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Series & Trilogias Literarias
— Por favor! — Shelly implorou, puxando sua mão quando eles entraram na luxuosa sala de descanso da primeira classe no aeroporto. — Grant, você tem que deixar seus pais saberem antes de chegarmos lá. Estou tendo palpitações apenas pensando em chegar na sua casa e eles não terem ideia de que estou com você.
Grant sorriu, encolhendo os ombros com indiferença.
— Não sei por que você está tão tensa sobre isso. Mas, meu amor, eu sei que você está tendo palpitações e gostaria que você parasse. Meu coração sente como se estivesse prestes a explodir. Calma, Shelly, por favor.
Enquanto a conduzia para um suntuoso sofá, ela parou, batendo o pé e fazendo beicinho.
— Não, eu insisto. Sério, Grant. Não posso simplesmente aparecer de braços dados com você. Não é justo para mim ou para eles. Aposto que sua mãe brigará com você, por me levar sem dizer nada.
— Shelly. — A mão de Grant se moveu para cobrir seu coração. — Meu amor, acalme-se, você está ficando muito nervosa.
—Não posso evitar! — Ela exclamou, sua própria mão pousou sobre o peito. — Por favor, por mim, ligue para sua mãe.
Grant pegou o telefone.
— Ok! Caramba acalme-se, ligarei para ela agora, ok?
— Oh, obrigada, obrigada! — Shelly levantou-se. — Beberei algo, você quer alguma coisa?
— Um suco de laranja fresco seria ótimo se eles tiverem. — Grant discou enquanto falava. — Se tiver algo doce, um muffin, ou algo assim, você pode pegar um?
— Claro. — Shelly se afastou embora notou que ele continuava olhando para ela.
Seus olhos atraídos por sua bunda gostosa enquanto caminhava até a área do bar, a voz de sua mãe na orelha o trazendo de volta de onde sua mente suja estava levando-o.
— Alô? Está tudo bem?
— Sim. — Declarou Grant. — Mais do que bem. Mamãe te contarei uma coisa, mas só se você prometer mantê-la em segredo. Ninguém mais deve saber e quero dizer, ninguém. OK?
— Você está me preocupando, filho. — Sua voz baixa, chateada e ele sentiu seu medo.
— Não, não, mãe, não se preocupe, não é nada ruim. — Grant riu. — Na verdade, é algo realmente bom. Você está ouvindo?
— Sim. — Sua mãe parecia exasperada. — Você me dirá?
— Ok, ok, não arranque os cabelos. — Os olhos de Grant ficaram presos em Shelly enquanto ela voltava para ele com uma pequena bandeja. — Encontrei minha companheira.
Grant fez uma pausa, sabendo que seria inundado por perguntas e não ficou desapontado.
— O quê? Mesmo? Você não está brincando comigo, está? Grant, como é o nome dela, como ela é, você tem certeza? Filho, você realmente tem certeza de que ela é sua companheira?
— Sim, de verdade, não, eu não estou brincando. — Grant sorriu para Shelly enquanto ela mordia o lábio inferior. — Seu nome é Shelly e ela é totalmente incrível. Forte, leal, bonita e, sim, ela é definitivamente minha companheira. Na verdade, mãe, ela é mais do que isso, mas isso precisará esperar até que eu esteja em casa e depois lhe contaremos tudo. Ok?
— Não posso dizer ao seu pai?
— Não! — O tom de Grant não provocou nenhum argumento. — Estou falando sério, mãe, não diga uma palavra a ninguém. A verdade é que eu não te contaria, mas Shelly estava um pouco louca porque não contei para ninguém. Então, você pode agradecê-la por este telefonema, quando chegarmos. No entanto, quero apresentá-la a toda a matilha amanhã de manhã. Você pode providenciar para que todos estejam fora da nossa cabana às dez?
— Certamente.
Ela não parecia muito feliz, mas ele não se preocupava particularmente com isso.
— Quem está nos esperando em Edimburgo? — Grant esperava que fosse alguém em quem ele pudesse confiar para manter a boca fechada.
— Sandy, é claro. Ele está correndo como louco aqui, certificando-se de que tudo está como deveria ser.
— Bom. — Os olhos de Grant continuavam em Shelly enquanto ela bebia seu suco e mordiscava um cupcake. — Estarei tornando oficial, quando eu voltar, que Sandy será meu beta.
— Isso é maravilhoso, Grant. Ele ficará muito satisfeito com isso e ele é forte, leal e tem um cérebro em sua cabeça.
— Eu sei, ele será um trunfo para mim. — Grant caminhou para se sentar ao lado de Shelly. — Desligarei agora, mãe, mas lembre-se do que disse. Não conte a ninguém sobre Shelly.
— Não vou. — Ela respondeu suavemente.
— Até breve, tchau. — Grant ouviu seu desanimado “adeus” antes de terminar a ligação.
— Feliz agora?
Shelly assentiu com a cabeça.
— Eu suponho, mas por que você não queria que ela contasse ao seu pai?
Grant pegou sua bebida, sorvendo e tomando um momento antes de responder.
— Cam está certo sobre o nosso pai. Embora o velho não me tratasse do mesmo modo que Cam, não sou surdo ou cego. Posso ver como ele é e pode ser.... difícil... bem, isso está dando certo. Quero olhar para ele nos olhos com todas as fibras do meu ser alfa e apresentá-la.
— Oh. — Shelly mordeu o lábio inferior novamente. — Acho que estou bem melhor.
Grant a viu endireitar os ombros, o rosto dela uma combinação de força, apreensão e amor.
— Eu tomarei o conselho de Cam e irei informá-lo que ele não pode passar por cima de mim. Isso está bem com você, alfa?
Ele colocou sua bebida na mesa de café antes de se virar para colocar uma das mãos em seu rosto, seus dedos acariciando sua pele suavemente.
— Isso está muito bem comigo. Um alfa precisa de uma mulher forte ao seu lado, querida, e sei que você fará tudo certo. Mostre-lhes alguns de seus olhares matadores e olhe o velho sujeito diretamente nos olhos.
— Farei isso. — Shelly inclinou-se em sua mão. — Com você ao meu lado, acho que posso enfrentar qualquer um, incluindo o seu pai.
— Eu sei que pode. — Grant inclinou-se para a frente, seus lábios mal tocando os dela em um beijo gentil. — Sandy nos pegará no aeroporto, e será umas duas horas de carro até lá. Nos deitaremos cedo e ficaremos em forma e prontos para enfrentar a matilha pela manhã.
— Sandy? — Shelly franziu a testa. — Uma menina está nos esperando?
Grant riu, voltando-se para o sofá.
— Não. Sandy é um homem e eu o deixarei saber que ele é meu beta quando nos pegar. Sandy é apelido para Alexander na Escócia. Alexander é um nome comum, então há muitas versões de apelidos, Sandy, Alex, Xander e mais um. Quando há uma dúzia com o mesmo nome, ajuda-os a chamá-los de algo diferente.
— Aah. — Shelly sorriu. — Isso é um pouco estranho, o único Sandy que conheci era menina. Como ele é?
— Ele é um pouco mais baixo do que eu, mas não muito e é um pouco mais amplo. Tem cabelo vermelho e olhos verdes e é meu amigo desde que éramos filhotes. Ele é um dos homens mais leais que conheço e faria qualquer coisa pela matilha. — Grant sorriu. — Ele parece ser bastante sério, mas tem senso de humor escondido dentro dele, que solta de vez em quando. O principal é que eu colocaria sua vida nas mãos dele, meu amor, sei que ele a manteria segura, não importando o que acontecesse. Isso é de suma importância para mim.
— Ele parece um pouco como uma mistura de Rory e Logan. — Shelly franziu a testa enquanto falava e o braço de Grant passou por seus ombros, puxando-a para o lado dele.
— Você sente falta de Tina, não é?
— Sim, será difícil não ter com quem conversar. Nós passamos por tanta coisa juntas e sempre ficamos juntas nos tempos difíceis. Ela é mais uma irmã do que uma amiga.
— Entendo. — Grant a abraçou. — Tenho certeza de que você fará alguns novos amigos e pode chamá-la pelo Skype também. Não pense que você perderá contato com ela porque não deixarei isso acontecer.
— Obrigada. — Shelly aconchegou-se no seu abraço. — Eu sei que ela ficará feliz com Logan, de modo que nossa separação seja um pouco mais fácil.
— Logan cuidará dela. Com isso estou absolutamente certo.
— Eu também acho. A maneira como ele tem sido tão paciente com ela é rara para um lobo. Isso me diz que tipo de personalidade ele tem e tenho certeza de que serão bons juntos.
— Nós também visitaremos e eles podem nos visitar. Afinal, Logan e Rory quererão visitar sua família de tempos em tempos.
— Certo. — Shelly verificou seu relógio. — Quanto tempo mais até nós embarcarmos?
— Não muito tempo. Por quê? — Ele perguntou enquanto soltava um suspiro.
— Eu acho que estou apenas ansiosa para concluir o assunto com os seus pais.
— Tente relaxar, temos um longo voo a nossa frente.
— Pelo menos nós estamos viajando com estilo. — Shelly riu, uma pequena covinha na bochecha apareceu enquanto ela fazia isso.
— Verdade. Enviarei a Cam alguma salsicha quadrada como agradecimento.
Shelly franziu a testa, obviamente não tendo ideia do que estava falando.
— É uma coisa escocesa. Um tipo de salsicha que temos, e eu lhe enviarei alguns pudins e biscoitos. Eu sei que ele os ama, especialmente os caseiros da mãe.
Shelly o cutucou no lado.
— Agora é como se estivesse falando em uma língua estrangeira. Não tenho ideia do que são aqueles.
— Você descobrirá em breve, minha garota bonita.
— Suponho que sim. — Shelly assentiu. — Preciso comer haggis? Eu ouvi algumas histórias estranhas sobre isso e não tenho certeza de que gostarei.
— Shell, você pode tentar tudo, mas se não gosta de algo, não será forçada a comê-lo. — Grant encolheu os ombros. — Não é como se houvesse alguma lei escocesa que diz que você tem que comê-lo.
— Hmm. — Shelly não parecia convencida. — Definitivamente tentarei, mas não quero ofender ninguém se fizer uma cara grosseira.
— Grosseira? — Grant balançou a cabeça. — Querida, se você não gosta não coma, simples.
— E se eu aborrecer sua mãe? — Shelly estremeceu em seus braços. — Isso não seria muito bom, não é? A atrevida americana que ofende a mãe do alfa.
— Ela tem pele grossa, Shelly. Ela teve que ter, casando-se com meu pai. Posso assegurar-lhe que não ficará chateada se não gostar de algo. Não é como se todo escocês gosta de haggis, ou pudim negro, embora eu não conheça ninguém que não goste Tattie scone e ninho frito.
— Um pãozinho com frutas secas e ovo frito? — Shelly ficou horrorizada.
Grant não conseguiu parar o riso, demorando um ou dois momentos para se controlar.
— Tattie scone não é um pão. Bem, não como um pão de frutas, é salgado, não doce, mas o que você quer dizer? Você tem bacon no mesmo prato com panquecas e xarope. Agora isso é estranho.
— Não, não é! É fabuloso e um dos meus favoritos no café da manhã. — Shelly sorriu. — Acredito que temos muito a aprender sobre as nossas origens, não acha?
— Nós temos uma vida inteira para aprender. — Grant estava se debruçando para um beijo quando houve uma tosse suave e ele se virou para ver o barman de pé.
— Desculpe interromper, senhor, mas você embarcar agora.
Grant assentiu.
— Obrigado. — Ele estendeu a mão para Shelly. — Pronta, minha companheira?
Shelly respirou profundamente e sorriu.
— Certo, estou e ansiosa por aquele espumante que está nos esperando.
Enquanto eles caminhavam, Shelly deu um sorriso muito atrevido, sussurrando.
— Me pergunto se teremos a oportunidade de nos juntarmos a esse clube das alturas.
Grant gemeu enquanto levantava uma sobrancelha.
— Eu não estou pensando não.
Ela balançou a cabeça.
— Não? Por que não?
— Porque você grita alto demais!
Shelly gargalhou, o barman lhes deu um olhar engraçado quando eles saíram do salão para voltar para a Escócia.
Capítulo dois
— Estou exausta. — Shelly bocejou quando atravessaram o aeroporto de Edimburgo.
— Eu sei, foi um longo voo, mas muito melhor na primeira classe do que na econômica, confie em mim sobre isso. — Grant empurrou o carrinho de bagagem, alto com numerosas malas, a maioria dos quais eram de Shelly. — Chegaremos em casa, a apresentarei a mãe e pai, comeremos e em seguida dormiremos.
— Parece um plano. - Shelly bocejou de novo, caindo alguns passos atrás, quando saíram do salão das chegadas e, assim que chegaram as portas, um homem correu para frente gritando.
— Olá! Ei, Grant!
Grant acenou enquanto o homem chegava perto deles, olhando a bagagem.
— Por Deus o que é tudo isso? Você esteve em algum tipo de maratona de compras? Foi por isso que levou tanto tempo para chegar em casa?
— Sandy. — Grant sorriu ao mesmo tempo em que seus olhos procuravam sua companheira. — Não, não são minhas coisas, são as coisas de Shelly.
Grant estendeu o braço e Shelly foi ao seu lado, olhando timidamente para o homem muito musculoso diante deles.
— Sandy, esta é Shelly, ela é minha companheira.
Shelly quase riu do olhar de choque no rosto de Sandy, segurando a mão dele educadamente.
— Olá, Sandy, prazer em conhecê-lo.
Grant observou enquanto Sandy respirava profundamente, cheirando Shelly para descobrir se ela era loba. Então seus olhos a percorreram por completo antes que sua mão esticasse para tomar a dela.
— Oi, desculpe, não esperava mais ninguém e eu com certeza não esperava que o nosso alfa trouxesse para casa uma companheira.
Shelly encolheu os ombros.
— Eu não estava esperando deixar minha matilha e vir a milhares de quilômetros para a Escócia. Então acho que é um choque para nós dois.
Grant acariciou Sandy nas costas.
— Longa história, meu amigo, falaremos no carro.
— Sim, claro, o que quer que você diga alfa.
Não passou despercebido que Sandy se tornou mais formal na revelação de Grant.
— Sandy, você não precisa ficar com cerimônia. Shelly é minha companheira e eu sei que é uma surpresa, mas você ainda é meu amigo. - Grant começou a empurrar novamente o carrinho. — Onde você está estacionado?
— Curta distância, logo pela estrada. — Sandy continuava olhando para Shelly.
— Bom. — Grant liderou o caminho, Shelly ao seu lado e Sandy um passo ou dois atrás. — Por sinal, Sandy, tive muito tempo para pensar enquanto eu estava ausente e decidi algo.
— Sim? O quê? — Sandy perguntou ainda distraído pela aparência da companheira do alfa.
— Claro, você pode dizer não, mas estou esperando que você não diga. — Grant esperou enquanto Sandy acelerava seu passo para se juntar a ele.
— O que é? — Sandy perguntou toda sua atenção agora em Grant.
— O que você diz sobre ser meu beta?
Sandy parou de andar, seu rosto formando um enorme sorriso.
— Vocês estão certos? Como realmente com certeza? Não é brincadeira comigo, não é?
O tom de Grant era solene enquanto ele balançava a cabeça.
— Não, Sandy, eu não estou brincando. O que você diz? Sim ou não?
— Sim! — Exclamou Sandy. — É claro que é um sim, idiota sacana. — Sua mão voou para a boca, cobrindo-o. — Opa, desculpe, queria dizer, é claro, sim. Eu ficaria honrado em ser beta.
Shelly riu enquanto Sandy avançava e golpeava o ar.
— Sim! Johnny ficará tão ciumento. Eu sei que ele estava atrás disso, Grant. Não posso esperar para ver o rosto dele quando disser.
Grant também riu antes de continuar.
— Tudo bem, você pode falar sobre o fato de ser feito beta, mas você não tem permissão para abrir a boca sobre Shelly. Para absolutamente ninguém. Você me ouviu?
Sandy franziu o cenho.
— O quê? Por quê? O que está acontecendo, Grant?
— Onde diabos está o carro? — Grant perguntou quando entraram no estacionamento.
— Aqui, aqui mesmo. — Sandy pressionou o controle remoto para desbloquear um dos quatro por quatro da matilha, que estava bem na frente deles.
— Este é o meu primeiro vislumbre da Escócia, um estacionamento louco. — Shelly fez beicinho enquanto caminhavam para frente.
— Você verá logo a Escócia real, Shell, seja paciente. — Grant rolou o carrinho para a retaguarda. — Aqui, ajude-me a conseguir isso e explicarei quando estivermos a caminho.
— Claro. — Sandy começou a carregar enquanto Shelly observava.
— Vou na parte de trás e você pode se sentar na frente e falar com Sandy. — Ela abriu uma porta e levantou-se no assento quando Grant empurrou o carrinho para o lado.
— Ele é um lobo, mo runa, ele pode me ouvir se eu me sentar com você. — Grant passou e entrou ao lado dela, levantando o braço para que ela pudesse aconchegar-se ao lado dele. — Vamos prender seu cinto de segurança e você pode tentar tirar uma soneca. Estamos a cerca de duas horas de casa, então tente cochilar.
— Certo, claro. — Shelly respondeu enquanto Sandy ligava o motor e se afastava.
Grant esperou até que estivessem bem longe do aeroporto e o tráfego pesado antes de falar.
— Sandy, você está dirigindo, então preciso que você se concentre na estrada e não haja como um idiota quando lhe contar o que estou prestes a fazer. OK?
Sandy olhou no espelho retrovisor, balançando a cabeça.
— Claro, alfa.
— Ok, Shelly e eu, não somos apenas companheiros, somos muito, muito mais. — Grant fez uma pausa quando os olhos de Sandy encontraram os dele no espelho novamente por uma fração de segundo.
— Eu vejo. — Sandy disse antes de encolher os ombros. — Bem, eu não, por que o que há mais do que uma alma gêmea?
Grant respirou fundo.
— Tudo bem, essa é a parte em que você se concentra na estrada. Eu não quero que você nos mate, mas o coração de Shelly e meu coração, eles batem como um.
Grant segurou a maçaneta da porta, esperando que o grande veículo entrasse na estrada, mas o único sinal de que Sandy o tinha ouvido foi um suave
— Oh.
— Eu deixarei você processar isso por alguns minutos. — Grant riu quando ele relaxou de volta no couro macio, seu braço em volta de sua companheira enquanto ela dormia contra ele.
Foram mais de dez minutos antes de Sandy rir, uma risada cheia de alegria e uma que durou mais de um minuto antes de se controlar.
— Pelo amor de Deus! Eu acredito nisso. Você está realmente me dizendo que vocês dois são os dois? Aquele que sempre foi como um conto de fadas para todos nós?
— Sim, Sandy, eu estou. — Grant ainda lutou para entender isso ele mesmo. — Eu vou querer conversar com os Elders amanhã para tentar ter mais informações. Tudo o que eu realmente sei é o poema que todos nós fomos ensinados, então preciso ter tantos detalhes quanto possível. Tenho certeza de que eles terão escrito em um dos diários.
— Sim, tenho certeza de que eles têm. — Sandy riu. — Eles têm tudo o mais escrito, maldição, espero que definitivamente tenham coisas sobre os Dois Escolhidos da Deusa.
— Espero que sim. — Grant quase sussurrou.
— Então, me diga como você descobriu? Você sabe sobre seus corações e tudo isso. Era um pouco estranho.
