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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


JOCK RULE / Sara Ney
JOCK RULE / Sara Ney

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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A sexta-feira onde eu digo a ela que ela é uma gigante B... (e eu não quero dizer bonita).
Teddy
—Fazendeiro Ted, você pode fazer a minha maquiagem?
Eu odeio quando minha amiga e colega de quarto, Mariah, me chama de fazendeiro Ted; ela faz isso quando está tentando chamar minha atenção, e sempre funciona.
Mas isso não significa que eu tenha que gostar.
—Sim claro. Eu posso fazer sua maquiagem. — Claro que eu posso, eu sempre faço.
Coloco o pincel que estou segurando entre meus dedos no balcão, em vez de optar por uma cor perto da minha, tiro um tom de corretivo que combina com a pele de Mariah. Sua pele é bronzeada, graças as longas horas de bronzeamento artificial, então eu opto com algo escuro, puxando um pó bronzeador da minha gaveta.
Mariah senta em uma cadeira, fecha os olhos e inclina a cabeça para trás, esperando como se fosse uma celebridade e eu sou a estilista que tem todo o tempo do mundo para trabalhar em seu rosto.
Eu suspiro.

 


 


Se eu fizer sua maquiagem, não vou ter tempo para fazer a minha. Esse fato não foge do meu conhecimento, mas aparentemente isso escapa do dela.

Ou isso, ou ela simplesmente não se importa.

—Estou pensando em olhos esfumados, — ela murmura, instruindo-me, não falando além de me dizer o que ela quer.

Está tudo bem; é assim que Mariah é, e como ela sempre foi.

—Com lábios brilhantes e luminosos— Ela enruga a boca, encostando seus lábios. Mariah é linda, não sei por que ela acha necessário enrugar os lábios, bronzear a pele e usar extensões.

Eu a vejo olhando-se no espelho, ela olha para mim por cima do ombro, levantando as sobrancelhas escuras. Elas são um contraste evidente com o cabelo claro, quase muito gritante, mas se eu mencionasse isso, ela ficaria na defensiva.

—Você não deveria estar com pressa? Nós não temos muito tempo.

Eu não a chamaria de egoísta, mas ela é um pouco egoísta.

Tudo bem, muito egoísta.

Amo ela até a morte, não me leve a mal, mas mesmo depois de todos esses anos, Mariah Baker sempre conseguiu o que queria e sempre fui a pessoa que a ajudou a conseguir.

E agora ela quer que eu faça sua maquiagem.

Você pode fazer isso Teddy. Você pode fazer a maquiagem de Mariah primeiro e depois secar rapidamente seu próprio cabelo e, uma vez feito isso, talvez até...

Mariah interrompe minha meditação. —Tessa e Cameron querem se encontrar um pouco mais cedo hoje à noite. É por isso que precisamos nos apressar. Você está triste com isso?

Eu estou triste com isso?

Eu olho para o relógio pendurado na parede do meu banheiro, franzindo a testa. —Quando? — Eu ainda não fiz meu cabelo. Ou achei um vestido.

—Que horas?

—Nove. Eles ouviram que há uma festa na casa de rúgbi.

Merda. Isso não me dá tempo para me preparar.

—Você quer se divertir na casa de rúgbi na Fila? Isso é completamente aleatório. — Geralmente são as casas de beisebol ou futebol que minhas amigas visitam, ninguém no campus dá a mínima para o rúgbi e não conheço ninguém que já namorou um jogador.

Não é como se qualquer um desses garotos jogassem profissionalmente, diferentemente dos outros esportes, então é meio estranho eles terem uma casa designada no Jock Row. Nesta universidade, vivendo em —The Row— é o equivalente a ser um rei do campus: todo mundo quer ser um atleta e todo mundo quer namorar um.

É a cena da festa fora do campus e os estudantes se reúnem todos os finais de semana.

—Eu nunca ouvi falar deles tendo uma festa. — Eu passo a sombra preta sob o olho esquerdo de Mariah.

—Nunca.

—Certo, mas eles têm algum torneio regional ou alguma coisa chegando e estão arrasando. Parece ser enorme. Todos estarão lá.

—Droga. Todo mundo? — Eu me arrasto sarcasticamente, passando a sombra pela pálpebra superior.

—Quão grande é a casa deles?

—Pequena. — Ela já está se olhando no espelho, examinando meu trabalho, franzindo os lábios.

—Provavelmente será no quintal. Se for uma merda, vamos simplesmente largar e ir a uma festa da fraternidade.

—Você não acha que vai sair do controle, não é?

Suas sobrancelhas escuras se levantam.

—Por que sairia do controle?

Eu olho de volta para seu reflexo no espelho, o jeito que ela está assistindo me faz sentir ingênua e imatura.

—Uh... porque eles são jogadores de rúgbi e eles não costumam lutar muito? — Não que eu saiba alguma coisa sobre isso, mas eu juro, ouvi em algum lugar que eles eram tipo brutos, especialmente no campo.

Lutadores grosseiros e sujos.

Mariah encolhe os ombros.

—Deus, Teddy, quem se importa se eles brigam muito? Uma festa é uma festa e é sexta à noite o que mais há para fazer?

—Eu não me importo. Eu estava apenas perguntando. — Por que eu pareço tão defensiva?

Eu passei um pouco de blush em suas bochechas. Adicionei iluminador. Faço as sobrancelhas dela. Entrego-lhe a varinha de rímel.

—Aqui, vá aplicar duas camadas grossas.

—Só duas? — Ela pega o rímel das minhas mãos e fica de pé, andando até o espelho atrás da porta para ver de perto o resultado de sua maquiagem.

Eu juro, se não tivéssemos sido melhores amigas desde que tínhamos sete anos, eu me perguntaria o que diabos eu estava fazendo saindo com ela. Às vezes ela é cansativa, e quanto mais envelhecemos, mais opostos nos tornamos.

Eu olho para o espelho. Suspiro com resignação, passando meus dedos pelo meu longo cabelo castanho, meu cabelo reto e sem estilo. Olho para os meus largos olhos castanhos. Minha pele brilhante, recém-esfregada, rosada e também sem um pouco de maquiagem.

Olho para o relógio que pendurei no banheiro para não ficar atrasada pela manhã antes aula das oito horas.

8:32. Mariah quer sair dez minutos antes das nove, o que me dá dezoito minutos para ficar completamente pronta.

Que merda de vida.

***

—Você pode fazer isso, Teddy. Você vai se divertir muito hoje à noite.

Deus, por que estou falando comigo mesma no espelho de uma festa?

É porque eu tenho me sentido sozinha desde que chegamos aqui, é por isso. Mesmo que eu tenha estado em uma sala cheia de pessoas.

Eu respiro fundo, verificando meu rosto uma última vez depois de lavar as mãos. Sem uma toalha de mão à vista acabo usando meu jeans para secá-las, deslizo minhas palmas para cima e para baixo, criando listras escuras e úmidas.

Alguém bate na porta do banheiro.

—Só um minuto!

Assustada, meu brilho labial desliza dos meus dedos para o chão de ladrilhos sujos, eu me encolho quando a tampa se quebra. Pego do chão nojento como se fosse um explosivo inflamável.

—Droga. Esse era meu favorito. —Eu reclamo para ninguém, as pontas dos meus dedos mal segurando o tubo enquanto jogo a coisa toda na lata de lixo, lavo minhas mãos novamente e atiro um último olhar superficial no espelho antes de sair para sala.

Eu pareço bem.

Bonita e natural.

Usando menos maquiagem do que planejava quando tinha tempo para me arrumar, me inclino contra a pia molhada e me dou outra palestra.

—Você vai se colocar lá fora hoje à noite. Você vai sair da sua zona de conforto e talvez encontre alguém. Não dê para trás. —Eu levanto minhas sobrancelhas para mim mesma e aponto o dedo para o meu reflexo, incapaz de resistir a uma conversa estimulante.

—Não dê para trás, você entendeu?

Eu estou quase com medo de abrir a porta, sabendo que uma multidão de pessoas está esperando do outro lado, jovens mulheres infelizes que tiveram que ficar na fila enquanto eu enrolava dentro do banheiro, tendo uma conversa séria comigo no espelho.

Minha mão alcança a maçaneta. Desbloqueio.

Puxo.

Música alta e vozes me atacam de uma só vez, junto com a fila do lado de fora da porta. Eu estava certa: alguns deles parecem chateados. Outros se apoiam na parede, totalmente bêbados. Não é uma surpresa, já que esta é uma festa de bebedeira e todos aqui estão com cara de merda.

Exceto eu.

O que me lembra...

Eu pego o copo de plástico vermelho do balcão, segurando-o protetoramente na minha mão enquanto eu despreocupadamente passo pela porta, como se estivesse perplexa com os olhos gritantes e fortemente maquiados.

Comparado a elas, eu pareço com uma garota comum.

Eu fiz o que pude fazer nos dezoito minutos que Mariah me deixou para me preparar, mas não foi o suficiente, nem consegui fazer meu cabelo. Graças a Deus ele é longo, liso e brilhante, escondendo o fato de que meu rosto mal tem nada.

Corretivo. Blush. Alguns retoques e rímel preto. Nada demais.

Eu pareço com uma acompanhante e não alguém que é convidado para esse tipo de festa. Nem mesmo minha roupa combina: meia-calça preta, jeans e uma simples camisa de mangas compridas que peguei do cabide com pressa.

E não está frio lá fora.

Eu provavelmente pareço ridícula e fora do lugar.

Deus sabe que me sinto ridícula.

Maldita Mariah! ela me abandonou para jogar beer pong quando eu disse que tinha que usar o banheiro. Agora eu tenho que descobrir onde elas estão jogando...

—O que você estava fazendo aí, se masturbando? — Uma das garotas no corredor grosseiramente pergunta enquanto eu passo.

O resto da fila ri.

Eu dou um sorriso desajeitado para as meninas, encolhendo os ombros como se dissesse: Desculpe! E deslizo para longe, com a cabeça inclinada para encontrar minha amiga.

Onde está a mesa de beer pong, onde ela disse que estaria? Não encontro em nenhum lugar.

Eu verifico a sala de estar - nada.

A cozinha. Volto para o quarto.

Ugh.

Ligeiramente irritada, eu gradualmente vou até o quintal, onde a multidão está reunida em torno de uma mesa de beer pong que mal consigo distinguir, a área está tão cheia que é quase impossível se mover. Eu ando na ponta dos pés pelos degraus da varanda, protegendo os olhos do ofuscante holofote montado no canto do quintal e aperto os olhos.

Nenhum sinal de Mariah.

Claro.

Minha respiração engata quando eu espio alguns rostos familiares. Aliviada, eu empurro através da multidão, indo direto para Tessa e Cameron, duas garotas que fizemos amizade nos dormitórios do nosso ano de calouros. As duas sempre foram muito amigáveis, apesar de serem caçadoras como...bem, como Mariah.

Deus estou feliz em vê-las.

Levei uns bons dez minutos para abrir caminho até o lado delas e, quando o fiz, —Agradeço a Deus por ter visto vocês. Eu estava começando a pensar que passaria a noite inteira sozinha na varanda.

Elas dão um grito coletivo quando me veem, claro que sim, porque são esse tipo de garota. Escandalosas. Sempre muito excitadas para ver alguém que elas viram no dia anterior no campus. No entanto, eu deixo que elas me abracem e façam um barulho e ajam como se não tivéssemos caminhado juntas para a festa hoje à noite, como se elas não tivessem me visto em anos.

—Teddy! Teddy, onde você esteve? Nós pensamos que você tinha se perdido! —diz Tessa, loira e linda. Ela tem olhos grandes e genuinamente parece devastada pelo meu desaparecimento.

É o que estar bêbado faz com uma pessoa, suponho.

Ela agarra meu braço.

—Fui ao banheiro e demorei para sempre. Desculpe— eu grito sobre o barulho, sobre a música explodindo e todo mundo que está tentando conversar e lutando contra a barulheira.

Ambos acenam com conhecimento de causa. —Bem, você está de volta agora.

Cam olha para o meu copo vermelho.

—Mas você não está bebendo.

Eu estava...

Eu viro o copo de cabeça para baixo.

Vazio.

—Eu estava bebendo.

—Você não pode ter um copo vazio, regras da casa.

Eu rio.

—Não é.

A expressão de Cam é sombria enquanto ela balança a cabeça.

—Isto é. Isso é o que o garoto no barril nos disse.

—Isso é algo que os caras dizem para as garotas ficarem bêbadas.

—Mas você não quer outra cerveja?

Na verdade, não.

—Claro. — Eu dou de ombros. —Eu acho que vou...?

—Eles mudaram a cerveja para a sala de estar, — Tessa me informa, embora eu passei no meu caminho para o quintal.

Um barril na sala de estar - elegante

—Você pode pegar para gente também? — Cam pergunta.

—Mas nos consiga novos copos para que possamos continuar bebendo essas coisas.

Ela segura o copo dela para demonstrar que ainda tem álcool, em seguida, dá uma sacudida na minha direção.

—Despejar isso para conseguir cerveja nova é abuso de álcool, mesmo que esteja super quente.

—Eu trago um novo copo se eles deixarem. — Nós tivemos que pagar dez pratas na porta por um copo de plástico vermelho e espero que eles me deem um novo sem me fazer discutir. Provavelmente não, mas vale a pena tentar.

—Você é adorável, eles vão te dar um copo novo! — Cam se entusiasma, piscando o olho fortemente maquiado. Ela realmente é uma querida, e eu dou uma olhada para Tessa.

—Se você vir Mariah, diga a ela que estou procurando por ela?

Ambas dão de ombros, como se estivessem amarradas a cordas de marionete.

—Certo.

—Obrigada.

Com isso, estou me desviando no meio da multidão na direção oposta pela qual já tinha lutado de volta para o quintal, indo ao outro lado da varanda, para a cozinha.

—Desculpe-me... desculpe-me. — leva menos de quinze minutos para chegar à sala e ao barril.

Ninguém está trabalhando nele. Ninguém está aqui para bombear a mangueira ou o que quer que seja chamado.

Nenhum copo extra para ser visto, nem mesmo no chão. Meus olhos batem no chão, meu nariz enrugando na bagunça encharcada sob o barril de metal cinza. Embaixo dos meus pés.

A cerveja derramou no chão, piorando o estado do tapete já sujo, rangendo um pouco quando piso com meus sapatos. Nojento.

Típicos de homens, sem senso de propriedade e destruindo a casa em que têm a sorte de morar, provavelmente pela metade do aluguel que pago. Eu nunca fui tão afortunada. Eu tenho que trabalhar para tudo o que tenho, incluindo aulas, porque minha mãe não pode me ajudar, nem mesmo enquanto trabalha em dois empregos, como garçonete e bartender na cidade turística em que vivemos.

É uma droga, mas eu nunca tive apostilas. Nunca soube de nada além de trabalho duro, então ver essa casa sendo destruída de forma tão descuidada ...

Eu engulo.

Não é da minha conta o que esses caras fazem. Só estou aqui para tomar cerveja e sair com minhas amigas, e por que diabos eu me importo? Deixe-os arruinar seu tapete idiota! Isso não me afeta nem um pouco.

***

KIP

Aquela garota está parada ao lado do barril há muito tempo.

Eu provavelmente deveria ir dizer a ela que acabou, completamente sem cerveja, e estamos apenas esperando que alguém venha pegar a maldita coisa, mas...

Eu não vou.

Em vez disso, me inclino contra a parede e tomo um longo gole da cerveja que trouxe, que está trancada na geladeira dos fundos da casa.

Ela olha de um lado para o outro, esperando com o copo vermelho, mexendo nos calcanhares, fazendo caretas a seus pés de vez em quando, um olhar completamente enojado em seu rosto. É um rosto bonito.

Se você é puro e perfeito.

O que eu não sou.

Eu não estou em nenhum rosto, quente ou bonito.

Eu não namoro.

Eu não faço sexo, não me envolvo com ninguém.

Mas, a menina é fofa de um jeito sem noção e eu sou obrigado a estudá-la enquanto ela fica lá, esperando pela cerveja. A casa está cheia, sabíamos que estaria todo o corpo estudantil, aparentemente entulhado em nossa sala de estar, na varanda, no quintal e até no porão inacabado. Não é nada além de bloco de concreto e cheiro de mofo, mas está repleto de idiotas bêbados.

Eu me encolho quando as cortinas do outro lado do quarto desmoronam, então espero pelo resultado: gargalhadas e gargalhadas. O cara que fez a bagunça se enrola, formando uma toga, com a haste de cortina e tudo, proclamando-se em voz alta imperador da festa.

Porra, que idiota.

A garrafa âmbar fria na minha mão toca meus lábios enquanto meus olhos casualmente deslizam de volta para a menina. Ainda de pé no centro da sala parecendo sem objetivo. Não tenho certeza. Autoconsciente.

Ela enfia um longo fio de cabelo castanho atrás da orelha e morde o lábio inferior, mordiscando. Endireita seu corpo.

Por que ela não desistiu ainda e foi procurar outro barril? Está na varanda da frente, qualquer pessoa com metade do cérebro teria desistido e ido procurar.

Não essa garota.

Ela está enraizada no chão como se fosse seu maldito trabalho ficar naquele lugar.

Outro gole da minha garrafa me faz encostar na parede atrás de mim, meu ombro maciço esticado contra o batente. Entediado.

Encostado na parede, eu tenho uma visão panorâmica de toda a sala de estar. Eu sou uma cabeça mais alta do que a maioria das pessoas aqui, definitivamente mais alto que todas as garotas. Alguns dos meus companheiros de equipe chegam perto da minha altura, mas não muitos.

Musculoso.

Minha carranca mantém as garotas afastadas, e arqueio as sobrancelhas quando uma festeira errante me confunde com alguém que quer conversar.

Eu não.

Não para ela.

E não para a loira no vestido preto decotado. Ou aquela na parte de cima e nos jeans baixos. Ou a que está virando o cabelo em dez direções diferentes enquanto ela me olha de cima a baixo, o olhar azul pousando no meu pênis.

Jesus, essas garotas.

Sem postura. Sem vergonha.

Eu tenho um semestre e aulas de verão antes do dia da formatura. Eu não vou passar o tempo acorrentado a alguma caçadora de crinas ou a uma garimpeira que só está atrás do dinheiro da minha família.

Nem mesmo uma tão bonita quanto a garota no meio da sala.

Eu não sei por que estou enlouquecendo olhando para ela. Ela não é —gostosa— ou bêbada ou o tipo que geralmente aparece quando temos festas.

Ela parece mais conservadora, autoconsciente e... fora do lugar.

Cabelo longo e liso. Camisa preta. Jeans. Quase sem qualquer maquiagem pelo que eu posso ver daqui, e ela empurrou as mechas de seu cabelo para longe do seu rosto não menos que quatro vezes.

Sim, estou contando.

Observo quando Smith Jackson se aproxima dela, mal contenho quando seu sorriso estridente aponta em sua direção enquanto ele passa uma de suas mãos bronzeadas pelo cabelo preto.

Flertando.

Smith está no time de futebol e é um babaca gigante.

O uso de drogas pesadas, recreativamente, como cocaína. Trata garotas como lixo, pelo que eu ouvi. Aproveita os serviços oferecidos aos atletas, como a seleção de classe preferida e depois pula essas aulas.

Basicamente, Smith Jackson é um verdadeiro filha da puta

Eu não tenho a mínima ideia de por que as garotas largam suas calcinhas para ele.

Oh sim, eu sim: ele é atleta e bonito. Mas quem porra nomeia seu filho Smith? Quem?

Ele está avaliando a garota perto do barril, mas com um ar familiar em torno da abordagem que me faz pensar que eles se conhecem. Ele bate no cotovelo dela. Sorri novamente. Ela acena com a cabeça.

Sim, eles definitivamente se conhecem de algum lugar. Classe talvez? Definitivamente não fodeu ou ele nunca teria se aproximado dela, ele não é do tipo que mergulha duas vezes, não pelo que eu vi. O garoto é bem e verdadeiramente um idiota total.

Me inclino para trás, fico confortável e assisto.

A garota não está incomodada com ele ou excessivamente encantada, mas ela está corando. Posso ver o tom em suas bochechas daqui, muito perto do outro lado da sala, e posso ver o brilho de seu rosto. Suas altas maçãs do rosto brilham. Seus dentes são brancos e brilhantes.

Ela está nervosa, mas tentando ser indiferente, como se aproximasse o tempo todo, quando é óbvio para mim que ela não faz.

Eu me pergunto o que Smith quer dela. Por que ele se aproximou.

Ele pega a mangueira no barril e a segura, demonstrando para ela que está vazio.

—Viu? — Ele ri, inclinando a cabeça para trás. Zombando dela um pouco até que sua cabeça se incline um pouco.

Idiota.

Ele lhe dá uma cutucada, soltando a mangueira do barril. Cai no tapete e ele o coloca no cano de metal, cruzando os braços e olhando para ela. Olhos de cachorrinho? Realmente, Smith?

Eu não posso mais ver o rosto da menina, apenas suas costas e o longo cabelo castanho, mas os braços dela acabam virando descruzados e sua postura relaxa. Seja o que for que Smith esteja dizendo, isso está facilitando sua tensão. É provavelmente lixo, mas ela parece confortável.

E outro morde a poeira.

Elas sempre se apaixonam por sua merda.

Contente em assistir à festa do canto da sala, eu me abaixei para não ficar na minha altura máxima, coçando a barba cheia crescendo no meu rosto. Já faz dois anos desde que eu raspei a barba no queixo, bochechas e bigode, e não tenho intenção de fazê-lo tão cedo.

Eu não diria que é espessa, mas está bem perto disso. Despenteada. Irregular.

Minha mãe odeia isso. Minha irmã odeia isso.

Meninas no campus odeiam isso.

A barba serve perfeitamente a sua finalidade.

Apesar do meu tamanho, estrutura e status no campus, fico sozinho a noite toda. Nem uma única mulher se aproxima de mim, se você não contar as meninas na cozinha que precisavam de copos tirados do topo da geladeira no início da noite.

O coque masculino em cima da minha cabeça balança quando eu dou um agitado lance. Por um minuto quente, quando me transferi para Iowa, realmente pensei sobre morar nesse lixão.

Felizmente, aprendi algumas regras gerais com a rapidez suficiente para passar tempo com meus colegas de equipe:

1: Nada é sagrado se você é um membro da equipe, então quem mora aqui é melhor ter um maldito bloqueio na porta do quarto.

2: É barulhento todo final de semana, seja uma festa acontecendo ou não.

3: Os caras são malucos quando não há ninguém limpando depois deles. E ninguém está.

4: Mesmo com uma fechadura na porta do seu quarto, ainda não há paz neste lugar.

5: Todos estão no negócio de todos.

Tanto faz.

De qualquer forma.

Eu tiro o cabelo dos meus olhos.

Inclino meu corpo, colocando minha garrafa de cerveja meio vazia no chão, descansando entre os meus pés para que não derrame. Puxo o elástico do meu cabelo e sacudo minha cabeça inteira, mergulhando para juntá-lo em minhas mãos. Amarro em um nó em cima e enrolo o elástico preto ao redor dele.

—Você está linda, Sasquatch1. Você realmente não gosta de nós, — um dos meus colegas de equipe diz a poucos metros de distância, tendo me visto arrumando meu cabelo.

—Quer me pegar mais tarde?

Minhas mãos agora estão livres, então eu a abro.

—Foda-se, Winkowski.

—Mas você é uma garota tão bonita.

Sim, Sim, Sim. Ha ha Jesus, esses caras. Constantemente me dando uma merda sobre a minha aparência, como se eu desse a mínima para o que eles pensam sobre o meu cabelo. Nada que eu não tenha ouvido os dois anos desde que decidi deixar tudo crescer.

É mais fácil assim.

Menos distração.

Menos uma dor na bunda.

O cabelo e a barba funcionam porque eu não estou me aproximando constantemente, e nenhuma garota está tentando engravidar.

Eu não sou nenhum sugar daddy e nenhum ticket de refeição para aproveitadoras.

Então, aqui está a coisa: meus pais são...ricos. E não o tipo milionário de porta ao lado de rico. Não. Eles são o: —Você quer jantar em Vegas hoje à noite? Vamos pegar o jato. — Esse tipo de rico. Hilton rico. Rockefeller rico.

Às vezes falam que papai é um dos maiores empregadores do estado e possui uma das maiores fábricas do país, localizada bem aqui em Iowa. É como vestir um grande alvo vermelho nas minhas costas e, eventualmente, fiquei doente e cansado disso.

Não me entenda mal, eu os amo como loucos. Nossa família é muito próxima. Mas junto com meus pais, vêm as pessoas: os assistentes, os usuários, os empregados puxa-sacos.

Era hora de me distanciar de tudo, pelo menos por enquanto, enquanto eu tenho a chance.

Minha irmã conseguiu mudar seu sobrenome quando se casou, ela nem sequer socializava como a maioria das socialites tendem a fazer.

Não.

Não, Verônica. Perdeu o nome Carmichael completamente, mudou-se para Bumblefuck, EUA, e só volta para as férias e grandes eventos de caridade e, mesmo assim, ela é sempre discreta.

Com saltos agulha, mas ainda assim.

Minha irmã tem um conjunto gigantesco de bolas femininas, e eu estou tentando seguir seus passos me tornando meu próprio homem não o descendente obediente que meu pai espera que eu seja.

Assim.

O primeiro dedo do meio para o meu estilo de vida foi quando eu saí de Notre Dame, a alma do papai, depois de um ano me transferi para o Iowa.

Meus pais têm sido realmente muito legais sobre isso, embora um pouco tensos por falta de compreensão.

Eles são realmente controlados pelo hábito estabelecidos em seus caminhos, obtendo tudo e qualquer coisa que eles querem. Suas expectativas de pessoas podem ser ridículas e muitas vezes impossíveis de se encontrar. Mas eles trabalharam para chegar onde estão, construíram uma empresa na verdade, um império ao longo de trinta anos. Você tem a foto, eu não tenho que pintar para você. O ponto é: eu faço o que eu quero. E quando chegar a hora, quando me sentir pronto, tomo o meu lugar na empresa do meu pai e não no dia anterior. Eu afirmei minha independência e me escondi, crescendo meu cabelo e barba e não dando a mínima para o que eu parecia.

Às vezes, não importa o quão rico seja um cara, as garotas não estão dispostas a aguentar todos os cabelos rebeldes. É o maldito disfarce perfeito. Genius, na verdade.

Smith Jackson é um herdeiro também. Não como eu sou, poucas pessoas são, mas a diferença entre nós é que eu não sou um idiota autocentrado e narcisista. Eu não sou psiquiatra e não o diagnostiquei, mas por causa de como eu cresci, eu conheço um babaca presunçoso quando eu vejo um. Jesus, nem sei por que estou me incomodando em pensar sobre isso, mas toda vez que o vejo com uma garota, isso faz com que os pelos da minha nuca se levantem.

A menina parece estar confortável com ele, pouco, mas confortável, seus ombros relaxando de uma maneira que não estavam quando ele chegou. Sua risada parece estar mais fácil, menos forçada. Ela não está mais tocando no rosto ou mexendo em seus longos cabelos. Eu assisto. Observo quando mais três garotas se aproximam, entrando na conversa, aquela com cabelos escuros se plantando firmemente na frente de Smith. Tocando no cabelo dela e rindo tão alto que eu posso ouvir daqui, e acredite em mim nada que o idiota está dizendo pode ser engraçado.

De jeito nenhum

A loira do grupo joga o braço sobre os ombros da garota quieta. Dá um aperto.

Ah, então elas a conhecem.

Ela dá um sorriso fraco, seus olhos se voltam para Smith, esse sorriso finalmente desaparece até que não passa de uma linha plana de confusão. Renúncia.

Eu vejo o corpo dela suspirar, e volta a escovar os cabelos para o lado, e passar a mão em seu lindo rosto.

Smith toca uma das amigas, apertando a alça da camiseta dela, ganhando outra gargalhada alta e falsa. Ele sorri.

Ela sorri e...

Estou instantaneamente irritado.

Suas amigas são caçadoras de atletas tão fodidamente típicas. Eu reconheço o tipo delas: Maria chuteiras. Interesseiras. Estão aqui para arrumar um marido rico e não para uma educação real, porque há tantos atletas correndo em torno desta universidade que vai acabar nos profissionais.

E essas garotas cheiravam a desespero: enquanto sua linda e tímida amiga estava conversando com Jackson, em vez de deixá-la gostar dele e deixá-la aproveitar o momento, elas mergulham e flertam com ele. Como abutres. Que merda é essa?

Eu vi isso de novo e de novo e isso me irrita todo maldito tempo. Por que garotas mimadas são assim? Por que elas são essas cadelas traidoras?

Eu não posso esconder minha carranca.

Aquelas ali é a razão para o cabelo longo e a barba, e por isso desisti de dar uma atitude de merda em relação às mulheres. Isso aí mesmo.

Nenhuma lealdade com essas garotas quando elas veem algo que elas querem.

Cara, se tivesse amigos assim, eu iria querer cortar minhas próprias bolas com uma faca cega.

Isso não é verdade, não deixaria ninguém se aproximar das minhas bolas com uma faca cega, e muito menos ter a coragem de cortá-las sozinha.

Eu levanto a garrafa de cerveja na minha mão e tomo um longo gole. Limpo o líquido pingando do canto da minha boca com um sorriso irônico.


SEGUNDA SEXTA-FEIRA

A sexta-feira onde ela descobre que precisa de um conjunto maior de bolas femininas.

Kip

Ela está de volta.

E desta vez, ela se enfeitou um pouco mais.

Não, nem um pouco, mas muito mais.

Seus longos cabelos que estavam lisos na semana passada caem em ondas pelas costas. Na semana passada parecia que seus olhos estavam livres de maquiagem, agora eles estão cobertos com rímel e sombra escura. Lábios cheios, rosas e brilhantes. Grandes brincos de argola de ouro pendem de suas orelhas.

A garota está usando um vestido de verão amarelo, chamando atenção nesta sala cheia de roupas provocantes. O vestido tem alças grossas amarradas na parte de trás do pescoço dela, a cintura justa e a saia em volta dos quadris.

A roupa é conservadora e doce, e quase me sinto mal por ela.

Ela está no lado mais alto com braços bronzeados e tonificados. Um sorriso hesitante que se curva logo acima da borda do copo vermelho com cerveja. Os olhos vagam pela sala, mas não chegam tão longe quanto o meu lugar no canto, o mesmo lugar em que estive no último fim de semana, julgando silenciosamente todos na sala.

Eu suspiro.

Isso é chato pra caralho.

Não entendo porque esses idiotas continuam tendo festas; não é como se alguém desse a mínima para o rúgbi nessa escola, eles reservam os melhores lugares para a luta, o futebol e o beisebol. Eu não dou a mínima, mas se os nossos capitães continuarem dando festas, alguém na segurança do campus vai notar e nos prender, e nós não seremos capazes de lidar com multas.

Não como os babacas das outras casas podem. E fazem.

Confie em mim, vi carros de polícia entrarem e saírem bastante, mas eles nunca ficam na frente por muito tempo.

Sorte fodida.

Eu bufo. Eu sou um para falar. A vida na casa não é mais privilegiada do que a minha, mas pelo menos não sou um idiota total quando estou em público, ou para qualquer pessoa que mora na casa. Por tudo o que sabem, meu pai é mecânico e minha mãe é secretária da escola. Nenhum deles tem a menor ideia, porque os caras não dão a mínima para esse tipo de coisa.

Se algum deles descobrisse, eu provavelmente teria que lidar com várias merdas.

Meninas, por outro lado ...

Quanto menos elas souberem, melhor. E a única maneira de manter alguém à distância é não se envolver.

Fácil.

Eu consegui nos últimos dois anos, e vou conseguir até me formar no inverno.

Falando de garotas ...

Eu não posso acreditar no que estou vendo: a garota do último fim de semana caiu no barril de novo e tem enchido copos de cerveja no meio da sala pela última hora. De vez em quando, aquela amiga de cabelos escuros vagueia, flertando e conversando com qualquer cara com quem a garota está conversando e depois sai com ele.

Caçadoras de paus.

Eu vejo quando Phil Blaser, um novato do time de rúgbi, sai andando, confiante de que a garota tem tudo sob controle, um trabalho que ele deveria fazer a noite inteira.

Por que diabos Phil está indo embora, e que merda ela acha que está fazendo enchendo copos de cerveja?

Uau. Essa garota.

Ela é educada demais, é quase doloroso assistir. Jesus, ela precisa de ajuda, e não do tipo que um psiquiatra pode fornecer. Não cara, ela precisa de um choque de realidade. Este é o segundo fim de semana consecutivo que eu vejo se aproveitarem dela, não é uma qualidade atraente. Primeiro pelas suas amigas, um trio de interesseiras e esta noite por Phil, um membro da minha equipe.

Faço uma anotação mental para encontrá-lo, torcer o pescoço esquelético e dar-lhe uma palestra sobre tratar as mulheres com mais respeito. Esta é a nossa casa e é o maldito trabalho dele ficar enraizado naquele lugar e manter nossos convidados felizes, não dela. Nós fodidamente atribuímos a ele aquele posto. Então ele entrega a mangueira para uma garota?

Qual a foda mesmo, Phil?

Não é só isso, é a mesma garota do último fim de semana, uma garota que obviamente precisa aprender a dizer —Vá se foder e pare de andar em cima de mim.

Isso é um pouco de honestidade brutal que ela só recebe de alguém que não se importa com seus sentimentos.

Alguém como eu.

***

TEDDY

Estou no mesmo lugar há mais de uma hora.

No começo, foi porque tive que entrar na fila para o barril, então, quando eles caíram na torneira, finalmente me entregaram a mangueira para encher meu próprio copo...

De alguma forma nunca deixo passar.

Ou. Ninguém tirou isso de mim?

De alguma forma, sem que percebesse, um homem muito alto se aproxima de mim, fazendo sombra em cima, quase bloqueando a luz.

Isso é o quão grande ele é.

Isso é o quão grande ele parece, de qualquer maneira.

Cuidadosamente, sem falar, ele arranca a mangueira da torneira, segurando o bocal em uma mão gigante, apertando-o entre dois dedos e segurando-o sobre o copo. A mangueira chia de ter ar na linha, então o grandalhão se abaixa e balança algumas vezes o cano do barril.

Segura o bico novamente. Enche seu copo sem falar comigo.

Então, —Onde está o seu pote de gorjeta? — Ele ainda não está olhando para mim, com a intenção de ver a espuma se acumulando sobre sua cerveja. Levanta a tampa sobre o tapete embaixo do barril antes de encontrar meus olhos.

Seus olhos são grandes, marrons, emoldurados por sobrancelhas espessas e arqueadas, um rosto coberto de cabelos, no pescoço e na cabeça.

Toda a sua aparência é surpreendente. Ele é um tipo de mistura entre Wolverine, Teen Wolf e Bigfoot - se Bigfoot fosse real. E agora ele está me prendendo ao chão com sua pergunta.

—Desculpe?

—Todos os garçons não têm um pote de gorjeta?

—Eu não sou garçom. — Ele realmente achava que eu era? Não consigo ler sua expressão sob aquele arbusto.

—Eu sei disso. Estava fodendo com você.

—Oh. — Sim, eu disse. Oh, como se fosse a melhor resposta que poderia dar. Então, porque sou um gênio, eu sigo com:

—Por quê?

—Porque você está aqui parada enchendo as canecas de todo mundo como a porra de um garçom, é por isso.

Está na ponta da minha língua para gritar alto, eu não sou!

Meus lábios se separam para protestar, mas as palavras não saem por que... meu Deus, ele está certo, estive aqui enchendo canecas. Eu nem sei por quanto tempo. Como isso aconteceu? É como segurar uma porta para alguém na loja. Você faz isso por uma pessoa e depois vem mais, e antes que você perceba, você está preso ali.

Não estava fazendo isso de propósito, e esse cara?

Ele percebeu.

Eu olho em volta, imaginando se alguém mais também.

Merda. Que embaraçoso.

—Por que você continua voltando se você vai ficar aqui a noite toda?

—O que você quer dizer com continuar voltando?

—Na semana passada você fez a mesma coisa caminhou até o barril e ficou lá.

—Eu fiz?

—Sim.

Quem diabos é esse cara?

—Como você sabe? Você estava me assistindo?

Seus ombros largos dão de ombros, não, não são largos. Gigantesco. Largo. Expansivo. Todas as palavras melhores para descrever a largura da incrível parte superior do corpo desse cara.

Eu evito seu olhar curioso.

Esse cara está enlouquecendo, seu olhar inteligente e intenso seguindo o meu pelo quarto curiosamente quando eles pousam em um cara com cabelo vermelho chocante perto da cozinha vestindo uma camisa polo azul brilhante.

—Você gosta de Jasper Winters?

—Quem? — Minhas mãos estão suando, fazendo o copo na minha mão escorregadia. —Eu nem o conheço.

Ele revira os olhos.

—Você quer conhecê-lo, como, intimamente?

—O que? Não! Nossa, tudo que fiz foi olhar em sua direção. Você pode parar? — O que há com esse cara? Eu tento dirigir a conversa.

—E como você sabe que eu estava ao lado do barril no último fim de semana?

Aqueles olhos castanhos brilhantes e cor de caramelo perfuravam-me.

—Eu vi você.

É a minha vez de revirar os olhos.

—Bem, não merda. Mas por quê?

—Eu estava encostado na parede ali, e foi difícil não perceber quando você não se moveu a noite inteira. Você sabe— ele inclina a caneca na minha direção. —Como você está fazendo agora.

Ele finalmente deixa a mangueira do barril cair no chão.

—Vá. Agora você está oficialmente de folga, deixe-os servir sua própria porra de cerveja.

Sua voz tem um timbre tão baixo, minhas bochechas vermelhas até o ponto em que sou tentada a resfriá-las com as palmas das mãos. É profundo e masculino e...

—Regra um: se você vai namorar um desses caras, você não pode ser uma boceta.

Desculpe, ele acabou de dizer...a palavra com B?

Agora estou corando por um motivo totalmente diferente. Ele poderia ter escolhido qualquer outra palavra no dicionário, mas essa. Frouxa. Franga. Banana.

Mas não. Ele foi com a boceta e fez minhas bochechas correrem tão rápido que eu posso sentir o fluxo de sangue bater no meu rosto.

—Desculpe?

—Não seja uma boceta, — ele repete casualmente, tomando um gole profundo da cerveja dentro de sua caneca vermelha.

—Eu ... eu ... Quem disse que eu quero namorar um... — minhas mãos agitam no ar impotente enquanto engasgo com o resto das minhas palavras. —...esses caras?

Ele toma outro gole. Outra engolida.

Levanta uma sobrancelha grossa.

—Não quer?

Minhas mãos nas pregas dianteiras da minha saia amarela e quando olho para cima, noto seus olhos acompanhando meus dedos.

—Não! Quero dizer, não esses caras especificamente. — E não apenas qualquer cara. Um cavalheiro alguém inteligente, que pode me fazer rir e se divertir. Alguém em uma carreira, então eu - nós - nunca temos que lutar financeiramente como minha mãe sempre teve depois que meu pai a abandonou. Nós.

Alguém...

—Uh ... Olá?

Ele diz isso naquele tom que você reserva para seus amigos idiotas que não podem dar uma dica ou não têm a menor indicação.

Agradável.

Nossos olhos se conectam quando olho para cima. Ele é tão alto que tenho que esticar o pescoço e inclinar a cabeça para trás para encontrar o olhar dele.

Esse cara. Como eu o descrevo?

Bruto. Ele já disse boceta duas vezes, e o conjunto de seus lábios é sarcástico, mesmo que nenhuma palavra esteja saindo deles no momento.

Ele é um gigante, mais alto do que qualquer outra pessoa na sala ou alguém que eu já conheci. 1.95? 1.98?

Definitivamente muito peludo.

Meus olhos se aninham em seu peito a camisa dele é realmente legal, parece cara, apesar das gotículas de cerveja embebidas sob o logotipo em seu peitoral direito. Seu cabelo é loiro sujo e comprido, puxado para cima em um topete muito parecido com o que eu uso quando estou com pressa e não tenho tempo para fazer o meu cabelo, só que o dele é mais bagunçado.

Ele também tem um bigode e barba, não um daqueles que são bem tratados e bem cuidados que estão na moda agora.

Não.

A sua é... desleixada, não aparada, corpulenta. Um tipo de homem pré-montanhês que pode ser um vagabundo da faculdade e um assassino em massa em treinamento. Eu nunca vi uma barba assim em um garoto de faculdade. Certa vez, no colegial, havia um lutador com uma, um garoto grande e robusto, que não dava a mínima para o que alguém pensava. Ele fazia o que queria, inclusive ostentar uma barba, que não acho que fosse permitido. Parecia mais velho que a maioria dos professores.

O pensamento me faz sorrir. Merda, qual era o nome dele... Mitch? Darren

—Oi. — Sua voz profunda me tira da minha leitura.

—Meus olhos estão aqui em cima.

Em algum lugar há uma boca, uma que minimamente detecto. Em algum lugar, quero ser sisudo, sombreado por um dos bigodes mais ridículos que eu já vi em um homem adulto. Mal consigo distinguir se seus lábios estão inclinados em um sorriso ou em uma linha reta e séria. É impossível ter certeza se está brincando ou não. Eu levanto meu queixo e o estudo. Olhos perseverantes. Olhar com propósito, inflexível. Sobrancelhas retas. Oh. Porcaria, ele não está brincando, acho que está incomodando seriamente que eu esteja checando o corpo dele.

—Eu sinto muito. Eu não estava olhando. — Quero dizer, estava, mas não para ser rude. Meramente curiosa. Qual foi o seu ponto original? Boceta - Deus, essa palavra - e algo sobre regras e namoro e os caras neste lugar?

Barbas.

Jesus, meus olhos estão se desviando novamente e juro que não estou fazendo isso de propósito há muito para ver. Seus grandes olhos castanhos, as sobrancelhas espessas. O coque do homem, a barba.

Esse cara é tão pirado ...

Peludo.

E intenso.

Eu dou a minha cabeça uma sacudida física.

—Sinto muito, o que você estava dizendo?

Ele expulsa um suspiro alto.

—Nós estávamos conversando sobre você, se vai sair com um dos caras aqui, você não pode ser uma maldita boceta.

—Não, nós não estávamos. Eu nunca disse nada sobre namoro aqui, você sim.

Ele bufa, em seguida, dá uma golada no copo em sua mão.

—Por favor. Todo mundo quer namorar os caras por aqui.

—Jogadores de rúgbi? — Eu zombei, disfarçando meu bufo com uma tosse. —Acho que não.

—Jogadores de rúgbi não são o que eu quis dizer, me referi atletas nessa escola em geral. — Ele levanta uma perna, apoiando o enorme pé em cima do barril de metal.

—Mas o que há de errado com os jogadores de rúgbi?

—Nada! — Eu não quero ofendê-lo, é apenas ...

—Nada está errado com eles, mas eu não acho que eles são a primeira escolha de uma garota na hierarquia.

Isso soou tão rude, a sinceridade me surpreendendo, e eu aperto a mão sobre os lábios para me calar.

Não deveria ter mais cerveja.

—Bem, mesmo que esse não seja o caso, você é sem dúvida a pior maria chuteira que já vi e já vi muitas pessoas passarem por essas festas. Você é terrível.

—Você acabou de me chamar de...uma... — Eu nem consigo dizer as palavras.

—Maria chuteira? Sim. Você não me ouviu gaguejar, não é?

—Por que você diria isso? — Estou um segundo longe de apertar a mão contra o peito com a indignação de tudo.

—Cara, você esteve aqui dois finais de semana seguidos, conversando com todos e em pé ao lado do barril, esse é o melhor imóvel. É aí que todos os caras se reúnem.

É isso? Eu acho que não tinha notado.

—Eu não fiz isso de propósito! — Estou engasgando. Na verdade, cuspindo.

O gigante leva outro longo gole no seu copo. Engolindo, seu pomo de Adão em algum lugar de sua garganta escondida por todo o cabelo. Ele está precisando desesperadamente se barbear, mas claramente não dá a mínima.

—Seja o que for que você diga, maria chuteira. — Sua fala é indiferente, e é óbvio que não acredita em mim.

—Eu não! — Espere, isso não fazia sentido. —Eu não sou!

Aqueles largos ombros de lenhador encolhem.

—Qualquer coisa que você diga.

—Pare de fazer isso.

