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A Fortaleza de Hitler Ameaçada
A Fortaleza de Hitler Ameaçada

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

RELATOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A Fortaleza de Hitler Ameaçada

 

                  

 

O começo de 1945 foi o princípio do fim para a Alemanha. As vitoriosas legiões da Wehrmacht, que entre os anos de 1939 e 1941 tinham desfilado triunfalmente com a bandeira do cruz gamada, estavam reduzidas a grupamentos estropiados. As potentes divisões Panzer, outrora terror da infantaria inimiga, não possuíam o combustível indispensável para movimentar os seus poucos carros. A Luftwaffe, com a qual Goering prometera submeter a Inglaterra como também defender o território metropolitano alemão até ao seu mais longínquo rincão, agonizava reduzida a algumas esquadrilhas indefesas. A Kriegsmarine, que tinha sonhado em varrer dos mares a frota britânica, agora, limitada a unidades isoladas, se dispersava em portos afastados, impotente e vencida. Finalmente, no interior da Alemanha, a férrea organização que o partido nazista havia montado, começava a se desagregar lenta, mas firmemente. A convicção da derrota não se alastrava só entre a população mas também entre muitos dos líderes do regime.

 

O desastre de Stalingrado, primeiramente, e, em seguida, a invasão da Normandia, marcaram o momento em que os exércitos aliados começaram a pressionar o Alemanha, apertando gradualmente o cerco. Por último, a "fortaleza européia" que a propaganda nazista tinha criado, começou a estremecer. A Itália de Mussolini se desmoronou estrepitosamente. Na Frente Leste os exércitos soviéticos lançavam-se como uma onda incontida sobre os territórios dominados pela Alemanha. O anel em torno do Terceiro Reich finalmente se fechava, como uma mortal armadilha na qual os sonhos de grandeza do Führer seriam enterrados.

 

Em janeiro de 1945, dez milhões de soldados soviéticos, americanos e ingleses estavam preparados para se lançarem contra a Alemanha com um ímpeto irresistível. No oeste, os efetivos de Montgomery (1o Exército canadense, 2o Exército britânico e 9o Exército americano) faziam junção com as tropas ao comando do General Bradley (1o e 3o Exércitos americanos) bem como com os efetivos que operavam sob os ordens do General Devers (6o Grupo de Exércitos, 7o Exército americano e 1o Exército francês). Diante deles, desdobrados de norte para sul, encontravam-se, preparados para conter a investida, o Grupo de Exércitos H, sob o comando do Coronel-General Blaskowitz, o Grupo de Exércitos B, comandado pelo General Model, e o Grupo de Exércitos G, sob a direção do general da SS Hasser. O comando supremo pertencia, até 21 de abril, ao Marechal-de-Campo von Rundstedt e depois, até ao fim das hostilidades, ao Marechal Albert Kesselring.

 

No leste, os soviéticos dispunham seus efetivos de norte para o sul na seguinte ordem: a Primeira Frente do Báltico, sob as ordens do Marechal Bragamian, a Terceira Frente da Bielo-Rússia, sob o comando do General Tcherniakovski, morto em combate e substituído por Vassilievski, a Segunda Frente da Bielo-Rússia, de Rokossovski, e as quatro Frentes da Ucrânia, sob as ordens dos Marechais Koniev, Tolbuchin, Malinovski e Petrov. Contrapondo-se-lhes estavam os Grupos de Exércitos da Curlândia, comandados pelo General Hilpert, o Grupo de Exércitos Norte, dirigido pelo General Weiss, o Grupo de Exércitos Vístula, comandado pelo Reichsführer da SS Himmler, e o Grupo de Exércitos Centro, com o General Schörner. Os efetivos alemães estavam sob os ordens do Coronel-General Guderian.

 

Estas eram as forças anglo-americanas, soviéticas e alemães que se batiam na última etapa da guerra européia.

 

A situação dos nazistas, em resumo, era gravíssima em todas as frentes e particularmente trágica na Frente Leste, onde 1.800.000 soldados alemães enfrentavam a constrangedora superioridade de 5.300.000 combatentes do Exército Vermelho.

 

Na retaguarda, entretanto, a evidência da derrota já contaminava os líderes do regime. O Conde Bernadotte, que já há muito tempo se entrevistara várias vezes com Himmler e outros chefes nazistas, foi testemunha dos esforços que faziam para deter o que não tinha mais solução.

 

A Alemanha, efetivamente, tinha entrado no ano zero da sua história. Aqueles meses, sem dúvida, seriam inolvidáveis para a população alemã.

 

Contudo, Hitler parecia viver totalmente fora da realidade. De fato, a 1° de janeiro, o Führer convoca uma reunião do alto-comando no castelo Ziegenberg, sede de seu quartel-general. Conseqüentemente, seus principais generais se apresentam. Entre eles, Guderian que, sem se deixar iludir pelos sonhos inatingíveis, vê claramente a situação desesperada em que se encontram. Durante a reunião, o Führer aparece aos olhos de seus principais colaboradores totalmente desligado da realidade. Nega-se a abandonar a Curlândia e repele as insinuações de retirar tropas da frente ocidental para tentar deter o Exército Vermelho. Hitler não acredita nas novas ofensivas soviéticas. Os soviéticos, segundo acreditava, estavam a um passo do esgotamento e não estava longe a sua queda...

