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Series & Trilogias Literarias
UM CORAÇÃO ESCONDIDO
Durante dez longos anos, Tara tem sido uma mulher em fuga, escondendo-se dos Guerreiros e Druidas da Escócia moderna. Agora, como guia turístico em um remoto castelo Highland, ela espera finalmente
escapar de seu passado, até que um homem impossivelmente lindo entra em sua vida... e expõe seus segredos mais selvagens.
UM GUERREIRO APAIXONADO
Durante séculos, Ramsey MacDonald tem escondido sua força e habilidade como parte Guerreiro, parte Druida, por medo de liberar toda a força de seu poder. Mas quando ele toma Tara em seus braços,
e sela seu destino com um beijo, Ramsey terá que lutar por seu amor... embora possa significar perder o controle da magia dentro dele.
CAPÍTULO UM
Torre de Dunnoth
Norte da Escócia
Tara tamborilava o dedo do pé debaixo de sua escrivaninha enquanto discretamente escutava seu iPod em uma orelha. Ela gostava bastante de seu trabalho como agente de reserva, guia de turismo, tesoureira,
e qualquer outra coisa que eles precisassem no castelo.
Ela não tinha pensado para onde iria quando deixou Edimburgo depois daquela fuga desastrosa dos Guerreiros e Druidas.
Tinha dirigido e dirigido e dirigido até a estrada que levou? a para o mar e Dunnoth Tower.
Tara havia parado no castelo medieval para comer e esticar as pernas. Ela tinha sido imediatamente envolvida com a construção e fez a turnê. Para sua surpresa, havia uma vaga aberta, e ela pediu.
Começou a trabalhar naquele mesmo dia.
Eram apenas algumas semanas, mas ela estava desfrutando completamente seu tempo em Dunnoth, que ela não esperava depois de ensinar. No entanto, ela encontrara o silêncio e a paz do castelo e do Mar
do Norte que ajudou a resolver o tumulto dentro dela.
Também ajudava que os proprietários fossem agradáveis, seus companheiros de trabalho amigáveis, e os turistas tão ávidos para aprender sobre o castelo que não eram muito um problema de se lidar.
Embora o turismo em meados de janeiro no extremo norte da Escócia não era muito para se falar. A maioria dos turistas estavam nas estâncias de esqui, mas na chegada do verão, o castelo estaria muito
ocupado.
Tara esperava ansiosamente por isso. Por enquanto, ela estava lendo os livros de contabilidade para ter certeza que tudo estava em ordem, e fazendo as reservas para o castelo para os meses de verão.
Uma porta se abriu à sua esquerda e entrou o mais novo membro dos funcionários do castelo. A boca de Tara caiu aberta a primeira vez que viu o alto, de cabelos negros com incríveis olhos cinzentos
que pareciam ver bem direto dentro de sua alma.
Isso tinha sido no dia anterior. E agora, ela se viu olhando para ele novamente quando ele atravessou a entrada e começou a trabalhar na tomada elétrica que tinha quebrado meses atrás.
Apesar que desta vez ela conseguiu manter a boca fechada e não se mostrar uma tola completa.
Ele enchia a camiseta de mangas curtas azul-marinho com perfeição com seus ombros largos e seus braços musculosos. Ontem à noite eles tinham sido atingidos por uma chuva e mistura de neve, e ele
tinha ficado preso aqui. Quando veio correndo para o castelo com sua camisa grudada no seu abdômen, ela tinha sido capaz de contar cada músculo naquele estômago de tanquinho dele.
A visão a fez desejar que pudesse vê-lo sem camisa para ter um bom vislumbre daquela pele bronzeada e corpo malhado.
Tara sorriu. Ela sempre foi uma boba para um homem que soubesse se cuidar. Mas com Ramsey não era apenas seu corpo.
Era seu cabelo comprido e preto que passava por cima dos ombros com apenas uma sugestão de uma onda para as brilhantes mechas Ele mantinha afastado dó rosto em um rabo de cavalo, mas ela ansiava
vê-lo com ele solto.
Depois estava seu rosto. Ela suspirou. E que rosto. Mandíbula esculpida com apenas uma pequena sombra de barba, queixo quadrado, nariz forte e testa alta com sobrancelhas pretas cortadas sobre os
olhos. Seus lábios eram cheios e largos, e tinha cílios tão grossos, tão pretos, que qualquer mulher ficaria invejosa. Seus olhos cinzentos de aço mantinham um riso neles, como se soubesse muito mais do
que qualquer pessoa ao seu redor, e ele não iria compartilhar.
? Bom dia, ? disse Ramsey em sua profunda voz de barítono.
Um arrepio percorria a pele de Tara toda vez que ele falava, como se seu corpo estivesse em sintonia com sua voz rouca. ? Bom dia, Ramsey.
? O que você está ouvindo? ? Ele perguntou. Ele encostou na parede e se inclinou para abrir a caixa de ferramentas e puxou um par de ferramentas.
Tara piscou. ? Hã?
Ramsey olhou para ela e sorriu. ? Sua música, garota. O que você está ouvindo?
? Ah... Rihanna, ? ela respondeu, ainda desconcertada por ele saber que ela tinha o iPod ligado. Ela tinha baixado o suficiente para que ninguém ouvisse, e as cordas dos seus fones ocultas por seus
cabelos.
O coração de Tara começou a bater enquanto sua mente corria. Os Guerreiros a encontraram de novo? Ela puxou a cadeira de rodas para trás, preparada para pegar a bolsa e as chaves e correr.
Até que ela viu o cordão branco contra seu suéter preto.
Ela olhou para Ramsey para encontrá-lo olhando para ela. Depois de um momento, ele deu de ombros e virou as costas para ela.
Tara soltou um longo suspiro e colocou o cotovelo sobre a mesa antes de deixar cair a cabeça em sua mão. Ela era tão paranoica. Ela odiava viver sua vida dessa maneira, mas para ela, não havia outra
maneira.
Porque ela era uma druidesa. E não qualquer Druidesa.
Ela era uma perigosa.
Tara apertou os olhos e pensou nos últimos dez anos de sua vida. Não era que tivesse tido uma infância boa ou má. Tinha sido média, assim como suas notas na escola.
Inferno, ela tinha sido média. Altura média, aparência média, roupas médias, tudo médio.
Ela sabia desde criança que tinha magia. Isso era forte em sua família, e nunca a preocupou. Ou seja, até o dia de seu décimo oitavo aniversário e ela aprendeu muito mais sobre os Druidas do que
ela nunca tinha aprendido antes.
Sua família havia mentido para ela Todos aqueles anos, dizendo a ela que todos os Druidas eram iguais. Não só havia dois tipos diferentes de Druidas, mie, os bons Druidas, e droughs, os que viviam
de magia negra e deram suas almas ao Diabo, sua família estava toda de droughs.
Não era isso que a incomodasse. O que a tinha feito fugir de sua família era a insistência deles que ela se tornasse também. Eles exigiram que ela entregasse sua alma a Satanás, o que a teria condenado
ao inferno quando ela morresse.
Por alguma estranha razão, inexplicável, isso não incomodava ninguém em sua família. Apenas ela. E eles não a entendiam. Não que eles já a tivessem entendido antes.
Tara não queria nada de extraordinário na vida. Só queria uma vida simples. Um marido que a amasse, as crianças que a cercassem e uma casa cheia de risadas.
Em vez disso, ela agora não poderia ficar muito tempo em um lugar antes que tivesse que sair novamente. Já passara dez anos na Escócia, o que provavelmente parecia dez longos anos. Ela deveria ter
ido embora e ter ido para outro lugar quando fugiu da família, mas ela amava a Escócia demais para sair.
No entanto, ela sabia que esta era sua última parada em sua terra amada. Ela teria que ir embora. E isso a entristecia.
Faltavam apenas cinco dias para o seu aniversário. Ela sempre pensou que, quando chegasse aos 28 anos, teria pelo menos dois filhos.
Em vez disso, estava sozinha.
Ela nem se permitia fazer amigos, porque os amigos faziam perguntas e ficavam curiosos sobre seu passado. E ela odiava mentir. Então, ela fechava-se em si.
Houve uma vez que ela cometeu o erro de pensar que alguém era um amigo. Mas Declan Wallace tinha sido qualquer coisa, menos amigo.
Até hoje ela não sabia como ele a encontrara naquele pub em Aberdeen, mas sua boa aparência, charme e linguagem inteligente tinham sido a armadilha perfeita para uma assustada e confusa garota de
dezoito anos que fugira de casa.
Tara deveria ter sabido que tipo de homem ele era, mas ela culpava seu estado emocional por ter esquecido. Ela tinha ficado em sua mansão por um mês antes de saber que ele era um Druida.
Quando ele não a forçou para passar pela cerimônia para se tornar uma drough, ela trabalhou com ele no fortalecimento de sua magia por vários meses. Tara tinha tido cuidado com o quanto ela usava
sua magia. Ninguém, muito menos ela, compreendia por que sua magia estava tão fora de controle.
Mas Declan a pressionara a usar mais dela, a aprender a controlá-la. Ele não tinha entendido sua relutância, e ela não tinha dito a ele. Nada tinha funcionado, mas ele não ficou chateado. Ele parecia
gostar do fato de que a magia dela estava em todo lugar. Se suas emoções ficassem extremas, ela poderia explodir uma lâmpada sem sequer tentar.
Então, uma noite, ela não tinha sido capaz de dormir e se aventurou no andar de baixo para conseguir algo para comer quando ela ouviu os planos de Declan para ela.
Mais uma vez Tara estava fugindo.
Sabia que eventualmente seria apanhada. Seria por sua família? Os Guerreiros que a caçavam? Ou Declan? Quem entre eles terminaria com sua vida? Eles viriam no meio da noite, ou à luz do dia? Será
que isso importava mais?
? Tara?
Ela estremeceu ao sentir a mão de Ramsey em seu braço. ? Sim? ? Ela perguntou enquanto puxava o fone de ouvido para fora da orelha.
? Você está bem? ? Sua sobrancelha estava franzida, seus olhos cinzentos cheios de preocupação.
? Sim. ? Ela mentiu.
Ele ergueu uma grossa sobrancelha negra e aplainou seus lábios. ? Eu não acredito que você esteja me dizendo a verdade, mas não vou pressionar você.
O calor de seu corpo chamuscou sua pele através do suéter onde sua mão estava, mas não doeu. O que fez foi fazer seu sangue aquecer e a fez pensar em se aproximar e pressionar seus lábios contra
os dele.
Ela limpou a garganta e desviou o olhar de seus olhos hipnóticos. ? Estou bem. Realmente, ? ela disse, e esboçou um sorriso enquanto olhava para ele.
Ele a soltou e deu um passo atrás. Instantaneamente, ela sentia falta de sua proximidade, seu toque e seu calor. Como ele poderia andar por ai com uma camiseta de manga curta neste clima frio de
janeiro, com a neve lá fora quase 1 m de espessura, ela não sabia. Mas desejaria poder fazer o mesmo.
? Há quanto tempo você está em Dunnoth Tower? ? ele perguntou, de novo ajoelhado diante da tomada na parede oposta.
Ela odiava quando as pessoas faziam perguntas, mas por alguma razão ela queria responder a Ramsey. O que não era um bom sinal para ela. ? Algumas semanas.
Ele puxou a tomada da parede e inspecionou-a antes de torcer alguns fios. ? Humm, ? ele respondeu.
? O que trouxe você aqui? ? Ela lambeu os lábios, recusando-se a se perguntar o que a fez fazer sua própria pergunta. Ela nunca fez isso. Fazer isso parecia que ela estava interessada nele quando
precisava manter distância.
Mas havia algo tão sedutor, tão fascinante em Ramsey que ela não podia se ajudar.
? Sorte, talvez. ? Ele deu de ombros e apertou um fio. ? Quem sabe? E quanto a você?
? Eu estava dirigindo e a estrada me trouxe aqui.
Ele olhou para cima e encontrou seu olhar. ? Definitivamente sorte de sua parte.
Ela sorriu enquanto apoiava os antebraços em sua escrivaninha. Ela não tinha ideia do que tinha acontecido com ela, perguntando e respondendo a perguntas. E ela deixou sua resposta aberta para que
Ramsey pudesse perguntar algo mais.
Mas ele não o fez.
Porque ele não lhe deu o insano desejo de perguntar sobre alguma outra coisa. Felizmente, o telefone tocou, salvando-a de se fazer uma tola absoluta.
Tara continuou olhando para Ramsey enquanto olhava para a agenda para marcar uma conferência de empresa. Ela ficou agitada com a mulher do outro lado da linha porque Ramsey estava terminando com
a tomada e ela ainda estava no telefone.
E então Ramsey fechou a caixa de ferramentas e se levantou. Ele sorriu e se afastou.
Tara suspirou. ? Desculpe, senhora. Eu não ouvi esse último trecho. Poderia repetir?
Enquanto marcava as datas na agenda e calculava o depósito, Tara disse a si mesma que agora não era o momento de encontrar um homem no qual ela estivesse interessada.
O problema era que nunca houve um bom momento para ela se envolver com ninguém.
CAPÍTULO DOIS
Ramsey encostou-se à parede e deixou cair a cabeça para trás. Tocar Tara tinha sido um erro. Um erro drástico.
Ele olhou para os dedos da mão que a tinha segurado. Linhas brancas de magia flutuavam ao longo de sua pele como névoa. Isso fazia sua pele formigar e sua própria magia queimar para ser liberada.
Ramsey fechou a mão e apertou a mandíbula. Em todos os seus anos imortais, nunca havia encontrado um Druida que tivesse afetado sua magia do mesmo modo que Tara.
Ele inclinou ligeiramente a cabeça e escutou sua doce voz enquanto falava ao telefone. Ela riu, o som disparando direto para suas bolas, fazendo-as apertar. Desejo, grosso e forte e inflexível, correu
através dele.
Se soubesse que estar perto de Tara o afetaria, Ramsey poderia ter trazido outro Guerreiro com ele. Mas veio sozinho. Era um empreendimento arriscado, mas sabia que tinha de realiza-lo sozinho.
Afinal de contas, ele era um Guerreiro, um Highlander com um deus primordial preso dentro dele que dava a Ramsey a imortalidade e uma série de sentidos melhorados, bem como um poder incrível. Esses
mesmos deuses foram os libertados pelos droughs de sua prisão no Inferno para ajudar a combater os romanos que haviam invadido a Grã-Bretanha tantos séculos antes.
Ele não era apenas um Guerreiro. Ele também era um Druida. Um fato que manteve oculto de seus irmãos até alguns dias atrás. Ele não sabia como reagiriam à notícia, mas essa não era a única razão
pela qual ele não contara. Era um segredo que tinha guardado de todos desde o dia em que Deirdre o tomou e desatou seu deus.
Um sorriso puxou os lábios de Ramsey enquanto pensava em Deirdre. Finalmente, depois de séculos lutando contra ela, eles conseguiram despertar sua gêmea de um sono mágico. Tinha sido perigoso encontrar
e despertar Laria, mas no final, ela era a única que poderia matar Deirdre.
Nenhum deles tinha esperado que fosse reivindicada a vida de Laria também.
A morte de Deirdre deveria ter acabado com todo o sofrimento deles. Deveria ter, mas não acabou. Porque havia outro homem com fome de poder, um homem que usara sua magia para puxar Deirdre para frente
quatrocentos anos no tempo.
Declan Wallace.
Ele era a razão pela qual Ramsey tinha rastreado Tara. Declan era uma ameaça que precisava ser morta, mas tinha uma sorte diabólica. Muito sortudo, na verdade.
Ramsey se inclinou em volta da passagem e olhou para Tara. Ela tinha seus fones de ouvido de volta e estava batendo seu pé esquerdo lentamente para a batida do que estava ouvindo.
Ela parecia inconsciente dos verdadeiros motivos dele para vir à Torre de Dunnoth, e isso funcionou perfeitamente para Ramsey. Ele faria tudo o que pudesse para impedir que a visão de Saffron se
tornasse realidade.
Seu telefone celular vibrou em seu bolso de repente. Ramsey correu para longe de Tara e pegou o aparelho. Ele ainda estava se acostumando com a tecnologia da época, mas ele estava pegando rápido.
Ramsey respondeu ao iPhone com um sussurro: ? Sim.
Houve um suspiro, e então a voz de Saffron disse: ? Você deveria dizer 'Olá'.
? Ah. Bem, então, olá.
A vidente riu. ? Você já viu o Declan?
Ramsey olhou ao redor dele enquanto fazia seu caminho através de uma porta que conduzia para a casa que lhe foi dada como o faz-tudo de toda a torre. ? Ainda não. Como estão as coisas no Castelo
MacLeod?
Ele sentia falta de estar no castelo. Era a único lar que ele tinha tido em séculos, e agora que a maioria dos Guerreiros tinha encontrado suas companheiras nas Druidesas, o castelo era mais um lar
do que nunca.
? Todo mundo está ansioso para saber de você. Hã... Na verdade, eu estava ligando para avisar que você vai ter uma visita.
? Uma visita? ? ele repetiu enquanto chegava a seu chalé e abaixava a caixa de ferramentas para abrir a porta. Assim que entrou, encontrou o líder dos Guerreiros, Fallon MacLeod, sentado na poltrona
estofada. ? Fallon.
? Sim, ? Saffron disse em seu sotaque americano. ? Ele já está aí, não é?
Ramsey assentiu, depois disse: ? Sim.
? Minha deixa para desligar.
Ramsey devolveu o celular ao bolso quando Fallon se levantou. Eles apertaram antebraços e cumprimentaram com a cabeça.
? É bom ver você, ? disse Ramsey. ? Algo está errado?
Fallon sacudiu a cabeça. ? Não. Eu só queria ver como as coisas estavam indo.
? Aconteceu nada, só dois dias. ? Ramsey olhou para o primogênito MacLeod e nomeado líder dos Guerreiros. ? O que realmente traz você?
Fallon passou a mão pelo rosto. ? Eu nunca gostei da ideia de você estar aqui sozinho, não com Declan vindo para Tara.
? Eu posso lidar com ele.
? Não estou dizendo que você não pode. Tudo o que estou dizendo é que não vou perder outro amigo. Faz quatro séculos, mas sinto a perda de Duncan até hoje.
Ramsey esfregou a nuca e assentiu. ? Eu também. Quem você quer enviar para cá?
Fallon sorriu.
Ramsey revirou os olhos quando a compreensão se aproximou. ? Quem está aqui?
? Arran e Charon.
Ele se encolheu. ? Não são os dois que eu tive que separar depois do tempo deles juntos na montanha de Deirdre?
? Arran diz que já resolveu isso. Acho que ajudou-o saber agora, que Deirdre estava forçando Charon a espionar para ela.
? Onde eles estão?
? Por aí. Você não vai vê-los a menos que haja problemas. Eu ainda acho que você está tomando um enorme risco de fazer isso, Ramsey. Declan poderia te reconhecer.
Ramsey sacudiu a cabeça. ? Ele estava muito preocupado com Saffron e Camdyn, além de ver Malcolm virar-se contra Deirdre para ter me notado durante a batalha no Anel de Brodgar.
? Se houver algum problema, pegue Tara a força, se necessário, e volte para o Castelo MacLeod.
Ramsey fez um breve aceno de assentimento. Nenhum deles sabia o quão poderoso ele era, e por enquanto, era exatamente como Ramsey queria. Não haveria fuga para ele. Ele tinha a intenção de matar
Declan antes que o drough tivesse a chance de chegar a Tara.
Ramsey era descendente de uma linha de Druidas masculinos da floresta de Torrachilty que eram lendários por sua poderosa mágica. Eles tinham sido os Guerreiros do mundo Druida, aqueles que tinham
impedido que droughs e mies se massacrassem, uns aos outros. Adicione o poder do deus de Ramsey e ele era uma força a ser considerada.
Em apenas uma ocasião ele havia demonstrado algo desse poder, e essa foi a primeira vez que mataram Deirdre. Com todos os Guerreiros lutando contra ela imediatamente, ninguém percebeu o que Ramsey
tinha feito. Mas, apesar de todo seu poder, Deirdre não ficara morta. Desta vez, no entanto, foi diferente. Ela estava bem e verdadeiramente morta.
Isso aliviou Ramsey por um dia inteiro antes da visão de Saffron. Como vidente, Saffron nem sempre via tudo em suas visões. O que ela tinha visto foi Tara. Saffron tinha mostrado que a vida de Tara
estava em perigo, e que Ramsey seria o único a salvá-la.
Não demorou muito para juntaremos pedaços das visões anteriores de Saffron de que Declan era a pessoa atrás de Tara. E depois que Ramsey fez uma pequena visita para mãe bêbada de Tara, foi confirmado
que Declan a tinha ligado para ela à procura de Tara.
Ramsey observou enquanto Fallon caminhava até a janela e olhava para o castelo pelos terrenos cobertos de neve. ? Você falou com Tara? ? Fallon perguntou.
? Sim. Ela está cautelosa, como eu esperava. Pela descrição da Druidesa que fugiu de você em Edimburgo, é a mesma pessoa.
Fallon cruzou os braços sobre o peito. ? Você parece diferente, velho amigo.
Ramsey nunca tinha sido muito falador. Ele gostava de formular suas respostas e pensar em todos os possíveis resultados ou decisões antes de expressar qualquer coisa. Mas havia momentos, como agora,
quando não tinha essa opção.
Fallon era um homem nobre, um líder natural e um bom amigo. Ele não queria mentir para Fallon.
? A magia de Tara é...
? Diferente? ? Fallon sugeriu enquanto virava a cabeça para olhar para ele.
Ramsey assentiu com a cabeça. Ele ergueu a mão onde os ligamentos mágicos poderiam ainda serem vistos.
? Inferno! ? Fallon murmurou quando deixou cair os braços para os lados e olhou para a mão de Ramsey.
? Eu toquei em seu braço brevemente. Através do suéter. Sua magia é inexplicável. Eu nunca senti algo parecido. É forte, mas não tão forte como Isla ou Reaghan. No entanto, em alguns aspectos é mais
forte do que todas as Druidesas do castelo MacLeod juntas.
? Ela é drough?
Ramsey tinha procurado no pescoço de Tara pelo Beijo do Demônio, um pequeno frasco de prata que continha as primeiras gotas de sangue drough após a cerimônia em que eles davam sua alma ao diabo.
? Não vi provas disso. E com as blusas que ela veste, eu não tive a chance de olhar para os pulsos para ver as marcas de corte.
? Sua magia dói?
? Não. ? Tudo menos isso. Sua magia foi a coisa mais maravilhosa que Ramsey já sentira. Ele queria continuar a tocá-la, para manter esse sentimento perto dele. Era como uma droga, e depois de apenas
um toque, ele ficou viciado.
Os olhos verdes de Fallon se estreitaram como se soubesse exatamente o que Ramsey estava pensando.
? Volte para a sua esposa ? disse Ramsey. ? Eu não quero Larena irritada comigo porque você ficou longe por muito tempo.
A menção da esposa de Fallon e da única Guerreira feminina sempre fazia Fallon sorrir. ? Sim. Ela e Isla querem ir ao Castelo de Edimburgo para ver se conseguem encontrar o feitiço escondido que
prenderiam nossos deuses de que Laria falou. Eu sei que é muito longe de Edimburgo, mas as garotas dizem que precisam começar em algum lugar.
? Eu quero saber o progresso disso, então me mantenha informado.
? Manterei. E não faça nada estúpido, Ramsey. Precisamos de você no castelo.
Ramsey sorriu. ? Fallon, eu não sou o imprudente.
? É verdade, mas eu queria reforçar o aviso só para garantir. Eu vi o que minhas cunhadas fizeram com meus irmãos e os outros Guerreiros. Parece que Druidesas ficam bem emparelhados com nós Guerreiros.
? Você não tem nada com que se preocupar comigo. Não quero encontrar uma mulher.
Fallon bateu no ombro dele. ? Boa sorte com isso. Até depois.
E então Fallon se teletransportou de volta para o Castelo MacLeod.
Cada Guerreiro tinha um poder especial, e Fallon saltava de um lugar ao outro num piscar de olhos, mas ele tinha que ter visitado o lugar antes. Ele não podia se teletransportar para algum lugar
que nunca esteve. E era por isso que ele dirigira com Ramsey até Dunnoth.
Mas isso fez a viagem fácil com Fallon por perto.
Ramsey balançou a cabeça enquanto caminhava até a geladeira e pegava uma Coca-Cola. Ele tirou a tampa e virou-a nos lábios para um longo gole.
Havia uma enorme lista de coisas para ele fazer em torno do castelo, e com as nuvens pesadas acima, havia pouca dúvida que mais neve estava a caminho. Ramsey devolveu a garrafa de Coca-Cola na geladeira
e decidiu fazer as tarefas externas antes de começar a nevar.
Se ele esperasse, eles começariam a perguntar por que ele não estava usando um casaco. Ele não poderia dizer exatamente que não sentia frio ou calor como os mortais, ou que preferia a sensação do
frio contra sua pele.
Era melhor não tomar quaisquer riscos desnecessários a menos que fosse absolutamente essencial. Ele bufou. Ele tinha ouvido isso tantas vezes de seu pai e tio que ele tinha arraigado. Tinha sido
algo que Ramsey tinha vivido, e raramente ele assumia tal risco.
Ele consultou a lista que os proprietários lhe deram naquela manhã ao amanhecer e procurou pelas coisas que precisavam ser feitas lá fora. Depois de tomar nota dos dois primeiros, dobrou o papel
e enfiou-o no bolso traseiro antes de sair pela porta.
A torre de Dunnoth localizava-se na praia, perto da Baía de Sinclair no Mar do Norte. A água era mais escura e mais revolto do que o mar no Castelo MacLeod, mas não menos bonito.
O sal pendia no ar, e a brisa veloz que sai da água só aumentava a beleza estoica do castelo. Não tinha suportado tanto como o Castelo MacLeod, mas tampouco teve sua terrível história.
Ramsey inalou profundamente enquanto terminava de fixar a fechadura do portão que conduzia ao privado caminho de carros dos proprietários. Ele caminhou em direção ao galpão para pegar a pá de neve
e remover a neve do caminho que levava até a praia. Havia apenas dois hóspedes no castelo agora, mas tudo necessário era feito para a estadia impecável ??em todos os momentos.
Ramsey tinha limpado metade do caminho quando sentiu alguém observando-o. Ele parou e se apoiou contra a pá enquanto seu olhar percorria a área.
E veio descansar em Tara, a três metros dele, segurando uma xícara fumegante de café.
Sua magia inundou-o enquanto ele bebia em sua beleza. Ela tinha uma aparência natural que ele gostava demais. Ela usava maquiagem, mas muito pouco, e o que usava só acentuava seus grandes olhos em
forma de amêndoa e lábios cheios.
Sua pele era a cor do café que complementava seu longo e ondulado cabelo castanho suave e luzes douradas com perfeição. E seus olhos azul-esverdeados eram uma sombra que nenhuma paleta de cores poderia
capturar.
Seu rosto oval tinha maçãs do rosto altas, um nariz pequeno e sobrancelhas suavemente arqueadas. Ela era de altura média, não chegando bem ao ombro de Ramsey, mas ela era toda mulher.
Com seu sorriso contagioso que combinava sedução e malícia, olhos tentadores que chamavam e uma voz que fazia seu sangue esquentar, Ramsey a desejava.
Desesperadamente.
Mas ele não estava lá para cortejar uma mulher, não importa quão fina dama ela era. Ele estava lá para protegê-la, e encontrar Declan para que pudesse matá-lo.
Todo o resto teria de esperar.
Ela sorriu e lambeu os lábios enquanto caminhava em direção a ele. Ramsey podia ver que ela estava nervosa. O fato de que ela estava vindo até ele era inesperado. Pelo que tinha visto dela, e ouvido
dos proprietários e dos poucos outros empregados, Tara gostava de fechar-se em si mesma e raramente, alguma vez, respondeu a qualquer pergunta sobre si mesma.
? Eu pensei que você poderia precisar disso, ? ela disse enquanto lhe entregava a grande caneca. ? Embora talvez eu esteja errado. Eu não conheço ninguém que pudesse ficar aqui por mais alguns momentos
sem algum tipo de casaco, pelo menos.
Ramsey encolheu os ombros enquanto tomava um gole do líquido quente. ? Gosto do frio.
? Eu posso ver isso, ? ela respondeu com uma risada.
Seu cachecol escuro e multicolorido estava envolto firmemente em volta de sua garganta, e seu casaco preto disfarçava o corpo bem feito que ele vira quando ela usava apenas jeans e um suéter.
Ramsey percebeu o modo como ela tentava não olhar para ele por muito tempo, e como seus dedos enluvados continuavam mexendo com seu lenço ou cabelo.
? Não queria incomodá-lo ? disse ela.
De repente, ele percebeu que deixaria o silêncio entre eles durar muito tempo. ? Você não incomodou. Eu sinto muito. Não sou muito falante.
Ela deu de ombros e sorriu timidamente. ? Nem eu. Normalmente. Eu não sei o que há de errado comigo.
? Às vezes, uma pessoa precisa conversar. Mesmo que seja sobre nada.
Tara assentiu. ? Deve ser isso. Eu...
? Não pare por minha causa. Só porque eu não gosto de falar não quer dizer que eu não estou curioso sobre você.
Ela puxou uma mecha de cabelo castanho claro atrás da orelha. ? Eu geralmente gosto de me resguardar.
? Geralmente?
? Sempre, ? ela disse com um pequeno levantamento dos ombros, seus olhos olhando para baixo em seus pés. ? Mas eu vi você aqui fora e... ? Ela parou, desta vez dobrando as mãos juntas na frente dela.
? O café era exatamente o que eu precisava. Eu que agradeço.
Seus lábios se separaram para começar a falar, mas então o telefone tocou.
Tara deu a Ramsey mais um olhar antes de correr para o castelo.
? Droga, ? Ramsey disse enquanto levantava o copo para os lábios, seus olhos seguindo Tara. ? Estou em apuros.
CAPÍTULO TRÊS
Tara colocou o telefone no berço e passou os olhos no número de cartão de crédito que ela tinha acabado de obter para o hóspede que estava chegando mais tarde naquela noite.
Ela sorriu enquanto olhava para a lista de pedidos que haviam sido solicitados, pois a máquina de cartões de crédito verificava todas as informações. Assim que o cartão foi aprovado Tara fez uma
anotação em sua agenda.
Com as instruções na mão, ela se levantou de sua cadeira, mas seu olhar foi rapidamente arrebatado por Ramsey mais uma vez. Não conseguia afastar os olhos dele.
A forma como seus músculos se moviam sob a camiseta justa deixava suas mãos coçando para tocar sua pele bronzeada. Os músculos de Ramsey não eram enormes como os de um fisiculturista, mas eram visíveis
e muito, muito agradáveis ??de se olhar.
? Malhado, ? ela murmurou.
Cada músculo, mesmo em seus braços, era tonificado e definido de modo que não havia um grama de gordura em qualquer lugar em seu corpo. Ele virou as costas para as janelas e inclinou-se, dando Tara
uma visão perfeita de sua bunda.
? Que bunda! ? disse uma voz atrás de Tara.
Ela se sacudiu e se virou para encontrar uma das donas, Liz Maxwell. Liz cortou seus olhos castanhos para Tara e sorriu.
? Não há mal em olhar ? disse Liz. ? Certamente já olhei o suficiente desde que Ramsey chegou.
Tara olhou de relance para Ramsey para descobrir que ele encarava o castelo mais uma vez enquanto ele continuou tirar a neve espessa. Ela arrastou os olhos para longe dele e olhou para a dona. Liz
tinha quarenta e poucos anos, mas não parecia. Ela fazia exercícios e comia saudavelmente, e ter um monte de dinheiro ajudava a mantê-la em roupas de grife e seu cabelo loiro impecável.
Tara sorriu. ? Ele é bem bonito.
? Oh, por favor. Ele não é bonito, Tara. Ele é maravilhoso. Um arraso mesmo. Eu não posso acreditar que ele não está na televisão ou nos filmes. Homens como ele não são fáceis de encontrar. Eu o
arrebataria se eu fosse você.
Tara deu de ombros, sem saber o que dizer. Ela queria passar as mãos sobre Ramsey e beijá-lo até que ela esquecesse quem era? Definitivamente.
Ela queria um relacionamento com ele onde ele saberia tudo sobre seu passado e sua família? Isso seria um enorme não.
Havia muitas coisas em seu passado que ela não podia escapar, e ela não queria que mais ninguém se machucasse quando essas coisas a alcançassem.
? O que tem na mão? ? Liz perguntou.
? Ah, instruções, ? Tara disse, relutantemente rasgando seus pensamentos longe de Ramsey. ? Temos um convidado de destaque vindo esta noite para ficar no fim de semana. Ele está fazendo uma surpresa
para sua namorada, então ele tem alguns pedidos que gostaria que nós providenciássemos.
? E quem é esse convidado de destaque? ? Liz perguntou, um grande sorriso em seus lábios.
? O nome foi omitido. Foi-me dito que era para se certificar de que a mídia não descobrisse onde ele estava.
? Bem, não é a realeza britânica. Eles têm castelos próprios na Escócia. Liz bateu com o dedo no queixo dela. ? Eu não posso esperar para descobrir quem é. Vamos começar a ter tudo em ordem. Só temos
algumas horas. Qual quarto que eles reservaram?
? Ficarão no quarto andar.
? Oh, os quartos do Duque, ? Liz disse com um assentimento satisfeito.
Tara olhou para a lista. ? Ele quer champanhe, pelo menos quatro dúzias de rosas...
? De que cor? ? Liz interrompeu.
? Ele não disse.
? Hmm. Estou pensando em uma mistura de vermelho, rosa e branco. Continue.
? Morangos cobertos de chocolate, pétalas de rosa polvilhadas sobre a cama, e muitas velas em todo o quarto. Ele também solicitou a melhor refeição que nosso chef possa preparar para que eles possam
jantar no quarto hoje à noite. A coisa toda deve ser uma surpresa.
Liz esfregou as mãos. ? Eu vou falar com Stefan agora e também entrar em contato com o florista sobre as rosas.
Tara fez anotações por esses itens e enfiou o lápis atrás da orelha. ? Vou pegar o resto.
Liz afastou-se apressada enquanto Tara tirava o cachecol e o casaco. Antes de pendurá-los nos ganchos perto da porta, ela agarrou suas luvas que estavam em cima da escrivaninha e enfiou-as no bolso
de seu casaco.
Incapaz de resistir, Tara olhou novamente para Ramsey. Mas para seu desapontamento, ele se fora, o caminho bem e verdadeiramente limpo para quem queria se aventurar na praia.
Ela suspirou e correu para encontrar a governanta.
* * *
Ramsey guardou a pá no galpão antes de voltar para sua pequena casa de um quarto e ligou para Arran.
? Acho que Fallon te contou ? disse Arran como um alô.
Ramsey riu entre dentes. ? Sim, ele falou. Há pouca vegetação ou edifícios para esconder você ou Charon em torno do castelo. Vocês dois devem vir para o chalé e ficar.
? E então como poderíamos dar uma olhada pelo lugar?
? À noite, obviamente. Quanto mais perto você estiver, mais rápido poderá me ajudar se eu precisar.
Arran ficou quieto por tanto tempo que Ramsey estava começando a se perguntar se o Guerreiro percebeu que ele planejava enfrentar Declan.
? Charon não gosta da ideia ? disse finalmente Arran.
? Eu não gosto do fato de que qualquer um de vocês estejam aqui, mas não há nada que eu possa fazer sobre isso. Fallon queria os dois no caso de algo acontecer. Não é uma questão de se Declan virá,
é questão de quando. Vocês têm que estar a alguma distância do castelo, a fim de encontrar cobertura. Se vocês estiverem aqui, eu não terei que esperar por vocês chegarem.
? Não tente nos manipular, ? a voz do além de Charon disse por telefone.
Ramsey sorriu. ? Tudo certo. Eu não confio em Declan. Não consigo assistir Tara e os dois.
? Nós somos Guerreiros, Ramsey. Imortais. Com poderes ? disse Arran, com a voz cheia de irritação.
? Sim. E no caso de você ter esquecido, Declan tem as balas X90 cheias de sangue drough. Uma gota. Isso é tudo o que é preciso para nos matar.
Arran suspirou alto. ? Estaremos ai em breve.
? Vou deixar a janela de trás destrancada.
Ramsey terminou a ligação e passou a mão pelo rosto. Se necessário, ele trancaria Charon e Arran em algum lugar para que não pudessem ser prejudicados por Declan.
Na guerra contra Deirdre eles tinham saído com apenas a perda de Duncan, mas todas demais Druidesas intactas. Ramsey não queria mais morrer.
Declan não se importava com quem foi pego no meio. Ele iria matar qualquer um que se interpusesse em seu caminho. Ramsey tinha uma chance contra ele, mas mesmo ele não tinha certeza de quanta chance
teria.
Durante os longos séculos de sua vida, Ramsey tinha tentado invocar sua magia ao liberar seu deus apenas uma vez, e o poder disso o tinha assustado o suficiente para não tentar de novo. No entanto,
ele sabia que para combater Declan, ele teria que usar toda a sua considerável magia, e o poder de seu deus.
Ramsey se virou e olhou para o castelo através da grande janela de sua casa. A torre, que tinha cinco andares, erguia-se alta acima do resto do castelo. A torre fazia parte do edifício original,
e as duas adições, em ambos os lados, foram construídas muitas décadas mais tarde.
Contudo, isso fluía bem. A Torre de Dunnoth não era nem de perto do tamanho do Castelo de MacLeod, mas como qualquer castelo, tinha sua própria história especial que incluía um dos proprietários
anteriores fugindo com a irmã de sua esposa e deixando sua esposa para manter o castelo.
Um som em quarto fez Ramsey olhar sobre o ombro para ver Arran e Charon entrarem em visão.
Arran sorriu enquanto estendia o braço para que Ramsey apertasse. ? Você realmente não pensou que nós deixaríamos isso só para você, não é?
? Eu esperava. ? Ramsey respondeu com um sorriso de boas-vindas.
Charon deu um passo à frente quando Arran se afastou e agarrou o antebraço de Ramsey com força. ? Eu não escapei do Castelo MacLeod rápido o suficiente, parece.
Ramsey riu e deixou cair o braço para o lado. ? Fallon tem uma maneira de conseguir o que quer.
Charon empurrou para o lado seu cabelo escuro que batia nos ombros, e estreitou os olhos para o castelo. ? Tara sabe o que você é?
? Não. E eu não acho que saberá, a menos que eu diga a ela.
? Ou até que Declan mostre seu rosto ? acrescentou Arran.
Ramsey enganchou os polegares nos bolsos dianteiros de sua calça jeans.
? Tara não está aqui há muito tempo, e pelo jeito que ela age, eu posso apostar que ela tem suas malas arrumadas, prontas para sair de imediato.
? Ela é uma fugitiva, ? disse Charon. ? Se o que sua mãe disse é verdade, Tara não se estabeleceu em lugar nenhum, exceto Edimburgo.
Arran cruzou os braços sobre o peito. ? E isso não foi bom para ela.
? Ela pensou que ela estivesse segura lá, ? disse Ramsey. ? É por isso que ela ficou tanto tempo. Uma cidade enorme para se perder.
Os lábios de Charon se torceram em uma carranca. ? Você nunca pode escapar do seu passado.
Ramsey olhou para o Guerreiro. Ele sabia como Charon tinha espionado Quinn, Arran, Ian e Duncan enquanto eles estavam presos na montanha de Deirdre. Mas tinha feito isso porque Deirdre ameaçou matar
sua família. Isso era algo a ser perdoado, mas parecia que havia muito mais no passado de Charon do que ele tinha dito a qualquer um.
A cabeça de Charon girou e encontrou o olhar de Ramsey. ? Quantas pessoas estão hospedadas no castelo?
? Agora mesmo só um casal. Por quê?
? Seria mais fácil mover-se com mais pessoas.
Arran esfregou o queixo. ? Eu acho que precisamos dar uma olhada ao redor esta noite. Dentro e fora.
? Concordo ? disse Charon.
Ramsey levantou uma sobrancelha negra. ? Eu já fiz isso, mas vocês dois precisam conhecer o layout tão bem quanto eu. O quarto de Tara está no piso principal, em direção à parte de trás da torre
à esquerda. Os proprietários ocupam um conjunto de quartos no quinto andar.
? E os outros funcionários? ? perguntou Arran.
? Também no piso inferior, e até mesmo no porão.
Charon girou sobre o calcanhar e caminhou até a cadeira estofada afastada da televisão. Ele afundou nela e colocou as mãos atrás da cabeça. ? Você falou com Tara?
? Aye.
? Sobre o que?
Ramsey se recostou contra o peitoril da janela, as mãos apoiadas no parapeito.
? Ela está fechada. Ninguém sabe nada sobre seu passado ou mesmo muito sobre ela, a não ser que ela teve vários trabalhos nos últimos dez anos.
? Então os proprietários do castelo saberiam mais ? disse Arran. ? Sua história de empregos.
Ramsey encolheu os ombros. ? Aye. A não ser que ela tenha mentido.
? O que ela provavelmente fez ? disse Charon.
O barulho de sapatos na neve fez Ramsey olhar pela janela para ver Tara vindo em sua direção. ? Escondam-se. Ela está vindo.
Charon e Arran estavam no quarto fora da visão sem um ruído bem antes de Tara bater na porta.
Ramsey abriu a porta e convidou-a a entrar antes de fechá-la, e o frio, atrás dela. ? Algo errado?
? Não, ? ela disse com uma risada suave enquanto afrouxava seu cachecol. ? Liz queria que eu lhe dissesse que estaremos recebendo convidados nos quartos do Duque esta noite. A última vez houve um
problema com o chuveiro, então ela queria ver se você poderia verificar.
Alarme atravessou Ramsey. ? Quem é o convidado?
? Tudo o que sei é que é um homem famoso que está vindo para surpreender sua namorada. Não é romântico?
Ramsey lhe devolveu o sorriso. Mas não podia deixar de suspeitar que o hóspede não era apenas qualquer um. Era certo ser Declan.
? Quando o convidado chega? ? Perguntou.
? Às seis.
Isso lhe dava várias horas para se preparar. Como não conseguiam encontrar Declan porque sua magia bloqueava até mesmo Broc de usar o poder de seu deus para encontrar alguém, em qualquer lugar, eles
tinham que confiar em outros meios.
A mão de Tara descansou em seu braço. ? Você está bem?
Ramsey mentalmente se sacudiu. ? Aye. Apenas pensando em tudo o que preciso fazer.
? É melhor eu deixar você fazer isso. ? Ela deu-lhe outro sorriso suave antes de sair.
Arran assobiou longo e devagar enquanto se apoiava na armação da porta.
? Maldição. É uma mulher bonita.
? Você acha que é Declan chegando esta noite, ? disse Charon enquanto ele saiu do quarto.
Ramsey assentiu, olhando de Charon para Arran. ? Mas rezo para que eu esteja errado.
CAPÍTULO QUATRO
Declan Wallace não notou o cenário fora de sua janela enquanto Robbie, seu primo e primeiro no comando, dirigia o A9 através das Highlands.
Não, tudo o que Declan podia pensar era que finalmente rastreou Tara. Levara muito mais tempo do que ele teria gostado. Anos de fato. Ele sabia que a magia de Tara era potente, mas não deveria ter
permitido que ela se esquivasse dele por tanto tempo.
Não que Declan não gostasse de uma boa caçada. Tinha sido divertido no início quando ele descobriu que ela fugiu de sua casa. Ele não partiu imediatamente para pegá-la porque pensou que a encontraria
facilmente.
Como ele estava errado.
E a cada ano, cada caça que terminava em fracasso, sua raiva crescia. Declan tinha advertido Tara que ela era dele. Ela não tinha ouvido, não o tinha levado a sério. Na hora que terminasse com ela,
ela saberia exatamente com quem estava lidando.
? Só mais algumas horas, ? Robbie disse enquanto olhava para Declan através do espelho retrovisor.
Declan não se deu ao trabalho de responder. Ele estava gostando da ideia de entrar na Torre de Dunnoth e ver o rosto surpreso de Tara.
Ela ainda era tão bonita como tinha sido aos dezoito anos? Ele sempre achou que seus olhos azul-esverdeados eram incomuns, mas agradáveis ??de olhar. Ela não era o que ele chamaria de uma grande
beleza, mas ela serviria seu propósito.
Especialmente já que Deirdre tinha sido morta, e Saffron tinha sido mais uma vez levada pelos Guerreiros do Castelo MacLeod.
Mesmo com Saffron e Deirdre fora do quadro, Tara poderia dar-lhe tudo o que ele queria por causa de sua magia. Tudo o que ele tinha que fazer era convencê-la ou força-la a submeter-se à cerimônia
para tornar-se uma drough.
Declan soltou um longo suspiro. Em questão de horas, Tara seria sua.
* * *
Tara terminou de espalhar a última pétala de rosa sobre a cama com dossel. Se afastou e olhou para seu trabalho com um sorriso.
? Quem quer que seja essa mulher, ela certamente terá uma surpresa, ? disse Tara.
Nunca pensou que fosse uma sonhadora. Ela sempre se manteve firmemente plantada na realidade, mas pela primeira vez em sua vida, ela não podia deixar de imaginar como seria ser a mulher que entraria
em tal quarto. Saber que o homem com quem ela estava se importava tanto, e tinha ido tão longe por ela.
Ninguém jamais fizera uma coisa dessas por ela. Não que ela pudesse ficar chateada com isso. Ela nunca tinha deixado ninguém perto o suficiente.
Claro que ela saiu para encontros. Ocasionalmente.
Tara rolou os olhos quando se virou e entrou no banheiro. Ela tinha mais algumas rosas restantes, e ela queria adicionar um toque especial lá.
Encontros. A última vez que ela tinha ido a um tinha sido há mais de dois anos. Ele tinha sido legal e muito bonito. Mas ele queria outro encontro dela. Ele queria um relacionamento, e Tara não podia
permitir isso.
Ela rapidamente terminou isso. E as noites sozinhas na frente da televisão não tinham sido tão ruins. Ela tinha assistido a quase todos os filmes conhecidos pelo homem, e passou horas em seu laptop.
Tara balançou a cabeça enquanto pensava em sua vida austera. Ela sabia que precisava seguir em frente e fazer as malas para sair da Escócia. Ela deveria fazer isso amanhã.
Suas mãos, cheias de rosas, lentamente baixaram para a bancada do banheiro quando uma imagem de Ramsey saltou em sua mente. Ela não queria deixar Dunnoth Tower. Ela não queria deixar Ramsey.
Embora ela não pudesse dizer exatamente o porquê.
Tara balançou a cabeça para limpar seus pensamentos. Ela precisava se concentrar em terminar o quarto, e decidir mais tarde naquela noite o que fazer sobre partir.
Abriu o armário e encontrou o vaso que Liz sempre guardava na sala para tais ocasiões. Tara levantou-se nas pontas dos dedos dos pés, mas não conseguiu chegar ao vaso.
Com um suspiro, ela cuidadosamente pousou as rosas e tentou novamente. Quando isso ainda não funcionou, ela encontrou o pequeno banquinho e subiu nele.
Ela se esticou, seus dedos apenas roçando o vaso de cristal. ? Oh, vamos lá, ? murmurou com frustração.
Tara lambeu os lábios e se moveu um pouco mais para a esquerda do banquinho. Ela sabia que estava perto da borda, mas ela só precisava chegar um pouco mais longe.
Seus dedos seguraram o vaso no mesmo instante em que sentiu a inclinação do banquinho. Instintivamente, Tara soltou o vaso enquanto se sentiu caindo de lado.
Seus braços se movimentaram violentamente para tentar agarrar-se em algo para que não caísse, mas não havia nada.
E então braços como faixas de aço envolveram em torno dela. Suas mãos agarraram braços musculosos. Por um momento, tudo o que Tara pôde fazer foi absorver a sensação do calor e da força sob suas
palmas.
Ela soube sem olhar para cima que era Ramsey. Tara manteve os olhos fixados no meio de seu peito e sua camiseta. Seu coração batia rapidamente no peito e não tinha nada a ver com a queda e tudo a
ver com o homem segurando-a.
Não gostava de agir como uma estúpida colegial, mas em torno de Ramsey, ela dificilmente conseguia formar um pensamento coerente, muito menos agir racionalmente.
Lentamente, Tara ergueu o rosto para encontra-lo olhando-a, seus olhos incríveis olhos cinzas cravados nela. Ele não disse uma palavra enquanto gradualmente a deslocava para que ficasse em pé. No
entanto, ele não a soltou.
Tara se deleitou com a sensação de seu calor, o mesmo calor que a tinha arrebatado quando ele a tocara antes. Parecia incrível, quase como se estivesse diretamente em seu peito e se espalhando para
fora.
Fazia mais do que aquecê-la, no entanto. Isso fazia seu corpo formigar, como se toda terminação nervosa fosse estimulada e esperando por mais.
Os dedos dele apertaram por um segundo, como se ele também sentisse a corrente entre eles. Tara não sabia o que fazer com isso. Ninguém a tinha afetado tão fortemente.
? Obrigada, ? ela finalmente conseguiu dizer.
? Estou feliz por estar aqui, ? Ele disse e a soltou. ? Poderia ter sido uma queda desagradável.
Tara levantou a mão para a têmpora e a pequena cicatriz escondida pelos cabelos. Uma memória esquecida de sua mãe empurrando-a nas escadas numa tentativa de fazer Tara usar sua magia para proteger-se
encheu sua mente. Ela apertou seus olhos fechados quando um estremecimento passou por ela.
? Tara?
Como ela amava o som de seu nome nos lábios de Ramsey. Ela respirou fundo e abriu os olhos. ? Apenas uma má memória.
? Uma lembrança recente?
? Não. Uma de muito, muito tempo.
Ramsey deu um pequeno aceno de cabeça antes de dar um passo em torno dela e pegar o vaso. Ele o colocou no balcão com um leve sorriso.
Tara começou a arranjar as rosas enquanto Ramsey trabalhava no chuveiro. Não havia nada para preencher o silêncio companheiro, mas, novamente, não havia necessidade.
Ela secretamente observou o trabalho de Ramsey pelo espelho. E muito tempo depois que ela terminara com as rosas, ela encontrou razões para permanecer no banheiro para que pudesse estar perto dele.
Seu corpo ainda formigava de seu toque, e ela odiou como queria mais disso. Tara nunca fora uma daquelas garotas que se atiravam aos homens, mas certamente estava pensando em fazer exatamente isso
com Ramsey.
Era ridículo, mas seu corpo desejava seu toque como se seus pulmões desejassem oxigênio.
Tara reorganizou as rosas pela terceira vez. Ela deslocou uma das flores e olhou no espelho para encontrar o olhar de Ramsey.
? Por que você está aqui? ? Ela perguntou.
Uma sobrancelha negra arqueou. ? Eu já te disse.
? Não. Sério. Olhe para você. Você é esperto e tem boa aparência. Você é capaz de consertar qualquer coisa. Um homem como você não deveria estar fazendo um trabalho destinado a alguém que não pudesse
se formar na escola.
Ramsey apoiou o antebraço no chuveiro. Seu peito se expandiu quando ele respirou fundo e lentamente soltou o ar. ? Eu poderia te fazer a mesma pergunta.
? Você poderia, ? Tara baixou os olhos, odiando que quisesse dizer-lhe o que a tinha levado a norte da Escócia.
? Mas você não iria me dizer.
? Assim como você não irá me dizer.
Tara pegou o vaso no canto da bancada e se virou para sair. Ela rapidamente se deteve quando encontrou Ramsey enchendo a entrada. E bloqueando sua saída.
? Você não precisa ter medo de mim. ? disse ele.
Ela ergueu o queixo. ? Eu não tenho medo de você.
? Bom. Por que não me dizer o verdadeiro motivo por que está aqui?
O muro que ela erguera ao redor dela tremeu quando rachou, mas ela não deixou que ele se desintegrasse. Se o fizesse, não teria forças para continuar. Ela engoliu e expressou a mentira que tinha
dito a todos desde que chegou à Torre de Dunnoth. ? Eu estava procurando por algo diferente.
Ramsey olhou para o chão por um momento. Ele não disse nada enquanto pegava a caixa de ferramentas e saia do quarto.
Tara inclinou a testa contra a parede do banheiro e apertou as mãos. Era a única demonstração de emoção que ela poderia permitir, a única evidência de que ela queria muito mais.
Quando se recuperou, Tara saiu do quarto e voltou para o escritório. Ela estava riscando os itens da lista que seu misterioso convidado lhe tinha dado quando as primeiras gotas de chuva bateram contra
a janela.
Ela olhou pela janela para o céu cinzento e grossas e pesadas nuvens. Antes que percebesse, levantou-se e caminhou até as janelas. A chuva escorria pelo vidro enquanto riachos de água faziam trilhas
próprias antes de desaparecerem da vista.
Os faróis chamaram sua atenção enquanto um carro subia o longo caminho. Ela deu um passo atrás quando viu o Jaguar preto e todo o sangue drenou de seu rosto.
Declan sempre preferiu Jaguares. Possuía alguns outros veículos, mas sempre usava o Jaguar.
Tara calculou quão rapidamente poderia agarrar as malas e sair sem que Declan a visse quando a porta do carro se abriu. Ela deu mais dois passos para trás.
Não havia tempo para pegar suas coisas. Ela tinha que sair. Imediatamente.
Ela correu até sua mesa e agarrou suas chaves enquanto o motorista abria a porta traseira do Jaguar preto e um homem de cabelos brancos saia do carro.
Tara entrou em colapso com o alívio. Ela soltou as chaves para que caíssem de volta sobre a mesa, e só quando estava voltando para a porta ela avistou Ramsey nas escadas a observá-la.
CAPÍTULO CINCO
Ramsey vinha descendo as escadas para a entrada da frente quando sentiu o tremendo medo na magia de Tara. Ele saltou do terceiro andar da escada para o patamar que descia até o piso principal quando
a viu pegar as chaves.
Ele parou, imaginando o que ela faria. Era óbvio que ela pensava que o Jaguar era de Declan, e não tinha a intenção de ficar para descobrir.
Vários cenários possíveis atravessaram a mente de Ramsey naqueles poucos segundos, e o único tema em todos eles foi tirar Tara antes que Declan a visse.
Mas enquanto olhava seus olhos claros azul-esverdeados, Ramsey pôde sentir seu alívio. Embora ele estivesse igualmente satisfeito que não fosse Declan, o que o episódio tinha provado era que Tara
temia Declan acima de tudo.
Seu respeito por ela cresceu quando ela acertou os ombros e olhou-o nos olhos. Ela sabia que ele a vira, mas não ia esconder o que tinha feito.
? Você não pode correr para sempre, ? ele disse enquanto descia os poucos degraus restantes.
? Eu sei.
? Do que você está fugindo?
? Do que você está fugindo?
Ele sorriu interiormente por sua bravata. Ela estava assustada, mas não deixaria ninguém saber. ? Não estou fugindo de nada, garota. Estou correndo para alguma coisa.
Sua sobrancelha franziu, mas antes que ela pudesse responder a porta se abriu e o homem entrou no castelo, um grande sorriso em seu rosto.
? Estou procurando Tara, ? ele disse numa voz amigável marcada com um sotaque inglês.
Tara devolveu o sorriso e estendeu a mão. ? Essa seria eu. Acho que você é nosso convidado especial, Lord Huntington?
Ramsey saiu de vista enquanto Tara mostrava ao cavalheiro a sala de estar da frente e pegava para ele um champanhe. Ele não tinha ideia de quem era o homem, mas obviamente Tara tinha. Aparentemente
Lord Huntington era bem conhecido.
? Tudo o que pedi está em ordem? ? perguntou Lord Huntington.
Ramsey não precisava se aproximar para ouvir a conversa. Sua audição melhorada poderia captá-la facilmente, mas ele precisava estar perto de Tara. Especialmente depois de tocá-la novamente.
A sensação de seu corpo contra o dele tinha sido uma sacudida direto para sua alma. Havia algo notavelmente diferente em Tara, mas ele ainda não tinha descoberto o que era.
? Claro, ? respondeu Tara. ? E se precisar de mais alguma coisa, basta me perguntar.
? Bom. Bom, ? respondeu o senhor.
Ramsey observou das sombras enquanto Tara despejava o champanhe em uma taça. Ela continuava a olhar pelas janelas, como se esperasse Declan a qualquer momento. E Ramsey suspeitava que era exatamente
o que ela sentia.
Tara pousou a garrafa de champanhe e disse: ? Seu jantar estará pronto às oito, como pediu.
? Maravilhoso. Sara deve chegar em breve. Eu só queria que não estivesse chovendo. Ela odeia subir em meu helicóptero na chuva.
O celular de Ramsey vibrou em seu bolso, e uma vez que ele viu que era Arran, se afastou de Tara e respondeu.
? Aye?
Arran perguntou: ? Como está tudo? Vimos o carro chegar, mas uma vez que percebemos que não era Declan, esperamos você ligar.
? Tara pensou que fosse Declan também. Ela pegou suas chaves, pronta para correr.
? Poderíamos tê-la pegado.
? Sim. Ela está apavorada com ele.
Arran suspirou. ? Se o que Declan fez com Saffron é qualquer indicação, Tara tem todo o direito de ter medo.
? Mantenha a observação na estrada. Não quero uma surpresa.
? Vamos cuidar disso. Um de nós vai ficar aqui e dar uma olhada ao redor do terreno, enquanto o outro vai para a estrada como vigia.
? Lembre-se das balas X90 de Declan.
Arran bufou. ? Como se eu precisasse me lembrar.
Ramsey terminou a ligação e repôs o celular no bolso. Ele estava pronto para entrar em ação quando achou que era Declan que tinha chegado.
O que o preocupava era que ele não tinha decidido se primeiro protegeria Tara levando-a para longe ou a teria primeiro a batalha Declan. Se ele lutasse contra Declan, Ramsey poderia acabar com isso
logo.
Mas se ele tirasse Tara, ele sabia que estaria segura no Castelo MacLeod e não teria mais que fugir.
Ele passou a mão pelo rosto. As Druidesas do Castelo MacLeod queriam que ele contasse a Tara quem era e convencê-la a voltar com ele para o castelo.
Ramsey desejava que fosse assim tão fácil, mas depois de saber que Tara fugira de sua casa aos dezoito anos, sabia que ganhar sua confiança seria um processo lento. Não havia como fazê-lo no curto
período de tempo que ele suspeitava que tinha.
Nem permitiria que Tara fosse levada ao castelo contra sua vontade a menos que fosse para se esconder de Declan. E mesmo assim era a regra de Fallon que ninguém fosse mantido contra a sua vontade
no castelo.
Então isso deixou Ramsey exatamente onde ele estava. Esperando. E observando.
Ele não estaria tão preocupado se a magia de Tara não o afetasse. Um olhar para as mãos confirmou que as turbulentas linhas de magia haviam retornado.
Quanto tempo ficariam dessa vez? E isso era só tocar em seu suéter. E se ele realmente tocasse sua pele nua?
A ideia o atraía inteiramente demais. Demais.
Ramsey ficou no andar de cima e se assegurou de que poderia ouvir Tara onde quer que estivesse. Sua audição realçada tornava mais fácil para cuidar dela sem que ela soubesse, mas mesmo assim ele
descobriu que queria estar mais perto dela.
Não demorou muito para que o sol começasse a se pôr e a chuva se transformasse numa mistura gelada. Ramsey esperava uma tempestade de neve que impedisse as pessoas de circularem nas estradas.
Ele riu quando percebeu que tinha exatamente o que precisava no castelo. Com uma discagem rápida em seu celular ele tinha Arran no telefone. ? Eu preciso que você faça algo.
? O quê? ? perguntou Arran.
? Preciso de neve. Lotes e lotes da neve.
Arran soltou uma gargalhada. ? Ah. Você quer impedir que Declan chegue ao castelo.
? Aye.
? Por quanto tempo?
Ramsey esfregou a nuca. ? Não tenho certeza. Contanto que possamos controlar isso.
? Eu posso lhe dar o tipo de neve que você precisa por anos, meu amigo.
? Não. Apenas alguns dias. Preciso tentar me aproximar de Tara. Talvez eu devesse convencê-la a ir para o Castelo MacLeod.
? Ah, o argumento de Cara e Marcail finalmente chegou até você, não é? Você acha que pode persuadir Tara?
? Não, mas vale a pena tentar.
? Porque agora?
Ramsey lembrou quão desesperadamente ele queria lutar contra Declan. ? Eu não sei quando Declan chegará, mas eu sei em minhas entranhas que ele vai. As visões de Saffron ainda não nos falharam. E
em sua visão Saffron viu que se Declan vier, ele mataria Tara.
? Então sugiro que você se aproxime de Tara. E rápido. Dê-me alguns momentos para a neve.
O telefone clicou quando a conversa foi encerrada por Arran. Ramsey pensou longamente sobre como se aproximar de Tara. Não gostava que estivesse se questionando agora.
Mas como poderia saber qual seria sua reação à magia dela? Ou quanto ela estaria assustada com Declan?
Mesmo agora, ele não tinha certeza de qual caminho tomar. E isso não era nada parecido com ele.
Ramsey ouviu os suaves passos das botas de Tara no tapete e ele se dirigiu para a porta para ver que ela tinha ido para fora na chuva, que quase instantaneamente virou neve.
Ele correu até ela e pegou a alça da mala de Lord Huntington antes que ela pudesse. Ela deu um pulo para trás e ofegou.
? Que diabos! Você se move tão silenciosamente que eu nunca ouço você, ? disse ofegante.
Ramsey encolheu os ombros e ergueu a mala para a outra mão para que pudesse pegar a segunda peça. ? Pelo menos já não está chovendo.
? Não, ? ela disse e olhou para o céu. Os flocos de neve caíram sobre os cílios e ela piscou. ? Estranho como isso mudou de repente, não é?
? Você nunca pode afirmar nada sobre o nosso tempo.
Ela se afastou e o motorista fechou o porta-malas do carro. Juntos, Ramsey e Tara retornaram ao castelo. Ele continuou até a escada levando a bagagem para a câmara de Lord Huntington enquanto Tara
se dirigia para a cozinha.
Ramsey entregou a bagagem em tempo recorde. Fez uma pausa nos quartos do Duque para olhar pela janela. Como prometido, a neve estava caindo rapidamente, e em logo as estradas estariam tão grossas
de neve que ninguém se aventuraria sair.
Mas até então, Ramsey teria que ficar de olho em Tara. Declan era tão desonesto quanto Deirdre, de modo que Ramsey queria estar preparado para qualquer coisa. E conhecendo Declan, tudo era possível.
Ramsey fez as rondas do castelo, verificando tudo. Ele viu Arran um par de vezes, mas só por causa de sua visão melhorada. Nenhum mortal teria sido capaz de ver Arran na escuridão e com a queda
de neve.
Foi só quando a companheira de Lord Huntington, uma bela morena de meia-idade, chegou e ambos se retiraram para a suíte que Ramsey deixou a área do andar de cima.
Ele desceu o último degrau e ouviu Tara chamar seu nome. Ramsey olhou por cima do ombro para ver a cabeça dela saindo da porta da cozinha.
? Você está com fome? O Chef fez alguns extras para todos nós.
Ramsey caminhou até ela com um sorriso. ? Eu seria um tolo de passar batido de seus excelentes pratos.
Quando chegou à mesa dos funcionários, encontrou apenas dois lugares. E, com os olhos arregalados de Tara, não era o único surpreso.
? Para onde foram os outros? ? Ela perguntou.
Ramsey deu de ombros e puxou a cadeira. ? Talvez eles não gostem de mim.
? Não. Provavelmente sou eu.
Ela se afundou na cadeira enquanto Ramsey tomava a que estava em frente a ela.
? Não é 'você. Você tem um sorriso amigável e olhos meigos ? disse ele.
Ela riu e tomou um gole de vinho. ? E você é muito generoso com seus elogios.
? Eu nunca elogio a menos que eu ache isso.
Levantou o copo para ele. ? Então agradeço. Eu não recebo muitos elogios.
? Por que isso? ? Ele perguntou enquanto cortava o frango assado.
Ela enxugou os lábios com o guardanapo e engoliu a comida. ? Você parece o tipo de cara que tem tudo planejado. Tenho certeza que você me compreendeu.
? Não ? Prefiro que você me diga.
Ramsey ficou surpreso com o quanto estava gostando da conversa e do jantar. Foi uma oportunidade inesperada para ele aprender mais sobre Tara. O fato de que ele quisesse saber mais fazia cautela
crescer dentro dele.
Ganhando sua confiança ou não, ele não deveria querer saber mais.
? Hmm. ? Ela deu outra mordida enquanto o estudava. ? Eu normalmente não digo nada a ninguém.
? Por quê?
? Não é seguro.
? Para eles ou para você?
Ela olhou para baixo e engoliu em seco. ? Principalmente para mim. É melhor se eu não tiver amigos.
? Todo mundo precisa de amigos, Tara.
Seu olhar azul-esverdeado levantou-se para o dele. ? Mesmo que não seja seguro?
? Especialmente quando não é seguro.
? Você está oferecendo?
Ramsey assentiu lentamente. ? De fato, eu estou.
CAPÍTULO SEIS
Tara pousou o garfo e enfiou os dedos juntos enquanto estudava Ramsey. ? Por quê?
? Por quê? ? Ele repetiu.
? Foi o que eu perguntei. Por que você quer ser meu amigo?
Ele encolheu os ombros e baixou o olhar para seu prato para esfaquear seu garfo em alguns feijões verdes. ? Porque não'?
? Estou falando sério.
Ele mastigou lentamente antes de abaixar o garfo e se recostar na cadeira. Uma vez engolido, tomou um gole de vinho para dar a seus pensamentos tempo para se estabelecer antes de responder. ? Do
que você tem medo?
? Como?
? Por que você tem medo de ter um amigo?
Ela revirou os olhos e tirou uma mecha de cabelo que caía em seu rosto. ? Algumas pessoas têm problemas em confiar nos outros. Eu estou nessa categoria.
? Sim ? disse ele, como se não estivesse surpreso com sua admissão. ? Eu não lhe dei uma razão para não confiar em mim.
? Você não me deu uma razão para confiar em você.
? Nós poderíamos dar voltas e voltas a noite toda assim.
Tara sobreviveu durante dez anos fugindo aprendendo a ler as pessoas, e apesar dos esforços de Ramsey, ela podia dizer que ele estava escondendo alguma coisa. Mas o que?
? Você confia nas pessoas? ? perguntou, mais curiosa do que queria.
? Sim. Nem sempre vem fácil, mas tornou-se uma necessidade se eu quisesse sobreviver.
Agora ela estava realmente interessada. ? Sobreviver? Sobreviver a quê?
Ele encolheu os ombros. ? Foi uma figura de linguagem.
? Acho que você está mentindo.
Um lado de seus lábios se ergueu em um sorriso torto. ? Isso está certo?
? Está. Assim como eu sei que você está escondendo alguma coisa.
? E como é que você pode ver isso, garota?
Tara apoiou os antebraços na mesa e encontrou o olhar de prata de Ramsey. ? Eu aprendi pelo caminho difícil como ler as pessoas. É como eu sobrevivo.
? Então me diga o que você leu em mim.
Ela sabia que não deveria. As coisas já estavam totalmente pessoais demais. O fato dela querer saber mais sobre Ramsey, e que ela queria confiar nele, só complicava as coisas.
Se ela não desse um passo para trás, iria achar difícil partir quando chegasse a hora. E era por isso que ela já estava pensando em ir embora. Se aquela maldita tempestade de neve não tivesse explodido.
? Bem? ? Perguntou Ramsey.
Tara pegou seu copo de vinho e girou o líquido dourado do Pinot Grigio. Ela inclinou o copo nos lábios e deixou o vinho escorregar por sua garganta.
A deliciosa comida esquecida, ela se inclinou para trás e respirou fundo. ? Tem certeza que quer saber?
? Faça o seu melhor.
? OK. Você tem uma alma velha. Você é cauteloso, e tem segredos. Não muito, mas suspeito que sejam segredos perigosos. Você conhece as ferramentas modernas, mas você não tem a intenção de mantê-las.
Você é um guerreiro, um homem que sabe cuidar do que é dele. Você tem amigos íntimos que você considera familiares, mas...
? Ela parou quando inclinou a cabeça para o lado. ? Mas você deixou-os para fazer algo importante.
Tara piscou e olhou para longe do olhar de Ramsey e da confusão que ela vislumbrava lá. Tomou outro gole de vinho. ? Eu disse que eu podia ler as pessoas.
? Interessante.
? Eu estou certa? ? Ela perguntou sem olhar para cima.
? E se eu dissesse sim?
Lentamente, seu olhar se elevou para o dele. ? Eu perguntaria se seus amigos conhecem seus segredos?
? Eles conhecem. Agora, acho que é a minha vez.
O corpo de Tara sacudiu. ? O que você quer dizer?
? Você não é a única que pode ler as pessoas, garota. É justo que eu tenha a minha vez.
Ela queria fugir da cozinha e do castelo. Então ela percebeu que Ramsey não poderia dizer nada sobre ela. Ela era muito boa em esconder seu verdadeiro eu de todos, incluindo de si mesma.
? Vá em frente, ? ela disse com um indiferente encolher de ombros.
O sorriso de Ramsey e a maneira como seu olhar cinzento se elevou sobre ela deu-lhe arrepios pela espinha. O que ele achava que sabia?
? Você está fugindo há muito tempo, ? disse Ramsey suavemente. ? Você é uma solitária, mas também está solitária. Eu posso ver isso em seus olhos quando você vê famílias e amigos juntos. Especialmente
quando você vê um casal. Você tem seus próprios segredos, e tem medo de tudo. Você não pode encontrar a paz, porque você não tem como parar de fugir.
Tara sacudiu a cabeça, consternada. Ela se levantou tão rapidamente que sua cadeira caiu para trás, quebrando o silêncio. Ramsey levantou-se e estendeu a mão para ela, mas Tara se afastou bruscamente.
? Quem é você? ? ela perguntou.
? Eu sou um amigo. Se você não acredita em mais nada, acredite nisso.
Com as mãos tremendo, ela pousou o copo de vinho e deu um passo para trás.
? Eu não posso permitir-me amigos.
Ela se virou e começou a se afastar. Tara chegou à porta quando as palavras de Ramsey a pararam.
? Fugindo de novo?
Por um momento, ela vacilou. Ela desesperadamente queria desmoronar na cadeira e derramar todos os seus segredos. Queria contar a Ramsey tudo, e talvez ele pudesse até ajudá-la.
Mas Tara sabia que tipo de magia tinha Declan. Se ela envolvesse Ramsey, ela o condenaria à morte. E ela gostava dele demais para fazer isso.
Então, mais uma vez ela ficaria sozinha.
? Obrigada por compartilhar uma refeição comigo. ? Ela olhou por cima do ombro para Ramsey.
Antes de desistir e contar tudo, Tara caminhou até seu quarto e fechou a porta silenciosamente. Ela a trancou, e então passou o ferrolho. Não porque tivesse medo de Ramsey, mas era um hábito que
não podia abandonar.
