantas formas e tamanhos diferentes. As fêmeas de outras espécies sempre se assemelham em tamanho e forma, mas não as da Terra... cada uma era única... como se cada uma fosse sua própria espécie especial. O universo passaria por muitas mudanças se elas decidissem se unir aos machos de Tornian.
Observando o conforto de Lisa tranquilizando cada uma, Grim sente uma sensação de orgulho que nunca sentiu antes. Sim, todos os machos se sentem orgulhosos quando têm uma fêmea, mas orgulhosos de si mesmos e não da fêmea, pois qualquer fêmea serviria para um macho Torniano... Grim descobre que sente vergonha disso.
Eles prometeram a essas fêmeas que seriam apreciadas pelos machos que escolhessem, mas isso era uma mentira, pois os machos Tornianos não sabiam como apreciar uma mulher. Ele não sabia como, não até Lisa ter-lhe mostrado que não era sobre as coisas que ele poderia dar a ela, era sobre dar seu amor.
Sim, foi bom que nenhuma destas mulheres se uniu a um macho hoje, pois eles precisavam ser educados sobre como cuidar de fêmeas como estas. Cuidar de... ele olha atentamente para Lisa e enquanto ninguém mais notaria o toque de fadiga ao redor de seus olhos, ele o faz. Permitiu que ela fizesse o que sentia que deveria. Agora era hora dele cuidar dela. Ainda tinha muito o que explicar. Ele percebeu que ela sabia há algum tempo que tinha concebido... que Hadar sabia. Sim, sua Rainha tinha que explicar algumas coisas.
Virando para dizer a Wray que eles estavam saindo, encontra seu irmão conversando com Aad, um membro confiável dos Conselheiros de Wray. Franzindo o cenho, ele observa que Wray le algo que foi entregue antes de olhar imediatamente para Grim. Algo estava muito errado.
— Alger. Agee. — Grim chama enquanto o Imperador levanta.
***
Wray franze o cenho para Aad, que se aproxima e se inclina. O que poderia ser tão importante que não podia esperar até depois da Cerimônia. Sem dizer uma palavra, ele recebe a mensagem e seu rosto perde toda expressão quando a lê. Virando, ele imediatamente procura seu irmão, pois isso o afeta tanto quanto Wray.
— Wray? O que foi? — Kim pergunta suavemente. Olhando para Kim, ele quer enviá-la para as Câmaras, mas sabe que ela se recusará.
— Você está bem minha Kim? — Ele a vê esfregar a barriga.
— Estou bem. Ele está chutando. O que está errado?
— Há problemas. — Ele diz a ela, seus olhos ilegíveis. — Fique por perto minha Kim.
— Claro que sim. — Ela lhe dá um olhar confuso. — Não se preocupe comigo, Wray, faça o que for preciso, o que deve ser feito. — Com um aceno firme, ele se volta para a Assembleia.
***
— Meus Senhores. — Wray fala e espera que a Câmara se acalme. — Hoje foi um dia histórico na história do nosso Império, embora o resultado para muitos não foi como queriam. — Ele olha para os guerreiros ainda de pé no piso. — Todos agiram com honra, refletindo bem sua Casa. — Ele lhes dá um leve aceno de cabeça, uma verdadeira honra do Imperador.
— Mas agora devo pedir-lhes para retornar às Casas, Guarda Imperial, se mantenham em seus postos. — Wray olha para os Senhores. — Acabei de descobrir sobre uma situação que exige a atenção imediata desta Assembleia estimada e sua sabedoria sobre como proceder.
O zumbido na Assembleia aumenta à medida que o piso é esvaziado. O que pode ter acontecido para fazer com que o Imperador exigisse tal Assembleia? Somente os Lordes são permitidos em tais reuniões, mantendo seu poder, para o Imperador incluir todos os homens não tem precedentes.
***
Grim carrega as meninas para os guerreiros levarem para sua área destinada. Estava vazio no piso e agora completamente cheio. Parando apenas por um momento para falar com Alger, ele gesticula para Lisa para se mover para as cadeiras em frente à área.
— Mamãe? — Miki puxa o braço dela.
— Sim, bebê? — Lisa sorri para ela enquanto coloca uma mecha de cabelo dela atrás da orelha.
— O que está acontecendo? — Ela pergunta com voz baixa.
— Eu não sei, meu amor. — Lisa realmente olha para sua filha mais nova, bem, é a mais nova agora e vê que ela está assustada. Ambas foram tão corajosas hoje fazendo tudo o que ela pediu, sem reclamando. — Venha aqui, bebê. — Tirando- a dos braços de Grim, ela a puxa para seu colo quando se senta na cadeira enorme que Grim indicou. — Sente-se com a mamãe e descobriremos juntas, tudo bem? — Assentindo, Miki rapidamente se aconchega no conforto de seus braços. — Melhor? — Lisa pergunta.
— Sim. — Miki acena com a cabeça, segura nos braços de sua mãe.
Grim franze o cenho para Miki no colo de Lisa. Deveria estar segurando-a assim quando estava carregando sua descendência? — Percebendo sua preocupação, Lisa olha para ele.
— Está bem, Grim. — Ela o tranquiliza.
— Você dirá o contrário? — Ele pergunta em voz baixa, com um dedo gentil tocando seu rosto.
— Sim, eu prometo meu amor.
— Você tem muita explicação a dar minha Lisa. — Ele a deixa saber que não será enganado.
— Eu sei, contarei tudo uma vez que estivermos sozinhos. — Olhando para Carly ainda em seus braços, ela vê seu olhar esperançoso. — Ei bebê. — Ela aponta para seu lado. — Venha sentar com a mamãe. — Grim a abaixa e com suas garotas aninhadas em seus braços, Lisa volta sua atenção para Assembleia, vendo que todos os olhos estão neles.
— Grim. — Ela sussurra preocupada.
— Tudo bem, minha Lisa. — Grim a tranquiliza, sentando-se ao lado dela antes de olhar para a Assembleia, fazendo com que muitos desviem o olhar. — Eles simplesmente não estão acostumados a ver uma fêmea confortar sua prole. Aprenderão.
— Sim. Eles irão. Mas apenas se alguma fêmea os escolher.
CAPÍTULO DEZENOVE
— Bertos, o que está acontecendo? — Risa se inclina para exigir com raiva, olhando para cima quando a recém-declarada Rainha Lisa fica ao lado de Grim, enquanto ela se senta atrás de Bertos. Olhando como ela exibe abertamente suas fêmeas ao seu lado como se fosse onde elas pertencessem. Ela não pode acreditar que isso esteja acontecendo!
— Eu não sei. — Os olhos de Bertos se movem pela Assembleia e pode dizer pelo mal-estar que atravessa todos os machos que ninguém sabe.
— Como você não pode saber? — Risa pergunta alto o suficiente para que as cabeças das Casas próximas se voltem para ele.
— Mantenha sua voz baixa, fêmea! — Bertos ordena, seus olhos furiosos prendendo-a enquanto gira na cadeira. — Você não irá me envergonhar, Risa ou pagará por isso. — Ele grunhe baixinho. — Lembre-se, eu sei o que você fez!
— Não me ameace Bertos. — A fúria de Risa aumenta, mas ela abaixa a voz. — Eu sou o única que conhece os segredos de Tornian. Eu sou o único em quem o Imperador confia. Ameace-me e o destruirei. Lembre-se que não importa o que fiz, nunca serei prejudicada. — O olhar que ela dá a Bertos é puro mal. As portas da Assembleia se abrem fazendo com que Bertos não responda, se virando, ele se instala com raiva no seu assento.
***
O Capitão Veron, com confiança, caminha pela Assembleia, parando apenas quando fica na frente de seu Imperador, fazendo uma reverência.
— Capitão Veron, fui informado que você tem informações que considera importantes para esta Assembleia.
— Sim, Majestade. Foi recentemente levado a minha atenção que os eventos anteriormente considerados não relacionados, poderiam ser uma tentativa contínua de mudar a Casa dominante do Império Torniano. — A Assembleia entra em choque, todos tentando falar ao mesmo tempo, gritando perguntas, exigindo respostas.
Lisa recosta na cadeira, surpresa ela olha para Grim. As garotas cobrem seus ouvidos, se aproximando mais, não pode acreditar no que está vendo e muito menos ouvindo. Ela não achava que Veron a tivesse levado a sério, descartando seus comentários como apenas imaginação feminina, mas agora percebe que ele não apenas ouviu, mas tomou medidas. Realmente se preocupava com Grim e Wray. O olhar de Grim diz a ela que nunca duvidou disso.
— Silêncio! — Wray ordena, seus olhos estão duros. — Senhores! Controlem os membros de sua Casa ou ouvirei apenas o Capitão Veron. — Imediatamente, os Senhores controlam todos e o silêncio reina.
— Que eventos o Capitão Veron? — Wray pergunta.
— Deixe-me dizer primeiro Majestade que não cheguei a essas conclusões com base apenas em especulações. — Enquanto sua cabeça não se move, seus olhos encontram os olhos de Lisa. — Eu usei todos os recursos disponíveis para mim como seu Capitão para desvendar a verdade.
— E que verdade é essa Capitão?
— Primeiro, que o irmão de sangue deu manno, o Rei Rask, não foi morto em uma batalha como acreditávamos, mas em uma emboscada, onde o Capitão Busto também morreu ao tentar pedir ajuda. — Um suspiro de indignação é ouvido na Câmara enquanto todos os olhos se voltam para Risa, que grita alto cobrindo o rosto com as mãos.
***
— Ela é uma atriz terrível. — Rebecca, que estava atrás de Lisa se inclina para sussurrar em seu ouvido. Ouvindo-a, Grim se vira. — Sinto muito. —Ela sussurra rapidamente recostando-se.
— Tudo bem, Rebecca. — Grim diz suavemente. — Você está correta, mas preciso que fique em silêncio e alerta. Há muito que ainda não sabe. — Grim não sabe por que confia nesta fêmea, mas o faz, especialmente quando sem mais explicações, ela concorda. Olhando para o piso da Assembleia, ela percebe que Callen está franzindo a testa, ignorando-a, se concentra no macho lá parado.
— Capitão você tem provas disso? — Wray pergunta sentado rígido em seu assento, o Capitão Busto era um amigo confiável.
— Sim, Majestade. Tenho um guerreiro que testemunhou as execuções. — A Assembleia murmura.
— Ele testemunhou isso e não informou? — Wray não tenta esconder sua indignação.
— Majestade, o guerreiro foi forçado a sair da Casa Luanda pelo Rei Rask e temia que ninguém acreditasse. A única prova de que tinha foi do que viu e ouviu, ele não sabia de quem as ordens vieram porque os guerreiros não usavam cores. Ele acreditava que se avançasse seria acusado do crime por causa da história dele com o Rei Rask.
— Por que foi forçado a sair? — Wray pergunta.
— Majestade... teve alguns problemas com a bebida. E foi descoberto dormindo quando deveria estar alerta.
— E você confia nele para lhe dizer a verdade? — Wray interroga com incredulidade.
— Majestade... enquanto ele não negou que estava bebendo no momento de ficar de guarda, não teve uma queda em mais de quinze anos. Eu verifiquei isso com o Senhor que ele atualmente serve. Foi aberto e honesto quando o procurou para pedir trabalho, dizendo-lhe por que foi forçado a sair da Casa Luanda. Não houve mais incidentes.
— Quem é esse guerreiro? Quem é o seu atual Senhor?
— Majestade, o Guerreiro é Jago e atualmente ele serve a Lorde Oryon. — Todas as cabeças se voltam para onde a Casa Rigel se senta. Quando os olhos de Lorde Oryon se arregalam levemente, este é o único sinal de que ele foi tomado por surpresa. — Majestade, o Guerreiro Jago espera fora da Câmara para revelar sua verdade diante de você e dos Senhores.
— Traga-o. — Wray ordena.
***
O guerreiro Jago entra na Assembleia com a cabeça erguida, sabendo que todos os olhos estão sobre ele. Não hesitará. Ele não é mais aquele guerreiro confuso. Não perderá sua honra novamente. Aproximando-se de Veron, ele para e faz uma reverência respeitosa ao Imperador.
— Diga-me sua verdade Guerreiro Jago. — Wray ordena friamente.
— Imperador Wray, contarei tudo o que sei, mas devo dizer que, enquanto eu disse a Lorde Oryon por que fui forçado a sair da Casa Luanda, nunca falei com ele sobre isso. Lorde Oryon é um guerreiro honrado e um Senhor deixando que um macho questionável entrasse em sua Casa, permitindo que recuperasse sua honra, não exigindo nada em troca, mas minha lealdade e espada. — Jago se vira para encarar seu Senhor. — Sinto muito por trazer problemas à sua Casa, meu Senhor. — Ele se inclina rigidamente para Oryon antes de voltar a encarar o Imperador e dizer a verdade dele.
***
— Eu fui enviado para o Rei Rask para treinar com ele, porque meu manno acreditava que precisava de uma mão mais forte. Ele estava correto. — Jago admite. — Eu era um jovem irreverente que acreditava saber mais do que guerreiros experientes. Era desrespeitoso e preguiçoso em minhas tarefas. À noite, eu saía de Luanda para beber uísque e voltava apenas com o sol nascente.
— O Rei Rask mais de uma vez me chamou atenção com dureza, assim como o treinador a qual fui designado, o Guerreiro Alger. Ambos tentaram me ajudar a ver meu erro, dando-me mais chances do que merecia, mas minha mente estava nublada pela bebida. — Os olhos de Jago se afastam de Wray quando a vergonha lembrada aparece novamente.
— Uma noite estava de guarda nos muros, mas deixei meu posto para dormir. O Rei Rask rescindiu seu acordo para me treinar. Ameacei o Rei e todos os membros da sua Casa antes de ser forçado a sair de Luanda.
— Foi semanas depois que presenciei a emboscada do Rei. Estava morando na floresta, comendo o que podia encontrar, dormindo sob as folhas, vendendo o pouco que tinha para comprar mais uísque. — Jago faz uma pausa tentando organizar seus pensamentos.
— Era meio-dia e estava dormindo por ter bebido muito na noite anterior quando gritos me despertaram. Acordei para encontrar o Rei perto de mim com vinte guerreiros avançando sobre ele. O capitão Busto de repente apareceu ao lado do Rei e os guerreiros os cercaram.
— Você não fez nenhum movimento para ajudá-los? — Wray pergunta.
— Com o que Majestade? Vendi minha espada dias antes. Tudo o que tinha era uma pequena adaga. Mas não, não fiz nada, nada além de olhar e ouvir quando os guerreiros se fecharam sobre eles. — Jago repete o que ouviu e viu.
**
— Rei Rask. —Um guerreiro vermelho avança para dirigir-se ao Rei. — É hora dos verdadeiros governantes do Império Torniano cumprirem seu destino. Você teve uma vida longa e honrada, mas termina hoje.
— Acredita que um cachorro como você pode tirar isso de mim? — Perguntas Rask apontando sua espada para o guerreiro.
