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Will Griffin, Policial Rodoviário, melhor amigo do ex-marido de Jane, manteve distância desde que Jane e seu ex se divorciaram, principalmente pela culpa porque não fez mais para ajuda-la quando seu ex a deixou. Mas agora ele vê que Jane está dedicando todo o seu tempo para ser um pai, e acha que ela precisa sair e se divertir um pouco. Ele acha que é o cara que pode mostrar-lhe o caminho.
Jane Kline, Professora do Ensino Médio, divorciada após seu ex-marido e viciado em drogas abandonar ela e seus dois filhos pequenos, dedicou-se às necessidades de seus filhos nos últimos anos. Tentar conciliar trabalho e família e fazer face às despesas é tudo o que ela pode suportar, até que Will Griffin retorna para sua vida e lhe diz que é hora de cuidar de suas próprias necessidades novamente.
Apesar das cinco ou seis crianças se arrastando atrás dela, Will Griffin notou a mulher. Como não iria? As longas pernas chamaram sua atenção o tempo todo, e eram espetaculares.
Essa mulher tinha o cabelo escuro puxado para trás em algum tipo de rabo-de-cavalo bagunçado, um chapéu de palha da cor do arco-íris, e estava coberta pela saída de praia mais feia que já tinha visto.
Não é o típico corpo que você vê passar pelo vidro da academia comunitária de Hope.
Talvez seja por isso que ela capturou seu olhar. As crianças gritando de alegria enquanto caminhavam para a piscina poderiam ter sido os únicos que chamaram sua atenção a princípio, mas sua líder, com suas pernas sensuais espiando por baixo daquela saída-de-praia-feia-como-o-inferno, manteve sua atenção depois disso.
Além disso, ele tinha certeza de que a conhecia. Seu chapéu de palha estava puxado para baixo apenas o suficiente, e ela ficava virando sua cabeça para longe do vidro para que ele não pudesse ver seu rosto.
Ela estava fazendo isso deliberadamente?
Ele ainda não tinha começado seu treino, então se desviou da área da academia para onde estava indo e foi direto para a piscina.
Ele foi até o vestiário masculino e agarrou uma toalha.
— Você vai dar algumas voltas, Will?
Ele parou e se virou para olhar seu amigo, o oficial da polícia de Hope, Luke McCormack.
— Ei, Luke. Saiu tarde hoje?
— Sim. Nós tivemos um acidente na escola de Ensino Médio depois do jogo de basquete. Com ferimentos. Levou um tempo limpar aquilo.
Will fez uma careta. — Todo mundo está bem?
— Sim. Os ferimentos foram pequenos, mas me deixou tenso, então pensei em treinar um pouco. Vai nadar?
Seguir uma mulher com crianças provavelmente não foi uma boa ideia. — Na verdade, pensei ter visto alguém que conheço.
Luke sorriu. — Agora que você vai ficar fora a noite, provavelmente vai ver muitas pessoas que conhece.
— Você está certo. Você está indo para a sala de musculação?
— Sim.
Seu olhar permanecia na porta da piscina. — Eu o encontrarei nas esteiras.
— Certo. Até mais tarde.
Depois que Luke saiu, Will abriu a porta para a área da piscina e foi imediatamente atingido pelo cheiro forte de cloro. Os gritos das crianças ecoavam ao longo, enquanto crianças espirravam e brinacavam na parte rasa, enquanto os adultos davam voltas.
Ele procurou pela mulher de chapéu de palha, mas não a viu. Ah, bem, provavelmente era melhor que não agisse como um acossador de qualquer maneira. Ele fechou a porta e se dirigiu para a sala de musculação.
Jane Kline percebeu que não tinha pensado cuidadosamente nessa ideia. Quando ela originalmente concordou em assumir um trabalho de meio período como monitora da creche na academia do Centro Comunitário, pensou que se esconderia na sala da creche enquanto o restante dos corpos duros conseguia seu tanquinho nas áreas de treinamento. Ela poderia brincar com as crianças e fazer algum dinheiro extra que precisava desesperadamente.
O que ela não contava era com o gerente pedindo para que tomasse conta de algumas crianças na natação, o que significava que teria que caminhar pelo corredor em direção a piscina, e isso significava caminhar bem em frente da parede de vidro que a separava dos ditos corpos duros bufando nas bicicletas e esteiras enquanto levava cinco crianças de seis anos, e cerca de quatro quilos de excesso de peso que queria perder. Mas entre o divorcio, ensinar durante o dia, e lidar com seus próprios filhos pela noite, simplesmente não pareceu haver tempo suficiente para dieta e exercício.
Alguém poderia pensar que o estresse pós-traumático após o divorcio nos últimos dois anos teria causado o excesso de peso, mas tudo o que ela fez foi desejar biscoitos, rosquinhas, e chocolate. Oh, e pizza. Ela realmente gostava de pizza. Assim como seus filhos, e uma vez que eles estavam atualmente sem um pai, como poderia negar-lhes pizza?
Mas não tinha como evitar a parede de vidro da vergonha, por isso ela pegou as crianças por quem era responsável, incluindo Tabitha, sua filha de cinco anos de idade, prontas para a piscina. Ela se trocou no quarto dos fundos da creche, em seguida vestiu sua não completamente branca e furada saída de praia por cima de seu maiô e colocou o chapéu de sol de palha sobre seu cabelo, que estava um desastre e ligeiramente inclinado para um lado. Mas ei, funcionou. Ela puxou a borda para baixo. Esperando que nenhum dos moradores de sua pequena cidade em Oklahoma a notasse.
Não teve sorte. Eles não andaram nem seis metros.
— Jane. Eu não sabia que você estava trabalhando aqui.
— Oi, Jane. É um prazer vê-la. Você está aqui para trabalhar?
— Oh, Jane. Você está indo para a piscina para nadar? — O último perguntou com um olhar rápido na direção de suas coxas, que sem dúvida ganhou muito de seu peso por causa da pizza.
Ela saudou a todos com um rápido sorriso e disse a eles que estava trabalhando e, oh nossa, ela tinha que monitorar as crianças. Então se apressou, recusando-se até olhar para sua esquerda onde o zumbido dos exercícios a envergonhava.
— Mamãe, você parece engraçada com esse chapéu.
— Obrigada, Tabby, — ela disse com um sorriso fixo enquanto caminhavam, chamando a atenção para si enquanto as crianças tagarelavam ruidosamente.
Talvez quando ela tivesse algum tempo livre, faria uso de um dos benefícios de trabalhar no centro, ou seja, a associação gratuita na academia.
Certo. Tempo livre. O que era isso? Ela há muito tempo perdeu qualquer compreensão da palavra “livre”. Mas o que fosse preciso para manter o teto sobre as cabeças de seus filhos valia a pena, então ela continuou a conversa com as crianças e as levou para a piscina, retirou o chapéu, e a saída de praia, recusando-se a notar suas celulites enquanto entrava na água, com seis crianças de cinco anos gritando como balas de canhão ao redor dela.
Ainda bem que ela não tinha um penteado, uma vez que estaria imediatamente encharcada. Ela tirou o cabelo fora do rosto.
— Certo, crianças, — ela disse, contando seus pupilos para que pudesse acompanhá-los. — Lembrem-se, nós temos que ficar na parte rasa.
As crianças nadaram e jogaram e queimaram o excesso de energia que tinha deixado todo mundo louco na pequena sala que eles usam para creche na academia do Centro. Depois de mais ou menos trinta minutos, Jane os reuniu, os secou, e os levou para a sala da creche, sua saída grudada no seu maiô molhado enquanto ela foi novamente forçada a passar pela parede de vidro. Só que dessa vez ela não pôde deixar de dar uma rápida olhada.
Ugh. O lugar estava cheio de corpos suados, firmes, muitos dos quais ela reconheceu.
Infelizmente, enquanto ela estava olhando na direção da parede de vidro, não estava prestando atenção para onde estava indo, o que a enviou para colidir com o tórax de um dos clientes do ginásio.
— Ufa. Desculpe.
Ela ouviu uma profunda risada masculina, e braços fortes dispararam para firmá-la, dando-lhe um breve vislumbre de bíceps muito definidos.
— Você está bem?
Ela manteve um olho aberto em torno dele para ver todas as crianças correrem de volta para a sala da creche. — Eu estou bem. Desculpe novamente. — Ela estava prestes a sair correndo quando ele disse o nome dela.
— Jane?
Ela ergueu o olhar e foi atingida por um olhar cor-whisky-de-molhar-calcinhas, cabelo escuro cortado rente, uma mandíbula forte e um sorriso que ela conhecia muito bem, embora não tenha visto Will Griffin por um tempo. Ele trabalha a noite patrulhando a estrada, e ela trabalha de dia, o que significava que não se viam muitas vezes. E isso lhe convinha muito bem, desde que ele era o melhor amigo de seu ex-marido, e visto que ele se lembra de coisas que ela realmente não queria ser lembrada.
Como homens bonitos. E levar um fora.
— Oh. Will. Uau, já faz um tempo. Gostaria de poder sair e conversar, mas tenho crianças que preciso cuidar, então não posso. Foi um prazer vê-lo novamente.
Ela começou a se afastar, mas ele agarrou seu pulso. — Espere. O que você está fazendo aqui?
— Oh, uh, estou trabalhando aqui na creche do Centro.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Um novo trabalho? Você ainda está ensinando, não é?
— Sim. Ainda faço isso, também. Preciso correr. Até mais.
Ou, até nunca. Espero. Ela parecia com um cão basset molhado, enquanto Will sempre tinha sido quente. E bem desenvolvido. E tão sensual quanto qualquer homem que ela já tinha conhecido.
É claro que uma vez ela pensou que Vic era quente e sexy, e olha o que ganhou. Divorciada, com duas crianças, uma hipoteca, e falida.
Nunca mais deixaria um corpo quente e olhar sensual seduzi-la. Ela era muito mais esperta agora.
Apesar de sua rápida pulsação e de que todas as suas partes femininas tinham recebido a mensagem. Elas estavam gritando que ela não esteve com um homem desde que foi abandonada por seu marido há dois anos. Ela ainda não tinha saído em um encontro.
Muito ruim. Existiam coisas no alto de sua lista de prioridades, como ter certeza de manter um teto sobre as cabeças de seus filhos, e manter todo mundo alimentado.
Sem encontros. Ou sexo. Esses não eram essenciais. E agora mesmo, tudo o que ela podia se dar ao luxo de pensar era sobre o essencial, por isso o seu corpo vibrando poderia apenas ir para o inferno.
Will Griffin permaneceu no corredor, muito surpreso até para se mover enquanto Jane se afastava atrás de uma trilha de crianças pequenas, sua filha, Tabitha, entre elas.
Não é à toa que ele tinha reconhecido as longas pernas antes.
Ele soltou um suspiro, um nó de culpa em seu estômago. Ele deveria ir na casa de Jane com mais frequência, deveria ter feito isso regularmente quando soube com certeza que Vic não voltaria. Mas seria estranho então. Seria estranho agora. O que ele deveria dizer? Desculpe? Não que fosse sua culpa seu ex-melhor amigo acabar sendo um idiota. Mas ele podia ter se oferecido para cortar seu gramado ou ajudá-la de alguma forma. Em vez disso, ele ficou longe, pensado que a última pessoa que ela precisava ver era alguém muito próximo ao seu ex-marido caloteiro.
E agora, dois anos depois, ele ainda não estava conversando com ela ou a vendo. A distância entre eles eram tão grande quanto o Grand Canyon. Todos eles costumavam ficar próximos, ele e Vic e Jane. Isso mudou um pouco quando ele e sua namorada, Chelsea, terminaram, mas Jane insistiu que nada iria mudar só porque ela e Chelsea eram melhores amigas. Ele apreciava a sua amizade, mas acabou por não ser um bom amigo afinal, não é?
Não tem sentido olhar para trás para as sombras do passado quando não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso agora. Jane obviamente não queria nada com ele.
Ele saiu para comprar uma bebida esportiva depois de seu treino na esteira, então andou até a máquina de venda automática, pegou uma, e em seguida, usou seu cartão chave para voltar para a sala de treinamento, decidindo que precisava levantar uns pesos e diminuir um pouco a tensão do dia, e ver Jane pesou sobre ele.
Ele viu, por um momento, Luke no banco de supino e caminhou para lá. Ele se aqueceu com alguns pesos mais leves e, em seguida, deitou no banco para o trabalho pesado.
Luke se aproximou. — Quer que o apoie?
— Certo. Obrigado.
Ele fez três séries, em seguida, foi para a barra com a ajuda de Luke. Quando adicionou onze quilos de cada lado, Luke ergueu uma sobrancelha.
— Tem certeza que está pronto para isso?
— Confie em mim, preciso do desafio.
— Tudo bem, amigo. Eu vou apoiar a barra para você, caso ela desabe em seu peito.
— Você é tão engraçado. Acho que posso lidar com isso.
Will se deslizou sobre o banco, a determinação deixando seus lábios com uma linha sombria. Quando ele ergueu a barra fora da torre, com os braços tremendo pelo peso adicionado, percebeu que merecia esse castigo por não estar lá por Jane, por não reconhecer como Vic tinha se autodestruído na frente dele.
Talvez ele simplesmente não quisesse vê-lo.
— Onze, doze, — Luke disse, apoiando a barra. — Ainda acho que tenho que fazer principalmente o último por mim mesmo.
Sem fôlego, com os braços balançando como um espaguete cozido, Will pegou sua toalha e passou em seu rosto. — Sim, você provavelmente fez.
— Por que o castigo? Você distribuiu muitas multas na estrada hoje e se sente culpado?
Will sufocou uma risada. — Eu nunca me sinto culpado por isso.
— Você dormiu com uma garota, e em seguida, mandou-a embora?
— Hum, não.
Luke deu a volta e olhou para ele. — Então o que é?
— Nada, cara. Apenas um dia difícil e eu precisava de exercícios.
— Bem, se existe algo que você queira tirar do seu peito, você sabe que estou sempre aqui para você. Ainda que você seja policial rodoviário e eu policial local. Eu quero dizer, posso te perdoar, mesmo por isso.
Will bufou. — Puxa, obrigado.
Lucas deu-lhe uma piscadela. — Ei, ninguém é perfeito, cara.
Sim, Will certamente não era perfeito. Longe disso. De fato, em algumas áreas, ele era um fracasso completo.
Mas talvez ele pudesse consertar isso.
— Eu odeio brócolis.
Jane respirou fundo e soltou o ar, em seguida, virou-se e enfrentou seu filho de oito anos de idade, Ryan, com um sorriso no rosto. Sempre aborde tudo com um sorriso, não é?
— Brócolis é bom para você.
Eles estavam jantando no Bert’s, um de seus restaurantes favoritos na cidade. Tinha sido um dia difícil, e ela simplesmente não queria cozinhar e passar a noite dentro de casa com as crianças. Ela precisava estar em torno da presença de outros adultos.
Ryan olhou para o seu prato, fez uma careta, e empurrou-o para longe. — Não significa que tenho que gostar disso.
— Eu amo brócolis, mamãe, — Tabitha disse. Sempre a agradável, ela deu uma grande mordida e mastigou, tentando o seu melhor para não fazer uma careta. Ela até sorriu por isso.
Sim, Tabitha odiava brócolis também, mas faria qualquer coisa para fazer Jane feliz. Até comer brócolis.
— Existe um acampamento de duas semanas chegando no próximo verão, — Ryan disse. — Chris diz que tem arco-e-flecha, canoas, natação no lago e caminhadas. Eu queria saber se poderia ir.
Jane franziu o cenho. Os pais de Chris eram donos de uma das concessionárias de carros na cidade. Eles tinham dinheiro. Jane não tinha. Esse acampamento não iria ser de graça. Ela sentiu decepção a frente de seu menininho. — Você tem um panfleto?
— Sim. — Esperança brilhou nos doces olhos castanhos do menino, e ele o pegou de sua mochila, sem dúvida com um discurso de vendas já planejado. Seu filho não era nada despreparado quando havia algo que queria. Ele era muito parecido com o pai nesse sentido.
Ele entregou. — Eles têm muitas atividades, mãe, e os conselheiros são todos treinados em PCR e primeiros socorros. A maior parte deles foi para o acampamento quando tinham a minha idade. Isso não é legal?
Jane não podia deixar de notar os zeros à direita no valor. Ela engoliu em seco, difícil. De jeito nenhum poderia pagar. Ela já esticava o seu escasso orçamento o suficiente no momento, e tentar localizar Vic para pagar a pensão das crianças era mais difícil do que tentar achar um vestido que não fizesse seu bumbum parecer grande.
Poderia muito bem arrancar o curativo ao invés de dar falsas esperanças a Ryan. Ela olhou para ele e lhe deu um sorriso que orou que mostrasse o quanto o amava. — Parece incrível, doçura. Mas é muito dinheiro, e você sabe como são as coisas.
Seu sorriso esperançoso morreu. Ele parecia aniquilado, e seu coração doeu pela decepção dele enquanto ele olhava para seu prato e mexia os brócolis com seu garfo. — Sim. Está tudo bem. Eu entendo, mãe.
Esse era o problema. Ele entendia, e ele ainda amava seu pai, ainda esperava que seu pai fosse aparecer em seus jogos. Ou só aparecer.
Parte dela queria, também, que ele conseguisse ficar limpo e voltasse, pelo menos pelas crianças. O que ela teve com Vic tinha acabado, mas seus filhos precisavam de um pai, o tipo de pai que ele costumava ser, não o que se tornou quando passava o dia todo tão bêbado e chapado que mal conseguia se lembrar de seu próprio nome.
Mas era em momentos como esse que ficava com tanta raiva de Vic que se ele aparecesse agora, ela não tinha certeza do que faria. Provavelmente ele estava duro para abandonar seus filhos e deixá-los querendo as coisas que não podiam ter, coisas que ela não podia dar a eles.
Maldito.
— Ei, crianças. Eu tenho todo esse bolo de chocolate extra e pensei, uau, o lugar hoje a noite está meio vazio, e se não tiver pessoas suficientes para comer a sobremesa, vou ter que jogá-la fora. Pensei que talvez pudessem tirá-la das minhas mãos.
Deus abençoe Anita, que era sua garçonete favorita e uma boa amiga. Divorciada três vezes e com dois filhos crescidos, Anita tinha sido sua salva-vidas. Elas tinham algumas conversas de coração-para-coração sobre maridos abomináveis. E Jane sabia que o bolo não ia acabar na sua conta hoje à noite.
Ryan tinha um vicio por doces que rivalizava com qualquer criança na cidade, e a oferta de Anita o distraiu de sua decepção. Seus olhos se arregalaram. — Oh, bolo. Podemos ter bolo, mãe?
Ela lidaria com o excesso açúcar depois e seria um inferno conseguir que as crianças fossem para a cama hoje à noite, mas isso valeria a pena. — Claro que você pode ter bolo. Obrigada, Anita.
Anita piscou e empurrou seu lápis na massa selvagem de cabelo listrado loiro e marrom, amontoado em cima de sua cabeça. — Sem problema, doçura. Crianças, a Charlotte vai servir esse bolo para vocês no balcão.
As crianças correram. Eles amavam se sentar no balcão, onde Charlotte, esposa de Bert, serviria para eles o bolo, sem dúvida, com um montão de sorvete do lado.
— Obrigada novamente, — ela disse enquanto Anita enchia um carrinho com seus pratos vazios.
— Você parecia precisar de um raio de sol hoje.
Ela odiava mostrar isso em seu rosto. — Oh, eu estou bem. Detesto dizer não para as crianças.
Anita riu. — É uma boa palavra para eles aprenderem. Ensine-os que nem tudo na vida é de graça.
— Eu sei disso, mas não pude fazer nada de especial para eles desde que Vic partiu. E Ryan quer ir para esse acampamento de verão caro e eu simplesmente não posso pagar.
— Sim, bem, isso é culpa do Vic, não sua. — Ela pontuou a declaração lançando os utensílios violentamente no carrinho.
— Mas meus filhos ainda adoram o pai deles.
Anita os olhou sobre o ombro. Tabitha e Ryan estavam ocupados raspando a taça de sorvete que Charlotte deu a eles de graça e prestando atenção na conversa deles.
— Eles irão superar isso quando forem mais velhos e perceberem o quanto pesaram em seus ombros.
— Eu tenho me esforçado muitíssimo, — Jane disse com um sorriso. — Eu tenho.
Anita apertou seu braço. — Com certeza, doçura.
Charlotte se aproximou. Ela era uma mulher franzina, um pouco mais de um metro e cinquenta e dois de altura com cabelo grisalho curto, mas ela era formidável e fazia o Bert’s funcionar como um sargento. Ela também era umas das mulheres mais doces que Jane já encontrou. Ela deslizou uma taça de sorvete de chocolate na frente dela. Jane não sabia o que faria sem o Bert’s como um refúgio.
— Um pouco para você também, querida, — Charlotte disse.
Ela ergueu o olhar para Charlotte. — Obrigada. Eu precisava disso.
— Percebi,— Charlotte disse com uma piscada.
Sozinha na mesa, Jane inalou e deu uma colherada no sorvete, então suspirou, percebendo que isso não ia fazer muito para afinar suas coxas.
Então, novamente, hoje ela não ligou.
— Você ouviu que Emma Burnett está de volta a cidade? — Anita sentou-se em frente à ela. Era uma multidão rápida no restaurante, e eles viriam antes do jantar típico de qualquer maneira.
Jane estava contente pela companhia, e com um pouco de fofoca da cidade.
— Não. Sério?
— Sim. Ela comprou a Clínica Veterinária Doc Weston’s e está reabrindo-a.
Jane sorriu, feliz de estar conversando sobre outra pessoa se mudando. — Ótima notícia. Nossa, eu não vejo Emma desde… o ensino médio, acho. Faz muito tempo
— Sim, ela deixou a cidade para a faculdade de veterinária, em seguida, trabalhou um pouco em outro lugar e não veio muito para casa. Eu sei que ela apareceu aqui de vez em quando durante os intervalos da faculdade, mas nós certamente não a vimos muito ao longo dos anos.
— Você está certa. Pensando sobre isso, não sei se posso me lembrar da última vez em que ela esteve de volta em Hope.
Anita assentiu. — De qualquer maneira, isso é tudo o que sei. Agora ela está de volta e preparando a clínica para reabrir.
— Essa é uma boa notícia para Hope. Desde que o Dr. Weston se aposentou, todo mundo que tem animais só tinha uma clínica para ir. Mal posso esperar para vê-la. Vou ter a certeza de aparecer uma vez que a clínica abra.
— As irmãs Burnett certamente fizeram um ato de desaparecimento, não é? — Anita perguntou.
Jane franziu a testa, depois assentiu. — Oh, isso é certo. A irmãzinha de Emma, Molly, partiu também, não é? Eu não a conhecia tão bem assim, porque ela era alguns anos mais jovem do que Emma e eu
— Sim, ela saiu da cidade inclusive antes de Emma partir. Não sei o que aconteceu com ela.
— Hum. Eu também. — Ela não tinha pensado sobre as irmãs Burnett em muito tempo. Ela e Emma não tinham sido melhores amigas no ensino médio, mas faziam parte dos mesmos círculos.
Depois de jantar, Jane e as crianças fizeram um passeio até o parque da comunidade. Tabitha gostava do playground de lá e Ryan alimentou os patos, pelo menos até que ele encontrou alguns de seus amigos e resultou em um jogo do futebol.
Seu menininho estava crescendo. Ele era tão resistente e estava tentando tanto ser o homem da casa. Mas ele ainda tinha apenas oito anos de idade, e debaixo do exterior de criança dura, era um menininho vulnerável que tinha sido ferido quando seu pai, seu herói, o havia abandonado.
Felizmente, ele amava seus esportes, e isso mantinha sua mente ocupada. Ela desejava poder manda-lo para aquele acampamento ridiculamente caro nesse verão. Mas não havia sentido desejar coisas que não iriam acontecer.
Ainda bem que Ryan tinha uma saída para o excesso de energia, Jane levou alguns minutos para relaxar no banco do parque, respirou profundamente algumas vezes , e expirou.
Pelo menos ela tinha um trabalho. E agora outro trabalho na academia. Ela também solicitou para ensinar no curso de verão, uma vez que as vagas eram concorridas e você tinha que se candidatar cedo. Talvez ela pudesse pagar alguns extras para as crianças nesse verão.
Talvez.
Tabitha brincava com a filha de Karen Redmond, Heather, e Karen estava vigiando-as como um falcão. Ryan estava profundamente envolvido em um jogo de futebol, com outros pais supervisionando, então ela inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos por um segundo.
— Jane?