—Fazendo o que?

—Concordando comigo de uma maneira paternalista. — Deus eu pareço uma pedinte.

Uma de suas sobrancelhas escuras se ergue. —Uma maneira paternalista? Que porra é essa? Parece exatamente algo que minha mãe diria.

Esta conversa poderia piorar?

—Olha, cara. — A palavra sai da minha boca antes que eu possa pará-la, aumentando ainda mais o meu comportamento abafado, mas honestamente, não tenho ideia do que dizer.

—Obrigada pelo conselho, mas não acho que eu precise. — Especialmente não de alguém que parece ter acabado de sair do deserto depois de ter se perdido por um mês.

—Apenas tentando ajudar.

—Eu não preciso de ajuda.

Seus ombros se encolhem enquanto ele ri, e eles tremem um pouco com a ação.

—Claro que não.

Tenho certeza que estou de boca aberta.

—Eu não! E eu não estava tentando flertar com ninguém, o que quer que seja!

—Então você estava fazendo um ótimo trabalho. — Seu bigode contrai.

—Até suas amigas aparecerem.

OK. Agora ele tem toda a minha atenção, e eu viro o quadril.

—E minhas amigas?

—Elas são caçadoras de pau.

Hã?

—Não, elas não são.

—Então você não estava flertando com Smith Jackson, e esta noite você não estava flertando com Ben Thompson, e sua amiga de cabelos escuros não apareceu e roubou os dois?

Espere o que? Como ele sabe tudo isso? —Smith Jackson quem?

Eu não tenho ideia de qual cara ele está falando, mas todos foram legais. E daí se todos saíram com Mariah? Eu não estava interessada neles de qualquer maneira.

—Você estava me assistindo na semana passada também?

Ele encolhe os ombros.

—Sim.

Sua honestamente me confunde. A maioria dos caras mentiria ou inventaria uma desculpa esfarrapada.

—Por quê?

—Eu não tinha nada melhor para fazer.

Bem então.

—E você não acha estranho?

—Não, não quando você está entediado. — O cara bufa através do cabelo crescendo sob seu nariz grego.

—Não é como se eu estivesse interessado em você.

Uau.

—Caramba, valeu.

—Sem ofensa. — Parece que não se importava se me insultava.

—Nenhuma tomada?

Ele ri novamente.

—Você tem certeza disso? Agora você parece um pouco chateada.

Não chateada, mas um pouco ofendida. E envergonhada. E confusa.

—Ouça, eu não estou tentando ser um idiota, ok? Mas você não pode entrar em uma casa como essa e agir como um cervo preso nos faróis. Isso só faz de você um alvo fácil. E se está interessada em alguém, você não pode ficar lá quando uma das suas amigas idiotas bate neles e você não faz nada sobre isso. — Sua voz um barítono e zumbido, distribuindo mais conselhos não solicitados. —Você não pode deixar suas amigas andarem em cima de você.

O que diabos ele está falando?

—Eu não!

Um par de olhos castanhos chocolate se acomodam em direção ao teto.

—Você está em total negação. Sua amiga de cabelos escuros é uma idiota total o equivalente feminino de uma babaca.

Ele está falando de Mariah?

—Ok, esta conversa acabou.

—Tanto faz. É com você mesmo.

—Eu estou indo embora agora. — Meus pés ficam enraizados no local.

O cara sorri... Eu acho é difícil dizer com todo o cabelo cobrindo a boca, mas um conjunto de dentes retos e brancos perolados piscando, fazendo-me piscar para cima.

E agora estou olhando novamente.

—Vai. Não me deixe te impedir. — Eu juro, ele continua tomando goles de sua cerveja, dramático, pausas perfeitamente cronometradas.

—Divirta-se.

Irritante.

—Eu vou.

—Tenho certeza que você vai.

—Eu vou. — Por que eu estou discutindo com esse cara? Está, Teddy, pare de repetir ou ele vai achar que você é uma idiota. Não é verdade, continuo protestando para mim mesma, porque ele já faz. Pensa que é tão esperto, observando todos da esquina como uma trepadeira.

Julgando.

Mariah não é uma caçadora de pau! Ela nunca seria...

Além disso, eu zombei, não é como se quisesse que qualquer um desses caras pra mim. Estávamos apenas conversando. Eu estava em pé no barril, e eles vieram pela cerveja, não dar em cima de mim. E eu certamente nunca daria em cima desses caras, não de propósito, de qualquer maneira.

Se Mariah, Cameron e Tessa por acaso aparecessem ao mesmo tempo e se juntassem ao bate-papo, e Mariah por acaso tivesse uma química melhor com alguém, isso não tem nada a ver comigo.

Ela nunca propositadamente ...

Sinto as sobrancelhas apertarem e sulcarem, olhando para os meus pés, para as cunhas de couro marrom, com os dedos abertos, dobrados em torno dos meus tornozelos. Fofa. Bonita.

Afundado no tapete sujo e manchado que foi maltratado até o inferno por causa de todos os abusos, ainda de pé no lugar em que acabei de declarar que estava me afastando.

Meu olhar vagueia, pousando nas botas de trabalho idiotas.

Quem usa esse tipo de calçado nos dias de hoje? Sério? Lenhadores, operários da construção civil e maus rappers do sexo masculino, isso é quem usa, não caras de faculdade de vinte e poucos anos em uma festa em casa. O que ele está fazendo?

Meus lábios franzem com aborrecimento.

Meus olhos deslizam para cima de suas pernas vestidas de jeans, passando rapidamente sobre a protuberância de sua virilha, ele não tem um pau duro, mas desde que eu sei que ele tem um pau em suas calças, naturalmente quero olhar. Cintura estreita. Cinto. Camiseta meio enfiada em seus quadris.

Peito largo.

—Ei, olhe para você, saindo como merda. Bom trabalho— com uma mão apertada em torno de seu copo vermelho, ele bate com o outro em um aplauso falso, segurando-o para frente para que não derrame.

Meu Deus, ele poderia me envergonhar mais?

—Suas amigas foram por ali. — Ele aponta, a pata de mamute no final de seu braço peludo levantado e direcionado para os fundos da casa.

—Obrigada.

—Não, estou aqui para ajudar.

—É isso que você está fazendo? Ajudando?

—Eu faço o que eu posso.

Eu cruzo meus braços sobre meus seios, consciente de que meu decote está agora inchado e desconfortavelmente em exibição. Eu imediatamente descruzei eles de sua visão panorâmica, sem dúvida ele pode ver o vale entre meus seios.

—Eu não pedi para você me dar conselhos ou perseguir minhas amigas ou julgar-me.

—Então você não deveria fazer isso tão fácil. — Ele tem a coragem de rir, inclinando para trás o pescoço coberto de barba. A barba é grossa e morena, e eu quero puxar para que ele pare de falar.

Algumas respirações profundas e eu resolvi minhas entranhas, reprimindo o desconforto que vem crescendo na boca do meu estômago. Eu aliso uma mão sobre o meu abdômen, abaixo das pregas em meu lindo vestido de verão amarelo, um hábito nervoso que me peguei fazendo em mais de uma ocasião.

Expire uma respiração longa e prolongada que ele não conseguirá ouvir acima do barulho.

—Foi bom conhecê-lo.

Apenas não foi, porque nós não nos conhecemos. Eu não tenho ideia do nome dele, de onde ele é, qual é o problema dele.

Ele inclina a cabeça.

—O mesmo.

—Tchau.

Quando eu dou uma olhada por cima do meu ombro, o gigante está assistindo, copo aos lábios. Está parado lá, suspenso, olhos escuros me perfurando.

Uau. Ele realmente está enlouquecendo. E honestamente, mal-educado e nada bonito.

Com uma careta, eu sacudo a cabeça e continuo andando.


TERCEIRA SEXTA-FEIRA

—A sexta-feira onde ele é uma combinação de Neanderthal e Príncipe Encantado.

Teddy

Este é o terceiro final de semana consecutivo em que estivemos na casa de rúgbi, e eu não tenho nenhuma prova sólida, mas tenho quase certeza que Mariah está se encontrando com um deles. Ela não me disse nada sobre isso, mas por que mais continuaríamos voltando? Ela gosta de alguém aqui ou já está dormindo com algum deles. Eu brinco com o copo na mão, consciente do fato de que, mais uma vez, fui deixada sozinha cuidando das coisas, enquanto minha amiga de infância está na sala, tendo me abandonado alguns minutos depois de nossa chegada. Sendo honesta, dói um pouco. Não teria vindo esta noite se soubesse que ela iria me deixar de novo. Ela não costumava ser assim; no ensino médio éramos inseparáveis. Quando começamos a nos candidatar a faculdades, contra o melhor julgamento de seus pais e da minha mãe, inscrevemo-nos a todas as mesmas escolas. Viveremos juntas no dormitório de calouros e do segundo ano. Agora é o nosso primeiro ano. Nós costumávamos ficar sempre juntas, mas agora parece que eu me tornei segundo plano para Mariah. De qualquer forma, não vou ficar presa ao barril hoje à noite e arriscar a chance de ser pega por esse ...

Cara.

Espero que tenha me esquecido, não porque ele é assustador ou pervertido, mas porque é muito honesto, e isso me deixa desconfortável. Não me entenda mal, mesmo não sendo desagradável, ele trouxe um assunto que está na minha cabeça ultimamente e que tenho sido um pouco desleixada. Mariah se aproveitando da nossa amizade. De mim. O fato de que um completo estranho percebeu é embaraçoso. Eu gostaria de evitá-lo se for humanamente possível.

Hoje à noite, quero me divertir, não ter jogado na minha cara que minhas amigas continuam me trocando por meninos. Eu me movo ao longo do perímetro da sala, fingindo que não estou examinando a sala a procura dele.

Ele.

Esse cara, seja qual for o nome dele. Eu me pergunto sobre isso enquanto aperto o copo vermelho frio na minha mão. Tentei imaginar o que um cara como esse poderia ser chamado. Como nomearia um bebê lenhador se eu tivesse um? Billy Ray. John Boy? Duane Cooter - esse me faz rir, e engasgo com a espuma do meu copo. O nome Woody me faz rir também, e quando eu olho para cima e encontro seus olhos, quase tropeço. Ele está de cara feia para mim, é claro, e usa uma camisa xadrez de flanela, mangas enroladas e empurradas até o cotovelo.

Seu cabelo está levantado, torcido em um coque bagunçado, longos fios escapando de suas têmporas, enrolados e em torno de suas orelhas. É um lindo loiro sujo, naturalmente raiado do sol, uma tonalidade que qualquer garota mataria para ter e poucos poderiam recriar. Pele bronzeada, maçãs do rosto altas rosa. Não corado, mas perto. A barba ainda longa, embora a partir daqui, parece que ele poderia ter limpado um pouco?

Não tenho interesse em descobrir, a última coisa que quero é que ele venha. Deus não.

Giro meu corpo, apresentando-o minhas costas, e fico cara a cara com o barril. Droga. Movo-me para o lado a poucos metros, criando mais distância entre nós, não tendo certeza do que fazer, porque, mais uma vez, estou parada no meio de uma festa sozinha. Eu deveria estar chateada com minhas amigas, mas a verdade é que estou aliviada; ficar com elas é muita pressão. Muitas pessoas chegando para conversar, muitos caras chegando para flertar. Bêbados me deixam nervosa. Caras que estão nos atacando me deixam nervosa. Bêbados que estão dando em cima de mim me deixam nervosa. Infelizmente, é por isso que estou cercada e, infelizmente, tenho me defendido por mim mesma. A festa está lotada, terceiro fim de semana consecutivo. Faço um voto silencioso para não voltar para um quarto fim de semana, não se puder evitar. Estou entediada e, sufocando um bocejo, tomo um gole da minha cerveja por falta de algo melhor para fazer.

Pare de me observar, eu imploro ao cara barbudo, ainda sentindo seus olhos na parte de trás da minha cabeça. A pele do meu pescoço se arrepia. Pare com isso. Não estou me virando. Meu nariz se contorce apesar de tudo, minha cabeça dá uma pequena sacudida. Não, eita. Ele não tem nada melhor para fazer além de ficar lá e se aproximar de pessoas que querem ficar sozinhas? Quer dizer, não que eu esteja sozinha, sozinha. Afinal, estamos em uma sala cheia de gente. Meu olhar vagueia. Ele ainda está olhando?

Estou morrendo de vontade de olhar por cima do meu ombro, mas em vez disso, fico mais alta nos calcanhares de minhas botas altas e marrons. Bato com o dedo do pé impacientemente, esticando a cabeça para inspecionar a sala. Se eu inclinar isso, talvez eu possa dar uma olhada nele pelo canto do meu olho sem realmente ter que virar a cabeça? Eu testo a teoria, adicionando uma mão à coluna do meu pescoço, massageando-a, levantando minha caneca com os lábios. Tão suave. Desloco meus olhos para a direita. Coração caindo para o meu estômago porque aqueles olhos castanhos sombrios dele estão de fato travados no meu corpo pequeno. Não estou de frente para ele, mas eles são tão brilhantes e marcantes que eu posso vê-los, no entanto. Mesmo envolvido por todo aquele cabelo. Ele está me julgando? Ele deve estar por que não há outra razão para me olhar como se tentasse tele cineticamente fazer furos na parte de trás do meu crânio? Sem dúvida, acha que sou uma perdedora sem amigos.

Não, ele acha que eu sou uma perdedora com amigos de merda.

Grande diferença.

Ele não gosta deles e nem os conhece. Ou eu, para esse assunto.

Julgador, idiota, arrogante.

Minha garganta fica indignada.

Um barulho da cozinha tem minha cabeça sacudindo naquela direção geral. Dois caras enormes entram pela porta estreita e entram na sala de estar. Parece que eles estão em combate ou lutando?

Eu reconheço um dos movimentos como Half Nelson2, e toda a cena se agrava quando um dos caras manobra seu braço direito, coloca-o no pescoço do outro e puxa o cara para baixo. Deita no tapete sujo e repugnante.

Bruto.

Eles estão grunhindo, com os pés batendo nas mesas finais. A parede.

Um pé chutou.

Corpo inteiro caindo.

O cara no fundo está tentando, sem sucesso, desvencilhar-se de qualquer que seja sua posição agora, debatendo se como um peixe fora d'água. Caído, muito bêbado para se mover, mas ainda tentando sair.

Rosto vermelho brilhante, ele está engasgando, ficando chateado.

Vapor praticamente sai de suas narinas quando ele joga a cabeça para trás, tentando bater no oponente testa suada.

Sem sorte.

—Foda-se, Kissinger, — ele insulta —Deixe-me merda.

Kissinger ri, apertando os braços como uma cobra, envolvendo-os com mais força.

A multidão se desloca, garotas ofegantes, pessoas chamando. Torcendo. Tropeçando ao redor, tentando abrir espaço enquanto os meninos brigam.

O cotovelo é solto, batendo na barriga. Não é uma barriga dura, obviamente o homem não perdeu uma cervejada em meses, penso observando a barriga mole.

Um murro.

Alguém é chutado e cai enquanto o sangue jorra do nariz.

Garotas gritam - tão dramáticas - e alguns caras no perímetro da sala começam a empurrar as pessoas para frente, em direção à luta. Por quê? Eu não tenho ideia, mas isso cria caos e mais punhos são jogados, desta vez dos espectadores, não dos dois caras ainda no chão.

A pessoa mais próxima de mim tropeça para trás e eu dou um passo para trás para evitar que eu seja empurrada. Outro e outro, até que minhas costas estão quase pressionadas firmemente contra a parede, os olhos se desviando quando metade da sala irrompe em ganchos e socos.

—Oh meu Deus, — eu digo sem fôlego quando exalo, a cena tocando na minha frente um grito distante de como a noite começou.

Eu medi a distância até a porta da frente, os corpos no meu caminho. O barulho. O canto torcedor dos idiotas assistindo em vez de acabar com as brigas.

Uma mão grande agarra meu bíceps e eu mal tenho tempo para olhar para baixo antes de ser conduzida para a saída, com o copo cheia de cerveja ainda na minha mão.

Quando aquela mão quente deixa meu bíceps e se projeta, abrindo caminho, eu tenho tempo de olhar por cima do meu ombro para dar uma olhada no meu salvador.

O cara barbudo cujo nome eu ainda não descobri.

Roy?

Paul Bunyan sem o boi. Sem o machado.

Me salvando.

Mas por quê?

Eu me viro, um cotovelo errante batendo no meu corpo, me fazendo cambalear para frente e para trás? Eu não sei. Eu não posso ficar em pé e teria batido na parede se não fosse por ...

Minha caneca de cerveja sobe; a dele também, espirrando na frente do meu vestido. Seu peito. Frio e úmido.

Encharcando ambos.

—Jesus Cristo. — Ele suspira alto o suficiente para eu ouvir sobre o barulho. O tumulto.

—Vamos dar o fora daqui.

Uma mão gigante está nas minhas costas, seu corpo gigantesco protegendo o meu enquanto ele empurra as pessoas em nosso caminho. Como um linebacker no campo de futebol ou, um jogador de rúgbi, eu acho? Seja qual for a posição que bloqueia as pessoas no campo de rúgbi.

Eu nunca vi, então não faço ideia.

O ar do lado de fora está frio, ou talvez pareça porque estou encharcada de álcool, a mancha amarela no meu lindo vestido percorrendo toda a extensão do agora puro algodão.

A melhor parte? Eu não estou vestindo um sutiã.

Merda.

—Eu deveria enviar mensagens para minhas amigas para que elas saibam que eu estou aqui fora.

Um breve aceno de cabeça.

—Você faz o que você tem que fazer.

Eu: Fora

Alguns minutos passam lentamente antes de responder

Mariah: Fora de onde?

Eu: A festa.

Mariah: Eu saí.

O que ela quer dizer, ela foi embora? Sem me dizer?

Eu: Onde você está?

Mariah: Eu saí faz uma hora atrás?

Eu: Por que você não me contou???

Mariah: Você estava ocupada enchendo copos de cerveja e outras coisas.

Eu: Não, eu não estava. Eu estive esperando por você a noite toda. Eu nem queria estar aqui.

Mariah: Tanto faz. O ponto é, eu vou estar em casa em 20 minutos. Agora nós estamos na casa do Lance e então eu vou levá-lo para casa.

Eu: O que eu devo fazer enquanto você tem um cara no nosso apartamento?

Mariah e eu dividimos um quarto porque pagamos nosso próprio aluguel, moramos em um quarto e não podemos pagar qualquer coisa maior. É uma droga, mas pelo menos nós temos nosso próprio lugar e não temos que morar nos dormitórios tradicionais ou em uma daquelas casas horríveis de aluguel fora do campus infestadas de morcegos e desatualizadas de tudo.

Eu cresci vivendo assim. Eu não estou mais fazendo isso.

Mariah: Não é grande coisa Teddy, fique no sofá.

Eu: E ouça os ruídos sexuais a noite toda?

Mariah: Quero dizer... você não tem esses fones de ouvido com isolamento de ruído?

Mariah: Merda, GTG. Vejo você em meia hora. OK tchau.

Não há como passar a noite em casa se ela tiver um cara lá! De jeito nenhum quero ouvi-los batendo a noite toda, Mariah é estupidamente barulhenta quando faz sexo, eu não acho que eu poderia suportar ela trazendo alguém para casa hoje à noite. Ela acha que ser barulhenta é uma grande atração para os caras, mas realmente soa falsa e pornográfica, e não posso acreditar que ela levaria alguém para casa sem discutir comigo primeiro. Essa sempre foi a nossa regra: antes de trazer os convidados para casa, homens ou mulheres, dar a outra pessoa um lembrete primeiro. Minhas sobrancelhas franzem, mergulhando fundo, vincando minha testa.

—O que há de errado? —

—Nada. — Eu cuspo no modo como as garotas fazem quando estão putas, mas não querem admitir isso. Um bufo.

—Não é realmente nada? Ou você está fazendo aquela coisa que as garotas fazem quando dizem que não é nada quando na verdade é algo e no fundo você está puta e quer explodir? — Eu não posso evitar rir, porque ele está certo. É isso mesmo e estou meio chateada.

—Minha colega de quarto saiu uma hora atrás, foi até a casa de um cara e não me contou. — Dou-lhe a versão abreviada. Ele não precisa saber que vai haver um cara no meu quarto fazendo sexo com minha colega de quarto em menos de uma hora.

—Bem, vamos levá-la para casa então. — Eu acenei para ele com um suspiro.

—Eu não posso ir para casa. Ela está levando o cara para a nossa casa. — Ele olha para a casa de rúgbi, dá alguns toques na barba.

—Então? —

—Ela e eu ... dividimos um quarto. —

—Bem, merda. — Seu sotaque se esvai, e desta vez ele soa como um caipira. Parece que está dizendo folha de baleia. —Isso não é legal. —

Não, realmente não é. Mariah sabe que eu não quero estar no apartamento com um cara estranho lá. Ela sabe disso e ainda assim está fazendo isso de qualquer maneira, em vez de ficar no lugar dele. Ou me perguntando primeiro. —Está bem. Eu vou dormir no chão do corredor do lado de fora do nosso apartamento. — Luzes fluorescentes. Um duro sofá que milhares de pessoas se sentaram. Provavelmente um estudante ou dois ou cinquenta me verão dormindo lá e acharão que sou uma perdedora. Impressionante.

A risada do cara é profunda, vibrando profundamente em seu peito largo. Ele está completamente divertido.

—Você não está dormindo no corredor GD.

—O que é GD?

—Deus maldito.

O olhar divertido em seu rosto barbudo se transforma em irritação inesperada, fazendo-me rir apesar de tudo e das circunstâncias, um dos meus ombros encolhendo. Puxando o vestido molhado colado ao meu peito, enviando um arrepio frio pela minha espinha.

Eu me abraço, esfregando meus braços. Arrepio.

—Não é como se eu nunca tivesse feito isso antes. É só uma noite e posso tirar uma soneca amanhã.

—Não. Foda-se isso. — Ele passa a mão pelo cabelo, mexendo no elástico que o segura. Arranca-o, soltando-o e sacudindo o cabelo.

É uma juba de leão, batendo logo abaixo dos ombros, selvagem e emaranhado e bonito. Uma linda bagunça.

Com as duas mãos, ele recolhe de volta, torcendo-o em um nó, o elástico preto em volta dos fios enquanto ele murmura:

—Suas amigas são idiotas, eu juro por Deus porra. Por que você atura essas merdas?

Eu deixo minha boca se abrir, porque honestamente? Esta noite foi para completar a merda.

—Por favor, não comece com isso de novo. Você não as conhece ou a mim.

—Eu sei o suficiente. Elas te abandonaram três finais de semana seguidos. Se esses fossem meus amigos, eu teria dito para eles se foderem agora.

—Bem desse jeito?

—Sim. — Seu aceno é conciso. —Bem desse jeito.

—Eu não sou você, eu não sou um bárbaro, eu não posso simplesmente... — Eu aceno minha mão no ar sem rumo, procurando por palavras. —Eu não posso.

Ele vira as costas largas, indo em direção às escadas que levam até o quintal, longas passadas levando-as uma de cada vez. Quando ele olha para mim, ele diz:

—Você vem comigo ou não? — Eu hesito, um pé avançando. —Sim ou não?

Segundos passam e eu mordo meu lábio inferior. Onde ele está indo?

Está escuro, obviamente, e a única coisa no quintal é ele, algum lixo e alguns carros estacionados ao longo do meio-fio.

Ainda assim, eu não recebi nenhuma vibe assustadora dele; se alguma coisa, ele tem sido estranhamente... protetor? Considerando que não nos conhecemos é estranho que a maneira como minhas amigas têm me tratado ultimamente parece incomodá-lo.

Tão estranho.

E tão... intrigante.

Eu desço os degraus atrás dele, tentando não tropeçar e me matar uma vez que eu posso tropeçar, meu sapato pegando na ponta da laje de concreto de qualquer maneira. Felizmente, mantenho o meu equilíbrio.

Olho para cima, observando enquanto ele corta a grama, as mãos alcançando a bainha de sua camiseta preta, puxando o tecido para cima e sobre seu longo torso, apresentando-me com as costas nuas.

Todo tonificado.

Músculos definidos, suas costas é...

É...

Hum.

Eu tento não olhar, mesmo que ele não possa me ver, com medo de que quando ele finalmente girar, encontre meus olhos secando sua parte frontal do jeito que estou secando seu tronco e costas, puta merda, acredito que nem sei o que esses músculos são realmente chamados.

Eu também não posso acreditar como é incrível o corpo dele.

Ele flexiona quando ele levanta a camisa, caminhando para um SUV luxuoso, preto e brilhante estacionado no meio-fio. Seus faróis brilham intensamente quando ele bate no controle remoto para destravá-lo, a cabine iluminando-se quando sua voz grita: —Entre.

Uau, ele é mandão.

E, no entanto, antes que perceba, estou dentro do veículo luxuoso, afivelando o cinto sobre o vestido molhado, os olhos fixos à frente pela janela, evitando cuidadosamente a parte superior do corpo nu que está ao lado do motorista.

O motor ruge ganhando vida, ronronando. —Onde estamos indo? — Eu pergunto rapidamente.

Um longo trecho de silêncio segue quando ele dá a seta e entra em uma rua.

—Meu lugar.

O que? Não!

—Para fazer o que exatamente?

—Dormir?

—Não! Não, tudo bem. Apenas me leve para os dormitórios, eu estou nos apartamentos de veteranos em McClintock.

—Eu tenho um lugar muito legal. Você pode ficar. Eu realmente não dou a mínima.

—Eu não posso fazer isso. Eu pensei que talvez nós estivéssemos indo para cheeseburguers ou algo assim. —

Deus, sou uma idiota.

—Por quê? — Seu rosto está contorcido. —Tudo o que vamos fazer é dormir.

No escuro, eu levanto minhas sobrancelhas. Sim, eles dizem.

Estou quase insultada por sua risada. Sua gargalhada.

Eu cruzo meus braços sobre o peito defensivamente.

—O que é tão engraçado?

—Você está pensando que eu quero dormir com você.

—Eu não acho isso! — Nós dois sabemos que estou mentindo.

Outra risada

—Sim, você acha. — Pausa.

—Olha, tudo bem, eu não vou te agredir ou tirar vantagem de você, confie em mim. Eu não tenho interesse em mulheres, então sua virtude está segura comigo.

—Oh, — eu murmuro. Então, —ooohhhhhh!!!

Ele me olha de soslaio e revira os olhos castanhos, iluminados pelas luzes da rua. —Eu não sou gay.

—Oh.

—Não pareça tão desapontada.

Agora é minha vez de rir.

—Bem, então não anuncie assim. Ser gay não é grande coisa, eu não me importo, e não me surpreenderia se você fosse.

—Eu sei que não é um grande negócio, mas eu não sou, — ele rói através de dentes perfeitos.

—Mas eu sabia que era isso que você estava pensando.

—Bem. Isso é totalmente o que eu estava pensando.

Seu grunhido sai do escuro, piscando para uma curva do lado direito contra a súbita quietude do carro.

—Como você pode dizer?

—Pelo jeito que você falou oohhh!!! — Ele imita uma voz feminina aguda tão bem que minha boca se curva em um sorriso divertido.

—Toda aliviada e merda, como se tivesse acabado de resolver o teorema de Pitágoras.

Atiro-lhe um olhar agitado.

—É uma teoria matemática...

—Eu sei o que é o teorema de Pitágoras, obrigada.

Você não ganha uma bolsa de estudos para engenharia sem adicionar números e saber alguma geometria básica.

Eu posso odiar a matemática, mas eu sou boa nisso, mesmo que eu ainda ocasionalmente use os dedos para fazer isso. Quem não. Eu não tenho vergonha, a menos que eu esteja sentada na frente do meu professor de geometria.

—Só para você saber com o que está lidando aqui. Nunca espere que eu adicione o caminho para sair de uma situação perigosa sem uma calculadora científica. Nós dois vamos perder em grande forma.

—Ah sério? A matemática é tão fácil, eu posso fazer essa merda na minha cabeça. E todo o teorema de Pitágoras afirma que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos outros dois lados e...

—Eu sei tudo isso, espertão. — Eu levanto a mão para cima. —Por favor, pare.

Eu tomei algumas cervejas e não quero falar sobre aulas agora, especialmente matemática.

Rápido, o que são quatorze mais trinta e sete? Resposta: Eu não tenho ideia, me deixe em paz.

—Você quer parar em sua casa bem rápido e pegar uma muda de roupa?

Eu faço um cálculo rápido das probabilidades que eu vou encontrar com Mariah e quem quer que ela esteja trazendo para casa, imagino que será seguro entrar correndo se fizer isso rápido, e aceno com a cabeça.

—Sim por favor. Eu moro em Dautry.

—Entendi!

—Obrigada.

Levo menos de cinco minutos para correr pelo corredor até a minha casa (moramos no primeiro andar), pega uma blusa, shorts e roupas íntimas do meu armário e corro de volta para o SUV que está à espera.

Fica ociosa no silêncio da noite, uma figura solitária pairando pacientemente dentro da cabine, seu perfil peludo e barbado, o contorno de seu coque recortado no escuro.

Eu escondo um sorriso.

—Obrigada, — repito uma vez que volto a subir e recebo uma inclinação do queixo em retorno.

Respeitando que ele não está com vontade de conversar, não falamos novamente até que finalmente estamos nos arredores do campus e fora da cidade, transformando-se em uma área residencial, do tipo com famílias e professores, não com estudantes e casas de festas.

No final de uma entrada de automóveis, ele entra na garagem de tijolo vermelho que parece ter saído das páginas do livro de histórias.

—Uhhhh... — Eu arrasto a palavra porque simplesmente não consigo me controlar. —Esta é a sua casa? Você mora com seus pais?

Eu puxo minha bainha, arrastando-a sobre meus joelhos. Merda, estou prestes a conhecer a mãe dele? O que ela vai pensar quando me ver? Eu pareço um Labrador encharcado e não consigo imaginar como esta minha maquiagem.

Perfeito. Simplesmente perfeito.

—Não. — Ele puxa as chaves da ignição e aperta o botão para fechar a porta da garagem, fechando-nos.

—Eu moro aqui sozinho.

—Você vive aqui. Sozinho? —Nesta casa, que é mil vezes mais agradável do que aquela em que cresci.

Ele não olha para mim, em vez disso, empurra a porta do lado do motorista e pula para fora.

—Você vai entrar ou vai me fazer mais trinta perguntas?

Eu rolo meus olhos e pego minha bolsa.

—Isso foi apenas, três perguntas. — Pulo fora do carro.

—Por que você está sendo esquisito?

Mas ele já está abrindo uma porta, a luz fluindo de uma pequena sala ao lado da garagem.

É uma lavanderia, ele tem uma lavanderia de verdade! Sapatos alinhados na porta, alguns conjuntos de camisas e calças dobradas e empilhadas em pilhas arrumadas em cima da lavadora.

Estou tão confusa.

Dobrando-me para tirar as botas que estou usando, deslizo-as colocando na porta. Ao lado do seus gigantescos. Alisando minhas mãos na frente do meu vestido, me encolhendo quando cheguei a parte úmida, eu o segui cautelosamente pelo chão de ladrilhos e em uma cozinha bem iluminada.

No chão de madeira polida.

A cozinha parece moderna e atualizada, quase como um showroom, descanso minhas mãos no balcão frio, apertando meus dedos para dar-lhes algo para fazer.

Eu estou tão fora do meu mundo. Eu não fui criada em um lugar como este, muito menos viver em um aos 21 anos.

Quem é esse cara e de onde ele vem?

Não o sertão do Arkansas, isso é certo.

Eu mordo minha língua para parar o fluxo constante de perguntas no meu cérebro antes de vomitar da minha boca.

Por que ele mora aqui? Quem paga por isso? Ele está vendendo drogas para pagar por tudo isso? Ele é um bebê fiduciário? Quem é o dono dessa articulação? Por que ele não tem colegas de quarto? Ele tem um emprego?

—Quer algo para beber? — Ele quer saber, em pé na pia, correndo a torneira. Enchendo um copo e levantando o aos lábios.

—Uh, água.

Seu longo braço se estica, recuperando outro copo do armário feito de madeira rica. Enche e desliza lentamente pela ilha central.

Eu o seguro entre as minhas mãos, os polegares acariciando o vidro fresco e liso. Nervosa, incapaz de ficar parada.

Essa coisa toda é tão bizarra.

***

KIP

Eu: Numa escala de 1 a fodidamente terrível, quão ruim foi a ideia de trazer uma garota de volta a minha casa?

Ronnie: Depende da garota.

Eu: Ei, irmã mais velha, estou chocado por você estar acordada! O que diabos você está fazendo?

Ronnie: A notificação de texto me acordou, idiota!

Eu: Mentirosa

Ronnie: Você está certo, seu cunhado acaba de fazer coisas desagradáveis e indescritíveis comigo. Oh, desculpe, isso foi TMI?

Eu: Jesus Cristo Verônica, eu não precisava saber que você estava apenas fazendo sexo

Ronnie: Quem disse alguma coisa sobre sexo?

Eu: DE QUALQUER FORMAAAAA - sobre essa garota ...

Ronnie: Certo, bem, se ela já está na sua casa, não há muito que você possa fazer, sim?

Eu: Puxa, obrigada

Ronnie: É verdade. Além disso, se você a trouxe para casa, ela não deve ser terrível, todos nós sabemos como você é

Eu: Como eu sou?

Ronnie: Uma aberração completa? Quero dizer, olhe o que você fez com o seu belo rosto só para que as garotas te deixassem em paz. Agora você está trazendo-as para casa? Você deve ser difícil

—Hum ... então, você mora aqui sozinho? — A voz doce, mas incrédula da garota, percorre minha cozinha, seu dedo deslizando ao longo da borda da bancada de granito duro e frio.

—Sim. — Eu não posso olhar para ela enquanto despejo minhas chaves e telefone na mesa embutida ao lado dos fornos duplos onde eu guardo todas as minhas porcarias, os textos da minha irmã mais velha, Verônica, já esquecidos. Tudo brilha porque a faxineira estava aqui ontem de manhã pegando minha merda, lavando minhas roupas, dobrando-as e tirando o pó das pequenas coisas que eu coloquei.

Não foi minha escolha, ela foi contratada pela minha mãe e Cristo, se alguém descobrisse que eu tenho uma faxineira, eu nunca vivi isso.

—Onde você achou este lugar? Jesus, é tão bom.

—O proprietário toma muito cuidado com o lugar, — eu brinco, porque sou o senhorio, mas ela não precisa saber disso.

Ela zomba.

—Quem diabos você está alugando? Ninguém que possua nada no campus, com certeza. Nenhum desses caras dão a mínima, aqui as casas são lixeiras completas.

Ela está correta, a maioria das casas é totalmente destruída, e é por isso que não alugo. Eu sou dono deste lugar, bem, meus pais são, mas sempre foi assim: comprar qualquer casa em que minha irmã e eu morarmos na época, então não temos que lidar com aluguel e senhorios.

—De quem você aluga? Não pode ser DuRand os lugares dele podem ser bons, mas não são tão bons assim, e não nesta vizinhança. O que você faz, rouba um banco?

—Sim, não é DuRand.

Eu a sinto olhando para minhas costas nuas porque eu ainda não coloquei uma camisa limpa, as rodas em seu cérebro girando.

—Você não possui este lugar, não é? — Ela faz uma pausa, os olhos ficando um pouco mais estreitos.

—Não é um crime se você tiver, pessoa estranha, eu sou apenas curiosa. Eu não estou te julgando por ter um bom lugar para morar.

Pessoa estranha? Ela está falando de mim?

Eu finalmente me viro para olhar para ela. —Pessoa estranha?

Ela arranca uma uva da tigela sentada na minha elegante ilha central.

—Eu não tenho ideia de qual é o seu nome.

—É Sasquatch.

—Pare com isso. — Ela bufa. —Eu não estou te chamando assim, é o nome mais idiota de todos os tempos. Qual é o seu nome verdadeiro?

Deus, eu odeio quando as pessoas perguntam isso.

Ela rola esses lindos olhos para mim. —Apenas me diga. Pare de ser um bebê sobre isso.

—Kip. — Eu empurro a palavra a contragosto, apertando através da linha fina dos meus lábios.

—O quê!

—Sim.

—Kip?

—Sim, — eu grito, narinas queimando.

—Pare com isso, — ela repete, com os olhos arregalados. —Você está inventando isso. Esse não é o seu nome.

—Se eu fosse te dar um nome falso, acredite em mim, não seria esse.

—Uau. Kip. Não é tudo o que eu imaginei. Eu chamei você de Paul Bunyan na minha cabeça, às vezes Roy sabe, nomes super caipiras.

Que porra é essa?

—Eu não pareço um caipira.

—Sim você parece. — Ela ri.

—Não, eu não. — Eu sou? —Paul Bunyan tem cabelos negros e seus cabelos e barba são curtos.

—Como você saberia?

—Você nunca esteve no Paul Bunyan's? O restaurante? Há uma foto gigante dele na placa na frente. É como dois andares de altura. Duh.

Uma de suas sobrancelhas castanhas se ergue.

—Não posso dizer que eu tenho.

—Ele tem cabelo curto. — Por que diabos estou repetindo? Me defendendo?

Cristo.

Ela está me olhando de cima a baixo, ela fez isso algumas vezes esta noite, sempre secretamente, pensando que eu não noto.

Eu noto.

—Nenhum homem de coque.

Eu sacudo minha cabeça e puxo meu cabelo. —Não.

—Bem, então. Kip. — Sua pequena boca empinada puxa em um sorriso.

—Como você é muito formal.

—Cale-se.

—Vamos, é super Férias em Nantucket - admita. — Ela está pensando novamente.

—O que é curto para...?

—Você está pronta para isto? Porque sua próxima risada será mim. — Eu suspiro, longo e alto. Rasgue a bandagem proverbial e estremeça.

—É a abreviação de Kipling.

Ela está segurando um sorriso, mordendo o lábio inferior, tão fofa cruzando os braços sobre o vestido encharcado de cerveja quando meus olhos vagam baixo a frente. Sobre seus seios altos e redondos e cintura fina.

—Kipling. Esse é um nome bem chique, você sabe.

—Eu sei.

—Eu não tinha certeza que você sabia disso, Kipling.

—Pare.

—É também o nome de um poeta, Kipling, — ela me informa, como se eu já não soubesse. —Rudyard Kipling, sim, isso é grande

—Você não pode continuar usando isso em frases?

Suas sobrancelhas sobem animadas.

—Mas é tão bom.

—Realmente não é

—Se você estivesse vestindo uma camisa polo e calça cáqui agora, faria muito mais sentido para mim, e talvez eu deixasse isso, mas você não está, estava em botas de construção hoje à noite, e você está usando uma camiseta rasgada. — Seus olhos percorrem meu peito.

—E shorts de cargo marrom.

Quando ela desvia seu olhar, fico surpreendentemente desapontado.

—Estou confortável.

—Oh, eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso. — Ela ri, olhando-me de cima a baixo, coloca outra uva em sua boca e mastiga. Engolindo.

—Você não se importa que eu estou roubando estes, não é?

Eu gesticulo amplamente.

—Por todos os meios ... — Então outro vai, e eu inclino um quadril contra o balcão, estudando-a.

—Já que estamos compartilhando, qual é o seu nome?

—Teddy

—Como o urso? — Eu não posso deixar de vomitar.

Teddy solta uma risada suave e melodiosa. —Sim, eu acho. É a abreviação de Theodora, o nome da minha avó.

Theodora.

Romântica e bonita como ela.

Ela está em um vestido hoje à noite, está um pouco mais ousada do que o alegre amarelo da semana passada. É azul bebê, o material fino agora colado à sua pele, com um desses decotes que passa pelos ombros e pelas alças ao redor do pescoço. Eu não sei o que é chamado halter ou alguma merda.

Tanto faz. É azul e curto, e tem fitas combinando nas costas amarradas em um arco delicado, fazendo com que toda a roupa seja muito feminina se não fosse pelas botas marrons. Eu as notei antes que ela as levasse para a lavanderia. Elas são fofas.

Muito bonita para a casa de rúgbi.

Muito bonita para ser embebido em cerveja barata.

Droga.

Eu corro a mão pelo meu rosto abaixo minha barba para me impedir de checá-la totalmente. Ou olhar muito tempo e duro para os seis dela.

—Você quer tomar banho enquanto estiver aqui, Theodora?

—Teddy, — ela corrige bem-humorada.

—Certo, como se eu não fosse me apegar a isso. — Eu rio.

—Boa tentativa.

—De verdade, me chame de Teddy.

—Só se você nunca mais me chamar de Kipling de novo. Kip eu posso lidar, mas Kipling? Foda-se isso. Não. Ou apenas me chame de Sasquatch como todo mundo faz.

—Eu não vou chamar você por esse apelido hediondo, não importa o quanto queira, mas vou te chamar de Kip se você me chamar de Teddy.

Um gemido escapa da minha garganta. —Bom.

—Bom. — Meus olhos atiram para o topo de sua cabeça enquanto ela balança a cabeça brevemente.

—Então nós concordamos.

—Concordamos sobre isso? — Quando eu estendo a minha mão calejada, ela puxa a dela de volta.

Empurra um cabelo errante atrás da orelha, olhando para os pés.

—Estamos bem.

Ela não está com medo de mim, esta? Eu enfio minhas mãos dentro dos bolsos do meu short cargo.

—Chuveiro?

—Eu... sim. Eu quero dizer não, porque tudo isso é tão estranho para mim, mas desde que eu estou começando a cheirar como uma cachaceira, eu provavelmente deveria.

—Você já fedia no carro. — Meus lábios se contorcem em sua expressão chocada.

Seu nariz enruga.

—Caramba, valeu.

—Eu só estou fodendo com você.

—Ok, bem ... — Ela ergue a roupa limpa no ar. —Lidere o caminho, eu acho.

Eu não. Em vez disso, aponto para a escada e ponho o dedo na direção geral.

—Subindo as escadas, primeira porta à direita. Deve haver toalhas, acho que há algumas lá dentro.

Deve haver, porque minha mãe e minha irmã vieram em um final de semana e não saíram até que o lugar estivesse abastecido e impecável. Eu tinha tudo que precisava quando me mudei, como um bom filho mimado de um bilionário.

Deus, eu espero que Teddy não fique toda estranha comigo depois que ela passar a noite. Eu a escuto suavemente indo embora, seus pés descalços subindo para o segundo andar, em seguida, a porta do banheiro de hóspedes está fechada. O som da fechadura sendo girada. Eu sorrio com isso, sua cautela, recostando-me no balcão, coçando meu estômago. Subindo para a minha altura total e alongando. Subo as escadas até o quarto principal, com a intenção de lavar a sujeira de mim mesmo. O que eu estou acostumado, nunca saí de uma festa sem ser coberto por algo repugnante, assim como nunca deixei o campo de rúgbi sem estar coberto de lama, grama e sujeira.

A água quente escorre do meu corpo, minha mente vagando para a garota no chuveiro do corredor. Ela não é abertamente sexy de forma alguma, mas eu nunca tive uma garota na minha casa, então naturalmente minha mão se desvia para o sul da fronteira. Eu propositalmente imagino seus quadris curvos em minha mente, ou a forma dos seus seios pressionados contra o tecido pálido e fino de seu vestido barato. Isso só... acontece. Também acontece que eu não fiz sexo Jesus, eu nem sei quanto tempo.

Desde o segundo ano, se eu tivesse contando. No ano em que decidi que não queria ser fodido simplesmente por causa do meu rosto ou do meu sobrenome, no ano em que deixei a barba crescer e deixei meu cabelo ficar comprido e desenvolvi uma lasca no meu ombro por causa do sexo mais justo. Não é culpa delas, é minha por acreditar que algumas delas realmente deram uma merda por mim. O tesão cresce entre as minhas pernas quando eu o acaricio lentamente, lubrificando com a água - úmida e quente - meus olhos se fecham enquanto meus dedos seguram a base do meu eixo.

Para um cara alto, a média é o máximo possível, mas é espesso e sempre pronto para puxar.

Um braço sobe contra a parede de azulejo, a mão vazia apoiando meu corpo enquanto o outro afaga. Deslizo para cima e para baixo, para cima e para baixo.

Eu lamento, imaginando Teddy no meu banho, pele nua, peitos e bunda. Querendo saber se sua boceta é raspada, depilada ou natural. Retratando seus mamilos em minha mente, a cor de suas auréolas. Seu tamanho. Se ela gosta de tê-los sugado ...

