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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


JAG / H.J. Bellus
JAG / H.J. Bellus

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblio VT 

 

 

Series & Trilogias Literarias

 

 

 

 

 

 

Meus ouvidos doem quando os gritos de mamãe e papai ecoam pelo minúsculo apartamento. Minha barriga ronca e dói também. Eu olho para o corredor nos dois sentidos antes de ir para a cozinha. Tudo está vazio. A luz da geladeira está fraca, mas consigo distinguir uma cerveja favorita do papai ali. Um invólucro de prata no balcão chama minha atenção. Eu pego para ver só um Pop-Tart1 nele. Eu o agarro e corro de volta para o meu quarto.
Eu fico confortável na parte de trás do meu armário antes de tirar o biscoito do pacote. Terminou antes de eu perceber, e minha barriga ainda dói e geme por mais. Pego as migalhas do chão e ajoelho até que todas elas desapareçam.
Estrondos. Quebradeiras. Gritos. Cubro meus ouvidos, todos os pensamentos de estar faminto por muito tempo são esquecidos. Eu juro que posso sentir o cheiro do sangue dela no meu esconderijo. Vai durar até que haja apenas silêncio em torno de nós. Eu não me movo. Eu nunca faço. Fecho meus olhos e rezo em minha cabeça para que ele morra. Queria que ele se fosse para sempre. Mamãe não é muito melhor, mas ela nunca me fere com punhos fechados, apenas as mãos abertas.
— José! Dê o fora daqui garoto. — Os pés fazem barulho no corredor.
Meu coração troveja a cada batida. Meus lábios tremem, assim como meu queixo, enquanto rapidamente pisco, rezando com mais força ainda para que ele não me encontre. O barulho da porta batendo na parede me assusta. Pressiono minhas costas ainda mais na parede, desejando que eu magicamente desapareça. Isso nunca funciona.
— Seu idiota! — A porta do armário se abre.
Um monstro de cara vermelha com veias saltadas em seu pescoço olha para mim por um instante antes de me erguer até pegar a gola da minha camisa. Eu odeio o cheiro dele. Álcool é meu pior pesadelo. É o cheiro que me deixa doente todas as vezes.
— Estou tão cansado de você e sua mãe arruinando tudo. Tudo o que eu faço é fazer meu maldito trabalho e voltar para casa para esse buraco de merda. — Ele me sacode. — Estou tão cansado disso, José.
Eu sei que não devo falar ou tentar suavizar qualquer coisa, então uso todas as coisas que o diabo tem para entregar. Estou voando pelo ar. Quando minhas costas atingem o chão de madeira, todo o ar sai do meu corpo enquanto meus dentes batem dentro da minha boca. É apenas o começo. Um punho cheio de dedos conecta-se às minhas costelas, depois ao meu peito e finalmente à minha clavícula. Ele tropeça em seus pés, balançando para frente e para trás. O álcool que eu tanto odeio está prestes a se tornar meu salvador. Meu pai desmorona no chão. Sua cabeça bate na madeira e ele desmaia.
Eu me levanto e corro. Eu não me dou ao trabalho de checar minha mãe, desde que ela diz que foi tudo culpa minha de manhã. Ainda há luz do dia. Deus, mal posso esperar pela escola começar de novo. Pelo menos vou ter oito horas seguras longe da minha casa. Corro pela rua até minhas pernas tremerem. Eu diminuo, mas não paro. Eu nunca serei capaz de me afastar o suficiente.
— Hey, olá. — Uma grande mão pousa em cima do meu ombro, fazendo-me estremecer. — Onde você vai com tanta pressa?
Eu olho para cima e me encolho quando o gigante aparece.
— Papí. — Uma nova voz entra em cena.
Eu olho para o lado para ver uma menininha segurando a outra mão do gigante. Ela é muito bonita, tem cachos e usa um vestido amarelo.
— Você está bem, filho? — O homem se ajoelha na minha frente. Meus olhos se arregalam e eu aceno com a cabeça.
— Você tem certeza? — Ele olha para o meu pescoço.
Eu olho para baixo para ver o colarinho da minha camisa puxado para o lado e uma contusão já se formando. Aceno com a cabeça rapidamente, e instantaneamente, o pavor está fora da minha pequena mente.
Os olhos bondosos do homem me acalmam, embora ele tenha o dobro do tamanho do meu pai. Eu deveria estar com medo, mas há algo especial nele.
— Minha filha Layla e eu vamos jantar. Você gostaria de se juntar a nós?
Eu sacudo minha cabeça.
— Qual é o seu nome, filho? — Eu balanço minha cabeça novamente.
Ele se vira para a filha e fala com ela em espanhol. Eu sei o suficiente para entender a essência daquilo.
— Suba e pegue tamales2 da Abuela3.
A menininha balança a cabeça e corre com sua saia amarela fluindo na brisa. Ela é tão tranquila como as outras crianças da escola. Eu nunca soube como é isso. O homem se acomoda na calçada. Seus grandes tênis descansam ali. Ele acena com a mão para eu me sentar. Então eu faço.
— Meu nome é Dexter, homenzinho. Muitas pessoas me chamam de Boss. — Ele me lança um olhar para baixo. — Eu luto para viver. O bom tipo de luta.
Eu fujo para longe dele, em pânico, de repente.
— Uso meu punho para coisas boas. Tudo é disciplinado.
Aceno e continuo a ouvir o homem falar sobre o que ele faz para viver. Em pouco tempo a garotinha volta com um saco Ziploc de tamales. Boss não hesita em abrir a bolsa e me entregar um. Eu o tenho desembrulhado e comido antes de ele começar o dele. Ele me entrega outro, junto com uma Coca-Cola gelada. Nós três nos sentamos e comemos até o sol se pôr. Eu não voltei para casa naquela noite. Antes de me levar a um lugar seguro e prometer que meu pai iria para a cadeia, encontrei um pedaço de papel para escrever uma nota para Boss.
Boss,
Obrigado. Obrigado por falar comigo. Eu só vou lutar para o bem também.
Jag
PS - Eu gosto do meu nome.

 

Treze anos


Eu sei o que é estar com medo. Estive lá muitas vezes, e o que estou sentindo agora é muito pior. Eu decepcionei todos que acreditaram em mim, e isso é mais doloroso do que qualquer coisa que meus pais me infligiram. Boss me tirou de lá e me colocou em um bom lar adotivo, e agora vou perder tudo.

Bato a cabeça na parede atrás de mim uma, duas, três vezes. Eu deixo meus olhos se fecharem e lembro do dia em que Boss me disse que eu iria voltar para a vida e ser alguém. Foi no mesmo dia que ele me alimentou com tamales e teve pena do menino na rua que ele nem conhecia. Ele me apelidou de Jab, como um soco naquela noite, mas eu não conseguia soletrar direito e assinei o bilhete Jag, e ficou assim desde então.

A porta da sala de interrogatório sufocante se abre, e Boss entra. Meu coração afunda quando vejo suas sobrancelhas franzidas e linhas de preocupação em sua testa. Ele cerra os punhos e seu pescoço aperta em tensão.

— Sinto muito, Boss. Eu sinto muito.

Boss coloca as palmas das mãos no topo da mesa de metal verde na minha frente, ficando bem na minha cara. — Não me diga que sente muito, garoto. É melhor que você esteja trabalhando para tirar sua cabeça da sua bunda.

— Sim, senhor.

— Jag, eu te amo como um filho, e esta é sua última chance. Espero que sua façanha de roubar uma loja de conveniência com um grupo de idiotas tenha valido a pena. Mais uma chance quando você sair do reformatório. Apareça na academia no minuto em que você sair.

— Sim senhor. Estarei lá. — Eu me levanto da cadeira, e sem pensar envolvo meus braços ao redor de seu pescoço. Boss não hesita antes de me envolver em um abraço. Pensei que minha vida tinha mudado no dia em que ele me salvou, mas estava errado. Muito errado. Esse foi o exato momento.

 

 

 

 

 


Capitulo Um

Jag


Este bar de merda deve ser o lugar onde todos nós vamos nos livrar de nossos demônios. Não faz muito tempo que eu me sentei aqui com Layla cuidando de sua dor enquanto sufocava a minha. Eu bufo enquanto me sento. Não muito tempo atrás... inferno, já faz três anos e meio. A vida era ótima do jeito que estava indo até que já não era.

— O que eu posso trazer para você?

Eu olho para um rosto familiar e me vejo tentando sorrir. — Sunni? Você trabalha aqui?

— Não, só pensei em brincar de me vestir e me esgueirar atrás do bar.

Eu balanço minha cabeça com seu senso de humor seco.

— Sabia que você era uma gata selvagem por trás de seu uniforme de garçonete.

— Idiota. — Ela joga um guardanapo para mim. Ele flutua até pousar no topo do balcão gasto. — Qual é o seu veneno?

— Tequila. A garrafa inteira.

— Vamos começar com umas doses. — Ela pisca para mim e sai.

— Prateleira de cima. — eu grito atrás dela.

Ela acena e vai pegar. Minha coluna relaxa depois de um dia de inferno no ginásio. Parece que eu tenho me batido mais do que qualquer outra coisa. Não consigo conectar um maldito gancho para salvar minha vida.

Eu olho em volta, não vendo ninguém que eu conheço, então concentro meu olhar atrás do bar. Sunni, a doce garçonete do meu restaurante favorito, balança enquanto despeja minhas doses. Merda, estou ansioso para vê-la todas as noites, não tenho vontade de cozinhar. Ela é a quantidade perfeita de tudo. Não fala demais, não age como uma estrela ao meu redor, e sabe quando eu quero ser deixado em paz. Não fica chateada, e é linda porra, de um jeito simples.

Cachos de caramelo balançam ao longo de suas costas, levando-se até sua bunda doce e carnuda. Ela não está em seu uniforme de garçonete da lanchonete hoje à noite. Eu sinto que esta é mais a verdadeira Sunni.

Ela está de short jeans curto desfiado, top apertado, e chinelo. Sua personalidade é despreocupada e extrovertida, mas a escuridão que perdura em seus brilhantes olhos azuis me diz o contrário. Meu pau se agita por ver seu trabalho atrás do bar.

Eu desloco minha mão pela frente da minha calça de ginástica e dou um bom aperto. Eu nunca tive essa reação a Sunni. Não é nenhum segredo que sou um homem mulherengo. Mas com ela, tem sido mais um relacionamento de amigos, o ouvido atento que não julga quando eu preciso de um. Mordo meu lábio inferior, apertando a base do meu pau mais uma vez antes de puxar minha mão para fora. Jesus, é melhor esta tequila resolver o problema.

— Aqui está, Rocky4. — Sunni sorri para mim enquanto desliza as doses.

Eu balanço minha cabeça. — Eu já lhe disse que não luto boxe.

— Potato, potahto5. — Ela acena com a mão. — É tudo a mesma coisa no meu livro.

Eu balanço meu queixo. — Você não tem ideia.

A primeira dose cai com uma queimadura sibilante. Recuso-me a engolir com qualquer outra coisa e bato o segundo. O líquido mágico solta o nó tenso no meio da minha espinha.

— Há quanto tempo você trabalha aqui? — Eu pergunto, batendo o copo de dose.

Sunni levanta uma sobrancelha. — Mais do que o restante.

— Droga. — Eu recuo na banqueta e deslizo sobre os copos.

— Sabe o que isso me diz, Rocky? — Sunni descansa os cotovelos em cima do balcão e se inclina.

A clivagem do seu decote cobre o topo de seu top apertado, seus cachos suaves flutuam sobre os ombros, e um cheiro de coco me dá um soco direto no estômago. Eu pisco algumas vezes, confuso pra caralho porque nunca vi Sunni sob essa luz. Eu sei que não é a tequila, pelo menos não ainda.

— O quê? — Eu pergunto sobre sua pergunta.

— Que você não é um bebedor e não pertence a este lugar. — Ela estende a mão, cobrindo a minha com a dela.

— Você pode estar certa.

— Precisa conversar? — Ela aperta minha mão.

— Essa merda torna tudo pior. Vou tomar mais algumas doses.

Sunni se encolhe, mas se recupera rapidamente. — O cliente está sempre certo.

Suas palavras são sufocadas, deixando-me saber que ela quer dizer muito mais, mas não vai. Assim como a primeira vez que eu estudo sua bunda gostosa enquanto ela derrama as doses. Desta vez ela desliza uma garrafa de cerveja sobre o bar com as doses.

Eu me inclino para frente questionando. Sunni responde. — Depois dessas duas, você vai beber uma cerveja.

— Sério? — Eu rio. — Não estou no estado de espírito para beber qualquer outra coisa esta noite, boneca.


Capitulo Dois

Sunni


Ele está um maldito desastre. Levou-me a noite toda para processar o fato. Jag, o homem que é sempre confiante, seguro e arrogante, e tem uma piada pronta na ponta da língua, está uma bagunça. Ele está completamente desnorteado. Ele não sabe, mas eu olho para ele nos últimos seis meses quando ele frequenta a minha seção. Eu idolatrei seu jeito confiante. Ele estava me trazendo de volta à vida sem nem perceber. Sem mencionar o fato de que ele tem sido a estrela de várias das minhas fantasias.

— Hora de ir, Jag. — Eu bato no ombro dele e jogo o pano do bar com cheiro de água sanitária na bancada.

Ele joga a cabeça para o lado, a testa pressionada em seu braço descansando no bar. — Não quero ir para casa. Eu odeio a casa. Ele vai estar me provocando. Eu posso sentir o cheiro dele agora.

Jag abre a boca assim que a última palavra sai e arrota, um barulho alto e retumbante que vibra nas paredes do bar vazio. De quem diabos ele está falando? E mais importante, por que que esse homem vibrante está tão destruído? Eu não sou estranha nesse jogo, sei que todos nós temos demônios que mantemos trancados em nossos armários. Parece que o do Jag saiu para tocar.

— Estou trancando, Jag. Você tem que ir. — Eu sacudo seu ombro novamente quando seus olhos se fecham.

— Eu não posso ir para casa.

Jesus. Eu bato meu pé, frustrada além da crença. Não posso deixá-lo aqui. E tenho certeza que não posso movê-lo. Jag não é um cara “super” alto, mas cada centímetro dele é músculo sólido. Ele é uns bons quinze centímetros mais alto que eu. E provavelmente eu não seria capaz de levantar nem o seu maldito braço no ar.

Eu corro meu dedo ao longo da bainha da sua Henley6 escura, debatendo o que fazer. O perfil lateral de seu rosto repousa em paz com todas as suas características relaxadas. Seu bronzeado de oliva brilha sob as luzes fracas do bar. Jag não é apenas um homem confiante e gentil, também é o homem mais bonito que eu já tive o privilégio de ver.

Meu coração dói, sentindo falta do sorriso familiar que ele sempre mostrou. É um daqueles megawatts completos que tem o poder de alcançar a paz mundial. Aliviou meus dias no restaurante toda vez que ele entrou. Encontrei meus dedos tocando uma mecha de cabelo que cobria sua testa. Seus lados são raspados com longos cabelos bagunçados no topo. Geralmente é estilizado ou puxado para trás com uma faixa de cabeça. Não essa noite. Seu cabelo combina com seu humor.

— O que está acontecendo, meu amigo? — Eu me inclino e beijo sua bochecha.

Levo apenas cinco minutos para sair e puxar meu carro para frente e fazer malabarismos, trancando as portas e apagando as luzes.

— Vamos, cara grande. — Eu puxo seu braço e fico chocada quando ele levanta a cabeça e tenta se levantar.

Seu celular cai no chão. Ele acende quando bate na madeira. As notificações são exibidas na tela. A visão delas me conforta porque significam que Jag tem pessoas atrás dele.

Ele balança em cima de mim e para o outro lado. Eu puxo o braço dele com todas as minhas forças para endireitá-lo. Jag volta para o meu lado, quase me levando ao chão. Seu telefone na minha mão começa a cantar “Like a Virgin” da Madonna.

Eu odeio trair sua privacidade. Mas estou desesperada e incapaz de mover este homem. Consigo deslizar o botão de resposta e coloco o celular no ouvido.

— Olá... — eu ofego no telefone enquanto faço malabarismos com Jag.

— Que inferno! Quem é? Onde está Jag? Coloque sua bunda feia no telefone agora.

— Hum, aqui é Sunni. Eu tenho Jag e ele está bêbado. Realmente, muito bêbado.

— Onde você está?

Eu dou à mulher na linha o nome e endereço do bar. Ela termina a ligação antes de dizer outra palavra. Estou assumindo que ela está vindo aqui pegá-lo. Odeio admitir isso, mas meu coração aperta de dor ao pensar que ele tem uma namorada. Eu tiro esse pensamento rápido da minha mente.

— Mais dez degraus e você pode se sentar, Jag. — Eu aperto seu braço no meu, dando-lhe um encorajamento silencioso. — Você está firme.

— Eu tenho um pau. — Ele sai dos meus braços.

Eu corro ao redor dele e abro a porta do lado do passageiro, então tudo o que ele faz é cair no chão.

— Veja.

Eu me viro para ver Jag com a calça abaixada, acenando seu pau para mim. — Jag... — eu sussurro. — Levante sua calça.

— Eu amo fazer isso. Faz-me rir cada maldito tempo. — Ele agarra a base de seu longo eixo e começa a girar. Logo está voando em um movimento circular contínuo, enquanto Jag ri pra caramba.

— Jag! — Corro até ele e agarro a barra de sua calça de treino.

— É grande. Eu gosto de acariciá-lo. — Jag esfrega a mão para cima e para baixo em seu pau. — Ele gosta disso. Ele fica maior ainda.

— Droga, Jag! — Eu bato em seu peito, chamando sua atenção.

Sua cabeça levanta, os olhos brilham de prazer quando seus lábios se abrem. — Sunni, você é linda.

Ele estende a mão em direção ao meu rosto. Eu não recuo ou me movo, em vez disso, puxo sua calça para cima, certificando-me de não tocar em seu pau de estimação.

— Eu quero beijar você, Sunni. — Ele se aproxima. — Eu pensei sobre isso a noite toda enquanto assistia sua bunda gostosa atrás do bar.

Eu pressiono as palmas das mãos no peito dele. — Você está bêbado, Jag.

— Eu sou um pau. Eu tenho um.

Eu agarro sua mão, guiando-o para longe dos pensamentos de um beijo e puxo-o em direção ao carro. — Sim, você é um idiota bêbado. — murmuro.

Jag cai no banco do passageiro com as pernas grossas e musculosas penduradas para fora. Ele me agarra pelos quadris antes que eu tenha a chance de me afastar. Seus longos braços me envolvem em um abraço. Ele aninha sua bochecha na minha barriga, fazendo-me estremecer.

— Por quê? Por que agora? — Ele murmura.

Eu não posso evitar. Encontro meus dedos vagando pelo longo e bagunçado cabelo preto em cima da cabeça de Jag. O movimento o acalma. Eu continuo até que suas palavras arrastadas morrem. Os faróis piscam no estacionamento vazio. Um Escalade preto chicoteia por nós. Ambas as portas se abrem, seguidas por duas silhuetas.

— Jag. — Eu sacudo seu ombro. — Seus amigos estão aqui.

Ele não se move. Eu tento várias vezes mais, e finalmente a fera adormecida desperta.

— Aqui, nós o pegamos. — uma voz profunda explode atrás de mim.

Eu me viro para ver um homem que é um gigante. Muito mais alto que Jag e mais espesso em músculos. O olhar em seu rosto me faz tremer em minhas sandálias. Sua presença não é para ser esquecida.

— Jag, estou entregando-o para seus amigos agora. — Eu me inclino e beijo o topo de sua cabeça.

Minha própria ação me choca pra caralho. Eu não me arrependo, mas também não posso dizer o que diabos me possuiu para fazer isso.

Eu me volto para seus amigos, percebendo que um deles é uma mulher. O olhar preocupado em seu rosto me assusta. Algo no meu intestino me diz que ela sabe exatamente contra o que Jag está lutando, e se o olhar em seus olhos é uma pista, eu deveria estar com medo também.

— Ele bebeu muita tequila. Eu o parei, mas ele conseguiu encantar outra garçonete para mais doses. — Eu tomo o mais ínfimo dos passos de volta a Jag. — Eu realmente sinto muito sobre isso.

— Não é sua culpa. Obrigada por atender a ligação. — A mulher se aproxima, sacudindo a cabeça.

— Oh, mostrei a ela meu pau. Ele é uma boa amiga. — Jag levanta a cabeça apenas para balançá-la de um lado para o outro. — Sim, mostrei a ela meu pau.

— Jag! — O homem agarra-o pelo colarinho, sacudindo-o tão violentamente que temo que ele possa quebrar o pescoço de Jag. — Pare de falar essa merda.

Caminho de volta para Jag com uma fome de protegê-lo com tudo o que tenho. Não me importa o quão bêbado ou grosseiro ele está sendo, porque esse não é o Jag que eu conheço. Todos nós temos dias de merda, ou até meses. Deus sabe que eu tenho. Estou certa de que os últimos cinco anos da minha vida foram o meu próprio inferno pessoal.

— Não o machuque. — Eu coloco a mão no antebraço do homem.

Grande erro. Grande e enorme erro. Seus olhos brilham e eu juro que ele mostra os dentes para mim. Eu lentamente movo minha mão. Jag balança de um lado para o outro.

— Estou tonto. — ele anuncia.

— Você é um idiota. — responde a mulher.

— Meu pau é o filho da puta cham... — As palavras de Jag são interrompidas quando ele diz a última palavra. O outro homem é inteligente o suficiente para se afastar. Eu não. Os próximos cinco segundos entram em câmera lenta enquanto Jag se inclina e tira a última gota de tequila do estômago. Isso respinga na calçada, em meus pés descalços e em minhas pernas. Estou coberta de vômito.

— É isso. — O homem pisa para trás outra vez, sem hesitar. — Sua bunda está indo para casa.

Ele ergue Jag por cima do ombro, ainda não preocupado com o vômito. O homem faz parecer que ele tem um saco de farinha em seu ombro em vez de um homem forte.

— Jesus. — A mulher passa a mão pelos cabelos. — Eu sinto muito por isso. Como posso ajudar a limpar?

Eu balanço minha cabeça, lutando para encontrar um pingo de decência nesta cena fodida. Eu aceno e fecho a porta do passageiro.

— Eu sou Layla. — Ela ergue a mão e aponta para o homem com a outra. — Ele é Cruz, meu marido.

Eu relaxo com o conhecimento de que ela não é namorada de Jag. — Sunni. — Eu aperto a mão dela e ofereço um sorriso leve.

— Obrigada por cuidar do Jag. Ele é como um irmão para nós.

— Sem problemas. Eu realmente tentei negar a tequila. Mas ele estava determinado a se destruir.

— Parece ser o seu jogo nos dias de hoje. Não se preocupe. Nós vamos ajudá-lo.

— Bom. — Eu enfio minhas mãos nos bolsos do short jeans. — Eu realmente gosto de Jag. Quer dizer, eu só o conheço do restaurante e aqui esta noite. Mas ele parece ser um cara legal.

— Ele é.

Cruz se aproxima de nós, colocando a mão no ombro de Layla. — Pronta?

—Sim. — Ela acena com a cabeça. — Prazer em conhecê-la, Sunni.

— Eu também. — Passo para frente do meu carro enquanto o lindo casal começa a se afastar. Uma pontada de dor moderada bate junto com meu coração. Eu tive um amor assim uma vez, ou pelo menos pensei que tinha.

— Ei, espere. — Layla para e sussurra para Cruz. Ele acena e, em seguida, puxa um cartão de visita da carteira. Layla corre de volta para mim.

Ela acena o cartão na minha frente enquanto fala sem parar. — Meu pai é dono da academia Diablo’s Throne. Cruz, Jag e alguns outros lutadores dão aulas de autodefesa gratuitas para mulheres nas noites de terça-feira. Você deveria se juntar a nós. Quero dizer, você está saindo de um bar no meio da noite... Isso nunca é demais. Ah, e amanhã é terça, então é amanhã à noite. Obrigada novamente.

Depois disso Layla foi embora. O Escalade preto sai do estacionamento com Jag no banco de trás. Eu me vejo chutando meu traseiro. Uma grande parte de mim queria levar Jag para casa para vê-lo dormir e cuidar dele de manhã quando ele acordasse com uma ressaca infernal. E talvez então ele se abrisse para mim e me dissesse exatamente o que o está comendo vivo. Uma vez que as lanternas brilhantes se apagam na escuridão, essa esperança diminui.


Capitulo Tres

Jag


Porra.

Eu me viro, imediatamente cego pela luz do sol penetrando no quarto. Protejo meus olhos e gemo de dor quando minha cabeça lateja. Me esforço para lamber meus lábios secos. Eu me empurro para uma posição sentada, mas a sala fica fora de controle, então eu caio de volta na cama.

Eu sei pela textura no teto que estou no quarto de hóspede de Cruz acima do ginásio. Muito bem. Mamãe e papai Felix estarão aqui a qualquer momento. Fecho meus olhos e tento, pra caralho, lembrar da noite passada.

O bar.

Sunni

Tequila.

Meu pau.

Vomitando.

Cada ação se desenrola em câmera lenta atrás de minhas pálpebras fechadas. Eu me encolho, lembrando do meu pau girando, em seguida, acariciando-o como se fosse um amigo há muito perdido. Eu vomitei em Sunni. Jesus, estava no fundo do poço entrando naquele bar, e parece que as coisas só pioraram.

— Levanta! — O grito estridente de Bella me faz estremecer por causa do tambor martelando em um ritmo constante na minha cabeça.

Eu olho para cima para ver Layla na porta com a mão empoleirada em seu quadril. O cabelo negro e rebelde de Bella balança para cima e para baixo ao lado da cama. Consigo me aproximar e puxá-la para mim. Ela é toda cheia de energia, o que estou acostumado, inferno, é o jeito que eu sou também. Mas não esta manhã.

— Levanta! — Bella bate nas minhas bochechas e no meu peito. — Levante!

—Doce Bella. — Eu toco sua bochecha rechonchuda.

Desde o dia em que essa garota nasceu, ela é a minha pessoa favorita no mundo. Eu sou seu tio número um. Comprei-lhe todos os macacões com frases legais sobre seu tio ser sexy e até mesmo um jipe Barbie motorizado quando ela tinha três meses de idade. Ela finalmente tem idade suficiente para dirigi-lo.

— Luta. Lute. Ela levanta os punhos fechados no ar.

— Bate. Bate. — digo a ela.

Ela segue as instruções e passamos por cada movimento. Após a última instrução, ela inclina o rosto curioso, torcendo os lábios.

— Você se sente mal?

— Não estou doente, Bella. Apenas cansado.

— Pop-Tart? Mmmmm. — Ela esfrega sua barriga protuberante. — Madré7 tem eles.

Com toda a energia que resta no meu corpo, eu atiro Bella no ar e depois a pego. — Vamos invadir o estoque de Pop Tart da mamãe, pequenina.

Ela grita, em seguida sai de cima de mim. O som de seus minúsculos pés batendo no chão de madeira me faz sorrir. Não importa o quão ruim eu me sinto ou quantos ossos quebrados eu tenho, Bella sempre ilumina meu dia.

Layla coloca a mão no meu peito antes que eu tenha a chance de passar por ela. Ela nunca deixa a merda ir. Nunca.

— Você está falando sério, Jag? — Ela sussurra.

Dou de ombros, sabendo que não há nada que eu possa fazer para tirá-la da minha bunda.

— O que há de errado com você? Papai disse que você não está treinando. Você estava lá com Cruz pelo seu próprio título, mas você jogou tudo fora. O que diabos aconteceu?

Eu corro minha mão sobre a minha cabeça, alisando meus cabelos. — Apenas trabalhando em alguma merda, Layla.

— Entendi. Nós somos sua família e você precisa se apoiar em nós em vez de fazer acrobacias como na noite passada. — Layla dá um passo para trás. — Quero dizer, eu sei que você é mulherengo e tal, mas o desfile de mulheres entrando e saindo do seu quarto é ridículo, e agora misturando álcool nisso... Sem mencionar a pobre mulher que você vomitou na noite passada.

— Sim. — Eu bato de brincadeira no queixo dela. — Pelo menos eu não tenho um gesso rosa néon ainda.

Ela sacode a cabeça. — Estamos apenas preocupados com você.

— Eu sei.

Ela envolve seus braços em volta da minha cintura e pressiona sua bochecha contra o meu peito. Nunca deixarei que Layla saiba como estou preocupado comigo mesmo. Estou em modo de autodestruição, e não consigo sair disso.

— Aqui! — Bella corre pelo corredor. Não tenho tempo para reagir antes que ela jogue os braços para o ar. Cada uma de suas minúsculas mãos segura pacotes de prata de Pop-Tarts e me crava nas bolas.

— Filho de uma... — Eu seguro a última palavra na ponta da minha língua. Bella é um maldito papagaio.

— Puta! — Ela grita.

Ponto comprovado. Layla bate na minha cabeça, lembrando-me da enorme dor de cabeça que estou tendo. Não posso ter uma maldita pausa. Uma risada baixa e maligna flutua do final do corredor. Eu olho para ver Cruz com as mãos nos quadris, apreciando muito essa situação.

— Ainda bem que minhas meninas chutaram sua bunda, porque estava indo fazer isso sozinho.

— Papí! — Bella se vira e corre para seu pai.

Ele é mais condicionado do que eu, agachando-se, antecipando o chute nas bolas. Sigo Layla para a cozinha, jogo o Pop-Tart no balcão e me sirvo de uma grande caneca de café preto. O pensamento faz meu estômago revirar e protestar, mas meu corpo desidratado vai gostar disso.

Me inclino de costas no balcão, cruzando os pés nos tornozelos e vejo a família feliz interagir. Meu peito se contrai à vista. Eu amo essas pessoas mais do que qualquer um ou qualquer coisa. Eu quero o que eles têm, mas sei que isso nunca acontecerá, especialmente com a ameaça que reentrou em minha vida. Foram nove meses de constante inferno. No início, bloqueei e evitei pensar a todo custo.

Isso fodeu minha temporada de luta. Fiquei assistindo meu companheiro de equipe ganhar seu campeonato, e eu deveria estar fazendo o mesmo na minha divisão. Mas não aconteceu.

— Você está pronto para treinar? — Cruz me olha.

— Foda-se. — eu gemo sob a minha respiração, em seguida, pego uma cartela de aspirina. Eu derrubei quatro delas com meu café esperando que elas consigam aliviar a dor.

— Boss vai chutar a sua bunda hoje. — Cruz termina sua frase com uma risada.

— Por quê? — Eu empurro o balcão. — Ele não tem ideia que eu bebi ontem a noite.

Cruz sacode a cabeça, despede-se de suas garotas e abre a porta para nós. Eu me levantei, dando um beijo rápido em Bella antes de seguir o seu pai.

— Cara, você tentou mostrar a ele seu truque de pau ontem à noite quando eu estava tentando arrastar sua bunda até aqui.

— Merda. — Eu cubro meu rosto. — Estou ferrado.

— Estou te avisando, ele não ficou impressionado com o fato de você ter chegado em casa bêbado pra caralho, nem por insistir em mostrar seu pau para ele.

Minhas juntas já doem imaginando o inferno que Boss vai me fazer passar hoje. Eu pensei sobre o momento exato em que entrei no bar. Sabia que estava errado, e eu o decepcionaria, mas depois que a primeira dose de tequila caiu, não consegui parar. Sentir-me entorpecido me estimulou e deu à minha mente a chance de desacelerar e relaxar. Funcionou no momento. Agora é hora de pagar o preço.

— Jag. — Meu nome explode no ginásio, ecoando nas paredes assim que dou o primeiro passo. — Sua bunda é minha!

Eu acho a origem da voz. Boss. Seus punhos estão cerrados ao lado do corpo, as veias do pescoço latejando, e o olhar que ele me envia, francamente, me apavora. Eu estou verdadeiramente fodido.

Eu corro até estar na frente de Boss. Não me encolho nem ofereço desculpas, porque não há nenhuma. Eu estou na frente dele pronto para aceitar como um homem. Boss chega bem perto da minha cara até o ponto que posso sentir sua respiração fazendo cócegas na minha carne.

— O que diabos está errado com você, Jag? — Ele agarra meus ombros e me sacode. Eu não recuo. Sei que o homem nunca colocaria uma mão em mim. — Eu parei e assisti você se destruir nos últimos meses. Que porra é essa?

— Não é nada.

— Corta essa. Há mais nisso. E você vai correr nessa esteira até que você quebre, Jag. — Ele bate as duas mãos no meu rosto e deixa cair a testa na minha com as sobrancelhas franzidas. — Quero meu Jag de volta. Não deixe chegar o que quer que esteja ameaçando derrubá-lo. Eu preciso do meu campeão de volta.

Eu não sou o tipo de chorar. Posso contar com três dedos quantas vezes me lembro de chorar. As lágrimas vêm, mas nenhuma caem. Mantenho minha cabeça erguida e meus ombros eretos, em seguida, caminho até a esteira.

Trick está debruçado sobre um banco amarrando seus sapatos. Eu bato na parte de trás da sua cabeça e, em seguida, pego seus fones de ouvido.

— Obrigado, boceta! — eu grito, girando-os acima da minha cabeça.

É bom deslizar de volta para a fachada de ser o idiota despreocupado e amável.

— Cadela. — Trick resmunga, mas não vem pegar seus fones de volta.

Escuto a música muito alto, certificando-me de pular minha música de introdução para as lutas. É muito doloroso escutá-la em meu estado de ruptura. A ressaca me mata quando meus pés batem na esteira. Olho para baixo, para ver que só corri três quilômetros, e sinto que vou morrer. Empurro para frente, ignorando meus músculos gritando e o tambor ecoando no meu crânio. Não há opção de parar. Eu me recuso a deixar os fantasmas do meu passado me assombrarem. Eu sou melhor que isso. Agora só tenho que me convencer.


***


— Saindo. — Eu lanço minha mochila por cima do ombro.

— Até parece, porra. — Boss rosna, sua estrutura imponente diminuindo a distância entre nós. — Aula de autodefesa hoje à noite.

Eu olho para o teto, mordendo meu lábio inferior. Esqueci completamente da maldita aula. Quero mais do que qualquer coisa ir para casa, cair na minha cama e morrer. Depois da minha corrida de dezesseis quilômetros, Boss me colocou no inferno. Eu não trabalhei tão duro em uma década. Mas não parei, reunindo a energia para completar cada tarefa.

Tudo o que sei é que minha cabeça precisa seguir em frente, e não tenho ideia de como fazer isso. Solto minha mochila no chão, sufocando o gemido que quer escapar do fundo do meu peito. Essa aula significa o mundo para Layla e Cruz. Pode ser a única coisa que salvou sua vida.

— Precisa de um absorvente, cadela? — Trick cutuca o meu lado.

O idiota está feliz com a minha miséria hoje. Não posso culpá-lo desde que eu montei o rabo dele e puxei seu cabelo no passado quando ele esteve na merda.

— Vá foder um cacto. — Eu empurro seu ombro e espero por instruções. Layla está em seu modo “chefe de ginásio”, vestindo uma camiseta preta do Diablo’s Throne e uma calça preta de yoga. Ela se agita fazendo todos se inscreverem para a aula. Este é o bebê dela e está prosperando com sua estrutura. A pequena merdinha se tornou uma boa lutadora também. Não passou despercebido em mim como a vida evoluiu, e os entes queridos ao meu redor encontraram o seu caminho, exceto eu. Me sinto como o garotinho perdido que eu costumava ser mais e mais a cada dia.

— Você está bem? — Layla me bate com o quadril.

Eu me viro para olhar para ela e percebo que estou perdido em meus pensamentos por muito tempo. É uma onda de emoções sem fim e autodestruição. Eu não cheguei tão longe para deixá-lo vencer. Não serei mais a vítima.

— O que é isso? — Eu aponto meu dedo em seu peito.

Estou quase rindo quando ela cai no truque. Uma vez que Layla olha para baixo, meu dedo corre para apertar seu nariz. Ela se assusta e recua. Leva apenas um segundo para reagir. Ela se lança para frente, com os punhos fechados e prontos para atacar. Sou mais rápido e mais inteligente, agarrando-a em uma chave de braço e girando-a ao redor.

— Droga, Jag, me deixe ir! — Seus braços balançam, batendo no ar.

— O que você diz? — Eu a insulto, levando-a até as esteiras, prendendo as mãos atrás das costas.

— Nunca! — ela grita. Isso sai abafado com a bochecha pressionada no tapete.

— Mmmmm. — Eu coço meu queixo com a mão livre, segurando facilmente os dois pulsos dela em uma mão. — Devo procurar novas tatuagens?

— Não se atreva! — Ela chuta com seu tênis nas esteiras. Eu jogo minha cabeça para trás e começo a rir, lembrando da última vez que baixei sua calça no meio do ginásio.

Eu continuo segurando Layla, desfrutando de sua miséria enquanto gargalho para caramba. Eu me pergunto se Cruz deixou seu autógrafo em sua bunda como da última vez. Aquela merda era clássica, e eu pensei que Boss ia explodir ao ver o nome de um lutador rabiscado na bunda de sua filha no meio de sua academia.

Eu ouço os grunhidos e Cruz gritando para eu sair de cima da sua esposa antes que ele chute minha bunda, mas ignoro tudo isso. Com a mão livre, pego a bainha de sua calça, fingindo que vou tirá-las na frente de todos. Claro, eu nunca faria isso com seus clientes aqui. Só é um pouco divertido.

Neste momento vou ser castigado pelo homem que quero ser. Nada vai tirar isso. Um objeto duro bate na parte de trás da minha cabeça, fazendo-me gritar. Eu alcanço e esfrego a dor. Quando eu olho para cima, Cruz está chateado. Ele sempre fica assim quando eu brinco com Layla. Faz parte do jogo.

— Pegue sua bunda e prepare-se para a aula. Tem várias mulheres com medo de que você esteja aqui batendo em Layla.

Balanço a cabeça e me levanto, estendendo a mão para Layla. Ela a agarra, fica de pé e finge se afastar.

— Eu não estou as assustando. Estou apenas colocando sua mulher aqui, Layla, em seu lugar. — Eu sorrio.

Layla me bate dizendo: cadela, você nem sequer tente. Mas eu ignoro. Este foi meu primeiro erro. Eu jogo um braço por cima do ombro dela e dou a ela um aperto. A garota é a coisa mais próxima de uma irmã que eu vou ter. Me considero um maldito bom irmão, considerando a quantidade de inferno e tortura que eu a fiz passar. Irmão número um fodido, devo dizer.

Layla envolve o braço em volta da minha cintura, dando-me um puxão suave. A merda se move tão rápido que eu não vejo isso chegando. Ela vai direto para o meu ponto fraco, e eu não estou falando das minhas bolas. Ambas as mãos dela vão para os meus mamilos, e ela aperta e torce o mais forte que pode antes de eu gritar e me afastar. Quando um homem está malhando, seus mamilos ficam extremamente sensíveis. Porra! Dói!

Não tenho vergonha. Eu caio de joelhos, uivando como uma pequena cadela. O rugido de risadas dos meus companheiros de equipe ecoa ao redor do ginásio. Eu esfrego a dor e balanço a cabeça, ignorando todos os golpes sobre mamilos.

Eu dou a Layla um olhar. Eu faço o olhar intenso e o mais bravo possível, mas acabo explodindo em gargalhadas. Eu me inclino de costas no balcão, cruzo os pés nos tornozelos e tomo um gole da garrafa de água, esperando a aula começar.

Layla reuniu a comunidade com essa aula de autodefesa e está capacitando mulheres de todos os lados. Não é nenhuma aula de confeitaria. Inferno, está longe disso, com todo tipo de mulher representada por idosas até pré-adolescentes.

Layla chama a atenção de todos. A conversa na sala diminui quando ela recebe novos membros para a aula e garante que todos tenham assinado um formulário de isenção. Então ela começa a apresentar os lutadores e outros funcionários da academia, já que há muitas novas alunas. Trick cora como uma menininha quando é apresentado. O homem é tímido pra caralho, o que eu sempre achei estranho já que ele é um selvagem no ringue. Às vezes ele me assusta com a raiva que desencadeia em seus oponentes.

Logo antes de Layla começar a me apresentar, o sino acima da porta toca, alertando a todos para um recém-chegado.

Sunni.

Meu queixo cai no chão quando ela entra. Uma inundação de arrependimento da noite passada e meu show me atinge com força. Porra, eu sou um idiota. Mas não tenho muito tempo para arrependimento porque ela caminha para perto do resto da turma.

Puta merda! Eu me estico um pouco mais, percebendo que não era a embriaguez da noite passada, lembrando como ela estava gostosa. Seu uniforme de lanchonete nunca fez nada disso para mim. Então, por que agora? Essas duas últimas vezes que eu a vi quase me derrubou. Sunni coloca um cacho de cabelo atrás da orelha e continua caminhando até o centro do grupo. Ela se destaca como um diamante bruto. Meu pau ganha vida assim como na última noite, chutando dentro da minha boxer. Eu sufoco um gemido e me movo um pouco, já que o short de ginástica não faz nada para esconder, especialmente o tamanho do meu pau.