— Sim, pois nem mesmo com o Capitão da Guarda do Imperador ao seu lado, você sobreviverá neste dia. — Ele olha para Busto. — Você não precisa morrer hoje Capitão Busto. Deixe o campo e esqueça que esteve aqui.
— Você ousa sugerir que eu, Capitão Busto, Capitão da Guarda de Elite do Imperador, abandonaria minha honra! — Busto não tenta esconder sua raiva pelo insulto.
— Você não deveria estar aqui.
— Mas estou e agora você deve decidir se está disposto a morrer, porque eu juro, você irá.
— Eu não tenho escolha e você, Capitão, está em número menor, dez para um.
Busto e Rask se olham e sorriem. — Um número favorável para aqueles como nós, não é verdade, meu velho amigo? — Busto pergunta.
— Muito favorável. — Rask responde.
— Então, prepare-se para conhecer a Deusa. — O guerreiro vermelho acena com a cabeça para os outros que puxam suas espadas.
Busto e Rask movem-se para trás quando os guerreiros se aproximam. — Uma morte com honra diante de uma vida sem! — Eles gritam juntos e atacam.
***
A Assembleia está em silêncio quando Jago termina.
— Foi uma brutal batalha Majestade, com o Rei Rask e o Capitão Busto matando pelo menos uma dúzia de guerreiros, mas no final eram muitos, mesmo para dois guerreiros tão poderosos e não conseguiram se defender. Os sobreviventes rapidamente tiraram dos caídos qualquer coisa que pudesse identificá-los, substituindo suas espadas e organizando o campo para parecer que uma batalha aconteceu entre os guerreiros errantes e o Rei. — Jago olha o Imperador diretamente nos olhos enquanto continua.
— Foi naquele dia que finalmente percebi o que significava ter honra, ser realmente um guerreiro, colocar outro antes de si mesmo. Depois de testemunhar a morte desses dois grandes guerreiros, nunca tomei uma garrafa de álcool novamente e me comprometo a cumprir o padrão que estabeleceram.
— E, no entanto, você nunca o denunciou. — Wray acusa.
— Não Majestade, eu não o fiz. Saí de Luda, procurando um Senhor para completar meu treinamento e para quem trabalhar. Lorde Oryon estava disposto e até hoje, nunca o fiz se envergonhar. — Wray olha para Veron.
— Capitão Veron, se Jago nunca falou sobre isso, como ele afirma. — O Imperador dá a Jago um olhar incrédulo que o faz enrijecer. — Como teve a ideia de buscá-lo?
— A morte do Rei Rask e do Capitão Busto sempre me incomodou Majestade. Busto me treinou e achou difícil acreditar que ele poderia ser morto em uma batalha, especialmente com a cena apresentada, mas sem nenhuma prova, não havia motivo para duvidar da evidência.
— E então? — Wray exige.
— E então consultei o Capitão Alger, perguntando se ele conhecia alguém que pudesse desejar prejudicar o Rei. O nome do guerreiro Jago apareceu como tendo o ameaçado apenas algumas semanas antes de sua morte. Eu consegui localizá-lo e o restante você conhece.
— Capitão Alger. — Wray olha para a Casa Luanda.
— Majestade. — Alger dá um passo à frente de Grim para encarar o Imperador.
— E se no momento da morte do Rei Rask, o Guerreiro Jago tivesse vindo até você, relatando o que viu, acreditaria nele?
Alger permanece em silêncio durante alguns minutos considerando o que o Imperador perguntou. — Não. Eu o teria acusado de estar envolvido. Que ele estava tentando recuperar sua honra.
— E agora? — Wray pergunta.
Alger olha para Jago e não vê o jovem macho irritado que ameaçou matar o Rei Rask. Está diante dele um guerreiro maduro que não apenas mudou sua vida, mas estava disposto a revelar a vergonha de seu passado, não apenas para a Assembleia, mas também para o Imperador. — Eu acredito nele. — Um sussurro começa na Assembleia. Wray olha de Alger para Jago.
— Você nunca viu esses machos novamente, Guerreiro Jago? — Wray pergunta.
— Nunca Majestade.
Wray fica em silêncio por vários minutos, ponderando o que Jago lhe disse e olha para Lorde Oryon, um guerreiro que respeita muito. Oryon não teria mantido o guerreiro Jago se não confiasse nele, com certeza deu-lhe uma chance, pressionando-o ainda mais do que Rask, certificando-se de que fosse realmente digno e que se recuperou.
— Guerreiro Jago, você pode retornar à sua Casa, mas permaneça disponível para mais perguntas.
— Sim, Majestade. — Assentindo Jago sai da Câmara.
***
Bertos fica rígido em seu assento, ouvindo com uma crescente incredulidade. Como esse Jago foi autorizado a testemunhar o ataque e não foi descoberto? E se os guerreiros sobreviventes ainda não estivessem mortos, ele os mataria. Jago ficou em silêncio por muito tempo apenas para falar agora... quando estavam tão perto... quem foi o macho que levou isso para a atenção de Veron. O que mais eles descobririam?
Risa levanta-se, abaixando as mãos ao ouvir Jago relatar a morte de seu manno. Que ele ficou ao lado de Rask quando poderia ter se afastado é prova de que não merecia sua herança. Ele poderia ter sido Imperador se tivesse desafiado Wray quando seu manno morreu. Era seu direito como descendente do Imperador Lucan. Ele o teria espancado, assegurando o trono por ela, verdade? Não, ele tinha vergonha dessa conexão... Risa não, ela sentia orgulho de ser descendentes de um macho que sabia como conseguir o que queria, mesmo que isso significasse usar a própria prole. Era algo que Risa planejava fazer.
— Capitão Veron, você disse que houve vários eventos, o que mais descobriu?
— Majestade, o segundo ataque contra sua Casa foi o ataque ao Rei Grim. — Todos os olhos se voltam para Grim, que fica imóvel ao lado de sua família.
— O que sua morte teria acarretado, Capitão? — Wray pergunta.
— Isso teria obrigado você a nomear outro para governar Luda até que Van, seu filho, tivesse idade. — Veron olha para ele se forçando a continuar. — Algo que Van nunca fará.
— O ataque ao Rei Grim foi realizado por homens indignos, o mesmo como com o Rei Rask. Não conseguimos conectá-los de qualquer maneira. — Wray diz com os dentes apertados ao pensar que perdeu algo. Ele amava seu irmão, ele era o único macho em quem confiava acima de todos os outros, sabendo que sempre o protegeu, sua lesão e quase a morte o afetaram profundamente, especialmente quando ele não conseguiu lhe dar nenhuma justiça.
— Sim Majestade, no momento não conseguimos descobrir nada que ligasse diretamente os machos.
— Diretamente... — Wray percebe a importância dessa palavra, olhando para seu Capitão. — Então você encontrou alguma coisa conectando-os indiretamente.
— Sim, Senhor. Quando a ideia me foi apresentada pela primeira vez, fui extremamente céptico, mas, um a um, consegui ligar os guerreiros.
— O que o deixou céptico? — O Imperador pergunta.
— A ideia dos machos que atacaram o Rei Grim serem machos de honra. Que o que eles fizeram foi forçado a eles pela proteção de outros.
— Ninguém pode forçar um macho a se desonrar, Capitão. — Wray argumenta.
— Mesmo que um irmão esteja ameaçado, Majestade? — Veron pergunta suavemente, mas ainda pode ser ouvido. — E se o ato desonroso protege um inocente...
— Você acredita que isso foi feito? — Wray não pode evitar a incredulidade em sua voz.
— Sim, Majestade. — Veron diz simplesmente.
— Como estão conectados, Capitão? — Wray exige.
— Através da Casa Bertos. — Ele diz sem rodeios e em um suspiro coletivo, cada cabeça na Assembleia se vira para Bertos cuja cor desaparece.
— Lorde Bertos, fique de pé. — Wray ordena enquanto Guardas Imperiais se movem em direção à Casa Bertos. Sabendo que ele não pode fazer nada mais, Bertos faz o que ele ordena.
— Explique-se. — Wray exige.
— Eu... não tenho conhecimento do que o Capitão Veron está dizendo ao senhor. Estou em completo choque e exijo saber qual a prova que o Capitão Veron tem para fazer falsas alegações! — A voz de Bertos fica mais forte e mais furiosa com cada palavra. Como se atrevia Veron a acusá-lo! Ele! Um Lorde!
— Capitão Veron, apresente sua prova. — Wray ordena.
— Senhor, a prova vem do fato de que todo macho que morreu pela espada do Rei Grim tinha filhos ou irmãos treinando na Casa de Lorde Bertos. — Os sussurros começam na Câmara, pois muitos sabem da prática de Bertos de controlar seus guerreiros dessa maneira.
— Isso não é prova! — Bertos argumenta com raiva.
— Todos os oito, Capitães? — Wray pergunta a Veron, mas seus olhos permanecem fixos em Bertos.
— Sim, Senhor e uma vez que Jago me contou o que viu, eu fiz uma pesquisa em cada estagiário na Casa Bertos voltando para quando o Rei Rask foi atacado. Até agora, oito dos que foram treinados, têm um macho que desapareceu quando ocorreram os assassinatos. Eles foram identificados como os machos que mataram o Rei Rask e o Capitão Busto.
A Assembleia fica completamente em silêncio.
— Majestade, enquanto acredito que Lorde Bertos trabalhou sozinho em seu assassinato do Rei Rask e do Capitão Busto, ele não o fez com o Rei Grim.
— Explique, Capitão!
— A reunião do Rei Grim foi uma armadilha desde o início, Majestade. Criado pela descendência feminina do Capitão Busto, atualmente a fêmea de Lorde Bertos, Lady Risa. — Os olhos de Veron vão para Risa.
Choque percorre a Assembleia. Uma fêmea? Uma fêmea fez parte disso, desempenhou um papel na tentativa de derrubar a Casa Vasteri. Todos a olham surpresos. Como lidar com isso? Um macho nunca poderia prejudicar uma fêmea. Era uma sentença de morte.
— Risa... — Wray olha para a fêmea a quem deu sua proteção. Ela estava com Adana quando ingeriu a baga de skua. Ela se apresentou a ele como sua substituta após a morte dela.
— Adana... — Os olhos dele voltam para Veron.
— Sim, Senhor. — É tudo o que ele diz.
A raiva de Wray não conhece limites quando olha para Risa, que olha para ele em desafio aberto, sem vergonha ou remorso.
— Majestade, há mais...
— Van. — Wray já fez a conexão. — Seu descente mais novo foi morto na região de Bertos e Risa, deixando a Casa Luanda desprotegida se Grim morresse.
***
— Vocês não podem acreditar nisso! — Bertos implorar aos outros Lordes e Reis. — Onde estão as provas? Eles não podem apenas falar o que quiserem, onde isso vai parar? Quem eles acusarão depois?
— Lorde Bertos está correto, Majestade. — Lorde Oryon se levanta lentamente enquanto olha para Wray. — Embora eu saiba que o Capitão Veron é um homem honrado, uma acusação dessa magnitude não pode ser feita sem provas. É um princípio fundamental da Lei Torniana.
— Concordo com Lorde Oryon. — Veron fala antes que Wray possa. — Eu nunca teria trazido este assunto à atenção do Imperador sem provas. —Veron se volta para Wray. — Majestade, se puder, tenho outra testemunha para apresentar.
— Apresente-a, Capitão. — Wray fica lentamente de pé e Kim segura a mão dele, dando-lhe o apoio silencioso.
— Sim, Majestade. — Virando, ele sinaliza para a Guarda e todos aguardam quando a porta da Assembleia se abre. Quem será?
***
Bertos observa incrédulo enquanto Luuken é levado para a Assembleia em restrições, seu peito nu mostrando a lesão não tratada a todos, seguindo-o está Korin, que está sem restrições. O que em nome da Deusa estava acontecendo?
— Qual o significado disso? — Bertos exige, levantando-se. — O que você fez com Luuken? — Ele exige de Veron.
— Eu não fiz nada a seu filho, Lorde Bertos. —Veron informa-o.
— Exijo uma explicação! Como ele foi ferido? Por que não foi tratado?
— Está dentro do meu direito de negar o tratamento a qualquer macho que seja considerado uma ameaça para o que é meu. — Grim ergue-se lentamente, afirmando seu domínio, enquanto olha para Bertos.
— Ele é minha prole! — Bertos grita.
— Que atacou minha Rainha! — O rugido de Grim ecoa pela Assembleia, sua raiva é algo vivo, não deixa ninguém com dúvidas de seus sentimentos por Lisa. — Você enviou Luuken e onze guerreiros a Luda para sequestrar minha Rainha e prole!
— Elas nunca deveriam ser suas! — Bertos grita antes de procurar os outros Senhores para conseguir apoio. — Meus Senhores, não importa o que aconteceu aqui hoje, não importa quais falsas acusações tenham sido feitas, minhas ações sempre foram no melhor interesse do Império. A fêmea deveria ser trazida diretamente para Tornian para a Cerimônia. Apenas estava tentando fazer cumprir a Lei que você estabeleceu, dando a um de vocês a oportunidade de ter descendência.
— E como explica a tentativa de estupro e de morte da Rainha Lisa, Lorde Bertos? —Veron pergunta com voz mortal e baixa.
— Eu... eu não sei do que você fala! — Bertos responde.
— Está afirmando agora, depois de admitir nesta Assembleia que enviou seus guerreiros a Luanda com o propósito expresso de sequestrar três fêmeas, que não tinha conhecimento do que deveria ser feito com ela? — Veron pergunta incrédulo.
— Minhas ordens foram para que ela fosse trazida à Assembleia para se juntar a um macho apropriado! — Veron se vira para Korin.
— Foram estas ordens que você recebeu? — Ele pergunta.
— Lorde Bertos nos informou que devíamos acompanhar Luuken a Luda para buscar as fêmeas. Ele me ordenou que preparasse a nave enquanto ele e os outros planejavam como seria realizado.
— Sim! Eu disse! — Bertos exclama apontando para Korin. — Eu sou inocente!
— Então, quem é responsável pelo abuso que a Rainha Lisa sofreu nas mãos de seus machos? — Veron pergunta.
— Abuso? Que abuso? — Bertos olha para Lisa. — O único abuso que eu vejo é com minha prole!
— Imperador Wray, tenho o relatório oficial do curandeiro Hadar sobre os ferimentos sofridos não apenas pela Rainha Lisa, mas os dois Guardas de Elite que a protegiam. — Ele levanta o relatório.
— Eu protesto! Como você questiona um relatório? —Bertos argumenta. Ele não permitirá que isso seja realizado.
— O curandeiro Hadar está disponível, Majestade. — Veron se dirige a Wray. — Ele viajou no Raptor a pedido da Rainha Lisa e está esperando para responder a qualquer dúvida que esta Assembleia tenha. Eu esperava que não fosse necessário, por respeito a privacidade da Rainha.
— Eu tenho o direito de falar com meu acusador! — Bertos exige.
— Ele tem, Capitão, traga Hadar. — Wray ordena. — Agora! A raiva do Imperador momentaneamente se rompe para que todos ouçam.