— Sim, você pode dizer isso novamente. — Grant bocejou. — Se ela está chateada, estou chateado. Se ela está com medo, meu coração pesa no meu peito. Se eu estiver fora caçando, seu coração bate acelerado em seu peito. É estranho e assustador tudo ao mesmo tempo. Ainda estamos tentando trabalhar as coisas.
— Eu posso imaginar como isso deve fazer você se sentir. — Os olhos de Sandy procuraram os de Grant. — Se você precisar conversar sabe, se isso é muito estranho ou qualquer coisa, você sabe que estou aqui.
Grant percebeu como o sotaque de Sandy se tornou mais pronunciado quando falava com sentimento.
— Obrigado. Talvez eu tenha que lidar com isso, Sandy. Você pode imaginar como será quando Shelly ficar grávida? Inferno, eu estarei fodido então.
Sandy riu, resmungou e depois riu um pouco mais.
— Eu me pergunto se você sentirá sua dor.
— Espero que não. — Grant quase bufou quando lutou para se controlar.
— Um alfa é forte, resistente como botas velhas e sem medo diante de tudo. Exceto, isto é, do parto! Não consigo ver muitos homens capazes de suportar o que as mulheres fazem ao carregar um filhote. Isso me faz estremecer apenas pensando. Mas, Sandy, meu rapaz, é só entre você e eu. Não posso evitar que o alfa tenha medo de uma pequena dor.
— Um pouco? — Sandy balançou a cabeça com ferocidade. — Estive presente, naquele momento em que o último filho de Shona nasceu e, claro, a caça afastou o homem. Estou lhe dizendo Grant, um, tenho certeza de que ele fez isso de propósito, e dois, pensei que ela fosse estourar meus tímpanos. Ela era como alguém possuída, pendurada em mim como se sua vida dependesse disso. É divertido e assustador. Nunca mais.
— Sim. — Grant concordou. — As mulheres, certamente, passam muito para nos dar nossos filhotes, mas isso apenas reforça quão especial elas são para nós e para a matilha. Preciosa nem é uma palavra suficientemente forte para isso.
— Verdade. Elas são isso e eu não fico sem palavras, você sabe disso, mas percebendo que o filhote veio entrando neste mundo, bem, fiquei sem palavras, Grant. Foi a coisa mais maravilhosa que já vi e maldição, mas as mulheres têm um acordo injusto no departamento de crianças.
— Eu só espero que eu seja abençoado com crianças, no futuro, não agora. — Grant estremeceu. — Quero estar no controle total com a matilha e as empresas antes de termos os pequenos. E quero poder passar tempo com eles e Shelly, quando chegar a hora. Eu acho que o que quero dizer é que quero ser um bom pai, não apenas um alfa, se isso faz sentido.
Sandy assentiu.
— Senso perfeito. Você sabe mais do que a maioria como é ter um alfa como pai.
— Sim. — Grant suspirou. — Eu sei e nunca consegui a metade do que Cam fez. Meu velho achava que ele estava ajudando, nos tornando fortes e prontos para tomar nosso lugar dentro da matilha. Estupido velho tolo. Olhe o que ele fez, um filho fugiu para longe e rápido e o outro está pronto para colocá-lo em seu lugar, se necessário. Sandy, quero ser meu próprio homem, ser o alfa como tenho que ser. Não como o meu pai quer e ele não concordará com a maneira que gerencio as coisas. Eu sei disso, assim como conheço meu próprio rosto no espelho. Mas, meu amigo, ele está enganado, se acha que serei seu fantoche. Isso não acontecerá.
— É bom ouvir isso. — Sandy virou a cabeça rapidamente, olhando por cima do ombro. — Você sabe que te apoio Grant. Sempre. Mas tenho minhas próprias preocupações com seu pai. Ele tem sido, hmm, irritante é a palavra que eu usaria. Sempre que faço qualquer coisa, ele está sempre lá, como ele diz, “para oferecer seu conselho, ” e alguns deles são válidos, mas outras vezes ele está cheio de merda. Uma vez, quase se tornou uma discussão na frente dos outros lobos. Eu queria dizer-te mais cedo, mas não queria te incomodar. Grant, eu disse-lhe que você me ensinou sobre como conduzir a rota de segurança, e era o que eu estava fazendo, e se ele tivesse algum problema com isso tinha que levar para você quando chegasse em casa. Eu sinto muito.
Os dentes de Grant se juntaram, levando várias respirações calmantes antes de responder.
— É disso que eu estou falando. Ele não suporta, ele tenta manipular ou intimidar. Conversarei com ele, não se preocupe. Se ele alguma vez tentar minar minhas ordens, ignore completamente e diga a ele que venha me ver. Não o envie a um argumento, Sandy, ele parece prosperar em conflito às vezes.
— Sim, ele faz isso. — Sandy encolheu os ombros. — É besteira para mim, mas alguns dos outros lobos mais novos, bem, eles estão um pouco impressionados com ele e ele definitivamente poderá fazê-los fazer o que ele quer.
— Não. — A voz de Grant era dura. — Ele não vai. Eu terei certeza de que ele sabe quem é o alfa e se ele tiver um problema, então lidaremos com isso como qualquer outro lobo.
— Você lidaria! — A voz de Sandy levantou algumas oitavas. — Você faria?
— Eu não gostaria, mas, Sandy, não se engane, eu sou alfa, e se ele me empurrar para isso, então eu vou. Vou desafiá-lo se ele causar problemas para mim, você ou a matilha.
— Espero que não chegue a isso, mas estarei bem lá do seu lado.
Grant inclinou a cabeça, seus lábios puxando os lados em um pequeno sorriso.
— Sim, eu sei disso. — Ele riu suavemente. — Por que diabos você pensa que eu fiz você meu beta? Certamente não é pelo seu charme ou boa aparência.
Shelly murmurou com uma voz sonolenta:
— Ainda não estamos lá?
Sandy falou alto.
— É o que as crianças dizem quando as levamos para uma viagem até Edimburgo ou Glasgow. Uma pergunta que eu já ouvi um zilhão de vezes.
Grant a puxou para que a cabeça dela se debruçasse no ombro dele.
— Sandy, eu disse-lhe um milhão de vezes para não exagerar!
Enquanto o riso de Sandy continuava, Shelly olhou entre os dois como se estivesse zangada.
— Qual a brincadeira?
Isso fez Sandy rir ainda mais forte quando Grant levantou uma sobrancelha para ela.
— Eu lhe disse um milhão de vezes?
Shelly olhou para ele por um momento antes que seus olhos se iluminassem e ela o cutucou no braço.
— Deusa, essa é a pior piada, de sempre, e confie em mim, eu ouvi uma tonelada delas.
— Ei, não pode ser a pior, pode? — Grant apertou seu lado gentilmente.
— Bem, talvez não seja a pior, mas está muito perto disso e você ainda não respondeu minha pergunta. Quanto mais longe?
Sandy virou-se rapidamente, encolhendo os ombros.
— Não muito longe, mas levará o tempo que for preciso. Uma vez que saímos da estrada principal e estamos usando os caminhos de trás, bem, alguns deles não são mais do que trilhos de terra e se temos ovelhas ou gado, ou mesmo um veado ou dois, bloqueando o caminho, então precisamos passar adiante. Esse é o pouco que pode demorar, dependendo do seu humor.
— Veados? — Shelly olhou para os olhos de Grant, admiração em seu rosto.
— Claro. — Grant assentiu. — Nós não podemos ter ursos selvagens, ou lobos, ou qualquer um dos outros que você tem nos EUA, mas nós certamente temos veados selvagens e eles podem ser absolutamente perigosos se é a estação do cio. Se você se deparar com algum e não estiver como loba, então fique longe deles, querida, não quero que você se machuque.
— Oh, certo. — Shelly ficou um pouco preocupada. — Você pode ter que realmente apontá-los para mim primeiro. Eu não estou cem por cento certa de como eles parecem. Só os vi em fotos.
— Não há problema. — Grant tentou acalmar sua preocupação.
— Ah e o que Sandy falou sobre as estradas? Ele disse quando saímos da estrada principal? - Shelly franziu a testa, apontando para fora e acenando. — Que diabos é isso? É pouco mais do que as estradas em volta da região da matilha.
— Em primeiro lugar. — Grant inclinou-se para a frente e beijou a ponta do seu nariz. — Esta é agora a sua terra da matilha. Começou cerca de cinco milhas atrás. Em segundo lugar, esta é a estrada principal. Nós viramos à direita exatamente ... agora. - Grant apontou o para-brisas dianteiro enquanto Sandy os manobrou suavemente da estrada para uma estrada menor e acidentada. — Em terceiro lugar, não temos muitas milhas a percorrer, mas geralmente tomamos essa parte devagar por causa dos animais. Às vezes, podemos chegar até Camp e não ter que parar e outras é como se eles enviassem mensagens e nós seremos mantidos por ovelhas, gado e sim, até veados.
Shelly olhou em volta, observando a natureza selvagem da área em que estavam.
— O que é isso? Essa é a Heather que Mason plantou nos EUA?
— Sim. — Grant sorriu. — Uma pequena porção de nossa Urze.
— Há toneladas. — Shelly inclinou-se para Grant para olhar pela janela. — Caramba, eles são de cores diferentes, tamanhos, um zilhão deles. — Ela se virou para dar-lhe um sorriso atrevido ao uso dela naquela palavra em particular.
Sandy sorriu quando Grant riu.
— Sim, em alguns dias, quando estou de pé no ponto mais alto de nossa terra e olhamos ao redor, eu concordaria, há um clima diferente.
— Grant, estou realmente feliz por estar aqui. — Shelly aconchegou-se contra seus braços, desfazendo seu cinto de segurança para sentar no colo de Grant.
— Estou feliz, Mo runsa. — Grant a beijou profundamente, sua reação visceral, enquanto seu pênis endureceu no jeans. — Mas acho que precisamos parar. Temos companhia, querida.
Shelly, com relutância, afastou-se, os olhos brilhantes e um pouco triste.
— Merda! Desculpe Sandy, constrangedor ou não.
Sandy riu.
— Vocês dois não são o primeiro casal recém-casado com quem estive.
— Estamos quase em casa. — Grant apontou para frente. — Logo depois dessa curva você verá o acampamento e depois será apenas mais dez minutos.
Shelly endireitou-se, olhando fixamente para o para-brisa.
— Como eu estava falando com você. Nossa terra começou algumas milhas atrás, muito antes de saímos da estrada principal.
— Realmente? — Shelly olhou para trás e depois em Grant.
— Mesmo. Temos uma área enorme, que te mostrarei um pouco de cada vez. Eu também tenho alguns planos que sei que o velho não gostará, mas falei com Cam e ele concorda comigo. Deixarei uma área para construir cabines extravagantes como se estivessem no lugar de Fergie. Eu acho que eles serão um bom adicional para a matilha.
— Eu concordo. — Shelly assentiu com a cabeça. — Com esta paisagem e localização, tenho certeza de que eles serão um sucesso.
— Isso é o que eu espero. — Grant olhou pela janela. — Ele também dará mais oportunidade de emprego para as lobas. No momento, muitas delas viajam para as cidades para ganhar um salário mínimo e é algo que quero parar. Eu quero que elas trabalhem para mim, para a matilha e ganhem um bom salário por fazer isso.
— Essa é uma boa ideia. — Sandy acrescentou enquanto dirigia a curva da estrada.
As árvores estavam agora de cada lado deles, avançando para que não pudesse ver mais longe do que alguns metros.
— Este é o começo de nossa floresta. Tem animais pequenos, alguns cervos e, claro, veados, mas não temos os animais selvagens que vocês tem. Há alguns gatos selvagens que são muito cruéis também, mas, novamente, eles não são do tamanho dos do Estados Unidos.
— Eu vejo. — Shelly olhou ao redor da vegetação que os rodeava.
— Há o acampamento, você tem uma boa visão a partir daqui enquanto a estrada é longa. — Grant apontou e ela olhou para frente.
Ela respirou fundo.
— É maior do que eu pensava.
— É uma das maiores do Reino Unido e estamos um pouco orgulhosos disso. — Sandy sorriu por cima do ombro.
— Eu posso ver o porquê. — Shelly sorriu enquanto olhava para o grande acampamento.
— Imagino que é hora de enfrentar meus pais. — Grant suspirou. — Não deixe o velho babaca chegar até você, mo runsa, e se ele for grosseiro com você pode colocá-lo em seu lugar rapidamente. Antes que eu faça, isto é.
— Não se preocupe alfa, eu sei como cuidar de mim mesma. — Shelly sorriu quando ele deu um aperto.
Sandy parecia decididamente desconcertado quando parou logo na frente da cabana do alfa.
— Vocês seguem, eu trarei a bagagem.
— Obrigado. — Grant abriu a porta, estendendo a mão para a sua companheira. — Está pronta?
O rosto de Shelly vacilou com apreensão por um segundo antes de assentir.
— Sim, vamos acabar com isso.
Capítulo três
Grant a conduziu rapidamente pela escada, esperando que ninguém os visse, abrindo a porta e conduzindo-a para dentro. O calor que os encontrou foi bem-vindo após o frio. Ele segurou sua mão e levou-a pela sala de estar e em direção à grande cozinha na parte traseira. Eles podiam ouvir vozes conversando e Grant percebeu que Nancy, sua amiga, estava lá. Amaldiçoando silenciosamente, ele sabia que provavelmente a ofenderia quando pedisse que ela fosse embora. Não foi possível ajudar. Ele queria falar com a mãe e o pai sozinhos.
Assim que ficaram visíveis, um silêncio chocado os cercou. Nancy ficou com a boca aberta, o pai com uma careta no rosto e apenas sua mãe se moveu em direção a eles, um pequeno sorriso nervoso no rosto.
Agnes parou na frente deles, sua voz um pouco mais alta do que o normal.
— Olá! Você está em casa, filho, estou feliz por você estar de volta, mas quem é essa?
Grant inclinou a cabeça para reconhecer o fato de que ela não deixará escapar sobre Shelly.
— Esta é a Shelly. Eu falo com você em um minuto, mãe. — Ele olhou para Nancy, que ainda estava com a boca aberta. — Nancy desculpe, mas tenho que pedir que você vá embora. Preciso falar com meus pais sozinhos.
Ele viu a dor em seus olhos, afinal, ela passou mais tempo na sua cabana do que na dela. Ela era quase uma parte da família. Quase, mas não exatamente.
— Eu te verei amanhã. — Ele tentou diminuir o golpe de suas palavras anteriores.
Nancy olhou para Shelly novamente, uma expressão estranha no rosto, enquanto ela assentia.
— Claro, alfa. Bem-vindo à sua casa.
Grant apenas assentiu enquanto sua amiga os deixava. Seu pai olhou fixamente para eles antes de finalmente se levantar e encará-los.
— Quem é essa? — Ele quase rosnou.
Grant endireitou as costas, um braço serpenteando em torno da cintura de Shelly enquanto olhava para o pai.
— Não use esse tom comigo. — Sua voz era fria e dura, cheia de poder e força. — Esta é Shelly e ela é minha companheira.
Agnes sorriu, segurando a mão dele.
— Sua companheira? Deus é maravilhoso, Grant. Olá, Shelly, prazer em conhecê-la.
Shelly deu um passo à frente, agarrando a mão de Agnes firmemente.
— Prazer em conhecê-la, Sra. Sinclair.
— Não, não, me chame de Agnes, por favor.
— Agnes. — Shelly sorriu.
— Sua companheira? Você ficou maluco? Você precisa escolher uma companheira dentro da matilha, ou melhor ainda, companheira como a filha do alfa da matilha Lowlanders. Não uma estrangeira!
As palavras de seu pai eram altas, abrasivas, enquanto caminhava para eles, com uma careta no rosto. Grant ficou em pé, avançando e olhando para o pai.
— Nunca mais fale assim. Você me ouviu? Se você fizer isso, haverá consequências. Eu sou o alfa. Você me tratará da mesma forma que exigia enquanto você era alfa. Sob pena, pai.
Shelly deu alguns passos para ficar ao lado de Grant.
— Prazer em conhecê-lo, Sr. Sinclair.
Ela segurou sua mão enquanto Grant e seu pai se afastavam. Seu tom mais firme quando ela repetiu.
— Eu disse, prazer em conhecê-lo, Sr. Sinclair.
Seu pai quebrou o contato visual, olhando a mão estendida e bufando.
— Você será a alfa loba?
Shelly sacudiu a cabeça.
— Não, eu não acho que você entende. Eu sou a alfa loba. Agora, direi uma última vez. Prazer em conhecê-lo, Sr. Sinclair.
O braço de Grant novamente serpenteou em torno de sua cintura enquanto seu pai relutantemente sacudiu sua mão brevemente antes que seus olhos se fechassem com Grant novamente.
— Quem você acha que realizará sua cerimônia?
Grant zombou quando respondeu:
— Não é necessária nenhuma cerimônia. Já foi realizada pelo Cam.
Seu pai amaldiçoou, virando-se e murmurando:
— Cam! Eu deveria ter sabido que ele encorajaria isso, essa, estupidez!
Um grunhido ruidosamente rugiu do peito de Grant, seus olhos perfurando as costas de seu pai.
— Basta!
Agnes se mudou para o marido.
— Lachlan acalme-se e pare de ser tão grosseiro. Esta é a nossa filha agora. Ela é da matilha e você tem que aceitar isso.
Ele puxou a mão calmante de Agnes de seu braço.
— Você não me diz o que fazer. Nunca.
Agnes encolheu de volta, seu rosto corando vermelho com vergonha enquanto tentava esconder sua briga de Grant. Shelly se mudou do lado de Grant, pegando o braço de Agnes e afastando-a do caminho enquanto Grant avançava.
Sua raiva apenas moderada se mostrou em cada palavra que ele cuspiu.
— É isso aí. Eu já tive o suficiente de você e suas maneiras de bullying. Você pode parar isso agora ou embalar suas malas e sair desta cabana.
Agnes ofegou enquanto Lachlan dirigia o olhar para o filho. Passou um minuto inteiro antes que o velho alfa relaxasse, ligeiramente, encolhendo os ombros quando olhava para Grant.
— Ok, se ela é sua companheira, então ela é sua companheira. Não consigo fazer muito sobre isso agora.
— Ela é mais do que isso, mas depois do seu comportamento ridículo, você pode esperar até amanhã para saber mais.
Grant se voltou para sua mãe.
— Há alguma coisa para comer? Estamos com fome e cansados e, uma vez que comermos, iremos para a cama.
— Sim, é claro. — Agnes deixou a proteção de Shelly, apressando-se a preparar uma refeição.
Os olhos de Lachlan se aproximaram até a porta, seus olhos entrecerrando e seu tom afiado.
— Por que você está se escondendo?
Grant seguiu os olhos de seu pai e encontrou Sandy de pé observando-os.
— Eu sou o beta, estou onde eu sempre estarei nas costas do meu alfa.
A voz de Sandy era firme, seus olhos nunca deixaram Lachlan enquanto Grant sorriu.
— Obrigado, Sandy, eu acho que as histórias acabaram durante a noite. Vejo você amanhã para a reunião da matilha. Você pode garantir que todos estejam presentes? Sem exceções.
— Sim. — Sandy balançou a cabeça antes de se afastar. — Durma bem, vocês dois e eu só chamarei se for necessário.
Grant sentiu a mão de Shelly na dele, podia sentir sua agitação e sua virada, mesmo que estivesse escondendo bem. Ele apertou sua mão e sussurrou para ela.