Deve ter sido mais que um segundo porque ela se sentiu desorientada, como se talvez ela tivesse se permitido cair no sono. Ela piscou e abriu os olhos para encontrar um pedaço de macho suado na frente dela. Ela protegeu os olhos do por-do-sol, incapaz de ver seu rosto até que ele saiu da sombra do sol.
Will. Novamente? Por que ela de repente estava chocando-se muito com ele quando raramente o via?
— Oh. Will. Oi. O que você está fazendo aqui? — Além de recuperar o sono quando deveria estar vigiando seus filhos. Ela fez uma rápida busca. Tabitha estava gritando no escorregador com Heather, e Ryan tinha a bola debaixo do braço, seus amigos fazendo de tudo para tentar derrubá-lo.
E ela desmaiou no banco.
Ela não é apenas mãe do ano?
— Eu estava correndo pelo parque, e vi você sentada aqui.
— Eu certamente estou vendo você muito ultimamente.
— Eu troquei duas noites pelo dia.
— Oh. Certo. Eu ouvi sobre isso.
Seus lábios se curvaram. — É claro que você ouviu. Existe algo nessa cidade que não é transmitido em todo lugar?
— Não. Há uma atualização diária de fofoca através dos meios de comunicação sociais. Você não pode ter segredos em Hope. Nem tente. Nós até sabemos a marca de papel higiênico que você compra via nossos espiões no supermercado.
Ele riu. — Eu vou assumir que você está brincando sobre isso.
Ela arqueou uma sobrancelha. — Estou?
— Agora, esse é um pensamento assustador. — Ele olhou ao redor. — São as crianças no playground?
— Sim. Ali, — ela disse com um aceno de cabeça, grata por estar usando seus óculos de sol, então talvez ele não notou que ela estava dormindo.
Ele se virou e ela levou um momento para verificar seus músculos, corpo magro, e pernas longas. Será que o homem tem que estar bronzeado e em tal boa forma? Ela queria não estar em suas calças de ioga e uma camiseta, ambas com mais que alguns anos de uso. Ela só pegou a roupa para o passeio, e agora ela olhou abaixo com um olho crítico. A calça de ioga estava desbotada, mas extremamente confortável, porque realmente, uma vez que ela chegasse em casa, quem se importava? Não era como se ela estivesse tentando impressionar alguém.
E ela certamente não estava tentando impressionar Will.
— Uau, as crianças ficaram tão grandes. Ryan se parece muito com Vic.
Seu olhar vagou até onde Ryan estava correndo para alguma zona final imaginária, um sorriso largo no rosto. Ela sorriu melancolicamente. — Sim, ele parece.
Will se sentou próximo a ela. — Você ouviu falar dele?
— De Vic? Não.
— Mesmo?
— Não.
— Eu sinto muito, Jane.
Ela deu de ombros. — Eu já superei.
— Eu sinto muito por não ter vindo, também.
Vir? Por que ele iria querer fazer isso? — Minha família não é sua responsabilidade. É do Vic.
— Ainda assim, eu poderia ter estado lá para ajuda-la a passar por isso. Acho que pensei que talvez você não gostaria de me ver, que eu lembraria o que você perdeu.
Ela franziu o cenho. — Isto é ridículo. Você não teve nada a ver com a partida dele.
— Mas ele e eu éramos melhores amigos. Eu deveria ter previsto.
Ela deixou escapar um bufo muito pouco feminino. — Eu era casada com ele. Eu vivi com ele todos os dias. Eu compartilhei sua vida. E não vi nada. Nem os pais dele. Então a menos que você seja algum tipo de vidente, não acho que você teve uma vantagem em saber que ele ia abruptamente abandonar o casamento e a paternidade sem avisar ninguém.
Will olhou para o playground. — Eu sei que faz dois anos, mas ainda não posso acreditar que ele apenas desapareceu sem uma palavra, que não entrou em contato com você.
— Oh, nós estávamos em contato através do seu advogado, pelo menos o tempo suficiente para ele assinar os papéis do divórcio.
— Talvez ele pensou que estava tão confuso que estava te fazendo um favor.
— Um favor, — ela disse com uma risada. — Me deixando e as crianças e então desaparecendo tão bem, que não posso acha-lo para obriga-lo a pagar a pensão alimentícia.
— Jesus. — Enfiou os dedos por seu cabelo e olhou para o chão. — Eu não sabia que era tão ruim assim.
Ela não era uma narradora brilhante? Ela podia acabar com uma conversa em três segundos. Deus, o quão deprimente ela podia ser?
Ela ficou em pé. — Não é tão ruim, Will. As crianças e eu estamos indo muito bem. — Ela chamou Tabitha e Ryan, em seguida, virou-se para ele. — Que bom te ver de novo.
O olhar de Will era intenso quando ele se levantou e veio para ficar ao lado dela. — Você não precisa ir, Jane.
— Sim, preciso. É tarde e está ficando frio aqui fora. Eu tenho provas para corrigir, e as crianças têm o dever de casa. Vejo você por aí.
Ela juntou as crianças e desceu a rua antes que derramasse seu coração e alma e chorasse no ombro de Will, a última coisa que queria fazer.
Ela era forte, e uma sobrevivente. Ela odiava aqueles olhares de simpatia e piedade das pessoas, especialmente de Will.
Sua vida estava apenas bem esquisita.
Will observou Jane vagar descendo a rua com seus filhos. Ela segurou a mão de Tabitha, e Ryan estava caminhando atrás, falando sem parar com ela sobre alguma coisa.
Será que dissera algo errado, porque ela parecia magoada ou chateada e não podia esperar para ficar longe dele.
Talvez porque ela não gostasse de conversar sobre Vic e o divórcio. De qualquer modo, ele fez uma nota mental para olhar para frente, e não para trás, na próxima vez em que a visse.
Ele sabia que ia acordá-la quando se aproximou dela no banco. Ela provavelmente estava exausta. Ele se perguntou quanto tempo fazia que ela tinha saído e se divertido. Ela teria saído de qualquer modo desde o divórcio? Ou estava tão focada em reconstruir sua vida com as crianças, certificando-se que as necessidades delas fossem atendidas, que não tinha se certificado de suas próprias necessidades?
Ele poderia não ser capaz de fazer qualquer coisa sobre o filho da puta fracassado de seu ex-marido, mas definitivamente poderia fazer algo sobre ela ter alguma diversão.
Duas aulas seguidas de álgebra sempre deixavam seu cérebro cansado, mas Jane vivia para a matemática, ainda que seus alunos não pulassem de alegria sobre equações de segundo grau.
Sua próxima aula era de matemática básica, de modo que ela conseguiria um descanso, embora tivesse alguns alunos nessa aula que precisavam de acompanhamento individual. Eles estavam à beira da reprovação e ela seria amaldiçoada se deixasse isso acontecer.
Se um aluno não desse a mínima, ela trabalhava com ele ou ela e tentava explicar o que significa ser reprovado em sua matéria. Ela empurrava e estimulava, e frequentemente, o aluno se recuperava. Às vezes não importava, e nenhuma quantidade de perssuasão, recados e telefonemas para os pais mudaria a atitude do aluno. E atitude era predominante nessa faixa etária, onde os hormônios entram em ação. Havia tantas coisas acontecendo no início do segundo grau. Meninos e meninas se notando, então você tinha que lidar com a crescente sexualidade, junto com o surgimento dos hormônios.
Tão divertido.
Mas Deus, ela amava esses garotos nessa idade estranha, ela se lembrava tão bem de seus próprios anos de adolescente desajeitada.
Não foi tão bom para ela, então ela fazia o melhor para facilitar o caminho para aqueles que não nasceram com a genética perfeita.
Depois que acabou de trabalhar com a sala inteira, ela trabalhou com Susie e Robert. Robert era mais favorável ao ensino individual. Susie era difícil. Ela estava em um lar adotivo, seu pai nunca fez parte de sua vida, e sua mãe entrava e saia da prisão por drogas. Jane sentia por Susie, que não teve uma vida fácil desde o nascimento. Nasceu viciada, ela tinha algumas dificuldades de aprendizagem, mas a garota era difícil. Jane estava determinada a vê-la fazer isso, apesar de tudo estar contra ela. Ela deu a Bobby uma planilha e passou problemas simples de matemática repetidamente até Susie ficar frustrada.
— Você quer passar nessa matéria, não é, Susie? — Ela perguntou.
Susie apenas deu de ombros, sua atitude típica de “eu não me importo”, enquanto olhava fixamente para a planilha.
— Eu acho que você é muito inteligente e pode fazer qualquer coisa a qual se proponha.
— Eu não sou inteligente, — ela sussurrou. — Eu sou burra.
Jane queria muito pegar essa menina em seus braços e dar-lhe um abraço enorme. — Você é inteligente. Você tem que trabalhar mais duro do que qualquer outro nessa escola inteira, então isso significa que você é mais inteligente do que qualquer um deles.
Seus olhos escuros se ergueram para Jane. — É?
— É. Então vamos mostrar a todos eles o quão inteligente você realmente é. E o quão dura você é. Não falhe.
Ela viu as lágrimas de frustração brilhando nos olhos de Susie. — Eu vou tentar.
— Isto é tudo o que você tem que fazer. — Jane se inclinou sobre a planilha e foi até os problemas de matemática de novo. No final da aula, Susie conseguiu fazer certo. Parecia um triunfo. Jane enviou outra planilha para casa com Susie com um recado para que seus pais adotivos trabalhassem com ela, junto com um elogio pelo esforço dela.
Era tudo o que ela podia fazer, mas sabia que Susie tinha uma boa família adotiva. Eles trabalhariam com ela.
Seus dedos estavam cruzados.
Depois da escola, ela foi pegar Tabitha e se dirigiu para o centro comunitário para trabalhar na creche. O pai dela ia pegar Ryan e o levaria para o treino de beisebol.
Ela não teria sobrevivido aos últimos dois anos, sem o apoio de seus pais. Eles ajudavam sempre que era preciso levar as crianças para os treinos esportivos ou aula de dança se ela tinha que ir em outra direção. Ela tentava não depender muito deles, mas francamente, teria dificuldades sem eles.
Tabitha amava a creche do centro, então não era nenhum sofrimento trazê-la junto. Vários pais dos amigos dela trabalhavam no centro comunitário, então ela precisava brincar por algumas horas enquanto Jane monitorava as crianças. Pelo menos, essa tarde não haveria qualquer natação envolvida e ela podia se esconder na sala da creche e não tinha que desfilar pela sala da musculação.
Ela trocava com Marisol, a outra pessoa de plantão na sala da creche, monitorando as crianças dentro e fora e alternadamente brincando com eles. Eles tinham idade entre dezoito meses, a idade mínima aceitável, a cinco anos, idade de Tabby. Depois disto, os pais ficavam por conta própria, e era por isso que ela não podia trazer Ryan.
Outra coisa que ela adorava em seus pais. Ela precisava desse dinheiro extra, por mais insignificante que fosse, mas trabalhar aqui alguns dias na semana depois da escola ajudava.
— Ei, Jane.
Ela estava em pé na entrada, que tinha uma porta que estava parcialmente aberta somente na parte de cima. A parte inferior da porta permanecia fechada para desencorajar as crianças fujonas. Ela tinha acabado de liberar uma das crianças e estava rubricando a saída.
Ela levantou o olhar quando seu nome foi chamado, pensando que era o pai de um dos amigos de Tabby.
Não era. Era Will, com quem ela esperava não se esbarrar novamente. Ele fazia seus sentidos enlouquecerem, e a fazia se lembrar das coisas que não havia tido em muito tempo.
Coisas que ela não deveria querer.
— Oh. Ei, Will.
— Eu pensei ver você entrar bem antes de mim.
Seu rabo de cavalo estava desmanchando, uma vez que ela estava segurando o bebê James e ele adorava puxar cabelo. E então ele limpou seu lanche de geleia no seu peito esquerdo. Ela olhou para a bagunça. Mais uma vez, Will cobria seu tanquinho com uma camiseta sem mangas e short de ginástica, e estava bronzeado, musculoso, e magnífico.
Às vezes a vida simplesmente não era justa.
— Sim. Trabalhando novamente. — Ela se virou para verificar se estava tudo bem, mas havia apenas três crianças sendo cuidadas no momento. O bebê James desceu para o berço para um cochilo, e Tabby e sua amiga estavam sendo entretidas por Marisol, assim Jane estava sem sorte.
— Você está ocupada, não é?
Ela ofereceu-lhe um sorriso. — Você não tem ideia.
— Onde Ryan está?
— Meu pai o levou para o treino.
— Sim? Eu gostaria de vê-lo jogar algum dia.
Ryan iria adorar. O que significa que isso nunca aconteceria. A última coisa que ela precisava era Ryan se apegando a um homem que usaria como um substituto para seu pai. — Sim. Certo.
— Eu estava pensando se você gostaria de sair comigo algum dia.
Ela piscou várias vezes, certa de que não o ouviu direito. — Como?
Seus lábios se curvaram e, oh Deus, quando ele sorriu, parecia ainda mais sexy. Se isso fosse possível. — Você vai me fazer perguntar isso de novo?
— Eu não estou certa se entendi o que você disse.
— Certo, então vou dizer outra vez. Eu gostaria de sair com você. Eu gostaria que você saísse comigo.
— Você quer sair comigo? Por quê?
Dois pais apareceram de repente atrás dele. Will virou-se. — Talvez não seja a melhor hora. Que horas você sai daqui?
— Uh, seis e meia.
— Eu vou passar na sua casa e levar uma pizza. Vamos falar sobre isso depois, ok?
— Uh, espere, Will.
Mas ele já tinha ido embora.
Passar na casa dela? Levar pizza? Ele estava louco?
E ele queria sair com ela?
Ela estava vivendo em algum tipo de universo alternativo, porque isso certamente não acabou de acontecer.
Um cara como Will Griffin não saia com uma mulher como Jane. Ela tinha problemas. Sua vida era um pesadelo. Ele era único e magnífico. Ela tinha dois filhos.
E, aparentemente, ele estava vindo comer pizza hoje à noite. Momento em que ela o colocaria na linha.
Certo, talvez por isso ele a convidou, mas Will sabia que a vida de Jane era toda ocupada com seus filhos e seus trabalhos, e se ele não soubesse, ela nunca diria sim.
Ela ainda não disse sim, porque ele não tinha lhe dado uma chance. Mas ele parou em sua calçada com uma pizza extra grande às sete e quinze. E o carro dela estava visível na garagem, porque ela não tinha fechado a porta da garagem e desligado todas as luzes, fingindo não estar em casa.
Estava quente como o inferno, como um típico final de agosto em Oklahoma. E sua grama precisava ser cortada e capinada, ele notou enquanto caminhava em direção à porta da frente. Ela provavelmente fazia tudo sozinha, também.
Mentalmente xingou Vic de vários nomes desagradáveis, e tocou a campainha.
Ryan abriu a porta. Ele olhou para cima e estudou Will, como se decidindo se iria ou não deixá-lo entrar.
— Ei, Ryan.
— Você é Will. Eu me lembro de você. Você costumava ser amigo do meu pai.
Ele sorriu. — Eu me lembro de você, também.
Ele abriu a porta de tela. — Mamãe disse para deixa-lo entrar. Que você traria pizza. Ela está no chuveiro. Um dos bebês na creche vomitou nela. Ela cheirava muito mal.
Ele riu enquanto Ryan o levava para a cozinha. — É mesmo?
— Sim, — Tabitha disse, pegando sua mão quando ele entrou na cozinha. — Eu sou Tabitha e tenho cinco anos.
— Oi, Tabitha. Eu sou Will.
— Vomitaram na mamãe.
— Assim, ouvi.
— Eu quero dizer.... muito, — Tabitha disse. — E nós tivemos que vir com ela no carro todo o caminho até em casa. — Ela torceu o nariz e revirou os olhos.
— Pobres crianças. Aposto que foi horrível.
— Você não faz ideia, — Ryan disse. — Eu pensei que ia vomitar, também.
— Podemos parar de dizer vômito, crianças? Nós temos um convidado que foi bom o suficiente para nos trazer o jantar. Vamos tentar não arruinar o seu apetite.
Jane saiu de seu quarto e Will prendeu a respiração. Seu cabelo estava molhado, longos fios castanhos contra a camiseta azul escuro que ela vestia. Sua capri escondia aquelas longas pernas, mas Deus, quando chegou perto cheirava a algo doce, algo que ele queria lamber. Quando ela passou, ele disse, — Você cheira muito bem.
Ela parou, fez uma pausa, e virou para olhar para ele. — Uh, obrigada.
— Sim, sem cheiro de vômito, — Ryan disse.
— Ryan, — ela advertiu. — Por que você não pega os pratos?
— Certo.
— Tabby, você pega os guardanapos e talheres.
— Você quer dizer que temos que comer pizza com um garfo? — Ela franziu o nariz quando olhou para sua mãe, seus olhos azuis e cabelos escuros fazendo-a parecer tanto com Jane que era estranho.
— Não, mas apenas no caso de alguém querer.
— Certo.
— Desculpe por isso, — Jane disse. — Eu tive um problema inesperado na creche como meus filhos, sem dúvida, o informaram com mais detalhes do que o desejado.
Ele riu enquanto caminhavam para a mesa de jantar. — Está tudo bem. Estou acostumado com os detalhes sangrentos no meu trabalho.
— Qual é o seu trabalho? — Tabitha perguntou enquanto colocava os talheres na mesa.
— Ele trabalha para a Polícia Rodoviária, — Ryan respondeu.
Will sorriu. — Você se lembrou.
— Sim.
— O que é a Polícia Rodoviária? — Tabby perguntou.
— É como um policial, só que sou responsável pelas estradas. Portanto, se alguém está dirigindo rápido demais ou há um acidente, eu cuido disso.
— Oh. Isso é legal, — Tabitha disse. — Meu pai costumava construir as estradas, até que ele machucou suas costas.
— Eu sei, Tabby, — Will disse. — Eu era um grande amigo de seu pai.
Seus olhos se arregalaram. — Você sabe onde ele está? Nós não conseguimos encontrá-lo.
— Eu sinto muito, bebê. Não sei. Se soubesse, certamente faria o meu melhor para trazê-lo para casa, para vocês.
Ela assentiu com a cabeça. — Sim, ninguém pode encontrá-lo. Isso deixa a mamãe triste.
Jane olhou para Will, em seguida, para as crianças. — Ei, que tal uma pizza?
— Eu também trouxe palitos de canela para sobremesa, — Will disse, com a esperança de desviar a melancolia com sobremesa.
— Eu amo palitos de canela,— Tabitha disse. — Eles são bem açucarados.
Will riu. — Eles são.
Eles comeram e Jane passou por sua óbvia rotina de perguntar como foi o dia deles na escola. Will sentou-se em silêncio e escutou. Ela era muito boa com as crianças, sabia como fazer as perguntas para conseguir respostas reais diferente de “bem” ou “nada”. Ela também envolveu Will na conversa, perguntando a ele sobre seu dia.
— Deu muitas multas por excesso de velocidade hoje? — Ela perguntou.
— Dei algumas. Eu tive que ajudar a coordenar o trânsito, de forma que tomou parte do meu dia.
— O que é isso? — Ryan perguntou.
— Às vezes durante a construção da estrada, eles têm que mudar o sentido do trânsito, e de repente, então meu trabalho é coordenar o tráfego estacionando meu carro e acendendo as luzes para que as pessoas que estão dirigindo saibam que existe uma mudança no sentido que a estrada vai virar.
— Oh, assim não há nenhum acidente porque as pessoas estão acostumadas a uma estrada indo em um certo sentido, e então de repente muda,— Ryan disse.
— Exatamente.
— Isso provavelmente é muito chato,— Tabitha disse.
— Às vezes, mas é parte do meu trabalho, então tenho que fazer.
Ryan assentiu. — É como escola. Algumas partes são divertidas, e algumas partes não, mas você precisa fazer, não importa se gosta ou não.
Os lábios de Jane se curvaram. Ela ficou sexy quando deu aquele meio sorriso. E ele provavelmente não devia estar pensando naquilo na frente dos filhos dela.
Depois do jantar, as crianças foram enviadas para seus quartos para fazer a tarefa de casa, e ele e Jane se sentaram na sala de estar.
— Como estão seus pais? — Jane perguntou.
— Eles estão ótimos. Apreciando a aposentadoria na Flórida.
— Eu aposto que visita-los é bom.
— Será, quando eu tiver a chance de ir lá. Mas eles estão felizes e meu pai ama o condomínio. Ele diz que não sente falta de cortar a grama.
Ela riu. — Eu aposto. Não é uma das minhas coisas favoritas também, como você provavelmente pode ver pela grama do meu quintal. Eu realmente não cuido disso.
— Bem, você tem muita coisa no seu prato.
— Falando de pratos, obrigada por trazer a pizza hoje à noite. Não precisava.
Ele notou que ela mudou de assunto quando ele insinuou que ela estava sobrecarregada. — De nada. Eu quis. Normalmente vou para o meu apartamento vazio. Confie em mim, isso foi muito mais divertido.
— Ah, claro que foi.
Ele se moveu no sofá para ficar completamente de frente para ela. — Você acha que estou mentindo? Você tem filhos maravilhosos, Jane. Muito educados e animados e divertidos para conversar. Você deve estar orgulhosa deles.
Ela olhou para baixo por um segundo, em seguida, de volta para ele. — Obrigada. Eles são tudo para mim. Minha vida inteira. É por isso que não posso sair com você.
Ele arqueou uma sobrancelha. — Você não pode sair por causa de seus filhos?
— Eu tenho que pensar no bem-estar deles.
— Não vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Que tal seu bem-estar?
Ela engoliu em seco. — Haverá tempo para mim. Algum dia.
Ele segurou a mão dela, e a onda de eletricidade entre eles o golpeou com força. Ele não sabia se Jane sentiu isso, mas a julgar pela forma em que seus olhos se arregalaram e seus lábios se abriram, ele achou que sim.
— Algum dia é agora, Jane. Faz dois anos. É hora de você sair e se divertir um pouco.
Ela inspirou e expirou com um suspiro trêmulo. — Eu não deveria.
— Dê-me uma boa razão porque não.
Ela abriu a boca, e antes que pudesse protestar, ele mergulhou e tomou sua boca em um beijo que havia estado pensando desde que a viu caminhando corredor abaixo naquele chapéu estúpido, suas pernas magníficas por baixo daquela saída de praia horrorosa.
Ela tinha gosto de limonada e canela, e ele sabia que seus filhos estavam no final do corredor, mas queria se aprofundar. Ele deslizou sua língua dentro da boca dela, e ela gemeu, segurando sua camisa como se fosse cair do sofá se não o segurasse.
Oh, sim. Ele gostou daquela resposta, gostou do sabor dela, da suavidade de seu corpo quando ela se recostou contra ele. Queria muito mais disso, queria colocar suas mãos sobre ela, mas resistiu, porque se uma das crianças...
— Ei, mamãe? — Ryan chamou de seu quarto.
Como se alguém tivesse jogado água fria neles, Jane se afastou com o som da voz de Ryan. Ela olhou para Will, arrependimento e desejo nos olhos dela.
— Sim, doçura?
— Eu preciso de ajuda com a matemática.
Apesar do tesão violento contra o zíper de sua calça jeans, Will se levantou. — Essa é minha deixa para sair daqui.
Jane levantou-se também, e encontrou sua ereção violenta com o olhar ardente. Ela finalmente o encarou com um olhar de remorso. — Eu sinto muito.
— Eu não. — Ele a puxou em seus braços para outro beijo, breve, mas tão prejudicial quanto o primeiro. E como o primeiro, ela deu tanto quanto recebeu, beijando-o com uma fúria reprimida que ele sabia que, uma vez que estourasse, seria explosivo. — Vai ser um passeio doloroso para meu carro.
Ela lambeu os lábios. — Obrigada novamente pela pizza.
— Obrigado por me deixar vir.
Ela caminhou até a porta.
Ele virou-se. — Jane?
— Sim?
— Você tem um telefone?
— Sim. Claro.
Ele puxou o dele. — Qual é o número?
Ela lhe falou. Ele adicionou e sorriu. — Eu ligo para esse encontro.
Ela pareceu hesitante, depois assentiu. — Tudo bem. Boa noite, Will.
— Boa noite, Jane.
Ele saiu, desconfortável, duro e sorrindo.
— Você está saindo com Will Griffin?
Jane olhou ao redor. — Shhh. Eu não disse isso. E não quero que ninguém saiba.
A única coisa que Jane sabia era que a sala dos professores era o pior lugar para se dizer qualquer coisa, porque os professores eram os piores fofoqueiros da cidade. E em Hope, uma vez que falavam sobre algo, todo mundo sabia.