— Sim, Majestade. — Veron se inclina para ele.
— O curandeiro Hadar deve falar sobre as lesões sofridas no ataque à Rainha Lisa. —Wray ordena.
— Majestade, fui chamado ao Jardim Real para tratar guardas feridos. À minha chegada, encontrei oito machos caídos, seis mortos, dois gravemente feridos. O guerreiro Ion e o guerreiro Nairn foram imediatamente colocados em unidades de reparo, exigindo quase três horas de reparação profunda.
— Você está aqui para falar sobre as lesões da Rainha. — Bertos exige recebendo olhares irritados de muitos guerreiros.
— Fui informado que a Rainha estava ferida, mas exigiu que cuidasse do bem-estar de sua Guarda primeiro. Foi sua primeira pergunta quando cheguei quase três horas depois. — Todos os machos olham para Lisa incrédulos, as fêmeas são sempre as primeiras, os machos eram dispensáveis, especialmente os guerreiros.
— Obviamente, ela apenas precisava se acalmar. — Bertos declara em voz alta, tentando chamar a atenção para o que Hadar está dizendo.
— Muito pelo contrário Lorde Bertos. — Hadar vira os olhos irritados para ele. — A Rainha foi severamente abusada. Sua bochecha direita estava profundamente machucada, seu lábio se partiu onde ela foi atingida, tinha hematomas escuros em cada braço com a forma de dedos. — Hadar demonstra em seu próprio braço como Lisa foi agarrada. — Cortes em suas mãos e joelhos de quando foi jogada no chão. Sua garganta severamente traumatizada e inchada de ser silenciada à força quando gritou por ajuda. — Hadar hesita em não querer revelar o resto.
— Finalize curandeiro, Hadar. — Wray ordena com uma voz rouca.
— Sim, Majestade. — Hadar olha para Lisa e enquanto ela está pálida, lhe dá um leve assentimento, deixando-o saber que está bem com o que ele está prestes a dizer. — A parte de cima das roupas da Rainha Lisa foram rasgadas, deixando arranhões profundos no pescoço, seios... — Hadar precisa engolir. — Seu peito foi fortemente ferido por ser abusado.
— Ela foi estuprada? — Wray se obriga a perguntar sabendo que deve ser conhecido.
— Não, Majestade. É meu entendimento que o Guerreiro Korin foi em sua ajuda, defendendo-a até chegar o Rei e a Guarda. — Todos os olhos se voltam para Korin, um guerreiro da própria Casa de Bertos.
Lisa coloca a mão na coxa de Grim, apertando calmamente, enquanto Hadar descreve suas feridas, sentindo que ele fica tenso mais com cada coisa que é falada. — Está tudo bem, Grim. — Ela sussurra, olhando seu maxilar flexionado. — Estou aqui e estou bem. — Segurando a mão dela, Grim assente com firmeza, sabendo que se falasse poderia liberar toda sua raiva.
***
Lady Isis se inclina para frente pressionando uma mão invisível nas costas de Oryon. — Oryon. — Ela sussurra, lágrimas em sua voz pelo que a outra fêmea sofreu. Ynyr olha para sua mãe preocupada.
— Shhhh Isis, será corrigido. Não permitiremos que isso fique impune. —Oryon olha para sua prole e pode ver que eles estão totalmente de acordo. Para que algo assim aconteça com uma fêmea, em nome da Assembleia, desonra todos os machos Tornianos.
— Guerreiro Korin.
— Sim, Majestade. — Korin permanece rígido.
— Explique os acontecimentos que levaram a Rainha Lisa a ficar ferida.
— Majestade, após a nossa chegada, fomos recebidos por um Guerreiro chamado Farber, que nos ajudou a esconder dos guerreiros do Rei Grim. Nós estávamos lá há vários dias enquanto ele nos alimentava com informações sobre o movimento das fêmeas e guerreiros à nossa procura. Sem sua assistência, teríamos sido descobertos dentro de poucas horas depois do pouso.
— Você acreditava que devia trazer a Rainha Lisa para a Cerimônia de União.
— Sim.
— Quando descobriu de forma diferente.
— Depois que capturamos a Rainha Lisa, Luuken ficou furioso por ter conseguido esconder as jovens antes de encontrá-la. Ele bateu nela quando ela se recusou a dizer-lhe onde estavam, então procederam contando a ela como ela seria a queda do Rei Grim. Que quando seu corpo fosse apresentado a esta Assembleia com um enorme dano interno e externo, que Grim seria despojado de seu título e que ele, Luuken, receberia as jovens. — O suspiro de incredulidade da Assembleia fez com que Korin pare.
— Continue Guerreiro Korin. — Wray ordena.
— Foi então que Luuken ficou furioso, quando a Rainha Lisa continuou defendendo o Rei Grim, ela zombou de Farber quando ele informou que ele se tornaria o Capitão da Guarda de Elite do Rei. Luuken jogou-a no chão e permitiu que Farber abusasse dela.
— Farber acreditava que Luuken poderia se tornar Rei? — Wray não pode evitar o tom de sua voz.
— Sim, porque a linhagem de Luuken descende do Imperador Lucan. — Korin responde.
— Isso ainda não lhe dá o direito. — Wray argumenta.
— Isso faz de seu manno o Imperador. Senhor.
— Você não pode acreditar nele! — Bertos grita negando. — Ele foi capturado enquanto permitia que uma fêmea fosse abusada, depois do relato do curandeiro, isso não é relevante! — Ele dirá qualquer coisa para se salvar.
— Korin não permitiu que minha Rainha fosse abusada. — Korin não pode esconder seu choque quando Grim fica de pé, falando em seu nome. — Ele impediu Farber de estuprar a minha Rainha, protegendo-a até nossa chegada. É por isso que ele está vivo, por que os outros estão mortos e Luuken ainda está ferido. Ele mostrou honra ao protegê-la, sabendo que colocava seu próprio irmão em risco.
— No entanto, permitiu que ela fosse ferida Rei Grim. — Lorde Reeve declara ficando de pé. — E você permitiu que ele não apenas vivesse, mas fosse curado, enquanto a descendência de um Lorde foi deixada para sofrer.
— Luuken vive apenas porque fugiu antes que minha espada pudesse atingi-lo, deixando-o com a lesão que você vê. Que ele seja descendente de um Lorde é irrelevante, assim como seu sofrimento. Quanto a Korin não ser apenas poupado, mas curado... foi a pedido da minha Rainha por sua assistência.
— Rainha Lisa. — Wray hesita, as fêmeas de Tornian nunca são questionadas diretamente, especialmente na Assembleia, nem mesmo de um irmão, mas Lisa já falou e Grim permitiu isso e este assunto precisava ser resolvido. — É a Lei de Tornian que qualquer macho que abuse de uma fêmea deva perder sua vida.
Lisa fala brevemente com as meninas antes que tire Miki do colo e segure a mão de Grim, orgulhosamente ficando ao lado dele.
— Sim, Majestade, eu entendo isso, mas o Guerreiro Korin nunca me atacou ou abusou. Ele conscientemente foi contra as ordens de seu Senhor para me defender. Arriscando não apenas ele mesmo, mas também seu irmão para defender a própria Lei da qual você fala. Reembolsar um ato tão honrado, negando-lhe tratamento, seria indigno da Casa Luanda. — Lisa garante usar as palavras que os Senhores pareciam pensar ser mais importantes.
— Eu nunca lhe dei esta ordem! — Bertos ergue-se com raiva olhando para Lisa, fazendo com que todos ficassem rígidos. A mão de Grim se move para sua espada.
— Luuken é sua prole, verdade? — Lisa desafia Bertos. — Enviado a Luda por você, para nos levar à força para seu benefício, nega que ele estava seguindo suas ordens?
— Sim! — Bertos grita novamente. — Essas nunca foram minhas ordens!
— Então Luuken agiu por vontade própria. — Lisa olha para baixo para ver Luuken, que está em silêncio, até em alguns momentos parecendo irritado, de repente ele olha para seu manno, o choque facilmente visto em seu rosto. — Isso é verdade Luuken? Você foi o único responsável pelo que ocorreu em Luda?
***
Luuken olha para seu manno buscando orientação. O que estava fazendo? Como proclamar sua inocência o ajudará? Como conseguirá o trono? Olhando para Risa, vê um pequeno sorriso em seu rosto, o mesmo de quando despediu-se de Van, sabendo que ele logo estaria morto. Os olhos voltam ao rosto impassível de Bertos e percebe que seu manno não lhe apoia, assim como faz com todos os que não são mais úteis para ele.
***
— Luuken você será acusado pelo abuso de uma fêmea Torniana. Como esta Assembleia vota? — Wray pergunta.
— Não! Você não pode fazer isso! Eu sou o Capitão Luuken! — Luuken grita se movendo em direção a Casa Guttuso. — Diga-lhes manno! Diga-lhes que agi sob suas ordens! Como tudo faz parte do plano para tirar o trono de Grim para que você possa ser nomeado próximo Rei de Luda! Diga-lhes! —Ele exige e sente um vislumbre de esperança enquanto Bertos fica de pé.
— Culpado. — Bertos proclama.
— Não! — Luuken se afasta como se tivesse levado um tiro. — Não! — Ele busca freneticamente o apoio da Assembleia, sem encontrar nenhum. — Eu digo a verdade! Não fui eu!
— Conte-me Luuken. — Wray exige, gesticulando para Veron levá-lo a frente. — Conte tudo o que sabe! Agora! E se não o fizer irá se encontrar com a Deusa hoje. — O Imperador grita, algo que algo raramente se ouvia, pois ele era o Senhor da Casa Vasteri.
— A votação já começou! — Bertos grita para Assembleia. — Nada que ele diga pode ser considerado!
— Isso é incorreto Lorde Bertos. — Lorde Oryon responde. — Mesmo que o voto tenha começado, o acusado tem o direito de se defender. — Todos os olhos vão para Luuken.
CAPÍTULO VINTE
— Era... o plano perfeito. — Luuken gagueja olhando de Wray para Kim. — Durante anos, meu manno tentou obter o apoio necessário para ser nomeado Rei de Luda, nunca conseguiu até que sua fêmea chegou, mesmo então hesitaram, mas quando ela concebeu ficaram mais do que dispostos a apoiá-lo... se fêmeas fossem trazidas para suas Casas.
— Por que acreditariam nisso? — Wray pergunta a Luuken.
— Devido aos educadores, se assegurou que os programassem para que as fêmeas fizessem exatamente como dissessem. — Ele olha para as fêmeas agora na Casa Grim. — Ele mentiu. — Seu olhar se move, indo para Kim, fazendo com que Wray ficasse tenso. — A imperatriz Kim recusou-se a deixar o curandeiro Yakar examiná-la de perto, então ele não conseguiu as varreduras necessárias para influenciar completamente as fêmeas. Tudo o que conseguiu fazer foi colocar influências de curto prazo e consistentemente plantar o pensamento de que a Imperatriz Kim era culpada por serem sequestradas.
— O que você quer dizer de curto prazo? — Wray pergunta.
— A influência dos educadores diminuiu com o tempo. E se a Cerimônia de união ocorresse conforme previsto, as fêmeas seriam manipuláveis... fazendo como foram instruídas...reforçadas pelo que Risa disse na Câmara feminina. No entanto, a fêmea... Rainha Lisa... retirou prematuramente seu educador, concordando em se unir ao Rei Grim causando um atraso. O Rei Grim também se recusou a permitir que eu terminasse de orientá-la, então não consegui fazer com que ela recuasse sua união com ele, tirando assim todas as fêmeas de sua casa. Com as fêmeas desaparecidas, Lorde Bertos... — Ele olha com raiva para seu manno. — Teria o apoio das seis Casas que votaram em enviar o Searcher para Terra e poderiam remover o Rei Grim de Luda, sendo ele próprio nomeado Rei.
Os olhos de Wray vão para os Lordes das Casas que Luuken mencionou, alguns pareciam totalmente atordoados, dizendo a Wray que não perceberam com o que concordaram, mas o restante estava claramente à vontade. Olhando para outro dos de seus Capitães, os guardas se movem para bloquear entradas às Casas, não permitindo que nenhuma deles saia.
— O que sabe sobre as mortes do Rei Rask e do Capitão Busto? — Wray continua com suas perguntas, ele quer saber tudo.
— Somente o que o meu manno contou inúmeras vezes. — Luuken responde. —O Rei Rask era o alvo. Removê-lo, iniciaria o processo de sucessão dos verdadeiros governantes do Império Torniano, a Casa Berto.
— Seus antepassados. — Wray reconhece.
— E de Risa. — A Assembleia ofega em choque, pois, embora muitos conhecessem a linhagem de Bertos, ninguém sabia de Risa. Para que um macho e uma fêmea da Casa se juntassem... era a história do Imperador Lucan aparecendo novamente.
— O ataque a Grim? — Wray pergunta com os dentes apertados.
— O Capitão Veron está correto, Risa o armou. Ela e Lorde Bertos estavam juntos há um ano. Ela queria ser Imperatriz, ele prometeu isso. Ela sabia que o Rei Grim nunca o desafiaria pelo trono, então precisava ser eliminado.
— Adana?
— Tudo Risa, ela estava irritada, Grim sobreviveu e decidiu que poderia se tornar Imperatriz por conta própria. Distraiu a Imperatriz enquanto estavam comendo, colocando a baga de skua na próxima garfada. Ela planejava colocar uma no prato do Príncipe Tora, mas a Imperatriz ficou doente tão rapidamente que colocou no dela em vez disso. — Luuken não entende o que vê no rosto do Imperador, parece como se ele... sente algo pela morte de sua primeira Imperatriz. Por que isso? Ele conseguiu o que precisava dela.
— Risa estava certa de que você aceitaria sua oferta para ser sua nova Imperatriz.
— Van? — Wray pergunta.
— Anos depois, Risa finalmente perdoou meu manno por seu fracasso, concordando em se unir a ele. Juntos, planejaram a morte de Van. Sabotando a ponte para que, quando seu transporte cruzasse, cedesse.
— Tudo isso para que ele pudesse ser Rei de Luda. — Wray diz com raiva.
— E com a sua morte, Imperador. — Luuken reconhece.
****
Toda Assembleia fica em silêncio enquanto Luuken expõe a Casa Guttuso. Como algo tão maligno foi permitido por tanto tempo sem que ninguém soubesse? Alguns sabiam... alguns trabalharam com Bertos contra o Imperador. Até onde seriam capazes de chegar?
Risa fica furiosa, como Luuken revela o que levou anos para realizar? Aquele macho estúpido, fraco e patético! Isso era o recebia por dar Bertos uma segunda chance. Para dar seus sentimentos ao único homem que a satisfez. Falha! Novamente!
— Guarda Imperial, prenda Lorde Bertos e Lady Risa, escolte-os ao piso, para que esta Assembleia possa julgar. — Wray ordena.
— Toque-me e você morre! — Risa grita enquanto os guardas se movem para ela. — Não podem me julgar! — Ela grita para a Assembleia. — Eu sou do sexo feminino! Não importa o que eu faça não posso ser ferida!