Eu gemo.

A boca se abre, obviamente, porque parece ótimo bombear meu próprio pau. Sim, eu me sinto como uma espécie de pervertido, mas não é minha culpa que estou de repente tendo fantasias sobre ela, sou um macho cheio de hormônios, de sangue quente, e há uma mulher nua em minha casa que não posso e não vou foder nunca.

Além disso, estou com tesão.

Uma mão é uma coisa, uma boceta é outra completamente diferente, e eu não bati uma em muito tempo.

Demasiado longo.

Eu mal lembro como é afundar dentro de uma, então não há razão para eu ser duro com Teddy... qualquer que seja o sobrenome dela.

Ela é fofa, mas não linda. Saudável, como a garota da porta ao lado. Estudiosa. Trabalhadora, se eu estiver certo provavelmente aqui em uma bolsa de estudos. Eu conheço o tipo dela. Roupas baratas. Joias baratas. Nenhum carro. Preocupada com o que suas amigas pensam e com muito medo de mandá-las se foder. Estou surpreso que ela não tenha mais coragem, honestamente. Seu tipo geralmente faz o que é preciso para se defender por si mesmo, têm que abrir seu caminho no mundo sem a ajuda de seus pais. Minha cabeça se inclina, curvando-se, ombros curvados enquanto acaricio meu pau escorregadio, a língua correndo ao longo do meu lábio inferior. Dentes mordendo. Os olhos ainda fechados. Teddy enchendo o vazio atrás das minhas pálpebras. Meu pau enchendo o vazio na minha mão em concha. Não é o suficiente e eu aperto mais. Rude. O grunhido da minha garganta está baixo, ecoando nos azulejos do meu chuveiro, e eu me recuso a dizer o nome saindo da ponta da minha língua. Não diga isso. Não se atreva a dizer isso.

Eu não, mas está perto e quando eu gozo, é mais quente do que a água que desce pelo ralo. Não sei quanto tempo fico debaixo do chuveiro antes de enxaguar o resto do corpo, mas é tempo suficiente para que Teddy esteja vestida e lá embaixo, enrolada no sofá da sala quando eu termino e a encontro.

Nada foi ligado, nem a televisão nem o rádio, e ela não está mexendo no celular. Há apenas a luz da cozinha entrando na sala lançando um brilho. Joelhos puxados para o peito, Teddy tem um cobertor no colo, puxado para o queixo, ombros nus, exceto pelas tiras do que deve ser um top branco.

—Hey. — Ela olha para cima quando eu entro na sala, aconchegando-se mais no cobertor.

—Hey. — Eu me jogo em uma cadeira de couro em frente a ela, apoiando meus pés na mesa de café de madeira. Abrindo minhas pernas, eu coloco meus dedos atrás do meu pescoço uma posição melhor para observá-la.

Ela me olha no escuro, mas não de uma maneira calculada. É mais como se ela estivesse tentando decidir se eu vou atacar ela ou o que quer que seja, se deveria dar o fora da sala ou ficar quieta.

Quero rir de sua aversão por mim e, ao mesmo tempo, quero apertar seus botões.

É tarde está escuro, e eu estou fodidamente cansado, mas eu não posso simplesmente deixá-la sentada aqui, sozinha.

Hoje acabou sendo uma merda, e parece que isso vai acabar. Eu tenho uma garota estranha na minha casa, a casa que é meu santuário e eu oro a Deus que ela não consiga lembrar como chegar aqui. A última coisa que eu preciso é que ela esteja caindo inesperadamente, esperando algo ...

Então eu teria que ser um idiota completo, o que me faria sentir um idiota. E eu odeio quando tenho que ser um idiota.

Na verdade, isso é mentira eu adoro isso.

Mas olhando para ela? Eu odiaria ser um idiota para Teddy. Ela parece tão doce, enrolada no meu sofá, aconchegando-se em meus cobertores e Jesus Cristo, que porra estou dizendo?

—Cansado? — Ela pergunta baixinho.

—Sim.

—Você deveria ir para a cama.

—Você está tentando se livrar de mim?

—Não. — Ela ri. —Além disso, é a sua casa. Você provavelmente quer se livrar de mim. Eu sou a única que invade seu espaço.

Isso é verdade.

—Não. Está legal. — Eu olho para a escadaria, a balaustrada escura de cerejeira polida para brilhar junto com os balcões, armários e o que quer que a Barb esfregue quando ela está aqui. Isso leva ao segundo nível, para os dois quartos de hóspedes.

—Pegue o quarto que você quiser. Eles estão do mesmo lado do corredor que o banheiro.

—Obrigada. — Ela faz uma pausa e eu posso ouvi-la pensar.

—Eu vou embora logo de manhã, prometo.

—Seja como for, não é grande coisa. — Cruzo as pernas nos tornozelos. —Eu provavelmente vou estar fora de qualquer maneira, eu corro todas as manhãs.

—Oh? Que horas?

—Eu geralmente corro no asfalto às seis.

—Uau, mesmo nos fins de semana?

—Sim. Nós geralmente temos partidas nos finais de semana, então precisamos ficar condicionados.

—Condicionados? Para quê?

—Rúgbi.

—Você é um jogador?

O jeito que ela diz me dá uma pausa e procuro por um significado oculto em sua expressão. Quando eu não encontro um, eu dou um aceno conciso com a cabeça.

—Sim.

Há uma breve hesitação antes:

—Espere, o rúgbi é intramural ou é um esporte sancionado pela universidade?

—É um esporte.

—Então você viaja?

—Sim.

—Como... para onde?

—Os mesmos lugares para onde as equipes de futebol e beisebol viajam se tiverem rúgbi.

Teddy franze o nariz.

—Eu não sei onde esses lugares são.

—Você não é um fã de esportes?

—Não. Quero dizer, tudo bem, mas eu não gosto de ir a jogos de futebol ou qualquer coisa assim.

—Por quê? Você pode apostar sua pequena bunda doce que suas amigas perseguidoras fazem.

—Eu simplesmente não gosto.

—Nem mesmo com suas amigas?

—Não. Essas viagens esportivas são realmente caras.

Hmm.

—Talvez você goste de rúgbi mais do que os outros esportes de qualquer maneira.

—E por que isto?

—Esses outros esportes? Os caras são todos um bando de maricas. —

Isso me deixa com uma risada profunda e rouca e sexy. Teddy cobre a boca com a mão, sufocando um bufo.

Minhas sobrancelhas se levantam.

—Você acabou de bufar?

Ela geme, abaixa a mão.

—Ugh, você ouviu isso?

—Quero dizer, sim? Foi um ronco audível.

E foi tão fodidamente adorável.

—Eu odeio quando faço isso.

—Então você é uma bufadora?

—Você poderia não chamar assim?

—Bufar? Você tem uma palavra melhor para isso?

—Não dar uma palavra é uma palavra melhor para isso. E não o trazer de novo seria fantástico.

—Mas é meio fofo.

—Pare.

—Eu gosto de um porco.

—Oh meu Deus.

Eu lembro de novo.

—Kipling

Não, ela não apenas me chama assim.

—Ei, nós fizemos um acordo sobre os nomes.

—Então pare de fazer isso!

—Isso foi um bufar. — Estou tentado a fazer isso de novo.

—Não confunda com um peido. Dois opostos terminam.

Teddy se senta, indignada, cobertor caindo e revelando sua blusa branca. A sombra de seus mamilos por baixo, peito subindo e descendo.

—Eu não faço como um porco quando eu bufo!

Dou de ombros.

—Tomayto, tomahto.

—Cale a boca! — Mas ela está rindo quando diz isso.

—Tudo bem, eu não vou mais tirar sarro de você.

—Bom, porque eu odeio isso.

—Por que você é ridicularizada? — Estou provocando, mas o silêncio que se segue é suficiente para responder à minha pergunta, e minhas sobrancelhas franzem. —Quem tira sarro de você? — Teddy é a garota mais doce que eu conheci nessa universidade quer dizer, eu a conheço há apenas três segundos, mas duvido que ela tenha machucado intencionalmente os sentimentos de alguém. —Deixe-me adivinhar suas companheiras de quarto e os seus outros amigos.

Mais silêncio.

—Não. Não são meus outros amigos.

—Então, apenas sua colega de quarto vadia.

—Você não pode chamá-la de... olha, ela não é vadia, ok? Ela é apenas... — um encolhimento diminuto de seus ombros delicados.

—Não, não me diga que ela é mal compreendida

—Ela é quem ela é, eu acho.

—E o que é isso? — Uma caçadora de pau.

Maria chuteira?

Egoísta?

—Sempre fomos opostas. Os amigos não precisam corresponder. As amizades não são perfeitas você deveria saber disso.

—Não, mas os caras são diferentes. Nós não temos sentimentos, e se um dos meus amigos me tratasse como merda, ele não seria mais meu amigo.

Teddy revira os olhos para trás, é provável que eles fiquem presos na parte de trás da cabeça.

—Mariah não me trata como merda.

Mariah.

Até o nome soa como um nome de garota malvada.

Mariah: quase rima com piranha.

—Não te trata como merda, você diz? Isso da garota sentada na sala de estar de um cara estranho, a quilômetros do campus, sobre Deus sabe que rua, no meio da noite porque você não podia ir para casa, porque ela está pegando um cara no seu apartamento em um quarto e ela não dá a mínima para que você não esteja em casa.

Droga. Isso soou duro, não é?

Ainda assim, é a porra da verdade.

—Eu-eu... — Teddy gagueja, e por um breve momento, me sinto terrível.

Ah, mais ou menos.

Tudo bem, não realmente. Eu não a conheço, não conheço a colega de quarto dela, mas sei que ela precisa se animar e cultivar um par de bolas.

—Enfrente, Teddy, você precisa de lições sobre como ser uma puta maior.

—Você está louco? A última coisa que quero fazer é me tornar uma vadia de propósito.

—Uma fodona então.

—Uma fodona? — Suas sobrancelhas estão em sua linha do cabelo. —Mesmo isso é um exagero para mim.

—Bem. Você precisa crescer uma espinha dorsal.

—Eu tenho uma! É só que ... prefiro escolher em quais batalhas quero lutar.

—E quantas lutas você já esteve?

—Nenhuma?

—Argumentos?

—Er...

—Quantas vezes sua boa amiga Mariah entrou e 'roubou' um cara com quem você estava falando? — Eu uso aspas e Teddy recua.

—Eu não sei.

—Mais de um, mas menos de cinco? — Jesus, por que eu continuo empurrando isso?

Ela encolhe os ombros.

—Mais de cinco, mas menos de dez?

—Kip! Quem se importa? Se um cara não gosta de mim e deixa uma garota como Mariah entrar e —roubá-lo, — eu não o quero de qualquer maneira! — Sua voz é levantada e ela usa aspas também, imitando-me antes de cruzar os braços sobre o peito defensivamente.

—Se ele não gosta de você por você? É o tipo de besteira que as garotas dizem quando são rejeitadas?

Do outro lado da sala, vejo sua boca se abrir.

Oops. Foi algo que eu disse? Parece que eu chutei o cachorrinho dela.

—Então isso é um sim.

Sua boca se põe em uma linha fina, lábios franzidos.

—Teddy, existem regras, você sabe, e sua amiga quebra quase todas elas.

—Que regras?

—Código de garota e merda. Eu não sei, você deveria saber mais sobre isso do que eu. Como ser uma parceira e não uma caçadora de pau, como namorar um atleta, merda assim.

—Vamos, agora você está apenas inventando coisas.

—Regra número dois: importe-se menos com o que as pessoas pensam e mais em fazer o que te faz feliz.

—Isso não é uma regra, é uma citação inspiradora. Além disso, qual foi a primeira regra?

—Não seja uma boceta. — Eu posso dizer que ela mal contém sua impaciência e inclino minha cabeça para o lado.

—Por que você está sendo assim?

Sua resposta é rir de novo.

—Porque você é meio esquisito.

Eu me pergunto se ela me chamaria de esquisito na minha cara se meu rosto não estivesse coberto de cabelos suficientes para me manter aquecido através de uma nevasca no topo de uma montanha. O que ela diria se soubesse que eu sou tão ridiculamente bonito sob essa barba que agências de modelos estariam batendo na minha porta querendo explodir minha imagem em todas as grandes revistas esportivas?

Mas essa é apenas a minha humilde opinião.

—Estou falando sério, Teddy, você não vai encontrar um namorado se continuar fazendo as coisas que você está fazendo em festas.

—Quem disse alguma coisa sobre eu querer um namorado?

—Então você não quer um?

—Quero dizer... — Ela hesita por tanto tempo que sei qual será sua resposta.

—Sim, mas não há pressa.

—Bem, isso é bom, porque certamente vai levar tempo pra caralho para encontrar um no ritmo que você está indo.

Eu não posso dizer a esta luz, mas eu juro que ela recua.

—Kip, isso é uma coisa de merda para dizer.

—Mas é verdade. — Eu insisto, tentando colocar o que estou prestes a dizer em seguida, delicadamente. Ou não.

—Você não vai conseguir um namorado pagando de barman no barril todo fim de semana ou segurando a cerveja da sua amiga enquanto ela está lá em cima fodendo caras aleatórios.

—Isso não é o que ela está fazendo! — Teddy engasga.

Eu sorrio conscientemente.

—Não é?

—Não!

Quão enganada a doce jovem Teddy é. —Como você saberia? Ela lhe contou isso?

—Não.

—Peter Newton. Kyle Remington. Archer Eisenhower. — Eu cito os nomes em meus dedos, satisfação curvando minha boca em um sorriso.

—Ela pode não ter lhe contado, mas eles me disseram.

—Quem são esses, os nomes dos futuros presidentes?, — brinca Teddy ingenuamente.

—Não, Theodora. Esses são os caras que sua colega de quarto fodeu nos últimos três finais de semana, enquanto você estava lá embaixo sendo gentilmente legal. — Se eu tivesse uma cerveja, este seria o momento que eu tomaria um gole para um efeito dramático. Eu solto meus dedos, descruzo minhas pernas e me inclino para trás na cadeira de couro. Expiro alto e satisfeito. Ahhh.

—O que?

—Peter Newton. Kyle ...

—Eu ouvi você muito bem. Eu só... não tem jeito. Mariah não é assim.

—OK. Qualquer coisa que você diga.

—Ela é? — A pergunta sai lentamente. Não tenho certeza.

Um aceno de cabeça.

—Sim.

Eu não preciso acender a luz para saber que Teddy está corando.

—Eu simplesmente não posso imaginá-la fazendo sexo com um cara chamado Archer Eisenhower, — ela resmunga.

—Em sua defesa, ele não é ruim de se olhar.

Ela me lança um olhar de desprezo.

—Por que você se importa, Kip?

—Eu não. — O que deve ser uma maldita mentira, porque aqui estou, pressionando o assunto. Esta pequena festa do pijama está se transformando em uma maldita sessão de terapia, e a culpa é minha por convidá-la aqui em primeiro lugar.

Eu deveria ter - poderia ter – deixado-a dormir no corredor de seu prédio.

—Quando foi a última vez que sua amiga Mariah te ajudou? Ou te contou sobre sua vida sexual quando ela não estava trazendo um cara para casa? Ou esperou ao redor da casa para que você pudesse se arrumar?

A maioria dos caras não notaria que Teddy não estava usando maquiagem na primeira noite em que ela apareceu na casa de rúgbi, mas eu fiz. E aposto cinco mil dólares que guardei no andar de cima em uma caixa de sapatos que ela não teve tempo para se arrumar, porque elas não estavam dispostas a esperar.

Eu sou um desses caras assustadoramente atento.

—Eu posso ajudar você. — Deus, o que estou dizendo? Cale a porra da boca Carmichael, ou eu vou socar você em sua própria maldita cara.

O ceticismo está gravado em todo o rosto bonito dela, mas ela se senta mais alto.

—Me ajudar como?

—Bem. — Eu me estabeleço profundamente na cadeira, fico bom e confortável.

—Para começar, noto que você hesita muito. Você não deveria estar fazendo isso, junte-se às conversas, cara.

—Você percebe que eu hesito muito... — Ela tem um olhar estranho em seu rosto agora, enquanto inclina o queixo para o lado, sua frase se arrastando.

—Sim. Então, em vez de falar com os caras andando até o barril, você é muito tímida. Você deveria estar fazendo piadas e merda. Até os que são mancos são melhores do que ficar mudos e por que você está ao lado do barril para começar? Que porra é essa, Teddy?

—Uh, eu não sei, — ela diz miseravelmente.

—Certo. Afaste-se do maldito barril e junte-se à maldita festa.

—Tudo bem. — Ela parece tão confusa, mas eu não estou nem perto de ser claro.

—Como?

EU.

Estou.

Em.

Um.

Rolo.

—Você precisa de um maldito marionetista para ajudá-la a descobrir o que fazer com você mesma? Alguém para lhe mostrar o que dizer e fazer?

—Você está sendo dramático. Eu não sou tão ruim assim.

—Sim você é. Você precisa de um... — Eu procuro a palavra. Encaixo meus dedos no silêncio.

—Madrinha cabeluda.

—Um o quê?

Eu sou um gênio do caralho é o que eu sou. —Madrinha cabeluda. Como uma fada madrinha, mas um cara.

Honesto Deus, acabei de fazer essa merda agora mesmo, no local.

Idiota inteligente que eu sou.

—Você está chapado agora? — Teddy não está sem palavras, mas ela está bem perto.

—Você parece bêbado.

—Sóbrio como você está. — Ok, isso não é verdade - eu tomei três cervejas esta noite, então talvez não esteja completamente sóbrio, mas perto o suficiente. Eu tenho um metro e noventa e quatro, afinal; é preciso muito álcool pra me embebedar tipo, muito. Além disso, eu nunca a teria levado a lugar algum se estivesse bêbado. Nunca.

—Meu ponto é, você precisa de ajuda, minha, especificamente.

—Eu não tenho certeza se preciso da sua marca de ajuda, sem ofensa, Kip. — Deus, esse nome ... me faz estremecer toda vez que ela diz isso. Ela não pode me chamar de Sasquatch como o resto deles?

—Sem ofensa, mas o que você sabe sobre relacionamentos?

Oh, agora ela quer ficar atrevida?

Bem.

—Para sua informação, eu estive em alguns relacionamentos.

—É assim mesmo?

—Sim. — Com meninas chamadas Mitsy e Tiffany e Caroline. As socialites Waspy3 de raça pura que empurraram pela minha família bem-intencionada, mas influente.

Eu vomito na minha boca um pouco.

—Quando? — Teddy está impaciente.

—Quero dizer, se você quer se formar no ensino médio. E ano de calouro.

—Seu primeiro ano do ensino médio? Você está falando sério?

—Universidade também, espertinha pode ter sido apenas alguns relacionamentos, mas aprendi muito com eles.

—Como o quê?

Como o fato de que eu nunca quero estar em outro relacionamento. E garotas chamadas Mitsy podem parecer divertidas e bonitinhas na teoria, mas na verdade são nazistas impiedosas, bêbadas com a ideia de passar dias namorando comigo, descansando no Country Club dos meus pais.

Eu estremeço com a lembrança de suas unhas em forma de caixão.

—Ouça Teddy, com caras, você tem que sair e dizer o que você quer. Não há área cinza, os caras não entendem. E não minta e nem fique enrolando.

Teddy revira os olhos.

—Me dá um tempo. Como isso vai me ajudar em uma festa?

—Eu estou dando pérolas de sabedoria aqui, você ouviria? E se isso não ajudar no seu trabalho de bartender?

—Cale a boca. — Ela ri, embora com relutância.

—O que eu posso te dizer é que os caras querem, então não vá a uma festa e comece a servir sua maldita cerveja. Todo mundo vai se aproveitar. Você quer ser conhecida como a garota que distribui canecas vermelhas?

—Não.

—Você quer ser a garota que bombeia a torneira de cerveja a noite toda?

—Não.

—Você quer ser a garota que fica no canto conversando com o pária social?

—O pária social?

—Sim, eu. — Como isso não era óbvio? Duh. Mas a risada de Teddy é leve e divertida, o que me diz que ela não concorda.

—Você não é um pária social. — Talvez não, mas só porque todo mundo tem medo de me irritar. Eu posso ser um cara legal, mas eu pareço com o ocasional mendigo de rua mais frequentemente do que não, e isso deixa as pessoas desconfortáveis. Embora, por incrível que pareça, as garotas me encaram com frequência suficiente para me confundir. Eu não vou discutir esses pontos com Teddy, no entanto. Ela não entenderia porque faço as coisas que faço. Tão poucas pessoas fazem, porque ninguém conhece meus segredos.

—No próximo fim de semana, quando você vier para a casa, eu lhe darei algumas dicas.

—Oh, meu Deus. — Ela sussurra embaixo do cobertor. —Talvez eu deva ficar em casa. —

—Desistir, você quer dizer? —

—Não, eu quero dizer talvez que flertar não seja meu ponto forte, especialmente em uma casa de festa. Estou fora do meu alcance e nós dois sabemos disso. Eu deveria ficar com bibliotecas e cafés.

—Você não está fora de sua liga, no entanto. — Qualquer um desses idiotas teria sorte de se encontrar com uma garota como Teddy, mas não é isso que ela quer, é? Curtir?

Não. Teddy quer um tipo de relacionamento, e é isso que a faz tão diferente. Até eu sei que ela é um material de relacionamento de longo prazo.

Ela o tipo que você leva ao altar.

—Teddy, você é uma espécie de boceta sobre essa coisa toda.

—Você não pode continuar me chamando assim.

—Chamando você do quê? — Eu sei que ela não vai dizer a palavra que flui tão livremente da minha língua.

—A ... você sabe. — Eu juro, ela abaixa a voz como se apenas o pensamento da palavra a deixasse contorcida e desconfortável.

—Eu não tenho ideia do que eu sempre chamo você. — Meus olhos se arregalam, emprestando um ar inocente à minha expressão, que ela provavelmente está pressionada para ver na luz fraca.

—Você é tão cheio de merda, Kip.

—De verdade, me ilumine. Eu chamo as pessoas de todo tipo de coisas. Boneco assassino, doido, filho da puta.

—A palavra B.

—A palavra B, a palavra B... — Eu coço minha barba.

—Boceta? Quando mais eu te chamei assim?

—Uh, a primeira noite que nos conhecemos? Como quatro vezes?

Eu fiz? Hã.

—Realmente, quatro vezes? Isso soa tão diferente de mim.

Na verdade, não é diferente de mim, porque eu realmente amo essa palavra. Que cara não faz?

Boceta, nome: um covarde ou alguém que é um total frangote. Não assumimos riscos, superando tudo. Assustado de sua própria sombra.

Boceta, substantivo: um gato. Gatinho peludo. Pet-capaz. Eu ronrono quando eu o acaricio, se eu quisesse acariciar um gatinho, o que eu não queria.

O que me leva a...

Boceta, substantivo: genitais femininas.

Vagina. Um lugar onde eu não me afundo por muito tempo, e agora que estou pensando nisso, o ,meu pau fica duro.

Sinto-me desconfortável com estes calções de malha finos que, em retrospectiva, foram provavelmente uma má ideia, embora não seja como se eu tivesse planejado arranjar um lenço depois de já ter gozado uma vez esta noite.

Tire sua maldita cabeça da sarjeta Sasquatch, a última coisa que você precisa é sexo no cérebro.

E sexo com Teddy? Fora de questão, mesmo que eu a fodesse em qualquer dia da semana, se as circunstâncias fossem diferentes.

Mas elas não são, e eu vou me formar e sair daqui, e então nunca vou ver esse lugar de novo porque vou estar trabalhando na América corporativa e provavelmente infeliz.

E bem barbeado.

Sim eu.

—Meus serviços estão disponíveis se você quiser. Sem pressão.

—Quais serviços. Você é um tutor agora também?

—Não, a coisa de madrinha cabeluda. Essas festas são chatas pra caralho, e ajudar você me daria algo para fazer.

—Eu... eu vou pensar sobre isso. — Ela ri, puxando o cabelo em um rabo de cavalo e prendendo-o com o elástico enrolado em torno de seu pulso fino. Olhando por cima do ombro ocasionalmente, preocupando-se com o lábio inferior, os olhos correndo para a cozinha e subindo as escadas. Quase agitada.

Estranho.

—Uh, você está procurando por algo?

Ela empurra a cabeça para longe da entrada do corredor, assustada.

—Eu sinto muito, apenas continuo esperando que seus pais entrem. Isso está me deixando nervosa.

—Eles não estão aqui.

—Eu sei, você disse isso, eu só acho estranho você morar aqui. Sozinho. Nesta linda casa. Sozinho. O que você tem? Vinte e um?

—Vinte e dois.

—Ainda não é normal.

Não, não é o normal dela, mas é o meu e é muito difícil explicar para as pessoas, que é a razão exata pela qual nunca trago ninguém aqui, rapazes ou garotas. Não vale a pena a longa e inevitável explicação. Além disso, eu não devo isso a ninguém, é da minha conta e gosto de continuar assim.

—Está deixando você desconfortável estar aqui sozinha comigo? Porque eu posso me trancar no quarto.

—Estranhamente não, você não me deixa desconfortável.

—Por que isso é estranho?

—Por que... olhe para você. Você é enorme e cabeludo, e eu nem sequer acho que te reconheceria se você raspasse tudo isso. — Ela gesticula na direção geral do meu rosto —fora. — Ela com certeza com a merda não me reconheceria, é a razão que eu deixei crescer esta barba e mantenho meu cabelo longo. —Você já ...? — Eu preciso de mais sugestões.

—Eu o que?

—Barbeou. — Obviamente. Se eu não fizesse isso, eu me pareceria com uma rejeição do ZZ Top.

—Sim, eu faço a barba. Eu me barbeei esta manhã. — Eu corro uma mão pelo comprimento da minha barba, satisfeito com o cabelo crespo que me levou dois anos para crescer tanto.

—Não, quero dizer, como aparado. Você já raspou isso?

—O que há de errado com isso? — Eu o acaricio novamente por uma boa medida.

—Não há nada de errado com isso, Kip. Só estou perguntando se alguma vez não esteve aí.

—Não.

—Oh. — Pausa.

—Por quê?

—Porque eu gosto?

—Justo o suficiente. — Seus lábios franzem. —É só que... você é um pouco jovem para o visual Grizzly Adams. —

—Quem diabos é Grizzly Adams? —

—Um homem da montanha que luta com ursos pardos... basicamente. —

—De qualquer forma. — Eu dou aos meus olhos um rolar pesado para terminar a conversa, e ela me segue até as escadas. Eu aponto para uma porta fechada à minha esquerda.

—Quarto de hospedes aqui, banheiro lá, mas você já sabe disso. Obviamente, não há necessidade de trancar a porta atrás de você.

—As portas têm trancas?

Eu me sinto sorrindo. —Não. —

—Bem, eu não estou preocupada. Eu sou menos do seu tipo do que você é meu, eu acho.

É aí que ela está errada, estou esquentando com Teddy de uma forma que não deveria estar. Eu estarei pensando nela por muito tempo depois que nós dois estivermos trancados em nossos quartos hoje à noite.

—Despreocupada? Você é uma maldita mentirosa.

—Como você sabe?

—Porque você continua procurando pela saída mais próxima.

—Então eu não deveria sair pela janela porque estamos no segundo andar? Tem uma escada que eu posso apoiar contra a casa?

—Jesus Cristo, nem brinque em sair pela janela. Use a maldita porta se você vai fugir.

—Mas você me culpa? Você é o rei de ... — Ela acena com a mão na frente do meu peito.

— Anormalmente enorme e cabeludo? Sim, sim, eu entendo muito isso.

—Não, eu ia dizer que não é nem de longe a ideia mais inteligente de estar em uma casa estranha, longe do campus e do meu apartamento, com um cara estranho que acabei de conhecer, especialmente desde que nós dois não estamos namorando e não sei nada sobre você.

É aí que vai bem. Essa é uma péssima ideia.

Mas aqui estamos nós.

Meus lábios se contorcem sob minha barba. —Apenas tente dormir um pouco, Theodora.

Sua risada suave desaparece quando a porta do quarto de hóspedes está fechada.

—Você também, Kipling.

Pirralha.

***

Meu telefone toca no escuro.

Ronnie: Você ainda está vivo?

Eu: Vá para a cama, Verônica.

Ronnie: Ahhh, bom. Então ela não assassinou você. Ainda.

Eu: Essa garota é inofensiva.

Ronnie: O que diabos você teve para trazê-la para casa?

Eu: Suas amigas são idiotas e a abandonaram na casa.

Ronnie: Então? Por que você se importa?

Eu: Não tenho a mínima ideia. Mas...

Ronnie: Não me deixe esperando, são duas da manhã aqui e se você vai me manter acordada, seja bom. Sua sobrinha estará acordada em três horas e eu vou parecer uma merda completa amanhã.

Eu: Eu, Jesus, não posso acreditar que estou dizendo isso.

Ronnie: Oh droga, isso vai ser bom, eu posso sentir isso.

Eu: Você não pode dizer nada para mamãe e papai. Cofre

Ronnie: ** rolando os olhos ** Eu já disse alguma coisa a eles?

Eu: Sim, no ano passado você contou sobre a citação de indecência pública.

Ronnie: Isso não te deixou em apuros! Isso foi para chocá-los porque eu queria ver a cara de botox da mamãe! Eu só queria ver se o seu rosto contorcendo quando ela ficou louca!

Ronnie: Não foi. Assim. Hilário.

Eu: Caramba Verônica ...

Ronnie: Ok, ok, estou ouvindo. Vai.

Eu: Essa garota, o nome dela é Teddy.

Ronnie: Isso soa tãooooooo costa leste, saia pegrada, cardigan.

Eu: Pare.

Ronnie: ** fechando a boca**

Eu: Ela vem para a casa de rúgbi todo fim de semana com essas amigas malvadas dela, e elas continuam a abandoná-la, e esta noite ela não tinha um lugar para dormir. Tipo, eu não ia deixá-la dormir no corredor do apartamento dela.

Ronnie: Como você é incomumente cavalheiresco.

Eu: Então eu a trouxe para casa e começamos a conversar, e a próxima coisa que eu sabia é que eu estava me voluntariando para ajudá-la.

Ronnie: Ajudando com o que??? Deus, eu ainda quero saber?

Ronnie: Sim, sim eu quero.

Ronnie: E para o registro, eu apenas me sentei na cama e acendi a luz, e agora Stuart está acordado e ele também quer ouvir o final desta história.

Ronnie: BTW2, desde que eu o acordei, eu devo a ele um BJ. Então ele diz obrigado.

Eu: Jesus Cristo.

Ronnie: Vá em frente com a história, meu deus KIPLING. Com o que você está ajudando esta pessoa, Teddy?

Eu: Como a namorar. Eu disse a ela que eu seria a madrinha cabeluda dela.

Ronnie: Você está brincando comigo certo?

Eu: Não.

[cinco minutos mais tarde]

Eu: Você ainda está aí?

Ronnie: Me desculpe, espere. Stuart e eu estamos rindo tanto que temos lágrimas saindo dos nossos olhos.

Ronnie: Madrinha cabeluda? Oh meu Deus, Kip, aonde você vem com essa merda? Mamãe iria morrer.

Eu: Você disse que não ia dizer nada!

Ronnie: Eu sei, eu sei, mas...

Eu: Eu juro por Deus Verônica.

Ronnie: Relaxe, mano relaxe.

Ronnie: Madrinha cabeluda, o que diabos é isso?

Eu: Eu disse a ela que a ensinaria a ser mais assertiva. Ela é muito legal.

Ronnie: Omg, você gosta dela?

Eu: Sim, ela é legal.

Ronnie: —Legal. — Não. Quero dizer, você gosta dela, como ela?

Eu: Não. Ela é apenas uma amiga.

Ronnie: Kip, você sabe quantas grandes histórias de amor começam assim? —Ela é apenas uma amiga.

Ronnie: Sim, uma amiga que você quer pegar.

Eu: Não comece comigo. Eu não quero pegar nela.

Ronnie: Ainda.

Eu: Ela é apenas uma amiga. Mal mesmo uma amiga.

Ronnie: Marque minhas palavras, Kipling: isso não vai ter o final que você acha que vai ...

***

BTW: A propósito

TEDDY

Eu não consigo dormir e não é surpresa por várias razões:

1: É uma casa estranha em que eu nunca estive, cheia de ruídos que eu normalmente não tenho que ouvir enquanto estou tentando dormir.

2: É enorme e estou um pouco intimidada.

3: Há um cara enorme no corredor.

4: Há uma fechadura na minha porta, mas ele e eu estamos sozinhos, então essa foi provavelmente uma das piores decisões que eu fiz neste semestre além de morar com Mariah.

Mariah.

O que eu vou fazer com ela? Eu tenho que fazer alguma coisa? Eu sei que ela me ama, e o jeito que ela se comporta? Eu já disse isso centenas de vezes (porque ultimamente, eu estou sempre defendendo ela) é assim que ela é, como ela sempre foi, na verdade. Desde que éramos jovens, sempre foi hipercompetitiva e não apenas comigo, com todos.

Eu aprendi que eu só tenho que ficar fora do seu caminho. Afaste-se, deixe-a fazer sua coisa, seja lá o que essa —coisa— seja na época.

Esportes.

Extracurriculares

Rapazes.

No fundo, Mariah é doce e generosa. Nem todo mundo a conhece da maneira que faço, especialmente os caras, porque ela nunca age como ela mesma quando está perto deles.

Não. Quando ela está perto de caras, tende a rir muito alto, fala muito alto, usa muita maquiagem e se humilha. Eu não sei por quê eu nunca perguntei, mas aprendi a aceitar. Se é assim que ela quer se comportar, quem sou eu para lhe dizer o que dizer e o quão alto?

Não que isso importasse, já que ela quase não me escuta de qualquer maneira.

Eu rolo em direção à janela no quarto de hóspedes escuro, em seguida, quando a luz da rua bate nos meus olhos no lugar errado, rolo para a porta.

Olhe para ela.

Eu tranquei, certo?

Estou tentada a jogar as cobertas para trás, pular fora e verificar novamente, mas sei que estou paranoica.

Além disso, Kip? Ranzinza, rude, grosseiro Kip? Estranhamente, sinto que posso confiar nele.

Estúpido, eu sei, mas aí está.

Ele me trouxe para casa porque estava preocupado, não para que pudesse me atacar.

E, mesmo com a barba, o cabelo e o corpo enorme, posso dizer que ainda seria fácil para ele pegar mulheres. Mesmo com a barba, o cabelo e o corpo enorme, ele ainda é colírio para os olhos.

Meus olhos, de qualquer maneira.

Eu rolo de costas, olhando para o teto, pensando no cara algumas portas no corredor.

O que ele está fazendo em uma casa como esta? Quem é o dono? Por que todos os quartos são decorados profissionalmente? Seus pais morreram e deixaram muito dinheiro para ele? Ele está gastando sabiamente ou explodindo tudo em merda estúpida como aquele caro SUV dele?

Eu me pergunto como eles morreram. Foi em um acidente de carro ou algo pior, como uma doença ou enfermidade?

Essa deve ser a explicação seus pais morreram. Nada mais faz sentido.

Deus, esse coitado!

Sozinho no mundo e sozinho nesta grande casa! Não é de admirar que ele não queira falar sobre seus pais, sua perda deve ter sido trágica.

Você sabe o que mais eu me pergunto? Se ele está deitado em sua cama gigante, pensando em mim também. Eu sei que é uma cama gigante porque eu dei uma espiada no quarto dele quando estava caminhando para o meu, o grande dossel colocado estrategicamente entre duas grandes janelas no centro da sala.

Não.

Ele não está pensando em mim, sem dúvida já está desmaiado.

Um cara assim não pensaria novamente.

Um cara assim teria suas garotas no campus, cabelos compridos e barba indisciplinada ou não, essa merda é tão na moda agora. Quando eu caio para o meu lado, me pergunto se ele percebe isso. Ele parece pensar que é incrivelmente desconcertante, quando na realidade ...

Está cada vez mais em mim.


PRIMEIRO SÁBADO

Desde quando ser peludo é uma coisa tão ruim?

Teddy

—Fiquei acordada a noite toda agonizando sobre uma coisa, e me sinto mal por ser tão insensível.

As sobrancelhas de Kip sobem enquanto ele serve uma xícara de café e encosta as costas no balcão, as pernas cruzadas nos tornozelos.

Seu cabelo está uma bagunça, pior do que o meu suado e grudado na testa, empilhado em um coque masculino, ele adicionou uma faixa de suor para sua corrida matinal.

—Eu não conseguia parar de pensar em seus pais.

—Uh... por quê? — Sua voz racha quando se aquece, não tendo sido usada ainda.

—Eu sinto muito sobre o que aconteceu com eles, Kip.

—O que aconteceu com eles?

—Você sabe, — eu me refiro, esperando que ele preencha os espaços em branco.

Em vez disso, seu corpo se inclina para frente, inclinando a cabeça em um ângulo enquanto espera que eu termine minha frase.

—Você sabe... — Eu tento de novo.

—Como eles...

Sua cabeça se inclina. As sobrancelhas sobem enquanto ele bebe da xícara branca de porcelana.

Engolindo.

Eu tento de novo.

—Não deve ser fácil morar sozinho. Solitário mesmo.

Kip encolhe os ombros maciços.

—É melhor do que morar com colegas de quarto ou com a minha família.

—Kip! — Eu suspiro em horror.

—Você não pode dizer coisas assim! — Estou a um passo de fazer o sinal da cruz.

—É a verdade.

—Isso é tão errado em tantos níveis! — Minha voz é um suspiro indignado.

—Por que você está agindo tão estranha?

—Você é o único que é insensível!

Ele pressiona dois dedos na sua têmpora. —Em primeiro lugar, não use palavras tão grandes tão cedo pela manhã. Segundo de tudo, o que diabos está acontecendo agora?

—Deve ter sido difícil para você quando eles passaram.

—Do que você está falando?

—Seus pais... passando.

—Espere, você acha que meus pais estão mortos?

—Quero dizer, por que mais você moraria sozinho nesta casa?

—Porque eles compraram?

—Quem fez?

—Meus pais? — Ele está olhando para mim como se eu tivesse perdido a cabeça oficialmente.

—Espere, então eles não estão mortos? Eles não passaram?

—Pare de dizer que passou, você parece demente. — Ele ri.

—Não, eles não estão mortos. A única coisa que meus pais passam nos dias de hoje é o sal na mesa de jantar. Jesus Cristo, Teddy, relaxe.

Sua voz racha quando ele solta um grito alto, curvando-se na cintura, realmente ordenhando isso por tudo que vale a pena. Eu me sinto como uma idiota.

Meus olhos se estreitam em fendas.

—Detesto você neste momento.

—Que diabos eu fiz! — Kip mal consegue recuperar o fôlego.

—Eu nunca disse que meus malditos pais não estavam vivos, você apenas assumiu que eles estavam. Oh meu Deus, isso é bom demais. É bom demais.

—Mas...

Nada disso faz algum sentido.

—Uau. Você acabou de fazer meu dia, eu juro, porra você é fofa.

—Mas... por que eles comprariam uma casa tão legal para você? Por que não um lixão mais perto do campus? Quem faz isso?

Quando Kip me apresenta as costas, os ombros dão um último aperto, mãos ocupadas na bancada rasgando um pacote de açúcar e ignorando a minha pergunta. —Não vamos entrar nisso.

Ok, então ele não quer falar sobre isso.

Bem.

—Algum dia, conversamos? Se vamos ser amigos, Kip, devemos poder conversar.

—Jesus, — ele murmura com um bufo.

—É por isso que eu jogo rúgbi e fico longe das garotas.

—Por quê? Porque você não gosta de ter amigos?

—Sim. — Ele se vira para mim.

—Não, porque as meninas fazem tudo complicado.

Complicado?

—Você está falando sério agora? Eu não disse que queria casar com você! Eu disse que queria ser amiga. Isso não foi uma proposta, acalme-se cara grande.

Deus, por que caras são assim? Isso me lembra da vez em que minha amiga Sarah convidou um cara, Dave, para um jogo de beisebol; quando ela ofereceu a ele um dos seus bilhetes extras, disse que não poderia ir porque não estava pronto para um relacionamento.

Idiota.

Nós demos uma boa risada sobre isso depois, mas o ponto é: às vezes os caras são muito mais dramaticos que as garotas.

Parece que Kip pode ser um desses caras.

É preciso tudo o que eu não tenho para continuar revirando os olhos para o homem adulto em pé na minha frente, mas consigo. Ele está sendo tão ridículo agora.

—Bem. Você quer ser minha madrinha cabeluda, seja minha madrinha cabeluda. — Eu funguei.

—E se você não quiser ser amigo, não seremos amigos. Peguei você. Isso nós podemos fazer.

Kip inclina a cabeça para trás.

—Agora você parece estar machucada.

—Eu? Ferida? Por favor. Estou apenas esclarecendo.

Não há como esconder aquele sorriso estúpido em seu rosto idiota.

—Não se preocupe, eu entendo.

Eu me inclino para trás em sua cadeira de cozinha e cruzo meus braços.

—O que exatamente você acha que entendi?

Uma de suas mãos gigantescas acena no ar. —Eu entendo como as garotas são. Você quer um relacionamento, eu sou um cara solteiro de boa aparência, eu tenho essa casa...

—Oh meu Deus, pare antes que você me faça rir.

—Seja como for, Teddy. Você sabe que é verdade.

—Você está louco? Você parece louco?

—Você vê tudo isso— ele gesticula aquelas mãos para cima e para baixo na parte superior do tronco.

—E eu me torno um alvo primordial.

Eu me levantando da mesa.

—Você é delirante.

Ele ri.

—Então por que você está ficando tão defensiva?

Por que ele está enfurecido de repente? —Eu iria estrangular você agora mesmo se eu pudesse alcançar sua garganta sem uma escada. — Por sorte, não há nada a ser encontrado.

Kip ri e eu tenho certeza que o pomo de Adão dele está balançando em algum lugar em seu pescoço estúpido e barbudo.

—Você está me dizendo que não quer namorar comigo? Depois de ver minha casa?

—Que parte de qualquer coisa que eu disse hoje de manhã faria você pular para essa conclusão? — Eu juro, caras são idiotas.

—Quando você disse que queria ser amiga, quando você disse amigos foi meio difícil sentir falta da entonação em seu tom de voz.

—Oh meu Deus. Eu não posso com você agora. Estou saindo. — Tudo o que eu trouxe comigo na noite passada está dobrado como um alfinete em uma sacola, pronta para ir. —Obrigado pela hospitalidade. Tem sido ótimo.

Eu lanço um sinal de paz de dois dedos para uma boa medida, indo em direção à porta, puxando minha jaqueta pelo caminho.

—Você não está esquecendo de algo? — Eu não me incomodo de virar para ele.

—O que? — eu corto, agitada.

—Você não tem ideia de onde você está.

—Pfft. Eu posso mapear no meu telefone. Duh.

—Tudo certo. Vá em frente. — Ele toma seu café fazendo barulho em sua caneca, alto e desagradável de propósito, sem dúvida.

—Eu só vou fazer isso agora, se você não se importa, já que parece um pouco frio lá fora.

—Um agradável 6 graus, — ele esclarece com um sorriso brilhante, bigodes cobrindo a maioria de seus dentes brancos. 6 graus? Senhor, atire em mim agora. Eu mexo no meu telefone, digito o endereço do meu apartamento e esperei que a nossa localização fosse preenchida. Olho para a tela e depois para Kip, confusa.

—Três milhas! Que diabos! Três milhas? Sério, por que você mora tão longe? Você está louco?

—Alguns de nós temos carros, — o bastardo responde. Um de seus ombros largos sobe e depois volta despreocupadamente, com a boca presunçosa.

—Você ainda está nessa caminhada? Ou você quer que eu te leve?

—Eu te odeio agora mesmo.

—Essa é a segunda vez que você disse isso essa manhã, continue assim e eu quase vou acreditar em você. — Ele coloca a caneca na bancada. Bancada branca. Põe as mãos para fora em sua calça de moletom cinza e sobe em toda a sua altura.

—Deixe-me pegar uma camiseta e nós vamos.

Por que eu sou impotente contra esse cara? Ele é tão bizarro e mandão.

E rude.

—Tudo bem. — Se ele insiste em me levar para casa, eu deveria calar a boca e parar de reclamar sobre um passeio quente e livre.