— Bem, isso foi melhor do que eu esperava.
Ela apertou o braço com a mão livre antes de sorrir para ele.
— Espero que Sandy esteja na discagem rápida.
— Não há necessidade. — Grant sorriu. — Ele tem a melhor audição que já vi em um lobo. Quando ele diz que está a apenas um grito, é exatamente o que ele quer dizer. Então, Mo runsa, se você precisar dele apenas grite o mais alto que puder.
— É bom saber. — Shelly perfurou o olhar em Lachlan que estava observando eles. — Eu posso precisar dele para fazer backup de vez em quando.
— Tenho certeza de que você não vai. — Grant inclinou-se e beijou-a suavemente. — Você é uma mulher do inferno quando está irritada.
— Sim. — Shelly disse com um sorriso. — E você não esqueça isso!
A voz de Agnes os interrompeu.
— Venha e sente-se. Tenho um bom cozido aqui e tenho certeza de que preencherá um buraco.
— Obrigada, Agnes. — Shelly esperou para ver onde Grant se sentou, na cabeça da mesa, então sentou-se à sua direita. — Estou faminta.
— Esse é um sotaque agradável. Você é da matilha do Fergie's? — Perguntou Agnes enquanto colocava um caldo quente em uma tigela.
— Não, eu sou da matilha vizinha, a nova de Cam. - Shelly pegou a água que Agnes tinha derramado em seu copo e tomou um gole.
— Como ele está? — Agnes perguntou seus olhos em Grant.
— Ele está bem. — Grant deu um aceno de cabeça para sua mãe. — Mais do que bem. Ele é um bom alfa e com Chastity ao seu lado.
— Chastity? — Agnes franziu a testa e Grant percebeu que deixaria o gato sair da bolsa.
Ele acentuou-se enquanto assentia.
— Ela é sua companheira. Foi o motivo pelo qual eu fui lá em primeiro lugar e lamento não ter dito nada. Você conhece Cam, ele não queria que ninguém soubesse, mas Mac me chamou para me informar.
— Oh meu. — A mão de Agnes voou até o peito. — Ambos meus meninos encontraram suas companheiras. Isso é maravilhoso! Embora você possa dizer a ele, eu lhe darei um pedaço de sua orelha na próxima vez que o ver por não me contar.
Shelly olhou entre Agnes e Grant e ele a colocou fora de sua miséria.
— Ela puxará sua orelha.
— Oh, eu vejo. — Shelly começou a comer a comida na frente dela. — Eu tenho muito a aprender.
— Sim. — Murmurou Lachlan. — Você certamente tem.
— Pai. — Grant advertiu quando Lachlan caminhou em direção à sala de estar.
— O quê? É verdade. - Ele encolheu os ombros quando os deixou.
A tensão deixou a sala com Lachlan e Agnes visivelmente relaxou.
— Mãe, você está bem? Ele está te tratando mal quando não estou por perto?
Ela balançou a cabeça.
— Não, está tudo bem, ele é um pouco mais difícil de viver no momento. Ele sente falta de estar a cargo de todos e é um grande ajuste para ele, filho.
— Eu sei, mas ele não está fazendo nenhum favor com a maneira como ele está agindo. — Grant olhou para sua mãe. — Não estou brincando quando digo que pedirei para ele sair se não se comportar.
— Eu sei que você não está. — Murmurou Agnes.
— Você, por outro lado, sempre terá um lugar aqui. Esta é a sua casa e nunca pedirei que você vá embora.
Agnes sacudiu a cabeça.
— Filho, você sabe que se ele for então eu tenho que ir com ele. Ele é meu companheiro.
— Mãe! — O tom de Grant foi exasperado. — Você suportou muito seu bullying ao longo dos anos. Não sou cego. Eu vi isso. Se as coisas ficam tão ruins que eu digo para ele ir, então acho que você deveria ficar aqui. Onde você será amada e cuidada.
— Eu não sei. — Agnes torceu as mãos na frente dela. — Não tenho certeza se eu poderia fazer isso.
Shelly olhou entre mãe e filho.
— Eu não quero falar em questões familiares, mas, Agnes, Grant precisará de você para ajudar. Ele tem planos para a matilha que tenho certeza de que você será capaz de orientá-lo. Então, acho que o que estou tentando dizer é apenas para pensar sobre isso. OK?
Agnes sorriu timidamente para Shelly.
— Você é da família agora, moça, então se meta quando quiser e certamente pensarei.
— Bom. — Grant começou a comer. — Mmm, senti falta da sua comida, mamãe. Espero que você tenha tudo para uma fritada amanhã de manhã, porque eu estava ansioso por isso por dias.
— Sim. — Agnes riu. — Eu tenho tudo, incluindo um novo lote de tatties scones.
— Isso é o que eu gosto de ouvir. — Grant sorriu antes de voltar para sua comida.
Nancy esperou fora por Sandy, que tinha levado uma grande quantidade de bagagem para a cabana do alfa. Estimulando-se de um lado para o outro enquanto se inquietava, sua curiosidade e preocupação comendo seu interior. Sentia-se inquieta e desconfortável enquanto seus pés faziam um caminho na terra. Sua mente entrou em uma dúzia de direções diferentes enquanto pensava em porque lhe pediram para sair.
Nunca foi pedido para sair e isso a preocupou muito. O que foi tão ruim que Grant não quis falar na frente dela? Estimulando mais, ela desejou que Sandy tivesse se apressado. Ela precisava perguntar o que estava acontecendo.
Parecia para sempre antes que ele finalmente deixasse a cabana, suas longas pernas não incomodando as escadas, saltando da varanda todo o caminho para pousar quase na frente dela.
— O que você está fazendo espreitando por aqui? — Ele perguntou enquanto a encarava.
— Eu não estou espreitando. — Ela protestou, franzindo o cenho. — Estou preocupada. Ele me pediu para sair, Sandy. Nunca me disseram para sair daquela cabana. Nunca. Então, me diga o que está acontecendo.
Sandy balançou a cabeça.
— Não, desculpe, não pode fazer isso. Estou sob ordens estritas para não dizer uma palavra.
Nancy franziu o cenho, levantando a cabeça para o lado.
— O quê? Certamente você pode me dizer! Eu sou como parte de sua família e estou preocupada.
— Não. — O tom de Sandy era firme. — Posso dizer-lhe que fui feito beta, mas não posso te dizer mais nada. Você descobrirá com o resto da matilha amanhã de manhã.
— Você está brincando, certo? — Nancy ficou chocada. — Eu não quero dizer sobre você ser beta, congratulações por sinal, mas quero dizer, não me dizer o que está acontecendo? Quem é aquela garota e por que Grant a trouxe aqui? Ela estava em perigo? Sim, eu aposto que é isso. Ele gosta de ajudar as pessoas e aposto que ela está em algum tipo de problema e ele a trouxe aqui para cuidar dela até que Cam resolva isso. É isso mesmo, não é?
Sandy balançou a cabeça com firmeza.
— Eu disse que não posso te dizer, Nancy, então pare de tentar. Vá para casa e para a cama. Você descobrirá em breve.
— Cama. — Nancy ofegou. — Você acha que eu posso dormir enquanto me preocupo com Grant? Você está fora da sua cabeça se acha que dormirei esta noite. E se alguém vier depois e tentar derrubá-lo? O que então?
— Nancy, direi isso uma vez e uma vez apenas. Grant não está em perigo e você descobrirá tudo o que precisa, amanhã, com o resto da matilha. — Sandy andou por ela. — Agora deixe para lá.
Quando ele se afastou, ela olhou para as costas dele. Ele acabou de tirar sua preocupação? Que tipo de beta faz isso?
— Sandy! Você para por aí e me diz o que diabos está acontecendo.
Sandy se virou, olhando por cima do ombro.
— Eu sou beta e você me mostrará algum respeito. Você não ouvirá mais nada sobre isso, então feche a boca e vá incomodar alguém em outro lugar.
A boca de Nancy ficou aberta em suas palavras. Ele nunca tinha falado com ela de tal maneira e o choque estava enrolando em seu estômago, fazendo-a sentir um pouco doente.
— Que merda está acontecendo?! — Ela murmurou quando lentamente abriu caminho para a cabana de seus pais.
Ela sabia que não conseguiria dormir até que soubesse. Se Grant ou a matilha, estava em perigo, então precisava saber e a indiferença de Sandy sobre o assunto precisaria ser relatada ao seu alfa. Isso não era maneira de um beta agir, não, de modo algum.
Capítulo quatro
— Oh, pelo amor de Deus! — Shelly se contorceu, protestando. — Você me matará.
— A morte por prazer. — Grant murmurou contra sua pele. — Existe um melhor caminho a percorrer?
— Eu não posso responder a você. — Shelly riu. — Você sabe por que não? Porque você transformou meu cérebro em mingau, por isso!
Grant subiu o corpo liso e nu, colocando pequenos beijos enquanto ia.
— Eu sei, eu também posso sentir isso. Seu coração está acelerado, querida.
— Diga-me sobre isso. — Ela agarrou seu cabelo, puxando sua boca para a dela.
Quando seus lábios se juntaram em um profundo, duro, beijo cheio de paixão, seu coração subiu para alturas que ele nunca sonhou possível.
— Minha. — Ele rosnou quando afundou no seu calor.
Seus corpos trabalharam em sincronia, como se estivessem fazendo amor por séculos, trazendo o outro mais alto e alto. Seus corações martelavam em seus peitos, totalmente em sintonia, enquanto suas presas entraram em erupção dolorosamente rápidas. Grant soltou a boca dela, com cuidado para não a machucar, e moveu a cabeça para que suas presas caíssem profundamente na pele macia entre o pescoço e o ombro. Assim que ele fez, ela gritou seu nome, seu orgasmo se apoderando e envolvendo os dois. Seu próprio lançamento esticou-se para cima e, quando o sangue dela escorreu na boca, cobrindo sua língua, sua semente caiu profundamente dentro dela. Seu próprio rugido explodiu dele para afogar os gritos de sua companheira.
Sua cabeça caindo para frente, de modo que suas testas se tocaram, ofegando por ar enquanto o suor encharcava os dois.
— Porra! — Grant ofegou. — Você é quente!
Shelly gemeu, empurrando-o e rolando, então ela se deitou.
— Em mais do um jeito. — Ela riu. — Chuveiro. Comida. Nessa ordem.
— Seu desejo é o meu comando. — A cabeça de Grant apareceu para beijar seu nariz. — Posso cheirar a comida já. Mamãe está na cozinha.
— Também posso sentir o cheiro e tenho que dizer que isso cheira divinamente. - Shelly saltou dele, pousando suavemente em seus pés, apontando seu dedo para ele. — Venha alfa, hora de se limpar e enfrentar a matilha.
Grant soltou um longo suspiro.
— Sim, você está certa. — Ele puxou-se da cama, seguindo Shelly no banheiro. — Quanto mais cedo resolvermos isso melhor. Eu quero que você tenha a proteção da matilha. Uma proteção que você terá sendo minha companheira.
— Quieto. — Shelly virou. — Eu não preciso de proteção. Não estando aqui de qualquer maneira. Pare de se preocupar, Grant. Vamos nos apressar para poder comer. Estou morrendo de fome novamente!
— Você está sempre com fome. — Ele brincou quando ambos entraram no chuveiro.
Meia hora depois, muito mais tempo do que qualquer um deles tinha planejado, desciam as escadas e foram até a cozinha. Agnes trabalhava na cozinha como se fizesse isso com os olhos vendados.
— Onde está o pai? — Perguntou Grant na óbvia ausência.
— Não faço ideia. — Agnes encolheu os ombros. — Ele não estava na cama quando acordei logo após o amanhecer.
— Eu vejo. — Grant franziu a testa. — Ele sabia que eu estava realizando uma reunião nesta manhã, não é?
— Sim. — Agnes sussurrou enquanto preparava a comida para que eles se servissem.
— Não é culpa sua, mãe. Eu não a culpo por suas ações.
— Eu sei. — Disse ela, dando um sorriso muito pequeno. — Eu disse a Nancy que não precisava dela hoje de manhã e tenho que dizer que estava chocada e parecia doloroso que ela fosse convidada a sair na noite passada.
— Mamãe, ela é uma amiga, uma amiga íntima, mas uma amiga mesmo assim. Ela descobrirá sobre Shelly e eu quando o resto da matilha fizer.
— Entendo isso, mas ela foi tratada como um membro da família por um longo tempo, então é compreensível que ela esteja chateada. Ela o escondeu bem, mas eu sabia.
— Conversarei com ela mais tarde, sozinho, tentei fazer as coisas bem. — Grant suspirou quando ele começou a carregar seu prato.
— Shell, isso é o que chamamos de escocês cheio. — Ele apontou para as coisas diante deles. — Que há salsicha quadrada, biscoitos tatuados, ovos, mexidos e fritos, pudim preto, pudim de frutas, bacon, torrada, chá ou café e, claro, suco de laranja fresco. Pegue e querida, se você não gosta de algo, não se sinta obrigada a comê-lo.
— Não, não. — Agnes sacudiu a cabeça. — Shelly, por favor, não pense que ficarei chateada se não gostar de nada. Alguns desses serão novos para você, então por que você não tenta apenas algumas novidades?
— Ok. — Shelly colocou vários itens em seu prato. — Posso ter café preto, por favor?
— Claro que pode. — Agnes despejou de uma máquina na bancada em uma grande caneca. — Aqui está.
— Obrigada. — Shelly moveu a salsicha quadrada ao redor de seu prato, olhando-o de perto, antes de cortar um pequeno canto e colocá-lo em sua boca.
Grant observou enquanto ela começou a mastigar, seu rosto concentrando-se no novo gosto e textura. Os olhos dela mostraram seu prazer primeiro, iluminando um segundo antes de mastigar vigorosamente.
— Mmm, isso é delicioso!
Agnes sorriu quando Grant riu.
— Sim. Veja, eu lhe disse que não tinha nada com que se preocupar.
Shelly mudou-se para o seu tattie scone, mas antes de cortá-lo, Grant segurou a mão.
— Aguarde, o tattie scone é bom por conta própria, mas é ainda melhor com os ovos, de preferência um bom garfo cheio.
Ele observou como ela fazia como ele havia sugerido e sorriu enquanto ela acenava com a cabeça, dando-lhe um polegar enquanto sua boca estava cheia. Grant voltou a devorar seu próprio café da manhã, observando atentamente Shelly enquanto comia tudo o que colocara no prato, inclusive o pudim preto.
— Você gostou? — Perguntou o óbvio enquanto ela limpava o prato.
— Eu gostei. — Ela assentiu, terminando a segunda caneca de café. — Estava um pouco preocupada com esse material negro, mas estava tudo bem. Provado, melhor com ovo também, como a coisinha do scone.
— Sim, é bom com molho de tomate ou ketchup, acho que você chama isso assim. De qualquer forma, é bom com isso também.
— Tentarei da próxima vez. — Shelly olhou para Agnes. — Obrigada, foi adorável. Eu a ajudarei com a lavagem.
— Não. — Agnes era firme. — Eu farei isso, tenho uma linda máquina de lavar louça que Grant me comprou antes de sair para a América. Me poupa muito tempo de qualquer forma, vocês dois têm a reunião em breve. Você chegou tarde esta manhã.
Grant verificou seu relógio e viu que era quase dez, ao mesmo tempo em que Sandy chegou, tendo se deixado entrar.
— Bom dia, alfa, a matilha aguardando na frente e por uma vez não está chovendo.
— Bom dia. — Grant disse ao mesmo tempo que Shelly.
— O que você precisa de mim para fazer? — Sandy perguntou enquanto pegava um pouco de comida, empurrando-o rapidamente na boca.
— Eu irei com você ao meu lado. Anunciarei que você é o beta e depois falarei sobre a outra coisa. Shelly, eu quero que você fique fora da visão até eu apresentar você a matilha. OK?
Sandy murmurou:
— Sim. — Ao redor de sua comida enquanto Shelly assentia, parecendo um pouco nervosa.
— Ficará tudo bem, Mo runsa, confie em mim. — Grant alcançou, segurando sua mão.
— O rapaz está certo. — Agnes concordou. — A matilha ficará feliz quando ouvirem a notícia.
— Espero que sim. — Shelly disse suavemente, seus olhos presos a Grant.
— Ficarão. Não se preocupe. — Reiterou Grant enquanto ele se levantava.
— Ok, façamos isso antes de chover.
Estendendo a mão para Shelly, ele esperou até agarrá-la e se levantou, caminhando ao lado da porta da frente.
— Fique dentro, mas fora da vista para o lado, até que eu apresente você a matilha. — Ele se inclinou, gentilmente beijando seus lábios e passando um dedo por sua bochecha. — Confie em mim, amor, ficará tudo bem.
— Eu confio em você. — Ela sorriu para ele e pisou no lado da entrada quando Sandy abriu a porta.
Sandy saiu primeiro, depois Agnes, e Grant esperou um momento antes de caminhar com confiança para dirigir-se a sua matilha. Olhando para o grande encontro, ele estava agradecido por uma audiência aprimorada dos lobos, caso contrário teria gritado o mais alto possível para que as pessoas ouvissem. Todos os olhos estavam sobre ele enquanto levantava os braços para pedir silêncio. Um momento depois, você poderia ter ouvido uma queda de pinos, mesmo sobre o vento que soprava no acampamento.
— Matilha, obrigado por ter vindo esta manhã porque tenho novidades que quero que todos ouçam. — Grant fez uma pausa, lançando um olhar para um Sandy bastante nervoso de pé ao lado dele e alguns metros atrás. Grant o conduziu para frente e quase riu quando o rosto de seu amigo corou. — Vocês conhecem Sandy. Ele é um lobo bom, forte e leal, então eu sei que vocês o parabenizaram quando lhes disser que o fiz meu beta.
Grant parou, sabendo que haveria uma resposta alta. Ele não ficou desapontado quando a matilha bateu e gritou os melhores desejos, juntamente com alguns não tão bons de seus amigos mais próximos. Sandy ergueu uma das mãos e deu uma saudação atrevida à horda na frente deles. Grant deu alguns momentos para comemorar e levantou as mãos novamente.
— Essa é apenas uma parte da notícia. — Ele continuou perguntando-se o que aconteceria quando chegasse ao ponto final. — Também haverá muitas mudanças em nossa terra. Cam me deu algumas ideias para ajudar a matilha como um todo. Para ganhar renda e criar empregos aqui em nossa própria terra para muitos de vocês. Esses detalhes ainda precisam ser completamente resolvidos, mas todos vocês ouvirão sobre eles assim que juntar as informações.
O coração de Grant começou a bater forte em seu peito e sua mão se moveu para cobri-lo. Shelly estava com medo, ele podia senti-la claramente enquanto esfregava a área em sua pele que cobria seu coração esmagador. Ele levou várias respirações profundas e calmantes antes de continuar.
— Matilha, eu quero recitar algo para vocês agora. Então, silêncio, por favor.
Grant interrompeu-se e tomou outra respiração calmante.
Dois corações que batem como um.
O que não pode ser interrompido.
O que a Deusa abençoa e junta.
Florescerá e crescerá tão resiliente quanto a Heather escocesa.
Seu amor é tão grande que os outros chorarão.
Mas a matilha será o único a colher.
A força de seu amor os manterá fortes.
Como seu amor não tem fim e continuará.
Quando ele parou, viu a confusão em quase todos os rostos, isto é, além de sua mãe e Sandy.