Seus olhos nadaram com lágrimas não derramadas enquanto ela inclinava a testa contra a porta. Ela tentou conter a maré de emoção, mas Ramsey abriu as comportas quando ele a leu tão perfeitamente.
A primeira lágrima escapou, e então as outras rapidamente seguiram. Seus ombros tremiam com a força de sua solidão e medo. Ela cobriu a boca com as mãos para conter seus soluços, mas era tarde demais.
* * *
Ramsey pousou a palma da mão na porta de Tara. Ele abaixou a cabeça quando ouviu o som de suas lágrimas. Ele não queria fazê-la chorar. Ele esperava deixa-la ver que ele estava lá para ela.
Em vez de progredir, ele deu um salto gigantesco para trás. E ele sabia que se não tivesse pedido a Arran a neve, que Tara teria deixado a Torre Dunnoth. Como ele explicaria se a seguisse? Pelo menos
ele esperava que não precisasse.
Tara estava assustada, mas não era tola. Ela não se aventuraria com esse tempo.
Ramsey ficou perto da porta por mais alguns momentos ouvindo os soluços profundos da alma dentro do quarto. Somente quando as lágrimas de Tara começaram a diminuir ele retornou à cozinha e limpou
após a refeição.
Ele não podia deixar de passar pelo quarto de Tara mais uma vez antes de sair. Depois que ele fechou a porta do castelo e trancou, Ramsey acrescentou um feitiço de proteção rápida.
? Isso vai manter o Declan de fora? ? perguntou a voz de Arran atrás dele.
Ramsey não se surpreendeu ao encontrar seu amigo lá. ? Não ? respondeu ele, voltando-se para Arran. ? Mas levará alguns minutos para superar o feitiço.
? Momentos que poderíamos usar para tirar Tara.
? Sim.
? Boa ideia ? disse Arran.
Eles desceram os degraus enquanto caminhavam até o chalé de Ramsey. A neve não tinha parado, e já estava amontoada no chão, de modo que eles afundavam até joelhos quando passavam por ela.
Quando Ramsey abriu a porta de seu chalé tinha fogo na lareira e o cheiro de café enchendo o ar. Charon se virou do fogão e colocou duas canecas pesadas sobre a mesa antes de pegar a sua.
? Obrigado, ? disse Ramsey enquanto pegava a xícara e afundava na cadeira.
Ele sentiu os olhos de Charon e Arran sobre ele enquanto se sentavam e silenciosamente esperavam que ele contasse se alguma coisa tinha acontecido com Tara.
? A neve vai manter afastados todos os visitantes, mas vou sair em algumas horas para outra olhada de qualquer maneira, ? disse Charon.
Arran deu uma risadinha. ? Não haverá ninguém nas estradas, pelo menos não vindo para cá. Eu tenho certeza disso.
? Não vai manter Declan longe por muito tempo, ? disse Ramsey. ? Se ele quiser Tara tão desesperadamente como pensamos que ele quer, ele vai descobrir uma maneira de chegar aqui.
? Então nós precisamos levar as coisas adiante, ? disse Charon.
Ramsey pousou a grande caneca. ? Eu acho que eu posso ter assustado Tara esta noite.
? O que aconteceu? ? perguntou Arran.
Ramsey passou a mão pelos cabelos e tirou o cordão de couro que usava para manter o cabelo amarrados. Ele jogou o couro sobre a mesa e suspirou. ? Ela me disse que ela tem o dom de ler as pessoas,
então eu disse a ela para me ler.
? Você não pediu, ? Charon disse com surpresa.
? Eu pedi. E ela me leu.
Arran inclinou-se para frente na mesa. ? Bem?
? Ela é boa. É muito boa, na verdade ? confessou Ramsey. ? Ela não entrou em detalhes, mas obviamente ela pode ler as pessoas.
? O que ela disse exatamente? ? perguntou Charon.
? Ela disse que eu tinha uma alma velha, e que eu tinha alguns segredos. Que eu deixei amigos que eu considerava minha família por algo que julguei importante. Ela disse que eu era um guerreiro que
protegeria o que era meu.
? Caramba ? murmurou Charon. ? Ela é boa.
? Eu tentei dizer a ela que ela precisaria de amigos, mas quando isso não funcionou, eu perguntei se eu poderia lê-la, assim como ela fez comigo.
Arran rolou os olhos e suspirou. ? Bem, não nos deixe em suspense!
Ramsey apoiou os cotovelos sobre a mesa. ? Aparentemente, eu fiz um bom trabalho. Eu não dei detalhes, apenas coisas gerais como ela fez comigo. Mas isso a atingiu, eu acho. Ela correu para o quarto.
Ele não lhes falou sobre seu choro, porque sabia que Tara ficaria mortificada se soubesse. Ela era uma pessoa forte, que ele suspeitava raramente cedia a tal emoção.
? E agora? ? perguntou Charon.
Ramsey sacudiu a cabeça. ? Não sei. Pensei em mostrar que ela podia apoiar-se em mim, confiar em mim, mas acho que estraguei tudo. Se não fosse pela neve, ela já teria ido embora.
? Merda. ? disse Arran.
Ramsey respirou fundo. Ele poderia ter perdido qualquer chance de ganhar a confiança de Tara, mas ele não estava disposto a desistir de protege-la.
? Vocês dois aprenderam o layout? ? Ele perguntou.
Charon assentiu enquanto engolia o café. ? Sim. A paisagem é fácil o suficiente para que possamos detectar qualquer um se aproximando. Há alguns pontos que poderíamos usar a nosso favor se precisarmos.
? Ah. No lado esquerdo do castelo, a cerca de duzentos metros? ? perguntou Ramsey.
Charon sorriu. ? Esse é o único. A terra mergulha naturalmente, e com um pouco de ajuda em fazer o buraco maior, em seguida, cobrindo-o com neve, ele poderia ser usado.
? Preferia usar os nossos poderes ? disse Arran.
Ramsey sacudiu a cabeça. ? Não. Pode haver muitas testemunhas. Se podemos fugir sem chamar nossos deuses, então é isso que precisamos fazer.
? Além disso, Ramsey tem magia, ? Charon respondeu com um sorriso malicioso.
Ramsey afastou-se da mesa e se levantou. Seu peito se apertara com estas palavras, mas ele manteve a voz normal quando falou. ? É melhor você esperar que possamos tirar Tara, então eu não preciso
usar minha magia e meu poder.
Arran levantou-se. ? Por quê?
? Vou descansar um pouco. ? disse Ramsey.
Charon e Arran trocaram um olhar preocupado enquanto observavam Ramsey se afastar.
CAPÍTULO SETE
Declan olhou pela janela da hospedaria, sua raiva crescendo a cada batida de seu coração. O tempo tinha mudado rapidamente. Muito rapidamente.
? Eles estão dizendo que esta é a pior queda de neve que têm visto em décadas, ? disse Robbie da cadeira, onde ouvia o rádio.
? Estão dizendo agora? ? Declan viu o reflexo de Robbie no espelho enquanto ele levantava a cabeça.
Robbie franziu o cenho. ? O que é foi?
? Só um sentimento, primo.
? Sobre a Tara?
? Acho suspeito que nós tivemos uma tempestade de neve tão desagradável enquanto eu estava a caminho de Tara.
Robbie se levantou e caminhou para ficar ao lado de Declan na janela. ? Você acha que os Guerreiros estão envolvidos.
Não era uma pergunta. ? Eu acho.
? Eu posso cuidar deles com as balas X90.
Declan virou a cabeça e sorriu para seu primo. ? Com todas as forças dos Guerreiros, o poder de seus deuses, e sua imortalidade, vendo o que um pouco de sangue drough lhes faz é inestimável.
? E quanta dor.
Declan riu. ? Pelo menos matamos um deles durante a última batalha.
? Aquele que estava tentando pegar Saffron, aquele enorme e forte Guerreiro de cor marrom?
? Sim. Ele mesmo.
? Um para baixo e quantos mais para cair?
O sorriso de Declan desapareceu. ? Esse é o problema. Nós não sabemos. Deirdre suspeitava quantos estavam lá, mas ela nunca me contaria.
? Ainda não acredito que Malcolm a tenha traído.
Declan cerrou as mãos. ? Vou fazê-lo sofrer pelo que fez.
? Nós teremos que encontra-lo primeiro.
? Oh, não tenho dúvidas de que o encontraremos. Mas primeiro, Tara. Uma vez que eu a faça submeter-se à cerimônia para se tornar uma drough, começaremos a pegar os Guerreiros, um a um.
? Demorou muito para encontrar Tara. Ela já poderia ter fugido já.
Declan bateu com o dedo no peitoril da janela. Ele queria que Tara soubesse que estava indo para ela. Ele a queria aterrorizada, e ele conhecia Tara o suficiente para saber como fazer isso.
Ele girou sobre os calcanhares e se ajoelhou no meio do quarto. Com as palmas das mãos voltadas para baixo, ele se recostou nos calcanhares e fechou os olhos. Ele manteve o rosto de Tara em sua mente
enquanto começava a cantar o feitiço que lhe permitiria chegar à sua mente se ela estivesse perto o suficiente.
Declan tentara isso várias vezes desde que Tara fugira, mas nunca chegara perto o suficiente dela. Estavam apenas a cerca de quarenta milhas da Torre de Dunnoth. Isso estava no limite de onde o feitiço
poderia chegar, mas valia a pena tentar.
A antecipação cresceu quando o feitiço estendeu os dedos e procurou o que buscava. Ele derramou mais de sua magia negra no feitiço, incitando-a a procurar mais e mais.
E então ele sorriu quando a encontrou.
? Tara, ? ele sussurrou.
? Tara.
Tara se ergueu na cama enquanto a voz de Declan ecoava em sua mente. Seu coração batia em seus ouvidos e seu estômago caia a seus pés.
Tinha o ouvido tão claramente como se estivesse ao seu lado. Tara, ainda completamente vestida, olhou ao redor de seu quarto. Ela deve ter adormecido porque a luz ainda estava acesa, e comprovou
que estava sozinha. Pelo menos em seu quarto.
Ela engoliu em seco, tentando molhar sua boca agora seca enquanto ela corria as mãos para cima e para baixo nos braços. Declan estava perto, possivelmente no castelo em algum lugar. Não havia mais
tempo a perder. Tara tinha que ir embora.
Um olhar para fora lhe disse que não iria partir com o carro. Não havia como dirigir na estrada, muito menos fora do caminho do castelo.
? Droga, ? ela murmurou enquanto pulava da cama.
Tara abriu a janela, agradecida por estar nos fundos. Ela ofegou quando o ar gelado bateu nela. Seus dentes batiam, mas seu casaco e lenço estavam na entrada. E ela não estava prestes a desafiar
os cantos escuros do castelo para tentar alcança-los se Declan estivesse lá.
Com os ombros fixos, Tara sentou-se no parapeito da janela e balançou as pernas. Ela deslizou para fora do parapeito e afundou na neve que agora chegava quase até seus quadris. Demorou algum esforço,
mas ela finalmente foi capaz de fechar a janela.
Ela logo estava tremendo enquanto olhava em volta. As nuvens escondiam a lua, que a esconderia, felizmente, mas também significava que não havia luz para ajudá-la a encontrar o caminho para a estrada.
Tara estremeceu quando a espessa neve continuava a cair. Ela se agarrava a seus cabelos e cílios, tornando ainda mais difícil de ver. Mas ela não ia desistir. Declan poderia estar caçando-a, mas
ela nunca deixaria de correr.
A neve rapidamente penetrou no seu jeans, e ela não estava nem a vinte passos do castelo. O desespero começou. Tara usou um esforço extra para tentar caminhar pela neve densa e alta.
Ela trabalhou seu caminho em torno do castelo para a entrada onde a neve não deveria estar tão grossa. Seria um grande risco, porque se Declan estivesse lá, ele poderia vê-la. Mas se não se afastasse
do castelo, ele a pegaria em breve.
Tara podia ver a entrada, mas não importava o quão desesperadamente ela quisesse alcança-la, seu corpo estava exausto. Seus joelhos se dobraram e ela caiu de bruços na neve.
Por mais que quisesse ficar deitada e recuperar o fôlego, Tara se levantou e começou a andar. Ela ouviu o que soou como um arranhar de um sapato na neve, então ela parou e ouviu.
Por alguns instantes ela não se mexeu. Não havia outro som, e mesmo que ela olhasse ao redor, não via nada. Mas ela sabia que algo estava lá fora.
Tara continuou até chegar à beira do castelo. Do outro lado da rua estava a chalé de Ramsey. Ela poderia ir até ele, pedir-lhe ajuda, mas assim que o pensamento entrou em sua mente ela descartou.
Ela verificou para certificar-se de que não havia luzes na casa antes de dar uma corrida para a entrada. Ela tinha dado apenas dois passos quando uma grande forma pisou na frente dela.
Um grito parou em sua garganta, e uma mão rapidamente cobriu sua boca.
? Tara, ? Ramsey sussurrou em seu ouvido quando ele a puxou contra ele.
? Sou eu.
Ela balançou a cabeça enquanto se encontrava agarrada a ele.
? Merda, você está tremendo.
O pico de adrenalina, bem como o ar frio, deixaram seu corpo tremendo incontrolavelmente.
Sem pedir sua permissão, ele a levantou em seus braços e seguiu para seu chalé.
? Tola mulher correndo por esse tempo sem um casaco. Você está tentando se matar? ? Ele exigiu com raiva.
Já que seus dentes batiam tanto que mal podia falar, Tara balançou a cabeça.
? O que você estava fazendo aqui fora?
Ela olhou para ele, agradecida por não poder falar, porque era capaz de lhe contar tudo. Era a primeira vez desde que deixou Declan que o sentiu quase em cima dela. E era a coisa mais assustadora
que já sentira.
Tara pousou a cabeça no ombro de Ramsey, espantada ao descobrir que ele ainda não tinha um casaco, nem parecia estar afetado pelo frio.
Ele abriu a porta com o pé e empurrou seu caminho para dentro antes de fechá-la com o cotovelo. Nada mais foi dito quando ele a colocou na frente do fogo crepitante e a cobriu com um grosso cobertor
ao redor dela.
Ela se aconchegou sob o calor, grata por estar fora do frio. Por baixo dos cílios, ela olhou para Ramsey enquanto ele pegava um dos pés dela em suas mãos e gentilmente tirava a bota. Colocou-a ao
lado do fogo e repetiu o processo com a outra bota.
? Você está encharcada.
O áspero teor de sua voz fez uma emoção passar por Tara. Ela ergueu os olhos para o rosto dele. ? Um pouco.
? Encharcada, ? ele repetiu. ? Você precisa tirar suas roupas antes de pegar um resfriado.
? Eu vou. Apenas me dê um momento para me aquecer, e eu vou voltar para o castelo e trocar.
Ele balançou a cabeça, e foi quando ela viu que seu cabelo estava solto ao redor do rosto. Pairando preto como a meia-noite apenas passando de seus ombros.
? Não até que você me diga por que você arriscou sua vida esta noite.
Tara desviou o olhar e focalizou as chamas diante dela.
Um momento depois, Ramsey se levantou. Ela o ouviu na cozinha, e ela tomou esse tempo para olhar ao redor da pequena casa. A cozinha e sala de estar eram um grande quarto aberto. Ela viu uma porta
que ela suspeitou levava para seu quarto e banheiro. A chalé era escassamente decorado com apenas o suficiente para oferecer conforto dos ocupantes.
? Aqui.
Ela pulou quando encontrou Ramsey agachado na frente dela segurando uma xícara de café fumegante. ? Como você constantemente se move sorrateiro sobre mim?
? Beba ? ele insistiu.
Tara envolveu seus dedos entorpecidos ao redor da caneca quente. Ela teve que se revezar segurando-a porque machucava seus dedos retornar a sensação neles tão rapidamente. Mas o café provou estar
delicioso e ajudou-a se aquecer.
Ramsey sentou-se na cadeira ao lado dela, e a observou em silêncio. Seu olhar não era duro, mas desaprovador.
Tinha de admitir que não foi um dos seus planos mais inteligentes, mas, novamente, nunca antes ouvira a voz de Declan na cabeça.
? Eu não queria te chatear mais cedo. ? disse Ramsey.
Tara soltou um suspiro e olhou para sua caneca de café. ? Eu não deveria ter ficado tão defensiva. Fiquei sozinha por tanto tempo que nem sempre reajo bem as pessoas.
Tinha sido diferente com as crianças que ela ensinava. Eram jovens, curiosos e cheios de riso. Eles não tinham se preocupado com seu passado ou queriam saber tudo sobre ela. Tudo o que eles queriam
era sua atenção e se divertir. Essas eram duas coisas que ela tinha sido capaz de dar.
Mas estar com aquelas crianças tinha a feito chegar a um acordo o quanto carinhosamente ela queria uma criança dela mesma.
Demorou um momento para ela perceber que seu medo de Declan tinha desaparecido quase na hora que Ramsey a levantou. Como um homem que ela mal conhecia a fazia se sentir segura?
? Você não vai me dizer, vai? ? Ramsey perguntou.
Tara pensou em voltar para o castelo e segurou o cobertor mais apertado. Queria apenas mais alguns momentos com Ramsey, apenas mais algum momento em que se sentisse segura.
Ela pousou a caneca e olhou para ele. ? Há um homem atrás de mim.
? O que é que ele quer?
? Eu, ? ela respondeu, e riu de quanto isso soava absurdo. ? Uma vez achei que ele era um amigo, mas descobri que ele era qualquer coisa menos isso.
? É dele que você está fugindo?
Tara não queria mentir, mas não estava pronta para contar tudo.
? Parcialmente.
Ramsey inclinou-se para a frente, de modo que seus cotovelos apoiaram nos joelhos. Um sorriso suave puxou seus lábios. ? Isso não foi tão difícil, foi?
? Na verdade, ? ela disse com uma risada sufocada, ? Foi.
Seu sorriso lentamente se dissipou e sua testa franziu. ? Tara, você poderia ter congelado até a morte lá fora.
? Eu sei. Eu só... ? Ela parou quando as palavras se esquivaram. Engoliu em seco outra lágrima e encolheu os ombros.
? Fique aqui esta noite. Nada vai te machucar aqui, e você precisa descansar.
Queria dizer-lhe que não, mas estava tão cansada de cuidar de si mesma. Apenas uma vez, ela ia desistir e permitir que outra pessoa carregasse parte de seu fardo para ela.
? Está bem.
CAPÍTULO OITO
Ramsey esperava uma briga. A facilidade com que Tara cedeu provou o quão aterrorizada ela estava. O que a tinha feito fugir no meio de uma tempestade sem casaco?
? O homem que você diz estar perseguindo você, você acha que ele está aqui? No castelo?
Tara balançou a cabeça lentamente. ? Eu acho, mas talvez eu estivesse errada. Não sei mais.
? O que te fez pensar que ele estava aqui?
Seus olhos azul-esverdeados se voltaram para ele. ? Vai pensar que sou uma idiota.
? Não ? disse Ramsey com um pequeno sorriso.
Ela lambeu os lábios e ajustou o cobertor em sua volta. ? Ouvi sua voz.
? O que ele disse?
? O meu nome. Parecia que ele estava bem ao meu lado, mas acho que foi apenas um sonho.
Ramsey deixou-a mentir para si mesma e para ele, mas sabia que Declan não era nada além de um sonho. Ele poderia ter impedido Declan de chegar ao castelo, mas ele não tinha impedido Declan de usar
magia para chegar a Tara.
? Use minha cama, ? disse Ramsey. ? Posso encontrar algo para você vestir.
? O sofá estará bem.
? Mas a cama é melhor ? disse ele, levantando-se.
Ramsey estendeu a mão e a ajudou a se levantar. Assim que sua pele o tocou, a magia disparou através dele como um relâmpago, ardendo a pele dele até que seu corpo inteiro ansiava por mais dela.
Ele relutantemente a soltou e, em seguida, segurou sua mão enquanto os cachos de magia inundavam sua pele. Ramsey não precisava olhar para baixo para vê-los mais. Ele conhecia a sensação dela, de
sua magia gloriosa e requintada.
Tomou uma grande quantidade de esforço para andar à frente de Tara até seu quarto em vez de deixar seus dedos descerem pelo seu rosto até seu pescoço.
Ramsey achou que afastar-se dela era difícil, mas uma vez em seu quarto com a cama tão perto, seu corpo ansiava por uma coisa. Tara.
Ele puxou a primeira camisa sem uso no pequeno saco e jogou na cama. Quanto mais ele ficava perto dela enquanto sua magia nadava sobre sua pele, mais seu controle escorregava.
Tara podia ser bonita, e ele podia ser atraído por ela. Mas mantê-la viva era seu único dever. Ramsey não tinha pensado que seria um problema. Então, ele não sentira a magia de Tara até naquele momento.
? O banheiro é lá ? disse Ramsey, apontando para a porta fechada. Em dois passos, chegou à porta do quarto. Pouco antes de fechá-la atrás dele, ele disse: ? Se você precisar de alguma coisa, me avise.
? Obrigada, ? disse Tara enquanto fechava a porta atrás dele.
Ramsey respirou fundo, depois outra vez antes de perceber que sua mão ainda estava na maçaneta da porta. Seria tão fácil dar um pequeno toque e estar de volta no quarto com Tara.
? Não, ? Ramsey sussurrou, e soltou a maçaneta da porta.
Ele tropeçou até o sofá e se sentou, seu olhar na mão que tinha tocado Tara. Como ele esperava, as ondas brancas eram mais grossas, mais sólidas de tocar sua pele.
Como com qualquer Guerreiro, ele tinha a habilidade de sentir magia. Isso permitia que um Guerreiro encontrasse e rastreasse Druidas. Mas havia uma conexão que nem os Druidas nem os Guerreiros tinham
percebido quando os Druidas chamaram os deuses pela primeira vez.
Houve casos em que a magia de uma determinada Druidesa afetava mais profundamente um Guerreiro. Ele podia sentir as emoções dela em sua magia.
O fato de que um Guerreiro pudesse fazer isso era magia em si, mas o que isso significava era um forte vínculo entre Guerreiro e Druidesa Esse vínculo havia se formado oito vezes no castelo MacLeod,
e cada vez que a Druidesa e o Guerreiro se apaixonavam.
Ramsey sentira a intensidade da enorme magia de Tara antes de chegar à Torre de Dunnoth. Então ele a agarrou pelo braço e observou enquanto sua magia girava em torno de sua mão.
Mas o que o deixou completamente chocado foi que o medo absoluto que ele sentira na magia dela que o levara para fora. Não havia tempo de analisar por que ele sentiu a angústia dela. Ele simplesmente
reagiu e a levou para sua casa o mais rápido possível.
No entanto, enquanto ela estava com ele, ele tentou discernir mais de sua emoção através de sua magia. Infelizmente, ele não sentiu nada. Era como se ela, de alguma forma, tivesse cortado.
Ramsey levantou a mão. A magia movia? se com a graça da fumaça branca enquanto ela dançava sobre sua pele. Ele se moveu ao redor e mais, rodando lentamente.
? Bem, foda-me.
Ramsey sacudiu a cabeça ao redor ao som da voz de Charon. Encontrou Charon e Arran olhando para ele, então baixou a mão. ? Prefiro não.
Arran riu e empurrou Charon para a frente para poder fechar a porta.
? Quer explicar o que está acontecendo com sua mão?
? Realmente não.
? Muito ruim. ? disse Charon. ? Nós queremos saber.
Ramsey flexionou seus dedos e observou as ondas se moverem com eles. Toquei a mão de Tara.
? Droga ? disse Arran, com os olhos arregalados.
Ramsey balançou a cabeça e segurou o dedo nos lábios. ? Temos uma visitante.
? A adorável Tara ? murmurou Charon com um sorriso.
Ramsey levantou-se e aproximou-se deles para que pudessem conversar. ? Ela tentou fugir. Ela disse que ouviu a voz de Declan na cabeça.
? Merda, ? Charon grunhiu enquanto passava uma mão pelo cabelo. ? Nós cobrimos toda a propriedade três vezes. Ele não está aqui.
Arran franziu o cenho. ? Espere. Ela lhe contou sobre o Declan?
? Não, ? admitiu Ramsey com um suspiro. ? Ela me disse que havia um homem atrás dela, e esse mesmo homem é o que ela pensou ter ouvido.
? Cuidado, não cometa um deslize ? advertiu Charon.
? Eu sei. Ela disse que só falou seu nome, mas foi suficiente para mandá-la para a noite sem um casaco.
? Com esse tempo? ? Arran disse, com o rosto arregalado de choque.
Ramsey assentiu com a cabeça. ? Ela tem muito medo dele.
? E Saffron também tinha. ? disse Charon.
Arran bufou. ? Ela ainda tem, mas Camdyn está lá para protegê-la.
? Tara não sabe nada sobre vocês dois ainda. Eu não a deixaria entrar se ela os visse.
Charon soltou um longo suspiro e apoiou as mãos sobre a mesa. ? Vou vigiar a estrada. O fato de Tara ter permitido que você a trouxesse aqui, e ficar, diz que você está fazendo progresso. Nós não
queremos estragar isso.
? Prometa-me que não vai lutar com Declan se o vir ? disse Ramsey.
? O que você não está dizendo, companheiro?
Ramsey olhou para Charon e depois para Arran. ? São as balas X90 que me preocupam.
Com um aceno de cabeça, Charon se endireitou e saiu da casa depois de pegar um saco de batatas fritas no balcão da cozinha.
Quando a porta se fechou atrás dele, Arran cruzou os braços sobre o peito e olhou para Ramsey. ? Charon pode acreditar nessa merda que você acabou de distribuir, mas eu não.
? É a verdade, ? respondeu Ramsey com um encolher de ombros.
? Minha bunda. Nós já não passamos o suficiente para merecer a verdade? ?
? Você quer a verdade? ? Ramsey perguntou enquanto se aproximava de Arran. Ele raramente deixava que a raiva o controlasse, mas não era tão fácil de controlar no momento. E ele não se importava.
? Eu lhe darei a verdade. A verdade é que nós não temos Sonya aqui com sua magia de cura, nem temos Phelan e seu sangue que pode curar qualquer coisa. Somos apenas nós. É por isso que eu não queria que
Fallon trouxesse alguém aqui.
? Então, quem cuidaria de seu horrível traseiro?
Ramsey piscou, surpreso com a calma resposta de Arran.
? Vou dar uma olhada no quarto de Tara. Talvez encontremos algo útil ? disse Arran.
Ramsey observou seu amigo partir. Ele esperava que Arran comentasse sua falta de controle ou, pelo menos, sua raiva. Em vez disso, Arran não disse nada.
Desde que chegou à Torre de Dunnoth, Ramsey não tinha sido ele mesmo. Se ERA por causa de Tara, ou finalmente admitir a todos que ele era meio Druida, bem como Guerreiro, e, em seguida, usando sua
magia, ele não sabia.
Nem importava. Tudo que ele queria era voltar a ser o homem que era. O homem que sempre se manteve no controle. O homem que não tomava decisões precipitadas. O homem que pensava as coisas completamente
pelo menos seis vezes antes de tomar uma decisão.
O homem que não permitia que a raiva o governasse.
Ramsey jogou outro tronco no fogo antes de apoiar a orelha contra a porta para ouvir os sons de Tara. Quando não ouviu nada, temeu que ela pudesse ter fugido de novo.
Tinha a porta aberta antes que o pensamento terminasse em sua mente. Quando viu Tara dormindo sob as cobertas que ela tinha puxado quase sobre sua cabeça, ele silenciosamente fechou a porta. Não
foi até que se sentou no sofá e avistou as botas de Tara que ele percebeu que tipo de tolo ele tinha feito de si mesmo.
? O que há de errado comigo? ? Ele perguntou.
Seu olhar se moveu para seu braço que descansava sobre a perna para ver que a magia ainda estava lá, ainda tão densa quanto antes.
Embora fosse um homem de vinte e um anos, quando Deirdre liberou seu deus, ele havia sido criado como um Druida da floresta Torrachilty.
Desde que a magia deles corria poderosa e profunda, foram somente os homens que poderiam controlar isso. Qualquer mulher nascida com magia em Torrachilty era morta, porque se ela fosse permitida
viver ficaria louca com força da magia.
Ramsey vinha de uma longa linhagem de homens de Torrachilty. Ele tinha aprendido feitiços assim que pôde falar, e esses eram aperfeiçoados antes que ele aprendesse mais.
Seus professores haviam sido brutais, mas eficazes. Os Druidas de Torrachilty eram conhecidos como Druidas guerreiros. Todos os Druidas, mesmo os droughs os temiam.
Como todos os Druidas, Ramsey tinha sido ensinado como os droughs tinham chamado os deuses antigos do Inferno para que pudessem tomar como hospedeiro um homem e livrar a Grã-Bretanha de Roma. Ramsey
também tinha aprendido como isso tinha tonado ambos, droughs e mies, iguais para unir os deuses dentro dos homens.
Ramsey tinha aprendido quão difícil tinha sido corrigir algo que os droughs haviam feito. Houve consequências para tais decisões, e essas consequências haviam caído nos mies. Eles eram os que seguiam
as linhas de sangue que os deuses viajavam através de geração em geração.
Mas os professores de Ramsey não sabiam de tudo. Eles não sabiam sobre Deirdre ou o que ela poderia fazer. Eles não tinham percebido que os deuses poderiam ser liberados uma vez mais.
E eles não sabiam que ele seria levado por Deirdre e que seu deus seria liberado.
Ramsey pensou em seu pai e seus tios, e pensou em sua família. Não era algo que se permitia fazer com frequência, porque não fazia ideia do que lhes tinha acontecido.
Tudo que ele sabia era que os notórios Druidas guerreiros da Floresta Torrachilty não existiam mais.
Ele se levantou e pegou o laptop que Saffron enviara com ele. Não conseguiria dormir aquela noite, mas talvez pudesse aprender algo sobre seu povo.
Talvez ele pudesse encontrar alguma pista sobre o que aconteceu com eles, ou para onde eles foram.
Ele nunca encontraria sua família, ele sabia. Mas se havia outro lá fora, Ramsey queria encontrá-lo. Ele não podia acreditar que fosse o último dos Druidas da floresta de Torrachilty.
Parecia muito cruel, muito brutal.
Mas Ramsey teve um sentimento de naufrágio que era tudo verdade.
CAPÍTULO NOVE
Castelo de MacLeod
Galen sentou-se no fim da longa mesa no grande salão, com o dedo batendo lentamente na madeira.
? Você parece preocupado.
Galen começou a virar a cabeça para encontrar Lucan de pé ao lado dele. Galen encolheu os ombros. ? Meus pensamentos estão sombrios hoje.
? Você não é o único. ? Lucan se abaixou para o banco e apoiou os cotovelos sobre a mesa que ele havia feito há tantos séculos. ? Você está pensando em Ramsey.
Galen não ficou surpreso com a afirmação. Seu poder poderia ser ler as mentes dos outros, mas Lucan não era um tolo. ? Sim. Eu não gostei que ele quisesse ir sozinho.
? Ele não está sozinho agora.
Galen correu a mão pelo rosto e suspirou. ? Ramsey foi um que Deirdre pegou depois de você e seus irmãos. Ele é o mais velho seguido de vocês três MacLeods.
? Seu ponto?
? Ele é cauteloso por uma razão, Lucan. O fato de ele querer enfrentar Declan sozinho não assenta bem para mim.
? E nem para Fallon, por isso meu irmão mandou Charon e Arran para a Torre de Dunnoth.
? Será o suficiente?
Os olhos verdes de Lucan se estreitaram. ? O que você não está me dizendo, Galen?
? Nada. É só... Tenho um mau pressentimento. Ramsey pode ter admitido ser meio Druida, mas não tenho certeza de que isso foi tudo.
? Como assim?
Galen sacudiu a cabeça. ? Estou supondo aqui, mas foi algo que Reaghan disse ontem à noite antes de adormecer. Ela se perguntou que tipo de magia Ramsey tinha.
? Muito poderosa se julgarmos pelo que vimos na batalha com Deirdre e no despertar de Laria.
? Exatamente. ? Galen inclinou-se para a frente, de modo que seus braços descansaram sobre a mesa. ? Fiz algumas pesquisas sobre os Druidas da floresta Torrachilty.
Quando Galen não continuou imediatamente, Lucan flexionou as mãos em agitação. ? Bem?
? Eles eram considerados os Druidas Guerreiros, Lucan. Eles eram temidos. Muito mesmo. Ninguém mexia com eles, nem mesmo com os droughs.
? Foda! ? Lucan soltou um suspiro. ? Não sei se fico impressionado ou preocupado.
? Eu também. A pergunta de Reaghan me deixou curioso. O que aconteceu com a morte de Deirdre, o casamento de Camdyn e Saffron, a busca do pergaminho que faltava com o feitiço para atar nossos deuses,
e Declan indo atrás de Tara, nenhum de nós falou com Ramsey sobre sua magia.
Lucan esfregou a testa. ? Não. Nós deveríamos. Acho que estávamos todos tão aliviados por ter Deirdre finalmente morta que nós esquecemos. Mas eu não acho que Ramsey iria atrás de Declan se ele próprio
não acreditasse que poderia pegá-lo.
? E isso por si só me assusta. Eu esperava que Hayden ou mesmo Camdyn agissem dessa maneira, mas não Ramsey. Ele é quem pensa em tudo, quem escuta a todos antes de fazer um comentário.
? Vou falar para Fallon ? disse Lucan. ? Veja se você pode descobrir qualquer outra coisa sobre os Druidas Torrachilty.
Galen observou Lucan se afastar enquanto continuava preocupado com Ramsey. Não estava bem para nenhum deles que Ramsey quisesse ir sozinho. Todos queriam lutar contra Declan, mas Ramsey e Saffron
os convenceram da necessidade de levar Tara ao castelo primeiro.
Galen só esperava que a decisão de Ramsey não lhe custasse a vida.
* * *
Tara estendeu os braços sobre a cabeça e bocejou. Quando ela abriu os olhos para ver o cinzento do amanhecer vindo através das persianas ela soube que não estava em seu quarto.
Um segundo depois, os acontecimentos da noite anterior se precipitaram por sua mente. Ela lentamente se sentou, um sorriso puxando seus lábios enquanto pensava em como ela se sentia segura com Ramsey.
Nunca lhe ocorreu ter medo dele ou de Declan.
Tara não conseguia se lembrar da última vez em que se sentira tão livre. Talvez fosse isso que lhe permitiu dormir tão profundamente, mas fosse qual fosse a causa, sentia-se como uma nova mulher.
Ela jogou as cobertas para o lado e saiu da cama. O espelho na parte de trás da porta parou seu frio quando viu seu reflexo. Não prestara muita atenção à camisa que Ramsey lhe dera na noite anterior,
mas agora não podia desviar o olhar.
Era de flanela, mas que tinha sido lavada muitas vezes. O xadrez era azul, branco e preto e cheirava a uma mistura embriagadora de pinho e homem. Ela virou o nariz para a gola e inalou o cheiro que
era todo Ramsey.
Os punhos estavam desabotoados e penduravam bem além de suas mãos quando ela abaixou os braços. Ela nunca tinha entendido por que nos filmes eles sempre mostravam uma mulher andando com a camisa
do homem depois de terem feito sexo. Agora ela sabia.
Nunca se sentira mais sexy em sua vida.
Tara bufou com seus próprios pensamentos. ? Eu nunca me senti sexy na verdade.
Tentou alisar os cabelos com os dedos sem sucesso. Então, ela lentamente girou a maçaneta e abriu a porta.
Silenciosamente ela espiou pelo batente da porta no sofá, apenas para encontra-lo vazio. Seus pés andaram silenciosamente pelo chão de madeira e tapetes para a cozinha, mas ela se viu sozinha.
Tara estava prestes a voltar para seu quarto e ver se suas roupas estavam secas quando seu olhar foi capturado pela visão das janelas enormes que ocupavam uma grande porção da parede.
A neve tinha caído a uma taxa incrível na noite anterior, deixando montes enormes dela em toda parte. As rajadas que continuavam a cair eram grandes e não mostravam sinais de diminuir tão cedo.
Para todo o lugar que Tara olhava parecia branco. Somente as pedras cinzentas do castelo quebraram para cima o país das maravilhas branco. Se tentasse realmente, quase podia acreditar que estava
em outro mundo, um mundo onde Declan não existia e não precisava fugir para salvar a vida.
* * *
Ramsey quase deixou cair a braçada de madeiras quando viu Tara. Cada fibra de seu ser estava em sintonia com ela. Não foi só porque Tara se inclinou e sua bainha de camisa subiu até o topo de sua
coxa bem torneada, dando-lhe uma visão de sua calcinha verde brilhante com renda.
Não foi só porque seu cabelo estava desgrenhado como se tivesse acabado de fazer amor.
Não foi só porque seu sorriso transformou seu rosto em algo que lhe roubou o fôlego.
Ele estava vendo um lado de Tara que ele suspeitava que poucos tinham visto. O sol passou pelo meio do espesso dossel de nuvens e brilhava diretamente em Tara, destacando seu cabelo castanho claro
de modo que os fios dourados nele brilhavam.
Para seu espanto, ela se inclinou para o lado de modo que foi capaz de ver uma rã branca na parte de trás de sua calcinha e a palavra JAMMIN sobre ele.
Ele trouxe um sorriso para os lábios, porque não esperava ver Tara usar calcinha assim. Ela era uma solitária, uma fugitiva, então ela se expressara de maneiras que outros não seriam capazes de ver.
Ele poderia olhá-la durante todo o dia, sua imaginação correndo loucamente sobre o que ela estava, ou não, estava usando, sob sua camisa. Tudo o que ele conseguia pensar foi o quão bom era olhar
isso nela, mas quão desesperadamente ele queria arrancá-la de seu corpo.
Seu pau se espessou e seu sangue acelerou ao pensar. Como poderia a magia dele o afetar se eles se beijassem? Ou fizessem amor? O fato de que ele estava mesmo pensando nisso lhe dizia que ela já
o tinha afetado demais.
? Oh,? ela disse enquanto se virava e o encontrou olhando. ? Pensei que tivesse partido.
Ramsey finalmente fechou a porta atrás dele e bateu os pés para tirar a neve antes que caminhasse para a lareira. ? Nós estávamos com pouca madeira, e com as temperaturas continuando a cair, eu precisava
estocar.
Ele ficou em pé depois de colocar a madeira e mais uma vez ele estava perdido. Tara tinha uma beleza clássica, mas havia algo tão persuasivo, tão sedutor, sobre ela que Ramsey tinha sido atingido
por ela desde o primeiro momento em que a viu.
? Você dormiu bem?
Ela sorriu e olhou para os pés. ? Faz muito tempo que não durmo tão bem.
? Fico feliz em ouvir isso.
? Obrigada pelo uso de sua camisa.
Ramsey caminhou de volta para a cozinha e se apoiou contra o fogão. ? Parece muito melhor em você do que jamais ficou em mim.
Seu sorriso lento fez suas bolas se contraírem e suas mãos coçarem para tocá-la. Ele só tinha conseguido uma pequena sensação de sua pele macia, e ele queria, não, ele precisava de mais.
Ramsey mentalmente se sacudiu. Ele não estava lá para seduzi-la, ele estava lá para protegê-la. Precisava lembrar disso antes que ele a matasse.
? Eu estava prestes a fazer panquecas e salsichas. Você está com fome? ? Ele perguntou.
? Faminta. Você gostaria de alguma ajuda?
Ele balançou a cabeça enquanto começava a tirar tudo. ? Não. Você se senta e fala.
? Sobre o que?
Ele olhou para ela quando abriu a geladeira. ? Qualquer coisa.
? Eu não sou tão interessante.
? Eu não acredito nisso. Todo mundo é interessante em sua própria maneira.
? Não eu, ? ela disse com uma risada.
Ramsey queria que ela se sentisse mais confortável com ele, confiasse nele. E isso significava que ela tinha que começar a se abrir para ele. ? Que tal me dizer algo que você fez quando que não era
esperado?
Ela mordeu o lado de seu lábio inferior, seus olhos azul-esverdeados de prazer.
? Está bem. Eu costumava me esgueirar fora de minha casa para nadar no lago.
? Isso é o melhor que você pode fazer? ? Ele brincou enquanto agitava a mistura na tigela. ? Eu não fugi apenas. Eu gostava de pegar algo do meu pai e o colocava com um dos meus primos para que ele
tivesse problemas. Era uma brincadeira que fazíamos desde que tínhamos idade suficiente para andar.
? Eles alguma vez descobriram você?
Ele sorriu. ? Nem uma vez.
Eles compartilharam um riso, seus olhares travando. Ramsey foi o primeiro a desviar o olhar. Ele disse a si mesmo que era porque não queria que a panqueca queimasse, mas a verdadeira razão era que
não confiava em si mesmo com Tara.
Ela estava permitindo que ele visse um pouco em seu mundo, e assustava-o pelo quanto mais ele queria saber. Ela só tinha ela própria para apoiar-se para sobreviver, e através de tudo isso, ela ainda
podia sorrir como se o destino não a tivesse ferrado.
? O quê? ? Ela perguntou, sua cabeça inclinada para o lado de modo que seu cabelo castanho ondulado ficou pendurado sobre seu ombro.
Ele virou as panquecas com uma torção de seu pulso. ? Quanto tempo você vai fugir desse homem que está atrás de você?
Ela olhou para a mesa e exalou. ? Até que ele me pegue ou eu o mate.
? Você não acredita que ele vai desistir?
? Não.
A nota firme em sua voz o fez assentir. ? E se eu dissesse que eu poderia ajudar?
? Por que você iria querer? Você não me conhece, Ramsey. Eu não vou entregar meus problemas para você ou qualquer outra pessoa.
Ele pegou um prato e colocou a primeira panqueca nele antes de entrega-lo. ? Por que você ficou aqui ontem à noite?
? O quê? ? Ela perguntou enquanto lentamente abaixava seu prato para a mesa.
? Por que você ficou?
Tara levantou-se da mesa. ? Eu não deveria ter ficado.
? Mas você o fez, e há uma razão. Diga.
Ela abanou a cabeça.
Ramsey fechou a distância entre eles e levantou uma mecha de seu cabelo castanho dourado com os dedos. ? Você se sentiu segura.
Ramsey já podia sentir sua mágica movendo-se de seu cabelo para seus dedos. Seu deus quase ronronava com a sensação única e embriagadora que estava se tornando muito familiar.
Ele se viu inclinado mais perto dela, afogando-se em seus belos azul-esverdeados profundos. As ondas da magia estavam girando uma vez mais em torno de sua mão e estavam seguindo seu caminho acima
de seu braço mais pelo muito tempo ele tocava seus cabelos.
? Sim, ? ela finalmente admitiu. ? Obrigada por isso.
Ela se levantou na ponta dos pés e beijou sua bochecha. Seus lábios em sua pele foi sua ruína. Ele virou a cabeça ligeiramente então suas bocas esbarraram, o que interrompeu o recuo dela.
Suas pálpebras se ergueram para que olhasse nos olhos dele, e a necessidade que ele viu lá foi tudo o que precisou para virar a cabeça um pouco mais até que seus lábios roçaram.
A respiração de Ramsey se fechou em seus pulmões naquele primeiro toque hesitante de suas bocas. Ele inclinou a cabeça e a beijou novamente, longa e profundamente
Seu corpo rugiu para a vida, exigente e necessitado. As pontas de seu cabelo faziam cócegas em suas mãos quando as colocou nas costas dela. Ele persuadiu, ele seduziu. Qualquer coisa para se aproximar
dela, sentir mais dela.
Para saber mais dela.
Para tê-la.
O gemido suave de Tara fez seu sangue queimar em suas veias como mercúrio, e quando ela pousou suavemente a mão em seu peito, Ramsey queria esmaga-la para ele. O impulso de prendê-la contra a parede
e devastar seus lábios foi esmagadora.
Seu peito se contraiu, seu coração batendo dentro dele como se tivesse corrido por dias. Ele ouviu sua respiração curta e ofegante.
E isso o deixou louco.
Ramsey agarrou sua camisa enquanto varria a língua dentro de sua boca e ela ansiosamente devolvia seu beijo. Por um momento ele não conseguia respirar, não conseguia se mover, a paixão e o prazer
eram tão intensos.
Ela se inclinou sobre ele, seus seios apertados contra seu peito. Ramsey engoliu um gemido quando a magia dela se juntou ao frenesi que o rodeava. Tornou-se demasiado para controlar, demasiado para
resistir.
Pouco antes de perder todo controle e beijá-la como ele tinha sonhando, ele ouviu passos se aproximando. De má vontade, relutantemente, ele se afastou.
Demorou um momento antes de Tara abrir os olhos. Eles estavam dilatados e sua respiração estava rápida, provando que ela estava tão afetada quanto ele pelo beijo.
? Estamos prestes a ter convidados, ? ele disse um momento antes que a porta se abrisse e Charon e Arran entrassem.
Ramsey encontrou seus olhares surpresos, mas quando os olhos de Charon baixaram, Ramsey sabia que ele tinha visto a magia que estava mais uma vez girando em torno dele.
CAPÍTULO DEZ
Tara olhou para os dois homens que enchiam a entrada. Eles eram altos, musculosos, e havia algo neles que a lembrava de Ramsey, mas não tinha nada a ver com aparência.
Era algo a ver com os homens, algo que os diferenciava dos outros caras. Quase como se Ramsey e os outros dois estivessem em uma classe sozinhos. Uma classe onde envolvia violência, o perigo tangível
e a sedução sombria faziam parte de seus DNAs.
Apesar de suas semelhanças, Tara não ficou atraída pelos recém-chegados como ela estava por Ramsey. Ela encontrou o olhar sombrio do que estava mais perto da porta, aquele que tinha estreitado seus
olhos em Ramsey antes de mudar para ela.
? Tara, esses são meus amigos, ? disse Ramsey enquanto se movia para ficar atrás dela. ? Aquele com o sorriso pateta é Arran MacCarrick, e o outro atrás dele é Charon Bruce. E esta é Tara Kincaid.
? É um prazer conhecê-la ? disse Arran, estendendo a mão.
Tara olhou em seus olhos castanhos pálidos e devolveu o sorriso para ele enquanto segurava sua mão. ? Igualmente.
Charon se moveu ao redor de Arran e estendeu a mão. ? Tara.
? Charon ? disse ela, apertando as mãos.
Ele estava estudando-a, Tara tinha certeza. O porquê, porém, era o que ela não sabia. Charon não foi rude, mas estava reservado, quase como se não confiasse nela.
Isso fez Tara sorrir, que por sua vez fez as sobrancelhas escuras de Charon erguendo-se.
? Alguma coisa divertida? ? ele perguntou.
Ela olhou para as mãos ainda entrelaçadas e tirou as dela. ? Você não confia em mim.
? Ramsey disse que você era capaz de ler as pessoas. Isso te incomoda que eu esteja... ressabiado?
Ela olhou para Arran para encontrá-lo observando-a atentamente. ? De jeito nenhum ? respondeu para Charon. ? Eu vou deixar vocês rapazes para o café da manhã.
? Você não vai ficar? ? perguntou Arran.
Tara balançou a cabeça, desejando que tivesse sido Ramsey quem perguntou.
? Preciso voltar ao castelo e aos meus deveres.
Enquanto caminhava para o quarto, sentiu três pares de olhos observando-a, e fez de tudo o que pôde para não olhar por cima do ombro para Ramsey.
Ela fechou a porta atrás dela e se recostou contra ela antes que de fechar os olhos. Um suspiro escapou de seus lábios enquanto pensava no beijo muito breve.
Ele estava prestes a aprofundar o beijo, mas se afastou para anunciar que tinha visitantes. Como ele poderia ter sabido disso? Charon e Arran não tinham batido.
Tara franziu o cenho, mas percebeu que provavelmente estava exagerando. Ela fazia isso constantemente e a isso a tinha mantido em fuga. Talvez fosse hora de relaxar um pouco.
Ela afastou-se da porta e começou a desabotoar a camisa de Ramsey. Suas roupas ainda estavam úmidas quando ela as vestiu de volta, mas ela não ficaria nelas muito tempo.
Depois de fazer a cama e tentar mais uma vez arrumar seu cabelo, Tara saiu do quarto para encontrar os três homens sentados à mesa. Eles olharam para a chegada dela, mas ela se concentrou em Ramsey.
? Eu limpei um caminho para o castelo, ? disse ele enquanto se levantava.
Ela sorriu, odiando sair. Não só gostava da companhia de Ramsey, mas gostava de como se sentia ao redor dele. E então havia a atração.
? Você pode ficar. Coma suas panquecas, ? ele ofereceu.
Tara respirou fundo e agarrou suas botas. Ela balançou a cabeça lentamente enquanto calçava seus sapatos. ? Eu aprecio tudo, mas eu preciso voltar.
? Claro.
? Espero que não saia por nossa causa ? disse Charon, com a mão em volta de uma grande caneca de café.
Ela encontrou seu olhar penetrante. ? De modo algum. Tenho um trabalho a fazer. Com um último olhar para Ramsey, Tara partiu antes que decidisse ficar.
O frio a atingiu instantaneamente, e ela cruzou os braços sobre o peito e caminhou o mais rápido que pôde para o castelo. A primeira coisa que ela ia fazer era tomar um longo banho quente para aquecer.
Embora pensar no beijo de Ramsey definitivamente a estava ajudando a suportar o frio.
* * *
Ramsey ficou junto à janela e seguiu Tara com os olhos até que ela estivesse dentro do castelo. Ele lambeu os lábios, ainda saboreando-a sobre eles. Ele nunca tinha experimentado algo tão maravilhoso,
e ele desejava outro beijo.
Um que lhe permitiria explorar Tara para seu prazer com sua boca e suas mãos. Tinha sido um erro beijá-la, mas um erro que ele não reverteria se pudesse.
Ele olhou para o braço direito, onde as ondas de magia envolviam até seu ombro. De alguma forma, ele conseguira manter isso escondido de Tara, mas quanto mais ele a tocava, mais sua magia se mostrava.
? Ela é uma mulher maldita linda, ? disse Charon. ? Se soubéssemos que estávamos interrompendo, não teríamos voltado.
Ramsey sacudiu a cabeça e se virou para os amigos. ? Estou feliz que vocês interromperam. Não precisa ir mais longe do que já foi, o que foi muito mais longe do que eu pretendia.
Arran se recostou na cadeira e olhou para Ramsey. ? Por que não'? Todos nós tivemos um inferno de uma vida graças a Deirdre. Por que não, tomar um pedaço de felicidade e apreciá-lo?
Ramsey ergueu o braço. ? Isso é o porquê. Isso é por tocar seu cabelo e beijá-la brevemente.
? O que isso significa? ? Perguntou Charon.
? Inferno se eu souber. Eu sei que se eu tocar sua pele, a magia é mais forte e dura muito mais tempo. Fora isso, não tenho respostas.
Arran ergueu-se e agarrou o braço de Ramsey, onde as ondas brancas de magia se espalhavam. Ele se afastou quase instantaneamente. ? Merda! Isso é magia forte.
? Isso pode ter algo a ver com você ser parte Druida. ? disse Charon.
Ramsey assentiu com a cabeça. ? Ou o fato de que um momento a magia de Tara é a mais forte que já senti, e depois a outra, uma das mais fracas.
? Quando entramos mais cedo, isso pareceu forte para mim ? disse Arran.
Charon coçou o pescoço, franzindo a testa. ? Sim, mas quando ela veio ver Ramsey ontem e nos escondemos no quarto, eu mal pude senti-la.
? Eu toquei muitas outras Druidesas no Castelo MacLeod e até mesmo antes, e nenhuma delas me fez ter uma reação assim. ? disse Ramsey.
Arran encolheu os ombros e apunhalou o garfo na pilha de panquecas antes de jogá-las no prato. Ele sentou na cadeira e se afundou enquanto pegava o mel. ? Talvez seja por isso que Declan a quer tanto.
? Talvez. Mas se sua magia vem e vai tão rapidamente, será um grande risco que ele está tomando. ? Ramsey empurrou quatro panquecas em seu prato antes de Charon e Arran comê-las todas.
Charon enfiou um enorme pedaço na boca e encolheu os ombros. ? Talvez Declan saiba algo que não saibamos, ? Ele disse olhando para o prato.
? Eu já considerei, isso ? disse Ramsey, virando o mel de cabeça para baixo e cobrindo as panquecas completamente antes que Arran o pegasse. ? Tara está se abrindo para mim, mas está indo mais devagar
do que eu gostaria. Nós não temos o tipo de tempo que demoraria para ganhar a sua confiança.
Charon pousou o garfo. ? Você percebe que qualquer confiança que você ganha dela será quebrada no momento em que ela descobrir o que você é? Ela vai pensar que você a enganou, companheiro.
? Estou ciente disso, ? disse Ramsey com um profundo suspiro. Era algo que o incomodava desde que ele viera pela primeira vez à Torre de Dunnoth. ? Não conheço outro caminho.
? Diga a ela o que você é, o que somos. ? disse Arran.
Ramsey parou o garfo no meio de sua boca e apenas olhou para Arran. ? Ela fugirá.
? Correr para onde? Você olhou para fora? Estou me certificando de que Declan não chegue aqui, lembra?
Charon riu e disse, ? Arran tem um ponto. Diga a ela, e se ela fugir, então nós a pegaremos.
? Você não entende o quanto assustada ela está. ? disse Ramsey.
Charon bufou. ? Oh, mas, companheiro, eu entendo. Fui uma vez muito parecido com ela. Eu poderia não ter gostado da verdade, mas ter mentido, mesmo por omissão, era muito mais difícil de levar.
Ramsey, seu apetite de repente desapareceu, abaixou o garfo até o prato e olhou pela janela para o castelo. ? Se eu não lhe disser, ela pode se abrir mais e me dar informações sobre sua família e
quem ela é. Se eu disser a ela, podemos esquecer de conhecer algo dela.
? Não ? disse Arran. ? Não é como se ela te contasse, o qual ela pensa ser apenas um homem comum, sobre magia ou que sua família são Druidas. Esse é um segredo que ela só compartilharia com alguém
que entenderia.
Era uma situação de não-vitória que Ramsey estava, e ele não conseguia encontrar uma saída sem incorrer no ódio de Tara.
Passou a mão pelos cabelos e levantou-se da mesa. ? Arran, ligue para Broc. Veja se ele pode tentar localizar Declan. Eu sei que Declan tem usado sua magia para se blindar, mas eu suspeito que Declan
esteja muito perto.
? Ok. ? disse Arran.
Charon terminou o último gole de café e deixou de lado a caneca. ? O que você vai fazer?
? Primeiro, vou tomar um banho. Então, vou falar com Tara.
? O único lugar para ela fugir se for tentar é, ou pela a estrada ou através das terras. Estarei na estrada vigiando, ? disse Charon.
Arran jogou um braço sobre o encosto da cadeira e apertou os lábios. ? Eu sei que sugerimos dizer a ela, mas você acha que deveria fazer isso hoje?
? Por isso para fora só será pior para todos os envolvidos. ? disse Ramsey.
? Fazer isso no meio do dia no castelo não é uma grande ideia também, ? acrescentou Charon.
Ramsey inalou profundamente e se perguntou por que era tão difícil para ele tomar uma decisão sobre qualquer coisa envolvendo Tara. Ele nunca tinha tido um problema antes.
Fechou os olhos e pensou nela, procurando sua magia. Demorou menos de meia batida de coração para ele sentir sua magia. Ela estava em seu quarto. Ela parecia feliz, mas antes que ele pudesse obter
uma leitura decente de sua magia, isso desapareceu. Como se nunca houvesse existido.
Ramsey olhou para seu braço direito e sabia que ela realmente tinha magia. Mas o que estava ligando e desligando isso? A única maneira de saber isso era dizer a ela que ele era um Guerreiro e meio
Druida.
Ele rezou para ela não fugir, porque ele a pegaria e ela nunca o perdoaria por isso. Com a decisão tomada, olhou para Charon e Arran.
? Será feito hoje, ? Ramsey disse a seus amigos antes dele caminhar para seu quarto.
CAPÍTULO ONZE
Declan permaneceu de pé na neve, sem se importar que ela, rapidamente, cobrisse a cabeça desprotegida. Não era como se temesse ficar doente. O Diabo tinha investido muito nele para um pouco de frio
fazê-lo adoecer.
? Eu olhei o relatório do tempo como você pediu,? Robbie disse, sua respiração pesada depois de rastrear a neve densa.
? E?
? Eles estão tão perplexos como todo mundo, como de onde veio este tempo.
? Como eu suspeitava. É mágico, disse Declan.
? Por quem?
? Alguém que não quer que eu alcance Tara.
? Poderia ser Tara?
Declan riu do absurdo de tal ideia. ? Eu aposto toda a minha fortuna que ela não aprendeu a controlar a magia dela mais do que quando estava comigo.
? Então quem?
? Essa é a questão, não é?
Robbie encolheu os ombros. ? Não importa, primo. Não podemos ir a lugar nenhum com a neve caindo tão pesadamente.
? Eu não tenho toda essa magia negra para nada. ? Declan virou-se para seu primo e sorriu. ? Acho que é hora de avançarmos. Eu esperei muito tempo para ter Tara de volta sob meu controle.
? Quando você quer começar?
? Agora. Esta noite espero ter Tara e voltar para casa.
Robbie sorriu e esfregou as mãos. ? Eu vou começar a escavar a neve em torno do carro.
* * *
Tara não conseguia se lembrar da última vez que estivera tão feliz e quase despreocupada. Por causa do tempo, os convidados tinham decidido passar algum tempo quietos em seus respectivos quartos,
que servia a Tara perfeitamente.
Ela não podia parar de sonhar com Ramsey e seu beijo. Quando ela lhe deu o beijo leve na bochecha, não imaginou que se transformasse em um beijo. Mas ela estava tão feliz que tinha.
Fazia pouco mais de uma hora que ela saíra do chalé de Ramsey, mas quando ele apareceu na frente dela, o estômago de Tara deu um salto mortal.
? Eu preciso falar com você. ? disse ele.
Tara lambeu os lábios nervosamente quando notou a seriedade de sua expressão. ? Claro.
? Em algum lugar particular, se você tiver tempo.
? Sim. Está bem. Eu... Eu terminei tudo no momento, então você quer falar agora?
? Eu quero.
Tara levantou-se, mas quando o fez ele soltou um suspiro áspero quando seu telefone vibrou.
Ele olhou para o telefone e disse: ? Dê-me só um momento.
Ela assentiu e ele atendeu na frente dela.
? Aye? ? Ele disse.
Tara podia ouvir o timbre profundo de uma voz masculina, mas ela não conseguia entender as palavras. O olhar franzido de Ramsey se aprofundou ainda mais durante a conversa.
? Tem certeza? Existe alguma coisa que Arran possa fazer para parar o que esteja interferindo?
Tara tinha escutado conversas antes, quando pensou que Declan a poderia tê-la encontrado, e embora soubesse que era errado fazê? lo, ela estava ansiosa demais para saber o que tinha perturbado Ramsey
tão drasticamente.
? Merda. Você sabe o que isso significa? ? , Ele perguntou ao interlocutor.
Houve uma resposta monossilábica que fez Tara entender que significava que o interlocutor tinha entendido.
? Eu ia conversar com Tara.
A menção de seu nome a fez erguer o olhar para Ramsey para encontrá-lo observando-a. Qualquer coisa que ele tivesse a dizer para ela não seria agradável.
Ela engoliu o amontoado de pavor em sua garganta e desejou que pudesse ter desfrutado seu dia um pouco mais, um dia que começou maravilhosamente, mas que ela suspeitava que terminaria mal.
? Eu irei, ? Ramsey disse, e terminou a chamada.
? Acho que não são boas notícias ? disse Tara.
Ramsey sacudiu a cabeça. ? Não.
? Eu não vou gostar dessa nossa conversinha, não é?
Novamente ele balançou a cabeça.
? Pode esperar?
O olhar de Ramsey rapidamente se moveu para o chão antes de dizer: ? Não.
? Então vamos continuar com isso. O quarto atrás do escritório da Liz deve ser bom o suficiente para privacidade.
? Na verdade,? Ramsey disse, parando-a. ? Eu estava pensando em meu chalé.
? Vamos então.
Tara observou Ramsey caminhar até o armário de casacos e pegar o dela. Ele vestia jeans desbotados, botas pretas pesadas e camiseta verde escura com a triquetra1 celta prateada que cobria o seu ombro
esquerdo todo e descia pela manga.
Ela permitiu que ele a ajudasse em seu casaco e então ela caminhou através da porta que ele mantinha aberta para ela. O trajeto que tinha sido limpo não era bastante largo para eles andarem lado
a lado, assim ela permaneceu atrás dele.
Seu olhar absorveu seu atraente traseiro e a forma como seus cabelos, soltos novamente, moviam-se ao redor de seu rosto e ombros enquanto a neve se enroscava em suas mechas escuras.
Tara estava excitada para ficar sozinha com Ramsey novamente, mas ele a advertira que ela não iria gostar do que ele tinha a dizer. Como de costume, sua mente viajou pelo que poderia ser. Qualquer
coisa desde sua família até Declan, e até mesmo para os Guerreiros que a encontraram em Edimburgo.
Embora ela tendesse a pensar no pior resultado possível, ela também gostava de especular sobre o que ela esperava que acontecesse. O que a fazia pensar que talvez Ramsey quisesse pedir desculpas
pelo beijo e dizer-lhe que nunca mais poderia deixar isso acontecer de novo.
Se fosse esse o caso, ela ficaria mortificada, mas a ansiedade que torcia o estômago em nós se afrouxaria e ela poderia ficar em Dunnoth mais alguns dias pelo menos.
Logo eles chegaram ao chalé. Ela entrou, rapidamente envolvida pelo calor. Ramsey estendeu a mão para seu casaco, mas se ela tivesse que fazer uma saída rápida não queria ser pega no frio sem ele
novamente.
? Vou mantê-lo.? ela disse.
Ele assentiu e então apontou para o sofá. ? Quer se sentar?
? Eu gosto de ouvir minhas más notícias de pé.
Ela não queria soasse tão dura, mas quanto mais observava Ramsey, mais o nó no estômago dela se apertava até que ela pensou que iria vomitar.
? Tara...
? Apenas me diga, ? ela o interrompeu.
Ele passou a mão pelos cabelos, linhas sombrias entrecortando a boca. ? Você me perguntou por que eu vim para a Torre Dunnoth. Eu disse que estava procurando algo.
Tara tentou engolir, mas sua garganta não funcionava. Ela soube naquele instante que ele estava procurando por ela. E ela tinha se sentido segura com ele, ela o deixou abriga-la na noite anterior.
? Você encontrou ? disse ela.
Ele deu um rápido aceno de cabeça. ? Eu sou... Tara, eu sou...
Ela revirou os olhos e bateu as mãos nas pernas. ? Apenas cuspa isso.
Tara não sabia por que não tinha corrido para a porta. Talvez fosse porque ela queria saber quem tinha contratado Ramsey ou por que ele não a tinha amarrado e trancado em seu quarto até que a nevasca
passar.
Talvez ela só quisesse saber por que ele a beijara.
Em vez de contar a ela o que ele estava prestes a dizer, estendeu o braço, a palma para a lareira. Um segundo depois, uma explosão de magia irrompeu de sua mão e quebrou o castiçal de vidro na lareira.
Tara tropeçou para trás até que colidiu com a parede atrás dela. Seus olhos olharam dos pedaços quebrados de vidro para Ramsey.
? Eu queria te dizer, ? ele disse.
Ela tentou acalmar seu coração acelerado. Seu único recurso era mentir, porque não podia admitir a verdade. Não para Ramsey. Não para ninguém. ? Eu não sei do que você está falando.
A tristeza no rosto dele se evaporou, substituída pela raiva fria. Ele andou em sua direção, fazendo com que ela se pressionasse contra a parede.
? Sério? Você quer mentir?
Ela encolheu os ombros.
Ramsey se inclinou até que seu rosto estava a centímetros do dela e ela podia ver a faixa de prata escura ao redor de sua íris. ? Eu sei que você tem magia, Tara. Eu sei que você é uma Druidesa.
E então colocou um dedo em cima de sua mão.
Confusa, ela olhou para baixo e ofegou enquanto umas linhas de fumaça branca enrolavam-se ao redor do dedo grosso de Ramsey para sua mão, em torno de seu pulso, e acima de seu braço.
? Isto é o que acontece quando eu te toco, ? ele sussurrou.
Tara estava hipnotizada pelas linhas brancas que continuavam a circundar Ramsey. Elas se originaram dela, mas quando ela afastou sua mão, as linhas permaneceram com Ramsey.
? Tente mentir para mim agora.
Seus olhos se moveram para os dele. ? É por isso que você acha que eu tenho magia?
Podia jurar que ouviu um rosnado quando ele apoiou as palmas das mãos de cada lado da cabeça dela. ? Eu posso sentir sua magia, Druida. Foi o medo em sua magia que me enviou lá fora procurando por
você na noite passada.
? Sentir?
Seu coração caiu em pânico. Havia apenas um tipo de ser que poderia sentir Druidas... Guerreiros. Com o sangue agora gelado em suas veias, Tara olhou ansiosamente para a porta. Se ela pudesse alcança-lo,
ela poderia ser capaz de fugir.
? Aye,? ele disse suavemente. ? Eu vejo que você juntou tudo, Tara. Eu sou um Guerreiro, mas eu também sou um Druida.
? Isso não é possível.
? Oh, mas é.
Tara sacudiu a cabeça. ? Eu não me importo com o que você é, apenas me diga quem mandou você.
Ele piscou e olhou para ela estranhamente, como se acabasse de perceber que ele a tinha presa à parede. Ramsey deixou cair as mãos e deu alguns passos para trás.
Tara respirou profundamente. Ela podia se sentir um pouco melhor sem o corpo de Ramsey tão perto dela, mas ela não se sentiria remotamente segura até estar tão longe de Ramsey quanto pudesse.
? Declan mandou você? ? perguntou ela.
Ramsey balançou a cabeça e se abaixou lentamente em uma cadeira. ? Há muito que você não sabe. Eu deveria ter começado pelo início.
? Eu sei o que é um Guerreiro. Vários me atacaram em Edimburgo.
? Não, ? ele disse, seu olhar intenso. ? O marrom tinha sido enviado por Deirdre para trazê-la a ela para ser morta. Os outros são meus amigos. Temos uma vidente no Castelo MacLeod, e ela viu o que
iria acontecer. Os outros estavam lá para impedir Malcolm, não para te fazer mal.
? Você espera que eu acredite em você?
? Espero que você escute o que eu tenho a dizer antes de começar a fugir novamente. Declan está perto, Tara. Muito perto. Nossa vidente, Saffron, teve uma visão de Declan encontrando você, e de alguma
forma eu estava envolvido. Fui enviado para protegê-la de Declan.
Tara olhou para baixo para esconder as lágrimas que tinham se reunido em seus olhos. Queria acreditar nele, porque significaria que não estava mais sozinha no mundo. Mas para acreditar nele, ela
teria que confiar nele, e ele já provara que era um mentiroso.
? Arran criou a nevasca para manter Declan afastado. ? continuou Ramsey.
? Arran? ? perguntou, levantando a cabeça. ? Oh Deus. Arran e Charon são Guerreiros também?
Ramsey esfregou o queixo e assentiu timidamente. ? Nosso líder, Fallon MacLeod, não gostou que eu viesse sozinho. Então ele enviou Arran e Charon para me ajudar a vigiar as coisas.
Tara deslizou pela parede até que estava sentada no chão, os joelhos contra o peito. Seu estômago se revirou com náuseas, depois de tudo o que ouvira.
Ela não sabia no que acreditar ou o que fazer.
? Estou aqui para protegê-la de Declan, Tara.
Ela levantou o olhar para encontra-lo olhando para ela, uma súplica silenciosa em seu rosto. Ele era tão malditamente magnifico. Doía pensar que ela colocado tanta fé nele.
Tara segurou seu estômago e rastejou até ficar em pé. Ela correu para a porta, mas em um borrão Ramsey estava repentinamente em pé na frente dele, bloqueando a sua saída.
? Se você não acredita em mais nada, acredite que eu não desejo que você se machuque. Eu tinha muitas oportunidades para tomá-la se fosse essa a minha intenção. Mas eu fiz.
? Mova-se. ? ela exigiu.
Para sua surpresa, ele o fez, mas hesitantemente. Tara não desperdiçou um segundo se afastando dele. Sua mente estava muito confusa para pensar direito.
Ela precisava ficar sozinha, pensar cuidadosamente sobre tudo o que aprendera e tudo o que sabia. Um olhar para o céu mostrou que a neve tinha diminuído, mas ainda estava caindo.
Arran criara a neve a pedido de Ramsey. Se Arran pudesse controlar o tempo, então o que poderiam Ramsey e Charon fazer? E ela queria mesmo descobrir?
Tara entrou no castelo e foi direto para seu quarto. Ela afundou cansadamente sobre a cama, sua mente entre o beijo de Ramsey e descobrindo que ele era um Guerreiro.
E um Druida.
Ela caiu de volta na cama e cobriu os olhos com o braço. Como ela conseguia sempre se meter em situações tão horríveis?
CAPÍTULO DOZE
Ramsey lutou contra o impulso de seguir Tara. Ele precisava que ela entendesse por que ele estava lá e que ele não era um homem mau. No entanto, ele tinha visto a raiva em seus olhos, a fúria e a
desconfiança.
Seus lindos olhos azul-esverdeados nunca mais o encarariam com paixão e desejo, disso ele tinha certeza.
Com um suspiro resignado, Ramsey sentou no sofá enquanto olhava fixamente para a frente, revendo sua conversa com Tara repetidas vezes.
Ele não tinha ideia de quanto tempo ficou sentado lá quando a porta se abriu e Arran entrou no chalé.
? É estranho que Tara esteja fazendo quase a mesma coisa em seu quarto? ? Arran perguntou.
Ramsey inclinou-se para a frente e esfregou uma mão pelo rosto. ? Ela não aceitou isso bem.
? Já deduzi isso. ? disse Arran sem rodeios. Ele sentou na cadeira perto de Ramsey e balançou a cabeça. ? Eu sinto muito, mas eu ainda acredito que foi a coisa certa a fazer.
? Foi. ? Ramsey não gostava de admitir, mas era a verdade. ? Tentando continuar a mentir para ela e impedi-la de descobrir que eu sou um Guerreiro só teria ficado mais difícil.
? Especialmente depois daquele beijo.
Ramsey olhou para a mão onde as linhas de magia estavam desaparecendo lentamente. ? Aye.
? Isso não significa que você não possa cortejá-la, meu amigo.
? Isso é exatamente o que isso significa. Como você está lidando com a neve? ? Ramsey perguntou, mudando deliberadamente o assunto.
Arran encolheu os ombros. ? Está cada vez mais difícil. É Declan. Eu sei disso. Sua magia negra é forte, mas ele não será capaz de parar a neve completamente.