Ela está usando calça de yoga preta apertada. Eu estou com ciúmes do material abraçando sua bunda perfeita. Seu top é a cereja em cima do sundae para um bastardo com tesão. Um top de néon roxo feito de material de spandex8 levanta seus seios, expondo a quantidade perfeita. Deus abençoe o decote. A ampla pele morena e bronzeada é tentadora e implora pelo meu toque.

— Jag. — Meu nome é repetido pela terceira vez antes que eu tenha a coragem e força de vontade para desviar o olhar de Sunni. Ela faz contato visual comigo. E a luz corada dançando em suas bochechas me faz pensar que ela está na mesma página que eu.

Eu acho Layla e toda a academia, incluindo Cruz, olhando para mim, esperando por mim para responder. Eu escorrego minha mão para trás através do meu longo cabelo e balanço a cabeça, esperando Layla fazer a pergunta novamente.

Layla coloca uma mão no quadril e inclina a cabeça para o lado.

— Eu o apresentei três vezes, Jag, e pedi para você dizer algo sobre você. Existe algum problema?

Eu afundo meus dentes no meu lábio inferior. Não sinto falta do brilho cintilante nos olhos de Layla. Ela está ansiosa e com excesso de zelo em me juntar com alguém. Eu fui capaz de me esquivar de seus esforços com meus modos de mulherengo. Ela me conhece melhor do que a maioria e sabe exatamente o que está me deixando tão confuso agora. Eu balanço minha cabeça e olho para a multidão.

— Como ela disse, meu nome é Jag. Tenho lutado desde que eu tinha treze anos de idade. Eu sou um filho da puta sexy e gosto de derrubar sempre que posso.

Há alguns suspiros, muitas risadinhas e um golpe na parte de trás da minha cabeça. Não tenho que olhar para saber que foi Boss. Minha mão vai para o ponto de dor, esfregando-o.

— Ele derruba muito bem. — Bev se aproxima de mim em uma calça de ginástica aveludada e anéis de ouro que adornam cada um de seus dedos. Essa mulher é meu maldito ídolo. Só posso esperar que eu seja tão legal quanto ela quando crescer.

— Ah, minha aluna favorita. Eu sei que não deveria ter favoritas, mas essa mulher... — Eu seguro meus braços abertos para ela.

Bev achata a sua frente no meu peito. Seus cabelos grisalhos, enrolados até a perfeição e cimentados pelo spray de cabelo, cutucam meu rosto. Ela enfrenta a classe depois de alguns segundos.

— Senhoras, ele é meu.

— Claro que sim, Bev. — Eu olho para baixo, para ela.

— Ele ama meus biscoitos. — ela anuncia, franzindo os lábios vermelhos brilhantes.

— O melhor. — Eu pisco de novo.

Faço contato visual com Sunni para encontrá-la segurando a mão sobre a boca, como se estivesse escondendo uma risada, embora seus olhos entreguem tudo. Os cantos dos meus lábios se inclinam em um sorriso, imaginando como isso parece louco comigo abraçando uma mulher de setenta e cinco anos de idade. Estou apostando que o fato de falar dos biscoitos de Bev é o que tem Sunni prestes a explodir em gargalhadas.

Layla limpa a garganta, chamando a atenção da turma. Ela divide as mulheres em cinco grupos. Claro, Bev e seus amigos malcriados estão no meu grupo na primeira rotação. Eles passam mais tempo me tratando e acariciando os bens do que ouvindo e aprendendo. No começo, tentei pra caralho mantê-las na tarefa. Isso durou cerca de quinze segundos antes que eu cedesse.

Eu assisto Sunni enquanto ela caminha pelas estações. Meus maxilares e sangue fervem quando cada um dos meus companheiros de equipe agarram Sunni pelos quadris, mostrando-lhe os movimentos. Fodido Trick está na minha lista negra. Ele jogou mais, certificando-se de que suas mãos estavam todas em Sunni. Jesus, eu fui tão óbvio quando ela entrou nesse ginásio? Pelo visto sim.

Eu jogo o saco de pancadas no chão e caminho para Trick, que tem seus braços em volta de Sunni. Sua frente empurra nas costas dela. Não há absolutamente nenhuma necessidade disso. Ele não fez isso com qualquer outra maldita estudante.

— Chega. — eu rosno entre os dentes cerrados. Meu queixo com cãibra da raiva que ferve dentro de mim.

O bastardo presunçoso sorri para mim, então se atreve a piscar. — Não é sua vez, Jag. Estou ensinando Sunni a jogar um jab aqui.

— Vocês. Estão. Terminados. — Pego o pulso de Sunni e a puxo para mim.

Ela recua por um breve segundo antes de vir voluntariamente para mim. Não digo outra palavra antes de voltar para minha posição com Sunni atrás.

— Jag.

Eu a ignoro e não paro até estarmos no meu posto. Eu solto seu pulso e arrasto minhas mãos pelo meu cabelo, sentindo como se tivesse pulado do fundo do poço.

— Hum. Jag, eu não terminei, e tenho mais duas estações até a sua.

— Não posso ver essa merda.

— Que merda? — Ela planta as palmas das mãos em seus quadris.

— Eles. — Eu jogo meus braços no ar.

Antes que ela tenha a chance de responder, Layla assovia, obtendo a atenção de todos. Ela muda as estações para uma aula única. Ela é rápida e tenho certeza de que ela pegou minha birra. Sunni caminha até o centro do ginásio, juntando-se a todos os outros. Não posso mais assistir a esse show de merda com minhas emoções a flor da pele. Bato a porta do vestiário e tomo um banho bem necessário. Estava muito bem pronto para sair antes desta aula.


Capitulo Quatro

Sunni

 

— Ele é... hum... ok? — Meu tênis direito salta no tatame.

A maioria das mulheres foi embora depois da nossa última sessão. A aula foi incrível. O conhecimento que ganhei é inestimável, e também foi um bom treino. Eu acho que eu deveria dizer um treino para todos, exceto as vovós se jogando em Jag. Eu não posso culpá-las. O homem é sexy para caramba. Até mesmo seus movimentos no ginásio gritavam sensualidade e sexo.

— O que foi isso, Sunni? — Layla me dá toda a sua atenção.

— Jag.

Layla morde o lábio inferior como se estivesse sufocando em gargalhadas. Quando ela não responde, não consigo ficar de boca fechada.

— Ele está chateado comigo?

Ela dá um tapinha nas minhas costas. — Oh, querida, se eu fosse uma mulher de apostas diria que ele está o mais longe possível de chateado com você.

— O que você quer dizer?

— Madré. Madré — Uma criança rechonchuda vem acenando, ela está com um vestido de tutu da cintura para baixo e parece muito com Layla.

Meu coração aperta, ameaçando explodir em pedaços. As bochechas rechonchudas e os cabelos negros encaracolados da menina a deixam com ar angelical. O amor que sua mãe tem por ela enfraquece meus joelhos. Eu tenho que sair daqui agora.

— Ei, Sunni. — diz Layla.

— Sim. — Eu me viro para vê-la com a menina preciosa em seu quadril. — Vejo você na próxima semana?

— Hum, claro. — eu respondo rápido. É uma mentira, mas tenho que sair daqui antes que um ataque de pânico se instale.

— Vejo você então. — Layla acena um adeus. Sua doce menininha imita a ação de sua mãe.

Minha mão treme na maçaneta da porta de metal. Eu abro e deixo o ar fresco de Washington acalmar meu rosto. Inalo. Expiro. É o que eu aprendi a fazer. É o jeito que sobrevivi depois de tudo que passei. Eu desmorono na parede de tijolos, focando na minha respiração. Minha mão cobre meu coração, subindo e descendo a cada inspiração.

Minha visão começa a ofuscar nos cantos. Não. Me recuso a permitir que meu passado me controle mais.

— Eu não fiz isso. — eu sussurro uma e outra vez, concentrando-me em cada palavra e o significado por trás delas.

— Sunni?

Meus olhos se abrem para ver Jag parado na minha frente. Ele deixa cair sua mochila de ginástica. Me concentro no bordado vibrante do logo do Diablo’s embelezando sua mochila em vez de olhar em seus olhos lindos e carinhosos.

— Você está bem? — Ele leva a mão ao meu rosto. Seus dedos deslizam sobre minha pele até que ele cobre meu rosto.

— Não. — A verdade está fora antes que eu possa pará-lo.

— O que eu posso fazer? — Jag se aproxima mais, até que seu peito duro como pedra toca os meus.

— Nada pode consertar isso. — Eu fecho meus olhos, repreendendo-me por deixar isso sair.

— Você não sabe quem eu sou? Inferno, mulher, você me viu balançando a porra do meu pau. Eu posso consertar qualquer coisa. Eu sou um maldito John Wayne moderno misturado com o Hulk. — Ele se inclina para frente até que eu sinto seus lábios tocarem os meus com as próximas palavras. — Abra-se comigo. Eu vou te apoiar.

Meu núcleo recua com os lábios dele tocando os meus. Eu respiro fundo, oprimida pela sensação. Este homem. Abro os olhos, sorrio e deixo escapar uma risadinha dos meus lábios. Pego seu antebraço e aperto.

— Estava preocupada com você na noite passada. Quero dizer, foi divertido.

— Não é sobre mim agora. O que posso fazer para você?

Oh, garoto, esta é uma pergunta carregada. Não há nenhuma maneira no inferno que eu vou dizer a esse homem que eu me imaginei subindo em seu corpo enquanto lambia e beijava cada centímetro quadrado dele. Não. Eu vim para esta cidade para me esconder. Estar com alguém como Jag é tão bom quanto ser exposta em um outdoor com luzes piscando.

— Estou bem. Acabei de ter algumas coisas na cabeça por alguns momentos.

— Mentirosa.

— Desculpe-me? — Eu inclino minha cabeça.

— Não minta para mim, Sunni. É uma coisa que não suporto.

Eu bufo e me recupero rapidamente, porque esse homem nunca pode conhecer as camadas de mentiras que possuo em minha vida.

— Más lembranças. — Eu chupo meus lábios. Não é mentira.

— Osso duro de roer... eu vejo. Eu gosto disso. — Ele se inclina, pressiona seus lábios nos meus por um breve segundo. Um perfume amadeirado, de couro e algo sexy me abraça. É tudo Jag. Me deixei sentir segura com o corpo dele pressionado contra o meu. Eu poderia me perder na sensação.

— Que tal um jantar? Estou morrendo de fome.

— Como eu poderia recusar um convite como esse?

Jag dá um passo para trás, ainda me olhando e esperando por uma resposta. — Eles não me chamam de príncipe encantado a toa. Faço os contos de fadas de todos ganharem vida.

— Você nunca para? — Eu pergunto, dando um passo em direção a ele, e antes que eu perceba, estamos andando pela calçada lado a lado.

Ele encolhe os ombros. — Quando eu durmo, mas ainda sou um maldito gato selvagem.

— Jag, você é demais. — eu consigo dizer entre os ataques de riso.

— Pizza, tacos ou bife? Mas te aviso, porém, que posso devorar a comida como um tigre no cio.

Eu bato no ombro dele. — Eu sei disso. Lembra que eu sou sua garçonete favorita?

— Bom ponto.

— Tacos. — eu respondo.

Andamos mais três quarteirões, principalmente em silêncio. Jag para antes de entrarmos na porcaria de um restaurante. Com a mochila pendurada no ombro, ele agarra meus ombros até que eu esteja de frente para ele.

— Não sei o que se passou com você minutos atrás ou no que você estava pensando, mas saiba que estou aqui por você. Todos nós temos nossa própria merda que estamos lutando.

Eu concordo. O conceito é estranho. Não me lembro de alguém que já tenha me apoiado. Este homem, que é um mero conhecido, não tem problemas e nem sequer recua quando me diz isso.

— Obrigada, — eu consegui resmungar. — Jag, eu sou uma pessoa muito machucada. Você quer honestidade e eu vou te dar o que puder. Estou fugindo do meu passado. É isso.

O que ele faz a seguir me choca pra caralho.

— Obrigado. — Seus lábios batem nos meus. Desta vez não é um beijo casto. Sua língua aparece, arrastando ao longo dos meus lábios até que eu abro minha boca para ele. Jag está em completo controle, vagando por toda a minha boca, me lambendo como se eu fosse um doce néctar. Sua mão vai para a parte de trás do meu pescoço, segurando-o com uma leve pressão enquanto aprofunda o beijo.

Um carro buzina, nos separando. Ninguém me beijou com tanto calor, intensidade e paixão. Tenho a sensação de que Jag vai destruir as peças que sobraram de mim.

Espero que ele peça desculpas pelo gesto descarado, mas ele não o faz. Eu aposto que Jag não se desculpa muito em sua vida. Ele se vira para entrar no restaurante. Eu o paro, agarrando sua mão e entrelaçando meus dedos nos dele. Leva-me alguns instantes para reunir coragem para fazer uma pergunta. Aperto a mão dele e vou em frente.

— Por que você estava no bar na noite passada? — Eu espero que ele responda. Sei que foi por algum bom motivo, porque nunca o vi lá antes.

— Más lembranças. — Jag levanta uma sobrancelha.

— Bom ponto. — eu respondo. — O mesmo vale para você. Estou aqui por você.

As ondas de ansiedade rolam na minha barriga. Minha cabeça fica quente e confusa pelo fato de eu estar me expondo. Já se passaram quatro anos desde que escapei do meu inferno pessoal, jurando nunca mais deixar ninguém entrar na minha vida. E acabei de abrir os portões para Jag.

— Não somos apenas um par de perdedores? — Jag balança as sobrancelhas dessa vez.

Eu começo a rir, o som suave ecoando pela rua quase vazia. Meu estômago dói, e minha alma voa com o sentimento.

Estou tão ferrada.


***


— Como diabos você pode querer sorvete depois de engolir uma dúzia de tacos?

Jag puxa a porta aberta da sorveteria com um sorriso de orelha a orelha. — Você sabe o que eles dizem sobre homens com um grande apetite, certo?

— Senhor, eu ainda quero saber? — Encosto minha mão através da caixa de vidro guardando todo o sorvete.

Ele sacode o queixo, passa a mão na direção da sua virilha, depois se inclina para sussurrar no meu ouvido. — Eles têm um grande apetite.

A língua de Jag aparece de novo, traçando a concha da minha orelha. Eu tremo, incapaz de me afastar do calor sedutor de sua boca. Esse maldito homem me trouxe de volta a vida por causa de malditos tacos, e agora de sorvete.

Somos interrompidos por uma adolescente antes que eu possa responder ou Jag possa ir mais longe. Ele se endireita, passa atrás de mim e envolve seus braços ao redor da minha cintura. Jag descansa o queixo no meu ombro, vendo os sabores dos sorvetes.

— Eu vou querer três colheres do seu Cowboy Crunch em um cone de waffle com chocolate. — Jag vira a cabeça, beijando meu pescoço rapidamente antes de voltar sua atenção para a adolescente. — Oh, e polvilhe, por favor. Bem grosso. Não amasse eles.

A pobre garota atrás do balcão fica vermelha. Jag tem tanto talento com as mulheres que deveria me assustar. Ele poderia encantar as calcinhas de Hillary Clinton se ele quisesse.

— E você, minha senhora? — A menina toca suas bochechas.

— Apenas um cone comum e uma colher de baunilha, por favor.

Ela sai para fazer nossos cones. Jag me puxa de costas em seu peito, seu queixo ainda descansando no meu ombro.

— Baunilha?

Eu giro em seus braços, imediatamente perdendo nossa posição anterior. — Não há nada errado com baunilha.

Jag olha para baixo até eu seguir o que ele está olhando. — Meu pau não está recebendo o memorando que você é baunilha, doce garota.

— Oh meu Deus, Jag! — Eu bato minhas mãos sobre a minha boca com a marca óbvia de seu pau pressionando através de seu short de ginástica.

— Por isso tive que puxar você para o meu peito, para esconder minha emoção. — Jag agarra meus quadris, me puxando de volta para ele.

Eu planto minhas mãos em seu peito duro. — O que estamos fazendo, Jag?

— Esperando o nosso sorvete.

— Você sabe o que eu quero dizer. — Sem pensar, eu levo um dedo para sua mandíbula e traço seu contorno.

Ele balança a cabeça e depois lambe os lábios. — Honestamente, não faço ideia. Tudo o que sei é que a noite passada foi o mais perto do fundo do poço que eu já estive, e você estava lá.

— Eu não namoro. Inferno, não há futuro comigo, Jag.

— Por quê? — Seus olhos se fecham enquanto meu dedo continua a traçar sua mandíbula sexy.

— Más memórias.

— Eu tenho também. — Seus olhos se abrem, revelando seus vibrantes olhos azuis cheios de calor e paixão. — Eu ouvi que dois negativos acabaram sendo positivos.

— Jag... — seu nome salta da minha língua de uma forma ofegante. — não posso ser fixa.

— Eu sempre amei um bom desafio. Cresci no lado errado da cidade e lutei dia e noite para chegar onde estou agora. Tenho certeza que posso lidar com você.

Eu balanço minha cabeça e deixo cair meu queixo, apertando meus olhos fechados. A garota atrás do balcão entrega nossos sorvetes. Nós não nos aprofundamos na conversa. Palavras estão morrendo na minha boca. Quero dizer a ele que se tudo isso acontecesse a seis anos atrás, que não haveria nenhuma dúvida de que um feliz para sempre seria garantido.


Capitulo Cinco

Jag


— Importa-se de me dizer do que se trata? — Boss mostra o papel em sua mão direita.

Eu tinha acabado de entrar no vestiário para tomar banho e vestir roupas limpas da minha mochila de ginástica depois de um dia brutal de treinamento. Boss vasculhar minha mochila era a última coisa que eu tinha em mente. Hoje foi a primeira vez em muito tempo que minha mente estava clara, consegui socos e só tive Sunni e sua doce risada nela.

Eu congelo, o sangue em minhas veias gelando também. Abro minha boca para responder, mas nada sai.

— É isso que tem a sua cabeça tão fodida e você arruinando sua vida? — Ele se levanta e se move na minha direção, diminuindo a distância entre nós.

Boss está se aproximando dos cinquenta e poucos anos e ainda se ergue sobre mim, mesmo eu sendo adulto agora. Nada disso importa porque ainda me encolho para ele. Não é por medo, sim respeito pelo homem que salvou minha vida.

— É por isso que você está tão fodido? — Ele rosna, continuando em minha direção até que minhas costas estão empurradas contra a parede.

Tudo dentro de mim faz eu querer fechar os olhos e fazer essa cena desaparecer. Eu preciso de tequila para que isso aconteça ou minha personalidade imbecil para fazer tudo sumir. Eu não sou nada sem meu escudo para me esconder atrás.

— Negue Jag. — Sua raiva se inflama para mim com a nossa estreita distância. Ele está exigindo respostas. Sua voz está alta enquanto fala espanhol, implorando para que eu lhe diga a resposta. E eu não tenho nada. Desiludir este homem é meu verdadeiro fundo do poço. É um lugar que eu nunca quero me encontrar. Ele me dá tempo para respondê-lo.

— Sim, Boss. — As duas palavras saem fracas em um sussurro.

Ele anda mais perto até que não haja espaço entre nós. Suas sobrancelhas estão franzidas e os olhos encobertos, mostrando sua decepção em cada característica.

— José, você vai deixar aquele pedaço de merda que costumava espancá-lo e torturá-lo de uma forma que nenhum menino deveria ser tocado controlar sua vida? — Ele bate com o punho na parede atrás de mim. O material da parede desaba no meu ombro. — Você vai deixar seu maldito pai estragar tudo o que você trabalhou?

Ele nunca me chamou pelo meu nome de nascimento. Nem uma vez desde que ele salvou um menino quebrado na calçada, mesmo quando eu o desapontei ao longo dos anos. O fato de ele jogar isso na minha cara é a cruel realidade.

— Não. — A única palavra sai firme e sem um segundo palpite. — Boss, estou olhando para o meu pai e não tenho a menor ideia de quem é José.

Eu empurro seu peito. A parede de tijolos, também conhecida como Boss, apenas se move um pouco. Isso me irrita. Eu o empurro com mais força até ele recuar.

— Não conheço meu pai biológico, Boss. E com certeza, não conheço nenhum José. — Minhas têmporas têm um pulso próprio, criando uma dor enorme. Meus punhos estão com sede de derrubar o maior e pior filho da puta do mundo. Este homem que eu respeito mais do que qualquer outra pessoa me colocando no meu lugar tem minha temperatura e raiva superaquecidas.

— Desculpe-me? — Ele se aproxima, batendo o dedo indicador no meu peito. — Eu não posso te ouvir. Sua cabeça está toda bagunçada, e eu fico aqui pensando que é a carta que você recebeu do seu pai biológico te ameaçando. Estou errado, caralho?

Seu nível de voz aumenta em cada sílaba. Ele está me empurrando e sabe muito bem disso. É a verificação da realidade que foi merecida há muito tempo.

— Foda-se você! — Eu rugi. — Foda-se você e todo mundo que ousa duvidar de mim, porra.

— Mesmo? Você está pronto para mostrá-lo ou chafurdar como um maldito idiota que tem o mundo em suas mãos? — Boss dá um passo para trás, incitando-me, quando ele joga as mãos para o ar. Eu vejo isso no brilho de seus olhos. O homem que eu amo carinhosamente está me empurrando para dar o próximo passo.

— Coloque-me na porra do ringue agora! Eu não me importo se é você ou Cruz. Coloque-me lá dentro.

Ele balança a carta mais uma vez na frente do meu rosto. — Isso vai parar você?

— Foda-se! — Eu cuspo. Eu perdi todo o controle.

— Em um mês, quando esse filho da puta aparecer, quando ele sair da condicional, você será o cara parado na minha frente ou o idiota arruinando sua vida com um pedaço de lixo?

Eu não respondo a ele. Me viro e caminho de volta para a academia, arrancando minha camiseta suada. Isso fica remoendo, é uma memória perdida há muito tempo. Minhas mãos ainda estão gravadas do treino. Meus pés tamborilam no chão de cimento pintado. Os ecos disso exigem a atenção de todos quando entro no ginásio.

Eu localizo Cruz primeiro. Layla não está muito atrás dele. Seus olhares me examinam como se eu tivesse enlouquecido. Eles não poderiam estar mais no ginásio. Eu vou até o ringue, ignorando as reações de todos. No centro do octógono, levanto as mãos acima da cabeça e solto um grito que está dentro de mim.

Trick é o primeiro idiota a entrar no ringue comigo. Deixei-o dar seus golpes até eu lembrar aquela dor do armário quando era um garotinho indefeso. Eu jogo um soco e depois o varro com a perna. Eu o agarro em um estrangulamento até que ele se esgota.

Eu não aperto a sua mão e nem faço nada de gentilezas. Eu preciso me livrar de tudo. Há uma pausa até o próximo homem entrar no octógono. Eu o derrubo com a mesma facilidade que fiz com o Trick. Não é porque eles eram adversários fáceis. Não, é muito mais que isso. Minha raiva interna sai para jogar o jogo da sua vida.

Cruz retira sua camisa, então entra no ringue de oito lados que me trouxe de volta à vida. O filho da puta é uns bons quinze centímetros mais alto do que eu, e tem mais massa, mas não dou à mínima. Espero por ele. Então chega a hora. Nós dançamos um pouco. Em câmera lenta o punho de Cruz voa em direção ao meu queixo. Ele joga o uppercut9 perfeito. Eu fico tonto com a sensação, deixando-o pegar mais dois ou três. Eu perdi a conta. Quando ele baixar a guarda, vou para a matança. Sei que se eu puder derrubá-lo no tatame, ele será meu.

Ele se move para trás quando eu o choco com um uppercut que ele não viu chegando. Uma vez que ele está para baixo, luto com ele, não estou preocupado com o fato de que ele é uma classe de peso acima de mim. O bastardo teimoso não devolve os golpes. Demora até Trick e alguns outros membros da equipe me tirarem dele.

Eu não acabei. A adrenalina não quer voltar para onde veio, está correndo em minhas veias. Eu pegaria alguém agora.

Boss entra no ringue. E ele não está no modo treinador. Ele tirou a camisa e seus punhos estão protegidos. O velho bastardo ainda tem a barriga tanquinho e uma força que poderiam derrubar alguém. O olhar em seu rosto me diz exatamente por que ele entrou no ringue. Ele não me dá uma dica ou espera por mim antes de avançar.

Minha mandíbula vai para a direita e depois para a esquerda. Meus rins tomam várias joelhadas enquanto seus punhos batem no meu rosto. Eu recebo cada golpe até encontrar meu ângulo. E quando o faço, deixo minha fúria voar. Eu não vejo Boss na minha frente. Tudo é um túnel escuro. Com cada soco que dou e recebo, a luz brilha de volta. Eu vislumbro o Jag antes de receber a carta provocativa da sua família biológica.

Nada para qualquer um de nós até que nossa energia acabe. É um gesto simbólico como um pai incentivando seu filho em um jogo de futebol americano. Isso é exatamente o que Boss acabou de me dar.

Boss acaba caído sobre mim comigo nas minhas costas. Ele embala minha cabeça em seus braços maciços. Fluxos de suor escorrendo de nós dois.

— Essa carta não significa nada, garoto. Você está certo. Eu sou seu pai por opção, e isso é mais poderoso que qualquer relação de sangue. Eu me recuso a ver você se destruir. Eu amo você, Jag. — Ele me aperta mais forte.

Não é a primeira vez que o ouço dizer que me ama. É a primeira vez que me destrói da melhor maneira possível. E eu não me importo, essas quatro palavras me fazem chorar. Boss salta para os pés e estende a mão para mim. Eu sei que não será a última vez que meu herói me pega de volta. Eu limpo as lagrimas perdidas e agarro sua mão.

— Layla. — Boss acena para ela e, em seguida, me guia para fora do octógono. Ele coloca um braço em volta do meu ombro. O ginásio inteiro segue Boss enquanto ele nos leva pela porta dos fundos para o beco. Eu olho para cima para ver todos os meus companheiros de equipe formando um círculo silencioso. Layla entrega ao pai a carta e um isqueiro, depois pisa no meu outro lado. Ela envolve sua pequena palma na minha e depois olha para o marido no lado oposto do círculo.

— Diablo’s Throne cuida um do outro. Sempre. Nenhuma pergunta feita. Todos vocês conhecem a história do Jag. O homem é um filho para mim, e quando alguém o ameaça, isso me irrita. — Boss segura a carta acima de sua cabeça. — Alguns idiotas acham que tem o poder de ameaçar o Jag. Ele está atrás do dinheiro de Jag e quer aproveitar a fama. Este mesmo imbecil é aquele que o espancou e torturou. E estou aqui para dizer que isso não vai acontecer enquanto eu viver.

Uma lasca de um brilho laranja atinge um isqueiro. Boss segura até o canto do papel. — Quem aqui está comigo?

Um coro de concordância soa quando o papel começa a incinerar, enxugando as palavras de ódio em nada além de cinzas. Meus companheiros de equipe continuam a cantar suas palavras de encorajamento até que a carta flutue para o chão em um monte de cinzas.

Boss mexe a mandíbula e começa a falar sobre os cânticos. Todos em silêncio.

— Eu construí este ginásio com três crenças. — Ele dá um tapinha no peito. É a dica que seus lutadores precisam para se juntar a ele.

— Coração, fogo, desejo. Coração, fogo, desejo.

Layla aperta minha mão e Boss bate nas minhas costas. E de alguma forma, eu sei que tudo vai ficar bem.


Capitulo Seis

Sunni


É só mais um dia, ou pelo menos é o que eu continuo dizendo a mim mesma. Viver uma vida vazia é cansativo. Eu tenho que ficar escondida, ou minha identidade será exposta, mas não há nada que eu queira mais do que gritar para as montanhas quem eu sou. A coisa é, meu ex-marido certificou-se que essa merda nunca acontecesse.

— O que posso fazer por você? — Eu sorrio educadamente para um cliente que sempre pede uma crown and coke10.

— Crown and coke. — ele responde.

Eu sou forçada a não revirar meus olhos. O restaurante é ruim. Sei seus pedidos, mas ainda tenho que perguntar com todas as sutilezas para garantir que eu receba uma boa gorjeta. É o que paga as contas, e quando você encontra dois donos de empresas que pagam por baixo da mesa, você faz o que tem que fazer. É um jogo que cresce bem rápido.

— Chegando! — Eu mostro-lhe um sorriso antes de girar ao redor.

Eu poderia preparar sua bebida enquanto dormia, e isso não é brincadeira. Inferno, eu vou pesar no whisky porque sei que Leo é um bebedor pesado. Quanto mais whisky despejo, menos ele me atormenta no bar. Leo aceita sua bebida e volta para sua mesa típica. Eu continuo a derramar e jogar bebidas para os clientes familiares e aqueles transeuntes. Eu ouço o sino acima da porta e ignoro.

Depois de derramar mais três vodkas e tônicas, me viro para o cliente que reconheço, apenas passando pela porta. Eu mantenho meus olhos para baixo, a toalha secando um shaker antes de abordar o cliente. Quando olho para cima, meu queixo cai, tudo dentro de mim que eu pensava que estava morto volta à vida. — Não! Não estou servindo você. — Eu levanto minha mão para cima enquanto meu interior gira e cambalhota com a visão da última vez que este homem esteve aqui.

Ele passa a mão pelo longo cabelo no alto da cabeça e sorri como um idiota. — Não estou aqui para beber, Sunni.

Eu coloco uma mão no meu quadril. — Então por que você está aqui?

— Para levá-la a um encontro. — Ele gira na banqueta, permitindo que a luz brilhe em seu olho negro e outros hematomas em seu rosto.

— Eu estou trabalhando. — consigo dizer enquanto aperto o shaker dolorosamente na palma da minha mão. Eu não quero nada mais do que beijar todas as feridas no rosto dele.

— Sim, parece que está. — Jag acena com o queixo para mim.

Momentos de silêncio mortal saltam entre nós. Tudo o que precisa ser dito reflete nos nossos olhos. Não tenho ideia do que é o jogo final deste homem. Eu sei que daria qualquer coisa para ser uma jogadora. Estou brincando com fogo agora e não posso evitar.

— Conheço seu chefe. Jerry. Ele disse que você pode ter a noite de folga.

— Ah, é mesmo? — Eu digo, sem saber para onde isso está indo.

— Realmente. — Ele se levanta da banqueta e pisca para mim. — Então, pegue sua linda bunda e vamos nos divertir um pouco.

— Você perdeu a parte que estou trabalhando?

— Vá. — Uma mão bate no topo do meu ombro.

Eu salto no ar, meu coração pulando do meu peito enquanto grito. — Caramba, Jerry, você me assustou pra caralho.

— Desculpe, Sunni. — A barba branca de Jerry se move com suas risadas profundas. — Não queria te assustar. Jag perguntou se ele poderia roubar você esta noite. Estou bem aqui sozinho. Saia daqui e divirta-se.

— Mas por quê? — Minhas sobrancelhas franzem em confusão.

— Há um jovem bonito aqui para te levar para sair. Basta ir com isso, Sunni. — Jerry coloca as duas mãos nos meus ombros e me leva para fora do bar. Ele se recusa a aceitar um não como resposta e fica de olho em mim até eu sair pela porta da frente com Jag.

Eu congelo do lado de fora. O céu é uma cascata de laranja e rosa, brilhantes e sutis enquanto o pôr-do-sol dança no horizonte. Paro por um segundo antes de me virar para o Jag. — O que é isso tudo, Jag?

Ele dá de ombros, pega minha mão e tenta me puxar.

— Estou falando sério. — Eu planto meus pés. — Estou com pouca grana e uma noite sem gorjetas vai fazer falta.

Jag se vira para mim. Seus ombros estão duros e seu lábio se contrai. — Estou levando você para um encontro. Eu tenho você protegida. Jerry é um dos meus maiores fãs. Todas as gorjetas que ele receber esta noite irão para você.

— O que? Por quê? — Eu balanço minha cabeça, nada dessa merda faz sentido.

Ele dá um passo mais perto. O cheiro de couro e sexo me invade da cabeça aos pés. — Eu lhe devo desculpas pelo meu estupor bêbado.

— Você já fez. Tacos e sorvetes misturados com algumas boas risadas. — Jag se aproxima, colocando as mãos nos meus quadris, e me puxa para sua frente até que ficamos grudados um no outro.

— O jeito que eu imagino, querida, é que você teve um grande show de merda que, por sua vez, requer um grande pedido de desculpas. Considere isso a outra metade do pedido de desculpas.

— Jag, você é ridículo. — Eu planto as palmas das mãos em seu peito sólido.

Ele deixa cair seu rosto para o meu, sua respiração rápida enquanto ele lambe seus lábios. — Eu quero tanto te beijar agora.

Eu mordo meu lábio inferior em antecipação. Conheço esse homem há pouco tempo. Sei o que ele quer. Meu interior se aperta e meus joelhos ficam fracos com ele tão perto me encarando como se quisesse me comer como sobremesa. Ele vai me arruinar.

Ele encosta seus lábios contra os meus uma e duas vezes, e na terceira vez, o beijo acontece. É lento, firme e delicioso. Sua língua desliza na minha boca, varrendo cada centímetro. Os dedos de Jag cavam nos meus quadris, apertando a pele sensível. A ação me faz soltar um gemido, implorando por mais dele. Ele dá para mim. Eu inclino minha cabeça para a direita para deixar Jag devorar minha boca. Ele se afasta lentamente, afundando os dentes no meu lábio inferior antes de nos separar.

— Jag, — eu sussurro, segurando sua camiseta preta apertada com decote em V em meus punhos. — O que estamos fazendo?

Ele cobre meu rosto, esfregando círculos na minha bochecha com a ponta de seu polegar. — Sunni, não tenho a mínima ideia. Mas não consegui tirar você da cabeça desde que entrei no bar.

Eu concordo. — O mesmo aqui.

— Não sou perfeito de forma alguma. Eu tive meus dias ruins, tenho um temperamento difícil, e me disseram que eu posso ser muito chato. A coisa sobre mim, porém, é que eu sou um filho da puta fiel quando me importo com alguém.

— Isso me assusta.

— As memórias ruins? — Ele pergunta, mergulhando a cabeça para correr o nariz ao longo do comprimento do meu pescoço.

— Sim. — Eu estremeço ao seu toque. — Tenho um passado que não me deixa ter um futuro. Sou uma causa perdida, Jag.

Sua língua se lança para lamber seus lábios, conectando-se logo depois com o meu pescoço. É seguido por uma chuva de beijos leves na minha pele delicada. — Deixe-me ser o juiz disso.

— Vai arruinar você, Jag, e não posso deixar isso acontecer.

— Deixe-me ser o juiz disso. — ele repete.

Eu fecho meus olhos, sabendo muito bem que deveria me afastar desse homem agora. O lado egoísta de mim é mais poderoso. Eu sou gananciosa pelo amor e pelo toque do Jag. Ele me faz sentir como nunca antes. Juro que ele tem poderes mágicos para trazer o melhor de mim.

— Basta lembrar que eu te avisei.

Seu corpo relaxa com minhas palavras, mas ele não diz nada por um tempo. Ele me segura no meio do estacionamento. Em seus braços, nunca me senti mais segura. É um estado estranho, considerando que não tenho abraçado esse sentimento em vários anos.

— Eu quero beijar você de novo, mas então nunca chegaríamos onde estamos indo. — Ele fica em pé, agarra minha mão novamente, e começa a andar.

— Onde estamos indo?

— Dançar. — ele responde sem olhar para mim.

Eu congelo. — Ah... não. Qualquer coisa menos dançar, Jag.

Ele não hesita em me arrastar atrás dele. O homem nem sequer recua. Ele pode me arrastar em todos os sentidos. Esse fato deve me mandar correndo para as colinas. Mas o pensamento nunca passou pela minha cabeça.

— Jag, pare. Vamos discutir nossas opções aqui. — Eu firmo o meu Converse no chão, ganhando um pouco mais de tração para deter seu movimento.

Ele para, se vira para mim com um brilho maligno em seus olhos e um maldito sorriso megawatt que me derrete. — Sunni, não me faça atirar sua bunda gostosa por cima do meu ombro e andar três quarteirões da cidade com você assim.

— Você não faria isso. — Eu sustento minha mão livre no meu quadril.

Ele levanta uma sobrancelha. — Me teste.

— Eu tenho dois pés esquerdos e nenhum ritmo. Que tal um filme?

Ele reage tão rápido que não consigo processar. Ele corre em minha direção em uma posição agachada. Minha pélvis se conecta com o ombro dele e, em menos de três segundos, estou caída por cima do seu ombro. Eu grito e me contorço apenas para receber um tapa rápido na bunda.

— Jag! — Minhas mãos batem em suas costas.

O rugido de sua risada me faz sorrir.

— Você deveria ter me escutado, Sunni. — Ele dá mais uma palmada em minha bunda que está saudando o céu.

— Você é um dos homens mais irritantes que já conheci.

— Querida, o termo é carismático com um grande pau.

Eu nem sequer tento brincar com Jag. Ele é o trunfo, e eu sou apenas o valete de ouro nessa situação. Depois de um quarteirão e meio de Jag dando longos passos na calçada, eu desisto.

— Coloque-me no chão. Eu vou, mesmo você me forçando a ser uma idiota. — Eu bato na bunda dele.

Jag para na próxima faixa de pedestres e me coloca para baixo com facilidade. Meus dedos vão para o coque desleixado e bagunçado em cima da minha cabeça, lutando para endireitá-lo, e depois para a bainha do shortinho jeans, puxando-os para baixo.

Quando olho para Jag, ele está de pé, uma perna inclinada para o lado com a mão apoiada no topo da cabeça, mantendo o cabelo bagunçado no lugar. Eu o quero, sabendo como seria incrível passar minhas mãos pelos lados raspados.

— Você vai aprender em breve, pequeno gafanhoto. — Ele dá um passo em minha direção. — Eu estou sempre certo, e sempre faço do meu jeito.

— Feche a boca quando você está falando comigo. — Eu empurro seu peito, juntando-me a sua brincadeira lúdica.

A luz no sinal do semáforo nos alerta que é hora de atravessar. Eu saio correndo pelas listras de zebra no asfalto rachado. Corro o mais rápido que posso. Ouço Jag não muito atrás de mim. Eu dou tudo que tenho. Nem sequer se compara a Jag.

As suas mãos chegam ao redor da minha cintura quando eu chego ao meio-fio na extremidade oposta da faixa de pedestres. Eu sou puxada de volta para um peito duro. Jag não solta, mantendo-me agarrada a ele.

— Boa tentativa, gafanhoto. — Sua respiração faz cócegas e meu corpo vibra.

— Você não me dá muitas opções. — Eu relaxo, dando mais poder a ele.

— Boa menina. — Ele mordisca meu pescoço enquanto avança.

Minha cabeça relaxa de volta em seu ombro firme. — Eu não estava mentindo sobre não ser capaz de dançar.

— Eu sou o maior filho da puta do mundo. E eu te peguei.

Essas palavras enfraquecem minha hesitação e meu coração. Este homem é uma força a ser reconhecida. Ele está me curando e nem sabe disso.

Ele continua caminhando pela calçada. Seus lábios estão pressionados na minha nuca quando ele murmura: — Memórias ruins.

Não digo nada. Não posso questionar ou importuná-lo quando não ofereço nada sobre o meu passado. Escolho uma carta do baralho dele e brinco de volta com humor.

— Você precisa de mim para beijar seus machucados?

— Foda-se sim. — Ele resmunga no meu pescoço, sem perder o ritmo. — Do meu rosto até os dedos dos pés, mas bem entre as minhas pernas existe uma grande dor. Talvez uma massagem com as duas mãos. Então termine com seus lábios.

Sou péssima no jogo dele. Explodo em gargalhadas, incapaz de voltar com qualquer coisa. Está claro que você não pode dar a esse cara uma mão, porque ele vai pegar o seu corpo inteiro.

— Chegamos. — Ele me vira para frente do bar com música fluindo a partir dele. — Hora da salsa, baby.

— Como batatas fritas e salsa11? Eu posso fazer isso! — Uma centelha de esperança explode dentro de mim. Eu sei que ele tem um senso de humor, então talvez ele estivesse brincando o tempo todo.


Capitulo Sete

Jag


Eu nunca me senti tão leve na minha vida. Depois que todo o grupo ficou ao meu lado, depois que Boss me fez encarar a realidade... eu sou um filho da puta sortudo. A primeira pessoa que eu queria ver era Sunni. Merda, se eu tivesse a energia da noite após o meu choque de realidade, estaria à sua porta. Claro, se eu soubesse onde ela morava. Só que eu estava exausto.

Mas você pode apostar que eu estava no seu trabalho no dia seguinte. Obrigado porra Jerry por ser um fã fiel e me fazer um grande favor. Isso mostra que você nunca sabe de quem você pode precisar. A lição aqui, pessoal “não seja um idiota, mesmo se você for um.”

— Como batatas fritas e salsa? Eu posso fazer isso!

Eu não consigo evitar. Sou conhecido por manter a melhor cara de poker. Há apenas algo sobre Sunni e sua inocência que me desfaz.

— Sim, baby. — Eu a guio para o bar.