— Todos ouvimos essa rima sobre o lendário casal que a Deusa abençoa. Todos nós temos nossos próprios pensamentos sobre isso. Muitos de nós acreditam que é um mito, uma lenda, algo inacreditável e que não pode ser verdade. Estou certo?
Ele gritou a última parte e viu algumas cabeças concordando, enquanto outros tremiam.
— Bem, matilha, estou aqui diante de vocês como seu alfa e eu informo agora isso não é uma lenda. Não é um mito, nem um sonho que não pode se tornar realidade.
Ele parou novamente quando olhou para o povo, vendo indecisão, incredulidade e muitas outras emoções cruzando seus rostos. Alguns olharam ao redor deles como se estivessem procurando uma resposta às suas palavras, mas ele levantou as mãos para evitar o fluxo de perguntas que sabia seguiriam em qualquer momento.
— Posso ouvir sua pergunta: como ele sabe isso? Eu sei disso por causa de um milagre que aconteceu enquanto eu estava com a matilha de Cam. Um que eu certamente não esperava... Encontrei minha alma gêmea.
Ele parou quando a matilha aplaudiu, gritou. Ele os deixou, por um momento ou dois, então antes que ele precisasse pedir por si mesmo, Sandy deu um passo à frente levantando as mãos e gritando:
— Quietos.
Quando o silêncio voltou, Grant sorriu para o mar das pessoas.
— Não só encontrei minha companheira, encontramos algo juntos que me chocou, e ela, algo tão incrível que ainda acho difícil acreditar. Mas, acredite nisso, porque neste momento isso está me provando uma e outra vez. — Sua mão esfregou seu peito. — Nosso coração bate como um.
Desta vez, o rugido que encheu a área era tão ruidoso que sofria os ouvidos de Grant.
— Sim! — Ele gritou para ser ouvido. — É verdade, o coração do meu verdadeiro amor e o meu batem juntos, como um, e neste momento ela está nervosa e excitada. Confie em mim, eu sei, posso senti-la. — Ele esfregou o peito e riu agora enquanto a sua matilha trazia os melhores desejos e bênçãos em sua direção.
— Matilha, seu alfa apresenta sua Rainha, Shelly, venha, Mo runsa.
Ele sentiu o aço dela enquanto olhava pela porta antes de endireitar as costas, sorrindo e caminhando com confiança para ele. Grant estendeu a mão, agarrando a dela e levantando os dedos entrelaçados no ar.
— Aqui está o seu alfa, aqui está sua rainha! — Grant estava gritando agora, adrenalina bombeando através de seu sistema. — Pergunto a matilha, vocês aceitam Shelly? Vocês a protegerão a todo custo? Obedecerão a ela em meu lugar? Cuidarão dela e a alimentarão a partir deste dia?
Os olhos de Shelly brilharam com lágrimas quando a resposta foi retumbante:
— Sim!
Palmas e gritos seguidos, excitação enchendo a área enquanto Grant a puxava para seus braços, beijando-a apaixonadamente, para todos verem. Os atos cresceram ainda mais alto quando Shelly se agarrou à camisa de Grant enquanto seus lábios se pressionavam um contra o outro.
Foi mais do que um momento ou dois quando Sandy polidamente tossiu e cutucou Grant no ombro.
— Os anciãos estão interessados em falar com vocês dois.
Grant, relutantemente, se afastou, vendo os anciãos esperando impacientes ao lado da escada.
— Ok, traga-os e deixe a matilha saber que mostrarei Shelly um pouco depois.
— Eu vou. — Sandy deu a ambos um grande sorriso. — A matilha está em êxtase. Shelly, você ficará bem aqui com a gente.
— Eu sei disso agora. — Ela riu quando Grant a conduziu para dentro.
Os anciãos se juntaram a eles menos de um minuto depois, três homens e uma mulher. Hector estava em primeiro lugar, seus olhos mexendo de Grant para Shelly e de volta quando ele se aproximou e sentou-se em uma das poltronas macias. Então, Hamish e Sean se juntaram a ele, ambos sentados em um dos sofás grandes enquanto Brenna a única mulher no grupo não se sentava. Em vez disso, ela permaneceu aquecendo-se diante do fogo enquanto seus olhos se moviam sobre todos os outros na sala.
Grant conduziu Shelly para um dos outros sofás, sentando-se e puxando-a para baixo ao lado dele.
— Entendo que vocês terão perguntas, mas nós também temos algumas. Como isso não era mais do que um folclore para mim, espero que tenham mais informações sobre esta situação bastante rara.
Brenna era a única a falar.
— Alfa, isso veio como um pouco de choque e maravilha. Primeiro, e não quero ofender nenhum de vocês, mas posso?
Ela estendeu as mãos e fechou a distância entre elas, inclinando-se ligeiramente para frente enquanto Grant assentia. Suas mãos cobriram cada um de seus corações, só por alguns instantes, antes de se levantar e soltar um longo suspiro.
— É verdade. Posso sentir isso dentro de cada um de vocês. Isso é algo que é verdadeiramente milagroso e uma benção para nossa matilha.
— Isso é o que espero também, mas tenho certeza de que Shelly e eu temos perguntas sobre as quais procuraremos respostas.
Hamish bateu as mãos de alegria.
— Fabuloso! Pegaremos todos os diários e tentaremos responder as dúvidas que você tiver. No entanto, tenho que avisá-lo, alfa, eles têm séculos de idade e alguns estão um pouco mais desgastados.
— Qualquer informação será recebida com gratidão. — Disse Grant com um sorriso.
Sean levantou-se.
— Temos trabalho a fazer. — Foi tudo o que ele disse ao sair, Hector não tendo dito uma palavra, seguiu-o.
Brenna e Hamish ficaram e salpicaram-nos com perguntas sobre como eles perceberam que a lenda se tornou realidade. Grant e Shelly responderam com a maior sinceridade possível e, finalmente, os dois últimos idosos saíram, ambos sorrindo como loucos.
— Foi tudo bem. — Grant disse enquanto Shelly finalmente relaxava contra ele.
— Sim, sim. — Ela concordou quando se aconchegou ao lado dele. — Podemos ter cinco minutos quietos antes de começar a me mostrar?
— Claro, meu amor. Tudo o que quiser. Ele concordou rapidamente, aproveitando a sensação dela contra ele.
Capítulo cinco
Sandy empurrou-se quando seu braço foi agarrado sem nenhuma gentileza enquanto Nancy sibilava para ele.
— Que diabos, Sandy! Por que você não me disse?
— Grant me instruiu a não contar a ninguém. Isso incluiu você, Nancy, desculpe, mas essas foram suas ordens.
— Eu não sou ninguém! — Ela tentou manter a calma, mas sabia que estava falhando. — Eu quase faço parte da família. Corri com você e Grant desde que éramos filhotes. Eu merecia ser informada, Sandy.
Sandy olhou para ela com tristeza nos olhos.
— Nancy desculpe, mas ele disse para não falar para ninguém.
— Então, como ela é? Esta tal de Shelly? - Nancy engoliu ar em seus pulmões que de repente foram restringidos. — Ela não parece ser uma boa opção aqui. Não parece tão forte para as Terras Altas.
— Você está errada. — Sandy usou sua mão para tirar seus dedos de seu braço. — Ela é muito forte e capaz. Você sabia que eles tinham ursos selvagens onde ela morava? Não consigo ver nenhum de nós frente a um desses.
— Pfft! — Nancy tentou controlar o seu temperamento. — Os ursos são apenas animais selvagens, como um veado no cio, tudo o que é preciso é sutileza para derrubá-los.
— Não seja estúpida. — Sandy franziu a testa para ela ao mesmo tempo que balançava a cabeça. — Está falando como uma idiota, Nancy. Você sabe que você está falando como uma verdadeira idiota, não é?
Nancy apertou seu braço.
— Não me chame assim. Você sabe que eu não gosto disso.
— Bem, você está agindo como uma de primeira classe agora, então, por que não sai para correr e se acalmar. — Sandy se afastou e voltou a encará-la. — Não tenho certeza do que está acontecendo com você, mas o que quer que seja resolva isso. Não quero problemas na matilha. Você me ouviu?
Os olhos de Nancy se arregalaram com o poder em seu tom. Este não era o Sandy normal falando com ela. Esta era um beta e escorria o poder de seus poros enquanto olhava para ela.
— Sim, sim, não precisa ficar irritado.
— Nancy, estou avisando você. Sem drama, você me ouviu?
— Eu disse que sim, não entendeu? — Nancy sorriu, afastando-se e pisoteando para as árvores. — Estou saindo.
— Sim. — Sandy assentiu. — Poderia limpar sua cabeça e espero que você pare de falar besteiras.
Nancy não respondeu seu coração batendo rápido quando começou a correr até a beira da floresta. Ela já estava tirando suas roupas antes de chegar aos limites das grandes árvores e envolver tudo em sua jaqueta e colocá-la em uma ramificação baixa. Suas botas ela deixou no chão, ansiosa demais para se transformar e correr sozinha para amarrar os laços juntos e colocá-los em um ramo. Sua mudança veio rápido, sempre veio, e logo suas patas grandes voaram pelo chão frio e molhado da floresta. Sua besta soltou um grunhido baixo, pois tentou assumir completamente, mas ela não estava tendo nada disso. Nancy queria pensar nos desenvolvimentos que agora afetaram sua matilha.
Grant, seu alfa, com uma companheira não nascida na Escócia. Quem teria pensado que isso seria possível? Não ela, com certeza. Ela teria que se aproximar de Shelly e avaliá-la. Ver se ela era realmente o material alfa de uma companheira loba. Se não, Nancy estava determinada a fazer algo a respeito disso.
Sua matilha não merecia nada menos.
Sandy observou Nancy desaparecer, vislumbrando sua nudez enquanto tirava a roupa. Suspirando, balançou a cabeça, esperando que sua amiga não causasse problemas. Ela poderia estar um pouco chateada e esse não era o momento para qualquer um de seus chiliques. Ele ficaria de olho nela para se certificar de que ela não se descontrolasse.
Ele poderia mencionar isso para Grant, para estar no lado seguro, pensou enquanto uma voz invadiu suas reflexões.
— Parabéns, pequenino. — Johnny bateu-o nas costas. — O que há com o rosto severo? Você não deveria estar se dirigindo para nos contar tudo o que fará?
Sandy sorriu para o homem muito mais alto.
— Apenas Nancy um pouco chateada.
— Sim. — Johnny franziu a testa. — Eu estava ao lado dela mais cedo e tenho que dizer, ela não pareceu feliz.
— Eu sei. — Sandy também franziu a testa. — Sempre pensei que era Cam, que ela tinha no coração. Agora? Não tenho tanta certeza.
Johnny encolheu os ombros.
— Eu também pensei nisso. Ela sempre estava a seu redor e, sejamos honestos, Cam era sempre a pessoa que chamou a atenção das moças.
— Certo. — Sandy encolheu os ombros. — Acho que ficarei de olho nela de qualquer maneira, apenas no caso.
— Eu ajudarei. — Johnny ofereceu com um sorriso. — E se você precisar de outra ajuda, de um grito.
— Eu conversaria com você hoje. — Sandy começou a andar em direção ao limite do acampamento, onde seu armazém de carne estava. — Você assumirá a supervisão da segurança e organizará a caça à carne? Não terei tempo suficiente para fazer tudo e realmente apreciaria isso.
Johnny sorriu para ele.
— Coisa certa. Você sabe que gosto de caçar e a coisa de segurança é fácil. Posso organizar isso em minha soneca.
— Obrigado. — Sandy parou e estendeu a mão. — Sem ressentimentos?
Tomando a mão oferecida, Johnny sacudiu-a firmemente.
— Não, não seja bobo. Embora, se Grant esteja procurando por mais betas no futuro, eu apreciaria se você me mantivesse em mente.
— Eu vou. — Sandy assentiu solenemente. — Acho que poderíamos estar fazendo mais carne, então, se você pudesse fazer uma festa de caça nos próximos dias, isso seria ótimo.
— Não se preocupe. Considere isso feito. — Johnny se virou. — Verificarei o cronograma de segurança agora e depois buscarei a caçada.
— Bom. — Sandy sorriu. —Vejo que os anciãos foram embora, então falarei com Grant.
— Vejo você mais tarde. — Johnny correu, pensando em suas tarefas.
Sandy voltou pelo caminho que veio sem se preocupar em verificar os estoques de carne. Se Johnny estivesse fazendo uma caçada, então não precisava olhar. Em vez disso, abriu caminho para falar com Grant. Quando passou pelo ponto em que Nancy entrou nas árvores, viu Lachlan caminhar na floresta. O velho alfa parecia determinado quando desapareceu e Sandy se perguntou o que estava fazendo. Ele não diria isso diretamente a Grant, ainda não, mas não confiava em Lachlan. Agora não. Não desde que Grant foi feito alfa. O velho não gostou de eixar o cargo e Sandy preocupou-se que causaria problemas. Lachlan era legal e valia a pena assistir.
Outro que ele teria que ficar atento.
Saltando as escadas para a varanda, Sandy bateu levemente na porta antes de abri-la e entrar. Grant estava sentado em um dos sofás com Shelly no colo. Sandy tossiu educadamente e ambos se viraram o rosto de Shelly corando quando Grant riu.
— Desculpe interromper. — Sandy arrasou de pé a pé. — Só queria uma palavra rápida.
— Claro, venha e sente-se. — Grant manteve Shelly no joelho, apesar de estar se contorcendo e tentando se retirar.
— Eu queria deixar você saber que coloquei Johnny no comando da segurança e pedi-lhe para supervisionar nossos estoques de carne e caça. Espero que esteja bem?
— Claro. — Grant assentiu com a cabeça, então pareceu um pouco mais sério. — Ele aceitou tudo bem? Sobre você ser o beta?
— Sim. — Sandy riu. — Eu não estou dizendo que seu nariz não ficou fora de controle, mas ele está bem e feliz em ajudar.
— Bom. — Grant pareceu aliviado. — Não quero sangue ruim entre vocês dois.
—Não se preocupe, estamos bem. Mas... — Sandy fez uma pausa, tentando encontrar as palavras certas para falar sobre sua preocupação.
— O quê? — Grant perguntou enquanto Shelly agora relaxava no colo do alfa, observando-o atentamente. — Fora com isso, Sandy.
— É só que Nancy estava um tanto aborrecida e você sabe como pode ficar. Saiu impulsivamente e não quero que ela cause algum problema.
— Sobre Shelly você quer dizer? — Grant franziu a testa, sabendo exatamente como Nancy poderia ser.
— Um pouco disso. — Sandy assentiu. — Ela parecia mais chateada por ser excluída, e estava me fazendo perguntas sobre Shelly ser forte o suficiente para ser alfa loba.
— E? — Grant cutucou.
— É claro que respondi que Shelly era mais do que capaz e que ela partiu para uma corrida. Eu disse-lhe para se acalmar e não falar merda.
Shelly franziu a testa, olhando para Grant com uma sobrancelha levantada. Sandy riu quando Grant explicou:
— Lixo. Se você fala, você está falando porcaria. Se sua cabeça está cheia de besteiras, então é como se estivesse cheio de coisas e você não consegue pensar diretamente.
— Aah. — Shelly deu uma pequena risada. — Eu tenho muito a aprender.
— Você pegará rápido o suficiente, não se preocupe. — Sandy disse a ela quando se instalou na poltrona.
— Tudo correu bem com os anciãos. — Disse Grant. — Embora tenham ficado um pouco surpresos e, claro, Brenna teve que confirmar isso, sentindo os nossos corações. Além disso, estão foram vendo qualquer coisa que possam encontrar sobre o assunto.
— Estou feliz. — Sandy sorriu. — E não estou surpreso com Brenna. Ela nunca leva as coisas superficialmente.
— Não, é por isso que ela é tão boa. — Grant concordou. — Agora, tenho algo que quero que você comece. É algo que a matilha Fergie's tem e é uma boa ideia.
Sandy sentou-se mais reto, ouvindo avidamente.
— O quê?
— Ok, então eles têm essas 'estações de mudanças' montadas em torno do acampamento. Eles têm unidades de prateleiras de madeira com essas grandes caixas de plástico com tampas. A matilha pode mudar e deixar suas coisas na caixa de plástico para que tudo seja mantido seco para seu retorno. Eu acho que devemos telas aqui.
— Parece uma boa ideia. Simples, mas eficaz. — Sandy teve que concordar.
— Além disso, eles têm torneiras de água com uma mangueira ao lado, então, se você quiser, pode tomar um banho antes de se vestir. Claro, o verão é muito melhor do que o nosso, mas posso ver que há vezes que agradeço essa facilidade. Você também pode olhar isso?
— Claro. — Sandy assentiu. — Não será tão difícil de configurar. As unidades podem ser feitas rapidamente e posso enviar alguém para a cidade para nos conseguir um suprimento de recipientes plásticos.
— Bom. — Grant sorriu. — Quanto mais cedo, melhor porque estou farto, deixando minhas roupas secas penduradas em uma árvore e voltando para encontra-las molhada.
— Sim, eu também. — Sandy riu. — Conseguirei isso hoje e terei os primeiros preparados até essa noite. Além da parte da mangueira, isso pode demorar um pouco mais.
— Boa. Obrigado, Sandy, eu sabia que fiz a escolha certa ao torná-lo beta.
—Não será problema. — Sandy corou ligeiramente ao louvor.
Shelly sentou-se um pouco mais reta, mudando o assunto.
— Quando a caça será?
— Oh, um dia ou mais, eu acredito. — Sandy parecia pensativo. — Nós gostamos de enviar rastreadores no dia anterior para ter uma ideia de onde o veado está. Então eles saem na manhã seguinte também, apenas para verificar se ainda estão na área. Depois de nos informar onde, quantos, esse tipo de coisas, bem, é quando os caçadores saem.
— Não a matilha inteira? — Shelly perguntou com uma sobrancelha levantada.
—Não. — Sandy balançou a cabeça. — Nossa matilha é muito grande para todos nós irmos de uma só vez. Nós designamos caçadores que fornecem a matilha com a principal fonte de carne. Se alguém estiver fora e consegue algo, então é um bônus.
— Eu vejo. — Shelly virou-se para Grant. — Quero ir à caçada. Acho que a matilha precisa me ver participar e isso lhes mostrará o que eu gosto.
Grant franziu a testa, olhando para Sandy.
— Não tenho certeza, querida. Você não conhece a configuração da terra e há algumas áreas que são perigosas. Nós temos alguns pântanos perigosos e então há veados nas proximidades.
O tom de Shelly era sério quando ela olhou Grant diretamente nos olhos.
— Vou. Preciso provar a matilha e esta é uma boa maneira de fazê-lo.
Suspirando pesadamente, Grant inclinou-se para a frente, colocando a testa contra a dela.
— Eu também vou. Fico de olho em você.
— Não. — Shelly sacudiu a cabeça, quebrando seu contato. — Isso meio que derrota o propósito. Quero mostrar-lhes que sou forte e digna de ser sua companheira. Não posso fazer isso se estiver cuidando de mim.
Sandy falou sem sequer pensar.
— Alfa, ela está certa. Você trouxe uma estrangeira como sua companheira e eles precisam saber que ela está preparada para o cargo.
A cabeça de Grant girou em sua direção e Sandy teve que se forçar a não desviar a vista enquanto seu alfa olhava para ele.
— Você não está ajudando. — Disse Grant, levantando uma sobrancelha.
— Eu estou. — Sandy não concordou. — Estou ajudando a sua companheira a se integrar na matilha e ganhar o respeito.