 

A queda prevista não ocorreu. Pelo contrário, em 12 de janeiro, a planície de Baranow fica iluminada pelo resplendor dos fogos da artilharia soviética. É o primeiro ato da avassaladora ofensiva que o Exército Vermelho lança sobre a Alemanha.

 

Guderian recebeu, nessa oportunidade, um informe que, com a sua dramática brevidade, evidenciava claramente que tudo já estava perdido. Com efeito, o General Gehlen, falando lentamente disse a Guderian: "Acabo de preparar outra exposição sobre a situação das forças no setor da cabeça-de-ponte de Baranow, em conformidade com os dados mais recentes. Os russos avançam numa frente de 90 km de largura, com cinco exércitos de fuzileiros, seis corpos blindados e cinco brigadas blindadas. A proporção de forças é agora de 11 contra 1 no que refere à infantaria, 7 contra 1 nos blindados, e 20 contra 1 na artilharia. Em muitos setores a concentração de canhões russos é de 250 por quilômetro. Se não conseguirmos convencer ao Führer para que sejam tomadas medidas de extrema urgência, o ocorrido em Baranow pode-se converter numa verdadeira catástrofe...".

 

Contudo, Guderian sabia que ia acontecer exatamente o que aconteceu. O Führer, em meio a um de seus freqüentes ataques de fúria, negou que Gehlen tivesse razão e não aceitou que Guderian compartilhasse dos pontos de vista daquele general.

 

Hitler, aferrado a seus sonhos utópicos, negava-se obstinadamente a reconhecer a realidade. Guderian compreendeu então que tudo estava perdido, definitivamente...

 

As armas secretas

 

Nos últimos meses da guerra, quando a situação militar se tornava mais e mais desfavorável para a Alemanha, somente uma esperança começou a tomar corpo nos meios dirigentes nazistas: as armas secretas. A máquina de propaganda, habilmente manejada por Goebbels, martelava dia e noite, fazendo referências veladas à próxima utilização de armas fantásticas destinadas a esmagar o inimigo em todas as frentes.

 

Não se pode negar que a Alemanha possuía excelentes armamentos. Tanques como o Tigre Real, com as suas 69 toneladas e seu canhão de 128 milímetros, com uma blindagem de 150 mm; o canhão antitanque Pok 43, com uma velocidade inicial de tiro de 1.250 metros por segundo; o canhão autopropulsado Elefante, de 72 toneladas e uma blindagem de 200 mm; e outros armamentos semelhantes. Contudo, se bem que tais elementos eram superiores aos seus similares soviéticos e americanos, os alemães não os possuíam em quantidades suficientes e suas fábricas, castigadas sem descanso pelos bombardeios aliados, já não rendiam o esperado.

 

Outras armas, algumas delas revolucionárias, como o canhão de calibre variável e o fuzil de cano curvo, foram criadas e produzidos. Os foguetes foram adotados e utilizados. Tudo, entretanto, chegou tarde. Até 1o de janeiro de 1945, a aviação alemã dispunha de 4.500 aviões. Em troca, faltava combustível. A artilharia pesada, que era o que mais se precisava, era substituída pelo uso de bombas tele-dirigidas, disparadas por aviões.

 

As grandes bombas voadoras resumiam grande parte do otimismo e esperanças dos nazistas. As V-1 e V-2 foram utilizadas. As V-3, V-4 e V-5 não passaram da fase experimental e os nazistas não as utilizaram. Entretanto, a Alemanha guardava ainda uma última esperança. Era uma arma que seria definitiva, final, terminante, apocalíptica. Era a bomba atômica. Enquanto os cientistas alemães se lançavam numa corrida contra o tempo, o ditador nazista dizia, referindo-se ao seu possível emprego: "Deus me perdoe os últimos cinco minutos da guerra..." O tempo se encarregaria de provar que também aquela arma terrível não ficaria em suas mãos. Mas seus inimigos é que disporiam dela e a utilizariam, como último ato de um drama que há seis anos se abatia sobre o humanidade.

 

Guderian, em declarações posteriores, recordou o clima que imperava no OKW pouco antes da última ofensiva soviética: existia - disse - uma vaga esperança de que a anunciada ofensiva soviética não passasse de um gigantesco blefe. Lembrou-se das palavras do Führer: "Nunca houve na frente oriental tantas reservas como agora... e isso graças a vocês... Obrigado". Guderian lhe respondeu de imediato: "A frente oriental é como um castelo de cartas... Se for atacada num só ponto, se desmoronará, porque quatorze e meia divisões de reserva são muito pouco para a sua gigantesca extensão...".

 

As reservas eram integradas pela 17a Divisão Blindada, em Piezow; a 16a Divisão Blindada, ao sul de Kieloe; a 20a Divisão Blindada, entre Wierzonik e Ostrowicz; a 10a Divisão Blindada, em Kamienna; a 19a Divisão Blindada, em Radom; a 25a Divisão Blindada, em Mogielnica; a 7a Divisão Blindada, em Zichenau; a "Gross Deutschland", Divisão Blindada, em Chorzele; a 18a Divisão de Granadeiros, em Johannesburgo; a 23a Divisão de Infantaria, em Nikolaiken; a 10a Brigada de Caçadores Ciclistas, em Sensburg; parte da divisão blindada "Brandenburgo", ao sul de Drengfurt; o Corpo Blindado Hermann Goering, com a 1a Divisão Blindada de Fuzileiros Hermann Goering, a oeste de Gumbinnen; a 5a Divisão Blindada, em Breitenstein, e a 24a Divisão Blindada, a caminho entre a Hungria e Rastenburg.

