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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


JOGO NOTURNO / Sherrilyn Kenyon
JOGO NOTURNO / Sherrilyn Kenyon

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblio VT

 

 

 

 

Bride McTierney está farta dos homens. São mesquinhos, egoístas e nunca amam a uma mulher pelo que realmente é. Mas embora se gabe de ser independente, no fundo deseja encontrar o seu particular cavalheiro de brilhante armadura. Jamais esperou que seu cavalheiro tivesse um brilhante... Casaco de pele.
Letal e torturado, Vane Kattalakis não é o que aparenta ser. A maioria das mulheres se lamentava de que seus namorados se comportem como autênticos cachorros. No caso de Bride, o seu é um lobo. Um were-hunter lobo.
Vane, cujos inimigos querem vê-lo morto, não está procurando uma companheira. Mas o destino quis que Bride fosse à mulher destinada a ser sua companheira. Agora, tem três semanas para convencê-la de que o sobrenatural existe, já que do contrário viverá o resto de sua vida como se estivesse castrado!... Algo que qualquer lobo que se aprecie não pode aceitar.
Mas, como pode um lobo conseguir convencer a uma humana para que lhe confie sua vida quando seus inimigos não se detêm ante nada para acabar com a sua? No mundo dos Were-Hunter só sobrevive o mais forte. E só um macho dominante pode ganhar.

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando a lua está cheia, a paixão é mais forte...
Vêem comigo, viajante moderno, atrás de um tempo que foi protegido pelo mistério. Atrás de uma antiga lenda que foi, sobre tudo, esquecida. Ou pelo menos...
Deformada.
Vemos parte disso em nosso avançado mundo. Que mortal atual não sabe do temor aos estranhos ruídos à luz da lua cheia? Temer o uivo do lobo? O grito de um falcão?
Olhar com precaução nos becos mais escuros. Não temendo a predadores humanos, mas temendo a algo mais.
Algo escuro. Perigoso. Algo ainda mais mortal que nossos homólogos humanos.
Mas a humanidade nem sempre teve este medo. Em efeito, houve um tempo uma vez, faz muito, quando a raça era a raça e os animais eram animais.
Até o dia do Allagi. Eles dizem do nascimento dos Were-Hunters, que como a maioria dos grandes vilões, começou apenas com as melhores intenções.
O rei Lycaon da Arcádia não tinha nem idéia quando se casou, que sua preciosa e amada rainha não era humana. Sua esposa guardava dentro dela um escuro segredo. Ela
nasceu da maldita raça Apolita e estava destinada a morrer na flor de sua juventude, à idade de vinte e sete anos.
Não foi até seu último aniversário, quando Lycaon viu sua amada morrer horrivelmente de velhice, que se deu conta que os dois filhos que ela tinha criado a seguiriam
a um jovem tumulo.
Golpeado pela pena, ele tinha procurado a seus sacerdotes, mas todos lhe disseram que não havia nada que poderia fazer. O destino era o destino.
Mas Lycaon resistiu fazer caso a sua sabedoria. Ele era um feiticeiro e estava decidido que ninguém levaria para longe os seus filhos. Nem sequer o Destino.
E então começou a experimentar com sua magia um modo para prolongar as vidas da raça de sua esposa. Capturando-os, ele magicamente combinou sua essência com vários
animais que eram conhecidos por sua força: ursos, panteras, leopardos, falcões, leões, tigres, chacais, lobos, e até dragões.
Ele passou anos aperfeiçoando sua nova raça, até que por fim esteve certo que tinha encontrado a cura para seus filhos. Mesclando-os com um dragão e um lobo, os
mais fortes dos animais com os que tinha feito experiência, impregnou-os de mais força e magia que a qualquer um dos outros. De verdade, deu seu próprio poder a
seus filhos.
Ao final, ele recebeu mais do que tinha contado. Não só seus filhos tinham vidas mais longas que sua esposa, eles tinham vidas mais longas que qualquer espécie conhecida.
Com suas capacidades mágicas e sua força animal, eles agora viviam de dez a doze vezes mais que qualquer humano.
As Destinos olharam para baixo e viram o que o orgulhoso rei tinha feito. Zangadas com a interferência em seus domínios, as Destinos decretaram que ele deveria matar
a seus filhos e todos os que eram como eles.
Lycaon se negou.
Então as Destinos procuraram sua própria forma de castigo para seu orgulho. Seus filhos e todos os que fossem como eles foram amaldiçoados novamente.
—Nunca haverá paz entre seus filhos — proclamou Clotho, a Destino que faz girar os fios de vida—. Eles passarão a eternidade odiando e brigando até o dia que não
respirem mais.
E assim foi. Sempre que Lycaon mesclava um animal com um humano, ele, de fato, fazia dois seres. Um que era quem levava o coração de um animal e outro que levava
um coração humano.
Aqueles que caminhavam como homens e tinham corações humanos foram depois chamados Arcadianos pela raça do Lycaon. Os que tinham corações de animal foram chamados
Katagaria.
Os Katagaria nasciam como animais e viviam como animais, até que alcançavam a puberdade, quando os poderes mágicos se liberavam em seus hormônios, e seriam capazes
de voltar a ser humanos, ao menos externamente. Seus corações de animal governariam sempre suas ações.
Da mesma maneira, os Arcadianos nasciam como humanos e viviam como humanos até que sua puberdade trazia com ela sua magia e sua capacidade de mudar à forma de animal.
Dois lados de uma mesma moeda, as duas espécies deveriam ter estado em paz. Em muda, as deusas enviaram a Discórdia para plantar a desconfiança entre eles. Os Arcadianos
se sentiram superiores a seus primos animais. Depois de tudo, eles eram a raça com a racionalidade humana, enquanto os Katagaria eram só animais que podiam tomar
a forma humana.
Os Katagaria aprenderam rapidamente que os Arcadianos não eram honestos sobre suas intenções e que diriam uma coisa, logo fariam outra.
Com o passar do tempo, os dois grupos se atacaram enquanto cada lado tomava a razão moral como própria. Os animais acreditavam que os Arcadianos eram a verdadeira
ameaça enquanto os Arcadianos acreditavam que os Katagaria deviam ser controlados ou abatidos.
Esta é uma guerra interminável.
E como com todas as guerras, nunca houve um verdadeiro vencedor. Só houve vítimas que ainda sofriam pelo prejuízo e o ódio infundado.


Prólogo

Nova Orleans, Noite do Mardi Gras do ano 2003.

Sinto muito, Vane. Juro que nunca pensei que nos destruiria desta forma.
Vane Kattalakis chiou seus dentes enquanto voltava a falhar de sua tentativa de levantar-se. Seus braços lhe doíam pelo esforço de levantar noventa quilos de puro
músculo com nada mais que os ossos de seus pulsos. Cada vez que estava perto de levantar seu corpo até o galho sobre sua cabeça, seu irmão começava a falar, o qual
rompia sua concentração e fazia que voltasse a cair a sua posição suspensa.
Ele suspirou, tratando não de fazer caso da severa dor de seus pulsos.
—Não se preocupe Fang. Conseguiremos sair desta.
De algum jeito.
Esperava.
Fang não o ouviu. Em muda seguiu pedindo perdão por causar suas mortes.
Vane se esticou outra vez contra a cortante corda que mantinha suas mãos atadas juntas em cima de sua cabeça, presa a um frágil galho, enquanto ele se pendurava
precariamente de um antigo cipreste sobre uma das mais escuras e desagradáveis água de pântano que tivesse visto. Não sabia o que era pior, pensar em perder suas
mãos, sua vida, ou cair nesse buraco de lodo asqueroso infestado de jacarés.
Francamente, entretanto, preferia estar morto que tocar nessa peste. Nem sequer na escuridão do pântano da Luisiana, ele podia dizer quão pútrido e repugnante era.
Havia algo seriamente mal em alguém que desejava viver aqui, neste pântano. Pelo menos tinha a confirmação de que Talon dos Morrigantes era um idiota de primeira
linha.
Seu irmão, Fang, estava preso de igual maneira sobre o lado oposto da árvore onde eles pendiam de forma inquietante entre o gás do pântano, as serpentes, os insetos,
e os jacarés.
Cada vez que Vane se movia, a corda se cravava na carne de seus pulsos. Se não se libertasse logo, a corda atravessaria os tendões e ossos, e cortaria suas mãos
completamente.
Este era o timoria, o castigo, que ambos recebiam pelo fato de que Vane tivesse protegido à mulher do Talon. Como Vane se atreveu a ajudar aos Dark Hunters, os desalmados
Daimons que estavam em guerra com os Dark Hunters tinham atacado à manada de lobos Katagaria de Vane e tinha assassinado a sua querida irmã.
Os Katagaria eram animais que podiam tomar forma humana e seguiam uma lei básica da natureza: matar ou ser morto. Se alguém ou algo ameaçava a segurança da manada,
era aniquilado.
Então Vane, que tinha causado o ataque dos Daimons, tinha sido condenado a ser golpeado e deixado para morrer no pântano. Fang estava com ele só porque seu pai os
tinha odiado desde que tinham nascido e os tinha temido desde o dia em que seus poderes sobrenaturais tinham sido desbloqueados por seus hormônios adolescentes.
Mais que isso, seu pai os odiava pelo que sua mãe lhe tinha feito.
Esta tinha sido a perfeita oportunidade para que seu pai se livrasse de ambos sem que a manada se voltasse em contrário pela sentença de morte.
Seu pai tinha dito com alegria.
Este seria o último engano que seu pai voltaria a cometer.
Ao menos o seria se Vane pudesse conseguir tirar seus traseiros deste maldito pântano sem ser comidos.
Ambos estavam em sua forma humana e apanhados pelos finos, prateados colares metriazo que levavam ao redor de seus pescoços e que enviavam mínimos impulsos iônicos
a seus corpos. Os pescoços os mantinham em forma humana. Algo que seus inimigos pensaram que os fariam mais débeis.
No caso Fang isso era verdade.
Não era no caso de Vane.
Ainda assim, o colar debilitava sua capacidade de utilizar a magia e manipular as leis da natureza. E isso o estava deixando zangado muito seriamente.
Como Fang, Vane estava vestido só com um par de jeans ensangüentados. Sua camisa tinha sido arrancada para sua surra e suas botas tomadas só por despeito. Certamente,
ninguém esperava que vivessem. Os colares não podiam ser tirados com a magia, o que nenhum dos dois poderia usar enquanto o levassem, e inclusive se por algum milagre
eles realmente descessem da árvore, havia um grupo grande de jacarés que podia cheirar seu sangue. Jacarés que só esperavam que caíssem ao pântano para prover-se
de uma saborosa comida de lobo.
—Homem - disse Fang com irritação—. Fury tinha razão. Nunca deveria confiar em nada que sangra durante cinco dias e não morre. Deveria ter escutado. Você me disse
que Petra era uma cadela capaz de foder com três lobos de uma vez. Mas escutei? Não e agora nos olhe. Juro, se sair desta, vou matá-la.
—Fang! —Vane lhe disse bruscamente a seu irmão que seguia falando enquanto Vane tentava controlar alguns poderes através das dolorosas descargas elétricas do colar—.
Poderia acabar com o Festival da Culpa e deixa eu me concentrar, se não irei ficar pendurado nesta maldita árvore pelo resto da eternidade.
—Bom, não pela eternidade. Calculo que só temos aproximadamente uma meia hora antes que as cordas nos cortem os pulsos. Falando disso, meus pulsos realmente doem.
Como estão os teus? —Fang fez uma pausa enquanto Vane suspirava e sentiu um mínimo movimento da corda que começava a afrouxar-se.
Também ouviu romper o galho.
Com seu coração martelando, Vane olhou para baixo para ver um enormemente grande par de olhos de jacaré olhando-o das profundidades escuras. Vane teria dado algo
por ter três segundos de seus poderes para fritar a esse incômodo glutão.
Fang não pareceu notar nenhuma das duas ameaças.
—Juro que nunca vou dizer que morda meu traseiro outra vez. A próxima vez que me dizer algo irei escutar sobre tudo se referir a uma fêmea.
Vane grunhiu.
—Então poderia começar por me escutar quando te digo que te cale?
—Já me calo. Só odeio ser humano. A propósito. Como suporta?
—Fang!
—O que?
Vane pôs os olhos em branco. Era inútil. Sempre que seu irmão estava em forma humana, a única parte de seu corpo que conseguia qualquer exercício era sua boca. Por
que sua manada não podia ter amordaçado ao Fang antes que o pendurassem?
—Sabe, se nós estivéssemos em forma de lobo, só deveríamos roer nossas patas. Certamente se estivéssemos em forma de lobo, as cordas não nos sustentariam, assim...
—Se cale - ameaçou Vane outra vez.
—A sensação volta alguma vez para suas mãos depois de estar assim intumescidas? Isto não acontece quando somos lobos. Isto acontece com freqüência às pessoas?
Vane fechou seus olhos, aborrecido. Então assim era como terminaria sua vida. Não em alguma gloriosa batalha contra um inimigo ou seu pai. Nem tranqüilamente em
seu sonho.
Não, o último som que ele ouviria seria Fang amaldiçoando.
Ele imaginava.
Ele inclinou sua cabeça para trás para poder ver seu irmão através da escuridão.
—Sabe Fang, vamos jogar culpas por um minuto. Estou doente e cansado de ficar pendurado aqui devido a sua maldita boca que decidiu contar a seu último brinquedo
mastigável como protegi à companheira de um Dark Hunter. Muito obrigado por não saber quando fechar a maldita boca.
—Sim, pois como eu ia saber que Petra correria para contar ao nosso Pai que você estava com Sunshine e que por isso os Daimons nos atacaram? Fêmea hipócrita. Petra
disse que queria ficar comigo.
—Todas querem ficar contigo, imbecil, essa é a natureza de nossa espécie.
—Vai à merda!
Vane soltou um fôlego enquanto Fang finalmente se acalmava. A ira de seu irmão deveria lhe dar uma pausa de uns três minutos enquanto Fang pensava e procurava uma
mais criativa e eloqüente volta.
Enlaçando seus dedos, Vane levantou suas pernas. Mais dor se deslizou por seus braços enquanto cortava profundamente a carne humana. Ele só rezava para que seus
ossos agüentassem um pouco mais sem quebrar-se.
Mais sangue escorreu por seus antebraços enquanto levantava suas pernas em cima de um galho sobre sua cabeça.
Se somente pudesse conseguir envolver-se... Ao redor...
Ele tocou ligeiramente a madeira com seu pé nu. A casca esta fria e frágil enquanto raspava contra a suave parte superior de seu pé. Ele colocou seu tornozelo ao
redor da madeira.
Só um pouco... pouquinho...
Mais.
Fang grunhiu.
—É um tremendo estúpido...
Bem, muita criatividade.
Vane concentrou sua atenção em seus próprios e rápidos batimentos do coração e esperou para ouvir os insultos de Fang.
Ao contrário, ele enroscou uma perna ao redor do tronco e expulsou seu fôlego. Vane grunhiu de alívio enquanto a maior parte do peso foi tirado de seus palpitantes
e ensangüentados pulsos. Ele ofegou pelo esforço enquanto Fang seguia com seu ignorado discurso.
O tronco rangeu perigosamente.
Vane conteve seu fôlego outra vez, aterrorizado para que não fosse seu movimento que fizesse que seu galho se rompesse em dois e caísse como uma bolsa de batatas
na verde e podre água do pântano abaixo.
De repente, os crocodilos se derrubaram na água, logo se afastaram.
—OH merda - chiou Vane.
Esse não era um bom sinal.
Havia só duas coisas, que ele soubesse que fazia ir os crocodilos. Uma era se o Dark-Hunter chamado Talon, que vivia no pântano, retornava a sua casa e os refreava.
Mas como Talon estava no French Quarter salvando ao mundo e não no pântano esta noite, isso parecia extremamente improvável.
A outra, a opção muito menos atrativa eram os Daimons, os que eram mortos vivos, os que estavam condenados a matar para prolongar artificialmente suas vidas. A única
coisa sobre a que se sentiam mais orgulhosos que matar humanos, era matar Were-Hunters. Já que as vidas dos Were-Hunters duravam séculos e eles possuíam capacidades
mágicas, suas almas poderiam manter a um Daimon dez vezes mais que um humano normal.
Era mais impressionante, uma vez que a alma de um Were-Hunter era reclamada, suas capacidades mágicas eram absorvidas nos corpos dos Daimons onde poderiam usar esses
poderes contra outros.
Era um dom especial ser um prazer único para os não mortos.
Havia só uma razão para que os Daimons estivessem aqui. Uma única maneira de que fossem capazes de encontrá-los a ele e ao Fang sozinhos neste pântano isolado onde
os Daimons não pisavam sem uma causa. Alguém os tinha oferecido como um sacrifício para que os Daimons deixassem a sua manada Katagaria tranqüila.
E não havia duvida em sua mente de quem tinha feito aquela chamada.
—Maldito seja! —Vane grunhiu na escuridão, sabendo que seu pai não podia ouvi-lo. Mas ele tinha que expressar-se de todos os modos.
—O que te fiz? —perguntou Fang com indignação— além de conseguir que lhe matem, em todo caso.
—Não você - disse Vane enquanto lutava por conseguir subir sua outra perna o suficiente para poder libertar suas mãos.
Algo saltou do pântano à árvore, sobre ele.
Vane torceu seu corpo para ver o alto e magro Daimon em cima, olhando para ele com um divertido brilho em seus olhos famintos.
Vestido todo de negro, o loiro Daimon estalou sua língua para ele.
—Deveria estar feliz de nos ver, lobo. Depois de tudo, só queremos te libertar.
—Vai pro inferno! —gritou Vane.
O Daimon riu.
Fang uivou.
Vane procurou com a visão para ver um grupo de dez Daimons derrubando ao Fang da árvore. Maldição! Seu irmão era um lobo. Ele não sabia como lutar em forma humana
sem seus poderes mágicos, os que não podia usar enquanto levasse esse colar.
Enfurecido, Vane levantou suas pernas. O galho se rompeu imediatamente, enviando-o diretamente à água parada abaixo.
Vane conteve seu fôlego enquanto o gosto podre e lamacento dela invadia sua cabeça. Tratou de impulsionar-se para a superfície, mas não podia.
Não é que importasse. Alguém o agarrou pelos cabelos e o atirou para a superfície.
Assim que sua cabeça esteve acima da água, um Daimon afundou suas presas no ombro nu de Vane. Grunhindo de raiva, Vane lhe deu uma cotovelada ao Daimon nas costelas
e usou seus próprios dentes para devolver a mordida.
O Daimon chiou e o liberou.
—Esta briga - disse uma mulher enquanto caminhava para ele. — proporcionará mais sustento que ao outro.
Vane lhe chutou as pernas antes que ela pudesse agarrá-lo. Usou o sinuoso corpo dela como um trampolim para sair da água. Como qualquer bom lobo, suas pernas eram
bastante fortes para propulsá-lo fora da água a uma das saliências do cipreste próximo.
Seu escuro cabelo molhado estava caído sobre seu rosto enquanto seu corpo palpitava pela luta e a surra que lhe tinha dado sua manada. A luz da lua cintilava sobre
seu musculoso e molhado corpo enquanto ficava dobrado com uma mão na velha saliência de madeira que se desenhava contra a cortina de fundo do pântano. Um escuro
musgo espanhol estava pendurado nas árvores enquanto a lua cheia, coberta pelas nuvens, refletia-se misteriosamente nas negras e aveludadas ondas da água.
Como o animal que era Vane olhou a seus inimigos aproximando-se dele. Não era caso de render ele ou Fang a esses bastardos. Ele podia não estar morto, mas estava
tão maldito como eles estavam e até mais receoso com as Destinos.
Levando suas mãos a boca, Vane usou seus dentes para morder a corda ao redor de seus pulsos e libertar suas mãos.
—Pagará por isso - disse um Daimon masculino enquanto se movia para ele.
Com suas mãos livres, Vane se lançou do tronco à água. Mergulhou fundo nas escuras profundidades até que pôde romper uma parte de madeira de uma árvore caída que
estava enterrada ali. Ele esperneou de retorno para a área onde Fang estava pendurado.
Ele saiu da água justo ao lado de seu irmão para encontrar a dez diferentes Daimons que se alimentavam do sangue do Fang.
A um chutou o traseiro, agarrou ao outro pelo pescoço e cravou a estaca que ele mesmo tinha feito no coração do Daimon. A criatura se desintegrou imediatamente.
Outros se voltaram para ele.
—Peguem número - lhes grunhiu Vane—. Há muito disto por vir.
O Daimon mais próximo riu.
—Seus poderes estão travados.
— Diga isso ao agente fúnebre - disse Vane enquanto se equilibrava para ele. O Daimon saltou para trás, mas não o bastante longe. Acostumado a lutar com humanos,
o Daimon não levou em conta que Vane era fisicamente capaz de saltar dez vezes mais longe.
Vane não precisou seus poderes psíquicos. Sua força de animal era suficiente para terminar com isto. Ele apunhalou ao Daimon e deu a volta para enfrentar a outros
enquanto o Daimon se evaporava.
Eles se atiraram em cima imediatamente, mas não funcionou. A metade do poder de um Daimon consistia na capacidade de golpear sem ser notado e criar pânico em sua
vítima.
Isto sempre tinha funcionado, exceto com o Vane que, como primo dos Daimons, tinha conhecido essa estratégia do berço. Não havia nada neles que o fizesse entrar
em pânico.
Todas suas táticas o faziam desapaixonado e decidido.
E ao final, fariam vitorioso.
Vane rasgou dois mais com a estaca enquanto Fang permanecia imóvel na água. Ele começou a entrar em pânico, mas se forçou a acalmar.
A calma era o único modo de ganhar uma luta.
Um dos Daimons o agarrou com um golpe que lhe fez dar voltas pela água. Vane chocou com um toco e gemeu quando a dor explodiu em suas costas.
Como de costume, ele recorreu a seus próprios poderes só para sentir que o colar se apertava e o sacudia. Ele amaldiçoou ante a nova dor, e depois ignorou.
Levantando-se, e se jogou contra os dois machos que se dirigiam a seu irmão.
—Se renda já - grunhiu um dos Daimons.
—por que não o faz você?
O Daimon investiu. Vane esquivou sob a água e atirou aos pés do Daimon. Eles lutaram na água até que Vane lhe cravou a estaca no peito.
O resto escapou.
Vane parou na escuridão, lhes escutando chapinhar para afastar-se dele. O coração palpitando em seus ouvidos enquanto permitia a sua raiva consumi-lo. Jogando sua
cabeça para trás, ele soltou seu uivo de lobo, que ressonou misteriosamente pelo nebuloso pântano.
Desumano e desgraçado era a classe de som que enviaria até aos especialistas em vudu para se esconderem.
Agora certo que os Daimons se foram, Vane tirou seu cabelo molhado de seus olhos enquanto se dirigia para o Fang, quem ainda não se movia.
Vane afogado em sua pena enquanto tropeçava às cegas pela água com apenas um pensamento em sua mente... Que não esteja morto.
Uma e outra vez em sua mente, ele via o corpo sem vida de sua irmã. Sentia sua frieza contra sua pele. Ele não podia perder ambos. Não podia.
Isto o mataria.
Pela primeira vez em sua vida, ele queria ouvir um dos imbecis comentários do Fang.
Algo.
Imagens cintilavam em sua mente enquanto recordava a morte de sua irmã no dia anterior nas mãos dos Daimons. A dor inimaginável o atravessou. Fang tinha que estar
vivo. Ele tinha que estar.
—Por favor, Deus - suspirou ele enquanto fechava a distância entre eles. Ele não podia perder a seu irmão.
Não assim...
Os olhos do Fang estavam abertos, olhando sem ver a lua cheia, que lhes teria permitido saltar no tempo fora desse pântano se os dois não tivessem esses colares.
Tinha feridas de mordidas abertas por todo corpo.
Uma funda e profunda pena rasgou ao Vane, estilhaçando seu coração em pedaços.
—Vamos, Fang, não morra - disse ele, sua voz quebrada enquanto se esforçava por não chorar. Em muda, ele grunhiu. —Não te atreva a morrer em cima de mim, estúpido.
Ele puxou seu irmão e descobriu que Fang não estava morto. Ele ainda respirava e tremia de um modo incontrolável. Superficial e áspero, o som cavernoso da respiração
do Fang era uma sinfonia para os ouvidos de Vane.
Suas lágrimas caíram enquanto o alívio o atravessava. Embalou com cuidado ao Fang em seus braços.
—Vamos, Fang - disse com calma—. Diga algo estúpido para mim.
Mas Fang não falou. Ele somente ficou ali completamente quieto enquanto tremia nos braços de Vane.
Ao menos estava vivo.
De momento.
Vane chiou seus dentes enquanto a ira o consumia. Ele tinha que conseguir tirar seu irmão daí. Tinha que encontrar um lugar certo para ambos.
Se houvesse tal lugar.
Com sua raiva desatada, ele fez o impossível, tirou o colar da garganta do Fang com suas mãos nuas. Fang instantaneamente se voltou lobo.
De todos os modos Fang não voltou. Ele não piscava ou gemia.
Vane tragou um doloroso nó em sua garganta e lutou contra as lágrimas que ferroavam em seus olhos.
—Está bem, irmãozinho - sussurrou ao Fang enquanto o tirava da água asquerosa. O peso do lobo marrom era insuportável, mas a Vane não preocupava. Não emprestou atenção
a seu corpo, que protestou levando ao Fang.
Enquanto que tivesse fôlego em seu corpo, ninguém jamais voltaria a danificar outra vez a alguém que a Vane importasse.
E ele mataria a qualquer que alguma vez o tentasse.


CAPITULO 1

Lilás e Seda Loja de Modas no Iberville, French Quarter.
Oito meses mais tarde...


Atordoada, Bride McTierney olhou fixamente a carta em sua mão e piscou. Piscou outra vez.
Não podia realmente estar dizendo o que ela pensava que dizia.
Podia?
Era uma brincadeira?
Mas enquanto a lia novamente pela quarta vez soube que não era. O podre covarde filho da puta em realidade tinha rompido com ela através de sua própria conta do
FedEx.
Lamento-o, Bride,
Mas preciso a uma mulher mais de acordo com minha imagem, minha reputação. Vou a muitos lugares e preciso a meu lado a mulher que me ajude não que me entorpeça.
Lhe envio suas coisas ao teu edifício. E te enviarei um pouco de dinheiro para um quarto de hotel para esta noite caso não tenha nenhum quarto livre.
Saudações,
Taylor
—Você lamenta, servil, chupador de babas de cão - grunhiu ela enquanto o lia outra vez e a dor a inundava tão profundo que tudo o que ela pôde fazer foi não voltar
a chorar. Seu namorado de cinco anos rompia com ela por carta... O que tinha carregado à conta do negócio dela.
— Condena-te no inferno, serpente asquerosa! —grunhiu.
Normalmente Bride cortaria sua própria cabeça antes que amaldiçoar, mas isto... Isto garantia que era sério.
E um corte de machado na cabeça de seu antigo namorado.
Ela lutou contra o impulso de gritar. E sentiu a necessidade de subir a seu SUV, ir à estação de televisão onde ele trabalhava e cortá-lo em pequenos pedacinhos
sangrentos.
Maldito!
Uma lágrima caiu por sua bochecha. Bride a limpou e sorveu. Ela não choraria por isso. Ele sim que não a merecia.
Sério, não a merecia, e profundamente dentro ela não estava surpreendida. Durante os últimos seis meses, sabia que isto aconteceria. Havia sentido sempre que Taylor
a punha em outra dieta ou lhe contratava outro programa de exercício.
Por não mencionar o importante jantar cerca de duas semanas no Aquarium onde lhe havia dito que não queria que ela fosse com ele.”Não há nenhuma necessidade de que
te arrume para algo tão aborrecido. Sério. É melhor que eu vá sozinho.”
Ela soube, no minuto em que ele tinha terminado de falar, que ele não estaria com ela por muito mais tempo.
De todos os modos machucava. De todos os modos estava doída. Como podia lhe fazer semelhante coisa?
Como isto! Pensou ela com ira, enquanto agitava a carta de um lado a outro como uma louca no meio da sua loja.
Mas então soube. Taylor realmente nunca tinha sido feliz com ela. A única razão pela que tinha saído com ela era porque seu primo era gerente em uma estação local
de televisão. Taylor tinha querido trabalhar ali e, como uma idiota, ela o tinha ajudado a conseguir.
Agora que ele estava certamente instalado em sua posição e as medições estavam no alto, ele saía com isto.
Bem. Ela não o necessitava de todos os modos.
Ela estava melhor sem ele.
Mas todos os argumentos no mundo não aliviaram a amarga e horrível dor em seu peito que a fazia querer enroscar-se como um novelo e gritar até que estivesse esgotada.
—Não farei - disse, limpando outra lágrima—. Não lhe darei a satisfação de chorar.
Jogando a carta, ela agarrou seu aspirador com fúria. Sua pequena boutique necessitava uma limpeza.
Somente aspirar.
Ela podia passar o aspirador até que o maldito tapete estivesse gasto.
Vane Kattalakis se sentia como uma merda. Ele acabava de deixar o escritório de Grace Alexander onde a boa, e ele usou a palavra com total rancor, psicóloga lhe
havia dito que não havia nada no mundo que pudesse curar a seu irmão até que seu irmão estivesse disposto a curar-se.
Não era o que ele precisava ouvir. As palavras da psicológica era para os humanos, não era para lobos que tinham que tirar seus estúpidos traseiros do Dodge antes
que os perdessem.
Desde que Vane tinha saído arrastando-se lentamente do pântano com seu irmão na noite do Mardi Gras, eles tinham estado vivendo no Santuário, um bar que era propriedade
do clã dos ursos Katagaria quem davam boas-vindas a todo extraviado, não importava de onde viessem: humano, Daimon, Apolita, Dark Hunter, Dream-Hunter, ou Were-Hunter.
Enquanto que mantivesse a paz e não ameaçasse a ninguém, os ursos lhe permitiam ficar. E viver.
Mas não importava o que os ursos Peltier lhe dissessem, ele sabia a verdade. Tanto ele como Fang viviam sob ameaça de morte e não havia nenhum lugar certo para eles.
Eles teriam que se mover antes que seu pai se desse conta que estavam ainda vivos.
Ao minuto em que o fizesse, uma equipe de assassinos seria enviados atrás deles. Vane poderia enfrentá-los, mas não se arrastava a um lobo de sessenta quilos em
estado de coma atrás dele.
Necessitava ao Fang acordado e alerta. Sobre tudo, necessitava a seu irmão disposto a lutar outra vez.
Mas nada parecia alcançar ao Fang, que ainda não havia movido de sua cama. Nada.
—Sinto sua falta, Fang - sussurrou ele baixo, enquanto sua garganta se apertava com a pena. Era tão difícil estar sozinho no mundo. Não ter a ninguém com quem falar.
Ninguém em quem confiar.
Queria tanto a seu irmão e a sua irmã de volta que com muito gosto venderia sua alma por isso.
Mas ambos, agora, foram-se. Não havia ninguém para ele. Ninguém.
Suspirando, meteu as mãos em seus bolsos e deu a volta no Iberville enquanto caminhava pelo French Quarter.
Ele ainda não estava certo por que se seguia preocupando de todos os modos. Ele bem poderia deixar que seu pai o tivesse. Que diferença haveria?
Mas Vane tinha passado toda sua vida lutando. Era tudo o que conhecia ou entendia.
Ele não podia fazer como Fang e só deitar-se e esperar a morte. Tinha que fazer algo para recuperar a seu irmão.
Algo que pudesse fazer para que ambos quisessem viver outra vez.
Vane fez uma pausa enquanto se aproximava de uma dessas lojas para mulheres que estavam dispersas por toda parte no French Quarter. Este era um grande edifício de
tijolo vermelho adornado em negro e borgonha. A frente inteira era feita de vidro que mostrava o interior da loja por completo de delicadas coisas de mulher, mercadorias
delicadas e femininas.
Mas não foi isso o que o fez parar.
Foi ela.
A mulher que tinha pensado que nunca voltaria a ver.
Bride.
Ele a havia visto somente uma vez e só brevemente quando protegia a Sunshine Runningwolf no Jackson Square enquanto a artista vendia seus artesanatos aos turistas.
Sem fazer caso dele, Bride tinha atendido a Sunshine e as duas tinham falado durante uns minutos.
Então Bride tinha desaparecido de sua vida completamente. Embora ele tivesse querido segui-la, Vane sabia muito bem. Humanos e lobos não se misturavam.
E definitivamente não os lobos que estavam arruinados como ele.
Então tinha sentado muito quieto enquanto cada molécula de seu corpo tinha gritado que fosse atrás dela.
Bride tinha sido a mulher mais formosa que Vane jamais tinha visto.
Ainda o era.
Seu comprido cabelo castanho estava preso em cima de sua cabeça em um desordenado coque que deixava que seus cachos acariciassem seu rosto de porcelana. Ela levava
um vestido comprido, negro, que fluía ao redor de seu corpo enquanto passava um aspirador pelo tapete.
Cada instinto animal em seu corpo rugia a vida enquanto a olhava outra vez. O sentimento era novo. Exigente.
Necessário.
E não escutaria razões.
Contra sua vontade, ele se encontrou dirigindo-se para ela. Não foi até que teve aberto a porta cor borgonha que se deu conta que ela estava chorando.
A ira feroz alcançou um passo até ele. Já era bastante mau o que a vida lhe causou, a última coisa que queria era ver alguém como ela chorar.
Bride deixou de passar o aspirador e levantou a visão quando ouviu alguém entrando em sua loja. O fôlego ficou preso na garganta. Nunca em sua vida tinha visto um
homem mais formoso.
Nunca.
A primeira visão seu cabelo era marrom escuro, mas em realidade estava composto de todas as cores: cinza, castanho, negro, marrom, mogno, até algum tom de loiro.
Ela nunca tinha visto um cabelo assim em alguém. Comprido e ondulado, estava preso em um atrativo rabo-de-cavalo.
Ainda melhor, sua camiseta branca estava ajustada sobre um corpo que a maior parte das mulheres só veria nos melhores anúncios das revistas. Este era um corpo que
anunciava sexo. Alto e magro aquele corpo pedia que uma mulher o acariciasse só para ver se era tão duro e perfeito como parecia.
Suas formosas expressões eram agudas, cinzelados, e tinha o crescimento de um dia de barba sobre seu rosto. Este era o rosto de um rebelde que não aceitava os costumes
da moda... Alguém que vivia sua vida exclusivamente em com seus próprios termos. Era óbvio que ninguém dizia a este homem como fazer nada.
Ele...era...magnífico.
Bride não podia ver seus olhos pelos escuros óculos de sol que levava, mas ela sentiu seu olhar fixo. Sentia como um toque ardente sem chama.
Este homem era resistente. Feroz. E isto enviou uma onda de pânico por ela.
Por que alguém como ele estaria em uma loja que se especializava em acessórios para mulheres?
Certamente não iria roubar?
O aspirador, que ela não tinha movido um milímetro desde que ele tinha entrado em sua loja, tinha começado a gemer e a jogar fumaça em sinal de protesto. Soltando
seu fôlego bruscamente, Bride rapidamente o desligou e abanou o motor com sua mão.
—Posso lhe ajudar? —perguntou ela enquanto lutava para por o instrumento de limpeza atrás do mostrador.
O calor banhou suas bochechas enquanto o motor seguia fumegando e cuspindo. Isto adicionou um aroma não muito agradável de pó queimado as velas perfumadas que ela
usava.
Sorriu-lhe fracamente ao deus tremendamente sexy que estava tão despreocupadamente de pé em sua loja.
—Lamento tudo isto.
Vane fechou seus olhos enquanto saboreava o ritmo melódico do sul em sua voz. Este chegou profundamente dentro dele, fazendo que seu corpo inteiro ardesse por ela.
Ele estava inflamado pela necessidade e o desejo.
Inflamado pelo impulso selvagem de tomar o que queria, e ao diabo com as conseqüências.
Mas ela estava assustada com ele. Sua metade animal o sentia. E essa era última a coisa que sua metade humana queria.
Aproximando-se, ele tirou os óculos de sol e lhe ofereceu um pequeno sorriso.
—Olá.
Isso não ajudou. Ao contrário, a visão de seus olhos a deixou mais nervosa.
Maldição.
Bride estava atordoada. Ela não tinha acreditado que ele pudesse olhá-la melhor que o que já o fazia, mas com esse diabólico sorriso zombador, o fazia.
Pior, o intenso e selvagem olhar fixo desses cansados olhos cor verde avelã a fez estremecer e arder. Nunca em sua vida tinha visto um homem nem a décima parte tão
arrumado como este.
—Olá - respondeu ela, sentindo-se totalmente estúpida.
O olhar fixo dele finalmente a abandonou e vagou ao redor da loja e de suas várias amostras.
—Procuro um presente - disse ele com essa voz profundamente hipnótica. Ela poderia lhe ter escutado falar por horas, e por uma razão que não podia explicar, ela
queria ouvi-lo dizer seu nome.
Bride limpou sua garganta e guardou em seus lugares esses pensamentos idiotas enquanto saía de atrás do mostrador. Se seu atrativo ex não podia suportar como exibia,
por que um deus como este perderia o tempo com ela?
Então decidiu acalmar-se antes de envergonhar-se ante ele.
—Para quem é?
—Para alguém muito especial.
—Sua namorada?
Seu olhar voltou para a dela e a fez tremer ainda mais. Ele sacudiu sua cabeça ligeiramente.
—Eu nunca poderia ter tanta sorte - disse ele, em seu tom baixo, sedutor.
Que coisa tão incomum havia dito ele. Ela não podia imaginar ele tendo problemas para conseguir a nenhuma mulher que quisesse. Quem sobre a terra lhe diria não?
Pensando bem, ela esperava que nunca encontrasse a uma mulher que o atraísse. Se o fizesse, sentiria se moralmente obrigada a atropelá-la com seu carro.
—Quanto quer gastar?
Ele deu de ombros.
—O dinheiro não significa nada para mim.
Bride piscou ante isto. Magnífico e bem sucedido. Homem, alguma mulher por aí era afortunada.
—Bem. Temos alguns colares. Aqueles sempre são um presente agradável.
Vane a seguiu a uma vitrine contra a parede longe de onde ela tinha um espelho, com uma multidão de gargantilhas de contas e pingentes que estavam sobre seus suportes
de cartolina.
O aroma dela o fez endurecer-se e excitar-se. Foi tudo o que pôde fazer para não afundar sua cabeça no ombro dela e inalar seu aroma até que estivesse bêbado dele.
Ele concentrou seu olhar na pele nua e pálida de seu pescoço.
Ele lambeu os lábios enquanto se imaginava como a saborearia. Como se sentiriam suas luxuriosas curvas pressionadas contra seu corpo. Ter seus lábios inchados por
seus beijos, seus olhos escuros e sonhadores pela paixão quando ela levantasse a visão para ele enquanto a tomava.
E mais, ele podia sentir o próprio desejo dela e isso voltava seu apetite ainda pior.
—Qual é seu favorito? —perguntou ele, ainda quando já sabia a resposta.
Havia uma gargantilha vitoriana negra que tinha seu aroma por toda parte. Era óbvio que ela a tinha provado recentemente.
—Esta - disse ela, alcançando-a.
Seu pênis se endureceu ainda mais quando os dedos dela roçaram as pedras negras. Ele não desejava nada mais que deslizar sua mão sobre o braço estendido dela, roçar
com leveza sua suave e pálida pele, até alcançar sua mão. Uma mão que gostaria mordiscar.
—Você o provaria para mim?
Bride tremeu ante o profundo tom de sua voz. O que acontecia a ele que a deixava tão nervosa?
Mas ela sabia. Ele era extremamente masculino e estar sob sua direta avaliação era tão insuportável como desconcertante
Ela tentou colocar o colar, mas suas mãos tremiam tanto que não podia prendê-lo.
—Posso ajudá-la? —perguntou ele.
Ela tragou e assentiu.
Suas cálidas mãos tocaram as suas, fazendo-a ficar ainda mais nervosa. Ela se olhou no espelho, apanhando o olhar daqueles olhos cor verde avelã que a olhavam fixamente
com um calor que a fez tremer e arder.
Ele era sem uma dúvida o homem com a melhor aparência que jamais tivesse vivido ou respirado e estava aqui a tocando. Era suficiente para fazê-la desmaiar!
Ele habilmente colocou o colar. Seus dedos se atrasaram em seu pescoço durante um minuto antes que ele encontrasse o olhar dela no espelho e se afastasse.
—Formoso - murmurou ele com voz rouca, só que não olhava o colar. Ele olhava fixamente o reflexo dos olhos dela—. O levarei.
Dividida entre o alívio e a tristeza, Bride procurou afastar-se rapidamente enquanto tratava de tirar. De verdade, gostava desse colar e lamentava vê-lo ir. Ela
o tinha comprado para a loja, mas tinha querido guardá-lo para si.
Mas por que o desagrado? Era uma obra de arte feita à mão de seiscentos dólares. Ela não teria onde exibi-lo. Seria um esbanjamento, e a irlandesa pragmática nela
não lhe permitiria ser tão tola.
Limpou de novo sua garganta e se dirigiu à caixa registradora.
Vane a olhou atentamente. Ela estava ainda mais triste que antes. Deus como queria mais que tudo que sorrisse a ele. O que lhe dizia um macho humano a uma fêmea
humana para fazê-la feliz?
As lobas realmente não riam não como as humanas faziam. Suas risadas eram mais matreiras, sedutoras. Chamativas. Sua raça não ria quando era feliz.
Eles tinham sexo quando estavam felizes e isso, para ele, era a vantagem maior de ser um animal mais que um humano. As pessoas tinha regras sobre a intimidade que
ele nunca tinha entendido totalmente.
Ela colocou o colar em uma grande caixa branca com uma almofadinha de algodão no interior.
—Quero embrulhado para presente?
Ele confirmou.
Com cuidado, ela tirou a etiqueta do preço, pôs ao lado da caixa registradora, logo tirou uma pequena folha de papel que tinha sido pré-cortada ao tamanho da caixa.
Sem olhar para ele, ela rapidamente envolveu a caixa e registrou sua venda.
—Seiscentos e vinte e três dólares e oitenta e quatro centavos, por favor.
Ela ainda não o olhava. Em muda seu olhar estava enfocado no piso, perto de seus pés.
Vane sentiu um estranho impulso de agachar-se até que seu rosto estivesse em sua linha de visão. Ele se conteve enquanto tirava sua carteira e lhe entregava seu
cartão American Express.
Isto era realmente ridículo, que um lobo tivesse um cartão de crédito humano. Entretanto, este era o século vinte e um e os que não se misturavam rapidamente se
encontrariam exterminados. A diferença de muitos outros de sua classe, ele tinha investimentos e propriedades. Ao inferno, até tinha um banqueiro pessoal.
Bride tomou o cartão e a passou por seu terminal no computador.
—Você trabalha aqui sozinha? —perguntou ele, e rapidamente compreendeu que isso foi inadequado, já que o temor dela chegou com um aroma tão forte, que quase o fez
amaldiçoar-se em voz alta.
—Não.
Estava-lhe mentindo. Ele podia cheirá-lo.
Bem feito, imbecil. Humanos. Ele nunca os entenderia. Mas claro, eles eram débeis, sobre tudo suas fêmeas.
Deu-lhe o recibo.
Nervosa com ele por fazê-la sentir até mais incômoda, ele assinou com seu nome e o devolveu.
Ela comparou sua assinatura com a de seu cartão e franziu o cenho.
—Katta...
—Kattalakis - disse ele—. É grego.
Seus olhos brilhavam só um pouco enquanto lhe devolvia o cartão.
—É muito diferente. Você deve passar muito tempo soletrando-lhe às pessoas.
—Sim.
Ela colocou o recibo em sua gaveta, logo colocou o presente envolto em uma pequena bolsa fechada com fios de corda.
—Obrigado - disse ela tranqüilamente, pondo sobre o mostruário diante dele—. Que tenha um dia agradável, Senhor Kattalakis.
Ele assentiu e se dirigiu à porta, com seu coração ainda mais pesado que antes, porque não tinha conseguido fazê-la feliz.
—Espere! —disse ela quando ele tocou a entrada da porta—. Esqueceu do seu colar.
Vane se voltou para olhá-la uma última vez, sabendo que nunca a voltaria a vê-la. Ela estava tão formosa ali com seus grandes olhos cor âmbar em seu pálido rosto
de deusa. Havia algo nela que recordava a um anjo de Rubens. Ela era sutil e encantadora.
E muito frágil para um animal.
—Não - disse ele concordando—. O deixei com a mulher que quero que tenha.
Bride sentiu que ficava de boca aberta enquanto as palavras dele ficavam no ar entre eles.
—Não posso aceitá-lo.
Ele abriu a porta e se dirigiu à rua.
Tomando a bolsa do mostruário, Bride o perseguiu. Ele se dirigia rapidamente pelo caminho do centro do Quarter e isto fez com que ela se apressar-se seriamente
para alcançá-lo.
Ela pegou seu braço, assombrada pela tensão de seus bíceps enquanto ela o puxava para que se detivesse. Sem fôlego, ela levantou a visão para aqueles sedutores olhos
cor verde avelã.
—Não posso aceitar isto - disse ela outra vez, lhe dando a bolsa—. É muito.
Ele resistiu pega-lo.
—Quero que você o tenha.
Havia tanta duvida na sinceridade daquelas palavras que ela não podia fazer nada mais que olhá-lo atônita.
—Por quê?
—Por que as mulheres formosas merecem coisas formosas.
Ninguém que não estivesse relacionado com ela havia dito nada tão amável. Hoje mais que qualquer outro dia, ela precisava ouvi-lo. Ela nunca tinha pensado que algum
homem jamais pensaria assim dela. E ouvir isso deste magnífico estranho lhe significou o mundo.
Essas palavras lhe chegaram tão profundamente dentro dela que... que...
Ela se pôs a chorar.
Vane ficou ali parado sentindo-se completamente perplexo. O que era isto? Os lobos não choravam. Uma loba poderia arrancar a garganta de um homem por havê-la incomodado,
mas nunca chorar e sobre tudo não quando alguém a elogiava.
—Sinto - disse ele, completamente confuso pensando que tinha feito mal—. Pensei que isto a faria feliz. Não pensei ferir seus sentimentos.
Ela chorou ainda mais.
O que se supunha que devia fazer ele agora? Ele olhou ao redor, mas não havia ninguém a quem perguntar.
Fiou nervoso com sua parte humana. Ele não compreendia essa parte dele, tampouco. Em muda, escutou a parte animal que só sabia instintivamente como cuidar de alguém
quando estava ferido.
Ele tomou entre seus braços e a levou para sua loja. Os animais sempre se curavam em seu ambiente natural, assim também poderia funcionar para um humano. Era mais
fácil amparar-lhe com coisas familiares ao redor.
Ela se abraçou no seu pescoço enquanto ele a levava e chorou ainda mais forte. Suas lágrimas quentes provocaram calafrios sobre sua pele e ele sofreu por ela.
Como poderia fazê-la sentir melhor?
Bride se odiou para quebrar-se assim. O que estava mal nela? Pior, ele a estava levando nos braços!
Levando-a nos braços! E ele não estava queixando que fosse gorda e pesada, ou grunhindo pelo esforço. Ela em brincadeira tinha pedido ao Taylor que a levasse pela
entrada quando eles se mudaram juntos e ele riu, logo perguntou se ela tentava lhe provocar uma hérnia.
Mais tarde essa noite, Taylor tinha acordado para saber somente se ela lhe comprava um carrinho de mão para isso.
E agora aqui, este total estranho, levava-a com facilidade pela rua. Pela primeira vez em sua vida, ela quase se sentiu magra.
Mas ela não era uma iludida. Bride McTierney não tinha sido magra desde que tinha seis meses.
Ele abriu a porta, entrou logo e a fechou com o salto de sua bota. Sem perder o passo, ele a sentou no alto banco atrás da caixa registradora. Ele a sentou com cuidado,
logo tirou sua camiseta branca e a usou para lhe secar os olhos.
—Oh! —disse ela quando quase tirou seu olho direito. Era uma coisa boa que não levasse lentes de contato porque a teria deixado cega.
Ele olhou arrependido.
—Sinto muito.
—Não - disse ela, olhando-o através de suas lágrimas.
—Sou eu quem tem que pedir perdão. Não pensei em ter uma crise nervosa sobre você.
—É isso o que é?
Dizia a sério? Ele definitivamente parecia.
Ela deu um suspiro e limpou seus olhos com suas mãos.
—Não, sou eu sendo estúpida. Sinto muito.
Ofereceu-lhe um pequeno sorriso zombador, sedutora.
—Está bem. Realmente. Acredito.
Bride olhou fixamente com incredulidade. Por que estava este homem sendo tão amável com ela? Isto não tinha sentido.
Isto era um sonho?
Tentando recuperar um pouco de sua dignidade, ela tirou o recibo do cartão de crédito da caixa registradora.
—Aqui - disse ela, dando-lhe.
—Por que me deu isto?
—OH, vamos. Ninguém compra um colar tão caro para uma completa desconhecida.
Outra vez ele não pegou. Em muda, ele pegou a bolsa e tirou a caixa. Ela olhou como ele o desempacotava, logo colocava o colar ao redor de seu pescoço outra vez.
O contraste entre suas cálidas mãos e as frias contas a fizeram tremer.
Ele enlaçou seus dedos pelos cachos de seu cabelo olhando-a fixamente como se ela fosse alguma deliciosa sobremesa que ele morria por provar.
Ninguém jamais lhe tinha dado um olhar tão ardente antes. Não era natural que um homem tão formoso a olhasse assim.
—Isto pertence a você. Nenhuma outra mulher poderia lhe fazer justiça.
Lágrimas apareceram em seus olhos, mas ela piscou para detê-las antes que ele chamasse um psicólogo para ela. O calor de sua mão contra seu pescoço a estava queimando.
—O que? Você perdeu uma aposta ou algo?
—Não.
—Então por que é tão agradável comigo?
Ele moveu sua cabeça como se estivesse perplexo por sua pergunta.
—Preciso de uma razão?
—Sim.
Vane estava completamente confuso. Os humanos necessitavam uma razão para ser agradáveis uns com os outros? Não era assombroso que sua espécie os evitasse.
—Não sei que dizer - admitiu — Eu não sabia que havia regras para dar presentes ou para tentar fazer alguém se sentir melhor. Você parecia tão triste quando passei
caminhando que só quis fazê-la rir.
Ele suspirou e lhe deu o recibo do cartão de crédito.
—Conserve o colar, por favor. Fica muito bem em você, e não tenho a ninguém mais para dar. Estou certo que meu irmão não o quereria. Ele provavelmente o empurraria
a um lugar verdadeiramente incômodo se o desse. E se ele não o fizesse, assustaria até mais.
Finalmente, ela riu. O som aliviou seu coração imediatamente.
—Isso é um sorriso? —perguntou ele.
Ela cabeceou e sorveu com delicadeza as lágrimas antes de rir outra vez.
Devolvendo seu sorriso, Vane estendeu a mão e a passou sobre a fresca bochecha dela. Era tão formosa quando ria. Seus escuros olhos âmbar brilharam e antes que
pudesse deter-se, ele se inclinou e beijou as lágrimas de suas pestanas.
Bride não podia respirar enquanto sentia o calor de seus lábios contra sua pele. Nenhum homem jamais a tinha tratado assim. Nem sequer Taylor, com quem ela tinha
esperado casar-se.
Ela inalou o quente aroma da pele de Vane. Estava mesclado com algum homem de loção pós-barba e um aroma rico, masculino.
Deus sentia-se tão bem ser amparada justo agora quando sua vida inteira se desmoronava.
Antes que ela compreendesse o que fazia, tinha seus braços ao redor da magra cintura dele e tinha posto sua cabeça contra seu forte peito. Seu coração pulsava pesadamente
sob seu ouvido. Ela se sentiu de uma estranha maneira, a salvo ali. Cálida. Sobre tudo, ela se sentiu desejável. Como se talvez não fosse uma perdedora total, depois
de tudo.
Ele não protestou quando ela o abraçou. Em muda, ele a sustentou ali com sua mão ainda sobre seu rosto enquanto seu polegar com cuidado acariciava sua maçã do rosto.
Ele se inclinou e lhe deu um casto beijo sobre o topo de sua cabeça.
O calor a alagou. Uma necessidade profundamente possessiva se rasgou por seu corpo. Isso foi algo que não entendeu.
Em toda sua vida, Bride McTierney nunca tinha feito nada que não fosse o que supostamente devia fazer. Ela tinha graduado na escola e tinha vivido em casa com seus
pais enquanto ia à faculdade, onde ela raras vezes tinha encontros e tinha passado mais noites na biblioteca que fora dela.
Depois da graduação tinha conseguido um trabalho como gerente em um centro comercial até que sua avó morreu e lhe deixou o edifício abandonado que agora era sua
loja. E aqui tinha trabalhado cada dia sem falta. Não importa quão doente ou cansada estivesse.
Bride nunca tinha dado um passo ao lado selvagem. Medo e responsabilidade tinham governado sua vida desde o momento de seu nascimento.
E aqui estava ela sentada, abraçando a um completo estranho com seus braços. Um magnífico estranho que tinha sido mais amável com ela que ninguém.
E ela desejava prová-lo. Só para saber uma vez como era em realidade beijar a um homem como este.
Levantando sua cabeça, ela o olhou e tremeu com um desejo profundamente enraizado que ela não compreendia. Mas que sentia que a atravessava.
Não o faça.
Ela sufocou a voz da razão, esticou-se e tirou o amarrador de seu cabelo. Liberado, esses longos fios escuros emolduraram o rosto do paraíso.
O calor de seus olhos verde avelã a queimaram. Ele baixou sua cabeça até que seus lábios se bateram perigosamente perto dos dela, como se pedisse sua permissão.
Sem fôlego, ela fechou a distância e pôs seus lábios contra os dele. Ele grunhiu profundamente em sua garganta como um animal, antes que seu beijo se voltasse faminto,
apaixonado.
Bride estava emocionada e assombrada por sua reação. Nenhum homem, alguma vez, tinha parecido desfrutar beijando-a tanto como este o fazia. Suas mãos fortes sustentavam
sua cabeça enquanto ele violava sua boca como se tivesse sede dela e só dela.
Vane a arrastou para si enquanto o animal dentro dele rugia a vida. Desejava-a com um desespero que chegava a loucura. Ele podia provar sua própria paixão sobre
sua língua. Ouviu o batimento de seu coração acelerando-se por ele.
Sobre tudo, ele podia cheirar seu desejo e ele desejava mais. O animal dentro dele não estaria satisfeito até que a provasse totalmente.
Em seu mundo, o sexo não tinha nenhum significado emocional. Era um ato biológico entre duas criaturas para aliviar a época de cio de uma fêmea e os impulsos de
um macho. Se os dois lobos não eram companheiros, não havia nenhuma possibilidade de engravidar, nem havia forma de transmissão de nenhuma enfermidade sexual entre
eles.
Se Bride fosse de sua raça, ele já a teria nua no piso.
Mas ela não era uma loba.
As fêmeas humanas eram diferentes. Ele nunca tinha feito amor com uma delas e ele não estava certo de como reagiria ela se ele a agarrava do modo que ele agarrava
a uma de suas fêmeas. Sua espécie era muito frágil em comparação.
Com toda honestidade, ele não sabia por que estava tão quente por ela, em realidade. Isto não era normal. Nem uma vez em todos os séculos que ele tinha vivido. havia
sequer alguma vez contemplado recorrer a uma amante humana.
Até esta.
Ele não podia deter-se. Cada instinto que ele possuía exigia que a agarrasse.
Sua alma de lobo desejava prová-la. Desejava senti-la e deixar que sua suavidade aliviasse a solidão que tinha inundado o seu coração nestes meses passados enquanto
ele chorava a sua irmã e irmão.
Só por um instante, ele desejava sentir-se acompanhado outra vez.
Bride tremeu quando Vane abandonou seus lábios e estendeu seus beijos a sua garganta onde ele mordiscou a sensível pele. Suas costeletas rasparam sua pele gentilmente,
fazendo-a arder ainda mais enquanto seus seios se esticavam de necessidade. Deus Santo, ele era tão incrivelmente masculino. Tão incrivelmente quente. E cada lambida
que ele deixava em sua pele fazia que seu estômago se contraísse.
Isto estava tão fora de sua forma de ser. Ela em geral não beijava os homens que conhecia desta forma. Nem pensar ainda mais com um perfeito estranho.
E ainda assim ela não desejava afastá-lo. Por uma vez em sua vida, ela queria algo fora do comum. Profundamente dentro dela, sabia que Vane seria espetacular.
Aterrorizada do que estava a ponto de fazer, ela respirou profundamente e se preparou para uma resistência.
—Faria amor comigo?
Em vez da risada que esperava, ele deixou de mordiscar sua garganta para olhar as janelas abertas de sua loja.
—Não te importa?
O calor explorou através de seu rosto enquanto ela compreendia que la fora estava escuro e qualquer um que passasse pela rua tinha uma visão perfeita dos dois beijando-se
como adolescentes brincalhões.
—Espera - disse ela, escapulindo de seus braços para fechar a porta, e virar a placa de “Aberto” para que mostrasse “Fechado”, e diminuir as luzes.
Ela desejava ter ainda um apartamento para levá-lo, mas talvez isto fosse melhor. Se eles partiam daqui juntos, ela provavelmente se acovardaria, o que não seria
mais inteligente.
Ou ele poderia mudar de idéia.
Não, ela desejava fazer isto. Ela desejava a ele.
Tomando sua mão, lhe conduziu por sua loja, para a porta do quarto dos fundos.
Enquanto ela abria a porta, ele a fez parar.
Bride olhou para trás para vê-lo olhar fixamente o provador que estava a sua direita. Um perverso sorriso zombador atravessou seu rosto.
Caminhando para trás, ele a introduziu no quarto e fechou as cortinas.
—O que está fazendo? —perguntou ela.
Ele tirou sua camiseta, passando-a sobre sua cabeça.
OH, céu querido! Bride não pôde respirar quando teve a primeira visão de seu peito nu. Ela sabia que ele tinha um corpo grandioso, mas isto...
Isto excedia qualquer de seus sonhos. Seus amplos ombros se afiavam em um estômago do tipo tanque de lavar que poderia servir de lavanderia para uma nação inteira.
Esqueça dos seis músculos, este homem tinha oito, e todos se ondulavam cada vez que respirava. Todo seu torso estava ligeiramente coberto por pêlos, fazendo-o parecer
até mais masculino e cru.
Havia várias profundas cicatrizes que se curvavam sobre seu ombro esquerdo e bíceps, e uma que se parecia estranhamente à mordida de algum animal.
Tudo o que ela pôde fazer foi não babar.
Ou desmaiar.
Sério, nenhuma simples mulher mortal deveria estar em presença de alguém tão impressionante e não necessitar oxigênio.
Ele abriu o botão de seu jeans, logo a puxou outra vez a seus braços.
—Não tenha medo - sussurrou ele—. Serei suave.
Mas não era disso do que estava assustada. O que ela temia era sua reação quando ele visse o que parecia nua. Valha-me Deus, ele não tinha um grama de gordura em
seu corpo e ela era uma completa cômoda tamanho dezoito.
Ele ia sair gritando pela porta a qualquer momento.
Em muda, ele se esticou e lhe arrumou o cabelo, acomodando-o sobre seus ombros. Afundando suas mãos nele, atraiu os lábios dela para os seus para assim poder devastar
sua boca outra vez.
Ela gemeu satisfeita. Este homem certamente sabia como usar sua língua para seu proveito. Ela poderia beijar todo o dia.
Bride arrastou suas mãos sobre os magros músculos de seu peito, assombrada pelo bem que sentia. Ela golpeou suavemente as pontas de seus dedos sobre e ao redor dos
endurecidos mamilos masculinos, encantada com profundo gemido que ele emitiu.
Ele se moveu para desabotoar seu vestido.
—Está mais escuro no quarto de trás - disse ela.
—Por que quereria mais escuridão?
Ela encolheu os ombros. Taylor sempre insistia na escuridão absoluta cada vez que eles faziam amor.
Ela tremeu enquanto ele desabotoava seu vestido e o deixava cair ao piso, esperando que se afastasse.
Ele não o fez. Porém brilhava esse quente e faminto olhar enquanto a olhava fixamente em sua roupa íntima. Graças a Deus, ambas combinavam e não eram das mais velhas.
Vane nunca tinha estado mais incerto de si mesmo do que estava neste momento. Ele pegou seu rosto em suas mãos e a beijou com cuidado, com medo de lhe fazer algum
dano. Desde que tinha alcançado a puberdade, ele tinha ouvido histórias de lobos que tinham matado a companheiras humanas acidentalmente enquanto se juntavam com
elas.
Os ossos humanos careciam da densidade dos de sua espécie. Sua pele se machucava muito mais facilmente.
Com cuidado, ele pressionou as costas dela contra a parede para poder sentir cada centímetro de suas exuberantes curvas contra sua dureza. O aroma de seu perfume
e de sua pele o embriagou. Era tudo o que podia fazer para não uivar de triunfo.
Ele mordiscou um caminho desde sua delicada boca, descendo por sua mandíbula, enquanto soltava seu sutiã. Ouviu sua aguda inspiração quando seus seios foram liberados.
Eles eram uma exuberante recompensa. Pálidos e inchados, transbordavam de suas mãos. Ele nunca tinha visto nada mais formoso. Ela enlaçou suas mãos em seu cabelo
enquanto ele baixava sua cabeça para chupá-los.
Fechando seus olhos, ele gemeu de prazer enquanto arrastava sua língua ao redor de seu franzido mamilo.
Ele não havia tocado a uma fêmea em quase um ano, era um recorde para ele. Mas desde a noite que sua irmã tinha morrido, sua vida tinha ido de mal a pior e não houve
ninguém que lhe chamasse a atenção.
Por não mencionar que as lembranças de Bride, da vez que a tinha visto na praça, tinham-no atormentado. Fantasias a meia-noite, dele tomando-a em cada posição conhecida.
Dele explorando cada centímetro de seu suculento corpo.
Ele tinha passado horas amaldiçoando-se por não deixar Sunshine com suas coisas e sair atrás dessa mulher.
Proteger a Sunshine havia custado tudo, e para que? Para a felicidade de um maldito Dark Hunter?
Nenhum bom ato fica impune.
Esse era o refrão favorito do Fury. Um lobo falso, Fury era tão pouco confiável e egoísta como qualquer, mas havia vezes que o lobo era incrivelmente astuto.
Mas agora, enquanto Vane sustentava a Bride em seus braços e sentia seu corpo suave, terno contra o seu, ele sentia um estranho sentido de consolo que o tinha evitado
todos estes meses passados.
Isto não apagava a dor que ele sentiu pela perda de seus irmãos, mas o aliviava.
E isso a fazia inapreciável para ele.
Bride não podia pensar claramente enquanto ela olhava ao Vane saboreando seus seios. Ele se via como se estivesse provando a divindade. Seu corpo ardia em suntuoso
desejo. Ele era espetacular.
Seus olhos estavam cobertos e escuros. Ela olhou fixamente suas costas no espelho e se perguntou pelas cicatrizes que danificavam sua carne lisa e bronzeada. Tocou
de leve sobre elas enquanto ele se movia de seu seio direito ao esquerdo.
O que lhe tinha passado para lhe causar tantas cicatrizes? Ela nunca tinha visto nada como isso. Algumas cicatrizes eram obviamente sinais de garras e mordidas que
pareciam ter sido provocadas por alguma espécie de animal selvagem. Uma em particular era profunda e grande. Descia de sua omoplata, até a parte superior de seu
braço.
Havia algo tão mortífero sobre ele e, entretanto a sustentava de uma forma tão terna. Ele passou sua mão descendo por seu estômago, deixando um rastro ardente sobre
sua pele.
Com os olhos entreabertos, ela viu no espelho enquanto ele introduzia sua bronzeada mão sob o elástico de sua negra calcinha e a tocava intimamente.
Bride gemeu ante a sensação de seus compridos e estreitos dedos separando as sensíveis dobras de seu corpo para que ele pudesse acariciá-la. Ao ver sua mão tocando
ali, pelo espelho, enquanto ele com cuidado afundava seus dedos profundamente dentro dela.
Ela gemeu ao vê-lo e senti-lo.
Era tão estranho ser capaz de vê-lo de tantos ângulos diferentes. Ver-se sendo amada por ele.
Ela deveria estar envergonhada, mas não estava. Nem sequer se sentia tímida. Inclusive, sentia-se estranhamente poderosa por isso.
Um homem como este tão faminto por ela.
Era inimaginável.
Vane beijou o caminho para seu estômago. Movendo sua mão, ele em realidade tirou sua roupa íntima com seus dentes. Tirou as sandálias, tomando um tempo para esfregar
as curvas de seus pés antes que subisse para seu ombro.
Ele se agachou no chão diante dela, elevando a visão com um quente, devorador e intenso olhar. Ele ainda levava seu jeans e botas enquanto que ela estava completamente
nua.
Vane não podia respirar enquanto a olhava. Havia ainda um pouco de medo nela, mas estava escurecido por seu desejo.
Ele desejava puxá-la para ele rudemente e tomá-la como o animal que era. Ele desejava lhe mostrar como sua raça se unia, com saciedade e com predominância.
Mas ele não queria assustá-la. Sobre tudo, ele não queria lhe fazer dano algum.
Ela era tão vulnerável.
Uma loba tomaria forma humana para o ato sexual. Caminharia de maneira sedutora ao redor dos machos disponíveis, voltando-os loucos de luxúria até que eles estivessem
preparados a matarem-se uns aos outros para tê-la.
Às vezes eles o faziam.
Havia sempre uma batalha pela fêmea. Então ela escolheria qualquer dos que machos a tivesse impressionado com sua beleza e habilidade. Em geral era o vencedor quem
se juntava com ela, mas não sempre. A primeira amante de Vane o tinha reclamado ainda quando ele perdeu a luta, por que tinha gostado da paixão que ele tinha mostrado
tentando ganhá-la.
Uma vez que escolhia, a loba tirava a roupa e se oferecia a seu campeão. O macho tomaria e passaria o resto da noite lhe demonstrando quanta resistência e poder
tinha. A fêmea passaria a noite provando-o. Ela tentaria escapar e resistir e era o dever do macho assegurar-se que ela não o fizesse. Se ele se cansasse antes da
manhã, ou antes, que estivesse totalmente saciada, outro macho seria convocado.
Era a pior vergonha não satisfazer a uma loba, e ter que chamar um segundo.
Vane nunca ficara envergonhado.
E ele nunca tinha tomado a uma mulher como Bride. Uma que não lhe mordia nem lhe arranhava desejando que a satisfizesse. Algo dentro dele despertou ante a raridade
disto.
A doçura.
Em uma vida onde a violência e as sangrentas guerras pelo território eram abundantes, era agradável ter uma pausa. O contato de uma amante sensível.
O lado humano dele ansiava isto.
Ansiava.
Bride mordeu seu lábio inferior enquanto Vane separava com um cotovelo suas pernas. Seu fôlego lhe queimava as coxas. Ele fechou seus olhos e pôs sua cabeça contra
a coxa dela como se simplesmente saboreasse estar com ela. A ternura dessa ação de um nó na garganta dela.
Ela deslizou seus dedos por sua barbuda bochecha, deixando que o toque firme a excitasse ainda mais. Ele a beliscou com seus dedos movendo-os rapidamente.
Ela sorriu até que ele com os cotovelos lhe separou mais as pernas e tomou com a boca. Bride gritou de prazer enquanto suas pernas se debilitavam.
Foi tudo o que pôde fazer para não cair. Ele a devorava. Não havia nenhuma outra palavra para isso. Ele a lambeu e provocou até que a cabeça lhe deu voltas, e quando
gozou para ele, foi algo poderoso e profundo. Bride gritou enquanto seu corpo se convulsionava sob o contato dele.
Vane grunhiu ante o som de seu prazer, ante seu sabor. Como todos os machos de sua espécie, ele se sentiu orgulhoso por seu orgasmo. Não havia nada mais doce que
ouvir os gemidos de uma amante culminando. Nada mais doce que saber que, como macho, podia satisfazer à fêmea.
Ele beijou seu corpo devagar e foi subindo até seu pescoço e de novo baixando até seus pés. Ela o olhou com o temor resplandecendo brilhante nas profundidades de
seus olhos âmbar. Ele tomou sua mão e a conduziu a sua palpitante ereção.
Bride suspirou enquanto afundava sua mão profundamente nas calças dele. Seus curtos e frisados pêlos, jogaram com seus dedos enquanto encontrava o que ela procurava.
Ele grunhiu profundamente em sua garganta como um animal selvagem enquanto ela envolvia a dura longitude dele. O homem era enorme e ele já estava úmido e preparado.
Tomou a cara dela entre suas mãos, beijou-a apaixonadamente enquanto ela o acariciava. O corpo dela tremia com ardor ao pensar em ter seu duro pênis dentro dela
Ele se separou dela, tirando rapidamente suas botas. Bride conteve seu fôlego enquanto ele agarrava o fecho e o baixava.
Ela o olhou em um atordoamento entre apaixonado e paralisado enquanto deslizava suas calças para baixo e tinha a primeira visão dele em toda sua glória.
Não tinha roupa íntima!
Não havia nada mais sexy que um homem que se atrevia a não levar nada sob sua roupa. Por outra parte, não havia nada mais sexy que o homem diante dela.
Ele era atrevido e admirável. Selvagem. E a fazia tremer de um modo incontrolável.
Atirando suas calças em um canto, ele a afastou da parede. Bride estava agradecida que seu provador fosse maior. Este tinha sido desenhado para dar capacidade a
mulheres com carrinhos de bebê ou meninos. E este lhes dava muito espaço para manobrar.
Vane se moveu, aproximando-se de suas costas. Olhou-lhe fixamente no espelho. Ele era um homem completamente mais alto que ela e o faminto sorriso em seu rosto se
desfez.
—É tão formosa - disse ele, sua voz profunda e faminta.
Ela nunca havia se sentido assim. Normalmente, evitava olhar-se em espelhos. Mas havia algo terrivelmente erótico na imagem dos dois refletidos nas três paredes
espelhadas.
Ele apartou o cabelo do pescoço dela, logo mordiscou a sensível pele ali, deslizando sua língua ao redor das contas do colar.
Suas mãos se cavaram em seus seios antes que ele arrastasse uma delas ao triângulo de pêlo castanho escuro entre suas pernas.
De algum modo, ele os baixou devagar, num uníssono, ao piso. Ela não estava realmente segura de como tinha feito para não romper sua união. O homem era incrivelmente
forte. Ela se recostou contra ele, seu corpo estava quente e excitante. Masculino.
A língua dele percorreu sua orelha, logo a afundou profundamente ao mesmo tempo em que a penetrava por trás. Bride gritou ante o prazer de senti-lo preenchendo-a.
Ele levantou sua cabeça para poder olhar seu rosto enquanto se empurrava ainda mais profundamente.
Bride não podia falar ou pensar enquanto o prazer a afligia. Tudo o que ela podia fazer era olhá-lo lhe fazer amor. Olhar a mão dele lhe agradando ao compasso de
suas poderosas investidas.
Vane grunhiu outra vez ao senti-la molhada, lhe dando boas-vindas a seu corpo. Seu corpo era muito mais suave que o de uma loba. Nascidas lutadoras, elas tinham
duros e resistentes músculos. Uma loba tentaria mordê-lo. Ela agarraria seu braço, exigindo que lhe desse mais satisfação. Exigindo que se movesse mais rápido e
mais duramente até que ela acabasse outra vez.
Mas não Bride.
Ela não fazia nenhuma exigência enquanto ele tomava seu tempo, com golpes lentos e simples. Ela não tentou resistir. Em muda, recostou-se contra seu peito e fazia
os mais incríveis sons de prazer com cada golpe que seu corpo lhe dava ao dela. Rendeu-se completamente a ele.
A confiança que ela teria que ter para fazê-lo...
Ele nunca conheceu nada como isso.
Ele tinha passado tantos meses sonhando como seria em seus braços. Agora sabia.
Ela era divina. Ela se esticou por sobre sua cabeça para afundar sua mão no cabelo dele para poder mantê-lo perto.
—OH, Vane - suspirou, esfregando sua bochecha contra a sua.
Ele sentiu que sua vontade crescia enquanto beijava a bochecha dela e acelerava o movimento de seus dedos. Ela se sacudiu e gemeu em resposta. Ele se sentiu voltar-se
ainda maior. O lobo nele grunhiu de satisfação.
Uivou ao sentir seu quente e molhado corpo envolvendo o seu. E como sempre, isto fez que seus poderes mágicos surgissem. O sexo sempre carregava a sua espécie, fazendo-os
mais fortes.
Mais perigosos.
Ela cobriu a mão dele com a sua. A visão dela estendida enquanto ele empurrava fez que seu coração pulsasse ainda mais duramente. Seus poderes tremeram por seu corpo,
provocando e dançando até deixá-lo em carne viva.
Bride não podia respirar ante a intensidade de seu prazer. Este era o encontro mais incrível de sua vida. Ele estava tão grosso e duro dentro dela. Tão dominante.
E de uma maneira bastante estranha, ele parecia como se ficasse cada vez maior. Ele a preenchia completamente, mas isso não a incomodava em absoluto.
E quando ela gozou desta vez, foi até mais magnífico que a anterior. Ela gritou com tal satisfação que a fez ficar rouca. Débil. Seu corpo se sacudia de modo incontrolável
enquanto ele seguia lhe dando inclusive mais.
—Isso, bebê - lhe sussurrou ele—. Goza para mim.
E ela o fez. Em uma forma em que nunca tinha conseguido antes. Isto era tão primitivo e poderoso que ela não estava segura de como tinha sobrevivido. OH piedade!
Como algo isto podia ser tão maravilhoso?
Cada investida que ele continuava lhe dando, a fazia voltar a ter um orgasmo. Fazia todo seu corpo sensível. Este tinha que ser o clímax mais comprido de sua vida!
Vane manteve um firme agarre sobre ela enquanto sentia que seu próprio prazer aumentava. Ele acelerou suas investidas ao aproximar-se do topo.
Bride girou seu rosto para a dele e depositou o beijo mais doce imaginável sobre seus lábios. Isto lhe enviou diretamente ao extremo.
Ele a envolveu em seus braços enquanto se liberava profundamente dentro de seu corpo. A diferença de um humano, ele não terminaria rapidamente com isto. Seu orgasmo
duraria durante vários minutos.
Sustentando-a apertadamente, ele usou seus poderes para aumentar o prazer dela e ocultar o tempo que ele ficou dentro dela enquanto seu corpo terminava. Ele apoiou
sua cabeça contra seu pescoço e somente se deleitou em seu aroma. Deleitando-se dentro dela.
Ele se enterrou profundamente, então com cuidado a balançou em seus braços enquanto que sua liberação e uma infundada sensação de paz se derramassem por ele.
Vane não podia tirar seus olhos de Bride enquanto seu corpo finalmente se relaxava. Lentamente. Placidamente.
Ele a sustentou em sua cintura e viu o leve sorriso que ainda se abatia sobre as comissuras dos lábios dela. Esta mulher era uma deusa. Pura e simples. Viçosa e
plena, ela era tudo que um homem alguma vez poderia desejar.
—Isto foi incrível - sussurrou ela, estirando-se para deslizar seus dedos ao longo da mandíbula dele.
—Sim, foi - suspirou ele brandamente, ainda assombrado pelo que tinha sentido dentro de uma fêmea humana.
Talvez Acheron tivesse tido razão depois de tudo. Talvez houvesse mais de humano nele do que pensava. Essa era a única razão em que podia pensar de por que se sentia
deste modo agora.
O telefone soou fora do provador.
Ela saltou em seus braços, logo olhou seu relógio de pulso.
—OH não - suspirou ela—. Essa é provavelmente Tabitha. Quer que me encontre com ela e sua irmã para jantar esta noite.
Vane suspirou. Por alguma razão que não podia dizer, não queria deixá-la ir. Não queria que ela se separasse de seu lado.
Se ela fosse uma de sua raça, ela não pensaria em deixá-lo até o amanhecer.
Mas ela não o era.
E o desejo de ficar aí era louco. Ele era um lobo sob sentença de morte e ela era uma humana.
O que eles tinham compartilhado tinha sido excepcional, mas este era o momento de tirá-la de seus pensamentos.
Para sempre.
Beijando sua bochecha, ele se retirou dela e começou a vestir-se.
Bride se sentiu um pouco incômoda enquanto Vane lhe dava sua roupa. Não lhe pediu seu número de telefone ou algo mais enquanto colocava suas calças e botas.
Ele lamentava o que tinham feito?
Ela queria lhe pedir seu número, mas seu orgulho não a deixaria. Talvez estivesse sendo estúpida, mas dadas as ações de Taylor, não queria arriscar-se a sofrer outro
machucado em seu ego esta noite.
Vane lhe fechou o vestido, logo colocou sua camiseta sobre a cabeça.
— Seu carro esta perto? —perguntou ele.
—Está estacionado la atrás, mas vou caminhar até o restaurante. Está a só umas poucas ruas de distância.
Penteou-lhe o cabelo com seus dedos. Havia um ar de repentina tristeza nele.
—Você gostaria que eu caminhasse com você?
Ela assentiu.
Ele segurou a cortina aberta para ela. Ela a esquivou e deu volta para olhar como ele colocava sua camiseta em seu jeans. Ele passou a mão pelo cabelo para colocá-lo
de novo em seu lugar.
Toda a alegria se foi dele agora. Havia algo quase predatório nele.
Ele foi esperar la fora enquanto ela ligava o alarme e fechava a porta.
Ela se sentiu ainda mais feia enquanto tratava de lhe sorrir ao sair da loja. O ar estava um pouco fresco, mas ele não parecia notá-lo. Passou-lhe um braço ao redor
de seus ombros enquanto se dirigiam para o restaurante favorito da Tabitha, a Acme Oyster House.
Eles não falaram enquanto caminharam. Bride queria, mas o que lhe dizia uma mulher a um homem que acabava de lhe dar o melhor sexo de sua vida?


Um homem que ela não conhecia.
Um homem ao que ela muito provavelmente nunca veria outra vez.
Ah, como odiou isso. Esta era a primeira vez em sua vida que tinha tido uma relação de uma só noite. Mas era desconcertante ter estado tão intimamente com um completo
desconhecido.
Ele foi reduzindo a velocidade à medida que se aproximavam do restaurante.
Bride jogou uma olhada na grande janela grafite. Ela tinha tido razão, seus amigas estavam já ali e viu que Tabitha marcava um telefone celular. Sem dúvida Tabitha
tinha sido quem tinha chamado, e se Bride não entrasse logo, ela começaria a preocupar-se.
—Bem - disse ela, separando-se de Vane—. Suponho que é aqui onde dizemos adeus.
Ele assentiu e lhe ofereceu um amável sorriso.
—Obrigado, Bride.
—Não - disse ela, tocando o colar que lhe tinha dado—. Eu que agradeço.
Ele beijou sua mão, voltou-se, colocou suas mãos dentro de seus bolsos, e andou devagar rua abaixo para o Bourbon Street. Com seu coração pesado, ela olhou esse
terrivelmente masculino rebolado.
— Bride?
Ela deu volta para ver que Mina Devereaux estava de pé na entrada aberta.
—Está bem? —perguntou.
Assentindo, Bride obrigou-se a entrar. Mina a conduziu a uma mesa perto da janela onde sua irmã, Tabitha, estava sentada.
—Ei!, Bride - disse Tabitha a modo de saudação enquanto desempacotava uma bolacha—. Está bem? Parece um pouco distraída.
—Não sei - disse Bride enquanto tomava assento frente à Tabitha—. Tive o dia mais estranho de minha vida e penso que pude acabar de cometer o maior engano de todos
os tempos.
Só que não estava segura se o engano tinha sido deitar-se com alguém a quem ela não conhecia ou tê-lo deixado ir.

CAPITULO 2

Com o coração pesado pelo remorso, Vane caminhou pelo French Quarter por volta do 688 da Avenida Ursulinas onde o bar O Santuário se erguia na esquina. O edifício
de tijolos vermelhos tinha as típicas portas de um salão do velho oeste com um pôster que tinha a silhueta de uma motocicleta recortada contra uma lua cheia sobre
uma colina.
Uma atração turística, o bar de motociclistas estava lotado como sempre por aldeãos e turistas. Havia já várias motocicletas alinhadas sobre a calçada que pertenciam
a uma banda de motociclistas locais que chamavam a si mesmos os Cães do Vieux-Doo. A primeira vez que tinha visto os rudes motociclistas entrarem no edifício, Vane
tinha rido. Os motociclistas humanos não tinham nem idéia que O Santuário não era um lugar para eles. Este era um dos estranhos refúgios para os do seu tipo.
Em todo mundo e em vários períodos de tempo, certas famílias de Were-Hunters tinham estabelecido lugares como este onde os membros Katagaria podiam ocultar-se enquanto
escapavam de seus inimigos. Mas de todos os refúgios para animais conhecidos, O Santuário de Mamãe Peltier era o mais respeitado e renomado. Sobre tudo porque o
seu era um dos poucos estabelecimentos que davam boas vindas aos Dark Hunters, Apolitas, Daimons, e deuses por igual. Tanto que viesse em paz, permitiriam partir
com todas as partes de seu corpo intactas.
Assim o lema do Santuário era: Não me morda e não te morderei.
Qualquer um que violasse essa regra rapidamente era sacrificado por um dos onze filhos de Mamãe Peltier ou seu excepcionalmente grande companheiro. Era um fato conhecido
que Papai Urso Peltier não brincava com ninguém salvo Mamãe Ursa.
Embora Mamãe e seus moços fossem ursos em sua forma natural, eles davam boas vindas a tudo os ramos de Katagaria: leões, tigres, falcões e lobos. Não havia um só
grupo conhecido que ao menos não tivesse um membro que se ocultasse aí.
Demônios havia até um drakos, e em geral os dragões poucas vezes faziam do século vinte e um seu lar. Devido a seu tamanho, os dragões tinham uma tendência a viver
em suas vidas passadas onde uma pequena população humana e campos abertos eram mais certos para eles ocultarem-se.
Os Peltiers até tinham um Sentinela Arcadiano quem cuidava do lugar e esta era a maior façanha de todas. Os Arcadianos eram Were-Hunters que tinham corações humanos
e eles eram inimigos mortais dos Katagaria, quem tinha corações de animal. De fato, as duas espécies tinham estado em guerra uma com a outra durante milhares de
anos.
Os Arcadianos eram supostamente a origem mais amável do tipo da raça de Vane, mas sua experiência lhe dizia que isto era fazer ilusões de sua parte. Ele confiaria
mais facilmente em um Katagaria com um coração de animal que em um Arcadiano com um coração humano, qualquer dia.
Ao menos os animais lhe atacavam abertamente. Eles não eram nem de perto, tão traidores como um humano.
Mas ao fim e ao cabo, nenhuma fêmea Katagaria tampouco o tinha abraçado do modo em que o tinha feito Bride. Nenhuma, jamais, tinha-o feito sentir tão estranhamente
protetor que a única coisa que queria fazer era voltar para o restaurante onde a tinha deixado, tomá-la em seus braços e a levá-la para casa com ele.
Isto não tinha nenhum sentido.
Ele cruzou pelas portas do bar para encontrar ao Dev Peltier sentando sobre um alto banco na entrada. Dev era um dos quadrigêmeos de Mamãe Ursa. Embora eles parecessem
idênticos, cada um dos quadrigêmeos tinha uma personalidade e porte muito distinto.
Dev era fácil de levar e lento para se zangar. Ele exalava um ar de poderosa graça e se movia metodicamente como a maior parte dos ursos, como se tivesse todo o
tempo do mundo. Mas Vane sabia que o urso podia ser tão condenadamente rápido para mover-se como qualquer lobo. A primeira vez que ele tinha visto o Dev arremeter
contra seu irmão menor Serre em um jogo de luta, ele tinha desenvolvido um saudável respeito pelas habilidades do urso.
Esta noite, Dev levava uma camiseta negra que apenas cobria a marca do arco da Artemisa sobre seus bíceps que tinha como advertência aos Daimons e os Apolitas que
ocasionalmente se aventuravam dentro do bar. Ele brincava pôquer com o Rudy, um dos empregados humanos que não tinha nenhuma idéia que a metade da “gente” no bar
era realmente animais que andavam em duas pernas.
Rudy tinha o mal cuidado cabelo negro recolhido em um rabo-de-cavalo, e um rosto áspero que mostrava cada sinal de quão dura tinha sido sua vida de ex-estelionatário.
Ele tinha uma barba negra muito junta e cada polegada de pele exposta estava coberta de uma espécie de tatuagem colorida.
O homem era realmente imundo e, a diferença dos Were-Hunters quem fez desse lugar sua casa, ele não era atrativo. De fato, esse era o modo mais fácil de diferenciar
aos humanos dos animais. Já que a raça de Vane valorizava a beleza acima de todo o resto, era estranho encontrar a um Were-Hunter pouco atrativo.
Como seus irmãos, o encaracolado cabelo loiro do Dev caía de qualquer maneira por suas costas. Como sempre, levava solto. Ele usava um par de jeans justos, descoloridos
e botas negras.
Dev o saudou com uma inclinação de cabeça.
—Hei! Lobo, está bem?
Vane deu de ombros enquanto se aproximava deles.
—Só cansado.
—Talvez devesse descansar um pouco lá em casa - disse Dev enquanto tomava duas cartas mais.
A Casa Peltier estava junto ao bar. Era ali onde eles podiam assumir suas formas de animal sem medo de ser descobertos. Os Peltiers tinham mais sistemas de alarmes
que Fort Knox e ao menos dois membros da família estavam de guarda em todo momento contra qualquer intruso, humano ou de outra classe.
—Está bem - disse Vane—. Ele ganhava seu sustento e o do Fang. A última coisa que queria é que alguém pudesse acusá-lo de receber caridade do clã Urso, então ele
trabalhava uma média de dez horas por dia, todo dia, para os Peltiers. —Disse a Nicolette que substituiria a Cherise na cozinha esta noite.
—Sim - disse Rudy enquanto dava uma tragada em seu cigarro, logo acomodou suas cartas—. Cherise morre para ir para casa cedo. Nick vai levá-la ao Antoine por ser
seu aniversário.
Vane tinha esquecido isso dos aniversários humanos. Por alguma razão, eram especiais para a raça. Provavelmente porque tinham tão poucos deles.
Vane se desculpou e se dirigiu para a cortina da cozinha. Ele passou pelas mesas onde Wren, um estranho leopardo branco Katagaria, estava limpando. Marvin o macaco
(o único animal no Santuário que não podia adotar a forma humana) estava sentado sobre o ombro do leopardo e sustentava o loiro cabelo de Wren.
Esses dois tinham uma estranha relação. Como Vane e Fang, Wren tinha vindo ao Peltiers como um exilado. Ele se mantinha reservado e poucas vezes falava com algum
outro que não fosse Marvin. Ainda assim, havia algo mortal nos olhos do leopardo que dizia a todo mundo que o deixassem sozinho se valorizavam suas vidas.
Wren olhou enquanto Vane passava pelas mesas que estava limpando, mas não disse nada.
—Hei! Vane! —disse Cherise Gautier, seu rosto se iluminou quando o viu. Ela era uma formosa mulher loira nos começos dos quarenta anos. Seu sorriso sempre preparado
e um bom coração poderiam persuadir a quase todo mundo—. Está bem, carinho? Parece cansado.
Ainda o assombrava quão intuitiva era Cherise para ser uma humana. Vane levantou a parte traseira da cortina da cozinha e entrou na área de servir.
—Estou bem - disse ele, mesmo que não sentisse assim.
Sentia-se como se algo lhe faltasse. Como se devesse voltar para Bride.
Quão estúpido isso era?
—Está certo? —perguntou ela.
Ele podia sentir sua preocupação. E isto o fez sentir extremamente incômodo. Ninguém que não fora seu irmão e ou sua irmã jamais tinham dado nada por ele.
Cherise era uma humana estranha.
Ela atirou a toalha branca com a que tinha estado limpando a cozinha sobre seu ombro.
—Sabe, meu filho é de sua idade.
Vane lutou contra o impulso de rir disto. Nick Gautier tinha vinte e seis anos, em anos humanos, enquanto que Vane tinha quatrocentos e sessenta anos. Mas certamente,
Cherise não tinha nem idéia da verdadeira idade de Vane. Tudo o que ela sabia era que seu filho trabalhava para os Dark-Hunters, quem eram todos imortais caçadores
de vampiros.
—E sei como vocês, rapazes, descuidam-se. Tem que te cuidar mais, carinho. Juro que não tiveste um dia livre desde que Mamãe te contratou. Por que não pega uma noite
por uma vez e vai ter um pouco de diversão?
—Está bem - disse ele tranqüilamente enquanto tomava a toalha do ombro dela— Além disso, Rudy disse que estava de aniversário.
Lançou-lhe uma framboesa.
—Sou muito velha para aniversário. Eu preferiria ver-te desfrutar de sua juventude enquanto ainda a tem.
—Sim - disse Kyle Peltier, o mais jovem dos ursos, enquanto se juntava com eles vindo do quarto traseiro com uma grande bandeja de copos limpos. Da idade do Nick,
Kyle estava apenas fora da puberdade já que os Were-Hunters não maduravam até seus vinte anos—. Por que não desfruta dos seis segundos que ficam de sua juventude,
Vane?
Vane lhe deu as costas, logo empurrou a Cherise à cortina
—Vai para casa, Cherise.
—Mas...
—Vai - grunhiu Vane—, e tenha um bom aniversário.
Ela suspirou logo lhe pegou o braço
— Bem - ela agarrou seu suéter e as cortinas da entrada.
—Lançarei você daqui - disse Kyle, levantando uma parte da cortina para que ela pudesse sair.
—Obrigado.
Vane começou a tirar os copos da bandeja e a guardá-los em seu lugar enquanto Kyle foi ajudar ao Wren com as mesas.
Colt Theodorakopolus perambulou até a entrada. O Ursulan Arcadiano se deteve à altura de Vane, quem sentiu uma imediata aversão pelo Were-urso. Embora, para ser
sincero, Colt parecia bastante decente. O companheiro de sua mãe tinha sido assassinado enquanto sua mãe estava grávida dele. Ao saber que ela morreria assim que
seu filhote nascesse ela tinha vindo ao Santuário e tinha pedido que os Peltiers criassem seu filho por ela.
Por isso sabia Vane, Colt nunca havia se sentido um membro dos Ursos Arcadianos. Como Sentinela, Colt deveria ter um lado de seu rosto coberta pelas estranhas marcas
geométricas que apareciam como marcas de nascimento dos sentinelas quando alcançavam a maturidade. Mas Colt, como muitos Sentinelas que viviam fora de seus clãs
ou em isolamento, decidiu ocultar com o seus poderes.
Ninguém sabia quão poderoso era Colt até que se cruzava com ele. Então era muito tarde.
Um Sentinela que se oculta era a coisa mais perigosa.
A diferença de outros ursos, Colt tinha o cabelo curto negro e com um notavelmente bem definido corte.
—Me dê um uísque — disse Colt ao Vane— E mantém o cabelo humano.
Vane assentiu ante a frase que significava que Colt queria o licor que embriagava completamente a um humano com um só gole. Já que sua espécie tinha um metabolismo
mais alto, eles podiam dirigir muito melhor o álcool.
Serviu-lhe uma medida grande no copo, logo o colocou sobre o balcão diante do Colt. No instante que retirava sua mão, sentiu uma estranha sensação de queimadura.
Chiando, Vane soprou sobre sua palma. Ele se moveu para um dos abajures do balcão para ver o que havia feito.
Enquanto olhava, um confuso e estranho desenho se gravava em sua pele.
— OH merda — suspirou enquanto via como tomava forma.
Colt se agachou sob o balcão e passou para trás dele. Sua mandíbula se afrouxou.
—Está acasalando? —perguntou-lhe ele incrédulo—. Quem é a afortunada loba?
Vane não podia respirar enquanto via a marca. Como podia ser isto?
—Isto é impossível.
Colt riu.
—Sim, claro, grunhiu como Serro quando se juntou. Confia em mim, isto acontece aos melhores de nós.
—Não — disse Vane, encontrando o olhar do urso—. Ela é humana. Sou um lobo. Não posso me juntar a uma humana. Isso não é possível.
A cor desapareceu da cara do Colt enquanto o completo impacto da situação de Vane o golpeava.
—Você, bastardo desafortunado. Não é usual que os Arcadianos se juntem com uma humana, mas acontece.
—Não sou Arcadiano - grunhiu Vane. Não havia nada humano nele. Nada.
Colt tomou sua mão e a sustentou até ver a linha na mão de Vane.
—Argumenta com isto tudo o que queira. Mas enfrenta-o, Vane. Suas três semanas estão correndo. Ou reclama à humana ou viverá o resto de sua vida sem voltar a sentir
jamais o contato de outra fêmea.
***********************
—Ho! —gritou Bride gritou enquanto sua mão começava a queimar. Ela a pressionou contra seu copo com água.
—O que te passa? —perguntou Mina, enquanto escolhia outra ostra para comer.
—Não sei - disse Bride—. Minha mão, só começou a doer.
Tabitha tocou o prato de Bride.
—Não está quente. Cortou-te a mão com uma concha de ostra?
—Não - disse Bride, estendendo sua mão para olhá-la. Havia um formoso desenho sobre sua palma. Este recordava a um antigo desenho grego. —Que diabos?
Mina franziu o cenho enquanto o olhava.
—Fez-te uma tatuagem com tinta?
—Não. Não fiz nada. Juro. Isto não estava ali faz cinco segundos.
Tabitha se inclinou para olhá-lo.
—Que estranho - disse—. E vindo de mim, significa algo.
Isso era verdadeiramente certo. Tabitha Devereaux era o epítome do estranho.
—Você nunca viu nada como isto? —perguntou Bride a Tabitha.
—Não. Talvez todas estejamos alucinando. Talvez isto se pareça com a teoria do Platão e não há nada ali, a não ser a pele. Talvez nós somente vejamos o que queremos
ver.
Mina soprou enquanto vertia o molho picante sobre sua ostra.
— Só porque vive em um estado de loucura constante, Tabby, não significa que o resto de nós o faça.
Bride riu delas.
Ela seguiu o riscou do desenho sobre sua palma e se perguntou como tinha chegado aí.
Colt dirigiu ao Vane um olhar duro. —Olhe, sei que não pode me suportar. Mas te substituo. Vá ver sua mulher e te cobrirei aqui no balcão.
—Não preciso que...
—Deixa de ser tão condenadamente obstinado - disse Colt com os dentes apertados—. Têm uma companheira aí, Vane, e seja Arcadiano ou Katagaria, conhece a única lei
que governa a todos. A segurança de sua companheira está por cima de todo o resto.
Colt tinha razão e Vane sabia. O animal dentro dele já necessitava da metade humana. Esta queria a sua companheira. Essa a exigia.
Normalmente sua parte humana e animal coexistiam em um delicado equilibro. Os hormônios e a tensão facilmente poderiam perturbar esse equilíbrio, e então ele se
voltaria realmente perigoso. Se o animal tomava o controle dele.
Muitos dos de sua classe, tanto machos como fêmeas, perdiam-se naquela metade animal. Incapazes de dirigi-lo voltavam-se loucos por ela e se faziam desumanos assassinos
que matavam ao que lhes cruzasse. Esta era similar a uma infecção de raiva e não havia nenhuma cura para isso.
Era por isso que os Arcadianos tinham Sentinelas. Seu trabalho era rastrear e matar aos que não podiam controlar sua alma animal. Assassinos. Certamente, os Arcadianos
em geral eram bem mais liberais aplicando o término “Assassino” a um dos seus. Era suficiente que qualquer Katagaria cruzasse por seu caminho para ser classificado
como um assassino com ou sem evidência.
—Vamos, Vane - disse Colt, impulsionando-o para a porta.
O urso tinha razão. Era inútil lutar contra sua natureza. Esta era uma batalha que ele nunca poderia ganhar.
Deu ao Colt a toalha e rapidamente abandonou o balcão.
Fora na rua, Vane se assegurou que ninguém pudesse vê-lo e logo se vislumbrou, tomando a forma de lobo. A diferença de seu irmão, era um lobo completamente branco.
Ele também era maior, pesando ao redor de uns setenta quilos.
Era por isso que seus companheiros de manada lhe tinham temido mais em seu estado animal. Tão poderosos como eram, ele era mais. E ele não respeitava as hierarquias
como os outros faziam.
Ele poderia ser um animal, mas ao final do dia, ainda quando o negasse, tinha o suficiente de humano nele para resistir seguir a qualquer um docilmente.
Ele tinha nascido alfa e todo mundo ao redor dele sabia.
Vane correu a grande velocidade pelas ruas de Nova Orleans, cuidando de manter-se nas sombras da escura noite. Tinha aprendido fazia muito, que as pessoas tinham
uma tendência a distingui-lo como um cão grande se o viam, mas de todos os modos quão último precisava era a um homem de canil atrás dele.
Ele tinha uma longa história de encontros com o controle animal. Nenhum dos quais tinham sido bons para os humanos.
Não levou muito tempo retornar ao Iberville e ao Acme Oyster House onde tinha deixado a Bride. Elevando-se sobre suas patas traseiras para ficar de pé contra o vidro,
ele olhou atentamente dentro para vê-la sentada com outras duas mulheres.
Uma tinha o cabelo castanho escuro e uma cicatriz desigual a um lado de seu rosto. Se não fosse pela horrorosa marca, teria sido excepcionalmente atraente. A outra
era uma morena muito bonita com a que compartilhava expressões semelhantes.
Entretanto, nenhuma das magras mulheres lhe chamou a atenção.
Só Bride o fez. A imagem dela o comoveu intensamente, lhe fazendo doer de necessidade. Ela podia alegar ser humano, mas havia mais magia em seu sorriso que a que
toda sua manada de lobos possuía.
Ela era absolutamente sedutora e aqueles lábios fizeram as coisas mais assombrosas a seu corpo.
A seu coração...
As três mulheres falavam e riam enquanto terminavam uma fonte de ostras. Nenhum delas parecia notar algo diferente em Bride.
Talvez ela não fosse sua companheira, depois de tudo.
Mas este era um pensamento inútil. O sinal só aparecia depois que um Were-Hunter tinha tido sexo com sua companheira, e em geral dentro de um prazo de tempo bem
curto. Vane não tinha estado com nenhuma outra mulher fazia meses.
Não podia ser ninguém mais.
Suas marcas na mão deveriam encaixar exatamente com as dele, eram os emblemas que mostravam sua linhagem paterna e só podiam ser lidos por outro de sua raça.
Mas por outro lado talvez fora diferente porque Bride era humana. E se o sinal de que estiveram juntos não se aplicava a uma fêmea humana?
Ele se congelou ante esse pensamento.
Ele estaria arrasado. Literalmente.
A única esperança que jamais teria de uma família descansava em sua capacidade de reclamar a sua companheira.
Mas ela devia estar disposta...
Bride e suas amigas se levantaram e saíram do restaurante. Vane se agachou enquanto tentava decidir o que fazer.
—Estou dizendo a sério, Bride - disse a morena enquanto iniciava o caminho para a rua—. Nossa irmã Ty pode enfeitiçar a qualquer um. De a palavra e converteremos
ao Taylor em um afeminado.
Bride riu disso.
—Não me tente.
A ruiva com cicatrizes se deteve e o viu entre as sombras.
—Olá, filhote — disse amavelmente, lhe mostrando sua mão para que ele a cheirasse. — Quer que Tabby te faça carinho atrás de suas orelhas?
—Tabitha! —gritou a outra mulher—. Deixa a esse cão de rua tranqüilo. Juro, um dia vai contrair raiva.
—Ele não tem raiva - disse Bride.
—Vê - disse a que chamavam Tabitha—. A filha de um veterinário deveria saber.
Bride lhe apresentou sua mão.
Vane foi para ela imediatamente e cheirou sua mão. Seu aroma o percorreu, penetrando-o e excitando-o, com as imagens de como ela se via completamente rendida a ele.
Os sons de seu prazer
Esfregando com seu nariz os dedos dela, lhe obrigou a abri-los para poder ver seus piores medos confirmados.
Ela estava marcada.
Maldição.
O que ia fazer agora?
—Gosta da Bride.
Tabitha não tinha nenhuma idéia do quão verdadeiras eram suas palavras.
—Acredito que gosta de suas sobras - disse Mina com uma risada.
Bride se ajoelhou enquanto lhe acariciava suas orelhas. Ela tomou entre suas mãos sua cabeça e o examinou com cuidado.
—Acredito que é um lobo.
—Um lobo? —perguntou Tabitha—. Está louca? Como fez um lobo para chegar à cidade? Além disso, ele é muito grande para um lobo.
—É um moço grande, verdade? —disse Bride enquanto Vane fuçava seu rosto. Ela levantou o olhar para sua amiga—. Contrariamente à opinião popular, Tabby, os lobos
são os maiores dos caninos. Mas acredito que ele poderia ter algum sangue misto.
Se ela só soubesse...
Ela se levantou e começou a ir com suas amigas.
Vane a seguiu. Em forma de lobo, isto era compulsivo. Sua metade humana tinha muito pouco controle agora. Ele ainda poderia entender e escutar, mas seu animal o
governava nesse estado.
Enquanto que ele estivesse em sua atual forma, ele era selvagem e mortal.
Bride tinha a sensação mais estranha descendo por sua coluna. Ela fez uma pausa e olhou para trás sobre seu ombro para encontrar o lobo branco vinha que atrás dela.
Ela poderia jurar que seus olhos eram da exata cor verde avelã de Vane e o modo em que a olhava...
A elas...
Era como se entendesse exatamente que estavam fazendo e dizendo.
Era realmente estranho.
Tabitha e Mina a acompanharam de retorno a sua loja.
—Está segura que não quer passar a noite em minha casa? —perguntou Mina—. Facilmente posso mandar meu namorado embora.
—Ou em meu apartamento - ofereceu Tabitha—, não tenho a nenhum homem para mandar embora, e já que minha gêmea se mandou com meu cão e Allison quis conseguir uma
companheira de quarto mais cortês e segura, tenho todo o espaço no mundo.
—Acreditava que Maria vivia contigo agora - disse Mina.
—Não - disse Tabitha—. Suas coisas estão ali, mas esteve todo o tempo na casa de seu namorado. Nunca a vejo.
Bride sorriu por sua bondade.
—Está bem, garotas. Tenho que me acostumar a estar sozinha outra vez. Sério. Eu somente quero recuperar-me com um bom livro e o tirar de minha mente.
Mas o que mais lhe inquietava era que tudo o que tinha que fazer era pensar no Vane e todos os pensamentos sobre o Taylor voavam de sua cabeça.
Talvez seu “encontro” com ele tinha sido uma boa coisa depois de tudo.
—Hei! Somente segue sonhando com o tipo que conheceu —disse Tabitha, piscando um olho.
Bride franziu o cenho ante esta horripilante coincidência. Certamente, Tabitha proclamava ser capaz de ler mentes. Em momentos como este Bride quase podia acreditar.
—Sim - coincidiu Mina—. Talvez ele pudesse voltar a passar.
Bride suspirou melancolicamente.
—Tenho a sensação que vi o último do Senhor Prodigioso.
Mina lhe deu um abraço de irmã.
—Me chame se me necessitar.
—Farei. Obrigado.
Tabitha também a abraçou e lhe acariciou as costas.
— Lembre, se necessitar os joelhos do Taylor quebrados, tenho uma chave enorme e jamais direi aos meios de comunicação quem me pediu isso.
Bride riu, agradecida por suas amigas e sua bondade para com ela em sua hora de necessidade.
—Está perturbada.
—Digo a sério, embora se mudar de opinião, disca meu número. Posso estar em sua casa em menos de vinte minutos.
—Há ta! —disse Mina—. Com sua forma de dirigir? Estaria em menos de dez e isso com um pneu furado e contra o tráfego.
Bride sacudiu a cabeça ante sua brincadeira enquanto tirava as chaves de seu bolso e abria a porta do lado de seu edifício que conduzia ao pátio e à escada de ferro
forjado na parte de trás. Sua loja ocupava o andar de baixo inteiro do edifício, mas os três andares superiores tinham sido convertidos em apartamentos por sua
avó. A escada traseira conduzia a cada um dos apartamentos superiores. Havia um pequeno apartamento mais atrás, perto da garagem, que estava acostumado a usar como
celeiro nos dias em que Nova Orleans fora pavimentada.
Até que Taylor lhe havia dito que se mudasse com ele, ela tinha vivido no apartamento maior no último andar. Agora todos os apartamentos estavam alugados exceto
o estúdio de trás. Era tão pequeno que ela nunca se havia sentido bem de cobrar dinheiro por ele. Em muda, Bride o usava como armazém.
Agora este ia ser seu lar doce lar por um tempo.
Ela desejava chorar outra vez, mas se negou. Se a pior coisa que jamais lhe tinha passado era que Taylor a abandonasse, então ela realmente estava bendita.
De todos os modos isso realmente doía. Profundamente.
Enquanto Mina e Tabitha iam, o lobo avançou para olhá-la de perto.
—É formoso, verdade? —perguntou-lhe, agachando-se para lhe acariciar as orelhas outra vez.
Lambeu sua mão antes de esfregar-se contra suas pernas como faria um gato.
—Vamos - disse ela, indicando o pátio com a cabeça—. Realmente não quero estar sozinha esta noite e tu me olha como se pudesse apreciar um lugar seco e quente para
dormir.
Ele passou brandamente pela porta enquanto ela a fechava e se dirigia ao renovado celeiro/apartamento.
Com o coração pesado, Bride estava agradecida de ter este pequeno lugar abandonado, se não estaria em um quarto de hotel esta noite. Ou pior, na casa de seus pais.
Ela não estava de humor para responder suas perguntas ou ver o olhar de decepção na cara de sua mãe enquanto lamentava o fato de que se Bride não se casasse, ela
não teria algum outro neto.
Ao menos aqui, em seu próprio lugar, ela tinha um pouco de comodidade.
Talvez.
Ela abriu a porta e acendeu as luzes. Por sorte, a água e a eletricidade para este apartamento estavam conectadas da mesma linha que proporcionava a água e a eletricidade
a sua loja.
O lobo vacilou enquanto olhava os trinta metros quadrados de caixas e ilustrações.
—OH —disse ela alegremente— está sendo delicado, né?
Se ela não soubesse bem, juraria que ele sacudiu sua cabeça antes de entrar e começar a farejar ao redor de suas caixas.
Depois de fechar a porta, Bride foi ao poeirento escritório e deixou cair suas chaves em cima dele. Então ela tirou a coberta do sofá e tossiu enquanto desenterrava
uma peluda capa de pó.
—Realmente te odeio, Taylor - disse ela silenciosamente enquanto sorvia as lágrimas—. Espero que te afogue nas tiras da tanga de sua magra nova namorada.
Como se ele sentisse sua tristeza, o lobo se aproximou e se esfregou contra suas costas. Bride se agachou ao piso para tomá-lo em um apertado abraço.
O lobo não se queixou absolutamente enquanto ela deixava cair suas lágrimas em seu pelo nervoso. Ele se sentou ali silenciosamente com sua cabeça sobre o ombro dela
enquanto a dor a alagava.
Como podia ter sido tão estúpida para pensar durante um minuto que amava ao Taylor? Por que lhe tinha dado tanto de sua vida e de seu tempo quando ele só a estava
utilizando?
Estava ela realmente tão desesperada por amor que mentiria a si mesma sobre ele?
—Somente queria a alguém que amasse a mim - lhe sussurrou ao lobo. Isso esta tão mal?
Vane não podia respirar enquanto Bride o sustentava em um apertão de morte e suas palavras o atravessavam. Pior, ele entendia exatamente o que ela queria dizer.
Exilado por todos exceto por seu irmão e irmã, ele sabia que a única coisa que o tinha salvado de ser o lobo Omega* em sua manada tinha sido sua disposição a matar
a qualquer que tentasse tomá-lo a ele ou ao Fang como bode expiatório.
Cada vez que tinham tentado meter-se com eles, Vane se tinha defendido, e com a maturidade, ele tinha crescido a tal tamanho que ninguém ousou desafiá-lo outra vez.
Nem sequer seu pai.
Como alguém podia lhe fazer um dano como esse a Bride? Seu coração pulsava grosseiramente enquanto o lobo dentro dele clamava pelo sangue do homem que a tinha feito
chorar.
Ele não entendia que tipo de homem poderia deixá-la ir voluntariamente. Uma vez que sua espécie se juntava, era eterno. Inquebrável.
E agora que ele tinha a confirmação que ela era de fato sua companheira predestinada, ele estava obrigado por sua honra a protegê-la até que ela terminasse o ritual
de união, aceitando-o ou separando seus caminhos.
O último não a afetaria absolutamente. Mas como lobo, ele nunca seria capaz de ter sexo com outra fêmea enquanto Bride vivesse.
Isto era completamente inaceitável para ele. Não é que Vane Kattalakis não pensasse cumprir com o celibato. A idéia de passar as próximas décadas impotente, era
suficiente para fazer sofrer a qualquer um.
Mas como um humano podia aceitar a um animal como seu companheiro?
Condenadas as Destinos por isso. Elas eram perversas bruxas que não viviam para nenhum outro objetivo que fazer sofrer a outros.
O telefone soou. Bride o soltou e foi respondê-lo enquanto Vane farejava ao redor do pequeno e lotado quarto. Este era um lugar deprimente.
—Hei! Tabby - Bride tirou um lençol da mesa e fez cair uma caixa.
Vane uivou e a esquivou.
Bride acariciou sua cabeça, logo moveu a caixa.
—Não tem que fazer isso, sabe? —Ele podia sentir que ela estava um pouco irritada com sua amiga, mas no fundo parecia contente—. Bem, saio para te deixar entrar.
Bride desligou o telefone, logo agarrou suas chaves e abriu a porta. Vane a seguiu ao exterior, até a rua, onde ela abriu a porta de ferro forjado para deixar passar
a Tabitha, quem estava de pé do outro lado com um carro com rodas carregado de sacolas, no pátio.
—Deus Santo! —disse Bride enquanto via as sacolas—. O que fez?
Tabitha deu de ombros.
—O bem-estar material que cada mulher deveria ter — Ela deu um pacote de seis cervejas Coroa Light a Bride, logo entrou o carro.
Bride fechou a porta e seguiu a Tabitha.
Vane se arrastou atrás delas.
Uma vez que estavam dentro do pequeno apartamento, Tabitha lhe sorriu.
—Eu tinha a sensação que ainda estaria aqui.
Ela tirou um osso do saco superior e o desembrulhou.
Ele fez uma careta por dentro enquanto ela o deixava sobre o chão. Não havia nenhum modo no inferno que lhe fizesse mastigar isso.
Seu olhar se dirigiu ao Bride. Ela era o único brinquedo mastigável que lhe interessava.
Bride estava de pé com suas mãos em seus quadris.
—Tabitha...
—Não, Bride. Como membro recente do Clube não tenho um homem e nunca mais quero outro, sei que quão último precisa é passar sozinha esta noite —. Ela tirou um jogo
de lençóis de seda do saco.
—O que é isso?
—Disse, bem-estar material. Temos tudo aqui. Krispy Kreme*, cerveja, refrigerantes, creme horns*, batatas fritas, molhos, e suficientes DVDs com machões para afundar
ao Titanic. É hora de um festival de bons homens que não lhe podem romper o coração —Tabitha lhe deu uma pequena bolsa.
Bride sacudiu sua cabeça.
—Obrigado, Tabby. Realmente aprecio isto.
—Não há problema.
Vane voltou a sentar enquanto Tabitha conectava a TV e o aparelho de DVD enquanto Bride abria as caixas que tinha os pratos e o faqueiro.
—Estou contente de ter guardado tudo isto - disse Bride enquanto sacudia o pó de uma caixa e a punha sobre uma mesa de centro diante da TV—. Taylor não queria todas
minhas coisas misturadas com as suas. Deveria saber então, verdade?
Tudo o que podia fazer Vane era permanecer em sua forma de lobo. Ele queria tanto reconfortá-la, mas não se atrevia. Sobre tudo não com a Tabitha presente.
—Não pense nisso carinho - disse Tabitha enquanto abria a cerveja com sua mão nua e a dava a Bride—. Nós nunca vemos os sinais que não queremos ver. Sabe? Olhe o
lado positivo de tudo isto, ao menos seu homem não te abandonou por ser louca.
—Você não é louca.
Tabitha lançou uma risada incrédula ante isto.
— Sim, claro. Deixando de lado a Amanda, só frutas e avelãs* vêm em minha árvore genealógica. Mas... Hei!, ao menos somos divertidas.
Bride lhe lançou um olhar de reprovação.
—Sabe o que Mina diz disso?
—Mina? Ela está mais louca que eu. Viu sua coleção de equipes antigas para matar vampiros? Juro que foi ela quem fez aquela oferta anônima no Sotheby’s por aquele
equipamento para matar vampiros do século passado.
Tabitha meteu um doce inteiro na boca e o engoliu completamente.
Bride enrugou seu nariz ante a ação.
—Por favor, me diga como pode permanecer assim tão magra comendo da forma em que o faz. Apenas como meia Pop-Tart* e ganho quinze quilos. Juro que te vi comer mais
esta noite que o que eu como em uma semana inteira.
Tabitha lambeu o açúcar de seus dedos.
—Fala como Amanda.
—Por que ela diria isso? Vocês são as gêmeas e ela é parte por parte tão magra como é você.
—Sim, mas ela está uns bons sete quilos mais gorda que eu e me odeia por isso. Não sei por que vocês se queixam, ao menos tem dois seios. Tenho o corpo de um menino
de doze anos.
Bride brincou.
—Quando quiser nós mudamos de corpo.
Vane grunhiu ante isso. Quão último queria era uma companheira magra. Não havia nada equivocado no Bride, e se ele estivesse em forma humana, demonstraria-lhe exatamente
o que essas curvas viçosas lhe faziam.
Infelizmente, ele necessitava que sua amiga partisse primeiro.
—Algo anda mal moço? —perguntou Tabitha enquanto se aproximava.
Ele trotou para a Bride.
Tabitha o olhou boquiaberta.
—Bem, acabo de ser esnobada pelo Benji. Jesus. Acredito que recolheste a um amigo para toda a vida aqui, Bride. Só espera até que averigue que seu papai é o rei
de “se você o amar, castre-o” —
Vane se sobressaltou apesar de lobo.
Eles não se atreveriam...
—Shh, Tabby, assustará ele — Ela olhou pra baixo enquanto lhe acariciava o queixo—. Mas tem razão, ele não foi operado.
E maldita seja tampouco ia operar.
—Talvez devesse levá-lo a papai amanhã e fazê-lo revisar.
—Então vai ficar com ele? —perguntou Tabitha.
Bride levantou a cabeça dele para poder olhá-lo diretamente aos olhos.
—Que pensa você, Senhor Lobo? Quer ficar comigo por um tempo?
Ela não tinha nem idéia. Se conseguisse o que queria, ele seria uma adição permanente.

CAPITULO 3

Vane estava de pé em forma humana fora do banheiro enquanto Bride tomava uma ducha. Tabitha tinha ido fazia pouco, depois de ameaçar uma última vez de perseguir
o ex de Bride e lhe fazer dano.
Se Vane alguma vez pusesse as mãos em cima do bastardo, não deixaria muito dele para que Tabitha se incomodasse. Não, não deveria sentir-se dessa maneira. Depois
de tudo, se Bride não tivesse estado magoada por esse homem, não teria sido sua ontem à noite.
E ele poderia não saber nunca que era sua companheira.
Mas este era o raciocínio humano e o raciocínio humano não tinha um lugar em seu mundo animal.
—Não sou humano - suspirou, sentindo a profunda dor daquela declaração. Ao menos não era totalmente humano.
Ninguém, nem sequer ele, estava realmente certo do que era ele.
Era um maldito híbrido que não pertencia a nenhum verdadeiro grupo. Metade Arcadiano, metade Katagaria, Vane tinha nascido na forma natural de um filhote de lobo
só para encontrar sua forma de nascimento mudada a humano uma vez que alcançou a puberdade.
Ele estremeceu ao recordar o dia que tinha mudado. O terror disso. O medo. A confusão. Toda sua vida tinha existido unicamente como lobo, e logo, durante uns meses,
contra sua vontade, tinha estado encerrado dentro de um corpo humano e incapaz de transformar-se de novo em um lobo, absolutamente. Seu novo corpo lhe tinha sido
alheio. Não sabia como comer como um homem, como sobreviver ou adaptar-se. Inclusive caminhar tinha sido difícil no princípio. Tinha sido atacado por emoções e sentimentos
humanos. Sensações humanas.
O pior de tudo tornou-se fraco. Necessitado.
Nada tinha sido mais desagradável que compreender que não podia defender-se. Que estava totalmente dependente de seu irmão para sobreviver.
Cada noite tinha rezado para que ao chegar à manhã pudesse ser animal outra vez, e cada manhã se dava conta com horror que era um homem.
Se não fosse por Fang e Anya, sua manada o tinha matado. Por sorte, seu irmão e sua irmã o tinham protegido de outros e o tinham ajudado a ocultar o fato que já
não era mais um lobo puro.
Durante séculos tinha oculto a todo mundo, até a si mesmo, o fato que depois de sua puberdade tinha um coração humano.
Como tal mudança podia ter sido possível?
Entretanto aqui estava ele: uma contradição vivente. Uma impossibilidade vivente.
E estava unido a uma humana.
Vane apertou sua mão marcada. Ele não podia ocultar a verdade de sua mudança física das Destinos. Eles sabiam o que era e tinham procurado atá-lo a uma mulher humana.
Por quê?
A vida como híbrido era bastante difícil. A última coisa que queria era gerar meninos que seriam ainda mais estranhos do que ele era.
Seriam humano ou Were-Hunters?
E todos esses argumentos lhe diziam por que não podia juntar-se com a Bride não serviam de nada quando o coração humano dentro dele ansiava à mulher do outro lado
daquela porta fechada.
Inclusive agora podia imaginar como se exibia ali, nua. A água que se deslizava contra sua pálida pele, como suas mãos se deslizavam sobre seu corpo, ensaboando
suas coxas, seu...
O lobo nele exigia que chutasse a porta e a reclamasse.
O homem nele somente queria sustentá-la muito perto e protegê-la.
Nunca tinha estado tão dividido. Tão confuso.
Tão condenadamente quente!
Vane arrastou sua mão sobre o lindo pijama de seda que Bride tinha tirado de uma de suas caixas e tinha deixado sobre a cadeira ao lado da porta. Eles mantinham
seu aroma único de pot-pourri de morango e mulher. Ele levantou o sutiã e inalou a riqueza dela enquanto sua virilha ardia e aumentava.
Era tudo o que podia fazer para não meter-se na ducha e tomá-la outra vez. Pois isso não faria outra coisa que aterrorizá-la.
Ela era humana e não sabia nada de seu mundo. Ela não sabia nada dele.
Uma onda de desespero o consumiu. Ele não sabia como fazer a corte a uma fêmea humana. Sem mencionar que ter sido unido a ela, realmente não a afetava absolutamente.
Ela poderia abandoná-lo e viver uma vida agradável, normal com outro homem. Ela poderia apaixonar-se por alguém e ter os filhos do homem.
Deixá-la fazer isso seria a coisa mais decente de fazer. Segundo as leis que governavam a sua raça, não podia obrigá-la a tomá-lo como seu companheiro. Seus próprios
pais eram a prova disso. Durante três semanas seu pai tinha mantido a sua mãe encadeada contra sua vontade. Ele brutalmente tinha tentado obrigá-la a que aceitasse
a um macho Katagaria como seu companheiro.
Nenhuma quantidade de violência tinha funcionado.
Sua mãe Arcadiana tinha resistido, até depois de saber que estava grávida. Para ela, todos os Katagaria eram animais que deveriam ser mortos sem compaixão. Vicioso
até para as normas Katagaria, seu pai nunca tinha tentado lhe mostrar outro lado de si mesmo.
Por outra parte, seu pai nunca tinha tido um lado mais sensível. Markus era violento normalmente, mortal no pior dos casos. Vane e Fang tinham muitas cicatrizes
internas e externas, para demonstrar isso.
Então a janela das três semanas de oportunidade de ficarem juntos se fechou para seus pais e os tinha deixado a ambos frígidos e estéreis. Após, seus pais tinham
vivido em guerra aberta com a raça de cada um.
E com seus próprios filhos.
—Não me olhe com os olhos da puta, filhote. Arrancarei a sua garganta —. De fato, seu pai tinha passado toda a vida de Vane tratando de não olhá-lo.
Uma vez Vane se encontrou com sua mãe, ela tinha esclarecido sua própria posição.
—Minha forma básica é humana e é somente por isso que você e seu irmão Katagaria estão vivos. Eu não poderia matar enquanto eram filhotes necessitados ainda quando
sei que deveria havê-lo feito. Mas agora que cresceste, não tenho nenhum semelhante remorso. Todos vocês são animais selvagens para mim e se voltar a ver-te outra
vez te matarei como a tal.
Francamente, ele não podia culpá-la por isso, considerando o que seu pai lhe tinha feito. Ele nunca tinha esperado bondade de outros e até agora não tinha sido decepcionado.
Exceto com o clã do urso. Ele ainda não entendia sua tolerância para ele e ao Fang. Sobre tudo com o Fang, quem não podia proteger nem trabalhar para manter-se.
Por que os recolheriam quando seu próprio clã lobo os mataria se os encontrassem?
Vane soltou um profundo suspiro como se a realidade caísse estrepitosamente sobre ele. Tinha estado vivendo sob pena de morte sem uma manada que o ajudasse a proteger-se
ou a crescer. Nenhuma manada para proteger a sua companheira. Ele não podia expor a Bride ao perigo que era uma parte diária de sua vida.
Não importava o que as Destinos tivessem decretado, ele não podia ter uma companheira humana. Bride nunca o aceitaria a ele e a seu mundo. Ela não pertencia a isso
mais que o que sua mãe tinha pertencido a seu pai.
Eles eram de diferentes espécies.
Seu trabalho era estritamente protegê-la até que seu sinal se fosse. Então ela estaria livre e ele...
—Serei um afeminado de merda - grunhiu ele, sussurrando, odiando a idéia mesma disso.
Mas que mais havia?
Mantê-la encadeada como seu pai tinha feito com sua mãe? Golpeando-a para que se submetesse?
Nada disso funcionaria. Além disso, Bride era sua companheira. Ele não podia imaginar a si mesmo machucando-a de maneira nenhuma. A diferença de seu pai, ele entendia
o que significava “protetor”.
Vane tinha passado sua vida inteira protegendo a Anya e ao Fang. Apartando a sua manada e o abuso de seu pai a eles. Ele não podia machucar a pessoa que as Destinos
tinham designado para ele.
Ele ouviu que Bride fechava a água. Retornado de novo a sua forma de lobo, ele se obrigou a não entrar no quarto onde encontraria a tentação.
Mas claro, o não teve que fazer. Bride saiu uns segundos mais tarde envolta em uma toalha.
Ele chiou seus dentes ante a imagem dela parada ali com a toalha úmida que se aderia a cada curva desse corpo úmido e voluptuoso. Pior, a toalha era muito pequena
e deixava um grande espaço de suculenta carne nua a seu olhar.
Ela deixou cair à toalha ao piso.
Teve que fazer um esforço para não uivar, especialmente quando ela se inclinou para revisar uma caixa de roupa para procurar sua roupa íntima.
Bride começou a ouvir um estranho som de seu novo mascote. Dando volta, viu que o lobo a olhava fixamente com uma intensidade que era extremamente selvagem e inquietante.
Um tremor de medo a atravessou.
—Não vai atacar-me, verdade, menino?
Ele lhe aproximou meneando sua cauda. Levantou-se de um salto de improviso e lhe lambeu sua bochecha, logo depois de um salto se voltou para outro lado do quarto.
Bem, isto era estranho.
Franzindo o cenho, ela agarrou suas calcinhas e as pôs então rapidamente se vestiu com seu pijama. Ficavam um pouco justo, era por isso que estavam guardados. Sua
mãe lhe tinha dado um novo guarda-roupa completo fazia dois anos quando ela tinha seguido uma dieta de proteína líquida que lhe tinha feito baixar doze quilos. Isso
tinha funcionado, mas em um ano cada grama de peso tinha retornado e mais outros cinco quilos.
Bride suspirou e tirou o assunto de sua mente. Que se foda Taylor e suas dietas. Como sua mãe e avó antes que ela, estava destinada a ser uma irlandesa redonda,
e por muito que fizesse nada mudaria o fato que cromossomicamente estava danificada.
—Eu deveria ter nascido nos anos cinqüenta quando estava na moda ser rechonchuda.
Suspirando, aproximou-se do sofá para dormir. O lobo lhe aproximou e encostou seu nariz perto da dela.
—Sinto muito, menino - disse, acariciando sua cabeça—. Não há espaço para ti esta noite. Amanhã conseguiremos uma cama verdadeira, certo?
Ele fuçou seu rosto.
—É uma boa companhia, verdade? —. Parecia que gostava mais quando ela o acariciava sob seu queixo. Ele fechou seus olhos e meneou sua cauda enquanto ela com cuidado
o acariciava ali. —Vejamos... como vou chamar-te?
Ela o meditou, mas só um nome apareceu em sua mente.
—Não seja estúpida - se disse a si mesmo—. Seria ridículo chamá-lo por algo de uma só noite.
E ainda assim...
—Importaria se te chamasse Vane?
Ele abriu seus olhos ante isso e lhe lambeu o queixo.
—Bem então, será Vane Dois. Vane para abreviar, entretanto.
Bride se levantou sobre sua cabeça para apagar o abajur, logo se arrumou para dormir.
Vane se sentou na escuridão, olhando-a silenciosamente. Ele não podia acreditar como ela ia chamar-lo em sua forma de lobo. Se ele não soubesse melhor...
Mas não, ela não tinha nenhum dos poderes psíquicos. Talvez só gostasse de seu nome.
Esperou que ficasse profundamente adormecida antes de mudar a sua forma humana outra vez e assegurar-se que todas as portas e janelas estivessem fechadas. Uma vez
que esteve certo que ela estaria bem por um momento, transportou-se de seu apartamento de volta a seu quarto no Santuário.
Também estava escuro ali. Ele abriu a porta e se dirigiu ao quarto seguinte, onde estava Fang. Como tinha estado desde a noite que Vane havia lhe trazido aqui, seu
irmão estava em forma de lobo, jazendo em estado comatoso sobre a cama.
Vane suspirou fatigado, enquanto cruzava o quarto.
—Vamos, Fang - disse, movendo-se para a cama—. Desperta. Sinto saudade irmãozinho, e eu realmente necessitaria a alguém com quem falar agora mesmo. Tenho um sério
problema entre as mãos.
Mas era inútil. Os Daimons tinham tomado mais que o sangue de seu irmão. Tinham roubado seu espírito.
A vergonha pela que tinha passado a Fang era mais do a que um lobo podia enfrentar. Vane entendia. Ele mesmo havia sentido quando tinha averiguado que era humano.
Não havia nada pior que ser atacado e ser incapaz de defender-se. Estremeceu enquanto as lembranças o atacavam.
A primeira vez que se converteu em humano tinha estado em meio de uma luta com um javali zangado. A besta o tinha investido de tal forma que ainda sentia dor em
suas costelas se se movia da maneira incorreta. Em um minuto, era um lobo, e o seguinte estava de costas enquanto o javali o mordia, arranhava-o com suas garras
e lhe cravava as presas.
Se Fang não tivesse vindo...
—Te levante irmãozinho — sussurrou—. Não pode seguir vivendo assim.
Fang não o reconhecia absolutamente.
Vane deslizou sua mão sobre a pele marrom escura de seu irmão, logo se voltou para deixá-lo ali.
Fora, no corredor, passou por Aimeé Peltier. Em sua forma humana, ela sustentava uma tigela de sopa de vitela em suas mãos enquanto ia em direção à escada.
A única filha do clã Urso, era loira, alta, magra com uma cara excepcionalmente formosa. Seus irmãos tinham um trabalho de jornada completa impedindo que os homens
humanos fossem atrás dela sempre que dava uma mão no bar que estava ao lado a casa.
Era um trabalho que tomavam muito seriamente.
—Está comendo? —perguntou-lhe Vane.
—Às vezes - disse tranqüilamente—. Consegui lhe dar um pouquinho de sopa no almoço, esperava que pudesse tomar um pouco mais esta noite.
Ela tinha sido um dom do céu a ele. Só Aimeé parecia ser capaz de chegar ao Fang. Seu irmão parecia de algum modo mais alerta sempre que ela estava perto.
—Obrigado. Realmente aprecio que cuide dele por mim — De fato, ela passava muito tempo com Fang. Era suficiente para fazê-lo sentir admiração, mas Fang não se moveu
de sua cama nem uma vez desde a noite em que Vane havia lhe trazido aí.
Ela assentiu.
—Aimeé? —Perguntou-lhe enquanto ela passava em frente a ele.
Ela se voltou.
—Não importa. Era um pensamento estúpido—. Não havia nada entre seu irmão e a ursa. Como poderia haver?
Vane seguiu caminhando pelo corredor, para a escada.
Ele baixou, cruzou o vestíbulo, e entrou no pequeno hall onde uma porta unia a Casa Peltier com o bar O Santuário do outro lado.
Esta dava à cozinha do bar onde dois Were-Hunters, Jasyn Kallinos e Wren, protegiam-na do inocente pessoal humano da cozinha, quem não tinha nenhuma idéia de por
que somente uns poucos escolhidos podiam passar pela entrada, ao outro lado. Era sobre tudo por aqueles do clã Urso que tinham filhotes no último piso da Casa Peltier.
De vez em quando, um dos filhotes podia tentar escapar de sua babá e rodar escada abaixo.
A última coisa que os Peltiers precisavam era a alguém chamando controle animal porque eles tivessem feito um zoológico não autorizado de sua casa.
Certamente a idéia de um humano entrando e encontrando a um lobo, panteras, leões, tigres, e ursos dormidos em suas diversas camas era bastante divertida para o
Vane. Ou ainda pior, o dragão que dormia enroscado no apartamento da cobertura. Alguém realmente deveria ter uma câmara. No caso de ver.
Vane inclinou sua cabeça para o Jasyn, um Were-Hawk loiro, que era um dos habitantes condenados a morte da casa. O preço pela cabeça do Jasyn fazia ver ridícula
a sentença de morte de Vane. Sobre tudo porque, a diferença do Jasyn, Vane só matou quando teve que fazê-lo. Com um verdadeiro coração de animal de rapina, Jasyn
estava nisso pela emoção de matar.
Jasyn tinha vivido para espreitar e mutilar.
Enquanto Vane se aproximava da porta vaivém que conduzia à área do bar, esta foi lançada para trás. Kyle Peltier vinha a atravessando correndo à forma humana como
um morcego fugindo do inferno.
Vane saiu do caminho.
Remi Peltier, um dos quadrigêmeos idênticos com o cabelo loiro comprido encaracolado, atirou Kyle ao piso justo diante dos pés de Vane e começou a esmurrar o seu
irmão mais jovem. Kyle tentou pará-lo, mas foi impossível. Remi era um urso muito mais velho, mais forte, que gostava de lutar.
Vane agarrou ao Remi e o separou antes que lhe fizesse mal ao filhote.
—O que faz?
—Matando ao Gilligan - grunhiu Remi, tentando passar por Vane para agarrar Kyle outra vez.
—Acontece que eu gosto da canção - disse Kyle defensivamente, limpando o sangue em seus lábios enquanto se movia para esconder-se atrás do aborrecido Jasyn.
Wren deu ao filhote uma toalha para secar seu rosto.
Remi curvou seus lábios.
—Sim, mas é que não ouvimos essa condenada canção do inferno, por isso, idiota. A metade da fodida clientela saiu correndo pela porta.
Mamãe Ursa entrou do lado da Casa Peltier para ver o Kyle sangrando.
—Que diabos? —perguntou, tomando-o pelos ombros para poder examinar seu corte no lábio. —Mon Angie, o que aconteceu?
Toda maturidade abandonou ao Kyle quando viu a sua mãe. Até deixou que uma parte de seu curto cabelo loiro caísse sobre seus olhos azuis.
—Remi me atacou.
Remi arrancou seu braço do afeto de Vane.
—Ele pôs “Sweet Home Alabama” na máquina de discos, mamãe.
Nicolette fez girar seus olhos para seu filhote mais jovem.
—Kyle, sabe que só a pomos quando o Dark Hunter Acheron atravessa nossas portas como uma cortês alerta a nossa clientela. Em que estava pensando?
Vane sufocou uma risada. Acheron Parthenopaeus era o líder dos Dark-Hunters. Era um homem de muitas dicotomias e de um poder incrível, e mais que ninguém Vane sabia
o que era aterrar-se e cagar-se de medo dele. Sempre que entrava no bar, a maior parte dos Weres, e todos os Daimons se dirigiam à porta. Sobre tudo se tinham algo
que ocultar.
Kyle dirigiu a ela um olhar mal-humorado.
—É que é uma boa canção, mamãe, e queria ouvi-la.
Remi se dirigiu à garganta de Kyle, mas Vane o afastou.
—Ele é muito estúpido para viver - grunhiu Remi—. Penso que nós deveríamos cortar sua garganta e nos economizar a angústia.
Wren soltou uma estranha risada enquanto Jasyn punha cara de pedra.
O pessoal humano ficou sabiamente à margem, e voltaram para seus assuntos como se nada passasse. Já estavam acostumados aos irmãos e a suas constantes discussões
entre eles.
Nicolette grunhido a seu filho.
— Todos fomos estúpidos nessa idade, Remi. Inclusive você —. Ela acariciou ao Kyle no braço e o impulsionou para a porta da Casa Peltier—. Melhor está longe do bar
pelo resto da noite, cherie. Papai e seus irmãos necessitarão tempo para esfriar seus temperamentos.
Kyle assentiu e logo voltou a olhar a seu irmão e lhe mostrou a língua.
Remi fez um som de urso que causou que cada humano na cozinha o olhasse fixamente.
A cara de Mamãe dizia que já pagaria uma vez que tivesse a seu filhote maior longe do olhar e dos ouvidos dos humanos.
—Penso que é melhor volta para bar, Remi - disse Vane, deixando-o ir.
—Bem - grunhiu Remi—. Faça-nos a todos um favor, mamãe. Coma a seu caçula.
Esta vez foi Jasyn quem riu, então ficou sério imediatamente quando Nicolette lhe jogou um olhar ameaçador.
Sacudindo sua cabeça, ela disse ao pessoal de cozinha que voltasse a trabalhar.
Vane começou a ir ao bar.
—Vane, mon cher, espera.
Ele a olhou.
Ela se moveu para parar a seu lado.
—Obrigado por salvar ao Kyle. Remi nunca aprendeu a dominar esse caráter dele. Há vezes que temo que nunca vá fazer.
—Está bem. Ele me recorda muito ao Fang. Quando não está comatoso, obviamente.
Ela olhou para baixo, logo franziu o cenho. Levantando a mão dele, olhou fixamente a sua palma marcada.
—Está acasalando?
Ele fechou sua mão em um punho.
—Isto passou esta noite, mais cedo.
A mandíbula dela se afrouxou antes que o encaminhasse para dentro de sua casa. Ela fechou a porta, logo o enfrentou.
—Quem?
—Uma humana.
Ela amaldiçoou em francês.
—OH, cherie —suspirou ela—. O que vais fazer?
Vane se encolheu.
—Não há nada para fazer. Protegerei-a pelo tempo que dure, e a deixarei seguir sua vida.
Deu-lhe um olhar perplexo.
—Por que te condenará a tantos anos sem nenhuma mulher ou companheira? Se a deixa ir, bem pode ser que nunca te satisfaça outra vez.
Vane começou a partir, mas ela o puxou para que se detivesse.
—O que deveria fazer Nicolette? —perguntou, usando seu verdadeiro nome em vez de Mamãe, como chamava a maioria—. Sou um exemplo vivo de por que temos que nos reproduzir
dentro de nossa própria espécie. A última coisa que quero é estender minha doença a outra geração.
Ela parecia horrorizada por suas palavras.
— Você não está doente.
—Não? Então como o chamaria?
—Estas bendito, como o está Colt.
Ele a olhou boquiaberto incrédulo por suas palavras. Era uma palavra que nunca aplicaria para si mesmo.
— Bendito?
—Oui —disse ela sinceramente—. A diferença do resto de nós, você sabe o que é o outro lado. Foste tanto animal como humano. Nunca saberei o que é ser humano. Mas
você sim.
—Não sou humano.
Ela deu de ombros.
—O que queira cherie... Mas conheço outros Arcadianos que se uniram com humanos. Se desejar posso fazer com que falem contigo.
—Com que objeto? Eles eram de sangue mesclado como eu?
—Não.
—Então o que vão dizer? Se minha companheira tiver meninos, serão humanos ou lobos? Eles mudarão sua forma após a puberdade? Como explico a uma companheira humana
que não sei como serão nossos filhos?
—Mas você é Arcadiano.
Ele odiava o fato de que Nicolette, Acheron, e Colt pudessem ver o que ele tinha sido capaz de ocultar dos outros. Ele não sabia como eles eram capazes de detectá-lo,
mas realmente, odiava. Inclusive seu próprio pai não tinha sabido que ele era um Arcadiano.
Certamente ajudava o fato que seu pai apenas o olhasse.
—Sou Arcadiano? —perguntou, baixando sua voz a um sussurro zangado—. Não sinto o lado humano da maneira que Colt o faz. Como posso ter sido um filhote de lobo e
logo me converter em humano durante a puberdade? Como é isso possível?
Ela sacudiu sua cabeça.
— Je ne sais pas*, Vane. Há muito neste mundo que não entendo. Há muito poucos sangues mesclados, você sabe isso. A maior parte dos humanos que se converteram em
companheiros são estéreis. Talvez a tua seja também.
Isto lhe deu alguma esperança, mas ele não era bastante tonto para apegar-se a isso. Sua vida nunca tinha sido fácil. Sempre que tinha estendido a mão para algo
que queria, tinha sido esbofeteado sem piedade.
Era difícil ser otimista em uma vida onde o otimismo nunca tinha sido recompensado positivamente.
—Esta é uma oportunidade que não posso pegar — disse calmosamente, mesmo que uma parte dele desejava essa oportunidade com um desespero que o assustava—. Me nego
a lhe arruinar a vida dessa maneira.
Nicolette se afastou dele.
—Muito bem. Isso é algo exclusivamente teu, mas se mudar de opinião...
—Não farei.
—Bem. Por que não usa as próximas semanas e fica com sua companheira enquanto ela está marcada? Cuidaremos do Fang enquanto isso.
Atreveria-se a aceitar essa oferta?
—Esta segura?
—Oui, cher. Pode confiar em alguns animais, inclusive nos ursos. Prometo-te que seu irmão estará a salvo aqui, mas sua companheira, ela não está a salvo, enquanto
leve sua essência nela.
Nicolette tinha razão. Se, como suspeitava, sua manada estava atrás deles, seus exploradores poderiam encontrar seu aroma perto de Bride. Ela o levaria enquanto
tivesse seu sinal, e um Were-Hunter treinado seria capaz de farejá-la.
Nem queria dizer o que seus inimigos poderiam lhe fazer.
—Obrigado, Nicolette. Devo-te uma.
—Sei. Agora fica com sua humana enquanto possa.
Vane assentiu, logo se transportou, retornando ao lado de Bride.
Ela estava ainda adormecida sobre o sofá. Jazendo sobre suas costas, parecia extremamente incômoda. Suas pernas estavam encolhidas e ela tinha um braço sobre sua
cabeça enquanto o outro pendurava no ar.
A ternura o alagou enquanto recordava a forma em que ela se exibia enquanto gozava por ele. A imagem de seu rosto no espelho enquanto ele a sustentava.
Era uma mulher apaixonada. Uma que morria por provar uma e outra vez. Contra seu sentido comum, ele estendeu a mão e tocou sua suave bochecha.
Seus olhos se abriram de repente e ofegou.
Bride se levando gritando pensando que via Vane vigiando-a.
—Vane?
O lobo andou silenciosamente até o sofá para sentar-se ao lado dela.
Confusa, olhou ao redor, logo lançou uma risada nervosa.
—Menino, estou alucinando ou o que? OH sim. Looney Tunes9, aqui vou.
Sacudindo a cabeça, voltou a deitar-se e tentou voltar a dormir, mas assim que o fez, pôde jurar que cheirava o aroma de Vane sobre sua pele.
Durante dois dias, Vane ficou na forma de lobo enquanto cuidava de Bride, mas com cada minuto, sentia-se como se estivesse sendo brutalmente torturado. Seu instinto
natural era reclamá-la.
Se ela fosse uma loba, ele estaria dentro dela inclusive agora, lhe mostrando sua destreza e sua autoridade.
A besta dentro dele exigia o cortejo. O humano nele...
Isso era o que mais o assustava. Nenhuma parte escutava seu tranqüilo e calmo raciocínio. Não é que ele realmente tivesse algum no que ela estava preocupada. Perto
dela, ele tinha uma furiosa quebra de onda hormonal tão profunda que fazia que um tsunami parecesse como uma onda em uma piscina de meninos.
Sua necessidade de tocá-la se fazia tão feroz que até temia estar com ela agora.
Fazia uns minutos, em forma de lobo, tinha saído correndo à porta para tentar e conseguir controlar-se antes de voltar para a loja dela para mais torturas. Sempre
que ela se movia, esquentava seu sangue. O som de sua voz, a forma em que lambia seus longos dedos, cheios de graça enquanto folheava as páginas de suas revistas,
era toda uma tortura para ele.
Estava matando-o.
A desejava.
Realmente, estava começando. A morte tinha que ser preferível a isto. Onde estavam os lobos assassinos quando se necessitava? Sem dor. Essa era a resposta. Nada
como uma severa dor para conter seus apetites sexuais.
Pensa em algo mais.
Vane tinha que conseguir afastar sua mente de Bride e de seu corpo. Mais importante ainda, afastá-la do que ele queria lhe fazer “a” e “com” seu corpo.
Determinado a tentar, ele parou diante de uma pequena loja no Royal Street. Era uma loja de bonecas de todo tipo. Ele realmente não sabia por que estava aqui, exceto
uma das bonecas na vitrine recordava a uma que Bride tinha em uma caixa perto de sua TV.
—Bem, não fique aí fora de pé, jovem, venha entre.
Uma diminuta anciã estava de pé na entrada. Seu cabelo era cinza, mas seus olhos eram agudos e inteligentes.
—Está bem, só estava olhando - disse Vane.
E logo sentiu o aroma de algo estranho. Uma greta de poder no ar que era ainda mais forte que um Were-Hunter.
Acheron?
A anciã lhe sorriu.
—Vêem para dentro, lobo. Há alguém com quem acredito que quer falar.
Ela sustentou a porta aberta enquanto ele entrava na pequena e escura loja, coberta de estantes e caixas de bonecas feitas por encomenda. Sem uma palavra, lhe conduziu
atrás do mostrador e apartou um par de pesadas cortinas cor borgonha.
Vane se deteve de repente quando viu o mais estranho que tinha visto em seus quatrocentos anos de vida.
O poderoso Dark-Hunter Acheron Parthenopaeus sentado no chão do quarto com suas pernas cruzadas enquanto brincava de bonecas com sua companheira demônio e uma criatura
humana.
Vane não podia se mover enquanto olhava à pequena menina sentada sobre o joelho dobrado coberto de couro do Ash, enquanto o Dark-Hunter a sustentava ali com uma
grande mão sobre seu ventre. Vestido com um vestidinho tipo avental rosado e sapatinhos negros*, ela era formosa, com curtos cachos castanho escuros e um rosto gordinho
e angelical.
Ash sustentava um boneco em sua mão direita enquanto a pequena menina mastigava a cabeça de uma Barbie ruiva que se parecia de uma estranha maneira à deusa grega
Artemisa, quem tinha criado e governado aos Dark-Hunters. A demônio sentada diante deles sustentava uma boneca loira. A demônio tinha o cabelo negro com uma raiz
vermelha que fazia perfeita combinação com o cabelo do Ash.
—Olhe, eu sabia que a bebê Marissa era raça de qualidade - disse a demônio ao Ash. —Olhe como se come a cabeça ruiva da boneca da Artemisa. Simi tem que lhe ensinar
a arrotar fogo e logo apresentar a mesma deusa vaca.
Ash riu.
—Não acredito, Simi. Marissa não está realmente pronta para isso, não, doce?
A pequena garotinha se esticou e colocou uma mão molhada ao queixo do Ash enquanto ria dele. Ash beliscou brincando sua mãozinha enquanto a demônio tomava sua boneca
e a fazia dançar com a sua.
—Penso que minha boneca necessita um par de corninhos, akri —disse a demônio ao Ash—. Crie que Liza me fará uma boneca demônio como eu?
Os chifres apareceram imediatamente sobre a cabeça da boneca, com o cabelo vermelho e negro.
O demônio chiou de prazer.
—OH, obrigado, akri. Esta é uma boneca Simi! —. Inclinando sua cabeça, a demônio olhou à garotinha na cintura do Ash—. Sabe, Marissa é uma linda bebê, mas ela estaria
ainda mais bonita com uns corninhos também.
—Não, Sim, não acredito que Amanda ou Kyrian apreciariam a volta de sua filha com um par de chifres em sua cabeça.
— Sim, mas ela é assim... tão... pobre sem eles. Eu poderia fazê-los realmente bonitos. Talvez rosados para que combinem com seu vestido?
—É suficiente, Simi.
A demônio pôs uma cara má.
—OH pooh, não é divertido, akri —Ela sustentou ao boneco. —Vê isto, Marissa? Bem, agora isto é o que passa quando ele faz que Barbie fique louca. Ela consegue seu
molho de churrasco e o come.
Ash rapidamente tomou a boneca da mão do Simi antes que ela pudesse colocá-la em sua boca aberta.
—Não, não, Simi. É alérgica à borracha.
—Sou?
—Não recorda que ficou doente quando comeu aqueles pneus do caminhão que lhe deixavam louca?
A demônio o olhou realmente decepcionada.
—OH. Isso foi o que me fez adoecer? Pensei que era porque a deusa vaca estava por ali.
Ash colocou um rápido beijo ao topo da cabeça da bebê, logo a entregou a Simi.
—Cuida da Marissa durante uns minutos e não lhe coma ou a deixe comer algo.
—Não se preocupe, akri. Eu nunca comeria a bebê Marissa. Sei quanto sentiria falta se o fizesse.
Ash deu a demônio um abraço carinhoso antes de levantar-se e caminhar tranqüilamente para o Vane. Alto e magro Ash era o epítome de um jovem no começo de sua vida.
Não havia muitas pessoas mais altas que Vane, mas Ash era um deles.
E não era somente sua altura o que intimidava. Havia algo primário e poderoso no Dark-Hunter. Algo que até o animal no Vane temia.
Ainda assim, conheciam-se o um ao outro desde muitos séculos. De fato, Ash tinha sido o que tinha ajudado ao Vane a encontrar a sua mãe. Até este dia, Vane não estava
certo por que o Dark-Hunter o tinha ajudado.
Pois bem, ninguém entendia ao Acheron Parthenopaeus.
—Sabe, não é agradável espiar as pessoas, lobo.
Vane soprou ante isto.
—Como se alguém alguma vez pudesse te espiar —. Ele olhou de novo a demônio e à pequena garotinha—. Nunca te imaginei como babá.
Ash jogou uma olhada à mão de Vane, logo o olhou fixamente. Havia algo extremamente desconcertante nos olhos cor prata líquida do Ash que formavam redemoinhos com
o poder místico e o antigo conhecimento.
—Nunca te imaginei como um covarde.
A ira queimou ao Vane ante o insulto. Ele virou de costas para Ash, só para que o Atlante saísse de seu alcance.
—Não faça —. Essa só palavra trouxe o suficiente controle ao Vane para deter-se.
Ash olhou por sobre seu ombro à anciã que ainda estava de pé abrindo as cortinas.
—Liza, traria para o Vane uma xícara de chá, por favor?
— Não bebo chá.
—Liza?
—Volto em seguida com ela — A anciã saiu na loja.
—Não bebo chá - reiterou Vane.
—Beberá o dela e você gostará.
O olhar de Vane se obscureceu outra vez.
—Não sou um de seus Dark-Hunters, Acheron. Não danço sob suas ordens.
—Não preciso nada de um Dark-Hunter. Jamais.
Ash soltou um suspiro lento e profundo.
—Sinto muito por Anya, Vane, mas era o que tinha que ser.
Vane fez uma careta ante a oferta de compaixão; seu coração ainda estava quebrado por sua perda.
—Não me fale sobre o destino, Dark-Hunter. Estou de saco cheio com esse tema.
Para seu assombro, Ash esteve de acordo.
—Conheço o sentimento. Mas isso não muda o que acontece a ti, verdade?
Ele cortou ao Ash com um olhar furioso. —O que sabe sobre isso?
—Tudo — Ash cruzou seus braços sobre seu peito enquanto olhava ao Vane com um olhar que o pôs nervoso. —A vida seria mais fácil se tivéssemos todas as respostas,
verdade? Sua manada virá por ti? Fang será normal outra vez? Bride alguma vez te aceitará como seu companheiro?
Vane ficou frio ante suas palavras.
—Como sabe sobre Bride?
Ele não respondeu.
— Sabe, os humanos são assombrosos em sua capacidade de amar. Não deixe de aceitá-lo porque tem medo do que poderia acontecer. Em troca, talvez devesse se preocupar
no que acontecerá se a abandonar.
Isso era fácil de dizer para ele. Ele não era o que estava sendo caçado.
—O que sabe você sobre o medo?
—O suficiente para ensinar um curso de toda uma vida sobre isso —. Ash olhou além dele para ver a bebê levantar-se ao lado da demônio sobre as pequenas pernas cambaleantes
que ainda estavam aprendendo como sustentar o peso do bebê. —Ela é formosa, verdade?
Vane deu de ombros. Estava muito longe de ser um perito sobre o que fazia formoso a um menino humano.
—É difícil acreditar que se Kyrian não tivesse tido fé na Amanda e em seu futuro juntos, ela nunca existiria. Ninguém teria ouvido a beleza de sua pequena risada
ou visto a preciosidade de seu sorriso... Pensa nisso, Vane. Uma contábil que só queria uma vida normal e um Dark-Hunter que pensava que o amor era uma fábula. Se
Kyrian tivesse se afastado, ele ainda viveria sozinho como um Dark-Hunter. E Amanda, tendo que aprender em como sobreviver entre os Apolitas e Daimons querendo roubar
seus poderes, provavelmente estaria casada com outro agora.
—Eles teriam sido felizes? —Vane não estava certo de por que fez essa pergunta.
Ash deu de ombros.
—Talvez sim, talvez não. Mas olhe seu bebê. Ela vai crescer como a filha de uma bruxa e um Dark-Hunter. Ela saberá coisas sobre este mundo que poucas pessoas jamais
saberão. Em realidade, ela já faz. Agora imagine se ela nunca existisse. O que teria perdido o mundo sem ela?
—O que ganhou com ela?
Ash não vacilou em responder.
—Ganhou uma alma realmente formosa, que crescerá para ajudar a todos que a necessitem. Em um mundo cheio de maldade, ela nunca fará mal. E duas almas que nunca conheceram
o amor agora se têm um ao outro.
Vane riu disto.
—Alguma vez pensaste em escrever novelas românicas, Ash? Isto poderia derrubar-te em ficção, mas me deixe te contar sobre o mundo verdadeiro. Essa pequena menina
crescerá, romperão-lhe o coração, e estará acostumada a que a raça tire proveito dela.
—E seus pais arrancarão o coração de quem o tente. A vida é uma aposta, Vane. É áspera e dolorosa a maior parte do tempo, e isso não é para um tímido. Os despojos
é para o vencedor, não para quem não se destacou na batalha.
—O que está dizendo?
—Acredito que já sabe. Bride terá uma melhor vida sem ti? Quem pode dizer? Talvez haja algum humano por aí que possa apreciá-la. Mas ele alguma vez a apreciará tanto
como você?
Não. Vane sabia no profundo de seu coração. Seu delicado contato não tinha preço para ele.
—E se por minha culpa a matem?
—A morte é inevitável para as pessoas. Ela morrerá um dia. Mas a verdadeira pergunta é; ela, alguma vez, viverá? —Ash começou a afastar-se, mas se deteve—. E você?
Vane esteve de pé ali, em silêncio, enquanto meditava no que Ash lhe havia dito.
Liza voltou com o chá e Vane lhe agradeceu antes de provar.
Para sua consternação, Ash tinha razão. Estava bom e realmente gostava.
Ash recolheu ao bebê e voltou para ele. — Você sabe, sempre resta possibilidade que Bride não te aceite. Encontre-a como homem, Vane. Dê-lhe o que seu pai nunca
deu a sua mãe. Deixe-lhe ver o homem e ao animal e logo a deixe decidir por si mesmo.
—E se me abandona, deixa-me?
—É a isso ao que teme mais?
Vane apartou o olhar. Maldito Ash por sua sagacidade. Não, seu pior medo consistia em que o aceitasse e que não fosse capaz de mantê-la a salvo de seus inimigos.
—Tudo o que realmente pode fazer, Vane é te dar por inteiro e confiar em que tudo resolverá.
—Realmente confia nas Destinos?
A resposta do Ash o surpreendeu.
—Para nada. Elas cometem enganos tanto como todos outros. Mas ao final, temos que acreditar em algo —. Ash abraçou ao bebê contra seu peito—. Então o que escolherá?
A pergunta do Ash ficou na mente de Vane enquanto voltava para a loja de Bride. Ele não sabia que opção tomar e Ash realmente não tinha ajudado.
Em forma de lobo, ele farejou seu caminho à porta da pequena boutique. Desde que se tinha mudado com ela, Bride tinha um hábito de deixar a porta da loja entreaberta
cada vez que saía.
Como se soubesse que ele voltaria.
Também lhe tinha feito uma cômoda plataforma atrás de seu mostrador para que ele pudesse ficar ali silenciosamente e olhá-la enquanto trabalhava. E realmente gostava
de olhá-la, especialmente quando interagia com outra pessoa. Havia uma bondade nela para com os outros da qual ele carecia.
Em particular gostava de vê-la com a Tabitha. As duas eram extremamente divertidas. Ao menos quando não discutiam sobre quantos membros do gênero masculino, com
exceção de seus pais, prestavam.
Ele meio esperava que Tabitha tentasse castrá-lo somente porque era macho.
Agora mesmo, Bride se sentou sobre seu banco de madeira ao lado de sua registradora enquanto terminava de comer a metade de um sanduíche comprado.
—Aqui está - disse, rindo dele—. Perguntava-me o que tinha acontecido.
Ofereceu-lhe a outra metade de seu sanduíche e o deixou comer de sua mão. Vane o terminou, logo colocou sua cabeça sobre seu colo. Acariciou-lhe suas orelhas e a
ternura disso o destroçou.
Talvez Ash tivesse razão. Não devia a ambos, pelo menos, dar uma oportunidade?
Vane Kattalakis nunca tinha permitido que o medo o governasse. Mas claro, nunca tinha perdido a ninguém que amava até oito meses atrás.
Em uma noite, tinha perdido tudo.
Deuses, estava tão cansado de estar sozinho. Tão cansado de não confiar em ninguém.
De não ter a ninguém que risse com ele.
Talvez Bride fosse seu futuro.
Talvez devesse tentar e ver.
Mas como?
O que faziam os humanos que se cortejavam?
Bride sentou sobre seu banco enquanto se limpava depois de seu almoço e sacudia os restos no lixo. Os dois dias passados tinham sido horríveis enquanto se acomodava
em seu pequeno apartamento e fazia todo o possível para esquecer ao Taylor e sua crueldade. Exceto o bastardo rato ainda tinha que lhe devolver seus pertences.
—Por favor, não me faça ter que ir buscar - disse enquanto repassava um novo catálogo de mercadoria para seu registro.
Se o fizesse, levaria a Tabitha com ela só por vingança.
E se Tabitha pensava lhe atirar uma chave de boca... Bem, não era como se Bride pudesse contê-la... Este era um país livre, depois de tudo. E se a chave terminasse
por cair contra os joelhos do Taylor uma vez ou duas ou três... Dúzias, bom os acidentes realmente aconteciam.
Contente com a idéia, abaixou-se e mimou o seu lobo atrás de suas orelhas e imediatamente se sentiu melhor.
Durante os dois últimos dias, Vane tinha se tornado seu companheiro constante. Sentava-se como agora atrás da registradora a seus pés, completamente contente somente
estando com ela. Se só pudesse encontrar a um homem tão leal.
A porta de sua loja se abriu.
Ela levantou a visão e viu entrar o Taylor. Seu coração parou. Ele era alto e arrumado naquela falsa maneira da televisão. Levava um par de calças cáquis e uma camisa
de pólo Ralph Lauren negra.
Cruzou o limiar da loja como se fosse o dono. Como se não lhe importasse que lhe tivesse quebrado o coração só uns dias atrás.
—Olá, Bride - lhe disse com esse perfeito sorriso de dentes embainhados que tinha - está sozinha?
Seu lobo começou a grunhir.
—Olá, Taylor - disse ela, alargando sua mão para tocar e acalmar a seu companheiro—. Exceto por meu mascote, sim.
—Mascote? —Ele jogou uma olhada por sobre o mostrador para olhar ao Vane, que agora estava sobre suas patas com as orelhas jogadas para trás.
Taylor deu um passo atrás.
—É um demônio de mascote o que tem aí. Seu pai lhe deu isso?
—O que quer? —perguntou ela—. Sei que não vieste só para conversar comigo.
—Tenho, hum, tenho suas coisas ai fora e quero saber o quer fazer com elas.
Ela olhou para fora para ver uma pequena caminhonete de mudanças estacionada atrás do Alfa Romeo vermelho do Taylor.
— Supõe-se que devia ter trazido dois dias atrás.
Ele fez um som de desgosto.
—Sim, bom, estive ocupado. Sabe, em realidade tenho uma vida.
Ela pôs seus olhos em branco enquanto a ira a invadia.
—Sabe? Eu também.
—Sim - disse ele com uma gargalhada—. Comer caramelos e olhar a TV consome muito tempo.
Jogou um olhar de recriminação.
—É um idiota. O que vi em você alguma vez?
Ele estendeu seus braços como se apresentasse a si mesmo e sorriu.
—A mesma coisa que cada mulher vê em mim, neném. Enfrenta, ambos sabemos que nunca terá outro tipo tão bom como eu, esteja interessado em ti.
Vane saltou para ele.
—Não! —disse Bride bruscamente, mas era muito tarde. O lobo já se jogou sobre o braço do Taylor.
Taylor gritou de dor.
Ela agarrou ao lobo e o puxou para trás. Vane lutou contra ela, ladrando e grunhindo ferozmente quando finalmente deixou o braço do Taylor.
Ela o empurrou para dentro do quarto traseiro e o encerrou.
Taylor sustentava seu braço que sangrava contra seu flanco.
—Isso. Considere-te processada.
—Nem tente - disse ela, seu próprio temperamento se abria passo enquanto ia se aproximando onde ele estava de pé—. Está em minha propriedade. Direi à polícia que
me ameaçava.
—Sim? De acordo, quem acreditaria nisso?
—Qualquer apresentador das outras duas estações que lhe odeiam tanto como eu.
Ficou pálido.
—Sim, Taylor - disse ela malvadamente—. Recorda que a todos os que esta pequena garota gorda conhece nesta cidade. Sou a última pessoa a quem quisesse foder.
Ele girou sobre seus calcanhares e saiu.
Bride o seguiu e o ouviu lhe gritar às pessoas da mudança,
— Só atirem suas merdas sobre a rua.
—Não te atreva!
—Façam - grunhiu ele aos homens.
Para o imediato desgosto dela, os homens abriram a parte traseira do caminhão e começaram a pôr as caixas sobre a calçada.
Bride estava horrorizada.
—Pagarei-lhes trezentos dólares para levá-las a meu apartamento lá atrás.
Os homens se olharam um ao outro, logo assentiram com a cabeça e se dirigiram à porta.
—Dobrarei o que ela lhes oferece se deixarem seus pertences sobre a rua como o lixo que é.
Eles levaram as caixas de novo sobre a calçada.
—Seu bastardo incrível!
Ele abriu sua boca para responder, logo a fechou enquanto uma motocicleta vinha rugindo para eles.
Bride franziu o cenho, o condutor saltava o meio-fio diante do Alfa e estacionava justo fora de sua loja. No instante que o motorista tirou seu capacete, seu coração
começou a palpitar.
Era Vane, e não o peludo.
Vestido em uma jaqueta negra de couro e jeans descoloridos, via-se tão bom para comer... Taylor o olhou fixamente enquanto Bride cortava a distância entre eles.
Vane baixou o pé de sustento da moto, passou uma longa e masculina perna sobre a moto. Em um movimento fluido, ele a atraiu contra ele e a beijou de uma forma como
tirada de um filme.
E sua incrível beleza punha em ridículo os traços de moço bonito do Taylor.
—Olá, Bride - ele suspirou contra seus lábios.
Sorriu-lhe.
—Olá.
—Que demônios é isto? —perguntou Taylor.
Vane lhe jogou uma olhada que dizia que Taylor não lhe importava muito.
—Sou seu amante, e quem demônios é você?
Bride se mordeu o lábio enquanto a felicidade abria passo dentro dela. Poderia beijá-lo outra vez por isso.
—Sou seu namorado.
—Ah - disse Vane—. É o sujo filho de puta.
Voltou-se a olhar a Bride.
—Pensei que tinha desfeito deste perdedor.
Ela sorriu ainda mais antes quando lançou um olhar maligno ao Taylor.
—Fiz, mas voltou... Rogando.
Vane olhou sobre seu ombro aos trabalhadores, que rapidamente amontoavam os móveis e caixas dela sobre a calçada.
—O que estão fazendo?
Ela lançou um derrotado suspiro ante a crueldade do Taylor.
—Taylor lhes paga por deixar meus pertences sobre a rua como lixo. Tudo o que tente lhes pagar para que o levem a meu apartamento, ele os pagam o dobro.
Vane parecia menos contente por isso.
—Sério? —Ele levantou seu queixo—. Hei! rapazes?
Eles fizeram uma pausa para olhar ao Vane.
—Dez mil dólares por levar seus pertences para dentro e as pôr em qualquer parte onde ela queira.
O mais alto deles riu.
— Sim, correto. Levamos para cima?
Vane se afastou dela. Ele tirou seu telefone celular de seu cinto e o deu ao homem.
—Pega e chama a Wachovia*. Chama pela Leslie Daniels, ela é a presidente do banco, e dê a ela seu número de conta bancária. Ela encaminhará imediatamente a sua
conta, ou ao Western Union se o preferir.
O homem o olhou cético, mas fez o que Vane lhe pediu. Assim que pediu pela Leslie, seus olhos se arregalaram.
Ele olhou ao resto dos peões e logo foi ao caminhão para tirar seu talonário de cheques.
Vane piscou os olhos a ela.
Uns minutos mais tarde, o peão retornava e devolvia o telefone ao Vane.
—Ela quer falar com você para assegurar-se que seja o Senhor Kattalakis.
Vane tomou o telefone.
—Olá, Leslie, sou eu... Sim, sei —. Enquanto escutava, jogou-lhe um olhar zangado ao Taylor—. Sabe o que. Transfira-lhe quinze mil. Parecem uns homens malditamente
decentes Sim, ok. Falarei-te mais tarde — Ele desligou o telefone e olhou aos homens.
O responsável lhe dirigiu uma cabeçada de admiração.
—Ok, rapazes, ouviram o Senhor Kattalakis. Tomem cuidado com as pertences da dama e ponham em qualquer parte onde ela queira.
Vane lhe lançou o que somente poderia chamar um enorme sorriso de desprezo ao Taylor.
—Tem vontades de duplicá-lo agora?
Taylor começou a se dirigir para eles, mas o olhar selvagem na cara de Vane o fez dar um passo atrás.
Taylor fez um gesto de desgosto com a boca
- Te dou de presente à gorda cadela.
Antes que ela pudesse piscar, Vane tinha atirado Taylor através do capô de seu carro e estava com sua mão ao redor de sua garganta.
Bride correu para eles enquanto Vane golpeava a cabeça do Taylor contra o capô.
—Vane, detenha-se, por favor! Alguém chamará à polícia.
Grunhindo, Vane lhe deixou ir.
—Se alguma vez voltar a insultar a Bride, juro que te arrancarei a garganta e alimentarei aos crocodilos do pântano contigo. Entende-me?
—Está louco. Pedirei uma ordem de afastamento contra ti.
Vane riu em insulto.
— Por favor tenta. Tudo o que tenho que fazer é pressionar dois números em meu telefone por meu advogado. Golpeará com tantos delitos por tantos anos, que seus netos
serão os que vão aos tribunais.
Escapulindo do capô do automóvel, Taylor estreitou seus olhos, mas sabia claramente que tinha sido dirigido por um melhor estrategista. Com sua respiração entrecortada,
abriu a sua porta de seu carro, entrou e saiu chiando.
—Hei! Senhora? —perguntou um trabalhador—. Quando estiver pronta para nos mostrar onde pôr seus pertences, por favor nos avise.
Bride deixou a Vane o suficiente para abrir a porta e lhes mostrar seu estudo na parte traseira. Quando voltou, encontrou a Vane apoiado contra um lado de seu edifício,
olhando a caminhonete de mudanças.
Seu coração palpitou.
—Obrigado - disse brandamente—. Estou realmente contente com que chegasse e pelo que fez.
Ele alargou um braço para jogar com um cacho solto que ela tinha sobre seu ombro.
—Eu, também.
—Eu, um... Terei que te pagar pela mudança.
—Não se preocupe por isso. É um presente.
—Vane...
—Não se preocupe por isso - ele insistiu—. Disse que o dinheiro não tem nenhum valor verdadeiro para mim.
Quanto dinheiro tinha que ter para ser capaz de dizer isso sobre quinze mil dólares? E por que um homem tão rico passava o tempo com ela?
—Bem, isso tem valor para mim e não quero ficar devendo a ninguém.
—Não está devendo para mim, Bride. Jamais.
—Não, tenho que lhe devolver isso.
—Então janta comigo e não falaremos mais.
Ela sacudiu sua cabeça para ele.
—Esse não é nenhum modo de te devolver.
—Certo a você que é.
Ela abriu sua boca para responder, logo recordou a seu outro Vane.
—Ah não, tenho que ir libertar meu lobo. Ele deve estar fora de si!
Vane ficou pálido por suas palavras, mas ela não o notou já que estava retornando a sua loja.
Ele olhou ao redor para assegurar-se que os trabalhadores não podiam vê-lo, logo se transportou de volta ao armário no quarto de atrás como lobo.
Ele apenas o tinha feito antes que ela abrisse a porta.
—Aí está, menino - disse ela, ajoelhando-se diante dele como mascote—. Sinto muito, tive que lhe pôr aqui. Está bem?
Ele a fuçou com cuidado.
Deu-lhe um abraço forte e logo se levantou.
—Vamos, bebê, tenho alguém que quero que conheça.
Vane chiou seus dentes ante suas palavras. Como diabos poderia encontrar-se consigo mesmo? Ele era poderoso, mas isto estava fora até de suas habilidades.
Mudo, ele se largou pela porta entre aberta e seguiu correndo até que esteve certo que estava fora de sua visão.
Bride saiu correndo atrás de seu lobo.
—Vane! —chamou-o ela, precipitando-se pela porta. Ela não podia ver rastro dele em nenhuma parte.
—Chamou?
Ela saltou, logo girou para ver o humano Vane detrás dela.
—Não, meu lobo...
—chama-se Vane?
Ela abriu sua boca enquanto ficava vermelha
- Essa é uma longa história.
Sorriu-lhe.
OH, Deus, como conseguia meter-se nestes apuros?
—Bem, eu não me preocuparia com ele. Estou certo que voltará.
—Isso espero. Acostumei-me a ele.
O coração de Vane se afundou. Esta era a última coisa que queria que ela dissesse. Mas na verdade, ele também se encontrou atado a ela. O que era uma loucura.
Ele deixou cair sua mão de seu cabelo mesmo que realmente o que queria era atraí-la a seus braços e beijar aqueles lábios. Ambas as partes dele não queriam nada
mais que lhe pegar, lhe tirar a roupa e esfregar-se contra ela. Sentir sua pele suave deslizando-se contra ele. Provar sua carne com sua língua.
Bride tragou ante a expressão na cara dele. Olhava-a como se ela era fosse uma torta que ele estava a ponto de devorar.
Nenhum homem jamais lhe tinha brindado um olhar tão faminto, tão necessitado. Estava paralisada por isso.
—Hei! Senhora?
Ela saltou ante a chamada do trabalhador.
—Sim?
—Onde quer que ponhamos a cama?
Ela levantou o olhar para o Vane.
—Voltarei, de acordo?
Ele assentiu. Ela se foi de seu lado e sentiu seu quente e pesado olhar sobre ela todo o caminho enquanto ia com os trabalhadores. Vane lutou por respirar enquanto
a olhava afastar-se dele. Esta mulher tinha o melhor traseiro que jamais tinha visto. E ele amava e odiava o modo em que ela tinha recolhido seu cabelo. Os cachos
caindo, roçando seu pescoço, fazendo que ele quisesse lamber cada centímetro dessa sedutora carne.
Todos os lobos se sentiriam assim com suas companheiras? Ou era algo em Bride? Ele não sabia com segurança. Mas agora ele era humano como ela. Que Deus os ajudasse
a ambos.