Não leva muito tempo para ela perceber que foi enganada. Minha atenção não está focada no caos do bar, mas na reação de Sunni. Eu vejo seus olhos se arregalarem e seus dedos brincarem com a bainha de seu short enquanto ela observa a ação. A música espanhola flui de todos os cantos do bar. Saias e partes do corpo giram e giram pela pista de dança. Os homens arremessam as mulheres com um simples movimento do pulso, levando a parceira numa dança perfeita.

— Tequila primeiro? — Meus lábios se conectam à concha de sua orelha. Meus dedos deslizam para se entrelaçar com os dela. Sunni ainda puxa a barra do short e abraça meu toque. Porra! Segurar a mão dela é meu momento favorito. Jesus, essa mulher me transformou em um idiota. Eu nunca gostei de dar as mãos até conhecê-la.

Ela responde com um aceno de cabeça. Eu mantenho-a firme, guiando-a para o bar. Aceno para o barman, ganhando sua atenção imediatamente. Ele me conhece bem. Mesmo que haja uma fila gigante, ele faz o meu primeiro.

Eu levanto dois dedos e ele sabe o que isso significa. Momentos depois, as doses, o saleiro e as fatias de limão são colocados à nossa frente. Sunni não percebe quando estuda a cena nos cercando. O barman acena para mim, sabendo que eu não deixaria de pagar. Inferno, eles não vão nem me cobrar. Sabem que é bom para os negócios eu estar aqui. Isso nunca me impediu de pagar. Conheço minhas raízes.

Não quero, mas eu solto a mão do abdômen exposto de Sunni e tomo uma dose, trazendo-o à boca. O cheiro forte da tequila chama sua atenção. Ela pega o copo na mão livre. Eu me mantenho com o sal e o limão enquanto ela inclina a cabeça para trás, engolindo em um gole.

Meus lábios se conectam com a sua bochecha quando ela inclina a cabeça para trás. Meu pau pulsa atrás da minha boxer, querendo nada mais do que chutar e encher sua boca. Em seguida, devorar seu pequeno corpo delicioso.

Eu me contenho, estendendo meu punho para ela lamber o limão e o sal. Ela balança a cabeça quando engole. Eu sinto seu corpo estremecer contra o meu e trago a próxima dose aos lábios, sem saber se ela quer outra ou não.

A cabeça de Sunni relaxa ainda mais no meu ombro. Sua mão livre percorre meu estômago direto para o meu pau que empurra a merda do meu zíper. Ela desliza a palma no comprimento dele enquanto se abre para tomar a dose.

Seu movimento me desequilibra. Minha mente fica nebulosa, deixando-me apenas com a capacidade de pensar com a cabeça de baixo. Ela toma a segunda dose sem limão ou sal, continuando a acariciar-me através do meu jeans.

A banda começa a tocar “Yo También” de Marc Anthony. Eu pego a mão dela do meu pau e giro-a para me encarar. Primeira e última vez na história pessoal que vocês irão me ver fazendo isso.

— Hora de salsa, linda. — eu digo a ela em espanhol.

Seus olhos se arregalam. Suas bochechas ruborizam. Eu evito olhar para baixo em seu amplo decote espreitando da sua blusa. Ela é simples em todos os sentidos, o que me excita. Antes que ela tenha muito tempo para pensar, eu a puxo para a pista de dança. Ela resiste até que nós estamos parados no centro, cercados por outros corpos em movimento.

Eu amo dançar. Eu tenho um corpo que naturalmente se move ao ritmo, seja country, latino ou hard rock. É a minha magia no ringue. Eu antecipo o próximo passo e estou sempre em cima dele.

Sunni vai com isso, permitindo-me balançá-la ao redor da pista de dança. Eu sorrio como um idiota o tempo todo, porque ela não estava mentindo. Ela é um monte de membros voando agitados, mas não para de tentar me acompanhar. Na segunda música ela consegue adicionar um pouco de balanço aos quadris.

É o sorriso genuíno e cru em seu rosto que me deixa em transe. Suas curvas suaves pressionando em mim me inflamam para continuar. Ela pisa na ponta do meu tênis, me acotovela nas costelas e finalmente joga a cabeça para trás e ri, seu cabelo ondulado caindo em cascata atrás dela. Eu a seguro firme, fazendo o meu melhor para liderar.

Nós dançamos e dançamos até que ficamos sem fôlego, parecendo uma bagunça quente e pegajosa. É exatamente o que eu precisava para me ancorar no agora, no que é conhecido. Tranquilizar na base que me construí. Parece que esta pequena megera está me ajudando a sair da casca.

O cantor no palco dá um grito para Sunni quando saímos da pista de dança. Balanço minha cabeça, sabendo que ele estava tão hipnotizado por sua beleza natural e movimentos de dança de merda como eu estava. Dou-lhe um aceno rápido com a mão, reconhecendo sua boa música. Uma dúzia de mulheres esbarram com peitos e bundas no meu bíceps enquanto nos aproximamos do bar. Elas não têm decência e tentam me pegar. No entanto, isso é culpa minha. Elas me conhecem, como eu era, ou devo dizer, como costumava ser.

Jesus, eu perdi a cabeça por causa de uma mulher que conheço muito pouco. — Água. — eu grito para o barman, em seguida, volto para Sunni. — O que você quer beber?

Ela lambe os lábios e sorri. — Um Shirley Temple, por favor.

— Porra, o que? — Eu pergunto.

— Um Shirley Temple.

O bartender a ouve sobre o rugido da banda e da multidão. Logo uma água gelada e uma bebida vermelha são colocadas na nossa frente. Eu pego a mão livre de Sunni depois que nossas bebidas são servidas e a guio para uma seção privada. A música ainda está batendo, mas é mais baixa, e você pode manter uma conversa.

— O que diabos você pediu? — Eu pergunto a ela enquanto nos acomodamos em elegantes sofás de couro preto.

Ela responde colocando o canudo contra meus lábios, me incentivando a beber com um aceno de cabeça. Eu obedeço. É doce. Muito doce, como eu imagino que seja sua boceta.

— Você gosta? — Ela inclina o queixo. — Eles eram meus favoritos na adolescência. Eu me limito a um por semana porque eles são cheios de açúcar.

Eu coloco minha água na mesa, não quebrando o contato visual com os olhos de Sunni. Ela olha para mim com olhos parecidos com os de corça. Eu me inclino para frente e ela não se move.

Eu pego a mão dela e trago para a minha virilha. Ela exala alto quando sua palma se conecta com o meu eixo de aço. Acontece em um borrão, e antes que eu perceba, eu a tenho deitada de costas no sofá. Meus quadris apertam os dela. Nossos lábios são uma bagunça em ação, famintos e gananciosos para provar e ficar bêbados.

— Jag. — Sunni quebra o beijo, arqueando o pescoço para trás. Eu aproveito sua pele exposta correndo meus lábios para cima e para baixo. A tentação de afundar meus dentes e deixar minha marca nela me atinge forte. Minha mão desce até o seu peito, acariciando o pico que pressiona sua fina blusa.

— Jag, eu quero você. Quero muito. Tanto... — ela geme, contorcendo-se embaixo mim.

— Devagar, baby. — Meus lábios deslizam para cima e para baixo em seu pescoço.

Eu deixo minha mão ao lado dela, parando no topo de seu short. Eu brinco com a ideia enquanto coloco meus dedos sob o short dela. Ela lambe os lábios. Eu tomo isso como uma luz verde.

— Você está molhada pra caralho, garota. — Eu deslizo meus dedos por suas dobras molhadas.

— Eu... — ela implora novamente.

Eu afundo um dedo nela e toco seu clitóris com o polegar. Porra, essa garota é receptiva. É como se ela não fosse tocada há anos. A vermelhidão corre em sua pele enquanto ela se contorce e geme debaixo de mim. É o corpo dela me deixando saber que ela está perto, muito perto.

Sua boceta aperta meus dedos. A boca de Sunni se abre e sei que ela vai gritar. Mesmo sendo uma sala privada, não confio nela para não ser ouvida. Eu pego seus gritos de êxtase com a minha boca, lambendo cada sílaba ressonante.

Sua doce boceta estrangula meus dedos enquanto ela sai do orgasmo. Estou a dez segundos de disparar minha porra no meu jeans. Não faço essa merda desde os treze anos. Um barulho alto na parede me coloca de volta à realidade.

Eu alivio minha mão de seu short, trazendo-o para minha boca. Minha língua dispara, devorando seu doce sabor de mel. O som da batida fica mais alto. Eu puxo a camiseta dela e sento. Eu a levo comigo enquanto me acomodo no sofá de couro. Sunni senta com as pernas abertas em minhas coxas grossas, seus quadris ainda mexendo, montando o último momento de seu prazer.

— Beije-me, Sunni. Prove como você é doce. — Eu aperto seus quadris, guiando-os no movimento.

Não achava que era possível que aquele rubor ficasse mais forte em suas bochechas, mas isso acontece. Ela balança a cabeça de um lado para o outro, com os olhos fechados e os cachos soltos balançando.

— Não quer me beijar, garota?

— É só que... — Ela planta as palmas das mãos no centro do meu peito, mantendo os olhos fechados. — Eu nunca fiz nada disso.

Minha cabeça relaxa no sofá enquanto examino suas palavras, não sendo capaz de entender nenhuma delas.

— Você é virgem?

Isso leva sua atenção completa. Seus olhos se abrem, em uma emoção selvagem. — Não, eu não sou. É apenas complicado.

Eu movo minhas mãos para suas bochechas, forçando-a a centrar sua atenção em mim. Os fragmentos de medo que afetam suas feições me assombram. Fico louco só de pensar que alguém machucou essa doce e inocente garota.

— Fale comigo, Sunni.

— Eu era casada com um homem que era horrível. Nós fizemos sexo, mas foi isso. — Lágrimas transbordam em seus olhos. Uma vibração aterrorizante rola sobre sua pele como se ela estivesse enojada. Ela se abriu para mim. Apesar de ter sido uma pequena informação sobre o passado dela, o fato é que ela falou.

— Obrigado. — Eu puxo seu rosto para baixo, para o meu. — Obrigado, Sunni. Meu pai biológico teve minha cabeça fodida. Boss me colocou em linha reta. Parece que ambos estamos enfrentando nossos medos.

Ela permanece congelada no meu colo. Sua alma estremece de medo e ansiedade. Eu espero que Sunni diga alguma coisa. Ela não faz.

— Você é o mais doce mel, Sunni. Eu nunca senti essa força, essa atração com ninguém. Você é minha.

Eu não espero que ela responda antes de bater a minha boca na dela. Ela não se move por longos segundos. Isso não me impede. Minha língua ergue os lábios carnudos. Sunni reage quando sente seu gosto. Nós nos beijamos por muito tempo. Meu pau está com raiva, implorando para entrar em ação. Eu o ignoro e passo o resto da noite beijando a mulher que parece ter capturado e domado um mulherengo.


Capitulo Oito

Sunni


— O que eu fiz? — Eu sussurro para o teto quebrado no meu apartamento de merda.

Eu bato minha testa, gemendo alto. Jag está tirando minhas camadas uma a uma, me mudando, como fez na noite passada. Ele me trouxe à vida com um toque. Meu corpo ainda zumbia lembrando da maneira como seus dedos dançaram sobre minha parte mais sensível.

Eu disse a ele que era casada. Eu não contei a uma só alma esse fato em quatro anos desde que estava fugindo. As memórias vêm rapidamente... o bom, o ruim, o feio. Eu não era perfeita e nem ele. Nós dois temos nossos fardos de pecados que repousam no nosso peito. Eu não tinha outra opção a não ser correr. Meu ex-marido era o rei, e ele me jogou como um fantoche bem gasto.

Arremesso os cobertores da cama e jogo minhas pernas sobre a borda. O piso frio de madeira toca a sola dos meus pés. Minha cabeça está uma bagunça. Eu amo isso aqui em Washington. Demorou longos e exaustivos meses para encontrar um lugar onde eu não fosse notada. Eu finalmente descobri Jerry e Jill. Jill é a esposa de Jerry que administra o restaurante. Eles não pestanejaram ao meu pedido para me pagarem sem registro. O casal precisava desesperadamente de ajuda, e depois que provei como uma empregada dedicada e trabalhadora, isso fortaleceu nosso relacionamento. Eles não fizeram perguntas e eu mantenho minha cabeça baixa.

A noite passada destruiu o acordo. Jag vai empurrar por mais. Logo ele estará esperando respostas de mim. É a progressão natural de um relacionamento. Meu futuro desapareceu no dia em que disse “eu aceito” a Satanás em forma humana. As escolhas que fiz esmagaram minha vida. É tudo por minha causa.

Eu ando até o banheiro, abraçando o frio correndo das minhas panturrilhas. É o que eu mereço sentir. O calor e a luz de passar o tempo com Jag foram umas férias curtas, e agora é hora de dizer adeus a ele.

Eu olho para a garota olhando no espelho para mim. Um leve rubor ainda cobre suas bochechas, e um lampejo de esperança permanece em seus olhos. Os cantos dos meus lábios se inclinam ao vê-la. Eu guardo a memória dela no fundo do meu coração, desejando nunca a esquecer. Ela é apenas um mero vislumbre do que poderia ter sido. Um lembrete provocativo do que nunca será.

Ligando a água fria, eu coloco minhas mãos cheias e espirro em meu rosto, determinada a limpá-la. A temperatura congelante da água belisca e arrepia minha pele, me lembrado o que tenho que fazer.

Eu tenho que dizer ao Jag que acabamos, antes de realmente começarmos. Meu coração chora de dor como nunca senti ao pensar nisso. Não há outra escolha. Vai ser brutal, mas algo que tem que acontecer. Isso vai salvá-lo a longo prazo. O próprio Satanás se certificou de que, se eu descobrisse a felicidade, ele rasgaria as cartas em pedaços. Eu me recuso a deixar Jag ser um dos peões neste maldito jogo.

Lágrimas quentes e salgadas rolam pelo meu rosto enquanto eu sofro com a perda que nem aconteceu ainda. Jag está fora da cidade pelos próximos três dias. Ele estava excitado, muito feliz sobre uma luta próxima. Ele pediu o meu número de celular. Eu nunca vou esquecer o choque em seu rosto quando eu disse a ele que não tinha um. Nós decidimos jantar depois da aula de autodefesa de terça-feira à noite.

Não cheguei em casa até às três da manhã. Ele se abriu sobre tudo o que ele tinha guardado. Sua história fez com que eu me apaixonasse ainda mais por ele. Sim, amor. Tenho certeza absoluta de que estou apaixonada pelo homem desde a segunda vez que o servi no restaurante alguns meses atrás e ele foi doce comigo.

A infância de Jag foi comovente, nada que uma criança deveria experimentar. Parte de mim estava com ciúmes do fato de que ele poderia falar sobre isso. Era evidente que o peso do mundo havia sido tirado de seus ombros depois que ele foi forçado a enfrentar seus demônios. Isso é um luxo que eu nunca terei.

Eu olho de volta para a garota no espelho, vendo a garota que conheço. Sasha Brown. A mulher que não pode amar o Jag. A mulher condenada a uma vida na prisão dentro de sua cabeça. Ela ajeita os ombros, olha para o reflexo e aceita a despedida de Jag.


***


Minha mão treme contra o metal na porta. Eu respiro fundo várias vezes antes de abri-la. A academia está cheia de ação com alguns lutadores ainda se desmantelando em um ringue e um grupo de mulheres conversando, esperando a aula começar. Não se parece como um ginásio em tudo, é mais como uma casa.

Minha visão vai para a grande fonte em negrito na parede. As letras vibrantes do azul claro jorram no fundo preto. Três palavras simples que têm um significado profundo para viver a vida “coração, fogo, desejo”. Eu vi as palavras na mochila de treino do Jag e na parte de trás de algumas de suas camisetas.

Uma sensação quente se arrasta pelo meu peito, sabendo que Jag tem um exército atrás dele. Ele ficará bem depois desta noite. É comigo que estou preocupada.

— Sunni. — Layla salta para mim de braços abertos. — Estou tão feliz por você ter vindo. Jag não deve ter te assustado da última vez.

Ela me puxa em um abraço apertado. Meus braços balançam ao meu lado até a sua cabeça. Eu a acaricio duas vezes antes de ela recuar. O abraço mais desajeitado da história de abraços de amigos.

— Vou trabalhar às terças-feiras pelos próximos meses, mas queria vir para mais uma aula. — Eu coloco minhas mãos nos bolsos da minha jaqueta em um gesto de recuo.

— Isso é uma merda. — Os ombros de Layla caem. — Isso é uma droga, mas tenho certeza que Jag vai lhe dar algumas lições particulares.

Ela pisca para mim, muito entretida com a ideia de Jag e eu. Antes que eu tenha a chance de abrir a boca para falar, Layla continua.

— Eu posso estar ultrapassando aqui, Sunni, mas tenho que te contar uma coisa. Eu não tenho ideia de quão sério você e Jag estão, mas eu sei de uma coisa. O homem não tem sido ele mesmo por meses e meses, quase um maldito ano, até você. Há outras merdas em sua vida, mas é você, Sunni, trazendo-o de volta à vida. — Layla dá um passo e se inclina, pegando sua filha acariciando suas pernas. — Esta luta passada... ele era invencível. Lutou como o homem que ele é. Ele tinha ido para baixo rápido, sendo chutado e depois parando de lutar, mas se você pudesse vê-lo na outra noite, Sunni, foi simplesmente incrível.

— Não é... — Eu abro minha boca para falar.

Layla me interrompe. — É você. Ele não parava de falar de você. Se eu não soubesse melhor, diria que o homem está apaixonado por você. Seja o que for, continue assim. Eu senti falta do Jag, e agora nós o temos de volta.

— Pular! — Bella joga seus braços gordinhos no ar, pulando para fora dos braços de sua mãe.

Eu sigo a direção dela para ver Jag se aproximando de nós. Seu sorriso cobre seu rosto com seus dentes brancos brilhantes em exibição total. Ele está suado e feliz. Um calção de ginástica preto aparece baixo nos seus quadris. Sua camiseta está cortada como um top. Eu não consigo parar de olhar quando vejo o que está em sua camiseta preta, um galo12 branco com a palavra “DEUS” em letras maiúsculas abaixo. Demoro alguns segundos para compreender. Eu posso dizer que o homem merece usar a camiseta, olhando para seu galo através de sua calça e pelo jeito que ele trouxe meu corpo à vida.

Layla coloca Bella para baixo. Ela corre até Jag com os punhos fechados. Eles passam por conjuntos de socos e chutes. O calor me reveste da cabeça aos pés, observando os dois. Bella tem o mesmo brilho de amor em seus olhos para Jag como eu faço. Jag pega a menina e a joga no ar. Suas pernas e braços se esticam enquanto sua gargalhada ecoa no ginásio.

Jag assenta a menina em seu quadril e bagunça seu cabelo, inclinando o arco perfeito para o lado de sua cabeça. Layla resmunga ao meu lado, balança a cabeça e depois fica de lado.

— Lá está a minha outra garota favorita. — Ele dá dois passos largos, até que ele está pressionado contra o meu lado. Ele se inclina e beija minha testa como se fosse algo tão natural quanto respirar.

Eu não quero enfrentar isso, mas Layla está parada à direita. Jag é uma pessoa diferente. Eu não percebi isso até agora. Ele não é o homem quebrado que entrou no bar tarde da noite. Os membros e raízes das circunstâncias em que me encontrei me emaranham, tecem e moem no lugar. A dor no meu peito cresce, visões da garota no espelho me assombram, e eu sei que não tem como eu quebrar esse homem.

A coisa sobre segredos é que eles sempre encontram um jeito de serem descobertos. Eu tenho um tempo ainda com Jag. Então um tempo limpo agora seria o melhor.

Jag abaixa Bella, e nós a assistimos correr até seu avô, Boss. A menina tem todos os homens crescidos neste ginásio em volta do dedo mindinho com sua personalidade.

Eu sou puxada para o corpo suado de Jag enquanto observo Bella e seu avô. Sua testa cai para a minha. Seu polegar toca minha bochecha. Meus joelhos ficam fracos e o ritmo do meu coração acelera.

— Você está bem, garota? — Ele corre a língua ao longo do contorno do meus lábios.

Eu aceno, incapaz de falar. Tudo o que precisa sair fica preso no fundo da minha garganta. A necessidade de correr ou deixar este homem apaga-se com a sua presença.

— Me matou não poder enviar mensagens de texto ou ligar para você.

— Ouvi dizer que você ganhou sua luta. — Eu o alcanço, colocando minhas mãos em seu peito, me aterrando.

— Eu fiz. — Ele me beija rapidamente. — E você sabe qual era a única coisa que eu queria depois?

— Não. — Eu agarro sua camiseta em meus punhos, com medo da resposta e sabendo muito bem o que é.

— Você. Eu queria você, Sunni. — Ele me empurra até que minhas costas atinjam uma parede. Ele pressiona no meu centro, me deixando saber o quanto ele me quer.

A resposta honesta flui dos meus lábios em rápidas e apressadas respirações. — Eu também quero você, Jag.

— Vamos dar o fora daqui? — Ele inclina a cabeça para o lado, mordiscando meu pescoço.

— Você não tem que falar com alguém? — Eu me contorço debaixo dele. Minha pele está em chamas para o homem que eu não posso ter, mas sinto que estou caindo mais e mais em um buraco fundo. Jag não carregar um fardo em seu ombro é algo que ninguém poderia resistir, nem mesmo Madre Teresa.

Ele se endireita, sorri e então olha para o logotipo em sua camiseta. — Baby, eles não me chamam de Deus Galo por nada.

E antes que eu perceba o que está acontecendo, Jag pega minha mão e nós estamos correndo para fora do ginásio. Nossa risada ecoa pela rua enquanto corremos de mãos dadas. Não faço ideia para onde vou e, pela primeira vez em muito tempo, não me importo.


Capitulo Nove

Jag


Eu não tinha percebido o quão longe eu tinha caído até o momento. Apoio minha bochecha na palma da mão e estudo o perfil de Sunni. Ela está em paz, dormindo. Seu peito sobe e desce com todos os seus traços relaxados. Já faz uma semana. Sete manhãs incríveis acordando ao lado dessa garota. À noite nós corremos do ginásio e fomos para minha casa desde que era mais perto.

Sunni mora em uma área que eu odiava desde que era criança. Ninguém com sua beleza e alma genuína merece viver lá. Ela dá de ombros toda vez que eu digo isso, repetindo que o aluguel é barato.

Ela não está me enganando. Eu vejo a indecisão em seu rosto a cada minuto. Sunni está escondendo algo de mim, ou inferno, a todos em seu mundo. Eu entendi. Todos nós temos um passado. Ela acalma minha mente hiperativa, e eu não me importo se ela se abre para mim.

A tentação de afundar na cama e lambê-la para acordá-la faz minhas bolas doerem. Meus lábios parecem lembrar daquela noite que escapamos da academia. O rosto de Sunni queimou um vermelho carmesim quando eu disse o que ia fazer com ela. Ela não é virgem, e nós não fomos tão longe, mesmo com as minhas bolas se apertando com a sua visão.

Eu lambo meus lábios lembrando toda a merda que fizemos, que inclui tudo, exceto empurrar as bolas dentro dela. Eu adorei adorar o corpo dela toda noite. E quando ela envolveu seus lábios carnudos ao redor do meu pau latejante, eu pensei que tivesse morrido e ido para o céu orgástico. Enlouquecer pela primeira vez em sua boca perfeita vai cair na porra da história. Ela limpou a boca com as costas da mão, em seguida lambeu os lábios. — Essa foi a primeira e hum... vez, e foi diferente.

Essas memórias estão me empurrando para o topo do meu jogo. Meu tempo no ginásio foi excelente. Jag, também conhecido como Justiceiro, está de volta e fazendo barulho na cena do MMA. Meu nome está de volta no jogo. E desta vez nada vai me impedir.

Eu me inclino e beijo a bochecha de Sunni, saindo da cama. Ela fechou o bar ontem à noite depois de trabalhar no restaurante o dia todo. A mulher tem uma ética de trabalho que poderia envergonhar qualquer homem.

A porta do banheiro range quando eu a fecho. Eu ligo o chuveiro e mijo enquanto ele aquece. Meu pau nunca recebe o memorando que estamos deixando Sunni dormir. Minhas bolas pulsam com o pensamento de Sunni nua deitada na minha cama. Fiz uma maldita força para sair dela.

A água bate nas minhas costas. Eu deixo cair à cabeça, envolvo a mão em torno da base do meu pau e começo a acariciar. Acaricio levemente no início. Meus olhos se fecham, imaginando os peitos cheios de Sunni. Porra, eles pareciam perfeitos pulando para cima e para baixo enquanto ela montava meu pau. Meu punho aperta mais um pouco meu pau, pegando um ritmo mais rápido.

A base da minha espinha tinge lentamente, subindo até a base do meu pescoço. Eu seguro um rugido alto da minha liberação mordendo meu lábio inferior. Eu bombeei as correntes finais de esperma, tremendo com a sensação.

Porra, mal posso esperar para fazer isso dentro de Sunni. Sexo sem camisinha, meu pau dentro dessa mulher vai me arruinar para qualquer outra pessoa. Merda, quem eu estou enganando? Ela já me destruiu com sua magia vodu.


***

Sunni


O cheiro glorioso de bacon me acorda. Estico meus braços sobre a cabeça, sentindo os lençóis deslizarem pelo meu corpo. O ar frio do apartamento de Jag atinge meu peito exposto. Um rubor se arrasta ao longo das minhas bochechas. Eu estou aprendendo rapidamente que Jag não dá à mínima ao me empurrar para os meus limites. Dormir nua não é apenas uma sugestão na cama de Jag, é uma exigência. Tenho certeza de que nada poderia embaraçar o homem. Inferno, ele até me deu vários shows de malabarismo com seu pau. Ele é muito orgulhoso disso. É o sorriso de menino em seu rosto que aquece meu coração.

Eu uso o banheiro e coloco uma de suas camisetas. Parece que o homem as coleciona, já que três das cinco gavetas de sua cômoda estão cheias até a borda. Música toca na cozinha. Não consigo distinguir a música até chegar perto da abertura da sala. O traseiro de Jag aparece. Meu interior aperta e eu sorrio como um idiota.

Ele está trabalhando em sua cozinha em uma boxer preta apertada, cantando junto com a música tema do Titanic. Ele sabe cada palavra e segura cada nota enquanto vira panquecas e chicoteia ovos. Inclino a cabeça até que relaxo na parede ao meu lado.

Ele só tem proteína no café da manhã. Eu sei que essas panquecas macias são apenas para mim, o que significa que ele teve que ir até a loja e comprá-las. São as pequenas coisas e sua tendência masculina alfa que eu mais amo nele.

— Apreciando a vista? — Ele não levanta a cabeça enquanto fala comigo. Meus braços caem para o meu lado e eu caminho em direção a ele. — Esperando pelo meu café da manhã. Como você sabia que eu estava aqui? Não me diga que você tem sexto sentido agora?

Ele deixa cair à espátula e contorna a esquina com os braços apontando para baixo, para sua virilha. — Não, eu tenho o radar Sunni. A coisa mais engraçada que acontece quando você está por perto.

Eu levanto uma sobrancelha. — Oh sim? O que é isso?

— Meu pau vai direto para cima como uma maldita antena.

— Estranho. — Eu coloco minhas mãos em seu peito. É a minha parte favorita do seu corpo grande e musculoso.

— Dói também. — Ele estica o lábio inferior.

— Boa tentativa, seu grande idiota. — Eu bato na ponta do seu nariz. — Sinto cheiro de bacon. Fim da história.

— Você está machucando meus sentimentos. — Ele mergulha seu rosto na curva do meu pescoço e afunda seus dentes, em seguida, sela-o com um beijo reconfortante. — Bully13.

— É bacon, Jag. — Beijo seus lábios rapidamente. — Nada supera bacon, até mesmo seu corpo sexy como pecado.

Jag sacode a cabeça. Ele roubou um dos meus prendedores de cabelo e fez um rabo de cavalo no topo da sua cabeça. Parece ridículo de uma maneira que só o Jag consegue fazer. Ele termina a música de amor deprimente enquanto coloco minha comida. Eu me sirvo de um grande copo de suco de laranja. Outro item que Jag só estoca para mim. Não está perdido para mim como me senti em casa no segundo em que pisei em seu apartamento.

Eu me sento na ilha pronta para cavar minha comida quando noto Jag me dando um olhar estranho.

— O que? — Eu coloquei meu garfo de volta para baixo.

Ele olha para o meu peito, suas sobrancelhas franzem ainda mais. Eu sigo o olhar dele e vejo a camiseta preta. Ele limpa a garganta, sufocando uma risada. Demoro algumas batidas para entender o que está escrito. Senhoras. Depois há uma seta enorme apontando para outro conjunto de palavras. Shake de Proteína Livre.

— Jag! — Eu olho para ele, sorrindo como uma louca. — Só você. Eu juro que às vezes temo pela sua sanidade.

— Garota, eu diria que você fica bem em qualquer coisa, mas estou tendo dificuldades para achar isso agora.

Eu levanto uma sobrancelha e dou de ombros. — Poderia ir nos dois sentidos. Eu quero dizer, a coisa da proteína.

— A última vez ouvi dizer que o doce mel viscoso é puro açúcar.

Calor do meu peito sobe pelo meu pescoço, deixando para trás marcas manchadas de vermelho. O homem é tão grosseiro. E eu acho sua fala suja sexy como o inferno. Eu me concentro no meu café da manhã, sabendo que essa brincadeira pode durar por um tempo. Bacon. Concentro-me nas deliciosas tiras perfeitamente fritas do céu.

Jag se recosta no balcão, cruzando os pés nos tornozelos enquanto bate meia dúzia de ovos e bacon. Ele não para por aí, bate também um shake de proteína no liquidificador. Ele é tão sexy quando trabalha na cozinha. Seus bíceps flexionam a cada movimento, seu peito divino em exibição.

Uma noite eu acusei Jag de fazer bronzeamento e brinquei com ele sobre o quanto ele gastou em pacotes de bronzeamento. Ele tolerou meu humor antes de me dizer que ele era meio mexicano. Por um segundo, pensei que ele estava brincando, porque ele é Jag e nada está fora dos limites. Então todas as peças do quebra-cabeça se encaixaram, o bar de salsa, seus movimentos e as vezes em que ele fala espanhol. Quando ele fala para mim em espanhol, eu sou um caso perdido.

— Você está falando sério, Jag? — Meu garfo faz barulho no meu prato. Uma música de Willie Nelson acaba de terminar, e agora Bob Esponja enche a casa com um ritmo acelerado, chato como uma canção do inferno.

Jag balança a cabeça para trás e para frente, enquanto dança seus ombros para a batida e, em seguida, canta cada palavra mantendo-se com o ritmo de Our C-A-M-P-F-I-R-E S-O-N-G song.

Meu estômago dói no momento em que ele termina. Estou inclinada sobre o banco segurando minha barriga dolorida.

— O que? — Os pés descalços de Jag entram na minha visão.

Eu olho para ele com lágrimas nos olhos. — Eu não vou nem perguntar.

—O que? — Ele curva a cabeça para o lado e coloca o dedo sob meu queixo.

— Como você conhece essa música? Qual o raciocínio por trás de sua lista aleatória como o inferno?

— Eu posso decorar muito, querida, mas quando se trata de Bob Esponja, eu sei todas as falas. Ele é um deus aos meus olhos, e se essa coisa entre nós vai dar certo, você precisa mostrar respeito a ele. — Jag consegue dizer tudo isso com uma cara séria.

Eu espero um sorriso ou o sorriso malicioso vir, mas isso não acontece. Ele permanece estoico e tão sério quanto ele já esteve. Eu aperto meus lábios em uma linha reta e limpo minha garganta, sem noção de como responder. As mãos de Jag passam por baixo dos meus braços. Ele me levanta em cima do balcão. Suas palmas espalham minhas pernas enquanto ele lambe seus lábios. Seus dedos deslizam para cima, sob minha calcinha de renda preta. Em uma dança sedutora, ele a puxa e a joga por cima do ombro.

— Eu já te disse que você é uma tola? — Ele olha para mim.

Eu aceno com a cabeça. — Uma tola para você.

— Sim? — Suas pontas dos dedos deslizam de volta pelas minhas coxas.

— Uma tola apaixonada. — As palavras saíram antes de eu pensar nelas. Uma mensagem poderosa que não posso levar de volta e, na verdade, não quero. Jag conseguiu selar meu destino. Ele é uma força da qual eu nunca poderia me afastar, não importa o quanto eu tente.

— Diga isso de novo. — Ele levanta a mão para segurar minha bochecha.

— Uma tola apaixonada. — Faço uma pausa, adicionando mais desta vez. — Por você. Eu amo você, Jag.

Ele fecha os olhos e respira fundo. — Estou apaixonado por você também.

Jag recua, fazendo meu peito apertar. Ele passa a mão pelo cabelo, parando em seu rabo de cavalo. — Eu nunca falei essas palavras para uma namorada.

— Eu nunca falei e nunca quis dizer isso. — eu respondo.

— Outra novidade para nós.

— Sim. — Eu aceno com a cabeça.

Ele se aproxima de mim, gentilmente me pressionando até que eu esteja espalhada em sua ilha como se eu fosse um bufê de café da manhã. E para Jag, é exatamente isso que eu sou. Ele faz com que eu me sinta bem em cada parte minha, mesmo com minhas falhas.

— Isso precisa sair. — Ele agarra a bainha da camiseta, ajudando-me a tirar. Ela cai no chão de madeira ao lado da minha calcinha.

Sua cabeça mergulha entre as minhas pernas. Eu nunca vou me acostumar com esse homem caindo em mim. Minha espinha endurece, mas não tão ruim quanto a primeira vez, ou quando ele me obrigou a montar seu rosto. Não me entenda mal, a sensação é como nada que eu já tenha experimentado. Só estou me acostumando a me sentir tão exposta.

Jag sopra no meu núcleo e, em seguida, lança sua língua, lambendo entre as dobras. Me curvo, implorando por mais.

— Mais uma coisa. — Ele se levanta.

— Jag! — Eu me levanto apoiada nos cotovelos. — Você está falando sério?

Sua mão segura meu núcleo, aplicando a quantidade perfeita de pressão. — Venha para a minha luta amanhã?

— Você está falando sério? Você parou para perguntar isso?

— Responda-me. — ele exige, sacudindo meu clitóris com o polegar.

Eu não posso segurar o gemido que escapa e a maneira como meu corpo se contorce na superfície lisa da bancada.

— Eu tenho que trabalhar. — eu consigo dizer enquanto seu polegar mantém um ritmo constante.

— Está resolvido. Eu falei com Jill.

— Você não pode continuar fazendo isso. Eu vou ficar sem casa.

— Não, você não vai. Você vai morar comigo. — Seu polegar pressiona meu clitóris dessa vez, aumentando a sensação que se forma na minha barriga.

— Não, você é ridículo.

— Venha para a minha luta amanhã. — Ele afunda dois dedos dentro de mim.

— Jag. — Minhas pernas ficam fracas e se abrem ainda mais. — Eu não sou Layla. Eu acho que não gostaria de ver você lutar. — Ele ignora meu protesto.

— Responda-me. — ele rosna. Jag está em seu exigente modo alfa, onde ele não será negado. Não demorou muito para reconhecer a determinação em seus olhos e seu tom de voz que não deixa espaço para discussão. Sério, Jag exigindo é mais quente que o inferno.

— Sim. Sim, eu estarei lá. — Eu alcanço e agarro a parte de trás do seu pescoço, puxando-o de volta para mim.

— Venha morar comigo. — Ele me traz de volta à beira da queda antes de aliviar a pressão.

— Eu.

— Me responda.

— Isso não é justo! — Eu luto para empurrar meus quadris. Ele recua. — Você é um homem asqueroso e sujo. — Eu aponto um dedo para ele.

— Isso é um sim? — Ele inclina a cabeça para o lado.

Eu pego a bainha de sua boxer e puxo-o para mim. — Coloque seu rosto no lugar agora.

Jag desce de volta, seus lábios contra o meu núcleo. Sua risada vibra na minha pele, enviando arrepios na minha espinha.

— Não ria. — Eu agito em sua cabeça.

— Você tentar usar uma fala suja em mim é a merda mais engraçada que eu já ouvi.

— Comece a trabalhar, preguiçoso. — Eu pisco para ele, em seguida, arranco o prendedor de seu cabelo. Eu corro minha mão através de seus cabelos escuros até que ele me deixa em uma poça contra o balcão.


Capitulo Dez

Jag


A porta do vestiário bate. Boss olha para mim enquanto ele entra. — Você está pronto, garoto?

Eu dou-lhe um aceno com o queixo, a adrenalina já acendendo em minhas veias. A necessidade de entrar no octógono consome todo meu pensamento. Meus dedos doem, sedentos para bater em alguém na bunda. É um vício do qual nunca serei livre.

— Bast parece bom. — Boss me provoca. — Na melhor forma que já o vi.

— Ouvi dizer que ele está chutando a bunda de todo mundo depois de finalmente sair da Titan's Tribe. O cara está pegando fogo. — acrescenta Cruz.

Eles estão me provocando. Cutucando e me importunando. Está fazendo o truque. Raiva explode dentro de mim. Isto não é apenas uma briga. É uma luta de toda a vida. Não há cinturão na linha. Oh não, há algo muito mais valioso. Meu orgulho.

Bast é o filho da puta que bateu na minha bunda. Foi a última luta para mim em muito tempo. Meu orgulho sofreu demais e minha cabeça estava uma bagunça. O filho da puta não parou de bater. Ele levou para a mídia social, provocando a porra de mim e dos meus fãs. Ele não tinha limites, mesmo falando sobre Layla e Ash, e como Ash não deveria ter sido uma bocetinha e terminado o trabalho.

Estou chocado que Boss tenha permitido ele em sua academia hoje à noite. Só me leva a pensar que Boss está contando comigo para derrubar o idiota.

— Ouça, homens. — Boss bate uma prancheta em uma mesa. O som reverbera pela sala. — Houve alguma conversa, e vou deixar essa merda para lá. Monty e Ash Chandler estão em liberdade condicional nos últimos seis meses. O cunhado de Monty, Landon, reabriu a academia do Titan's Tribe. Ele está treinando lutadores. Nós todos sabemos que Monty e Ash nunca serão permitidos em nosso circuito novamente. Isso não significa que eles não estarão à espreita nas sombras. Mantenha suas cabeças erguidas. Nós temos Layla e Bella protegidas. Vocês cuidam de vocês e das suas famílias. Olhos no prêmio homens e nada além de coração, fogo e desejo. Sua toxicidade não nos afetará desta vez.

Há alguns segundos de murmuração antes que os homens se manifestem com Boss em um coro de encorajamento. Meu sangue passou de quente para uma fervura completa. Memórias relembram uma Layla espancada e despedaçada. Cruz ficando louco depois que ele soube que Ash, o ex de Layla, a atacou em um beco, quase a espancando até a morte. Ele saiu dos trilhos e foi direto para a academia Titan’s Tribe para dar uma surra em Ash logo depois de me deixar impassível quando eu não entregaria minhas chaves. Eu sei com certeza que se os policiais não tivessem aparecido a tempo ele teria matado Ash e seu pai e estaria cumprindo uma sentença de prisão perpétua na prisão estadual.

A parte mais doente de todas era que a mãe de Layla estava no plano para abalá-la. Foi uma reviravolta quando o idiota do Ash não conseguia controlar seu temperamento. A mulher ficou parada e observou a carne e o sangue baterem em um estado inconsciente. Para alguns, ela se redimiu quando falou a verdade. Ela acabou ficando livre e salvou Cruz para que ele pudesse estar com Layla no hospital. Então ela fez o que deveria e desapareceu. Foi melhor. Quando eu amo, eu amo muito. Não importa que ela seja uma mulher e o amor da vida de Boss. Eu teria terminado com ela.

Estudo Boss e seu equilíbrio calmo e coletivo. Isso me tranquiliza, ele tem tudo sob controle. Há uma ordem restritiva permanente em Ash e Monty para ficar longe de Cruz, Layla e Bella. Não me dou conta de que eles recrutaram membros da família para começar a voltar ao ginásio. Qualquer coisa associada aos Chandlers é uma semente enviada e alimentada diretamente do próprio Satanás.

Layla aparece com a cabeça na porta. Seu sorriso ilumina seu rosto. Não faz muito tempo ela odiava esse esporte com tudo dentro dela. Não foi fácil crescer com um pai solteiro e vê-lo voltar para casa. Sua abuela era sua rocha. Aquela mulher era uma rocha para todos nós, até mesmo para seu filho, Boss. Ele era o Boss naquela época. O homem tem mais títulos do que a maioria dos lutadores. Ele ainda mantém registros. Em uma virada irônica de eventos, Layla se encantou pelo esporte por causa do homem por quem ela se apaixonou quando voltou para casa alguns anos atrás para descobrir sua abuela em seu leito de morte.

— É hora de ir. — Ela joga o cabelo para fora do rosto. — Trick, este é o seu aviso de dez minutos.