 

O ataque soviético

 

A 12 de janeiro de 1945, o Marechal Koniev desencadeou a maior ofensiva do Exército Vermelho, partindo da cabeça-de-ponte de Baronow, sobre o Vístula. Poucos dias após, toda o frente oriental estava em chamas, de Memel até os Cárpatos.

 

Na cabeça-de-ponte de Baranow, que se ampliava por uma frente de 90 km, os russos tinham concentrado elementos blindados e tropas numa quantidade nunca vista em frente alguma. A investida da superioridade soviética não pôde ser detida pela Wehrmacht. Já no segundo dia das operações, a frente tinha sido totalmente deslocada. Na Prússia oriental, paralelamente, o General Tcherniakovski tinha atacado na direção de Koenigsberg e no triângulo Vístula-Bug-Narev, e Rokossovski lançava suas tropas contra Danzig. Zukov, entrementes, se deslocava em direção a Lodz, Posen e Breslávia.

No setor da Quarta Frente da Ucrânia, o General Petrov, por sua vez, iniciava a penetração na Checoslováquia.

 

Guderian, num supremo esforço, procurava evitar o desastre e organiza a defesa sobre uma linha fortificada que se alongava entre o Warthe e o Oder. Hitler lhe envia como reforço um grupo de exércitos sob as ordens de Himmler.

 

Contudo, os esforços nazistas se diluem como gotas de água num oceano. Em poucos dias o Grupo de Exércitos Centro é aniquilado, Zukov liberta Varsóvia; Koniev toma Cracóvia; Rokossovski ocupa Modlin; Petrov entra em Gorlice e Tcherniakovski conquista Pilkallen. O avanço continua inexoravelmente. Os nazistas nada podem fazer ante o rolo compressor das tropas soviéticas. A Prússia oriental é cercada e em fins de janeiro os soviéticos atingem o Golfo de Danzig, dividindo em dois as forças de Weiss.

 

No centro do dispositivo soviético, Zukov avança em direção a Berlim. No sul, Koniev chega ao Oder e ataca a zona industrial da Silésia.

 

Ao fim de doze dias de luta, os soviéticos tinham eliminado quase trezentos mil alemães, que foram mortos, capturaram quase noventa mil, destruíram três mil tanques e seiscentos aviões. Trinta divisões da Wehrmacht tinham desaparecido e colunas intermináveis de fugitivos corriam para o coração da Alemanha, fugindo das vanguardas soviéticas.

 

Guderian, por seu lado, procurava organizar uma linha de defesa sobre o Oder. Os soviéticos, entretanto, destroçaram as frágeis formações nazistas. Para a Alemanha se aproximava aquilo que Hitler denominou "os últimos cinco minutos da guerra...".

 

A luta na frente

 

A 22 de março, aconselhado por Guderian, o Reichsführer SS Himmler abandonou o comando do Grupo de Exércitos Vístula, sendo substituído pelo General Heinrici.

 

Os intrépidos esforços de Guderian tinham por objetivo reorganizar e redistribuir os efetivos e comandos, numa tentativa final para salvar aquilo que claramente já era insalvável. Porque o alto chefe alemão tropeçava, no último momento, com o férrea oposição do Führer contra determinadas medidas que Guderian, militar de carreira e prestígio indiscutível, considerava indispensáveis. O Führer, a essa altura da campanha, vivia num permanente estado de excitação e furor. Suas expressões descontroladas permitiam duvidar de seu equilíbrio mental. Atribuía ao povo alemão a culpa das sucessivas derrotas; efetivamente, Hitler sustentava que o povo alemão era indigno da Alemanha que ele encarnava e, mais ainda, indigno dele...

 

As medidas tomadas pelo Führer, dia a dia mais incompreensíveis e confusas, motivaram que, a 28 de março, o Coronel-General Guderian o enfrentasse decididamente. O homem que até aquele momento tinha aceitado e reconhecido a autoridade do Führer do seu país, rebelou-se, finalmente, contra o maneira louca de conduzir a guerra. Uma tempestuosa entrevista terminou, como era de se prever, com a imediata exoneração de Guderian do comando. Ato contínuo, Hitler decidiu entregar a direção ao General Krebs.

 

No mesmo dia 28 de março, prosseguindo na sua vitoriosa campanha, os efetivos de Rokossovski apoderavam-se de Gdynia e apertavam o cerco a Danzig.

 

Na região de Oppeln, entretanto, as forças da ala sul de Koniev esbarravam com a resistência de várias divisões nazistas, finalizando, desta forma, a campanha no setor da Alta Silésia.

 

Na Hungria, paralelamente, os exércitos de Tolbuchin e Malinovski arremetiam violentamente contra as divisões nazistas, vencendo-as e dispersando-as. Ao norte, além disso, os efetivos de Malinovski atacavam através da Eslováquia na direção de Bratislava, dizimando o Grupo de Exércitos Sul.

 

O caminho que conduzia a Viena estava desimpedido. Por ele se precipitaram os efetivos das Segunda e Terceira Frentes da Ucrânia.