CAPITULO 4

Nunca, em toda sua existência, Bride se havia sentido mais torpe. O que lhe dizia uma mulher a um homem que a tinha salvado de um dos piores momentos de sua vida?
“Obrigado” eram tão inadequado para o que ela sentia. Ele era realmente um herói para ela.
Ela deixou o apartamento e se dirigiu de volta a sua loja enquanto os trabalhadores seguiam descarregando seus pertences.
Ao princípio não viu Vane por nenhuma parte. Partiu?
Sua motocicleta ainda estava onde ele a tinha estacionado.
Franzindo o cenho, olhou dentro da loja e o encontrou olhando uma prateleira de vestidos muito justos que tinham entrado mais cedo essa manhã.
Ele se deteve ante um elegante vestido negro que tinha chamado a atenção dela. Era feito de pesada seda com o corpete armado que ficaria genial em alguém do tipo
da Tabitha. Ela os tinha pedido por impulso porque sabia instintivamente que o vestido realmente faria ressaltar a gargantilha que Vane tinha comprado para ela.
Ela ao princípio tinha pensado usar os dois artigos juntos.
Bride abriu a porta e se dirigiu para ele.
—Quer provar um? —perguntou ela brincando.
Ele riu disto. Seu rosto inteiro se iluminou e seus olhos verdes brilharam. Meu deus, nenhum homem deveria ser tão formoso.
—Não acredito que tenha o decote para levá-lo e provavelmente fará que meu traseiro se mostre realmente magro.
Ela riu.
Ele tirou o maior e o alcançou.
—Em ti por outra parte... Formoso.
—OH não - disse ela, acariciando a fresca seda com sua mão isto é muito apertado para mim. Além disso, eu não gosto de nada que mostre meus braços.
Ele pareceu confuso por suas palavras. —por quê?
Ela deu de ombros. —Não sei. Faz-me sentir realmente tímida.
Ele olhou o vestido, logo a ela, como se imaginasse nele.
—Sim, provavelmente tenha razão. Muitos tipos lhe comeriam com os olhos, então eu teria que lhes fazer dano.
Ele estava sério. Assombrada por isso, Bride arqueou suas sobrancelhas enquanto lhe tirava o vestido e o devolvia ao lugar.
Vane a olhou muito de perto enquanto seu aroma o rodeava. Pensando nela nesse vestido...
Estava tão excitado por ela que tudo o que podia fazer era estar parado aí e não saltar. Ele olhava fixamente a carne nua de seu pescoço, querendo pressionar seus
lábios ali e saborear a deliciosa pele.
Em seu hábitat natural, ele não teria vacilado a atirar-se em cima dela e beijá-la até que pedisse piedade. Mas os humanos que tinha visto não se comportavam assim.
Havia protocolos no namoro sobre os quais não estava certo.
Ela se girou para ele.
Vane a olhou, temeroso de que ela pudesse sentir quão terrivelmente a desejava. Quão incerto estava.
Em seu reino, um lobo tímido era um lobo morto. No reino humano...
O tímido triunfaria ou perderia?
Maldição deveria ter prestado mais atenção.
—E então, que fazemos com o jantar? —perguntou, tentando estar a meio caminho entre o tímido e o poderoso. —Quer que te dê um par de horas para que os trabalhadores
arrumem tudo e logo volte?
Ela se mordeu o lábio.
—Não sei.
—Por favor?
Ela assentiu logo se ruborizou graciosamente.
Por alguma razão que não podia explicar, tinha vontades de uivar de triunfo. Ele se esticou para alcançar o vestido do lugar e o tirou do cabide.
—Poderia usar este? —perguntou esperançado.
Bride o olhou duvidando, mas a expressão na cara dele fez que ela tomasse. Ele tinha sido tão amável com ela até o momento...
—Só se juras que não rirá de mim nele.
Seu olhar a chamuscou.
—Eu nunca riria de ti.
Ela suspirou ante o feroz tremor que a atravessou pela profunda sinceridade de suas palavras. Ele realmente era muito atrativo para seu próprio bem.
—Bem. A que hora estará de volta?
Ele comprovou a hora em seu telefone de celular.
—Às seis? —É um encontro.
A satisfeita expressão em seu rosto enviou uma emoção desconhecida através dela. Bride, não o faça. A última coisa que precisa é de ter seu coração quebrado pelo
Mr. Bodacious*.
Talvez ele fosse diferente.
Ou talvez seja pior.
Ela não saberia a não ser que se arriscasse.
Respirando profundamente, ela tomou o vestido de suas mãos. Bride McTierney nunca tinha sido uma mulher tímida. De vez em quando tinha sido estúpida, como quando
tinha deixado Taylor usá-la, mas nunca covardemente.
Bride enfrentava a vida e ela não ia ter o medo com o Vane.
—A seis em ponto - repetiu.
—Verei-te essa hora - disse Vane. Ele se inclinou e lhe deu um beijo extremamente casto sobre sua bochecha.
Ainda assim, isto a excitou quase tanto como uma carícia verdadeira. Bride o olhou enquanto saía de sua loja.
Fora, ele em realidade fez uma pausa para olhá-la de novo e lhe sorrir antes de colocar seus óculos de sol.
Assobiando ante a esplêndida visão dele, ela olhou como ligava sua moto, logo a tirava da calçada, para a rua.
—OH, por favor, Vane - sussurrou ela sem fôlego—. Não rompa meu coração também.
Bride levou o vestido ao provador e fez todo o possível para não recordar o bem que era ver Vane nu ali. Quão bem o tinha sentido dentro dela. A imagem de suprema
satisfação sobre seu rosto enquanto a balançava com cuidado entre seus braços.
Ela pendurou o vestido e foi procurar os acessórios para complementá-lo. Não sabia aonde ia levá-la, mas ia exibir-se do melhor, embora isso a matasse.
Vane retornou à loja de bonecas onde tinha deixado ao Ash.
Ele tinha um encontro.
Com a Bride.
O pânico já se estava estabelecendo. Que diabos faziam os humanos em um encontro além de fazer sexo?
Ele tinha visto que as pessoas no bar interagiam um com o outro, mas aqueles encontros tinham sido similares aos que os lobos tinham. Alguém entrava, olhava ao redor,
encontrava a companheira que queria reclamar, e a levava a casa para deitar-se com ela. Dev lhe havia dito desde a primeira noite que esse não era o modo em que
o mundo humano normalmente funcionava. Que alguns costumes no Santuário eram diferentes.
E outra, muitos de quão humanos foram já estavam juntos ou casados um com o outro. Eles em geral pareciam fazê-lo bem... A não ser que brigassem. Mas Vane nunca
tinha prestado muita atenção.
Ele não sabia nada sobre como devia atuar um humano “como” ele, em realidade. Ele tinha passado os últimos quatrocentos anos de sua vida matando aos que ameaçavam
a seus irmãos ou tentando espantar ao resto.
O que faria que Bride se apaixonar-se por ele o suficiente como para que aceitasse ser sua companheira?
Depois de estacionar sua moto sobre uma rua transversal, ele voltou a Liza para pedir um pouco de ajuda.
Vane vacilou ao entrar no quarto dianteiro onde duas mulheres olhavam a coleção de bonecas enquanto falavam com a Liza. Uma das mulheres era uma cópia exata da Tabitha,
exceto que não tinha a cicatriz sobre seu rosto.
Ela devia ser a esposa do Kyrian Hunter, Amanda. Vane tinha cruzado com o Ex-Dark-Hunter de vez em quando, mas nunca se encontrou com sua esposa. Marissa estava
nos braços de Amanda, brincando com o cabelo de sua mãe. A outra mulher, uma morena baixa, conhecia-a bem. Era a Doutora Grace Alexander, a psicóloga humana que
lhe disse que nada ajudaria a seu irmão até que Fang estivesse preparado para ser ajudado. Grace sustentava o seu filho em seus braços enquanto Amanda se detinha
na metade da oração.
As três mulheres deram volta para olhar fixamente ao Vane, quem vacilou justo ao entrar pela porta.
—Ele está ainda lá atrás - disse Liza, como se ela soubesse a quem procurava.
—Obrigado.
Ele ouviu a Liza explicar quem e o que era a Amanda enquanto se dirigia ao quarto de trás.
Vane passou pelas cortinas e viu que a demônio tinha ido e Kyrian, Nick Gautier, e Julian Alexander falavam com o Ash.
Ele conhecia o Nick de todas as vezes que o jovem humano tinha ido ao Santuário ver sua mãe, Cherise. Nick era estranho, mas como servia aos Dark-Hunters e eles
amavam a sua mãe, os ursos o tratavam como a outro de seus filhotes. Kyrian era ligeiramente mais alto que Julian, mas com o cabelo loiro em um tom mais escuro.
Inclusive embora eles fossem a sua maior parte humanos, os dois homens possuíam suficiente autoridade e habilidade para que Vane os respeitasse.
—Que aconteceu, lobo? —perguntou Ash enquanto se reclinava sobre uma mesa de trabalho que estava coberta com partes de bonecas e tecidos. Ash tinha seu traseiro
apoiado sobre ela, com suas pernas esticadas diante dele e suas mãos firmadas a cada lado de seu comprido e magro corpo.
Nick, Julian, e Kyrian estavam de pé formando um semicírculo entre ele e Ash.
Vane vacilou. Não lhe agradava a idéia de uma consulta pública, mas já que dois dos homens estavam casados com mulheres modernas e Nick sabia muito de encontros,
talvez eles pudessem lhe dar uma mão.
—Preciso assessoramento sobre encontros. Rápido.
Ash arqueou uma só sobrancelha ante isto.
—Sou inútil. Nunca estive em um.
Os três homens humanos deram a volta para olhá-lo atônitos.
—O que? —perguntou-lhes Ash defensivamente.
Nick começou a rir.
—OH homem, isto não tem preço. Não me digam que o grande Acheron é virgem?
Ash lhe jogou um olhar cômico.
—Sim, Nick. Sou branco como uma açucena.
—Como passaste pela vida sem um encontro? —perguntou- Kyrian ao Ash.
—Isso não era uma questão então - disse Ash de maneira cortante.
—Sim, bom, isto é uma questão séria a mim - disse Vane, aproximando-se deles. —Julian, como conheceu sua esposa?
Julian deu de ombros.
—Meu irmão o deus do sexo me amaldiçoou e me meteu em um livro durante dois mil anos. Grace se embebedou em seu aniversário e me convocou.
Vane pôs seus olhos em branco.
—Isso é inútil. Kyrian? O que passou contigo?
—Despertei algemado a Amanda.
Vane poderia trabalhar com isso.
—Então tenho que conseguir um jogo de algemas?
—Não no primeiro encontro - disse Ash com um sorriso satisfeito—. A assustará de morte se a algema.
Kyrian zombou.
—Isso funcionou para mim no primeiro encontro.
Ash lhe jogou um olhar aborrecido. —E também ter a um Daimon louco tratando de matar aos dois. Mas não penso que Vane deseje seguir esse caminho.
—O que fazem vocês os lobos em um encontro? —perguntou Nick.
—Não temos encontros - disse Vane—. Quando uma mulher está em zelo, lutamos por ela e logo ela escolhe quem ela deseja.
Nick bocejou.
—Está brincando? Não tem que comprar seu jantar? Quer dizer que nem tem que lhe falar? —Ele deu volta para o Acheron—. Demônio, Ash, me faça lobo.
—Você não gostaria de ser lobo, Nick - disse Ash—. Teria que comer a carne crua e dormir ao relento.
Nick deu de ombros.
—Isso me soa típico do Mardi Gras.
—Que mais? —perguntou-lhes Vane, interrompendo o relato do Nick de seus hábitos do Mardi Gras—. O que faziam rapazes, quando eram humanos?
Kyrian pensou nisso antes de responder.—Bem, em nossos dias - disse ele, olhando ao Julian—, levávamos às mulheres a corridas de carros e jogos.
—OH, Jesus - disse Nick—. Você meninos, são patéticos. Corridas de carros, minha bunda —. Ele deu um passo para frente e passou seu braço ao redor dos ombros de
Vane. —Bem, me escute, lobo. Consegue alguma boa roupa e a impressiona com muito dinheiro em efetivo. Tem que levá-la a algum bom lugar para comer. Há um lugar,
baixando, no Chartres onde pode conseguir um jantar dois por um...
—Nicky!
Todos eles deram a volta para ver a Amanda, que estava de pé entre as cortinas, lhes olhando zangadamente.
—O que? —perguntou Nick.
—Não te atreva a lhe dizer o que fazer em um encontro - Amanda veio e deu sua filha ao Kyrian—. Notaram alguma vez que o Senhor Suave poucas vezes tem um encontro
duas vezes com a mesma mulher? Há uma razão para isso.
Grace falou baixo aos homens enquanto lhes unia.
—Juro, que deveríamos fazer todos vocês fazerem um curso básico sobre encontros. É incrível que se casasse.
Julian lhe ofereceu um diabólico sorriso zombador a sua esposa.
—Não te ouvi queixar quando...
Ela cobriu sua boca com sua mão, logo pôs a seu filho em seus braços.
—Vocês dois vão pra casa antes que se metam em mais problemas.
— E você - disse Amanda ao Ash—, é bastante velho e bastante sábio para fazer melhor.
—Não fiz nada - disse Ash, mas havia um brilho em seus olhos prateados que desfazia sua defesa.
—Sim, bem - disse Amanda afugentando-o para a porta.
Ash passeou tranqüilamente como se estivesse enormemente divertido pelas mulheres.
Nick começou a segui-lo, mas Amanda o agarrou por braço.
—Você espera aqui.
—por quê? —perguntou Nick.
Amanda lhe tirou um jogo de chaves de carro do bolso de sua camisa.
—Porque vais emprestar ao Vane seu carro esta noite.
—Como o inferno. Desde quando um lobo pode dirigir um Jaguar?
Grace olhou ao Vane.
—Pode dirigir?
—Sim.
—Isso está decidido, então - disse Grace. Ela se voltou para o Nick—. Leva o Jaguar para uma lavagem e por todos os céus retira todas as caixas de Mac Lanche Feliz
do McDonald dele.
—Hei! —disse Nick, com cara ofendida—. Isso é um golpe baixo. Essas caixas são de coleção.
Grace não deu bola.
—A que hora é seu encontro? —perguntou ao Vane.
—Às seis.
Amanda deu as chaves ao Nick.
—Bem, Nick, tenha o carro em casa às cinco e trinta.
—Mas, mas…
—Nenhum mas, somente faz.
Elas obrigaram ao Nick sair, logo giraram para enfrentar ao Vane com as mãos sobre seus quadris.
Era algo bom que Vane não fosse um ganso. Ainda assim, sentia-se perfeitamente cozido quando as duas mulheres o olharam ele assim. Ele tinha certo pressentimento
de que elas estavam a seu favor.
—Bem. Quer um encontro com uma humana? —perguntou Amanda.
Ele assentiu.
—Então vêem conosco e escuta bem.
Bride comprovou em seu relógio. Eram seis e não havia nenhum sinal de Vane.
—Ele estará aqui - se dizia a si mesmo enquanto olhava seu cabelo e maquiagem outra vez no espelho, tentando não olhar nada debaixo de seu queixo.
Se o fizesse, iria quere mudar de roupa, e lhe tinha levado muito tempo controlar seus nervos para usar o vestido que o Vane tinha gostado. Ela abriu a porta de
rua de seu apartamento só para não encontrar sinal algum de nenhum dos dois Vane. Seu lobo não tinha retornado desde que tinha fugido dela
Esperava que não fora um mau sinal.
—Controle-se — disse a si mesma. Não tinha estado tão nervosa há anos.
Mas por outro lado, não tinha estado perturbada por um homem...
Nunca.
Alguém soou uma buzina diante de sua porta.
Bride olhou com cenho franzido ao Jaguar prateado que tinha aparecido. Esse era o carro de Vane? Ela agarrou sua bolsa, fechou a porta, e cruzou o pátio dianteiro
para ver um homem no assento do condutor que não reconheceu.
—Posso lhe ajudar? —perguntou enquanto se aproximava.
Mais ou menos de sua idade, o homem era extremamente arrumado, com uma barba de aproximadamente um dia em seu rosto. Vestido em uma áspera camisa Havaiana azul,
tinha o cabelo negro e um sorriso zombador encantado.
—Você é Bride? —perguntou.
—Sim.
Ele saiu do carro e tirou seus óculos de sol para lhe mostrar um par de formosos olhos azuis.
—Nick Gautier - disse, lhe oferecendo sua mão—. Sou seu chofer, ou quase.
—Meu chofer?
—Sim, Vane está retido, e eles me disseram que colocasse meu traseiro aqui e me assegurasse que você estaria no restaurante a tempo e sem demora. Ele disse que a
encontraria lá.
Nick caminhou até o lado de passageiros do carro e abriu a porta para ela.
Bride entrou e ajustou o vestido enquanto Nick voltava para outro lado.
—Você trabalha para o Vane? —perguntou enquanto ele fechava de um golpe.
Nick riu a gargalhadas.
—Não. Mas aprendi a não discutir com a esposa do meu chefe. Ela pode parecer muito agradável e doce, mas é uma coisa repugnante quando você consegue irritá-la. Amanda
me disse que fizesse isto, assim não vou zangá-la.
Ele pôs em marcha ré o carro e quase lhe tira de lugar a cervical enquanto dava a volta e pisava forte no acelerador.
Bride de repente tinha outros pensamentos sobre estar no carro com o Nick. Ele era um homem estranho.
Que não podia dirigir.
Ele os conduziu umas ruas pelo Royal Street, que agora estava aberta ao tráfico, e se deteve frente ao Restaurante Brennan.
Bride esperou que Nick saísse outra vez e abrisse a porta para ela, mas ele não o fez.
—Ele disse que ele a encontraria lá dentro assim que pudesse.
—Bem - ela saiu.
Nick partiu, fazendo chiar seus pneus, no minuto que ela esteve sobre a calçada.
Bem… Ele deve ter tido algo mais para fazer.
Bride ajustou seu xale adornado com pedras ao redor de seus ombros nus e jogou uma olhada para dentro, esperando ver um sinal de Vane.
Não havia nenhum.
Juntando a coragem que ficava, abriu a porta e entrou. Uma jovem vestida com uma blusa branca e a saia negra estava no suporte de livro do maitre.
—Posso ajudá-la?
—hum... sim. Encontrarei com alguém para jantar, Vane Kattalakis.
A moça revisou seu livro de reservas.
—Sinto muito, não temos nenhuma reserva para alguém com esse nome.
O coração de Bride se afundou.
—Está segura?
A mulher girou o livro de reservas para mostrar-lhe.
- É com “K” correto?
Bride comprovou os nomes. Seu estômago se apertou até que descobriu um nome familiar.
Taylor Winthrop.
Ela quis morrer justo aí, no vestíbulo. Brennan era seu restaurante favorito e Taylor se negou a levá-la ali. Ele sempre dizia que era muito caro para ele e que
não podia gastar essa quantidade de dinheiro em uma só comida.
O que tinha acontecido é que não tinha querido gastar com ela.
Ela era uma idiota.
—Obrigado - disse Bride, afastando-se. Ela envolveu suas mãos em seu xale enquanto decidia o que deveria fazer.
De repente, pareceu que tinha quinze anos outra vez, esperando que seu par de formatura aparecesse.
Ele nunca foi.
Tinha encontrado a alguém mais para levar e nem se incomodou em dizer-lhe. Ela tinha se informado disso no dia seguinte por um amigo. E quando Tabitha o tinha averiguado,
ela tinha posto água quente nas partes intimas do cara e erva venenosa em sua roupa íntima.
Bride amou a Tabitha esse dia por isso.
Mas não havia nenhuma Tabitha aqui esta noite para fazê-lo melhor. Certamente Vane não seria tão cruel.
Ou sim?
Tudo isto tinha sido uma espécie de teatro?
Não. Ele estaria aqui.
Em seu estômago fez nós, ela esperou dez minutos completos antes que a porta se abrisse. Bride deu a volta, esperando ver o Vane. Em muda, era Taylor com uma mulher
alta, de cabeleira negra. Ela não era muito bonita, mas a mulher tinha corpo de ginásio.
Taylor se aproximou no instante em que a viu.
Bride teve um pequeno e malvado segundo de satisfação ao ver que tinha um olho arroxeado de seu encontro mais cedo com o Vane.
Ele quis fazer uma brincadeira.
—Encontra-te com seus pais aqui, Bride?
—Não - disse ela—. Espero para um encontro.
Ele se inclinou e sussurrou algo no ouvido da mulher. Ela olhou ao Bride e riu.
Naquele momento, Bride se sentiu tão pequena que tudo o que pôde fazer foi não sair correndo do restaurante. Mas ela resistiu para lhe dar satisfação.
O maitre se aproximou da parte traseira do restaurante.
—Posso ajudá-lo, senhor?
—Sim, temos uma reserva para dois para Taylor Winthrop. E assegure-se que nos dêem uma mesa romântica, isolada.
O maitre comprovou seu nome na lista e assentiu.
—Serão só uns minutos, Sr. Winthrop.
Taylor passou ao homem uma gorjeta. O maitre se virou para ela.
—Posso ajudá-la, senhora?
Ela sentiu que seu rosto ardia.
—Houve uma confusão com nossas reservas. Somente espero que meu acompanhante chegue.
O homem assentiu outra vez enquanto Taylor ria dela.
—Isso é o que acontece quando anda com perdedores — lhe disse à mulher que estava com ele.
O primeiro instinto de Bride foi lhe devolver o insulto, mas de verdade compadeceu-se da acompanhante troféu do Taylor. A pobre mulher não tinha nenhuma idéia com
que serpente ia jantar.
Ela somente esperava que a mulher nunca averiguasse.
Bride puxou seu xale grande mais alto sobre seus ombros e se sentiu três vezes mais tímida. Certamente, não ajudou que Taylor e sua acompanhante seguissem observando-a,
sussurrando e logo riram.
Ela quis morrer.
Justo quando estava a ponto de partir, a porta finalmente se abriu e entrou Vane.
Ele estava devastador. Vestido com um traje de Armani negro, ele tinha deixado sua camisa negra aberta no pescoço, exibindo os poderosos tendões de seu pescoço bronzeado.
A cor ébano realmente remarcava o verde de seus olhos. Seu cabelo escuro, ondulado caía solto e seu rosto estava barbeado.
Ele nunca tinha estado mais perigoso. Mais atrativo.
Sexy.
Bride ouviu que a acompanhante do Taylor continha bruscamente o fôlego ao vê-lo.
Ela meio esperou que Vane olhasse à mulher. Ele não fez. Ele tinha olhos só para ela.
Caminhou diretamente a seu lado, colocando suas grandes e cálidas mãos sobre seus ombros e beijando-a ligeiramente na bochecha. Ela se derreteu imediatamente ao
inalar o aroma masculino dele e sua loção de barbear.
Fez tudo o que pôde para não ronronar.
—Por que está esperando na porta? —perguntou enquanto se retirava ligeiramente.
—Não temos reservas.
Vane lhe franziu o cenho.
—Nunca faço reservas. Não preciso — Ele tomou sua mão e a conduziu ao balcão.
O maitre apareceu imediatamente.
—Senhor Kattalakis - disse, sorrindo—. É tão bom lhe ver outra vez.
—Olá, Henri - disse Vane, colocando seu braço ao redor da cintura de Bride—. Minha mesa está preparada?
A risada se apagou de Henri quando seu olhar se dirigiu a Bride. Ele olhou-a imediatamente arrependido.
—OH, não me dei conta que ela era sua acompanhante. Ela disse... —Ele olhou para a Bride— Madame, por favor aceite minhas mais profundas desculpas por havê-la feito
esperar. Foi Tiffany quem a deixou esperando sem localizá-la? Ela é nova, mas a repreenderei imediatamente por isso.
—Está bem - disse ela, sorrindo felizmente ao Vane enquanto seu coração palpitava com alívio.
—Estas segura? —perguntou Vane.
—Sim. Não foi sua culpa.
Henri suspirou com alívio.
—Falarei com ela e isto nunca voltará a acontecer outra vez. Prometo.
A mulher com o Taylor soprou forte.
—Por que eles conseguem uma mesa sem esperar, Taylor? Ele não está na TV.
Vane olhou para eles com um olhar penetrante e franzindo o cenho que os fez calar a ambos imediatamente.
—Por favor, me sigam - disse Henri—. Temos sua mesa no terraço esperando.
Bride olhou sobre seu ombro a Vane enquanto Henri conduzia pelo restaurante.
—Como consegue tão ótimo serviço?
—É bom ser rei - disse ele encolhendo os ombros enquanto colocava suas mãos em seus bolsos—. O Dinheiro fala e muito dinheiro canta e dança.
Sim, mas ainda assim...
Dirigiram a uma mesa em um canto com uma formosa visão ao pátio inferior. Tinha uma visão impressionante da fauna e a flora. Henri sustentou uma cadeira para a Bride,
que se deslizou nela.
Vane tirou sua carteira e lhe deu vários bilhetes de cem dólares ao Henri.
—me faça um favor. Aquele tipo abaixo... Taylor. Dê-lhe a pior mesa na casa.
Os olhos do Henri dançaram, divertidos.
—Para você, Senhor Kattalakis, qualquer coisa.
Vane se sentou enquanto Henri ia.
—Isso é muito mau vindo de você - disse ela com um sorriso tímido.
—Quer que o detenha?
—Dificilmente. Eu simplesmente te advertia que isso estava mau.
—O que posso dizer? Só sou um grande lobo mau —. Vane tomou sua mão e lhe deu um doce e íntimo beijo em sua palma onde estava a estranha marca. Era bastante curioso
que parecesse não notá-la.
—E você é bastante boa para te comer.
O calor explorou através de seu rosto.
—Obrigado. Exibe bastante riquíssimo você mesmo.
—Sinto ter chegado tarde - disse ele, tirando uma única rosa vermelha de seu terno e dando-lhe. Demorou um pouco mais de tempo do que eles pensaram para ter meu
traje preparado.
—Comprou um traje novo para nosso encontro?
—Bem, sim. Não sou realmente um homem desta classe de traje. Sou bem mais uma pessoa natural.
Dois garçons se aproximaram da mesa vestidos com casacos negros e gravatas. Um era maior, com uma aparência de cavalheiro distinto, baixa estatura, com sotaque,
e de cor. Bride o tomaria por um Cajún. O outro era um homem mais jovem, com cerca de vinte anos.
—Senhor Kattalakis - o saudou o mais velho—. Que agradável vê-lo com companhia para variar.
Vane lhe dirigiu um cálido e ardente olhar.
—Sim, isso é agradável, verdade?
—Você quer seu vinho habitual? —perguntou o garçom.
—Sim.
Eles olharam a Bride.
—Evian*, por favor.
—Quer algum vinho? —perguntou Vane.
—Não, água está bem. Sério.
Ele franziu o cenho enquanto os garçons foram conseguir suas bebidas.
Bride recolheu seu menu e notou que Vane não se incomodava em olhar o seu.
—Quão freqüentemente vem aqui?
Ele deu de ombros.
—Duas ou três vezes por semana. Eles têm um café da manhã realmente bom e estou viciado em suas Bananas Foster*. E você? Veio alguma vez aqui?
Ela esmagou a dor que sentiu ao pensar no Taylor e sua companhia, e a resistência do Taylor de trazê-la aqui.
—Não em muito tempo, mas sim, amo sua comida.
Vane pareceu aliviado por isso.
Bride tentou ler o menu, mas era difícil já que ele não tirava seus olhos dela. Havia algo extremamente animal e poderoso no modo em que a tratava. Na maneira em
que a olhava.
Era adulador e, ao mesmo tempo, quase lhe atemorizava.
Ela levantou o olhar para ele.
—O que?
—O que? —perguntou ele de volta.
—por que me olha fixamente?
—Não posso parar. Fico imaginando que não seja real.
Suas palavras a aniquilaram.
Os garçons voltaram com suas bebidas.
—Estão preparados para pedir agora?
Bride deixou seu menu.
—Quero a salada Brennan sem o queijo, por favor.
Ele o anotou.
—E? —perguntou Vane.
Bride levantou a visão para ele.
—E o que?
—Que mais quer comer?
—Somente a salada.
Vane franziu o cenho ante isso.
—Bernie —lhe disse ao garçom —. Por favor poderia nos dar um minuto?
—Certo Senhor Kattalakis. Tome seu tempo.
Vane esperou até que eles se foram antes de inclinar-se para diante.
—Sei que tem fome, Bride. O que comeu no almoço? Meio sanduíche?
Sua pergunta a surpreendeu.
—Como sabe isso?
—É uma conjetura já que posso ouvir o barulho do seu estômago.
Ela pôs a mão sobre seu estômago.
—Não me dava conta que eu era tão desagradável.
Grunhiu-lhe. Bride se moveu nervosamente ante o som que não era muito humano.
—Olhe Bride - disse ele, sua voz profunda e ressonante —. Vou ser honesto com você. Não sei o que faço esta noite, bem? Nunca tive um encontro antes e me disseram
que às mulheres gostam que as levem a algum agradável para comer. Grace e Amanda disseram que deveria ser eu mesmo e não tentar lhe impressionar. Assim, aqui estamos,
em meu restaurante favorito, mas se você não gosta dele podemos ir a algum outro lugar e comer o que você queira.
Os olhos de Bride se encheram de lágrimas ante suas palavras e o que elas significavam.
—Perguntou a alguém como ter um encontro comigo?
Ele soltou um suspiro e jogou uma olhada para suas mãos apertadas.
—Genial. Agora te deixei triste outra vez. Sinto muito. Isto foi uma idéia realmente má. Somente te levarei para casa e poderá esquecer que alguma vez posou seus
olhos em mim.
Ela estendeu suas mãos e tomou a dele entre as suas.
—Bem, sejamos honestos um com o outro. Eu não sei o que faço, tampouco. Faz uma semana, eu sabia o que queria. Era proprietária de um negócio bastante bem-sucedido,
saía com um homem ao que bobamente pensei que amava e com o que pensava me casar algum dia.
—Uma tarde, minha vida inteira se desabou e logo depois de repente este grande homem vem como um cavalheiro andante em sua brilhante armadura. Ele é magnífico, forrado,
e me diz todas as coisas corretas. Ele me faz sentir que posso voar, e cada vez que aparece, ele faz tudo melhor. Não estou acostumada a isso, ok? E não estou acostumada
a estar com um homem tão incrivelmente atrativo que me faz sentir como prêmio ao pior.
—Penso que é formosa, Bride.
—Vê! —disse ela, gesticulando para ele—. Aí está sendo perfeito outra vez. Penso que necessita que lhe examinem a cabeça.
Ele a olhou extremamente ofendido por isso.
Bride se retirou e se sentou muito direita.
—Bem, vamos tentar outra vez.
Ofereceu-lhe sua mão.
—Olá, sou Bride McTierney. Prazer em conhecê-lo.
Sua expressão disse que pensava que ela era quem necessitava que lhe examinassem a cabeça. Ele tomou sua mão na sua.
—Olá, sou Vane Kattalakis e estou faminto. Você gostaria de jantar comigo, Bride?
—Sim, Vane. Eu gostaria.
Ele riu dela.
—Bem, então agora vem a parte onde compartilhamos histórias sexuais?
Bride se pôs a rir tão forte que várias pessoas perto viraram as cabeças para olhá-la. Cobrindo sua boca, ela o olhou.
—O que?
—Isso é o que Nick disse que deveria fazer para chegar a conhecer uma mulher.
—Nick? —perguntou ela com incredulidade. —O que levava a horrível camisa, eu não posso encontrar minha saída em uma bolsa de papel Nick?
Os olhos de Vane se obscureceram. Perigosos.
—Ele te ofendeu quando te buscou? Diga a palavra e o matarei.
—Não, mas se eu fosse você, não pensaria em seguir dele, conselhos sobre encontros.
—Por quê? Ele consegue mulheres todo o tempo.
—Sim, mas alguma vez conserva alguma delas?
—Bem… Não.
—Então não siga seus conselhos.
—Ok —Vane fez gestos aos garçons que esperavam perto—. Quer compartilhar o Chateaubriand Bouquetière* comigo? Já que supõe que o servem para dois, eles se assustam
quando o devoro sozinho.
Ela se mordia para não rir de suas palavras.
—Eu adoraria.
Vane levantou a visão enquanto Bernie retornava.
—Começaremos com dois Crepes Barbaras como aperitivos, depois o Chateaubriand Bouquetière.
—Muito bem, Senhor Kattalakis. Muito bem.
Vane lhes entregou os menus, logo se inclinou para diante.
—E te assegure de guardar espaço para a sobremesa.
—Não sei se posso, mas tentarei. Se quiser a uma mulher que pode comer tudo isso, precisa ter um encontro com minha amiga Tabitha.
Ele tomou sua mão outra vez e a massageou como se fora algo indiscretamente precioso.
—Não quero um encontro com a Tabitha —disse ele, pondo sua mão contra sua própria suave bochecha—. Só quero estar contigo.
Bride nunca se havia sentido assim em toda sua vida. Sentia-se tão desejável perto dele. Tão...feminina.
Ele de algum modo até conseguia fazê-la sentir pequena.
—E como é que um homem como você nunca teve um encontro antes?
Vane tomou um gole de vinho enquanto pensava como responder sua pergunta. Ele não queria lhe mentir, mas não podia lhe dizer exatamente que ele era um lobo que tinha
crescido vivendo nos bosques, dormindo em guaridas com outros lobos.
Isto poderia assustá-la um pouco.
—Cresci em uma espécie de comunidade.
Ela parecia nervosa agora e recordou a um coelho esquecido.
—Que tipo de comunidade? Não é um desses loucos religiosos que vão seqüestrar-me e lavar o cérebro por meu dinheiro, verdade?
Vane sacudiu sua cabeça. Esta mulher tinha as idéias mais estranhas.
—Não. Definitivamente não. Só cresci de um modo em que a maioria das pessoas não o fez. E você?
—Cresci aqui. Meus pais, ambos são veterinários. Eles se conheceram na universidade e se casaram quando terminaram a faculdade. Não há realmente muito para contar.
Tive uma vida muito normal, comum.
Vane tentou imaginar tal coisa. Em seu mundo, onde eles podiam dirigir a magia, os elementos, e até mesmo o tempo, normal realmente não era um fator. De algum jeito,
invejava a Bride por seu mundo humano onde o impossível não era realidade.
—Isso deve ter sido agradável.
—Era — Ela tomou um gole de sua água—. E seus pais o que fazem?
—Imaginam modos criativos de matar um ao outro —Vane se abateu por ter aberto sua boca. Estava tão acostumado a usar a frase que não pensou nisso até que se ouviu
dizê-la.
—Não, sério.
Vane olhou ao longe, incômodo.
Bride ficou de boca aberta quando compreendeu que ele não estava brincando.
—Por que eles fariam isso?
Vane em realidade se retorceu um pouco antes de responder.
—Isso é uma longa história. Minha mãe escapou não muito depois que nasci e meu pai me quer morto, assim aqui estou... Contigo.
Ela não sabia que pensar disto.
—Este… hum… Esta loucura na família, não é hereditária, verdade?
—Não parece - disse ele sério—. Mas se ele se aproximar de mim, tem permissão de me dar um tiro.
Ela não estava segura se queria dizer isso ou não. Por isso, repentinamente agradecida que estivessem em um lugar público, ela decidiu mudar o tema para um mais
certo.
—Como é que tem tanto dinheiro? Depois do que disse, não acredito que seus pais lhe tenham dado isso, verdade?
—Não. Faço investimentos. Às vezes vendo artefatos.
Agora isso soava interessante.
—Que tipo de artefatos?
Ele deu de ombros.
—Isto e aquilo.
Os garçons trouxeram seus aperitivos. Bride se apoiou na cadeira e olhou como Vane começava a comer. Ele parecia real e refinado enquanto comia na tradicional maneira
européia.
—Sabe, para alguém que cresceu em uma comunidade, tem maneiras impecáveis.
Uma profunda e escura tristeza se abateu sobre ele.
—Minha irmã me ensinou. Ela dizia… bom, ela sentia que se deveria comer como as pessoas e não como animais.
Bride ouviu como sua voz se quebrava ao falar de sua irmã. Era óbvio que sua irmã significava muito para ele.
—Onde está ela agora?
Sua tristeza aumentou dez vezes enquanto tragava. A dor em seus olhos era tão profundo que a fez sofrer por ele.
—Ela morreu faz uns meses.
—OH, Vane, sinto muito.
—Sim, eu, também - Ele limpou sua garganta.
Seu coração se rompeu por ele, Bride estendeu a mão e acariciou com seus dedos sua bochecha para lhe oferecer consolo. Ele girou seu rosto para o braço dela e lhe
beijou o interior de seu pulso.
A imagem de seus selvagens olhos a fez tremer.
—É tão suave - ele suspirou logo lhe beijou sua mão e se afastou ligeiramente dela—. Se seguir te cheirando, nós poderíamos dar um espetáculo aqui esta noite.
—Que tipo de espetáculo?
—Eu simplesmente poderia te atirar sobre meu ombro e te levar daqui para poder te violar outra vez.
Ela riu ante a idéia.
—Poderia realmente?
Ela viu a crua verdade, em seus olhos.
—Sim poderia, se me tivesse deixado.
Bride colocou ao seu lado na mesa e passaram o resto do jantar em uma conversação ociosa, segura. Vane era engenhoso e quente. Um estranho prazer.
Uma vez que tinham terminado o jantar e a sobremesa, eles voltaram a baixar as escadas onde ela viu o Taylor e a sua companheira sentados ao lado da porta da cozinha.
Nenhum um dos dois parecia contente.
—É muito mau, Vane - disse ela outra vez, rindo ao vê-los.
—Hei! Isto é amável comparado com o que quero lhe fazer. Ao menos desta maneira, ele ainda respira.
Henri lhes desejou boa noite enquanto se retiravam e voltavam para a casa dela.
—Importa de caminhar? —perguntou ela—. Está realmente agradável esta noite.
—Caminhar não me incomoda.
Ela tomou sua mão e lhe conduziu para o Iberville.
Vane olhou a maneira em que a luz da lua brincava com os cachos de seu cabelo castanho e refletia sobre a gargantilha que lhe tinha comprado. Seu vestido fazia ressaltar
suas curvas à perfeição e a bordo do sutiã lhe recordava quão fácil deveria ser deslizar sua mão dentro dele e tomar seu peito com cuidado na palma de sua mão.
Sua virilha se apertou. Uma e outra vez lhe recordando como a havia sentido. Quão cálidas e sensíveis tinham sido suas carícias.
Ele ansiava isso agora. O lobo nele uivava por prová-la.
Bride estava um pouco nervosa sob o intenso olhar de Vane. Havia algo animal nela. Devorador.
Havia vezes quando estava com ele que se sentia como presa por sua natureza predatória.
Eles não falaram muito caminhando de retorno a seu apartamento. Na porta, ela chamou a seu lobo.
—Não acredito que eles o apanharam, verdade?
—Não - disse Vane—. Estou certo que está bem. Ele provavelmente está desfrutando da noite.
—Acredita?
Ele sorriu abertamente maliciosamente.
—Sim, acredito.
Ela suspirou.
—Isso eu espero. Odiaria que algo mau lhe acontecesse.
Ele a seguiu até a porta de seu apartamento. Bride a abriu, logo vacilou.
Vane baixou sua cabeça para a curva de seu pescoço onde inalou seu aroma. Ele posou suas cálidas mãos sobre seus ombros.
—Quero estar dentro de ti outra vez, Bride - Ele levantou sua cabeça e a inclinou de uma forma que lhe fez recordar ao lobo Vane. —Me convidará para entrar?
Bride estava desconcertada. Ela o queria também, mas que tipo de relação era essa?
Ela começou a rir de modo incontrolável.
Vane a olhou com cenho franzido.
—O que é tão gracioso?
—Sinto muito, só que ouvi esse clichê horrível em minha cabeça “Ainda me respeitará pela manhã?”
Ele a olhou confuso.
—As pessoas não se respeitam um ao outro depois de que fazem sexo?
—Você sabe, quando diz coisas assim, parece como um ser do espaço.
—Sinto-me como um ser do espaço. Muitíssimo.
Que coisa estranha para dizer.
—Quanto tempo viveu nessa sua comunidade?
—Toda minha vida. Até oito meses atrás.
—OH, meu Deus. E sério?
Ele assentiu.
Não lhe assombrava que não soubesse nada de encontros. Ela não podia imaginar-se vivendo isolada do mundo.
Ele passou sua mão sobre seu ombro.
—Após estive ficando com... Amigos, que são os donos do Bar O Santuário no Ursulinas. Eles me ensinaram muito sobre como as pessoas se comportam, mas Amanda disse
que eu não apreciaria as frases e os movimentos com que os homens no bar fazem levantar às mulheres que conhecem ali.
Bride tratou de não concentrar-se em quão cálida era sua mão sobre sua pele nua. Quão bem sentia sua caricia. Esta enviava calafrios através dela, diretamente a
seus seios, que se endureceram, clamando por seu contato.
—Amanda o que?
—Hunter.
Bride se deu conta do nome.
—A irmã geme da Tabitha?
Ele assentiu.
Santo céu! Que pequeno é o mundo. Mas se ele conhecia a Amanda, isso era um alívio. Amanda, a diferença de sua irmã gêmea, não era uma louca e em geral, não andava
com psicóticos. Se Amanda realmente tinha ajudado ao Vane, então ele era provavelmente muito certo.
—Disse que ninguém tinha encontros em sua comunidade. O que fazia quando encontrava a uma mulher que gostava?
Ele a olhou um pouco frustrado.
—“Gostar” não tem o mesmo significado de onde eu venho que para você. Sério, nós não gostávamos de ninguém. Se estiver atraído por alguém, dorme com ele e logo segue
adiante. Não deixamos que nossas emoções se misturassem com nossos corpos da maneira que vocês o fazem.
—Como isso é possível? É a natureza humana.
Vane suspirou. Isso poderia ser a natureza humana, mas isso não era a natureza animal.
—Somente pensamos de maneira diferente.
Ela ficou rígida com a indignação.
—Então você não pensa em nada na hora de dormir comigo e logo seguir adiante a seguinte mulher?
Merda!
—Não. Isso não é o que quis dizer - Ele jogou com um cacho que roçava seu ombro nu—. Quero estar contigo, Bride. Só contigo. Quero que me aceite.
—Por quê?
—Porque te preciso.
—Por quê?
Vane chiou seus dentes. Como poderia lhe explicar o desejo selvagem dentro dele por reclamar a sua companheira? Essa loucura infecciosa que não descansaria até que
eles estivessem unidos.
Ele nunca tinha entendido o que tinha levado a seu pai a atacar a sua mãe. Agora entendia. Cada parte dele ardia a fogo lento por ela. Era febril e cru e não estava
certo de como controlá-lo.
Como se juntava um lobo com uma humana?
—Estou te assustando - disse ele enquanto cheirava seu medo—. Sinto. Deixarei-te sozinha agora.
Ele começou a afastar-se dela.
Bride tomou sua mão. Era estúpida e sabia. Vane não tinha feito nada para lhe fazer dano. Ele tinha feito o esforço de fazê-la feliz e tinha sido amável.
Do que tinha medo?
O mero feito de que ele estivesse disposto a se afastar havia dito a ela que nunca lhe faria mal.
Antes que ela pudesse deter-se, baixou os lábios dele para os seus e o beijou profundamente.
Cada hormônio em seu corpo ardeu ante o sabor dele. Ele a esmagou contra ele, sustentando-a com esses braços fechados que ela recordava tão bem.
Era assombrosamente masculino.
Com sua respiração desigual, ele se separou dela.
—Me diga para ir, Bride, e o farei.
Olhou-lhe sob a luz da lua e viu a sinceridade daqueles olhos cor avelã.
—Fica comigo, Vane.
Seu sorriso fez que seus joelhos se debilitassem enquanto girava sua cabeça e soltava um horripilante uivo.
Antes que ela pudesse mover-se, ele a tomou em seus braços e a levou através da porta de seu apartamento.

—Tinha razão. Eles não estão mortos.
Markus Kattalakis levantou a visão da fogueira onde sua manada de lobos estava reunida enquanto a fúria se apropriava dele. Durante os dois meses passados, sua manada
tinha estado nos bosques de Nebraska, cuidando de suas crias e esperando o tempo até que os filhotes fossem os suficientemente grandes para saltar períodos de tempo
sob a luz de uma lua cheia.
—O que? —perguntou a seu segundo em hierarquia, Stefan.
—Seus sentidos estavam corretos sobre o Vane e Fang. Eu fui ao Santuário e por mim mesmo vi o Fang ali.
—Por que não o matou?
—Ele não estava sozinho. Um dos ursos estava com ele. Sua cachorrinha. Parece que os Peltiers lhe deram boas-vindas. Não posso golpear a nenhum deles enquanto eles
estão ali. Não a não ser que deseje uma luta com os Peltiers.
Markus fez uma careta ante as notícias. Era tentador. Mas lobos e ursos...
Tinha passado muito tempo desde que o clã Katagaria tinha lutado com o clã. Atacar aos ursos, que eram renomados por manter um dos poucos santuários do Were-Hunters,
era um suicídio. Se os ursos e seus descarados não matavam a seu clã, fariam os outros. Os Peltiers eram respeitados por todos.
Empreendê-la contra eles seria romper sua primeira e única regra cardeal.
Maldição.
—Por uma vez mostraste bom julgamento - disse ao Stefan. Maldição, embora ele necessitasse a esses dois mortos. Ele deveria ter enviado alguém antes, ficar esperando
que os Daimons que tinha enviado pelo Vane e Fang voltassem com a notícia de suas mortes tinha sido um engano.
Ele tinha esperado que os Daimons simplesmente fugissem com os poderes de Vane e Fang. Ele deveria saber que não teria tanta sorte.
—Terá que apanhá-los fora dos perímetros do Santuário. Toma uma patrulha E...
—Pai, não pode.
Markus deu a volta para ver sua filha menor adotada, Matarina, que estava de pé detrás dele. Apenas cinqüenta anos, ela não parecia ser maior que uma adolescente
humana. Ela era jovem, e desesperadamente devota de seus dois meio-humanos filhos que uma vez tinha criado com sua companheira Arcadiana.
Matarina nunca acreditaria que Vane e Fang representavam uma ameaça para sua manada.
Só ele sabia, e tinha a intenção de mantê-lo assim.
—Eles têm que morrer.
—Por quê? —perguntou ela, aproximando-se—. Pela Anya? Isso foi um acidente. Sei que Vane nunca teria permitido morrer. Ele a amava...
—Suficiente! —rugiu Markus—. Seu não sabe nada disso, menina. Nada. Eles estiveram encarregados de ver que seus filhotes chegassem a salvo a casa e em troca lhes
deixaram morrer. Não permitirei que tais abominações vivam enquanto Anya e seus filhotes estão em sua tumba.
Pelo olhar em seus olhos, ele podia dizer que ela sabia que ele estava mentindo. A vingança pela Anya era só um dos vários motivos pelos que necessitava ao Vane
e ao Fang mortos. Enquanto Anya tinha vivido, ele tinha tido parcial controle de seus dois filhos were-wolf.
Com sua morte eles seriam incontroláveis. E não parariam. Zeus tivesse compaixão deles se Vane alguma vez voltasse para casa.
Ele se voltou para o Stefan.
—Beba uma taça e vá terminar com sua sentença de morte. Mata a qualquer ou algo que tente te deter.
—E os Peltiers?
—Só se for necessário e nunca em sua casa. Se matas a algum, o ocultas, mas não vacile em fazer o que for necessário para terminar com isto.
Stefan inclinou sua cabeça antes de sair para seguir as ordens do Markus.
Markus suspirou, mas isto não lhe ajudou a relaxar-se. Cada instinto animal que possuía lhe disse que cedo ou tarde Vane voltaria para exigir vingança sobre todos
eles.
Ele era, depois de tudo, o filho de sua mãe.

CAPITULO 5

Vane a pôs com cuidado sobre a cama. Estava extremamente contente esta noite por ter pagado aos trabalhadores para que acomodassem seus móveis. Isto ia ser muito
mais fácil que pensar em compartilhar aquele velho sofá com ela.
Tirou-lhe as fivelas de seu cabelo castanho e o deixou cair ao redor de seu rosto redondo. Ela tinha um rosto tão delicado e formoso. Colocando sua bochecha contra
a sua, inalou seu fragrante aroma.
Tirava-lhe o terno enquanto ele saboreava a suavidade de seu corpo sob o seu.
Ela atirou seu terno ao piso, logo deslizou suas mãos por seu traseiro. Vane conteve seu fôlego bruscamente enquanto o intenso prazer o consumia. Ele sabia por que
odiava ser humano. Se ousasse usar seus poderes, ambos estariam nus em um instante e poderia sentir cada centímetro dela. Carne contra carne.
Mas isto muito provavelmente a aterrorizaria.
Então em muda, restringiu seus poderes e ocultando as marcas de seu corpo dela, sobre tudo a de sua palma. Por uma vez em sua vida, estaria com uma mulher não como
um lobo ou um guerreiro.
Ele passaria esta noite com a Bride como um homem.
Bride saboreou a sensação de Vane pressionando-a enquanto lhe tirava os sapatos e logo suas meias com uma habilidade consumada. Seus músculos se ondulavam sob suas
mãos enquanto sua língua dançava com a sua.
Ummmm este homem sabia como beijar como ninguém.
Ela nunca se cansaria do modo com que ele fazia. Era crua e decadente. Desejável e quente.
Ele se sustentou sobre seus braços enquanto ela devagar desabotoava sua camisa para revelar, centímetro a centímetro, aquele peito magro, forte. Ela liberou a seda
para deixá-la cair aberta enquanto deslizava suas mãos sobre a carne bronzeada. Ela passou seus dedos com cuidado pelo pêlo masculino que salpicava seu peito e abdômen,
logo os deslizou sobre suas magras costelas.
O beijo dele se fez mais profundo e ela sentiu seu coração palpitar sob suas mãos. Ele beliscou seus lábios, esfregando seu corpo contra o dela de uma forma que
aumentou e provocou uma excitação incrível.
Bride o olhou e viu a fome pura em seu rosto. Como um homem como este podia desejá-la tanto?
Uma parte lhe dizia que devia ter mais confiança em si mesmo, mas não era uma carência de amor próprio o que o fazia tão difícil de acreditar. Ela era uma realista.
Os homens que eram como Vane não saíam com mulheres que eram como ela. Eles, simplesmente, não o faziam.
Nem sequer Taylor era tão delicioso e ele só a tinha usado. Ela não queria ser machucada outra vez. Não assim e sobre tudo não pelo Vane.
Relaxe, Bride.
Vane se afastou.
—Está bem?
—Só tento entender o que vê em mim - admitiu ela.
—Eu vejo uma mulher formosa - disse ele com seriedade, baixando para mordiscar a pele sensível debaixo de seu ouvido—. Cujo amável coração brilha em seus olhos e
cujo espírito é ilimitado - Ele se afastou para poder olhá-la nos olhos—. O modo em que enfrentou a Taylor esta tarde... —Seu meio sorriso fez com que seu coração
palpitasse—. Jamais deixaria que ninguém roubasse o melhor de ti, verdade?
—Penso que não.
Ele rodou sobre suas costas e a atirou para pô-la atravessada sobre ele. A escura ternura sobre seu rosto se abrigou ao redor de seu coração e o fez espremer-se.
—Sobre tudo, eu gosto do fato que te compartilha comigo. Que não tenho que te demonstrar minha força. Que não tenho que machucar ou ser machucado para estar contigo.
Havia um tom em sua voz que lhe dizia quão importante era isso para ele.
Que coisa estranha para dizer a uma mulher.
De que tipo de comunidade vinha? Definitivamente soava como aquelas estranhas, onde as pessoas tinha que fazer todo tipo de coisas estranhas para pertencer.
Ela deslizou sua mão sobre a suavidade áspera de seu rosto.
—Há algo dentro de ti que me assusta, Vane. Está certo que é normal?
Ele riu ligeiramente ante isso.
—Não sei o que é normal. Mas nunca te faria mal, Bride - Seus olhos a queimaram com sua sinceridade — Nunca.
Ele tomou seus lábios com os seus, logo moveu suas mãos ao redor de seu pescoço para desabotoar o sutiã de seu vestido e seu colar. Ele colocou o colar sobre a caixa
ao lado da cama, logo brincou brandamente com seus seios. Suas ásperas palmas raspavam seus mamilos, fazendo-os endurecer-se com o peso de suas mãos, enviando prazer
por seu corpo inteiro.
Bride queria derreter-se nele. Nenhum homem jamais a tinha feito sentir da maneira que ele o fazia.
Vane mal podia respirar pelas emoções que lutavam dentro dele. Ele deveria deixá-la ir. Ele não tinha direito a unir-se com alguém. E, entretanto, ele não podia
separar-se dela. Esta noite poderia gerar meninos com ela. Esta era a primeira vez em sua vida adulta que isto era uma preocupação.
No fundo de sua mente, podia imaginar-lhe com seu bebê. Vê-la amamentá-lo com o amor em seus olhos...
Como poderia deixá-la ir?
Como inclusive podia pensá-lo?
As Destinos tinham decretado que estivessem unidos. Quem era ele para argumentar contra as deusas?
Vane tinha passado sua vida inteira lutando. Por que não deveria lutar por isso? Somente por uma vez ele não merecia a alguém que o amasse?
E se ela nunca o amasse o que faria?
Tal como sua mãe nunca tinha amado a seu pai.
A pergunta ficou pesada em seu coração. O que faria se não a persuadisse até o final de suas três semanas?
Não, essa não era uma opção. Ele a ganharia e ele a conservaria.
Preso no que pensava, ele tomou sua mão e a conduziu até seu peito para que ela pudesse sentir como pulsava seu coração. Incapaz de suportar estar sem ela, ele abriu
suas calças e se liberou.
Bride ofegou enquanto ele movia seus quadris e a enchia de improviso. Mmm, ele era tão grosso e duro dentro dela. Tão dominante.
Mordendo seu lábio, ela o olhou como ele levantava seus quadris e se conduzia profundamente dentro dela.
Nenhum homem jamais tinha estado tão impaciente de estar com ela. Isto a fez sentir estranhamente poderosa. Desejável.
A expressão de prazer no rosto dele abrasou o coração. Isto a fez sofrer por ele. Ainda dentro dela, ele desabotoou as costas de seu vestido e o tirou por sua cabeça.
Completamente nua, ela o olhou. Sua camisa estava aberta, mas ainda sobre seu corpo. Ele só tinha deslizado suas calças o suficiente para poder tomá-la.
Ela levantou uma das mãos dele de seu seio e beijou seus nódulos cheios de cicatrizes enquanto o cavalgava lento e fácil.
Ela o olhou com sua boca ligeiramente separada, seus olhos escuros e fechados. Sua expressão mostrava a ela quanto saboreava seu corpo. Seu contato.
Isto a fez exaltar-se mais que tudo.
Ele colocou suas mãos sobre seus quadris e a manteve imóvel enquanto ele assumia as investidas. Bride estava assombrada com a força que ele tinha para fazer isto.
Mas não lhe importou lhe ceder o controle enquanto ele acelerava seus profundos e penetrantes golpes. Cada um a atravessava, quente e agridoce. Ela se inclinou para
frente em seus braços, deixando que seu cabelo caísse sobre eles enquanto seu corpo palpitava e ansiava mais dele.
Seu prazer cresceu até que ela gritou a doce liberação.
Vane olhou seu rosto enquanto ela culminava em seus braços. A alegria se rasgou por ele ao vê-la, a cálida doçura de seu corpo balançando o seu. Ele reclamou seus
lábios e se moveu ainda mais rápido, querendo seu próprio momento de perfeição.
Fechando seus olhos, ele o encontrou. Ele se retirou de seus lábios para grunhir profundamente em sua garganta enquanto seu corpo explorava em uma doce liberação.
Ainda unido a ela, ele a atraiu a seu peito e a sustentou silenciosamente enquanto seus corações pulsavam ao mesmo tempo e seu corpo continuava culminando durante
vários minutos. Ele deslizou suas mãos pelas costas dela, encantado desse momento de tranqüilidade.
Esta era a única paz que tinha conhecido alguma vez em sua violenta vida. Não havia nenhum temor aqui com ela. Nenhum terror de que ela tivesse os poderes para desmascarar
seu coração humano e matá-lo por isso.
Só eram eles.
Bride não se moveu durante muito tempo. Ela jazia sobre seu peito, saboreando a força dos braços que a sustentavam.
Ela esfregou seu rosto contra seu peito, logo beijou seu mamilo antes de separar-se.
Enquanto ela começava a mover-se da cama, ele pegou ligeiramente em seu braço para detê-la.
—Aonde vai?
—Ia me arrumar.
—Por quê? Estou longe de terminar contigo.
Ela riu até que compreendeu que ele não brincava. Ele rapidamente tirou sua camisa e a atirou sobre seu terno. Suas calças, sapatos, e meias os seguiram rapidamente.
Antes que ela pudesse protestar, ele a tinha agarrado e a tinha colocado de costas sobre a cama. Ele apartou suas pernas com seus joelhos, logo deslizou seus quadris
e virilha entre elas.
Bride gemeu ante a sensação dele estando sobre ela. Ele já ficava duro outra vez.
Ele tomou seu tempo explorando sua boca, mordiscando seus lábios, e provando-a, até que ela pensou que podia passar de sua aprazível exploração.
Eles ficaram assim pelo resto da noite. Pele com pele, corpo com corpo. Bride nunca tinha tido uma experiência como essa. Vane tinha mais resistência do que ninguém
que ela jamais soube. Quando amanheceu, estava esgotada e dormiu encolhida entre seus braços.
Ele dormiu silenciosamente acomodado detrás dela, com uma perna recostada entre suas coxas.
Isto era o céu. E pela primeira vez em um longo tempo, ela sentiu a sensação de pertencer. De aceitação. Vane não se preocupava que ela não fosse magra. Não lhe
importava que estivessem sobre uma raquítica cama velha em um apartamento pequeno.
Ele pareceu feliz somente por estar com ela.
E essa era a parte mais agradável de tudo isto.
Vane jazia ali silenciosamente, escutando o suave ressonar de Bride enquanto ela dormia em seus braços. Seu aroma impregnava sua cabeça. Não havia nada que fosse
mais perfeito que seu aroma misturado com o seu. Que a sensação dela em seus braços.
Ele estava dolorido e esgotado. E amava cada partícula disso. Ele olhou para a mão dela e retirou sua magia para que seu sinal fosse visível, também.
Companheiros.
Ele pressionou sua marca com a dela e entrelaçou seus dedos juntos. Eles teriam que fazer amor com suas mãos unidas para, desta maneira, poder completar seu ritual
de união.
Bride teria que aceitá-lo.
E ele teria que abrir-se a ela.
Nos primeiros raios de luzes da alvorada, isso não era tão espantoso para ele como deveria ter sido.
Fechando seus olhos, ele deixou que o sonho se derramasse sobre ele, e pela primeira vez em meses não esteve atormentado por pesadelos. Só sentia a paz de sua companheira
recostada contra ele.
Mas o que passaria uma vez que sua companheira averiguasse que ele não era o homem que pretendia ser?
Ela poderia alguma vez aceitar o lobo que vivia dentro dele?
Ele não sabia, mas prometeu que seria honesto com ela. Uma vez que ela estivesse acordada, ele seria claro em relação a tudo.
Ele só esperava que fosse honesto com ela não fizesse que a perdesse para sempre.
Bride despertou quinze minutos depois da hora de abrir sua loja. Enquanto se separava de Vane, o braço dele se apertou ao redor dela só um segundo antes que ele
despertasse.
Os profundos olhos cor verde-avelã se abriram, logo entortaram contra a luz brilhante do sol da manhã que entrava pelas janelas.
—Que horas são? —perguntou sua voz profunda e rouca.
—São quinze para as dez.
Ele esfregou sua mão sobre seu rosto e gemeu.
Bride reprimiu um sorriso por isso.
—Não é madrugador?
—Não - disse ele bruscamente, rodando sobre suas costas. Ele ficou com um braço sobre seus olhos para proteger-se da luz.
Bride teve que suspirar na imagem que ele apresentou jazendo nu em sua cama. As mantas estavam retorcidas sobre seu corpo, mal cobrindo aquelas longas e masculinas
pernas. Seu peito estava completamente nu, exibindo os músculos de seu abdômen, peitorais, e braços. Suas escuras costeletas adicionavam uma masculinidade quase
mortal a seu rosto, que era coroado por seu comprido cabelo caprichoso.
Santo céu, ele era espetacular.
Ele moveu o braço mais acima do rosto para olhá-la com um olho.
—Só dormimos durante quatro horas, por que está acordada?
Ela colocou seu chambre rosado sem levantar-se da cama.
—Tenho que trabalhar.
Ele estendeu sua mão para afundá-la profundamente no cabelo dela.
—Alguma vez tem um dia livre?
—Só se fizer planos com a Tabitha adiantado para que ela ou alguém de seu pessoal venha e me cubra. E certamente fecho os domingos. Mais que isso, não.
Ela beijou sua mão, logo se separou de seu braço. Ele o deixou cair de novo na cama sem fazer nenhum comentário.
Levantando-se, ela o deixou na cama e foi tomar banho.
Vane jazeu silenciosamente enquanto escutava a água caindo no outro quarto. Seu corpo inteiro lhe doía pelos esforços da noite passada, mas a dor era por ter desfrutado
e não vinha nem das costas, o peito ou os braços por ter sido atacado com garras. Ele tinha tido muita diversão com Bride ontem à noite e a diversão era algo que
faltava profundamente em sua vida.
Ele fez uma careta ante o resplendor da luz da manhã. Ele realmente odiava as manhãs.
Forçando-se a levantar-se, colocou suas calças e fechou seu zíper, mas deixou o botão desabotoado quando se dirigiu à cozinha. Bride gostava de comer duas torradas
com geléia pela manhã.
Enquanto o pão torrava, ele cortou sua bergamota para ela e a orvalhou com uma colherada de açúcar, logo lhe serviu um copo de suco de laranja.
Ele punha a geléia sobre a torrada quando ela saiu do banheiro e parou para olhá-lo fixamente.
—O que? —perguntou perplexo pela profunda expressão no rosto dela.
—É esse seu café da manhã?
Vane fez uma careta.
—Não. Eu ia fritar um pouco de bacon para mim.
—Então como sabia que eu gostava de comer isto?
Vane fez uma pausa enquanto se dava conta que o homem Vane não saberia o que o lobo Vane sabia. Limpando sua garganta, encolheu-se de ombros.
—Eu abri o refrigerador e vi a geléia e a bergamota. A maioria das pessoas só come isso no café da manhã então me imaginei que não te importaria.
Ela pareceu aceitá-lo enquanto tirava a toalha de seu cabelo e a punha sobre sua cadeira.
—Obrigado - disse ela, lhe dando um beijo na bochecha.
Vane fechou seus olhos enquanto seu corpo se endurecia imediatamente. Sem pensá-lo tomou-a em seus braços para beijá-la com um beijo muito mais satisfatório. Ele
arrastou seus lábios por seu pescoço enquanto lhe abria a frente de seu roupão e atraía seu corpo nu contra o dele.
Bride gemeu ao sentir seu fresco e duro corpo contra o seu. Ela deslizou sua mão sobre os músculos de suas costas e sentiu as cicatrizes que ele tinha ali. Seu queixo
e bochecha barbudos raspavam delicadamente contra sua pele.
—Se continuar com isto, nunca conseguirei abrir minha loja.
—Mantenha fechada e fica comigo.
Ela tomou sua cabeça em suas mãos enquanto sua língua brincava com cuidado em sua garganta.
—Não posso.
Ele se afastou.
—Sei. Eu só o desejava - Ele a liberou, logo atou o cinto de seu roupão—. Tome seu café da manhã.
Bride se sentou em sua pequena mesa de estilo bistrô* enquanto ele voltava para a cozinha para fazer seu bacon. Ela mordiscou uma das torradas e o olhou. —Tem muita
coragem para fritar bacon sem uma camisa. Não tem medo que isso te machuque?
Ele deu de ombros.
—Isso realmente não dói.
Ela franziu o cenho enquanto ela remontava várias cicatrizes com seu olhar.
—Como obteve tantas cicatrizes, Vane?
Vane se debateu em como lhe responder. Ela não estava pronta para a verdade... Que eram cicatrizes de batalhas, de quatrocentos anos de perseguição por parte dos
Arcadianos quem pensavam que ele era um Assassino Katagaria. Em realidade, eles pensavam que qualquer macho Katagaria era um Assassino. Que tinha sido forçado a
lutar contra sua própria manada para manter o seu irmão a salvo. Algumas delas eram por lobas com que tinha estado.
Algumas eram por chicotadas.
—Não tive uma vida fácil, Bride - disse ele tranqüilamente enquanto punha o bacon em uma frigideira. Ele girou para olhá-la—. Nunca tive nada pelo que não tivesse
que pagar com sangue e osso. Até você.
Bride estava sentada ainda quando o verde olhar a transpassou. Havia algo em sua aberta expressão que lhe intrigava. Ele se mostrava sem ocultações, ela o sentia.
Deus, seria tão fácil amar a este homem. Não lhe pedia nada e era tão incrível dando. Esse momento se mostrava surrealista para ela. Ela nunca tinha conhecido a
ninguém como ele.
Isto era muito fácil.
Essa inquieta voz no fundo de sua cabeça rondava desagradável, por sua cabeça. Nada era perfeito. Nada era tão fácil.
Tinha que termais dele que ela não via. O que, se não o havia?
E se ele realmente era tal como parecia? Ela não podia ver nenhum engano. Talvez fosse porque não havia nenhum.
—Obrigado por ontem à noite, Vane - disse ela.
Ele inclinou sua cabeça a ela, logo voltou para seu bacon. Ele o tirou da frigideira e o colocou sobre um prato, apagou o fogo e levou seu prato à mesa.
—Quer uns? —perguntou.
Bride tomou duas crocantes tiras enquanto ele se servia um copo de suco. Havia algo tão íntimo sobre compartilhar o café da manhã com ele. Ela não sabia o que era,
mas em cinco anos com o Taylor, ela nunca tinha experimentado nada parecido a isto. Isto era maravilhoso.
Ela comeu rapidamente, logo se levantou.
—Pare - disse Vane enquanto ela levantava com o que tinha usado—. Se eu preparei eu limparei.
—Realmente é muito bom para ser verdade - disse ela, beijando o topo de sua cabeça antes de lançar-se sobre seu guarda-roupa.
Vane tentou não olhá-la vestir-se, mas não podia deter-se. Excitou-se só de vê-la colocar sua roupa íntima e seu vestido.
Inclinando sua cabeça, deu-se conta que ela nunca levava calças. Sempre tinha vestidos soltos nos tons escuros da terra ou negro. Ela deslizou seus pés em um par
de sapatos planos e escovou o cabelo. Então o atou naquele nó familiar.
Vane estava encantado por suas ações. Havia tantos detalhes complicados em sua rotina durante a manhã. Como na forma em que colocava a maquiagem e logo o pó. Os
movimentos exatos ao colocar a máscara de cílios e o lápis labial.
Ele gostava de olhar o modo em que ela artisticamente se vestia e dava forma a seu cabelo.
Bride fez uma pausa quando encontrou os olhos dele no espelho.
—Algo está mau?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Somente penso que estou contente de não ser mulher. Não posso imaginar colocando tudo isso a cada dia.
Ela riu dele e seu coração palpitou.
Assim que terminou, recolheu suas chaves e se dirigiu à porta.
—Você fecha? —perguntou-lhe ela.
Vane assentiu.
Soprou-lhe um beijo, logo o deixou sozinho em seu apartamento. Fora, ele podia ouvi-la chamando o lobo enquanto caminhava para sua loja.
Ele se abateu por isso. Ia ter que lhe dizer.
Quanto mais demorasse, mais difícil seria.
—Bem. Vou fazer.
Depois de tomar banho.
E vestir-se.
E limpar.
Uma hora mais tarde, enquanto Bride tirava o pó em sua loja, ela sentiu que lhe arrepiavam os cabelos da nuca.
Ela girou a espera de ver alguém atrás dela.
Não havia ninguém ali.
Ela esfregou seu pescoço e jogou uma olhada ao redor. De todos os modos o sentimento estava ali. Era quase maligno.
Como isso era estranho?
Franziu o cenho, foi olhar às janelas. Não havia ninguém aí.
—Bride?
Ela gritou e se deu volta para encontrar ao Vane que vinha do quarto detrás.
Ele acelerou seus passos para chegar a seu lado.
—Está bem?
Bride riu nervosamente de sua infantilidade.
—Sinto muito. Não te ouvi vir pela porta de atrás. Somente me assustou.
—Está segura que isso é tudo?
—Sim - disse ela, inspirando profundamente.
Vane estava vestido com suas calças negras e sua camisa. Ele devia ter deixado seu terno em seu apartamento. Distanciando-se dela, ele se mostrava estranho e parecia
aborrecido consigo mesmo.
OH Deus, aqui vem...
—Tem que retornar a sua vida, né? —perguntou ela, tentando ser valente, enquanto por dentro, ela lutava para não chorar.
—Que vida? —Ele a olhou confuso por sua pergunta—. De que falas?
—Esta não é a parte onde me diz que nos divertimos e rompe comigo?
Ele a olhou até mais confuso.
—É isso o que supõe que devo fazer?
—Bem, não. Penso, não sei. Não é a isso aonde se dirigia?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Não. Eu somente ia dizer que... —A voz de Vane se arrastava quando ele olhou além dela, à porta.
Bride deu a volta para ver duas mulheres entrar na loja.
Vane se distanciou enquanto ela as saudava. Elas começaram a olhar, mas seus olhos voltavam para o Vane, quem se moveu para parar perto de seu balcão.
Bride se ocupou reorganizando o mostruário de colares. Ela podia confiar em que Vane queria falar com ela, mas quando aquelas duas clientes se foram, três mais entraram.
Vane olhou enquanto Bride mostrava sua mercadoria às mulheres. Ele realmente queria terminar com isto, embora o último que precisasse era uma audiência quando lhe
dissesse que era um were-wolf.
Mais clientes entraram.
Ah, isto ficava mau.
Ele poderia usar seus poderes para fazer que as mulheres se fossem, mas não queria interferir em seu negócio.
—Vou esperar la fora um momento —lhe disse ele enquanto ela atendia por telefone uma cliente.
—Está bem? —perguntou ela.
—Bem - disse ele—. Estarei atrás.
Ele se dirigiu ao depósito, logo foi pela porta traseira que conduzia ao pátio.
Maldição.
—Está bem - respirou ele. Ele teria muito tempo para falar com ela mais tarde. Ele somente queria terminar com isto o quanto antes.
—Vane.
Um tremor frio desceu por sua espinha enquanto ouvia a voz baixa e grave dentro de sua cabeça.
Ele ficou rígido e foi à porta para ver se via um sinal do que tinha feito com que seu corpo se gelasse. Vindo do Iberville estava um dos últimos animais que ele
esperava ver.
Era Fury em forma humana.
Igual em altura ao Vane, Fury tinha o cabelo loiro comprido até os ombros e os olhos que eram uma sombra mais escura que turquesa. Ele levava seu cabelo recolhido
em um rabo de cavalo e jeans azul apertado com uma camisa negra de manga longa.
O lobo se aproximou dele com um passo mortal e cuidadosamente moderado. Poder e força exalavam de cada molécula de seu corpo. Este era um dos poucos lobos com o
que Vane nunca tinha procurado lutar.
Não, não é que ele pensasse que não podia com o Fury. Ele estava certo que poderia, mas Fury não era o tipo de lobo que lutava limpo. Era muito mais provável que
arrancasse sua garganta enquanto dormia.
Havia um brilho divertido nos olhos do lobo quando parou ao lado de Vane e jogou uma olhada para onde Bride estava de pé dentro de sua loja.
—É descuidado, adelfos*.
—Não somos irmãos, Fury. Que diabos faz aqui?
Sua risada se converteu em tortuosa, maligna.
—Queria te advertir que seu pai sabe que você e Fang estão vivos. Eu era um dos escolhidos para matá-los.
Vane ficou rígido.
—Relaxe - disse Fury—. Se te quisesse morto, eu teria atacado.
—Por que não quer?
—Devo-te uma, recorda?
Isso era verdade. Ele tinha salvado a vida do Fury quando o lobo se uniu pela primeira vez a sua manada— Esperou um longo tempo para pagar.
Ele deu de ombros.
—Sim, pois algumas coisas levam tempo.
—Não entendo por que rompe com a manada para me ajudar.
Um sorriso sinistro encurvou seus lábios.
—Porque mijaria no velho. Odeio-o, ele te odeia, então acredito que isso me faz seu novo melhor amigo.
Isto era uma novidade para o Vane.
—Por que o odeia?
—Tenho meus motivos e eles são todos meus e não para consumo público.
—Então por que ficaste na manada todos estes séculos?
—Outra vez, tenho meus motivos.
Sim, Fury era uma criatura estranha.
—Se eles alguma vez averiguarem que me disse isso, matarão-lhe.
O lobo deu de ombros despreocupadamente.
—Todos morreremos algum dia - Fury levantou uma sobrancelha enquanto Bride ia se aproximando pelo canto, logo retornou porque mais clientes se aproximaram de sua
pequena boutique. Ele sentiu algo no ar. Seus olhos se alargaram. —Está marcado.
Vane o agarrou pela garganta e o empurrou contra o edifício.
—Tranqüilo, Vane - disse Fury. Não havia nenhum medo na besta. Só entretenimento e honestidade—. Não farei mal a sua companheira, mas Stefan e os outros farão.
Vane não duvidava disso. Stefan entregaria ambos os testículos para ter a oportunidade de lhe fazer dano.
—Quais caçam?
—Eu, Stefan, Aloysius, e Petra.
Vane amaldiçoou. Cada um deles tinha um motivo pessoal que resolver com ele, sobre tudo Petra, quem o odiava porque ele a tinha evitado quando ela tentou unir-se
com ele, e logo se colocou entre ela e Fang. Se eles alguma vez soubessem de Bride, matariam-na sem vacilação... Somente para feri-lo. E isso era se eles fossem
amáveis. Os machos de sua manada fariam muito pior se a encontravam.
Sempre que um macho marcado rompia com a manada, a manada devolvia o golpe castigando a sua companheira.
Vane mataria a qualquer um que fizesse isso a Bride. Qualquer.
—Vai tirar sua mão de minha garganta agora ou tenho que te machucar primeiro?
Vane pensou, logo o liberou.
—Agradecido - disse Fury enquanto arrumava sua camisa com um puxão.
—Olhe - disse Fury, seu tom terrivelmente sério. —Eu nunca tive um problema com você ou com o Fang, sabe isso. Francamente, vocês eram os dois únicos Strati que
jamais pude suportar. Imagino que foi suficientemente difícil perder a Anya. Não necessitam esta merda só porque seu pai tem medo que vás apoderar-te de sua manada.
Vane amaldiçoou.
—Não poderia me importar menos a manada.
—Sei. Acredite ou não, odeio a injustiça tanto quanto você. A última coisa que quero é ver os dois únicos lobos decentes da manada mortos.
Essas foram palavras inesperadas. Mas por outro lado, Fury tinha se mantido a distância de outros na manada muito mais que o Vane o tinha feito. O lobo não confiou
em ninguém. Não acreditou em ninguém.
Fury começada a afastar-se dele.
—Fury, espera.
Ele o olhou, com sua sobrancelha arqueada.
—Obrigado por avisar-me.
Fury inclinou sua cabeça.
Nesse momento, ele sentiu uma estranha afinidade com o lobo. Para não mencionar o fato que agora devia ao Fury, e Vane sempre pagava suas dívidas por completo.
—Por onde estará?
Fury deu de ombros.
—Não sei. Suponho que sou um lobo solitário —Ele uivou baixo—. Um clichê infernal, verdade?
O lobo realmente estava louco.
Vane olhou de novo a Bride pelas janelas de sua loja e um pensamento o golpeou.
—Posso confiar em ti, Fury?
—Não - respondeu ele francamente—. Sou um lobo e sempre vou fazer o que for melhor para mim. Por quê?
Vane vacilou, mas ao final, não tinha nenhuma outra opção exceto fazer um pacto com o lobo.
—Como preciso ajuda pelo próximo par de semanas. Não posso estar em dois lugares de uma vez.
—Hum —Fury suspirou com incredulidade—. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que Vane Kattalakis pedisse a outra alma vivente ajuda.
Ele não fez caso ao sarcasmo.
—Se me ajudar até que Bride esteja livre ou totalmente unida a mim, assegurarei-me que nunca tenha que caçar para outra manada jamais.
Fury não disse nada.
—Sei o quanto você gosta de estar sozinho, Fury — disse Vane, sua voz traindo sua própria dor ao ter sido abandonado pela sua própria. Você me ajuda na defesa e
te jurarei irmandade.
Isto era algo que jamais se fazia as pressas. Tomar um juramento de lealdade de sangue era quase tão comprometedor como o acoplamento. Este era um juramento inquebrável.
Fury não tinha ninguém mais sobre esta terra. Sua família estava toda morta e ele tinha vindo a eles como um jovem assustado e inexperiente.
Fury olhou à distância antes de assentir.
—Bem, Vane. Farei.
Vane soltou um lento suspiro enquanto apresentava sua mão ao Fury. Por qualquer razão, sentiu-se como se acabasse de fazer um pacto com Lúcifer.
Fury vacilou, logo estreitou sua mão.
—Então o que necessita que eu faça?
Vane viu que Bride se dirigia de novo para eles.
—Por agora, preciso que finja ser eu, como lobo. Estive me fazendo passar pelo mascote de Bride para protegê-la, e agora que estou em forma humana, realmente não
poderia estar perto como lobo sem levantar suas suspeitas —Sobre tudo ele não se atrevia a lhe dizer a verdade sobre ele até que encontrasse algum modo de tirar
os caçadores de seu rastro.
Fury riu disto.
—Que condenada boa coisa que ambos tenhamos pele branca, não?
— Sim. Agora poderia tomar sua forma de lobo?
Fury parou fora da linha de visão de Bride e se transformou em lobo. Dois segundos mais tarde, ele levantava sua pata perto do pé de Vane.
—Faz, Fury, e vou castrar você.
Ele poderia ouvir Fury rindo em sua cabeça.
—OH - Fury disse em sua cabeça. —A propósito, esqueci de te dizer que outros sabem que Fang está no Santuário.
Vane ficou gelado uma vez mais.
—O que?
—Sim. Seu pai lhes disse que não o atacassem enquanto os ursos estavam pressentem. Mas ao minuto que esteja sozinho...
—Cuida de Bride.
—Que…
Vane se transportou imediatamente ao Santuário.
Fury ficou sentado na rua, completamente confuso sobre o que devia fazer.
—Vane?
Ele não respondeu.
Ah! merda. Como lobo ele não tinha nenhum modo de dizer a Bride onde tinha ido Vane, e a última coisa que queria era tratar com uma fêmea humana angustiada que não
podia encontrar a seu companheiro.
Isso não estava bem.
Voltando a forma humana, Fury rapidamente recolheu sua roupa da rua e se vestiu. A diferença de Vane, sua força era física, não mágica. Ele poderia dirigir a magia,
mas nem de perto com tanta precisão como Vane. Se ele tentasse colocar sua roupa com seus poderes, teria a metade corretamente colocada e o resto, por aí. E não
seria estranho que uma meia terminasse como uma camisa, então ele se apressou a vestir-se enquanto rezava para que ninguém o encontrasse com meio traseiro nu na
esquina da rua.
Quando Bride deu a volta pela esquina, ele tinha tudo exceto seus sapatos.
Ela se deteve de repente quando o viu colocando sua bota.
—Uma pedra em meu sapato - explicou sem convicção. A mentira tampouco era seu forte.
—Ambos os sapatos? —perguntou ela.
—Estranho, não?
Jogou-lhe um estranho olhar antes que explorasse o pátio detrás dele.
—Se buscas ao Vane, ele não está aqui.
—Conhece-o?
—Uh, sim.
Lançou-lhe um penetrante olhar.
—E você é?
—Fury.
—Fury?
—Sim, sei. Minha mamãe estava colocada com crack quando me pôs o nome.
Pela imagem de seu rosto ele poderia entender que provavelmente deveria manter sua boca fechada.
—Uh-huh - disse Bride, dando um passo para afastar-se dele.
Fury deu um passo para frente. Ela estava se assustando agora, ele podia cheirá-lo.
—Sério, está bem. Não vou fazer dano. Vane me disse que te vigiasse até que ele retornasse.
—Aonde ele foi?
Fury se assustou com a pergunta. Condenados humanos com suas naturezas inquisitivas. Várias mentiras apareceram em sua cabeça, mas todas elas provavelmente conseguiriam
colocar ao Vane em um problema então se decidiu a que era menos provável que a ofendesse.
—Ele foi urinar.
Sim, isto foi estúpido, ele se deu conta assim que seu rosto ficou vermelho.
—De onde vem?
Como poderia responder a isso. Se lhe dissesse que se transportou a si mesmo de Nebraska a Nova Orleans uma hora atrás ela teria saído para chamar os policiais.
Ele assinalou rua abaixo.
—Daquele lado.
Ela estava ainda mais nervosa que antes.
Fury lhe ofereceu um sorriso que esperava que não fosse muito sinistro. Não estava acostumado a tentar que as pessoas não lhe tivessem medo. Normalmente se deleitava
fazendo que os humanos se molhassem de terror.
Isto era uma estranha mudança de pautas para ele.
—Sério - disse ele— juro que sou certo.
—E eu deveria acreditar, por quê?
Ele fez uma pausa antes que lhe desse uma resposta que esperava que a calmaria.
—Sou o irmão de Vane e ele me daria patadas em minha bunda se te fizesse mal.
Bride olhou fixamente ao estranho extraordinariamente formoso homem diante dela. Apesar de suas palavras, havia um ar de sinistro perigo nele. Ele se parecia com
pessoa que poderia cortar a garganta de alguém e logo rir disso.
—Não te parece com o Vane.
—Sei - disse ele—. Eu saí a nossa mãe e ele a nosso pai.
—Uh-huh.
Ele suspirou e deixou suas botas sobre a terra.
—Olhe, basicamente me cago nas aptidões sociais, ok? Somente finge que não estou aqui até que Vane retorne. Vigiarei-te, você me ignorará e o teremos bem. Soa bem
para ti?
Ela não estava segura. Algo sobre ele a fazia querer correr para dentro e fechar a porta. Ela poderia confiar nele?
—He! Bride? Pode me atender?
Ela olhou para a entrada de sua loja onde uma de suas clientes regulares estava parada com um vestido em suas mãos.
—Claro Teresa. Estarei ali - disse ela, afastando do homem estranho diante dela.
Ele colocou suas botas, logo a seguiu.
—O que faz? —Perguntou ela enquanto ele a arrastava para dentro de sua loja.
—Te vigiando. Só não me faça caso.
Era difícil não fazer caso a alguém que era muito mais alto e horripilante que ela.
—Por quanto tempo Vane foi? — ela perguntou enquanto caminhava através de sua boutique.
—Não sei, ele deve ter tido que ir desesperadamente. Poderia ser uma coisa da bexiga. Não estou certo.
Ela ficou boquiaberta ante ele.
Ele a olhou extremamente incômodo.
—Simplesmente, vou calar-me agora e estarei aqui observando. Isso é no que sou melhor.
Ele o fez e ela teve que estar de acordo. Embora silencioso Fury era bastante intimidador. Ela tinha que lhe dar crédito ao homem, ele definitivamente conhecia seu
forte.
Vane se materializou na Casa Peltier, fora da porta do Fang. Ele estava totalmente quieto, escutando.
Sentindo.
Não havia nenhuma perturbação. Nenhum aroma de alguém mais. Nenhuma sensação de sentimentos provando o plano dele ou do Fang.
Tudo parecia completamente normal.
Relaxado, empurrou para abrir a porta e encontrou ao Fang tal como Vane o tinha deixado. Sozinho em sua cama.
Vane entrou lentamente no quarto, só para assegurar-se que Fang estivesse bem.
Ele foi ao lado mais afastado da cama. Fang não se moveu ou suspirou. Sua garganta se oprimiu. Fang parecia não respirar.
—OH Deus, não - disse ele, afogando-se no pânico.
Vane agarrou a seu irmão, quem imediatamente ladrou e grunhiu.
Ele apertou seu abraço sobre a pele do Fang. —Maldito seja, bastardo! —grunhiu com ira—. Morre sobre mim e juro que te arrancarei a garganta.
Fang o mordeu até que Vane o liberou. Seu irmão se recostou de novo na cama em seu estado comatoso.
—Fang, escuta. Pai sabe que estamos aqui e enviou um esquadrão atrás de nós. Vamos, me fale.
Ele não o fez. Fang simplesmente, ficou deitado aí, olhando fixamente ao vazio.
—Vamos, Fang, isto não é lindo para mim. Não sei o que fazer para te ajudar. E a senhorita Anya tampouco —Ele tentou fazer que Fang o olhasse— e eu sinto saudades.
Imóvel, seu irmão não lhe respondeu.
Vane quis matá-lo por sua obstinação.
E então sentiu uma estranha ondulação no ar ao redor dele. Jogou uma olhada sobre seu ombro para ver que Stefan estava de pé ali com um sorriso sarcástico em seu
rosto.
Sem pensá-lo um segundo, Vane atacou.

CAPITULO 6

Vane agarrou a Stefan pela cintura e os dois atravessaram a dura porta de carvalho, saindo no corredor.
Aimeé Peltier saltou para afastar-se deles e começou a gritar por ajuda enquanto Vane atirava ao Stefan ao piso e o esmurrava com força e com fúria.
Em vez de atacá-lo, Stefan trocou a sua forma de lobo e correu pelas escadas. Vane correu detrás dele. Mas antes que Stefan pudesse escapar deles, Wren, que em sua
forma humana saltava para eles, agarrou ao lobo pelo pescoço e o arrastou de retorno ao corredor.
Stefan grunhiu, tentando morder ao Wren. O leopardo o sustentou com uma confiada força que deu ao Vane um descanso. Ele não tinha nem idéia que o jovem e tranqüilo
Katagaria fosse tão forte.
Vane se deteve, respirando entrecortadamente, enquanto Nicolette saía de seu quarto ao final do vestíbulo.
Aimeé correu para sua mãe enquanto Wren mantinha preso ao lobo que grunhia.
—O que é o que se passa aqui? —perguntou Nicolette.
Vane assinalou ao lobo.
—Ele estava no quarto do Fang.
Stefan trocou a sua forma humana, colocado em sua roupa, logo apartou ao Wren dele.
Wren apenas se afastou um passo e a imagem de seu rosto prometia um Armagedon* se Stefan o tocava outra vez.
Aquele áspero olhar conseguiu tranqüilizar a Stefan e se afastou outro passo do leopardo.
—Eu não estava fazendo nada. Eu só comprovava se eles realmente estavam aqui - Stefan curvou seu lábio para o Vane—. Vane me atacou.
Stefan se voltou para o Nicolette com uma expressão que era quase receosa.
—Pensei que era contra as regras do Santuário atacar a alguém sem provocação.
Vane estreitou seus olhos enquanto começava a entender. Ele compreendeu muito tarde que tinha sido tudo preparado.
Stefan foi mais preparado que Vane, nisso terei que lhe dar o crédito.
—Vane? —Nicolette o olhou—. O que ele diz é verdade? Atacou-o?
—Ele devia matar ao Fang. Você sabe que sim.
—Mas ele o atacou?
Vane ficou rígido enquanto olhava ao Stefan.
—Ele teria feito a não ser se fosse tivesse detido.
—Ele atacou primeiro, ou o fez você? —insistiu Nicolette.
A ira de Vane rompeu seu controle.
—O que é você? Uma advogada de merda?
—Cuida seu tom, Vane - advertiu Nicolette severamente—. Sou a lei suprema aqui e você sabe.
Vane se desculpou embora ficasse entupido por fazê-lo.
Wren lhe brindou um pormenorizado olhar que dizia que também gostaria de esquartejar ao Stefan. Seu corpo inteiro se retorcia por fazê-lo, mas ficou quieto.
Nicolette levantou seu queixo aceitando a desculpa de Vane.
—Agora me diga a verdade. Quem atacou primeiro?
Vane queria mentir, mas Nicolette o sentiria e isso só pioraria as coisas.
—Eu.
Ela fechou seus olhos como se isto lhe doesse. Quando os abriu, sua expressão dizia quanto lamentava o que estava a ponto de dizer.
—Então não tenho nenhuma opção exceto te mandar embora, Vane. Sinto muito.
Os olhos do Stefan brilharam.
Naquele momento, Vane os odiou a todos por igual. Assim que isto era o que conseguia. Ele era castigado por proteger a seu irmão.
Assim seja. Esta não seria a primeira vez que isto lhe passava. Ao menos Nicolette não o tinha açoitado como castigo.
—Bem - disse com os dentes apertados.
Vane se dirigiu ao quarto do Fang para recolher a seu irmão, só para descobrir que Aimeé Peltier se precipitava a detê-lo. Ela fechou de repente a porta, logo correu
para bloquear seu passo até a cama.
Ele tentou passar ao redor dela, mas ela não o deixou.
—Vane, me escute. Mamãe só está zangada. Dê-lhe tempo...
—Não, Aimeé - disse Vane em um tom terrivelmente baixo, enquanto lutava por não descarregar sua ira nela—. Eu conhecia as regras e as rompi. Sua mãe nunca me perdoará
por isso e você sabe.
Aimeé levantou seus braços enquanto ele tentava passar por diante dela.
—Deixa Fang aqui - insistiu ela—. Você, eu e até mamãe sabemos o que Stefan está fazendo. Assegurarei-me que Fang nunca fique sozinho. Ficarei com ele eu mesma cada
momento do dia e da noite. Ninguém lhe fará mal enquanto ele resida no Santuário.
Sua oferta o confundiu. Ele não entendia por que se preocuparia com o que lhes passasse.
—Por quê?
Seus olhos pálidos eram suaves e amáveis quando ela levantou a visão para ele e deixou cair seus braços a seus lados.
—Porque ninguém deveria ser machucado da maneira com que vocês foram. O que eles fizeram foi cruel e desnecessário. Esse foi um castigo humano, não um animal. Perdi
a irmãos e sei diretamente a dor que vocês sentem em seu coração por Anya. Não deixarei morrer a Fang, juro.
Ela jogou uma olhada à mão dele onde seu sinal estava escondido, logo ela contemplou a porta detrás dele como se tivesse medo que alguém pudesse ouvi-la por acaso.
Ela baixou sua voz.
—Agora tem a outra para proteger. A última coisa que precisa é ao Fang contigo neste estado. Vá e proteja-a. Pode me chamar em qualquer momento, dia ou noite, para
averiguar sobre seu irmão.
Vane a tomou entre seus braços e a abraçou amavelmente.
—Obrigado, Aimeé.
Acariciou-lhe as costas.
—Até qualquer momento. Agora vá, e espero que de patadas a esse lobo de merda ali fora.
Ele riu com pouco entusiasmo antes de afastar-se dela e retornar ao vestíbulo.
Stefan arqueou uma sobrancelha provocativamente, aguilhoando-o para que Vane lhe fizesse mal.
Mas ele não era estúpido.
De acordo, Vane lhe faria mal, mas não o faria na propriedade de Nicolette.
Em troca, Vane deu a volta para a Nicolette para assegurar-se que Stefan entendia o que ele tinha intenção de fazer.
—Fang não rompeu nenhuma das regras. Está a salvo para ficar?
Nicolette assentiu e jogou um conhecedor olhar a Stefan, que amaldiçoou.
—Ele está sob nosso amparo e nos asseguraremos que não sofra nenhum dano.
Ver a cara do Stefan não teve preço. E isto lhe disse algo. Isto estava longe de terminar.
Vamos, te atreva...
Vane se dirigiu à escada.
—Isto não terminou - grunhiu Stefan.
—Conheço o clichê - disse Vane fatigosamente enquanto fazia uma pausa para olhar de novo ao lobo—. Isto não terminará até que um de nós esteja morto —. Ele lançou
um sorriso satisfeito e insultante ao Stefan. —E para que conste, esse não serei eu.
Stefan grunhiu baixo em sua garganta, mas sabiamente manteve sua distância.
Enquanto Vane ia até a porta da rua, Stefan tentou segui-lo, Wren o deteve.
—As regras do Santuário - disse tranqüilamente—. Vane tem uma vantagem e se tenta segui-lo, estará mancando... Permanentemente.
Vane tentava decidir o que deveria fazer. Uma parte dele estava aterrorizada de ir a qualquer lugar perto de Bride para não dirigir ao Stefan e a outros diretamente
a ela. A outra parte estava aterrorizada de deixá-la sozinha.
Sobre tudo com o Fury ali.
Não havia nenhum modo de que ela pudesse defender-se contra qualquer um deles.
Ele se abateu enquanto recordava as cicatrizes no rosto e no pescoço de sua mãe, as que ela tinha recebido ao lutar com seu pai e seu tessera. Tesseras eram os pequenos
grupos de lobos enviados como soldados ou exploradores. Eles, em geral, matavam a tudo com o que entrassem em contato.
E ele mataria a qualquer um que tocasse a sua Bride. Ninguém jamais lhe causaria dano. Inclusive se ela o abandonasse, ela ainda seria sua companheira, e ele passaria
o resto de sua vida assegurando-se que ela tivesse tudo o que necessitasse.
Quanto ao Fang, ele estava a salvo sob o amparo dos ursos. Vane não tinha dúvida disto.
Mas Bride...
O que deveria fazer? Ele desejava poder tirar o sinal das mãos de ambos. De todos os momentos para encontrar uma companheira, este o pior deles.
Se ela fosse Katagaria, ele só teria que esperar que ela decidisse terminar sua união. Muito poucas fêmeas Katagaria abandonavam a seus companheiros. Se elas o fizessem,
o macho permaneceria completamente impotente até que a fêmea morresse. A fêmea por outra parte seria livre de tomar tantos amantes quanto quisesse, mas nunca seria
capaz de ter filhos com eles.
Isto era pelo que os machos tomavam muito a sério agradar a suas fêmeas e as cortejar durante o período de união de três semanas.
Embora seu conhecimento dos humanos fosse limitado, ele não acreditava que Bride aprovaria que ele aparecesse, de repente, nu em sua cama para logo oferecer a ele
mesmo a sua eterna lealdade.
Isso poderia inclusive, assustá-la.
Não é que ele estivesse nem sequer pensando em unir-se com ela, de todas as maneiras. Ele não tinha nem idéia do tipo de meninos que produziriam. O que faria ela
se dava a luz a um filhote?
Ao menos sua mãe humana tinha tido a suficiente decência de não matar os próprios filhotes. Ela os tinha deixado com seu pai e tinha desaparecido.
Mas por outro lado, sua mãe tinha sido uma Arcadiana. Ela sabia e entendia o que seu pai tinha sido. E odiava a seu pai por isso desde esse dia. Ela odiava a todos
eles por isso.
Não é que nada disso importasse. Vane tinha que voltar e conseguir afastar a Fury de Bride. O lobo era imprevisível no melhor e terrivelmente preciso no pior dos
casos.
Vane se transportou para dentro da loja dela, tomando cuidado em escolher um armário no quarto traseiro onde ele duvidava que ela estivesse. Não faria nada para
assustá-la
Ele saiu e foi ao pátio traseiro onde encontrou ao Fury fora da porta em forma humana.
—O que está fazendo? —grunhiu Vane. Ele nunca tinha querido que Fury estivesse em sua forma humana perto dela.
—Indo ?
Antes que Vane pudesse responder, Fury trocou a sua forma de lobo.
Bride entrou no pátio um segundo mais tarde.
Vane o amaldiçoou enquanto se obrigava a voltar invisível a roupa do Fury para impedir que ela a visse.
—Ah bom, retornou - disse ela com um sorriso enquanto fechava a porta de sua loja. — Pensei que tinha caído lá dentro.
Vane franziu o cenho.
—Caído dentro do que?
—Seu irmão disse que tinha ido ao banheiro.
Ele agora estava mais confuso.
—Meu irmão?
—Fury - Bride olhou ao redor. —Onde ele foi? Ele estava justo aqui, cuidando da porta de trás enquanto fechava durante uns minutos para almoçar.
—Vamos, Vane - disse Fury em sua cabeça—. Eu não pude pensar em nada melhor.
Ele olhou zangadamente a Fury.
—E por que estava em forma humana perto dela para começar, Fury?Deveria ser um lobo.
—Eu me assustei. Além disso, queria conhecê-la.
—Por quê?
O lobo recusou lhe responder.
—Você sabe, se não me tivesse convertido em humano, ela teria pensado que te escapou dela sem dizer adeus. Não podia lhe falar como lobo, não sem que lhe desse um
ataque.
—Vane? —perguntou Bride—. Está bem?
Vane entre cerro ainda mais seus olhos.
—Fury teve que partir —. É melhor ficar longe como homem se quiser seguir respirando.
Fury grunhiu profundamente em sua garganta.
—OH - Ela olhou para baixo e sorriu ao Fury—. Aqui está meu doce. Estava preocupada com você.
Fury saltou para pôr suas patas contra seus seios e lhe lamber a cara.
—Já, pra baixo - grunhiu Vane, fazendo retroceder ao lobo—. Não faça isso.
—Não importa - disse Bride generosamente.
Fury meneou sua cauda e riu malvadamente, logo tentou olhar para cima por debaixo do vestido de Bride.
Vane o agarrou rapidamente pelo pescoço.
—Para! —grunhiu mentalmente ao Fury—. Ou te arrancarei a cabeça.
Bride lhes olhou com o cenho franzido.
—Você não gosta de meu lobo?
—Sim - disse Vane, acariciando-o bruscamente na cabeça—. Ele é meu novo melhor amigo.
—Sou seu único amigo, imbecil.
Vane apertou seu dedos na pele do lobo como uma advertência.
—Sabe que tem que ser firme com os lobos. Deixar-lhes saber quem manda.
—Seu pai?
Vane lhe deu uma palmada na cabeça ao Fury.
—Owww.
—Sim - disse Bride. Isto é o que meu pai diz sobre todos os caninos.
—Seu pai?
Ela assentiu.
—Ele é o Doutor McTierney, o principal perito na Luisiana sobre o cuidado dos cães. Ele é veterinário no Slidell. Deve ter visto sua publicidade. “Se quiser a seu
mascote castre-o”. Ele fez a campanha completa.
—A sério - disse, sorrindo abertamente ao Fury—. Talvez nós deveríamos fazer uma consulta.
— Sim, claro. Tenta e morrerá.
Vane apertou seus punhos enquanto tentava ocultar sua ira a Bride. Ele estava só a um passo de distância de afogar ao lobo diante dela.
Bride franziu o cenho enquanto ela brincava uma olhada ao Fury.
—Que estranho... —ela procurou sua pata traseira—. Não recordo que tivesse uma mancha marrom ali.
Vane lançou uma maldição enquanto compreendia que Fury não era idêntico a ele. Maldição, ela era observadora.
—Talvez só não notou antes —disse ele, tentando distraí-la.
—Talvez.
Bride lhes conduziu através do pátio traseiro. Abriu a porta de seu apartamento e deixou entrar o lobo. Ela fez uma pausa na entrada.
Vane apoiou sua mão contra o marco da porta em cima de sua cabeça e lhe sorriu.
—Está nervosa - ele disse brandamente—. Por quê?
—É que não estou segura do que faz aqui ainda.
—Estou falando contigo.
Ela riu disso.
—Sabe, precisamente não tenho um manual de etiqueta sobre o que fazer quando um homem magnífico passa por minha vida um dia, dá-me um colar caro pelo que estive
morrendo, temos o melhor sexo de minha vida, e desaparece. Então aparece de novo assim que preciso um herói e pagando mais dinheiro do que esses peões provavelmente
fazem em seis meses só para me dar uma mão. Leva-me a um grande restaurante e logo passa uma noite inteira fazendo que minha cabeça de voltas. Não sei aonde nos
dirigimos
—Tenho que dizer é a primeira vez para mim, também - Ele estendeu a mão e deixou que seus dedos roçassem a mecha de seu cabelo que descansava contra sua bochecha—.
O que posso dizer? É irresistível para mim - suspirou ele.
Era difícil ficar normal e racional quando ele a olhava assim. Como se estivesse sedento pelo sabor dela.
—E agora está ainda mais nervosa - Ele suspirou, logo deu um passo atrás.
—Sinto - disse ela calmamente—. Não é você. Sério. É só que não estou acostumada a que coisas como estas me aconteçam.
—Tampouco eu - Baixou sua cabeça e a beijou. Ele saboreou seu sabor até que recordou que tinham uma coisa para resolver.
Abrindo os olhos, viu o Fury lhes olhar fixamente com muita curiosidade.
Ele odiava a esse lobo. A contra gosto, Vane se retirou.
—Por que não fecha a loja durante uma hora e come um verdadeiro almoço comigo?
Bride vacilou, logo assentiu. Almoçar com ele seria maravilhoso.
—Acredito que o farei. Tenho espaguetes no refrigerador. Nós poderíamos ir à loja que está a uma rua de distância e conseguir um bom vinho para acompanhá-los.
Ele pareceu bastante incômodo com sua sugestão enquanto explorava o pátio exterior. Procuraria a seu irmão?
—Isso seria agradável - disse ele, mas sua linguagem corporal desdizia o tom despreocupado.
Pela primeira vez em sua vida, Bride teve uma idéia realmente radical. Ela olhou seu relógio. Eram quase duas e trinta e ninguém tinha entrado em sua loja durante
há meia hora. As sextas-feiras pela tarde eram tradicionalmente lentas para ela...
—Sabe que? —disse ela antes de acovardar-se—. Por que não fecho cedo?
Seu olhar ardeu com interesse.
—Pode fazer isso?
Ela assentiu.
—Me dê uns minutos para fazer o trabalho administrativo.
—Tome seu tempo. Sou todo teu.
O olhar em seus olhos lhe disse exatamente o que queria dizer isso.
Bride mordeu seu lábio ante seu convite. Quão freqüentemente uma mulher ouvia algo assim da boca de um homem que se mostrava como este?
Bride retornou a sua loja e rapidamente fez o arquivamento da caixa registradora. Ela fez seu trabalho administrativo enquanto Vane a contemplava através das estantes.
Era difícil concentrar-se em classificar talões de pagamento enquanto ele estava ali, distraindo-a. Estava dando as costas enquanto olhava as gavetas com anéis.
Ele tinha o traseiro mais bonito que jamais vira em um homem. Pior, ela poderia ver seu rosto refletido no espelho.
E ele poderia ser seu...
Suspirando, ela se obrigou a encher um envelope de depósito bancário. Ele passou por trás enquanto ela colocava todo dinheiro dentro e fechava. Apoiando seus braços
de cada lado dela, ele se inclinou e respirou em seu cabelo como se a saboreava.
—Tem idéia do que me faz Bride?
—Não - respondeu ela francamente.
Vane estava de pé ali, seu coração palpitando grosseiramente. Seu corpo duro e dolorido.
Sua presença aqui era uma loucura. Ele havia limpado seu rastro antes de aparecer aqui, mas Stefan e outros eram tremendamente bons no que faziam.
Não passaria muito tempo antes que eles o encontrassem.
Certamente, enquanto Bride levasse seu sinal, levasse seu aroma, e inclusive se ele a abandonasse, eles provavelmente aproveitariam isso e apareceriam enquanto ele
os procurasse.
Mais que isso, já que Bride não sabia ocultar-se.
Ele estava desesperado por seu sabor e ele sabia que ela não se negaria. Mas ele não podia tomá-la outra vez. Não a menos que ela entendesse o completo impacto dessa
decisão.
E os perigos inerentes.
Ele não deveria estar aqui, na forma humana. Mas a diferença de Fury, sua encarnação mais forte era de humano. Era como podia proteger-se melhor.
Isto também o fazia inclusive mais vulnerável a ela.
Inclinando-se, ele roçou a pele exposta de seu pescoço com seus lábios.
—Desejo que seja minha - ele respirou, inalando o aroma quente de sua pele.
Bride não podia respirar enquanto ouvia o tom profundo, como um grunhido, de sua voz.
Ela se sentia como em uma espécie de estranho sonho. Como isto podia ser real? Ela se inclinou para trás contra o peito de Vane para poder levantar o olhar para
ele.
O olhar sobre seu rosto a abrasou.
Uma risada brincalhona aliviou a intensidade de seu olhar.
—Tomamos as coisas muito rápidas, verdade?
Ela assentiu.
—Sinto-o por isso. Quando eu vejo algo que quero, tenho a má tendência de tomar primeiro e pensar mais tarde sobre se realmente deveria ter.
Ele afastou-se dela e se dirigiu à porta.
—Vamos - disse ele, indicando a porta com sua cabeça—. Acompanharei-te ao banco e conseguiremos o vinho.
Ela se deslizou de seu banco e o seguiu. Lá fora, havia um indício de frio no ar. E uma auréola de perigo ao redor de Vane. Ela tinha a sensação que ele prestava
muita atenção às ruas que os circundavam. Cada vez que alguém se aproximava, ele o olhava atentamente como se esperasse que saltasse sobre eles.
Ela fez seu depósito e logo o deixou escolher o vinho depois que cruzaram a rua e entraram em uma loja sobre Canal Street. Quando ela tentou pagar, poderia ter jurado
que lhe grunhiu como um animal.
—Eu o faço - disse ele.
—Sabe, posso cuidar de mim mesma.
Ele riu disso enquanto tomava a garrafa de vinho do empregado.
—Sei. Desde onde venho a única coisa mais letal que um homem é uma mulher. Acredite, tenho um incrível respeito pelo que uma mulher muito zangada pode fazer.
Ele falava da comunidade outra vez? Por qualquer razão ela não acreditou.
—De onde vem?
—Nasci na Inglaterra.
Bride fez uma pausa ante isso, surpreendida. Mas por outro lado, Vane tinha o hábito de surpreendê-la constantemente.
- Sério?
— Aye, amor - disse ele em um perfeito acento inglês—. Nascido e criado.
Ela riu.
—Fala bem.
Ele abriu a porta da loja para ela sem comentários.
—Gracioso - disse ela, entrando na loja. —Realmente nunca pensei que as inglesas fossem particularmente cruéis.
Ele bufou ante isto.
—Sim bem, você nunca conheceste a minha mãe. Ela faz que Atila o Huno se pareça com um coelhinho fofo.
Havia muita ira e dor em seu tom e em seu rosto quando disse isso. Sua mãe realmente não devia ter um verdadeiro instinto maternal.
—Alguma vez a vê?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Ela esclareceu faz muito tempo que não estava interessada em ter nenhum tipo de relação comigo.
Bride enlaçou seu braço ao redor do dele e lhe deu um ligeiro apertão.
—Sinto muito.
Ele cobriu sua mão com a sua.
—Não o faça. Os de minha espécie não têm mães como...
Bride fez uma pausa na rua.
—Sua espécie?
Vane se deteve aí, petrificado pelo que lhe tinha escapado da boca. Maldição. Com a Bride era muito mais fácil falar que o que devesse ser. Ele estava acostumado
a estar em guarda perto das pessoas.
—Lobos solitários - disse, bobamente tomando emprestado o termo do Fury.
—Ahh, então você é um desses tipos machos “não preciso nenhum tipo de ternura”.
Ele estava acostumado a ser, mas depois de passar um tempo com Bride...
O que sentia por esta mulher o assustava como a merda.
—Algo assim.
Bride assentiu enquanto retorna para sua loja.
—Assim são somente você e seu irmão, não?
—Sim - disse ele, com sua garganta apertada enquanto recordava a sua irmã—. Somos só nós. E você?
— Meus pais vivem no Kenner. Tenho uma irmã em Atlanta a que vejo duas ou três vezes por ano, e meu irmão trabalha para uma assinatura no distrito comercial.
- Esta unida a eles?
—OH sim. Mais unida do que quisesse às vezes. Eles ainda acreditam que deveriam dirigir minha vida.
Ele sorriu. Assim era com Anya estava acostumada a relatar as coisas a ele e a Fang. Isto trouxe uma dor agridoce a seu peito.
—Você deve ser a mais jovem.
—Sabe? Juro que minha mãe ainda me da carinho sempre que vou para casa.
Ele era incapaz de imaginar uma mãe tão carinhosa como essa. Devia ter sido agradável conhecer semelhante amor.
—Não recuse.
—A maior parte das vezes não faço - Bride franziu o cenho para ele — Por que segue fazendo isso?
—Fazendo o que?
—Vigiando a rua como se tivesse medo de que alguém vá saltar sobre nós.
Vane esfregou a parte de atrás de seu pescoço com nervosismo. Ele tinha que dar seu crédito, ela era realmente observadora. Sobre tudo para uma humana.
Quão último podia lhe dizer era que realmente o que temia era isso.
Se Stefan ou outros alguma vez o detectavam...
Ele não queria pensar nas conseqüências.
—Suponho que não poderia te dizer que fechasse sua loja durante um par de semanas e fosse a alguma ilha exótica comigo, verdade?
Ela riu dele.
—Estaria bom.
Sim. Ela sabia pouco, ele era bastante sério. Uma parte dele estava tentada a seqüestrá-la, mas depois do que tinha passado entre seus pais, ele soube que era melhor
não arriscar-se.
Quatrocentos anos mais tarde, sua mãe ainda estava emocionalmente ferida porque seu pai a tinha seqüestrado contra sua vontade. Ele não queria destruir a bondade
de Bride. Sua risada aberta. Deus a ajudasse, ela confiava nas pessoas, e isto era tão estranho que ele faria algo para mantê-la assim.
Ela abriu a porta de seu jardim e o conduziu a seu apartamento onde Fury os esperava.
Precipitando-se para eles, Fury foi diretamente à virilha de Vane para atormentá-lo na maneira típica de um cão.
—Para —gritou, apartando ao lobo.
—Ele gosta de você.
Gosta de me incomodar.
—Sim, notei.
Bride franziu o cenho enquanto se dirigia ao aparelho de som, que tocava a todo volume a velha canção dos Troggs, Wild Thing*.
—Que estranho - disse ela, apagando-o—. Não deixei o rádio ligado.
Vane intensificou seu apertão sobre o pescoço do Fury.
—Isso dói, Vane. Deixe-me.
Ele o fez de muito má vontade.
—Que mais fez?
—Nada, sério. Só olhei um pouco de TV, examinei seus CDs... Ela tem realmente umas boas merdas... E fiz um pouco de café.
—Fury, Era claro que não te moveria!
—Disse vigia, que não implica movimento.
Ele se esticou para o Fury, quem se lançou para a Bride.
—Talvez tenha um fantasma - disse Vane - isto é Nova Orleans, depois de tudo.
—Não é gracioso - disse ela.
Ela tomou o vinho que ele tinha e se dirigiu à pequena cozinha onde o pôs perto de sua cafeteira de duas taças. Ela tirou a jarra e a olhou.
—Que diabos esta acontecendo aqui?
—O que?
Ela encontrou o olhar fixo de Vane.
—Fez café esta manhã?
—Oops - disse Fury. —Em certo modo o fiz. Eu provavelmente deveria havê-lo atirado uma vez que tinha terminado.
—Acredita?
—Seja agradável comigo, homem. Não tenho que ficar aqui.
—E realmente não tenho que te deixar viver, tampouco.
—Está bem? —perguntou Bride enquanto substituía a jarra.
Vane sorriu e obrigou a relaxar sua expressão.
—Estou bem.
—Este café é fresco —. Ela olhou para o Fury, logo sacudiu sua cabeça. —De maneira nenhuma. Isto é simplesmente estúpido.
—O que?
—Nada. Nem sequer o direi por medo de que me encerrem pelo resto de minha vida.
Ela pôs o vinho no congelador para que esfriasse enquanto abria os armários e tirava uma caçarola e uma panela.
Sem pensar, Vane foi à pequena despensa procurar o molho de espaguete. Por alguma razão, gostava de ajudá-la sobre tudo.
—Como sabia que estava ali? —perguntou.
Vane se encolheu. Maldição, ele não deveria ter sabido onde o guardava.
—Este me pareceu o lugar mais provável.
Ela apareceu aceitar isso.
Fury se levantou de um salto e o empurrou para o Bride. Vane tomou fôlego bruscamente quando seus corpos chocaram e sentiu suas curvas viçosas contra ele.
Ela levantou a visão, seus lábios separados por seu suspiro de surpresa.
—Sinto - disse ele, seu coração palpitando—. O cão me golpeou.
—Não sou um cão.
—Vai ser comida para cães se não parar.
—OH vamos, idiota. Ela é sua companheira. Segue adiante.
—Não posso obrigá-la. Acredite-me, é algo que não farei.
Para sua surpresa, Fury assentiu com sua cabeça e o olhou para cima.
—Sabe, acredito que somente por isso te respeito. É um bom lobo, Vane. Agora me dê sua camisa e me deixe sair.
—Para fazer que? —Vane estava tão atordoado que falou em voz alta.
—O que? —perguntou Bride.
—Nada - disse ele, perguntando-se em que ponto dessa noite ela ia decidir que ele estava completamente louco.
—Confia em mim - disse Fury—. Usarei seu aroma para dirigir outros para longe daqui. Ao inferno, quando acabar com o Stefan, ele estará perseguindo sua cauda em
círculos.
Vane estava impressionado. Essa era uma boa idéia.
—Posso confiar em ti para que não o traga aqui?
—Sim, pode.
Que resposta desacostumada para o Fury. Vane o olhou enquanto debatia se realmente podia confiar nele.
Ao final, ele não teve nenhuma outra opção.
Fury foi arranhar a porta.
—Deixarei sair - disse Vane, dirigindo-se ao lobo.
—Obrigado - disse Bride enquanto tirava o macarrão que tinham sobrado.
Vane seguiu ao lobo ao pátio traseiro. Tirou sua camisa, logo fez aparecer uma nova enquanto Fury se transformava em forma humana para pega-la.
—Ponha um pouco de roupa, Fury. Se não vou ficar cego.
—Cala-te - replicou Fury—. Não sou tão talentoso como você com meus poderes e não permaneço como humano o tempo suficiente para me preocupar. Somente quero-te dizer
que seja cuidadoso. Ela parece uma mulher bastante agradável, para um ser humano. Seria uma maldita pena ver que algo lhe acontecesse.
—Sei.
Um carro se aproximava da porta.
Fury deu um passo nas sombras e desapareceu. Vane não se moveu enquanto olhava o carro aproximar-se. Era a artista que vivia em um dos apartamentos de acima.
Aliviado de que fora um carro amistoso, ele retornou para dentro para encontrar a Bride revolvendo o molho na panela.
Ele tinha que encontrar algum modo de conseguir que ela aceitasse partir com ele até que eles pudessem separar-se definitivamente.
Vane a olhou e sentiu algo muito peculiar. Em seu mundo ninguém cozinhou para ele. Ele comia a carne crua ou a comprava em forma humana, logo a cozinhava ele mesmo.
Ninguém jamais tinha feito o alimento para ele exceto quando ele pagava para fazê-lo. Isto era quase caseiro. Não é que ele entendesse quão caseiro era.
Talvez essa era a estranha sensação em seu estômago. Ele sentiu dentro o impulsionou de tocá-la inclusive quando não deveria.
—Bride? —perguntou, aproximando-se—. Acredita no impossível?
Ela tirou uma terrina de salada de seu refrigerador.
—Impossível como?
—Não sei. Fadas? Duendes? Lobos que podem converter-se em humanos?
Ela riu.
—Ahh, o loup-garou*. Não estará comprando lendas locais, verdade?
Ele deu de ombros enquanto seu coração se estremecia. Era muito esperar que ela fosse algo mais que uma humana típica.
—Embora - disse, fazendo com que seu coração se aliviasse— realmente tenho uma amiga que persegue vampiros de noite. Ela está louca, mas a amamos.
Maldição.
—Sim - ele suspirou— Tabitha está um pouco louca, verdade?
Bride ficou quieta.
—Como a conhece...
—Todo mundo em Nova Orleans conhece a caçadora de vampiros local - disse rapidamente—. Tabitha Devereaux esteve por aí por muito tempo.
Bride riu.
—Terei que lhe dizer que é uma lenda. Isso a agradará até não poder.
Vane se voltou para ela.
—Mas quanto a você?Não acredita em coisas estranhas, verdade?
—Não realmente. A coisa mais horripilante que alguma vez vi é a minha contabilidade em abril.
Na aparência, ele riu disso, mas por dentro tremia. Ela nunca estaria aberta para seu mundo. À realidade de que, às vezes, a raça que passava pela rua não era realmente
gente, absolutamente. Que eles eram o pior tipo de predadores.
Deixe-lhe ter suas ilusões. Seria cruel tirar-lhe. E com que objetivo? Para que ele pudesse lhe mostrar um mundo onde perpetuamente os dois seriam perseguidos?
Onde seus filhos seriam caçados?
Não, isto não seria justo para ela. Ele não necessitava uma companheira, e estava malditamente certo que não necessitava filhos.
—Está bem? —perguntou ela enquanto dispunha dois pratos.
—Sim, bem.
Ele só esperava que ambos estivessem bem até que o sinal desaparecesse de suas mãos.
Não tomou a Fury muito tempo encontrar ao Stefan e a outros que estavam em forma humana no Bourbon Street tentando recapturar o aroma de Vane.
Três deles estavam fora de um bar, cheirando a todos paroquianos que entravam e saíam.
Como sempre, surpreendeu-se pela beleza de sua raça, mas por outro lado, deveria ser esperado. Em seu mundo, o feio ou diferente rapidamente era reparado ou aniquilado...
Em geral este último. Os animais não tinham nenhuma piedade por alguém ou algo.
Não sequer os animais que enganavam a si mesmos acreditando que eram em sua maior parte humanos. Ele tinha estado com os Arcadianos suficiente tempo para ver por
si mesmo que quando diziam que eram humanos, eles enganavam a si mesmos.
Tal como as pessoas o faziam.
Não havia nada humano na humanidade. Ao final do dia, eles eram todos animais apenas com instintos de sobrevivência.
Era “o cão come ao cão”. E Fury sabia mais sobre aquele princípio do que gostava de recordar.
Stefan se virou quando encontrou o aroma do Fury.
—Bem, bem - disse Fury, lhe dando de presente um sorriso satisfeito—. Estive de pé aqui o tempo suficiente para havê-los matado a todos antes que vocês sequer me
sentissem. Está ficando velho, Stefan.
—Isso é um desafio?
Fury o percorreu com um olhar divertido. Ele tinha a total intenção de desafiar ao lobo mais velho e um dia matá-lo.
Agora entretanto, ele não estava de humor.
—Não me faça te machucar, Stefan. Pode fazer cambalhotas como um Alfa se quiser, mas sabemos quem sustenta sua corda.
Stefan o agarrou, mas Fury se liberou de suas garras.
—Não o faça, velho lobo. Não quero te envergonhar.
—O que quer Fury? —falou bruscamente Petra.
Fury lhe dirigiu um sorriso zombador rápido e direito. Do grupo, ela era a que odiava mais ao Vane. Durante anos a loba tinha querido ser sua companheira, e quando
ele a tinha esnobado, ela tinha ido atrás do Fang. Ela tinha espreitado ao Vane para distração. Já que ele era o maior dos filhos do então líder, assumia-se naturalmente
que seria Vane quem um dia herdasse a manada. Inclusive embora seu pai o odiasse, Vane era sem uma dúvida o mais forte de todos eles.
Só Fury sabia por que. Vane não era Katagaria e o resto deles era muito estúpido para compreendê-lo.
Ele o tinha cheirado no Vane no momento em que se encontraram. Aquele som vibrante que só vinha dos genes humanos. Um suposto coração humano. Mais que isso, o aroma
vinha da maior parte da elite dos Arcadianos. Vane não era somente um Arcadiano. Ele não era só um Sentinela.
Ele era um Aristos. Uma classe estranha que tinha a capacidade de dirigir a magia sem esforço. No reino Arcadiano, os Aristos eram considerados deuses e eram protegidos
com muito entusiasmo pelos were-wolves quem com muito gosto morreriam por eles.
Era pelo que ele, ele mesmo, odiava ao Vane.
Mas a paciência era uma virtude. Não só dos humanos, mas também sobre todos nos animais.
Petra cheirou, e logo franziu o cenho. Ela se aproximou até que enterrou seu nariz contra a camisa de Fury.
—Vane - ela inalou—. Você o pegou?
—Onde se esconde? —perguntou Stefan imediatamente.
Fury lhe lançou um olhar encoberto ao Stefan.
—São todos tão patéticos. Nenhum de vocês jamais aprendeu que a metade da diversão da matança é persegui-lo no terreno?
Petra inclinou sua cabeça.
—Isso quer dizer?
—Sei onde está Vane. Mas não é suficiente matar a seu inimigo. Primeiro fodes com sua cabeça.