Trick de sua maneira tranquila fica de pé, e seus treinadores o seguem para outra sala. Cruz e Boss permanecem atrás. Eu sei muito bem que eles estão esperando por mim para quebrar. Eu odeio tê-los desapontado tanto que eles têm que se preocupar comigo. Palavras são sem sentido neste momento. Vou tomar medidas para cimentar o fato de que estou de volta mais forte e melhor do que nunca.

Layla coloca a cabeça dela novamente. — Ela está aqui.

Seu sorriso é contagiante, mesmo que eu esteja no modo de luta. — Mande-a entrar. — Eu bato na mesa na minha frente.

Cruz e Boss tomam isso como sua sugestão para sair da sala. Todo lutador tem seus rituais antes e depois das lutas. Alguns são mais supersticiosos do que outros, fazendo a mesma rotina a partir do momento em que acordam. Eu não. Eu faço o que tenho que fazer e festejo depois de uma vitória. Até agora. Eu tenho que ver Sunni antes da luta. Principalmente para ter certeza de que ela está aqui.

Porra, ela estava adorável demais na outra manhã esparramada no balcão lutando comigo para ter seu prazer. Ela vai morar comigo. Ela praticamente mora lá de qualquer maneira, e precisa sair da vizinhança de merda, só para minha paz de espírito.

— Está insano lá fora.

Eu olho para cima, desfazendo de meus pensamentos para ver Sunni. Seu longo cabelo caramelo em cascata sobre os ombros. Ela brilha sob as luzes. Sua maquiagem está um pouco mais pesada, e... Jesus tenha misericórdia, esse short.

— Você ouviu. — Eu me levanto e vou até ela.

Ela acena com a cabeça. Há algo diferente nela esta noite. Há uma leveza sobre a sua presença e uma pitada de confiança que me deixa excitado.

— Boa menina. — Eu pego seu quadril com uma mão e corro a outra sobre o seu cabelo. — Amo isso. Não achava que houvesse algo melhor do que seus cachos ondulados.

Ela fica em silêncio.

— E esse maldito short, garota. — Eu beijo sua testa. — Eu deveria derrubar meu oponente com os punhos, não com meu pau duro como pedra.

Isso me garante uma risada.

— Você parece gostoso, Jag. — Ela coloca as palmas das mãos no meu peito, cavando as pontas dos dedos ali. Ela nunca disse isso, mas eu sei que é uma forma de um cobertor de segurança para ela. — Eu não sabia o que esperar.

— Sim? — Eu mergulho minha cabeça para arrastar meu nariz até o comprimento de seu pescoço. — Significa tudo para mim você estar aqui.

— Estou nervosa, não vou mentir. Nunca estive em nada assim.

— Outro primeiro. — Eu pisco.

— Sim, outro. — ela sussurra.

— E depois que eu chutar esse idiota, vou transar com você, Sunni.

Ela inala bruscamente, mas não diz uma palavra.

— Haverá muito tempo para fazer amor em nosso futuro, não se preocupe com isso. Depois de várias noites devorando o seu belo corpo, vou torná-lo meu. Vou fodê-la tanto que você vai me sentir por dias e nunca mais vai querer outro.

— Outro primeiro. — ela sussurra em confiança. — Apresse-se e ganhe logo, baby.

— Foda-se. — rosno em sua testa. Ela aperta ainda mais na minha camiseta. — Você está gostando sobre eu bater nesse cara de merda com o meu tesão, não é?

Ela ri e bufa. Sunni enterra o rosto no meu peito, uma ação adorável. Eu adoraria mais do que qualquer coisa dar-lhe algo mais do que isso. Mas tenho que colocar minha cabeça na luta. Agarrando suas bochechas, inclino a cabeça para cima e pressiono meus lábios nos dela. Sunni assume o controle do beijo, quase me deixando louco em meu short de ginástica. Ela me beija como ela anseia ser fodida. Ela morde meu lábio inferior, em seguida, circula sua língua na minha boca novamente.

Uma batida na porta nos separa. Boss entra não muito tempo depois com fita adesiva na mão.

Sussurro no ouvido de Sunni. — Tenho que ir, garota. Eu não duvido que se eu colocar minha mão dentro desse short pecaminoso vou encontrar sua boceta quente e molhada para mim, encharcando sua calcinha bonita. Mantenha assim.

Os lábios de Sunni se separam, então ela os fecha. Com um beijo final, bato na sua bunda e guio-a até a porta. Ela dá um tapinha no meu peito uma última vez antes de sussurrar no meu ouvido.

— Ela só ficaria molhada se eu estivesse usando calcinha.

Com uma piscadela ela começa a descer o corredor. Sua bunda suculenta balança a cada passo, suas pernas longas e magras me deixando louco.

— Sunni.

Ela espia por cima do ombro, esperando por mim. — Esta noite estou fazendo história. Um nocaute com meu pau.

Sua risada enche o corredor antes que ela desapareça na multidão. Fecho a porta, silenciando o barulho do lado de fora. Eu me viro para ver Boss cortando tiras de fita e balançando a cabeça.

— Essa garota me desfaz. Estou tão duro que poderia acabar com o Bast...

— Jag. — Boss luta para abafar um sorriso. — Não preciso de detalhes. Merda, temo pela sua sanidade, garoto.

— É um problema sério de saúde neste momento. Não posso entrar no octógono com o Pica-Pau espetando através dos meu short de luta.

— Entrei na casa de Layla e Cruz ontem à noite, sua bunda peluda feia olhando de volta para mim.

— Chega. — Eu levanto minhas mãos em sinal de rendição. — Pica-Pau foi oficialmente desinflado depois disso.

Boss rosna e ri. Ele dá um tapinha no meu ombro quando me sento ao lado dele. — É bom ter você de volta, filho. Você me mantém jovem de coração e me deixa louco.


Capitulo Onze

Sunni


Layla me vê e começa a acenar freneticamente. Eu faço o meu melhor, passando entre todos os corpos ainda em movimento. Eu tinha planejado me sentar na fileira de trás, mantendo minha identidade menos visível. Parece que Layla tem outros planos, incluindo a fila da frente.

— Guardei um lugar para você. — Ela aponta para a cadeira ao lado dela. — Mesmo que estejamos na frente, tenho tendência a suportar a maior parte da luta.

— Obrigada. — Eu olho para a cadeira dobrável de metal e depois de volta para a dela.

— Ele vai ficar bem, querida. Não precisa se preocupar. — Ela dá um tapinha no meu ombro. — Você parece que vai vomitar.

— Eu sinto que vou vomitar. — Eu balanço de um pé para o outro. A única coisa que me mantém de pé é o cheiro persistente de Jag.

— Você vai se acostumar com tudo isso. — Ela gesticula com a mão. — Demorei um pouco, apesar de ter crescido nessa cena.

— Eu não sei nada sobre isso. — Eu sento na cadeira dobrável, meus joelhos estão ficando fracos.

— Depois que o Jag fizer o primeiro uppercut e ter o sangue escorrendo pelo seu rosto, sua adrenalina vai chutar, e você vai estar gritando no topo de seus pulmões.

Meus olhos se arregalam e meu estômago dá um mergulho, enviando uma onda de ansiedade através do meu núcleo. Layla fala sobre seus nervos e as diferentes lutas. Os detalhes e o brilho em seu rosto enquanto ela fala sobre cada lutador me encoraja. Eu tento acompanhar e falho miseravelmente.

A única coisa que entendo é algo sobre uma batida. Se um lutador bate no tapete, ele perde. É a pior maneira de perder, é como se desistisse ou algo assim. Inferno, acho que estaria no chão batendo como uma cadela no segundo em que meu oponente entrasse na gaiola.

Layla é puxada por alguém usando o equipamento do Diablo’s Throne, algo sobre o sistema de ingressos não sendo iniciado. Eu tomo uma inalação aguda de ar e lentamente deixo tudo sair enquanto relaxo na fria e dura cadeira. As palavras de Jag colocaram um sorriso instantâneo no meu rosto. Quando aquele garoto fala sujo, eu sou um caso perdido. E o que ele me disse ainda tem minha pele chiando. Não tenho dúvidas de que ele cumprirá sua promessa. Eu sabia que estava chegando e, se for sincera, esperava que tivesse acontecido agora. Jag tomou seu tempo devorando e explorando cada centímetro meu e eu fazendo o mesmo com ele.

Trick, companheiro de equipe e amigo de Jag é o primeiro nome anunciado que reconheço. Meus ouvidos doem uma vez que a música ressoa ao longo do ginásio acompanhada pelos aplausos dos fãs. Eu não reconheço a música, mas me vejo de pé com as mãos entrelaçadas.

Layla corre na minha frente, tomando seu lugar ao meu lado. Ela bate no quadril e depois pisca antes de pular para cima e para baixo enquanto grita. Layla tem que ser a pessoa mais doce que eu já conheci. Ela nunca me fez sentir como uma pessoa de fora ou enviou um olhar de julgamento em minha direção. Eu sei que ela e Jag são como irmão e irmã. Ele me disse isso tanto que significa o mundo ela ter me aceitado em sua vida. Uma pontada de dor ataca meu coração, mas eu a empurro para o lado, estudando o que está acontecendo na jaula.

Trick está no seu canto. Boss e outros treinadores o cercam, limpando o rosto e dando tapas nas bochechas. O juiz examina Trick da cabeça aos pés, em seguida, o locutor diz alguma coisa. Tudo é um borrão para mim. Os dois homens ocupam seus lugares no centro do palco na gaiola. O juiz mais uma vez grita em seus rostos alguma coisa. Um sino soa e todo o inferno se solta.

O nível de ruído no ginásio aumenta. Os homens dançam um ao outro até o primeiro soco ser lançado. Ele aterrissa no queixo de Trick. Sua cabeça balança para trás, mas seus pés não param de se mover. Eu juro que vejo o homem sorrir e insultar o outro lutador. Trick lança alguns socos, nenhum deles entra.

O outro homem mergulha, derrubando Trick em um piscar de olhos. Seus braços voam, conectando-se com cada lado da cabeça de Trick.

— Oh, você está fodido agora, amigo! Você vai ser a puta de Trick! — Layla grita ao meu lado. — Luzes apagadas, bastardo!

Meus olhos se arregalam para um ponto quase doloroso. Estou completamente perdida. Trick está recebendo a merda. No entanto, aqui está Layla ao meu lado animada pra caramba. Pelo que eu vejo, Trick vai ser a vadia do outro cara. Estou desesperada para questionar Layla e olhar seu perfil, mas o nível de ruído no ginásio torna impossível.

Os gritos e guinchos ao meu redor chamam minha atenção de volta para o ringue. Eu pego a ação na hora certa. De alguma forma, em um movimento bestial, Trick vira seu oponente nas costas. Ele não chove socos como o outro cara, mas envolve-o em algum maldito movimento de macaco-aranha. O rosto do homem queima um vermelho brilhante. Seus olhos piscam por alguns instantes, em seguida, sua cabeça inclina para o lado.

O oficial explode na ação, tirando Trick do homem. Ele bate no tapete. Meu coração salta do meu peito. Lembranças do passado invadem, minha cabeça ricocheteia, semelhante aos lutadores. Eu estremeço, em seguida, envolvo meus braços em volta de mim, lutando contra as memórias.

Leva-me várias batidas até mesmo para bater palmas. Mais três lutas acontecem. Eu reconheço os lutadores, mas não os conheço tão bem quanto Trick. Layla mostra o mesmo entusiasmo e respeito por cada lutador do Diablo’s. Eu sigo sua liderança para decidir quando comemorar ou estremecer.

— Seu homem está chegando. — Ela me dá uma cotovelada.

— Eu não posso fazer isso, Layla. — Eu a enfrento, balançando a cabeça para o lado.

— Sim, você pode. — Ela pega minha mão, apertando-a com força. — Ele está no topo de seu jogo agora. Você não quer perder isso.

Layla não deixa cair a minha mão quando o oponente de Jag caminha para a gaiola. Sua música toca e há um completo tumulto. Percebo que a torcida da multidão para este homem é incrivelmente alta. Isso vira meu estômago. Com a minha falta de experiência, parece que ele é o favorito, o que significa que é o lutador mais habilidoso.

— Pare. É o hype em torno da luta. Jag está prestes a acabar com esse filho da puta, — Layla grita no meu ouvido, dando a minha mão um aperto extra.

O locutor explode sobre o alto-falante. — O garoto da cidade natal. Aquele sobre o qual sua mãe te avisa, o mesmo que pode tirar sua calcinha ao apagar as luzes. Jaaaaaaaaag o Justiceiro. — Antes que a voz estridente do locutor diminua, a plateia fica louca. As gotas de suor se formam na minha testa e meu estômago embrulha, atirando bombas ao som do seu nome.

— Porra... — Eu sussurro para mim mesma, olhando ao redor do ginásio.

Eles realmente acabaram de colocar essa música? A melodia de Bob Esponja começa a tocar. Eu me viro para Layla, que está balançando a cabeça para a música com um sorriso estampado no rosto.

A multidão canta cada palavra para o tema do Bob Esponja, não faltando uma batida. Layla grita cada palavra com eles. Estou confusa pra caralho. Um som estridente repentino faz uma serenata no ginásio. A música se mistura, cortando direto no meio de “Straight Out of Compton”, e eu me vejo gritando cada palavra sem pensar duas vezes. Eu reconheço a música da playlist de Jag quando ele faz esteira em seu apartamento. A única coisa que falta é a batida de seus tênis.

Eu olho para Layla com lágrimas misteriosas em meus olhos enquanto grito as palavras. Sua expressão espelha a minha. Então eu o localizo. Um capuz preto balançando um verde-azulado vibrante. Boss e Cruz andam cada um de seus lados. Outros lutadores do Diablo’s seguem logo atrás. A imagem simbólica de uma família rompe as lágrimas dos meus olhos. A quantidade de orgulho que surge através de mim está fora dos gráficos.

Jag mantém a cabeça baixa enquanto avança para o ringue. No meio do caminho ele pega o ritmo em uma corrida. Eu rio, sabendo que é puro Jag. Sua equipe não aumenta o ritmo com ele, deixando Jag assumir a liderança. Ele pula no ringue, arrancando seu manto preto e empurrando os punhos para o alto.

Ele bate no peito com o rosto inclinado para o céu. Sua boca está escancarada e, pela maneira como a garganta dele balança, sei que ele está gritando no alto de seus pulmões. Jag sempre foi uma força a ser reconhecida, mas nesse ambiente ele é um rei. Ele é dono de toda a arena. Eu não reconheço o homem que ele é agora, mas ele possui meu coração, mesmo que este Jag seja um estranho.

Ele olha para mim, pisca e então toma seu canto. Não tenho dúvidas de que ele sabia que eu estaria com Layla. Tudo é o mesmo que a luta de Trick. Boss é grande e responsável, dando um tapinha em Jag e gritando na cara dele. Meu peito aperta com a visão. Boss é o pai de Jag, e o amor expresso entre os dois é suficiente para deixar a pessoa mais cruel de joelhos. Boss não precisou de um vínculo se sangue para amar Jag. Não, ele escolheu amar Jag sem julgamento. E isso é algo que você não encontra todos os dias.

— Layla! — eu grito sobre o zumbido da multidão. — Estou com medo. — Ela sorri brilhantemente para mim.

— Você deveria estar.

Eu guio minha cabeça em questão.

— A luta de hoje nem se compara com quão difícil ele lutará por você. Você deveria estar com medo do seu coração, Sunni, porque uma vez que Jag te tomar, você está ferrada, e eu sei que ele te ama.

Demoro alguns segundos para absorver sua mensagem. Uma vez que compreendo, a multidão ruge para um estado ensurdecedor. Minha cabeça volta para o octógono. Jag e o outro homem já estão dançando um ao outro. O cabelo comprido no topo da cabeça de Jag salta para trás. É então que vejo o oponente conectar um soco no seu nariz.

O sangue escorre pelo rosto dele. O outro cara dá mais três socos, sacudindo a cabeça de Jag. Toda a minha antiga emoção evapora. Meu coração cai para o chão de cimento frio, observando o homem que eu amo ter a merda expulsa dele. Nem uma vez o sorriso idiota de Jag se desvanece quando ele toma seu castigo. Mas isso não faz nada para o tumulto dentro de mim.

— Eu não posso! — eu grito, voltando-me para Layla e enterrando meu rosto em seu ombro.

Sua mão vem para o lado da minha cabeça, me fortalecendo em conforto. Os sons do ginásio ecoam ao meu redor. O aperto firme de Layla me mantém de pé mesmo que os sons de esmagar os ossos continuem. Eu não posso. Eu simplesmente não posso assistir o homem que me trouxe de volta à vida sangrando desse jeito. Eu fecho meus olhos, lembrando do seu sorriso antes de seu lindo rosto mergulhar entre as minhas pernas. Eu me concentro em todas as boas lembranças que aquecem minha barriga.

Layla pula, fazendo minha cabeça pular em seu ombro. Seus gritos reverberam pelo meu crânio. Ela está muito longe para que eu possa me apoiar. Seu corpo salta para cima e para baixo, o que me dá coragem para olhar para cima.

Então eu faço. São todos os flashes de preto, verde-azulado e vermelho até minha visão se estreitar no Jag. Suas panturrilhas aparecem primeiro. Então sua bunda esticada em spandex. Dói-me olhar para o meu lugar seguro, seu peito. Quando o faço, tudo o que vejo são os músculos salientes flexionados. Um braço longo sai com uma força brutal. O punho de Jag se conecta com o queixo do outro cara. Ele arqueja. Jag não para de jogar os dois braços, um após o outro, alguns ligando, outros não.

A coluna do homem colide com o metal da gaiola. Jag não para até que o corpo de seu oponente desmorone no chão. Jag avança sobre a figura caída, envolvendo-o em um estrangulamento. Ao contrário do oponente de Trick, que desmaiou, esse cara bate a palma da mão no tatame.

O oficial intervém. Ele não precisa separar os dois lutadores porque Jag salta no ar, caindo de pé. Ele bate no peito e faz uma volta da vitória ao redor do ringue. Ele sobe no ringue como uma aberração da natureza. Demoro um momento para perceber que Trick escalou o lado externo do octógono. Eles se encontram no meio, ambos montados no topo enquanto trocam alguma merda bestial. Jag e Trick batem no peito e erguem as mãos no ar.

A multidão fica furiosa. Com o canto do olho, eu pego Boss caminhando de volta para os vestiários. Suas costas são fortes e firmes, a cabeça erguida em orgulho. A multidão perto dele fica louca. Ele estende a mão, dando aos vencedores o devido reconhecimento. Cruz entra em cena, rosnando no ouvido de Layla. Eu o ouço dizer “vestiário” e Layla grita de volta: — Você não lutou.

— Você sobreviveu! — Ela grita para mim enquanto Cruz a envolve. — Eu apenas xingo como um marinheiro brigando, para sua informação.

Eu sorrio com o entusiasmo que reveste cada palavra e consigo acenar com a cabeça. Cruz acaba ganhando no final quando ele a pega e resmunga que ele não dá a mínima para não ter uma briga ou algo parecido.

Fui deixada em pé sozinha, observando Jag pular do topo da gaiola e dar cambalhotas para uma posição de pé. Ele corre para o meu lado da jaula e aponta para mim.

— Porta. Cinco minutos.

Eu dou-lhe um olhar intrigado.

— Porta, cinco malditos minutos. — ele grita mais alto.

O orgulho e entusiasmo que flui em minhas veias me força a acenar. Eu daria a esse cara qualquer coisa agora. Inferno, ele já trouxe o melhor de mim. Ele me forçou a amar quando eu não tinha a capacidade. Eu pegaria a maldita lua para ele, e isso não é brincadeira.

A multidão se afasta rapidamente. Eu ando até a porta, me sentindo fora do lugar. Todo mundo está com um grupo de pessoas rindo e conversando. Eu mexo com meus dedos. Eles ainda tremem de assistir a luta. É difícil compreender que Jag voluntariamente entra nesse ringue para tirar a merda dele.

Hoje à noite foi incrível vê-lo, mesmo quando ele estava sendo socado. Assistir ao homem que é cheio de vida dominar o ringue tem que ser a melhor coisa que eu já vi. Eu sei que ele estava em um período de seca de toda a conversa no restaurante e bar. As comportas se abriram e, como disse Layla, nada deterá o homem.

Eu o sinto antes de vê-lo. É inevitável sentir o puxão entre nós. A multidão que fica para trás bate nas costas dele e oferece palavras de encorajamento. Ele reconhece cada pessoa, fazendo com que elas se sintam especiais. Os sorrisos que ele deixa para trás me faz sorrir.

— Boa garota. Vamos dar o fora daqui. — Jag abaixa o rosto no meu ouvido com sua mochila de ginástica pendurada no ombro. — Eu estou duro como uma maldita rocha.

— Seu rosto... — eu suspiro e toco os cortes e contusões ali.

— Você pode colocar um saco na minha cabeça, se você precisar. — Ele empurra seus quadris em mim. — Nós precisamos ir.

Eu começo a rir.

— Não é legal rir de um homem que tem uma ereção furiosa, baby.

—Vamos. — Eu pego sua mão, e corremos para o seu apartamento como fizemos tantas noites atrás.


Capitulo Doze

Jag


Lutas vitoriosas nunca envelhecerão. A adrenalina alta depois é como nada mais. Meu corpo está tenso com a adrenalina ainda correndo nas veias. A porra é que tinha que ficar com a cabeça reta depois de ver Sunni naquele short jeans curtos.

Eu pego minhas chaves da mochila, pressiono Sunni de costas para a minha porta, e deslizo meu corpo para o dela enquanto eu me esforço para abrir a porta. Meus quadris encostam no centro dela. Sunni derrete ao toque, lutando contra mim.

Eu ataco a curva do seu pescoço, lambendo, chupando e mordendo, não dando duas fodas se eu deixar uma marca para trás. Na verdade, quero marcá-la. Marcar o seu corpo com a minha paixão enquanto me perco nela. Eu planejei que a nossa primeira vez seria lenta e duraria a noite toda. Não vai dar para seguir esse plano.

Minhas bolas vão explodir se eu não bater dentro dela agora. A fechadura da porta clica. Eu agarro a parte inferior das suas costas enquanto torço a fechadura. Andando com Sunni para dentro da casa, deixo cair a mochila de ginástica, chuto a porta e lanço as chaves na mesa da entrada.

— Vou me desculpar agora, Sunni. Eu prometo que vou fazer amor com você depois, mas agora preciso te foder duro. — Consigo dizer cada palavra entre beijar seus lábios.

— Cale a boca. — Ela agarra os lados do meu rosto. — Faça isso. Eu quero tanto você, Jag.

Ela bate os lábios nos meus. Ela está tão excitada quanto eu. Nossas mãos são um frenesi arrancando as roupas um do outro. Sunni envolve sua palma em torno do meu pau latejante, fazendo-me cair a cabeça contra a parede.

Ela abaixa, colocando minhas bolas na palma da mão enquanto traça a ponta do meu pau com sua língua. Com os olhos nublados de prazer eu olho para baixo a tempo de ver seus lábios perfeitos engolirem meu pau. Sunni olha para mim, sem quebrar o contato visual. Quando a parte de trás da garganta dela massageia a ponta do meu pau eu rosno e agarro-a pelos braços.

Eu a levo para o meu peito. Suas pernas envolvem minha cintura com os pés trancados logo acima da minha bunda. Sua boceta molhada desliza no comprimento do meu pau. A sensação é esmagadora, fazendo-me morder meu lábio inferior. O corpo de Sunni treme nos meus braços.

— Você está bem, garota? — Eu pergunto, meus lábios deslizando ao longo de sua clavícula.

— Sim. Eu preciso de você agora, Jag. — Ela puxa o cabelo no topo da minha cabeça.

— Agora.

Sunni levanta seus quadris até estarmos alinhados perfeitamente. Ela bate em mim. Eu lanço minha cabeça para trás, arrancando-a da parede. Eu rio de prazer, sentindo seu calor quente apertado em volta de mim. Eu poderia explodir agora mesmo sem me mexer. Eu quero meu gozo cobrindo sua pele cremosa.

— Foda-se, baby. — eu grito. — Preservativo.

— Não, eu quero sentir você.

Ela vai ser a minha maldita morte. Posso bater para valer em qualquer homem, mas esta raposa pecaminosa e doce será minha ruína. Eu quero mais do que qualquer coisa transar com ela, mas sei que não estamos lá.

— Nós temos que pegar um preservativo. — Eu aperto meus dedos em sua bunda.

— Eu tenho um implante de controle de natalidade e não tive relações sexuais em anos. — Ela puxa meu cabelo mais uma vez. — Agora me foda, Jag.

Percebi que ela não pergunta se estou limpo. Ela está por inteiro, colocando sua confiança em minhas mãos. A ação rasga meu peito bem aberto. Emoção entope minha garganta, e meus olhos queimam quando meu pau pulsa dentro dela.

Eu me viro, então suas costas estão pressionadas contra a parede. Suas unhas perfuram a pele em meus ombros enquanto eu bato dentro dela. É implacável e brutal. Quanto mais áspero eu fico, mais altos são os gemidos de Sunni.

— Jag. — Eu sinto o sangue rastejar pelas minhas costas de suas unhas. — Oh Deus, Jag. Eu vou...

Suas palavras de prazer morrem em sua garganta. Sua boceta apertada esgana meu pau. Eu vejo quando ela cai ao longo da borda, derretendo em meus braços. Eu ando até o quarto, continuando a levantar a bunda de Sunni para cima e para baixo, nunca diminuindo o ritmo.

— Eu quero a sua porra em mim. — Sunni enterra o rosto no meu pescoço.

— O que, baby? — Eu grito.

— Goze em mim, Jag.

O formigamento se inflama na base da minha espinha. Eu estou lá, perto de explodir meu gozo. Eu quero e não quero ao mesmo tempo. Não vou negar nada a essa mulher. Eu a deito na cama e, em seguida, escarrancho em seu torso nu. Meu pau pesado cai entre os seios dela. Ela os esmaga juntos, me envolvendo.

Meus quadris não perdem o ritmo, empurrando para frente e para trás. Estou tão perto que fecho os olhos e coloco as mãos em cima das dela.

— Você é tão sexy, Jag. — Ela coloca as mãos em cima das minhas, então eu estou apertando seus peitos. — Eu nunca fui amada assim. Você me trouxe de volta à vida. Eu só queria poder ter você para sempre.

Ouço as palavras dela. Elas fincam em mim. Eu as processo quando meu pau desliza através de seus seios fartos e gostosos. Um grunhido gutural rasteja para fora do fundo do meu peito e ecoa ao redor da sala quando o primeiro jato da minha liberação se espalha no seio macio e sedoso de Sunni. Continua enquanto eu despejo o resto do meu prazer, deixando Sunni revestida com meu esperma como ela queria.

— Foda-se, baby. — Eu levo uma mão na minha cabeça e corro através do meu cabelo, sentindo-me realizado e amado por uma mulher que não está comigo por causa de quem eu sou ou pela minha conta bancária. Ela está aqui por mim. É simples assim.

Eu me arrasto pelo seu corpo e desmorono em cima dela, colocando a maior parte do meu peso nos cotovelos, emoldurando seu rosto. Ela cora, percebendo o que está colando entre nós. Eu não me importo. É cru e real como nós.

— Esse foi o melhor sexo da minha vida. — Eu beijo a ponta do nariz dela.

Ela escova meu cabelo para trás, mantendo-o no lugar. — Isso é um grande elogio considerando o seu histórico, Jag.

— É claro que é, inferno. — acrescento, empurrando meu pau já endurecido de volta em direção ao seu núcleo.

Os olhos de Sunni se iluminam. — Novamente?

Eu aceno, deslizando para trás minha bunda apenas o suficiente para voltar para dentro dela. — Toda a porra da noite, menina.

Desta vez tenho a força de me controlar para ir devagar, sentindo cada impulso da atração sedutora enquanto eu trabalho dentro e fora dela. Sunni puxa meu rosto para baixo, levando-nos em um beijo provocante que combina com o ritmo dos nossos quadris. Ficamos assim por longos períodos de tempo, sentindo cada sensação. Eu nunca vou conseguir o suficiente dessa mulher. Planejo fazer isso o resto da noite e pela manhã. Eu vou fodê-la com ganância e desejo ter sua boceta doce em volta do meu pau.


Capitulo Treze

Sunni


— Acorde, garota. — Beijo. Beijo. Beijo.

— Você vai se atrasar para o trabalho. — Lábios pressionam na minha testa. — Você tem que abrir o restaurante esta manhã.

Eu gemo e rolo na minha barriga, enterrando meu rosto no travesseiro macio. Jag rola de costas, pressionando o peito largo em mim e beijando ao longo do lado do meu pescoço.

— Saia do seu emprego. — diz ele entre beijos. Eu gemo em protesto.

— Você foi para a minha luta e se mudou há duas semanas. Eu consegui o que queria e agora estou dizendo para você sair do seu emprego.

— Jag. — Seu nome aparece em algum idioma alienígena estrangeiro com a minha boca empurrada no travesseiro.

— Eu vou fazer do meu jeito. Você apenas assista. — Ele morde meu pescoço e depois me vira de costas.

Eu jogo meu braço sobre meus olhos e me agito debaixo de seu corpo enquanto ele começa, arrastando beijos ao longo da minha pele nua. Seu trabalho é fácil, já que o homem exige que eu durma nua todas as noites. A língua de Jag gira em torno do meu umbigo, forçando uma pequena risada dos meus lábios mal-humorados.

Ele vai mais e mais até ficar sentado entre as minhas pernas. Sua língua dispara provocando meu núcleo. Meus quadris têm uma mente própria, se levantando para encontrar sua boca. Leva apenas alguns segundos até Jag perder todo o controle. Ele me devora como se eu fosse o último pedaço de comida na terra. O homem pode me acalmar em questão de segundos antes de eu cair em profundos e escuros poços de êxtase.

Jag joga seu jogo de gato e rato, me levando direto para a borda e recuando. Eu sei o que ele está fazendo. Ele está fazendo um ponto. Ele vai me deixar louca até eu desistir e me comprometer a desistir do meu trabalho. Isso não vai acontecer. Jag não é ele. O cara que levou todas as partes da minha vida e depois me amarrou como seu fantoche. Eu me recuso a ceder assim para alguém novamente.

Jag fica frustrado quando eu não desisto. Não é sobre esse fato, mas mais do problema latejante entre suas pernas. Ele rasteja de volta pelo meu corpo e se acomoda em mim.

— Mmmmmmm. — Eu agarro a parte de trás de sua cabeça. — Deus, eu quero acordar assim todas as manhãs da minha vida.

Jag olha para mim com nada além de amor e admiração em seus olhos. — Eu posso fazer isso acontecer, garota.

— Jag, eu não vou desistir do meu trabalho. — Meu núcleo aperta quando ele pega seu ritmo. — É uma parte minha que não quero perder.

— Eu entendo. — Ele pisca. — Mas eu tive que tentar. Ter você aqui nua e descalça o dia todo e a noite em minha cama é um maldito sonho molhado.

Eu rio. A vibração ecoa entre nossos peitos pressionados. — Nua e descalça? Isso não é redundante?

Ele resmunga. Seu pau pulsa dentro de mim. Ele está perto, o que me empurra com ferocidade na mesma direção.

— Você me deixa meio burro. — ele grita. — Quando estou fodendo, você me faz de bobo.

Ele bate a boca na minha enquanto nós dois corremos para o mesmo ponto final. É mágica toda vez que isso acontece. Jag e eu entramos em erupção simultaneamente e depois derretemos em uma piscina de corpos relaxados. Jag se recupera primeiro, arrancando meu corpo da cama e me levando para o chuveiro. Estes momentos de ternura, onde ele cuida de mim, eu vou amar para sempre quando for forçada a correr de novo.


***


— Hum, Jag, o que é isso? — Eu grito no banheiro.

O vapor do chuveiro me bate no rosto. Ele lavou cada uma das partes do meu corpo, fez amor comigo sob o fluxo quente de água, limpou-me novamente e, em seguida, bateu na minha bunda, me conduzindo para fora. Agora ele está cantando alguma maldita música enquanto termina seu banho.

— O que, garota? — Ele põe a cabeça para fora.

Eu levanto o pacote embrulhado e aceno para ele. — Isso?

— Parece um presente para mim. — Ele levanta uma sobrancelha.

— Do Mestre Pau Ninja para a Deusa Boceta. — Eu inclino minha cabeça para o lado.

— Eu não estou entendendo porque você está confusa.

Eu lanço uma toalha no rosto dele, mas ele é mais rápido do que eu, mergulhando de volta no chuveiro. Eu balanço minha cabeça e sacudo a caixa ao redor. Não faz nenhum som. Eu tiro sarro com a sua caligrafia ruim no pacote e os nomes ridículos que ele nos deu. Apenas Jag.

Eu rasgo os cantos do papel e, em seguida, decido esperar até que ele saia do banho. Volto para o quarto e coloco o pacote na cama. Eu coloco a camisa polo horrenda e calço meus sapatos. A única desvantagem de trabalhar no restaurante é o uniforme. Eu me sinto como uma Smurf em uma polo azul royal e calça cáqui digna de uma piada.

— O que você achou? — Jag sai nu como no dia em que nasceu, com gotas de água dançando no peito e vales de músculos. Ele sacode o cabelo, enviando água em toda parte. Eu cubro meu rosto a tempo, sabendo que estava chegando. — Você gostou?

Sua visão pousa na caixa ao meu lado. A cama afunda em seguida. A coxa de Jag pressiona a minha. Ele me cutuca no lado. Pego o presente da cama e rasgo o papel para encontrar uma caixa marrom simples. Metade de mim está nervosa para abrir a caixa, e a outra metade está tonta, lembrando-me das manhãs de Natal quando eu era criança. Mesmo no sistema de adoção, aquelas manhãs eram sempre as melhores.

Ele colocou tanta coisa fora da caixa, que a torna quase impossível de abrir. O joelho de Jag começa a saltar para cima e para baixo esperando por mim. Uma vez que a caixa está aberta, eu puxo o lenço de papel e, finalmente, outra caixa branca.

— Um telefone? — Meu queixo cai em estado de choque.

— Sim, cansado de não conseguir falar com minha namorada.

— Jag. Isso é demais. — Eu balanço minha cabeça. — Eu não preciso de um.

— Sim, você precisa. — Ele me empurra de volta na cama. — Eu quero fazer sexo por telefone quando eu quiser e enviar tantas fotos do meu pau quanto eu quiser.

Seu corpo cobre o meu. Balanço a cabeça, mas não posso evitar o riso que me escapa. Este homem é louco demais. Ele empurra seus quadris no meu núcleo.

— Porra, eu preciso de você de novo. — ele rosna.

— Pare, Jag, eu tenho que ir. — Minhas palavras não combinam com a minha ação enquanto eu coloco um braço em volta do seu pescoço.

— O telefone está todo configurado, baby. Esteja preparada para mensagens do seu garanhão. — Jag beija a ponta do meu nariz e pula de cima de mim.

Eu tenho que sair para o trabalho. Esse amor é ridículo. Passo cada segundo que posso com esse homem e ainda acho difícil deixá-lo ir. É insano. No momento em que fecho a porta e dou dois passos na calçada, meu novo telefone toca.

Pau Monstro: Qual é o seu animal favorito?

Eu sorrio como uma lunática da mensagem. Este telefone vai ser uma grande distração.

Eu: cachorros.

Pau Monstro: Estava esperando que você dissesse esquilo.

Eu: Você é estranho

Pau Monstro: Pergunte-me porque, mulher!

Eu mordo o interior da minha bochecha e verifico o que me rodeia enquanto olho de volta para o meu telefone e continuo andando os poucos quarteirões até a lanchonete.

Eu: porquê?

Pau Monstro: Porque eu quero enterrar minhas nozes em você.

Eu comecei a rir, recebendo alguns olhares estranhos de desconhecidos passando na calçada. Coloco meu celular no bolso de trás e pego meu ritmo, ou vou me atrasar. Eu faço isso a tempo de servir o primeiro cliente. A manhã passa sem imprevistos. A multidão do café da manhã é sempre a melhor. As gorjetas são pesadas e as horas passam. A única desvantagem é que eu não sou uma pessoa da manhã.

Jill mantém uma caneca de viagem cheia de café para mim atrás do balcão. Eu sou tão abençoada por ter ela e Jerry na minha vida. Entro no banheiro com pressa durante uma pausa. Meu telefone apita mais uma vez. Minhas bochechas coram sabendo que só pode ser uma pessoa. Depois de lavar minhas mãos, eu abro.

Pau Monstro: Me machuquei na academia. Preciso de uma foto dos seus peitos para me sentir melhor.

Eu: HaHa. De jeito nenhum. Você pode ter as coisas reais hoje à noite.

Pau Monstro: SUNNI... NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA!!! Vamos lá, você precisa ser um membro da equipe aqui.

Eu: Tenho que voltar ao trabalho. Amo você.

Pau Monstro: Eu dei a Layla seu número. Ela vai te ligar, tem um baile chique que temos que ir hoje à noite. Desculpe pelo aviso tardio. É um evento de merda de patrocínio e você é meu encontro.

Borboletas passeiam na minha barriga. Um sentimento vertiginoso assume como se eu tivesse acabado de ser convidada para o baile de formatura pela minha paixão do ensino médio. Minhas bochechas estão coradas quando olho no espelho. O resto do meu turno passa em um borrão. Errei alguns pedidos, já que tudo o que posso pensar é que Jag está me querendo ao seu lado. Eu saio e conto minhas gorjetas. Minhas economias estão crescendo desde que me mudei para o Jag.

Eu ainda não consigo acreditar que fiz isso. Eu poderia dizer que Jag estava curioso sobre a minha falta de objetos pessoais, mas ele nunca fez uma pergunta. Ele não me empurra, e essa é a única coisa que me impede de um estado constante de pânico. O chão vai cair debaixo de mim. É inevitável. Até lá, vou apreciar cada momento.

— Ei, Sunni!

Meu coração para quando ouço meu nome. Eu olho para trás para ver Layla correndo pela calçada com Bella em seu quadril. Eu mal consegui chegar a dez passos da lanchonete.

— Hey. — Layla para na minha frente e coloca Bella para baixo, em seguida, se inclina, recuperando o fôlego. — Eu esqueci de te mandar uma mensagem e estava esperando te encontrar.

— Wunni! — Bella joga seus pequenos braços para cima. Eu não penso duas vezes antes de pegá-la, meio chocada que ela sabe o meu nome. — Wag te ama.

Ela cutuca minha bochecha e ri.

Layla revira os olhos. — Ela adora brincar no celular do Jag. Ela olha suas fotos e Jag conta suas histórias.

— Oh. — Eu sorrio para a doce menina. Ela poderia ser uma das crianças de comerciais entre suas características adoráveis e personalidade forte.

— É muito melhor do que as fotos que costumavam ter em seu telefone. — Layla começa a andar, e eu a sigo desde que eu ainda estou sem reação. — Você é a melhor coisa que já aconteceu com ele. Nunca pensei que isso iria acontecer.

— Nunca pensou que aconteceria o que? — Eu pergunto, olhando para Layla.

— Ele encontrar uma mulher que eu aprovasse e se apaixonasse por ela.

Eu dou de ombros. — Eu sou a sortuda.

— Então, você sabe o que está acontecendo aqui?

— Hum, não. Jag me mandou uma mensagem pedindo uma imagem do meu peito.

— Peitos! — Bella grita, apontando para o peito.

Layla franze os lábios. — Eu juro que um dia a vingança será maligna quando Jag tiver filhos.

Eu nem preciso perguntar. O brilho feliz nos olhos de Bella e o que ela tocou tem Jag escrito em cima. Layla fala sobre o baile e os patrocinadores. Trick, Jag, Cruz e Boss são VIPs neste evento. É roupa formal e a publicidade será estampada em todos os lugares.

— Você sabe que há alguns meses quando Cruz ganhou seu campeonato Jag deveria ter vencido em sua divisão. Ele se descontrolou, e então tudo foi pra baixo. Agora com ele vencendo de novo, a conversa está insana sobre seu retorno.

— Ele me contou sobre seu pai.

Layla congela. Choque estampado em suas feições enquanto entramos em uma butique pitoresca na Main Street. Bella grita e se agita em meus braços até eu colocá-la no chão. Ela corre até a senhora atrás do balcão com os braços no ar.

— Eu gasto muito dinheiro aqui, — Layla se inclina e sussurra. — Bella é como a garota propaganda da boutique. E eu estou tão feliz que Jag se abriu com você sobre o pai dele. Ele vai precisar de você lá para ele.

Eu aceno e mexo com meus dedos, fingindo admirar as prateleiras de roupas enquanto ela continua.

— Tenho a sensação de que o pai dele não acabou de mexer com ele. Todos estarão atrás dele quando ele vier.

— Layla. — A vendedora da loja circula o balcão com Bella atrás dela.

Bella tem um tutu verde-limão na cabeça e se esforça para se mexer. Seus grunhidos ficam mais altos enquanto ele se enrosca nela.

— Aqui, Bella. — Eu ando até ela, agachando-me ao seu nível. — Vou te ajudar.