 

A 30 de março, em Danzig, os exércitos alemães se viam cada vez mais pressionados, até que, finalmente, a resistência nazista, a um passo do desmoronamento, começou a ceder. Como conseqüência, o General von Sacken, Comandante-Chefe do restante do 1o Exército, que já tinha conseguido retirar a maioria dos feridos e doentes por via marítima, decidiu pelo abandono da cidade. De fato, nessa mesma data, von Socken, à frente de uma coluna em que se agrupavam elementos de todas as armas, saiu de Danzig, tomando o rumo do delta do Vístula.

 

No mesmo dia 30, na Prússia oriental, os restos do 4o Exército do General Müller, ante a, pressão da Terceira Frente da Bielo-Rússia, se deslocavam para a região de Koenigsberg. Os efetivos soviéticos, entretanto, em lento e seguro avanço, apoderavam-se de grandes quantidades de prisioneiros e abundante material de guerra.

 

A 31 de março, a ala esquerda dos efetivos da Primeira Frente da Ucrânia, de Koniev, depois de derrotar e dispersar cinco divisões alemães, que se lhe opunham, aferrava-se firmemente nos contrafortes dos montes Sudetos.

 

Mais ao sul, desde o dia 30 de março, o 6o Exército Blindado da Guarda, da Terceira Frente da Ucrânia, bem como os 4o e 9o Exércitos da Guarda, já tinham ultrapassado a fronteira austro-húngara. As unidades da Segunda Frente da Ucrânia, por sua vez, aproximavam-se da referida fronteira.

 

A situação das forças nazistas, em resumo, atingia limites difíceis de serem superados. Realmente, em todas as frentes a luta caía na defensivo. Mesmo assim, os efetivos eram impotentes para deter a avalancha inimigo, que avançava sem parar. Os estertores do regime começavam. E, juntamente com eles, na realidade precedendo-os, vinham as medidas extremas, as penas máximas e as execuções, praticamente indiscriminadas.

 

No interior da Alemanha, reconhecendo tacitamente a derrota, as autoridades começavam, então, a executar medidas extremas de segurança. E é desta forma que o Ministério da Justiça nazista, na data de 15 de fevereiro de 1945, faz o seguinte comunicado:

"O ministro da justiça do Reich, doutor Thierack, emitiu o seguinte decreto sobre a constituição de tribunais de campo nos setores defensivos alemães ameaçados pelo inimigo. A aspereza da luta pela própria sobrevivência do Reich impõe a cada alemão uma absoluta dedicação e firmeza, que deverá ser levada ao extremo. Aquele que fugir aos seus deveres para com a comunidade, e, principalmente, se o faz por debilidade ou egoísmo, deve ser chamado a prestar contas, porque a fraqueza é uma característica que não tem cabimento no Reich. Por ordem do Führer, de acordo com o ministro do Reich e chefe da chancelaria do Reich, bem como com o ministro do interior e chefe da chancelaria do partido, decreta-se:

"Nos setores defensivos, ameaçados pelo inimigo, serão criados tribunais de campo.

"O tribunal de campo será composto por um juiz penal na qualidade de presidente, além de um dirigente político ou de um dirigente da NSDAP e de um oficial da Wehrmacht, das Waffen-SS ou da polícia, na qualidade de assistente.

"O responsável pel defesa do Reich nomeará os membros do tribunal e designará um procurador público na qualidade de acusador.

"Os tribunais de campo serão competentes para todos os delitos que prejudiquem a força combativa alemã e a decisão final da luta.

"Na emergência serão adotados os pareceres estabelecidos no código penal do Reich.

"A sentença do tribunal de campo será a morte, o absolvição ou a intervenção de um tribunal ordinário. Será necessária a confirmação do responsável pela defesa do Reich, que decidirá o lugar, tempo e modo do execução.

"Se o responsável pela defesa do Reich não puder ser consultado e a execução for imediata, ele deve ser substituído pelo encarregado da acusação.

"As disposições necessárias para mudar ou manter o presente decreto são da competência do ministro da justiça do Reich, de acordo com o ministro do interior do Reich e chefe do chancelaria do partido.

"O decreto entrará em vigor com sua publicação por meio dos diários e estações de rádio.

"Os tribunais de campo entrarão em função no setor III.

"Tribunal HA SS, I, de 13 de fevereiro de 1945.

"O comandante do setor defensivo III, com a aprovação do Reichsführer das SS, baixa a seguinte portaria, para a formação dos tribunais de campo na zona sob sua jurisdição:

"1) Nas localidades onde seja oportuno fazê-lo, será constituído um serviço de tribunal especial, para o imediato julgamento de qualquer delito cometido por membros de qualquer unidade do exército ou das Waffen-SS.

"2) As sentenças dos tribunais de campo podem ser somente de morte ou de absolvição. Os delitos pelos quais a sentença de morte não pareça justificada ou para os quais seja necessária uma segunda investigação serão transferidos aos tribunais ordinários de guerra.

"3) Os tribunais de campo serão compostos por um juiz da Wehrmacht, que será o chefe do julgamento, e de dois soldados.

"4) Baseado nos poderes que me foram conferidos pelo Reichsführer das SS e comandante supremo do exército auxiliar, todos os juízes dos tribunais de campo estão subordinados a minha aprovação.

"5) A aprovação deverá ser requerida imediatamente, inclusive por telefone, procedendo-se á execução em seguida.

"6) A execução será feita nas proximidades do lugar onde haja sido feito o julgamento, por meio de fuzilamento ou, em se tratando de civis privados das suas honras, por enforcamento.