? Ah, mas se diminuir, limparão as estradas e ele fará seu caminho até aqui. ? disse Ramsey.
? Infelizmente, você está exatamente certo. Você acha que poderia acrescentar sua magia ao meu poder?
Ramsey ficou tão surpreso com o pedido que só pôde encarar Arran. Finalmente ele balançou a cabeça. ? Nay. E não pergunte novamente.
? Por quê?
? Não importa o porquê. Não pode ser feito. Ramsey se levantou, mas Arran rapidamente se levantou para bloquear sua retirada.
Arran estreitou os olhos enquanto cruzava os braços sobre o peito. ? Você nos diz há apenas dias que você é meio Guerreiro, meio Druida, e então não se preocupa em explicar por que você não pode
adicionar sua magia ao meu poder quando Declan está atrás da garota que estamos aqui para proteger.
? Arran...? Ramsey ia tentar convencer seu amigo a deixar para lá, mas percebeu que seria uma tentativa fútil. Arran não desistiria de tentar descobrir o que ele estava escondendo.
? Quão ruim pode ser? ?
Ramsey bufou. ? O que você sabe sobre os Druidas de Torrachilty?
? Só o que você nos disse, que eles eram muito poderosos e fechados em si mesmos.
? Nós éramos os Druidas Guerreiros, Arran. Não era apenas nossa magia que era forte. Éramos separados de outros Druidas, porque só os homens podiam controlar a poderosa magia que corria por nós.
Arran deixou cair os braços para o lado, percebendo o amanhecer. ? Essa magia ajudou em suas habilidades de luta.
? Sim. Apenas uma vez eu tentei usar toda a extensão da minha magia com meus poderes. O resultado foi... horrendo.
? Eu não entendo. Você usou sua magia para ajudar a despertar Laria, e então novamente para destruir Deirdre na batalha final.
? Com grande custo para mim. Eu usei somente uma porção de minha magia cada vez, e tomou toda minha concentração para impedi-la de expandir como queria fazer.
? Contanto que você não chame seu deus, você deveria estar bem.
Ramsey sacudiu a cabeça. ? Não é tão fácil. O sangue do Torrachilty percorre minhas veias, mas também o sangue do deus. É misturado.
? Oh, inferno. ? Arran esfregou a parte de trás do pescoço quando ele começou a andar. ? Os outros sabem?
? Não. Ninguém precisa saber se eu mantiver tudo sob controle.
Arran parou de andar de um lado para o outro e encarou Ramsey. ? Essa mistura que você tem, é a razão pela qual você quis vir sozinho lutar contra Declan.
Ramsey não negou. Não havia necessidade. ? Aye. Eu sou a melhor vantagem que temos para pegá-lo, mas eu não poderia fazer isso e permitir que qualquer outra pessoa fosse prejudicada.
? E Tara?
? Eu sabia que depois de olhar para Declan e para mim, ela fugiria. Não importava se ela voltasse comigo para o castelo de MacLeod, só que Declan não a prendesse
? Merda ? disse Arran, virando a cabeça para olhar pelas janelas. ? Você pode ser capaz de pegar Declan sozinho, Ramsey, mas você vai precisar de alguém para cuidar de suas costas porque Declan
não estará sozinho. ? Ele se virou para Ramsey. ? Além disso, Charon e eu não somos exatamente fáceis de matar.
? Você sabe tão bem quanto eu que a magia pode prejudicar um Guerreiro. Vimos o que aconteceu com Galen e Broc. E o Duncan.
Ramsey odiava citar seu amigo há muito morto, mas ele tinha um ponto a provar e quanto mais rápido Arran compreendesse, melhor.
? Declan poderia matá-lo. ? disse Arran.
? Ele pode. Mas você e Charon irão tirar Tara daqui.
Arran olhou para o chão e balançou a cabeça lentamente, um sorriso irônico em seu rosto. ? Você tem tudo planejado.
? Eu tenho. Nós não sabemos por que Tara é tão importante ou porque ela continua a aparecer nas visões de Saffron, mas é ela que precisa ser salva.
? E você não?
Ramsey encolheu os ombros. ? Declan é um flagelo sobre esta terra, Arran. Eu daria a minha vida de boa vontade se isso significasse que ele iria morrer.
? Que diabos está acontecendo? ? perguntou Charon da entrada da cozinha.
Ramsey respirou fundo e encontrou o olhar furioso de Charon. ? Estou explicando meu plano a Arran.
? O que ele está fazendo é tentar me convencer de que pode pegar Declan sozinho ? disse Arran.
A sobrancelha escura de Charon ergueu-se lentamente. ? Você não pode ser tão idiota, Ramsey.
? Oh, mas ele é ? Arran apressou-se em dizer.
Ramsey levantou um ombro para responder a Charon.
? É por causa de sua magia? ? perguntou Charon.
O mais rápido possível, Ramsey repetiu tudo o que dissera a Arran. Quando terminou, Charon estava sentado à mesa com uma expressão de surpresa no rosto.
? Merda. Isso é bom e ruim. Obviamente, concordo com Arran. Não vou permitir que você lute com Declan sozinho.
? Você deve,? Ramsey disse. ? Ele tem as balas X90 que podem matar cada um de vocês instantaneamente.
Arran sorriu enquanto abria uma Coca-Cola. ? Se o seu bando de mercenários for rápido o suficiente, talvez. Não pretendo ser tão lento assim.
Charon riu e acenou com a cabeça para Arran. ? Eu gosto do seu pensamento. Esses mercenários são apenas mortais. Eles não têm magia, nem poder. Apenas armas que essas, ? disse ele enquanto estendia
suas mãos e suas garras de cobre estendiam das pontas dos dedos, ? podem facilmente fatiar.
? Preferia que os dois levassem Tara o mais longe possível daqui ? disse Ramsey.
? Vamos tentar convencê-la antes que Declan chegue, mas eu quero lutar com aquele bastardo.
Arran concordou com a cabeça, um sorriso malicioso puxando seus lábios. ? Eu não consegui minha chance em Declan na última batalha. Estou ansioso para tomar seus mortais.
Ramsey sabia que era inútil tentar conversar com seus irmãos sobre o que ele queria. Eles eram Guerreiros, highlanders que não sabiam o significado de fugir.
Eles eram Guerreiros porque eram os mais fortes, os melhores, os invencíveis de suas linhagens.
Ramsey olhou para a janela para ver que a neve não passava de uma leve de rajada. ? A magia de Declan está vencendo, mas ele não será capaz de deter a neve de Arran. Caiu o suficiente para ele vai
levar, talvez, um outro dia para chegar aqui, dois se tivermos sorte.
? Nós nunca temos essa sorte. ? , acrescentou Charon.
? Seja como for, Tara não confia em mim agora. Duvido que ela me permita chegar perto o suficiente para falar com ela, mas todos nós temos que vigiá-la e ao castelo. Quero tanta advertência da chegada
de Declan quanto eu possa ter.
Arran inclinou-se contra o balcão e deu de ombros. ? Sentiremos sua magia o bastante cedo. Nem mesmo sua habilidade de encobrir a si mesmo vai parar c isso.
? Então usamos isso em nossa vantagem. ? Ramsey se apoiou na parte de trás da cadeira com as mãos. ? Arran, já que você pode controlar a neve e o gelo, fique fora da vista de Declan, mas use seu
poder contra ele e seus homens. Charon...
? Eu vou fazer a minha coisa.
Ramsey assentiu com a cabeça. ? E eu vou fazer a minha.
? Qual é exatamente a sua? ? perguntou Charon.
? Meu poder é manipular a massa, mas eu tenho que tocá-la primeiro. O que significa que eu posso transformar os rifles do mercenário em chocalhos do bebê se eu quiser.
Charon jogou a cabeça para trás e riu. ? Eu não posso esperar para ver isso. Mas você tem que tocar a arma?
? Sim. Não há como evitar isso.
? E sua magia? ? perguntou Arran.
Ramsey não tinha uma resposta para eles, pelo menos não um que eles gostariam. ? Teremos de esperar para ver.
? Eu desejaria que você tivesse aprendido exatamente o que essa mistura de magia e poder poderia fazer, ? disse Charon. ? Não saber poderia ser prejudicial.
Ramsey tinha aprendido em primeira mão quão prejudicial sua mistura de magia e poder poderia ser. ? Um Druida Torrachilty aprende a partir do momento em que pode falar sobre sua magia. É muito difícil
de controlar desde o início, mas eventualmente nós dominamos isso.
? A menos que você tenha um deus primitivo dentro de você que amplifique suas emoções e qualquer outra coisa. ? disse Arran em voz baixa.
? Sim. É por isso que eu não uso o meu poder ou minha magia muito. Qualquer um dos dois pode facilmente ficar fora de controle se eu não me concentrar.
? Diga-me, ? Charon disse, ? Por que só os homens receberam a magia?
? Porque éramos os únicos capazes de suportar a força dela. Algumas mulheres nasceram com nossa magia, mas a elas não era permitido viver.
O rosto de Arran era uma máscara de horror. ? Por quê?
? Porque elas ficavam loucas pela magia.
? Maldição, ? resmungou Charon. ? Então você é o Druida mais poderoso que temos no Castelo MacLeod?
Ramsey não estava pronto para pontuar que Charon disse "nós". Isso veio de um Guerreiro que se manteve longe dos MacLeods até aquela batalha final com Deirdre.
? Eu sou. Apesar da magia de Deirdre, acredito que os Druidas Torrachilty poderiam ter terminado com ela séculos atrás.
? Por que eles não fizeram?
? É o que eu gostaria de saber.
Arran jogou a lata de Coca-Cola vazia no lixo. ? Eu digo que comecemos a procurar. Estou tão curioso quanto você para saber o que aconteceu a um grupo tão poderoso de Druidas. Meu primeiro pensamento
é Deirdre, mas você nunca sabe.
Ramsey mudou de pé a pé e olhou para o castelo. ? Primeiro, vamos nos concentrar em Tara e Declan.
O som de uma cadeira recuando chamou a atenção de Ramsey. Charon se levantou e encontrou seu olhar por vários longos momentos.
? Deixe-me falar com Tara. ? disse Charon.
A ideia de um homem, qualquer homem, seja mortal ou Guerreiro, sozinho com Tara fez Ramsey arrepiar. Mas eles precisavam convencer Tara a não lutar contra eles, e se Charon ou Arran fosse capaz
de fazê-lo, então Ramsey não iria objetar.
? Ok.
Charon assentiu antes de sair do chalé.
Arran ficou ao lado de Ramsey e disse: ? Se ele falhar, vou tentar falar com Tara. Ela pode não gostar de nós, mas no final, só precisamos dela para ser cooperativa.
O problema era que Ramsey a queria muito mais que cooperativa. Ele a desejava como no dia anterior, flertando e olhando para ele como se não conseguisse parar de olhar.
Mas isso se fora.
CAPÍTULO TREZE
Castelo MacLeod
Galen encarou as pessoas que agora eram sua família enquanto olhavam fixamente para ele em torno da longa mesa no grande salão. Dez Guerreiros, incluindo a única Guerreira e esposa de Fallon, Larena,
assim como onze Druidesas, e esperavam que ele falasse.
Foi Reaghan quem tocou sua mão e deu-lhe um sorriso encorajador. Sua esposa o ajudara a fazer a pesquisa sobre os Druidas de Torrachilty e compilar a informação.
? Não terminamos de ver as informações sobre os Druidas de Torrachilty? , disse Reaghan. ? Porém, achamos importante compartilhar com todos o que aprendemos até agora.
Quinn, o irmão mais jovem dos MacLeod, apoiou um antebraço na mesa e perguntou: ? Há tanta informação?
? Surpreendentemente, sim ? respondeu Galen. ? Graças às conexões de Saffron pudemos ver páginas digitalizadas de textos antigos que muitos nem mesmo sabem que existem.
Saffron olhou ao redor da mesa. ? Em outras palavras, esses livros são altamente valorizados e uma vez comprados nunca são vendidos novamente. Eles não se veem um museu, e são mantidos em ambientes
controlados onde ninguém toca uma página com suas mãos. Eles nem sequer me permitiram ver os livros, mas eles se ofereceram para digitalizar algumas páginas para nos ajudar.
? Agradeça-os por nós. ? disse Fallon.
? Eles ficaram bem agradecidos. ? Camdyn, marido do Saffron, murmurou.
Houve um coro de risadas, porque todos sabiam que Saffron havia enviado meia dúzia de champanhe Cristal e uma caixa de charutos Macanudo aos donos do livro.
Galen estava agradecido de que alguém como Saffron, uma multimilionária, tivesse as conexões e os meios para obter a informação que de outra forma teria tido que roubar.
? O que você descobriu? ? Hayden perguntou.
Galen olhou para seu companheiro Guerreiro e se mexeu em seu assento. ? Os Druidas Torrachilty foram exterminados por Deirdre.
? Maldição, ? Broc xingou, e balançou a cabeça.
Logan levantou os olhos cor de avelã para Galen e perguntou: ? De uma vez como Deirdre fez com o clã MacLeod?
? Não ? respondeu Reaghan. ? Parece que os machos deixaram a floresta de Torrachilty algumas vezes para matar Deirdre.
? Espere ? interveio Ian antes que ela pudesse continuar. ? Isso foi antes ou depois de Ramsey ter sido levado?
Galen olhou para a mesa e soltou um suspiro. ? Depois. Pelo que descobrimos, eles sabiam exatamente o que aconteceu com Ramsey, e pretendiam trazê-lo de volta de Deirdre.
? O nome de Ramsey aparece em qualquer uma das páginas digitalizadas? ? Perguntou Larena.
Reaghan sacudiu a cabeça de cabelos crespos ruivos. ? Infelizmente não. O que é mencionado mais e mais é a palavra mac.
? O que significa filho. ? disse Isla.
Galen assentiu lentamente. ? Há também menção que eles não só sabiam que sua linha tinha um deus através dela, mas eles sabiam exatamente quem o deus escolheria.
? Ramsey ? disse Marcail.
Lucan inclinou-se para a frente e disse: ? Você disse que esses Druidas eram Druidas guerreiros. Que eles eram muito temidos. Como perderam contra Deirdre?
Galen deu de ombros e abriu as mãos. ? Não faço ideia. Tudo o que diz é que eles saíram para lutar. Quando aqueles Guerreiros não voltaram, mais foram. Continuou assim até que o grupo passou de
várias centenas a algumas dúzias. Quando tudo o que restava era um punhado de Druidas, fêmeas e crianças, Deirdre atacou e matou-os.
? Ramsey sabe tudo isso? ? perguntou Cara.
Saffron sacudiu a cabeça, seu olhar se movendo de Camdyn para Cara. ? Ele não. Quando acordou Laria, ele disse que queria saber o que tinha acontecido com seu povo.
? Está certo. Ele disse. ? disse Camdyn.
Sonya enfiou uma mecha de cabelo ruivo encaracolado atrás da orelha. ? Acho que devemos continuar a descobrir mais. Ramsey merece saber sobre seu povo e sua família.
? Eu concordo, ? Gwynn disse suavemente, seu sotaque texano acentuado. ? Mas como Saffron, eu tive um conflito pessoal com Declan. Ramsey pode realmente pegá-lo sozinho?
? Eu não arriscaria. ? Fallon respondeu. ? Charon e Arran estão lá, e eles me chamarão se houver problemas. Eu posso ter todos eles de volta aqui num piscar de olhos.
Dani limpou a garganta para chamar a atenção de todos. ? Tudo bem, Fallon, e todos nós como quando você pode se teletransportar, mas leva tempo para fazer esse chamado. Se eles estão lutando com
Declan não terão esse tempo.
Lucan virou a cabeça para olhar para Fallon que se sentava ao lado dele. ? Quando foi a última vez que você falou com Ramsey ou os outros?
? Arran ligou no início desta manhã ? Fallon respondeu. ? Parece que Declan tinha falado de alguma forma na mente de Tara, então Ramsey mandou Arran trazer a neve.
? Eu sabia que era Arran quem fez nevar. ? Ian disse com uma risada.
Hayden esfregou o queixo, pensativo. ? Com a quantidade de neve caindo, ninguém está se movendo lá em cima. Foi uma escolha sábia, mas então Ramsey sempre toma boas decisões.
? Sempre. ? concordou Logan.
Broc pousou as mãos na mesa e perguntou: ? E agora? Continuamos a esperar?
? Eu tenho uma boa vantagem sobre o pergaminho oculto que estamos procurando, ? disse Larena. ? Enquanto Galen e Reaghan continuam suas pesquisas, nós ainda estamos procurando este pergaminho.
Hayden levantou-se e apoiou as mãos sobre a mesa. ? Tanto quanto eu amo passar o tempo com Isla, não me sinto bem deixando Ramsey, Charon, e Arran para enfrentar o que quer que esteja vindo sozinhos.
Eu vou atrás deles.
? Como eu ? disse Logan, depois de beijar Gwynn na bochecha.
Ian assentiu com a cabeça. ? Inclua-me nisso.
? E eu ? disse Quinn.
Fallon esfregou os olhos com o polegar e o indicador antes de olhar para cada um dos homens e assentiu. ? Eu não quero que Charon ou Arran saibam que vocês estão lá, mas mais especialmente Ramsey.
Vocês quatro só estarão lá como apoio.
? Entendido ? disse Hayden.
? Mas eu acho que é uma excelente ideia? , disse Fallon com um sorriso. ? Eu gostaria de estar com vocês.
? Mas você é necessário aqui, meu amor,? Larena disse enquanto sorria para ele. ? Quem mais nos pularia de um lugar para outro?
Depois de um rápido beijo em Larena, Fallon gritou: ? Estejam prontos em meia hora!
* * *
Tara disse a Liz que estava doente para ficar sozinha, e não tinha sido uma mentira. Ela estava doente. Não apenas por tudo o que descobrira sobre Ramsey, mas porque não podia sair. Ela estava essencialmente
presa.
Uma leve batida em sua janela a fez erguer a cabeça de seu travesseiro para encontrar Charon fora, em pé, olhando para ela. Ela sabia o que eram Guerreiros e como eles haviam surgido. Ela sabia
que eles eram imortais e tinham poderes individuais para cada deus.
Ela também sabia, e tinha visto, que a pele deles mudava para a cor preferida do deus que estivesse dentro deles. Junto com presas e garras.
Tara não sabia o que Charon estava fazendo. Se quisesse, poderia forçar sua entrada. Com tudo o que ela sabia, seu poder era a habilidade de atravessar paredes.
Mas ela não estava com disposição para ouvir qualquer coisa que alguém tivesse a dizer, especialmente um Guerreiro. Ela abaixou a cabeça e fechou os olhos.
Um segundo depois houve uma batida mais alta e mais forte.
Tara bateu as mãos na cama e rosnou quando ela saltou da cama para ficar em frente à janela. ? O quê? ? perguntou ela.
? Eu falarei com você. Me deixe entrar.
Ela balançou a cabeça para Charon.
? Tudo bem, ? ele disse calmamente. ? Nós podemos falar através da janela.
? Oh, pelo amor de Deus ? murmurou Tara enquanto abria a janela. Ela apoiou as mãos no peitoril. ? Eu realmente não me importo de ouvir qualquer coisa que você tenha a dizer.
? Na verdade, acho que sim.
Ele não tentou atravessar a parede, nem mentir. Sua simples afirmação fez o que era suposto fazer, atrair sua curiosidade.
? Ramsey mandou você?
Charon balançou a cabeça, seus olhos escuros se encontraram com os dela. ? Não.
Com sua capacidade de ler as pessoas, Tara viu uma outra alma que não confiava facilmente, alguém que poderia não ter fugido como ela tinha, mas que se fechou para todos.
Ela afastou-se da janela, e ele rapidamente subiu. Uma vez dentro, ele fechou a janela e se apoiou contra ela. Ele não chegou perto dela, quase como se estivesse saindo de seu caminho para fazê-la
sentir-se segura.
? Eu sei que você não confia em nós, ? disse ele. ? E você tem todo o direito de não confiar. Tudo o que Ramsey disse foi a verdade. Durante séculos, os Guerreiros do Castelo MacLeod vêm lutando
contra Deirdre, e mais recentemente Declan.
? Por quê?
Ele deu a ela um olhar direto. ? Por que você acha, garota? Porque Deirdre e Declan são maus, e eles devem ser parados. Os Guerreiros lutam porque é no que eles acreditam, e nós ganhamos o dia com
a morte de Deirdre de uma vez por todas.
? Você continua dizendo 'eles'. Você não é um dos Guerreiros dos MacLeod?
Ela observou como toda expressão deixava seu rosto. Seus olhos ficaram fechados, e seu corpo inteiro enrijeceu ligeiramente. Ela tinha atingido um nervo sem querer.
? Não, eu não sou.
? O fato de você estar aqui com dois daqueles Guerreiros me faz pensar que você é um deles.
Charon balançou a cabeça, seu cabelo escuro e comprido, úmido pela neve, movendo-se com ele. ? Você estaria errada. Depois de me libertar de Deirdre, passei os últimos quatrocentos anos na minha
aldeia, protegendo meu povo. Eu não ajudei os MacLeods, e se não fosse um desejo irresistível de ir às Ilhas Orkney, duvido que eu tivesse tomado uma posição contra Deirdre esta última vez.
Sua confissão atordoou-a, quase tanto quanto o conhecimento de que ele estava dizendo para ela a verdade mesmo que não o colocasse sob uma boa luz.
? Por quê? ? Ela perguntou novamente.
? Coisas aconteceram em Cairn Toul, Tara. Coisas que eu não tinha controle por causa do meu deus. Eu devo viver com o que fiz. Eu não acreditei que tivesse o direito de encontrar um lar ou um lugar
com os outros no Castelo MacLeod. Eu ainda não acredito, mas Fallon me pediu para ajudar. Como eu poderia recusar quando eu sabia o que estávamos enfrentando? A maioria dos Guerreiros lá são casados. Eu
não poderia ir embora e deixar um deles tomar o meu lugar.
Tara se abaixou sobre a cama e esfregou as mãos em suas coxas. ? Por que está me contando tudo isso?
? Porque você precisa saber quem somos.
Tara deixou escapar um suspiro e ignorou a dor de cabeça que estava piorando.
? Ramsey não mentiu quando disse que ele foi enviado aqui pela nossa vidente, Saffron. Ela viu Declan encontrar sua mãe e questioná-la sobre você. Ela também viu Declan vindo para você e Ramsey
estar lá para ajudar. Você foi criada como uma Druidesa, você sabe a importância dos videntes.
? Como você sabe que eu fui criada como uma Druidesa?
Ele encolheu os ombros com indiferença. ? Ramsey e alguns outros visitaram sua família.
Os olhos de Tara se arregalaram quando ela cobriu a boca com a mão. Ela não podia acreditar em tudo o que estava ouvindo. Fazia dez anos que não via ou falava com a mãe, mas Declan e Ramsey a tinham
visto.
? Minha família sabia que Ramsey era um Guerreiro?
Charon deu um único movimento de cabeça. ? Nós tentamos reservar essa informação para poucos.
Ela olhou para o tapete, sua mente ainda mais confusa do que antes.
? Você pode continuar fugindo, ? disse baixo Charon. ? Eventualmente, Declan vai te encontrar, mas você está ciente disso. Ou, você pode ter uma chance e colocar uma pequena medida de sua confiança
em nós. Ramsey morrerá antes que ele permita que Declan prejudique um único cabelo em sua cabeça.
? Ele nem mesmo me conhece, ? ela disse, levantando os olhos para Charon. ? Por que Ramsey se arriscaria tanto?
? Porque você goste ou não, seu destino está amarrado ao de Ramsey.
CAPÍTULO QUATORZE
Ramsey olhou fixamente para o céu. Ele estava fazendo como Arran pediu e iria combinar sua magia com o poder de Arran. Era uma coisa complicada que estavam prestes a fazer, e Ramsey preferiria não
fazê-lo.
Mas ele precisava de mais tempo com Tara, e a neve iria manter Declan afastado.
? Pronto? ? Arran perguntou enquanto se aproximava.
Ramsey limpou os poucos flocos de neve de seus cílios. ? Não.
? Estamos tão longe do castelo quanto você nos deixou chegar, meu amigo, e ainda estar perto o suficiente de Tara. Ou ficamos mais distantes para manter todos a salvo no caso de você fique nuclear,
ou ficamos perto de Tara.
? Nuclear? ? repetiu Ramsey, virando a cabeça para Arran.
Arran sorriu e encolheu os ombros. ? Eu amo as palavras novas que aprendi desde que saltei para a frente nesta época. As pessoas neste tempo têm formas tão coloridas de expressar-se.
? Você tem assistindo muitos filmes com Dani e Ian.
O sorriso de Arran se alargou. ? Eles são fascinantes. Então. Você acha que pode conter essa sua mistura de magia e poder?
? Não é como se eu tenha muito escolha, não é?
Ramsey esfregou as mãos e concentrou-se em sua magia. Havia tanto tempo desde que ele tentara chamar apenas sua magia.
Ele passara seus anos imortais controlando seu deus e reprimindo sua magia e poder para manter vivos aqueles ao seu redor. Ele sabia que deveria ter aprendido seus limites sobre o que ele poderia
fazer com essa mistura dentro dele.
Agora, ele teria dias, se não horas, para aprender o que podia. Ele deveria ter sabido que não cometeu um erro tão idiota. Ele deveria ter sabido que havia uma razão para ter sobrevivido à tortura
de Deirdre e sua montanha.
? Ramsey?
Ele piscou e acenou com a cabeça para Arran. ? Estou aqui.
? Não, você não está, não que eu não culpe você por se preocupar. Diga-me, quão grande era a sua magia antes de se tornar um Guerreiro?
Uma lembrança brilhou na mente de Ramsey de estar na floresta, cercado por sua família enquanto passava por mais um teste de sua magia. Ele tinha sido enaltecido como um dos maiores Druidas de Torrachilty
desde sempre, sua magia tinha sido tão imensa.
Mas isso foi no passado.
? Eu era tão bom quanto qualquer um do meu povo.
Os lábios de Arran se contraíram quando ele grunhiu. ? Essa não foi uma resposta, mas eu suspeito que é tudo que eu conseguir.
? Venha, Arran, antes que eu mude de ideia.
Na seguinte batida de coração Arran liberou o seu deus. Sua pele ficou branca e longas garras brancas se estenderam de seus dedos. Seus olhos, agora leitosos de canto a canto, viraram-se para Ramsey,
e ele sorriu, mostrando seus dentes.
? Estou pronto. Você está? ? Arran perguntou.
Ramsey queria apenas chamar a sua magia, mas cada vez que sua magia lhe respondia, assim também fazia o seu deus. Não havia maneira de contornar isso. Para usar um, ele tinha que usar o outro.
Com apenas um pensamento Ramsey chamou seu deus, Ethexia. Ele olhou para baixo para ver que sua pele tinha se transformado no bronze de seu deus e suas garras uma sombra mais escura. Ramsey correu
a língua por suas presas enquanto seu corpo inteiro vibrava com a força da magia que ele havia chamado.
Normalmente, quando ele soltava seu deus, ele ignorava sua magia da melhor maneira que podia, mas desta vez foi totalmente diferente. Ramsey podia praticamente sentir o estiramento da magia da ponta
do dedo à ponta do dedo e do topo da cabeça a solo dos pés.
Ela preencheu-o, fundindo-se com o poder de seu deus até que Ramsey já não podia dizer onde um terminava e o outro começava. Era uma sensação embriagadora, mas que também o enchia de tremores.
? Maldito inferno, ? Arran murmurou ao lado dele. ? Eu posso sentir sua magia como eu faria com um Druida.
Ramsey abriu os olhos e viu-se sorrindo. Quando olhou para Arran foi para ver como o Guerreiro se misturava com a neve enquanto ele se destacava como um farol.
? Como é que eu nunca senti sua magia antes? ? Arran perguntou.
? Porque eu a represei. Para não mencionar que sempre havia outras Druidesas em torno de nós, então você presumiu que magia que você sentia vinha delas.
? Ninguém nunca soube?
Ramsey se lembrou de uma vez em que Larena o questionou. ? Larena suspeitou.
Arran balançou a cabeça, perplexo. Seu olhar se afastou de Ramsey e se concentrou no céu. Rajadas de neve começaram a girar em torno dele. As nuvens inchavam como se quisessem derramar a neve, mas
eram impedidas.
Magia, potente e feroz, fluía pelo braço de Ramsey até a sua mão enquanto colocava no ombro de Arran.
? Merda! ? Arran murmurou quando a magia e o poder mudaram de Ramsey para ele.
Os flocos de neve aumentaram quando caíam do céu, mas não foi suficiente. Ramsey sabia que teria que usar mais de sua magia, e se o fizesse, isso o colocaria além do limite seguro que sabia poder
usar.
? Eu posso lidar com isso. ? disse Arran, como se estivesse lendo sua mente.
Ramsey estava prestes a recusar, então pensou em Tara, do que sabia que Declan era capaz de fazer, e sua decisão foi tomada. Ele liberou mais magia.
Seu deus gritou em aprovação, e euforia encheu Ramsey com a sensação de sua magia correndo através dele. Fazia tanto tempo. Esquecera-se de como se sentia bem, como era maravilhoso ter uma habilidade
tão poderosa.
Ramsey fechou os olhos enquanto as lembranças de sua infância o assaltavam. Memórias de sua família, de treinamento para ser um dos poderosos Druidas de Torrachilty. De enfrentar o seu povo, sabendo
que sua magia excedia aqueles ao seu redor, e que estava dizendo algo.
De repente, Ramsey foi atingido por trás e na neve densamente compactada.
? Eu disse basta, porra ? gritou Charon ao seu ouvido.
Ramsey levantou suas mãos e tentou tirar Charon de suas costas. ? Saia de cima de mim.
? Não até que eu saiba que você controlou sua magia. ?
? Aye.
? Eu ainda posso sentir, Ramsey.
Ramsey parou e percebeu que ela se afastara dele como ele temia. Ele tentou puxar sua magia de volta, e para sua fúria levou três diferentes tentativas antes que que conseguisse.
Charon afastou-se dele e Ramsey levantou-se num salto. Ele notou duas coisas ao mesmo tempo. Um, a neve estava mais uma vez caindo espessa e rápida, e dois, Arran estava deitado na neve imóvel.
? Merda, ? Ramsey disse quando correu para seu amigo. Ele sacudiu os ombros dele. ? Arran?
? Ele não se moveu desde que eu te derrubei ? , disse Charon.
Ramsey passou a mão pelo rosto, desejando não ter enviado mais magia para Arran. ? É minha culpa.
? Sim, é, ? Arran disse, seus olhos ainda fechados como sua pele branca e garras desbotadas. ? Me sinto como uma merda de cavalo.
Charon apoiou as mãos nos joelhos e se inclinou sobre Arran. ? Você está ferido?
? Nada que não possa ser consertado. Os olhos de Arran se abriram para olhar para Ramsey. ? Você foi quase nuclear. Você não podia ouvir.
Ramsey deu uma rápida sacudida de cabeça. ? Agora vocês dois sabem porque eu não gosto de usar minha magia.
Charon ajudou Arran a se levantar. ? Você fez o que tinha que ser feito, e como Arran disse, ele é imortal. Ele vai ficar bem.
Ramsey levantou-se e seguiu-os de volta para o chalé. Eles estavam quase chegando quando algo se moveu no ar. Ele parou e suavemente chamou os outros dois.
Charon e Arran se viraram, perguntas silenciosas em seus rostos.
? Vocês sentiram isso? ? perguntou Ramsey.
? Você quer dizer algo além da neve? ? Charon, perguntou sarcasmo escorrendo de suas palavras.
Arran sacudiu a cabeça. ? Sinto muito, Ramsey, eu não senti nada.
Quando Ramsey não respondeu, Charon olhou por cima do ombro de Ramsey e olhou ao redor.
? Onde você sentiu isso? ? perguntou Charon.
? Atrás de mim.
Arran moveu o ombro onde Ramsey o tinha segurado e franziu a testa. ? Era Declan?
? Não ? disse Ramsey com um ligeiro movimento de cabeça. ? Não foi Druida que eu senti. E foi diferente. Eu não posso apostar nisso.
Charon apertou as mãos ao lado dele. ? Você ainda sente isso?
? Levemente. Não acho que seja perigoso.
? Mas você sentiu. ? declarou Arran.
Charon afrouxou as mãos e bufou. ? Parece que sua mistura de magia e poder será útil. Assim que descobrirmos o que é que você sentiu.
* * *
? Juro que ele sabe que estamos aqui ? sussurrou Hayden a seus amigos.
Fallon sacudiu a cabeça. ? Sem chance. Guerreiros sentem Druidas, não outros Guerreiros.
? Sim, mas Ramsey não é apenas um Guerreiro ? apontou Logan.
Ian suspirou. ? De qualquer forma, vamos ter que ficar escondidos. Não quero que saibam que estamos aqui.
? Boa ideia ? disse Quinn. Ele se virou para Fallon e disse: ? Pensei que Charon e Arran deveriam manter distância de Ramsey?
? Aparentemente, Ramsey tinha outras ideias ? disse Fallon. ? Veja se você pode determinar o que eles estavam fazendo aqui fora tão longe do castelo.
? Claro.
? Eu vou voltar amanhã, mas se você precisar de mim antes, ligue.
Quinn revirou os olhos e empurrou seu irmão. ? Saia daqui.
Quando Fallon voltou para o castelo, Quinn virou-se para os outros. ? Hayden, eu acho que você está certo. Acho que Ramsey sabe que estamos aqui.
- Ou pelo menos que alguma coisa aconteceu. - disse Logan.
Ian assentiu. ? Poucos momentos depois de chegarmos, ele para, e então Charon e Arran estão olhando para trás dele, para o exato lugar em que estamos.
? Ramsey não acreditou que o que quer que fosse era perigoso ou todos os três teriam investigado ? acrescentou Hayden.
Quinn olhou para o céu e a quantidade de neve caindo. ? Parece que estamos no frio, companheiros. Vamos dividir em dois grupos. Ian, venha comigo. Vamos dar uma olhada por aqui, assim como a estrada.
Ramsey disse que achava que Declan estava perto.
? Vamos encontrar o bastardo. ? disse Ian com um brilho excitado em seus olhos.
? Logan e eu nos aproximaremos do castelo. ? disse Hayden.
Logan sorriu e disse: ? Nós chegaremos muito perto. Nós prometemos.
? Quinn sorriu enquanto todos apertavam os antebraços. Eles tinham estado juntos em suficientes batalhas para saber que qualquer coisa poderia acontecer a qualquer momento. Eles estavam sempre preparados,
e nem uma vez que eles iam para a batalha sem dizer adeus àqueles que se preocupavam.
Que incluía todos no castelo. Eles se tornaram uma família enorme, e como todas as famílias tiveram seus desentendimentos, mas o mal que haviam lutado durante séculos os uniu profundamente.
Embora Fallon e Lucan fossem irmãos de Quinn por sangue, ele considerava cada guerreiro no castelo seu irmão e cada druida sua irmã.
? Hayden. Logan, ? ele chamou antes que pudessem se afastar. ? Há uma razão pela qual Ramsey queria levar essa missão sozinho. Se ele descobrir que estamos aqui depois de enviar Charon e Arran,
ele provavelmente vai tentar ele mesmo sozinho pegar Declan mais tarde.
? Eu sei, ? disse Hayden, seus olhos negros sombrios. ? Pelo menos aqui podemos ficar de olho nele e ajudar, se necessário.
Quinn assentiu. ? Exatamente.
? Estamos todos preocupados com Ramsey, ? disse Logan. ? Ele não vai saber que estamos aqui.
Quinn observou-os se afastar, uma sensação de dúvida persistente em sua mente.
? O que foi? ? perguntou Ian.
? Eu não sei. Ramsey não deveria ter percebido nossa chegada.
? Talvez haja mais na sua mistura de magia e poderes do que sabemos.
? Suspeito que seja esse o caso. Esperemos que Ramsey não faça nada estúpido.
O rosto de Ian se torceu. - Ramsey? Não. Ele é o último a fazer algo irresponsável.
CAPÍTULO QUINZE
Ramsey ia fazer algo estúpido, Tara tinha certeza. Provavelmente foi a conversa que Charon tinha tido com ela, ou talvez fosse a maneira como os olhos prateados de Ramsey haviam segurado os dela,
mas ela sabia disso com tanta certeza quanto ela sabia que o mundo da magia existia.
Embora tivesse medo e desconfiança dos Guerreiros, não havia dúvidas de que Charon não lhe mentira. Tampouco Ramsey, se ela fosse honesta consigo mesma.
Ela não quis ver isso no momento em que ele estava tentando dizer a ela, mas ela tinha refletido sobre isso desde então.
Ainda assim, ela poderia confiar em um Guerreiro? E atreveria?
? Como não posso quando sei que Declan está chegando? ? Ela murmurou.
Tara levantou-se da cama e pegou o casaco que tinha descartado antes. Um olhar pela janela mostrou que a neve estava mais uma vez caindo rapidamente. Ela amarrou seu cachecol confortavelmente ao
redor do pescoço e pegou as luvas antes de sair do quarto e então deixou o castelo.
Em cada passo que a aproximava do chalé, só conseguia pensar no beijo que Ramsey lhe dera. Não era como se tivesse sido seu primeiro beijo. Ela tinha sido beijada antes. Não muitas vezes, ou mesmo
no ano passado, mas não havia razão para isso prender sua atenção da maneira que prendia.
Especialmente depois de aprender sobre Ramsey. Não deveria importar que alguém quisesse ajudá-la contra Declan, embora fosse maravilhoso não se sentir como se estivesse sozinha no mundo.
Mas isso não apagava as mentiras e omissões da verdade. Confiando foi como ela sobreviveu. Sem confiança, não havia nada.
Havia o beijo.
Tara chutou a neve, odiando-se por voltar para o beijo novamente. E não foi como se o beijo a tivesse derrubado.
Tinha sido suave, sensual. Mas ela tinha sentido sua fome e sua paixão em seus lábios firmes. Bastava pensar nisso para fazer seu estômago virar.
Se Ramsey pudesse fazê-la sentir assim com apenas um breve encontro de seus lábios e língua, como seria se ele realmente a beijasse? Se suas línguas se entrelaçassem e ela o saboreasse como desejava
fazer?
E que Deus a ajudasse, ela queria desesperadamente descobrir.
? Eu sou tão patética, ? disse para si mesma. ? Patética e solitária.
Aproximou-se do chalé e ouviu dentro o som das três vozes masculinas. Tara parou um momento na porta enquanto tentava distinguir o que estavam falando. Ela teve que pressionar sua orelha mais perto
da porta para ouvir.
? Pare de ser tão dramático, Ramsey ? disse Arran. ? Estou bem.
? Você não está bem. Quase matei você.
? Você sabe que é preciso muito mais do que isso para matar um Guerreiro. Decapitação funciona melhor, como você sabe.
? Pare de brincar, Arran, ? Charon disse bruscamente. ? Eu concordo com Ramsey. Eu não entendi o que ele estava dizendo até que vi com meus próprios olhos.
? E eu fui aquele que o incentivou a usar sua magia. ? disse Arran, levantando a voz. ? Eu fui aquele que se sentou lá e teve essa sacudida da mágica e do poder atravessar-me.
? Talvez sim, mas eu vi isso. ? argumentou Charon. ? Eu vi Ramsey lá em pé, sua magia explodindo em mim, mesmo dessa distância. Eu vi você gritando para ele e a dor em seu rosto por causa da magia
dele. Eu vi que ele não te ouvia.
? Basta! ? gritou Ramsey. ? Acabou e foi feito. Arran sugeriu, e eu fiz sabendo as consequências. Foi a única maneira de garantir para Declan ficar longe e assim pudéssemos ter mais algumas horas
com Tara para tentar ganhar alguma confiança de volta. Peço desculpas a ambos pelo que aconteceu hoje.
? Não há nada para se desculpar. ? disse Arran, sua voz profunda de emoção.
O coração de Tara doeu com dor que ouviu na voz de Ramsey.
? Há. ? disse Ramsey. ? Felizmente, não vai acontecer novamente. Tenho um favor a pedir a ambos.
? Fale. ? disse Charon.
? Eu preciso que um de vocês fique na estrada, e o outro retorne ao Castelo MacLeod.
O som de uma cadeira raspando o chão encheu s ouvidos de Tara. Ela podia apenas imaginar um deles se levantando de um pulo ao ouvir a declaração de Ramsey.
? Não vou deixar você aqui sozinho. ? disse Arran.
Outra cadeira raspou para trás e então a voz de Charon disse: ? Nem eu.
? Não vou ficar sozinho por muito tempo.
Tara franziu o cenho, sem entender as palavras de Ramsey. Claro que ele não estaria sozinho. Embora os convidados tivessem saído do castelo, ainda havia os proprietários e funcionários.
? Por que quer que um de nós volte para o castelo MacLeod? ? perguntou Arran.
Ramsey suspirou. ? Tirar Tara daqui, longe de Declan.
? E então você pode lutar contra Declan. ? Charon disse no mesmo instante em que Tara compreendeu o mesmo.
Ela abriu a porta e entrou no chalé sem que nenhum deles percebesse que ela estava ali.
* * *
Ramsey olhou para seus dois amigos, perguntando-se como poderia fazê-los entender como era importante lutar contra Declan sozinho.
? Ninguém vai morrer por mim.
O corpo de Ramsey se sacudiu como se tivesse sido atingido. Ele lentamente se virou para ver a forma de Tara enchendo a entrada, seus olhos azul-esverdeados cheios de fúria.
? Tara. ? ele disse, dando um passo em sua direção.
Ela ergueu a mão e disse: ? Não. ? Ela se virou para olhar para Arran e Charon enquanto suavemente fechava a porta atrás dela, desprezando a fúria que ele via correndo através dela.
? Não. ? ela repetiu. ? Ninguém vai morrer por mim. Quero que todos vocês partam.
? Não posso fazer isso. ? disse Ramsey.
Ela se recostou contra a porta e deu de ombros. ? Eu sempre soube que Declan me pegaria um dia. Estou cansada de fugir e olhar por cima do meu ombro. Estou cansada de desconfiar de todos. E estou
cansada das mentiras.
? Você pode estar assim, mas não pode entregar-se a Declan. ? Ramsey engoliu e deu um pequeno passo em sua direção. Ele tinha que convencê-la, e ele sabia que tinha apenas um tiro. ? Você estará
seguro no Castelo MacLeod. Declan não pode te alcançar lá.
? Oh, mas ele pode, Ramsey. ? Seu sorriso era triste. ? Ele pode me alcançar em qualquer lugar.
? Haverá Druidesas lá para ajudá-la ? disse Charon.
Arran assentiu com a cabeça. ? E outros Guerreiros que morreriam antes que permitissem que qualquer dano chegasse a qualquer Druidesa.
Ramsey observou Tara cuidadosamente, esperando por algum sinal de que estavam conseguindo chegar até ela. Seus olhos se voltaram para ele, onde ela enfrentou seu olhar.
? Se eu for, você vai?
Ramsey não queria nada mais do que voltar com ela e os outros, mas ele não podia. Se o fizesse, significaria uma batalha com Declan numa data futura que envolveria os outros. Na Torre de Dunnoth,
ele poderia cuidar de Declan de uma vez por todas.
? Eu irei. ? disse Ramsey. ? Quando eu terminar com Declan.
Tara empurrou a porta e atravessou a sala até estacar diante dele. ? Você não vai, eu não vou.
? Você não está a salvo aqui.
? Posso me segurar contra Declan.
Ramsey viu Charon e Arran trocarem um olhar pelo canto do olho. Ele engoliu em seco e disse: ? Você não está segura aqui comigo.
Sua admissão custou-lhe mais do que ele tinha percebido. Sentiu como se ele mesmo tivesse mergulhado um punhal em seu próprio estômago e girado o cabo. Mas a verdade do que ele era, o que ele era
capaz, tinha sido provado anteriormente com Arran.
Ramsey não colocaria inocentes em risco novamente. Nunca mais.
E Tara certamente era uma inocente. Ele nem sequer sentiu a magia dela quando ela veio para o chalé. Ela era uma Druidesa. Deveria ter sabido no instante em que deixou o castelo, mas, novamente,
sua magia sempre vinha e desaparecia.
Ele sabia que ela era uma Druidesa, mas que tipo exatamente era o que o confundia. Ele queria saber. Para si e para ela.
? Eu não estou segura com você? ? Ela repetiu.
Ramsey balançou a cabeça, esperando que isso terminasse o desacordo.
Em vez disso, ela caminhou até Arran e colocou a mão sobre a dele na parte de trás da cadeira. Quando ela levantou a mão, olhou para Ramsey. Então ela se mudou para Charon onde ela colocou a mão
em seu pescoço e repetiu o mesmo processo.
Ramsey arrastou uma respiração irregular quando ela ficou na frente dele mais uma vez e colocou a mão em seu rosto. Ele não precisava de um espelho para saber que os feixes brancos de magia se moviam
dela para ele.
Ele os sentiu, ouviu o chamado da magia dela para o sua. Mas não foi apenas sua magia que respondeu. Era seu deus e sua paixão. Ele queria puxá-la contra ele, para envolvê-la com os braços para
que suas curvas estivessem pressionadas contra ele e ele pudesse beijá-la.
? O que você está tentando provar? ? Ele perguntou.
Ela levantou uma sobrancelha e inclinou a cabeça. ? O que estou tentando...? Eu sinto isso, Ramsey. Eu sinto a magia dentro de você. Como isso é possível?
? Não sei.
Ela abaixou o braço e, por alguns momentos, os feixes de magia puderam ser vistos ao redor de sua mão antes que deles desaparecessem. Mas não desapareceria de Ramsey por um tempo.
Ramsey procurou algo para lhe dizer, algo que aliviaria sua mente e permitiria que ela fosse com Arran de volta ao Castelo MacLeod.
? Eu posso não confiar em você. Eu posso não concordar como você foi dizer-me quem e o tudo que você é, mas algo aconteceu estes poucos dias passados. Eu... ? Ela parou e engoliu em seco. ? Eu sou
quem eu sou, e eu não vou me esconder mais. Vou encarar minha família, Declan, e qualquer outra coisa que venha para mim.
Ramsey balançava a cabeça antes que ela tivesse terminado. ? Seja esperto sobre isso, Tara. Declan procurou por você por quase dez anos. Você ficou à frente dele de alguma forma, mas ele encontrou
você.
? Eu sei.
? Não, você não sabe. ? disse Arran. ? Eu não acho que você sabe que tipo de homem é Declan.
Seus olhos azul-esverdeados nunca saíram de Ramsey quando ela respondeu para Arran. ? Eu posso não saber. Declan nunca me machucou. Ele nunca me tratou mal.
? Então por que você fugiu dele? ? Ramsey perguntou.
? Porque ele queria o que minha família queria. Ele queria me forçar a tornar-me drough. Na noite em que o deixei, ouvi-o dizer a Robbie sobre o seu elaborado plano para me seduzir e me enganar
para a cerimônia drough. Ele disse que seria feito antes que eu soubesse o que tinha acontecido. E por mais assustador que fosse, não era nada perto do que ele tinha planejado em seguida.
Charon perguntou: ? Que era o quê?
? Ele disse que a magia dentro de mim seria sua para controlar. Que eu o ajudaria em sua busca para...
? Assumir o controle do mundo, ? Ramsey terminou por ela.
Ele correu a mão pelo rosto e suspirou. Tinha pensado que Declan a queria para algo assim, e as palavras de Tara confirmaram isso.
? Toda vez que ele me fazia usar minha magia, eu podia me sentir mais forte. Não foi até aquela noite que ouvi seus planos que eu percebi que eu não estava crescendo forte. A magia que ele estava
me fazendo executar era magia negra. Ele estava me arrastando cada vez mais e mais para o mal. Eu saí antes que ele me tomasse completamente, mas tenho muito medo de minha magia agora.
? Merda! ? Isto era muito pior do que Ramsey poderia ter imaginado.
? Se a sua magia é tão grande, como é que nós não sentimos você chegar? ? Arran perguntou.
Ela encolheu os ombros. ? Minha magia sempre foi tão volátil. Não importa o que eu faça, nunca consegui controlá-la adequadamente.
? É por isso que você deve ir com Arran para castelo de MacLeod ? disse Ramsey.
Tara sorriu suavemente. ? Eu sei sobre Deirdre e tudo o que ela fez. As histórias que minha avó me contou mencionavam Guerreiros que se opuseram a ela, mas nunca acreditei nessa parte até hoje.
Você permaneceu contra ela, mesmo quando a possibilidade significava morte ou cair sob seu controle mais uma vez. Você não fugiu.
? Havia mais do que apenas um de nós. ? Ramsey apressou-se em dizer-lhe. ? Havia um grupo, e nós fizemos isso em parte para matar Deirdre, mas também para proteger Druidas e Druidesas. Você só tinha
a si mesma, e fez a única coisa que garantiria a sua sobrevivência.
? Eu fui um covarde.
? Você foi esperta.
A dúvida em seus olhos o fez querer confortá-la. Ele não se permitiria abraça-la, mas poderia oferecer um pouco de conforto.
Ramsey dobrou suavemente uma mecha de seu cabelo castanho-dourado atrás da orelha. A cabeça dela encostou-se ligeiramente na sua mão, mas foi suficiente.
Quanto ele abaixou o braço, mais fios de magia se enrolavam em sua mão enquanto seu olhar era capturado por Tara. Preso. Capturado.
E bem, e verdadeiramente, subjugado.
CAPÍTULO DEZESSEIS
? Estou realmente começando a ficar com raiva. ? disse Declan no banco do passageiro dianteiro de seu Jaguar.
Robbie inclinou-se para a frente e olhou para o céu através do para-brisa. ? Eu não entendo, primo. Sua magia deveria ter parado a neve.
? Deveria ter, mas não deteve. Suspeito que isso seja mais do que o trabalho dos Guerreiros.
? Druidas?
Declan assentiu com a cabeça.
? Mas certamente não Tara. Sua magia era muito volátil.
? Era. Faz uma década desde que eu trabalhei pela última vez com ela. Ela estava progredindo muito bem. Em questão de meses ela estaria se tornando drough.
? Você vai tê-la de volta sob seu teto em breve. Gostaria de saber por que ela fugiu de você.
? Eu também. Eu ainda não acho que é a magia de Tara esteja envolvida nisso. Isso levaria uma magia muita poderosa. Meu tipo de magia.
Robbie arqueou as sobrancelhas. ? Outro drough então?
? Essa é a única explicação.
? Um drough trabalhando com os Guerreiros?
Declan encolheu os ombros. ? Tudo é possível. Chame meu helicóptero. Estou cansado de brincar.
Enquanto ouvia Robbie fazer a chamada para o helicóptero, o olhar de Declan estava no horizonte para o norte, onde ele sabia que Tara estava.
Não demoraria muito. Ela não teria para onde fugir, e com sua magia adicionada, Tara não capaz de recusá-lo quando ele exigisse que ela se torna-se drough.
? Em breve, doce Tara. ? disse Declan com um sorriso.
* * *
Tara sentou-se no sofá do chalé e tentou não mostrar o quanto estava ansiosa. Não importava por que ela tinha vindo até os Guerreiros para começar, especialmente depois que ela teve conhecimento
do plano de Ramsey.
Ela não havia mentido quando disse que não queria que ninguém morresse por ela. Especialmente não alguém como Ramsey. Ela não valia a pena.
Pelo que ela havia recolhido pelos olhares que trocaram e por seus comentários não verbalizados, Ramsey era único entre seus irmãos a ser parte Druida. O que isso significava exatamente, Tara não
sabia.
Ramsey entrou no chalé e deu um pequeno sorriso. ? O castelo está vazio. Ninguém ficou para trás, exatamente como pedimos.
? Você ainda está firme com seu plano? ? Perguntou Charon.
O olhar de Ramsey se moveu para Tara por um momento. ? Estou.
? Então não vai funcionar. ? disse Tara. ? Porque eu não vou embora. Ou não estava me ouvindo?
? Eu ouvi você,? Ramsey respondeu. ? Eu só esperava que você tivesse mudado de ideia.
? Eu sou teimosa assim.
? Então, eu percebi.
Arran pigarreou. ? Eu tenho um plano alternativo.
O modo como Ramsey não rejeitou imediatamente Arran provou o quão ligados os homens eram. ? Isso envolve que eu fique? ? Ela perguntou.
? Sim, mas só porque não quero forçá-la a partir. ? disse Arran.
Charon se encostou na parede, uma expressão aborrecida em seu belo rosto. ? A menos que as coisas fiquem muito perigosas, garota. Existem poucas Druidesas para que possamos permitir que uma delas
seja ferido ou morta se pudermos fazer algo a respeito.
? Bem dito. ? Ramsey respondeu suavemente.
Tara esfregou as mãos nas coxas. ? Não está em mim apenas entregar a minha vida e permitir que você faça com ela o que quiser.
? Levar você para o MacLeods não é nos entregar sua vida. ? disse Ramsey enquanto caminhava em sua direção. Ele parou quando chegou à cadeira estofada e colocou as mãos no encosto. ? Os Guerreiros
e Druidesas protegeriam você lá. Você pode ir e vir quando quiser. Pense nisso como um santuário.
Ele fez isso soar como o céu que ela estava sonhando desde que fugiu de sua família. Mas lugares como esse realmente não existiam. Ela deveria saber já que estava procurando por uma década.
? Eu fico. ? ela declarou.
O olhar de Ramsey baixou enquanto balançava a cabeça. Ele olhou para seus companheiros. ? Eu não gosto disso.
? Nossa única escolha é forçá-la. ? disse Arran.
Tara revirou os olhos e se levantou, a indignação fervendo dentro dela. ? Ugh. Eu estou bem aqui. Posso ouvi-lo.
Charon apenas sorriu para ela. ? Nós sabemos.
? Qual é o seu plano? ? Ramsey perguntou para Arran.
Arran sorriu maliciosamente e bateu palmas enquanto as esfregava ansiosamente. ? Embora eu goste de uma batalha, assim tanto quanto o próximo Guerreiro, já que Tara estará conosco, eu digo que lidemos
com isso de forma diferente. Charon nos alertará quando Declan chegar. Estarei no castelo esperando o bastardo.
? Porque esse é o primeiro lugar que ele irá olhar. ? Charon disse com um aceno de cabeça.
? Exatamente. Vou pegar o máximo de seus mercenários quanto eu puder, enquanto Charon faz o mesmo.
O sorriso de Charon estava largo, seus olhos brilhando. ? Estou gostando desse plano.
Tara olhou para Ramsey para encontra-lo com os braços cruzados sobre seu peito musculoso e seu olhar intenso enquanto ouvia. Ela notou isso sobre ele. Ele ouvia, observando e pegando tudo.
? Estarei aqui com Tara ? disse Ramsey.
Arran assentiu com a cabeça. ? Correto. Ele nunca vai esperar o que você vai entregar a ele.
O coração de Tara saltou em sua garganta quando o olhar prateado de Ramsey se moveu para ela. Ele olhou para ela por um momento, dois, antes de olhar para os homens.
? Sob uma condição isso funcionará. Quando você e Charon tirarem os mercenários, eu vou atacar Declan e tocar quantos rifles quanto eu puder. Quando chegar a hora de eu enfrentar Declan...
Charon assentiu. ? Nós levamos Tara.
? Não. ? interrompeu ela. ? Quero ver a morte de Declan.
Ramsey soltou um suspiro e baixou os braços para os lados. ? Se você ficar, há uma chance daquilo que eu desencadear em Declan irá matá-la. Não posso deixar isso acontecer.
Um fio de medo enrolou em torno de seu coração. Ramsey não estava brincando, e a maneira como nem Arran nem Charon se olharam para ela dizia o quanto a situação era séria.
? Não podemos simplesmente deixá-lo enfrentar Declan sozinho. ? disse ela.
Ramsey encolheu os ombros. ? Eu sou o único capaz de derrota-lo.
? Se você puder.
? Eu irei.
Ele soou tão certo de si que Tara começou a acreditar nele também. Mas ela sabia do que Declan era capaz. Por enquanto, porque não tinha outra escolha, assentiu com o plano.
? Ótimo! ? disse Ramsey. ? Já que todos já sabem o que fazer, vamos nos preparar.
Charon tirou o celular do bolso enquanto caminhava para a porta. ? Vou chamar Fallon e atualizá-lo.
Arran inclinou a cabeça para ela antes de girar sobre os calcanhares e sair da casa. Deixando Tara e Ramsey sozinhos. O chalé tinha ficado repentinamente quieto com apenas o uivo da tempestade fora
para quebrar o silêncio.
? Você está com fome? ? Ramsey perguntou.
Tara sacudiu a cabeça. ? Na verdade não.
? Há muita comida, então sirva-se.
Ela lentamente se afundou no sofá enquanto ele tomava um lugar nas sombras ao lado da janela para que pudesse manter vigia. Tara o estudou em silêncio por vários momentos.
Ele continuava a manter soltos os longos cabelos, que ela amava. Estava úmido da neve, assim como sua camiseta de manga curta. Ramsey era diferente de qualquer homem que ela já tivesse encontrado.
Ele não se vangloriava de suas realizações ou de seu dinheiro. Ele falava muito pouco, mas quando falava era porque ele tinha algo a dizer.
Enquanto alguém podia ver que Arran e Charon não eram homens os quais você quisesse envolver, Ramsey era diferente. Você não conseguia ver aonde a coisa estava indo até que fosse tarde demais. Sua
violência estava escondida, o perigo não era tangível até que ele queria que fosse.
? Isso é o que você faz? ? Ela perguntou.
Ramsey olhou para ela. ? O que você quer dizer?
? Você salva pessoas?
? Às vezes, ? ele disse com um pequeno encolher de ombros. ? A maior parte do tempo passamos nossas vidas lutando contra Deirdre. Com ela se foi, nossa atenção está em Declan.
? Então você veio por causa dele.
Desta vez, Ramsey virou a cabeça para ela. ? Eu vim por você.
Tara não deveria ter sentido a pequena emoção que seu comentário lhe deu. Ela não queria sentir nada em relação a Ramsey, mas havia aprendido há muito tempo que não conseguia controlar suas emoções.
? Há outros Druidesas lá fora para serem salvas.
? Mas nenhuma que Declan queira mais do que qualquer coisa.
? Você salvou muitos Druidas?
Ele sacudiu a cabeça negra lentamente. ? Não tantos quanto deveríamos ter salvado. Deirdre aniquilou tantos, e então quando Declan trouxe-a para esta época, durante os quatro séculos os Druidas
que sobreviveram se perderam em seus caminhos.
? Nem todos. Minha família está mergulhada nessa magia. É apenas o tipo errado de magia.
? Magia é magia. Embora eu desejasse que mais magia mie tivesse sobrevivido do que drough, pelo menos existe magia. Cada Druida tem a opção de se tornar drough ou não. Você tomou essa decisão.
Ela se inclinou para trás e deixou sua cabeça descansar sobre as almofadas para olhar para o teto. ? Na minha família não há escolha, Ramsey. Nós nascemos em uma família drough, e seremos droughs.
Se recusarmos, eles nos forçam.
? Como? Eu pensei que você tinha que estar disposto? Uma das Druidesas do Castelo MacLeod foi forçada a tornar-se drough por Deirdre. A magia de Isla era forte, e o mal nunca assumiu como Deirdre
tinha planejado. Isla é uma de nossas Druidesas mais fortes.
Sua cabeça se moveu para poder olhar para ele. ? Minha família é muito... persuasiva. Aqueles antes de mim talvez não quisessem ser drough, mas minha família é implacável. Ninguém jamais recusou.
? Até você.
? Até eu. ? Ela disse com um sorriso. ? Acho que minha avó ficou impressionada com a minha teimosia. Ela até tentou convencer minha mãe a permitir que eu permanecesse como eu era.
Ramsey se virou para que suas costas estivessem contra a parede e a encarou completamente. ? O que aconteceu?
? Se você falou com minha mãe, eu suspeito que você saiba o que aconteceu. ?
? Sua avó nunca foi mencionada.
Tara inclinou-se para a frente e deixou cair o rosto entre as mãos. Imagens de sua avó rindo e ensinando sua magia passou através de sua mente.
? Minha avó era drough, como todo o resto da minha família. Mas ela era diferente. Tara levantou a cabeça e deu um longo suspiro. ? Vovó sempre teve tempo para mim, ensinando=me, ou apenas rindo
comigo. Desde o tempo em que eu era uma criança pequenina ela me disse uma e outra vez para seguir meu coração, mesmo que isso significasse ir contra os que eu amava.
? Você acha que ela sabia o que você iria fazer?
Tara encolheu os ombros. ? Eu não faço ideia. Quando recusei pela primeira vez e minha avó se levantou por mim, minha mãe... Ela teve que parar quando a onda de dor bateu nela... A fúria de minha
mãe era lendária em nossa família, assim como sua afinidade com o uísque. Ela atacou a minha avó em sua raiva de bêbada. Eu não percebi sua intenção até que fosse tarde demais. Até a vovó morrer no chão.
? Sinto muito, Tara.
Ela engoliu em seco, decidida a não chorar. ? Minha mãe virou-se para mim em seguida. Ela não me ouvia, apenas continuou gritando e jogando magia em mim. Esquivei de muitos delas porque ela estava
tão desajeitada, mas não de todas.
Tara levantou os olhos para Ramsey. ? Ela pretendia me matar. Fugi com a minha vida naquela noite, com a promessa de minha mãe de me achar soando em meus ouvidos.
CAPÍTULO DEZESSETE
Ramsey ficou feliz por não ter sabido disso quando falou com a mãe de Tara ou ele poderia tê-la matado.
Depois de hesitar apenas um momento, Ramsey caminhou até Tara. Ele podia sentir sua dor e sua solidão em sua magia e isso o chamou.
Ajoelhou-se diante dela e olhou nos olhos azul-esverdeados. ? Sinto muito, Tara.
? Eu nunca contei a ninguém essa história antes.
? Se isso ajudar, duvido que sua mãe esteja procurando por você. Seu fígado está falhando, e ela não espera viver mais ano.
Uma lágrima caiu sobre as costas da mão de Ramsey. Ele nunca tinha realmente sabido o que fazer com uma mulher chorando, mas desta vez era diferente. Desta vez, ele sabia o que fazer.
Ramsey limpou a segunda lágrima da bochecha de Tara antes de cair. Para sua surpresa, ela pegou a mão dele e fechou os olhos enquanto a segurava contra sua bochecha.
Ele permaneceu imóvel, dividido entre dar a ela o tempo que ela precisava e o desejo de puxá-la em seus braços. Mas se ele cedesse à necessidade surgindo através dele, Ramsey sabia que não iria
parar apenas abraçando-a.
O olhar dele se moveu de seu rosto para os feixes de magia que começaram a flutuar em torno de suas mãos. Ele ainda não sabia o que significava, e embora pudesse ser algo perigoso, tudo o que sabia
era que era maravilhoso tocá-la.
Ela respirou profundamente, e para sua decepção ela soltou sua mão. Com nenhuma outra razão para tocá-la, Ramsey deixou sua mão cair para a almofada, mas os feixes de magia continuaram a crescer
mais forte enquanto eles enrolavam em torno dele.
? Você não é o que eu esperava em um Guerreiro. ? disse Tara.
? O que você esperava?
Ela balançou a cabeça, olhando para o fogo. ? Eu não sei, mas não você. Você deve fazer alguma mulher sortuda muito feliz.
? Eu não tenho uma mulher.
Suas sobrancelhas tricotaram quando seu olhar se voltou para ele. ? Acho difícil acreditar nisso.
? É a verdade.
? Não. Você é muito bonito, muito perigoso, incrível demais para não ter uma linda mulher em seus braços.
Havia apenas uma mulher que ele queria, e ela estava sentada diante dele. O rosto de Tara estava tão perto do dele. Podia inclinar-se ligeiramente e roçar seus lábios sobre os dela.
Como se estivesse lendo seus pensamentos, ela baixou os olhos para a boca dele, e Ramsey segurou o gemido que se levantou rápido e verdadeiro dentro dele.
? Por que você está sozinho? ? Ela sussurrou.
? Por causa do que sou.
? Um Guerreiro?
? Um Druida e um Guerreiro. Eu tenho que ficar no controle sempre, para que nada de ruim aconteça.
Tara olhou para a mão onde a magia girava em torno dela e colocou a ponta de um dedo no dorso de sua mão. Ao levantar o dedo, um feixe branco de magia se estendeu entre eles até que ela se foi como
fumaça ao seu redor antes de se juntar aos outros que rodeavam a mão e braço dele.
? Algo ruim aconteceu, não é? ? Ela perguntou.
Ele deu um único aceno com a cabeça.
Seus olhos azul-esverdeados encontraram os dele. ? Inocentes foram mortos.
Ramsey queria desviar o olhar, esconder sua culpa, mas não podia. ? Eles eram.
? Não sou inocente, Ramsey.
Mal podia respirar pela paixão que o atingia. Tara estava muito perto, sua magia muito sedutora. E com os feixes vindo de tocá-la, ele era um barril de pólvora esperando para acender. Ele tinha
que se afastar dela, para colocar alguma distância entre eles. Mas o próprio pensamento o mantinha enraizado onde ele estava.
? Você é uma inocente. ? ele insistiu.
Ela balançou a cabeça, inclinando-se para ele uma fração. ? Em todos os meus anos de fuga e de me esconder, eu só já me senti em paz e livre uma vez. A noite que passei aqui.
Ramsey cravou os dedos nas almofadas, apenas vagamente consciente de que suas garras perfuraram o tecido. A fome, a necessidade de rasga-lo era esmagadora. Ele tinha que ter outro gosto dela, um
que fosse mais profundo, mais longo.
Suas mãos cobriram a dele, e um de seus dedos tocou uma garra. Ela estremeceu ligeiramente, mas não se afastou.
? Você tem medo de mim.
Ela balançou a cabeça, suas ondas castanho-douradas se movendo com ela. ? Não. Eu só vi Guerreiros uma vez, quando eu estava em Edimburgo. Eu ouvi o que você é, mas eu nunca estive tão perto.
Ramsey se viu inclinando-se mais perto, mais perto. Ele descansou sua testa sobre a dela enquanto tentava desesperadamente encontrar a vontade de afastar-se.
Mas quando se tratava de Tara, ele não tinha. Tudo que ele queria era ela.
Ele inclinou a cabeça, suas bocas respirando. Não mais a espera, Não mais a falta. Ele ia beijar Tara até que nenhum deles se lembrasse de seu próprio nome.
Seus olhos se fecharam, e logo antes de seus lábios tocarem os dela, o celular tocou.
Ramsey se afastou, murmurando: ? Foda-se ? , por baixo de sua respiração, para que Tara não ouvisse. Ele ficou de pé, com as garras cobertas, enquanto se apressava ao telefone em cima da mesa da
cozinha.
Ele não se surpreendeu ao ver o nome de Fallon aparecer. Ramsey respondeu com um aceno, ? Aye?
? Charon me informou sobre o que está acontecendo.
? Tudo, eu presumo? ? Se referindo ao que tinha acontecido com Arran mais cedo.
Fallon suspirou. ? Aye, meu amigo. Tudo. Não há nada para se aborrecer. Arran está bem.
Ramsey não se incomodou em responder, porque sabia que se tivesse sido qualquer outro Guerreiro, estariam mortos.
? Eu não estou confortável com apenas você três lidando com isso sozinho. E me disseram que Tara se recusa a partir, a não ser que você parta.
Ramsey olhou para Tara que o observava do sofá. ? Está certo.
? Droga, ? Fallon disse com um longo suspiro. ? Eu me sentiria melhor se eu pudesse enviar outros para ajudá-lo.
? Como estou preocupado que Arran, Charon, e Tara não saiam a tempo. Também não posso me preocupar com outros.
? O que você planejou?
? Vou mata-lo.
Houve uma pausa antes que Fallon perguntou: ? Isso irá te matar?
? Eu não sei a resposta para isso.
Houve um estrondo na outra extremidade da linha que Ramsey podia adivinhar foi o punho de Fallon batendo na mesa. ? Isso é inaceitável, Ramsey. Não vou perder outro amigo.
? E você não tem ideia do que vai acontecer quando eu enfrentar o Declan. Confie em mim, Fallon. Você não quer ninguém por perto.
? Se eles são Guerreiros eles irão sobreviver.
? Possivelmente. Você quer assumir esse risco?
Como esperado, Fallon não teve uma resposta imediata. Ramsey não gostava de colocar seu amigo nessa situação, mas como líder, Fallon precisava conhecer todos os detalhes. Por mais feios que eles
fossem.
Mas Ramsey também conhecia Fallon o suficiente para saber que ele já tinha enviado homens à frente. ? Quem você trouxe?
? Não foi minha decisão. Eles estavam indo com ou sem a minha ajuda. Achei que iria buscá-los aí mais cedo caso pudessem ajudar.
? Quem, Fallon? ? perguntou Ramsey, erguendo a voz. Ele precisava saber quantos estavam aqui para poder garantir que eles tivessem ido embora. Logo.
? Hayden, Logan, Ian e Quinn.
Ramsey se virou e socou a porta do armário, quebrando a madeira enquanto seu punho a atravessava. ? Venha e pegue-os. Agora.
? São seus amigos, Ramsey. Eles querem ajudar.
? Então eles podem ajudar não estando aqui.
Houve uma série de maldições de Fallon antes de dizer: ? Eu farei o meu melhor para tirá-los daí. Quanto tempo eu tenho?
? Não muito.
Ramsey terminou a ligação e jogou o telefone sobre a mesa. Ele nem sequer olhou para a bagunça que ele tinha feito com o armário. Raramente ele perdia o controle de sua raiva de tal forma, mas era
ruim o suficiente Charon, Arran e Tara estarem ficando para trás.
A única maneira que Ramsey poderia enfrentar Declan como ele precisava era saber que seus amigos iriam tirar Tara a tempo. Se outros estivessem aqui e se recusassem a sair, então complicava tudo.
Ele se virou para Tara para descobrir que ela estava a poucos passos de distância dele.
? Você está bem? ? Ela perguntou.
? Não, eu não estou. Você está aqui. Arran e Charon estão aqui. E agora Fallon me diz que quatro dos meus outros amigos também estão aqui.
? Os Guerreiros são imortais, Ramsey. Tudo o que você planejou para Declan pode ser sobrevivido por todos vocês.
Não adiantava dizer-lhe exatamente o que tinha planejado. Na pior das hipóteses, Tara resistiria após esta batalha.
? Temos algumas horas de luz do dia. Há alguma coisa que você precise do castelo?
Ela abanou a cabeça.
? Então eu sugiro que você descanse enquanto puder. Eu não espero que esta tempestade detenha Declan por muito mais tempo.
? Como ele pode chegar aqui? Nenhum carro pode viajar por essas estradas.
? Aye, mas ele tem outra opção. Seu helicóptero.
Ela se virou, mas Ramsey não estava pronta para se separar dela ainda. Ele a parou e girou de volta para ele. Seu olhar o procurou enquanto ele a apoiava lentamente contra a geladeira.