CAPITULO 7

Bride empurrou a salada ao redor de seu prato enquanto tentava não olhar para Vane. Havia algo irresistível nele. Também era desconcertante estar perto de alguém
tão lindo e musculoso. Ao menos com o Taylor, ele tinha sido mais magro que ela, mas ele não fazia exercício, e adorava dirigi-lo a sua maneira.
Não havia um grama de excesso de gordura em todo o corpo de Vane. Seu rosto ardeu enquanto recordava quão magnífico exibia-se nu.
—Está bem? —perguntou ele.
—Bem.
—Por que não come?
Ela deu de ombros.
—Suponho que não tenho fome depois de tudo.
Ele tomou o garfo de sua mão e envolveu os espaguetes ao redor, logo o sustentou para ela.
—Não sou um bebê, Vane.
—Sei - seu ardente olhar a abrasou—. Come para mim, Bride —disse ele em um sob tom de mando —. Não quero que passe fome. Não há nada bom em te privar de comida.
Pelo tom de sua voz, ela podia entender que ele falava da experiência.
—Passaste fome?
—Toma um bocado e te responderei.
—Não sou uma menina.
—Acredite eu sei - Ele meneou o garfo diante ela.
Ela sacudiu sua cabeça ante seu jogo sério, logo abriu sua boca.
Ele com cuidado colocou o garfo dentro para que ela pudesse fechar sua boca ao redor dele antes de deslizar o garfo para trás.
Bride mastigou enquanto ele girava o garfo em sua massa.
—Sim, passei fome. Meus pais não criavam ou não se preocupavam como os seus filhos. Assim que um macho é o suficientemente grande, eles o deixam e aprende...a sobreviver
ou morrer.
O coração de Vane se retorceu enquanto recordava sua juventude. A dor e fome constante. Ele quase tinha morrido mais vezes que podia contar aquele primeiro ano sozinho.
Até que alcançou a puberdade, ele tinha sido um filhote de lobo. Virtualmente da noite para o dia, ele tinha se transformado em humano. Seus poderes mágicos tinham
sido novos para ele e ficou em forma humana quando precisava ser um lobo.
Não acostumado a ser humano, não podia rastrear ou matar uma presa. Tinha sido bombardeado com sentimentos e emoções desconhecidos que os lobos não tinham. O pior
de tudo, seus sentidos estavam presos em sua forma humana. As pessoas podiam ver melhor na luz do dia, mas não podiam ouvir tão claramente, mover-se tão rapidamente,
ou cheirar a seus inimigos ao redor deles. Não tinham a força física para lutar mano a mano contra outros predadores e animais por comida e amparo.
Tampouco podiam matar tão facilmente. Eles eram consumidos pela culpa, horrorizados pelo derramamento de sangue.
Mas como Darwin tinha escrito esta era a sobrevivência do mais apto, e então Vane tinha aprendido como sobreviver. Eventualmente. Ele tinha aprendido a receber golpes
e mordidas sem render-se à agonia de suas feridas.
No final do primeiro ano de sua idade de adulto, tinha voltado para sua manada zangado e controlado. Um humano que sabia o que significada ser um lobo. Um humano
que estava decidido a controlar a parte de si mesmo que aborrecia.
Também tinha retornado a casa com mais poder que qualquer um deles tinha ousado sonhar.
De todos os modos ele não teria feito isto se Fang não o tivesse salvado. Ao princípio, tinha sido Fang quem tinha matado para ambos para que pudessem comer. Fang
foi quem o protegeu e cuidou em seu estado humano enquanto Vane tinha que aprender de novo até a mais simples das tarefas. Quando os outros o teriam abandonado,
Fang tinha ficado a seu lado.
Isto era pelo que sempre protegeria a seu irmão, não importava o que custasse.
—Isso deve ter sido difícil - disse Bride, devolvendo-o ao presente.
De retorno a ela.
Vane lhe deu de comer outro bocado.
—Acostuma se a isso.
Ela o olhou como se entendesse o sentimento.
—É assombroso que possa te acostumar verdade?
—O que quer dizer?
—Só que às vezes deixamos que outras pessoas nos tratem mal porque queremos ser amados e aceitos tão desesperadamente que faríamos qualquer coisa por isso. Dói saber
que não importa quanto o tente, quanto o queira, eles não podem te amar ou te aceitar como é. Então odeia todo o tempo que perdeu tentando agradá-los e te perguntando
o que é tão horrível em ti que ao menos não podem fingir que lhe querem.
Ele viu a raiva ante suas palavras e o dano que brilhava tristemente em seus olhos âmbar.
—Taylor é um idiota.
Bride alargou seus olhos ante o profundo e intenso grunhido de sua voz.
Vane deixou o garfo de lado e colocou sua mão sobre a bochecha dela. Ele estudou seu rosto e acariciou sua pele com seus dedos.
—É a mulher mais formosa que jamais tinha visto e não há nada em ti que alguma vez tentaria mudar.
Sentia-se tão bem ouvi-lo dizer isso, mas ela não se enganou sequer um minuto. Ela sempre seria a menininha rechonchuda que não queria colocar um traje de banho
em público. A que fingia ter seus pesríodos nas festas para que ninguém fizesse brincadeiras de seu peso.
Quantas vezes tinha admirado às magras putitas* entrando em sua loja, para provar os vestidos muito justos que ela vendia, mas que nunca podia usar?
Somente uma vez em sua vida, ela desejava poder levar um dos mais vergonhosos conjuntos da Tabitha e não ver que os olhos de um homem imediatamente se afastavam
dela como se procurassem a alguém mais desejável.
—Segue falando assim, Vane, poderia me obrigar a te conservar.
—Se me segue olhando assim, eu só poderia te deixar pela força.
Ela tremeu ante suas palavras.
—É muito bom para ser verdade. Aí esta essa voz no fundo de minha cabeça que segue me dizendo que tenho que escapar antes que seja muito tarde. É um assassino em
série, verdade?
Ele piscou, logo franziu o cenho.
—O que?
—É como o homem em “O silêncio dos inocentes”. Você sabe esse que está fazendo um papel de mulher, um que é tão encantador para poder seduzir e seqüestrar a uma
mulher por sua pele.
Em realidade ele parecia horrorizado por suas palavras, até ofendido. Que significavam que ele era inocente ou um grande ator.
—Vai lançar-me nua em um fosso e me afogar em loção de bebê, verdade?
Ele realmente riu disto.
—Vive em Nova Orleans, onde eles nem sequer podem cavar um tumulo. Então me diga onde vou encontrar essa fossa?
—Esta é uma fossa de superfície.
—Apenas prudente.
—Mas possível - ela insistiu.
Ele sacudiu sua cabeça.
—Não te rende verdade?
—Olhe, sou realista e acabam de me arrancar o coração. Não quero estar envolvida com ninguém agora. Foste muito amável comigo e não sei por que. É só que coisas
como esta não acontecem na vida real. O príncipe Encantador não vem ao resgate todo o tempo. A maior parte do tempo, ele está muito ocupado com a perfeita irritação
depreciada e seus pequenos pés perfeitos de adolescente para sequer notar ao resto de nós.
Ela podia dizer que ele estava irritado.
Suspirando, ele tomou o copo.
Bride franziu o cenho enquanto tinha uma visão da palma da mão dele e as estranhas marcas ali. As marcas que não tinham estado ali ontem à noite ou ela as teria
visto.
Seu coração deixou de pulsar.
Estendendo sua própria mão, ela tomou a dele na sua e a olhou fixamente.
Vane se amaldiçoou por dentro enquanto compreendia que tinha se esquecido de mascarar sua marca quando se transportou ao quarto e armazenagem. Parte dele queria
liberar sua mão, outra parte não podia mover-se enquanto ela comparava suas palmas.
—Queimou-me?
—Não - disse ele, ofendido que ela pensasse tal coisa.
Ela estava entrando em pânico. Ele podia cheirar seu medo.
—Não te fiz mal, Bride, juro.
Não lhe acreditou.
—Saia!
Ah, isto era mau. Ele não sabia como convencê-la. Ela se levantou e agarrou sua vassoura do canto.
—Fora! —gritou, batendo-a contra ele.
—Bride!
Ela não escutaria.
—Saia ou vou... Vou chamar à polícia!
Vane conteve uma maldição. Isto não ia do modo que necessitava. Mas talvez isto fosse do modo que deveria.
Ao menos não podia ser tentado por uma mulher que o odiava e acreditava que ele era insano.
Saindo pela porta, ele esteve de pé ali enquanto ouvia que a fechadura se fechar.
—Bride - disse ele, olhando-a fixamente pela janela—. Por favor, me deixe entrar.
Ela fechou as persianas sobre ele.
Vane apoiou sua cabeça contra o fresco da janela e deixou que a guerra dentro dele quebrasse seu controle. A parte de animal dele a queria, independentemente da
razão.
A parte humana sabia que seria melhor deixá-la ir.
Infelizmente, quando as duas metades dele se enfrentavam assim, a maioria das vezes, o animal ganhava.
Isto era em geral para melhor.
Esta vez não seria. Suspirando, olhou ao redor para assegurar-se de estar sozinho e transformou-se em lobo. Ele somente esperava que Fury não voltasse como lobo
e fizesse cair seu disfarce.
Bride poderia aceitar a um lobo em sua porta, mas dois... Era muito.
Bride estava de pé no centro de seu quarto, agarrando sua vassoura. Ela tremia com terror. Ela pensou em chamar a seus pais, mas não quis assustá-los. Eles viviam
o suficientemente longe para que quando chegassem pudesse estar morta.
Pensou em chamar a polícia, mas o que ela lhes diria? Que um homem arrumado estava comendo com ela, pondo-a toda quente e turvada, e logo ele pôs sua mão na dela
e ela enlouqueceu?
Não era que Vane fizesse algo. A polícia não podia detê-lo a não ser que ele fizesse algo para machucá-la.
Tabitha...
Ela tragou ao pensar em chamar a amiga. Se havia uma coisa que Tabitha sabia era defesa pessoal, e a mulher andava armada até os dentes.
Bride correu a seu telefone celular e rapidamente ligou para a loja da Tabitha. Por sorte estava ali.
—Tabby - disse, olhando pelas janelas ao redor dela para ver se Vane tentava entrar pela força—. Por favor, vêem. Acredito que meu novo namorado vai matar-me. Realmente
me matar, do tipo “vou esconder seu corpo no bosque”.
—O que?
—Explicarei quando chegar aqui. Estou assustada Tab. Sério, realmente assustada.
—Bem. Fica ao telefone comigo enquanto vou. hei, Marla —chamou Tabitha a sua encarregada—. Fica a cargo da loja um pouquinho. Tenho uma emergência. Me chame no meu
celular se necessitar.
Bride suspirou, só parcialmente aliviada. A loja da Tabitha sobre o Bourbon Street estava só a umas quantas ruas de sua casa. Não tomaria a Tabitha mais de dez ou
quinze minutos chegar aí a pé.
—Está ai ainda? —perguntou Tabitha.
—Não sei. O coloquei para fora e fechei a porta e tenho essas horríveis imagens dos filmes maus onde as pessoas demoníacas abrem caminho pelas janelas para me agarrar.
—Ele não é um zumbi, verdade?
Ela pôs seus olhos em branco ante a sugestão da Tabitha. Para a maioria das pessoas isso seria uma piada. Para a Tabitha era sério.
—Apenas.
—O lobo está contigo?
—Não - disse Bride, com seu peito apertado—. Ele saiu e não retornou ainda. OH Deus, não pensará que tem feito mal a meu lobo? Verdade?
—Não se preocupe. Estou segura que o lobo pode defender-se.
Bride podia dizer que pela dificuldade para respirar da Tabitha que sua amiga agora estava correndo. Deus a proteja. Tabitha era o melhor em uma crise. Todo mundo
deveria ter uma amiga como ela.
Não havia nada que Tabitha não faria por um amigo ou por sua família.
—Ainda está ai? —perguntou Tabitha.
—Sim.
Bride tagarelava com ela todo o tempo a respeito de nada enquanto olhava para fora para ver se Vane estava ainda ali.
Não estava.
Depois de uns minutos, ela ouviu seu lobo grunhindo fora da porta.
—Shh —Tabitha disse pelo telefone—. Sou só eu menino.
—Já está aqui?
—Sim - disse ela—. Desliga e abre a porta.
Bride o fez. Para seu alívio, ali fora só estavam o lobo e Tabitha.
—Isto está claro - disse Tabitha enquanto o lobo entrava correndo ao apartamento—. Ele deve ter partido.
Bride suspirou de alívio, mas ainda fechava a porta bem segura.
—Nunca estive mais aterrorizada, Tabby. Isto foi horrível.
Tabitha explorou o apartamento.
—O que aconteceu? —perguntou enquanto abria as portas e olhava pelas janelas.
—Não sei. Nós estávamos em um almoço tardio e tudo estava genial até que eu vi isto... —Ela sustentou sua palma para que Tabitha pudesse ver a estranha tatuagem
sobre sua palma—. Ele tinha um idêntico sobre sua palma.
—Está brincando.
—Não, e a parte mais estranha é que não sei como o obtive. Recorda quando nós comíamos e somente apareceu?
Tabitha tomou a mão de Bride na sua e estudou a tatuagem.
—Ele me marcou ou algo, verdade? —perguntou Bride—. Ele colocou seu sinal sobre mim e agora vai matar-me. Eu sabia que era muito bom para ser verdade.
Tabitha sacudiu sua cabeça.
—Francamente, não posso te responder a isso. Não houve nenhum assassinato deste tipo no estado, e sei bem.
E Tabitha o fazia. Ela tinha feito um trato através de um amigo no departamento de polícia para estar em todas as investigações de assassinato.
—Então que pensa?
Tabitha sustentou sua mão mais perto de seu rosto.
—Isto parece Grego em princípio. Façamos isto, vamos fazer uma visita à casa de minha irmã. Podemos lhe perguntar a seu marido o que acha.
—Qual irmã?
—Minha gêmea - Tabitha deixou sua mão.
Bride retrocedeu ao pensar em ir a casa de Amanda.
—Amanda conhece meu psicótico namorado convertido em assassino serial. Se até ela arrumou as coisas para nosso encontro!
Tabitha fez um som de desgosto.
—Imagine. Mandy sempre foi uma terrível juíza de caráter. Jesus! Nunca deixe que lhe apresente a nenhum homem.
—Pensei que isso era o que diziam sobre ti, Tabby?
Tabitha não fez conta.
—Sabe, poderia ser uma idéia boa para ti arrumar uma bolsa e acampar na casa da Amanda ao menos por esta noite, até que nós averigüemos mais sobre seu amigo assassino
em série. Se ele realmente conhece a Amanda, então ela sabe o suficiente para te deixar tranqüila.
Bride não discutiu. Com toda honestidade, não queria estar em casa só, embora com seu lobo para protegê-la. Se Vane realmente era um psicótico, ele poderia matar
o seu mascote e logo a ela.
—Bem, me dê um segundo.
Tabitha mimava ao lobo enquanto Bride agarrava uma muda de roupa, sua maquiagem, e algo com que dormir.
Vane baixou sua cabeça enquanto olhava a Bride arrumar-se. Sentia-se aliviado por suas ações e a sugestão da Tabitha. Kyrian vivia em uma casa em que nem sequer
Vane poderia irromper. Esta não estava protegida somente contra os criminosos humanos, também contra intrusos de outros mundos.
Ali, o resto de sua manada não poderia passar a não ser que Kyrian o permitisse, e o antigo Dark Hunter sabia que era melhor não permitir entrar nenhuma manada de
Were-Hunters.
Ele fuçou a perna da Tabitha, agradecido que ela não fosse uma completa lunática.
Em um momento, Bride tinha arrumado a bolsa. Ela apagou as luzes e abriu a porta.
Elas tentaram deixá-lo, mas Vane se recusou.
—Deixa-o vir - disse Tabitha enquanto Bride tentava arrastá-lo de seu SUV*.
—Sim, mas sua irmã não tem ao Terminator agora?
—Sim, mas ele é bastante amistoso com outros cães. É aos vampiros aos que odeia.
Bride não comentou isto. Em troca, deixou ao lobo no assento traseiro de seu Jipe Cherokee. Ela pôs sua bolsa ao lado dele, logo entrou e esperou que Tabitha saltasse
dentro. Elas saíram e o coração de Bride se deteve quando viu a moto de Vane fora de sua loja.
—O que é isso?—perguntou Tabitha.
Ela assinalou para a motocicleta.
—Ele ainda está aqui.
—Eu lhe darei um tiro - disse Tabitha enquanto tirava seu Glock e comprovava sua antecâmara.
—Santo céu, Tabitha. Não pode lhe dar um tiro.
—Confia em mim, posso —. Tabitha tocou a cicatriz sobre seu rosto—. Agora vamos antes que nos encontre.
Bride fez como ela disse.
Não tomou muito tempo chegar a casa da Amanda e a mansão anterior à guerra de secessão do Kyrian no Garden District. A casa estilo Renascimento grego era uma das
melhores conservadas no estado. Era também uma das maiores.
Bride entrou no caminho de entrada e fez uma pausa diante das grades de ferro que tinham que ser abertas por dentro.
Tabitha usou seu telefone celular para chamar a Amanda.
—Por que simplesmente não tocamos a campainha? —perguntou Bride.
—Por que Kyrian pode ser um maldito imbecil sobre me permitir entrar às vezes.
Bride franziu o cenho.
—Por quê?
—Tentei matá-lo uma vez e ele não me perdoou. Juro, que esse homem pode manter um rancor melhor que ninguém - Ela fez uma pausa—. Hei! Mandy, sou eu. Estamos aqui
fora no caminho de entrada. Poderia-nos abrir a porta? —Piscou um olho a Bride—. Sou eu e Bride McTierney... Sim, bem.
As portas se abriram.
—Obrigado, irmã. Vejo-te em um minuto.
Elas subiram pelo caminho de entrada e Bride assobiou baixo. Ela nunca tinha estado dentro das portas antes, mas todo mundo na cidade sabia sobre essa casa.
Era ainda mais formosa de perto do que o era da rua.
Subiram o caminho semicircular até a porta de entrada, a que se abriu de repente quando elas se detiveram. Amanda Hunter saiu, sustentando a sua pequena filha sobre
seu quadril.
A bebê começou a saltar ao segundo que viu a Tabitha.
—Mamãe, mamãe, mamãe! —gritou a bebê em sua linguagem infantil, e se lançou para a Tabitha, quem a levantou e a abraçou.
Antes que o rosto da Tabitha tivesse sido marcado, o único modo de diferenciar às duas mulheres tinha sido seu guarda-roupa. Enquanto Tabitha preferia um estilo
gótico moderno, Amanda era convencional ao extremo. Levava um par de calças negras e um fino suéter de caxemira, verde escuro.
—O que as traz aqui? —perguntou Amanda.
—Ela tem a um psicótico perseguindo-a —disse Tabitha enquanto Bride tirava seu lobo do carro e agarrava sua bolsa.
Amanda a olhou com preocupação.
—Está bem, Bride?
Bride seguiu seu lobo.
—Isso acredito. Realmente sinto me impor.
—Não, nada disso - disse Amanda enquanto se aproximava de Bride—. Sei quanto lhe quer minha irmã. Odiaria que algo te acontecesse —. Amanda ficou gelada quando viu
o lobo com ela e franziu o cenho.
—Importa-te, que o trouxesse? —perguntou Bride—. Tabitha disse que estaria bem.
Ainda franzindo o cenho, Amanda olhou a Tabitha.
—Ok...
Amanda lhe apresentou sua mão ao lobo quem imediatamente se aproximou.
—Provavelmente queira ir para dentro, verdade, moço?
O lobo se voltou ao lado de Bride.
—Ou não - disse Amanda—. Bem então, por que não vamos para dentro e averiguamos um pouco mais sobre este louco que está atrás de Bride?
Eles seguiram a Amanda até a casa. Bride jogou uma olhada, um pouco intimidada pelo tamanho do lugar e a original coleção de antiguidades que pareciam pertencentes
a um museu. Ela nunca tinha visto nada como isso.
Mas a parte mais estranha era que as antiguidades estavam equilibradas por móveis contemporâneos como os sofás felpudos negros e um caro sistema de entretenimentos.
Sem mencionar ao estranho boneco vampiro. Eles até tinham um caixão como mesa de café.
Muito estranho...
Um magnífico homem loiro entrou no quarto do vestíbulo à direita e amaldiçoou o instante em que viu a Tabitha no saguão.
—Também te quero, Kyr - disse Tabitha com um sorriso aberto e amistoso.
Ele suspirou o que dizia que necessitaria paciência para tratar com a Tabitha.
—Matou algum vampiro ultimamente? —perguntou ele.
—Aparentemente não, você ainda respira, huh? —Tabitha estalou sua língua a Amanda—. Quando pensa Geritol* aqui presente, morrer de idade avançada, de todos os modos?
Kyrian estreitou seus olhos a sua cunhada antes de olhar a sua esposa.
—Sabe, eu sempre pensei que tinha enfrentado à encarnação do mal. E logo conheci sua irmã. Ela faz uma brincadeira total de todas as forças malévolas conhecidas.
—Poderiam parar os dois? —disse-lhes Amanda—. Temos companhia, e falando do mal encarnado, por que não se dirige ao quarto dos meninos e muda a fralda da sua filha?
—Algo para afastar-me da Tabitha antes que a corrompa. Isso até merece que me enfrente com desperdícios tóxicos.
Tabitha bufou ante isso.
—Vamos pequena Marissa, e te assegure de fazer a Papai algo realmente repugnante enquanto te troque sim?
A bebê riu enquanto Tabitha a entregava a seu pai.
Kyrian virou para a escada, logo se deteve quando viu o lobo sentado silenciosamente atrás de Bride.
—É isso é quem penso que é? —perguntou-lhe Amanda.
Kyrian assentiu com sua cabeça.
—Sim, isso acredito.
O coração de Bride se deteve.
—Conhece seu dono?
Kyrian pareceu um pouco preocupado com sua pergunta.
—Ele realmente não tem um dono em si. Como ficou com ele?
—Ele apareceu em minha casa e o recolhi.
Kyrian e Amanda intercambiaram um olhar perplexo.
—Ele deixou?
—Bom, sim.
Tabitha abriu sua boca como se entendesse o que eles pensavam.
—OH, Meu deus, não me diga que ele é um de seus ridículos amigos.
—Eles são melhores que os teus - disse bruscamente Kyrian—. Ao menos os meus não são loucos.
—Sim, claro. Eles são só... —Tabitha fechou instantaneamente a boca, logo dirigiu um sorriso falso a Bride—. Quer lhe mostrar sua mão? Estou segura que ele vai lhe
explicar tudo sobre seu misterioso assassino em série.
Bride vacilou.
—Ele conhece assassinos em série?
—Ele sabe muito de gente realmente desagradável.
—E Tabitha é a primeira dessa lista.
—Kyrian! —disse-lhe bruscamente Amanda.
Tabitha cruzou seus braços sobre seu peito e deu de ombros despreocupadamente.
—Está bem, Mandy. Deixe-lhe buscar uma briga. Ao menos não sou a que lhe está tirando a linha de nascimento do cabelo.
O rosto dele de repente ficou cinzenta, Kyrian deslizou sua mão ao longo de sua linha de cabelo.
—Não estas ficando calvo - disse bruscamente Amanda, então ela se voltou para sua irmã—. Deixaria de meter-se com meu marido?
—Geritol começou.
Bride não estava segura do que pensar deles agora. Esta tinha que ser a casa mais estranha em que jamais tinha estado.
—Talvez devesse ter chamado à polícia. —
—Não - disse Tabitha em um tom irritado—. Sem dúvida seu assassino em série os mataria, também. Mostre-lhe sua mão.
Ligeiramente receada, Bride avançou para fazê-lo.
—Você alguma vez viu algo como isto?
Kyrian assentiu.
Ela tremeu de medo.
—Vou morrer?
—Não - disse ele, posando seu olhar nela—. Isto não é um símbolo de morte.
Bride soltou um suspiro, aliviada.
—O que é então?
Ele se envergonhou um pouco antes de responder. —Isso realmente não lhe posso dizer. Mas posso te prometer isto, quem quer que tenha um sinal que faça par se mataria
antes de te fazer dano.
Bride fechou sua mão.
—Isso é o que disse Vane.
O olhar do Kyrian foi para o lobo.
—Bem, pode confiar nele. Agora se me perdoam, tenho uma fralda com meu nome.
—Isso é tudo o que vai dizer? —perguntou Tabitha enquanto ele se afastava.
—É tudo o que posso lhe dizer - disse Kyrian significativamente, dirigindo-se à escada.
Tabitha bufou.
—Bem, não é o Senhor Informação.
—Tabby - disse Amanda, tomando seu braço e levando-a para as poltronas—. Deixa-o só — Ela sorriu gentilmente a Bride. —Posso lhes trazer algo para comer ou beber?
—Não, obrigado estou bem. Ao menos tão bem como posso devido à raridade deste dia.
Bride se sentou sobre o sofá diante das janelas enquanto seu lobo subia atrás de Kyrian pela escada.
—Ah não - Ela saiu atrás dele.
—Está tudo bem - disse Amanda, detendo-a enquanto rodeava o caixão da mesa de café—. Deixa-o ir. Kyrian o trará de volta em uns minutos.
—Está segura que está tudo bem?
Amanda assentiu.
Kyrian acabava de terminar de mudar a fralda da Marissa quando sentiu uma presença do Were-Hunter fora da porta.
—É você, Vane?
Vane empurrou a porta aberta do quarto da menina.
—Obrigado por não me trair aí abaixo.
Kyrian atirou a fralda suja no lixo e levantou a Marissa. Pegou-lhe com a palma da mão molhada no rosto antes de lhe apertar sua bochecha brincando.
—Não há problema. O que acontece a vocês dois?
—Não sei. Ela é a humana pela que perguntava como ter um encontro.
—Imaginei isso quando a vi. Deveria nos ter dito que era Bride.
Vane suspirou com frustração enquanto ignorava isso.
—Como diz a uma humana o que é? Como reagiu Amanda quando ela averiguou que era um Dark-Hunter?
—Ela o dirigiu com uma graça notável e dignamente. Certamente, ajuda que essa gêmea dela seja demente. Então, considerando todas essas coisas, eu era o menor de
dois maus.
Vane lhe jogou um olhar cômico.
—Bride tem alguns bobos em sua família? —perguntou-lhe Kyrian.
—Não que eu saiba.
—Então está fodido.
—Não tem nem idéia - disse Vane em um sussurro—. Minha manada sabe que estou em Nova Orleans. Eles já convocaram a uma multidão por mim.
Kyrian compadeceu-se do lobo. Ele tinha estado em uma situação similar e era difícil ser fiel a sua natureza sobrenatural enquanto seu coração estava preso com uma
humana.
—Quer deixá-la aqui?
Vane olhou ao bebê nos braços do Kyrian e uma parte dele lhe doeu com a imagem. Ele realmente nunca tinha pensado em ter meninos antes de encontrar a Bride. E de
verdade era estranho ver o antigo Dark-Hunter fazendo-se de papai.
Como seria sustentar o seu próprio filho?
No fundo de sua mente, ele podia ver uma pequena filha com o cabelo vermelho e a pele pálida... Como sua mãe.
—Não posso pôr em perigo a sua família - disse Vane calmamente.
—Eu posso ser mortal agora, mas ainda sou capaz de lutar.
Vane sacudiu sua cabeça.
—Não, você não o está. Tampouco sua esposa. Minha raça vive suas vidas dirigindo a magia e as forças da natureza. Você nunca lutaste com os Katagaria antes e não
tem nem idéia do que eles são capazes.
Kyrian trocou a sua filha de braço quando ela começou a incomodar-se.
—Então que vais fazer?
—Não sei - E francamente, ele estava cansando de não saber. Um ano atrás, Vane sabia exatamente quem e o que era.
Sabia precisamente como viver sua vida e como matar a alguém que a ameaçasse.
Depois da noite em que Anya tinha morrido, ele tinha estado perdido.
E não foi até aquela tarde na loja de Bride em que ele não havia sentido outra coisa mais que desespero.
Agora não sabia o que sentia.
—Kyrian!
Ambos os homens não deixaram de escutar a chamada de Amanda de abaixo. Kyrian agarrou a sua filha enquanto corriam pelos degraus.
Vane estava na metade do caminho baixando a escada curvada quando ele viu algo que fez com que seu corpo gelasse.
Jasyn Kallinos, um dos Falcões Katagaria que vivia temporalmente no Santuário, estava no vestíbulo em sua forma humana, sangrando. Amanda estava de pé com sua mão
sobre a base da porta. De onde ela o tinha convidado a entrar.
Vane saltou sobre o corrimão e aterrissou sobre o piso branco e negro de mármore agachando-se justo diante do Jasyn. Ficando de pé, ele não fez caso do fôlego alarmado
de Bride.
—O que aconteceu? —perguntou Vane.
—Esses lobos de merda nos atacaram - com sua respiração desigual, Jasyn encontrou o olhar fixo de Vane e o horror ali o abrasou—. Eles mataram ao Fang.

CAPITULO 8

Vane não podia respirar enquanto as palavras do Jasyn se repetiam em sua cabeça. Fang morto?
Não! Não podia ser. Seu irmão não podia morrer. Ele não poderia. Fang era tudo o que tinha deixado e ele tinha jurado ver seu irmão inteiro outra vez.
Ele uivou da dor que se deslizava por seu coração e o fez cambalear-se. Como poderia ter acontecido? Como poderiam ter chegado ao Fang?
Jasyn sustentou sua mão sobre seu ombro que sangrava enquanto ofegava de dor.
—Tentamos salvá-lo, Vane. Fizemos tudo o que podíamos.
Vane o olhou iradamente enquanto lutava contra as lágrimas de ira e agonia.
E agora ele faria tudo o que pudesse para assegurar-se que os lobos pagassem por isso. A raiva fervia a fogo lento e profundamente em sua alma. Não havia nenhum
poder sobre esta terra que pudesse protegê-los agora.
Nenhum lugar que os mantivera a salvo de sua ira.
Ele os teria a todos, incluindo a seu pai.
Sua visão se obscureceu, Vane se dirigiu à porta só para encontrar ao Kyrian diante dela. Ele entregou a sua filha a sua esposa.
—Onde acredita que vai?
—Matá-los.
Kyrian se afirmou como se soubesse que estava a ponto de brigar com ele. —Não pode.
—Me olhe - Vane tentou transportar-se da casa só para descobrir que ele não podia—. Que diabos?
—Não vou deixar se suicidar - disse Amanda severamente. Ela entregou sua filha a sua irmã, logo avançou para estar de pé ao lado de seu marido—. Não lhe deixaremos
fazer isto.
Vane esteve tentado reverter o feitiço de sujeição de volta a ela, mas não quis lhe fazer dano. Ela não tinha nenhuma idéia com o que mexia e não sabia quão facilmente
poderia romper seus poderes deixando-o intacto—. Você não é tão forte como pensa que é, Amanda. Libera meus poderes.
—Não. A vingança não é a resposta.
—A vingança é a única resposta - disse Jasyn atrás ele—. Deixe-o ir.
Algo estranho atravessou a Vane com isso. Uma estranha fissura...
Ele deu a volta para olhar ao Jasyn.
O homem atrás dele se parecia com o falcão Katagari. Ele era da mesma altura e constituição.
Mas estava sangrando...
Ele estava ferido.
Vane fez uma pausa enquanto registrava esses fatos em sua mente. Para os Katagaria, era quase impossível manter sua forma humana enquanto estavam feridos. Só o mais
forte dos fortes poderia fazê-lo. E em geral isto se fazia só quando não tinham nenhuma outra opção exceto harmonizar com o reino humano ou ficar em perigo ao ser
descobertos. Manter a forma humana naquelas circunstâncias drenava seus poderes e esgotava sua força, tanto física como mágica. Isto os fazia extremamente vulneráveis
de ser atacados e morrer.
Por que Jasyn faria tal coisa?
Inclusive sob a melhor das circunstâncias, Jasyn odiava tomar forma humana. Em realidade, Jasyn odiava a todos e a tudo. Por que os ursos lhe enviariam com estas
notícias?
Por que Jasyn viria?
Vane estreitou seus olhos enquanto um mau pressentimento lhe sobrevinha.
—Quem é você?
O “falcão” lhe olhou fixo e sem expressão.
—Sabe quem sou.
—Kyrian, protege às mulheres - grunhiu Vane enquanto ele pegava seus poderes da Amanda.
Amanda gritou, mas Vane não vacilou enquanto compreendia o que enfrentava.
—Alastor - grunhiu, curvando seu lábio ao demônio.
O demônio riu.
—Você é intuitivo, lobo.
Tabitha começou a recitar um feitiço de desaparecimento em latim. O demônio alargou sua mão e a esmagou contra a parede distante.
Vane o agarrou aproximadamente pelo meio e tentou esmagá-lo de repente contra o marco da porta do vestíbulo. Antes que pudesse fazê-lo, o demônio desapareceu e deixou
que golpeasse contra o marco com seu ombro.
Vane grunhiu com ira pela frustração e a dor enquanto seu ombro lhe doía.
Sem deter-se, fez aparecer seu telefone celular e chamou o Santuário.
—Nicolette - disse ele assim que a Ursa Mãe respondeu a chamada—. Fang ainda está vivo?
—Certamente, cher. Estou no quarto com ele e Aimeé agora mesmo.
—Está segura? —perguntou, pensando só em seu irmão e seu medo de deixar ao Kyrian e às mulheres desprotegida.
—Oui. Estou-o tocando, está vivo e relativamente bem.
Vane caiu sobre seus joelhos pelo alívio.
Fang estava vivo.
—Lhe proteja disse ele em um tom baixo e quebrado—. Alguém chamou ao Alastor.
A Ursa começou a amaldiçoar em francês.
—Não se preocupe - disse ela por fim—. Ninguém fará mal a seu irmão. Se o demônio se mostrar por aqui, esse será o último engano de sua vida.
Vane ouviu que ordenava a sua filha que trouxesse dois dos repugnantes habitantes do Santuário para proteger ao Fang.
—Merci, Nicolette.
Ele desligou o telefone para ver a Amanda ajoelhar-se ao lado de sua irmã quem agora estava sentada, esfregando a cabeça.
Tabitha limpou o sangue de seu nariz enquanto amaldiçoava em um sussurro.
—Realmente odeio aos demônios - resmungou asperamente.
Vane estendeu sua mão com poderes e a curou a ela e a parede.
Os olhos da Tabitha se alargaram antes de ficar de pé.
—Está bem, Tabby? —perguntou Amanda enquanto olhava de sua irmã a sua agora reparada parede.
Tabitha assentiu.
Vane se levantou devagar. Seu olhar foi para a Bride, quem se sentou sobre o sofá olhando-o.
—Fiz-te mal, Amanda? —perguntou Vane sem tirar seus olhos de sua companheira.
—Isso não foi exatamente cômodo - disse Amanda—. Poderia me ter advertido antes de dar o puxão.
—Sinto muito. Não havia o tempo.
—O que aconteceu? —Bride perguntou em voz baixa. Ela se sentou sobre o sofá como se estivesse em transe. —Que é o que se passa aqui?
Vane trocou um olhar incômodo com a Amanda e Kyrian. Como ia explicar lhe isto?
Kyrian recolheu a sua filha, quem não parecia ter sido afetada pelo fato que um demônio acabasse de visitá-los. Por outra parte, ela estava brincando com as bonecas
como antes. Para a Marissa tais coisas eram provavelmente acontecimentos de todos os dias.
Kyrian foi até a Amanda e Tabitha.
—Acredito que nós deveríamos ir à cozinha e pôr um pouco de gelo em sua dura cabeça.
—Me deixe, Geritol, ou vais necessitar um pouco de gelo para sua virilha —disse Tabitha enquanto se dirigia a caminho da cozinha.
Vane esperou até estar sozinho com a Bride.
Este tinha que ser o momento mais incômodo de sua vida inteira. Ele nem sequer sabia por onde começar. Mas ao menos ela não tinha medo dele neste momento.
Isso era algo, pelo menos.
Bride se sentou ali em atordoada incredulidade enquanto tentava lhe fazer ter sentido A...A... Ela nem sequer sabia como chamá-lo.
Ela não estava segura do que acabava de ver. Tudo tinha passado muito rápido. O golpe na porta, seguido de um homem ensangüentado quem acabava de desaparecer em
um nada.
Ela se sentia desconcertada, e no fundo de sua mente, pensava que poderia estar no programa Scare Tactics*. Câmera escondida? Seguia-se fazendo Câmera escondida?
Talvez este fosse algum reality show novo.
Como lhe Fazer Perder a Razão em uma tarde.
Seus pensamentos divagavam enquanto lutava por enfrentar a esses estranhos acontecimentos.
—Kyrian disse que não é um assassino em série psicótico - Isto lhe soou estúpido até a ela mesma, mas não sabia que mais lhe dizer.
—Não - disse ele em voz baixa, enquanto parava diante dela—. Mas não sou humano, exatamente.
A voz zangada da Tabitha ressonava da cozinha.
—O que quer dizer, que ele é um fodido cão?
Ambos se giraram quando Tabitha se precipitou no quarto
—É um cão? —perguntou ao Vane.
—Lobo - corrigiu Vane.
Bride se levantou e pôs o sofá entre ela e Vane. Isto não era real.
Não. Isto era um sonho. Ela tinha batido a cabeça. Algo.
—Jesus - disse com desprezo Tabitha—. Eu deveria havê-lo sabido aquela noite quando estava fora do restaurante. Pensei que parecia muito simpático para o meio das
bestas.
Kyrian entrou no quarto e tentou levar a Tabitha de volta à cozinha.
Tabitha lhe escapou de entre as mãos.
—Bride me necessita. Ela não está acostumada a seus imbecis.
—Tenho que ir para casa - disse Bride enquanto uma estranha lucidez caía sobre ela. Era como se sua mente recusasse tudo do que se inteirou.
Vane um cão...
Sim, claro. Bem, a maior parte de homens eram cães, mas isto só falando em sentido figurado.
Não. Este era um sonho estranho. Vane a tinha drogado durante o almoço e agora estava alucinando. Quando despertasse, definitivamente o denunciaria à polícia.
Ela se moveu para a porta só para fazer que Vane se materializasse diante dela.
—Não pode partir.
—OH, sim posso - lhe gritou com ira - É minha má e psicótica ilusão e posso fazer o que quiser nela. Só olhe. Vou converter-me em um pássaro agora...
Ok, ela não o conseguiu.
Bride esperou durante um minuto completo.
—Por que não sou um pássaro? Quero ser um pássaro.
—Porque não está sonhando - disse Vane, colocando suas mãos sobre seus braços - Isto é real, Bride. Em cada um de seus fodidos aspectos.
—Não, não, não - insistiu ela—. Isto não é real. Recusou tudo. Tenho... —Bride se deteve na metade da oração quando viu o Kyrian passar por diante para ver sua filha.
Marissa entrava no quarto engatinhando. O bebê se deteve perto do sofá, e se sentou, rindo.
Ela estendeu seu pequeno braço e seu vasinho com sorvete que estava sobre a mesa em forma de caixão voou para sua mão estendida. —Rissa, copo, Papai - disse ela
felizmente ainda quando a bebê era muito pequena para falar.
—Sim - disse Bride enquanto Marissa bebia sorvos de suco e Kyrian recolhia a sua filha do piso—. Sou definitivamente o remo curto do bote.
Ela começou a passar por Vane e ele pegou ela para detê-la.
—Por favor, Bride, tem que escutar porque sua vida está em perigo, mas não por mim.
Ela examinou esses magnéticos olhos cor verde-avelã e se perguntou se a imagem dele era parte de sua alucinação, também.
Talvez nada disto jamais tinha acontecido. Talvez estivesse ainda na cama com o Taylor e tudo isto tinha sido um muito comprido e incomum sonho.
Ela sacudiu sua cabeça a Vane.
—Não posso aceitar o que acabo de ver. Isto não é possível.
Ele sustentou sua palma com a mesma tatuagem que a sua.
—Não sei como te ajudar a aceitar isto. O impossível foi parte de minha vida desde o momento em que nasci. Eu…
Vane suspirou, deixando cair suas mãos de seus braços e pegando seu telefone celular outra vez ligou.
Estava fazendo uma chamada? Agora?
Sim, por que não? Isso tinha mais sentido que todo o resto.
O que tinha comido para o jantar? Devia ter sido algo excelente. Melhor tomar nota para não comê-lo outra vez.
O olhar fixo de Vane permaneceu sobre ela.
—Acheron, preciso um favor de você. Não me importa o que custe. Estou na casa do Kyrian com minha companheira e preciso de você aqui para protegê-la até que fique
liberada de mim.
—Companheira? —repetiu ela— Como “amiga”?
—Como “esposa” - disse Tabitha.
Bride ficou boquiaberta.

—Não estou casada.
Vane desligou o telefone.
—Não, não está, Bride - Ele tomou a bochecha dela com uma mão cálida e lhe dirigiu um olhar de triste desejo. —Ninguém vai fazer te nada que não queira fazer, ok?
Ele acariciou sua maçã do rosto com seu polegar.
—Permanece aqui, onde as coisas são em sua maioria normais e onde estará a salvo durante as duas próximas semanas, e eu não te incomodarei outra vez, jamais. Juro.
Somente mantém a salvo por mim.
Era difícil ter medo de um homem que a olhava do modo com que Vane o fazia nesse momento. Com aquela sinceridade que queimava profundamente em seu olhar. Com tal
imagem de desejo e necessidade.
Ela esta desconcertada.
Assustada.
—O que é você? —perguntou ela.
Ele baixou o olhar, suspirou, logo tomo um profundo fôlego e levantou sua cabeça.
Bride ofegou quando viu que a metade de seu rosto estava coberta de uma tatuagem vermelha profunda similar ao que estava sua palma.
—Sou humano - disse ele em um tom atormentado—. E não o sou - Ele deixou cair sua mão do ombro dela—. Eu nunca conheci a suavidade - suspirou—, não até o momento
em que me tocou em sua loja. Minha vida é violenta e perigosa. É escura e retorcida e não é lugar para alguém como você. Tenho mais pessoas que me querem morto que
as que posso contar. Eles não pararão ante nada, e você... —Ele chiou seus dentes antes de voltar a falar—. A você nunca voltará a faltar nada outra vez em sua vida.
Juro sobre o pequeno pedacinho de alma humana que deixei.
Ele se distanciou e se dirigiu à porta.
—Cuida dela por mim, Kyrian.
Então se foi.
Bride se sentiu esgotada por sua repentina ausência, e por motivos desconhecidos, seu coração lhe doía.
Ela olhou a Tabitha, que tinha lágrimas em seus olhos.
—Cão ou não - disse Tabitha isto foi... —Ela se precipitou ao lado de Bride e a impulsionou para a porta—. Não o deixe partir, Bride. Vá por ele.
Ela não tinha que dizer aquelas palavras; Bride já se dirigiu à porta.
—Vane! —Lhe chamou, buscando-o.
Não havia nenhum sinal dele por nenhum lado.
—Vane! —Ela o tentou outra vez, ainda mais forte esta vez.
Só a umidade, o ar fresco lhe responderam.
Rompeu-lhe o coração, ela voltou para a casa e se chocou com a Tabitha.
—Não posso acreditar que eu o deixei ir.
—Não posso acreditar que o idiota se foi.
Bride entrou em pânico quando ouviu aquela voz. Essa não era a Tabitha. Era o demônio.
Em um abrir e fechar de olhos, tudo ficou negro.
Vane caminhava pela rua afastando-se da casa do Kyrian, fazendo todo o possível para ignorar o chamado de Bride. Seu coração se fazia pedaços ante a idéia de perdê-la.
Ele tinha feito o correto. Tinha deixado ela ir. Então porque doía tanto?
E isto realmente doía. Isto doía e queimava profundamente dentro de seu coração até que ele esteve certo de que não poderia suportá-lo.
Era para melhor.
Ela era humana e ele...
Ele era o lobo que a amava. Vane amaldiçoou a realidade daquela declaração. Ele queria desesperadamente negar e não podia. Ela era tudo pra ele.
Não havia nada nela que ele mudaria. Gostava do modo em que o olhava como se estivesse louco. A forma em que cantarolava em voz baixa enquanto tirava o pó das estantes.
A forma em que sempre se assegurava de compartilhar sua comida com ele.
A forma de senti-la entre seus braços quando alcançava o orgasmo, e o som de sua voz sem fôlego quando dizia seu nome durante as convulsões quando culminava.
Inferno, até gostava da forma em que se apropriava dos lençóis.
—OH, a merda com isto - grunhiu ele. Ele não ia deixá-la ir.
Ele a amava e ele não ia precisamente ir. Não sem lutar e não sem ao menos dizer tudo. Ele virou e se dirigiu de novo para a casa.
—Vane! Vêem rápido.
Ele fez uma pausa ante a profunda voz do Kyrian. Na urgência que ele ouviu no tom do antigo Dark-Hunter.
Transportando-se de retorno à casa, Vane se materializou no vestíbulo para encontrar Kyrian ali com sua filha e Tabitha. Bride não estava em nenhuma parte.
Um mau pressentimento o consumiu.
—Onde está Bride?
—O demônio a levou - disse Tabitha.
O animal dentro dele saltou e grunhiu por vingança. Ele estendeu a mão e não encontrou nada no ar. Nenhum aroma, nenhum rastro.
Isso não importava. Alastor tinha pegado a sua companheira.
Vane a encontraria, e quando o fizesse, haveria um demônio menos no universo.
Bride quis gritar, mas não podia. Suas cordas vocais pareciam estar paralisadas.
A visão lhe voltou tão de repente que lhe fez mal nos olhos.
Ela piscou para encontrar-se dentro do que parecia uma velha cabana ou casa de algum tipo. Era longa e estreita com um antigo fogo ardendo livre sem chaminé ou uma
verdadeira contenção.
—Não tenha medo - disse o demônio, liberando-a.
Ele contornou ao redor dela. Em vez do arrumado loiro que tinha sido mais cedo, ele agora era horrível. Sua pele era de um profundo e escuro púrpura e ele tinha
o cabelo e os olhos de um vermelho fogo.
Seus pés estavam retorcidos e pareciam mais bem paus muito crescidos. Ele coxeou enquanto caminhava para a porta e a abria.
—Bryani! —chamou então ele a olhou de novo e cheirou como um animal. Seus grandes dentes eram muito grandes para sua boca, e quando falou sussurrou—. Ninguém vai
te fazer dano, barrilzinho.
Bride estava seriamente cansada de que as pessoas lhe dissessem isso.
—Onde estou?
Ele limpou o nariz.
—Não se preocupe barrilzinho. Está a salvo aqui.
—Eu estava a salvo onde estada —. Em certa forma, digamos.
Que tipo de fodida alucinação era esta? Se estivesse por perder a cabeça, por muito preferiria perdê-la com o Vane que com uma feia e monstruosa coisa que apenas
podia falar.
O demônio correu para deixar passar a uma formosa mulher que recordava a Bride a uma jovem Grace Kelly, só que esta mulher tinha três atrozes cicatrize sobre seu
rosto e pescoço fazendo com que as da Tabitha parecessem uma brincadeira.
Debaixo das cicatrizes, a mulher levava uma tatuagem vermelha muito similar em desenho a de Vane.
Ela não parecia ter mais de uns vinte e cinco anos e ainda assim, a mulher se movia com o porte de uma majestosa rainha. Ela entrou no quarto como se lhe pertencesse
e desafiaria a qualquer que questionasse sua autoridade.
Tranças loiras estavam enroladas ao redor de sua cabeça em um elegante desenho que estava sustentado em seu lugar por um anel de ouro decorado com o que parecia
ser diamantes muito grandes, rubis, e safiras.
Bride olhou com o cenho franzido a roupa da mulher. Ela levava algo que parecia ser tirado de um episódio da Xena. Esta era uma armadura de couro que cobria seu
torso, mas deixava seus braços nus, exceto por mangas e pulsos de couro. Sua saia quadriculada de um vermelho vibrante e verde escuro era volumosa e com muitas camadas.
O mais impressionante, a mulher lhe tinha uma espada, um arco, e uma caixa com flechas atadas com uma corrente a suas costas.
OH sim, Bride decidiu que estava definitivamente louca. Sua mente se quebrou completamente. Talvez até estivesse morta.
Agora mesmo, estava a ponto para mais ou menos qualquer explicação.
Grace Kelly, ou Bryani como o demônio a tinha chamado, esquadrinhou a Bride.
—Ele te tem feito mal, menina?
Bride olhou ao demônio.
—Defina “dano”. Quero dizer, realmente não queria estar aqui, a qualquer parte onde aqui seja.
—Não Alastor - disse Bryani em forma instantânea com um acento diferente a qualquer que jamais tivesse escutado Bride—. O outro. O lobo bastardo. Ele te fez mal?
Bride estava duplamente confusa.
—Quer dizer o meu mascote lobo ou meu namorado que pensa que é um lobo?
Bryani agarrou sua mão e a levou até seu rosto.
—Que se uniu contigo. Ele te violou?
—Não - disse Bride energicamente enquanto atirava do braço que lhe agarrava a mulher—. Ele não me fez nada.
Bryani soltou um suspiro aliviado, logo assentiu ao demônio.
—Chegou a ela a tempo. Obrigado, Alastor.
O demônio inclinou sua cabeça ao Bryani.
—Estamos à mão agora - Ele desapareceu imediatamente e as deixou sozinhas.
Bryani não pareceu nem um pouco afetada pela singularidade daquela ação.
Ela apresentou sua mão a Bride.
—Vêem, menina. Eu te terei na mansão onde todos podemos te proteger enquanto leve o sinal de união.
Seu primeiro instinto devia ser escapar, mas Bride se obrigou a pegar a mão da mulher. Que diabos? Ela já tinha perdido a cabeça. O menos que poderia fazer era ver
onde este episódio psicótico ia levá-la.
Com um pouco de sorte, este seria algum lugar mais agradável e mais quente que este quarto espartano.
Bride riu do pensamento.
—Viu alguma vez o episódio do Buffy* onde Sarah Michelle Gellar se passa entre um manicômio e sua vida no Sunnydale como Caça Vampiros?
Bryani moveu sua cabeça.
—Quem é Buffy? Ela é uma Lykos também ou outra classe da Katagaria?
Bride ficou um pouco sentida porque sua escolta com poderes mágicos não tinha nem idéia de quem era Buffy.
—Não importa. Obviamente esta é minha versão do Sunnydale e despertarei realmente logo em minha cela acolchoada.
Bryani a soltou enquanto deixavam o quarto.
Bride a seguiu fora da choça só para encontrar-se em meio do que parecia ser um vale verde com montanhas que se elevam ao redor delas. Isto era encantador, embora
frio para seu gosto.
Como a tinham levado ali, não tinha nem idéia. Isto não era Nova Orleans, que era onde tinha estado fazia cinco minutos.
Inclusive mais estranho é que todo mundo ao redor dela estava vestido com roupa antiga e falava uma língua que ela nem sequer podia começar a entender.
E cada pessoa perto delas fazia uma pausa para olhá-las fixamente enquanto elas passavam. O silêncio se estabelecia instantaneamente. Misteriosamente. As mulheres
no improvisado poço. Aquelas que levavam cestas e conversavam. Inclusive os meninos deixaram de jogar.
Mas eram os homens quem capturou a atenção de Bride, sobretudo que cada um se detinha e dava volta para olhá-la fixamente como se ela fosse seu objetivo ou sua presa.
Ela compreendeu que à exceção do demônio, cada pessoa neste povo era literalmente um magnífico e impressionante espécime da fisiologia humana. Isto era definitivamente
um sonho ou uma alucinação.
Nem sequer os Chippendales* tinham esses espetaculares músculos. E nem o que dizer das mulheres. Elas eram o epítome de por que Bride recusava comprar revistas de
modas. Se não soubesse melhor, pensaria que tinha caído no buraco do coelho das extras de Hollywood.
Bride seguiu a Bryani a um grande edifício de madeira que lhe recordou em algo a um filme do Rei Artur de baixo prestígio. Feito de madeira e mal pintado, era espartano
por dentro exceto por ser grande o fogo que ardia no centro do edifício, rodeado por mesas longas e bancos de madeira. Algo que pareciam ervas secas estavam pulverizados
sobre o piso de terra.
Assim que Bride entrou, encontrou-se rodeada por magníficos homens, alguns dos quais em realidade a cheiraram.
—Me perdoem? —disse ela, afastando-os—. Esta é minha fantasia e eu preferiria que não fizessem isso.
Um homem alto e loiro levantou sua cabeça de uma maneira que lhe fez recordar a um cão. Ele dirigiu um fulgurante e cortante olhar a Bryani.
—Por que trouxe a puta Katagaria aqui?
Bryani separou a Bride dos homens e ficou a si mesmo entre eles.
—Ela não é uma puta. Ela é uma fêmea humana aterrorizada que não entende o que lhe passou. Ela pensa que esta louca.
O homem loiro riu.
—Acredito que nós deveríamos enviá-la de retorno a seu companheiro da forma que os Katagaria enviam a nossas companheiras quando devolvem - Ele deu um passo para
elas.
Bryani tirou a espada de suas costas e apontou com ela.
—Não me faça te matar, Arnulf. A trouxe aqui para protegê-la.
—Então cometeu um engano.
Bryani esta horrorizada.
—Somos humanos.
—Sempre - ele esteve de acordo, deslizando um perigoso e satisfeito sorriso para a Bride—. E eu procuro vingança quão mesmo você, minha princesa. Minha companheira
está morta pelo abuso que sofreu. Digo que o devolvamos em suas fêmeas multiplicado por dez.
Enquanto os homens começavam a adiantar-se, um uivo soou.
Todo mundo se congelou.
Bride deu a volta para ver que a porta atrás dela se abria. Um ancião deu um passo para ela. Seu cabelo era branco e ele levava uma barba que lhe recordou os velhos
vídeos do ZZTop*. A seu lado estava um grande lobo cinza e marrom.
Como Bryani, a metade do rosto do ancião estava coberto com uma misteriosa tatuagem verde.
—O que esta acontecendo aqui?
—Suplicamos a restituição moral - disse Arnulf—. Sua filha trouxe a companheira de um Katagaria a nossa manada. Queremos ela.
O ancião lhe dirigiu um olhar de censura a Bride, e logo olhou a Bryani.
—Tinha que fazê-lo Pai - disse Bryani enquanto baixava sua espada—. Não havia nenhum outro caminho.
O ancião ordenou aos outros que os deixassem sozinhos.
Os homens o fizeram muito a contra gosto. Mas antes que eles partissem, alguns uivaram como animais. Os outros olharam para trás com expressões que prometiam que
eles tinham a intenção de renovar essa discussão.
Pela primeira vez, Bride estava assustada. Algo não estava bem nesta “fantasia”.
Se ela não soubesse melhor, juraria que isto era real. Mas não podia ser.
Podia ser?
Uma vez que estiveram sozinhos, o ancião as conduziu para a mesa mais afastada no quarto; que estava sobre um soalho. Duas cadeiras que se pareciam com grandes tronos,
esculpidos à mão coroados com cabeças de lobo estavam atrás da mesa.
—O que estava pensando, Bry? —perguntou a sua escolta.
—Quis protegê-la, Pai. Não é isso o que um Sentinela faz? Não devemos proteger ao mundo dos animais Katagaria?
Ele pareceu molesto por suas palavras.
—Mas ela está unida com um.
—Eles não se uniram. Ela só está marcada. Se a mantivermos aqui até que o sinal desapareça, então ela estará livre dele.
O ancião sacudiu sua cabeça enquanto seu lobo cheirava a Bride.
Bride o olhou fixamente, perguntando se era lobo ou se converteria em algo mais.
—Por que não somente matam a seu companheiro? —perguntou o ancião.
Bryani apartou o olhar.
O ancião soltou um suspiro cansado.
—Disse-te para matá-los faz séculos, filha.
A ira flamejou em seus olhos.
—Tentei matá-lo, recorda? Ele ficou muito forte.
O ancião fez um som de repugnância no fundo de sua garganta.
—Ela é tua para que a proteja. Reunirei a outros, e esta vez quando ele venha, terminaremos o que foi começado.
Bryani assentiu, logo fez gestos a Bride para que a seguisse. Ela a conduziu através dos tronos, a um estreito corredor que conduzia a um grupo de quartos do edifício.
O lugar era principalmente espartano, mas realmente tinha algumas comodidades interessantes, como uma grande cama acolchoada e peles, e romances do século vinte
e um.
Bride pegou Kinley MacGregor “A Dark Champion”* e riu. OH sim, bom sonho agora. —Por favor, poderia fazer aparecer uma Coca Cola? —pediu a Bryani—. Sinto a necessidade
de uma.
—Não, não posso. Isto requereria que me adiantasse no tempo para conseguir uma e meus poderes para fazer isso me foram tirados - Seu tom era zangado e amargo— É
por isso que tive que convocar ao demônio para te trazer.
—Quem tomou seus poderes?
—Meu companheiro - Bryan cuspiu as palavras—. Ele me roubou muito, mas não tenho nenhum medo. Seu filho não te violará. Eu me ocuparei disso.
Bride devolveu o livro ao pequeno monte sobre a mesinha de noite.
—Sabe... Nada disto tem um pouco de sentido para mim.
Bryani pôs suas mãos sobre seus quadris parecendo que a enfrentava.
—Então quanto sabe sobre isto? O suposto homem que tomou Vane é um lobo a quem fui obrigada a dar a luz faz mais de quatrocentos anos. E se eu pudesse, mataria-o
por ti.
—Perdão?
Bryani a ignorou enquanto se explicava.
—Como muitas mulheres, quando eu era jovem, era estúpida. Em minha primeira missão com minha patrulha de Sentinelas para caçar lobos Katagaria, fui capturada por
nossos inimigos, que pensou que seria uma grande diversão que me violassem por turnos.
Bride se sentiu doente para ouvir a história do Bryani. Uma onda de dor pormenorizada a consumiu.
Esta pobre mulher. Ela não podia imaginar-se nada pior.
E ela era a mãe de Vane...
Com seus lábios contraídos de desprezo, Bryani sacudiu sua cabeça.
—Mas as Destinos são freqüentemente cruéis e eu, como você, encontrava-me unida com um daqueles animais que me tinham feito mal. O pai de Vane me manteve presa durante
semanas enquanto abusava de mim, tentando me fazer aceitá-lo como meu companheiro. Eles não podem você sabe. A aceitação está estritamente em nossas mãos. Não nas
deles.
Isto não podia ser verdade. Não. Bride estava sonhando, embora por que estava sonhando isto, não tinha nem idéia.
—Você não se parece com o Vane.
Um ódio puro, inalterável, brilhou nos olhos cor avelã do Bryani.
—Ele se parece com seu asqueroso pai.
Bride franziu o cenho quando recordou ao Fury dizendo isto. Ah, sua mente brincava de novo com sua alucinação. Tinha sentido.
De alguma classe.
Mas por que inventaria um conto tão trágico? Bride nunca tinha sido o tipo de pessoa que desejassem o mal a alguém, ainda menos à mãe de Vane.
Isto poderia ser real?
Isto era possível?
Bride se moveu para a mulher loira e tomou suas mãos nas suas para estudar suas palmas.
—Você não tem um sinal.
—Não. Se a união não é consumada dentro de três semanas, o sinal desaparece e nós as mulheres somos livres para ir por nosso próprio caminho. Os homens se voltam
impotentes pelo resto de nossas vidas.
Bride franziu o cenho para ela. Bryani era realmente alta.
—Você deixou a seu pai impotente?
Um brilho malvado apareceu nos olhos cor verde-avelã de Bryani.
—Deixei-lhe mais que isso. Uma vez que meus filhos nasceram, tomei a meus três meninos humanos e abandonei os meus três filhotes com ele, então castrei ao bastardo
pelo que me tinha feito. Estou segura que não passa um dia onde ele não lamente não ter me matado quando teve a possibilidade.
Bride se abateu com o pensamento.
—Por estou sonhando isto? —perguntou-se—. Não entendo este pesadelo.
Bryani sacudiu sua cabeça.
—Isto é verdade, Bride. Sei que no mundo humano coisas como as que descrevo não acontecem. Mas deve me acreditar. Há coisas que vivem junto a ti no mundo de todos
os dias que você nunca compreenderia que estão ali.
Um segundo Bryani estava de pé diante de Bride e ao seguinte, a mulher era um enorme lobo cinza e branco que se parecia aterradoramente a seu mascote adotado.
Bride cambaleou para trás.
Não, isto não é verdade. Isto não o era.
—Quero ir para casa — disse ela em voz alta—. Tenho que despertar. Por favor, Deus, deixe despertar!
Vane saiu de seu transe quando compreendeu onde estava sua companheira.
Bride estava na pátria de sua mãe. Um lugar onde ele tinha jurado nunca voltar. Ele só tinha estado ali uma vez. Fazia muito, quando ele tinha feito um acordo com
o Acheron Parthenopaeus para que o ajudasse a encontrar a sua mãe de nascimento.
Desde esse dia, Vane não sabia por que tinha querido encontrá-la. Talvez fossem todos os anos vivendo com um pai que o odiava e ele quis ver se havia alguma oportunidade
de que sua mãe pudesse tolerá-lo.
Ou talvez porque tinha se transformado em humano, ele pensou que ela poderia aceitá-lo.
Em troca, ela tinha tentado matá-lo.
—Amaldiçôo o dia que te pari.
Suas palavras ainda ressonavam profundamente dentro dele e agora ela tinha atirado o golpe final. Ela tinha feito um acordo com um demônio para tomar a sua companheira.
Nenhum Were-Hunter podia tirar a um humano de seu período de tempo sem a permissão do humano. Só os demônios e deuses estavam isentos dessa regra.
Mas por quê? Por que sua mãe tinha levado a Bride atrás à Era Escura da Grã-Bretanha? Ele não confiava em sua mãe. Seu ódio por ele e por seu pai era muito grande.
Vane não confiava em nenhum humano.
Não, Bride era sua responsabilidade, e a última coisa que ela precisava era ser deixada sozinha com uma manada Arcadiana no passado onde ele tinha nascido.
Ele teria que ir reclamá-la e devolvê-la para casa.
Só que esta vez, ele não tinha nenhum reforço. Ele entraria sozinho.
Ele só esperava sobreviver ao encontro. Se não, Bride poderia encontrar-se presa no passado pela eternidade.

CAPITULO 9

Enquanto as horas passavam lentamente estande Bride estava confinada a seu pequeno quarto, ela aprendeu uma coisa.
Isto não era um sonho.
Ela não sabia como isso era real, mas não tinha nenhuma outra opção exceto aceitar o fato que este não era o episódio do manicômio do Buffy, ou uma ilusão. Toda
esta raça era real e eles tinham a pior comida que ela tinha tentado comer.
Nada lhe assombrava que todos fossem tão condenadamente magros.
Apenas havia tocado em sua bandeja de mantimentos que estava sobre a mesa de noite com os livros. Bride perambulava pelo quarto, enquanto escutava as pessoas no
corredor discutir o que eles deveriam lhe fazer.
Isto ficava mais horripilante a cada minuto.
De repente ela sentiu um movimento atrás dela. Bride girou para encontrar-se a um homem parado que recordou ao Vane. Ele tinha o mesmo cabelo negro multicolorido
e os olhos verdes, seu rosto era misteriosamente similar. Totalmente barbeado, ele levava seu cabelo mais comprido que Vane e estava vestido em couro antigo e peças
de armadura. Como Bryani, ele tinha uma espada atada às costas com uma corrente.
Ele a olhou em uma maneira que definitivamente lhe fez recordar a de um animal selvagem que examina sua presa.
–Quem é você? —perguntou-lhe ela.
Ele não falou. Em troca, aproximou-se para poder tomar sua mão na sua e olhar sua palma marcada. O ódio ardeu em seus olhos.
Antes que ela pudesse piscar, ela se encontrou de algum modo tirada de seu quarto e no centro do edifício onde se encontrava o grupo mais zangado de gente do planeta.
Ela se sentiu como se fora a única rocha quente em um ninho de víboras.
Suas vozes ruidosas aumentaram dez vezes seu volume quando ela apareceu.
—Der! —Soou o grito do ancião—. Por que a trouxeste aqui?
O parecido ao Vane jogou um olhar malévolo a Bride.
—Peço um timoria* contra seu companheiro.
A aceitação se ecoou na multidão.
—Não - disse Bryani enquanto empurrava para abrir-se caminho entre a multidão para alcançá-los.
—O que acontece, Mãe? —Perguntou desafiante quando se voltou para o Bryani—. Mudaram seus sentimentos pelos animais que nos caçam?
—Você sabe bem.
—Então nos deixe lhes devolver o que eles nos deram.
Bryani apontou sua espada sobre seu filho.
—Tomei o juramento de Sentinela para proteger...
—A uma puta Katagaria? —perguntou Der, interrompendo-a. Ele empurrou a Bride para a Bryani—. Ela tem o seu aroma. Digo que o liquidemos de uma vez por todas.
Uma aclamação soou.
Bride tremeu com o terror.
—Pai? —disse Bryani ao ancião é o modo em que deve ser?
O ancião tomou seu tempo explorando a multidão antes de enfrentar a sua filha. —Deveria me ter consultado antes de trazê-la aqui, Bryani. Procurou o amparo de um
de nossos inimigos quando não há uma só família entre nós que não tenha sido machucada pelos Katagaria. Deuses do Olimpo, olhe o que eles lhe têm feito a nossa própria
família. Perdi a prudência de sua mãe e a todos meus filhos, salvo você, por eles. Você que conseguiu escapar de suas garras e isso só porque conseguiu afastá-los.
Agora pede clemência para uma deles? Tornaste-te completamente louca, também, filha?
Ele dirigiu um olhar menos que pormenorizada a Bride.
—Poremos a timoria em votação. Quais de vocês dizem sim?
O rugido foi tão ruidoso que Bride teve que cobrir seus ouvidos.
—Quem diz não?
—Eu - disse Bryani, mas era uma solitária voz na multidão.
O ancião agarrou sua fortificação e suspirou.
—Isto está decidido, então. Preparem à humana para a timoria.
Bride tinha realmente o mau pressentimento que a timoria não era algo bom, especialmente quando três mulheres avançaram para arrastá-la.
—O que esta acontecendo? —perguntou às mulheres que a agarraram—. O que é uma timoria?
—Sinto muito, Bride - disse Bryani antes que fosse afastada—. Por favor me perdoe.
Perdoá-la por quê?
—Me larguem! —gritou Bride histericamente enquanto tentava tirar as mãos das mulheres de cima dela. Era inútil. —Por favor, me digam o que vai acontecer!
A mais alta das mulheres se dirigiu a ela com um grunhido.
—Pelo união com um Katagaria, só há um castigo. Darão aos homens sem companheira de nosso clã.
—Me dar a eles como?
A aparência do rosto da mulher o disse tudo. Eles tinham a intenção de violá-la.
Bride gritou e lutou com tudo o que tinha.
Ao Vane tomou um minuto conseguir orientar-se quando chegou à antiga Bretanha. As viagens no tempo sempre o desorientavam. Tomava muito de seus poderes saltar no
tempo.
Também tinha que ser cuidadoso agora. Se ele enviava sondas para localizar a Bride, poderiam ser interceptados por sua mãe ou sua raça. Não é que ele lhes temesse.
Mas não queria ir à guerra sem um exército.
Neste período de tempo, a raça de sua mãe governava. Seu avô era o Regis* de um dos clãs de lobos mais poderosos e se dizia que os bons velhos Gramps tinham matado
mais Katagarias que qualquer outro Sentinela em sua história.
Vane inspirou profundamente quando divisou o povo do outro lado dos arbustos onde ele estava agachado. Eles o esperariam.
Em certo modo.
Vane ouviu algo rangendo no bosque detrás dele. Girando-se, esperava que fora um animal selvagem ou alguém da raça de sua mãe.
Não o era.
Era Fury.
Vane não podia ter estado mais surpreso se tivesse encontrado a sua mãe diretamente frente a ele. Ao menos isto teria tido sentido. A presença do Fury não tinha,
absolutamente.
O lobo trocou imediatamente a sua forma humana, ficando boquiaberto de horror por sua nudez ante o Vane, quem rapidamente afastou seu olhar.
—Que diabos faz aqui? —perguntaram-se um ao outro simultaneamente.
—Me ponha um pouco de roupa - disse Fury grunhindo as palavras enquanto se tampava com suas mãos.
Antes de ficar cego, Vane rapidamente aceitou e vestiu ao lobo com jeans negros e uma camiseta.
—Por que está aqui, Fury?
Ele resmungou.
—Faço o que lhe disse que faria. Levo a tessera longe de ti e de Bride, só que você está aqui enquanto eles estão ali - indicou Fury iradamente a uma colina não
muito longe—. Supõe-se que está em Nova Orleans, idiota, não na Bretanha.
Suspeitando do Fury, Vane franziu o cenho.
—Por que trouxe a tessera aqui?
Fury lhe dirigiu um olhar sinistro.
— Porque este era o caminho mais fácil que conhecia para eliminá-los de uma vez. Não posso fazê-lo só e pensei que as armas de Bryani conseguiriam cortar em pedacinhos
a uma das tesseras do Markus.
Vane até estava mais confuso e suspicaz que antes.
—Você conhece a Bryani?
Fury pôs seus olhos em branco.
—Sim, ela alegremente me perseguiu e me deixou por morto várias centenas atrás. Quer ver as cicatrizes?
Vane sentiu o aroma do Stefan aproximando-se deles.
Fury o agarrou ao braço e o arrastou para um bosquezinho de árvores.
—Olhe, estamos em sério perigo aqui. O Arcadianos nos odeiam com paixão.
—Sei.
—Não, não sabe - disse Fury, seu tom gravemente sério—. Realmente não sabe quanto pagariam por ter a nós dois para o café da manhã. Temos que conseguir sair daqui.
Vane liberou seu braço.
—Bride está naquele povoado e não vou a nenhuma parte a não ser que ela esteja comigo.
Fury amaldiçoou.
—Quanto tempo esteve ali?
—Não sei, logo acabo de chegar. O tempo não flui da mesma maneira em ambos os períodos de uma vez, você sabe isso.
—Bem, temos que encontrá-la imediatamente e rezar para que não tenha estado ali muito tempo.
—Por que pensa que estou aqui?
Fury não pareceu ouvi-lo.
—Bem, pensa, pensa, pensa - Ele levantou o olhar ao Vane—. Ocorre-te algo?
—Entro ali e encontro a minha companheira.
—Bryani terá um feitiço para diminuir seus poderes.
Vane riu.
—Deixa-a tentá-lo.
—Deus, tenha consciência - disse ele com respeito, em voz baixa—. Que diabos? Não pode viver sempre. Só me prometa que se algo sair mal, matará-me antes de me abandonar
a eles.
Havia tal sinceridade nessa petição que desconcertou a Vane. O que tinham feito ao Fury?
—Jura isso Vane.
—Juro.
Antes que Fury pudesse dizer algo mais, Stefan, Aloysius, e Petra abriram passos pelos bosques em forma de lobos. Suas cabeças baixas, os lobos os rodearam, grunhindo
e ladrando.
—Merda! —grunhiu Fury enquanto os lobos se escondiam, preparando-se para atacar.
Um grito ressonou no povo.
Vane não vacilou. Agarrando ao Fury, ele os transportou justo quando Stefan estava a ponto de alcançá-los.
Bride cravou seus calcanhares na terra e mordeu a uma das mulheres que a sustentavam. A mulher grunhiu e lhe pegou com a mão. Bride a mordeu outra vez.
Que se condenassem se ela ia deixar elas atá-la! Ela poderia não ser Tabitha, mas podia morder e pegar no cabelo como a melhor delas.
Um dos homens avançou para rodear com sua mão o pescoço de Bride.
—Deixem-na... Ir... —A voz acerada de Vane retumbou enquanto pronunciava cada palavra lentamente.
Os olhos de Bride se encheram de lágrimas quando ouviu o som mais bendito sobre o planeta. Ela olhou a sua direita para ver o Vane em forma humana, parado aí, sem
uma arma, e com seu lobo branco ao lado.
Por que não estava armado?
Os homens que estavam mais perto de Vane atacaram em massa. Atordoada, ela olhou como ele girava e os chutava ao chão. Ele se moveu tão rapidamente que ela mal pôde
vê-lo.
Então Vane desapareceu, só para reaparecer a seu lado. As mulheres se voltaram para ele. Vane enviou a uma voando para a multidão, enquanto esquivava e fazia tropeçar
à segunda. A terceira a atirou de cabeça ao chão.
Esquece Hollywood, não tinham nada que fazer frente à agilidade e velocidade de Vane.
Enquanto Vane desatava suas mãos, ela podia ouvir o lobo lutar e grunhir.
Bride o abraçou imediatamente que esteve livre e o abraçou enquanto as mulheres tentavam alcançá-los, só para retroceder ante o que parecia ser uma parede invisível
de alguma tipo.
—Fury - chamou Vane.
O lobo foi correndo a seu lado. O homem que o perseguia também ricocheteou contra a parede.
Fury se materializou em um homem nu e riu malvadamente de seus perseguidores.
Bride estava completamente atônita pelo aspecto do irmão de Vane nu, que, tinha que reconhecer, tinha um grande corpo.
OH, santo céu, ninguém é o que parece?
Vane estalou seus dedos, e a roupa apareceu sobre o Fury.
Der os amaldiçoou.
—Pensei que havia dito que matou ao Fury, Mãe.
Fury se mofou de Der com um sorriso de desprezo. —OH, tentou muito, irmãozinho. Mas os animais são grandes sobreviventes—. Ele olhou a Bryani. —Ou não, Mãe?
Der enfiou para o Fury, só para encontrar-se arrojado para trás por nada.
De fato, cada homem que tentou alcançar a Bride, ao Fury, ou ao Vane se encontrou arrojado ao chão.
—O que é isto? —grunhiu Der, golpeando a parede invisível com sua espada.
Fury riu outra vez.
—Este é seu pior pesadelo, adelfos. Encontrar-te com o maior de nossa ninhada - Ele assinalou para o Vane—. Os poderes de Vane põem em ridículo a todo mundo aqui,
até ao Avô - Ele jogou uma olhada a Bryani—. Tinha razão, Mamãe. A mescla do Arcadiano e o sangue Katagaria realmente produziu a um feiticeiro de poder sem par.
Só que não era eu. Infelizmente.
O coração de Vane palpitava enquanto escutava e entendia. Fury realmente era seu irmão. Mas isto não era importante para ele neste momento, só a segurança de Bride
o era.
Um dos homens Arcadianos foi por detrás de Vane. Ele girou e o fez voar, afastando o deles.
—Vocês têm sorte que não seja o animal que pensam que sou - grunhiu aos Arcadianos—. Mas se aproximarem de minha companheira outra vez, serei.
Der riu cruelmente.
—Bem, toma a sua mulher. A lua cheia não será até dentro de outras três semanas e isto nos dá muito tempo para te perseguir e te matar. Terá que dormir algum dia.
Então será nosso.
Fury sacudiu sua cabeça.
—Não ouviu nenhuma palavra do que disse sobre o Vane, verdade? É uma pena que eu não fosse eu o que nasceu com seu poder. Eu os teria matado a todos vocês se o fosse.
Mas suponho que ele é melhor homem que eu.
Vane riu com frieza a seu irmão “humano”. Der se parecia muito ao Fang quando Fang era humano. É uma pena que o ódio de seus pais de um pelo outro tivesse chegado
a isto. Que isso tivesse crescido e envenenado uma nova geração completa.
Mas por outro lado, Vane nunca tinha pensado em coexistir com sua família Arcadiana. Eles os tinham expulsado e proscrito fazia séculos.
Vane riu malvadamente a Der.
- A diferença de ti, irmãozinho, não preciso nenhuma lua pestilenta para saltar no tempo.
E em uma piscada, Vane, Bride, e Fury estavam de retorno em Nova Orleans, certamente dentro da casa de Kyrian.
—Acredito que preciso Tylenol... Um frasco - disse Bride enquanto se cambaleava ao afastar-se de Vane e se sentar sobre a poltrona mais próxima—. E muita vodca para
baixá-los.
Kyrian, Amanda, e Tabitha entraram correndo no quarto.
—Isso foi rápido - disse Tabitha—. Maldição, Vane, você não te entretém, verdade?
Vane não fez caso à pergunta da Tabitha enquanto se ajoelhava diante de Bride.
—Está bem?
—Não sei - respondeu ela francamente enquanto lhe olhava fixamente com entorpecida histeria—. Meu namorado é um cão, sua mãe uma psicótica, e quase acabo de perder
a oportunidade de ser a atração principal em uma espécie de filme pornô de baixo prestigio, com vestuário e comidas horríveis. Quero dizer... O que é isto? “Bem-vinda
à família, agora tem que dormir com todos meus irmãos, e realmente quero dizer com todos meus irmãos, primos, amigos, demônios, todos?” Sabe a maior parte dos sogros
só lhe oferecem um guisado, não uma vingança de quatro séculos.
Era tão bom ser capaz de dar esse enfático discurso, mas uma parte dela ainda estava aterrorizada. Nada parecia certo para ela agora. Nada.
—Estou a salvo, Vane? Ou alguém mais vai fazer... zaz! Na sala de estar e me agarrar e me levar a não sei onde? Não quero ver o verdadeiro dinossauro Barney com
trogloditas nus perseguindo-o! Não quero ver outra coisa exceto minha vida normal aqui em Nova Orleans.
Vane tomou seu rosto entre suas mãos. Em algum nível, seu contato a consolou.
—Está a salvo, Bride. Não vou deixar que ninguém mais te agarre. Juro.
—E posso acreditar nisso, por quê?
—Porque te dou minha palavra.
—Bem, e isso resolve tudo, huh? —Bride sacudiu sua cabeça—. Depois disto, não posso esperar para me encontrar com seu pai. Acredito que ele será um barril cheio
de risadas - Ela olhou fixamente ao Vane enquanto o horror das poucas horas passadas se equilibrava sobre ela—. Algumas outras estranhas tradições de família que
tenha que conhecer? Ossos ocultos no pátio traseiro? Tias loucas? Pulgas?
Ela olhou ao Fury.
—Não tenho que dormir com ele agora, verdade?
Tabitha arqueou ambas as sobrancelhas ante isso.
—A que tipo de lugar foi? Soa como se pudesse ser divertido.
—Quer ir? —perguntou Fury—. Posso te levar.
—Fury - grunhiu Vane—. Tem bastante para responder já. Não confunda às pessoas.
—E a Tabitha, tampouco - disse Kyrian.
Amanda deu uma cotovelada em seu estômago.
—O que? —perguntou Kyrian com inocência.
Vane se agachou sobre seus calcanhares e olhou ao Kyrian e a Amanda por sobre seu ombro.
—Tenho um escudo sobre a casa que não deveria deixá-los passar. Notem que isso deveria. Não tenho nem idéia de que mais é capaz de fazer o demônio, sobre tudo se
Amanda o convida a entrar na casa outra vez.
—Nada.
Bride levantou a visão para o som de uma nova voz profundamente masculina. Bom, esta era sem dúvida a última pessoa que esperava ver aí.
Entretanto, por que estava surpreendida, ela não podia imaginar-lhe Com o tipo de coisas que estiveram acontecendo, a mulher que tomava o pedido do supermercado
muito bem poderia ser uma Were-Víbora ou uma zumbi.
Por que não?
—Ash? —perguntou Bride, reconhecendo ao homem extremamente alto e incrivelmente atrativo, que se somava ao quarto.
Dois metros, embainhados em couro negro e possuindo uma auréola que só podia ser definida como de pura atração sexual, Ash Parthenopaeus era um homem difícil de
esquecer.
—Conhece o Acheron? —perguntou-lhe Vane.
—Sim, ele vai a loja cada poucos meses com uma linda, embora estranha, namorada, que virtualmente compra o lugar inteiro —Bride olhou de novo ao Ash. —Você é um
dos insetos, também?
—Culpado - disse Ash, lhe oferecendo uma risada encantadora.
—Genial - suspirou Bride—. Alguém mais que precise saber?
Os ocupantes do quarto se olharam entre si com vergonha.
Vane se levantou e enfrentou ao Ash.
—O que sabe sobre o Alastor?
—Que está enganchado. Sua mãe negociou com ele para seqüestrar à sua companheiras e de Fury, e Fang. É um ingresso de ida. Levou a Bride a sua mãe e não há nada
que ela possa fazer para negociar com ele outra vez.
—Está certo disso?
Ash cruzou seus braços sobre seu peito.
—Posso te dar minha garantia pessoal sobre isso.
—Então ele voltará quando Fang se unir? —perguntou Fury.
—Sim - disse Ash—E respondendo sua próxima pergunta, sim outra vez. Ele virá por sua companheira, também.
Fury amaldiçoou.
—Sinto - disse Ash—. Mas olhe o lado bom; sua mãe faz “divertido” o disfuncional.
- Você não é simpático, Ash —disse Vane—. Pensei que fosse proteger a Bride por mim.
—Isso eu pretendia, mas não tive tempo. Mesmo eu não posso estar em dois lugares de uma vez.
—Que pena - disse Vane—. Se soubesse sobre o Alastor, não me poderia ter dito antes?
—Você e eu não estivemos falando exatamente os últimos meses, Vane. Além disso, não é sábio interferir com uma ordem do Destino.
—Odeio quando começa com essa merda do Destino. Sou eu, Acheron, não um de seus fodidos Dark Hunters. Sei o que é e sei o que pode fazer. Maldito seja por brincar
conosco.
O fogo rugia nos olhos do Acheron.
—Não brinco contigo, lobo, é melhor rezar para que nunca o faça.
Pelo rosto de Vane, Bride podia dizer que queria arremeter contra Ash, mas sabia que era melhor não tentar.
—Que mais sabe que não me tenha contado? —perguntou-lhe Vane.
—Toneladas dessas coisas. O último destino do mundo. O próximo presidente. Se os Saints* ganharão este fim de semana. Demônios, até conheço os números da loteria
para esta noite.
–De verdade? —perguntou Tabitha, animando.- Quer compartilhá-lo? Vamos, Ash, preciso os números do Powerball*. Por favor. Por favor, por favor compartilha-os! Até
deixarei ao Simi comer todas as pipocas se me disser isso.
Ash soprou, logo girou para o Kyrian, Amanda, e Tabitha.
—Acredito que Vane necessita um pouco de tempo só com seu irmão e sua companheira para falar.
Tabitha choramingou.
—Ash, me dê esses números!
Ele olhou a Tabitha graciosa.
—Seis.
Tabitha sustentou suas mãos em alto e lhe fez gestos por mais.
—E?
—Há definitivamente um seis em algum lugar nos números ganhadores.
—OH, corrompe... Grande coisa - disse Tabitha, pondo má cara durante um segundo antes de encolher os ombros agradavelmente—. Bem, agora que sabemos que Ash é realmente
cruel e Vane não é um assassino em série, suponho que o melhor é voltar a minha loja - Ela se deteve ao lado do Ash—. Ainda vamos ver o filme de sexta-feira a noite?
Ash assentiu.
—Ali estarei como sempre.
—Genial, vejo-te então - Tabitha fez uma rápida saída.
Kyrian o olhou com a boca aberta.
—Tem um encontro com a Tabitha?
Ash lhe dirigiu um sorriso zombador.
—Não, mas a vejo extremamente divertida. Ela grita as coisas mais fascinantes à tela e come mais pipocas que Simi. Tenho que dizer, que Tabby é definitivamente uma
de minhas pessoas favoritas.
—É um homem doente, Ash - disse Kyrian enquanto retornava à parte de atrás da casa.
—Acredito que é maravilhoso - disse Amanda antes de ficar nas pontas dos pés para aproximar sua cabeça à sua. Ela beijou ao Ash na bochecha. Soltando-o, ela se deu
volta na direção Kyrian que saiu e levantou a voz. —E meu marido dormirá no quarto de hóspedes pelas próximas duas noites.
A bebê começou a chorar no andar de cima.
—Eu vou - disse Ash, desaparecendo imediatamente.
Amanda fez uma pausa perto do sofá.
—Estarei na cozinha se por acaso alguém necessitar de algo.
—Certo - disse Bride—. Você também vai fazer zaz! Para sair daqui, Amanda?
—Não tenho essa capacidade - Ela tocou a mão de Bride consoladoramente—. Sei como se sente Bride. Realmente sei. Como você, pensei que minha irmã era uma louca gritalhona,
e averigüei ao longo dos dois últimos anos que ela é estranhamente sábia. Somente respira profundamente e acredita no impossível - Ela lhes brindou um sorriso alentador,
logo os deixou sozinhos.
—Bem - disse Fury enquanto esfregava a parte de atrás de seu pescoço—. Suponho que agora é quando me dá o empurrão e saio disparado. Vocês moços que tenham uma boa
vida.
—Espera - disse Vane, ficando de pé—. Você não me traiu, verdade?
—Não. Só pensei em trair ao Stefan e seu grupo de Arcadianos. Era um imperativo moral que foderia com suas cabeças, não com a tua - Ele olhou ao Vane cautelosamente—.
Embora seja honesto, Vane. Odeio-te e você me incomoda até o infinito. Sempre o fez.
—Por quê? O que te tenho feito?
—Não tem nem idéia - disse Fury, com sua expressão fria e zangada—. Mamãe não foi sempre essa perturbada que conheceu. Ao menos não comigo.
Fury encontrou o olhar de Bride.
—Realmente sinto o que ela te fez, Bride. Mas tem que entender o que os Katagaria lhes tiraram. Depois que foi seqüestrada por meu pai, eles enviaram todos seus
Strati para encontrá-la. Enquanto não estavam no povoado, outra manada do Katagarias entrou e matou a cada menino que pôde encontrar. Violaram e assassinaram a maior
parte das mulheres. As que sobreviveram só o fizeram porque eles as deixaram, e a maior parte delas, como nossa avó, nunca voltaram a estar bem outra vez. É por
isso que não viu muitas mulheres na cidade.
Fury suspirou e se voltou para o Vane.
—Você não sabe sobre nossa metade Arcadiana. Do primeiro nascimento de nossa raça, houve um Aristos na família materna como em cada geração. Seu irmão mais velho,
que foi assassinado quando ela foi tomada, era um deles. Nosso avô era o outro. Quando ela voltou comigo, Der, e Star, eles pensaram que eu seria um, também. Eu
tinha um aroma estranho que eles assumiram que era o poder.
—Mas você não é Arcadiano.
Fury sacudiu sua cabeça.
—Eu era o yin e você o yang. Eu era um menino humano, logo quando cheguei à puberdade, minha forma trocou para a de lobo.
Vane se estremeceu. Ele entendia tanto a seu irmão, que se preocupou.
—Sinto muito.
—Ah, você não tem nem idéia. Acredita que foi difícil pra você? Ao menos Anya e Fang ficaram contigo. Protegendo-te. Tentei me ocultar, mas ao minuto que Der averiguou
no que me tinha convertido, o disse a Mãe. E ela se comportou, perdão pela grosseria, como uma filha da puta comigo.
Vane não esperava nada menos. Seu pai lhe teria feito o mesmo se ele houvesse alguma vez conhecido a verdade.
—Ela é uma Sentinela. Esse é seu trabalho, matar Katagarias.
—Sim, sei. Eu era muito jovem para resistir a ela. Ela me atacou com uma violência inimaginável e me cortou em tiras - Fury fez uma pausa e se estremeceu, como se
a lembrança fosse difícil para ele até agora—. Fiquei sangrando durante dias enquanto tentava me ocultar dela e de outros. Quer saber por que não posso dirigir dignamente
a maldita magia? Ninguém jamais me ensinou. Markus, com todos seus defeitos, ao menos se assegurou que vocês três fossem treinados depois que voltou de seu ano de
sobrevivência. Durante cem anos, eu estive totalmente sozinho. Não ousei entrar em uma guarida Katagaria por medo que cheirassem o aroma do Arcadiano em mim. A única
coisa que alguma vez aprendi a levar bem a cabo é camuflar meu aroma. Por isso sabe, poderia estar te mentindo agora.
Vane o olhou fixamente, duro. Perigosamente.
—Não o está.
—Como sabe?
—Ash não te teria deixado aqui comigo se o estivesse fazendo.
Fury zombou disso.
—Põe muita fé em um Dark Hunter que não poderia preocupar-se menos por nossa raça.
—Não, não faço. Ponho muita fé em um homem que alguma vez foi outra coisa que um amigo para mim - Vane cruzou seus braços sobre seu peito—. Então, porque veio a
nossa manada?
—Pela mesma razão pela que você procurou mamãe. Queria conhecer como era o resto de minha família. Eu tinha toda a intenção de te contar quem era, mas assim que
vi quanto Markus os desprezava a você e ao Fang, imaginei que seria um engano.
—Poderia nos ter dito isso . Teríamos-lhe dado boas-vindas.
—E outra vez, recordo-te que Der, meu companheiro de ninhada, que era meu melhor amigo, já me tinha traído. Ele entregou-me a nossa mãe preso. Fui criado acreditando
que os animais são imprevisíveis e pouco confiáveis. Mas sabe o que? Os animais só matam por dois motivos: proteger e comer. Os humanos matam por muitos mais motivos.
Apesar do que pensam, não somos nem remotamente tão perigosos como eles. Mas você sabe, verdade?
Vane assentiu.
Fury suspirou e se distanciou.
—Bem, moços tenham uma vida agradável ou algo assim.
—Aonde vai? —perguntou Vane.
Fury deu de ombros.
—A qualquer parte.
—Assim como se fosse simples? —perguntou Vane —. Simplesmente se apresenta como meu irmão e logo segue seu caminho?
—Que mais há? Você não me quer por perto. Maldição você de verdade, não me necessita.
Vane o olhou com o cenho franzido. Fury não tinha nem idéia...
Não, não tinha. A única família que ele alguma vez tinha conhecido o tinha traído. Não era de se admirar que seu irmão o odiasse. Ao menos ele, Fang, e Anya se uniram
contra um e todos os obstáculos e ameaças.
Fury tinha estado sozinho durante séculos. Ele sempre estava afastado na manada e nunca se dirigiu a ninguém. Enquanto outros Strati formavam círculos íntimos de
amigos e aliados, Fury sempre permanecia solitário. Em realidade, ele poucas vezes lutava para reclamar a uma loba.
Isso deve ter sido horrível para ele, saber que eles eram da mesma família e nunca dizer uma palavra disso. Quão freqüentemente Fury os teria visto aos três rindo
juntos? Vendo-os agrupar-se como família contra o resto da manada, sabendo ele que deveria ter sido incluído em seu grupo?
Por essa omissão de amizade, Vane sempre se sentiria culpado. Ele deveria ter sentido o laço de sangue que os unia.
Fury realmente era bom ocultando seu aroma.
—É meu irmão, Fury - disse Vane sinceramente—. A Família significa tudo para mim. Se soubesse algo sobre mim, deveria saber isso.
—Desde quando eu sou sua família?
—Do minuto em que nascemos e desde que veio me advertir sobre o Stefan - Vane lhe estendeu sua mão—. Não preciso um juramento para estar ligado a ti, irmãozinho.
Somos uma família.
Fury vacilou, logo pôs sua mão na de Vane. Vane o puxou para frente e o abraçou.
A Bride lhe fez um nó na garganta ante a dor que refletia o rosto de Fury. Era óbvio que nunca tinha esperado a reação de Vane ou sua aceitação.
—Não te trairei, Fury - disse Vane—. Jamais. E se Fang alguma vez sair dessa, ele não vai fazer pouco de você.
Fury se separou e assentiu.
—E se sair por essa porta —disse Vane com os dentes apertados— eu deverei te machucar por isso.
Fury riu.
—Bem. Estou aqui por um tempo, suponho - Ele limpou sua garganta e deu um passo para trás—. Você dois, provavelmente, desejem falar agora. Irei estar na cozinha
com a Amanda.
Vane esperou até que estiveram completamente sozinhos antes de voltar-se para a Bride.
—Que dia infernal, não?
Bride se sentou de novo no sofá e suspirou profundamente para ajudar-se a agüentar os incomuns acontecimentos das últimas vinte e quatro horas.
—Sim, OH sim. Tivemos bebês voadores, irmãos lobos, mães psicóticas, namorados assassinos em séries, amigas que matam vampiros, e não estou segura de que mais.
Isto estava além de sua capacidade de adaptar-se.
—Estou louca? —perguntou-lhe ela—.Sério, seja honesto.
—Desejaria que fora tão singelo. Desejaria poder te dizer sim e que Grace poderia te arrumar, mas não, não está louca.
Ela temia isso. A pergunta agora era o que deveria fazer?
—Então me deixe ver se entendi bem a sua mãe. Este... —Ela deu volta em sua mão para mostrar o sinal— significa que de algum modo nós somos algo assim como marido
e mulher. Mas se te recusar passará o resto de sua vida impotente e sozinho? Mas, eu sou livre de viver minha vida como quero?
Ele assentiu.
—Realmente é ruim ser você, verdade?
Vane olhou ao vazio enquanto lhe esticava um músculo do queixo.
—Não espero que me aceite, Bride. Nunca lhe impus. Eu esperei aproximadamente uma hora ou duas, mas não sou estúpido e não vivo no mundo de... Bem, ok, realmente
vivo em um mundo de fantasia, mas nunca me enganei.
Ele se ajoelhou no chão ante ela, tomou sua mão e a beijou na palma. OH, ele era tão terno com ela. Tão amável. Ela tomou entre suas mãos suas cálidas e barbudas
bochechas.
Como poderia deixar a um homem como este?
Ele não é humano.
Não totalmente, de todos os modos. E vivia em um mundo aterrador, de magia, mistério e monstros arrepiantes capazes de todas as formas de crueldade.
—O que quer Vane? —perguntou desesperada por saber—Seja honesto comigo. Quer-me simplesmente devido a isto? —Lhe mostrou a palma de sua mão—. Ou me quer?O que quero
dizer é... Realmente não me conhece, verdade? Tampouco te conheço. Sei que é um grande homem em apuros e tem uma família que faz que os Addams* pareçam normais.
Mas não conheço verdadeiramente você.
Ele tomou a mão dela sobre seu rosto e a sustentou na sua calosa, olhando-a com aqueles penetrantes olhos cor verde-avelã.
—A verdade é não sei. Nunca desejei a nenhuma fêmea da maneira que desejo a ti, Bride. Mas francamente não sei se esse é o sinal ou não. Não sei.
Ao menos lhe havia dito a verdade. Isso era definitivamente uma coisa a seu favor. Ele nunca se deitaria com ela outra vez.
—Quanto tempo tenho para tomar uma decisão sobre isto? —perguntou ela.
—Duas semanas. Aproximadamente. Excluindo a qualquer demônio remoto ou interferência materna.
—Então que te parece se tentamos atuar normalmente? —Ela se pôs a rir ante o absurdo daquela declaração. Sim, justamente eles eram Jack e Jill* subindo a colina
do diabo. Ela só esperava que Jack não rompesse a cabeça ou que ela caísse depois.
Bride ficou séria.
—Bem, ao menos podemos fingir ser normais. Deixe-me ver o verdadeiro você em toda sua estranheza para que eu conheça o que tenho que atar-me e logo decidirei se
posso dirigi-lo sem me voltar totalmente louca.
Ele parecia atordoado ante sua sugestão.
—A sério não está fugindo de mim?
—Eu provavelmente deveria, e não posso imaginar por que sequer o estou considerando. Mas realmente eu gosto do que conheço de você, Vane, e suponho que cada um tem
seus problemas. Não tão profundos como os teus, sabe, mas ao menos contigo, quando disser às pessoas que meu namorado é um cão, não só será em sentido figurado.
Ele riu silenciosamente ante isto.
Bride apertou sua mão.
—Então me mostre o pior de ti, lobo. E te mostrarei o meu, e depois de duas semanas, veremos onde estamos.
Vane não podia acreditar. Ela era muito boa para ser real. Com toda honestidade, ele tinha esperado que lhe gritasse e saísse correndo pela porta, chamando a todos
eles de loucos.
Mas lhe dava uma oportunidade.
E isto era algo que ele não tinha tido em muito tempo... Esperança.
A alegria estalou através dele ante a idéia de que em realidade ela poderia ficar com ele.
—Há tantas coisas que tenho para te dizer.
Ela se abateu.
—Não vai chupar meu sangue, verdade?
Maldição. Ela se agarraria a isso para ficar com medo dele. Bem, não tinha sentido ocultar nada a ela agora. Melhor que ele colocasse tudo ante ela para que não
se zangasse porque lhe tinha ocultado algo. Como sua companheira, ela merecia ter respostas a todas suas perguntas.
—Não devo fazê-lo, não.
Ela o olhou com desconfiança.
—O que quer dizer, de maneira que não deve?
—Minha raça não é vampiro, mas há duas partes em um ritual de união. Primeiro é que me aceite como seu companheiro.
—Como faço isto? Parece-se com um casamento?
—Para minha raça é. Só que o fazemos nus.
Ela ficou boquiaberta.
—Com testemunhas? Esquece!
—Não - disse ele, rindo-se de seu ultraje. Ela era formosa sempre que lhe coloriam suas bochechas. Isto fazia que seus olhos âmbar brilhassem—. Isso será somente
entre nós. Deito-me de costas, unimos nossas marcas, e você me toma em seu corpo, então fazemos nossas promessas verbais um ao outro.
Ela inclinou sua cabeça como se estivesse menos que segura de sua honestidade.
—Isso funciona?
Ele assentiu.
—É magia.
—Bem, suponho, e depois o que acontece?
—O seguinte é opcional e pode ser feito ou não sempre que nós o escolhamos. É onde combino minha força vital com a tua.
—Por que faria isso?
—Como você é humana, se não o fazemos morrerá em menos de cem anos, enquanto eu ainda tenho outros quatrocentos ou quinhentos anos antes que chegue a velhice.
Bride estava completamente estupefata enquanto recordava as palavras do Bryani. Em seu momento as tinha atribuído a sua própria loucura ou a de Bryani. Ao parecer,
isso era verdadeiro, justo como o resto desta loucura.
—Você realmente tem quatrocentos anos?
—Quatrocentos e sessenta para ser exato.
Ela inspirou lenta e brandamente ante isso. Deus querido, como seria viver tanto tempo? Quanto poderia ver uma pessoa em todo esse tempo?
Isso era irresistível.
Mas mais que isso, isto vinha com uma compreensão aterradora. Uma que fazia que seu coração se apertasse enquanto uma horrível pena horrível se abria dentro por
ela.
—Eu certamente sobreviveria a todos os que conheço —suspirou ela—. Tabitha, meu irmão e minha irmã, minhas primas. Todo mundo teria ido antes que nem sequer envelhecesse?
Ele suspirou e assentiu.
—Isto não é fácil, mas me terá minha família e amigos - Sua expressão se aliviou como se uma idéia lhe tivesse ocorrido—. A Sunshine Runningwolf. Conhece-a, ela
é imortal.
Bride se sobressaltou por isso. Ela conhecia a Sunshine desde anos.
—Sunshine imortal?
—Sim.
—Vamos! Desde quando?
—Sempre. Tanto ela como seu marido o são.
Uau! Quem diria que a mulher que vendia a Bride os artesanatos que tinha penduradas em sua loja e em seu pequeno apartamento era imortal?
Ela fez uma pausa ante essa idéia. Agora espera um segundo... Isso não está bem!
—Por que não podemos ser imortais?
Vane deu de ombros despreocupadamente.
—Porque minha raça não é. Temos vidas longas, mas elas são finitas - Seu apertão se esticou sobre as mãos dela—. Há algumas desvantagens, entretanto. Se decidir
te unir a mim, terei que tomar seu sangue e você terá que tomar o meu. Um intercâmbio de sangue é o único modo de fazê-lo. Em segundo lugar, se um de nós morre ambos
fazemos.
Ela ficou pálida. Esse era um pensamento que a assustava.
Bem, por outra parte, comparado a outras coisas no mundo de Vane, aquela era provavelmente uma das menores preocupações.
—Mas não tem que fazê-lo, Bride - ele se apressou a assegurar Ambas as decisões só são tomadas por você.
Ela suspirou enquanto considerava tudo isso. Era um compromisso infernal o que Vane lhe estava pedindo. Isto levava ao tradicional “até que a morte os separe” a
um completo novo nível.
Mas enquanto ela o olhava ainda ajoelhando no chão, não podia menos que perguntar-se quão mal poderia ser a vida com este homem. Era considerado e generoso. Uma
raridade em seu mundo.
Isso valia ao menos duas semanas.
—Bem - disse ela devagar—. Agora é minha vez de falar. Se nos fizermos companheiros, quero um casamento humano. Meus pais não entenderão nada menos que isso e não
estou segura se quero lhes dizer sobre tudo isto.
—Está bem.
—Isso significa que vais ter que conhecer meus pais, Vane.
—Bem. Eles não podem ser tão aterradores como os meus.
—Bem, eles não são homicidas em geral, mas são protetores comigo.
—Já os amo.
Bride respondeu com uma risada nervosa o pequeno e brincalhão sorriso dele.
—Sabe, eu sempre pensei que encontraria a algum homem e sairia com ele durante um ano ou dois e logo o faria agachar-se sobre seu joelho em algum lugar romântico
para que me pedisse que me casasse com ele. Alguma vez sonhei que isto fosse meu compromisso - Ela brincou com uma mecha de seu cabelo—. Suponho que a vida alguma
vez é o que queremos que seja, verdade?
Vane se abateu por dentro por suas palavras. Ele nunca tinha pensado mudar sua vida tão horrendamente. Ele só tinha querido tocá-la um momento.
Que o tocasse.
Talvez isso fora cruel, mas seu coração não queria que partisse. Só desejava a ela.
Tanto o animal como o homem nele não ansiavam nada mais que ser tocados por esta mulher.
—Farei qualquer coisa para te fazer feliz, Bride.
Bride aprofundou seu apertão no cabelo dele. Nesse momento, sentiu como se em realidade pudesse amar a este homem. Ao menos sabia que poderia.
Mas já se queimou e não conhecia a Vane muito bem. Ela só tinha duas semanas para aprender sobre ele. O que ela sabia era aterrador... E maravilhoso.
Ela só esperava que não lhe mentisse ou a enganasse. Se lhe mostrasse ao verdadeiro Vane e este homem-lobo era honesto, então ela poderia aceitá-lo.
Seu pior medo consistia em que ao final das duas semanas, ela pudesse unir-se a ele e ele se convertesse no psicótico e rude animal de que falava sua mãe
O que faria então?
Taylor tinha sido maravilhoso ao princípio de sua relação. Até lhe tinha levado bombons para seu primeiro Dia de São Valentin.
Com o tempo, ele se tinha convertido em um asno total. Vane faria o mesmo?
E quatrocentos anos... Isso era realmente um comprido tempo para passar com alguém.
Não se o ama.
Talvez isso fosse verdade.
O menos que ela poderia fazer era tentá-lo. E ter esperança.
—Então, aonde vamos daqui? —perguntou ela.
—Tenho que encontrar algum lugar onde te alojar se por acaso tenho que te deixar, e onde esteja a salvo.
—E minha loja?
—Conseguirei a alguém que a cuide por ti.
Isso soava um pouco muito fácil.
—Como?
—Pedirei ao Acheron outro favor. Eles têm gente que ajuda aos Dark-Hunters. Eles têm muitos negócios locais aqui em Nova Orleans e estou certo que podem enviar a
um deles aí para manter a loja aberta por ti. A maior vantagem é que se um de minha raça vem perguntando, eles saberão como dirigi-los.
—Bem, então. Vamos começar nosso enlace de mãos* e ver como funcionará tudo.
Vane se levantou e lhe apresentou sua mão.
Bride vacilou. Ela nunca antes lhe tinha temido ao futuro, mas agora o fazia.
Tomando ar profundamente, para dar-se coragem, ela colocou sua mão na dele e deixou que ele a pusesse de pé.
Ela esperou que ele a conduzisse à cozinha. Em troca, ele a transportou ao quarto dos meninos.
—Sabe - disse ela, sentindo-se aturdida por sua “viagem”—. Os pés servem, também.
Vane riu.
—Disse que queria que fosse eu mesmo. Prefiro o cintilar como meio de transporte. É muito mais rápido.
Ash estava sentado em uma antiga cadeira branca de madeira, balançando ao bebê que dormia em seu colo enquanto os olhava com curiosidade. Ele sustentava uma mamadeira
de leite meio vazio entre suas pernas enquanto a bebê, vestida com um vestidinho rosado, chupava seu pequeno punho no refúgio de seus braços. Havia algo tão ilógico
naquela imagem que Bride não pôde menos que olhar fixamente.
Um homem vestido com couro negro e opressivo com o comprido cabelo vermelho e negro e um brinco de adaga em sua orelha esquerda definitivamente não se parecia com
alguém que pudesse deleitar-se cuidando de um bebê. E aí estava, sentado em um quarto rosado cheio de babados, embalando placidamente a bebê. Ash deveria parecer
completamente fora de sue lugar aí e, contudo, parecia estar em casa.
—Já chamei a Jessica Adams para que se faça cargo de sua butique - lhes sussurrou Ash—. Ela somente precisa saber onde estão os papéis, onde guardas as chaves da
loja, e em que banco faz os depósitos.
—Maldição, você é bom - disse Vane.
Ash lhe dirigiu um sorriso zombador e arrogante.
—Absolutamente o melhor.
Vane trocou sua posição.
—Então... Você sabe…
—Aqui está a direção - Ash sustentou sua mão levantada e um cartão de visita magicamente apareceu entre seus dois primeiros dedos. Ele entregou o cartão a Vane,
quem deu um passo adiante para pegá-lo—. Vocês estarão a salvo ali. Confia em mim, ele é mais paranóico que uma comunidade de Apolitas. Ninguém vai entrar em seu
lugar.
Vane olhou o nome sobre o cartão e se congelou.
—Estará de acordo com que estejamos ali?
Ash deu de ombros.
—Sua casa é bastante grande. Só tentem manter-se fora de seu caminho - Ele olhou além de Vane e ofereceu um sorriso a Bride—. Ele está um pouco nervoso, Bride,
mas Valerius é um bom homem enquanto que não lhe mencione o nome do Kyrian. Ele se assegurará que nada aconteça a vocês.
—Valerius? —perguntou ela.
Vane soltou um lento suspiro, logo girou para enfrentá-la.
—Ele é um vampiro com atitude séria.

CAPITULO 10

Quando Bride disse ao Vane que lhe mostrasse o pior dele e a deixasse ver o homem real, não tinha tido nem idéia no que se estava colocando.
Ele poucas vezes fazia algo normal e ela começava a compreender quanto se esforçou por permanecer no mundo “normal” quando tinha fingido ser seu lobo.
Depois que Ash partiu, eles tinham ido para baixo recolher ao Fury. Em um momento lhe tinha estado dizendo a Amanda que a chamaria e ao seguinte estavam dentro de
outra casa.
—Realmente desejaria que me desse alguma advertência antes de fazer isto - disse ao Vane enquanto olhava ao redor para conseguir orientar-se.
Eles estavam em uma enorme sala de estar que era duas vezes maior que a da casa do Kyrian. A casa inteira era completamente escura e parecia uma tumba. Estéril.
Fria. O lugar tinha um caro revestimento de mogno esculpido à mão e estava cheio com mais antiguidades das que Bride jamais tivesse visto antes em um lugar. Por
não mencionar o piso de mármore com um intrincado desenho estilo romano. Este parecia um passeio por algum castelo europeu. Ou uma mansão. Tudo o que ela podia ver
exalava educação aristocrática e bom gosto.
A diferença da casa do Kyrian, não havia nada moderno ou confortável aqui. Nenhum fofo sofá, nem televisão, nem, obviamente, telefone ou computador. Nada. Inclusive
os livros alinhados nas graciosas estantes pareciam ser antiguidades encadernadas em couro. O sofá era obviamente da era georgiana e tinha muito pouco acolchoado
debaixo do tecido borgonha.
Mas a coisa mais estranha de tudo era relativo às estátuas. As estátuas de duas mulheres que pareciam ser ninfas romanas nuas as pés das serpenteantes escadas. O
fato de que fossem antiguidades não era o estranho, era que pasteizinhos cor vermelho brilhante cobriam seus mamilos de pedra brancos.
—Que demônios? —perguntou ela.
Fury pôs-se a rir quando os viu.
—Jesus, Vane, chama antes de apresentar-se. Tem sorte que não te pegasse um tiro na bunda.
Bride deu a volta para ver um alto, e misteriosamente formoso homem entrar no quarto. Ele tinha o comprido cabelo negro até os ombros, agudos olhos marrom escuros,
e barba de aproximadamente três dias.
Vestido com uma gritante camisa havaiana laranja e jeans rasgados, ele se movia como um homem que sabia que poderia matar a qualquer um que se aproximasse.
—Ele é o vampiro? —perguntou Bride em tom baixo.
—Não - disse Vane enquanto olhava ao homem com incredulidade— Ele é da Máfia. Otto, que diabos faz aqui? Vestido assim? O que aconteceu com sua roupa? Parece como
se tivesse se convertido no Nick Gaultier.
—Sofrendo a condenação eterna - disse Otto, arranhando sua barba enquanto se aproximava deles—. Eles transferiram meu traseiro para cá, contra meus desejos, para
servir ao Rei dos Bodes, porque ele tem que ter a alguém que fale latim e italiano. Deus não permita que o homem tenha um normal escudeiro plebeu que só fale inglês.
OH não, devemos ter um com educação - Otto soou muito como Alfred Hitchcock com essa última palavra.
—Então por que está vestido como Nick? —perguntou Vane.
—Somente para incomodá-lo. Essa é realmente a única coisa que me mantém prudente por aqui.
Vane pôs-se a rir.
—Me deixe adivinhar, você é o homem dos pasteizinhos vermelhos?
—OH, demônios, sim. Não posso esperar até que se levante e lhe dê um ataque por isso - Otto aprofundou sua já baixa voz que era o normal e lhe somou um acento que
era quase italiano, mas não exatamente—. Não toque, nem sequer respire em cima das estátuas, Escudeiro. A diferença de ti, isto não tem preço - sua voz voltou a
ser normal—. Não, seu rosto não terá preço quando o vir esta noite.
Esta vez foi Fury quem riu.
—Não te conheço - disse, caminhando para o Otto com sua mão estendida— mas já posso contar que vamos ser amigos. Fury Kattalakis.
—Otto Carvalletti - Ele estreitou a mão do Fury, logo olhou de um a outro lobo—. Vocês dois são parentes?
—Irmãos - disse Vane.
—Genial - disse Otto, dando a volta para a Bride com um sorriso encantador—. Você deve ser Bride - Ele tomou sua mão ao mesmo tempo em que ela notava que ele tinha
uma tatuagem de um tecido de aranha negra na parte de atrás de seus nós dos dedos—, bem-vinda à loucura que é nosso mundo, minha senhora, embora pessoalmente, penso
que está louca para querer estar aqui.
Otto beijou sua mão e se inclinou ante ela. A ação obteve um profundo grunhido de Vane ao que Otto decidiu fazer caso.
—A propósito, Bride, pode relaxar. Sou tecnicamente humano, embora minha multidão de irmãos o negaria. E excluindo os pasteizinhos, não estou realmente psicótico.
Quando conhecer a meu chefe, entenderá totalmente por que tenho que agitar sua jaula.
Otto se dirigiu à escada.
—Se algum de vocês dois bons lobos uivassem, eu poderia dizer o discurso “criaturas da noite, que fazem música” * completo —Ele os olhou de novo quando nem Vane
nem Fury uivaram—. Ou não. Bem, tomo nota mental que os lobos não têm nenhum senso de humor ou nunca têm lido Drácula ou nunca viram um dos filmes. Nenhum problema.
Me sigam e lhes mostrarei seus quartos. Uma informação rápida das regras. Tentamos estar o mais silenciosos possíveis à luz do dia para não despertar ao Conde Penicula.
—Penicula? —perguntou Bride.
—Meu insulto favorito para o Valerius. Como o bom General Romano é dono desta casa, é uma combinação de pênis e Drácula.
Bride teria rido, mas tinha a sensação que isto só animaria ao Otto a ser mau.
Eles seguiram ao Otto, subindo a escada.
—Quando te fez tão falador, Carvalletti? —perguntou Vane—. Eu sempre pensei que fosse um homem de poucas palavras.
—Normalmente o sou, mas estive encerrado nesta mansão tanto tempo que estou ficando louco. Penso que deveria ter ficado no Alaska. Infernos, se até estive falando
com o Nick só para romper a monotonia.
Otto fez uma pausa na escada para olhá-los.
—Valerius não é um Dark Hunter, é um Daimon que me sangra até ficar seco. Não é assombroso que seu último escudeiro partisse. Reservo-me o direito de pedir minha
transferência e meu pai segue me dizendo para ser homem e assumir minha atribuição com dignidade. Juro, melhor que esse homem não se debilite ou o encerrarei na
pior casa de retiro que possa encontrar.
—Caraca, e eu acreditava que tinha problemas com meus pais - disse Fury atrás Bride—. Os meus somente querem me matar e me tirar de minha miséria, nada mais.
—Sim - disse Otto do topo da escada—. Tem sorte. Desejaria que o meu quisesse me matar.
Otto lhes conduziu por um corredor enquanto Vane se inclinava e falava no ouvido de Bride.
—Não deixe que as atuais tolices bizarras do Otto lhe confundam. Ele era valedictorian* em Princeton.
Ela ficou sem fala.
—E eu tinha um cérebro até que este lugar o matou. Tentem tratar com o Valerius e Nick e também se encontrarão com uma regressão à primeira infância em uma questão
de dias. Mas pelo que mais queiram, não digam ao Amo Valerius que alguma vez pus o pé no chão de Princeton. Ele pensa que abandonei Barbizon, Escola de Modelagem.
Bride riu, logo olhou para o Vane.
—Então este é o mundo ao que me está trazendo? Não te ofenda, mas esta raça realmente está louca. Temos um graduado de Princeton que se veste como Dom Ho* pondo
pasteizinhos sobre estátuas, um cunhado que é um cão...
—Sim, mas não esqueça, Tabitha vem contigo - recordou. Você , disse Vane, tem sua própria parte de loucos.
Ela levantou suas mãos em sinal de rendição.
—Bem, mas é só uma louca que carrego comigo.
—E seu papai castra para viver - disse Fury atrás deles—. Penso que é a coisa mais doente da que jamais me inteirei.
—Quer ir visitar meus pais, Fury? —perguntou Bride.
—Passarei.
Otto abriu uma porta que conduziu a um enorme dormitório com a mais elaborada cama antiga com dossel que Bride alguma vez tivesse visto. Cortinas de veludo azul
profundo penduravam ao redor de querubins e anjos esculpidos à mão que decoravam a madeira antiga.
—Isto é magnífico.
—Valerius insiste no melhor. Você dois podem deitar-se aqui, e levarei ao moço cão mais longe pelo corredor.
—Hei! —protestou Fury com indignação.
—Te relaxe - disse Otto—. Isto não é como se te fizesse dormir na garagem ou algo assim.
Os dois deixaram a Bride e Vane sozinhos no quarto.
—Assim, aqui estamos - disse Bride, insegura de si mesmo.
Vane pegou a mão dela para aproximá-la.
—É estranho não ter que me ocultar de você.
—Então pode fazer de tudo?
—Mais ou menos qualquer coisa. Posso viajar no tempo em qualquer direção. Eu poderia nos dirigir daqui a Paris ou a qualquer lugar que queria visitar.
Bride considerou isto. Ela poderia ter algo, mas havia só uma coisa que a faria realmente feliz.
—Pode me fazer magra?
Vane parecia menos que contente.
—Eu poderia.
—Faça-me.
Ele a olhou com o cenho franzido como se o pedido o confundisse completamente.
—Por quê?
—Por que sempre quis ser uma dessas pequenas mulheres pequenas e nunca fui.
Ele se moveu para parar atrás dela para assim poder empurrá-la contra ele e abraçá-la muito perto.
—Não te quero magra, Bride. Eu gosto de como é - Seu fôlego fez cócegas em seu pescoço enquanto ele falava e enviou o calor por toda ela—. Minha raça tem um refrão.
A carne é para o homem, o osso para o cão.
—Sim, mas você é ambos.
—E quando me dão a escolher entre costelas e file, vou pela opção superior sempre.
Bride chiou enquanto ele colocou seus lábios contra seu pescoço e o mordiscou. Ela fechou seus olhos e inalou o quente aroma masculino dele. Sentia-o tão bem sustentando-a.
Isso a fez sentir débil e sem fôlego.
—É isto tudo o que há entre nós, Vane? Só sexo?
Ele pôs sua bochecha contra a sua com tal gesto de carinho que lhe atravessou o coração.
—Não, Bride. O sexo é somente a demonstração física do que sinto por ti - Ele tomou sua mão e a conduziu para seu coração onde ela o sentiu palpitar contra a palma
de sua mão—. Ninguém jamais me deixa tocado como você o faz. É como um sussurro. Aprazível, suave. Calmante. Em meu mundo, a raça só grita e dá alaridos. Mas você...
Você é meu paraíso.
Ela tremeu ante suas poéticas palavras.
—Deus, é bom.
—Isto não é uma frase, Bride. Posso ser humano, mas também sou um animal e o animal em mim não mente ou engana. Nunca pensei que uma parte de mim seria domesticada,
mas agora o está. Esta parte não quer repartir golpes à mão direita e sinistra a alguém. Esta parte somente te quer.
Como uma mulher poderia dizer não a isto?
Bride ofegou enquanto sua roupa desaparecia.
—Vane?
Antes que ela pudesse terminar de dizer seu nome, ambos estavam nus na cama, sob os lençóis.
—É um talento o que tem aí - disse ela enquanto ele fuçava seu pescoço.
—Não tem nem idéia - ele soprou em sua orelha antes de lambê-la.
A cabeça de Bride formou redemoinhos no êxtase de seu contato. Por uma vez ele não perdeu tempo com ela. Ele se deslizou dentro de Bride com uma estocada poderosa.
Eles gemeram ao uníssono.
Bride levantou a visão para o cru prazer em seu rosto. Este não era de brincar com ele, Vane levava a sério o possuí-la.
Ela deslizou suas mãos sobre suas costas, sentindo a ondulação dos músculos enquanto ele empurrava dentro ela, forte e poderoso. Ele era o lobo e estava faminto.
Seus olhos verdes a devoraram.
Vane não podia pensar claramente enquanto sentia sua suavidade debaixo dele. O animal nele queria a completa posse. Queria acoplar-se e dominar.
O homem nele queria sua ternura. Seu coração.
Sobre tudo, queria passar o resto de sua vida olhando dentro de seus olhos cor âmbar. Eles agora estavam escuros pela paixão. Seus lábios estavam ligeiramente separados
enquanto ela ofegava de prazer.
Vane reclamou aquela boca. Ele grunhiu ante seu sabor. Com a sensação de sua língua contra a sua enquanto se empurrava profundamente dentro dela uma e outra vez.
Faminto dela obrigou-se a ser suave com seu corpo. Por recordar que ela era humana e frágil.
Ele morreria se alguma vez lhe fizesse mal.
Mas OH... A sensação de suas mãos sobre suas costas. A forma em que ela agarrava seu traseiro. Ela não só estava transando com ele. Ela fazia amor com ele. E isto
significava para ele mais que qualquer outra coisa.
Inclusive se ele fosse imortal, nunca sentiria nada melhor que suas longas e suaves pernas entrelaçadas com as suas.
Bride estava sem fôlego enquanto Vane a devorava. Nenhum homem jamais tinha feito amor com ela como este... Como se ele não pudesse conseguir o suficiente dela.
Como se estivesse desesperado para estar dentro de seu corpo.
Havia tanto poder e força nos braços envoltos ao redor dela. Os braços que a sustentavam meigamente. Com cuidado.
Cada poderoso golpe pulsava prazer através dela.
—Amo a forma com que suas mãos se tocam sobre mim - ele respirava entrecortadamente enquanto ela tomava entre suas mãos seu traseiro—. E amo ser capaz de pega-la
assim.
—Como assim?
—Cara a cara - disse ele, pontuando cada palavra com um golpe profundo, exuberante—. Assim posso sentir seus seios sobre meu peito. Ver sua expressão quando goza
em mim.
Então a beijou. Isto foi imperioso e devorador. Satisfatório.
Bride foi completamente arrastada por ele. Pelo intenso prazer dele tão grosso e amplo dentro dela. Pela forma em que o sentia deslizar-se contra seu corpo.
Vane deixou que seus poderes fluíssem através de ambos. Não havia nenhuma necessidade de refreá-los ou mascará-los. Ele deixou a sua paixão abastecer de combustível
a seus poderes, carregando-os a seu nível mais alto.
A sensação disso o atravessou como um relâmpago, aumentando cada aspecto da carne dele contra a dela.
Ele soube o instante em que ela sentiu a elevação de seus poderes. Ela atirou sua cabeça para trás no último êxtase. Com sua respiração desigual, ela respondeu cada
golpe com um próprio.
E quando ela gozou, ele teve que tampar seu grito com seus poderes para impedir que outros soubessem o que faziam.
Ele sorriu ante a imagem dela perdida nas convulsões de seu orgasmo. Ante a sensação de suas mãos sobre suas costas enquanto o agarrava fortemente.
Então Vane se permitiu unir-se a ela. Grunhiu enquanto se liberava dentro dela. Jazeu sobre ela, ofegando enquanto seu corpo continuava tremendo e estremecendo-se.
Todo o tempo ela pegou no cabelo dele e o aproximou contra si.
—Isso foi incrível - suspirou Bride. Então franziu o cenho— você realmente fica maior no final, verdade?
—Sim —disse ele, mordiscando seus lábios— e não posso sair de ti durante uns minutos mais sem te fazer dano.
Bride ainda podia sentir seu corpo tremendo.
—Por que faz isso e como é que me manteve...?
—Usei um feitiço de tempo para que não fosse consciente de quanto tempo uso para terminar - Ele gemeu enquanto outra onda de orgasmos o atravessava.
Vane quase esperou que ela o recusasse. Não o fez.
Em troca, ela embalou sua cabeça contra a dela e acariciou o seu cabelo até que ele tivesse terminado completamente.
Quando ele finalmente acabou, ele se deslizou fora dela e se derrubou a seu lado.
Ela deu volta para enfrentá-lo.
—Então assim é como é realmente?
Vane assentiu e esperou que seu coração deixasse de palpitar. Ela se deslizou sobre seu peito e beijou o duro mamilo direito dele. Ele grunhiu enquanto lhe dava
uma ligeira e brincalhona lambida.
—Se segue fazendo isso estaremos nesta cama pelo resto do dia.
Bride brincou.
—Conheço vocês, homens. Necessitará ao menos umas horas para... —Sua voz se desvaneceu quando o sentiu endurecendo-se contra sua coxa.
—Não sou humano, Bride. O sexo nos revigora. Não nos deixa mais cansados.
Ela levantou o lençol para ver a verdade daquela declaração. Ele já estava duro outra vez.
—Então posso brincar contigo tanto como queira?
—Um-hmmm. Sou todo teu, querida.
Mordendo seu lábio, Bride deslizou sua mão para baixo para tomá-lo com cuidado e explorar a inteira longitude dele. Já que Taylor nunca tinha feito amor com ela
com as luzes acesas ou à luz do dia, realmente nunca tinha tido a possibilidade de examinar a um órgão masculino de perto.
Ele flexionou uma perna e não disse nada enquanto ela com cuidado aprendia cada traço de seu corpo.
Vane a olhou de muito perto enquanto brincava com os cachos de seu cabelo. Ele nunca tinha tido uma mulher com tanta curiosidade sobre ele. Às lobas não preocupava
como se mostrasse, e sim que pudesse as satisfazer. Uma vez que o ato estava terminado, suas fêmeas os afastavam e partiam. Não havia nenhum compartilhar de corpos.
Nenhuma importância por acariciar ou amar. Por abrigar um sentimento.
Isso era o que mais apreciava de Bride.
Seus dedos o examinaram meigamente. Ela com cuidado massageou seu saco e seu pênis. Calafrios se disseminavam sobre ele. Sua perna estendida em realidade se movia
nervosamente.
Bride riu bobamente enquanto continuava acariciando-o.
—Você gosta, verdade?
—Sim - disse roucamente enquanto sentia que seu pênis se endurecia ainda mais.
Ela levantou o olhar para ele, logo fez o inimaginável. Ela tomou em sua boca.
Vane jogou sua cabeça para trás e enterrou sua mão em seu cabelo enquanto o prazer o atormentava. Ele apertou sua mandíbula para impedir-se de uivar enquanto ela
o lambia e provocava da base à ponta. Ela o deslizou profundamente em sua boca enquanto o chupava e brincava.
Ele pegou suas mãos em seu rosto enquanto seu corpo inteiro ardia. A generosidade deste ato...
Ele não sabia que tal coisa existisse. Uma fêmea Katagari antes morreria do que tocar a um homem desta forma. Era o trabalho do macho satisfazer à fêmea, não de
outra maneira.
Bride gemeu profundamente em sua garganta enquanto provava a mesma essência de Vane. Ela olhou para cima para vê-lo olhando-a, seus olhos cobertos pelo prazer e
a incredulidade. Esta era uma combinação embriagadora.
Ele se mostrava como se lhe estivesse mostrando o céu. Ele retirou o cabelo do rosto dela, logo acariciou sua maçã do rosto com seu polegar enquanto ela passava
a língua pelo lado interior dele.
Bride sentiu que o ar ao redor deles literalmente queimava. Fez uma pausa ante o som.
—Está tudo bem - disse Vane ofegando—. Isso é somente os meus poderes surgindo. Às vezes o fazem.
Ela retornou a ele.
Vane chiou seus dentes enquanto seu prazer se voltava incrivelmente alto. Em qualquer momento, ele gozaria outra vez. Com medo de machucar a Bride, ele a separou
dele um instante antes que seu corpo explodisse.
Isso não foi o único. Cada lamparina no quarto se fez migalhas com a força de sua paixão, enquanto seus poderes brincavam com seu desejo no quarto.
Ele se cobriu com a manta e usou sua mão para ajudar a seu corpo enquanto tinha o orgasmo.
Ele sentiu a mão de Bride sobre si. Abrindo seus olhos, ele olhou enquanto ela tomava em sua mão e com cuidado o apertou até que seu corpo ficou completamente drenado.
—Não tinha que te separar de mim, Vane - disse ela depois de uns minutos.
—Dobro-me de tamanho quando me gozo, Bride. Não quis ver-te machucada por isso.
Ela separou sua mão dele e beijou seus lábios.
Vane a sustentou perto dele, entesourando este novo momento com ela.
Ela se retirou para olhar as lamparinas feitas migalhas.
—Espero que nosso anfitrião não seja também... —Ela se deteve enquanto ele reparava cada lamparina com seus poderes.
—Esse é outro talento que tem por aí...
Riu-lhe maliciosamente.
—Prefiro o teu.
Ela estava confundida por isso.
—Não tenho nenhum talento.
—Sim o tem. Essa tua boca definitivamente é mágica.
—Mmm - disse ela, beijando-o outra vez—. Mas esta só trabalha para ti.
—Bem.
Bride se retirou enquanto compreendia algo.
—Espera um minuto. Você não pode me enganar jamais, verdade?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Sem ti, sou um invalido total. Meus poderes diminuiriam, também. Uma vez que o sexo é afastado de nós, não temos nenhum modo de recarregar nossa energia. Eventualmente
perdemos toda nossa magia.
—Então como seu pai é o líder de sua manada se ele não pode dirigir a magia?
Ele franziu o cenho.
—Como sabia que meu pai era nossa líder?
—Ouvi às pessoas medievais que falava sobre isso.
Vane tomou um comprido e profundo fôlego antes de lhe explicar.
—Ele se fez o líder da manada antes que eu nascesse. A única razão pela que é ainda responsável é que é extremamente forte fisicamente como lobo e faz acordos com
os Daimons por magia.
—Daimons?
—Vampiros. A diferença de sua televisão e filmes, os verdadeiros vampiros não vivem pelo sangue humano, gostam das almas humanas. Se eles tomarem a alma de um Were-Hunter
ou de um humano psíquico eles então podem absorver seus poderes. Os Daimons que são realmente poderosos são capazes de compartilhar esse poder com alguém mais. Meu
pai rotineiramente lhes faz sacrifícios para que eles deixem a sua manada tranqüila e desviar um pouco de magia para ele.
—Sacrifícios?
Ele suspirou como se o pensamento lhe doesse.
—Ele finge que alguém traiu à manada e simplesmente os joga para deixar-lhe aos Daimons. Meu irmão Fang e eu fomos os últimos sacrifícios que ele fez. Eu sabia que
enviaria assassinos para nos matar uma vez que os Daimons não voltaram para compartilhar o poder com ele.
Ela não podia imaginar nada pior que isto. Seu pai o tinha sacrificado para morrer. Sua mãe o odiava e com muito gosto o mataria, também.
Seu pobre lobo. Não lhe assombrava que tivesse ido a ela.
—OH Vane, sinto muito.
—Está bem. Só estou surpreso que meu pai esperasse tanto tempo para nos trair. Penso que a única razão pela que não o fez antes foi que, apesar de todas suas faltas,
ele queria a minha irmã Anya mais que a tudo, e ela nos amava. Enquanto que ela vivesse, não acredito que ele queria lhe fazer dano nos matando. Mas imediatamente
depois que ela morreu...
—Ele foi atrás de vocês?
Ele assentiu.
Ela aproximou sua cabeça a seus seios e o sustentou ali, esperando fazer tudo ficar melhor, sabendo que não poderia. Mas ao menos Vane pareceu estar em paz com o
passado e com seus pais e seu ódio irracional contra ele. Sua força a assombrou. Ela não conhecia nenhum outro homem que pudesse ter tido seu passado e sua dor e
ser tão compassivo e carinhoso.
—Como era sua comunidade? —perguntou, pensando em que outras cicatrizes escondia com semelhante dignidade.
—Não sei. Vivemos como animais. Ficamos sobre tudo em forma de lobo a não ser que nos dirijamos às cidades para algo.
—Por comida?
—Ou sexo. O sexo é muito mais agradável como humano que como lobo. Há muita mais estimulação, sobre tudo para nossas fêmeas.
Isso era algo que ela não queria considerar. Não gostou de pensar no Vane com alguém mais. Mas ao menos ela não tinha medo de que ele a enganasse. Havia muito que
dizer sobre isto. Sua própria irmã atualmente atravessava um divórcio por este mesmo tema.
—Assim viveu a maior parte de sua vida como lobo? —perguntou.
Ele assentiu.
—Para o Katagaria é realmente fácil já que o lobo é sua forma inicial. É a forma em que descansam ou se recuperam quando lhes fazem mal.
—Mas você é Arcadiano.
Ela pôde saber, pela forma em que ficou rígido, que isso o incomodava.
—Sim. Por isso para mim, era uma tortura implacável me manter em forma de lobo. Um dos motivos pelo que sou tão forte magicamente é que tive que aprender a canalizar
meus poderes para poder permanecer lobo enquanto lutava, era ferido, ou dormia. Coisas que eu deveria fazer como humano.
—E a tatuagem sobre seu rosto?
—É mais uma marca de nascimento - Ele soltou um profundo suspiro e esta reapareceu sobre seu rosto.
Bride percorreu o desenho cheio de voltas que era de uma maneira estranha, formoso.
—Os Sentinelas são guardiães Arcadianos - explicou—. Uma vez que um Arcadiano termina sua puberdade, as Destinos escolhem ao que eles pensam que é bastante forte
para proteger o mundo dos Assassinos ou de quão animais estão aí fora para caçar aos Arcadianos e ao gênero humano.
Ela se estremeceu enquanto entendia o que lhe dizia.
—Então vivia com lobos quando te voltou humano, e logo te converteu em seu pior inimigo.
—Sim.
Seu coração sofreu por ele.
—Deve ter estado aterrorizado. Por que não foi embora?
—Provavelmente deveria tê-lo feito, mas eu era jovem e estava assustado. Eu não sabia nada sobre os Arcadianos e menos sobre os humanos. Recorda, eu era um lobo
quando pequeno. Aos nossos jovens nunca lhes é permitido aproximar-se dos verdadeiros humanos. Eu não tinha nenhuma idéia de como me dirigir ou interagir com seu
mundo. Por isso foi que fiz meu trato com o Acheron para que me levasse ao passado para encontrar a minha mãe. Pensei que se lhe dissesse que não era mais um animal,
ela me ajudaria a me adaptar.
—Mas não ela o fez.
—Não. Ela me chamou de mentiroso e me afugentou.
Ela poderia matar Bryani por isso. Que tipo da mãe seria tão cruel? Mas claro, a crueldade existia em todas as partes do mundo mesmo que não devesse.
—Enquanto isso Fury passava pelo mesmo, mas ao reverso.
—Sim.
Ela não sabia qual dos dois o tinha sido pior. Era provavelmente Fury. A diferença de Vane, ele não tinha tido um irmão e uma irmã para aceitá-lo.
—Então voltou para sua manada depois de te encontrar com a Bryani?
Ele assentiu.
—Era tudo o que conhecia e não podia pedir ao Fang e a Anya que partissem por minha causa. Pensei que se meu pai me matasse, ao menos eles ainda teriam uma casa
e estariam protegidos.
—E ninguém jamais soube a verdade sobre sua mudança de forma inicial?
—Somente Fang e Anya, e ao que parece Fury. Eu deveria saber quando ele veio a nós. Mas sempre se mantinha encerrado em si mesmo. Stefan e outros tentaram convertê-lo
em um Omega, mas ele não aceitou. O que lhe falta de magia, compensa-o com força bruta e a iniciativa de matar a qualquer que lhe cruze o caminho.
Bride fez uma pausa, com sua mão no cabelo dele enquanto tentava entender seu mundo.
—Omega?
Vane beijou seu estômago. —Em cada manada, há uma cabeça de turco que os outros lobos usam para se alimentarem. Este é sempre um macho e o chamam o lobo Omega.
—Isso é horrível.
Ele se levantou para olhá-la.
—Assim é a natureza e somos animais. Disse que queria me conhecer e estou respondendo todas suas perguntas sobre meu mundo, por mais horríveis que possam ser as
coisas.
Bride tentou imaginar ao Vane que ela conhecia como um ser frio e desumano. Era difícil quando ele a olhava com tal amor e desejo em seus olhos.
—Alguma vez usou o Omega?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Eu em geral estava entre o Omega e os outros. É pelo que a manada me odeia. Fang sempre pensava que eu era um idiota por me incomodar.
Seu coração se levantou ante isto. Ele era um homem bom, inclusive quando era um lobo. Ela não deveria ter duvidado dele.
—Não acredito que seja um idiota. Penso que é maravilhoso.
Ele a beijou por isso.
Alguém bateu na porta.
—Hei! Vane - disse Otto do outro lado—. Pensei em lhes dizer que o jantar é em uma hora, se vocês moços desejam comer com o Valerius, estejam no salão pontualmente
ou ele terá uma fusão nuclear.
—Ele quer que nos vistamos para o jantar? —perguntou forte Vane.
—Certamente, mas levarei umas calças curtas e uma camiseta.
Vane sorriu.
—Ele vai matar-te, Otto.
—Isso espero. Vejo-os mais tarde moços —. Ela ouviu os passos do Otto que retrocediam pelo corredor.
Bride jazia de costas na cama, assombrada ao compreender que não estava nada preocupada em esconder seu corpo, perto de Vane. Ela deveria estar, considerando o bem
formado que ele estava. Mas não estava.
Era tão estranho estar com um homem que a aceitava com defeitos e tudo. Ele não tentava mudar nada nela. Isto era uma grande mudança.
Ela pôs sua mão contra sua bochecha com costeletas e bebeu com os olhos sua magra e lânguida beleza.
Mas no fundo de sua mente estava essa horrível voz que seguia sussurrando... “Todas as coisas boas devem terminar”.
—Acredita no amor eterno, Vane?
Ele assentiu.
—Quando se vive durante centenas de anos, vê todo tipo de coisas.
—Como alguém conhece a diferença entre isso e um amor?
Ele se sentou entre suas pernas, logo suspendeu seu braço para abraçá-la.
—Não acredito que haja uma diferença. Penso que o amor se parece com um jardim. Se te ocupar e o cuidar, converte-se em amor. Se o descuidar ou abusar morre. O único
modo de ter amor eterno é não deixar nunca que seu coração esqueça o que é viver sem ele.
Sua sabedoria a deixou pasmada. Bride se afastou para lhe olhar fixamente com incredulidade.
—Isso é profundo, especialmente vindo de um homem.
—Era o que Anya sempre dizia - A tristeza nos olhos dele fez que seu coração se encolhesse.
—Sinto não ter podido conhecê-la. Soa como se ela fosse uma mulher maravilhosa.
—Era.
Bride franziu o cenho enquanto uma idéia a golpeava.
—Você não pode voltar para passado e visitá-la? Ou ainda melhor, salvá-la?
Ele colocou sua cabeça sob seu queixo e acariciou seu braço.
—Em teoria, sim. Mas se supõe que não. O tempo é um objeto muito delicado e não é algo que deveria ser embrulhado ligeiramente. Quanto a salvá-la, não. As Destinos
têm um modo repugnante de tratar com quem viola seu território. Uma vez que uma vida termina, tendem a estar realmente zangados com qualquer que os desafie.
—Soa como se já tivesse cometido o engano.
—Eu não. Mas conheço alguém que o fez.
—Fang?
—Não, e não trairei a essa pessoa nomeando-a. O destino é o destino e nenhum mortal deveria desafiá-lo.
—Mas como sabemos qual é nosso destino? Devo estar contigo ou não?
—Não sei Bride. O único que conheço que poderia responder isso é Ash e ele não fará.
Ela encontrou isso difícil de acreditar.
—Ash tem quantos... Vinte e um anos?
—Não. Ele tem onze mil anos e é mais sábio que qualquer que tenha conhecido. Não há nada, passado, presente, futuro, que ele não saiba. O único problema é que não
compartilhará esse conhecimento. Isso realmente me enche o saco a maior parte do tempo. Tem a tendência a dizer que fazemos nosso futuro por nossas decisões, mas
ele sabe o que vamos decidir antes que nós o decidamos assim, por que ele não nos diz isso não o entendo.
—Porque aprende de seus enganos - disse ela enquanto compreendia a razão—. E se você escolher mau e resultar mau, não pode culpá-lo porque ele te disse o que fazer.
Da mesma maneira, se resultar bem, você pode tomar o crédito de ter tomado a decisão correta. Bom ou mau, esta é nossa vida para fazer o que acreditamos ser adequado.
Jesus, esse moço é inteligente.
Vane riu de suas palavras.
—Ele não é um moço, mas o resto é bastante verdadeiro.
Ela esperou que lhe perguntasse que decisão estava contemplando, mas não o fez.
Em troca, ele a sustentou entre seus braços, como se estivesse simplesmente satisfeito com este momento. Parte de Bride também estava contente, mas a outra parte
assustada. Qual seria a coisa correta a fazer?
Ela queria ficar com ele, mas onde? Ela não era um lobo para viver fora no hábitat natural e ele não era a classe de homem que estaria contente possuindo um negócio
no French Quarter.
Ao fim do dia, Vane era selvagem e indomável. Ele não era somente um homem. Ele era um guardião.
E um lobo.
Ela se retirou para lhe olhar. Tudo o que ela queria era mantê-lo assim para sempre.
Mas ela realmente poderia domesticar a este homem? E ela a sério, realmente, queria passar o resto de sua vida olhando para trás por sobre seu ombro com medo que
seus pais ou seu irmão Der viessem por eles ou por seus meninos?
Essa era uma proposição arrepiante.
E o relógio fazia tictac para eles. Em uns poucos dias teria que tomar uma decisão que poderia fazê-los extremamente felizes ou completamente miseráveis, O...
Poderia matá-los.