"Ninguém deve pensar que o partido... (está) satisfeito... e que é insensível aos sintomas que aqui e ali procuram se alastrar, minando o desenvolvimento favorável da guerra. O partido observa com olhos atentos todos os sucessos, dia e noite... Nossa consciência de nazistas... não se desespera contudo, porque sabemos que uma força de proporções extraordinárias pode mudar a situação, e a situação mudará...".

 

No oeste

 

Na Frente Oeste, entretanto, os Aliados avançavam através da bacia do Ruhr, privando o Reich de um dos seus mais importantes centros industriais. Na Renânia, enquanto isso, os Aliados se apoderavam de Mayence e de Mannheim.

 

A catástrofe parecia cada vez mais próxima. A população civil, reduzida a mulheres, crianças e velhos, vivia o pesadelo da fome, todos submetidos a rações mínimas e baixíssimas temperaturas. Os funcionários do partido e dos organismos de repressão, como vimos, aprimoravam as medidas de segurança. Muitos militantes, contudo, conscientes da derrota iminente, relaxavam intencionalmente o seu poder, numa tentativa de apagar os seus crimes anteriores. Na fé de seus homens a Alemanha tinha morrido definitivamente e nada poderia fazê-la renascer.

 

Às vésperas da luta final

 

Pelos últimos dias de março de 1945, a penetração soviética estava detida diante de Ratibor e Rybnik, que resistiam aos ataques dos homens de Koniev. Nos Cárpatos centrais, os soviéticos se encontravam diante de Ruzomberck e sobre a linha Banska-Bystrica-Zvolen-Leva. O quadrilátero da Boêmia, protegido pelas montanhas, pelas fortificações e, ao sul, pelo Danúbio, era defendido então com inaudita violência pela Wehrmacht. Os efetivos de Malinovski, entretanto, a 1° de abril, lançaram-se rumo ao norte e alcançaram o bastião de Hodoin.

 

No norte, em 30 de abril, o General Yeremenko ocupa Moravska-Ostrava, e a 6 de maio, finalmente, faz junção com Malinovski.

 

No sul, os combatentes de Tolbuchin entram em contato com a ala direita de Patton, enquanto que uma segunda coluna soviética, partindo de Viena, une-se com outras forças do 3o Exército americano.

 

Os efetivos alemães do General Schörner rendem-se aos soviéticos, que capturam, assim, perto de setecentos mil prisioneiros. Na Iugoslávia, desde fevereiro de 1945, os nazistas concentram as suas forças na Croácia, em torno de Zagóbria. A 7 de abril cai Sarajevo; a 20 de abril, os iugoslavos ocupam o porto de Bakor. A 1o de maio, finalmente, as tropas de Tito se unem com as do General Mac Creery, vindas da Itália. A 16 de abril, na frente oriental, os soviéticos iniciam a última e gigantesca ofensiva.

 

Nesse dia, às 3h e 45 min., os exércitos soviéticos atacam numa frente de 80 km, entre Schedt e Frankfurt. Ao longo do Oder, contudo, os alemães tinham construído uma linha defensiva extraordinariamente reforçada. Mas a artilharia soviética e a aviação abrem caminho às divisões blindadas e à infantaria. Zukov atravessa o Oder. A 18 de abril, Rokossovski avança entre Schwedy e Stéttin, e Koniev atravessa o Neisse. As brechas abertas nas defesas alemães alargam-se constantemente e as colunas motorizadas soviéticas avançam para Berlim.

 

A 20 de abril, Zukov ocupa Bad-Freinnwald, Seelow e Wriezen, enquanto que Koniev atinge Spremberg e Kamenz, perto de Dresden.

 

Os soviéticos iniciam, então, uma manobra de gigantescas proporções em torno da capital do Reich.

 

Zukov ataca a cidade frontalmente, pelo leste, enquanto sua ala direita passa de Oranienburg a Nauen completando o movimento de cerco. Paralelamente, a ala direita de Koniev avança em direção a Luckenwalde e Possdam, para atacar pelo sudoeste. A 21 de abril, um comunicado alemão assinala a presença das tropas soviéticas em Bernau, Straussberg, Fürstnwalde, Beelitz e Jossen. No dia seguinte, a capital é cercada.

 

A 23 de abril, o Exército Vermelho entra nos subúrbios de Berlim; por Pankow, cinco quilômetros ao norte do centro da cidade.

 

Na batalha, os alemães empenharam 50.000 homens. As tropas da Wehrmacht, das Waffen-SS, da Juventude Hitlerista e Volkssturm defendem casa por casa. A essa altura dos acontecimentos, o cerco tem só 25 km de diâmetro.

 

A 25 de abril, finalmente, Berlim está totalmente cercada.

 

O partido nazista, por iniciativa de Martin Bormann, criava o movimento "Werwolf", lançando apelos inflamados de desejos de vingança.

 

O comando supremo entretanto continuava exigindo o cumprimento dos deveres dos chefes militares, lembrando que a sua falta seria castigada com a morte. Acentuava-se, além disso, que nenhuma cidade do Terceiro Reich seria declarada cidade aberta.

 

Goebbels, contudo, continuava exaltando a guarnição de Breslau, que já entrava no seu segundo mês de sítio. As SS tinham-se transformado em todo-poderosas e qualquer oficial ou subofìcial poderia condenar à morte a quem julgasse traidor.