Mas Jane tinha que contar a alguém, e quem senão sua melhor amiga, Chelsea, que coincidentemente costumava ser a namorada de Will.
— Eu não ia dizer nada, considerando sua história com Will. Não sabia como você se sentiria sobre isso.
Chelsea acenou com a mão para Jane. — Não seja ridícula. Will e eu somos história antiga, três anos atrás. E ainda somos amigos, então não é como se eu a odiasse por sair com ele. Inferno, você precisa sair com alguém.
— Vamos lá. Pareço assim tão desesperada?
— Não. E esse é o problema. Você parece resignada com seu destino, como se não merecesse sair. E isso é triste, Jane. Quando Will e eu terminamos, me sentei em casa e definhei?
Jane riu. — Dificilmente. Mas você é esta uma ruiva empinada e nunca faltam propostas. Além disso, você terminou com ele.
— Ei, nós namoramos por um ano. Doeu quando nós terminamos. Mas nós nunca nos víamos. Ele trabalha a noite, eu trabalho de dia, e gosto de ter uma vida social de vez em quando. Não quer dizer que não me importava com ele, você sabe.
— Eu sei, e sinto muito. Não tive a intenção de trazer a tona seu rompimento. Eu me lembro de como foi difícil para você. Sei que se importava com ele.
— Sim. Mas não era nada como você e Vic, e sou consciente disso. Eu não fui deixada pelo marido, e não tenho filhos. Não é a mesma coisa. Mas mesmo que fosse, isso não significa que teria que parar de viver. Você pode ser uma mãe, e sim, isso é uma prioridade para você, mas ainda é uma mulher, Jane. Você tem necessidades.
Chelsea enfatizou as “necessidades”, e depois do beijo da noite passada, aquelas necessidades foram despertadas. Homens já as tinham despertado. Ela tinha ficado acordada praticamente a noite toda, suando e rolando em sua cama, seu corpo formigando em lugares que não formigava em muito tempo.
Mesmo antes de Vic deixa-la, não tinha havido sexo. Ele estava muito ocupado enchendo a cara e saindo com seus amigos drogados a noite toda, e ela passava todo esse tempo se preocupando com ele. Quando eles estavam juntos, passavam discutindo. Ela tinha passado tanto tempo sem um homem que tinha esquecido como era se sentir realizada, acariciada e amada.
— Eu provavelmente esqueci como fazer isso, — ela disse para Chelsea.
Chelsea riu. — Eu não acho que você se esqueceu de como fazer sexo, mas confie em mim, se precisar de instrução, Will é muito bom nisso.
— Isso é bizarro, conversar com você sobre fazer sexo com alguém com quem você já esteve.
— Como eu disse, doçura. História antiga.
— Aparentemente não, se as suas memórias estão vivas.
— Ei, uma garota nunca se esquece de um grande sexo. — Chelsea balançou as sobrancelhas.
— Se ele era tão bom, por que não começar a vê-lo novamente, agora que ele trabalha de dia?
Chelsea deu de ombros. — Ele era grande e tudo, mas nós simplesmente não somos compatíveis. Nós somos melhores como amigos. Eu posso definitivamente ver vocês dois juntos, apesar de tudo. Existe um lado terno nele que combina bem com você.
Jane pegou uma cenoura e refletiu sobre isso, enquanto mastigava.
— Talvez eu devesse dar um passeio no lado selvagem.
— Agora estamos conversando, — Chelsea disse.
O refeitório estava vazio, assim Jane se sentiu mais livre para conversar. — Só um bom orgasmo e estaria bem por um ano ou dois.
— Lá vai você.
Ela pensou sobre isso por um minuto. — Então novamente, talvez ele só queira me levar ao cinema.
— Querida, do jeito que você descreveu aquele beijo? Eu não acho que “só um filme” é o que Will tem em mente.
Jane sorriu. — Talvez não.
— Então isso é um sim?
— Sim. Assim que eu perder quatro quilos. Porque nenhum homem vai me ver nua do jeito que estou agora.
— Jane, — Chelsea disse, dando-lhe um olhar duro. — Você é quente e cheia de curvas e tem as pernas com um quilômetro de comprimento. Você sempre foi muito dura com você mesma. Vou dar-lhe uma tarefa. Hoje à noite, fique nua na frente do seu espelho e diga a você mesma o quão linda e exuberante é.
Jane riu. Chelsea não.
— Você está brincando, certo?
— Não. Faça-o. Hoje à noite.
— Eu não vou me olhar nua.
— Por que não?
— Porque… porque é estúpido.
— Não é. Toda mulher devia olhar para si mesma nua e se dizer como é linda. Escolha seus pontos positivos e destaque-os.
Jane olhou para Chelsea, que tinha o cabelo vermelho mais lindo e que não veio de um salão de beleza, os seios mais magníficos que qualquer ser humano “homem ou mulher” pode apreciar, e um corpo firme e tonificado trabalhado com ioga. É claro que ela não tinha nenhum problema olhando para si mesma nua. Jane, por outro lado?
— Acho que não.
— Eu acho que não. Você simplesmente não olhou para si mesma por um longo tempo, e não teve um homem para apreciar esse belo corpo por muito tempo, que está arrumando defeitos imaginários. Isso acaba hoje à noite. Dispa-se. Faça uma inspeção. E diga a si mesma que é bonita. Porque você é. Obviamente Will acha que você é sexy ou ele não estaria te beijado ontem à noite.
— Eu sou… brega.
— Você não é. Você corre como louca atrás daquelas crianças e na escola. Você faz mais exercícios do que a média das mulheres. Eu acho que quando você der ao seu corpo um olhar crítico, poderá ser surpreendida.
— Eu acho que vou ficar deprimida.
Chelsea deixou escapar um suspiro frustrado. — Faça isso. Isso é uma ordem.
Ela suspirou. — Tudo bem.
— E quando Will te chamar para esse encontro, você vai dizer sim.
Ela iria, mas ainda não estava certa sobre a parte do sexo.
Quando ela chegou em casa naquela noite depois de trabalhar na academia, algo estava diferente, mas ela não conseguia descobrir o que era.
— Você contratou alguém para cortar a grama, mãe?
Deixou isso para Ryan descobrir. Alguém cortou a grama. E capinou, também.
— Uh, não, eu não.
Então, quem foi? Ela colocou as crianças para dentro e perguntou a Bill Doughty, um de seus vizinhos, achando que ele provavelmente ficou cansado de sua grama extra-longa. Ela tinha a intenção de cortar, mas era sua tarefa menos favorita e sempre a deixava por último, o que apenas tornava mais difícil de cortar. Ela sabia disso, claro, mas ainda acabava adiando.
Bill disse que não havia feito, mas disse que Will Griffin veio com seu cortador de grama e de ervas daninhas na traseira de sua caminhonete e cuidou disso essa tarde. Em seguida, a esposa de Bill, Claire, veio para fora e perguntou se Will era o novo namorado de Jane.
Jane sorriu educadamente e agradeceu-lhes por informa-la. Ela não estava prestes a dar a Claire, uma mulher muito bonita, mas um das piores fofoqueiras do bairro, qualquer informação.
Ela alimentou as crianças, elas fizeram a lição de casa, e depois que foram para a cama, ela leu os classificados, tomou banho, então abriu a porta do armário onde escondia seu espelho de corpo inteiro.
Isso era estúpido. Ela raramente se olhava nua. Normalmente, depois que ela tomava banho passava um creme, sempre tentando evitar se ver por um momento no espelho do banheiro. Sabia o que esperava por ela lá, decepção. Depois que Vic a deixou, parou de se importar com ela porque não havia ninguém por perto para impressionar.
Mas Chelsea estava certa. Estava na hora de dar um olhar crítico em seu corpo, especialmente se o definido e musculoso Will possivelmente iria tocá-la.
O pensamento a fez fechar os olhos e estremecer. Ela tinha trinta e dois anos de idade. Ela tinha duas crianças. Will era solteiro e sem dúvida acostumado a um corpo liso, imaculado que não tivera dois bebês.
Caramba.
Poderia também acabar com isso. Ela acendeu a lâmpada grande e abriu os olhos.
Uau. Ela precisava desesperadamente de um corte de cabelo. Isso estava uma bagunça. E as sobrancelhas quase tinham alcançado o status de monocelha e estavam precisando desesperadamente de depilação. Dando uma olhada para o sul, ela percebeu outras partes que poderiam ser depiladas, também.
Ugh. Ser solteira e sem um homem tinha vantagens. Encontros exigiam preparação. Fez uma nota mental para ligar para sua cabeleireira, Phoebe, para um horário amanhã, respirou fundo e continuou sua autoavaliação.
Seio cheios e não muito flácidos, ainda. Na verdade, desde que ela frequentemente arrastava livros didáticos pesados por ai e Tabby ainda gostava de pular em seus braços e ser segurada e carregada, ela tinha bons ombros e braços fortes e os seios dela ainda estavam em boa forma. Oba para peitos empinados! Embora houvessem estrias lá, porque ela tinha amamentado. Ela estava orgulhosa dessas marcas, bem como as que haviam em sua barriga.
Ela passou as mãos pela barriga, lembrando-se de estar grávida dos seus dois filhos. Ela sorriu e desafiava qualquer homem que não apreciasse o trabalho que fez por trazer suas crianças ao mundo.
Sua cintura era estreita, seus quadris largos e agradáveis e, o que você sabe sobre isso? Chelsea estava certa, ela pensou, enquanto se virava de lado para isso. Ela era alta, tinha pernas longas. Pernas longas, e ainda bem torneadas. Ela ainda pensava que as coxas eram um pouco grossas, mas dane-se. Ela virou de lado e decidiu que sua bunda era bem arredondada. E bundas grandes eram a moda agora, não eram?
Se um homem não podia apreciar seu corpo, ele podia ir à merda. Não estava tão ruim quanto ela pensava, e talvez precisasse começar a se vestir melhor para aprecia-lo. Estava na hora de fazer algumas compras, na Goodwill, que frequentemente tinha roupas no brechó a preços de pechincha. As pessoas jogam fora roupas incríveis que apenas vestiram. Ela poderia não ter muito dinheiro, mas sabia como fazer compras.
Determinada a conseguir um corte de cabelo, depilação, e encontrar roupas que realmente coubessem, ela se sentiu muito melhor quando foi para a cama.
Mas havia uma coisa que ela precisava fazer primeiro. Ela pegou o telefone e discou o número de Will.
— Ei,— ele disse quando atendeu no segundo toque. — O que você está fazendo?
— Sentada na cama. Eu queria agradecer-lhe por cortar minha grama. Por que você fez isso?
— Porque precisava ser cortada e seu horário atual não parece ter tempo suficiente para isso. Eu tenho muito mais horas vagas do que você.
— Eu ia fazer.
— Eu tenho certeza que ia. Mas agora está feito, e esse foi o meu suado exercício ao ar livre pelo dia inteiro, realmente, você estava me fazendo um favor.
Ela sorriu. — Nesse caso, de nada.
— Você teve um bom dia hoje? — Ele perguntou.
Ela adorava que ele se importasse o suficiente para perguntar. — Foi tudo bem. Tão emocionante quanto a matemática pode ser.
— Eu nunca tive professoras de matemática tão bonitas quanto você. As minhas eram todas velhas, com cabelos grisalhos e expressões severas em seus rostos, como se seus sapatos estivessem muito apertados.
— Tenho certeza que você está exagerando. A maioria das professoras de matemática são lindas e sexy.
Ele riu. — Claramente fui para a escola errada.
— Claramente.
— Então você pensou sobre aquele encontro?
Tudo o que ela tinha pensado era aquele beijo. E ela queria mais. — Um pouco.
— Que tal sábado à noite?
Isso lhe daria tempo de sobra para cuidar de seus cabelos e sobrancelhas e... outras áreas, e fazer algumas compras e pedir para seus pais cuidarem das crianças. — Uh, tudo bem. Claro. Obrigada. Você tem certeza que quer sair comigo?
— Jane. Eu realmente quero sair com você. Que tal eu pegá-la às seis e meia?
— Certo. Eu verei você às seis e meia de sábado.
— Você provavelmente me verá antes disso, mas nós temos um encontro sábado à noite.
Seu coração palpitou ridiculamente em seu peito. — Tudo bem. Boa noite.
— Boa noite, Jane. Tente sonhar comigo esta noite.
Ela desligou e colocou o telefone na mesa de cabeceira, sentindo-se um pouco tonta e enjoada e totalmente velha demais para se sentir assim.
Ela deslizou na cama e puxou o lençol por cima, então mexeu os dedos dos pés e olhou para o teto.
Ele a fez sorrir. Nenhum homem tinha feito isso em um tempo muito longo.
Tabitha e Ryan estavam entusiasmados para passar a noite com seus avós. Desde que Jane raramente se apoiava em seus pais, as crianças não ficavam com frequência, algo que os pais dela reclamavam, e as crianças também. Mas ela precisava assumir a responsabilidade pelos seus filhos e não jogá-la sobre outra pessoa. Já era ruim o suficiente o pai deles tê-los abandonados. A última coisa que eles precisavam era se sentir abandonados por sua mãe.
— Você sabe que está sendo ridícula sobre isso, — sua mãe disse. — Nós amamos ficar com as crianças.
— Eu sei que gostam. Mas eles também são minha responsabilidade, mãe.
Ignorando o argumento inevitável, sua mãe disse, — Então… um encontro?
Outra razão pela qual não queria que seus pais ficassem com as crianças hoje à noite. Ela sabia que essa conversa iria surgir, e ela não queria conversar com a mãe sobre Will. Jane originalmente queria dizer a sua mãe que ela precisava de uma noite fora sozinha, mas se alguém os visse, na segunda-feira, sua mãe saberia e então Jane estaria em apuros pela mentira de omissão, então ela ia esclarecer.
Então ela planejou pegar as crianças depois de seu encontro, mas sua mãe achou uma melhor ideia que as crianças passassem a noite.
— Você tem certeza de que está tudo bem? — Jane perguntou.
— Claro. Adoramos passar um tempo com as crianças. Além disso, você poderia ter um pouco de ação, — sua mãe disse com uma piscada.
— Mamãe. Honestamente. — Jane tinha corado dez tons de vermelho, embora ainda não tivesse pensado em nada além de ver Will nu nos últimos três dias. Ela não admitiria isso para sua mãe.
— O quê? — Sua mãe perguntou. — Você tem vivido como uma freira desde que Vic a deixou. Está na hora de ter alguma diversão. E um pouco de sexo. Griffin é um grande sujeito. E quente. Se a oportunidade se apresentar, pule nele.
— Eu não estou tendo esta conversa com você, mamãe, — Jane disse, em seguida, correu para fora, onde seu pai estava entretendo as crianças na piscina. Ela beijou a todos e se despediu e saiu para que pudesse ir para casa e se preparar para seu encontro.
Ela levou as crianças cedo assim teria tempo para decidir o que vestir. Ela fez depilação uns dias atrás. Hoje que foi cortar o cabelo e Phoebe insistiu que seu cabelo estava monótono e ela precisava destacar. Ela argumentou que cabelo castanho era cabelo castanho e não havia muito que se poderia fazer para torná-lo melhor. Além disso, ela não podia pagar um novo penteado extravagante, mas Phoebe tinha lhe dado um desconto e ela cedeu. Os destaques eram sutis e lindos e realmente fizeram a diferença, iluminando seu rosto. Ou talvez fosse a sobrancelha depilada, o que fez seus olhos parecerem mais redondos e verde brilhantes. Ela não tinha ideia. Ela só sabia que se sentia melhor.
Mas agora ela tinha que decidir o que vestir. Ela escolheu três vestidos, mas precisava da ajuda de Chelsea. Ela ligou, e Chelsea disse que estava preparada para o telefonema e sabia que Jane iria precisar dela. Ela veio em seguida e viu as roupas que Jane selecionou.
— Sério, Jane? — Chelsea perguntou. — Esses são os vestidos que você comprou?
Jane olhou para a cama onde ela colocou os vestidos. — Bem, sim. O que há de errado com eles?
Chelsea suspirou. — Garota, quando foi a última vez que você saiu?
Ela enrugou o nariz e fez as contas. — Treze anos atrás?
— Ugh. Eu sabia que isso poderia ser um problema. Você se esqueceu como ser sexy. Eu trouxe algumas coisas.
— Chelsea, espere, — Jane disse, mas Chelsea já tinha saído do quarto. Ela voltou alguns minutos depois com uma braçada de saias e tops e outras coisas que Jane já podia dizer que não caberia nela e ia ficar muito curto.
— Não posso usar aqueles.
— Claro que pode. — Chelsea olhou para Jane, então para a pilha que ela jogou na cama. Ela pegou uma minissaia de cor champanhe pecaminosamente adornada com lantejoulas e peninhas. — Tente essa aqui.
Jane se afastou como se a saia tivesse uma doença contagiosa. — Acho que não. Eu quero dizer, sim, sou solteira, mas não o mesmo tipo que você, Chelsea. Eu não tenho suas pernas esbeltas ou sua fantástica bunda.
Chelsea sorriu. — Você acha que tenho uma bunda fantástica?
Jane revirou os olhos. — Essa realmente é a noite de “admirar a Chelsea”?
Chelsea empurrou a saia para ela. — Você está certa. Vamos deixar meus elogios para outra noite. Coloque a saia, Jane.
Ela agarrou a saia. — Tudo bem. Mas se você rir de como fiquei ridícula nela, não seremos mais amigas.
— E coloque esse top na parte de cima, também. E esses sapatos.
Horrorizada, Jane revirou os olhos. — Eu realmente odeio você.
— Você não vai quando vir o quão sexy ficará nessa roupa.
Duvidando até mesmo que conseguiria passar a saia pelo quadril, ela soltou seu robe e levantou a saia. Surpreendentemente, ela se ajustou. Assim como o top colante de seda, pêssego, sem mangas que caiu como uma luva.
— Não se esqueça dos sapatos.
— Eu não posso andar com eles.
— Will pode ajudá-la a andar.
Jane riu, mas subiu nos sapatos de saltos ridiculamente altos. — Eu me sinto com um metro e oitenta nessas coisas.
— Mas suas pernas estão incríveis. Agora se vire e se olhe no espelho.
Ela fez, ofegando com a transformação.
Ela estava deslumbrante. Ela teve que se segurar em Chelsea para rodopiar e se virar para ver seu corpo, mas tinha que admitir, era uma deusa do sexo nessa roupa. Suas pernas realmente pareciam surpreendentes. A saia roçava suas coxas, e o top drapeado caia como uma luva. Também tinha um decote muito revelador.
— Uau.
— Eu sei, certo? — Chelsea disse, sorrindo.
— Essa é uma roupa linda, Chelse, — Jane disse, virando-se para ela. Ela deslizou fora dos sapatos de saltos. — Mas não é para mim.
— Ah, bem. Eu percebi isso. Mas queria que você percebesse o quanto é linda.
— Entendi. — Ela agarrou Chelsea e a abraçou. — Obrigada por isso.
Ela acabou escolhendo uma saia listrada preta e branca que se ajustou em seu quadril e ficava um pouco acima dos joelhos, junto com uma camiseta preta com um decote atrás. Ligeiramente suave, mas também sexy. Ela também se decidiu pelos novos sapatos de saltos pretos que comprou e não iriam dar-lhe uma hemorragia nasal.
Ela estava satisfeita com sua aparência e Chelsea pronunciou seu linda de morrer, fresca, e sexy, o que estava bom o suficiente para ela.
Chelsea saiu de lá cerca de quinze minutos antes de Will chegar, deixando Jane com tempo suficiente para refletir sobre joias e retocar sua maquiagem, que deixou bem suave, mas adicionou um pouco de brilho antes que ele tocasse a campainha.
Seu estômago se apertou e ela respirou fundo, alisando sua saia, e foi para a porta.
Ele estava de tirar o fôlego de calça jeans escura de abotoar, camisa de manga comprida com as mangas arregaçadas.
— Oi, — ela disse.
Ele estava olhando para ela, e enquanto falava, ele levantou a cabeça. — Ei. Você está linda.
Ela sorriu. — Obrigada. Eu não tinha certeza de onde estávamos indo.
— Você está perfeita para onde estamos indo. A menos que você só queira ficar em casa.
Seu sorriso morreu. — Você quer ficar em casa?
Ele riu. — Não. Eu estava brincando.— Ele segurou o braço dela. — Vamos, Cinderela. Hora da sua noite fora.
Sentia-se como Cinderela. Ela estava saindo para um encontro hoje à noite.
— Você gosta de comida asiática? — Ele perguntou depois que estavam no carro.
— Eu gosto de qualquer comida que não vem com um personagem vestido por cima e jogo de bolas depois.
Ele riu. — Você está com sorte então, porque não tem nada disso hoje à noite.
Ele entrou na autoestrada e se dirigiram para Tulsa. Ela não ia a Tulsa frequentemente, a menos que por um alguma razão precisasse ir até o centro comercial, que normalmente era só para fazer compras de Natal. Então, quando a levou para a Praça de Utica na frente do P.F. Chang’s, ela achou que esse ia ser o melhor encontro que teve em um tempo muito longo.
Certo, então ele era o único encontro que ela teve em um tempo muito longo.
— Isso servirá? — Ele perguntou.
— Servirá. Obrigada.
Ele colocou a mão na parte inferior das costas dela e a levou para dentro. Ela tinha esquecido o que sentia quando um homem colocava a mão sobre ela. Foi só um leve toque, realmente, mas que significou tanto. Era um sinal, um “Ei, nós estamos juntos”, ou esse tipo de coisa.
Ela estava sendo boba. Não significava nada. Eles estavam jantando. Ele sentiu pena dela, porque estava vivendo como uma freira nos últimos dois anos. Ela devia parar de ler qualquer coisa nisso.
Só que tinha havido aquele beijo.
O ambiente escuro no interior era bom, mas não havia nada de romântico sobre P.F. Chang’s. Em um sábado à noite, o lugar estava repleto de atividade. Will, sendo um cara inteligente, fez reservas, por isso eles foram levados rapidamente para sua mesa, uma contra a parede.
Sua garçonete apareceu imediatamente com seus menus e disse que voltaria logo para anotar o pedido das bebidas.
Will leu o menu, enquanto ela o olhava escondido. Quando ele a espiou por cima de seu menu, ela rapidamente olhou para baixo.
— O que você está pensando em termos de bebida?
Ela não tinha nenhuma ideia. Normalmente quando ela saia, era para o Chuck E. Cheese’s ou Incredible Pizza, onde havia um bufê ou jogos para as crianças correrem e brincar. Bebidas consistiam em refrigerante. Esse era um menu de adulto, e ela não levava seus filhos para restaurantes de adulto. Um, porque eles são caros e era um desperdício de dinheiro que ela não tinha, e dois, porque esses tipos de restaurantes não eram divertidos para seus filhos.
— Uh, não tenho ideia. Como você pode imaginar, não saio muito.
Ele lhe deu um sorriso enviesado, e seu estômago se apertou. Realmente, tudo o que ela queria era beijá-lo novamente. Nada como uma mente obcecada.
— Que tal um pouco de Saquê?
— Claro. Isso soa muito bem.
Quando a garçonete voltou, pediu para ambos.
— Você está com fome? — Ele perguntou.
— Faminta, na verdade. — Ela esteve tão focada em preparar-se para o encontro, que tinha esquecido de comer muito hoje.
— Bom. Que tal um aperitivo? Os rolinhos de alface são bons.
— Parece fantástico. — Com a menção de comida, seu estômago roncou. Sim, ela definitivamente precisava comer, especialmente se fosse beber. Ela era um peso leve no departamento do álcool, assim, comer era primordial se queria ficar sóbria.
A garçonete trouxe o saquê deles e Will pediu o aperitivo.
— Você gostaria de pedir o jantar agora, ou esperar mais um pouco? — A garçonete perguntou.
Will olhou para Jane. — Oh, não olhei para isso ainda. Desculpe.
— Vamos esperar,— ele disse para a garçonete, que partiu.
— Eu acho que devo escolher o que quero comer.
— Não há pressa, Jane. Nós não temos um horário aqui. Basta sentar e apreciar a sua bebida.
— Certo. Estou tão acostumada com a minha vida sendo programada. Comer fora com as crianças normalmente significa argumentos e eu querendo chegar em casa assim que humanamente possível.
Ele colocou a mão sobre a dela. — Hoje não. Relaxe.
O contato foi elétrico, a energia de sua mão sobre a dela disparando através de suas terminações nervosas e golpeando todos aqueles pontos que não tinham sido tocados em um tempo muito longo. Ela tomou um vigoroso gole de saquê, com os olhos lacrimejando.