Quando Kip termina de colocar um capuz e o puxa para baixo sobre a massa de cabelo bagunçado, ele pega as chaves e abre a porta dos fundos. Com um movimento de sua mão, me guia primeiro como um cavalheiro faria se estivesse aqui e então estamos no frio gelado.

—Obrigado pelo passeio, — murmuro quando estou afivelando o cinto de segurança. O mínimo que posso fazer é agradecer sua hospitalidade.

—Não se preocupe. Minha irmã me mataria se eu deixasse você ir para casa sozinha ontem à noite ou agora mesmo.

—Sua irmã?

—Sim, Verônica, mas eu a chamo de Ronnie porque ela odeia isso. Ela é mais velha e tem boas maneiras e todas as outras besteiras.

—Ahh, entendi. Ela criou você?

—Meus pais não estão mortos, lembra? — Ele estala, me dando uma sobrancelha levantada.

Oh merda, isso mesmo. Porque continuo esquecendo? É praticamente o pior deslize, nunca.

—Meu Deus, sinto muito.

—Você vai me dar um complexo se você continuar falando assim. Eu vou querer realmente ligar para mamãe para ouvir o som de sua voz, e isso só vai nos confundir.

—Por quê? Você nunca liga para casa?

—Deus, não. — Ele faz uma pausa, acertando o sinal de volta e indo em direção ao campus.

—Não, isso não é verdade. Eu acho que eu chamo o suficiente, principalmente textos e merda, no entanto. A coisa favorita da minha irmã imbecil a fazer é nos colocar em textos de grupo. — Kip vira pra outra esquerda, já sabendo onde eu moro e como chegar lá, e parece que já dirigiu mil vezes antes.

—Textos de grupos familiares querem muito me fazer arrancar meus olhos.

—Por quê?

—Cara, porque minha mãe nunca termina suas frases. Ela irá enviar três palavras, apertar enviar, depois digita mais duas palavras e aperta enviar. Depois mais dois aperta enviar. Para fazer uma frase completa, em vez de digitar tudo, certo? Então ela envia um GIF. Então mais quatro palavras. Manda. Isso me deixa fodidamente mal. Ronnie sabe que não posso lidar com isso.

Isso soa horrível, mas não diferente de qualquer conversa em grupo que eu já tive com meus amigos.

—Minha mãe faz a mesma coisa. Mais ou menos. Mas, novamente, há apenas nós duas então não tenho que me preocupar com uma família inteira entrando na conversa.

—Você não está perdendo.

—Eu não estou? — Honestamente, parece bom.

—Foda-se não! — O SUV de Kip vira à direita no sinal de parada antes de ele perguntar: —Então, sem irmãos ou irmãs?

—Não. Sou só eu. Só a solidão.

—E sua mãe.

—Sim, só eu e minha mãe, sempre foi, desde que, você sabe... meu pai foi embora. — A maioria das pessoas pergunta o que aconteceu com meu pai o doador de esperma, quando comecei a ligar para ele, percebi que merda ele era na verdade, e espero que o Kip não seja um para bisbilhotar. Ele é.

—Você disse que seu pai foi embora, mas o que aconteceu? Ele morreu?

—Não, nada disso, embora eu tenha certeza que minha mãe gostaria que fosse o caso. Haha.

—Ei, me processe por perguntar. Você parece fixada em morte por algum motivo, então eu pensei que talvez fosse por isso. — Ele tem um bom ponto.

—Meu pai biológico e minha mãe nunca foram casados e ele partiu quando eu era pequena. Não me lembro de ele estar por perto. Depois que ele saiu, nós vivemos com meus avós por um tempo.

—Ah, eu vejo. — Sim.

—Então, o que sua mãe faz? —

—Tipo, qual é o trabalho dela? —

—Sim. —

—Ela... — eu limpei minha garganta e endireitei minha espinha.

—Ela é uma barmaid. E garçonete. — Eu espero pela pausa desajeitada que geralmente segue essa declaração, mas nunca chega. Não me entenda mal, não me envergonha que minha mãe seja garçonete e barman, são outras pessoas que ficam todas estranhas e críticas sobre isso.

Especialmente mulheres da idade dela, com maridos e famílias, minivans e Carpools4. Essa nunca foi minha mãe, nunca nós. Nunca tivemos dinheiro para esse tipo de vida, mal tínhamos dinheiro para praticar esportes ou participar de clubes. Sempre apenas chiando por aí. Eu fiquei muito sozinha. Não só minha mãe trabalhava muito quando eu estava crescendo, ela não podia pagar babás ou qualquer outra coisa. Aproveitando todas as horas extras disponíveis, fazendo horas extras para pagar o aluguel e os serviços públicos, ao mesmo tempo economizando para minha educação universitária.

—Droga, você já a viu? —

—Claro que eu a vejo. Quero dizer, não uma tonelada... não realmente. — Se estou sendo honesta, minha mãe trabalha demais e raramente consigo passar tempo com ela. —Eu, uh, eu estou aqui com uma bolsa parcial, então... — A frase sumiu.

—E eu acabei de receber uma concessão do departamento de engenharia. —

—Esse é o seu curso? Engenharia?

—Sim.

—Que tipo?

—Civil. — Eu paro. —Isso soa chato?

—Não, não em tudo. — Ele alcança e abaixa o volume em seu rádio.

—Então você tem uma parcial, e uma concessão, e sua mãe arrebenta a bunda para pagar o resto. —

—Exatamente.

—Eu entendo. —

—Você? — De alguma forma eu duvido. Olho para Kip pelo canto do olho, para o interior de couro e cromo de seu veículo de luxo, o logotipo da marca na manga de seu suéter caro, sem mencionar seu pequeno pedaço do paraíso suburbano escondido em um carro de luxo. Vizinhança.

Para um homem das cavernas, o Sasquatch tem uma merda cara.

Se ele me sente olhando, cobrindo meus arredores, ele escolhe não mencionar isso.

—Qual é o seu curso? — Eu pergunto por curiosidade educada.

—Economia.

—Uau. Realmente? — Estou sinceramente surpresa.

—Sim. Negócios e economia parecem estar no meu futuro.

Essa é uma maneira estranha de colocar isso.

—Porque é que?

—Negócios de família.

—Entendo. Você tem escolha?

—Mais ou menos, mas não realmente. — Um mestre em desviar, Kip muda de assunto quando ele diminui a velocidade quando nos aproximamos da extremidade do campus.

—Você já viveu nos dormitórios? — Eu arqueio uma sobrancelha.

—Oh não.

—Porque não?

Dar de ombros.

—Meus pais me queriam fora do campus.

Isso não faz sentido. Pela minha experiência, a maioria dos pais mantém os filhos no campus o máximo que podem, pelo menos é o que minha mãe queria.

—Por quê?

Em vez de responder, ele dá de ombros.

Kip mede suas palavras.

—É complicado.

—Então eu não vou perguntar.

—Obrigado.

Eu pego um sorriso, um flash de seus dentes retos e brancos.

—Você deveria sorrir mais.

—Eu sorrio muito. — Seu rosto se contorce, o lábio franzido.

—Você realmente não faz.

—Claro que sim, você só tem que pegá-lo no momento certo. Às vezes você não vê isso acontecendo.

—Por causa de todo o cabelo em seu rosto?

—Correto

Apesar de tudo, levo-o para dentro, os bigodes destacados pela luz do sol que entra pela janela do lado do motorista e pelo para-brisa.

—As garotas não ficam com o bigode queimado do seu rosto?

Uma risada curta.

—Não.

Pfft.

—Okay, certo.

—Eu tenho que beijar uma para que isso aconteça.

—Você não beijou uma garota?

Ele revira os olhos.

—Oh. — Ohhh ...

—Agora tudo faz mais sentido.

—O quê?

—Você está em caras.

Ele me lança um rápido olhar, sobrancelhas franzidas.

—Não é isso que eu quis dizer e você sabe disso.

Sim, eu sei que não foi isso que ele quis dizer, mas é divertido provocá-lo. Ele é tão sério.

Minha risada enche a cabine de seu SUV. —Você deveria ver o olhar em seu rosto, você parece um serial killer. — Alguém que não se diverte.

—Ha ha

—Eu teria dito Sasquatch em vez disso, mas isso parece óbvio demais.

—Eu faço muito isso.

—Calculado. É por isso que eu fui com o serial killer, embora você também não se pareça com um desses. Você é muito alto.

Meu estômago escolhe aquele momento para rosnar, e é tão alto que enche o súbito silêncio.

Claro que sim.

—Você está com fome?

Não há como negar quando meu estômago ronca novamente.

—Uh, mais ou menos.

—Por que você não comeu nada?

—Eu não ia escavar seus armários.

—Por quê?

—Porque eu mal te conheço, teria sido rude.

—Você quer parar em algum lugar e pegar alguma coisa?

—Não! Não, tudo bem, eu tenho comida em casa.

—Tem certeza? E aquela pequena lanchonete na esquina do sul e do meridiano, eles fazem uma omelete matadora.

Eu mentalmente calculo a escassa mudança dentro da minha carteira. São apenas dez dólares e o único dinheiro que tenho.

—Sim, tenho certeza, mas obrigado pela oferta.

—Vamos, — ele pede.

—Você tem outro lugar para estar agora?

—Não, e você? Você é o único com prática de rúgbi hoje, certo?

—Mais tarde. Ao meio-dia. — Seu carro não está mais indo em direção ao meu apartamento, maldito seja ele. Ele é o ouvinte mais indeciso. Vou ter que lembrar disso a partir de agora.

—Kip, tudo bem. Realmente. — Não posso gastar meu dinheiro em comida quando preciso de aluguel, livros e mensalidades. Gastos frívolos não estão no meu orçamento para o mês.

Mas, por alguma razão, ele não está deixando passar, e não está me levando para casa.

—Meu prazer.

Bem. Nesse caso...

—Bem, nesse caso. — Porque, sinceramente, estou morrendo de fome e a comida de um restaurante real parece um paraíso. Rolo de canela? Ovos? Salsichas de café da manhã?

Sim por favor.

***

KIP

Jesus, onde ela está colocando toda aquela comida que ela pediu? Sério, Teddy é minúscula comparada a mim. Eu acho que para uma garota, ela é bem comum, mas ao lado dos meus 1.93? Ela é de tamanho de bolso. E ela está enchendo o café da manhã com um garfo de ovo e lavando-o com achocolatado. É mais do que eu vou acumular na minha boca de uma só vez.

—Isso vai ser comida suficiente para você? Certeza que você não quer pedir mais? — Eu provoco, olhando seu prato de ovos, batatas fritas e a ordem lateral de um rolo de canela gigante. A quantidade rivaliza com a minha, e com as duas cabeças inclinadas, olho para ela, comendo como se não tivéssemos comido em dias. Eu vou pagar por isso durante os treinos correndo com voltas extras ao redor do campo, mas neste momento, o café da manhã gorduroso vale a pena. Mesmo se eu acabar com as coisas mais tarde.

Pego uma colherada de comida na boca e mastigo, enxugo a boca com a manga do moletom, totalmente consciente do fato de que, se minha mãe me visse agora, sua boca se abriria horrorizada com minha completa falta de decoro, meu total desrespeito pelas maneiras que ela me ensinou desde o primeiro dia.

—Grosso, você tem ovos em sua barba. — A voz suave e melosa de Teddy flutua sobre a mesa, meio divertida, meio enojada.

—Onde? — Eu não digo a ela que metade do tempo quando eu como, comida acaba na minha barba, um perigo de ter tanto cabelo pendurado no meu rosto.

—Me mostre. —

—Eu não estou tocando nisso. — Eu sorrio para o meu guardanapo enquanto passo o dedo na metade inferior do meu rosto, tentado a jogar isso. É o que ela disse, mas penso melhor quando o lábio dela se enrola e seus olhos se estreitam quando ela sabe o que estou pensando. Eu nem preciso dizer isso. Agradável.

—Não diga isso. — Eu dou de ombros.

—Eu não ia. —

—Mas você estava pensando nisso.

Eu rio e ovo voa para fora da minha boca. O desdém de Teddy cresce, o lábio agora completamente enrolado sob o pequeno nariz empinado.

—Sim, eu quase disse isso.

—Limpe seu rosto, Kipling.

Ugh, esse maldito nome.

—Cara, eu não posso evitar se a merda cair da minha boca.

—Você é nojento. Eu nunca mais vou comer com você de novo.

—Tenho a sensação de que você comeria comigo todas as noites da semana, se eu estivesse pagando por isso.

Teddy considera isso, finalmente assentindo.

—Você está certo, mas só porque meu orçamento é tão apertado que mariposas voam para fora da minha carteira quando eu abro.

—Isso é triste. — As palavras saem da minha boca antes que eu possa detê-las. Por mais insensíveis que sejam, Teddy não enrubesce.

—Pobre eu, eu sei. Alimente-me, Kip! — Sua risada é pontuada pelo garfo em sua mão apunhalando a salsicha em seu prato, metal encontrando porcelana, seu gemido enche o ar entre nós enquanto ela enfia a coisa toda em sua boca bonita.

—Agora quem é o idiota aqui? Você não precisa ser uma porca porque eu tinha comida na barba.

Ela revira os olhos muito forte.

—Você também está cuspindo comida.

Nenhuma merda, mas —Não de propósito.

Ela bate o garfo no ar, apontando na minha direção e apertando os olhos.

—Ainda assim, sua mãe não lhe ensinou boas maneiras?

Se ela soubesse. Não só minha mãe me ensinou boas maneiras, ela contratou treinadores de etiqueta para vir até em casa e perfurar maneiras em Verônica e em mim, treinadores reais de etiqueta como se fosse o ano de 1845 ou alguma merda.

Ninguém pode dizer a Lilith Carmichael o que fazer, e o que ela queria era que seus filhos fossem impecáveis e comportados. E nós fomos.

Por um tempo.

Então, minha irmã e eu nos tornamos dois adolescentes que odiavam os olhos atentos de nossos pais, seus funcionários e a mídia. Nossos pais não eram apenas ricos, eles eram celebridades em nosso canto do país, papai aparecendo em noticiários, comprando um time de futebol profissional quando seu patrimônio líquido atingia nove dígitos.

Todo mundo conhecia nossa família, e Ronnie e eu odiávamos.

O fato de eu ligar para minha irmã Ronnie? Minha mãe odeia mais isso.

—Você está ouvindo alguma coisa que eu digo?

—Hã?

—Você faz isso muito, você sabe se distrai. — Teddy está de volta para pegar a comida em seu prato com os dentes de seu garfo, empurrando os ovos mexidos para um lado, sorriso irônico emplastrado em seu rosto. —Desculpe, eu sou tão chata.

Merda.

—Você não é chata.

—Eu meio que sou.

—Você pararia?

—Em seguida, você vai me dizer que você tem muito em mente.

—Isso não é o que eu vou dizer, porque nem é remotamente verdade. Não há nada em minha mente.

Eu rio, pegando um pedaço de torrada, dobrando-o ao meio e enfiando na minha garganta. Eu não posso dizer muito bem quando falo porque me lembro de todos os segredos que eu não quero que ninguém descubra, e você acabou de descobrir o segundo maior que eu tenho.

O primeiro é a riqueza ridícula da minha família. A outra é a minha casa gigante e extravagante do campus com seus lençóis de algodão egípcio e bancadas de granito que nenhum jovem de vinte e dois anos de idade já deveria possuir, porque realmente é foda.

Obrigado mamãe e papai por tornar impossível ter uma vida normal, ou um relacionamento com uma garota que não se importa com essa merda.

Tanto faz.

Eu superei.

Minhas narinas se dilatam enquanto eu rasgo o guardanapo de papel em dois, enrolando as peças e jogando-as para o final da mesa.

—Então, — eu falo. —Quando um cara vem até você e diz que ele gosta da sua camisa, o que você diz?

Uma sobrancelha bem cuidada sobe na linha do cabelo de Teddy.

—Nenhum cara vai me dizer que ele gosta da minha camisa. Meus peitos, talvez.

—Seu vestido?

Teddy solta um suspiro.

—Kip, nós temos que fazer isso agora? Estou tentando comer meu café da manhã grátis.

—Meu treinador sempre diz que a prática faz a perfeição, Ted.

—Por favor, não me chame assim.

—Por quê? É um apelido incrível.

—Porque Mariah me chama de fazendeiro Ted e eu odeio isso.

—Mariah chama você de fazendeiro Ted para ser uma idiota e colocá-la em seu lugar. Estou te chamando de Ted porque acho que é adorável.

—É o nome de um homem.

—Então também é Teddy.

—Não, não é.

Tão argumentativo, isso aqui.

—Uh, Teddy Roosevelt?

—Tudo bem. — Ela suspira novamente.

—É o nome de um homem, mas não me chame de Ted.

—Tudo bem. — Minha mão se move sobre a mesa, em direção ao seu prato.

—Você vai comer isso? — Dedos lutam por sua torrada.

Ela bate a minha mão para longe.

—Eu vou te esfaquear com este garfo se você tocar meus carboidratos.

Merda. Teddy faminta é selvagem.

—E a salsicha?

—Eu vim aqui especificamente pela salsicha.

—Aqui pela salsicha, — repito, inclinando-me para trás no assento da cabine de plástico, nem mesmo tentando esconder o meu riso.

—Bom.

Nunca houve uma reviravolta maior de alguém tão pequeno.

—Cale a boca, seu idiota.

Teddy balança um dos elos marrons de carne, jogando-o na minha direção. Ele balança no final do garfo, para cima e para baixo entre nós.

—Isso é uma oferta?

—Você não pode tê-lo, eu só estou torturando você porque eu sei que você ainda está com fome. Você só comeu um prato de comida, seu peso leve.

—Tanto faz, eu posso pegar outro pedido se você for gananciosa com sua carne, — eu lamento.

—Você já teria pedido mais carne se quisesse. Admita você só quer levar isso porque é meu, e você é uma criança mimada.

—Mas a comida tem um gosto muito melhor quando não pertence a você. Assim como muitas outras coisas que não são boas para você.

Cristo, que saiu soando tão pervertido...ou talvez não e eu sou apenas um pervertido?

Outras coisas são boas, como...

Sobremesa.

Doces.

Boceta.

Boceta? De onde diabos veio isso? Jesus Cristo, Kipling, você está no meio do café da manhã.

Mas agora que está em minha mente ...

Meus olhos viajam para o sul. Mesmo que eu não consiga ver debaixo da mesa para o colo de Theodora, imagino como sua boceta parece. Aposto que ela mantém tudo bem e arrumado também. Nua? Não, ela não parece o tipo que usa cera, além disso, ela não pode pagar. Duvido que ela também raspe, mas imagino que ela apare.

Quando eu olho para trás, Teddy está lentamente balançando a cabeça para mim, emitindo um pequeno tsk, tsk som.

—O que?

—Eu posso ler totalmente sua mente.

De alguma forma, duvido disso.

—Confie em mim, não você não pode.

—Pfft, por favor você pode pensar que eu sou ingênua, mas não sou. — Ela espelha minha pose, recostando-se na cabine, o braço direito sobre as costas.

—Eu sei que você está sentado pensando em tomar meu café da manhã. Mas você não pode ter isso.

—Comendo o seu... — A frase sumiu porque eu engasguei com a última palavra.

Café da manhã, é isso que estamos chamando agora?

O café da manhã não é a única coisa que estou pensando em comer agora.

Porque eu sou imaturo pra caralho, idiota, pervertido que não percebeu até agora como era pervertido.

Agora eu faço.

E é por causa dela.

Merda.

—Eu não estou pensando em comer sua comida. É seguro.

—Mmm hmm. — Ela lentamente dá uma mordida na ponta de uma salsicha. Mastiga, um sorriso brincando em seus lábios.

—Se você diz.

Leva outra mordida, depois outra, e eu assisto até que tudo se acabe.

—Eu digo isso. — Limpo minha garganta e vamos para os negócios.


PRIMEIRO SÁBADO PARTE 2

Os caras são apenas grosseiros

Teddy

—Agora. — A voz de Kip está baixa e fala um pouco enquanto ele tenta ficar sério.

—Do que estávamos falando antes? Ah, sim, você estava prestes a me dizer o que você diria se algum cara aparecesse em uma festa e dissesse que gostava da sua camiseta.

—Nós não estávamos falando sobre isso, e nós não estamos nisso. É estúpido. — Coloco outro pedaço de ovo na boca e começo a ignorá-lo. Mmmm delicioso.

—Por que você não está levando isso a sério?

—Por que você se importa?

—Honestamente? Eu provavelmente estou um pouco entediado, me dê algo para fazer, sim?

Oh Deus.

—A última coisa que quero ser é o seu projeto de estimação. Seria ruim o suficiente se você fosse mulher, não posso aceitar que um cara aleatório me dê conselhos sobre namoro.

—Primeiro, eu não sou aleatório, você acabou de passar a noite na minha casa. Em segundo lugar, você vê a lógica por trás desse argumento de merda, certo? Tomando conselhos sobre caras de um garoto? Não? Faz sentido pra caralho. Eu sou um cara receba conselhos diretamente da fonte. Eu estou te dando um presente aqui.

—Mas você não gosta de garotas.

Kip ri.

—Não agora, mas algum dia eu tenho certeza que gostarei ... talvez.

—Você precisa de terapia.

—Na verdade, eu tive toneladas disso. Quando eu saí de Notre Dame para ir para Iowa, minha mãe teve um ataque cardíaco e pensou que eu tinha ido para o fundo do poço. Boom, terapia.

Boom, terapia?

Ele diz a frase tão casualmente

—Quando eu saí de Notre Dame— como se ele estivesse me pedindo para passar o sal.

—Você entrou em Notre Dame?

Ele franze o rosto do jeito que eu faço quando eu como algo azedo.

—Você tem que dizer isso assim?

Ele está evitando meu olhar agora, os dedos de sua mão esquerda empurrando e puxando a alça da xícara de café de cerâmica branca, batendo nela algumas vezes com a unha.

—Sim, eu tenho que dizer assim. — Eu vou admitir, meu tom soa meio que duh, o que é rude, mas ainda assim. Notre Dame? Você não solta uma bomba como essa, deixando para detonar e indo embora sem se explicar.

—Suas notas no ensino médio devem ter sido insanas. Eu não poderia ter ousado sonhar em ir a uma escola tão ilustre como essa, mesmo que tivesse conseguido uma bolsa integral com moradia. De jeito nenhum.

E ele desistiu.

Então eu começo a me perguntar ...

—Você estava lá com bolsa de estudos?

Seus olhos permanecem treinados na mesa. —Não.

Bem merda.

Crianças sem bolsa não são muito a minha especialidade. Não posso me relacionar, nem tenho amigos que não estejam recebendo algum tipo de ajuda. Então, ter Kip sentado à minha frente com todo esse dinheiro tem todas as peças se encaixando.

A casa.

O carro.

A educação coberta de hera.

Seus pais devem ser bem ricos.

Eu tento não deixar que os pensamentos de todo esse dinheiro mudem minha expressão facial, tento manter a tempestade de perguntas à distância, mas caramba, é difícil. Um verdadeiro teste do meu autocontrole porque, apesar de tudo, sou uma pequena intrometida. Minha mãe sempre disse isso.

Engolindo um pedaço de pão, pergunto: —Você está feliz por ter sido transferido?

—Extremamente.

—Ok Sr. Ivy League, acalme-se, não há necessidade de jogar fora as palavras extravagantes, — eu provoco.

—Oh, eu vejo como vai ser agora.

—Quero dizer, se eu não posso te provocar, que graça seria essa?

—Diversão para você, não para mim. E mantenha essa merda quieta, ok?

—Eu vou. Você pode confiar em mim. — Se há uma coisa que eu entendo, não é querer que o estado das minhas finanças - ou a falta dela - se espalhe por aí.

Ele fica em silêncio por algumas batidas do coração, olhando atentamente para os meus olhos, sobrancelhas pesadas ainda em uma linha reta e séria, o mesmo que sua boca.

—OK. Eu vou confiar em você. — Meus lábios se arrastam em uma curva vagarosa.

—Bom.

—Você pode confiar em mim também, você sabe. —

—Claro. — Mais pão é empurrado entre os meus lábios e eu mastigo, em seguida, engulo com um gole de suco.

—Eu não tenho nenhum amigo, então eu não repito. —

—Não seja tão dramático.

—Tenho colegas de equipe, há uma enorme diferença. Eu não digo a esses caras merda. — Eu considero isso.

—Eu costumava dizer tudo a Mariah, mas ... ela é ...

—Um alto-falante.

—Sim.

—Nunca teria adivinhado isso sobre ela. — Sendo sarcástico.

—Cale-se.

—Ok. — Kip aperta os lábios, o cabelo em torno de seus lábios superiores e inferiores escondendo sua boca.

—Você é tão peludo.

—Obrigado! — Eu rio.

—Eu aposto que quando você raspar tudo isso, você vai aparentar doze. Agora você aparenta quarenta e cinco.

—Eu nunca estou raspando isso, então...

—Seu pai tem barba?

—Deus não! — Kip ri.

—Oh meu Deus, não, eu não posso nem imaginar meu pai com pelos faciais. Ele é tão abotoado e abafado que usa botões de punho para o brunch nos domingos. Além disso, minha mãe ... não tem como ela deixar.

Brunch aos domingos? Bem la-di-da!

—A barba os deixa loucos?

—Sim, e essa é a beleza disso.

—Ahh, agora tudo faz sentido.

—O que é?

—Você se rebelou. Você está propositalmente fazendo tudo isso para irritar seus pais, não é?

—Não, eu não estou.

—Você sabe como eu posso dizer que você está mentindo? Você não pode nem olhar para mim quando nega.

—Seja como for, Teddy. Podemos nos ater ao assunto aqui?

—Você realmente deve estar entediado. Bem, digamos que eu tenha a ideia de deixar você me ajudar, você não pode mandar em mim. Isso me deixaria louca.

—Eu não vou.

Eu tinha razão, ele não pode me olhar nos olhos agora.

—Você é um maldito mentiroso!

—Diga-me como eu deveria ajudar sem mandar em você! Vá em frente, me diga. — Eu abro minha boca para responder, mas Kip me silencia com: —Eu não posso. Isso seria impossível.

—Só não seja um idiota e vamos nos dar muito bem.

—Então você concorda em me deixar ajudá-la?

Eu faço?

—Não realmente é mais como se você estivesse me desgastando, como um lápis sem graça depois de muito uso.

—Missão cumprida então, hein? — Ele parece estranhamente satisfeito consigo mesmo.

Estou perto de plantar minha face na mesa. —Eu não posso acreditar que estou considerando isso com você.

—Você estava esperando por um cara como eu para vir e ajudá-la.

—Pare de fazer disso minha ideia, era sua. Ainda não estou convencida de que devo deixar um gigante casamenteiro me seguir por aí.

—Madrinha cabeluda não é o mesmo que um casamenteiro.

—Tanto faz. Você ainda está sendo ridículo, o que você quiser se chamar.

—Você sabe, cheguei a pensar nisso, uma madrinha cabeluda faria uma incrível fantasia de Halloween. Eu tenho que lembrar que outubro está próximo. — Kip olha para longe, imaginando como seria.

—Cara, como a fada dos dentes, com pequenas asas e merda? Eu poderia colocar um tutu, certo? Como seria fodão ou marrom.

Um tutu marrom?

—Seria muito legal, — eu cedi a contragosto.

—Madrinha cabeluda, no colo do seu útero, — brinca ele.

—Se você for em qualquer lugar perto do útero, — murmuro sob a minha respiração com uma risada.

—Ha ha. — Ele não está rindo.

—Pensei que era divertido.

—Acha que devemos estabelecer algumas regras básicas?

—Provavelmente, posso ver que você está sendo excessivamente zelosa e empolgou-se para fazer isso. Se pudéssemos refrear desde o começo, isso seria excelente.

—Eu? Excesso de zelo? — E estou ficando impotente para impedi-lo. Ou talvez curiosa o suficiente para passar por isso. Ele é louco e divertido e talvez eu pudesse usar um pouco dos dois em minha vida agora.

—Sim, você é como um garoto de fraternidade entediado, menos a fraternidade, menos o garoto, ansiando por algo para se divertir. Eu não sou assim.

—Eu ouço um, 'mas' vindo.

—Mas, eu estou curiosa o suficiente para concordar com esse seu plano estúpido. — Quero dizer, quem poderia dizer não àquele rosto peludo? Ele parece um cachorro. Ou um leão desgrenhado. Meio assustador, mas adorável.

—Primeira regra: somos uma equipe, Teddy, e não tenho nenhuma equipe. Escreva isso. — Ele olha para mim com expectativa, mas eu não tenho uma caneta.

—Tem uma folha de papel? — Eu levanto minha cabeça para o lado eu não tenho isso também.

—Uh, não. —

—Guardanapo, então. — O braço musculoso de Kip se estica sobre a mesa, os dedos arrancando alguns guardanapos do dispensador de prata brilhante. Ele tira uma caneta do seu coque, e por que ele ainda tem uma ali está além de mim. Eu não perco tempo. Não

—Regra número dois: a regra de cinco pés. — Sua caneta paira.

—Cinco pés... o que é esse absurdo?

—Eu não preciso de você respirando no meu pescoço. Cinco pés estão perto o suficiente para você ficar em pé enquanto estamos em público.

—Como posso instruí-la de tão longe? Vai ficar estranho comigo sussurrando no palco a um metro e meio de distância.

Oh irmão. —Tenho certeza de que você vai encontrar outras maneiras. —

—Como você vai me ouvir dando-lhe instruções? — O nível ao qual ele é aparentemente afrontado não tem limites.

—Bem, bom ponto: eu não quero você do palco sussurrando para mim, muito menos me dando instruções. —

—Então, qual é o ponto? — Ele bate na mesa. —Dois pés. — Oh, o rapaz quer negociar? Por mim tudo bem.

—Quatro. —

—Três. — Deus isto é exaustivo. Eu aceno, aceitando três pés.

—Próxima regra. —

—Regra número três: você não pode ir para casa com ninguém. — Isso me faz rir.

—Isso não será um problema.

—Com certeza poderia ser caras vão foder tudo com um pulso. Alguém vai querer te levar para casa, se você vai sair jogando de garçonete.

—Puxa, obrigada. — Kip encolhe os ombros, clicando em sua caneta.

—Regra número quatro: guarda-roupa. — Ele vai falar das minhas roupas? Não.

—Você não está me dizendo o que vestir. Olhe para você!

Seus olhos castanhos rolam.

—Isso não é sobre mim. Você é quem precisa de um empurrão.

—Empurrão! Eu não! Minhas roupas estão bem eu não me inscrevi para uma reforma. Deus, você é um idiota.

—Bem, não vai ter ninguém pegando em você.

—Você literalmente acabou de dizer que os caras vão foder tudo com um pulso.

—É verdade, eu disse isso, mas estamos procurando qualidade, não quantidade.

Ele. É. Enfurecedor.

—Além disso, eu não quero esses caras de qualquer maneira.

—Bom, porque eles não vão se interessar, se essa é a merda que você vai se desgastar. — Ele sorri, rindo em sua xícara de café, mal escondendo seu sorriso idiota.

—Idiota, isso não é sobre minhas roupas.

—É meio que, só um pouquinho. — Ele levanta dois dedos juntos.

—Veremos. Vou colocar um TBD5 ao lado da regra número quatro.

—Ou não, porque acabamos de falar sobre isso. O que me leva a Regra número cinco: Eu posso vetar qualquer uma de suas regras a qualquer momento.

—Mesmo.

Meus olhos se estreitam.

—Se nós dois somos capazes de vetar as regras, qual é o sentido de ter regras?

—Se você é a única que pode vetar as regras, qual é o sentido de eu ajudá-la? Você não é o presidente em pânico.

—Oh meu Deus.

Ele me ignora e avança.

—Então, regra número seis - eu estou pensando, pode ser algo sobre você ter que confiar em mim, porque eu sou um cara, e eu sei o que estou falando porque eu sei o que os caras estão pensando desde que eu sou um.

Uau.

Kip sua boca se abre novamente, mas eu interrompo o que ele está prestes a dizer em seguida.

—Quando se trata de garotos, com certeza,, mas não quando se trata de garotas. Você é tão sutil quanto um rolo compressor em uma loja de porcelana.

—Se estamos sendo honestos aqui, é verdade que meu tamanho não me favorece.

—Aww, pobre coitadinho.

—O sarcasmo não cai bem em você, Teddy Johnson. — Kip estreita os olhos e aponta a caneta na minha direção.

—Regra número sete, — ele rola.

—PDA6.

Oh senhor. E quando diabos ele descobriu meu sobrenome? Ele estava procurando por mim nas redes sociais?

Eu rolo o pensamento de Kip Carmichael rastejando em mim e sorrindo secretamente, a ideia aquecendo minhas entranhas.

—E isso?

—Os caras amam a competição. Se alguém acha que estou interessado em você, é mais provável que eles estejam interessados em você.

Essa é a coisa mais estúpida que eu já ouvi. —Isso é estúpido.

—Mas também: verdade.

—Então, qual é o seu ponto? — Eu empurro ovos frios na minha boca, mastigando enquanto ele explica.

—Se eu tiver que colocar meu braço ao seu redor, você não pode me dar um soco no estômago. Você tem que deixá-lo pendurado lá.

Eu levanto uma sobrancelha.

—Esse seu braço pendurado, para onde vai a mão no final?

Ele faz uma pausa para me encarar.

—Não no seu peito. Relaxe.

—Desculpe, mas o jeito que você disse foi assustador. Braço pendurado no meu ombro? Bruto.

—Então? — Ele está impaciente para escrever isso. —Regra sete, você está bem com isso? Não me socando no estômago?

—Eu sou tão grossa, não é o seu intestino que eu estaria preocupado se eu fosse você. — Então eu coloco um —ha ha— no final da frase para uma boa medida.

—Teddy, seja séria.

—Eu sou boa com PDA e você? Ótima, por que diabos não?

Quero dizer, quantas vezes ele realmente vai me tocar? Provavelmente nunca. Ainda assim, meus olhos desviam para suas mãos, suas grandes mãos de homem. Elas são grandes, uma camada de pelos claros nos dedos, dedos calejados segurando uma caneta azul, rabiscando palavras no guardanapo.

—Ótimo. — Quando ele escreve PDA aceitável, sem tocar seus seios, eu mordo minha língua.

—Não beijando, — acrescento.

—Beijar? — A cabeça de Kip se ergue e ele parece positivamente horrorizado.

—Por que eu beijaria você?

Ele parece tão horrorizado, na verdade, que começo a tropeçar nas minhas palavras. —Eu-eu só disse isso porque beijar é PDA. Eu não quis dizer nada com isso.

—Oh

O silêncio que se segue é doloroso. O barulho de panelas e frigideiras da cozinha do restaurante, a garçonete gritando ordens e clientes faladores são os únicos sons que encontram meus ouvidos.

—Eu não quero que você me beije, Kip, caramba! — Meus olhos vão para o lábio superior dele.

Ugh, como se

Seus lábios se separam.

—Confie em mim, Teddy, beijar você não faz parte da equação aqui. Minha boca não vai chegar perto do seu rosto, então você pode se acalmar.

Eu não tenho ideia se isso foi um insulto ou não.

—Eu entendo que você não está interessada, mas você não tem que dizer isso assim. — Meu rosto ruboriza quando esta conversa vai de mal a pior.

—Esqueça que eu disse qualquer coisa.

Kip grunhiu, assentindo.

—Regra oito.

—Você quer continuar? — Realmente? Porque não tenho mais vento nas minhas velas.

—Sim, vamos acabar com isso, então não precisamos nos preocupar com isso antes do próximo fim de semana.


QUARTA SEXTA-FEIRA

Na noite em que aprendemos, o Sasquatch não tem paciência para idiotas. Que é todo mundo.

Kip

—Esse cara vai ser seu namorado, basta seguir minhas regras.

—Quais regras? As regras que fizemos para manter você na linha ou as que você está prestes a tirar da sua bunda?

Ela não tem fé em mim, absolutamente nenhuma.

—As que eu estou prestes a tirar da minha bunda.

Teddy cruza os braços sobre um conjunto perfeito de peitos, e eles empurram para dentro do decote baixo de sua blusa preta, sobre os ombros. É apertada, enfiado em um par de jeans, um par simples de botas pretas batendo seus joelhos.

Discreta e sexy, não que alguém aqui vai notar.

Não me leve a mal, ela parece bonita hoje à noite, mas ela ainda é um pouco modesta demais, com isso eu preciso de um jantar, uma bebida e compromisso a longo prazo antes de deixar você me foder a vibe, apesar de seus esforços em contrário, apesar de sua tentativa óbvia de parecer sexy.

—Pelo menos você é honesto.

—É a minha única virtude, — eu admito, colocando o copo vermelho que me foi entregue no meu caminho para a casa hoje à noite.

Se eu vou jogar de casamenteiro, correção: se eu vou ser a madrinha cabeluda dela, vou precisar encarar essa coisa toda sóbria.

Se você acha que os idiotas que viveram e festejaram aqui eram irritantes sóbrios, imagine como eles são irritantes quando estão bêbados.

Embora eles fossem mais fáceis de tolerar, se eu ficasse bêbado junto com eles.

Metade do tempo, quero plantar meu punho direto nos rostos da maioria desses imbecis sem saco, então preciso de toda a sobriedade e inibição que posso conseguir.

Eu não posso acreditar que estou tentando colocar Teddy com um desses idiotas; é uma coisa tão ruim para mim, saber o que sei sobre eles. Pegue Ben Salter, por exemplo, o idiota está quase reprovando metade de suas aulas, apenas capaz de manter seu status de matrícula dormindo com todo e qualquer TA que vai transar com ele.

Masculino ou feminino.

E o Derek Lawson? No ano passado ele estava em remédios para as várias doenças sexualmente transmissíveis que ele alega ter originado em assentos de banheiros públicos. Certo. Certo.

Outros dois são bebês mimados e pomposos.

Com certeza, tecnicamente, eu também sou, mas eu não vou desfilar o dinheiro de meus pais, exibindo-o como um babaca. Meus pais podem ser muito ricos, mas eu não sou uma foda completamente sem classe.

Apenas algumas vezes.

—O que você acha da minha roupa? — Teddy pergunta de baixo.

—É boa.

—Apenas boa? Eu tive que pegar emprestada essa camisa e essas botas da minha amiga Tessa, eu não tenho nada que mostre pele.

—Sim, vai ficar.

—Uau, tudo bem, obrigado pelo voto de confiança. Eu pensei que estava bonita.

—Você está. Relaxe.

—Que diabos, Kip? Você sabe que eu não sou boa nisso, e você disse que me diria se minha roupa está uma merda.

—Não é uma merda, você está linda.

Suas mãos estão em seus quadris agora quando ela me enfrenta, com o rosto vermelho e descontente, as linhas entre as sobrancelhas profundas.

—Tanto faz. Podemos acabar com isso para que eu possa ir para casa?

—Não seja uma desistente, Teddy.

—Você sabe o quê? Eu me esforcei muito esta noite e você ... Isso feriu meus sentimentos. —

—O quê?

—Deus, por que você é tão sem noção? — Ela joga os braços para cima, derrotada. —Quando eu perguntei como eu estava, você disse 'vai ficar'. Isso foi tão maldoso.

—Ei, não fique chateada. Eu mal posso te ver lá embaixo, baixinha. Isso é um vestido ou uma camisa? Eu não posso ver o fundo.

—Cale-se. — Ela cede, dando uma risada.

—Sério, Teddy, você parece realmente fofa. Não me escute. Eu sou um idiota, lembra?

—Sim você é.

—Você não deveria concordar comigo.

—Concordar com você não é uma das regras.

—Regra Elevada.

***

TEDDY

—Você está pairando. — Ele tem estado na minha bunda desde que cheguei aqui, grunhindo e bufando em todas as conversas que tentei ter.

—Não, eu não estou.

—Oh meu Deus, Kip, sim você está. Quem vai falar comigo quando você está me seguindo como um espreitador, é estranho. Dissemos três pés, mas você poderia, por favor, ir embora!

Ele não saiu do meu lado a noite toda, e ele definitivamente chegou mais perto do que o acordado. Eu posso literalmente sentir o calor do seu corpo nas minhas costas.

—Você não precisa ficar toda irritada com isso. Estou tentando ajudar.

—Como estar me seguindo iria ajudar? Você está assustando as pessoas e não apenas as garotas. Ninguém quer falar comigo.

—Cale a boca, eu não estou assustando ninguém, Tyler Wheatly não teve nenhum problema em vir.

Eu bufo, cruzando meus braços.

—Falar com você. Você é enorme, ninguém percebe que estou aqui embaixo.

—Eu noto que você está aí embaixo.

—Sim, sim, sim, você não conta.

Eu pego seu longo suspiro.

—Eu posso ver sua camisa, você sabe. Claro que vou arrastar você por todo o lugar. Não é uma visão ruim.

Ele pode ver minha camisa?

—Por que você não me disse isso antes?

—Teddy, eu posso ver a camisa de todo mundo, não é como se os seus seios fossem o único show da cidade hoje à noite.

—Eu não sei como responder a isso. — Eu olho para o meu peito, para o decote sem brilho que espreita acima do meu decote modesto. —Eu mal tenho pele aparecendo.

—Besteira. Se aqueles fossem mais longe, eu veria o mamilo.

Ô nervo desse cara!

—Você me disse para vestir algo que mostrasse meus seios! Eu até coloquei um sutiã e confie em mim, as alças estão cavando na minha pele. Eu deveria encontrar o banheiro e tirá-lo.

Isso faz o truque e ele recua.

—Eu mudei de ideia. Um cara deveria querer você pelo seu cérebro, não pelos seus seios. Levante os ombros da sua camisa.

—O que diabos está errado com você? — Minha palma sobe e eu estalo em sua direção para silenciá-lo.

—Sabe o quê? Eu não posso lidar com você agora.

—Bem, você vai ter que, porque nós temos um acordo folhado a ferro.

—Os acordos devem ser quebrados.

—Folhado a ferro.

—O nosso foi feito com ovos e linguiça, eu estava com fome e cansada. Isso tem que contar para alguma coisa, coação talvez?

Argumentar com ele é pior do que tentar ter uma discussão séria com um garoto de fraternidade bêbado, fora de controle e impossível.

Eu o cutuco no bíceps para chamar sua atenção.

—Você tinha que ser um idiota para Mariah antes?

—Sim. — Indiferente e sem remorso, Kip se inclina contra a parede.

—Ela mereceu.

Quando cheguei com a minha colega de quarto não muito tempo atrás e encontramos Kip esperando por mim do outro lado da sala, Mariah não perdeu tempo se inclinando para ele, puxando o dedo, então ele teve que se inclinar para ouvir o que ela tinha a dizer. Eu assisti, consternada quando seus lábios roçaram a concha de sua orelha, seguida por sua língua. Assisti enquanto seu olhar se aprofundava com cada palavra que ela falava até que ele se endireitou e disse que ela era uma humana de merda.

Na cara dela.

—Ela estava dando em cima de mim.

—Não, ela não estava, ela estava apenas flertando. — Em seu jeito especial.

—Ela é sempre assim.

Quer dizer, talvez ela estivesse dando em cima dele. Eu não tenho nenhuma maneira de saber; Kip se recusa a me dizer o que ela sussurrou em seu ouvido... antes de lambê-lo.

—Ela estava dando em cima de mim, Teddy. Não flertando.

Eu o cutuco.

—O que ela disse para você?

—Confie em mim, você não quer saber.

Ele tem razão. Eu não quero.

Mas eu meio que faço?

—Talvez você tenha entendido errado? — Deus, o que estou dizendo? Até eu sei o que ela disse para ele, provavelmente não havia como ele interpretar mal.

—Teddy, ela estava me paquerando, sabendo que você estava aqui para me conhecer. Ela lambeu a porra da minha orelha e mordeu o lóbulo isso é uma merda.

Ela mordeu o lóbulo da orelha dele?

Eu paro.

Ele tem razão, ela sabia que eu estava vindo para sair com ele e ela fez isso de qualquer maneira. Lambeu-o. Paquerou ele.

Um pequeno nó se enrola em volta do meu estômago e aperta. Espreme em uma dor surda que se move para o meu peito.

A verdade de Kip está doendo.

—Mas ela sabe que não é assim com a gente.

Ele me estuda, acariciando sua barba.

—Você disse isso a ela?

Não.