 

O General Schörner, por sua vez, autorizou a criação de grupos especialistas, dentro de suas forças, para reprimir sobre o terreno qualquer esmorecimento.

 

A Alemanha vivia as suas derradeiras horas como nação combatente. E Berlim, o coração da Alemanha nazista, já estava à vista dos combatentes soviéticos, que se preparavam para o ataque final.

 

Anexo

 

A última carta

"Berlim, Plotzensee, 8/11 de 1944.

"Minha querida Ilse: Hoje faz trinta anos que uma bala francesa, que ainda trago comigo, me atingiu. Também hoje foi pronunciada a minha sentença pelo Tribunal Popu1ar. Se for até ao fim, como acredito, termina também a felicidade que me foi concedida por tua presença. Sem dúvida, era muito grande para durar mais tempo. Neste momento estou, antes de tudo, profundamente agradecido a Deus e a ti. Tu sempre estás ao meu lado dando-me forças e tranqüilidade. Este pensamento supera a imensa dor de abandonar a ti e a nossos filhos. Queira Deus que a tua alma e a minha tornem um dia a se encontrar. Porém tu continuarás vivendo, e isto para mim é um grande consolo em todas as minhas preocupações por ti, tanto nas materiais quanto nas referentes ao futuro de nossos filhos. Tu eras forte e valente como uma rocha, porém uma rocha querida e doce para os filhos. Continuas sendo tão boa e benévola quanto eras; não te tornes dura. Deus te abençoe e também a Alemanha. "Espero que venhas a receber minhas memórias (até Copenhague, inclusive), como meu legado e como prova de nossa felicidade e de minha gratidão. "Saúdo de todo o coração a avó, a tia Maria, a Wolf e todos os amigos. "Com profundo agradecimento, beijo-te.

Ulrich"

A carta que reproduzimos foi escrita por Ulrich von Hassel, condenado à morte por um tribunal nazista e executado, por sua participação no fracassado atentado encabeçado pelo Coronel von Stuffenberg, a 20 de julho de 1944.

 

Bandeiras brancas

"Radiograma

"Conselho do Land Grafenau

"Expedido a 7 de abril de 1945

"Ao comando da localidade de Wurzburg, Regensburg, Ansbach (Urgente)

"Ordena-se:

"1) Na presente fase da guerra importa somente a inflexível vontade de resistir.

"2) Serão adotadas as mais severas medidas contra os que expuserem panos brancos, abrirem defesas antitanques já fechadas, não ingressarem no Volkssturm e cometerem atos semelhantes.

"3) Todas as pessoas que estejam numa casa onde seja exposta uma bandeira branca devem ser fuziladas.

O chefe de polícia"

 

Roosevelt ao povo americano

"O ano de 1945 pode conduzir-nos ao fim do reinado de terror do nazismo e do fascismo na Europa. O ano de 1945 pode trazer a desagregação do inimigo, contudo o centro propulsor do imperialismo japonês, que representa um perigo comum, está mais próximo de nós. Sobretudo, 1945 deve ver o começo definitivo de uma organização mundial de paz.

"Uma organização deste gênero deve conter a premissa pela qual homens de todos os países do mundo têm combatido e morrido. Ela deve justificar os sacrifícios e a horrível miséria suportada pelo mundo inteiro."

 

Roosevelt ao Marechal Stalin

"Muitos agradecimentos por vossa mensagem de 15 de janeiro. A heróica tarefa cumprida por vossos valorosos soldados e a coragem demonstrada na atual ofensiva em curso prometem um rápido sucesso de nossos soldados nas duas frentes. Contudo, o tempo necessário para obrigar os nossos bárbaros adversários à capitulação será consideravelmente encurtado se conseguirmos coordenar habilmente as nossas forças.

"Como sabeis, a América está cumprindo um grande sacrifício no Pacífico, a sete mil milhas de distância. Espero que um rápido desmoronamento da Alemanha me permita transferir suficientes contingentes para a zona do Pacífico."

 

Em Koenigsberg

"Em Koenigsberg somente se teve a sensação clara da situação quando os chefes do partido começaram a retirar as suas famílias da cidade, após a partida de Koch, que a abandonou em segredo.

"Os que sabiam da partida só receberam a indicação de estarem presentes a uma determinada hora na estação ferroviária. Entretanto, os ferroviários, inteirados da manobra, difundiram-na. Pela manhã do dia 22 de janeiro a notícia já corria de boca em boca por toda a cidade. Porém já era muito tarde.

"Somente um trem direto a Berlim, que partiu pela manhã, conseguiu afastar-se.

"Os trens seguintes tiveram que ser detidos em Braunsberg, Tieiligenbeil e Ludwigsberg. Por último, a 24 e 25 de janeiro tiveram que regressar para Koenigsberg. Aqueles que retornavam, encontravam uma cidade que, em apenas umas horas, tinha mudado muito. Os carros dos habitantes das aldeias entravam pela cidade em colunas intermináveis, misturados com veículos da Luftwaffe, da Organização Todt e de dezenas de unidades em debandada e em retirada. Entre elas misturavam-se bicicletas, carros, e homens, homens...

"A direção do partido, naquela emergência, caiu em pânico. E nada detinha ou impedia o pânico naqueles dias...

"No porto, milhares de pessoas aguardavam um lugar a bordo, para poder fugir dali. Pagavam-se somas enormes e muitos capitães de pequenas embarcações aproveitavam-se daquelas desgraçadas circunstâncias para reunir verdadeiras fortunas.