Ele acariciou seus dedos abaixo em sua bochecha macia até seu pescoço antes de mergulhar seus dedos em seu cabelo para envolver em torno da parte de trás de sua cabeça.
Os lábios delas e separaram e sua respiração acelerou, mostrando que queria o beijo tanto quanto ele. Ele moveu sua outra mão sob seu suéter até a cintura.
O impacto da pele sobre a pele só alimentou os feixes de magia fluindo entre eles. Ramsey gemeu profundamente em sua garganta quando as mãos dela descansaram em seu peito antes de se moverem para
suas costas quando ela o puxou mais perto.
? Tara, ? ele sussurrou antes que sua boca descesse sobre a dela.
O primeiro contato de seus lábios foi como uma explosão de magia entre eles. Sua pele chiou, seu corpo queimando de prazer tão selvagem e feroz que ele pensou que iria explodir.
E isso não era nada comparado à fome dentro dele.
Ramsey deslizou sua língua entre seus lábios cheios e saqueou sua boca. Não teve piedade enquanto a beijava como estivera sonhando fazer desde a primeira vez que a viu.
Ele aprofundou o beijo, segurando seu corpo colado contra ele. Seus dedos cavados em suas costas, seus gemidos enchendo suas orelhas.
Ainda não era o suficiente.
CAPÍTULO DEZOITO
O corpo de Tara não era seu. Cada toque das mãos e boca de Ramsey deixava seu sangue quente e seu coração batendo. Ela impacientemente, ansiosamente, aguardava a próxima carícia de Ramsey.
Seus lábios doíam de seus beijos, mas ela queria mais. Muito mais.
Nunca pensou em fazê-lo parar quando ele tirou seu suéter, nem quando desabotoou o sutiã. Foi ela quem o deixou cair no chão.
E através de toda a paixão e desejo aquecido, seu corpo pulsava de necessidade.
Seus lábios se abriram e seu corpo se arqueou em direção a Ramsey enquanto ele passava um dedo lentamente, suavemente, abaixo de sua espinha e passando pela cintura de sua calça jeans.
Ele sussurrou seu nome e acariciou seu pescoço, enviando arrepios pelo seu corpo em antecipação por mais. Ela deslizou suas mãos em macios cachos de meia-noite e deixou os fios sedosos deslizarem
através de seus dedos.
As mãos dele estavam em suas costas enquanto ele beijava seu pescoço para manter a cabeça para trás e seu corpo arqueado. Nunca Tara se sentiu tão sexy ou como uma mulher desejada.
Ela respirou fundo quando uma das grandes e calosas mãos de Ramsey agarrou seu seio e beijou. Seus seios inchados, os mamilos duros na expectativa de seu toque.
Tara estremeceu, esperando sua boca em seus lábios. Mas essa espera se estendeu mais e mais. Ela ergueu a cabeça para encontrar Ramsey olhando para a porta com os olhos entrecerrados.
? Temos companhia. ? ele sussurrou.
Em um piscar de olhos ele segurou enquanto ele se levantava suavemente. Tara agarrou seu sutiã e suéter e correu para o quarto enquanto uma batida soou na porta.
Ela fechou a porta do quarto e se apressou a vestir-se enquanto se perguntava se alguma vez se acostumaria com os sentidos realçados de Ramsey.
A voz masculina que ouvia do outro lado da porta do quarto não era uma que ela reconhecesse. Ela pôs a mão na maçaneta da porta, mas hesitou.
? Está tudo bem, Tara ? chamou Ramsey. ? Venha para cá.
Ela abriu a porta para encontrar um homem com cabelo curto castanho escuro e profundos olhos verdes sorrindo para ela. Ele usava um suéter vermelho e jeans, mas ele se mantinha como se estivesse
acostumado a estar no comando. Ele era bonito de seu próprio jeito, mas em sua mente não podia comparar-se a Ramsey.
? Tara Kincaid, este é Fallon MacLeod, meu líder.
? Seu amigo. ? Fallon corrigiu com um olhar para Ramsey. Fallon estendeu a mão para Tara. ? É bom finalmente conhece-la. Peço desculpas se te assustarmos em Edimburgo. Não foi nossa intenção. Estávamos
tentando alcança-la antes de Malcolm.
Ela piscou, sem saber o que dizer. Finalmente, ela se lembrou de sua educação e respondeu, ? É bom conhecê-lo também.
Fallon virou-se para Ramsey então, seu sorriso desapareceu. ? Primeiro, isso parece ter piorado. ? disse ele, e apontou para os feixes de magia girando em torno de ambos os braços de Ramsey.
? Eu toquei em sua pele.
? Entendo. ? disse Fallon. ? Vamos entrar nisso mais tarde. O que eu realmente vim lhe dizer é que eu não posso encontrá-los.
? Minha bunda, ? Ramsey disse sem muita ênfase. ? Você pode encontrá-los.
? Você sabe se um Guerreiro não quer ser encontrado, ele não será.
Ramsey suspirou e sacudiu a cabeça. ? Então leve Tara de volta ao castelo.
? Não, ? Tara disse e deu um passo para trás. ? Já passamos por isso, Ramsey.
? Isso foi antes de eu ter que me preocupar com mais três amigos lá fora. Eu não posso fazer tudo!
? Então não faça. ? ela argumentou.
Ele esfregou a nuca e soltou um suspiro. ? Todos vocês fazem parecer tão fácil.
? Isso é porque você não está nos dizendo tudo. ? disse Fallon.
Tara observou o modo como o corpo de Ramsey se enrijeceu sutilmente.
? Aye,? Fallon disse com um aceno de cabeça. ? Eu não sou idiota, velho amigo.
? Nunca achei que você fosse ? disse Ramsey.
Tara caminhou para a cafeteira e encheu três canecas. Ela entregou uma para Fallon e outra para Ramsey. Não foi até estar de volta na cozinha encostada no balcão com sua própria caneca na mão que
ela disse: ? Parece, Ramsey, que seus amigos vão ajuda-lo quer você queira ou não. Ou diga a verdade para eles, ou permita que eles o ajudem a derrotar Declan.
? Esta é a minha chance contra ele. ? disse Ramsey. ? Posso acabar com Declan. Tenho a vantagem aqui. Ele não me conhece ou o que eu posso fazer. Se eu mostrar a ele, se ele receber uma dica, então
eu perdi a pequena vantagem que tenho e... eu nunca serei capaz de derrota-lo.
Tara não estava acostumada à estratégia de batalha. Ela era o tipo de fugir-e-esconder, então ela nunca considerou planejar a chegada de Declan e a batalha subsequente.
? Eu entendo agora, mas eu ainda não vou permitir que você, ou qualquer um, morra por mim.
? Ninguém vai morrer, ? Fallon disse em uma voz séria. ? Ainda podemos manter a vantagem, Ramsey. Declan não tem ideia de que há Guerreiros aqui. Se o superarmos, poderemos vencer.
Ramsey passou a mão pelo rosto e suspirou. Ele queria manter a afirmação de Fallon, mas ele tinha uma suspeita que seu amigo já sabia.
? Se fizermos isso, quando eu enfrentar o Declan, preciso que você tire todos daqui. E eu falo de todos, Fallon.
Fallon encontrou seu olhar fixamente. ? Você não vai me dizer por quê?
? Porque a mistura da minha magia e do meu poder é tão grande e terrível que não consigo controlá-la. Isso me leva, e quando isso acontece, as pessoas se machucam.
Com o canto do olho, Ramsey viu Tara encolher com as suas palavras. Ele tinha sido um tolo ao pensar que ele poderia manter o que ele era um segredo, manter o que ele poderia fazer um segredo. Mas
mais do que isso, ele tinha sido um tolo de pensar que ele teria uma chance com alguém como Tara.
? Tudo bem. ? disse Fallon. ? Eu já chamei os outros, e eles se recusaram a pegar seus celulares. Eu vou dar-lhes outra tentativa, enquanto vou à procura deles. Então estarei trazendo os outros Guerreiros
aqui. Vamos acabar com Declan.
Ramsey virou a cabeça para Tara para que pudesse ver sua expressão quando Fallon se teletransportou para fora da casa.
? Oh, meu Deus, ? ela murmurou, sua mão sobre sua boca. Seu olhar virou para Ramsey. ? Todos os Guerreiros podem fazer isso?
? Não. Cada deus tem seu próprio poder.
? Eu sabia que cada um de vocês tinha um poder especial, eu simplesmente não sabia qual era o do Fallon. Por que vocês mudam de cor?
Ele encolheu os ombros. ? Em parte porque cada deus prefere uma cor. Os irmãos MacLeod compartilham um único deus porque cada um é Guerreiro igual ao outro. Fallon se teletransporta, Lucan controla
sombras e escuridão, e Quinn pode se comunicar com animais.
? O que você pode fazer?
Ele esfregou o polegar sobre os dedos. ? Eu posso manipular a massa.
? Como exatamente?
Ramsey caminhou até a estátua de bronze de um alce na mesinha de canto e tocou-a. Com apenas um pensamento ele primeiro transformou a estátua em um quadro, em seguida, uma vela e, em seguida, de
volta para a estátua.
? Oh inferno. Isso é incrível. ? Tara disse, olhos arregalados com descrença.
Ele encolheu os ombros. ? Eu não uso o meu poder como os outros.
? Por causa de sua mistura com magia?
? Sim. Custa-me muito para tentar controlar o pouco que faço.
Tara caminhou até o sofá e enfiou as pernas sob ele enquanto se sentava. ?
Fale? me sobre o seu deus.
Ramsey colocou a caneca na mesa e sentou-se na cadeira. ? Seu nome é Ethexia, e ele é o deus dos ladrões.
? Ladrões? Isso não o faria bom em roubar coisas?
? Por que você acha que eu posso manipular a massa?
Ela riu, o som disparando direto em suas entranhas e fazendo ele sorrir em troca. Ela parecia tão à vontade sentada com ele falando de magia e deuses, mas Ramsey sabia a qualquer momento que este
adiamento poderia ser quebrado com a chegada de Declan.
? De que cor o seu deus gosta?
Ramsey olhou para as mãos e disse: ? Bronze.
? Posso ver?
? Por quê? Você admitiu que só viu os Guerreiros uma vez. Eu não quero te assustar.
? Você não vai.
? Acredite, Tara, vai assustá-la. Somos destinados a assustar. E se liberamos nossos deuses na batalha, é porque queremos proteger o que é nosso e matar o que está vindo para nós.
Ela encolheu os ombros. ? Como qualquer escocês.
? Eu suponho que sim. ? Ele nunca tinha pensado nisso dessa forma. Quando ele parou de pensar em si mesmo como um escocês e começou a pensar em si mesmo como só um Guerreiro?
Provavelmente na época em que ele parou de pensar e praticar sua magia.
? O que você está pensando? ? Ela perguntou.
Ramsey coçou o queixo. ? Sobre a minha magia. Por tanto tempo eu me recusei a reconhecer que ela estava lá. Agora, quando eu preciso disso, eu não serei capaz de controlá-la.
? Sua magia era poderosa antes?
? Aye.
Ela sorriu e disse: ? Então você não deveria ter um problema agora. Como minha avó costumava me dizer, uma vez que aprendemos magia, ela nunca nos deixa. Está sempre lá, esperando por nós para chamar
por ela.
? Sua avó era muito sábia.
? Sim ela era. Acho que você teria gostado dela, mesmo que ela fosse uma drough.
Ramsey se mexeu na cadeira e tomou um gole do café. ? Tara, eu não matei sua mãe quando fui vê-la. Posso não gostar de droughs, mas não os mato.
? Eles são maus. Eles trazem o mal para o mundo. Eles fazem a oferta do mal.
? Sim, e eles respondem por isso tudo quando morrem.
? E se eu fosse uma drough, você ainda estaria tentando me salvar?
Ramsey olhou em seus olhos azul-esverdeados e respondeu honestamente.
? Sem dúvida.
Seu sorriso, quente e sincero, encheu o quarto. Ele estava prestes a perguntar sobre sua infância quando sua audição realçada captou o som de algo acima do barulho da tempestade de neve.
Ramsey estava de pé instantaneamente. Quase imediatamente o celular de Ramsey tocou.
? Ele está aqui! ? Charon gritou sobre a neve.
Ramsey desligou e olhou para Tara. Seu rosto tinha perdido toda sua cor e a caneca de café caiu de suas mãos. Ele tinha pouca escolha, mas a protegeria até Fallon poderia levá-la.
Ele foi até ela e agarrou seus braços. ? Fique comigo. Você entende? Você tem que ficar comigo até que seja hora de você ir embora. Vou mantê-la segura.
Quando ela não respondeu, deu-lhe um pequeno aperto.
? Sim, sim! ? ela gritou.
? Pegue seu casaco. ? ordenou Ramsey.
Ele desejou que Fallon estivesse aqui para poder tirar Tara. Ramsey pôs a mão na porta e olhou para os ziguezagues de magia girando em torno dele.
O som do helicóptero de Declan ficou mais alto quando se aproximou do castelo. Ramsey apagou todas as luzes do chalé e viu o helicóptero pousar atrás do castelo.
A porta do helicóptero se abriu e quatro mercenários vestidos de preto com máscaras negras cobrindo seus rostos correram para fora, os seus rifles para cima e pronto para usar. Um momento depois,
Declan saiu do helicóptero e acenou para longe.
? O helicóptero não estará longe. Declan vai querer perto o suficiente para levá-lo embora. ? disse Ramsey para Tara quando ela chegou atrás dele.
? Eu não vou com ele.
? Não, você não vai.
Os mercenários se separaram. Dois foram com Declan em direção ao castelo, enquanto dois se afastaram. Ramsey sorriu ao ver a pele de cobre de Charon subir da neve e estalar a cabeça de um dos guardas.
? Era Charon? ? Tara perguntou sem fôlego.
Ramsey assentiu, com um sorriso em seu rosto quando percebeu que eles superavam em número Declan. Terminar o bastardo seria mais fácil do que Ramsey pensava.
Mas o sorriso de Ramsey morreu quando Charon se virou para enfrentar mais dez mercenários.
Um rugido rasgou por Ramsey quando a primeira bala X90 rasgou Charon.
CAPÍTULO DEZENOVE
Tara tropeçou para trás com o rugido feroz que fez seus ouvidos tocarem. Ela olhou com os olhos arregalados com a boca aberta enquanto Ramsey se transformava diante de seus olhos.
Sua pele escureceu até um bronze profundo. Garras, longas e perversamente afiadas, formadas de suas pontas dos dedos. Quando ele puxou seus lábios para trás e rosnou, Tara viu as presas de Ramsey.
Mas foram seus olhos que a deixou encantada. Se fora seus lindos olhos prateados. Em seu lugar, a mesma cor de bronze de sua pele preenchia seus olhos de canto a canto.
Era perturbador e bonito ao mesmo tempo. Sua fúria saia dele em ondas, e ela mal teve tempo de apreender tudo antes que ele saltasse pela janela.
Tara se levantou, tropeçando em seu casaco e em seu cachecol. Ela alcançou o peitoril da janela e pôs as mãos sobre ele para se inclinar para fora e ver onde Ramsey tinha ido.
? Maldição, ? ela murmurou quando alguma coisa cutucou suas palmas.
Ela olhou para baixo e viu fragmentos de vidro saindo de ambas as mãos. Tara demorou um momento tirando os maiores pedaços enquanto tentava decidir o que fazer.
Ramsey tinha dito a ela para ficar com ele, mas não havia nenhuma maneira que ela pudesse se manter com ele. Ele tinha praticamente voado pela neve em direção a Charon.
E ele não estava sozinho.
De repente, os Guerreiros se espalharam. Havia três Guerreiros de pele preta que lutavam lado a lado trabalhando seu caminho através dos mercenários. Um Guerreiro vermelho que atirava fogo, um Guerreiro
marrom que abria a terra e um Guerreiro prateado que usava a água do mar como arma.
E não eram os únicos. Havia um Guerreiro verde, um Guerreiro azul pálido, e um com a pele da cor do índigo. Onde Arran estava Tara não tinha ideia.
No entanto, para cada mercenário que derrubavam, dez vezes mais balas enchiam o ar. Tara não entendia o que essas balas eram ou porque elas afetavam os Guerreiros imortais da maneira que faziam.
Ela queria ajudar de alguma forma, mas como poderia? A luta corpo-a-corpo era alucinante. Os Guerreiros moviam-se com velocidade e ferocidade que a deixaram cambaleando.
O olhar de Tara encontrou Ramsey enquanto usava suas garras para cortar qualquer mercenário que se aproximasse dele. Ele também tomava o tempo para tocar os rifles dos mercenários e transformá-los
em algo mais.
Mas o dano já havia sido feito.
Vários Guerreiros foram feridos, o sangue escorrendo de feridas de bala. Tara esperou que Charon se levantasse, mas o Guerreiro não se mexera desde que foi atingido várias vezes pelas balas.
De repente Fallon estava lá, e com um toque de sua mão, ele e Charon desapareceram. Um batimento cardíaco mais tarde ele voltou e levou outros Guerreiros feridos com ele.
Houve um grito alto e murmúrios que vinham do interior do castelo. A cabeça de Tara virou em sua direção enquanto olhava através da neve. Um sorriso puxou seus lábios quando ela percebeu que Arran
tinha permanecido dentro, esperando os mercenários.
Tara respirou fundo e começou a relaxar. Ramsey tinha razão. Ganhariam contra Declan. Ela nunca deveria ter se preocupado, e ela nunca mais duvidaria das habilidades dos Guerreiros.
? Bem, bem, bem, ? disse uma voz profunda perto dela. Uma voz que ela esperava nunca mais ouvir.
Tara virou-se para ver Declan encostado no outro lado do chalé, sem se lembrar da espessa neve que continuava a cair.
? Olá, Tara. Você me deu uma perseguição alegre nestes últimos dez anos, garota. Acho que me deve um pedido de desculpas.
? Beije minha bunda, Declan. ? Ela disse isso com mais força do que sentia. Na verdade, ela estava apavorada. Tão aterrorizada que ela não podia sequer chamar uma quantidade magra de magia para
ajudá-la.
Declan gesticulou e balançou o dedo para ela. ? Agora isso não é maneira de tratar um amigo, amor.
? Você nunca foi meu amigo. Você estava me usando.
Ele encolheu os ombros. ? Então você é um meio para um fim. Você ainda pode se beneficiar de estar associada a mim. A maioria gostaria de estar em sua posição.
? Eu não estou mais, seu burro arrogante. Não quero fazer parte do seu plano.
? Isso é muito ruim, porque você realmente não tem escolha. Vim aqui por você, e não tenho intenção de sair sem você.
Homens que ela não tinha ouvido entrar no chalé agarraram cada um de seus braços e a arrastaram para fora da porta. Ela lutou contra eles, chutando e gritando em sua fúria.
Quando os mercenários a aproximaram o suficiente de Declan, ela chutou com o pé e conectou com suas bolas. Foi um golpe de vista, porém, não aquele que esperava que ele se contorcesse no chão.
Declan agarrou-se e se inclinou, um gemido baixo de dor caindo de seus lábios. Tara observou com alegria o que ela havia causado.
? Sua puta! ? grunhiu Declan enquanto olhava para ela, com o rosto vermelho e manchado.
? Eu vou lutar contra você a cada passo do caminho.
Ainda encurvado, Declan deu um passo em sua direção e deu-lhe o tapa com força suficiente para que Tara se apagasse por um momento. A agonia irradiava do lado direito de seu rosto, e ela provava
sangue onde sua bochecha se cortou com os dentes.
A mão de Declan segurou sua mandíbula dolorosamente enquanto apertava. ? Vá em frente e lute, Tara. Minha magia cresceu significativamente desde que ficamos juntos pela última vez. Eu posso fazer
coisas para você agora que fará você ficar louca.
Ela perdeu o pouco DE bravata que tinha em suas palavras. Seu primeiro pensamento foi de Ramsey. Ela desejou que ele estivesse lá no mesmo instante em que estava feliz por ele não estar. Se ele
estivesse, não havia como dizer o que Declan faria com ele. E Tara não podia imaginar isso.
? Pare com seus homens. ? disse ela.
A sobrancelha loira de Declan levantou-se. ? Desculpe?
? Pare seus homens atacando os Guerreiros, e eu irei com vocês.
Seu riso não era o que ela esperava.
? Por que eu chamaria meus homens de volta? ? Declan perguntou. ? Eles estão derrubando os Guerreiros como ninguém mais poderia.
O sangue de Tara congelou em suas veias. ? O que você quer dizer?
? Eles não te disseram, amor? ? Ele perguntou zombeteiro. ? Essas balas estão cheias de sangue drough. Uma gota de sangue drough mata Guerreiros.
Tara ouviu um rugido que ela sabia ser de Ramsey. Seu olhar se inclinou para ele, e todo pensamento fugiu quando viu o sangue escorrendo pelo peito por uma das balas.
Agora compreendia o que o deixara tão zangado quando Charon caiu. Agora compreendia por que Fallon se apressara em tirar os feridos.
Ela compreendeu muito bem que Declan tinha a vantagem. E ela estava bem e verdadeiramente ferrada.
? Vejo que você entendeu o meu ponto. ? , disse Declan enquanto esfregava as mãos com ansiedade.
Tara não tinha prestado atenção aos dois homens que a seguravam. Eles usavam máscaras para proteger seus rostos do frio, então não era como se ela fosse capaz de identificá-los.
Então algo afiado cortou seu casaco e suéter para perfurar sua pele. Ela abaixou a cabeça para dar a impressão a Declan que ela estava derrotada e viu uma garra branca antes dela desaparecer rapidamente.
Esperança pulou em seu peito. Ela não estava sozinha. De alguma forma Arran estava lá, e Declan nem sequer percebeu que ele tinha um Guerreiro tão perto dele.
Tara levantou a cabeça e olhou para Declan. ? Eu vou morrer antes de me tornar drough. ?
? Você diz isso agora. ? disse Declan enquanto apertava as mãos atrás das costas e deu um passo mais perto dela. ? Logo você estará implorando-me por misericórdia, pedindo-me para fazer qualquer
coisa para parar sua dor. Devo lhe dar uma amostra?
Ela não teve tempo para se preparar quando se dobrou em agonia tão feroz, tão terrível, que não podia respirar. A dor vinha de todos os lugares como se isso explodisse por todo seu corpo, levando-a
cair nos braços de seus captores, um grito silencioso bloqueado em sua garganta.
? Você não é o que eu chamo de linda. ? Declan sussurrou em seu ouvido enquanto Arran e o outro mercenário continuava a segurá-la. ? Mas você é passável, e meus homens gostariam de uma rodada com
você. Vou dar a eles, Tara. Vou deixá-los te ter uma e outra vez até que você se retraia tão longe em si mesmo que você não será capaz de ficar contra mim. Sua magia será minha para controlar.
? Sua presunção não conhece limites? ? disse uma voz profunda e rosnada cheia de raiva.
Tara conseguiu olhar para cima e ver Ramsey em toda a sua glória de Guerreiro por trás Declan apesar da agonia correndo desenfreada através dela. A camisa de Ramsey tinha desaparecido e o sangue
lhe cobria o peito, mas ele continuava parado apesar das feridas de bala que marcavam seu peito e seus braços.
? Obrigado por segurá-lo, Arran ? disse Ramsey.
Declan olhou para os homens de ambos os lados de Tara. Arran soltou-a e arrancou a máscara e sorriu, mostrando a Declan as presas.
A dor não tinha diminuído dentro de Tara, e sem Arran para segurá-la, ela caiu ao chão. Ela captou um vislumbre do mercenário agarrar seu rifle e chutou para fora com seu pé. Já que ele já estava
sem equilíbrio com a queda dela, não demorou muito para trazê-lo para baixo com ela.
? Eu não penso assim, ? Ramsey disse quando ele tocou o rifle do mercenário e o transformou em uma arma de brinquedo.
? Você não vai me impedir de ter o que é meu! ? Declan gritou e levantou as mãos.
Arran foi voando para trás, pousando com um som esmagador de ossos contra o chalé. Mas Ramsey não se moveu.
? Você falhará, Declan. ? disse Ramsey.
Tara queria vê-los, queria ver Ramsey rasgar Declan, mas a dor era demais. Ela envolveu seus braços em torno de seu estomago e se enrolou.
? Tara, ? uma fêmea sussurrou em seu ouvido.
Tara abriu brevemente os olhos, mas não viu ninguém além de Ramsey e Declan.
? Eu sou Larena ? disse a voz desencarnada. ? Eu sou a esposa de Fallon, e uma Guerreira. Meu poder é invisibilidade. Preciso que você espere mais um momento. Fallon estará aqui em apenas um segundo.
? Não ? sussurrou Tara. Apesar da dor, ela não queria deixar Ramsey.
Uma mão foi colocada no ombro de Tara. ? Ramsey vai ficar bem. Ele não pode fazer o que precisa ser feito até que você se vá.
Menos de um segundo depois, ela foi levantada do chão por Fallon, que disse:
? Declan é todo seu, Ramsey.
No instante seguinte, toda a dor deixou seu corpo. Tudo o que Tara podia fazer era soltar um longo suspiro, seu corpo exausto da provação. Quando ela abriu os olhos novamente, ela se viu no meio
de um grande salão cercado por homens.
? Você está bem agora? ? perguntou Fallon.
Tara engoliu em seco e sacudiu a cabeça. Foi quando ela notou uma bela mulher com curtos cachos vermelhos inclinando-se sobre Charon, suas mãos acima dele e seus olhos fechados.
? Ele não vai responder ao maldito telefone. ? disse um gigante de homem com cabelos loiros enquanto ele passeava de um extremo do corredor para o outro.
Uma pequena mulher de jeans e uma camiseta cinza com cabelos longos pretos juntou as mãos dela com a ruiva e disse: ? Hayden, por favor, continue tentando.
? Eu o encontrei. ? disse outro homem que se afastou do resto com pele índigo e asas de couro dobradas atrás das costas.
Fallon colocou Tara em um banco perto da longa mesa de madeira. ? A que distância está ele, Broc?
? Muito longe para eu ter tempo para voar ? disse Broc.
? Onde? ? repetiu Fallon.
Broc apertou as mãos. ? Um pub em Edimburgo. Em algum lugar que você não tenha estado, Fallon.
Tara observou a expressão de Fallon endurecer. Então ele podia se teletransportar, mas obviamente ele não podia ir a algum lugar que nunca tinha estado antes.
Outro homem de cabelo loiro escuro e olhos de cobalto ergueu a cabeça. Ao lado dele estava uma mulher com uma massa de cabelos ruivos crespos que freneticamente tentavam enxergar a ferida em sua
perna.
? Posso ajudar ? disse o homem.
Fallon bateu a mão contra a parede. ? Galen, você está ferido.
Galen acenou para Broc e Fallon. ? Venha. Eu não tenho muito tempo.
As lágrimas encheram os olhos de Tara quando ela percebeu que todos os Guerreiros estavam morrendo lentamente, e Charon, que não havia se movido sobre a mesa, já poderia ter morrido.
Todo mundo estava ferido por causa dela. Porque ela tinha sido muito teimosa para sair quando Ramsey pediu.
? Broc? ? disse Galen entre os dentes apertados enquanto colocava a mão na cabeça de Broc.
? Eu tenho o pub na minha cabeça,? Broc respondeu.
Um segundo depois, Fallon pôs a mão nos ombros dos dois homens e eles se foram. Quase imediatamente Fallon voltou com Galen, que caiu no chão.
? Vá! ? Gritou outro Guerreiro para Fallon.
O olhar de Fallon encontrou o de Tara antes de desaparecer.
Tão preocupada quanto estava com todos os feridos no corredor, sua mente estava em um Guerreiro em particular ? Ramsey.
CAPÍTULO VINTE
Ramsey teria preferido que Fallon tivesse levado Arran com o resto, mas Ramsey garantiria que seu amigo não iria se machucar quando desencadeasse tudo em Declan.
Ele esperou, divertido, enquanto Declan olhava em volta para descobrir que todos os seus homens e Tara se foram.
? O que você fez? ? gritou Declan enquanto saliva voava de seus lábios.
A neve e o vento haviam parado, fazendo tudo estranhamente quieto. Ramsey ergueu um dos ombros. Ele não pôde levantar ambos por causa da bala em um deles.
Doía como o inferno, mas o sangue drough não estava tendo o mesmo efeito sobre ele como fazia com os outros Guerreiros. Ele suspeitava que era por ser um Druida, mas nada disso importava agora.
? Eu tenho certeza de que você nunca terá Tara. ? Ramsey respondeu.
Declan respirou fundo e lentamente expirou, usando esse tempo para controlar sua raiva. ? Você não tem ideia do que fez, Guerreiro.
? Você me chama assim como se fosse depreciativo.
? E é. ? disse Declan com um sorriso sarcástico.
Ramsey caminhou lentamente em torno dele. ? Você tem seus antepassados droughs ??para agradecer por isso.
? Eu vou acabar com todos vocês, Guerreiros. Os deuses ainda podem viver na linha de sangue, mas não haverá nenhum pergaminho ou feitiço conhecido para desvinculá-los. E não haverá Guerreiros para
tentar ficar no meu caminho.
? Você nos subestima se achar que somos tão fáceis de se livrar.
Declan jogou a cabeça para trás e riu. ? Minhas balas X90 parecem fazer o truque. ? Seu olhar se estreitou em Ramsey então. ? Exceto com você. O que te faz tão especial?
Um sorriso lento e mortal inclinou os lábios de Ramsey. ? Você está prestes a descobrir.
A magia de Ramsey tinha borbulhado sob a superfície desde que liberou seu deus depois de ver Charon cair. Ele mal a manteve afastada durante a batalha, e só pensamentos de Tara lhe permitiram controlar.
Mas agora ele estava livre para fazer o que queria.
Ele respirou fundo e deixou sua magia preenchê-lo e misturar com o poder de seu deus. Com um movimento de pulso, Ramsey enviou Declan voando sobre o chalé e longe do castelo.
Ramsey usou sua velocidade e alcançou Declan antes que ele pudesse se levantar do chão. Ramsey pensou em tudo o que Declan tinha feito para Saffron e tudo o que Declan queria fazer com Tara. Abraçou
a fúria que se elevava dentro dele. Abraçou-a, e acolheu-a.
Ele chutou Declan nas costelas, jogando-o no ar mais uma vez. Declan aterrissou com um grunhido e levantou a palma da mão para fora.
Ramsey antecipou seu movimento e pisou para o lado quando uma explosão de magia passou por ele.
? Quem é você? ? perguntou Declan com raiva.
? Aquele de que você deveria ter ficado longe. Aquele que você deve temer. Aquele que vai acabar com você.
Declan levantou-se, hesitante, segurando um braço contra as costelas quebradas. ? Você não é nada mais do que um Guerreiro que teve a ajuda da magia de algum Druida para manter-se em pé.
? Você acha que sabe muito sobre Druidas, mas na verdade, você sabe muito pouco.
? Eu sei tanto quanto eu preciso saber. Eu sei que, como um drough, não há Druida mais poderoso do que eu.
Ramsey deu um passo em direção à doninha e ergueu os lábios para mostrar seus dentes de novo. ? Costumava ter.
? Você está errado. ? disse Declan antes de virar a cabeça e cuspir.
Ramsey atirou os braços abertos para os lados enquanto sua magia começava a girar em torno dele. Ele estava cansado do balbuciar fútil de Declan, cansado de olhar um rosto do mal. O tempo de Declan
estava chegando ao fim. Ele ainda não sabia.
O puro poder que deslizava através Ramsey era incrível. Ele nunca se sentiu tão dominante, nunca se sentiu tão poderoso. Naquele momento, ele sabia que podia fazer qualquer coisa, conquistar qualquer
um.
? Está na hora de você morrer ? disse Ramsey a Declan.
Os olhos de Declan se arregalaram quando a compreensão se aproximou. ?
Espere! ? ele implorou.
Mas Ramsey não estava interessado em nada que Declan tivesse a dizer. Ele reuniu sua poderosa mistura de poder e magia, deixando-a crescer e crescer para que em uma explosão Declan fosse exterminado.
Ele estava prestes a liberar um tiro de magia quando alguma coisa bateu em suas costas três vezes em rápida sucessão. O sangue drough adicionado nas X90s enviou Ramsey em um joelho.
Havia tantas balas dentro dele que ele tinha perdido a conta, mas estes três últimos eram aparentemente demais para ele mesmo tomar sem sentir os efeitos. Ele apertou os dentes enquanto seu sangue
começou a queimar em suas veias.
? Dói, não é? ? Declan disse com um sorriso.
Os pulmões de Ramsey se embargaram, e ele colocou uma mão no chão para manter o equilíbrio enquanto o som de um helicóptero se aproximava. Ele tinha essa única chance de acabar com Declan. Tinha
de fazê-lo agora antes de perder a consciência.
Ele se concentrou em Declan enquanto ignorava a dor em seu corpo. Sua magia estava pronta e esperando por ele.
? Nem mesmo tente. ? disse um homem quando colocou a ponta do rifle contra o coração de Ramsey.
Ramsey olhou para o homem e sorriu. Não havia necessidade de tocar o rifle já que o mesmo estava encostado nele. Com apenas um pensamento, seu poder transformou o rifle em um frango de borracha.
Quando o homem olhou para o que costumava ser sua arma, Ramsey enviou uma explosão de magia para ele, lançando-o para trás. Com o helicóptero aterrissando perto dele, ele tinha pouco tempo para chegar
a Declan.
Ramsey se levantou e deu alguns passos desajeitados em direção a Declan. Seu corpo não estava funcionando corretamente, e Ramsey sabia que seu tempo estava se esgotando.
? Robbie! ? gritou Declan.
Pelo canto do olho, Ramsey viu o homem que tinha jogado voando correndo para o helicóptero. Ramsey ergueu as mãos e enviou magia para Declan no mesmo instante em que Declan disparava uma pistola.
A bala bateu no peito de Ramsey, errando seu coração por milímetros. Ele caiu para trás na neve. A última coisa que ouviu antes de perder a consciência foi o grito de dor de Declan.
* * *
Phelan viu Fallon e Broc entrarem no pequeno bar. Ele não se preocupou em mover-se de sua posição no balcão. Phelan não estava surpreso por o terem encontrado. Afinal, o poder de Broc era encontrar
alguém, em qualquer lugar. A razão pela qual eles o estavam procurando era o que importava. Ele tinha deixado o castelo porque não queria participar da busca deles.
Phelan esperou que falassem enquanto subiam, mas Fallon pôs a mão em seu ombro e, no instante seguinte, mais uma vez estava dentro do castelo de MacLeod.
? Foda-me! ? Ele disse enquanto seu copo cheio de cerveja caia no chão. ? Que diabos é isso?
? Você não atendia o celular. ? disse Hayden.
Phelan tirou o telefone do bolso e deu de ombros. ? Eu nunca ouço isso tocar.
? Você era necessário. ? disse Fallon. ? Por favor.
Phelan olhou em volta para encontrar a maioria dos Guerreiros feridos.
? Merda, ? ele murmurou.
? Aqui primeiro ? chamou Isla.
Embora Phelan estivesse curioso sobre o que tinha acontecido, não perdeu tempo em correr para a mesa. Quando ele se aproximou e reconheceu Charon, ele parou por uma batida de coração enquanto olhava
para os numerosos buracos no peito do amigo.
? Phelan. ? insistiu Isla.
Ele abriu o pulso. Havia muitas feridas e pelo modo como o peito de Charon mal se movia, Phelan tinha apenas uma maneira de curá-lo. ? Abra a boca dele. ? disse para Isla.
A Druidesa obedeceu, e ele deixou várias gotas de seu sangue encher a boca de Charon.
Sem uma palavra mudou de Guerreiro para Guerreiro até que todos os feridos tivessem seu sangue dentro deles. Phelan passou o dedo sobre o corte agora fechado em seu pulso e fez uma contagem rápida.
? Estão faltando dois.
? E nós precisamos ir buscá-los. Agora! ? disse uma mulher de cabelos castanho-dourados e olhos azul-esverdeados.
Phelan encolheu os ombros e soltou seu deus enquanto enfrentava Fallon.
? Vamos então.
Assim que Fallon pôs uma mão sobre ele, Phelan viu a mulher correr para Fallon e agarrar sua mão.
? Droga, Tara. ? gritou Fallon depois de os ter teletransportado para o meio do nada.
Tara olhou de Fallon para Phelan. ? Não vou me desculpar. Tenho um mau pressentimento. Preciso encontrar o Ramsey.
Phelan gostou de sua coragem, mas mulheres que eram teimosas como Tara tendiam a ter problemas. E o problema não era o que Phelan estava procurando.
? Onde eles estão? ? Tara perguntou suavemente.
Phelan não gostou do silêncio que os cercava. Eles estavam no mar, o vento estava soprando. Mas não havia mais nada. Só uma quietude que o perturbava.
? Fallon?
? Nós tivemos Declan encurralado,? Fallon respondeu a Phelan. ? Ramsey queria pegá-lo sozinho.
Phelan balançou a cabeça quando partiu para o castelo. ? Pela aparência daqueles que eu acabei de curar, as coisas não foram como planejado.
? Nós deveríamos estar um passo à frente dele. ? disse Tara.
? Fallon! ? , Gritou uma mulher.
Todos os três estancaram.
? Já ouvi essa voz antes. ? disse Tara. ? Ela disse que seu nome era Larena.
Phelan franziu o cenho enquanto olhava para Fallon. ? Você deixou sua esposa aqui?
? Não de propósito. Ela ficou invisível, imagino que era para ver o que acontecia com Ramsey e Declan.
Algo se moveu na crescente escuridão perto do castelo, e Fallon partiu em direção a ele.
Phelan ficou para trás com Tara enquanto avançavam muito mais devagar. Eles chegaram apenas a meio caminho quando Fallon teletransportou de volta para eles.
Só que não estava sozinho. Estava com Larena e Arran.
Tara correu para Arran. ? O que aconteceu? Onde está Ramsey?
Arran não pôde olhá-la nos olhos. ? Sinto muito, Tara. Eu não sei. Declan jogou-me contra a parede do chalé.
Phelan observou curiosamente quando Tara começou a chamar o nome de Ramsey enquanto ela fazia o possível para mover-se através da espessa neve.
? Larena, onde está Ramsey? ? Fallon perguntou.
A Guerreira de cabelos dourados olhou para o marido e balançou a cabeça. ? Eu vi ele atirar Declan longe do castelo, e eu fui até Arran para ter certeza que ele estava bem. A próxima coisa que eu
ouvi foi o helicóptero, e então ele também se foi.
? Eles levaram Ramsey? ? Phelan perguntou.
Larena encolheu os ombros. ? É o meu palpite.
Fallon olhou em volta. ? Onde eles estavam lutando?
? Lá. ? Larena apontou na direção em que Tara já se dirigia.
O grito de Tara os fez correr para ela enquanto ela caía de joelhos.
Phelan foi o primeiro a alcançá-la, e ele não estava preparado para ver Ramsey no chão, a neve vermelha com seu sangue.
? Alguém faça alguma coisa, ? Tara implorou enquanto ela moveu suas mãos sobre ele, tentando desesperadamente ver se ele estava vivo enquanto ao mesmo tempo tentava parar o sangramento.
? Não! ? Fallon disse enquanto se ajoelhava do outro lado de Ramsey. ? Não, isso não pode acontecer. Não vou deixar que outro amigo morra.
? Ramsey, maldição, ? Arran murmurou, sua voz carregada de emoção.
Phelan notou que o peito de Ramsey não se movia, mas em vez de dizer qualquer coisa, ele se agachou perto da cabeça de Ramsey e segurou o pulso sobre a boca dele.
? Segure a boca dele aberta,? Phelan disse suavemente para Tara.
Ela olhou para ele, seus cílios congelados com suas lágrimas. Com um aceno de cabeça ela fez como ele pediu.
Phelan estendeu uma garra e mais uma vez cortou seu pulso. Ele deu a Ramsey três vezes mais de seu sangue do que aos outros, mas mesmo assim não tinha muita esperança.
E então a coisa mais estranha aconteceu. Phelan viu o que parecia ser uma fumaça branca que se elevava da mão de Tara e rodeava a cabeça de Ramsey.
Exceto que não era fumaça. Era magia, e muitos mais feixes se juntaram ao primeiro feixe fumegante até que o corpo inteiro de Ramsey estava coberto com eles.
? Que diabos? ? Phelan murmurou.
CAPÍTULO VINTE E UM
Tara prendeu a respiração, esperando com expectativa que Ramsey abrisse os olhos e lhe dissesse que tudo iria ficar bem.
No entanto, enquanto os minutos passavam, nada acontecia.
Ela não entendia. De volta ao Castelo MacLeod, nos poucos momentos em que ela esteve lá, tinha visto Phelan curar todos, incluindo Charon, com apenas algumas gotas de seu sangue. Phelan tinha dado
a Ramsey muito mais do que isso, mas Ramsey não se tinha movido.
? Talvez seja por causa de sua mistura de Druida e Guerreiro, ? Arran disse no silêncio.
Phelan sacudiu a cabeça. ? Não importa o que ele é. Meu sangue cura tudo.
? Isso os traz de volta da morte? ? Fallon perguntou.
? Não.
Essa única palavra pareceu extinguir qualquer esperança que Tara tivesse em seu coração. Ela colocou a mão sobre o coração de Ramsey onde a bala quase atingiu.
Os feixes de magia ainda se enrolavam ao redor dele, ficando cada vez mais espessas quanto mais ela o tocava. Pelo que sabia de magia, estava certa de que o ajudaria, não o prejudicaria, ou ainda
não o estaria tocando.
? Ele estava tão certo de vencer contra Declan. Ele até me convenceu. ? disse Tara a ninguém em particular.
? Eu senti uma parte de sua mistura de poder e magia. ? disse Arran. ? Ele deveria ter sido capaz de levar a melhor com Declan.
Fallon passou a mão pelos cabelos. ? Então o que aconteceu? Como Declan soube para trazer tantos homens?
Tara levantou um punhado de neve. ? Por causa disso.
? Ah! ? Larena disse com um suspiro.
Phelan apertou os lábios. ? Alguém se importa de me explicar?
? Eu causei a neve. ? disse Arran. ? Foi a ideia de Ramsey para ajudar a manter Declan afastado e nos dar mais tempo com Tara para convencê-la de que ela poderia confiar em nós.
Tara olhou para Arran. ? Exceto que Declan usou sua magia para retardar a neve. O erro de Ramsey foi mandar Arran criar outra tempestade mais forte.
? E Declan percebeu que um Guerreiro estava aqui. ? Phelan terminou com um aceno de cabeça.
Larena pôs a mão no ombro de Fallon. ? Não podemos ficar aqui. Precisamos levar Ramsey para casa.
Todos ficaram em pé, menos Tara. Ela ainda não estava pronta para desistir de Ramsey, mas tampouco podia mantê-lo na neve. Tara tomou a mão de Ramsey na dela enquanto Phelan colocava a mão em um
de seus ombros e Arran pegava a outra.
O frio instantaneamente derreteu com o calor que estava no Castelo MacLeod. Assim que apareceram, todos os cercaram, o silêncio ensurdecedor enquanto olhavam para Ramsey.
? Não. ? disse o gigante loiro, Hayden, num sussurro incrédulo.
Phelan falou ao grupo, mas ele captou o olhar de Tara enquanto ele dizia:
? Ramsey ainda não está morto. Ele vive, mas se mantém por um fio.
? O que diabos é esse envoltório em torno dele? ? Alguém perguntou.
Arran apertou o ombro de Tara enquanto dizia: ? É Tara. Sempre que ela e Ramsey se tocam, esses feixes de magia aparecem ao seu redor.
? E só nele ? acrescentou Charon.
Charon ajudou Tara a se levantar, enquanto vários Guerreiros levantavam Ramsey e caminhavam com ele pelas escadas. Tara observou-os, orando silenciosamente para que Ramsey despertasse.
Ela olhou para as mãos e o casaco coberto com o sangue de Ramsey. Cada instinto gritava para que ela fosse com ele, mas foi o olhar de Fallon que a manteve no salão.
Quando o grupo desapareceu, Phelan afundou-se em um banco e apoiou o cotovelo em cima da mesa. ? Eu fiz tudo que pude.
? Nós sabemos. ? disse Arran. ? Vi quantas dessas balas droughs tinha nele. Ele não poderia ter permanecido em pé.
Tara olhou para o chão, sem saber o que fazer ou dizer. Então, havia uma mão macia em seu braço. Ela olhou para cima para encontrar-se cercada por mulheres.
? Você é bem vinda aqui. Por favor, sinta-se em casa. ? disse Larena.
Uma mulher de cabelos castanhos que chegavam aos ombros e emoldurava o rosto com cachos disse à Larena: ? Vá se trocar. ? Quando Larena se afastou, a mulher virou o olhar de mogno para Tara. ? Eu
sou Cara, a esposa de Lucan. Tenho certeza que você ainda não conheceu todos, e nós somos uma grande ninhada, então provavelmente levará tempo para aprender o nome de todos.
? Venha. ? disse outra mulher enquanto puxava Tara para o fogo crepitante na enorme lareira. ? Sou a Marcail, a esposa de Quinn.
Tara nunca tinha visto tão lindos olhos turquesa antes, e no alto da cabeça de Marcail havia uma série de pequenas tranças unidas com ouro.
? Eu sou Isla. ? disse a pequena mulher de cabelos negros que ela tinha notado antes. ? O gigante é meu marido, Hayden.
A cabeça de Tara começou a flutuar com todos os rostos até agora. Reaghan, que era a esposa de Galen, pegou seu casaco, e a ruiva que ela vira tratando de curar Charon era Sonya, que estava casada
com Broc, o de asas.
Depois, havia Gwynn, uma americana do Texas, que era casado com Logan, Dani, que tinha os cabelos prata mais lindos e era casada com Ian, e Saffron, a Vidente, que era casada com Camdyn.
Tara colocou a mão na cabeça dela que agora estava batendo. Ela tinha conhecido todas as Druidesas, mas lembrar de cada uma delas levaria algum tempo.
? E não somos todos nós. ? disse Dani.
Cara riu. ? Está certo. Fiona foi com Braden e Aiden até a cidade.
? Aiden é meu filho e de Quinn. ? disse Marcail orgulhosamente.
Reaghan assentiu com a cabeça. ? E Fiona é a mãe de Braden. Eles viajaram comigo de Loch Awe quando eu vim aqui pela primeira vez.
? Que foi quando? ? Tara perguntou.
Elas agiam como se todos estivessem juntos há décadas e não anos.
Gwynn foi quem colocou uma mão reconfortante nos joelhos de Tara. ? Há muito que você precisa para saber. Basta dizer que a maioria tem vivido neste castelo por mais de quatro séculos.
? O quê? ? Tara perguntou com uma risada sufocada. ? Mas só os Guerreiros são imortais, não Druidas.
Isla com seus olhos azul-gelo sorriu conscientemente. ? Você está certa, é claro. Ou seja, a menos que você tenha uma Druidesa que seja poderosa o suficiente para não apenas ocultar o castelo da
visão mas também fazer com que os mortais que ficam dentro do meu escudo não são tocados pelo passar do tempo.
? Então você é aquela sobre quem Ramsey falou. Aquela que Deirdre forçou a se tornar drough.
? Sou eu. ? disse Isla com apenas um tom de tristeza. ? Eu sobrevivi quinhentos anos Deirdre como minha raptora. Fui trazida para o castelo de MacLeod, o que ajudou a me tornar forte o suficiente
para romper com ela.
? Espero que tenha sido mais do que isso ? disse uma voz profunda no topo da escada.
Tara virou-se para ver Hayden descer os degraus e caminhar até Isla. Ele colocou um beijo em cima de sua cabeça e acenou com a cabeça para Tara.
? Nós não tivemos uma apresentação antes, embora nós tenhamos ouvido muito sobre você, Tara Kincaid. No caso de minha linda esposa não lhe contou, sou Hayden Campbell.
Isla deu-lhe uma cotovelada nas costelas. ? Onde está Ramsey?
? Na torre sul.
Sonya levantou-se. ? É melhor eu ver se alguma da minha magia de cura pode ajudar.
Tara queria ir com ela. Foi bom conhecer todos, mas ela se sentia inútil no salão. Não que ela fosse de alguma ajuda na torre. Mas pelo menos ela estaria com Ramsey.
Charon estava de repente ao seu lado. ? Venha. Vou levá-la até ele.
Tara sorriu com gratidão e se levantou para segui-lo. Chegou ao patamar do segundo andar antes de perceber que não tinha dito nada aos outros. Os passos de Charon eram longos, e Tara teve que praticamente
correr para acompanhá-lo.
Eles subiram várias outras escadas antes de chegarem à torre e subirem os degraus curvos até o topo.
? Não sei mais o que fazer. ? ouviu alguém dizer.
? Ele já deveria ter acordado agora. ? disse outro.
Tara ouviu algo atrás dela e olhou por cima do ombro para ver Phelan ali. Ele deu um pequeno encolher de ombros ao seu olhar interrogativo.
Quando chegaram ao topo da torre, um arrepio ruim se instalou no âmago de Tara. Ninguém disse uma palavra enquanto a observavam caminhar até a cama. Eles se separaram para que ela pudesse ver Ramsey.
Os fios de magia ainda estavam em volta dele, mas eles estavam começando a desaparecer. Ela queria tocá-lo novamente, mas ela hesitou. E se ela estivesse piorando as coisas?
? Nunca perguntei o que Declan fez com você em Dunnoth. ? disse Fallon.
Tara olhou para ele e encolheu os ombros. ? Eu realmente não sei. Com apenas um movimento de sua mão meu corpo inteiro doeu. Eu não podia respirar. A dor veio de todos os lugares, então eu não sei
de onde ela derivou.
? Ele é um monstro sem alma, então isso realmente não importa. ? Saffron disse enquanto se aproximava de Sonya do outro lado da cama. ? Passei mais de três anos com Declan, trancada em sua prisão
e torturado. Ele não precisa ter uma razão para nada. Ele apenas faz isso.
Tara estremeceu. ? Ele disse que sua magia cresceu.
? Tanto quanto eu quero pegar aquele bastardo, agora estou mais preocupado com Ramsey, ? disse um homem de cabelos castanhos claros e olhos castanhos. Ele olhou para Tara e deu um sorriso meio pesaroso.
? Me perdoe. Eu sou Logan Hamilton.
Um a um, os Guerreiros se aproximaram e se apresentaram. Tara pôde colocar um par deles junto com suas esposas. Ela reconhecia facilmente os irmãos MacLeod não apenas pelos seus cabelos escuros e
olhos verdes similares, mas também pelos torcs2 em torno de seus pescoços.
? E agora? ? perguntou Ian.
Lucan MacLeod deu de ombros. ? Nós vemos o que Sonya pode fazer, e esperamos.
? Meu sangue nunca falhou em curar. ? disse Phelan, seu olhar fixo em Ramsey.
? Ainda não falhou. ? disse Camdyn. ? Dê tempo para isso.
? Vamos dar a Sony um espaço para usar sua magia de cura. ? disse Quinn MacLeod.
Tara começou a se virar para sair com os outros quando Saffron pegou sua mão.
? Fique. ? insistiu Saffron.
Sonya sorriu e assentiu. ? Sim por favor. Podemos usar sua magia para ajudar.
? Não, ? Tara disse apressadamente, então limpou sua garganta quando eles a olhavam estranhamente. ? Isso não saiu certo. O que eu quis dizer é que minha magia não é... bem, eu não posso controla-la.
Às vezes, nada acontece, e outras vezes é tão poderosa que não consigo contê-la.
? Interessante. ? disse Saffron. ? Eu nunca vi nada disso em minhas visões de você.
Sonya ergueu as palmas das mãos sobre Ramsey e fechou os olhos. ? Com o sangue de Phelan nele, não deveria ter muito da minha magia para curar Ramsey.
Poucos minutos depois, Tara sentiu um estranho pulso na sala, e percebeu que era a magia de Sonya. Ela nunca havia sentido tal magia antes. Era estranho que ela sentisse isso com mies e não com
os mais poderosos droughs de sua família.
Sonya ficou como estava por mais de quinze minutos antes de soltar um suspiro e baixou as mãos. ? Ele não está resistindo à minha cura, mas ele também não está aceitando-a também.
Tara não aguentou mais. Ela colocou a mão sobre a de Ramsey e sentiu um choque correndo através dela.
? O que foi isso? ? Saffron perguntou sem fôlego.
Tara só pôde olhar fixamente chocada enquanto o peito de Ramsey se elevava bruscamente e lentamente baixava quando ele começou a respirar normalmente. Os feixes de magia que tinham quase desaparecido
alguns momentos antes se fortaleceram.
? Que estranho. ? disse Sonya.
Saffron deu de ombros um pouco. ? Que eu não vi chegando.
? O que aconteceu? ? Tara perguntou.
Sonya levantou as mãos na frente dela em um gesto de confusão. ? Eu não faço ideia. Tudo que eu sei é que Ramsey está respirando regularmente agora, e isso é bom o suficiente para mim.
? Talvez o sangue de Phelan finalmente tenha funcionado. ? disse Saffron.
Tara observou um dos tentáculos da magia o em torno de seu pulso antes de rodopiar em torno de Ramsey. Algo acontecera entre ela e Ramsey quando ela o tocou. Ela não sabia o quê ou como, mas tinha
acontecido.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Declan pegou o copo de uísque na mesa de café e levou-o aos lábios com a mão trêmula. Ele olhou para a mão esquerda, incapaz de acreditar nas marcas negras que corriam sobre sua pele como relâmpagos.
Ele nunca tinha visto nada parecido antes, mas não havia dúvida de que era magia. De alguma forma, de algum modo, o Guerreiro usara magia nele.
Declan derrubou o uísque em um gole e colocou o copo de lado com um baque. Ele balançou a cabeça diante do absurdo de seus pensamentos. Os Guerreiros não podiam fazer magia. Tinha que haver um Druida
perto que estava ajudando o Guerreiro.
Certamente não era Tara. Ela nem sequer tinha posto metade de uma luta contra ele. Esse pensamento ajudou a aliviar a dor em seu braço, mas não por muito tempo.
? Como está isso? ? Robbie perguntou enquanto entrava no escritório de Declan, outra garrafa de uísque na mão.
? Isso dói bem, seu imbecil.
Robbie baixou o uísque perto do copo de Declan e olhou para qualquer lugar, menos para o braço ferido de Declan.
A raiva aumentou em Declan. ? Você tem medo de olhar para isso?
? Não. ? Robbie respondeu rapidamente. Muito rápido.
? Você acha que eu não sou mais capaz?
Desta vez, os olhos de Robbie se moveram para encontrar o dele. ? Nunca, primo.
? Então, o que é?
Robbie deu de ombros e olhou para seus pés. ? Você estava quase morto. Esse Guerreiro, um único Guerreiro, quase matou você.
? Ele teve ajuda. Havia um Druida perto. É a única explicação. Você sabe tão bem quanto eu que nenhum Guerreiro poderia ter magia.
? Como sabemos isso?
Declan desenroscou a garrafa de uísque e derramou uma dose dupla em seu copo. ? É a forma que é. Além disso, quem quer que seja aquele Guerreiro, está morto agora. O X90 que eu pus nele entrou em
seu coração.
? Você errou. ? Robbie murmurou.
Com o copo a meio do caminho da boca, Declan estreitou os olhos em seu primo.
? O que você disse?
Robbie limpou a garganta, mas manteve sua postura. ? Você errou seu coração. Era justo mais à esquerda.
? Independentemente disso, o bastardo está morto. Nenhum Guerreiro pode sobreviver a uma bala X90. ? Ele mais uma vez inclinou o copo para seus lábios e drenou o conteúdo.
Logo, com a ajuda do uísque, a dor em seu braço ficaria entorpecida para que pudesse pensar direito novamente. No momento, ele nem conseguia mover os dedos da mão esquerda. A explosão de magia o
atingiu no braço, e a agonia foi instantânea.
Embora Robbie só pudesse ver o que revelava a manga enrolada de Declan, a verdade era que os feixes pretos semelhantes a teia de aranhas começavam em seu ombro e se espalhavam pelo braço até a ponta
dos dedos e estavam invadindo seu peito.
Uma onda de angústia bateu em Declan como os feixes espalhando ainda mais.
O vidro caiu de seus dedos, salvo de quebrar pelo tapete.
Robbie apressou-se para ele, mas Declan levantou a cabeça e olhou para seu primo. ? Saia. Agora.
? Declan...
? Agora! E feche a porta. Não vou ser perturbado. Não importa o que você ouvir, não venha aqui!
A sala começou a girar ao redor de Declan, e no começo ele não achou que Robbie faria o ele tinha pedido Então, com um traço sombrio no rosto, Robbie girou sobre seu calcanhar e caminhou para a
porta. Com um último olhar para Declan Robbie fechou a porta com firmeza atrás dele.
Declan desmoronou, sua garganta seca e seu corpo coberto de suor. O uísque não tinha efeito algum. E a dor dobrava com cada batida de seu coração.
Ele se empurrou de pé com a mão direita e o braço do sofá, apenas para ter suas pernas falharem. Levou mais três tentativas antes que Declan pudesse permanecer de pé.
Se não fosse o sofá em que se apoiava, Declan nunca teria chegado ao fogo. Suas pernas desabaram e se contorceu diante da lareira. Com o suor correndo em seus olhos, Declan se concentrou nas chamas.
Não havia dúvida de que qualquer coisa que lhe fora feito, o devorava lentamente. Ele estava morrendo. E havia apenas uma entidade que poderia salvá-lo.
O canto começou a cair de seus lábios. Suavemente no início, mas com cada recitação ficou mais forte quando o desespero se instalou. Se o Diabo não respondesse, Declan sabia que ele não iria durar
uma noite.
Então, finalmente, as chamas do fogo saltaram e faíscas voaram.
? Por que você me chama? ? Exigiu a voz profunda e sinistra.
? Fui ferido.
Houve uma pausa grave antes de a voz pergunte: ? Como?
? Encontrei Tara. Quando fui busca-la, havia Guerreiros.
A voz riu secamente. ? Suas balas especiais deveriam ter cuidado deles.
? Elas o fizeram. Até certo ponto. Mas havia um que as balas não pareciam incomodar.
? Como assim?
Declan engoliu em seco e afastou a dor. Ele não receberia nenhuma ajuda até que o Diabo tivesse toda sua informação. ? Ele mal se encolheu quando elas impactaram seu corpo.
A fumaça negra subitamente encheu o escritório de Declan vindo das chamas. Ele ficou imóvel enquanto isso o rodeava, cercando-o e tocando cada centímetro dele.
? Magia foi usada ? disse a voz perto da orelha de Declan.
? Sim.
? Magia forte.
Declan mordeu o lado de sua boca para manter seu grito de dor silencioso enquanto os feixes trabalhavam mais abaixo em seu peito até seu estômago.
? Você está com muita dor, ? disse o Diabo.
? Eu nunca ouvi falar de qualquer tipo de magia que pudesse fazer isso.
O Diabo riu novamente. ? Ah, mas então eu te ensinei feitiços que nunca foram conhecidos antes. No entanto, isso não é magia negra sobre você. Se fosse, você já estaria morto.
Nada, para Declan, do que estava sendo dito fez ele se sentir melhor. Então, ele tentou novamente. ? Existe uma cura? Aponte-me na direção certa, Mestre, para que eu possa me curar.
? Você não quer que eu faça isso por você?
Não havia nada que Declan quisesse mais, mas ele havia aprendido desde cedo a não pedir algo assim. ? Se esse é o seu desejo.
? Com Deirdre morta, coloquei toda minha fé em você, Declan. Não me decepcione.
? Nunca.
A fumaça começou a girar em torno dele. ? Eu vou parar o progresso dessa magia, mas para que você mesmo possa curar-se, você terá que aprender quem fez isso com você.
? Você sabe? ? Declan se apressou em perguntar.
Não houve resposta quando a fumaça voltou para a lareira e desapareceu.
Declan apertou a mão direita em sua perna. Ele esperava mais ajuda do que simplesmente parar a magia. A dor ainda tinha que diminuir, e ele começou a suspeitar que não iria.
Este foi o castigo por não ter sido melhor que o Guerreiro e capturado Tara. Ele ainda não podia acreditar depois de todo o trabalho, todo o tempo, ele tinha tido Tara em suas mãos.
Só para ser espancado por um maldito Guerreiro.
Nunca tinha ocorrido a Declan que um Guerreiro substituísse um de seus homens, mas com as máscaras que os mercenários usavam, tinha sido uma troca fácil.
E uma lição aprendida da maneira mais difícil.
Declan meio rastejou, meio se arrastou para a mesa de café onde serviu mais uísque e bebeu de um gole.
? Robbie! ? berrou ele.
Imediatamente, seu primo estava ao lado dele. ? O que é?
? Eu preciso que você me ajude na biblioteca. Temos trabalho a fazer.
* * *
Ramsey abriu os olhos gradualmente. Demorou um minuto inteiro para ele perceber onde ele estava e fazer um balanço de seu corpo.
? Finalmente! ? a voz profunda de Phelan disse no silencio enquanto se apoiava contra o pé da cama.
Ramsey ergueu a cabeça e olhou ao redor da torre. A luz inundava as janelas.
Tara dormia desajeitadamente na cadeira enquanto Phelan continuava a encará-lo.
? O que eu fiz para você? ? Ramsey perguntou.
Phelan revirou os olhos. ? Você quase morreu.
Ramsey lentamente se sentou e balançou as pernas sobre a cama enquanto segurava o lençol em volta da cintura. Ele estava nu, o que significava que o tinham trazido de volta ao castelo para ser curado.
Curado? Perto da morte? Ele empurrou seus pensamentos desordenados para determinar o que estava acontecendo.
Então tudo voltou para ele precipitadamente. Sua mandíbula apertou quando seu olhar voltou para Phelan. ? Declan está morto?
? Não.
Então Ramsey tinha falhado. ? Há quanto tempo estou inconsciente?
? Dois dias. Tara não saiu de seu lado, e todo o castelo está preocupado.
Ramsey esfregou uma mão pelo rosto, sentindo a espessa barba crescendo, e se inclinou para frente, de modo que seus cotovelos descansaram em suas coxas. Ele se virou para Phelan e perguntou: ? Por
que você está aqui?
? Eu fui trazido aqui para curar Charon e os outros que foram feridos. Então nós fomos te encontrar. Você não respondeu ao meu sangue.
Ramsey tinha visto o que o sangue de Phelan podia fazer, então fazia pouco sentido para ele que ele não tivesse sido curado como os outros. ? Estou tão confuso quanto você sobre os motivos.
Ele olhou para Tara e bebeu em sua beleza. Seus cabelos estavam emaranhados e suas roupas amarrotadas, provando que ela, de fato, ficara ao seu lado.
? Ela está bem? A última vez que a vi, Declan tinha feito algum feitiço ou algo assim.
Phelan assentiu. ? Ela está bem. Mas ela é muito teimosa.
? Eu sei, ? ele disse com um pequeno sorriso.
? Os outros vão querer falar com você.
? E eu com eles. Ramsey se levantou e gentilmente ergueu Tara em seus braços antes de virar e coloca-la na cama. Depois de tirar os sapatos, ele a cobriu com a manta.
Ela não acordou enquanto se aconchegava debaixo das cobertas e suspirava satisfeita.
Ramsey endireitou-se. ? Onde estão minhas roupas?
? Eles foram arruinados, mas Galen trouxe mais para você. ? disse Phelan, e apontou para outra cadeira ao lado.
Ramsey apressou-se em vestir-se, o olhar de novo e de novo para Tara.
? Se você não a acordar, ela vai ficar com raiva. ? disse Phelan.
Ramsey respirou fundo e olhou para suas mãos que mais uma vez seguravam as fitas brancas de magia. ? Ela está fugindo há muito tempo. Ela precisa descansar.
? Sim. Diga a isso a ela quando ela for procurar você mais tarde.
Ramsey sabia que Phelan tinha razão, mas ele queria falar com os outros sem Tara primeiro.
? A propósito, o que é isso? ? Phelan perguntou, e empurrou o queixo para as mãos de Ramsey.
Ele levantou as mãos diante dele. ? Parece incrível.
? Todos nós a tocamos. Você é o único que tem essa reação a ela.
Ramsey suspirou quando deixou cair os braços. ? Eu sei. Deve ter algo a ver com a minha própria magia.
? No entanto, nenhum das Druidesas são afetadas.
Por isso Ramsey não esperava.
? Seja o que for, é entre você e ela. ? disse Phelan. ? Eu tenho que admitir, eu estou mais do que curioso. Essa magia tem girado em torno de você desde que nós o trouxemos de volta ao castelo.
Ramsey franziu as sobrancelhas ao recordar o som dos tambores e o canto dos antigos no fundo de sua mente. Tinha pensado que era um sonho porque fazia séculos que ele não os ouvia. Mas talvez não
tivesse sido um sonho. Talvez estivessem lá.
Porém, o que significava? Ramsey não tinha procurado os antigos, e os antigos não chegavam a um Druida a menos que quisessem.
Ramsey franziu a testa e olhou para as mãos. Os feixes brancos de magia estavam rapidamente se tornando algo que ele queria ver.
E que precisava sentir.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
Ramsey se encolheu quando desceu as escadas e a conversa no grande salão parou. Ele tentou enganar-se pensando que ele era o mesmo que os outros Guerreiros sentados ao redor da longa mesa, mas ele
sabia de outra maneira agora.
E eles também.
Ramsey não olhou para ninguém quando começou a se dirigir para seu assento. Ele não deveria ter ficado surpreso quando Fallon, seguido por seus irmãos, Lucan e Quinn, levantaram-se de seus assentos
na cabeceira da mesa e bloquearam seu caminho.
? Você nos deu um susto, especialmente em Tara. ? disse Fallon.
Ramsey olhou para o líder de seu grupo, um homem que ele considerava um amigo íntimo. ? Não foi minha intenção.
? Nada mudou, você sabe ? disse Lucan. ? Você ainda é parte de nossa família. Você ainda é meu irmão, pelo destino se não por sangue.
Ramsey engoliu em seco para desalojar o nó de emoção formando em sua garganta.
Quinn levantou uma sobrancelha escura. ? Sem mais segredos, Ramsey. Todos nós temos algo a esconder ao longo dos anos, mas como Lucan disse, somos família. Estamos aqui por você.
? Tudo bem. ? , Ramsey disse depois de um momento.
Pareceu apaziguar os irmãos MacLeod já que eles retomaram seus assentos e o deixaram encontrar o seu próprio. Ramsey mal se sentou quando um prato cheio de comida foi colocado na frente dele.
? É bom ter você de volta, ? Cara disse com um pequeno aperto em seu ombro.
Ramsey olhou para o prato, sem ver a comida. Ele soltou um longo suspiro enquanto seus ombros relaxavam. Este salão, este castelo, era seu lar. Era o único lugar que ele se sentia ser ele mesmo.
Duas vezes agora ele tinha encontrado o caminho de volta para o castelo e sua família. Ele teria outra chance?
? O que aconteceu, Ramsey? ? , Perguntou Hayden.
Ramsey ergueu o olhar para encontrar os olhos negros de Hayden travados nele.
Ramsey encolheu os ombros e disse: ? Declan fugiu, embora eu tivesse certeza de que o tinha atingido com a minha magia.
Galen pigarreou e se inclinou sobre a mesa. O olhar de Ramsey se estreitou enquanto observava seu amigo. Não foi como se Galen estivesse nervoso. Galen era a antítese do nervosismo, que não era
um bom presságio.
? Não foi até depois que você partiu para Dunnoth Tower que eu percebi que não tinha falado com você sobre você também ser um Druida. Eu deveria.
Ramsey afastou as palavras de Galen. ? Nós estávamos comemorando, como deveríamos ter feito. E a verdade seja dita, eu não queria falar sobre isso.
? Mas devíamos. ? insistiu Galen.
Ramsey viu Reaghan entrelaçar os dedos com Galen, e Ramsey imediatamente pensou em Tara. Um olhar para baixo em suas mãos mostrou os feixes de magia desbotados a quase nada agora.
? Chegue ao ponto ? disse Ramsey.
Fallon disse: ? Galen ficou curioso sobre os Druidas de Torrachilty, e ele também lembrou de você dizer que não sabia o que aconteceu com eles.
Ramsey fechou as mãos em punhos, tentando desesperadamente manter a calma. ? O que você descobriu? ? perguntou a Galen.
? Não muito, infelizmente. O que eu descobri, você provavelmente já sabe. ?
? Que nós éramos Druidas Guerreiros, aqueles temidos por todos. Até mesmo os droughs.
Galen fez um curto aceno de cabeça.
? O que é condenadamente impressionante, ? disse Camdyn à direita de Ramsey.
Logan sorriu. ? Muito. Não é de admirar que você tenha um deus dentro de você.
? O que mais você aprendeu? ? perguntou Ramsey a Galen.
Galen olhou para a mesa. ? Eles sabiam quem ela havia te levado.
Foi como um punhal no coração de Ramsey. Ele tinha esperado, orou para que sua família tivesse pensado apenas que ele fugira para que não fossem procurá-lo.
Ramsey esforçou-se para manter sua respiração uniforme, desesperadamente tentou segurar a angústia sobre as palavras de Galen. Ramsey manteve-se perfeitamente imóvel, seu olhar focalizado em um
ponto na mesa apenas acima de seu prato.
Gradualmente, o aperto em volta de seu peito começou a diminuir para que ele pudesse respirar novamente.
? Houve rumores sobre Deirdre. ? disse ele. ? Era apenas rumores. Tínhamos ouvido os rumores sobre o massacre dos MacLeods. Eu fui despachado para descobrir se era verdade. Eu vi a verdade do ataque,
e eu sabia que isso significaria uma guerra entre meu povo e Deirdre. Eu estava no caminho de volta quando fui levado.
Lucan captou seu olhar, suas narinas flamejantes. ? Você viu... o nosso clã?
? Não restava nada quando cheguei aqui. Mas eu vi a evidência no castelo e na terra.
? Quando foi isso? ? Quinn perguntou em um sussurro. ? Quanto tempo depois que Deirdre matou nosso clã?
Ramsey olhou para cada irmão de MacLeod. ? Três anos.
Ele esfregou a testa com a mão enquanto o rosto de seu pai brilhava em sua mente. Deirdre nunca usara sua família contra ele como os outros. Ele pensou que tinha sido poupado disso, mas agora começava
a se preocupar que algo horrível tinha acontecido com eles.
? E o meu povo? ? Ele perguntou.
Os olhos azuis de Galen estavam tristes quando disse: ? Como um clã Guerreiro, o que você acha que eles fizeram? Saíram em pequenos grupos para tentar acabar com Deirdre.
? Eles deveriam ter sido capazes de fazer isso.
? Do texto que eu li que era a segunda missão deles. A primeira era encontrar você.
A dor rasgou o peito de Ramsey quando ele se levantou e saiu do salão. Ele precisava de ar, e algum tempo sozinho.
Ramsey abriu a porta do castelo quando entrou na muralha. A frieza do ar gelado do inverno não fez nada para acalmar sua pele aquecida.