Eu tiro o tutu de sua cabeça e seguro na frente dela. — Você coloca seus pés em primeiro lugar.

— Você. Você. — Ela aponta para seus tênis com brilhos.

— Sim, está tudo bem. Observe-me. Eu estico o elástico e ajudo-a passar em frente.

Sua língua vai para o lado enquanto ela se concentra em não tombar. Eu coloco o elástico ao redor de sua cintura e arrumo o material.

Seus braços se levantam no ar. Seus pequenos dentes iluminam sua boca enquanto o mais alto grito que eu já ouvi rola de sua língua. Ela bate no meu peito, fazendo o melhor para envolver seus braços em volta de mim. Beijo o topo de seu cabelo preto sedoso e sussurro. — Oh doce Bella, eu não deveria estar perto de você. Dói muito saber que, com meu passado, nunca poderei ter filhos, especialmente quando minha história for revelada.

Duas horas depois e dois vestidos comprados, parece que um tornado passou pela loja. Bella experimentou tudo o que conseguiu e, em determinado momento, estava passeando por prateleiras de roupas apenas com uma fralda. Marta, a proprietária da loja, é a mulher mais doce que eu já conheci.

As etiquetas de preços nos vestidos extravagantes estavam me dando urticária. Eu estava coçando meu pescoço e puxando meu colarinho pelos últimos trinta minutos. Marta, sendo uma vendedora esperta, pegou isso e me informou que Jag deixou seu cartão de crédito aberto e instruiu-a para ter certeza de que eu tinha tudo que precisava. Isso não ajudou a ansiedade da coceira rastejando sobre a minha pele. De fato, fez o oposto. Entre Marta e Layla, acabei com um vestido elegante curto, saltos, joias e uma bolsa.

Eu fingi ver Bella quando ela totalizou minha compra e empacotou todos os itens. As malditas sacolas de compras eram elegantes com personalização. Agora estamos na calçada com punhados de bolsas e Bella dormindo, já que ela desmaiou em meus braços quando a mãe estava checando as compras no caixa.

— Vou ligar para Cruz vir nos buscar. Levarei um ano para voltar com ela em meus braços. — Layla procura o celular na enorme bolsa de fraldas.

Eu balanço de um lado para outro, absorvendo o doce aroma de bebê de Bella. Sua bochecha rechonchuda aperta meu ombro. Elas estão rosadas de suas ações sem parar mais cedo. Ela é um pacote de pura alegria e paz.

Eu olho para cima a tempo de ver um carro de polícia passando pela rua. Por instinto abaixo minha cabeça e viro rapidamente. Meu rosto e nome legal estão colados em uma lista que os policiais rastreiam e estou segurando um bebê. A realidade me dá um soco no estômago. Meus joelhos ficam fracos, e meus braços segurando Bella tremem de medo. Isso tudo vai ser arrancado de mim em um piscar de olhos. Arrastei pessoas inocentes para a minha vida e elas também serão esmagadas quando descobrirem a verdade.

É meu passado. Eu canto de novo e de novo na minha cabeça. É meu passado. Não é quem eu sou. São pecados antigos que repousam na minha alma. Não vai ditar o meu futuro. Eu me convenci de tudo isso até eu conhecer Jag. Ele me trouxe de volta à vida, e agora meus segredos vão destruir ele e seus amigos.


Capitulo Quatorze

Sunni


As sacolas brilhantes com meu vestido e novos objetos me provocam do final do sofá. Minhas pernas estão enroladas em uma bola debaixo de mim. O nó no meu estômago cresce a cada segundo que passa.

Eu lambo meus lábios e luto para me convencer disso pela décima vez. Minha curiosidade vence no final. Meus dedos tremem quando eu clico no botão, atualizo o Google e digito o nome do meu ex-marido.

Os dados aparecem em um piscar de olhos. Artigo após artigo do bom policial. Eu cliquei no artigo mais recente, datado de uma semana atrás. O sobrenome Jaco seca minha garganta. Minha mão vai para o meu pescoço, massageando, buscando alívio. Não funciona. As gotas de suor se formam na minha testa. Medo profundo toma o melhor de mim. Meu telefone cai no meu colo.

Eu cubro meu rosto com as mãos e grito silenciosamente. Nenhum som sai. Minha garganta rasga e corta com o medo e a emoção que vem de mim. Dreyson Jaco está vivendo sua vida tranquilamente depois que ele arruinou a minha.

Depois de vários longos momentos, eu me recomponho o melhor que posso e pego o telefone de volta. Isso não acontece na primeira tentativa ou na segunda. Eu me forço a ler cada uma das notícias.

Policial local Jaco salva a vida de uma adolescente

O Departamento de Polícia do Condado de Albion foi chamado para atender a uma tentativa de suicídio no final da noite de terça-feira, aproximadamente às nove e cinquenta. O policial Jaco foi o primeiro em cena.

Segundo ele, foi intenso quando chegou à propriedade. O relatório oficial ainda não foi liberado. No entanto, foi documentado que uma adolescente de dezesseis anos da Alco High School foi encontrada com uma arma na cabeça em sua casa.

Uma vizinha notou um comportamento estranho no início do dia e sabia que a adolescente estava sozinha, então ela ligou para as autoridades. A vizinha alegou que um carro esporte escuro estava na casa por volta das duas horas. Ela relatou que ouviu gritos e objetos quebrando. Ela achou estranho porque ninguém costumava estar em casa naquela hora. Foi quando testemunhou a jovem na varanda dos fundos soluçando e apertando sua barriga, ela sabia que algo estava errado, e então ligou para o 911.

Segundo as autoridades, a vítima está agora sob custódia. Seus pais não fizeram nenhum comentário formal sobre a situação.

“Nunca vou esquecer o olhar assombrado no rosto da jovem. Eu só agradeço ter chegado a tempo e ter sido capaz de impedir. Nossa comunidade é pequena, mas poderosa. Todos os adolescentes precisam saber que há ajuda, seja na escola ou no consultório de um médico local.”

Vamos mantê-lo atualizado em qualquer notícia de última hora.

O artigo lista os diferentes lugares da comunidade onde qualquer pessoa que passa por momentos difíceis pode obter ajuda. O artigo é polido com uma foto colorida de Dreyson em seu uniforme completo apoiado em sua viatura. Ele relaxou com uma mão no coldre e um sorriso caloroso e seguro.

Os comentários on-line continuam e compartilham histórias sobre como o Oficial Jaco os ajudou em algum momento de suas vidas. Ele é idolatrado na comunidade. Foi colocado em um pedestal e reverenciado por todos de todas as idades. Esse não é o homem que vejo. Longe disso. Eu conheço suas verdadeiras cores e vivi em seu inferno pessoal.

Minha cabeça gira quando me lembro dos detalhes do artigo, e sei que é possível que haja mais na história que a comunidade nunca conhecerá. Crimes mais hediondos do que assassinatos a sangue-frio serão enterrados, tudo pelo bom oficial.

Eu digito mais um endereço da web e insiro meu nome legal. Desta vez, o telefone queima minhas pontas dos dedos. Lágrimas correm para os meus olhos e meu estômago dispara até que eu não possa mais ficar sentada.

Eu corro para o banheiro, deixando meu telefone cair do chão de madeira. Estou a três passos do banheiro quando a primeira onda da bile dispara na parte de trás da minha garganta, deixando-a amarga. Eu caio de joelhos, segurando o vaso com o estômago revirando em cólicas. Meus braços ficam paralisados da pressão extrema que sobe das pontas dos dedos dos pés.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto muito depois do meu corpo ficar exausto. Eu sempre me perguntei o que fiz nesta vida para merecer a ira de Jaco. Entrei no casamento cega e saí uma concha de uma pessoa. Eu tenho que contar a verdade a Jag. É a única opção, porque me afastar dele não é uma.

No fundo do meu coração eu sei, mesmo sem ter que adivinhar que Jag vai me ouvir. Ele também vai acreditar em mim. O que me assusta é seu temperamento e o que acontecerá depois que a verdade for revelada.

Enxugo meus olhos e me arrasto em nossa cama. Puxando os cobertores para cima, sobre a minha cabeça. Deixei a escuridão controlar meus pensamentos até minhas pálpebras se fecharem. Dormir e estar nos braços de Jag são os únicos lugares onde encontro paz.

Eu não tenho ideia de quanto tempo estou dormindo antes que o som da voz de Jag se espalhe.

— Baby...Sunni...

Eu limpo o sono dos meus olhos e abro minha boca para falar. Está tão seca que nenhum som sai.

Jag coloca a cabeça no quarto com a testa franzida e os ombros tensos. — Jesus, você me assustou pra caralho.

Ele segura meu telefone e caminha até a cama, se jogando no meio dela. Ele é cuidadoso para não pousar em cima mim. Ele é tão gracioso do jeito que dança para lutar. Eu juro que ele é como um gato.

— Desculpe. — Eu deito em seu peito. — Eu não estava me sentindo muito bem, então decidi tirar uma soneca.

— E jogou seu telefone no chão? — Ele levanta uma sobrancelha em questão.

— Não, deve ter caído. — Eu o pego dele, lembrando da última janela de busca que eu tinha aberto.

— Você vai se sentir bem hoje à noite?

O pânico está escrito em todas as suas características. Algum baile formal é o último lugar que quero estar. Isso significa mídia, exposição e, acima de tudo, atenção, porque estarei no braço de Jag. O homem é dono de toda a atenção.

— Sim. — eu minto, acariciando a preocupação de sua testa.

Ele mostra seu entusiasmo com um beijo longo e profundo. — Eu preciso tomar banho. — diz quando me olha.

— Sim, você fede.

— Junte-se a mim. — Ele pula da cama, puxando-me com ele.

O pensamento de tomar banho com Jag me faz querer desmaiar. No entanto, o pensamento de secar e modelar meu cabelo não muito. Mas antes que eu perceba, estou sob o jato quente de água nos braços amorosos de Jag.

Ele se ocupa lavando cada centímetro da minha pele. Jag me vira, pressionando o peito nas minhas costas enquanto envolve seus braços ao redor da minha cintura. Ele desliza a mão entre as minhas pernas, os dedos flutuando pelas minhas dobras mais e mais antes que ele afunda dois deles dentro de mim. A ansiedade e o estresse do dia desaparecem quando me derreto em seus braços protetores.

Jag me tem excitada em questão de segundos. Ele percorre o polegar em círculos perfeitos sobre o meu clitóris. Seus dedos mexem e batem dentro de mim. Eu jogo meu braço ao redor de sua cabeça, puxando-o para mais perto e mais fundo em mim. Ele tira vantagem do meu seio exposto, sacudindo o mamilo várias vezes.

— Jag! — Eu grito quando uma explosão de luz branca aparece por trás das minhas pálpebras fechadas. Meus quadris rolam, gananciosos para ordenhar a última batida do meu orgasmo.

— Melhor, garota? — Ele murmura no meu pescoço.

— Muito melhor.

— Você quer falar sobre isso? — Ele sela cada palavra com um beijo carinhoso.

— Não agora. Não essa noite. É a sua noite.

— Não importa muito para mim. Do jeito que eu vejo, você é o centro do meu mundo. Fim.

Eu sorrio, me apaixonando mais ainda por ele. Eu me viro em seus braços e jogo o meu ao redor de seu pescoço. — É a sua noite, e eu estou do seu lado, e do jeito que vejo, Pau Monstro, isso é tudo que importa.

Seu sorriso torto se inclina para um canto dos lábios. — Porra do inferno. Você está me chamando de coisas más e perversas.

— Está bom? — Eu inclino minha cabeça e solto uma das mãos, deixando-a dolorosamente vagar até o seu pau.

— Dói. — ele lamenta. — Muita pressão.

— Pobre bebê. — Eu aperto seu pau latejante. — Me pegue em seus grandes braços de lutador e cuide disso.

Jag não responde com um comentário espirituoso. Eu estou em seus braços e pressiono a parede do chuveiro enquanto ele empurra dentro de mim, duro e profundo. Seu corpo me protege do mal do mundo. Quando sua pele é pressionada contra a minha, eu vivo com o impulso de lutar com o que preciso. Ele é meu abrigo e me dá esperança.

Com cada impulso Jag morde meu pescoço. A vibração retumbando de seu peito me envia ao limite. Seu pau duro e grosso continua a balançar dentro e fora de mim. Jag joga a cabeça para trás e ruge.

Seu pomo de Adão pulsa em sua garganta. É tão quente quanto o tempo que ele ganhou sua luta e foi todo rude. Sua semente quente me enche, revestindo e alimentando os espasmos remanescentes da minha libertação.

— Jag.

— Sim... — Ele resmunga sua resposta.

— Nunca me deixe. — Eu cavo minhas unhas na carne sobre suas omoplatas. — Por favor, aconteça o que acontecer, acredite em mim e não me deixe.

— Sunni. — Ele deixa cair à cabeça na minha testa. — Fale comigo.

Malditas lágrimas ardem em meus olhos e vencem a guerra. Elas transbordam sem desculpas. — Eu não posso agora, mas apenas me prometa que você nunca vai me deixar e vai acreditar em nós.

— Eu estou com você. — Seus dedos cravam em minha bunda. — Eu te amo. Muito.

Aperto meus braços em volta do seu pescoço, querendo mais do que qualquer coisa puxá-lo para a minha carne, até sermos um. — Eu te amo loucamente. Eu te amo descontroladamente. Você é meu batimento cardíaco.


Capitulo Quinze

Jag


— Jesus, mulher! — Eu pulo.

Há um som estridente, então Sunni aparece nua na porta. — O que?

— Mulher, isso! — Eu aponto para o demônio quente no balcão.

— O quê? — Ela entra, confiante em sua forma nua, o cabelo ainda úmido do nosso chuveiro selvagem. Depois que eu derramei minha porra dentro dela, tive que prová-la, o que a levou a afundar de joelhos como se eu fosse seu altar e me chupar. A visão dela lambendo meu gozo de seus lábios sempre será meu favorito.

— Pau e um secador de cabelo quente são iguais à carne frita. — Eu pego meu pau, encolhendo-me com o pensamento.

— Jag, pare.

— Estou falando sério. Essa é uma merda que faz você ter pesadelos. — Eu aceno uma mão no ar, permitindo que minhas bolas caiam livres e as protejo rapidamente como um soldado leal. — Eu não quero meu pau parecido com frango frito.

Sunni solta uma gargalhada enquanto segura a barriga. A pequena megera entra na minha frente. Eu relaxo com ela sendo meu escudo, mas não solto meu pau e minhas bolas. Ela pega o secador e termina de secar o cabelo. Uma vez que terminou, ela entrega o secador de volta para mim, sabendo muito bem que a minha diva interior precisa parecer deslumbrante esta noite.

Pensamentos de frituras caem enquanto minha mulher nua se inclina sobre o balcão e começa a aplicar maquiagem. Ela nunca usa muito. Apenas a quantidade perfeita. Porra, eu sou uma maldita boceta, porque não há uma coisa que eu poderia escolher além de sua relutância em se abrir para mim.

Depois que meu cabelo está seco, eu desligo o interruptor e me inclino sobre Sunni, jogando o secador na pia. Ela se vira para mim, limpando as palmas das mãos.

— Aqui. — Ela levanta as mãos para o meu cabelo. — Deixe-me.

Eu permaneço em silêncio, observando suas mãos trabalharem a magia no espelho com sua bunda perfeita olhando diretamente para mim. Foda-se, suas mãos são mágicas. Eu sabia disso pelo jeito que ela trabalhou comigo, mas é mais que isso. É como se as mãos dela fossem feitas para pentear um cabelo. É tão natural.

— Você gosta?

Ela dá um passo para trás, inclinando a cabeça e admirando seu trabalho. Levanto minhas sobrancelhas e olho de cada lado os meus cabelos. — Eu gosto disso, mas é o rosto que faz o trabalho pesado.

Sunni bate no meu peito. — Saia daqui, então eu não frito seu pau!

Corro do banheiro, segurando meu pau e gritando até que eu pulo no final da cama.

— Você é um idiota! — Sunni sai entre risos.

— Um idiota nu que você ama. Aprenda o certo, mulher. — Eu cruzo meus tornozelos na cama e sustento minha cabeça. Eu vejo como ela passa as mãos pelas longas mechas usando o babyliss quente através dele. Então compreendo.

— Você é cabeleireira. — É uma pergunta e uma resposta. Sunni congela. Seu peito sobe bruscamente e depois cai. Leva alguns momentos até que ela vira a cabeça para olhar para mim. O espaço entre o banheiro e a abertura do nosso quarto se expande em milhas infinitas. Vejo a resposta dela em seu rosto enquanto ela decide se vai me dizer a verdade ou correr de novo.

O som do silêncio sempre me assombrou. O toque do nada impulsiona meu cérebro. Isso não é exceção. Eu mantenho minha boca fechada e não digo uma palavra. É uma luta que eu devo a essa mulher.

Sunni olha para longe de mim, terminando o cabelo dela. Os cachos são perfeitos quando ela os deixa cair nas costas. Uma névoa fina de spray de cheiro adocicado chove em sua cabeça. É então que ela me enfrenta e caminha em direção a mim. Seu primeiro passo é confiante, mas seguido por outros hesitantes. Eu assisto todas as suas inseguranças jogarem quando ela se aproxima.

Sunni abaixa o queixo, escondendo seus olhos brilhantes de mim. — Eu amo fazer cabelo. Foi minha paixão. Eu possuí um salão em Iowa antes de ir embora.

Eu pego seu pulso, puxando-a para mim. Eu não digo uma palavra, saboreando o que ela acabou de me dar. Sunni me presenteou com seu coração e alma. Mas isso é muito mais. Ela está abrindo sua caixa selada de demônios e está lutando para compartilhá-los comigo. É a peça do quebra-cabeça que falta para nós.

Nossos lábios batem juntos. Sunni acabou de falar e me mostra tanto quanto ela devora minha boca. Eu agarro seus quadris e a sinto estremecer. Não consigo evitar. Preciso que ela saiba que estou aqui por ela, não importa o quê. Eu a levanto gentilmente até que ela esteja alinhada em cima de mim.

Nossos lábios se separam. Sunni coloca as mãos no meu peito, cavando os dedos na minha carne. — Esta é a minha base. Você.

Mordo meu lábio inferior enquanto ela afunda e assume o controle. Lágrimas escorrem pelo seu rosto. Isso é uma visão angustiante e me enche de orgulho. É uma porra de uma tempestade que eu nunca senti e que eu nunca quis procurar abrigo.

As unhas de Sunni perfuram minha carne enquanto ela se mexe mais, buscando mais. Eu dou a ela tudo o que tenho, rebolo debaixo dela. Não há mais volta. Parece que isso tem outro plano.

Eu me sento, tomando um mamilo na minha boca. Meus dentes afundam no bico carnudo. As mãos de Sunni vão para os lados raspados da minha cabeça. Eu presto muita atenção ao outro mamilo. Meus braços estão enrolados em torno de Sunni, mantendo-a perto de mim enquanto ela continua a balançar seus quadris.

Nós dois gozamos ao mesmo tempo, caindo novamente juntos. O único som é nosso coração batendo em uníssono. O cheiro mentolado de nosso banho e sexo cru perdura no ar. Eu mantenho um aperto firme nela, o centro do meu mundo plantado no fundo do meu peito.

— Nós vamos chegar tarde. — murmura Sunni.

— Tenho que fazer uma entrada, garota. — Eu flexiono meus braços ao redor dela. — Não estou com pressa para deixar este momento.

— Eu também não.

E nós não deixamos. Não até que meu telefone toca, não uma ou três vezes, mas cinco, é que nós pensamos em nos mover. Nossos torsos relaxam com as mãos ainda agarradas um ao outro. A preocupação do mundo está de volta no peito de Sunni. É evidente na maneira como ela respira fundo. Sinto uma frustração como nunca senti. Paciência nunca foi meu ponto forte.

Eu abro minha boca para fazer uma piada e depois a fecho. Silêncio. A temida falta de som mais uma vez se infiltra. Os calafrios que correm pela minha coluna são ignorados até que Sunni faz o próximo movimento. Ela passeia os lábios para cima e para baixo no comprimento do meu queixo, parando no meu ouvido. Ela gira padrões sobre o lóbulo da minha orelha com a língua.

— Amo você. O melhor presente que você me deu é o tempo. — Ela beija minha bochecha uma última vez antes de desaparecer no banheiro.

Eu pego meu telefone para ver chamadas perdidas de Boss e Layla juntamente com mensagens me avisando para não me atrasar. Eles já estão chateados, eu recusei a limusine patrocinada. Não há nenhuma maneira no inferno que estou aparecendo nessa merda. Eu sempre vou ficar com minhas raízes e minha maldita caminhonete.

Eu faria qualquer coisa para ficar nu na cama esperando Sunni voltar, mas me obrigo a levantar. Coloco uma boxer preta e verifico meu cabelo em um espelho. Porra, aguentou bem. Eu também recusei um smoking. Eu não estava sozinho neste protesto. Boss, Cruz e Trick estavam bem ao meu lado. Layla deu seus melhores esforços, mas sabia que eles eram inúteis.

Eu visto uma calça preta, meias e botas de combate preta antes de pegar a camisa branca de botões. O tecido fica esticado contra a minha pele e me incomoda assim que eu visto. Eu fecho os botões de baixo. Arregaço as mangas expondo meus antebraços grossos e fica bom para caralho.

Essa merda é a parte que eu não me importo. Dê-me uma academia, o octógono ou um adversário, esse é o meu veneno. O combustível que me mantém indo. A parte da merda é toda a outra porcaria que acompanha isso. No passado, nunca fui eu no centro das atenções. Eu participaria do evento e beberia álcool sabendo que eu poderia encontrar um pedaço de bunda para levar para casa.

— Hum... você pode me ajudar? — A porta do banheiro se abre quando Sunni dá um passo para o quarto, o braço direito para cima e para trás, segurando o colarinho do vestido.

Meu queixo cai aberto e meu pau ganha vida. Garoto, estamos atrasados. Eu tomo um momento para absorver a visão na minha frente. Pernas macias e bronzeadas expostas. Os seios de Sunni se ergueram apenas o suficiente para provocar.

— Jesus, querida. — As duas palavras saem dos meus lábios.

— Você gosta? — Ela pisa na minha frente e vira as costas para mim. Eu me inclino, rosnando em seu pescoço e dando a ela a minha resposta. — Você pode fechar o vestido? Meu braço está ficando dormente.

O delicado fecho de metal resplandece do tecido preto. Meus dedos se atrapalham por alguns instantes, dificultando o fechamento. Eu coloco as palmas das minhas mãos no topo de seus ombros e corro-as pelo comprimento de seus braços.

— Eu nunca vi nada tão perfeito na minha vida. — Eu beijo o lado de seu pescoço.

Sunni se afasta de mim. Seu vestido preto se encaixa em sua metade superior como uma luva, abraçando suas curvas perfeitas. Ele se alarga na cintura, batendo bem acima do seu joelho. É tão simples quanto um vestido. Não há padrões ou renda de merda. Mas em Sunni é impressionante. Um grunhido gutural ressoa do meu peito.

Sunni estica o pescoço para me olhar. A sua bunda me provoca debaixo de seu vestido enquanto ela desliza sexy em saltos pretos.

— Você está tentando me matar hoje à noite? — Eu arregaço as mangas um pouco mais. O tecido apertando meus braços. — Eu vou bater em qualquer idiota que olhar para você.

— Não, você não vai! — Ela pega uma pequena bolsa na cama e passa o braço no meu. — Você, Jag, vai ser o cavalheiro perfeito.

Nós caminhamos em direção à porta. Eu atiro para ela um olhar para baixo. Nós dois começamos a rir, sabendo muito bem que eu sou a coisa mais distante de um cavalheiro. Quando chegamos à calçada, o toque de Layla soa na bolsa de Sunni.

— Layla? — Eu pergunto, abrindo a porta da caminhonete para ela.

Sunni encolhe os ombros. — Sim.

— Sim, ela e eu somos os únicos com o seu número. — Eu a prendo pela cintura e a atiro no banco.

O grito de surpresa de Sunni flutua na rua deserta emoldurada pelo pôr-do-sol. Eu jogo a saia de seu vestido para cima e corro sob ele. Minha espinha enrijece quando eu vejo uma pequena tanga preta. Eu puxo para o lado, passo minha língua pelas dobras dela, então desço o vestido.

Sunni joga uma mão para cima, agarrando meu ombro. Ela se senta, ainda rindo. Eu não estou. Meu queixo está travado, cheio de raiva.

— Estamos parando no ginásio, e você vai colocar um shorts de lycra sob este vestido. — Eu seguro seus joelhos expostos.

— Você é ridículo. Nós não vamos.

— Você espera que eu mantenha conversas de negócios quando eu sei que há um pedaço de fio dental entre sua boceta e este vestido?

Ela se afasta do meu peito, consegue balançar as pernas e fecha a porta, negando-me eficientemente. Sua risada ecoa em torno da cabine, infiltrando-se no ar externo. Eu circulo na frente da minha caminhonete preta, balançando a cabeça. Sunni acha que estou brincando. Uma parte minha está... a menor parte.

Sunni desliza para o meio quando eu me acomodo no volante. Nós só estivemos na minha caminhonete algumas vezes desde que estamos juntos. Eu me apaixono ainda mais pelo vestido dela enquanto desloco e deslizo minha mão para cima e para baixo em sua perna.

Um mar de lanternas vermelhas forma blocos à nossa frente. O arranha-céu onde o evento está sendo realizado é visível, mas parece que estaremos esperando um pouco. A mão de Sunni percorre minha virilha a cada poucos segundos. Na primeira vez, eu pensei que fosse um acidente. Mas quando isso acontece pela quinta vez, eu olho para ela, lambendo meus lábios.

— Comporte-se menina.


Capitulo Dezesseis

Sunni


Nós fizemos tudo de trás para frente. Jag me forçou a me mudar antes mesmo de começarmos a namorar oficialmente. Ele mostrou-me seu pênis antes de me beijar e me reivindicou antes que ele soubesse que me queria.

Esta noite não é exceção. Nós devoramos sexualmente um ao outro bem antes do evento. Eu não achei que tivesse algo deixado dentro de mim quando Jag me jogou em sua caminhonete. Rapaz, eu estava errada. Eu nunca estive tão agradecida por um engarrafamento.

Eu caio no assento almofadado na mesa com o nome de Jag. Eu corro minha mão sobre a cara toalha de cetim azul royal enquanto admiro as delicadas peças centrais. Vasos grossos de vidro cheios de água e velas flutuantes. Os patrocinadores fizeram algo luxuoso combinado com um toque masculino. Eu nunca vi uma decoração tão bela em um evento. É seriamente parecido com alguma coisa saída direto de uma revista. A quantidade de dinheiro que levou para isso é impressionante.

Meu corpo está exausto, e assim é minha mente depois dos eventos de hoje. Escovo meus cachos soltos, curtindo o assento na mesa sozinha. Estou perto o suficiente da multidão, mas longe o suficiente para ficar fora da atenção. Existem câmeras por toda parte. Jag passou a maior parte do tempo na frente de um enorme painel de fotos com marcas espalhadas por toda parte.

Ele pisca para mim quando me vê observando-o. Eu sorrio de volta, deixando-o saber que estou indo bem. Ele tem uma garrafa de água na mão enquanto a outra é jogada ao redor do ombro de um homem mais velho de terno. Ambos sorriem para a câmera.

O copo de vinho espumante na minha frente manda um cheiro doce na minha direção. Eu notei que Jag recusou cada uísque ou cerveja oferecido a ele. Ele não bebeu nenhum gole de álcool desde aquela noite no bar. Ele é uma máquina focada em sua carreira.

Bebo o vinho branco, sentindo-me ainda mais relaxada assistindo ao caos da festa. É muito divertido sentar e observar as pessoas. Entre a exaustão sexual e o vinho, estou completamente relaxada.

Cruz balança Layla na pista de dança. Eles acompanham a música com perfeição até que Layla pisa no pé gigante de Cruz, ambos riem e continuam. Boss não sentou uma vez, ele está muito ocupado conversando com todo mundo que pode. Eu ouvi algumas das conversas. Boss estava promovendo e empurrando Jag para todos que ele falava. Não era um trabalho difícil, já que Jag parecia ser o centro da conversa.

Eu descanso o copo, terminando o vinho. Um garçom está ao meu lado me oferecendo um novo copo cheio e tirando o vazio da mesa.

— Obrigada. — Eu mexo com a delicada corrente de prata em volta do meu pescoço.

— Sim, senhora. Qualquer outra coisa que eu posso fazer por você? — O grisalho cavalheiro pergunta.

— Não, obrigada. — Eu sorrio calorosamente. — Este também deve ser o meu último copo de vinho.

— Eu fui instruído a cuidar bem de você. Apenas me deixe saber.

Eu sorrio novamente, observando a forma polida do homem mais velho. Eu olho em volta e percebo que nenhum outro garçom está pairando sobre Jag ou qualquer um dos homens do Diablo’s Throne. Eu também vejo que o homem que está prestando atenção considerável a mim é o mais velho de todos os garçons, a maioria deles sendo homens jovens e atraentes.

Olho para Jag para vê-lo olhando de volta para mim. Eu levanto uma sobrancelha e estreito meus olhos. Ele encolhe os ombros e sorri largamente. Eu continuo a saborear o vinho, sentindo minhas pálpebras ficarem pesadas e a dor no meu peito diminuir. O vinho sempre foi uma fraqueza minha, e eu raramente me dedico mais a isso. O doce néctar havia se tornado meu mecanismo de enfrentamento por vários meses.

Jag se separa da multidão que o bajula. A cada passo que ele se aproxima minha barriga aperta. O cheiro de sexo e couro me atinge com força quando ele está na minha frente, estendendo a mão.

— Gostaria de uma dança, senhora?

Uma risada escapa dos meus lábios. O vinho parece fazer tudo engraçado. — Você não aprendeu sua lição da última vez?

Ele encolhe os ombros, me puxando para os meus pés. — Alguns dizem que sou cabeça-dura. Nunca aprendo essas merdas.

— Eu concordaria com eles. — Jag me gira ao redor até que eu esteja pressionada contra seu peito.

— Apenas siga minha liderança. Sempre siga minha liderança e você ficará bem.

— Eu sei. — eu sussurro.

Jag envolve seus braços ao redor da minha cintura. Ele encosta os dedos ao longo do topo da minha bunda enquanto nos balança para uma música lenta da PINK. As palavras e emoções envolvidas na canção falam diretamente para minha alma em sua língua nativa. É o derramamento de calor e amor do homem me segurando que me faz não dar a mínima para minhas habilidades de dança.

Quando a música desaparece para a próxima, Jag me faz sentir como a rainha do mundo. Seu corpo se move facilmente com a batida da música, puxando o meu junto com ele para o passeio. Seu peito musculoso e braços emoldurando-me são um contraste gritante com a maneira como ele dança elegantemente.

— Você está tendo uma boa noite? — Eu pergunto, com a minha bochecha pressionada no ombro de sua camisa.

— Não é tão ruim quanto eu pensava que seria. Os executivos estão ansiosos para me patrocinar a caminho de Las Vegas.

— Tudo o que sei é que você é o homem mais sexy da sala. — Eu me inclino e beijo seu pescoço exposto.

— Isso é uma verdade. — Ele olha para mim e pisca. Maldito espertinho. Nós somos separados quando ele é chamado por alguém de terno. Eu o beijo e digo a ele para ir, porque, honestamente, o lugar na mesa é perfeito para mim. É o local ideal para observar a ação na sala. E assistir Jag em seu auge é uma vantagem significativa.

Há outro copo de vinho ao lado do meu meio vazio. Eu me acomodo na mesa, remexendo na bainha lisa da toalha de mesa. A sala ainda está cheia de ação acontecendo em todas as direções.

Uma tela grande na parede mostra os destaques de várias das lutas de Jag sobre sua carreira. Eu me vejo sorrindo quando aparecem fotos mais jovens de Jag. Ele não mudou muito. Ele ainda tem o mesmo sorriso arrogante e contagiante, além da boa aparência. A única coisa diferente é o seu tamanho. Eu me encolho quando várias fotos fluem pela tela com Jag ladeado por mulheres quase nuas segurando faixas e troféus. Eu sou forçada a desviar o olhar.

A vibe comemorativa despreocupada da sala se dissipa quando uma risada profunda e assombrosa ecoa pelas paredes. Minha espinha endurece quando giro na minha cadeira. Um homem em um terno escuro é seguido por vários outros homens que são construídos como lutadores. Cada um tem o seu cabelo raspado.

O homem de terno parece familiar. Incomoda-me. Meu intestino grita um aviso, mas não consigo descobrir o porquê. O ângulo do queixo e a cor dos olhos são os que eu já vi antes. Há um rugido silencioso no salão enquanto pés se arrastam, mas eu não posso tirar meu olhar do homem. Seu poder me puxa para ele e me avisa.

Uma mão desce no meu ombro. Eu me assusto, saltando da minha cadeira e gritando. Meu coração troveja no peito, sacudindo minha caixa torácica.

— Baby.

Eu olho para Jag. Sem pensar fico de pé e jogo meus braços ao redor dele. Seu corpo está tenso, me avisando que ele está recebendo a mesma vibe da nova companhia na festa.

— Quem é esse? — Eu gaguejo.

— Landon Chandler. — Jag grunhiu, me colocando em seu peito.

O último nome toca um sino. A imagem fica clara quando me lembro da história horrível que Jag me contou tarde da noite. Mas Landon não estava na mistura. Ele deve sentir minha confusão quando ele mergulha o rosto no meu e sussurra.

— O irmão de Monty Chandler, tio de Ash, reabriu a academia Titan’s Tribe. Ele não foi convidado.

— Oh. — A palavra cai dos meus lábios.

— Ele não é nada além de problemas. Eu não vou sair do seu lado até que ele seja expulso. — ele sussurra.

Quero gritar que eu o conheço de algum lugar. Eu limpo minha testa, lutando para apagar a confusão. Tem que ser o vinho. Tem que ser, porque não há como conhecer alguém da família Chandler aqui em Washington. É um longo caminho desde Iowa.

Boss aparece do nada. Ele mantém os ombros eretos enquanto enfrenta Landon de frente. Estamos muito longe para ouvir a conversa, e logo os corpos se aglomeram nos dois homens. A intensidade da atmosfera se multiplica. A bile se agita na minha barriga, e a sensação repugnante que eu costumava sentir me dominar toma conta. Memórias me inundam. O sorriso e a presença do homem se confundem na memória, mas nenhum deles fica.

Os cabelos na parte de trás do meu pescoço despertam a atenção. O medo familiar reveste minha pele, rastejando e formigando em minha alma. Jaco. É ele. Mas não ele. Eu sinto em todos os lugares, mas não consigo conectar os pontos.

— Baby, você está bem? — Jag me segura apertado. — Você está tremendo.

Eu consigo apenas acenar com a cabeça, em seguida, enterro meu rosto em sua camisa branca. A conversa dos homens fica mais alta com cada palavra clara como o dia. Meu corpo não consegue desativar seu modo de pânico.

— Você não foi convidado aqui. — rugiu Boss.

— Não perguntei se eu fui.

— Saia.

— Tenho certeza que a Outlaw Energy Drink estaria interessada em apoiar um dos meus lutadores. Só preciso de um momento com eles.

— Titan’s Tribe é lixo e será retirada daqui. Pedindo-lhe mais uma vez para sair. — Boss grita.

O farfalhar segue. Eu não olho para cima.

— Eu tenho um lutador por Jag. Tenho certeza de que o Outlaw Energy Drink irá patrociná-lo em sua academia amanhã.

— Besteira!

Uma nova voz entra em cena.

— Jesus, os executivos estão jogando neste show de merda. — Jag murmura. — Algo não está certo.

Entre o medo e a ansiedade passando por mim e as palavras de Jag se aproximando, percebo que não pertenço aqui. Ele não precisa se preocupar comigo. Não, ele precisa de toda a sua concentração em sua profissão. O homem merece isso.

— Jag. — Eu olho para ele. — Eu não me sinto bem. Acho que é um problema no estômago ou algo assim. Vou pegar um táxi para casa.

— Não. — Sua mandíbula tenciona e seus braços se apertam em volta de mim.

Coloco minhas mãos em seu peito e olho em seus olhos amorosos. — Eu não me sinto bem. Você precisa estar aqui. Vou te mandar uma mensagem assim que eu me arrastar para sua cama.

— Sunni...

— Por favor. — eu imploro. — Estou doente.

É mentira e verdade ao mesmo tempo. Estou doente. Não é o vírus típico, mas uma infecção na minha alma que me segue todos os meus dias. Eu dou um passo para trás antes que ele possa responder. O rugido da reunião de negócios improvisada se intensifica.

Jag passa as mãos pelo cabelo, cerrando os punhos de tudo o que está acontecendo. Eu deveria sentar, ficar quieta e deixar Jag cuidar do que ele precisa. Eu deveria.

Landon Chandler vira o olhar para nós. O brilho do mal em seus olhos me assombra. Jag desliza seu cartão de débito na palma da minha mão. Tenho certeza de que não pertenço aqui. Sem pensar duas vezes corro para a saída e tiro as sandálias. Olho por cima do ombro para ver Jag me perseguindo, em seguida, sendo puxado de volta por um grupo de seus companheiros de combate.

Um dos meus calcanhares desliza, me enviando para frente. A sola do meu pé descalço bate no chão de mármore. Não paro de fugir do meu passado. Se eu aprendi alguma coisa foi que meus erros anteriores nunca deixarão de me perseguir.


Capitulo Dezessete

Jag


— Sunni! — Eu avanço atrás dela apenas para ser puxado de volta por Trick.

Eu jogo um cotovelo de volta, derrubando-o. Cruz me puxa direto para o círculo da morte. Olho mais uma vez para ver que Sunni desapareceu. Não tenho dúvidas de que ela está doente, mas não com gripe ou resfriado. É algo muito mais profundo, algo além de sua pele. Eu faria qualquer coisa por ela. Com o passar dos dias me ocorreu que seus segredos são mais sombrios do que eu jamais poderia imaginar.

— A escória de Chandler não é bem-vinda na minha academia. — Boss é segurado por Trick e outro lutador.

Ele está a três segundos de estar desequilibrado. Eu só vi o homem perder sua merda um punhado de vezes, e não foi uma visão bonita. Landon continua cuspindo sua conversa de lixo, incitando Boss. Ele é um fodido Chandler por completo. Pode não ser Ash ou Monty em pé na nossa frente, mas é tudo a mesma coisa.

Um executivo do patrocinador Outlaw Energy Drink tem um sorriso estampado no rosto, ele está curtindo o show de merda. Tudo o que ele está vendo são cifrões e propaganda. Ninguém vai intervir e logo haverá um banho de sangue.

— Você e seus lutadores, na verdade, qualquer um associado com o sobrenome Chandler não são bem-vindos na minha academia. — As veias de Boss saltam do pescoço e pulsam a cada sílaba.

— Viados. Isso é tudo o que os Diablo’s Throne são. Lutadores seguros que só aceitam uma luta quando sabem que podem ganhar. Um bando de frouxos. — Landon cruza os braços sobre o peito, sem mostrar sinais de parar seus insultos.

— Chega. — Eu empurro Boss. — O que diabos está acontecendo?

— Você e meu melhor lutador amanhã na sua academia. — Landon responde sem hesitação.

— Sem chance. — Eu dou um passo para frente.

Landon olha para a gangue de lutadores atrás dele. — Eu te disse que eles são merdas de galinha. Merda da merda. Uma boceta.

Os neurônios no meu cérebro disparam. As sinapses se conectam, pensam e agem por conta própria. Meu punho voa, envolve a gravata dourada do bastardo presunçoso e puxa-o para mim. Nossos rostos param a centímetros. Os homens que nos rodeiam se aproximam, gritando e se contorcendo para me arrancar desse idiota.

— Vou lutar o meu melhor e assinar meu nome com o sangue dele. Mas isso não vai acontecer amanhã. Eu não sou idiota. Pese-nos amanhã, depois a luta no dia seguinte será em um local onde nenhuma academia tenha influência. E então eu vou te mostrar quão grande é a porra da minha boceta. — Eu o empurro de volta, caindo nos braços de seus lutadores. — Eu vou deixar você até lamber.

Eu me viro para ver Boss fervendo de raiva. Ele não está impressionado. Nem eu. Landon Chandler é persistente. Vou dar o que ele quer e ter prazer em fazê-lo.

— Vamos. — Eu levanto meu queixo.

— Jag. — ele avisa.

Eu endireito meus ombros enquanto o encaro nos olhos, sem recuar. — Eles não estão indo embora e precisam de uma bota empurrada na sua bunda para impedir que seu lixo fale. Eu vou lutar e representar o Diablo’s Throne. É hora de justiça. Nossa justiça.

Meu plano é deixar esse show de merda. Uma noite que estava se aproximando do topo da minha lista rapidamente se transformou em inferno. Eu queria passar o resto da noite dançando com Sunni, comendo bife no jantar e correndo para casa para transar com ela de seis maneiras até domingo. Tudo voou pela janela.