CAPITULO 11

Uma hora depois Bride descia sozinha. Vane tinha “criado” um vestido muito bonito de veludo cor verde esmeralda escuro. Ele a tinha deixado na casa de Valerius com
o Fury enquanto ele ia ao Santuário a ver se um dos Were-Hunters ou qualquer ali poderia lhe dizer um pouco do Fang ou possivelmente rescindir seu desterro o tempo
suficiente para checar a seu irmão.
Bride alisou seu cabelo nervosamente enquanto baixava a escada. Não estava segura do que esperar de um vampiro que caçava Daimons. A diferença da Tabitha, ela nunca
tinha conhecido a um antes. E isso teria ajudado se Otto não tivesse saído da casa tão logo depois de Vane.
Enquanto baixava a escada, notou que os pasteizinhos não estavam nas estátuas. Ela sorriu, a seu pesar.
Entrou no elegante salão para encontrar a um homem alto, de cabelo negro que estava de pé lhe dando as costas enquanto olhava fixamente pelas janelas o jardim traseiro.
Sua postura era rígida, inflexível. Ele levava seu cabelo preso em um perfeito rabo de cavalo e estava vestido com um traje negro de seda feito sob medida, obviamente
caro.
Ele inclinou sua cabeça como se sentisse sua presença.
Enquanto se girava, ela se deteve.
Ele era um homem incrivelmente formoso. Os olhos negros olhavam fixamente de um rosto esculpido cuidadosamente pela classe correta de genes. Tinha um nariz longo,
saliente e os lábios estavam apertados em uma linha firme que era inflexível e áspera. Ele era, sem dúvida, a pessoa mais intensa que Bride jamais encontrou.
Não era assombroso que Otto estivesse em tão mau momento. Era óbvio que este homem não tinha nenhum senso de humor e tomava tudo muito seriamente.
—Você deve ser Bride - disse naquele estranho acento italiano que Otto tinha marcado perfeitamente—. Sou Valerius Magnus. Bem-vinda a meu lar.
Com seu porte real, ela sentiu um momentâneo impulso de fazer uma reverência ante ele.
—Obrigado por me deixar ficar aqui.
Ele inclinou sua cabeça com a rígida formalidade da realeza.
—Por favor - disse ele, indicando uma poltrona de veludo negro—. Sente-se. O jantar estará servido pontualmente sobre a mesa em cinco minutos. Farei que um criado
lhe traga vinho enquanto esperamos.
Bride nunca tinha estado mais complexada em sua vida que quando ia caminhando através da sala para sentar-se naquela cadeira. Este vampiro realmente parecia antigo
e poderoso.
Sobre tudo, tinha boas maneiras e era a encarnação da criação Patrícia.
Valerius se moveu para um intercomunicador onde pressionou um botão e, em efeito, ordenou vinho para ela.
Uma vez que terminou, ele voltou para seu lado.
—Peço desculpas por que minha casa não estava em ordem quando chegaram.
Ela olhou ao redor do quarto perfeitamente acomodado
- Como que?
—As estátuas - disse ele com apenas um leve gesto de desprezo em seu lábio—. Pode estar tranqüila que Tony Manero* foi apropriadamente castigado por suas ações —Ela
o ouviu resmungar pelo baixo— É uma pena que nestes dias e época não se possa golpear aos serventes.
—Tony Manero? —perguntou ela, assombrada de que um homem como Valerius conhecesse o personagem de um filme como Saturday Night Fever.
—Otto - disse ele com desdém—. Ainda não posso acreditar que o Conselho me enviasse isso. Pedi-lhes um Escudeiro italiano, não um olho-italiano*.
Bride pôs-se a rir. Ela não pôde conter-se. OH, Valerius tinha bom senso de humor. Só que era um muito, mas muito, seco.
Seu rosto se abrandou um grau ante o som da risada dela, e nesse momento, Bride suspeitou que Valerius não era nem tão frio e nem tão formal quanto parecia. Que
uma parte secreta dele em realidade gostava de compartilhar a risada, mas que seu comportamento gelado mantinha a todos afastados dele.
Fury apareceu na sala, justo diante deles. Como ela, ele ainda se movia nervosamente com sua roupa, que estava um pouco enrugada.
—Maldição - disse Fury baixo—. Um dia dominarei esta merda se não me matar - Ele levantou o olhar e se ruborizou como se não fosse consciente que já tinha chegado
—. Lamento chegar tarde - Ele limpou sua garganta e se endireitou.
Valerius arqueou uma majestosa sobrancelha ao Were-Hunter.
—Você deve ser Valha - disse Fury, estendendo sua mão.
—Valerius - lhe corrigiu com um olhar de fulgor ártico. Ele olhou ironicamente a mão do Fury e não fez nenhum movimento para tomá-la.
Fury levantou seu braço e cheirou sua axila.
—O que? Eu tomei banho - Sacudindo sua cabeça, Fury colocou ambas as mãos em seus bolsos—. Otto tem razão. Alguém tem que te tirar esse pau do rabo e te golpear
com ele.
Bride cobriu sua boca para evitar rir de algo que Valerius obviamente não encontrava gracioso. A ele poderia gostar de rir, mas não dele mesmo.
—Como disse? —grunhiu Valerius, dando um passo adiante.
—Vinho para a senhora?
Bride deu volta para ver um homem mais velho vestido com jaqueta negra e gravata, entrando com uma taça de vidro com vinho tinto para ela.
Valerius pareceu manter-se sob controle.
—Obrigado, Gilbert - disse, voltando de novo para sua pomposa superioridade.
O criado inclinou sua cabeça.
—Sua senhoria quisesse outra taça para seu novo convidado?
Bride poderia lhe dizer que Valerius preferiria lhe dar uma patada no traseiro de Fury, mas as boas maneiras ditavam o contrário.
—Sim. Mas traz em uma tigela.
O criado partiu para completar sua nova diligência.
—Realidade —disse Fury— Bride, sério, não posso ficar aqui com ele me olhando como se tivesse medo que fosse urinar em seus tapetes ou algo parecido. Não quer vir
comigo comer um hambúrguer?
Sim, queria, mas havia algo no Valerius que dizia que estava ferido pelas palavras de Fury. Isto não tinha sentido. Mas havia, definitivamente, certa dor escondida
nesses olhos de meia-noite.
—Penso que ficarei.
—Bem, o problema é seu - Fury desapareceu da sala.
—Não tem que ficar, Bride - disse Valerius silenciosamente—. Pedirei o carro e segurança se você deseja partir.
—Não, está bem, sério.
Ela poderia ter jurado que o ar no quarto subiu pelo menos trinta graus. Melhor ainda, Valerius pareceu relaxar-se um pouco durante o curso das seguintes duas horas.
Ele em realidade pareceu um pouco humano.
Bride descobriu um lado extremamente gracioso nas opiniões do Valerius sobre o mundo em nossos dias. Ela conseguiu dar uma percorrida completa da casa e os jardins
assim como fascinantes imagens de como a realeza romana vivia.
—Então este era você? —perguntou ela enquanto os dois estavam de pé fora, em seu pátio. Ela estava diante de uma estátua de mármore de um general romano cheio de
insígnias militares. Não se podia negar a semelhança nos traços faciais entre a estátua e o homem ao lado dela.
—Não - disse ele, seu tom gelado pela primeira vez em horas—. Ele era meu avô e ele foi o maior general em seus dias - Havia orgulho em sua voz, mas estava derrubado
por algo que soava estranhamente próximo à vergonha.
—Ele repeliu aos Gregos e reclamou Roma para nossa raça. De verdade, ele foi quem destruiu a ameaça e quem sem ajuda de ninguém aniquilou ao maior general grego
que alguma vez tenha vivido... Kyrian da Tracia —. Verdadeiro ódio brilhava em seus olhos, mas ela não estava segura a quem se estava dirigindo. A seu avô ou ao
Kyrian.
—Você quer dizer Kyrian Hunter? —perguntou Bride—. O cara com uma Minivan que vive a umas quadras?
Os olhos de Valerius brilharam ante isto.
—Ele conduz uma Minivan? —não havia nenhuma dúvida de sobre o humor em seu tom.
—Bom, sim. Eu o vi estacionando-a diante de sua casa e sei pela Tabitha que Amanda conduz um Camry.
Ele não disse nada mais durante uns minutos e Bride não teve nenhuma pista quanto a seu humor.
Então ela olhou fixamente a seu avô, quem demandava atenção incluso séculos mais tarde.
—Você se parecem muito.
—Sei e esperava seguir seus ilustres passos.
—Você?
Esta vez não houve nenhuma dúvida sobre a vergonha em seus olhos antes que ele afastasse seu olhar dela.
—Quando meu avô morreu, houve desfiles durante toda uma semana de gente que chorava seu falecimento - Ele levantou seu brandy para seu avô em uma saudação silenciosa.
De todos os modos ela viu através de sua fachada.
—Você não queria?
Valerius pareceu surpreso por suas palavras.
—Invejei cada fôlego que ele tomou - disse tranqüilamente, logo trocou o tema de discussão a sua recente mudança de Washington ao antro de iniqüidade que a maioria
da raça chamava carinhosamente Nova Orleans.
Enquanto se dirigiam de volta para a casa, Vane apareceu ao lado dela.
O coração de Bride se enfraqueceu imediatamente com sua presença.
—Sinto ter demorado tanto tempo - disse Vane antes de beijá-la na bochecha. Seu aroma a rodeou, fazendo que seu coração palpitasse em sua presença. Era bom tê-lo
de novo com ela.
—Eles lhe deixaram vê-lo?
Ele assentiu.
—Está melhor? —perguntou Valerius, surpreendendo-a com a profunda e sincera preocupação que escutou em sua voz. Enquanto tinham jantado, tinha-lhe contado da noite
que os Daimons tinham atacado a manada de Vane e como ele, Acheron, Vane, e Fang os tinham afastado.
Sobre tudo, Valerius lhe tinha contado como os dois lobos tinham reagido ante a morte de sua querida irmã.
Como a última imagem que tinha tido de Vane era dele levando o corpo de sua irmã para enterrá-lo.
—Não - disse Vane com um suspiro—. Ele ainda está em coma.
—Desculpam-me? —Valerius deu um passo atrás e inclinou sua cabeça, por volta deles—. Já que agora está aqui, despedirei-me e irei atender meus deveres.
Valerius deu três passos, logo fez uma pausa e se voltou para eles.
—A propósito, Vane, tem a mais encantadora das companheiras. De verdade seria uma pena para o mundo perder um tesouro como ela. Minha espada está sempre a sua disposição
para o que ordenes e minha casa está aqui para ti enquanto ela necessite amparo.
Ele deu volta com um giro imperioso e rapidamente os deixou sozinho.
Bride não sabia qual dos dois estava mais atordoado pela nobre declaração do Valerius.
—O que lhe fez? —perguntou-lhe Vane.
—Nada. Somente jantamos e percorremos a casa e os jardins.
Ele sacudiu sua cabeça com incredulidade.
—Já vejo, realmente é mágica - Ele agarrou sua mão e colocou um doce beijo sobre seus nódulos que fez que lhe tremesse o estômago. Acomodando sua mão na curva de
seu braço—, Mostrou-se encantadora esta noite — disse, então fez aparecer uma rosa de caule comprido do nada.
Bride tomou e a cheirou.
—Se está tentando me seduzir, Vane, chegou um pouco tarde. Neste momento, sou uma coisa bastante segura para ti.
Ele riu.
—Em meu mundo a única coisa sobre a que sempre estou certo consiste em que alguém muito provavelmente está à espreita na próxima sombra para tentar me matar.
Ela parou e franziu o cenho.
—Não está brincando, verdade?
—Desejaria estar. É que estar assim contigo me assusta. Não posso afastar a sensação de que vou perder-te de algum modo.
Ela colocou um dedo sobre seus lábios.
—Não fale assim. Tenha fé.
—Bem —disse ele, beijando seu dedo—Me diga o que queria fazer esta noite?
Ela deu de ombros.
—Não me preocupa, enquanto esteja contigo.
—É fácil, verdade?
—Shh - disse ela, sustentando seu dedo sobre seus lábios—. Não deixe que ninguém mais saiba.
Ele sorriu.
—Direi-te o que faremos. Ainda não comi. Quer ir procurar alguns beignets e logo dar um passeio em carruagem pelo Garden District comigo?
Os olhos de Bride nesse momento se encheram de lágrimas pela oferta. Ela tinha vivido em Nova Orleans toda sua vida e nunca tinha dado um passeio em carruagem antes.
Eram terrivelmente caros. Seu pai sempre tinha pensado que era atirar dinheiro ao lixo para alguém que vivia em Nova Orleans, e como adolescente, ela não podia permitir-se
cento e cinqüenta dólares.
Quanto ao Taylor...
Ele tinha estado muito preocupado porque alguém o visse e risse do "respeitável" apresentador que fazia algo tão infantil.
—eu adoraria.
—Bem - Ele se agachou e a beijou profundamente.
Quando se retirou, ela se encontrava de pé na traseira área escura do Mercado Francês, a uns passados do legendário Café Du Monde.
—Não se preocupe. Ninguém nos viu - disse, lhe piscando um olho.
—Você realmente tem uma motocicleta. Vi verdade?
—Sim. Mas Amanda e Grace disseram que você não ia quere andar nela comigo enquanto usasse vestido.
Ela olhou para o caro veludo verde.
—Pensando nisso, realmente não estou vestida como para beignets, tampouco.
—Não se preocupe. Posso te prometer que não terá uma só mancha de pó sobre seu vestido.
—Pode fazer isso?
Dirigiu-lhe um zombador e arrogante sorriso.
—Neném, não há muito que não possa fazer.
—Então vamos, Sir Lobo.
Vane a conduziu a uma pequena mesa em um lado do restaurante. Assim que eles se sentaram um garçom veio para pegar seus pedidos.
—Eu tomarei uma porção de beignets e chocolate com leite, por favor - disse Bride.
—Quatro porções de beignets e um café au lait*.
Bride ficou boquiaberta.
—Vai comer tudo isso?
—Disse que tinha fome.
Ela tremeu enquanto o garçom ia.
—Espero que os Arcadianos não tenham diabetes.
—Não temos. Somos de uma estranha maneira imunes a tudo exceto o comum resfriado e um par de enfermidades estranhas que são únicas em minha raça.
—Que tipo de enfermidades?
—Nada pelo que tenha que preocupar-se. O pior é uma que nos tira nossa capacidade para fazer magia.
Ela se estremeceu e tentou imaginar-se ao Vane sem seus poderes. Isto muito provavelmente o mataria.
—É isso o que está mal com sua mãe? Ela disse que não podia viajar pelo tempo.
—Não, isso o fazia meu pai. Depois que ela o castrou e antes que seus próprios poderes se esfumaçassem, tirou a maior parte de seus poderes dela para assegurar-se
que não voltasse a matá-lo.
Bride fechou seus olhos em pormenorizada dor.
—Bom Deus, que má relação tinham?
—Sim. Mas francamente, é por minha mãe por quem sinto pena. Meu pai não tinha por que lhe fazer dano. Ele conseguiu o que merecia no que a mim concerne. Somente
desejo que houvesse algum modo de voltá-la completa outra vez.
Bride tomou sua mão na sua e a sustentou apertada.
—Não posso acreditar que possa mostrar compaixão por ela, considerando o que estava disposta a te fazer.
—É só por que te encontrei a tempo. Se eles tivessem prejudicado um cabelo de sua cabeça, não teria deixado nem a um deles bem.
Um tremor desceu por sua coluna ante o tom mortal de sua voz. Ele quis dizer isso e ela não tinha nenhuma dúvida que ele pudesse matar a alguém.
Ela se reclinou enquanto o garçom retornava com seus pedidos e os colocava sobre a pequena mesa redonda.
Bride olhou fixamente a seus três pasteizinhos com cautela.
—Eles não lhe morderão - brincou Vane—. Olhe - Ele recolheu um guardanapo e a sustentou por debaixo do polvilhado beignet, logo deu uma dentada. Suas palavras foram
certas, o açúcar pulverizado não voou como normalmente fazia.
Decidindo confiar nele, ela seguiu o exemplo e rapidamente encontrou que enquanto Vane estivesse com ela, em realidade poderia comer um destes sem fazer uma confusão
total.
A idéia em realidade a fez rir bobamente.
Bride comeu dois dos dela e bebeu seu leite enquanto Vane terminava todos os seus.
—Não vais comer esse? —perguntou ele.
—Estou cheia —Então ante o olhar suspicaz dele, adicionou —Juro. Valerius me deu um jantar completo de cinco pratos.
—Bom pra ele. Melhor que alimente a minha mulher.
Sacudindo sua cabeça, ela empurrou seu beignet para ele.
—Adiante, sei que o quer.
Ele não discutiu.
Assim que o teve despachado, ficou de pé e a ajudou a levantar-se. Ele passou seu braço ao redor de seus ombros e a sustentou perto enquanto passeavam pela rua para
onde as carruagens estavam alinhadas, tudo ao longo do Decatur.
Vane lhe conduziu ao primeiro e a ajudou a subir à parte traseira. Bride se localizou comodamente enquanto ele pagava à condutora, logo se uniu a ela.
Ele a embalou contra seu peito enquanto a condutora com cuidado impulsionava ao cavalo, Caesar, pela rua, para o Garden District.
— Vocês dois são recém casados? —perguntou Michaela, a condutora.
Vane a olhou.
—Suponho que somos - disse Bride, não segura do que outra forma responder a pergunta da Michaela.
—Isso eu pensei. Vocês têm essa aparência de felizes apaixonados. Sempre posso notar.
Bride fechou seus olhos enquanto inalava o quente aroma masculino de Vane e considerava quanto gostaria de comer-lhe. Ela poderia ouvir seu coração pulsando sob
sua bochecha enquanto os cascos do cavalo ressonavam pelo French Quarter. A música de vez em quando fluía dos edifícios e dos carros que passavam: jazz, zydeco,
rock, e até todas country de tanto em tanto.
O ar era um tanto frio, se não a noite seria extremamente agradável. Sua cidade natal nunca lhe tinha parecido mais encantadora. E quando ela passou a rua de sua
loja, sorriu enquanto recordava quando viu o Vane ali pela primeira vez.
De todos os modos, parecia que tivesse passado uma eternidade.
Vane baixou sua cabeça para que sua bochecha descansasse sobre o topo de seu cabelo enquanto ele pegava seu rosto com sua mão.
Eles não falaram enquanto a condutora indicava lugares conhecidos e edifícios.
Vane não podia respirar enquanto sustentava a Bride. Acariciar sua pele que era como acariciar cetim. Ela era tão preciosa para ele. Ele se sentia como se tivesse
nascido de novo no primeiro dia que a viu com aquele toque de tristeza em seus olhos no posto de artesanatos da Sunshine.
Ele não queria pensar em um futuro sem ela.
Enquanto visitava o Fang, tinha contado a seu irmão tudo sobre Bride. Ele tinha esperado que isso pudesse tirar o Fang de seu coma.
Não pôde.
Se algo fez, pareceu ser deprimir ainda mais a seu irmão.
Como desejava conhecer algum modo de alcançar ao Fang. Uma parte dele se sentia culpado porque Bride o fazia feliz enquanto seu irmão era tão miserável.
Mas ele não queria voltar para modo em que ele tinha sido antes de havê-la encontrado. Pela primeira vez em sua vida, ele não tinha que ocultar-se de sua amante.
Era tão incrível ser completamente honesto sobre quem e o que era.
Ela não o julgava ou odiava por coisas que não eram sua culpa. Ela o aceitava e esse era o maior milagre de todos.
Muito logo, a carruagem retornou ao Decatur. Vane desceu primeiro, logo ajudou a Bride a descer. Deu uma gorjeta à condutora, logo tomou sua mão e lhe conduziu para
a Catedral de São Luis.
—Quer ir dançar?
Bride se mordeu o lábio ante sua oferta. Ela não tinha ido dançar em anos.
—Eu adoraria.
—Tem um clube favorito?
Ela sacudiu sua cabeça.
—Hmmm, não posso te levar ao Santuário, ainda estou em uma espécie de desterro por ter atacado a um de meus companheiros de manada. Ao Ash e ao Simi gosta de ir
dançar a um lugar chamado Masmorra, mas conhecendo seus gostos em música e clubes, duvido que nenhum de nós dois estejamos cômodo ali. Nick Gautier prefere Tentações...
Mas, outra vez, conhecendo o Nick, tenho a sensação que esse provavelmente não seja um bom lugar para ti, tampouco.
—Não, - disse ela com um sorriso ante a menção de um dos clubes para cavalheiros mais renomados de Nova Orleans—. Nós poderíamos tentar Tricou House no Bourbon.
Tabitha vai muito ali depois do trabalho. Certamente, ali procura vampiros para esfaquear, mas ela diz que eles têm boa música e comida.
—Bem, soa como destino.
Enquanto andavam pelo Pere Antoine Alley, Vane começou a reduzir a marcha de seu passo.
Bride franziu o cenho enquanto se separava dela e a punha detrás dele.
—Que é... —. Sua voz se desvaneceu enquanto via o que pareciam ser quatro homens loiros com uma atrativa morena. Ao princípio ela pensou que um dos homens estava
se entendendo com a mulher em um dos rincões, até que os outros três homens viram o Vane e amaldiçoaram.
—Detenha-se, Were-Hunter, - grunhiu um dos homens. Seu sinistro olhar foi para a Bride—. Tem muito que perder para brigar conosco.
—Deixem-na ir - disse Vane com uma voz mortal.
Eles não o fizeram.
—Fique aqui, - ordenou-lhe Vane antes de mover sua mão e enviar a dois dos vampiros para voar.
Antes que ele pudesse mover-se, algo brilhante cintilou no beco. Bride levantou sua mão para proteger seus olhos enquanto Vane proferia um grito desumano.
—Agarre a sua companheira - disse alguém.
Ela estava ainda cega pelo brilho. Alguém a agarrou violentamente. Sabendo que Vane nunca a trataria assim, ela deu uma maligna patada que fez contato com carne.
O vampiro se encolheu enquanto se dobrava sobre si mesmo.
Outro veio por ela. Justo quando ela estava segura que a tinha, desintegrou-se. Os outros dois correram para uma sombra e logo eles também se foram.
Bride se reforçou para lutar com a sombra que se aproximava até que se deu conta que era Valerius.
—Está bem? —perguntou-lhe.
Ela assentiu enquanto que sua visão se clareava o suficiente para que pudesse procurar o Vane. Ele estava a uns passos da mulher, que parecia estar inconsciente.
Bride se congelou quando o viu. Ele cintilava uma e outra vez de um humano nu a lobo.
Horrorizada, ela não pôde mover-se.
Valerius correu para ele, tirando seu telefone celular.
—Acheron, tenho um Código Vermelho com o Vane no Pere Antoine Alley. Ele foi golpeado por algo ele...
Acheron apareceu imediatamente ao lado dela.
—Está bem, Bride? —perguntou.
Ela assentiu.
Ash cintilou de seu lado até o Vane. Ele tomou a cabeça de Vane entre suas mãos, e com outro brilhante cintilo, Vane voltou a humano. Arqueando suas costas, Vane
gritou como se alguma horrenda dor o atravessasse.
—Tranqüilo - disse Ash enquanto Valerius checava à mulher.
Bride correu para o Vane, quem jazia sobre suas costas, agora completamente nu. Havia lágrimas nos olhos dele.
Ash deslizou sua mão sobre ele, e uma camiseta e os jeans apareceram sobre seu corpo. De todos os modos Vane não se moveu.
—Tomará uns segundos mais orientar-se, - explicou-lhe Ash. Ele procurou o general romano—. Como está à humana, Valerius?
—Está viva. Cuida de Vane e a levarei a um hospital —. Valerius a recolheu da rua, e tomou em braços, e se dirigiu para o Royal.
Bride se ajoelhou e levantou a cabeça de Vane em seu colo. Sua marca de nascimento estava de novo em seu rosto, e seu corpo inteiro estava tenso e tremente.
—O que lhe aconteceu? —perguntou ao Ash.
—Os Daimons devem ter vindo..., e odeio usar a estúpida palavra, um phaser*.
—Como no Star Trek?
—Em certo modo. Esta é uma arma de Sentinela que foi desenvolvida para os Katagaria. Mais forte que um taser*, isto envia uma atroz descarrega de eletricidade à
vítima desejada. Sempre que um Were-Hunter de qualquer espécie é golpeado, sua magia se volta louca e eles perdem todo o controle sobre si mesmos. Nem sequer podem
manter uma forma. Se eles são golpeados com uma sacudida o bastante forte, literalmente caem de seus corpos e se convertem em seres não corpóreos como um fantasma.
Vane tomou sua mão na sua.
Bride baixou a visão para ele e lhe ofereceu um sorriso tentador.
—Está bem, lobo? —perguntou-lhe Ash.
Vane ainda tremia.
—Para que diabos foi feita essa coisa?
—Para matar seria minha conjetura. Mas por sorte não funcionou.
Ash o ajudou a levantar-se devagar.
Vane cambaleou e teria caído se Ash não o agarrasse.
—Tranqüilo lobo. —Ash estendeu a mão e tocou a Bride, logo os cintilou a seu dormitório na casa do Valerius.
Preocupada com o Vane, Bride se manteve afastada enquanto Ash o ajudava a deitar-se na cama. Vane se derrubou assim que Ash o liberou.
—O que posso fazer para ajudá-lo? —perguntou ao Ash.
—Nada realmente. Levará tempo para que a eletricidade deixe de saltar entre suas células. Não o mova muito já que isso tende a fazê-los adoecer nesta condição.
—Bem. —Ela soltou um suspiro aliviado—. Somente estou contente de que sua mãe não tivesse nada ter como isto.
—Estou certo que eles tinham. Mas conhecendo o Vane, duvido que eles tivessem tempo para usá-lo sobre ele. Os Weres sabem que devem esperar phasers dos de sua própria
raça. É estranho que os Daimons os usem.
Ele olhou de novo ao Vane.
—Eu deveria te advertido sobre isto. Já que há tantos Weres em Nova Orleans, os Daimons aqui são um pouco mais inteligentes que o resto.
—Chega, Ash, - disse Vane em um tom crispado.
—E com essas palavras, deixarei-os sozinhos e voltarei para minha patrulha. Paz.
Assim que Ash desapareceu, Bride se sentou sobre a borda da cama, ao lado de Vane.
Era bastante estranho vê-lo com a marca de nascimento sobre seu rosto. Ela a tocou com sua mão.
—Assustei-te? —perguntou Vane.
—um pouco, - respondeu francamente—. Mas essas criaturas me assustaram muito mais. São sempre assim?
Ele assentiu.
—Deus querido, Vane, vive em um mundo muito horripilante.
—Sei.
Bride se sentou ali em silêncio enquanto várias possibilidades de como essa noite poderia ter resultado passavam por sua cabeça. Depois da maneira em que Vane a
tinha salvado no passado, ela tinha pensado que ele era impermeável a tudo.
Agora ela averiguou que ele tinha um muito verdadeiro, e muito perigoso, calcanhar de Aquiles.
—Quão mal deve ser o golpe para te fazer isto? —perguntou—. Quero dizer, a eletricidade estática o fará?
—Isso não fará que troque formas, mas não é cômodo. Quão principal temos que evitar são os golpes de saída, ou qualquer outra fonte de poder artificial, e os relâmpagos.
Algumas baterias têm bastante poder para nos mudar.
—E isto te deixa incapacitado?
Ele assentiu.
Bride fechou seus olhos enquanto um novo medo a percorria. Isto era aterrador dado que a raça que ia atrás dele sabia exatamente o que usar para matá-lo.
E se vinculassem, isso a mataria, também.
E se ela e Vane tinham meninos um dia... O que aconteceria? E se Valerius não tivesse chegado?
Ou pior, e se os policiais ou alguém mais tinha visto o Vane mudar de forma? Ambos seriam detidos e levados quem sabe onde para ser estudados e dissecados. Ela havia
visto suficientes episódios de Arquivo X para saber que o governo não aceitava amavelmente aos raros entre eles.
—Sinto que não conseguíssemos ir dançar - disse Vane cansadamente.
Bride deslizou sua mão sobre seu braço para confortá-lo.
—Não pense nisso.
Entretanto, ela não podia menos que pensar no que tinha passado essa noite.
Ela a sério queria ser parte de seu mundo, onde as pessoas dirigiam a magia como se não fosse nada? Onde eles saltavam dentro e fora de quartos, edifícios como sim
tal coisa? Ela seria uma humana rodeada por...
Ela estava aterrorizada de pensá-lo.
—Vane? Nossos meninos se parecerão com você ou a mim?
—Os genes do Were-Hunter são mais fortes e em geral dominantes. Em realidade não sei se nossos filhos serão Katagarias ou Arcadianos.
Isto a assustou ainda mais.
—Então essencialmente me diz que eu poderia dar a luz a filhotes?
Ele olhou ao longe.
Bride se levantou enquanto esse pensamento penetrava sua mente. Filhotes. Não meninos. Filhotes.
Concedido, ela conhecia raça que pensava em seus animais como meninos. Seus pais o faziam, mas isso...
Isso requeria muito mais análise antes que ela se comprometesse.

 

 

CAPITULO 12

Os dias se passaram enquanto Bride confrontava o que devia fazer. Uma parte estava desesperada por ficar com o Vane, enquanto que a outra estava assustada. Até agora
a tessera não tinha aparecido, mas isso não significava que pudessem ou devessem relaxar-se.
Agora era o Dia de Ação de Graças, e estava parada em seu dormitório na casa do Valerius com um nó no estômago. Seus pais a haviam convidado, junto com o Vane e
Fury a sua casa, para a reunião anual dos McTierney.
Tinha-lhe contado a sua família sobre seu novo "namorado" e não tinha idéia de como reagiriam ante ele. A ninguém de sua família lhe tinha gostado de Taylor e seu
ar de superioridade. De fato, seu pai raramente havia dito mais de duas palavras quando tinha levado Taylor a sua casa.
O que diriam se descobrissem que Vane e seu irmão eram lobos? Certo, gostavam dos animais, mas…
Só de pensar dava náuseas.
Respirando fundo, dirigiu-se escada abaixo para encontrar ao Fury e ao Vane esperando na sala de espera.
Fury vestia calças jeans azuis, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro negra. Vane levava calças jeans negras e um suéter de decote em V cinza e negro, com a
camiseta branca aparecendo por sobre o pescoço.
—Tenho que mudar? —perguntou- Fury ao Vane—. Jamais comi um jantar de Ação de Graças antes, e você?
—Não. Eu tampouco sei o que pôr. Perguntaremos a Bride quando descer.
Fury esfregou a nuca.
—Possivelmente foi uma má idéia.
—Não sei por que está te queixando, Fury. Ao menos você foi criado com o Arcadianos. Eu não tenho idéia do que implica uma festividade "familiar". À exceção dos
Peltiers, que são condenadamente estranhos, os Katagaria não celebram precisamente as festas.
—Ambos estão bem - disse Bride, entrando no cômodo. De algum modo era doce e encantador saber que estavam tão nervosos como ela—. Simplesmente não fala nada se alguém
lhes pedir. —Fury riu com apreensão. Vane parecia pouco divertido enquanto ficava de pé—. Não se preocupem - os tranqüilizou—. Meus pais não mordem. Muito.
Os lobos intercambiaram um olhar que dizia que não estavam tão certos a respeito disso, antes que Vane lhe oferecesse o braço e a conduzisse para a porta.
Bride se deteve nos degraus da casa do Valerius ao ver um elegante Jaguar XKR negro metalizado.
—Uau! —sussurrou—. De quem é o automóvel?
—Do Otto - disse Vane enquanto a levava para ele—. Como foi à Nova Jersey, a sua casa, para as festas, emprestou isso para a visita a sua família.
—Pensei que conduzia um arruinado Chevy IROC vermelho.
Fury riu com força.
—Faz isso para irritar ao Valerius. Guarda o Jaguar na casa do Nick para os fins de semana.
—Otto é tão mau - disse ela rindo, enquanto Vane lhe abria a porta e a deixava entrar enquanto que Fury passava à parte traseira pelo assento do condutor.
Um dia, Valerius ia matar a seu Escudeiro, que parecia não poder exasperar o suficiente ao Dark Hunter.
Uma vez que ela esteve dentro do automóvel, Vane fechou a porta e foi até seu lado. O homem tinha um andar que faria ofegar a qualquer mulher. Realmente, ninguém
deveria ser tão incrivelmente masculino.
Ele entrou no automóvel com um fluido movimento e o ligou. Bride lhe olhou fixamente as mãos enquanto tomava o volante e engatava a marcha. Se Fury não tivesse no
assento traseiro, provavelmente não chegariam à casa de seus pais, depois de tudo.
Vane tomou o volante com força enquanto escutava as indicações de Bride sobre como chegar à casa de seus pais, a qual ficava no Kenner, a mais ou menos vinte e cinco
minutos da do Valerius. Nunca tinha estado tão nervoso em sua vida. Pior ainda, Fury seguia removendo-se no assento de trás.
No fundo de sua mente, continuava repetindo-se que tinha que fazer isto. Se ia ficar com o Bride, ela queria que sua família o conhecesse. Não podia afastá-la das
pessoas a que tanto queria. Mas, ainda assim, isto era difícil como o demônio para ele.
Do que falariam?
Olá, meu nome é Vane e uivo à lua pelas noites, em forma de lobo. Deito-me com sua filha e não acredito que possa viver sem ela. Importa-lhes se tomo uma cerveja?
OH, e já que estamos me deixem lhes apresentar a meus irmãos. Este aqui é um lobo letal, conhecido por matar só porque o olhem torto, e o outro está entre a vida
e a morte porque uns vampiros lhe chuparam a vida, mal ambos tivéssemos sido sentenciados a morrer por nosso ciumento pai.
Sim, isto sairia realmente mal.
Quanto a isso, o que lhes diria Fury? Vane já tinha ameaçado de morte ao lobo se envergonhava a Bride de algum modo.
Vane só esperava não ser ele quem a envergonhasse.
Este era o maior fiasco esperando para ocorrer.
Muito logo estavam ingressando por caminho de entrada de uma casa nova, estilo Vitoriano. Já havia cinco automóveis estacionados ali.
—Meu irmão e irmã - disse ela antes de abrir a porta do automóvel.
—Dum dum dum, duuuum. —Fury cantarolou a canção do Dragnet do assento traseiro.
—Te cale, Fury - lhe disse Vane enquanto descia.
Embora, para ser sincero, o murmúrio do Fury lhe parecia um pouco tranqüilizador, já que lhe recordava ao excêntrico senso de humor do Fang.
Fury saiu por último e ficou atrás, do lado de Vane, enquanto Bride os conduzia para a porta principal.
Vane realmente sentia como se estivesse indo a sua execução. Pais. Aiii.
Bride bateu na porta, logo girou para lhes dar um sorriso de fôlego.
Vane lhe ofereceu um pálido, em resposta.
A porta se abriu para mostrar a uma mulher mais ou menos sete centímetros mais baixa que Bride, que tinha exatamente a mesma figura. Seu curto cabelo negro estava
abundantemente salpicado de cinza, e era uma versão mais velha do rosto de Bride.
—Bebê! —exclamou a mulher antes de aferrar a sua filha em um forte abraço. Enquanto abraçava a Bride, a mulher levantou o olhar para ele. Vane se sentiu doente,
e lutou contra o impulso de retroceder. Não porque pudesse, com o Fury parado nas escadas detrás dele—. Você deve ser Vane - disse alegremente a mãe de Bride—. Ouvi
tanto de você. Por favor, entre.
Bride entrou primeiro na casa. Vane ingressou e girou enquanto Fury, que tinha as mãos nos bolsos, unia-se a eles.
—Você deve ser Fury - disse sua mãe, estirando a mão para ele—. Sou Joyce.
—Olá, Joyce - disse Fury, estreitando-lhe a mão.
Vane esperava o mesmo, mas, em troca, Joyce o atraiu em um forte abraço. Aplaudiu-lhe as costas e o soltou.
—Sei que provavelmente estejam nervosos. Não o estejam. Só sintam-se como em casa e…
Um enorme rottweiler negro apareceu correndo da parte traseira da casa para saltar em cima de Vane.
—Titus! —exclamou Joyce.
O cão a ignorou enquanto se virava de costas, em uma postura total. Vane se inclinou e o acariciou, para fazer saber ao cão que reconhecia sua raça e para afirmar
sua própria hierarquia alfa.
—Bom, não é estranho? —disse Joyce—. Titus geralmente tenta comer a qualquer nova pessoa que conheça.
—Vane tem um dom com os animais - disse Bride vagamente.
Sua mãe sorriu.
—Bem, então encaixará perfeitamente aqui, no zoológico McTierney.
Titus se levantou e foi para o Fury para lhe lamber os dedos. Fury aplaudiu a cabeça do cão enquanto Vane olhava ao redor da acolhedora casa, que estava decorada
em um estilo campestre. Os sofás dourados eram amaciados e estavam cobertos de almofadas.
Um cabide de pássaros vazio se encontrava em um canto e um gigantesco aquário com peixes de água doce tinha sido construído na parede do fundo. Vane ouviu mais cães
no pátio, e algo que soava como uma coleção inteira de aves cantando escada acima.
—Os homens estão la fora - disse Joyce enquanto os conduzia para a parte detrás da casa, além de três terrarios que continham uma enorme jibóia constritora, uma
espécie de jacaré, e dois jerbos*—. Seu pai tem um novo cão de rua que chegou faz um par de dias, ao que ninguém pode tratar. A pobre coisinha não quer comer, e
tenta mutilar a quem se aproxime.
—O que lhe acontece? —perguntou Bride.
—Não sei. O controle de animais o tirou de uma sarjeta, e pensam que alguém deve tê-lo atirado ali. Foi terrivelmente golpeado, e tinha muitíssimos vermes.
Vane se encolheu, com compaixão.
Entraram na cozinha, onde uma mulher loira, alta e esbelta estava parada junto a uma bacia para misturar.
—Mamãe, quanto sal…? —Suas palavras terminaram em um chiado ao girar e ver a Bride—. Hei pequeninha - disse antes de aferrá-la em um forte abraço.
Bride a apertou contra si, e logo deu um passo atrás, para apresentá-los.
—Deirdre, estes são Vane e seu irmão Fury.
Vane ficou tenso ao cair sob o escrutínio da irmã de Bride. Não lhe agradava. O animal em seu interior o percebeu imediatamente.
Ainda assim, ela esticou a mão.
—Olá - lhe disse com um sorriso falso.
—Olá - disse ele, estreitando-lhe.
Ela seguiu com o Fury, quem fez o mesmo.
—Não pude encontrar essas tortas dietéticas para ti, Bride - disse sua mãe enquanto ia para o forno a checar o peru—. Sinto.
—Está tudo bem, mamãe - disse Bride—. De qualquer modo, preferiria comer seu bolo.
Sua mãe parecia um pouco surpreendida, mas não disse nada. Enquanto dava um passo atrás, dois gatos passaram correndo pela cozinha, perseguindo-se.
—Professor! Marianne! —gritou sua mãe, lhe passando o pano de cozinha a Bride—. OH, deus querido, será melhor que os apanhe antes que se encontrem com o Bart e o
coma.
Sua mãe saiu correndo fora.
—Bart? —perguntou- Fury ao Bride.
—O jacaré que vive no pátio. Papai o curou o ano passado, depois de que um caçador furtivo quase o matou com uma armadilha, e segue saindo de seu curral.
Fury arranhou a bochecha.
—Homem, desejaria ter conhecido a seu pai quando me meti em uma armadilha, ainda… —a voz do Fury se desvaneceu ao dar-se conta de que Deirdre se virou para ele com
uma sobrancelha arqueada—. Não importa.
—Hei, Bride!
Vane ficou rígido enquanto um homem extremamente grande e musculoso entrava a grande velocidade pela porta traseira para levantar a Bride e a apertava com força.
Bride riu.
—Baixa-me, Patrick!
Grunhiu-lhe enquanto o fazia.
—Não fique irritável comigo, mulher. Derrubarei e te quebrarei o braço.
Bride zombou disso enquanto Vane ficava furioso.
—Será melhor que não a toques.
Bride levantou o olhar ante a grunhida sinceridade que escutava no tom de Vane. Pela expressão em seu rosto, realmente temeu pela segurança de seu irmão.
—Está bem, Vane - se apressou a tranqüilizá-lo—. Só está brincando. Não me machucou realmente desde que fomos meninos, e inclusive então foi um acidente.
—De qualquer modo, essa é a história a que me estou aferrando - disse Patrick enquanto oferecia a mão ao Vane—. Alegra ver que minha irmã está em boas mãos. Patrick
McTierney.
—Vane Kattalakis.
—É um prazer te conhecer, Vane. Não se preocupe. Arrancaria-me o braço antes de machucar a uma de minhas irmãs. —Vane se relaxou notavelmente—. Você deve ser o irmão
- disse Patrick—. Fury?
—Olá - disse Fury, lhe estreitando a mão—. Sei, os nomes incomodam.
Patrick riu.
—Querem uma cerveja, moços?
Fury olhou ao Vane em busca da resposta.
—Seria genial - disse Vane.
Patrick se agachou no refrigerador e extraiu dois antes de passar a eles.
Enquanto as abriam, Patrick colocou um dedo na salada de batatas.
—Deixa isso! —exclamou Deirdre, lhe golpeando a mão com uma colher.
—Ai! —disse ele, tirando a mão de um puxão e chupando o dedo.
—Saia daqui, Pat, ou juro que darei sua parte aos cães.
—Bem, suscetível vingadora com síndrome pré-menstrual. —Fez- um gesto ao Fury e Vane—. Sejam sábios e venham aqui pra fora comigo, onde estamos a salvo.
Vane vacilou.
—Me chame se necessitar que te resgate do Patrick e meu pai - lhe disse Bride antes de ficar nas pontas dos pé e beijá-lo na bochecha.
Vane viu que Deirdre o olhava zangada antes de seguir ao Fury e ao Patrick para o pátio, onde a mãe de Bride estava lutando com os gatos para levá-los de retorno
à casa.
Vane passou sua cerveja ao Fury antes de recolher à gata. Ela ficou tensa um instante, e logo se relaxou.
—A quer dentro da casa?
Joyce assentiu agradecidamente enquanto embalava ao macho.
Vane abriu a porta e deixou à gata dentro.
—Não volte a fazer isso, Marianne - lhe disse.
Ela fuçou a mão e logo saiu correndo.
—Obrigado pela ajuda - disse Joyce enquanto passava junto a ele.
Vane retornou para unir-se ao Fury e ao Patrick.
—Então, Vane, o que faz para ganhar a vida? —perguntou Patrick.
Fury o olhou divertido, enquanto lhe devolvia a cerveja.
—Vivo dos interesses de meus investimentos.
—Seriamente? —perguntou Patrick—. Os investimentos lhe pagam o suficiente para ter um Jaguar de cem mil dólares?
Vane podia cheirar a hostilidade do Patrick.
—Não - disse sarcasticamente—, traficar com drogas faz isso. E obtenho um considerável ganho de minhas meninas no Bourbon Street.
A expressão no rosto do irmão de Bride foi indescritível.
—Olhe, vou ser sincero contigo. Machuca a minha…
—Patrick? —Vane olhou mais à frente do irmão de Bride para encontrar-se com um homem que parecia ter cinqüenta e tantos anos. De bom estado físico e de aparência
agradável, tinha cabelo cinza bem estilizado e bigode—. Não lhe está dando ao Vane o discurso de "Machuca a minha irmãzinha e te quebrarei o pescoço”, verdade?
—Estava tentando.
O homem riu.
—Não prestes atenção. Sou o Doutor McTierney - disse, estendendo sua mão para o Vane—. Pode me chamar Paul.
—É um prazer conhecê-lo, Paul.
Paul se voltou para o Fury.
—Você deve ser o irmão.
—Isso espero, estou vestindo sua cueca. —Paul riu—. Assim, você é o maligno rei castrador —disse Fury—. Perguntava-me que aparência teria.
—Fury - disse Vane em tom de advertência.
Paul riu outra vez.
—Sabe algo a respeito de cães, Vane?
—Sim. Um pouco.
—Bem. Tenho um que quero que conheça.
—OH, Jesus, Cujo não, papai. Isso é pior que meu discurso que interrompeu.
Paul ignorou o seu filho enquanto se dirigia a uma área alambrada no fundo, onde Vane podia ver um número de barracos de cão.
Enquanto Vane e Fury passavam junto a eles, os cães, percebendo sua parte animal, saíram a lhes ladrar ou para brincar.
Paul os conduziu a uma jaula ao final da fila, onde um furioso Labrador mestiço estava encerrado. O cão estava cheio de raiva e ódio.
—Não podemos fazer nada com ele - disse Paul—. Meu sócio pensa que deveríamos sacrificá-lo, mas detesto fazer isso. Parece-me uma condenada pena matar a um animal
que foi machucado.
Fury deixou a cerveja e foi para a porta. O cão saiu correndo de sua casa, ladrando e grunhindo.
—Shh - disse Fury, estirando a mão para que o cão pudesse farejá-lo.
—Não faria isso se fosse você - disse Patrick—. Quase lhe arrancou a mão ao oficial de controle de animais que o capturou.
—Sim, alguém teria que pô-los em uma jaula e golpeá-los por um tempo - disse Fury, franzindo o lábio.
O cão continuou atacando.
—Te afasta-te - disse Vane enquanto procurava o trinco da porta.
Fury ficou de pé e se afastou enquanto Vane a abria. O cão arremeteu e logo retrocedeu rapidamente.
Vane fechou a porta e se agachou.
—Vêem aqui, moço - lhe disse docemente, estirando a mão. O cão correu ao interior de sua casa e ladrou ainda mais forte. Vane se arrastou para a casa e colocou lentamente
a mão dentro—. Não tenha medo - lhe disse, permitindo que o cão apanhasse seu aroma.
Podia sentir que começava a acalmar-se. Sabia que não era completamente humano, e estava começando a confiar no animal que cheirava.
Logo depois de alguns segundos de espera, o cão lambeu a ponta dos dedos de Vane.
—Isso é - disse Vane, lhe acariciando a pele. Olhou por sobre seu ombro—. Fury? Poderia trazer algo para que coma?
—Trarei um tigela - disse Paul.
Uma vez que Paul teve retornado, deu a tigela ao Fury, quem o levou para dentro. Fury se agachou fora da casa, junto ao Vane, e depositou cuidadosamente a comida
frente ao cão.
—Homem, você apanhou mal, né? —disse Fury ao cão.
Vane encheu a mão de comida e a sustentou para o animal. Este a removeu com o nariz até que finalmente confiou nele o suficiente para dar uma dentada.
—Aí tem - disse em voz baixa enquanto tomava mais comida e alimentava ao cão com a mão.
—Maldição, papai - disse Patrick do outro lado do muro—. Jamais vi algo parecido.
Logo depois de vários minutos, Vane terminou de alimentar ao cão. O animal subiu ao colo de Vane e ficou ali, necessitando consolo. Fury lhe acariciou o lombo enquanto
Vane lhe massageava as orelhas.
Vane sentiu a alguém o olhando. Observando por cima de seu ombro, viu o Bride junto a seu pai.
—Deu-lhe de comer? —perguntou-lhe ela.
—Sim.
Ela sorriu. Vê-la ali fez que lhe doesse o coração. Como podia algo tão simples como um mero sorriso causar semelhantes estragos em seu corpo?
—Vim a lhes avisar que o jantar estava preparado. Mas se necessitar mais tempo…
Vane se levantou.
—Estará bem por um momento.
Fury aplaudiu ao cão e logo ficou lentamente de pé.
Os dois saíram da jaula e a fecharam. O cão foi correndo para eles, uivando.
—Está tudo bem - lhe disse Vane—. Retornaremos.
—Sim - adicionou Fury—, com um lindo presente para ti.
Vane passou seu braço sobre os ombros de Bride enquanto seguiam a seu irmão e seu pai para a casa.
—Cresceu aqui? —perguntou a Bride.
—Não. Meus pais se mudaram poucos anos atrás, logo depois de vender sua pequena granja.
—Estranho esse velho lugar - disse Paul enquanto mantinha a porta aberta para eles—. Há muitos regulamentos aqui. Tive que obter uma licença especial só para poder
manter os meus pacientes aqui atrás, e tenho que pagar multas habitualmente.
—Por que se mudaram? —perguntou Fury.
Paul deu de ombros.
—Sua mãe queria estar mais perto da cidade. O que pode fazer um homem quando sua esposa mete na cabeça algo?
Entraram na sala de jantar, onde um enorme banquete esperava junto ao Deirdre, que ainda se via como se preferisse que eles partissem.
—Vêem aqui e sente-se a meu lado, Vane - disse Joyce, indicando a cadeira a sua direita—. E Fury, pode te sentar ao outro lado da Bride. —No instante em que Fury
se sentou, Titus foi correndo e tentou subir em seu colo—. OH, bom deus! —exclamou Joyce—. Paul faz o cão se abaixar.
—Está tudo bem - disse Fury, rindo.
Então, quando Vane se sentou, Titus correu para ele e lhe lambeu o rosto.
—Hei, moço, cuidado com suas patas.
—O que aconteceu com o meu cão? —perguntou Joyce, pegando no colar do Titus—. Geralmente é reservado com as pessoas.
—Os cães reconhecem às boas pessoas assim que as vêem - disse Paul, pegando um pedaço do peru—. Titus - disse, sustentando-o para o cão.
Titus correu para buscá-lo.
Bride se sentou junto ao Vane.
—Bom, Patrick, onde está Maggie?
—Na casa de seus pais. Irei para lá mais tarde, depois de comer. Como ficamos dormindo aqui, queria assegurar-se que sua mãe não ficasse ciumenta.
—Maggie é a esposa do Patrick - explicou Joyce ao Vane—. Me fará avó na primavera.
—Felicidades - disse Vane ao Patrick.
—Sim, já veremos. Estou assustado como o demônio. Pessoalmente, não acredito que esteja preparado para ser o pai de alguém.
—Sim - disse Bride rindo—. Poderia ter que compartilhar seus brinquedos.
Patrick lhe fez uma careta antes de lhe arremessar uma ervilha na cabeça por cima da mesa. Vane a apanhou antes que fizesse contato, e a devolveu ao Patrick. Golpeou-o
direto entre os olhos.
Bride riu a gargalhadas.
—Meninos! —exclamou Joyce—. Comportem-se ou os farei comer no rincão.
—Bons reflexos, amigo - disse Patrick, secando a sobrancelha bondosamente—. Penso que deveríamos te recrutar para a equipe.
—Não acredito Pat - disse Bride—. Por alguma razão acredito que Vane se oporia a vestir uma camiseta que diga "Corta-o e castra-o se o ama" nas costas. É bastante
sensível a respeito da castração de cães.
Vane arqueou uma sobrancelha, mas manteve a boca sabiamente fechada.
Seu pai riu com força.
—Posso apreciar seu ponto de vista. Não há muitos homens que querem jogar para os Castradores. Mas temos um montão de veterinárias que, estranhamente, fazem.
—Ah, persuadiremo-lo —disse Patrick—. Com esses reflexos, definitivamente poderíamos usá-lo.
Vane notou a expressão de tristeza no rosto de Deirdre, mas ela não disse nada enquanto se sentava e colocava o guardanapo sobre seu colo.
O pai de Bride disse a bênção e então ficou de pé para cortar o peru enquanto que sua mãe começava a passar os pratos.
Vane sustentou as fontes enquanto Bride servia para ele e para si mesmo.
—Há algo que você não goste? —perguntou-lhe ela.
—Em realidade, não.
Ela sorriu.
—É tão fácil de convencer.
Beijou-lhe a bochecha impulsivamente, até que se precaveu de que a família dela os olhava fixamente.
—Sinto muito - disse temeroso de ter feito algo mal.
—Não - lhe disse Joyce—. Agrada-me ver meu bebê sorrindo por uma vez.
Vane lhe alcançou o purê de batatas ao Fury, quem o olhou com um tremendo cenho.
—O que é isto? —perguntou.
—Batatas - lhe disse Vane.
—O que lhes fizeram?
—Só as coma, Fury - disse Vane—. Você gostará, confia em mim.
Patrick soprou.
—De onde vem que nunca viu purê de batatas antes?
—De Marte - disse Fury enquanto franzia o cenho ante o modo em que as batatas penduravam da colher.
Pegou só um pouquinho, logo as passou ao Paul. Fury se inclinou apenas para frente e cheirou as batatas em um gesto muito canino.
Bride sentiu a perna de Vane estirar-se sobre a sua para chutar a cadeira do Fury debaixo da mesa.
Fury se ergueu rapidamente e olhou a seu irmão, que lhe estava dando um olhar de advertência.
—Realmente, de onde são? —perguntou Deirdre outra vez—. Cresceram aqui?
—Não - respondeu Vane—. Viajamos muito enquanto crescíamos. Vivemos virtualmente em todos os lados.
A irmã o olhou penetrantemente.
—O que os trouxe para Nova Orleans?
—Deirdre - disse Bride—. Desde quando esta é a Inquisição?
—Desde que mamãe disse que é sério com ele. Acredito que devemos saber algo mais a respeito de seu novo namorado, além de que se vê bem com um par de jeans.
—Deirdre - disse Paul em um tom baixo, mas severo—. Não faça pagar Bride e Vane pelos crimes do Josh.
—Bem - exclamou Deirdre furiosamente—. Mas quando ele escapou com sua secretária e a deixe sozinha para lhe explicar a seus meninos por que papai é um idiota, espero
que recorde isto.
Levantou-se e abandonou a habitação.
—Sinto muito - disse Joyce, ficando de pé—. Sigam adiante, e comam. Retornarei em um minuto.
—O marido do Deirdre há deixou uns meses atrás - explicou Bride ao Vane—. Seus filhos estão com ele durante o feriado, e Deirdre está em mau momento por isso.
- Por que um hum…? —Fury esticou a sílaba de um modo que lhe fez ter sabor de Bride que estava a ponto de dizer "humano"—. Humilhante idiota faria isso? —disse,
terminando a frase.
—Não sei por que alguns homens o fazem - disse Paul—. Embora suponha que ao fim esse lixo é melhor longe.
—Estou de acordo - disse Bride, olhando ao Vane, quem brincava com sua coxa por debaixo da mesa, excitando-a terrivelmente.
Seu contato era eletrizante.
Joyce retornou para tomar o prato de Deirdre, e logo voltou a sair da habitação.
Paul suspirou.
—Desejaria poder melhorar as coisas para ela. Não há nada pior que ver um de seus filhos sofrendo e não ser capaz de detê-lo.
—Poderia matá-lo para ela - se ofereceu Fury. Vane limpou garganta—. Bom, poderia ter um acidente - tentou Fury novamente—. Os humanos os têm todo o tempo.
Patrick riu malignamente.
—Tenho uma pá.
—Ao diabo com isso - disse Paul antes de tomar um gole de seu vinho—. Tenho um jacaré no pátio.
Todos riram.
Joyce retornou e se sentou.
—Lamento.
—Está tudo bem? —perguntou Bride.
—Estará. Leva tempo.
Vane sentiu a tristeza de Bride. Apertou-lhe a coxa consoladoramente.
—Provavelmente não deveria ter trazido o Vane. Foi insensível de minha parte.
—OH, ora! —exclamou Joyce—. Não fez nada mau, Bride. Queríamos conhecê-lo. —Sorriu a Vane - isso é assunto de Deirdre, está bem?
Bride assentiu.
Terminaram sua comida em paz, enquanto Patrick e Paul brincavam entre eles. Então Joyce trouxe um bolo de nozes de Pecam* e um bolo com quatro camadas de chocolate.
Bride cortou uma parte pequena de bolo.
—Não quer bolo? —perguntou-lhe Vane—. Sei que o de chocolate é seu favorito.
Ela a olhou fixa e lentamente.
—Não, será melhor que não coma. —antes que pudesse passá-la, Vane colocou uma fatia em seu prato—. Vane!
—Queria. Conheço esse olhar.
Ela pôs os olhos em branco e pegou o garfo.
—Obrigado.
Vane assentiu. Sentiu que sua mãe o olhava. Jogando uma olhada, recebeu um sorriso agradecido de Joyce, que se esticou e lhe tocou brandamente o antebraço.
Causou-lhe a sensação mais estranha. Assim era ter o toque de uma verdadeira mãe?
Logo depois do jantar, Bride decidiu que tinha torturado ao Vane e Fury o suficiente por um dia.
—Provavelmente deveríamos retornar - disse.
—O que? —perguntou seu pai—. Nada de jogos?
—Você e Patrick podem olhar o jogo, papai.
Para sua absoluta comoção, seu pai realmente pôs má cara.
Bride lhe deu um abraço por ser tão bondoso com o Vane e Fury.
—Irei despedir-me de Deirdre. Seja agradável com os meninos até que retorne.
Bride subiu as escadas para o quarto de hóspedes. Encontrou ao Deirdre no último dormitório do corredor.
—Hei, carinho —lhe disse, abrindo a porta—. Está bem?
Os olhos de Deirdre estavam bordeados de vermelho, estava sentada na cama, aferrando o travesseiro contra seu estômago. Seu prato de comida estava sem tocar sobre
a mesa de luz.
—Estou bem. Suponho.
Desejando poder fazer algo para ajudar a sua irmã, Bride caminhou para a cama. Como compreendia ao coração quebrado de Deirdre. Havia-se sentido da mesma maneira
até que Vane tinha aparecido e a tinha feito sorrir.
—Sinto muito.
—Não. Alegra-me que o imbecil se foi, mas você… deveria deixar ir ao Vane.
Não foram tanto as palavras de seu irmã o que a comoverão, a não ser o rancor no tom de Deirdre.
—Perdão?
—Vamos, Bride. Não seja estúpida. Olha-o. Olhe-te. Vocês dois não devem estar juntos.
Bride olhou boquiaberta a sua irmã.
—Como diz?
—Taylor era um homem genial… deveria ter aferrado a ele com ambas as mãos. Era confiável e estável. Mais que nada, era respeitado na comunidade. Mas, em vez de fazer
o que ele queria, recusou-te a perder peso e te deixou porque é gorda. Agora aparece este tipo e salta sobre ele como se Taylor nunca tivesse existido. Não é que
te culpe. É de primeira, mas não seja tola.
OH, esse era um golpe baixo e, para ser sincera, Bride estava cansada de ser a "inteligente" enquanto que Deirdre sempre tinha sido conhecida como a "bonita."
—Só porque te casou com uma serpente não significa que Vane seja um cão. —Bride vacilou ante isso. Em realidade, Vane era um cão, algo assim. Mas não desse modo—.
Vane jamais me enganaria.
—Sim, claro. Olhe-me, Bride. Fui à segunda ganhadora para a Miss Louisiana e teria ganhado se não tivesse sido tão jovem nesse momento. Ainda sou condenadamente
atrativa e, entretanto, meu marido me abandonou. Que possibilidades tem você?
Furiosa com sua "perfeita" irmã, Bride se recusou a olhá-la. Em troca, foi para a janela que dava ao pátio, onde viu o Vane e Fury com seu pai.
—Casou com o Josh por dinheiro, recorda? —disse Bride enquanto os via com os cães—. Disse-me a noite antes das bodas.
—OH, e suponho que você ama ao Vane por sua personalidade? Não sou estúpida. Ama-o pelo bem que se vê seu traseiro.
E, entretanto, enquanto Bride observava a seu companheiro, sabia a verdade. Vane não era humano. Não pensava nem atuava como humano. A diferença do Taylor e Josh,
jamais a deixaria porque ela não fosse o que ele queria.
Amava-a tal e como era. Nenhuma só vez Vane tinha tentado trocá-la ou alterá-la de algum modo. Simplesmente a aceitava, com seus defeitos e tudo.
Vane jamais a enganaria. Nunca lhe mentiria. E mataria a qualquer que a machucasse.
E nesse momento, enquanto o via acariciar a um cão ao que ninguém tinha sido capaz de chegar, compreendeu quanto o amava.
Quanto o necessitava.
A só idéia de viver sem ele a matava.
Não podia. Nas últimas semanas, ele se tinha convertido em uma parte integral de sua vida. Mais que nada, era uma parte integral de seu coração.
Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto a realidade desse pensamento a esmagava.
Realmente, verdadeiramente o amava de um modo que jamais tinha sabido que uma mulher pudesse amar a um homem.
—Não tem idéia do que está falando, Dee. Vane é bom e considerado. Cuida-me.
—Só faz um par de semanas que o conhece, e mal tinha terminado com o Taylor. É vergonhosa a maneira em que te joga em cima dele.
Bride voltou a olhar a sua irmã. Sentia pena de Deirdre, mas isso não lhe dava direito a sua irmã para tentar fazê-la sentir-se mau.
—Está com ciúme.
—Não, Bride, não estou. Sou realista. Vane está completamente fora de seu alcance.
Bride olhou com fúria a sua perfeita irmã, mas, no fundo, sentia muita pena por que Deirdre provavelmente nunca conheceria o amor que ela tinha com o Vane.
Se pudesse, daria isso de presente a sua irmã. Mas não isso não era possível.
—Como é, Dee. Veremo-nos depois.
Vane e Fury estavam lá fora, no pátio, com o Labrador outra vez.
—Não quereria levá-lo a casa contigo, verdade? —perguntou Paul enquanto Fury brincava com o cão.
—Valerius se urinaria nas calças - disse Fury—. Posso?
Vane riu.
—Certo. Mas ele provavelmente terminará no Santuário.
—Sabe - disse Paul—, deveria ter pensado em lhe pedir isso aos ursos.
Vane olhou ao Paul desconfiadamente.
—Perdão?
—Mas, como é só um cão e não um Were pensei que os ursos não lhe dariam boas-vindas. —Vane não poderia ter estado mais pasmado se Paul o tivesse chutado—. Fecha
a boca, Vane - disse Paul em um tom paternal—. Sou o principal veterinário do estado. Carson ainda está aprendendo o exercício. A quem acredita que chamo quando
há algo que não posso dirigir? —Carson era o veterinário residente do Santuário. Ele mesmo era um Were-Hunter, tinha só cinqüenta anos, o qual em seu mundo o fazia
pouco mais que um menino—. Também sei tudo a respeito do Fang - continuou Paul.
Fury se adiantou para parar-se mais perto. Colocou sua mão no muro, enquanto olhava incrédulo ao Paul.
—Por que nos permitiu vir aqui?
Paul tomou a mão de Vane na sua. A marca estava escondida.
—Não tinha que ocultá-la. Soube o que tinha acontecido no instante em que Bride me disse seu nome. E sei como vocês protegem a suas companheiras. Não posso dizer
que esteja precisamente feliz por isso, mas ao menos não tenho que temer que jamais a machuque do modo em que Deirdre foi ferida.
Vane apertou os punhos.
—Joyce sabe…?
—Não. Não sabe nada a respeito de seu mundo, e quero manter isso desse modo. Jamais contei a ninguém a respeito do Santuário - Paul soltou a mão de Vane—. Se estiver
procurando minha bênção, já a tem. Não estava certo até que os vi juntos no jantar. Passou muito tempo desde que vi minha pequeninha tão feliz. Mas, recorda, se
alguma vez a machucar… - olhou para onde um cão estava em uma jaula, com um cone ao redor da cabeça.
—Ah, homem - sussurrou Fury - isso é simplesmente doente.
—Estou definitivamente de acordo - disse Vane.
—Sim, bom, Bride é meu bebê e sei como usar uma pistola tranqüilizadora e um bisturi.
Vane se encolheu enquanto Fury se cobria.
—Vane?
Viraram-se, para ver o Bride caminhando para eles.
Paul deu um passo atrás.
—Me deixem lhes buscar uma corrente para…
—Não a precisaremos - disse Fury, abrindo a porta e deixando sair ao cão com ele.
—Não, suponho que não - disse Paul.
Foi acariciar ao cão, quem tentou mordê-lo.
- Te comporte - disse Fury, segurando ao cão.
Bride vacilou enquanto se aproximava.
—E será melhor que não mordas a Bride - advertiu Vane—. Ou lhe deixaremos aqui.
O cão moveu a cauda e se sentou.
—Virá conosco? —perguntou ela.
Seu pai assentiu.
—Foram bastante bons para adotá-lo.
—Isso é doce de sua parte - disse ao Vane.
Fury pensou.
—Em realidade não. Compadeço-me de qualquer que seja jogado a uma sarjeta.
Bride se esticou e abraçou ao Fury. Compadecia ao lobo pelo que tinha passado.
Fury limpou a garganta e retrocedeu.
—Não fique sentimental comigo, Bride, não sei como dirigi-lo. Igual ao cão, meu primeiro instinto é atacar, e isso faria que Vane me deixasse parecido a esse pobre
moço que está ali.
Bride viu o cão com o cone.
—Auch.
—Exatamente.
Vane envolveu seu braço ao redor dela e retornaram juntos a casa, com seu pai, Fury, e o cão seguindo-os.
Joyce os olhou surpreendida ao ver o cão com eles, mas não disse nada enquanto entregava a Bride um enorme pacote de Tupperwares*.
—Dividi as sobras entre todos.
—Sobraram batatas? —perguntou Fury.
Vane arqueou uma sobrancelha.
—Assim, agora você gosta?
—Sim, estavam boas.
Bride beijou a sua mãe na bochecha.
—Obrigado, mamãe.
Patrick se encontrou com eles no living. Ofereceu a mão ao Vane.
—Foi agradável te conhecer, embora seja traficante de drogas e cafetão.
—A ti também.
—Perdão? —perguntou Bride.
—É uma longa história - disse Fury rindo.
—Tomem cuidado na volta para casa - disse Joyce enquanto os acompanhava até o auto—. OH, esperem, me deixem buscar um cobertor para o cão, para que não arranhe os
assentos de couro.
Bride pegou uns minutos para voltar a dizer adeus enquanto sua mãe procurava o cobertor e logo o colocava atrás, para o cão. Depois de ter abraçado e beijado a seus
pais, Bride se uniu aos lobos e o cão no automóvel.
Em um abrir e fechar de olhos estavam indo de retorno ao Garden District.
—Tem uma agradável família, Bride - disse Vane.
Ela o olhou e logo ao Fury.
—Sim, assim é. Acredito que vocês são os melhores.
O coração de Vane pulsou violentamente ante o que lhe dizia.
—Quis dizer sua família.
—Fury e você são partes da minha família, Vane. Você é a melhor parte dela.
—Acredito que vocês dois necessitam de um pouco de privacidade. —Fury se sentou e apertou a mão de Bride—. Até mais tarde, irmãzinha.
Então ele e o cão desapareceram do assento traseiro.
Vane se moveu para o acostamento da estrada e parou o automóvel.
—O que é o que me está dizendo, Bride?
Ela levantou a mão para brincar com o cabelo dele, enquanto olhava fixo a esses incríveis olhos verde-avelã que tinham seu coração escravizado.
—Enquanto minha irmã me gritava a respeito de como um dia me deixaria plantada, tive uma revelação. Nunca em minha vida conheci a ninguém como você, Vane, e duvido
que jamais o faça. Eu gosto da forma com que me olha, como se já pudesse me saborear. Eu gosto de como se preocupa se por acaso fico com frio ou se comi o suficiente.
Mais que tudo, eu adoro a forma em que te sinto de noite, quando me abraça com força. O modo em que me toca como se temesse que fosse me quebrar. E como te ocupa
de me embalar em seus braços. —deteve-se para respirar fundo antes de continuar—. Te amo, Vane. Acredito que nunca soube o que era o verdadeiro amor até que entrou
em minha vida. —Mostrou-lhe sua mão marcada—. Estou preparada para me unir a você.
Ele se via sobressaltado e incerto.
—Está segura?
—O simples feito de que esteja me fazendo essa pergunta quando sabe o que perderá se disser que não, prova-me quão acertada estou respeito a ti. Sim, Vane Kattalakis.
Estou segura.
Um lento sorriso se estendeu por seu rosto um segundo antes que a atraíra a seus braços e a beijasse até deixá-la sem fôlego. Vane se afastou com um profundo e lobuno
grunhido.
—Realmente odeio ter tido que dirigir esta coisa. De outra forma, agora mesmo nos transportaria à cama.
—Não pode levá-lo para casa?
—Não. É muito grande e pesado, e se o abandono vão roubá-lo, e Otto nunca me perdoará. Ele ama esse condenado pedaço de lixo.
Soltou-a e se recostou em seu assento.
E esteve condenadamente perto de lhe dar um ataque ao coração a Bride quando conduziu a casa em tempo recorde. Richard Petty* não tivesse podido competir com o Vane
enquanto abria espaço entre o tráfego.
Detiveram-se com um chiado fora da porta do Valerius, e Vane os transportou diretamente do automóvel a seu dormitório. Em um segundo estavam parados junto à cama;
ao seguinte, estavam nus sobre ela.
Bride riu ante sua impaciência.
—Não perde tempo, verdade?
—Não quero que troque de opinião.
—Não o farei.
Vane a beijou intensamente. Já estava duro por ela.
Bride passou sua mão pelas costas dele, deleitando-se na sensação. Sua pele era tão cálida e masculina.
—Só lembre isto não te libera de uma grande boda irlandesa.
Ele riu.
— Qualquer coisa para te fazer feliz.
O sorriso dela se desvaneceu quando a seriedade se instalou no profundo de seu coração.
—Definitivamente, isso seria você.
Ele voltou a beijá-la, quase a devorando.
O momento em que se afastou ela somente podia respirar.
—Muito bem - disse ela em voz baixa—. O que temos que fazer?
Vane rodou sobre suas costas e lhe roubou a respiração, o modo em que se via ali. Sua pele bronzeada ressaltava a perfeição contra os lençóis cor nata. Seu cabelo
estava solto e o fazia parecer ainda mais fascinante.
—Tem que pressionar sua palma marcada contra a minha. —Bride colocou sua palma contra a cálida e calosa dele. Vane entrelaçou os dedos com os dela—. Agora tem que
me colocar dentro de seu corpo sem minha interferência.
—Isso é um pouco estranho, mas está bem.
—Em realidade, não. Foi estabelecido como garantia para proteger a nossas mulheres. A Reclamação jamais pode ser forçada sobre uma mulher. Ela deve completá-lo por
sua absoluta vontade.
Bride se ajoelhou e ficou agachada cuidadosamente sobre a magra cintura dele. Olhou-o, perguntando-se como os mudaria isto.
Mudaria-os?
Como podia não fazê-lo?
Depois disto, estariam unidos. Pertenceria-lhe e, até o dia em que morrera, pertenceria a ela.
Vane pegou sua mão livre e a beijou com doçura.
Com o coração pulsando violentamente, Bride moveu seu corpo até que ele esteve profundamente em seu interior. Ambos gemeram ante a sensação.
Vane apertou os dentes enquanto sua mão começava a esquentar-se. Fez necessária toda sua força de vontade para não investir contra ela. Mas esta não era sua eleição,
mas sim de Bride.
—Agora tem que dizer o seguinte: "Te aceito como é, e sempre te terei dentro de meu coração. Caminharei a seu lado para sempre."
Bride uniu seu olhar ao dele enquanto sua própria palma lhe fazia cócegas.
—Te aceito como é, e sempre te terei dentro de meu coração. Caminharei a seu lado para sempre.
Os olhos de Vane se obscureceram antes de repetir o juramento para ela. Mal tinha terminado de pronunciá-lo quando arqueou as costas, como se estivesse sofrendo.
Bride chiou, surpreendida, quando as presas dele cresceram como se estivesse em um filme de vampiros.
Vane a manteve quieta enquanto respirava entrecortadamente. Todo seu corpo estava tenso e rígido.
—Está tudo bem, Bride - grunhiu—. Não tenha medo. É só nosso feitiço de Reclamação chamando o thirio, para que possamos unir nossas forças vitais. Passará em uns
minutos.
—Parece que estive sofrendo. Há algo que possa fazer?
—Só esperar que passe - ofegou.
—Se nos unirmos, parará? —Ele assentiu—. Então, te una a mim.
Ele chiou, então sustentou seu olhar.
—Compreende o que é isso, Bride? Se morrer, você morre comigo. Instantaneamente. A menos que esteja grávida, e então morrerá assim que nosso bebê tenha nascido.
O coração dela triplicou seus batimentos do coração. Mas, enquanto o olhava, parecia um preço muito pequeno que pagar. Queria viver sem ele?
—Que diabos? —disse-lhe—. Se formos fazer isto, façamos completo.
—Está segura?
Ela assentiu.
Vane se sentou debaixo dela. Embalou-a contra seu peito e lhe fuçou o pescoço.
—Logo depois de que te morda, deve me morder no ombro.
Antes que pudesse responder, ele afundou seus dentes nela.
Bride gritou, mas não de dor. Um inimaginável prazer a rasgou enquanto o sentia inchando-se em seu interior. Investiu contra Vane enquanto um divino orgasmo a atravessava.
Sua visão se nublou enquanto sentia suas próprias presas crescendo em sua boca. Algo parecia havê-la possuído, e já não se sentia humana.
Era…
Maravilhoso. Quão seguinte soube foi que tinha fundo os dentes no ombro de Vane.
Envoltos em êxtase, sustentaram-se um ao outro enquanto os batimentos do coração de seus corações se sincronizavam e a habitação dava voltas. Bride nunca se havia
sentido tão perto de outra pessoa em sua vida. Realmente era como se fossem uma só pessoa, unidos. Fisicamente.
Espiritualmente. Perfeitamente.
Vane não podia respirar enquanto a saboreava. Jamais deveria ter se ligado a ela e, entretanto, estava tão agradecido que estivesse com ele. Pela primeira vez compreendia
por que Anya se uniu a seu companheiro.
Não queria perder a Bride. Nem sequer queria tentar imaginar um só dia sem ela.
Agora não teria que fazê-lo.
Sua cabeça deu voltas enquanto seu orgasmo se desvanecia e seus dentes retrocediam. Bride se apartou e o olhou fixamente, como se estivesse ébria.
—Terminou? —perguntou-lhe.
Ele assentiu logo a beijou. E voltou a beijá-la.
—É minha Bride McTierney. Agora e sempre.
Ela sorriu.
Vane a recostou sobre a cama e se deitou sobre ela. Só queria senti-la. Sua companheira.
A realidade disso envolveu seu coração e o fez voar.
Bride o embalou com todo seu corpo. Sentia-se tão bem ali. Passou a mão pelo cabelo de Vane e começou a rir.
—Foi tão divertido?
—Estava pensando que não são todas as mulheres chegam a ter seu próprio lobo domesticado.
Os olhos dele brilharam.
—Não estou certo de poder me chamar domesticado. Só você tem esse efeito sobre mim.
—Isso é o que mais eu gosto de tudo.
Enquanto agachava a cabeça para beijá-la, seu telefone soou. Vane se afastou com um grunhido. Esticou a mão e o telefone voou pela habitação, até que o agarrou.
Bride franziu o cenho.
—Não estou segura que alguma vez me acostume a que faça isso.
Mordiscou-lhe o pescoço brincando, e logo atendeu.
—Olá, Aimeé - disse, e então se deteve. Olhou-a, e ela notou a confusão em seus olhos—. Obrigado, realmente o aprecio. Espera um segundo. —Apertou o botão de silêncio—.
É um dos ursos do Santuário, que está cuidando do Fang. Estão tendo sua própria celebração do Dia de Ação de Graças, e decidiram levantar temporalmente minha proscrição
se quero visitar o Fang esta noite.
—Está bem.
—Perguntava-me se você gostaria de ir comigo e conhecê-lo. Quero dizer, não é que ele esteja falando, mas…
—Eu adoraria conhecer seu irmão - disse ela, interrompendo-o.
Vane pareceu aliviado antes de retornar ao telefone.
—Sim, estaremos ali em um momento. Obrigado.
Pendurou o telefone e o colocou sobre a mesa de cabeceira.
Bride ficou recostada ali, em silêncio, tentando assumir o que tinha feito. O que lhes tinha acontecido essa tarde.
—Está certo de que não estou envelhecendo? Não sinto nada diferente.
—Deveria estar unida a mim, mas, como nunca me uni antes, não sei como deveríamos nos sentir.
Bride olhou a mão. Sua marca agora era de um vibrante vermelho.
—Embora isto seja diferente. O que tem que a tua?
—Parece-se com a tua.
Esse era um bom sinal.
—Tenho que seguir tomando seu sangue?
Ele negou com a cabeça.
—Nunca mais.
—Bem. É realmente asqueroso pensar nisso. —Vane se levantou e a tirou da cama—. O que está fazendo?
—Vou banhar-te, Lady Wolf para poder te levar ao Santuário e alardear contigo frente a todos.
Como desejava Bride ser tão formosa como ele pensava que era. Era tão agradável estar com alguém que a via cor de rosa.
Vane a levou ao banheiro e abriu a ducha. Uma vez que teve regulado a água, abriu a cortina para deixá-la entrar primeiro.
Bride se sentia um pouquinho incômoda. Nunca antes tinha tomado banho com um homem. Mas enquanto Vane começava a lhe ensaboar o corpo, seu desconforto se desvaneceu
em uma onda de quente desejo por ele.
Ele se via realmente bem nu e molhado, e suas mãos eram incríveis enquanto se deslizavam por cada centímetro do corpo dela.
—É verdadeiramente talentoso - lhe disse, contendo a respiração enquanto ele a lavava entre as pernas. Beijou-a brandamente, deixou cair à esponja e usou seus dedos
para acariciá-la—. Alguma vez está satisfeito, verdade? —perguntou-lhe Bride ao senti-lo endurecer-se novamente.
—Não quando se trata de ti.
Pressionou as costas dela contra a fria parede de azulejos. Levantou-lhe uma perna para envolvê-la ao redor de sua estreita cintura antes de deslizar-se dentro dela.
Bride gritou de prazer enquanto ele investia contra ela. Não foi chegar ao clímax que ela se precaveu de que tinha envolvido ambas as pernas ao redor da cintura
dele, e que ele estava agüentando todo seu peso enquanto continuava investindo.
O cabelo de Vane estava molhado e jorrando água ao lhe capturar os lábios. Enterrou-se profundamente em seu interior e então se estremeceu.
Bride estava só vagamente consciente do roçar da água contra seus braços e pernas enquanto observava o rosto de Vane. Seu lobo era formoso quando chegava ao orgasmo
com ela. Sustentava-a sem esforço enquanto seu corpo continuava tremendo.
Uma vez que teve terminado, Bride baixou as pernas enquanto ele se retirava dela.
Ele suspirou entrecortadamente, logo girou para enfrentar a água.
Bride pressionou seu torso impulsivamente contra suas costas nuas.
Vane chiou ante a sensação de Bride contra ele. Ela envolveu os braços ao redor de sua cintura, deslizando as mãos por seu corpo.
—Segue fazendo isso e jamais sairemos desta ducha - lhe disse roucamente.
—Claro que sim. Não será muito divertido estar aqui se a água se esfriar.
—Certo.
Então, para seu deleite, ela o deixou e tomou a esponja para banhá-lo.
Bride nunca tinha feito nada como isso. Em realidade, era muito divertido ensaboar esses magníficos músculos e ajudá-lo a enxaguar o corpo.
—É pecaminoso - sussurrou.
Ele respondeu a isso com um sorriso e um beijo.
Uma vez que terminaram, saíram da ducha. Bride pensou que teriam que vestir-se, mas Vane a surpreendeu voltando a vesti-los com a roupa que tinham levado a casa
de seus pais.
—Como o faz?
Vane deu de ombros.
—É como respirar. Mal penso nisso e puf. É magia.
—Desejaria que me advertisse um pouquinho antes de fazê-lo. Ainda estou me acostumando a tudo isto.
Para agradá-la, conduziu-a através da porta e pelo corredor para a habitação do Fury.
Vane golpeou a porta.
—Sim? —disse Fury de dentro.
Vane a empurrou com o ombro para encontrar ao Fury com o cão sobre sua cama.
—Íamos ao Santuário. Perguntava-me se você gostaria de vir conosco.
—Certo. O cão pode ir?
—Suponho que sim. Podemos colocá-lo em uma das jaulas se ficar nervoso.
—Jaulas? —perguntou Bride.
Vane girou para enfrentá-la.
—Como O Santuário tem a muitas espécies diferentes de animais, têm uma habitação cheia de jaulas em caso de que alguém fique desagradável.
Fury e o cão desapareceram do dormitório.
—Como quer ir? —perguntou-lhe Vane.
Bride suspirou profundamente.
—Me transporte, Scotty.
Vane tomou a mão e os transportou ao Santuário.
A Bride levou um segundo orientar-se. Tinha passado por este bar milhões de vezes, mas nunca antes tinha entrado. Havia um pôster na porta que dizia que estava fechado.
Entretanto, havia muita atividade dentro. Ao menos cinqüenta "pessoas" estavam ali, incluindo o Fury e o cão, quem farejava a vários ocupantes.
Várias mesas tinham sido unidas para formar uma mesa de banquete realmente grande, coberta com toalhas brancas. Outra série de mesas tinha mais comida da que tinha
visto em sua vida. Havia uma dúzia de perus, vinte presuntos, e ao menos duas dúzias de tortas e bolos com cada acompanhamento conhecido, e alguns que não pôde identificar.
Mas o que mais a aturdiu foi o incrivelmente atrativos que eram todos ali. Deus! Parecia uma revista de modelos.
Bride se sentiu extremamente intimidada.
—Vane - disse um homem alto e formoso enquanto se aproximava deles—. Perguntávamo-nos se conseguiria vir.
—Olá, Dev.
Bride viu dois "Devs" mais entrando na habitação, carregando mais comida.
—Somos quadrigêmeos - disse Dev com um travesso sorriso—. Pode me distinguir por isso. —Levantou a manga de sua roupa para lhe mostrar sua tatuagem de arco e flecha,
e logo assinalou a seus irmãos—O de má aparência que leva o gumbo* é Remi. O tímido que está ali, com o filhote de urso em seu colo, é Quinn, e Cherif é o que sustenta
a fonte de patas de caranguejo. Não se preocupe se não puder recordar quem é quem, só grita "cuatri" e responderemos.
Parecia muito aberto e amistoso.
—Sou Bride - lhe disse, estendendo a mão para ele—. É um prazer lhe conhecer.
Enquanto a saudava, outro atrativo homem loiro apareceu detrás de Vane. Grunhiu gravemente, lhe recordando a um lobo.
—Nem sequer o pensa, Sasha - lhe grunhiu Vane, olhando letalmente ao homem—. Não estou de humor para essa merda.
—Lobos - disse Dev ao Bride—. Os alfas têm que fazer essa porcaria da dominação cada vez que se vêem. Vê, eu sou um urso. Levamo-nos bem com quase todos. A menos
que se meta conosco, então lhe arrancamos a cabeça. —Dev inclinou a cabeça para a Sasha—. Por que não vais ajudar a Batata a trazer os barris?
Sasha se aproximou e farejou a Bride. Pareceu acalmar-se um pouco antes de voltar a olhar ao Vane.
—Certo, Dev. Não quereria envergonhar ao Vane frente a sua companheira derrotando-o.
Vane deu um passo para ele, até que Dev se meteu no meio.
—Vai, Sasha - lhe disse Dev severamente. Sasha finalmente partiu. Ele respirou fundo e lhe sorriu—. Deveria ter provado com um urso, Bride. Então não teria que preocupar-se
por isso.
—Está tudo bem. Estou bastante afeiçoada com os lobos.
Viu que Sasha se aproximava de Fury.
Fury ficou instantaneamente de pé, com um grunhido tão sinistro que realmente a assustou. Sempre relaxado e um pouquinho inepto, não tinha idéia de que Fury pudesse
ver-se desse modo.
Era verdadeiramente aterrorizante em sua personalidade de lobo.
—Separem-se, lobos! —disse uma mulher alta e magra com acento francês enquanto se metia entre eles—. Ou jogarei água em cima de ambos.
Remi apareceu a seu lado.
—Necessita ajuda, mamãe?
—Não de ti, cher —disse ela, lhe aplaudindo bondosamente o braço—. Vá ajudar ao José na cozinha.
Remi lançou aos lobos um olhar de advertência antes de obedecer a sua mãe.
Uma vez que Sasha e Fury puseram distancia entre eles, a mulher se aproximou de Vane e ela.
—Aqui está finalmente. —Beijou ao Vane na bochecha e logo se voltou para a Bride—. Sou Nicolette, mas a maioria da raça me chama Mamãe.
—Bride - disse ela, estreitando a mão da ursa.
Nicolette sorriu ao Vane.
—É formosa, mon petit loup*. Progrediste.
—Merci, Nicolette.
—Vamos - disse, fazendo um gesto para que entrassem mais na habitação—. Vane, apresente sua companheira a nossa raça enquanto asseguro que meus filhos não briguem.
E não tenha medo se não poder recordar nossos nomes, Bride. É uma só enquanto que nós somos muitos. Os aprenderá com o tempo.
Bride lhe agradeceu e então Vane a levou pelo salão, e a apresentou aos leões, tigres, ursos, falcões, chacais e leopardos. Inclusive havia um par de humanos ali.
Nicolette estava certa. Não podia recordar quem era quem ou o que. Como havia só um punhado de mulheres, a maior parte delas companheiras dos homens, eram mais fáceis
de recordar. Mas os homens… era suficiente para lhe fazer dar voltas a cabeça.
—Onde está Fang? —perguntou enquanto Vane terminava de apresentá-la às pessoas na cozinha.
—Está lá em cima. Vamos, e lhe apresentarei ele.
Vane a conduziu por uma porta que se abria para uma enorme sala Vitoriana.
Bride se deteve o vê-la. Luxuosa e decorada com antiguidades, a casa era assombrosa.
—Esta é a Casa Peltier - lhe explicou Vane—. Os Were-Hunters vivem neste lado das coisas, onde estamos a salvo de ser descobertos.
—É formosa.
—Merci - disse Nicolette detrás deles—. Foi nosso lar durante mais de um século. Nossa meta é manter o deste modo.
—Como podem fazê-lo sem que ninguém descubra quem e o que são?
—Temos nossos métodos, chérie - lhe disse lhe piscando o olho—. A magia tem seus benefícios.
Alcançou ao Vane uma pequena vela votiva.
Vane viu que o recipiente de vidro tinha o nome "Anya" gravado. Seu coração sofreu ao vê-lo.
—Sempre recordamos a quem quer, que se fosse - explicou Nicolette—. Como Fang não pode honrar a Anya, pensei que quereria fazê-lo.
Vane não podia falar pelo nó que tinha na garganta, enquanto Nicolette o conduzia junto a Bride para dentro de uma habitação em que havia quatro velas em pedestais.
A luz das mesmas titilava como diamantes contra as paredes verde escuro.
—Há tantos - disse Bride, assombrada pela quantidade de nomes.
—Vivemos muito tempo - disse Nicolette—. E estamos em guerra. Os Katagaria contra os Arcadianos, os Dark Hunters contra os Daimons. Os Apolitas contra todos. Ao
final, quão único temos são as lembranças. —Assinalou duas velas que estavam sujeitas a parede essas são por meus filhos. Bastien e Gilbert. —Uma lágrima caiu por
sua bochecha—. É em sua honra que foi baseado O Santuário. Jurei que nenhuma mãe, sem importar que fosse humana, Apolita, Katagaria, ou Arcadiana, jamais conheceria
meu sofrimento enquanto seu filho se alojasse aqui, sob meu teto.
—Sinto muito, Nicolette.
A ursa inspirou e lhe aplaudiu o braço.
—Agradeço suas palavras, Bride. É por ti que estou renunciando à proscrição de Vane. —Vane se via estupefato—. É meu presente de bodas —disse Nicolette—. Não tem
uma manada que a proteja e, como diz Acheron, pagaste um preço muito alto por sua bondade. Protegeu a Sunshine para os Dark Hunters, e então agora protegemos a ti
e a sua companheira.
—Obrigado, Nicolette - disse Vane—. Obrigado.
Nicolette inclinou a cabeça e então se desculpou.
Vane acendeu a vela e a colocou junto à que era para a mãe do Colt. Sua mão se atrasou sobre o vidro. Por sua expressão, Bride podia saber que estava recordando
a sua irmã. Que estava sofrendo horrivelmente por ela.
Seus olhos estavam brilhantes e resplandecentes enquanto via titilar a vela. Um momento depois, olhou-a.
—Vamos - disse, tomando a mão de Bride—. É hora de que conheça meu irmão.
Ela o seguiu fora do quarto e para a escada.
Enquanto passavam junto à primeira habitação, um homem saiu, a quem Bride reconheceu.
—Carson?
Ele parecia tão comovido por sua presença como ela pela sua.
—Bride? O que está fazendo…? —Sua voz se desvaneceu enquanto farejava o ar. Seus olhos se alargaram—. É uma de nós?
—Nós?
—Carson é um falcão - explicou Vane.
—Não pode ser!
Carson assentiu.
—Sou o veterinário residente, e doutor aqui no Santuário.
Ele abriu a porta do quarto de que estava saindo, para lhe mostrar uma sala de consulta ultramoderna, que estava cheia com algumas das jaulas que Vane tinha mencionado.
—Não posso acreditar - disse Bride enquanto olhava fixamente ao Carson.
Fazia anos que o conhecia.
—Eu tampouco - disse ele. Olhou ao Vane—. Suponho que devo te felicitar. Sim, sabe o que seu pai faz para ganhar vida, verdade?
—Sim. O Rei Castrador.
Carson respirou entre dentes.
—Tem valentias, lobo. Montões e montões delas.
—Sim, sei.
—Bom, suponho que estão a caminho do quarto do Fang. Os verei lá em baixo.
Vane a levou a seguinte habitação, que era um dormitório.
Bride esperava pela menos encontrar a um homem na cama, e se surpreendeu um pouquinho ao ver um lobo cinza deitado ali. Também havia outra mulher loira extremamente
atrativa, que poderia ter sido a irmã de Nicolette.
Vane lhe apresentou à filha de Nicolette, Aimeé, quem rapidamente se desculpou e os deixou a sós com o Fang.
Vane soltou a mão de Bride enquanto se aproximava e se ajoelhava ao outro lado da cama, para onde Fang estava olhando.
—Olá, irmãozinho - lhe disse em voz baixa—. Trouxe para alguém aqui, que quero que conheça. Bride?
Ela se uniu a ele.
O lobo não se moveu nem um pouco.
—Olá, Fang - disse Bride. Olhou ao Vane—. Posso tocá-lo?
—Se quiser.
Ela colocou a mão sobre sua cabeça e o acariciou detrás das orelhas.
—É um prazer te conhecer finalmente. Vane me falou muito sobre você.
Ainda assim, ele não se moveu.
Bride queria chorar pelos dois. Podia sentir quanto doía ao Vane que seu irmão não os reconhecesse.
—Suponho que tenho que te levar para baixo —disse Vane com tristeza.
—Está bem. Podemos ficar um momento. Não me incomoda.
—Está segura? —Ela assentiu—. Está bem, irei procurar algo para beber e retornarei em seguida.
—Espera - lhe disse ela antes que pudesse desaparecer—. Há algum banheiro perto?
—Há um no escritório do Carson.
—Bem.
Vane desapareceu da habitação. Bride se foi, para ocupar-se de seu assunto.
Enquanto saía do banheiro, notou que o escritório do Carson tinha um espelho bilateral que dava à habitação do Fang.
Mas não foi isso o que lhe fez deter o coração.
Parada no dormitório do Fang estava Bryani.

CAPITULO 13

Vane se encontrava detrás do balcão procurando Cocas-Cola para ele e para o Bride quando Colt zombou dele.
—Agora está contente que te tenha enviado a ela?
—Te cale, Colt.
—Vamos, lobo. Sei que o odeia. Diga "obrigado, Colt".
—Preferiria me colocar… —A voz de Vane se desvaneceu enquanto algo brilhante cintilava sobre a pista de dança.
Ao princípio pensou que só era alguém mais se unindo à festa, até que se deu conta que o "humano" não conseguia manter-se em forma humana. Seguia mudando de humano
a lobo, uma e outra vez.
Também o reconheceu.
Era Stefan.
Vane deixou as bebidas e saltou sobre o balcão. Atravessou o quarto correndo para o lobo.
—Tranqüilo - estava dizendo Carson enquanto recostava ao lobo ferido sobre o piso de concreto—. Pode te manter em sua forma básica?
—Adverte ao Vane.
Vane aferrou ao Stefan e usou seus poderes para mantê-lo humano.
—Me advertir do que?
Stefan era um desastre ensangüentado. Alguém o tinha golpeado até quase matá-lo. Era assombroso que o lobo ainda estivesse vivo.
—Sua… mãe…
—Não fale - disse ao Stefan—. Pensa.
Stefan jogou a cabeça atrás e fechou os olhos.
—Ela e seus Sentinelas mataram a Petra e Aloysius - disse Stefan na cabeça de Vane—. Eu não queria morrer. Fiz um pacto com ela, se me deixasse viver a traria aqui
para que matasse a ti e ao Fang. —Vane apertou os dentes, mas não fez nada para interrompê-lo supunha que me deixaria ir. Em troca, quando se inteirou que Fang estava
no Santuário, voltou-se contra mim. Está vindo, Vane. Já poderia estar aqui.
—Uau! —a voz do Kyle ressonou da soleira que conduzia a Casa Peltier—. Todos venham rápido. A pequena companheira humana de Vane está tendo uma terrível briga com
uma loba lá em cima. E está ganhando!

Bride estava aterrorizada. Seu coração martelava, mas ainda assim não estava disposta a ficar ali parada e permitir que Bryani matasse ao Fang.
Provavelmente deveria ter chamado ao Vane, mas queria terminar com isto.
E sabia como lhe pôr fim.
Isso esperava.
Bride abriu de repente a porta da habitação do Fang.
Bryani se voltou para ela com um grunhido.
—Mantenha-se fora disto. Não é teu assunto.
—Sim, é. Machucou a meu companheiro, machucou-me, e não te permitirei fazê-lo.
—Não quero te ferir, Bride.
—Então saia.
Bryani estendeu a mão e a jogou contra a parede. As costas de Bride deram ferroadas ante o impacto, mas isso não fez nada para diminuir sua resolução.
Bryani virou para o Fang e se esticou para ele.
Bride tomou a cadeira de balanço e a fez cair sobre as costas da outra mulher. Bryani caiu de joelhos, e então tentou voltar a golpeá-la com a mão.
Antes que pudesse, Bride a injetou com um tranqüilizador que tinha tirado da sala de consulta.
Bryani gritou e a empurrou. Golpearam contra a penteadeira.
—Realmente, estou muito velha para brigar - disse Bride entre dentes—. E você também!
Bryani cambaleou enquanto a droga começava a fazer efeito. Utilizou seus poderes para golpear a Bride com o abajur, mas caiu ao piso antes de alcançá-la.
—O que me fez?
—Droguei-te.
Três segundos mais tarde, Bryani estava estendida no chão.
Bride foi para ela e a pôs de costas. Os olhos do Bryani estavam completamente abertos, e a mulher a olhou fixamente. Satisfeita por havê-la domado um instante,
Bride agarrou a sua sogra e a arrastou à habitação do lado, onde a encerrou dentro de uma jaula. Havia um botão vermelho acima, que dizia "travar". Bride o apertou
e espero que de algum modo isso impedisse que Bryani usasse seus poderes contra ela.
—Aí está - disse, enquanto olhava ao Bryani cautelosamente—. Irei procurar ao Carson em um minuto, porque não estou segura de ter dado a dose correta. Acredite ou
não, não quero te matar. Mas, por favor, leve em conta seriamente que não quero te matar. Isso não significa que não o farei.
A mão de Bryani se moveu.
Mas também era provável que Bride não lhe tivesse dado o suficiente, e por isso era que a tinha encerrado na jaula.
—Olhe, Bryani, realmente lamento o que te aconteceu. Sinto muito, e compreendo por que odeia ao pai de Vane. Tem todo o direito. Mas isso é entre vocês dois. Não
tem nada que ver com o Vane, ou Fang, ou Fury. Eles são seus filhos.
—Têm que morrer - ofegou Bryani, lhe deixando saber que Bride que em realidade não tinha usado suficiente tranqüilizador—. São animais.
—Olhaste-te ao espelho? —perguntou-lhe—. Os animais não comem a sua cria por nenhuma razão. Vane não tentou te matar por ter me levado. Deixou-os a ti e a sua vila
em paz. É você quem está viajando através do tempo para matar a alguém que nunca tem feito nada para te machucar. Meu deus, golpeou ao Fury, sua própria carne e
osso, e o deixou para morrer. Como é isso humano? Deixa de mentir a você mesma. Você tampouco é humana, Bryani. Ou possivelmente é. Deus sabe que os humanos cometeram
alguns dos crimes mais atrozes imagináveis contra outros. Os animais, como Fury disse, só matam para proteger e alimentar-se. São leais a aqueles a quem ama. Um
humano foi quem me arrancou o coração do peito e o pisoteou. E foi Vane quem apareceu e me fez sentir feliz outra vez. Recolheu meu coração e o embalou cuidadosamente
em suas mãos. Sei que jamais me machucaria, não desse modo. —Os olhos de Bride se encheram de lágrimas ao compreender quanto amava realmente a seu companheiro—.
Suponho que, se tivesse que escolher entre um humano e um animal, escolheria ao animal. Assim, está advertida, Bryani. Se alguma vez ameaças ao Vane ou a seus irmãos
outra vez, vou demonstrar-te quão humana sou. Porei-me minha camuflagem, perseguirei-te e te esfolarei enquanto gritas. Compreendeste-me?
Um maciço grito de aclamação soou atrás de Bride, sobressaltando-a. Dando a volta, viu todo o clã Peltier, e a alguns mais, amontoados dentro e ao redor da soleira.
Mas foi Vane quem apanhou sua atenção. A expressão de orgulho em seu rosto fez que todo seu corpo se esquentasse.
—Maldição, Vane, tem a uma tremenda companheira aqui - disse um dos quadrigêmeos Peltier.
Bryani arremeteu contra Bride. Seu braço saiu da caixa enquanto tentava agarrá-la.
—Não pode me deter, humana.
—Não, mas eu posso.
Bride deu um passo em falso enquanto Acheron atravessava a multidão para parar na frente a Bryani.
Ele se agachou perto da caixa e sustentou o olhar dela com o seu.
—Levarei-te a casa, Bryani, e me assegurarei que nunca possa voltar a abandonar sua época. Não haverá mais passeios nas costas de ninguém. —Bryani o olhou ressentidamente—.
Não - disse Ash, como se pudesse lhe ler a mente—. Alastor não te ajudará outra vez. Seu contrato está anulado.
—Não pode fazer isso - grunhiu ela—.Não será livre até que todos eles tenham encontrado a suas companheiras.
Ash lhe deu de presente um meio sorriso zombador.
—Deveria passar mais tempo com os deuses, Bryani. Ensinaram-me bem sobre as lacunas jurídicas. Já vê, todos seus filhos encontraram a suas companheiras. É só que
ainda não sabem.
—O que diz? —perguntou Fury.
Ash o ignorou.
—Alastor está livre de ti, e por medo de meu castigo, não fará nenhum novo acordo contigo.
—E o que tem que meu castigo? —chiou Bryani enquanto sacudia os barras de sua jaula—. Onde está minha justiça?
Ash parou e suspirou com cansaço.
—Direi-te uma coisa. Que tal isto como pacto? Retorna a sua época e te assegura que Der permaneça onde está, e te darei o que mais quer na vida.
Bryani inclinou a cabeça, enquanto contemplava ao Atlante.
—Jura?
—Sim.
Ela fez um gesto desde seu coração a seus lábios.
—É um trato. Agora me deixe sair desta jaula para poder decretar minha vingança.
Ash negou com a cabeça.
—Não vou deixar matar a seus filhos, Bryani.
—Mas, disse…
—Seu desejo mais querido não tem nada que ver com eles. Vou enviar-te a casa agora e, prometo-lhe isso, para quando cair à noite será uma mulher feliz.
Bryani desapareceu da jaula.
—O que vais fazer lhe? —perguntou Fury.
Ash cruzou os braços sobre o peito enquanto dava a volta para enfrentá-los.
—O que é o que seu pai sempre há dito publicamente pelo que daria tudo?
A mandíbula de Vane ficou frouxa.
—Recuperar a sua companheira. Mas isso era só uma mentira que dizia para que a manada sentisse pena por ele.
—Bom - pronunciou Ash lentamente—. A raça deveria tomar cuidado com o que deseja. Porque pode obtê-lo.
Vane assobiou baixo.
—Me recorde que nunca te faça enfurecer.
—Em realidade não vai unir os dois, verdade? —perguntou Bride.
Ash deu de ombros.
—Foram destinados a estar juntos, e é hora que se dirijam o um com o outro. O que aconteça entre eles, é assunto deles.
—O que te devo por este favor? —perguntou Vane.
—É grátis. Quando ajudou ao Talon, pagou um preço mais alto do que ninguém deveria pagar jamais. Considera-o um presente de bodas de minha parte e de Simi. Nem sua
mãe nem seu pai voltarão a ameaçá-los jamais a vocês nem a seus filhos.
—Está predizendo o futuro, Acheron? —perguntou Nicolette.
—Não exatamente. Não lhes estou dizendo o que acontecerá. Só o que não.
—Obrigado, Ash - disse Vane.
—Já que está de um humor generoso - disse Fury da entrada—, quer me dizer quem é minha companheira?
Ash lhe ofereceu um meio sorriso pícaro.
—Depende de ti encontrá-la.
—Sim, mas…
—Basta, lobo - disse Colt, lhe aplaudindo as costas—. O grande Acheron não vai responder isso.
—Ah, homem, isto vai voltar-me louco. Sabe que conheci a milhares de mulheres em minha vida, certo?
—Sim - disse Ash—, mas não te deitaste com todas elas.
Fury parecia estar sofrendo.
Vane se adiantou e atraiu a Bride a seus braços.
—Obrigado - lhe disse, abraçando-a com força—. Quando Kyle me disse que minha mãe estava aqui em cima contigo…
Colocou-lhe os braços ao redor do pescoço e deixou que o amor que sentia por ele a alagasse.
—Não ia permitir que te machucasse.
Ash afugentou a todos fora da habitação, para que pudessem beijar-se em privado.
Logo depois de alguns minutos, Vane os transportou do escritório do Carson ao Santuário. Stefan estava sentado em uma cadeira, via-se um pouquinho aturdido e ainda
sangrava.
Pobre lobo. Mas viveria.
Alguém começou a tocar "Sweet Home Alabama".
—Chegou tarde - gritou Colt—. Já sabemos que Ash está aqui.
—Então - disse Ash, caminhando para o Vane e Bride—. A quem respaldará para que tome o controle de sua manada?
—Não é meu assunto. Fui exilado.
—Sim, mas Markus se irá em aproximadamente, uhhh..., uma hora, necessitarão a alguém que os lidere.
Vane olhou ao Stefan, quem tinha querido a manada durante anos. Desgraçadamente, o lobo era um idiota, daí sua tentativa de pacto com a mãe de Vane.
Seu olhar voou para o Fury e o cão.
—Fury? —chamou-o Vane—. O que te pareceria liderar uma manada de lobos?
Um travesso sorriso se estendeu por seu rosto.
—Eu adoraria.
—Merda - resmungou Stefan enquanto tentava ficar de pé. Ainda estava muito fraco—. Não é o suficientemente forte para conter à manada.
Vane olhou a seu irmão e logo ao Stefan.
—Sim, é. Porque sei que meu irmão recolocará à manada aqui em Nova Orleans.
—Nunca o obedecerei - grunhiu Stefan.
—Nem sequer pode ficar em pé, imbecil - respondeu Fury.
Vane ignorou o arranque do Fury.
—Sim, fará. Se não o fizer, você e eu terminamos.
Vane retirou seu feitiço e permitiu que se vissem as marcas de seu rosto. Stefan ficou ainda mais pálido
— Alguma pergunta?
Stefan se voltou para o Fury e sacudiu a cabeça.
—Quer que comece a me mudar?
O sorriso do Fury se voltou malvado.
—Diria que sim, mas parece que quão único pode fazer é começar a sangrar. Ocuparei-me da manada. Carson, poderia acompanhar ao Stefan para cima antes que se derrube?
—Carson assentiu e desapareceu da habitação com o Stefan. Fury se adiantou—. Obrigado, Vane.
—Não há problema. Ganhaste isso, e decididamente o merece mais que qualquer dos outros.
Bride não poderia ter estado mais orgulhosa de Vane que o que estava nesse momento.
—Comida!
Bride se voltou ante o alegre grito de uma voz que reconhecia.
A amiga do Ash, Simi, apareceu pela porta com um resplandecente sorriso. Seu comprido cabelo negro estava caído a cada lado de seu rosto, e tinha um brilhante par
de chifres vermelhos na cabeça. Vestia uma saia curta de PVC negro, com meias de listras negras e púrpuras até a coxa, que desapareciam dentro de um par de danificadas
botas de combate. Tinha uma camisa de rede e um apertado espartilho vermelho.
Bride notou que vários membros do clã dos ursos tinham expressões tensas no rosto.
—Muito bem, Vane - lhe perguntou em voz baixa—. O que é Simi? Animal, vegetal, ou mineral?
—Outro - disse ele rindo—. É um demônio. Literalmente.
—Que alguém conte aos filhotes - gritou Dev.
—OH, ora - lhe disse com desdém Simi—. Não vou comer nenhum alimento peludo enquanto vocês têm aqui as coisas boas.
Abriu a enorme bolsa negra que levava e extraiu uma garrafa extragrande de molho de churrasco.
Simi passou meneando-se entre a multidão até que viu a Bride. Chiou de alegria.
—Agora também esta aqui, Bride? Tem alguma dessas geniais coisinhas brilhantes?
—Não, Simi. Estão em minha loja.
A menina fez panelas e girou para o Ash.
—Akri? Podemos voltar a visitar a loja de Bride?
—Certo, Simi. Mas não hoje. Bride está aqui e não lá.
—OH. Muito bem. Simi pode comprar tudo o que queira?
—É obvio.
Simi sorriu ampliamente, e logo começou a saltar como uma criancinha.
—Muito bem, dancem todos! Você também, Akri.
De repente, começou a soar "Macarena". Todos no bar grunhiram, exceto Simi, quem riu alegremente. Tomou a mão do Ash e o empurrou à pista de baile.
—Agora todos! —disse Simi.
Lentamente, o resto dos habitantes do bar foram para a pista de baile.
Bride se assombrou quando Vane a tirou da mão e a levou ali.
—Vane…
—Quando Simi diz "dançar", todo mundo dança.
—É um demônio - grunhiu um dos homens morenos mais mal-humorados, desde sua cadeira na mesa que estava junto a eles—. Eu não danço para ninguém. —Mal houve dito
essas palavras, deu um salto e começou a aplaudia a perna, como se estivesse incendiando-se—. Maldito seja Ash - lhe grunhiu.
Ash sorriu com afeição.
—A dama disse que dançassem, Justin. Traz aqui seu traseiro de pantera.
Bride riu enquanto todos, incluindo o Ash, começavam a dançar a Macarena. Tinha que ser o momento mais estranho de sua vida.
Quando terminaram, Simi correu com seu molho de churrasco a uma das mesas e tomou um peru inteiro para si mesmo.
—É nocivo o modo em que mal cria a essa demônio, Ash - resmungou Justin.
Ash encolheu os ombros afavelmente e se dirigiu onde Simi estava sentada, devorando seu peru.
Bride e Vane se sentaram junto ao Fury enquanto todos faziam fila pela comida.
—Já estou satisfeita - disse Bride.
—Eu também - concordou Vane.
Assim que se sentaram e conversaram com os ursos enquanto comiam.
Os bate-papos ressonaram na habitação até que os ouvidos de Bride zumbiram pelo alegre bate-papo e a música.
De repente, todos ficaram calados.
Bride viu que a mandíbula de Vane se afrouxava enquanto olhava fixamente a porta da cozinha.
Girou a cabeça para ver um magnífico homem aproximando-se deles. Era um pouquinho mais baixo que Vane e tinha cabelo negro e desgrenhado. Tinha os braços cruzados
ao redor de maneira protetora, e vestia uma camisa negra de mangas longas e jeans.
Seu olhar estava concentrado nela e no Vane enquanto caminhava lentamente através das pessoas sem falar com ninguém.
Deteve-se junto a eles. Seus olhos estavam cheios de dor e melancolia enquanto estendia a mão para a Bride.
Com a mão tremendo, Bride se esticou para ele.
—É formosa, Vane - disse Fang, com a voz rouca—. Alegra-me que a tenha encontrado.
Vane ficou de pé, mas seu irmão retrocedeu.
—Fang? —perguntou Vane.
Ele se afastou deles.
Bride não podia respirar enquanto o via abrir caminho para a cozinha, onde Aimeé estava esperando. A ursa pôs seus braços ao redor dele e, para assombro de Bride,
Fang lhe permitiu sustentá-lo enquanto retornava à Casa Peltier.
—Está bem? —perguntou- Bride ao Vane enquanto este se sentava.
Um sorriso dançou na comissura de seus lábios.
—Sim. Pela primeira vez em muito tempo, acredito que sim.
—Bem - disse Fury—. Porque está saindo com a Aimeé Peltier, Fang necessitará a nós para evitar que os ursos o esfolem.
A banda, que estava composta por vários animais, subiu ao cenário e tomou seus instrumentos.
Enquanto os afinavam, um pequeno macaco foi correndo para a Bride e saltou sobre seu ombro.
—Olá - lhe disse—. Não sabia que havia Were-macacos.
—Não há - disse um loiro alto e magro enquanto estirava o braço para o macaco. Bride recordava que o tinham apresentado antes. Chamava-se Wren—. Marvin é o único
não-were no bar.
O macaco subiu por seu braço e posou sobre seu ombro.
—OH, sinto muito.
Wren lhe sorriu.
—Está tudo bem. Também me levou muito tempo me acostumar às pessoas deste lugar.
Ela o observou enquanto se afastava.
A banda prorrompeu com uma entrega de canções de lobos. Bride sentiu que se ruborizava enquanto eles cantavam "Little Rede Riding Hood" "Werewolves of London," "Bad
Moon Rising," e inclusive "Midnight Special"*.
—Vêem aqui, Vane - disse Colt no microfone—. E canta por seu jantar.
Vane parecia um pouquinho envergonhado antes de deixá-la e unir-se a eles no cenário.
—Não sabia que podia cantar - disse ao Fury.
—Eu tampouco.
Esperava que Vane cantasse alguma canção clássica de rock, assim, quando começou a entoar "The Story of My Life"* Bride sentiu que lhe enchiam os olhos de lágrimas.
Vane não estava cantando por seu jantar.
Estava cantando para ela.
Dev foi para ela e a empurrou para o cenário.
Bride não podia respirar enquanto escutava ao Vane. Tinha uma voz formosa e, quando terminou sua canção, subiu-a ao cenário com ele. Ali, frente a todos os Were-Hunters,
ajoelhou-se frente a ela.
—Sei que estamos unidos pelo costume Were-Hunter, mas queria me assegurar de fazer isto bem para ti, neném.
Depositou o microfone sobre o cenário e extraiu um anel de seu bolso.
Bride sentiu que as lágrimas caíam por suas bochechas enquanto ele colocava o solitário de diamante redondo em seu dedo.
—Amo-te, Bride McTierney, e quero passar o resto de minha vida te demonstrando quanto te preciso. Casaria-te comigo?
Ela não podia deixar de chorar. Diabos, mal podia vê-lo em meio das lágrimas. Quão único podia fazer era assentir como uma boba histérica.
Acreditou que Vane estava sorrindo, mas não estava segura.
—Está bem - disse Vane pelo microfone—. Também chorou assim o dia que a conheci. Acredito que é algo bom para os humanos.
—Ahhh, eu também choraria se tivesse que ver-te cada dia durante o resto de minha vida, Vane - disse Colt.
Ignorando-o, Vane ficou de pé frente a ela e lhe secou as lágrimas com suas mãos.
—Estou melhorando nisto, Bride. Esta vez não te coloquei o dedo no olho.
—Não - disse ela, sorvendo as lágrimas—, não o fez.
Ele a beijou brandamente, e logo a separou do cenário.
Ash se encontrou com eles junto ao Simi, que também estava chorando.
—Isso foi formoso - soluçou histericamente ao Vane. Logo girou para enfrentar ao Ash—. Akri, a Simi quer que alguém proponha matrimônio a ela desse modo. Vá procurar
a esse modelo Travis Fimmel para mim, e obriga-o a fazer isso, também. Por favor!
—Disse uma vez e repito, Sim, não pode simplesmente afastar aos humanos de suas vidas.
—Mas Vane levou a Bride.
—Não, Sim. Bride escolheu ao Vane.
—Então vá fazer que Travis me escolha.
—Não posso fazer isso. Não estaria bem.
A demônio lhe lançou um bufido antes de ver um dos ursos trazendo um bolo da cozinha. Suas lágrimas se secaram instantaneamente.
—Ooohhh - sussurrou Simi, olhando o bolo com fome—. Chocolate. Meu favorito. Tenho que ir agora. Adeus.
Ash riu enquanto Simi corria e literalmente atacava ao pobre urso que levava o bolo. O tirou das mãos e foi para um canto para estar sozinha com o bolo.
Sacudindo a cabeça, Ash se voltou para eles.
—Seu pai não voltará a te incomodar, e queria felicitá-los novamente a ambos.
—Obrigado, Ash - disse Vane, estendendo a mão para ele.
Ash assentiu enquanto a estreitava.
—A propósito, não precisa preocupar-se.
—A respeito do que? —perguntou Bride.
—Terá bebês, e não filhotes. E nada de ninhadas.
Bride estava mais aliviada do que tivesse acreditado possível.
—Obrigado.
—Quando quiser.
Ash os deixou e tomou um bolo de uma mesa, que levou para Simi, quem o olhou com o rosto coberto de chocolate. Literalmente aspirou o bolo em menos de dez segundos.
Vane passou seu braço ao redor dos ombros de Bride. Enquanto retornavam à mesa onde Fury e o cão estavam compartilhando um pedaço de bife, Bride começou a rir enquanto
olhava seu novo zoológico e família.
—O que acontece? —perguntou Vane.
—Nada. Simplesmente pensava que atirei minha vida completamente aos cães, e nunca ia querer que fosse de nenhuma outra maneira.

Epilogo

Vane se deslocou ao passado. Não tomou muito esforço encontrar a seus pais. Depois de tudo, Acheron não se incomodou em proteger seu aroma dele e eles só tinham
estado aí, juntos, por aproximadamente uma hora.
O líder dos Dark Hunter tinha seqüestrado aos dois Were-Hunters em uma isolada ilha no quinto século. Nenhum deles tinha o poder para partir da ilha ou do período
de tempo.
Este era realmente um destino pior que a morte.
Ou ao menos estava a ponto de sê-lo.
Vane transportou-se "à areia" onde seus pais combatiam o um contra o outro com espadas desembainhadas. Ambos estavam ensangüentados de lutar, e embora pensando bem,
ele deveria estar se divertindo, não estava.
Como poderia estar? Estas duas pessoas, com todas suas faltas, eram seus pais, e se não fosse por eles nunca teria nascido.
Apesar disso, algumas coisas não podiam ser perdoadas.
Seu pai vacilou quando viu o Vane. Isto deu a sua mãe a abertura que necessitava para atravessar ao Markus com sua espada.
Isto deveria ter sido um golpe mortal.
Mas não foi.
Sua mãe puxou para liberar sua espada, amaldiçoou, e apunhalou ao Markus outra vez. Markus só ficou aí piscando incrédulo enquanto permanecia imune a seus ataques.
—Deixa, Mãe - disse Vane enquanto se aproximava deles.
Ela virou para ele com outra maldição até que seus olhos enfocassem seu rosto.
Por uma vez Vane não se incomodou em ocultar suas marcas faciais a nenhum deles. Ele a olhou fixamente, inexpressivamente, enquanto o horror enchia sua expressão
e ela compreendeu a verdade sobre seu filho mais velho.
—Sei que ao Acheron provavelmente não podia lhe preocupar menos se vocês dois se destruíam o um ao outro - disse lentamente—. Mas eu não podia viver comigo mesmo
sabendo que ele tinha condenado a um de vocês a morrer mesmo que vocês o merecessem.
—O que quer dizer? —perguntou Markus.
—Troquei as coisas um pouco. Você dois podem lutar e matar um ao outro muitas vezes, mas nenhum de vocês será capaz de morrer à mão do outro.
—Bem, então —grunhiu Markus— me matarei.
—Não permitirei isso, tampouco.
Bryani o amaldiçoou.
—Você não pode nos deter.
Vane riu.
—Sim, Mamãe. Posso. Você deveria ter escutado ao Fury quando ele tentou te dizer sobre meus poderes. Há só um pequeno punhado de gente nesta terra cujos poderes
podem superar os meus. E nenhum de vocês é um deles.
Os olhos do Bryani se estreitaram.
—Por que faz isto?
—Porque vocês dois precisam chegar a um acordo um com o outro. O que Markus te fez esteve mau, mas claro, sempre me disseram que dois maus não fazem um bem. Assim
tento fazer o correto por uma vez. Você dois têm que de ficar de acordo e deixar para trás este ódio. —Ele suspirou. —Voltarei em umas décadas para ver como foi.
—Não pode nos abandonar aqui. Não assim! —chiou Bryani.
—Por que não, Mamãe? Papai golpeou ao Fang e a mim e nos pendurou para morrer, literalmente. Você golpeou ao Fury e o deixou por morto. Agora vocês dois podem esmurrar
a quem realmente os encheu o saco, e nós poderemos viver nossas vidas em paz longe dos dois. Tenham uma agradável guerra.
Vane se transportou para longe deles, de retorno onde Bride estava ocupada empacotando suas coisas na casa do Valerius.
—Sabe que não tem que fazer isso?
Ela saltou e ofegou.
—Acredito que tenho que te pôr um sino!
Ele riu.
Bride saltou outra vez quando todos seus pertences de repente apareceram muito bem dobrados em suas malas.
—Vane...
—O que?
—Não importa - disse ela com um sorriso. Realmente tampouco queria fazer.
Ele ficou atrás dela e a aproximou para ele.
Bride se tomou um momento para saborear a sensação de senti-lo ali. Saborear a força de seus braços ao redor de sua cintura.
—Então que vais fazer com o resto de sua vida agora que seus pais estão a resguardo e Fury tem o controle de sua manada?
—Francamente?
—Sim.
—Não quero fazer outra coisa que passar o resto de minha vida te olhando.
—Sim, mas...
—Nenhum, mas, Bride. Passei os últimos quatrocentos anos lutando com unhas e dentes. Escondendo quem e o que sou. Agora não há nenhuma necessidade. Você está a salvo
aqui em Nova Orleans e tenho a intenção de me assegurar que permaneça assim.
Ela girou em seu abraço e enlaçou seus braços ao redor de seu pescoço.
—E quanto a minha loja?
—É toda tua.
—Ajudará-me a vigiá-la?
—Não. Vou estar muito ocupado vigiando a ti.

Fim
Querem saber o que diz a canção que cantou Vane ao Bride e a fez chorar de emoção????

THE STORY OF MY LIFE. (Neil Diamond)

A história de minha vida é muito simples de ler
Começa o dia em que chegou
E termina o dia em que for
A história de minha vida começa e termina contigo
Os nomes são ainda os mesmos
E a história ainda é verdade

Eu estava sozinho
Você me encontrou esperando e me fez teu
Estava assustado
Que de algum jeito nunca pudesse ser o homem que desejava de mim.

Você é a história de minha vida, e cada palavra é verdade
Cada capítulo canta seu nome
Cada página começa contigo
É a história de nossos tempos e nunca deixá-la ir
Se morrer hoje, queria que soubesse
Fique aqui comigo
Compartilha comigo, cuida de mim
Fique e esteja perto
E quando isto começou jazia acordado cada noite
Mal sabendo em alguma parte no profundo interior
Que nosso romance mal podia ser escrito

A história de minha vida é muito simples de ler
Começa o dia em que chegou
E termina o dia em que for....


Glossário
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* Lobo Omega: macho que se encontra no nível mais baixo da pirâmide de autoridade na manada.
* no original: Mary Jane, tradicionais sapatos com couro no México, Mercedes na Espanha ou Guilhermina para a Argentina.
* Krispy Kreme, a mais famosa marca de Doa. Pão-doces redondos com uma coberta muito fina de açúcar.
* Creme Horns: Croissants
* trocadilho intraduzível... nut, significa avelã ou louca / louca.
* Pop Tart: conhecido bolo torrada do Kelloggs, estão cheias com distintos gostos: chocolate, frutas ou yogurte
* Mon ange: em francês no original: meu anjo.
* Cher: em francês no original: querido .... mon cher: meu querido
*Je NE sais pas: em francês no original: eu não sei
* Looney Toones: famosos desenhos animados da Warner Bros: Papaléguas, Taz, Bugs Bunny.
* Wachovia Corporation: famosa companhia de serviços financeiros que funciona em todo os Estados Unidos e cinco países da América Latina.
* Bodacious: famosa marca de roupa sexy, especializada em talhas entre o 10 e 24. Seu slogan publicitário diz. “Roupa para celebrar suas curvas”
* Cajún: é o nome que se dá nos Estados Unidos, aos descendentes de franceses que moram em Nova Orleans
* Evian: água mineral natural, original da Girona.
* Bananas Foster: a sobremesa mais tradicional de Nova Orleans e o favorito de quase todos seus habitantes.
* Chateaubriand Bouquetière: tradicional comida francesa: filé mignon acompanhado por vegetais e molho Bearnaise.
* bistrô: em francês no original: restaurante – bar.
* adelfos: irmão em grego
* Armageddon: Na literatura cristã apocalíptica, Armageddon é o lugar da batalha final entre os reis da Terra e as forças do mal guiadas por Satanás e Deus. Também
é o sinônimo para o nome da batalha, e na linguagem comum o equivalente ao de um Apocalipse.
* Troggs: grupo de música dos anos ’60, originários da Inglaterra. Significa “trogloditas” e o tema: Coisa Selvagem.
* O Lobo-garou ou lycanthrope é um personagem de lenda, vagabundo e malvado, quem tem o poder de transformar-se em lobo. O termo ”garou” já significa homem lobo.
* Em espanhol no original.
* The silence of the lambs: filme protagonizado pelo Anthony Hopkins e Jodie Foster, ganhadora de vários Oscars.
* SUV: Short Utility Vehicle: caminhonete todo terreno
* Geritol: Faz uma brincadeira referindo-se a um complexo vitamínico para maiores de 50 anos desse nome dos Laboratórios Glaxo SmithKline.
* Scare Tactis: programa de televisão onde peritos do canal de Ficção científica (SciFi.com) dedicam-se a torturar a um pobre mortal com efeitos especiais e situações
limite.
* Buffy: Protagonista de série televisiva americana Buffy The Vampire Slayer. Buffy é uma adolescente que vive em um povo assolado por vampiros malignos e tem dons
que lhe permitem destruí-los. Protagonizada pelo Sarah Michelle Geller.
* Chippendales: famoso grupo de strippers (nudistas) masculinos.
* ZZTop: Grupo de música americano cujos integrantes usavam uma barba longa até a metade do peito.
* Ao Dark Champion, novela de Kinley McGregor (Sherrilyn Kenyon) da saga A irmandade da Espada, corresponde à história do Stryder do Blackmoor.
* Timoria: em grego: castigo, penalidade
* Regis, do latim, Rei
* Saints: equipe de futebol americano, originário de Nova Orleans.
* Powerball: jogo de apostas. apostam-se vários números entre cinqüenta. Terá que acertar cinco para ganhar o prêmio principal. Se aposta em todo os Estados Unidos.
(No BRASIL seria parecido ao Loto)
* Addams: Famosa família de estranhos costumes, série de televisão dos anos 60 e filmes recentes.
* Jack and Jill: Livro da Louisa Mai Alcott; seus protagonistas são dois  inseparáveis amigos, Jack e Jill, que sofrem um sério acidente deslizando-se em trilha por
a Colina do Diabo, mas com a ajuda e o estímulo de seus amigos e da família resolvem o problema e não permitem que a ruína e a desgraça cheguem à época das festas
de natal.
* N da autora utiliza a palavra em inglês hand—fasting que é o nome que o matrimônio recebe na wicca celta. É a união eterna de duas pessoas Apaixonadas. É uma cerimônia
sagrada de compromisso presidida por uma Sacerdotisa Superior. O melhor momento para realizá-la é à saída ou de Pôr-do-sol onde estão pressentem ao mesmo tempo a
Lua e o Sol na união dos dois Amantes.
* Faz referência o filme de terror Children of the Night do ano 1991 dirigida pelo Tony Randel.
* Estudante com as melhores nota. É o que faz o discurso de graduação nas grandes Universidades.
* Dom Ho: o mais famoso cantor havaiano.
* Tony Manero: Personagem do John Travolta em Embalos de Sábado de noite (Saturday Night Fever) famoso filme dos anos 70, com música dos Bee Gees.
* trocadilho intraduzível: em inglês diz eye-italian: fazendo referência aos jovens ítalo-americanos que fazem música Hip-Hop.
* em francês no original.
* Phaser é um programa para sincronizar as estruturas macromoleculares de vidro com métodos máximos de probabilidade.
* Taser: Pistola de Electroshock
* Mamífero roedor conhecido como "Ardillita do deserto", similar a um rato de laboratório.
* Nozes típicas do Sul dos Estados Unidos são de casca alongada e Lisa.
* Marca de vasilhas plásticas herméticas para levar comida
* Corredor de automóveis na famosa categoria Nascar. Correu durante 32 anos e ganhou mais de 200 corridas.
* Gumbo: comida tradicional da Luisiana, espécie de guisado.
* Em francês no original: “meu pequeno lobo”
* Little Red Riding Hood: Chapeuzinho Vermelho, Werewolves of London: Homens-lobos de Londres, Bad Moon Rising e Midnight Special, ambas famosas canções do Creedence
Clearwater Revival.

Aproveite a noite
(Seize the night)


PREFÁCIO

-Feliz aniversário, Agrippina -disse Valerius enquanto pousava uma só rosa vermelha aos pés da estátua de mármore que possuía um lugar sagrado em seu lar.
Não era nada comparado com o lugar sagrado que essa mesma mulher tinha tido em seu coração enquanto estava viva. Um lugar que ainda ocupava, mesmo depois de dois
mil anos.
Fechando os olhos, sentiu-se destroçado pela dor de sua perda. Destroçado pela culpa que os últimos sons que tivesse escutado como mortal fossem os angustiantes
soluços dela enquanto gritava pedindo sua ajuda.
Incapaz de respirar esticou-se e tocou sua mão de mármore. A pedra era dura. Fria. Rígida. Coisas que Agrippina jamais tinha sido. Em uma vida que se media por uma
brutal seriedade e aspereza, ela tinha sido seu único refúgio.
E ele ainda a amava pela silenciosa bondade que lhe tinha outorgado.
Apertou a delicada mão com as suas, e logo apoiou sua bochecha contra a fria palma de pedra.
Se pudesse pedir um desejo, seria recordar o som exato de sua voz.
Sentir a calidez de seus dedos sobre os lábios.
Mas o tempo lhe tinha tirado tudo, exceto a agonia que lhe tinha causado a ela. Morreria dez mil vezes mais se tão somente pudesse salvá-la da dor dessa noite.
Infelizmente, não havia modo de voltar o tempo para trás. Não havia maneira de forçar aas Destinos a desfazer suas ações e lhe dar a felicidade que ela deveria ter
conhecido.
Assim como não havia nada que pudesse encher o doloroso vazio dentro dele pela morte da Agrippina.
Fazendo chiar os dentes, Valerius se afastou e notou que a chama eterna que ardia a seu lado estava chispando.
—Não se preocupe - disse a sua imagem—. Não deixarei na escuridão. Prometo.
Era uma promessa que lhe tinha feito em vida, e inclusive na morte, jamais a tinha quebrado. Durante mais de dois mil anos a tinha mantido na luz, embora ele mesmo
se via forçado a viver na escuridão que a tinha apavorado.
Valerius atravessou a iluminada habitação para alcançar o grande aparador estilo romano que guardava o azeite para a chama da Agrippina. Pegou e o levou até a estátua;
então subiu ao pedestal de pedra para derramar quão último ficava dentro do abajur.
Nesta posição, sua cabeça estava à mesma altura que a dela. O escultor ao que tinha encarregado séculos atrás tinha capturado cada delicada curva e covinha de seu
precioso rosto. Só a memória do Valerius substituía a cor mel de seu cabelo. O vívido verde de seus olhos. Agrippina tinha sido perfeita em sua beleza.
Suspirando, Valerius tocou sua bochecha antes de descer. Era inútil permanecer no passado. O fato, feito estava.
Agora tinha jurado proteger aos inocentes. Custodiar a humanidade e assegurar-se que nenhum outro homem tivesse que perder uma luz tão valiosa em sua alma como a
que Valerius tinha perdido.
Certo de que a chama duraria até a noite seguinte, inclinou a cabeça respeitosamente ante sua estátua.
-Amo - disse-lhe, sussurrando a palavra latina para “te amo”.
Era algo que rogava aos deuses ter tido o valor de lhe dizer em voz alta enquanto estava viva.

Bride McTierney está farta dos homens. São mesquinhos, egoístas e nunca amam a uma mulher pelo que realmente é. Mas embora se gabe de ser independente, no fundo deseja encontrar o seu particular cavalheiro de brilhante armadura. Jamais esperou que seu cavalheiro tivesse um brilhante... Casaco de pele.
Letal e torturado, Vane Kattalakis não é o que aparenta ser. A maioria das mulheres se lamentava de que seus namorados se comportem como autênticos cachorros. No caso de Bride, o seu é um lobo. Um were-hunter lobo.
Vane, cujos inimigos querem vê-lo morto, não está procurando uma companheira. Mas o destino quis que Bride fosse à mulher destinada a ser sua companheira. Agora, tem três semanas para convencê-la de que o sobrenatural existe, já que do contrário viverá o resto de sua vida como se estivesse castrado!... Algo que qualquer lobo que se aprecie não pode aceitar.
Mas, como pode um lobo conseguir convencer a uma humana para que lhe confie sua vida quando seus inimigos não se detêm ante nada para acabar com a sua? No mundo dos Were-Hunter só sobrevive o mais forte. E só um macho dominante pode ganhar.

 

https://img.comunidades.net/bib/bibliotecasemlimites/JOGO_NOTURNO.jpg

 

Quando a lua está cheia, a paixão é mais forte...
Vêem comigo, viajante moderno, atrás de um tempo que foi protegido pelo mistério. Atrás de uma antiga lenda que foi, sobre tudo, esquecida. Ou pelo menos...
Deformada.
Vemos parte disso em nosso avançado mundo. Que mortal atual não sabe do temor aos estranhos ruídos à luz da lua cheia? Temer o uivo do lobo? O grito de um falcão?
Olhar com precaução nos becos mais escuros. Não temendo a predadores humanos, mas temendo a algo mais.
Algo escuro. Perigoso. Algo ainda mais mortal que nossos homólogos humanos.
Mas a humanidade nem sempre teve este medo. Em efeito, houve um tempo uma vez, faz muito, quando a raça era a raça e os animais eram animais.
Até o dia do Allagi. Eles dizem do nascimento dos Were-Hunters, que como a maioria dos grandes vilões, começou apenas com as melhores intenções.
O rei Lycaon da Arcádia não tinha nem idéia quando se casou, que sua preciosa e amada rainha não era humana. Sua esposa guardava dentro dela um escuro segredo. Ela
nasceu da maldita raça Apolita e estava destinada a morrer na flor de sua juventude, à idade de vinte e sete anos.
Não foi até seu último aniversário, quando Lycaon viu sua amada morrer horrivelmente de velhice, que se deu conta que os dois filhos que ela tinha criado a seguiriam
a um jovem tumulo.
Golpeado pela pena, ele tinha procurado a seus sacerdotes, mas todos lhe disseram que não havia nada que poderia fazer. O destino era o destino.
Mas Lycaon resistiu fazer caso a sua sabedoria. Ele era um feiticeiro e estava decidido que ninguém levaria para longe os seus filhos. Nem sequer o Destino.
E então começou a experimentar com sua magia um modo para prolongar as vidas da raça de sua esposa. Capturando-os, ele magicamente combinou sua essência com vários
animais que eram conhecidos por sua força: ursos, panteras, leopardos, falcões, leões, tigres, chacais, lobos, e até dragões.
Ele passou anos aperfeiçoando sua nova raça, até que por fim esteve certo que tinha encontrado a cura para seus filhos. Mesclando-os com um dragão e um lobo, os
mais fortes dos animais com os que tinha feito experiência, impregnou-os de mais força e magia que a qualquer um dos outros. De verdade, deu seu próprio poder a
seus filhos.
Ao final, ele recebeu mais do que tinha contado. Não só seus filhos tinham vidas mais longas que sua esposa, eles tinham vidas mais longas que qualquer espécie conhecida.
Com suas capacidades mágicas e sua força animal, eles agora viviam de dez a doze vezes mais que qualquer humano.
As Destinos olharam para baixo e viram o que o orgulhoso rei tinha feito. Zangadas com a interferência em seus domínios, as Destinos decretaram que ele deveria matar
a seus filhos e todos os que eram como eles.
Lycaon se negou.
Então as Destinos procuraram sua própria forma de castigo para seu orgulho. Seus filhos e todos os que fossem como eles foram amaldiçoados novamente.
—Nunca haverá paz entre seus filhos — proclamou Clotho, a Destino que faz girar os fios de vida—. Eles passarão a eternidade odiando e brigando até o dia que não
respirem mais.
E assim foi. Sempre que Lycaon mesclava um animal com um humano, ele, de fato, fazia dois seres. Um que era quem levava o coração de um animal e outro que levava
um coração humano.
Aqueles que caminhavam como homens e tinham corações humanos foram depois chamados Arcadianos pela raça do Lycaon. Os que tinham corações de animal foram chamados
Katagaria.
Os Katagaria nasciam como animais e viviam como animais, até que alcançavam a puberdade, quando os poderes mágicos se liberavam em seus hormônios, e seriam capazes
de voltar a ser humanos, ao menos externamente. Seus corações de animal governariam sempre suas ações.
Da mesma maneira, os Arcadianos nasciam como humanos e viviam como humanos até que sua puberdade trazia com ela sua magia e sua capacidade de mudar à forma de animal.
Dois lados de uma mesma moeda, as duas espécies deveriam ter estado em paz. Em muda, as deusas enviaram a Discórdia para plantar a desconfiança entre eles. Os Arcadianos
se sentiram superiores a seus primos animais. Depois de tudo, eles eram a raça com a racionalidade humana, enquanto os Katagaria eram só animais que podiam tomar
a forma humana.
Os Katagaria aprenderam rapidamente que os Arcadianos não eram honestos sobre suas intenções e que diriam uma coisa, logo fariam outra.
Com o passar do tempo, os dois grupos se atacaram enquanto cada lado tomava a razão moral como própria. Os animais acreditavam que os Arcadianos eram a verdadeira
ameaça enquanto os Arcadianos acreditavam que os Katagaria deviam ser controlados ou abatidos.
Esta é uma guerra interminável.
E como com todas as guerras, nunca houve um verdadeiro vencedor. Só houve vítimas que ainda sofriam pelo prejuízo e o ódio infundado.


Prólogo

Nova Orleans, Noite do Mardi Gras do ano 2003.