Suas botas esmigalharam através da neve na muralha enquanto sua mente girava com pensamentos e perguntas. Por que o haviam procurado? Ele poderia ter a maior magia do que qualquer Druida de Torrachilty,
mas ele era apenas um homem. Seu povo inteiro não deveria ter sido sacrificado por ele.
Caminhou para baixo no portão e afastou-se do castelo. Foi até a beira dos penhascos. Eles caíam abruptamente para a água abaixo.
Com uma mão sobre o peito, esfregou onde a dor continuava a crescer. Uma das razões pelas quais nunca procurara encontrar seu povo era o medo do que descobriria.
Ele esperava que tivessem sobrevivido. De alguma forma, de algum modo. Embora ele soubesse que Deirdre não permitiria que todos vivessem. Os Druidas de Torrachilty tinham possuído incrível magia,
magia que rivalizava com a magia negra de Deirdre.
Mas Deirdre não sabia que ele era um Druida. Daquilo Ramsey estava certo. Ela teria usado qualquer meio necessário para encontrar seu clã e destruí-los. E não havia como dizer o que ela teria feito
para transformá-lo em um drough.
Como ela o encontrou? Como ela sabia que tinha um deus atado dentro dele? Essas eram perguntas que ele nunca saberia as respostas, perguntas que o assombrariam por toda a eternidade.
E sabendo que ele não tinha conseguido matar Declan só o fazia se sentir ainda pior.
Ramsey virou a sua raiva para Declan. Lá ele podia concentrar toda a sua atenção no bastardo que tinha tomado o lugar de Deirdre. Era a única escolha de Ramsey, porque se ele continuasse a pensar
em sua família e em seu povo, perderia o último pedaço de seu controle. E isso não poderia acontecer.
Houve um ruído na neve enquanto passos se aproximavam. Devia ter sabido que não o deixariam em paz. Eles eram familiares, por isso preocupados.
? Ramsey ? disse Logan atrás dele.
Ele lentamente se virou para encontrar não apenas Logan, mas Hayden e Galen também. Os quatro viajaram muitas vezes juntos ao longo dos séculos. Eram seus primeiros amigos. E por muito tempo eles
haviam sido os únicos em quem Ramsey confiava.
? Você sabe que estamos aqui para você. ? disse Hayden.
Galen assentiu com a cabeça. ? Sempre.
Ramsey puxou o ar frio para dentro de seus pulmões e lentamente o soltou. ? Eu sei. Agradeço que tenha descoberto o que descobriu, Galen. É apenas... ?
? Demais. ? respondeu Logan.
Hayden cruzou os braços sobre o peito. ? E Deirdre nunca soube que você era um Druida.
? Nunca. ? Ramsey respondeu.
Galen enfiou as mãos nos bolsos dianteiros de seu jeans, seu cabelo comprido chicoteando na brisa do mar. ? Essa parte de nossas vidas acabou. Não importa o que ela fez ou não sabia. O que precisamos
descobrir é se algum dos Druidas de Torrachilty sobreviveu.
? Além de mim.
Logan deu um pontapé na grossa neve. ? Você deve ter sido muito importante para o seu povo, Ramsey.
? Eles teriam ido atrás de qualquer um que tivesse sido levado. ? disse ele. ? Nós éramos um grande clã, mas éramos unidos. Nossa magia nos uniu. Isso nos ligou.
? Como estamos unidos ? disse Hayden.
Ramsey deu um aceno para Hayden antes de olhar para Galen. ? Quantos foram me procurar?
? Ao longo das décadas? Quase todos.
A faca no peito de Ramsey torceu-se com a notícia.
? O resto, ? continuou Galen, ? foram derrotados por Deirdre.
Ramsey baixou a cabeça e fechou os olhos. A notícia ficava cada vez pior. Se todos os guerreiros tivessem ido buscá-lo, não havia ninguém na floresta para proteger as mulheres e as crianças.
Teria sido uma matança. Assim como o clã MacLeod tinha sido.
? Certamente as mulheres e crianças tinham magia para se defenderem. ? disse Logan.
Ramsey balançou a cabeça enquanto olhava para os amigos. ? Não. A magia só ficava com os homens. Era muito potente para uma fêmea controlar. Ficariam loucas com o poder de nossa magia.
? Não conte isso a minha esposa. ? disse Hayden com um sorriso.
Ramsey encontrou os cantos de seus lábios inclinando uma fração enquanto pensava em Isla. Ela poderia ser a menor das Druidesas, mas sua magia era uma força a ser contada.
? Eu sei que isso é muito para receber, mas queremos ajuda-lo. ? disse Galen.
Ramsey passou a mão pelos cabelos e olhou para onde o mar encontrava o horizonte. ? Não há como me ajudar agora, meus amigos.
? Podemos descobrir mais. ? ofereceu Hayden.
Logan resmungou. ? Não, nós descobriremos mais. Gwynn é incrível com o que ela pode fazer em um computador. Tem que haver mais do que aquele livro que encontramos com informações sobre os Druidas
de Torrachilty.
Mas Ramsey não tinha tanta certeza. Seu povo tinha se mantido por uma razão. Sua magia tinha sido guardada contra forasteiros porque todos queriam saber o que os tornava tão poderosos.
Somente seu povo sabia que o primeiro homem a se oferecer como um recipiente para os deuses tinha sido um Druida de Torrachilty.
Desde os tempos idos, seu povo tinha sido reverenciado e temido. Suas proezas na batalha haviam sido lendárias. Eles tinham dado sua lealdade para ninguém, mas cada rei e líder de clã os tinham procurado
para pedir ajuda.
Os Druidas de Torrachilty não lutavam apenas por lutar. Eles entravam em batalha somente depois de ouvir os dois lados e determinar quem eles acreditavam ser a pessoa certa.
Tantas batalhas haviam sido decididas pelo seu povo. Tinha sido orgulhoso ser um deles, orgulhoso carregar a espada de seus antepassados.
Eles mantinham registros de seu povo pela primeira vez através de seus historiadores e por contadores de histórias. Em seguida, mais tarde, gravando tudo em pergaminhos.
? Você não encontrará nada. ? disse Ramsey finalmente. ? Meu povo desconfiava dos estranhos. Mantivemos a nossa história com segurança. Se fossem atacados, era a primeira coisa que queimariam.
? O que havia na sua história que eles estavam tentando proteger? ? perguntou Hayden.
Ramsey olhou em seus olhos negros. ? A fonte de quem nós éramos.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
Os olhos de Tara se abriram quando ela acordou. Ela se sentou e piscou. Uma careta puxou seu rosto enquanto olhava para os cobertores que a rodeavam.
O fato de estar na cama que Ramsey havia ocupado por dias foi o próximo pensamento que passou por sua mente.
Tara jogou para trás as cobertas e encontrou suas botas ajeitadas ao lado da cama. Sabia que Ramsey deveria estar bem. Caso contrário, eles a teriam acordado. Não é?
Ela esfregou a testa enquanto a confusão aumentava. Mas se Ramsey estava bem, por que não a tinha acordado?
? Porque ele não quer falar com você. ? Tara murmurou para si mesma.
Essa percepção a fez sentir como a maior tola. Ela só se atirara em um cara antes de Ramsey, e tinha sido desastroso. E, no entanto, aqui estava ela fazendo isso de novo.
Ela agarrou suas botas e levantou-se para caminhar até a porta. Algo a fez parar quando se aproximou da janela da torre. Lentamente, ela se aproximou de uma das quatro janelas e olhou para fora.
No começo tudo o que viu foi a grande extensão do mar. Seu olhar se desviou para a esquerda e ela avistou os majestosos penhascos. E então, ela viu os quatro homens.
Ramsey com seu cabelo preto foi o primeiro que ela viu. Em seguida, reconheceu Hayden, depois Galen e Logan. O quê quer que fosse que os quatro estavam falando, era uma conversa profunda pela postura
de seus corpos.
Tara estava contente de ver Ramsey não apenas de pé, mas aparentemente não afetado pelas dúzias de balas X90 que tinham tirado dele. Ela se sentara a seu lado esperando e com esperança de que ele
abrisse os olhos.
E quando o fez, nem sequer se deu ao trabalho de acordá-la.
Tara afastou-se da janela. Ela não olhou de volta para a cama enquanto esquadrinhava os ombros e caminhava da torre para a câmara que Cara lhe mostrara no dia anterior.
Os poucos pertences que cabiam nas duas mochilas que ela carregava a esperavam. Tara fechou a porta e tirou o jeans e a camiseta, e vestiu sua roupa de ginástica. Se havia uma maneira de ajudar a
limpar a cabeça, era com uma corrida.
Tara acabara de amarrar os tênis e amarrava os cabelos num rabo de cavalo quando alguém bateu na porta.
Seu estômago pulou para sua garganta quando achou que poderia ser Ramsey. Ela forçou uma respiração calmante através de seu corpo antes de abrir a porta. Para encontrar Gwynn.
? Oi. ? Gwynn disse com um sorriso.
Tara de alguma forma conseguiu sorrir.
Gwynn olhou para as calças jogging e grosso moletom com zíper que Tara usava.
? Está tudo bem?
? Tudo ótimo. Só vou correr.
? É, ah... Bem, há neve no chão. Muita neve.
Tara encolheu os ombros. ? Isso vai fazer meu treino ainda melhor.
? Fallon não vai gostar disso.
? Fallon foi quem me disse que este castelo estava protegido. Eu vou ficar dentro dos limites do escudo de Isla.
Gwynn lambeu os lábios. ? É quase hora do almoço. Você está com fome?
? Não agora. ? disse Tara, e passou por Gwynn a caminho do salão. ? Obrigada mesmo assim.
? Tara, ? Gwynn chamou antes que ela pudesse ir embora. ? Eu sei que você não nos conhece ainda, mas estamos aqui para ajudá-la.
Tara olhou por cima do ombro para Gwynn. ? E eu agradeço. Estou sozinha há dez anos, Gwynn. Estou acostumada a estar sozinho, fazendo minhas próprias coisas. Não gosto de responder a ninguém.
? Não estamos lhe pedindo. ? Gwynn se apressou a dizer, seus olhos violetas suplicantes.
? Gosto de você, Gwynn. Estou feliz que você e as outras Druidesas encontraram um lugar aqui.
? Mas não é para você, certo? ? Gwynn terminou.
Tara notou a forma como a expressão de Gwynn se tornou murcha, como se ela esperasse exatamente isso dela. Tara queria concordar, mas em vez disso se viu encolhendo os ombros.
? Na verdade, eu não sei mais o que é para mim. Achei que soubesse o que os Guerreiros eram e o que eles queriam de mim. Tanto mudou nos últimos dias. Preciso me encontrar novamente.
O sorriso de Gwynn foi amável. ? Espero que o encontre aqui. Venha. Vou com você até o grande salão.
Tara ficou grata pela gentileza de Gwynn. Ela não sabia o que esperava de Ramsey, mas depois de seus beijos, ela queria mais do que acordar sozinha na torre.
Gwynn falou do castelo e de coisas absurdas enquanto caminhavam para o salão. Os únicos no salão eram Larena e Fallon que jogavam xadrez, e Arran que estava em um laptop.
Assim que entraram, Fallon levantou a cabeça, com os olhos travados nos de Tara.
Ela não lhe deu a chance de dizer nada, e declarou: ? Vou correr.
? Na neve? ? perguntou Fallon.
Larena pousou a mão sobre a de Fallon. ? Deixe-a em paz, amor. Ela parece muito capaz.
? Não vou deixar o escudo de Isla. ? disse Tara. ? Eu só preciso sair. Eu normalmente treino todos os dias, e já faz quase uma semana.
Fallon franziu o cenho. ? Você treina?
? Sim. De que outra forma você acha que eu evitei a captura de Declan por uma década?
Ele deu um rápido aceno de cabeça. ? Fique à vista do castelo.
? Por favor, ? Larena acrescentou enquanto apertava a mão de Fallon.
Fallon suspirou e disse, de má vontade: ? Por favor.
Tara segurou um sorriso enquanto saía pela porta. Uma vez nos degraus, apertou o rabo-de-cavalo e alongou as pernas enquanto olhava em volta da muralha coberta de neve.
Um Range Rover, um Mercedes classe G SUV, e um Audi R8 todos estacionados na muralha. Tara caminhou entre o Mercedes e o Audi lentamente para que pudesse olhar através das janelas.
Depois de cobiçar os veículos, ela continuou a esticar os braços até passar através do portão. Ela avistou Ramsey e os outros rapidamente, e se manteve perto do muro de pedra ao redor do castelo.
A última coisa que queria era que Ramsey a visse. A intenção de sair do castelo era tirá-lo da cabeça.
Tara esperou até que não pudesse mais ver os Guerreiros antes de começar a correr. A neve era mais espessa do que ela esperava, mas acrescentava um elemento extra em seu treino. Não demorou muito
para que suas coxas estivessem queimando.
Com um sorriso no rosto, ela correu ao longo das falésias, o lugar que Isla tinha mostrado onde o escudo terminava em sua mira. Assim que chegou lá, Tara virou à direita e correu ao longo do escudo.
Com a respiração formando uma nuvem na frente dela e o suor correndo por suas costas, Tara congratulou-se com a dor que vinha com um treino assim. Não era que gostava de se machucar, mas isso a
ajudava a saber até onde ela poderia empurrar seu corpo quando surgisse a necessidade.
Quando Tara correu pela aldeia, Ramsey e os outros tinham ido embora. Ela suspirou, feliz por ter tido esse tempo para si mesma.
Em alguns lugares, a neve era tão espessa que ela tinha que se atrasar para correr, mas ela nunca parou. Tinha se deixado folgar quando chegou a Dunnoth Tower, e ela estava pagando o preço agora.
Embora Tara não pudesse ver o escudo de Isla, podia sentir o zumbido da magia. Ficava fácil de seguir enquanto continuava sua corrida. Pela sua estimativa, quando chegou ao portão, ela tinha corrido
quase três milhas. Que não era longo o suficiente.
Tara enxugou o suor que gotejava de seus olhos e começou uma outra volta.
Em cada bombeada de suas pernas, as emoções que tinha construído em seu peito a respeito de Ramsey, as Druidesas no castelo e até mesmo Declan a achando, começaram a diminuir.
Em cada quilômetro que corria a cabeça limpava um pouco mais. E ela precisaria de uma mente clara, a fim de manter sua sagacidade.
* * *
Ramsey observou a facilidade com que Tara corria. Obviamente era algo que fazia com frequência. Ela não olhou para o castelo, mas mesmo que tivesse, ela não o teria visto. Ramsey estava fora de
visão.
Depois de sua segunda volta ao redor da área, ela correu para dentro da muralha e caminhou para esfriar. Para surpresa dele, ela se aventurou dentro dos estábulos.
Mais curioso do que nunca sobre ela, Ramsey a seguiu silenciosamente. Encontrou um ponto no alto dos estábulos onde poderia observá-la.
Ela se mudou da baia para baia testando as tábuas. Então ela caminhou até o centro e começou a fazer flexões. Ela estava no cinquenta quando Ramsey sentiu uma presença ao lado dele.
Ele olhou e viu que era Quinn.
? Droga, ? Quinn sussurrou.
Ramsey assentiu, incapaz de encontrar as palavras. Apesar de todo o tempo que passara observando Tara e aprendendo sobre seu passado, ele não sabia sobre seu vigoroso treino.
Ela terminou com suas flexões e tirou o casaco para revelar uma camiseta sem mangas preta. Ela descartou a jaqueta e deitou de costas e começou a fazer abdominais e abdominais de corpo inteiro.
Ramsey não sabia o que mais ela poderia fazer quando se levantou do chão e olhou ao redor do estábulo com um sorriso no rosto.
Num instante, ela correu para a primeira baia, e com a mão sobre a tábua mais alta, jogou-se sobre ela. Ela caiu no chão, as pernas dobradas, e rolou de lado antes de ficar em pé novamente saltando
sobre a próxima baia.
A rotina continuou de um lugar para outro, e cada vez Tara caía no chão de uma maneira diferente.
? Impressionante. ? disse Ramsey.
? Muito, ? Quinn concordou. ? Não é de admirar que evitou Fallon e os outros quando tentaram alcançá-la em Edimburgo.
Ramsey observou o jeito que seu elegante corpo se movia sem esforço. Seus músculos estavam tonificados, firmes. Ele tinha sentido ao longo daqueles braços e sabia, em primeira mão, que corpo maravilhoso
ela tinha.
Mas ele nunca tinha visto isso assim. Ele nunca tinha testemunhado quão ágil ela era, ou quão flexível. Ele nunca tinha visto tal sorriso em seu rosto enquanto ela empurrava seu corpo cada vez mais
duro e difícil.
E Ramsey nunca tinha desejado uma mulher como ele a desejava.
Ele queria sair de seu esconderijo e se juntar a ela. Ele queria puxá-la em seus braços e beijá-la, tocá-la. E Deus o ajudasse, ele queria tirar suas roupas e ver cada centímetro de seu corpo por
si mesmo.
? Ela sabe?
Ramsey empurrou o olhar para Quinn. ? O quê?
? Quão forte você a deseja.
Ramsey desviou o olhar dos olhos verdes de seu amigo. ? Não. É melhor que ela não saiba.
? Por quê?
? Por quê? ? repetiu Ramsey. ? Você é idiota, Quinn? Você ouviu tudo no grande salão. Não sou um homem capaz de pensar em ter uma mulher como Tara.
Quinn deu um meio sorriso e disse: ? Eu também não. Mas não importou o quanto eu tentasse resistir a Marcail. Minha necessidade por ela foi muito forte.
? Eu não preciso de uma mulher complicando a minha vida. Preciso de respostas sobre o meu povo. Sobre minha família.
? Talvez ela possa ajudar.
Ramsey olhou de volta para Tara para encontrá-la encostada na parede do estábulo, seus olhos fechados e seu peito arfando com esforço. Seus cabelos castanho-dourados estavam colados pelo rosto por
causa do suor, mas havia uma aparência satisfeito em seu rosto que Ramsey nunca tinha visto antes.
? Não. ? disse ele. ? Eu salvei Tara de Declan. A conexão entre nós muito ruim.
? E os beijos que vocês compartilharam?
Ramsey franziu o cenho.
? Sim. Charon nos contou.
Ramsey correu a mão pelo rosto. ? Eu...
? Não estou pedindo uma explicação, velho amigo. Eu só não quero que você se afaste de algo que você claramente quer.
? Ah, eu a quero. ? admitiu Ramsey em voz alta. ? Eu a quero muito, mas não vou arrastá-la para a minha vida. Ela merece mais do que isso.
? Veremos. ? Quinn disse enigmaticamente.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
Tara não soube por que perdeu tanto cuidado com sua aparência depois do treino e do chuveiro. Ela levou muito mais tempo para secar o cabelo, embora não houvesse muito que pudesse ser feito com
ele.
Ela odiava seu cabelo. Não era encaracolado, mas não era liso. Tinha vida própria, e ficava do jeito que queria, não importava quanto de produto usasse nele ou quantas vezes ela passava chapinha.
Tara olhou para seu reflexo no espelho e suspirou. Ela separou seu cabelo de lado onde as ondas de seu cabelo castanho-dourado caíam do lado de seu rosto. Não pareceu muito ruim, embora quanto tempo
ele ficaria assim bom, ninguém saberia.
Inclusive ela aplicou um pouco de maquiagem extra. Normalmente não usava muito, mas desta vez adicionou sombra nos olhos e uma pitada de cor em suas bochechas. E antes que ela mudasse de ideia,
aplicou rímel.
? Por quê? ? Ela se perguntou. ? Por que você está fazendo isso? Para atrair Ramsey?
Tara sacudiu a cabeça. ? Não. Estou fazendo isso para provar para os outros que eu posso realmente parecer decente. Eles só me viram molhada da neve e privada de sono com meu cabelo desgrenhado.
Ela queria parecer bem, e não havia nada de errado com isso.
? E eu não estou fazendo isso para impressionar Ramsey. ? ela disse para si, pela décima vez.
Ela simplesmente não sabia como era verdade.
Tara passou a mão por seu suéter justo, rosa forte, até o jeans preto. Quando ela estava em movimento tanto quanto ela estava, não havia muito espaço para muitas roupas. Ela tinha principalmente
jeans com um par de calças cargas cáqui. E alguns tops.
Não muito, mas nunca tinha importado para ela antes. Então, novamente, ela nunca tinha conhecido uma época em que não teria que sair de imediato, ao contrário daqui, no Castelo MacLeod.
Ela recebera a câmara e perguntaram se ela precisava de alguma coisa. Tara tinha dito não, mas tinha sido abastecida com produtos de cabelo e um secador de cabelo.
Tara apoiou as mãos na pia e olhou-se nos olhos. ? Eu poderia me acostumar com isso. Tudo isso.
Mas ela se atreveria?
Se havia uma coisa que ela tinha aprendido enquanto estava em fuga era nunca deixar a guarda baixa. Declan a tinha encontrado. Ele deveria saber que ela estava com os MacLeods agora. Era apenas
uma questão de tempo antes que viesse buscá-la.
Tara afastou-se do espelho e pegou os pequenos brincos de diamante que sua avó lhe dera em seu décimo sexto aniversário.
Depois de olhar para o relógio e ver que já passavam das seis da tarde, Tara decidiu que ficaria em sua câmara o máximo que pudesse.
Assim que ela abriu a porta, sentiu o delicioso aroma de comida. Seu estômago roncou alto, e Tara não desperdiçou mais tempo caminhando para o grande salão.
Ninguém a notou enquanto descia as escadas. O salão estava caótico, mas de uma boa maneira. Um rápido olhar lhe disse que todos estavam ali, exceto Ramsey, enquanto todos prepararam a mesa para
a refeição da noite.
Ela estava a caminho da cozinha quando Saffron saiu com duas grandes travessas cheias de carne. Tara rapidamente pegou uma, ela e Saffron compartilharam um sorriso.
? Obrigada. ? disse Saffron. ? Eu estava prestes a larga-la.
? Cheira tão bem.
? Nós temos bastante. Bem, contanto que você encha seu prato antes de Galen comer tudo.
? Ei! ? Galen gritou fingindo indignação.
Tara percebeu seu sorriso crescendo enquanto a provocação com o pobre Galen continuava. Parecia que ele tinha um estômago que nunca estava cheio e tinha a propensão para pegar outros alimentos quando
eles não estavam olhando.
? Não se preocupe. ? disse Arran. ? Vou me assegurar de que ele não toque no seu prato, Tara.
Galen pôs a mão sobre o coração e suspirou.
Reaghan revirou os olhos quando socou de brincadeira o braço de Galen ? Eu avisei que você irá comer lá fora se você continuar roubando comida.
? Não é roubar se está exatamente ali, amor,? Galen argumentou com um sorriso.
Tara observou Galen puxar Reaghan em seus braços e a beijar profundamente. Ela já vira afeto aberto antes, mas nada como o que observava no castelo.
Os casais, bem e verdadeiramente, se amavam. Todos tinham sofrido muito por causa de Deirdre, mas juntos eles haviam sobrevivido.
Tara se perguntou como sua vida teria sido se sua família não tivesse se voltado contra ela. Teria casado agora? Talvez tivesse alguns filhos? Seu marido a amaria como os Guerreiros no castelo de
MacLeod amavam suas esposas?
? Isso te incomoda? ? Arran sussurrou atrás dela.
Tara se virou para ele e franziu a testa. ? O que me incomoda?
? A afeição entre os casais?
? Não. ? ela disse e olhou para as mãos. ? Eu estava pensando como era bom ver que o amor realmente existe. Você pode vê-lo da maneira que eles se olham.
? E conversem um com o outro. ? ele acrescentou.
Ela olhou para ele e sorriu para seus olhos castanhos pálidos. ? Sim. Isso te incomoda?
? Não de todo. Eu acho... estranho às vezes. A primeira vez que vi esse amor foi entre Quinn e Marcail.
? Ah, quando eles estavam em Cairn Toul, presos lá por Deirdre. ? Tara tinha ouvido a história de todos durante os dois dias que tinha ficado ao lado da cama de Ramsey.
Arran deu uma risadinha. ? Todos pudemos ver isso crescer dia a dia. Não há nada que os dois não façam um pelo outro. Não foi surpresa vir para cá e ver Guerreiro depois de Guerreiro se apaixonando.
? Mas não você?
Ele arranhou o rosto e riu. ? Oh, eu não penso muito sobre isso. Estou livre de Deirdre, que é o suficiente para mim depois de todos estes séculos. Agora, faço o que devo para acabar com o próximo
mal.
? Declan. ? ela disse sem rodeios.
? Depois disso, eu não sei o que me espera. Talvez uma mulher, talvez mais aventura. Eu tento não olhar muito adiante.
Ela olhou mais ao lado da mesa para encontrar Charon e Phelan conversando. ? E esses dois? Eles não têm mulheres?
Arran riu, os cantos dos olhos enrugando. ? Phelan gosta de mulheres. Todos eles. Eu não acho que há uma mulher lá fora, que poderia manter o interesse dele por muito tempo.
? E Charon?
O sorriso de Arran morreu. ? Como a maioria de nós, o passado de Charon o segura. Ele mantém muitos segredos, então ele pode muito bem ter uma mulher e nenhum de nós saber disso.
Tara queria perguntar sobre Ramsey, mas de alguma forma conseguiu segurar suas perguntas para si mesma. Era difícil já que ela estava desesperada para saber mais sobre ele, mas para seu próprio
bem, ela se absteve de perguntar.
? E você? ? perguntou Arran.
? Eu não prefiro mulheres, na verdade. ? Tara disse com um sorriso brincalhão.
Arran jogou a cabeça para trás e gargalhou de todo o coração. Fazia algum tempo que Tara tinha brincado com alguém e se sentido bem.
Ela logo se juntou ao riso de Arran, e só tardiamente percebeu que todos estavam olhando para eles.
? Oh, essa foi boa, garota. ? disse Arran, ainda rindo. ? Mas seriamente. Tem que haver um homem lá em algum lugar.
? Em algum lugar. ? disse ela, melancólica. ? Eu gosto de pensar que não irei ficar sozinha toda a minha vida. Não me permito aproximar das pessoas, Arran, não quando tenho que deixar dias, ou às
vezes horas, depois de conhece-los.
? Você teve uma vida dura.
? Não mais difícil do que outros, e eu diria muito menos difícil do que qualquer um de vocês Guerreiros. Este é o meu destino, e eu aceito isso. Mas não vou desistir facilmente.
Arran assentiu com aprovação. ? Bom para você, Tara.
Ela se viu sentada entre Gwynn e Saffron no meio de um lado da enorme mesa. Tara achou estranho que os casais se sentassem mais perto de Fallon enquanto os homens solteiros e Fiona se sentavam na
outra extremidade.
A conversa durante o jantar nunca ficou parada, embora fosse difícil não notar a ausência de Ramsey. Havia muitas risadas e piadas, e até mesmo histórias. Ninguém pediu à Tara para compartilhar
uma história, e ela estava eternamente grata. Não que se sentisse excluída. Na verdade, ela nunca se sentiu tão incluída em nada antes.
Muito cedo a refeição acabou. Quando ela se levantou para ajudar a limpar, foi Isla que a parou.
? Vamos lidar com isso esta noite.
? Está tudo bem. ? disse Tara. ? Eu não me importo de ajudar.
Isla inclinou-se para perto, seus olhos azuis-gelo olhando profundamente dentro de Tara. ? Ramsey está na torre.
? Por que você está me contando isso?
? Por que você ficou ao seu lado enquanto ele estava se curando?
Tara desviou o olhar, sem saber como responder.
? Ramsey sempre manteve seus pensamentos para si mesmo. ? disse Isla. ? Ele é um de nós, ainda que não seja. Ele recebeu notícias de seu passado hoje, e ele está sofrendo.
? Ele não me acordou. ? Tara não podia acreditar que deixou escapar isso.
Isla colocou uma mão reconfortante em seu ombro. ? Mas Phelan me disse que foi Ramsey quem te colocou na cama, tirou seus sapatos e te cobriu para você poder descansar.
Tara procurou os olhos de Isla por qualquer mentira, mas tudo que ela viu foi verdade.
? Eu não pretendo saber o que está na cabeça de Ramsey, mas ele é o único que analisa tudo antes de dar uma opinião. Ele é cuidadoso. Sempre.
Tara deixou Isla tomar a travessa de sua mão. Ela olhou para a escada.
? Vá. ? insistiu Isla.
Mesmo Tara sabendo que era uma má ideia, se encontrou na escada. Ela as subiu e foi até a torre. Passo a passo, ela subiu a escada sinuosa até estar diante da porta.
Uma luz passava sob a porta, mas nenhum som vinha de dentro. Durante vários minutos, Tara lutou consigo mesma entre continuar ou partir antes que pudesse se fazer de tola.
Mas as palavras de Isla voltaram a ela sobre Ramsey descobrindo notícias de seu passado.
Tara deu uma rápida batida antes que mudasse de ideia. Para sua decepção, não houve resposta. Ela tentou a maçaneta e descobriu que estava destrancada, então abriu a porta e enfiou a cabeça para
dentro.
Ramsey estava sentado numa poltrona de frente para uma das janelas, os pés apoiados no peitoril enquanto olhava para fora.
Ele parecia tão triste que Tara estava andando em sua direção antes que percebesse. Ela tinha a visão de seu perfil, e a desolação que viu estreitou seu coração.
? Não sou uma boa companhia. Sua voz soou de repente na torre.
? Talvez seja quando você mais precise de alguém.
? Não, Tara. Não desta vez.
Ela lambeu os lábios. ? Eu...
? Preciso ficar sozinho. ? interrompeu-a.
O sangue de Tara bateu em seus tímpanos quando o constrangimento aumentou. Ela deveria ter sabido melhor, mas ela tinha ouvido Isla. Isla conhecia Ramsey melhor do que ela, que foi a única razão
pela qual estava aqui.
Mas ela tinha feito a única coisa que não queria fazer, se fazer de tola.
Tara virou os calcanhares sem dizer mais nada e saiu da torre tão silenciosamente como entrou. Se ela precisava de provas de que Ramsey não estava interessado, tinha acabado de receber uma dose
enorme.
Seus pés voaram pelos degraus enquanto ela se apressava para seu quarto. Ela não estava acostumada a se sentir tão idiota. Ela não estava acostumada a ter tanta gente por perto preocupada com ela.
Talvez tenha sido um erro pensar em ficar no castelo. E com Declan pensando que ela ficaria lá pela segurança, talvez fosse o momento certo para deixar a Escócia completamente.
CAPÍTULO VINTE E SEIS
Ramsey ouviu a porta fechar e apertou os olhos. Ele machucara Tara. Ele sabia disso com tanta certeza quanto ele sabia que seu toque o teria acalmado.
Mas ele não queria ser acalmado.
Ele precisava sentir a dor dentro dele. Porque se não o fizesse, ele ficaria louco com a raiva que mal mantinha sob controle.
Sua audição realçada lhe permitiu ouvir os passos de Tara enquanto se retiravam pelas escadas. Ele se agarrou na poltrona para não ir atrás dela.
Tudo o que precisava era de pensar em Tara e poder provar seus beijos, sentir sua pele macia sob suas palmas. Com apenas um pensamento ele teve seu seio nu em sua mão quando ela montou seu colo.
Ramsey queria estar sozinho, para examinar as páginas escaneadas do livro que Galen estudara. Ramsey queria mergulhar em suas memórias de sua infância e recordar os rostos de seus pais.
Mas Tara tinha mudado tudo isso apenas vindo até ele.
Em um piscar de olhos, Ramsey estava fora da poltrona e fora da torre.
* * *
Tara chegou à câmara para encontrar a porta não muito fechada. Por um momento, ela hesitou, o medo passando por ela. Então se lembrou onde estava. Levaria muito tempo para Declan passar por todos
os Guerreiros e Druidesas.
Ela empurrou de lado o medo persistente e entrou em no quarto. A porta foi arrancada de sua mão antes que pudesse fechá-la. Fortes dedos a giraram para que ela estivesse contra a parede.
E ela se viu olhando fixamente dentro de surpreendentes olhos prateados.
? Você não deveria ter vindo até mim. ? Ramsey sussurrou, seu rosto respirava no dela. ? Você não deveria ter se importado.
Tara, ainda abalada por sua súbita aparição, ergueu a mão trêmula no braço dele.
Antes que ela pudesse pronunciar uma palavra sua boca estava sobre a dela. O beijo foi longo e lento, sedutor e erótico. Ela provou seu desejo, a fome ardendo dentro dele. Aquela paixão a agarrou,
levou-a. Prendeu? a. E ela ficou impotente para fazer qualquer coisa, a não ser sucumbir.
Tara tentou aproximar-se dele, mas ele a segurava ainda e terminou o beijo. Ela procurou seu olhar, tentando determinar o que ele estava pensando. Ramsey era um enigma. Cada vez que achava que sabia
quem ele era, ele revelava algo mais.
? Foi um erro te beijar na primeira vez. ? ele disse enquanto esfregava sua bochecha lisa contra a dela. ? O segundo beijo só me fez sentir mais faminto por você. E este terceiro beijo foi minha
ruína. Estou me segurando por um fio, Tara. Se você não quer isso, então você precisa sair agora. Porque eu não posso.
Sair? Ele realmente achava que ela queria? Tudo que ela tinha pensado era nele e seus beijos. Tudo que ela queria era estar em seus braços.
? Não vou a lugar nenhum, ? disse ela.
A satisfação encheu-lhe os olhos antes de beijá-la novamente. Tara envolveu os braços ao redor do pescoço de Ramsey enquanto ele varria sua língua em sua boca. Esse beijo foi rápido e feroz.
O beijo lhe roubou o fôlego. Levou-a, varrendo-a ao longo de uma maré de desejo tão intensa que ela sabia que nunca mais seria a mesma. Era o beijo de Ramsey, seu toque. Ele era a razão pela qual
ela já se sentia mudando.
Ela deu um gemido frustrado quando ele se afastou dela o tempo suficiente para arrancar o suéter dela. Os feixes de magia que ela viu enrolando ao redor deles quando abriu os olhos a chocaram.
? Estou me afogando em sua magia, ? Ramsey sussurrou antes que tomasse sua boca novamente.
Item por item, eles deixaram uma trilha de roupas e sapatos até sua cama. No momento em que eles chegaram, ambos estavam completamente nus e pé com pé os, quadril com quadril.
A paixão estava nas alturas, a necessidade urgente. Sua excitação, grossa e dura, estava entre eles, mas era a fome que ela viu em seus olhos que fez seu estômago virar.
? Meu Deus, você é linda. ? ele disse enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.
Tara levantou-se na ponta dos pés e enfiou os dedos nos cabelos dele. Ela não conseguia o suficiente de seu corpo. Ela nunca tinha visto músculos tão tonificados ou um corpo tão maravilhoso quanto
o dele. Embora o tivesse visto sem sua camisa antes, vendo-o sem roupa só a fez querer tocá-lo ainda mais.
Ela passou a mão por seus ombros largos, pelas costas até as nádegas e os quadris. Seus dedos deslizaram os cabelos escuros sobre suas pernas antes que as mãos dele capturassem as dela.
Seus lábios se moveram sobre os dela com habilidade, lentamente. Cada mordida e lambida apenas adicionado mais desejo bombeamento através de suas veias.
? Você me faz sentir linda, ? disse ela.
? E eu estou apenas começando.
Um arrepio de antecipação correu por ela. A promessa nos olhos de Ramsey fez sentir seu estômago como se estivesse cheio de milhares de borboletas.
Com a parte de trás de seus joelhos contra a cama, Tara entregou-se a Ramsey quando ele lentamente baixou-a para a cama beijando-a o tempo todo.
O beijo cresceu, se aprofundou como se uma barragem tivesse quebrado dentro de Ramsey. Ele gemeu profundamente em sua garganta enquanto inclinava sua cabeça e a beijava como se não houvesse amanhã.
Como se eles só tivessem essa noite.
Tara perdeu toda a linha de raciocínio quando as mãos dele começaram a percorrer seu corpo. Suas costas, seus quadris, suas nádegas. Em todos os lugares que ele tocava queimava por mais.
Ela sentiu sua excitação contra seu estômago e ansiava por tocá-lo. Seus seios incharam e doíam por seu toque, e quando a mão dele chegou entre eles e cobriu seu seio, seu corpo inteiro tremeu.
Por mais que amasse suas mãos sobre ela, não conseguia parar de tocar em Ramsey. Suas mãos vagavam por seus ombros e braços grossos, e os contornos de suas costas até suas nádegas firmes.
? Eu não consigo pensar com você me tocando,? Ramsey disse antes que ele os rolasse para o lado e a levantasse.
Tudo o que Tara estava prestes a dizer se evaporou da mente quando sua boca quente se prendeu em seu seio. Ela segurou sua cabeça, seus quadris balançando contra seu peito conforme sua língua lambia
seu mamilo.
Tara estava flutuando, seu corpo nadando com prazer, como uma onda mágica ao redor deles. Ela nunca sentiu tanta felicidade, nunca conheceu um toque tão sedutor como o de Ramsey.
Suas pernas se separaram por conta própria quando a mão dele deslizou sobre seus cachos. O desejo pulsando dentro de Tara surgiu quando seu dedo deslizou dentro dela.
Ramsey sorriu contra o peito de Tara quando ela sussurrou seu nome. Ele mudou para o outro seio e lambeu seu mamilo enquanto movia dedo dentro e fora dela.
Ele estava rapidamente perdendo o controle. Queria estar dentro bem dela, mas ele podia sentir o quão apertada ela era e ele não queria machuca-la. Mas ele precisava estar dentro. E logo.
Sua bainha estava molhada e escaldante. E de repente, ele não podia esperar mais. Queria fazer amor com ela por horas, mas não tinha contado com seu desejo por ela.
Ramsey a pôs de costas e ajoelhou-se entre suas pernas. Com os braços a cada lado da cabeça, ele olhou nos olhos azul-esverdeados escurecidos pelo desejo.
Deixou seu olhar vagar sobre seus seios cheios e mamilos cor-de-rosa a curva de sua cintura e seus quadris suavemente largos. Entre eles havia um triângulo de cachos castanhos-dourados que ocultavam
seu sexo. Seus dedos coçavam para segurar suas nádegas novamente, passar suas mãos sobre suas pernas macias.
? Não me faça esperar. ? ela disse enquanto pegava seu pau dolorido na mão e o guiava até sua entrada.
Ele cerrou a mandíbula quando a cabeça de seu pau deslizou dentro dela. Ramsey tentou entrar nela devagar, mas quando ela envolveu suas pernas em torno de sua cintura, seu controle desabou.
Com um gemido, deu um impulso duro e ajustou-se completamente dentro dela.
Suas unhas cravaram nos ombros dele enquanto arqueava a cabeça para trás e gritava.
Era tudo o que ele precisava ver. Ramsey começou a se mover com movimentos lentos e duros e, em seguida, rápidos e curtos. Ele se viu olhando nos olhos de Tara, caindo em suas profundezas.
Ela o encontrou empurrado junto com ele. Se foi qualquer ilusão que Ramsey tivesse que seduzir Tara. Se foi qualquer intenção que ele tivesse de assumir o controle.
Desejo os tinha em suas garras, e não soltando até que ambos se entregaram a isso.
Tara agarrou Ramsey como se sua vida dependesse disso. Nunca ninguém a tinha tocado. E agora, ele estava levando-a para outro nível que nem sabia que existia.
Com os tornozelos presos nas costas dele, ela podia sentir os quadris dele moverem enquanto ele mergulhava dentro dela uma e outra vez, mais e mais.
Tara sentiu a magia cresceu em torno deles quando seu corpo começou a apertar dentro. Ramsey agarrou seu olhar e segurou-o.
E então o clímax atingiu. Era poderoso e consumindo enquanto a devorava. Gritou quando foi levada por uma onda de prazer que a lançou sobre um precipício de êxtase interminável.
Ele continuou se movendo dentro dela, prolongando seu orgasmo até o segundo bater antes do primeiro terminar. As estocadas de Ramsey cresceram mais rapidamente enquanto ele bombeava furiosamente
dentro dela.
Abriu os olhos e travou com os de prata.
? Tara. ? ele sussurrou antes de lançar a cabeça para trás e dar um mergulho final.
Com seu corpo tensionado pela força de seu clímax, Tara não podia fazer nada a não ser segurá-lo. Quando seu corpo relaxou e ele olhou para ela, ambos notaram os feixes de magia não apenas flutuando
ao redor deles, mas através deles.
Ela sorriu contra seus lábios enquanto ele a beijava longa e devagar, o poder de do que fizeram ainda mantendo-os em seu aperto.
No momento seguinte, Tara se encontrou deitada em seu peito quando ele rolou de costas e puxou-a sobre ele. Ele tinha um braço jogado sobre sua cabeça e o outro movia-se preguiçosamente para cima
e para baixo em suas costas.
? Você sente a magia? ? Ele perguntou.
Tara assentiu com a cabeça. ? Eu sinto.
? Isso já aconteceu com alguém antes?
Ela levantou a cabeça para olhar para ele. ? Não. Só com você. Você está preocupado?
? Eu só queria saber o que era. Eu quero ter certeza que isso não te prejudica de alguma forma.
? Me prejudicar? ? ela repetiu. ? Eu me sinto... diferente, sim, mas mais forte. Eu sinto minha magia ainda mais.
Ramsey sorriu para ela. ? Nada te preocupa?
? Tudo me preocupa. Mas isso, ? disse ela, enquanto um feixe de magia atravessava sua mão para Ramsey. ? É lindo.
? E se o que acabamos de fazer o ameaçar você de alguma forma?
? Então eu vou lidar com isso. ? Ela passou o dedo sobre a testa franzida dele.
? Não estou preocupada, Ramsey.
? Eu deveria te proteger.
? Você fez, lembre-se.
? Eu soube no momento em que a vi pela primeira vez que eu queria você.
Tara não conseguiu conter o sorriso. ? Isso é tão ruim?
? De certa forma.
Desta vez, ela era a única com uma sobrancelha franzida. ? O que isso deveria significar?
? Descobri coisas hoje sobre meu passado.
? Você vai me dizer? ? Ela perguntou.
Seus olhos prateados se afastaram dela. ? Há coisas sobre mim que ninguém sabe, Tara.
? Então me diga o que você pode.
Ramsey suspirou enquanto seu braço a apertava mais forte. ? Você sabe que eu sou parte Druida, mas o que você não sabe é que eu sou da Floresta de Torrachilty.
Tara arqueou as sobrancelhas. ? Ouvi dizer que eram Druidas poderosos.
? Druidas masculinos poderosos. A magia não poderia ser realizada por uma fêmea. Ela só era passada para os machos.
? Somente? Acho isso difícil de acreditar.
? Ocasionalmente isso passava para uma mulher. Nós aprendemos de maneira dura que as mulheres não podiam segurar a magia. Isso as deixavam loucas, então qualquer mulher nascida com a magia era morta.
Ela estremeceu. ? Isso é um pouco duro, não é?
? Não quando aquelas fêmeas iniciavam uma matança que começaria com sua própria família. Não quando elas iriam deixar a floresta e ir para qualquer aldeia que encontrassem e matassem todos.
Tara desviou o olhar e colocou a mão sobre o coração de Ramsey. ? Somente os homens, hein?
? Mesmo assim, não foi fácil segurar a magia. Especialmente para mim.
Ela encarou os olhos dele. ? O que você quer dizer?
? Se meu povo era conhecido por quão poderosa era sua magia, a minha excedia dez vezes a deles. Era suposto eu ser seu próximo líder, aquele que uma Vidente previu, nunca poderia ser derrotado por
magia.
CAPÍTULO VINTE E SETE
Ramsey não sabia ao certo por que ele dissera a Tara seu maior segredo. Parecia certo embora. Como se ela precisasse saber.
Ele desviou e fixou o olhar nos feixes de magia que flutuavam ao redor deles. Exceto que não estavam realmente se movendo ao redor deles mais do que através de cada um deles agora.
Quase como se a magia estivesse conectando-os.
Ramsey não podia sentir a magia quando ela entrava e saia de seu corpo, mas sua magia a sentia. E quanto mais tocava Tara, mais fortes ficavam os feixes.
? Eu não acho que eu entendo. ? disse Tara no silêncio após sua declaração.
Ramsey sorriu ironicamente. ? O quê? Que eu deveria ter toda essa magia e mesmo assim eu não pude derrotar Declan?
? Não. Se você tem esse tipo de magia, por que não lutou contra Deirdre? Por que você não a destruiu quando você poderia?
Ramsey ergueu o olhar para o teto. ? É uma pergunta que eu me fiz a cada hora de cada dia que eu estava preso na montanha de Cairn Toul. Mas eu duvidava de mim mesmo. Eu duvidei da profecia do Vidente.
A magia tem de ser certa, e se não for, só a catástrofe aguarda.
? Por que você duvidaria do que foi predito? Os videntes não dão voz às suas visões casualmente.
? Eu pude ter aprendido feitiços facilmente. Pude ter adquirido um controle exclusivo sobre minha magia antes de qualquer Druida de Torrachilty antes de mim, mas isso não me fazia o homem profetizado.
Esse vidente nunca viu meu rosto, nunca falou meu nome. Poderia ter sido qualquer um.
A mão dela acariciou seu peito enquanto pousava a bochecha sobre seu coração. ? É verdade, mas o resto do seu povo deve ter pensado que era você.
? Na verdade, ninguém sabia. ? Quando ela ergueu a cabeça rapidamente, Ramsey riu enquanto olhava para ela. ? Eu a surpreendi?
? Sim. Se essa previsão acontecesse, como ninguém poderia saber?
? Só foi dito aos anciãos que passaram para os próximos anciãos. Eles não queriam que nosso povo colocasse ideias na cabeça de alguém que não poderia ser o escolhido.
? Então como você soube?
Ramsey soltou um longo suspiro. ? Meu tio era um dos anciãos. Eles disseram ao meu pai quando parecia que eu poderia ser o escolhido. Fui então forçado mais do que qualquer outro. Eu nunca falhei
em uma única missão que eles me deram.
? Acho que eles eram difíceis ? disse ela.
? Mais do que difíceis. Alguns quase me mataram, mas eu nunca desisti. Eu me mantive firme. Eu não tinha ideia por que estavam me empurrando tão duro. Durante anos guardaram isso para eles mesmos.
E então o clã MacLeod foi varrido em um único dia.
Tara estremeceu. ? Conheço essa história. Minha mãe achou que isso foi uma grande demonstração do poder de Deirdre para atrair os irmãos MacLeod, e depois entrar e destruir o clã. Cada último homem,
mulher e criança.
? Deirdre não deixou nem um animal vivo. ? disse Ramsey. ? Os cavalos, as galinhas, as ovelhas. Todos foram abatidos sem pensar. Então ela ateou fogo ao castelo. O tempo resistiu às marcas de queimaduras,
mas elas ainda podem ser vistas.
? Você diz isso como se tivesse visto a destruição ? murmurou Tara.
Ramsey olhou em seus olhos azul-esverdeados. ? Porque eu vi. Fui enviado aqui para ver se os rumores eram verdadeiros, para ver se os MacLeods haviam sido assassinados.
? Por quê? Quero dizer, por que você? Se você fosse tão importante para o seu povo, por que eles o enviaram?
Ramsey encolheu um ombro e brincou com as pontas dos cabelos de Tara. ? Por causa do que eu poderia fazer. Você sabe se a magia de um Druida é forte o suficiente, eles recebem um dom.
? Como Sonya pode curar.
? Exatamente.
? Então eu suponho que se sua magia fosse tão forte como eles disseram, você poderia fazer algo maravilhoso.
? Maravilhoso. ? Ramsey repetiu suavemente. ? Realmente não. Posso determinar se magia foi usada e que tipo de magia,
Tara assobiou baixinho e virou-se para descansar o queixo na mão sobre o peito.
? Não admira que eles o enviassem.
? Eu nem precisei chegar às terras MacLeod para sentir a magia negra de Deirdre. Quando me aventurei no castelo, os irmãos já tinham sido enganados para irem à montanha de Deirdre alguns anos antes.
Eu comecei rapidamente minha viagem de volta à floresta de Torrachilty.
Sua voz morreu quando ele se lembrou da noite em que foi levado. Os guinchos, os gritos.
? Ramsey? ? Tara sussurrou.
Ele mentalmente sacudiu-se e forçou um sorriso. ? Apenas lembrando.
? Você não tem que me dizer.
Mas ele queria contar a ela. Ele não entendia por que tinha essa necessidade tão feroz de fazê-la saber sobre essa parte crítica dele que seus amigos tinham acabado de saber.
? Eu sei. ? disse ele.
Ela sorriu, seus olhos azul-esverdeados, suaves e pacientes ao olhar para ele.
Ramsey lambeu os lábios e disse: ? A viagem levou quase duas semanas a pé. Eu estava dias de chegar à floresta quando eles vieram sobre mim uma noite.
? Quem?
? Os wyrrans. Eles eram criados por Deirdre usando sua magia negra. Não eram mais altos do que uma criança, de pele amarela pálida e sem pelos.
? Grandes olhos amarelos e um bocado de dentes que seus lábios não poderiam fechar sobre eles, ? Tara estremeceu. ? Eu vi fotos dessas criaturas recentemente.
? Estão todos mortos agora. Nós os matamos quando matamos Deirdre. Ela tinha milhares deles antes que Declan a puxasse para o futuro. Usou-os para seguir e encontrar quem quer que procurava. Naquela
noite, eles vieram por mim.
? Você não lutou contra eles?
? Eu matei vários, mas eu sabia o que eram. Eu sabia que se eu usasse magia eles diriam a Deirdre. Então, eu usei minha faca em vez disso. Mesmo sem chamar a minha magia eu era mais rápido do que
um mero mortal. Porque eu sabia o que eram os wyrrans, eu escondi minha magia para que não pudessem sentir isso. Eu os segurei mais do que eles esperavam. Quando chegou o amanhecer, entretanto, eles me
cercaram. Não desperdiçaram tempo em levar-me a Deirdre.
? E depois?
? Eu fui o primeiro que ela capturou depois do MacLeods. Assim que fui jogado na frente dela, ela desatou meu deus. Eu não tive tempo de tentar usar minha magia. E então com meu deus tentando ganhar
o controle, eu não me atrevi a desviar minha atenção dele por medo dele assumir o controle.
Ramsey parou enquanto as lembranças que havia mantido enterradas ressurgiram com uma vingança. Ele lembrou a dor de seu deus se esticando dentro dele, quando os ossos saíram das juntas e quebrarem
todo seu corpo antes de se fundirem juntos novamente num processo tão doloroso que Ramsey pensou que iria morrer.
E então a voz de seu deus, alto e exigente, ecoando em sua cabeça enquanto ordenava sangue e morte a todos.
? Foi difícil? ? Tara perguntou. ? Controlar seu deus?
Ramsey riu secamente. ? Houve momentos em que eu queria me entregar apenas para ter algum alívio. Eu não podia dormir, porque se o fizesse, ele assumiria. A falta de sono combinada com o assalto
constante do meu deus quase quebrou-me. Ele era tão insistente, Tara. Eu sei como é fácil ceder, parar de lutar. Eu não culpo nenhum dos Guerreiros que não conseguem manter os deuses à distância.
? E o seu deus. Qual o nome dele?
? Ethexia. Ele é o deus dos ladrões.
Ela fez um som no fundo de sua garganta. ? E sua cor preferida é o bronze?
? Sim.
? Quando você finalmente conseguiu o controle sobre ele?
Ramsey esfregou as mechas de seu cabelo castanho-pálido com seus fios dourados entre os dedos. ? Eu não tenho ideia de quanto tempo demorou. Foi uma luta constante que pareceu durar uma eternidade.
Então um dia não demorou tanto para lutar contra ele e ganhar. O próximo demorou menos ainda. Dia após dia, ficou mais fácil e mais fácil controla-lo até que eu tivesse a vantagem.
? Ele não tenta mais dominar?
? Claro. Afinal, ele é um deus. Mas eu estou no controle.
Era o jeito que seus olhos azul-esverdeados o observavam, que lhe diziam que não gostaria da próxima pergunta.
? Você está sempre no controle?
Ramsey olhou para ela por vários longos minutos antes de dar um rápido balançar de cabeça. ? Quando Deirdre desatou meu deus, seu poder misturou-se com minha magia. Eu não posso fazer grande magia
sem chamar Ethexia. Mesmo as pequenas pitadas de magia que eu tenho usado ultimamente tem causado danos.
? Não seria o caso de que quanto mais você usar sua magia mais controle você teria? Assim como quando lutou com seu deus? ? Ela perguntou.
Ele sorriu enquanto passava as mãos pelo cabelo. ? Provavelmente.
? Exceto que você feriu inocentes quando o fez.
? Sim. Eu raramente usei minha magia nos séculos que fui um Guerreiro. Eu posso chamar o meu deus sem usar a minha magia, mas não 'o contrário.
Os lábios de Tara se torceram em uma careta. ? Isso não parece muito justo. É por isso que nunca atacou Deirdre?
? Isso e o fato de que uma vez que consegui o controle de Ethexia, já não tinha confiança na minha magia que eu tinha antes. Eu tentei fazer alguns feitiços pequenos, e o poder que eu senti me deixou
vacilante. Deirdre quase me pegou várias vezes. Eu vi o que ela fazia com os Druidas.
? Que era? Quero saber, já que a maioria da minha família pensou que ela deveria ter governado o mundo.
? Eles poderiam não ter sidos tão rápido em admirá-la se soubessem que ela caçava Druidas, mies e droughs igualmente. Ela os trazia para a montanha, onde drenava-os de sangue para tomar sua magia
e, em seguida, matá-los.
? Oh, Deus! ? disse Tara, sentando-se e cobrindo a boca com a mão.
Ramsey a observou enquanto tudo o que ele lhe dissera era absorvido.
? Se minha família sabia tudo sobre Deirdre, por que eles não sabiam disso? ? Ela perguntou.
? Talvez tenham escolhido não acreditar nisso.
Tara virou-se para que o encarasse. ? Você venceu Deirdre. Dani me contou como você e Laria ajudaram a acabar com Deirdre.
? Foi tão bom. ? disse Ramsey com um sorriso. ? Assim como quando a enganei pensando que eu faria o que ela quisesse, e escapei.
? Eu aposto que se sentiu bem.
? Por alguns instantes. Então, lembrei-me de todos os outros Guerreiros ainda dentro. Broc e eu éramos próximos. Eu queria que ele escapasse enquanto eu ficava e espionava Deirdre. De alguma forma,
ele me convenceu a deixa-lo ser aquele que faria a espionagem.
Tara se inclinou e o beijou. ? Tudo funcionou no final.
? A maior parte. Eu queria que tudo tivesse acabado. Desculpe, eu não matei Declan, Tara. Prometi que iria, e falhei.
Ela colocou o dedo sobre os lábios dele. ? Shh. Vamos pegar Declan.
Ramsey queria discutir, mas ela o montou e todos os pensamentos, exceto fazer amor com Tara desapareceram. Seu pau inchou instantaneamente, e a fome por ela que nunca tinha desaparecido rugiu para
a superfície.
Ele sorriu enquanto a movia de modo que pudesse pegar um de seus seios deliciosos na mão e lamber seu mamilo. Seu gemido em resposta era exatamente o que ele precisava.
Embora ele pudesse ter apressado a primeira vez que fizeram amor, ele não ia cometer o mesmo erro duas vezes. Ele queria tempo com o corpo dela, tempo para saboreá-la e amá-la como ela merecia.
Mas antes que pudesse, ela moveu a mão entre seus corpos. Seus dedos delgados enrolados em torno de sua haste dolorida, firmemente, antes dela começou a mover lentamente a mão para cima e para baixo
em seu comprimento.
? Tara. ? Ramsey argumentou. ? Eu quero tomar meu tempo, e eu não posso com sua mão em mim.
Ela se inclinou para frente e mordiscou o lóbulo de sua orelha. ? Você pode tomar o seu tempo mais tarde. Agora é minha vez.
Ramsey gemeu da sensação maravilhosa de sua mão sobre ele, bem como a percepção de que desta vez era ela que estava no comando.
Ele olhou para ela para vê-la sorrindo para ele. Esta vez era sua, mas da próxima vez seria toda sua.
Todo pensamento fugiu quando ela se abaixou sobre ele, seu calor escorregadio envolvendo-o lentamente. E então ela se sentou. Ramsey agarrou seus quadris, seu olhar deleitando-se com a bela visão
diante dele.
Os seios nus de Tara, seus mamilos duros e brilhantes de seus beijos. Seu cabelo era selvagem sobre ela e caindo em seus ombros para terminar acima de seus seios lindos. Os espantosos feixes brancos
de magia, que haviam se tornado mais longos e grossos conforme se tocavam, giravam em torno deles. Mas foi o sorriso triunfante no rosto dela que fez seu coração bater duas vezes.
Então ela começou a se mover. Para frente e para trás, lenta, então rápida. Sua cabeça caiu para trás enquanto ela o montava com força.
Ramsey provocou seus mamilos até que os suaves gritos de Tara encheram a câmara. Ele podia sentir seu corpo apertando em torno de seu pau. Com os dedos esticados sobre o estômago, usou o polegar
para encontrar seu clitóris.
Ele rodeou o minúsculo botão inchado, e a cada golpe os quadris de Tara se moviam mais rápido.
A primeira tensão de sua bainha apertada em torno de seu pau o enviou espiralando em seu próprio clímax. Tara gritou seu nome e caiu sobre seu peito quando seu corpo o ordenhava.
Ramsey segurou-a firmemente enquanto sua semente se derramava dentro dela. Ele nunca se sentira tão completo, tão satisfeito, como estava com ela em seus braços.
Ele não saiu dela, mesmo quando seus olhos se fecharam.
CAPÍTULO VINTE E OITO
Declan olhou para seu rosto no espelho em luxuoso banheiro. Estava longe de sua boa aparência refinada. Agora, o lado esquerdo de seu rosto estava manchado pelas mesmas feias raias pretas debaixo
de sua pele. Eles irradiavam para fora da linha do cabelo para sua bochecha e se espalhavam para o queixo e para cima da testa.
Ele nunca tinha visto algo tão atroz. Ele mal conseguia ficar olhando para si mesmo agora. Sua aparência tinha sido um trunfo que ele não tinha que usar sua magia para ter.
E nenhuma quantidade de magia podia esconder o que o marcava agora. Porque era magia dentro dele que estava fazendo isso.
Por que sua poderosa magia negra não podia vencer o que estava dentro dele, Declan não sabia. Tinha tentado de tudo, esgotado todo feitiço que conhecia. E até mesmo procurara outras magias que pudessem
ajudar.
Elas tinham sido arriscadas, mas, no final, nada teve êxito.
Declan colocou as mãos em cada lado da pia e olhou para baixo. Não era apenas que os raios negros que marcavam sua pele e o deixavam torcendo de dor. Era o fato de que ele não poderia ganhar contra
isto.
E isso é o que mais o incomodava.
Isso permitiu que seus homens, mesmo seu primo, pensassem que sua magia não era tão forte quanto ele alegava ser. Eles o questionavam agora. O que ele não podia permitir.
Declan ergueu a cabeça quando houve uma batida na porta e Robbie enfiou a cabeça no quarto.
? Primo?
Declan se afastou do odiado espelho e se dirigiu a Robbie. ? Você ligou para os homens como eu pedi?
? Sim. Estão esperando por você, como pediu.
? Bom. Declan não se deu ao trabalho de descer as mangas de sua camisa de punho francês. Ele deixou as marcas negras serem vistas não apenas em seu rosto, mas em seu braço esquerdo e mão.
? O que é isso? ? Robbie perguntou.
Declan olhou para seu primo para ver que Robbie não o olhava nos olhos. ? Eu quero fazer uma observação.
? Sobre o que?
? Que nem eu e nem minha magia devemos ser questionados.
? Ninguém está te questionando. ? Robbie se apressou a dizer.
Declan bufou. Como ele queria um copo de uísque, qualquer coisa para abafar a dor rangendo dentro dele. Mas, novamente, nada funcionava. Só podia sofrer com isso.
? Vamos ver. ? disse ele com os dentes cerrados.
Robbie não pronunciou outra palavra quando desceram as escadas. Declan viu os quinze mercenários que Robbie conseguira recrutar.
O fato de que tantos homens tivessem morrido em sua batalha com os Guerreiros estava tornando cada vez mais difícil encontrar mais. O dinheiro que ele estava pagando tinha aumentado, e nem sempre
isso era suficiente para convencê-los a trabalhar para ele.
Declan parou no patamar de modo que olhasse os homens para baixo e forçava-os a olhar para ele acima. Estavam em três fileiras de cinco, com os pés afastados e fortemente armados. Os homens precisavam
acostumar-se a olhar para ele já que os governaria um dia. Se eles vivessem tempo suficiente.
Robbie caminhou no meio do último degrau e se virou para encostar-se à parede. Ele não se posicionou com Declan, mas nem com os homens também.
Foi uma jogada inteligente, que surpreendeu Declan e impressionou-o.
Ele respirou fundo e lentamente a soltou. ? Parece que meu poder e magia entraram em questão. Não posso permitir que isso continue.
Os homens olhavam silenciosamente para ele. Alguns com expressões vazias, outros não olhando completamente para ele, mas por cima do ombro, e ainda outros que obviamente não queriam estar perto
dele.
? Vocês me disseram que eu precisava de um exército, ? continuou Declan. ? Para muitos, isso foi suficiente para assinar em minha folha de pagamento. Outros entre vocês queriam saber com quem estavam
lutando e por que havia sangue dentro de suas balas.
Declan deixou seu olhar tocar cada um deles por sua vez antes de dizer, ? Vocês todos também viram que tipo de magia eu posso fazer. Se vocês acreditam ou não, há boa magia e magia maligna. No caso
de vocês não terem entendido antes, eu tenho magia negra. Para ter esse tipo de magia eu tive que dar minha alma ao Diabo. Então eu não me importo se eu matar um de vocês ou todos vocês. Vocês podem ser
substituídos.
? Homens como vocês são encontrados em todo o mundo. Prefiro manter o meu dinheiro com outros escoceses, mas neste momento eu não tenho escolha. Preciso de homens que não tenham medo de olhar para
mim. Isto é guerra, e há baixas de todos os tipos.
Nenhum homem havia se movido durante seu discurso. Era uma prova de seus treinamentos militares, mas Declan não se importava. Seu olhar aterrou em um dos homens na fileira traseira que não encontrava
seu olhar.
Declan sorriu enquanto desenhava sua magia e com um único dedo apontando para o homem e o teve no chão gritando e batendo com dor. Os outros mercenários afastaram-se do homem, com os rostos impassíveis,
mas os olhos colados ao companheiro.
Com apenas um pensamento Declan aumentou a dor. O que ninguém viu foi que o interior do homem estava se transformando em mingau, lentamente e com mais agonia do que qualquer um deles poderia imaginar.
A dor e a morte sempre traziam um sorriso a Declan. Era como ele sabia que estava destinado a ser, como ele sabia que poderia dominar o mundo e governá-lo como deveria ser.
Havia muitas guerras, muitas pessoas dizendo que estavam certas. Ele traria a paz que todo mundo dizia que queria. E ele também traria a escuridão. Mas era aquela escuridão, esse mal que colocaria
tudo nos eixos.
Tardiamente, Declan percebeu que o mercenário estava morto e os outros olhavam para ele com medo em seus olhares. Assim como ele queria.
? Acho que agora nos entendemos. ? disse Declan. ? Vocês não trabalham para mim. Eu possuo cada um de vocês. Vocês são meus para comandar e terminar conforme minha vontade. Se vocês querem viver,
não me deem uma razão para matar vocês.
Os mercenários entraram em linha, os ombros para trás, enquanto ignoravam o camarada morto.
? Não hesitarei em matar mais de vocês, ? continuou Declan ? se eu achar que minha magia está sendo questionada. Estou entendido?
? Sim, senhor! ? responderam os quatorze restantes em uníssono.
Declan olhou para Robbie antes de se virar e subir as escadas de volta para seu quarto. Declan não se importava se Robbie recrutaria mais mercenários ou não. Ele não precisava deles para guardar
a casa. Não só havia vários feitiços que impediriam a entrada de alguém que ele não quisesse, mas também havia magias que mantinham seu paradeiro escondido de qualquer pessoa que o estivesse procurando.
Somente quando Declan estava seguramente de volta em seu quarto e a porta fechada e trancada ele segurou seu braço esquerdo contra si e mordeu os lábios de dor.
Toda vez que ele fazia mágica queimava. Como se sua magia e aquela que escurecia sua pele não estivessem se misturando bem. Não era um bom presságio para ele, mas era algo que Declan teria que lidar,
já que precisava usar sua magia para chegar a Tara.
Por causa de todos os Guerreiros na torre de Dunnoth não havia nenhuma dúvida na mente de Declan que ela estava agora no castelo de MacLeod. Mas isso não a manteria a salvo dele.
* * *
Fallon apressadamente puxou Larena para as sombras quando ele saltou para o Castelo de Edimburgo. Hayden e Isla foram rápidos a segui-los nas sombras.
Os quatro permaneceram calados enquanto um homem caminhava rapidamente pelo corredor, uma prancheta na mão. Somente quando ele ficou fora de visão, eles suspiram aliviados.
? Isso passou perto, ? murmurou Hayden.
Fallon cortou o olhar para o Guerreiro. ? Eu trouxe as garotas tão perto da biblioteca quanto eu poderia.
? Biblioteca escondida. ? corrigiu Larena com um sorriso em Isla.
Isla virou a ponta de seu longo rabo de cavalo sobre seu ombro. ? Independentemente de estar escondido ou não, quero entrar e sair rapidamente.
Fallon tomou a dianteira enquanto corria silenciosamente pelo corredor. Hayden, que seguia logo atrás, agarrou a mão de Isla.
? Diga-me novamente, esposa, como você descobriu esta biblioteca escondida?
Isla revirou os olhos para seu marido protetor e esperou que ele puxar antes mesmo dela sussurrar, ? A última vez que Larena e eu estivemos aqui, encontramos alguns documentos antigos que falavam
sobre algumas câmaras escondidas em todo o castelo.
? E já que passei alguns meses aqui, tive uma ideia de onde procurar. ? respondeu Larena.
? Passou algum tempo aqui há mais de quatrocentos anos. ? corrigiu Fallon.
Larena encolheu os ombros. ? Não é como se o castelo tivesse mudado muito.
? Não, mas mudam as câmaras. ? disse Hayden.
Isla acenou com a cabeça quando pararam e se encostaram contra a parede.
? Nós levamos isso em conta. E não lhe explicamos isso no nosso castelo?
? Sim. ? Hayden sussurrou e deu-lhe um beijo rápido. ? Eu só queria ouvir de novo.
? Nós vamos ficar bem. ? disse ela, e tomou sua mão na dela.
? É melhor você ficar.
Uma vez que Fallon e Hayden deixaram tudo claro, Larena e Isla começaram a procurar a entrada secreta para a biblioteca. Empurraram pedra após pedra, mas não encontraram nada.
? Só um idiota colocaria uma entrada bem no meio do corredor principal. ? disse Fallon. ? Eu acho que estamos procurando no lugar errado.
Larena sacudiu a cabeça. ? Confie em mim, Fallon. Sei que esse é o lugar.
Outros quinze minutos se passaram e ainda eles não haviam encontrado nada. Isla sabia que os homens estavam ficando inquietos. O amanhecer já tinha chegado, e com ele mais pessoas vagando pelo castelo.
Eles tinham que entrar na sala secreta hoje ou quem sabia quando eles seriam capazes de retornar.
? Passamos bastante tempo aqui. Precisamos voltar. ? disse Fallon.
? Mais um momento, meu amor. ? implorou Larena.
Isla olhou por cima do ombro para encontrar Hayden olhando para ela com os lábios pressionados. Sua paciência já havia desaparecido. Ouviu Hayden caminhar atrás dela.
? Eu sei o quanto você quer encontrar esta biblioteca, mas já estouramos nosso tempo.
Isla apertou a cabeça contra uma das pedras e soltou um suspiro. ? Está aqui. ?
? E nós vamos encontrá-la da próxima vez. ? Ele inclinou uma mão acima de sua cabeça.
Fallon se virou olhando pela janela mais próxima dele. ? Hayden está certo. Temos de ir.
? Espere. ? Larena disse quando Fallon foi agarrar sua mão. ? Há mais um lugar.
? Onde? ? Fallon exigiu.
? A câmara de parto.
Por vários segundos, Fallon olhou para sua esposa. ? Eu não posso nos pular lá. Nunca me aventurei naquela área do castelo.
? Então é melhor nos movimentarmos rapidamente. ? disse Hayden.
Eles seguiram o caminho mais uma vez, movendo-se como fantasmas pelo castelo. Isla podia ouvir as pessoas falando e sabia que mais e mais trabalhadores estavam entrando no castelo. Era uma enorme
atração turística, e eram necessárias centenas de pessoas para manter o castelo pronto a cada dia.
Ela apertou mais na mão de Hayden, e seu olhar de resposta lhe disse que ele sabia o quanto ela estava ansiosa. Se não fosse tão importante encontrar a biblioteca, Isla teria concordado com os homens
e voltado para o castelo.
Mas ela sabia o quanto era crucial encontrar o feitiço. Larena queria desesperadamente ter uma família, e ela não era a única. Enquanto ela e Fallon eram ambos imortais já que eram Guerreiros, o
mesmo não poderia ser dito das outras mulheres.
Mesmo Isla não tinha ideia se ela ainda era imortal ou não, e ela não queria tentar o destino para descobrir.
Eles serpentearam seu caminho através do castelo, conseguindo evitar ser detectado por alguém, até mesmo do equipamento de segurança localizado em todos os lugares.
Isla estava sem fôlego quando chegaram à câmara de parto. O quarto era permitido ser visto pelos visitantes, então eles teriam que se apressar.
? Só nos leve para dentro. ? disse Fallon, vigiando a porta.
Isla trocou um olhar com Larena enquanto se dirigiam para os lados opostos do quarto escuro com painéis de madeira. Sua busca começou de novo, enquanto batiam e empurravam a madeira.
? Maldição! ? murmurou Larena. ? Eu sabia que estava aqui.
Hayden tinha ficado perto de Isla e estendeu a mão para endireitar uma foto quando o painel diante dela se abriu.
? Você conseguiu. ? disse Isla quando deu a ele um sorriso.
Hayden encolheu os ombros. ? É por isso que você me trouxe.
? Entre. ? Fallon disse enquanto se apressava para eles. ? Alguém está vindo.
* * *
Tara acordou lentamente enquanto as memórias da noite anterior enchiam sua mente. Ela estava deitada sobre o peito de Ramsey, assim como tinha adormecido, e o som de seu coração batendo continuamente
enchia seu ouvido.
Seus braços estavam ao redor dela, como se ele a tivesse segurado contra ele a noite toda. O pensamento a fez sorrir como uma colegial boba. Ela poderia ter fugido durante uma década, e embora não
fosse promíscua, tinha tido alguns amantes. Ninguém, no entanto, em comparação com Ramsey.