Os executivos têm outras ideias. A música toca enquanto o idiota pega o microfone no palco principal. Ele ajusta a gravata de designer e espera que a sala se cale.

— Acabou de ser agendado. Você não vai acreditar no que estamos fazendo e vamos patrocinar. — Ele faz uma pausa. — Jag do Diablo’s Throne e Tank do Titan’s Tribe estarão em uma luta sancionada e patrocinada no dia depois de amanhã na arena de Holt.

A sala implode. Fãs, outros patrocinadores e funcionários da liga alimentam o fogo. É parte do tango que eu nunca quis me envolver. Só estou aqui para lutar. Ele fala sobre os detalhes e sobre o site para comprar ingressos. Eles vão tão longe quanto engessar um Tweet e hashtag na tela grande. Telefones zumbem pela sala.

Eu me volto para Boss. — Como diabos eles fizeram tudo acontecer tão rápido?

— Cifrões, garoto. — Ele bate no meu ombro.

Ele tem razão. É tudo sobre dinheiro e exposição. Não resolveu bem, estamos prestes a dançar novamente com Titan's Tribe. É inevitável. O mal sempre existirá, é uma lição que eu aprendi repetidamente. A questão é como vou encarar isso. O pensamento me excita. Eu cerro meus punhos enquanto a adrenalina viciante toma conta.

Estou cercado por um mar de pessoas e subo ao palco. Duas garotas de biquíni me cercam, penduradas nos meus braços. Eu não me concentro nessa merda, e sim no covarde ao meu lado. Ele não recua. Eu posso ver isso em seus olhos. Ele está com sede de bater na minha bunda. Eu respeito-o por isso. Talvez, apenas talvez, Landon Chandler esteja tentando corrigir os erros da Titan's Tribe. Ele tem um enorme buraco para cavar a si mesmo.

Eu posso dar a alguém o benefício da dúvida. Acreditar neles é um erro fatal e um que eu não cometerei.

— Jag. — Meu nome é gritado.

Eu olho para a esquerda para ver um repórter armado com uma enorme câmera Nikon.

— Dê-me uma boa. — ele grita.

Para satisfazê-lo, flexiono meus braços em uma pose. As mulheres ao meu lado se reajustam, penduradas nos meus pulsos, então eu sinto seus lábios em cada uma das minhas bochechas.


Capitulo Dezoito

Jag


— Quer sua bunda chutada por mim agora ou mais tarde? — Boss mantém a porta aberta para mim.

— Provavelmente é tarde demais para um idoso estar chutando a bunda de alguém. — Eu passo pela porta.

A mão de Boss se conecta com a parte de trás da minha cabeça enquanto ele rosna.

— O que diabos você estava pensando? — Andamos lado a lado pela calçada em direção ao nosso carro.

Boss, assim como eu, dirigiu seu carro hoje à noite, ignorando a limusine extravagante.

— Nossas costas estavam contra a parede. Um velho sábio me ensinou uma vez a lutar de volta. Isso é o que eu fiz.

— Você está brincando com fogo, garoto. — Ele não olha para mim enquanto caminhamos pela calçada.

— Eu sei. — Eu paro de andar e olho para Boss. Ele faz o mesmo. — Aqui está o show. Eles não iam parar de nos empurrar. O lixo falando me comeria vivo, você sabe disso. É uma luta sancionada. Como eles fizeram isso, eu não tenho ideia, e será em uma academia que está em terreno neutro.

Boss abre a boca para uma refutação, mas eu não terminei.

— E uma vez que eu chute seu traseiro, Titan's Tribe não terá nada para segurar nossas cabeças em Vegas. É isso aí.

Boss agarra a nuca e balança a cabeça. O estresse dos últimos anos afetou o homem que mantém todos nós juntos. Você nunca saberia por suas ações. Seria preciso alguém próximo a ele para reconhecê-lo.

— Nós temos isso. Esses idiotas não vão nos machucar. Nós temos o que eles não tem. — Eu bato no ombro dele. — Coração, fogo e desejo, e também uma bunda sexy de um treinador foda.

Ele sorri, lutando para segurar sua risada. Não dura muito antes de ele explodir, em seguida, bater na parte de trás da minha cabeça, o tempo todo murmurando o quão grande de um idiota eu sou. É neste momento que sei que tudo ficará bem.

Metallica toca a caminho de casa. As luzes da rua passam, e tudo que tenho em mente é um pequeno feixe quente de sol. O apartamento está quieto quando entro. Leva tudo dentro de mim para manter minha boca fechada e me arrastar até o quarto.

Eu acho Sunni enrolada em uma bola no centro da cama. Seus cachos caem em cascata ao redor dela como um halo. Sua pele cremosa está exposta da cintura para cima. A luz da rua que entra pelas cortinas destaca seus mamilos perfeitos.

— Se segura, garoto. — eu sussurro para mim mesma e aperto meu pau endurecido.

Eu tiro minhas botas, saio do resto das malditas roupas e ando até a beira da cama. Eu levo um momento para absorver essa mulher. Nunca soube que uma pessoa iria aparecer e bater na minha bunda. Eu teria chamado alguém de mentiroso se eles me dissessem que aconteceria. Sunni Brown provou-me o contrário, vez após vez.

Seu telefone repousa no travesseiro ao lado dela. Eu o pego e olho em volta procurando por um carregador. Ele escorrega da minha mão, batendo no chão de madeira. O som ecoa ao redor do quarto, soando como uma maldita granada.

— Merda! — eu digo, inclinando-me para pegá-lo.

A tela acende quando eu faço. O que vejo na tela faz meu sangue gelar. Minha mandíbula fica tensa e minha coluna endurece quando olho para a foto me provocando.

— Porra.

A imagem de alta definição de mim no palco com duas garotas do ringue penduradas em mim com os lábios fechados em cada uma das minhas bochechas pisca de volta para mim. Eu olho de volta para Sunni, procurando evidências de lágrimas ou pelo menos um travesseiro manchado para não encontrar nada.

Ela não chorou até dormir? Por que ela não está acordada, fervendo e zangada como o inferno? Alguma coisa está errada. Empurro isso para o fundo da mente e rastejo para a cama. Coloco o telefone dela na mesa de cabeceira. Sunni sussurra quando eu a puxo para mim.

— Jag. — Meu nome cai de seus lábios em uma névoa sonolenta e pesada.

— Sim, baby, estou em casa. — Eu beijo sua testa.

Sunni se aninha no meu peito enquanto envolve o braço em volta de mim. Ela respira profundamente e suspira.

— Como foi o resto da noite? — Ela murmura.

Ela está me provocando? Porra, eu joguei este jogo com mulheres por anos agora. Seu corpo está relaxado, não tenso. Ela está derretida em meus braços e bem. Não há um único fator que demonstre que ela está chateada.

Eu corro meus dedos pelos seus cachos soltos. — Aconteceu um show de horrores depois que Landon Chandler mostrou seu rosto.

— Você está bem? — Sua cabeça aparece, preocupação cobrindo seus traços.

Eu beijo seus lábios antes de responder. — Estou bem, menina. Você está bem?

— Eu estou agora. — Ela sorri.

— Eu vi o seu telefone. — Eu arranco o Band-Aid da ferida. Recuso-me a deixar que um mal-entendido nos arruíne.

Ela inclina a cabeça, ainda relaxada, não ficando irritada.

— A imagem das mulheres me beijando. — Eu a ajudo, cortando todas as besteiras.

Ela se senta, a palma da mão plantada no meu peito. Sua pele nua fica exposta a mim. — Você está com raiva de mim?

— O quê? — Meu cérebro gira em confusão. Estou perdido agora. Ela é quem deveria estar furiosa comigo.

— Pesquisando seu nome. — Sunni joga sua perna em cima de mim em uma posição estendida. — Eu procurei o seu nome porque queria me ver através de você. Eu olhei para as imagens, amando as mais novas. Quando atualizei, aquela foto apareceu.

— E? — Eu levanto uma sobrancelha e aperto sua bunda.

— Eu vi a foto, em seguida, li o artigo. — Ela mordisca o lábio inferior. — Você está animado para a luta?

Eu sento até que estou a centímetros do rosto dela. — Você não está chateada com as fotos?

Ela encolhe os ombros.

— Nada dessa merda...

Eu inclino minha testa para a dela. — Me fale a verdade. Este é o nosso espaço e você precisa deixar essa fachada.

Seu lábio inferior treme. — Eu não gostei de ver. Não mesmo. Outras mulheres em seus braço nunca serão algo de que eu goste. Demorei alguns momentos para perceber que tudo faz parte da sua carreira. Eu respirei fundo e lembrei o quanto você me ama. Isso me tranquilizou, depois adormeci.

— É isso? — Eu pergunto.

— É isso, Jag. Não me entenda mal, vou levar tempo para me acostumar com o seu mundo, mas vou por sua causa.

— Foi tudo um golpe de publicidade. Honestamente, estava mais focado no que estava acontecendo do que nas vagabundas dos meus braços. Uma vez que seus lábios pousaram em minhas bochechas, eu enlouqueci. O repórter deve ter um dedo rápido no gatilho.

— Não. — Suas mãos percorrem a parte de trás do meu pescoço. — Não fale sobre isso. Isso é demais. Desde que você deixe todos saberem que você é meu, eu estou bem. Eu confio em você, Jag.

Sunni inala bruscamente, deixando-me saber que aquelas palavras não eram confortáveis para ela falar. Elas não são nem de perto simples para eu digerir também. Eu estava armado e pronto para uma batalha seguida por uma gritaria. Merda, essa é a única maneira de eu saber que essas coisas funcionam.

— Obrigado. Eu não estou dizendo essa palavra porque você não está chateada com a foto, e sim porque você foi honesta, e isso significa tudo para mim, Sunni.

Desta vez seus lábios caem, a tristeza dança em seus olhos e isso me entristece. — Quando você estiver pronta. — Eu me inclino e beijo sua clavícula. — Quando você estiver pronta, garota.


Capitulo Dezenove

Sunni


— Você está aqui. Graças a Deus. — Layla me entrega Bella. — Você pode tomar conta dela enquanto eu resolvo esse show?

Layla corre para o mar de gente. Estou mais do que feliz por não estar envolvida nisso. Gordura rançosa de batata frita sai dos meus poros. Eu precisava tomar banho antes de vir para cá, mas não queria perder a pesagem. É a única coisa que Jag me pediu para participar esta manhã.

Cinco ou seis guarda-costas rodeiam a Bella e a mim. Meu coração se acelera e eu recuo.

— Tudo bem, senhora. Nós sabemos quem você é...

Minha mente fica em branco e minha visão se embaça. Eu mantenho Bella agarrada ao meu lado. Eles estão aqui por mim. Meu tempo acabou. Bella. Eu tenho Bella em meus braços, ela não pode ser envolvida nessa bagunça. Ela será uma vítima com certeza ao ser relacionada com o meu nome.

— Você está bem? — Um dos homens segura meu ombro, me estabilizando.

— Sim. — Eu limpo minha garganta. — O que você estava dizendo?

— Nós sabemos quem você é. Jag e Boss deram ordens para mantê-la segura. Agora que você tem Bella em seus braços, haverá segurança extra para você.

Eu engulo o medo. As lascas e os cacos da fatia de dor diminuem. Bella me tira do transe quando suas pequenas mãos batem nas minhas bochechas. — Wag.

Eu olho para ela. Seu dedo indicador balança descontroladamente no ar. — Wag! Wag! Wag!

Sua voz fica mais alta a cada vez que ela grita seu nome. Mesmo que a sala de conferências esteja lotada e cheia de excitação, sua voz doce e pequena transpõe a multidão. Jag olha para cima, reconhecendo seu nome. Quando ele faz contato visual conosco, Bella enlouquece em algum grito estridente de guerreiro.

Jag joga a cabeça para trás em gargalhadas e, em seguida, envia-lhe uma combinação de socos. É tudo que posso fazer para mantê-la em meus braços. Ela canta seu nome várias vezes, chamando diferentes socos. Consigo caminhar até uma fileira de cadeiras almofadadas empoleiradas contra a fileira de trás. Já que Jag, Boss e Cruz estão em um palco, minha visão é perfeita.

— Peito. — Bella estende a mão para a bainha de sua blusa e puxa para cima, repetindo a palavra várias vezes.

— Oh, querida. — Eu puxo para baixo sua camiseta.

Meu telefone toca, e eu o pego para ver o nome de Jag na tela.

Pau Monstro: Eu te amo muito.

A visão do meu telefone distrai Bella de rotular suas partes do corpo. Seus dedos gordinhos saem das minhas mãos. Eu assisto com espanto enquanto ela domina os botões e passa pelas minhas telas.

Seu lábio inferior sai e treme. — Bubbles.

— O que, querida? — Eu empurro sua franja para fora de seu rosto e ajusto o arco no topo de sua cabeça.

— Bubbles.

Estou perdida. Sem noção enquanto ela repete as palavras uma e outra vez, batendo o telefone com o dedo rechonchudo.

— Senhora, deixe-me. — Um dos guarda-costas familiar se aproxima e agarra o telefone.

O demônio interior de Bella sai. Eu nunca tive medo de Jag ou Cruz depois de conhecê-los, mas a birra que Bella está fazendo agora me faz temer pela minha vida. Seu grito poderia perfurar o tímpano de qualquer um. Seus pés e mãos se agitam no ar. Seu corpo minúsculo quase se contorce fora do meu aperto.

— Aqui. — O guarda-costas coloca o telefone de volta na visão de Bella.

É como mágica. Seus gritos param e ela pega o telefone. Suas risadas agora soam pela sala. Puta merda, eu nunca vi alguém mudar o humor tão rapidamente. Especialmente alguém do tamanho de Bella. O guarda-costas coloca um copo de suco ao meu lado e acena para mim.

Não só esta princesinha tem uma família amorosa, mas também um segurança e uma babá. Eu coloco meus lábios nos cabelos de bebê suaves como plumas, saboreando seu aroma doce.

— Você é abençoada por ter tantas pessoas que amam você. — eu sussurro para ela.

Bella não olha para cima do meu telefone enquanto borbulha com o dedo gordinho. O caos na sala é surdo para as orelhas dela.

Layla me dá um sinal de positivo do palco e uma careta de desculpas. Eu sorrio de volta, amando o lugar onde estou, mesmo com a explosão de Bella. Há muito movimento e espera até que outro homem seguido por seu próprio exército se junte à sala. É quando o nível de ruído aumenta, assim como a tensão na sala.

Jag cruza os braços sobre o peito, é então que percebo o que está impresso na camisa dele. Minhas bochechas ardem. Eu gosto de mel. Degustação grátis.

A frase é seguida por uma seta apontando para o pau de Jag. A manhã em nossa cozinha volta de novo na mente.

Deixei para Jag jogar um pouco de humor nessa situação tensa. Eu seria a única a entender a piada. Jag não mostra um lado de seu humor imbecil. Uma vez que os outros homens entraram no palco, ele é todo jogo. Esse olhar em seu rosto quando ele está prestes a entrar no ringue é mantido firme no lugar.

O que acontece a seguir é confuso como o inferno. Jag e outro homem olham um para o outro como se quisessem arrancar suas cabeças. Isso tudo acontece depois que eles pisaram em uma balança e seus pesos foram anunciados. Agora eles olham nos olhos um do outro, nariz a nariz e prontos para rasgar um ao outro.

Eu aperto Bella por segurança. Ela não me dá nem um pouco de atenção, absorvida no jogo do meu celular. Eu olho em volta e ninguém mais parece pensar que algo está errado. Estou pronta para ver os dois homens darem socos. Mas eles permanecem congelados por longos e prolongados momentos.

O oponente de Jag é o primeiro a recuar. Ele bate no peito e ruge para a multidão. Ele não para por aí, mostrando o tempo todo que está provocando. Jag não se envolve. Ele puxa a camiseta, mantendo o rosto de poker no lugar. Boss e Cruz estão ao seu lado com olhares idênticos cobrindo seus traços.

É como preto e branco entre as duas equipes. Um quieto, confiante e respeitoso enquanto o outro é vocal. Eu não poderia estar mais orgulhosa de Jag do que neste momento. Este não é ele, e eu sei que é preciso cada grama de sua força para permanecer quieto. Um sorriso gentil dança em meu rosto enquanto observo o homem que eu amo ficar lá com orgulho e confiança.

Meu peito aperta com amor a cada segundo. Meu telefone prende a atenção de Bella até que a sala silencia. Eu não me movo, esperando por Jag e o resto da equipe. Eles desapareceram atrás de uma porta fechada vinte minutos atrás. Mesmo que restem apenas dez pessoas, os guarda-costas permanecem bem perto de mim. Eles são silenciosos e não esmagadores e, no fundo, são reconfortantes.

Uma porta ao lado do palco se abre. É a primeira vez que Bella olha para cima do telefone. Ela o joga no chão e pula do meu colo, gritando sua versão de Jag. Ele cai de joelhos sem pensar duas vezes, jogando os braços bem abertos.

— Eu juro que somos fígado picado, somos nada, quando ele está por perto. — Cruz resmunga.

— Eu sei. — Layla dá um tapinha no peito dele. — Ela ainda é a garota do papai. Não se preocupe com isso.

— É porque ele é um maldito palhaço. Que criança não o amaria? — Boss acrescenta.

Eu me levanto e estico meus membros. É a verdade. Boss não poderia ter dito melhor. Os futuros filhos de Jag nunca terão ideia de como são abençoados. Eu não deixo a tristeza entrar e bloquear. Este é o momento de Jag.

— Jag já disse sim, mas eu quero pedir a você primeiro. — Layla dirige suas palavras para mim.

— O que é isso? Eu deveria estar com medo? — Todos riem.

— Você é uma garota inteligente. — Boss envolve um braço em volta dos meus ombros, me surpreendendo.

Quando Layla termina de rir, ela diz. — Em qualquer outro momento eu diria que sim. Mas não é nada grande. Cruz e eu queremos ir a um show local, e Jag se ofereceu para cuidar de Bella.

— Nós a amamos. — eu digo sem pensar.

— Você tem certeza? Ela é cansativa.

— Confie em mim, ela me assustou mais cedo quando eu não sabia o que eram 'bubbles'.

Os ombros de Cruz tremem. — Eu vi seu pânico do palco. Ainda bem que ela tem todos esses homens treinados.

Continuamos conversando, esperando que Jag e Bella terminassem o combate de wrestling. Eu descubro que os guarda-costas são lutadores em ascensão. Inferno, eu pensei que era algo oficial e chique. Isso cimenta o fato de esses homens serem uma família, onde os laços não podem ser quebrados e suas costas sempre serão cobertas.

— Madré. Madré. Bella corre, jogando seus punhos fechados na coxa de Layla. Uma vez que ela tem a atenção de sua mãe, ela dá um tapinha no peito sobre o logotipo do Diablo’s Throne. — Eu vou Wag.

Layla se ajoelha e fala com sua filha em espanhol. A única palavra que eu pego é sim, e o que quer que ela diga, apazigua Bella. Seus olhos se iluminam, ela corre até o pai e lhe dá beijos e abraços, então está nos braços de Jag de novo.

— Você está esquecendo de alguém? — Boss se aproxima de Jag e levanta os braços.

Bella grita algo em espanhol que ama em seu avô. Ela não pula em seus braços, mas se aconchega em seu peito enquanto terminamos de falar. Layla me conta tudo sobre Bella e a hora que eles esperam estar em casa.

Cruz e Layla finalmente saem depois de beijar sua filha. Ela não poderia se importar menos que seus pais estão saindo. Eu acho que isso pode machucá-los mais do que o fato de eles estarem deixando a filha.

— Venha para Wag. — Bella aperta as bochechas de Boss.

— É minha hora de dormir, baby Bella.

Seu lábio inferior sobrepõe e saem lágrimas nos olhos dela.

— Vamos, meu velho, temos um bife extra e uma dose de Geritol. — Jag bate nas costas dele. — Merda, você pode até dormir. Podemos pegar uma caixa de Depend14no caminho para casa.

Eu ouço Boss resmungar enquanto saímos pela porta. Com certeza ele chutaria o traseiro de Jag se ele não estivesse segurando a neta em seus braços. Uma das coisas que eu mais amo nesta cidade é que tudo está a uma curta distância. Jag segura minha mão enquanto andamos os seis quarteirões até o nosso apartamento.

Boss e Jag falam sobre a luta de amanhã. Estou chocada por eles estarem tão calmos a respeito disso. Você pensaria que eles estavam falando de uma transferência de dinheiro ou de um pedido de um ketchup, não de um jogo em que um ou ambos os homens fossem espancados até ficarem ensanguentados. Eu me encolho, pensando nos hematomas no rosto de Jag da última luta que levou uma boa semana para se curar.

Jag destranca o apartamento e mantém a porta aberta para todos nós entrarmos.

— Deixe eu me trocar, então eu vou começar o jantar. — eu anuncio.

Jag me segue de volta para o nosso quarto, enquanto Boss e Bella se acomodam no sofá. Ela nunca esteve aqui desde que me mudei, mas é claro que ela visitou seu tio Jag antes pelo jeito que ela se sente em casa quando ela tira seus sapatos brilhantes.

— Baby, eu vou cozinhar. Você trabalhou hoje. — Jag segura meus quadris, puxando minhas costas para seu peito.

— Não é como se você estivesse descansando e comendo batatas fritas. — Eu envolvo os dois braços ao redor de seu pescoço. — Vá relaxar e aproveite. Meu homem precisa vencer amanhã.

— Baby, você tem certeza? — Ele beija o lado do meu pescoço.

— Vá. — Eu o empurro. — Deixe-me trocar essas roupas fedorentas e estarei lá.

Jag resmunga e apalpa minha bunda antes de sair do quarto. A tagarelice feliz do lado de fora energiza meus membros exaustos. O cansaço em meus pés desaparece enquanto eu me movo pelo banheiro, colocando uma roupa confortável.

Bella tem os dois homens entretidos quando eu ressurjo e vou para a cozinha. Eu tinha uma salada e legumes cortados preparados de algumas noites atrás. Não é preciso tempo para cozinhar os bifes em uma grelha de George Foreman. São as batatas carregadas que levam mais tempo. Jag me disse que precisaria ingerir carboidratos hoje à noite. Eu procurei uma receita no Pinterest ontem e encontrei todos os ingredientes.

— Você continua ensinando coisas ruins e Layla vai chutar a sua bunda.

— Bunda. Bunda. Bunda. — Bella segue os homens na cozinha, cantando. Jag ri, encorajando o comportamento. Boss coloca a menina em seus braços, fazendo o melhor para corrigir o erro. Jag agarra uma cerveja da geladeira para Boss e me serve um copo de vinho. Eu tomo um gole e o beijo sem pensar. Tudo parece tão natural entre nós.

Nós apreciamos várias risadas e uma ótima refeição. Nossos visitantes improvisados são perfeitos para relaxar Jag antes de sua grande e inesperada luta.


Capitulo Vinte

Sunni


O sol queima minha pele através das cortinas abertas, oferecendo o calor perfeito para me manter em uma névoa sonolenta. Eu deveria levantar. Layla e Cruz apareceram por volta da meia noite da noite passada para pegar Bella. Jag e Bella há muito tinham desmaiado no sofá enquanto assistiam a uma maratona de Tartarugas Ninjas.

Claro, isso foi antes de Jag ter desenrolado dois rolos de toalhas de papel e feito espadas dos tubos. Isso não durou muito tempo, e logo se tornou Jag o treinador pessoal de Bella cuspidora de fogo do dragão, e eles conquistaram todos os territórios. Boss escapou no meio da ação. Foi bom conhecê-lo mais. Não tenho certeza se foi a cerveja e o vinho que fizeram a nossa conversa fluir ou se era apenas a natureza amorosa de Jag.

Pau Monstro: Rosas são vermelhas. Violetas são delicadas. Você é o seis e eu serei o nove.

Eu balanço minha cabeça no texto insano de Jag. O homem me devorou ontem à noite e esta manhã antes de sair para a academia. Ele saiu às seis da manhã para ter a cabeça no estado de espírito certo.

Eu: Você fez isso esta manhã. Foi tão esquecível?

Pau Monstro: Foi apenas um teste de sabor.

Eu: Foco, lutador. FOCO!

Pau Monstro: Layla estará no ginásio mais cedo. Venha se juntar a nós em torno de 3?

Eu: Eu diria que tenho que trabalhar, mas estou supondo que você...

Pau Monstro: Sim. Inferno sim, eu fiz mais de uma vez.

Eu: Vejo você às 3! Xoxoxo

Pau Monstro: Mal posso esperar para te comer... Te amo, garota.

Eu lanço o telefone na mesa de cabeceira e balanço a cabeça. Vai ser um dia longo até a luta acabar. Meus músculos anseiam pelo sexo quente, como foi depois da última luta. Jag estava no limite. Sua adrenalina e hematomas empurraram o sexo para o topo. É sempre incrível, mas Jag com adrenalina por causa de uma luta faz com que a terra se abale.


***


Layla não está tão confiante quanto na primeira luta. Eu pego seus tiques nervosos de passar as mãos pelo cabelo e depois pelo jeans skinny escuro. Eu estou muito orgulhosa de como estou calma até ela sentar ao meu lado. Eu sei que há muita história entre essas duas academias. O ódio é tão palpável no ar que circula no grande ginásio.

É estranho não ver a logomarca do Diablo’s Throne emplastrado nas paredes junto com suas três palavras “Coração, Fogo e Desejo”. Tem tudo o que uma academia teria, incluindo o octógono, mas ainda assim parece estranho.

— Você está brincando comigo? — Layla salta do nosso lugar na primeira fila.

— O quê? — Eu me levanto ao lado dela, tentando olhar na mesma direção. Layla não me responde. Ela marcha para um salão que leva de volta ao vestiário. Não demora muito para ela reaparecer com Boss em seus calcanhares. Eu nunca vi a semelhança deles até agora. Suas narinas se abrem, os queixos são erguidos e os olhos são frios, ásperos e pontiagudos.

Eu recuo enquanto eles passam por mim. Eu não posso deixar de segui-los, intrigada com o que diabos está acontecendo. Alguém ou algo cruzou os Diablo’s, e isso significa que é uma ameaça direta ao Jag. Isso não pode estar acontecendo agora.

— Seu filho da puta. — Boss voa para frente, puxando um homem para baixo por seu colarinho.

Ele não para e o arrasta para fora da academia para a calçada da frente. Eu sigo o caos, tendo um bom tempo para acompanhar. Em um piscar de olhos vejo um Jag mais velho parado na frente de Boss. Um calafrio rasteja pela minha espinha. Não há dúvidas de que esse homem é seu pai. O bastardo presunçoso tem a coragem de sorrir e manter a cabeça erguida no uniforme da Titan’s Tribe.

Boss vai matá-lo. Eu não duvido disso. Aprendi mais sobre a profundidade do abuso que esse homem fez com Jag. Ele não estava apenas sendo esbofeteado. Jag foi prejudicado de maneiras que nenhum menino deveria ter que ser. Partes de seu passado eram impossíveis de digerir, eu não era capaz de compreender.

O mal que atravessa o ar faz com que as intenções desse homem sejam claras como o dia. Ele está aqui para arruinar tudo para Jag e as pessoas que o apoiaram ao longo dos anos.

— Algo engraçado, filho da puta? — Boss empurra o homem pelo ombro.

Ele levanta as mãos como se fosse inocente em todo esse cenário. — Apenas um homem trabalhando em seu novo emprego.

— Sobre o meu corpo morto. — Boss grita, avançando sobre ele. — Você e eu sabemos que você está aqui por um motivo.

— Você está falando do meu filho? — Ele sacode a cabeça.

O homem apenas selou seu desejo de morte. Boss não diz uma palavra antes de inclinar o braço para trás e atingir o homem na mandíbula com força brutal. Eu nunca vi alguém dar um soco com tanto ódio.

Não penso antes de me mover, correndo de volta pela porta e pelo corredor até os vestiários. Não faço ideia de que sala Jag está.

— Jag! — Eu grito seu nome mais e mais até que uma porta se abre e sua cabeça sai. Cruz está bem atrás dele. Seus olhos se arregalam e ficam frenéticos quando veem meu estado.

Merda. Preciso me acalmar. Uma vez que eu disser a Jag o que tenho a dizer, ele ficará furioso.

— Boss. — Eu suspiro por ar. — Ele está fora. Seu... uh.

Eu tropeço nas palavras. Eu sei que esse homem não é o pai de Jag. Ele pode ter dado a Jag seu DNA, mas é aí que termina.

— Sunni. — Jag se aproxima de mim.

Eu balanço minha cabeça e solto tudo. — Seu pai está aqui. Boss vai matá-lo.


Capitulo Vinte e Um

Jag

 

— Fique aqui. — Eu empurro Sunni para o lado e corro pelo corredor. Passos trovejantes martelam atrás de mim. Cruz está me empurrando de volta enquanto eu explodo pela porta da frente. Eu dou de ombros. Uma multidão cerca os dois homens no centro. Eu empurro as pessoas, derrubando qualquer babaca no meu caminho.

— Ele não é seu filho, sua porra doente. Nunca foi. — Boss monta um corpo no chão, ambos os punhos voando e atingindo socos brutais.

— Boss! — eu grito.

Ele não para de atacar o alvo. Meu intestino torce, não querendo ver o rosto de Satanás. O pensamento de Boss matar um homem é o suficiente para me fazer mover.

— Boss. — Eu pego um de seus braços. Cruz está ao meu lado, puxando o outro braço de Boss enquanto Trick envolve seus braços ao redor do torso dele. Conseguimos puxar o touro furioso para seus pés. Mesmo com nós três usando toda a nossa força, mal conseguimos segurá-lo.

As sirenes da polícia soam à distância. Filho da puta. Aquele buraco no fundo do meu estômago que tem me sobrecarregado de preocupação e estresse hoje acaba de se expor. O homem que uma vez eu chamei de pai está na minha frente. Ele parece o mesmo que eu me lembro, seus olhos ainda escuros e frios. A única coisa que falta é o cheiro de uísque ou cerveja afogando todos os seus traços. Ele está usando o uniforme da Titan’s Tribe.

Eu ri. Uma gargalhada rompe a cena em frente de mim. Aqui está o trunfo subjacente que os Titan’s têm. Eles descobriram a única coisa que poderia me derrubar sem um único soco. A vida é uma cadela engraçada.

— Filho, você recebeu minha carta? — Abraham limpa o sangue do rosto com as costas da mão. Seu rosto já está inchado em volta dos olhos.

Eu empurro a cabeça para trás, saboreando a visão dele. Seu mal não vai me tocar. Eu tenho uma família e uma mulher que amo. É tudo que preciso. Esse pedaço de lixo não tem mais poder sobre mim. Tudo sumiu na noite em que as chamas deixaram sua carta em cinzas.

— É o seu pai, Cruz? — Minhas sobrancelhas se franzem quando eu pergunto a ele. Ele sacode a cabeça.

Eu jogo minhas mãos no ar. — Alguém reconhece esse homem? Ele está dizendo ser pai? Alguém quer reivindicá-lo?

Você poderia ouvir se um alfinete caísse na calçada rachada. Ninguém se move ou fala. Eu pego a visão de Sunni no fundo da multidão. Seus braços estão apertados ao redor da blusa do Diablo’s, o lábio inferior preso sob os dentes. Eu sorrio para ela. Mas é quando ela pisca que eu sei que tudo vai ficar bem.

Eu solto Boss e passo na frente dele. Ele e Cruz me avisam. Eu os ignoro. Meu tempo para a redenção caiu aos meus pés, e já é hora de pegá-lo e torná-lo minha cadela.

— Parece que você está senil, meu velho. — Eu dou de ombros. — O Estado oferece aconselhamento mental para um ex-presidiário como você.

Isso deixa as pessoas, que estão tão atentas a nós, com um ar de admiração. Abraão tem coragem de se aproximar de mim. Os cantos dos meus lábios se transformam em um sorriso maligno. Ele não mais se ergue sobre mim e nem chega perto de me intimidar. Eu poderia estalar seu pescoço com um rápido movimento do meu pulso. Lembrei-me dele como um gigante com músculos volumosos. Ele nunca foi nada disso. Sua estrutura é alta e magra. Com sua proximidade, o cheiro de uísque flutua dele.

— Já bateu uma garrafa, Abraham? — Arrasto o nome dele, diminuindo a finalidade dele na minha vida.

As sirenes perfuram o ar antes que ele possa responder. Quatro policiais invadem a multidão, separando-nos. Eles se encarregam da situação, latindo e exigindo respostas. Boss avança e diz a verdade. Ele não esconde seu ódio ou suas ações.

Boss e Abraham são levados para os carros da polícia e ordenados a esperar enquanto ocorre a checagem de antecedentes. Não fico chocado quando em questão de segundos Boss é liberado e o policial que verifica Abraham continua checando.

— Vá para dentro, filho, acerte sua cabeça. — Boss acena para mim, apenas para ser repreendido por um oficial por falar.

— Ele não é seu maldito filho! O menino sangra meu sangue, não o seu. Ele é meu e estou de volta para acertar as coisas. — grita Abraham. — Jag, você me deve. Eu mereço todo o dinheiro que você está ganhando.

Ele não cala a boca, então acaba algemado e colocado na traseira de um carro de patrulha. Isso não o impede de gritar meu nome e me ameaçar. Isso deveria ter me abalado. Mas não faz. A única coisa que me abala agora é o fato de que Boss está sendo mantido por policiais.

— Senhor, ele só fez isso para me proteger. Ele é meu treinador e pai. Eu tenho uma luta em três horas e preciso dele. — Eu me aproximo de um oficial.

Ele é bom o suficiente para me ouvir, mas não me reconhece. Os três oficiais conversam por um longo tempo antes de se separarem. Sei que Boss vai para a cadeia quando todos os homens lançam olhares de remorso.

— Senhor, você tem o direito de permanecer em silêncio...

O resto das palavras desaparecem. Minha cabeça gira e o chão treme. Isso não pode estar acontecendo.

— Jag, pare. Você tem isso. Vá bater no traseiro daquele filho da puta e mostre aos Titan’s como os homens de verdade fazem isso. — grita Boss enquanto sua cabeça é empurrada para o banco de trás de um carro de polícia.

Meu coração se quebra com a visão do meu herói sendo levado. Nada nunca teve o poder de me devastar como isso. Layla estremece ao meu lado. Lágrimas se acumulam em seus olhos enquanto o carro se afasta.

— Ouça. — Sunni empurra a multidão. — Layla, eu vou com você para a delegacia. Você pode libertar seu pai. Jag, você volta a se preparar para a luta. Cruz e Trick, vocês ficam com ele. Nós o traremos de volta antes que a luta comece.

Sunni levanta na ponta dos pés, agarra o braço de Layla e puxa-a para o estacionamento. Layla se move apenas com a ajuda de Sunni. As mulheres desaparecem em um canto. A multidão se dissipa. Eu olho para o sangue na calçada e me agacho até o cheiro me atingir.

— Eu vou assinar meu nome no sangue dele. — eu sussurro uma promessa para Boss.

— Elas podem fazer isso? — Pergunta Trick.

Cruz me dá um tapinha no ombro. — Eu não sei. Sunni parecia determinada, e uma vez que Layla estiver lá, Deus abençoe quem quer que tenha que aguentar seu temperamento latino.

Meus colegas de equipe e melhores amigos andam ao meu lado de volta ao nosso vestiário. É hora de recuperar minha cabeça e focar na luta. Um trabalho quase impossível neste momento.


Capitulo vinte e Dois

Jag


— Vinte minutos, cara. — Trick bate nas minhas costas, em seguida, meu rosto, me irritando. — Vinte minutos até a hora do show.

Nós permanecemos no vestiário em silêncio, enquanto os minutos se passaram de uma forma dolorosa. Eu mantive minhas batidas, me afogando na música enquanto batia meus pés seguindo o ritmo. Não fez nada para me acalmar. Todo esse show de merda dos Titan’s saiu pela culatra. A vingança correndo pelas minhas veias me assusta.

O som estrondoso da multidão aplaudindo e DMC gritando através dos alto-falantes penetra na sala.

— Ele não vai fazer isso. — eu digo em voz alta para ninguém.

— Nós temos você, Jag. — Trick joga meu moletom preto que eu sempre uso quando saio para a luta. — Vamos.

Eu fico de pé, puxando o capuz e colocando-o sobre a cabeça. Minhas mãos embrulhadas socam o ar, apontando em sequência. Eu salto de ponta a ponta, soltando meus membros. Meus pés dançam em um padrão memorizado. Vou lutar como se Boss estivesse no meu canto gritando ordens. Eu tenho o controle.

Cruz abre a porta e acena com a cabeça. Nós três estamos no meio do corredor esperando a minha música de entrada tocar. Eu mexo minha cabeça para frente e para trás, sacudindo os poucos nervos restantes. A abertura estridente de “Bob Esponja” explode.

O corredor atrás de nós se ilumina. Nós três nos voltamos para ver o que diabos está acontecendo. Uma figura alta com ombros largos que eu reconheceria em qualquer lugar entra e corre em nossa direção com Layla e Sunni em seus calcanhares.

— O que diabos você está esperando? — Boss bate no meu ombro.

Eu jogo meus braços para cima e o abraço forte. Eu aperto-o com força. A emoção correndo por mim é indescritível. É mais que amor e felicidade.

— Eu te amo, Boss. — eu sussurro em seu ouvido.

— Também te amo, filho. Aquele idiota nunca vai tocar ou prejudicar você, nem mesmo com a presença dele.

— Obrigado. — Eu quebro o abraço e agarro Sunni pelo braço, puxando-a para mim.

Eu bato meus lábios nos dela, separando seus lábios com a minha língua, e a beijo com força. Uma vez que eu a deixo ir, eu passo pelo corredor. Quando a música corta para “Straight Out of Compton” meu corpo inflama a vida. A adrenalina agora corre o show.

Eu bato no meu peito e saio correndo, saltando para o octógono. O combustível em minhas veias me empurra em uma confusão de energia, gritante, pulsante. Eu olho para o canto do Titan’s, e leva tudo dentro de mim para não cuspir neles.


***

Sunni


Meu coração bate em uma batida constante quando tomo meu assento novamente. Meus dedos tremem e suor corre da parte de trás do meu pescoço. Uma delegacia é o último lugar que eu pensei que ia acabar. Inferno, ainda fui voluntariamente. Eu sabia o que fazer com a lei e sabia que havia uma chance de conseguirmos que Boss fosse socorrido.

Eu permaneci nos cantos e deixei Layla assumir o controle. Os bons ganham às vezes. O registro limpo e a compreensão da polícia sobre Boss simplificaram o processo de fiança. Boss compartilhou conosco na viagem de volta para a academia que um dos policiais era o mesmo homem que tirou Jag de sua casa anos atrás.

Meu corpo estremece ao lembrar o que Abraham sussurrou para mim quando passou por mim.

— Eu sei quem você é. Pensei que você seria o ingresso para esmagar meu filho, mas parece que Jaco tem todos os tipos de conexões. Duplica o impacto.

Abraão lambeu os lábios enquanto era levado embora.

Meu tempo acabou. O conto de fadas feito para uma princesa chegou a um fim trágico. Layla me lembrou que Jag tem quatro meses até Vegas. Eu faria qualquer coisa para comprar aquele tempo, para amar o Jag. Isso vai destruí-lo.

A voz de Boss sai do canto de Jag enquanto ele passa uma pomada no rosto e termina dando tapinhas no rosto. Você nunca saberia que esses homens acabaram de passar por tudo o que passaram. Eles voltaram com força total.

O juiz verifica a boca e guarda os envoltórios nas mãos do lutador. O sino toca e Layla está de pé. Eu sigo o exemplo com minhas mãos agarradas ao meu peito. Jag dança em volta do ringue, balançando a cabeça de um lado para o outro. O outro lutador dá alguns socos. Jag dança em volta de cada um deles.

Eu não sei o que é pior, quando Jag está sendo socado ou a antecipação do primeiro soco. Os segundos se arrastam dolorosamente apertando meu coração. O lutador do Titan’s dá o primeiro soco. Seu punho pousa na ponte do nariz de Jag. Ele balança para trás, balançando a cabeça para fora, então levanta os braços, provocando o lutador.

Seu oponente se aproveita de sua postura, aterrissando vários socos, deixando rastros de sangue escorrendo pelo rosto de Jag. Layla grita profanidades de sua posição. É a única vez que a ouço xingar.

O sino toca, sinalizando o fim do round. Jag não pegou um soco nem se mexeu. Meu coração cai. Hoje tinha que ter sacudido ele. Cruz, Boss e Trick o circularam, cobrindo a maior parte de sua estrutura sentada. Eu o vejo cuspindo sangue em um balde, e toalhas de papel sangrentas caem para o canto. Trick esguicha água na boca de Jag antes que ele pule em seus pés.

— Pare de jogar. — Boss rugiu antes de Jag voltar para o centro do ringue.

O sino toca, e o segundo round começa do mesmo jeito, Jag sendo chutado. Eu começo a gritar junto com Layla, encorajando Jag. Eu vejo quando isso acontece. Jag. Seu corpo se enfurece em uma violenta tempestade de punhos voadores e chutes nas pernas.