— Uau, — ela disse, contente porque tinha um copo de água na mesa para tomar junto.
— É um tanto quanto forte, — ele disse. — Talvez você queira bebericar.
— Agora que você me diz. — Mas depois disso ela bebericou, e gostou do sabor. — Eu nunca bebi saquê antes. É interessante.
— Saquê e cerveja são bons juntos, também. Uma noite quando tivermos um motorista designado, vou te pegar para brindarmos sobre isso.
— Ei, não sou a pessoa que está dirigindo.
Ele chamou a garçonete e pediu uma cerveja asiática e outra rodada de saquê.
Seus olhos se arregalaram. — Eu estava brincando, você sabe.
— Eu estou falando sério.
Ela arqueou uma sobrancelha. — Você que me embriagar?
— Em um piscar de olhos. Mais fácil de tirar vantagem de você desse jeito.
Como se o saquê já não a tivesse feito suar, suas palavras a deixaram em chamas. — Entendo. Você vai ter que ir um pouco mais devagar, Will. Estou fora de forma.
Ele sorriu para a garçonete quando ela trouxe a cerveja e o saquê, juntamente com os rolinhos de alface, em seguida, voltou sua atenção para Jane. — Eu não sei sobre isso. Parece que você está indo bem.
Ela tomou um gole da cerveja, também surpreendentemente boa. Provavelmente um pouco boa demais, porque ela começou a sentir o zumbido. — Só me pare se eu começar a tirar a roupa e subir na mesa para dançar.
— Devidamente anotado. Aqui, tem um pouco de comida. — Ele colocou um pouco de frango sobre um pedaço de alface, enrolou, e deslizou um prato através da mesa na frente dela.
Ela não queria comer. Ela queria que essa sensação agradável e descontraída continuasse e não queria que a comida arruinasse isso. Ela não se sentia desse jeito por muito tempo. E ela não tinha filhos ao redor, nenhuma responsabilidade, não precisava se preocupar com Ryan e Tabby discutindo ou lançando coisas e falando muito alto ou querendo ir jogar. Ela podia se sentar e ter uma conversa adulta. Quando foi a última vez que isso aconteceu?
Chelsea estava certa. Ela merecia isso. Mas ela também não queria acabar no chão após a primeira meia hora, então ela deu uma mordida no enroladinho, que era, oh, tão bom.
— Eu aposto que você faz muito isso, — ela disse, tentando não devorar o enroladinho em duas mordidas uma vez que percebeu o quão faminta realmente estava.
— O que?
— Sair. Comer. Encontros.
Ele fez um enroladinho para si e deu uma mordida. Ele mastigou pensativamente, tomou um gole de água, em seguida, recostou-se na cadeira. — Bem, eu como.
Ela o olhou fixamente. — Você sabe o que quero dizer.
— Eu sei o que você quis dizer. E não, não saio muito. Nos últimos anos estava no turno da noite. Não há muitas mulheres para encontros, durante o dia.
— Você tinha os fins de semana, no entanto.
— Eu trabalhei no turno da noite em um monte de finais de semana, também. Eu não era o homem no alto da hierarquia. Você fica com os piores turnos quando está lutando por uma promoção.
— Oh. Eu não tinha pensado sobre isso. Deve ter realmente ferrado com a sua vida social.
— Que vida social?
— Certo. Devidamente anotado. Então, o que você tem feito?
Ele deu de ombros. — Dormir. Ir à academia. Rondar a sua casa ou sair para uma cerveja com meus amigos quando tenho tempo livre.
— Parece tão excitante quanto a minha vida.
Ele lançou-lhe um sorriso. — Menos as crianças, mas sim, é difícil ter um relacionamento quando você sabe que não vai ser capaz de levar uma mulher para sair em uma sexta-feira ou sábado à noite, ou quando sabe que seu horário vai ser o beijo da morte, antes que possa começar qualquer coisa.
Ela ergueu o saquê. — Bem-vindo de volta ao horário normal de trabalho, então, Will.
Ele tiniu seu copo de água contra o saquê dela. — Obrigado. É bom estar na terra dos vivos novamente. E o mesmo para você.
Ele tinha razão. — Obrigada. É bom estar sem as crianças. Eu não consigo conversar com adultos frequentemente.
— Você deveria ter saído bem antes.
Ela respirou fundo. — Era importante as crianças me terem por perto.
— Durante algum tempo no princípio, sim. Por dois anos? Vamos. Você não precisa sacrificar sua vida inteira só porque Vic tomou partiu.
Ela ergueu a cerveja e tomou um longo gole. — Oh, que tal não falarmos sobre Vic hoje à noite?— Ou… nunca.
— Claro. Certo, me desculpe.
— Não. Desculpe. — Ela virou-se para ele. Ela não estava se transformando em um encontro divertido?
— Você não tem que se desculpar. Você tem o direito de não querer falar sobre… isso.
— Não, preciso parar de fingir que ele não existe. Eu só queria uma noite agradável sem pensar em meus filhos ou no meu ex-marido. É egoísmo da minha parte?
Ele pegou a mão dela, e havia energia novamente. — Você tem o direito de ter tudo que quiser hoje à noite.
— Esse é um pensamento perigoso.
— Não, não é.
— Sim, é. Eu sou, afinal, com um policial.
Seu olhar ficou escuro. — Você tem intenções ilegais?
— Eu não sei. Talvez. Como eu disse, não saio muito. Eu poderia querer deixar minha garota má interior sair hoje à noite. E se eu quiser ir nadar nua no lago?
— Eu posso fazer isso acontecer.
Ela riu. — E você me protegeria quando a nossa policia local aparecesse para me prender.
— Acontece que sou o melhor amigo de um policial local. Então, sim, você está livre.
— Bom saber.— Não que ela faria isso, mas era divertido pensar.
Will observou a miríade de emoções atravessar o rosto de Jane.
Deus, ela estava bonita hoje à noite, com os cabelos soltos como uma cascata escura ao redor de seus ombros. E aqueles ombros nus estavam deixando-o louco. Ele queria beijá-los. Ou, pelo menos, começar por aí, e seguir seu caminho até o pescoço, talvez mordiscar um lóbulo da orelha, em seguida, seus lábios.
Sua boca estava distraindo-o. Ela tinha brilho hoje à noite, chamando atenção para seus lábios, que eram cheios e adoráveis. Ele estava ficando duro, provavelmente uma coisa ruim para fazer no restaurante.
Ele ajeitou o guardanapo no colo.
Ela estava tão tensa e nervosa no inicio, que era bonito, porque era tão óbvio que ela não estava acostumada a sair em encontros.
Inferno, ele estava um pouco enferrujado, também. Ele queria que essa noite fosse boa para ela. Ele queria que tudo fosse bom para ela. Ele queria fazê-la rir, e então mais tarde, queria fazê-la gritar de forma divertida.
— Então, você está pronta para ficar nua e nadar agora, ou esperamos até depois do jantar?
Seus lábios se curvaram. — Não seja ridículo. Ainda não está escuro. E o parque ainda está em aberto. Muitas pessoas vagando ao redor para ver a minha bunda nua.
— Tudo bem. Vamos fazer depois do jantar. Quando o parque fechar.
Jane amava o senso de humor de Will. E por falar em jantar… seu zumbido contínuo lembrou-lhe que precisavam pedir. Ela pegou o menu e o leu. E da próxima vez que a garçonete aparecesse, eles pediriam a comida.
Ela queria que isso durasse a noite toda.
Pela próxima hora, Jane se perdeu na conversa e em uma das melhores refeições que teve em muito tempo para se lembrar. Quando Will pagou a conta, ela estava cheia, e seu zumbido tinha diminuído um pouco.
— Obrigada por isso, — ela disse enquanto ele segurava a porta do carro aberta para ela.
— O prazer é todo meu.
Não, era definitivamente dela. Ela iria se lembrar por muito tempo.
Imaginando que ele a levaria para casa, ela se surpreendeu quando eles se dirigiram para o centro da cidade, e ainda mais surpresa quando eles acabaram estacionando em frente ao Cain’s Ballroom.
— Eu pensei que talvez você gostasse de um pouco de música.
— Eu amo música.
Ele segurou a mão dela enquanto atravessavam a rua e continuou a segurá-la quando eles entraram. — Há uma banda de rock indie tocando hoje à noite. Ouvi dizer que eles são muito bons, então pensei em dar uma oportunidade.
Eles eram mais do que bons. Ela e Will ficaram em pé o tempo todo, dançando e baixando a música da banda, que era um pouco alternativa, muito alta, e barulhenta. Ela estava suando muito quando a banda fez uma pausa e eles se dirigiram em direção ao bar.
— Uma cerveja? — Ele perguntou.
Ela balançou a cabeça e optou por um refrigerante em seu lugar. Will fez o mesmo.
— Você não tem que recusar uma cerveja só porque eu não estou com uma, — ela disse.
— Eu não estou. Estou dirigindo, e as bebidas que tomei no jantar foram mais do que suficientes.
E ele era responsável, tão diferente de seu ex, que ela se lembrou que não ia pensar nele essa noite.
Eles se debruçaram contra o bar. Jane tomou um longo gole de sua bebida para acalmar-se.
— Eu amo essa banda, — ela disse. — Foi muito gentil da sua parte me trazer.
— Estou feliz que você tenha gostado deles. Um amigo meu os ouviu na última vez que eles estiveram na cidade e tinha coisas boas para dizer sobre eles, então achei que não faria mal entrar e vê-los. Eles são melhores do que eu pensava que seriam.
— Obviamente você gosta de música, — ela disse.
Ele acenou com a cabeça. — Todos os tipos. E eu tento sair para ouvir um monte de músicas diferentes sempre que posso. Será muito melhor agora que tenho minhas noites livres. A música ao vivo é sempre melhor. Eu me lembro de quando Vic e eu íamos a esses shows com as bandas promissoras…
Ele parou. — Desculpe-me.
— Está tudo bem. Não podemos fingir que ele não existe.
— Eu sei que você gostaria.
Ela deu de ombros. — Ele era uma parte de sua vida, tanto quanto era uma parte da minha. — Nunca ocorreu-lhe que a partida de Vic provavelmente ferisse Will tanto quanto a feriu, embora por razões diferentes. Will e Vic cresceram juntos, haviam passado pelo ensino fundamental e ensino médio juntos.
Will tinha conhecido Vic quase toda a sua vida. E Will estava de um lado da lei, enquanto Vic estava definitivamente do outro.
Provavelmente o matou ver Vic indo por um caminho tão autodestrutivo, e então desaparecer completamente.
Eles retornaram para suas cadeiras e esperaram a banda voltar. — Vic nunca conversou com você sobre nada disso? — Jane perguntou.
Will olhou para ela. — Sobre o que?
— Seus problemas. Sua partida?
Will balançou a cabeça. — Eu sabia que ele lutava com as drogas e álcool. Ele sempre gostou de beber, provavelmente mais do que alguns de nós. Sabe quando você é mais jovem, não presta muita atenção a isso. As drogas não vieram até mais tarde, e eu não sabia sobre isso até que ele estava fortemente envolvido. Ele era bom em esconder isso.
Ela se inclinou para trás em sua cadeira. — Conte-me sobre isso. Ele era tão bom em mascarar tudo, em parecer normal, pelo menos por um tempo.
Ele colocou o braço no encosto de sua cadeira. — Nós não temos que falar sobre Vic. Eu sei que a deixa para baixo.
Ela se virou para ele. — Na verdade, isso não acontece. Não mais. Estou triste pelos meus filhos, é claro, porque são jovens demais para entender. Mas já superei o sumiço dele.
— Ver-me a faz se lembrar dele.
Os dedos dele acariciavam seus ombros. Perturbador. Mas bom. — Faz, mas não da maneira que você pensa. Eu queria saber como você se sentiu sobre isso, sobre ele. Nós nunca conversamos depois que ele partiu. Eu fui tão egoísta, preocupada com as crianças. Nunca perguntei como você lidou com isso.
Will deu de ombros. — Eu estava chateado com o que ele fez, não só com você e as crianças, mas com ele mesmo. Ele tinha tantas coisas. Um ótimo trabalho, uma mulher e família incríveis. Ele jogou tudo fora pelas drogas e álcool. Eu tentei conversar com ele, mas, bem, você sabe como era.
Ela assentiu com a cabeça. — Sim, eu sei. Seus demônios eram poderosos e irresistíveis. Eu não consigo entendê-lo. Eu nunca pude. Mas eles dominaram sua vida e ele não podia vencê-los.
— Parece-me que ele nem sequer tentou. Isso é o que me deixa tão irritado. Ele não lutou contra o vício.
Essa era normalmente a parte onde ela parava, porque era tão doloroso falar sobre isso. Nenhuma mulher queria sentir que não valia a pena lutar por ela, por isso que sempre que alguém queria conversar sobre Vic, ela se fechava e se recusava a permitir a conversa. Ela viveu no inferno por todos aqueles anos, implorou que Vic fosse para a reabilitação, ameaçou deixá-lo. Ela fez tudo o que podia para deixar claro o que ele estava perdendo. E ele ainda escolheu o vício acima dela e suas crianças.
O que isso diz sobre ela? Ela se perguntou inúmeras vezes ao longo dos últimos dois anos, e não tinha gostado da resposta. Finalmente, ela parou de fazer a pergunta, e se recusou a assumir a culpa pelas falhas de Vic.
— Não foi minha culpa. Ele foi o único que não conseguiu.
Will franziu a testa. — O que? Claro que não foi sua culpa, Jane. Vic é o culpado disso tudo. Você sabe disso, certo?
Ela assentiu com a cabeça. — Levei um tempo para perceber isso. Por um longo tempo me culpei. Tentei descobrir onde falhei com ele, até que percebi que ele era o único fraco. Ele era o único que falhou. Não eu. Eu estava lá para ele. Eu teria feito qualquer coisa por ele. Ele se afundou tanto naquela coisa que amava mais que eu e os filhos que não podia ver direito.
— Eu sei. Acredite em mim, eu sei. Eu não posso te dizer quantas vezes tentei falar com ele. Inferno, me ofereci para pagar a reabilitação se ele fosse.
Ela lançou-lhe um olhar. — Você se ofereceu?
— Claro que sim, ofereci. Ele era meu melhor amigo. Eu teria feito qualquer coisa para salvá-lo. Ele não queria isso. Ele riu de mim e disse que preferia ter o dinheiro para outra dose.
Ela balançou a cabeça, não tão surpresa do que Vic disse para Will. Mas se surpreendeu que outra pessoa teve que passar pelo que ela passou. — Eu sinto muito.
— Não sinta. Isso me fez acordar.
— Sim, tive muitos desses despertar. Eu parei de tentar ajuda-lo, também. Você não pode ajudar alguém que não quer ajuda.
A banda começou de novo. Will estendeu a mão. — Vamos sacudir e dançar.
— Oh, acho que não.
— Sim. — Ele puxou sua mão e ela foi com ele para a pista de dança. Só levou uns segundos para ver Will fazer um passo fora do ritmo fazendo o marasmo desaparecer. Ela riu e começou a dançar com ele. Logo a pista de dança estava lotada e ela e Will estavam sendo empurrados um contra o outro. Ela teve que se aproximar dele para se proteger.
Eles ficaram lá para a próxima música. Jane precisava se livrar da tensão, e gostava que Will pouco se importava que ele não soubesse dançar. Ele parecia estar se divertindo.
E quando a banda diminuiu o ritmo na música seguinte, ele a puxou em seus braços e a abraçou. Ela suspirou e desfrutou do abraço, a difícil conversa sobre o ex dela foi esquecida.
— Agora essa parte eu posso fazer, — ele disse, os lábios perto de seu ouvido enquanto eles dançavam.
Sim, ele a tinha abraçado muito bem, seu quadril roçando contra sua coxa, seus seios contra seu tórax e sua mão apertou firme a dela. Quando seus dedos traçaram aquele ponto nu nas suas costas, ela estremeceu. E quando ele se afastou para que pudesse olhar para ela, aqueles olhos cor de uísque estavam cheios com uma fome que combinava com a dela.
— Pronta para sair daqui?
Ela assentiu com a cabeça. Ele tomou sua mão e a levou para o carro. Uma vez lá dentro, ele pegou a estrada, e ela mais uma vez ficou impressionada pelo cuidado que ele tomava quando dirigia.
Vic sempre tinha sido tão imprudente. Sempre que eles saíam, ele normalmente bebia demais. O que significava uma luta tentando tomar as chaves dele assim ela poderia dirigir, ou ficar aterrorizada todo o caminho para casa, esperando que ele não os matasse na estrada. Era um alívio estar com um cara que não bebia demais e não dirigia muito rápido.
Levou um tempo para perceber que ele não estava levando-a para sua casa. Em vez disso, uma vez que eles entraram na cidade ele tomou o caminho para o parque. O parque estava fechado, mas ele estacionou na frente do lago.
— Você sabe que não vou me despir e nadar nua, — ela disse.
Ele soltou o cinto de segurança e olhou para ela. — Eu não posso te dizer o quão profundamente desapontado estou ao ouvir isso.
— No entanto, se você pretende dar um mergulho sem roupa, por favor, vá em frente. Eu vou assistir.
— Você iria, não é?
Mesmo no escuro, ela pegou o brilho em seus olhos. O carro de repente parecia muito quente e seus mamilos duros, seu sexo despertou com latejante necessidade.
Sim, ela tinha uma imaginação muito viva, e quando Will saiu do carro, seu primeiro pensamento foi que ele realmente ia tirar a roupa para dar um mergulho. Ela se perguntou se ele se importaria se ela tirasse algumas fotos para recordar a ocasião.
Entretanto ele veio para o seu lado e abriu sua porta. — Vamos. Vamos dar um passeio.
— O parque está fechado, você sabe.
— Meu amigo Luke é um policial e ele está de serviço hoje à noite. Eu prometo a você que ele não vai nos prender.
— Tem certeza?
Ele pegou o telefone e apertou um botão, esperando enquanto tocava. — Ei… sim, sei que você está trabalhando, é por isso que estou ligando… não, nada está errado. Minha amiga Jane e eu estamos no Parque de Hope, dando um passeio ao redor do lago. Então se você fizer a ronda e ver meu carro, não venha nos prender, certo?
Jane viu como seus lábios se curvaram. Ele olhou para ela.
— Não, nós não vamos nadar pelados, idiota.
Jane reprimiu uma risada.
— Sim, vejo você na academia.
Ele desligou. — Sente-se melhor agora?
— Sim. Eu acho que vale a pena ter amigos nos lugares certos.
— Às vezes vale.
O lago estava bonito hoje à noite. A lua lançava seu brilho prateado sobre o lago, a água, de modo que Jane tinha certeza que podia andar sobre ela. A noite estava tranquila, apenas os dois vagando por lá. E porque ela confiava que Will a manteria a salvo, estava disposta a caminhar ao longo do caminho na beira do lago com ele. Ele a levou para um banco de piquenique próximo à água, então a deixou sobre ele, subindo sobre o assento para que pudesse aninhar seu corpo contra o dela.
Os únicos sons ocasionais eram os grilos e gafanhotos. Caso contrário, estava tão quieto que ela podia ouvir a batida selvagem de seu de coração batendo rápido contra seu tórax. Tendo Will perto dela deixava-a respirando ofegante. E quando ele enfiou os dedos pelos cabelos dela e roçou os lábios contra os dela, ela se lembrou de quanto tempo tinha passado desde que sentiu essa sensação de antecipação, esse abandono selvagem e o desejo agudo que ameaçava roubar seu fôlego.
Muito tempo. Ela passou levemente as unhas pelos braços dele, e foi recompensada com seus gemidos em resposta. Ele se moveu entre as pernas dela e aprofundou o beijo, puxando-a contra ele, envolvendo um braço ao redor dela para aproximá-la mais, para que seus corpos se encaixassem. Não era exatamente a mais modesta das posições desde que ela estava de saia, mas francamente ela não se importava muito. Ela ansiava pelo contato de seu corpo contra o dela, sua língua deslizando dentro e lambendo contra a dela. Ela ouviu um gemido suave, seu, enquanto sua mão vagava pelas costas e estabeleceu-se contra a sua bunda. Ela desejava que eles não estivessem em um lugar tão público, porque quanto mais íntimo ficavam, mais ela percebia que ele estava duro e ela úmida, e se eles estivessem na casa dela, poderia deixa-lo nu e eles poderiam estar fazendo sexo.
Eles se separaram, e ela estava decididamente feliz que ele estava com a respiração ofegante. — Essa foi uma ideia realmente ruim.
Confusa, ela olhou para ele. — Qual parte?
— Tê-la trazido ao lago. Eu tenho uma ereção e realmente quero colocá-la nessa mesa de piquenique, nua, e beija-la por toda parte. E isso me faria ser preso.
Ela não pôde deixar de rir. — Sim. Eu realmente não gosto de ficar nua em público. Vamos para minha casa e ficaremos nus em privado.
Ele tirou-a fora da mesa em tempo recorde e a deixou em pé, então agarrou sua mão. A caminhada de volta até o carro não foi o passeio vagaroso que eles deram antes, apesar de Will agarrá-la várias vezes e plantar vários beijos quentes, beijos profundos que a deixaram atordoada e tão ligada que ela estava começando a repensar sobre a parte de ficar nua no parque.
Eles finalmente conseguiram chegar ao carro, ambos sem fôlego. Ela afivelou o cinto de segurança, em seguida, olhou para Will, e para sua ereção muito perceptível lutando contra seu jeans.
— Talvez nós devêssemos acabar de fazer isso no carro, — ela disse.
Ele agarrou o volante, em seguida, olhou para ela, prendendo-a com um olhar de pura fome animal que a queimou. — Não me provoque assim porque eu poderia aceitar sua sugestão.
Ela engoliu em seco, a garganta tão seca que parecia que tinha areia permanentemente nela. — Dirija rápido. Certo, não tão rápido para quebrar qualquer limite de velocidade e seu amigo Luke tenha que pará-lo e demorar mais as coisas. Mas vamos para minha casa em uma espécie de pressa, certo?
— Sim. Entendido. — Ele ligou o carro e arrancou, guinchando os pneus um pouco enquanto rugia fora do parque. Ele se manteve um pouco acima do limite legal, as mãos tensas no volante o tempo todo.
Ela percebeu no momento em que voltou para a casa dela, que o bom senso tinha prevalecido e tinha esfriado um pouco.
Nem tanto. Ela agarrou o descanso para braço o tempo inteiro, e não foi por causa da condução de Will. Ele parou em sua calçada e ela tentou ser calma e racional, mas abriu a porta do carro, os dedos mexendo em sua bolsa pelas chaves. Will pegou dela enquanto eles corriam para a porta da frente. Com os dedos mais hábeis do que os dela, ele abriu a porta e ela entrou. Antes que ela pudesse encontrar o interruptor de luz, ele fechou a porta e tinha seus braços, e sua boca na dela.
Ela largou a bolsa no chão, suas mãos se enroscando ao redor do pescoço dele. Ela tinha que ficar na ponta dos pés para alcança-lo, mas precisava tocá-lo. Ele fez isso mais fácil para ela, segurando seu bumbum e levantando-a, pressionando-a contra a porta e prendendo-a lá com seu corpo.
Bom Deus, o homem era forte, segurando-a, beijando-a, devorando-a com os lábios e língua. Seus dedos escavando na carne de suas coxas e parecia gloriosamente, deliciosamente decadente. Ela tinha certeza que nunca foi querida dessa forma desesperada, e devolveu na mesma moeda, enredando os dedos no cabelo dele enquanto o beijava sem fôlego.
— Quarto, — ele disse, arrastando sua boca da dela e falando com ela enquanto seus lábios mapeavam uma trilha através de sua mandíbula e se fixavam em seu pescoço.
Ela reprimiu um gemido. — Eu não sei. Assim, em algum lugar.
— Nós vamos descobrir.
Ele virou-se e começou a caminhar no escuro, não menos.
— Direta, — ela o guiou, sua boca no pescoço dele, aquele lugar que ela tinha se fixado. Ela lambeu-o e ele esbarrou em alguma coisa, deixando escapar um palavrão.
— Desculpe-me. Há uma poltrona ai. Dê uma volta rápida ao redor dela e vá direto, passe pela sala de jantar e no final do corredor. Meu quarto é o último.
— Entendi. — Ele parou no meio do corredor para empurrá-la contra a parede e chupar naquele lugar sensível entre seu pescoço e ombro. Será que ela ficaria com um chupão amanhã? Ela não se importou porque calafrios percorriam pela sua coluna enquanto sentia ondas de tremores passando por ela.