Eu não tenho que dizer em voz alta, ele pode ver escrito no meu rosto, e ele sorri, um canto dos lábios se inclinando... eu acho? Sua barba cobre a boca, apenas o lábio inferior sobressaindo de maneira irritada. Resumidamente, não posso deixar de imaginar como é o lábio superior, se ele tem um arco arqueado, se o resto da boca é cheio ou fino.

Eu dou-lhe uma olhada, começando pelos pés dele, subindo o longo trecho da perna. Olhando por cima da camisa vermelha e do moletom azul aberto. A pele bronzeada. O cabelo.

Ele é meio que... Um espetáculo para ser visto.

—Por que você está me olhando assim? — Suas sobrancelhas estão levantadas. —Por favor, pare.

Seu tom me faz rir e pulo a oportunidade de mudar de assunto.

—Você se parece com Thor, pelo amor de Deus. Obrigado por se ajudar hoje à noite.

—Fazendo por mim mesmo. — Eu posso ouvir sua risada sobre o som da música. —Parece correto.

—Você é tão imaturo.

—Você é muito bem-vinda.

—Isso não foi um elogio, Kip. — Meus olhos pousam na faixa de cabelo azul royal em torno de seu coque.

—Como diabos você colocou as mãos em um scrunchie7?

—Minha irmã é uma idiota e me mandou uma caixa deles, ok? Por causa do meu coque. — Ele enfia o dedo no scrunchie em seu coque.

—Eu pensei que esse veludo amassado combinava bem com a ocasião.

—Primeiro, como você sabe que é veludo? Sabe de uma coisa? Não importa. — Eu olho para ele.

—Qual é a ocasião?

—Nossa estreia como equipe.

—Eita, por favor, não chame isso de estreia. Eu prevejo que esta será nossa única estreia.

—É uma estreia, a menos que você tenha uma palavra melhor para isso?

—Não, eu não. — Frustrada, eu jogo minhas mãos no ar.

—Porque não precisamos chamar isso de nada! Meu Deus, por que você está assim?

Kip ergue uma sobrancelha.

—Ok, agora você está começando a soar como a minha irmã.

—Alguém que eu aposto que eu realmente amaria pelo som disso. Diga-me mais.

—Eu realmente prefiro não. Ela é uma dor na minha bunda.

—Ela é alta?

—Eu acho? 1.75 ou algo assim.

—Uau. Vocês têm pais altos?

—Meu pai é, não minha mãe.

—Hmm. — Eu considero isso.

—Então é como uma família de gigantes.

—Basicamente.

Só então, somos interrompidos pela primeira vez em uma hora, desde que estamos aqui, estamos apenas nos entretendo com cerveja, brincadeiras e conversa fiada.

O cara é alto também, embora não tão alto quanto Kip, e bonito, é um belo garoto, um corte no lábio dando-lhe um ar robusto. Com o cabelo desalinhado, ele usa uma camisa de botão, mangas enroladas até o cotovelo e jeans que parecem estar em pé para passar pela lavagem.

—Ei Sasquatch. O que está acontecendo? — Ele me dá um olhar de lado e um sorriso, segurando duas canecas vermelhas.

—Nada, Lynwood. — Kip avança, mais para o que deveria ser um abismo de três pés, o peito batendo nas minhas costas.

Eu me afasto.

Ele segue.

Droga!

—Quem é sua amiga? — O cara pergunta.

—Esta é Teddy.

Lynwood sorri.

—Como o urso?

—Não, idiota. — Kip já está irritado, e seu amigo só está de pé aqui por cerca de sete segundos.

—Como o nome.

Oh senhor.

Lynwood ignora Kip, voltando-se para mim, me dando toda a sua atenção. É estranho, de certa forma, seus olhos castanhos brilharem um pouco demais. Seu sorriso um pouco largo demais. Como um lobo.

Eu não acho que confio nele.

—Teddy, eu sou Steve.

Eu timidamente coloco uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

—Oi.

—Jesus, — eu ouço Kip grunhir, e eu quero lhe dar uma cotovelada no abdômen então eu me lembro da regra sete. Eu não tenho permissão para dar um soco no estômago dele. Porcaria.

Eu preciso que ele pare de agir como um idiota.

—Você está com sede, Teddy?

Eu entrego a Kip o copo na minha mão e volto o meu olhar para Steve.

—Certo.

Ele me entrega uma das duas canecas vermelhas que ele trouxe.

—Obrigada. — Eu vou colocá-la na minha boca sorridente. Pensando como ele me trouxe uma bebida.

Mas é arrancado da minha mão e longe dos meus lábios.

—Que diabos, Kip? — Ele é tão selvagem.

—Me dê isso.

Ele arranca a caneca do meu alcance, devolve para Steve e depois olha para baixo do nariz para mim.

Respira indignado antes de queimar as narinas dele.

—Regra número oitenta que todo homem sabe: nunca aceite cerveja de um cara entregando a você em uma festa. Sempre. Poderia ter drogas nele.

Minhas sobrancelhas se levantam, eu não tinha pensado nisso. Então, novamente, Kip esteve comigo a maior parte da noite e eu não precisei. Ele é o melhor cão de guarda que uma garota poderia ter.

O lábio de Steven se enrola.

—Que diabos, Carmichael?

—Eu não estou dizendo que você drogou ela, idiota, eu estou falando generalizado. — Kip olha Steven, atirando me um olhar aguçado. —Mas ainda assim, eu quero dizer... ele poderia ter.

—Você está tão inacreditavelmente fodido, cara. — Steve bufa.

—Que porra, cara, ela deveria saber melhor.

—Você é um idiota.

As palavras malditas continuam chegando quando começam a discutir, no meio da sala de estar, para a festa inteira ver.

—Cai fora, Lynwood.

Isso certamente escalou rapidamente.

—Você acha que é uma merda porque tem 1.90 de altura, mas não é uma merda.

As narinas de Kip brilham.

—Que tal você se afastar, ela é boa demais para você de qualquer maneira.

—Foda-se, Carmichael. Eu não estava nem interessado nela para começar. Olhe para ela, Jesus ela parece uma professora de jardim de infância.

Espere, o que isso significa? Ele apenas insinuou que eu era caseira? Minha boca cai aberta, eu nunca fui insultada na minha cara antes.

—O que você acabou de dizer? — Kip se move para frente, o peito praticamente batendo em Lynwood, se não por sua diferença drástica de altura. —Que tal você prestar atenção na porra da sua boca.

—Eu vou dizer o que diabos eu quero, sua aberração gigante.

—Tire a merda do meu rosto, — Kip troveja.

—Não é um problema, idiota.

Kip revira os olhos, cansado da conversa, parecendo tão entediado que espero que ele verifique suas unhas.

—Você já me chamou de idiota, seu idiota.

Steve sai cambaleando, atravessando a multidão, e eu vejo sua cabeça marrom balançando acima da multidão até que ela desapareça de vista.

—O que. Foi. Isso. Que. Aconteceu?

—Não vale o seu tempo. Ele é um idiota.

Obviamente.

Limpo a garganta, tentando parecer serena e não afetada, mesmo que as palavras bêbadas e mordazes de Steve Lynwood me assombrem no restante da noite: eu não estava nem interessado nela para começar. Olhe para ela, Jesus.

O que diabos ele quis dizer com isso?

—Ok, bem, ele é o terceiro idiota que você assustou esta noite.

—Uh, sim, porque eles são todos idiotas.

—Eu tenho certeza que nem todos são...

—Não. Eles são.

—Incluindo você?

—Especialmente eu. — Kip levanta o copo vermelho em suas mãos, colocando-o em seus lábios. Eu vejo sua garganta se contrair enquanto ele engole e abaixa, esmagando a coisa toda em sua garra gigante.

—Esta festa é uma merda, e o mesmo acontece com esses caras.

Eu esfrego meu queixo, batendo nele.

—Há uma piada de boquete em algum lugar.

—Por favor, não faça isso, a última coisa que precisamos é eu pensando em você dando boquetes.

—Se você sabia que essa festa iria explodir, então por que estamos aqui?

—Estamos aqui porque você precisa praticar.

—Ou, eu posso encontrar um cara legal em um dos meus laboratórios, porque isso... aparentemente não é a minha cena.

—Ou você amplia sua piscina de namoro, nadando fora da lagoa.

—Muito estereótipo?

—Sim. Não é?

Eu zombei.

—Pfft, não.

—Mentiroso, você me estereotipou.

—Bem... como eu não poderia? Olhe para você, você se parece com o primo do Sasquatch.

—Sasquatch não é uma pessoa real, Theodora.

—Mas se ele fosse

—Ele não é.

—Por uma questão de argumento...

—Ele não é assim, então não podemos discutir sobre isso.

—Kipling, juro por tudo que é sagrado ...

Este acordo nunca vai funcionar, e porque na terra eu pensei que seria completamente perdido.

Eu abro minha boca e digo a ele:

—Você está demitido.

—O quê?

—Isso não vai funcionar. Você é muito conflituoso e não vai gostar de ninguém que fale comigo além disso, nenhum desses caras é meu tipo. Então você está demitido.

—Eu trabalho livre, você não pode me demitir.

—Então, nós concordamos que isso não está funcionando? É isso, nós terminamos.

—Bem. Podemos apenas parar de discutir agora e ir para minha casa?

Ele quer sair? Por mim, não falei com quase nenhum cara, não tive a chance de flertar e também não vi minhas amigas a noite toda.

Estou exausta.

—Você quer que eu vá? — Eu não posso esconder a surpresa na minha voz. Ele quer que eu vá para a sua casa de novo? Eu pensei que ele não gostava de pessoas lá.

Ele me dá um encolher de ombros largos. —Claro, por que não. Você já sabe onde eu moro, não que eu queira que você apareça inesperadamente.

Como se eu fizesse isso.

—Como se eu pudesse encontrar por conta própria.

—Tanto faz. Apenas pegue sua merda e vamos pular. Essa festa é uma droga, mas não estou cansado. Podemos assistir a um filme ou jogar um jogo ou algo assim.

Jogar um jogo?

—Sim tudo bem, eu poderia assistir um filme. E nós podemos sair agora, porque eu não trouxe nenhuma merda. Eu poderia suportar correr para casa para pegar alguns moletons, no entanto.

Kip joga suas chaves do carro reluzente. —Certo.

—Então vamos.

Eu posso mandar uma mensagem para Mariah depois para avisá-la que não vou ficar.

Para ser honesta, ela nem vai perceber que eu fui embora.

***

KIP

Ronnie: fazendo

Kip: Por que você faz isso?

Ronnie: Fazer o que?

Kip: Perguntar o que estou fazendo usando apenas essa palavra. É tão irritante.

Ronnie: Eu sei LOL

Ronnie: Então? O que você está fazendo?

Kip: Por quê?

Ronnie: Não posso checar você?

Kip: É meia noite na sexta-feira o que você acha que estou fazendo?

Ronnie: Eu sei o que você não está fazendo com uma menina HAHAHAHA

Kip: Você é engraçada.

Ronnie: Ei, falando de garotas, o que aconteceu com aquela perdida que você trouxe para casa no último fim de semana?

Kip: Teddy não é uma perdida. E agora ela está no banheiro fazendo xixi.

Ronnie: De quem é o banheiro?

Kip: Meu.

Ronnie: cala a boca ELA NÃO ESTÁ NA SUA CASA NOVAMENTE??? O quê?! Pare com isso.

Ronnie: POR QUÊ? Quem é essa garota e o que ela fez com você?

Kip: Pare com isso.

Ronnie: CLARAMENTE ela tem uma vagina mágica.

Kip: Eu não saberia

Ronnie: CALE. A. BOCA. Dois finais de semana seguidos e você não dormiu com ela? Você tem problemas, você sabe disso, né?

Kip: Sim, eu sei disso.

Ronnie: Então você a coloca na zona de amigos? Ela está legal com isso?

Kip: Confie em mim, ela não está em mim.

Ronnie: Hmm, tem certeza?

Kip: Ela trocou o vestido que usava para a festa e vestiu um macacão de vaca. É realmente pouco lisonjeiro.

Ronnie: Oh. Ah, sério?

Kip: Não. Mas acredite em mim, ela não está em mim.

Ronnie: Ela se convidou ou você a convidou?

Kip: Eu a convidei.

Ronnie: Ok ...

Ronnie: Por que você faria isso?

Kip: Eu não sei Ron, assistir a filmes? É o que as pessoas fazem com os amigos.

Ronnie: À meia-noite de uma sexta-feira. Porque você sempre convida seus —amigos— para a casa. Ceeeerto...

Kip: Isso é o que as pessoas normais fazem, Ronnie. Eles têm amigos.

Ronnie: NOVIDADE GAROTO: Você não é —pessoa normal— e você nunca tem pessoas na sua casa. Ela acha estranho que você não esteja vivendo em um buraco de merda?

Kip: Eu acho que sim, mas ela tem sido legal sobre isso. Ela não se entusiasma nem nada.

Ronnie: Bem, isso é bom.

Ronnie: Ela sabe como você é sem todo o cabelo? Ela viu alguma foto por aí?

Kip: Não há fotos por aí, me dê uma maldita pausa.

Ronnie: Então ela não tem ideia do quão fofo você é?

Kip: Como eu respondo a isso? Não, eu acho que Teddy não sabe como eu fico sem o cabelo e ela não vai.

Ronnie: modo de besta peluda.

Kip: Sim.

Ronnie: Adeque-se, irmãozinho.

Kip: Eu vou.

Ronnie: Ainda não está recebendo nenhuma ação, você está? Ainda celibatário como um monge?

Kip: nenhuma LOL

Kip: Teddy ela está vindo.

Ronnie: Vindo! Sim, mas não para pegar você embora...

Kip: ** rolar de olhos** Vá dormir.

***

—Por que é tão frio aqui? Kip, eu estou congelando

—A fornalha quebrou ontem à noite e eu não consegui ninguém para consertar isso ainda. — Eu achei que isso era óbvio, não é como se estivesse propositalmente vivendo em uma casa fria.

—Eu me esqueci de mencionar isso? —

—Sim! Você esqueceu de mencionar que sua casa estava a 15 graus!

—Huh. Bem, seja o que for, coloca uma camiseta. Você me convidou para a sua casa sabendo que era uma caixa de gelo? Muito obrigado.

—Relaxe! Eu vou tentar consertá-lo sozinho pela manhã.

—Mas está frio agora.

—Mas não vai ser de manhã. — Sua sobrancelha levantada transmite seu ceticismo.

—Você sabe como consertar um forno?

—É chamado YouTube já ouviu falar nisso? Vou assistir a um tutorial como todo mundo no planeta. Quão difícil poderia ser? —Sua carranca se aprofunda.

—Você realmente acha que consertar é uma boa ideia? —

—Vale a pena tentar antes de ligar para alguém. — Eu jogo minha jaqueta na cadeira da cozinha e me inclino para desamarrar minhas botas. Teddy faz o mesmo, abrindo os zíperes dourados na parte de trás de suas botas pretas.

—Longe de mim julgar. Parece que você pode conhecer o caminho de uma fogueira, mas não uma caixa de ferramentas. Depois de ver você em seu habitat natural, em telha de mármore branco e tudo de alta qualidade, eu só não tenho certeza que você pode consertá-lo sozinho. Sem ofensa.

Eu paro para olhar para cima.

—O que isso deveria significar?

—Quero dizer... eu estou sentindo que você realmente não teve que levantar um dedo enquanto crescia.

Obviamente ela está certa, não precisei levantar um dedo quando estava crescendo. Nós tínhamos cozinheiros e jardineiros e equipe de manutenção para fazer essas coisas para nós. Nós tínhamos uma equipe de limpeza, tutores e...

Resumindo, meus pais não estavam me ajudando ou a minha irmã, a se preparar para o mundo real, algo que eu me tornei ressentido. Não consigo nem consertar um forno, ou desentupir um banheiro às duas da manhã (outra coisa que eu tive que usar do Google), ou usar uma serra elétrica quando eu quis construir uma prateleira no quarto de hóspedes que uso como escritório.

Eu estou de pé, cruzando meus braços, ofendido.

—Com base no quê?

Seus olhos percorreram a sala e pousaram nos caros cobertores de peles artificiais pendurados nas costas do meu sofá. Minha mãe comprou para mim.

—Um ... — Teddy morde o lábio inferior. —Baseado no fato de que você provavelmente tem uma faxineira. Aposto que alguém faz sua lavanderia e compras de supermercado.

—Eu faço minhas próprias compras de supermercado. — A maior parte do tempo.

—Mas você tem uma faxineira?

Meus lábios puxam em uma linha apertada.

—Oh meu Deus, pare com isso. Você não faz isso! — Teddy praticamente grita para a sala silenciosa.

—Você? Pare. Você?

Minhas bochechas coram. Eu posso sentir o calor subindo pelo meu pescoço, subitamente envergonhado pelo meu privilégio.

—Sim, — eu grito.

—Não podemos falar sobre isso?,,,

Outro longo trecho de silêncio se segue e, por um momento, acho que ela vai dizer algo mais sobre isso. Estou agradavelmente surpreso quando ela não faz. Aliviado, na verdade, quando em vez disso ela ri e diz: —Isso explicaria por que não há xixi em torno do vaso sanitário.

—Eu faço xixi principalmente no banheiro, muito obrigado senhorita sabe tudo.

Eu ando mais longe na sala de estar, sabendo que ela vai seguir atrás de mim. —Eu posso totalmente leva lá para casa, se você acha que não pode ficar nesta casa fria.

Ela olha para as leggings e o moletom com capuz que ela vestiu quando chegamos em casa. Puxa o material grosso e bufa.

—Eu não tenho nada por baixo, sem camadas, e essas leggings são finas. Acho que posso morrer de verdade.

—É chamado de cobertor. — Eu me inclino para frente, pegando um dos lances extravagantes do final do sofá, atiro para ela.

—Use-o.

Teddy bufa novamente quando a atinge no rosto, jogando-se no canto do sofá.

—Tudo bem, eu vou ficar.

—Eu posso te levar para casa, se vai ser um problema, — eu digo com firmeza, repetindo a oferta.

—Não, não, eu vou superar isso. Apenas deixe-me ser super dramática sobre isso por mais alguns segundos, então eu vou deixar o assunto.

Eu me deito ao lado dela e pego o controle remoto, apontando para a televisão enquanto ela suspira e se contorce nas almofadas ao meu lado, fazendo um pouco de barulho, tentando ficar confortável. Faz um ou dois sons brrr.

Arrepios, finalmente se acomodando em sua bunda, braços envolvendo as pernas.

O olhar que atiro nela é de exasperação. —Você é ridícula.

—Eu tenho mais alguns segundos, lembra? Deixe-me.

Eu sorrio, balançando a cabeça. Foda-se, ela é doce.

Eu pulo quando ela desenrola, seus pés deslizando pelas almofadas do sofá em minha direção, movendo-se sob os cobertores como uma cobra, a pele gelada roçando a minha e me fazendo gritar.

—Tire seus pés frios de cima de mim! Avise a pessoa, Cristo.

Teddy ri.

—Deixe-me colocá-los sob suas coxas. Por favor? Eles estão congelados.

Eu posso senti-la balançando-os antes que ela cutuque minha coxa com o dedão do pé.

—Jesus, você deveria ir ao médico e fazer o check-up.

—Cale a boca. — Ela ri. —Eles não são tão ruins assim.

—Sim, eles são. — Eles realmente são frios, isto é, e eles estão resfriando minhas calças de malha, onde ela os desliza descaradamente sob a minha perna.

—Você claramente tem má circulação.

—Eu não sei. — Ela não parece preocupada, nem um pouco.

—Primeira coisa na manhã de segunda-feira, vou levá-la para a clínica.

Eu adoro ouvi-la rir. Eu amo o jeito que seus pés estão debaixo das minhas pernas, o corpo esticado ao lado do meu, nossa diferença de tamanho visível. Mas bom.

Eu posso ser um maldito gigante comparado a ela, mas diabos se eu não me sentir protetor por causa disso.

Ficamos assim por mais de uma hora, embrulhados em cobertores peludos, conversando pelo filme, conversando e rindo até estarmos bocejando.

—Eu não sei se estou cansada ou sofrendo de hipotermia, — ela brinca, arrastando o cobertor até o queixo.

—Ambos. Definitivamente ambos, — eu provoco, admirando a ponte do nariz iluminado pela luz da cozinha. Ele se inclina suavemente, a ponta dele atrevido. Fofa.

O arco dos lábios dela, um fundo cheio.

Filetes de cabelo, reunidos em um coque igual ao meu, sim, nós combinamos, alguns caindo em desordem bagunçada.

Ela não dá a mínima para o que ela parece na minha frente, não se importa porque ela está confortável.

Quando a cabeça dela volta para o sofá, sua bochecha bate no meu ombro e eu a pego me dando uma fungada. Peguei ela mordendo o lábio inferior, levantando a cabeça e se virando.

Besteira.

Ok, talvez não seja tão confortável comigo depois de tudo.

De jeito nenhum ela é atraída por mim, eu saberia.

Eu não saberia? Os caras sabem dessa merda, e ela definitivamente não está interessada. A velocidade dela é mais aos idiotas da ciência e geeks de história, ratos de laboratório e caras com pais de classe média que pescam e jogam kickball nos fins de semana. Eu não faço nada disso. Teddy iria cagar um tijolo de ouro sólido se ela soubesse onde eu cresci e o que fizemos por diversão nos fins de semana, e com certeza não foi kickball.

Ainda assim... não posso deixar de imaginar como seria namorar com ela. Agradável. Normal. Deus, normal, como é isso? Eu tenho tentado descobrir isso nos últimos dois anos, começando com minha mudança de Notre Dame de volta para Bumblefuck, Iowa. Esta casa eu não pude fazer nada; meus pais insistiram em um lugar onde pudessem instalar um sistema de segurança em um bairro seguro e discreto, um lugar onde os repórteres e toda aquela besteira não me procurariam por uma história.

Minha irmã conseguiu alguma normalidade em sua vida pessoal, casando-se com um cara que conheceu em um aplicativo de namoro, em vez de um dos homens com os quais meus pais tentaram juntá-la, caras que esperavam que ajudassem a expandir seu império. Ronnie se mudou para o outro lado do país, para uma pequena cidade de três mil habitantes. Comprou uma casa em um lago, fazendo tudo sozinha. Criando seus próprios filhos, lavando sua própria roupa. Merda regular. Merda normal. A merda que eu quero, mesmo que por um tempo. Eu pego uma mecha do cabelo de Teddy, a mecha encaracolada caindo no ombro dela, esfregando entre o polegar e o dedo médio. Eu espero que ela se afaste e pergunte o que diabos eu acho que estou fazendo, mas por alguma razão ela me deixa brincar com o cabelo dela. Me observa, um meio sorriso sonolento nela.

Cara, ela é bonita.

***

—Teddy ... você está acordada?

Um suspiro alto sai da escuridão, da área geral da cama, e quando eu acendo a luz do corredor, encontro Teddy sentada em linha reta, olhando em direção ao corredor, protegendo os olhos.

—Droga, Kip! Você tinha que me espreitar assim? Você me assustou até a morte, eu apaguei, desligue a maldita luz! Você está me deixando cega!

Ela com certeza é mal-humorada quando acorda.

Eu me inclino contra o batente da porta. —Eu tenho um metro e noventa e quatro, é humanamente impossível para mim surpreender alguém.

—Sasquatch pode se aproximar de alguém que ele quer se esgueirar, — ela resmunga, tentando enterrar mais fundo nos travesseiros.

—Ninguém o pegou ainda.

—Ele não é real.

Um dedo voa no ar, apontado na minha direção geral.

—Não comece essa porcaria comigo agora ou eu vou te matar.

—Apenas dizendo, eu prefiro o nome Sasquatch se é tudo o mesmo para você.

—Por que você é como... — Suas palavras foram cortadas.

—Deus, nos escute. E... que horas são? — Ela se inclina em direção à mesa ao lado da cama, procurando seu telefone.

—Uma hora. Nós só ficamos na cama por meia hora o que está acontecendo? Por que você está aqui? A casa está pegando fogo? O aquecedor está funcionando de novo?

—Não.

—Bem, o que então? — O cobertor agarrado ao peito é puxado para o queixo.

—Você está bem?

—Não, Kip. Estou congelando minha bunda é o que estou fazendo. — Ela imita meu tom. Longe de mim salientar: não é assim que eu pareço.

—Eu não posso dormir também. Você quer que eu te leve para casa para que você possa dormir?

Ela me olha com impaciência, protegendo a luz de seus olhos com uma mão.

—Kip, é uma da manhã. Quando chegar em casa e me instalar, serão duas. Eu vou aguentar, eu tenho acampado em um clima mais frio que isso.

—Acampando em uma barraca?

O olhar que ela me dá é de puro desgosto. —Que outro tipo de acampamento existe?

—Eu não saberia.

Ela se senta.

—Você nunca esteve acampando? Uau. Considerando que você parece um Sasquatch, estou um pouco chocada com esta notícia. O que mais você não fez?

—Podemos ter essa conversa no meu quarto? Estou com frio.

—Como... na sua cama? — Pausa.

—Por quê?

—Tem um colchão melhor e um edredom mais grosso. — Eu realmente preciso explicar isso? —Vamos lá, estou congelando. O calor do corpo nos manterá aquecidos.

—Você leu isso em algum lugar em um guia de sobrevivência? Porque sabemos que você não está ao ar livre. Você só usa xadrez para jogar as pessoas fora.

—Muito engraçado, espertinha. — Mas também é verdade. —Levante-se, vamos lá.

Eu dou o cobertor em sua cama um puxão duro para que ele voe, aterrissando em uma pilha aos meus pés, forçando-a para fora da cama. Transportando as cobertas pelo corredor em direção ao meu quarto, o som de seu grito ecoando atrás de mim.

—Que diabos está errado com você? Me devolva esse cobertor, não estou usando calça!

Agora eu sou o único que está descontente. —Você está com frio, então tirou sua legging? Onde está a lógica nisso?

—Pare de falar antes que eu mate você!

Ela é tão alta quando está excitada.

—Eu não sinto muito por você. Ponha suas leggings de volta e venha me aquecer.

—Detesto você neste momento.

—Não, admita, você está aliviada por eu ter vindo para te resgatar.

—Isso é estúpido, — ela brinca, arrastando os pés pelo limiar do meu quarto.

—Poderíamos ter ido ao meu apartamento e ter tido uma noite de sono decente.

Pfft.

—E arriscar a chance de ser molestado por Mariah? Não, obrigado. Eu prefiro congelar meus testículos.

Além disso, de jeito nenhum eu me encaixaria na cama dela. Ou no sofá dela.

Sua risada ressoa, acentuando o som de seus pés descalços indo em direção ao meu quarto do outro lado do tapete.

—Isso soa como uma possibilidade definida.

Eu lanço o edredom extra sobre o meu e tiro as cobertas, subindo para o meu lado enquanto ela caminha pelo corredor, pulando em suas calças apertadas.

Lute, caramba.

—Apresse-se, cara.

Estou quase certo de que ela está olhando para mim.

—Você não acabou de me chamar de cara.

—Eu fiz. Suba, lenta.

—Segure seus cavalos, sua cama está a cinco pés do chão. Não posso lidar com isso a uma da madrugada. — Eu assisto nas sombras, do outro lado do colchão, como Teddy tenta se levantar do chão, para cima da minha cama.

—Isso é muito trabalho.

—Eu sou alto o que você esperava? Uma mini cama?

—Não, mas... talvez. Eu não conheço ninguém com uma cama assim.

—Então você deveria sair mais.

Ela finalmente sobe, deslizando sob as cobertas e puxando as sobre o corpo, as pernas de volta no lugar, os dedos dos pés enraizando se sob os lençóis.

Na minha direção.

—Por favor, não me toque com aqueles, — eu aviso.

—Por quê? — Ela soa chorona. —Você me deixou fazer isso antes no sofá.

—Porque você é uma bruta e me fez deixar.

—Eles vão aquecer em algum momento, se você me deixar apenas ... — Eu sinto os dedos dos pés baterem ao lado do meu músculo da panturrilha.

Eu puxo de volta.

—Esta não é uma festa do pijama, Theodora.

—Você acha que isso é o que as garotas fazem nas festas do pijama? Agradar uma a outra com os dedos dos pés? — Ela ri.

—Você está tão longe. Além disso, eu não estaria aqui, se você tivesse calor. Então isso é culpa sua.

Verdade.

—O que as garotas fazem em festas de pijama?

—Uh... falar sobre meninos, comer e assistir filmes de garotas, principalmente.

—Isso soa muito chato.

Outra pequena risada musical vem do escuro.

—Seja como for, Kip. Deixe-me colocar meus pés debaixo de você.

—De jeito nenhum. Vá embora. — Meus protestos estão ficando fracos, principalmente porque é ela, e eu a acho muito fofa.

—Bem, então aproxime-se você disse que ia compartilhar o calor corporal comigo. Não seja mentiroso, Kipling.

Eu não tenho estado na cama com ou ao lado de uma garota, faço uma contagem mental das semanas, meses, anos. Um longo tempo de merda é o que acrescenta, e não consigo impedir meu corpo de reagir a Teddy estar sob minhas cobertas. Cheirando seu perfume. Respirando o mesmo ar. Querendo compartilhar calor.

Calor corporal.

Merda, essa foi a minha ideia idiota, o que diabos eu estava pensando?

Eu não estava.

Eu não esperava que isso fosse um grande negócio. Compartilhar cobertores, se manter aquecido simples, fácil. Qualquer idiota poderia fazer isso sem nenhum problema.

Eu deveria ser capaz de fazer isso sem um problema. Eu tenho mantido as pessoas à distância por anos. Eu notei Teddy em poucos segundos depois de conhecê-la, e ela também não tem interesse em mim.

Exceto...

Talvez eu tenha me enganado.

Talvez não seja tão imune a mulheres como eu pensava que era. Ou talvez não esteja imune a Teddy Johnson - doce, linda e ingênua Teddy.

Talvez soubesse assim que a vi naquela primeira festa que acabaríamos aqui. Porque ela é diferente.

Ela boceja ao meu lado, aninhando seus dedos mais profundamente no ponto crucial das minhas pernas dobradas, a temperatura subindo duas vezes.

Eu definitivamente não odeio isso.

—Você não acha estranho estarmos juntos na cama? — Sua pergunta surge do nada.

—Por que eu acharia que é estranho?

—Uh, porque é estranho? Nós nem somos amigos na verdade, não? E nós não estamos namorando, mas você tem esse estranho... — Pausa.

—Eu sei que você é protetor comigo, e não consigo entender o porquê, mas também sei que não odeio isso também. É legal.

Certo.

—Eu só não acho que estaria na cama de um cara platonicamente, só isso. Os caras da faculdade são como porcos às vezes.

—Eu não sou um porco.

—Eu sei que você não é, é o que estou dizendo. Às vezes é confuso. Você não é gay, mas não namora e não está dormindo com ninguém. Você deve gastar muito tempo... você sabe.

A palavra que ela está procurando aqui está: se masturbando.

—Não e você? — Estou curioso.

—Passa o tempo fazendo isso?

—Não! — Ela está chocada.

—Por quê?

—Eu não sei como? Deus, Kip. — A resposta que é na forma de uma pergunta e uma confissão é interrompida.

—Eu não posso acreditar que acabei de dizer isso. Eu devo estar delirando.

O ar ao nosso redor estala. Me ergo, torcendo o corpo para ela.

—O que você quer dizer, você não sabe como? Todo mundo sabe como, você coloca a mão em suas calças, movimenta-as e explode, orgasmo. — Parece que ela precisa de um tutorial de masturbação de bobos.

—Eu não acho tão simples assim. — Ela ri, me guiando.

—Oh, mas Teddy, é. Realmente, é tão simples assim.

—Sim, provavelmente porque você está se masturbando desde que tinha doze anos, e tudo o que você realmente precisa fazer é mover a mão para cima e para baixo no seu pênis. Quase não há trabalho envolvido. — Nenhum comentário. De repente eu torço meu corpo para encará-la, dobrando meu cotovelo e me apoiando em sua direção. —Então, deixe-me ver se entendi, você nunca se tocou?

—Claro que eu me toquei. — Reviro os olhos.

—O chuveiro para ficar limpa não conta. —

—Oh.

—Oh, — ela diz, eu provoco.

—Você está realmente perdendo, se você não está se tocando algumas vezes por semana. — Ela geme, envergonhada. —Esfregando uma? Isso é uma coisa que eu não ouvi antes.

—É tudo parte do amor próprio, Teddy.

—E eu aposto que você se ama muito, — vem sua risada baixa. Ela não tem ideia.

—Por que você se importa? — ela pergunta.

—Eu não. Você é a única que trouxe isso, eu sou apenas aquele que correu com ele.

—Na verdade, eu não fiz.

—Sim, você fez. Você era tudo... — minha fala fica aguda quando eu imito sua voz de menina. —Você deve gastar muito tempo blá blá blá... você sabe.

—Eu não pareço assim. — No escuro, eu quase ouço seus olhos rolarem.

—Mas você disse isso. —

—Estou curiosa, tudo bem? Processe-me. Você é um cara gigante, que deve ser... — Ela para a si mesma.

—Cuspa isso, Teddy. Pare de hesitar.

Isso está me enlouquecendo!

— Bem! Você é um cara gigante que deve ficar muito animado. Está feliz agora?

—E por animado você quer dizer...

—Com tesão, ok? — As palavras saíram dela.

—Graças a Deus está escuro, meu rosto está em chamas. — Sim. Eu a fiz dizer a palavra tesão, e ela parece horrorizada, e é perfeita.

—E você não tem? Tesão?

—Uh... quando eu teria tempo? E por favor pare de dizer essa palavra, é horrível. É pior que a palavra úmida. Ou esguichar. — Ela odeia a palavra úmida? O que há de errado com a palavra úmida?

—Você odeia tesão? Você não tem tempo para ficar com tesão? — Eu digo de novo, duas vezes, só para envergonhá-la. —Você está me enganando, certo? Todo mundo tem tempo para estar com tesão. O que diabos está errado com você?

—É perfeitamente normal não estar ligada o tempo todo.

—Não. Não é. — pelo menos eu não acho que seja.

—Como você sabe mesmo? Você não é uma mulher.

—Não, mas eu já vi o suficiente em torno delas no campus e em festas para saber muito e elas são lunáticas por sexo.

—Falso. Eu não sou uma lunática louca por sexo.

—O que você é então? Porque duvido que você seja virgem.

Definitivamente não é virgem.

—Não. Eu apenas me afastei de garotas, quando elas se tornaram problemas.

—Problemas? Como?

—Você sabe, querendo ser séria e toda merda.

—Ah, então você é uma das pessoas. — Ela arrasta a palavra, como se finalmente tivesse rachado meu código, satisfação atando cada sílaba.

—Um compromisso fóbico.

—Você não entenderia.

—Pfft. Me teste.

—Não. Não estamos tendo essa conversa. Especialmente, não no meio da noite.

—Oh, mas nós vamos. — Se estivéssemos sentados em uma mesa, ela estaria cruzando os braços e se inclinando para trás, esperando pela minha resposta como um chefe. Me dando o olho acusador. Soprando um charuto, me matando com o silêncio.

—Vamos apenas concordar em discordar, ok? Eu não preciso justificar por que não estou namorando, e você não precisa justificar por que você não gosta de se tocar.

—Oh meu Deus.

Eu me abaixo, rolando de costas, olhando para o teto no escuro.

—Eu tenho uma pergunta para você: e se eu gostar tanto e nunca querer fazer sexo com um cara?

—E se você amar se masturbar tanto e nunca querer fazer sexo com um cara? Eu nem sei como responder a isso, Teddy.

O pensamento é inconcebível.

—Mas foi o que aconteceu com você, certo? Você se masturbou sozinho. Você não precisa de uma mulher. Você tem duas mãos para mantê-lo satisfeito.

Provavelmente, há um elemento de verdade nisso, mas ...

—Às vezes não é o suficiente.

Jesus. Por que eu admiti isso em voz alta?

—Eu poderia ter te dito isso, e eu nem estou fazendo isso. Você não pode substituir a verdadeira intimidade, Kip, não importa o quanto você tente.

—Obrigado, mãe. Vou manter isso em mente.

Teddy só me dá alguns segundos de alívio antes que ela me atinja com seu próximo ataque.

—Por que você não gosta de ter as pessoas?

Eu suspiro, longo e alto no escuro, colocando meus braços atrás da minha cabeça.

—Quem disse que eu não gosto de ter mais pessoas?

Eu a sinto encolher de ombros quando o colchão afunda, embora eu não possa vê-la.

—Eu apenas assumi desde que você nunca tem pessoas. — Ela faz uma pausa, incerta. —É porque você está envergonhado?

Ela está falando sério?

—Envergonhado com o quê?

—Que você... que o seu... — Ela hesita, procurando as palavras certas.

Eu espero que ela ponha para fora.

—É bem óbvio que você vem do dinheiro, ok?

Teddy não faz ideia.

—Eu não acho que você deveria ter vergonha disso, — ela continua no escuro.

—Eu não tenho.

—Tudo o que você diz, Kipling Carmichael. — Teddy ri, balançando os pés. Eles são delicados e pequenos, e se sentem bem ainda embaixo de mim.

—Deus, até mesmo esse nome soa... rico, como se você estivesse em um iate em algum lugar do Pacífico.

O Atlântico, na verdade. É onde o barco está atracado, em alguma marina com um iate clube, perto de uma das várias casas de férias da Carmichael.

—Não é um crime vir do dinheiro, assim como não é um crime eu ser, eu não sei, pobre, eu acho. Uma garota de bolsa de estudos. Eu não estou envergonhada, embora eu costumava estar. Não mais. Eu trabalho bem, e minha mãe também.

O corpo dela estremece.

—Você pode se mexer um pouco se ainda estiver com frio. — Eu sei que estou. Minhas bolas estão murchas, praticamente subiram para o meu corpo.

—Nenhum negócio engraçado.

Até parece.

—Apenas arraste sua bunda até aqui.

—Está bem, está bem. Então mandão.

Os pés de Teddy saem de debaixo de mim e logo o calor de sua barriga lisa, e suas pernas, e seus seios estão queimando minha pele onde ela está pressionada contra mim. Quando eu disse a ela para vir, eu não quis dizer você com todas as suas melhores partes. Como faço para foder minhas coxas escarranchando meu quadril?

Em seguida, ela joga o braço sobre o meu peito, os dedos descansando casualmente no bíceps oposto, a mão caindo flácida.

—Oh meu Deus, você é tão quente! Isso é tão incrível. — Ela se aproxima mais, me apertando.

—Mmm, céu. — Seu longo cabelo escuro faz cócegas em minhas narinas, e eu respiro para cheirar o mais discretamente que posso. Limpo e com cheiro de frutas. Quero enterrar meu nariz nele. E minhas mãos. Aquelas estão fracamente ao meu lado, um enterrado embaixo dela, o outro no colchão. —Sua barba faz cócegas. —

—Assim como seu cabelo. — Cabelo que estou tentado a afundar meus dedos, para testar seu peso e sentir o quão macio isto é. Nós ficamos assim para quem sabe quanto tempo, meu peito subindo e descendo, ritmo cardíaco acelerado como se eu tivesse corrido uma milha. Eu me pergunto se ela pode ouvi-lo bater, se ela sabe que é a razão pela qual está correndo.

—Eu nunca me senti tão confortável em toda a minha vida. — Ela suspira, satisfeita. —Eu poderia viver assim todas as noites. —

—Só porque seus instintos de sobrevivência entraram em ação. —

—Ou porque você é como um ursinho de pelúcia gigante.

De repente, Teddy se afasta. Na sombra da lua brilhando através da janela, eu a vejo sentar e puxar o tecido de sua blusa para cima e sobre a cabeça, jogando-a para o final da cama.

O que resta é a silhueta de seus seios velados com uma camiseta fina, e quando ela deita de novo ao meu lado, os duros picos de seus mamilos roçam minhas costelas.

—Está quente o suficiente sob essas cobertas, eu não preciso mais disso.

Ela se acomoda de novo, curvando-se para o meu lado, realmente se sentindo em casa contra o meu corpo. Levanta a perna dela sobre a minha coxa, as partes mais quentes dela fervendo minha pele.

—Mmm.

Eu posso literalmente sentir a porra do calor da sua boceta contra a minha perna.

—Whoa, whoa, whoa o que diabos você pensa que está fazendo?

O que devo fazer é empurrá-la da cama para o chão e dar o fora do meu próprio quarto. Rápido.

Ela me dá um tapinha no meu peito, seu toque mais de uma carícia do que uma repreensão castigadora.

—Relaxe! Você é como um daqueles travesseiros corporais de gravidez que eu vi no Target. Pare de se mexer tanto ou você vai atrapalhar meu posicionamento.

Um travesseiro de corpo de gravidez? De que diabos ela está falando?

Eu não consigo me concentrar quando sua mão delicada, que antes estava repousando inocentemente no meu braço, começa a vagar, o dedo arrastando sobre minha mão esquerda, pressionando a mão na minha pele. Cutucando. Amassando meus músculos.

—Seu corpo poderia ser mais duro?

Sim.

Sim, eu posso ser mais duro.

Mantenha essa merda e você vai descobrir o quão duro eu posso ser.

—Eita, Kip com que frequência você se exercita? Durante todo o dia todos os dias?

—Por favor pare.

Cutucando.

Cutucando.

—Teddy, pare.

—Oh, por favor, você está imune a mim, lembra?

Eu sou imune a você quando o seu conjunto de peitos maravilhosos não está pressionado contra o meu corpo no meio da porra da noite, lembrando-me de quanto tempo tem sido desde que eu transei com alguém.

—Eu nunca disse que estava imune a você, Teddy. Eu disse que não namorava ninguém e nem fazia sexo.

—E eu disse que estava curiosa. É inofensivo, eu não vou tentar nada, eu nem sei como.

Isso não me faz sentir melhor; na verdade, torna tudo isso pior, porque agora tudo em que estou pensando é ser aquele que pode ensiná-la... coisas.

—Você sabia que eu nunca estive com um cara tão próximo antes? Quero aproveitar a oportunidade, já que é você.

Algumas coisas me atingiram de uma só vez. Um: ela não percebe que tocar-me, vagando as mãos por todo o meu corpo vai, eventualmente, me deixar duro.

E dois: Teddy acabou de admitir que ela é virgem.

Meu cérebro entra em ação, reagindo ao suave deslizar da palma da mão sobre minha camiseta de algodão. O caminho percorre o centro dos meus músculos abdominais, parando quando eles involuntariamente se contraem. Flexivo. Apertado.

Ah Merda.

Ohhh Merda.

—Uau, eu sabia que você estava sarado, mas estes são... — Sua voz é baixa, cheia de admiração, o zumbido dentro de sua garganta é de apreciação.

—Ridículo.

Ela faz outro pequeno som de prazer.

Eu não sei o que fazer, tirar a mão dela de mim e dizer a ela para respeitar meus limites? Nos fazer um favor e rolar, criando distância?

Ou deixa lá explorar e ver onde esses dedos curiosos vagam em seguida?

Dentro da minha malha de fundo atlético, meu pau se agita.

Contrações.

—Você é realmente um cavalheiro, Kip.

—Eu realmente não sou.

Ela não tem ideia.

Ela se estica em direção ao tecido, alertada para a presença de uma mão estrangeira, para a voz feminina tranquilizadora não muito longe do meu ouvido.

—Uh huh. — Seus braços serpenteiam ao meu redor, me abraçando, corpo pressionado tão firmemente contra o meu como se fôssemos uma pessoa.

—Sua pele está tão quente. Deus, me sinto bem.

Deus você se sente bem?

Essas são palavras sexuais, essas são palavras sexuais, meu corpo grita, mesmo que Teddy não esteja sendo sexual, ela está?

Não. Ela está me aconchegando, pelo amor de Deus.

A menos que ela não esteja?

Não, ela definitivamente está.

Ou talvez ela não está?

Merda, merda, foda minha vida.

—Por que você está tão tenso agora? — Vem uma voz baixa e suave. —Devo esfregar suas costas?

—Jesus, não! — Eu grito. —Quero dizer, não, obrigado, estou bem.

—Você realmente deve estar cansado, porque está tão rabugento de repente. Feche os olhos e eu vou esfregar seus ombros.

Quando ela está ao meu lado, suas mãos inocentes já estão lá, esfregando lentamente círculos sobre minha clavícula, tronco e deltoide. Porra, parece bom.

Ainda...

—Por favor, não.