Ele tem o outro lutador preso contra o ringue. Jag não tenta derrubá-lo ou colocá-lo em espera. Ele usa seus punhos, brutalmente batendo a merda do cara até que sua figura fica mole. Jag recua e sobe um braço, estabelecendo o soco final que envia seu oponente ao tatame.

O oficial tem que tirar Jag do homem porque ele não para. Boss e os outros homens pulam no ringue, forçando Jag de volta. Eles o seguram no canto até que todos os Titan’s limpem o octógono.

Uma vez que eles o soltam, Jag voa para o lado do ringue que os Titan’s acabaram de sair. Ele sobe o elo da corrente em um movimento rápido e atravessa o topo, o tempo todo batendo no peito.

— Landon, — ele ruge. — quem é a boceta agora?

De alguma forma, Jag chama a atenção de Landon sobre o rugido da multidão. Ele lança um olhar a Jag por cima do ombro.

— Quer um gosto, sua putinha? — Jag joga a cabeça para trás com uma risada maníaca fluindo de seus belos lábios. Ele ficou louco. No alto de sua vitória. Foi mais do que apenas ganhar a luta. Ele enfrentou seus demônios hoje e saiu do outro lado intocado.

Eu não absorvo a vitória até Jag pular do topo do ringue, aterrissando do lado de fora. Sua estrutura alta e magra corre para mim, contornando o ringue. Suor, sangue e luxúria escorrem da pele do homem. Ele não diz uma palavra enquanto agarra a parte de trás do meu pescoço, me puxando para ele. Ele sela seus lábios com os meus, ganhando aplausos da multidão. Meu rosto queima em vergonha.

Jag aprofunda o beijo, inclinando a cabeça e girando a língua na minha boca. Ele flexiona seus quadris nos meus. Seus shorts de luta de spandex destacam seu desejo por mim. Sua língua desliza para fora da minha boca. Jag pega meu lábio inferior entre os dentes, afundando em um prazer perfeito de dor. Ele arrasta os dentes sobre minha carne até que ela se solte.

— Porta. Dez minutos. — Ele beija minha testa. Seu suor escorre por mim. — Querendo um pouco de mel agora, garota.

Jag se exibe para a multidão quando corre para longe com as mãos levantadas no ar e seu pau saudando o público. Eu cubro meu rosto, tentando acalmar a chama que queima minhas bochechas. O homem não tem vergonha alguma. Eu vejo sua forma até que ele desaparece no corredor.

— Obrigada. — Layla sussurra enquanto me envolve em um abraço. — Eu estaria perdida sem você hoje.

— De nada. — As duas palavras escapam facilmente da minha língua. Eu não rebato a gratidão como normalmente faria. Eu aceito como se tivesse tudo o que esta família me ofereceu.

Jag demora mais de dez minutos para chegar à porta da frente. Eu verifico meu telefone para uma mensagem do Jag mesmo que o pequeno dispositivo não tenha apagado ainda.

— Com licença.

Eu olho para cima para ver Landon olhando para mim. Seus olhos azuis perfuraram minha armadura. O traço de sua mandíbula é tão familiar... e ainda assim não consigo entender. Seu olhar grita, ele me conhece. O homem me dá arrepios. Medo gela meus ossos quando ele não quebra o contato visual.

— Eu te conheço? — Eu gaguejo, lamentando a minha pergunta assim que ela sai.

— Eu não sei, não é? — Ele se inclina, invadindo meu espaço.

— Não importa. — Eu abaixo minha cabeça e viro de costas para ele.

— Você logo vai ligar os pontos, princesa. — Ele agarra meu ombro.

Eu me afasto dele, sem olhar para trás. Sua risada sinistra perfura meus tímpanos. Espero em um canto, mantendo meu olhar no corredor. À medida que cada momento passa, fico mais desconfortável. Eu sinto olhares furando em minhas costas, mas eu não me viro. Eu só preciso do Jag mostrando o lindo sorriso dele naquele corredor e tudo ficará bem no mundo... por agora.

Cada segundo que passa é sentido na minha pele. Começa a arrepiar e formigar enquanto o tempo passa. Eu ouço sua risada contagiante antes de vê-lo. É magnético e eu corro para a abertura do corredor, longe do portão da minha fuga. Tudo por causa dele.

Jag tem a cabeça virada, rindo de algo com Boss. Ele não me vê chegando quando eu corro para ele. Ele vira a cabeça bem a tempo de largar a mochila. Eu pulo em seus braços abertos. Me sinto segura grudada em seu peito. Seu torso sólido absorve todos os meus tremores e arrepios.

— Garota, você está bem? — Ele passa a mão para cima e para baixo nas minhas costas.

— Eu estou agora. — Meus lábios correm para cima e para baixo do seu pescoço.

— Alguém fodeu com você?

Eu paro antes de responder. Seu corpo endurece, sabendo que estou prestes a mentir para ele. Dói mais do que qualquer outra dor na minha vida. Eu serviria na prisão novamente para não sentir esse homem tenso sob mim. — Não, eu senti sua falta.

Ele beija a minha orelha. — Eu estou com você, baby.

Uma mão continua subindo e descendo pelas minhas costas enquanto ele sai do ginásio. Ele passa por todos os olhares curiosos, não dando duas fodidas. Boss pega sua mochila e nos segue. Calafrios gelados continuam a me atacar, embora eu esteja nos braços dele, no meu lugar de segurança. Jag não para ou me põe para baixo até que estejamos no estacionamento perto da caminhonete de Boss.

Eu deslizo para fora de seus braços e deixo ele ter tempo com seu treinador. Eu olho para a linha da cidade e para o sol poente, rezando como nunca fiz antes. Braços quentes e amorosos me envolvem e não são de Jag.

— Você faz parte da família, Sunni. Venha para nós. — A voz profunda de barítono do Boss vibra contra a minha carne.

Eu congelo em seus braços. Isso não o impede de me abraçar forte. Ele não me solta, embora eu não o abrace de volta. Sua palmas grandes e sábias correm pelas minhas costas. Não é até eu aceitar que ele relaxa. Ele não diz outra palavra. Meus braços finalmente envolvem seu torso largo, abraçando-o de volta.

Lágrimas me atacam, ameaçando transbordar. Eu luto, não permitindo que a emoção tome conta neste momento. Eu não falo uma palavra quando ele me deixa ir. Seus olhos gentis, bondosos e cuidadosos me dão uma piscadela antes de ele desaparecer em sua caminhonete. É tudo. Boss é o padrinho da operação e acaba de me aceitar de braços abertos. Eu nunca na minha vida me senti tão amada.

Antes que eu perceba, Jag aperta minha mão e nós estamos correndo pela calçada em direção a casa. Ele me puxa para um buraco em um beco. Sua mochila de ginástica cai no chão quando sou içada em seu peito. Minhas pernas envolvem seu corpo quando minhas costas colidem com uma parede de tijolos.

A dor aguda do tijolo arenoso é retirada quando os lábios de Jag se prendem ao meu pescoço. Seu dedo abre o botão do meu jeans quando eu o pressiono e puxo a parte de trás do seu pescoço.

— Eu preciso de você, Sunni.

— Sim.

— Meu pau tem estado duro por você, e eu não posso esperar mais.

— Não. — Eu puxo seu cabelo comprido. — Leve-me.

São as únicas palavras que Jag precisa. Ele abre meu short, rasga minha calcinha e desliza para dentro. Seu primeiro impulso não é gentil, assim como seu rosnado. Seu ritmo aumenta a cada movimento quando as pontas dos dedos apertam os meus lados e os tijolos cravam em minha carne. A dor não é nada comparada ao prazer de Jag me adorando enquanto ele empurra dentro de mim. Eu me concentro em seu olhar e na natureza amorosa. Isso me sedimenta quando seu suor escorre pela minha pele. Seu amor flui para mim na forma de dor, terror e segurança. Está tudo consumindo e conflitando. Tudo que sei, com cada impulso, é que este é o homem que Deus colocou para mim na Terra. Jag é meu salvador.

Eu agarro a parte de trás do seu pescoço e expresso meu amor com palavras. Seu pau pulsa dentro de mim e minhas palavras continuam. Jag não para suas batidas implacáveis e grunhidos. Cada um de seus socos no octógono estão espelhados em suas investidas. Foi a maior vitória e estou saindo vencedora. Eu tomo cada um de seus impiedosos impulsos.

Dor e felicidade, tudo ao mesmo momento. Jag ruge, sinalizando sua libertação. Eu aperto em torno dele, muito perto da minha. Um impulso depois e eu estou perdendo todo o controle com o homem que eu amo mais do que o meu destino. Isso tem que for suficiente. Nem mesmo um tolo acreditaria porque a realidade sempre alcança os antigos pecados. Eu nunca soube que estava tão perto. Se eu fizesse, amaria esse homem até que meus lábios ficassem rachados.

Dizem que a retrospectiva é óbvia, e você é capaz de avaliar as escolhas do passado com mais clareza do que no momento da decisão. Eu não acreditaria até amanhã, quando todos os meus ontens fossem arrancados de mim. A vida é uma cadela cruel. Essa é a única lição que tirei dos meus dias nesta terra.


Capitulo Vinte e Tres

Jag


Os aplausos quando abro a porta do Diablo’s Throne são ensurdecedores. Eu nunca me senti como um rei em todos os meus dias até agora. A manhã após a luta da minha vida é mais gratificante do que bater no babaca do Titan’s.

Nunca esquecerei a sensação de ver meu pai biológico e não permitir que ele me afetasse. Foi uma vitória por si só. A noite depois solidificou tudo. Eu sou apenas um homem simples que encontrou uma mulher incrível. Eu tenho minha família e a academia. Este deve ser um dia de descanso, mas Sunni teve que trabalhar, e eu estava entusiasmado para voltar ao ginásio e treinar.

Eu tenho duas coisas bem definidas para o meu futuro, o título e colocar um anel no dedo de Sunni. Ela tem segredos e um passado que eu não vou permitir que me afastem. Aprendi a confiar no meu instinto ao longo dos anos e continuarei nesse caminho.

Depois de alguns tapas nas costas e parabéns, eu vou para o vestiário e coloco minhas roupas de treino. O fiel armário que mantém minha confiança por anos tem sua porta firme aberta para mim. Eu visto minhas roupas de treino com nada além de paz em minha alma.

O treino é cansativo. Você nunca saberia que Boss foi preso e socorrido.

— Novamente! — Ele bate os pesos em meus braços.

Eu faço mais dez repetições sem sinal de desistir. Não lhe agrada, e ele exige mais. O mesmo acontece no saco de pancada e no ring. Boss não cede. Eu não tomo isso como uma insatisfação, mas sim uma manifestação de amor, e apesar de todos os últimos músculos do meu corpo gritarem para desistir, eu prossigo. O objetivo final está à vista, e é só nisso que me concentro quando meu corpo se recusa a continuar. Com cada músculo dolorido e pernas trôpegas, eu soco e luto, nunca desistindo.

O sino acima da porta toca. Ninguém deveria estar entrando no Diablo’s agora, e isso faz todo mundo virar. Policiais invertem seus distintivos, seguidos por homens de terno. Isso ganha a atenção de todos. O momento da academia está parado. Boss é o primeiro a se aproximar.

Sua prisão está em todas as mentes. Eu puxo minha camiseta rasgada empapada de suor e desfaço os embrulhos dos meus punhos. Eu caminho para Boss, pronto para defender sua honra.

— Preciso falar com o José.

Meu sangue congela em minhas veias quentes no nome falado. Layla, Cruz e Boss estão ao meu lado enquanto estou de pé com a cabeça erguida, sabendo que isso tem algo a ver com a escória conhecida como meu pai biológico.

— Estamos aqui para discutir a questão de Sasha Brown. — O detetive ajusta sua gravata enquanto o homem ao lado dele retrata um filho da puta pomposo. Ele se aproxima de nós e começa a falar. Levo várias segundos para acompanhar desde que eu liderava o bando para defender a honra de Boss.

— Sou o policial Jaco e temos um mandado para buscar Sasha Brown em sua cidade.

Eu corto o idiota. — Não conheço nenhum Sasha, idiota, então a menos que você tenha algo a dizer, tire sua bunda dessa academia.

Eu sou puxado de volta para o peito sólido de Boss. Ele rosna no meu ouvido. — Cale a boca, garoto.

Minha boca se fecha, embora não queira nada mais do que deitar no babaca presunçoso. Ele é um idiota, isso está impresso em todo o seu rosto. Eu podia ver um babaca como este a um quilômetro de distância. Esse cara é o idiota chapado e desagradável da escola primária que procura mais atenção do que qualquer outra pessoa. Minha reação não o impede. Esse idiota ama o som de sua voz.

— Sasha Brown é uma criminosa sexual fichada, e nós tivemos informações que ela está morando aqui com um nome diferente. — O filha da puta mostra uma foto impressa.

O rosto de Sunni sorri para mim. Eu dou um passo para trás, sentindo o soco no meu intestino. Layla, Boss e Cruz fazem a mesma coisa. Jaco se aproxima e agita o papel na minha cara. O outro homem que alegou que ele é um detetive permanece em seu lugar, não tomando nenhuma ação adicional. Ele não é tão insistente. Alguma coisa está errada. Isso não impede Jaco.

— Sasha é uma criminosa sexual fichada. Chegou ao nosso conhecimento que ela não informou este fato às autoridades locais e esteve na presença de crianças menores de idade. Além disso, ela foi pega ilegalmente enquanto mora aqui. Se você sabe do paradeiro dela, você precisa nos dizer, já que há um mandado de prisão. — Ele faz uma pausa por um instante. — Foi Landon Chandler quem a identificou e entendemos que vocês têm suas diferenças. No entanto, estamos aqui para protegê-lo de uma predadora.

Eu cruzo meus braços sobre o peito, lutando para digerir suas besteiras. O jornal tem o rosto de Sunni colado nele, mas nenhum dos fatos combina.

Jaco continua. — Sasha Brown foi processada e cumpriu uma sentença relacionada ao abuso sexual de uma criança menor de idade. Fique à vontade para pesquisar o caso. Passou nos noticiários nacionais. Ela cumpriu seu tempo, e nós a rastreamos depois que ela foi liberada, já que o caso era sensível e foi perto de casa. Sasha desapareceu do radar. Você pode entender nossa preocupação, já que ela é uma criminosa. Eu vi o caso e as consequências que ela deixou para trás. Ninguém está a salvo perto dela.

Jaco mantém o papel na minha cara com o rosto de Sunni olhando para mim. A vida e o riso que permanece em seus olhos não estão lá. Preocupação e mágoa cobrem seus traços. Linhas de estresse emolduram seus lábios perfeitos. É a mulher que amo e, na mesma hora, é uma mulher diferente que não reconheço. Jaco continua, detalhando o horrendo crime contra um garoto inocente de treze anos.

A cada palavra Layla começa a chorar e recuar. Bella está em sua mente, ela esteve com Sunni. Eu ouço, processo e me recuso a acreditar em uma palavra daquilo. Jaco pega esse fato, então ele prossegue, fornecendo detalhes intrincados do crime de Sasha ou Sunni. Chega muito perto de casa. Memórias antigas recuam em minha memória, aquelas em que Abraão deixou seus amigos abusarem e me usarem. Eles não se importavam, eu era um garotinho, aqueles monstros pegaram o que quiseram, rasgando minha carne.

Eu olho para a foto na mão de Jaco. Eu vejo a mulher que amo, depois essas memórias repetem-se repetidamente. A dor me atinge no estômago. O desamparo invade e, de repente, eu sou aquele garotinho de novo com os demônios me usando. Minutos atrás eu era o rei no topo do mundo, e agora eu sou a vítima sentindo cada golpe de dor agonizante. Eu acreditei nela. Dei seu tempo para me dizer seus segredos apenas para ser esbofeteado no rosto. Eu poderia muito bem ter deixado Abraão vencer na noite passada, porque Sunni simplesmente me derrubou, me esmagou. Eu nunca serei o mesmo.


Capitulo Vinte e Quatro

Sunni


A manhã no restaurante foi uma droga. Foi puxado. A manhã toda eu pretendi mandar uma mensagem para Jag. Isso nunca aconteceu. Eu sei que precisamos conversar hoje à noite. Estou confiante de que ele nunca entenderá meu passado. Inferno, eu posso pesquisar seu nome e ver todos os seus pecados passados, e não é nada comparado ao meu. Uma vez que ele souber o meu nome real e me pesquisar, então será game over.

Eu tive um punhado de chances de sair do trabalho esta manhã. Minhas mãos ficaram suadas, e meu ritmo cardíaco acelerou ao pensar em encarar minha realidade. Eu permiti que fatores estressantes externos do restaurante me distraíssem. Era muito mais fácil servir um cliente, fazer um pedido ou servir uma xícara de café, e foi nisso que me aterrei ao invés de encarar minha realidade. A mesma realidade que estava prestes a rasgar tudo debaixo dos meus pés.

O tempo acabou. A areia na ampulheta derramou seu último grão. Eu aprecio cada memória com Jag enquanto eu desço a calçada, mas agora acabou. Ele merece ouvir a verdade de mim e é o que eu vou fazer.

Eu agarro a maçaneta gelada da porta com a palma da mão suada e a abro. Eu entro em uma cena que não é típica. Não há sons de balanço ou estrangulamento nos sacos de pancada, está tudo morto em silêncio. Todos os olhos se voltam para mim. Eu congelo.

A verdade da presença do meu passado me encara. Jaco se vira. Jag pisa na frente dele, caminhando em minha direção. Não há uma única emoção para ser lida em seu rosto. Seu sorriso irônico, que é sua assinatura, desapareceu, deixando aparecer determinação. Jag nunca me assustou até agora.

Jaco o interrompe, empurrando-o para o lado. Um estranho que deve ser seu parceiro se aproxima dele.

— Sasha Brown, nós temos um mandado para sua prisão. Você tem o direito de permanecer em silêncio e tudo...

As palavras velhas e abusivas de Jaco se transformam em um ciclone de bobagens que eu ouvi muitas vezes. Não é o fato de que ele está aqui por mim que esmaga as peças restantes da minha alma, mas o olhar derrotado de Jag em seu rosto.

Meus pulsos são arrancados dos meus lados e chicoteados nas minhas costas. A sensação familiar de fechos metálicos frios em volta dos meus ossos me toma. Eu não luto. Eu me recuso, porque toda vez ele ganha. A luta é inútil. Uma causa perdida para os crentes que se recusam a deixar de acreditar. Eu sabia que estava chegando, poderia ter previsto desde o início desta história. Foi Jag quem arrancou e puxou o desespero romântico em mim.

E essa é a mesma razão pela qual eu não levanto a cabeça para olhar para ele. É um ciclo. Tudo se repetindo. Eu ousei esperar que as coisas fossem diferentes, porque eu me sentia amada, apenas para ter tudo arrancado de mim.

Jaco para e volta para a academia. — Obrigado por sua cooperação em colocar essa ameaça para a sociedade de volta à cadeia. Sua comunidade agora está segura.

Ele puxa minhas mãos, fazendo o metal dos punhos morder minha carne. Eu não estremeço ou reajo, não dou a esta porra doentia a reação que ele está desejando. Isso não o impede de inclinar-se para frente, apenas o suficiente para sussurrar no meu ouvido.

— Te peguei, Sasha. Eu disse que você poderia correr, mas que eu sempre encontraria você. — Sua língua se lança para fora, lambendo minha orelha. — Parece que outro garotinho foi encontrado abusado e quebrado, e você combina perfeitamente com a identidade da abusadora.

A luz do sol que apenas aqueceu a minha pele enquanto eu caminhava para a academia me congela. O carro não identificado entra em cena. Antes de eu estar enfiada no banco de trás, Landon se aproxima, frio como sempre.

— Ainda bem que funcionou, sobrinho. É muito louco como a vida atravessa caminhos. A justiça foi cumprida.

— Você está certo, tio. Nunca poderei recompensá-lo por isso.

— Jag nunca mais voltará disto. Meu irmão, que Deus descanse sua alma, ficaria orgulhoso de você, Jaco.

Eu olho para o outro policial ou detetive. Ele é mais velho com cabelos grisalhos, os óculos aviadores cobrem seus olhos, e o único sinal de sua raiva é a forma travada de sua mandíbula. Ele não parece satisfeito em tudo enquanto mexe em seu Iphone.

Landon dá um tapinha nas costas de Jaco e se afasta. Nada disso faz sentido. Jaco não tem o sobrenome Chandler, e ele foi adotado. Ele não tinha um tio chamado Landon. Os fragmentos do quebra-cabeça estão confusos.

Seus maxilares são idênticos, assim como o riso histérico e os olhos cintilantes. Eu não faço perguntas. Mas eu sei que esses dois estão relacionados de alguma forma. Eu forço meu cérebro, processando os anos em que estivemos casamos. Os pais adotivos de Jaco morreram em um incêndio em casa quando ele se formou na força. Ele não tinha outros membros da família imediata. A cidade inteira em Iowa o adorava.

As portas batem quando as algemas de metal mordem meus pulsos. Jaco ri enquanto liga o carro.

— Quem sabia que encontrar meu pai biológico me levaria ao meu tio tentando a derrubar aquela boceta? — Ele coloca um polegar por cima do ombro.

— Como assim? — o outro homem responde.

— Descobri há seis meses atrás que há uma longa história sobre a academia que acabamos de entrar e minha família biológica.

— Faz sentido porque nós chegamos aqui de Iowa. Ainda bem que há uma boa história por trás de tudo. — O outro homem olha para Jaco.

— Sim, meu pai biológico morreu há três anos em um acidente de carro fatal. Ele deixou para trás dois irmãos, Monty e Landon Chandler. A cadela idiota correu direto para as mãos deles. — Jaco olha para mim no espelho retrovisor. — Dois pássaros com uma pedra. Landon precisa de Jag fora de cena para ter melhores chances para seu lutador em Vegas, e Sasha aqui precisa de sua bunda atrás das grades pelo resto de seus dias.

Eles continuam falando como se eu não estivesse ouvindo, não deixando de fora nenhum detalhe.

O detetive desconhecido passa as mãos pelos cabelos grisalhos. — E você se casou com essa cadela sem saber o monstro que ela era?

Jaco acena. — Sim, cara. Eu a encontrei um dia com um garotinho despido e Sasha de joelhos.

Eu forcei isso. A culpa me invade, sabendo que Jag está acreditando em tudo isso desde que todo mundo acredita. Não faz sentido discutir. Meu passado me alcançou, e tudo estava no rosto de Jag. Ele acreditou neles.

Do nada, Jaco entra em gargalhadas maníacas. — Cara, você deveria ver o olhar em seus rostos. Impagável. Choveu boceta depois que descobriram que ela estava me deixando. Eu tinha a cidade inteira comendo na palma da minha mão. Todos sentiram pena do marido perturbado quando eles perceberam o monstro com quem me casei. As refeições não pararam por meses, e o número de mulheres dispostas a abrir as pernas para aliviar minha tristeza era interminável.

— Você nunca se preocupou em ser pego? — O homem no banco do passageiro endurece.

— É tudo uma fachada que eu aperfeiçoei ao longo dos anos. É um talento que dominei ainda jovem. Eu tenho minha merda bem segura. Não se preocupe comigo.

O carro entra rapidamente em um estacionamento bem iluminado. Eu reconheço o prédio de quando encorajei Layla a socorrer Boss apenas algumas horas atrás. Irônico. Sou puxada do banco de trás sem aviso. Correntes quentes de sangue correm pelos meus pulsos. Jaco me bate contra o metal duro do carro.

Ele ri como o verdadeiro maníaco que ele é. As pessoas sempre avisam sobre o lobo em pele de ovelha. Alguns acreditam que seja um conto de velhas esposas, e eu também, até que me casei com o homem me jogando como uma boneca de pano.

— Pare de resistir. — Jaco ferve no meu ouvido.

Nenhum músculo do meu corpo protestou contra os seus movimentos bruscos. Isso não o impediu de me puxar. Eu olho para o outro homem que está de volta com o celular na mão. Ele está imerso em qualquer site de mídia social que esteja rolando.

— Acho que você não pensou que veria agora. Certo, minha esposa? — A palma de Jaco pica a pele macia na minha bochecha. — Cadela, eu vou seguir você e qualquer outra escória que cruze meu caminho. Nada vai me impedir. Não posso acreditar que você teve a coragem de estuprar outro garotinho e possivelmente um bebê, seu monstro.

Jaco me gira e planta uma palma entre minhas omoplatas. Eu caio para frente com o asfalto em vista. Eu viro meu rosto a tempo para que minha bochecha, queixo e testa captem o impacto da queda.

— Pare de resistir a um oficial. — Jaco me arranca um punhado de cabelos. — Eu te disse para nunca pensar em me deixar, sua boceta! E o que você fez? Pede o divórcio! Grande erro me fazendo parecer um idiota em nossa cidade natal.

Eu olho para o outro homem, na esperança de pedir ajuda. Ele ainda está obcecado com seu telefone. Eu mal pego isso de um olho, já que o outro está quase inchado.

— Você estará em todas as primeiras páginas e grandes canais de notícias pela manhã, Sasha. Sorria muito bonito para a câmera naquela foto. — Jaco bate a mão sobre a minha virilha, segurando meu núcleo e me pressionando de volta em seu peito. — Deveria te foder antes de te colocar de volta onde você pertence. Meu pau está ficando duro só de pensar nisso. Obrigado porra que eu esteja a noite de guarda. Vou te fazer uma pequena visita hoje à noite. Perdi essa pequena bunda apertada.

— Por quê? — A simples palavra escapa dos meus lábios, e eu não paro. — Por que eu? Você me amou e em seguida me quebrou. Nunca fiz nada a você ou a ninguém.

Minha cabeça se contrai quando fogo acende na parte de trás do meu crânio. Jaco agarra outro pedaço do meu cabelo, me empurrando na direção que ele quer.

— Você me traiu. Trabalhou muitas horas no seu salão e estava fazendo as malas para me deixar. Você sabia porra. Você viu em primeira mão o quão poderoso eu era e o jogo que eu estava jogando. Eu poderia prender alguém por qualquer crime de minha escolha. Você é uma perdedora, e foi por isso que me casei com você. Ninguém se importa com você, Sasha. Você não tem família para vir em seu socorro. Você será para sempre meu peão.

— Eu tenho uma família. — eu sussurro.

— Desculpe-me, boceta? — Eu sou empurrada para o chão novamente. O mesmo lado do meu rosto cai na superfície dura. Ouço o velho som familiar de ossos quebrando no meu crânio. Minha língua está presa entre meus dentes, fazendo com que sangue se acumule na minha boca.

Jaco é um maníaco determinado a me derrubar. Ele está ganhando, sempre estará.

— Amanhã seu amante estará aqui com seus novos amigos. Parece que eles encontraram alguns hematomas em sua filha. Eu generosamente plantei uma semente de como isso poderia ter acontecido.

— Foda-se! — Sangue espirra entre meus lábios.

— Sim, Sasha, você está prestes a ser fodida. Aquela menina doce deles vai estar num cartaz perfeito para prendê-la por um crime que vai colocá-la atrás das grades para sempre. Ninguém vai estar do seu lado uma vez que você estupra uma criança, seu maldito monstro.

Desta vez eu mantenho minha boca fechada. Estou entorpecida. Ele ganhou. A pior parte é saber que ele é convincente o suficiente para convencer a todos que eu machuquei Bella. Eu serei processada e despojada dos meus direitos e jogada em uma cela velha e fria. Eu acho conforto na cela e rezo para Jaco ficar longe quando o sol se for.

O lado do meu rosto palpita com um ritmo constante de dor. Eu fecho meus olhos e rezo para um Deus surdo, pedindo para Jag vir me salvar. Eu sei que isso não vai acontecer. A mágoa e a dor refletidas em seus olhos me disseram tudo o que eu precisava saber. Ele caiu na besteira de Jaco. As lágrimas nunca vêm. Eles são inúteis quando seus dias futuros são preenchidos com nada além de escuridão.


Capitulo Vinte e Cinco

Sunni


— Conte-nos novamente sobre Bella e o tempo que você passou com ela. — diz Jaco enquanto paira atrás de mim.

A luz fraca e bruxuleante da sala de interrogatório incita uma enorme enxaqueca que pulsa entre meus tímpanos. Jaco tem estado nisso por horas, puxando e arrancando uma falsa história de mim.

Eu não sou mais uma jovem assustada e amedrontada vivendo em uma pequena cidade sem família como eu costumava ser. Em Iowa Jaco é reverenciado como um herói local. Ele mentiu para todos, nunca mostrando seu coração frio e negro em público. Eu, por outro lado, era a história de sucesso de uma cidade pequena. A órfã que nunca foi adotada e pulou no sistema de adoção apenas para se apaixonar pelo herói local.

Era um conto de fadas moderno até que Jaco me tirou do chão. O Príncipe Encantado nunca apareceu no jogo. O dragão que cospe fogo sim, ele apareceu todas as noites. Tudo começou com um tapa seguido por um pedido de desculpas que faria alguém se sentir especial e amada. Isso intensificou até que Jaco descobriu que eu estava o deixando. Foi quando ele deu o último prego no meu caixão.

Estou dormente da cabeça aos pés com a exceção da minha bochecha que arde. A luta que eu construíra ao longo dos anos em fuga se desvaneceu no vazio. As almofadas frias dos dedos de Jaco envolvem meu pescoço e apertam em um ponto quase doloroso.

— Sasha, você pode tornar isso fácil ou difícil, não importa para mim. Infelizmente as câmeras nesta sala de interrogatório estão fora de funcionamento. Fico louco em como pequenas coisas assim acontecem. Meu parceiro aqui estará tomando todas as notas. — Ele empurra meu rosto para frente até que meu rosto esteja a poucos centímetros da mesa. — A bola está com você, Sasha. Qual é o seu veneno?

Eu permaneço em silêncio, recusando-me a responder. Eu costumava guinchar como um porco quando estava sob a tortura de Jaco. Não mais. Esse fato deve irritar o diabo, porque a próxima coisa que eu sei é que minha face machucada está caindo do tampo da mesa. Tudo fica preto.

— Jaco, você está indo longe demais desta vez. — Ouço barulho de papéis em torno das vozes. — Nós a pegamos e você arruinou sua vida. Vamos voltar para casa.

— Não. Eu não vou embora até que ela seja condenada e trancafiada para sempre.

— Ela era essa merda de esposa toda? Eu não estava por perto quando você era casado com ela.

— A boceta teve a coragem de pensar que poderia me deixar. Certifique-se de que essa merda nunca aconteça. Sasha não é nada além de lixo. Eu não ia deixar que alguém como ela arruinasse minha reputação. Os divórcios sempre ficam confusos, e segredos saem, então eu a derrubei antes que ela pudesse me arruinar.

O latejar constante de dor no meu rosto queima em todo o meu corpo. A sala fica fora de controle quando levanto a cabeça. Minha língua está grossa na minha boca, enfatizando a secura.

— Olha quem está de volta. — insulta Jaco. — Sasha Brown, você passou ou não passou um tempo sozinha com Bella?

— Sim, eu passei. — Estou exausta e quero ficar longe deste homem. Ele fez o seu trabalho e me quebrou de uma forma que eu vou dizer o que ele quiser. Ele sabe disso.

— Você a machucou enquanto ela estava sob seus cuidados? — Ele planta as palmas das mãos na mesa e me olha. A vitória dança sobre suas feições. Está além de mim como uma pessoa pode ser tão ruim.

— Não. Eu nunca machuquei uma criança na minha vida. — eu repito várias vezes.

Jaco está atrás de mim em dois longos passos, seu punho segurando um pedaço do meu cabelo. Pequenos sobressaltos de dor se espalham pelo meu crânio quando minha cabeça é puxada.

— Não minta para mim, Sasha.

— Eu não estou. Nunca machuquei uma alma. Estou dizendo a verdade. — Minhas palavras se tornam mais frenéticas e determinadas. — Você sabe disso. Você me preparou para tudo e arruinou a minha vida.

— Você é uma prostituta. — Ele se inclina e rosna no meu ouvido. — Eu deveria te foder agora só para te lembrar quem está no comando. Eu vou quebrar cada osso da sua cara até que você diga a história correta.

— Chega. — O outro homem deixa cair seu telefone e puxa Jaco de cima de mim. — Você está perdendo a cabeça. Isso é o suficiente.

O longo braço do homem se estende, empurrando Jaco de volta. Um pedaço de esperança brilha na situação. Um possível cara bom que vai defender o que é certo.

— Eu tenho evidência suficiente registrada. Podemos ditar sua confissão para atender às nossas necessidades. Você precisa esfriar sua merda, cara.

Idiota. Isso é o que eu sou por me permitir pensar que alguém associado com Jaco teria um pingo de decência. Esta ainda é minha vitória. Eles podem transformar qualquer evidência que quiserem, mas não receberão uma confissão falsa de mim. Ao contrário da última vez, Jaco pode me bater até a última batida do meu coração, mas nunca vou confessar um crime que não cometi. De novo não.

O parceiro de Jaco me puxa pelos meus punhos presos descansando nas minhas costas. Ele é gentil quando me move ao redor, ao contrário do meu ex-marido que aproveita qualquer oportunidade para me jogar de um lado para o outro.

Ele chega à minha frente, balançando a porta aberta. A agitação de uma delegacia de polícia me bate na cara. Eu estremeço, sabendo que o latejar na minha cara tem que combinar com as desagradáveis feridas nele. Eu me recuso a abaixar a cabeça. Eu a mantenho para o alto enquanto sou conduzida por um corredor com dezenas de olhares curiosos me julgando.

Olhos lindos, amorosos e cor de uísque me detém no meu caminho. O policial bate nas minhas costas e grunhe. As algemas de metal beliscam e mordem a carne tenra dos meus pulsos. Não é nada comparado com a dor de ver Jag. Sua família se aproxima atrás dele.

Eu abro minha boca para falar o nome dele. Nada sai. A pele ressecada nos meus lábios racha. O sabor picante de sangue inunda as minhas papilas gustativas. Repugnância e mágoa fluem de Jag. Ele cruza os braços sobre o peito enquanto eu me aproximo dele.

Eu tento novamente dizer alguma coisa. Cada palavra fica entorpecida na minha garganta quando estou na frente de Jag. O homem que já esteve no topo do mundo está diante de mim, destruído.

— Vamos, Jag. Você não precisa disso agora. — Trick pega Jag apenas para ser empurrado por ele. Cruz e Boss se levantam como reforços, puxando Jag para longe de mim.

Os olhos de Layla estão inchados e vermelhos. Ela abaixa a cabeça e se afasta de mim. Uma vez que Jag se afasta, ele não olha para trás.

— Nós temos uma admissão completa. — Eu ouço a voz de Jaco quando sou levada para longe da conversa.

Eu planto meus pés no ladrilho e luto com minha força restante nas mãos do oficial. — Jag, eu não fiz isso. Jaco é um monstro. Por favor, me escute. Pense nisso, Jag! Você me disse que nunca me deixaria. Por favor, me escute.

Minha voz percorre todo o local, atraindo a atenção de todos para mim. Eu não dou a mínima e luto para voltar a Jag. Ele tem que acreditar em mim. Eu sei que ele vai acreditar. Tudo que preciso é de cinco minutos a sós com ele. Jag aparece ao virar da esquina, a raiva fervendo e furiosa de seus ombros tensos. Ele está lívido e com vontade de derrubar alguém. Eu nunca o temi até agora. Jaco venceu. Ele fez lavagem cerebral em Jag, virando-o contra mim.

Meu rosto cai com a derrota. — Você, Sasha, mentiu para mim. Foi tudo mentira. Eu te dei o benefício da dúvida. Você apareceu e trouxe essa merda para a minha vida. Me diga uma coisa...

Eu olho através do cabelo oleoso em cascata sobre o meu rosto. — Você alguma vez realmente me amou, ou eu sou apenas mais uma vítima em seu esquema manipulador?

— Eu te amo mais do que você jamais saberá, Jag. Ele é o monstro, não eu. — resmungo, incapaz de colocar muito esforço por trás das minhas palavras.

Jag acena e aperta a parte de trás do seu pescoço. — Entendi. Bem jogado, Sasha. Eu te peguei.

O veneno e o ódio na voz de Jag me assombrarão pelo resto das minhas noites. A maneira que ele tão facilmente se afasta de mim para sempre será o centro da minha memória. Os oficiais me colocam em uma cela e a trancam sem uma palavra ou olhar para trás. Eu sou tratada como o animal que Jaco retratou. Uma sentença de morte será uma bênção neste momento. Eu não tenho mais vontade de viver.

Eu olho para o teto. Um tubo exposto se espalha por ali. O lençol na minha cama é a única coisa que preciso para fazer tudo desaparecer. Eu o arranco do colchão e começo a fazer um círculo. Alívio inunda minhas veias. Eu não serei um pato assustado quando Jaco me visitar hoje à noite como ele ameaçou.


Capitulo Vinte e Seis

Jag


Inacreditável. A visão de Sunni ou Sasha me deixou doente, me rasgou por dentro até que eu senti como se estivesse sangrando na frente de todos na delegacia. Eu nunca vi isso chegando. Não teria adivinhado.

Layla não falou uma palavra entre seus soluços. Cada um me encara, sabendo que eu estou prestes a perder minha porra de merda.

— Como eu disse, nós temos uma confissão completa de Sasha. Sua cooperação tem sido inestimável para trazê-la. Dessa vez ela não verá a luz do dia. — Jaco estende a mão para mim.

Boss chama minha atenção, me colocando em ação. Eu pego em sua mão e agito a dele. — Obrigado por tudo.

Eu tenho que sair deste escritório sufocante antes que eu perca a cabeça. Tudo está intenso demais, me fazendo sufocar. Estou chateado por não dirigir minha caminhonete e ter que estar cercado por pessoas no Escalade de Boss. Assim que as portas se fecham e Boss liga o motor, eu envio meu punho para o painel. Não uma, mas três vezes, até que sangue escorra dos meus dedos e toda a superfície esteja estilhaçada.

Eu jogo minha cabeça para trás e grito de raiva. — Isso é besteira porra. — Eu soco o painel de novo, deixando para trás manchas vermelhas.

Meu celular toca.

— É melhor você ter algumas respostas. — eu rugi.

— Jag, você fez bem. Eu sei que não foi fácil. — responde Ruddick. — Estou a dois segundos de entrar de novo naquela delegacia e colocar para fora aquele bastardo presunçoso.

— Eu preciso de respostas, ou isso estará acontecendo.

— Posso te encontrar em vinte minutos no seu apartamento. Jaco tem um encontro com o qual ele vai se distrair.

— Um minuto atrasado e eu estou caçando esse maldito. Não será bonito. — Termino a ligação e jogo o celular no painel. A tela quebra ao contato. Uma vez que pousa no chão, eu dou um foda-se.

— Calma. — Boss mantém sua atenção focada na estrada à frente. — Esta merda não está ajudando nada.

— Você a viu? — Eu rugi. — O rosto dela. Ela foi espancada. Porra! Sunni implorou, e eu virei as costas para ela. Você sabe o quanto isso foi difícil?

— Não posso imaginar, filho. — Ele liga a seta. — Bater no meu carro não vai resolver nada. Continue gritando e tire isso. Confie no que Ruddick tem a dizer.

Mãos me envolvem. Layla está com a cabeça no meu ombro do banco de trás. Seus gritos são mais suaves e suas lágrimas encharcam minha camiseta. A bomba que foi lançada contra nós quando Sunni foi presa nos destruiu. Ruddick virou tudo de cabeça para baixo horas depois. Ainda não posso envolver minha cabeça em torno disso.

— Eu quero que vocês fiquem. — Eu deixo cair à cabeça para trás no encosto de cabeça. — Não há como eu ser capaz de me controlar.

Eu bato três cervejas quando o detetive Ruddick aparece. Boss brigou comigo quando fui para o quarto. As lágrimas por Layla secaram e agora nos sentamos em silêncio. Quando a campainha toca, levanto e saio do sofá e voo até a porta. Ruddick não espera ser recebido antes de entrar em minha casa. Ele corta as besteiras, sentindo o temperamento iminente que eu tive que manter. Eu ando de um lado para o outro enquanto ele nos atualiza.

— Precisamos de mais quatro dias. — Ele levanta a mão para mim. — Antes de explodir, Jag, me escute. Jaco confia em mim. Ele tem me alimentado com todos os tipos de detalhes sobre toda a merda que ele fez. É como se ele estivesse se gabando disso. Sasha...

— O nome dela é Sunni. — eu o corrijo. Ela escolheu esse nome por um motivo enquanto estava se escondendo. Ela sempre será minha Sunni.

Ele acena com a cabeça e continua. — Sunni está apenas me dando uma olhada na superfície de como Jaco é doente. Eu tenho provas suficientes para libertá-la, mas só preciso de um pouco mais de tempo para ter acesso ao laptop dele e colocá-lo longe por toda a vida.

— Então, foda-se! — eu falo.

— Jaco não é burro. Alguém como ele jogou bem suas cartas ao longo dos anos. Ele é inteligente e calculista. Como eu disse antes, ele está gostando de se gabar. Quanto mais informações eu coletar, mais longa será a lista, garantindo que de forma alguma ele possa sair dessa.