Ele encontrou o quarto e segurou-a com uma mão enquanto abria a porta. Ele a fez se sentir leve e delicada enquanto se dirigia para a cama, ficou tão contente por ter mudado os lençóis e ter feito a cama hoje, por via das dúvidas.
Depositou-a na cama e desceu sobre ela, aquele peso delicioso de seu balanço contra ela enquanto ele movia seus lábios sobre o pescoço dela e mais abaixo. E quando ele espalmou a barriga dela, os dedos movendo-se sobre a parte superior de sua barriga, ela vibrou com a consciência e necessidade.
Ela tirou os sapatos e ele empurrou-a mais na cama, erguendo sua saia.
— Você cheira bem, — ele disse, enterrando o rosto no pescoço dela.
Suas mãos estavam por toda parte. Uma na coxa, avançando em direção a seu quadril, a outra levantando sua blusa e apalpando seu seio. Foi tudo acontecendo tão rápido, ela não podia acompanhar as sensações explodindo em todas as direções. E quando ele ergueu seu top sobre sua cabeça, tudo o que ela podia fazer era deitar-se e deixa-lo fazer do jeito dele, porque fantasiava sobre isso, queria isso e, oh Deus, precisava disso.
Até o momento em que ele estendeu a mão e acendeu o abajur de cabeceira.
Ela ergueu-se nos cotovelos. — O que você está fazendo?
— Eu quero ver você.
— Oh. Uh. — O desejo diminuiu. — Poderíamos talvez fazer isso no escuro?
Will levantou uma sobrancelha, então sorriu e empurrou os ombros dela. — Sem a menor chance, Jane. Você é linda e quero vê-la por inteiro.
Ela ergueu-se nos cotovelos de novo. — Will. Você sabe que dei a luz a duas crianças, certo?
Ele pairava sobre ela, com as mãos plantadas em cada lado dela. — Eu acho que você é linda, Jane. E sim, sei que você não tem mais vinte anos. Nem eu.
— Sim, mas você não tem estrias da gravidez.
Ele riu, em seguida, empurrou-a de volta na cama. — Não, eu não. Agora relaxe e deixe-me fazer amor com você.
Ela olhou para o teto, sua excitação anterior substituída pela apreensão. Seu rosto apareceu sobre o dela, e de repente ele estava beijando-a novamente. Beijos profundos, com alma que a fizeram esquecer de estar consciente de seu corpo e imperfeições. Ela estendeu a mão para ele, deslizou os dedos na maciez suave de seu cabelo. Ele colocou a mão em seu estômago, em seguida, sobre o quadril, gradualmente puxando sua saia para baixo. Ela o ajudou, levantando o quadril até a saia deslizar por suas pernas, deixando-a apenas de sutiã e calcinha.
Ele beijou seu pescoço novamente, evocando calafrios, em seguida, moveu os lábios sobre sua clavícula e a elevação de seus seios. Jane manteve os olhos bem fechados, não querendo ver Will decepcionado com ela. Mas quando ele tirou o sutiã e colocou a boca sobre seus mamilos, ela se esqueceu de tudo, exceto a maneira como ele dava prazer a ela, brincando com o mamilo, sugando-o. Seus olhos se abriram e ela teve que ver suas bochechas ocas quando ele tomou o mamilo em sua boca, em seguida, passou a língua sobre o botão sensível até que ela pensou que poderia morrer de prazer. E enquanto dava prazer ao seu seio carnudo, ele moveu a mão sobre o tórax e para baixo sobre sua barriga, deixando-a sem fôlego quando segurou seu sexo, arrancando um gemido quando enfiou a mão em sua calcinha para provocar e atormentá-la.
Suas costas se curvaram quando ela encontrou seus dedos investigadores. Ele habilmente sabia exatamente onde tocá-la, usando os dedos para mergulhar dentro dela, umedecendo-os, em seguida, circulando seu centro de prazer até que ela pensou que poderia morrer ali mesmo.
Estirada com a tensão, ela se balançava contra a mão dele, até que ele a trouxe para a borda.
— Vamos lá, baby, — ele sussurrou. — Goze para mim.
Suas palavras, tão sugestivas, tão obscuras e ricas em promessas, foram a sua perdição. Ela explodiu em um orgasmo que sentia estar contendo há anos, chorando contra ele enquanto se debatia em seus braços. Ele segurou-a enquanto gemia por ele, usando seus dedos habilmente para levá-la até a borda novamente. E então ele a puxou para a beirada da cama, tirou a calcinha e colocou a boca sobre ela, provocando-a com os lábios e língua.
Ela estava na seca por muito tempo, o calor e umidade eram a sua ruína. Ela gozou novamente, tão rápido dessa vez que foi quase embaraçoso. Mas Will não parecia pensar assim. Enquanto ela flutuava de volta ele sorriu, em seguida, levantou-se, e ela percebeu que ele ainda tinha todas as suas roupas.
Ela sentou-se. — Isso não parece justo.
— O quê? — Ele perguntou.
— Eu estou nua. Você não está.
— Estou prestes a corrigir isso.
Ele tirou a camisa, em seguida, abriu o botão da calça jeans. Ela não podia deixar de se fixar na saliência muito proeminente que pressionava contra seu zíper. E quando ele abaixou as calças e a cueca boxer, ela só conseguia dizer, — Oh, meu Deus.
Will sorriu, e ela levou um momento para apreciar o belo exemplar de homem que ele era. Ali estava alguém que cuidava de seu corpo. Ela o tinha visto muito na academia, e ele trabalhou duro para manter seu corpo em forma. Ele mostrou. Ele tinha força.
Agora ela tinha que testar sua resistência, porque tinha sido um longo período de seca para ela e tinha a intenção de fazer essa noite durar.
Abriu os braços para ele que veio até ela, beijando-a profundamente. Senhor, mas o homem sabia como beijar uma mulher até a inconsciência. E tinha seu corpo duro contra ela, finalmente, agora definitivamente era um sonho se tornando realidade. Ela passou as mãos em seus ombros e peito, e para baixo em sua barriga.
— Eu gosto de tocar você, — ela disse.
— Sinta-se livre para explorar, — ele disse, roçando os lábios nos dela.
Ela fez, para conhecer cada parte dele. Seu estômago era plano, com pelos muito finos, tão suaves ao toque. O único lugar que ele era suave, é claro. O resto dele estava coberto de músculo firmes.
Ela estendeu a mão para segurar seu eixo, e foi recompensada com a respiração ofegante dele. Ela começou a acariciá-lo, mas ele afastou a mão dela.
— Muito disso e vai ser muito rápido.
— Vamos deixar alguns pontos para explorar na segunda rodada, então.
Ele sorriu. — Eu gosto da maneira que você pensa.
Ele estendeu a mão para o chão e puxou um pacote de preservativos do seu jeans.
— Não que pensei que isso fosse acontecer, mas gosto de estar preparado.
Agora foi a sua vez de sorrir. — Eu gosto da maneira que você pensa.
Ele colocou a camisinha, e deslizou entre suas pernas. Ele a olhou, e ela se aqueceu com a forma como o seu olhar vagou sobre ela. E quando ele alisou seu sexo, preparando-a com os dedos, tomando seu tempo para passar a mão sobre ela, arqueou o quadril, pulsando e próxima à borda novamente.
Havia passado muito tempo, e com ele aninhado entre suas pernas, levou um tempo ajustando seu corpo ao dela. Quando ele estava completamente acomodado dentro dela, seu pau pulsando, ela estremeceu com as emoções inesperadas correndo por seu corpo.
Ele retirou os cabelos do rosto dela e beijou-a, ainda imóvel. Ela sabia o que custava para ele ficar tão quieto enquanto seu corpo se ajustava ao dele. Ele a deixava louca, sentindo-o inchando em seu interior, seu próprio corpo pulsando com a necessidade e desejo.
— Will, — ela sussurrou.
— Sim?
— Você pode se mover agora.
— Você está bem?
— Definitivamente mais do que bem.
Quando ele finalmente começou a empurrar, foi como se o mundo dela explodisse. Ela arqueou, encontrando seus golpes, rompendo em um suor frio enquanto ele balançava seu mundo, fixando-a com seu corpo e segurando a mão dela acima da cabeça.
Então ele mostrou o que ela tinha perdido há muito tempo, pegando seu bumbum, inclinando sua pélvis e penetrando duro dentro dela, golpeando até que ela pensou que poderia morrer do prazer mais doce que já teve. Ela apertou sua mão e segurou a parte de trás do pescoço dele para atraí-lo para frente, para um beijo escaldante que foi a sua ruína.
Quando ela gozou, foi como se um raio tivesse atingindo-a, uma súbita explosão que a pegou de surpresa. Seus olhos se abriram e ela encontrou seu olhar, dando-lhe tudo o que tinha, enquanto estremecia com o êxtase que derramou dela. Ele golpeou duro e rápido, então rugiu o seu próprio orgasmo, tomando seus lábios em uma fúria violenta que a lançou pela borda novamente, deixando-a sem fôlego e tremendo.
Um deles estava tremendo. Ou talvez fossem os dois. Ela não tinha certeza. Passou a mão pelas costas encharcadas de Will, fechando seus olhos e memorizando cada segundo, porque não sabia se aconteceria novamente, e precisava se lembrar disso tudo. Combustível para suas fantasias e tudo mais.
Ele rolou para o lado e puxou-a contra ele. Ela finalmente abriu seus olhos. Ele estava olhando para ela.
— Então, é realmente como andar de bicicleta, não é?
Ela franziu o cenho. — Huh?
— Você definitivamente não se esqueceu de como fazê-lo.
— Oh. — Ela riu. — Eu não acho.
— Mas caso você se esqueça, nós provavelmente devíamos praticar cinco ou seis vezes essa noite.
Calor se acomodou em sua barriga, e ela ficou chocada ao se encontrar trêmula pelo renovado desejo. Alguém poderia pensar que ela estaria saciada depois de tudo isso.
Aparentemente não.
— Sim, nós provavelmente devíamos.
— Eu já volto, — ele disse, saiu da cama e foi até o banheiro.
Seu celular tocou. Ela franziu o cenho e olhou para o relógio em sua mesa de cabeceira. Era mais de meia-noite. Ninguém iria chamá-la tão tarde, exceto Chelsea, e Chelse sabia que ela estava em um encontro hoje à noite, então ela esperaria até Jane ligar amanhã para comentar sua noite com Will.
Ela deslizou para fora da cama e encontrou o telefone dela, enterrado em sua bolsa que tinha deixado no chão ao lado da porta da frente.
Era uma chamada perdida de sua mãe.
— Droga, — ela sussurrou.
— Algum problema? — Perguntou Will, saindo do quarto. — Eu ouvi o telefone tocar.
Ela se virou para ele. — Provavelmente. Eu acabei de perder um telefonema da minha mãe. As crianças estão lá.
Ela digitou o número, o coração batendo forte enquanto esperava que ele tocasse. Sua mãe respondeu quase imediatamente.
— Jane?
— O que há de errado, mãe?
— Eu não quero que você entre em pânico nem nada, mas Tabby se levantou para ir ao banheiro e escorregou no tapete da cozinha e bateu com a cabeça sobre a mesa.
Ela tentou ficar calma. — Machucou muito?
— Há uma grande quantidade de sangue, mas é claro que haveria porque é a cabeça. Mas ela tem um bom corte e acho que vai precisar de alguns pontos.
— Vou pegá-la.
— Eu pensei que você viria. Vamos aprontá-la.
— Obrigada, mãe. — Ela desligou e foi em direção ao quarto.
— O que aconteceu? — Will perguntou enquanto seguia atrás dela.
— Tabitha caiu no caminho do banheiro e bateu com a cabeça na mesa da cozinha. Minha mãe disse que ela tem um bom corte na cabeça, e provavelmente precisa de pontos. — Ela começou a se vestir, pegando calcinha e sutiã, em seguida, jeans e uma camiseta.
Will se vestiu, também. — Vou levá-la.
Ela se virou para ele. — Isso não é necessário.
— Na verdade, é. Você bebeu muito mais essa noite do que eu. É provável que você entre em pânico pensando em sua filha, o que acrescenta uma descarga de adrenalina que você não precisa durante a condução.
— Não é como se eu tivesse uma escolha. Ou posso pedir ao meu pai para dirigir. — Embora seu pai não fosse bom dirigindo a noite.
— Olha, você pode cuidar de Tabitha enquanto eu dirijo. Além disso, conheço todo mundo na emergência, que sábado à noite estará lotada como o inferno. Eu posso contornar alguma burocracia para você, assim não terá que passar seis horas na sala de espera.
Ela estremeceu em um suspiro, percebendo que ele tinha razão. E, apesar de querer fazer tudo por conta própria, agora poderia usar toda a ajuda que pudesse conseguir. Tabitha era sua prioridade número um. — Certo. Obrigada.
Eles subiram no carro dele e ele a levou até seus pais. As luzes estavam acesas quando ela andou até a porta da frente. Sua mãe já estava lá. Ela nem sequer deu um segundo olhar para Will, apenas sorriu e acenou com a cabeça. — Estou feliz por você estar aqui com a Jane.
— Como está Tabby? — Jane perguntou enquanto eles entraram pela porta.
— Bem. Assustada. Ela sabe que vai ter que levar pontos, e você sabe como ela se sente sobre isso.
— Eu sei.
Tabby estava na cozinha sentada no colo do pai de Jane com uma toalha ensanguentada na cabeça. Náuseas rolaram no estômago de Jane. Era uma fraqueza que ela odiava admitir, mas a visão de sangue a deixava doente. Ela aguentava como podia, porque tinha filhos e isso é o que uma mãe tinha que fazer, mas não lidava bem com isso.
— Bateu com a cabeça na mesa, não é? — Jane disse, tentando olhar para qualquer lugar exceto para a cabeça ferida e todo o sangue encharcando a toalha que o pai dela tinha pressionado na cabeça de Tabitha.
O lábio inferior de Tabby tremeu e as lágrimas brotaram. Grandes gotas deslizaram pelas bochechas de sua filha. — Eu caí, mamãe. Minha cabeça dói.
— Eu sei que dói, querida. — Ela pegou Tabitha em seus braços, o cheiro pungente de sangue prestes a mandá-la correndo para o banheiro. Ela recuou. — Will vai nos levar para a emergência, e vamos fazer com que você seja cuidada, certo?
Tabby balançou a cabeça, e Jane caiu na cadeira, respirando fundo o oxigênio e não o cheiro de sangue. Que mãe ela era.
Will deu uma olhada para Tabitha, em seguida, seu olhar passou para Jane, que havia ficado pálida e parecia que estava prestes a perder o jantar que comeram mais cedo.
Ele a monitorou bebendo, e embora tenha dito a ela que não devia dirigir, tinha passado tempo suficiente para ela estar bem. Ela bebeu água e apenas refrigerante no Cain’s, então teve uma ideia que seu dilema atual não tinha nada a ver com álcool e tudo a ver com o estado atual da filha dela.
— Ei, Tabitha, — disse Will. — Se importa se eu der uma olhada no seu dodói?
Tabitha assentiu e Will se aproximou e levantou a toalha para dar uma olhada.
— Esse é um bom dodói, — ele disse. E era. Um bom corte na parte superior da testa, bem perto da linha do cabelo. Ia precisar de vários pontos ou grampos.
— Eu preciso ir ao banheiro, — Jane disse. — Eu volto logo, Tabby.
Sim, era o que ele pensava. Ele podia vê-la endurecer, viu-a elevação do queixo, e sabia que ela ia aguentar em nome de sua filha, mas ela parecia que estava prestes a desmaiar.
Jane tinha horror a sangue ou feridas abertas. Coisa difícil para uma mãe lidar.
— Adivinha o que eu tenho no meu carro? — Will disse para Tabitha.
— O que?
— Uma sirene. Podemos usá-lo a caminho do hospital.
Isso fez com que seus soluços trêmulos parassem. — Sério?
— Você pode fazer isso, quero dizer legalmente? — Sarah, a mãe de Jane, perguntou.
— Somente para pessoas importantes que nós levamos para o hospital, — disse Will, olhando para Tabitha enquanto respondia a Sarah. — E todos nós sabemos o quão importante é Tabitha.
Tabitha se sentou ereta na cadeira, sorrindo enquanto Jane voltava para a sala. — Você ouviu isso, mamãe? Eu sou portante.
— Eu ouvi. Acho que devemos ir logo.
— Obrigado pela carona, Will, — Greg, o pai de Jane, disse. — Estava tudo preparado para levá-la eu mesmo.
— Não há problema, — disse Will. — Eu posso passá-la pela papelada muito mais rápido, para que possamos levar Tabitha de volta para casa e para sua cama o mais cedo possível.
— Desde que Ryan dormiu durante a coisa toda, nós o levaremos para casa amanhã, — Sarah disse.
— Obrigada, mãe. Eu ligo para informar o que está acontecendo.
— Faça isso. Caso contrário, vou ficar acordada a noite toda preocupada.
Jane a abraçou. — Eu sei.
— Se importa se eu levá-la? — Will perguntou a Tabitha.
— Tudo bem. — Ela estendeu seus braços e seu coração se apertou com a confiança dela nele.
Ele a pegou e saiu pela porta. Uma vez no carro, Will pegou seu kit de primeiros socorros, retirou a toalha com sangue, e aplicou um curativo na ferida sem apertar. A hemorragia havia parado assim ele descartou a toalha em uma sacola plástica e jogou no porta-malas. Talvez cobrindo a ferida evitasse que Jane desmaiasse ou vomitasse em seu carro.
Ela subiu no banco de trás e colocou o cinto de Tabitha. Will deu a volta para o seu lado do carro e se inclinou. — Você está bem?
Ela parecia um pouco menos pálida. — Sim, eu estou bem.
Ele deu-lhe um aperto no braço, fechou a porta e entrou no lado do motorista. Era uma viagem curta de carro para o hospital local. O hospital da Comunidade de Hope tinha uma emergência decente, e ele conhecia o pessoal de lá. Eles não eram um grande centro de trauma, a maioria dos casos mais difíceis tinham que ser transferidos para os grandes hospitais em Tulsa. Mas para a simples sutura que Tabitha precisava, o hospital de Hope servia.
E como prometido, ele ligou sua sirene, embora só de vez em quando.
Tabitha riu. — Legal.
Ele parou na frente da emergência e deixou Jane e Tabitha.
— Eu vou estacionar. Já volto, — ele disse a ela.
— Entendi, — Jane disse com um sorriso pálido. — Infelizmente, já estive aqui antes.
Tendo filhos, ele apostava que ela tinha. Provavelmente teve que fazê-lo com Vic, também. — Só vou demorar apenas alguns minutos.
Ele a viu ajudando Tabitha entrar, então ele foi para o estacionamento. Felizmente como esse era um hospital pequeno, não estava muito lotado, então achou uma vaga e estacionou. Jane ainda estava na recepção preenchendo a papelada.
— Ei, Felicia, — ele disse para a coordenadora de admissão enquanto parou ao lado de Jane.
Felicia olhou para cima e sorriu para ele. — Eh, Will. Eu não sabia que você estava trabalhando hoje à noite.
— Eu não estou. Estava com Jane e sua filha, Tabitha, que escorregou e caiu. Ela tem um corte em sua cabeça. — Ele olhou a sala de espera. Havia cerca de dez pessoas lá dentro. — Como está a espera?
Felicia olhou do balcão para Tabitha, que estava encostada na perna de Jane.
— Coitadinha. — Então ela olhou para Jane. — Eu tenho um casal de filhos, sozinha. Nunca é fácil quando se machucam, não é?
Jane balançou a cabeça. — Não, não é.
— Vamos colocá-la em uma sala e conseguir que médico olhe a cabeça de sua filha, assim que possível.
Ela deu a Will um aceno de cabeça e sorriu em agradecimento.
Jane entregou a Felicia a prancheta junto com as informações do seguro. Felicia tratou tudo com sua eficiência habitual, então eles sentaram-se. Não passou nem cinco minutos antes do nome de Tabitha ser chamado e eles serem levados a uma sala na parte de trás.
Uma enfermeira chamada Elaine entrou, verificou os sinais vitais de Tabitha, e removeu o curativo para dar uma olhada no corte. Jane começou a olhar para os monitores.
— Sim, parece que o doutor provavelmente vai querer dar alguns pontos. Tem um corte feio ai, querida.
Os olhos de Tabitha se encheram de lágrimas, o medo evidente em seu rosto. Ela olhou para Jane. — Mamãe.
Jane levantou-se e sentou-se na mesa de exame com ela. — Está tudo bem, bebê. Eu ficarei aqui para segurar sua mão.
Will se perguntou quem ia segurar a mão de Jane.
— Eu vou limpar esse corte e deixar tudo pronto, — Elaine disse para Jane, depois inclinou-se para olhar para Tabitha. — Isso vai doer um pouco quando eu limpar todo o sangue.
E Jane ficou pálida novamente. Mas ela segurou a mão de Tabitha. Ainda se virou para olhar para ela, começou a dizer onde ela e Will foram jantar, e como eles foram ouvir uma banda hoje à noite e foram até o parque e viram alguns patos. Will sabia o que ver o ferimento fazia com ela. Ela foi forte, fazendo que sua filha pudesse se distrair enquanto Elaine limpava a testa de Tabitha.
— Certo, agora nós vamos deitar você para se preparar para o doutor, certo, Tabitha? — Elaine perguntou.
Tabitha olhou para Jane, que assentiu. — Certo, — Tabitha disse.
A enfermeira deitou-a e cobriu. Então o doutor entrou.
Will deu um suspiro de alívio quando viu Jeff.
— Ei, Will.
— Jeff.
— Está trabalhando hoje à noite, ou está aqui só por diversão e pontos?
Will sorriu e apresentou Jane. — Jane, esse é Jeff Armstrong, um bom amigo e um grande médico de emergência. Tabitha está em muito boas mãos.
— Bom saber. Prazer em conhecê-lo, Dr. Armstrong.
— Agora que me faz parecer velho. Me chame de Jeff. E quem está se escondendo aqui na minha mesa?
— Tabitha, — veio uma pequena voz abafada debaixo do pano.
Jeff calçou as luvas e deu uma espiada. — Bem, oi, Tabitha. Meu nome é Dr. Jeff. Eu vou dar-lhe alguns pontos incríveis que você poderá mostrar para todos os seus amigos. Eles vão ficar com muito ciúmes. Está pronta?
— Claro.
Jeff a distraiu pelo procedimento inteiro, inclusive a picada da agulha. Tabitha chorou um pouco, e até Will sentiu seu intestino se retorcer com os soluços tristes dela. Mas Jane a acalmou com palavras suaves e murmúrios. Após a pele de Tabitha ser anestesiada, ela ficou bem, embora Jeff estivesse dando pontos, conversando com ela o tempo inteiro sobre programas infantis que Will não conhecia. Mas Jeff e Jane estavam rindo o tempo todo e falando, então Will deu um passo atrás e deixou que eles se envolvessem com Tabitha que, agora que não conseguia sentir nenhuma dor, parecia relaxada e até riu.
— Tudo pronto, — Jeff disse, retirando o pano da cabeça de Tabitha. Ele terminou de limpá-la, em seguida, examinou-a.
— Eu não acho que há qualquer evidência de uma concussão.
— Essa é uma ótima notícia, — Jane disse.
Jeff mostrou um pirulito vermelho para Tabitha. — Você foi uma boa paciente, Tabitha. Aqui está sua recompensa.
Os olhos de Tabitha se arregalaram e ela olhou para Jane. — Posso, mamãe?
— Sim, — Jane disse com um suspiro de alívio.
— Obrigado, — disse Will, apertando a mão de Jeff.
— Ei, é meu trabalho. E quando tenho pacientes legais como Tabitha, é ótimo, — ele disse, piscando para Tabitha, que sorriu de volta para Jeff.
— Não, sério, — Jane disse, também apertando sua mão e cobrindo-a com as dela. — Você tornou isso muito mais fácil do que eu esperava. Obrigada por isso.
Jeff sorriu, em seguida, empurrou os óculos escuros até a ponte de seu nariz. — De nada. — Ele virou-se para Tabitha. — Mais nenhuma pancada boba no escuro para você, princesa. Certo?
Tabitha puxou o pirulito para fora da boca e sorriu. — Certo.
— Leve-a no pediatra em aproximadamente uma semana para retirar esses pontos, — Jeff disse para Jane. Depois que ele saiu, Elaine voltou com uma folha de instruções e papeis da alta.
— Vamos sair daqui, — disse Will. — Você está pronta para ir para casa, Tabitha?
— Totalmente, — disse ela com o pirulito em sua boca.