—Mmm, por que não?

—Por que... — Porque você acabou de dizer Mmm, e isso fez meu pau endurecer, é por isso que não. Ela realmente não entende? Ou ela está brincando de idiota? Ela não pode ser tão sem noção.

Ela pode?

—Apenas relaxe, ok?

—Isso não vai acontecer. — Eu dou uma risada, querendo me afastar, mas paralisado.

Seus dedos escovam o fundo da minha barba e acariciam levemente minhas bochechas.

—Sua pele é tão macia onde você não tem cabelo, muito ruim, não há muito do que mostrar.

—Sim, apenas como eu gosto.

—Você sabe o que as meninas sempre falam quando veem um cara com barba?

—Como é repulsivo?

—Uh, não. — Teddy ri.

—Elas falam sobre o que seria sentir entre as pernas delas.

—O quê? — Outra risada dela e eu estou pronto para voar da maldita cama.

—Você está mentindo.

—Você não sabia disso?

—Não.

—Kip, eles fazem camisetas que dizem ‘barbudo para o prazer dela.’ Você deveria comprar uma, eu mesmo compraria uma, mas estou quebrada, ha.

—Espere o que?

—Você tem vivido sob uma rocha? Barbas estão tão na moda agora. Até eu sei disso e sou a pessoa mais intrépida que conheço. Isso não significa que eu goste de barbas, mas todo mundo gosta, garotas, quero dizer.

Isso explicaria muitas coisas: meninas ainda se aproximam de mim em festas, querendo tocar minha barba. Tocando meu bigode no bar. Fazendo comentários obscenos. Dizendo que eu deveria entrar em concursos.

Eu sempre achei que elas estavam brincando. Merda, talvez eu tenha vivido sob uma rocha, também conhecida como o Meio-Oeste.

Teddy zumbe, dedos na base do meu pescoço, massageando em um nó.

—... E vi uma garota vestindo uma que dizia: Meu outro passeio é uma barba. Pegue?

Ela diz isso tão casualmente, mas a imagem repentina dela sentada no meu rosto enquanto eu a chupo...

Sua garganta cede um pouco, dedos ainda massageando minha pele sensível.

—Você já ouviu falar de um orgasmo de barba antes, não é?

—Pare.

Seus dedos param.

—Eu não quis dizer que você tem que parar de fazer isso, eu quis dizer parar de dizer merda assim, sobre barbas e orgasmos e porcaria.

—Por quê? — Ela parece tão perplexa quanto eu estou me sentindo agora. —Estamos apenas conversando.

—Porque isso está me deixando duro. — Muito.

Se isso não a assustar, nada irá.

Segundos de silêncio passam.

Então minutos.

—É? — Sua voz é quase um sussurro. Fascinado.

—Sim. — O meu é rude.

—Por quê?

—Por quê? Porque eu estou na cama com uma garota bonita, no meio da porra da escuridão, e a mão dela está no meu corpo, um que não foi tocado em anos, a propósito. E você está falando sobre sexo oral. — Eu paro para respirar. —É por isso.

—Oh

—Sim, oh.

Eu levanto o meu braço, a mão procurando por ela no escuro. Removo do meu ombro, apertando seus dedos. Coloco de volta no meu estômago, onde ele pertence - longe do meu peito e mamilos e rosto.

Onde espero que fique.

Mas aparentemente, eu sou um idiota, porque isso não acontece.

Para frente e para trás no meu abdômen.

De volta.

Adiante.

Minha mão, a mão alojada sob o torso de Teddy finalmente sai, sentindo o algodão das leggings. Enterrados na bunda dela.

Acomode-se lá, pelo menos momentaneamente.

De volta, a mão dela acaricia.

E adiante.

Até que serpenteia para o sul, roçando a bainha da minha camisa. Voltando para dentro dela.

Pele na pele.

Palma contra meu abdômen apertado.

—Devemos ir dormir. — Eu pareço tão lamentavelmente fraco.

—Nós devemos. — Ela concorda. bocejando.

De volta.

E adiante.

Meu pau palpita com a mão na sua bunda dando um pequeno aperto. Então outra, enquanto os músculos das minhas coxas se contraem, porque cada terminação nervosa ao longo de toda a porra do meu corpo está zumbindo, viva e alerta. Zumbindo.

Deus, eu quero que ela toque nele.

Porra, só por um segundo, e depois posso terminar no banheiro.

Cristo, o que estou dizendo? Eu não vou me masturbar com ela em casa, tanto quanto eu quero.

Se ao menos ela...

Apenas um pouco mais baixo ...

Por favor, Teddy, por favor ...

Eu conto até dez, depois dez novamente, então minha maldita perna começa a pular como a de um macaco, cheia de tensão e nervosa.

Lentamente, eu pego minha mão, trabalhando nas costas dela. Por baixo da blusa dela. Acariciando a pele quente de sua espinha, dedos roçando seu seio lateral. Os seios pressionaram minhas costelas.

Pelo amor de Deus, por favor, toque nele.

Roce nele.

Agite isso.

Qualquer coisa.

Cristo, eu nunca quis que alguém tocasse meu pau tanto. Ou chupar ou acariciar ou...

Teddy não diz nada quando as almofadas dos cinco dedos tocam sua pele macia novamente. Apenas sua inalação aguda de ar revela o fato de que ela sentiu isso. Ela segura essa respiração, esperando.

Um segundo.

Dois.

Quatro.

Cinco.

Sua mão se move.

Baixa.

Deus, o que ela está fazendo? O que estamos fazendo? Essa é uma ideia tão ruim. Eu não quero que ela pare.

É isso, Teddy. Mais baixo. Mais baixo. Oh foda ...

***

TEDDY

—É Teddy, mais baixo... — O gemido baixo de Kip corta a escuridão, seu apelo sexy e profundo, me acertando nos ovários enquanto ele fica parado ao meu lado.

Deus, sua voz. Suas palavras.

Eu duvido que ele perceba que ele está dizendo isso em voz alta.

Não Kip, ele tem muito autocontrole e me manteve firme nas últimas semanas. Não há como ele propositadamente permitir que isso aconteça, a menos que...

A menos que ele realmente quisesse. Ou eu estava deixando o louco, o que duvido, porque olhe para mim. Eu sou o oposto das garotas que frequentam a casa de rúgbi. Eu sou saudável e estudiosa e, bem, virgem.

A sensação da pele dura e quente de Kip sob meus dedos deslizando é incrível. Quente, quente e frio tudo ao mesmo tempo.

Ele deitado aqui imóvel, permitindo me explorar. Deve estar deixando o louco, até eu sei disso. Eu estou brincando com fogo e nós dois sabemos disso.

Nós não deveríamos estar fazendo isso.

Oh, quem eu estou enganando? Eu sou a única com minha mão praticamente para baixo das calças de Kip, correndo minha palma ao longo da trilha feliz que eu descobri sob o tecido macio de sua camisa.

Eu amo isso.

Eu acho que eles são tão sexys e masculinos.

Ele obviamente não raspa seus pelos como muitos caras hoje em dia fazem. Metrossexual.

Seu corpo inteiro enrijece quando eu deslizo o cós elástico de sua cueca boxer, trilhando um caminho com a minha mão, indo e voltando ao longo do tecido. Provocando, enquanto eu debato o que diabos fazer a seguir.

Uma coisa é certa: eu não deveria estar fazendo isso.

A coisa é... eu nunca fiz isso antes. Não com uma cara assim. Eles eram garotos, na verdade, e na maioria das vezes eram apenas alguns beijos pesados. Recebi os dedos apenas uma vez, no colégio, com um garoto chamado Devon, que era tão desajeitado quanto eu. Revirando-se no escuro com todas as nossas roupas - dois virgens que ficaram assim, o mais perto que consegui fazer sexo foi ele enfiar a mão na minha calça e enfiar dois dedos na minha...

—Mais baixo. Oh foda, Teddy ...

Meu nome nos lábios dele.

Isso me estimula e, de repente, tudo que quero fazer é tocá-lo. Não há mal nisso, certo? Ele obviamente quer que eu faça. Sinta.

Talvez o segure, passe minha mão para cima e para baixo em seu comprimento duro (como eu vi nos poucos pornôs que eu espreitei) apenas para ver como é.

Para ouvir como soa quando eu faço.

Então, sei. Eu quero saber o que as outras garotas sabem, o que é sentir-se como um cara. Como fazer um ficar pau duro. Para fazê-lo vir. O peso de um pau em minhas mãos. Sim, isso pode parecer grosseiro, mas eu tenho 21 anos e não tenho ideia do que é sentir isso. Eu não quero mais ser ignorante. Kip parece ser um participante disposto agora que seu pau é sólido e minha mão de alguma forma ficou presa dentro de sua cueca. Ele desloca os quadris na cama, dá um pequeno impulso para cima.

Mesmo sem vê-los, sei que ele está flexionando as coxas grossas. Ugh, essas coxas me deixam estúpida. Por semanas, tenho tentado não perceber como elas se flexionam quando ele anda, como as calças e as calças jeans não se ajustam bem, porque os músculos de lá são inchados. Sua mão gigante calejada sai do seu lugar sob o meu corpo, eu estive deitado sobre isso o tempo todo, e se arrasta até a minha bunda. Palma se espalhou, dedos segurando minhas bochechas. Aperto.

Lentamente, pouco a pouco, ele sobe pelas minhas costas, sob minha camisa, círculos lentos ao longo da minha espinha. Acima, acima. Sob o fino algodão da minha blusa, o dedo do meio abrindo uma trilha quente até a minha fenda. Com minha cabeça em seu peito e sua barba flertando com a coroa da minha cabeça, eu finalmente enfio minha palma ansiosa todo o caminho dentro de suas calças. Ela bate na ponta de seu pênis, sua cabeça pressiona contra a camada da cueca e eu a traço com a ponta do meu dedo. Corro o bloco dele em volta e depois vou para baixo, sentindo meu caminho para o lado de baixo.

Trilha ao longo do eixo.

A palma da mão inteira se fecha sobre as ... bolas dele.

Kip inala novamente. Gemidos, dedos cavando em minhas bochechas redondas. Respiração vindo forte e rápido acima de mim.

Timidamente eu o acaricio através do material, não bastante corajosa o suficiente para acariciar seu ... pau. Ou tocá-lo.

Eu ofego quando aquele dedo grosso dele que estava roçando meu traseiro agora está firmemente entre as bochechas da minha bunda, facilitando o caminho para a minha boceta, fazendo com que minhas pernas se afastem.

—Fique em cima, — ele rosna

—O quê...?

Rapidamente, dois braços estão me puxando, rolando-me, apoiando-me no topo, ereção rígida entre minhas coxas. Grandes mãos masculinas segurando meus quadris.

Empurrando minhas leggings.

—Isso seria muito melhor se você puxasse as calças para baixo.

Ideia maravilhosa.

Ideia fantástica.

Dois conjuntos de braços e mãos se atrapalham para remover minhas leggings até que elas estejam baixas o suficiente para eu dar o pontapé inicial. Até que eu esteja deitada em cima de Kip sem nada além de uma camiseta frágil e calcinha.

—Vamos tirar a sua também, — eu me ouço dizer. Desesperada para sentir cada centímetro dele na verdade ...

Eu levanto meus quadris enquanto ele tira a calça, maravilhada com o quão íntimo é a coisa toda. Nós não estamos nus, mas de alguma forma podemos estar.

Este é Kip, o cara que se tornou meu amigo nas últimas semanas. O cara que me deu conselhos sobre namoro - apesar de serem de merda, mas conselhos, no entanto.

Kip, cujo corpo grande e peludo alcança o meu quando as calças desaparecem no quarto. Eu os ouço bater no chão em algum lugar ao longe, ao mesmo tempo em que seus braços me puxam para baixo.

Alinhando nossos corpos como se fosse uma segunda natureza.

Os quadris de Kip começam um lento movimento até que a ponta latejante dele encontra a dobra entre minhas pernas e se instala ali.

—Oh meu ... porra ... Deus. — Kip exala quando suas mãos estão de volta no meu corpo, deslizando suavemente sobre os globos da minha bunda. Na parte de trás das minhas coxas. A minha camisa. Caixa torácica.

Os lados dos meus seios. Querendo segurá-los, mas se segurando.

—Posso tocá-los, Teddy? Só por um segundo?

Eu quero que ele seja tão ruim.

—Por favor. — Seu apelo é um sussurro, um gemido sexy e dolorido.

—Tudo bem. — Sim, sim...!

—Sente-se. Fique comigo.

Kip se ajusta no colchão, levando-me junto com ele, levantando-se para uma posição sentada. Se nós estivéssemos nus, eu estaria totalmente empalada em seu pau.

Eu experimento, girando meus quadris.

Ele geme.

Agarra minha blusa pela bainha e a tira completamente.

No escuro, mãos gigantes encontram meus ombros, flutuam pelo meu bíceps, então...

—Jesus, Teddy, seus peitos, — ele geme, espalmando ambos, polegares circulando meus mamilos duros. Minha boca cai quando minha cabeça inclina para trás, seus lábios e língua sacudindo minha pele. Boca se prendendo e chupando, só chegando para o ar para dizer:

—Estes são tão perfeitos. Eu poderia chupar isso a noite toda.

—Eles não são perfeitos. — Minhas mãos se apoiam em suas coxas duras para apoio enquanto ele continua a puxar e puxar meu mamilo em sua boca gananciosa.

—Você não pode nem ver com que eles se parecem.

Ele levanta a cabeça, barba coçando meu peito.

—Eu não tenho que ver esses seios para saber que eles são perfeitos, Teddy.

Meus braços vão ao redor de seu pescoço e eu deixo ele me devorar, o pulsar entre as minhas pernas insatisfeita. Minha metade inferior rola para trás e para frente sobre seu pau, empurrando, arrastando e desesperada para a ponta cavar-se mais fundo na minha boceta.

De alguma forma, nossas bocas se fundem. Nosso primeiro beijo, no escuro de seu quarto gelado, no meio da noite é frenético, quente, úmido e sujo.

Línguas, lábios e dentes. Barba raspando meu rosto.

—Deixe-me empurrar sua calcinha para o lado. — Seu tom rouco está desesperado.

—Vai ser tão bom.

Está flertando com o perigo.

—Kip ... — Eu poderia estar protestando, mas quando seu polegar alcança entre nós para empurrar a barreira da minha calcinha para o lado, nós dois suspiramos de alívio. Ele estava tão certo, isso é incrível. Tão incrível, tão incrível. Eufórico.

—Eu quero estar dentro de você tão ruim, fodendo você. — Ele se movimenta, imitando sexo, pelve girando, mãos trabalhando meus quadris.

—Não, você não. Você está ficando maluco.

—Não, Teddy, eu quero transar com você, eu quero transar com você. Eu preciso foder você. — Ele está se repetindo e soa meio enlouquecido, nada como eu estou acostumada. Ele está perdendo o controle da situação e me arrastando para baixo, exceto que estou muito ansiosa para segui-lo. Eu estou no topo, transando a seco com ele.

—Pare de me implorar, Kip. — Antes que eu perca o controle também.

—Deixe-me comê-la, então, por favor.

Comer-me? Ah ...

—Deixe-me colocar minha língua dentro da sua boceta, Teddy. Deixe-me colocar minha barba entre suas pernas.

Isso tem minha atenção. Minha atenção total e indivisa. Minha vagina também, porque aperta o pensamento, me deixando quente de novo.

—Um ...

—Vamos baby, por favor. Enquanto for preciso, deixe-me provar você.

—Mas, a sua barba não vai ficar tudo... — Sujo?

—Sim, foda-se, sim, vai.

Kip, bem, isso é meio grosseiro. Ainda assim... Quando ele me tira de cima dele e me coloca de costas, qualquer protesto morre em meus lábios. O corpo de mamute de Kip alivia meu pequeno, ombros empurrando minhas pernas separadas. Um dedo grande desce no centro do meu... —NNNmm ... — Eu suspiro quando o toque de uma língua escaldante encontra o meu clitóris. Pressiona firmemente para baixo.

—Oh... Deus. — Eu não tenho ideia do que fazer comigo mesmo agora, o que fazer com meus braços, mãos, corpo. Eu deveria apenas deitar aqui e deixar ele... me lamber assim? Eu movo meus quadris ao redor? Eu me sinto tão egoísta, deixando-o fazer todo esse trabalho. Está escuro, então não consigo ver a cabeça dele, mas posso sentir isso, o topo sujo de uma carícia fazendo cócegas na minha pele enquanto a barba dele faz cócegas na parte interna das minhas coxas. Bigode e lábios causando desejo no meu clitóris. Toda a minha pele provavelmente iria ficar irritada devido sua barba, eu sei, mas vai valer a pena. Agarro seus ombros quando seus cotovelos movem meus joelhos. Me abrindo para ele.

—Você está tão molhada, — ele murmura. —Você tem um gosto tão bom, eu vou ser capaz de sentir seu cheiro por dias.

Uh... obrigado? Eu tento não pensar sobre o que poderia cheirar lá embaixo quero dizer, tomei banho hoje, então essa parte é cuidada, certo? Mas ontem à noite comi um sanduíche de peixe para o jantar, e oh Deus, o que estou dizendo?

Pare de pensar e aproveite, Teddy! Quem sabe quando será a próxima vez que você terá uma chance como essa. Mariah, Cameron e Tessa estão sempre reclamando sobre como ninguém que namorar, somente ir sobre elas, e aqui estou eu, pernas abertas enquanto Kip vai para o meu centro...

Ele está gemendo e os sons? Primitivo, como se estivéssemos realmente fazendo sexo e ele não estivesse apenas tocando oralmente.

Oral.

Há um cara com a cabeça entre as minhas pernas, e é tão bom que é tão bom que parece tão...

—Uhh ... uh ...

Eu mal posso conseguir palavras coerentes além dos meus lábios. Não posso nem me incomodar em gemer, minha cabeça se debatendo no travesseiro, os punhos cerrados em seu cabelo grosso. Cerrando os cobertores. Apertando o travesseiro embaixo da minha cabeça.

A língua de Kip se achata, empurrando mais fundo. Rolando. Lambendo. Sugando. E eu juro, minhas pernas tremem.

—Venha baby. Venha para mim... — ele canta na abertura entre minhas pernas, o cabelo em seu rosto fazendo coisas malucas para os nervos do meu corpo, os fios macios e grosseiros me deixando louca.

Nossa, como eu vou saber se vou ou não? Eu nunca fiz isso, como eu poderia...

Sim, sim, isso aí mesmo!

Aquele ponto.

Continue fazendo isso, que... isso mesmo...

Tudo dentro de mim aperta, aperta, pulsa e se sente como o céu e, —Oh Deus, Kip, não pare, não pare o que quer que seja.

Sua voz é incoerente, seu rosto, imagino inteiramente, completamente enterrado na minha... na minha... em...

Quando os espasmos invadem a metade inferior do meu corpo, tento recuar, empurro a cabeça para fora, mas ele me segura, continuando a sugar a vida do orgasmo de mim.

Puta merda, Santa Mãe de tudo que é sagrado.

Eu sou grata pela escuridão, com certeza minha boca está escancarada quando minha cabeça se contrai, minhas costas arqueando.

Então, com algumas lambidas casuais contra meu sensível nó e um beijo alto no meio, Kip libera meu corpo.

Eu gozei.

***

—Você não precisa me aconchegar agora. Está bem.

Seu corpo se encosta atrás do meu assim que ele rasteja de volta para a cama depois de lavar, a minha forma sem vida, me envolvendo. Quente morno. Imenso.

O pau de Kip ainda está duro, pressionado no ápice das minhas coxas, mas ele não fez nenhum passe para remediar isso, em vez disso, apenas deixou que ele literalmente me cutucasse na bunda.

—Talvez eu queira.

Sua barba faz cócegas entre meus ombros e eu tremo.

—Além disso, — continua ele, —Você vai congelar de outra forma.

—Eu não estou com frio. — Não depois daquele pequeno show que ele acabou de colocar para mim. Em mim.

—Ainda não, mas você está tremendo.

—Kip, isso não é porque eu estou com frio.

—Oh. — Ele ri nas minhas costas, boca e bigode acariciando a dobra do meu ombro.

O que diabos está acontecendo? Ele está sendo todo carinhoso e doce. Estamos de conchinha e agora estou confusa. Como chegamos a este lugar?

Eu pensei que ele odiava essa merda.

Eu pensei que ele não queria que ninguém se apegasse a ele, e se esse é o caso, fazer isso comigo é uma maneira terrível de me manter a distância.

—Eu sinto muito, — eu sussurro no escuro, na parede que estou enfrentando.

—Por que você sente muito? — Sua mão se move para acariciar meu quadril.

—Esta foi uma ideia tão ruim.

—Não, na verdade, foi uma boa ideia. — Seu braço pesado envolve meu meio, a mão em concha no meu peito nu. Polegar traça meu mamilo.

—Você vai se arrepender disso pela manhã.

—Eu prometo a você, Teddy, eu não vou.

De alguma forma, eu não acredito nele.

—Mas e se você quiser fazer isso o tempo todo agora, e é minha culpa que você quebrou seu voto de celibato?

Ele faz uma pausa antes de falar.

—Eu não fiz voto de celibato. Eu só não quero namorar ou foder qualquer idiota, gananciosa. Acho que minha virtude está a salvo com você.

—Porque eu não entro nessas categorias?

—Você definitivamente não se enquadra nessas categorias. — Meu cabelo fica escovado para o lado, e meus olhos se fecham quando sua barba pousa na minha pele enquanto ele descansa o queixo.

—Minha irmã também pensa assim.

O que? Ele contou a sua irmã sobre mim? —Você contou a sua irmã sobre mim?

—Eu digo tudo a minha irmã.

Ele contou a sua irmã sobre mim?

—O que você disse a ela?

Kip boceja.

—Só que você vem vindo. Ela é muito protetora, então... — Sua voz sumiu, cansada.

Como vou dormir com sua respiração quente nas minhas costas? Com o pau dele na minha bunda? Com o peito largo aquecendo meu corpo como um maldito forno?

Eu nunca dormi na mesma cama com um cara, nunca tive um toque assim antes. A coisa toda grita Acolhedor! Doméstico! Companheiro!

Ou talvez eu esteja delirando, não tenho ideia do que estou falando porque sou ingênua, penso nas melhores pessoas e não tenho ideia do que estou fazendo.

Honestamente, eu não acho que Kip tenha alguma ideia do que ele está fazendo também.

E isso torna mais fácil adormecer.


SEGUNDO SÁBADO (antes do jogo)

A manhã eu perco minha maldita mente e faço algo estúpido, como se apaixonar por ela...

Kip

Não é tão estranho estar na cozinha com Teddy na manhã seguinte como eu pensei que seria.

Levantei-me no início da madrugada, antes que o sol e Teddy se levantassem. Trabalhei no maldito forno por duas horas. Sete vídeos do YouTube e uma chamada de serviço mais tarde, a coisa estava funcionando, aquecendo a casa abençoada a vinte graus.

Teddy está sentada em um banquinho no balcão da cozinha, cobertor enrolado em suas pernas, roupas no lugar, muitas delas, como uma questão de fato: moletom com capuz, camiseta que espreita fora da parte inferior e suas leggings, que cobrem as pernas lisas.

Essas pernas.

Eu gemo, lembrando como provei entre elas: fodidamente deliciosa.

Gemendo novamente, lembro-me que eu não estou dormindo com garotas.

Mas se eu fosse Teddy Johnson seria um ótimo lugar para começar.

Ela é adorável, corando quando eu entro na cozinha.

—Oi. — Minha voz é grave. Baixa.

—Oi. — Ela abaixa a cabeça, vergonha corando suas bochechas. Teddy coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha, mesmo que ela esteja puxada para cima em um rabo de cavalo. Ainda é ondulado e grosso.

Porra, ela é fofa.

—Está corando?

—Hum... não.

—Sim, você está, você deve ver o quão corada sua pele está.

Ela se vira para mim, xícara de café na mão, olhos em fendas estreitas e lindas. Eu não deveria ter falado corado?

—Não, Kip isso é uma irritação devido a sua barba.

Bem merda.

Isso não é legal.

Eu rio para mim mesmo, não estúpido o suficiente para dizer isso em voz alta.

—Você quer dizer que minha barba queima.

Teddy bufa.

—Vamos ser honestos, é exatamente a mesma coisa. Eu poderia muito bem ter arrastado meu rosto e virilha no seu coque na noite passada.

O visual quase me faz rir.

—Isso não teria sido tão divertido. — Eu sorrio, movendo em direção ao café que já está no pote. Encho uma caneca, despejo um pouco de creme, coloco um pouco de açúcar e encosto no balcão, observando-a.

Mexo com uma colher, bebendo de vez em quando enquanto ela me observa.

—Não parece terrível, — eu tento, mentindo.

—Dois minutos atrás você perguntou por que meu rosto parecia vermelho. Corado de todas as palavras do mundo para usar.

—Quero dizer ... — Isso acontece.

Manchas vermelhas escuras mancham sua pele de outra maneira bela como uma erupção cutânea, e eu me pergunto o que parece entre as pernas, no interior de suas coxas sedosas. Gostaria de saber se ela me deixará dar uma olhada à luz do dia.

—Você pode parar de olhar?

—Eu não posso ajudar. — Eu rio.

—Eu nunca fiz isso com ninguém antes.

Ela franze a testa. —Sim, porque você é um gigante coberto de pelos. Eu não posso acreditar que eu fiquei com um cara que eles chamam de Sasquatch. Quero dizer, realmente, Teddy? — Ela parece chocada consigo mesma.

—Tecnicamente, você não beijou ninguém, eu fiquei com sua vagina.

Ela franze a testa com mais força.

—Você acha que é engraçado, não é?

Eu sorrio na minha xícara. —Talvez. Quer dizer, não é o fim do mundo.

—O que vou dizer aos meus amigos quando perceberem isso?

—Você não pode encobrir com maquiagem?

—Mariah vai me ver sem isso.

—Assim?

—Assim! O que eu vou dizer?

—Diga a ela que nós saímos e eu caí em você. — Eu dou de ombros.

—Qual é o grande negócio?

Sua boca se abre. Fecha. Abre novamente. —Eu ... eu não posso ...

—Foi oral, não anal. Eu não vejo qual é o grande problema. — Por que ela está agindo tão estranha sobre isso?

—Você não pode dizer a suas amigas que eu caí em você?

—Não. Quero dizer... sim. Eu quero dizer não.

Eu olho, esperando que ela faça algum sentido.

—Eu posso, eu não vou. Elas não entenderiam.

Essas garotas? As que estão transando com alguém diferente a cada final de semana? Elas aplaudiriam Teddy, não a julgariam por isso.

Meus lábios se apertam em uma linha reta.

—Se eu dissesse algo sobre isso, sobre nós, elas continuariam pedindo detalhes, e então eu me sentiria... esquisita, porque não estamos, você sabe... vendo um ao outro ou algo assim.

Eu consigo ver isso acontecendo.

—Eu acho.

Teddy abaixa a cabeça novamente, escondendo o rosto. Escondendo seus sentimentos e merda.

—Além disso, — ela se aventura lentamente. —Não é como ... — Limpa sua garganta.

—Isso não vai acontecer novamente.

Não?

Porque eu ainda posso sentir o cheiro dela em mim - nos bigodes da minha barba - e se ela não estivesse sentada no balcão quando eu sai do porão, teria voltado para a cama com ela, debaixo das cobertas do pé da cama e a acordado entre as pernas. Acordando seu rabo apertado com minha boca em sua boceta deliciosa. Sim. Eu vou querer mais disso.

—Você não pode desmarcar um sino, Teddy Johnson. —

—O quê? — Minha referência está claramente perdida para ela. Meus ombros largos encolhem de novo.

—Você me ouviu. A ação está feita, não podemos voltar, então podemos continuar fazendo isso.

—Hum, eu sei que não podemos voltar e desfazer isso, mas isso não significa que temos que continuar fazendo isso. Nós deveríamos provavelmente...

—Tarde demais.

—Mas...

—Não.

—Pare de fazer isso.

—Da próxima vez que você vier, eu provavelmente vou cortar propositalmente a linha do forno, então estará frio. — seus olhos são adoráveis.

—Como se eu fosse cair nisso.

—Vale a pena tentar.

—O que você está dizendo? Porque você quer me ter de novo?

—Você não gosta de estar aqui?

—Sim, mas eu não vou vir só para que possamos brincar.

—Nós vamos assistir filmes também. E comer. Um ao outro, obviamente.

—Kip

—Teddy

Ela fica frustrada com a conversa. Pega a jaqueta das costas da cadeira e joga o rabo de cavalo.

—Eu devo ir.

Eu a estudo em todo o balcão.

—Tudo certo. Deixe-me pegar minhas chaves e calçar os sapatos.

Ela sabe que não deve discutir, já tivemos essa conversa uma vez antes. Além disso, está mais frio do que o rabo de uma bruxa do lado de fora e eu sei que ela não vai querer ir para casa. Não que eu a deixasse.

—Obrigada.

Teddy observa enquanto me agacho, pego minhas botas e amarro os cardacos, um de cada vez, inclinado sobre a cintura, dedos no trabalho. Quando eu olho para cima, aqueles olhos castanhos dela são intensos, fixados em minhas mãos.

Sim, isso mesmo, esses dedos estavam dentro de você na noite passada. Dê uma olhada longa e dura neles e imagine-os querendo de volta ao seu corpo.

—Eu tenho um jogo hoje à noite se você quiser passar por aqui. — Puxo meus laços apertados, em seguida, começando a trabalhar na outra bota.

—Hoje à noite? — Suas sobrancelhas sobem, surpresa.

—Sim. É apenas um scrimmage8, mas será divertido - frio, mas divertido.

—Uh ... talvez?

—Teddy?

—Hmm?

—Não pense demais, ok?

—Eu não estou! — Ela responde rápido demais, e eu rio, porque ela está totalmente.

—Claro que você não está. — Eu pisco flertando, subindo para a minha altura total.

—Você pode gostar, vindo esta noite, quero dizer.

Eu estou falando sobre o jogo, mas parece que eu quero dizer outra coisa.

—Eu tenho certeza que eu faria.

—É no Anderson Square Park. Cinco horas.

—Tudo certo.

—Você virá?

—Vou pensar sobre isso.

Ela vai vir, eu sei disso. Ela é muito doce para negar.

Assim como ela é legal demais para dizer para a —amiga— para ir se foder.

Eu faço o trabalho rápido de correr para casa, deixando-a na frente do prédio de apartamentos dela. Carranca quando penso no fato de que ela mora em uma unidade no nível do solo.

Lembro de que ainda não trocamos números.

—Quer colocar seu celular no meu celular?

—Hum, claro.

Depois, deixo meu carro no ponto morto para poder vê-la caminhar até o prédio dela. Ela olha para trás por cima do ombro duas vezes, dando-me uma pequena onda hesitante nas duas vezes.

Tão fofa.

***

TEDDY

Kip: Eu tenho uma tarefa para você.

Eu: Eu quero saber o que é isso?

Kip: Provavelmente não. E você provavelmente acha que isso é muito inapropriado.

Eu: Então talvez você não deveria me dizer.

Kip: Ok.

Minutos passam e eu não posso conjurar uma resposta madura. Toalha enrolada em torno do meu corpo, eu me inclino contra o balcão, segurando meu telefone, olhando para a tela. Esperando Kip me mandar uma mensagem de texto novamente.

Ele não mandou.

Eu não aguento.

Eu: tudo bem. O que é isso?

Kip: Você tem que se tocar de forma inadequada.

Eu: O que é que isso quer dizer?

Kip: Você sabe ... se masturbar.

Eu: Você está certo isso não é nada apropriado para dizer a alguém.

E ele me chocou completamente.

Kip: Eu pensei que nós estávamos além do estágio de ser desajeitado um com o outro.

Eu: Não. Definitivamente ainda está nessa fase.

Kip: Bem merda ...

Kip: Você ainda vai vir esta noite ou eu estraguei isso sendo um pervertido?

Eu: Não se preocupe. Eu ainda estou indo.

Quando eu limpo a condensação do espelho do vapor do meu chuveiro, fico no balcão do banheiro, olhando para o meu reflexo.

Considero meus seios.

Ombros.

Estômago.

O pedaço de cabelo aparado entre as minhas pernas.

Sinto-me corar, apesar do rubor do banho quente que acabei de tomar, do peito e do pescoço ficando mais vermelhos a cada segundo que fico aqui, observando-me.

Eu não posso fazer isso.

Eu não posso me tocar.

Bem, eu posso, só não gosto disso.

Exceto... Eu me levanto na ponta dos pés e abro minhas pernas um pouco, inclinando a cabeça para examinar o dano causado pela barba de Kip.

Vermelho, vermelho e vermelho.

Vermelho entre minhas coxas, exatamente como eu sabia que seria.

Dói também.

Por que estou dolorida? Eu não fiz sexo.

Isso é normal?

Eu deveria perguntar ao Google? O que eu procuraria: dor após receber sexo oral? Por que minhas pernas estão tão doloridas depois que um cara caiu em cima de mim? Por que minhas coxas têm ligeiras contusões?

Meu rosto fica quente pensando nisso.

Pensando nele.

A mudança nele, durante a noite, falando comigo como ele quer... mais. Ele não disse isso, mas ele não está olhando para mim da mesma maneira. Ele olha para mim como... se ele estivesse desenvolvendo uma queda por mim. Esta manhã, em sua cozinha, quando ele me olhou de cima a baixo, eu juro que ele queria me levar de volta para cima e... fazer coisas.

Levou tudo que eu não tinha para olhar para a virilha de suas calças para verificar se havia uma ereção.

A coisa toda é tão inquietante para mim. Eu não estou acostumada com a atenção masculina, não estou acostumada com alguém como ele me querendo como algo diferente de um amigo.

A coisa toda revira meu estômago.

Minha mão vai lá, descansando na minha barriga. Pressiona para que eu possa até respirar.

É isso que parece ser borboletas?

Deveria ser ele quem as deu para mim? Isso não é o que eu planejei para mim, ele não é meu tipo, nem perto disso. Quando eu me imagino com um cara, eu o imagino limpo. Bonito. Sem pelos faciais, certamente não alguém com cabelo mais bonito que o meu.

Kip lembra-me vagamente daquele cara Brock, o cara InstaFamous que faz vídeos de si mesmo jogando o cabelo em um coque - mas mais peludo. E menos arrogante e cheio de si mesmo.

Beijá-lo com a barba não foi tão ruim quanto eu pensei que seria, eu tinha pensado sobre isso. Claro, provavelmente poderia usar algum condicionador para torná-lo mais suave, mas apesar de tudo, não o pior.

Se você não contar a erupção nas minhas bochechas.

Meu telefone toca e eu atendo, esperando Kip, coração disparado.

Em vez disso, fico desapontada ao ver que é de um cara em uma das minhas aulas de direito civil, me perseguindo sobre o banquete que o departamento de engenharia está apresentando, um evento que não posso pagar e muito menos contribuir para uma doação.

Eu nem estaria indo se não fosse por este subsídio eles estão me apresentando lá, mas eu ainda tenho que comprar um ingresso.

Quão estúpido é isso?

Tyler: Ei Estamos tentando conseguir um número final de funcionários para a arrecadação de fundos. Você está recebendo um bilhete ou o quê?

Eu: Eu ainda não sei por que eu tenho que comprar um bilhete quando estou lá para receber uma concessão ... LAME

Tyler: Porque é uma arrecadação de fundos, Theodora. O departamento também precisa de dinheiro.

Eu não sei como Tyler descobriu meu nome verdadeiro, mas ele o usa com frequência e isso me deixa louca. Como se fôssemos amigos e ele tivesse o privilégio.

Eu: Eu sei, eu sei, estou realmente quebrada agora. Eu realmente não tenho dinheiro extra para um ingresso, só isso.

Tyler: Você quer que eu a coloque para uma doação, então se você não planeja estar lá para o jantar? Estamos montando cestas para o leilão silencioso.

Eu acabei de dizer que não tinha dinheiro! Por que eu iria querer dar uma doação? Ugh! Ele me perguntou sobre isso não menos que dez vezes e eu disse que não todos e cada um.

Eu: Eu não penso assim. NÃO à doação. Não me ponha para baixo por isso. Haha

Tyler: Mas sim para o jantar?

Eu: Não é como se eu tivesse escolha, não é? Eu vou parecer uma idiota se eu ficar atrás da sala enquanto todo mundo está comendo LOL

Tyler: Um bilhete ou dois?

Eu quero bater minha cabeça contra uma mesa.

Eu: Quanto custam os ingressos? Lembre-me.

Tyler: US $ 25 por um, US $ 35 por um casal

Eu: Hum... Hmm...

Eu mastigo meu lábio inferior, se eu comprar o ingresso de um casal, eu poderia trazer alguém. Um encontro.

Kip vem à mente.

Eu tenho as bolas para pedir-lhe para ser o meu encontro para algo tão importante quanto isso? O que eu diria? Se eu perguntar a ele, ele entenderia errado?

Tenho certeza de que a maioria dos meus amigos do departamento estará trazendo namoradas e eu me sentiria menos consciente se também trouxesse um.

Mas Kip?

Ele não é realmente uma escolha segura. E se ele disser algo fora de cor e me envergonhar? E se ele estivesse comendo e acabar com comida na barba e fica estranho?

Eu nunca o vi em nenhum outro cenário além de uma festa de rúgbi e sua casa.

Estou ficando muito à frente aqui, mas Tyler continua explodindo meu telefone e eu deveria tomar uma decisão.

Eu: acho que vou ficar o ingresso de um casal.

Tyler: Legal.

Sua resposta me irrita, e eu viro meu telefone em cima do balcão e retorno secando meu cabelo. Vou pensar sobre o que fazer mais tarde, talvez o humor me faça perguntar depois da partida de rúgbi dele hoje.

Encarei o espelho, afastando os fios molhados e olhando-me nos olhos.

—Kip, você gostaria de participar de um banquete comigo? — Pergunto ao meu reflexo.

—Assim como amigos. Não seria um encontro real. — Eu corro uma escova no meu cabelo. —Kip, quer ir em uma coisa comigo? Não é nada demais, se você não pode. Tanto faz.

Eu suspiro. Eu sou uma merda nisso.

—Hey Kip, ótimo jogo uh. Então, eu estava pensando, se você não está fazendo nada na próxima sexta-feira, eu tenho essa coisa em que tenho que estar...

Por alguma razão, o pincel está na minha boca como um microfone, como se eu fosse repórter no cenário de uma história. Eu me encolho e coloco no balcão.

Talvez eu deva mandar uma mensagem para ele esta semana. Certamente seria mais fácil. Se eu esperar o tempo suficiente, ele fará planos para sexta-feira e dirá que não, então eu estou fora do gancho.

Mas se eu fizer e ele disser não, ele estará no meu telefone, por escrito, por toda a eternidade, e eu terei que ver isso toda vez que ele me mandar uma mensagem.

Ele não vai dizer não, uma vozinha dentro de mim diz.

Quem eu estou enganando, ele vai dizer sim.

Ele dirá que sim, porque eu tenho uma sorte terrível, e então vou ter que levar o homem de Neandertal para fora em público, sem dúvida ele usará aquelas botas de trabalho horríveis.

Vamos nos divertir, no entanto.

Eu e o Sasquatch.

Eu gemo, sorrio para o espelho e cantarolo.


SEGUNDO SÁBADO (no jogo)


O dia em que eu apenas sento aqui e os vejo jogando suas bolas ao redor.

Teddy

Eu não sou a única garota aqui voando sozinha, mas sou a única aqui sem um cobertor ou uma cadeira.

Por que não pensei em trazer um?

Eu examino a área, procurando por um ponto seco.

Me abaixo até o chão, sentando de pernas cruzadas, de frente para o campo de rúgbi. Procurei entre os corpos por Kip, observando sua forma familiar entre os gigantes.

Eu sei que eles não são tão grandes como ele é, mas deste ponto de vista, eles são todos os Golias. Pernas peludas, meias esportivas altas já manchadas de lama, grama e camisas combinando. Muitos tórax amplos para contar.

E depois...

Ali está ele.

Alongando, torso torcido, suas coxas grossas e bunda são empurrados em minha direção. Mesmo no grupo de homens, ele se destaca com seu ar de presunção enquanto se move para se tornar flexível.

Kip tem aquela mecha de cabelo puxada para cima, torcida no alto da cabeça, e está usando uma faixa de cabeça, junto com um elástico na barba também, e isso faz meus lábios se curvarem.

Que diabos é aquilo?

Eu continuo a estudá-lo.

O protetor de boca, ele acabou de encaixar nos dentes. As chuteiras azuis brilhantes cavando no chão. A faixa em volta do bíceps dele com a letra C nela. Eu não sabia que ele era o capitão do time - então, novamente, eu nunca perguntei a ele sobre isso.

—Quem você está aqui para ver? — Uma voz pergunta atrás de mim, me assustando para fora do meu escrutínio. Eu viro ao redor. Duas garotas estão com cobertores xadrez de Iowa em seus braços, olhando para mim com curiosidade.

—Nós nunca vimos você aqui antes, — diz uma delas. Ela tem cabelos morenos e um sorriso agradável, e em sua mão direita ela está segurando uma xícara de café.

—Mas percebi que desde que você estava aqui sozinha, você deve estar namorando um dos caras e não apenas perseguindo o atleta. — Eu coro apesar do frio.

—Oh, hum, sou amiga de Kip Carmichael. Ele, uh, me convidou.

—Kip Carmichael... te convidou. — É mais uma declaração do que uma pergunta, e quatro sobrancelhas se levantam. Eu me apresso a explicar.

—Somos amigos.

—Amigos. O que quer que você diga ... — aquela com cabelo preto canta canções.

—Se importa se nos sentarmos com você? Nós podemos te contar todas as regras do jogo. — Eu gemo. Mais regras.

—Eu sou Renée, — diz a morena.

—E esta é Miranda. Estou namorando Brian Freeman, ele é o número quatro. — Ela aponta uma unha roxa em direção ao campo.

—E Miranda está noiva do número treze, Thomas Dennison.

Noiva? Uau.

Miranda estende a mão, mostrando a pequena pedra em seu dedo anelar esquerdo.

—Apenas quatrocentos e noventa e sete dias mais! — Ela grita, espalhando o cobertor e sentando-se ao meu lado.

—Quer compartilhar? O chão está tão frio. Você achou que haveria arquibancadas? —

—Mais ou menos? —

—Normalmente existem, mas isso é apenas um Scrimmage, então eles não estão jogando em um campo real. Isso é mais, por diversão.

—Mais como um jogo de exibição, — explica Renée. Miranda move a mão dela de um lado para o outro, admirando seu anel de noivado.

—Nós sempre temos que sentar aqui e esperar que eles não se machuquem durante um desses jogos.

—O que acontece se eles se machucarem? —

—Bem, — Miranda começa. —Por um lado, eles não podem jogar obviamente, e dois, alguns desses caras querem jogar no exterior. Você sabe, na Inglaterra ou em qualquer lugar.

—É muito popular na Inglaterra, — explica Renée.

—Mais do que aqui. Ninguém dá uma porcaria sobre isso aqui.

—Seus namorados querem jogar depois da faculdade? — Miranda toma um gole do que quer que esteja em sua xícara de café. —Thomas não, mesmo que eu gostaria que ele se motivasse alô! Inglaterra, eu adoraria morar lá, mas Thomas não. Mas eu acho que o idiota do Steven planeja pelo menos tentar. E número dois, ele é muito bom.

Eu nunca na minha vida ouvi uma mulher ligar para alguém antes.

—Aposto que Kip poderia se ele quisesse. Ele é bom, mas ele é incrível. Os jogadores profissionais são todos super enormes.

Super enorme.

Sim, ele é.

Alto. Amplo. Grande.

Em toda parte.

Eu tento o meu melhor para não pensar em seu pau, mas é impossível, especialmente considerando que ele está a 30 metros na minha frente, usando shorts de compressão de spandex, o contorno da alça de seu atleta deixando nada para a imaginação.

Como se ele soubesse que estamos assistindo, ele se ajusta, agachando-se por alguns segundos e desloca seu pênis dentro do copo antes de retomar seus alongamentos.

Sim. Seu pau é grande, tudo bem, assim como o resto dele, e eu fiquei bem legal ontem à noite antes dele cair em cima de mim.

Minhas coxas doloridas são prova disso.

—Então você é amiga de Kip, hein? Ele nunca tem gente vindo para os jogos. — Miranda o observa comigo, mexendo na borda da xícara.