— Você sabe que ele está certo. - Shelly deu a Sandy um pequeno sorriso.
— Sim. — Grant olhou furioso para Sandy. — Eu sei. Não significa que tenha que gostar disso.
— Eu ficarei bem. — Shelly acariciou o rosto de Grant. — Se eu pude sobreviver a Dupont e seus homens, tenho certeza de que posso sobreviver a uma caçada nas Highlands.
Sandy viu a raiva cruzar o rosto de Grant, um olhar de puro ódio que seguiu rapidamente, antes que seu amigo o cobrisse.
— Eu odeio pensar nisso. — Admitiu Grant quando Shelly assentiu.
— Eu sei que você faz. Eu também. Mas, meu alfa, se me ensinou alguma coisa, me mostrou o quanto de uma sobrevivente eu sou. Eu tenho isso, Grant.
— Tudo bem. — Grant concordou seus olhos achando Sandy novamente. — Certifique-se de que Johnny fique de olho nela. OK?
— Claro. — Sandy respondeu solenemente. — Eu direi-lhe para não o tornar óbvio, no entanto. Nós não queremos que os outros lobos pensem que ele está cuidando como babá dela.
— É verdade. — Shelly sorriu. — Eu definitivamente não preciso de babá.
—Vou ficar numa pilha de nervos até você voltar, mo runsa. — Grant aconchegou-se no pescoço dela, puxando-a contra ele.
Sandy ficou olhando, enquanto Shelly derretia contra Grant.
— Hmm, acho melhor deixar vocês sozinhos. Grant, você tem um quarto no andar de cima que você conhece!
Grant riu quando sua mão acenou Sandy para longe e ele escapou rapidamente, não querendo ser um voyeur para a luxúria do alfa.
— Eu vou deixar você saber quando a caça estiver programada. — Ele falou sobre o ombro quando saiu da cabana.
Capítulo seis
Lachlan estava escondido nas árvores, esperando o retorno de Nancy. Ele tinha ouvido tudo o que seu filho tinha jorrado antes e não estava tendo nada disso. Dois corações seu traseiro. Isso não era mais do que um conto de fadas aos jovens. Não havia nenhuma prova de que isso acontecesse além de algumas histórias há séculos. Não. Shelly não era bem-vinda aqui. Não na sua matilha.
Ele andava de um lado para o outro tentando ficar quente. Suas juntas doloridas gritavam para ele, novamente, e dizendo em termos inequívocos, porque não era mais adequado para ser o alfa. Lachlan amaldiçoou discretamente a sua própria fraqueza e só alimentou seu desgosto pelo modo como seu filho começou a liderar a matilha. Trazendo aquela loba para casa e a desfilando como uma celebridade. Isso fez com que seu sangue fervesse em suas veias.
Sua ira com a estupidez de Grant cresceu enquanto esperava. Um alfa sempre deve fazer o melhor para a matilha, incluindo a escolha de um companheiro. Se Grant tivesse feito o que Lachlan havia planejado, eles teriam vínculos muito mais fortes com as matilhas da fronteira e isso era algo que seu filho deveria ter pensado antes de deixar seu pênis liderar sua cabeça. Menino estúpido!
O chão úmido parecia escorrer pelas botas, fazendo com que seus pés tremessem e doessem. Maldito clima. Quando eles receberiam alguns dias em que não tinha chuva? Lachlan estava perdido em pensamento, ocasionalmente jurando em voz alta seus joelhos, ou quadris, que doíam da umidade, enquanto ele esperava por seu, esperançosamente, aliado.
— O que você está fazendo espreitando por aqui? — A voz de Nancy o pegou desatento, fazendo-o virar.
Não só ela estava de volta, mas já estava quase completamente vestida.
— Estou esperando por você. Pensei que poderíamos conversar um pouco.
— Sobre? — Nancy perguntou, com a cabeça inclinada para o lado quando ela puxou as botas.
— Aquele meu filho estúpido e aquela assim chamada companheira dele. — Lachlan não pôde evitar a aversão que soou em suas palavras.
Nancy ergueu uma sobrancelha, de pé reta com as mãos nos quadris.
— Assim chamada? Tanto quanto eu sei, eles foram casados na América. Por Cam. Isso não é verdade?
— Sim. — Lachlan zombou. — Mas eu acho que você concorda comigo que deveria ser uma Highlander ao seu lado. Não uma americana alta que não tem conhecimento de nossa herança, nossa terra, nossa matilha.
— A ação está feita. — Nancy balançou a cabeça. — Nada que eu possa fazer sobre isso. Ou você.
Lachlan sorriu, fechando a distância entre eles e colocando seu grande braço em torno de seus ombros muito menores.
— É aí que nós discordamos, moça. — Lachlan virou-a, levando-a de volta à floresta e longe de qualquer orelha curiosa. — Porque não damos um passeio e falamos sobre isso. Tenho certeza de que podemos encontrar uma boa solução para o nosso problema.
— Nosso problema? — Perguntou Nancy enquanto olhava para o rosto de Lachlan.
— Ah, sim. — Lachlan sorriu. — Nosso problema.
Com isso, continuou puxando-a ao lado dele e longe do acampamento.
Sandy estava satisfeito, muito satisfeito, com seu primeiro dia completo de sua nova posição como beta. As estações de mudança estavam bem a caminho de terminar, três já estão funcionando e outras duas para serem montadas no dia seguinte. Johnny tinha organizado uma caçada e ele tinha feito isso tão rápido que também seria no próximo dia, já tendo enviado seus rastreadores. Os relatos de vários pequenos rebanhos de cervos nas proximidades fecham o acordo para a caçada para a manhã.
Claro, os rastreadores verificariam as coisas na primeira luz, mas parecia que suas novas estações de mudança receberiam sua inauguração no dia seguinte. As coisas haviam ido bem e ele estava orgulhoso de si mesmo quando saiu da cabana alfa. Ele havia dito a Shelly e Grant sobre a caça e conseguiu tirar uma refeição maravilhosa da Sra. Sinclair no processo.
Quando voltou para sua cabana, viu Nancy vir em sua direção. Esperando que ela estivesse melhor, ele colocou um sorriso no rosto.
— Ei você?
— Sandy. — Ela sorriu, mas não encontrou seu olhar. — Apenas vou me desculpar com Grant por mais cedo, porque sei que você teria dito a ele.
Sandy tinha errado em seu tom acusatório.
— Nancy direi isso apenas mais uma vez. Eu sou o beta. Minha lealdade a matilha supera qualquer amizade. Até a sua, esguicho.
Nancy quase rosnou para ele.
— Pare de usar isso. Você sabe o quanto odeio que me chame assim.
— Desculpe. — Sandy disse, seu tom dizendo-lhe que ele não estava arrependido por isso. — Eu só quero que você entenda minha posição. Isso é tudo.
— Eu sei. — Ela cuspiu quando saiu.
— Mulheres. — Sandy sorriu. — Nunca as entenderemos. Nunca.
— Diga-me sobre isso. — A voz de Blayne o surpreendeu. Um homem negro como a noite saindo do lado de sua cabana, cigarro na mão.
— Você ainda está fumando? — A aversão de Sandy pelo hábito evidente.
— Nah, estou apenas de pé do lado de fora na garoa por causa dela. — Blayne riu. — Você sabe que minha companheira não me deixa fumar ao redor das crianças.
— Por que se incomodar então? — Sandy sondou, nunca entendendo o que as pessoas possuíam para fumar.
— Hábito. — Blayne encolheu os ombros. — Além disso, eu gosto. Vamos, Sandy, é o meu único vício. Um homem tem que ter pelo menos um.
— É sua decisão. — Sandy encolheu os ombros.
— Então, como Shelly é? — Perguntou o americano, sua curiosidade obviamente atingiu o pico.
— Ela é agradável. — Sandy olhou para trás, a tempo de ver Nancy desaparecer dentro da cabana de Grant.
— Agradável? Isso é tudo o que você tem a dizer sobre a companheira do nosso novo alfa?
— Eu só a vi algumas vezes, Blayne. O que posso dizer? Ela parece capaz e forte, inferno, tenho certeza de que Grant não a teria trazido se não fosse. Oh, ela caçará amanhã. Sua ideia. Para que todos vejam, ela fazendo isso. Grant não estava feliz, mas conseguiu concordar no final.
— Eu ficarei interessado em ver como ela fica. — Blayne apagou o cigarro. — Você está indo?
Sandy balançou a cabeça.
— Não, mas eu pedirei a Johnny que fique de olho nela. Apenas no caso.
— Eu também vou. — Blayne sorriu. — Há alguns desses malditos pântanos por onde estamos indo. Não quero que ela fique presa em um desses.
— Inferno não. — Sandy estremeceu. — Grant me mataria.
Blayne riu, uma gargalhada profunda com a boca aberta, mostrando seus brilhantes dentes brancos que sempre pareceram ser o mais branco que ele já havia visto.
— Sim, ele faria. — Blayne assentiu em direção a sua cabana. — Tenho que ir certificar-me de que os pequeninos não estão correndo atrás de sua mãe. Eles odeiam ir dormir à noite.
— Não são todos os pequeninos que odeiam isso? — Sandy se perguntou em voz alta.
— Sim, acho que eles certamente fazem. Noite, Sandy.
— Boa noite. — Sandy acenou enquanto continuava ouvindo a risada dos filhos de Blayne quando o grande lobo abriu a porta da cabana e desapareceu dentro.
Grant olhou para Nancy com um olhar impassível em seu rosto, segurando a mão de Shelly na sua, enquanto uma de suas melhores amigas parecia desconfortável diante deles.
— Sinto muito, Grant, quero dizer, alfa. — As mãos de Nancy se torciam na frente dela, mostrando o quanto ela estava nervosa. — Eu tive tempo de pensar e percebi que estava errada em me comportar como fiz.
Quando fez uma pausa, Grant levantou uma sobrancelha.
— Você quer dizer como uma pirralha mimada? Sendo infantil simplesmente porque não a incluí no negócio alfa?
O rosto de Nancy corou, mas por um momento ele tinha certeza de que ela tinha raiva em seus olhos antes de baixá-los.
— Isso. Desculpe eu só quero ajudar Shelly. Se houver algo que eu possa fazer, me avise.
Nancy dirigiu isso a Shelly, que se levantou e se aproximou, abraçando a mulher ligeiramente menor em seus braços.
— Está bem. Grant explicou quão perto vocês estão, então não estou surpresa por você estar um pouco afastada. Vamos deixar isso para trás. OK?
Shelly voltou a sentar-se ao lado de Grant, o braço em volta do ombro e puxando-a para o lado dele.
— Se fosse comigo, você ficaria em tarefas de babá por uma semana...
— Por favor, não, qualquer coisa menos isso! — Nancy explodiu, seus olhos se abriram como pires.
Shelly riu quando o rosto de Grant endureceu.
— Quero dizer, mais interrupção e é isso que você fará.
Nancy abaixou a cabeça em submissão.
— Eu prometo que me comportarei, por favor, não faça isso.
Shelly cutucou Grant nas costelas.
— O que estou perdendo aqui?
Grant manteve os olhos em Nancy.
— Nossa pequena garota aqui odeia cuidar das crianças. Ela tem um pouco de TOC e todos aqueles narizes escorrendo e fraldas sujas, a deixa maluca. Não é?
Nancy assentiu, com o rosto branco enquanto olhava para eles. A boca de Shelly ficou aberta antes de cobri-la rapidamente com um “eu vejo”.
— Sim, então, se ela estiver fora de linha, essa é a melhor punição para ela.
Grant virou-se rapidamente para dar uma piscada de olhos para Shelly que cobriu o sorriso com uma mão. A atenção de Grant voltou para Nancy, seu tom agora de conversa quando ele perguntou:
— Você caçará amanhã?
— Não, é o de sempre? — Nancy brincou sua postura relaxando agora.
— Shelly se juntará. — Grant disse a ela para avaliar sua reação, como ela era uma das duas únicas lobas que regularmente caçavam na matilha.
— Boa. Será bom correr com você. — Nancy sorriu para eles. — Posso ir agora?
Grant assentiu.
— Sim, mas lembre-se, você precisa mostrar ao Sandy o respeito que sua posição agora determina. Ele não é mais apenas um amigo. Ele é seu beta e você o tratará adequadamente ou haverá consequências.
— Sim, alfa. — Nancy sussurrou enquanto ela caminhava para sair.
— Isso foi estranho. — Shelly sussurrou quando a porta se fechou.
— Não tenho ideia do que há de errado com ela. Ela pode ser chata às vezes, mas francamente grosseira e falar com Sandy assim? Bem, estou perdendo do que está acontecendo na cabeça dela.
— Ela provavelmente está apenas chateada com a mudança da dinâmica. — Shelly se aconchegou mais perto, a palma da mão no estômago. — Primeiro Cam corre para se tornar alfa, então encontra uma companheira e você corre logo após ele para fazer sua cerimônia. Então, além disso, você fica longe mais do que disse que faria e volta comigo no reboque. Você provavelmente apenas a perdeu um pouco. Ela ficará bem, Grant. Tentarei conhecê-la um pouco melhor amanhã. Acho que acabaremos como boas amigas.
Grant beijou o topo de sua cabeça, inalando seu perfume e suspirando.
— Espero que sim. — Ele murmurou suavemente. — Agora, é hora de ir para a cama.
Shelly apertou seu lado, rindo enquanto olhava para ele.
— Mais uma vez? — Exclamou enquanto assentia freneticamente.
— Se você estará ausente por horas amanhã caçando, então, preciso ter minha solução agora. — Grant inclinou-se, seus lábios cobrindo o dela em um beijo cheio de calor e paixão.
Suas línguas tocaram uma com a outra, serpenteando dentro e fora enquanto movia uma das mãos para pegar um dos seios dela. Shelly gemeu e puxou ligeiramente para longe.
— Eu acho que precisamos levar isso para o andar de cima. Não quero que sua mãe ou pai entre e nos veja assim.
— Parece bom para mim, sexy, vamos. — Grant levantou-se, puxando-a para cima dele e correndo para as escadas.
Shelly quase perdeu o equilíbrio tentando continuar, Grant praguejou enquanto se voltava para ela.
— Droga! Desculpe querida, aqui, isso será mais rápido. — Seus braços rapidamente a levaram, embalando-a enquanto ele subia os degraus dois de cada vez.
— Você está com pressa. — Ela sorriu quando abriu a porta do quarto.
— Só para chegar aqui. Agora que estamos sozinhos, tomarei o meu tempo com você. — Grant provocou seu pescoço com os lábios, permitindo que seus dentes mergulhassem suavemente ao longo da curva suave. Enquanto ela tremia em seus braços, ele riu contra sua pele. — Espero que esteja pronta, mo runsa, porque por esta noite você é minha e tirarei todo o proveito de ter você para mim.
— Isso parece perfeito. — A mão de Shelly agarrou seu cabelo, puxando seus lábios de volta ao dela para outro beijo de alma e abrasador.
Grant abriu a porta e levou sua companheira para a cama, onde ele planejou mantê-la por várias horas de luxúria.
Agnes virou-se quando Lachlan se juntou a ela na cozinha.
— Onde você esteve o dia todo? — Ela perguntou, observando seus movimentos por sinais de humor em que ele estava. Seu estômago apertou enquanto ele olhava para ela.
— Fora. — Ele respondeu, sentando-se na cabeceira da mesa, lugar de Grant agora. — Estou com fome, ponha a comida.
— Claro. — Agnes tentou apaziguá-lo, esperando que seu humor melhorasse. — Você quer alguma coisa em particular?
Lachlan balançou a cabeça.
— Qualquer coisa, desde que esteja enchendo.
Agnes correu ao redor juntando uma refeição, cozido simples em uma tigela grande, ela poderia aquecer no micro-ondas com pedaços de pão caseiro. — Tudo está bem, Lachlan?
Colocando no micro-ondas, ela se virou para encará-lo enquanto o silêncio esticava.
— Lachlan?
— Pare de me perturbar, mulher. — Lachlan levantou-se e serviu um grande copo de uísque da cômoda. — Apenas faça o que você é boa e alimente seu companheiro.
Seu tom era zangado, Agnes se afastou, não querendo dar-lhe a satisfação de ver a dor em seus olhos. Não pela primeira vez, ela se perguntou onde o homem com quem se apaixonara tinha ido. Certamente, este diante dela não era ele.
— Shelly sairá para caçar amanhã. — Ela tentou novamente envolvê-lo enquanto o micro-ondas fazia ping, tirando o cozido e colocando-o diante dele.
— Eu sei. — Ele respondeu antes de se meter na carne salgada. — Imagina o que ela acha que conseguirá.
Agnes franziu a testa enquanto se sentava à direita de Lachlan.
— Eu acho que ela espera que isso mostre que ela é uma loba forte e capaz.
Lachlan engoliu em seco, seus olhos prendendo-a no lugar.
— Não para mim não vai.
— Lachlan, eu sei que você está infeliz, mas Grant está feliz. Nosso filho está feliz. Não é isso que você queria para ele?
Ele engoliu o resto do uísque antes de suspirar.
— O que eu quero é ser alfa, mas isso não acontecerá. A próxima coisa seria para o nosso filho assumir suas responsabilidades a sério e não fazer as coisas porque ele se sente feliz. Ele deveria ter acoplado com a filha alfa do Border's, ou uma delas. Pelo menos, deveria ter acasalado com uma das nossas. Uma escocesa, não uma moça americana que pensa que está fazendo o trabalho de ser loba alfa.
Balançando a cabeça, ela baixou os olhos.
— Grant será um bom alfa e se ele estiver feliz, então isso facilita seu trabalho.
— Você está dizendo que eu não era um bom alfa? — Lachlan rosnou seus olhos brilhando de raiva.
— Não! — Agnes tentou suavizar sua raiva. — Isso não é o que estou dizendo. Tudo o que estou tentando dizer é que, se ele estiver feliz, ele será um alfa melhor.
— Nunca me deteve. — Lachlan rosnou.
Agnes sentiu as lágrimas em seus olhos.
— O que aconteceu conosco? Para você? Nós estávamos apaixonados, Lachlan, verdadeiros companheiros. Não deve ser assim que acabaremos com nossas vidas, amargas, irritadas, destruindo a alma.
A cabeça de Lachlan girou para encará-la.
— Nada aconteceu comigo, além de envelhecer e ter que ficar de pé como alfa. Eu sou o mesmo que sempre fui mulher.
— Não. — Agnes empurrou. — Você não é. Você não é o lobo que conheci quando jovem. Não é o homem que me disse que me amaria por toda a eternidade. Você está se transformando em um cruel e desagradável babaca, Lachlan.
Sua mão disparou tão rápido que ela não teve tempo de reagir, a picada na bochecha onde ele bateu ardeu como fogo.
— Nunca mais, e quero dizer a sério, fale assim novamente. Se você fizer isso, você verá quão desagradável posso ser.
A própria mão de Agnes cobriu-se onde ele a atingiu, chocada, irritada e ferida em seu núcleo. Assim quando ela estava prestes a responder, ele comentou:
— E não vá brincar de contos com o alfa também, ou você se arrependerá.
Ela parou seu corpo tremendo e suas pernas instáveis enquanto Lachlan calmamente retomava a comer. Sua mente correu com tumulto quando ela se perguntou o que aconteceu com o companheiro. Sabendo que se ela dissesse a Grant ele retiraria seu pai da matilha, ela apertou os dentes e prometeu tentar passar pelo homem que tanto amava.