Talvez fosse a magia que fluía entre eles, ou a atração que parecia conectá-los tão solidamente. Mas tudo que Tara sabia era que Ramsey era o tipo de homem que ela sempre sonhara em encontrar.
Ela ergueu a cabeça e o encontrou ainda dormindo. Seus dedos coçavam para traçar cada linha de seu rosto e corpo como ela não tinha sido capaz de fazer na noite anterior.
No sono, as rugas que tinham marcado sua testa desde que retornou ao castelo se fora. Seus lábios estavam soltos e muito beijáveis.
Tara mordeu o lábio quando se lembrou do que sua boca lhe fizera, como ele a fizera gritar.
? Sempre me disseram que não é bom olhar fixamente. ? murmurou Ramsey.
Tara riu e dobrou as mãos em seu peito para que pudesse descansar o queixo sobre elas. ? Como posso resistir a olhar para um espécime tão atraente de um homem? ?
Um olho se abriu para olhá-la. ? Cuidado, moça. Você vai me fazer presunçoso.
? Impossível.
Ele virou a cabeça e abriu os dois olhos. ? Você dormiu bem?
? Excepcionalmente bem, na verdade. E creio que foi tudo por sua causa.
? Oh, agora eu sei que minha presunção está crescendo. ? ele disse com um sorriso.
? Você dormiu bem?
? Eu dormi. ? ele respondeu suavemente.
Ela franziu o cenho. ? Você normalmente não dorme?
? Não, sempre.
? É bom que você dormiu então?
Um lado de sua boca inclinou em um sorriso. ? Oh, Aye.
Sem saber o que mais dizer a um sorriso tão perverso e sedutor, Tara olhou para baixo e só então notou que não tinha mais feixes de magia envolvendo-os.
? O que foi? ? perguntou Ramsey.
? A magia em torno de nós se foi.
Ele a colocou de costas e beijou a ponta do nariz. ? Eu acho que não.
Antes que ela pudesse perguntar o que ele estava fazendo, ele correu um dedo lentamente pelo seu estômago. Seguindo atrás dele estava um fio de branco. Não flutuava em torno deles como antes, mas
parecia estar debaixo de sua pele. E brilhando.
Ela piscou para ele. Incapaz de evitar tentar, Tara passou um dedo por seu ombro e por seu braço. A mesma linha branca brilhante apareceu sob sua pele.
? Não entendo. ? disse ela.
? Nem eu, mas eu sinto mais sua magia. Antes isso viria e iria embora.
? Não tenho certeza se isso é bom, Ramsey. Minha magia é muito volátil para estar comigo constantemente. Eu poderia matar alguém.
? Tenha fé, Tara. Tudo ficará bem.
Enquanto olhava seus olhos prateados, ela se viu acreditando nele. Não era que ela quisesse, mas que ela acreditava. Não havia dúvida em sua mente.
? Eu fiquei em Edimburgo esses poucos anos porque eu gostava de ensinar as crianças, mas eu nunca fiquei em um lugar por mais de um mês. E quando a escola fechasse, eu deixaria Edimburgo. Eu não
sei o que significa ficar em um lugar.
? Então você vai ter que experimentá-lo aqui. ? disse ele com um sorriso. ? Você não é uma prisioneira. Você pode sair sempre.
? Não, se eu quiser permanecer uma mie. Declan vai me encontrar se eu partir.
Ramsey assentiu com a cabeça. ? Ele sabe que você está conosco. Temos força em números aqui. Isla e Reaghan têm grande e poderosa magia. Ele não vai ser estúpido o suficiente para nos atacar.
Um sentimento doentio começou em seu estômago enquanto pensava em Declan. ? Não, ele não atacaria como eu ouvi sobre Deirdre. Declan usará táticas diferentes.
? Ele já tentou obter informações controlando a mente de alguém. A pobre moça ficou devastada quando descobriu o que Declan tinha feito. Ela se jogou pela janela da torre para o mar. Mas Declan
não entrou em sua mente. Que outra maneira pode ele te fazer mal?
? Tenho medo de pensar nisso. Um estremecimento de pressentimento rolou pelas costas. ? Mas eu preciso estar preparada para qualquer coisa. Porque eu não posso deixar de pensar que quando isso acontecer,
ele virá diretamente para mim.
O olhar de prata de Ramsey perfurou o dela. ? Não. Não vou permitir.
E de alguma forma Tara acreditou nele.
CAPÍTULO VINTE E NOVE
Ramsey não queria deixar Tara ir, mas o amanhecer tinha chegado e outro dia estava em andamento. Ele precisava tomar banho e descer, embora odiasse lavar o cheiro dela de seu corpo.
O sorriso que ela lhe deu enquanto olhava por cima do ombro, seu traseiro nu tentando-o a segui? lo, o fez ficar duro em um instante. A única coisa que o impediu de ir atrás dela foram as palavras
que ela tinha falado sobre Declan.
Eles o deixaram gelado. Porque ele sabia que ela estava certa.
Ramsey manteve o sorriso em seu rosto até que ele ouviu o correr da água. Só então deixou o sorriso escorregar enquanto balançava as pernas sobre a cama e descansava os cotovelos nos joelhos.
Mais uma vez, percebeu que as coisas haviam sido agravadas por ele não ter matado Declan quando teve a chance. Ramsey não podia acreditar que ele tinha falhado tão miseravelmente.
Com uma maldição, ele empurrou em sua calça jeans, agarrou sua camisa e sapatos, e fez o seu caminho para a torre. Ele devia residir nas cabanas, mas queria estar perto de Tara.
? Bom dia. ? Reaghan disse enquanto passava por ele.
Ramsey não perdeu o modo que ela olhou para a mão onde ele segurava a camisa e os sapatos. ? Dia.
? Como está Tara?
Ramsey fez uma pausa e lentamente se virou para Reaghan para encontrá-la observando-o atentamente. Seu pequeno sorriso lhe disse que, independentemente de sua resposta, ela sabia onde ele estivera.
? Ela está tomando um banho. Deve descer num momento.
Reaghan sorriu. ? Bom. Vou me certificar de que Galen deixe comida para vocês dois.
? É melhor fazê-lo. Eu não gostaria de arroxear seus olhos, ? Ramsey disse enquanto continuava para a torre.
O riso de Reaghan o seguiu pelo corredor.
Ele não era do tipo que fazia muitas brincadeiras, então não tinha certeza por que ele tinha brincado com ela. Mas foi bom. Talvez ele fosse muito cauteloso. Talvez ele precisasse... quais eram
as palavras que Gwynn usou? Oh, relaxe mais.
O sorriso ainda estava em seu rosto quando entrou na torre e jogou sua camisa suja na cama antes de ir para o chuveiro.
Foi enquanto ele estava se barbeando que ele pensou novamente sobre a magia entre ele e Tara. Por que os feixes pararam? Ele não tinha parado de sentir sua magia. Ao contrário, a sensação de sua
magia tinha aumentado.
Ele não tinha ideia de por que os tentáculos da magia tinham começado também. Tinha alguma coisa a ver com sua magia? Ou os Druidas de quem ele descendia?
Ramsey sabia como os Druidas de Torrachilty tinham obtido sua magia. Ele sabia por que apenas os homens podiam lidar com isso, mas tinha a sensação de que, apesar de todas as lições de história
que tinha tido, havia algo faltando. Como se ele pudesse ter aprendido a parte que tinham guardado dele se não tivesse sido capturado por Deirdre.
Enquanto lavava os cabelos e o corpo, lembrou-se de conversas com seu pai. Muitas vezes seu pai o tinha advertido para ser exigente ao escolher uma esposa. Muitas vezes até mesmo seu tio lhe tinha
dito para pisar com cuidado quando flertasse com uma mulher.
Ele os havia questionado, é claro. Suas respostas foram que ele saberia tudo na devida hora. Bem, ele não tinha aprendido tudo. Em vez disso, ele tinha desatado o seu deus e agora vivia como um
imortal.
Ramsey limpou a água do rosto depois de enxaguar e desligou o chuveiro. Ele estendeu a mão para a toalha que tinha jogado sobre a porta de vidro do chuveiro e começou a secar.
Assim que saiu do chuveiro, ouviu alguém entrar em seu quarto. Ele enrolou a toalha sobre ele e segurou-a junto à cintura enquanto saia do banheiro.
Arran estava encostado na parede oposta, os braços cruzados sobre o peito.
? Tanto para ficar longe dela, sim?
Ramsey revirou os olhos e tirou as roupas do armário.
? Não que eu culpe você, ? Arran continuou enquanto ele olhava para fora da janela. ? Ela é uma beleza, e não há razão para não podermos nos divertir. Matamos um mal. E se conseguirmos derrubar
Deirdre, podemos derrubar Declan.
Ramsey olhou para Arran enquanto ele puxava sua calça jeans. ? Você veio aqui apenas para me irritar?
? Não. Vim dizer que Fallon saiu com Larena, Isla e Hayden para procurar o feitiço escondido em Edimburgo.
? O feitiço que mais uma vez prenderia nossos deuses? ? Ramsey puxou uma camiseta preta e franziu a testa. ? Você realmente acredita que eles serão capazes de fazer isso?
Arran virou-se com um encolher de ombros. ? Eu gostaria de pensar que eles podem. Laria disse que havia tal feitiço.
A gêmea de Deirdre havia lhes dito aquela notícia antes da grande batalha. Laria sabia que não sobreviveria se Deirdre morresse, mas Ramsey desejava que ela tivesse contado mais sobre o feitiço
do que simplesmente estar guardado no Castelo de Edimburgo, escondido nos pergaminhos e livros da biblioteca.
? Laria não mentiria sobre algo assim ? disse Ramsey.
? Mas? ? Arran insistiu.
Ramsey riu entre dentes. ? Mas... qualquer coisa poderia ter acontecido a esse feitiço. Aye, estava escondido no Castelo de Edimburgo em meio a outros pergaminhos, mas alguém poderia tê-lo pegado
ou destruído sem saber o que era.
? E nem sabemos quando saiu de Edimburgo.
? Precisamente.
Arran mudou de um pé para o outro, seu olhar no chão. ? Ramsey, você quer o seu deus atado?
Por vários momentos, Ramsey pensou na pergunta de Arran. ? De certa forma, aye. Eu gostaria de ser capaz de fazer a minha magia sem medo de prejudicar alguém. No entanto, ao mesmo tempo, se não
fôssemos Guerreiros, ninguém teria sido capaz de derrotar Deirdre ou lutar contra Declan.
? Os MacLeods querem o feitiço.
? Aye. Como eu tenho certeza que todo Guerreiro com uma esposa quer. Eles querem viver vidas normais, ter filhos e envelhecer com suas mulheres. Eu entendo isso.
Arran esfregou a palma da mão ao longo da bochecha. ? Phelan me disse que ele nunca iria atar seu deus.
? É a escolha dele. Se o feitiço for encontrado, eu sei que os MacLeods o manteriam seguro, a fim de que a qualquer momento aqueles que não escolheram atar seus deuses pudessem mudar de ideia.
? Há uma certa vantagem em ser imortal ? disse Arran. ? Não ter que se preocupar com a doença ou qualquer coisa. E se ficarmos feridos, nos curamos.
Ramsey não se incomodou em mencionar o sangue drough. Ele sabia que seu companheiro Guerreiro não tinha esquecido aquele pedaço importante.
? Você não precisa pedir permissão a ninguém se quiser ficar como Guerreiro. ? Ramsey disse a ele.
Os olhos castanhos claros de Arran encontraram os dele. ? Não será o mesmo se todos amarrarem seus deuses, menos eu e Phelan.
? Você sempre terá Phelan como amigo. ? disse Ramsey com um sorriso.
Arran riu e sacudiu a cabeça. ? Não acho que duraria uma hora a sós com ele. Ele... qual é a expressão que Dani usa? Ah, "ele carrega o chip no ombro".
? Todos nós carregamos até certo ponto. Mas pense o quanto Phelan sofreu enquanto crescia preso em Cairn Toul. Então, quando ele alcançou a maturidade, para ter seu deus livre,
? É por isso que lhe dou tanta folga por sua atitude. ? disse Arran suavemente. ? Estou espantado que ele saiu de lá com a mente intacta.
Ramsey lembrou como ele e Broc assistiram Guerreiro após Guerreiro sucumbir a Deirdre porque suas mentes não eram fortes o suficiente para resistir a ela e ao seu deus.
? Phelan passou por nós em algumas ocasiões. Ele não precisava nos ajudar com Deirdre, nem tinha que curar todos do último ataque de Declan.
Arran sorriu de repente. ? Aye, eu sei. Escute, eu vou fazer exercícios. Você se importa de boxear?
? Soa perfeito.
Arran soltou uma risada e abriu uma das janelas da torre. Sua pele transformou o branco de seu deus quando ele saltou para o peitoril. ? Vejo você lá embaixo. ? ele disse antes de saltar.
Ramsey sorriu quando correu para a janela e viu Arran pousar perto dos penhascos. Num piscar de olhos Ramsey chamou Ethexia. Presas encheram sua boca e garras se alongaram de seus dedos.
Ele pegou seu reflexo no vidro da janela e olhou por um momento para a pele de bronze que o cobria, e os olhos de bronze piscando para ele.
E então saltou para fora da janela, o ar sibilou por ele quando caiu. Ele pousou com as pernas dobradas na neve, e um enorme sorriso no rosto.
Arran chamou-lhe um segundo depois. Ramsey o observou saltar sobre as falésias para a praia abaixo e rapidamente seguiu.
O vapor do mar quando ele pousou na praia atingiu seu rosto e seu corpo, mas ele não se importou. Ele estava procurando por Arran que tinha desaparecido, mas de novo, esse era seu jogo. Quanto tempo
levaria para encontrar seu amigo?
Ramsey riu quando pegou a trilha de Arran entre as pedras e correu atrás dele. Ele avistou o Guerreiro quando estava prestes a pular de volta pelos penhascos até uma caverna.
Com um rosnado baixo, Ramsey correu atrás dele e jogou Arran no chão. Os dois estavam sorrindo, prontos para lutar como somente Guerreiros poderiam.
* * *
? Meu Deus! ? murmurou Hayden enquanto olhava em volta da pequena sala e das estantes do chão ao teto empilhadas não apenas livros, mas com armas, cofres pequenos e outras coisas que Hayden nem
poderia começar a saber o que eram.
? Esta sala não foi perturbada por décadas. ? disse Isla.
? Séculos. ? Fallon corrigiu enquanto olhava para algo em uma das prateleiras.
Larena soltou um suspiro. ? Tudo certo. Precisamos procurar um pergaminho, ou talvez até um livro. Qualquer coisa que possa ser o que precisamos. Se tivermos que fazê-lo, vamos levá-lo de volta
ao Castelo MacLeod para olhar.
Hayden deu um aceno de cabeça e começou a procurar nas prateleiras mais próximas a ele. Não demorou muito para que ele começasse a ouvir o som de vozes lá fora que lhe diziam que a cidade não tinha
apena despertado, mas que as pessoas estavam prestes a inundar o castelo.
Eles trabalharam silenciosamente e rapidamente olhando para cada item nas prateleiras e em todas as páginas dos livros. Hayden fechou um enorme volume e estava prestes a guardá-lo quando algo chamou
sua atenção.
? O que é isto? ? ele murmurou, e estendeu a mão na estante de livros para encontrar um pequeno livro com sua junção de couro preto, desfeita.
Abriu-o e leu em voz alta: ? Uma lista de itens tirados do Castelo de Edimburgo para Londres, o ano de nosso Senhor 1132.
? O quê? ? perguntou Isla.
Hayden não respondeu a ela imediatamente enquanto corria o dedo pelas páginas procurando a menção de um pergaminho. Logo, os outros três estavam ao lado dele enquanto todos olhavam para as páginas.
? Essas são coisas que a coroa queria manter secretas. ? disse Larena.
Fallon encolheu os ombros. ? Mas por quê? Ninguém esteve nesta câmara há muito tempo. Esses itens poderiam ter sido mantidos aqui.
? É verdade ? disse Isla. ? Mas dê uma olhada no que está listado. A maioria são itens que algumas pessoas pensavam que podiam ter magia.
? Maldito inferno. ? disse Hayden.
Fallon passou a mão pelo rosto. ? Isso significa que a coroa sabia de Druidas e magia por muito mais tempo do que eu esperava.
? Se eles sabem sobre nós, eles sabem sobre os Guerreiros? ? Perguntou Isla.
Hayden fechou o livro e balançou a cabeça. ? É melhor presumirmos que sim. E é melhor fazermos planos para chegar a Londres atrás do pergaminho.
? Você encontrou uma lista? ? Larena perguntou.
Ele assentiu e entregou-lhe o livro. ? Está na última página do livro. Tudo o que diz é "Pergaminho", mas observe abaixo, é uma pequena mensagem que diz que as palavras para o feitiço foram decifradas
e o pergaminho queimado.
? Maldição! ? disse Fallon.
? Espere. ? disse Isla. ? Há uma notação final aqui. O conteúdo foi dividido em três vagões, cada um tomando um caminho diferente para Londres. Dois por terra, e um por mar. Dois dos três chegaram
ao seu destino, mas um por terra desapareceu.
Larena passou o dedo pela lombada do livro depois de fechá-lo. ? Não podemos saber até olharmos em Londres se o feitiço ainda está faltando ou não.
? Precisamos voltar ao castelo e discutir isso com os outros. ? disse Fallon.
Juntaram-se às mãos, e em um piscar de olhos estavam mais uma vez no grande salão do Castelo MacLeod.
CAPÍTULO TRINTA
Tara ficou mais do que um pouco desapontada ao sair do banheiro e não encontrar Ramsey. Mas, novamente, ele tinha outras responsabilidades além dela.
Passar um dia com Ramsey fingindo que eram um casal normal indo assistir um filme e talvez um jantar fora era apenas ridículo para ela até mesmo pensar.
Ela era uma Druida, caçada não apenas por sua família, mas por um maníaco concentrado num mal tão grande que ela ficava doente só pensar sobre isso. E Ramsey...
Ele era meio Guerreiro, meio Druida. Esse conceito ainda a confundia. E a magia que fluía entre eles, para que todos a visse, a deixava sem palavras.
Tara sabia que as mulheres estavam esperando por ela lá embaixo. Eles a haviam aceitado com facilidade em seu grupo e a fizeram sentir-se bem-vinda. No entanto, ela estava acostumada a estar sozinha.
Ela estava acostumada a não responder a ninguém.
Ela estava acostumada a tomar suas próprias decisões sem conversar com ninguém.
E ela estava acostumada a fazer as coisas à sua maneira.
A princípio, ela não tinha pensado muito em estar no castelo, já que sua preocupação era com Ramsey enquanto ele permaneceu imóvel sobre a cama.
Então ele acordou, e ela se sentiu tão ferida. Como ela poderia ter ido de sum sentimento tão perdida e ferida num momento para a tal desejo escaldante no próximo?
Ela sorriu enquanto puxava um par de blusas. Por cima de seu sutiã ela usava um top, e então sobre isso ela pegou seu suéter favorito. Era cinza claro com ST. UNIVERSIDADE ANDREWS escrita em um
bonito tartan preto e vermelho.
O suéter tinha sido dado a ela por sua avó em seu décimo sexto aniversário. Tara desejava frequentar a prestigiosa universidade, mas dois anos mais tarde, seu único pensamento era permanecer viva.
Tara passou as mãos pela frente do suéter enquanto pensava em sua avó. Com um sorriso, ela puxou para trás seus cabelos e torceu um elástico num rabo de cavalo em torno dos fios grossos.
Depois de vestir as sapatilhas, Tara fez cinquenta flexões e cem abdominais, depois vinte abdominais de corpo inteiro. Com seu corpo agora aquecido, ela demorou mais trinta minutos para se alongar
antes de sair de seu quarto.
Ela decidiu fazer uma rodada diferente. Ela correu pelo corredor e desceu um conjunto de escadas antes de encontrar o corredor que levava às ameias.
Quando ela abriu a porta, uma explosão de ar frio bateu nela, mas Tara inalou profundamente dentro de seus pulmões e deixou a porta se fechar atrás dela. Com remendos de gelo ao longo das ameias,
seria uma maneira maravilhosa para ela começar um treino.
Foi depois que ela saltou sobre seu terceiro pedaço de gelo que ela notou dois Guerreiros que pareciam estar travados em uma batalha feroz.
Quando ela olhou mais de perto, ela percebeu que era Ramsey e Arran. E eles pareciam estarem lutando. Sangue escorria de marcas de arranhões em seus peitos nus. Ela não sabia onde suas camisas tinham
ido, mas depois de olhar para os músculos de Ramsey ela não se importava.
Tara continuou, um sorriso agora em seu rosto. Ela gostava do fato de que Ramsey também gostava de um bom treino. Embora ela não fosse uma Guerreira, ela tinha que aprender a permanecer viva e ficar
à frente daqueles que a perseguiam.
Ela tinha aprendido aulas de autodefesa em primeiro lugar. Isso tinha progredido à instrução das artes marciais de todos os tipos. Cada oportunidade que ela conseguiu ela treinava com um novo instrutor,
porque cada um deles lhe ensinava algo diferente, algo que a havia beneficiado em sua luta para sobreviver.
Com sua viagem ao longo das ameias terminado, Tara cuidadosamente desceu as escadas para a muralha e correu para os estábulos. Ela gostava dos obstáculos que havia encontrado ali. Não era todos
os dias que ela encontrava coisas que podia saltar.
Ela se deu um momento para recuperar o fôlego, e então começou o percurso partindo de um lado do estábulo para o outro.
Duas vezes ela bateu a canela nas tábuas, e uma vez que sua mão deslizou sobre a tábua que ela estava tentando se jogar-se fez com que ela batesse as costelas contra a mesma.
Mas ela continuou.
Ela não gostava de se machucar, mas era realista. Se ela pudesse continuar apesar de estar ferida, então estava treinando bem.
O ar dos estábulos de repente mudou, ficando carregado de desejo e perigo. Tara fez uma pausa e olhou para as vigas, mas não conseguiu ver nada. Mas ela não estava assustada. Ela sabia quem a estava
observando.
? Ramsey, ? ela sussurrou.
? Eu acho que você poderia se mover um pouquinho mais rápido se tivesse alguém perseguindo você.
Sua voz se aproximou dela de cima, e embora ela procurasse nas sombras, não conseguiu encontrá-lo.
? É então? Pensei que estivesse de outra forma envolvido? Com Arran? Vocês dois pareciam atentos à sua batalha.
Uma tábua rangeu acima antes de Ramsey pousar na frente dela, um brilho em seus olhos prateados. ? Eu fiquei cansado do que Arran oferecia depois que a vi.
A excitação correu através de Tara. ? É então? O que te faz pensar que eu quero você aqui?
? A maneira como seus olhos escurecem quando você olha para mim.
Ela não sabia se ele mentia ou não, mas tê-lo perto fez a sua paixão crescer.
? Você não tem nenhuma observação espirituosa, garota?
? Não. ? ela disse enquanto deixava seu olhar vagar por ele.
Sua camisa ainda estava perdida, mas o sangue que ela tinha visto tinha sido limpo. Um brilho fino de suor brilhava em sua pele, e seu cabelo preto estava úmido da neve.
Considerando tudo, Tara nunca tinha visto um homem tão tentador.
? Eu vou te dar um desafio adequado. Se você está preparada para isso. ? ele ofereceu.
Tara sorriu. Ela não era uma de recuar de um desafio, especialmente um vindo de Ramsey. ? Vai ser um pouco unilateral, já que você pode se mover quatro vezes mais rápido do que eu posso.
? Vou me segurar.
Seu sorriso torto fez seus joelhos ficarem fracos. ? Eu não desperdiçaria isso exatamente.
? Quando você estiver pronta, garota.
As mãos de Tara coçavam para correr sobre seu peito, mas tanto quanto ela queria tocá-lo novamente, ela também queria esse desafio que ele lhe ofereceu. Não havia nenhuma maneira que ela poderia
ser melhor do que ele, mas ele a empurraria mais difícil do que ela se empurrou.
Ela piscou para Ramsey e fingiu ir para a direita antes de correr para a esquerda ao seu redor e dirigir-se para a primeira baia. Ela usou seus braços para se virar sobre as tábuas e pousou em seus
pés antes de correr para a próxima parede.
Ramsey não conseguia parar de sorrir. Desde que ele viu Tara nas ameias, ele lutou contra a vontade de ir até ela. Então, parou de lutar e observou-a enquanto ela treinava.
Cada vez que ela dobrava ou rolava, sua calça de ginástica moldava-se contra o seu perfeito traseiro até que tudo o que ele poderia pensar era ter sua bunda em suas mãos.
Foi quando ele estava falando com ela. A centelha nos olhos dela enquanto eles brincavam tinha deixado seu sangue fervendo por ela.
Para seu deleite ela aceitou o desafio dele e já tinha corrido ao redor dele. Ramsey ficou ali por um momento apenas observando-a como facilmente pulou a primeira parede.
Quando ela começou a pular a segunda, a necessidade de persegui-la e reivindica-la assumiu. Ramsey partiu atrás dela, embora ele tivesse cuidado de se retardar para que não a pegasse com muita facilidade.
No entanto, ele ganhou sobre ela rapidamente. Ele era mais alto, então ele saltou sobre as paredes da baia mais fácil do que ela. Mesmo assim, Ramsey ficou impressionado com a rapidez com que ela
se movia.
Eles estavam no lado oposto dos estábulos quando ele finalmente a pegou. Ramsey agarrou seu braço e a empurrou contra a parte de trás da baia.
Seus olhos se fecharam enquanto suas respirações saíam pelos esforços. O suéter que usava tinha o pescoço cortado para que caísse sobre um ombro e descobrisse a alça de seu top vermelho embaixo.
Seus olhos azul-esverdeados brilhavam pela perseguição. A maneira como suas mãos apertavam seus braços lhe dizia que estava feliz por ter sido pega.
Ramsey baixou a cabeça, incapaz de permanecer sem provar seus lábios maravilhosos por um momento. Ela ergueu-se na ponta dos pés e encontrou seu beijo no meio do caminho. Assim que seus lábios se
encontraram, a paixão explodiu.
O beijo foi frenético e ardente, intenso e ardente. Seus dedos se enroscaram em seus cabelos enquanto ele deslizava sua língua por seus lábios. Seu gemido de resposta apenas o levou a procurar mais.
Mais de seu néctar, mais de seu toque. Mais, sempre mais.
Desejava-a desesperadamente, um fogo ardendo mais quente em suas veias e mais excitante do que qualquer coisa que sentira em sua longa vida.
Ela sussurrou seu nome enquanto ele beijava seu pescoço e seu ombro. Seu corpo sacudiu a necessidade de estar dentro dela, de sentir seu calor escorregadio segurando em torno dele.
Antes que ele pudesse cortar o suéter, ela conseguiu puxá-lo sobre a cabeça e jogá-lo de lado. Ramsey sorriu para ela.
? Se você não se apressar para sair daquela roupa, eu vou cortá-la fora de você. ? ele ameaçou.
Ela riu, seus olhos vagando por ele e deixando uma trilha de calor em seu rastro. ? Isso só me faz querer você mais.
? Pelo amor de Deus, mulher. ? disse ele. ? Eu vou gozar se você continuar a falar isso.
Tara olhou para ele inocentemente enquanto chutava seus sapatos. ? O quê? Eu fiz alguma coisa?
Ramsey riu enquanto deslizava os dedos pela cintura de seus suores e calcinha e os empurrava pelas pernas. Ele se agachou diante dela e beijou seu estômago enquanto tirava as calças de suas pernas.
? Acho que não posso esperar. ? disse ela sem fôlego.
Ele lentamente se levantou, beijando através de seu top. ? Você ainda tem muita roupa.
? E você tem suas calças.
Ele começou a desabotoar o jeans enquanto ela arrancava o top vermelho e desabotoava o sutiã.
Ramsey inclinou-se e sugou um mamilo cor-de-rosa no fundo de sua boca e puxou seus jeans mais para baixo pelas pernas. Então ele se endireitou e olhou nos olhos de Tara.
? Não me faça implorar. ? ela implorou.
? O que você quer?
? Você. Eu quero você. ? ela sussurrou.
Era tudo que Ramsey precisava ouvir. Ele a ergueu, e suas pernas enroladas ao redor de sua cintura de modo que seu pau roçou contra seu sexo.
Ele sibilou em um suspiro quando sentiu como ela estava molhada. A fome de alojar-se dentro dela, mergulhar fundo em seu calor, era esmagadora, devastadora.
Irresistível.
Ramsey segurou-a sobre seu pau dolorido, e a baixou lentamente. Seus quadris se balançaram contra ele, procurando mais até que ela tomou tudo dele.
Por um momento, Ramsey simplesmente a abraçou, desfrutando da sensação de estar dentro dela, de tê-la mais uma vez. Ela se tornara um vício, uma obsessão. E ele nunca queria parar.
Ramsey segurou seus quadris e puxou lentamente fora dela, antes que ele mergulhasse duro e rápido. Ela gritou, suas unhas afundando em suas costas.
Estava escorregadia e quente enquanto envolvia sua excitação e o enviou a uma febre de necessidade que somente ela poderia extinguir. Uma e outra vez ele mergulhou dentro dela, levando-os cada vez
mais alto.
Tara puxou seu rosto para baixo para um beijo, suas línguas correspondentes ao ritmo que ele tinha definido enquanto ele entrava e saia dentro dela. Mais duro. Mais rápido.
Implacável.
A maré do desejo já o tinha varrido. Levando-o. Afogando-o em tudo o que era Tara.
Ela de repente arrancou a boca dela e gritou. Ramsey continuou se movendo dentro dela, mesmo quando suas apertadas paredes o abraçaram, o pressionando para seu próprio clímax.
Mas ele segurou seu controle. Ele era inflexível enquanto bombeava dentro dela.
Então, quando os lábios de Tara começaram a beijar e lamber seu pescoço enquanto seus quadris se balançavam contra os dele, o controle de Ramsey começou a escorregar.
Ele a apertou contra a madeira e agarrou seus quadris para mantê-la imóvel. Ramsey sempre estivera no controle. Sempre. Exceto com Tara.
Com ela, era como se sua mente não soubesse o significado da palavra "controle". E isso não o incomodava, não quando aquela paixão cegante passava através de seu corpo.
? Ramsey, ? ela sussurrou.
Ele podia sentir seu corpo apertando mais uma vez, podia sentir que ela estava prestes a vir pela segunda vez. Ele empurrou seu pau com força dentro dela, enchendo-a tão profundamente quanto podia.
Suas pernas se apertaram ao redor dele, ao mesmo tempo que seu orgasmo o tomava. Eles atingiram o clímax juntos, seus corpos e olhos travados juntos.
E Ramsey sentiu o mundo derreter enquanto se afogava nas profundezas azul-esverdeadas de uma sereia que tinha roubado sua alma.
A paz os envolveu. Cobriu-os.
Tara sorriu e envolveu seus braços ao redor dele e segurou-o apertado.
Ramsey fechou os olhos e simplesmente cedeu à serenidade que encontrara com Tara.
CAPÍTULO TRINTA E UM
? Um dia desses eu vou levar meu tempo te amando. ? murmurou Ramsey em seu ouvido enquanto beijava seu pescoço.
Tara tremeu, não pelo frio, mas por suas palavras. Era verdade que tinha sido explosivo as poucas vezes que tinham feito amor, mas tinha sido surpreendente.
? Eu não estou reclamando. ? Ela sorriu para seus olhos prateados enquanto ela corria os dedos através dos longos cabelos pretos dele.
Seu sorriso de resposta teria quebrado o mais forte coração.
? Diga-me novamente por que você não tem uma mulher? ? Ela perguntou.
Ramsey apertou suas nádegas. ? Existe uma regra que diz que eu deveria?
? Com base na minha experiência, e é extensa, homens como você não estão sozinhos por muito tempo.
Uma sobrancelha preta inclinou-se com suas palavras. ? Homens como eu? ? repetiu. ? O que isso deveria significar?
? Bonito, charmoso, um pouco solitário. E não nos esqueçamos de perigoso.
? Então isso é atraente para as mulheres, não é?
Tara engoliu em seco e passou o polegar pelos lábios dele. ? Mais do que você poderia imaginar.
? Hmm.
? Você ainda não respondeu à minha pergunta.
Ele encolheu os ombros e pressionou seus lábios contra os dela. ? Talvez eu não tenha encontrado a mulher certa.
Por um instante Tara se permitiu esperar que ela fosse aquela mulher. Mas só por um momento. Depois disso, ela deixou a realidade de volta.
Um arrepio a sacudiu de novo.
? Sinto muito, Tara. Tenho a tendência de esquecer como é frio quando não me afeta ? disse Ramsey enquanto se afastava dela.
Os pés de Tara caíram no chão quando ele gentilmente a pôs em pé. Até então, ela não tinha notado o quão fria estava, mas agora ela não podia voltar para suas roupas com a rapidez suficiente.
Não foi até que ela deslizou seu suéter em que ela percebeu que ela tinha feito sexo com ele três vezes agora, e não uma vez usado proteção de qualquer tipo.
Tara lambeu os lábios e virou-se para Ramsey.
? O que foi? ? Ele perguntou quando a viu olhando para ele. Seu sorriso desapareceu e ele agarrou seus braços. ? Tara? Conte? me?
? Nós não usamos nenhuma proteção.
Tara não sabia o que fazer com o suspiro de Ramsey e um leve sorriso.
? Você me preocupou por um momento. ? disse ele.
? Bem, que tal compartilhar seu pequeno segredo para que eu possa me sentir tão aliviada? ? Ela não queria que suas palavras tivessem uma mordida, mas a última coisa que ela queria ou precisava
era um bebê ou alguma doença.
Ela nunca tinha sido tão descuidada antes.
? Primeiro, ? ele disse, ? Eu não carrego qualquer tipo de doença, então você está a salvo disso. Quanto a crianças, os Druidas aqui tomam um feitiço a cada mês que impede que eles fiquem grávidas.
Se eu as conheço, e eu as conheço, você recebeu esse feitiço na primeira noite que chegou aqui.
? Realmente? ? Tara nunca tinha parado para pensar que a magia poderia ajudar a impedir que ficasse grávida, mas explicava por que Ramsey nunca se preocupou com isso. ? E funciona?
? Por mais de quatrocentos anos, sim.
? Oh. Por que não me disseram?
Ramsey deu de ombros e estendeu a mão. ? Porque os Druidesas aqui gostam de cuidar dos outros.
Pelo menos aquela era uma preocupação que Tara não precisava mais ter. Contanto que ela tomasse o feitiço ou a poção ou o que quer que fosse todos os meses.
Ela não se preocupou em amarrar seus sapatos antes deles saírem do estábulo agora completamente vestidos. O braço de Ramsey estava envolvido em torno dela enquanto ele a guiava através da muralha
e subia os degraus até a porta do castelo.
Assim que estavam dentro, o calor começou a se espalhar por ela. Mas Ramsey não a soltou até que a fez sentar-se diante do brilho da lareira.
? O que aconteceu? ? Dani perguntou enquanto se apressava para eles.
Tara olhou para Ramsey antes de soltar uma risada. ? Eu fiquei fora um pouco demais. ?
? Você e seus exercícios, ? Dani disse com uma careta. ? Vou pegar um café para você.
? Duas colheres de açúcar, por favor. ? Tara gritou.
Ramsey se agachou na frente de sua cadeira. ? Eu não deveria ter te deixado lá fora.
? Eu não estava reclamando. Vou ficar bem, Ramsey, então pare de se preocupar.
Ele desviou o olhar rapidamente, franzindo a testa. ? Muitas vezes ouvi os outros Guerreiros lamentarem o fato de suas mulheres serem mortais. Agora eu entendo.
? Estou bem. ? Tara repetiu, e colocou a mão em seu braço.
Ramsey assentiu com a cabeça. ? Eu não vou cometer o mesmo erro novamente.
? Eu não quero ser tratada como uma boneca de porcelana. Sou mais resistente do que isso.
? Sim, você é.
Seus olhares se travaram, e Tara não pôde deixar de pensar que havia mais do Ramsey queria dizer. Ela estava prestes a perguntar quando Dani voltou com o café.
? Vejo você mais tarde. ? ele disse antes de se levantar e se afastar.
Tara precisou se forçar para não segui-lo com os olhos. Em vez disso, ela aceitou a caneca de Dani e olhou para as chamas.
? Eu não estou aqui há muito tempo, mas é óbvio até para mim que Ramsey gosta de você.
Tara empurrou o olhar para Dani. ? Eu não sei sobre isso.
Dani sentou-se ao lado dela e sorriu maliciosamente. ? Eu nunca o vi dar a outra mulher a atenção que ele lhe dá.
? Ele se sente responsável por mim.
? E você? É a responsabilidade que a manteve ao seu lado nesses dois dias que ele ficou inconsciente?
Tara olhou em sua caneca e sacudiu a cabeça. ? Não.
? Ramsey é um bom homem. Todos os Guerreiros sofreram. Eu não sei todas as suas histórias ou como eles se tornaram Guerreiros, mas eu sei que Ian é. Acho que todos merecem felicidade.
? Quando eu penso sobre o que eles passaram, eu não estou surpresa que tantos caíram no mal de Deirdre. ? Tara disse e olhou para Dani.
Os olhos de Dani se arregalaram ligeiramente. ? Então Ramsey lhe contou sua história?
? Sim. ? Ela estava hesitante em responder por causa da forma como Dani fez a pergunta, como se ela soubesse algum segredo que Tara não sabia.
? Isso é bom. ? Dani sorriu e olhou por cima do ombro de Tara, seu sorriso crescendo mais. ? Mesmo agora ele observa você.
Tara se virou para olhar antes que ela pudesse se conter. Seu olhar se chocou com os prateados, e eles compartilhavam um sorriso secreto.
Ela foi a primeira a desviar o olhar. ? Você já teve o coração partido, Dani?
? Claro. Você já? ? Respondeu a Druidesa.
Tara sacudiu a cabeça. ? Não. Eu mantive todos os tipos de relacionamentos que eu tive muito breves, e eu era sempre o único a partir.
? Você tem medo que terá seu coração partido.
Ela assentiu e olhou nos olhos esmeralda de Dani. ? Eu nunca conheci ninguém como Ramsey. Ele é maior que a vida.
? Sim, ? Dani disse com uma risada, e cruzou uma perna vestida de jeans sobre a outra. ? Eu pensei a mesma coisa de Ian quando eu o conheci. Eu não achei que um homem como ele poderia existir, pelo
menos não no meu mundo. Desde que ele veio do passado, eu estava certa.
Tara riu com ela. ? Isso pode ter algo a ver com isso.
? Meu conselho, embora você não esteja pedindo, é apenas deixar rolar com o que está acontecendo entre você e Ramsey. Se você pensar em seu coração quebrado, então você terá. Mas eu não acho que
isso vá acontecer. Há, obviamente, uma forte ligação entre vocês dois. Apenas não se afaste dele.
? Então, dou-lhe tudo o que tenho e espero o melhor?
Dani sorriu e assentiu. ? Precisamente. É o que cada uma de nós mulheres fizemos com nossos Guerreiros. Eu não estou dizendo que é fácil, e é assustador como o inferno, mas você nunca sabe o que
virá disso.
? Obrigada. Pelo o café e o conselho.
Tara não tinha certeza de que deixaria de ter medo de se entregar a alguém, mas Dani estava certa. Se houvesse apenas um momento, ela iria correr o risco, era com Ramsey.
* * *
Ramsey tentou ser discreto enquanto observava Tara da mesa onde ele se sentava, mas o sorriso malicioso de Arran disse-lhe que fora apanhado.
? Tenho medo de que ela fique doente. ? disse Ramsey.
Arran soltou uma gargalhada e sacudiu a cabeça. ? Você esquece que temos Sonya? Esquece que Phelan ainda está aqui? E Isla fez com que todos dentro de seu escudo fossem imortais.
? Phelan está aqui por enquanto. ? corrigiu Ramsey. ? E nem sempre podemos contar com ele. Foi ele quem escolheu partir depois da morte de Deirdre, em vez de ficar conosco como Charon.
Arran encolheu os ombros. ? Eu não acho que Phelan quer ficar, mas Charon tem conversado com ele por enquanto.
? Em outras palavras, ele vai partir na primeira chance que ele tiver.
? Ainda assim. ? disse Arran com um encolher de ombros. ? Temos Sonya se alguém ficar doente ou se machucar.
Ramsey sabia que Arran estava certo, mas ele estava tão preso em Tara e em seu corpo que tinha esquecido que sentia o frio muito mais do que ele. Sua pele tinha ficado gelada, e ela estava tremendo,
embora tivesse tentado esconder isso dele.
Seu olhar voltou-se para ela. Ela estava em profunda conversa com Dani. Não demorou muito para que Gwynn, Saffron e Reaghan se juntassem a elas.
Um copo foi colocado vigorosamente sobre a mesa, fazendo Ramsey virar a cabeça. Ele observou silenciosamente enquanto Phelan tomava o lugar ao lado de Arran.
? Da próxima vez que vocês dois quiserem lutar, me avise ? disse Phelan.
Ramsey não se incomodou em responder.
? Você planeja ficar muito tempo? ? Arran perguntou.
Phelan levantou um ombro casualmente. ? Não sei quais são meus planos. Eu vou para onde o vento me leva. Por agora, estou aqui.
? Por quê? ? Ramsey perguntou. ? Não pense que não estou grato por ter podido ajudar Charon e os outros, mas você foi tão rápido para sair da última vez. Por que ficar agora?
Phelan desviou o olhar, mas não antes que Ramsey visse um brilho de dor em seus olhos azul-acinzentados. ? Charon pensa se eu passar mais tempo com as Druidesas que eu vou confiar nelas.
? Ah! ? disse Arran. ? Você acha que todos os Druidas são como Deirdre.
? Foi Isla que me levou quando eu era apenas um garoto. ? Phelan apontou.
Ramsey apoiou os antebraços na mesa. ? Aye, mas ela fez isso por sua família. E foi ela quem te libertou.
? Eu sei. ? Phelan respondeu suavemente.
Arran franziu o cenho, os lábios torcidos em confusão. ? Então você realmente iguala todos os Druidas com Deirdre?
? Eu igualo. Eu igualei.
? Qual é? ? perguntou Arran.
Phelan olhou para Ramsey e encolheu os ombros. ? Difícil de dizer.
Ramsey juntou os dedos. ? Eu pensaria depois de testemunhar nossas Druidesas lutando contra Deirdre você saberia a diferença.
? Como eu sei que eles não fizeram isso só para ganhar seu poder?
Ramsey compreendeu o ponto de Phelan. Phelan nunca tinha entrado em contato com nenhum Druida ou Druidesa diferente de Deirdre e Isla no século em que estivera em Cairn Toul.
Ia levar muito mais do que apenas estar perto das mies para mudar sua opinião. Ele iria ter que trabalhar em estreita colaboração com uma, para ver como sua magia diferia da de uma drough.
? Podemos tentar convencê-lo, mas você terá que aprender por conta própria. ? disse Ramsey. ? Os mies são diferentes. Sua magia é boa.
O olhar de Phelan se estreitou. ? Você quer dizer que sua magia é boa.
? Você ouviu o que eu disse a todos sobre o meu povo. Nós éramos mies, se é isso que você está perguntando.
Phelan ficou em silêncio por alguns minutos antes de perguntar: ? Como é diferente, ser um Guerreiro e um Druida?
Havia tanta sinceridade no olhar de Phelan que Ramsey decidiu responder-lhe. Não havia nenhum sarcasmo, nenhum do ódio amargo que ele estava acostumado a ver no rosto de Phelan.
? Você teria que entender o que era ser um Druida de Torrachilty primeiro. ? disse Ramsey. ? Nossa habilidade com armas vinha tão facilmente quanto respirar. Mas, novamente, assim como nossas habilidades
de negociação. Se tivéssemos que lutar, nós o faríamos. No entanto, não foi sempre a primeira coisa que fizemos.
? Como é que mais ninguém sabia do seu povo?
Ramsey lambeu os lábios, uma imagem de sua aldeia piscando em sua mente. ? Nós nos mantivemos sozinhos na floresta. Estávamos bem escondidos para que não apenas qualquer um pudesse vir sobre nós.
Nossas habilidades nos tornaram valiosos para os outros, mas não queríamos ser constantemente procurados para este tipo de coisas.
? Eu entendo. ? Phelan disse suavemente.
? Você confia em mim como um Guerreiro?
O olhar de Phelan apontou para Ramsey. ? Eu confio.
? Você confia em mim como um Druida?
Houve um momento de hesitação antes de Phelan dizer: ? Eu confio.
? Então confie em mim quando eu digo que as Druidesas daqui são boas pessoas.
Phelan de repente sorriu. ? Vejo o que você quer dizer com suas habilidades de negociação.
Charon bateu uma mão no ombro de Phelan enquanto se sentava à mesa. ? Eu tenho dito a Phelan a mesma coisa que você tem, Ramsey, mas finalmente ele escuta. Estou feliz por ele ter ouvido um de nós.
? Quem disse que eu já te ouvi? ? Phelan brincou com Charon.
Ramsey observou os dois interagirem com um sorriso. Embora não estivesse em Cairn Toul quando Quinn, Ian, Duncan e Arran estavam, Ramsey sabia as histórias de como Charon tinha sido chantageado
por Deirdre.
Charon teve sua própria dor que ele escondia bem, mas era bom que ele e Phelan pareciam estar ligados. Ninguém precisava estar sozinho, menos um Guerreiro que tendia a enterrar suas más lembranças.
E essas lembranças nem sempre ficavam enterradas.
? Ninguém nunca ouve Charon. ? disse Arran.
Ramsey olhou para Arran para vê-lo sorrindo. De uma vez, Arran e Charon nem sequer tinham se reunido na mesma mesa.
O assassinato de Deirdre, assim como Charon contando para Ian o que Deirdre havia feito com ele, tinha feito um longo caminho para consertar velhas feridas.
Charon revirou os olhos. ? Eles me escutam mais do que você. Você é o bebê dos Guerreiros, não?
? Eu vou fazer você saber que Larena é mais jovem do que eu. E Malcolm, ele é o mais novo Guerreiro.
À menção de Malcolm, eles ficaram em silêncio.
? Ele deveria ter ficado, ? disse Ramsey.
Os lábios de Phelan achataram com seu suspiro. ? Onde ele foi?
? Ele não disse.
? Às vezes, o tempo solitário é a única coisa que vai fazer a vida suportável. ? disse Phelan, seus olhos azul? cinza encontrando Ramsey e dizendo muito mais do que suas palavras jamais poderiam.
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
Abernathy Forest
Malcolm agachou-se ao lado de Loch Garten e olhou através da água parada para as montanhas além. Embora houvesse pessoas que viviam na floresta, era um lugar calmo. Um lugar onde ele poderia estar
sozinho, um lugar onde apenas os animais o observavam.
Ele não tinha nenhum destino em mente quando tinha deixado O Castelo MacLeod. Seu único pensamento tinha sido afastar-se do riso e da paz que enchiam as paredes.
Lembrou-lhe muito de uma vida antes que ele tivesse sido ferido e rasgado, uma vida antes de ele se tornar um Guerreiro.
Mas com cada dia que passava naquela vida, estava desaparecendo de suas memórias.
Sua raiva com o que Deirdre tinha feito a ele não tinha desaparecido com sua morte. Em vez disso, Malcolm transferiu aquela raiva para Declan, já que Declan tinha levado Deirdre e Malcolm juntamente
com ela para o futuro.
Essa fúria era a única emoção que Malcolm sentia. Não havia felicidade, nem tristeza, nem contentamento. Nada.
Sua mente e seu corpo estavam vazios.
Malcolm mergulhou os dedos na água gelada do lago antes de ficar em pé. Ele queria ficar na floresta, desaparecer na natureza ao seu redor.
Ele se virou e olhou para a neve e suas pegadas que levavam à água.
? Mas eu não posso. ? ele murmurou.
Ele não tinha sido capaz de se levantar contra Deirdre porque queria que Larena fosse mantida a salvo. Ela era a única família verdadeira que tinha deixado, e ele teria feito qualquer coisa para
protegê-la.
Ele tinha feito qualquer coisa e tudo.
Mesmo agora, as memórias das atrocidades que cometeu deixavam-no mais vazio do que antes.
Mas nada o impedia de ir atrás de Declan. Todo mundo tinha uma fraqueza, e Malcolm conhecia Declan melhor do que qualquer outro Guerreiro.
Se houvesse alguma maneira de chegar a Declan, Malcolm iria encontrá-la.
Talvez depois que ele matasse o drough, então ele poderia ser capaz de olhar para o seu próprio reflexo.
* * *
Antes que Tara soubesse, era meio-dia e todo mundo estava preocupado porque Isla, Hayden, Larena e Fallon ainda não haviam voltado.
Embora Tara tivesse ido para seu quarto para um segundo banho, uma vez que ela voltou para o grande salão, ela não ficou sozinha.
As Druidesas a mantiveram cercada e falando. Ela riu com elas, brincou com eles, e encontrou-se ligando com elas. Mesmo quando discutiam, e elas discutiam, embora nunca acaloradamente, era divertido
de assistir.
? É preto. ? Dani disse enquanto cortava batatas para mais tarde naquela noite.
Gwynn revirou os olhos do lado oposto da grande mesa de trabalho no meio da cozinha. ? Não. É como um bronze azulado.
? Isso não é nem uma cor. ? Cara disse com uma risada.
Saffron andou do balcão à mesa e colocou uma tigela de aço inoxidável cheia de azeite e alecrim entre Dani e Gwynn. ? Na verdade, vocês duas estão certas. É uma sombra de preto, misturada com bronze.
? De que estamos falando de novo? ? Perguntou Sonya.
Tara não conseguiu conter a risada. ? É uma bolsa de treinador que Dani quer. ?
? É bonita. ? disse Saffron. ? Mas eu prefiro ter os sapatos Kate Spade.
Cara suspirou melancolicamente. ? Aqueles eram sapatos lindos. Eu tenho morrido por Lucan e por mim para voltar a Paris para ver um balé. Os saltos ficariam lindos com o vestido dourado que tenho.
Tara tomou seu tempo cortando o alecrim fresco que ela tinha sido encarregada. Ela gostava de cozinhar, embora ela não fizesse muito disso. Mas foi a conversa que manteve sua atenção.
? Precisamos de outra viagem de compras. ? disse Saffron.
Sonya assentiu vigorosamente. ? Especialmente porque eu perdi a última.
? Eu quero voltar para o salão que você nos levou, Saffron. O cabelereiro trabalhou maravilhas com o meu cabelo. Eu me senti como uma nova mulher. ? disse Gwynn.
Marcail levantou o pé de bota para o lado. ? Quero outra pedicure.
? Você adormeceu durante a primeira. ? disse Reaghan.
Marcail pôs a mão em seu peito, um olhar fingido de surpresa em seu rosto. ? Se você tivesse alguém massageando seus pés com tanta diligência, teria que fazê-lo. Além disso, a cor que eu escolhi
era fabulosa!
? E quanto a você, Tara? ? Dani perguntou. ? Você tem algum favorito?
O sorriso escorregou do rosto de Tara. ? Adoro fazer compras, mas nunca tive tempo para isso.
? É isso aí. ? disse Saffron, apoiando as mãos sobre a mesa. ? Vamos fazer compras assim que pudermos. Um dia cheio no salão com manicures e pedicures, e então comprar até que nós não aguentemos
comprar mais.
Gwynn mordeu o lábio enquanto sorria. ? Eu posso resistir muito tempo.?
? Eu também. ? desafiou Saffron.
Tara não podia esperar para ir com eles. Mesmo enquanto comiam sanduíches, Tara só podia pensar em fazer compras com as mulheres.
Ela nunca tinha tido isso. Nunca.
Tinha estado tão perdida em seus pensamentos que tinha terminado o sanduíche sem nem saber. Então ela olhou ao redor da mesa e encontrou Ramsey observando-a.
Eles compartilhavam outro sorriso. Ela olhou para as mãos dele, lembrando-se de como elas se moviam sobre seu corpo, sabendo exatamente onde a tocar para trazer o máximo prazer.
Seus olhos cinzentos escureceram, e um momento depois ele disse algo para Broc que se sentava ao lado dele, e saiu do salão.
Tara seguiu Ramsey pela escada com os olhos. A excitação percorreu-a quando chegou ao topo e olhou para ela.
Depois de um batimento cardíaco, ela se desculpou e o seguiu pelas escadas até sua torre. Caminhou os degraus circulares em direção ao topo da torre, sua respiração cada vez mais rápidas na urgência
de ter os braços de Ramsey ao redor dela novamente.
Quando ela chegou ao topo e encontrou a porta entreaberta, seu estômago deu um salto. Gentilmente, ela pôs a mão na porta e a abriu.
Ramsey estava de costas para ela enquanto olhava pela janela. ? Eu não achei que você chegasse aqui? , ele disse e se virou para encará-la.
? Praticamente eu corri para cá.
? Eu sei. Você demorou muito. Quase te lancei por cima do ombro e te trouxe.
Ela sorriu. ? Agora isso poderia ter sido interessante.
? Você não faz ideia.
Tara entrou na torre e fechou a porta atrás dela. Ela se recostou contra ela, contente por deixar seu olhar vagar sobre Ramsey por um momento.
? Se você continuar a olhar para mim desse jeito, teremos outro episódio como os dois últimos, e francamente, eu quero levar meu tempo com você.
Tara inclinou-se e abriu a primeira bota e depois a outra, deixando-as cair no chão enquanto ela as tirava dos pés junto com as meias. ? É mesmo?
? Aye. ? Ramsey disse com um aceno de cabeça. Ele tirou a camisa e atirou-a para o lado, seus olhos prateados brilhando de necessidade.
O jeans dela foi o próximo, e seu sangue aqueceu quando ela viu como os olhos dele observaram o jeans descendo por suas pernas suas pernas. ? O que você tem em mente?
? Horas te tocando cada centímetro de seu corpo. Lentamente. Eu quero que meu toque marcado sobre você.
Sua voz, quente e profunda e rouca de necessidade, a fez estremecer antecipadamente enquanto ele tirava seus jeans. Ela lambeu os lábios e agarrou a bainha de seu suéter. Ela teve que forçar-se a
tomar seu tempo para removê-lo. Porque embora ela não se importava como eles ficassem juntos, ela sabia que significava muito para Ramsey eles irem devagar.
A paixão deles, já fervilhando, crescia com cada peça que caía ao chão.
? Você já me marcou.
Ele grunhiu profundamente dentro de sua garganta quando ela ficou com nada além de seu sutiã e calcinha antes dele. ? Não. Não como eu quero desta vez.
Tara se atrapalhou com o fecho do sutiã. Não pelo nervosismo, mas pelo desejo que se espalhava através dela com rapidez e certeza. Finalmente ela desatou e deixou as correias caírem sobre seus ombros.
Com um pequeno sacudir de seus braços, o sutiã caiu no chão em meio ao resto de sua roupa.
? Você parece ter esquecido alguma coisa. ? disse Ramsey.
O sorriso era lento enquanto puxava os lábios de Tara. Não havia dúvida de que Ramsey a desejava, sem dúvida, seu desejo por ela excedia qualquer coisa que tivesse experimentado antes.
Estava ali para que ela visse em seu olhar de prata, a maneira como suas mãos se punham e se flexionavam com cada peça de roupa que ela arrancava. No modo em que sua excitação estava grossa e inchada.
Tara nunca se sentira mais confiante ou bela em sua vida. E Ramsey foi quem deu isso a ela. Ela lhe daria qualquer coisa em troca.
Com um prazer deliberado, Tara enganchou seus polegares na cintura de sua calcinha pêssego de algodão e renda e moveu-os para baixo dos quadris e sobre suas coxas. Então, ela os deixou cair em torno
de seus pés antes dela tirá-la deles e então caminhou até Ramsey.
Ela tinha dado dois passos antes dele fechar a distância e esmagá-la contra as linhas duras e definidas de seu corpo.
? Você não tem ideia do que você faz comigo. ? ele sussurrou.
O olhar de Tara estava fixo com os de prata. ? Oh, eu acho que sim.
Suas palavras desapareceram à medida que a paixão e o desejo giravam em torno deles. Tara olhou para baixo para ver que onde quer que ela tocasse Ramsey os feixes brancos de magia parecia brilhar
sob sua pele.
Estar com ele a assustava. Assustava-a o quanto ela precisava dele, o quanto ela ansiava por ele. Ele era tudo que ela sabia que deveria ficar longe, mas ela não conseguia.
Todos os pensamentos fugiram quando a mão dele se moveu sedutoramente por suas costas para descansar sobre suas nádegas. Ela sugou uma respiração quando ele a pressionou contra o duro comprimento
de seu pau.
Ela sabia o que sentia ao tê-lo dentro dela, senti-lo deslizar dentro e fora dela.
As pedras sob seus pés estavam geladas, mas o sangue em suas veias estava fervendo pela paixão.
Ela não protestou quando Ramsey tirou seu cabelo do seu ombro, então gentilmente moveu sua cabeça para o lado. Um suspiro deixou seus lábios quando ele abaixou a cabeça e colocou seus lábios sobre
a pele sensível de seu pescoço.
A boca quente de Ramsey deixou uma trilha de seu ombro até o ponto atrás de sua orelha. ? Eu nunca senti uma magia tão linda, ou segurei uma mulher tão impressionante em meus braços.
Tara não tinha palavras em resposta a tal elogio. Em vez disso, ela envolveu seus braços em torno dele e o segurou contra ela. Com ele, sentia como se tivesse encontrado a outra parte de si mesma,
uma parte que ela nem sabia que estava perdida.
Ele lentamente manobrou-os até que eles estivessem na cama. Com um movimento tão rápido, tão suave, Tara encontrou-se no topo da cama e Ramsey ao lado dela. Membros emaranhados, mãos procurando,
eles rolavam pele a pele.
? Não há pressa desta vez. ? advertiu ele.
Ela começou a balançar a cabeça em resposta, mas seu dedo circulando seu mamilo espalhou seus pensamentos. Tara gemeu e arqueou em sua mão, silenciosamente implorando por mais.
Seus seios incharam, seus mamilos endureceram. Tara colocou as mãos nas cobertas enquanto os dedos de Ramsey brincavam com o bico entumecido e sua boca reivindicava o outro.
O calor líquido correu pelo corpo de Tara. Ela engasgou com o desejo intenso, mas aquele suspiro se transformou em um grito de prazer quando ele beliscou o mamilo.
O prazer-dor apenas intensificou a necessidade pulsando através dela e centrando-se em seu sexo. Seus quadris se levantaram, procurando Ramsey. E de repente ele estava entre suas pernas, seu corpo
duro como pedra sobre o dela.
Tara estava em chamas. Cada movimento de seus dedos, cada puxão de seus lábios em seus seios, só aumentava as chamas.
E então suas mãos estavam em suas coxas. Ele segurou-as separados e olhou para seu sexo antes dele lambê-la.
Tara sugou uma respiração que rapidamente se fechou em seus pulmões quando ele separou as dobras macias de seu sexo e colocou sua boca em seus cachos.
Ramsey lambeu e sugou, ele sondou e explorou. O ataque deles sobre seus sentidos e seu corpo foi devastador.
Ela estava impotente para fazer qualquer coisa, além de montar as ondas de prazer quando ele a levou mais alto, retorcendo seu corpo mais apertado com cada golpe de sua língua.
Tara podia sentir seu corpo se contrair, sabia que estava perto do ápice. Justo quando estava prestes a passar pela borda, Ramsey recuou.
Ela estendeu a mão para ele como uma necessidade ardente a encheu. Suas mãos acariciaram a extensão musculosa de seu peito.
Olhos de prata se encontraram com os dela, seus lábios se suavizaram em um sorriso torto enquanto esfregava a cabeça de sua excitação inchada contra seu sexo sensível.
Tara olhou para o pau. Ninguém a tinha tocado como ele tinha feito, corpo e alma. Isso era diferente. Não apenas a forma como eles estavam fazendo amor ou a magia entre eles.
Era mais. Algo que ela não podia colocar em palavras.
Algo que ela não ousava colocar em palavras.
Ela alcançou entre eles para seu pau. Estava quente e duro e tão flagrantemente masculino. Sua outra mão juntou-se à primeira, e juntos acariciaram e apertaram levemente.
Ele se acalmou, seu corpo inteiro se esticou. Seu peito se expandiu com uma respiração que ele segurou dentro dele enquanto as mãos dela continuavam sua exploração.
Com um empurrão que ele não estava esperando, Tara o tinha de costas e virou o jogo sobre ele.
? Tara. ? ele sussurrou, suas mãos fechando em seu cabelo.
Ela esperou que ele a parasse, para afastá-la. Quando ele não o fez, ela envolveu seus lábios em torno de sua carne lisa e levou-o profundamente em sua boca.
Ela chupou, ela lambeu, ela sugou.
O som de sua respiração irregular, a forma como suas mãos se agarraram a ela só a levaram a empurrá-lo cada vez mais perto da borda. Ela sentiu que a tensão nele se apertava.
Seus quadris se curvaram abaixo dela a tempo de sua boca se mover para cima e para baixo seu comprimento grosso.
Em um movimento fluido, ele tinha ela de costas quando ajoelhou entre suas pernas. Seu olhar nunca deixou o dela enquanto agarrava seus quadris e os levantava.
Tara puxou em uma respiração trêmula cheia de necessidade e urgência quando ela olhou para seu pau roçando em sua entrada. A cabeça larga de seu membro insistiu.
Vê-lo a invadindo, observando a maneira como que seu corpo se esticava para acomodá-lo só lhe enviou a necessidade, o desejo dela, espiralando mais alto.
Ele continuamente pressionou mais para preenche-la. Sua espinha arqueou, seu corpo formigando com sensações.
Ramsey olhou para ela, para seus olhos azul-esverdeados cheios de desejo flagrante, suas curvas gostosas debaixo dele, suas longas pernas enroladas ao redor dele.
E seu pau enterrado profundamente dentro dela.
Os dedos deles apertaram em seu traseiro quando ele saiu dela apenas para mergulhar fundo e duro. Ela gemeu, suas pálpebras se fechando sobre seus incríveis olhos.
Mas Ramsey não estava perto de ter terminado com ela. Ele a provou, a tocou, aprendido sobre ela. Mas não era suficiente. A fome por ela dentro dele estava crescendo, consumindo-o.
Com os tornozelos trancados ao redor dele, ele soltou seus quadris e tomou seus seios. Ele rolou seus mamilos até que eles eram pequenos botões duros, latejando e estirando? se.
Ela ofegou e se contorceu, movendo ao longo de sua excitação com movimentos simples que causaram suor brotar sobre sua pele.
Sua boca substituiu suas mãos quando ele homenageou um primeiro seio, em seguida, o outro. Até que ela era uma súplica sem palavras, até que seu corpo estava úmido e orvalhado.
Ramsey levantou-se e agarrou seus quadris mais uma vez. Quando ele olhou para cima, encontrou seus olhos encobertos de desejo, sua pele ruborizada com necessidade ardente.
Assim como ele a queria.
Ele girou seus quadris e ouviu seu gemido baixo. Mantendo os quadris ainda, ele começou a empurrar lentamente no início, em seguida, gradualmente configurar um ritmo de condução, emocionante.
Com a mandíbula apertada, ele observou como ela gritava do prazer, sua cabeça batendo de um lado para o outro, suas mãos agarradas na coberta.
Ele a ergueu mais alto, deslizando mais fundo. E estocou dentro dela.
Tara gritou o nome de Ramsey, com as costas arqueadas quando o clímax a surpreendeu. Levou-a, varreu-a. Atormentou-a.
O prazer tocava cada parte dela, mas mais do que isso, havia algo especial, algo singularmente diferente que a preenchia também.
Ela segurou Ramsey, enquanto ele soltava seus quadris e caía sobre ela, sua respiração áspera e irregular. No entanto, ele ainda bombeava os quadris mais rápido, mais forte.
Tara envolveu seus braços e pernas em torno dele, balançando seu corpo para encontrar cada um de seus impulsos até que ela sentiu sua libertação levá-lo, e ela, em uma maré gloriosa de felicidade
que os deixou em êxtase.
Juntos. Como um.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
Ramsey olhou para a lua através da janela enquanto segurava Tara encurralada contra ele. Sua respiração tinha se tornado um sono, com a cabeça apoiada em seu ombro.
Em toda a sua vida, ele nunca estivera mais pleno do que estava naquele momento. Se tudo ficasse do jeito que estava, ele poderia ser feliz. Ele poderia estar... satisfeito.
Se havia uma coisa que tinha aprendido de Deirdre, era que nada permaneceu sempre o mesmo. Declan estava lá fora, e ele não iria parar até que ele tivesse Tara.
Por que Tara era tão importante para Declan, Ramsey não sabia. Mas Ramsey não pararia até descobrir o que era. Ele não pararia de procurar Declan até que o bastardo estivesse tão morto como Deirdre.
No entanto, pela primeira vez em muito tempo, Ramsey não queria ver batalha. Ele queria noites com Tara na cama ao lado dele, para enfrentar o sol da manhã e ver seu sorriso brilhante. Para compartilhar
refeições com ela.
Para compartilhar o futuro com ela.
Ramsey olhou para o topo da cabeça de Tara e passou os dedos pelas espessas e frescas mechas de seu cabelo castanho-dourado, maravilhado com os cachos dourados no meio.
Ele não tinha certeza de como se sentia sobre querer Tara com ele sempre. Parecia certo, mas... nunca tinha tido esse sentimento com outra mulher antes. Era apenas porque ele estava sozinho? Era
apenas porque sua luta com Deirdre tinha acabado e ele queria alguém para proteger?
Ou era algo muito mais?
Então, seus pensamentos pararam. Ele não estava preparado para ir mais longe. Ainda não, pelo menos.
O som do estômago de Tara roncou no silêncio, fazendo-o sorrir. Eles tinham saído da ceia, e ele estava mais do que faminto.
Ramsey suavemente rolou Tara para o outro lado e silenciosamente deixou a cama. Ele puxou seu jeans sem abotoar e deixou a torre descalça para caminhar até a cozinha.
O castelo estava em silêncio no meio da noite, mas Ramsey sabia que havia Guerreiros em guarda. Até Declan morrer, eles permaneceriam vigiando o castelo e as Druidesas dentro.
Ramsey entrou na cozinha e acendeu a luz para encontrar Galen encostado no balcão comendo um sanduíche.
? Com fome? ? Galen perguntou em volta de seu bocado de comida.
Ramsey agarrou um prato do armário e colocou-o ao lado da geladeira. ? Aye.
? Você e Tara perderam uma boa ceia.
Ramsey olhou para o amigo antes de abrir a porta da geladeira e começou a encher o prato com carnes frias e queijo. ? Isso nós fizemos.
? Isto é sério?
Ramsey fez uma pausa enquanto pegava uma garrafa de água e virava a cabeça para olhar para Galen. ? Não tenho certeza.
? Há tempo ? disse Galen. Ele enxugou a boca com um guardanapo antes que ele amassá-lo e jogá-lo na lixeira.
Tempo. Ramsey certamente tinha uma abundância dele. Mas Tara não. Ela era mortal, como todos as outras Druidesas no castelo.
? Você pensa no que acontecerá se o feitiço para amarrar nossos deuses nunca for encontrado? ? , Perguntou Ramsey.
Os olhos azuis de Galen se escureceram. ? Eu prefiro não, no entanto, Reaghan é uma realista. Ela gosta de pensar adiante. Ela diz que está bem com o modo que as coisas estão.
? Mas você não está. ? Não era uma pergunta.
? Não.
Ramsey agarrou a água e fechou a porta da geladeira ? Enquanto as Druidesas ficarem no castelo, não terão idade. A magia de Isla é forte. O feitiço sobreviveu quatro séculos. Pode sobreviver enquanto
for preciso encontrar o feitiço para amarrar nossos deuses.
? Eu sei. Todos nós sabemos. Mas todos nós tivemos nossas vidas em espera por tanto tempo. Sei que Larena e Fallon desejam desesperadamente ter uma família.
? E você e Reaghan?
Galen correu a mão pelo rosto. ? Reaghan deseja uma criança. Eu também quero filhos, mas só se pudermos criá-los sem a ameaça do mal que é Declan.
? Eu sinto muito. Se eu tivesse matado Declan na torre de Dunnoth, isso seria mais um mal que teria desaparecido.
Galen sorriu e deu um tapa no ombro de Ramsey. ? Você sempre tenta fazer muito sozinho, meu amigo. Por qualquer razão, o destino decretou que você e Declan terão outra confrontação. E, francamente,
estou ansioso para essa batalha. Eu quero dar ao filho da puta alguns golpes de minhas garras.
Antes que Ramsey pudesse responder, Galen saiu da cozinha. Com uma sacudida da cabeça, Ramsey juntou o prato e água e fez o seu caminho de volta para a torre.
Quando ele abriu a porta, ele encontrou uma pequena luz ao lado da cama e Tara sentada na cama.
? Eu me perguntava onde você tinha ido. ? ela disse.
Ele fechou a porta e sorriu. ? Seu estômago estava rosnando ao lado do meu, então eu pensei que a comida estava no pedido.
? Você pensou certo. ? ela disse, e agarrou o prato enquanto ele alcançava a cama.
Ramsey riu e se sentou ao lado dela na cama, ambos encostados na cabeceira da cama. Com o prato e água entre eles, cada um começou a comer.
? Eu não sabia como eu estava com fome até que eu vi a comida. ? disse Tara com um sorriso.
Ramsey estalou um pouco de queijo na boca. ? Eu pensei que o mínimo que eu poderia fazer por você era te alimentar.
? O mínimo. ? ela repetiu com uma risada.
Ele a viu comer por um momento antes de perguntar: ? Você está feliz aqui?
? Sim. ? ela disse sem hesitação. ? Por que você pergunta?
? Apenas me perguntando se você vai decolar logo ou não.
Tara passou os dedos pelas gotas do lado de fora da garrafa. ? É estranho aqui, eu vou admitir. Eu não estou acostumada a ser tão incluído em tudo. Geralmente eu tenho que esconder minha magia e
tudo sobre mim. Aqui eu me sinto...
? Livre. ? Ramsey forneceu para ela.
Seus olhos se arregalaram e ela acenou com a cabeça. ? Sim. "Livre" é a palavra perfeita. Talvez seja este castelo, ou o povo. Tudo o que sei é que eu gosto aqui.
? Bom.
? Por quê?
Ramsey quebrou um pedaço de queijo ao meio e olhou para o prato. ? Eu me preocuparia com você no mundo.
? Por causa de Declan?
? Não. ? Ele virou a cabeça para ela. ? Eu só me preocupo.
? Ninguém nunca se preocupou comigo antes.
Ramsey colocou o queijo na boca antes de dizer mais sobre seus sentimentos. Já lhe tinha dito muito mais do que ele queria. Não que ele estivesse tentando manter qualquer coisa dela, mas ele não
estava pronto para compartilhar o que ainda não tinha pensado.