"Em marcha lenta, aqueles barcos se afastavam do porto para entrar posteriormente em Pillau, onde aquela massa de refugiados ficou novamente entregue à sua própria sorte.

"... a estrada de ferro para Piliau não funcionava mais... Os veículos do 3o Exército Blindado atravessavam a cidade a toda velocidade, abrindo passagem por entre as colunas de refugiados... Enquanto o pânico não atingiu os sentimentos dos encarregados de vigiar os embarques, a bordo foram recebidos velhos, mulheres e crianças... Porém, isso pouco significava. Muitos doentes e feridos morriam ao ar livre, submetidos às baixas temperaturas... Ninguém informava à população do verdadeiro estado das coisas... Era como se a organização do partido já não existisse. Faltava luz elétrica, os rádios não funcionavam e nem havia jornais. Circulavam somente rumores, dezenas de rumores. Quase ninguém sabia que os russos naqueles dias poderiam ter-se apoderado da cidade com um golpe-de-mão, e que só os impedia o desconhecimento da real situação da praça... ".

(Do Diário de um nazista)

 

 

Hitler ao povo alemão

"Nossos inimigos não sabem por que combatem. Cada um de nós, em compensação, sabe. Cada um de nós sabe que combate pela salvação do povo alemão, pela nossa pátria, pela nossa bimilenária cultura, pelos filhos e os filhos dos filhos de nossa estirpe."

 

Uma coleta para a Wehrmacht

Ordem do Führer de 10 de janeiro de 1945:

"O recolhimento de roupas e objetos diversos representa um novo sacrifício que o povo alemão enfrenta pelos seus soldados. Determino, portanto, que qualquer pessoa que se apodere de objetos ou roupas destinadas aos combatentes seja punida com a morte.

"Esta portaria entra em vigor com a sua proclamação por meio do rádio. Terá valor no território do Grande Reich e nos territórios ocupados pelas tropas alemãs.

Adolf Hitler Quartel-General do Führer"

 

A morte de Roosevelt

A 12 de abril de 1945, Franklin D. Roosevelt estava sentado numa pequena poltrona em silêncio. De repente, disse em voz baixa: "Estou com uma terrível dor de cabeça".

Aquelas foram as suas últimas palavras. Poucos minutos depois ficou inconsciente. Duas horas após estava morto.

A notícia da morte do presidente foi rapidamente difundida pelas rádios de todo o mundo. Milhares de homens e mulheres não se envergonharam, naqueles instantes, de derramar lágrimas de dor.

A maior parte das pessoas se associou ao pensamento de Churchill:

"Admirava-o como chefe de Estado, como um homem que passa à História e como um comandante de guerra... É, realmente, uma grande perda uma amarga perda para a humanidade, o fato deste coração ter deixado de bater."

Nos jornais, a notícia foi dada a público de maneira breve e eloqüente: "Relação de baixas do Exército e da Marinha"

"Washington 13 de abril de 1945.

"Seguem as últimas perdas de nossas forças armadas e seus parentes mais próximos:

Mortos do Exército e da Marinha:

Roosevelt, Franklin D., comandante-chefe.

Casado com Anna Eleanor Roosevelt, Casa Branca."

 

O Exército Soviético

A multiplicidade das escolas e academias militares, bem como a duração dos estudos parecem ser os traços mais característicos da formação dos oficiais do Exército Vermelho. Pode-se dizer, sem exagero, que estes oficiais passavam a metade da sua carreira nas escolas.

A par das escolas preparatórias, chamadas escolas Suvorov, destinadas aos filhos de militares e aos órfãos de guerra, numerosas escolas militares preparam candidatos aos concursos de admissão às escolas de oficiais das diferentes armas e serviços. O programa destas escolas preparatórias é semelhante, no que se refere à cultura geral, aos estabelecimentos de ensino secundário. Somado a este, vem o ensino militar, variável, conforme a escola a que se destina o aluno.

Os candidatos às escolas militares de oficiais devem ter completado um certo número de anos de estudos (de 7 a 10 anos) num estabelecimento de ensino secundário ou numa escola militar preparatória e passado com êxito pelas provas de um concurso.

As ciências militares são consideradas na URSS como uma disciplina intelectual do mesmo nível da filosofia e da matemática. Dessa forma, as academias militares dependem, por sua vez, do Ministério das Forças Armadas e do Ministério de Ensino Superior. As academias das armas e serviços estão subdivididas em duas faculdades: uma, "faculdade de comando", destinada ao pessoal de comando, e outra, "faculdade técnica", destinada ao aprendizado da arma escolhida.

 

Bernadotte e Himmler

O conde e diplomata sueco, Folke Bernadotte, manteve várias entrevistas com o Reichsführer SS Himmler, numa tentativa vã para conseguir o término da luta. Bernadotte narrou do seguinte modo uma das citadas entrevistas com o líder nazista: "Cada alemão deve combater como um leão, antes de renunciar à luta" - declarou Himmler, quando lhe perguntei se não era insensato prosseguir na luta, uma vez que era totalmente impossível para a Alemanha conseguir uma vitória. "A situação é grave, muito grave - Himmler continuou - porém não é desesperadora."