Will sorriu para Jane, que suspirou de alívio. — Totalmente duas vezes, — ela disse.
Ele dirigiu de volta para a casa de Jane. — Dê-me alguns minutos, — ela disse, em seguida, levou Tabitha na direção dos quartos.
Ela saiu poucos minutos depois. — Ela está inquieta. Quer várias histórias.
Ele acenou com a cabeça. — Compreensível. Eu vou indo. Tenho certeza que você está exausta.
Ela soltou uma risada suave. — Foi uma noite memorável.
Ele passou a ponta de seu polegar na bochecha dela. — Sim, foi.
Ele foi para a porta.
— Will.
Ele parou e se virou. — Sim?
Ela deu um passo em seus braços e ele a puxou contra ele, sua boca encontrando a dela em um rápido, mas profundo beijo que reacendeu a paixão que tinham compartilhado mais cedo.
Com a mesma rapidez, ela se afastou. — Eu preciso ir ver a Tabby.
— Sim. Você precisa. Eu te ligo amanhã.
Seus lábios se ergueram. — Eu gostaria.
— Descanse um pouco.
— Boa noite, Will.
Ele foi embora e ela fechou a porta. Foi um final que ele não gostou.
Ele queria ficar, queria ficar com ela e se certificar que Tabitha estava bem.
Mas ele estava do lado de fora, não fazia parte daquela família.
E é aí que ele teria que ficar.
Por enquanto.
Na semana seguinte, Jane se focou na escola e nos seus filhos. Dr. Jeff tinha razão. Jane se preocupou que Tabitha sofresse provocações de seus amigos na escola. Em vez disso, todos eles pensaram que os pontos no topo de sua testa eram legais. E a franja cobria o que sem dúvida ficaria uma cicatriz leve, então ela não estava muito preocupada.
Tabitha não estava preocupada mesmo. Ela estava emocionada que não iria ter que sofrer tendo que lavar seu cabelo por vários dias, e ela mostrou os pontos como uma medalha azul na feira do condado. Ryan, que tinha sua cota de visitas ao pronto-socorro para pontos e um braço quebrado, era altamente ciumento e a proclamou uma estrela de rock, que quase fez Tabitha desmaiar desde que ela era tipicamente tão chata aos olhos do seu irmão mais velho. Ele não podia acreditar que ninguém o acordou por todo o sangue e caos.
Jane estava apenas feliz pelas coisas terem voltado ao normal, ou tão normal quanto podia em sua vida, de qualquer maneira. Will ligou na manhã seguinte, assim como havia prometido, mas ela havia estado tão ocupada com seus pais trazendo Ryan para casa que teve que desligar. Ela prometeu ligar de volta.
E uma semana depois, ela não ligou.
— Então o encontro foi ruim? — Chelsea perguntou enquanto elas bebiam chá gelado no Bert’s depois da escola. Tabitha foi para casa com um amigo, e ela deixou Ryan no treino. Uma das mães iria trazê-lo para casa mais tarde, depois do jantar em sua casa. Pelas próximas horas, ela estava livre, pela primeira vez em uma semana, então Chelsea insistiu que elas agarrassem a oportunidade para comer e conversar.
— Não. Eu já lhe disse que o encontro foi incrível.
— Até o acidente com Tabitha.
— Bem, sim, foi isso.
— Momento no qual ele levou você e Tabs para o hospital, e conseguiu que vocês fossem prontamente colocadas em uma sala de exame, certo?
Ela revirou os olhos. — Nós já conversamos sobre isso. — Repetidamente, uma vez que Chelsea também ligou no dia seguinte ao seu encontro com Will, e Jane teve que contar a ela sobre a noite e sobre o acidente de Tabitha.
— Eu sei que nós já conversamos sobre isso. O que estou tentando entender é por que você não ligou de volta uma semana mais tarde. Ele ligou para você?
Ela deu de ombros e tomou outro gole de chá. — Sim. Várias vezes.
— E?
— Eu disse a ele que estava ocupada. Eu estava. Você sabe que os testes são na próxima semana.
— Então? Sua vida inteira tem que ficar em suspense por causa dos testes? Você sabe tão bem quanto eu que não muda nada no seu currículo, ou na sua vida social. Então, Jane? Por que você de repente está dando um gelo no Will? Se seu encontro foi ótimo, então por que terminar com ele?
Ela deu um olhar para Chelsea. — Eu não estou terminando com ele. O encontro foi fantástico. Estou apenas me reorganizando.
Chelsea a estudou por um minuto, em seguida, sentou na cabine. — Oh. Agora eu entendi. Você está com medo.
— O quê? Medo de quê?
— Com medo de que ele vai estar lá para você, com medo de ficar perdidamente apaixonada por ele, e de que ele vai deixá-la como Vic fez.
— Não é nada disso.
— Ou talvez você ainda tenha esperança de que Vic vai voltar algum dia?
Ela franziu o cenho. — Oh, Deus não. E ainda que ele voltasse, oh Deus, não Chelse. Nunca. Nem em um milhão de anos. Essa porta está firmemente fechada. Para sempre.
— Bom saber. Eu gostaria de dar-lhe credito por não ser uma mulher estúpida, Jane.
— Eu não sou tão estúpida. Eu nunca vou ser tão estúpida novamente. Eu fui uma vez, mas não. Nunca, nunca mais.
— Se você diz. Mas o que acontece com o Will?
Ela ergueu um ombro e estudou seu chá. — Eu não sei. Talvez você esteja certa. Talvez alguma parte subconsciente esteja fazendo eu me conter, porque tenho medo de ser ferida de novo.
— Ele nunca a feriria como Vic.
Ela ergueu o olhar para Chelsea. — A minha parte lógica sabe disso. Ele é um cara legal e eu… sinto algo por ele. — Ela sentia um monte de coisas por ele. Desde aquela noite, ela só pensou nele.
E talvez fosse isso o que a assustou mais. — Mas sinto que as coisas com ele estão indo muito rápido, Chelsea. E ele está me assustando. Eu não estou pronta para me apaixonar por alguém depois de passar uma noite com ele. Realmente, ótimo sexo ou não, é muito rápido para mim.
Chelsea se aproximou do outro lado da mesa e agarrou a mão dela. — Às vezes o amor nos golpeia na cabeça e, gostemos ou não, você tem que estar pronta para isso.
— Eu preferiria não ser golpeada na cabeça. Eu preferiria ser poupada disso.
— Você nem sempre consegue o que quer, querida. E você nem sempre consegue do jeito que quer.
— É como se alguém deixasse cair uma casa sobre mim. Bam. Lá estava ele. Tudo de uma vez. Não uma aparição gradual ao longo dos meses de namoro que, “ei, eu gosto muito desse cara”, e então, “oh, uau, eu poderia ama-lo”. Estava tudo ali, tudo de uma vez. Um encontro. Sexo alucinante. E então ele foi esse cavaleiro de armadura brilhante quando Tabby se machucou. E ele não só tomou conta dela, como imediatamente percebeu que eu estava enjoada por causa do sangue, e cuidou de mim, também. Que tipo de pessoa faz isso?
Chelsea apertou sua mão. — O tipo de cara que você quer manter por perto para todo o sempre, amém, irmã.
Jane balançou a cabeça. — Eu não tenho certeza se estou pronta para “todo o sempre”. Eu não tenho certeza se vou estar pronta para isso novamente.
— Talvez você não esteja. Mas fechar a porta para ele antes que comece parece um pouco injusto, tanto para ele quanto para você, não acha?
— Provavelmente. — Ela deitou a cabeça na mão.
Chelsea deslizou o telefone de Jane sobre a mão dela. — Então por que você não liga para ele, e tenta marcar um encontro? Veja o que acontece?
* * *
O dia tinha sido uma merda. Um caminhão tinha derrapado na entrada para Will Rogers Turnpike, derramando o seu conteúdo em ambos os lados da estrada. O que significava fechar o trânsito em ambas as direções uma hora antes do início do horário de pico, e mantê-lo assim durante várias horas, enquanto a bagunça era limpa. O trafego ficou engarrafado por quilômetros, e tinha sido uma porcaria de início de dia para Will.
E só tinha piorado, enquanto ele lidou com um acidente na Rodovia 44, com lesões que poderiam ter sido evitadas se as pessoas se preocupassem em usar os seus cintos de segurança. O que as pessoas pensam para que serve aquilo? Decoração?
Até o final de seu turno, ele estava com um mau humor e precisava de algum alívio da tensão. Ele decidiu ir direto para a academia. Gastar um pouco de sua agitação na esteira, correndo vários quilômetros em trinta minutos.
Na verdade, quando ele olhou através do vidro no corredor, ele meio que esperava que Jane passasse. Mas depois que ela o rejeitou pela terceira vez na semana passada, quando ele ligou, parou de ligar.
Ele deveria parar de procurá-la, também. Ele estava tão distraído, a cabeça cheia com as ocorrências de hoje, que ele não procurou pelo carro dela no estacionamento da academia. Ele não tinha ideia se ela estava aqui ou não.
Ela deixou claro por sua falta de retorno que não queria ser incomodada. Ele entendeu a dica e parou de ligar, outra coisa para adicionar a sua carga de irritação de hoje. Ele aumentou sua velocidade e começou a correr até que o suor escorria dele.
— Treinando para uma corrida ou uma maratona? — Luke perguntou enquanto subia na esteira próxima a ele.
Will não respondeu, não até que sua frustração fosse drenada o suficiente para que pudesse diminuir a velocidade para uma caminhada, tomou vários goles longos de sua água e pôde respirar novamente. — Nenhum dos dois.
— Oh. Dia de merda, não é?
— Sim.
— Eu ouvi sobre o fechamento da Turnpike essa manhã. Deve ter sido um desastre.
Ele se acalmou, caminhando suficiente agora podia conversar. — Foi.
— Então foi o trabalho que o deixou de mau humor?
— Principalmente.
— Principalmente, não é? — Luke o alfinetou com um olhar. — Quer falar sobre isso?
— Não.
— Certo.
Uma coisa que ele gostava em Luke era que ele não iria pressioná-lo até que Will estivesse pronto para falar sobre tudo que o incomodava. A verdade era que, diferente de seu colossal dia terrível, havia mais coisas que o incomodavam, ou seja, Jane. Um dia ruim você podia livrar-se da tensão. Amanhã provavelmente seria uma rotina, um dia chato.
Seus problemas com Jane não iam embora tão facilmente.
Ele foi para o supino depois que terminou na esteira. Luke juntou-se a ele pouco tempo depois que ele começou a levantar pesos mais leves, assim que Luke o viu nos pesos mais pesados, ficou quieto, além de falar sobre coisas de trabalho. Ele viu Luke e mudou para trabalhar os ombros e, em seguida, agachamentos, trabalhando em silêncio sociável, o que ele precisava. Um bom treino, muito suor, e um companheiro que não fazia muitas perguntas.
Ele tomou banho e quando terminou Luke o encontrou no vestiário.
— Quer ir comer um hambúrguer? — Luke perguntou.
— Claro. — Ele tinha perdido o almoço hoje e só teve tempo para uma barra de proteínas, então ele estava mais do que pronto para um bom hambúrguer. Eles pararam no Bert’s e Will pediu o dele, junto com uma salada e batatas fritas.
— Bem, se não são os dois melhores policiais de Hope.
E pensar que ele quase fez isso a todas as noites. Ele ergueu o olhar e sorriu. — Ei, Chelsea. Algum problema?
Ela puxou uma cadeira. — Nada demais. O que você dois vão fazer hoje à noite?
— Apenas sair, — Luke disse. — Você já comeu?
— Não. Eu estou fazendo um pedido para levar. Tem algum reality show quente em casa chamando meu nome. Que tal você dois?
— Comendo, — Will disse, a evidência, em seu prato.
— Mestre do óbvio, não é, Will. — Ela olhou para o balcão, em seguida, voltou sua atenção para Will. — Então… você já falou com Jane?
— Tentei. Ela não vai responder as minhas ligações. Mas você provavelmente já sabe disso, então por que a pergunta?
Ela deu de ombros. — Só pensei em perguntar. Dê-lhe algum tempo, Will. Não é você. Ela realmente se importa com você.
— Você deve cuidar da sua vida, Chelsea, e fique fora disso.
— E você sabe muito bem que Jane é minha melhor amiga, e só estou cuidando de seus interesses.
— Eu me pergunto como ela se sentiria se soubesse que você estava falando comigo sobre ela agora.
Chelsea fez uma careta. — Golpe baixo, Will. Eu também estou cuidando de você, portanto, não seja um idiota.
Luke cruzou os braços, obviamente, divertindo-se com a interação entre os dois.
— Você não tem algum pobre garoto para reprovar por falhar em sua aula de matemática? — Will perguntou.
Ela riu. — Você não teve hoje algum pobre bastardo para arruinar dando lhe uma multa indevida por excesso de velocidade?
Luke bufou. — Vocês dois devem ter essa discussão na estrada.
— Ei, Will me conhece tão bem quanto o conheço. E ele não consegue me intimidar.
— Não, mas posso dizer-lhe para ir embora e cuidar da sua vida.
Chelsea deixou escapar um suspiro muito alto. — Tudo bem. Eu vou aceitar a sugestão não-tão-sutil e pegar meu pedido e dar o fora daqui. Serio, entretanto, Will. Não desista de Jane.
— Sério, apesar de tudo. Cai fora, Chelsea. — Will acenou para fora e comeu suas batatas fritas.
— Isso estava interessante, — Luke disse enquanto Chelsea se afastava, agarrando sua bolsa, e saindo do Bert’s.
Will acabou sua refeição, tomando um longo gole de chá gelado. — Nem pergunte.
— Certo, eu não vou. — Luke deu uma mordida em seu hambúrguer, mastigou, engoliu, depois bebeu leite. — A menos que você queira que eu pergunte.
Will suspirou. — Você e Chelsea se uniram nisso? Vocês dois deveriam formar casal.
Luke riu. — Tentei isso por cerca de cinco minutos na escola, lembra? Não deu certo antes, e não vai funcionar agora. Nós somos mais como irmão e irmã.
— Sim, me lembro. É como eu e ela. Certamente há um cara lá fora para ela em algum lugar, alguém que vai controla-a e impedi-la de se intrometer.
— Talvez. Talvez não. Ela é uma espécie de espírito livre. Mas o que está acontecendo com você e Jane? A menos que você queira que eu cuide da minha própria vida, pode me dizer e não vai ferir meus sentimentos.
— Honestamente? Eu não sei. Nós saímos, tivemos um ótimo momento. Sua garotinha se machucou e eu as levei ao pronto-socorro. Então tentei ligar para ela no dia seguinte e ela não me fez caso, dizendo que estava ocupada com seus pais e seus filhos, o que estava bem. Ela disse que me ligaria de volta, e quando não ligou, liguei várias vezes depois. Ela não me fez caso novamente. Eu tentei mais uma vez, e fez o mesmo discurso, estou muito ocupada e vou ligar para você.
Luke colocou uma batata frita em sua boca. — Talvez ela só não esteja afim de você.
Will deu-lhe um olhar duro. — Confie em mim, ela está a fim.
— Excesso de confiança é um assassino, meu amigo.
— Não, é serio. Nós tivemos uma ótima noite. Eu sei que ela se sentiu do mesmo jeito.
Luke se inclinou para trás. — Então não tenho ideia. As mulheres são um mistério para mim, como você bem sabe. Eu não posso compreender o que é estar casado.
— Sim, bem, estar casado é uma bagunça.
— Eu não sei. Não sou capaz de compreender as mulheres, por isso, tendo a ficar bem longe delas. Boomer é companheiro suficiente para mim.
Will balançou a cabeça. — Cara. Seu cão? Você precisa sair mais.
Luke riu. — Você está certo. Eu sei. Mas eu não sou o único com problemas com mulheres agora. Esse é você. Então o que você vai fazer sobre Jane?
— Eu não tenho a menor ideia. Dar-lhe um pouco de espaço, acho. Não vou continuar ligando e incomodando se ela não quer falar comigo. Eu acho que ela vai ter que se aproximar para que possamos falar, ou tivemos uma noite que foi apenas isso: uma noite.
— Muito ruim. Eu gosto dela com você.
— Eu também, cara. Eu também.
No que foi um momento sem precedentes de pura alegria, Jane encontrou-se com uma noite para si mesma. Ela não tinha que trabalhar na creche do centro, e ambas as crianças estavam passando a noite em outro lugar. Era sexta-feira, e Ryan estava dormindo na casa do seu amigo, enquanto Tabitha implorou para ficar com seus avôs. A princípio Jane tinha recusado aquela ideia, considerando a última vez, mas sua mãe assegurou que as chances do acidente de Taby se repetir eram quase nulas. Um dos amigos da escola de Tabitha vivia perto da casa dos pais de Jane, e eles combinaram de brincar juntos, então a mãe de Jane pegou Tabitha logo após a escola. Jane estava em uma boa e sozinha a noite toda.
Que, como uma mulher solteira, significaria que ela podia ter um encontro se ela quisesse. Mas desde que era uma completa covarde, não tinha nenhum encontro e nenhuma perspectiva para um encontro. Porque Deus não permitia que ela tivesse colhões ou um pouco de coragem ou qualquer outra coisa e ligasse para Will, que provavelmente pensa que ela o odeia ou odiou seu encontro, quando exatamente o oposto tinha sido verdade.
Idiota. Ela não aguentou nem um encontro. Então, em vez disso, iria fazer uma grande tentativa de se exercitar na academia, ignorando as mulheres em suas calças e tops justos de ginástica, e entrar lá decididamente com nada apertado e fazer o seu melhor para não cair do aparelho elíptico.
Ela colocou seu sutiã esportivo, camiseta e calça de ioga, amarrou seu tênis, e usou seu cartão de funcionária para passar para a sala de exercícios, desafiando qualquer uma a olhá-la de lado. Ela pegou uma toalha e achou um elíptico desocupado, leu as instruções, e definiu um programa algo fácil, nível iniciante, em seguida começou a deslizar, segurando as barras.
Certo, isso não era tão ruim. Pelos primeiros trinta segundos de qualquer maneira, até que suas coxas começaram a queimar. Se isso não fosse tão embaraçoso, ela teria parado a coisa e saído. Mas desde que no momento tinha uma espécie de corpo de modelo de página central deslizando próximo a ela, espera, Jane a conhecia? Ela parecia familiar, mas Jane não conseguia reconhecê-la. Cabelo castanho muito claro, lábios cheios, e seios pequenos, firmes. Obviamente ela não teve dois filhos, porque as coxas da mulher eram perfeitas. Tudo nela era perfeito. E ela estava deslizando em seu elíptico com a facilidade de uma gazela, a cadela. De jeito nenhum Jane ia sair, ela olhou para o timer, quatro minutos e meio.
Jane ajustou seu programa para vinte minutos.
Vinte minutos? Ela estava louca?
Deus, ela iria morrer nessa coisa.
Ela tentou se concentrar na televisão. Algo relacionado a esportes estava passando. Ugh. Ela não conseguia se concentrar. O suor escorria como um rio pelas suas costas e entre seus seios, e ela tinha certeza que havia perdido toda a sensibilidade em suas coxas e panturrilhas. Ela não tinha nenhuma ideia de como continuava a deslizar. Ela deu um rápido olhar sobre a página central, que olhou para trás e teve a audácia de sorrir para ela.
— Jane Smootz?
A mulher sabia seu nome de solteira. — Eu costumava ser, mas agora sou Jane Kline. Desculpe-me, você me parece realmente familiar.
Outro sorriso. Não falso, mas genuíno. — Nós fizemos o ensino médio juntas. Eu sou Emma Burnett.
— Emma. Claro. Eu ouvi que você estava de volta à cidade. — Ela mal conseguia respirar, enquanto Emma estava deslizando como se ela fizesse isso todos os dias. Inferno, ela provavelmente fazia isso todos os dias. E ela tinha que ser tão linda?
— Eu estou. Comprei a clínica veterinária do Dr. Weston. E tenho trabalhado para preparar tudo para reabri-la e quase não tive tempo para exercícios.
Certo. Parecia que ela não tinha acertado. — Fico feliz em ter você de volta a Hope.
— Obrigada. Estou muito animada de estar aqui. Então, você está casada?
— Divorciada, na verdade.
— Oh, sinto muito em ouvir isso.
— Está tudo bem. Faz alguns anos desde o divórcio. Mas tenho dois filhos maravilhosos.
Novamente, aquele sorriso encantador que a fazia parecer até mais bonita. Você poderia odiar e gostar de alguém ao mesmo tempo?
— Dois filhos? Isso é incrível, Jane. Parabéns. Quantos anos eles têm?
Emma continuou a conversar com ela, forçando Jane a tentar deslizar, respirar e conversar ao mesmo tempo. Mas a ajudou a passar o tempo, e antes que ela percebesse, seu timer alarmou e seu exercício horroroso estava acabado. Ela tirou as pernas quase imóveis do elíptico.
— Acho que eu devia partir para os pesos, — Jane disse enquanto soprava e bufava. E suando. Entretanto, Emma parecia uma modelo perfeita de catálogo para fitness.
— Foi muito bom conversar com você, — Emma disse. — Se tiver algum animal de estimação, adoraria vê-lo na clínica, assim que abrir.
— Nenhum animal de estimação, mas Ryan e Tabitha continuam me importunando sobre um cachorro.
Emma sorriu. — Bem, crianças e cachorros. Eles meio que andam juntos, você sabe.
— Então, eles ficam me dizendo. Vejo você por aí, Emma.
Jane foi e pegou um copo de água, bebeu de três goles pouco femininos, então enxugou o suor do pescoço com uma toalha e mancou até a estação de musculação.
Ela não tinha certeza se tinha energia para erguer mais do que a toalha em sua mão, mas sentou e tentou o supino, mantendo o peso baixo.
Nada mal. Não impressionaria a ninguém, além de si mesma, mas pelo menos estava fazendo alguma coisa.
Ela estava em sua terceira serie quando viu Will.
Merda.
Ele não a viu, e foi direto para a esteira. Ela o observou enquanto parava para cumprimentar algumas pessoas que ele conhecia, então ligou seu equipamento, conectou seus fones de ouvido para ouvir música, e começou a andar, lento no início enquanto ele aquecia, em seguida, mais rápido, finalmente estabeleceu uma corrida confortável.
Onde ela era desajeitada e fora de forma nos aparelhos, eles pareciam uma parte dele, correndo de forma fluida, seus músculos duros com a tensão enquanto corria. Ela ficou tão perdida vendo seus braços se flexionarem e o endurecimento dos músculos da panturrilha que esqueceu que estava monopolizando o supino até que um homem mais velho aproximou-se dela e perguntou-lhe se poderia usar.
— Oh. Desculpe-me. Eu estou acabando aqui e acho que estava sonhando.
Ela saiu do aparelho e olhou ao redor, tentando descobrir onde podia se esconder para Will não vê-la.
Ou, ela podia ser adulta e ir falar com ele em vez de evitá-lo como vinha fazendo nas últimas duas semanas.
Ela rondou ao redor de vários aparelhos, observando-o enquanto ele terminava a sua corrida. Quando ele saiu e limpou o suor da testa, em direção à água, ela o encontrou lá. Ele pareceu surpreso por vê-la.
— Jane.
— Oi, Will. Eu não quero atrapalhar seu treino.
— Está tudo bem. O que você está fazendo aqui?
Ela ofereceu um meio sorriso. — Caminhando desajeitada entre esses aparelhos.
Ele olhou ao redor da sala. — Precisa de alguma ajuda?
Deixe-o dar-lhe um pretexto. — Isso seria ótimo. Obrigada.
Ela disse a ele o que já havia feito. Ele a levou entre os aparelhos para a sala de musculação.
— Eu não tenho certeza se estou pronta para isso. O elíptico quase me matou.
— Sim, odeio essa maldita coisa. Eu o evito.
— Isso faz me sentir melhor.
— Vamos começar com esses pesos leves e realmente você pode fazer várias repetições. Eu não quero que você se machuque.
A maneira como ele disse isso, a maneira como olhou para ela, fez o seu ventre se aquecer. — Obrigada.
Ele a acompanhou durante um treino que a fez sentir-se bem, forte. No momento em que ela terminou, sentiu-se como se tivesse trabalhado cada parte do corpo. E ele se ergueu ao lado dela, com pesos muito mais pesados claro, por isso ela conseguia ver seus músculos flexíveis, o que era um ótimo bônus.
— Você precisa ir pegar as crianças? — Ele perguntou enquanto deixaram a sala de musculação.
— Não. Na verdade, ambos estão passando a noite em outro lugar.
— Entendo. Então, você tem uma noite livre hoje à noite.