— Por que quatro dias? — Boss fica de pé, cruzando os braços sobre o peito.

— Ele está treinando oficiais locais aqui antes de voltarmos para Iowa. Ele tem seu laptop de trabalho com ele. Mas é o seu pessoal que eu preciso colocar as mãos. Jaco vai se distrair, me dando a oportunidade perfeita para pegar e baixar os arquivos.

— Então minha mulher fica na porra da prisão até então? Ela recebeu tratamento médico para o rosto dela? Ela não pertence a aquele lugar.

— Me dê quatro dias, Jag, para colocar minhas mãos em seu laptop. Eu peguei tudo na câmera. Jaco assume que sou um preguiçoso que deixa ele fazer o show. Isso vai bem para o seu ego exagerado.

— O que você quer dizer com câmera? — Eu parei de andar e segurei meu cabelo, pronto para puxá-lo.

— Eu acho que é melhor você não saber.

Eu diminuo a distância entre nós em três passos largos, agarro sua gravata e bato ele contra uma parede. Leva tudo dentro de mim para não bater no rosto dele com o meu.

— Fale.

— Jag, Jesus, você quer morrer? — Mãos me arrancam do detetive. — Não vai ser bom ficar sentado na cadeia. Sente sua bunda e cale sua boca.

Boss me empurra para o sofá, o tempo todo me olhando. — Mova-se ou abra sua boca e eu vou te espancar.

Ele se vira para Ruddick. — Você tem o suficiente para limpar o nome de Sunni agora?

— Sim, senhor. — Sua voz treme. — O pai da criança que ela foi acusada de molestar em Iowa se apresentou, nos dizendo que Jaco o ameaçou e pagou para ele inventar a história. Eu tenho muitas gravações de Jaco incriminando a si mesmo.

— E você me fez jogar bem com esse filho da puta? — Eu rugi. Antes que eu tenha a chance de pular do sofá, Boss sentiu esta ameaça. Seu punho colide com meu queixo, enviando minha cabeça para o lado. O filho da puta me acertou em cheio.

— Pare com isso. Tudo o que importa é que Sunni seja liberada e tenha o nome limpo. Eu não quero que ela gaste um minuto extra naquele buraco do inferno se ela não precisar. — Boss diz com determinação.

— Ela será liberada. No entanto, não é certo que Jaco ficará preso para o resto da vida.

Boss sacode o queixo. — Nós vamos mantê-la segura. Ela é da família. Um membro do Diablo’s Throne. Ela é nossa, e eu quero que ela saia da cadeia assim que possível.

— Entendido. Não é o que eu esperava, mas eu entendo você. Vou entregar a prova ao meu supervisor. Tudo vai levar algum tempo. Dê-me pelo menos vinte e quatro horas para tirá-la de lá. — Ruddick se vira para a porta.

— Detetive Ruddick, agradeceríamos se você conseguisse cinco minutos com Jaco em uma sala isolada sem câmeras. — acrescenta Cruz.

— Eu vou manter isso em mente. Não foi fácil vê-lo machucá-la. Levou tudo de mim para manter meu disfarce. Eu acredito em redenção, garotos, mesmo que eu esteja deste lado da lei. — Com isso, ele fecha a porta.

Layla e Cruz eventualmente vão para casa com Bella. Boss e eu não nos movemos do sofá. O choque e a realidade da situação me absorvem. Claro que eu pesquisei Sasha Brown no Google. O rosto de Sunni olhou para mim na lista de criminosos sexuais registrados. Jaco estava cheio de merda. Ela foi registrada nesta região. Não tenho certeza de quantas leis ela estava quebrando, se passando por Sunni e sendo paga ilegalmente em seus dois empregos. Mas que outra escolha ela tinha? Ela é inocente. Que outras opções ela tinha para seguir uma vida normal?

O medo sobe pela parte de trás da minha garganta, se arrastando e escorregando até quase me sufocar. Aquele desgraçado a acompanhava o tempo todo enquanto ela se mudava de cidade em cidade tentando encontrar uma nova vida. Ele brincou com ela, assombrou cada pensamento dela. É um maldito milagre que ela tenha ficado comigo tanto tempo.

Eu fecho meus olhos, lembrando todas as vezes que ela estava prestes a se abrir e desistia, e como eu ficava frustrado por dentro. Tudo faz sentido. Eu teria me assustado se ela me dissesse a verdade. Os fatos estão no site oficial.

Criminosos condenados sempre alegam sua inocência. No fundo, eu não teria acreditado nela. Me conheço bem o suficiente, teria ficado insano pelo fato de ela estar perto de Bella. Todo o meu bom senso desapareceria em raiva e ódio. Eu sei disso muito bem desde o choque inicial até o momento que Ruddick nos procurou. Eu nunca tinha sido rasgado ao meio e quebrado em questão de minutos.

Meu celular toca. Não é o toque personalizado de Sunni, então eu não atendo. Boss geme, inclinando-se para frente para agarrá-lo.

— Telefone de Jag. — Silêncio.

— Estamos indo. — Ele joga o telefone sobre a mesa. — Nós temos que ir, Jag.

— Ela já está sendo liberada? — Eu olho para o micro-ondas para ver que são três da manhã. Nenhum de nós dormiu um minuto.

— Não. — Ele sai correndo pela porta.

Estou me arrastando atrás dele, fazendo uma pergunta após outra, apenas para ser ignorado.

Ele liga o motor e guincha os pneus quando vai para a estrada.

— O que está acontecendo? — Eu flexiono meu punho. Os dedos machucados flexionam e escoam sangue.

— Não vou dizer, então cale a boca.

— Você está me assustando.

Ele não responde quando entra na pista para o hospital de emergência. Estou chocado quando Boss me alcança e envolve sua mão em volta da minha garganta, aplicando uma leve pressão.

— Você reage e eu aperto mais até você desmaiar. Você me entendeu?

Aceno que sim.

— Foi Ruddick que ligou. — Ele fecha os olhos. — Sunni foi encontrada em sua cela. Ela se enforcou. Um guarda a encontrou depois e cortou o lençol. Ela foi transportada para atendimento médico. Ruddick apressou os papéis. Jaco está sob custódia. Ele está esperando uma assinatura do juiz para limpar o nome de Sunni. Não podemos vê-la nem receber atualizações até que isso seja assinado. Ele vai nos ligar de volta assim que ela for liberada. Eu dei a ele o meu número desde que seu telefone está jogado no lixo e eu mal consegui ouvi-lo.

Eu luto sob seu controle, precisando correr através daquele hospital e encontrar minha garota.

— Não me empurre, Jag. — Ele aperta mais. — Não vamos sair deste carro até estarmos calmos. Não preciso que você perca a cabeça e seja preso. Vai levar algum tempo. Ela terá guardas com ela até o juiz assinar os papéis.

Eu concordo.

— Posso te soltar?

Eu balanço a cabeça, sabendo muito bem o que eu faria. Seu celular começa a tocar. Boss o pega com a mão livre.

— Boss. — ele responde, virando o telefone para o modo de alto-falante.

— Nós o temos. Mande seus garotos. Você tem trinta minutos para chegar ao compartimento de carga da Fifth e cinco minutos a sós com ele. — A voz de Ruddick está abafada e apressada.

— Estou te soltando, mas juro por Deus, Jag, eu vou te derrubar. Mantenha a cabeça reta. Sunni vai precisar de você.

Endureço no meu lugar. Não posso me concentrar em Sunni e no fato de que ela pode ter se machucado permanentemente. A discagem do celular de Boss enche o carro. Cruz atende no terceiro toque. Parece que o sono não chegou para ele também. É francamente repugnante o que aconteceu.

— Você e Trick precisam ir até a baia de carga na Fifth. Ruddick tem um pequeno presente para você. Merda aconteceu. Depois digo com calma o que foi, mas Sunni tentou se matar. Estou aqui no hospital com o Jag. Precisamos de cinco minutos do seu tempo e de Trick.

— Feito. Deixe-me pegar Riot de seu apartamento para ficar com Layla e Bella. Eu não confio em Landon Chandler. Estou dizendo que ele está envolvido nessa merda.

— Boa decisão. Diga a Riot para ficar acordado e alerta.

— Certo. — Cruz desliga o telefone.

Meus cotovelos cravam no alto das minhas coxas e enterro meu rosto em minhas mãos. — O que ele fez com ela? Seu rosto estava tão inchado e machucado. Eu virei as costas para ela. Eu sei, sem perguntar, o que a empurrou para fazer isso. Sem dúvida.

— Sim. — concorda Boss.

— Foda-se. — Eu cubro meus dedos na minha testa.

— Você pode olhar de duas maneiras, Jag. O que nós tivemos que fazer foi uma merda. Levou um pedaço de todos nós manter este truque. Merda, nem posso lhe dizer se já se passaram vinte e quatro horas desde que aconteceu. Sem Ruddick e seus agentes você acreditaria no pior da história. Todos nós estaríamos divididos sobre o fato de Bella ter sido prejudicada e, em seguida, nos punir por permitir uma predadora em sua vida.

— Qual é o seu ponto? — Eu sento e bato meus dedos na minha calça de treino.

— Nada disso aconteceu.

— Não, ela tentou se matar porque eu quebrei uma promessa para ela. Virei minhas costas, joguei tão bem com Jaco que isso a levou a tirar sua própria vida.

— Sim, você fez. Vai chafurdar nessa merda o resto da sua vida? Eu espero que não. Parece-me que você está tendo uma segunda chance, e eu não a perderia com arrependimentos e com o que deveria ter sido.

Nós nos calamos. Falar em círculos só te deixa ainda mais longe. Boss está certo. Não se, mas quando sairmos do outro lado disso, eu não vou perder tempo com arrependimentos ou me chutar na bunda. Uma vez que Sunni estiver em meus braços, nosso novo futuro começa.

Um brilho laranja e rosa néon ilumina o horizonte, fazendo com que eu aperte e esfregue meus olhos. Nenhum de nós falou outra palavra.

— Sabe o que isso me lembra? — Boss aponta para o sol nascente e majestoso.

— Não.

— Lembra daquelas lutas que eu dirigia de oito a dez horas? Eu carregava você e Layla. A Madré embalava comida suficiente para um exército. Nós dirigíamos por horas. Sempre começava a viagem às dez da noite.

— Você e Layla lutavam um pouco antes de adormecerem. Madré seguiria o mesmo caminho pouco tempo depois. Eu era o único assistindo o nascer do sol enquanto dirigia. Porra, isso machucava meus olhos. É brilhante como você nunca experimentou depois de olhar para o escuro por horas a fio. — Ele respira fundo. — Mas também é minha parte favorita do dia. Me dá esperança e coragem para continuar, e com cada ascensão do sol, eu assisti você e Layla crescerem e se tornarem adultos fortes e confiantes. São esses poucos segundos todos os dias que fazem tudo valer a pena. O que você está prestes a enfrentar não vai ser fácil, Jag. Eu não vou avisar você também, porque sei que você a ama. E não estou em posição de lhe dizer que ela não é a certa para você. Meu coração pertenceu a uma mulher que nunca me amou.

Eu olho para Boss. Ao longo dos anos o homem me deu muitos discursos. Ele nunca falou sobre sua ex-esposa. É um segredo conhecido que ela despedaçou seu coração anos atrás. O Titan’s Tribe trouxe de volta à cena no ano passado. A cadela não teve a decência de tentar consertar as coisas antes de voltar a cidade. Eu acho que em seu caminho ela fez tudo o que podia e foi esperta o suficiente para saber que não haveria perdão para ela.

— Você ainda a ama? — Eu pergunto, olhando para o céu brilhante.

— Sim, sempre amarei. Ela me deu Layla. Não tem como eu não a amar. Ela pode ser má, mas me presenteou com o mundo, do jeito que eu vejo.

— Você é um homem melhor do que eu, Boss. — Minhas pálpebras se fecham. Imagens de Sunni em uma das minhas camisetas enquanto ela dança em volta da minha cozinha preenchem o espaço escuro. Sua risada despreocupada e amor infinito que ela me deu me tomam. Meu corpo relaxa quando o calor do sol atravessa a janela do carro.

Um barulho alto na janela do lado do motorista me tira dessa lembrança. Eu pulo da posição reclinada, cravando minha cabeça. Ruddick se afasta da porta. As linhas de sono cobrem seu rosto enquanto pesadas olheiras aparecem alinhadas sob os olhos dele.

— Ela foi liberada e está sendo transportada para uma ala diferente do hospital. Jaco está sob custódia. Parece que ele sofreu uma surra e foi assaltado antes de ser apanhado. Ossos quebrados e algumas lacerações graves são seus principais ferimentos. Ele será tratado na cadeia desde que Sunni está aqui. Ela estará no quarto vinte e cinco.

Uma vez que ele fala o número do quarto eu pulo do Escalade. Alguns seguranças gritam comigo enquanto eu passo voando por eles. Eu aperto o botão para cima no elevador várias vezes até encontrar uma placa para as escadas. Eu pulo os degraus, dois e três de cada vez. Meu corpo grita em protesto dos meus músculos doloridos da luta. Isso não me atrapalha.

Estou com falta de ar quando paro do lado de fora do quarto dela. O que eu vou dizer? Isso é tão fodido. Eu puxo o cabelo em cima da minha cabeça, perdido por palavras. Isso é raro para mim. Em vez de adivinhar cada pensamento, minha vontade de ver Sunni vence. Eu abro a porta e entro no quarto limpo e estéril. O cabelo de Sunni está emaranhado ao lado da sua cabeça. Monitores fazem barulhos a cada ascensão e queda de seu peito.

Meus passos são hesitantes enquanto faço meu caminho para o lado dela. Ela gira a cabeça quando estou perto. O lado do rosto dela está inchado demais, e as contusões assumiram tons profundos de azul e roxo. Eu noto algumas linhas de pontos que não estavam lá ontem.

Seu pescoço está enfaixado. Ela abre a boca e nada sai. Ela não para até que as palavras sejam pronunciadas.

— Sinto muito. Eu nunca machuquei Bella. Eu a amo. — Ela leva a mão à garganta, apertando-a sobre o envoltório grosso. — Eu nunca fiz nada disso. Jaco é mal.

— Sunni, pare. — Eu me inclino sobre a cama, segurando sua bochecha boa e inclinando-me tão perto de seu rosto quanto posso, sem machucá-la. — Eu sei, garota, eu sei.

— Você sabe?

— É uma longa história, mas a lição é não foder com a minha garota.

Os lábios de Sunni se inclinam, então ela faz uma careta. — Isso dói. Tudo dói.

— Deixe-me falar, e você ouve. — Eu a seguro o melhor que posso enquanto lhe digo tudo, não deixando de fora um único detalhe. — Esperava que ao dizer 'eu te peguei', que você entenderia. Você estava muito perturbada, e fui forçado a manter a encenação de ficar chateado para manter Jaco no escuro. Ruddick queria continuar por mais quatro dias para obter mais informações. Boss disse que não e começamos o processo para te tirar daqui. — Beijo cada centímetro de seu rosto que não está marcado por contusões e cortes. Repito o padrão, já que a maior parte de sua pele está coberta.

— Por que você fez isso, garota? — Eu fecho meus olhos, incapaz de olhar nos olhos dela quando ela me responde.

— Ele ameaçou vir a minha cela esta noite e me estuprar. Eu estava no ponto mais baixo da minha vida. — Sua mão vem até a minha bochecha. Seu polegar percorre círculos leves. Eu mantenho meus olhos fechados. — Eu tinha te perdido e estava empenhada em não deixar Jaco ter mais poder sobre mim. Ele me arruinou.

Eu abro meus olhos e beijo Sunni novamente. Meus lábios vão ficar doloridos pra caralho, porque eu não vou ser capaz de mantê-los longe dela. — Ele está na cadeia. Ele nunca mais vai te machucar. Jaco vai embora por muito tempo. Você tem uma família agora que ama e adora você.

A porta se abre. Um homem de meia-idade, vestido de uniforme azul, entra. Seus óculos estão empoleirados na ponta do seu nariz, sua atenção sugada pelo tablet nas mãos.

— Sunni. — Ele balança a cabeça. — Estou fazendo rondas noturnas e queria ver como está o seu nível de dor.

— A dor é além dos machucados se isso faz sentido. Definitivamente me sinto tensa, além de esgotada. É difícil manter meus olhos abertos. Eles estão pesados.

— Tudo o que se espera. Como está seu pescoço?

— Dolorido. — ela responde.

— Eu preciso falar com você sobre sua condição. — Ele olha diretamente para mim, me pedindo silenciosamente para sair.

— Ele pode ficar. — diz Sunni, agarrando meu braço. — Jag é meu namorado, e qualquer coisa que você tem a dizer, você pode dizer na frente dele.

Ele balança a cabeça e liga o iPad nas mãos. — A qualquer momento, depois de uma tentativa de suicídio, há avaliações mentais e aconselhamento envolvidos. Eu fui informado sobre o seu passado. O aconselhamento será benéfico para o bem-estar geral.

Sunni acena com a cabeça.

— Após uma avaliação psicológica, você estará pronta para ir para casa. O hospital cuidará de você quando estiver em casa, na forma de grupos de apoio.

— Vou me certificar de que ela receba tudo isso e muito mais. Obrigado, doutor. — Eu me levanto da cama e estendo minha mão para ele. — Ela vai ser bem cuidada.

— Há mais coisas a falar. Tem certeza de que está tudo bem ele estar aqui? — O médico puxa os óculos, olhando para os aros.

Sua pergunta me desencoraja. Porra idiota. Quem ele pensa que é? — É mais pessoal. Essa é a única razão pela qual estou perguntando. — acrescenta ele.

— Ele fica. — resmunga Sunni.

— Ela pode ter água? — Eu pergunto.

— Eu vou pedir a enfermeira para trazer algumas lascas de gelo. — O médico se senta em uma cadeira, inclinando-se para frente em seus cotovelos. — Você está grávida.


Capitulo Vinte e Sete

Sunni


— Você está grávida. — Essas duas palavras ainda parecem irreais. Eu pensei que era uma piada desagradável depois da experiência que passei. Ainda me lembro do momento em que o médico mudou minha vida para sempre. Nós não recebemos uma resposta clara se o implante de controle de natalidade expirou ou falhou. Mas para ser honesta, nem Jag nem eu pensamos duas vezes sobre isso. Estar grávida foi um choque, mas muito bem-vindo. Eu esfrego minha barriga protuberante, sorrindo para mim mesma lembrando de Jag caindo da cama.

Eu sorrio disso agora, mas meu rosto e pescoço estavam tão doloridos e machucados na época que eu não podia fazer. A cabeça de Jag bateu no azulejo e um ovo de ganso se formou imediatamente depois que ele desmaiou. Estávamos muito parecidos, ele com a face se curando da luta e um ovo de ganso e eu com hematomas e cortes.

Levei uns bons dois meses lutando contra o que aconteceu e processando tudo. A história de Jaco chegou ao noticiário nacional. Seu rosto frio e demoníaco estava em vários artigos on-line e grandes jornais. Seus segredos profundos e sombrios foram expostos ao mundo, e seu nome estava ligado a mais de uma dezena de assassinatos. Depois de ver os rostos das jovens, finalmente me senti abençoada. Eu escapei dele.

Não só me livrei de sua ira, mas também caí nos braços do homem que Deus colocou na Terra para mim. Estamos vivendo o conto de fadas que eu nunca pensei que iria estrelar. Não é perfeito de forma alguma. Aconselhamento tomou seu pedágio em nós. Jag e eu vamos a sessões individuais, e uma vez por semana vamos como um casal.

Jaco não só caiu, mas Landon Chandler e Abraão também. Eles tinham um plano doentio. Eu era o peão perfeito para eles chegarem ao Jag. Abraão violou sua liberdade condicional e encontrou-se de volta ao seu lar doce lar, a penitenciária estadual. A comunidade tinha o suficiente dos Chandlers e expulsou cada um deles. A palavra na rua é que Landon está abrindo uma academia na Califórnia. Nós sabemos que não seremos os últimos a vê-lo.

Esfrego minha barriga e termino de escrever a última linha do meu diário. Jag comprou-me um livro de autoajuda chamado My Once Upon a Time Me por Navy York. Ela tem vários títulos, e eu devorei todos eles. Seus diários espirituais são meus favoritos. Eu descobri que não estou rasgando páginas e gravando memórias ruins com tanta frequência. Em vez disso, estou me concentrando no bem e no futuro.

Papai Pau Monstro: qual é o meu nome?

Eu: Jag

Papai Pau Monstro: Pergunte-me qual é o meu nome.

Eu: *Emoji de olhos rolando* Qual o seu nome? *Emoji de olhos rolando*

Papai Pau Monstro: Daisy.

Eu balanço minha cabeça. Jag está forçando chamá-lo de papai. Ele está fazendo todo mundo chamá-lo de paizão. É melhor que ele ganhe esta luta pelo título aqui em Las Vegas, porque tenho a sensação de que teremos que investir milhares em aconselhamento para nosso pobre bebê.

Papai Pau Monstro: Dey see me Rolling15

A porta da nossa suíte se abre antes que eu tenha a chance de responder à piada brega. Bella está empoleirada nos ombros de Jag. Ele se esquiva quando entra no quarto. O resto da tripulação segue atrás dele. Bella está usando os aviadores de Jag e balançando a cabeça enquanto ele canta as próximas letras de uma canção de rap popular.

Jag deixa cair sua mochila enquanto canta no alto de seus pulmões. Quando ele não sabe mais palavras, ele começa beatboxing16.

— Eu preciso de uma bebida forte. — Boss rosna.

Eu gargalho tanto que quase faço xixi nas calças. Essa coisa toda da gravidez sacode o corpo de uma garota com certeza. Eu dou um tapinha no joelho dele enquanto ele se senta no sofá ao meu lado.

— Eu vou arrumar uma bebida você, Boss. Você merece uma depois de ficar com ele o dia todo. — Eu pisco para ele.

Boss pega o diário do meu colo e encontra uma página em branco. Sua mão forte começa a rabiscar uma nota. É coisa dele. Ninguém mais escreve ao meu lado. Nunca tive uma figura paterna enquanto crescia. Ficar entre lares adotivos nunca me permitiu formar esse tipo de relacionamento. Boss assumiu esse posto para mim.

— Aqui. — Layla estende a mão. — Você pode estar com quase cinco meses de gravidez, mas parece nove.

— Cadela. — eu falo e planto as mãos nos meus quadris. — Eu fui perguntada no spa três vezes hoje se eu estava tendo trigêmeos.

— Boa garota. — Jag abaixa Bella e me agarra pelos quadris, me puxando para ele. Nossos peitos não colidem mais. Só a barriga com o bebê e meu estômago hoje em dia. — Você disse a eles que é por causa do tamanho do meu p...

Eu bato minha mão sobre sua boca. Jag é Jag. Ele não muda para ninguém, nem mesmo para ouvidos pequenos. Sim, essa conta de aconselhamento vai ser pesada.

— Não, eu disse a eles que estou carregando meninos gêmeos, e o pai deles é um idiota total. — Eu empurro o peito dele e despejo uma bebida para Boss.

Você nunca saberia que Jag está prestes a lutar na maior partida de sua vida pela maneira como ele age. Inferno, você acha que o homem está na Disneylândia.

— Madré. — Bella pula para sua mãe em seu maiô pink. Ela e Layla passaram a maior parte do dia na piscina. O calor não é minha coisa. O sofá é onde eu estava enquanto Jag treinava hoje depois de mais uma intensa pesagem.

Eu entrego a Boss sua vodka com um pouco de Sprite e relaxo ao lado dele. Bella está agitando um canudo grosso que é maior que ela no rosto de Layla, falando em espanhol. Pelo olhar no rosto de Layla, ela está prestes a socar Jag.

— Você está brincando comigo? — Cruz rosna, agarrando o canudo colorido cheio de açúcar das mãos de Bella.

— Era isso ou bater nas prostitutas na esquina. Eu prometi a minha sobrinha algum tempo bom. — Jag encolhe os ombros e me puxa do sofá. Ele cai no meu lugar, em seguida, me puxa em seu colo.

— Retorno. Eu juro, Jag, você vai se arrepender disso, e estou me desculpando agora, Sunni, mas isso está chegando.

— Relaxe, papai urso. O que acontece em Vegas, fica em Vegas. Duh.

Bella imita o “duh” de Jag.

Eu sorrio. A brincadeira é demais. Eu não tenho dúvidas de que Layla e Cruz vão estragar os nossos garotos, e também todos os outros membros da família Diablo. Trick e Riot estão se esforçando para nomear os garotos depois deles. Não vai acontecer, mas eu atendo seu pedido com um sorriso e um encolher de ombros.

— Venha aqui. — Jag estende a mão e puxa o canudo do aperto de Cruz, e o morde no final, arrancando o selo. Sua testa está tensa em concentração enquanto ele instrui Bella a não cuspir no final dela.

— Abra. — Jag inclina o canudo para cima, derramando açúcar em sua boca.

Uma vez que o açúcar acelera o nível de energia de Bella, ela corre pela suíte, mostrando-nos seus movimentos de ginástica misturados com os chutes do karatê. Layla pega o canudo de açúcar, dobra o final e começa a bater em Jag. Eu fujo para Boss. Tenho certeza de que é de onde vem todo o nosso vínculo. Normalmente somos nós dois sentados à margem assistindo o caos.

Jag salta do sofá e coloca Layla em uma chave de braço. Ele a arrasta um pouco antes de dobrá-la em um pretzel no chão. A mão de Layla bate nas costas dele entre os surtos de risos. De alguma forma Layla consegue sair do aperto. Tenho certeza que era a distração de Bella.

Jag se senta e em um movimento rápido puxa o short de Layla. Sua bunda está bem em Boss e no meu rosto. Uma tatuagem recém feita da assinatura de Cruz é frontal e central em uma bochecha de bunda.

— Madré! — Bella aponta para a tinta.

— Você está brincando comigo? — Boss salta para seus pés. — Eu vou matar você. — murmura para Cruz.

Ele não recebe mais nada quando Boss o coloca em um estrangulamento. Bella dança gritando e aplaudindo seu pai e seu avô.

— Você é horrível! — Eu bato no peito de Jag quando ele se senta ao meu lado. Ele embala meu corpo ao dele, passando a mão por baixo da minha camisa.

Seus dedos dançam e deslizam pela minha pele.

— Ela fez depois da hora da piscina com Bella. Foi quando eu a levei às compras. Sabia que Boss perderia sua merda. — O sorriso de Jag é contagiante. Ele é muito orgulhoso de si mesmo. Seus lábios correm para cima e para baixo no comprimento do meu pescoço. Sua língua se ergue, fazendo padrões preguiçosos.

— Pare. — Eu agarro sua bochecha, mantendo seu rosto na curva do meu pescoço. — Você sabe que me deixa louca.

O anel de diamante na minha mão esquerda brilha. Nós não podíamos esperar por Vegas e nos casamos no ginásio na volta para casa. Foi simples e perfeito. Trinta dólares e um rápido curso on-line ordenado por Trick e ele nos casou. Boss me acompanhou pelo corredor e Bella com Jag. Nós dançamos a noite toda com Bob Esponja, Johnny Cash e Guns N 'Roses.

— Estou com fome de boceta. — ele sussurra.

É verdade o que dizem sobre os hormônios da gravidez. Eu estou mais excitada que Jag atualmente, e isso é uma combinação mortal para nós dois.

— Eles vão matar um ao outro?

Jag levanta a cabeça. Cruz e Boss estão tão emaranhados que não posso dizer quem está ganhando.

— Meu dinheiro está em Boss. — Jag responde.

Layla desistiu de ver toda a cena e foi preparar uma bebida. Pelo que posso dizer, é a Liquid Cocaine17, o que é uma combinação mortal.

— Oh meu Deus! — Eu giro o queixo de Jag para olhar em direção a Bella.

Ela tem a calça abaixada até os tornozelos e a língua apontando para o lado da boca, mostrando sua concentração profunda. Sua bunda nua está exposta enquanto ela segura um marcador preto de Sharpie18. Trick percebe o que estamos olhando e morde o lábio inferior.

Trick está lutando em uma luta de campeões amanhã também. Ele é muito mais calmo que Jag, especialmente antes das lutas.

Bella consegue fazer um semicírculo na bochecha antes de ajustar sua posição. Ela não desiste até ter rabiscado sua bunda.

— Madré. — Bella se inclina, mostrando sua tatuagem correspondente.

Jag está de pé comigo em seus braços. Eu firmo meus braços em volta do seu pescoço, segurando minha vida. Seu riso rasteja atrás de nós enquanto corremos para o quarto.

— Ela vai me matar. — Jag fala entre suas risadas.

— Sim, ela vai.

Jag chuta a porta e me coloca de pé, trancando-a rapidamente.

— Esposa, você é minha hoje à noite. — Ele me apoia até as costas das minhas pernas baterem na cama. Ele me deita. Toda vez que ele faz isso eu me sinto bonita. Isso é uma coisa que nunca vai mudar entre nós. Jag ama cada parte de mim.

Ele tira minhas roupas em um tango lento e sedutor. As costas de suas mãos tocam minhas partes mais sensíveis, me provocando. Meus joelhos tremem e meu núcleo goteja de desejo e necessidade.

— Hora do meu shake de proteína. — Seu rosto desaparece entre as minhas pernas. Eu ri da nossa piada interna. Meu riso cessa quando ele insere dois dedos e passa a língua entre minhas dobras. Seu rosnado vibra contra a minha carne. Minhas mãos voam para o cabelo dele, puxando-o para mais perto de mim. Eu me levanto, ordenhando todo o atrito que posso.

Ele estende a mão livre quando começo a gritar meu prazer e seu dedo se enrola dentro de mim. Jag rasteja pelo meu corpo até seus lábios tocarem os meus. Eu chupo nosso amor deles, em seguida, o empurro de cima de mim. Ele vai fácil, super protetor sobre minha barriga.

— Eu vou montar o campeão. — Eu jogo uma perna por cima dele e planto as palmas das mãos em seu peito. Meu bem mais amado. Eu chego entre nós, puxando a ereção dura de Jag de seu short de treino. Meus dias estão contados. Logo não vou conseguir chegar tão longe. Ele guia meus quadris para baixo sobre ele. Eu sinto cada centímetro dele me encher e fecho as pálpebras. A emoção de tê-lo dentro de mim enche meus olhos de lágrimas felizes.

— Eu te amo loucamente. Eu te amo descontroladamente. Você é meu coração, Jag.


Epilogo

Jag


— Sente-se e fique quieto. — Boss me empurra para baixo e continua envolvendo minhas mãos.

Minhas pernas saltam para cima e para baixo. A energia e adrenalina da luta iminente da minha vida está me deixando bêbado no momento. Eu sou o azarão, do jeito que eu gosto. Chegou a hora de Jag, o Justiceiro, agitar Vegas e seu dinheiro.

Eu puxo a corrente de ouro da minha camiseta de Diablo e beijo o pingente de Saint Christopher que Sunni me deu em nossa noite de núpcias. Eu beijo o centro dele e aperto meus olhos fechados. Eu sempre tive dificuldade em acreditar em Deus. Eu iria junto com a maioria da sociedade, nunca tendo uma forte crença de um jeito ou de outro.

Tudo isso mudou no dia em que eu segurei Sunni quebrada e espancada em uma cama de hospital, sabendo que um pouco de vida estava crescendo dentro dela por causa do nosso amor. Enquanto os dias passavam e eu assistia ela se curar e se transformar na mulher que ela é hoje, minha resolução quebrou. Eu já não me pergunto se existe um Deus ou não.

Eu o vejo todas as manhãs, sinto-o em todo beijo terno de Sunni e quando estou envolvido em seus braços quando minha família me cerca.

Minha família. Meu legado. Meu pequeno e doce pote de mel. Eu sou um abençoado filho da puta de boa aparência.


***

Sunni


— Eu vou pegar uma salsicha. Você quer alguma coisa, Layla? — Eu me levanto da cadeira desconfortável, esticando minhas costas.

— Não, eu estou bem.

— Eu vou buscar. — Riot fica de pé.

— Não, eu preciso me esticar um pouco. — Eu aceno para ele.

— Eu vou buscar. Você não está deixando este lugar sozinha. — Riot caminha para longe de nós.

 — Consiga dois. — eu grito.

Ele acena a mão sobre a cabeça, reconhecendo meu pedido. Eu permaneço em pé, arqueando as costas e revirando os olhos.

— Acostume-se, mamãe. — Layla dá um tapinha na minha barriga e depois a beija. — O arrogante e protetor homem das cavernas ficará pior quando os garotos vierem.

— Ótimo. — Eu sento. — Quer saber um segredo? Jag perderá a cabeça.

— Diga, diga, diga — Layla implora.

— Nós temos os nomes dos bebês. — Eu digo e encolho os ombros.

— Oh meu Deus! — Ela agarra meus ombros. — Diga logo.

— Você não pode dizer ao Jag que eu te disse. No entanto, quando ele estiver prestes a anunciar, você pode confundi-lo. Vingança e tudo mais.

— Fale! Continue com isso agora. — diz ela.

— Dexter e Felix.

Layla fechou a boca. Lágrimas aparecem em seus olhos. Ela nem sequer tenta impedi-las de transbordar. Nós estamos nomeando os bebês de Boss e Cruz. Dexter é o nome verdadeiro de Boss e Felix é o sobrenome de Cruz.

— É perfeito. — Ela enxuga as lágrimas e depois se abaixa, conversando com seus sobrinhos usando seus primeiros nomes.

Riot retorna com minhas salsichas, uma Diet Coke e um pote de ketchup, mostarda e maionese. Eu uso a salsicha para mexer todos os condimentos juntos. Layla enruga o nariz, mostrando seu desgosto.

— É estranho eu não estar nervosa? — Eu pergunto antes de dar minha primeira mordida.

Layla encolhe os ombros. — Você sabe que eu estava pensando a mesma coisa. Eu não acho estranho. Estamos no meio de uma tempestade perfeita, e estamos apenas nos ajustando a isso.

Eu não poderia concordar mais. As lutas começam. A animação no estádio aumenta, assim como a minha. Eles estão lutando por classe de peso. Jag é antes de Trick. Arrepios deslizam ao longo da minha pele quando o oponente de Jag é anunciado. Ele tem cara de mau e possui tatuagens rastejando ao lado do rosto. Ele tem poucos dentes na boca e está invicto. A música sai para me assustar pra caralho. Bex, o inferno subterrâneo, e não é uma piada.

— De Vancouver, Washington, lar do Diablo’s Throne, com um recorde de artes marciais mistas e dez nocautes, este filho da puta significa negócios. Jaaaaaag, o Justiceiro!

Eu pulo em meu assento, pulando e gritando com tudo o que tenho. As mãos de Riot pegam meus quadris, me mantendo firme. A música de introdução de Jag explode. Todo mundo canta junto. Ele pode ser o azarão, mas ele é o favorito do público.

Seu rosto está para baixo com o capuz preto protegendo seu rosto. O passo de Jag é poderoso e determinado. Ele pega o ritmo, saltando na ponta dos pés enquanto caminha. Quando a música grita e muda, ele sai correndo, arrancando o capuz antes de chegar ao ringue.

Ele pula no meio do octógono, batendo no peito, com a cabeça erguida para o céu, rugindo um grito de guerra.

— Eu me enganei. — eu grito para Layla. — Estou nervosa pra caralho agora.

— Eu também. — ela grita de volta.

Ficamos de pé em nossos lugares enquanto o juiz verifica os dois lutadores. Eu não tiro meu olhar de Jag enquanto Boss o incentiva para a luta.

— Ei, puta gorda, sente-se.

Eu me viro levemente para ver um cara bêbado que provavelmente está apontando para mim. Eu lanço o dedo do meio para ele. Riot o agarra pelo colarinho e sinaliza a segurança. Antes de soltá-lo, ele soca a barriga de cerveja do homem. Sim, esses homens superprotetores não são ruins.

Eu não coloco minhas mãos sobre meu peito ou boca, mas as mantenho firmemente plantadas sobre nosso futuro. O sino toca e Jag faz sua dança. Ele é tão gracioso no ringue quanto na pista de dança e entre os lençóis.

Ele fica tonto com dois golpes fortes na mandíbula. Bex é conhecido por seu uppercut mortal que derruba os lutadores em um piscar de olhos. Jag está brincando com fogo e amando cada segundo disso. É como ele faz para empurrar e brincar com os limites.

Os analistas de esportes previram um nocaute na primeira rodada por Bex. Isso alimentou o treinamento de Jag. Ele viu cada nocaute e levou-os ao coração, decidido a provar que estavam errados. Ele não vai dar uma surra. Apenas um nocaute fará.

— Mover. Mover. Mova-se. — Layla grita ao meu lado.

Eu permaneço em silêncio, estudando a determinação nos olhos de Jag. Suas mãos estão levantadas, protegendo seu rosto enquanto ele dança. Bex abaixa a mão esquerda, e Jag reage, dando um soco, conectando-se com a têmpora de Bex e mandando-o cambaleando para trás. Jag avança, balançando ambos os braços e conectando com o rosto e as costelas do seu oponente.

Ele o empurrou contra o octógono. Jag parte para cima mais uma vez. Acontece em câmera lenta quando seu punho conecta uma última vez com a têmpora de Bex. Ele desmorona no tatame. O juiz pula entre os lutadores. O que acontece a seguir mostra-me o homem que Jag realmente é.

Ele cai de joelhos, colocando a cabeça no tatame e batendo as mãos ali. Seu ego é deixado no vestiário. Boss salta para o ringue e ajuda Jag a ficar de pé. O juiz levanta a mão de Jag na vitória. Jag agarra Boss e faz a mesma coisa. Os dois homens que se conheceram a muitos anos em uma calçada realmente completaram o ciclo.

O peito de Jag desce e sobe com seus soluços estridentes. Ele mal consegue pronunciar qualquer palavra quando o microfone é colocado à sua frente.

— Uma vitória para toda a vida, Jag. O que está acontecendo nessa sua cabeça? — Jag bate no peito várias vezes antes de qualquer palavra sair.

— Coração, fogo e desejo.

Ele pega a mão de Boss novamente e a levanta acima de suas cabeças. — Tudo isso é por causa desse homem bem aqui. Eu lhe devo tudo.

Jag se vira nos braços de Boss e o abraça. Eles saem do octógono ainda abraçados.

Eu deixo cair a cabeça, olhando para a minha barriga. — Ele fez isso. Seu pai é um campeão.

O barulho da multidão ao meu redor se intensifica. Quando olho para cima Jag está correndo em minha direção com lágrimas de vitória ainda rolando pelo rosto, misturando-se com sangue e suor. Esse sorriso, no entanto, faz tudo valer a pena.

Ele cai de joelhos e beija minha barriga, olhando para mim.

— Dez minutos, garota, dez minutos. — Ele se levanta e beija meus lábios.

— Eu não posso esperar dez minutos. — murmuro em sua boca.

Ele pega minha mão e corremos para o vestiário, para o futuro. Ele capturou meu coração no dia em que corremos pela calçada. E eu estarei sempre correndo com esse homem.

 

 

 

Notas

 


[1] Pop-Tart é um biscoito pré-cozido recheado produzido pela Kellogg.
[2] O tamal ou tamale é um prato tradicional da culinária mesoamericana, feito de massa, uma massa normalmente feita à base de milho, que pode ser cozida a vapor, ou então fervida num invólucro.
[3] Abuela avó em na língua espanhola.
[4] Referência ao filme Rocky, um lutador de boxe.
5] Potato, potahto — é uma expressão comum nos EUA, utilizada para dizer que ambos são a mesma coisa, apesar de pronunciados de forma diferente.
[6] Henley é marca de camiseta.
[7] Madré, mãe na língua espanhola.
[8] O spandex é um tecido sintético, com um polímero de base, como nylon ou poliéster.
[9] Uppercut é um soco utilizado em várias artes marciais como no boxe, kickboxing e muay thai. Este golpe é lançado para cima, com qualquer uma das mãos.
[10] Crown and coke é coquetel de whisky com coca-cola.
[11] Muito presente na culinária mexicana, ela é fundamental para o preparo de tacos e burritos.
[12] Galo (rooster) tradução para galo e também gíria para pênis
[13] Bully — alguém que machuca os outros fisicamente, mentalmente ou emocionalmente. Eles podem arruinar a vida de uma pessoa, apenas para se sentirem melhores.
[14] Depend — marca americana de fraldas geriátricas.
[15] Eles me veem rolando (Dey see me Rolling) é um slogan popular derivado do hit de 2006 do rapper Chamillionaire, Ridin. Logo após o single e o vídeo serem lançados, as pessoas começaram a imitar a música.
[16] Beatboxing O termo beatbox refere-se à percussão vocal do hip-hop. Consiste na arte de reproduzir sons de bateria com a voz, boca e nariz. Também envolve o cacarejo, imitação vocal de efeitos de DJs, simulação de cornetas, cordas e outros instrumentos musicais, além de outros efeitos sonoros.
[17] Liquid Cocaine - Coquetel super forte a base de rum.
[18] Sharpie - Sharpie é uma empresa americana fabricante de canetas.

 

 

                                                    H.J Bellus         

 

 

 

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