Sinto muito, Vane. Juro que nunca pensei que nos destruiria desta forma.
Vane Kattalakis chiou seus dentes enquanto voltava a falhar de sua tentativa de levantar-se. Seus braços lhe doíam pelo esforço de levantar noventa quilos de puro
músculo com nada mais que os ossos de seus pulsos. Cada vez que estava perto de levantar seu corpo até o galho sobre sua cabeça, seu irmão começava a falar, o qual
rompia sua concentração e fazia que voltasse a cair a sua posição suspensa.
Ele suspirou, tratando não de fazer caso da severa dor de seus pulsos.
—Não se preocupe Fang. Conseguiremos sair desta.
De algum jeito.
Esperava.
Fang não o ouviu. Em muda seguiu pedindo perdão por causar suas mortes.
Vane se esticou outra vez contra a cortante corda que mantinha suas mãos atadas juntas em cima de sua cabeça, presa a um frágil galho, enquanto ele se pendurava
precariamente de um antigo cipreste sobre uma das mais escuras e desagradáveis água de pântano que tivesse visto. Não sabia o que era pior, pensar em perder suas
mãos, sua vida, ou cair nesse buraco de lodo asqueroso infestado de jacarés.
Francamente, entretanto, preferia estar morto que tocar nessa peste. Nem sequer na escuridão do pântano da Luisiana, ele podia dizer quão pútrido e repugnante era.
Havia algo seriamente mal em alguém que desejava viver aqui, neste pântano. Pelo menos tinha a confirmação de que Talon dos Morrigantes era um idiota de primeira
linha.
Seu irmão, Fang, estava preso de igual maneira sobre o lado oposto da árvore onde eles pendiam de forma inquietante entre o gás do pântano, as serpentes, os insetos,
e os jacarés.
Cada vez que Vane se movia, a corda se cravava na carne de seus pulsos. Se não se libertasse logo, a corda atravessaria os tendões e ossos, e cortaria suas mãos
completamente.
Este era o timoria, o castigo, que ambos recebiam pelo fato de que Vane tivesse protegido à mulher do Talon. Como Vane se atreveu a ajudar aos Dark Hunters, os desalmados
Daimons que estavam em guerra com os Dark Hunters tinham atacado à manada de lobos Katagaria de Vane e tinha assassinado a sua querida irmã.
Os Katagaria eram animais que podiam tomar forma humana e seguiam uma lei básica da natureza: matar ou ser morto. Se alguém ou algo ameaçava a segurança da manada,
era aniquilado.
Então Vane, que tinha causado o ataque dos Daimons, tinha sido condenado a ser golpeado e deixado para morrer no pântano. Fang estava com ele só porque seu pai os
tinha odiado desde que tinham nascido e os tinha temido desde o dia em que seus poderes sobrenaturais tinham sido desbloqueados por seus hormônios adolescentes.
Mais que isso, seu pai os odiava pelo que sua mãe lhe tinha feito.
Esta tinha sido a perfeita oportunidade para que seu pai se livrasse de ambos sem que a manada se voltasse em contrário pela sentença de morte.
Seu pai tinha dito com alegria.
Este seria o último engano que seu pai voltaria a cometer.
Ao menos o seria se Vane pudesse conseguir tirar seus traseiros deste maldito pântano sem ser comidos.
Ambos estavam em sua forma humana e apanhados pelos finos, prateados colares metriazo que levavam ao redor de seus pescoços e que enviavam mínimos impulsos iônicos
a seus corpos. Os pescoços os mantinham em forma humana. Algo que seus inimigos pensaram que os fariam mais débeis.
No caso Fang isso era verdade.
Não era no caso de Vane.
Ainda assim, o colar debilitava sua capacidade de utilizar a magia e manipular as leis da natureza. E isso o estava deixando zangado muito seriamente.
Como Fang, Vane estava vestido só com um par de jeans ensangüentados. Sua camisa tinha sido arrancada para sua surra e suas botas tomadas só por despeito. Certamente,
ninguém esperava que vivessem. Os colares não podiam ser tirados com a magia, o que nenhum dos dois poderia usar enquanto o levassem, e inclusive se por algum milagre
eles realmente descessem da árvore, havia um grupo grande de jacarés que podia cheirar seu sangue. Jacarés que só esperavam que caíssem ao pântano para prover-se
de uma saborosa comida de lobo.
—Homem - disse Fang com irritação—. Fury tinha razão. Nunca deveria confiar em nada que sangra durante cinco dias e não morre. Deveria ter escutado. Você me disse
que Petra era uma cadela capaz de foder com três lobos de uma vez. Mas escutei? Não e agora nos olhe. Juro, se sair desta, vou matá-la.
—Fang! —Vane lhe disse bruscamente a seu irmão que seguia falando enquanto Vane tentava controlar alguns poderes através das dolorosas descargas elétricas do colar—.
Poderia acabar com o Festival da Culpa e deixa eu me concentrar, se não irei ficar pendurado nesta maldita árvore pelo resto da eternidade.
—Bom, não pela eternidade. Calculo que só temos aproximadamente uma meia hora antes que as cordas nos cortem os pulsos. Falando disso, meus pulsos realmente doem.
Como estão os teus? —Fang fez uma pausa enquanto Vane suspirava e sentiu um mínimo movimento da corda que começava a afrouxar-se.
Também ouviu romper o galho.
Com seu coração martelando, Vane olhou para baixo para ver um enormemente grande par de olhos de jacaré olhando-o das profundidades escuras. Vane teria dado algo
por ter três segundos de seus poderes para fritar a esse incômodo glutão.
Fang não pareceu notar nenhuma das duas ameaças.
—Juro que nunca vou dizer que morda meu traseiro outra vez. A próxima vez que me dizer algo irei escutar sobre tudo se referir a uma fêmea.
Vane grunhiu.
—Então poderia começar por me escutar quando te digo que te cale?
—Já me calo. Só odeio ser humano. A propósito. Como suporta?
—Fang!
—O que?
Vane pôs os olhos em branco. Era inútil. Sempre que seu irmão estava em forma humana, a única parte de seu corpo que conseguia qualquer exercício era sua boca. Por
que sua manada não podia ter amordaçado ao Fang antes que o pendurassem?
—Sabe, se nós estivéssemos em forma de lobo, só deveríamos roer nossas patas. Certamente se estivéssemos em forma de lobo, as cordas não nos sustentariam, assim...
—Se cale - ameaçou Vane outra vez.
—A sensação volta alguma vez para suas mãos depois de estar assim intumescidas? Isto não acontece quando somos lobos. Isto acontece com freqüência às pessoas?
Vane fechou seus olhos, aborrecido. Então assim era como terminaria sua vida. Não em alguma gloriosa batalha contra um inimigo ou seu pai. Nem tranqüilamente em
seu sonho.
Não, o último som que ele ouviria seria Fang amaldiçoando.
Ele imaginava.
Ele inclinou sua cabeça para trás para poder ver seu irmão através da escuridão.
—Sabe Fang, vamos jogar culpas por um minuto. Estou doente e cansado de ficar pendurado aqui devido a sua maldita boca que decidiu contar a seu último brinquedo
mastigável como protegi à companheira de um Dark Hunter. Muito obrigado por não saber quando fechar a maldita boca.
—Sim, pois como eu ia saber que Petra correria para contar ao nosso Pai que você estava com Sunshine e que por isso os Daimons nos atacaram? Fêmea hipócrita. Petra
disse que queria ficar comigo.
—Todas querem ficar contigo, imbecil, essa é a natureza de nossa espécie.
—Vai à merda!
Vane soltou um fôlego enquanto Fang finalmente se acalmava. A ira de seu irmão deveria lhe dar uma pausa de uns três minutos enquanto Fang pensava e procurava uma
mais criativa e eloqüente volta.
Enlaçando seus dedos, Vane levantou suas pernas. Mais dor se deslizou por seus braços enquanto cortava profundamente a carne humana. Ele só rezava para que seus
ossos agüentassem um pouco mais sem quebrar-se.
Mais sangue escorreu por seus antebraços enquanto levantava suas pernas em cima de um galho sobre sua cabeça.
Se somente pudesse conseguir envolver-se... Ao redor...
Ele tocou ligeiramente a madeira com seu pé nu. A casca esta fria e frágil enquanto raspava contra a suave parte superior de seu pé. Ele colocou seu tornozelo ao
redor da madeira.
Só um pouco... pouquinho...
Mais.
Fang grunhiu.
—É um tremendo estúpido...
Bem, muita criatividade.
Vane concentrou sua atenção em seus próprios e rápidos batimentos do coração e esperou para ouvir os insultos de Fang.
Ao contrário, ele enroscou uma perna ao redor do tronco e expulsou seu fôlego. Vane grunhiu de alívio enquanto a maior parte do peso foi tirado de seus palpitantes
e ensangüentados pulsos. Ele ofegou pelo esforço enquanto Fang seguia com seu ignorado discurso.
O tronco rangeu perigosamente.
Vane conteve seu fôlego outra vez, aterrorizado para que não fosse seu movimento que fizesse que seu galho se rompesse em dois e caísse como uma bolsa de batatas
na verde e podre água do pântano abaixo.
De repente, os crocodilos se derrubaram na água, logo se afastaram.
—OH merda - chiou Vane.
Esse não era um bom sinal.
Havia só duas coisas, que ele soubesse que fazia ir os crocodilos. Uma era se o Dark-Hunter chamado Talon, que vivia no pântano, retornava a sua casa e os refreava.
Mas como Talon estava no French Quarter salvando ao mundo e não no pântano esta noite, isso parecia extremamente improvável.
A outra, a opção muito menos atrativa eram os Daimons, os que eram mortos vivos, os que estavam condenados a matar para prolongar artificialmente suas vidas. A única
coisa sobre a que se sentiam mais orgulhosos que matar humanos, era matar Were-Hunters. Já que as vidas dos Were-Hunters duravam séculos e eles possuíam capacidades
mágicas, suas almas poderiam manter a um Daimon dez vezes mais que um humano normal.
Era mais impressionante, uma vez que a alma de um Were-Hunter era reclamada, suas capacidades mágicas eram absorvidas nos corpos dos Daimons onde poderiam usar esses
poderes contra outros.
Era um dom especial ser um prazer único para os não mortos.
Havia só uma razão para que os Daimons estivessem aqui. Uma única maneira de que fossem capazes de encontrá-los a ele e ao Fang sozinhos neste pântano isolado onde
os Daimons não pisavam sem uma causa. Alguém os tinha oferecido como um sacrifício para que os Daimons deixassem a sua manada Katagaria tranqüila.
E não havia duvida em sua mente de quem tinha feito aquela chamada.
—Maldito seja! —Vane grunhiu na escuridão, sabendo que seu pai não podia ouvi-lo. Mas ele tinha que expressar-se de todos os modos.
—O que te fiz? —perguntou Fang com indignação— além de conseguir que lhe matem, em todo caso.
—Não você - disse Vane enquanto lutava por conseguir subir sua outra perna o suficiente para poder libertar suas mãos.
Algo saltou do pântano à árvore, sobre ele.
Vane torceu seu corpo para ver o alto e magro Daimon em cima, olhando para ele com um divertido brilho em seus olhos famintos.
Vestido todo de negro, o loiro Daimon estalou sua língua para ele.
—Deveria estar feliz de nos ver, lobo. Depois de tudo, só queremos te libertar.
—Vai pro inferno! —gritou Vane.
O Daimon riu.
Fang uivou.
Vane procurou com a visão para ver um grupo de dez Daimons derrubando ao Fang da árvore. Maldição! Seu irmão era um lobo. Ele não sabia como lutar em forma humana
sem seus poderes mágicos, os que não podia usar enquanto levasse esse colar.
Enfurecido, Vane levantou suas pernas. O galho se rompeu imediatamente, enviando-o diretamente à água parada abaixo.
Vane conteve seu fôlego enquanto o gosto podre e lamacento dela invadia sua cabeça. Tratou de impulsionar-se para a superfície, mas não podia.
Não é que importasse. Alguém o agarrou pelos cabelos e o atirou para a superfície.
Assim que sua cabeça esteve acima da água, um Daimon afundou suas presas no ombro nu de Vane. Grunhindo de raiva, Vane lhe deu uma cotovelada ao Daimon nas costelas
e usou seus próprios dentes para devolver a mordida.
O Daimon chiou e o liberou.
—Esta briga - disse uma mulher enquanto caminhava para ele. — proporcionará mais sustento que ao outro.
Vane lhe chutou as pernas antes que ela pudesse agarrá-lo. Usou o sinuoso corpo dela como um trampolim para sair da água. Como qualquer bom lobo, suas pernas eram
bastante fortes para propulsá-lo fora da água a uma das saliências do cipreste próximo.
Seu escuro cabelo molhado estava caído sobre seu rosto enquanto seu corpo palpitava pela luta e a surra que lhe tinha dado sua manada. A luz da lua cintilava sobre
seu musculoso e molhado corpo enquanto ficava dobrado com uma mão na velha saliência de madeira que se desenhava contra a cortina de fundo do pântano. Um escuro
musgo espanhol estava pendurado nas árvores enquanto a lua cheia, coberta pelas nuvens, refletia-se misteriosamente nas negras e aveludadas ondas da água.
Como o animal que era Vane olhou a seus inimigos aproximando-se dele. Não era caso de render ele ou Fang a esses bastardos. Ele podia não estar morto, mas estava
tão maldito como eles estavam e até mais receoso com as Destinos.
Levando suas mãos a boca, Vane usou seus dentes para morder a corda ao redor de seus pulsos e libertar suas mãos.
—Pagará por isso - disse um Daimon masculino enquanto se movia para ele.
Com suas mãos livres, Vane se lançou do tronco à água. Mergulhou fundo nas escuras profundidades até que pôde romper uma parte de madeira de uma árvore caída que
estava enterrada ali. Ele esperneou de retorno para a área onde Fang estava pendurado.
Ele saiu da água justo ao lado de seu irmão para encontrar a dez diferentes Daimons que se alimentavam do sangue do Fang.
A um chutou o traseiro, agarrou ao outro pelo pescoço e cravou a estaca que ele mesmo tinha feito no coração do Daimon. A criatura se desintegrou imediatamente.
Outros se voltaram para ele.
—Peguem número - lhes grunhiu Vane—. Há muito disto por vir.
O Daimon mais próximo riu.
—Seus poderes estão travados.
— Diga isso ao agente fúnebre - disse Vane enquanto se equilibrava para ele. O Daimon saltou para trás, mas não o bastante longe. Acostumado a lutar com humanos,
o Daimon não levou em conta que Vane era fisicamente capaz de saltar dez vezes mais longe.
Vane não precisou seus poderes psíquicos. Sua força de animal era suficiente para terminar com isto. Ele apunhalou ao Daimon e deu a volta para enfrentar a outros
enquanto o Daimon se evaporava.
Eles se atiraram em cima imediatamente, mas não funcionou. A metade do poder de um Daimon consistia na capacidade de golpear sem ser notado e criar pânico em sua
vítima.
Isto sempre tinha funcionado, exceto com o Vane que, como primo dos Daimons, tinha conhecido essa estratégia do berço. Não havia nada neles que o fizesse entrar
em pânico.
Todas suas táticas o faziam desapaixonado e decidido.
E ao final, fariam vitorioso.
Vane rasgou dois mais com a estaca enquanto Fang permanecia imóvel na água. Ele começou a entrar em pânico, mas se forçou a acalmar.
A calma era o único modo de ganhar uma luta.
Um dos Daimons o agarrou com um golpe que lhe fez dar voltas pela água. Vane chocou com um toco e gemeu quando a dor explodiu em suas costas.
Como de costume, ele recorreu a seus próprios poderes só para sentir que o colar se apertava e o sacudia. Ele amaldiçoou ante a nova dor, e depois ignorou.
Levantando-se, e se jogou contra os dois machos que se dirigiam a seu irmão.
—Se renda já - grunhiu um dos Daimons.
—por que não o faz você?
O Daimon investiu. Vane esquivou sob a água e atirou aos pés do Daimon. Eles lutaram na água até que Vane lhe cravou a estaca no peito.
O resto escapou.
Vane parou na escuridão, lhes escutando chapinhar para afastar-se dele. O coração palpitando em seus ouvidos enquanto permitia a sua raiva consumi-lo. Jogando sua
cabeça para trás, ele soltou seu uivo de lobo, que ressonou misteriosamente pelo nebuloso pântano.
Desumano e desgraçado era a classe de som que enviaria até aos especialistas em vudu para se esconderem.
Agora certo que os Daimons se foram, Vane tirou seu cabelo molhado de seus olhos enquanto se dirigia para o Fang, quem ainda não se movia.
Vane afogado em sua pena enquanto tropeçava às cegas pela água com apenas um pensamento em sua mente... Que não esteja morto.
Uma e outra vez em sua mente, ele via o corpo sem vida de sua irmã. Sentia sua frieza contra sua pele. Ele não podia perder ambos. Não podia.
Isto o mataria.
Pela primeira vez em sua vida, ele queria ouvir um dos imbecis comentários do Fang.
Algo.
Imagens cintilavam em sua mente enquanto recordava a morte de sua irmã no dia anterior nas mãos dos Daimons. A dor inimaginável o atravessou. Fang tinha que estar
vivo. Ele tinha que estar.
—Por favor, Deus - suspirou ele enquanto fechava a distância entre eles. Ele não podia perder a seu irmão.
Não assim...
Os olhos do Fang estavam abertos, olhando sem ver a lua cheia, que lhes teria permitido saltar no tempo fora desse pântano se os dois não tivessem esses colares.
Tinha feridas de mordidas abertas por todo corpo.
Uma funda e profunda pena rasgou ao Vane, estilhaçando seu coração em pedaços.
—Vamos, Fang, não morra - disse ele, sua voz quebrada enquanto se esforçava por não chorar. Em muda, ele grunhiu. —Não te atreva a morrer em cima de mim, estúpido.
Ele puxou seu irmão e descobriu que Fang não estava morto. Ele ainda respirava e tremia de um modo incontrolável. Superficial e áspero, o som cavernoso da respiração
do Fang era uma sinfonia para os ouvidos de Vane.
Suas lágrimas caíram enquanto o alívio o atravessava. Embalou com cuidado ao Fang em seus braços.
—Vamos, Fang - disse com calma—. Diga algo estúpido para mim.
Mas Fang não falou. Ele somente ficou ali completamente quieto enquanto tremia nos braços de Vane.
Ao menos estava vivo.
De momento.
Vane chiou seus dentes enquanto a ira o consumia. Ele tinha que conseguir tirar seu irmão daí. Tinha que encontrar um lugar certo para ambos.
Se houvesse tal lugar.
Com sua raiva desatada, ele fez o impossível, tirou o colar da garganta do Fang com suas mãos nuas. Fang instantaneamente se voltou lobo.
De todos os modos Fang não voltou. Ele não piscava ou gemia.
Vane tragou um doloroso nó em sua garganta e lutou contra as lágrimas que ferroavam em seus olhos.
—Está bem, irmãozinho - sussurrou ao Fang enquanto o tirava da água asquerosa. O peso do lobo marrom era insuportável, mas a Vane não preocupava. Não emprestou atenção
a seu corpo, que protestou levando ao Fang.
Enquanto que tivesse fôlego em seu corpo, ninguém jamais voltaria a danificar outra vez a alguém que a Vane importasse.
E ele mataria a qualquer que alguma vez o tentasse.


CAPITULO 1

Lilás e Seda Loja de Modas no Iberville, French Quarter.
Oito meses mais tarde...


Atordoada, Bride McTierney olhou fixamente a carta em sua mão e piscou. Piscou outra vez.
Não podia realmente estar dizendo o que ela pensava que dizia.
Podia?
Era uma brincadeira?
Mas enquanto a lia novamente pela quarta vez soube que não era. O podre covarde filho da puta em realidade tinha rompido com ela através de sua própria conta do
FedEx.
Lamento-o, Bride,
Mas preciso a uma mulher mais de acordo com minha imagem, minha reputação. Vou a muitos lugares e preciso a meu lado a mulher que me ajude não que me entorpeça.
Lhe envio suas coisas ao teu edifício. E te enviarei um pouco de dinheiro para um quarto de hotel para esta noite caso não tenha nenhum quarto livre.
Saudações,
Taylor
—Você lamenta, servil, chupador de babas de cão - grunhiu ela enquanto o lia outra vez e a dor a inundava tão profundo que tudo o que ela pôde fazer foi não voltar
a chorar. Seu namorado de cinco anos rompia com ela por carta... O que tinha carregado à conta do negócio dela.
— Condena-te no inferno, serpente asquerosa! —grunhiu.
Normalmente Bride cortaria sua própria cabeça antes que amaldiçoar, mas isto... Isto garantia que era sério.
E um corte de machado na cabeça de seu antigo namorado.
Ela lutou contra o impulso de gritar. E sentiu a necessidade de subir a seu SUV, ir à estação de televisão onde ele trabalhava e cortá-lo em pequenos pedacinhos
sangrentos.
Maldito!
Uma lágrima caiu por sua bochecha. Bride a limpou e sorveu. Ela não choraria por isso. Ele sim que não a merecia.
Sério, não a merecia, e profundamente dentro ela não estava surpreendida. Durante os últimos seis meses, sabia que isto aconteceria. Havia sentido sempre que Taylor
a punha em outra dieta ou lhe contratava outro programa de exercício.
Por não mencionar o importante jantar cerca de duas semanas no Aquarium onde lhe havia dito que não queria que ela fosse com ele.”Não há nenhuma necessidade de que
te arrume para algo tão aborrecido. Sério. É melhor que eu vá sozinho.”
Ela soube, no minuto em que ele tinha terminado de falar, que ele não estaria com ela por muito mais tempo.
De todos os modos machucava. De todos os modos estava doída. Como podia lhe fazer semelhante coisa?
Como isto! Pensou ela com ira, enquanto agitava a carta de um lado a outro como uma louca no meio da sua loja.
Mas então soube. Taylor realmente nunca tinha sido feliz com ela. A única razão pela que tinha saído com ela era porque seu primo era gerente em uma estação local
de televisão. Taylor tinha querido trabalhar ali e, como uma idiota, ela o tinha ajudado a conseguir.
Agora que ele estava certamente instalado em sua posição e as medições estavam no alto, ele saía com isto.
Bem. Ela não o necessitava de todos os modos.
Ela estava melhor sem ele.
Mas todos os argumentos no mundo não aliviaram a amarga e horrível dor em seu peito que a fazia querer enroscar-se como um novelo e gritar até que estivesse esgotada.
—Não farei - disse, limpando outra lágrima—. Não lhe darei a satisfação de chorar.
Jogando a carta, ela agarrou seu aspirador com fúria. Sua pequena boutique necessitava uma limpeza.
Somente aspirar.
Ela podia passar o aspirador até que o maldito tapete estivesse gasto.
Vane Kattalakis se sentia como uma merda. Ele acabava de deixar o escritório de Grace Alexander onde a boa, e ele usou a palavra com total rancor, psicóloga lhe
havia dito que não havia nada no mundo que pudesse curar a seu irmão até que seu irmão estivesse disposto a curar-se.
Não era o que ele precisava ouvir. As palavras da psicológica era para os humanos, não era para lobos que tinham que tirar seus estúpidos traseiros do Dodge antes
que os perdessem.
Desde que Vane tinha saído arrastando-se lentamente do pântano com seu irmão na noite do Mardi Gras, eles tinham estado vivendo no Santuário, um bar que era propriedade
do clã dos ursos Katagaria quem davam boas-vindas a todo extraviado, não importava de onde viessem: humano, Daimon, Apolita, Dark Hunter, Dream-Hunter, ou Were-Hunter.
Enquanto que mantivesse a paz e não ameaçasse a ninguém, os ursos lhe permitiam ficar. E viver.
Mas não importava o que os ursos Peltier lhe dissessem, ele sabia a verdade. Tanto ele como Fang viviam sob ameaça de morte e não havia nenhum lugar certo para eles.
Eles teriam que se mover antes que seu pai se desse conta que estavam ainda vivos.
Ao minuto em que o fizesse, uma equipe de assassinos seria enviados atrás deles. Vane poderia enfrentá-los, mas não se arrastava a um lobo de sessenta quilos em
estado de coma atrás dele.
Necessitava ao Fang acordado e alerta. Sobre tudo, necessitava a seu irmão disposto a lutar outra vez.
Mas nada parecia alcançar ao Fang, que ainda não havia movido de sua cama. Nada.
—Sinto sua falta, Fang - sussurrou ele baixo, enquanto sua garganta se apertava com a pena. Era tão difícil estar sozinho no mundo. Não ter a ninguém com quem falar.
Ninguém em quem confiar.
Queria tanto a seu irmão e a sua irmã de volta que com muito gosto venderia sua alma por isso.
Mas ambos, agora, foram-se. Não havia ninguém para ele. Ninguém.
Suspirando, meteu as mãos em seus bolsos e deu a volta no Iberville enquanto caminhava pelo French Quarter.
Ele ainda não estava certo por que se seguia preocupando de todos os modos. Ele bem poderia deixar que seu pai o tivesse. Que diferença haveria?
Mas Vane tinha passado toda sua vida lutando. Era tudo o que conhecia ou entendia.
Ele não podia fazer como Fang e só deitar-se e esperar a morte. Tinha que fazer algo para recuperar a seu irmão.
Algo que pudesse fazer para que ambos quisessem viver outra vez.
Vane fez uma pausa enquanto se aproximava de uma dessas lojas para mulheres que estavam dispersas por toda parte no French Quarter. Este era um grande edifício de
tijolo vermelho adornado em negro e borgonha. A frente inteira era feita de vidro que mostrava o interior da loja por completo de delicadas coisas de mulher, mercadorias
delicadas e femininas.
Mas não foi isso o que o fez parar.
Foi ela.
A mulher que tinha pensado que nunca voltaria a ver.
Bride.
Ele a havia visto somente uma vez e só brevemente quando protegia a Sunshine Runningwolf no Jackson Square enquanto a artista vendia seus artesanatos aos turistas.
Sem fazer caso dele, Bride tinha atendido a Sunshine e as duas tinham falado durante uns minutos.
Então Bride tinha desaparecido de sua vida completamente. Embora ele tivesse querido segui-la, Vane sabia muito bem. Humanos e lobos não se misturavam.
E definitivamente não os lobos que estavam arruinados como ele.
Então tinha sentado muito quieto enquanto cada molécula de seu corpo tinha gritado que fosse atrás dela.
Bride tinha sido a mulher mais formosa que Vane jamais tinha visto.
Ainda o era.
Seu comprido cabelo castanho estava preso em cima de sua cabeça em um desordenado coque que deixava que seus cachos acariciassem seu rosto de porcelana. Ela levava
um vestido comprido, negro, que fluía ao redor de seu corpo enquanto passava um aspirador pelo tapete.
Cada instinto animal em seu corpo rugia a vida enquanto a olhava outra vez. O sentimento era novo. Exigente.
Necessário.
E não escutaria razões.
Contra sua vontade, ele se encontrou dirigindo-se para ela. Não foi até que teve aberto a porta cor borgonha que se deu conta que ela estava chorando.
A ira feroz alcançou um passo até ele. Já era bastante mau o que a vida lhe causou, a última coisa que queria era ver alguém como ela chorar.
Bride deixou de passar o aspirador e levantou a visão quando ouviu alguém entrando em sua loja. O fôlego ficou preso na garganta. Nunca em sua vida tinha visto um
homem mais formoso.
Nunca.
A primeira visão seu cabelo era marrom escuro, mas em realidade estava composto de todas as cores: cinza, castanho, negro, marrom, mogno, até algum tom de loiro.
Ela nunca tinha visto um cabelo assim em alguém. Comprido e ondulado, estava preso em um atrativo rabo-de-cavalo.
Ainda melhor, sua camiseta branca estava ajustada sobre um corpo que a maior parte das mulheres só veria nos melhores anúncios das revistas. Este era um corpo que
anunciava sexo. Alto e magro aquele corpo pedia que uma mulher o acariciasse só para ver se era tão duro e perfeito como parecia.
Suas formosas expressões eram agudas, cinzelados, e tinha o crescimento de um dia de barba sobre seu rosto. Este era o rosto de um rebelde que não aceitava os costumes
da moda... Alguém que vivia sua vida exclusivamente em com seus próprios termos. Era óbvio que ninguém dizia a este homem como fazer nada.
Ele...era...magnífico.
Bride não podia ver seus olhos pelos escuros óculos de sol que levava, mas ela sentiu seu olhar fixo. Sentia como um toque ardente sem chama.
Este homem era resistente. Feroz. E isto enviou uma onda de pânico por ela.
Por que alguém como ele estaria em uma loja que se especializava em acessórios para mulheres?
Certamente não iria roubar?
O aspirador, que ela não tinha movido um milímetro desde que ele tinha entrado em sua loja, tinha começado a gemer e a jogar fumaça em sinal de protesto. Soltando
seu fôlego bruscamente, Bride rapidamente o desligou e abanou o motor com sua mão.
—Posso lhe ajudar? —perguntou ela enquanto lutava para por o instrumento de limpeza atrás do mostrador.
O calor banhou suas bochechas enquanto o motor seguia fumegando e cuspindo. Isto adicionou um aroma não muito agradável de pó queimado as velas perfumadas que ela
usava.
Sorriu-lhe fracamente ao deus tremendamente sexy que estava tão despreocupadamente de pé em sua loja.
—Lamento tudo isto.
Vane fechou seus olhos enquanto saboreava o ritmo melódico do sul em sua voz. Este chegou profundamente dentro dele, fazendo que seu corpo inteiro ardesse por ela.
Ele estava inflamado pela necessidade e o desejo.
Inflamado pelo impulso selvagem de tomar o que queria, e ao diabo com as conseqüências.
Mas ela estava assustada com ele. Sua metade animal o sentia. E essa era última a coisa que sua metade humana queria.
Aproximando-se, ele tirou os óculos de sol e lhe ofereceu um pequeno sorriso.
—Olá.
Isso não ajudou. Ao contrário, a visão de seus olhos a deixou mais nervosa.
Maldição.
Bride estava atordoada. Ela não tinha acreditado que ele pudesse olhá-la melhor que o que já o fazia, mas com esse diabólico sorriso zombador, o fazia.
Pior, o intenso e selvagem olhar fixo desses cansados olhos cor verde avelã a fez estremecer e arder. Nunca em sua vida tinha visto um homem nem a décima parte tão
arrumado como este.
—Olá - respondeu ela, sentindo-se totalmente estúpida.
O olhar fixo dele finalmente a abandonou e vagou ao redor da loja e de suas várias amostras.
—Procuro um presente - disse ele com essa voz profundamente hipnótica. Ela poderia lhe ter escutado falar por horas, e por uma razão que não podia explicar, ela
queria ouvi-lo dizer seu nome.
Bride limpou sua garganta e guardou em seus lugares esses pensamentos idiotas enquanto saía de atrás do mostrador. Se seu atrativo ex não podia suportar como exibia,
por que um deus como este perderia o tempo com ela?
Então decidiu acalmar-se antes de envergonhar-se ante ele.
—Para quem é?
—Para alguém muito especial.
—Sua namorada?
Seu olhar voltou para a dela e a fez tremer ainda mais. Ele sacudiu sua cabeça ligeiramente.
—Eu nunca poderia ter tanta sorte - disse ele, em seu tom baixo, sedutor.
Que coisa tão incomum havia dito ele. Ela não podia imaginar ele tendo problemas para conseguir a nenhuma mulher que quisesse. Quem sobre a terra lhe diria não?
Pensando bem, ela esperava que nunca encontrasse a uma mulher que o atraísse. Se o fizesse, sentiria se moralmente obrigada a atropelá-la com seu carro.
—Quanto quer gastar?
Ele deu de ombros.
—O dinheiro não significa nada para mim.
Bride piscou ante isto. Magnífico e bem sucedido. Homem, alguma mulher por aí era afortunada.
—Bem. Temos alguns colares. Aqueles sempre são um presente agradável.
Vane a seguiu a uma vitrine contra a parede longe de onde ela tinha um espelho, com uma multidão de gargantilhas de contas e pingentes que estavam sobre seus suportes
de cartolina.
O aroma dela o fez endurecer-se e excitar-se. Foi tudo o que pôde fazer para não afundar sua cabeça no ombro dela e inalar seu aroma até que estivesse bêbado dele.
Ele concentrou seu olhar na pele nua e pálida de seu pescoço.
Ele lambeu os lábios enquanto se imaginava como a saborearia. Como se sentiriam suas luxuriosas curvas pressionadas contra seu corpo. Ter seus lábios inchados por
seus beijos, seus olhos escuros e sonhadores pela paixão quando ela levantasse a visão para ele enquanto a tomava.
E mais, ele podia sentir o próprio desejo dela e isso voltava seu apetite ainda pior.
—Qual é seu favorito? —perguntou ele, ainda quando já sabia a resposta.
Havia uma gargantilha vitoriana negra que tinha seu aroma por toda parte. Era óbvio que ela a tinha provado recentemente.
—Esta - disse ela, alcançando-a.
Seu pênis se endureceu ainda mais quando os dedos dela roçaram as pedras negras. Ele não desejava nada mais que deslizar sua mão sobre o braço estendido dela, roçar
com leveza sua suave e pálida pele, até alcançar sua mão. Uma mão que gostaria mordiscar.
—Você o provaria para mim?
Bride tremeu ante o profundo tom de sua voz. O que acontecia a ele que a deixava tão nervosa?
Mas ela sabia. Ele era extremamente masculino e estar sob sua direta avaliação era tão insuportável como desconcertante
Ela tentou colocar o colar, mas suas mãos tremiam tanto que não podia prendê-lo.
—Posso ajudá-la? —perguntou ele.
Ela tragou e assentiu.
Suas cálidas mãos tocaram as suas, fazendo-a ficar ainda mais nervosa. Ela se olhou no espelho, apanhando o olhar daqueles olhos cor verde avelã que a olhavam fixamente
com um calor que a fez tremer e arder.
Ele era sem uma dúvida o homem com a melhor aparência que jamais tivesse vivido ou respirado e estava aqui a tocando. Era suficiente para fazê-la desmaiar!
Ele habilmente colocou o colar. Seus dedos se atrasaram em seu pescoço durante um minuto antes que ele encontrasse o olhar dela no espelho e se afastasse.
—Formoso - murmurou ele com voz rouca, só que não olhava o colar. Ele olhava fixamente o reflexo dos olhos dela—. O levarei.
Dividida entre o alívio e a tristeza, Bride procurou afastar-se rapidamente enquanto tratava de tirar. De verdade, gostava desse colar e lamentava vê-lo ir. Ela
o tinha comprado para a loja, mas tinha querido guardá-lo para si.
Mas por que o desagrado? Era uma obra de arte feita à mão de seiscentos dólares. Ela não teria onde exibi-lo. Seria um esbanjamento, e a irlandesa pragmática nela
não lhe permitiria ser tão tola.
Limpou de novo sua garganta e se dirigiu à caixa registradora.
Vane a olhou atentamente. Ela estava ainda mais triste que antes. Deus como queria mais que tudo que sorrisse a ele. O que lhe dizia um macho humano a uma fêmea
humana para fazê-la feliz?
As lobas realmente não riam não como as humanas faziam. Suas risadas eram mais matreiras, sedutoras. Chamativas. Sua raça não ria quando era feliz.
Eles tinham sexo quando estavam felizes e isso, para ele, era a vantagem maior de ser um animal mais que um humano. As pessoas tinha regras sobre a intimidade que
ele nunca tinha entendido totalmente.
Ela colocou o colar em uma grande caixa branca com uma almofadinha de algodão no interior.
—Quero embrulhado para presente?
Ele confirmou.
Com cuidado, ela tirou a etiqueta do preço, pôs ao lado da caixa registradora, logo tirou uma pequena folha de papel que tinha sido pré-cortada ao tamanho da caixa.
Sem olhar para ele, ela rapidamente envolveu a caixa e registrou sua venda.
—Seiscentos e vinte e três dólares e oitenta e quatro centavos, por favor.
Ela ainda não o olhava. Em muda seu olhar estava enfocado no piso, perto de seus pés.
Vane sentiu um estranho impulso de agachar-se até que seu rosto estivesse em sua linha de visão. Ele se conteve enquanto tirava sua carteira e lhe entregava seu
cartão American Express.
Isto era realmente ridículo, que um lobo tivesse um cartão de crédito humano. Entretanto, este era o século vinte e um e os que não se misturavam rapidamente se
encontrariam exterminados. A diferença de muitos outros de sua classe, ele tinha investimentos e propriedades. Ao inferno, até tinha um banqueiro pessoal.
Bride tomou o cartão e a passou por seu terminal no computador.
—Você trabalha aqui sozinha? —perguntou ele, e rapidamente compreendeu que isso foi inadequado, já que o temor dela chegou com um aroma tão forte, que quase o fez
amaldiçoar-se em voz alta.
—Não.
Estava-lhe mentindo. Ele podia cheirá-lo.
Bem feito, imbecil. Humanos. Ele nunca os entenderia. Mas claro, eles eram débeis, sobre tudo suas fêmeas.
Deu-lhe o recibo.
Nervosa com ele por fazê-la sentir até mais incômoda, ele assinou com seu nome e o devolveu.
Ela comparou sua assinatura com a de seu cartão e franziu o cenho.
—Katta...
—Kattalakis - disse ele—. É grego.
Seus olhos brilhavam só um pouco enquanto lhe devolvia o cartão.
—É muito diferente. Você deve passar muito tempo soletrando-lhe às pessoas.
—Sim.
Ela colocou o recibo em sua gaveta, logo colocou o presente envolto em uma pequena bolsa fechada com fios de corda.
—Obrigado - disse ela tranqüilamente, pondo sobre o mostruário diante dele—. Que tenha um dia agradável, Senhor Kattalakis.
Ele assentiu e se dirigiu à porta, com seu coração ainda mais pesado que antes, porque não tinha conseguido fazê-la feliz.
—Espere! —disse ela quando ele tocou a entrada da porta—. Esqueceu do seu colar.
Vane se voltou para olhá-la uma última vez, sabendo que nunca a voltaria a vê-la. Ela estava tão formosa ali com seus grandes olhos cor âmbar em seu pálido rosto
de deusa. Havia algo nela que recordava a um anjo de Rubens. Ela era sutil e encantadora.
E muito frágil para um animal.
—Não - disse ele concordando—. O deixei com a mulher que quero que tenha.
Bride sentiu que ficava de boca aberta enquanto as palavras dele ficavam no ar entre eles.
—Não posso aceitá-lo.
Ele abriu a porta e se dirigiu à rua.
Tomando a bolsa do mostruário, Bride o perseguiu. Ele se dirigia rapidamente pelo caminho do centro do Quarter e isto fez com que ela se apressar-se seriamente
para alcançá-lo.
Ela pegou seu braço, assombrada pela tensão de seus bíceps enquanto ela o puxava para que se detivesse. Sem fôlego, ela levantou a visão para aqueles sedutores olhos
cor verde avelã.
—Não posso aceitar isto - disse ela outra vez, lhe dando a bolsa—. É muito.
Ele resistiu pega-lo.
—Quero que você o tenha.
Havia tanta duvida na sinceridade daquelas palavras que ela não podia fazer nada mais que olhá-lo atônita.
—Por quê?
—Por que as mulheres formosas merecem coisas formosas.
Ninguém que não estivesse relacionado com ela havia dito nada tão amável. Hoje mais que qualquer outro dia, ela precisava ouvi-lo. Ela nunca tinha pensado que algum
homem jamais pensaria assim dela. E ouvir isso deste magnífico estranho lhe significou o mundo.
Essas palavras lhe chegaram tão profundamente dentro dela que... que...
Ela se pôs a chorar.
Vane ficou ali parado sentindo-se completamente perplexo. O que era isto? Os lobos não choravam. Uma loba poderia arrancar a garganta de um homem por havê-la incomodado,
mas nunca chorar e sobre tudo não quando alguém a elogiava.
—Sinto - disse ele, completamente confuso pensando que tinha feito mal—. Pensei que isto a faria feliz. Não pensei ferir seus sentimentos.
Ela chorou ainda mais.
O que se supunha que devia fazer ele agora? Ele olhou ao redor, mas não havia ninguém a quem perguntar.
Fiou nervoso com sua parte humana. Ele não compreendia essa parte dele, tampouco. Em muda, escutou a parte animal que só sabia instintivamente como cuidar de alguém
quando estava ferido.
Ele tomou entre seus braços e a levou para sua loja. Os animais sempre se curavam em seu ambiente natural, assim também poderia funcionar para um humano. Era mais
fácil amparar-lhe com coisas familiares ao redor.
Ela se abraçou no seu pescoço enquanto ele a levava e chorou ainda mais forte. Suas lágrimas quentes provocaram calafrios sobre sua pele e ele sofreu por ela.
Como poderia fazê-la sentir melhor?
Bride se odiou para quebrar-se assim. O que estava mal nela? Pior, ele a estava levando nos braços!
Levando-a nos braços! E ele não estava queixando que fosse gorda e pesada, ou grunhindo pelo esforço. Ela em brincadeira tinha pedido ao Taylor que a levasse pela
entrada quando eles se mudaram juntos e ele riu, logo perguntou se ela tentava lhe provocar uma hérnia.
Mais tarde essa noite, Taylor tinha acordado para saber somente se ela lhe comprava um carrinho de mão para isso.
E agora aqui, este total estranho, levava-a com facilidade pela rua. Pela primeira vez em sua vida, ela quase se sentiu magra.
Mas ela não era uma iludida. Bride McTierney não tinha sido magra desde que tinha seis meses.
Ele abriu a porta, entrou logo e a fechou com o salto de sua bota. Sem perder o passo, ele a sentou no alto banco atrás da caixa registradora. Ele a sentou com cuidado,
logo tirou sua camiseta branca e a usou para lhe secar os olhos.
—Oh! —disse ela quando quase tirou seu olho direito. Era uma coisa boa que não levasse lentes de contato porque a teria deixado cega.
Ele olhou arrependido.
—Sinto muito.
—Não - disse ela, olhando-o através de suas lágrimas.
—Sou eu quem tem que pedir perdão. Não pensei em ter uma crise nervosa sobre você.
—É isso o que é?
Dizia a sério? Ele definitivamente parecia.
Ela deu um suspiro e limpou seus olhos com suas mãos.
—Não, sou eu sendo estúpida. Sinto muito.
Ofereceu-lhe um pequeno sorriso zombador, sedutora.
—Está bem. Realmente. Acredito.
Bride olhou fixamente com incredulidade. Por que estava este homem sendo tão amável com ela? Isto não tinha sentido.
Isto era um sonho?
Tentando recuperar um pouco de sua dignidade, ela tirou o recibo do cartão de crédito da caixa registradora.
—Aqui - disse ela, dando-lhe.
—Por que me deu isto?
—OH, vamos. Ninguém compra um colar tão caro para uma completa desconhecida.
Outra vez ele não pegou. Em muda, ele pegou a bolsa e tirou a caixa. Ela olhou como ele o desempacotava, logo colocava o colar ao redor de seu pescoço outra vez.
O contraste entre suas cálidas mãos e as frias contas a fizeram tremer.
Ele enlaçou seus dedos pelos cachos de seu cabelo olhando-a fixamente como se ela fosse alguma deliciosa sobremesa que ele morria por provar.
Ninguém jamais lhe tinha dado um olhar tão ardente antes. Não era natural que um homem tão formoso a olhasse assim.
—Isto pertence a você. Nenhuma outra mulher poderia lhe fazer justiça.
Lágrimas apareceram em seus olhos, mas ela piscou para detê-las antes que ele chamasse um psicólogo para ela. O calor de sua mão contra seu pescoço a estava queimando.
—O que? Você perdeu uma aposta ou algo?
—Não.
—Então por que é tão agradável comigo?
Ele moveu sua cabeça como se estivesse perplexo por sua pergunta.
—Preciso de uma razão?
—Sim.
Vane estava completamente confuso. Os humanos necessitavam uma razão para ser agradáveis uns com os outros? Não era assombroso que sua espécie os evitasse.
—Não sei que dizer - admitiu — Eu não sabia que havia regras para dar presentes ou para tentar fazer alguém se sentir melhor. Você parecia tão triste quando passei
caminhando que só quis fazê-la rir.
Ele suspirou e lhe deu o recibo do cartão de crédito.
—Conserve o colar, por favor. Fica muito bem em você, e não tenho a ninguém mais para dar. Estou certo que meu irmão não o quereria. Ele provavelmente o empurraria
a um lugar verdadeiramente incômodo se o desse. E se ele não o fizesse, assustaria até mais.
Finalmente, ela riu. O som aliviou seu coração imediatamente.
—Isso é um sorriso? —perguntou ele.
Ela cabeceou e sorveu com delicadeza as lágrimas antes de rir outra vez.
Devolvendo seu sorriso, Vane estendeu a mão e a passou sobre a fresca bochecha dela. Era tão formosa quando ria. Seus escuros olhos âmbar brilharam e antes que
pudesse deter-se, ele se inclinou e beijou as lágrimas de suas pestanas.
Bride não podia respirar enquanto sentia o calor de seus lábios contra sua pele. Nenhum homem jamais a tinha tratado assim. Nem sequer Taylor, com quem ela tinha
esperado casar-se.
Ela inalou o quente aroma da pele de Vane. Estava mesclado com algum homem de loção pós-barba e um aroma rico, masculino.
Deus sentia-se tão bem ser amparada justo agora quando sua vida inteira se desmoronava.
Antes que ela compreendesse o que fazia, tinha seus braços ao redor da magra cintura dele e tinha posto sua cabeça contra seu forte peito. Seu coração pulsava pesadamente
sob seu ouvido. Ela se sentiu de uma estranha maneira, a salvo ali. Cálida. Sobre tudo, ela se sentiu desejável. Como se talvez não fosse uma perdedora total, depois
de tudo.
Ele não protestou quando ela o abraçou. Em muda, ele a sustentou ali com sua mão ainda sobre seu rosto enquanto seu polegar com cuidado acariciava sua maçã do rosto.
Ele se inclinou e lhe deu um casto beijo sobre o topo de sua cabeça.
O calor a alagou. Uma necessidade profundamente possessiva se rasgou por seu corpo. Isso foi algo que não entendeu.
Em toda sua vida, Bride McTierney nunca tinha feito nada que não fosse o que supostamente devia fazer. Ela tinha graduado na escola e tinha vivido em casa com seus
pais enquanto ia à faculdade, onde ela raras vezes tinha encontros e tinha passado mais noites na biblioteca que fora dela.
Depois da graduação tinha conseguido um trabalho como gerente em um centro comercial até que sua avó morreu e lhe deixou o edifício abandonado que agora era sua
loja. E aqui tinha trabalhado cada dia sem falta. Não importa quão doente ou cansada estivesse.
Bride nunca tinha dado um passo ao lado selvagem. Medo e responsabilidade tinham governado sua vida desde o momento de seu nascimento.
E aqui estava ela sentada, abraçando a um completo estranho com seus braços. Um magnífico estranho que tinha sido mais amável com ela que ninguém.
E ela desejava prová-lo. Só para saber uma vez como era em realidade beijar a um homem como este.
Levantando sua cabeça, ela o olhou e tremeu com um desejo profundamente enraizado que ela não compreendia. Mas que sentia que a atravessava.
Não o faça.
Ela sufocou a voz da razão, esticou-se e tirou o amarrador de seu cabelo. Liberado, esses longos fios escuros emolduraram o rosto do paraíso.
O calor de seus olhos verde avelã a queimaram. Ele baixou sua cabeça até que seus lábios se bateram perigosamente perto dos dela, como se pedisse sua permissão.
Sem fôlego, ela fechou a distância e pôs seus lábios contra os dele. Ele grunhiu profundamente em sua garganta como um animal, antes que seu beijo se voltasse faminto,
apaixonado.
Bride estava emocionada e assombrada por sua reação. Nenhum homem, alguma vez, tinha parecido desfrutar beijando-a tanto como este o fazia. Suas mãos fortes sustentavam
sua cabeça enquanto ele violava sua boca como se tivesse sede dela e só dela.
Vane a arrastou para si enquanto o animal dentro dele rugia a vida. Desejava-a com um desespero que chegava a loucura. Ele podia provar sua própria paixão sobre
sua língua. Ouviu o batimento de seu coração acelerando-se por ele.
Sobre tudo, ele podia cheirar seu desejo e ele desejava mais. O animal dentro dele não estaria satisfeito até que a provasse totalmente.
Em seu mundo, o sexo não tinha nenhum significado emocional. Era um ato biológico entre duas criaturas para aliviar a época de cio de uma fêmea e os impulsos de
um macho. Se os dois lobos não eram companheiros, não havia nenhuma possibilidade de engravidar, nem havia forma de transmissão de nenhuma enfermidade sexual entre
eles.
Se Bride fosse de sua raça, ele já a teria nua no piso.
Mas ela não era uma loba.
As fêmeas humanas eram diferentes. Ele nunca tinha feito amor com uma delas e ele não estava certo de como reagiria ela se ele a agarrava do modo que ele agarrava
a uma de suas fêmeas. Sua espécie era muito frágil em comparação.
Com toda honestidade, ele não sabia por que estava tão quente por ela, em realidade. Isto não era normal. Nem uma vez em todos os séculos que ele tinha vivido. havia
sequer alguma vez contemplado recorrer a uma amante humana.
Até esta.
Ele não podia deter-se. Cada instinto que ele possuía exigia que a agarrasse.
Sua alma de lobo desejava prová-la. Desejava senti-la e deixar que sua suavidade aliviasse a solidão que tinha inundado o seu coração nestes meses passados enquanto
ele chorava a sua irmã e irmão.
Só por um instante, ele desejava sentir-se acompanhado outra vez.
Bride tremeu quando Vane abandonou seus lábios e estendeu seus beijos a sua garganta onde ele mordiscou a sensível pele. Suas costeletas rasparam sua pele gentilmente,
fazendo-a arder ainda mais enquanto seus seios se esticavam de necessidade. Deus Santo, ele era tão incrivelmente masculino. Tão incrivelmente quente. E cada lambida
que ele deixava em sua pele fazia que seu estômago se contraísse.
Isto estava tão fora de sua forma de ser. Ela em geral não beijava os homens que conhecia desta forma. Nem pensar ainda mais com um perfeito estranho.
E ainda assim ela não desejava afastá-lo. Por uma vez em sua vida, ela queria algo fora do comum. Profundamente dentro dela, sabia que Vane seria espetacular.
Aterrorizada do que estava a ponto de fazer, ela respirou profundamente e se preparou para uma resistência.
—Faria amor comigo?
Em vez da risada que esperava, ele deixou de mordiscar sua garganta para olhar as janelas abertas de sua loja.
—Não te importa?
O calor explorou através de seu rosto enquanto ela compreendia que la fora estava escuro e qualquer um que passasse pela rua tinha uma visão perfeita dos dois beijando-se
como adolescentes brincalhões.
—Espera - disse ela, escapulindo de seus braços para fechar a porta, e virar a placa de “Aberto” para que mostrasse “Fechado”, e diminuir as luzes.
Ela desejava ter ainda um apartamento para levá-lo, mas talvez isto fosse melhor. Se eles partiam daqui juntos, ela provavelmente se acovardaria, o que não seria
mais inteligente.
Ou ele poderia mudar de idéia.
Não, ela desejava fazer isto. Ela desejava a ele.
Tomando sua mão, lhe conduziu por sua loja, para a porta do quarto dos fundos.
Enquanto ela abria a porta, ele a fez parar.
Bride olhou para trás para vê-lo olhar fixamente o provador que estava a sua direita. Um perverso sorriso zombador atravessou seu rosto.
Caminhando para trás, ele a introduziu no quarto e fechou as cortinas.
—O que está fazendo? —perguntou ela.
Ele tirou sua camiseta, passando-a sobre sua cabeça.
OH, céu querido! Bride não pôde respirar quando teve a primeira visão de seu peito nu. Ela sabia que ele tinha um corpo grandioso, mas isto...
Isto excedia qualquer de seus sonhos. Seus amplos ombros se afiavam em um estômago do tipo tanque de lavar que poderia servir de lavanderia para uma nação inteira.
Esqueça dos seis músculos, este homem tinha oito, e todos se ondulavam cada vez que respirava. Todo seu torso estava ligeiramente coberto por pêlos, fazendo-o parecer
até mais masculino e cru.
Havia várias profundas cicatrizes que se curvavam sobre seu ombro esquerdo e bíceps, e uma que se parecia estranhamente à mordida de algum animal.
Tudo o que ela pôde fazer foi não babar.
Ou desmaiar.
Sério, nenhuma simples mulher mortal deveria estar em presença de alguém tão impressionante e não necessitar oxigênio.
Ele abriu o botão de seu jeans, logo a puxou outra vez a seus braços.
—Não tenha medo - sussurrou ele—. Serei suave.
Mas não era disso do que estava assustada. O que ela temia era sua reação quando ele visse o que parecia nua. Valha-me Deus, ele não tinha um grama de gordura em
seu corpo e ela era uma completa cômoda tamanho dezoito.
Ele ia sair gritando pela porta a qualquer momento.
Em muda, ele se esticou e lhe arrumou o cabelo, acomodando-o sobre seus ombros. Afundando suas mãos nele, atraiu os lábios dela para os seus para assim poder devastar
sua boca outra vez.
Ela gemeu satisfeita. Este homem certamente sabia como usar sua língua para seu proveito. Ela poderia beijar todo o dia.
Bride arrastou suas mãos sobre os magros músculos de seu peito, assombrada pelo bem que sentia. Ela golpeou suavemente as pontas de seus dedos sobre e ao redor dos
endurecidos mamilos masculinos, encantada com profundo gemido que ele emitiu.
Ele se moveu para desabotoar seu vestido.
—Está mais escuro no quarto de trás - disse ela.
—Por que quereria mais escuridão?
Ela encolheu os ombros. Taylor sempre insistia na escuridão absoluta cada vez que eles faziam amor.
Ela tremeu enquanto ele desabotoava seu vestido e o deixava cair ao piso, esperando que se afastasse.
Ele não o fez. Porém brilhava esse quente e faminto olhar enquanto a olhava fixamente em sua roupa íntima. Graças a Deus, ambas combinavam e não eram das mais velhas.
Vane nunca tinha estado mais incerto de si mesmo do que estava neste momento. Ele pegou seu rosto em suas mãos e a beijou com cuidado, com medo de lhe fazer algum
dano. Desde que tinha alcançado a puberdade, ele tinha ouvido histórias de lobos que tinham matado a companheiras humanas acidentalmente enquanto se juntavam com
elas.
Os ossos humanos careciam da densidade dos de sua espécie. Sua pele se machucava muito mais facilmente.
Com cuidado, ele pressionou as costas dela contra a parede para poder sentir cada centímetro de suas exuberantes curvas contra sua dureza. O aroma de seu perfume
e de sua pele o embriagou. Era tudo o que podia fazer para não uivar de triunfo.
Ele mordiscou um caminho desde sua delicada boca, descendo por sua mandíbula, enquanto soltava seu sutiã. Ouviu sua aguda inspiração quando seus seios foram liberados.
Eles eram uma exuberante recompensa. Pálidos e inchados, transbordavam de suas mãos. Ele nunca tinha visto nada mais formoso. Ela enlaçou suas mãos em seu cabelo
enquanto ele baixava sua cabeça para chupá-los.
Fechando seus olhos, ele gemeu de prazer enquanto arrastava sua língua ao redor de seu franzido mamilo.
Ele não havia tocado a uma fêmea em quase um ano, era um recorde para ele. Mas desde a noite que sua irmã tinha morrido, sua vida tinha ido de mal a pior e não houve
ninguém que lhe chamasse a atenção.
Por não mencionar que as lembranças de Bride, da vez que a tinha visto na praça, tinham-no atormentado. Fantasias a meia-noite, dele tomando-a em cada posição conhecida.
Dele explorando cada centímetro de seu suculento corpo.
Ele tinha passado horas amaldiçoando-se por não deixar Sunshine com suas coisas e sair atrás dessa mulher.
Proteger a Sunshine havia custado tudo, e para que? Para a felicidade de um maldito Dark Hunter?
Nenhum bom ato fica impune.
Esse era o refrão favorito do Fury. Um lobo falso, Fury era tão pouco confiável e egoísta como qualquer, mas havia vezes que o lobo era incrivelmente astuto.
Mas agora, enquanto Vane sustentava a Bride em seus braços e sentia seu corpo suave, terno contra o seu, ele sentia um estranho sentido de consolo que o tinha evitado
todos estes meses passados.
Isto não apagava a dor que ele sentiu pela perda de seus irmãos, mas o aliviava.
E isso a fazia inapreciável para ele.
Bride não podia pensar claramente enquanto ela olhava ao Vane saboreando seus seios. Ele se via como se estivesse provando a divindade. Seu corpo ardia em suntuoso
desejo. Ele era espetacular.
Seus olhos estavam cobertos e escuros. Ela olhou fixamente suas costas no espelho e se perguntou pelas cicatrizes que danificavam sua carne lisa e bronzeada. Tocou
de leve sobre elas enquanto ele se movia de seu seio direito ao esquerdo.
O que lhe tinha passado para lhe causar tantas cicatrizes? Ela nunca tinha visto nada como isso. Algumas cicatrizes eram obviamente sinais de garras e mordidas que
pareciam ter sido provocadas por alguma espécie de animal selvagem. Uma em particular era profunda e grande. Descia de sua omoplata, até a parte superior de seu
braço.
Havia algo tão mortífero sobre ele e, entretanto a sustentava de uma forma tão terna. Ele passou sua mão descendo por seu estômago, deixando um rastro ardente sobre
sua pele.
Com os olhos entreabertos, ela viu no espelho enquanto ele introduzia sua bronzeada mão sob o elástico de sua negra calcinha e a tocava intimamente.
Bride gemeu ante a sensação de seus compridos e estreitos dedos separando as sensíveis dobras de seu corpo para que ele pudesse acariciá-la. Ao ver sua mão tocando
ali, pelo espelho, enquanto ele com cuidado afundava seus dedos profundamente dentro dela.
Ela gemeu ao vê-lo e senti-lo.
Era tão estranho ser capaz de vê-lo de tantos ângulos diferentes. Ver-se sendo amada por ele.
Ela deveria estar envergonhada, mas não estava. Nem sequer se sentia tímida. Inclusive, sentia-se estranhamente poderosa por isso.
Um homem como este tão faminto por ela.
Era inimaginável.
Vane beijou o caminho para seu estômago. Movendo sua mão, ele em realidade tirou sua roupa íntima com seus dentes. Tirou as sandálias, tomando um tempo para esfregar
as curvas de seus pés antes que subisse para seu ombro.
Ele se agachou no chão diante dela, elevando a visão com um quente, devorador e intenso olhar. Ele ainda levava seu jeans e botas enquanto que ela estava completamente
nua.
Vane não podia respirar enquanto a olhava. Havia ainda um pouco de medo nela, mas estava escurecido por seu desejo.
Ele desejava puxá-la para ele rudemente e tomá-la como o animal que era. Ele desejava lhe mostrar como sua raça se unia, com saciedade e com predominância.
Mas ele não queria assustá-la. Sobre tudo, ele não queria lhe fazer dano algum.
Ela era tão vulnerável.
Uma loba tomaria forma humana para o ato sexual. Caminharia de maneira sedutora ao redor dos machos disponíveis, voltando-os loucos de luxúria até que eles estivessem
preparados a matarem-se uns aos outros para tê-la.
Às vezes eles o faziam.
Havia sempre uma batalha pela fêmea. Então ela escolheria qualquer dos que machos a tivesse impressionado com sua beleza e habilidade. Em geral era o vencedor quem
se juntava com ela, mas não sempre. A primeira amante de Vane o tinha reclamado ainda quando ele perdeu a luta, por que tinha gostado da paixão que ele tinha mostrado
tentando ganhá-la.
Uma vez que escolhia, a loba tirava a roupa e se oferecia a seu campeão. O macho tomaria e passaria o resto da noite lhe demonstrando quanta resistência e poder
tinha. A fêmea passaria a noite provando-o. Ela tentaria escapar e resistir e era o dever do macho assegurar-se que ela não o fizesse. Se ele se cansasse antes da
manhã, ou antes, que estivesse totalmente saciada, outro macho seria convocado.
Era a pior vergonha não satisfazer a uma loba, e ter que chamar um segundo.
Vane nunca ficara envergonhado.
E ele nunca tinha tomado a uma mulher como Bride. Uma que não lhe mordia nem lhe arranhava desejando que a satisfizesse. Algo dentro dele despertou ante a raridade
disto.
A doçura.
Em uma vida onde a violência e as sangrentas guerras pelo território eram abundantes, era agradável ter uma pausa. O contato de uma amante sensível.
O lado humano dele ansiava isto.
Ansiava.
Bride mordeu seu lábio inferior enquanto Vane separava com um cotovelo suas pernas. Seu fôlego lhe queimava as coxas. Ele fechou seus olhos e pôs sua cabeça contra
a coxa dela como se simplesmente saboreasse estar com ela. A ternura dessa ação de um nó na garganta dela.
Ela deslizou seus dedos por sua barbuda bochecha, deixando que o toque firme a excitasse ainda mais. Ele a beliscou com seus dedos movendo-os rapidamente.
Ela sorriu até que ele com os cotovelos lhe separou mais as pernas e tomou com a boca. Bride gritou de prazer enquanto suas pernas se debilitavam.
Foi tudo o que pôde fazer para não cair. Ele a devorava. Não havia nenhuma outra palavra para isso. Ele a lambeu e provocou até que a cabeça lhe deu voltas, e quando
gozou para ele, foi algo poderoso e profundo. Bride gritou enquanto seu corpo se convulsionava sob o contato dele.
Vane grunhiu ante o som de seu prazer, ante seu sabor. Como todos os machos de sua espécie, ele se sentiu orgulhoso por seu orgasmo. Não havia nada mais doce que
ouvir os gemidos de uma amante culminando. Nada mais doce que saber que, como macho, podia satisfazer à fêmea.
Ele beijou seu corpo devagar e foi subindo até seu pescoço e de novo baixando até seus pés. Ela o olhou com o temor resplandecendo brilhante nas profundidades de
seus olhos âmbar. Ele tomou sua mão e a conduziu a sua palpitante ereção.
Bride suspirou enquanto afundava sua mão profundamente nas calças dele. Seus curtos e frisados pêlos, jogaram com seus dedos enquanto encontrava o que ela procurava.
Ele grunhiu profundamente em sua garganta como um animal selvagem enquanto ela envolvia a dura longitude dele. O homem era enorme e ele já estava úmido e preparado.
Tomou a cara dela entre suas mãos, beijou-a apaixonadamente enquanto ela o acariciava. O corpo dela tremia com ardor ao pensar em ter seu duro pênis dentro dela
Ele se separou dela, tirando rapidamente suas botas. Bride conteve seu fôlego enquanto ele agarrava o fecho e o baixava.
Ela o olhou em um atordoamento entre apaixonado e paralisado enquanto deslizava suas calças para baixo e tinha a primeira visão dele em toda sua glória.
Não tinha roupa íntima!
Não havia nada mais sexy que um homem que se atrevia a não levar nada sob sua roupa. Por outra parte, não havia nada mais sexy que o homem diante dela.
Ele era atrevido e admirável. Selvagem. E a fazia tremer de um modo incontrolável.
Atirando suas calças em um canto, ele a afastou da parede. Bride estava agradecida que seu provador fosse maior. Este tinha sido desenhado para dar capacidade a
mulheres com carrinhos de bebê ou meninos. E este lhes dava muito espaço para manobrar.
Vane se moveu, aproximando-se de suas costas. Olhou-lhe fixamente no espelho. Ele era um homem completamente mais alto que ela e o faminto sorriso em seu rosto se
desfez.
—É tão formosa - disse ele, sua voz profunda e faminta.
Ela nunca havia se sentido assim. Normalmente, evitava olhar-se em espelhos. Mas havia algo terrivelmente erótico na imagem dos dois refletidos nas três paredes
espelhadas.
Ele apartou o cabelo do pescoço dela, logo mordiscou a sensível pele ali, deslizando sua língua ao redor das contas do colar.
Suas mãos se cavaram em seus seios antes que ele arrastasse uma delas ao triângulo de pêlo castanho escuro entre suas pernas.
De algum modo, ele os baixou devagar, num uníssono, ao piso. Ela não estava realmente segura de como tinha feito para não romper sua união. O homem era incrivelmente
forte. Ela se recostou contra ele, seu corpo estava quente e excitante. Masculino.
A língua dele percorreu sua orelha, logo a afundou profundamente ao mesmo tempo em que a penetrava por trás. Bride gritou ante o prazer de senti-lo preenchendo-a.
Ele levantou sua cabeça para poder olhar seu rosto enquanto se empurrava ainda mais profundamente.
Bride não podia falar ou pensar enquanto o prazer a afligia. Tudo o que ela podia fazer era olhá-lo lhe fazer amor. Olhar a mão dele lhe agradando ao compasso de
suas poderosas investidas.
Vane grunhiu outra vez ao senti-la molhada, lhe dando boas-vindas a seu corpo. Seu corpo era muito mais suave que o de uma loba. Nascidas lutadoras, elas tinham
duros e resistentes músculos. Uma loba tentaria mordê-lo. Ela agarraria seu braço, exigindo que lhe desse mais satisfação. Exigindo que se movesse mais rápido e
mais duramente até que ela acabasse outra vez.
Mas não Bride.
Ela não fazia nenhuma exigência enquanto ele tomava seu tempo, com golpes lentos e simples. Ela não tentou resistir. Em muda, recostou-se contra seu peito e fazia
os mais incríveis sons de prazer com cada golpe que seu corpo lhe dava ao dela. Rendeu-se completamente a ele.
A confiança que ela teria que ter para fazê-lo...
Ele nunca conheceu nada como isso.
Ele tinha passado tantos meses sonhando como seria em seus braços. Agora sabia.
Ela era divina. Ela se esticou por sobre sua cabeça para afundar sua mão no cabelo dele para poder mantê-lo perto.
—OH, Vane - suspirou, esfregando sua bochecha contra a sua.
Ele sentiu que sua vontade crescia enquanto beijava a bochecha dela e acelerava o movimento de seus dedos. Ela se sacudiu e gemeu em resposta. Ele se sentiu voltar-se
ainda maior. O lobo nele grunhiu de satisfação.
Uivou ao sentir seu quente e molhado corpo envolvendo o seu. E como sempre, isto fez que seus poderes mágicos surgissem. O sexo sempre carregava a sua espécie, fazendo-os
mais fortes.
Mais perigosos.
Ela cobriu a mão dele com a sua. A visão dela estendida enquanto ele empurrava fez que seu coração pulsasse ainda mais duramente. Seus poderes tremeram por seu corpo,
provocando e dançando até deixá-lo em carne viva.
Bride não podia respirar ante a intensidade de seu prazer. Este era o encontro mais incrível de sua vida. Ele estava tão grosso e duro dentro dela. Tão dominante.
E de uma maneira bastante estranha, ele parecia como se ficasse cada vez maior. Ele a preenchia completamente, mas isso não a incomodava em absoluto.
E quando ela gozou desta vez, foi até mais magnífico que a anterior. Ela gritou com tal satisfação que a fez ficar rouca. Débil. Seu corpo se sacudia de modo incontrolável
enquanto ele seguia lhe dando inclusive mais.
—Isso, bebê - lhe sussurrou ele—. Goza para mim.
E ela o fez. Em uma forma em que nunca tinha conseguido antes. Isto era tão primitivo e poderoso que ela não estava segura de como tinha sobrevivido. OH piedade!
Como algo isto podia ser tão maravilhoso?
Cada investida que ele continuava lhe dando, a fazia voltar a ter um orgasmo. Fazia todo seu corpo sensível. Este tinha que ser o clímax mais comprido de sua vida!
Vane manteve um firme agarre sobre ela enquanto sentia que seu próprio prazer aumentava. Ele acelerou suas investidas ao aproximar-se do topo.
Bride girou seu rosto para a dele e depositou o beijo mais doce imaginável sobre seus lábios. Isto lhe enviou diretamente ao extremo.
Ele a envolveu em seus braços enquanto se liberava profundamente dentro de seu corpo. A diferença de um humano, ele não terminaria rapidamente com isto. Seu orgasmo
duraria durante vários minutos.
Sustentando-a apertadamente, ele usou seus poderes para aumentar o prazer dela e ocultar o tempo que ele ficou dentro dela enquanto seu corpo terminava. Ele apoiou
sua cabeça contra seu pescoço e somente se deleitou em seu aroma. Deleitando-se dentro dela.
Ele se enterrou profundamente, então com cuidado a balançou em seus braços enquanto que sua liberação e uma infundada sensação de paz se derramassem por ele.
Vane não podia tirar seus olhos de Bride enquanto seu corpo finalmente se relaxava. Lentamente. Placidamente.
Ele a sustentou em sua cintura e viu o leve sorriso que ainda se abatia sobre as comissuras dos lábios dela. Esta mulher era uma deusa. Pura e simples. Viçosa e
plena, ela era tudo que um homem alguma vez poderia desejar.
—Isto foi incrível - sussurrou ela, estirando-se para deslizar seus dedos ao longo da mandíbula dele.
—Sim, foi - suspirou ele brandamente, ainda assombrado pelo que tinha sentido dentro de uma fêmea humana.
Talvez Acheron tivesse tido razão depois de tudo. Talvez houvesse mais de humano nele do que pensava. Essa era a única razão em que podia pensar de por que se sentia
deste modo agora.
O telefone soou fora do provador.
Ela saltou em seus braços, logo olhou seu relógio de pulso.
—OH não - suspirou ela—. Essa é provavelmente Tabitha. Quer que me encontre com ela e sua irmã para jantar esta noite.
Vane suspirou. Por alguma razão que não podia dizer, não queria deixá-la ir. Não queria que ela se separasse de seu lado.
Se ela fosse uma de sua raça, ela não pensaria em deixá-lo até o amanhecer.
Mas ela não o era.
E o desejo de ficar aí era louco. Ele era um lobo sob sentença de morte e ela era uma humana.
O que eles tinham compartilhado tinha sido excepcional, mas este era o momento de tirá-la de seus pensamentos.
Para sempre.
Beijando sua bochecha, ele se retirou dela e começou a vestir-se.
Bride se sentiu um pouco incômoda enquanto Vane lhe dava sua roupa. Não lhe pediu seu número de telefone ou algo mais enquanto colocava suas calças e botas.
Ele lamentava o que tinham feito?
Ela queria lhe pedir seu número, mas seu orgulho não a deixaria. Talvez estivesse sendo estúpida, mas dadas as ações de Taylor, não queria arriscar-se a sofrer outro
machucado em seu ego esta noite.
Vane lhe fechou o vestido, logo colocou sua camiseta sobre a cabeça.
— Seu carro esta perto? —perguntou ele.
—Está estacionado la atrás, mas vou caminhar até o restaurante. Está a só umas poucas ruas de distância.
Penteou-lhe o cabelo com seus dedos. Havia um ar de repentina tristeza nele.
—Você gostaria que eu caminhasse com você?
Ela assentiu.
Ele segurou a cortina aberta para ela. Ela a esquivou e deu volta para olhar como ele colocava sua camiseta em seu jeans. Ele passou a mão pelo cabelo para colocá-lo
de novo em seu lugar.
Toda a alegria se foi dele agora. Havia algo quase predatório nele.
Ele foi esperar la fora enquanto ela ligava o alarme e fechava a porta.
Ela se sentiu ainda mais feia enquanto tratava de lhe sorrir ao sair da loja. O ar estava um pouco fresco, mas ele não parecia notá-lo. Passou-lhe um braço ao redor
de seus ombros enquanto se dirigiam para o restaurante favorito da Tabitha, a Acme Oyster House.
Eles não falaram enquanto caminharam. Bride queria, mas o que lhe dizia uma mulher a um homem que acabava de lhe dar o melhor sexo de sua vida?


Um homem que ela não conhecia.
Um homem ao que ela muito provavelmente nunca veria outra vez.
Ah, como odiou isso. Esta era a primeira vez em sua vida que tinha tido uma relação de uma só noite. Mas era desconcertante ter estado tão intimamente com um completo
desconhecido.
Ele foi reduzindo a velocidade à medida que se aproximavam do restaurante.
Bride jogou uma olhada na grande janela grafite. Ela tinha tido razão, seus amigas estavam já ali e viu que Tabitha marcava um telefone celular. Sem dúvida Tabitha
tinha sido quem tinha chamado, e se Bride não entrasse logo, ela começaria a preocupar-se.
—Bem - disse ela, separando-se de Vane—. Suponho que é aqui onde dizemos adeus.
Ele assentiu e lhe ofereceu um amável sorriso.
—Obrigado, Bride.
—Não - disse ela, tocando o colar que lhe tinha dado—. Eu que agradeço.
Ele beijou sua mão, voltou-se, colocou suas mãos dentro de seus bolsos, e andou devagar rua abaixo para o Bourbon Street. Com seu coração pesado, ela olhou esse
terrivelmente masculino rebolado.
— Bride?
Ela deu volta para ver que Mina Devereaux estava de pé na entrada aberta.
—Está bem? —perguntou.
Assentindo, Bride obrigou-se a entrar. Mina a conduziu a uma mesa perto da janela onde sua irmã, Tabitha, estava sentada.
—Ei!, Bride - disse Tabitha a modo de saudação enquanto desempacotava uma bolacha—. Está bem? Parece um pouco distraída.
—Não sei - disse Bride enquanto tomava assento frente à Tabitha—. Tive o dia mais estranho de minha vida e penso que pude acabar de cometer o maior engano de todos
os tempos.
Só que não estava segura se o engano tinha sido deitar-se com alguém a quem ela não conhecia ou tê-lo deixado ir.

CAPITULO 2

Com o coração pesado pelo remorso, Vane caminhou pelo French Quarter por volta do 688 da Avenida Ursulinas onde o bar O Santuário se erguia na esquina. O edifício
de tijolos vermelhos tinha as típicas portas de um salão do velho oeste com um pôster que tinha a silhueta de uma motocicleta recortada contra uma lua cheia sobre
uma colina.
Uma atração turística, o bar de motociclistas estava lotado como sempre por aldeãos e turistas. Havia já várias motocicletas alinhadas sobre a calçada que pertenciam
a uma banda de motociclistas locais que chamavam a si mesmos os Cães do Vieux-Doo. A primeira vez que tinha visto os rudes motociclistas entrarem no edifício, Vane
tinha rido. Os motociclistas humanos não tinham nem idéia que O Santuário não era um lugar para eles. Este era um dos estranhos refúgios para os do seu tipo.
Em todo mundo e em vários períodos de tempo, certas famílias de Were-Hunters tinham estabelecido lugares como este onde os membros Katagaria podiam ocultar-se enquanto
escapavam de seus inimigos. Mas de todos os refúgios para animais conhecidos, O Santuário de Mamãe Peltier era o mais respeitado e renomado. Sobre tudo porque o
seu era um dos poucos estabelecimentos que davam boas vindas aos Dark Hunters, Apolitas, Daimons, e deuses por igual. Tanto que viesse em paz, permitiriam partir
com todas as partes de seu corpo intactas.
Assim o lema do Santuário era: Não me morda e não te morderei.
Qualquer um que violasse essa regra rapidamente era sacrificado por um dos onze filhos de Mamãe Peltier ou seu excepcionalmente grande companheiro. Era um fato conhecido
que Papai Urso Peltier não brincava com ninguém salvo Mamãe Ursa.
Embora Mamãe e seus moços fossem ursos em sua forma natural, eles davam boas vindas a tudo os ramos de Katagaria: leões, tigres, falcões e lobos. Não havia um só
grupo conhecido que ao menos não tivesse um membro que se ocultasse aí.
Demônios havia até um drakos, e em geral os dragões poucas vezes faziam do século vinte e um seu lar. Devido a seu tamanho, os dragões tinham uma tendência a viver
em suas vidas passadas onde uma pequena população humana e campos abertos eram mais certos para eles ocultarem-se.
Os Peltiers até tinham um Sentinela Arcadiano quem cuidava do lugar e esta era a maior façanha de todas. Os Arcadianos eram Were-Hunters que tinham corações humanos
e eles eram inimigos mortais dos Katagaria, quem tinha corações de animal. De fato, as duas espécies tinham estado em guerra uma com a outra durante milhares de
anos.
Os Arcadianos eram supostamente a origem mais amável do tipo da raça de Vane, mas sua experiência lhe dizia que isto era fazer ilusões de sua parte. Ele confiaria
mais facilmente em um Katagaria com um coração de animal que em um Arcadiano com um coração humano, qualquer dia.
Ao menos os animais lhe atacavam abertamente. Eles não eram nem de perto, tão traidores como um humano.
Mas ao fim e ao cabo, nenhuma fêmea Katagaria tampouco o tinha abraçado do modo em que o tinha feito Bride. Nenhuma, jamais, tinha-o feito sentir tão estranhamente
protetor que a única coisa que queria fazer era voltar para o restaurante onde a tinha deixado, tomá-la em seus braços e a levá-la para casa com ele.
Isto não tinha nenhum sentido.
Ele cruzou pelas portas do bar para encontrar ao Dev Peltier sentando sobre um alto banco na entrada. Dev era um dos quadrigêmeos de Mamãe Ursa. Embora eles parecessem
idênticos, cada um dos quadrigêmeos tinha uma personalidade e porte muito distinto.
Dev era fácil de levar e lento para se zangar. Ele exalava um ar de poderosa graça e se movia metodicamente como a maior parte dos ursos, como se tivesse todo o
tempo do mundo. Mas Vane sabia que o urso podia ser tão condenadamente rápido para mover-se como qualquer lobo. A primeira vez que ele tinha visto o Dev arremeter
contra seu irmão menor Serre em um jogo de luta, ele tinha desenvolvido um saudável respeito pelas habilidades do urso.
Esta noite, Dev levava uma camiseta negra que apenas cobria a marca do arco da Artemisa sobre seus bíceps que tinha como advertência aos Daimons e os Apolitas que
ocasionalmente se aventuravam dentro do bar. Ele brincava pôquer com o Rudy, um dos empregados humanos que não tinha nenhuma idéia que a metade da “gente” no bar
era realmente animais que andavam em duas pernas.
Rudy tinha o mal cuidado cabelo negro recolhido em um rabo-de-cavalo, e um rosto áspero que mostrava cada sinal de quão dura tinha sido sua vida de ex-estelionatário.
Ele tinha uma barba negra muito junta e cada polegada de pele exposta estava coberta de uma espécie de tatuagem colorida.
O homem era realmente imundo e, a diferença dos Were-Hunters quem fez desse lugar sua casa, ele não era atrativo. De fato, esse era o modo mais fácil de diferenciar
aos humanos dos animais. Já que a raça de Vane valorizava a beleza acima de todo o resto, era estranho encontrar a um Were-Hunter pouco atrativo.
Como seus irmãos, o encaracolado cabelo loiro do Dev caía de qualquer maneira por suas costas. Como sempre, levava solto. Ele usava um par de jeans justos, descoloridos
e botas negras.
Dev o saudou com uma inclinação de cabeça.
—Hei! Lobo, está bem?
Vane deu de ombros enquanto se aproximava deles.
—Só cansado.
—Talvez devesse descansar um pouco lá em casa - disse Dev enquanto tomava duas cartas mais.
A Casa Peltier estava junto ao bar. Era ali onde eles podiam assumir suas formas de animal sem medo de ser descobertos. Os Peltiers tinham mais sistemas de alarmes
que Fort Knox e ao menos dois membros da família estavam de guarda em todo momento contra qualquer intruso, humano ou de outra classe.
—Está bem - disse Vane—. Ele ganhava seu sustento e o do Fang. A última coisa que queria é que alguém pudesse acusá-lo de receber caridade do clã Urso, então ele
trabalhava uma média de dez horas por dia, todo dia, para os Peltiers. —Disse a Nicolette que substituiria a Cherise na cozinha esta noite.
—Sim - disse Rudy enquanto dava uma tragada em seu cigarro, logo acomodou suas cartas—. Cherise morre para ir para casa cedo. Nick vai levá-la ao Antoine por ser
seu aniversário.
Vane tinha esquecido isso dos aniversários humanos. Por alguma razão, eram especiais para a raça. Provavelmente porque tinham tão poucos deles.
Vane se desculpou e se dirigiu para a cortina da cozinha. Ele passou pelas mesas onde Wren, um estranho leopardo branco Katagaria, estava limpando. Marvin o macaco
(o único animal no Santuário que não podia adotar a forma humana) estava sentado sobre o ombro do leopardo e sustentava o loiro cabelo de Wren.
Esses dois tinham uma estranha relação. Como Vane e Fang, Wren tinha vindo ao Peltiers como um exilado. Ele se mantinha reservado e poucas vezes falava com algum
outro que não fosse Marvin. Ainda assim, havia algo mortal nos olhos do leopardo que dizia a todo mundo que o deixassem sozinho se valorizavam suas vidas.
Wren olhou enquanto Vane passava pelas mesas que estava limpando, mas não disse nada.
—Hei! Vane! —disse Cherise Gautier, seu rosto se iluminou quando o viu. Ela era uma formosa mulher loira nos começos dos quarenta anos. Seu sorriso sempre preparado
e um bom coração poderiam persuadir a quase todo mundo—. Está bem, carinho? Parece cansado.
Ainda o assombrava quão intuitiva era Cherise para ser uma humana. Vane levantou a parte traseira da cortina da cozinha e entrou na área de servir.
—Estou bem - disse ele, mesmo que não sentisse assim.
Sentia-se como se algo lhe faltasse. Como se devesse voltar para Bride.
Quão estúpido isso era?
—Está certo? —perguntou ela.
Ele podia sentir sua preocupação. E isto o fez sentir extremamente incômodo. Ninguém que não fora seu irmão e ou sua irmã jamais tinham dado nada por ele.
Cherise era uma humana estranha.
Ela atirou a toalha branca com a que tinha estado limpando a cozinha sobre seu ombro.
—Sabe, meu filho é de sua idade.
Vane lutou contra o impulso de rir disto. Nick Gautier tinha vinte e seis anos, em anos humanos, enquanto que Vane tinha quatrocentos e sessenta anos. Mas certamente,
Cherise não tinha nem idéia da verdadeira idade de Vane. Tudo o que ela sabia era que seu filho trabalhava para os Dark-Hunters, quem eram todos imortais caçadores
de vampiros.
—E sei como vocês, rapazes, descuidam-se. Tem que te cuidar mais, carinho. Juro que não tiveste um dia livre desde que Mamãe te contratou. Por que não pega uma noite
por uma vez e vai ter um pouco de diversão?
—Está bem - disse ele tranqüilamente enquanto tomava a toalha do ombro dela— Além disso, Rudy disse que estava de aniversário.
Lançou-lhe uma framboesa.
—Sou muito velha para aniversário. Eu preferiria ver-te desfrutar de sua juventude enquanto ainda a tem.
—Sim - disse Kyle Peltier, o mais jovem dos ursos, enquanto se juntava com eles vindo do quarto traseiro com uma grande bandeja de copos limpos. Da idade do Nick,
Kyle estava apenas fora da puberdade já que os Were-Hunters não maduravam até seus vinte anos—. Por que não desfruta dos seis segundos que ficam de sua juventude,
Vane?
Vane lhe deu as costas, logo empurrou a Cherise à cortina
—Vai para casa, Cherise.
—Mas...
—Vai - grunhiu Vane—, e tenha um bom aniversário.
Ela suspirou logo lhe pegou o braço
— Bem - ela agarrou seu suéter e as cortinas da entrada.
—Lançarei você daqui - disse Kyle, levantando uma parte da cortina para que ela pudesse sair.
—Obrigado.
Vane começou a tirar os copos da bandeja e a guardá-los em seu lugar enquanto Kyle foi ajudar ao Wren com as mesas.
Colt Theodorakopolus perambulou até a entrada. O Ursulan Arcadiano se deteve à altura de Vane, quem sentiu uma imediata aversão pelo Were-urso. Embora, para ser
sincero, Colt parecia bastante decente. O companheiro de sua mãe tinha sido assassinado enquanto sua mãe estava grávida dele. Ao saber que ela morreria assim que
seu filhote nascesse ela tinha vindo ao Santuário e tinha pedido que os Peltiers criassem seu filho por ela.
Por isso sabia Vane, Colt nunca havia se sentido um membro dos Ursos Arcadianos. Como Sentinela, Colt deveria ter um lado de seu rosto coberta pelas estranhas marcas
geométricas que apareciam como marcas de nascimento dos sentinelas quando alcançavam a maturidade. Mas Colt, como muitos Sentinelas que viviam fora de seus clãs
ou em isolamento, decidiu ocultar com o seus poderes.
Ninguém sabia quão poderoso era Colt até que se cruzava com ele. Então era muito tarde.
Um Sentinela que se oculta era a coisa mais perigosa.
A diferença de outros ursos, Colt tinha o cabelo curto negro e com um notavelmente bem definido corte.
—Me dê um uísque — disse Colt ao Vane— E mantém o cabelo humano.
Vane assentiu ante a frase que significava que Colt queria o licor que embriagava completamente a um humano com um só gole. Já que sua espécie tinha um metabolismo
mais alto, eles podiam dirigir muito melhor o álcool.
Serviu-lhe uma medida grande no copo, logo o colocou sobre o balcão diante do Colt. No instante que retirava sua mão, sentiu uma estranha sensação de queimadura.
Chiando, Vane soprou sobre sua palma. Ele se moveu para um dos abajures do balcão para ver o que havia feito.
Enquanto olhava, um confuso e estranho desenho se gravava em sua pele.
— OH merda — suspirou enquanto via como tomava forma.
Colt se agachou sob o balcão e passou para trás dele. Sua mandíbula se afrouxou.
—Está acasalando? —perguntou-lhe ele incrédulo—. Quem é a afortunada loba?
Vane não podia respirar enquanto via a marca. Como podia ser isto?
—Isto é impossível.
Colt riu.
—Sim, claro, grunhiu como Serro quando se juntou. Confia em mim, isto acontece aos melhores de nós.
—Não — disse Vane, encontrando o olhar do urso—. Ela é humana. Sou um lobo. Não posso me juntar a uma humana. Isso não é possível.
A cor desapareceu da cara do Colt enquanto o completo impacto da situação de Vane o golpeava.
—Você, bastardo desafortunado. Não é usual que os Arcadianos se juntem com uma humana, mas acontece.
—Não sou Arcadiano - grunhiu Vane. Não havia nada humano nele. Nada.
Colt tomou sua mão e a sustentou até ver a linha na mão de Vane.
—Argumenta com isto tudo o que queira. Mas enfrenta-o, Vane. Suas três semanas estão correndo. Ou reclama à humana ou viverá o resto de sua vida sem voltar a sentir
jamais o contato de outra fêmea.
***********************
—Ho! —gritou Bride gritou enquanto sua mão começava a queimar. Ela a pressionou contra seu copo com água.
—O que te passa? —perguntou Mina, enquanto escolhia outra ostra para comer.
—Não sei - disse Bride—. Minha mão, só começou a doer.
Tabitha tocou o prato de Bride.
—Não está quente. Cortou-te a mão com uma concha de ostra?
—Não - disse Bride, estendendo sua mão para olhá-la. Havia um formoso desenho sobre sua palma. Este recordava a um antigo desenho grego. —Que diabos?
Mina franziu o cenho enquanto o olhava.
—Fez-te uma tatuagem com tinta?
—Não. Não fiz nada. Juro. Isto não estava ali faz cinco segundos.
Tabitha se inclinou para olhá-lo.
—Que estranho - disse—. E vindo de mim, significa algo.
Isso era verdadeiramente certo. Tabitha Devereaux era o epítome do estranho.
—Você nunca viu nada como isto? —perguntou Bride a Tabitha.
—Não. Talvez todas estejamos alucinando. Talvez isto se pareça com a teoria do Platão e não há nada ali, a não ser a pele. Talvez nós somente vejamos o que queremos
ver.
Mina soprou enquanto vertia o molho picante sobre sua ostra.
— Só porque vive em um estado de loucura constante, Tabby, não significa que o resto de nós o faça.
Bride riu delas.
Ela seguiu o riscou do desenho sobre sua palma e se perguntou como tinha chegado aí.
Colt dirigiu ao Vane um olhar duro. —Olhe, sei que não pode me suportar. Mas te substituo. Vá ver sua mulher e te cobrirei aqui no balcão.
—Não preciso que...
—Deixa de ser tão condenadamente obstinado - disse Colt com os dentes apertados—. Têm uma companheira aí, Vane, e seja Arcadiano ou Katagaria, conhece a única lei
que governa a todos. A segurança de sua companheira está por cima de todo o resto.
Colt tinha razão e Vane sabia. O animal dentro dele já necessitava da metade humana. Esta queria a sua companheira. Essa a exigia.
Normalmente sua parte humana e animal coexistiam em um delicado equilibro. Os hormônios e a tensão facilmente poderiam perturbar esse equilíbrio, e então ele se
voltaria realmente perigoso. Se o animal tomava o controle dele.
Muitos dos de sua classe, tanto machos como fêmeas, perdiam-se naquela metade animal. Incapazes de dirigi-lo voltavam-se loucos por ela e se faziam desumanos assassinos
que matavam ao que lhes cruzasse. Esta era similar a uma infecção de raiva e não havia nenhuma cura para isso.
Era por isso que os Arcadianos tinham Sentinelas. Seu trabalho era rastrear e matar aos que não podiam controlar sua alma animal. Assassinos. Certamente, os Arcadianos
em geral eram bem mais liberais aplicando o término “Assassino” a um dos seus. Era suficiente que qualquer Katagaria cruzasse por seu caminho para ser classificado
como um assassino com ou sem evidência.
—Vamos, Vane - disse Colt, impulsionando-o para a porta.
O urso tinha razão. Era inútil lutar contra sua natureza. Esta era uma batalha que ele nunca poderia ganhar.
Deu ao Colt a toalha e rapidamente abandonou o balcão.
Fora na rua, Vane se assegurou que ninguém pudesse vê-lo e logo se vislumbrou, tomando a forma de lobo. A diferença de seu irmão, era um lobo completamente branco.
Ele também era maior, pesando ao redor de uns setenta quilos.
Era por isso que seus companheiros de manada lhe tinham temido mais em seu estado animal. Tão poderosos como eram, ele era mais. E ele não respeitava as hierarquias
como os outros faziam.
Ele poderia ser um animal, mas ao final do dia, ainda quando o negasse, tinha o suficiente de humano nele para resistir seguir a qualquer um docilmente.
Ele tinha nascido alfa e todo mundo ao redor dele sabia.
Vane correu a grande velocidade pelas ruas de Nova Orleans, cuidando de manter-se nas sombras da escura noite. Tinha aprendido fazia muito, que as pessoas tinham
uma tendência a distingui-lo como um cão grande se o viam, mas de todos os modos quão último precisava era a um homem de canil atrás dele.
Ele tinha uma longa história de encontros com o controle animal. Nenhum dos quais tinham sido bons para os humanos.
Não levou muito tempo retornar ao Iberville e ao Acme Oyster House onde tinha deixado a Bride. Elevando-se sobre suas patas traseiras para ficar de pé contra o vidro,
ele olhou atentamente dentro para vê-la sentada com outras duas mulheres.
Uma tinha o cabelo castanho escuro e uma cicatriz desigual a um lado de seu rosto. Se não fosse pela horrorosa marca, teria sido excepcionalmente atraente. A outra
era uma morena muito bonita com a que compartilhava expressões semelhantes.
Entretanto, nenhuma das magras mulheres lhe chamou a atenção.
Só Bride o fez. A imagem dela o comoveu intensamente, lhe fazendo doer de necessidade. Ela podia alegar ser humano, mas havia mais magia em seu sorriso que a que
toda sua manada de lobos possuía.
Ela era absolutamente sedutora e aqueles lábios fizeram as coisas mais assombrosas a seu corpo.
A seu coração...
As três mulheres falavam e riam enquanto terminavam uma fonte de ostras. Nenhum delas parecia notar algo diferente em Bride.
Talvez ela não fosse sua companheira, depois de tudo.
Mas este era um pensamento inútil. O sinal só aparecia depois que um Were-Hunter tinha tido sexo com sua companheira, e em geral dentro de um prazo de tempo bem
curto. Vane não tinha estado com nenhuma outra mulher fazia meses.
Não podia ser ninguém mais.
Suas marcas na mão deveriam encaixar exatamente com as dele, eram os emblemas que mostravam sua linhagem paterna e só podiam ser lidos por outro de sua raça.
Mas por outro lado talvez fora diferente porque Bride era humana. E se o sinal de que estiveram juntos não se aplicava a uma fêmea humana?
Ele se congelou ante esse pensamento.
Ele estaria arrasado. Literalmente.
A única esperança que jamais teria de uma família descansava em sua capacidade de reclamar a sua companheira.
Mas ela devia estar disposta...
Bride e suas amigas se levantaram e saíram do restaurante. Vane se agachou enquanto tentava decidir o que fazer.
—Estou dizendo a sério, Bride - disse a morena enquanto iniciava o caminho para a rua—. Nossa irmã Ty pode enfeitiçar a qualquer um. De a palavra e converteremos
ao Taylor em um afeminado.
Bride riu disso.
—Não me tente.
A ruiva com cicatrizes se deteve e o viu entre as sombras.
—Olá, filhote — disse amavelmente, lhe mostrando sua mão para que ele a cheirasse. — Quer que Tabby te faça carinho atrás de suas orelhas?
—Tabitha! —gritou a outra mulher—. Deixa a esse cão de rua tranqüilo. Juro, um dia vai contrair raiva.
—Ele não tem raiva - disse Bride.
—Vê - disse a que chamavam Tabitha—. A filha de um veterinário deveria saber.
Bride lhe apresentou sua mão.
Vane foi para ela imediatamente e cheirou sua mão. Seu aroma o percorreu, penetrando-o e excitando-o, com as imagens de como ela se via completamente rendida a ele.
Os sons de seu prazer
Esfregando com seu nariz os dedos dela, lhe obrigou a abri-los para poder ver seus piores medos confirmados.
Ela estava marcada.
Maldição.
O que ia fazer agora?
—Gosta da Bride.
Tabitha não tinha nenhuma idéia do quão verdadeiras eram suas palavras.
—Acredito que gosta de suas sobras - disse Mina com uma risada.
Bride se ajoelhou enquanto lhe acariciava suas orelhas. Ela tomou entre suas mãos sua cabeça e o examinou com cuidado.
—Acredito que é um lobo.
—Um lobo? —perguntou Tabitha—. Está louca? Como fez um lobo para chegar à cidade? Além disso, ele é muito grande para um lobo.
—É um moço grande, verdade? —disse Bride enquanto Vane fuçava seu rosto. Ela levantou o olhar para sua amiga—. Contrariamente à opinião popular, Tabby, os lobos
são os maiores dos caninos. Mas acredito que ele poderia ter algum sangue misto.
Se ela só soubesse...
Ela se levantou e começou a ir com suas amigas.
Vane a seguiu. Em forma de lobo, isto era compulsivo. Sua metade humana tinha muito pouco controle agora. Ele ainda poderia entender e escutar, mas seu animal o
governava nesse estado.
Enquanto que ele estivesse em sua atual forma, ele era selvagem e mortal.
Bride tinha a sensação mais estranha descendo por sua coluna. Ela fez uma pausa e olhou para trás sobre seu ombro para encontrar o lobo branco vinha que atrás dela.
Ela poderia jurar que seus olhos eram da exata cor verde avelã de Vane e o modo em que a olhava...
A elas...
Era como se entendesse exatamente que estavam fazendo e dizendo.
Era realmente estranho.
Tabitha e Mina a acompanharam de retorno a sua loja.
—Está segura que não quer passar a noite em minha casa? —perguntou Mina—. Facilmente posso mandar meu namorado embora.
—Ou em meu apartamento - ofereceu Tabitha—, não tenho a nenhum homem para mandar embora, e já que minha gêmea se mandou com meu cão e Allison quis conseguir uma
companheira de quarto mais cortês e segura, tenho todo o espaço no mundo.
—Acreditava que Maria vivia contigo agora - disse Mina.
—Não - disse Tabitha—. Suas coisas estão ali, mas esteve todo o tempo na casa de seu namorado. Nunca a vejo.
Bride sorriu por sua bondade.
—Está bem, garotas. Tenho que me acostumar a estar sozinha outra vez. Sério. Eu somente quero recuperar-me com um bom livro e o tirar de minha mente.
Mas o que mais lhe inquietava era que tudo o que tinha que fazer era pensar no Vane e todos os pensamentos sobre o Taylor voavam de sua cabeça.
Talvez seu “encontro” com ele tinha sido uma boa coisa depois de tudo.
—Hei! Somente segue sonhando com o tipo que conheceu —disse Tabitha, piscando um olho.
Bride franziu o cenho ante esta horripilante coincidência. Certamente, Tabitha proclamava ser capaz de ler mentes. Em momentos como este Bride quase podia acreditar.
—Sim - coincidiu Mina—. Talvez ele pudesse voltar a passar.
Bride suspirou melancolicamente.
—Tenho a sensação que vi o último do Senhor Prodigioso.
Mina lhe deu um abraço de irmã.
—Me chame se me necessitar.
—Farei. Obrigado.
Tabitha também a abraçou e lhe acariciou as costas.
— Lembre, se necessitar os joelhos do Taylor quebrados, tenho uma chave enorme e jamais direi aos meios de comunicação quem me pediu isso.
Bride riu, agradecida por suas amigas e sua bondade para com ela em sua hora de necessidade.
—Está perturbada.
—Digo a sério, embora se mudar de opinião, disca meu número. Posso estar em sua casa em menos de vinte minutos.
—Há ta! —disse Mina—. Com sua forma de dirigir? Estaria em menos de dez e isso com um pneu furado e contra o tráfego.
Bride sacudiu a cabeça ante sua brincadeira enquanto tirava as chaves de seu bolso e abria a porta do lado de seu edifício que conduzia ao pátio e à escada de ferro
forjado na parte de trás. Sua loja ocupava o andar de baixo inteiro do edifício, mas os três andares superiores tinham sido convertidos em apartamentos por sua
avó. A escada traseira conduzia a cada um dos apartamentos superiores. Havia um pequeno apartamento mais atrás, perto da garagem, que estava acostumado a usar como
celeiro nos dias em que Nova Orleans fora pavimentada.
Até que Taylor lhe havia dito que se mudasse com ele, ela tinha vivido no apartamento maior no último andar. Agora todos os apartamentos estavam alugados exceto
o estúdio de trás. Era tão pequeno que ela nunca se havia sentido bem de cobrar dinheiro por ele. Em muda, Bride o usava como armazém.
Agora este ia ser seu lar doce lar por um tempo.
Ela desejava chorar outra vez, mas se negou. Se a pior coisa que jamais lhe tinha passado era que Taylor a abandonasse, então ela realmente estava bendita.
De todos os modos isso realmente doía. Profundamente.
Enquanto Mina e Tabitha iam, o lobo avançou para olhá-la de perto.
—É formoso, verdade? —perguntou-lhe, agachando-se para lhe acariciar as orelhas outra vez.
Lambeu sua mão antes de esfregar-se contra suas pernas como faria um gato.
—Vamos - disse ela, indicando o pátio com a cabeça—. Realmente não quero estar sozinha esta noite e tu me olha como se pudesse apreciar um lugar seco e quente para
dormir.
Ele passou brandamente pela porta enquanto ela a fechava e se dirigia ao renovado celeiro/apartamento.
Com o coração pesado, Bride estava agradecida de ter este pequeno lugar abandonado, se não estaria em um quarto de hotel esta noite. Ou pior, na casa de seus pais.
Ela não estava de humor para responder suas perguntas ou ver o olhar de decepção na cara de sua mãe enquanto lamentava o fato de que se Bride não se casasse, ela
não teria algum outro neto.
Ao menos aqui, em seu próprio lugar, ela tinha um pouco de comodidade.
Talvez.
Ela abriu a porta e acendeu as luzes. Por sorte, a água e a eletricidade para este apartamento estavam conectadas da mesma linha que proporcionava a água e a eletricidade
a sua loja.
O lobo vacilou enquanto olhava os trinta metros quadrados de caixas e ilustrações.
—OH —disse ela alegremente— está sendo delicado, né?
Se ela não soubesse bem, juraria que ele sacudiu sua cabeça antes de entrar e começar a farejar ao redor de suas caixas.
Depois de fechar a porta, Bride foi ao poeirento escritório e deixou cair suas chaves em cima dele. Então ela tirou a coberta do sofá e tossiu enquanto desenterrava
uma peluda capa de pó.
—Realmente te odeio, Taylor - disse ela silenciosamente enquanto sorvia as lágrimas—. Espero que te afogue nas tiras da tanga de sua magra nova namorada.
Como se ele sentisse sua tristeza, o lobo se aproximou e se esfregou contra suas costas. Bride se agachou ao piso para tomá-lo em um apertado abraço.
O lobo não se queixou absolutamente enquanto ela deixava cair suas lágrimas em seu pelo nervoso. Ele se sentou ali silenciosamente com sua cabeça sobre o ombro dela
enquanto a dor a alagava.
Como podia ter sido tão estúpida para pensar durante um minuto que amava ao Taylor? Por que lhe tinha dado tanto de sua vida e de seu tempo quando ele só a estava
utilizando?
Estava ela realmente tão desesperada por amor que mentiria a si mesma sobre ele?
—Somente queria a alguém que amasse a mim - lhe sussurrou ao lobo. Isso esta tão mal?
Vane não podia respirar enquanto Bride o sustentava em um apertão de morte e suas palavras o atravessavam. Pior, ele entendia exatamente o que ela queria dizer.
Exilado por todos exceto por seu irmão e irmã, ele sabia que a única coisa que o tinha salvado de ser o lobo Omega* em sua manada tinha sido sua disposição a matar
a qualquer que tentasse tomá-lo a ele ou ao Fang como bode expiatório.
Cada vez que tinham tentado meter-se com eles, Vane se tinha defendido, e com a maturidade, ele tinha crescido a tal tamanho que ninguém ousou desafiá-lo outra vez.
Nem sequer seu pai.
Como alguém podia lhe fazer um dano como esse a Bride? Seu coração pulsava grosseiramente enquanto o lobo dentro dele clamava pelo sangue do homem que a tinha feito
chorar.
Ele não entendia que tipo de homem poderia deixá-la ir voluntariamente. Uma vez que sua espécie se juntava, era eterno. Inquebrável.
E agora que ele tinha a confirmação que ela era de fato sua companheira predestinada, ele estava obrigado por sua honra a protegê-la até que ela terminasse o ritual
de união, aceitando-o ou separando seus caminhos.
O último não a afetaria absolutamente. Mas como lobo, ele nunca seria capaz de ter sexo com outra fêmea enquanto Bride vivesse.
Isto era completamente inaceitável para ele. Não é que Vane Kattalakis não pensasse cumprir com o celibato. A idéia de passar as próximas décadas impotente, era
suficiente para fazer sofrer a qualquer um.
Mas como um humano podia aceitar a um animal como seu companheiro?
Condenadas as Destinos por isso. Elas eram perversas bruxas que não viviam para nenhum outro objetivo que fazer sofrer a outros.
O telefone soou. Bride o soltou e foi respondê-lo enquanto Vane farejava ao redor do pequeno e lotado quarto. Este era um lugar deprimente.
—Hei! Tabby - Bride tirou um lençol da mesa e fez cair uma caixa.
Vane uivou e a esquivou.
Bride acariciou sua cabeça, logo moveu a caixa.
—Não tem que fazer isso, sabe? —Ele podia sentir que ela estava um pouco irritada com sua amiga, mas no fundo parecia contente—. Bem, saio para te deixar entrar.
Bride desligou o telefone, logo agarrou suas chaves e abriu a porta. Vane a seguiu ao exterior, até a rua, onde ela abriu a porta de ferro forjado para deixar passar
a Tabitha, quem estava de pé do outro lado com um carro com rodas carregado de sacolas, no pátio.
—Deus Santo! —disse Bride enquanto via as sacolas—. O que fez?
Tabitha deu de ombros.
—O bem-estar material que cada mulher deveria ter — Ela deu um pacote de seis cervejas Coroa Light a Bride, logo entrou o carro.
Bride fechou a porta e seguiu a Tabitha.
Vane se arrastou atrás delas.
Uma vez que estavam dentro do pequeno apartamento, Tabitha lhe sorriu.
—Eu tinha a sensação que ainda estaria aqui.
Ela tirou um osso do saco superior e o desembrulhou.
Ele fez uma careta por dentro enquanto ela o deixava sobre o chão. Não havia nenhum modo no inferno que lhe fizesse mastigar isso.
Seu olhar se dirigiu ao Bride. Ela era o único brinquedo mastigável que lhe interessava.
Bride estava de pé com suas mãos em seus quadris.
—Tabitha...
—Não, Bride. Como membro recente do Clube não tenho um homem e nunca mais quero outro, sei que quão último precisa é passar sozinha esta noite —. Ela tirou um jogo
de lençóis de seda do saco.
—O que é isso?
—Disse, bem-estar material. Temos tudo aqui. Krispy Kreme*, cerveja, refrigerantes, creme horns*, batatas fritas, molhos, e suficientes DVDs com machões para afundar
ao Titanic. É hora de um festival de bons homens que não lhe podem romper o coração —Tabitha lhe deu uma pequena bolsa.
Bride sacudiu sua cabeça.
—Obrigado, Tabby. Realmente aprecio isto.
—Não há problema.
Vane voltou a sentar enquanto Tabitha conectava a TV e o aparelho de DVD enquanto Bride abria as caixas que tinha os pratos e o faqueiro.
—Estou contente de ter guardado tudo isto - disse Bride enquanto sacudia o pó de uma caixa e a punha sobre uma mesa de centro diante da TV—. Taylor não queria todas
minhas coisas misturadas com as suas. Deveria saber então, verdade?
Tudo o que podia fazer Vane era permanecer em sua forma de lobo. Ele queria tanto reconfortá-la, mas não se atrevia. Sobre tudo não com a Tabitha presente.
—Não pense nisso carinho - disse Tabitha enquanto abria a cerveja com sua mão nua e a dava a Bride—. Nós nunca vemos os sinais que não queremos ver. Sabe? Olhe o
lado positivo de tudo isto, ao menos seu homem não te abandonou por ser louca.
—Você não é louca.
Tabitha lançou uma risada incrédula ante isto.
— Sim, claro. Deixando de lado a Amanda, só frutas e avelãs* vêm em minha árvore genealógica. Mas... Hei!, ao menos somos divertidas.
Bride lhe lançou um olhar de reprovação.
—Sabe o que Mina diz disso?
—Mina? Ela está mais louca que eu. Viu sua coleção de equipes antigas para matar vampiros? Juro que foi ela quem fez aquela oferta anônima no Sotheby’s por aquele
equipamento para matar vampiros do século passado.
Tabitha meteu um doce inteiro na boca e o engoliu completamente.
Bride enrugou seu nariz ante a ação.
—Por favor, me diga como pode permanecer assim tão magra comendo da forma em que o faz. Apenas como meia Pop-Tart* e ganho quinze quilos. Juro que te vi comer mais
esta noite que o que eu como em uma semana inteira.
Tabitha lambeu o açúcar de seus dedos.
—Fala como Amanda.
—Por que ela diria isso? Vocês são as gêmeas e ela é parte por parte tão magra como é você.
—Sim, mas ela está uns bons sete quilos mais gorda que eu e me odeia por isso. Não sei por que vocês se queixam, ao menos tem dois seios. Tenho o corpo de um menino
de doze anos.
Bride brincou.
—Quando quiser nós mudamos de corpo.
Vane grunhiu ante isso. Quão último queria era uma companheira magra. Não havia nada equivocado no Bride, e se ele estivesse em forma humana, demonstraria-lhe exatamente
o que essas curvas viçosas lhe faziam.
Infelizmente, ele necessitava que sua amiga partisse primeiro.
—Algo anda mal moço? —perguntou Tabitha enquanto se aproximava.
Ele trotou para a Bride.
Tabitha o olhou boquiaberta.
—Bem, acabo de ser esnobada pelo Benji. Jesus. Acredito que recolheste a um amigo para toda a vida aqui, Bride. Só espera até que averigue que seu papai é o rei
de “se você o amar, castre-o” —
Vane se sobressaltou apesar de lobo.
Eles não se atreveriam...
—Shh, Tabby, assustará ele — Ela olhou pra baixo enquanto lhe acariciava o queixo—. Mas tem razão, ele não foi operado.
E maldita seja tampouco ia operar.
—Talvez devesse levá-lo a papai amanhã e fazê-lo revisar.
—Então vai ficar com ele? —perguntou Tabitha.
Bride levantou a cabeça dele para poder olhá-lo diretamente aos olhos.
—Que pensa você, Senhor Lobo? Quer ficar comigo por um tempo?
Ela não tinha nem idéia. Se conseguisse o que queria, ele seria uma adição permanente.

CAPITULO 3

Vane estava de pé em forma humana fora do banheiro enquanto Bride tomava uma ducha. Tabitha tinha ido fazia pouco, depois de ameaçar uma última vez de perseguir
o ex de Bride e lhe fazer dano.
Se Vane alguma vez pusesse as mãos em cima do bastardo, não deixaria muito dele para que Tabitha se incomodasse. Não, não deveria sentir-se dessa maneira. Depois
de tudo, se Bride não tivesse estado magoada por esse homem, não teria sido sua ontem à noite.
E ele poderia não saber nunca que era sua companheira.
Mas este era o raciocínio humano e o raciocínio humano não tinha um lugar em seu mundo animal.
—Não sou humano - suspirou, sentindo a profunda dor daquela declaração. Ao menos não era totalmente humano.
Ninguém, nem sequer ele, estava realmente certo do que era ele.
Era um maldito híbrido que não pertencia a nenhum verdadeiro grupo. Metade Arcadiano, metade Katagaria, Vane tinha nascido na forma natural de um filhote de lobo
só para encontrar sua forma de nascimento mudada a humano uma vez que alcançou a puberdade.
Ele estremeceu ao recordar o dia que tinha mudado. O terror disso. O medo. A confusão. Toda sua vida tinha existido unicamente como lobo, e logo, durante uns meses,
contra sua vontade, tinha estado encerrado dentro de um corpo humano e incapaz de transformar-se de novo em um lobo, absolutamente. Seu novo corpo lhe tinha sido
alheio. Não sabia como comer como um homem, como sobreviver ou adaptar-se. Inclusive caminhar tinha sido difícil no princípio. Tinha sido atacado por emoções e sentimentos
humanos. Sensações humanas.
O pior de tudo tornou-se fraco. Necessitado.
Nada tinha sido mais desagradável que compreender que não podia defender-se. Que estava totalmente dependente de seu irmão para sobreviver.
Cada noite tinha rezado para que ao chegar à manhã pudesse ser animal outra vez, e cada manhã se dava conta com horror que era um homem.
Se não fosse por Fang e Anya, sua manada o tinha matado. Por sorte, seu irmão e sua irmã o tinham protegido de outros e o tinham ajudado a ocultar o fato que já
não era mais um lobo puro.
Durante séculos tinha oculto a todo mundo, até a si mesmo, o fato que depois de sua puberdade tinha um coração humano.
Como tal mudança podia ter sido possível?
Entretanto aqui estava ele: uma contradição vivente. Uma impossibilidade vivente.
E estava unido a uma humana.
Vane apertou sua mão marcada. Ele não podia ocultar a verdade de sua mudança física das Destinos. Eles sabiam o que era e tinham procurado atá-lo a uma mulher humana.
Por quê?
A vida como híbrido era bastante difícil. A última coisa que queria era gerar meninos que seriam ainda mais estranhos do que ele era.
Seriam humano ou Were-Hunters?
E todos esses argumentos lhe diziam por que não podia juntar-se com a Bride não serviam de nada quando o coração humano dentro dele ansiava à mulher do outro lado
daquela porta fechada.
Inclusive agora podia imaginar como se exibia ali, nua. A água que se deslizava contra sua pálida pele, como suas mãos se deslizavam sobre seu corpo, ensaboando
suas coxas, seu...
O lobo nele exigia que chutasse a porta e a reclamasse.
O homem nele somente queria sustentá-la muito perto e protegê-la.
Nunca tinha estado tão dividido. Tão confuso.
Tão condenadamente quente!
Vane arrastou sua mão sobre o lindo pijama de seda que Bride tinha tirado de uma de suas caixas e tinha deixado sobre a cadeira ao lado da porta. Eles mantinham
seu aroma único de pot-pourri de morango e mulher. Ele levantou o sutiã e inalou a riqueza dela enquanto sua virilha ardia e aumentava.
Era tudo o que podia fazer para não meter-se na ducha e tomá-la outra vez. Pois isso não faria outra coisa que aterrorizá-la.
Ela era humana e não sabia nada de seu mundo. Ela não sabia nada dele.
Uma onda de desespero o consumiu. Ele não sabia como fazer a corte a uma fêmea humana. Sem mencionar que ter sido unido a ela, realmente não a afetava absolutamente.
Ela poderia abandoná-lo e viver uma vida agradável, normal com outro homem. Ela poderia apaixonar-se por alguém e ter os filhos do homem.
Deixá-la fazer isso seria a coisa mais decente de fazer. Segundo as leis que governavam a sua raça, não podia obrigá-la a tomá-lo como seu companheiro. Seus próprios
pais eram a prova disso. Durante três semanas seu pai tinha mantido a sua mãe encadeada contra sua vontade. Ele brutalmente tinha tentado obrigá-la a que aceitasse
a um macho Katagaria como seu companheiro.
Nenhuma quantidade de violência tinha funcionado.
Sua mãe Arcadiana tinha resistido, até depois de saber que estava grávida. Para ela, todos os Katagaria eram animais que deveriam ser mortos sem compaixão. Vicioso
até para as normas Katagaria, seu pai nunca tinha tentado lhe mostrar outro lado de si mesmo.
Por outra parte, seu pai nunca tinha tido um lado mais sensível. Markus era violento normalmente, mortal no pior dos casos. Vane e Fang tinham muitas cicatrizes
internas e externas, para demonstrar isso.
Então a janela das três semanas de oportunidade de ficarem juntos se fechou para seus pais e os tinha deixado a ambos frígidos e estéreis. Após, seus pais tinham
vivido em guerra aberta com a raça de cada um.
E com seus próprios filhos.
—Não me olhe com os olhos da puta, filhote. Arrancarei a sua garganta —. De fato, seu pai tinha passado toda a vida de Vane tratando de não olhá-lo.
Uma vez Vane se encontrou com sua mãe, ela tinha esclarecido sua própria posição.
—Minha forma básica é humana e é somente por isso que você e seu irmão Katagaria estão vivos. Eu não poderia matar enquanto eram filhotes necessitados ainda quando
sei que deveria havê-lo feito. Mas agora que cresceste, não tenho nenhum semelhante remorso. Todos vocês são animais selvagens para mim e se voltar a ver-te outra
vez te matarei como a tal.
Francamente, ele não podia culpá-la por isso, considerando o que seu pai lhe tinha feito. Ele nunca tinha esperado bondade de outros e até agora não tinha sido decepcionado.
Exceto com o clã do urso. Ele ainda não entendia sua tolerância para ele e ao Fang. Sobre tudo com o Fang, quem não podia proteger nem trabalhar para manter-se.
Por que os recolheriam quando seu próprio clã lobo os mataria se os encontrassem?
Vane soltou um profundo suspiro como se a realidade caísse estrepitosamente sobre ele. Tinha estado vivendo sob pena de morte sem uma manada que o ajudasse a proteger-se
ou a crescer. Nenhuma manada para proteger a sua companheira. Ele não podia expor a Bride ao perigo que era uma parte diária de sua vida.
Não importava o que as Destinos tivessem decretado, ele não podia ter uma companheira humana. Bride nunca o aceitaria a ele e a seu mundo. Ela não pertencia a isso
mais que o que sua mãe tinha pertencido a seu pai.
Eles eram de diferentes espécies.
Seu trabalho era estritamente protegê-la até que seu sinal se fosse. Então ela estaria livre e ele...
—Serei um afeminado de merda - grunhiu ele, sussurrando, odiando a idéia mesma disso.
Mas que mais havia?
Mantê-la encadeada como seu pai tinha feito com sua mãe? Golpeando-a para que se submetesse?
Nada disso funcionaria. Além disso, Bride era sua companheira. Ele não podia imaginar a si mesmo machucando-a de maneira nenhuma. A diferença de seu pai, ele entendia
o que significava “protetor”.
Vane tinha passado sua vida inteira protegendo a Anya e ao Fang. Apartando a sua manada e o abuso de seu pai a eles. Ele não podia machucar a pessoa que as Destinos
tinham designado para ele.
Ele ouviu que Bride fechava a água. Retornado de novo a sua forma de lobo, ele se obrigou a não entrar no quarto onde encontraria a tentação.
Mas claro, o não teve que fazer. Bride saiu uns segundos mais tarde envolta em uma toalha.
Ele chiou seus dentes ante a imagem dela parada ali com a toalha úmida que se aderia a cada curva desse corpo úmido e voluptuoso. Pior, a toalha era muito pequena
e deixava um grande espaço de suculenta carne nua a seu olhar.
Ela deixou cair à toalha ao piso.
Teve que fazer um esforço para não uivar, especialmente quando ela se inclinou para revisar uma caixa de roupa para procurar sua roupa íntima.
Bride começou a ouvir um estranho som de seu novo mascote. Dando volta, viu que o lobo a olhava fixamente com uma intensidade que era extremamente selvagem e inquietante.
Um tremor de medo a atravessou.
—Não vai atacar-me, verdade, menino?
Ele lhe aproximou meneando sua cauda. Levantou-se de um salto de improviso e lhe lambeu sua bochecha, logo depois de um salto se voltou para outro lado do quarto.
Bem, isto era estranho.
Franzindo o cenho, ela agarrou suas calcinhas e as pôs então rapidamente se vestiu com seu pijama. Ficavam um pouco justo, era por isso que estavam guardados. Sua
mãe lhe tinha dado um novo guarda-roupa completo fazia dois anos quando ela tinha seguido uma dieta de proteína líquida que lhe tinha feito baixar doze quilos. Isso
tinha funcionado, mas em um ano cada grama de peso tinha retornado e mais outros cinco quilos.
Bride suspirou e tirou o assunto de sua mente. Que se foda Taylor e suas dietas. Como sua mãe e avó antes que ela, estava destinada a ser uma irlandesa redonda,
e por muito que fizesse nada mudaria o fato que cromossomicamente estava danificada.
—Eu deveria ter nascido nos anos cinqüenta quando estava na moda ser rechonchuda.
Suspirando, aproximou-se do sofá para dormir. O lobo lhe aproximou e encostou seu nariz perto da dela.
—Sinto muito, menino - disse, acariciando sua cabeça—. Não há espaço para ti esta noite. Amanhã conseguiremos uma cama verdadeira, certo?
Ele fuçou seu rosto.
—É uma boa companhia, verdade? —. Parecia que gostava mais quando ela o acariciava sob seu queixo. Ele fechou seus olhos e meneou sua cauda enquanto ela com cuidado
o acariciava ali. —Vejamos... como vou chamar-te?
Ela o meditou, mas só um nome apareceu em sua mente.
—Não seja estúpida - se disse a si mesmo—. Seria ridículo chamá-lo por algo de uma só noite.
E ainda assim...
—Importaria se te chamasse Vane?
Ele abriu seus olhos ante isso e lhe lambeu o queixo.
—Bem então, será Vane Dois. Vane para abreviar, entretanto.
Bride se levantou sobre sua cabeça para apagar o abajur, logo se arrumou para dormir.
Vane se sentou na escuridão, olhando-a silenciosamente. Ele não podia acreditar como ela ia chamar-lo em sua forma de lobo. Se ele não soubesse melhor...
Mas não, ela não tinha nenhum dos poderes psíquicos. Talvez só gostasse de seu nome.
Esperou que ficasse profundamente adormecida antes de mudar a sua forma humana outra vez e assegurar-se que todas as portas e janelas estivessem fechadas. Uma vez
que esteve certo que ela estaria bem por um momento, transportou-se de seu apartamento de volta a seu quarto no Santuário.
Também estava escuro ali. Ele abriu a porta e se dirigiu ao quarto seguinte, onde estava Fang. Como tinha estado desde a noite que Vane havia lhe trazido aqui, seu
irmão estava em forma de lobo, jazendo em estado comatoso sobre a cama.
Vane suspirou fatigado, enquanto cruzava o quarto.
—Vamos, Fang - disse, movendo-se para a cama—. Desperta. Sinto saudade irmãozinho, e eu realmente necessitaria a alguém com quem falar agora mesmo. Tenho um sério
problema entre as mãos.
Mas era inútil. Os Daimons tinham tomado mais que o sangue de seu irmão. Tinham roubado seu espírito.
A vergonha pela que tinha passado a Fang era mais do a que um lobo podia enfrentar. Vane entendia. Ele mesmo havia sentido quando tinha averiguado que era humano.
Não havia nada pior que ser atacado e ser incapaz de defender-se. Estremeceu enquanto as lembranças o atacavam.
A primeira vez que se converteu em humano tinha estado em meio de uma luta com um javali zangado. A besta o tinha investido de tal forma que ainda sentia dor em
suas costelas se se movia da maneira incorreta. Em um minuto, era um lobo, e o seguinte estava de costas enquanto o javali o mordia, arranhava-o com suas garras
e lhe cravava as presas.
Se Fang não tivesse vindo...
—Te levante irmãozinho — sussurrou—. Não pode seguir vivendo assim.
Fang não o reconhecia absolutamente.
Vane deslizou sua mão sobre a pele marrom escura de seu irmão, logo se voltou para deixá-lo ali.
Fora, no corredor, passou por Aimeé Peltier. Em sua forma humana, ela sustentava uma tigela de sopa de vitela em suas mãos enquanto ia em direção à escada.
A única filha do clã Urso, era loira, alta, magra com uma cara excepcionalmente formosa. Seus irmãos tinham um trabalho de jornada completa impedindo que os homens
humanos fossem atrás dela sempre que dava uma mão no bar que estava ao lado a casa.
Era um trabalho que tomavam muito seriamente.
—Está comendo? —perguntou-lhe Vane.
—Às vezes - disse tranqüilamente—. Consegui lhe dar um pouquinho de sopa no almoço, esperava que pudesse tomar um pouco mais esta noite.
Ela tinha sido um dom do céu a ele. Só Aimeé parecia ser capaz de chegar ao Fang. Seu irmão parecia de algum modo mais alerta sempre que ela estava perto.
—Obrigado. Realmente aprecio que cuide dele por mim — De fato, ela passava muito tempo com Fang. Era suficiente para fazê-lo sentir admiração, mas Fang não se moveu
de sua cama nem uma vez desde a noite em que Vane havia lhe trazido aí.
Ela assentiu.
—Aimeé? —Perguntou-lhe enquanto ela passava em frente a ele.
Ela se voltou.
—Não importa. Era um pensamento estúpido—. Não havia nada entre seu irmão e a ursa. Como poderia haver?
Vane seguiu caminhando pelo corredor, para a escada.
Ele baixou, cruzou o vestíbulo, e entrou no pequeno hall onde uma porta unia a Casa Peltier com o bar O Santuário do outro lado.
Esta dava à cozinha do bar onde dois Were-Hunters, Jasyn Kallinos e Wren, protegiam-na do inocente pessoal humano da cozinha, quem não tinha nenhuma idéia de por
que somente uns poucos escolhidos podiam passar pela entrada, ao outro lado. Era sobre tudo por aqueles do clã Urso que tinham filhotes no último piso da Casa Peltier.
De vez em quando, um dos filhotes podia tentar escapar de sua babá e rodar escada abaixo.
A última coisa que os Peltiers precisavam era a alguém chamando controle animal porque eles tivessem feito um zoológico não autorizado de sua casa.
Certamente a idéia de um humano entrando e encontrando a um lobo, panteras, leões, tigres, e ursos dormidos em suas diversas camas era bastante divertida para o
Vane. Ou ainda pior, o dragão que dormia enroscado no apartamento da cobertura. Alguém realmente deveria ter uma câmara. No caso de ver.
Vane inclinou sua cabeça para o Jasyn, um Were-Hawk loiro, que era um dos habitantes condenados a morte da casa. O preço pela cabeça do Jasyn fazia ver ridícula
a sentença de morte de Vane. Sobre tudo porque, a diferença do Jasyn, Vane só matou quando teve que fazê-lo. Com um verdadeiro coração de animal de rapina, Jasyn
estava nisso pela emoção de matar.
Jasyn tinha vivido para espreitar e mutilar.
Enquanto Vane se aproximava da porta vaivém que conduzia à área do bar, esta foi lançada para trás. Kyle Peltier vinha a atravessando correndo à forma humana como
um morcego fugindo do inferno.
Vane saiu do caminho.
Remi Peltier, um dos quadrigêmeos idênticos com o cabelo loiro comprido encaracolado, atirou Kyle ao piso justo diante dos pés de Vane e começou a esmurrar o seu
irmão mais jovem. Kyle tentou pará-lo, mas foi impossível. Remi era um urso muito mais velho, mais forte, que gostava de lutar.
Vane agarrou ao Remi e o separou antes que lhe fizesse mal ao filhote.
—O que faz?
—Matando ao Gilligan - grunhiu Remi, tentando passar por Vane para agarrar Kyle outra vez.
—Acontece que eu gosto da canção - disse Kyle defensivamente, limpando o sangue em seus lábios enquanto se movia para esconder-se atrás do aborrecido Jasyn.
Wren deu ao filhote uma toalha para secar seu rosto.
Remi curvou seus lábios.
—Sim, mas é que não ouvimos essa condenada canção do inferno, por isso, idiota. A metade da fodida clientela saiu correndo pela porta.
Mamãe Ursa entrou do lado da Casa Peltier para ver o Kyle sangrando.
—Que diabos? —perguntou, tomando-o pelos ombros para poder examinar seu corte no lábio. —Mon Angie, o que aconteceu?
Toda maturidade abandonou ao Kyle quando viu a sua mãe. Até deixou que uma parte de seu curto cabelo loiro caísse sobre seus olhos azuis.
—Remi me atacou.
Remi arrancou seu braço do afeto de Vane.
—Ele pôs “Sweet Home Alabama” na máquina de discos, mamãe.
Nicolette fez girar seus olhos para seu filhote mais jovem.
—Kyle, sabe que só a pomos quando o Dark Hunter Acheron atravessa nossas portas como uma cortês alerta a nossa clientela. Em que estava pensando?
Vane sufocou uma risada. Acheron Parthenopaeus era o líder dos Dark-Hunters. Era um homem de muitas dicotomias e de um poder incrível, e mais que ninguém Vane sabia
o que era aterrar-se e cagar-se de medo dele. Sempre que entrava no bar, a maior parte dos Weres, e todos os Daimons se dirigiam à porta. Sobre tudo se tinham algo
que ocultar.
Kyle dirigiu a ela um olhar mal-humorado.
—É que é uma boa canção, mamãe, e queria ouvi-la.
Remi se dirigiu à garganta de Kyle, mas Vane o afastou.
—Ele é muito estúpido para viver - grunhiu Remi—. Penso que nós deveríamos cortar sua garganta e nos economizar a angústia.
Wren soltou uma estranha risada enquanto Jasyn punha cara de pedra.
O pessoal humano ficou sabiamente à margem, e voltaram para seus assuntos como se nada passasse. Já estavam acostumados aos irmãos e a suas constantes discussões
entre eles.
Nicolette grunhido a seu filho.
— Todos fomos estúpidos nessa idade, Remi. Inclusive você —. Ela acariciou ao Kyle no braço e o impulsionou para a porta da Casa Peltier—. Melhor está longe do bar
pelo resto da noite, cherie. Papai e seus irmãos necessitarão tempo para esfriar seus temperamentos.
Kyle assentiu e logo voltou a olhar a seu irmão e lhe mostrou a língua.
Remi fez um som de urso que causou que cada humano na cozinha o olhasse fixamente.
A cara de Mamãe dizia que já pagaria uma vez que tivesse a seu filhote maior longe do olhar e dos ouvidos dos humanos.
—Penso que é melhor volta para bar, Remi - disse Vane, deixando-o ir.
—Bem - grunhiu Remi—. Faça-nos a todos um favor, mamãe. Coma a seu caçula.
Esta vez foi Jasyn quem riu, então ficou sério imediatamente quando Nicolette lhe jogou um olhar ameaçador.
Sacudindo sua cabeça, ela disse ao pessoal de cozinha que voltasse a trabalhar.
Vane começou a ir ao bar.
—Vane, mon cher, espera.
Ele a olhou.
Ela se moveu para parar a seu lado.
—Obrigado por salvar ao Kyle. Remi nunca aprendeu a dominar esse caráter dele. Há vezes que temo que nunca vá fazer.
—Está bem. Ele me recorda muito ao Fang. Quando não está comatoso, obviamente.
Ela olhou para baixo, logo franziu o cenho. Levantando a mão dele, olhou fixamente a sua palma marcada.
—Está acasalando?
Ele fechou sua mão em um punho.
—Isto passou esta noite, mais cedo.
A mandíbula dela se afrouxou antes que o encaminhasse para dentro de sua casa. Ela fechou a porta, logo o enfrentou.
—Quem?
—Uma humana.
Ela amaldiçoou em francês.
—OH, cherie —suspirou ela—. O que vais fazer?
Vane se encolheu.
—Não há nada para fazer. Protegerei-a pelo tempo que dure, e a deixarei seguir sua vida.
Deu-lhe um olhar perplexo.
—Por que te condenará a tantos anos sem nenhuma mulher ou companheira? Se a deixa ir, bem pode ser que nunca te satisfaça outra vez.
Vane começou a partir, mas ela o puxou para que se detivesse.
—O que deveria fazer Nicolette? —perguntou, usando seu verdadeiro nome em vez de Mamãe, como chamava a maioria—. Sou um exemplo vivo de por que temos que nos reproduzir
dentro de nossa própria espécie. A última coisa que quero é estender minha doença a outra geração.
Ela parecia horrorizada por suas palavras.
— Você não está doente.
—Não? Então como o chamaria?
—Estas bendito, como o está Colt.
Ele a olhou boquiaberto incrédulo por suas palavras. Era uma palavra que nunca aplicaria para si mesmo.
— Bendito?
—Oui —disse ela sinceramente—. A diferença do resto de nós, você sabe o que é o outro lado. Foste tanto animal como humano. Nunca saberei o que é ser humano. Mas
você sim.
—Não sou humano.
Ela deu de ombros.
—O que queira cherie... Mas conheço outros Arcadianos que se uniram com humanos. Se desejar posso fazer com que falem contigo.
—Com que objeto? Eles eram de sangue mesclado como eu?
—Não.
—Então o que vão dizer? Se minha companheira tiver meninos, serão humanos ou lobos? Eles mudarão sua forma após a puberdade? Como explico a uma companheira humana
que não sei como serão nossos filhos?
—Mas você é Arcadiano.
Ele odiava o fato de que Nicolette, Acheron, e Colt pudessem ver o que ele tinha sido capaz de ocultar dos outros. Ele não sabia como eles eram capazes de detectá-lo,
mas realmente, odiava. Inclusive seu próprio pai não tinha sabido que ele era um Arcadiano.
Certamente ajudava o fato que seu pai apenas o olhasse.
—Sou Arcadiano? —perguntou, baixando sua voz a um sussurro zangado—. Não sinto o lado humano da maneira que Colt o faz. Como posso ter sido um filhote de lobo e
logo me converter em humano durante a puberdade? Como é isso possível?
Ela sacudiu sua cabeça.
— Je ne sais pas*, Vane. Há muito neste mundo que não entendo. Há muito poucos sangues mesclados, você sabe isso. A maior parte dos humanos que se converteram em
companheiros são estéreis. Talvez a tua seja também.
Isto lhe deu alguma esperança, mas ele não era bastante tonto para apegar-se a isso. Sua vida nunca tinha sido fácil. Sempre que tinha estendido a mão para algo
que queria, tinha sido esbofeteado sem piedade.
Era difícil ser otimista em uma vida onde o otimismo nunca tinha sido recompensado positivamente.
—Esta é uma oportunidade que não posso pegar — disse calmosamente, mesmo que uma parte dele desejava essa oportunidade com um desespero que o assustava—. Me nego
a lhe arruinar a vida dessa maneira.
Nicolette se afastou dele.
—Muito bem. Isso é algo exclusivamente teu, mas se mudar de opinião...
—Não farei.
—Bem. Por que não usa as próximas semanas e fica com sua companheira enquanto ela está marcada? Cuidaremos do Fang enquanto isso.
Atreveria-se a aceitar essa oferta?
—Esta segura?
—Oui, cher. Pode confiar em alguns animais, inclusive nos ursos. Prometo-te que seu irmão estará a salvo aqui, mas sua companheira, ela não está a salvo, enquanto
leve sua essência nela.
Nicolette tinha razão. Se, como suspeitava, sua manada estava atrás deles, seus exploradores poderiam encontrar seu aroma perto de Bride. Ela o levaria enquanto
tivesse seu sinal, e um Were-Hunter treinado seria capaz de farejá-la.
Nem queria dizer o que seus inimigos poderiam lhe fazer.
—Obrigado, Nicolette. Devo-te uma.
—Sei. Agora fica com sua humana enquanto possa.
Vane assentiu, logo se transportou, retornando ao lado de Bride.
Ela estava ainda adormecida sobre o sofá. Jazendo sobre suas costas, parecia extremamente incômoda. Suas pernas estavam encolhidas e ela tinha um braço sobre sua
cabeça enquanto o outro pendurava no ar.
A ternura o alagou enquanto recordava a forma em que ela se exibia enquanto gozava por ele. A imagem de seu rosto no espelho enquanto ele a sustentava.
Era uma mulher apaixonada. Uma que morria por provar uma e outra vez. Contra seu sentido comum, ele estendeu a mão e tocou sua suave bochecha.
Seus olhos se abriram de repente e ofegou.
Bride se levando gritando pensando que via Vane vigiando-a.
—Vane?
O lobo andou silenciosamente até o sofá para sentar-se ao lado dela.
Confusa, olhou ao redor, logo lançou uma risada nervosa.
—Menino, estou alucinando ou o que? OH sim. Looney Tunes9, aqui vou.
Sacudindo a cabeça, voltou a deitar-se e tentou voltar a dormir, mas assim que o fez, pôde jurar que cheirava o aroma de Vane sobre sua pele.
Durante dois dias, Vane ficou na forma de lobo enquanto cuidava de Bride, mas com cada minuto, sentia-se como se estivesse sendo brutalmente torturado. Seu instinto
natural era reclamá-la.
Se ela fosse uma loba, ele estaria dentro dela inclusive agora, lhe mostrando sua destreza e sua autoridade.
A besta dentro dele exigia o cortejo. O humano nele...
Isso era o que mais o assustava. Nenhuma parte escutava seu tranqüilo e calmo raciocínio. Não é que ele realmente tivesse algum no que ela estava preocupada. Perto
dela, ele tinha uma furiosa quebra de onda hormonal tão profunda que fazia que um tsunami parecesse como uma onda em uma piscina de meninos.
Sua necessidade de tocá-la se fazia tão feroz que até temia estar com ela agora.
Fazia uns minutos, em forma de lobo, tinha saído correndo à porta para tentar e conseguir controlar-se antes de voltar para a loja dela para mais torturas. Sempre
que ela se movia, esquentava seu sangue. O som de sua voz, a forma em que lambia seus longos dedos, cheios de graça enquanto folheava as páginas de suas revistas,
era toda uma tortura para ele.
Estava matando-o.
A desejava.
Realmente, estava começando. A morte tinha que ser preferível a isto. Onde estavam os lobos assassinos quando se necessitava? Sem dor. Essa era a resposta. Nada
como uma severa dor para conter seus apetites sexuais.
Pensa em algo mais.
Vane tinha que conseguir afastar sua mente de Bride e de seu corpo. Mais importante ainda, afastá-la do que ele queria lhe fazer “a” e “com” seu corpo.
Determinado a tentar, ele parou diante de uma pequena loja no Royal Street. Era uma loja de bonecas de todo tipo. Ele realmente não sabia por que estava aqui, exceto
uma das bonecas na vitrine recordava a uma que Bride tinha em uma caixa perto de sua TV.
—Bem, não fique aí fora de pé, jovem, venha entre.
Uma diminuta anciã estava de pé na entrada. Seu cabelo era cinza, mas seus olhos eram agudos e inteligentes.
—Está bem, só estava olhando - disse Vane.
E logo sentiu o aroma de algo estranho. Uma greta de poder no ar que era ainda mais forte que um Were-Hunter.
Acheron?
A anciã lhe sorriu.
—Vêem para dentro, lobo. Há alguém com quem acredito que quer falar.
Ela sustentou a porta aberta enquanto ele entrava na pequena e escura loja, coberta de estantes e caixas de bonecas feitas por encomenda. Sem uma palavra, lhe conduziu
atrás do mostrador e apartou um par de pesadas cortinas cor borgonha.
Vane se deteve de repente quando viu o mais estranho que tinha visto em seus quatrocentos anos de vida.
O poderoso Dark-Hunter Acheron Parthenopaeus sentado no chão do quarto com suas pernas cruzadas enquanto brincava de bonecas com sua companheira demônio e uma criatura
humana.
Vane não podia se mover enquanto olhava à pequena menina sentada sobre o joelho dobrado coberto de couro do Ash, enquanto o Dark-Hunter a sustentava ali com uma
grande mão sobre seu ventre. Vestido com um vestidinho tipo avental rosado e sapatinhos negros*, ela era formosa, com curtos cachos castanho escuros e um rosto gordinho
e angelical.
Ash sustentava um boneco em sua mão direita enquanto a pequena menina mastigava a cabeça de uma Barbie ruiva que se parecia de uma estranha maneira à deusa grega
Artemisa, quem tinha criado e governado aos Dark-Hunters. A demônio sentada diante deles sustentava uma boneca loira. A demônio tinha o cabelo negro com uma raiz
vermelha que fazia perfeita combinação com o cabelo do Ash.
—Olhe, eu sabia que a bebê Marissa era raça de qualidade - disse a demônio ao Ash. —Olhe como se come a cabeça ruiva da boneca da Artemisa. Simi tem que lhe ensinar
a arrotar fogo e logo apresentar a mesma deusa vaca.
Ash riu.
—Não acredito, Simi. Marissa não está realmente pronta para isso, não, doce?
A pequena garotinha se esticou e colocou uma mão molhada ao queixo do Ash enquanto ria dele. Ash beliscou brincando sua mãozinha enquanto a demônio tomava sua boneca
e a fazia dançar com a sua.
—Penso que minha boneca necessita um par de corninhos, akri —disse a demônio ao Ash—. Crie que Liza me fará uma boneca demônio como eu?
Os chifres apareceram imediatamente sobre a cabeça da boneca, com o cabelo vermelho e negro.
O demônio chiou de prazer.
—OH, obrigado, akri. Esta é uma boneca Simi! —. Inclinando sua cabeça, a demônio olhou à garotinha na cintura do Ash—. Sabe, Marissa é uma linda bebê, mas ela estaria
ainda mais bonita com uns corninhos também.
—Não, Sim, não acredito que Amanda ou Kyrian apreciariam a volta de sua filha com um par de chifres em sua cabeça.
— Sim, mas ela é assim... tão... pobre sem eles. Eu poderia fazê-los realmente bonitos. Talvez rosados para que combinem com seu vestido?
—É suficiente, Simi.
A demônio pôs uma cara má.
—OH pooh, não é divertido, akri —Ela sustentou ao boneco. —Vê isto, Marissa? Bem, agora isto é o que passa quando ele faz que Barbie fique louca. Ela consegue seu
molho de churrasco e o come.
Ash rapidamente tomou a boneca da mão do Simi antes que ela pudesse colocá-la em sua boca aberta.
—Não, não, Simi. É alérgica à borracha.
—Sou?
—Não recorda que ficou doente quando comeu aqueles pneus do caminhão que lhe deixavam louca?
A demônio o olhou realmente decepcionada.
—OH. Isso foi o que me fez adoecer? Pensei que era porque a deusa vaca estava por ali.
Ash colocou um rápido beijo ao topo da cabeça da bebê, logo a entregou a Simi.
—Cuida da Marissa durante uns minutos e não lhe coma ou a deixe comer algo.
—Não se preocupe, akri. Eu nunca comeria a bebê Marissa. Sei quanto sentiria falta se o fizesse.
Ash deu a demônio um abraço carinhoso antes de levantar-se e caminhar tranqüilamente para o Vane. Alto e magro Ash era o epítome de um jovem no começo de sua vida.
Não havia muitas pessoas mais altas que Vane, mas Ash era um deles.
E não era somente sua altura o que intimidava. Havia algo primário e poderoso no Dark-Hunter. Algo que até o animal no Vane temia.
Ainda assim, conheciam-se o um ao outro desde muitos séculos. De fato, Ash tinha sido o que tinha ajudado ao Vane a encontrar a sua mãe. Até este dia, Vane não estava
certo por que o Dark-Hunter o tinha ajudado.
Pois bem, ninguém entendia ao Acheron Parthenopaeus.
—Sabe, não é agradável espiar as pessoas, lobo.
Vane soprou ante isto.
—Como se alguém alguma vez pudesse te espiar —. Ele olhou de novo a demônio e à pequena garotinha—. Nunca te imaginei como babá.
Ash jogou uma olhada à mão de Vane, logo o olhou fixamente. Havia algo extremamente desconcertante nos olhos cor prata líquida do Ash que formavam redemoinhos com
o poder místico e o antigo conhecimento.
—Nunca te imaginei como um covarde.
A ira queimou ao Vane ante o insulto. Ele virou de costas para Ash, só para que o Atlante saísse de seu alcance.
—Não faça —. Essa só palavra trouxe o suficiente controle ao Vane para deter-se.
Ash olhou por sobre seu ombro à anciã que ainda estava de pé abrindo as cortinas.
—Liza, traria para o Vane uma xícara de chá, por favor?
— Não bebo chá.
—Liza?
—Volto em seguida com ela — A anciã saiu na loja.
—Não bebo chá - reiterou Vane.
—Beberá o dela e você gostará.
O olhar de Vane se obscureceu outra vez.
—Não sou um de seus Dark-Hunters, Acheron. Não danço sob suas ordens.
—Não preciso nada de um Dark-Hunter. Jamais.
Ash soltou um suspiro lento e profundo.
—Sinto muito por Anya, Vane, mas era o que tinha que ser.
Vane fez uma careta ante a oferta de compaixão; seu coração ainda estava quebrado por sua perda.
—Não me fale sobre o destino, Dark-Hunter. Estou de saco cheio com esse tema.
Para seu assombro, Ash esteve de acordo.
—Conheço o sentimento. Mas isso não muda o que acontece a ti, verdade?
Ele cortou ao Ash com um olhar furioso. —O que sabe sobre isso?
—Tudo — Ash cruzou seus braços sobre seu peito enquanto olhava ao Vane com um olhar que o pôs nervoso. —A vida seria mais fácil se tivéssemos todas as respostas,
verdade? Sua manada virá por ti? Fang será normal outra vez? Bride alguma vez te aceitará como seu companheiro?
Vane ficou frio ante suas palavras.
—Como sabe sobre Bride?
Ele não respondeu.
— Sabe, os humanos são assombrosos em sua capacidade de amar. Não deixe de aceitá-lo porque tem medo do que poderia acontecer. Em troca, talvez devesse se preocupar
no que acontecerá se a abandonar.
Isso era fácil de dizer para ele. Ele não era o que estava sendo caçado.
—O que sabe você sobre o medo?
—O suficiente para ensinar um curso de toda uma vida sobre isso —. Ash olhou além dele para ver a bebê levantar-se ao lado da demônio sobre as pequenas pernas cambaleantes
que ainda estavam aprendendo como sustentar o peso do bebê. —Ela é formosa, verdade?
Vane deu de ombros. Estava muito longe de ser um perito sobre o que fazia formoso a um menino humano.
—É difícil acreditar que se Kyrian não tivesse tido fé na Amanda e em seu futuro juntos, ela nunca existiria. Ninguém teria ouvido a beleza de sua pequena risada
ou visto a preciosidade de seu sorriso... Pensa nisso, Vane. Uma contábil que só queria uma vida normal e um Dark-Hunter que pensava que o amor era uma fábula. Se
Kyrian tivesse se afastado, ele ainda viveria sozinho como um Dark-Hunter. E Amanda, tendo que aprender em como sobreviver entre os Apolitas e Daimons querendo roubar
seus poderes, provavelmente estaria casada com outro agora.
—Eles teriam sido felizes? —Vane não estava certo de por que fez essa pergunta.
Ash deu de ombros.
—Talvez sim, talvez não. Mas olhe seu bebê. Ela vai crescer como a filha de uma bruxa e um Dark-Hunter. Ela saberá coisas sobre este mundo que poucas pessoas jamais
saberão. Em realidade, ela já faz. Agora imagine se ela nunca existisse. O que teria perdido o mundo sem ela?
—O que ganhou com ela?
Ash não vacilou em responder.
—Ganhou uma alma realmente formosa, que crescerá para ajudar a todos que a necessitem. Em um mundo cheio de maldade, ela nunca fará mal. E duas almas que nunca conheceram
o amor agora se têm um ao outro.
Vane riu disto.
—Alguma vez pensaste em escrever novelas românicas, Ash? Isto poderia derrubar-te em ficção, mas me deixe te contar sobre o mundo verdadeiro. Essa pequena menina
crescerá, romperão-lhe o coração, e estará acostumada a que a raça tire proveito dela.
—E seus pais arrancarão o coração de quem o tente. A vida é uma aposta, Vane. É áspera e dolorosa a maior parte do tempo, e isso não é para um tímido. Os despojos
é para o vencedor, não para quem não se destacou na batalha.
—O que está dizendo?
—Acredito que já sabe. Bride terá uma melhor vida sem ti? Quem pode dizer? Talvez haja algum humano por aí que possa apreciá-la. Mas ele alguma vez a apreciará tanto
como você?
Não. Vane sabia no profundo de seu coração. Seu delicado contato não tinha preço para ele.
—E se por minha culpa a matem?
—A morte é inevitável para as pessoas. Ela morrerá um dia. Mas a verdadeira pergunta é; ela, alguma vez, viverá? —Ash começou a afastar-se, mas se deteve—. E você?
Vane esteve de pé ali, em silêncio, enquanto meditava no que Ash lhe havia dito.
Liza voltou com o chá e Vane lhe agradeceu antes de provar.
Para sua consternação, Ash tinha razão. Estava bom e realmente gostava.
Ash recolheu ao bebê e voltou para ele. — Você sabe, sempre resta possibilidade que Bride não te aceite. Encontre-a como homem, Vane. Dê-lhe o que seu pai nunca
deu a sua mãe. Deixe-lhe ver o homem e ao animal e logo a deixe decidir por si mesmo.
—E se me abandona, deixa-me?
—É a isso ao que teme mais?
Vane apartou o olhar. Maldito Ash por sua sagacidade. Não, seu pior medo consistia em que o aceitasse e que não fosse capaz de mantê-la a salvo de seus inimigos.
—Tudo o que realmente pode fazer, Vane é te dar por inteiro e confiar em que tudo resolverá.
—Realmente confia nas Destinos?
A resposta do Ash o surpreendeu.
—Para nada. Elas cometem enganos tanto como todos outros. Mas ao final, temos que acreditar em algo —. Ash abraçou ao bebê contra seu peito—. Então o que escolherá?
A pergunta do Ash ficou na mente de Vane enquanto voltava para a loja de Bride. Ele não sabia que opção tomar e Ash realmente não tinha ajudado.
Em forma de lobo, ele farejou seu caminho à porta da pequena boutique. Desde que se tinha mudado com ela, Bride tinha um hábito de deixar a porta da loja entreaberta
cada vez que saía.
Como se soubesse que ele voltaria.
Também lhe tinha feito uma cômoda plataforma atrás de seu mostrador para que ele pudesse ficar ali silenciosamente e olhá-la enquanto trabalhava. E realmente gostava
de olhá-la, especialmente quando interagia com outra pessoa. Havia uma bondade nela para com os outros da qual ele carecia.
Em particular gostava de vê-la com a Tabitha. As duas eram extremamente divertidas. Ao menos quando não discutiam sobre quantos membros do gênero masculino, com
exceção de seus pais, prestavam.
Ele meio esperava que Tabitha tentasse castrá-lo somente porque era macho.
Agora mesmo, Bride se sentou sobre seu banco de madeira ao lado de sua registradora enquanto terminava de comer a metade de um sanduíche comprado.
—Aqui está - disse, rindo dele—. Perguntava-me o que tinha acontecido.
Ofereceu-lhe a outra metade de seu sanduíche e o deixou comer de sua mão. Vane o terminou, logo colocou sua cabeça sobre seu colo. Acariciou-lhe suas orelhas e a
ternura disso o destroçou.
Talvez Ash tivesse razão. Não devia a ambos, pelo menos, dar uma oportunidade?
Vane Kattalakis nunca tinha permitido que o medo o governasse. Mas claro, nunca tinha perdido a ninguém que amava até oito meses atrás.
Em uma noite, tinha perdido tudo.
Deuses, estava tão cansado de estar sozinho. Tão cansado de não confiar em ninguém.
De não ter a ninguém que risse com ele.
Talvez Bride fosse seu futuro.
Talvez devesse tentar e ver.
Mas como?
O que faziam os humanos que se cortejavam?
Bride sentou sobre seu banco enquanto se limpava depois de seu almoço e sacudia os restos no lixo. Os dois dias passados tinham sido horríveis enquanto se acomodava
em seu pequeno apartamento e fazia todo o possível para esquecer ao Taylor e sua crueldade. Exceto o bastardo rato ainda tinha que lhe devolver seus pertences.
—Por favor, não me faça ter que ir buscar - disse enquanto repassava um novo catálogo de mercadoria para seu registro.
Se o fizesse, levaria a Tabitha com ela só por vingança.
E se Tabitha pensava lhe atirar uma chave de boca... Bem, não era como se Bride pudesse contê-la... Este era um país livre, depois de tudo. E se a chave terminasse
por cair contra os joelhos do Taylor uma vez ou duas ou três... Dúzias, bom os acidentes realmente aconteciam.
Contente com a idéia, abaixou-se e mimou o seu lobo atrás de suas orelhas e imediatamente se sentiu melhor.
Durante os dois últimos dias, Vane tinha se tornado seu companheiro constante. Sentava-se como agora atrás da registradora a seus pés, completamente contente somente
estando com ela. Se só pudesse encontrar a um homem tão leal.
A porta de sua loja se abriu.
Ela levantou a visão e viu entrar o Taylor. Seu coração parou. Ele era alto e arrumado naquela falsa maneira da televisão. Levava um par de calças cáquis e uma camisa
de pólo Ralph Lauren negra.
Cruzou o limiar da loja como se fosse o dono. Como se não lhe importasse que lhe tivesse quebrado o coração só uns dias atrás.
—Olá, Bride - lhe disse com esse perfeito sorriso de dentes embainhados que tinha - está sozinha?
Seu lobo começou a grunhir.
—Olá, Taylor - disse ela, alargando sua mão para tocar e acalmar a seu companheiro—. Exceto por meu mascote, sim.
—Mascote? —Ele jogou uma olhada por sobre o mostrador para olhar ao Vane, que agora estava sobre suas patas com as orelhas jogadas para trás.
Taylor deu um passo atrás.
—É um demônio de mascote o que tem aí. Seu pai lhe deu isso?
—O que quer? —perguntou ela—. Sei que não vieste só para conversar comigo.
—Tenho, hum, tenho suas coisas ai fora e quero saber o quer fazer com elas.
Ela olhou para fora para ver uma pequena caminhonete de mudanças estacionada atrás do Alfa Romeo vermelho do Taylor.
— Supõe-se que devia ter trazido dois dias atrás.
Ele fez um som de desgosto.
—Sim, bom, estive ocupado. Sabe, em realidade tenho uma vida.
Ela pôs seus olhos em branco enquanto a ira a invadia.
—Sabe? Eu também.
—Sim - disse ele com uma gargalhada—. Comer caramelos e olhar a TV consome muito tempo.
Jogou um olhar de recriminação.
—É um idiota. O que vi em você alguma vez?
Ele estendeu seus braços como se apresentasse a si mesmo e sorriu.
—A mesma coisa que cada mulher vê em mim, neném. Enfrenta, ambos sabemos que nunca terá outro tipo tão bom como eu, esteja interessado em ti.
Vane saltou para ele.
—Não! —disse Bride bruscamente, mas era muito tarde. O lobo já se jogou sobre o braço do Taylor.
Taylor gritou de dor.
Ela agarrou ao lobo e o puxou para trás. Vane lutou contra ela, ladrando e grunhindo ferozmente quando finalmente deixou o braço do Taylor.
Ela o empurrou para dentro do quarto traseiro e o encerrou.
Taylor sustentava seu braço que sangrava contra seu flanco.
—Isso. Considere-te processada.
—Nem tente - disse ela, seu próprio temperamento se abria passo enquanto ia se aproximando onde ele estava de pé—. Está em minha propriedade. Direi à polícia que
me ameaçava.
—Sim? De acordo, quem acreditaria nisso?
—Qualquer apresentador das outras duas estações que lhe odeiam tanto como eu.
Ficou pálido.
—Sim, Taylor - disse ela malvadamente—. Recorda que a todos os que esta pequena garota gorda conhece nesta cidade. Sou a última pessoa a quem quisesse foder.
Ele girou sobre seus calcanhares e saiu.
Bride o seguiu e o ouviu lhe gritar às pessoas da mudança,
— Só atirem suas merdas sobre a rua.
—Não te atreva!
—Façam - grunhiu ele aos homens.
Para o imediato desgosto dela, os homens abriram a parte traseira do caminhão e começaram a pôr as caixas sobre a calçada.
Bride estava horrorizada.
—Pagarei-lhes trezentos dólares para levá-las a meu apartamento lá atrás.
Os homens se olharam um ao outro, logo assentiram com a cabeça e se dirigiram à porta.
—Dobrarei o que ela lhes oferece se deixarem seus pertences sobre a rua como o lixo que é.
Eles levaram as caixas de novo sobre a calçada.
—Seu bastardo incrível!
Ele abriu sua boca para responder, logo a fechou enquanto uma motocicleta vinha rugindo para eles.
Bride franziu o cenho, o condutor saltava o meio-fio diante do Alfa e estacionava justo fora de sua loja. No instante que o motorista tirou seu capacete, seu coração
começou a palpitar.
Era Vane, e não o peludo.
Vestido em uma jaqueta negra de couro e jeans descoloridos, via-se tão bom para comer... Taylor o olhou fixamente enquanto Bride cortava a distância entre eles.
Vane baixou o pé de sustento da moto, passou uma longa e masculina perna sobre a moto. Em um movimento fluido, ele a atraiu contra ele e a beijou de uma forma como
tirada de um filme.
E sua incrível beleza punha em ridículo os traços de moço bonito do Taylor.
—Olá, Bride - ele suspirou contra seus lábios.
Sorriu-lhe.
—Olá.
—Que demônios é isto? —perguntou Taylor.
Vane lhe jogou uma olhada que dizia que Taylor não lhe importava muito.
—Sou seu amante, e quem demônios é você?
Bride se mordeu o lábio enquanto a felicidade abria passo dentro dela. Poderia beijá-lo outra vez por isso.
—Sou seu namorado.
—Ah - disse Vane—. É o sujo filho de puta.
Voltou-se a olhar a Bride.
—Pensei que tinha desfeito deste perdedor.
Ela sorriu ainda mais antes quando lançou um olhar maligno ao Taylor.
—Fiz, mas voltou... Rogando.
Vane olhou sobre seu ombro aos trabalhadores, que rapidamente amontoavam os móveis e caixas dela sobre a calçada.
—O que estão fazendo?
Ela lançou um derrotado suspiro ante a crueldade do Taylor.
—Taylor lhes paga por deixar meus pertences sobre a rua como lixo. Tudo o que tente lhes pagar para que o levem a meu apartamento, ele os pagam o dobro.
Vane parecia menos contente por isso.
—Sério? —Ele levantou seu queixo—. Hei! rapazes?
Eles fizeram uma pausa para olhar ao Vane.
—Dez mil dólares por levar seus pertences para dentro e as pôr em qualquer parte onde ela queira.
O mais alto deles riu.
— Sim, correto. Levamos para cima?
Vane se afastou dela. Ele tirou seu telefone celular de seu cinto e o deu ao homem.
—Pega e chama a Wachovia*. Chama pela Leslie Daniels, ela é a presidente do banco, e dê a ela seu número de conta bancária. Ela encaminhará imediatamente a sua
conta, ou ao Western Union se o preferir.
O homem o olhou cético, mas fez o que Vane lhe pediu. Assim que pediu pela Leslie, seus olhos se arregalaram.
Ele olhou ao resto dos peões e logo foi ao caminhão para tirar seu talonário de cheques.
Vane piscou os olhos a ela.
Uns minutos mais tarde, o peão retornava e devolvia o telefone ao Vane.
—Ela quer falar com você para assegurar-se que seja o Senhor Kattalakis.
Vane tomou o telefone.
—Olá, Leslie, sou eu... Sim, sei —. Enquanto escutava, jogou-lhe um olhar zangado ao Taylor—. Sabe o que. Transfira-lhe quinze mil. Parecem uns homens malditamente
decentes Sim, ok. Falarei-te mais tarde — Ele desligou o telefone e olhou aos homens.
O responsável lhe dirigiu uma cabeçada de admiração.
—Ok, rapazes, ouviram o Senhor Kattalakis. Tomem cuidado com as pertences da dama e ponham em qualquer parte onde ela queira.
Vane lhe lançou o que somente poderia chamar um enorme sorriso de desprezo ao Taylor.
—Tem vontades de duplicá-lo agora?
Taylor começou a se dirigir para eles, mas o olhar selvagem na cara de Vane o fez dar um passo atrás.
Taylor fez um gesto de desgosto com a boca
- Te dou de presente à gorda cadela.
Antes que ela pudesse piscar, Vane tinha atirado Taylor através do capô de seu carro e estava com sua mão ao redor de sua garganta.
Bride correu para eles enquanto Vane golpeava a cabeça do Taylor contra o capô.
—Vane, detenha-se, por favor! Alguém chamará à polícia.
Grunhindo, Vane lhe deixou ir.
—Se alguma vez voltar a insultar a Bride, juro que te arrancarei a garganta e alimentarei aos crocodilos do pântano contigo. Entende-me?
—Está louco. Pedirei uma ordem de afastamento contra ti.
Vane riu em insulto.
— Por favor tenta. Tudo o que tenho que fazer é pressionar dois números em meu telefone por meu advogado. Golpeará com tantos delitos por tantos anos, que seus netos
serão os que vão aos tribunais.
Escapulindo do capô do automóvel, Taylor estreitou seus olhos, mas sabia claramente que tinha sido dirigido por um melhor estrategista. Com sua respiração entrecortada,
abriu a sua porta de seu carro, entrou e saiu chiando.
—Hei! Senhora? —perguntou um trabalhador—. Quando estiver pronta para nos mostrar onde pôr seus pertences, por favor nos avise.
Bride deixou a Vane o suficiente para abrir a porta e lhes mostrar seu estudo na parte traseira. Quando voltou, encontrou a Vane apoiado contra um lado de seu edifício,
olhando a caminhonete de mudanças.
Seu coração palpitou.
—Obrigado - disse brandamente—. Estou realmente contente com que chegasse e pelo que fez.
Ele alargou um braço para jogar com um cacho solto que ela tinha sobre seu ombro.
—Eu, também.
—Eu, um... Terei que te pagar pela mudança.
—Não se preocupe por isso. É um presente.
—Vane...
—Não se preocupe por isso - ele insistiu—. Disse que o dinheiro não tem nenhum valor verdadeiro para mim.
Quanto dinheiro tinha que ter para ser capaz de dizer isso sobre quinze mil dólares? E por que um homem tão rico passava o tempo com ela?
—Bem, isso tem valor para mim e não quero ficar devendo a ninguém.
—Não está devendo para mim, Bride. Jamais.
—Não, tenho que lhe devolver isso.
—Então janta comigo e não falaremos mais.
Ela sacudiu sua cabeça para ele.
—Esse não é nenhum modo de te devolver.
—Certo a você que é.
Ela abriu sua boca para responder, logo recordou a seu outro Vane.
—Ah não, tenho que ir libertar meu lobo. Ele deve estar fora de si!
Vane ficou pálido por suas palavras, mas ela não o notou já que estava retornando a sua loja.
Ele olhou ao redor para assegurar-se que os trabalhadores não podiam vê-lo, logo se transportou de volta ao armário no quarto de atrás como lobo.
Ele apenas o tinha feito antes que ela abrisse a porta.
—Aí está, menino - disse ela, ajoelhando-se diante dele como mascote—. Sinto muito, tive que lhe pôr aqui. Está bem?
Ele a fuçou com cuidado.
Deu-lhe um abraço forte e logo se levantou.
—Vamos, bebê, tenho alguém que quero que conheça.
Vane chiou seus dentes ante suas palavras. Como diabos poderia encontrar-se consigo mesmo? Ele era poderoso, mas isto estava fora até de suas habilidades.
Mudo, ele se largou pela porta entre aberta e seguiu correndo até que esteve certo que estava fora de sua visão.
Bride saiu correndo atrás de seu lobo.
—Vane! —chamou-o ela, precipitando-se pela porta. Ela não podia ver rastro dele em nenhuma parte.
—Chamou?
Ela saltou, logo girou para ver o humano Vane detrás dela.
—Não, meu lobo...
—chama-se Vane?
Ela abriu sua boca enquanto ficava vermelha
- Essa é uma longa história.
Sorriu-lhe.
OH, Deus, como conseguia meter-se nestes apuros?
—Bem, eu não me preocuparia com ele. Estou certo que voltará.
—Isso espero. Acostumei-me a ele.
O coração de Vane se afundou. Esta era a última coisa que queria que ela dissesse. Mas na verdade, ele também se encontrou atado a ela. O que era uma loucura.
Ele deixou cair sua mão de seu cabelo mesmo que realmente o que queria era atraí-la a seus braços e beijar aqueles lábios. Ambas as partes dele não queriam nada
mais que lhe pegar, lhe tirar a roupa e esfregar-se contra ela. Sentir sua pele suave deslizando-se contra ele. Provar sua carne com sua língua.
Bride tragou ante a expressão na cara dele. Olhava-a como se ela era fosse uma torta que ele estava a ponto de devorar.
Nenhum homem jamais lhe tinha brindado um olhar tão faminto, tão necessitado. Estava paralisada por isso.
—Hei! Senhora?
Ela saltou ante a chamada do trabalhador.
—Sim?
—Onde quer que ponhamos a cama?
Ela levantou o olhar para o Vane.
—Voltarei, de acordo?
Ele assentiu. Ela se foi de seu lado e sentiu seu quente e pesado olhar sobre ela todo o caminho enquanto ia com os trabalhadores. Vane lutou por respirar enquanto
a olhava afastar-se dele. Esta mulher tinha o melhor traseiro que jamais tinha visto. E ele amava e odiava o modo em que ela tinha recolhido seu cabelo. Os cachos
caindo, roçando seu pescoço, fazendo que ele quisesse lamber cada centímetro dessa sedutora carne.
Todos os lobos se sentiriam assim com suas companheiras? Ou era algo em Bride? Ele não sabia com segurança. Mas agora ele era humano como ela. Que Deus os ajudasse
a ambos.