***
Rebecca observa os acontecimentos que se desdobram ao redor deles com olhos incrédulos. Isso... tudo isso porque alguém queria o que não era dele. Vidas destruídas, porque Bertos e Risa queriam o trono, porque Luuken queria Luda. Ela olha para Kim que está sentada rígida em sua cadeira, quando Wray de pé, ordena a prisão de Risa e Bertos, isso nunca foi culpa dela. Tudo o que ela fez foi se apaixonar e engravidar. Franzindo o cenho, vê Kim de repente pálida, depois se inclina e segurar sua barriga.
— Lisa, Kim está com problemas. — Rapidamente Rebecca fica de pé, se movendo para porta, apenas para ser bloqueada por Callen.
— Mova-se. — Rebecca empurra seu peito.
— Você deve permanecer sentada, Rebecca. É para sua segurança. — Callen diz suavemente.
— Para o inferno com minha segurança! Kim está em trabalho de parto! —Ela vê que ele não entende. — O bebê está chegando! Eu sou médica, porra, deixe-me passar!
***
Ouvindo Rebecca, os olhos de Lisa vão rapidamente para Kim, que está inclinada, pálida e ofegante.
— Grim! — Lisa puxa seu braço para chamar sua atenção. Ele não ouviu Rebecca pelo barulho da Assembleia. — Wray precisa tirar Kim daqui. Ela está pronta para apresentar! — Os olhos chocados de Grim se movem dela para Kim, depois para Wray.
— Wray! — O rugido de Grim interrompe toda a confusão, tirando a atenção de Risa de seu irmão. — Kim! — Passando ao redor de Wray mal a pega enquanto ela desliza para fora de sua cadeira gemendo. Todos olham para a área do Imperador ao grito de Grim. Lisa se volta para encontrar Rebecca lutando com Callen e ouve seu comentário.
— Rebecca... você é médica? — Ela não esconde sua esperança.
— Sim, obstetra. — Ela diz com raiva sobre o ombro. — Agora diga a este idiota azul que se mova para que eu possa chegar a Kim.
— Oh, agradeço a Deusa. — Lisa volta para Grim. — Grim, precisamos chegar a Kim.
— Ela está sendo levada para as Câmaras. — Grim olha o caos entrar em erupção, agora que Wray levou a Imperatriz e sabe que ele deve intervir para seu irmão.
— Silêncio! — Ele ruge com a voz mais terrível que Lisa já ouviu, fazendo com que ela e todos na Assembleia parassem, olhando-o.
— Guardas Imperiais permanecem em seus postos! Senhores, controlem suas Casas ou eu descerei ao piso! Ninguém deixa esta Assembleia a menos que eu ordene assim! — Ele olha para a Casa Guttuso. — Prendam a Casa Guttuso. — Ele olha para o piso. — Korin, mantenha Luuken. Hadar você é necessário na Câmara dos Imperadores. Veron comigo! — Como toda a pressa de fazer o que ordena, Lisa não pode deixar de se sentir orgulhosa. Grim está em seu elemento, fazendo o que sabe melhor. Comandar os homens, proteger o Império, agora ela precisa fazer a sua parte.
— Grim, precisamos chegar a Kim. — Ela fala novamente.
— Eu devo permanecer aqui minha Lisa. — O conflito é facilmente visto em seus olhos, pelo menos por ela.
— Eu sei. Mas Grim, Rebecca é uma curandeira da Terra. — Ela vê os olhos arregalados em choque. — Eu sei, eu também não sabia, mas ela precisa estar com Kim, ela pode ajudar. — Grim olha primeiro para Rebecca, que acena com a cabeça e as outras mulheres que estão de pé, esperando sua decisão.
— Por favor. — Uma delas diz. — Nós entendemos agora. Nada é culpa dela. Deixe-nos ajudá-la. — Ele fica surpreso por todas concordarem em ajudar outra fêmea.
— Alger! Agee! — Ele grita.
— Sim, meu Rei! — Eles respondem imediatamente.
— A Guarda acompanhará tanto as fêmeas como a Imperatriz, fique com elas e as proteja. Envie a Guarda Imperial de volta para ajudar a manter tudo tranquilo por aqui.
— Sim, Senhor!
— Lisa... — Grim olha para ela.
— Nós ficaremos bem, Grim. Todas nós. Eu prometo. Agora faça o que é preciso. — Dando-lhe um beijo rápido, ela segura as mãos das meninas, rapidamente as conduzindo.
***
— Deus, Wray! — Kim grita quando outra contração a atinge, mais forte do que a última. — Faça parar! — Ela implora.
— Chame o curandeiro! — Wray ordena aos guerreiros agitados que os seguiram para a Câmara.
— Não! — Kim grita, ela não deixará que aquele homem a toque.
— Kim... — Wray diz.
— Movam-se. — Rebecca se aproxima dos machos bloqueando-a de Kim, quando um deles se move para agarrá-la, Callen empurra-o de volta.
— Não toque. — Ele rosna de forma letal para o macho menor.
— Qual o significado disso? — Wray exige movendo-se para proteger Kim.
— Wray. — Lisa rapidamente fica entra entre eles. — Esta é Rebecca. Na Terra, ela era uma curandeira. Uma curandeira feminina. O que chamamos de ginecologista obstetra. Ela pode ajuda Kim. É sua especialidade, fêmeas, bebês, prole.
— Verdade? — Wray olha duro para Rebecca.
— Verdade. Eu preciso verificá-la, ver o quão perto ela está. — Wray olha para Kim, que acena em consentimento. Rebecca rapidamente se move para o lado dela.
— Mamãe? — Lisa vira para perceber que se esqueceu de suas filhas.
— Meninas. — Virando, ela percebe que o quarto está cheio de guardas pálidos e fêmeas nervosas. — Todos para fora! — Ela ordena e olha para a mulher que conversou com Grim. — Qual o seu nome? — Ela pergunta.
— Abby.
— Abby, pode cuidar das meninas para mim?
— Sim. — Ela olha para as outras mulheres. — Todas nós o faremos.
— Obrigada. Meninas, devem ir para a outra sala enquanto Kim tem seu bebê.
— Não podemos ficar, mamãe? — Carly pergunta seus olhos cheios de emoção.
— Não, bebê. Este não é o lugar para você. Depois que o bebê nascer, está bem? — Ela espera até que ambas as meninas concordem. — Agora devem ir com Abby e as outras mulheres. Podem dizer a todas sobre Luda, já que elas irão para casa conosco, ok?
— Ok, mamãe. Nós diremos sobre Cook, o jardim, o Raptor e...
— Isso é bom Miki. Agee. — Ela olha para o Capitão.
— Todos elas serão protegidas Majestade. — Ele se inclina para ela.
— Obrigada. Quando Hadar chegar aqui envie-o, para cá.
— Sim, Majestade.
***
Com o quarto vazio Lisa vê Wray relutantemente se afastando de Kim.
— Onde você pensa que vai? — Ela pergunta.
— Os machos não são permitidos... — Ele começa.
— Besteira. Leve seu traseiro ao lado de Kim. — Ela aponta. — Ela precisará de você. — Wray a olha chocado, não apenas pela maneira como ela fala com ele, mas por exigir que ele fique.
— Wray! — Kim grita quando a próxima contração atinge.
— O que eu faço? — Ele olha freneticamente para Lisa.
— Fique atrás dela, apoie-a nas costas, segure sua mão e converse com ela. —Lisa se move para o outro lado.
— Ei, Kim. Como vai? — Ela pergunta gentilmente.
— Isso é uma merda! — Kim grita.
— Sim, eu me lembro. Rebecca? — Lisa olha para ela.
— A bolsa não estourou, preciso de toalhas, fios e uma tesoura, esse bebê não vai esperar muito tempo.
— Tesoura! — Wray agarra o braço de Lisa.
— Para cortar o cordão, Wray! — Ela diz a ele.
— O que? — As portas de repente abrem e Hadar se aproxima.
— Graças a Deusa. Hadar explique a Wray o que o corte do cordão significa, eu preciso pegar toalhas.
— Imperador... — Hadar parece assustado com o que a fêmea faz entre as pernas da Imperatriz. — O que Lisa disse significa cortar a linha de vida, dando vida a prole fora de sua mãe. — Wray começa a relaxar apenas para endurecer quando Kim grita novamente.
— Merda! — Ela grita.
— Faça algo Hadar! Ela está com dor!
— É normal. — Rebecca fala antes que Hadar possa.
— Não! — Wray nega.
— Veja. — Rebecca olha Wray. — Ela está tendo um bebê. É doloroso. É bagunçado. Como acha que é?
— Os machos nunca são permitidos perto de uma fêmea uma vez que elas concebem. — Lisa responde, voltando com muitas toalhas. — Hadar, você tem seu scanner?
— Sim. Quem é essa mulher? — Ele pergunta olhando para Rebecca.
— Sinto muito. Rebecca, Hadar é o curandeiro de Grim. Hadar, Rebecca é uma curandeira da Terra.
— Verdade? — Ele olha para Lisa com os olhos arregalados de emoção.
— Verdade. Agora faça uma varredura em Kim. — Lisa responde ao olhar de Rebecca. — É como uma máquina de ultrassom de mão.
— Ok! — Rebecca olha para o dispositivo, então para Hadar. — Use a maldita coisa, eu preciso para saber o que está acontecendo ali. — Ela ordena.
Lisa move-se para o outro lado de Kim, usando uma toalha úmida para limpar o suor de sua testa. — Você está indo muito bem. Kim.
— Dói muito.
— Eu sei, mas vale a pena, acredite em mim. — Ela lhe dá um sorriso encorajador. — Apenas pense, em pouco tempo estará segurando seu bebê. —Wray, segure a mão dela. — Ela espera até que ele faça. — Agora, na próxima contração Kim, aperte, isso ajuda, acredite em mim. — Ela olha para Wray sabendo que ele não entende o que está prestes a atingi-lo.
— Você está completamente dilatada, Kim. Na próxima contração, quero que empurre. — Rebecca informa-a.
— O que? — Kim olha para ela em choque.
— Empurrar. O bebê está pronto, você está pronta, na próxima contração vai querer empurrar. Faça.
— Wray? — Kim olha para ele com os olhos assustados.
— Você pode fazer isso, minha Kim. Estou aqui. Juntos podemos fazer qualquer coisa. — Wray olha profundamente nos olhos dela antes de lhe dar um beijo. Kim afasta a boca quando a próxima contração chega.
— Oh Deus! — Ao fechar os olhos, Kim empurra, apertando a mão de Wray com toda sua força. Wray grunhe de surpresa com a força de sua Kim.
— Respire Kim. — Lisa incentiva. — Respire através da boca.
— Segure os joelhos, Kim e empurre. Vamos. — Kim fica vermelha brilhante enquanto empurra.
— Isto Kim, continue empurrando, eu vejo a cabeça. — Kim cai contra Wray quando a contração termina.
— Eu não posso fazê-lo, Wray. Simplesmente não posso. — Ela chora.
— Você pode minha Kim. É a mulher mais forte que conheço. — Lisa move-se para apoiar Kim enquanto Wray se move para olhá-la. — Você se lembra dos Ganglians? Não deixou que eles a rompessem. Que rompessem seu espírito, mesmo quando acreditou que não houvesse esperança. Lembra-se do que me disse?
— Que ninguém, em nenhum lugar, destruiria Kim Teel.
— Isso. Você lutou por si mesma. Agora precisa lutar por mim, por nossa prole. Eu sei que você pode fazer meu amor.
— Vamos Kim mais uma vez. — Olhando nos olhos encorajadores de Rebecca, ela acena com a cabeça e à medida que a próxima contração volta, Lisa e Wray a ajudam.
— Oh... meu... Deus! — Kim grita quando a pressão insuportável aumenta e depois acaba, fechando os olhos ela cai nos braços de Wray, totalmente exausta. Um choro suave, que rapidamente se transforma em um gemido a faz abrir os olhos, agarrando o braço de Wray, ela se levanta.
— Rebecca? — Ela pergunta tremendo.
— Parabéns. Mamãe. Papai. É uma menina e ela é perfeita. — Deixando o bebê sobre a barriga de Kim, ela olha para Wray. — Pronto para cortar o cordão, papai?
Wray está pálido, suas mãos grandes tremendo quando o corta, indica a Rebecca, que daria por sua filha sua própria vida.
— Muito bom. Agora. — Rebecca envolve o bebê em uma toalha e a coloca nos braços trêmulos de Wray. — Aqui está sua filha, Wray.
As lágrimas corram livremente pelas bochechas de Wray enquanto ele olha para a filha. Movendo-se como se estivesse carregando algo frágil, ele coloca o bebê nos braços esticados de Kim.
— Ela é linda minha Kim. — Wray diz a ela, sua voz cheia de admiração. — Assim como sua mãe.
***
Todas as cabeças se viram quando Lisa e Rebecca entram na sala. — É uma menina. Mãe e filha estão bem. — Rebecca anuncia e todas as mulheres começam a rir e a falar de uma só vez.
Hadar está atrás delas com espanto diante da verdadeira alegria que estas fêmeas estão expressando pela outra. As fêmeas Tornianas expressavam ciúmes e se sentem ameaçadas. Olhando para a Guarda, ele vê que eles também estão chocados, mesmo com tudo o que a Rainha expressou.
— Mamãe, podemos vê-la? — Miki pergunta, pulando para cima e para baixo.
— Ainda não bebê, Wray e Kim precisam de algum tempo sozinhos. Talvez mais tarde, ok?
— Ok. — Miki responde, mas sua decepção é facilmente ouvida.
— Gostaria muito de discutir com você o que fez com a Imperatriz. — Hadar cuidadosamente toca o braço de Rebecca enquanto faz o pedido. — Há tanto que não sabemos. Vocês são mais propensas a ter fêmeas? Os riscos são maiores com mais apresentações? São muito menores do que as nossas fêmeas, houve algo incomum com a apresentação da Imperatriz?
Virando Rebecca dá-lhe um sorriso cansado. — Eu ficaria mais do que feliz em discutir isso com você e então poderá explicar todos os seus dispositivos para mim. Esse pequeno scanner é incrível. — Hadar sorri feliz.
— Claro. Existe algo especial que devo fazer para a Imperatriz e o... — Ele procura a palavra que elas usaram.
— Bebê. — Rebecca diz
— Sim, bebê. — Hadar descobre que ele gosta dessa palavra, é muito mais quente que a prole.
— Ela parece estar indo bem. Sua cor e respiração são boas. Precisamos checá-la novamente em algumas horas, Kim também. Todas as cabeças se viram e as vozes cessam quando o Imperador entra. Seus olhos rapidamente percorrem toda a sala, olhando tanto a Guarda de Elite do Rei quanto a da Rainha.
— Onde está minha guarda? — Ele pergunta.
— Majestade. — Alger avança para responder a sua pergunta. — O Rei Grim nos enviou para proteger não apenas você e a Imperatriz, mas também sua família e aqueles sob sua proteção, enquanto ele assumiu o controle da Assembleia. Solicitou o retorno da Guarda, uma vez que são mais familiarizados com Tornian.