—Embora uma vez, acho que ele teve uma irmã que apareceu, porque eles foram embora depois.

—Como você sabe que era sua irmã? — Renée quer saber.

—Ela era alta. Além disso, o mesmo cabelo. — Miranda ri.

—Deus, não é simplesmente horrível? Se Thomas parecesse assim, eu terminaria com ele. — Ela dá uma sacudida no cabelo escuro, abaixa o copo e ajusta o lenço enrolado em volta do pescoço bonito.

—Eu me pergunto como seria dormir com um cara que tivesse cabelos mais compridos que o meu.

—Uh estranho? — Renée diz.

—Tão nojento. Tipo, corte isso.

Eu não diria que foi estranho. Eu diria que era diferente, não que tivéssemos relações sexuais ou algo assim, mas dormimos juntos e ele parou. Não estava deitado solto em volta dos ombros dele, e, pensando nisso, eu realmente já vi isso?

Talvez apenas enquanto ele estava refazendo seu coque de homem.

Miranda olha para Kip novamente, pensando.

—Eu me lembro de Molly nossa amiga que costumava sair com um desses caras, disse que Kip nem sempre usava a barba e era meio que quente.

—Bem, ele não está quente agora. — Renée ri. —Sem ofensa.

Eu percebo que não lhe disse meu nome.

—Oh meu Deus, duh, eu sou Teddy.

—Teddy? Eu amo isso! —Renée chora.

—É tão legal!

—Oh meu Deus, eu também! — Miranda jorra. —Você não ama nomes masculinos apenas para mulheres? Eles são meus favoritos. Na verdade, quando Thomas e eu tivermos bebês, estou com dez filhos minhas garotas vão ter nomes de garotos. Frankie, Georgie, Max ...

—Teddy? — Eu joguei fora.

—Oh, eu estou definitivamente adicionando isso para a lista curta. — Ela pega sua xícara novamente.

—Você quer um gole? É chocolate quente.

—Não, obrigado.

Eu não posso acreditar no quão amigáveis essas garotas são. Elas não são nada como Cameron e Tessa, e são definitivamente mais amigáveis do que Mariah, que nunca teria feito amizade com um estranho em um evento esportivo, a menos que fosse um cara.

—Eu não acho que eu já vi você na casa de rúgbi antes, — me arrisco com cautela.

Renée faz uma careta.

—Isso é porque nós não andamos por aí. Não é nada além de maria chuteiras e interesseiras, eu não deixarei Brian festejar lá sem mim mais.

—Certo, — Miranda concorda.

—Além disso, a casa é tão suja. Ninguém limpa isso.

—E você? — Renée pergunta.

—Você vai lá?

Eu ri.

—Ugh, é onde eu conheci Kip. Ele me pegou no barril, servindo cerveja para as pessoas e eu não sei. Nós nos tornamos amigos de uma maneira estranha.

—Meio estranho? O que você quer dizer? — Miranda inclina a cabeça, interessada.

—Você sabe, nós estamos saindo em sua casa, e apenas... é diferente. Ele não dá a mínima para o que alguém pensa, e ele é meio rude, e às vezes eu sou tímida, então somos opostos desse jeito. Além disso, eu não acho que gostaria dele por causa da barba toda. Foi realmente desanimador no começo, mas ... ele cresceu em mim.

Cresceu, um eufemismo se alguma vez houve um.

—E vocês são apenas amigos?

—Quero dizer... sim?

—Por que o ponto de interrogação no final? — Renée se inclina.

—Você gosta dele?

—Eu devo?

—Ele gosta de você?

Ele gosta do meu corpo, eu não consigo me impedir de pensar.

—Merda, ele te viu! Aja naturalmente. — Miranda me cutuca na caixa torácica.

—Não olhe para ele!

Eu olho.

Ela me bate de novo.

—Eu disse não olhe para ele.

—Por quê? Por que não posso olhar?

—Cara 101, é por isso! Se ele ver você assistindo, ele vai pensar que você não tem uma vida e você veio aqui para vê-lo.

Isso não faz sentido.

Nenhum.

Em absoluto.

—Mas estou assistindo. É exatamente por isso que estou aqui, para vê-lo. — Parece que estou me defendendo, mas há risadas na minha voz.

Estou me divertindo com essas duas - mais divertido do que eu tive com Mariah em muito, muito tempo.

—Miranda, dê um tempo a ela. — Renée ri. —Ok, ele não está mais olhando aqui. Você pode relaxar.

Como isso vai acontecer.

—Posso vê-lo quando o jogo começar?

—É chamado de um jogo e sim, você pode assisti-lo quando ele começa, o que está em... — ela verifica o telefone

. —.. menos de dez minutos. Eles geralmente tentam começar a tempo.

—Espero que eles terminem cedo, estou congelando, e Thomas vai me levar para jantar.

—Falando em congelamento, — eu começo com cuidado.

—Eu estava no Kip ontem à noite e ele não tinha calor. Foi terrível.

Estou desesperada para discutir o que aconteceu com alguém que não vai ter um ângulo, como Mariah, que me informaria sobre Kip, não para mim, mas para si mesma.

Eu percebi nos últimos finais de semana que ela não tem meus melhores interesses no coração, não como uma melhor amiga deveria, e provavelmente é hora de me distanciar dela.

—Você estava no lugar de Kip e não tinha calor. Interessanteeee. — Miranda balança as sobrancelhas.

—Então, o que você fez para se aquecer?

Mais sobrancelhas se mexem.

—Nós... — eu hesito. Eu nunca me envolvi em conversa com garotas como essa antes, fofocando sobre meus próprios relacionamentos, porque eu nunca tive nenhuma fofoca sobre isso. Eu testo as águas.

—Aconchegamos.

—Você se aconchegou. — Nenhuma das duais pareceram impressionadas com a minha resposta.

Eu aceno, mordendo meu lábio inferior antes de abrir um sorriso.

—Este aconchego incluiu qualquer troca de fluido corporal? — Miranda maliciosamente sorri sobre a borda de sua xícara.

—Miranda! Isso é particular! — Renée a repreende. Então ela se vira para mim. —Mas foi isso?

Eu não tenho certeza do que elas querem dizer com isso exatamente, mas...

—Alguns, eu acho?

—Você fez isso? — Miranda não tem filtro. Ou limites.

—Não! Nada como isso.

—Oh. — Ela está claramente desapontada.

—Mas ele caiu... — Eu aponto para as minhas pernas.

—Lá.

—Pare agora mesmo! Ele caiu em você? Como foi com isso, você sabe, a barba?

Ha! Eu sabia que as meninas eram obcecadas com barba e oral.

—Deixe-me colocar desta maneira: eu estou andando torto e o interior das minhas coxas está irritada devido a barba. — Eu me inclino para trás, me apoiando com as duas mãos sobre o cobertor, sentindo me presunçosa por ter impressionado essas meninas.

—Oh. Meu. Deus! Você teve orgasmo mais de uma vez? — Miranda paira no meu espaço pessoal.

Eu me sento.

—Você pode fazer isso?

—Você está falando sério agora? Sim, você pode ter mais de um orgasmo. Uma vez, Thomas me deu três, dois de me comer, e então ele me fodeu por trás. Meu Deus, eu estava exausta.

—Miranda! — Renée está horrorizada.

—Que diabos? Muita informação!

Miranda revira os olhos.

—Acalme se, eu já te disse tudo isso.

—Mas nós acabamos de conhecer a Teddy, tipo, cinco minutos atrás, — Renée diz.

—Dê a ela um minuto para nos conhecer antes de assustá-la. Facilidade para isso, Jesus!

—Teddy não vai a lugar nenhum, não é Teddy? — Ela me dá um tapinha no ombro. —Ela vai ser uma de nós, eu posso dizer. — Miranda pisca flertando.

—Eu não disse que estávamos namorando, pessoal, — apresso-me a salientar. —Eu posso não voltar.

—Ainda não, mas Kip olhou para você pelo menos uma dúzia de vezes nos últimos três minutos, então eu diria que você está indo para lá, especialmente se ele pediu para você estar aqui em primeiro lugar. E desceu sobre você na noite passada.

—Você deu a ele uma chupada? — Renée diz, e Miranda solta uma gargalhada.

—Você apenas gritou comigo por ficar muito pessoal, sua hipócrita.

Renée cobre a boca com as mãos, rindo. —Desculpe, acabou de sair. Teddy, você não precisa responder isso.

—Sim, ela tem, — Miranda repreende. —Brincadeira, só se você quiser.

—Eu... não fiz. Eu deveria ter?

—Ele queria você?

—Ele não disse.

—Ele não pediu um boquete? — As sobrancelhas de Miranda estão em seu couro cabeludo.

—Droga, você tem um unicórnio.

—O que você quer dizer?

—Ele te deu oral sem querer em troca? Esse é um verdadeiro achado, minha amiga. Thomas sempre quer um beijo depois que ele cai sobre mim, a menos que eu o deixe me bater.

—Hum, eu não o deixei, uh... me bater, mas... nós fizemos a seco primeiro. Isso conta?

—Você fodeu a seco primeiro? Isso é tão quente.

—Eu me lembro de quando Brian e eu costumávamos foder a seco o tempo todo. — Renée lembra-se melancolicamente, olhando para a linha de árvores na parte de trás do parque.

—Vou fazer isso para ele hoje à noite. Eu vou tentar fazê-lo entrar em sua boxer pelo amor dos velhos tempos.

—Como quando nós estávamos no ensino médio eu sempre tive medo de engravidar, então eu só deixava meu namorado me foder a seco, através das minhas roupas. Deus, eu era tão puritana.

—Não é pudico, é sexy.

—Certo, mas você sabe o quanto atrito está envolvido? Cara. Tanto atrito.

Essas garotas são demais.

Deito-me no cobertor, rindo para o céu, e elas se juntam a mim até ouvirmos um apito soprando, três explosões curtas.

—Opa! A partida está começando. — Eu dou um tapinha na coxa.

—Preste atenção, e nós vamos falar sobre isso para que você saiba o que está acontecendo. Parece futebol, mas as regras são completamente diferentes.

—São principalmente caras que gostam de se empilhar, sujarem-se, socar um ao outro na cara e depois irem beber, — brinca Renée.

Pela primeira vez, Miranda está séria. —Pare com isso, você sabe que isso não é verdade. O rúgbi é um esforço físico real em seus corpos. Veja? Eles só tocaram trinta segundos e aquele cara já está mancando.

—Esse cara é uma boceta, — Renée murmura baixinho sobre o jogador adversário mancando para a linha lateral. Ele é substituído rapidamente por outro gigante. —E essa pilha é chamada de scrums9. Faz parte do jogo.

Eu aceno, embora eu não entenda.

Alguns dos caras estão usando capacetes, a maioria deles não está. Eles estão todos vestindo protetores bucais, suas camisas todas manchadas. Todos e cada um deles tem hematomas, cortes e arranhões.

Eu não tinha notado eles em Kip antes, mas eu estou percebendo-o agora. A contusão escura na coxa que eu não vi no escuro. Um corte na testa, bem na linha do cabelo.

—Quanto tempo essas coisas duram? — Eu pergunto.

—Oitenta minutos. Duas metades.

—Basicamente uma eternidade, a menos que eles estejam enfrentando alguém realmente bom, como Penn State ou Notre Dame.

Notre Dame.

—Oo! Assista, assista, observe, Thomas está prestes a ser espancado. Ugh, por que ele faz merda assim?

—Fazer merda como o quê? — Eu pergunto.

—O que ele fez?

—Ele sempre tem que estar no meio desses scrums estúpidos ele vai se machucar novamente.

Os jogadores de ambas as equipes estão amontoados no meio do campo, e parece uma briga gigante de bar, enquanto cada homem luta para ganhar o controle da bola.

—Quem inventou isso? Parece horrível. — Minha voz soa aturdida enquanto vejo homens pularem em cima de cada um, jogando cotovelos, ombros e mãos.

—Jesus, onde estão os árbitros?

—Certo? Brian passa o dia seguinte inteiro depois de um deles reclamando, se derramando pra eu curar feridas sangrentas. — Ela sorri.

—Eu acho que ele se sente muito masculino jogando este jogo estúpido, como um gladiador ou algo assim.

Eu posso ver isso, sem preenchimento, sem capacetes rígidos, nada para impedi-los de ficar gravemente feridos.

Shorts de spandex.

Perfeitas bundas e costas tonificadas. Coxas grossas. Braços musculares.

É difícil não olhar, difícil não perceber os quão duros e bons são esses corpos.

Eles são duros. Eles estão sujos.

Alguns deles são tão cabeludos quanto Kip, mas não muitos.

Eu treino meus olhos nele enquanto ele mergulha para atacar um oponente, com os calcanhares cavando o chão para a tração.

—Qual é a posição dele? Volta completa? Linebacker?

—Você está confundindo o rúgbi com futebol e futebol Americano. — Miranda ri.

—Kip é uma cabeça solta porque ele é maior e mais pesado. Eles não o colocariam nas costas, eles precisam dele na frente.

—Não que ele fique lá. — Renée sorri.

—Ele é um arrogante de bola.

Isso não me surpreende.

—Então, qual é o trabalho dele?

—Bem... hmm. —Miranda pensa.

—Ele levanta os caras no scrum, aquela pilha gigante que acabamos de ver. Ele é mau, as pessoas gostam de um selvagem, ele empurra os caras para fora do caminho.

Renée acena ao longo de seu acordo.

—Sim. Isso resume tudo, mas se você realmente quiser descobrir mais, pesquise no Google.

Eu vou. Com certeza.

O jogo se arrasta, o chão implacavelmente frio. Fico aliviada quando o apito final é dado e o árbitro chama o jogo a nosso favor. As meninas fazem as malas para sair e eu me levanto junto com elas desde que não trouxe nada.

—Venha conosco e diga oi para Kip. — Renée tem o cobertor dobrado sobre o braço e puxa minha jaqueta com a mão livre.

—Não, tudo bem. Vocês vão, eu só vou... eu vou.

—Por quê? Ele ficará feliz em te ver.

—Eu não. Vou me sentir estranha. Não estamos namorando nem nada.

Apressar os meninos depois do jogo parece uma coisa de namorada para fazer, e eu sei que não estou perto desse nível com Kip.

—Tem certeza?

—Sim, tenho certeza. — Ele provavelmente não notará quando eu não aparecer ao lado delas.

As duas garotas correm para jorrar sobre seus namorados e parabenizá-los pela vitória, abraçando-os e beijando-os por inteiro. Eu dou a Kip uma última olhada antes de virar as costas ele está inclinado sobre o banco, desamarrando um grampo, perfeito traseiro no ar, meias pretas destacando suas panturrilhas ridículas.

Eu suspiro, caminhando em direção ao carro que peguei emprestado de Tessa para chegar aqui, o Camry bege, ela tem sido doce o suficiente para me emprestar de vez em quando para tornar minha vida mais fácil.

Levará mais alguns anos até que eu possa economizar o suficiente para comprar um carro.

—Teddy! Espere.

Eu paro na voz de Kip, ao som de seus chutadores clicando na calçada em minha direção.

—Aonde você vai?

Eu olho para ele e para baixo.

—Como você está tão sujo? — São as primeiras palavras que saem da minha boca como cumprimentos, porque, honestamente, ele está imundo. Positivamente coberto de sujeira e fuligem.

—Não está nem chovendo, como você está coberto de lama?

Esses ombros gigantes dão de ombros.

—Não sei.

Ele parece um guerreiro viking, alto, imponente e loiro. Barba atada com esse elástico, por isso está fora do seu caminho, cabelo caindo por todo o maldito lugar.

Ele é um viking que acabou de lutar em uma camisa amarela e preta.

Os pés se afastam, ele está respirando pesadamente e me olhando sob as lâmpadas de rua agora iluminadas. Nós estamos aqui há tanto tempo que escurece, o estacionamento começa a esvaziar enquanto os jogadores e espectadores voltam para casa.

—Então... onde você está indo? — Ele pergunta de novo, com as mãos subindo por trás da cabeça. Bíceps contraindo.

—Casa?

—Por quê?

Uh. A casa não era a resposta certa?

—Eu tenho que devolver o carro de Tessa, mas, eu quero dizer, eu não tenho planos de fazer nada.

—Você não está vindo?

Ele quer que eu venha? Ele me viu ontem à noite e esta manhã, não é suficiente?

—Eu não sabia que você queria que eu fosse.

—Eu também não tenho planos.

—Claro que não, não é sexta à noite. — Eu me vejo piscando para ele flertando.

—Nós poderíamos ir ver um filme. — Suas pernas ainda estão separadas, o ar frio fazendo com que sua respiração e a minha expelisse em um fluxo lento de vapor.

—Depois do jogo que você acabou de jogar? Você deve estar cansado. — E bater, se o sangue em sua camisa é qualquer indicação, o arranhão em seu joelho e o corte em seu lábio ...

Jesus, ele parece um inferno.

Como um bruto total.

E eu meio que gosto disso.

—Ou poderíamos pedir uma pizza, congelar a minha perna e ficar sentado sem fazer nada, — ele oferece, com as mãos ainda entrelaçadas atrás da cabeça. Ele faz seu peito parecer mais largo e mais duro, malha Jersey esticada ensinada através dele.

Porra, ele está em boa forma.

—Isso é o que eu costumo fazer, — ele continua.

—Poderíamos.

Seus braços caem, mãos caindo para os lados, resolvendo o assunto.

—Eu vou segui-la para que você possa deixar o carro de Tessa e levá-la para minha casa.

Ele diz isso casualmente, como se fosse assim tão fácil, como fizemos um milhão de vezes antes.

—Tudo bem.

—Legal. —

Legal.


SEGUNDO SÁBADO (depois do jogo)

Continue. Toque isso.

Kip

Algo está na mente de Teddy, eu posso dizer pelo jeito que ela continua olhando para mim. Olhares pequenos, rápidos e furtivos quando ela pensa que eu não estou olhando para ela.

Ela está corada desde que chegamos à minha casa, uma bola de energia nervosa que não consigo descobrir.

Não é como se ela não estivesse aqui antes.

Não é como se eu não tivesse tocado seus seios ou tivesse minha língua na boceta dela.

Eu coloco uma bolsa de gelo no meu joelho inchado ao mesmo tempo em que meus olhos caem para seus seios. Sua barriga lisa. Pernas dobradas ordenadamente debaixo de sua bunda enquanto ela se senta ao meu lado no chão da sala.

Ela se move naquele momento, desenrolando-se e se esticando, mexendo os dedos dos pés quando os estende na frente dela. As unhas são pintadas de um rosa muito brilhante.

—Dedos do pé agradáveis.

Ela agita-os novamente.

—Obrigada.

Dedos agradáveis. Peitos agradáveis. Gosto... tudo.

É uma pena que estava escuro quando eu a chupei ontem à noite; eu estou morrendo de vontade de vê-la nua, morrendo de vontade de vê-la se espalhar na minha cama novamente. Eu quero ouvi-la gemer e senti-la agarrando meu cabelo.

Nós comemos uma pizza inteira há mais de duas horas, e nenhum de nós está assistindo o filme que selecionamos, alguma comédia sobre alguns caras que jogam blá blá blá que não damos a mínima.

—Devemos assistir a outra coisa? — Eu ofereço, entediado.

—Não. Está ficando tarde.

Isto é.

Eu ligo meu telefone para verificar a hora: 12:29 AM.

—Eu deveria ir, — Teddy diz hesitante, brincando com a bainha em sua camiseta básica cinza.

—Ou... você poderia passar a noite. — Eu lanço um sorriso preguiçoso.

—O forno está consertado. — Significado: nenhum de nós congelará se ficarmos nus.

Ela faz uma pausa.

—É certeza, não é?

—Sim. Fiz tudo sozinho, lembra?

—Tão acessível, — ela brinca.

—Em uma escala de um a dez, quão dolorido você está?

Eu considero a questão.

—Cinco.

Quinze, mas eu não digo isso a ela. Eu não quero que ela seja gentil comigo, no caso de ela decidir ficar comigo mais tarde.

—Apenas cinco? — A dúvida está escrita em todo o seu lindo rosto. —Por que eu não acredito em você?

—Porque sou um mentiroso talentoso. Além disso, a barba esconde a maior parte da minha expressão. — Eu sorrio ferozmente.

—Você não acha que eu deveria ir?

—Só se você quiser. — Eu dou-lhe uma cutucada com meu dedão do pé.

—O que você quer que eu faça?

Oh merda, ela vai me fazer dizer isso. Por que as garotas fazem isso? Ela não entende que dizendo que poderia passar a noite, eu estou dizendo a ela que eu quero que ela passe a noite? Ela precisa de mim para soletrar para ela, agora também?

Ugh. Foda-me

—Eu quero que você fique. E eu não quero você dormindo no quarto de hóspedes. Eu quero você dormindo comigo. Debaixo de mim. Sobre mim. Lateralmente.

—Você me quer de conchinha também?

Eu quero fazer mais do que uma conchinha com ela.

Eu percebo que Teddy é virgem, mas isso não me impede de querer ela.

Ela é uma companhia incrível. Ela é doce, bonita e inteligente. Ela tem um coração gentil e uma bunda grande, e quem pode vencer tudo isso?

—Sim.

—Eu não tenho pijama.

Tenho certeza de que minhas narinas se incendiaram naquele momento. O fato de ela não ter nada para dormir me excita.

Eu sorrio.

—Eu também.

—Você está mesmo cansado?

O que isso tem a ver com a hora de dormir? —Na verdade, sim.

Embora agora eu queira como o inferno que eu não estivesse.

—Eu também.

Eu levanto, então, ofereço minha mão para ajudá-la. Planto um beijo no topo da cabeça dela e... a levo pela porra da mão.

Jesus.

Tão doméstico.

Eu a deixo liderar o caminho até as escadas, o olhar descansando em seu rabo apertado e o balanço de seus quadris.

Fazemos um trabalho rápido de escovar os dentes, Teddy lava o rosto, usa o banheiro.

Então, quando estamos de pé ao lado da cama e ela está completamente vestida, de repente é tão estranho e a única coisa a fazer é ajudá-la a sair delas. Porque sou um cavalheiro e é isso que fazemos.

A camiseta vem em primeiro lugar.

Eu a levanto sobre a cabeça dela, deixando-a cair no chão.

—Está tudo bem?

—Sim, — ela sussurra.

As luzes estão acesas, então eu posso ver cada centímetro de sua pele. Seus seios altos no sutiã de algodão branco que ela está usando. Nada de renda, nada muito sexy. Apenas Teddy.

Deixo o sutiã, e juntos vamos para o cós de suas leggings pretas.

Empurro-os para baixo, sobre os quadris, até que ela consiga sair delas.

Calcinha de algodão branca e prática.

Sem tanga. Sem calça. Sem calcinha.

Doce.

Sensível.

Ela se vira e vai para a cama. Rasteja para o centro e se enterra embaixo das cobertas. Puxa até o queixo, apenas os ombros e as alças do sutiã visíveis.

Isso me faz querer escavar debaixo dos cobertores e fazer merda suja e desagradável com ela.

Deixo a lâmpada de cabeceira acesa.

Subo

Deito de costas, braços atrás da cabeça, olhando para o teto.

—Obrigado por vir hoje. — E mais tarde.

—Obrigado por me convidar. Foi muito educado, com certeza.

Eu rolo para encará-la.

—Você se divertiu?

—Sim, eu conheci Renée e Miranda.

Quem?

—Quem são elas?

—Hum, namoradas de Brian e Thomas.

—Oh, essas duas. Sim, elas são decentes. Eu as vejo muito por aí. Elas vêm para quase todos os jogos, mesmo os de longe.

—Mesmo?

—Sim.

—Bem, elas foram muito prestativas, dizendo-me as regras, eu não sabia como o jogo era jogado.

—Mas foi divertido?

—Isso foi. Muito sangue, no entanto, o que achei estranho.

Eu rio, rindo profundamente no meu peito. —Isso é o que eu amo sobre isso.

Teddy revira os olhos, mudando de lado para me encarar e imitando minha pose.

Estamos a centímetros de distância agora, seu decote é uma coisa linda, gorda e bem ali na porra da minha cara. Eu quero arrastar um dedo entre os seios, mas não tenho coragem.

Em vez disso, Teddy me surpreende, arrastando um dedo entre o meu peitoral, correndo a ponta do meu abdômen plano em um caminho claro para a minha trilha feliz.

Isso faz meu pau se contorcer.

Eu dou a ela um sorriso preguiçoso e deixo ela me tocar.

Está me matando deitar aqui, inabalável, apenas observando-a.

—Você... — ela começa timidamente.

—Você é linda.

—Então é você.

Teddy abaixa a cabeça, corando para o vale dos seios dela.

—Não, eu não sou.

—Sim, você é. — Eu a alcanço então, a mão em sua cintura sob as cobertas.

—Você é linda.

Eu nunca diria isso a alguém, a menos que eu quisesse dizer.

—Eu não posso acreditar que estou deitada aqui sem usar nenhuma roupa. — Ela ri nervosamente. —Isso é tão diferente de mim.

—É?

—Sim.

—Você quer colocar suas roupas de volta?

Outra risada.

—Não.

Bom.

—Eu quero... — Teddy limpa a garganta. —Eu quero que você me beije.

Então eu faço.

Nós gravitamos em direção um ao outro, nossos lábios se encontram suavemente, e eu estou consciente do fato de que meu bigode descuidado me impede parcialmente de sentir sua boca.

Eu aparei minha barba de volta esta tarde, mas ainda é muito longa, tornando impossível para Teddy acariciar a pele no meu queixo, meu pescoço.

Sendo um dos pontos sensíveis que eu costumava amar ter chupado e beliscado por lábios delicados.

Nossas bocas se abrem e se fundem, línguas se tocando, lentamente a princípio, depois famintas à medida que a ereção cresce em meus boxers.

—Vamos fazer sexo a seco de novo? — Ela sorri.

—Você quer?

—Eu não sei, mas eu não acho que estou pronta para fazer sexo com você.

—Você não precisa fazer sexo comigo, não é por isso que eu queria que você passasse a noite. Eu só queria passar a noite com você. Isso é tudo.

Porque talvez eu esteja finalmente cansado de ficar sozinho a maior parte do tempo.

Talvez seja hora de deixar alguém entrar, alguém que eu não sabia que precisava até conhecer Teddy.

Engraçado como o universo funciona, não é? A merda cai em você quando você está olhando para o céu, imaginando o que fazer com sua vida, e às vezes é exatamente o que você precisa, quando precisa.

Teddy é essa coisa que eu precisava.

—Eu acho que quero... — Sua voz corta. —Eu não sei nem dizer isso. É tão embaraçoso.

—O quê? Você pode me dizer.

—Eu nunca dei um boquete antes.

Com licença, o que?

—Sou todos ouvidos.

A risada em erupção de sua barriga tem borboletas dançando nas minhas.

—Você quer parar com isso? Eu estou nervosa. Quer dizer, eu quero, eu simplesmente não sei como.

—Uh... todo mundo sabe como. — Você coloca na boca, de preferência a coisa toda e chupa. Obviamente eu não digo isso em voz alta, eu não quero que ela pense que eu sou um idiota completo, mas o quão difícil pode ser, cara?

—Eu não acho que haja tal coisa como um boquete ruim, a menos que você morda.

—O quê!

—Eu não acho que exista algo tão ruim....

—Não, eu ouvi muito bem. Eu simplesmente não posso acreditar que você disse isso. Você já ouviu falar de um cara recebendo o seu... você sabe... mordido?

—Não. Graças a Deus. — Jesus Cristo. Eu não quero imaginar os dentes de alguém mordendo meu pau e nunca deveria ter dito nada. O visual me faz estremecer.

—Não aos dentes.

—Mas e se ele não se encaixar corretamente, como se ele fosse grande demais e eu não pudesse evitar raspá-lo com meus dentes?

—Acho que vamos ter que ver, não vamos?

Isso a faz corar forte, e agora eu sou bom e duro, com o pau latejando de antecipação.

Espero que ela se mova primeiro, deitado imóvel, sem querer assustá-la.

Segundos se passam antes que ela decida a ir em frente, descascando o cobertor que cobre minha cintura. Olhos na minha ereção, tentando estudá-lo antes de ir para a matança.

A ponta do dedo arrastando ao longo do elástico da minha cueca boxer.

Arrastando-os para baixo o suficiente para expor a ponta do meu pau. Pincela com o polegar, circulando o pequeno buraco no topo.

Oh Jesus, ela vai me matar lentamente.

—Eu acho que isso pode ser a minha parte favorita.

—Qual parte?

—Isso. — A ponta de seus dedos indicadores lustra a ponta, espalhando o líquido claro que apareceu.

—A cabeça. É... sexy.

Uh huh.

—Às vezes, quando estou deitada na cama à noite, assisto a pequenos filmes de pornografia, sabe o que quero dizer? — Seu dedo me provoca.

—E uma vez eu vi esse casal fazendo isso, e nunca colocou tudo.

Oh meu Deus.

—Eu acho que quero fazer isso.

Sim, estamos totalmente fazendo isso. Vamos jogar um pequeno jogo apenas com a dica.

—Parece que é bom.

Porra, sim, seria bom.

Teddy olha para o meu rosto, e percebo que não falo uma única palavra desde que ela começou a tocar meu pau.

—Isso parece bem? Você parece...

—Sim. — Minha respiração engata quando ela conecta seu polegar e indicador, algemando a cabeça do meu pau. Desliza de forma lenta para cima e para baixo.

—Eu poderia fazer isso a noite toda, — ela reflete preguiçosamente.

Por favor não, vou morrer se você fizer. As ondas de prazer daquele movimento singular e minúsculo certamente me matariam lentamente. Meus boxers são empurrados para mais longe, e eu levanto meus quadris para que ela possa deslizá-los até o fim. Tiro quando eles batem meus tornozelos, voando em direção a quem dá a mínima. Depois disso, Teddy não fala, apenas fazendo sons no fundo da garganta. Soa como apreciação e prazer, os mesmos que estou fazendo, porque não tenho mais autocontrole.

Ambas minhas mãos se agarram ao travesseiro embaixo da minha cabeça, agarrando-o enquanto Teddy brinca com meu pau e minhas bolas, e eu estou tão duro que quero vir agora. Não vai demorar muito quando, se ela finalmente me colocar em sua boca. Será o menor boquete do mundo, terminado em poucos minutos, eu sei disso. Meus quadris balançam quando ela lambe, testando a sensação disso em sua língua. Eu sopro um pouco de respiração reprimida, meus pulmões se contraindo mais rapidamente a cada segundo. Parece que não consigo recuperar o fôlego. Eu pareço que estou... Prestando atenção nela.

—Chupe. Deus, por favor coloque na sua boca. Por favor. — Novidade no jogo, mas ainda uma mulher com artimanhas, Teddy ergue uma sobrancelha, um ar de triunfo em seu rosto. Ela sabe que está no controle e gosta disso.

—Você quer que eu chupe? —

—Sim.

—Você quer que eu ... coloque isso na minha boca? — Ela lambe novamente.

Minha boca forma a palavra sim, mas nenhum som realmente sai dos meus lábios.

Minhas bolas pulsam.

Meu peito queima.

E quando ela pega meu pau e coloca entre os lábios, todo o meu corpo se aperta pelo prazer disso.

Jesus, faz tanto tempo desde que alguém me chupou, eu quase esqueci o quão bom é. O quanto eu aprecio a visão da cabeça de uma mulher na minha pélvis e a visão de apenas o topo de sua cabeça enquanto ela balança para cima e para baixo.

Meus dedos seguram o travesseiro com mais força, então eu não pego o cabelo de Teddy e puxo-o um pouco como eu quero - isso pode assustar a merda dela - ou empurro a cabeça dela para baixo, então eu empalei sua boca.

Boca.

Mão.

Lábios.

Língua.

Todos trabalhando juntos e, porra, se não é perfeito.

***

—Kip?

—Hmm? — Eu traço o umbigo com o dedo indicador, girando e girando e girando. O mesmo umbigo que eu lambi com a minha língua uma hora atrás antes de espalhar as pernas e comê-la.

Mmm mmm bom. Minha nova refeição favorita.

—Havia algo que eu queria te perguntar, sinta-se à vontade para dizer não.

—Isso não é exatamente um endosso de toque desta coisa, é?

—Desculpa. Eu não sou boa em pedir favores às pessoas.

Favores.

Eu me preparo, esperando que ela queira o que todas as garotas antes dela queriam: Kip, querido, posso pegar emprestado algum dinheiro? Kip, você pode nos conseguir ingressos para um show? Kip, podemos ir a St. Bart's para as férias de primavera e ficar na casa de praia dos seus pais?

—O que? — Sai cortado e mais curto do que eu planejei, mas droga, eu gostaria que ela tivesse cuspido o pedido para que eu pudesse dizer não, empurrá-la para fora da minha cama e nunca mais a ver.

—Eu tenho este jantar, um banquete no próximo final de semana, e, hum ... estou recebendo essa concessão que eu estava falando?

Os músculos rígidos do meu corpo relaxam uma fração.

—Sim?

—Eu estava me perguntando se você queria vir comigo. — Teddy limpa a garganta. —Eu comprei dois ingressos.

Ela comprou dois ingressos.

Eu torço meu torso, puxando-a para mim. Alívio inundando meu corpo.

—Você quer que eu seja o seu encontro para um banquete?

—É uma arrecadação de fundos para o departamento de engenharia, mas... quero dizer, sim, só se você não estiver fazendo nada no sábado à noite.

Eu tenho uma partida naquele dia, mas é cedo, e eu tenho muito tempo para levá-la para um banquete.

—Eu estou livre sábado à noite.

—Então você pode ir?

—Eu posso ir. — Na verdade, eu adoraria.

***

Eu: Então eu meio que tenho um problema.

Ronnie: Eu sei disso! Eu sabia que você tinha um pênis pequeno eu disse a todos e eles nunca acreditaram em mim porque você é tão alto.

Eu: Você ficaria séria por um segundo?

Ronnie: Oh merda, você está falando sério? Bem merda. Ok, vá. O que você precisa?

Eu: Lembra da Teddy?

Ronnie: Obviamente. Eu até tenho olhado por ela nas redes sociais. Você é bem-vindo, a propósito, pelas minhas habilidades superiores de perseguição.

Eu: POR QUÊ?

Ronnie: Eu tinha que ter certeza de que ela era normal - eu também procurei seus registros no tribunal, apenas no caso de as coisas com vocês dois terem melhorado.

Eu: Você é inacreditável.

Ronnie: Eles também? Dê uma volta para o melhor ou o pior?

Eu: Ela me pediu uma coisa. Um favor.

Ronnie: Um favor??? Uh, ALPINISTA SOCIAL. Eu enlouquecendo SABIA!!!!! Corre. FUJA KIPLING!

Eu: Pare com isso, não é esse tipo de favor. É para o departamento de engenharia, ela está recebendo uma concessão.

Ronnie: Oh. Bem, não me sinto tola** risada estranha ** Você estava dizendo?

Eu: Minha pergunta é: o que eu faço? Eu compro um terno ou o quê? É no campus, por isso não é formal, mas eu ainda acho que deveria ser legal, mas não tenho nada legal comigo aqui.

Ronnie: Você pelo menos tem uma camisa polo ou algo assim?

Eu: Sim, acho que sim.

Ronnie: Aí a sua resposta então. Use isso, corte a barba e faça algo com o cabelo, e você não precisará comprar nada.

Eu: Você acha que eu deveria me barbear?

Ronnie: Uhhhh, quero dizer... só se você quiser. Você acabou de conhecer a garota e levou dois anos para desenvolver essa monstruosidade. MAS...

Eu: Mas?

Ronnie: Seria um grande gesto. Se você gosta dela.

Eu: Então eu devo fazer a barba e usar uma camisa polo e não me preocupar com um terno.

Ronnie: Certo.

Eu: Tudo bem. Eu posso administrar isso.

Ronnie: Espere, você vai se barbear, seriamente??? Puta merda.

Ronnie: Você gosta dessa garota?????? Sério. Nenhuma rouba carteira.

Eu: Você está ouvindo uma coisa que eu disse?

Ronnie: Você não disse nada. Você a teve mais de duas vezes e saiu nas sextas-feiras e isso é tudo que você me deu. Você joga sem ossos.

Eu: Sim, eu gosto dela.

Ronnie: Mamãe vai enlouquecer. Você sabe disso, certo?

Eu: A mãe ainda não vai descobrir, VERÔNICA.

Ronnie: Tudo bem..., mas quando for hora de contar a ela, eu direi a informação. Combinado?

Eu: Combinado.


TERCEIRO SÁBADO

Ela limpa bem e me faz querer bater nela.

Teddy

—O que há com o vestido? — Mariah está encostada na porta do banheiro, estudando meu reflexo no espelho enquanto coloco outro rímel.

Maquiagem, eu pedi a ela para me ajudar uma hora atrás.

Ela disse que estava muito ocupada, mas aqui está ela, de pé, com calças de yoga, cabelos em um nó bagunçado, claramente não fazendo nada produtivo.

Ela poderia ter me ajudado.

—Eu tenho esse banquete hoje à noite. Aquele em que estou recebendo minha concessão.

—Uma coisa de bolsa de estudos? — Eu posso ver seus olhos vagando para cima e para baixo nas minhas costas.

—Parece que você tem um encontro.

Eu respiro fundo, não tenho certeza do quanto quero contar a ela sobre Kip, ou como ela vai reagir. Ela não sabe nada. Não desde a noite em que ela sussurrou em seu ouvido e o propôs.

Ele ainda não me contou o que ela disse, mas o que mais poderia ter sido?

—É um pouco de ambos, eu acho? —

—Você está indo com alguém? — Ela está interessada agora, estudando as unhas dessa maneira quando ela finge não se importar. Fingindo desinteresse quando ela é insaciavelmente curiosa. É uma coisa tão malvada de se fazer. Por que ela não pode ser feliz por mim?

—Sim. Eu vou com alguém. — Eu propositalmente omito os detalhes, sabendo que isso vai deixá-la louca sem saber quem é o meu encontro. Uma de suas mãos fracassa, segurando o pulso para fora. —Bem? Você vai me dizer quem é, ou o quê

—Você conhece Kip Carmichael?

—Sim.

—Ele está me levando. — Ou eu vou levá-lo. Qualquer que seja.

—Sasquatch é o seu encontro?

—Sim. — Se sarcasmo poderia formar uma risada, Mariah puxa-o.

—Um cara chamado Sasquatch está levando você para o seu banquete de engenharia. Boa maneira de aumentar suas expectativas Teddy.

O aplicador de rímel preto faz uma pausa sobre meus cílios.

—O que isso deveria significar?

Ninguém tem nada de ruim a dizer sobre Kip, além de alguns caras que pensam que ele é um idiota, então eu não sei por que Mariah tem aquele olhar de repugnância em seu rosto.

Ou é outra coisa?

—Você soa...— Ciumenta. Amarga. —Mesquinha.

—Eu não estou sendo mesquinha. Como se eu me importasse com quem você namora. É uma noite, não é como se você estivesse namorando o cara.

Eu não digo nada, em vez disso, retomo a minha maquiagem, destampando um tubo de batom lilás.

—A menos que você esteja. — Ela está em pé agora, braços cruzados, um leve brilho na testa.

—Você está saindo com ele, Teddy?

—Eu acho que é como eu chamo, sim. Eu estou saindo com ele.

—Desde quando?

—Desde... — Eu conto de volta alguns fins de semana, tentando descobrir a linha do tempo.

—Algumas semanas.

—Algumas semanas! Que diabos, por que você não disse nada? — Eu rio, tomando cuidado para não borrar meu batom.

—Por que eu não disse nada? Você está falando sério? Você não percebeu que eu não estive em casa nos últimos três finais de semana? Eu poderia estar morta em algum lugar. Você nunca mais me mandou uma mensagem.

—Se eu soubesse que você estava transando com Kip Carmichael, eu provavelmente teria ficado mais preocupada. — Eu me viro para encará-la, horrorizada.

—E por que isso? —

—Ele é deplorável. — Deplorável? Eu ri novamente.

—Eu não posso acreditar em você agora. Porque você tem que estar com ciúmes?

—Não seja ridícula.

—Então por que você diz isso sobre o meu namorado?

—Então ele é seu namorado agora? — A risada de Mariah sai fria.

—Dois segundos atrás você estava apenas saindo. —

—Quem é você? — Eu sussurro.

—Eu não fiz nada além de ser uma boa amiga. Este ano inteiro, você foi horrível, sinceramente Mariah, você se importa mais com festas e garotos do que comigo.

—Isso não é verdade.

—Não é?

—Não.

—Mentirosa. — Eu sou grata por esses saltos, quando eu fico na minha altura total grata pelo salto acrescentar algumas polegadas, então vejo minha colega de quarto olho no olho.

—Tessa e Cameron estão sempre felizes por mim. Elas me emprestaram essas roupas. — Minhas mãos descem pelo meu corpo, sobre o tecido do meu vestido.

—Elas se ofereceram para vir me ajudar a me vestir. Você? Disse que você estava ocupada e não está fazendo nada além de assistir TV.

—Eu tenho lição de casa, — ela argumenta.

—É sábado. Desde quando você estuda no fim de semana? — A resposta nunca.

—E quantas vezes eu deixei cair tudo para você? Para ajudá-la. Para fazer sua maquiagem, ou pedir emprestado um carro para que eu possa nos levar a lugares ou arrumar dinheiro que não tenho para algo quando estou falida. Eu sempre encontro um jeito, Mariah. Sempre. Você nunca faz o mesmo por mim. — Eu respiro. —Eu não sei o que eu fiz para você se ressentir de mim, mas eu estou farta de sua atitude de merda. — Eu disse isso.

—Uau, fazendeiro Ted diga-me como você realmente se sente. — Minhas narinas se inflamam com o apelido que eu tanto odeio. Ela sabe que eu odeio e usou isso de propósito.

—Eu acabei de fazer. — Nós nos encaramos, no pequeno banheiro do nosso apartamento, mas algo em seu olhar, o jeito que ela está me observando com cautela me dá uma pausa. Suaviza minha postura um pouco. Eu ergo minha cabeça, esperando, porque sei que há algo que ela quer dizer.

—Tudo é tão fácil para você. — Mariah diz isso lentamente, em um tom baixo de voz. Não é o que eu espero que ela diga, de jeito nenhum.

—Você está louca? — Eu digo, com certeza meus olhos estão saindo do meu crânio. —Nada vem fácil para mim. Do que você está falando? — Os olhos dela também se arregalam.

—Você está de brincadeira? Por que tudo funciona para você? Eu fodo tudo e você sempre sai cheirando como rosas. — O que diabos ela está falando?

—Você está me confundindo, Mariah.

Como essa garota está com ciúmes de mim? Minha mãe trabalha em dois empregos e vivemos acima de um bar a maior parte da minha vida. Eu tenho uma bolsa, o que significa que não vou conseguir outro emprego neste semestre, mas nem sempre foi assim.

Por três anos eu fui para a escola e trabalhei, nunca tendo tempo livre. Eu tenho que comprar todas as minhas roupas com desconto, ou emprestá-las de amigos. Eu não sou sexy, nem charmosa, nem alta - como ela. Seus pais ainda são casados, o pai dela nunca fugiu da mãe dela. Classe média, trabalhadora e solidária, Mariah nunca correu atrás de nada. Por que diabos ela está ressentida comigo?

—Eu estou reprovando, ok? Minhas notas são ruins e eu fui colocada em estágio acadêmico no final do ano... Eu pensei em criá-los e não ter que contar a ninguém, mas isso não aconteceu. Eu ainda estou abaixo de um ponto dois oh.

Longe de mim apontar o fato de que, se ela estudasse mais do que festejando, talvez não estivesse nessa situação.

—Meus pais sempre achavam que morar com você ajudaria meus hábitos de estudo, mas obviamente isso não aconteceu. — Sua risada é pesarosa.

—Eu provavelmente terei que mudar para casa e ir para o Community College. se eu for aceita. — Ela solta um suspiro, os dedos puxando o coque no cabelo.

—Eu não tenho vida amorosa. Os caras são idiotas, e nenhum deles responde quando eles dizem que vão e aqui você tem esse cara incrível e popular correndo atrás de você. Você conseguiu este subsídio, então você pode pelo menos pagar pelo próximo ano de matrícula, e...

—O que isso tem a ver comigo? — Eu interrompo, ainda não seguindo.