CAPITULO 4

Nunca, em toda sua existência, Bride se havia sentido mais torpe. O que lhe dizia uma mulher a um homem que a tinha salvado de um dos piores momentos de sua vida?
“Obrigado” eram tão inadequado para o que ela sentia. Ele era realmente um herói para ela.
Ela deixou o apartamento e se dirigiu de volta a sua loja enquanto os trabalhadores seguiam descarregando seus pertences.
Ao princípio não viu Vane por nenhuma parte. Partiu?
Sua motocicleta ainda estava onde ele a tinha estacionado.
Franzindo o cenho, olhou dentro da loja e o encontrou olhando uma prateleira de vestidos muito justos que tinham entrado mais cedo essa manhã.
Ele se deteve ante um elegante vestido negro que tinha chamado a atenção dela. Era feito de pesada seda com o corpete armado que ficaria genial em alguém do tipo
da Tabitha. Ela os tinha pedido por impulso porque sabia instintivamente que o vestido realmente faria ressaltar a gargantilha que Vane tinha comprado para ela.
Ela ao princípio tinha pensado usar os dois artigos juntos.
Bride abriu a porta e se dirigiu para ele.
—Quer provar um? —perguntou ela brincando.
Ele riu disto. Seu rosto inteiro se iluminou e seus olhos verdes brilharam. Meu deus, nenhum homem deveria ser tão formoso.
—Não acredito que tenha o decote para levá-lo e provavelmente fará que meu traseiro se mostre realmente magro.
Ela riu.
Ele tirou o maior e o alcançou.
—Em ti por outra parte... Formoso.
—OH não - disse ela, acariciando a fresca seda com sua mão isto é muito apertado para mim. Além disso, eu não gosto de nada que mostre meus braços.
Ele pareceu confuso por suas palavras. —por quê?
Ela deu de ombros. —Não sei. Faz-me sentir realmente tímida.
Ele olhou o vestido, logo a ela, como se imaginasse nele.
—Sim, provavelmente tenha razão. Muitos tipos lhe comeriam com os olhos, então eu teria que lhes fazer dano.
Ele estava sério. Assombrada por isso, Bride arqueou suas sobrancelhas enquanto lhe tirava o vestido e o devolvia ao lugar.
Vane a olhou muito de perto enquanto seu aroma o rodeava. Pensando nela nesse vestido...
Estava tão excitado por ela que tudo o que podia fazer era estar parado aí e não saltar. Ele olhava fixamente a carne nua de seu pescoço, querendo pressionar seus
lábios ali e saborear a deliciosa pele.
Em seu hábitat natural, ele não teria vacilado a atirar-se em cima dela e beijá-la até que pedisse piedade. Mas os humanos que tinha visto não se comportavam assim.
Havia protocolos no namoro sobre os quais não estava certo.
Ela se girou para ele.
Vane a olhou, temeroso de que ela pudesse sentir quão terrivelmente a desejava. Quão incerto estava.
Em seu reino, um lobo tímido era um lobo morto. No reino humano...
O tímido triunfaria ou perderia?
Maldição deveria ter prestado mais atenção.
—E então, que fazemos com o jantar? —perguntou, tentando estar a meio caminho entre o tímido e o poderoso. —Quer que te dê um par de horas para que os trabalhadores
arrumem tudo e logo volte?
Ela se mordeu o lábio.
—Não sei.
—Por favor?
Ela assentiu logo se ruborizou graciosamente.
Por alguma razão que não podia explicar, tinha vontades de uivar de triunfo. Ele se esticou para alcançar o vestido do lugar e o tirou do cabide.
—Poderia usar este? —perguntou esperançado.
Bride o olhou duvidando, mas a expressão na cara dele fez que ela tomasse. Ele tinha sido tão amável com ela até o momento...
—Só se juras que não rirá de mim nele.
Seu olhar a chamuscou.
—Eu nunca riria de ti.
Ela suspirou ante o feroz tremor que a atravessou pela profunda sinceridade de suas palavras. Ele realmente era muito atrativo para seu próprio bem.
—Bem. A que hora estará de volta?
Ele comprovou a hora em seu telefone de celular.
—Às seis? —É um encontro.
A satisfeita expressão em seu rosto enviou uma emoção desconhecida através dela. Bride, não o faça. A última coisa que precisa é de ter seu coração quebrado pelo
Mr. Bodacious*.
Talvez ele fosse diferente.
Ou talvez seja pior.
Ela não saberia a não ser que se arriscasse.
Respirando profundamente, ela tomou o vestido de suas mãos. Bride McTierney nunca tinha sido uma mulher tímida. De vez em quando tinha sido estúpida, como quando
tinha deixado Taylor usá-la, mas nunca covardemente.
Bride enfrentava a vida e ela não ia ter o medo com o Vane.
—A seis em ponto - repetiu.
—Verei-te essa hora - disse Vane. Ele se inclinou e lhe deu um beijo extremamente casto sobre sua bochecha.
Ainda assim, isto a excitou quase tanto como uma carícia verdadeira. Bride o olhou enquanto saía de sua loja.
Fora, ele em realidade fez uma pausa para olhá-la de novo e lhe sorrir antes de colocar seus óculos de sol.
Assobiando ante a esplêndida visão dele, ela olhou como ligava sua moto, logo a tirava da calçada, para a rua.
—OH, por favor, Vane - sussurrou ela sem fôlego—. Não rompa meu coração também.
Bride levou o vestido ao provador e fez todo o possível para não recordar o bem que era ver Vane nu ali. Quão bem o tinha sentido dentro dela. A imagem de suprema
satisfação sobre seu rosto enquanto a balançava com cuidado entre seus braços.
Ela pendurou o vestido e foi procurar os acessórios para complementá-lo. Não sabia aonde ia levá-la, mas ia exibir-se do melhor, embora isso a matasse.
Vane retornou à loja de bonecas onde tinha deixado ao Ash.
Ele tinha um encontro.
Com a Bride.
O pânico já se estava estabelecendo. Que diabos faziam os humanos em um encontro além de fazer sexo?
Ele tinha visto que as pessoas no bar interagiam um com o outro, mas aqueles encontros tinham sido similares aos que os lobos tinham. Alguém entrava, olhava ao redor,
encontrava a companheira que queria reclamar, e a levava a casa para deitar-se com ela. Dev lhe havia dito desde a primeira noite que esse não era o modo em que
o mundo humano normalmente funcionava. Que alguns costumes no Santuário eram diferentes.
E outra, muitos de quão humanos foram já estavam juntos ou casados um com o outro. Eles em geral pareciam fazê-lo bem... A não ser que brigassem. Mas Vane nunca
tinha prestado muita atenção.
Ele não sabia nada sobre como devia atuar um humano “como” ele, em realidade. Ele tinha passado os últimos quatrocentos anos de sua vida matando aos que ameaçavam
a seus irmãos ou tentando espantar ao resto.
O que faria que Bride se apaixonar-se por ele o suficiente como para que aceitasse ser sua companheira?
Depois de estacionar sua moto sobre uma rua transversal, ele voltou a Liza para pedir um pouco de ajuda.
Vane vacilou ao entrar no quarto dianteiro onde duas mulheres olhavam a coleção de bonecas enquanto falavam com a Liza. Uma das mulheres era uma cópia exata da Tabitha,
exceto que não tinha a cicatriz sobre seu rosto.
Ela devia ser a esposa do Kyrian Hunter, Amanda. Vane tinha cruzado com o Ex-Dark-Hunter de vez em quando, mas nunca se encontrou com sua esposa. Marissa estava
nos braços de Amanda, brincando com o cabelo de sua mãe. A outra mulher, uma morena baixa, conhecia-a bem. Era a Doutora Grace Alexander, a psicóloga humana que
lhe disse que nada ajudaria a seu irmão até que Fang estivesse preparado para ser ajudado. Grace sustentava o seu filho em seus braços enquanto Amanda se detinha
na metade da oração.
As três mulheres deram volta para olhar fixamente ao Vane, quem vacilou justo ao entrar pela porta.
—Ele está ainda lá atrás - disse Liza, como se ela soubesse a quem procurava.
—Obrigado.
Ele ouviu a Liza explicar quem e o que era a Amanda enquanto se dirigia ao quarto de trás.
Vane passou pelas cortinas e viu que a demônio tinha ido e Kyrian, Nick Gautier, e Julian Alexander falavam com o Ash.
Ele conhecia o Nick de todas as vezes que o jovem humano tinha ido ao Santuário ver sua mãe, Cherise. Nick era estranho, mas como servia aos Dark-Hunters e eles
amavam a sua mãe, os ursos o tratavam como a outro de seus filhotes. Kyrian era ligeiramente mais alto que Julian, mas com o cabelo loiro em um tom mais escuro.
Inclusive embora eles fossem a sua maior parte humanos, os dois homens possuíam suficiente autoridade e habilidade para que Vane os respeitasse.
—Que aconteceu, lobo? —perguntou Ash enquanto se reclinava sobre uma mesa de trabalho que estava coberta com partes de bonecas e tecidos. Ash tinha seu traseiro
apoiado sobre ela, com suas pernas esticadas diante dele e suas mãos firmadas a cada lado de seu comprido e magro corpo.
Nick, Julian, e Kyrian estavam de pé formando um semicírculo entre ele e Ash.
Vane vacilou. Não lhe agradava a idéia de uma consulta pública, mas já que dois dos homens estavam casados com mulheres modernas e Nick sabia muito de encontros,
talvez eles pudessem lhe dar uma mão.
—Preciso assessoramento sobre encontros. Rápido.
Ash arqueou uma só sobrancelha ante isto.
—Sou inútil. Nunca estive em um.
Os três homens humanos deram a volta para olhá-lo atônitos.
—O que? —perguntou-lhes Ash defensivamente.
Nick começou a rir.
—OH homem, isto não tem preço. Não me digam que o grande Acheron é virgem?
Ash lhe jogou um olhar cômico.
—Sim, Nick. Sou branco como uma açucena.
—Como passaste pela vida sem um encontro? —perguntou- Kyrian ao Ash.
—Isso não era uma questão então - disse Ash de maneira cortante.
—Sim, bom, isto é uma questão séria a mim - disse Vane, aproximando-se deles. —Julian, como conheceu sua esposa?
Julian deu de ombros.
—Meu irmão o deus do sexo me amaldiçoou e me meteu em um livro durante dois mil anos. Grace se embebedou em seu aniversário e me convocou.
Vane pôs seus olhos em branco.
—Isso é inútil. Kyrian? O que passou contigo?
—Despertei algemado a Amanda.
Vane poderia trabalhar com isso.
—Então tenho que conseguir um jogo de algemas?
—Não no primeiro encontro - disse Ash com um sorriso satisfeito—. A assustará de morte se a algema.
Kyrian zombou.
—Isso funcionou para mim no primeiro encontro.
Ash lhe jogou um olhar aborrecido. —E também ter a um Daimon louco tratando de matar aos dois. Mas não penso que Vane deseje seguir esse caminho.
—O que fazem vocês os lobos em um encontro? —perguntou Nick.
—Não temos encontros - disse Vane—. Quando uma mulher está em zelo, lutamos por ela e logo ela escolhe quem ela deseja.
Nick bocejou.
—Está brincando? Não tem que comprar seu jantar? Quer dizer que nem tem que lhe falar? —Ele deu volta para o Acheron—. Demônio, Ash, me faça lobo.
—Você não gostaria de ser lobo, Nick - disse Ash—. Teria que comer a carne crua e dormir ao relento.
Nick deu de ombros.
—Isso me soa típico do Mardi Gras.
—Que mais? —perguntou-lhes Vane, interrompendo o relato do Nick de seus hábitos do Mardi Gras—. O que faziam rapazes, quando eram humanos?
Kyrian pensou nisso antes de responder.—Bem, em nossos dias - disse ele, olhando ao Julian—, levávamos às mulheres a corridas de carros e jogos.
—OH, Jesus - disse Nick—. Você meninos, são patéticos. Corridas de carros, minha bunda —. Ele deu um passo para frente e passou seu braço ao redor dos ombros de
Vane. —Bem, me escute, lobo. Consegue alguma boa roupa e a impressiona com muito dinheiro em efetivo. Tem que levá-la a algum bom lugar para comer. Há um lugar,
baixando, no Chartres onde pode conseguir um jantar dois por um...
—Nicky!
Todos eles deram a volta para ver a Amanda, que estava de pé entre as cortinas, lhes olhando zangadamente.
—O que? —perguntou Nick.
—Não te atreva a lhe dizer o que fazer em um encontro - Amanda veio e deu sua filha ao Kyrian—. Notaram alguma vez que o Senhor Suave poucas vezes tem um encontro
duas vezes com a mesma mulher? Há uma razão para isso.
Grace falou baixo aos homens enquanto lhes unia.
—Juro, que deveríamos fazer todos vocês fazerem um curso básico sobre encontros. É incrível que se casasse.
Julian lhe ofereceu um diabólico sorriso zombador a sua esposa.
—Não te ouvi queixar quando...
Ela cobriu sua boca com sua mão, logo pôs a seu filho em seus braços.
—Vocês dois vão pra casa antes que se metam em mais problemas.
— E você - disse Amanda ao Ash—, é bastante velho e bastante sábio para fazer melhor.
—Não fiz nada - disse Ash, mas havia um brilho em seus olhos prateados que desfazia sua defesa.
—Sim, bem - disse Amanda afugentando-o para a porta.
Ash passeou tranqüilamente como se estivesse enormemente divertido pelas mulheres.
Nick começou a segui-lo, mas Amanda o agarrou por braço.
—Você espera aqui.
—por quê? —perguntou Nick.
Amanda lhe tirou um jogo de chaves de carro do bolso de sua camisa.
—Porque vais emprestar ao Vane seu carro esta noite.
—Como o inferno. Desde quando um lobo pode dirigir um Jaguar?
Grace olhou ao Vane.
—Pode dirigir?
—Sim.
—Isso está decidido, então - disse Grace. Ela se voltou para o Nick—. Leva o Jaguar para uma lavagem e por todos os céus retira todas as caixas de Mac Lanche Feliz
do McDonald dele.
—Hei! —disse Nick, com cara ofendida—. Isso é um golpe baixo. Essas caixas são de coleção.
Grace não deu bola.
—A que hora é seu encontro? —perguntou ao Vane.
—Às seis.
Amanda deu as chaves ao Nick.
—Bem, Nick, tenha o carro em casa às cinco e trinta.
—Mas, mas…
—Nenhum mas, somente faz.
Elas obrigaram ao Nick sair, logo giraram para enfrentar ao Vane com as mãos sobre seus quadris.
Era algo bom que Vane não fosse um ganso. Ainda assim, sentia-se perfeitamente cozido quando as duas mulheres o olharam ele assim. Ele tinha certo pressentimento
de que elas estavam a seu favor.
—Bem. Quer um encontro com uma humana? —perguntou Amanda.
Ele assentiu.
—Então vêem conosco e escuta bem.
Bride comprovou em seu relógio. Eram seis e não havia nenhum sinal de Vane.
—Ele estará aqui - se dizia a si mesmo enquanto olhava seu cabelo e maquiagem outra vez no espelho, tentando não olhar nada debaixo de seu queixo.
Se o fizesse, iria quere mudar de roupa, e lhe tinha levado muito tempo controlar seus nervos para usar o vestido que o Vane tinha gostado. Ela abriu a porta de
rua de seu apartamento só para não encontrar sinal algum de nenhum dos dois Vane. Seu lobo não tinha retornado desde que tinha fugido dela
Esperava que não fora um mau sinal.
—Controle-se — disse a si mesma. Não tinha estado tão nervosa há anos.
Mas por outro lado, não tinha estado perturbada por um homem...
Nunca.
Alguém soou uma buzina diante de sua porta.
Bride olhou com cenho franzido ao Jaguar prateado que tinha aparecido. Esse era o carro de Vane? Ela agarrou sua bolsa, fechou a porta, e cruzou o pátio dianteiro
para ver um homem no assento do condutor que não reconheceu.
—Posso lhe ajudar? —perguntou enquanto se aproximava.
Mais ou menos de sua idade, o homem era extremamente arrumado, com uma barba de aproximadamente um dia em seu rosto. Vestido em uma áspera camisa Havaiana azul,
tinha o cabelo negro e um sorriso zombador encantado.
—Você é Bride? —perguntou.
—Sim.
Ele saiu do carro e tirou seus óculos de sol para lhe mostrar um par de formosos olhos azuis.
—Nick Gautier - disse, lhe oferecendo sua mão—. Sou seu chofer, ou quase.
—Meu chofer?
—Sim, Vane está retido, e eles me disseram que colocasse meu traseiro aqui e me assegurasse que você estaria no restaurante a tempo e sem demora. Ele disse que a
encontraria lá.
Nick caminhou até o lado de passageiros do carro e abriu a porta para ela.
Bride entrou e ajustou o vestido enquanto Nick voltava para outro lado.
—Você trabalha para o Vane? —perguntou enquanto ele fechava de um golpe.
Nick riu a gargalhadas.
—Não. Mas aprendi a não discutir com a esposa do meu chefe. Ela pode parecer muito agradável e doce, mas é uma coisa repugnante quando você consegue irritá-la. Amanda
me disse que fizesse isto, assim não vou zangá-la.
Ele pôs em marcha ré o carro e quase lhe tira de lugar a cervical enquanto dava a volta e pisava forte no acelerador.
Bride de repente tinha outros pensamentos sobre estar no carro com o Nick. Ele era um homem estranho.
Que não podia dirigir.
Ele os conduziu umas ruas pelo Royal Street, que agora estava aberta ao tráfico, e se deteve frente ao Restaurante Brennan.
Bride esperou que Nick saísse outra vez e abrisse a porta para ela, mas ele não o fez.
—Ele disse que ele a encontraria lá dentro assim que pudesse.
—Bem - ela saiu.
Nick partiu, fazendo chiar seus pneus, no minuto que ela esteve sobre a calçada.
Bem… Ele deve ter tido algo mais para fazer.
Bride ajustou seu xale adornado com pedras ao redor de seus ombros nus e jogou uma olhada para dentro, esperando ver um sinal de Vane.
Não havia nenhum.
Juntando a coragem que ficava, abriu a porta e entrou. Uma jovem vestida com uma blusa branca e a saia negra estava no suporte de livro do maitre.
—Posso ajudá-la?
—hum... sim. Encontrarei com alguém para jantar, Vane Kattalakis.
A moça revisou seu livro de reservas.
—Sinto muito, não temos nenhuma reserva para alguém com esse nome.
O coração de Bride se afundou.
—Está segura?
A mulher girou o livro de reservas para mostrar-lhe.
- É com “K” correto?
Bride comprovou os nomes. Seu estômago se apertou até que descobriu um nome familiar.
Taylor Winthrop.
Ela quis morrer justo aí, no vestíbulo. Brennan era seu restaurante favorito e Taylor se negou a levá-la ali. Ele sempre dizia que era muito caro para ele e que
não podia gastar essa quantidade de dinheiro em uma só comida.
O que tinha acontecido é que não tinha querido gastar com ela.
Ela era uma idiota.
—Obrigado - disse Bride, afastando-se. Ela envolveu suas mãos em seu xale enquanto decidia o que deveria fazer.
De repente, pareceu que tinha quinze anos outra vez, esperando que seu par de formatura aparecesse.
Ele nunca foi.
Tinha encontrado a alguém mais para levar e nem se incomodou em dizer-lhe. Ela tinha se informado disso no dia seguinte por um amigo. E quando Tabitha o tinha averiguado,
ela tinha posto água quente nas partes intimas do cara e erva venenosa em sua roupa íntima.
Bride amou a Tabitha esse dia por isso.
Mas não havia nenhuma Tabitha aqui esta noite para fazê-lo melhor. Certamente Vane não seria tão cruel.
Ou sim?
Tudo isto tinha sido uma espécie de teatro?
Não. Ele estaria aqui.
Em seu estômago fez nós, ela esperou dez minutos completos antes que a porta se abrisse. Bride deu a volta, esperando ver o Vane. Em muda, era Taylor com uma mulher
alta, de cabeleira negra. Ela não era muito bonita, mas a mulher tinha corpo de ginásio.
Taylor se aproximou no instante em que a viu.
Bride teve um pequeno e malvado segundo de satisfação ao ver que tinha um olho arroxeado de seu encontro mais cedo com o Vane.
Ele quis fazer uma brincadeira.
—Encontra-te com seus pais aqui, Bride?
—Não - disse ela—. Espero para um encontro.
Ele se inclinou e sussurrou algo no ouvido da mulher. Ela olhou ao Bride e riu.
Naquele momento, Bride se sentiu tão pequena que tudo o que pôde fazer foi não sair correndo do restaurante. Mas ela resistiu para lhe dar satisfação.
O maitre se aproximou da parte traseira do restaurante.
—Posso ajudá-lo, senhor?
—Sim, temos uma reserva para dois para Taylor Winthrop. E assegure-se que nos dêem uma mesa romântica, isolada.
O maitre comprovou seu nome na lista e assentiu.
—Serão só uns minutos, Sr. Winthrop.
Taylor passou ao homem uma gorjeta. O maitre se virou para ela.
—Posso ajudá-la, senhora?
Ela sentiu que seu rosto ardia.
—Houve uma confusão com nossas reservas. Somente espero que meu acompanhante chegue.
O homem assentiu outra vez enquanto Taylor ria dela.
—Isso é o que acontece quando anda com perdedores — lhe disse à mulher que estava com ele.
O primeiro instinto de Bride foi lhe devolver o insulto, mas de verdade compadeceu-se da acompanhante troféu do Taylor. A pobre mulher não tinha nenhuma idéia com
que serpente ia jantar.
Ela somente esperava que a mulher nunca averiguasse.
Bride puxou seu xale grande mais alto sobre seus ombros e se sentiu três vezes mais tímida. Certamente, não ajudou que Taylor e sua acompanhante seguissem observando-a,
sussurrando e logo riram.
Ela quis morrer.
Justo quando estava a ponto de partir, a porta finalmente se abriu e entrou Vane.
Ele estava devastador. Vestido com um traje de Armani negro, ele tinha deixado sua camisa negra aberta no pescoço, exibindo os poderosos tendões de seu pescoço bronzeado.
A cor ébano realmente remarcava o verde de seus olhos. Seu cabelo escuro, ondulado caía solto e seu rosto estava barbeado.
Ele nunca tinha estado mais perigoso. Mais atrativo.
Sexy.
Bride ouviu que a acompanhante do Taylor continha bruscamente o fôlego ao vê-lo.
Ela meio esperou que Vane olhasse à mulher. Ele não fez. Ele tinha olhos só para ela.
Caminhou diretamente a seu lado, colocando suas grandes e cálidas mãos sobre seus ombros e beijando-a ligeiramente na bochecha. Ela se derreteu imediatamente ao
inalar o aroma masculino dele e sua loção de barbear.
Fez tudo o que pôde para não ronronar.
—Por que está esperando na porta? —perguntou enquanto se retirava ligeiramente.
—Não temos reservas.
Vane lhe franziu o cenho.
—Nunca faço reservas. Não preciso — Ele tomou sua mão e a conduziu ao balcão.
O maitre apareceu imediatamente.
—Senhor Kattalakis - disse, sorrindo—. É tão bom lhe ver outra vez.
—Olá, Henri - disse Vane, colocando seu braço ao redor da cintura de Bride—. Minha mesa está preparada?
A risada se apagou de Henri quando seu olhar se dirigiu a Bride. Ele olhou-a imediatamente arrependido.
—OH, não me dei conta que ela era sua acompanhante. Ela disse... —Ele olhou para a Bride— Madame, por favor aceite minhas mais profundas desculpas por havê-la feito
esperar. Foi Tiffany quem a deixou esperando sem localizá-la? Ela é nova, mas a repreenderei imediatamente por isso.
—Está bem - disse ela, sorrindo felizmente ao Vane enquanto seu coração palpitava com alívio.
—Estas segura? —perguntou Vane.
—Sim. Não foi sua culpa.
Henri suspirou com alívio.
—Falarei com ela e isto nunca voltará a acontecer outra vez. Prometo.
A mulher com o Taylor soprou forte.
—Por que eles conseguem uma mesa sem esperar, Taylor? Ele não está na TV.
Vane olhou para eles com um olhar penetrante e franzindo o cenho que os fez calar a ambos imediatamente.
—Por favor, me sigam - disse Henri—. Temos sua mesa no terraço esperando.
Bride olhou sobre seu ombro a Vane enquanto Henri conduzia pelo restaurante.
—Como consegue tão ótimo serviço?
—É bom ser rei - disse ele encolhendo os ombros enquanto colocava suas mãos em seus bolsos—. O Dinheiro fala e muito dinheiro canta e dança.
Sim, mas ainda assim...
Dirigiram a uma mesa em um canto com uma formosa visão ao pátio inferior. Tinha uma visão impressionante da fauna e a flora. Henri sustentou uma cadeira para a Bride,
que se deslizou nela.
Vane tirou sua carteira e lhe deu vários bilhetes de cem dólares ao Henri.
—me faça um favor. Aquele tipo abaixo... Taylor. Dê-lhe a pior mesa na casa.
Os olhos do Henri dançaram, divertidos.
—Para você, Senhor Kattalakis, qualquer coisa.
Vane se sentou enquanto Henri ia.
—Isso é muito mau vindo de você - disse ela com um sorriso tímido.
—Quer que o detenha?
—Dificilmente. Eu simplesmente te advertia que isso estava mau.
—O que posso dizer? Só sou um grande lobo mau —. Vane tomou sua mão e lhe deu um doce e íntimo beijo em sua palma onde estava a estranha marca. Era bastante curioso
que parecesse não notá-la.
—E você é bastante boa para te comer.
O calor explorou através de seu rosto.
—Obrigado. Exibe bastante riquíssimo você mesmo.
—Sinto ter chegado tarde - disse ele, tirando uma única rosa vermelha de seu terno e dando-lhe. Demorou um pouco mais de tempo do que eles pensaram para ter meu
traje preparado.
—Comprou um traje novo para nosso encontro?
—Bem, sim. Não sou realmente um homem desta classe de traje. Sou bem mais uma pessoa natural.
Dois garçons se aproximaram da mesa vestidos com casacos negros e gravatas. Um era maior, com uma aparência de cavalheiro distinto, baixa estatura, com sotaque,
e de cor. Bride o tomaria por um Cajún. O outro era um homem mais jovem, com cerca de vinte anos.
—Senhor Kattalakis - o saudou o mais velho—. Que agradável vê-lo com companhia para variar.
Vane lhe dirigiu um cálido e ardente olhar.
—Sim, isso é agradável, verdade?
—Você quer seu vinho habitual? —perguntou o garçom.
—Sim.
Eles olharam a Bride.
—Evian*, por favor.
—Quer algum vinho? —perguntou Vane.
—Não, água está bem. Sério.
Ele franziu o cenho enquanto os garçons foram conseguir suas bebidas.
Bride recolheu seu menu e notou que Vane não se incomodava em olhar o seu.
—Quão freqüentemente vem aqui?
Ele deu de ombros.
—Duas ou três vezes por semana. Eles têm um café da manhã realmente bom e estou viciado em suas Bananas Foster*. E você? Veio alguma vez aqui?
Ela esmagou a dor que sentiu ao pensar no Taylor e sua companhia, e a resistência do Taylor de trazê-la aqui.
—Não em muito tempo, mas sim, amo sua comida.
Vane pareceu aliviado por isso.
Bride tentou ler o menu, mas era difícil já que ele não tirava seus olhos dela. Havia algo extremamente animal e poderoso no modo em que a tratava. Na maneira em
que a olhava.
Era adulador e, ao mesmo tempo, quase lhe atemorizava.
Ela levantou o olhar para ele.
—O que?
—O que? —perguntou ele de volta.
—por que me olha fixamente?
—Não posso parar. Fico imaginando que não seja real.
Suas palavras a aniquilaram.
Os garçons voltaram com suas bebidas.
—Estão preparados para pedir agora?
Bride deixou seu menu.
—Quero a salada Brennan sem o queijo, por favor.
Ele o anotou.
—E? —perguntou Vane.
Bride levantou a visão para ele.
—E o que?
—Que mais quer comer?
—Somente a salada.
Vane franziu o cenho ante isso.
—Bernie —lhe disse ao garçom —. Por favor poderia nos dar um minuto?
—Certo Senhor Kattalakis. Tome seu tempo.
Vane esperou até que eles se foram antes de inclinar-se para diante.
—Sei que tem fome, Bride. O que comeu no almoço? Meio sanduíche?
Sua pergunta a surpreendeu.
—Como sabe isso?
—É uma conjetura já que posso ouvir o barulho do seu estômago.
Ela pôs a mão sobre seu estômago.
—Não me dava conta que eu era tão desagradável.
Grunhiu-lhe. Bride se moveu nervosamente ante o som que não era muito humano.
—Olhe Bride - disse ele, sua voz profunda e ressonante —. Vou ser honesto com você. Não sei o que faço esta noite, bem? Nunca tive um encontro antes e me disseram
que às mulheres gostam que as levem a algum agradável para comer. Grace e Amanda disseram que deveria ser eu mesmo e não tentar lhe impressionar. Assim, aqui estamos,
em meu restaurante favorito, mas se você não gosta dele podemos ir a algum outro lugar e comer o que você queira.
Os olhos de Bride se encheram de lágrimas ante suas palavras e o que elas significavam.
—Perguntou a alguém como ter um encontro comigo?
Ele soltou um suspiro e jogou uma olhada para suas mãos apertadas.
—Genial. Agora te deixei triste outra vez. Sinto muito. Isto foi uma idéia realmente má. Somente te levarei para casa e poderá esquecer que alguma vez posou seus
olhos em mim.
Ela estendeu suas mãos e tomou a dele entre as suas.
—Bem, sejamos honestos um com o outro. Eu não sei o que faço, tampouco. Faz uma semana, eu sabia o que queria. Era proprietária de um negócio bastante bem-sucedido,
saía com um homem ao que bobamente pensei que amava e com o que pensava me casar algum dia.
—Uma tarde, minha vida inteira se desabou e logo depois de repente este grande homem vem como um cavalheiro andante em sua brilhante armadura. Ele é magnífico, forrado,
e me diz todas as coisas corretas. Ele me faz sentir que posso voar, e cada vez que aparece, ele faz tudo melhor. Não estou acostumada a isso, ok? E não estou acostumada
a estar com um homem tão incrivelmente atrativo que me faz sentir como prêmio ao pior.
—Penso que é formosa, Bride.
—Vê! —disse ela, gesticulando para ele—. Aí está sendo perfeito outra vez. Penso que necessita que lhe examinem a cabeça.
Ele a olhou extremamente ofendido por isso.
Bride se retirou e se sentou muito direita.
—Bem, vamos tentar outra vez.
Ofereceu-lhe sua mão.
—Olá, sou Bride McTierney. Prazer em conhecê-lo.
Sua expressão disse que pensava que ela era quem necessitava que lhe examinassem a cabeça. Ele tomou sua mão na sua.
—Olá, sou Vane Kattalakis e estou faminto. Você gostaria de jantar comigo, Bride?
—Sim, Vane. Eu gostaria.
Ele riu dela.
—Bem, então agora vem a parte onde compartilhamos histórias sexuais?
Bride se pôs a rir tão forte que várias pessoas perto viraram as cabeças para olhá-la. Cobrindo sua boca, ela o olhou.
—O que?
—Isso é o que Nick disse que deveria fazer para chegar a conhecer uma mulher.
—Nick? —perguntou ela com incredulidade. —O que levava a horrível camisa, eu não posso encontrar minha saída em uma bolsa de papel Nick?
Os olhos de Vane se obscureceram. Perigosos.
—Ele te ofendeu quando te buscou? Diga a palavra e o matarei.
—Não, mas se eu fosse você, não pensaria em seguir dele, conselhos sobre encontros.
—Por quê? Ele consegue mulheres todo o tempo.
—Sim, mas alguma vez conserva alguma delas?
—Bem… Não.
—Então não siga seus conselhos.
—Ok —Vane fez gestos aos garçons que esperavam perto—. Quer compartilhar o Chateaubriand Bouquetière* comigo? Já que supõe que o servem para dois, eles se assustam
quando o devoro sozinho.
Ela se mordia para não rir de suas palavras.
—Eu adoraria.
Vane levantou a visão enquanto Bernie retornava.
—Começaremos com dois Crepes Barbaras como aperitivos, depois o Chateaubriand Bouquetière.
—Muito bem, Senhor Kattalakis. Muito bem.
Vane lhes entregou os menus, logo se inclinou para diante.
—E te assegure de guardar espaço para a sobremesa.
—Não sei se posso, mas tentarei. Se quiser a uma mulher que pode comer tudo isso, precisa ter um encontro com minha amiga Tabitha.
Ele tomou sua mão outra vez e a massageou como se fora algo indiscretamente precioso.
—Não quero um encontro com a Tabitha —disse ele, pondo sua mão contra sua própria suave bochecha—. Só quero estar contigo.
Bride nunca se havia sentido assim em toda sua vida. Sentia-se tão desejável perto dele. Tão...feminina.
Ele de algum modo até conseguia fazê-la sentir pequena.
—E como é que um homem como você nunca teve um encontro antes?
Vane tomou um gole de vinho enquanto pensava como responder sua pergunta. Ele não queria lhe mentir, mas não podia lhe dizer exatamente que ele era um lobo que tinha
crescido vivendo nos bosques, dormindo em guaridas com outros lobos.
Isto poderia assustá-la um pouco.
—Cresci em uma espécie de comunidade.
Ela parecia nervosa agora e recordou a um coelho esquecido.
—Que tipo de comunidade? Não é um desses loucos religiosos que vão seqüestrar-me e lavar o cérebro por meu dinheiro, verdade?
Vane sacudiu sua cabeça. Esta mulher tinha as idéias mais estranhas.
—Não. Definitivamente não. Só cresci de um modo em que a maioria das pessoas não o fez. E você?
—Cresci aqui. Meus pais, ambos são veterinários. Eles se conheceram na universidade e se casaram quando terminaram a faculdade. Não há realmente muito para contar.
Tive uma vida muito normal, comum.
Vane tentou imaginar tal coisa. Em seu mundo, onde eles podiam dirigir a magia, os elementos, e até mesmo o tempo, normal realmente não era um fator. De algum jeito,
invejava a Bride por seu mundo humano onde o impossível não era realidade.
—Isso deve ter sido agradável.
—Era — Ela tomou um gole de sua água—. E seus pais o que fazem?
—Imaginam modos criativos de matar um ao outro —Vane se abateu por ter aberto sua boca. Estava tão acostumado a usar a frase que não pensou nisso até que se ouviu
dizê-la.
—Não, sério.
Vane olhou ao longe, incômodo.
Bride ficou de boca aberta quando compreendeu que ele não estava brincando.
—Por que eles fariam isso?
Vane em realidade se retorceu um pouco antes de responder.
—Isso é uma longa história. Minha mãe escapou não muito depois que nasci e meu pai me quer morto, assim aqui estou... Contigo.
Ela não sabia que pensar disto.
—Este… hum… Esta loucura na família, não é hereditária, verdade?
—Não parece - disse ele sério—. Mas se ele se aproximar de mim, tem permissão de me dar um tiro.
Ela não estava segura se queria dizer isso ou não. Por isso, repentinamente agradecida que estivessem em um lugar público, ela decidiu mudar o tema para um mais
certo.
—Como é que tem tanto dinheiro? Depois do que disse, não acredito que seus pais lhe tenham dado isso, verdade?
—Não. Faço investimentos. Às vezes vendo artefatos.
Agora isso soava interessante.
—Que tipo de artefatos?
Ele deu de ombros.
—Isto e aquilo.
Os garçons trouxeram seus aperitivos. Bride se apoiou na cadeira e olhou como Vane começava a comer. Ele parecia real e refinado enquanto comia na tradicional maneira
européia.
—Sabe, para alguém que cresceu em uma comunidade, tem maneiras impecáveis.
Uma profunda e escura tristeza se abateu sobre ele.
—Minha irmã me ensinou. Ela dizia… bom, ela sentia que se deveria comer como as pessoas e não como animais.
Bride ouviu como sua voz se quebrava ao falar de sua irmã. Era óbvio que sua irmã significava muito para ele.
—Onde está ela agora?
Sua tristeza aumentou dez vezes enquanto tragava. A dor em seus olhos era tão profundo que a fez sofrer por ele.
—Ela morreu faz uns meses.
—OH, Vane, sinto muito.
—Sim, eu, também - Ele limpou sua garganta.
Seu coração se rompeu por ele, Bride estendeu a mão e acariciou com seus dedos sua bochecha para lhe oferecer consolo. Ele girou seu rosto para o braço dela e lhe
beijou o interior de seu pulso.
A imagem de seus selvagens olhos a fez tremer.
—É tão suave - ele suspirou logo lhe beijou sua mão e se afastou ligeiramente dela—. Se seguir te cheirando, nós poderíamos dar um espetáculo aqui esta noite.
—Que tipo de espetáculo?
—Eu simplesmente poderia te atirar sobre meu ombro e te levar daqui para poder te violar outra vez.
Ela riu ante a idéia.
—Poderia realmente?
Ela viu a crua verdade, em seus olhos.
—Sim poderia, se me tivesse deixado.
Bride colocou ao seu lado na mesa e passaram o resto do jantar em uma conversação ociosa, segura. Vane era engenhoso e quente. Um estranho prazer.
Uma vez que tinham terminado o jantar e a sobremesa, eles voltaram a baixar as escadas onde ela viu o Taylor e a sua companheira sentados ao lado da porta da cozinha.
Nenhum um dos dois parecia contente.
—É muito mau, Vane - disse ela outra vez, rindo ao vê-los.
—Hei! Isto é amável comparado com o que quero lhe fazer. Ao menos desta maneira, ele ainda respira.
Henri lhes desejou boa noite enquanto se retiravam e voltavam para a casa dela.
—Importa de caminhar? —perguntou ela—. Está realmente agradável esta noite.
—Caminhar não me incomoda.
Ela tomou sua mão e lhe conduziu para o Iberville.
Vane olhou a maneira em que a luz da lua brincava com os cachos de seu cabelo castanho e refletia sobre a gargantilha que lhe tinha comprado. Seu vestido fazia ressaltar
suas curvas à perfeição e a bordo do sutiã lhe recordava quão fácil deveria ser deslizar sua mão dentro dele e tomar seu peito com cuidado na palma de sua mão.
Sua virilha se apertou. Uma e outra vez lhe recordando como a havia sentido. Quão cálidas e sensíveis tinham sido suas carícias.
Ele ansiava isso agora. O lobo nele uivava por prová-la.
Bride estava um pouco nervosa sob o intenso olhar de Vane. Havia algo animal nela. Devorador.
Havia vezes quando estava com ele que se sentia como presa por sua natureza predatória.
Eles não falaram muito caminhando de retorno a seu apartamento. Na porta, ela chamou a seu lobo.
—Não acredito que eles o apanharam, verdade?
—Não - disse Vane—. Estou certo que está bem. Ele provavelmente está desfrutando da noite.
—Acredita?
Ele sorriu abertamente maliciosamente.
—Sim, acredito.
Ela suspirou.
—Isso eu espero. Odiaria que algo mau lhe acontecesse.
Ele a seguiu até a porta de seu apartamento. Bride a abriu, logo vacilou.
Vane baixou sua cabeça para a curva de seu pescoço onde inalou seu aroma. Ele posou suas cálidas mãos sobre seus ombros.
—Quero estar dentro de ti outra vez, Bride - Ele levantou sua cabeça e a inclinou de uma forma que lhe fez recordar ao lobo Vane. —Me convidará para entrar?
Bride estava desconcertada. Ela o queria também, mas que tipo de relação era essa?
Ela começou a rir de modo incontrolável.
Vane a olhou com cenho franzido.
—O que é tão gracioso?
—Sinto muito, só que ouvi esse clichê horrível em minha cabeça “Ainda me respeitará pela manhã?”
Ele a olhou confuso.
—As pessoas não se respeitam um ao outro depois de que fazem sexo?
—Você sabe, quando diz coisas assim, parece como um ser do espaço.
—Sinto-me como um ser do espaço. Muitíssimo.
Que coisa estranha para dizer.
—Quanto tempo viveu nessa sua comunidade?
—Toda minha vida. Até oito meses atrás.
—OH, meu Deus. E sério?
Ele assentiu.
Não lhe assombrava que não soubesse nada de encontros. Ela não podia imaginar-se vivendo isolada do mundo.
Ele passou sua mão sobre seu ombro.
—Após estive ficando com... Amigos, que são os donos do Bar O Santuário no Ursulinas. Eles me ensinaram muito sobre como as pessoas se comportam, mas Amanda disse
que eu não apreciaria as frases e os movimentos com que os homens no bar fazem levantar às mulheres que conhecem ali.
Bride tratou de não concentrar-se em quão cálida era sua mão sobre sua pele nua. Quão bem sentia sua caricia. Esta enviava calafrios através dela, diretamente a
seus seios, que se endureceram, clamando por seu contato.
—Amanda o que?
—Hunter.
Bride se deu conta do nome.
—A irmã geme da Tabitha?
Ele assentiu.
Santo céu! Que pequeno é o mundo. Mas se ele conhecia a Amanda, isso era um alívio. Amanda, a diferença de sua irmã gêmea, não era uma louca e em geral, não andava
com psicóticos. Se Amanda realmente tinha ajudado ao Vane, então ele era provavelmente muito certo.
—Disse que ninguém tinha encontros em sua comunidade. O que fazia quando encontrava a uma mulher que gostava?
Ele a olhou um pouco frustrado.
—“Gostar” não tem o mesmo significado de onde eu venho que para você. Sério, nós não gostávamos de ninguém. Se estiver atraído por alguém, dorme com ele e logo segue
adiante. Não deixamos que nossas emoções se misturassem com nossos corpos da maneira que vocês o fazem.
—Como isso é possível? É a natureza humana.
Vane suspirou. Isso poderia ser a natureza humana, mas isso não era a natureza animal.
—Somente pensamos de maneira diferente.
Ela ficou rígida com a indignação.
—Então você não pensa em nada na hora de dormir comigo e logo seguir adiante a seguinte mulher?
Merda!
—Não. Isso não é o que quis dizer - Ele jogou com um cacho que roçava seu ombro nu—. Quero estar contigo, Bride. Só contigo. Quero que me aceite.
—Por quê?
—Porque te preciso.
—Por quê?
Vane chiou seus dentes. Como poderia lhe explicar o desejo selvagem dentro dele por reclamar a sua companheira? Essa loucura infecciosa que não descansaria até que
eles estivessem unidos.
Ele nunca tinha entendido o que tinha levado a seu pai a atacar a sua mãe. Agora entendia. Cada parte dele ardia a fogo lento por ela. Era febril e cru e não estava
certo de como controlá-lo.
Como se juntava um lobo com uma humana?
—Estou te assustando - disse ele enquanto cheirava seu medo—. Sinto. Deixarei-te sozinha agora.
Ele começou a afastar-se dela.
Bride tomou sua mão. Era estúpida e sabia. Vane não tinha feito nada para lhe fazer dano. Ele tinha feito o esforço de fazê-la feliz e tinha sido amável.
Do que tinha medo?
O mero feito de que ele estivesse disposto a se afastar havia dito a ela que nunca lhe faria mal.
Antes que ela pudesse deter-se, baixou os lábios dele para os seus e o beijou profundamente.
Cada hormônio em seu corpo ardeu ante o sabor dele. Ele a esmagou contra ele, sustentando-a com esses braços fechados que ela recordava tão bem.
Era assombrosamente masculino.
Com sua respiração desigual, ele se separou dela.
—Me diga para ir, Bride, e o farei.
Olhou-lhe sob a luz da lua e viu a sinceridade daqueles olhos cor avelã.
—Fica comigo, Vane.
Seu sorriso fez que seus joelhos se debilitassem enquanto girava sua cabeça e soltava um horripilante uivo.
Antes que ela pudesse mover-se, ele a tomou em seus braços e a levou através da porta de seu apartamento.

—Tinha razão. Eles não estão mortos.
Markus Kattalakis levantou a visão da fogueira onde sua manada de lobos estava reunida enquanto a fúria se apropriava dele. Durante os dois meses passados, sua manada
tinha estado nos bosques de Nebraska, cuidando de suas crias e esperando o tempo até que os filhotes fossem os suficientemente grandes para saltar períodos de tempo
sob a luz de uma lua cheia.
—O que? —perguntou a seu segundo em hierarquia, Stefan.
—Seus sentidos estavam corretos sobre o Vane e Fang. Eu fui ao Santuário e por mim mesmo vi o Fang ali.
—Por que não o matou?
—Ele não estava sozinho. Um dos ursos estava com ele. Sua cachorrinha. Parece que os Peltiers lhe deram boas-vindas. Não posso golpear a nenhum deles enquanto eles
estão ali. Não a não ser que deseje uma luta com os Peltiers.
Markus fez uma careta ante as notícias. Era tentador. Mas lobos e ursos...
Tinha passado muito tempo desde que o clã Katagaria tinha lutado com o clã. Atacar aos ursos, que eram renomados por manter um dos poucos santuários do Were-Hunters,
era um suicídio. Se os ursos e seus descarados não matavam a seu clã, fariam os outros. Os Peltiers eram respeitados por todos.
Empreendê-la contra eles seria romper sua primeira e única regra cardeal.
Maldição.
—Por uma vez mostraste bom julgamento - disse ao Stefan. Maldição, embora ele necessitasse a esses dois mortos. Ele deveria ter enviado alguém antes, ficar esperando
que os Daimons que tinha enviado pelo Vane e Fang voltassem com a notícia de suas mortes tinha sido um engano.
Ele tinha esperado que os Daimons simplesmente fugissem com os poderes de Vane e Fang. Ele deveria saber que não teria tanta sorte.
—Terá que apanhá-los fora dos perímetros do Santuário. Toma uma patrulha E...
—Pai, não pode.
Markus deu a volta para ver sua filha menor adotada, Matarina, que estava de pé detrás dele. Apenas cinqüenta anos, ela não parecia ser maior que uma adolescente
humana. Ela era jovem, e desesperadamente devota de seus dois meio-humanos filhos que uma vez tinha criado com sua companheira Arcadiana.
Matarina nunca acreditaria que Vane e Fang representavam uma ameaça para sua manada.
Só ele sabia, e tinha a intenção de mantê-lo assim.
—Eles têm que morrer.
—Por quê? —perguntou ela, aproximando-se—. Pela Anya? Isso foi um acidente. Sei que Vane nunca teria permitido morrer. Ele a amava...
—Suficiente! —rugiu Markus—. Seu não sabe nada disso, menina. Nada. Eles estiveram encarregados de ver que seus filhotes chegassem a salvo a casa e em troca lhes
deixaram morrer. Não permitirei que tais abominações vivam enquanto Anya e seus filhotes estão em sua tumba.
Pelo olhar em seus olhos, ele podia dizer que ela sabia que ele estava mentindo. A vingança pela Anya era só um dos vários motivos pelos que necessitava ao Vane
e ao Fang mortos. Enquanto Anya tinha vivido, ele tinha tido parcial controle de seus dois filhos were-wolf.
Com sua morte eles seriam incontroláveis. E não parariam. Zeus tivesse compaixão deles se Vane alguma vez voltasse para casa.
Ele se voltou para o Stefan.
—Beba uma taça e vá terminar com sua sentença de morte. Mata a qualquer ou algo que tente te deter.
—E os Peltiers?
—Só se for necessário e nunca em sua casa. Se matas a algum, o ocultas, mas não vacile em fazer o que for necessário para terminar com isto.
Stefan inclinou sua cabeça antes de sair para seguir as ordens do Markus.
Markus suspirou, mas isto não lhe ajudou a relaxar-se. Cada instinto animal que possuía lhe disse que cedo ou tarde Vane voltaria para exigir vingança sobre todos
eles.
Ele era, depois de tudo, o filho de sua mãe.

CAPITULO 5

Vane a pôs com cuidado sobre a cama. Estava extremamente contente esta noite por ter pagado aos trabalhadores para que acomodassem seus móveis. Isto ia ser muito
mais fácil que pensar em compartilhar aquele velho sofá com ela.
Tirou-lhe as fivelas de seu cabelo castanho e o deixou cair ao redor de seu rosto redondo. Ela tinha um rosto tão delicado e formoso. Colocando sua bochecha contra
a sua, inalou seu fragrante aroma.
Tirava-lhe o terno enquanto ele saboreava a suavidade de seu corpo sob o seu.
Ela atirou seu terno ao piso, logo deslizou suas mãos por seu traseiro. Vane conteve seu fôlego bruscamente enquanto o intenso prazer o consumia. Ele sabia por que
odiava ser humano. Se ousasse usar seus poderes, ambos estariam nus em um instante e poderia sentir cada centímetro dela. Carne contra carne.
Mas isto muito provavelmente a aterrorizaria.
Então em muda, restringiu seus poderes e ocultando as marcas de seu corpo dela, sobre tudo a de sua palma. Por uma vez em sua vida, estaria com uma mulher não como
um lobo ou um guerreiro.
Ele passaria esta noite com a Bride como um homem.
Bride saboreou a sensação de Vane pressionando-a enquanto lhe tirava os sapatos e logo suas meias com uma habilidade consumada. Seus músculos se ondulavam sob suas
mãos enquanto sua língua dançava com a sua.
Ummmm este homem sabia como beijar como ninguém.
Ela nunca se cansaria do modo com que ele fazia. Era crua e decadente. Desejável e quente.
Ele se sustentou sobre seus braços enquanto ela devagar desabotoava sua camisa para revelar, centímetro a centímetro, aquele peito magro, forte. Ela liberou a seda
para deixá-la cair aberta enquanto deslizava suas mãos sobre a carne bronzeada. Ela passou seus dedos com cuidado pelo pêlo masculino que salpicava seu peito e abdômen,
logo os deslizou sobre suas magras costelas.
O beijo dele se fez mais profundo e ela sentiu seu coração palpitar sob suas mãos. Ele beliscou seus lábios, esfregando seu corpo contra o dela de uma forma que
aumentou e provocou uma excitação incrível.
Bride o olhou e viu a fome pura em seu rosto. Como um homem como este podia desejá-la tanto?
Uma parte lhe dizia que devia ter mais confiança em si mesmo, mas não era uma carência de amor próprio o que o fazia tão difícil de acreditar. Ela era uma realista.
Os homens que eram como Vane não saíam com mulheres que eram como ela. Eles, simplesmente, não o faziam.
Nem sequer Taylor era tão delicioso e ele só a tinha usado. Ela não queria ser machucada outra vez. Não assim e sobre tudo não pelo Vane.
Relaxe, Bride.
Vane se afastou.
—Está bem?
—Só tento entender o que vê em mim - admitiu ela.
—Eu vejo uma mulher formosa - disse ele com seriedade, baixando para mordiscar a pele sensível debaixo de seu ouvido—. Cujo amável coração brilha em seus olhos e
cujo espírito é ilimitado - Ele se afastou para poder olhá-la nos olhos—. O modo em que enfrentou a Taylor esta tarde... —Seu meio sorriso fez com que seu coração
palpitasse—. Jamais deixaria que ninguém roubasse o melhor de ti, verdade?
—Penso que não.
Ele rodou sobre suas costas e a atirou para pô-la atravessada sobre ele. A escura ternura sobre seu rosto se abrigou ao redor de seu coração e o fez espremer-se.
—Sobre tudo, eu gosto do fato que te compartilha comigo. Que não tenho que te demonstrar minha força. Que não tenho que machucar ou ser machucado para estar contigo.
Havia um tom em sua voz que lhe dizia quão importante era isso para ele.
Que coisa estranha para dizer a uma mulher.
De que tipo de comunidade vinha? Definitivamente soava como aquelas estranhas, onde as pessoas tinha que fazer todo tipo de coisas estranhas para pertencer.
Ela deslizou sua mão sobre a suavidade áspera de seu rosto.
—Há algo dentro de ti que me assusta, Vane. Está certo que é normal?
Ele riu ligeiramente ante isso.
—Não sei o que é normal. Mas nunca te faria mal, Bride - Seus olhos a queimaram com sua sinceridade — Nunca.
Ele tomou seus lábios com os seus, logo moveu suas mãos ao redor de seu pescoço para desabotoar o sutiã de seu vestido e seu colar. Ele colocou o colar sobre a caixa
ao lado da cama, logo brincou brandamente com seus seios. Suas ásperas palmas raspavam seus mamilos, fazendo-os endurecer-se com o peso de suas mãos, enviando prazer
por seu corpo inteiro.
Bride queria derreter-se nele. Nenhum homem jamais a tinha feito sentir da maneira que ele o fazia.
Vane mal podia respirar pelas emoções que lutavam dentro dele. Ele deveria deixá-la ir. Ele não tinha direito a unir-se com alguém. E, entretanto, ele não podia
separar-se dela. Esta noite poderia gerar meninos com ela. Esta era a primeira vez em sua vida adulta que isto era uma preocupação.
No fundo de sua mente, podia imaginar-lhe com seu bebê. Vê-la amamentá-lo com o amor em seus olhos...
Como poderia deixá-la ir?
Como inclusive podia pensá-lo?
As Destinos tinham decretado que estivessem unidos. Quem era ele para argumentar contra as deusas?
Vane tinha passado sua vida inteira lutando. Por que não deveria lutar por isso? Somente por uma vez ele não merecia a alguém que o amasse?
E se ela nunca o amasse o que faria?
Tal como sua mãe nunca tinha amado a seu pai.
A pergunta ficou pesada em seu coração. O que faria se não a persuadisse até o final de suas três semanas?
Não, essa não era uma opção. Ele a ganharia e ele a conservaria.
Preso no que pensava, ele tomou sua mão e a conduziu até seu peito para que ela pudesse sentir como pulsava seu coração. Incapaz de suportar estar sem ela, ele abriu
suas calças e se liberou.
Bride ofegou enquanto ele movia seus quadris e a enchia de improviso. Mmm, ele era tão grosso e duro dentro dela. Tão dominante.
Mordendo seu lábio, ela o olhou como ele levantava seus quadris e se conduzia profundamente dentro dela.
Nenhum homem jamais tinha estado tão impaciente de estar com ela. Isto a fez sentir estranhamente poderosa. Desejável.
A expressão de prazer no rosto dele abrasou o coração. Isto a fez sofrer por ele. Ainda dentro dela, ele desabotoou as costas de seu vestido e o tirou por sua cabeça.
Completamente nua, ela o olhou. Sua camisa estava aberta, mas ainda sobre seu corpo. Ele só tinha deslizado suas calças o suficiente para poder tomá-la.
Ela levantou uma das mãos dele de seu seio e beijou seus nódulos cheios de cicatrizes enquanto o cavalgava lento e fácil.
Ela o olhou com sua boca ligeiramente separada, seus olhos escuros e fechados. Sua expressão mostrava a ela quanto saboreava seu corpo. Seu contato.
Isto a fez exaltar-se mais que tudo.
Ele colocou suas mãos sobre seus quadris e a manteve imóvel enquanto ele assumia as investidas. Bride estava assombrada com a força que ele tinha para fazer isto.
Mas não lhe importou lhe ceder o controle enquanto ele acelerava seus profundos e penetrantes golpes. Cada um a atravessava, quente e agridoce. Ela se inclinou para
frente em seus braços, deixando que seu cabelo caísse sobre eles enquanto seu corpo palpitava e ansiava mais dele.
Seu prazer cresceu até que ela gritou a doce liberação.
Vane olhou seu rosto enquanto ela culminava em seus braços. A alegria se rasgou por ele ao vê-la, a cálida doçura de seu corpo balançando o seu. Ele reclamou seus
lábios e se moveu ainda mais rápido, querendo seu próprio momento de perfeição.
Fechando seus olhos, ele o encontrou. Ele se retirou de seus lábios para grunhir profundamente em sua garganta enquanto seu corpo explorava em uma doce liberação.
Ainda unido a ela, ele a atraiu a seu peito e a sustentou silenciosamente enquanto seus corações pulsavam ao mesmo tempo e seu corpo continuava culminando durante
vários minutos. Ele deslizou suas mãos pelas costas dela, encantado desse momento de tranqüilidade.
Esta era a única paz que tinha conhecido alguma vez em sua violenta vida. Não havia nenhum temor aqui com ela. Nenhum terror de que ela tivesse os poderes para desmascarar
seu coração humano e matá-lo por isso.
Só eram eles.
Bride não se moveu durante muito tempo. Ela jazia sobre seu peito, saboreando a força dos braços que a sustentavam.
Ela esfregou seu rosto contra seu peito, logo beijou seu mamilo antes de separar-se.
Enquanto ela começava a mover-se da cama, ele pegou ligeiramente em seu braço para detê-la.
—Aonde vai?
—Ia me arrumar.
—Por quê? Estou longe de terminar contigo.
Ela riu até que compreendeu que ele não brincava. Ele rapidamente tirou sua camisa e a atirou sobre seu terno. Suas calças, sapatos, e meias os seguiram rapidamente.
Antes que ela pudesse protestar, ele a tinha agarrado e a tinha colocado de costas sobre a cama. Ele apartou suas pernas com seus joelhos, logo deslizou seus quadris
e virilha entre elas.
Bride gemeu ante a sensação dele estando sobre ela. Ele já ficava duro outra vez.
Ele tomou seu tempo explorando sua boca, mordiscando seus lábios, e provando-a, até que ela pensou que podia passar de sua aprazível exploração.
Eles ficaram assim pelo resto da noite. Pele com pele, corpo com corpo. Bride nunca tinha tido uma experiência como essa. Vane tinha mais resistência do que ninguém
que ela jamais soube. Quando amanheceu, estava esgotada e dormiu encolhida entre seus braços.
Ele dormiu silenciosamente acomodado detrás dela, com uma perna recostada entre suas coxas.
Isto era o céu. E pela primeira vez em um longo tempo, ela sentiu a sensação de pertencer. De aceitação. Vane não se preocupava que ela não fosse magra. Não lhe
importava que estivessem sobre uma raquítica cama velha em um apartamento pequeno.
Ele pareceu feliz somente por estar com ela.
E essa era a parte mais agradável de tudo isto.
Vane jazia ali silenciosamente, escutando o suave ressonar de Bride enquanto ela dormia em seus braços. Seu aroma impregnava sua cabeça. Não havia nada que fosse
mais perfeito que seu aroma misturado com o seu. Que a sensação dela em seus braços.
Ele estava dolorido e esgotado. E amava cada partícula disso. Ele olhou para a mão dela e retirou sua magia para que seu sinal fosse visível, também.
Companheiros.
Ele pressionou sua marca com a dela e entrelaçou seus dedos juntos. Eles teriam que fazer amor com suas mãos unidas para, desta maneira, poder completar seu ritual
de união.
Bride teria que aceitá-lo.
E ele teria que abrir-se a ela.
Nos primeiros raios de luzes da alvorada, isso não era tão espantoso para ele como deveria ter sido.
Fechando seus olhos, ele deixou que o sonho se derramasse sobre ele, e pela primeira vez em meses não esteve atormentado por pesadelos. Só sentia a paz de sua companheira
recostada contra ele.
Mas o que passaria uma vez que sua companheira averiguasse que ele não era o homem que pretendia ser?
Ela poderia alguma vez aceitar o lobo que vivia dentro dele?
Ele não sabia, mas prometeu que seria honesto com ela. Uma vez que ela estivesse acordada, ele seria claro em relação a tudo.
Ele só esperava que fosse honesto com ela não fizesse que a perdesse para sempre.
Bride despertou quinze minutos depois da hora de abrir sua loja. Enquanto se separava de Vane, o braço dele se apertou ao redor dela só um segundo antes que ele
despertasse.
Os profundos olhos cor verde-avelã se abriram, logo entortaram contra a luz brilhante do sol da manhã que entrava pelas janelas.
—Que horas são? —perguntou sua voz profunda e rouca.
—São quinze para as dez.
Ele esfregou sua mão sobre seu rosto e gemeu.
Bride reprimiu um sorriso por isso.
—Não é madrugador?
—Não - disse ele bruscamente, rodando sobre suas costas. Ele ficou com um braço sobre seus olhos para proteger-se da luz.
Bride teve que suspirar na imagem que ele apresentou jazendo nu em sua cama. As mantas estavam retorcidas sobre seu corpo, mal cobrindo aquelas longas e masculinas
pernas. Seu peito estava completamente nu, exibindo os músculos de seu abdômen, peitorais, e braços. Suas escuras costeletas adicionavam uma masculinidade quase
mortal a seu rosto, que era coroado por seu comprido cabelo caprichoso.
Santo céu, ele era espetacular.
Ele moveu o braço mais acima do rosto para olhá-la com um olho.
—Só dormimos durante quatro horas, por que está acordada?
Ela colocou seu chambre rosado sem levantar-se da cama.
—Tenho que trabalhar.
Ele estendeu sua mão para afundá-la profundamente no cabelo dela.
—Alguma vez tem um dia livre?
—Só se fizer planos com a Tabitha adiantado para que ela ou alguém de seu pessoal venha e me cubra. E certamente fecho os domingos. Mais que isso, não.
Ela beijou sua mão, logo se separou de seu braço. Ele o deixou cair de novo na cama sem fazer nenhum comentário.
Levantando-se, ela o deixou na cama e foi tomar banho.
Vane jazeu silenciosamente enquanto escutava a água caindo no outro quarto. Seu corpo inteiro lhe doía pelos esforços da noite passada, mas a dor era por ter desfrutado
e não vinha nem das costas, o peito ou os braços por ter sido atacado com garras. Ele tinha tido muita diversão com Bride ontem à noite e a diversão era algo que
faltava profundamente em sua vida.
Ele fez uma careta ante o resplendor da luz da manhã. Ele realmente odiava as manhãs.
Forçando-se a levantar-se, colocou suas calças e fechou seu zíper, mas deixou o botão desabotoado quando se dirigiu à cozinha. Bride gostava de comer duas torradas
com geléia pela manhã.
Enquanto o pão torrava, ele cortou sua bergamota para ela e a orvalhou com uma colherada de açúcar, logo lhe serviu um copo de suco de laranja.
Ele punha a geléia sobre a torrada quando ela saiu do banheiro e parou para olhá-lo fixamente.
—O que? —perguntou perplexo pela profunda expressão no rosto dela.
—É esse seu café da manhã?
Vane fez uma careta.
—Não. Eu ia fritar um pouco de bacon para mim.
—Então como sabia que eu gostava de comer isto?
Vane fez uma pausa enquanto se dava conta que o homem Vane não saberia o que o lobo Vane sabia. Limpando sua garganta, encolheu-se de ombros.
—Eu abri o refrigerador e vi a geléia e a bergamota. A maioria das pessoas só come isso no café da manhã então me imaginei que não te importaria.
Ela pareceu aceitá-lo enquanto tirava a toalha de seu cabelo e a punha sobre sua cadeira.
—Obrigado - disse ela, lhe dando um beijo na bochecha.
Vane fechou seus olhos enquanto seu corpo se endurecia imediatamente. Sem pensá-lo tomou-a em seus braços para beijá-la com um beijo muito mais satisfatório. Ele
arrastou seus lábios por seu pescoço enquanto lhe abria a frente de seu roupão e atraía seu corpo nu contra o dele.
Bride gemeu ao sentir seu fresco e duro corpo contra o seu. Ela deslizou sua mão sobre os músculos de suas costas e sentiu as cicatrizes que ele tinha ali. Seu queixo
e bochecha barbudos raspavam delicadamente contra sua pele.
—Se continuar com isto, nunca conseguirei abrir minha loja.
—Mantenha fechada e fica comigo.
Ela tomou sua cabeça em suas mãos enquanto sua língua brincava com cuidado em sua garganta.
—Não posso.
Ele se afastou.
—Sei. Eu só o desejava - Ele a liberou, logo atou o cinto de seu roupão—. Tome seu café da manhã.
Bride se sentou em sua pequena mesa de estilo bistrô* enquanto ele voltava para a cozinha para fazer seu bacon. Ela mordiscou uma das torradas e o olhou. —Tem muita
coragem para fritar bacon sem uma camisa. Não tem medo que isso te machuque?
Ele deu de ombros.
—Isso realmente não dói.
Ela franziu o cenho enquanto ela remontava várias cicatrizes com seu olhar.
—Como obteve tantas cicatrizes, Vane?
Vane se debateu em como lhe responder. Ela não estava pronta para a verdade... Que eram cicatrizes de batalhas, de quatrocentos anos de perseguição por parte dos
Arcadianos quem pensavam que ele era um Assassino Katagaria. Em realidade, eles pensavam que qualquer macho Katagaria era um Assassino. Que tinha sido forçado a
lutar contra sua própria manada para manter o seu irmão a salvo. Algumas delas eram por lobas com que tinha estado.
Algumas eram por chicotadas.
—Não tive uma vida fácil, Bride - disse ele tranqüilamente enquanto punha o bacon em uma frigideira. Ele girou para olhá-la—. Nunca tive nada pelo que não tivesse
que pagar com sangue e osso. Até você.
Bride estava sentada ainda quando o verde olhar a transpassou. Havia algo em sua aberta expressão que lhe intrigava. Ele se mostrava sem ocultações, ela o sentia.
Deus, seria tão fácil amar a este homem. Não lhe pedia nada e era tão incrível dando. Esse momento se mostrava surrealista para ela. Ela nunca tinha conhecido a
ninguém como ele.
Isto era muito fácil.
Essa inquieta voz no fundo de sua cabeça rondava desagradável, por sua cabeça. Nada era perfeito. Nada era tão fácil.
Tinha que termais dele que ela não via. O que, se não o havia?
E se ele realmente era tal como parecia? Ela não podia ver nenhum engano. Talvez fosse porque não havia nenhum.
—Obrigado por ontem à noite, Vane - disse ela.
Ele inclinou sua cabeça a ela, logo voltou para seu bacon. Ele o tirou da frigideira e o colocou sobre um prato, apagou o fogo e levou seu prato à mesa.
—Quer uns? —perguntou.
Bride tomou duas crocantes tiras enquanto ele se servia um copo de suco. Havia algo tão íntimo sobre compartilhar o café da manhã com ele. Ela não sabia o que era,
mas em cinco anos com o Taylor, ela nunca tinha experimentado nada parecido a isto. Isto era maravilhoso.
Ela comeu rapidamente, logo se levantou.
—Pare - disse Vane enquanto ela levantava com o que tinha usado—. Se eu preparei eu limparei.
—Realmente é muito bom para ser verdade - disse ela, beijando o topo de sua cabeça antes de lançar-se sobre seu guarda-roupa.
Vane tentou não olhá-la vestir-se, mas não podia deter-se. Excitou-se só de vê-la colocar sua roupa íntima e seu vestido.
Inclinando sua cabeça, deu-se conta que ela nunca levava calças. Sempre tinha vestidos soltos nos tons escuros da terra ou negro. Ela deslizou seus pés em um par
de sapatos planos e escovou o cabelo. Então o atou naquele nó familiar.
Vane estava encantado por suas ações. Havia tantos detalhes complicados em sua rotina durante a manhã. Como na forma em que colocava a maquiagem e logo o pó. Os
movimentos exatos ao colocar a máscara de cílios e o lápis labial.
Ele gostava de olhar o modo em que ela artisticamente se vestia e dava forma a seu cabelo.
Bride fez uma pausa quando encontrou os olhos dele no espelho.
—Algo está mau?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Somente penso que estou contente de não ser mulher. Não posso imaginar colocando tudo isso a cada dia.
Ela riu dele e seu coração palpitou.
Assim que terminou, recolheu suas chaves e se dirigiu à porta.
—Você fecha? —perguntou-lhe ela.
Vane assentiu.
Soprou-lhe um beijo, logo o deixou sozinho em seu apartamento. Fora, ele podia ouvi-la chamando o lobo enquanto caminhava para sua loja.
Ele se abateu por isso. Ia ter que lhe dizer.
Quanto mais demorasse, mais difícil seria.
—Bem. Vou fazer.
Depois de tomar banho.
E vestir-se.
E limpar.
Uma hora mais tarde, enquanto Bride tirava o pó em sua loja, ela sentiu que lhe arrepiavam os cabelos da nuca.
Ela girou a espera de ver alguém atrás dela.
Não havia ninguém ali.
Ela esfregou seu pescoço e jogou uma olhada ao redor. De todos os modos o sentimento estava ali. Era quase maligno.
Como isso era estranho?
Franziu o cenho, foi olhar às janelas. Não havia ninguém aí.
—Bride?
Ela gritou e se deu volta para encontrar ao Vane que vinha do quarto detrás.
Ele acelerou seus passos para chegar a seu lado.
—Está bem?
Bride riu nervosamente de sua infantilidade.
—Sinto muito. Não te ouvi vir pela porta de atrás. Somente me assustou.
—Está segura que isso é tudo?
—Sim - disse ela, inspirando profundamente.
Vane estava vestido com suas calças negras e sua camisa. Ele devia ter deixado seu terno em seu apartamento. Distanciando-se dela, ele se mostrava estranho e parecia
aborrecido consigo mesmo.
OH Deus, aqui vem...
—Tem que retornar a sua vida, né? —perguntou ela, tentando ser valente, enquanto por dentro, ela lutava para não chorar.
—Que vida? —Ele a olhou confuso por sua pergunta—. De que falas?
—Esta não é a parte onde me diz que nos divertimos e rompe comigo?
Ele a olhou até mais confuso.
—É isso o que supõe que devo fazer?
—Bem, não. Penso, não sei. Não é a isso aonde se dirigia?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Não. Eu somente ia dizer que... —A voz de Vane se arrastava quando ele olhou além dela, à porta.
Bride deu a volta para ver duas mulheres entrar na loja.
Vane se distanciou enquanto ela as saudava. Elas começaram a olhar, mas seus olhos voltavam para o Vane, quem se moveu para parar perto de seu balcão.
Bride se ocupou reorganizando o mostruário de colares. Ela podia confiar em que Vane queria falar com ela, mas quando aquelas duas clientes se foram, três mais entraram.
Vane olhou enquanto Bride mostrava sua mercadoria às mulheres. Ele realmente queria terminar com isto, embora o último que precisasse era uma audiência quando lhe
dissesse que era um were-wolf.
Mais clientes entraram.
Ah, isto ficava mau.
Ele poderia usar seus poderes para fazer que as mulheres se fossem, mas não queria interferir em seu negócio.
—Vou esperar la fora um momento —lhe disse ele enquanto ela atendia por telefone uma cliente.
—Está bem? —perguntou ela.
—Bem - disse ele—. Estarei atrás.
Ele se dirigiu ao depósito, logo foi pela porta traseira que conduzia ao pátio.
Maldição.
—Está bem - respirou ele. Ele teria muito tempo para falar com ela mais tarde. Ele somente queria terminar com isto o quanto antes.
—Vane.
Um tremor frio desceu por sua espinha enquanto ouvia a voz baixa e grave dentro de sua cabeça.
Ele ficou rígido e foi à porta para ver se via um sinal do que tinha feito com que seu corpo se gelasse. Vindo do Iberville estava um dos últimos animais que ele
esperava ver.
Era Fury em forma humana.
Igual em altura ao Vane, Fury tinha o cabelo loiro comprido até os ombros e os olhos que eram uma sombra mais escura que turquesa. Ele levava seu cabelo recolhido
em um rabo de cavalo e jeans azul apertado com uma camisa negra de manga longa.
O lobo se aproximou dele com um passo mortal e cuidadosamente moderado. Poder e força exalavam de cada molécula de seu corpo. Este era um dos poucos lobos com o
que Vane nunca tinha procurado lutar.
Não, não é que ele pensasse que não podia com o Fury. Ele estava certo que poderia, mas Fury não era o tipo de lobo que lutava limpo. Era muito mais provável que
arrancasse sua garganta enquanto dormia.
Havia um brilho divertido nos olhos do lobo quando parou ao lado de Vane e jogou uma olhada para onde Bride estava de pé dentro de sua loja.
—É descuidado, adelfos*.
—Não somos irmãos, Fury. Que diabos faz aqui?
Sua risada se converteu em tortuosa, maligna.
—Queria te advertir que seu pai sabe que você e Fang estão vivos. Eu era um dos escolhidos para matá-los.
Vane ficou rígido.
—Relaxe - disse Fury—. Se te quisesse morto, eu teria atacado.
—Por que não quer?
—Devo-te uma, recorda?
Isso era verdade. Ele tinha salvado a vida do Fury quando o lobo se uniu pela primeira vez a sua manada— Esperou um longo tempo para pagar.
Ele deu de ombros.
—Sim, pois algumas coisas levam tempo.
—Não entendo por que rompe com a manada para me ajudar.
Um sorriso sinistro encurvou seus lábios.
—Porque mijaria no velho. Odeio-o, ele te odeia, então acredito que isso me faz seu novo melhor amigo.
Isto era uma novidade para o Vane.
—Por que o odeia?
—Tenho meus motivos e eles são todos meus e não para consumo público.
—Então por que ficaste na manada todos estes séculos?
—Outra vez, tenho meus motivos.
Sim, Fury era uma criatura estranha.
—Se eles alguma vez averiguarem que me disse isso, matarão-lhe.
O lobo deu de ombros despreocupadamente.
—Todos morreremos algum dia - Fury levantou uma sobrancelha enquanto Bride ia se aproximando pelo canto, logo retornou porque mais clientes se aproximaram de sua
pequena boutique. Ele sentiu algo no ar. Seus olhos se alargaram. —Está marcado.
Vane o agarrou pela garganta e o empurrou contra o edifício.
—Tranqüilo, Vane - disse Fury. Não havia nenhum medo na besta. Só entretenimento e honestidade—. Não farei mal a sua companheira, mas Stefan e os outros farão.
Vane não duvidava disso. Stefan entregaria ambos os testículos para ter a oportunidade de lhe fazer dano.
—Quais caçam?
—Eu, Stefan, Aloysius, e Petra.
Vane amaldiçoou. Cada um deles tinha um motivo pessoal que resolver com ele, sobre tudo Petra, quem o odiava porque ele a tinha evitado quando ela tentou unir-se
com ele, e logo se colocou entre ela e Fang. Se eles alguma vez soubessem de Bride, matariam-na sem vacilação... Somente para feri-lo. E isso era se eles fossem
amáveis. Os machos de sua manada fariam muito pior se a encontravam.
Sempre que um macho marcado rompia com a manada, a manada devolvia o golpe castigando a sua companheira.
Vane mataria a qualquer um que fizesse isso a Bride. Qualquer.
—Vai tirar sua mão de minha garganta agora ou tenho que te machucar primeiro?
Vane pensou, logo o liberou.
—Agradecido - disse Fury enquanto arrumava sua camisa com um puxão.
—Olhe - disse Fury, seu tom terrivelmente sério. —Eu nunca tive um problema com você ou com o Fang, sabe isso. Francamente, vocês eram os dois únicos Strati que
jamais pude suportar. Imagino que foi suficientemente difícil perder a Anya. Não necessitam esta merda só porque seu pai tem medo que vás apoderar-te de sua manada.
Vane amaldiçoou.
—Não poderia me importar menos a manada.
—Sei. Acredite ou não, odeio a injustiça tanto quanto você. A última coisa que quero é ver os dois únicos lobos decentes da manada mortos.
Essas foram palavras inesperadas. Mas por outro lado, Fury tinha se mantido a distância de outros na manada muito mais que o Vane o tinha feito. O lobo não confiou
em ninguém. Não acreditou em ninguém.
Fury começada a afastar-se dele.
—Fury, espera.
Ele o olhou, com sua sobrancelha arqueada.
—Obrigado por avisar-me.
Fury inclinou sua cabeça.
Nesse momento, ele sentiu uma estranha afinidade com o lobo. Para não mencionar o fato que agora devia ao Fury, e Vane sempre pagava suas dívidas por completo.
—Por onde estará?
Fury deu de ombros.
—Não sei. Suponho que sou um lobo solitário —Ele uivou baixo—. Um clichê infernal, verdade?
O lobo realmente estava louco.
Vane olhou de novo a Bride pelas janelas de sua loja e um pensamento o golpeou.
—Posso confiar em ti, Fury?
—Não - respondeu ele francamente—. Sou um lobo e sempre vou fazer o que for melhor para mim. Por quê?
Vane vacilou, mas ao final, não tinha nenhuma outra opção exceto fazer um pacto com o lobo.
—Como preciso ajuda pelo próximo par de semanas. Não posso estar em dois lugares de uma vez.
—Hum —Fury suspirou com incredulidade—. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que Vane Kattalakis pedisse a outra alma vivente ajuda.
Ele não fez caso ao sarcasmo.
—Se me ajudar até que Bride esteja livre ou totalmente unida a mim, assegurarei-me que nunca tenha que caçar para outra manada jamais.
Fury não disse nada.
—Sei o quanto você gosta de estar sozinho, Fury — disse Vane, sua voz traindo sua própria dor ao ter sido abandonado pela sua própria. Você me ajuda na defesa e
te jurarei irmandade.
Isto era algo que jamais se fazia as pressas. Tomar um juramento de lealdade de sangue era quase tão comprometedor como o acoplamento. Este era um juramento inquebrável.
Fury não tinha ninguém mais sobre esta terra. Sua família estava toda morta e ele tinha vindo a eles como um jovem assustado e inexperiente.
Fury olhou à distância antes de assentir.
—Bem, Vane. Farei.
Vane soltou um lento suspiro enquanto apresentava sua mão ao Fury. Por qualquer razão, sentiu-se como se acabasse de fazer um pacto com Lúcifer.
Fury vacilou, logo estreitou sua mão.
—Então o que necessita que eu faça?
Vane viu que Bride se dirigia de novo para eles.
—Por agora, preciso que finja ser eu, como lobo. Estive me fazendo passar pelo mascote de Bride para protegê-la, e agora que estou em forma humana, realmente não
poderia estar perto como lobo sem levantar suas suspeitas —Sobre tudo ele não se atrevia a lhe dizer a verdade sobre ele até que encontrasse algum modo de tirar
os caçadores de seu rastro.
Fury riu disto.
—Que condenada boa coisa que ambos tenhamos pele branca, não?
— Sim. Agora poderia tomar sua forma de lobo?
Fury parou fora da linha de visão de Bride e se transformou em lobo. Dois segundos mais tarde, ele levantava sua pata perto do pé de Vane.
—Faz, Fury, e vou castrar você.
Ele poderia ouvir Fury rindo em sua cabeça.
—OH - Fury disse em sua cabeça. —A propósito, esqueci de te dizer que outros sabem que Fang está no Santuário.
Vane ficou gelado uma vez mais.
—O que?
—Sim. Seu pai lhes disse que não o atacassem enquanto os ursos estavam pressentem. Mas ao minuto que esteja sozinho...
—Cuida de Bride.
—Que…
Vane se transportou imediatamente ao Santuário.
Fury ficou sentado na rua, completamente confuso sobre o que devia fazer.
—Vane?
Ele não respondeu.
Ah! merda. Como lobo ele não tinha nenhum modo de dizer a Bride onde tinha ido Vane, e a última coisa que queria era tratar com uma fêmea humana angustiada que não
podia encontrar a seu companheiro.
Isso não estava bem.
Voltando a forma humana, Fury rapidamente recolheu sua roupa da rua e se vestiu. A diferença de Vane, sua força era física, não mágica. Ele poderia dirigir a magia,
mas nem de perto com tanta precisão como Vane. Se ele tentasse colocar sua roupa com seus poderes, teria a metade corretamente colocada e o resto, por aí. E não
seria estranho que uma meia terminasse como uma camisa, então ele se apressou a vestir-se enquanto rezava para que ninguém o encontrasse com meio traseiro nu na
esquina da rua.
Quando Bride deu a volta pela esquina, ele tinha tudo exceto seus sapatos.
Ela se deteve de repente quando o viu colocando sua bota.
—Uma pedra em meu sapato - explicou sem convicção. A mentira tampouco era seu forte.
—Ambos os sapatos? —perguntou ela.
—Estranho, não?
Jogou-lhe um estranho olhar antes que explorasse o pátio detrás dele.
—Se buscas ao Vane, ele não está aqui.
—Conhece-o?
—Uh, sim.
Lançou-lhe um penetrante olhar.
—E você é?
—Fury.
—Fury?
—Sim, sei. Minha mamãe estava colocada com crack quando me pôs o nome.
Pela imagem de seu rosto ele poderia entender que provavelmente deveria manter sua boca fechada.
—Uh-huh - disse Bride, dando um passo para afastar-se dele.
Fury deu um passo para frente. Ela estava se assustando agora, ele podia cheirá-lo.
—Sério, está bem. Não vou fazer dano. Vane me disse que te vigiasse até que ele retornasse.
—Aonde ele foi?
Fury se assustou com a pergunta. Condenados humanos com suas naturezas inquisitivas. Várias mentiras apareceram em sua cabeça, mas todas elas provavelmente conseguiriam
colocar ao Vane em um problema então se decidiu a que era menos provável que a ofendesse.
—Ele foi urinar.
Sim, isto foi estúpido, ele se deu conta assim que seu rosto ficou vermelho.
—De onde vem?
Como poderia responder a isso. Se lhe dissesse que se transportou a si mesmo de Nebraska a Nova Orleans uma hora atrás ela teria saído para chamar os policiais.
Ele assinalou rua abaixo.
—Daquele lado.
Ela estava ainda mais nervosa que antes.
Fury lhe ofereceu um sorriso que esperava que não fosse muito sinistro. Não estava acostumado a tentar que as pessoas não lhe tivessem medo. Normalmente se deleitava
fazendo que os humanos se molhassem de terror.
Isto era uma estranha mudança de pautas para ele.
—Sério - disse ele— juro que sou certo.
—E eu deveria acreditar, por quê?
Ele fez uma pausa antes que lhe desse uma resposta que esperava que a calmaria.
—Sou o irmão de Vane e ele me daria patadas em minha bunda se te fizesse mal.
Bride olhou fixamente ao estranho extraordinariamente formoso homem diante dela. Apesar de suas palavras, havia um ar de sinistro perigo nele. Ele se parecia com
pessoa que poderia cortar a garganta de alguém e logo rir disso.
—Não te parece com o Vane.
—Sei - disse ele—. Eu saí a nossa mãe e ele a nosso pai.
—Uh-huh.
Ele suspirou e deixou suas botas sobre a terra.
—Olhe, basicamente me cago nas aptidões sociais, ok? Somente finge que não estou aqui até que Vane retorne. Vigiarei-te, você me ignorará e o teremos bem. Soa bem
para ti?
Ela não estava segura. Algo sobre ele a fazia querer correr para dentro e fechar a porta. Ela poderia confiar nele?
—He! Bride? Pode me atender?
Ela olhou para a entrada de sua loja onde uma de suas clientes regulares estava parada com um vestido em suas mãos.
—Claro Teresa. Estarei ali - disse ela, afastando do homem estranho diante dela.
Ele colocou suas botas, logo a seguiu.
—O que faz? —Perguntou ela enquanto ele a arrastava para dentro de sua loja.
—Te vigiando. Só não me faça caso.
Era difícil não fazer caso a alguém que era muito mais alto e horripilante que ela.
—Por quanto tempo Vane foi? — ela perguntou enquanto caminhava através de sua boutique.
—Não sei, ele deve ter tido que ir desesperadamente. Poderia ser uma coisa da bexiga. Não estou certo.
Ela ficou boquiaberta ante ele.
Ele a olhou extremamente incômodo.
—Simplesmente, vou calar-me agora e estarei aqui observando. Isso é no que sou melhor.
Ele o fez e ela teve que estar de acordo. Embora silencioso Fury era bastante intimidador. Ela tinha que lhe dar crédito ao homem, ele definitivamente conhecia seu
forte.
Vane se materializou na Casa Peltier, fora da porta do Fang. Ele estava totalmente quieto, escutando.
Sentindo.
Não havia nenhuma perturbação. Nenhum aroma de alguém mais. Nenhuma sensação de sentimentos provando o plano dele ou do Fang.
Tudo parecia completamente normal.
Relaxado, empurrou para abrir a porta e encontrou ao Fang tal como Vane o tinha deixado. Sozinho em sua cama.
Vane entrou lentamente no quarto, só para assegurar-se que Fang estivesse bem.
Ele foi ao lado mais afastado da cama. Fang não se moveu ou suspirou. Sua garganta se oprimiu. Fang parecia não respirar.
—OH Deus, não - disse ele, afogando-se no pânico.
Vane agarrou a seu irmão, quem imediatamente ladrou e grunhiu.
Ele apertou seu abraço sobre a pele do Fang. —Maldito seja, bastardo! —grunhiu com ira—. Morre sobre mim e juro que te arrancarei a garganta.
Fang o mordeu até que Vane o liberou. Seu irmão se recostou de novo na cama em seu estado comatoso.
—Fang, escuta. Pai sabe que estamos aqui e enviou um esquadrão atrás de nós. Vamos, me fale.
Ele não o fez. Fang simplesmente, ficou deitado aí, olhando fixamente ao vazio.
—Vamos, Fang, isto não é lindo para mim. Não sei o que fazer para te ajudar. E a senhorita Anya tampouco —Ele tentou fazer que Fang o olhasse— e eu sinto saudades.
Imóvel, seu irmão não lhe respondeu.
Vane quis matá-lo por sua obstinação.
E então sentiu uma estranha ondulação no ar ao redor dele. Jogou uma olhada sobre seu ombro para ver que Stefan estava de pé ali com um sorriso sarcástico em seu
rosto.
Sem pensá-lo um segundo, Vane atacou.

CAPITULO 6

Vane agarrou a Stefan pela cintura e os dois atravessaram a dura porta de carvalho, saindo no corredor.
Aimeé Peltier saltou para afastar-se deles e começou a gritar por ajuda enquanto Vane atirava ao Stefan ao piso e o esmurrava com força e com fúria.
Em vez de atacá-lo, Stefan trocou a sua forma de lobo e correu pelas escadas. Vane correu detrás dele. Mas antes que Stefan pudesse escapar deles, Wren, que em sua
forma humana saltava para eles, agarrou ao lobo pelo pescoço e o arrastou de retorno ao corredor.
Stefan grunhiu, tentando morder ao Wren. O leopardo o sustentou com uma confiada força que deu ao Vane um descanso. Ele não tinha nem idéia que o jovem e tranqüilo
Katagaria fosse tão forte.
Vane se deteve, respirando entrecortadamente, enquanto Nicolette saía de seu quarto ao final do vestíbulo.
Aimeé correu para sua mãe enquanto Wren mantinha preso ao lobo que grunhia.
—O que é o que se passa aqui? —perguntou Nicolette.
Vane assinalou ao lobo.
—Ele estava no quarto do Fang.
Stefan trocou a sua forma humana, colocado em sua roupa, logo apartou ao Wren dele.
Wren apenas se afastou um passo e a imagem de seu rosto prometia um Armagedon* se Stefan o tocava outra vez.
Aquele áspero olhar conseguiu tranqüilizar a Stefan e se afastou outro passo do leopardo.
—Eu não estava fazendo nada. Eu só comprovava se eles realmente estavam aqui - Stefan curvou seu lábio para o Vane—. Vane me atacou.
Stefan se voltou para o Nicolette com uma expressão que era quase receosa.
—Pensei que era contra as regras do Santuário atacar a alguém sem provocação.
Vane estreitou seus olhos enquanto começava a entender. Ele compreendeu muito tarde que tinha sido tudo preparado.
Stefan foi mais preparado que Vane, nisso terei que lhe dar o crédito.
—Vane? —Nicolette o olhou—. O que ele diz é verdade? Atacou-o?
—Ele devia matar ao Fang. Você sabe que sim.
—Mas ele o atacou?
Vane ficou rígido enquanto olhava ao Stefan.
—Ele teria feito a não ser se fosse tivesse detido.
—Ele atacou primeiro, ou o fez você? —insistiu Nicolette.
A ira de Vane rompeu seu controle.
—O que é você? Uma advogada de merda?
—Cuida seu tom, Vane - advertiu Nicolette severamente—. Sou a lei suprema aqui e você sabe.
Vane se desculpou embora ficasse entupido por fazê-lo.
Wren lhe brindou um pormenorizado olhar que dizia que também gostaria de esquartejar ao Stefan. Seu corpo inteiro se retorcia por fazê-lo, mas ficou quieto.
Nicolette levantou seu queixo aceitando a desculpa de Vane.
—Agora me diga a verdade. Quem atacou primeiro?
Vane queria mentir, mas Nicolette o sentiria e isso só pioraria as coisas.
—Eu.
Ela fechou seus olhos como se isto lhe doesse. Quando os abriu, sua expressão dizia quanto lamentava o que estava a ponto de dizer.
—Então não tenho nenhuma opção exceto te mandar embora, Vane. Sinto muito.
Os olhos do Stefan brilharam.
Naquele momento, Vane os odiou a todos por igual. Assim que isto era o que conseguia. Ele era castigado por proteger a seu irmão.
Assim seja. Esta não seria a primeira vez que isto lhe passava. Ao menos Nicolette não o tinha açoitado como castigo.
—Bem - disse com os dentes apertados.
Vane se dirigiu ao quarto do Fang para recolher a seu irmão, só para descobrir que Aimeé Peltier se precipitava a detê-lo. Ela fechou de repente a porta, logo correu
para bloquear seu passo até a cama.
Ele tentou passar ao redor dela, mas ela não o deixou.
—Vane, me escute. Mamãe só está zangada. Dê-lhe tempo...
—Não, Aimeé - disse Vane em um tom terrivelmente baixo, enquanto lutava por não descarregar sua ira nela—. Eu conhecia as regras e as rompi. Sua mãe nunca me perdoará
por isso e você sabe.
Aimeé levantou seus braços enquanto ele tentava passar por diante dela.
—Deixa Fang aqui - insistiu ela—. Você, eu e até mamãe sabemos o que Stefan está fazendo. Assegurarei-me que Fang nunca fique sozinho. Ficarei com ele eu mesma cada
momento do dia e da noite. Ninguém lhe fará mal enquanto ele resida no Santuário.
Sua oferta o confundiu. Ele não entendia por que se preocuparia com o que lhes passasse.
—Por quê?
Seus olhos pálidos eram suaves e amáveis quando ela levantou a visão para ele e deixou cair seus braços a seus lados.
—Porque ninguém deveria ser machucado da maneira com que vocês foram. O que eles fizeram foi cruel e desnecessário. Esse foi um castigo humano, não um animal. Perdi
a irmãos e sei diretamente a dor que vocês sentem em seu coração por Anya. Não deixarei morrer a Fang, juro.
Ela jogou uma olhada à mão dele onde seu sinal estava escondido, logo ela contemplou a porta detrás dele como se tivesse medo que alguém pudesse ouvi-la por acaso.
Ela baixou sua voz.
—Agora tem a outra para proteger. A última coisa que precisa é ao Fang contigo neste estado. Vá e proteja-a. Pode me chamar em qualquer momento, dia ou noite, para
averiguar sobre seu irmão.
Vane a tomou entre seus braços e a abraçou amavelmente.
—Obrigado, Aimeé.
Acariciou-lhe as costas.
—Até qualquer momento. Agora vá, e espero que de patadas a esse lobo de merda ali fora.
Ele riu com pouco entusiasmo antes de afastar-se dela e retornar ao vestíbulo.
Stefan arqueou uma sobrancelha provocativamente, aguilhoando-o para que Vane lhe fizesse mal.
Mas ele não era estúpido.
De acordo, Vane lhe faria mal, mas não o faria na propriedade de Nicolette.
Em troca, Vane deu a volta para a Nicolette para assegurar-se que Stefan entendia o que ele tinha intenção de fazer.
—Fang não rompeu nenhuma das regras. Está a salvo para ficar?
Nicolette assentiu e jogou um conhecedor olhar a Stefan, que amaldiçoou.
—Ele está sob nosso amparo e nos asseguraremos que não sofra nenhum dano.
Ver a cara do Stefan não teve preço. E isto lhe disse algo. Isto estava longe de terminar.
Vamos, te atreva...
Vane se dirigiu à escada.
—Isto não terminou - grunhiu Stefan.
—Conheço o clichê - disse Vane fatigosamente enquanto fazia uma pausa para olhar de novo ao lobo—. Isto não terminará até que um de nós esteja morto —. Ele lançou
um sorriso satisfeito e insultante ao Stefan. —E para que conste, esse não serei eu.
Stefan grunhiu baixo em sua garganta, mas sabiamente manteve sua distância.
Enquanto Vane ia até a porta da rua, Stefan tentou segui-lo, Wren o deteve.
—As regras do Santuário - disse tranqüilamente—. Vane tem uma vantagem e se tenta segui-lo, estará mancando... Permanentemente.
Vane tentava decidir o que deveria fazer. Uma parte dele estava aterrorizada de ir a qualquer lugar perto de Bride para não dirigir ao Stefan e a outros diretamente
a ela. A outra parte estava aterrorizada de deixá-la sozinha.
Sobre tudo com o Fury ali.
Não havia nenhum modo de que ela pudesse defender-se contra qualquer um deles.
Ele se abateu enquanto recordava as cicatrizes no rosto e no pescoço de sua mãe, as que ela tinha recebido ao lutar com seu pai e seu tessera. Tesseras eram os pequenos
grupos de lobos enviados como soldados ou exploradores. Eles, em geral, matavam a tudo com o que entrassem em contato.
E ele mataria a qualquer um que tocasse a sua Bride. Ninguém jamais lhe causaria dano. Inclusive se ela o abandonasse, ela ainda seria sua companheira, e ele passaria
o resto de sua vida assegurando-se que ela tivesse tudo o que necessitasse.
Quanto ao Fang, ele estava a salvo sob o amparo dos ursos. Vane não tinha dúvida disto.
Mas Bride...
O que deveria fazer? Ele desejava poder tirar o sinal das mãos de ambos. De todos os momentos para encontrar uma companheira, este o pior deles.
Se ela fosse Katagaria, ele só teria que esperar que ela decidisse terminar sua união. Muito poucas fêmeas Katagaria abandonavam a seus companheiros. Se elas o fizessem,
o macho permaneceria completamente impotente até que a fêmea morresse. A fêmea por outra parte seria livre de tomar tantos amantes quanto quisesse, mas nunca seria
capaz de ter filhos com eles.
Isto era pelo que os machos tomavam muito a sério agradar a suas fêmeas e as cortejar durante o período de união de três semanas.
Embora seu conhecimento dos humanos fosse limitado, ele não acreditava que Bride aprovaria que ele aparecesse, de repente, nu em sua cama para logo oferecer a ele
mesmo a sua eterna lealdade.
Isso poderia inclusive, assustá-la.
Não é que ele estivesse nem sequer pensando em unir-se com ela, de todas as maneiras. Ele não tinha nem idéia do tipo de meninos que produziriam. O que faria ela
se dava a luz a um filhote?
Ao menos sua mãe humana tinha tido a suficiente decência de não matar os próprios filhotes. Ela os tinha deixado com seu pai e tinha desaparecido.
Mas por outro lado, sua mãe tinha sido uma Arcadiana. Ela sabia e entendia o que seu pai tinha sido. E odiava a seu pai por isso desde esse dia. Ela odiava a todos
eles por isso.
Não é que nada disso importasse. Vane tinha que voltar e conseguir afastar a Fury de Bride. O lobo era imprevisível no melhor e terrivelmente preciso no pior dos
casos.
Vane se transportou para dentro da loja dela, tomando cuidado em escolher um armário no quarto traseiro onde ele duvidava que ela estivesse. Não faria nada para
assustá-la
Ele saiu e foi ao pátio traseiro onde encontrou ao Fury fora da porta em forma humana.
—O que está fazendo? —grunhiu Vane. Ele nunca tinha querido que Fury estivesse em sua forma humana perto dela.
—Indo ?
Antes que Vane pudesse responder, Fury trocou a sua forma de lobo.
Bride entrou no pátio um segundo mais tarde.
Vane o amaldiçoou enquanto se obrigava a voltar invisível a roupa do Fury para impedir que ela a visse.
—Ah bom, retornou - disse ela com um sorriso enquanto fechava a porta de sua loja. — Pensei que tinha caído lá dentro.
Vane franziu o cenho.
—Caído dentro do que?
—Seu irmão disse que tinha ido ao banheiro.
Ele agora estava mais confuso.
—Meu irmão?
—Fury - Bride olhou ao redor. —Onde ele foi? Ele estava justo aqui, cuidando da porta de trás enquanto fechava durante uns minutos para almoçar.
—Vamos, Vane - disse Fury em sua cabeça—. Eu não pude pensar em nada melhor.
Ele olhou zangadamente a Fury.
—E por que estava em forma humana perto dela para começar, Fury?Deveria ser um lobo.
—Eu me assustei. Além disso, queria conhecê-la.
—Por quê?
O lobo recusou lhe responder.
—Você sabe, se não me tivesse convertido em humano, ela teria pensado que te escapou dela sem dizer adeus. Não podia lhe falar como lobo, não sem que lhe desse um
ataque.
—Vane? —perguntou Bride—. Está bem?
Vane entre cerro ainda mais seus olhos.
—Fury teve que partir —. É melhor ficar longe como homem se quiser seguir respirando.
Fury grunhiu profundamente em sua garganta.
—OH - Ela olhou para baixo e sorriu ao Fury—. Aqui está meu doce. Estava preocupada com você.
Fury saltou para pôr suas patas contra seus seios e lhe lamber a cara.
—Já, pra baixo - grunhiu Vane, fazendo retroceder ao lobo—. Não faça isso.
—Não importa - disse Bride generosamente.
Fury meneou sua cauda e riu malvadamente, logo tentou olhar para cima por debaixo do vestido de Bride.
Vane o agarrou rapidamente pelo pescoço.
—Para! —grunhiu mentalmente ao Fury—. Ou te arrancarei a cabeça.
Bride lhes olhou com o cenho franzido.
—Você não gosta de meu lobo?
—Sim - disse Vane, acariciando-o bruscamente na cabeça—. Ele é meu novo melhor amigo.
—Sou seu único amigo, imbecil.
Vane apertou seu dedos na pele do lobo como uma advertência.
—Sabe que tem que ser firme com os lobos. Deixar-lhes saber quem manda.
—Seu pai?
Vane lhe deu uma palmada na cabeça ao Fury.
—Owww.
—Sim - disse Bride. Isto é o que meu pai diz sobre todos os caninos.
—Seu pai?
Ela assentiu.
—Ele é o Doutor McTierney, o principal perito na Luisiana sobre o cuidado dos cães. Ele é veterinário no Slidell. Deve ter visto sua publicidade. “Se quiser a seu
mascote castre-o”. Ele fez a campanha completa.
—A sério - disse, sorrindo abertamente ao Fury—. Talvez nós deveríamos fazer uma consulta.
— Sim, claro. Tenta e morrerá.
Vane apertou seus punhos enquanto tentava ocultar sua ira a Bride. Ele estava só a um passo de distância de afogar ao lobo diante dela.
Bride franziu o cenho enquanto ela brincava uma olhada ao Fury.
—Que estranho... —ela procurou sua pata traseira—. Não recordo que tivesse uma mancha marrom ali.
Vane lançou uma maldição enquanto compreendia que Fury não era idêntico a ele. Maldição, ela era observadora.
—Talvez só não notou antes —disse ele, tentando distraí-la.
—Talvez.
Bride lhes conduziu através do pátio traseiro. Abriu a porta de seu apartamento e deixou entrar o lobo. Ela fez uma pausa na entrada.
Vane apoiou sua mão contra o marco da porta em cima de sua cabeça e lhe sorriu.
—Está nervosa - ele disse brandamente—. Por quê?
—É que não estou segura do que faz aqui ainda.
—Estou falando contigo.
Ela riu disso.
—Sabe, precisamente não tenho um manual de etiqueta sobre o que fazer quando um homem magnífico passa por minha vida um dia, dá-me um colar caro pelo que estive
morrendo, temos o melhor sexo de minha vida, e desaparece. Então aparece de novo assim que preciso um herói e pagando mais dinheiro do que esses peões provavelmente
fazem em seis meses só para me dar uma mão. Leva-me a um grande restaurante e logo passa uma noite inteira fazendo que minha cabeça de voltas. Não sei aonde nos
dirigimos
—Tenho que dizer é a primeira vez para mim, também - Ele estendeu a mão e deixou que seus dedos roçassem a mecha de seu cabelo que descansava contra sua bochecha—.
O que posso dizer? É irresistível para mim - suspirou ele.
Era difícil ficar normal e racional quando ele a olhava assim. Como se estivesse sedento pelo sabor dela.
—E agora está ainda mais nervosa - Ele suspirou, logo deu um passo atrás.
—Sinto - disse ela calmamente—. Não é você. Sério. É só que não estou acostumada a que coisas como estas me aconteçam.
—Tampouco eu - Baixou sua cabeça e a beijou. Ele saboreou seu sabor até que recordou que tinham uma coisa para resolver.
Abrindo os olhos, viu o Fury lhes olhar fixamente com muita curiosidade.
Ele odiava a esse lobo. A contra gosto, Vane se retirou.
—Por que não fecha a loja durante uma hora e come um verdadeiro almoço comigo?
Bride vacilou, logo assentiu. Almoçar com ele seria maravilhoso.
—Acredito que o farei. Tenho espaguetes no refrigerador. Nós poderíamos ir à loja que está a uma rua de distância e conseguir um bom vinho para acompanhá-los.
Ele pareceu bastante incômodo com sua sugestão enquanto explorava o pátio exterior. Procuraria a seu irmão?
—Isso seria agradável - disse ele, mas sua linguagem corporal desdizia o tom despreocupado.
Pela primeira vez em sua vida, Bride teve uma idéia realmente radical. Ela olhou seu relógio. Eram quase duas e trinta e ninguém tinha entrado em sua loja durante
há meia hora. As sextas-feiras pela tarde eram tradicionalmente lentas para ela...
—Sabe que? —disse ela antes de acovardar-se—. Por que não fecho cedo?
Seu olhar ardeu com interesse.
—Pode fazer isso?
Ela assentiu.
—Me dê uns minutos para fazer o trabalho administrativo.
—Tome seu tempo. Sou todo teu.
O olhar em seus olhos lhe disse exatamente o que queria dizer isso.
Bride mordeu seu lábio ante seu convite. Quão freqüentemente uma mulher ouvia algo assim da boca de um homem que se mostrava como este?
Bride retornou a sua loja e rapidamente fez o arquivamento da caixa registradora. Ela fez seu trabalho administrativo enquanto Vane a contemplava através das estantes.
Era difícil concentrar-se em classificar talões de pagamento enquanto ele estava ali, distraindo-a. Estava dando as costas enquanto olhava as gavetas com anéis.
Ele tinha o traseiro mais bonito que jamais vira em um homem. Pior, ela poderia ver seu rosto refletido no espelho.
E ele poderia ser seu...
Suspirando, ela se obrigou a encher um envelope de depósito bancário. Ele passou por trás enquanto ela colocava todo dinheiro dentro e fechava. Apoiando seus braços
de cada lado dela, ele se inclinou e respirou em seu cabelo como se a saboreava.
—Tem idéia do que me faz Bride?
—Não - respondeu ela francamente.
Vane estava de pé ali, seu coração palpitando grosseiramente. Seu corpo duro e dolorido.
Sua presença aqui era uma loucura. Ele havia limpado seu rastro antes de aparecer aqui, mas Stefan e outros eram tremendamente bons no que faziam.
Não passaria muito tempo antes que eles o encontrassem.
Certamente, enquanto Bride levasse seu sinal, levasse seu aroma, e inclusive se ele a abandonasse, eles provavelmente aproveitariam isso e apareceriam enquanto ele
os procurasse.
Mais que isso, já que Bride não sabia ocultar-se.
Ele estava desesperado por seu sabor e ele sabia que ela não se negaria. Mas ele não podia tomá-la outra vez. Não a menos que ela entendesse o completo impacto dessa
decisão.
E os perigos inerentes.
Ele não deveria estar aqui, na forma humana. Mas a diferença de Fury, sua encarnação mais forte era de humano. Era como podia proteger-se melhor.
Isto também o fazia inclusive mais vulnerável a ela.
Inclinando-se, ele roçou a pele exposta de seu pescoço com seus lábios.
—Desejo que seja minha - ele respirou, inalando o aroma quente de sua pele.
Bride não podia respirar enquanto ouvia o tom profundo, como um grunhido, de sua voz.
Ela se sentia como em uma espécie de estranho sonho. Como isto podia ser real? Ela se inclinou para trás contra o peito de Vane para poder levantar o olhar para
ele.
O olhar sobre seu rosto a abrasou.
Uma risada brincalhona aliviou a intensidade de seu olhar.
—Tomamos as coisas muito rápidas, verdade?
Ela assentiu.
—Sinto-o por isso. Quando eu vejo algo que quero, tenho a má tendência de tomar primeiro e pensar mais tarde sobre se realmente deveria ter.
Ele afastou-se dela e se dirigiu à porta.
—Vamos - disse ele, indicando a porta com sua cabeça—. Acompanharei-te ao banco e conseguiremos o vinho.
Ela se deslizou de seu banco e o seguiu. Lá fora, havia um indício de frio no ar. E uma auréola de perigo ao redor de Vane. Ela tinha a sensação que ele prestava
muita atenção às ruas que os circundavam. Cada vez que alguém se aproximava, ele o olhava atentamente como se esperasse que saltasse sobre eles.
Ela fez seu depósito e logo o deixou escolher o vinho depois que cruzaram a rua e entraram em uma loja sobre Canal Street. Quando ela tentou pagar, poderia ter jurado
que lhe grunhiu como um animal.
—Eu o faço - disse ele.
—Sabe, posso cuidar de mim mesma.
Ele riu disso enquanto tomava a garrafa de vinho do empregado.
—Sei. Desde onde venho a única coisa mais letal que um homem é uma mulher. Acredite, tenho um incrível respeito pelo que uma mulher muito zangada pode fazer.
Ele falava da comunidade outra vez? Por qualquer razão ela não acreditou.
—De onde vem?
—Nasci na Inglaterra.
Bride fez uma pausa ante isso, surpreendida. Mas por outro lado, Vane tinha o hábito de surpreendê-la constantemente.
- Sério?
— Aye, amor - disse ele em um perfeito acento inglês—. Nascido e criado.
Ela riu.
—Fala bem.
Ele abriu a porta da loja para ela sem comentários.
—Gracioso - disse ela, entrando na loja. —Realmente nunca pensei que as inglesas fossem particularmente cruéis.
Ele bufou ante isto.
—Sim bem, você nunca conheceste a minha mãe. Ela faz que Atila o Huno se pareça com um coelhinho fofo.
Havia muita ira e dor em seu tom e em seu rosto quando disse isso. Sua mãe realmente não devia ter um verdadeiro instinto maternal.
—Alguma vez a vê?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Ela esclareceu faz muito tempo que não estava interessada em ter nenhum tipo de relação comigo.
Bride enlaçou seu braço ao redor do dele e lhe deu um ligeiro apertão.
—Sinto muito.
Ele cobriu sua mão com a sua.
—Não o faça. Os de minha espécie não têm mães como...
Bride fez uma pausa na rua.
—Sua espécie?
Vane se deteve aí, petrificado pelo que lhe tinha escapado da boca. Maldição. Com a Bride era muito mais fácil falar que o que devesse ser. Ele estava acostumado
a estar em guarda perto das pessoas.
—Lobos solitários - disse, bobamente tomando emprestado o termo do Fury.
—Ahh, então você é um desses tipos machos “não preciso nenhum tipo de ternura”.
Ele estava acostumado a ser, mas depois de passar um tempo com Bride...
O que sentia por esta mulher o assustava como a merda.
—Algo assim.
Bride assentiu enquanto retorna para sua loja.
—Assim são somente você e seu irmão, não?
—Sim - disse ele, com sua garganta apertada enquanto recordava a sua irmã—. Somos só nós. E você?
— Meus pais vivem no Kenner. Tenho uma irmã em Atlanta a que vejo duas ou três vezes por ano, e meu irmão trabalha para uma assinatura no distrito comercial.
- Esta unida a eles?
—OH sim. Mais unida do que quisesse às vezes. Eles ainda acreditam que deveriam dirigir minha vida.
Ele sorriu. Assim era com Anya estava acostumada a relatar as coisas a ele e a Fang. Isto trouxe uma dor agridoce a seu peito.
—Você deve ser a mais jovem.
—Sabe? Juro que minha mãe ainda me da carinho sempre que vou para casa.
Ele era incapaz de imaginar uma mãe tão carinhosa como essa. Devia ter sido agradável conhecer semelhante amor.
—Não recuse.
—A maior parte das vezes não faço - Bride franziu o cenho para ele — Por que segue fazendo isso?
—Fazendo o que?
—Vigiando a rua como se tivesse medo de que alguém vá saltar sobre nós.
Vane esfregou a parte de atrás de seu pescoço com nervosismo. Ele tinha que dar seu crédito, ela era realmente observadora. Sobre tudo para uma humana.
Quão último podia lhe dizer era que realmente o que temia era isso.
Se Stefan ou outros alguma vez o detectavam...
Ele não queria pensar nas conseqüências.
—Suponho que não poderia te dizer que fechasse sua loja durante um par de semanas e fosse a alguma ilha exótica comigo, verdade?
Ela riu dele.
—Estaria bom.
Sim. Ela sabia pouco, ele era bastante sério. Uma parte dele estava tentada a seqüestrá-la, mas depois do que tinha passado entre seus pais, ele soube que era melhor
não arriscar-se.
Quatrocentos anos mais tarde, sua mãe ainda estava emocionalmente ferida porque seu pai a tinha seqüestrado contra sua vontade. Ele não queria destruir a bondade
de Bride. Sua risada aberta. Deus a ajudasse, ela confiava nas pessoas, e isto era tão estranho que ele faria algo para mantê-la assim.
Ela abriu a porta de seu jardim e o conduziu a seu apartamento onde Fury os esperava.
Precipitando-se para eles, Fury foi diretamente à virilha de Vane para atormentá-lo na maneira típica de um cão.
—Para —gritou, apartando ao lobo.
—Ele gosta de você.
Gosta de me incomodar.
—Sim, notei.
Bride franziu o cenho enquanto se dirigia ao aparelho de som, que tocava a todo volume a velha canção dos Troggs, Wild Thing*.
—Que estranho - disse ela, apagando-o—. Não deixei o rádio ligado.
Vane intensificou seu apertão sobre o pescoço do Fury.
—Isso dói, Vane. Deixe-me.
Ele o fez de muito má vontade.
—Que mais fez?
—Nada, sério. Só olhei um pouco de TV, examinei seus CDs... Ela tem realmente umas boas merdas... E fiz um pouco de café.
—Fury, Era claro que não te moveria!
—Disse vigia, que não implica movimento.
Ele se esticou para o Fury, quem se lançou para a Bride.
—Talvez tenha um fantasma - disse Vane - isto é Nova Orleans, depois de tudo.
—Não é gracioso - disse ela.
Ela tomou o vinho que ele tinha e se dirigiu à pequena cozinha onde o pôs perto de sua cafeteira de duas taças. Ela tirou a jarra e a olhou.
—Que diabos esta acontecendo aqui?
—O que?
Ela encontrou o olhar fixo de Vane.
—Fez café esta manhã?
—Oops - disse Fury. —Em certo modo o fiz. Eu provavelmente deveria havê-lo atirado uma vez que tinha terminado.
—Acredita?
—Seja agradável comigo, homem. Não tenho que ficar aqui.
—E realmente não tenho que te deixar viver, tampouco.
—Está bem? —perguntou Bride enquanto substituía a jarra.
Vane sorriu e obrigou a relaxar sua expressão.
—Estou bem.
—Este café é fresco —. Ela olhou para o Fury, logo sacudiu sua cabeça. —De maneira nenhuma. Isto é simplesmente estúpido.
—O que?
—Nada. Nem sequer o direi por medo de que me encerrem pelo resto de minha vida.
Ela pôs o vinho no congelador para que esfriasse enquanto abria os armários e tirava uma caçarola e uma panela.
Sem pensar, Vane foi à pequena despensa procurar o molho de espaguete. Por alguma razão, gostava de ajudá-la sobre tudo.
—Como sabia que estava ali? —perguntou.
Vane se encolheu. Maldição, ele não deveria ter sabido onde o guardava.
—Este me pareceu o lugar mais provável.
Ela apareceu aceitar isso.
Fury se levantou de um salto e o empurrou para o Bride. Vane tomou fôlego bruscamente quando seus corpos chocaram e sentiu suas curvas viçosas contra ele.
Ela levantou a visão, seus lábios separados por seu suspiro de surpresa.
—Sinto - disse ele, seu coração palpitando—. O cão me golpeou.
—Não sou um cão.
—Vai ser comida para cães se não parar.
—OH vamos, idiota. Ela é sua companheira. Segue adiante.
—Não posso obrigá-la. Acredite-me, é algo que não farei.
Para sua surpresa, Fury assentiu com sua cabeça e o olhou para cima.
—Sabe, acredito que somente por isso te respeito. É um bom lobo, Vane. Agora me dê sua camisa e me deixe sair.
—Para fazer que? —Vane estava tão atordoado que falou em voz alta.
—O que? —perguntou Bride.
—Nada - disse ele, perguntando-se em que ponto dessa noite ela ia decidir que ele estava completamente louco.
—Confia em mim - disse Fury—. Usarei seu aroma para dirigir outros para longe daqui. Ao inferno, quando acabar com o Stefan, ele estará perseguindo sua cauda em
círculos.
Vane estava impressionado. Essa era uma boa idéia.
—Posso confiar em ti para que não o traga aqui?
—Sim, pode.
Que resposta desacostumada para o Fury. Vane o olhou enquanto debatia se realmente podia confiar nele.
Ao final, ele não teve nenhuma outra opção.
Fury foi arranhar a porta.
—Deixarei sair - disse Vane, dirigindo-se ao lobo.
—Obrigado - disse Bride enquanto tirava o macarrão que tinham sobrado.
Vane seguiu ao lobo ao pátio traseiro. Tirou sua camisa, logo fez aparecer uma nova enquanto Fury se transformava em forma humana para pega-la.
—Ponha um pouco de roupa, Fury. Se não vou ficar cego.
—Cala-te - replicou Fury—. Não sou tão talentoso como você com meus poderes e não permaneço como humano o tempo suficiente para me preocupar. Somente quero-te dizer
que seja cuidadoso. Ela parece uma mulher bastante agradável, para um ser humano. Seria uma maldita pena ver que algo lhe acontecesse.
—Sei.
Um carro se aproximava da porta.
Fury deu um passo nas sombras e desapareceu. Vane não se moveu enquanto olhava o carro aproximar-se. Era a artista que vivia em um dos apartamentos de acima.
Aliviado de que fora um carro amistoso, ele retornou para dentro para encontrar a Bride revolvendo o molho na panela.
Ele tinha que encontrar algum modo de conseguir que ela aceitasse partir com ele até que eles pudessem separar-se definitivamente.
Vane a olhou e sentiu algo muito peculiar. Em seu mundo ninguém cozinhou para ele. Ele comia a carne crua ou a comprava em forma humana, logo a cozinhava ele mesmo.
Ninguém jamais tinha feito o alimento para ele exceto quando ele pagava para fazê-lo. Isto era quase caseiro. Não é que ele entendesse quão caseiro era.
Talvez essa era a estranha sensação em seu estômago. Ele sentiu dentro o impulsionou de tocá-la inclusive quando não deveria.
—Bride? —perguntou, aproximando-se—. Acredita no impossível?
Ela tirou uma terrina de salada de seu refrigerador.
—Impossível como?
—Não sei. Fadas? Duendes? Lobos que podem converter-se em humanos?
Ela riu.
—Ahh, o loup-garou*. Não estará comprando lendas locais, verdade?
Ele deu de ombros enquanto seu coração se estremecia. Era muito esperar que ela fosse algo mais que uma humana típica.
—Embora - disse, fazendo com que seu coração se aliviasse— realmente tenho uma amiga que persegue vampiros de noite. Ela está louca, mas a amamos.
Maldição.
—Sim - ele suspirou— Tabitha está um pouco louca, verdade?
Bride ficou quieta.
—Como a conhece...
—Todo mundo em Nova Orleans conhece a caçadora de vampiros local - disse rapidamente—. Tabitha Devereaux esteve por aí por muito tempo.
Bride riu.
—Terei que lhe dizer que é uma lenda. Isso a agradará até não poder.
Vane se voltou para ela.
—Mas quanto a você?Não acredita em coisas estranhas, verdade?
—Não realmente. A coisa mais horripilante que alguma vez vi é a minha contabilidade em abril.
Na aparência, ele riu disso, mas por dentro tremia. Ela nunca estaria aberta para seu mundo. À realidade de que, às vezes, a raça que passava pela rua não era realmente
gente, absolutamente. Que eles eram o pior tipo de predadores.
Deixe-lhe ter suas ilusões. Seria cruel tirar-lhe. E com que objetivo? Para que ele pudesse lhe mostrar um mundo onde perpetuamente os dois seriam perseguidos?
Onde seus filhos seriam caçados?
Não, isto não seria justo para ela. Ele não necessitava uma companheira, e estava malditamente certo que não necessitava filhos.
—Está bem? —perguntou ela enquanto dispunha dois pratos.
—Sim, bem.
Ele só esperava que ambos estivessem bem até que o sinal desaparecesse de suas mãos.
Não tomou a Fury muito tempo encontrar ao Stefan e a outros que estavam em forma humana no Bourbon Street tentando recapturar o aroma de Vane.
Três deles estavam fora de um bar, cheirando a todos paroquianos que entravam e saíam.
Como sempre, surpreendeu-se pela beleza de sua raça, mas por outro lado, deveria ser esperado. Em seu mundo, o feio ou diferente rapidamente era reparado ou aniquilado...
Em geral este último. Os animais não tinham nenhuma piedade por alguém ou algo.
Não sequer os animais que enganavam a si mesmos acreditando que eram em sua maior parte humanos. Ele tinha estado com os Arcadianos suficiente tempo para ver por
si mesmo que quando diziam que eram humanos, eles enganavam a si mesmos.
Tal como as pessoas o faziam.
Não havia nada humano na humanidade. Ao final do dia, eles eram todos animais apenas com instintos de sobrevivência.
Era “o cão come ao cão”. E Fury sabia mais sobre aquele princípio do que gostava de recordar.
Stefan se virou quando encontrou o aroma do Fury.
—Bem, bem - disse Fury, lhe dando de presente um sorriso satisfeito—. Estive de pé aqui o tempo suficiente para havê-los matado a todos antes que vocês sequer me
sentissem. Está ficando velho, Stefan.
—Isso é um desafio?
Fury o percorreu com um olhar divertido. Ele tinha a total intenção de desafiar ao lobo mais velho e um dia matá-lo.
Agora entretanto, ele não estava de humor.
—Não me faça te machucar, Stefan. Pode fazer cambalhotas como um Alfa se quiser, mas sabemos quem sustenta sua corda.
Stefan o agarrou, mas Fury se liberou de suas garras.
—Não o faça, velho lobo. Não quero te envergonhar.
—O que quer Fury? —falou bruscamente Petra.
Fury lhe dirigiu um sorriso zombador rápido e direito. Do grupo, ela era a que odiava mais ao Vane. Durante anos a loba tinha querido ser sua companheira, e quando
ele a tinha esnobado, ela tinha ido atrás do Fang. Ela tinha espreitado ao Vane para distração. Já que ele era o maior dos filhos do então líder, assumia-se naturalmente
que seria Vane quem um dia herdasse a manada. Inclusive embora seu pai o odiasse, Vane era sem uma dúvida o mais forte de todos eles.
Só Fury sabia por que. Vane não era Katagaria e o resto deles era muito estúpido para compreendê-lo.
Ele o tinha cheirado no Vane no momento em que se encontraram. Aquele som vibrante que só vinha dos genes humanos. Um suposto coração humano. Mais que isso, o aroma
vinha da maior parte da elite dos Arcadianos. Vane não era somente um Arcadiano. Ele não era só um Sentinela.
Ele era um Aristos. Uma classe estranha que tinha a capacidade de dirigir a magia sem esforço. No reino Arcadiano, os Aristos eram considerados deuses e eram protegidos
com muito entusiasmo pelos were-wolves quem com muito gosto morreriam por eles.
Era pelo que ele, ele mesmo, odiava ao Vane.
Mas a paciência era uma virtude. Não só dos humanos, mas também sobre todos nos animais.
Petra cheirou, e logo franziu o cenho. Ela se aproximou até que enterrou seu nariz contra a camisa de Fury.
—Vane - ela inalou—. Você o pegou?
—Onde se esconde? —perguntou Stefan imediatamente.
Fury lhe lançou um olhar encoberto ao Stefan.
—São todos tão patéticos. Nenhum de vocês jamais aprendeu que a metade da diversão da matança é persegui-lo no terreno?
Petra inclinou sua cabeça.
—Isso quer dizer?
—Sei onde está Vane. Mas não é suficiente matar a seu inimigo. Primeiro fodes com sua cabeça.