— Bertos e Risa? — Ele pergunta.
— Ele estava segurando-os quando nós saímos.
— Preciso retornar à Assembleia. Lisa... — Ele olha para ela com incerteza.
— Eu ficarei com Kim. Nós todas ficaremos, Wray. Elas estarão protegidas. — Ele acena com a cabeça e se vira para sair quando as próximas palavras de Lisa o param.
— Alger, você e cinco Guardas acompanharão o Imperador de volta à Assembleia. — Ela ordena.
— Majestade... — Alger olha para ela chocado.
— O Imperador não pode ficar desprotegido, Alger, não com a ameaça que Vernon descobriu contra sua família. Uma vez que ele estiver com sua Guarda, o Rei Grim irá decidir se devem retornar.
— Sim, Majestade. — Alger arrisca, então olha para o Imperador e vê o minúsculo sorriso em seu rosto, pois não apenas Lisa dá ordens ao Capitão do Rei, mas ao próprio Imperador e ambos permitem. Inclinando para Lisa, Wray sai, cercado por seis guardas. Lisa se volta para Agee.
— Eu irei verificar Kim. Pode pedir uma refeição? Tenho certeza de que todas estão com fome. Rebecca dirá o que Kim deve comer.
****
Kim está olhando o bebê dormindo em seus braços quando Lisa entra. — Ei. — Lisa sussurra sentada na beirada da cama. — Como você está? — O amor absoluto em seus olhos reconhece o dela e faz com que sorria.
— Ela é tão bonita. — Levantando uma minúscula mão, Kim beija os pequenos dedos.
— E valeu a pena toda a dor que sentiu para trazê-la aqui.
— Que dor? — Kim pergunta com um sorriso e Lisa sorri com compreensão.
— Você já a nomeou? — Lisa pergunta se aproximando. Tocando suavemente o cabelo incrivelmente longo e escuro com o qual o bebê nasceu e parecia ser vermelho.
— Destiny. — Kim sussurra.
— Destiny... um nome bonito e apropriado.
— Eu pensei e Wray concordou quando expliquei o que isso significava.
— Como se esse homem recusasse a você qualquer coisa. — Kim lhe dá um sorriso de conhecimento.
— Como Grim com você.
— Verdade. — Lisa balança a cabeça. — As meninas gostariam de vê-la, assim como todos as outras, mas pensei que talvez quisesse se limpar primeiro. Talvez comer e descansar um pouco.
— Eu o faria mais... — Ela olha para Destiny.
— Pedirei a Rebecca que entre. — Lisa diz para ela caminhando até a porta.
CAPÍTULO VINTE E UM
Wray faz uma pausa quando entra na Assembleia. Grim está indo bem. Ele nunca duvidou que ele o faria, pois, seu irmão nenhuma vez o decepcionou. Sempre esteve lá quando Wray precisou, mesmo quando não conseguiu fazer o mesmo por ele. Wray de repente entende o que Veron disse sobre guerreiros honrados atacando seu irmão. Pois ele seria para o dele, não havia homem melhor em todo o universo, como Grim. Ele silenciosamente agradeceu a Deusa pelas bênçãos que concedeu.
Grim é o primeiro a notar a chegada de Wray, franzindo a testa quando vê Alger e metade de sua guarda atrás dele. O olhar que Alger lhe dá diz que tudo está bem. Lentamente, a Assembleia percebe o retorno do Imperador, acalmando-se para ouvir o que ele tem a dizer. Avançando lentamente, Wray recolhe seus pensamentos, vendo a Assembleia com novos olhos.
Os machos naquela sala representam o melhor e o pior do Império. Os machos honrados e dignos, estão dispostos a defender o que acreditam ser certo, ele olha para a Casa Rigel, Lorde Oryon, seus machos, fêmeas e guerreiros. Machos que ameaçaram tudo o que prezavam, a Casa Bertos e aqueles que o apoiaram como Lorde Reeve.
— Senhor... a Imperatriz? — Lorde Oryon está em pé, ao lado de Isis.
— Obrigado por sua preocupação Lorde Oryon, você também Lady Isis. —Wray dá a ambos um aceno de gratidão. — A Imperatriz e nossa filha, a Princesa Destiny, estão descansando sob o cuidado do curandeiro Hadar e da curandeira Rebecca. — As vozes começam a aumentar... outra fêmea, sussurram.
— Curandeira Rebecca? — Lorde Oryon pergunta.
— Sim. Uma das fêmeas que tiramos da Terra era uma curandeira lá, uma curandeira para suas fêmeas. Ela ajudou na apresentação da minha filha, até mesmo exigiu que eu ficasse e ajudasse. — Wray entende o choque que percorre a Assembleia.
— Senhores... guerreiros... Tornianos... essas fêmeas... elas não são como as nossas... pelo menos não como a maioria. Elas exigem a autorização para participar de nossas vidas... que participemos da delas. — Pausando, ele se lembra. — Muitos anos atrás, minha mãe fez um comentário que descartei... até hoje. Ela disse que é mais fácil para um macho tirar uma vida, do que para uma fêmea dá-la. Eu assenti com simpatia, sabendo que ela era apenas uma fêmea... para entender o quanto custava a um macho tirar uma vida. — Wray olha nos olhos de cada guerreiro. — Isso deixa uma marca na alma de um homem, mesmo que a morte seja justificada. — Ele vê que os guerreiros concordam. — Mas hoje... enquanto assistia minha fêmea apresentar minha filha, quando ela apertou minha mão. — Ele a levanta, olhando-a. — Quando a dor a atingiu, pensei que iria quebrar. Ela lutou mais do que qualquer guerreiro, não para tirar uma vida, mas para dar e comecei a entender. Então, me confiou a tarefa mais importante da minha vida, cortar o cordão da vida da nossa filha, dando-lhe uma vida própria. — Wray olha para Grim sabendo que em breve ele fará o mesmo.
— Eu, nós... — Ele se corrige. — Devemos às nossas fêmeas uma desculpa, uma que nunca seremos capazes de dar corretamente. Kim tentou me fazer entender isso, mas levou a isso...essa bênção da Deusa para me fazer ver. Nós... — Ele gesticula para toda Assembleia. — Permitimos que nosso medo... medo da extinção... que nossas fêmeas acreditassem que não têm valor para nós, senão como reprodutoras, como a Rainha Lisa acusou.
— Cada uma delas é um presente e é seu direito de ficar com um macho, se assim o desejar, como Lady Isis fez por tantos anos. É uma homenagem ao homem desejar permanecer com ele e somos indignos para sugerir ao contrário. — Ele respira fundo. — Foi preciso os eventos de hoje e as ações de doze fêmeas de um planeta distante para me fazer vê-lo. Para ver por que a Deusa continuou retendo nossas bênçãos, mas também revelou que ela não nos abandonou. Onze fêmeas podem ainda escolher um macho, se encontrar um digno. O Rei Grim tem duas jovens do sexo feminino e outra a caminho, tenho Destiny, mas aviso vocês agora. — Seus olhos estão duros. — Minha filha nunca... nunca será submetida ao que aconteceu hoje. Eu exijo algo melhor que isso para minha filha, então decreto a partir deste momento, que uma fêmea poderá escolher qualquer macho de suas Casas e será responsabilidade dele se certificar de que ela seja protegida e amada.
O silêncio absoluto se segue ao decreto do Imperador, cada Lorde olha um para o outro em estado de choque. O que Wray acabou de decretar mudará seus mundos. Um macho não precisaria mais acumular uma fortuna para ter uma fêmea, apenas precisaria atrair uma.
— Majestade. — Um dos Lordes fala. — Ela é obrigada a ficar com ele? — Todos seguram a respiração.
— Essa sempre será a decisão da fêmea. — Wray olha para seus machos. — Pelo que aprendi, as mulheres da Terra são independentes, elas quando escolhem seus machos são muito leais, então ouçam bem minhas palavras, persigam estas fêmeas de uma maneira honrosa, se alguma o escolher, conhecerá as bênçãos da Deusa. — Wray deixa suas palavras se afundarem, em seguida, aborda o assunto em questão.
— Guarda Imperial, escoltem Lorde Bertos e Lady Risa ao piso da Assembleia, para que o julgamento aconteça. — Seus guardas imediatamente se movem para seguir suas ordens.
Enquanto eles o fazem, Bertos e sua Guarda saltam sobre a grade, seguidos por Lorde Reeve e sua Guarda, todos desembainhando espadas para avançar sobre o Imperador. Grim imediatamente solta o grito de guerra do Raptor, lançando-se ao piso da Assembleia, seu único pensamento em proteger seu Imperador. A Casa Rigel o segue rapidamente.
A Guarda Imperial rapidamente envolve o Imperador que se afasta. Ele não se esconderá atrás dos outros, esta é a sua Casa e nunca teve mais para proteger. Tirando sua espada, ele entra na luta.
Os corpos caem sob a Casa Vasteri. Ninguém é melhor que eles, quando juntos. Por isso que seus antepassados foram escolhidos para governar o Império. À medida que a ameaça diminui, os irmãos se olham e é quando termina.
Bertos, que está gravemente ferido, finalmente percebe que foi derrotado, mas não aceita e com um último desafio, ele lança sua espada nas costas desprotegidas do Imperador.
Ao ver o movimento de Bertos, Ynyr se lança entre Bertos e Wray derrubando a espada no chão antes de matar Bertos.
***
Wray gira ao grito de Ynyr, observando com surpresa quando o jovem guerreiro salva sua vida, antes de terminar com Bertos. Grim rapidamente se move em frente a ele e Wray pode sentir sua raiva por não estar lá para protegê-lo. Com a morte de Bertos, os guerreiros restantes são rapidamente despachados e o silêncio reina de repente.
Ainda de pé e sangrando, Grim avalia cuidadosamente os guerreiros e não encontra nenhuma ameaça restante. Mais de duas dúzias de guerreiros e dois Senhores caíram, incluindo Luuken, que mesmo depois da traição de seu manno, ficou ao lado dele. Lorde Oryon, seus machos e Guarda verificam os corpos, removendo todas as armas antes de tratar os feridos.
— Tragam um curandeiro aqui! — Ordena Wray, movendo-se para Oryon, ele segura o ombro do macho mais velho. — Obrigado Lorde Oryon, por ter vindo em nossa ajuda tão rapidamente.
— Você é meu Imperador. Não estaria de nenhum lado senão ao seu lado, Senhor.
— Majestade! — Wray gira com o grito, levantando a espada, assim como todos os guerreiros. — Lady Risa! Ela fugiu! — Um guarda o informa.
— O que você quer dizer com fugiu! Não estava à porta?
— Sim, Majestade! Ela não passou, mas não está aqui!
Wray olha para Grim e pode dizer que estão pensando o mesmo. As fêmeas. — Lorde Oryon!
— Sim, Majestade! — Oryon responde imediatamente.
— Você é responsável pela Assembleia até eu voltar. Ninguém sai!
— Sim, Majestade!
***
— Deus, um banho era muito bom. — Kim sorri enquanto Lisa lhe entrega um manto.
— Eu sempre queria um também, para me sentir limpa novamente depois... tudo bem. — As mulheres compartilham um sorriso compreensivo e depois riem quando saem do banheiro. Somente para congelar quando veem o terror absoluto no rosto de Rebecca, enquanto ela segura Destiny protetoramente em seu peito.
— Rebecca... — Lisa dá um passo em dúvida para ela, apenas para congelar quando Risa sai de trás dela, uma faca pressionada contra o lado de Rebecca.
— Certo, cadelas, quem ri agora? — A risada de Risa, seu sorriso maldoso, beira o insano. — Quero que vocês vejam, quando matar a mais nova reprodutora do Imperador. — Ao levantar a faca para atacar, Rebecca se vira, protegendo Destiny e recebendo a facada na parte de trás. Seu grito de dor é repetido por Kim.
Antes que Risa possa atacar novamente, Lisa a derruba. Risa tenta recuperar a faca.
— Você acha que é tão especial. —Risa diz movendo a faca na mão, ameaçadora. — Apenas porque tem descendência feminina... Grim também chorará depois que eu terminar com suas pequenas reprodutoras.
— Eu falei anteriormente Risa. — Movendo-se Lisa lentamente alcança sob sua manga para a Garra. — Nunca ameace minhas filhas. — Virando-se ela se coloca entre Rebecca, Kim e Risa.
— Você realmente acha que pode me ameaçar? — Ela olha para a arma que apareceu na mão de Lisa e sabe o que é. — A mim? Meu manno era o Capitão da Guarda Elite do Imperador.
— Quem não a ensinou nada! — Lisa desafia garantindo que ela esteja pronta para o próximo ataque de Risa.
— Fique onde está cadela. — Risa ordena, vendo Kim tirar Destiny dos braços de Rebecca. — Eu a matarei e ela também pode ser responsável por sua morte.
— Não a ouça Kim. — Lisa ordena, bloqueando a visão de Risa, ela a empurra para trás. — Tire Destiny daqui! Você está realmente pronta para morrer hoje Risa? — Lisa continua zombando. — Grim me ensinou como lutar. — Ela vê que a entende. — Afaste-se agora e não os deixarei matá-la.
— Matar-me? Eles nunca me matarão! — Risa responde. — Eu sou muito valiosa! Um macho precisa de mim para continuar sua linhagem! — Lisa rapidamente evita os ataques de Risa. Ela apenas atinge a manga longa de seu vestido.
— Você é totalmente insana se você acha que algum macho se unirá a você depois de hoje Risa. — Lisa vê Kim se levantar com Destiny se movendo rapidamente para porta.
— Não! — Risa grita, percebendo que Kim está escapando, movendo-se em direção a ela, logo encontra-se no chão quando Lisa a ataca.
— Vá! — Lisa ordena à mulher que corra. Levantando-se, Lisa descobre que está sendo forçada a um canto, algo que Grim sublinhou que nunca deveria permitir.
— Agora você morrerá! — Risa diz e com os olhos enlouquecidos, ergue a faca acima de sua cabeça.
Lisa percebe que apenas tem uma opção se quiser sobreviver. Prometeu a Grim que faria tudo o que pudesse para voltar ao seu lado e o faria. Ele enfatizou que seu tamanho menor seria sua vantagem contra um atacante maior, pois ela poderia driblar sua carga, algo que eles não esperariam e faz exatamente isso, afundando a Garra profundamente na barriga exposta de Risa, levando-a em direção a porta.
***
Grim e Wray correm para a Câmara Imperial, chegando assim que Kim sai gritando por ajuda, Destiny presa protetoramente ao peito.
— Risa! — Ela ofega enquanto os braços de Wray a rodeiam. Grim entra no quarto levantando sua espada, para ver Lisa saindo de baixo do braço de Risa.
— Grim! — Ela corre diretamente para ele, sangue escorrendo da Garra.
— Você está ferida? — Ele pergunta envolvendo seu braço livre ao redor dela, vendo rapidamente o corpo imóvel de Rebecca e o lento colapso de Risa no chão. — Lisa! — Ele lhe dá uma leve sacudida.