Sua voz invadiu seus pensamentos quando ela estava de frente para a pia.
— Eu não posso ser alfa, mas ainda sou seu companheiro e seu companheiro gostaria que você fosse dormir e me esperasse. Eu estarei lá em breve.
O corpo de Agnes estremeceu. Certamente, ele não queria dizer que ele queria sexo. Depois de bater nela? Suas próximas palavras lhe contaram exatamente o que ele queria dizer.
— Sem camisola.
Virando-se para encará-lo, ergueu uma sobrancelha como para desafiá-la. Agnes se preparou para não revelar sua turbulência interior, balançando a cabeça uma vez e deixando a cozinha para ir ao seu quarto. Fazendo a lembrança de que o que quer que acontecesse hoje à noite, determinaria se ela falava ao filho, ou não, de querer anular seu vínculo.
Ela estava bem ciente do alvoroço que causaria. Agnes nunca tinha ouvido falar de um par alfa sendo separado, mas, para sua própria sanidade, achava que talvez fosse a única solução. Um soluço escapou dela quando fechou a porta do quarto e começou a se despir.
Capítulo sete
Grant e Shelly acordaram bem cedo, pois queriam tomar um bom café da manhã antes de sair na caçada. Eles encontraram Agnes já na cozinha, de costas para eles, enquanto cozinhava no enorme fogão a gás.
— Bom dia. — Disse Grant, caminhando e tomando um café.
— Bom dia, Agnes. Espero que você tenha dormido bem? — Shelly disse enquanto levava seu lugar ao lado da cadeira de Grant.
— Estou bem. — Respondeu Agnes, seu tom alertando Grant de que algo não estava definitivamente certo.
Shelly não pareceu perceber e ele não queria que ela ficasse chateada antes da caça, então se sentou e começou a empilhar comida no prato. Sua mãe trouxe ovos fritos recém feitos, colocando alguns em ambos os pratos. Olhando para ela, viu que ela estava fazendo o melhor para esconder algo dele e ele o tiraria dela uma vez que Shelly se afastasse.
— Estou animada e um pouco nervosa com a caçada. — Shelly disse aconchegando-se.
— Você fará o melhor, mo runsa. — Grant sorriu indulgentemente. — Eu vi você caçar e você dará aos nossos melhores lobos uma corrida por seu dinheiro. Não se preocupe.
— Eu só quero que eles me vejam como digna de ser sua companheira, Grant. Eu odiaria se alguém da matilha pensasse o contrário.
— Ei. — Grant alcançou, passando uma das mãos pelo braço dela. — Não, nunca ache isso. Você passou por coisas que ninguém nesta matilha jamais entenderia e saiu do outro lado ainda forte, atrevida e mais do que capaz de segurar o seu. Então, minha moça bonita, faça o que você faz melhor e seja você mesma.
— Tudo bem. — Shelly sorriu. — Tentarei. Agora, posso ter mais algumas dessas coisas de tattie scone? Estou amando-os!
— Claro. — Agnes disse calmamente, jogando um pouco mais na sua enorme frigideira.
Shelly notou desta vez, levantando uma sobrancelha para Grant atrás das costas de sua mãe. Grant balançou a cabeça, falando:
— Conversarei com ela mais tarde.
Sua companheira acenou com a cabeça, mas o cenho franzido que ela mostrou era um pouco preocupada. Ele deu uma tapinha na sua mão.
— Tudo ficará bem. — Ele disse, suas palavras levando um duplo significado.
— Tudo bem, acredito em você. — Shelly riu quando Agnes virou habilmente os tattie scones para o prato de Shelly. — Obrigada. Uma vez que esteja tudo resolvido, você terá que me ensinar a cozinhar. Sou meio inútil nesse departamento.
Agnes assentiu com a cabeça, seus olhos segurando um olhar distante que dizia a ambos que não tinha realmente ouvido as palavras de Shelly. Grant olhou em volta da cozinha para qualquer sinal de que seu pai já tivesse comido.
— Onde está o pai?
Shelly estava muito ocupada comendo para notar o arrepio que atravessava o corpo de sua mãe, mas ele sim. A visão aumentou sua ansiedade enquanto murmurava:
— Fora. Não tenho certeza de onde.
— Ok, talvez eu o veja mais tarde. Eu não o vi na reunião ontem.
Agnes encolheu os ombros.
— Desculpe filho, eu não sei onde ele está.
— Está tudo bem, mamãe. Tenho certeza de que vou vê-lo em algum momento hoje.
— Eu acho que é melhor eu continuar. — Shelly levantou-se e a mão de Grant disparou.
— Espere. — Ele ficou de pé, dando uma volta para dar um abraço. — Agora, sei que você não gostará do que estou prestes a dizer, mas, querida, satisfaça-me.
A voz de Nancy o interrompeu.
— Vocês dois não conseguiram um quarto?
Shelly virou-se.
— Bom dia.
— Bom dia. — Respondeu Nancy. — Você ajustou tudo?
— Sim. — Shelly começou a mover-se, mas Grant segurou-a.
— Como eu estava falando antes de ser tão grosseiramente interrompido!
Grant franziu o cenho para Nancy.
— Eu sei que você pensa que sou bobo e que a matilha a verá nua em algum momento, provavelmente nossa primeira lua cheia mudando, mas, baby, por favor, você poderia se transformar aqui na cabana hoje?
Shelly olhou para ele como se estivesse brava.
— Você está falando sério? Você sabe que estou acostumada a me transformar na frente de gente, certo?
— Sim. — Grant encolheu os ombros. — Eu sei disso, Shell, mas somos recém-casados e o pensamento de qualquer um desses caras vê-la como eu vejo meio que me deixa louco. Eu não quero fazer algo estúpido e envergonhar a todos, indo lá e fazendo com que eles se afastem à medida que você muda. Então, querida, poderia se transformar apenas dentro da entrada e sair como loba?
Nancy riu enquanto Shelly bufava.
— Você está falando sério. — Shelly disse, esticando-se na ponta dos pés para beijá-lo suavemente. — Tudo para você querido.
— Realmente? — Nancy olhou para Grant com choque em seu rosto. — Você realmente quer que ela faça isso?
Os olhos de Grant trancaram em Nancy, seu tom muito mais cortante do que ele já usara antes com ela.
— Desculpe, mas desde quando você foi promovida a uma posição, que você poderia questionar o seu alfa?
A boca de Nancy ficou aberta enquanto Grant continuava a encará-la.
— Você está no seu último aviso, Nancy.
Shelly agarrou seus braços firmemente.
— Ei, relaxe. Eu farei isso, por você, então não há necessidade de ficar aborrecido.
Grant sorriu para ela quando Nancy abriu caminho para a porta da frente, com a cabeça pendurada, mas os ombros esticados e tensos. Ele podia sentir sua raiva ao se afastar dela e teve que dar crédito por manter seus lábios bem fechados. Não era algo que conseguisse facilmente.
Shelly começou a se despir, entregando-lhe as roupas dela enquanto as tirava. Quando estava nua, ele não podia ajudar seus olhos a percorrer seu belo corpo e ela sorriu para ele.
— Mais tarde. — Ela balbuciou atraentemente quando caminhou até a porta.
Observar sua transformação era quase como um encontro sexual, sua forma humana nua mudando rapidamente em sua besta. A pele escura estremeceu quando sua transformação terminou seu grande focinho fungando na sua mão e cutucando a coxa com a cabeça.
— Seja cuidadosa. — Ele disse calmamente enquanto sua besta seguia Nancy pela porta.
Grant seguiu atrás, usando cada parte de seu autocontrole para não parecer com um companheiro preocupado. Seus pés seguiram sua companheira quando ela se juntou ao resto da festa de caça. A maioria já estava em sua forma de lobo, mas Johnny ficou nu esperando por ele.
— Teremos algumas horas, mas ficarei de olho nela.
Grant assentiu.
— Obrigado. Vejo você quando voltar. Feliz caçada.
Johnny assentiu e se virou para os lobos reunidos antes dele.
— Ok, nós faremos isso de maneira normal. Ficaremos juntos e ninguém faz um movimento até que eu diga. Todos estão prontos?
Todos os animais responderam com pequenos grunhidos, incluindo Shelly, e então Johnny se transformou rapidamente, levando os lobos para a densa floresta. Grant viu o lobo de Nancy bem do lado de Shelly e ele sorriu quando pensou que sua amiga cuidaria de sua companheira em um território desconhecido.
Ele permaneceu por alguns instantes, mesmo depois de perder a vista, depois sacudiu a cabeça e voltou para a cabana. Agora ele descobriria o que estava errado com sua mãe.
Grant a encontrou na cozinha, as mãos na pia, mas não fazendo nada enquanto seus olhos olhavam pela janela. Ele estava certo de que não o ouviu quando fechou a distância entre eles, sua mão virando para envolver em seu ombro.
— O que é... — foi tudo que ele conseguiu dizer quando sua mãe se sacudiu, soltando um pequeno gemido de dor.
Ele a olhou atentamente, observando enquanto ela secava as mãos no avental que sempre usava. Seus olhos se deslizaram dele quando ela começou a pegar os pratos do café da manhã. Grant franziu a testa, sua mente trabalhando horas extras enquanto tentava descobrir o que estava errado.
— Mamãe, você foi ferida? — Ele perguntou enquanto empilhou a louça.
— O quê? — Ela disse, ainda não olhou para ele.
— Eu perguntei, você foi ferida? — Grant deu um passo em sua direção. — Deixe-me ver.
Balançando a cabeça, ela deu uma pequena risada.
— Não seja bobo. Estou bem. Você simplesmente me surpreendeu só isso.
A cabeça de Grant inclinou-se para o lado, sabendo que estava mentindo, mas não tinha ideia do porquê. Ele trouxe seu alfa, seu tom firme enquanto falava.
— Não estou convencido. Estou pedindo para ver seus ombros, costas, seja o que for, mas eu quero ver agora.
— Grant. — Sua mãe balançou a cabeça, a tristeza agora escrita em todo o rosto. — Por favor, não.
— Eu não pedirei novamente. — Grant deu outro passo em frente, alcançando sua mãe.
— Por favor, filho, não faça isso. — Agnes quase implorou e ele agora viu as lágrimas que enchiam seus olhos.
— O que diabos, mãe? — O estômago de Grant se encolheu enquanto ela encolhia em cima de si mesma. — Eu quero ver o que está errado e eu vou, então fique parada e quieta por um momento.
Seus dedos puxaram o topo da blusa enquanto ele olhava para ver o que ela estava obviamente tentando esconder. O estômago de Grant balbuciou, seu café da manhã quase fazendo um reaparecimento quando viu manchas vermelhas em seus ombros. Girando-a, desamarrou o avental e ergueu a roupa para ver esses remendos completamente cobrindo as costas em um padrão entrecruzado. Um dedo lentamente tocou um e ela afastou-se dele, puxando o topo para se cobrir.
Grant ficou sem palavras quando seu coração bateu forte em seu peito. Ele lutou para controlá-lo, sabendo que Shelly sentiria sua angústia.
— O que aconteceu? Quem fez isso com você?
Sua voz quase não era um sussurro enquanto tentava ficar calmo. Seus olhos baixaram quando ela balançou a cabeça.
— Não me faça responder. Tudo mudará se eu fizer.
Pegando o cotovelo, ele a levou para a mesa, sentando-a e sentando-se ao lado dela. Segurando a mão gentilmente, a persuadiu.
— Mamãe, ouça-me. Você tem que me dizer o que aconteceu e quem fez isso. Não consigo entender o que foi feito nas suas costas e preciso resolver isso. Se houver alguém dentro da minha matilha que possa infligir esse tipo de dor em outro dos meus lobos, bem, preciso saber sobre isso. Não seria um alfa muito bom se não o fizesse, seria?
Agnes soltou um suave gemido de desespero.
— Grant, você será um ótimo alfa.
— Diga-me. — Ele ordenou suas palavras suaves, mas firmes.
Seus olhos torturados se elevaram para o dele e naquele momento ela não precisou responder. Ele sabia.
— Papai?
Ela não falou uma palavra, mas seu silêncio contou tudo o que ele precisava saber. Grant empurrou para cima, sua cadeira voltando para bater no teto.
— Eu vou matá-lo! Onde ele está?
Sua mãe ficou de pé e agarrou um de seus braços, tentando mantê-lo no lugar.
— Por favor, Grant. Não faça nada de forma precipitada.
— Precipitado? — Grant bufou. — Eu não acho que confrontar o animal que abusou de sua companheira é precipitado, mãe. É o tipo de coisa que um alfa deve fazer algo que eu preciso fazer. Quando isso começou? Como perdi isso?
Agnes sentou-se de volta, sua respiração afundando-se sobre ela quando seu corpo se dobrou sobre si mesmo.
— Não por muito tempo. Ele está achando difícil não ser alfa e saber que ele não é tão forte quanto antes. Ele costumava estar no controle e saber que poderia levar qualquer outro a lobo aqui. Ele perdeu isso e, Deusa me ajude, mas é como se estivesse perdido alguma coisa, algo mais, de dentro, Grant. Não consigo explicar isso. Ele não é o homem que costumava ser e tenho certeza de que não é o amor com quem me apaixonei.
Os punhos de Grant foram apertados em seus lados, sua raiva começou a crescer e mais uma vez ele lutou contra isso. Não por causa dele, certamente não por seu pai, mas para Shelly. Ele não queria que ela sentisse seu coração trabalhando horas extras e se preocupar com o que estava errado. Não em sua primeira caçada em terras estranhas.
— Onde ele está? — Grant perguntou, muito mais calmamente do que ele achava possível.
— Eu não sei. — Agnes encolheu os ombros. — Ele estava acordado e fora horas antes do amanhecer.
— Ele estará de volta? — Grant sentou-se de volta ao lado dela. — Porque se ele voltar, não posso deixar isso ir, mãe. Você sabe que eu farei o que deve ser feito por um membro da matilha. Não permitimos a violência doméstica. Ele deveria saber o que aconteceria se eu descobrisse. - Grant fez uma pausa, uma luz em sua cabeça. — Ou é o que ele quer? Ele está pensando em me entregar a posição alfa? Ele quer me desafiar, não é?
Novamente ela encolheu os ombros.
— Eu não sei. Honestamente, Grant, não tenho ideia do que está acontecendo na cabeça dele. Ele não me fala mais sobre nada e se eu lhe perguntar qualquer coisa, ele me ataca ou...
Sua voz se apagou e Grant sabia exatamente o que ela queria dizer: seu pai a batia até a submissão.
— Isso não está acontecendo na minha matilha. — Ele apertou os dentes. — Se ele voltar, ele e eu teremos um confronto que não acho que você quer ver. Talvez você devesse ir e ficar no tio Will's por alguns dias?
— Não. — Agnes sacudiu a cabeça. — Eu preciso ver isso. Depois de ontem à noite, eu aguardaria o momento certo para pedir que não estivéssemos atados. Esse é um ponto irrelevante agora, filho, mas não vou fugir. Ele não me fará fazer isso, não importa o que ele faça.
Uma tosse mole assustou os dois, tão concentrados que não tinham ouvido ninguém entrar. Sandy estava apenas na porta da cozinha, os olhos passando de Agnes para Grant e de volta.
— Desculpa. Não pude deixar de espiar.
Grant acenou.
— Não se preocupe com isso. Isso é algo que será aberto a descoberto assim que o velho voltar.
— Eu o vi, antes, antes do amanhecer. — Sandy olhou para Agnes. — Sinto muito, Sra. Sinclair. Se eu soubesse o que estava acontecendo, teria feito alguma coisa. Pelo menos, telefonaria para Grant e falaria para ele voltar para casa.
Agnes corou escarlate.
— Não é algo que eu queria transmitir, Sandy.
— Ainda. — Sandy parecia muito desconfortável. — Eu me sinto muito mal que não ajudei quando Grant não estava aqui.
— Mamãe, você consegue arranjar comida para Sandy enquanto ele e eu conversamos? — Grant sabia que sua mãe sentiria muito melhor fazer algo e ele estava certo.
— Claro. — Ela deu um pulo e começou a fazer para o seu beta um café da manhã enorme.
— Então, Sandy, onde você o viu? O que ele estava fazendo?
Sandy pegou um café antes de se sentar.
— Ele não estava aprontando nada até onde eu pude ver. Ele entrou no bosque e o vi se despir, então adivinhei que ele ficaria como lobo correndo ou algo assim.
— Eu vejo. — Disse Grant, apesar de não ter feito.
— Foi um pouco estranho que ele ainda não usasse uma das nossas novas estações de mudança. — Sandy parecia pensativo. — Está lá para isso, aquela chuva, então ele estaria melhor colocando suas roupas em um recipiente de plástico para mantê-las secas.
— Sim. — Grant concordou, mordendo o lábio inferior e imaginando o que o pai estava fazendo. — Se você o vir antes de mim, você pode ligar e me informar onde ele está. Nós temos um acerto, ele e eu. Um que provavelmente está atrasado.
— Sim, claro, mas não faça nada a menos que eu esteja lá para apoiá-lo. — Sandy franziu a testa, preocupação por todo o rosto.
— Eu posso cuidar dele. — Grant disse com força, sua voz fria.
— Eu sei disso. — Sandy assentiu. — Mas eu sou seu beta e sempre terei suas costas, Grant.
— Obrigado. — Grant sorriu. — Eu aprecio isso.
— Além disso. — Sandy parecia preocupado. — Essa velha cabra lutou sujo toda a sua vida e não quero que você se machuque.
Grant tinha que concordar, ele havia observado seu pai lutar contra os desafios antes e ele certamente não seguiu as regras. Ele sempre disse a seus filhos que ganhar era o objetivo, não importa como você chegou lá.
— Mamãe. — A espinha de Grant tingiu com desconforto. — Você acha que ele está fazendo alguma coisa?
Agnes virou-se para encará-lo, preocupação gravada no rosto.
— Não posso dizer com certeza, filho, mas não duvidaria no momento.
— Sandy. — Grant levantou-se, cresceu a inquietação. — Você consegue alguns guardas por aqui? Se ele retornar antes de voltar, não quero que ele entre.
— De volta? — Sandy perguntou. — De onde?
— Acho que tentaremos acompanhá-lo. — Grant começou a se retirar.
— Tenho uma sensação ruim.
Sandy pegou o telefone e discou.
— Brad, você pode ter mais alguns homens e colocar um guarda em torno da cabana do alfa. Não faça perguntas agora, por favor, apenas faça o que eu digo. Se Lachlan chegar em casa, ele não, eu repito, não deve entrar. OK?
Grant assentiu, sabendo que Brad levaria ordens ao pé da letra. Sandy disse um rápido:
— Obrigado. — Então desligou. — Feito. Agora vejamos se podemos encontrá-lo.
Agnes torceu as mãos na frente dela.
— Grant, tenha cuidado.
— Eu vou, mãe. — Ele passou e abraçou-a gentilmente, com cuidado de seus ferimentos. — Quando nós formos, por que você não muda para a loba, então seus ferimentos curarão?
— Tudo bem, eu farei isso. — Ela concordou preocupação ainda cobrindo seu rosto.
— Vamos. — Ele saiu, agora apenas com seus jeans e botas, o ar frio e úmido fazendo sua pele arrepiar. — Onde você o viu?
— Mais à esquerda, a cerca de cinquenta metros ou mais daquela estação de mudança. É por isso que me perguntei por que ele não usou. Estava tão perto de onde ele entrou na floresta.