CAPITULO 7

Bride empurrou a salada ao redor de seu prato enquanto tentava não olhar para Vane. Havia algo irresistível nele. Também era desconcertante estar perto de alguém
tão lindo e musculoso. Ao menos com o Taylor, ele tinha sido mais magro que ela, mas ele não fazia exercício, e adorava dirigi-lo a sua maneira.
Não havia um grama de excesso de gordura em todo o corpo de Vane. Seu rosto ardeu enquanto recordava quão magnífico exibia-se nu.
—Está bem? —perguntou ele.
—Bem.
—Por que não come?
Ela deu de ombros.
—Suponho que não tenho fome depois de tudo.
Ele tomou o garfo de sua mão e envolveu os espaguetes ao redor, logo o sustentou para ela.
—Não sou um bebê, Vane.
—Sei - seu ardente olhar a abrasou—. Come para mim, Bride —disse ele em um sob tom de mando —. Não quero que passe fome. Não há nada bom em te privar de comida.
Pelo tom de sua voz, ela podia entender que ele falava da experiência.
—Passaste fome?
—Toma um bocado e te responderei.
—Não sou uma menina.
—Acredite eu sei - Ele meneou o garfo diante ela.
Ela sacudiu sua cabeça ante seu jogo sério, logo abriu sua boca.
Ele com cuidado colocou o garfo dentro para que ela pudesse fechar sua boca ao redor dele antes de deslizar o garfo para trás.
Bride mastigou enquanto ele girava o garfo em sua massa.
—Sim, passei fome. Meus pais não criavam ou não se preocupavam como os seus filhos. Assim que um macho é o suficientemente grande, eles o deixam e aprende...a sobreviver
ou morrer.
O coração de Vane se retorceu enquanto recordava sua juventude. A dor e fome constante. Ele quase tinha morrido mais vezes que podia contar aquele primeiro ano sozinho.
Até que alcançou a puberdade, ele tinha sido um filhote de lobo. Virtualmente da noite para o dia, ele tinha se transformado em humano. Seus poderes mágicos tinham
sido novos para ele e ficou em forma humana quando precisava ser um lobo.
Não acostumado a ser humano, não podia rastrear ou matar uma presa. Tinha sido bombardeado com sentimentos e emoções desconhecidos que os lobos não tinham. O pior
de tudo, seus sentidos estavam presos em sua forma humana. As pessoas podiam ver melhor na luz do dia, mas não podiam ouvir tão claramente, mover-se tão rapidamente,
ou cheirar a seus inimigos ao redor deles. Não tinham a força física para lutar mano a mano contra outros predadores e animais por comida e amparo.
Tampouco podiam matar tão facilmente. Eles eram consumidos pela culpa, horrorizados pelo derramamento de sangue.
Mas como Darwin tinha escrito esta era a sobrevivência do mais apto, e então Vane tinha aprendido como sobreviver. Eventualmente. Ele tinha aprendido a receber golpes
e mordidas sem render-se à agonia de suas feridas.
No final do primeiro ano de sua idade de adulto, tinha voltado para sua manada zangado e controlado. Um humano que sabia o que significada ser um lobo. Um humano
que estava decidido a controlar a parte de si mesmo que aborrecia.
Também tinha retornado a casa com mais poder que qualquer um deles tinha ousado sonhar.
De todos os modos ele não teria feito isto se Fang não o tivesse salvado. Ao princípio, tinha sido Fang quem tinha matado para ambos para que pudessem comer. Fang
foi quem o protegeu e cuidou em seu estado humano enquanto Vane tinha que aprender de novo até a mais simples das tarefas. Quando os outros o teriam abandonado,
Fang tinha ficado a seu lado.
Isto era pelo que sempre protegeria a seu irmão, não importava o que custasse.
—Isso deve ter sido difícil - disse Bride, devolvendo-o ao presente.
De retorno a ela.
Vane lhe deu de comer outro bocado.
—Acostuma se a isso.
Ela o olhou como se entendesse o sentimento.
—É assombroso que possa te acostumar verdade?
—O que quer dizer?
—Só que às vezes deixamos que outras pessoas nos tratem mal porque queremos ser amados e aceitos tão desesperadamente que faríamos qualquer coisa por isso. Dói saber
que não importa quanto o tente, quanto o queira, eles não podem te amar ou te aceitar como é. Então odeia todo o tempo que perdeu tentando agradá-los e te perguntando
o que é tão horrível em ti que ao menos não podem fingir que lhe querem.
Ele viu a raiva ante suas palavras e o dano que brilhava tristemente em seus olhos âmbar.
—Taylor é um idiota.
Bride alargou seus olhos ante o profundo e intenso grunhido de sua voz.
Vane deixou o garfo de lado e colocou sua mão sobre a bochecha dela. Ele estudou seu rosto e acariciou sua pele com seus dedos.
—É a mulher mais formosa que jamais tinha visto e não há nada em ti que alguma vez tentaria mudar.
Sentia-se tão bem ouvi-lo dizer isso, mas ela não se enganou sequer um minuto. Ela sempre seria a menininha rechonchuda que não queria colocar um traje de banho
em público. A que fingia ter seus pesríodos nas festas para que ninguém fizesse brincadeiras de seu peso.
Quantas vezes tinha admirado às magras putitas* entrando em sua loja, para provar os vestidos muito justos que ela vendia, mas que nunca podia usar?
Somente uma vez em sua vida, ela desejava poder levar um dos mais vergonhosos conjuntos da Tabitha e não ver que os olhos de um homem imediatamente se afastavam
dela como se procurassem a alguém mais desejável.
—Segue falando assim, Vane, poderia me obrigar a te conservar.
—Se me segue olhando assim, eu só poderia te deixar pela força.
Ela tremeu ante suas palavras.
—É muito bom para ser verdade. Aí esta essa voz no fundo de minha cabeça que segue me dizendo que tenho que escapar antes que seja muito tarde. É um assassino em
série, verdade?
Ele piscou, logo franziu o cenho.
—O que?
—É como o homem em “O silêncio dos inocentes”. Você sabe esse que está fazendo um papel de mulher, um que é tão encantador para poder seduzir e seqüestrar a uma
mulher por sua pele.
Em realidade ele parecia horrorizado por suas palavras, até ofendido. Que significavam que ele era inocente ou um grande ator.
—Vai lançar-me nua em um fosso e me afogar em loção de bebê, verdade?
Ele realmente riu disto.
—Vive em Nova Orleans, onde eles nem sequer podem cavar um tumulo. Então me diga onde vou encontrar essa fossa?
—Esta é uma fossa de superfície.
—Apenas prudente.
—Mas possível - ela insistiu.
Ele sacudiu sua cabeça.
—Não te rende verdade?
—Olhe, sou realista e acabam de me arrancar o coração. Não quero estar envolvida com ninguém agora. Foste muito amável comigo e não sei por que. É só que coisas
como esta não acontecem na vida real. O príncipe Encantador não vem ao resgate todo o tempo. A maior parte do tempo, ele está muito ocupado com a perfeita irritação
depreciada e seus pequenos pés perfeitos de adolescente para sequer notar ao resto de nós.
Ela podia dizer que ele estava irritado.
Suspirando, ele tomou o copo.
Bride franziu o cenho enquanto tinha uma visão da palma da mão dele e as estranhas marcas ali. As marcas que não tinham estado ali ontem à noite ou ela as teria
visto.
Seu coração deixou de pulsar.
Estendendo sua própria mão, ela tomou a dele na sua e a olhou fixamente.
Vane se amaldiçoou por dentro enquanto compreendia que tinha se esquecido de mascarar sua marca quando se transportou ao quarto e armazenagem. Parte dele queria
liberar sua mão, outra parte não podia mover-se enquanto ela comparava suas palmas.
—Queimou-me?
—Não - disse ele, ofendido que ela pensasse tal coisa.
Ela estava entrando em pânico. Ele podia cheirar seu medo.
—Não te fiz mal, Bride, juro.
Não lhe acreditou.
—Saia!
Ah, isto era mau. Ele não sabia como convencê-la. Ela se levantou e agarrou sua vassoura do canto.
—Fora! —gritou, batendo-a contra ele.
—Bride!
Ela não escutaria.
—Saia ou vou... Vou chamar à polícia!
Vane conteve uma maldição. Isto não ia do modo que necessitava. Mas talvez isto fosse do modo que deveria.
Ao menos não podia ser tentado por uma mulher que o odiava e acreditava que ele era insano.
Saindo pela porta, ele esteve de pé ali enquanto ouvia que a fechadura se fechar.
—Bride - disse ele, olhando-a fixamente pela janela—. Por favor, me deixe entrar.
Ela fechou as persianas sobre ele.
Vane apoiou sua cabeça contra o fresco da janela e deixou que a guerra dentro dele quebrasse seu controle. A parte de animal dele a queria, independentemente da
razão.
A parte humana sabia que seria melhor deixá-la ir.
Infelizmente, quando as duas metades dele se enfrentavam assim, a maioria das vezes, o animal ganhava.
Isto era em geral para melhor.
Esta vez não seria. Suspirando, olhou ao redor para assegurar-se de estar sozinho e transformou-se em lobo. Ele somente esperava que Fury não voltasse como lobo
e fizesse cair seu disfarce.
Bride poderia aceitar a um lobo em sua porta, mas dois... Era muito.
Bride estava de pé no centro de seu quarto, agarrando sua vassoura. Ela tremia com terror. Ela pensou em chamar a seus pais, mas não quis assustá-los. Eles viviam
o suficientemente longe para que quando chegassem pudesse estar morta.
Pensou em chamar a polícia, mas o que ela lhes diria? Que um homem arrumado estava comendo com ela, pondo-a toda quente e turvada, e logo ele pôs sua mão na dela
e ela enlouqueceu?
Não era que Vane fizesse algo. A polícia não podia detê-lo a não ser que ele fizesse algo para machucá-la.
Tabitha...
Ela tragou ao pensar em chamar a amiga. Se havia uma coisa que Tabitha sabia era defesa pessoal, e a mulher andava armada até os dentes.
Bride correu a seu telefone celular e rapidamente ligou para a loja da Tabitha. Por sorte estava ali.
—Tabby - disse, olhando pelas janelas ao redor dela para ver se Vane tentava entrar pela força—. Por favor, vêem. Acredito que meu novo namorado vai matar-me. Realmente
me matar, do tipo “vou esconder seu corpo no bosque”.
—O que?
—Explicarei quando chegar aqui. Estou assustada Tab. Sério, realmente assustada.
—Bem. Fica ao telefone comigo enquanto vou. hei, Marla —chamou Tabitha a sua encarregada—. Fica a cargo da loja um pouquinho. Tenho uma emergência. Me chame no meu
celular se necessitar.
Bride suspirou, só parcialmente aliviada. A loja da Tabitha sobre o Bourbon Street estava só a umas quantas ruas de sua casa. Não tomaria a Tabitha mais de dez ou
quinze minutos chegar aí a pé.
—Está ai ainda? —perguntou Tabitha.
—Não sei. O coloquei para fora e fechei a porta e tenho essas horríveis imagens dos filmes maus onde as pessoas demoníacas abrem caminho pelas janelas para me agarrar.
—Ele não é um zumbi, verdade?
Ela pôs seus olhos em branco ante a sugestão da Tabitha. Para a maioria das pessoas isso seria uma piada. Para a Tabitha era sério.
—Apenas.
—O lobo está contigo?
—Não - disse Bride, com seu peito apertado—. Ele saiu e não retornou ainda. OH Deus, não pensará que tem feito mal a meu lobo? Verdade?
—Não se preocupe. Estou segura que o lobo pode defender-se.
Bride podia dizer que pela dificuldade para respirar da Tabitha que sua amiga agora estava correndo. Deus a proteja. Tabitha era o melhor em uma crise. Todo mundo
deveria ter uma amiga como ela.
Não havia nada que Tabitha não faria por um amigo ou por sua família.
—Ainda está ai? —perguntou Tabitha.
—Sim.
Bride tagarelava com ela todo o tempo a respeito de nada enquanto olhava para fora para ver se Vane estava ainda ali.
Não estava.
Depois de uns minutos, ela ouviu seu lobo grunhindo fora da porta.
—Shh —Tabitha disse pelo telefone—. Sou só eu menino.
—Já está aqui?
—Sim - disse ela—. Desliga e abre a porta.
Bride o fez. Para seu alívio, ali fora só estavam o lobo e Tabitha.
—Isto está claro - disse Tabitha enquanto o lobo entrava correndo ao apartamento—. Ele deve ter partido.
Bride suspirou de alívio, mas ainda fechava a porta bem segura.
—Nunca estive mais aterrorizada, Tabby. Isto foi horrível.
Tabitha explorou o apartamento.
—O que aconteceu? —perguntou enquanto abria as portas e olhava pelas janelas.
—Não sei. Nós estávamos em um almoço tardio e tudo estava genial até que eu vi isto... —Ela sustentou sua palma para que Tabitha pudesse ver a estranha tatuagem
sobre sua palma—. Ele tinha um idêntico sobre sua palma.
—Está brincando.
—Não, e a parte mais estranha é que não sei como o obtive. Recorda quando nós comíamos e somente apareceu?
Tabitha tomou a mão de Bride na sua e estudou a tatuagem.
—Ele me marcou ou algo, verdade? —perguntou Bride—. Ele colocou seu sinal sobre mim e agora vai matar-me. Eu sabia que era muito bom para ser verdade.
Tabitha sacudiu sua cabeça.
—Francamente, não posso te responder a isso. Não houve nenhum assassinato deste tipo no estado, e sei bem.
E Tabitha o fazia. Ela tinha feito um trato através de um amigo no departamento de polícia para estar em todas as investigações de assassinato.
—Então que pensa?
Tabitha sustentou sua mão mais perto de seu rosto.
—Isto parece Grego em princípio. Façamos isto, vamos fazer uma visita à casa de minha irmã. Podemos lhe perguntar a seu marido o que acha.
—Qual irmã?
—Minha gêmea - Tabitha deixou sua mão.
Bride retrocedeu ao pensar em ir a casa de Amanda.
—Amanda conhece meu psicótico namorado convertido em assassino serial. Se até ela arrumou as coisas para nosso encontro!
Tabitha fez um som de desgosto.
—Imagine. Mandy sempre foi uma terrível juíza de caráter. Jesus! Nunca deixe que lhe apresente a nenhum homem.
—Pensei que isso era o que diziam sobre ti, Tabby?
Tabitha não fez conta.
—Sabe, poderia ser uma idéia boa para ti arrumar uma bolsa e acampar na casa da Amanda ao menos por esta noite, até que nós averigüemos mais sobre seu amigo assassino
em série. Se ele realmente conhece a Amanda, então ela sabe o suficiente para te deixar tranqüila.
Bride não discutiu. Com toda honestidade, não queria estar em casa só, embora com seu lobo para protegê-la. Se Vane realmente era um psicótico, ele poderia matar
o seu mascote e logo a ela.
—Bem, me dê um segundo.
Tabitha mimava ao lobo enquanto Bride agarrava uma muda de roupa, sua maquiagem, e algo com que dormir.
Vane baixou sua cabeça enquanto olhava a Bride arrumar-se. Sentia-se aliviado por suas ações e a sugestão da Tabitha. Kyrian vivia em uma casa em que nem sequer
Vane poderia irromper. Esta não estava protegida somente contra os criminosos humanos, também contra intrusos de outros mundos.
Ali, o resto de sua manada não poderia passar a não ser que Kyrian o permitisse, e o antigo Dark Hunter sabia que era melhor não permitir entrar nenhuma manada de
Were-Hunters.
Ele fuçou a perna da Tabitha, agradecido que ela não fosse uma completa lunática.
Em um momento, Bride tinha arrumado a bolsa. Ela apagou as luzes e abriu a porta.
Elas tentaram deixá-lo, mas Vane se recusou.
—Deixa-o vir - disse Tabitha enquanto Bride tentava arrastá-lo de seu SUV*.
—Sim, mas sua irmã não tem ao Terminator agora?
—Sim, mas ele é bastante amistoso com outros cães. É aos vampiros aos que odeia.
Bride não comentou isto. Em troca, deixou ao lobo no assento traseiro de seu Jipe Cherokee. Ela pôs sua bolsa ao lado dele, logo entrou e esperou que Tabitha saltasse
dentro. Elas saíram e o coração de Bride se deteve quando viu a moto de Vane fora de sua loja.
—O que é isso?—perguntou Tabitha.
Ela assinalou para a motocicleta.
—Ele ainda está aqui.
—Eu lhe darei um tiro - disse Tabitha enquanto tirava seu Glock e comprovava sua antecâmara.
—Santo céu, Tabitha. Não pode lhe dar um tiro.
—Confia em mim, posso —. Tabitha tocou a cicatriz sobre seu rosto—. Agora vamos antes que nos encontre.
Bride fez como ela disse.
Não tomou muito tempo chegar a casa da Amanda e a mansão anterior à guerra de secessão do Kyrian no Garden District. A casa estilo Renascimento grego era uma das
melhores conservadas no estado. Era também uma das maiores.
Bride entrou no caminho de entrada e fez uma pausa diante das grades de ferro que tinham que ser abertas por dentro.
Tabitha usou seu telefone celular para chamar a Amanda.
—Por que simplesmente não tocamos a campainha? —perguntou Bride.
—Por que Kyrian pode ser um maldito imbecil sobre me permitir entrar às vezes.
Bride franziu o cenho.
—Por quê?
—Tentei matá-lo uma vez e ele não me perdoou. Juro, que esse homem pode manter um rancor melhor que ninguém - Ela fez uma pausa—. Hei! Mandy, sou eu. Estamos aqui
fora no caminho de entrada. Poderia-nos abrir a porta? —Piscou um olho a Bride—. Sou eu e Bride McTierney... Sim, bem.
As portas se abriram.
—Obrigado, irmã. Vejo-te em um minuto.
Elas subiram pelo caminho de entrada e Bride assobiou baixo. Ela nunca tinha estado dentro das portas antes, mas todo mundo na cidade sabia sobre essa casa.
Era ainda mais formosa de perto do que o era da rua.
Subiram o caminho semicircular até a porta de entrada, a que se abriu de repente quando elas se detiveram. Amanda Hunter saiu, sustentando a sua pequena filha sobre
seu quadril.
A bebê começou a saltar ao segundo que viu a Tabitha.
—Mamãe, mamãe, mamãe! —gritou a bebê em sua linguagem infantil, e se lançou para a Tabitha, quem a levantou e a abraçou.
Antes que o rosto da Tabitha tivesse sido marcado, o único modo de diferenciar às duas mulheres tinha sido seu guarda-roupa. Enquanto Tabitha preferia um estilo
gótico moderno, Amanda era convencional ao extremo. Levava um par de calças negras e um fino suéter de caxemira, verde escuro.
—O que as traz aqui? —perguntou Amanda.
—Ela tem a um psicótico perseguindo-a —disse Tabitha enquanto Bride tirava seu lobo do carro e agarrava sua bolsa.
Amanda a olhou com preocupação.
—Está bem, Bride?
Bride seguiu seu lobo.
—Isso acredito. Realmente sinto me impor.
—Não, nada disso - disse Amanda enquanto se aproximava de Bride—. Sei quanto lhe quer minha irmã. Odiaria que algo te acontecesse —. Amanda ficou gelada quando viu
o lobo com ela e franziu o cenho.
—Importa-te, que o trouxesse? —perguntou Bride—. Tabitha disse que estaria bem.
Ainda franzindo o cenho, Amanda olhou a Tabitha.
—Ok...
Amanda lhe apresentou sua mão ao lobo quem imediatamente se aproximou.
—Provavelmente queira ir para dentro, verdade, moço?
O lobo se voltou ao lado de Bride.
—Ou não - disse Amanda—. Bem então, por que não vamos para dentro e averiguamos um pouco mais sobre este louco que está atrás de Bride?
Eles seguiram a Amanda até a casa. Bride jogou uma olhada, um pouco intimidada pelo tamanho do lugar e a original coleção de antiguidades que pareciam pertencentes
a um museu. Ela nunca tinha visto nada como isso.
Mas a parte mais estranha era que as antiguidades estavam equilibradas por móveis contemporâneos como os sofás felpudos negros e um caro sistema de entretenimentos.
Sem mencionar ao estranho boneco vampiro. Eles até tinham um caixão como mesa de café.
Muito estranho...
Um magnífico homem loiro entrou no quarto do vestíbulo à direita e amaldiçoou o instante em que viu a Tabitha no saguão.
—Também te quero, Kyr - disse Tabitha com um sorriso aberto e amistoso.
Ele suspirou o que dizia que necessitaria paciência para tratar com a Tabitha.
—Matou algum vampiro ultimamente? —perguntou ele.
—Aparentemente não, você ainda respira, huh? —Tabitha estalou sua língua a Amanda—. Quando pensa Geritol* aqui presente, morrer de idade avançada, de todos os modos?
Kyrian estreitou seus olhos a sua cunhada antes de olhar a sua esposa.
—Sabe, eu sempre pensei que tinha enfrentado à encarnação do mal. E logo conheci sua irmã. Ela faz uma brincadeira total de todas as forças malévolas conhecidas.
—Poderiam parar os dois? —disse-lhes Amanda—. Temos companhia, e falando do mal encarnado, por que não se dirige ao quarto dos meninos e muda a fralda da sua filha?
—Algo para afastar-me da Tabitha antes que a corrompa. Isso até merece que me enfrente com desperdícios tóxicos.
Tabitha bufou ante isso.
—Vamos pequena Marissa, e te assegure de fazer a Papai algo realmente repugnante enquanto te troque sim?
A bebê riu enquanto Tabitha a entregava a seu pai.
Kyrian virou para a escada, logo se deteve quando viu o lobo sentado silenciosamente atrás de Bride.
—É isso é quem penso que é? —perguntou-lhe Amanda.
Kyrian assentiu com sua cabeça.
—Sim, isso acredito.
O coração de Bride se deteve.
—Conhece seu dono?
Kyrian pareceu um pouco preocupado com sua pergunta.
—Ele realmente não tem um dono em si. Como ficou com ele?
—Ele apareceu em minha casa e o recolhi.
Kyrian e Amanda intercambiaram um olhar perplexo.
—Ele deixou?
—Bom, sim.
Tabitha abriu sua boca como se entendesse o que eles pensavam.
—OH, Meu deus, não me diga que ele é um de seus ridículos amigos.
—Eles são melhores que os teus - disse bruscamente Kyrian—. Ao menos os meus não são loucos.
—Sim, claro. Eles são só... —Tabitha fechou instantaneamente a boca, logo dirigiu um sorriso falso a Bride—. Quer lhe mostrar sua mão? Estou segura que ele vai lhe
explicar tudo sobre seu misterioso assassino em série.
Bride vacilou.
—Ele conhece assassinos em série?
—Ele sabe muito de gente realmente desagradável.
—E Tabitha é a primeira dessa lista.
—Kyrian! —disse-lhe bruscamente Amanda.
Tabitha cruzou seus braços sobre seu peito e deu de ombros despreocupadamente.
—Está bem, Mandy. Deixe-lhe buscar uma briga. Ao menos não sou a que lhe está tirando a linha de nascimento do cabelo.
O rosto dele de repente ficou cinzenta, Kyrian deslizou sua mão ao longo de sua linha de cabelo.
—Não estas ficando calvo - disse bruscamente Amanda, então ela se voltou para sua irmã—. Deixaria de meter-se com meu marido?
—Geritol começou.
Bride não estava segura do que pensar deles agora. Esta tinha que ser a casa mais estranha em que jamais tinha estado.
—Talvez devesse ter chamado à polícia. —
—Não - disse Tabitha em um tom irritado—. Sem dúvida seu assassino em série os mataria, também. Mostre-lhe sua mão.
Ligeiramente receada, Bride avançou para fazê-lo.
—Você alguma vez viu algo como isto?
Kyrian assentiu.
Ela tremeu de medo.
—Vou morrer?
—Não - disse ele, posando seu olhar nela—. Isto não é um símbolo de morte.
Bride soltou um suspiro, aliviada.
—O que é então?
Ele se envergonhou um pouco antes de responder. —Isso realmente não lhe posso dizer. Mas posso te prometer isto, quem quer que tenha um sinal que faça par se mataria
antes de te fazer dano.
Bride fechou sua mão.
—Isso é o que disse Vane.
O olhar do Kyrian foi para o lobo.
—Bem, pode confiar nele. Agora se me perdoam, tenho uma fralda com meu nome.
—Isso é tudo o que vai dizer? —perguntou Tabitha enquanto ele se afastava.
—É tudo o que posso lhe dizer - disse Kyrian significativamente, dirigindo-se à escada.
Tabitha bufou.
—Bem, não é o Senhor Informação.
—Tabby - disse Amanda, tomando seu braço e levando-a para as poltronas—. Deixa-o só — Ela sorriu gentilmente a Bride. —Posso lhes trazer algo para comer ou beber?
—Não, obrigado estou bem. Ao menos tão bem como posso devido à raridade deste dia.
Bride se sentou sobre o sofá diante das janelas enquanto seu lobo subia atrás de Kyrian pela escada.
—Ah não - Ela saiu atrás dele.
—Está tudo bem - disse Amanda, detendo-a enquanto rodeava o caixão da mesa de café—. Deixa-o ir. Kyrian o trará de volta em uns minutos.
—Está segura que está tudo bem?
Amanda assentiu.
Kyrian acabava de terminar de mudar a fralda da Marissa quando sentiu uma presença do Were-Hunter fora da porta.
—É você, Vane?
Vane empurrou a porta aberta do quarto da menina.
—Obrigado por não me trair aí abaixo.
Kyrian atirou a fralda suja no lixo e levantou a Marissa. Pegou-lhe com a palma da mão molhada no rosto antes de lhe apertar sua bochecha brincando.
—Não há problema. O que acontece a vocês dois?
—Não sei. Ela é a humana pela que perguntava como ter um encontro.
—Imaginei isso quando a vi. Deveria nos ter dito que era Bride.
Vane suspirou com frustração enquanto ignorava isso.
—Como diz a uma humana o que é? Como reagiu Amanda quando ela averiguou que era um Dark-Hunter?
—Ela o dirigiu com uma graça notável e dignamente. Certamente, ajuda que essa gêmea dela seja demente. Então, considerando todas essas coisas, eu era o menor de
dois maus.
Vane lhe jogou um olhar cômico.
—Bride tem alguns bobos em sua família? —perguntou-lhe Kyrian.
—Não que eu saiba.
—Então está fodido.
—Não tem nem idéia - disse Vane em um sussurro—. Minha manada sabe que estou em Nova Orleans. Eles já convocaram a uma multidão por mim.
Kyrian compadeceu-se do lobo. Ele tinha estado em uma situação similar e era difícil ser fiel a sua natureza sobrenatural enquanto seu coração estava preso com uma
humana.
—Quer deixá-la aqui?
Vane olhou ao bebê nos braços do Kyrian e uma parte dele lhe doeu com a imagem. Ele realmente nunca tinha pensado em ter meninos antes de encontrar a Bride. E de
verdade era estranho ver o antigo Dark-Hunter fazendo-se de papai.
Como seria sustentar o seu próprio filho?
No fundo de sua mente, ele podia ver uma pequena filha com o cabelo vermelho e a pele pálida... Como sua mãe.
—Não posso pôr em perigo a sua família - disse Vane calmamente.
—Eu posso ser mortal agora, mas ainda sou capaz de lutar.
Vane sacudiu sua cabeça.
—Não, você não o está. Tampouco sua esposa. Minha raça vive suas vidas dirigindo a magia e as forças da natureza. Você nunca lutaste com os Katagaria antes e não
tem nem idéia do que eles são capazes.
Kyrian trocou a sua filha de braço quando ela começou a incomodar-se.
—Então que vais fazer?
—Não sei - E francamente, ele estava cansando de não saber. Um ano atrás, Vane sabia exatamente quem e o que era.
Sabia precisamente como viver sua vida e como matar a alguém que a ameaçasse.
Depois da noite em que Anya tinha morrido, ele tinha estado perdido.
E não foi até aquela tarde na loja de Bride em que ele não havia sentido outra coisa mais que desespero.
Agora não sabia o que sentia.
—Kyrian!
Ambos os homens não deixaram de escutar a chamada de Amanda de abaixo. Kyrian agarrou a sua filha enquanto corriam pelos degraus.
Vane estava na metade do caminho baixando a escada curvada quando ele viu algo que fez com que seu corpo gelasse.
Jasyn Kallinos, um dos Falcões Katagaria que vivia temporalmente no Santuário, estava no vestíbulo em sua forma humana, sangrando. Amanda estava de pé com sua mão
sobre a base da porta. De onde ela o tinha convidado a entrar.
Vane saltou sobre o corrimão e aterrissou sobre o piso branco e negro de mármore agachando-se justo diante do Jasyn. Ficando de pé, ele não fez caso do fôlego alarmado
de Bride.
—O que aconteceu? —perguntou Vane.
—Esses lobos de merda nos atacaram - com sua respiração desigual, Jasyn encontrou o olhar fixo de Vane e o horror ali o abrasou—. Eles mataram ao Fang.

CAPITULO 8

Vane não podia respirar enquanto as palavras do Jasyn se repetiam em sua cabeça. Fang morto?
Não! Não podia ser. Seu irmão não podia morrer. Ele não poderia. Fang era tudo o que tinha deixado e ele tinha jurado ver seu irmão inteiro outra vez.
Ele uivou da dor que se deslizava por seu coração e o fez cambalear-se. Como poderia ter acontecido? Como poderiam ter chegado ao Fang?
Jasyn sustentou sua mão sobre seu ombro que sangrava enquanto ofegava de dor.
—Tentamos salvá-lo, Vane. Fizemos tudo o que podíamos.
Vane o olhou iradamente enquanto lutava contra as lágrimas de ira e agonia.
E agora ele faria tudo o que pudesse para assegurar-se que os lobos pagassem por isso. A raiva fervia a fogo lento e profundamente em sua alma. Não havia nenhum
poder sobre esta terra que pudesse protegê-los agora.
Nenhum lugar que os mantivera a salvo de sua ira.
Ele os teria a todos, incluindo a seu pai.
Sua visão se obscureceu, Vane se dirigiu à porta só para encontrar ao Kyrian diante dela. Ele entregou a sua filha a sua esposa.
—Onde acredita que vai?
—Matá-los.
Kyrian se afirmou como se soubesse que estava a ponto de brigar com ele. —Não pode.
—Me olhe - Vane tentou transportar-se da casa só para descobrir que ele não podia—. Que diabos?
—Não vou deixar se suicidar - disse Amanda severamente. Ela entregou sua filha a sua irmã, logo avançou para estar de pé ao lado de seu marido—. Não lhe deixaremos
fazer isto.
Vane esteve tentado reverter o feitiço de sujeição de volta a ela, mas não quis lhe fazer dano. Ela não tinha nenhuma idéia com o que mexia e não sabia quão facilmente
poderia romper seus poderes deixando-o intacto—. Você não é tão forte como pensa que é, Amanda. Libera meus poderes.
—Não. A vingança não é a resposta.
—A vingança é a única resposta - disse Jasyn atrás ele—. Deixe-o ir.
Algo estranho atravessou a Vane com isso. Uma estranha fissura...
Ele deu a volta para olhar ao Jasyn.
O homem atrás dele se parecia com o falcão Katagari. Ele era da mesma altura e constituição.
Mas estava sangrando...
Ele estava ferido.
Vane fez uma pausa enquanto registrava esses fatos em sua mente. Para os Katagaria, era quase impossível manter sua forma humana enquanto estavam feridos. Só o mais
forte dos fortes poderia fazê-lo. E em geral isto se fazia só quando não tinham nenhuma outra opção exceto harmonizar com o reino humano ou ficar em perigo ao ser
descobertos. Manter a forma humana naquelas circunstâncias drenava seus poderes e esgotava sua força, tanto física como mágica. Isto os fazia extremamente vulneráveis
de ser atacados e morrer.
Por que Jasyn faria tal coisa?
Inclusive sob a melhor das circunstâncias, Jasyn odiava tomar forma humana. Em realidade, Jasyn odiava a todos e a tudo. Por que os ursos lhe enviariam com estas
notícias?
Por que Jasyn viria?
Vane estreitou seus olhos enquanto um mau pressentimento lhe sobrevinha.
—Quem é você?
O “falcão” lhe olhou fixo e sem expressão.
—Sabe quem sou.
—Kyrian, protege às mulheres - grunhiu Vane enquanto ele pegava seus poderes da Amanda.
Amanda gritou, mas Vane não vacilou enquanto compreendia o que enfrentava.
—Alastor - grunhiu, curvando seu lábio ao demônio.
O demônio riu.
—Você é intuitivo, lobo.
Tabitha começou a recitar um feitiço de desaparecimento em latim. O demônio alargou sua mão e a esmagou contra a parede distante.
Vane o agarrou aproximadamente pelo meio e tentou esmagá-lo de repente contra o marco da porta do vestíbulo. Antes que pudesse fazê-lo, o demônio desapareceu e deixou
que golpeasse contra o marco com seu ombro.
Vane grunhiu com ira pela frustração e a dor enquanto seu ombro lhe doía.
Sem deter-se, fez aparecer seu telefone celular e chamou o Santuário.
—Nicolette - disse ele assim que a Ursa Mãe respondeu a chamada—. Fang ainda está vivo?
—Certamente, cher. Estou no quarto com ele e Aimeé agora mesmo.
—Está segura? —perguntou, pensando só em seu irmão e seu medo de deixar ao Kyrian e às mulheres desprotegida.
—Oui. Estou-o tocando, está vivo e relativamente bem.
Vane caiu sobre seus joelhos pelo alívio.
Fang estava vivo.
—Lhe proteja disse ele em um tom baixo e quebrado—. Alguém chamou ao Alastor.
A Ursa começou a amaldiçoar em francês.
—Não se preocupe - disse ela por fim—. Ninguém fará mal a seu irmão. Se o demônio se mostrar por aqui, esse será o último engano de sua vida.
Vane ouviu que ordenava a sua filha que trouxesse dois dos repugnantes habitantes do Santuário para proteger ao Fang.
—Merci, Nicolette.
Ele desligou o telefone para ver a Amanda ajoelhar-se ao lado de sua irmã quem agora estava sentada, esfregando a cabeça.
Tabitha limpou o sangue de seu nariz enquanto amaldiçoava em um sussurro.
—Realmente odeio aos demônios - resmungou asperamente.
Vane estendeu sua mão com poderes e a curou a ela e a parede.
Os olhos da Tabitha se alargaram antes de ficar de pé.
—Está bem, Tabby? —perguntou Amanda enquanto olhava de sua irmã a sua agora reparada parede.
Tabitha assentiu.
Vane se levantou devagar. Seu olhar foi para a Bride, quem se sentou sobre o sofá olhando-o.
—Fiz-te mal, Amanda? —perguntou Vane sem tirar seus olhos de sua companheira.
—Isso não foi exatamente cômodo - disse Amanda—. Poderia me ter advertido antes de dar o puxão.
—Sinto muito. Não havia o tempo.
—O que aconteceu? —Bride perguntou em voz baixa. Ela se sentou sobre o sofá como se estivesse em transe. —Que é o que se passa aqui?
Vane trocou um olhar incômodo com a Amanda e Kyrian. Como ia explicar lhe isto?
Kyrian recolheu a sua filha, quem não parecia ter sido afetada pelo fato que um demônio acabasse de visitá-los. Por outra parte, ela estava brincando com as bonecas
como antes. Para a Marissa tais coisas eram provavelmente acontecimentos de todos os dias.
Kyrian foi até a Amanda e Tabitha.
—Acredito que nós deveríamos ir à cozinha e pôr um pouco de gelo em sua dura cabeça.
—Me deixe, Geritol, ou vais necessitar um pouco de gelo para sua virilha —disse Tabitha enquanto se dirigia a caminho da cozinha.
Vane esperou até estar sozinho com a Bride.
Este tinha que ser o momento mais incômodo de sua vida inteira. Ele nem sequer sabia por onde começar. Mas ao menos ela não tinha medo dele neste momento.
Isso era algo, pelo menos.
Bride se sentou ali em atordoada incredulidade enquanto tentava lhe fazer ter sentido A...A... Ela nem sequer sabia como chamá-lo.
Ela não estava segura do que acabava de ver. Tudo tinha passado muito rápido. O golpe na porta, seguido de um homem ensangüentado quem acabava de desaparecer em
um nada.
Ela se sentia desconcertada, e no fundo de sua mente, pensava que poderia estar no programa Scare Tactics*. Câmera escondida? Seguia-se fazendo Câmera escondida?
Talvez este fosse algum reality show novo.
Como lhe Fazer Perder a Razão em uma tarde.
Seus pensamentos divagavam enquanto lutava por enfrentar a esses estranhos acontecimentos.
—Kyrian disse que não é um assassino em série psicótico - Isto lhe soou estúpido até a ela mesma, mas não sabia que mais lhe dizer.
—Não - disse ele em voz baixa, enquanto parava diante dela—. Mas não sou humano, exatamente.
A voz zangada da Tabitha ressonava da cozinha.
—O que quer dizer, que ele é um fodido cão?
Ambos se giraram quando Tabitha se precipitou no quarto
—É um cão? —perguntou ao Vane.
—Lobo - corrigiu Vane.
Bride se levantou e pôs o sofá entre ela e Vane. Isto não era real.
Não. Isto era um sonho. Ela tinha batido a cabeça. Algo.
—Jesus - disse com desprezo Tabitha—. Eu deveria havê-lo sabido aquela noite quando estava fora do restaurante. Pensei que parecia muito simpático para o meio das
bestas.
Kyrian entrou no quarto e tentou levar a Tabitha de volta à cozinha.
Tabitha lhe escapou de entre as mãos.
—Bride me necessita. Ela não está acostumada a seus imbecis.
—Tenho que ir para casa - disse Bride enquanto uma estranha lucidez caía sobre ela. Era como se sua mente recusasse tudo do que se inteirou.
Vane um cão...
Sim, claro. Bem, a maior parte de homens eram cães, mas isto só falando em sentido figurado.
Não. Este era um sonho estranho. Vane a tinha drogado durante o almoço e agora estava alucinando. Quando despertasse, definitivamente o denunciaria à polícia.
Ela se moveu para a porta só para fazer que Vane se materializasse diante dela.
—Não pode partir.
—OH, sim posso - lhe gritou com ira - É minha má e psicótica ilusão e posso fazer o que quiser nela. Só olhe. Vou converter-me em um pássaro agora...
Ok, ela não o conseguiu.
Bride esperou durante um minuto completo.
—Por que não sou um pássaro? Quero ser um pássaro.
—Porque não está sonhando - disse Vane, colocando suas mãos sobre seus braços - Isto é real, Bride. Em cada um de seus fodidos aspectos.
—Não, não, não - insistiu ela—. Isto não é real. Recusou tudo. Tenho... —Bride se deteve na metade da oração quando viu o Kyrian passar por diante para ver sua filha.
Marissa entrava no quarto engatinhando. O bebê se deteve perto do sofá, e se sentou, rindo.
Ela estendeu seu pequeno braço e seu vasinho com sorvete que estava sobre a mesa em forma de caixão voou para sua mão estendida. —Rissa, copo, Papai - disse ela
felizmente ainda quando a bebê era muito pequena para falar.
—Sim - disse Bride enquanto Marissa bebia sorvos de suco e Kyrian recolhia a sua filha do piso—. Sou definitivamente o remo curto do bote.
Ela começou a passar por Vane e ele pegou ela para detê-la.
—Por favor, Bride, tem que escutar porque sua vida está em perigo, mas não por mim.
Ela examinou esses magnéticos olhos cor verde-avelã e se perguntou se a imagem dele era parte de sua alucinação, também.
Talvez nada disto jamais tinha acontecido. Talvez estivesse ainda na cama com o Taylor e tudo isto tinha sido um muito comprido e incomum sonho.
Ela sacudiu sua cabeça a Vane.
—Não posso aceitar o que acabo de ver. Isto não é possível.
Ele sustentou sua palma com a mesma tatuagem que a sua.
—Não sei como te ajudar a aceitar isto. O impossível foi parte de minha vida desde o momento em que nasci. Eu…
Vane suspirou, deixando cair suas mãos de seus braços e pegando seu telefone celular outra vez ligou.
Estava fazendo uma chamada? Agora?
Sim, por que não? Isso tinha mais sentido que todo o resto.
O que tinha comido para o jantar? Devia ter sido algo excelente. Melhor tomar nota para não comê-lo outra vez.
O olhar fixo de Vane permaneceu sobre ela.
—Acheron, preciso um favor de você. Não me importa o que custe. Estou na casa do Kyrian com minha companheira e preciso de você aqui para protegê-la até que fique
liberada de mim.
—Companheira? —repetiu ela— Como “amiga”?
—Como “esposa” - disse Tabitha.
Bride ficou boquiaberta.

—Não estou casada.
Vane desligou o telefone.
—Não, não está, Bride - Ele tomou a bochecha dela com uma mão cálida e lhe dirigiu um olhar de triste desejo. —Ninguém vai fazer te nada que não queira fazer, ok?
Ele acariciou sua maçã do rosto com seu polegar.
—Permanece aqui, onde as coisas são em sua maioria normais e onde estará a salvo durante as duas próximas semanas, e eu não te incomodarei outra vez, jamais. Juro.
Somente mantém a salvo por mim.
Era difícil ter medo de um homem que a olhava do modo com que Vane o fazia nesse momento. Com aquela sinceridade que queimava profundamente em seu olhar. Com tal
imagem de desejo e necessidade.
Ela esta desconcertada.
Assustada.
—O que é você? —perguntou ela.
Ele baixou o olhar, suspirou, logo tomo um profundo fôlego e levantou sua cabeça.
Bride ofegou quando viu que a metade de seu rosto estava coberta de uma tatuagem vermelha profunda similar ao que estava sua palma.
—Sou humano - disse ele em um tom atormentado—. E não o sou - Ele deixou cair sua mão do ombro dela—. Eu nunca conheci a suavidade - suspirou—, não até o momento
em que me tocou em sua loja. Minha vida é violenta e perigosa. É escura e retorcida e não é lugar para alguém como você. Tenho mais pessoas que me querem morto que
as que posso contar. Eles não pararão ante nada, e você... —Ele chiou seus dentes antes de voltar a falar—. A você nunca voltará a faltar nada outra vez em sua vida.
Juro sobre o pequeno pedacinho de alma humana que deixei.
Ele se distanciou e se dirigiu à porta.
—Cuida dela por mim, Kyrian.
Então se foi.
Bride se sentiu esgotada por sua repentina ausência, e por motivos desconhecidos, seu coração lhe doía.
Ela olhou a Tabitha, que tinha lágrimas em seus olhos.
—Cão ou não - disse Tabitha isto foi... —Ela se precipitou ao lado de Bride e a impulsionou para a porta—. Não o deixe partir, Bride. Vá por ele.
Ela não tinha que dizer aquelas palavras; Bride já se dirigiu à porta.
—Vane! —Lhe chamou, buscando-o.
Não havia nenhum sinal dele por nenhum lado.
—Vane! —Ela o tentou outra vez, ainda mais forte esta vez.
Só a umidade, o ar fresco lhe responderam.
Rompeu-lhe o coração, ela voltou para a casa e se chocou com a Tabitha.
—Não posso acreditar que eu o deixei ir.
—Não posso acreditar que o idiota se foi.
Bride entrou em pânico quando ouviu aquela voz. Essa não era a Tabitha. Era o demônio.
Em um abrir e fechar de olhos, tudo ficou negro.
Vane caminhava pela rua afastando-se da casa do Kyrian, fazendo todo o possível para ignorar o chamado de Bride. Seu coração se fazia pedaços ante a idéia de perdê-la.
Ele tinha feito o correto. Tinha deixado ela ir. Então porque doía tanto?
E isto realmente doía. Isto doía e queimava profundamente dentro de seu coração até que ele esteve certo de que não poderia suportá-lo.
Era para melhor.
Ela era humana e ele...
Ele era o lobo que a amava. Vane amaldiçoou a realidade daquela declaração. Ele queria desesperadamente negar e não podia. Ela era tudo pra ele.
Não havia nada nela que ele mudaria. Gostava do modo em que o olhava como se estivesse louco. A forma em que cantarolava em voz baixa enquanto tirava o pó das estantes.
A forma em que sempre se assegurava de compartilhar sua comida com ele.
A forma de senti-la entre seus braços quando alcançava o orgasmo, e o som de sua voz sem fôlego quando dizia seu nome durante as convulsões quando culminava.
Inferno, até gostava da forma em que se apropriava dos lençóis.
—OH, a merda com isto - grunhiu ele. Ele não ia deixá-la ir.
Ele a amava e ele não ia precisamente ir. Não sem lutar e não sem ao menos dizer tudo. Ele virou e se dirigiu de novo para a casa.
—Vane! Vêem rápido.
Ele fez uma pausa ante a profunda voz do Kyrian. Na urgência que ele ouviu no tom do antigo Dark-Hunter.
Transportando-se de retorno à casa, Vane se materializou no vestíbulo para encontrar Kyrian ali com sua filha e Tabitha. Bride não estava em nenhuma parte.
Um mau pressentimento o consumiu.
—Onde está Bride?
—O demônio a levou - disse Tabitha.
O animal dentro dele saltou e grunhiu por vingança. Ele estendeu a mão e não encontrou nada no ar. Nenhum aroma, nenhum rastro.
Isso não importava. Alastor tinha pegado a sua companheira.
Vane a encontraria, e quando o fizesse, haveria um demônio menos no universo.
Bride quis gritar, mas não podia. Suas cordas vocais pareciam estar paralisadas.
A visão lhe voltou tão de repente que lhe fez mal nos olhos.
Ela piscou para encontrar-se dentro do que parecia uma velha cabana ou casa de algum tipo. Era longa e estreita com um antigo fogo ardendo livre sem chaminé ou uma
verdadeira contenção.
—Não tenha medo - disse o demônio, liberando-a.
Ele contornou ao redor dela. Em vez do arrumado loiro que tinha sido mais cedo, ele agora era horrível. Sua pele era de um profundo e escuro púrpura e ele tinha
o cabelo e os olhos de um vermelho fogo.
Seus pés estavam retorcidos e pareciam mais bem paus muito crescidos. Ele coxeou enquanto caminhava para a porta e a abria.
—Bryani! —chamou então ele a olhou de novo e cheirou como um animal. Seus grandes dentes eram muito grandes para sua boca, e quando falou sussurrou—. Ninguém vai
te fazer dano, barrilzinho.
Bride estava seriamente cansada de que as pessoas lhe dissessem isso.
—Onde estou?
Ele limpou o nariz.
—Não se preocupe barrilzinho. Está a salvo aqui.
—Eu estava a salvo onde estada —. Em certa forma, digamos.
Que tipo de fodida alucinação era esta? Se estivesse por perder a cabeça, por muito preferiria perdê-la com o Vane que com uma feia e monstruosa coisa que apenas
podia falar.
O demônio correu para deixar passar a uma formosa mulher que recordava a Bride a uma jovem Grace Kelly, só que esta mulher tinha três atrozes cicatrize sobre seu
rosto e pescoço fazendo com que as da Tabitha parecessem uma brincadeira.
Debaixo das cicatrizes, a mulher levava uma tatuagem vermelha muito similar em desenho a de Vane.
Ela não parecia ter mais de uns vinte e cinco anos e ainda assim, a mulher se movia com o porte de uma majestosa rainha. Ela entrou no quarto como se lhe pertencesse
e desafiaria a qualquer que questionasse sua autoridade.
Tranças loiras estavam enroladas ao redor de sua cabeça em um elegante desenho que estava sustentado em seu lugar por um anel de ouro decorado com o que parecia
ser diamantes muito grandes, rubis, e safiras.
Bride olhou com o cenho franzido a roupa da mulher. Ela levava algo que parecia ser tirado de um episódio da Xena. Esta era uma armadura de couro que cobria seu
torso, mas deixava seus braços nus, exceto por mangas e pulsos de couro. Sua saia quadriculada de um vermelho vibrante e verde escuro era volumosa e com muitas camadas.
O mais impressionante, a mulher lhe tinha uma espada, um arco, e uma caixa com flechas atadas com uma corrente a suas costas.
OH sim, Bride decidiu que estava definitivamente louca. Sua mente se quebrou completamente. Talvez até estivesse morta.
Agora mesmo, estava a ponto para mais ou menos qualquer explicação.
Grace Kelly, ou Bryani como o demônio a tinha chamado, esquadrinhou a Bride.
—Ele te tem feito mal, menina?
Bride olhou ao demônio.
—Defina “dano”. Quero dizer, realmente não queria estar aqui, a qualquer parte onde aqui seja.
—Não Alastor - disse Bryani em forma instantânea com um acento diferente a qualquer que jamais tivesse escutado Bride—. O outro. O lobo bastardo. Ele te fez mal?
Bride estava duplamente confusa.
—Quer dizer o meu mascote lobo ou meu namorado que pensa que é um lobo?
Bryani agarrou sua mão e a levou até seu rosto.
—Que se uniu contigo. Ele te violou?
—Não - disse Bride energicamente enquanto atirava do braço que lhe agarrava a mulher—. Ele não me fez nada.
Bryani soltou um suspiro aliviado, logo assentiu ao demônio.
—Chegou a ela a tempo. Obrigado, Alastor.
O demônio inclinou sua cabeça ao Bryani.
—Estamos à mão agora - Ele desapareceu imediatamente e as deixou sozinhas.
Bryani não pareceu nem um pouco afetada pela singularidade daquela ação.
Ela apresentou sua mão a Bride.
—Vêem, menina. Eu te terei na mansão onde todos podemos te proteger enquanto leve o sinal de união.
Seu primeiro instinto devia ser escapar, mas Bride se obrigou a pegar a mão da mulher. Que diabos? Ela já tinha perdido a cabeça. O menos que poderia fazer era ver
onde este episódio psicótico ia levá-la.
Com um pouco de sorte, este seria algum lugar mais agradável e mais quente que este quarto espartano.
Bride riu do pensamento.
—Viu alguma vez o episódio do Buffy* onde Sarah Michelle Gellar se passa entre um manicômio e sua vida no Sunnydale como Caça Vampiros?
Bryani moveu sua cabeça.
—Quem é Buffy? Ela é uma Lykos também ou outra classe da Katagaria?
Bride ficou um pouco sentida porque sua escolta com poderes mágicos não tinha nem idéia de quem era Buffy.
—Não importa. Obviamente esta é minha versão do Sunnydale e despertarei realmente logo em minha cela acolchoada.
Bryani a soltou enquanto deixavam o quarto.
Bride a seguiu fora da choça só para encontrar-se em meio do que parecia ser um vale verde com montanhas que se elevam ao redor delas. Isto era encantador, embora
frio para seu gosto.
Como a tinham levado ali, não tinha nem idéia. Isto não era Nova Orleans, que era onde tinha estado fazia cinco minutos.
Inclusive mais estranho é que todo mundo ao redor dela estava vestido com roupa antiga e falava uma língua que ela nem sequer podia começar a entender.
E cada pessoa perto delas fazia uma pausa para olhá-las fixamente enquanto elas passavam. O silêncio se estabelecia instantaneamente. Misteriosamente. As mulheres
no improvisado poço. Aquelas que levavam cestas e conversavam. Inclusive os meninos deixaram de jogar.
Mas eram os homens quem capturou a atenção de Bride, sobretudo que cada um se detinha e dava volta para olhá-la fixamente como se ela fosse seu objetivo ou sua presa.
Ela compreendeu que à exceção do demônio, cada pessoa neste povo era literalmente um magnífico e impressionante espécime da fisiologia humana. Isto era definitivamente
um sonho ou uma alucinação.
Nem sequer os Chippendales* tinham esses espetaculares músculos. E nem o que dizer das mulheres. Elas eram o epítome de por que Bride recusava comprar revistas de
modas. Se não soubesse melhor, pensaria que tinha caído no buraco do coelho das extras de Hollywood.
Bride seguiu a Bryani a um grande edifício de madeira que lhe recordou em algo a um filme do Rei Artur de baixo prestígio. Feito de madeira e mal pintado, era espartano
por dentro exceto por ser grande o fogo que ardia no centro do edifício, rodeado por mesas longas e bancos de madeira. Algo que pareciam ervas secas estavam pulverizados
sobre o piso de terra.
Assim que Bride entrou, encontrou-se rodeada por magníficos homens, alguns dos quais em realidade a cheiraram.
—Me perdoem? —disse ela, afastando-os—. Esta é minha fantasia e eu preferiria que não fizessem isso.
Um homem alto e loiro levantou sua cabeça de uma maneira que lhe fez recordar a um cão. Ele dirigiu um fulgurante e cortante olhar a Bryani.
—Por que trouxe a puta Katagaria aqui?
Bryani separou a Bride dos homens e ficou a si mesmo entre eles.
—Ela não é uma puta. Ela é uma fêmea humana aterrorizada que não entende o que lhe passou. Ela pensa que esta louca.
O homem loiro riu.
—Acredito que nós deveríamos enviá-la de retorno a seu companheiro da forma que os Katagaria enviam a nossas companheiras quando devolvem - Ele deu um passo para
elas.
Bryani tirou a espada de suas costas e apontou com ela.
—Não me faça te matar, Arnulf. A trouxe aqui para protegê-la.
—Então cometeu um engano.
Bryani esta horrorizada.
—Somos humanos.
—Sempre - ele esteve de acordo, deslizando um perigoso e satisfeito sorriso para a Bride—. E eu procuro vingança quão mesmo você, minha princesa. Minha companheira
está morta pelo abuso que sofreu. Digo que o devolvamos em suas fêmeas multiplicado por dez.
Enquanto os homens começavam a adiantar-se, um uivo soou.
Todo mundo se congelou.
Bride deu a volta para ver que a porta atrás dela se abria. Um ancião deu um passo para ela. Seu cabelo era branco e ele levava uma barba que lhe recordou os velhos
vídeos do ZZTop*. A seu lado estava um grande lobo cinza e marrom.
Como Bryani, a metade do rosto do ancião estava coberto com uma misteriosa tatuagem verde.
—O que esta acontecendo aqui?
—Suplicamos a restituição moral - disse Arnulf—. Sua filha trouxe a companheira de um Katagaria a nossa manada. Queremos ela.
O ancião lhe dirigiu um olhar de censura a Bride, e logo olhou a Bryani.
—Tinha que fazê-lo Pai - disse Bryani enquanto baixava sua espada—. Não havia nenhum outro caminho.
O ancião ordenou aos outros que os deixassem sozinhos.
Os homens o fizeram muito a contra gosto. Mas antes que eles partissem, alguns uivaram como animais. Os outros olharam para trás com expressões que prometiam que
eles tinham a intenção de renovar essa discussão.
Pela primeira vez, Bride estava assustada. Algo não estava bem nesta “fantasia”.
Se ela não soubesse melhor, juraria que isto era real. Mas não podia ser.
Podia ser?
Uma vez que estiveram sozinhos, o ancião as conduziu para a mesa mais afastada no quarto; que estava sobre um soalho. Duas cadeiras que se pareciam com grandes tronos,
esculpidos à mão coroados com cabeças de lobo estavam atrás da mesa.
—O que estava pensando, Bry? —perguntou a sua escolta.
—Quis protegê-la, Pai. Não é isso o que um Sentinela faz? Não devemos proteger ao mundo dos animais Katagaria?
Ele pareceu molesto por suas palavras.
—Mas ela está unida com um.
—Eles não se uniram. Ela só está marcada. Se a mantivermos aqui até que o sinal desapareça, então ela estará livre dele.
O ancião sacudiu sua cabeça enquanto seu lobo cheirava a Bride.
Bride o olhou fixamente, perguntando se era lobo ou se converteria em algo mais.
—Por que não somente matam a seu companheiro? —perguntou o ancião.
Bryani apartou o olhar.
O ancião soltou um suspiro cansado.
—Disse-te para matá-los faz séculos, filha.
A ira flamejou em seus olhos.
—Tentei matá-lo, recorda? Ele ficou muito forte.
O ancião fez um som de repugnância no fundo de sua garganta.
—Ela é tua para que a proteja. Reunirei a outros, e esta vez quando ele venha, terminaremos o que foi começado.
Bryani assentiu, logo fez gestos a Bride para que a seguisse. Ela a conduziu através dos tronos, a um estreito corredor que conduzia a um grupo de quartos do edifício.
O lugar era principalmente espartano, mas realmente tinha algumas comodidades interessantes, como uma grande cama acolchoada e peles, e romances do século vinte
e um.
Bride pegou Kinley MacGregor “A Dark Champion”* e riu. OH sim, bom sonho agora. —Por favor, poderia fazer aparecer uma Coca Cola? —pediu a Bryani—. Sinto a necessidade
de uma.
—Não, não posso. Isto requereria que me adiantasse no tempo para conseguir uma e meus poderes para fazer isso me foram tirados - Seu tom era zangado e amargo— É
por isso que tive que convocar ao demônio para te trazer.
—Quem tomou seus poderes?
—Meu companheiro - Bryan cuspiu as palavras—. Ele me roubou muito, mas não tenho nenhum medo. Seu filho não te violará. Eu me ocuparei disso.
Bride devolveu o livro ao pequeno monte sobre a mesinha de noite.
—Sabe... Nada disto tem um pouco de sentido para mim.
Bryani pôs suas mãos sobre seus quadris parecendo que a enfrentava.
—Então quanto sabe sobre isto? O suposto homem que tomou Vane é um lobo a quem fui obrigada a dar a luz faz mais de quatrocentos anos. E se eu pudesse, mataria-o
por ti.
—Perdão?
Bryani a ignorou enquanto se explicava.
—Como muitas mulheres, quando eu era jovem, era estúpida. Em minha primeira missão com minha patrulha de Sentinelas para caçar lobos Katagaria, fui capturada por
nossos inimigos, que pensou que seria uma grande diversão que me violassem por turnos.
Bride se sentiu doente para ouvir a história do Bryani. Uma onda de dor pormenorizada a consumiu.
Esta pobre mulher. Ela não podia imaginar-se nada pior.
E ela era a mãe de Vane...
Com seus lábios contraídos de desprezo, Bryani sacudiu sua cabeça.
—Mas as Destinos são freqüentemente cruéis e eu, como você, encontrava-me unida com um daqueles animais que me tinham feito mal. O pai de Vane me manteve presa durante
semanas enquanto abusava de mim, tentando me fazer aceitá-lo como meu companheiro. Eles não podem você sabe. A aceitação está estritamente em nossas mãos. Não nas
deles.
Isto não podia ser verdade. Não. Bride estava sonhando, embora por que estava sonhando isto, não tinha nem idéia.
—Você não se parece com o Vane.
Um ódio puro, inalterável, brilhou nos olhos cor avelã do Bryani.
—Ele se parece com seu asqueroso pai.
Bride franziu o cenho quando recordou ao Fury dizendo isto. Ah, sua mente brincava de novo com sua alucinação. Tinha sentido.
De alguma classe.
Mas por que inventaria um conto tão trágico? Bride nunca tinha sido o tipo de pessoa que desejassem o mal a alguém, ainda menos à mãe de Vane.
Isto poderia ser real?
Isto era possível?
Bride se moveu para a mulher loira e tomou suas mãos nas suas para estudar suas palmas.
—Você não tem um sinal.
—Não. Se a união não é consumada dentro de três semanas, o sinal desaparece e nós as mulheres somos livres para ir por nosso próprio caminho. Os homens se voltam
impotentes pelo resto de nossas vidas.
Bride franziu o cenho para ela. Bryani era realmente alta.
—Você deixou a seu pai impotente?
Um brilho malvado apareceu nos olhos cor verde-avelã de Bryani.
—Deixei-lhe mais que isso. Uma vez que meus filhos nasceram, tomei a meus três meninos humanos e abandonei os meus três filhotes com ele, então castrei ao bastardo
pelo que me tinha feito. Estou segura que não passa um dia onde ele não lamente não ter me matado quando teve a possibilidade.
Bride se abateu com o pensamento.
—Por estou sonhando isto? —perguntou-se—. Não entendo este pesadelo.
Bryani sacudiu sua cabeça.
—Isto é verdade, Bride. Sei que no mundo humano coisas como as que descrevo não acontecem. Mas deve me acreditar. Há coisas que vivem junto a ti no mundo de todos
os dias que você nunca compreenderia que estão ali.
Um segundo Bryani estava de pé diante de Bride e ao seguinte, a mulher era um enorme lobo cinza e branco que se parecia aterradoramente a seu mascote adotado.
Bride cambaleou para trás.
Não, isto não é verdade. Isto não o era.
—Quero ir para casa — disse ela em voz alta—. Tenho que despertar. Por favor, Deus, deixe despertar!
Vane saiu de seu transe quando compreendeu onde estava sua companheira.
Bride estava na pátria de sua mãe. Um lugar onde ele tinha jurado nunca voltar. Ele só tinha estado ali uma vez. Fazia muito, quando ele tinha feito um acordo com
o Acheron Parthenopaeus para que o ajudasse a encontrar a sua mãe de nascimento.
Desde esse dia, Vane não sabia por que tinha querido encontrá-la. Talvez fossem todos os anos vivendo com um pai que o odiava e ele quis ver se havia alguma oportunidade
de que sua mãe pudesse tolerá-lo.
Ou talvez porque tinha se transformado em humano, ele pensou que ela poderia aceitá-lo.
Em troca, ela tinha tentado matá-lo.
—Amaldiçôo o dia que te pari.
Suas palavras ainda ressonavam profundamente dentro dele e agora ela tinha atirado o golpe final. Ela tinha feito um acordo com um demônio para tomar a sua companheira.
Nenhum Were-Hunter podia tirar a um humano de seu período de tempo sem a permissão do humano. Só os demônios e deuses estavam isentos dessa regra.
Mas por quê? Por que sua mãe tinha levado a Bride atrás à Era Escura da Grã-Bretanha? Ele não confiava em sua mãe. Seu ódio por ele e por seu pai era muito grande.
Vane não confiava em nenhum humano.
Não, Bride era sua responsabilidade, e a última coisa que ela precisava era ser deixada sozinha com uma manada Arcadiana no passado onde ele tinha nascido.
Ele teria que ir reclamá-la e devolvê-la para casa.
Só que esta vez, ele não tinha nenhum reforço. Ele entraria sozinho.
Ele só esperava sobreviver ao encontro. Se não, Bride poderia encontrar-se presa no passado pela eternidade.

CAPITULO 9

Enquanto as horas passavam lentamente estande Bride estava confinada a seu pequeno quarto, ela aprendeu uma coisa.
Isto não era um sonho.
Ela não sabia como isso era real, mas não tinha nenhuma outra opção exceto aceitar o fato que este não era o episódio do manicômio do Buffy, ou uma ilusão. Toda
esta raça era real e eles tinham a pior comida que ela tinha tentado comer.
Nada lhe assombrava que todos fossem tão condenadamente magros.
Apenas havia tocado em sua bandeja de mantimentos que estava sobre a mesa de noite com os livros. Bride perambulava pelo quarto, enquanto escutava as pessoas no
corredor discutir o que eles deveriam lhe fazer.
Isto ficava mais horripilante a cada minuto.
De repente ela sentiu um movimento atrás dela. Bride girou para encontrar-se a um homem parado que recordou ao Vane. Ele tinha o mesmo cabelo negro multicolorido
e os olhos verdes, seu rosto era misteriosamente similar. Totalmente barbeado, ele levava seu cabelo mais comprido que Vane e estava vestido em couro antigo e peças
de armadura. Como Bryani, ele tinha uma espada atada às costas com uma corrente.
Ele a olhou em uma maneira que definitivamente lhe fez recordar a de um animal selvagem que examina sua presa.
–Quem é você? —perguntou-lhe ela.
Ele não falou. Em troca, aproximou-se para poder tomar sua mão na sua e olhar sua palma marcada. O ódio ardeu em seus olhos.
Antes que ela pudesse piscar, ela se encontrou de algum modo tirada de seu quarto e no centro do edifício onde se encontrava o grupo mais zangado de gente do planeta.
Ela se sentiu como se fora a única rocha quente em um ninho de víboras.
Suas vozes ruidosas aumentaram dez vezes seu volume quando ela apareceu.
—Der! —Soou o grito do ancião—. Por que a trouxeste aqui?
O parecido ao Vane jogou um olhar malévolo a Bride.
—Peço um timoria* contra seu companheiro.
A aceitação se ecoou na multidão.
—Não - disse Bryani enquanto empurrava para abrir-se caminho entre a multidão para alcançá-los.
—O que acontece, Mãe? —Perguntou desafiante quando se voltou para o Bryani—. Mudaram seus sentimentos pelos animais que nos caçam?
—Você sabe bem.
—Então nos deixe lhes devolver o que eles nos deram.
Bryani apontou sua espada sobre seu filho.
—Tomei o juramento de Sentinela para proteger...
—A uma puta Katagaria? —perguntou Der, interrompendo-a. Ele empurrou a Bride para a Bryani—. Ela tem o seu aroma. Digo que o liquidemos de uma vez por todas.
Uma aclamação soou.
Bride tremeu com o terror.
—Pai? —disse Bryani ao ancião é o modo em que deve ser?
O ancião tomou seu tempo explorando a multidão antes de enfrentar a sua filha. —Deveria me ter consultado antes de trazê-la aqui, Bryani. Procurou o amparo de um
de nossos inimigos quando não há uma só família entre nós que não tenha sido machucada pelos Katagaria. Deuses do Olimpo, olhe o que eles lhe têm feito a nossa própria
família. Perdi a prudência de sua mãe e a todos meus filhos, salvo você, por eles. Você que conseguiu escapar de suas garras e isso só porque conseguiu afastá-los.
Agora pede clemência para uma deles? Tornaste-te completamente louca, também, filha?
Ele dirigiu um olhar menos que pormenorizada a Bride.
—Poremos a timoria em votação. Quais de vocês dizem sim?
O rugido foi tão ruidoso que Bride teve que cobrir seus ouvidos.
—Quem diz não?
—Eu - disse Bryani, mas era uma solitária voz na multidão.
O ancião agarrou sua fortificação e suspirou.
—Isto está decidido, então. Preparem à humana para a timoria.
Bride tinha realmente o mau pressentimento que a timoria não era algo bom, especialmente quando três mulheres avançaram para arrastá-la.
—O que esta acontecendo? —perguntou às mulheres que a agarraram—. O que é uma timoria?
—Sinto muito, Bride - disse Bryani antes que fosse afastada—. Por favor me perdoe.
Perdoá-la por quê?
—Me larguem! —gritou Bride histericamente enquanto tentava tirar as mãos das mulheres de cima dela. Era inútil. —Por favor, me digam o que vai acontecer!
A mais alta das mulheres se dirigiu a ela com um grunhido.
—Pelo união com um Katagaria, só há um castigo. Darão aos homens sem companheira de nosso clã.
—Me dar a eles como?
A aparência do rosto da mulher o disse tudo. Eles tinham a intenção de violá-la.
Bride gritou e lutou com tudo o que tinha.
Ao Vane tomou um minuto conseguir orientar-se quando chegou à antiga Bretanha. As viagens no tempo sempre o desorientavam. Tomava muito de seus poderes saltar no
tempo.
Também tinha que ser cuidadoso agora. Se ele enviava sondas para localizar a Bride, poderiam ser interceptados por sua mãe ou sua raça. Não é que ele lhes temesse.
Mas não queria ir à guerra sem um exército.
Neste período de tempo, a raça de sua mãe governava. Seu avô era o Regis* de um dos clãs de lobos mais poderosos e se dizia que os bons velhos Gramps tinham matado
mais Katagarias que qualquer outro Sentinela em sua história.
Vane inspirou profundamente quando divisou o povo do outro lado dos arbustos onde ele estava agachado. Eles o esperariam.
Em certo modo.
Vane ouviu algo rangendo no bosque detrás dele. Girando-se, esperava que fora um animal selvagem ou alguém da raça de sua mãe.
Não o era.
Era Fury.
Vane não podia ter estado mais surpreso se tivesse encontrado a sua mãe diretamente frente a ele. Ao menos isto teria tido sentido. A presença do Fury não tinha,
absolutamente.
O lobo trocou imediatamente a sua forma humana, ficando boquiaberto de horror por sua nudez ante o Vane, quem rapidamente afastou seu olhar.
—Que diabos faz aqui? —perguntaram-se um ao outro simultaneamente.
—Me ponha um pouco de roupa - disse Fury grunhindo as palavras enquanto se tampava com suas mãos.
Antes de ficar cego, Vane rapidamente aceitou e vestiu ao lobo com jeans negros e uma camiseta.
—Por que está aqui, Fury?
Ele resmungou.
—Faço o que lhe disse que faria. Levo a tessera longe de ti e de Bride, só que você está aqui enquanto eles estão ali - indicou Fury iradamente a uma colina não
muito longe—. Supõe-se que está em Nova Orleans, idiota, não na Bretanha.
Suspeitando do Fury, Vane franziu o cenho.
—Por que trouxe a tessera aqui?
Fury lhe dirigiu um olhar sinistro.
— Porque este era o caminho mais fácil que conhecia para eliminá-los de uma vez. Não posso fazê-lo só e pensei que as armas de Bryani conseguiriam cortar em pedacinhos
a uma das tesseras do Markus.
Vane até estava mais confuso e suspicaz que antes.
—Você conhece a Bryani?
Fury pôs seus olhos em branco.
—Sim, ela alegremente me perseguiu e me deixou por morto várias centenas atrás. Quer ver as cicatrizes?
Vane sentiu o aroma do Stefan aproximando-se deles.
Fury o agarrou ao braço e o arrastou para um bosquezinho de árvores.
—Olhe, estamos em sério perigo aqui. O Arcadianos nos odeiam com paixão.
—Sei.
—Não, não sabe - disse Fury, seu tom gravemente sério—. Realmente não sabe quanto pagariam por ter a nós dois para o café da manhã. Temos que conseguir sair daqui.
Vane liberou seu braço.
—Bride está naquele povoado e não vou a nenhuma parte a não ser que ela esteja comigo.
Fury amaldiçoou.
—Quanto tempo esteve ali?
—Não sei, logo acabo de chegar. O tempo não flui da mesma maneira em ambos os períodos de uma vez, você sabe isso.
—Bem, temos que encontrá-la imediatamente e rezar para que não tenha estado ali muito tempo.
—Por que pensa que estou aqui?
Fury não pareceu ouvi-lo.
—Bem, pensa, pensa, pensa - Ele levantou o olhar ao Vane—. Ocorre-te algo?
—Entro ali e encontro a minha companheira.
—Bryani terá um feitiço para diminuir seus poderes.
Vane riu.
—Deixa-a tentá-lo.
—Deus, tenha consciência - disse ele com respeito, em voz baixa—. Que diabos? Não pode viver sempre. Só me prometa que se algo sair mal, matará-me antes de me abandonar
a eles.
Havia tal sinceridade nessa petição que desconcertou a Vane. O que tinham feito ao Fury?
—Jura isso Vane.
—Juro.
Antes que Fury pudesse dizer algo mais, Stefan, Aloysius, e Petra abriram passos pelos bosques em forma de lobos. Suas cabeças baixas, os lobos os rodearam, grunhindo
e ladrando.
—Merda! —grunhiu Fury enquanto os lobos se escondiam, preparando-se para atacar.
Um grito ressonou no povo.
Vane não vacilou. Agarrando ao Fury, ele os transportou justo quando Stefan estava a ponto de alcançá-los.
Bride cravou seus calcanhares na terra e mordeu a uma das mulheres que a sustentavam. A mulher grunhiu e lhe pegou com a mão. Bride a mordeu outra vez.
Que se condenassem se ela ia deixar elas atá-la! Ela poderia não ser Tabitha, mas podia morder e pegar no cabelo como a melhor delas.
Um dos homens avançou para rodear com sua mão o pescoço de Bride.
—Deixem-na... Ir... —A voz acerada de Vane retumbou enquanto pronunciava cada palavra lentamente.
Os olhos de Bride se encheram de lágrimas quando ouviu o som mais bendito sobre o planeta. Ela olhou a sua direita para ver o Vane em forma humana, parado aí, sem
uma arma, e com seu lobo branco ao lado.
Por que não estava armado?
Os homens que estavam mais perto de Vane atacaram em massa. Atordoada, ela olhou como ele girava e os chutava ao chão. Ele se moveu tão rapidamente que ela mal pôde
vê-lo.
Então Vane desapareceu, só para reaparecer a seu lado. As mulheres se voltaram para ele. Vane enviou a uma voando para a multidão, enquanto esquivava e fazia tropeçar
à segunda. A terceira a atirou de cabeça ao chão.
Esquece Hollywood, não tinham nada que fazer frente à agilidade e velocidade de Vane.
Enquanto Vane desatava suas mãos, ela podia ouvir o lobo lutar e grunhir.
Bride o abraçou imediatamente que esteve livre e o abraçou enquanto as mulheres tentavam alcançá-los, só para retroceder ante o que parecia ser uma parede invisível
de alguma tipo.
—Fury - chamou Vane.
O lobo foi correndo a seu lado. O homem que o perseguia também ricocheteou contra a parede.
Fury se materializou em um homem nu e riu malvadamente de seus perseguidores.
Bride estava completamente atônita pelo aspecto do irmão de Vane nu, que, tinha que reconhecer, tinha um grande corpo.
OH, santo céu, ninguém é o que parece?
Vane estalou seus dedos, e a roupa apareceu sobre o Fury.
Der os amaldiçoou.
—Pensei que havia dito que matou ao Fury, Mãe.
Fury se mofou de Der com um sorriso de desprezo. —OH, tentou muito, irmãozinho. Mas os animais são grandes sobreviventes—. Ele olhou a Bryani. —Ou não, Mãe?
Der enfiou para o Fury, só para encontrar-se arrojado para trás por nada.
De fato, cada homem que tentou alcançar a Bride, ao Fury, ou ao Vane se encontrou arrojado ao chão.
—O que é isto? —grunhiu Der, golpeando a parede invisível com sua espada.
Fury riu outra vez.
—Este é seu pior pesadelo, adelfos. Encontrar-te com o maior de nossa ninhada - Ele assinalou para o Vane—. Os poderes de Vane põem em ridículo a todo mundo aqui,
até ao Avô - Ele jogou uma olhada a Bryani—. Tinha razão, Mamãe. A mescla do Arcadiano e o sangue Katagaria realmente produziu a um feiticeiro de poder sem par.
Só que não era eu. Infelizmente.
O coração de Vane palpitava enquanto escutava e entendia. Fury realmente era seu irmão. Mas isto não era importante para ele neste momento, só a segurança de Bride
o era.
Um dos homens Arcadianos foi por detrás de Vane. Ele girou e o fez voar, afastando o deles.
—Vocês têm sorte que não seja o animal que pensam que sou - grunhiu aos Arcadianos—. Mas se aproximarem de minha companheira outra vez, serei.
Der riu cruelmente.
—Bem, toma a sua mulher. A lua cheia não será até dentro de outras três semanas e isto nos dá muito tempo para te perseguir e te matar. Terá que dormir algum dia.
Então será nosso.
Fury sacudiu sua cabeça.
—Não ouviu nenhuma palavra do que disse sobre o Vane, verdade? É uma pena que eu não fosse eu o que nasceu com seu poder. Eu os teria matado a todos vocês se o fosse.
Mas suponho que ele é melhor homem que eu.
Vane riu com frieza a seu irmão “humano”. Der se parecia muito ao Fang quando Fang era humano. É uma pena que o ódio de seus pais de um pelo outro tivesse chegado
a isto. Que isso tivesse crescido e envenenado uma nova geração completa.
Mas por outro lado, Vane nunca tinha pensado em coexistir com sua família Arcadiana. Eles os tinham expulsado e proscrito fazia séculos.
Vane riu malvadamente a Der.
- A diferença de ti, irmãozinho, não preciso nenhuma lua pestilenta para saltar no tempo.
E em uma piscada, Vane, Bride, e Fury estavam de retorno em Nova Orleans, certamente dentro da casa de Kyrian.
—Acredito que preciso Tylenol... Um frasco - disse Bride enquanto se cambaleava ao afastar-se de Vane e se sentar sobre a poltrona mais próxima—. E muita vodca para
baixá-los.
Kyrian, Amanda, e Tabitha entraram correndo no quarto.
—Isso foi rápido - disse Tabitha—. Maldição, Vane, você não te entretém, verdade?
Vane não fez caso à pergunta da Tabitha enquanto se ajoelhava diante de Bride.
—Está bem?
—Não sei - respondeu ela francamente enquanto lhe olhava fixamente com entorpecida histeria—. Meu namorado é um cão, sua mãe uma psicótica, e quase acabo de perder
a oportunidade de ser a atração principal em uma espécie de filme pornô de baixo prestigio, com vestuário e comidas horríveis. Quero dizer... O que é isto? “Bem-vinda
à família, agora tem que dormir com todos meus irmãos, e realmente quero dizer com todos meus irmãos, primos, amigos, demônios, todos?” Sabe a maior parte dos sogros
só lhe oferecem um guisado, não uma vingança de quatro séculos.
Era tão bom ser capaz de dar esse enfático discurso, mas uma parte dela ainda estava aterrorizada. Nada parecia certo para ela agora. Nada.
—Estou a salvo, Vane? Ou alguém mais vai fazer... zaz! Na sala de estar e me agarrar e me levar a não sei onde? Não quero ver o verdadeiro dinossauro Barney com
trogloditas nus perseguindo-o! Não quero ver outra coisa exceto minha vida normal aqui em Nova Orleans.
Vane tomou seu rosto entre suas mãos. Em algum nível, seu contato a consolou.
—Está a salvo, Bride. Não vou deixar que ninguém mais te agarre. Juro.
—E posso acreditar nisso, por quê?
—Porque te dou minha palavra.
—Bem, e isso resolve tudo, huh? —Bride sacudiu sua cabeça—. Depois disto, não posso esperar para me encontrar com seu pai. Acredito que ele será um barril cheio
de risadas - Ela olhou fixamente ao Vane enquanto o horror das poucas horas passadas se equilibrava sobre ela—. Algumas outras estranhas tradições de família que
tenha que conhecer? Ossos ocultos no pátio traseiro? Tias loucas? Pulgas?
Ela olhou ao Fury.
—Não tenho que dormir com ele agora, verdade?
Tabitha arqueou ambas as sobrancelhas ante isso.
—A que tipo de lugar foi? Soa como se pudesse ser divertido.
—Quer ir? —perguntou Fury—. Posso te levar.
—Fury - grunhiu Vane—. Tem bastante para responder já. Não confunda às pessoas.
—E a Tabitha, tampouco - disse Kyrian.
Amanda deu uma cotovelada em seu estômago.
—O que? —perguntou Kyrian com inocência.
Vane se agachou sobre seus calcanhares e olhou ao Kyrian e a Amanda por sobre seu ombro.
—Tenho um escudo sobre a casa que não deveria deixá-los passar. Notem que isso deveria. Não tenho nem idéia de que mais é capaz de fazer o demônio, sobre tudo se
Amanda o convida a entrar na casa outra vez.
—Nada.
Bride levantou a visão para o som de uma nova voz profundamente masculina. Bom, esta era sem dúvida a última pessoa que esperava ver aí.
Entretanto, por que estava surpreendida, ela não podia imaginar-lhe Com o tipo de coisas que estiveram acontecendo, a mulher que tomava o pedido do supermercado
muito bem poderia ser uma Were-Víbora ou uma zumbi.
Por que não?
—Ash? —perguntou Bride, reconhecendo ao homem extremamente alto e incrivelmente atrativo, que se somava ao quarto.
Dois metros, embainhados em couro negro e possuindo uma auréola que só podia ser definida como de pura atração sexual, Ash Parthenopaeus era um homem difícil de
esquecer.
—Conhece o Acheron? —perguntou-lhe Vane.
—Sim, ele vai a loja cada poucos meses com uma linda, embora estranha, namorada, que virtualmente compra o lugar inteiro —Bride olhou de novo ao Ash. —Você é um
dos insetos, também?
—Culpado - disse Ash, lhe oferecendo uma risada encantadora.
—Genial - suspirou Bride—. Alguém mais que precise saber?
Os ocupantes do quarto se olharam entre si com vergonha.
Vane se levantou e enfrentou ao Ash.
—O que sabe sobre o Alastor?
—Que está enganchado. Sua mãe negociou com ele para seqüestrar à sua companheiras e de Fury, e Fang. É um ingresso de ida. Levou a Bride a sua mãe e não há nada
que ela possa fazer para negociar com ele outra vez.
—Está certo disso?
Ash cruzou seus braços sobre seu peito.
—Posso te dar minha garantia pessoal sobre isso.
—Então ele voltará quando Fang se unir? —perguntou Fury.
—Sim - disse Ash—E respondendo sua próxima pergunta, sim outra vez. Ele virá por sua companheira, também.
Fury amaldiçoou.
—Sinto - disse Ash—. Mas olhe o lado bom; sua mãe faz “divertido” o disfuncional.
- Você não é simpático, Ash —disse Vane—. Pensei que fosse proteger a Bride por mim.
—Isso eu pretendia, mas não tive tempo. Mesmo eu não posso estar em dois lugares de uma vez.
—Que pena - disse Vane—. Se soubesse sobre o Alastor, não me poderia ter dito antes?
—Você e eu não estivemos falando exatamente os últimos meses, Vane. Além disso, não é sábio interferir com uma ordem do Destino.
—Odeio quando começa com essa merda do Destino. Sou eu, Acheron, não um de seus fodidos Dark Hunters. Sei o que é e sei o que pode fazer. Maldito seja por brincar
conosco.
O fogo rugia nos olhos do Acheron.
—Não brinco contigo, lobo, é melhor rezar para que nunca o faça.
Pelo rosto de Vane, Bride podia dizer que queria arremeter contra Ash, mas sabia que era melhor não tentar.
—Que mais sabe que não me tenha contado? —perguntou-lhe Vane.
—Toneladas dessas coisas. O último destino do mundo. O próximo presidente. Se os Saints* ganharão este fim de semana. Demônios, até conheço os números da loteria
para esta noite.
–De verdade? —perguntou Tabitha, animando.- Quer compartilhá-lo? Vamos, Ash, preciso os números do Powerball*. Por favor. Por favor, por favor compartilha-os! Até
deixarei ao Simi comer todas as pipocas se me disser isso.
Ash soprou, logo girou para o Kyrian, Amanda, e Tabitha.
—Acredito que Vane necessita um pouco de tempo só com seu irmão e sua companheira para falar.
Tabitha choramingou.
—Ash, me dê esses números!
Ele olhou a Tabitha graciosa.
—Seis.
Tabitha sustentou suas mãos em alto e lhe fez gestos por mais.
—E?
—Há definitivamente um seis em algum lugar nos números ganhadores.
—OH, corrompe... Grande coisa - disse Tabitha, pondo má cara durante um segundo antes de encolher os ombros agradavelmente—. Bem, agora que sabemos que Ash é realmente
cruel e Vane não é um assassino em série, suponho que o melhor é voltar a minha loja - Ela se deteve ao lado do Ash—. Ainda vamos ver o filme de sexta-feira a noite?
Ash assentiu.
—Ali estarei como sempre.
—Genial, vejo-te então - Tabitha fez uma rápida saída.
Kyrian o olhou com a boca aberta.
—Tem um encontro com a Tabitha?
Ash lhe dirigiu um sorriso zombador.
—Não, mas a vejo extremamente divertida. Ela grita as coisas mais fascinantes à tela e come mais pipocas que Simi. Tenho que dizer, que Tabby é definitivamente uma
de minhas pessoas favoritas.
—É um homem doente, Ash - disse Kyrian enquanto retornava à parte de atrás da casa.
—Acredito que é maravilhoso - disse Amanda antes de ficar nas pontas dos pés para aproximar sua cabeça à sua. Ela beijou ao Ash na bochecha. Soltando-o, ela se deu
volta na direção Kyrian que saiu e levantou a voz. —E meu marido dormirá no quarto de hóspedes pelas próximas duas noites.
A bebê começou a chorar no andar de cima.
—Eu vou - disse Ash, desaparecendo imediatamente.
Amanda fez uma pausa perto do sofá.
—Estarei na cozinha se por acaso alguém necessitar de algo.
—Certo - disse Bride—. Você também vai fazer zaz! Para sair daqui, Amanda?
—Não tenho essa capacidade - Ela tocou a mão de Bride consoladoramente—. Sei como se sente Bride. Realmente sei. Como você, pensei que minha irmã era uma louca gritalhona,
e averigüei ao longo dos dois últimos anos que ela é estranhamente sábia. Somente respira profundamente e acredita no impossível - Ela lhes brindou um sorriso alentador,
logo os deixou sozinhos.
—Bem - disse Fury enquanto esfregava a parte de atrás de seu pescoço—. Suponho que agora é quando me dá o empurrão e saio disparado. Vocês moços que tenham uma boa
vida.
—Espera - disse Vane, ficando de pé—. Você não me traiu, verdade?
—Não. Só pensei em trair ao Stefan e seu grupo de Arcadianos. Era um imperativo moral que foderia com suas cabeças, não com a tua - Ele olhou ao Vane cautelosamente—.
Embora seja honesto, Vane. Odeio-te e você me incomoda até o infinito. Sempre o fez.
—Por quê? O que te tenho feito?
—Não tem nem idéia - disse Fury, com sua expressão fria e zangada—. Mamãe não foi sempre essa perturbada que conheceu. Ao menos não comigo.
Fury encontrou o olhar de Bride.
—Realmente sinto o que ela te fez, Bride. Mas tem que entender o que os Katagaria lhes tiraram. Depois que foi seqüestrada por meu pai, eles enviaram todos seus
Strati para encontrá-la. Enquanto não estavam no povoado, outra manada do Katagarias entrou e matou a cada menino que pôde encontrar. Violaram e assassinaram a maior
parte das mulheres. As que sobreviveram só o fizeram porque eles as deixaram, e a maior parte delas, como nossa avó, nunca voltaram a estar bem outra vez. É por
isso que não viu muitas mulheres na cidade.
Fury suspirou e se voltou para o Vane.
—Você não sabe sobre nossa metade Arcadiana. Do primeiro nascimento de nossa raça, houve um Aristos na família materna como em cada geração. Seu irmão mais velho,
que foi assassinado quando ela foi tomada, era um deles. Nosso avô era o outro. Quando ela voltou comigo, Der, e Star, eles pensaram que eu seria um, também. Eu
tinha um aroma estranho que eles assumiram que era o poder.
—Mas você não é Arcadiano.
Fury sacudiu sua cabeça.
—Eu era o yin e você o yang. Eu era um menino humano, logo quando cheguei à puberdade, minha forma trocou para a de lobo.
Vane se estremeceu. Ele entendia tanto a seu irmão, que se preocupou.
—Sinto muito.
—Ah, você não tem nem idéia. Acredita que foi difícil pra você? Ao menos Anya e Fang ficaram contigo. Protegendo-te. Tentei me ocultar, mas ao minuto que Der averiguou
no que me tinha convertido, o disse a Mãe. E ela se comportou, perdão pela grosseria, como uma filha da puta comigo.
Vane não esperava nada menos. Seu pai lhe teria feito o mesmo se ele houvesse alguma vez conhecido a verdade.
—Ela é uma Sentinela. Esse é seu trabalho, matar Katagarias.
—Sim, sei. Eu era muito jovem para resistir a ela. Ela me atacou com uma violência inimaginável e me cortou em tiras - Fury fez uma pausa e se estremeceu, como se
a lembrança fosse difícil para ele até agora—. Fiquei sangrando durante dias enquanto tentava me ocultar dela e de outros. Quer saber por que não posso dirigir dignamente
a maldita magia? Ninguém jamais me ensinou. Markus, com todos seus defeitos, ao menos se assegurou que vocês três fossem treinados depois que voltou de seu ano de
sobrevivência. Durante cem anos, eu estive totalmente sozinho. Não ousei entrar em uma guarida Katagaria por medo que cheirassem o aroma do Arcadiano em mim. A única
coisa que alguma vez aprendi a levar bem a cabo é camuflar meu aroma. Por isso sabe, poderia estar te mentindo agora.
Vane o olhou fixamente, duro. Perigosamente.
—Não o está.
—Como sabe?
—Ash não te teria deixado aqui comigo se o estivesse fazendo.
Fury zombou disso.
—Põe muita fé em um Dark Hunter que não poderia preocupar-se menos por nossa raça.
—Não, não faço. Ponho muita fé em um homem que alguma vez foi outra coisa que um amigo para mim - Vane cruzou seus braços sobre seu peito—. Então, porque veio a
nossa manada?
—Pela mesma razão pela que você procurou mamãe. Queria conhecer como era o resto de minha família. Eu tinha toda a intenção de te contar quem era, mas assim que
vi quanto Markus os desprezava a você e ao Fang, imaginei que seria um engano.
—Poderia nos ter dito isso . Teríamos-lhe dado boas-vindas.
—E outra vez, recordo-te que Der, meu companheiro de ninhada, que era meu melhor amigo, já me tinha traído. Ele entregou-me a nossa mãe preso. Fui criado acreditando
que os animais são imprevisíveis e pouco confiáveis. Mas sabe o que? Os animais só matam por dois motivos: proteger e comer. Os humanos matam por muitos mais motivos.
Apesar do que pensam, não somos nem remotamente tão perigosos como eles. Mas você sabe, verdade?
Vane assentiu.
Fury suspirou e se distanciou.
—Bem, moços tenham uma vida agradável ou algo assim.
—Aonde vai? —perguntou Vane.
Fury deu de ombros.
—A qualquer parte.
—Assim como se fosse simples? —perguntou Vane —. Simplesmente se apresenta como meu irmão e logo segue seu caminho?
—Que mais há? Você não me quer por perto. Maldição você de verdade, não me necessita.
Vane o olhou com o cenho franzido. Fury não tinha nem idéia...
Não, não tinha. A única família que ele alguma vez tinha conhecido o tinha traído. Não era de se admirar que seu irmão o odiasse. Ao menos ele, Fang, e Anya se uniram
contra um e todos os obstáculos e ameaças.
Fury tinha estado sozinho durante séculos. Ele sempre estava afastado na manada e nunca se dirigiu a ninguém. Enquanto outros Strati formavam círculos íntimos de
amigos e aliados, Fury sempre permanecia solitário. Em realidade, ele poucas vezes lutava para reclamar a uma loba.
Isso deve ter sido horrível para ele, saber que eles eram da mesma família e nunca dizer uma palavra disso. Quão freqüentemente Fury os teria visto aos três rindo
juntos? Vendo-os agrupar-se como família contra o resto da manada, sabendo ele que deveria ter sido incluído em seu grupo?
Por essa omissão de amizade, Vane sempre se sentiria culpado. Ele deveria ter sentido o laço de sangue que os unia.
Fury realmente era bom ocultando seu aroma.
—É meu irmão, Fury - disse Vane sinceramente—. A Família significa tudo para mim. Se soubesse algo sobre mim, deveria saber isso.
—Desde quando eu sou sua família?
—Do minuto em que nascemos e desde que veio me advertir sobre o Stefan - Vane lhe estendeu sua mão—. Não preciso um juramento para estar ligado a ti, irmãozinho.
Somos uma família.
Fury vacilou, logo pôs sua mão na de Vane. Vane o puxou para frente e o abraçou.
A Bride lhe fez um nó na garganta ante a dor que refletia o rosto de Fury. Era óbvio que nunca tinha esperado a reação de Vane ou sua aceitação.
—Não te trairei, Fury - disse Vane—. Jamais. E se Fang alguma vez sair dessa, ele não vai fazer pouco de você.
Fury se separou e assentiu.
—E se sair por essa porta —disse Vane com os dentes apertados— eu deverei te machucar por isso.
Fury riu.
—Bem. Estou aqui por um tempo, suponho - Ele limpou sua garganta e deu um passo para trás—. Você dois, provavelmente, desejem falar agora. Irei estar na cozinha
com a Amanda.
Vane esperou até que estiveram completamente sozinhos antes de voltar-se para a Bride.
—Que dia infernal, não?
Bride se sentou de novo no sofá e suspirou profundamente para ajudar-se a agüentar os incomuns acontecimentos das últimas vinte e quatro horas.
—Sim, OH sim. Tivemos bebês voadores, irmãos lobos, mães psicóticas, namorados assassinos em séries, amigas que matam vampiros, e não estou segura de que mais.
Isto estava além de sua capacidade de adaptar-se.
—Estou louca? —perguntou-lhe ela—.Sério, seja honesto.
—Desejaria que fora tão singelo. Desejaria poder te dizer sim e que Grace poderia te arrumar, mas não, não está louca.
Ela temia isso. A pergunta agora era o que deveria fazer?
—Então me deixe ver se entendi bem a sua mãe. Este... —Ela deu volta em sua mão para mostrar o sinal— significa que de algum modo nós somos algo assim como marido
e mulher. Mas se te recusar passará o resto de sua vida impotente e sozinho? Mas, eu sou livre de viver minha vida como quero?
Ele assentiu.
—Realmente é ruim ser você, verdade?
Vane olhou ao vazio enquanto lhe esticava um músculo do queixo.
—Não espero que me aceite, Bride. Nunca lhe impus. Eu esperei aproximadamente uma hora ou duas, mas não sou estúpido e não vivo no mundo de... Bem, ok, realmente
vivo em um mundo de fantasia, mas nunca me enganei.
Ele se ajoelhou no chão ante ela, tomou sua mão e a beijou na palma. OH, ele era tão terno com ela. Tão amável. Ela tomou entre suas mãos suas cálidas e barbudas
bochechas.
Como poderia deixar a um homem como este?
Ele não é humano.
Não totalmente, de todos os modos. E vivia em um mundo aterrador, de magia, mistério e monstros arrepiantes capazes de todas as formas de crueldade.
—O que quer Vane? —perguntou desesperada por saber—Seja honesto comigo. Quer-me simplesmente devido a isto? —Lhe mostrou a palma de sua mão—. Ou me quer?O que quero
dizer é... Realmente não me conhece, verdade? Tampouco te conheço. Sei que é um grande homem em apuros e tem uma família que faz que os Addams* pareçam normais.
Mas não conheço verdadeiramente você.
Ele tomou a mão dela sobre seu rosto e a sustentou na sua calosa, olhando-a com aqueles penetrantes olhos cor verde-avelã.
—A verdade é não sei. Nunca desejei a nenhuma fêmea da maneira que desejo a ti, Bride. Mas francamente não sei se esse é o sinal ou não. Não sei.
Ao menos lhe havia dito a verdade. Isso era definitivamente uma coisa a seu favor. Ele nunca se deitaria com ela outra vez.
—Quanto tempo tenho para tomar uma decisão sobre isto? —perguntou ela.
—Duas semanas. Aproximadamente. Excluindo a qualquer demônio remoto ou interferência materna.
—Então que te parece se tentamos atuar normalmente? —Ela se pôs a rir ante o absurdo daquela declaração. Sim, justamente eles eram Jack e Jill* subindo a colina
do diabo. Ela só esperava que Jack não rompesse a cabeça ou que ela caísse depois.
Bride ficou séria.
—Bem, ao menos podemos fingir ser normais. Deixe-me ver o verdadeiro você em toda sua estranheza para que eu conheça o que tenho que atar-me e logo decidirei se
posso dirigi-lo sem me voltar totalmente louca.
Ele parecia atordoado ante sua sugestão.
—A sério não está fugindo de mim?
—Eu provavelmente deveria, e não posso imaginar por que sequer o estou considerando. Mas realmente eu gosto do que conheço de você, Vane, e suponho que cada um tem
seus problemas. Não tão profundos como os teus, sabe, mas ao menos contigo, quando disser às pessoas que meu namorado é um cão, não só será em sentido figurado.
Ele riu silenciosamente ante isto.
Bride apertou sua mão.
—Então me mostre o pior de ti, lobo. E te mostrarei o meu, e depois de duas semanas, veremos onde estamos.
Vane não podia acreditar. Ela era muito boa para ser real. Com toda honestidade, ele tinha esperado que lhe gritasse e saísse correndo pela porta, chamando a todos
eles de loucos.
Mas lhe dava uma oportunidade.
E isto era algo que ele não tinha tido em muito tempo... Esperança.
A alegria estalou através dele ante a idéia de que em realidade ela poderia ficar com ele.
—Há tantas coisas que tenho para te dizer.
Ela se abateu.
—Não vai chupar meu sangue, verdade?
Maldição. Ela se agarraria a isso para ficar com medo dele. Bem, não tinha sentido ocultar nada a ela agora. Melhor que ele colocasse tudo ante ela para que não
se zangasse porque lhe tinha ocultado algo. Como sua companheira, ela merecia ter respostas a todas suas perguntas.
—Não devo fazê-lo, não.
Ela o olhou com desconfiança.
—O que quer dizer, de maneira que não deve?
—Minha raça não é vampiro, mas há duas partes em um ritual de união. Primeiro é que me aceite como seu companheiro.
—Como faço isto? Parece-se com um casamento?
—Para minha raça é. Só que o fazemos nus.
Ela ficou boquiaberta.
—Com testemunhas? Esquece!
—Não - disse ele, rindo-se de seu ultraje. Ela era formosa sempre que lhe coloriam suas bochechas. Isto fazia que seus olhos âmbar brilhassem—. Isso será somente
entre nós. Deito-me de costas, unimos nossas marcas, e você me toma em seu corpo, então fazemos nossas promessas verbais um ao outro.
Ela inclinou sua cabeça como se estivesse menos que segura de sua honestidade.
—Isso funciona?
Ele assentiu.
—É magia.
—Bem, suponho, e depois o que acontece?
—O seguinte é opcional e pode ser feito ou não sempre que nós o escolhamos. É onde combino minha força vital com a tua.
—Por que faria isso?
—Como você é humana, se não o fazemos morrerá em menos de cem anos, enquanto eu ainda tenho outros quatrocentos ou quinhentos anos antes que chegue a velhice.
Bride estava completamente estupefata enquanto recordava as palavras do Bryani. Em seu momento as tinha atribuído a sua própria loucura ou a de Bryani. Ao parecer,
isso era verdadeiro, justo como o resto desta loucura.
—Você realmente tem quatrocentos anos?
—Quatrocentos e sessenta para ser exato.
Ela inspirou lenta e brandamente ante isso. Deus querido, como seria viver tanto tempo? Quanto poderia ver uma pessoa em todo esse tempo?
Isso era irresistível.
Mas mais que isso, isto vinha com uma compreensão aterradora. Uma que fazia que seu coração se apertasse enquanto uma horrível pena horrível se abria dentro por
ela.
—Eu certamente sobreviveria a todos os que conheço —suspirou ela—. Tabitha, meu irmão e minha irmã, minhas primas. Todo mundo teria ido antes que nem sequer envelhecesse?
Ele suspirou e assentiu.
—Isto não é fácil, mas me terá minha família e amigos - Sua expressão se aliviou como se uma idéia lhe tivesse ocorrido—. A Sunshine Runningwolf. Conhece-a, ela
é imortal.
Bride se sobressaltou por isso. Ela conhecia a Sunshine desde anos.
—Sunshine imortal?
—Sim.
—Vamos! Desde quando?
—Sempre. Tanto ela como seu marido o são.
Uau! Quem diria que a mulher que vendia a Bride os artesanatos que tinha penduradas em sua loja e em seu pequeno apartamento era imortal?
Ela fez uma pausa ante essa idéia. Agora espera um segundo... Isso não está bem!
—Por que não podemos ser imortais?
Vane deu de ombros despreocupadamente.
—Porque minha raça não é. Temos vidas longas, mas elas são finitas - Seu apertão se esticou sobre as mãos dela—. Há algumas desvantagens, entretanto. Se decidir
te unir a mim, terei que tomar seu sangue e você terá que tomar o meu. Um intercâmbio de sangue é o único modo de fazê-lo. Em segundo lugar, se um de nós morre ambos
fazemos.
Ela ficou pálida. Esse era um pensamento que a assustava.
Bem, por outra parte, comparado a outras coisas no mundo de Vane, aquela era provavelmente uma das menores preocupações.
—Mas não tem que fazê-lo, Bride - ele se apressou a assegurar Ambas as decisões só são tomadas por você.
Ela suspirou enquanto considerava tudo isso. Era um compromisso infernal o que Vane lhe estava pedindo. Isto levava ao tradicional “até que a morte os separe” a
um completo novo nível.
Mas enquanto ela o olhava ainda ajoelhando no chão, não podia menos que perguntar-se quão mal poderia ser a vida com este homem. Era considerado e generoso. Uma
raridade em seu mundo.
Isso valia ao menos duas semanas.
—Bem - disse ela devagar—. Agora é minha vez de falar. Se nos fizermos companheiros, quero um casamento humano. Meus pais não entenderão nada menos que isso e não
estou segura se quero lhes dizer sobre tudo isto.
—Está bem.
—Isso significa que vais ter que conhecer meus pais, Vane.
—Bem. Eles não podem ser tão aterradores como os meus.
—Bem, eles não são homicidas em geral, mas são protetores comigo.
—Já os amo.
Bride respondeu com uma risada nervosa o pequeno e brincalhão sorriso dele.
—Sabe, eu sempre pensei que encontraria a algum homem e sairia com ele durante um ano ou dois e logo o faria agachar-se sobre seu joelho em algum lugar romântico
para que me pedisse que me casasse com ele. Alguma vez sonhei que isto fosse meu compromisso - Ela brincou com uma mecha de seu cabelo—. Suponho que a vida alguma
vez é o que queremos que seja, verdade?
Vane se abateu por dentro por suas palavras. Ele nunca tinha pensado mudar sua vida tão horrendamente. Ele só tinha querido tocá-la um momento.
Que o tocasse.
Talvez isso fora cruel, mas seu coração não queria que partisse. Só desejava a ela.
Tanto o animal como o homem nele não ansiavam nada mais que ser tocados por esta mulher.
—Farei qualquer coisa para te fazer feliz, Bride.
Bride aprofundou seu apertão no cabelo dele. Nesse momento, sentiu como se em realidade pudesse amar a este homem. Ao menos sabia que poderia.
Mas já se queimou e não conhecia a Vane muito bem. Ela só tinha duas semanas para aprender sobre ele. O que ela sabia era aterrador... E maravilhoso.
Ela só esperava que não lhe mentisse ou a enganasse. Se lhe mostrasse ao verdadeiro Vane e este homem-lobo era honesto, então ela poderia aceitá-lo.
Seu pior medo consistia em que ao final das duas semanas, ela pudesse unir-se a ele e ele se convertesse no psicótico e rude animal de que falava sua mãe
O que faria então?
Taylor tinha sido maravilhoso ao princípio de sua relação. Até lhe tinha levado bombons para seu primeiro Dia de São Valentin.
Com o tempo, ele se tinha convertido em um asno total. Vane faria o mesmo?
E quatrocentos anos... Isso era realmente um comprido tempo para passar com alguém.
Não se o ama.
Talvez isso fosse verdade.
O menos que ela poderia fazer era tentá-lo. E ter esperança.
—Então, aonde vamos daqui? —perguntou ela.
—Tenho que encontrar algum lugar onde te alojar se por acaso tenho que te deixar, e onde esteja a salvo.
—E minha loja?
—Conseguirei a alguém que a cuide por ti.
Isso soava um pouco muito fácil.
—Como?
—Pedirei ao Acheron outro favor. Eles têm gente que ajuda aos Dark-Hunters. Eles têm muitos negócios locais aqui em Nova Orleans e estou certo que podem enviar a
um deles aí para manter a loja aberta por ti. A maior vantagem é que se um de minha raça vem perguntando, eles saberão como dirigi-los.
—Bem, então. Vamos começar nosso enlace de mãos* e ver como funcionará tudo.
Vane se levantou e lhe apresentou sua mão.
Bride vacilou. Ela nunca antes lhe tinha temido ao futuro, mas agora o fazia.
Tomando ar profundamente, para dar-se coragem, ela colocou sua mão na dele e deixou que ele a pusesse de pé.
Ela esperou que ele a conduzisse à cozinha. Em troca, ele a transportou ao quarto dos meninos.
—Sabe - disse ela, sentindo-se aturdida por sua “viagem”—. Os pés servem, também.
Vane riu.
—Disse que queria que fosse eu mesmo. Prefiro o cintilar como meio de transporte. É muito mais rápido.
Ash estava sentado em uma antiga cadeira branca de madeira, balançando ao bebê que dormia em seu colo enquanto os olhava com curiosidade. Ele sustentava uma mamadeira
de leite meio vazio entre suas pernas enquanto a bebê, vestida com um vestidinho rosado, chupava seu pequeno punho no refúgio de seus braços. Havia algo tão ilógico
naquela imagem que Bride não pôde menos que olhar fixamente.
Um homem vestido com couro negro e opressivo com o comprido cabelo vermelho e negro e um brinco de adaga em sua orelha esquerda definitivamente não se parecia com
alguém que pudesse deleitar-se cuidando de um bebê. E aí estava, sentado em um quarto rosado cheio de babados, embalando placidamente a bebê. Ash deveria parecer
completamente fora de sue lugar aí e, contudo, parecia estar em casa.
—Já chamei a Jessica Adams para que se faça cargo de sua butique - lhes sussurrou Ash—. Ela somente precisa saber onde estão os papéis, onde guardas as chaves da
loja, e em que banco faz os depósitos.
—Maldição, você é bom - disse Vane.
Ash lhe dirigiu um sorriso zombador e arrogante.
—Absolutamente o melhor.
Vane trocou sua posição.
—Então... Você sabe…
—Aqui está a direção - Ash sustentou sua mão levantada e um cartão de visita magicamente apareceu entre seus dois primeiros dedos. Ele entregou o cartão a Vane,
quem deu um passo adiante para pegá-lo—. Vocês estarão a salvo ali. Confia em mim, ele é mais paranóico que uma comunidade de Apolitas. Ninguém vai entrar em seu
lugar.
Vane olhou o nome sobre o cartão e se congelou.
—Estará de acordo com que estejamos ali?
Ash deu de ombros.
—Sua casa é bastante grande. Só tentem manter-se fora de seu caminho - Ele olhou além de Vane e ofereceu um sorriso a Bride—. Ele está um pouco nervoso, Bride,
mas Valerius é um bom homem enquanto que não lhe mencione o nome do Kyrian. Ele se assegurará que nada aconteça a vocês.
—Valerius? —perguntou ela.
Vane soltou um lento suspiro, logo girou para enfrentá-la.
—Ele é um vampiro com atitude séria.

CAPITULO 10

Quando Bride disse ao Vane que lhe mostrasse o pior dele e a deixasse ver o homem real, não tinha tido nem idéia no que se estava colocando.
Ele poucas vezes fazia algo normal e ela começava a compreender quanto se esforçou por permanecer no mundo “normal” quando tinha fingido ser seu lobo.
Depois que Ash partiu, eles tinham ido para baixo recolher ao Fury. Em um momento lhe tinha estado dizendo a Amanda que a chamaria e ao seguinte estavam dentro de
outra casa.
—Realmente desejaria que me desse alguma advertência antes de fazer isto - disse ao Vane enquanto olhava ao redor para conseguir orientar-se.
Eles estavam em uma enorme sala de estar que era duas vezes maior que a da casa do Kyrian. A casa inteira era completamente escura e parecia uma tumba. Estéril.
Fria. O lugar tinha um caro revestimento de mogno esculpido à mão e estava cheio com mais antiguidades das que Bride jamais tivesse visto antes em um lugar. Por
não mencionar o piso de mármore com um intrincado desenho estilo romano. Este parecia um passeio por algum castelo europeu. Ou uma mansão. Tudo o que ela podia ver
exalava educação aristocrática e bom gosto.
A diferença da casa do Kyrian, não havia nada moderno ou confortável aqui. Nenhum fofo sofá, nem televisão, nem, obviamente, telefone ou computador. Nada. Inclusive
os livros alinhados nas graciosas estantes pareciam ser antiguidades encadernadas em couro. O sofá era obviamente da era georgiana e tinha muito pouco acolchoado
debaixo do tecido borgonha.
Mas a coisa mais estranha de tudo era relativo às estátuas. As estátuas de duas mulheres que pareciam ser ninfas romanas nuas as pés das serpenteantes escadas. O
fato de que fossem antiguidades não era o estranho, era que pasteizinhos cor vermelho brilhante cobriam seus mamilos de pedra brancos.
—Que demônios? —perguntou ela.
Fury pôs-se a rir quando os viu.
—Jesus, Vane, chama antes de apresentar-se. Tem sorte que não te pegasse um tiro na bunda.
Bride deu a volta para ver um alto, e misteriosamente formoso homem entrar no quarto. Ele tinha o comprido cabelo negro até os ombros, agudos olhos marrom escuros,
e barba de aproximadamente três dias.
Vestido com uma gritante camisa havaiana laranja e jeans rasgados, ele se movia como um homem que sabia que poderia matar a qualquer um que se aproximasse.
—Ele é o vampiro? —perguntou Bride em tom baixo.
—Não - disse Vane enquanto olhava ao homem com incredulidade— Ele é da Máfia. Otto, que diabos faz aqui? Vestido assim? O que aconteceu com sua roupa? Parece como
se tivesse se convertido no Nick Gaultier.
—Sofrendo a condenação eterna - disse Otto, arranhando sua barba enquanto se aproximava deles—. Eles transferiram meu traseiro para cá, contra meus desejos, para
servir ao Rei dos Bodes, porque ele tem que ter a alguém que fale latim e italiano. Deus não permita que o homem tenha um normal escudeiro plebeu que só fale inglês.
OH não, devemos ter um com educação - Otto soou muito como Alfred Hitchcock com essa última palavra.
—Então por que está vestido como Nick? —perguntou Vane.
—Somente para incomodá-lo. Essa é realmente a única coisa que me mantém prudente por aqui.
Vane pôs-se a rir.
—Me deixe adivinhar, você é o homem dos pasteizinhos vermelhos?
—OH, demônios, sim. Não posso esperar até que se levante e lhe dê um ataque por isso - Otto aprofundou sua já baixa voz que era o normal e lhe somou um acento que
era quase italiano, mas não exatamente—. Não toque, nem sequer respire em cima das estátuas, Escudeiro. A diferença de ti, isto não tem preço - sua voz voltou a
ser normal—. Não, seu rosto não terá preço quando o vir esta noite.
Esta vez foi Fury quem riu.
—Não te conheço - disse, caminhando para o Otto com sua mão estendida— mas já posso contar que vamos ser amigos. Fury Kattalakis.
—Otto Carvalletti - Ele estreitou a mão do Fury, logo olhou de um a outro lobo—. Vocês dois são parentes?
—Irmãos - disse Vane.
—Genial - disse Otto, dando a volta para a Bride com um sorriso encantador—. Você deve ser Bride - Ele tomou sua mão ao mesmo tempo em que ela notava que ele tinha
uma tatuagem de um tecido de aranha negra na parte de atrás de seus nós dos dedos—, bem-vinda à loucura que é nosso mundo, minha senhora, embora pessoalmente, penso
que está louca para querer estar aqui.
Otto beijou sua mão e se inclinou ante ela. A ação obteve um profundo grunhido de Vane ao que Otto decidiu fazer caso.
—A propósito, Bride, pode relaxar. Sou tecnicamente humano, embora minha multidão de irmãos o negaria. E excluindo os pasteizinhos, não estou realmente psicótico.
Quando conhecer a meu chefe, entenderá totalmente por que tenho que agitar sua jaula.
Otto se dirigiu à escada.
—Se algum de vocês dois bons lobos uivassem, eu poderia dizer o discurso “criaturas da noite, que fazem música” * completo —Ele os olhou de novo quando nem Vane
nem Fury uivaram—. Ou não. Bem, tomo nota mental que os lobos não têm nenhum senso de humor ou nunca têm lido Drácula ou nunca viram um dos filmes. Nenhum problema.
Me sigam e lhes mostrarei seus quartos. Uma informação rápida das regras. Tentamos estar o mais silenciosos possíveis à luz do dia para não despertar ao Conde Penicula.
—Penicula? —perguntou Bride.
—Meu insulto favorito para o Valerius. Como o bom General Romano é dono desta casa, é uma combinação de pênis e Drácula.
Bride teria rido, mas tinha a sensação que isto só animaria ao Otto a ser mau.
Eles seguiram ao Otto, subindo a escada.
—Quando te fez tão falador, Carvalletti? —perguntou Vane—. Eu sempre pensei que fosse um homem de poucas palavras.
—Normalmente o sou, mas estive encerrado nesta mansão tanto tempo que estou ficando louco. Penso que deveria ter ficado no Alaska. Infernos, se até estive falando
com o Nick só para romper a monotonia.
Otto fez uma pausa na escada para olhá-los.
—Valerius não é um Dark Hunter, é um Daimon que me sangra até ficar seco. Não é assombroso que seu último escudeiro partisse. Reservo-me o direito de pedir minha
transferência e meu pai segue me dizendo para ser homem e assumir minha atribuição com dignidade. Juro, melhor que esse homem não se debilite ou o encerrarei na
pior casa de retiro que possa encontrar.
—Caraca, e eu acreditava que tinha problemas com meus pais - disse Fury atrás Bride—. Os meus somente querem me matar e me tirar de minha miséria, nada mais.
—Sim - disse Otto do topo da escada—. Tem sorte. Desejaria que o meu quisesse me matar.
Otto lhes conduziu por um corredor enquanto Vane se inclinava e falava no ouvido de Bride.
—Não deixe que as atuais tolices bizarras do Otto lhe confundam. Ele era valedictorian* em Princeton.
Ela ficou sem fala.
—E eu tinha um cérebro até que este lugar o matou. Tentem tratar com o Valerius e Nick e também se encontrarão com uma regressão à primeira infância em uma questão
de dias. Mas pelo que mais queiram, não digam ao Amo Valerius que alguma vez pus o pé no chão de Princeton. Ele pensa que abandonei Barbizon, Escola de Modelagem.
Bride riu, logo olhou para o Vane.
—Então este é o mundo ao que me está trazendo? Não te ofenda, mas esta raça realmente está louca. Temos um graduado de Princeton que se veste como Dom Ho* pondo
pasteizinhos sobre estátuas, um cunhado que é um cão...
—Sim, mas não esqueça, Tabitha vem contigo - recordou. Você , disse Vane, tem sua própria parte de loucos.
Ela levantou suas mãos em sinal de rendição.
—Bem, mas é só uma louca que carrego comigo.
—E seu papai castra para viver - disse Fury atrás deles—. Penso que é a coisa mais doente da que jamais me inteirei.
—Quer ir visitar meus pais, Fury? —perguntou Bride.
—Passarei.
Otto abriu uma porta que conduziu a um enorme dormitório com a mais elaborada cama antiga com dossel que Bride alguma vez tivesse visto. Cortinas de veludo azul
profundo penduravam ao redor de querubins e anjos esculpidos à mão que decoravam a madeira antiga.
—Isto é magnífico.
—Valerius insiste no melhor. Você dois podem deitar-se aqui, e levarei ao moço cão mais longe pelo corredor.
—Hei! —protestou Fury com indignação.
—Te relaxe - disse Otto—. Isto não é como se te fizesse dormir na garagem ou algo assim.
Os dois deixaram a Bride e Vane sozinhos no quarto.
—Assim, aqui estamos - disse Bride, insegura de si mesmo.
Vane pegou a mão dela para aproximá-la.
—É estranho não ter que me ocultar de você.
—Então pode fazer de tudo?
—Mais ou menos qualquer coisa. Posso viajar no tempo em qualquer direção. Eu poderia nos dirigir daqui a Paris ou a qualquer lugar que queria visitar.
Bride considerou isto. Ela poderia ter algo, mas havia só uma coisa que a faria realmente feliz.
—Pode me fazer magra?
Vane parecia menos que contente.
—Eu poderia.
—Faça-me.
Ele a olhou com o cenho franzido como se o pedido o confundisse completamente.
—Por quê?
—Por que sempre quis ser uma dessas pequenas mulheres pequenas e nunca fui.
Ele se moveu para parar atrás dela para assim poder empurrá-la contra ele e abraçá-la muito perto.
—Não te quero magra, Bride. Eu gosto de como é - Seu fôlego fez cócegas em seu pescoço enquanto ele falava e enviou o calor por toda ela—. Minha raça tem um refrão.
A carne é para o homem, o osso para o cão.
—Sim, mas você é ambos.
—E quando me dão a escolher entre costelas e file, vou pela opção superior sempre.
Bride chiou enquanto ele colocou seus lábios contra seu pescoço e o mordiscou. Ela fechou seus olhos e inalou o quente aroma masculino dele. Sentia-o tão bem sustentando-a.
Isso a fez sentir débil e sem fôlego.
—É isto tudo o que há entre nós, Vane? Só sexo?
Ele pôs sua bochecha contra a sua com tal gesto de carinho que lhe atravessou o coração.
—Não, Bride. O sexo é somente a demonstração física do que sinto por ti - Ele tomou sua mão e a conduziu para seu coração onde ela o sentiu palpitar contra a palma
de sua mão—. Ninguém jamais me deixa tocado como você o faz. É como um sussurro. Aprazível, suave. Calmante. Em meu mundo, a raça só grita e dá alaridos. Mas você...
Você é meu paraíso.
Ela tremeu ante suas poéticas palavras.
—Deus, é bom.
—Isto não é uma frase, Bride. Posso ser humano, mas também sou um animal e o animal em mim não mente ou engana. Nunca pensei que uma parte de mim seria domesticada,
mas agora o está. Esta parte não quer repartir golpes à mão direita e sinistra a alguém. Esta parte somente te quer.
Como uma mulher poderia dizer não a isto?
Bride ofegou enquanto sua roupa desaparecia.
—Vane?
Antes que ela pudesse terminar de dizer seu nome, ambos estavam nus na cama, sob os lençóis.
—É um talento o que tem aí - disse ela enquanto ele fuçava seu pescoço.
—Não tem nem idéia - ele soprou em sua orelha antes de lambê-la.
A cabeça de Bride formou redemoinhos no êxtase de seu contato. Por uma vez ele não perdeu tempo com ela. Ele se deslizou dentro de Bride com uma estocada poderosa.
Eles gemeram ao uníssono.
Bride levantou a visão para o cru prazer em seu rosto. Este não era de brincar com ele, Vane levava a sério o possuí-la.
Ela deslizou suas mãos sobre suas costas, sentindo a ondulação dos músculos enquanto ele empurrava dentro ela, forte e poderoso. Ele era o lobo e estava faminto.
Seus olhos verdes a devoraram.
Vane não podia pensar claramente enquanto sentia sua suavidade debaixo dele. O animal nele queria a completa posse. Queria acoplar-se e dominar.
O homem nele queria sua ternura. Seu coração.
Sobre tudo, queria passar o resto de sua vida olhando dentro de seus olhos cor âmbar. Eles agora estavam escuros pela paixão. Seus lábios estavam ligeiramente separados
enquanto ela ofegava de prazer.
Vane reclamou aquela boca. Ele grunhiu ante seu sabor. Com a sensação de sua língua contra a sua enquanto se empurrava profundamente dentro dela uma e outra vez.
Faminto dela obrigou-se a ser suave com seu corpo. Por recordar que ela era humana e frágil.
Ele morreria se alguma vez lhe fizesse mal.
Mas OH... A sensação de suas mãos sobre suas costas. A forma em que ela agarrava seu traseiro. Ela não só estava transando com ele. Ela fazia amor com ele. E isto
significava para ele mais que qualquer outra coisa.
Inclusive se ele fosse imortal, nunca sentiria nada melhor que suas longas e suaves pernas entrelaçadas com as suas.
Bride estava sem fôlego enquanto Vane a devorava. Nenhum homem jamais tinha feito amor com ela como este... Como se ele não pudesse conseguir o suficiente dela.
Como se estivesse desesperado para estar dentro de seu corpo.
Havia tanto poder e força nos braços envoltos ao redor dela. Os braços que a sustentavam meigamente. Com cuidado.
Cada poderoso golpe pulsava prazer através dela.
—Amo a forma com que suas mãos se tocam sobre mim - ele respirava entrecortadamente enquanto ela tomava entre suas mãos seu traseiro—. E amo ser capaz de pega-la
assim.
—Como assim?
—Cara a cara - disse ele, pontuando cada palavra com um golpe profundo, exuberante—. Assim posso sentir seus seios sobre meu peito. Ver sua expressão quando goza
em mim.
Então a beijou. Isto foi imperioso e devorador. Satisfatório.
Bride foi completamente arrastada por ele. Pelo intenso prazer dele tão grosso e amplo dentro dela. Pela forma em que o sentia deslizar-se contra seu corpo.
Vane deixou que seus poderes fluíssem através de ambos. Não havia nenhuma necessidade de refreá-los ou mascará-los. Ele deixou a sua paixão abastecer de combustível
a seus poderes, carregando-os a seu nível mais alto.
A sensação disso o atravessou como um relâmpago, aumentando cada aspecto da carne dele contra a dela.
Ele soube o instante em que ela sentiu a elevação de seus poderes. Ela atirou sua cabeça para trás no último êxtase. Com sua respiração desigual, ela respondeu cada
golpe com um próprio.
E quando ela gozou, ele teve que tampar seu grito com seus poderes para impedir que outros soubessem o que faziam.
Ele sorriu ante a imagem dela perdida nas convulsões de seu orgasmo. Ante a sensação de suas mãos sobre suas costas enquanto o agarrava fortemente.
Então Vane se permitiu unir-se a ela. Grunhiu enquanto se liberava dentro dela. Jazeu sobre ela, ofegando enquanto seu corpo continuava tremendo e estremecendo-se.
Todo o tempo ela pegou no cabelo dele e o aproximou contra si.
—Isso foi incrível - suspirou Bride. Então franziu o cenho— você realmente fica maior no final, verdade?
—Sim —disse ele, mordiscando seus lábios— e não posso sair de ti durante uns minutos mais sem te fazer dano.
Bride ainda podia sentir seu corpo tremendo.
—Por que faz isso e como é que me manteve...?
—Usei um feitiço de tempo para que não fosse consciente de quanto tempo uso para terminar - Ele gemeu enquanto outra onda de orgasmos o atravessava.
Vane quase esperou que ela o recusasse. Não o fez.
Em troca, ela embalou sua cabeça contra a dela e acariciou o seu cabelo até que ele tivesse terminado completamente.
Quando ele finalmente acabou, ele se deslizou fora dela e se derrubou a seu lado.
Ela deu volta para enfrentá-lo.
—Então assim é como é realmente?
Vane assentiu e esperou que seu coração deixasse de palpitar. Ela se deslizou sobre seu peito e beijou o duro mamilo direito dele. Ele grunhiu enquanto lhe dava
uma ligeira e brincalhona lambida.
—Se segue fazendo isso estaremos nesta cama pelo resto do dia.
Bride brincou.
—Conheço vocês, homens. Necessitará ao menos umas horas para... —Sua voz se desvaneceu quando o sentiu endurecendo-se contra sua coxa.
—Não sou humano, Bride. O sexo nos revigora. Não nos deixa mais cansados.
Ela levantou o lençol para ver a verdade daquela declaração. Ele já estava duro outra vez.
—Então posso brincar contigo tanto como queira?
—Um-hmmm. Sou todo teu, querida.
Mordendo seu lábio, Bride deslizou sua mão para baixo para tomá-lo com cuidado e explorar a inteira longitude dele. Já que Taylor nunca tinha feito amor com ela
com as luzes acesas ou à luz do dia, realmente nunca tinha tido a possibilidade de examinar a um órgão masculino de perto.
Ele flexionou uma perna e não disse nada enquanto ela com cuidado aprendia cada traço de seu corpo.
Vane a olhou de muito perto enquanto brincava com os cachos de seu cabelo. Ele nunca tinha tido uma mulher com tanta curiosidade sobre ele. Às lobas não preocupava
como se mostrasse, e sim que pudesse as satisfazer. Uma vez que o ato estava terminado, suas fêmeas os afastavam e partiam. Não havia nenhum compartilhar de corpos.
Nenhuma importância por acariciar ou amar. Por abrigar um sentimento.
Isso era o que mais apreciava de Bride.
Seus dedos o examinaram meigamente. Ela com cuidado massageou seu saco e seu pênis. Calafrios se disseminavam sobre ele. Sua perna estendida em realidade se movia
nervosamente.
Bride riu bobamente enquanto continuava acariciando-o.
—Você gosta, verdade?
—Sim - disse roucamente enquanto sentia que seu pênis se endurecia ainda mais.
Ela levantou o olhar para ele, logo fez o inimaginável. Ela tomou em sua boca.
Vane jogou sua cabeça para trás e enterrou sua mão em seu cabelo enquanto o prazer o atormentava. Ele apertou sua mandíbula para impedir-se de uivar enquanto ela
o lambia e provocava da base à ponta. Ela o deslizou profundamente em sua boca enquanto o chupava e brincava.
Ele pegou suas mãos em seu rosto enquanto seu corpo inteiro ardia. A generosidade deste ato...
Ele não sabia que tal coisa existisse. Uma fêmea Katagari antes morreria do que tocar a um homem desta forma. Era o trabalho do macho satisfazer à fêmea, não de
outra maneira.
Bride gemeu profundamente em sua garganta enquanto provava a mesma essência de Vane. Ela olhou para cima para vê-lo olhando-a, seus olhos cobertos pelo prazer e
a incredulidade. Esta era uma combinação embriagadora.
Ele se mostrava como se lhe estivesse mostrando o céu. Ele retirou o cabelo do rosto dela, logo acariciou sua maçã do rosto com seu polegar enquanto ela passava
a língua pelo lado interior dele.
Bride sentiu que o ar ao redor deles literalmente queimava. Fez uma pausa ante o som.
—Está tudo bem - disse Vane ofegando—. Isso é somente os meus poderes surgindo. Às vezes o fazem.
Ela retornou a ele.
Vane chiou seus dentes enquanto seu prazer se voltava incrivelmente alto. Em qualquer momento, ele gozaria outra vez. Com medo de machucar a Bride, ele a separou
dele um instante antes que seu corpo explodisse.
Isso não foi o único. Cada lamparina no quarto se fez migalhas com a força de sua paixão, enquanto seus poderes brincavam com seu desejo no quarto.
Ele se cobriu com a manta e usou sua mão para ajudar a seu corpo enquanto tinha o orgasmo.
Ele sentiu a mão de Bride sobre si. Abrindo seus olhos, ele olhou enquanto ela tomava em sua mão e com cuidado o apertou até que seu corpo ficou completamente drenado.
—Não tinha que te separar de mim, Vane - disse ela depois de uns minutos.
—Dobro-me de tamanho quando me gozo, Bride. Não quis ver-te machucada por isso.
Ela separou sua mão dele e beijou seus lábios.
Vane a sustentou perto dele, entesourando este novo momento com ela.
Ela se retirou para olhar as lamparinas feitas migalhas.
—Espero que nosso anfitrião não seja também... —Ela se deteve enquanto ele reparava cada lamparina com seus poderes.
—Esse é outro talento que tem por aí...
Riu-lhe maliciosamente.
—Prefiro o teu.
Ela estava confundida por isso.
—Não tenho nenhum talento.
—Sim o tem. Essa tua boca definitivamente é mágica.
—Mmm - disse ela, beijando-o outra vez—. Mas esta só trabalha para ti.
—Bem.
Bride se retirou enquanto compreendia algo.
—Espera um minuto. Você não pode me enganar jamais, verdade?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Sem ti, sou um invalido total. Meus poderes diminuiriam, também. Uma vez que o sexo é afastado de nós, não temos nenhum modo de recarregar nossa energia. Eventualmente
perdemos toda nossa magia.
—Então como seu pai é o líder de sua manada se ele não pode dirigir a magia?
Ele franziu o cenho.
—Como sabia que meu pai era nossa líder?
—Ouvi às pessoas medievais que falava sobre isso.
Vane tomou um comprido e profundo fôlego antes de lhe explicar.
—Ele se fez o líder da manada antes que eu nascesse. A única razão pela que é ainda responsável é que é extremamente forte fisicamente como lobo e faz acordos com
os Daimons por magia.
—Daimons?
—Vampiros. A diferença de sua televisão e filmes, os verdadeiros vampiros não vivem pelo sangue humano, gostam das almas humanas. Se eles tomarem a alma de um Were-Hunter
ou de um humano psíquico eles então podem absorver seus poderes. Os Daimons que são realmente poderosos são capazes de compartilhar esse poder com alguém mais. Meu
pai rotineiramente lhes faz sacrifícios para que eles deixem a sua manada tranqüila e desviar um pouco de magia para ele.
—Sacrifícios?
Ele suspirou como se o pensamento lhe doesse.
—Ele finge que alguém traiu à manada e simplesmente os joga para deixar-lhe aos Daimons. Meu irmão Fang e eu fomos os últimos sacrifícios que ele fez. Eu sabia que
enviaria assassinos para nos matar uma vez que os Daimons não voltaram para compartilhar o poder com ele.
Ela não podia imaginar nada pior que isto. Seu pai o tinha sacrificado para morrer. Sua mãe o odiava e com muito gosto o mataria, também.
Seu pobre lobo. Não lhe assombrava que tivesse ido a ela.
—OH Vane, sinto muito.
—Está bem. Só estou surpreso que meu pai esperasse tanto tempo para nos trair. Penso que a única razão pela que não o fez antes foi que, apesar de todas suas faltas,
ele queria a minha irmã Anya mais que a tudo, e ela nos amava. Enquanto que ela vivesse, não acredito que ele queria lhe fazer dano nos matando. Mas imediatamente
depois que ela morreu...
—Ele foi atrás de vocês?
Ele assentiu.
Ela aproximou sua cabeça a seus seios e o sustentou ali, esperando fazer tudo ficar melhor, sabendo que não poderia. Mas ao menos Vane pareceu estar em paz com o
passado e com seus pais e seu ódio irracional contra ele. Sua força a assombrou. Ela não conhecia nenhum outro homem que pudesse ter tido seu passado e sua dor e
ser tão compassivo e carinhoso.
—Como era sua comunidade? —perguntou, pensando em que outras cicatrizes escondia com semelhante dignidade.
—Não sei. Vivemos como animais. Ficamos sobre tudo em forma de lobo a não ser que nos dirijamos às cidades para algo.
—Por comida?
—Ou sexo. O sexo é muito mais agradável como humano que como lobo. Há muita mais estimulação, sobre tudo para nossas fêmeas.
Isso era algo que ela não queria considerar. Não gostou de pensar no Vane com alguém mais. Mas ao menos ela não tinha medo de que ele a enganasse. Havia muito que
dizer sobre isto. Sua própria irmã atualmente atravessava um divórcio por este mesmo tema.
—Assim viveu a maior parte de sua vida como lobo? —perguntou.
Ele assentiu.
—Para o Katagaria é realmente fácil já que o lobo é sua forma inicial. É a forma em que descansam ou se recuperam quando lhes fazem mal.
—Mas você é Arcadiano.
Ela pôde saber, pela forma em que ficou rígido, que isso o incomodava.
—Sim. Por isso para mim, era uma tortura implacável me manter em forma de lobo. Um dos motivos pelo que sou tão forte magicamente é que tive que aprender a canalizar
meus poderes para poder permanecer lobo enquanto lutava, era ferido, ou dormia. Coisas que eu deveria fazer como humano.
—E a tatuagem sobre seu rosto?
—É mais uma marca de nascimento - Ele soltou um profundo suspiro e esta reapareceu sobre seu rosto.
Bride percorreu o desenho cheio de voltas que era de uma maneira estranha, formoso.
—Os Sentinelas são guardiães Arcadianos - explicou—. Uma vez que um Arcadiano termina sua puberdade, as Destinos escolhem ao que eles pensam que é bastante forte
para proteger o mundo dos Assassinos ou de quão animais estão aí fora para caçar aos Arcadianos e ao gênero humano.
Ela se estremeceu enquanto entendia o que lhe dizia.
—Então vivia com lobos quando te voltou humano, e logo te converteu em seu pior inimigo.
—Sim.
Seu coração sofreu por ele.
—Deve ter estado aterrorizado. Por que não foi embora?
—Provavelmente deveria tê-lo feito, mas eu era jovem e estava assustado. Eu não sabia nada sobre os Arcadianos e menos sobre os humanos. Recorda, eu era um lobo
quando pequeno. Aos nossos jovens nunca lhes é permitido aproximar-se dos verdadeiros humanos. Eu não tinha nenhuma idéia de como me dirigir ou interagir com seu
mundo. Por isso foi que fiz meu trato com o Acheron para que me levasse ao passado para encontrar a minha mãe. Pensei que se lhe dissesse que não era mais um animal,
ela me ajudaria a me adaptar.
—Mas não ela o fez.
—Não. Ela me chamou de mentiroso e me afugentou.
Ela poderia matar Bryani por isso. Que tipo da mãe seria tão cruel? Mas claro, a crueldade existia em todas as partes do mundo mesmo que não devesse.
—Enquanto isso Fury passava pelo mesmo, mas ao reverso.
—Sim.
Ela não sabia qual dos dois o tinha sido pior. Era provavelmente Fury. A diferença de Vane, ele não tinha tido um irmão e uma irmã para aceitá-lo.
—Então voltou para sua manada depois de te encontrar com a Bryani?
Ele assentiu.
—Era tudo o que conhecia e não podia pedir ao Fang e a Anya que partissem por minha causa. Pensei que se meu pai me matasse, ao menos eles ainda teriam uma casa
e estariam protegidos.
—E ninguém jamais soube a verdade sobre sua mudança de forma inicial?
—Somente Fang e Anya, e ao que parece Fury. Eu deveria saber quando ele veio a nós. Mas sempre se mantinha encerrado em si mesmo. Stefan e outros tentaram convertê-lo
em um Omega, mas ele não aceitou. O que lhe falta de magia, compensa-o com força bruta e a iniciativa de matar a qualquer que lhe cruze o caminho.
Bride fez uma pausa, com sua mão no cabelo dele enquanto tentava entender seu mundo.
—Omega?
Vane beijou seu estômago. —Em cada manada, há uma cabeça de turco que os outros lobos usam para se alimentarem. Este é sempre um macho e o chamam o lobo Omega.
—Isso é horrível.
Ele se levantou para olhá-la.
—Assim é a natureza e somos animais. Disse que queria me conhecer e estou respondendo todas suas perguntas sobre meu mundo, por mais horríveis que possam ser as
coisas.
Bride tentou imaginar ao Vane que ela conhecia como um ser frio e desumano. Era difícil quando ele a olhava com tal amor e desejo em seus olhos.
—Alguma vez usou o Omega?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Eu em geral estava entre o Omega e os outros. É pelo que a manada me odeia. Fang sempre pensava que eu era um idiota por me incomodar.
Seu coração se levantou ante isto. Ele era um homem bom, inclusive quando era um lobo. Ela não deveria ter duvidado dele.
—Não acredito que seja um idiota. Penso que é maravilhoso.
Ele a beijou por isso.
Alguém bateu na porta.
—Hei! Vane - disse Otto do outro lado—. Pensei em lhes dizer que o jantar é em uma hora, se vocês moços desejam comer com o Valerius, estejam no salão pontualmente
ou ele terá uma fusão nuclear.
—Ele quer que nos vistamos para o jantar? —perguntou forte Vane.
—Certamente, mas levarei umas calças curtas e uma camiseta.
Vane sorriu.
—Ele vai matar-te, Otto.
—Isso espero. Vejo-os mais tarde moços —. Ela ouviu os passos do Otto que retrocediam pelo corredor.
Bride jazia de costas na cama, assombrada ao compreender que não estava nada preocupada em esconder seu corpo, perto de Vane. Ela deveria estar, considerando o bem
formado que ele estava. Mas não estava.
Era tão estranho estar com um homem que a aceitava com defeitos e tudo. Ele não tentava mudar nada nela. Isto era uma grande mudança.
Ela pôs sua mão contra sua bochecha com costeletas e bebeu com os olhos sua magra e lânguida beleza.
Mas no fundo de sua mente estava essa horrível voz que seguia sussurrando... “Todas as coisas boas devem terminar”.
—Acredita no amor eterno, Vane?
Ele assentiu.
—Quando se vive durante centenas de anos, vê todo tipo de coisas.
—Como alguém conhece a diferença entre isso e um amor?
Ele se sentou entre suas pernas, logo suspendeu seu braço para abraçá-la.
—Não acredito que haja uma diferença. Penso que o amor se parece com um jardim. Se te ocupar e o cuidar, converte-se em amor. Se o descuidar ou abusar morre. O único
modo de ter amor eterno é não deixar nunca que seu coração esqueça o que é viver sem ele.
Sua sabedoria a deixou pasmada. Bride se afastou para lhe olhar fixamente com incredulidade.
—Isso é profundo, especialmente vindo de um homem.
—Era o que Anya sempre dizia - A tristeza nos olhos dele fez que seu coração se encolhesse.
—Sinto não ter podido conhecê-la. Soa como se ela fosse uma mulher maravilhosa.
—Era.
Bride franziu o cenho enquanto uma idéia a golpeava.
—Você não pode voltar para passado e visitá-la? Ou ainda melhor, salvá-la?
Ele colocou sua cabeça sob seu queixo e acariciou seu braço.
—Em teoria, sim. Mas se supõe que não. O tempo é um objeto muito delicado e não é algo que deveria ser embrulhado ligeiramente. Quanto a salvá-la, não. As Destinos
têm um modo repugnante de tratar com quem viola seu território. Uma vez que uma vida termina, tendem a estar realmente zangados com qualquer que os desafie.
—Soa como se já tivesse cometido o engano.
—Eu não. Mas conheço alguém que o fez.
—Fang?
—Não, e não trairei a essa pessoa nomeando-a. O destino é o destino e nenhum mortal deveria desafiá-lo.
—Mas como sabemos qual é nosso destino? Devo estar contigo ou não?
—Não sei Bride. O único que conheço que poderia responder isso é Ash e ele não fará.
Ela encontrou isso difícil de acreditar.
—Ash tem quantos... Vinte e um anos?
—Não. Ele tem onze mil anos e é mais sábio que qualquer que tenha conhecido. Não há nada, passado, presente, futuro, que ele não saiba. O único problema é que não
compartilhará esse conhecimento. Isso realmente me enche o saco a maior parte do tempo. Tem a tendência a dizer que fazemos nosso futuro por nossas decisões, mas
ele sabe o que vamos decidir antes que nós o decidamos assim, por que ele não nos diz isso não o entendo.
—Porque aprende de seus enganos - disse ela enquanto compreendia a razão—. E se você escolher mau e resultar mau, não pode culpá-lo porque ele te disse o que fazer.
Da mesma maneira, se resultar bem, você pode tomar o crédito de ter tomado a decisão correta. Bom ou mau, esta é nossa vida para fazer o que acreditamos ser adequado.
Jesus, esse moço é inteligente.
Vane riu de suas palavras.
—Ele não é um moço, mas o resto é bastante verdadeiro.
Ela esperou que lhe perguntasse que decisão estava contemplando, mas não o fez.
Em troca, ele a sustentou entre seus braços, como se estivesse simplesmente satisfeito com este momento. Parte de Bride também estava contente, mas a outra parte
assustada. Qual seria a coisa correta a fazer?
Ela queria ficar com ele, mas onde? Ela não era um lobo para viver fora no hábitat natural e ele não era a classe de homem que estaria contente possuindo um negócio
no French Quarter.
Ao fim do dia, Vane era selvagem e indomável. Ele não era somente um homem. Ele era um guardião.
E um lobo.
Ela se retirou para lhe olhar. Tudo o que ela queria era mantê-lo assim para sempre.
Mas ela realmente poderia domesticar a este homem? E ela a sério, realmente, queria passar o resto de sua vida olhando para trás por sobre seu ombro com medo que
seus pais ou seu irmão Der viessem por eles ou por seus meninos?
Essa era uma proposição arrepiante.
E o relógio fazia tictac para eles. Em uns poucos dias teria que tomar uma decisão que poderia fazê-los extremamente felizes ou completamente miseráveis, O...
Poderia matá-los.