— Não... não estou ferida... Rebecca está. — Seus olhos vão para a poça de sangue que se forma no chão. — Ela precisa de um curandeiro e uma unidade de reparo. Risa... — Quando ela vai se virar, Grim pressiona seu rosto contra o peito, ele não deixará que ela veja o golpe da morte que deu em Risa. Entregando sua espada a Agee, ele suavemente agarra seu pulso.
— Dê-me a Garra, minha Lisa. — Ele vê a confusão em seus olhos.
— O que?
— A garra. — Ela olha para a faca sangrenta e a entrega para o Rei. — Lisa a olha em estado de choque, vendo o sangue.
— Grim... eu... Risa...
— Você fez o que era necessário para sobreviver minha Lisa. — Grim diz com firmeza, entregando a Garra a Alger, que também entrou para proteger seu Rei e Rainha. — O que nenhum outro poderia ter feito, não sem punição.
— O que? O que quer dizer?
— Nenhum macho poderia ter matado Risa, minha Lisa. Isso significaria sua morte.
— Mesmo depois de tudo o que ela fez? — Ela sussurra incrédula.
— Mesmo depois de tudo. — Ele afirma com arrependimento. — Ela é do sexo feminino.
— Então eu serei... — Lisa olha para ele, de repente, mais com medo, de quando Risa a atacou. — Eles iriam levá-la para longe de sua família?
— Você se protegeu quando atacou minha Lisa, protegendo as outras, não receberá nenhuma punição por seu ato.
— Mas eu matei... — As lágrimas enchem seus olhos mesmo sabendo que ainda não tinha escolha...
— Porque você não teve escolha —, ele a agita novamente. — A culpa é nossa por não ter certeza de que ficasse protegida.
— Você não poderia saber que ela entraria aqui... como ela também podia? — Ela olha para ele interrogativamente.
— Descobriremos minha Lisa, mas isso é para mais tarde. Agora precisamos cuidar de você e Rebecca. — Puxando-a do quarto, Hadar corre para ajudar Rebecca.
— Ajude-me. — Risa sussurra quando todos os machos correm para Rebecca.
— Deixe-a. — Wray ordena.
— Senhor? — Um guerreiro pergunta.
— Nenhuma mão masculina a feriu, nenhuma lei foi quebrada. Ela esperará enquanto uma mulher digna é curada. — Wray sabe que ela nunca sobreviverá durante tanto tempo. — Que a Deusa a perdoe Risa. Porque nunca o farei. —Virando ele a deixa em seu destino.
***
Grim olha para o sono de Lisa, levou quase uma semana para resolver a confusão causada por Bertos e seus apoiadores. As Casas estavam em um tumulto, duas foram dizimadas, embora mais do que apenas a Casa Rigel foi em ajuda ao Imperador, várias ficaram de lado aguardando o resultado, o que enfureceu Grim.
Wray fez tudo com calma, já sabendo que as Casas eram fracas. Seus planetas não eram ricos em recursos, portanto, seus machos não conseguiam adquirir a riqueza necessária para atrair mulheres. O decreto de Wray de que uma fêmea agora poderia escolher qualquer macho, independentemente de sua riqueza mudaria isso, mas levaria tempo.
Com um dedo gentil ao longo da mandíbula, ele lembra o medo em seus olhos enquanto correu para ele, o sangue escorrendo da Garra. Esteve tão perto de perdê-la e sua filha por nascer. E se não a aceitasse como sua Rainha, dando-lhe a sua Garra, ela estaria indefesa contra Risa. Agradeceria a Deusa até o dia em que ela o levasse.
A passagem secreta que Risa costumava usar para entrar na Câmara Real foi descoberta, juntamente com a extensa rede de passagens, anteriormente desconhecida. Como Risa as descobriu, eles nunca saberiam, mas Wray confiou a Veron a tarefa de mapeá-las.
Embora compreensivelmente irritadas com o que aconteceu com Rebecca, as fêmeas reagiram rapidamente, ajudando Lisa com não apenas com suas filhas, mas Kim com Destiny. Era algo que ele deveria esperar, apoiando umas às outras em uma crise, como sempre fizeram.
Rebecca passou quase seis horas na unidade de reparação profunda, um dia em recuperação e desde então, juntou-se às outras mulheres nos quartos designados na ala Imperial, muito para o descontentamento de Cullen, que se recusou a deixar seu lado enquanto se curava.
Hadar foi diretamente para eles quando Rebecca estava fora de perigo, sabendo que Grim gostaria de saber. Ele fez um extenso exame em Lisa descobrindo que nem ela nem o bebê foram prejudicados no ataque de Risa. Lisa rapidamente defendeu Hadar quando expressou seu desagrado em não ter informado que ela concebeu. Ela explicou como ameaçou Hadar. Que ela queria contar a ele, então seria uma coisa alegre. Então, ele foi forçado a levá-la a Tornian e não queria fazer com que fosse mais difícil fazer o que todos sabiam que precisava ser feito.
Ela estava certa. Grim admitiu a si mesmo, seria quase impossível para ele. Gostaria de anunciar que ela concebeu, assegurando seu lugar ao seu lado, mas seria a coisa errada, pois os outros perderiam. Sua Rainha era sábia e sempre respeitaria seus pensamentos e opiniões, mas nunca mais a permitiria ficar longe.
Hoje eles voltariam para Luda, todos eles. Montfort preparava freneticamente uma ala não utilizada para as fêmeas. Os guardas nos muros foram duplicados. Já estava recebendo pedidos de machos ansiosos para serem considerados pelas fêmeas, todos querendo chegar a Luda para conhecê-las. Lisa provocou que seria uma boa prática para quando começaram a cortejar suas garotas. Ele grunhiu seu desagrado. Ela apenas riu.
Antes que qualquer coisa pudesse acontecer, eles precisavam comparecer à Assembleia dos Lordes uma última vez. Havia duas Casas sem Senhores e muitos apresentaram seus pedidos pela honra de substituí-los, prometendo sua lealdade à Casa Vasteri. Tornar-se um Senhor era uma coisa rara. A prole do homem do Senhor recebia o título em sua morte. As Casas apenas mudavam se não houvesse herdeiro, um evento incomum, uma vez que um Senhor sempre tinha os meios de atrair uma mulher. Wray agora deveria decidir quem irá governá-las. Consultou com Grim e vários outros Lordes confiáveis, perguntando suas opiniões, mas a decisão final seria dele.
— Você está pensando muito. — Lindos olhos dourados olham para ele, tão cheios de amor que tem certeza de que seu coração explodirá.
— Você ainda deveria estar descansando. — Ele murmura beijando-a nos lábios, garantindo que ela não descanse em breve. Rodando-a para as costas, ele aprofunda o beijo, deixando-a conhecer suas necessidades. Abrindo-se para ele, ele se afunda lentamente em suas profundidades úmidas e quentes, sabendo que isso era o que a Deusa sempre quis dizer de um uma união, uma fêmea, um macho, para sempre. — Eu te amo minha Lisa. — Aumentando seus impulsos, ele sente que ela se aperta ao seu redor até que explodem juntos.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Lisa descobre que está mais uma vez sentada na Assembleia dos Lordes e enquanto as circunstâncias são diferentes, a sensação da sala é a mesma, antecipação. Não para uma cerimônia de união, pois Wray a dissolveu, mas porque hoje nasceriam duas novas casas, dois novos Senhores. Passaram-se mais de duzentos anos desde que uma nova Casa foi nomeada e muito menos duas.
Virando, ela procura certificar-se de que as outras se estabeleceram. Foi uma semana muito atarefada, conhecendo essas mulheres. Cada uma era tão diferente, com diferentes necessidades e medos que tentava abordar. Kim ajudou e para sua surpresa Lady Isis.
Lisa insistiu para que todos os membros da Casa Luanda fizessem as refeições da noite juntos, para que pudessem conhecer Grim. Foi uma refeição como com seus guerreiros no início, rígidas e silenciosas, mas finalmente todas relaxaram, fazendo perguntas e pareciam satisfeitas com as respostas.
Agora, todas sentavam-se orgulhosas na área da Casa Luanda, vestindo roupas que Wray encomendou para elas, simbolizando que estavam sob a proteção do Rei de Luda. Olhando para Rebecca, ela vê que sua amiga ignora claramente Cullen que fica ao lado de sua cadeira. E de repente percebe que ele está sempre esteve perto dela, mesmo no Searcher ele ficou perto. Quando ela se feriu, ele a levou para a unidade de reparação, nunca deixando seu lado. Ao vê-la olhar rapidamente para Cullen, Lisa levanta uma sobrancelha, Rebecca revira os olhos, mas ruboriza. Olhando de Cullen para Rebecca, Lisa não pode deixar de sorrir enquanto a enfrenta. Parece que Cullen gosta de Rebecca e ela o fará trabalhar para isso.
O anúncio da chegada do Imperador leva a Assembleia a se levantar para a entrada de Wray, Kim e a Princesa Destiny nos braços de sua mãe. Muitos se inclinam para frente para uma melhor visão da mais nova princesa, pois o Imperador permitir que ela seja vista é inesperado. Kim está orgulhosa ao lado de Wray, deslocando Destiny um pouco, então todos podem ter uma visão melhor antes de Wray colocar uma mão em seu cotovelo, ajudando-a sentar-se.
O olhar de Wray viaja lentamente ao redor da Assembleia, assumindo as mudanças. A Casa Bertos e Casa Reeve foi esvaziada, não deixando evidências daqueles que uma vez governaram ali. Várias Casas foram movidas mais perto dele, outras mais afastadas, um show externo de sua apreciação pelo apoio. A Casa Rigel foi uma dessas casas, agora diretamente próxima a Casa Luanda e ele vê que Lady Isis fica ao lado de Lorde Oryon, em vez de atrás, balançando a cabeça, ele mostra sua aprovação pela mudança.
— Senhores, guerreiros, Tornianos. Hoje, apresentamos a você nossa filha, Princesa Destiny. — Ele a olha e sorri. — Não mais esconderemos nossas filhas, nunca será visto como algum tipo de possessão. Ela terá a liberdade de aprender e experimentar a vida, mas isso não significa que não será protegida, como todas as nossas fêmeas serão, mesmo que isso signifique serem protegidas de nós, porque acho que nos tornamos a maior ameaça para nossas fêmeas. Devem ser tomadas medidas para que mais fêmeas estejam disponíveis, mas isso não é uma discussão para hoje. Hoje, dois novos Senhores serão nomeados, surgirão duas novas Casas e exorto todos aqui a ajudá-los, pois tomarão a região Etruria e o PlanetaVesta fazendo deles uma Casa orgulhosa novamente.
O silêncio encontra o decreto do Imperador. Grim coloca o braço em seu peito, curvando-se. — A Casa Luanda compromete-se a apoiar e auxiliar qualquer macho que o Imperador julgar digno de ser um Lorde.
— A Casa Rigel promete apoiar e ajudar qualquer macho que o Imperador julgar digno de ser um Lorde. — Lorde Oryon faz uma reverência ao Imperador. Wray espera até que todas as Casas deem seu apoio antes de continuar.
— Minha gratidão, meus Senhores, por não apenas por seu apoio, mas pela sabedoria que trazem nestes dias difíceis. Ouvi suas sugestões sobre quem deveria ser escolhido e por quê. Consultei não apenas meus conselheiros, mas também a Imperatriz, por sobre como ela vê as coisas de um ponto de vista único no qual eu confio. — Ele olha para a Assembleia vendo que os deixou surpresos. — Dito isto, a decisão final ainda é minha e apenas minha. Começaremos com o Senhor do Planeta Vesta.
— Vesta é um planeta importante como a maioria de vocês sabem. — Wray olha para as fêmeas na área de Grim enquanto ele continua. — O planeta tem um solo fértil que produz vastas e variadas quantidades de alimentos que ajudam a sustentar planetas menos produtivos. Seu Senhor precisa ser forte o suficiente para proteger seu povo, usar eficientemente seus recursos e ainda ser capaz de entender as necessidades daqueles que solicitam ajuda. Eu encontrei uma ou outra dessas características em muitos. No entanto, existe apenas um, que acredito possuir ambos. — Ele serviu seu atual Senhor bem o suficiente para conquistar não apenas o direito de ir no Searcher, mas ser escolhido para a Cerimônia de união. Guerreiro Cullen. — Wray se vira para enfrentar a Casa Luanda. — Apresente-se.
Grim e Lisa ficam chocados quando o nome de Cullen é anunciado, vendo que ele está ainda mais chocado do que eles. A boca de Rebecca se abre enquanto ela se vira para encarar o macho que estava ignorando.
— Senhor? — Cullen pergunta com voz rouca. Ele não pediu essa honra, não se acreditava digno e havia Rebecca, seus olhos se movem para ela.
— Você é minha escolha Cullen. Recusa seu Imperador?
— Nunca Majestade! — Cullen fica rígido com a acusação. Ele jamais recusaria seu Imperador.
— Então, tome seu lugar Lorde Cullen, A Casa Nizer agora residirá ao lado da Case Rigel.
— Sim, Majestade. —Com um último olhar para Rebecca, Cullen se vira. Seus olhos vão para Grim e ele faz uma reverência como um Guerreiro, uma última vez, para o macho que o levou até esse ponto, seu Rei. Grim devolve a reverência, mostrando todo seu respeito por Cullen. Caminhando, Cullen sai da Casa Luanda, mudando-se para sua própria. Olhos aflitos seguem a partida de Cullen antes de ficar em branco e Rebecca fica de frente para frente.
Todos esperam enquanto Cullen toma seu lugar na área ao lado da Casa Rigel. Lorde Oryon levanta-se e faz uma leve reverência, reconhecendo sua mudança de status, pois é a reverência é dada a um igual, não um guerreiro. Cullen devolve o gesto.
— Minha próxima escolha foi muito mais difícil. — Wray continua. — A região de Etruria é vital para o Império, com seus vastos recursos minerais que impulsionam o Império, muitos ainda intactos. — Lisa percebe que Wray está novamente explicando tudo isso por elas. — Uma vez que estava sob o domínio do Imperador, mas há muitos séculos, tornou-se evidente que para gerenciar adequadamente esses recursos, outro precisaria ser responsável, portanto, uma nova Casa foi criada.
— O reinado de Bertos causou grande prejuízo e eu carrego está culpa. — Ele ouve o suspiro da Assembleia. — É responsabilidade do Imperador assegurar-se que seu povo seja atendido adequadamente, é o que um Imperador faz. — Ele pausa, olhando Carly antes de continuar. — Que Bertos foi capaz de influenciar os guerreiros honestos tão severamente a ponto deles matarem e que nenhum destes guerreiros sentissem que não poderiam vir até mim, é inaceitável. Isso rompe toda confiança, a única entre os guerreiros, entre eles e seu Senhor, entre um guerreiro e seu Imperador. A confiança deve ser reconstruída. Para fazer isso, é necessário um guerreiro excepcional. Aquele cuja honra nunca foi questionada, cuja lealdade ao Império é inegável. Ele deve ter a capacidade de corrigir o dano que Bertos causou aos guerreiros aos seus cuidados, pois não há dúvidas de que ele os prejudicou. Fui informado de que não importava como um guerreiro entrava na Casa de Bertos, apenas que estava lá. — Isso causa uma agitação de descontentamento na Assembleia. — Deverá ser corrigido. Há apenas um macho que acredito poder fazer isso... — A Assembleia segura a respiração.