Ele precisava de mais tempo para pensar sobre o que estava se desenvolvendo entre eles, para considerar como isso afetaria os dois.
Felizmente, ela não fez mais perguntas. Tão famintos como ambos estavam, a comida foi devorada rapidamente. Ramsey queria que Tara ficasse, e estava preparado para perguntar a ela. Mas quando tomou
o prato, ela deslizou pelo travesseiro e sorriu para ele.
Ramsey colocou o prato e a garrafa de água vazia no chão e levantou-se para tirar o jeans. Ele subiu de volta sob as cobertas e desligou a luz, apenas para encontrar Tara esperando para ser abraçada
ao lado dele.
Ele fechou os olhos, um sorriso no rosto. E a próxima coisa que ele soube foi abrir os olhos para encontrar o céu iluminando o cinza.
Tara estava de costas para ele, embora ainda estivesse pressionada ao longo de seu lado. Ramsey se inclinou para olhá-la. Ele não conseguia se lembrar de ver ninguém dormir antes, e achava isso fascinante.
Ou talvez fosse apenas porque ele achava Tara fascinante.
Seus espessos ??e escuros cílios caíam sobre sua pálida bochecha, e seus lábios se separaram ligeiramente. Seu braço nu estava fora das cobertas, e seus pés emaranhados com os dele.
Era tão íntimo, mas tão natural.
De repente, os lábios de Tara pararam nos cantos. ? Diga-me que eu não tenho baba escorregando pelo meu rosto.
Ramsey riu e beijou sua bochecha. ? Não que eu veja.
? Oh, isso não ajuda. ? ela disse enquanto seus olhos se abriam e ela deslizava a mão pela boca. ? Eu não babei. Graças a Deus.
? Por que importaria se o fizesse?
Seus olhos azul-esverdeados se arregalaram quando ela deitou de costas.
? Ramsey, eu percebo que você veio para a frente no tempo, mas eu não acho que importa em que século uma mulher esteja, ela sempre quer parecer seu melhor.
? Então você não tem nada com que se preocupar.
? Como você sabe sempre o que dizer? ? Ela perguntou enquanto seus olhos baixaram brevemente.
Ramsey encolheu os ombros. ? Eu digo o que parece certo.
? Eu tenho uma confissão.
Ele olhou para a mão que descansava em seu peito. ? E o que seria?
? Eu nunca passei a noite inteira com um homem antes de você. Essa a segunda vez.
? Você é a primeira mulher que eu quis manter na minha cama a noite inteira.
? Sério?
? Aye. ? ele respondeu, e pressionou seus lábios contra os dela. ? Eu não mentiria sobre isso.
Ela envolveu seus braços ao redor do pescoço dele e suspirou quando ele beijou através de sua mandíbula. ? Eu não quero nada mais do que ficar nesta cama com você.
? Mas? ? Ramsey perguntou, e levantou a cabeça para olhar para ela.
? Eu devo fazer o café da manhã com Sonya e Cara esta manhã.
Ele gemeu e rolou de costas, os braços para os lados. ? Eu sei como somos Guerreiros famintos, então eu acho que devo deixá-la ir.
Tara se inclinou sobre ele, sua cortina de cabelos castanhos ondulados caindo em ambos os lados de seu rosto. ? O café da manhã não dura muito tempo.
? Você está sugerindo que voltemos para a torre depois? ? Ele perguntou com um sorriso.
? Definitivamente.
? Eu gosto do jeito que você pensa.
Ele estendeu a mão para ela, mas ela saiu da cama e correu para pegar suas roupas. ? Não. Se eu deixar você me tocar novamente, eu nunca vou sair.
? E isso é uma coisa ruim?
? Isso é apenas isso. ? Ela olhou para cima depois de prender seu sutiã e pegar sua calcinha. ? Não quero ir embora.
Suas palavras reverberaram em sua cabeça muito depois que ela partiu para sua própria câmara. Ramsey ficou um pouco mais na cama.
Ele passou as mãos ao lado dela da cama, os lençóis ainda quentes de seu corpo. Quando ele inalou, ele podia cheirar seu perfume doce não só em si mesmo, mas em sua cama também.
Para sua surpresa, seus pensamentos voltaram-se para se perguntar o que ela estava fazendo para se preparar. E ele queria descobrir. A próxima coisa que ele soube, é que estava se perguntando como
ela se sentiria se ele abordasse o assunto dela se mudar para a torre com ele.
Dessa forma, ela não precisaria se afastar dele. Ela poderia estar se arrumando a poucos passos de distância, e ele poderia vê-la, aprender mais sobre ela.
Ramsey sentou-se e passou ambas as mãos pelo cabelo, sua mente num redemoinho. Não era que ele nunca quisesse uma mulher ao seu lado, é que ele nunca encontrara a certa.
Mas tudo isso tinha mudado com Tara.
Era a magia entre eles, que mesmo agora chispou em suas veias? Não podia mais ser visto, mas Ramsey sentia o mesmo.
Era porque ela precisava de proteção contra Declan? Embora ela tivesse feito um bom trabalho de manter-se à frente dele por uma década.
Ramsey não sabia qual era a razão, só que agora ocupava seus pensamentos constantemente. Quanto mais ele fazia amor com ela, mais profunda ela ia em sua mente.
Quanto mais a tocava, mais profundamente ela tocava sua alma.
Quanto mais ele estava perto dela, mais ela estava gravada em sua mente.
Ramsey respirou fundo e balançou as pernas sobre o lado da cama. Ele não sabia qual deveria ser o próximo passo com Tara, ou se houvesse mesmo um.
Ela disse que estava feliz no Castelo MacLeod, mas quanto tempo isso duraria para uma mulher que estava acostumada a seguir o apelo do vento quando ele a chamava?
Levantou-se e foi até o banheiro. Ele esfregou a mão sobre a mandíbula com a barba espessa, e ligou o chuveiro.
Era impulsivo querer pedir a Tara que trouxesse suas coisas para a torre com ele. E Ramsey não era impulsivo. Ele precisava de tempo para pensar as coisas, tempo para considerar todos os lados do
que estava desenvolvendo com Tara.
Ele pisou na água quente do chuveiro. Por vários minutos ele simplesmente ficou ali, deixando a água escorrer sobre ele enquanto as lembranças da noite anterior repetiam em sua mente.
O doce corpo de Tara. Seus suaves sons de prazer, e seus gritos de liberação. Sua boca quente em seu pau quando ela chupou e lambeu-o até que ele quase gozou.
Ramsey sorriu. Tara era muito mais do que ele jamais pensou. E ele queria continuar a descascar as camadas e descobrir o resto dela.
Depois de uma rápida lavagem e se barbear, Ramsey desligou a água e pegou a toalha. Ele saiu do chuveiro e começou a se secar.
Quando estava a ponto de sair do banheiro, ouviu a porta se abrir e fechar. Não houve nenhuma sensação da magia de Tara, ou qualquer onda de magia, então ele sabia que não era uma das Druidesas.
Mas Ramsey envolveu a toalha em torno de seus quadris, no entanto. Ele entrou em seu quarto para encontrar Arran. Mais uma vez.
? Isso está se tornando um hábito. ? disse ele com um sorriso enquanto Arran olhava para ele. ? Você sempre sabe quando estou no chuveiro?
Arran recostou-se na parede e encolheu os ombros. ? As minhas entradas sempre foram excelentes.
Apesar do leve sorriso, Ramsey não foi enganado. Arran estava na torre por uma razão. ? O que o traz aqui esta manhã?
? Fallon quer te ver.
? Sobre? ? Perguntou Ramsey.
Arran olhou para o chão, dando a Ramsey a ideia de que não ia gostar do que ouviria.
? Arran. ? ele insistiu.
? Fallon quer levá-lo para a floresta Torrachilty.
A mente de Ramsey ficou em branco. Seu peito estava apertado e era difícil respirar. Nem uma vez em todos os seus séculos imortais ele tinha ido para lá.
? Eu sabia que você não iria gostar da ideia. ? disse Arran enquanto seus braços caíam aos lados. ? Eu tentei dizer a Fallon ontem à noite quando eles voltaram, mas ele pensa que se você for lá,
poderia aprender mais sobre o que aconteceu com o seu povo.
Ramsey correu a mão pelo cabelo molhado que escorria pelas costas e para o chão. Muitas respostas vieram à mente, mas como ele era conhecido por fazer, Ramsey deixou a ideia aprofundar antes de
tomar qualquer decisão.
Ainda que dentro de sua mente ele estivesse gritando: ? Não!
? Me dê um momento para me vestir ? disse Ramsey.
Arran franziu o cenho antes de dar um aceno de cabeça e sair da torre.
Ramsey não se moveu tão rápido como costumava fazer enquanto se vestia. Ele continuou indo e vindo em sua mente sobre o retorno à floresta. Ele poderia encontrar respostas, mas, novamente, só poderia
lhe trazer mais dor também.
Era melhor não saber? Especular? Ou ter as respostas e sabe como ele poderia ter mudado tudo, se ele somente tivesse estado lá.
Galen pôde ter descoberto que seu povo tinha ido matar Deirdre, mas essa descoberta nunca disse o que tinha acontecido daqueles que tinham deixado a floresta.
Ramsey poderia imaginar. Ele não só tinha passado por muitas das torturas de Deirdre, ele tinha visto, e ouvido a maioria deles. Ela tinha sido cruel e implacável.
Ele agarrou o peito quando percebeu que ela poderia muito bem ter tomado a sua magia como tinha feito com inúmeros outros Druidas e Druidesas. O pensamento o deixou doente, com uma dor no peito
que ameaçava devorá-lo.
Depois de vestir uma camiseta prateada de manga curta que tinha um dragão na frente misturado com um desenho celta, passou a mão pelo cabelo ainda úmido e saiu da torre.
Quando entrou no grande salão, seu olhar procurou Tara, mas ela ainda não tinha feito descido. Antes que pudesse chegar à mesa, Fallon e Galen pisaram na frente dele.
? Uma palavra, por favor. ? disse Fallon, estendendo a mão para a lareira e as cadeiras.
Ramsey caminhou até a lareira e parou diante do fogo. O calor lambeu sua pele enquanto ele observava as chamas devorar a madeira.
Atrás dele ouviu uma cadeira chiar enquanto Fallon se sentava. Ramsey conhecia Galen o suficiente para saber que seu velho amigo permaneceria de pé, provavelmente atrás de uma das outras cadeiras.
? Arran me contou. ? disse Ramsey antes que Fallon pudesse falar.
? E? ? Galen perguntou.
Ramsey não respondeu imediatamente, pois não tinha decidido como se sentia.
? Você quer respostas para o desaparecimento do seu povo. ? disse Fallon.
? Isso poderia dar as repostas para você. Francamente, estou surpreso que você não tenha retornado antes.
? Você queria voltar aqui depois do massacre? ? perguntou Ramsey, virando a cabeça para olhar para Fallon.
Os olhos verdes escuros de Fallon ficaram nublados por um momento. Então ele deu um único movimento de cabeça. ? Mas eu sabia o que aconteceu.
? Ramsey, tudo o que sabemos é o que está escrito em algum livro. Você sabe tão bem quanto eu que tudo pode estar errado. ? disse Galen.
Poderia ser, mas Ramsey duvidava.
? Galen acha que você pode encontrar algo lá, e eu estou inclinado a concordar. ? disse Fallon.
Compreendeu os argumentos de Fallon e de Galen. Eram os mesmos que usou para si mesmo. Mas o pensamento de voltar para sua amada floresta, andar sobre o chão que ele pisara quando rapaz parecia
inimaginável.
Uma onda quente de magia o invadiu, persuadindo-o, atraindo-o. Ramsey levantou o olhar para a escada para encontrar Tara descendo, seus olhos se fixaram nos dele.
Ele queria ir até ela, envolve-la em seus braços para que pudesse fazê-lo esquecer o que Fallon perguntara. Ele nunca teve a chance, porque assim que ela desceu as escadas, foi direto para ele.
? O que foi? ? Ela perguntou quando o alcançou.
Ramsey virou-se para ela, incapaz de fazer qualquer outra coisa. ? Fallon quer que eu volte para a floresta Torrachilty.
? Ah! ? ela murmurou, seu rosto refletindo o entendimento que encheu sua voz. Tara olhou para Fallon. ? Você realmente acha que vai ajudá-lo? Apesar de o quanto vai machucá-lo?
Fallon olhou de Tara para Ramsey e de volta para Tara. ? Eu acho, ou eu não teria perguntado isso. Ramsey, como todos os Guerreiros aqui, são meus irmãos. Quero ajudá-lo.
? Ramsey suprimiu sua magia por muito tempo. ? , disse Galen. ? A magia é uma parte de quem ele é. Ele precisa encontrá-la novamente.
Ramsey olhou para seu amigo com novos olhos. ? Você não acha que eu sei quem eu sou?
? Eu acho que você se tornou alguém que você acha que deveria ser. ? respondeu Galen. ? Mas eu não acho que você é o homem que você deveria ser.
Fallon resmungou com desdém. ? Nenhum de nós é, Galen. Essa é a maldição de ser um Guerreiro. Eu deveria liderar o meu clã.
? Você está liderando um clã. Apenas não os MacLeods. ? disse Galen com um sorriso irônico.
Ramsey tinha que admitir que Galen tinha razão. Mas ele ainda não tinha certeza sobre nada disso.
A mão de Tara pousou em seu braço. ? Eu não voltei para minha família em dez anos. Eu desejaria ir, mas eu sei que eu nunca posso voltar. Você pode voltar, Ramsey.
Ramsey olhou nos seus claros olhos azul-esverdeados, espantado que ela era capaz de olhar para o mundo tão perfeitamente, e apesar de tudo, encontrar uma maneira de torna-lo terno.
Ramsey voltou-se para Fallon. ? Está bem.
? Bom. ? Galen disse com um sorriso enquanto se inclinava na parte de trás da cadeira na frente dele.
Fallon se levantou. ? Nós precisamos sair logo. Eu não quero estar lá fora por muito tempo. Eu ainda não confio em Declan. E eu não serei capaz de ficar o tempo todo. Estou levando Larena, Gwynn
e Logan para Londres para procurar o pergaminho.
Ramsey olhou ao redor do grande salão, uma súbita sensação de pavor vindo sobre ele. ? Fallon, acho que não devemos ir todos de uma vez.
? Por quê? ? Ele perguntou, preocupação nivelando seus lábios.
? Eu não sei. Apenas um sentimento.
Galen se virou e gritou: ? Saffron, você teve algumas visões recentemente?
Saffron balançou a cabeça de cabelos longos e loiros de prata. ? Nenhum. Por quê?
? Ramsey tem um mau pressentimento sobre essas viagens que todo mundo está fazendo. ? Fallon respondeu.
? Eu só não acho que devamos ir todos de uma vez. ? Ramsey afirmou. ? Se nós escalonamos, então se Declan ataca, nós podemos responder rapidamente.
Fallon encolheu os ombros. ? Penso que é uma boa ideia. Considere isso feito.
Ramsey se sentiu um pouco melhor, mas ainda não dissipou sua preocupação. Ele olhou para Tara. ? Voltarei logo.
? Eu estarei aqui. ? ela disse com um sorriso.
Ramsey caminhou até Galen e Fallon.
? Fallon não esteve em Torrachilty, e nem eu. Então, pense nela. ? disse Galen.
Com a habilidade de Galen de ler a mente de alguém, ele podia ver o que Ramsey via, então colocar aquela imagem na mente de Fallon para que Fallon pudesse teletransportá-los. Ramsey deixou a floresta
encher sua mente enquanto Galen colocava a mão sobre sua cabeça.
Os sons, os cheiros.
E de repente Ramsey estava na Floresta de Torrachilty.
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
Ramsey não se moveu, não respirou enquanto ouvia os sons vivos da floresta. Mesmo no inverno mais frio e mais escuro, a floresta sempre estivera viva com sons.
À distância, ele podia ouvir o Rio Água Preta cheio de salmão enquanto ele estrondeava pelas Cataratas de Rogie. O vento sussurrava através das árvores. O pinho e o abeto eram os mais prevalentes
na floresta, mas também havia freixos, carvalhos e bétulas.
Ramsey sorriu ao ouvir as garras de uma marta que subia ao longo de um ramo de árvore. Ele podia imaginar o pelo escuro e sedoso do animal elegante.
Ele não podia acreditar que estava de volta na floresta. Seu lar.
? Ramsey? ? perguntou Galen.
Ramsey abriu os olhos e bebeu à visão das árvores que se aproximavam do céu, com as raízes pesadas ??de neve.
? Eu estou bem, ? ele respondeu. Embora, na verdade, ele não tivesse certeza se tinha acabado de mentir para seus amigos ou não.
Fallon olhou ao redor da área. ? Quão longe estamos da sua aldeia?
? Não longe. ? disse Ramsey. Ele não disse nada mais quando virou à esquerda e começou a andar.
Mesmo depois de todos os séculos ele ainda sabia seu caminho vendado através da floresta densa. Tanta coisa havia mudado, mas tanta coisa tinha permanecido a mesma.
Quanto mais se aproximava do rio, mais alto se tornava o barulho da água. Ramsey fez uma pausa quando passou por uma árvore e olhou para baixo para encontrar um gato selvagem.
O animal olhou fixamente para Ramsey com seus olhos verdes pálidos. Seu pelo era de uma cor marrom médio com listras pretas, e um pequeno pedaço estava faltando na parte superior da orelha esquerda
do gato.
Ramsey costumava rastrear esses gatos, que se acreditava serem os descendentes de gatos domésticos. Eles eram criaturas furtivas, e eram notavelmente bons lutadores em qualquer clima e terreno.
? Ele é um lutador. ? disse Galen com um sorriso. ? Você pode ver isso em seus olhos.
Fallon riu. ? Ele é escocês. É claro que ele é um lutador.
Ramsey levantou o olhar diante dele. Apenas através do bosque de árvores à frente e sobre uma pequena elevação era onde sua aldeia tinha estado localizada. Mas ele não continuou imediatamente.
Tinha ficado tão satisfeito enquanto olhava pela floresta e se lembrava da infância que levou um momento para notar a floresta.
? Está quieto aqui. Muito quieto. ? ele sussurrou.
As garras pretas de Fallon se alongaram de seus dedos. ? Declan?
? Não. ? disse Galen com um simples movimento de cabeça. ? A magia é mais antiga.
E então Ramsey soube. Eles estavam sentindo a magia residual de quando Deirdre tinha destruído sua aldeia.
Ele não disse outra palavra a seus amigos enquanto corria pela neve. Ele precisava chegar à sua aldeia para vê-la primeiro.
Seu coração batia forte em seu peito quando ele pulou sobre uma árvore caída e desacelerou quando sua vila veio à vista. Ramsey pôs a mão contra uma árvore e tomou o vazio ao seu redor.
Foram-se as casas, os jardins bem cuidados e as canetas para as ovelhas e cabras. Nada restou senão o eco de riso que só ele ouvia.
? Eu sinto muito. ? Fallon disse suavemente por trás dele.
Ramsey esperava encontrar exatamente isso, mas esperar isso e realmente ver eram duas coisas diferentes. ? Estou tentado a trazer Deirdre de volta dos mortos para que eu possa matá-la novamente.
Galen bufou. ? Ela está queimando no Inferno, mas eu concordo. Não parece suficiente depois de tudo o que ela fez.
Ramsey empurrou a árvore e caminhou até onde estava o meio da aldeia. ? Este é o lugar onde eu ficava, onde cada Druida macho ficava, quando éramos colocados de teste após teste. Por toda parte,
? disse ele apontando em todas as direções ? eram cabanas.
? Que clã reivindicou essas terras? ? Fallon perguntou.
Ramsey olhou para ele e sorriu. ? Nós reivindicamos. Ninguém se atrevia a cruzar conosco.
Galen riu. ? Posso imaginar o que os clãs vizinhos pensavam de vocês. Mas estou tendo dificuldade em imaginar Guerreiros Druidas. Você treinava com espadas?
? E lanças e arcos. ? respondeu Ramsey. ? Qualquer coisa que poderia ser usada como uma arma. Nossa magia penetrava nas armas e as fazia duplamente eficazes.
Fallon assobiou. ? Eu adoraria ter visto seu povo em batalha.
Ramsey agachou-se e empurrou para um lado a neve. Ele usou suas garras para cavar através do chão duro até que raspou contra a pedra. Durante os momentos seguintes, ele afastou a sujeira até que
uma pedra apareceu.
Dez minutos mais tarde e todas as vinte pedras eram visíveis. Cada uma tinha uma escultura de um símbolo celta.
? Sinto a magia delas. ? disse Galen, sua voz cheia de admiração.
Ramsey correu o dedo sobre uma das pedras. ? Essas pedras nos testaram e nos protegeram. Eles têm poderosa magia.
? Elas parecem antigas, ? Fallon comentou quando ele se inclinou e correu um dedo sobre uma.
? Elas são. Embora eu não tenho nenhuma ideia da idade, elas foram passadas ?? pelo meu povo através de gerações há muito tempo atrás para contar,
? Espantoso. ? Galen resmungou.
Ramsey respirou fundo e levantou a cabeça. "Nós não deveríamos ter sido derrotados. Eles deveriam ter sobrevivido.
? Qualquer coisa que sobrou ficaria sepultada sob setecentos anos de solo. Fallon captou seu olhar. ? Diga-nos onde procurar, Ramsey. Diga-nos onde eles poderiam ter deixado algo para trás para
alguém encontrar.
Ramsey levantou-se e pensou em cada ancião. ? Nenhum dos anciãos teria ousado deixar qualquer coisa que alguém pudesse tropeçar. Teria sido colocado em algum lugar seguro, em algum lugar isolado...
Ele parou quando seu olhar se elevou para a colina à sua direita. ? Só uma vez eu acordei e segui meu pai quando ele foi se juntar aos anciãos. Eles se encontravam à meia-noite uma ou duas vezes
por ano. Uma vez eu os segui.
? Onde? ? perguntou Fallon.
Ramsey apontou para a colina. ? Lá. Encoberta lá há uma entrada em uma caverna.
Galen começou a avançar. ? Vamos começar então.
Não levou muito tempo para subirem a colina enquanto seguiam o caminho que Ramsey lembrava. Encontrar a entrada era outro assunto.
? Você se lembra de onde ficava? ? Fallon perguntou.
Ramsey encolheu os ombros. ? Meu pai me disse mais tarde que a entrada mudava a cada vez.
Galen revirou os olhos e disse: ? Deixe-me adivinhar. A entrada está escondida por magia.
? Claro.
? Claro. ? Galen imitou sarcasticamente.
Fallon soltou um suspiro. ? Você pode usar sua magia, Ramsey?
Sem dúvida, Ramsey sabia que podia. Mas ele arriscaria?
? Eu prefiro que os dois fiquem suficientemente longe de mim para não lhes fazer mal.
Galen virou-se e recuou para descer a colina. ? Justo.
Ramsey sacudiu a cabeça para o amigo. Somente quando Fallon se juntou a Galen Ramsey olhou para a colina íngreme diante dele. Não podia subir mais alto. Ramsey teria que trabalhar sua magia de onde
ele estava.
Ele inspirou profundamente e procurou sua magia. Ela inchou dentro dele, enchendo-o, inundando-o de cada dedo da mão a cada dedo do pé. Sentia-se vivo com a magia dentro dele.
Ramsey colocou a mão na encosta diante dele enquanto palavras de um feitiço convocando uma porta saíam de seus lábios. Ele não podia acreditar que se lembrava do feitiço, ou porque sabia que funcionaria.
A colina parecia inalar enquanto sua magia passava por sua mão na terra. E então uma seção da terra deslizou afastando para revelar a entrada da caverna.
Seu deus gritou animadamente dentro dele enquanto sua magia o chamava, acenando para que se rendesse a ele. Seria tão fácil para Ramsey ceder, para deixar sua magia levá-lo como tinha feito quando
ele era mais jovem.
Mas ele não tinha um deus primitivo dentro dele então. Ramsey ignorou o chamado de sua magia e concentrou-se em reprimi-la. Lentamente, mas com segurança, conseguiu o comando.
Com um suspiro, ele olhou para a abertura da caverna e para a escuridão interior.
? Isso foi fácil. ? Galen chamou de baixo.
Ramsey estendeu a mão, impedindo-os de se aventurarem para a frente. ? Isso foi fácil demais. ? murmurou para si mesmo.
Ele estendeu a outra mão e foi jogado para trás como uma explosão de magia bateu nele. Ramsey agarrou uma árvore antes que rolasse muito abaixo da colina.
? Ramsey? ? Fallon chamou.
Ele olhou para eles. ? Eu estou ileso. Fiquem aí.
Ramsey subiu o caminho de volta para a entrada da caverna e olhou para ela. O feitiço para entrar custaria a ele muito mais. Possivelmente demais.
Ele se virou para Fallon e Galen e disse. ? Eu preciso de uma promessa de vocês dois, que se eu não puder me controlar, vocês farão o que precisa ser feito para me impedir.
Os homens assentiram com a cabeça, seus rostos uma mistura de preocupação e medo.
? Se eles apenas soubessem o que poderia acontecer, eles não concordariam comigo. ? Ramsey sussurrou para si mesmo enquanto se voltava para a caverna.
Seus dedos coçavam com a magia dentro dele, como se não pudesse esperar para sair. Assim como ele não podia esperar para liberá-la. Ele sempre adorou usar magia. Ele se sentia mais vivo, mais poderoso...
mais tudo com sua magia.
Ramsey respirou fundo e lentamente o soltou quando ele ergueu as mãos para a barreira invisível que bloqueava seu caminho. Ele tentou feitiço após feitiço, mas nada funcionou para enfraquecer a
barreira. Cada vez que ele usava sua magia, tornava-se cada vez mais difícil puxá-la de volta.
Quantas vezes poderia usá-la antes que ele fosse levado completamente? A ideia não o assustava tanto quanto antes, o que lhe disse que estava perdendo rapidamente o controle.
Ramsey inclinou-se para frente e descansou as mãos sobre os joelhos. Sua cabeça doía por tentar segurar sua magia, bem como de todos os feitiços correndo furiosamente dentro de seu cérebro.
Ele segurou a cabeça com ambas as mãos e soltou um rugido de fúria.
O som de passos correndo para cima da colina fez Ramsey se virar e enfrentar seus amigos. ? Não! ? ele berrou.
Galen levantou as sobrancelhas. ? Sou apenas eu, velho amigo.
? Voltem!
? Olhe para você mesmo. ? disse Fallon.
Ramsey olhou para as mãos dele para ver sua pele cintilando de normal para bronze e suas garras para fora. Ele podia imaginar que seus olhos também haviam se transformado.
Ele fechou os olhos e balançou a cabeça. ? Voltem! ? repetiu ele. ? Por favor.
Felizmente, Fallon e Galen fizeram o que ele pediu. Ramsey não perdeu mais um momento antes de enfrentar a caverna novamente. Ele engoliu e revistou sua mente até que ele encontrou o feitiço que
esperava não ter que usar.
Assim que as palavras começaram a sair de seus lábios sua magia se expandiu dentro dele de modo que ele pensou que sua pele estaria explodindo pela força dela. A magia cresceu e cresceu até entrar
em contato com a barreira da caverna. Cada vez que sua magia empurrava contra ela, ela empurrou de volta.
Ramsey torceu os lábios com um rosnado e baixou a guarda para que toda a sua magia pudesse ser usada. Com um rugido, ele deu um empurrão final contra a parede invisível. Ela esmoronou-se sob o peso
de sua magia, mas já era tarde demais.
A magia o tomara.
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
Tara odiava que Ramsey tinha saído. Parecia que seu mundo inteiro se obscurecia quando ele não estava por perto.
? Pare de ser um imbecil ? murmurou para si mesma. ? Uma noite não o torna seu para a vida.
Era estranho que esse pensamento a deixasse quase tonta. Se tudo o que ela tinha para se preocupar era o que estava acontecendo entre ela e Ramsey, mas Declan nunca esteve longe de seus pensamentos.
E para seu desgosto, tampouco sua mãe, agora que Ramsey lhe dissera que ela estava morrendo. Apesar de tudo o que sua mãe tinha feito, mesmo matando sua avó, Tara ainda queria vê-la.
Tara se assustou quando percebeu que Marcail e Saffron estavam ao lado dela.
? Eu sinto muito. Eu estava perdida em meus pensamentos.
? Nós estávamos apenas certificando-se de que você estava bem. ? Marcail disse.
Saffron sorriu e acenou com a cabeça para as mãos de Tara. ? Você tocou Ramsey e as fitas de magia não aparecem. Você pode ligar e desligar tão facilmente?
Tara levantou a mão e esfregou o polegar sobre os dedos. ? Não sou eu quem controla. Eu nunca pensei que pudesse, e como ela começa e depois para, eu não tenho ideia.
? Eu sei. ? Reaghan disse enquanto se aproximava, um sorriso amável em seu rosto. ? Eu vi Ramsey na outra manhã em seu caminho para a torre.
Tara sabia que se fosse o tipo de mulher de corar, seu rosto ficaria ardendo.
? Oh. ? foi tudo que ela conseguiu dizer.
? Não há necessidade de ficar envergonhada. ? Marcail sorriu, seus olhos turquesa deslizando para Quinn. ? Estes Guerreiros são certamente difíceis de resistir.
? Difícil? ? Saffron perguntou com uma risada sufocada. ? Mais como impossível.
Reaghan concordou com a cabeça. ? Impossível é o correto. Eles não param até que consigam o que querem, e às vezes temos que mostrar o que eles querem. ?
Tara lambeu os lábios enquanto ouvia a brincadeira das mulheres. Era tão fácil se encaixar no castelo com a boa recepção que ela recebera. Não era de admirar que todos tivessem permanecido ao longo
dos séculos.
? O que estou tentando dizer é que eu acho que depois que você e Ramsey estiverem juntos, isso poderia ter-nos prevenido vendo os feixes brancos. ? disse Reaghan.
? Ramsey disse a mesma coisa. ? disse Tara antes de pensar melhor sobre isso.
Saffron deu uma risadinha e compartilhou um olhar com Marcail. ? Eu acho que todos nós compartilhamos as camas de nossos Guerreiros antes que eles oficialmente nos reivindicassem.
? Isso é verdade. Assim, ninguém vai olhar duas vezes para o quê está crescendo entre você e Ramsey, ? disse Reaghan.
Marcail pigarreou. ? O que nós realmente viemos falar com você era sobre sua magia. Ramsey disse que você não a usa porque ela é imprevisível.
? Isso é um eufemismo. ? disse Tara e soltou um longo suspiro. ? Minha magia sempre foi imprevisível, mas quanto mais velha eu ficava, mais parecia que eu não podia fazer as coisas mais simples.
Toda vez que eu tentava fazer uma planta crescer, em vez disso, ela morria porque muita magia entrava nela.
? Você já meditou? ? Saffron perguntou.
Reaghan perguntou: ? Ou descobriu o que ajuda a fortalecer sua magia?
? Não e não. ? disse Tara. Ela abanou a cabeça. ? O que você quer dizer, o que fortalece minha magia?
Reaghan encolheu os ombros e enfiou uma mecha de cabelo ruivo encaracolado atrás da orelha. ? Para mim é água, mas do lago não o mar.
? Para mim é fogo. ? disse Saffron com um olhar para a lareira.
Marcail mudou de um pé para o outro e ajustou o relógio em seu pulso. ? E a minha está sendo o subterrâneo.
? Nunca ouvi falar disso. ? admitiu Tara. ? Eu nem saberia por onde começar.
Um momento depois, ela estava sendo arrastada por todo o castelo para tentar descobrir o que ajudaria a fortalecer sua magia. O interesse que as mulheres estavam tendo nela apenas o fez sorrir.
Então, não se queixou quando elas tentaram lugar após lugar após lugar.
* * *
Declan estava de pé no meio do quarto que mantinha no porão. Prateleiras eram preenchidas com uma variedade de livros diferentes pertencentes à magia e Druidas. Ele os tinha devorado como uma criança,
e aprendeu muitos fatos interessantes sobre magia.
E feitiços. Oh, os feitiços que ele tinha aprendido.
Ele acordou de um sono agitado com os restos de um feitiço persistente em sua mente. Embora Declan não conseguisse se lembrar exatamente sobre o que era o feitiço ou das palavras, ele sabia que,
de alguma forma pertencia, a Tara.
Ela estava no centro de seus pensamentos. Ele tinha que encontrá-la, tinha que torná-la drough.
Declan caminhou para uma das estantes e olhou para cada livro antes de passar para a próxima prateleira e depois para a próxima.
No fundo da terceira prateleira, encontrou o pequeno livro de couro vermelho. Ele a puxou dos outros e sorriu quando se lembrou de encontrá-lo em seu vigésimo aniversário numa livraria pequena em
Londres.
O proprietário não tinha percebido o quanto o livro valia a pena. Declan pagou os vinte e cinco Pounds e saiu da loja com uma grande quantidade de feitiços na mão.
Declan folheou as páginas duas vezes antes de encontrar o feitiço na parte de trás do livro. ? Um Feitiço de Conexão. ? ele disse, lendo o título.
Ele já havia usado uma forma de feitiço de conexão, mas esse permitia que ele entrasse na mente de Tara enquanto ela dormia para que pudesse ver seus pensamentos.
Pela primeira vez em dias ele realmente sorriu quando se afundou em sua cadeira e começou a cantar o feitiço simples, mas brilhante.
* * *
Tara estava começando a pensar que não havia nada dentro ou perto do castelo que pudesse fortalecer sua magia. E então as nuvens se abriram e um raio de luz solar a atingiu através da janela.
Ela imediatamente se virou para ele, e um momento depois ouviu Saffron ofegar.
? Acho que o encontramos. ? disse Reaghan.
Tara olhou para as mulheres e franziu a testa. ? Por quê? Porque eu me virei para o sol em meados de janeiro?
? Não. ? Marcail disse com uma risada. ? Porque esse foi o menor raio de sol que eu já vi, mas todo o seu rosto se iluminou. Você está atraída por isso.
? Eu sempre fui atraída pelo sol. ? , disse Tara com um encolher de ombros.
Reaghan puxou Tara para o chão. ? Apenas tente.
Tara cruzou as pernas e olhou para Reaghan. ? Agora o que eu faço? Apenas sento-me aqui?
? Feche os olhos ? insistiu Saffron.
Tara fez o que lhe mandaram.
Marcail apoiou as mãos nos ombros de Tara por trás e sussurrou em seu ouvido: ? Agora pense na sua magia. Procure por ela e deixe-a encher você. Toda você. Não pare, Tara. Concentre-se na magia.
Quanto mais Marcail falava, mais distante sua voz se tornava até desaparecer completamente. Tara parecia estar flutuando, mas não estava sozinha. Havia algo lá, apenas fora do alcance, algo que
ela conhecia e reconhecia.
Sua magia.
Ela sorriu quando ela chamou e isso se aproximou. Quando ela abraçou a magia como nunca tinha feito antes, de repente isso a inundou até que ela pôde sentir tudo de uma só vez.
E então ouviu os tambores.
Eram como um eco distante. Ela não pensou mais sobre eles quando se concentrou em sua magia. Era como se estivesse girando em torno dela e através dela. Como se isso a tivesse testando.
Esse pensamento a surpreendeu, mas, novamente, ela não usou muito sua magia desde a morte de sua avó. Ficou com muito medo. Sua avó estava tentando ensiná-la a controlar isso.
Tara deixou que todos os pensamentos deixassem sua mente enquanto flutuava junto com sua magia. Ela era sublime e tranquila. Um lugar onde nada importava e nada poderia prejudicá-la.
Os tambores soaram novamente, desta vez mais alto e mais perto. A batida era hipnótica e a atraiu para o som. Não tinha medo do que encontraria. Não era apenas a música, mas o canto que ela ouvia
também.
Se a música era cativante, o canto era fascinante. Tara não conseguia entender os cânticos, mas não importava. Pela primeira vez, tudo parecia como se fosse como deveria ser. Como se tivesse finalmente
encontrado um lugar onde poderia ser uma parte de sua magia e não temer prejudicar alguém.
Ela sorriu para os antigos que a rodeavam. Como sabia que eram eles que estavam cantando, ela não tinha ideia. Só que o conhecimento estava lá e ela prontamente aceitou.
Eles a incitavam a tomar sua própria magia, a aceitá-la. Ou poderia haver consequências terríveis. Tara queria saber quais seriam essas consequências, mas eles se recusaram a responder.
Ela eventualmente, desistia de perguntar e fazia como solicitado. Era como se ela pudesse controlar sua magia corretamente neste maravilhoso lugar novo que ela encontrara. E ela se preocuparia em
como fazer isso quando acordasse mais tarde.
Tara estava tão perdida em sua magia que levou um momento para perceber que os cânticos e os tambores estavam desaparecendo novamente. Ela não estava pronta para deixá-los ou acordar.
? Cuidado. ? ela ouviu uma voz perto de seu ouvido sussurrar.
O que a voz poderia significar? Ela estava segura com os antigos. Eles haviam dito isso a ela.
? Olá, Tara. ? disse a voz de Declan atrás dela.
Ela se virou e o encontrou nas sombras com uma luz atrás dele, mostrando nada além de sua silhueta. ? Você não está aqui.
? Oh, mas eu estou. Já te avisei que sou capaz de fazer qualquer coisa. Parece que eu posso invadir sua mente enquanto você dorme. Exceto que você não está dormindo agora, está? Não, você está...
meditando, o que abaixou suas defesas ainda mais.
Tara deu um passo para longe dele. ? Você não pode me machucar aqui.
Declan jogou a cabeça para trás e riu. ? Não fisicamente, não. Mas há muito mais que eu poderia fazer. Por exemplo, quando eu tiver terminado com sua mente, você fará o que eu quiser. Incluindo
a morte dos Guerreiros. ? Ele fez uma pausa. ? E se tornando drough.
? Nunca!
? Você deveria fazer melhor do que dizer nunca, Tara. Você disse que eu nunca iria te encontrar. Mas eu te encontrei. Duas vezes.
? Ramsey vai mata-lo ainda. Ele machucou você, não? ? Ela perguntou com um sorriso. ? Eu sei que ele fez.
? Acho que vou mandar matar esse Ramsey primeiro, porque ele significa muito para você.
Tara agarrou sua cabeça e sacudiu. ? Saia! Saia da minha cabeça!
Ela queria desesperadamente acreditar que tudo era apenas um sonho, um medo que se manifestava em sua mente. Mas mesmo sua magia estava dizendo a ela que Declan era muito real.
Dedos fortes penetraram em seus braços enquanto lhe dava um áspero puxão.
? Não há como escapar de mim agora. ? ele disse com os dentes cerrados.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
? Maldito seja, Ramsey, abra os olhos!
Ramsey retraiu-se internamente pelo modo como Galen gritou em seu ouvido. ? Não tão alto!
? Sobre o maldito tempo. ? Fallon murmurou do outro lado de Ramsey.
Alarme varreu Ramsey então. Havia apenas uma razão para seus amigos se preocuparem. Ele abriu os olhos para descobrir que eles estavam dentro da caverna com apenas a luz filtrada através da entrada,
mas com a sua visão realçada, eles poderiam ver tudo tão facilmente no escuro como no dia.
Galen baixou o queixo para o peito e passou a mão pelos cabelos. ? Seu desgraçado. Nunca me assuste assim.
Ramsey lentamente se sentou para encontrar Fallon observando-o com olhos nublados. ? Eu quero saber o que aconteceu?
? Além de você brilhar? ? Fallon perguntou.
? Brilhar? ? repetiu Ramsey.
Galen bufou alto. ? Sim, meu amigo. Você estava fodidamente brilhando. E você não estava respondendo.
? Nós tivemos que bater em você inconsciente. ? Fallon disse isso com uma amarga torção dos lábios.
O que deixou Ramsey saber que tinha sido um caso muito maior do que qualquer um dos Guerreiros queria admitir. ? E depois?
? Então você não acordava! ? Galen se levantou e começou a andar. ? E sua magia. Meu Deus, Ramsey. Pensei que Isla e Reaghan tivessem magia poderosa. O sua excede isso...
? Nada que pudéssemos compreender. ? terminou Fallon.
Ramsey esfregou a mão pelo rosto e ficou em pé. ? Obrigado. Vocês dois.
? Tem certeza de que está bem? ? perguntou Fallon.
Ramsey assentiu com a cabeça. ? Já perdi horas suficientes. Precisamos começar a procurar.
? O que estamos procurando? ? perguntou Galen, mas ele não parecia tanto interessado em descobri isso quanto como antes Ramsey... tinha brilhado.
Ramsey ainda não conseguia imaginar-se brilhando. Não era algo que ele já tinha feito antes. Porque agora? Ele sacudiu a cabeça interiormente e se concentrou na caverna.
As paredes eram cobertas com a escrita de seu povo e símbolos celtas, alguns pequenos, alguns grandes.
? Se alguma coisa fosse deixada para trás seria aqui. ? disse ele.
Uma vez que a caverna era relativamente pequena, com uma grande abertura no meio, onde os seis anciãos provavelmente ficavam, e terminava logo após a entrada, eles não tinham muita área para procurar.
Havia vários pergaminhos que haviam sido encerrados em magia para impedi-los de sucumbir aos elementos naturais, mas nenhum era importante o suficiente para colocar um feitiço escondendo a caverna.
? Ramsey. ? chamou Galen.
Ele correu para o amigo para encontrar Galen olhando para um complicado nó de círculo celta.
? Já vi isso antes. ? disse ele, colocando a mão direita no símbolo.
Um painel abaixo do símbolo moveu-se para revelar uma abertura pequena com um pergaminho dentro.
Por um momento, Ramsey simplesmente olhou para ele. Então o alcançou e pegou. Ramsey segurou o antigo pergaminho cuidadosamente em seus dedos e lentamente o virou até encontrar o selo.
? O que é isso? ? Fallon perguntou a seu lado.
Ramsey correu o polegar sobre o selo vermelho e dourado. ? É magia misturada com sangue. Era usado apenas para o mais sagrado dos documentos. A magia é misturada de modo que somente a pessoa que
foi criada para abri-la é capaz de fazer isso.
Galen se inclinou sobre seu ombro para olhar mais de perto. ? Como? Apenas quebrando o selo?
? Você não pode simplesmente quebrar o selo. Porque o sangue foi usado para criar o selo, leva sangue para quebra-lo.
? Ah. Um sacrifício. ? disse Galen com um aceno de cabeça.
? Não é de admirar os rumores de Druidas realizando sacrifícios derramado sangue sobre a terra. ? Fallon disse com uma carranca.
? Nós não sacrificamos vidas. Só um pouco de sangue. E nem todos os Druidas tinham a capacidade de criar selos deste tipo. ? acrescentou Ramsey.
Galen o cutucou. ? Pode abri-lo?
Ramsey correu o polegar mais uma vez sobre o selo vermelho e dourado com a imagem de um crânio na cera, uma tristeza se instalando em sua alma. ? Este era o selo do meu pai. Provavelmente foi o
último a entrar na caverna.
? Isso é uma caveira, Ramsey. ? disse Galen.
Ramsey sorriu. ? Há desenhos entrelaçados nele também. Ser dado um crânio para uma família como seu símbolo era muito apreciado em meu povo. Isso significava que a família não era apenas importante,
mas incrivelmente forte com magia, além de ter força física.
? Nada disso me surpreende já que nós sabemos o quão forte Guerreiro você é. Então o pergaminho é para você? ? Fallon perguntou.
Ramsey encolheu os ombros. ? Ele provavelmente me achava morto, então não. No entanto... se o que eu li nas páginas do livro que Galen descobriu é verdade, então talvez seja.
? Você tem que tentar. ? Galen deu de ombros quando Ramsey olhou para ele. ? Eu tentaria.
Fallon assentiu lentamente. ? Concordo com Galen. Você tem que tentar. ?
Ramsey cuidadosamente colocou o pergaminho no chão. Ele alongou uma de suas garras de sua mão direita e cortou em seu antebraço esquerdo.
O sangue derramou rapidamente, e Ramsey moveu seu braço sobre o selo para que ele pegasse cada gota. Logo a ferida foi reparada. E o selo não se quebrou.
? Não era para mim. ? murmurou Ramsey mais para si mesmo do que para os outros.
Mais uma vez ele levantou o pergaminho em suas mãos. Ele estava no processo de devolvê-lo ao nicho quando houve uma grande fenda e o selo vermelho e dourado quebrou em dois.
? Parece que foi feito para você. ? disse Fallon, sua voz cheia de admiração e curiosidade.
Galen esfregou o queixo, pensativo. ? Talvez como agora você é um Guerreiro, demorou mais tempo para reconhecer que era você.
Nada disso importava para Ramsey agora, não quando ele queria saber o que estava dentro do pergaminho. O que era tão importante que seu pai não só havia escondido o pergaminho, mas também havia
colocado o selo?
? Quanto tempo depois que eu fui levado meu povo desapareceu? ? Ramsey perguntou.
Galen olhou para o chão. ? Calcula-se entre sessenta e oitenta anos.
O pergaminho tinha sido escondido mesmo enquanto outros Druidas de Torrachilty permaneceram. Seu pai sempre foi seletivo no que havia dito a Ramsey, mas nunca este segredo.
Ramsey desenrolou suavemente o pergaminho, e leu as primeiras palavras em voz alta. ? Ramsey, meu filho...
A dor dessas palavras bateu em Ramsey como um martelo. Seu fôlego fechado em seus pulmões e seus olhos se recusaram a se concentrar. Abaixou o pergaminho e caminhou até a beira da caverna. ? Ele
sabia o que aconteceu comigo, ? disse ele. ? Meu pai sabia o que Deirdre me fez.
Fallon colocou uma mão no ombro de Ramsey. ? Ele também sabia que você viria através dele ou então ele não teria deixado uma mensagem para você.
Ramsey sabia que Fallon estava certo, mas o conhecimento de que seu pai sabia que ele estava em Cairn Toul e enviara homens para resgatá-lo deixou-o com um peso esmagador que nunca iria embora.
Mas tinha que saber o que seu pai queria lhe dizer. Ramsey começou a ler novamente, desta vez para si mesmo, e quanto mais lia, mais preocupado ele ficava.
? Merda! ? ele murmurou quando tinha lido s metade do pergaminho.
Galen estava ao seu lado em um instante. ? O quê?
? Nem todo o meu povo morreu no ataque de Deirdre. Houve alguns que foram convidados a sair e encontrar um novo lugar no mundo. Homens que estavam destinados a manter nossa linha indo em algum pequeno
caminho.
? Isso é bom, não é? ? Fallon perguntou.
Ramsey sacudiu a cabeça. ? Não exatamente. Acabaria por diluir a nossa magia, mas mesmo assim eu não tenho certeza de que seria suficiente para qualquer mulher ser capaz de usá-la e não ficar louca
Galen perguntou: ? Quantos homens foram enviados?
? Só diz um punhado. ? Ramsey olhou para o pergaminho e balançou a cabeça. ? Essa ideia surgiu depois que eu fui levado e o primeiro grupo de Druidas enviado não mataram Deirdre. Este plano estava
em vigor há décadas.
? O que mais diz? ? perguntou Fallon.
Ramsey engoliu em seco enquanto olhava para o pergaminho e a letra corajosa de seu pai. Ele levou um momento para ler os próximos parágrafos, seu estômago caindo aos pés com um baque.
Ele olhou para Fallon. ? Nos leve de volta ao Castelo MacLeod. Agora!
Sem dizer uma palavra, Fallon colocou uma mão em Ramsey e Galen. No momento seguinte estavam no grande salão do castelo. Que estava vazio.
Um sentimento doentio encheu Ramsey. ? Tara! ? chamou.
Larena apareceu no topo da escada. ? Vocês três. Melhor subirem aqui agora.
Ramsey subiu as escadas quatro degraus de cada vez, seu coração batendo com um batimento rápido e estrondoso em seu peito. Quando ele virou a esquina e viu Larena andando pelo corredor à direita,
ele sabia que ela estava indo para a câmara de Tara.
Ele correu até a porta de Tara e parou quando a encontrou deitada na cama com as Druidesas que a cercavam, sua magia enchendo a sala.
? Que diabos? ? Fallon disse a seu lado.
Ramsey entrou no quarto e ajoelhou-se ao lado da cama. Ele pousou a mão sobre a testa dela e olhou para Sonya. ? O que aconteceu?
? Nós estávamos ensinando a ela como fortalecer sua magia. ? disse Marcail.
Saffron assentiu com a cabeça. ? Descobrimos que é a luz do sol que a atraí.
Reaghan encontrou o olhar de Ramsey. ? Ela foi para os antigos, Ramsey. Ela deveria estar segura.
Ele cerrou a mandíbula, o pergaminho apertado em sua outra mão. ? Há quanto tempo ela está assim?
? Algumas horas. ? respondeu Sonya. ? Tentamos ligar para o celular de Fallon, mas ele não respondeu.
Dani limpou a garganta, mas não conseguiu encontrar o olhar de Ramsey. ? Eu... eu sei o que aconteceu.
? O quê? ? Ramsey exigiu, medo de descobrir usando sua própria magia depois do que aconteceu na caverna.
Dani trocou um olhar com Ian. ? É Declan. Saffron o sentiu, e eu usei minha magia para pesquisar a mente de Tara. Ele não apenas a tomou como fez com as outras. Isso é diferente.
? Como se ele estivesse nos pensamentos de Tara e não apenas dizendo a ela o que fazer ? disse Saffron.
Dani assentiu e o nó dentro de Ramsey se apertou. Por longos momentos, ele simplesmente olhou para Tara, deitada tão imóvel sobre a cama. Ele não sabia como alcançá-la, ou se podia.
? O que você leu no pergaminho? ? perguntou Galen.
Ramsey piscou e olhou para o rolo em sua mão esquerda antes de olhar para Galen. ? O plano de enviar um punhado de homens para o mundo não foi a única coisa que eles fizeram Parece que havia uma
Vidente que previu uma família abrigaria uma Druidesa de Torrachilty. Era uma família drough.
Todos os olhos se voltaram para Tara.
? Era a família de Tara, ? Ramsey terminou.
? Inferno. ? Quinn disse enquanto esfregava uma mão sobre o queixo. ? Não admira que ela não possa controlar sua magia.
Broc estendeu a mão. ? Espere. Eu acho que você disse que nenhuma mulher poderia resistir à magia, que as deixava loucas.
? Aye. Uma dose completa de nossa magia. ? Ramsey disse. ? Mas tem sido diluída muitas vezes ao longo dos séculos.
Lucan se encostou na parede, o rosto pensativo. ? O que isso significa para Tara?
? Isso significa que se ela puder controlar sua magia, ela provavelmente será tão poderosa como Isla e Reaghan. ? Ramsey disse. ? Mas primeiro, tenho que livrá-la de Declan.
Camdyn grunhiu. ? Pelo menos agora sabemos por que Declan a quer tão desesperadamente.
? Não tenho tanta certeza. ? disse Charon. ? Eu não acho que Declan sabe o que ela tem dentro dela.
Ramsey lentamente se levantou. ? Se ele não sabia antes, ele sabe agora. Se ele está dentro de sua mente, ele tem acesso a todos os seus pensamentos. Ele será capaz de olhar profundamente em sua
consciência por coisas que ela não se lembra.
? O que você precisa de nós? ? Sonya perguntou.
Ramsey enrolou o pergaminho e o entregou a Fallon. ? Guarde isso para mim.
? O que você vai fazer? ? perguntou Logan.
Ramsey sorriu, mas cheio de malícia e vingança. ? Vou tirar Declan da cabeça dela.
? Eu não acho que seja uma boa ideia, ? Gwynn disse, mordendo os lábios de preocupação.
Mas Ramsey não seria dissuadido. ? Não vou deixá-la assim. Não há como dizer o que ele está fazendo com ela.
? E se ele te pegar? ? Broc perguntou
? Ele vai morrer pelas minhas mãos de uma maneira ou de outra. ? Mas Ramsey sentiu sua preocupação e entendeu.
Havia muita coisa em jogo para tentar entrar na mente de Tara, mas ele estava disposto a fazê-lo. Ele faria qualquer coisa por ela.
Esse pensamento o interrompeu.
Tinha sentido isso pelos os outros Guerreiros, mas nunca por uma mulher. Nem uma única vez em todos os seus séculos de vida ninguém jamais o cativou como Tara.
Algo tocou seu braço e ele olhou para baixo para encontrar a mão de Dani. Seus olhos esmeralda se nublavam de preocupação.
? Eu mal consegui entrar em sua mente, ? Dani disse. ? Assim que eu entrei uma parede subiu, impedindo-me de ir mais longe. E não foi Declan quem pôs a parede para cima.
? Está sugerindo que foi Tara?
? Estou dizendo que foi Tara. ? disse Dani. ? Sinto muito, Ramsey, mas acho que ele já a tem.
? Não. Não. ? Ramsey disse novamente, com mais força. Ele não iria acreditar até que ele visse com seus próprios olhos, e mesmo assim ele iria lutar por Tara.
Ian se moveu atrás de Dani e a envolveu em seus braços. ? Minha esposa sabe o que viu e sentiu, Ramsey. Você precisa se preparar.
Ele deu um curto aceno de cabeça. ? Estou preparado. Agora todos vocês precisam sair.
? Mas... Reaghan começou a dizer.
Foi Galen quem pegou a mão de sua esposa e puxou-a para a porta. ? Ramsey está certo. Todo mundo precisa sair.
Fallon fez um gesto com a mão em direção a porta para que todos saíssem. ? Quanto mais cedo saímos, mais cedo Ramsey pode chegar a Tara.
Um a um, Guerreiros e Druidas, deixaram a câmara até que Fallon, Ramsey e Tara ficaram. Ramsey observou de perto o mais velho MacLeod. Fallon sentia-se responsável por todos dentro das muralhas
do castelo, e queria protegê-los de tudo.
? Você vai ficar bem? ? Fallon perguntou.
Ramsey encolheu os ombros. ? Não posso responder com certeza.
? Sei que quer salvar a Tara. Todos nós queremos, Ramsey, mas se nós vamos derrotar Declan nós iremos precisar de você. Especialmente depois do que eu vi hoje.
? Meu brilho? ? perguntou Ramsey com as sobrancelhas arqueadas.
? Não foi só isso, meu amigo. Foi a magia que eu senti também. Você a escondeu de nós, e eu não quero que você faça isso por mais tempo. Nós precisamos de você como um Guerreiro e como um Druida.
Ramsey não tinha palavras para responder. Em vez disso, estendeu o braço, com um sorriso irônico, Fallon apertou seu antebraço.
? Esteja seguro. ? sussurrou Fallon antes de sair da câmara e fechar a porta atrás dele.
Ramsey respirou fundo e encarou Tara. Agora que ele estava a sós com ela, ele deixou a angústia se mostrar em seu rosto. ? Espere, Tara. Eu estou indo para você.
Ele deitou na cama ao lado dela e pegou sua mão na dele. Então fechou os olhos e entregou-se a sua magia. Os tambores e cânticos logo encheram suas orelhas. Ele se moveu em direção a eles, procurando
a única conexão que tinha para alcançar Tara.
Se os antigos não pudessem ajuda-lo, ele não sabia o que poderia fazer.
? Ele a tem. ? suas vozes sussurradas ecoaram ao redor dele.
O fato de saberem que Declan estava na mente de Tara era bom. Se pudessem chegar a Tara, ele também poderia.
? Ela não nos ouve. ? gemeram os antigos.
A pouca esperança Ramsey tinha desapareceu com suas palavras, mas ainda assim ele tentou chegou a Tara. Ele concentrou toda sua magia enquanto meditava mais fundo, procurando, procurando Tara.
E com facilidade levantou um alarme interno, ele estava de repente dentro da mente de Tara.
Mas o Tara que ele viu não era a que ele tinha feito amor na noite anterior. A Tara olhando para ele tinha cortado os pulsos, sinalizando que ela era uma drough.
CAPÍTULO TRINTA E SETE
Declan soube o instante em que alguém entrou na mente de Tara. Não que ele se importasse. Levara mais tempo do que pensara, mas Tara era dele.
A tortura que ele podia distribuir fisicamente não era nada comparado com o que ele poderia fazer para a mente de uma pessoa. Tara tinha resistido muito, o que o impressionou.
Ele só estivera em sua mente por algumas horas, mas para ela havia sido meses. Sua mente não era tão frágil como sempre acreditou. Ela era forte na mente e no corpo. E sua magia... Declan sorriu
enquanto saboreava sua poderosa magia.
Se ele soubesse dez anos atrás que tipo de magia ela guardava dentro dela, ele nunca teria tirado os olhos dela. Ele não tinha certeza de como ela tinha conseguido uma magia tão poderosa quando
não era evidente em qualquer outro lugar em sua família, mas ele não iria reclamar.
Com sua magia adicionada à dele, nada e ninguém seria capaz de ficar em seu caminho. E ao contrário de Deirdre, Tara nunca pensaria em ir contra ele. Não agora, pelo menos.
Declan sabia que não poderia ficar em sua mente por muito mais tempo. Estava desgastando-o, e a dor da magia que rasgava suas entranhas estava tornando mais difícil manter sua concentração.
Se Tara só tivesse durado um pouco mais de tempo, ela o teria superado. Mas Declan era eficaz quando se tratava de torturar uma pessoa. O fato de que gostava apenas tornava isso mais agradável.
Assim quando Declan estava prestes a deixar a mente de Tara, ele sentiu a presença de um Guerreiro. As coisas não poderiam ter ido melhor se ele as tivesse planejado.
? Mate-o ? Declan ordenou a Tara.
* * *
Os olhos de Ramsey se abriram quando ouviu um grito furioso em seu ouvido. Ele viu um punhal vir até ele, e imediatamente ele ergueu os braços para parar o ataque.
? Tara? ? Ele sussurrou enquanto olhava para a atacante.
E justo como o que tinha visto dentro de sua mente, esta não era a Tara que conhecia. Seus olhos azul-esverdeados estavam cheios de malícia. E sua força. Ele não tinha ideia de como ela havia desenvolvido
de repente a força de quatro homens, mas mesmo isso não podia comparar-se ao poder de um Guerreiro.
O primeiro pensamento de Ramsey foi jogá-la longe dele, mas ele não queria machuca-la. O que quer que tivesse acontecido com ela, ele sabia que era obra de Declan. Esta não era sua Tara.
? Você tem que morrer. ? ela disse com os dentes cerrados.
Sua voz, cheia de ódio, o assustou o suficiente para que seu braço se afrouxasse e o punhal que ela segurava enfiou no peito dele.
Ramsey rugiu, não de dor, mas com raiva pelo que Declan tinha feito. Ramsey puxou a adaga do peito e mergulhou-a nas pedras da parede. Então ele virou Tara de costas e segurou cada um de seus braços
em suas mãos.
Ele a montou, e a forma como ela se apoiava contra ele lembrou-lhe muito bem de seu corpo macio quando ele tinha feito amor com ela na noite anterior.
? Lute contra o que Declan fez. ? insistiu ele.
Tara começou a rir, e isso cresceu em uma gargalhada que ecoou fora das paredes da câmara. ? Você não tem idéia do que o Declan pode fazer. Ou o que ele fez comigo. Ele me livrou da contenção que
eu tinha em mim. Agora a magia que eu temia é minha para usar como eu quiser.
? Se você não lutar contra Declan e o mal que ele plantou dentro de você, Tara, você estará perdida para mim para sempre. A magia e Declan vão cuidar disso.
? Talvez eu nunca tenha sido feita para ser sua. Se não fosse por você, eu não teria vindo ao Castelo MacLeod. ? disse ela enquanto olhava o sangue escorrendo da ferida que estava se fechando. ?
Se não fosse por você, eu não teria sido amiga das Druidesas e aprender a procurar os antigos. Declan não teria me encontrado, e eu não teria acesso à minha magia.
? Tara... por favor, lute contra isto. ? implorou Ramsey.
Ela sorriu. ? Ele me disse para te matar. Eu não vou parar até que seja feito. ?
Ramsey fechou os olhos, o conhecimento de que Tara estava além de sua ajuda demais para voltar. Seu peito se abriu, um buraco muito escuro e muito profundo ameaçando engoli-lo.
Sua magia cresceu dentro dele quando ele chamou. Ele deixou que isso se movesse livremente dele para dentro de Tara. Ela se enrijeceu como se isso a machucasse antes que ela começasse a gritar e
a bater contra ele.
Mas Ramsey não cedeu. Quando ele abriu os olhos e olhou fixamente para ela, disse uma palavra. ? Cadal.
Imediatamente ela adormeceu.
? Eu mesmo quero saber? ? Perguntou Charon da porta.
Ramsey limpou suavemente as mechas de cabelo do rosto de Tara, o coração despedaçado ao perceber que a bela mulher que estava deitada ao lado dele na cama tinha sido substituída por alguém que o
desprezava.
? Declan chegou até ela. O feitiço que usei fará com que ela durma, mas eu não sei por quanto tempo. Precisamos coloca-la em algum lugar que ela não possa escapar.
? O calabouço. ? disse Lucan.
Ramsey limpou a emoção de seu rosto. Os outros não precisavam saber até que ponto a mudança de Tara o afetava. Se soubessem, não o deixariam levar a cabo seus planos. E mesmo que ele tivesse que
trancar todos eles na masmorra, ele estava indo atrás de Declan.
Ele saltou da cama e levantou Tara nos braços. Quando ele se virou para a porta, encontrou todos olhando para ele.
Arran olhou do punhal embutido na pedra para o sangue na camisa de Ramsey. ? Ela te apunhalou?
? Aye.
Os lábios de Phelan se contorceram em confusão. ? Eu não sei se pergunto como ela te esfaqueou ou onde ela conseguiu a adaga.
? Ela me apunhalou porque me pegou de surpresa. ? respondeu Ramsey. ? Quanto ao punhal, não sei.
Ian entrou na câmara e arrancou o cobertor da cama antes de colocá-lo debaixo do braço. ? As meninas foram para baixo para começar um feitiço em uma das celas da masmorra para Tara não pode sair.
Ramsey deu um aceno de agradecimento enquanto saia do quarto. A cada passo sua raiva crescia, e a necessidade de vingança o enchia. Ele teria que controlar a vingança se fosse usar sua magia, porque
a vingança poderia transformar uma pessoa boa para o mal rapidamente.
E embora Ramsey soubesse que ele tinha suas falhas e suas más ações, ele não se considerava mau. No entanto, o deus dentro dele era.
Era uma batalha constante lutar contra seu deus, e a primeira vez que Ethexia encontrasse uma maneira de ultrapassar Ramsey, ele faria.
Ramsey não disse uma palavra enquanto caminhava até a masmorra. Abaixo do castelo, o calabouço era escuro e úmido, com apenas algumas tochas para iluminar o caminho para as Druidesas.
Enquanto caminhava pelo meio das celas, as Druidesas se alinhavam no corredor. Uma pequena cama dobrável tinha sido trazida para o quadrado, uma prisão com barras de ferro. Ramsey colocou suavemente
Tara na cama antes de se endireitar e sair.
Ele fechou a porta atrás dele. Depois de outro olhar para ela, ele pôs a mão no ferro e amarrou a prisão com magia. Ele também permitiu que a magia penetrasse profundamente no chão, para que ninguém
pudesse libertá-la, exceto aqueles dentro do castelo.
Ramsey baixou a mão quando viu Tara começar a se mover. Seus olhos se abriram quando ela o fixou com um olhar letal.
? Eu sei o que você fez comigo. ? ela disse enquanto sentava. ? Sei como você amarrou minha magia porque temia que eu tivesse muito.
Ramsey interiormente estremeceu com suas palavras. ? Nada disso é verdade.
? É sim! Declan contou-me tudo. Ele abriu meus olhos!
? Ele te fez uma lavagem cerebral. ? Ramsey respondeu calmamente quando tudo o que ele queria fazer era socar a parede para liberar parte da raiva dentro dele. ? Não lembra dos amigos que fez aqui?
Seus lábios se ergueram em um sorriso sarcástico quando ela olhou os outros. ? Cada um de vocês me usaram. E eu terei minha vingança.
Ramsey não sabia o que o doía mais, que Tara realmente acreditava nas palavras que estava dizendo ou que Declan a tinha machucado no processo de virá-la para seu lado. Porque Ramsey sabia que Tara
podia não mostrar danos físicos, mas Declan tinha a ferido. Ramsey apostaria sua vida nisso.
? Pense o que quiser. ? disse Ramsey antes que alguém pudesse responder. ? Você afirma que é a verdade o que tem agora. Você se lembra de antes? Correndo de Declan porque ele é o mal?
Tara riu. ? Era de você e do resto dos Guerreiros que eu estava fugindo. Lembro-me do Guerreiro marrom em Edimburgo. Tara olhou para Isla, Larena, Fallon e Broc. ? Eu me lembro de todos vocês me
perseguindo.
Isla começou a responder, mas Ramsey ergueu a mão para detê-la.
Ele se virou para Tara. ? Pense o que quiser. Por agora, você vai ficar aqui. Haverá comida trazida para você, e qualquer outra coisa que possa precisar.
? Preciso sair.
? Exceto isso. ? Ramsey disse, e soltou um suspiro.
Tara cruzou os braços sobre o peito. ? Então planeja me manter aqui para sempre? Não foi o suficiente você me fazer pensar mal da minha família, então eu fugiria deles? Não foi o suficiente eu passar
dez anos olhando por cima do meu ombro e correndo de tudo o que eu considerava uma ameaça?
Ramsey não respondeu. Sabia que não havia nada que pudesse dizer a Tara que a fizesse mudar de ideia. E entrar em sua mente para tentar alterar o que Declan tinha feito não era uma opção, agora
que Tara tinha efetivamente bloqueado todos.
Tomou tudo o que Ramsey tinha para virar-se e afastar-se dela, especialmente quando tudo o que queria fazer era pegá-la em seus braços. Tinha finalmente encontrado uma mulher que se encaixava em
seu mundo e tocava sua alma apenas para perdê-la?
Não foi até Ramsey estivesse de volta no grande salão que ele notou como seus companheiros Guerreiros o cercavam, as Druidesas em pé em um círculo maior em torno de seus irmãos. Ele viu a preocupação
e o interesse gravado nos rostos dos Guerreiros.
? Diga alguma coisa ? insistiu Larena.
Ramsey tinha aprendido desde o início que, como única Guerreira feminina, Larena podia se segurar contra qualquer um deles. Qualquer um que a subestimasse rapidamente perceberia seu erro.
? O que vocês querem que eu diga? ? Ramsey perguntou. ? Declan efetivamente alterou a mente de Tara com alguma forma de tortura. Eu não tenho ideia de quanto Declan foi profundo, ou se pode ser
revertida.
Camdyn cruzou os braços sobre o peito. ? Ou se nós deveríamos.
Havia isso, mas Ramsey não queria pensar muito adiante. Ele não estava pronto para desistir de toda a esperança ainda.
? Qual é o seu plano? ? perguntou Broc.
Ramsey não estava surpreso que Broc soubesse que ele já tinha começado a formar um plano. Quando na montanha Deirdre eles tinham formado inúmeras estratégias para cada opção concebível.
? Eu vou atrás de Declan. ? O anúncio não pareceu alarmar todo mundo como Ramsey esperava.
Logan assentiu, seu rosto pensativo. ? Quando você parte?
? Agora.
Foi Fallon que balançou a cabeça e disse: ? Não, Ramsey. Dê algum tempo. Pense sobre isso.
? Por uma vez eu não vou pensar. Pela primeira vez eu vou agir. Declan usou Tara. Ele mandaria que ela nos matasse e fosse até ele. A primeira chance que ela tiver ela vai escapar. ? disse Ramsey,
percebendo que sua voz havia se elevado.
Ele respirou fundo e olhou para os rostos ao redor dele. ? Eu imploro a cada um de vocês, não baixem a guarda com Tara. Ela acha que somos nós que a prejudicamos. Ela é como um animal encurralado
agora, e ela vai atacar qualquer um de nós.
? Eu entendo você. ? disse Lucan. ? Mas eu concordo com Fallon. Dê um dia, Ramsey. Vamos planejar.
? Nós? ? Ele repetiu e sorriu ironicamente. ? Não há nós. ? No momento em que eu terminar com Declan talvez nem eu possa estar aqui. Eu não quero nenhum de vocês perto de sua mansão por causa disso.
Hayden bufou e levantou uma sobrancelha loira. ? Se você acha que eu vou permitir que você vá para o lugar do mal sozinho, então é melhor você me trancar na masmorra também.
? Hayden tem razão. ? disse Arran. ? As forças de Declan talvez tenham nos superado em número no norte, mas quase o pegamos.
Ramsey passou a mão pelo cabelo. ? Ali era um terreno neutro. Em sua mansão haverá feitiços e guardas impedindo qualquer um de conseguir acessos.
? A menos que você seja um Druida. ? disse Larena enquanto olhava para Ramsey.
Charon riu. ? Ela tem um ponto. Pense no que poderíamos fazer se Declan acreditar que somente Ramsey veio atrás dele. Pense em quão facilmente poderíamos tirar suas forças.
Ramsey não podia acreditar que todos não entendiam como era importante que ele fosse sozinho. Até mesmo Galen e Fallon que tinham presenciado ele supostamente brilhando, e Arran quem ele quase matou
concordavam que todos deveriam atacar.
? Sei que não sou um de vocês, mas ouvi tudo isso com interesse.
Ramsey se virou para encontrar Phelan atrás dele encostado na parede, um pé apoiado nas pedras. ? E? ? Ramsey perguntou.
Os olhos cinza-azulados de Phelan encontraram-se com os dele. ? Se vamos pegar esse filho da puta, então precisa ser feito com todos nós. E sim, antes de dizer algo sarcástico, Camdyn, estou me
incluindo nisso.
? Então está resolvido. ? disse Quinn.
Ramsey sabia que não poderia convencê-los a não ir, mas ele seria um desgraçado se permitisse feri-los. ? Isso é uma merda, só para vocês saberem. Mas se algum de vocês for certifiquem-se de estar
longe quando eu usar minha magia.
? Concordo. ? disse Fallon. ? Eu vi o suficiente mais cedo para saber que é melhor para todos.
Isla empurrou-se a frente de Hayden e olhou primeiramente para Hayden então, para Ramsey com seus olhos azuis de gelo. ? Se vocês acham que estão deixando nós Druidas fora desta luta, vocês precisam
repensar as coisas.
? Sobre o meu cadáver! ? gritou Hayden.
Logo Arran, Charon e Phelan estavam ao lado de Ramsey enquanto observavam os casais discutindo se as mulheres iriam ou não. Não demorou muito para as mulheres conseguirem uma vitória.
Ramsey olhou para todos enquanto o salão se acalmava. ? Tudo certo. Mas alguém deve ficar aqui para ter certeza de que Tara não irá embora.
? Essa será eu. ? disse Fiona.
Como ela tinha pouca magia, eles concordaram em permitir que ela ficasse.
? Você tem um plano? ? Broc perguntou a Ramsey novamente.