—Porque parece que você está me culpando pelos seus problemas e eu não tenho nada a ver com nenhum deles.

Eu me recuso a ser o bode expiatório de alguém.

Ela ignora a minha pergunta, continuando a festa da pena que ela me convidou.

—Eu pensei que poderia lidar com sexo casual, mas isso não está funcionando para mim também. Eu quero... estou cansada de me sentir usada.

—Então talvez você devesse parar de dormir com um cara novo todo fim de semana. — Escapa antes que eu possa me parar e quatro olhos se arregalam de surpresa dela e dos meus.

—Como você sabe que eu dormi com um cara diferente todo fim de semana?

—Eu não?

—Deixe-me adivinhar, Kip disse a você.

Meu silêncio grita.

—Que bom para você. Fofoca de Jock Row.

—Não nos sentamos e fofocamos sobre você. Ele acabou mencionando isso uma vez.

O rosto de Mariah é um tom vermelho que não faz jus, das bochechas até as pontas das orelhas.

—Tudo isso começou antes de conhecer Kip, Mariah. Você pode ficar com ciúmes ou me culpar pelo que está acontecendo, mas nós duas sabemos que nada disso tem nada a ver comigo. — Minhas mãos estão nos meus quadris, confrontando...

—Se você não me mostrar algum respeito, eu estou saindo no semestre, se você não for suspensa primeiro.

Passo por ela, satisfeita por tê-la chocado.

Pela primeira vez em nossa amizade, eu tenho a vantagem e estou mantendo isso.

Kip ficará tão orgulhoso de mim.

 

Estou do lado de fora do meu apartamento esperando por Kip, está quente o suficiente esta noite que não vou congelar enquanto estou aqui, certamente não tão frio quanto a casa dele na noite em que a fornalha dele quebrou. A memória coloca um sorriso nos meus lábios e eu pressiono a mão na minha parte inferior do estômago.

Ugh. Essas borboletas ...

Meu coração ainda está batendo descontroladamente pela minha discussão com Mariah, eu não posso acreditar que demorei tanto para enfrentá-la. Na verdade me senti incrível, um peso gigante foi tirado do meu ombro; finalmente disse o que eu estava querendo dizer, provocada pelo fato de que ela não poderia ter se importado menos que eu estava saindo, não se ofereceu para ajudar a me preparar, embora eu tenha passado incontáveis horas fazendo seu cabelo e maquiagem no passado, como sua estilista pessoal.

Tudo o que ela teria que fazer era oferecer ajuda.

Tão fácil. Tão simples.

As últimas semanas realmente abriram meus olhos para o tipo de amiga que ela se tornou. Fico triste ao saber que crescemos tanto e não confio mais nela, mas, ao mesmo tempo, estou animada com os novos amigos que venho fazendo ultimamente. Eu tenho mais em comum com Renée e Miranda, duas garotas que eu acabei de conhecer e tenho recebido ligações e textos toda a semana, e elas até guardaram um lugar para mim hoje no jogo de Kip.

Eu tenho mais em comum com elas do que com a pessoa com quem passei os últimos três anos.

Eu finalmente vejo isso agora.

Meus saltos clicam na calçada enquanto impacientemente reajusto minha postura, os sapatos de couro com alças são outro empréstimo de Cameron. O vestido também, um pequeno azul água com guarnição branca e flores brancas bordadas em torno do decote halter.

Eu me sinto fofa. Bonita.

Não consigo acalmar os nervos me bombardeando enquanto estou aqui, esperando impaciente por Kip.

Este será nosso primeiro encontro.

A primeira vez que ele vai me ver realmente vestida, usando salto alto e um vestido extravagante.

Mexo no brinco de ouro na minha orelha, olhando para cima quando um cara alto e loiro começa a caminhar pela calçada até o meu complexo de apartamentos, com o coração acelerado quando o rosto dele vem para a luz.

Ele é tão bonito que eu mergulho minha cabeça, envergonhada de olhar diretamente para ele, com medo de ser pega de surpresa, especialmente quando estou esperando por outra pessoa.

Jeans escuros. Sapatos castanhos que brilham sob as luzes. Polo azul bebê sob um casaco de cabedal escuro.

Eu me afasto para que ele possa passar, escovando meu cabelo para ocupar minhas mãos, enfiando minha bolsa com mais segurança sob a minha axila.

E lá vão aquelas malditas borboletas.

Somente...

Ele não passa por mim.

Ele para.

Estende a mão e coloca as mãos nos meus ombros, inclinando-se e —Oh meu Deus, que diabos você pensa que está fazendo!

Sim, percebo que estou gritando, mas é o que você deve fazer quando é assaltada em uma calçada em frente à sua casa.

—Tire suas mãos de mim!

—Teddy, acalme-se, — instrui a voz do cara quente.

Mas eu não me acalmo, eu o corto no estômago.

—Oof. Relaxe, gata... — o cara resmunga, ligeiramente inclinado sua cintura.

—Sou eu. Relaxe, sou eu.

—Eu quem? Estou ligando para a segurança do campus. E... e eu tenho um... um namorado que você não conhece, um grande. Ele é enorme e vai chutar a sua bunda quando ele chegar aqui. Ele estará aqui a qualquer momento.

—Deus, você é fofa quando você está ameaçando chutar minha bunda.

Aquela voz.

Aquela risada.

Oh.

Meu.

Deus.

—Kip?

Aquele rosto bonito se contorce divertido. E tão bonito.

—Quem diabos você achou que eu era?

—Um estuprador.

—Eu pareço um estuprador para você? — Estou tão decidida a estudá-lo, não sei dizer se ele está sendo sarcástico ou não.

Ele parece quente. Ele é gostoso. Tipo, não há palavras para isso. Ele está barbeado e seu cabelo foi aparado na moda de um corte, curto nas laterais e mais comprido na parte de cima, penteado para trás e estilo - caro.

Onde eles têm salões por aqui que podem cortar o cabelo de um cara assim?

Kip gira em círculos no calcanhar de seus sapatos de couro altamente polidos e passa a mão no queixo macio e recém-barbeado.

Há uma fenda ali e uma leve covinha na bochecha dele.

Doce mãe de tudo que é sagrado.

—O que você acha? — Ele abre os braços, convidando-me a olhar uma vez.

—Eu ... eu ... eu não sei o que penso.

—O que você quer dizer com você não sabe? — O pobre coitado parece genuinamente confuso, enquanto eu ... estou genuinamente confusa.

—Por que você fez isso? — Eu não posso me impedir de perguntar.

—Que tipo de pergunta é essa? Eu fiz isso por você.

—Por mim? Por quê?

—Me ajude aqui por um minuto, Teddy. Nós estamos indo a algum lugar legal, então você pode receber um prêmio. Você realmente quer aparecer com um cara que eles chamam de Sasquatch, ou você quer aparecer com alguém que parece respeitável?

Respeitável é um eufemismo. Kip parece elegante, refinado e fora do meu alcance.

Eu odeio estar me sentindo assim, não é culpa dele. São minhas inseguranças.

Chocar-me assim certamente não ajudou, não quando o banquete começa em menos de uma hora.

Como eu deveria sentar ao lado dele na mesa de jantar sem olhar? Eu não vou poder me ajudar. Será como tentar ignorar um animal exótico que está ao seu lado ronronando.

—Por que você faria isso comigo esta noite? — Eu deixo escapar, incapaz de me conter.

Kip parece atordoado.

—Fazer isso com você? Eu não entendo, o que eu fiz?

—Isso. — Eu gesticulo descontroladamente. —O cabelo. A barba.

—Porque eu fiz a barba? Fiz um corte de cabelo? Para você? — Ele está olhando para mim como se eu tivesse crescido três cabeças.

—Logo antes do meu banquete? Como eu deveria me concentrar agora? — Eu aperto minha bolsa e ergo minhas mãos, frustrada - principalmente comigo mesma e com minha reação à situação. —Estou tão assustada agora, Kip, eu nem sei o que fazer comigo.

Ele tenta colocar as mãos em mim novamente, descansando as grandes e lindas palmas das mãos nos meus ombros nus.

—Baby, sou eu. Apenas diferente.

Oh Deus, ele acabou de me chamar de bebê - sobrecarga sensorial e emocional.

—Diferente? É diferente, tudo bem. Deus, Kip. Eu não posso nem te olhar nos olhos agora.

Eles parecem claros, profundos e mais ricos do que nunca, brilhando para mim.

Confuso.

Machucado.

Irritado.

—Você não acha que está exagerando um pouquinho? A maioria das garotas ficaria feliz com a sua... pessoa raspada. Minha irmã disse que você ficaria empolgada.

Eu estou exagerando cem por cento, mas sabendo que isso não está impedindo minha boca de dizer coisas que eu não deveria estar dizendo em tons que não deveriam deixar meus lábios.

—Eu não me apaixonei por esse cara. Eu me apaixonei pelo outro cara. Isso é demais para mim. Me desculpe se estou sendo esquisita, mas você tem que me dar uma folga aqui. Você me emboscou completamente.

—Eu cortei meu cabelo e fiz a barba. — Ele não está impressionado com o meu argumento, tom de voz plano.

—Eu não pintei minha barba de rosa e fiz uma tatuagem... — Kip respira fundo, as mãos cavando profundamente nos bolsos de sua jaqueta. —Você não quer que eu vá com você, Teddy?

De repente eu me sinto como a maior vadia do planeta, fazendo ele se sentir como uma merda total por causa do jeito que parece. Ele parece legal, esse é o meu problema? Que parece bonito demais? Que é bonito demais?

Aparentemente, eu preciso de terapia, não de namorado.

Jesus, Teddy, tenha controle.

—Eu sei que não estou sendo razoável, e estou ... desculpe. — Eu firmo minha respiração. —Eu sinto muito.

Seus braços vão ao redor da minha cintura, me puxando para dentro.

—Não se preocupe com isso. Vamos apenas passar bons momentos hoje à noite, sim? — Kip cheira divinamente, sua linha do queixo lisa desliza na minha, acariciando minha bochecha, esfregando para cima e para baixo.

—É bom, não é? — Sua voz hipnótica murmura.

Deus sim. Parece orgasmo.

Eu vou para a ponta dos meus pés, os olhos se fechando como loção pós-barba, pele recém-barbeada e seu hálito quente me assalta de uma só vez.

Mas eu sinto que estou abraçando um estranho.

E eu me pergunto se vou superar isso antes de estragar tudo.

***

KIP

Teddy tem agido estranha à noite toda, e isso está começando a me irritar.

Eu nunca tive esse problema com uma garota antes, nunca tive uma com o braço esticado por causa do jeito que eu pareço.

Quão fodido é isso?

Se eu fosse feio, seria uma coisa. Mas eu não sou.

As garotas estão me perseguindo, tentando me prender aos relacionamentos desde a adolescência, e a única garota que finalmente decido deixar me pegar,me trata como um puto.

Eu pensei que ela ficaria feliz, pelo amor de Deus, não agir como se a tivesse traído por ser atraente.

Agitando minha perna pula debaixo da mesa, o jeans de ponta me sufocando, duro porque ainda não o usei. Meus sapatos apertam e o colarinho em volta do meu pescoço sufoca.

Eu fiz isso por ela e ela está agindo como se tivesse cometido um crime.

É apenas. Uma porra de corte de cabelo.

Vamos lá, sou irreconhecível sem a barba?

Ocorreu-me quando vi o restolho ir ralo abaixo que pareço incrivelmente diferente, mas não me ocorreu que Teddy não gostaria disso.

Não me ocorreu que ela gostava de mim muito bem do jeito que eu era.

Preferiu, aparentemente.

Meio fodido, se você me perguntar, considerando que eu parecia um maldito montanhês - em um bom dia. Ou Paul Bunyan, ou Grizzly Adams ou quem quer que ela goste de me chamar.

Ela disse isso dezenas de vezes.

Eu não diria que ela está me ignorando agora, não exatamente, mas ela não está olhando diretamente para mim também.

E eu não sei o que fazer comigo mesmo.

Assim.

Enquanto ela está conversando com a garota ao lado dela -uma garota chamada Jenna que gritou e bateu palmas como uma maldita lunática quando ela ganhou uma viagem para a Flórida como o prêmio do sorteio, eu pego meu celular e mando mensagem a única pessoa que pode me ajudar a classificar esta merda fora.

Eu: SOS

Ronnie: O que você fez desta vez?

Eu: Teddy não é fã do visual raspado. O que diabos eu faço agora?

Ronnie: O que você quer dizer que ela não é uma fã? Ela está cega?? Ela não vê você?

Eu: Ok, antes de tudo, pare de gritar. Em segundo lugar, não. Tenho certeza que ela gostou antes quando eu parecia desabrigado.

Ronnie: Bem, ela vai ter que superar isso, não é?

Eu: Mas o que eu faço?

Ronnie: Eu não sei KIPLING - você não pode ir ao banheiro e fazer crescer tudo de volta, seu idiota.

Eu: Você é a única que me disse para me BARBEAR e agora a minha namorada nem sequer olha para mim.

Ronnie: Não, não me culpe seu pequeno bosta. Você não deveria ter escutado.

Ronnie: Espere. Cópia de segurança. Ela é sua namorada agora? Desde quando? Você está namorando há cinco minutos.

Eu: Eu não tenho tempo para discutir com você sobre semântica, Verônica...

Meus dedos atacam brutalmente a tela do meu telefone, batendo palavra após a palavra furiosa em resposta. Por que Ronnie é assim? Por que ela não pode me dizer o que fazer?

—Para quem são os textos? — A voz doce de Teddy interrompe, olhos arregalados. Eu posso dizer que ela está tentando ser civilizada e animada.

—Você parece tão bravo.

Essa é uma maneira de colocar isso.

—Minha irmã. Foi ela quem me disse para raspar meu rosto e cortar meu cabelo, então estou mastigando sua bunda.

—Kip... — Ela parece tão cheia de arrependimento. E triste.

E eu não posso, pela minha vida, descobrir o porquê.

Na frente, professores e chefes de departamento tomam assentos nas cadeiras do palco. Um técnico conecta e toca no microfone, testando o som. Bate uma vez, duas vezes, o eco enchendo a sala cavernosa.

—Parece que eles estão prontos para começar. Podemos conversar sobre isso depois.

Eu olho pra frente, apresentando-a com o meu perfil.

Meu perfil esculpido e impecável, a mandíbula rígida.

Aquela que ela aparentemente não suporta olhar.

Mordaça, certo? Tão fodido.

—Certo, — eu a ouço murmurar, a mão mexendo na toalha de linho creme.

Terminamos o jantar, a cozinha universitária de sempre, quando eles estão alimentando os alunos de forma barata: peito de frango, purê de batatas, molho de merda e uma mistura de vegetais. Brownie de sobremesa, nada disso valeu o que ela pagou pelos ingressos. Mas. Que porra sempre. Porra, eu estou chateado. Minha perna continua a pular debaixo da mesa, e se Teddy pode sentir a vibração dela, ela não vai dizer nada. Dou-lhe um sorriso falso e cheio de dentes quando ela dá uma olhada, notas em sua mão com o pequeno discurso que ela preparou.

São mais dez minutos antes de eles chamarem o nome dela; seis alunos vão antes dela, cada um deles recebendo um prêmio, bolsa de estudos ou honras da universidade. Então.

—Theodora Grace Johnson, recebendo o Grant William Richards Fellowship.

O público aplaude educadamente como Teddy está. Hesita ao meu lado antes de se inclinar e beijar suavemente minha bochecha. O local fica arrepiado mesmo depois de ela caminhar em direção ao palco, e eu o toco com o dedo indicador, ele está grudado no brilho labial, e quando abro o braço e olho para a minha mão, vejo a mancha rosa claro. OK tudo bem. Talvez eu não fique mais chateado depois. Eu vou superar isso.

Teddy está apertando a mão de um reitor, sorrindo - realmente radiante - antes de pegar o microfone e agradecer à multidão.

—Obrigado, doutor Langford. — Ela limpa a garganta.

—E obrigado ao comitê de confiança de William Richards por me escolher como destinatária deste ano. — Ela limpa a garganta novamente antes de rir nervosamente.

—Hum... as coisas nem sempre foram fáceis para mim. Minha mãe me criou sozinha e fiquei muito sozinha enquanto ela trabalhava. Essa doação fará uma enorme diferença para mim neste ano, e me permitirá fazer o que amo: descobrir e ajudar a desenvolver as cidades em que vivemos. — Ela olha para cima de seus pequenos cartões brancos.

—Eu também quero dizer... sou grata por meus novos amigos.

Eu me sento reto na minha cadeira. Isso significa eu, certo? Eu sou um de seus novos amigos, ainda que goste de ficar nu com ela. Eu conto, sim?

—E Kip, obrigado por... tudo.

Espera. O que?

É isso aí?

Esse é o fim do seu discurso? Obrigado por tudo? Eu deveria saber o que isso significa?

Obrigado pelo orgasmo. Obrigado por chupar meus seios. Obrigado por ficar de olho em mim em festas?

Isso não foi um adeus obrigado, foi? Merda, e se fosse? Soava meio sinistro. Ou talvez esteja lendo demais.

Meus olhos nunca a deixam enquanto ela volta para a mesa, sorrindo e dizendo olá para as pessoas ao longo do caminho, e eu estou de pé para puxar sua cadeira antes de ela se sentar novamente.

Ela encara o palco, me oferecendo a parte de trás da cabeça, e eu não quero nada mais do que me inclinar e beijar seu ombro liso e pálido.

Ficamos sentados através de outros dez discursos, o que - miseravelmente - leva mais de uma hora, o botão na minha camisa gritando para ser desfeito.

Passo mais alguns minutos no carro no caminho de volta para o apartamento dela. O silêncio é quase ensurdecedor, ridículo e tão desnecessário que eu não consigo parar a risada amarga subindo do meu peito.

—O que é tão engraçado? — Teddy pergunta, o cheque de subsídio assinado apertado em seus dedos de forma protetora.

—Nada. Isso é tão estúpido, isso é tudo. — Eu estaciono meu carro, virando para encará-la, o braço apoiado no volante.

—Por que você está agindo assim? Eu não fiz nada.

—Eu acho, eu não sei. Eu sei que estou sendo esquisita, ok?

—Na verdade, não está tudo bem, Teddy.

Ela arruinou uma noite perfeitamente boa, que eu ansiava por toda a semana.

—Tudo foi ótimo esta manhã, e agora você fez uma reviravolta completa. — Ela veio ao meu jogo, sentou-se com Renée, Miranda e namorada de outro companheiro de equipe, torceram por mim o tempo todo e depois me remendaram.

Fomos almoçar antes de deixá-la em casa, depois fui cortar meu cabelo, fazer a barba e...

—Isso foi antes que soubesse como você era. — Sua voz é pequena, vindo dos recessos escuros do meu SUV.

—Desculpa, o quê? Isso parece um insulto. E desde quando é ruim para um cara ser atraente?

—Não é. Isso não é sobre o seu rosto.

Poderia ter me enganado.

—Então o que é isso?

—Eu honestamente não tenho ideia.

—Ok, então e agora? O que nós fazemos? Eu posso crescer a barba de volta Teddy, eu posso deixar crescer de volta a partir de amanhã.

—Mas eu já sei como você é.

—Jesus, Teddy, por que você está fazendo disso algo tão importante? — Eu não consigo parar de levantar a minha voz.

A dela também se ergue.

—Eu não sei Kip! Eu não sei. Honestamente, eu amava o jeito que você parecia antes.

—Honestamente, Teddy, eu amei o jeito que você não me julgou antes.

—Ouch

—Sim, bem, a verdade dói, não é?

Eu me arrependo das palavras assim que as digo por que elas são duras, grosseiras e amargas.

Eu suavizo minha atitude.

—Venha para casa comigo. Por favor. Essa é a única maneira de superar isso.

Deixe-me mudar sua mente.

Cada nervo do meu corpo grita que ela vai dizer não. Ela vai rejeitar a ideia, sair do meu carro e eu nunca mais vou vê-la.

—Sim. Você está certo.

Eu deixo escapar um suspiro, um sopro de ar, então agarro o volante com as duas mãos.

—Tudo bem então. Ótimo.

Estou tão aliviado. Colocando o veículo em marcha ré, eu nos levo de volta pelo caminho que viemos. Passando os prédios da administração. O sindicato estudantil e a biblioteca. Longe do campus e a cinco quilômetros da cidade.

Somente quando estamos sentados de pernas cruzadas no chão da sala, Teddy fala de novo.

—Eu acho que... eu reagi tão mal porquê... as diferenças entre nós de repente se tornaram tão pronunciadas. Você veio andando na minha direção, tão bonito e chique, e eu estava lá, usando um vestido emprestado e sapatos emprestados. Eu peço emprestado um carro não tenho nada.

—Isso não importa para mim. — Eu digo com convicção.

—E eu não sei. — Ela ri, esticando a perna em minha direção. Eu levo o pé dela no meu colo e começo a massagear o belo tornozelo dela enquanto ela fala.

—Mas importa para mim, a maneira como fomos criados e as estradas que estamos tomando, sabe? Ficou muito claro para mim depois que percebi que era você.

—Eu não posso evitar o fato de que meus pais são ricos, Teddy. Você não pode segurar isso contra mim, as pessoas têm feito isso toda a minha vida. É uma coisa difícil de escapar. É por isso que vim para cá.

—Eu sei. Eu também sou julgada por ser pobre e odeio isso. Eu não estou dizendo que foi horrível ser eu, mas minha mãe trabalha em um bar e não é muito legal. Algumas vezes nós vivemos acima dele, e era barulhento e cheio de fumaça, e eu nunca estou vivendo assim de novo. É por isso que estou me matando agora.

—Acho que não falamos sobre isso, mas... provavelmente vou trabalhar para o meu pai quando me formar. Vai ser um problema?

—Essa não é a minha decisão, por que você me pergunta isso?

—Uh, porque você é minha namorada?

—Eu sou?

Como ela não sabia disso?

—Afirmativo. E você provavelmente não conseguirá se livrar de mim.

—Oh. — Ela morde o lábio inferior, satisfeita. —Bem, nesse caso, você provavelmente deveria me levar para cima.

Ela não precisa me dizer duas vezes.

Eu me levanto, me inclino para a cintura e a tiro como se ela não pesasse nada e a carrego até as escadas. Acima do limiar do meu quarto, colocando-a na beira da cama.

—Eu não acho que eu tive a chance de te dizer como você está bonita esta noite.

O azul é uma ótima cor para ela. O vestido é simples, mas sexy, ambos abraçando suas curvas e escondendo-os ao mesmo tempo. Seus braços e pernas tonificados são a única pele aparecendo, mas quando ela desliza para fora da cama para ficar de pé no chão e vira de costas, eu consigo ver mais dela enquanto deslizo o zíper até o fim.

Ele zumbe, fazendo com que nós dois estremecemos quando abre.

Pele macia.

Sem sutiã.

Roupa interior de algodão sensível.

Sem frescuras para a minha menina, mas isso virá a tempo, quando ela confiar em mim e não ficar assustada com presentes caros, eu vou estragar a merda fora dela. Comprar seus sutiãs e calcinhas com renda e o que diabos ela quiser.

—Deus, isso está levando uma eternidade, — ela reclama quando eu ainda não tirei o vestido de seu corpo.

—Paciência.

Minhas mãos são enormes em comparação com seus ombros, e eu amo vê-las deslizarem por sua pele. Amo o jeito que ela se sente sob as minhas palmas calosas - desde a primeira vez que a toquei.

Sabia que ela se sentiria assim no segundo em que a vi parada naquele barril na sala de estar da casa de rúgbi.

Inferno, eu acho que a amava no segundo em que a vi. Tempo.

Quando você sabe, minha irmã detestável está sempre me dizendo como encontrar a garota certa para mim, nunca acreditando que realmente deixaria a borda para sempre.

Droga. Eu odeio quando ela está certa.

É tão chato e irritante.

Ela definitivamente vai esfregar isso na minha cara quando eu a vir.

Eu finalmente fico com Teddy nua, levanto-a para a cama, apoiando sua bunda na borda. Abro as pernas e ajoelho.

—Oh meu Deus, o que você está fazendo? — Ela levantou, tentando ver o que estou fazendo.

—Shh. Eu vou te mostrar como é ter um rosto liso entre as pernas antes de crescer de volta. Nenhuma barba para queimar.

—Uh-h o-okay, — ela gagueja, deixando a cabeça bater no colchão, os pés agora apoiados nos ombros como estribos no maldito consultório do ginecologista. Eu rio para mim mesmo na referência e me concentro na tarefa na minha frente.

Cara, ela tem uma linda boceta. Não é depilada como a maioria das garotas faz atualmente, é cortado e curto, com uma faixa bonita subindo pelo centro. Ela mantém os lados bonitos e suaves, e eu mostro meu apreço lambendo um lado e depois o outro. Eu pressiono dois dedos dentro, lambendo-a no meio - ela ama quando eu faço isso, me contorço e suspiro e suspiro.

Mexe seus quadris e bate a cabeça quando eu continuo, chupando seu clitóris. Ela tem um gosto incrível, como sexo e orgasmos. E ela é minha. Tão doce e gentil. Tímida, mas não se esquiva de me dizer como se sente.

Não demorou muito para eu fazê-la gozar, sua metade inferior convulsiona em poucos minutos, as ondas de prazer que a levam a gemer meu nome. Me alcança e me puxa para cima da cama. Nós nos deitamos de frente um para o outro, seus beijos na minha boca molhada, total excitação. Eu sei que ela pode provar a si mesma em meus lábios, e isso me excita também.

Delicados dedos acariciam o lado do meu rosto enquanto ela me olha, deitada de lado. Sua ponta do dedo percorre minha sobrancelha, minha bochecha lisa e ao longo do queixo quadrado, eu só consegui me esconder com dois anos de crescimento de barba.

—Você é tão bonito, — Teddy diz finalmente, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. —Menino bonito.

—Eu não sou um menino bonito.

Agora o sorriso dela é triste.

—Não, você não é. Você é?

—Eu sou um homem da montanha, lembra?

Ela rola seus lindos olhos.

—Você nem sequer acampou.

—E eu suponho que você vai me levar?

Uma risada.

—De jeito nenhum! Eu sou terrível em acampar embora possa valer a pena vê-lo na floresta. Você sabe mesmo como construir uma fogueira?

—Ei, não tire sarro de mim. Não é minha culpa que eu nunca tenha dormido na maldita floresta meus pais não saberiam a primeira coisa sobre fogueiras. — Um pensamento me atinge.

—Aposto que minha irmã iria com a gente. Ela está pronta para qualquer coisa.

A mão de Teddy se achata sobre meu abdômen, descendo pelo meu corpo.

—Você contou a ela sobre o que aconteceu hoje à noite? Como eu me assustei?

—Sim.

—O que ela disse?

—Que eu nunca deveria ter seguido o conselho dela e raspado minha barba.

Minha namorada ri, seus peitos balançando.

—Eu não sei sobre isso, ela tem razão sobre algumas coisas. Apenas dê uma pequena advertência a uma menina da próxima vez que você se barbear, ok?


DOIS MESES DEPOIS

O Epílogo e o momento que eu estive esperando ...

Kip

Nenhum aviso foi necessário, porque a barba está de volta, não tão espessa quanto antes, mas chegará lá.

Eu estou mantendo meu cabelo do mesmo jeito raspado curto nas laterais e mais longo no topo porque, francamente, com minha barba espessa crescendo, eu estou meio que balançando o visual Viking e é fodidamente foda.

Ninguém estará brincando comigo em breve.

—Baby, você viu as coisas que minha mãe deixou para você na cozinha? — Meus pais estavam aqui apenas visitando. Uma vez que eles ouviram que eu tinha uma namorada, eles não hesitaram em sair para encontrá-la em qualquer cidade em que estivessem hospedados.

—Não, eu não vi. O que ela fez agora?

Minha mãe imediatamente foi para Teddy, e nos dois meses desde que começamos a namorar oficialmente, ela já começou a planejar mentalmente um casamento. Eu não sei como me sinto sobre a intromissão da minha mãe, considerando que Teddy e eu ainda não fizemos sexo, mas não há nada que eu possa fazer.

Eu vou com isso.

—Eu tenho algumas roupas enviadas, suéteres e coisas da loja de departamentos, ela disse para manter o que você quer e mandar de volta o que você não quer.

—O quê? Por que ela faria isso?

—Porque é isso que Lilian Carmichael faz. — Eu pego uma pilha de roupas dobradas, novas com etiquetas, fora do balcão e as seguro.

—Veja? Estas são para mim. Metade delas é muito pequena.

Minha mãe ainda não entende que eu tenho um metro e noventa e não uso um tamanho grande desde que eu era calouro no ensino médio.

—Ela não pode evitar, querida. — Peço desculpas. —Eu sinto muito.

—Não se desculpe, é tão atencioso. Vou mandar um texto de agradecimento para ela.

Entre minha mãe e minha irmã, as três têm esse estranho grupo, onde enviam memes e piadas de um lado para outro quase todos os dias - a maioria às minhas custas. Ha ha.

Tanto faz. Estou feliz que minha família goste dela.

Eu não tinha certeza de como namorar com ela iria passar por meus pais no começo, ela não vem de dinheiro e ela não tem pedigree. Mas, como se vê, meus pais são tontos e não idiotas completos. Eles querem que eu seja feliz, e eu não vou mentir e dizer que não teria importância se eles não gostassem de Teddy.

Porque isso teria.

Teddy planeja morar comigo no final do semestre, saindo de seu apartamento com Mariah e entrando em minha casa.

Faz sentido, já que:

1: Ela está sempre na minha casa mesmo.

2: Mariah não conseguiu obter suas notas e provavelmente estará se transferindo para a faculdade comunitária.

3: As duas não poderiam ter se distanciado mais do que têm e isso coloca uma enorme pressão na amizade delas, então Teddy teria se mudado de qualquer maneira.

4: Ela está sempre no meu lugar de qualquer maneira.

Meus pais a apoiam totalmente, e a mãe de Teddy também tem sido ótima, feliz por sua filha estar sofrendo muito menos.

—Você sabe o que sua irmã me enviou?

Merda. Minha irmã está se tornando pior do que minha mãe, enviando presentes ridículos, bilhetes e merda estúpida que Teddy nunca vai usar. Como papeis inadequado, camisetas com citações e braceletes de ouro com palavrões.

—Eu realmente quero saber?

—Na verdade, eu acho que você vai. — Ela lentamente levanta a bainha de uma camisa rosa que diz bondade espalha como confetes. Tirando, espreita um pouco de renda vermelha que cobre todo o seu estômago.

—Uh ... o que é isso?

—É um ursinho. — Ela ri. —Entende?

Sim, entendo.

—Minha irmã te mandou lingerie? Que diabos está errado com ela?

—É um ursinho, Kip. Um ursinho? —Ela olha para mim, esperando que isso afunde, mas eu estou devagar.

—Certamente você bateu muito na cabeça.

Ela vai para a braguilha de seus jeans, desabotoando-os lentamente, em seguida, empurra o jeans para baixo de seus quadris estreitos. Vira-se e dirige-se para as escadas, renda vermelha corre aninhado ordenadamente entre duas bochechas de bunda muito sexy.

Um ursinho.

—Oohhh ...

Ela me dá uma piscadela por cima do ombro, os quadris balançando, a palma da mão deslizando pelo corrimão brilhante. Cabelo comprido passando pelos ombros a cada movimento.

Quando ela alcança o topo, ela se vira, levantando a camiseta e puxando-a completamente.

—Puta merda.

Não perco tempo, subo as escadas de dois em dois e a minha namorada grita, correndo para o quarto.

Ela está em cima da cama, de joelhos quando eu chego lá, nós dois ofegantes e rindo.

—Você é tão lento, — ela brinca.

—E eu não quero dizer quanto tempo você demorou para subir aqui.

—Minha irmã é uma pervertida, te mandando roupa de baixo.

Ela corre o dedo ao longo de uma das tiras de cetim, brincando comigo.

—Eu acho que é inteligente.

—Ainda assim, ela não deveria estar enviando merda a minha namorada— Eu soo como uma criança descontente.

—Realmente Kip? Você escolheu agora transformar-se em puritano?

—Minha família é tão difícil que eu nem consigo ver direito.

—Pare de fazer beicinho e venha me beijar.

Subindo na cama, também estou de joelhos, com as mãos subindo pelos seus braços nus até os ombros. Eu coloco meus polegares sob a alça da lingerie, puxando-a para baixo.

Palma em seus seios, as almofadas dos meus dedos suavemente rolando sobre seus mamilos firmes.

—Eu acho que estou pronta, — ela geme, inclinando a cabeça para trás.

Beijo a pele macia ali, com cuidado para não a machucar com a minha barba. —Pronta para o que, querida?

—Para fazer sexo. — Teddy revira os olhos.

Nós estivemos esperando dois meses eu esperei que ela dissesse que ela está pronta, nunca apressando ou pressionando-a, mas querendo transar com ela do mesmo jeito.

—Meus preservativos tem como, cem anos de idade.

—Então é uma coisa boa que eu estou tomando a pílula.

O que dizer agora?

—Quando você fez isso?

—Mês passado. Fui aos serviços de saúde para estar segura apenas no caso.

—Você quer dizer que eu posso fazer sem nada?

—Hum ... sim?

Doce!

Eu quase nunca estive tão excitado em toda a minha vida.

—Eu tenho treinado para este momento.

Teddy ri, um riso estridente de nervosismo. —Você vai parar com isso?

—Não, não posso, muito animado.

—Você deveria estar quieto e sério.

—Por quê? Eu quero ser barulhento e bater a cabeceira na parede. — Eu pulo um pouco na cama para ilustrar o meu ponto, saltando os peitos de Teddy no processo.

Vantajoso para as duas partes.

—Você não está me batendo em qualquer cabeceira da cama. — A pirralha atrevida empurra meu braço antes de cair de costas e jogar os braços atrás da cabeça.

—Você pode me deixar nua, se quiser.

Eu quero.

E eu faço.

Meu pau está tão duro que é doloroso e se torna insuportável.

Eu vou fazer sexo com minha namorada.

Estou transando, filhos da puta!

Eu tento conter meu entusiasmo, mas é difícil.

Muito difícil.

Eu sorrio com meu próprio trocadilho, mesmo que eu não tenha dito em voz alta, é como se Teddy pudesse ler minha mente, ela revirou os olhos para mim quando eu tirei minha camisa, calça e-

—Você pode tirar suas meias?

E meias.

Se eu não estivesse tão excitado, eu estaria nervoso também, fazer boquetes e se masturbar, tudo bem, mas nada supera o negócio real. Não quando todos os 1 metro e meio bonito, engraçado e inteligente dormem na cama ao seu lado todas as noites, lembrando você.

É até o ponto em que todos os suspiros silenciosos de Teddy me deixam duro. Cada risada de flerte e toque no meu corpo.

Eu me inclino, beijando a ponta de seu seio através do tecido vermelho e puro de sua lingerie - seu ursinho - molhando-o pela renda.

Beijo ao longo de sua clavícula, a coluna do pescoço dela.

Nós nos beijamos, as línguas molhadas, as bocas gananciosas enquanto minhas mãos percorrem seu corpo, sentindo os estalos na virilha de seu traje.

Esfrego sua boceta com o polegar até que sua pélvis comece a balançar e ela se contorça.

Até que ela me implore:

—Tire isso.

Então eu estou acima dela, provocando seu clitóris com a cabeça do meu pau, guiando-o ao longo de sua fenda, acariciando para cima e para baixo, observando como suas pupilas dilatam e as narinas se alargam. Isso é diferente de quando nós fodemos com roupa, este é o momento em que ambos sabemos que vamos transar.

Trepar.

Fazer amor. O que você quiser chamar, eu estou pronto.

Nós dois estamos.

—Vá devagar, — vem seu pedido suave.

—Assustada? — Eu beijo sua testa e afasto alguns fios de cabelo.

—Um pouco. — Suas mãos agarram meus bíceps, e ela está mordendo o lábio inferior.

—Eu também.

—Você? Por quê?

—Eu nunca fiz isso com alguém que eu dei a mínima importância antes.

—E você dá uma merda sobre mim, hein? — Seus olhos estão brilhando, satisfeitos.

Ela sabe o que quero dizer que eu a amo mesmo que nenhum de nós tenha dito as palavras em voz alta um para ao outro ainda.

Nós sabemos.

Eu me movo de novo, desta vez me empurrando para frente, me encolhendo. Chamando meu autocontrole, eu tenho toneladas disso, eu faço, é tão difícil não jogar as bolas profundas.

Ela está molhada, então meu pau desliza fácil, procurando pelo ponto de resistência que estamos temendo.

Eu a beijo de novo, pegando o suspiro que escapa de seus pulmões, parando antes de ir mais longe.

—Devo parar? — A última coisa que quero fazer é machucá-la.

—Não. Vamos acabar com isso. — Quando eu rio, ela me bate no braço.

—Pare com isso, todo o seu corpo está vibrando.

—Certo. — Faces do jogo. Eu paro de rir.

Hora de ficar sério.

—Apenas faça isso, ok? Quanto mais demorar, pior será.

—Você tem certeza? — Eu duvido.

—Não, mas isso só vai doer uma vez, certo?

—Como diabos eu deveria saber? — Certamente não doeu quando eu perdi a minha virgindade parecia tão bom pra caralho, eu cheguei em segundos.

—Empurre, Kip.

Empurrar.

Oh foda ela é apertada. E molhada e... apertada.

Ela está tensa embaixo de mim quando eu empurro todo o caminho, esperando o pior, fechando os olhos com força.

Um espreita aberto.

—Foi isso?

—Quero dizer... nós não terminamos, se é isso que você quer dizer.

—Não, quero dizer, isso beliscou, mas não doeu muito. Isso é normal?

Mais uma vez, como diabos eu sei?

—Não tenho certeza baby. Posso me mover agora?

Sua única resposta é um meneio de seus quadris, e começo a me mexer, entrando e saindo, empurrando devagar. Aos poucos, indo mais rápido, medindo sua reação lendo seu rosto.

Boca aberta, sua expressão é quase ilegível.

Hmm.

Me preparando com um cotovelo, eu alcanço entre nossos corpos, meu polegar encontrando sua carne. Seu clitóris. Aquele pequeno ponto em sua vagina que eu conheço e a fará gozar.

Eu esfrego.

Círculos lentos enquanto eu a fodo devagar, ao redor e ao redor e ao redor ...

Tão molhada.

Tão apertado.

Minha testa transpira, e Jesus, eu gostaria que isso não acontecesse, porque quem quer estar coberto de suor enquanto está transando com a namorada pela primeira vez?

Eu não.

Cristo.

Mas...

Teddy começa a gemer.

Baixo em sua garganta. Pequenos suspiros.

Puta merda, ela vai...?

Ela está seriamente prestes a gozar porra?

Não tem jeito.

Ela está.

Ela faz.

—Oh meu Deus, Kip, oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus...

O aperto de seus músculos internos e as ondas de prazer mandam choques para o meu pau, minhas bolas recebendo a mensagem de tudo claro.

—Foda-se, — eu gemo em seu cabelo.

—Oh foda-se, Teddy.

Quando eu saio dela, eu pego sua mão na minha e a seguro enquanto nós dois olhamos para o teto, esperando para recuperar o fôlego.

***

—Eu não posso acreditar que você realmente teve um orgasmo. — Honestamente. Ainda não posso acreditar nisso. As chances de isso acontecer eram quase nulas. Eu não acho que as virgens poderiam ter orgasmo pela primeira vez.

—Nem eu posso.

—Eu devo ter um pau mágico ou algo assim. — Que outra explicação poderia haver?

—Não vamos nos antecipar, ok? Se você não estivesse me esfregando ao mesmo tempo, de jeito nenhum eu teria gozado.

—Quer fazer uma aposta? — Meu pau fica alerta, interessado na conversa.

—Kip, eu não vou fazer sexo com você novamente hoje à noite. — Mesmo no escuro, eu posso ouvir seus olhos rolarem. —Eu mal vou poder ir ao banheiro como estou.

—Tudo bem, mas se você mudar de ideia, eu estarei aqui, pensando sobre sexo.

—Mantenha suas mãos para si mesmo, a menos que você queira me abraçar.

—Afago eu posso fazer. Você quer ser a colher grande ou a colher pequena?

—Colher pequena, por favor. — Seu pequeno corpo se encaixa no meu, traseiro contra o meu pau, de volta contra o meu peito. Ajuste perfeito.

—Você pode não colocar seu braço gigante no meu estômago? Eu não vou conseguir respirar se você fizer isso, pesa uma tonelada.

Meu telefone toca na mesa de cabeceira.

Eu ignoro isso, obviamente.

—Você vai ver quem é?

Nós dois sabemos quem é, porque eu nunca recebo mensagens de ninguém além de Teddy, meus pais e Verônica. Às vezes, de um dos caras da equipe, mas raramente.

—Eu não quero saber o que Ronnie quer a esta hora da noite.

—Kip, são dez horas.

—Assim?

—Isso não é tarde, e ela está uma hora atrás de nós. Além disso, e se for uma emergência?

Eu olho para Teddy, falando no topo da cabeça dela.

—Você está falando sério? Nada é uma emergência com minha irmã. Ela está mandando mensagens de texto porque é intrometida.

Seus sentidos de aranha provavelmente estavam formigando, e ela sabe que eu acabei de transar, então ela está mandando mensagens para investigar.

Na mesa de cabeceira oposta, o telefone de Teddy toca.

—E como ela sabe.

Sim, ela sabe tudo bem.

—Envie-lhe uma foto da lingerie ursinho no chão com a minha roupa íntima suja, que vai levá-la a nos deixar em paz.

—Sua irmã? — Teddy ergue uma sobrancelha. —Ela só vai salvar e usar contra você mais tarde.

Verdade.

—O que ela precisa fazer é cuidar de seu próprio negócio.

—Isso é engraçado, Verônica cuidando da própria vida. — Teddy ri.

—À sua maneira, ela meio que jogou de casamenteira.

Estou quieto por alguns segundos, considerando isso.

—Puta merda. Você está certa.

—Eu estou?

—Sim, e isso me fez vomitar um pouco na minha boca.

Teddy me cutuca nas costelas.

—Descubra o que ela quer.

Eu suspiro, rolando em direção à mesa de cabeceira.

Ronnie: Eu te avisei.

Eu: É por isso que você está me enviando mensagens às dez da noite? Para dizer que eu te avisei?

Ronnie: Sim.

Eu: Explique

Alguns segundos depois, aparece uma captura de tela, é parte da conversa que tivemos semanas atrás, no fim de semana que trouxe Teddy de volta a minha casa. Quando eu disse que éramos apenas amigos.

Eu: Ela é apenas uma amiga. Mal mesmo um amigo.

Ronnie: Marque minhas palavras, Kipling: isso não vai ter o final que você acha que vai ...

—Deus, eu odeio quando ela está certa. É tão chato e irritante.

Teddy está lendo o texto por cima do meu ombro, e posso senti-la sorrindo contra a minha pele, sua mão acariciando minhas costas. Lábios beijando meu ombro.

—Eu amo isso, — vem seu sussurro tímido.

—E eu te amo.

Eu coloco o telefone de volta para baixo e, tomando cuidado para não a esmagar, viro para minhas costas. Encontro seus lábios e a beijo.

—Eu também te amo, querida. — Então.

—Não podemos dizer a Ronnie que ela estava certa?

—Eu acho que ela já sabe.

Sim, provavelmente. Mas ainda assim.

—Ela mandou mais alguma coisa além daquela coisa vermelha?

Teddy para, traçando o meu peitoral direito com a ponta do dedo dela.

—Isso é para eu saber e você descobrir.

 

 

 

 

Notas

 


[1]Sasquatch seria o Pé Grande.
[2] Half nelson - Luta de wrestling onde um braço é pressionado sob o braço do adversário de trás para a parte de trás do pescoço.
[3] Tipo de socialites que além do dinheiro, tem influências políticas.
[4]Um arranjo entre pessoas para fazer uma jornada regular em um único veículo, tipicamente com cada pessoa se revezando para dirigir os outros.
[5] Abreviação para: não foi decidido.
[6] Siglas para: demosntração pública de afeto.
[7] É um tipo de elastico de cabelo.
[8] Como se fosse um amistoso.
[9] Método de reinicio do jogo de rugby, onde os jogadores se empurram com a cabeça baixa, tentando ganhar a posse da bola.

 

 

                                                    Sara Ney         

 

 

 

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