— Isto foi até que ele me recusou. — Todos olham com surpresa. Quem se recusaria a governar a Casa mais poderosa do Império? — Wray ergue as mãos para silenciar a Assembleia. — Não tenho nada contra Lorde Oryon por me recusar. — Todos os olhos se voltam para a Casa Rigel para ver Lorde Oryon e Lady Isis, sentados como um, sem mostrar arrependimento. — Lorde Oryon acredita que ele não seja o macho certo para esta tarefa, que um macho mais jovem é necessário para corrigir o mal de Bertos. Ele e Lady Isis estão felizes com sua prole em Rigel e não desejam começar novamente. Acho que não posso discutir com ele. É uma das razões pelas quais o queria para a Etrúria, pois fala sua verdade, aquilo no qual acredita ser o melhor para o Império, mesmo que não avance em sua própria posição. Algo que poucos tem a força para fazer. Você tem meu respeito e gratidão, Lorde Oryon. — Wray faz uma reverência longa, algo nunca feito, surpreendendo inclusive Oryon.
— A decisão de abnegação de Lorde Oryon me deixou numa situação difícil. — Wray continua. — Queria que alguém como ele governasse Etruria. Alguém que tenha seus valores, que entenda que suas decisões afetam mais do que aqueles que governa, mas todo o Império. Bertos entendia isso e usava isso para causar danos. Algo que nunca será permitido novamente. Espero que Etrúria se torne um exemplo brilhante para cada Casa e o que se espera delas.
— É uma grande tarefa que atribuo a este macho, ao assumir uma Casa que foi destruída por mentiras e enganos, que treine seus guerreiros para que sejam honrados e dignos de serem chamados de Tornianos. — Wray pode ver que muitos que queriam essa posição agora estão se afastando do que ele exigirá deles. — Foi então que percebi que Lorde Oryon estava correto, ele não é o macho que preciso, o macho que o Império precisa e com essa percepção veio ao entendimento de que apenas um macho poderia competir com Lorde Oryon. — Wray faz uma pausa dramaticamente, sabendo que tem a atenção de todos.
— Guerreiro Ynyr aproxime-se. — As ordens de Wray e os murmúrios são ouvidos em toda a Assembleia. Guerreiro Ynyr? A terceira descendência de Lorde Oryon?
Nenhum macho tão jovem, já foi nomeado Senhor, nem mesmo quando substituiu seu próprio manno. Lady Isis gira em sua cadeira para olhar sua prole, seu choque evidente. Lentamente, Ynyr se levanta.
— Você é minha escolha Guerreiro Ynyr, porque foi criado na Casa do seu manno, aprendendo com ele o que realmente faz um macho honrado. Você tem dois irmãos mais velhos e mais novos, então entenderá o que os guerreiros sob a regra de Bertos tiveram que suportar. Também tem treinamento especializado, ensinado aqui em Tornian, o que será necessário em Etruria. Há também a questão de você salvar minha vida quando Bertos poderia ter me matado. — Kim olha para Wray. O que ele estava falando?
— Devido a todas essas coisas, o escolhi para ser o novo Senhor de Etrúria, mas há uma condição.
— Sim Majestade? — A voz de Ynyr é forte e clara, não revelando nenhum choque ou duvida que ele é o macho certo.
— O Guerreiro Korin será seu segundo no primeiro ano do seu reinado. Ele está familiarizado com os guerreiros e poderá dar uma inestimável visão sobre aqueles que podem ser resgatados. Depois deste ano, será sua decisão oferecer-lhe um cargo em sua Casa ou permitir que saia. Pode aceitar esta condição Guerreiro Ynyr? — Todos aguardam sua resposta.
— Sim Majestade, enquanto seu trabalho for eficiente, ele será livre para sair quando um ano se completar. — Ynyr olha para o macho em questão parado na parte de trás do que era a Casa Bertos. Wray sorri para Ynyr, que negocia com o Imperador. Ele é filho de seu pai.
— Posso concordar com isso, já que estou negando o pedido do Rei Grim, de que Korin seja enviado para Luda para completar seu treinamento como um da Guarda de Elite da Rainha Lisa. — Wray vê o choque de Korin, que não sabia do pedido de Grim. — Aceita, Guerreiro Korin? Apoiar um novo Senhor na construção de sua Casa, para o bem do Império?
— Sim, Majestade! — Korin imediatamente responde, sabendo que está sendo dada uma segunda chance. Assentindo, Wray volta sua atenção para o Ynyr.
— Então, Lorde Ynyr, tome seu lugar na Assembleia dos Lordes.
***
Lisa sorri enquanto as meninas atravessam os jardins da câmara feminina. Wray desculpou-se com mulheres na Assembleia uma vez que Ynyr tomou seu lugar ao lado do Imperador.
Kim imediatamente tomou o controle da câmara, afirmando sua autoridade como Imperatriz. Ela fez as mulheres se sentarem juntas, recusando-se a deixar os dois grupos se afastarem um do outro. Ela forçou-as a se apresentar, qual seu nome e de onde eram. Foi tenso por alguns segundos até que lady Isis ficou de pé, fazendo o que Kim pediu, então logo olhou para uma fêmea azul pálida ao lado dela, que lentamente se levantou.
A refeição do meio-dia foi trazida e como antes, começou em silêncio, mas lentamente, com a ajuda das meninas e Isis, os dois grupos diferentes começaram a conversar. Sem a influência negativa de Risa, elas descobriram que tinham mais em comum do que qualquer um pensava. Muitas das fêmeas sentiam-se como Isis, querendo ficar com sua prole, mas não acreditaram que pudessem.
Kim prometeu-lhes que iria analisar isso e que as mudanças seriam feitas, inclusive permitindo o contato com seus descendentes. Levaria tempo para que os dois grupos aprendessem a confiar um no outro, mas hoje foi um bom primeiro passo.
Seguindo as garotas, Lisa fica surpresa ao ver Abby sentada ao lado da sacada, com uma mão apoiada, lágrimas escorrendo silenciosamente pelas bochechas.
— O que está errado? — Lisa fica imediatamente ao seu lado. Ela começou a gostar muito da garota loira. Com apenas vinte anos, Abby estava sozinha desde dezesseis anos, quando seus pais e irmão mais novo morreram em um acidente automobilístico. Desde então, ela terminou o ensino médio e estava na faculdade, enquanto trabalhava em dois lugares. Um dos quais era na biblioteca da faculdade, de onde foi tirada.
— Eu... não é nada.
— Certamente é algo, pois está chorando. O que aconteceu?
— Eu... — Ela toca a parede da sacada novamente, fazendo Lisa franzir o cenho. — O que havia de tão especial nesta parede? Sentando-se percebeu que a parede não é tão grossa quando a parede na Câmara real. Ela não consegue ver ou alcançar, mas pode ouvir vozes do outro lado.
— Abby, conte-me.
— Quando chegamos aqui, estava tão assustada, tudo e todos tão diferentes e depois havia Risa...
— Ela se foi Abby. Não pode machucá-la agora.
— Eu sei, mas foi por causa dela que fiquei aqui. Ela não gostava que ficasse aqui para poder escapar de suas provocações.
— Ela a provocou?
— A mim, Rebecca, todas, até mesmo suas próprias fêmeas. Ela era uma puta.
— Sim ela era. Então você veio aqui? — Lisa perguntou.
— Sim. Eu chorava. Queria ir para casa, não que houvesse algo ali, mas ainda assim...
— Compreendo.
— Então estava chorando um dia e foi quando ele falou comigo.
— Falou com você? Quem? Um guerreiro?
— Eu nunca soube. Ele estava do outro lado da parede. Ouviu-me chorando e tentou me acalmar.
— Você não sentiu medo dele depois do que Risa disse?
— Não, por algum motivo, sabia que estava segura com ele e então havia a parede.
— Há isso. — Lisa a avalia. — Então vocês conversaram.
— Sim, quase todos os dias. Ele me contou sobre sua vida, eu falei sobre o minha. Ele respondeu minhas perguntas, me fez perguntas.
— Você se preocupa com ele. — Grandes olhos azuis se enchem de lágrimas quando olham para ela.
— Muito... — Ela sussurra.
— Então, descobriremos quem ele é e ele poderá ir a Luda. — Lisa olha para ver Isis se aproximando. — Tenho certeza de que Isis nos ajudará a descobrir quem é este homem.
— O que está errado? — Isis pergunta olhando para Lisa, como ela insistiu que a chamasse e para a pequena mulher ao lado dela. Ela é uma bela criatura com o cabelo tão claro que era quase branco, os olhos do azul mais profundo e com tanta tristeza que partia seu coração.
— Abby está interessada em um macho.
— Isso é uma coisa maravilhosa. — Isis sorri para ela.
— Não, não é. — Abby nega.
— Mas por que?
— Porque uma vez que ele me vir, não irá me querer. Olhe para mim! — Ela gesticula para suas curvas generosas.
— O que há de errado com sua aparência? — Lisa pergunta. — Você é linda.
— Sou baixa. Tenho quinze quilos a mais e ele é lindo.
— O que? Pensei que não soubesse quem era.
— Eu não sabia. Não até que ele veio e conversou com Grim, eu reconheceria sua voz em qualquer lugar. — Lisa pensa quer tentar descobrir com quem Abby conversou, mas houve tantos machos conversando com Grim que não tinha ideia.
— Por que você não falou com ele?
— Porque vi a maneira como ele a olhou. Olhou para Kim. Não estou em nenhum lugar perto do que vocês duas são.
— Nós? Sobre o que você está falando, Abby?
— Kim sobreviveu aos Ganglians. Você sobreviveu não apenas a Grim, mas Luuken, eu nunca poderia fazer isso! — Lisa deixa o comentário Grim passar.
— Abby, quando tinha dezesseis anos eu morava com meus pais. Você estava sozinha, entrando na faculdade e se sustentando. Você é uma sobrevivente. Sobreviveu a um sequestro, levada a um planeta alienígena e não deixou que isso a quebrasse. Ajudou cada mulher aqui de alguma forma. Não pense que não notei como está sempre ajudando alguém. Você é muito especial.
— Mas... Tornianos não gostam de garotas baixinhas e gordas. — Ela sussurra.
— Gorda? Você não é gorda! — Lisa imediatamente nega. — Você e eu temos o mesmo peso!
— Você tem quase dez centímetros a mais do que eu! — Abby responde.
— Quem disse isso? — Isis pergunta suavemente, interrompendo as duas.
— Disse o que?
— O que os machos Tornianos querem.
— Risa.
— Então aí tem sua resposta. —Isis diz a ela. — Ela estava com ciúmes de você, Abby. Risa sabia que todos os machos iriam querê-la. Você é suave e eles desejam isso. É pequena e isso os tornará ainda mais protetores. Então há seu cabelo, é de uma cor nunca vista aqui antes e seus olhos, são a cor da Deusa. Risa estava certa em temê-la, pois você será muito desejada.
Lisa e Abby olham para Isis atordoada.
— O que? Acham que apenas porque tive apenas um macho, não sei o que eles querem? Eu tenho quatro descendentes masculinos.
Lisa não pode deixar de rir. — Isis, eu tenho muito a aprender com você.
— E eu com você. Nunca soube que descansar com um macho poderia ser tão... agradável. — Ela sorri antes de sua atenção voltar para Abby. — Então, quem é o macho? Confie em mim. Ele ficará muito satisfeito com você.
— Ele estará muito ocupado agora. — Ela sussurra. — Não tem tempo para isso.
— Confie em mim, ele conseguirá arrumar tempo para alguém como você.
— Você tem certeza? — Abby olha para ela com olhos esperançosos.
— Sim. — Isis assegura-lhe. — Qual é o nome dele?
— Ynyr. — Ela sussurra. — Seu nome é Ynyr.
A mão de Isis voa para sua garganta. — Ynyr. Meu Ynyr?
— Seu Ynyr? O que quer dizer?
— Ynyr é minha terceira prole. Ele acabou de se tornar um Senhor.
— Sim...
— Você escolheu um dos meus... — Abby vê os olhos de Isis se encherem de lágrimas antes dela a abraçar com seus braços rosa.
— Meu Ynyr terá uma fêmea... eu terei uma filha... — Isis não tentou esconder sua alegria.
***
Wray franziu o cenho para a nota que acabou de ser entregue. Por que as fêmeas precisam retornar à Assembleia? Ele sabia que Kim planejou confrontar as fêmeas, exigindo que elas começassem a trabalhar juntas. Ele se preocupou o suficiente para que ele exigisse dois guerreiros na Câmara feminina com ela, algo nunca antes permitiu e ela concordou. Agora parece que algo aconteceu.
Olhando para a Assembleia, ele percebe que já discutiram tudo o que precisavam. Lorde Callen e Lorde Ynyr foram aceitos pela Assembleia. Eles levarão guerreiros de todas as Casas para ajudá-los a estabelecer seus próprios. Era hora de liberar a Assembleia para que pudessem voltar para Casa e ajustar as mudanças súbitas.
Voltando para responder a nota, ele encontra Kim em sua área, carregando Destiny. Franzindo o cenho, percebe que todas as fêmeas estão retornando. Não deu sua permissão para isso. Quando abre a boca para dizer isso, ele a fecha ao ver o olhar de Kim. Alguma coisa definitivamente aconteceu.
— Você terminou seus assuntos de macho? — Kim pergunta sentando.
— Sim. — Ele ergue uma sobrancelha ao comentário dela.
— Bom, então é hora de assuntos de fêmea. — Surpreso, ele instintivamente segura Destiny enquanto a coloca em seus braços antes de encarar a Assembleia.
***
Grim gira enquanto as fêmeas sob sua proteção entram em sua área. O que elas estão fazendo ali? Como chegaram ali? Lisa apenas lhe dá um sorriso secreto enquanto ela e as meninas se sentam.
— Lisa.
— Sim?
— Como você chegou aqui? — Ele olha para a Guarda.
— Caminhando Grim. — Ela o informa provocativamente.
— Isso não foi o que quis dizer e você sabe disso!
— Estamos perfeitamente seguras. Todas. — Ela gesticula para a Assembleia e de repente, percebe que todas as fêmeas voltaram. — Algumas questões femininas precisam ser resolvidas.
— O que? — Olhando para as meninas, ele vê que elas estão sorrindo, antes que ele possa perguntar mais a Imperatriz fala.