"Então, utilizei outro argumento prossegue Bernadotte - perguntei-lhe se a Cruz Vermelha obteria permissão para atuar nos campos de concentração, especialmente naqueles nos quais houvessem internos suecos e noruegueses." Himmler respondeu: "Não acredito que haja grandes obstáculos à sua proposta..."

Bernadotte disse então: "... por razões práticas, todos os noruegueses e todos os dinamarqueses deveriam ser reunidos num único campo; seria mais fácil para a Cruz Vermelha ajudá-los... O número total de prisioneiros noruegueses e dinamarqueses é estimado em treze mil...

Himmler corrigiu de imediato: "É uma cifra exagerada. Não devem ultrapassar os três mil, ignoro o número exato... "

Em resumo, o chefe nazista aceitou a sugestão de Bernadotte de fazer regressar à Noruega os velhos e doentes desde que reunidos num único campo.

A conversação girou então sobre temas gerais. Diz Bernadotte: "Himmler enfatizou sobre o perigo comunista e profetizou a queda da Europa se a Frente Leste cedesse... Himmler, de acordo com as suas palavras, não podia compreender como os suecos não abriam os olhos diante de semelhante ameaça." Bernadotte replicou então: "Num determinado período da guerra a Alemanha esteve praticamente aliada com a Rússia. Isto é compatível com o que acaba de dizer?" Himmler respondeu em seguida: "Sabia que ia dizer tal coisa. Cometemos um erro. Os russos acabariam por se voltar contra nós... Era só uma questão de tempo".

 

Academias soviéticas

1) Academia Voroshilov. Academia Militar Superior do Estado-Maior Geral (Moscou) .

2) Academia Frunze. Academia do Exército Vermelho (Moscou).

3) Academia Dzerjinski. Academia Militar de Artilharia (Moscou).

4) Academia Stalin. Academia Militar das Tropas Blindadas e Mecanizadas (Moscou).

5) Academia Yukov. Academia Militar Aérea (Moscou).

6) Academia Kuibishev. Academia Militar de Engenharia (Moscou).

7) Academia Budyenny. Academia Militar Eletrotécnica e de Comunicações (Leningrado).

8) Academia Molotov. Academia de Abastecimentos.

9) Academia Kirov. Academia Militar de Blindados e Mecanizados (Leningrado).

10) Academia Kaganovich. Academia Militar de Transportes (Leningrado).

11 ) Academia Militar Aérea de Leningrado (Leningrado).

12) Academia Voroshilov. Academia Militar de Defesa Contra Gases (Moscou).

13) Academia de Pessoal de Comando e Pilotagem das Forças Aéreas Militares (Moscou) .

14) Academia Militar Política de Lênin.

15) Academia Militar Jurídica (Moscou).

16) Instituto Militar de Línguas Estrangeiras (Moscou).

17) Academia Kirov. Academia Militar de Medicina (Leningrado).

18) Academia Militar Veterinária (Moscou).

 

Força combativa

"Em Guben, existia um grande movimento e agitação. A população vivia na dependência da distribuição de víveres, que era feita mediante a entrega de cartões de racionamento. A 21 de fevereiro, mal nos afastamos de nosso quartel na escola Hindenburg, a primeira granada caiu sobre ela. Durante a marcha entre a cidade e o povoado de Breesen, as coisas mudaram de aspecto. Evidentemente, já tinha começado a evacuação da cidade. Das alturas orientais, a artilharia inimiga tinha iniciado o bombardeio. Alcançamos sem baixas o povoado de Breesen, sobre o Neisse, a uns quatro quilômetros de Guben. Nossa companhia, que possuía uns cinqüenta homens, foi empregada na defesa da margem esquerda do rio. No dia seguinte observamos os russos, que ocuparam o aeroporto, frente à nossa posição.

"Os russos não atacavam, porém disparavam contra os homens que se deixavam ver. Fizemos o mesmo. Já no primeiro dia tivemos mortos e feridos, principalmente pelas explosões das granadas inimigas. A 26 de fevereiro, a infantaria da Wehrmacht ocupou as nossas posições e aumentou as obras de defesas. Nossa companhia recebeu ordem de trazer material à noite e construir um caminho de Breesen até à defesa.

"Nossas posições e o terreno adjacente estiveram sempre sob o constante fogo do inimigo, que de preferência utilizou o tiro de infantaria e o lança-granadas.

"Lembrem-se dás palavras do Führer, em sua diretiva de 28 de janeiro de 1945: A experiência... demonstra que as unidades de reserva do Volkssturm possuem uma força combativa limitada e podem ser rapidamente aniquiladas. A força combativa destas unidades... não é suficiente para os modernos sistemas de luta e ficam em condições de inferioridade quando são enxertadas nos quadros das tropas do exército regular..."

(Com o Volkssturm sobre o Neisse)

 

De Stalin a Truman

Telegrama do Marechal Stalin dirigido a Truman, em 13 de abril de 1945:

"Em nome do governo soviético e em meu próprio nome expresso nossas profundas condolências ao governo dos Estados Unidos pela morte prematura do presidente Roosevelt. O povo americano e as Nações Unidas perdem, com Franklin Roosevelt, um grande homem de Estado e um sustentáculo da organização de paz do após-guerra.

"O governo da União Soviética expressa ao povo americano as sinceras condolências pela grave perda. Está convencido que a política de colaboração entre as grandes potências, que suportaram o peso da guerra contra o inimigo comum, será reforçada no futuro.

Joseph Stalin"

                                                                                      

 

                      

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