O sorriso de Ramsey foi lento. ? Oh, aye. Eu tenho.
CAPÍTULO TRINTA E OITO
Declan tamborilava com o dedo no braço do sofá de couro em seu escritório enquanto bebia seu uísque. As coisas não poderiam ter ido melhor com Tara.
Os Guerreiros do Castelo MacLeod tinham o hábito de atrapalhar, mas Declan tinha encontrado uma maneira de contorna-los. Agora nada que pudessem tentar mudaria o que ele tinha feito.
? Quando ela chegará? ? Robbie perguntou enquanto enchia seu copo com uísque.
Declan encolheu os ombros. ? Não importa quando Tara chegará. Ela virá. E isso é tudo que importa.
? Os MacLeods podem tentar mantê-la.
? Eles podem certamente tentar.
Robbie se virou e se apoiou contra o aparador enquanto rodava o uísque. ? O que você fez para Tara exatamente?
? Ah, essa é a parte brilhante, primo. Declan inclinou-se para a frente, estremecendo ligeiramente quando seu corpo protestou contra o súbito movimento.
? Eu gostaria de ter pensado nisso antes. Todos esses anos desperdiçados em tentar encontrar Tara. Apenas pense se eu tivesse tido tanto ela quanto Deirdre.
Robbie riu antes de drenar o uísque em um gole. ? Agora sim, você teria tido algo.
? Tara foi forte, mas com a tortura certa, eu consegui atravessar as defesas em sua mente e alterar sua percepção de tudo. Em vez de me temer, ela teme agora todos os Guerreiros.
? Isso foi brilhante. Então ela agora é verdadeiramente nossa?
O olhar de Declan se estreitou e ele lentamente se sentou no sofá. ? Ela é minha, sim. Sob meu comando.
? Claro. ? Robbie disse apressadamente.
Declan tomou um gole de uísque e perguntou: ? Encontrou mais homens?
? Eu tenho outros três chegando amanhã da África do Sul. Você realmente acha que o MacLeods seriam estúpidos o suficiente para atacar?
? Eu acho que eles irão tentar. ? Declan enxugou a boca com a mão e pensou novamente no Guerreiro que tentara acessar a mente de Tara. ? Poderia haver um Guerreiro que tenha uma ligação crescendo
com ela.
? Eu diria que foi da torre de Dunnoth, mas ele está morto.
Declan emitiu um som no fundo de sua garganta. ? Sim. Ele deveria estar. Há algo que ainda me incomoda nesse acontecimento inteiro, primo. Onde estava o Druida que enviou aquela explosão de magia?
? Eu não tenho ideia. ? Robbie respondeu com um leve encolher de ombros.
? Os Guerreiros não podem ser Druidas, certo? Não há nada que insinuasse isso, ainda...
? Você acha que pode haver um?
Declan apertou sua mandíbula enquanto a dor irradiava por todo seu corpo quando ficou em pé. Aproximou-se de sua escrivaninha e afundou-se na cadeira de couro preto de respaldo alto. Depois de deixar
de lado o copo, abriu o laptop e puxou os arquivos que havia guardado sobre Druidas.
? Em todos os meus anos e todas as minhas pesquisas sobre Druidas eu não me lembro de nada que sugira que qualquer um de nós se tornou Guerreiros.
Robbie caminhou atrás de Declan e olhou para a tela. ? Certamente se houvesse um Guerreiro que também fosse parte Druida, ele teria atacado Deirdre bem antes que ela crescesse muito poderosa.
Uma risada escapou de Declan, e ele fechou o computador. ? Você está certo. Eu simplesmente não consigo parar de pensar naquele Guerreiro ou na magia que foi enviada para mim. Magia que o estava
comendo agora, agonizantemente devagar, mas comendo da mesma forma.
? Mas pense nisso. Se tivessem alguém meio Druida, metade Guerreiro, ele já teria vindo para a batalha.
? E ninguém será capaz de me derrotar, mesmo que tente. Declan sorria enquanto ele segurava as mãos na mesa e se levantava. ? Acho que é hora do jantar, Robbie.
Declan não pensou mais no MacLeods enquanto entrava na sala de jantar para a comida que o aguardava.
* * *
Ramsey, Broc, Isla e Phelan foram os primeiros que Fallon teletransportou para a mansão de Declan. Em poucos minutos, todos, incluindo o filho de Fiona, Braden, e o filho de Marcail e Quinn, Aiden,
estavam lá.
Vinte e quatro pares de olhos olhavam para Ramsey de seu esconderijo a cerca de trezentos metros da mansão de Declan.
? Conto apenas quatro guardas patrulhando. ? sussurrou Camdyn.
Broc grunhiu. ? Aye, mas eu sinto camadas sobre camadas de magia.
? Seus feitiços. ? Ramsey disse com um aceno de cabeça. ? Declan queria ter certeza de que, se voltássemos, não entraríamos em sua casa.
O sorriso de Logan foi enorme quando ele disse, ? Porque nós apavoramos como o inferno.
Hayden deu uma cotovelada em Logan, mas sorriu da mesma forma. ? Qual é o plano, Ramsey?
Ramsey olhou para Larena. ? Vou entrar, mas não vou estar sozinho.
? Espere. ? Fallon disse quando compreendeu o significado de Ramsey. Larena é uma guerreira. Ela não conseguirá superar essas barreiras.
? Quando tiver terminado, todos vocês poderão entrar.
Larena colocou uma mão calmante sobre a de Fallon e olhou para Ramsey. ? O que você quer que eu faça?
Ramsey olhou além do ombro de Larena para as luzes que vinham da mansão. A escuridão estava caindo, e precisava estar noite profunda para o plano de Ramsey funcionar, além disso levaria algum tempo
para passar pelos feitiços.
? Eu quero que você entre na casa dele invisível. Encontre o quarto de Declan ou onde quer que ele mantenha seus feitiços. Haverá um livro ou dois cheios deles. Preciso que sejam destruídos.
Quinn franziu o sobrolho. ? Por quê? Eles são apenas feitiços, e ele provavelmente já os memorizou até agora.
? Não, meu amor. ? disse Marcail. ? Há milhares de feitiços. Não podemos nos lembrar de todos, e é por isso que tantos Druidas os escrevem. É por isso que temos três livros cheios deles no castelo.
Ian deslocou-se na neve. ? Quinn está certo. Por que destruí-los? Traga-os de volta para o castelo. Poderia haver algo nesses feitiços que nossas Druidesas podem usar.
? Esses livros estão cheios de feitiços de magia negra. ? apontou Ramsey. ? Eu não acho que trazê-los para o Castelo MacLeod seria o ideal.
? Concordo. ? disse Fallon.
Isla apanhou o olhar de Ramsey. ? Espere. Não que eu esteja defendendo o uso da magia negra, mas nem todos os feitiços são maus. Você sabe tão bem quanto eu, Ramsey, que depende do Druida que usar,
se o feitiço é bom ou mau.
? Se de alguma forma Declan sobreviver a isso, eu não quero que ele tenha qualquer acesso a esses feitiços. ? disse Ramsey.
Hayden grunhiu profundamente em sua garganta. ? Ele não vai sobreviver a isso, meu amigo.
? Hayden está certo. ? disse Broc. ? Conheço seus planos, Ramsey. Ele não vai sobreviver.
Ramsey esfregou sua mandíbula, seus pensamentos se voltando para Tara por um momento. ? Precisamos esperar até que esteja totalmente escuro. Quero que cada Guerreiro com sua esposa Druidesa estabeleça
um círculo ao redor da mansão. Ninguém sai.
? Eu estou gostando disso. ? Gwynn disse enquanto esfregava suas mãos enluvadas.
Ele viu a raiva nos olhos das Druidesas. Todos estavam prontos para lutar contra Deirdre, mas Gwynn, Dani e Saffron não sabiam realmente quem era Deirdre. Mas elas conheciam Declan muito bem.
Elas também tinham visto o que ele tinha feito com Tara.
? E então? ? perguntou Logan.
? Vocês fiquem lá. ? disse Ramsey. ? Não importa o que vocês vejam, fiquem lá e lutem, porque uma vez que eu estiver dentro, não demorará muito para que os outros tentem sair.
Charon perguntou: ? E nós que não temos mulheres?
Ramsey olhou para Fallon. ? Fallon, Larena estará dentro, mas eu preciso que você fique com os outros. Assim que Larena sair com os livros, quero que ambos permaneçam fora da mansão.
? Feito. ? disse Fallon.
Ramsey então olhou para os três que não estavam acasalados. ? Phelan, Charon e Arran, quando vocês sentirem cair a magia que protege a mansão, eu preciso que vocês três entrem e tenha a certeza
de que ele não está prendendo mais Druidas. Se ele estiver, então liberte-os.
? E se nos depararmos com algum de seus mercenários? ? perguntou Phelan.
Ramsey sorriu. ? Faça o que quiser.
? Isso é tudo? ? Os olhos de Arran estavam duros, o queixo travado enquanto se preparava para a próxima batalha.
? Não. ? Ramsey apertou as mãos ao lado dele e olhou ao redor o grupo de pessoas que ele chamava de família. ? Declan é meu. Quando começamos nossa batalha, preciso que todos vocês mantenham uma
distância segura da mansão. Eu não sei até onde minha magia chegará quando eu desencadear tudo, mas eu não vou parar até Declan estar morto.
Os lábios de Hayden achataram quando ele soltou um longo suspiro. ? Eu não gosto dessa parte do plano, Ramsey. Você disse que manteve sua magia presa já que você não pode controla-la por causa de
seu deus.
? Isso é verdade. E ser um Guerreiro só acrescenta mais à minha magia. Posso matar Declan, mas preciso saber que nenhum de vocês será machucado.
Galen engoliu em seco e respondeu: ? Você tem a nossa palavra.
Foi suficiente para Ramsey. Ele assentiu com a cabeça e desviou o olhar.
? Você ouviu Ramsey,? Fallon disse. ? Todos tomem suas posições. Eu sei que está frio, garotas, mas seus Guerreiros irão mantê-las aquecidas. Todos, fiquem vigilantes. Este bastardo já fez o suficiente
para nós.
Os outros se arrastaram entre as sombras para tomar suas posições ao redor da mansão. Ramsey permaneceu com Fallon, Larena, Phelan, Charon e Arran.
? Estou achando bastante difícil ficar lá quando sei que o bundão está esperando para morrer. ? disse Arran.
Charon olhou para ele e sorriu. ? Você sente necessidade de outra batalha tão cedo, Arran?
? Quem não gosta de matar o mal? ? Phelan perguntou.
Ramsey olhou para a lua, seguindo sua ascensão para o céu. Não demoraria muito.
* * *
Tara pensou que tinha conhecido o medo real, mas não o tinha experimentado verdadeiramente até que acordou para encontrar-se trancada em uma masmorra.
Uma maldita masmorra medieval!
Ela tentou manter a calma, mas seu coração estava correndo e o sangue batendo em seus ouvidos tão alto que afogava tudo o resto.
Tara tinha que encontrar uma saída da masmorra. Ela ainda não podia acreditar que tinha sido enganada tão completamente por Ramsey e os outros.
O que doía mais era que tinha se apaixonado por ele. Totalmente fisgada. Ela deveria ter sabido que ele era bom demais para ser verdade.
? Oh. ? ela ofegou, e agarrou a cabeça quando outra dor de cabeça bateu nela.
Sentia como se um atirador estivesse cravando na base de seu pescoço e em seu crânio. A dor a fazia ver manchas diante dos olhos, mas ela se recusava a apagar. Ela tinha que ficar acordada, para
ficar focada e viva.
Lágrimas se juntaram em seus olhos quando ela percebeu quem Ramsey e os outros Guerreiros realmente eram. Como eles e as Druidesas que ela pensava serem suas amigas haviam trabalhado ao lado de
Deirdre para trazer o mal ao mundo.
Enojou Tara ao saber que havia vivido entre tantos maus, e que tinha considerado fazer do Castelo MacLeod sua casa.
Também mostrou quão forte era a magia das Druidesas no castelo. Não só podiam esconder o castelo e impedir que as pessoas envelhecessem, mas também poderiam fazer alguém acreditar numa mentira como
se a tivessem conhecido durante toda a sua vida.
Tara enxugou uma lágrima que escapou e fungou. Ela não iria chorar. Ela tinha estado em situações apertadas antes. Não importa como, ela iria sair disso.
Ela pensou novamente em Ramsey parado do outro lado das grades, fingindo estar chateado com suas palavras. Mas não havia mais fingimento com ela. Ela conhecia o verdadeiro dele, o verdadeiro monstro
que ele era.
Tinha que haver alguma maneira de sair da masmorra. Havia um impulso esmagador para ela sair do castelo o mais rápido que pudesse. O castelo ficara estranhamente quieto, mas ela sabia que não a
deixariam sozinha. Havia alguém no castelo. Mas quem?
Ela não ficou sem saber por muito tempo quando a porta para a masmorra rangeu e o som de passos leves pôde ser ouvido descendo as escadas vindo do grande salão.
Tara observou Fiona quando ela apareceu carregando uma bandeja de comida. Tinha pensado uma vez que Fiona era uma das pessoas mais gentis que já conhecera. Mas isso foi antes que Tara soubesse a
verdade, antes que ela soubesse o quão mal todas elas realmente eram.
? Você está com fome? ? Fiona perguntou.
Tara apenas olhou para ela. ? Por que você está fazendo isso? Eu nunca te fiz mal.
? Estamos fazendo isso pelo seu próprio bem.
Tara bufou em resposta. ? Meu próprio bem? É mesmo? Então é pelo meu próprio bem estar trancada nesta masmorra medieval? É pelo meu próprio bem que todos vocês me enganaram?
? Nós não te enganamos.
Por uma fração de segundo o rosto de Fiona mudou de crueldade alegre para um de confusão e preocupação, seus olhos gentis cheios de apreensão.
Tara balançou a cabeça e apertou os olhos fechados. O movimento fez com que a dor cortasse sua mente novamente, mas ela se recusava a mostrar a Fiona qualquer emoção, exceto a raiva.
? Chega! ? Tara gritou. ? Estou cansada das mentiras.
? Você não sabe o que está dizendo.
Os olhos de Tara se abriram. ? Eu sei exatamente o que estou dizendo. Eu vou sair daqui, Fiona, e Deus te ajude se você tentar ficar no meu caminho.
Fiona lentamente colocou a bandeja para baixo ao lado das barras de ferro. Ela se endireitou e enxugou suas mãos em suas calças cáqui. ? Você pode tentar, mas eu receio que você não vai deixar esta
cela até que os outros voltem.
Se havia uma coisa que Tara nunca tinha sido capaz de ignorar, era um desafio de qualquer tipo. E ela tinha ouvido exatamente isso na voz de Fiona.
Tara se levantou da cama estreita e caminhou até a porta para que ela ficasse diretamente em frente de Fiona, apenas as barras de ferro que os separavam. ? Eu tenho que sair. E eu vou.
Apenas dizer as palavras, enviou um choque de magia através de seu centro para fora, para cada braço e perna, até os dedos das mãos e dos pés. A magia vibrou com potência dentro dela, urgindo a
usá? la, a sentir seu poder.
? Saia do meu caminho, Fiona. ? advertiu Tara.
Fiona balançou a cabeça e suspirou. ? Não adianta tentar. Você só vai se machucar.
Mas Tara não estava ouvindo. Não mais iria ouvir as mentiras saídas dos lábios de pessoas que ela pensava serem seus amigos, pessoas que ela pensava que a estavam protegendo. Em vez disso, eles
queriam usá-la, para machuca-la.
Para matá-la.
? Não. ? Tara disse mais pela ideia de alguém colocando uma mão nela, em vez de comentário de Fiona. ? Estou saindo desse maldito castelo e nunca voltando.
Fiona deu um passo para trás. ? Tara, por favor. Estamos apenas tentando ajudar.
Uma emoção passou por Tara com o medo que ela viu nos olhos de Fiona. Que adicionado com sua magia era tudo que ela precisava. Ela estendeu a mão para as barras e envolveu as mãos em torno do ferro.
A magia deslizou através de sua pele e no metal. Quando ela viu um feixe de fumaça branca se movendo para as barras, sua respiração ficou presa em sua garganta quando um flash de lembrança brilhou
em sua mente de ver magia como aquela antes.
Mas quem esses feixes tinham envolvido? Era um homem, Tara tinha certeza. Mas quem?
Ela foi empurrada de volta para o presente quando o alto clique da fechadura da porta soou no silêncio. Tara abriu a porta e inclinou a cabeça para Fiona.
? Eu disse que estava indo embora.
A boca de Fiona estava aberta, os olhos enormes. ? Você... não há nenhuma maneira que você devesse ter sido capaz de abrir a porta. Havia magia para evitar isso.
? Magia ineficaz. ? ela respondeu. Mas ela se lembrou do único laço de magia e ficou curiosa.
Tara se virou e começou a subir as escadas. Quanto mais depressa ela saísse do castelo, mais fácil seria respirar. Mas, só tinha dado dois passos quando Fiona a agarrou pelas costas.
Elas caíram para frente, Tara pegando o impacto da queda. Todo o medo que ela tinha guardado irrompeu naquele momento. Ela atacou com suas mãos, e sua magia, enquanto e lutava para fugir.
Sua magia voou de suas mãos com uma força que fez seu coração pular uma batida, mas ela não pensou nisso. Nem mesmo quando ouviu um grito estrangulado ou quando o corpo de Fiona ficou mole, Tara
parou para questionar isso.
Ela empurrou Fiona de cima dela e subiu correndo as escadas para o grande salão. Tara tropeçou enquanto empurrava a porta e olhava ao redor da imensa extensão do salão.
Então ela viu seu casaco pendurado perto da porta e correu para ele. Ela o agarrou e correu para fora. Apenas para parar bruscamente quando olhou para os carros a frente dela.
Ela sorriu e correu para o Land Rover. Os Guerreiros nunca trancavam os veículos, e sempre deixaram as chaves dentro. Por que quem ousaria roubar o que todos compartilhavam?
Tara não se importara por que eles faziam isso, só que agora tinha transporte para fugir do Castelo MacLeod. Ela deslizou no assento e fechou a porta. As chaves estavam na ignição, e ela não perdeu
tempo em ligar o SUV.
Ela colocou o veículo em sentido inverso e pressionou o aquecedor enquanto abaixava o cinto de segurança. O SUV levou um momento para mover-se através da neve, e então pisou no freio e agarrou a
direção com as duas mãos.
O enorme portão de madeira estava fechado, e Tara pensou que ela teria que atravessá-lo, então ela olhou para cima e viu um pequeno controle remoto preso ao quebra-sol. Ela apertou o botão. E para
seu deleite, o portão começou a abrir.
Não foi até que Tara passou através da barreira de Isla que escondia o castelo, e estar na estrada principal que ela se sentiu relativamente segura. Ela não tinha ideia de onde estava indo, apenas
que estava colocando cada vez mais distância entre ela e o mal que a tinha levado.
Uma lágrima deslizou pelo seu rosto, e depois outra e outra.
Ela fungou e enxugou a odiada umidade. Como ela poderia ter sido tão tola a ponto de acreditar que eram eles que a ajudariam? Como poderia ter sido tão ingênua a ponto de lhes dizer tudo o que sabia?
Como ela poderia ter sido tão estúpida por se apaixonar por um monstro?
Isso é o que machucava mais. Não que a tivessem enganado, mas que tivesse acreditado nas palavras de Ramsey e em suas carícias. Ela pensou que ele era alguém especial. Único.
O homem que ela esperara encontrar por anos.
Tara sacudiu a cabeça. ? Não. Não vou mais pensar nele. Sua lembrança e tudo o que aconteceu entre nós foi uma mentira. Ele está limpo da minha mente.
Se apenas isso fosse verdade. Mas Tara sabia melhor do que ninguém que se você se dissesse algo o suficiente, acabaria acreditando nisso.
Ela ligou o rádio, ouvindo Godsmack3 enquanto dirigia. Foi quando parou para pegar algo para comer que percebeu onde estava indo.
? Declan. ? sussurrou ela.
* * *
Malcolm jogou o restante de sua comida no lixo. Como sentia falta do sabor da comida no Castelo MacLeod. Tinha certeza de que a maior parte da comida que comia neste mundo moderno não era real.
Processada. Tudo era processado.
Ele revirou os olhos e saiu para o claro céu noturno. Depois de semanas de neve, o céu finalmente havia se esvaziado.
Malcolm olhou para o café atrás dele, desejando que tivesse comido no restaurante que vira no quarteirão, mas não queria sentar em um restaurante e fazer com que todos o fitassem por causa de suas
cicatrizes.
Agora ele desejava ter feito isso, porque pelo menos seu estômago estaria cheio.
Malcolm saiu do meio-fio e começou a caminhar quando a magia Druida bateu nele, a força dela fazendo-o dar um passo para trás.
Ele olhou em volta e viu um Land Rover preto passar por ele. Assim que seu olhar se conectou com a mulher que dirigia, ele soube que ela era uma Druidesa.
Com apenas um segundo de hesitação, Malcolm se virou e observou o SUV parar no mesmo café que ele tinha acabado de sair. Ele se escondeu atrás de um carro e viu a mulher sair do SUV e entrar no
café.
Não havia dúvidas de que ela era uma Druidesa, mas sua magia era uma curiosa mistura de mie e drough, como se ela não soubesse o que ela era.
Quando a mulher retornou, Malcolm subiu no topo do Land Rover.
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
Declan derramou outro copo de uísque de malte único em seu copo. Não parecia importar o quanto ele bebia, nada ajudava a entorpecer a agonia dentro dele.
A magia tinha diminuído consideravelmente, mas ainda assim as marcas pretas se ramificavam em todo o seu rosto, bem como em seu corpo.
Todo o seu braço esquerdo e ombro estavam cobertos por longas e irregulares marcas negras que o faziam lembrar de relâmpagos que bifurcavam através do céu.
Declan segurou o copo até a testa e fechou os olhos. Ele suspirou cansado. A dor era administrável, e mesmo se sua aparência nunca fosse restaurada adequadamente, ele poderia corrigi-la com sua
magia.
Tudo ficaria bem assim que ele tivesse Tara.
Ele abriu os olhos com um sorriso enquanto acariciava o pequeno livro de couro que lhe dera o feitiço que precisava para aceder à mente de Tara. De todos os seus livros de feitiços, este era o que
ele mais valorizaria.
Declan pôs a mão sobre o livro. Um feitiço de esconderijo saiu de seus lábios para manter o livro escondido de seus inimigos.
Porque não importava quantas barreiras e feitiços ele colocou em sua casa, ou quantos mercenários Robbie contratou, Declan sabia que os Guerreiros viriam por ele.
E ele queria que o fizessem.
A interferência deles terminaria assim que atacassem. E Declan sabia que não demoraria muito. Não depois do que ele tinha feito com Tara.
Ele riu, maravilhado com sua própria astúcia. Por fazer Tara pensar que seus amigos eram seus inimigos, e seus inimigos seus amigos. Era impagável, e ela nunca saberia a diferença.
Não havia necessidade de convencê-la a vir até ele. Agora não, pelo menos. Ela pensava que ele era seu salvador, então ela viria por conta própria. E, uma vez na mansão, ela se tornaria voluntariamente
drough, pensando todo o tempo em que estava fazendo magia boa.
Como seria diferente se ele tivesse feito isso há dez anos. Os Guerreiros do Castelo MacLeod teriam sido a primeira coisa que Declan se livraria.
? Logo. ? ele murmurou, e se levantou para guardar o livro de feitiços atrás de outros dois maiores na estante.
Declan voltou a se sentar e recostou-se na poltrona, com os tornozelos cruzados, apoiado em sua mesa. Esta sala era aquela que a ninguém era permitido entrar, exceto Robbie. Este era a sala onde
ele fazia quase todos os seus feitiços.
A sala onde ele tinha aprimorado sua magia ao longo dos anos.
E a sala onde ele havia encontrado o Diabo.
Esse dia mudara para sempre sua vida. Por causa disto, esta pequena sala, esparsamente decorada com apenas o mínimo, era o lugar onde ele vinha para estender em sua magia.
Ao contrário de seu escritório, que era mais para mostrar do que qualquer outra coisa. Seu escritório mostrava seu poder e sua riqueza, e quando conduzia o negócio nele, provava a seus sócios que
não era alguém com quem brincar.
Declan brincou com a abotoadura de rubi no punho da camisa e apoiou as mãos sobre o estômago enquanto imaginava como ele governaria o mundo.
* * *
Tara desacelerou e então parou o Land Rover enquanto se aproximava da mansão de Declan. Mesmo no escuro e através das árvores, ela podia ver a estrutura alta que iluminava a noite.
Ela o tinha deixado quando ele tinha oferecido um santuário à ela. Tinha fugido dele várias vezes, e o temeu como nenhum outro. Ele a receberia? E o mais importante, ele a perdoaria?
Com um longo suspiro, ela pisou no pedal do acelerador e chegou na propriedade de Declan. Os grandes portões de metal bloqueavam sua entrada, mas antes que ela pudesse abaixar a janela e apertar
o interfone, os portões se abriram.
Tara inclinou-se para a frente e olhou pelo para-brisa. ? É tudo ou nada. ? ela sussurrou.
Ela manobrou o carro em torno da fonte maciça situada no caminho circular e estacionou nos degraus da frente. Tara colocou o SUV estacionado e desligou.
Por um momento ficou sentada ali, ensaiando como cumprimentaria Declan. A dor, tão familiar, a esfaqueou na base do crânio.
Tara agarrou a cabeça e cerrou os dentes enquanto a agonia a atravessava. Imagens de pessoas brilharam em sua mente como instantâneos, mas repetidas uma e outra vez.
Era Ramsey.
Ela bateu a mão contra o volante. ? Não. Não!
Instantaneamente, a dor e as imagens pararam.
Com uma respiração trêmula, levantou a cabeça. Era agora ou nunca. Tara abriu a porta do Land Rover e pisou na neve.
E esperando por ela nos degraus estava Declan.
? Eu não achei que você voltaria para mim. ? ele disse com um sorriso de boas-vindas. ? Estou feliz por tê-la em casa, Tara.
Quando ele abriu os braços, ela andou ansiosamente para dentro deles. ? Sinto muito por fugir de você. ? disse ela.
? Não pense nisso, garota.
Tara se afastou e franziu a testa quando viu as marcas pretas sobre o lado esquerdo de seu rosto e seu pescoço. As marcas não eram uma tatuagem elaborada.
? O que aconteceu?
Declan encolheu os ombros. ? Não é nada que eu não possa lidar. Vamos entrar onde está quente. Eu tenho seu antigo quarto esperando. E eu fiz algumas compras para você. Acho que você vai gostar
das roupas.
Tara não se importava com roupas de grife. Tudo que ela queria era encontrar uma casa, um lugar onde ela pudesse se sentir segura e feliz.
Uma imagem do Castelo MacLeod brilhou em sua mente, mas ela afastou-a e sorriu para Declan.
***
? Que diabos? ? Fallon murmurou.
Phelan balançou a cabeça em confusão. ? É...
? Tara. ? Ramsey terminou para ele.
Arran disse: ? Eu não entendo como ela se libertou. Eu vi você colocar aqueles feitiços na prisão, Ramsey.
Ramsey não conseguia tirar os olhos dela. Ele apertou as mãos quando viu Declan envolve-la com os braços. Um rosnado soou profundamente na garganta de Ramsey, a necessidade de sangue, o sangue de
Declan, era feroz.
? Acalme-se. ? disse Charon a seu lado. ? Você não vai fazer nada de bom se perder o controle.
Ramsey não desviou o olhar até que Tara estava dentro da mansão e a porta se fechou atrás dela. Depois. passou a mão pelos cabelos e passeou atrás das árvores que os bloqueavam.
? Ela não deveria ter sido capaz de ficar livre. ? disse ele.
Fallon se levantou ao lado de Larena. ? Eu vou voltar para o castelo e ver o que aconteceu. Volto em breve. Não comece sem mim. ? alertou.
? Não iremos. ? disse Arran.
Apenas alguns segundos depois que Fallon se teletransportou, os cinco se voltaram imediatamente para o som de passos que se aproximavam. E num piscar de olhos, todos eles libertaram seu deus.
? Calma! ? Malcolm sussurrou quando apareceu, suas mãos estendidas na frente dele.
Larena ofegou e derrubou seu deus. ? Malcolm! ? disse ela, correndo para seu primo e abraçando-o.
Ramsey encontrou o olhar de Malcolm, e soube que não tinha sido a coincidência que trouxera Malcolm à propriedade de Declan.
? O que você está fazendo aqui? ? Larena perguntou quando ela deu um passo para trás.
Malcolm olhou para a mansão de Declan. ? Eu senti uma Druidesa, mas não apenas qualquer Druidesa. A magia era... estranha.
? Como assim? ? perguntou Ramsey.
Malcolm esfregou o queixo, pensativo. ? Como se sua magia não pudesse decidir se era mie ou drough. Enquanto ela estava no café, eu subi no teto do Land Rover para ver quem era ela. Imagine minha
surpresa quando chegamos aqui. E eu senti outros Druidas.
? O nome dela é Tara. ? disse Larena. ? Tara Kincaid. Nós a protegemos de Declan.
Uma das sobrancelhas de Malcolm ergueu-se. ? Ela não pareceu ter medo dele depois do que eu vi.
? Isso é porque Declan mudou suas memórias. ? Ramsey disse. ? Ela acha que as pessoas que são suas amigas são agora seus inimigos e vice-versa.
? Maldição. ? murmurou Malcolm.
Phelan resmungou. ? Isso é o mínimo, companheiro.
Malcolm lhe enviou um olhar plano antes de voltar para Ramsey. ? Eu teria pensado que precauções teriam sido tomadas para garantir que ela não saísse do castelo.
? Elas foram. ? respondeu Arran.
Fallon apareceu ao lado de Larena, seu rosto torcido de pesar.
? O que é? ? perguntou Larena. ? O que aconteceu?
Mas Ramsey soube o momento em que o olhar de Fallon encontrou o dele.
? Fiona está morta. Por magia. ? disse Fallon.
Larena cobriu a boca com a mão e inclinou-se para frente, as lágrimas tão silenciosas como o grito que mantinha trancada dentro dela.
Ramsey sabia disso porque sentia o mesmo. O que era pior era que sabia quem era a responsável pela morte de Fiona.
? Isso não significa que Tara tenha feito isso. ? disse Charon.
Ramsey sacudiu a cabeça e olhou para a mansão. Declan virou-a contra nós e, ao fazê-lo, certificou-se de que faria o que fosse necessário para se libertar.
? Você acha que ela matou Fiona? ? Phelan perguntou.
Ramsey encolheu os ombros. ? Eu teria que sentir a magia usada em Fiona para saber, mas acho que ela fez. Não de propósito entretanto. Independentemente do que Declan fez para Tara, não está nela
matar
? Concordo. ? disse Arran.
Ramsey olhou para Fallon para encontrá-lo reconfortando Larena, seus braços travados ao redor um do outro. No entanto, apesar de toda a sua conversa, não era apenas Declan quem foi responsável pela
morte de Fiona. Ele mesmo também era.
Tinha sido ele a colocar o feitiço na prisão. Tinha sido ele a ter certeza que alguém fosse deixado para trás com Tara.
Tinha sido ele que estava confiante demais que Tara não seria capaz de sair.
? Carregar o peso dos mortos é um fardo pesado. ? sussurrou Malcolm.
Ramsey olhou em seus olhos azuis e assentiu. ? Eu vou ter que contar a Braden.
? Não. ? Larena finalmente falou enquanto enxugava suas lágrimas. ? Eu vou fazer isso. Você se sente responsável, Ramsey, mas você não é culpado.
Fallon parou Larena quando ela começou a se afastar. ? Vamos esperar até depois da batalha. Braden não precisa pensar nisso quando precisa ficar seguro.
Larena assentiu com a cabeça, mas suas lágrimas não diminuíram.
Malcolm enfiou as mãos nos bolsos dianteiros de seu jeans e olhou para Ramsey.
? Então. Qual é o plano, e como posso ajudar?
CAPÍTULO QUARENTA
A lua estava alta no céu quando Ramsey saiu de trás das árvores e caminhou para a porta da frente da mansão. As barreiras e os feitiços de Declan não impediam os Guerreiros de se aventurarem em sua
propriedade, apenas na casa.
Mais uma vez, a arrogância de Declan ia custar-lhe. E se Ramsey tivesse alguma coisa a dizer, o custo seria a vida de Declan.
Ramsey tentou não pensar em Tara como ela tinha estado no castelo quando tentou mata-lo ou quando a trancou na masmorra. Tentou não pensar nela nos braços de Declan, nem no fato de que ela tinha
matado Fiona.
Em vez disso, lembrou-se de Tara como tinham estado na noite anterior. Seus sorrisos, seus suspiros. Seu corpo deslizando sensualmente contra ele. A maneira como ela sussurrou seu nome enquanto
eles ficavam presos nos braços um do outro depois de fazer amor.
Ele lutaria para devolver Tara à mulher que tinha sido. Se chegasse a isso, Ramsey estava disposto a morrer para obter sua liberdade de Declan.
Foi então que ele percebeu o quão profundo eram seus sentimentos por Tara. Sentimentos mais profundos e mais fortes do que ele jamais teve para qualquer uma.
Ou sempre.
Ramsey fez uma pausa ao lado do Land Rover e olhou dentro dele. À sua direita, sua audição melhorada captou um grunhido que veio de um dos mercenários quando seu plano entrou em vigor.
Ele esperou enquanto, um a um, os guardas eram mortos.
? Ramsey? ? Larena sussurrou por trás dele.
Ela já estava invisível, esperando que ele terminasse de atravessar as barreiras para que ela pudesse cumprir sua parte.
? Fique atrás de mim. ? disse Ramsey com uma pequena mudança de cabeça para o lado. ? Você vai sentir quando a magia começa a desaparecer. Quando eu começar a ir para a escada, você será capaz de
entrar. Não espere em mim. Entre o mais rápido que puder.
? Tudo bem. ? veio sua resposta suave.
Ramsey sabia que Larena estaria segura. Era a única razão pela qual a tinha convocado para entrar. Enquanto ela permanecesse invisível, ninguém saberia que ela estava lá.
A raiva que Ramsey manteve afastada cresceu dentro dele como uma onda de maré alta. Isso bradou, ganhando ímpeto enquanto corria através dele. E ele não parou.
Ele a recebeu isso, Encorajou. Abraçou.
Ethexia rugiu dentro de Ramsey, encorajando-o a encontrar Declan e arrancar seu coração. Seu deus queria sangue e morte, e por uma vez Ramsey sentia o mesmo.
Tinham pensado que Declan não era o adversário que Deirdre tinha sido. Eles estavam errados, muito errados. Mas era hora de corrigir as coisas, para infligir a justiça como só um Guerreiro e Druida
poderia.
Ramsey chamou a sua magia. Seus lábios se inclinaram ligeiramente quando a magia respondeu ansiosamente. Encheu-o, diminuindo sua raiva para que pudesse focar adequadamente. Um equilíbrio tinha
sido de alguma forma atingido, e era tudo que Ramsey precisava para prosseguir.
Ele levantou as mãos, as palmas para fora, em direção à mansão. Por causa de seu dom de ser capaz de determinar que tipo de magia ou feitiço era usado, depois de apenas um toque das barreiras em
torno da mansão Ramsey sabia como removê-las.
As palavras da primeira magia que seu pai lhe ensinara saíram de seus lábios. Não era um feitiço de reversão tanto quanto aquele que, se um Druida tivesse magia suficiente, poderia destruir qualquer
magia que se interpusesse no caminho.
Quando a última palavra foi pronunciada, o sorriso de Ramsey cresceu quando as barreiras se quebraram. Não podiam ser vistas, mas a magia podia ser sentida enquanto se derretia em nada.
? Você conseguiu. ? sussurrou Larena.
Mas Ramsey não teve tempo de responder. A porta da mansão abriu-se para revelar Declan.
? Eu sabia que um Guerreiro viria para reclamar Tara. ? Declan disse cuidadosamente quando deu um passo para fora de sua casa.
Ramsey não respondeu, permitindo que Declan se afastasse cada vez mais da casa. Ramsey o queria tão longe de Tara quanto conseguisse.
? Será que ele sabe que as barreiras se foram? ? perguntou Larena suavemente.
Sem mover os lábios, Ramsey disse: ? Não.
? Você deveria estar morto. ? continuou Declan. ? Nós colocamos várias balas X90 em você, Guerreiro.
Ramsey levantou os lábios em um sorriso sarcástico. ? Eu pensei que você sabia, drough. Guerreiros são notoriamente difíceis de matar.
? Não se eu cortar sua cabeça. ? Declan cuspiu com raiva.
Ramsey riu. Não demorou muito que isso enraivecesse Declan. Que era exatamente o que Ramsey precisava saber. ? Você certamente pode tentar. Eu acho que você vai achar mais difícil do que pensa.
Diga-me, como você está se sentindo?
Os olhos de Declan se estreitaram. ? Não estou morto.
? Ainda não. Posso remediar isso.
? Tara é minha, Guerreiro. Parta agora, e eu não vou matar você.
Ramsey sorriu maliciosamente. ? Pensei que você nos conhecesse melhor do que isso. Nós não abandonamos o que é nosso. Entregue-a para mim agora e conserte o que você fez com ela, e eu não farei
você sofrer antes de matá-lo.
? Você nunca vai chegar perto de mim. Eu protegi a casa com feitiços poderosos, ? Declan provocou.
Ramsey levantou uma sobrancelha. ? Você tem certeza?
? Você não será capaz de descansar um pé sobre estes degraus.
Sem outra palavra, Ramsey fechou a lacuna entre eles e ficou de pé no degrau inferior. ? Você estava dizendo?
? Como? ? murmurou Declan, com a boca entreaberta e os olhos cheios de confusão.
? Eu pensei que você conhecesse os Druidas de Torrachilty. Se o fizesse, saberia que eu era um.
? Não. ? disse Declan, sacudindo a cabeça.
? Oh, aye.
Ramsey enviou um tiro de magia para Declan, derrubando-o para trás, de modo que ele caiu dentro da casa. Algo passou por Ramsey, e ele sabia que era Larena.
? Robbie! ? gritou Declan.
Ramsey subiu lentamente os degraus e entrou na mansão. ? Seus mercenários estão engajados de outra forma.
? Robbie!
? Continue gritando por socorro. Não há ninguém para te ajudar agora.
Pelo canto do olho, Ramsey viu um segundo antes de Tara caminhar de uma sala lateral e entrar em sua linha de visão para ficar entre ele e Declan.
? Aqui estou eu. ? disse ela.
Ramsey olhou em seus olhos azul-esverdeados e se preparou para o que estava por vir. ? Saia do caminho, Tara.
? Eu não permitirei que você o machuque. Ele não fez nada.
? Ele fez mais do que você sabe! ? Berrou Ramsey, incapaz de conter a raiva.
? Ele prendeu Saffron por três anos, torturando-a e cegando-a para usar suas habilidades de Vidente.
Tara sacudiu a cabeça. ? Você mente.
? Ele tentou pegar Gwynn também. Logan quase morreu salvando-a. Acredite no que quiser sobre mim ou sobre os outros Guerreiros, mas saiba o que ele lhe disse sobre as Druidesas está errado.
O olhar dela nunca vacilou. ? Já terminou de falar?
Ramsey tinha apenas mais uma tentativa antes que ele soubesse que ele teria que agir. ? Que tipo de homem permite que uma mulher fique entre ele e a morte?
Suas sobrancelhas franziram e seu olhar baixou por um momento.
? Se Declan realmente abriu sua casa para protegê-la, ele manteria você com segurança longe desta batalha. ? , disse Ramsey, pressionando a questão. Ele tinha visto uma abertura, e ele iria fazer
o que fosse necessário para transformar Tara.
? Eu não pedi que você se metesse no meio disto, ? Declan disse enquanto ficava em pé. ? Você fez isso, Tara, porque você sabe o quão poderosa você realmente é.
Seus olhos se levantaram para Ramsey mais uma vez, embora houvesse uma pitada de incerteza neles.
? Eu vim por Declan. ? disse Ramsey. ? Ele feriu muitas pessoas, inclusive você. Ele precisa pagar por seus crimes.
A gargalhada de Declan soou no saguão. ? Tara sabe a verdade. Ela sabe que foram os Guerreiros que mataram.
? Eu admito que matei. ? disse Ramsey enquanto olhava nos olhos de Tara.
? Eu matei Deirdre, centenas de seus wyrrans, e qualquer um que procurou ferir inocentes. É meu dever como Guerreiro.
Ramsey fechou as mãos enquanto sua magia queimava, pronta para ser liberada sobre Declan. Ele não queria ter que afastar Tara, mas a menos que pudesse convencê-la, não teria escolha.
? Tara, lembre-se. ? ele insistiu. ? Lembre-se de nosso tempo no castelo. Nossas noites. Lembre-se da magia que fluiu entre nós.
Tara nunca estivera tão incerta de nada em sua vida. As palavras de Ramsey faziam sentido, mas cada vez que ela começava a acreditar nele, imagens horríveis dele enchiam sua mente.
Entre essas imagens, viu-o sorrindo para ela, seus olhos prateados cheios de desejo e ternura.
Ela tinha a capacidade de ler as pessoas, mas não importava quantas vezes ela tentasse fazer isso com Ramsey a dor na base do seu crânio explodia.
Fez tudo o que pôde para manter-se parada enquanto ouvia Declan e Ramsey.
Ela não falou porque não podia, não com a dor tão intensa e sua confusão tão grande.
Declan se aproximou por trás dela e colocou as mãos em seus ombros. ? Ele te forçou, Tara. Ele tomou você sem o seu consentimento. Ele só quer fazer você acreditar que havia algo entre vocês dois.
Olhe para ele. Olhe para o monstro que ele é.
Antes que os olhos de Tara travassem no olhar cinzento de Ramsey, sua visão ondulou, de repente ele se tornou um monstro com sangue manchando as mãos. Ela piscou e Ramsey era mais uma vez o belo
homem que ela reconhecia, embora o olhar dele tivesse mudado para Declan e em suas profundezas cinza Tara viu ódio tão profundo que ela soube que Ramsey não iria parar por nada para matar Declan.
? Você quer ver um monstro? ? Ramsey perguntou. ? Vou lhe mostrar um monstro.
Tara tinha assistido a mudança de Ramsey para sua forma de Guerreiro, mas vendo a cor de bronze profundo penetrar sua pele não a assustou como deveria. Nem suas longas garras de bronze ou as presas
que ela viu quando abriu os lábios com desdém.
Era o bronze metálico que sangrou em seus olhos de canto a canto, ultrapassando os olhos cinzentos que ela conhecia tão bem, o que lhe deu uma pausa.
Ela não sabia o que fazer. Ela estava diante de Ramsey para salvar Declan que tinha aberto seus olhos para quem ela realmente era? Ou ela se afastava por causa das imagens que ela continuava a ver
das noites que passara nos braços de Ramsey?
Qual era a verdade, e qual a mentira?
Em quem ela confiava?
Era óbvio que um deles estava mentindo, mas Tara não podia dizer. Ela não queria ser responsável pela morte de alguém, mas tampouco queria ser a única que permitisse que o mal vivesse.
Ela queria apenas se afastar, fingir que não conhecia nenhum dos dois homens. Mas nenhuma quantidade de desejo poderia mudar a situação em que ela estava.
? Última chance, Tara. ? disse Ramsey. ? Saia do meu caminho, ou vou tirar você eu mesmo.
Poderia um homem com um deus dentro dele a ter amado ternamente? Poderia um homem que era imortal e tinha matado tantas pessoas ser o do lado do bem?
Ou era o homem que se escondia atrás dela? Aquele que usava seu dinheiro para comprar o que queria e quem ele queria?
Quem era o mal?
Tara encontrou o olhar de Ramsey, e ela o ouviu dizer: ? Eu te amo. ? bem antes que magia a envolvesse.
Ramsey observou Tara deslizar para o chão. Apertou a mandíbula, rezando para não tê-la matado. Mas ele sabia como a magia dela era forte. Ele tinha que garantir que a tirou do caminho durante o
tempo que levaria para matar Declan.
? Foi um toque agradável. ? disse Declan enquanto olhava para Tara. ? Eu não aprecio você matá-la.
? É melhor do que ela cair em suas mãos do mal. Mas não se preocupe, seu bundão nojento, seu fim virá esta noite.
Declan soltou uma gargalhada. ? Meu fim. Oh, acho que não.
Ramsey ouviu o gatilho da arma um segundo antes que a bala batesse em seu coração. Mais três seguiram em rápida sucessão.
As balas picavam, mas era o sangue drough que escorria das balas que causavam a verdadeira dor.
Ramsey levantou o olhar para a escada acima dele para encontrar o primo de Declan, Robbie, com a arma ainda apontada para ele. Quando Robbie disparou mais dois tiros, Ramsey foi capaz de se mover
rapidamente o suficiente para evita-l-s.
E enquanto o fazia, ele subiu as escadas até Robbie.
Robbie ofegou quando percebeu que Ramsey estava ao lado dele. Ele tentou virar a arma para Ramsey, mas Ramsey estendeu a mão e agarrou seu braço.
? Por que você ainda tenta? ? Ramsey disse.
Com um ligeiro aperto, quebrou o braço de Robbie em dois. O homem gritou, segurando seu braço. Ramsey ergueu a mão, suas garras afundaram no peito de Robbie, quando ele foi jogado contra a parede
por uma rajada de magia.
Ramsey gritou enquanto rodava de joelhos e apunhalava Robbie no coração com suas garras. Ele não olhou para baixo para ver se Robbie estava morto. Ele sabia que estava.
Ramsey então saltou sobre o corrimão e desembarcou no saguão na frente de Declan. ? Eu estive ansioso por este momento há muito tempo.
? O momento em que você morre? ? Declan disse com um sorriso sarcástico.
? Você realmente acha que vai sair disso o vencedor? Não estou sozinho. Todos as Druidesas e Guerreiros estão aqui. Eles tiraram seus homens e invadiram sua casa. Você é tudo o que restou.
Declan apenas sorriu. ? Se você soubesse o poder que me foi dado, você não ousaria me desafiar.
? Não haverá um desafio. ? disse Ramsey, saltando para o ar e derrubando Declan quando lhe enviou uma enorme onda de magia debilitante.
CAPÍTULO QUARENTA E UM
Malcolm estava ao lado de Phelan quando o interior da mansão de Declan começou a iluminar? se. A inundação de magia que saia da casa era tão forte que Malcolm sentiu-a picando sua pele enquanto eles
ainda estavam na garagem.
? Pronto? ? Phelan perguntou.
Malcolm olhou para o Guerreiro dourado e deu um único assentimento.
? Vamos.
Os dois entraram correndo na mansão, esquivando-se da magia enquanto se dirigiam para onde Tara estava. Phelan pegou a Druidesa em seus braços e correu para fora da casa.
Mas Malcolm permaneceu.
Ele sorriu quando viu o dano que Ramsey causara em Declan, mas o sorriso desapareceu quando Malcolm viu o sangue derramando do peito de Ramsey. Encharcando sua camiseta preta, fazendo a camiseta
parecer lisa e pegajoso como se agarrou a Ramsey.
Malcolm ainda estava atrás de Declan. Ele estremeceu, mas permaneceu de pé, quando um par de tiros de mágica de Ramsey errou Declan e aterrissou em Malcolm. A magia proveniente de Ramsey era diferente
de tudo o que Malcolm já havia experimentado.
Era mais poderoso do que Deirdre e Declan juntos. E Declan ainda não percebera.
Malcolm entendeu então que Ramsey estava brincando com Declan até aquele ponto. Ele não queria ninguém na casa quando soltasse sua magia em Declan.
? Malcolm. ? , uma voz sussurrou ao lado dele. ? Eu preciso de ajuda.
Ele reconheceu a voz de Larena. ? O que você precisa?
? Não posso levar todos os livros que Ramsey pediu.
Malcolm amaldiçoou sob sua respiração. Ele captou o olhar de Ramsey para deixa-lo saber que ainda não tinham saído. Com um suspiro, ele girou no calcanhar e correu até a escada que levava à masmorra
de Declan e seu escritório particular.
* * *
Quinn estava lado a lado com sua esposa enquanto lutavam contra os mercenários que tentavam ataca-los vindos da mansão. Do outro lado dele estava seu filho, Aiden.
E ao lado de Aiden estava Braden. Ambos eram homens jovens agora, e Quinn odiava que estivessem vendo tanta morte e maldade. Mas o simples fato era que eles precisavam de todos os Druidas e Druidesas,
não importando quanta magia eles tivessem.
Uma bala saiu de uma árvore e feriu o braço de Aiden.
? Cuidado, filho. ? disse Quinn.
As palavras não saíram de sua boca antes do corpo de Braden se sacudir para trás e ele cair na neve.
? Não! ? gritou Marcail antes de se virar e enviar uma explosão de magia ao mercenário que ousara atirar sobre eles.
Quinn correu para Braden e o apanhou em seus braços. Ele o observou crescer de um menino pequeno para o homem que era.
? Papai? ? perguntou Aiden.
? Ele se foi, filho. Eu sinto muito.
Aiden abaixou a cabeça para esconder sua tristeza. Quinn olhou em volta para os Guerreiros e Druidesas lutando antes de sentir Marcail chegar ao seu lado.
Havia tanta morte, tantos inocentes mortos.
? Isso acaba esta noite ? disse Quinn.
Ele ficou em pé e soltou um grito enquanto corria para um mercenário que tinha saído da mansão. Quinn ergueu suas garras, seus lábios puxados para trás sobre suas presas.
* * *
Ramsey fez uma careta quando vislumbrou Malcolm correndo abaixo da casa para a masmorra. As balas X90 estavam fazendo seu trabalho, mais lentamente porque ele era meio Druida, mas estavam começando
a afetá-lo.
Fez tudo o que podia para não libertar toda a sua magia em Declan como desejava fazer. Só Tara o impedira de perder o pouco controle que tinha.
Quando Phelan partiu com ela em seus braços, Ramsey achou que finalmente acabaria. Como ele estava errado.
Ele conseguiu bloquear várias explosões de magia de Declan para manter o drough fora de equilíbrio. Até mesmo o uso de suas garras em Declan tinha tido o efeito pretendido e deixado ele cambaleando.
Mas não tinha sido suficiente.
Ramsey esperava e orava para que ele pudesse ultrapassar Declan sem liberar toda a sua magia, mas em algum lugar no fundo de sua mente ele sabia a verdade. Ia levar tudo para destruir o mal, como
Declan.
Com um giro, Ramsey evitou mais um golpe da magia de Declan, mas recebeu parte do golpe que o enviou cambaleando para trás.
? Eu pensei que você fosse um Druida de Torrachilty? ? Gritou Declan, então levantou seus lábios em desprezo. ? Você não é nada.
Ramsey sentiu sua magia se levantar, pronta para responder a Declan de uma vez por todas. Ele quase perdeu o controle, mas de alguma forma ele conseguiu arrancar sua magia de volta.
? O que? Você não gosta de como minha magia alterou sua aparência? ? Ramsey zombou enquanto fazia um gesto para as veias negras que cobriam Declan, enquanto eles circulavam um ao outro.
? Um pequeno inconveniente.
? Mentiroso. Você deveria estar morto por causa disso agora.
Declan riu. ? Ah, isso depende se você tem amigos em lugares altos. E eu tenho o mais alto. Satanás parou a progressão.
? Outra mentira. ? disse Ramsey com um "tsk tsk". ? Ele não parou. Ele diminuiu a velocidade. Eu sei, porque se ele tivesse parado, não teria chegado ao seu rosto. Diga-me, se ele é tão poderoso
e você é seu favorito, por que ele não te curou?
Declan gritou sua fúria e enviou três curtos disparos de magia para ele.
Ramsey recebeu cada um deles. Ele não tinha escolha. Seu corpo não se movia quando ele disse para fazer, então não havia tempo para sair do caminho.
De repente, Malcolm estava mais uma vez no saguão. Ele deu um aceno para Ramsey e se foi. Ramsey não sabia como Larena tinha saído, só que ela tinha.
Agora que a casa estava limpa, ele não tinha que se segurar mais. O único problema era que ele não tinha certeza se tinha força suficiente para terminar com Declan.
Ele tinha usado tanto de sua força apenas para permanecer em pé que ele podia se sentir definhando. E rapidamente. Não havia dúvida agora. Ramsey sabia que ele não iria viver depois que liberasse
sua magia.
Levou um controle incrível e força para puxar sua magia, e ele nem tinha forças a esta altura.
Estava profundamente triste por deixar Tara. Sua única esperança era que os outros pudessem de alguma forma, de algum modo desfazer o que Declan tinha feito com ela.
E que ela se lembrasse dele nos anos vindouros. Pois ela estaria sempre com ele. Nesta vida ou na próxima, ela era para ele. Ele desejou ter entendido mais cedo para que pudessem ter passado mais
tempo juntos.
Pelo menos ele poderia livrá-la daquele mal.
Ramsey sorriu e começou a rir enquanto ele soltava sua magia e seu deus. Se ele estava indo para morrer, ele estava indo se certificar de que fosse espetacular.
? Do que você está rindo?
Ramsey olhou para suas mãos que ele estendeu para os lados. Ele os viu começar a brilhar sobre sua pele bronzeada, e logo o brilho tomou conta de seu corpo inteiro.
? Você está pronto para morrer? ? Ramsey perguntou.
O entendimento surgiu nos olhos azuis de Declan. ? Você estava brincando comigo.
? Nada de você sobreviverá esta noite. O mal dentro de você que afetou todos aqueles ao seu redor será limpo. ? Ramsey falou calmamente enquanto caminhava em direção a Declan.
? Não. Por favor. Eu te imploro. Não estou pronto para morrer.
? Nem estavam os que você matou.
? Por favor! ? Declan gritou e caiu de joelhos.
Mas Ramsey deixou de ouvi-lo. Pensou em Tara, no amor que começara a florescer em seu coração. Então fechou os olhos e derramou toda sua magia em Declan.
* * *
Foram os gritos, os terríveis gritos sangrentos que puxaram Tara para a consciência. Ela abriu os olhos para encontrar-se deitada em um terreno que havia sido limpo de neve.
Ao seu redor estavam as Druidesas e Guerreiros do Castelo MacLeod, seus olhares fixos em algo. Os rostos dos homens estavam presos em angústia, as mulheres chorando, algumas suavemente, algumas
atingidas pela dor.
Tara piscou, confusa sobre por que estava fora e com aqueles que ela considerava seus inimigos. No entanto, nenhum deles a tinha amarrado ou mesmo a observando para se certificar de que ela não
escapasse.
Ela se virou para a casa e sua respiração ficou presa em seu peito. Algo estava brilhando tão radiante que ela teve que proteger seus olhos apenas para ver. A luz do brilho penetrava cada janela
no primeiro andar, inundando a noite com luz.
Os gritos, ela percebeu tardiamente, eram de Declan. Eles haviam desaparecido, mas o brilho não tinha parado.
? Ele está ferido. ? Malcolm disse para o silêncio.
Fallon apontou a cabeça para o Guerreiro. ? Quão mal?
? Não tenho certeza. Havia sangue. Muito sangue.
? Ouvi tiros enquanto eu estava lá embaixo. ? disse Larena, levantando o rosto do peito de Fallon.
Eu te amo. As palavras que Ramsey disse mais cedo ecoaram na cabeça de Tara.
Homens maus não sabiam que eram maus. Eles pensavam que estavam certos, e era por isso que sempre lutavam tão duramente contra aqueles que se opunham a eles. E os homens maus poderiam amar.
As imagens de ódio em sua mente sobre Ramsey estavam em forte contraste com as que ficaram de suas noites juntos.
Independentemente disso, Declan estava morto. E Ramsey logo o seguiria. Poderia permitir isso? Poderia viver com ela mesma?
Tara se levantou silenciosamente e lambeu os lábios. Ela lembrou o quanto Ramsey não queria usar sua magia por medo de prejudicar inocentes.
Onde aquele pensamento tinha vindo antes, ela não sabia. Tinha acabado de aparecer de repente. A verdade dessa memória era inegável.
Ela sentiu o olhar de alguém e virou a cabeça para encontrar Charon olhando para ela. Seus olhos eram inescrutáveis ??no escuro, mas ela podia sentir sua raiva e ressentimento.
Tara voltou-se para a mansão. Ramsey ainda não tinha saído, e sentia que ele sairia. Se ele era o mal que Declan dizia que ele era, por que isso a incomodava tanto?
Ela era má?
Num momento ela pensou que sabia quem era ela e quem eram seus amigos, e no seguinte ela se confundia com lembranças de sentimentos de segurança e amor enquanto estava no Castelo MacLeod.
Declan tinha afirmado que era a magia deles convencendo-a disso, mas agora Tara não sabia em que acreditar.
? Por que Ramsey não sai? ? Broc perguntou, sua voz cheia de emoção.
Tara olhou para as mãos. Uma lembrança veio até ela, distante e tão vaga que não tinha certeza se era uma lembrança, um sonho ou uma fantasia, mas havia feixes brancos de magia girando ao redor
dela e através dela.
Essa magia tinha sido forte e verdadeira. Aquela magia tinha sido incrível.
Essa magia tinha vindo de Ramsey.
Ela empurrou os olhos para a mansão e de repente soube o que ela tinha que fazer. Tara correu o mais rápido que pôde até a porta da frente, percorrendo a espessa neve. Mas não parou. Não quando
a neve a fazia tropeçar, e não quando os outros a chamavam para voltar.
Nem mesmo quando a voz de Gwynn implorava que ela voltasse porque Ramsey não queria que ela se machucasse.
Tara explodiu pela porta da frente para encontrar Ramsey ainda no vestíbulo, mas de costas para ela. Ela podia vê-lo, mas sua pele brilhava, e os feixes de magia que ela tinha lembrado se envolviam
em torno dele rápido e espessa.
? Ramsey. ? ela disse enquanto se aproximava dele.
A força da magia dele a fez dar um passo para trás, mas não foi até que ela ficou diante dele e viu seus olhos bronze Guerreiro brilhando que ela soube que ele estava perdido para ela.
Ela tentou tocá-lo, mas sua magia queimou-a, isso era tão feroz. ? Ramsey. ? ela disse mais alto, e tentou mais uma vez tocá-lo.
A pele dela chiava queimando com a magia dele, mas ela não cedeu enquanto empurrava através do brilho e tocava sua pele de bronze. O sangue cobria a frente dele, e continuava a escorrer das quatro
feridas em seu peito.
Ela ofegou quando viu que um tinha entrado em seu coração.
? Ramsey? Você pode me ouvir? Preciso que me ouça.
Tara engoliu em seco, a dor tornando-se insuportável. ? Eu não sei quem eu sou. Eu não sei no que acreditar. Preciso que me ajude, Ramsey. Eu preciso de você.
Para seu horror, a magia de Ramsey continuava crescendo e se espalhando. Engolindo-a, a agonia fazendo-a apertar os dentes para não gritar.
Não era de admirar que ele tivesse sido tão inflexível quanto a que todos ficassem longe dele. Sua magia era mais do que poderia ter imaginado ou sonhado.
Tara envolveu seus braços em torno de seus ombros largos e enterrou a cabeça em seu pescoço. A respiração dele era irregular, cortada, enquanto lutava para puxar a respiração seguinte.
Ela podia sentir sua pele queimando, e sabia que se ela não fizesse algo, iria morrer logo. Então Tara fez a única coisa que ela sabia, ela chamou a sua magia.
Isso a cobriu-a, e em vez de empurrar contra a de Ramsey, sua magia se entrelaçou com a dele. A dor começou a diminuir logo depois. Ela não teve muito tempo para comemorar, no entanto, quando Ramsey
caiu de joelhos e, em seguida, de costas.
Tara nunca o soltou. Ela apoiou as mãos no chão e se inclinou sobre ele enquanto via os tentáculos da magia lentos e se movimentarem entre os dois.
Ela soube então, naquele instante, que Ramsey não era seu inimigo. O sentimento dentro dela, o amor que de alguma forma estava escondido, explodiu no momento em que a fita de magia tocou Ramsey
e então ela.
Nenhuma quantidade de truques ou feitiços poderia esconder o que havia entre eles. Tudo em sua mente começou a se acertar, mas ela não se importava. Sua atenção estava em Ramsey enquanto sua vida
desvanecia? se diante de seus próprios olhos.
? Ramsey! ? Ela gritou e tocou sua bochecha. ? Ouça? me. Você tem que voltar para mim. Por favor.
Sua pele de bronze desapareceu, e com ela suas garras, presas e seus olhos de bronze metálico. Ele piscou e seu olhar cinza se concentrou nela.
? Ramsey? ? Ela perguntou esperançosamente.
Ele levantou uma mão trêmula para o rosto dela e suavemente acariciou sua bochecha. Então seus olhos se fecharam e sua mão caiu no chão.
? Ramsey!
Uma grande mão tocou seu ombro, e ela levantou a cabeça para encontrar Phelan.
? Deixe-me ? disse ele.
Tara olhou de volta para Ramsey.
? Você levou sua magia para dentro de você. ? Dani disse a seu lado. ? Você o salvou. Agora deixe Phelan fazer o resto.
Tara saiu de cima de Ramsey e viu Phelan cortar a camisa de Ramsey com uma garra. Depois de um rápido golpe da mesma garra em seu braço, Phelan deixou que algumas gotas de seu sangue entrassem em
cada ferida.
Assim que Phelan terminou, Tara inclinou-se mais uma vez sobre Ramsey. Ela alisou o cabelo molhado de Ramsey longe de seu rosto e esperou que ele abrisse os olhos.
? Por favor. ? implorou para Ramsey e para Deus. Ela descansou sua testa contra a dele e não fez nada para deter as lágrimas que caíam. ? Por favor, não me deixe perde-lo.
? Por quê? ? disse uma voz profunda que ela conhecia muito bem.
Tara ouviu alguém ofegar enquanto abria os olhos e olhava para os olhos cinzentos. ? Porque ele disse que me amava. Porque ele não desistiu de mim. E... porque eu o amo com todo o meu coração.
? É realmente você? ? Ramsey perguntou.
Tara assentiu. ? Estou de volta. Eu não sei exatamente como, mas de alguma forma nossa magia reverteu o que Declan fez.
Seus braços a envolveram e a abraçaram apertadamente. ? Pensei que tinha perdido você.
? Nunca. ? ela sussurrou.
Ramsey a rolou de costas e se inclinou para olhá-la. ? Não vou perder mais um momento sem você. Eu quero você ao meu lado sempre, Tara Kincaid. Você quer se casar comigo?
A alegria tão radiante brilhou através de Tara que ela pensou que explodiria. Em todos os seus sonhos nunca tinha pensado ser tão feliz, e como Ramsey, ela não iria deixar essa felicidade ir.
? Sim. Claro!
Entre o riso de Ramsey e sorrisos, ela ouviu os outros aplaudindo, mas ela só tinha olhos para seu homem. Seu Guerreiro.
Seu escocês.
EPÍLOGO
Março, dois meses depois
Castelo de MacLeod
A primavera chegou cedo ao castelo de MacLeod. O sol brilhava num céu claro e azul, e o castelo estava cheio de felicidade.
Tara alisou a mão na frente de seu vestido de seda Versace que decorado com pérolas costuradas à mão. Ela olhou para uma mulher que ela pensava que nunca estaria no espelho de corpo inteiro.
Não apenas feliz, mas confiante. E amada.
? Tem certeza de que está feliz com seu cabelo? ? Saffron perguntou pela terceira vez enquanto entrava no quarto de Tara.
Tara riu e cruzou o olhar com Saffron no espelho. ? Você voou com um dos melhores hair stylist de toda Londres para o castelo, vendado. Cinco vezes. Só para que pudéssemos obter o penteado certo.
Não poderia ser mais perfeito.
E isso não era tudo que Saffron tinha feito. Ela e as outras haviam passado os últimos dois meses comprando um vestido de noiva com ela, encontrando a maquiagem certa, joias e sapatos.
Todas as mulheres haviam se unido tão bem, que ela sabia que nada as separaria.
Saffron veio atrás dela e reorganizou o longo véu que caía ao chão e fluía atrás do vestido de seda branca de Tara. ? Você parece radiante. Você está pronto?
? Estou.
? Bom, porque Ramsey está prestes a vir buscá-la. ? disse ela com uma risada.
Mas Tara sabia que ela não estava brincando. Ramsey tinha dito a Tara que ela poderia ter qualquer tipo de casamento que quisesse, e quando ela lhe disse um tradicional em uma igreja, ele piscou.
Ele simplesmente não tinha previsto esperar dois meses para a cerimônia. Mas isso foi o mais rápido que elas poderiam ter o vestido feito.
Com um último olhar para si mesma, Tara seguiu Saffron para fora da câmara e para baixo no grande salão. Um pequeno buquê de rosas amarelo-pálido e lavanda a esperava. Levou as flores ao nariz e
inalou seu perfume.
Quando ela viu as duas rosas brancas que ela havia pedido no meio para Fiona e Braden, ela teve que piscar as lágrimas.
Braden nunca soube que fora ela quem matara sua mãe, e era um peso que Tara carregaria com ela até o dia em que morresse.
Saffron tomou seu cotovelo, e juntas elas caminharam do castelo para a muralha e depois para a pequena capela onde todos os Guerreiros tinham se casado.
? Oh! ? murmurou Tara quando viu todas as rosas amarelas e lavanda e tulipas decorando não apenas o exterior da capela, mas também dentro dela.
Saffron deu um pequeno aperto no braço dela antes de se apressar na capela para ficar ao lado de Camdyn.
O olhar de Tara foi puxado para a frente da capela onde Ramsey estava em um kilt verde escuro, vermelho e azul-marinho, seu olhar fixo sobre o dela. Ela sabia que seu sorriso era tão grande quanto
seu rosto, mas ela não se importava.
A música começou e Tara se obrigou a dar passos lentos e pausados pelo pequeno corredor até Ramsey, em vez de correr para o lado dele como queria fazer.
E quando ela finalmente o alcançou, ele pegou sua mão e disse, ? Você está deslumbrante.
? Como você. ? Ela sabia que ele tinha nascido em uma época em que eles não usavam kilts, mas o xadrez de um clã ainda tinha sido importante. ? Eu acho que você deve usar seu kilt o tempo todo.
A voz do pastor, que também tinha sido trazido com os olhos vendados, encheu a capela.
? Eu amo você ? disse Ramsey.
Ela sorriu. ? E eu te amo.
* * *
Malcolm estava de pé na parte de trás da igreja. Declan estava morto, e embora ele não tivesse sido o único a mata-lo, pelo menos o mal tinha desaparecido.
Mas agora o que ele devia fazer?
Tinha sido a necessidade de acabar com o mal que tinha mantido Malcolm seguindo. Para onde ele iria agora?
Ele deveria ter sabido que ficar no Castelo MacLeod por qualquer período de tempo iria deixa-lo preso de alguma forma com algo que Fallon queria que ele fizesse.
Assim quando eles deixaram a igreja para a celebração no castelo Fallon disse:
? Eu preciso de você, Malcolm.
? Você tem outros.
? Sim, mas se você não fizer isso, Larena irá.
Malcolm parou de andar e encarou o marido de sua prima. ? Não use Larena.
? Ela é minha esposa. Quero protegê-la.
? Ela é uma guerreira, Fallon. Ela pode cuidar de si mesma.
? Um dia, você encontrará uma mulher que se infiltrará em seu coração e alma. Então você entenderá minha posição.
Malcolm correu a mão pelo rosto. ? O que você quer de mim?
? Eu preciso que você vá para Londres. Veja se consegue encontrar alguma coisa sobre artigos que foram tirados do Castelo de Edimburgo em 1132.
? Você acha que esse feitiço que está procurando está em Londres?
? Nós não sabemos. Havia três remessas. Dois por terra, um por água. Um por terra e um por água chegaram a Londres. Um deles desapareceu. Precisamos saber se o feitiço está no que desapareceu.
Malcolm assentiu com a cabeça. ? Eu vou fazer isso.
? Bom. ? Fallon deu-lhe uma palmada nas costas. ? Agora venha e tenha um pouco de bolo e uísque.
Malcolm demorou a seguir Fallon. Ele não tinha certeza de como se sentia sobre a tarefa. Parte dele estava aliviado por ter algo a fazer, mas outra parte dele temia que se tornaria o monstro que
ele sabia que era, se deixasse o Castelo MacLeod.
* * *
Jason Wallace se moveu desconfortavelmente em sua cadeira. Ele viera a pedido de um Sr. MacCray, que era muito insistente.
Jason não era o tipo que ficava fora de problemas com a lei; O pedido tinha sido... preocupante. Quando não tinha comparecido a duas das reuniões, acordara esta manhã para encontrar quatro homens
em seu apartamento que o haviam trazido a este elegante escritório.
A porta do escritório se abriu, e um homem entrou. Ele usava um terno escuro, perfeitamente adaptado. Ele tinha a cabeça cheia de cabelos que era mais prateada do que preta, mas seus olhos castanhos
eram afiados, inteligentes, quando caíram sobre ele.
? Bem, Sr. Wallace, estou feliz por finalmente ter você no meu escritório.
? Sr. MacCray, ? Jason disse enquanto se movia para a borda de seu assento.
MacCray ergueu a mão. ? Antes de começar, deixe-me interrompê-lo. Parece, Sr. Wallace, que você é o membro sobrevivente da família Wallace. Tenho certeza de que viu as manchetes de que Declan Wallace
foi morto no incêndio que destruiu sua casa?
? Sim.
? Como você é o próximo na fila da fortuna da família, tenho o prazer de lhe dizer que herdou tudo o que era de Declan Wallace.
Jason lambeu os lábios, já mentalmente gastando o dinheiro em viagens e ternos. ? Tudo?
? Isso mesmo. ? MacCray deslizou um pedaço de papel em sua mesa para Jason. ? Basta assinar aqui, Sr. Wallace, e você estará saindo do meu escritório mais rico do que a maioria no Reino Unido.
Jason não hesitou em assinar os papéis. Tudo o que ele conseguia pensar era o dinheiro e pagar suas dívidas de jogo. De ser um homem importante para que as pessoas não pudessem mais ignorá-lo.
Colocou a caneta e deslizou o papel de volta para MacCray. ? A mansão foi completamente destruída?
? Não, tudo.
? Bom. Eu visitava lá frequentemente quando jovem. Estou ansioso para torna-la minha casa. E tudo dentro é meu?
? Tudo.
Jason saiu do escritório com a cabeça erguida. Não haveria retorno a seu apartamento infestado de baratas. Ele estava indo para sua mansão.
1 Originário das tradições Celtas, representa as três faces da Grande Mãe, a energia criadora do universo, cujas três faces são a Virgem, a Mãe e a Anciã.
2 Torc - Cultura Celta - Anel/gargantilha de metal usado no pescoço por pessoas da nobreza.
3 Banda de heavy metal norte americana.
Donna Grant
O melhor da literatura para todos os gostos e idades