***
— Senhores, guerreiros Tornianos. — Kim imita Wray. — Muitas mudanças aconteceram na semana passada, mudanças que levarão tempo para se ajustar também, como uma fêmea presidindo a Assembleia. É meu dever como Torniana, meu direito como sua Imperatriz, que cada fêmea seja tão feliz com seu macho como sou com o meu. — Ela dá a Wray um olhar amoroso. — É por isso que voltamos a esta Assembleia, para que uma fêmea sob a proteção do Rei Grim, possa escolher seu macho. — Kim senta e todos os olhos se voltam para a Casa Luanda.
***
Enquanto Kim fala, Lisa se aproxima para sussurrar no ouvido de Grim, dizendo-lhe o que aconteceu. Ele a olha com choque e ela apenas encolhe os ombros.
— Ela o ama, Grim. Parece que pode estar certo, não são apenas os homens Vasteri assim. — Seus olhos se enchem de lágrimas. — Ela estará segura, verdade?
— Sim, minha Lisa, Ynyr irá garantir isso, todos nós iremos.
— Esse é meu momento. — Ela diz a ele quando Kim termina de falar e fica de pé.
***
Lisa lentamente deixa seus olhos percorrerem a Assembleia vendo que ela tem toda a atenção. — A Imperatriz Kim está correta. Abby. — Ela gesticula e Abby fica de pé. — Uma das fêmeas sob a proteção do Rei Grim encontrou um macho, o qual ela acredita ser digno dela. Uma vez que o Imperador dissolveu a Cerimônia de união Torniana, nós, suas fêmeas, decidimos que uma nova tradição é necessária, uma mistura das duas culturas. Na Terra, há também uma cerimônia em que um macho e uma fêmea decidem se juntar. São testemunhas a família e os amigos de ambos, mostrando que apoiam a união. Eles se encontram, os votos são pronunciados e as promessas feitas. Em Tornian, a fêmea se vira de costas para o macho, retirando a capa e o macho coloca a sua própria ao redor dela, mostrando sua vontade de cuidar e protegê-la. — Lisa faz uma pausa.
— Como Abby será a primeira a escolher seu macho aqui em Tornian, é seu direito decidir a cerimônia e acredito que ela escolheu muito sabiamente. Lady Isis, se você e Lorde Oryon, junto com sua prole masculina, se apresentarem ao piso da Assembleia, a Casa Luanda se juntará a vocês lá, para que todos possam testemunhar essa ocasião feliz.
Oryon afasta os olhos chocados dela e se vira para Isis. O que está acontecendo? O olhar que ela lhe dá está cheio de alegria e lágrimas, dizendo-lhe que sim, um dos seus foi escolhido. Mas qual? Ele olha dos três sentados atrás dele, vendo-os rapidamente se levantar, até Ynyr sentar-se em frente a ele, parecendo surpreso. Que a Deusa fosse louvada. Sabendo que existe apenas uma maneira de descobrir ele se levanta, estendendo o braço para Isis. Como um, eles caminham, onde Ynyr se junta a eles.
***
Grim, Lisa e Abby estão no chão da Assembleia, as outras fêmeas e a Guarda formando um semicírculo atrás deles, mostrando que apoiam Abby. Frente a eles está Oryon e sua família.
— Duas famílias agora se unem. — Lisa fala. — Mostrando seu apoio à união de machos e fêmeas. — Logo eles se tornarão uma família, uma tradição da Terra. É a escolha de Abby também seguir a tradição Torniana de seu macho cobri-la com sua capa, cercando-a com sua proteção, misturando as duas tradições. — Virando ela dá a Abby um forte abraço. — Você tem certeza? — Ela pergunta suavemente.
— Sim. — Ela diz suavemente fazendo Ynyr endurecer. Assentindo, Lisa volta a olhar para Grim.
— Uma solicitação foi feita por esta fêmea por proteção na Casa Luanda, um pedido que concordei com prazer. Abby agora afirma que encontrou um macho digno dela e eu concordo. Ela escolheu bem. Com esta união, a Casa Luanda e a Casa Rigel sempre estarão ligadas porque Abby é um membro da nossa família. — Lisa move a cabeça. — Abby, escolha seu macho.
Ynyr não pode acreditar que isso esteja acontecendo. Esta é Abby, a fêmea com quem passou tantas horas conversando? A única palavra não foi o suficiente para ter certeza. Ele a procurou na semana passada, inventando motivos para falar com o Rei Grim, na esperança de ouvi-la para que pudesse apresentar-se. e era realmente ela, o escolherá? Como saberia? Ele e seus irmãos se assemelhavam muito. O que ele faria se ela escolher um dos outros em vez disso?
Quando ela ficou em pé, ele segurou sua respiração. Ela era a mais bela criatura que ele já viu. Seu cabelo quase branco caindo por seus ombros e seus olhos tão azuis como os da Deusa. Ela era tão pequena que todo instinto protetor nele aumentou, mesmo que suas curvas exuberantes o chamassem para se afundar nela, para encontrar sua libertação. Ele se forçou a desviar o olhar, envergonhado por outra atraí-lo tão fortemente quando ele apenas queria ela. Essa criatura incrível poderia ser ela?
Isis segura a mão de Oryon enquanto Grim fala. Eles ficam atrás de sua prole, mostrando o apoio desta união e enquanto a alegria enche seu coração por Ynyr, chora pelos outros, especialmente Ull seu mais velho, pois ele já foi rejeitado na cerimônia de união para que isso aconteça duas vezes. Oryon olha para ela, a pergunta com os olhos, ela olha para Ynyr, respondendo. Apenas ela vê a emoção nos olhos de seu macho antes de se virarem para Grim. Ela sabe que ele está sentindo o mesmo que ela, alegria e tristeza.
Abby se afasta de Grim, caminhando em direção a Casa Rigel. Ela reconhece o primeiro homem, ele esteve na Cerimônia de união e enquanto ele é bonito, não é o homem para ela. O próximo é de cor mais clara do que o primeiro, mas ainda tão parecido que quase poderiam ser gêmeos. O terceiro é muito mais jovem do que os outros dois, talvez até mais jovem do que ela. Seu corpo não está tão desenvolvido quanto os outros e seus olhos, embora sérios, parecem manter um brilho como se ele achasse isso divertido e emocionante. Então ela para na frente de Ynyr.
Ele é ainda mais bonito de perto, por trás de uma parede. Ele, de todos é uma mistura de seus pais. Musculoso como seu pai, para nunca duvidem de sua força, mas há delicadeza em seus olhos, como sua mãe, assegurando-lhe que ele nunca iria feri-la. Não há gentileza nesses olhos agora, eles estão sobre ela, cheio de perguntas e desejo, mas é por ela? Muito aconteceu com ele neste dia, ele iria aceitá-la? Ela quer recorrer a Lisa, pedindo seu conselho, mas sabe que não pode. Ynyr é agora um poderoso Senhor. E se for sua Senhora, então ela deve ser capaz de passar por uma dificuldade, por ela e por ele.
— Olá Ynyr. — Ela fala suavemente e vê seus olhos arregalados. — Eu sinto sua falta.
— Abby. — Ele fecha os olhos quando diz o nome dela pela primeira vez. Abby. Sua. — Minha Abby. — Os olhos que se fixam nos dela, brilham com posse e desejo.
— É se me quiser... — Ela não pode deixar a dúvida fora de sua voz, mas ela não desvia o olhar.
Os olhos de Ynyr se estreitam, ele não entende por que ela diria tal coisa, é claro que a quer. Todo macho iria querê-la. Ele vê que está esperando sua resposta. Ao descobrir que não consegue falar, assente com a cabeça.
Ainda de frente para ele, Abby solta a capa de Grim, deixando-a cair. No entanto, ela vê o pânico nos olhos de Ynyr. O que está errado?
— Eu... — Ynyr olha para suas mãos. — Ele não carrega uma capa. Ainda não escolheu a cor da sua casa.
— Aqui. — Isis passa para ele, removendo sua própria capa. — Use está até ter a sua.
— Obrigado, mamãe. — Ynyr dá-lhe um olhar grato e se move para reivindicar sua Abby.
— Pare! — A ordem congela todos. Abby gira com o choque quando Lisa interrompe a cerimônia. Grim franze o cenho para ela.
— Lisa...
— Eu tenho várias exigências para fazer antes que possa permitir isso. — Lisa avança, seus olhos sem deixar Ynyr. — Acho que você seja um macho digno, Ynyr. E se não fosse o Imperador, não o escolheria como Senhor, Grim não teria removido sua proteção e Abby não o escolheria. — Ela começa. — Mas você não sabe nada sobre como lidar com uma fêmea da Terra. Foi-me dito que podemos ser irritantes. — Ela olha para Grim, vendo o sorriso em seus lábios, sua Lisa não o deixará esquecer esse comentário. Alger tosse para cobrir sua risada. Ela volta a atenção para os dois diante dela.
— Eu percebo que seu manno e sua mãe têm um relacionamento incomum, pelo menos, para os padrões Tornian, mas você ainda terá dúvidas. E seu manno não será capaz de responder, porque ele não tem experiência com as fêmeas da Terra. Peço que entre em contato com Wray ou Grim quando surjir estas questões. — Os olhos de Ynyr se arregalam ao pensar em entrar em contato com qualquer um desses machos com relação a isso. O que eles pensariam dele?
— Os mal-entendidos surgirão Ynyr. — Lisa diz-lhe suavemente. — Mal-entendidos que podem causar grandes danos quando nenhum quer isso. Parte da proteção de Abby será garantir que isso não aconteça e a única maneira de fazê-lo e conversar com aqueles que estiveram lá. Não foi assim que você se tornou um guerreiro tão digno? — Ela inclina a cabeça interrogativamente. — Ouviu e aprendeu com aqueles que vieram antes de você, então, aplicou o que aprendeu? Isto não é diferente.
— Minha Lisa está correta, Lorde Ynyr. Muito do que nos ensinaram não se aplica a estas fêmeas. Eu ficaria honrado em compartilhar o que aprendi com você, para o benefício de sua fêmea, se você achar que tiver a necessidade. — Grim responde, percebendo novamente como é abençoado por ter sua Lisa, pois ela entende o orgulho masculino de Tornian.
— Eu também, Lorde Ynyr, ficaria honrado em ajudá-lo. — Wray informa-o.
— Você pode fazer isso, Ynyr? — Lisa pergunta. — Para proteger Abby.
— Sim. — Ynyr responde imediatamente. Assentindo, Lisa olha para Abby.
— Abby, você também terá perguntas. Entenderá mal as coisas que Ynyr fizer, pois os machos Tornianos são muito diferentes dos nossos. O que me leva ao pedido final. — Os olhos dela voltam para Ynyr. — Desejo ter permissão para me comunicar com Abby, que ela possa se comunicar comigo. Você descobrirá que somos criaturas muito sociáveis, Ynyr e gostamos de interagir tanto com machos quanto com fêmeas. — Abby fica surpresa quando Ynyr franze a testa, Lisa fala com machos, por que não poderia? — É assim que fazemos e algo que vocês terão lidar, juntos. Abby terá perguntas que apenas uma outra fêmea poderá responder por ela. Problemas que apenas Kim e eu poderemos ajudá-la, porque ambas estivemos em sua posição, sozinhas em um mundo estranho. O que não pudermos ajudá-la, sua mãe poderá, ela entende melhor os costumes de Tornian, mais do que Kim e eu. Pode concordar com isto, Ynyr?
Ynyr olha da Rainha de Luda para sua Abby. Ela está pedindo sua permissão para se certificar de que Abby seja feliz, feliz com ele. Está tentando ajudar não apenas a Abby, mas também a ele, certificando-se de que esta união seja permanente. Algo que ele percebe que deseja muito.
— Sim. Posso concordar com isso.
Assentindo, Lisa volta ao lado de Grim e Ynyr envolve sua capa ao redor de Abby, puxando-a para perto ele sente seu universo mudar.
***
Lisa encontra Rebecca de pé na janela da nave, observando Tornian ficar cada vez menor. Ela quis conversar com ela desde que embarcaram no Raptor. Ela estava muito quieta desde a Cerimônia de união de Abby e Ynyr.
— Rebecca? — Quando ela se vira, Lisa vê a tristeza em seus olhos. — O que está errado?
— Nada, apenas pensando.
— Em Cullen? — Choque cruza o rosto de Rebecca antes de ser rapidamente mascarado.
— Por que pergunta isso?
— Porque você tentou tanto ignorá-lo. — Quando Rebecca não diz nada, ela tenta novamente. — Ele nunca deixou seu lado depois que Risa a atacou. Ele a levou para o médico. Sabia disso? Não deixou ninguém além de Hadar chegar perto. Ele se preocupa muito com você.
— E se o fizesse, teria dito alguma coisa.
— Ele é Torniano, Rebecca. Cabe à fêmea falar. Por que você não?
— Por que eu deveria? Então ele pode me abandonar novamente?
— Abandoná-la? Como ele fez isso Rebecca?
— Quando chegamos a Tornian, ele simplesmente desapareceu. Não disse adeus, nada, apenas se foi. Não passarei por isso novamente. — Os olhos de Rebecca assumem um olhar distante.
— O que você quer dizer?
— O que? — Ela se vira. — Nada. Não importa.
— Mas...
— Não Lisa, é assim que deveria ser. Eu estou aqui para ajudá-la, para ajudar Kim e eventualmente, todas as outras mulheres que conceberem. Isso é o suficiente para mim.
— Mas...
— Foi um longo dia. — Ela a corta. — Acho que irei para a cama. Você está bem? — Ela lança um olhar crítico sobre sua amiga, vendo que ela tem um brilho saudável, mas parece cansada e quem não estaria depois do que fez hoje?
— Estou bem.
— Então a verei amanhã. —Virando ela sai da sala. Olhos preocupados a seguem apenas para se arregalar quando Grim sai das sombras.
— Você ouviu?
— Sim.
— O que faremos?
— Nada.
— Nada? O que você quer dizer com nada?
— Ela não está pronta, minha Lisa. Em seu coração, você sabe disso. Algo aconteceu com ela, fazendo com que não queira acreditar em Cullen, confie nele. Até que possamos fazer algo.
— Mas...
— Minha Lisa, se você não confiasse em mim, acreditasse em mim, onde estaríamos? E se for o desejo da Deusa que eles se tornem um, então serão.
— Então rezarei a Deusa Grim, para que ela possa encontrar uma maneira de reunir Cullen e Rebecca, que ela encontre um homem digno para todas as mulheres, porque quero que todas sejam tão felizes quanto nós. Para ter o que temos.
— Rezarei também, minha Lisa porque cada macho merece as bênçãos que ela me deu. — Ele franze a testa, sua voz se tornando uniforme. — Enquanto essas bênçãos não sejam para nossas filhas, nenhum macho nunca será digno.
Rindo, Lisa coloca um braço ao redor da cintura de Grim e juntos, caminham até sua Câmara, sem ver o brilho súbito de onze estrelas quando a Deusa responde à sua oração. À medida que desaparecem, três novas estrelas nascem da mais pura luz já vista. O que isso poderia significar?
Notas
[1] Que passa de um sistema solar pra outro.
[2] Que jamais se ouviu soar ou de que nunca se escutou falar.
[3] Pai na linguagem deles.
M. K. Eidem
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