Grant correu para a estação recém-construída, puxando as botas e os jeans para fora rapidamente e colocando-as em uma das caixas de plástico. Sandy fez o mesmo e Grant olhou seu beta diretamente nos olhos.
— Se o encontrarmos e ele está fazendo algo... errado... então lidamos com ele. OK?
— Claro. — Sandy assentiu. — Você está certo de que está bem com isso? Passando por seu pai?
— Sim. — A resposta de Grant foi firme. — Depois de vê-la marcada por ele, não posso esperar para encontrá-lo. Ele verá um novo lado de mim, isso é tudo com certeza.
— Por que ainda estamos por aqui? Vamos correr. — Sandy disse sombriamente.
Seu beta se transformou e Grant também, sua besta seguindo Sandy até o ponto em que seu pai havia desaparecido. Grant fez o seu melhor para diminuir a preocupação, tentando diminuir a ansiedade para que sua companheira não fosse alertada para sua preocupação. As grandes patas do seu animal golpeavam a terra úmida enquanto o nariz pegava o cheiro de seu pai.
A besta de Sandy passou, ele também achou o cheiro, e ambos os lobos partiram em busca.
Capítulo oito
A besta de Shelly ficou maravilhada com todos os novos aromas e cenários que correu, mantendo-se facilmente com o resto da festa de caça. Ela ficou na parte de trás, ao lado da besta de Nancy, enquanto seguiam correndo. Teve que forçar sua besta a se concentrar, pois coisas novas agrediam seus sentidos e não queria mais nada além de explorar tudo a sua volta. Ela obrigou, uma e outra vez, a ficar com os outros lobos. Não era hora de sair sozinha, precisava provar a si mesma e a matilha que merecia sua posição. Alfa loba não era um papel que ela já imaginou, mas agora estava aqui, lutaria com unhas e dentes para mantê-lo.
Ela tentou ficar ao lado de Nancy. Suas instruções sussurradas quando deixaram a cabana mais cedo em sua cabeça.
— Fique perto de mim, perto da parte de trás, podemos então cortar ao lado e trazer um cervo para baixo juntas. Dessa forma, podemos provar a matilha o quanto é uma boa caçadora. OK?
Parecia uma boa ideia na época e sua besta tinha batido suavemente em resposta. Agora, depois de mais de uma hora de rastreamento, parecia que eles estavam se aproximando. O lobo de Nancy pareceu um pouco chateado e Shelly quase podia sentir uma turbulência interior dentro do animal orgulhoso.
Provavelmente apenas nervos em ir contra suas ordens. Inferno, Shelly lutou contra as ordens a vida inteira, não era novidade para ela, mas pensou que era para Nancy. Isso explicaria a agitação da loba.
O ritmo de Shelly desacelerou em paralelo com o de Nancy, pensando que seria o momento em que flanqueariam o cervo. Mais e mais para trás, caíram até que finalmente a fera de Nancy se dirigisse para a esquerda, correndo toda a velocidade através da folhagem estreita da floresta. Sua própria fera correu para trás, tropeçando em ramos invisíveis que arrasavam o chão. As árvores tão próximas que eram mais uma noite do que um dia, enquanto corriam em frente.
Sua besta passou, tentando chamar a atenção de Nancy para alertá-la de que ela não estava familiarizada com a área e desacelerar. Infelizmente, a loba de Nancy não poderia ter ouvido, já que correu ainda mais rápido pelas árvores. A besta de Shelly gemeu, seus sentidos diziam que não estavam avançando, nem mesmo em uma direção falqueadora, mas de volta e longe da festa de caça.
Que diabos ela está fazendo? Shelly se perguntou quando a besta de Nancy finalmente deixou sua visão. Agora, ela só podia seguir seu cheiro e esperava que ela a alcançasse logo. Ela se sentiria uma idiota com certeza se se perdesse em sua primeira incursão de caça. Agora, essa seria uma ótima maneira de mostrar que ela merecia sua lealdade. Não!
Sua loba concentrou todos os seus sentidos em não cair em sua bunda, atravessando os obstáculos que estavam por aí, enquanto continuava. Só agora, com esse surto de velocidade louco, aumentou a frequência cardíaca. Ela esperava que Grant não se preocupasse e percebesse que ela só estava correndo e não estava com problemas. Ela não queria que ele se preocupasse ou se distraísse com seus deveres porque estava tentando freneticamente manter-se com Nancy. Ela pensou que sentiu que sua batida cardíaca aumentava logo no início da caçada, mas ela entendeu sua preocupação com ela.
Ele era assim, sempre se preocupando com ela e era tão adorável que tinha decidido dar-lhe um deleite muito bom quando ela chegasse em casa. Depois de tomar banho, bem, talvez não, talvez no banho, se ele jogasse suas cartas.
Sua loba soltou um barulho alto quando atingiu um ramo baixo, chicoteando seu rosto e picando como uma cadela. Se estivesse em sua forma humana, amaldiçoaria como um pescador agora mesmo. Em vez disso, soltou um uivo mais longo e mais alto, chamando Nancy. No entanto, não havia som de retorno, nada para deixá-la saber que Nancy estava mesmo à frente dela, muito menos a ouviu. Estranho.
Suas grandes patas diminuíram, pela primeira vez desde que Cam e seus lobos haviam matado Dupont e seus homens, seu estômago apertado com medo. Algo não estava certo. Ela simplesmente não sabia o que diabos era.
O lobo marrom avermelhado de Grant pegou velocidade, suas patas cobrindo o chão rapidamente enquanto rastreava seu pai. O cheiro era forte e claro e ele conhecia cada centímetro desta terra com suas armadilhas e perigos. A besta cinzenta e escura de Sandy estava bem ao lado dele enquanto passavam pelo campo. Onde diabos o velho estava indo, e o que ele estava fazendo? Ele se perguntou uma e outra vez quando correram e cada vez que se aproximava de qualquer lugar.
Correndo livremente em sua terra natal lhe deu tempo de pensar e refletir sobre seu pai. Ele sabia que ele havia maltratado seu irmão terrivelmente, mas até agora, Grant imaginou que havia ignorado quão mal. Agora que viu o dano prejudicando a pele de sua mãe, percebeu que seu pai merecia cada último desprezo que Cam segurava para ele. Tristeza fazendo sua besta uivar com a perda de algo que ele já esperava. Um amor por seu pai.
Neste momento, tudo o que ele sentia era desgosto e raiva e esperava que o velho alfa não estivesse fazendo algo que forçasse seu filho a agir, ele não estava certo de poder. Por um momento fugaz, desejou que Cam estivesse a seu lado e não Sandy enquanto corria para caçar seu pai.
Um som reverberou no ar, um uivo de um lobo em perigo. Grant parou por um segundo, o uivo cheio de dor veio até eles e seu coração quase parou de bater, Shelly. Era a besta de Shelly que estava com problemas.
Sua besta uivou em resposta e saiu voando pelo chão a uma velocidade que Sandy lutou para combinar. O único pensamento de Grant: chegar à sua companheira e ajudá-la.
Shelly sentiu como se seus pulmões estourassem quando ela finalmente deixou os limites da floresta e se encontrou em uma pequena luz. Olhando ao redor, viu Nancy no outro lado, dando uma volta e, obviamente, desconfortável. A besta de Shelly cheirava o ar ao redor deles e assim ela pegou o cheiro de outro lobo, ela foi atropelada quando uma grande besta se lançou contra ela.
Com a cabeça sobre as patas ela rolou antes de ganhar o chão, girando para enfrentar o que era uma ameaça óbvia. Um imenso lobo escuro perseguiu-a e ela latiu para Nancy, pedindo ajuda. Ela sentiu, ao invés de ver, a recusa de Nancy.
Pavor a encheu enquanto ela enfrentava o lobo muito maior, Nancy armou para ela.
Puxando os lábios para trás, ela grunhiu antes de soltar um longo e alto uivo. O lobo diante dela correu, pegando velocidade e saltando alto no ar, atacando-a no chão e afundando os dentes em seu flanco traseiro. Ela não conseguiu evitar o uivo de dor que surgiu de sua garganta, arranhando com todas as forças para se libertar.
Ela teve sua parte das lutas em casa, mas nunca enfrentou uma besta tão grande quanto essa. Estava com problemas e sabia disso. O instinto de sobrevivência de loba trazendo-lhe uma força e velocidade que ela nunca achou capaz. Lutou contra o lobo maior, infligindo vários golpes longos ao lado, enquanto se afastava, circulando e procurando outro ponto de ataque.
A loba de Nancy agora andava de um lado para o outro, choramingando alto, mas Shelly não se deu conta, seu foco total na ameaça mortal frente a ela. O cheiro do lobo era familiar, mas em seu estado de autopreservação elevado não podia identificá-lo. Tudo o que sabia era que era maior do que ela, mais forte e muito mais mortal.
Ela se perguntou, por uma fração de segundo, se alguém tivesse ouvido seus uivos? Se assim fosse, talvez, talvez tenha a chance de sair desta com vida. Esse era o seu único objetivo, não morrer, porque se ela pensasse que sim Grant também faria. Isso era algo que ela não podia permitir, de jeito nenhum, não, dessa forma.
Então, ela balançou a cabeça, descobriu as presas e preparou-se para lutar até a morte.
Seu atacante se aproximou um pouco cauteloso agora, mas ainda sabia que tinha a vantagem. Ela rosnou antes de soltar um forte rugido de desafio e em vez de esperar por ele atacar, ela lutou contra ele. Correndo para frente e saltando alto para pousar nas suas costas. Suas garras afundaram profundamente quando a besta caiu, rolando para esmagá-la debaixo dela, seus dentes pendurados enquanto suas garras se separavam, empurrando com todas as suas forças para alavancar o grande lobo. Respire, ela precisava respirar, mas seu peso estava cortando completamente seu oxigênio. Assim quando ela sabia que desmaiaria, o peso foi tirado com força dela.
Sua besta ofegou forte, puxando o ar para os pulmões enquanto sacudia a cabeça e olhava em volta. O lobo que a atacou agora estava de frente para um lobo de ébano com patas brancas.
Ela se lembrou da festa de caça e lutou para pensar em quem era.
Blayne, o americano alto e sombrio que ela falou brevemente no dia anterior. Era quem era e agora estava lutando com o lobo em seu lugar.
Shelly procurou Nancy e a viu prestes a fugir. De jeito nenhum! A besta de Shelly correu, parando entre Nancy e sua rota de fuga para as árvores. Embora sua besta tenha alguns danos onde ela foi ferida, ficou firme, grunhindo viciosamente toda vez que Nancy tentava se mexer. A loba de Nancy se encolheu diante dela e, finalmente, pousou no chão com uma pose tão submissa quanto possível.
Quando a traidora ficou quieta, a loba de Shelly não conseguiu resistir a bater-lhe com a pata, as garras para fora arranhando o rosto. A raiva que ela sentiu por essa loba cresceu no segundo momento e ela lutou para segurar seu animal sob controle. Tudo o que queria era afundar os dentes no fundo da garganta de Nancy.
Um apego de dor chamou sua atenção para a luta em curso e sua atenção agora estava completamente em cima dos dois lobos do sexo masculino. Seu atacante estava mancando, choramingando e deitado, enquanto o outro, Blayne, o perseguiu. Enquanto o outro lobo colapsou no chão, ela observou como a besta de Blayne relaxou, entrando para cheirar o outro. Assim quando a guarda da besta de Blayne relaxou, o outro surgiu por baixo dele, seus grandes maxilares se abriram para apertar firmemente Blayne no ponto macio do lado de baixo onde a garganta se encontrava entre suas patas dianteiras. As outras garras do lobo afundaram profundamente no baixo ventre de Blayne, fazendo com que ele uivasse em agonia.
Shelly deu um passo em direção a eles, pronta para ajudar Blayne quando uma raia de peles a atravessou. Levou dois segundos para reconhecer a besta de Grant enquanto separava os lobos enredados, batendo a besta de Blayne livre antes de girar rapidamente para encarar aquele que a atacava.
Em um momento entorpecente, ela percebeu quem era. Lachlan. Por que diabos ele a atacaria? Ele não sabia que se ela morresse então, assim seu filho também? Merda, e agora Grant enfrentava seu pai no que ela sabia que seria uma batalha sangrenta. Sua besta gemeu, dando um passo em frente, assim como a besta de Sandy a cutucou, parando-a e mantendo-a no lugar.
Se não tivesse se machucado, teria se transformado e gritado com os dois lobos para parar. No entanto, ficou ferida e o sangue ainda estava fluindo livremente de vários lugares do corpo dela, sua pele lisa com a substância vermelha escura. O nariz de Sandy estava, naquele momento, cheirando e avaliando suas feridas. Ela tentou empurrá-lo para longe, mas um grunhido baixo dele a manteve no lugar.
Agora seus olhos estavam trancados em seu companheiro e seu pai, grandes, fortes e irritados. Ela podia sentir o ódio e a aversão de Grant ao rodear a fera de seu pai. Os grunhidos que deixaram sua garganta alto e ameaçador, mas seu pai não percebeu, grunhindo de volta. Shelly sabia que isso acabaria apenas com a morte de um deles e seu coração acelerou com o mero pensamento de perder o companheiro.
Cutucou a besta de Sandy de forma agressiva, deixando-o saber que, se necessário, ele não impediria que ajudasse seu companheiro. Ela não ficou surpresa quando Sandy respondeu com um rosnado, mas ela não tomou atenção. Nada na terra verde da deusa a deteria se seu companheiro precisasse dela. Absolutamente nada, nem mesmo um enorme beta bloqueando seu caminho.
Naquele momento, a besta de Blayne estava se afastando do caminho, seus ferimentos pareciam bastante severos para ela, mas se ele permanecesse lobo, então deveria começar a curar. Não havia nada que nenhum deles pudesse fazer naquele momento para seu salvador, enquanto os animais de Grant e Lachlan entraram em confronto diante deles.
Os dentes e as garras morderam, arrancaram e rasgaram o outro enquanto olhavam. O rosnado de Sandy refletindo o seu próprio quando o alfa lutava contra seu pai. O som de seus grunhidos pareceram alto na clareira enquanto tentava avançar. Sandy a deteve cada vez, a sua frustração e de sua fera cresceram ao serem mantidas de seu companheiro.
Quando os dentes de Lachlan afundaram no ombro dianteiro de Grant, ela ofegou, e foi nesse ponto que o resto da caça se juntou a eles. Ela ignorou os grunhidos e os atritos que eles fizeram quando viram a luta ante eles. Sua atenção apenas sobre a sobrevivência de seu companheiro.
Em seguida, eles lutaram, ambos feridos com sangue derramando de várias feridas viciosas. Então Lachlan tirou o truque que ele jogou antes, choramingando, mancando e caindo no chão. Quando sua própria casca de aviso entrou em erupção, ela ouviu Blayne também gritar um alerta.
No entanto, pareceu que Grant tinha visto esse truque antes e ele ficou grunhindo enquanto a pata da frente agarrava a sujeira. Lachlan ficou para baixo, momentos que passaram até que ela pensou que ele estava mortalmente ferido. Grant deu um passo à frente e o velho lobo saltou com os maxilares largos e mortais.
Shelly uivou, mas Grant foi muito mais rápido, esquivando-se do caminho e atacando. Seu animal afundou os dentes no adversário, o sangue brotando no ar quando ele cortou uma artéria. O primeiro alfa caiu sob Grant, um suave gemido escapando da garganta antes de morrer.
A besta de Grant recuou seus sentidos obviamente lhe disseram que o lobo estava morto, mas ainda cauteloso, ofegante enquanto Shelly empurrou Sandy para fora do caminho. Desta vez, o beta permitiu sua passagem e ela se dirigiu para o companheiro, acariciando seu pelo e choramingando. Seu companheiro finalmente acariciou suas costas enquanto a voz de Johnny soava atrás deles.
— O que diabos? — Sua voz cheia de raiva e irritação enquanto olhava para Nancy. — Mude agora. — Ele ordenou quando a besta de Nancy deslizou pelo chão.
A voz de Sandy juntou-se a Johnny, seu tom duro como aço.
— Faça como ele diz.
Shelly estava ciente de que a loba se transformava, mas sua atenção estava em Grant. O nariz encontrando, e lambendo, cada uma de suas feridas. A preocupação encheu sua alma enquanto tentava contá-las, mas falhou.
— O que diabos você estava fazendo? — Sandy cuspiu e ela notou que ele segurava o braço de Nancy em um aperto semelhante a um vício.
— Desculpe! — Ela lamentou quando Sandy a forçou a cair sobre os joelhos.
— Você me dirá como isso aconteceu e você me dirá agora ou eu vou puni-la imediatamente.
— Foi ideia de Lachlan! — Ela gritou, com terror em sua voz. — Ele disse que Shelly não deveria estar aqui. Disse que era tudo bobagem sobre os dois corações e que o alfa precisava de uma escocesa ao seu lado. Se eu o ajudasse, ele faria...
Quando ela se afastou, Sandy balançou a cabeça.
— Ele disse que conseguiria que Grant se encaixasse com você. Não foi?
Nancy olhou para cima, lágrimas riscando seu rosto enquanto corava furiosamente, e ela assentiu uma vez com a cabeça. Sandy suspirou pesadamente.
— Você é idiota! Grant teria morrido se Lachlan a tivesse matado. O que Lachlan queria era ser alfa novamente e se Grant fosse embora, a matilha teria pedido que ele assumisse o controle. Tenho certeza de que ele planejou nos dizer o que ele faria, “até que a matilha se assentasse, ” mas uma vez que o babaca estivesse no lugar novamente, não sairia. Você não tem ideia do que poderia ter acontecido. Quero te bater, Nancy! A primeira vez na minha vida, eu nunca quis prejudicar uma mulher e é uma das minhas melhores amigas.
A voz de Nancy estava cheia de tristeza, mas ainda havia um toque de desafio quando ela olhou para o beta.
— Desculpe Sandy, pensei que estava fazendo isso pelo bem da matilha.
Se Shelly não estivesse ferida, ela teria se transformado e espancado sua suposta amiga. Seu animal resmungou de raiva e a cabeça de Nancy se virou um olhar sujo no rosto.
— Você não deveria estar aqui! — Nancy gritou e Sandy fez algo com o qual Shelly não estava preparada.
Sua mão bateu em Nancy e ela caiu deitada na sujeira com sangue escorrendo de sua boca enquanto Sandy olhava para ela.
— Eu não tenho ideia do que Grant fará com você, mas se fosse deixada para mim, deixaria Shelly rasgá-la em pedaços, aqui e agora.
O rosto de Nancy ficou cheio de choque enquanto sacudia a cabeça.
— Sandy! Nós somos amigos. Nós fomos amigos desde que éramos filhotes. Como você poderia tomar o seu lado?
— Porque ela é a verdadeira companheira do nosso alfa e ela tem minha lealdade. Você, você já não é amiga minha. — Sandy rosnou para Nancy. — Você, Nancy, agora é minha inimiga e inimiga da matilha.
— Não! — Nancy uivou enquanto Sandy balançava a cabeça.
— Sim. — Disse ele antes de se voltar para Johnny. — Observe-a.
Johnny deu um passo à frente, ficando de guarda sobre Nancy enquanto Sandy se aproximava dela e Grant.
— Alfa, você pode chegar em casa?
A besta de Grant bufou quando Shelly lambeu o focinho.
— Ok. — Sandy assentiu. — Todos iremos para o acampamento e depois poderemos decidir o que fazer com ela. — Sandy fez um gesto em direção a Nancy que estava solta no chão.