— Sim.
— Isso é bom.
Ele não ia deixá-la escapar assim tão facilmente. Ela iria ter que aceitar uma derrota humilhante, que ela merecia. — Will, você gostaria de sair comigo esta noite? Se você não tiver nenhum outro compromisso?
Seus lábios se curvaram. — Eu gostaria muito.
Suas pernas já trêmulas cambalearam um pouco mais. — Ótimo. Estou indo para casa tomar um banho.
— Eu vou buscá-la em uma hora. Eu não sei quanto a você, mas estou morrendo de fome.
Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se relaxada. E ansiosa. — Eu também.
Ela correu para casa e para o chuveiro, em seguida, pegou um jeans e uma camiseta de seda que tinha certeza que Chelsea aprovaria. Ela colocou um par de sandálias chiques, e estava apenas dando os últimos retoques em seu cabelo quando Will tocou a campainha.
Ela abriu a porta e inalou seu aroma fresco, recém-banhado. — Oi.
— Oi. Está pronta para ir?
— Com certeza.
— Eu pensei em comermos na cidade hoje à noite. Há um novo restaurante italiano que abriu aqui em Hope e pensei que poderíamos experimentar.
— Eu vi a placa na semana passada. Parece ótimo.
Novos negócios eram sempre algo excitante em Hope. O estacionamento estava cheio porque, como eles, as pessoas na cidade tentavam experimentar novos restaurantes. Havia uma fila de espera por mesas, e os proprietários estavam entusiasmados e acolhedores. E oh, o lugar tinha um cheiro fantástico, o que era um bom sinal. Após cerca de 15 minutos eles estavam sentados em uma mesa encantadora na janela.
Uma ex-aluna sua se apressava para anotar os pedidos, outra garota atrás dela.
— Sra. Kline, — ela disse, — como vai?
A única coisa sobre cidades pequenas era que você não podia escapar de encontrar com alguém conhecido. — Oi, Melanie. Prazer em vê-la. Você ainda está em férias da escola?
Melanie olhou para Will outra vez, e então sorriu. — Sim, senhora. Voltarei para a escola, aproximadamente em uma semana, mas desde que os Serranos são amigos de meus pais e seu restaurante é novo, estou ganhando um pouco de dinheiro extra antes de voltar, ajudando-os a treinar novos funcionários. Esta é Tina, por sinal. Ela é estagiária.
Will e Jane disseram oi para Tina. Jane não a reconheceu, então ela não estava em nenhuma de suas aulas de matemática.
— É isso mesmo, — Jane disse para Melanie. — Eu lembro que você costumava trabalhar no Bert’s quando estava no segundo grau.
Melanie assentiu. — E garçonete em tempo parcial durante o semestre na faculdade.
— Como vão as coisas no estado de Oklahoma?
— Ótimas. Ainda tirando A em todas as minhas aulas de matemática, graças a você.
— É bom ouvir isso. Você sempre foi uma das minhas melhores alunas de matemática. Você já escolheu uma especialização?
— Estou fazendo agora um curso preparatório em Medicina.
Ela sempre soube que Melanie iria longe. — Excelente. Seus pais devem estar muito orgulhosos de você.
Melanie sorriu. — Obrigada. O que vocês dois vão pedir?
— Eu só quero chá gelado.
— O mesmo, — Will disse.
— Eu já volto. Nosso especial hoje à noite é frango à parmegiana. Gail e Orlando fazem o melhor. Confie em mim, você vai adorar.
Melanie saiu rapidamente, e Will encontrou seu olhar. — Uma boa aluna?
— Uma ótima, — ela disse. — Se todos fossem como ela, meu trabalho seria tão fácil.
Ele colocou seu menu ao lado. — Agora, que diversão teria se fosse fácil?
Ela riu. — Acredite em mim, eu adoraria o fácil.
— Igual a mim.
Ela fechou o seu menu, também. — Você teve um dia difícil?
— Eu tive vários. Você pensa que viver em uma pequena cidade seria tranquilo e chato. Mas não tem sido assim nos últimos tempos.
— Ei, eu dirijo nas rodovias. Elas nunca são quietas ou chatas.
Melanie voltou com as bebidas. — Já decidiram o que vão pedir?
— Eu vou querer o especial, — Jane disse.
— Idem, — Will acrescentou.
Melanie pegou os menus. — Vocês não vão se arrepender.
Depois que ela saiu, Jane deu uma olhada ao redor. O lugar estava lotado e barulhento, além disso, havia música. Não havia momento melhor do que o presente para esclarecer as coisas entre eles. Ela adiou isso por tempo suficiente.
— Eu sinto muito ter evitado você.
Ele deu de ombros. — Tudo bem. Você estava ocupada.
— Isso é verdade. Mas sempre vou estar ocupada. Isso não é desculpa para ignorar suas ligações. Você foi tão bom para mim e para Tabitha aquela noite. E fui rude por não falar com você mais tarde.
— Eu não esperava agradecimentos, Jane.
— Eu sei disso.— Ela olhou para suas mãos, as apertou. — É só que tenho alguns problemas relacionados a homens e encontros e estou tentando resolver isso.
Ele colocou suas mãos sobre as dela. — Eu não tenho pressa. Nós não estamos em uma corrida aqui, você sabe.
Ela levantou o olhar para ele. — Obrigada por sua compreensão.
— Sim, esse sou eu. Um cara compreensivo.
Ela percebeu um tom de voz lá, que talvez mostrasse que aquele assunto ainda não estava resolvido, mas ela deixou para lá quando as saladas e o pão chegaram. A fome assumiu o comando sobre tudo, inclusive um homem chateado.
Depois do jantar, ele a levou para assistir um filme. Quando foi a última vez que ela assistiu a um filme que não era desenho animado ou 3D? Ela não conseguia se lembrar. Ele a deixou escolher e ela decidiu não torturá-lo escolhendo o romance que estava com vontade de ver, em vez disso escolheu uma comédia.
Foi uma boa escolha. Ela riu até seu estômago doer, segurando o braço de Will durante algumas das cenas realmente engraçadas. Ele riu, também. Foi um ótimo filme e eles deixaram o cinema de braço dados, conversando sobre algumas de suas partes favoritas.
— Obrigado por escolher esse filme, — ele disse enquanto voltavam para seu carro. — Eu estava querendo vê-lo.
— Então você secretamente esperava que eu o escolhesse.
— Sim. Eu estava enviando vibrações psíquicas.
— Aparentemente, você é bom no que faz. Eu ia escolher o romance.
Ele fez uma careta. — Sério?
— Você teria assistido se eu escolhesse?
Na luz vermelha, ele virou a cabeça na direção dela. — Claro. Por que eu não iria?
— Mesmo que você tivesse odiado.
— Eu não disse que teria odiado, mas não seria minha primeira escolha.
Ela riu.
— Há um novo clube em Tulsa que toca country. Você gosta de country?
Ele estava sendo tão bom e divertido. Mas ela queria ficar a sós com ele. — Que tal irmos para minha casa. Eu posso tocar um pouco de country.
Ele deu-lhe uma olhada. — Sim? Você sabe alguns movimentos?
Ela arqueou uma sobrancelha. — Eu sei alguns.
— Certo.
Não havia como ela perder mais tempo. Ela já havia perdido o suficiente sendo estúpida e medrosa. Depois que eles chegaram em sua casa, ela pegou as suas chaves e tentou não parecer muito ansiosa ou apressada enquanto andavam até a porta da frente. Mas seus dedos se atrapalharam com a fechadura. Ele colocou a mão sobre a dela para firmá-la.
— Isso não está ajudando, — disse ela, olhando para sua mão.
— O que não está? — Ele perguntou, seu corpo aninhado muito bem contra ela e seu traseiro.
— Você. Me tocando.
Ele permaneceu exatamente onde estava. — Então, você não quer que a toque?
— Oh, eu definitivamente quero que você me toque.
— Então tire sua mão fora do caminho assim eu posso conseguir abrir essa maldita porta antes que acabemos fazendo algo indecente na varanda.
Seus lábios se curvaram com esse pensamento, e como seria escandalizar seus vizinhos. Ela moveu as mãos e seus hábeis dedos, ela realmente gostava das coisas que os dedos dele podiam fazer, girou a chave e empurrou abrindo a porta em poucos segundos, seu corpo impulsionando-a para dentro.
Ela acendeu a luz, então se virou e pegou-lhe as mãos, levando-o para a sala de estar. Ela pegou o controle remoto e ligou a TV, mudando de canal até encontrar os canais de música, selecionando a country.
Os lábios dele se curvaram. — Você vai me mostrar os seus movimentos?
Ela estendeu os braços. — Você realmente não quer que eu dance em fila para você, não é?
Ele passou o braço em volta dela e puxou-a para perto. — Claro que não. Não quando posso abraça-la contra mim.
Eles se moviam ao ritmo da música, mas ela tinha que admitir que não sabia qual música estava tocando, se era uma batida de carro ou algo doce e lento. Tudo o que ela sentia era o comprimento do corpo de Will pressionado contra o dela, e se derretendo pela maneira como ele olhava para ela. E quando ele segurou o lado de seu pescoço e se inclinou para um beijo, ela estava perdida.
E todas aquelas razões para evita-lo pareciam tão estúpidas, porque ela se perdeu em sua incrível boca, o jeito que ele brincava passando seus lábios nos dela. Ele aprofundou o beijo e segurou sua cabeça com sua mão, sua língua possuindo-a.
Ela se sentiu atordoada, hipnotizada com cada golpe da língua dele contra a sua. Ela agarrou sua camisa, erguendo-a para que ela pudesse espalmar a pele quente de sua barriga e acariciar seu abdômen duro como pedra. Eles tremiam sob seu toque e ela gemeu contra seus lábios.
Seu mundo virou de cabeça para baixo quando ele a pegou em seus braços e levou-a para o quarto.
Isso tudo era muito romântico. Ela não conseguia se lembrar se já foi levada para a cama antes. Se ela soubesse como desmaiar, estaria fazendo isso nesse exato momento.
Ele acendeu a luz, em seguida, deixou-a na cama e tirou sua camisa pela cabeça. Ela levou um momento para admirar aquela visão dele com seu jeans preso nos quadris, os pelos escuros encaracolados desaparecendo em seu jeans
E quando ela olhou para sua ereção pressionando contra o jeans apertado, ela lambeu os lábios e levantou o olhar para ele.
Ele se aproximou dela e levantou a camiseta.
— Sutiã bonito, — ele disse, provocando a curva de seus seios com a ponta de seu dedo.
Ela comprou roupa íntima nova em uma possibilidade remota de poderem chegar a fazer isso novamente. Agora ela estava feliz por ter comprado, porque o olhar de apreciação no rosto dele valia a pena. E o leve toque de seus dedos estava fazendo seu coração bater mais rápido. Quando ele enfiou os dedos dentro de seu sutiã para provocar seus mamilos, ela engasgou e se arqueou contra ele.
Will pensou que não havia nada tão bonito quanto a visão diante dele. O corpo de Jane estava corado com o desejo, os mamilos firmes, pontos duros contra seus dedos investigadores. Ele deu um estalo no fecho frontal do sutiã e separou as taças, desnudando-a para ele.
Ela se inclinou para trás e deixou que ele puxasse as alças pelos braços. Ele se inclinou sobre ela e colocou seus lábios sobre um bico.
O sabor dela era doce e suave, os sons que ela fazia enquanto cobria seus seios com a mão e chupava seu mamilo fazia o pau dele pulsar.
Tudo o que ela fazia o deixava duro. Ela era linda e honesta em suas expressões, dando-lhe tudo, observando-o enquanto ele lhe dava prazer, sua curiosidade tão natural como o que os dois estavam fazendo.
Ele empurrou-a de volta na cama e abriu o botão do seu jeans, em seguida, abaixou o zíper, seus dedos roçando sua pele macia enquanto ele puxava seu jeans sobre o quadril e pernas.
Cara, ele realmente gostava de suas pernas. Depois que ele deixou a calça cair no chão, ergueu uma de suas pernas e deu um beijo em sua panturrilha, alisando sua coxa. Seus olhos vidrados e as pálpebras parcialmente fechadas. Seus seios subiam e desciam enquanto sua respiração se aprofundava.
Sim, ele gostava de olhar seu corpo. Todo o seu corpo, especialmente seus olhos enquanto ele abaixava sua perna, inclinava-se sobre ela, e mapeava uma trilha sobre sua pele com seus lábios. Seus olhos eram janelas, mostrando tudo o que ela sentia. O azul ficava escuro e tempestuoso quando ela estava com raiva ou excitada, então luminoso e brilhante quando ela estava rindo. Ele poderia se perder em seus olhos viciantes, nela toda. Ele era um caso perdido sempre que estava ao seu redor. Sua pele era como seda e ele não se cansava de tocá-la, saboreá-la, cheirá-la. Ela cheirava à morangos frescos, e ele colocou seus lábios nos dela, querendo lambê-la toda. Ele começou em seu quadril e foi subindo até as costelas. Ela deu uma risadinha, sentia cócegas ali, mas ela definitivamente não riu quando ele cobriu seu seio direito com a boca e sugou lentamente.
Ela agarrou sua cabeça e segurou-o no lugar enquanto ele lambeu e chupou. Ele estendeu a mão e a deslizou sobre o sexo dela. Mesmo através da calcinha ela estava úmida. Ele acariciou-a, provocando. Ela arqueou o quadril contra sua mão, gemendo, com as mãos agarrando as cobertas.
Seu pau pulou em resposta.
Ele moveu para baixo, beijando sua barriga, deslizando sua língua em seu umbigo, em seguida, movendo-se mais abaixo. Aqui, seu aroma aumentou mais exótico, doce e almiscarado, e ele não podia esperar para prová-la, levá-la direto até a borda e vê-la cair.
Ele puxou a calcinha para baixo e deslizou a língua sobre ela, que gritou, abrindo as pernas, tremendo enquanto ele lambia e encontrava seu clitóris, em seguida, colocou os lábios em torno dele e chupou.
— Will. Deus, Will, sim.
Aqui era onde ela era mais receptiva, e onde ele gostava de lhe dar prazer. E ela aceitou, arqueando-se contra ele com fervor. Quando ela gozou, foi com um grito descarado de liberação. Ele segurou seu quadril e a levou direto para onde ela precisava ir, amando o gosto dela enquanto ela gozava.
Ele se levantou, apreciando a visão de seu corpo corado pelo orgasmo. Ela se sentou e agarrou seu zíper, os nós dos dedos roçando seu pênis.
Seus olhos estavam escuros com a paixão passada enquanto ela fixava os olhos nele, conforme empurrava a calça jeans pelo quadril dele. Ele saiu dela, assistindo enquanto ela removia sua cueca boxer e agarrava seu eixo.
E quando ela se inclinou para frente e levou-o em sua boca, era a sua vez de lutar para respirar.
Ele afastou seu cabelo para suas costas e o manteve fora do caminho para que pudesse vê-la dando-lhe prazer. Ele se tencionou enquanto ela o levava profundo, seus músculos tensos quando ela rolou a língua sobre a ponta, então lambeu o ponto sensível de seu pênis antes de engoli-lo, usando as mãos para acariciá-lo.
Ele estremeceu, direto para a borda.
Ele puxou de volta, inclinando-se para beijá-la, embalando sua cabeça em sua mão para que pudesse dar um beijo profundo. Ela o puxou para cima e alinhou seu corpo contra o dele.
Ele sentiu as rápidas batidas do coração dela contra seu peito, do jeito que ela tremeu. Sentia-se da mesma forma, se ele não chegasse dentro dela logo ia explodir.
Ele deitou-se na cama e pegou um preservativo e colocou, em seguida, deslizou dentro dela.
Ela enfiou os dedos por seu cabelo enquanto se arqueava. — Sim, — ela disse em um suspiro. — Aqui é onde você deveria estar.
Seu intestino se apertou com suas palavras e ele empurrou profundamente. — Sim. Bem aqui.
Depois disso não houve mais palavras, porque ele foi arrastado por um turbilhão de sensações, do corpo dela tomando-o, seus lábios se encontrando em um beijo elétrico. E enquanto ele se movia dentro dela, sabia que não havia outro lugar no qual queria estar, nenhuma outra mulher com a qual queria estar. Ela se encaixava perfeitamente. Seu corpo foi feito para o dele, e enquanto ela apertava em torno dele e gozou novamente, ele foi com ela, gemendo contra seu pescoço enquanto explodia com a sua liberação.
Mais tarde, quando ele conseguiu respirar novamente, rolou para o lado e puxou-a para encará-lo. Ele afastou o cabelo úmido do rosto dela.
— Se importa se eu passar a noite?
Seus lábios se ergueram. — Eu estava esperando que você ficasse.
— Bom. Eu trouxe preservativos extras.
— Eu comprei uma caixa deles. Eles estão na gaveta da cabeceira.
— Está vendo? É por isso que estamos tão bem sincronizados.
Ela sorriu. — Eu acho, também.
Ia ser uma longa noite, e ele não achava que ia dormir muito.
Nas últimas semanas Jane e Will tinham saído, tanto quanto possível, dada a sua agenda e a dele.
A mãe dela tinha sido muito útil, oferecendo-se para cuidar das crianças, mesmo durante a semana. Jane havia se recusado, a princípio, uma vez que a escola estava em funcionamento. Mas ela queria ver Will, de modo que se permitiu passar pelo menos um dia da semana com ele. Às vezes, eles saíam, mas geralmente apenas para uma refeição rápida, e então eles acabavam na casa dela por algum tempo a sós antes que ela tivesse que ir pegar as crianças.
O tempo que passavam sozinhos era sua parte favorita, quando ela e Will podiam explorar seus corpos.
Ele era muito bom em conhecer seu corpo. E ela adorava o dele. Afinal, era um grande corpo. Ela podia passar horas olhando para ele, tocando, saboreando. Aquelas horas sempre pareciam muito curtas.
Mas não eram apenas eles dois. E adorava quando Will insistia em passar tempo com as crianças, também.
Na semana passada, Will havia sugerido que todos fossem para o zoológico. Tinha passando muito tempo desde que Jane levou as crianças para o jardim zoológico. Ela não sabia o porquê. Ocupada com outras coisas e outras coisas para fazer, ela supôs. Mas as crianças adoraram a ideia, então eles foram.
Muita coisa mudou no zoológico. Muita coisa mudou em sua vida ultimamente, também. Ou seja, sendo Will uma parte dela.
Tabitha amava Will. No zoológico, ela estendeu a mão e arrastou-o para todas as exposições. Aparentemente, Tabitha e Will compartilhavam o amor pelos pinguins, por isso tinham praticamente levado uma lei ao Congresso para conseguir que os dois deixassem a exposição de pinguins. Apenas a sugestão de almoço os tirou de lá.
E então havia o amor que Will e Ryan compartilhavam por esportes. Will tinha conversado com Ryan sobre beisebol, e Ryan perguntou se Will gostaria de assistir um de seus jogos, o que Will, naturalmente, disse que queria fazer com certeza.
Desde aquela noite o próximo jogo foi agendado, Will apareceu, da mesma maneira que disse que iria. E o treinador de terceira base surgiu doente, então Will corajosamente se ofereceu para contribuir e ajudar.
Jane teve que trabalhar na creche do centro, então não pode ir, mas eles se encontraram em casa para comer uma pizza depois, e Ryan praticamente fez uma reprise de cada partida. Ele tinha um caso definitivo de adoração ao herói. Aparentemente Will era um treinador de terceira base agressivo, então ele empurrou um par de crianças para correr como o diabo para a base em duplas, resultando com eles vencendo o jogo por duas corridas contra uma equipe muito poderosa.
— Você deveria ter visto isso, mãe. Eu pensei que o treinador ia explodir. Mas Will estava certo. Ele viu Henry e Brandon correrem, então soube que eram rápidos e poderiam correr para a base e bater os arremessos. Foi incrível. Ele fez as chamadas certas.
Jane olhou para Will. — E você não terá problemas com o treinador?
Will deu um olhar para ela, uma daquelas extremamente confiantes que fez seus dedões do pé se encolherem. — Por favor. Eu estava no comando da terceira base. Eu sabia o que estava fazendo. De jeito nenhum os chamaria se não estivesse certo de que estavam a salvo.
— Viu, mãe? — Ryan disse.
— Entendo. Muito bem, Will. E stou feliz que o time venceu.
Depois da pizza, Will ajudou Ryan com sua lição de geografia enquanto Jane trabalhou com Tabitha em sua ortografia. Parecia uma família. Muito assustador, mas solidamente confortável ao mesmo tempo.
Ela não sabia bem o que fazer com isso.
Ela deu um banho Tabitha e as crianças foram para a cama, em seguida veio para ficar com Will. Eles assistiram a um filme por um tempo.
— Ouvi dizer que Ryan quer ir para um acampamento no próximo verão.
Ela pausou o filme e se virou para ele. — Onde você ouviu isso?
— De Ryan.
— Oh. Sim, tem um acampamento que ele quer ir, mas é muito caro, então tive que dizer a ele que não.
— Ele me disse isso também. — Will deu meia volta no sofá de frente para ela. — A questão é que eu queria saber se você me deixaria pagar por isso.
— Não.
Ele arqueou uma sobrancelha. — Por que não?
— Porque… apenas não. Obrigada, mas não.
— Jane. Eu quero fazer isso por ele. É um ótimo acampamento. Eu fui quando era criança. Eles têm atividades incríveis como arco e flecha, canoagem e trilhas. É um bom exercício físico e uma oportunidade para aprender a trabalhar em equipe. Eles têm uma ótima proporção conselheiro-criança, e é respeitável.
Ela não queria ter essa conversa sobre o acampamento de novo e, especialmente, não com Will. — Eu não tenho um problema com o acampamento, não posso me dar ao luxo de enviar Ryan para lá. Talvez algum dia, mas não agora.
Ele deixou o tópico de fora, por cerca de cinco minutos, antes de se virar para ela novamente. — Há algum problema em querer ajudar?
Ela suspirou. — Sim. Eu sou a mãe. Você não é. Eu não preciso ou quero a sua caridade.
— Ai. Não era caridade. Era um presente.
Ela sabia que não seria capaz de explicar isso direito, mas tinha que tentar. — Olha, Will. Eu agradeço, mas meus filhos precisam aprender a viver dentro das condições que posso mantê-los sem ajuda externa. Eu sou a mãe e só posso dar a eles o que tenho condições. E se não tenho condições de dar-lhes algo, então eles têm que aprender a ficar sem. Não é algo básico como comida, roupa ou abrigo. Isso é algo supérfluo.
— Eu entendo isso, realmente entendo, Jane. Mas tenho o dinheiro e meio que pensei que era parte de sua vida. Parte de suas vidas. Por que você não vai me deixar fazer isso por Ryan?
— Porque você não é o pai dele. E você não é uma parte de sua vida.
As palavras saíram de sua boca antes de ela pensar sobre o que dizer. E agora não podia voltar atrás.
Will olhou ferido.
— Will. Não foi isso que eu quis dizer. Deixe-me explicar.
— Está tudo bem. — Ele parou.
— Não está tudo bem. Vamos falar sobre isso.
— Não, é sério. Eu entendo. Eu já vou.
Ela levantou-se e seguiu-o até a porta. — Por favor, não vá embora.
Ele se virou para ela. — Eu aprecio e respeito sua independência, Jane. Mas em algum momento você vai ter que se abrir e deixar alguém entrar, e isso significa compartilhar sua vida com as crianças. E isso significa deixar alguém ajudar, mesmo financeiramente. Eu sei que é um ponto sensível para você, mas, — ele deu de ombros, — tanto faz.
Ele saiu e ela ficou na porta, observando-o enquanto ele entrou em seu carro e partiu.
Ela não sabia o que dizer. Ela fez bem em recusar.
Não é?
— Então você lhe disse não?
— Disse.
— Por quê? — Chelsea perguntou enquanto almoçavam no refeitório dos professores.
— Porque preciso sustentar os meus filhos. E já disse a Ryan que ele não podia ir.
— Bem, isso foi antes.
— Antes do que?
— Antes que você começou a ver Will. Vocês dois estão ficando meio sérios, não é?
Jane deu de ombros. — Eu não sei.
Chelsea revirou os olhos. — Vamos lá, Jane. Vocês estão juntos quase todas as noites. Ele faz as coisas, não só com você, mas com você e as crianças. É óbvio para todos na cidade que vocês dois são um casal, e que ele ama seus filhos. Se ele quer ajudá-la a enviar a Ryan para o acampamento de verão, qual é o problema?
Ela ergueu o queixo. — Eu quero poder enviar Ryan para o acampamento de verão. Eu quero fazer essas coisas pelos meus filhos. Eu não quero depender de um cara para me ajudar.
Chelsea inclinou a cabeça para o lado. — Um cara? É isso que Will é para você?
— Vamos lá, Chelse. Você sabe o que eu quis dizer.
— Sim. Eu sei exatamente o que você quis dizer. Will é apenas um cara que você está trepando para tirar sua ferrugem, e você quer ficar sozinha e independente o resto da sua vida.
— Você não entende. — Ela levantou uma cenoura, então abaixou novamente, seu apetite foi embora.
— Eu não entendo, — Chelsea disse. — Realmente não entendo. Você quer poder dar a seus filhos tudo o que você e Vic podiam fazer por eles. Mas adivinhe? Você tem uma renda de uma só pessoa agora, então você não pode e provavelmente não será capaz de ter uma renda de duas pessoas novamente. Com Will no pedaço, você pode fazer algumas coisas para as crianças que não podia fazer antes. Então se Will ajudar com algumas coisas financeiramente, isso é uma coisa ruim?
— Não. Mas e se as coisas não derem certo comigo e Will? Então o que vai ser dos meus filhos? Tornam-se dependentes dele e sua renda, exatamente como eles dependiam de Vic. Eu sou adulta. Posso lidar com um coração partido, mas não vou ter meu coração partido mais uma vez.
Chelsea assentiu. — Eu entendo seu medo. Mas você não pode manter seus filhos longe e protegê-los do sofrimento o resto de suas vidas. Nem você pode se fechar, a fim de protegê-los. Você tem que se permitir viver novamente, Jane. Ainda que isso signifique se arriscar, e a eles, e a chance que todos possam ser feridos novamente.
Ela olhou para as cenouras. — Eu não tenho certeza se posso correr esse risco.
— Então, você está se condenando a ficar sozinha o resto da sua vida. Espero que você ache que vale a pena.
Ela alfinetou Chelsea com um olhar. — Foi dura, Chelse.
— Não, Jane. Essa era a verdade.
Will pensou muito sobre o que Jane tinha dito na outra noite.
Ele não gostou, mas eram os filhos dela e ela tinha o direito de tomar essas decisões. Mesmo que ele não concordasse com todas elas.
A discussão sobre o acampamento apareceu em uma conversa com Ryan. Será que ele tinha dito que tinha ido para o acampamento, quando era criança? Ryan tinha ficado tão animado com o acampamento, e Will pensou que era algo que ele podia fazer para ajudar.
Era simples. Ele tinha muito dinheiro. Droga, em quem ele tinha que gastar seu dinheiro?
Obviamente Jane não via as coisas tão simples quanto ele. Às vezes ela era tão razoável sobre as coisas.
Mas, mais uma vez, as crianças eram dela e assim foi decido. E ele apenas precisava cair fora.
Ele ligou para ela no dia seguinte. Ela respondeu, hesitante com ele. Ele odiava isso.
— Peço desculpa por fugir de você, — ele disse.
— Eu sinto muito pelo que eu disse.
— Você tinha o direito de dizê-lo. Você é mãe de Ryan e Tabitha, e você que dá as cartas no que diz respeito a eles. Eu forcei minha entrada e fiz sugestões, e não tinha nenhum direito de fazer isso.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos. — Não há problema em sugerir. Agradeço as sugestões. Eu só não vou dizer que sim sempre.
— Tudo bem. Eu posso viver com isso.
— Obrigada por ser sempre tão compreensivo. Especialmente quando não for sempre tão razoável.
Ele riu. — Então estou perdoado?
— Não há nada para perdoar.
— Estou feliz que você pense assim. Olha, há outra razão para a minha ligação.
— Oh?
— Sim. Há uma exposição de dinossauros animatrônicos vindo para a cidade na sexta-feira. Você acha que as crianças estariam interessadas?
— Você está brincando? Eles ficariam emocionados.
— Ótimo. Que tal nós sairmos para comer pizza e depois ir para a exposição na sexta-feira depois do trabalho? Seis e meia?
— Parece perfeito.
— Tudo bem. Eu irei buscar vocês.
Eles conversaram por um tempo, e quando desligou se sentia muito melhor sobre como as coisas estavam, especialmente quando viu Jane na academia naquela noite. Ela sorriu para ele e o pegou no corredor.
— Teve um bom dia? — Ela perguntou.
— Foi calmo, e para mim isso é sempre um bom dia.
Ela começou a andar com ele enquanto se dirigiam para os armários, então ele desviou em um dos corredores laterais, grato por ver que estavam sozinhos. Ele a empurrou contra a parede e a beijou. Ela o beijou de volta com fervor, passou os dedos em seu cabelo, empurrando seu corpo contra o dele. Ele finalmente teve que afastá-la e respirar fundo.
— Uma ereção nesse short vai ser difícil de esconder.
Ela respirou profundamente. — Eu estou tendo o mesmo problema.
— O seu é mais fácil de esconder.
— Eu posso te dar alguns problemas de matemática difíceis de resolver, — ela disse, seus olhos brilhantes com malicia.
— Isso não vai ajudar. Seu corpo ainda está pressionado contra o meu.
Ela deslizou para longe dele. — Eu posso consertar isso. Vejo você mais tarde. — Depois de um rápido beijo, ela piscou e acenou enquanto corria, deixando-o sozinho para pensar em alguns desses problemas complexos de matemática, enquanto ele respirava profundamente
Sexta-feira várias coisas deram errado no trabalho. A chuva se deslocou, o que nunca era um bom pressagio para o tráfego nas estradas. As tempestades eram intensas, acidentes eram frequentes, e ainda por cima, dois dos patrulheiros que deviam aliviar seu turno estavam doentes, o que significava que ele estaria trabalhando horas extras.
Ótimo. Tudo bem.
Ele ligou para Jane naquela tarde, depois que ela saiu da escola.
— Ei, como foi o seu dia? — Ele perguntou.
— Muito bem. As crianças estão realmente animadas sobre esta noite.
— Sim, sobre isso. Tenho más notícias. Dois de nossos funcionários estão doentes e tenho que fazer horas extras.
— Oh, sinto muito em ouvir isso.
— Odeio decepcionar as crianças, mas não há nada que eu possa fazer.
— Não se preocupe com isso. Nós podemos fazê-lo outra hora. Tenha cuidado.
— Há outra exibição ao meio-dia de amanhã. Que tal isso?
— Parece ótimo.
— Bom. Eu estarei ai as onze para pegar vocês.
— Perfeito.
— Obrigado pela compreensão. Eu preciso voltar, então falo com você mais tarde.
— Certo.
Jane desligou o telefone e foi até a janela. O trovão ribombou e estourou lá fora, e o raio iluminou o céu. As tempestades de verão eram sempre violentas, e essa aqui não era nenhuma exceção. Foi uma tempestade muito agressiva o dia todo.
Ela esperava que Will estivesse bem. Ela entrou e disse para as crianças que Will teria que trabalhar até tarde. Ambos estavam desapontados por não poderem ir para a exposição dos dinossauros, mas ela explicou para eles o quão importante o trabalho dele era e como ele estava lá fora na tempestade mantendo as pessoas a salvo. Eles compreenderam.
Boas crianças. Ela sorriu e disse a eles que faria macarrão com queijo para jantar e cada um deles podia escolher um filme para assistir. As crianças ficaram excitadas com isso.
Nada como macarrão com queijo e cinema para salvar a noite.
Na manhã seguinte, ela acordou as crianças, teve certeza que eles tomaram o café da manhã e banhos e estavam prontos para saírem com tempo de sobra antes de Will chegar, especialmente desde que ele era tipicamente matutino.
Ela ficou surpresa quando deu onze horas e ele não apareceu ainda, e chocada quando era onze e quinze e ainda não havia nenhum sinal dele.
— Will está chegando, mamãe? — Ryan perguntou, olhando nervosamente para o relógio acima da lareira.
— Tenho certeza que ele vem, querido, mas vou chamá-lo para ter certeza. — Ela pegou o telefone e ligou para o seu celular.
Nenhuma resposta. Que estranho. Ela tentou de novo, e ainda não houve resposta.
As onze e trinta e depois de vários telefonemas, ela estava chateada. Era óbvio que eles levaram um bolo. De jeito nenhum ela ia desapontar seus filhos duas vezes em dois dias, especialmente desde que essa coisa toda de dinossauro tinha sido ideia dele em primeiro lugar.
— Vamos, — disse ela, pegando sua bolsa e as chaves.
— Mas Will ainda não chegou, mamãe, — Tabitha disse.
— Will pode não vir, então vamos sem ele, — ela disse, não ia entrar na complexidade de sua irritação com Will com seus filhos. Ela dirigiu até o centro, encontrou a exposição, comprou três ingressos e levou seus filhos para ver a exposição dos dinossauros.
Ryan e Tabitha tiveram um ótimo dia. Ela ficou chateada o tempo inteiro, seus pensamentos concentrado-se em Will. Ela desligou seu telefone durante a exposição, e duas horas mais tarde ligou-o novamente.
Nenhuma mensagem de Will.
Isso não era simplesmente ótimo. Ela levou as crianças para almoçar e, em seguida, levou-os para casa.
Will ligou no final da tarde. Ela ignorou seu telefonema, e suas mensagens de texto, uma vez que pareciam desculpas esfarrapadas para ela.
Jane, eu sinto muito. O meu telefone ficou sem bateria e o carregador queimou, também. E o alarme não tocou.
Jane. Por favor, atenda o telefone. Eu prometo me explicar.
Jane. Desculpe.
Ela não queria ouvir suas desculpas. Tudo que ela sabia era que ele desapontou seus filhos e ficava lá. Novamente.
Ela sabia que a primeira vez foi o trabalho e não podia evitar. Mas sério? A velha desculpa “o meu telefone ficou sem bateria”?
Tanto faz. Ela estava acima disso. Relacionamentos davam muito trabalho, e não tinha energia para isso. Ela passou o resto do fim de semana ignorando suas chamadas e mensagens.
Mas quando ele veio até a sua porta no final do domingo à noite, teve que atender. Ela foi para o lado de fora para as crianças não ouvi-lo.
— Eu ia vir mais cedo, mas nós temos muitos caras doentes com influenza assim tive que cobrir outro turno nesse fim de semana.
Ela cruzou os braços. — Que conveniente.
Ele deu um passo para frente. Ela deu um passo para trás.
Ele franziu o cenho. — Você está com raiva. Eu entendo, mas por favor, deixe-me explicar.
— Não há nada a explicar. Seu telefone ficou sem bateria ou algo. Eu entendo.
— Você não acredita em mim? Você nem vai me dar uma chance? Você acha que eu deliberadamente te dispensei?
— Eu não sei em que acreditar. E não me importo. Estou cansada, Will.
— Sério? Eu trabalhei até quase as seis horas na manhã de sábado, cheguei em casa, e conectei meu telefone ao carregador. Eu acho que um raio queimou o carregador e estava tão cansado que nem percebi. Meu telefone ficou sem bateria, meu alarme não tocou, e não acordei até uma da tarde. Eu não poderia mesmo chamá-la, porque tinha um telefone sem bateria. Eu tive que sair e comprar um novo carregador, carregar o meu telefone e ligar para você.
— Está tudo bem. Eu levei as crianças para a exposição.
Ele enfiou os dedos pelos cabelos. — Eu sinto muito, não estava lá. Eu ia fazer isso por você, por eles.
— Isso não é necessário.
— Você está realmente com raiva disso. Vamos falar sobre isso.
— Eu não quero falar sobre isso. Eu não quero falar nada.
— Jane.
— Eu preciso aprontar as crianças para a escola amanhã. E acho que nós precisamos de um tempo, Will.
— Por quê?
— Porque isso é demais para mim.
— Você e eu?
— Sim.
— Por que é demais para você?
— Porque é.
— Porque eu furei um encontro com você e as crianças por causa do trabalho, e meu telefone descarregou, eu desapontei vocês?
Ela não ia fazer isso com ele. — Eu tenho que ir.
Ela se virou para voltar para dentro.
— Sabe qual é o seu problema?
Agora ele estava com raiva. Isso era incrível. Ela virou-se. — Claro. Diga-me.
— Você está procurando pelo Sr. Perfeito para substituir Vic.
— O quê?
— Depois que Vic fodeu tudo, você está esperando a perfeição, e nenhum homem jamais estará à altura. Ou talvez seja isso o que você quer?
Ela estreitou o olhar. — Não entendo.
— Talvez você esteja procurando pelo Vic 2.0, o Vic pelo qual você se apaixonou antes de tudo ficar confuso.
— Você está brincando comigo? Não é o que estou procurando.
— Você tem certeza? Você tem certeza que não é exatamente o que você quer? Sua vida quando era perfeita, antes de tudo ir à merda? Porque isso não vai acontecer, Jane. Isso nunca vai acontecer para você. Então você só tem que se contentar com algo um pouco menos do que a perfeição.
A raiva ferveu dentro dela. — Você não tem ideia do que está falando. Eu não quero Vic de volta, antes ou depois que ele arruinou a sua vida e as nossas. Eu não o quero ou qualquer cópia dele.
— Então o que você quer?
Ela não tinha uma resposta para ele. Ou para si mesma. Ela só queria que sua vida fosse simples, e agora não era.
Ele deu esse passo para frente, e ela se manteve firme.
— Eu não sou perfeito, Jane. Estou longe disso, mas você sabe o quê? Nem você. Você sabe o que nós dois somos? Seres humanos que cometem erros. E sinto muito por ferir você e as crianças. Eu prefiro cortar um braço do que ferir qualquer um de vocês. Eu não sou Vic, e nunca machucaria você do jeito que ele fez. Porque ele era o cara errado para você. Então, quando você estiver pronta para estar com o cara certo, com falhas e tudo, me avise. Estou disposto a dar-lhe o melhor que tenho. E sim, provavelmente falharei com você agora e depois, mas nunca vou te deixar, e nunca deliberadamente vou feri-la, ou a Ryan ou Tabitha. Além disso… Eu te amo. Mas isso tem que ser suficiente para você. E se não for, então talvez eu não seja o homem certo para você. Mas se eu não for, então por Deus, nenhum homem é.
Ele virou as costas e foi embora, deixando Jane olhando para ele, tentando absorver tudo o que ele disse a ela.
Ele a amava. Ele disse que a amava.
Ele não só disse que a amava, ele disse a ela. Muito.
E ela merecia. Tudo isso.
Ela sentou-se na sala de estar com a cabeça apoiada nas palmas das mãos, a mãe de todas as dores de cabeça apertando suas têmporas.
Ela tinha tanta raiva e indignação queimando dentro dela. Ela ia ficar sozinha. Ela tinha feito isso tão bem nos últimos anos. Só ela e as crianças, e eles faziam muito bem sem um homem.
Muito bem.
Até Will entrar em suas vidas e estragar tudo, fazendo seus filhos felizes e divertidos e cheios de vida e os fazendo caír de amores por ele.
Assim como ela tinha se apaixonado por ele.
Ela o amava. Esse que era o problema. Porque ela deu-lhe o poder de magoá-la.
E um simples erro da parte dele e ela rompeu com ele e o mandou embora.
Porque Deus me livre de alguma vez dar a outro homem a chance de machucá-la novamente.
Como Vic a machucou.
Will pensou que ela queria outra oportunidade com alguém exatamente como Vic?
Ela deu uma risada suave por isso. Ela nunca quis Vic novamente. Ela nunca queria ver Vic novamente. Ela esperava e rezava todos os dias que ele nunca mais voltasse. Vic era um desastre.
Will tinha feito tudo certo, e ela o crucificou em cada etapa, apenas esperando que ele fizesse um movimento errado para que pudesse atacá-lo e rasgá-lo em pedaços.
Assim, ela poderia puni-lo por tudo o que Vic tinha feito com ela.
Porque ela nunca poderia castigar Vic.
Ela levantou a cabeça, a súbita compreensão a atordoou.
Merda.
Sentada aqui na escuridão, tudo se tornou tão claro para ela.
Mas era muito tarde para consertar as coisas?
“Então, quando você estiver pronta para estar com o cara certo, com falhas e tudo, me avise.”
Ele deixou a porta aberta para ela. Tudo o que ela tinha que fazer era atravessá-la.
Will andava pelos limites do seu pequeno apartamento, muito agitado para dormir. Que chato. Ele pegou seu telefone do bolso de sua calça jeans para olhar para a hora, percebendo que era mais de meia-noite e a cinco da manhã chegaria rapidamente.
— Isso é tudo culpa sua, — ele disse para o telefone, então o colocou de volta no bolso.
Ele virou-se quando houve uma batida na porta. Quem estava aqui tão tarde? Provavelmente outro amigo bêbado de seu vizinho batendo na porta errada.
Péssima noite para isso. Ele abriu a porta, com a intenção de gritar com o idiota, e ficou chocado por encontrar Jane em pé lá.
— Jane.
— Ei.
— Que diabos você está fazendo aqui? Você sabe que é, tipo, mais de meia-noite? Onde estão as crianças?
— Eu liguei para Chelsea ficar com eles. E sim, estou ciente da hora.
Ele piscou, então percebeu que a tinha deixado em pé na frente porta. — Entre.
Ela entrou e fechou a porta, ainda incapaz de saber o que estava fazendo aqui.
— Você quer algo para beber?
Ela balançou a cabeça. — Não. Eu estou bem, obrigada. Eu só quero conversar com você.
Eles se separaram antes, ou melhor, ele tinha saído mais cedo, com uma observação muito ruim. Tudo o que ele fazia era pensar sobre as últimas horas.
Ele tinha sido brutal com ela, tinha dito coisas que, embora ele não se arrependesse, provavelmente poderia ter sido um pouco menos duro.
Mas ele estava cansado de andar pisando em ovos ao redor dela, então talvez as coisas precisassem ser ditas. E talvez ela estivesse bem e louca e tinha algumas coisas a dizer de volta.
Certo, ele podia suportar isso.
— Venha e sente-se. Desculpe o lugar está uma bagunça.
— Está tudo bem. Eu não vim aqui para criticar o seu serviço de limpeza.
Ele passou as mãos pelo seu cabelo enquanto a levava para a sala de estar. — Ainda bem.
Ela deu uma risada nervosa, então se sentou em seu sofá. Ele se sentou ao lado dela, desejando poder tomá-la em seus braços e abraçá-la. Mas desde que ela olhava fixamente para seus sapatos, suas mãos dobradas firmemente juntas em seu colo, sua linguagem corporal dizia que ela não estava com humor para isso, então ele manteve distância.
Ele tinha uma sensação de que estava prestes a receber uma bronca.
Ele esperou.
E esperou.
Certo, então talvez ela precisasse de um minuto para organizar seus pensamentos.
— Tem certeza que você não quer algo para beber?
O olhar dela se encontrou com o dele, e havia lágrimas em seus olhos. — Desculpe-me, Will.
Uh-oh. Isso soou como o início de uma conversa de separação, e ele estava esperando que ela iria demorar algum tempo para se acalmar, que ainda podia falar as coisas.
Talvez não. — Desculpe-me por quê?
— Por não apreciar o grande cara que você é. Desde que começamos a... ficar juntos, você esteve lá para mim, e para as crianças. E não fiz nada, alem de sempre me afastar, mantendo a distância, porque estava com medo.
Certo, isso não foi como ele pensou que seria. — Você não tem que se desculpar por isso, Jane. Você estava protegendo a si mesma, a Ryan e Tabitha. Eu entendo. E fui insistente. Quando sei o que quero, sou obstinado sobre isso, e vou forçar meu caminho para ter as coisas à minha maneira. Às vezes não consigo ver como isso afeta outras pessoas. Vem de ser solteiro por muito tempo.
Ela olhou para ele. — Eu posso ver isso em você. Mas isto é dificilmente uma falha de caráter.
— Faz-me obstinado e teimoso, às vezes. Eu tenho que aprender a ver o outro lado das coisas. Eu sou um cara solteiro e nunca fui ferido do jeito que você foi, do jeito que as crianças foram. Eu pensei que podia só estar em sua vida e iria ser fácil. Eu devia ter sabido melhor.
Ela franziu o cenho. — Não invente desculpas para mim ou me deixe escapar tão facilmente.
Ele tentou não sorrir. — Certo, eu não irei.
— Eu provavelmente me apaixonei por você quando cortou minha grama, ou quando saímos na primeira noite e fizemos amor mais incrivelmente doce como ninguém jamais fez. Mas Deus, Will, você me assustou, porque me fez sentir coisas que pensei que nunca iria sentir novamente. Você me fez sentir segura e cuidada e me fez confiar em você.
Ela respirou fundo e Will agarrou-lhe a mão. Ela lutou contra ele, mas agarrou-a de qualquer maneira, até que ela deixou. — Não há problema em ter medo, Jane. Eu sei o quanto Vic te magoou.
Ela assentiu, e grandes lágrimas se derramaram por suas bochechas.
— Eu odeio o quanto ele magoou você e as crianças. Eu daria qualquer coisa para você não ter aquele grande buraco em seu coração por causa do que ele fez com você.
— A coisa é, eu nunca consegui colocar para fora o que me magoou. Depois que ele saiu da cidade, o nosso divórcio foi tratado a longa distância. Então, nunca cheguei a dizer-lhe na cara o quanto ele me feriu.
Ela fez uma pausa, olhou para seus sapatos novamente. Ele sabia que precisava dar-lhe tempo para organizar tudo em sua cabeça, e colocar tudo para fora. Então ele esperou.
— Então eu guardei tudo aqui dentro e fiquei com raiva. E então você entrou em minha vida e me deu a saída que eu precisava. E descontei em você. Eu coloquei toda essa desconfiança em você. Eu me afastei e fugi de você. E isso não é justo. Porque você nunca fez qualquer coisa para me magoar ou as crianças.
— Eu sinto muito ter decepcionado você.
Ela olhou para ele e deu-lhe um sorriso triste. — Você nunca me decepcionou. Você é um dos homens mais honrados que já conheci. Você nunca intencionalmente machucaria ninguém. E você estava certo no que disse, que não há tal coisa como a perfeição. Eu não estou procurando por perfeição, Will. Somente procurava uma abertura, assim eu poderia me agarrar nela, para que pudesse apontar o dedo e dizer “Está vendo? Veja? Vai acontecer novamente”. Eu estava certa em não confiar em você, quando de fato, você não fez nada errado mesmo. Foi estúpido. Eu sou estúpida.
Ele a puxou contra ele e beijou o topo de sua cabeça. — Você não é estúpida. Você estava protegendo seu coração e seus filhos. Eu amo como você é feroz sobre mantê-los a salvo.
Ela se afastou e olhou para ele. — Eu estava com medo de dar meu coração a você, porque estava apaixonada por você. E isso te dá a capacidade de me ferir.
Ouvi-la dizer aquelas palavras fez seu coração apertar, fez sua garganta se contrair com emoção que ele nunca sentiu antes. Ele engoliu. — Eu cometerei erros com você, Jane. Eu sei que vou. Mas nunca magoarei você. Eu prometo.
Ela finalmente ergueu o olhar para ele. — Eu sei. E acredito em você. Eu acredito em você, Will, porque amo você.
Suas esperanças dispararam. — Nós podemos fazer isso funcionar, você sabe. E nós tomaremos isso com calma. Não vamos apressar as coisas. As crianças precisam me conhecer melhor.
Ela passou os dedos em seu queixo. — Os meus filhos o adoram tanto quanto eu.
Ele roçou os lábios nos dela. — Nós ainda tomaremos isso com calma, porque todos precisam disso. E nós temos todo o tempo do mundo. Eu não tenho pressa, e não vou a lugar nenhum.
Jane suspirou e caiu em seus braços. Will passou os braços em torno dela e selou o acordo com um beijo que enrolou os dedos dela dentro do tênis.
Sentia-se tola por ter sido tão reticente, tão estúpida para machucá-lo. E ele a perdoou tão fácil quando ela não merecia. Ela não o merecia, mas iria passar o tempo que demorou a fazer as pazes com ele provando-lhe que poderia fazê-lo feliz.
Quando ele finalmente rompeu o beijo, ela estava deitada em seu colo.
— Você tem que ir para casa?
Ela balançou a cabeça. — Chelsea disse que ia passar a noite, porque disse a ela que poderia estar aqui com você, conversando a noite toda. Ou pelo menos é assim que eu esperava que seria.
Seus lábios se curvaram naquele sorriso diabólico que nunca deixava de fazer seu estômago se contorcer. — Bem, você pode passar a noite, Jane, mas não acho que vai haver muita conversa.
Ela estendeu a mão para puxar a cabeça dele até a dela. — Eu gosto da maneira que você pensa, Will.
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