Capítulo nove
— Você tem certeza de que está bem? — Grant perguntou, tentando e falhando, manter a preocupação fora da sua voz quando olhou para o corpo de Shelly. Seus dedos seguiam as suaves áreas vermelhas que deixavam sua pele ainda não cicatrizada.
— Eu? — Shelly bufou. — É com você que estou preocupada. Suas feridas foram muito piores do que as minhas.
— Estou bem. — Grant encolheu os ombros. — Uma vez que eu me transformar novamente por algumas horas, estarei como novo.
— Você tem certeza? — Ela cutucou, não gostando da maneira como ele estava mancando.
— Sim. — Grant olhou forte para ela. — Nós podemos dar uma corrida, não, risque isso. Teremos um passeio agradável pela floresta mais tarde.
— Ok. — Shelly assentiu antes de franzir o cenho para ele. — Como está sua mãe?
Grant suspirou pesadamente, o peso de dar a notícia para sua mãe ainda estava sobre ele.
— Ela está bem, eu acho, mas foda, isso foi difícil. Quantos filhos contam à mãe deles que eles acabaram de matar seu pai?
— Eu sei baby. — Os dedos de Shelly acariciaram seu rosto, fazendo com que sua pele tremulasse. — Acho que ela estava um pouco aliviada. Bem, essa foi a sensação dela que eu entendi.
— Eu acho que você pode estar certa. — Grant estremeceu, arrepio e agitação atravessando seu corpo inteiro. — Fico feliz que adiem o julgamento de Nancy até hoje. Nós dois precisamos do tempo e da recuperação, mo runsa.
— Eu não estou ansiosa por isso. — Shelly franziu o cenho. — Pensei que essa cadela estava sendo amigável, falar comigo para ficar com ela e partir para derrubar um veado parecia um bom plano. Todo o tempo ela estava me levando para Lachlan. Não consigo pensar em nenhuma desculpa para isso.
— Não. — Os dentes de Grant se juntaram com raiva. — Odeio admitir isso, mas quando Sandy a atingiu senti vontade de uivar em alegria e isso me faz pensar que tipo de homem eu sou. Nunca acertei uma mulher na minha vida, mas vê-lo fazer isso me deixou feliz.
— Grant, isso é compreensível. Eu queria atacá-la. Não apenas por me levar a Lachlan, mas por Blayne se machucar e depois você. Oh inferno, acho que se não tivessem tido tantas testemunhas eu faria.
Grant sorriu, seus braços se abriram para aproximá-la.
— Minha moça descarada, eu sei como você se sentiu, mas fico feliz que não fizemos. O bom alfa deve ser justo em todos os julgamentos e agir contra ela puramente por meio da raiva não é como devemos agir.
— Foi o que eu pensei. — Shelly disse pesarosamente. — Mas seria bom vê-la sofrer.
— Ela sofrerá. — Disse Grant friamente. — Apenas não dessa maneira. Venha, tenho certeza de que ela está esperando lá embaixo com Sandy.
Shelly assentiu, deixando-o pegar sua mão e levá-la para baixo. Ele estava certo. Sandy ficou de guarda enquanto Nancy estava sentada no meio de um dos sofás, seus pais de cada lado dela e Agnes pairando, obviamente nervosa. Grant acenou com a cabeça para Sandy, que parecia tão sombrio quanto o tinha visto. Seu corpo estava tenso e desagrado em seu rosto enquanto olhava para Nancy.
Grant levou Shelly para ficar na frente da lareira, seus olhos procurando os de Nancy. A aparência dela era uma mistura de muitas emoções: tristeza, medo, e ainda vislumbrou o mesmo desafio que tinha visto ontem. Isso só fez sua mente.
— Bom dia. — Ele disse ao Sr. e Sra. McRoberts, ambos pareciam terrificados.
O rosto do Sr. McRoberts era branco enquanto falava.
— Alfa, eu gostaria de dizer algumas palavras. Se me é permitido?
— Provavelmente não fará diferença, mas você pode. — Disse Grant em tom curioso.
— Nancy sabe que ela está errada. Ela lamenta, lamento muito, mas estou pedindo indulgência, alfa. Lachlan se aproveitou dela...
Grant levantou sua mão para detê-lo.
— Suficiente. Desculpe, mas Nancy nunca foi aproveitada em sua vida. Ela é inteligente, não idiota, e sabia exatamente o que estava fazendo. Ela conspirou com meu pai para se livrar da minha companheira. Claro e simples.
Shelly deu um passo à frente, seus olhos ardendo de raiva.
— E não era tão claro ou simples porque, Sr. McRoberts, se Lachlan tivesse conseguido me matar, então seu alfa, Grant, meu companheiro, teria morrido também. Ela não gostar de mim é uma coisa, mas colocar meu companheiro em perigo é outra completamente diferente.
Ele sentiu sua raiva crescer, então Grant deu um passo adiante para envolver um braço ao redor da cintura, puxando-a para o lado dele enquanto olhava para Nancy.
— Eu posso ver isso. Ainda assim, posso ver em seus olhos, Nancy, essa raia desafiadora que faz você pensar que estava fazendo o que é certo.
— Eu estava! Lachlan disse que esses dois corações eram inofensivos e...
Grant grunhiu com desgosto, seus lábios quase rangendo enquanto ele a cortava.
— Você é uma loba sortuda. O que você fez é a pior traição imaginável de uma matilha e por direito você pode ser condenada à morte.
Ele parou quando a Sra. McRoberts começou a soluçar, lágrimas gordas que escorreram pelo rosto. Agnes pegou uma caixa de tecidos e entregou-os para ela enquanto Grant continuava.
— No entanto, decidi não agir com raiva, mas você não é mais bem-vinda aqui. Se você for pega na terra de minha matilha novamente, será tratada de forma mortal. Entende? Você deve sair desta cabana e Sandy lhe dará uma hora para embalar o que quer levar com você. Então, Nancy, você está banida. E nunca mais quero ver ou ouvir de você. Vá agora antes que eu mude de ideia.
O Sr. McRoberts ficou de pé, seu rosto cinza.
— Obrigado, alfa.
Grant estava prestes a responder quando Nancy se pôs de pé. Raiva e fúria escorrendo de todos os poros enquanto ela gritava:
— Não o agradeça! Ele está me mandando para longe, Da! Como eu sobreviverei sem uma matilha? Eu não posso fazer isso! Não posso!
— Esse é o seu problema. Vá para uma cidade, arranje um emprego, faça o que os humanos fazem todos os dias de suas vidas. Apenas não faça isso aqui.
Grant virou as costas para ela, a rejeição final quando ele ordenou severamente:
— Sandy tire-a daqui.
— Meu prazer. — Disse Sandy, a repugnância em sua voz estava clara para todos eles ouvirem.
— Sandy! — Nancy implorou. — Por favor, você sabe que não posso viver em uma cidade!
— Pelo menos você consegue viver. — Disse Sandy com dureza. — Se fosse comigo, você não faria.
Nancy ofegou quando foi levada pela força da cabana, seus pais seguindo atrás dela.
— Sr. e a Sra. McRoberts, só assim estamos claros. Vocês não precisam sair, não estou banindo vocês, apenas Nancy.
— Não tenho certeza de que podemos deixá-la ir sozinha, Grant. — Disse o Sr. McRoberts com tristeza.
Grant inclinou a cabeça.
— Entendo, mas quero que vocês saibam que são bem-vindos aqui a qualquer momento.
— Obrigado. — O lobo mais velho murmurou quando saiu, seu corpo caindo como se carregasse o peso do mundo nas costas. Sua companheira ainda soluçava nos lenços que segurava em suas mãos.
O silêncio se estendeu por alguns momentos antes de Agnes quebrá-lo.
— Você foi muito justo com ela, filho. Fico feliz em ver que você não está seguindo os passos do seu pai. Ele não teria pensado duas vezes em matá-la. De fato. — O tom de Agnes mudou para um cheio de tristeza. — Ele provavelmente a mataria depois que lidasse com Shelly. Garota estúpida. Ele nunca teria deixado testemunhas de suas ações.
— É verdade, mãe. — Grant concordou, sabendo exatamente o que o pai planejou.
— Estou feliz que tenha terminado. — Shelly murmurou, agarrando-se ao braço de Grant. — Espero que ninguém mais me odeie.
— Eles não te odeiam. — Grant assegurou-lhe. — Sandy falou com toda matilha e todos pensam que você administrou bem ontem. Contê-lo o suficiente até a ajuda chegar é apenas milagroso, mo runsa, milagroso.
— Eu tive que fazer. — Shelly olhou para ele através de seus cílios. — Não poderia deixar você morrer. Eu faria qualquer coisa que evitasse isso, qualquer coisa.
Grant a abraçou respirou profundamente para inalar seu aroma. O cheiro que o deixava com desejo e amor.
— Você é o presente da Deusa, Shelly. Prometo que farei tudo o que estiver ao meu alcance para fazer você feliz. Eu te amo, muito mais do que essas palavras podem lhe dizer. Minha bonita garota, minha companheira, meu coração.
Shelly inclinou o rosto para cima, seus lábios alcançando o dele quando uma lágrima caiu de seus olhos.
— Eu também te amo, meu Highlander alfa.
Epilogo
Quando Grant deixou sua cabana, viu Shelly correndo atrás de Bridley e Callie. As suas pequenas pernas correndo para fugir enquanto seus pais, Blayne e Flora observavam com sorrisos em seus rostos. Shelly finalmente conseguiu pegar Callie, gritando:
— Peguei você. — Antes que ela o visse observando e abrindo caminho.
Os anciãos o haviam atualizado sobre o que descobriram sobre o par acoplado que a Deusa abençoou. Infelizmente, não era muita informação. A maioria dos diários antigos estava tão esfarrapado e desgastado que era quase impossível de ler. No entanto, eram todos de opinião que este par especial, aliás Shelly e ele, estava destinado a trazer prosperidade e boa sorte a toda a matilha.
Grant agradeceu e pediu-lhes para continuar a ver se poderiam encontrar qualquer outra coisa. Especialmente agora, o que com a condição de sua companheira, ele precisava reunir toda e qualquer informação que pudesse. Brenna agarrou sua mão, piscando conspiradoramente.
— Ela ficará bem. — Disse a velha, sorrindo para ele.
— É melhor ficar. — Grant sussurrou de volta.
Depois que eles foram embora, ficou sentado pensando por um momento ou dois, pensando em o que seu beta, Sandy, havia dito quando primeiro contou sobre o seu emparelhamento exclusivo. Balançando a cabeça, ele ficou de pé.
— Não pode ser tão assustador. —Murmurou para si mesmo, procurando por Shelly. — A Deusa não seria tão cruel. — Disse ele em voz alta enquanto estava em busca de sua companheira.
Observando-a brincando com as crianças, sorriu, descendo e agarrando-a, abraçando-a e sussurrando no ouvido:
— Você está bem? Certo, você deveria estar fazendo tudo isso correndo?
Shelly riu antes de responder:
— Estou bem. Quieto, pensei que não estávamos contando a ninguém ainda?
— Nós não estamos. — Ele sorriu. — Mesmo que esteja me matando manter isso para nós mesmos.
— Manter o quê? — Blayne perguntou, ouvindo-os claramente.
— Nada. — Ambos responderam antes de explodir rindo.
— Oh meu bom sofrimento! — A mão de Flora voou para a boca enquanto ela corria. — Você está. Não está?
Shelly perfurou o braço de Grant.
— Boca indiscreta.
— O quê? — Os olhos de Grant se arregalaram em inocência simulada.
— Se você não tivesse dito nada, Flora não teria adivinhado, você sabe o que.
— Quanto tempo? — Flora sondou seu rosto brilhando de felicidade.
— Não tem muito tempo, apenas chegando até três meses. — Shelly sussurrou, olhando para ver se alguém estava perto.
— Por que você está mantendo isso? — Perguntou Blayne, um pouco de carranca no rosto. — Eu sei quando era Flora, queria gritar isso das vigas assim que eu sabia.
— Eu também. — Grant sorriu, olhando para Shelly. — Mas ela pensa que devemos mantê-lo quieto até que ela esteja um pouco mais adiantada.
— Bem, isso está fora da janela agora, não é? — Shelly beliscou seu lado com zomba irritante.
— Estou tão feliz por vocês dois. — Flora sorriu. — Se você precisar de algo, bem, qualquer coisa, apenas me dê um grito.
— Eu vou, obrigada, Flora. — Shelly sorriu para a mulher que agora era como sua segunda melhor amiga. Tina sempre seria sua melhor amiga e, os milhares de quilômetros de distância, não mudou isso.
— Esta é uma boa notícia. — Flora continuou, sua excitação fazendo seu rosto corar. — Você se instalou tão bem nos últimos meses, é como se estivesse aqui há anos. Agora, oi, estou ficando emocional. Falar de bebês faz isso comigo sempre.
Blayne puxou sua pequena figura, rindo para a companheira.
— Ela está certa. Ela faz todos os gagas sempre. Posso ter que dar a ela outro filhote próprio para mantê-la feliz.
— Realmente? — Perguntou Flora, seus olhos fechados em Blayne. — Eu pensei que você disse que dois eram suficientes?
— Inferno, dois, três, qual é a diferença? Se você quer outro pequeno, então eu estou bem com isso.
Shelly riu quando Flora assentiu vigorosamente.
— Sim, por favor.
— Bem-humorado então. — Blayne olhou para Grant e Shelly. — Quer nos ajudar?
Grant pareceu chocado.
— Desculpe-me?
Flora ficou tão chocada quando olhou para o companheiro. Blayne levantou uma sobrancelha.
— Agora, agora, pessoal. Quis dizer, vocês dois assistirão esses dois. — Ele fez um gesto sobre o ombro para as crianças ainda correndo.
— Então nós dois poderemos ter algum tempo sozinhos.
Shelly riu, balançando a cabeça quando Grant bufou.
— Oh. Entendo. Sim, claro, vá embora. Não demore muito. Não quero que Shelly exagere nas coisas.
Flora corou enquanto Blayne já começava a afastá-la, gritando:
— Crianças, vocês ficam com Shelly agora mesmo. Mamãe tem alguns recados para fazer.
— Recados? — Grant riu. — Isso é o que ele chama? Recados?
O braço de Shelly serpenteava em volta de sua cintura, puxando-o para mais perto.
— Você não quer que ele grite “ei, crianças, vamos nos divertir um pouco, fiquem aqui”, quer?
— Não. — Grant beijou o topo de sua cabeça. — Eu acho que não. Mas vamos levá-los e colocaremos um filme para que vejam. Você já fez bastante correndo por hoje e não quero que fique muito cansada.
— Por quê? Estou grávida, não estou doente. — Ela respondeu, obviamente irritada. — Eu não estou deixando você me embrulhar em algodão. Então não tente, espertinho.
— Eu não quis dizer isso. — Grant sussurrou em seu ouvido, sua língua rapidamente pulando para lamber seu pescoço. — Eu quis dizer que tenho meus próprios planos para você mais tarde.
— Aaah. — Shelly se contorceu, então sua boca estava sobre a dela, beijando-o por um momento antes de soltar os lábios. — Agora isso soa como um plano.
— Estou satisfeito por você concordar. Agora...
Grant parou quando o telefone tocou, pegando-o do bolso e vendo o nome de Mac.
— É Mac. — Disse ele antes de responder. — Olá, Mac, o que há?
— Grant. — A voz de Mac soou estranha e Grant esperou, esperando que tudo estivesse bem. — Grant, preciso de sua ajuda, seu conselho. Algo está acontecendo comigo e, sinos do inferno, não tenho ideia do que fazer.
— Ok, acalme-se. — Grant fez um gesto para que Shelly continuasse com as crianças. — Diga-me qual é o problema e verei se posso ajudar.
Mac suspirou um ruído prolongado que disse a Grant que seu amigo realmente precisava de sua ajuda.
— Fale comigo, Mac. Não posso ajudar se não souber o que há de errado.
— Não tenho certeza se posso dizer o caminho certo. Mas não quero falar com ninguém aqui. Não tenho certeza de que quero saber. Inferno, não tenho certeza de nada, Grant. Eu realmente espero que você possa me ajudar.
Grant apertou o telefone mais perto de sua orelha.
— Farei o meu melhor, meu amigo.
Shelly arrebanhou as crianças, não era nenhuma façanha quando eles ainda pensavam que o jogo de pegar estava sendo jogado, mas ela finalmente conseguiu que fossem para dentro. Ao levá-los para a cabana, ouviu Grant e ele parecia preocupado.
— O que há com o Mac? — Pensou enquanto dizia às crianças para entrar e escolher um filme para assistir.
De pé na varanda esperando, preocupada com Mac enquanto Grant continuava, sua voz baixando para quase um sussurro. Passaram dez minutos antes de desligar.
— O que está acontecendo? Está tudo bem? Tina está bem?
— Sim. — Grant assentiu. — Tina está bem, mas tenho medo de não poder dizer mais nada. Mac está tendo um enorme dilema e prometi que não diria nada. Para ninguém.
— Oh. — Shelly sempre respeitou a honestidade de Grant e quando ele disse que não falaria então não falaria. — Se posso ajudar, deixe-me saber, baby. Você sabe que me importo com ele também.
— Eu sei disso. — Grant concordou, segurando sua mão enquanto entravam. — Mas isso é uma coisa enorme para ele, pessoalmente, quero dizer. É algo que terá que lidar com ele mesmo e se, ou quando for resolvido, então vou contar tudo sobre isso. OK?
— Eu suponho. — Shelly não tinha outra opção senão deixá-lo ir, mesmo que agora estivesse preocupada com Mac.
— Agora, porque não fazemos alguma prática com as crianças. - Grant sorriu como um estudante. — Estou pensando pelo menos quatro, possivelmente mais. O que você acha?
— Quatro? — Shelly ofegou quando acariciou sua barriga. — Como em bebês? Quatro? Droga, não tenho certeza. Acho que só teremos de ver como estamos com esse pequeno primeiro.
— Eu acho que sim. — Grant aproximou o corpo dela no dele. — Você me deu tudo o que eu poderia desejar, e depois um pouco mais. Eu adoro você, mo runsa.
— Pressão. — Shelly alcançou, ajustando uma de suas orelhas. — Eu sou a mulher mais feliz viva e este é apenas o começo, baby, temos uma eternidade à nossa frente.
— Sim. — Grant riu. — Nós certamente temos.
Seus lábios se encontraram com os dela em um beijo apaixonado que queimava profundamente dentro de sua alma. Segurando-a mais perto, ele estava tentado a levá-la e carregá-la no andar de cima para mostrar-lhe o quanto ele a amava. A medida que seu ardor se elevava, ele moveu um braço para baixo para segurar seu traseiro em prontidão exatamente para isso. Então um balde de água fria foi jogado sobre ambos.
Não literalmente, figurativamente, como a voz desagradada de Bridley que interrompeu.
— Eca! Isso é nojento.
Grant puxou os lábios dos dela e ambos começaram a rir.
— Mais tarde, mo runsa, mais tarde.
— Eu cobrarei isso, alfa. — Shelly deu um tapa em seu traseiro enquanto eles se dirigiam para lidar com os dois filhos que ficaram encarregados de cuidar. Seus corações batendo um pouco mais devagar quando se sentaram de mãos dadas e alcançaram o controle remoto. Corpos tão próximos que nada poderia separá-los. Assim como deveria ser, juntos em sua casa com todo o futuro à frente deles.
A. K. Michaels
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