CAPITULO 11

Uma hora depois Bride descia sozinha. Vane tinha “criado” um vestido muito bonito de veludo cor verde esmeralda escuro. Ele a tinha deixado na casa de Valerius com
o Fury enquanto ele ia ao Santuário a ver se um dos Were-Hunters ou qualquer ali poderia lhe dizer um pouco do Fang ou possivelmente rescindir seu desterro o tempo
suficiente para checar a seu irmão.
Bride alisou seu cabelo nervosamente enquanto baixava a escada. Não estava segura do que esperar de um vampiro que caçava Daimons. A diferença da Tabitha, ela nunca
tinha conhecido a um antes. E isso teria ajudado se Otto não tivesse saído da casa tão logo depois de Vane.
Enquanto baixava a escada, notou que os pasteizinhos não estavam nas estátuas. Ela sorriu, a seu pesar.
Entrou no elegante salão para encontrar a um homem alto, de cabelo negro que estava de pé lhe dando as costas enquanto olhava fixamente pelas janelas o jardim traseiro.
Sua postura era rígida, inflexível. Ele levava seu cabelo preso em um perfeito rabo de cavalo e estava vestido com um traje negro de seda feito sob medida, obviamente
caro.
Ele inclinou sua cabeça como se sentisse sua presença.
Enquanto se girava, ela se deteve.
Ele era um homem incrivelmente formoso. Os olhos negros olhavam fixamente de um rosto esculpido cuidadosamente pela classe correta de genes. Tinha um nariz longo,
saliente e os lábios estavam apertados em uma linha firme que era inflexível e áspera. Ele era, sem dúvida, a pessoa mais intensa que Bride jamais encontrou.
Não era assombroso que Otto estivesse em tão mau momento. Era óbvio que este homem não tinha nenhum senso de humor e tomava tudo muito seriamente.
—Você deve ser Bride - disse naquele estranho acento italiano que Otto tinha marcado perfeitamente—. Sou Valerius Magnus. Bem-vinda a meu lar.
Com seu porte real, ela sentiu um momentâneo impulso de fazer uma reverência ante ele.
—Obrigado por me deixar ficar aqui.
Ele inclinou sua cabeça com a rígida formalidade da realeza.
—Por favor - disse ele, indicando uma poltrona de veludo negro—. Sente-se. O jantar estará servido pontualmente sobre a mesa em cinco minutos. Farei que um criado
lhe traga vinho enquanto esperamos.
Bride nunca tinha estado mais complexada em sua vida que quando ia caminhando através da sala para sentar-se naquela cadeira. Este vampiro realmente parecia antigo
e poderoso.
Sobre tudo, tinha boas maneiras e era a encarnação da criação Patrícia.
Valerius se moveu para um intercomunicador onde pressionou um botão e, em efeito, ordenou vinho para ela.
Uma vez que terminou, ele voltou para seu lado.
—Peço desculpas por que minha casa não estava em ordem quando chegaram.
Ela olhou ao redor do quarto perfeitamente acomodado
- Como que?
—As estátuas - disse ele com apenas um leve gesto de desprezo em seu lábio—. Pode estar tranqüila que Tony Manero* foi apropriadamente castigado por suas ações —Ela
o ouviu resmungar pelo baixo— É uma pena que nestes dias e época não se possa golpear aos serventes.
—Tony Manero? —perguntou ela, assombrada de que um homem como Valerius conhecesse o personagem de um filme como Saturday Night Fever.
—Otto - disse ele com desdém—. Ainda não posso acreditar que o Conselho me enviasse isso. Pedi-lhes um Escudeiro italiano, não um olho-italiano*.
Bride pôs-se a rir. Ela não pôde conter-se. OH, Valerius tinha bom senso de humor. Só que era um muito, mas muito, seco.
Seu rosto se abrandou um grau ante o som da risada dela, e nesse momento, Bride suspeitou que Valerius não era nem tão frio e nem tão formal quanto parecia. Que
uma parte secreta dele em realidade gostava de compartilhar a risada, mas que seu comportamento gelado mantinha a todos afastados dele.
Fury apareceu na sala, justo diante deles. Como ela, ele ainda se movia nervosamente com sua roupa, que estava um pouco enrugada.
—Maldição - disse Fury baixo—. Um dia dominarei esta merda se não me matar - Ele levantou o olhar e se ruborizou como se não fosse consciente que já tinha chegado
—. Lamento chegar tarde - Ele limpou sua garganta e se endireitou.
Valerius arqueou uma majestosa sobrancelha ao Were-Hunter.
—Você deve ser Valha - disse Fury, estendendo sua mão.
—Valerius - lhe corrigiu com um olhar de fulgor ártico. Ele olhou ironicamente a mão do Fury e não fez nenhum movimento para tomá-la.
Fury levantou seu braço e cheirou sua axila.
—O que? Eu tomei banho - Sacudindo sua cabeça, Fury colocou ambas as mãos em seus bolsos—. Otto tem razão. Alguém tem que te tirar esse pau do rabo e te golpear
com ele.
Bride cobriu sua boca para evitar rir de algo que Valerius obviamente não encontrava gracioso. A ele poderia gostar de rir, mas não dele mesmo.
—Como disse? —grunhiu Valerius, dando um passo adiante.
—Vinho para a senhora?
Bride deu volta para ver um homem mais velho vestido com jaqueta negra e gravata, entrando com uma taça de vidro com vinho tinto para ela.
Valerius pareceu manter-se sob controle.
—Obrigado, Gilbert - disse, voltando de novo para sua pomposa superioridade.
O criado inclinou sua cabeça.
—Sua senhoria quisesse outra taça para seu novo convidado?
Bride poderia lhe dizer que Valerius preferiria lhe dar uma patada no traseiro de Fury, mas as boas maneiras ditavam o contrário.
—Sim. Mas traz em uma tigela.
O criado partiu para completar sua nova diligência.
—Realidade —disse Fury— Bride, sério, não posso ficar aqui com ele me olhando como se tivesse medo que fosse urinar em seus tapetes ou algo parecido. Não quer vir
comigo comer um hambúrguer?
Sim, queria, mas havia algo no Valerius que dizia que estava ferido pelas palavras de Fury. Isto não tinha sentido. Mas havia, definitivamente, certa dor escondida
nesses olhos de meia-noite.
—Penso que ficarei.
—Bem, o problema é seu - Fury desapareceu da sala.
—Não tem que ficar, Bride - disse Valerius silenciosamente—. Pedirei o carro e segurança se você deseja partir.
—Não, está bem, sério.
Ela poderia ter jurado que o ar no quarto subiu pelo menos trinta graus. Melhor ainda, Valerius pareceu relaxar-se um pouco durante o curso das seguintes duas horas.
Ele em realidade pareceu um pouco humano.
Bride descobriu um lado extremamente gracioso nas opiniões do Valerius sobre o mundo em nossos dias. Ela conseguiu dar uma percorrida completa da casa e os jardins
assim como fascinantes imagens de como a realeza romana vivia.
—Então este era você? —perguntou ela enquanto os dois estavam de pé fora, em seu pátio. Ela estava diante de uma estátua de mármore de um general romano cheio de
insígnias militares. Não se podia negar a semelhança nos traços faciais entre a estátua e o homem ao lado dela.
—Não - disse ele, seu tom gelado pela primeira vez em horas—. Ele era meu avô e ele foi o maior general em seus dias - Havia orgulho em sua voz, mas estava derrubado
por algo que soava estranhamente próximo à vergonha.
—Ele repeliu aos Gregos e reclamou Roma para nossa raça. De verdade, ele foi quem destruiu a ameaça e quem sem ajuda de ninguém aniquilou ao maior general grego
que alguma vez tenha vivido... Kyrian da Tracia —. Verdadeiro ódio brilhava em seus olhos, mas ela não estava segura a quem se estava dirigindo. A seu avô ou ao
Kyrian.
—Você quer dizer Kyrian Hunter? —perguntou Bride—. O cara com uma Minivan que vive a umas quadras?
Os olhos de Valerius brilharam ante isto.
—Ele conduz uma Minivan? —não havia nenhuma dúvida de sobre o humor em seu tom.
—Bom, sim. Eu o vi estacionando-a diante de sua casa e sei pela Tabitha que Amanda conduz um Camry.
Ele não disse nada mais durante uns minutos e Bride não teve nenhuma pista quanto a seu humor.
Então ela olhou fixamente a seu avô, quem demandava atenção incluso séculos mais tarde.
—Você se parecem muito.
—Sei e esperava seguir seus ilustres passos.
—Você?
Esta vez não houve nenhuma dúvida sobre a vergonha em seus olhos antes que ele afastasse seu olhar dela.
—Quando meu avô morreu, houve desfiles durante toda uma semana de gente que chorava seu falecimento - Ele levantou seu brandy para seu avô em uma saudação silenciosa.
De todos os modos ela viu através de sua fachada.
—Você não queria?
Valerius pareceu surpreso por suas palavras.
—Invejei cada fôlego que ele tomou - disse tranqüilamente, logo trocou o tema de discussão a sua recente mudança de Washington ao antro de iniqüidade que a maioria
da raça chamava carinhosamente Nova Orleans.
Enquanto se dirigiam de volta para a casa, Vane apareceu ao lado dela.
O coração de Bride se enfraqueceu imediatamente com sua presença.
—Sinto ter demorado tanto tempo - disse Vane antes de beijá-la na bochecha. Seu aroma a rodeou, fazendo que seu coração palpitasse em sua presença. Era bom tê-lo
de novo com ela.
—Eles lhe deixaram vê-lo?
Ele assentiu.
—Está melhor? —perguntou Valerius, surpreendendo-a com a profunda e sincera preocupação que escutou em sua voz. Enquanto tinham jantado, tinha-lhe contado da noite
que os Daimons tinham atacado a manada de Vane e como ele, Acheron, Vane, e Fang os tinham afastado.
Sobre tudo, Valerius lhe tinha contado como os dois lobos tinham reagido ante a morte de sua querida irmã.
Como a última imagem que tinha tido de Vane era dele levando o corpo de sua irmã para enterrá-lo.
—Não - disse Vane com um suspiro—. Ele ainda está em coma.
—Desculpam-me? —Valerius deu um passo atrás e inclinou sua cabeça, por volta deles—. Já que agora está aqui, despedirei-me e irei atender meus deveres.
Valerius deu três passos, logo fez uma pausa e se voltou para eles.
—A propósito, Vane, tem a mais encantadora das companheiras. De verdade seria uma pena para o mundo perder um tesouro como ela. Minha espada está sempre a sua disposição
para o que ordenes e minha casa está aqui para ti enquanto ela necessite amparo.
Ele deu volta com um giro imperioso e rapidamente os deixou sozinho.
Bride não sabia qual dos dois estava mais atordoado pela nobre declaração do Valerius.
—O que lhe fez? —perguntou-lhe Vane.
—Nada. Somente jantamos e percorremos a casa e os jardins.
Ele sacudiu sua cabeça com incredulidade.
—Já vejo, realmente é mágica - Ele agarrou sua mão e colocou um doce beijo sobre seus nódulos que fez que lhe tremesse o estômago. Acomodando sua mão na curva de
seu braço—, Mostrou-se encantadora esta noite — disse, então fez aparecer uma rosa de caule comprido do nada.
Bride tomou e a cheirou.
—Se está tentando me seduzir, Vane, chegou um pouco tarde. Neste momento, sou uma coisa bastante segura para ti.
Ele riu.
—Em meu mundo a única coisa sobre a que sempre estou certo consiste em que alguém muito provavelmente está à espreita na próxima sombra para tentar me matar.
Ela parou e franziu o cenho.
—Não está brincando, verdade?
—Desejaria estar. É que estar assim contigo me assusta. Não posso afastar a sensação de que vou perder-te de algum modo.
Ela colocou um dedo sobre seus lábios.
—Não fale assim. Tenha fé.
—Bem —disse ele, beijando seu dedo—Me diga o que queria fazer esta noite?
Ela deu de ombros.
—Não me preocupa, enquanto esteja contigo.
—É fácil, verdade?
—Shh - disse ela, sustentando seu dedo sobre seus lábios—. Não deixe que ninguém mais saiba.
Ele sorriu.
—Direi-te o que faremos. Ainda não comi. Quer ir procurar alguns beignets e logo dar um passeio em carruagem pelo Garden District comigo?
Os olhos de Bride nesse momento se encheram de lágrimas pela oferta. Ela tinha vivido em Nova Orleans toda sua vida e nunca tinha dado um passeio em carruagem antes.
Eram terrivelmente caros. Seu pai sempre tinha pensado que era atirar dinheiro ao lixo para alguém que vivia em Nova Orleans, e como adolescente, ela não podia permitir-se
cento e cinqüenta dólares.
Quanto ao Taylor...
Ele tinha estado muito preocupado porque alguém o visse e risse do "respeitável" apresentador que fazia algo tão infantil.
—eu adoraria.
—Bem - Ele se agachou e a beijou profundamente.
Quando se retirou, ela se encontrava de pé na traseira área escura do Mercado Francês, a uns passados do legendário Café Du Monde.
—Não se preocupe. Ninguém nos viu - disse, lhe piscando um olho.
—Você realmente tem uma motocicleta. Vi verdade?
—Sim. Mas Amanda e Grace disseram que você não ia quere andar nela comigo enquanto usasse vestido.
Ela olhou para o caro veludo verde.
—Pensando nisso, realmente não estou vestida como para beignets, tampouco.
—Não se preocupe. Posso te prometer que não terá uma só mancha de pó sobre seu vestido.
—Pode fazer isso?
Dirigiu-lhe um zombador e arrogante sorriso.
—Neném, não há muito que não possa fazer.
—Então vamos, Sir Lobo.
Vane a conduziu a uma pequena mesa em um lado do restaurante. Assim que eles se sentaram um garçom veio para pegar seus pedidos.
—Eu tomarei uma porção de beignets e chocolate com leite, por favor - disse Bride.
—Quatro porções de beignets e um café au lait*.
Bride ficou boquiaberta.
—Vai comer tudo isso?
—Disse que tinha fome.
Ela tremeu enquanto o garçom ia.
—Espero que os Arcadianos não tenham diabetes.
—Não temos. Somos de uma estranha maneira imunes a tudo exceto o comum resfriado e um par de enfermidades estranhas que são únicas em minha raça.
—Que tipo de enfermidades?
—Nada pelo que tenha que preocupar-se. O pior é uma que nos tira nossa capacidade para fazer magia.
Ela se estremeceu e tentou imaginar-se ao Vane sem seus poderes. Isto muito provavelmente o mataria.
—É isso o que está mal com sua mãe? Ela disse que não podia viajar pelo tempo.
—Não, isso o fazia meu pai. Depois que ela o castrou e antes que seus próprios poderes se esfumaçassem, tirou a maior parte de seus poderes dela para assegurar-se
que não voltasse a matá-lo.
Bride fechou seus olhos em pormenorizada dor.
—Bom Deus, que má relação tinham?
—Sim. Mas francamente, é por minha mãe por quem sinto pena. Meu pai não tinha por que lhe fazer dano. Ele conseguiu o que merecia no que a mim concerne. Somente
desejo que houvesse algum modo de voltá-la completa outra vez.
Bride tomou sua mão na sua e a sustentou apertada.
—Não posso acreditar que possa mostrar compaixão por ela, considerando o que estava disposta a te fazer.
—É só por que te encontrei a tempo. Se eles tivessem prejudicado um cabelo de sua cabeça, não teria deixado nem a um deles bem.
Um tremor desceu por sua coluna ante o tom mortal de sua voz. Ele quis dizer isso e ela não tinha nenhuma dúvida que ele pudesse matar a alguém.
Ela se reclinou enquanto o garçom retornava com seus pedidos e os colocava sobre a pequena mesa redonda.
Bride olhou fixamente a seus três pasteizinhos com cautela.
—Eles não lhe morderão - brincou Vane—. Olhe - Ele recolheu um guardanapo e a sustentou por debaixo do polvilhado beignet, logo deu uma dentada. Suas palavras foram
certas, o açúcar pulverizado não voou como normalmente fazia.
Decidindo confiar nele, ela seguiu o exemplo e rapidamente encontrou que enquanto Vane estivesse com ela, em realidade poderia comer um destes sem fazer uma confusão
total.
A idéia em realidade a fez rir bobamente.
Bride comeu dois dos dela e bebeu seu leite enquanto Vane terminava todos os seus.
—Não vais comer esse? —perguntou ele.
—Estou cheia —Então ante o olhar suspicaz dele, adicionou —Juro. Valerius me deu um jantar completo de cinco pratos.
—Bom pra ele. Melhor que alimente a minha mulher.
Sacudindo sua cabeça, ela empurrou seu beignet para ele.
—Adiante, sei que o quer.
Ele não discutiu.
Assim que o teve despachado, ficou de pé e a ajudou a levantar-se. Ele passou seu braço ao redor de seus ombros e a sustentou perto enquanto passeavam pela rua para
onde as carruagens estavam alinhadas, tudo ao longo do Decatur.
Vane lhe conduziu ao primeiro e a ajudou a subir à parte traseira. Bride se localizou comodamente enquanto ele pagava à condutora, logo se uniu a ela.
Ele a embalou contra seu peito enquanto a condutora com cuidado impulsionava ao cavalo, Caesar, pela rua, para o Garden District.
— Vocês dois são recém casados? —perguntou Michaela, a condutora.
Vane a olhou.
—Suponho que somos - disse Bride, não segura do que outra forma responder a pergunta da Michaela.
—Isso eu pensei. Vocês têm essa aparência de felizes apaixonados. Sempre posso notar.
Bride fechou seus olhos enquanto inalava o quente aroma masculino de Vane e considerava quanto gostaria de comer-lhe. Ela poderia ouvir seu coração pulsando sob
sua bochecha enquanto os cascos do cavalo ressonavam pelo French Quarter. A música de vez em quando fluía dos edifícios e dos carros que passavam: jazz, zydeco,
rock, e até todas country de tanto em tanto.
O ar era um tanto frio, se não a noite seria extremamente agradável. Sua cidade natal nunca lhe tinha parecido mais encantadora. E quando ela passou a rua de sua
loja, sorriu enquanto recordava quando viu o Vane ali pela primeira vez.
De todos os modos, parecia que tivesse passado uma eternidade.
Vane baixou sua cabeça para que sua bochecha descansasse sobre o topo de seu cabelo enquanto ele pegava seu rosto com sua mão.
Eles não falaram enquanto a condutora indicava lugares conhecidos e edifícios.
Vane não podia respirar enquanto sustentava a Bride. Acariciar sua pele que era como acariciar cetim. Ela era tão preciosa para ele. Ele se sentia como se tivesse
nascido de novo no primeiro dia que a viu com aquele toque de tristeza em seus olhos no posto de artesanatos da Sunshine.
Ele não queria pensar em um futuro sem ela.
Enquanto visitava o Fang, tinha contado a seu irmão tudo sobre Bride. Ele tinha esperado que isso pudesse tirar o Fang de seu coma.
Não pôde.
Se algo fez, pareceu ser deprimir ainda mais a seu irmão.
Como desejava conhecer algum modo de alcançar ao Fang. Uma parte dele se sentia culpado porque Bride o fazia feliz enquanto seu irmão era tão miserável.
Mas ele não queria voltar para modo em que ele tinha sido antes de havê-la encontrado. Pela primeira vez em sua vida, ele não tinha que ocultar-se de sua amante.
Era tão incrível ser completamente honesto sobre quem e o que era.
Ela não o julgava ou odiava por coisas que não eram sua culpa. Ela o aceitava e esse era o maior milagre de todos.
Muito logo, a carruagem retornou ao Decatur. Vane desceu primeiro, logo ajudou a Bride a descer. Deu uma gorjeta à condutora, logo tomou sua mão e lhe conduziu para
a Catedral de São Luis.
—Quer ir dançar?
Bride se mordeu o lábio ante sua oferta. Ela não tinha ido dançar em anos.
—Eu adoraria.
—Tem um clube favorito?
Ela sacudiu sua cabeça.
—Hmmm, não posso te levar ao Santuário, ainda estou em uma espécie de desterro por ter atacado a um de meus companheiros de manada. Ao Ash e ao Simi gosta de ir
dançar a um lugar chamado Masmorra, mas conhecendo seus gostos em música e clubes, duvido que nenhum de nós dois estejamos cômodo ali. Nick Gautier prefere Tentações...
Mas, outra vez, conhecendo o Nick, tenho a sensação que esse provavelmente não seja um bom lugar para ti, tampouco.
—Não, - disse ela com um sorriso ante a menção de um dos clubes para cavalheiros mais renomados de Nova Orleans—. Nós poderíamos tentar Tricou House no Bourbon.
Tabitha vai muito ali depois do trabalho. Certamente, ali procura vampiros para esfaquear, mas ela diz que eles têm boa música e comida.
—Bem, soa como destino.
Enquanto andavam pelo Pere Antoine Alley, Vane começou a reduzir a marcha de seu passo.
Bride franziu o cenho enquanto se separava dela e a punha detrás dele.
—Que é... —. Sua voz se desvaneceu enquanto via o que pareciam ser quatro homens loiros com uma atrativa morena. Ao princípio ela pensou que um dos homens estava
se entendendo com a mulher em um dos rincões, até que os outros três homens viram o Vane e amaldiçoaram.
—Detenha-se, Were-Hunter, - grunhiu um dos homens. Seu sinistro olhar foi para a Bride—. Tem muito que perder para brigar conosco.
—Deixem-na ir - disse Vane com uma voz mortal.
Eles não o fizeram.
—Fique aqui, - ordenou-lhe Vane antes de mover sua mão e enviar a dois dos vampiros para voar.
Antes que ele pudesse mover-se, algo brilhante cintilou no beco. Bride levantou sua mão para proteger seus olhos enquanto Vane proferia um grito desumano.
—Agarre a sua companheira - disse alguém.
Ela estava ainda cega pelo brilho. Alguém a agarrou violentamente. Sabendo que Vane nunca a trataria assim, ela deu uma maligna patada que fez contato com carne.
O vampiro se encolheu enquanto se dobrava sobre si mesmo.
Outro veio por ela. Justo quando ela estava segura que a tinha, desintegrou-se. Os outros dois correram para uma sombra e logo eles também se foram.
Bride se reforçou para lutar com a sombra que se aproximava até que se deu conta que era Valerius.
—Está bem? —perguntou-lhe.
Ela assentiu enquanto que sua visão se clareava o suficiente para que pudesse procurar o Vane. Ele estava a uns passos da mulher, que parecia estar inconsciente.
Bride se congelou quando o viu. Ele cintilava uma e outra vez de um humano nu a lobo.
Horrorizada, ela não pôde mover-se.
Valerius correu para ele, tirando seu telefone celular.
—Acheron, tenho um Código Vermelho com o Vane no Pere Antoine Alley. Ele foi golpeado por algo ele...
Acheron apareceu imediatamente ao lado dela.
—Está bem, Bride? —perguntou.
Ela assentiu.
Ash cintilou de seu lado até o Vane. Ele tomou a cabeça de Vane entre suas mãos, e com outro brilhante cintilo, Vane voltou a humano. Arqueando suas costas, Vane
gritou como se alguma horrenda dor o atravessasse.
—Tranqüilo - disse Ash enquanto Valerius checava à mulher.
Bride correu para o Vane, quem jazia sobre suas costas, agora completamente nu. Havia lágrimas nos olhos dele.
Ash deslizou sua mão sobre ele, e uma camiseta e os jeans apareceram sobre seu corpo. De todos os modos Vane não se moveu.
—Tomará uns segundos mais orientar-se, - explicou-lhe Ash. Ele procurou o general romano—. Como está à humana, Valerius?
—Está viva. Cuida de Vane e a levarei a um hospital —. Valerius a recolheu da rua, e tomou em braços, e se dirigiu para o Royal.
Bride se ajoelhou e levantou a cabeça de Vane em seu colo. Sua marca de nascimento estava de novo em seu rosto, e seu corpo inteiro estava tenso e tremente.
—O que lhe aconteceu? —perguntou ao Ash.
—Os Daimons devem ter vindo..., e odeio usar a estúpida palavra, um phaser*.
—Como no Star Trek?
—Em certo modo. Esta é uma arma de Sentinela que foi desenvolvida para os Katagaria. Mais forte que um taser*, isto envia uma atroz descarrega de eletricidade à
vítima desejada. Sempre que um Were-Hunter de qualquer espécie é golpeado, sua magia se volta louca e eles perdem todo o controle sobre si mesmos. Nem sequer podem
manter uma forma. Se eles são golpeados com uma sacudida o bastante forte, literalmente caem de seus corpos e se convertem em seres não corpóreos como um fantasma.
Vane tomou sua mão na sua.
Bride baixou a visão para ele e lhe ofereceu um sorriso tentador.
—Está bem, lobo? —perguntou-lhe Ash.
Vane ainda tremia.
—Para que diabos foi feita essa coisa?
—Para matar seria minha conjetura. Mas por sorte não funcionou.
Ash o ajudou a levantar-se devagar.
Vane cambaleou e teria caído se Ash não o agarrasse.
—Tranqüilo lobo. —Ash estendeu a mão e tocou a Bride, logo os cintilou a seu dormitório na casa do Valerius.
Preocupada com o Vane, Bride se manteve afastada enquanto Ash o ajudava a deitar-se na cama. Vane se derrubou assim que Ash o liberou.
—O que posso fazer para ajudá-lo? —perguntou ao Ash.
—Nada realmente. Levará tempo para que a eletricidade deixe de saltar entre suas células. Não o mova muito já que isso tende a fazê-los adoecer nesta condição.
—Bem. —Ela soltou um suspiro aliviado—. Somente estou contente de que sua mãe não tivesse nada ter como isto.
—Estou certo que eles tinham. Mas conhecendo o Vane, duvido que eles tivessem tempo para usá-lo sobre ele. Os Weres sabem que devem esperar phasers dos de sua própria
raça. É estranho que os Daimons os usem.
Ele olhou de novo ao Vane.
—Eu deveria te advertido sobre isto. Já que há tantos Weres em Nova Orleans, os Daimons aqui são um pouco mais inteligentes que o resto.
—Chega, Ash, - disse Vane em um tom crispado.
—E com essas palavras, deixarei-os sozinhos e voltarei para minha patrulha. Paz.
Assim que Ash desapareceu, Bride se sentou sobre a borda da cama, ao lado de Vane.
Era bastante estranho vê-lo com a marca de nascimento sobre seu rosto. Ela a tocou com sua mão.
—Assustei-te? —perguntou Vane.
—um pouco, - respondeu francamente—. Mas essas criaturas me assustaram muito mais. São sempre assim?
Ele assentiu.
—Deus querido, Vane, vive em um mundo muito horripilante.
—Sei.
Bride se sentou ali em silêncio enquanto várias possibilidades de como essa noite poderia ter resultado passavam por sua cabeça. Depois da maneira em que Vane a
tinha salvado no passado, ela tinha pensado que ele era impermeável a tudo.
Agora ela averiguou que ele tinha um muito verdadeiro, e muito perigoso, calcanhar de Aquiles.
—Quão mal deve ser o golpe para te fazer isto? —perguntou—. Quero dizer, a eletricidade estática o fará?
—Isso não fará que troque formas, mas não é cômodo. Quão principal temos que evitar são os golpes de saída, ou qualquer outra fonte de poder artificial, e os relâmpagos.
Algumas baterias têm bastante poder para nos mudar.
—E isto te deixa incapacitado?
Ele assentiu.
Bride fechou seus olhos enquanto um novo medo a percorria. Isto era aterrador dado que a raça que ia atrás dele sabia exatamente o que usar para matá-lo.
E se vinculassem, isso a mataria, também.
E se ela e Vane tinham meninos um dia... O que aconteceria? E se Valerius não tivesse chegado?
Ou pior, e se os policiais ou alguém mais tinha visto o Vane mudar de forma? Ambos seriam detidos e levados quem sabe onde para ser estudados e dissecados. Ela havia
visto suficientes episódios de Arquivo X para saber que o governo não aceitava amavelmente aos raros entre eles.
—Sinto que não conseguíssemos ir dançar - disse Vane cansadamente.
Bride deslizou sua mão sobre seu braço para confortá-lo.
—Não pense nisso.
Entretanto, ela não podia menos que pensar no que tinha passado essa noite.
Ela a sério queria ser parte de seu mundo, onde as pessoas dirigiam a magia como se não fosse nada? Onde eles saltavam dentro e fora de quartos, edifícios como sim
tal coisa? Ela seria uma humana rodeada por...
Ela estava aterrorizada de pensá-lo.
—Vane? Nossos meninos se parecerão com você ou a mim?
—Os genes do Were-Hunter são mais fortes e em geral dominantes. Em realidade não sei se nossos filhos serão Katagarias ou Arcadianos.
Isto a assustou ainda mais.
—Então essencialmente me diz que eu poderia dar a luz a filhotes?
Ele olhou ao longe.
Bride se levantou enquanto esse pensamento penetrava sua mente. Filhotes. Não meninos. Filhotes.
Concedido, ela conhecia raça que pensava em seus animais como meninos. Seus pais o faziam, mas isso...
Isso requeria muito mais análise antes que ela se comprometesse.

 

 

CAPITULO 12

Os dias se passaram enquanto Bride confrontava o que devia fazer. Uma parte estava desesperada por ficar com o Vane, enquanto que a outra estava assustada. Até agora
a tessera não tinha aparecido, mas isso não significava que pudessem ou devessem relaxar-se.
Agora era o Dia de Ação de Graças, e estava parada em seu dormitório na casa do Valerius com um nó no estômago. Seus pais a haviam convidado, junto com o Vane e
Fury a sua casa, para a reunião anual dos McTierney.
Tinha-lhe contado a sua família sobre seu novo "namorado" e não tinha idéia de como reagiriam ante ele. A ninguém de sua família lhe tinha gostado de Taylor e seu
ar de superioridade. De fato, seu pai raramente havia dito mais de duas palavras quando tinha levado Taylor a sua casa.
O que diriam se descobrissem que Vane e seu irmão eram lobos? Certo, gostavam dos animais, mas…
Só de pensar dava náuseas.
Respirando fundo, dirigiu-se escada abaixo para encontrar ao Fury e ao Vane esperando na sala de espera.
Fury vestia calças jeans azuis, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro negra. Vane levava calças jeans negras e um suéter de decote em V cinza e negro, com a
camiseta branca aparecendo por sobre o pescoço.
—Tenho que mudar? —perguntou- Fury ao Vane—. Jamais comi um jantar de Ação de Graças antes, e você?
—Não. Eu tampouco sei o que pôr. Perguntaremos a Bride quando descer.
Fury esfregou a nuca.
—Possivelmente foi uma má idéia.
—Não sei por que está te queixando, Fury. Ao menos você foi criado com o Arcadianos. Eu não tenho idéia do que implica uma festividade "familiar". À exceção dos
Peltiers, que são condenadamente estranhos, os Katagaria não celebram precisamente as festas.
—Ambos estão bem - disse Bride, entrando no cômodo. De algum modo era doce e encantador saber que estavam tão nervosos como ela—. Simplesmente não fala nada se alguém
lhes pedir. —Fury riu com apreensão. Vane parecia pouco divertido enquanto ficava de pé—. Não se preocupem - os tranqüilizou—. Meus pais não mordem. Muito.
Os lobos intercambiaram um olhar que dizia que não estavam tão certos a respeito disso, antes que Vane lhe oferecesse o braço e a conduzisse para a porta.
Bride se deteve nos degraus da casa do Valerius ao ver um elegante Jaguar XKR negro metalizado.
—Uau! —sussurrou—. De quem é o automóvel?
—Do Otto - disse Vane enquanto a levava para ele—. Como foi à Nova Jersey, a sua casa, para as festas, emprestou isso para a visita a sua família.
—Pensei que conduzia um arruinado Chevy IROC vermelho.
Fury riu com força.
—Faz isso para irritar ao Valerius. Guarda o Jaguar na casa do Nick para os fins de semana.
—Otto é tão mau - disse ela rindo, enquanto Vane lhe abria a porta e a deixava entrar enquanto que Fury passava à parte traseira pelo assento do condutor.
Um dia, Valerius ia matar a seu Escudeiro, que parecia não poder exasperar o suficiente ao Dark Hunter.
Uma vez que ela esteve dentro do automóvel, Vane fechou a porta e foi até seu lado. O homem tinha um andar que faria ofegar a qualquer mulher. Realmente, ninguém
deveria ser tão incrivelmente masculino.
Ele entrou no automóvel com um fluido movimento e o ligou. Bride lhe olhou fixamente as mãos enquanto tomava o volante e engatava a marcha. Se Fury não tivesse no
assento traseiro, provavelmente não chegariam à casa de seus pais, depois de tudo.
Vane tomou o volante com força enquanto escutava as indicações de Bride sobre como chegar à casa de seus pais, a qual ficava no Kenner, a mais ou menos vinte e cinco
minutos da do Valerius. Nunca tinha estado tão nervoso em sua vida. Pior ainda, Fury seguia removendo-se no assento de trás.
No fundo de sua mente, continuava repetindo-se que tinha que fazer isto. Se ia ficar com o Bride, ela queria que sua família o conhecesse. Não podia afastá-la das
pessoas a que tanto queria. Mas, ainda assim, isto era difícil como o demônio para ele.
Do que falariam?
Olá, meu nome é Vane e uivo à lua pelas noites, em forma de lobo. Deito-me com sua filha e não acredito que possa viver sem ela. Importa-lhes se tomo uma cerveja?
OH, e já que estamos me deixem lhes apresentar a meus irmãos. Este aqui é um lobo letal, conhecido por matar só porque o olhem torto, e o outro está entre a vida
e a morte porque uns vampiros lhe chuparam a vida, mal ambos tivéssemos sido sentenciados a morrer por nosso ciumento pai.
Sim, isto sairia realmente mal.
Quanto a isso, o que lhes diria Fury? Vane já tinha ameaçado de morte ao lobo se envergonhava a Bride de algum modo.
Vane só esperava não ser ele quem a envergonhasse.
Este era o maior fiasco esperando para ocorrer.
Muito logo estavam ingressando por caminho de entrada de uma casa nova, estilo Vitoriano. Já havia cinco automóveis estacionados ali.
—Meu irmão e irmã - disse ela antes de abrir a porta do automóvel.
—Dum dum dum, duuuum. —Fury cantarolou a canção do Dragnet do assento traseiro.
—Te cale, Fury - lhe disse Vane enquanto descia.
Embora, para ser sincero, o murmúrio do Fury lhe parecia um pouco tranqüilizador, já que lhe recordava ao excêntrico senso de humor do Fang.
Fury saiu por último e ficou atrás, do lado de Vane, enquanto Bride os conduzia para a porta principal.
Vane realmente sentia como se estivesse indo a sua execução. Pais. Aiii.
Bride bateu na porta, logo girou para lhes dar um sorriso de fôlego.
Vane lhe ofereceu um pálido, em resposta.
A porta se abriu para mostrar a uma mulher mais ou menos sete centímetros mais baixa que Bride, que tinha exatamente a mesma figura. Seu curto cabelo negro estava
abundantemente salpicado de cinza, e era uma versão mais velha do rosto de Bride.
—Bebê! —exclamou a mulher antes de aferrar a sua filha em um forte abraço. Enquanto abraçava a Bride, a mulher levantou o olhar para ele. Vane se sentiu doente,
e lutou contra o impulso de retroceder. Não porque pudesse, com o Fury parado nas escadas detrás dele—. Você deve ser Vane - disse alegremente a mãe de Bride—. Ouvi
tanto de você. Por favor, entre.
Bride entrou primeiro na casa. Vane ingressou e girou enquanto Fury, que tinha as mãos nos bolsos, unia-se a eles.
—Você deve ser Fury - disse sua mãe, estirando a mão para ele—. Sou Joyce.
—Olá, Joyce - disse Fury, estreitando-lhe a mão.
Vane esperava o mesmo, mas, em troca, Joyce o atraiu em um forte abraço. Aplaudiu-lhe as costas e o soltou.
—Sei que provavelmente estejam nervosos. Não o estejam. Só sintam-se como em casa e…
Um enorme rottweiler negro apareceu correndo da parte traseira da casa para saltar em cima de Vane.
—Titus! —exclamou Joyce.
O cão a ignorou enquanto se virava de costas, em uma postura total. Vane se inclinou e o acariciou, para fazer saber ao cão que reconhecia sua raça e para afirmar
sua própria hierarquia alfa.
—Bom, não é estranho? —disse Joyce—. Titus geralmente tenta comer a qualquer nova pessoa que conheça.
—Vane tem um dom com os animais - disse Bride vagamente.
Sua mãe sorriu.
—Bem, então encaixará perfeitamente aqui, no zoológico McTierney.
Titus se levantou e foi para o Fury para lhe lamber os dedos. Fury aplaudiu a cabeça do cão enquanto Vane olhava ao redor da acolhedora casa, que estava decorada
em um estilo campestre. Os sofás dourados eram amaciados e estavam cobertos de almofadas.
Um cabide de pássaros vazio se encontrava em um canto e um gigantesco aquário com peixes de água doce tinha sido construído na parede do fundo. Vane ouviu mais cães
no pátio, e algo que soava como uma coleção inteira de aves cantando escada acima.
—Os homens estão la fora - disse Joyce enquanto os conduzia para a parte detrás da casa, além de três terrarios que continham uma enorme jibóia constritora, uma
espécie de jacaré, e dois jerbos*—. Seu pai tem um novo cão de rua que chegou faz um par de dias, ao que ninguém pode tratar. A pobre coisinha não quer comer, e
tenta mutilar a quem se aproxime.
—O que lhe acontece? —perguntou Bride.
—Não sei. O controle de animais o tirou de uma sarjeta, e pensam que alguém deve tê-lo atirado ali. Foi terrivelmente golpeado, e tinha muitíssimos vermes.
Vane se encolheu, com compaixão.
Entraram na cozinha, onde uma mulher loira, alta e esbelta estava parada junto a uma bacia para misturar.
—Mamãe, quanto sal…? —Suas palavras terminaram em um chiado ao girar e ver a Bride—. Hei pequeninha - disse antes de aferrá-la em um forte abraço.
Bride a apertou contra si, e logo deu um passo atrás, para apresentá-los.
—Deirdre, estes são Vane e seu irmão Fury.
Vane ficou tenso ao cair sob o escrutínio da irmã de Bride. Não lhe agradava. O animal em seu interior o percebeu imediatamente.
Ainda assim, ela esticou a mão.
—Olá - lhe disse com um sorriso falso.
—Olá - disse ele, estreitando-lhe.
Ela seguiu com o Fury, quem fez o mesmo.
—Não pude encontrar essas tortas dietéticas para ti, Bride - disse sua mãe enquanto ia para o forno a checar o peru—. Sinto.
—Está tudo bem, mamãe - disse Bride—. De qualquer modo, preferiria comer seu bolo.
Sua mãe parecia um pouco surpreendida, mas não disse nada. Enquanto dava um passo atrás, dois gatos passaram correndo pela cozinha, perseguindo-se.
—Professor! Marianne! —gritou sua mãe, lhe passando o pano de cozinha a Bride—. OH, deus querido, será melhor que os apanhe antes que se encontrem com o Bart e o
coma.
Sua mãe saiu correndo fora.
—Bart? —perguntou- Fury ao Bride.
—O jacaré que vive no pátio. Papai o curou o ano passado, depois de que um caçador furtivo quase o matou com uma armadilha, e segue saindo de seu curral.
Fury arranhou a bochecha.
—Homem, desejaria ter conhecido a seu pai quando me meti em uma armadilha, ainda… —a voz do Fury se desvaneceu ao dar-se conta de que Deirdre se virou para ele com
uma sobrancelha arqueada—. Não importa.
—Hei, Bride!
Vane ficou rígido enquanto um homem extremamente grande e musculoso entrava a grande velocidade pela porta traseira para levantar a Bride e a apertava com força.
Bride riu.
—Baixa-me, Patrick!
Grunhiu-lhe enquanto o fazia.
—Não fique irritável comigo, mulher. Derrubarei e te quebrarei o braço.
Bride zombou disso enquanto Vane ficava furioso.
—Será melhor que não a toques.
Bride levantou o olhar ante a grunhida sinceridade que escutava no tom de Vane. Pela expressão em seu rosto, realmente temeu pela segurança de seu irmão.
—Está bem, Vane - se apressou a tranqüilizá-lo—. Só está brincando. Não me machucou realmente desde que fomos meninos, e inclusive então foi um acidente.
—De qualquer modo, essa é a história a que me estou aferrando - disse Patrick enquanto oferecia a mão ao Vane—. Alegra ver que minha irmã está em boas mãos. Patrick
McTierney.
—Vane Kattalakis.
—É um prazer te conhecer, Vane. Não se preocupe. Arrancaria-me o braço antes de machucar a uma de minhas irmãs. —Vane se relaxou notavelmente—. Você deve ser o irmão
- disse Patrick—. Fury?
—Olá - disse Fury, lhe estreitando a mão—. Sei, os nomes incomodam.
Patrick riu.
—Querem uma cerveja, moços?
Fury olhou ao Vane em busca da resposta.
—Seria genial - disse Vane.
Patrick se agachou no refrigerador e extraiu dois antes de passar a eles.
Enquanto as abriam, Patrick colocou um dedo na salada de batatas.
—Deixa isso! —exclamou Deirdre, lhe golpeando a mão com uma colher.
—Ai! —disse ele, tirando a mão de um puxão e chupando o dedo.
—Saia daqui, Pat, ou juro que darei sua parte aos cães.
—Bem, suscetível vingadora com síndrome pré-menstrual. —Fez- um gesto ao Fury e Vane—. Sejam sábios e venham aqui pra fora comigo, onde estamos a salvo.
Vane vacilou.
—Me chame se necessitar que te resgate do Patrick e meu pai - lhe disse Bride antes de ficar nas pontas dos pé e beijá-lo na bochecha.
Vane viu que Deirdre o olhava zangada antes de seguir ao Fury e ao Patrick para o pátio, onde a mãe de Bride estava lutando com os gatos para levá-los de retorno
à casa.
Vane passou sua cerveja ao Fury antes de recolher à gata. Ela ficou tensa um instante, e logo se relaxou.
—A quer dentro da casa?
Joyce assentiu agradecidamente enquanto embalava ao macho.
Vane abriu a porta e deixou à gata dentro.
—Não volte a fazer isso, Marianne - lhe disse.
Ela fuçou a mão e logo saiu correndo.
—Obrigado pela ajuda - disse Joyce enquanto passava junto a ele.
Vane retornou para unir-se ao Fury e ao Patrick.
—Então, Vane, o que faz para ganhar a vida? —perguntou Patrick.
Fury o olhou divertido, enquanto lhe devolvia a cerveja.
—Vivo dos interesses de meus investimentos.
—Seriamente? —perguntou Patrick—. Os investimentos lhe pagam o suficiente para ter um Jaguar de cem mil dólares?
Vane podia cheirar a hostilidade do Patrick.
—Não - disse sarcasticamente—, traficar com drogas faz isso. E obtenho um considerável ganho de minhas meninas no Bourbon Street.
A expressão no rosto do irmão de Bride foi indescritível.
—Olhe, vou ser sincero contigo. Machuca a minha…
—Patrick? —Vane olhou mais à frente do irmão de Bride para encontrar-se com um homem que parecia ter cinqüenta e tantos anos. De bom estado físico e de aparência
agradável, tinha cabelo cinza bem estilizado e bigode—. Não lhe está dando ao Vane o discurso de "Machuca a minha irmãzinha e te quebrarei o pescoço”, verdade?
—Estava tentando.
O homem riu.
—Não prestes atenção. Sou o Doutor McTierney - disse, estendendo sua mão para o Vane—. Pode me chamar Paul.
—É um prazer conhecê-lo, Paul.
Paul se voltou para o Fury.
—Você deve ser o irmão.
—Isso espero, estou vestindo sua cueca. —Paul riu—. Assim, você é o maligno rei castrador —disse Fury—. Perguntava-me que aparência teria.
—Fury - disse Vane em tom de advertência.
Paul riu outra vez.
—Sabe algo a respeito de cães, Vane?
—Sim. Um pouco.
—Bem. Tenho um que quero que conheça.
—OH, Jesus, Cujo não, papai. Isso é pior que meu discurso que interrompeu.
Paul ignorou o seu filho enquanto se dirigia a uma área alambrada no fundo, onde Vane podia ver um número de barracos de cão.
Enquanto Vane e Fury passavam junto a eles, os cães, percebendo sua parte animal, saíram a lhes ladrar ou para brincar.
Paul os conduziu a uma jaula ao final da fila, onde um furioso Labrador mestiço estava encerrado. O cão estava cheio de raiva e ódio.
—Não podemos fazer nada com ele - disse Paul—. Meu sócio pensa que deveríamos sacrificá-lo, mas detesto fazer isso. Parece-me uma condenada pena matar a um animal
que foi machucado.
Fury deixou a cerveja e foi para a porta. O cão saiu correndo de sua casa, ladrando e grunhindo.
—Shh - disse Fury, estirando a mão para que o cão pudesse farejá-lo.
—Não faria isso se fosse você - disse Patrick—. Quase lhe arrancou a mão ao oficial de controle de animais que o capturou.
—Sim, alguém teria que pô-los em uma jaula e golpeá-los por um tempo - disse Fury, franzindo o lábio.
O cão continuou atacando.
—Te afasta-te - disse Vane enquanto procurava o trinco da porta.
Fury ficou de pé e se afastou enquanto Vane a abria. O cão arremeteu e logo retrocedeu rapidamente.
Vane fechou a porta e se agachou.
—Vêem aqui, moço - lhe disse docemente, estirando a mão. O cão correu ao interior de sua casa e ladrou ainda mais forte. Vane se arrastou para a casa e colocou lentamente
a mão dentro—. Não tenha medo - lhe disse, permitindo que o cão apanhasse seu aroma.
Podia sentir que começava a acalmar-se. Sabia que não era completamente humano, e estava começando a confiar no animal que cheirava.
Logo depois de alguns segundos de espera, o cão lambeu a ponta dos dedos de Vane.
—Isso é - disse Vane, lhe acariciando a pele. Olhou por sobre seu ombro—. Fury? Poderia trazer algo para que coma?
—Trarei um tigela - disse Paul.
Uma vez que Paul teve retornado, deu a tigela ao Fury, quem o levou para dentro. Fury se agachou fora da casa, junto ao Vane, e depositou cuidadosamente a comida
frente ao cão.
—Homem, você apanhou mal, né? —disse Fury ao cão.
Vane encheu a mão de comida e a sustentou para o animal. Este a removeu com o nariz até que finalmente confiou nele o suficiente para dar uma dentada.
—Aí tem - disse em voz baixa enquanto tomava mais comida e alimentava ao cão com a mão.
—Maldição, papai - disse Patrick do outro lado do muro—. Jamais vi algo parecido.
Logo depois de vários minutos, Vane terminou de alimentar ao cão. O animal subiu ao colo de Vane e ficou ali, necessitando consolo. Fury lhe acariciou o lombo enquanto
Vane lhe massageava as orelhas.
Vane sentiu a alguém o olhando. Observando por cima de seu ombro, viu o Bride junto a seu pai.
—Deu-lhe de comer? —perguntou-lhe ela.
—Sim.
Ela sorriu. Vê-la ali fez que lhe doesse o coração. Como podia algo tão simples como um mero sorriso causar semelhantes estragos em seu corpo?
—Vim a lhes avisar que o jantar estava preparado. Mas se necessitar mais tempo…
Vane se levantou.
—Estará bem por um momento.
Fury aplaudiu ao cão e logo ficou lentamente de pé.
Os dois saíram da jaula e a fecharam. O cão foi correndo para eles, uivando.
—Está tudo bem - lhe disse Vane—. Retornaremos.
—Sim - adicionou Fury—, com um lindo presente para ti.
Vane passou seu braço sobre os ombros de Bride enquanto seguiam a seu irmão e seu pai para a casa.
—Cresceu aqui? —perguntou a Bride.
—Não. Meus pais se mudaram poucos anos atrás, logo depois de vender sua pequena granja.
—Estranho esse velho lugar - disse Paul enquanto mantinha a porta aberta para eles—. Há muitos regulamentos aqui. Tive que obter uma licença especial só para poder
manter os meus pacientes aqui atrás, e tenho que pagar multas habitualmente.
—Por que se mudaram? —perguntou Fury.
Paul deu de ombros.
—Sua mãe queria estar mais perto da cidade. O que pode fazer um homem quando sua esposa mete na cabeça algo?
Entraram na sala de jantar, onde um enorme banquete esperava junto ao Deirdre, que ainda se via como se preferisse que eles partissem.
—Vêem aqui e sente-se a meu lado, Vane - disse Joyce, indicando a cadeira a sua direita—. E Fury, pode te sentar ao outro lado da Bride. —No instante em que Fury
se sentou, Titus foi correndo e tentou subir em seu colo—. OH, bom deus! —exclamou Joyce—. Paul faz o cão se abaixar.
—Está tudo bem - disse Fury, rindo.
Então, quando Vane se sentou, Titus correu para ele e lhe lambeu o rosto.
—Hei, moço, cuidado com suas patas.
—O que aconteceu com o meu cão? —perguntou Joyce, pegando no colar do Titus—. Geralmente é reservado com as pessoas.
—Os cães reconhecem às boas pessoas assim que as vêem - disse Paul, pegando um pedaço do peru—. Titus - disse, sustentando-o para o cão.
Titus correu para buscá-lo.
Bride se sentou junto ao Vane.
—Bom, Patrick, onde está Maggie?
—Na casa de seus pais. Irei para lá mais tarde, depois de comer. Como ficamos dormindo aqui, queria assegurar-se que sua mãe não ficasse ciumenta.
—Maggie é a esposa do Patrick - explicou Joyce ao Vane—. Me fará avó na primavera.
—Felicidades - disse Vane ao Patrick.
—Sim, já veremos. Estou assustado como o demônio. Pessoalmente, não acredito que esteja preparado para ser o pai de alguém.
—Sim - disse Bride rindo—. Poderia ter que compartilhar seus brinquedos.
Patrick lhe fez uma careta antes de lhe arremessar uma ervilha na cabeça por cima da mesa. Vane a apanhou antes que fizesse contato, e a devolveu ao Patrick. Golpeou-o
direto entre os olhos.
Bride riu a gargalhadas.
—Meninos! —exclamou Joyce—. Comportem-se ou os farei comer no rincão.
—Bons reflexos, amigo - disse Patrick, secando a sobrancelha bondosamente—. Penso que deveríamos te recrutar para a equipe.
—Não acredito Pat - disse Bride—. Por alguma razão acredito que Vane se oporia a vestir uma camiseta que diga "Corta-o e castra-o se o ama" nas costas. É bastante
sensível a respeito da castração de cães.
Vane arqueou uma sobrancelha, mas manteve a boca sabiamente fechada.
Seu pai riu com força.
—Posso apreciar seu ponto de vista. Não há muitos homens que querem jogar para os Castradores. Mas temos um montão de veterinárias que, estranhamente, fazem.
—Ah, persuadiremo-lo —disse Patrick—. Com esses reflexos, definitivamente poderíamos usá-lo.
Vane notou a expressão de tristeza no rosto de Deirdre, mas ela não disse nada enquanto se sentava e colocava o guardanapo sobre seu colo.
O pai de Bride disse a bênção e então ficou de pé para cortar o peru enquanto que sua mãe começava a passar os pratos.
Vane sustentou as fontes enquanto Bride servia para ele e para si mesmo.
—Há algo que você não goste? —perguntou-lhe ela.
—Em realidade, não.
Ela sorriu.
—É tão fácil de convencer.
Beijou-lhe a bochecha impulsivamente, até que se precaveu de que a família dela os olhava fixamente.
—Sinto muito - disse temeroso de ter feito algo mal.
—Não - lhe disse Joyce—. Agrada-me ver meu bebê sorrindo por uma vez.
Vane lhe alcançou o purê de batatas ao Fury, quem o olhou com um tremendo cenho.
—O que é isto? —perguntou.
—Batatas - lhe disse Vane.
—O que lhes fizeram?
—Só as coma, Fury - disse Vane—. Você gostará, confia em mim.
Patrick soprou.
—De onde vem que nunca viu purê de batatas antes?
—De Marte - disse Fury enquanto franzia o cenho ante o modo em que as batatas penduravam da colher.
Pegou só um pouquinho, logo as passou ao Paul. Fury se inclinou apenas para frente e cheirou as batatas em um gesto muito canino.
Bride sentiu a perna de Vane estirar-se sobre a sua para chutar a cadeira do Fury debaixo da mesa.
Fury se ergueu rapidamente e olhou a seu irmão, que lhe estava dando um olhar de advertência.
—Realmente, de onde são? —perguntou Deirdre outra vez—. Cresceram aqui?
—Não - respondeu Vane—. Viajamos muito enquanto crescíamos. Vivemos virtualmente em todos os lados.
A irmã o olhou penetrantemente.
—O que os trouxe para Nova Orleans?
—Deirdre - disse Bride—. Desde quando esta é a Inquisição?
—Desde que mamãe disse que é sério com ele. Acredito que devemos saber algo mais a respeito de seu novo namorado, além de que se vê bem com um par de jeans.
—Deirdre - disse Paul em um tom baixo, mas severo—. Não faça pagar Bride e Vane pelos crimes do Josh.
—Bem - exclamou Deirdre furiosamente—. Mas quando ele escapou com sua secretária e a deixe sozinha para lhe explicar a seus meninos por que papai é um idiota, espero
que recorde isto.
Levantou-se e abandonou a habitação.
—Sinto muito - disse Joyce, ficando de pé—. Sigam adiante, e comam. Retornarei em um minuto.
—O marido do Deirdre há deixou uns meses atrás - explicou Bride ao Vane—. Seus filhos estão com ele durante o feriado, e Deirdre está em mau momento por isso.
- Por que um hum…? —Fury esticou a sílaba de um modo que lhe fez ter sabor de Bride que estava a ponto de dizer "humano"—. Humilhante idiota faria isso? —disse,
terminando a frase.
—Não sei por que alguns homens o fazem - disse Paul—. Embora suponha que ao fim esse lixo é melhor longe.
—Estou de acordo - disse Bride, olhando ao Vane, quem brincava com sua coxa por debaixo da mesa, excitando-a terrivelmente.
Seu contato era eletrizante.
Joyce retornou para tomar o prato de Deirdre, e logo voltou a sair da habitação.
Paul suspirou.
—Desejaria poder melhorar as coisas para ela. Não há nada pior que ver um de seus filhos sofrendo e não ser capaz de detê-lo.
—Poderia matá-lo para ela - se ofereceu Fury. Vane limpou garganta—. Bom, poderia ter um acidente - tentou Fury novamente—. Os humanos os têm todo o tempo.
Patrick riu malignamente.
—Tenho uma pá.
—Ao diabo com isso - disse Paul antes de tomar um gole de seu vinho—. Tenho um jacaré no pátio.
Todos riram.
Joyce retornou e se sentou.
—Lamento.
—Está tudo bem? —perguntou Bride.
—Estará. Leva tempo.
Vane sentiu a tristeza de Bride. Apertou-lhe a coxa consoladoramente.
—Provavelmente não deveria ter trazido o Vane. Foi insensível de minha parte.
—OH, ora! —exclamou Joyce—. Não fez nada mau, Bride. Queríamos conhecê-lo. —Sorriu a Vane - isso é assunto de Deirdre, está bem?
Bride assentiu.
Terminaram sua comida em paz, enquanto Patrick e Paul brincavam entre eles. Então Joyce trouxe um bolo de nozes de Pecam* e um bolo com quatro camadas de chocolate.
Bride cortou uma parte pequena de bolo.
—Não quer bolo? —perguntou-lhe Vane—. Sei que o de chocolate é seu favorito.
Ela a olhou fixa e lentamente.
—Não, será melhor que não coma. —antes que pudesse passá-la, Vane colocou uma fatia em seu prato—. Vane!
—Queria. Conheço esse olhar.
Ela pôs os olhos em branco e pegou o garfo.
—Obrigado.
Vane assentiu. Sentiu que sua mãe o olhava. Jogando uma olhada, recebeu um sorriso agradecido de Joyce, que se esticou e lhe tocou brandamente o antebraço.
Causou-lhe a sensação mais estranha. Assim era ter o toque de uma verdadeira mãe?
Logo depois do jantar, Bride decidiu que tinha torturado ao Vane e Fury o suficiente por um dia.
—Provavelmente deveríamos retornar - disse.
—O que? —perguntou seu pai—. Nada de jogos?
—Você e Patrick podem olhar o jogo, papai.
Para sua absoluta comoção, seu pai realmente pôs má cara.
Bride lhe deu um abraço por ser tão bondoso com o Vane e Fury.
—Irei despedir-me de Deirdre. Seja agradável com os meninos até que retorne.
Bride subiu as escadas para o quarto de hóspedes. Encontrou ao Deirdre no último dormitório do corredor.
—Hei, carinho —lhe disse, abrindo a porta—. Está bem?
Os olhos de Deirdre estavam bordeados de vermelho, estava sentada na cama, aferrando o travesseiro contra seu estômago. Seu prato de comida estava sem tocar sobre
a mesa de luz.
—Estou bem. Suponho.
Desejando poder fazer algo para ajudar a sua irmã, Bride caminhou para a cama. Como compreendia ao coração quebrado de Deirdre. Havia-se sentido da mesma maneira
até que Vane tinha aparecido e a tinha feito sorrir.
—Sinto muito.
—Não. Alegra-me que o imbecil se foi, mas você… deveria deixar ir ao Vane.
Não foram tanto as palavras de seu irmã o que a comoverão, a não ser o rancor no tom de Deirdre.
—Perdão?
—Vamos, Bride. Não seja estúpida. Olha-o. Olhe-te. Vocês dois não devem estar juntos.
Bride olhou boquiaberta a sua irmã.
—Como diz?
—Taylor era um homem genial… deveria ter aferrado a ele com ambas as mãos. Era confiável e estável. Mais que nada, era respeitado na comunidade. Mas, em vez de fazer
o que ele queria, recusou-te a perder peso e te deixou porque é gorda. Agora aparece este tipo e salta sobre ele como se Taylor nunca tivesse existido. Não é que
te culpe. É de primeira, mas não seja tola.
OH, esse era um golpe baixo e, para ser sincera, Bride estava cansada de ser a "inteligente" enquanto que Deirdre sempre tinha sido conhecida como a "bonita."
—Só porque te casou com uma serpente não significa que Vane seja um cão. —Bride vacilou ante isso. Em realidade, Vane era um cão, algo assim. Mas não desse modo—.
Vane jamais me enganaria.
—Sim, claro. Olhe-me, Bride. Fui à segunda ganhadora para a Miss Louisiana e teria ganhado se não tivesse sido tão jovem nesse momento. Ainda sou condenadamente
atrativa e, entretanto, meu marido me abandonou. Que possibilidades tem você?
Furiosa com sua "perfeita" irmã, Bride se recusou a olhá-la. Em troca, foi para a janela que dava ao pátio, onde viu o Vane e Fury com seu pai.
—Casou com o Josh por dinheiro, recorda? —disse Bride enquanto os via com os cães—. Disse-me a noite antes das bodas.
—OH, e suponho que você ama ao Vane por sua personalidade? Não sou estúpida. Ama-o pelo bem que se vê seu traseiro.
E, entretanto, enquanto Bride observava a seu companheiro, sabia a verdade. Vane não era humano. Não pensava nem atuava como humano. A diferença do Taylor e Josh,
jamais a deixaria porque ela não fosse o que ele queria.
Amava-a tal e como era. Nenhuma só vez Vane tinha tentado trocá-la ou alterá-la de algum modo. Simplesmente a aceitava, com seus defeitos e tudo.
Vane jamais a enganaria. Nunca lhe mentiria. E mataria a qualquer que a machucasse.
E nesse momento, enquanto o via acariciar a um cão ao que ninguém tinha sido capaz de chegar, compreendeu quanto o amava.
Quanto o necessitava.
A só idéia de viver sem ele a matava.
Não podia. Nas últimas semanas, ele se tinha convertido em uma parte integral de sua vida. Mais que nada, era uma parte integral de seu coração.
Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto a realidade desse pensamento a esmagava.
Realmente, verdadeiramente o amava de um modo que jamais tinha sabido que uma mulher pudesse amar a um homem.
—Não tem idéia do que está falando, Dee. Vane é bom e considerado. Cuida-me.
—Só faz um par de semanas que o conhece, e mal tinha terminado com o Taylor. É vergonhosa a maneira em que te joga em cima dele.
Bride voltou a olhar a sua irmã. Sentia pena de Deirdre, mas isso não lhe dava direito a sua irmã para tentar fazê-la sentir-se mau.
—Está com ciúme.
—Não, Bride, não estou. Sou realista. Vane está completamente fora de seu alcance.
Bride olhou com fúria a sua perfeita irmã, mas, no fundo, sentia muita pena por que Deirdre provavelmente nunca conheceria o amor que ela tinha com o Vane.
Se pudesse, daria isso de presente a sua irmã. Mas não isso não era possível.
—Como é, Dee. Veremo-nos depois.
Vane e Fury estavam lá fora, no pátio, com o Labrador outra vez.
—Não quereria levá-lo a casa contigo, verdade? —perguntou Paul enquanto Fury brincava com o cão.
—Valerius se urinaria nas calças - disse Fury—. Posso?
Vane riu.
—Certo. Mas ele provavelmente terminará no Santuário.
—Sabe - disse Paul—, deveria ter pensado em lhe pedir isso aos ursos.
Vane olhou ao Paul desconfiadamente.
—Perdão?
—Mas, como é só um cão e não um Were pensei que os ursos não lhe dariam boas-vindas. —Vane não poderia ter estado mais pasmado se Paul o tivesse chutado—. Fecha
a boca, Vane - disse Paul em um tom paternal—. Sou o principal veterinário do estado. Carson ainda está aprendendo o exercício. A quem acredita que chamo quando
há algo que não posso dirigir? —Carson era o veterinário residente do Santuário. Ele mesmo era um Were-Hunter, tinha só cinqüenta anos, o qual em seu mundo o fazia
pouco mais que um menino—. Também sei tudo a respeito do Fang - continuou Paul.
Fury se adiantou para parar-se mais perto. Colocou sua mão no muro, enquanto olhava incrédulo ao Paul.
—Por que nos permitiu vir aqui?
Paul tomou a mão de Vane na sua. A marca estava escondida.
—Não tinha que ocultá-la. Soube o que tinha acontecido no instante em que Bride me disse seu nome. E sei como vocês protegem a suas companheiras. Não posso dizer
que esteja precisamente feliz por isso, mas ao menos não tenho que temer que jamais a machuque do modo em que Deirdre foi ferida.
Vane apertou os punhos.
—Joyce sabe…?
—Não. Não sabe nada a respeito de seu mundo, e quero manter isso desse modo. Jamais contei a ninguém a respeito do Santuário - Paul soltou a mão de Vane—. Se estiver
procurando minha bênção, já a tem. Não estava certo até que os vi juntos no jantar. Passou muito tempo desde que vi minha pequeninha tão feliz. Mas, recorda, se
alguma vez a machucar… - olhou para onde um cão estava em uma jaula, com um cone ao redor da cabeça.
—Ah, homem - sussurrou Fury - isso é simplesmente doente.
—Estou definitivamente de acordo - disse Vane.
—Sim, bom, Bride é meu bebê e sei como usar uma pistola tranqüilizadora e um bisturi.
Vane se encolheu enquanto Fury se cobria.
—Vane?
Viraram-se, para ver o Bride caminhando para eles.
Paul deu um passo atrás.
—Me deixem lhes buscar uma corrente para…
—Não a precisaremos - disse Fury, abrindo a porta e deixando sair ao cão com ele.
—Não, suponho que não - disse Paul.
Foi acariciar ao cão, quem tentou mordê-lo.
- Te comporte - disse Fury, segurando ao cão.
Bride vacilou enquanto se aproximava.
—E será melhor que não mordas a Bride - advertiu Vane—. Ou lhe deixaremos aqui.
O cão moveu a cauda e se sentou.
—Virá conosco? —perguntou ela.
Seu pai assentiu.
—Foram bastante bons para adotá-lo.
—Isso é doce de sua parte - disse ao Vane.
Fury pensou.
—Em realidade não. Compadeço-me de qualquer que seja jogado a uma sarjeta.
Bride se esticou e abraçou ao Fury. Compadecia ao lobo pelo que tinha passado.
Fury limpou a garganta e retrocedeu.
—Não fique sentimental comigo, Bride, não sei como dirigi-lo. Igual ao cão, meu primeiro instinto é atacar, e isso faria que Vane me deixasse parecido a esse pobre
moço que está ali.
Bride viu o cão com o cone.
—Auch.
—Exatamente.
Vane envolveu seu braço ao redor dela e retornaram juntos a casa, com seu pai, Fury, e o cão seguindo-os.
Joyce os olhou surpreendida ao ver o cão com eles, mas não disse nada enquanto entregava a Bride um enorme pacote de Tupperwares*.
—Dividi as sobras entre todos.
—Sobraram batatas? —perguntou Fury.
Vane arqueou uma sobrancelha.
—Assim, agora você gosta?
—Sim, estavam boas.
Bride beijou a sua mãe na bochecha.
—Obrigado, mamãe.
Patrick se encontrou com eles no living. Ofereceu a mão ao Vane.
—Foi agradável te conhecer, embora seja traficante de drogas e cafetão.
—A ti também.
—Perdão? —perguntou Bride.
—É uma longa história - disse Fury rindo.
—Tomem cuidado na volta para casa - disse Joyce enquanto os acompanhava até o auto—. OH, esperem, me deixem buscar um cobertor para o cão, para que não arranhe os
assentos de couro.
Bride pegou uns minutos para voltar a dizer adeus enquanto sua mãe procurava o cobertor e logo o colocava atrás, para o cão. Depois de ter abraçado e beijado a seus
pais, Bride se uniu aos lobos e o cão no automóvel.
Em um abrir e fechar de olhos estavam indo de retorno ao Garden District.
—Tem uma agradável família, Bride - disse Vane.
Ela o olhou e logo ao Fury.
—Sim, assim é. Acredito que vocês são os melhores.
O coração de Vane pulsou violentamente ante o que lhe dizia.
—Quis dizer sua família.
—Fury e você são partes da minha família, Vane. Você é a melhor parte dela.
—Acredito que vocês dois necessitam de um pouco de privacidade. —Fury se sentou e apertou a mão de Bride—. Até mais tarde, irmãzinha.
Então ele e o cão desapareceram do assento traseiro.
Vane se moveu para o acostamento da estrada e parou o automóvel.
—O que é o que me está dizendo, Bride?
Ela levantou a mão para brincar com o cabelo dele, enquanto olhava fixo a esses incríveis olhos verde-avelã que tinham seu coração escravizado.
—Enquanto minha irmã me gritava a respeito de como um dia me deixaria plantada, tive uma revelação. Nunca em minha vida conheci a ninguém como você, Vane, e duvido
que jamais o faça. Eu gosto da forma com que me olha, como se já pudesse me saborear. Eu gosto de como se preocupa se por acaso fico com frio ou se comi o suficiente.
Mais que tudo, eu adoro a forma em que te sinto de noite, quando me abraça com força. O modo em que me toca como se temesse que fosse me quebrar. E como te ocupa
de me embalar em seus braços. —deteve-se para respirar fundo antes de continuar—. Te amo, Vane. Acredito que nunca soube o que era o verdadeiro amor até que entrou
em minha vida. —Mostrou-lhe sua mão marcada—. Estou preparada para me unir a você.
Ele se via sobressaltado e incerto.
—Está segura?
—O simples feito de que esteja me fazendo essa pergunta quando sabe o que perderá se disser que não, prova-me quão acertada estou respeito a ti. Sim, Vane Kattalakis.
Estou segura.
Um lento sorriso se estendeu por seu rosto um segundo antes que a atraíra a seus braços e a beijasse até deixá-la sem fôlego. Vane se afastou com um profundo e lobuno
grunhido.
—Realmente odeio ter tido que dirigir esta coisa. De outra forma, agora mesmo nos transportaria à cama.
—Não pode levá-lo para casa?
—Não. É muito grande e pesado, e se o abandono vão roubá-lo, e Otto nunca me perdoará. Ele ama esse condenado pedaço de lixo.
Soltou-a e se recostou em seu assento.
E esteve condenadamente perto de lhe dar um ataque ao coração a Bride quando conduziu a casa em tempo recorde. Richard Petty* não tivesse podido competir com o Vane
enquanto abria espaço entre o tráfego.
Detiveram-se com um chiado fora da porta do Valerius, e Vane os transportou diretamente do automóvel a seu dormitório. Em um segundo estavam parados junto à cama;
ao seguinte, estavam nus sobre ela.
Bride riu ante sua impaciência.
—Não perde tempo, verdade?
—Não quero que troque de opinião.
—Não o farei.
Vane a beijou intensamente. Já estava duro por ela.
Bride passou sua mão pelas costas dele, deleitando-se na sensação. Sua pele era tão cálida e masculina.
—Só lembre isto não te libera de uma grande boda irlandesa.
Ele riu.
— Qualquer coisa para te fazer feliz.
O sorriso dela se desvaneceu quando a seriedade se instalou no profundo de seu coração.
—Definitivamente, isso seria você.
Ele voltou a beijá-la, quase a devorando.
O momento em que se afastou ela somente podia respirar.
—Muito bem - disse ela em voz baixa—. O que temos que fazer?
Vane rodou sobre suas costas e lhe roubou a respiração, o modo em que se via ali. Sua pele bronzeada ressaltava a perfeição contra os lençóis cor nata. Seu cabelo
estava solto e o fazia parecer ainda mais fascinante.
—Tem que pressionar sua palma marcada contra a minha. —Bride colocou sua palma contra a cálida e calosa dele. Vane entrelaçou os dedos com os dela—. Agora tem que
me colocar dentro de seu corpo sem minha interferência.
—Isso é um pouco estranho, mas está bem.
—Em realidade, não. Foi estabelecido como garantia para proteger a nossas mulheres. A Reclamação jamais pode ser forçada sobre uma mulher. Ela deve completá-lo por
sua absoluta vontade.
Bride se ajoelhou e ficou agachada cuidadosamente sobre a magra cintura dele. Olhou-o, perguntando-se como os mudaria isto.
Mudaria-os?
Como podia não fazê-lo?
Depois disto, estariam unidos. Pertenceria-lhe e, até o dia em que morrera, pertenceria a ela.
Vane pegou sua mão livre e a beijou com doçura.
Com o coração pulsando violentamente, Bride moveu seu corpo até que ele esteve profundamente em seu interior. Ambos gemeram ante a sensação.
Vane apertou os dentes enquanto sua mão começava a esquentar-se. Fez necessária toda sua força de vontade para não investir contra ela. Mas esta não era sua eleição,
mas sim de Bride.
—Agora tem que dizer o seguinte: "Te aceito como é, e sempre te terei dentro de meu coração. Caminharei a seu lado para sempre."
Bride uniu seu olhar ao dele enquanto sua própria palma lhe fazia cócegas.
—Te aceito como é, e sempre te terei dentro de meu coração. Caminharei a seu lado para sempre.
Os olhos de Vane se obscureceram antes de repetir o juramento para ela. Mal tinha terminado de pronunciá-lo quando arqueou as costas, como se estivesse sofrendo.
Bride chiou, surpreendida, quando as presas dele cresceram como se estivesse em um filme de vampiros.
Vane a manteve quieta enquanto respirava entrecortadamente. Todo seu corpo estava tenso e rígido.
—Está tudo bem, Bride - grunhiu—. Não tenha medo. É só nosso feitiço de Reclamação chamando o thirio, para que possamos unir nossas forças vitais. Passará em uns
minutos.
—Parece que estive sofrendo. Há algo que possa fazer?
—Só esperar que passe - ofegou.
—Se nos unirmos, parará? —Ele assentiu—. Então, te una a mim.
Ele chiou, então sustentou seu olhar.
—Compreende o que é isso, Bride? Se morrer, você morre comigo. Instantaneamente. A menos que esteja grávida, e então morrerá assim que nosso bebê tenha nascido.
O coração dela triplicou seus batimentos do coração. Mas, enquanto o olhava, parecia um preço muito pequeno que pagar. Queria viver sem ele?
—Que diabos? —disse-lhe—. Se formos fazer isto, façamos completo.
—Está segura?
Ela assentiu.
Vane se sentou debaixo dela. Embalou-a contra seu peito e lhe fuçou o pescoço.
—Logo depois de que te morda, deve me morder no ombro.
Antes que pudesse responder, ele afundou seus dentes nela.
Bride gritou, mas não de dor. Um inimaginável prazer a rasgou enquanto o sentia inchando-se em seu interior. Investiu contra Vane enquanto um divino orgasmo a atravessava.
Sua visão se nublou enquanto sentia suas próprias presas crescendo em sua boca. Algo parecia havê-la possuído, e já não se sentia humana.
Era…
Maravilhoso. Quão seguinte soube foi que tinha fundo os dentes no ombro de Vane.
Envoltos em êxtase, sustentaram-se um ao outro enquanto os batimentos do coração de seus corações se sincronizavam e a habitação dava voltas. Bride nunca se havia
sentido tão perto de outra pessoa em sua vida. Realmente era como se fossem uma só pessoa, unidos. Fisicamente.
Espiritualmente. Perfeitamente.
Vane não podia respirar enquanto a saboreava. Jamais deveria ter se ligado a ela e, entretanto, estava tão agradecido que estivesse com ele. Pela primeira vez compreendia
por que Anya se uniu a seu companheiro.
Não queria perder a Bride. Nem sequer queria tentar imaginar um só dia sem ela.
Agora não teria que fazê-lo.
Sua cabeça deu voltas enquanto seu orgasmo se desvanecia e seus dentes retrocediam. Bride se apartou e o olhou fixamente, como se estivesse ébria.
—Terminou? —perguntou-lhe.
Ele assentiu logo a beijou. E voltou a beijá-la.
—É minha Bride McTierney. Agora e sempre.
Ela sorriu.
Vane a recostou sobre a cama e se deitou sobre ela. Só queria senti-la. Sua companheira.
A realidade disso envolveu seu coração e o fez voar.
Bride o embalou com todo seu corpo. Sentia-se tão bem ali. Passou a mão pelo cabelo de Vane e começou a rir.
—Foi tão divertido?
—Estava pensando que não são todas as mulheres chegam a ter seu próprio lobo domesticado.
Os olhos dele brilharam.
—Não estou certo de poder me chamar domesticado. Só você tem esse efeito sobre mim.
—Isso é o que mais eu gosto de tudo.
Enquanto agachava a cabeça para beijá-la, seu telefone soou. Vane se afastou com um grunhido. Esticou a mão e o telefone voou pela habitação, até que o agarrou.
Bride franziu o cenho.
—Não estou segura que alguma vez me acostume a que faça isso.
Mordiscou-lhe o pescoço brincando, e logo atendeu.
—Olá, Aimeé - disse, e então se deteve. Olhou-a, e ela notou a confusão em seus olhos—. Obrigado, realmente o aprecio. Espera um segundo. —Apertou o botão de silêncio—.
É um dos ursos do Santuário, que está cuidando do Fang. Estão tendo sua própria celebração do Dia de Ação de Graças, e decidiram levantar temporalmente minha proscrição
se quero visitar o Fang esta noite.
—Está bem.
—Perguntava-me se você gostaria de ir comigo e conhecê-lo. Quero dizer, não é que ele esteja falando, mas…
—Eu adoraria conhecer seu irmão - disse ela, interrompendo-o.
Vane pareceu aliviado antes de retornar ao telefone.
—Sim, estaremos ali em um momento. Obrigado.
Pendurou o telefone e o colocou sobre a mesa de cabeceira.
Bride ficou recostada ali, em silêncio, tentando assumir o que tinha feito. O que lhes tinha acontecido essa tarde.
—Está certo de que não estou envelhecendo? Não sinto nada diferente.
—Deveria estar unida a mim, mas, como nunca me uni antes, não sei como deveríamos nos sentir.
Bride olhou a mão. Sua marca agora era de um vibrante vermelho.
—Embora isto seja diferente. O que tem que a tua?
—Parece-se com a tua.
Esse era um bom sinal.
—Tenho que seguir tomando seu sangue?
Ele negou com a cabeça.
—Nunca mais.
—Bem. É realmente asqueroso pensar nisso. —Vane se levantou e a tirou da cama—. O que está fazendo?
—Vou banhar-te, Lady Wolf para poder te levar ao Santuário e alardear contigo frente a todos.
Como desejava Bride ser tão formosa como ele pensava que era. Era tão agradável estar com alguém que a via cor de rosa.
Vane a levou ao banheiro e abriu a ducha. Uma vez que teve regulado a água, abriu a cortina para deixá-la entrar primeiro.
Bride se sentia um pouquinho incômoda. Nunca antes tinha tomado banho com um homem. Mas enquanto Vane começava a lhe ensaboar o corpo, seu desconforto se desvaneceu
em uma onda de quente desejo por ele.
Ele se via realmente bem nu e molhado, e suas mãos eram incríveis enquanto se deslizavam por cada centímetro do corpo dela.
—É verdadeiramente talentoso - lhe disse, contendo a respiração enquanto ele a lavava entre as pernas. Beijou-a brandamente, deixou cair à esponja e usou seus dedos
para acariciá-la—. Alguma vez está satisfeito, verdade? —perguntou-lhe Bride ao senti-lo endurecer-se novamente.
—Não quando se trata de ti.
Pressionou as costas dela contra a fria parede de azulejos. Levantou-lhe uma perna para envolvê-la ao redor de sua estreita cintura antes de deslizar-se dentro dela.
Bride gritou de prazer enquanto ele investia contra ela. Não foi chegar ao clímax que ela se precaveu de que tinha envolvido ambas as pernas ao redor da cintura
dele, e que ele estava agüentando todo seu peso enquanto continuava investindo.
O cabelo de Vane estava molhado e jorrando água ao lhe capturar os lábios. Enterrou-se profundamente em seu interior e então se estremeceu.
Bride estava só vagamente consciente do roçar da água contra seus braços e pernas enquanto observava o rosto de Vane. Seu lobo era formoso quando chegava ao orgasmo
com ela. Sustentava-a sem esforço enquanto seu corpo continuava tremendo.
Uma vez que teve terminado, Bride baixou as pernas enquanto ele se retirava dela.
Ele suspirou entrecortadamente, logo girou para enfrentar a água.
Bride pressionou seu torso impulsivamente contra suas costas nuas.
Vane chiou ante a sensação de Bride contra ele. Ela envolveu os braços ao redor de sua cintura, deslizando as mãos por seu corpo.
—Segue fazendo isso e jamais sairemos desta ducha - lhe disse roucamente.
—Claro que sim. Não será muito divertido estar aqui se a água se esfriar.
—Certo.
Então, para seu deleite, ela o deixou e tomou a esponja para banhá-lo.
Bride nunca tinha feito nada como isso. Em realidade, era muito divertido ensaboar esses magníficos músculos e ajudá-lo a enxaguar o corpo.
—É pecaminoso - sussurrou.
Ele respondeu a isso com um sorriso e um beijo.
Uma vez que terminaram, saíram da ducha. Bride pensou que teriam que vestir-se, mas Vane a surpreendeu voltando a vesti-los com a roupa que tinham levado a casa
de seus pais.
—Como o faz?
Vane deu de ombros.
—É como respirar. Mal penso nisso e puf. É magia.
—Desejaria que me advertisse um pouquinho antes de fazê-lo. Ainda estou me acostumando a tudo isto.
Para agradá-la, conduziu-a através da porta e pelo corredor para a habitação do Fury.
Vane golpeou a porta.
—Sim? —disse Fury de dentro.
Vane a empurrou com o ombro para encontrar ao Fury com o cão sobre sua cama.
—Íamos ao Santuário. Perguntava-me se você gostaria de vir conosco.
—Certo. O cão pode ir?
—Suponho que sim. Podemos colocá-lo em uma das jaulas se ficar nervoso.
—Jaulas? —perguntou Bride.
Vane girou para enfrentá-la.
—Como O Santuário tem a muitas espécies diferentes de animais, têm uma habitação cheia de jaulas em caso de que alguém fique desagradável.
Fury e o cão desapareceram do dormitório.
—Como quer ir? —perguntou-lhe Vane.
Bride suspirou profundamente.
—Me transporte, Scotty.
Vane tomou a mão e os transportou ao Santuário.
A Bride levou um segundo orientar-se. Tinha passado por este bar milhões de vezes, mas nunca antes tinha entrado. Havia um pôster na porta que dizia que estava fechado.
Entretanto, havia muita atividade dentro. Ao menos cinqüenta "pessoas" estavam ali, incluindo o Fury e o cão, quem farejava a vários ocupantes.
Várias mesas tinham sido unidas para formar uma mesa de banquete realmente grande, coberta com toalhas brancas. Outra série de mesas tinha mais comida da que tinha
visto em sua vida. Havia uma dúzia de perus, vinte presuntos, e ao menos duas dúzias de tortas e bolos com cada acompanhamento conhecido, e alguns que não pôde identificar.
Mas o que mais a aturdiu foi o incrivelmente atrativos que eram todos ali. Deus! Parecia uma revista de modelos.
Bride se sentiu extremamente intimidada.
—Vane - disse um homem alto e formoso enquanto se aproximava deles—. Perguntávamo-nos se conseguiria vir.
—Olá, Dev.
Bride viu dois "Devs" mais entrando na habitação, carregando mais comida.
—Somos quadrigêmeos - disse Dev com um travesso sorriso—. Pode me distinguir por isso. —Levantou a manga de sua roupa para lhe mostrar sua tatuagem de arco e flecha,
e logo assinalou a seus irmãos—O de má aparência que leva o gumbo* é Remi. O tímido que está ali, com o filhote de urso em seu colo, é Quinn, e Cherif é o que sustenta
a fonte de patas de caranguejo. Não se preocupe se não puder recordar quem é quem, só grita "cuatri" e responderemos.
Parecia muito aberto e amistoso.
—Sou Bride - lhe disse, estendendo a mão para ele—. É um prazer lhe conhecer.
Enquanto a saudava, outro atrativo homem loiro apareceu detrás de Vane. Grunhiu gravemente, lhe recordando a um lobo.
—Nem sequer o pensa, Sasha - lhe grunhiu Vane, olhando letalmente ao homem—. Não estou de humor para essa merda.
—Lobos - disse Dev ao Bride—. Os alfas têm que fazer essa porcaria da dominação cada vez que se vêem. Vê, eu sou um urso. Levamo-nos bem com quase todos. A menos
que se meta conosco, então lhe arrancamos a cabeça. —Dev inclinou a cabeça para a Sasha—. Por que não vais ajudar a Batata a trazer os barris?
Sasha se aproximou e farejou a Bride. Pareceu acalmar-se um pouco antes de voltar a olhar ao Vane.
—Certo, Dev. Não quereria envergonhar ao Vane frente a sua companheira derrotando-o.
Vane deu um passo para ele, até que Dev se meteu no meio.
—Vai, Sasha - lhe disse Dev severamente. Sasha finalmente partiu. Ele respirou fundo e lhe sorriu—. Deveria ter provado com um urso, Bride. Então não teria que preocupar-se
por isso.
—Está tudo bem. Estou bastante afeiçoada com os lobos.
Viu que Sasha se aproximava de Fury.
Fury ficou instantaneamente de pé, com um grunhido tão sinistro que realmente a assustou. Sempre relaxado e um pouquinho inepto, não tinha idéia de que Fury pudesse
ver-se desse modo.
Era verdadeiramente aterrorizante em sua personalidade de lobo.
—Separem-se, lobos! —disse uma mulher alta e magra com acento francês enquanto se metia entre eles—. Ou jogarei água em cima de ambos.
Remi apareceu a seu lado.
—Necessita ajuda, mamãe?
—Não de ti, cher —disse ela, lhe aplaudindo bondosamente o braço—. Vá ajudar ao José na cozinha.
Remi lançou aos lobos um olhar de advertência antes de obedecer a sua mãe.
Uma vez que Sasha e Fury puseram distancia entre eles, a mulher se aproximou de Vane e ela.
—Aqui está finalmente. —Beijou ao Vane na bochecha e logo se voltou para a Bride—. Sou Nicolette, mas a maioria da raça me chama Mamãe.
—Bride - disse ela, estreitando a mão da ursa.
Nicolette sorriu ao Vane.
—É formosa, mon petit loup*. Progrediste.
—Merci, Nicolette.
—Vamos - disse, fazendo um gesto para que entrassem mais na habitação—. Vane, apresente sua companheira a nossa raça enquanto asseguro que meus filhos não briguem.
E não tenha medo se não poder recordar nossos nomes, Bride. É uma só enquanto que nós somos muitos. Os aprenderá com o tempo.
Bride lhe agradeceu e então Vane a levou pelo salão, e a apresentou aos leões, tigres, ursos, falcões, chacais e leopardos. Inclusive havia um par de humanos ali.
Nicolette estava certa. Não podia recordar quem era quem ou o que. Como havia só um punhado de mulheres, a maior parte delas companheiras dos homens, eram mais fáceis
de recordar. Mas os homens… era suficiente para lhe fazer dar voltas a cabeça.
—Onde está Fang? —perguntou enquanto Vane terminava de apresentá-la às pessoas na cozinha.
—Está lá em cima. Vamos, e lhe apresentarei ele.
Vane a conduziu por uma porta que se abria para uma enorme sala Vitoriana.
Bride se deteve o vê-la. Luxuosa e decorada com antiguidades, a casa era assombrosa.
—Esta é a Casa Peltier - lhe explicou Vane—. Os Were-Hunters vivem neste lado das coisas, onde estamos a salvo de ser descobertos.
—É formosa.
—Merci - disse Nicolette detrás deles—. Foi nosso lar durante mais de um século. Nossa meta é manter o deste modo.
—Como podem fazê-lo sem que ninguém descubra quem e o que são?
—Temos nossos métodos, chérie - lhe disse lhe piscando o olho—. A magia tem seus benefícios.
Alcançou ao Vane uma pequena vela votiva.
Vane viu que o recipiente de vidro tinha o nome "Anya" gravado. Seu coração sofreu ao vê-lo.
—Sempre recordamos a quem quer, que se fosse - explicou Nicolette—. Como Fang não pode honrar a Anya, pensei que quereria fazê-lo.
Vane não podia falar pelo nó que tinha na garganta, enquanto Nicolette o conduzia junto a Bride para dentro de uma habitação em que havia quatro velas em pedestais.
A luz das mesmas titilava como diamantes contra as paredes verde escuro.
—Há tantos - disse Bride, assombrada pela quantidade de nomes.
—Vivemos muito tempo - disse Nicolette—. E estamos em guerra. Os Katagaria contra os Arcadianos, os Dark Hunters contra os Daimons. Os Apolitas contra todos. Ao
final, quão único temos são as lembranças. —Assinalou duas velas que estavam sujeitas a parede essas são por meus filhos. Bastien e Gilbert. —Uma lágrima caiu por
sua bochecha—. É em sua honra que foi baseado O Santuário. Jurei que nenhuma mãe, sem importar que fosse humana, Apolita, Katagaria, ou Arcadiana, jamais conheceria
meu sofrimento enquanto seu filho se alojasse aqui, sob meu teto.
—Sinto muito, Nicolette.
A ursa inspirou e lhe aplaudiu o braço.
—Agradeço suas palavras, Bride. É por ti que estou renunciando à proscrição de Vane. —Vane se via estupefato—. É meu presente de bodas —disse Nicolette—. Não tem
uma manada que a proteja e, como diz Acheron, pagaste um preço muito alto por sua bondade. Protegeu a Sunshine para os Dark Hunters, e então agora protegemos a ti
e a sua companheira.
—Obrigado, Nicolette - disse Vane—. Obrigado.
Nicolette inclinou a cabeça e então se desculpou.
Vane acendeu a vela e a colocou junto à que era para a mãe do Colt. Sua mão se atrasou sobre o vidro. Por sua expressão, Bride podia saber que estava recordando
a sua irmã. Que estava sofrendo horrivelmente por ela.
Seus olhos estavam brilhantes e resplandecentes enquanto via titilar a vela. Um momento depois, olhou-a.
—Vamos - disse, tomando a mão de Bride—. É hora de que conheça meu irmão.
Ela o seguiu fora do quarto e para a escada.
Enquanto passavam junto à primeira habitação, um homem saiu, a quem Bride reconheceu.
—Carson?
Ele parecia tão comovido por sua presença como ela pela sua.
—Bride? O que está fazendo…? —Sua voz se desvaneceu enquanto farejava o ar. Seus olhos se alargaram—. É uma de nós?
—Nós?
—Carson é um falcão - explicou Vane.
—Não pode ser!
Carson assentiu.
—Sou o veterinário residente, e doutor aqui no Santuário.
Ele abriu a porta do quarto de que estava saindo, para lhe mostrar uma sala de consulta ultramoderna, que estava cheia com algumas das jaulas que Vane tinha mencionado.
—Não posso acreditar - disse Bride enquanto olhava fixamente ao Carson.
Fazia anos que o conhecia.
—Eu tampouco - disse ele. Olhou ao Vane—. Suponho que devo te felicitar. Sim, sabe o que seu pai faz para ganhar vida, verdade?
—Sim. O Rei Castrador.
Carson respirou entre dentes.
—Tem valentias, lobo. Montões e montões delas.
—Sim, sei.
—Bom, suponho que estão a caminho do quarto do Fang. Os verei lá em baixo.
Vane a levou a seguinte habitação, que era um dormitório.
Bride esperava pela menos encontrar a um homem na cama, e se surpreendeu um pouquinho ao ver um lobo cinza deitado ali. Também havia outra mulher loira extremamente
atrativa, que poderia ter sido a irmã de Nicolette.
Vane lhe apresentou à filha de Nicolette, Aimeé, quem rapidamente se desculpou e os deixou a sós com o Fang.
Vane soltou a mão de Bride enquanto se aproximava e se ajoelhava ao outro lado da cama, para onde Fang estava olhando.
—Olá, irmãozinho - lhe disse em voz baixa—. Trouxe para alguém aqui, que quero que conheça. Bride?
Ela se uniu a ele.
O lobo não se moveu nem um pouco.
—Olá, Fang - disse Bride. Olhou ao Vane—. Posso tocá-lo?
—Se quiser.
Ela colocou a mão sobre sua cabeça e o acariciou detrás das orelhas.
—É um prazer te conhecer finalmente. Vane me falou muito sobre você.
Ainda assim, ele não se moveu.
Bride queria chorar pelos dois. Podia sentir quanto doía ao Vane que seu irmão não os reconhecesse.
—Suponho que tenho que te levar para baixo —disse Vane com tristeza.
—Está bem. Podemos ficar um momento. Não me incomoda.
—Está segura? —Ela assentiu—. Está bem, irei procurar algo para beber e retornarei em seguida.
—Espera - lhe disse ela antes que pudesse desaparecer—. Há algum banheiro perto?
—Há um no escritório do Carson.
—Bem.
Vane desapareceu da habitação. Bride se foi, para ocupar-se de seu assunto.
Enquanto saía do banheiro, notou que o escritório do Carson tinha um espelho bilateral que dava à habitação do Fang.
Mas não foi isso o que lhe fez deter o coração.
Parada no dormitório do Fang estava Bryani.

CAPITULO 13

Vane se encontrava detrás do balcão procurando Cocas-Cola para ele e para o Bride quando Colt zombou dele.
—Agora está contente que te tenha enviado a ela?
—Te cale, Colt.
—Vamos, lobo. Sei que o odeia. Diga "obrigado, Colt".
—Preferiria me colocar… —A voz de Vane se desvaneceu enquanto algo brilhante cintilava sobre a pista de dança.
Ao princípio pensou que só era alguém mais se unindo à festa, até que se deu conta que o "humano" não conseguia manter-se em forma humana. Seguia mudando de humano
a lobo, uma e outra vez.
Também o reconheceu.
Era Stefan.
Vane deixou as bebidas e saltou sobre o balcão. Atravessou o quarto correndo para o lobo.
—Tranqüilo - estava dizendo Carson enquanto recostava ao lobo ferido sobre o piso de concreto—. Pode te manter em sua forma básica?
—Adverte ao Vane.
Vane aferrou ao Stefan e usou seus poderes para mantê-lo humano.
—Me advertir do que?
Stefan era um desastre ensangüentado. Alguém o tinha golpeado até quase matá-lo. Era assombroso que o lobo ainda estivesse vivo.
—Sua… mãe…
—Não fale - disse ao Stefan—. Pensa.
Stefan jogou a cabeça atrás e fechou os olhos.
—Ela e seus Sentinelas mataram a Petra e Aloysius - disse Stefan na cabeça de Vane—. Eu não queria morrer. Fiz um pacto com ela, se me deixasse viver a traria aqui
para que matasse a ti e ao Fang. —Vane apertou os dentes, mas não fez nada para interrompê-lo supunha que me deixaria ir. Em troca, quando se inteirou que Fang estava
no Santuário, voltou-se contra mim. Está vindo, Vane. Já poderia estar aqui.
—Uau! —a voz do Kyle ressonou da soleira que conduzia a Casa Peltier—. Todos venham rápido. A pequena companheira humana de Vane está tendo uma terrível briga com
uma loba lá em cima. E está ganhando!

Bride estava aterrorizada. Seu coração martelava, mas ainda assim não estava disposta a ficar ali parada e permitir que Bryani matasse ao Fang.
Provavelmente deveria ter chamado ao Vane, mas queria terminar com isto.
E sabia como lhe pôr fim.
Isso esperava.
Bride abriu de repente a porta da habitação do Fang.
Bryani se voltou para ela com um grunhido.
—Mantenha-se fora disto. Não é teu assunto.
—Sim, é. Machucou a meu companheiro, machucou-me, e não te permitirei fazê-lo.
—Não quero te ferir, Bride.
—Então saia.
Bryani estendeu a mão e a jogou contra a parede. As costas de Bride deram ferroadas ante o impacto, mas isso não fez nada para diminuir sua resolução.
Bryani virou para o Fang e se esticou para ele.
Bride tomou a cadeira de balanço e a fez cair sobre as costas da outra mulher. Bryani caiu de joelhos, e então tentou voltar a golpeá-la com a mão.
Antes que pudesse, Bride a injetou com um tranqüilizador que tinha tirado da sala de consulta.
Bryani gritou e a empurrou. Golpearam contra a penteadeira.
—Realmente, estou muito velha para brigar - disse Bride entre dentes—. E você também!
Bryani cambaleou enquanto a droga começava a fazer efeito. Utilizou seus poderes para golpear a Bride com o abajur, mas caiu ao piso antes de alcançá-la.
—O que me fez?
—Droguei-te.
Três segundos mais tarde, Bryani estava estendida no chão.
Bride foi para ela e a pôs de costas. Os olhos do Bryani estavam completamente abertos, e a mulher a olhou fixamente. Satisfeita por havê-la domado um instante,
Bride agarrou a sua sogra e a arrastou à habitação do lado, onde a encerrou dentro de uma jaula. Havia um botão vermelho acima, que dizia "travar". Bride o apertou
e espero que de algum modo isso impedisse que Bryani usasse seus poderes contra ela.
—Aí está - disse, enquanto olhava ao Bryani cautelosamente—. Irei procurar ao Carson em um minuto, porque não estou segura de ter dado a dose correta. Acredite ou
não, não quero te matar. Mas, por favor, leve em conta seriamente que não quero te matar. Isso não significa que não o farei.
A mão de Bryani se moveu.
Mas também era provável que Bride não lhe tivesse dado o suficiente, e por isso era que a tinha encerrado na jaula.
—Olhe, Bryani, realmente lamento o que te aconteceu. Sinto muito, e compreendo por que odeia ao pai de Vane. Tem todo o direito. Mas isso é entre vocês dois. Não
tem nada que ver com o Vane, ou Fang, ou Fury. Eles são seus filhos.
—Têm que morrer - ofegou Bryani, lhe deixando saber que Bride que em realidade não tinha usado suficiente tranqüilizador—. São animais.
—Olhaste-te ao espelho? —perguntou-lhe—. Os animais não comem a sua cria por nenhuma razão. Vane não tentou te matar por ter me levado. Deixou-os a ti e a sua vila
em paz. É você quem está viajando através do tempo para matar a alguém que nunca tem feito nada para te machucar. Meu deus, golpeou ao Fury, sua própria carne e
osso, e o deixou para morrer. Como é isso humano? Deixa de mentir a você mesma. Você tampouco é humana, Bryani. Ou possivelmente é. Deus sabe que os humanos cometeram
alguns dos crimes mais atrozes imagináveis contra outros. Os animais, como Fury disse, só matam para proteger e alimentar-se. São leais a aqueles a quem ama. Um
humano foi quem me arrancou o coração do peito e o pisoteou. E foi Vane quem apareceu e me fez sentir feliz outra vez. Recolheu meu coração e o embalou cuidadosamente
em suas mãos. Sei que jamais me machucaria, não desse modo. —Os olhos de Bride se encheram de lágrimas ao compreender quanto amava realmente a seu companheiro—.
Suponho que, se tivesse que escolher entre um humano e um animal, escolheria ao animal. Assim, está advertida, Bryani. Se alguma vez ameaças ao Vane ou a seus irmãos
outra vez, vou demonstrar-te quão humana sou. Porei-me minha camuflagem, perseguirei-te e te esfolarei enquanto gritas. Compreendeste-me?
Um maciço grito de aclamação soou atrás de Bride, sobressaltando-a. Dando a volta, viu todo o clã Peltier, e a alguns mais, amontoados dentro e ao redor da soleira.
Mas foi Vane quem apanhou sua atenção. A expressão de orgulho em seu rosto fez que todo seu corpo se esquentasse.
—Maldição, Vane, tem a uma tremenda companheira aqui - disse um dos quadrigêmeos Peltier.
Bryani arremeteu contra Bride. Seu braço saiu da caixa enquanto tentava agarrá-la.
—Não pode me deter, humana.
—Não, mas eu posso.
Bride deu um passo em falso enquanto Acheron atravessava a multidão para parar na frente a Bryani.
Ele se agachou perto da caixa e sustentou o olhar dela com o seu.
—Levarei-te a casa, Bryani, e me assegurarei que nunca possa voltar a abandonar sua época. Não haverá mais passeios nas costas de ninguém. —Bryani o olhou ressentidamente—.
Não - disse Ash, como se pudesse lhe ler a mente—. Alastor não te ajudará outra vez. Seu contrato está anulado.
—Não pode fazer isso - grunhiu ela—.Não será livre até que todos eles tenham encontrado a suas companheiras.
Ash lhe deu de presente um meio sorriso zombador.
—Deveria passar mais tempo com os deuses, Bryani. Ensinaram-me bem sobre as lacunas jurídicas. Já vê, todos seus filhos encontraram a suas companheiras. É só que
ainda não sabem.
—O que diz? —perguntou Fury.
Ash o ignorou.
—Alastor está livre de ti, e por medo de meu castigo, não fará nenhum novo acordo contigo.
—E o que tem que meu castigo? —chiou Bryani enquanto sacudia os barras de sua jaula—. Onde está minha justiça?
Ash parou e suspirou com cansaço.
—Direi-te uma coisa. Que tal isto como pacto? Retorna a sua época e te assegura que Der permaneça onde está, e te darei o que mais quer na vida.
Bryani inclinou a cabeça, enquanto contemplava ao Atlante.
—Jura?
—Sim.
Ela fez um gesto desde seu coração a seus lábios.
—É um trato. Agora me deixe sair desta jaula para poder decretar minha vingança.
Ash negou com a cabeça.
—Não vou deixar matar a seus filhos, Bryani.
—Mas, disse…
—Seu desejo mais querido não tem nada que ver com eles. Vou enviar-te a casa agora e, prometo-lhe isso, para quando cair à noite será uma mulher feliz.
Bryani desapareceu da jaula.
—O que vais fazer lhe? —perguntou Fury.
Ash cruzou os braços sobre o peito enquanto dava a volta para enfrentá-los.
—O que é o que seu pai sempre há dito publicamente pelo que daria tudo?
A mandíbula de Vane ficou frouxa.
—Recuperar a sua companheira. Mas isso era só uma mentira que dizia para que a manada sentisse pena por ele.
—Bom - pronunciou Ash lentamente—. A raça deveria tomar cuidado com o que deseja. Porque pode obtê-lo.
Vane assobiou baixo.
—Me recorde que nunca te faça enfurecer.
—Em realidade não vai unir os dois, verdade? —perguntou Bride.
Ash deu de ombros.
—Foram destinados a estar juntos, e é hora que se dirijam o um com o outro. O que aconteça entre eles, é assunto deles.
—O que te devo por este favor? —perguntou Vane.
—É grátis. Quando ajudou ao Talon, pagou um preço mais alto do que ninguém deveria pagar jamais. Considera-o um presente de bodas de minha parte e de Simi. Nem sua
mãe nem seu pai voltarão a ameaçá-los jamais a vocês nem a seus filhos.
—Está predizendo o futuro, Acheron? —perguntou Nicolette.
—Não exatamente. Não lhes estou dizendo o que acontecerá. Só o que não.
—Obrigado, Ash - disse Vane.
—Já que está de um humor generoso - disse Fury da entrada—, quer me dizer quem é minha companheira?
Ash lhe ofereceu um meio sorriso pícaro.
—Depende de ti encontrá-la.
—Sim, mas…
—Basta, lobo - disse Colt, lhe aplaudindo as costas—. O grande Acheron não vai responder isso.
—Ah, homem, isto vai voltar-me louco. Sabe que conheci a milhares de mulheres em minha vida, certo?
—Sim - disse Ash—, mas não te deitaste com todas elas.
Fury parecia estar sofrendo.
Vane se adiantou e atraiu a Bride a seus braços.
—Obrigado - lhe disse, abraçando-a com força—. Quando Kyle me disse que minha mãe estava aqui em cima contigo…
Colocou-lhe os braços ao redor do pescoço e deixou que o amor que sentia por ele a alagasse.
—Não ia permitir que te machucasse.
Ash afugentou a todos fora da habitação, para que pudessem beijar-se em privado.
Logo depois de alguns minutos, Vane os transportou do escritório do Carson ao Santuário. Stefan estava sentado em uma cadeira, via-se um pouquinho aturdido e ainda
sangrava.
Pobre lobo. Mas viveria.
Alguém começou a tocar "Sweet Home Alabama".
—Chegou tarde - gritou Colt—. Já sabemos que Ash está aqui.
—Então - disse Ash, caminhando para o Vane e Bride—. A quem respaldará para que tome o controle de sua manada?
—Não é meu assunto. Fui exilado.
—Sim, mas Markus se irá em aproximadamente, uhhh..., uma hora, necessitarão a alguém que os lidere.
Vane olhou ao Stefan, quem tinha querido a manada durante anos. Desgraçadamente, o lobo era um idiota, daí sua tentativa de pacto com a mãe de Vane.
Seu olhar voou para o Fury e o cão.
—Fury? —chamou-o Vane—. O que te pareceria liderar uma manada de lobos?
Um travesso sorriso se estendeu por seu rosto.
—Eu adoraria.
—Merda - resmungou Stefan enquanto tentava ficar de pé. Ainda estava muito fraco—. Não é o suficientemente forte para conter à manada.
Vane olhou a seu irmão e logo ao Stefan.
—Sim, é. Porque sei que meu irmão recolocará à manada aqui em Nova Orleans.
—Nunca o obedecerei - grunhiu Stefan.
—Nem sequer pode ficar em pé, imbecil - respondeu Fury.
Vane ignorou o arranque do Fury.
—Sim, fará. Se não o fizer, você e eu terminamos.
Vane retirou seu feitiço e permitiu que se vissem as marcas de seu rosto. Stefan ficou ainda mais pálido
— Alguma pergunta?
Stefan se voltou para o Fury e sacudiu a cabeça.
—Quer que comece a me mudar?
O sorriso do Fury se voltou malvado.
—Diria que sim, mas parece que quão único pode fazer é começar a sangrar. Ocuparei-me da manada. Carson, poderia acompanhar ao Stefan para cima antes que se derrube?
—Carson assentiu e desapareceu da habitação com o Stefan. Fury se adiantou—. Obrigado, Vane.
—Não há problema. Ganhaste isso, e decididamente o merece mais que qualquer dos outros.
Bride não poderia ter estado mais orgulhosa de Vane que o que estava nesse momento.
—Comida!
Bride se voltou ante o alegre grito de uma voz que reconhecia.
A amiga do Ash, Simi, apareceu pela porta com um resplandecente sorriso. Seu comprido cabelo negro estava caído a cada lado de seu rosto, e tinha um brilhante par
de chifres vermelhos na cabeça. Vestia uma saia curta de PVC negro, com meias de listras negras e púrpuras até a coxa, que desapareciam dentro de um par de danificadas
botas de combate. Tinha uma camisa de rede e um apertado espartilho vermelho.
Bride notou que vários membros do clã dos ursos tinham expressões tensas no rosto.
—Muito bem, Vane - lhe perguntou em voz baixa—. O que é Simi? Animal, vegetal, ou mineral?
—Outro - disse ele rindo—. É um demônio. Literalmente.
—Que alguém conte aos filhotes - gritou Dev.
—OH, ora - lhe disse com desdém Simi—. Não vou comer nenhum alimento peludo enquanto vocês têm aqui as coisas boas.
Abriu a enorme bolsa negra que levava e extraiu uma garrafa extragrande de molho de churrasco.
Simi passou meneando-se entre a multidão até que viu a Bride. Chiou de alegria.
—Agora também esta aqui, Bride? Tem alguma dessas geniais coisinhas brilhantes?
—Não, Simi. Estão em minha loja.
A menina fez panelas e girou para o Ash.
—Akri? Podemos voltar a visitar a loja de Bride?
—Certo, Simi. Mas não hoje. Bride está aqui e não lá.
—OH. Muito bem. Simi pode comprar tudo o que queira?
—É obvio.
Simi sorriu ampliamente, e logo começou a saltar como uma criancinha.
—Muito bem, dancem todos! Você também, Akri.
De repente, começou a soar "Macarena". Todos no bar grunhiram, exceto Simi, quem riu alegremente. Tomou a mão do Ash e o empurrou à pista de baile.
—Agora todos! —disse Simi.
Lentamente, o resto dos habitantes do bar foram para a pista de baile.
Bride se assombrou quando Vane a tirou da mão e a levou ali.
—Vane…
—Quando Simi diz "dançar", todo mundo dança.
—É um demônio - grunhiu um dos homens morenos mais mal-humorados, desde sua cadeira na mesa que estava junto a eles—. Eu não danço para ninguém. —Mal houve dito
essas palavras, deu um salto e começou a aplaudia a perna, como se estivesse incendiando-se—. Maldito seja Ash - lhe grunhiu.
Ash sorriu com afeição.
—A dama disse que dançassem, Justin. Traz aqui seu traseiro de pantera.
Bride riu enquanto todos, incluindo o Ash, começavam a dançar a Macarena. Tinha que ser o momento mais estranho de sua vida.
Quando terminaram, Simi correu com seu molho de churrasco a uma das mesas e tomou um peru inteiro para si mesmo.
—É nocivo o modo em que mal cria a essa demônio, Ash - resmungou Justin.
Ash encolheu os ombros afavelmente e se dirigiu onde Simi estava sentada, devorando seu peru.
Bride e Vane se sentaram junto ao Fury enquanto todos faziam fila pela comida.
—Já estou satisfeita - disse Bride.
—Eu também - concordou Vane.
Assim que se sentaram e conversaram com os ursos enquanto comiam.
Os bate-papos ressonaram na habitação até que os ouvidos de Bride zumbiram pelo alegre bate-papo e a música.
De repente, todos ficaram calados.
Bride viu que a mandíbula de Vane se afrouxava enquanto olhava fixamente a porta da cozinha.
Girou a cabeça para ver um magnífico homem aproximando-se deles. Era um pouquinho mais baixo que Vane e tinha cabelo negro e desgrenhado. Tinha os braços cruzados
ao redor de maneira protetora, e vestia uma camisa negra de mangas longas e jeans.
Seu olhar estava concentrado nela e no Vane enquanto caminhava lentamente através das pessoas sem falar com ninguém.
Deteve-se junto a eles. Seus olhos estavam cheios de dor e melancolia enquanto estendia a mão para a Bride.
Com a mão tremendo, Bride se esticou para ele.
—É formosa, Vane - disse Fang, com a voz rouca—. Alegra-me que a tenha encontrado.
Vane ficou de pé, mas seu irmão retrocedeu.
—Fang? —perguntou Vane.
Ele se afastou deles.
Bride não podia respirar enquanto o via abrir caminho para a cozinha, onde Aimeé estava esperando. A ursa pôs seus braços ao redor dele e, para assombro de Bride,
Fang lhe permitiu sustentá-lo enquanto retornava à Casa Peltier.
—Está bem? —perguntou- Bride ao Vane enquanto este se sentava.
Um sorriso dançou na comissura de seus lábios.
—Sim. Pela primeira vez em muito tempo, acredito que sim.
—Bem - disse Fury—. Porque está saindo com a Aimeé Peltier, Fang necessitará a nós para evitar que os ursos o esfolem.
A banda, que estava composta por vários animais, subiu ao cenário e tomou seus instrumentos.
Enquanto os afinavam, um pequeno macaco foi correndo para a Bride e saltou sobre seu ombro.
—Olá - lhe disse—. Não sabia que havia Were-macacos.
—Não há - disse um loiro alto e magro enquanto estirava o braço para o macaco. Bride recordava que o tinham apresentado antes. Chamava-se Wren—. Marvin é o único
não-were no bar.
O macaco subiu por seu braço e posou sobre seu ombro.
—OH, sinto muito.
Wren lhe sorriu.
—Está tudo bem. Também me levou muito tempo me acostumar às pessoas deste lugar.
Ela o observou enquanto se afastava.
A banda prorrompeu com uma entrega de canções de lobos. Bride sentiu que se ruborizava enquanto eles cantavam "Little Rede Riding Hood" "Werewolves of London," "Bad
Moon Rising," e inclusive "Midnight Special"*.
—Vêem aqui, Vane - disse Colt no microfone—. E canta por seu jantar.
Vane parecia um pouquinho envergonhado antes de deixá-la e unir-se a eles no cenário.
—Não sabia que podia cantar - disse ao Fury.
—Eu tampouco.
Esperava que Vane cantasse alguma canção clássica de rock, assim, quando começou a entoar "The Story of My Life"* Bride sentiu que lhe enchiam os olhos de lágrimas.
Vane não estava cantando por seu jantar.
Estava cantando para ela.
Dev foi para ela e a empurrou para o cenário.
Bride não podia respirar enquanto escutava ao Vane. Tinha uma voz formosa e, quando terminou sua canção, subiu-a ao cenário com ele. Ali, frente a todos os Were-Hunters,
ajoelhou-se frente a ela.
—Sei que estamos unidos pelo costume Were-Hunter, mas queria me assegurar de fazer isto bem para ti, neném.
Depositou o microfone sobre o cenário e extraiu um anel de seu bolso.
Bride sentiu que as lágrimas caíam por suas bochechas enquanto ele colocava o solitário de diamante redondo em seu dedo.
—Amo-te, Bride McTierney, e quero passar o resto de minha vida te demonstrando quanto te preciso. Casaria-te comigo?
Ela não podia deixar de chorar. Diabos, mal podia vê-lo em meio das lágrimas. Quão único podia fazer era assentir como uma boba histérica.
Acreditou que Vane estava sorrindo, mas não estava segura.
—Está bem - disse Vane pelo microfone—. Também chorou assim o dia que a conheci. Acredito que é algo bom para os humanos.
—Ahhh, eu também choraria se tivesse que ver-te cada dia durante o resto de minha vida, Vane - disse Colt.
Ignorando-o, Vane ficou de pé frente a ela e lhe secou as lágrimas com suas mãos.
—Estou melhorando nisto, Bride. Esta vez não te coloquei o dedo no olho.
—Não - disse ela, sorvendo as lágrimas—, não o fez.
Ele a beijou brandamente, e logo a separou do cenário.
Ash se encontrou com eles junto ao Simi, que também estava chorando.
—Isso foi formoso - soluçou histericamente ao Vane. Logo girou para enfrentar ao Ash—. Akri, a Simi quer que alguém proponha matrimônio a ela desse modo. Vá procurar
a esse modelo Travis Fimmel para mim, e obriga-o a fazer isso, também. Por favor!
—Disse uma vez e repito, Sim, não pode simplesmente afastar aos humanos de suas vidas.
—Mas Vane levou a Bride.
—Não, Sim. Bride escolheu ao Vane.
—Então vá fazer que Travis me escolha.
—Não posso fazer isso. Não estaria bem.
A demônio lhe lançou um bufido antes de ver um dos ursos trazendo um bolo da cozinha. Suas lágrimas se secaram instantaneamente.
—Ooohhh - sussurrou Simi, olhando o bolo com fome—. Chocolate. Meu favorito. Tenho que ir agora. Adeus.
Ash riu enquanto Simi corria e literalmente atacava ao pobre urso que levava o bolo. O tirou das mãos e foi para um canto para estar sozinha com o bolo.
Sacudindo a cabeça, Ash se voltou para eles.
—Seu pai não voltará a te incomodar, e queria felicitá-los novamente a ambos.
—Obrigado, Ash - disse Vane, estendendo a mão para ele.
Ash assentiu enquanto a estreitava.
—A propósito, não precisa preocupar-se.
—A respeito do que? —perguntou Bride.
—Terá bebês, e não filhotes. E nada de ninhadas.
Bride estava mais aliviada do que tivesse acreditado possível.
—Obrigado.
—Quando quiser.
Ash os deixou e tomou um bolo de uma mesa, que levou para Simi, quem o olhou com o rosto coberto de chocolate. Literalmente aspirou o bolo em menos de dez segundos.
Vane passou seu braço ao redor dos ombros de Bride. Enquanto retornavam à mesa onde Fury e o cão estavam compartilhando um pedaço de bife, Bride começou a rir enquanto
olhava seu novo zoológico e família.
—O que acontece? —perguntou Vane.
—Nada. Simplesmente pensava que atirei minha vida completamente aos cães, e nunca ia querer que fosse de nenhuma outra maneira.

Epilogo

Vane se deslocou ao passado. Não tomou muito esforço encontrar a seus pais. Depois de tudo, Acheron não se incomodou em proteger seu aroma dele e eles só tinham
estado aí, juntos, por aproximadamente uma hora.
O líder dos Dark Hunter tinha seqüestrado aos dois Were-Hunters em uma isolada ilha no quinto século. Nenhum deles tinha o poder para partir da ilha ou do período
de tempo.
Este era realmente um destino pior que a morte.
Ou ao menos estava a ponto de sê-lo.
Vane transportou-se "à areia" onde seus pais combatiam o um contra o outro com espadas desembainhadas. Ambos estavam ensangüentados de lutar, e embora pensando bem,
ele deveria estar se divertindo, não estava.
Como poderia estar? Estas duas pessoas, com todas suas faltas, eram seus pais, e se não fosse por eles nunca teria nascido.
Apesar disso, algumas coisas não podiam ser perdoadas.
Seu pai vacilou quando viu o Vane. Isto deu a sua mãe a abertura que necessitava para atravessar ao Markus com sua espada.
Isto deveria ter sido um golpe mortal.
Mas não foi.
Sua mãe puxou para liberar sua espada, amaldiçoou, e apunhalou ao Markus outra vez. Markus só ficou aí piscando incrédulo enquanto permanecia imune a seus ataques.
—Deixa, Mãe - disse Vane enquanto se aproximava deles.
Ela virou para ele com outra maldição até que seus olhos enfocassem seu rosto.
Por uma vez Vane não se incomodou em ocultar suas marcas faciais a nenhum deles. Ele a olhou fixamente, inexpressivamente, enquanto o horror enchia sua expressão
e ela compreendeu a verdade sobre seu filho mais velho.
—Sei que ao Acheron provavelmente não podia lhe preocupar menos se vocês dois se destruíam o um ao outro - disse lentamente—. Mas eu não podia viver comigo mesmo
sabendo que ele tinha condenado a um de vocês a morrer mesmo que vocês o merecessem.
—O que quer dizer? —perguntou Markus.
—Troquei as coisas um pouco. Você dois podem lutar e matar um ao outro muitas vezes, mas nenhum de vocês será capaz de morrer à mão do outro.
—Bem, então —grunhiu Markus— me matarei.
—Não permitirei isso, tampouco.
Bryani o amaldiçoou.
—Você não pode nos deter.
Vane riu.
—Sim, Mamãe. Posso. Você deveria ter escutado ao Fury quando ele tentou te dizer sobre meus poderes. Há só um pequeno punhado de gente nesta terra cujos poderes
podem superar os meus. E nenhum de vocês é um deles.
Os olhos do Bryani se estreitaram.
—Por que faz isto?
—Porque vocês dois precisam chegar a um acordo um com o outro. O que Markus te fez esteve mau, mas claro, sempre me disseram que dois maus não fazem um bem. Assim
tento fazer o correto por uma vez. Você dois têm que de ficar de acordo e deixar para trás este ódio. —Ele suspirou. —Voltarei em umas décadas para ver como foi.
—Não pode nos abandonar aqui. Não assim! —chiou Bryani.
—Por que não, Mamãe? Papai golpeou ao Fang e a mim e nos pendurou para morrer, literalmente. Você golpeou ao Fury e o deixou por morto. Agora vocês dois podem esmurrar
a quem realmente os encheu o saco, e nós poderemos viver nossas vidas em paz longe dos dois. Tenham uma agradável guerra.
Vane se transportou para longe deles, de retorno onde Bride estava ocupada empacotando suas coisas na casa do Valerius.
—Sabe que não tem que fazer isso?
Ela saltou e ofegou.
—Acredito que tenho que te pôr um sino!
Ele riu.
Bride saltou outra vez quando todos seus pertences de repente apareceram muito bem dobrados em suas malas.
—Vane...
—O que?
—Não importa - disse ela com um sorriso. Realmente tampouco queria fazer.
Ele ficou atrás dela e a aproximou para ele.
Bride se tomou um momento para saborear a sensação de senti-lo ali. Saborear a força de seus braços ao redor de sua cintura.
—Então que vais fazer com o resto de sua vida agora que seus pais estão a resguardo e Fury tem o controle de sua manada?
—Francamente?
—Sim.
—Não quero fazer outra coisa que passar o resto de minha vida te olhando.
—Sim, mas...
—Nenhum, mas, Bride. Passei os últimos quatrocentos anos lutando com unhas e dentes. Escondendo quem e o que sou. Agora não há nenhuma necessidade. Você está a salvo
aqui em Nova Orleans e tenho a intenção de me assegurar que permaneça assim.
Ela girou em seu abraço e enlaçou seus braços ao redor de seu pescoço.
—E quanto a minha loja?
—É toda tua.
—Ajudará-me a vigiá-la?
—Não. Vou estar muito ocupado vigiando a ti.

Fim
Querem saber o que diz a canção que cantou Vane ao Bride e a fez chorar de emoção????

THE STORY OF MY LIFE. (Neil Diamond)

A história de minha vida é muito simples de ler
Começa o dia em que chegou
E termina o dia em que for
A história de minha vida começa e termina contigo
Os nomes são ainda os mesmos
E a história ainda é verdade

Eu estava sozinho
Você me encontrou esperando e me fez teu
Estava assustado
Que de algum jeito nunca pudesse ser o homem que desejava de mim.

Você é a história de minha vida, e cada palavra é verdade
Cada capítulo canta seu nome
Cada página começa contigo
É a história de nossos tempos e nunca deixá-la ir
Se morrer hoje, queria que soubesse
Fique aqui comigo
Compartilha comigo, cuida de mim
Fique e esteja perto
E quando isto começou jazia acordado cada noite
Mal sabendo em alguma parte no profundo interior
Que nosso romance mal podia ser escrito

A história de minha vida é muito simples de ler
Começa o dia em que chegou
E termina o dia em que for....


Glossário
____________________________________
* Lobo Omega: macho que se encontra no nível mais baixo da pirâmide de autoridade na manada.
* no original: Mary Jane, tradicionais sapatos com couro no México, Mercedes na Espanha ou Guilhermina para a Argentina.
* Krispy Kreme, a mais famosa marca de Doa. Pão-doces redondos com uma coberta muito fina de açúcar.
* Creme Horns: Croissants
* trocadilho intraduzível... nut, significa avelã ou louca / louca.
* Pop Tart: conhecido bolo torrada do Kelloggs, estão cheias com distintos gostos: chocolate, frutas ou yogurte
* Mon ange: em francês no original: meu anjo.
* Cher: em francês no original: querido .... mon cher: meu querido
*Je NE sais pas: em francês no original: eu não sei
* Looney Toones: famosos desenhos animados da Warner Bros: Papaléguas, Taz, Bugs Bunny.
* Wachovia Corporation: famosa companhia de serviços financeiros que funciona em todo os Estados Unidos e cinco países da América Latina.
* Bodacious: famosa marca de roupa sexy, especializada em talhas entre o 10 e 24. Seu slogan publicitário diz. “Roupa para celebrar suas curvas”
* Cajún: é o nome que se dá nos Estados Unidos, aos descendentes de franceses que moram em Nova Orleans
* Evian: água mineral natural, original da Girona.
* Bananas Foster: a sobremesa mais tradicional de Nova Orleans e o favorito de quase todos seus habitantes.
* Chateaubriand Bouquetière: tradicional comida francesa: filé mignon acompanhado por vegetais e molho Bearnaise.
* bistrô: em francês no original: restaurante – bar.
* adelfos: irmão em grego
* Armageddon: Na literatura cristã apocalíptica, Armageddon é o lugar da batalha final entre os reis da Terra e as forças do mal guiadas por Satanás e Deus. Também
é o sinônimo para o nome da batalha, e na linguagem comum o equivalente ao de um Apocalipse.
* Troggs: grupo de música dos anos ’60, originários da Inglaterra. Significa “trogloditas” e o tema: Coisa Selvagem.
* O Lobo-garou ou lycanthrope é um personagem de lenda, vagabundo e malvado, quem tem o poder de transformar-se em lobo. O termo ”garou” já significa homem lobo.
* Em espanhol no original.
* The silence of the lambs: filme protagonizado pelo Anthony Hopkins e Jodie Foster, ganhadora de vários Oscars.
* SUV: Short Utility Vehicle: caminhonete todo terreno
* Geritol: Faz uma brincadeira referindo-se a um complexo vitamínico para maiores de 50 anos desse nome dos Laboratórios Glaxo SmithKline.
* Scare Tactis: programa de televisão onde peritos do canal de Ficção científica (SciFi.com) dedicam-se a torturar a um pobre mortal com efeitos especiais e situações
limite.
* Buffy: Protagonista de série televisiva americana Buffy The Vampire Slayer. Buffy é uma adolescente que vive em um povo assolado por vampiros malignos e tem dons
que lhe permitem destruí-los. Protagonizada pelo Sarah Michelle Geller.
* Chippendales: famoso grupo de strippers (nudistas) masculinos.
* ZZTop: Grupo de música americano cujos integrantes usavam uma barba longa até a metade do peito.
* Ao Dark Champion, novela de Kinley McGregor (Sherrilyn Kenyon) da saga A irmandade da Espada, corresponde à história do Stryder do Blackmoor.
* Timoria: em grego: castigo, penalidade
* Regis, do latim, Rei
* Saints: equipe de futebol americano, originário de Nova Orleans.
* Powerball: jogo de apostas. apostam-se vários números entre cinqüenta. Terá que acertar cinco para ganhar o prêmio principal. Se aposta em todo os Estados Unidos.
(No BRASIL seria parecido ao Loto)
* Addams: Famosa família de estranhos costumes, série de televisão dos anos 60 e filmes recentes.
* Jack and Jill: Livro da Louisa Mai Alcott; seus protagonistas são dois  inseparáveis amigos, Jack e Jill, que sofrem um sério acidente deslizando-se em trilha por
a Colina do Diabo, mas com a ajuda e o estímulo de seus amigos e da família resolvem o problema e não permitem que a ruína e a desgraça cheguem à época das festas
de natal.
* N da autora utiliza a palavra em inglês hand—fasting que é o nome que o matrimônio recebe na wicca celta. É a união eterna de duas pessoas Apaixonadas. É uma cerimônia
sagrada de compromisso presidida por uma Sacerdotisa Superior. O melhor momento para realizá-la é à saída ou de Pôr-do-sol onde estão pressentem ao mesmo tempo a
Lua e o Sol na união dos dois Amantes.
* Faz referência o filme de terror Children of the Night do ano 1991 dirigida pelo Tony Randel.
* Estudante com as melhores nota. É o que faz o discurso de graduação nas grandes Universidades.
* Dom Ho: o mais famoso cantor havaiano.
* Tony Manero: Personagem do John Travolta em Embalos de Sábado de noite (Saturday Night Fever) famoso filme dos anos 70, com música dos Bee Gees.
* trocadilho intraduzível: em inglês diz eye-italian: fazendo referência aos jovens ítalo-americanos que fazem música Hip-Hop.
* em francês no original.
* Phaser é um programa para sincronizar as estruturas macromoleculares de vidro com métodos máximos de probabilidade.
* Taser: Pistola de Electroshock
* Mamífero roedor conhecido como "Ardillita do deserto", similar a um rato de laboratório.
* Nozes típicas do Sul dos Estados Unidos são de casca alongada e Lisa.
* Marca de vasilhas plásticas herméticas para levar comida
* Corredor de automóveis na famosa categoria Nascar. Correu durante 32 anos e ganhou mais de 200 corridas.
* Gumbo: comida tradicional da Luisiana, espécie de guisado.
* Em francês no original: “meu pequeno lobo”
* Little Red Riding Hood: Chapeuzinho Vermelho, Werewolves of London: Homens-lobos de Londres, Bad Moon Rising e Midnight Special, ambas famosas canções do Creedence
Clearwater Revival.

Aproveite a noite
(Seize the night)


PREFÁCIO

-Feliz aniversário, Agrippina -disse Valerius enquanto pousava uma só rosa vermelha aos pés da estátua de mármore que possuía um lugar sagrado em seu lar.
Não era nada comparado com o lugar sagrado que essa mesma mulher tinha tido em seu coração enquanto estava viva. Um lugar que ainda ocupava, mesmo depois de dois
mil anos.
Fechando os olhos, sentiu-se destroçado pela dor de sua perda. Destroçado pela culpa que os últimos sons que tivesse escutado como mortal fossem os angustiantes
soluços dela enquanto gritava pedindo sua ajuda.
Incapaz de respirar esticou-se e tocou sua mão de mármore. A pedra era dura. Fria. Rígida. Coisas que Agrippina jamais tinha sido. Em uma vida que se media por uma
brutal seriedade e aspereza, ela tinha sido seu único refúgio.
E ele ainda a amava pela silenciosa bondade que lhe tinha outorgado.
Apertou a delicada mão com as suas, e logo apoiou sua bochecha contra a fria palma de pedra.
Se pudesse pedir um desejo, seria recordar o som exato de sua voz.
Sentir a calidez de seus dedos sobre os lábios.
Mas o tempo lhe tinha tirado tudo, exceto a agonia que lhe tinha causado a ela. Morreria dez mil vezes mais se tão somente pudesse salvá-la da dor dessa noite.
Infelizmente, não havia modo de voltar o tempo para trás. Não havia maneira de forçar aas Destinos a desfazer suas ações e lhe dar a felicidade que ela deveria ter
conhecido.
Assim como não havia nada que pudesse encher o doloroso vazio dentro dele pela morte da Agrippina.
Fazendo chiar os dentes, Valerius se afastou e notou que a chama eterna que ardia a seu lado estava chispando.
—Não se preocupe - disse a sua imagem—. Não deixarei na escuridão. Prometo.
Era uma promessa que lhe tinha feito em vida, e inclusive na morte, jamais a tinha quebrado. Durante mais de dois mil anos a tinha mantido na luz, embora ele mesmo
se via forçado a viver na escuridão que a tinha apavorado.
Valerius atravessou a iluminada habitação para alcançar o grande aparador estilo romano que guardava o azeite para a chama da Agrippina. Pegou e o levou até a estátua;
então subiu ao pedestal de pedra para derramar quão último ficava dentro do abajur.
Nesta posição, sua cabeça estava à mesma altura que a dela. O escultor ao que tinha encarregado séculos atrás tinha capturado cada delicada curva e covinha de seu
precioso rosto. Só a memória do Valerius substituía a cor mel de seu cabelo. O vívido verde de seus olhos. Agrippina tinha sido perfeita em sua beleza.
Suspirando, Valerius tocou sua bochecha antes de descer. Era inútil permanecer no passado. O fato, feito estava.
Agora tinha jurado proteger aos inocentes. Custodiar a humanidade e assegurar-se que nenhum outro homem tivesse que perder uma luz tão valiosa em sua alma como a
que Valerius tinha perdido.
Certo de que a chama duraria até a noite seguinte, inclinou a cabeça respeitosamente ante sua estátua.
-Amo - disse-lhe, sussurrando a palavra latina para “te amo”.
Era algo que rogava aos deuses ter tido o valor de lhe dizer em voz alta enquanto estava viva.

Bride McTierney está farta dos homens. São mesquinhos, egoístas e nunca amam a uma mulher pelo que realmente é. Mas embora se gabe de ser independente, no fundo deseja encontrar o seu particular cavalheiro de brilhante armadura. Jamais esperou que seu cavalheiro tivesse um brilhante... Casaco de pele.
Letal e torturado, Vane Kattalakis não é o que aparenta ser. A maioria das mulheres se lamentava de que seus namorados se comportem como autênticos cachorros. No caso de Bride, o seu é um lobo. Um were-hunter lobo.
Vane, cujos inimigos querem vê-lo morto, não está procurando uma companheira. Mas o destino quis que Bride fosse à mulher destinada a ser sua companheira. Agora, tem três semanas para convencê-la de que o sobrenatural existe, já que do contrário viverá o resto de sua vida como se estivesse castrado!... Algo que qualquer lobo que se aprecie não pode aceitar.
Mas, como pode um lobo conseguir convencer a uma humana para que lhe confie sua vida quando seus inimigos não se detêm ante nada para acabar com a sua? No mundo dos Were-Hunter só sobrevive o mais forte. E só um macho dominante pode ganhar.

 

https://img.comunidades.net/bib/bibliotecasemlimites/JOGO_NOTURNO.jpg

 

Quando a lua está cheia, a paixão é mais forte...
Vêem comigo, viajante moderno, atrás de um tempo que foi protegido pelo mistério. Atrás de uma antiga lenda que foi, sobre tudo, esquecida. Ou pelo menos...
Deformada.
Vemos parte disso em nosso avançado mundo. Que mortal atual não sabe do temor aos estranhos ruídos à luz da lua cheia? Temer o uivo do lobo? O grito de um falcão?
Olhar com precaução nos becos mais escuros. Não temendo a predadores humanos, mas temendo a algo mais.
Algo escuro. Perigoso. Algo ainda mais mortal que nossos homólogos humanos.
Mas a humanidade nem sempre teve este medo. Em efeito, houve um tempo uma vez, faz muito, quando a raça era a raça e os animais eram animais.
Até o dia do Allagi. Eles dizem do nascimento dos Were-Hunters, que como a maioria dos grandes vilões, começou apenas com as melhores intenções.
O rei Lycaon da Arcádia não tinha nem idéia quando se casou, que sua preciosa e amada rainha não era humana. Sua esposa guardava dentro dela um escuro segredo. Ela
nasceu da maldita raça Apolita e estava destinada a morrer na flor de sua juventude, à idade de vinte e sete anos.
Não foi até seu último aniversário, quando Lycaon viu sua amada morrer horrivelmente de velhice, que se deu conta que os dois filhos que ela tinha criado a seguiriam
a um jovem tumulo.
Golpeado pela pena, ele tinha procurado a seus sacerdotes, mas todos lhe disseram que não havia nada que poderia fazer. O destino era o destino.
Mas Lycaon resistiu fazer caso a sua sabedoria. Ele era um feiticeiro e estava decidido que ninguém levaria para longe os seus filhos. Nem sequer o Destino.
E então começou a experimentar com sua magia um modo para prolongar as vidas da raça de sua esposa. Capturando-os, ele magicamente combinou sua essência com vários
animais que eram conhecidos por sua força: ursos, panteras, leopardos, falcões, leões, tigres, chacais, lobos, e até dragões.
Ele passou anos aperfeiçoando sua nova raça, até que por fim esteve certo que tinha encontrado a cura para seus filhos. Mesclando-os com um dragão e um lobo, os
mais fortes dos animais com os que tinha feito experiência, impregnou-os de mais força e magia que a qualquer um dos outros. De verdade, deu seu próprio poder a
seus filhos.
Ao final, ele recebeu mais do que tinha contado. Não só seus filhos tinham vidas mais longas que sua esposa, eles tinham vidas mais longas que qualquer espécie conhecida.
Com suas capacidades mágicas e sua força animal, eles agora viviam de dez a doze vezes mais que qualquer humano.
As Destinos olharam para baixo e viram o que o orgulhoso rei tinha feito. Zangadas com a interferência em seus domínios, as Destinos decretaram que ele deveria matar
a seus filhos e todos os que eram como eles.
Lycaon se negou.
Então as Destinos procuraram sua própria forma de castigo para seu orgulho. Seus filhos e todos os que fossem como eles foram amaldiçoados novamente.
—Nunca haverá paz entre seus filhos — proclamou Clotho, a Destino que faz girar os fios de vida—. Eles passarão a eternidade odiando e brigando até o dia que não
respirem mais.
E assim foi. Sempre que Lycaon mesclava um animal com um humano, ele, de fato, fazia dois seres. Um que era quem levava o coração de um animal e outro que levava
um coração humano.
Aqueles que caminhavam como homens e tinham corações humanos foram depois chamados Arcadianos pela raça do Lycaon. Os que tinham corações de animal foram chamados
Katagaria.
Os Katagaria nasciam como animais e viviam como animais, até que alcançavam a puberdade, quando os poderes mágicos se liberavam em seus hormônios, e seriam capazes
de voltar a ser humanos, ao menos externamente. Seus corações de animal governariam sempre suas ações.
Da mesma maneira, os Arcadianos nasciam como humanos e viviam como humanos até que sua puberdade trazia com ela sua magia e sua capacidade de mudar à forma de animal.
Dois lados de uma mesma moeda, as duas espécies deveriam ter estado em paz. Em muda, as deusas enviaram a Discórdia para plantar a desconfiança entre eles. Os Arcadianos
se sentiram superiores a seus primos animais. Depois de tudo, eles eram a raça com a racionalidade humana, enquanto os Katagaria eram só animais que podiam tomar
a forma humana.
Os Katagaria aprenderam rapidamente que os Arcadianos não eram honestos sobre suas intenções e que diriam uma coisa, logo fariam outra.
Com o passar do tempo, os dois grupos se atacaram enquanto cada lado tomava a razão moral como própria. Os animais acreditavam que os Arcadianos eram a verdadeira
ameaça enquanto os Arcadianos acreditavam que os Katagaria deviam ser controlados ou abatidos.
Esta é uma guerra interminável.
E como com todas as guerras, nunca houve um verdadeiro vencedor. Só houve vítimas que ainda sofriam pelo prejuízo e o ódio infundado.


Prólogo

Nova Orleans, Noite do Mardi Gras do ano 2003.

Sinto muito, Vane. Juro que nunca pensei que nos destruiria desta forma.
Vane Kattalakis chiou seus dentes enquanto voltava a falhar de sua tentativa de levantar-se. Seus braços lhe doíam pelo esforço de levantar noventa quilos de puro
músculo com nada mais que os ossos de seus pulsos. Cada vez que estava perto de levantar seu corpo até o galho sobre sua cabeça, seu irmão começava a falar, o qual
rompia sua concentração e fazia que voltasse a cair a sua posição suspensa.
Ele suspirou, tratando não de fazer caso da severa dor de seus pulsos.
—Não se preocupe Fang. Conseguiremos sair desta.
De algum jeito.
Esperava.
Fang não o ouviu. Em muda seguiu pedindo perdão por causar suas mortes.
Vane se esticou outra vez contra a cortante corda que mantinha suas mãos atadas juntas em cima de sua cabeça, presa a um frágil galho, enquanto ele se pendurava
precariamente de um antigo cipreste sobre uma das mais escuras e desagradáveis água de pântano que tivesse visto. Não sabia o que era pior, pensar em perder suas
mãos, sua vida, ou cair nesse buraco de lodo asqueroso infestado de jacarés.
Francamente, entretanto, preferia estar morto que tocar nessa peste. Nem sequer na escuridão do pântano da Luisiana, ele podia dizer quão pútrido e repugnante era.
Havia algo seriamente mal em alguém que desejava viver aqui, neste pântano. Pelo menos tinha a confirmação de que Talon dos Morrigantes era um idiota de primeira
linha.
Seu irmão, Fang, estava preso de igual maneira sobre o lado oposto da árvore onde eles pendiam de forma inquietante entre o gás do pântano, as serpentes, os insetos,
e os jacarés.
Cada vez que Vane se movia, a corda se cravava na carne de seus pulsos. Se não se libertasse logo, a corda atravessaria os tendões e ossos, e cortaria suas mãos
completamente.
Este era o timoria, o castigo, que ambos recebiam pelo fato de que Vane tivesse protegido à mulher do Talon. Como Vane se atreveu a ajudar aos Dark Hunters, os desalmados
Daimons que estavam em guerra com os Dark Hunters tinham atacado à manada de lobos Katagaria de Vane e tinha assassinado a sua querida irmã.
Os Katagaria eram animais que podiam tomar forma humana e seguiam uma lei básica da natureza: matar ou ser morto. Se alguém ou algo ameaçava a segurança da manada,
era aniquilado.
Então Vane, que tinha causado o ataque dos Daimons, tinha sido condenado a ser golpeado e deixado para morrer no pântano. Fang estava com ele só porque seu pai os
tinha odiado desde que tinham nascido e os tinha temido desde o dia em que seus poderes sobrenaturais tinham sido desbloqueados por seus hormônios adolescentes.
Mais que isso, seu pai os odiava pelo que sua mãe lhe tinha feito.
Esta tinha sido a perfeita oportunidade para que seu pai se livrasse de ambos sem que a manada se voltasse em contrário pela sentença de morte.
Seu pai tinha dito com alegria.
Este seria o último engano que seu pai voltaria a cometer.
Ao menos o seria se Vane pudesse conseguir tirar seus traseiros deste maldito pântano sem ser comidos.
Ambos estavam em sua forma humana e apanhados pelos finos, prateados colares metriazo que levavam ao redor de seus pescoços e que enviavam mínimos impulsos iônicos
a seus corpos. Os pescoços os mantinham em forma humana. Algo que seus inimigos pensaram que os fariam mais débeis.
No caso Fang isso era verdade.
Não era no caso de Vane.
Ainda assim, o colar debilitava sua capacidade de utilizar a magia e manipular as leis da natureza. E isso o estava deixando zangado muito seriamente.
Como Fang, Vane estava vestido só com um par de jeans ensangüentados. Sua camisa tinha sido arrancada para sua surra e suas botas tomadas só por despeito. Certamente,
ninguém esperava que vivessem. Os colares não podiam ser tirados com a magia, o que nenhum dos dois poderia usar enquanto o levassem, e inclusive se por algum milagre
eles realmente descessem da árvore, havia um grupo grande de jacarés que podia cheirar seu sangue. Jacarés que só esperavam que caíssem ao pântano para prover-se
de uma saborosa comida de lobo.
—Homem - disse Fang com irritação—. Fury tinha razão. Nunca deveria confiar em nada que sangra durante cinco dias e não morre. Deveria ter escutado. Você me disse
que Petra era uma cadela capaz de foder com três lobos de uma vez. Mas escutei? Não e agora nos olhe. Juro, se sair desta, vou matá-la.
—Fang! —Vane lhe disse bruscamente a seu irmão que seguia falando enquanto Vane tentava controlar alguns poderes através das dolorosas descargas elétricas do colar—.
Poderia acabar com o Festival da Culpa e deixa eu me concentrar, se não irei ficar pendurado nesta maldita árvore pelo resto da eternidade.
—Bom, não pela eternidade. Calculo que só temos aproximadamente uma meia hora antes que as cordas nos cortem os pulsos. Falando disso, meus pulsos realmente doem.
Como estão os teus? —Fang fez uma pausa enquanto Vane suspirava e sentiu um mínimo movimento da corda que começava a afrouxar-se.
Também ouviu romper o galho.
Com seu coração martelando, Vane olhou para baixo para ver um enormemente grande par de olhos de jacaré olhando-o das profundidades escuras. Vane teria dado algo
por ter três segundos de seus poderes para fritar a esse incômodo glutão.
Fang não pareceu notar nenhuma das duas ameaças.
—Juro que nunca vou dizer que morda meu traseiro outra vez. A próxima vez que me dizer algo irei escutar sobre tudo se referir a uma fêmea.
Vane grunhiu.
—Então poderia começar por me escutar quando te digo que te cale?
—Já me calo. Só odeio ser humano. A propósito. Como suporta?
—Fang!
—O que?
Vane pôs os olhos em branco. Era inútil. Sempre que seu irmão estava em forma humana, a única parte de seu corpo que conseguia qualquer exercício era sua boca. Por
que sua manada não podia ter amordaçado ao Fang antes que o pendurassem?
—Sabe, se nós estivéssemos em forma de lobo, só deveríamos roer nossas patas. Certamente se estivéssemos em forma de lobo, as cordas não nos sustentariam, assim...
—Se cale - ameaçou Vane outra vez.
—A sensação volta alguma vez para suas mãos depois de estar assim intumescidas? Isto não acontece quando somos lobos. Isto acontece com freqüência às pessoas?
Vane fechou seus olhos, aborrecido. Então assim era como terminaria sua vida. Não em alguma gloriosa batalha contra um inimigo ou seu pai. Nem tranqüilamente em
seu sonho.
Não, o último som que ele ouviria seria Fang amaldiçoando.
Ele imaginava.
Ele inclinou sua cabeça para trás para poder ver seu irmão através da escuridão.
—Sabe Fang, vamos jogar culpas por um minuto. Estou doente e cansado de ficar pendurado aqui devido a sua maldita boca que decidiu contar a seu último brinquedo
mastigável como protegi à companheira de um Dark Hunter. Muito obrigado por não saber quando fechar a maldita boca.
—Sim, pois como eu ia saber que Petra correria para contar ao nosso Pai que você estava com Sunshine e que por isso os Daimons nos atacaram? Fêmea hipócrita. Petra
disse que queria ficar comigo.
—Todas querem ficar contigo, imbecil, essa é a natureza de nossa espécie.
—Vai à merda!
Vane soltou um fôlego enquanto Fang finalmente se acalmava. A ira de seu irmão deveria lhe dar uma pausa de uns três minutos enquanto Fang pensava e procurava uma
mais criativa e eloqüente volta.
Enlaçando seus dedos, Vane levantou suas pernas. Mais dor se deslizou por seus braços enquanto cortava profundamente a carne humana. Ele só rezava para que seus
ossos agüentassem um pouco mais sem quebrar-se.
Mais sangue escorreu por seus antebraços enquanto levantava suas pernas em cima de um galho sobre sua cabeça.
Se somente pudesse conseguir envolver-se... Ao redor...
Ele tocou ligeiramente a madeira com seu pé nu. A casca esta fria e frágil enquanto raspava contra a suave parte superior de seu pé. Ele colocou seu tornozelo ao
redor da madeira.
Só um pouco... pouquinho...
Mais.
Fang grunhiu.
—É um tremendo estúpido...
Bem, muita criatividade.
Vane concentrou sua atenção em seus próprios e rápidos batimentos do coração e esperou para ouvir os insultos de Fang.
Ao contrário, ele enroscou uma perna ao redor do tronco e expulsou seu fôlego. Vane grunhiu de alívio enquanto a maior parte do peso foi tirado de seus palpitantes
e ensangüentados pulsos. Ele ofegou pelo esforço enquanto Fang seguia com seu ignorado discurso.
O tronco rangeu perigosamente.
Vane conteve seu fôlego outra vez, aterrorizado para que não fosse seu movimento que fizesse que seu galho se rompesse em dois e caísse como uma bolsa de batatas
na verde e podre água do pântano abaixo.
De repente, os crocodilos se derrubaram na água, logo se afastaram.
—OH merda - chiou Vane.
Esse não era um bom sinal.
Havia só duas coisas, que ele soubesse que fazia ir os crocodilos. Uma era se o Dark-Hunter chamado Talon, que vivia no pântano, retornava a sua casa e os refreava.
Mas como Talon estava no French Quarter salvando ao mundo e não no pântano esta noite, isso parecia extremamente improvável.
A outra, a opção muito menos atrativa eram os Daimons, os que eram mortos vivos, os que estavam condenados a matar para prolongar artificialmente suas vidas. A única
coisa sobre a que se sentiam mais orgulhosos que matar humanos, era matar Were-Hunters. Já que as vidas dos Were-Hunters duravam séculos e eles possuíam capacidades
mágicas, suas almas poderiam manter a um Daimon dez vezes mais que um humano normal.
Era mais impressionante, uma vez que a alma de um Were-Hunter era reclamada, suas capacidades mágicas eram absorvidas nos corpos dos Daimons onde poderiam usar esses
poderes contra outros.
Era um dom especial ser um prazer único para os não mortos.
Havia só uma razão para que os Daimons estivessem aqui. Uma única maneira de que fossem capazes de encontrá-los a ele e ao Fang sozinhos neste pântano isolado onde
os Daimons não pisavam sem uma causa. Alguém os tinha oferecido como um sacrifício para que os Daimons deixassem a sua manada Katagaria tranqüila.
E não havia duvida em sua mente de quem tinha feito aquela chamada.
—Maldito seja! —Vane grunhiu na escuridão, sabendo que seu pai não podia ouvi-lo. Mas ele tinha que expressar-se de todos os modos.
—O que te fiz? —perguntou Fang com indignação— além de conseguir que lhe matem, em todo caso.
—Não você - disse Vane enquanto lutava por conseguir subir sua outra perna o suficiente para poder libertar suas mãos.
Algo saltou do pântano à árvore, sobre ele.
Vane torceu seu corpo para ver o alto e magro Daimon em cima, olhando para ele com um divertido brilho em seus olhos famintos.
Vestido todo de negro, o loiro Daimon estalou sua língua para ele.
—Deveria estar feliz de nos ver, lobo. Depois de tudo, só queremos te libertar.
—Vai pro inferno! —gritou Vane.
O Daimon riu.
Fang uivou.
Vane procurou com a visão para ver um grupo de dez Daimons derrubando ao Fang da árvore. Maldição! Seu irmão era um lobo. Ele não sabia como lutar em forma humana
sem seus poderes mágicos, os que não podia usar enquanto levasse esse colar.
Enfurecido, Vane levantou suas pernas. O galho se rompeu imediatamente, enviando-o diretamente à água parada abaixo.
Vane conteve seu fôlego enquanto o gosto podre e lamacento dela invadia sua cabeça. Tratou de impulsionar-se para a superfície, mas não podia.
Não é que importasse. Alguém o agarrou pelos cabelos e o atirou para a superfície.
Assim que sua cabeça esteve acima da água, um Daimon afundou suas presas no ombro nu de Vane. Grunhindo de raiva, Vane lhe deu uma cotovelada ao Daimon nas costelas
e usou seus próprios dentes para devolver a mordida.
O Daimon chiou e o liberou.
—Esta briga - disse uma mulher enquanto caminhava para ele. — proporcionará mais sustento que ao outro.
Vane lhe chutou as pernas antes que ela pudesse agarrá-lo. Usou o sinuoso corpo dela como um trampolim para sair da água. Como qualquer bom lobo, suas pernas eram
bastante fortes para propulsá-lo fora da água a uma das saliências do cipreste próximo.
Seu escuro cabelo molhado estava caído sobre seu rosto enquanto seu corpo palpitava pela luta e a surra que lhe tinha dado sua manada. A luz da lua cintilava sobre
seu musculoso e molhado corpo enquanto ficava dobrado com uma mão na velha saliência de madeira que se desenhava contra a cortina de fundo do pântano. Um escuro
musgo espanhol estava pendurado nas árvores enquanto a lua cheia, coberta pelas nuvens, refletia-se misteriosamente nas negras e aveludadas ondas da água.
Como o animal que era Vane olhou a seus inimigos aproximando-se dele. Não era caso de render ele ou Fang a esses bastardos. Ele podia não estar morto, mas estava
tão maldito como eles estavam e até mais receoso com as Destinos.
Levando suas mãos a boca, Vane usou seus dentes para morder a corda ao redor de seus pulsos e libertar suas mãos.
—Pagará por isso - disse um Daimon masculino enquanto se movia para ele.
Com suas mãos livres, Vane se lançou do tronco à água. Mergulhou fundo nas escuras profundidades até que pôde romper uma parte de madeira de uma árvore caída que
estava enterrada ali. Ele esperneou de retorno para a área onde Fang estava pendurado.
Ele saiu da água justo ao lado de seu irmão para encontrar a dez diferentes Daimons que se alimentavam do sangue do Fang.
A um chutou o traseiro, agarrou ao outro pelo pescoço e cravou a estaca que ele mesmo tinha feito no coração do Daimon. A criatura se desintegrou imediatamente.
Outros se voltaram para ele.
—Peguem número - lhes grunhiu Vane—. Há muito disto por vir.
O Daimon mais próximo riu.
—Seus poderes estão travados.
— Diga isso ao agente fúnebre - disse Vane enquanto se equilibrava para ele. O Daimon saltou para trás, mas não o bastante longe. Acostumado a lutar com humanos,
o Daimon não levou em conta que Vane era fisicamente capaz de saltar dez vezes mais longe.
Vane não precisou seus poderes psíquicos. Sua força de animal era suficiente para terminar com isto. Ele apunhalou ao Daimon e deu a volta para enfrentar a outros
enquanto o Daimon se evaporava.
Eles se atiraram em cima imediatamente, mas não funcionou. A metade do poder de um Daimon consistia na capacidade de golpear sem ser notado e criar pânico em sua
vítima.
Isto sempre tinha funcionado, exceto com o Vane que, como primo dos Daimons, tinha conhecido essa estratégia do berço. Não havia nada neles que o fizesse entrar
em pânico.
Todas suas táticas o faziam desapaixonado e decidido.
E ao final, fariam vitorioso.
Vane rasgou dois mais com a estaca enquanto Fang permanecia imóvel na água. Ele começou a entrar em pânico, mas se forçou a acalmar.
A calma era o único modo de ganhar uma luta.
Um dos Daimons o agarrou com um golpe que lhe fez dar voltas pela água. Vane chocou com um toco e gemeu quando a dor explodiu em suas costas.
Como de costume, ele recorreu a seus próprios poderes só para sentir que o colar se apertava e o sacudia. Ele amaldiçoou ante a nova dor, e depois ignorou.
Levantando-se, e se jogou contra os dois machos que se dirigiam a seu irmão.
—Se renda já - grunhiu um dos Daimons.
—por que não o faz você?
O Daimon investiu. Vane esquivou sob a água e atirou aos pés do Daimon. Eles lutaram na água até que Vane lhe cravou a estaca no peito.
O resto escapou.
Vane parou na escuridão, lhes escutando chapinhar para afastar-se dele. O coração palpitando em seus ouvidos enquanto permitia a sua raiva consumi-lo. Jogando sua
cabeça para trás, ele soltou seu uivo de lobo, que ressonou misteriosamente pelo nebuloso pântano.
Desumano e desgraçado era a classe de som que enviaria até aos especialistas em vudu para se esconderem.
Agora certo que os Daimons se foram, Vane tirou seu cabelo molhado de seus olhos enquanto se dirigia para o Fang, quem ainda não se movia.
Vane afogado em sua pena enquanto tropeçava às cegas pela água com apenas um pensamento em sua mente... Que não esteja morto.
Uma e outra vez em sua mente, ele via o corpo sem vida de sua irmã. Sentia sua frieza contra sua pele. Ele não podia perder ambos. Não podia.
Isto o mataria.
Pela primeira vez em sua vida, ele queria ouvir um dos imbecis comentários do Fang.
Algo.
Imagens cintilavam em sua mente enquanto recordava a morte de sua irmã no dia anterior nas mãos dos Daimons. A dor inimaginável o atravessou. Fang tinha que estar
vivo. Ele tinha que estar.
—Por favor, Deus - suspirou ele enquanto fechava a distância entre eles. Ele não podia perder a seu irmão.
Não assim...
Os olhos do Fang estavam abertos, olhando sem ver a lua cheia, que lhes teria permitido saltar no tempo fora desse pântano se os dois não tivessem esses colares.
Tinha feridas de mordidas abertas por todo corpo.
Uma funda e profunda pena rasgou ao Vane, estilhaçando seu coração em pedaços.
—Vamos, Fang, não morra - disse ele, sua voz quebrada enquanto se esforçava por não chorar. Em muda, ele grunhiu. —Não te atreva a morrer em cima de mim, estúpido.
Ele puxou seu irmão e descobriu que Fang não estava morto. Ele ainda respirava e tremia de um modo incontrolável. Superficial e áspero, o som cavernoso da respiração
do Fang era uma sinfonia para os ouvidos de Vane.
Suas lágrimas caíram enquanto o alívio o atravessava. Embalou com cuidado ao Fang em seus braços.
—Vamos, Fang - disse com calma—. Diga algo estúpido para mim.
Mas Fang não falou. Ele somente ficou ali completamente quieto enquanto tremia nos braços de Vane.
Ao menos estava vivo.
De momento.
Vane chiou seus dentes enquanto a ira o consumia. Ele tinha que conseguir tirar seu irmão daí. Tinha que encontrar um lugar certo para ambos.
Se houvesse tal lugar.
Com sua raiva desatada, ele fez o impossível, tirou o colar da garganta do Fang com suas mãos nuas. Fang instantaneamente se voltou lobo.
De todos os modos Fang não voltou. Ele não piscava ou gemia.
Vane tragou um doloroso nó em sua garganta e lutou contra as lágrimas que ferroavam em seus olhos.
—Está bem, irmãozinho - sussurrou ao Fang enquanto o tirava da água asquerosa. O peso do lobo marrom era insuportável, mas a Vane não preocupava. Não emprestou atenção
a seu corpo, que protestou levando ao Fang.
Enquanto que tivesse fôlego em seu corpo, ninguém jamais voltaria a danificar outra vez a alguém que a Vane importasse.
E ele mataria a qualquer que alguma vez o tentasse.


CAPITULO 1

Lilás e Seda Loja de Modas no Iberville, French Quarter.
Oito meses mais tarde...


Atordoada, Bride McTierney olhou fixamente a carta em sua mão e piscou. Piscou outra vez.
Não podia realmente estar dizendo o que ela pensava que dizia.
Podia?
Era uma brincadeira?
Mas enquanto a lia novamente pela quarta vez soube que não era. O podre covarde filho da puta em realidade tinha rompido com ela através de sua própria conta do
FedEx.
Lamento-o, Bride,
Mas preciso a uma mulher mais de acordo com minha imagem, minha reputação. Vou a muitos lugares e preciso a meu lado a mulher que me ajude não que me entorpeça.
Lhe envio suas coisas ao teu edifício. E te enviarei um pouco de dinheiro para um quarto de hotel para esta noite caso não tenha nenhum quarto livre.
Saudações,
Taylor
—Você lamenta, servil, chupador de babas de cão - grunhiu ela enquanto o lia outra vez e a dor a inundava tão profundo que tudo o que ela pôde fazer foi não voltar
a chorar. Seu namorado de cinco anos rompia com ela por carta... O que tinha carregado à conta do negócio dela.
— Condena-te no inferno, serpente asquerosa! —grunhiu.
Normalmente Bride cortaria sua própria cabeça antes que amaldiçoar, mas isto... Isto garantia que era sério.
E um corte de machado na cabeça de seu antigo namorado.
Ela lutou contra o impulso de gritar. E sentiu a necessidade de subir a seu SUV, ir à estação de televisão onde ele trabalhava e cortá-lo em pequenos pedacinhos
sangrentos.
Maldito!
Uma lágrima caiu por sua bochecha. Bride a limpou e sorveu. Ela não choraria por isso. Ele sim que não a merecia.
Sério, não a merecia, e profundamente dentro ela não estava surpreendida. Durante os últimos seis meses, sabia que isto aconteceria. Havia sentido sempre que Taylor
a punha em outra dieta ou lhe contratava outro programa de exercício.
Por não mencionar o importante jantar cerca de duas semanas no Aquarium onde lhe havia dito que não queria que ela fosse com ele.”Não há nenhuma necessidade de que
te arrume para algo tão aborrecido. Sério. É melhor que eu vá sozinho.”
Ela soube, no minuto em que ele tinha terminado de falar, que ele não estaria com ela por muito mais tempo.
De todos os modos machucava. De todos os modos estava doída. Como podia lhe fazer semelhante coisa?
Como isto! Pensou ela com ira, enquanto agitava a carta de um lado a outro como uma louca no meio da sua loja.
Mas então soube. Taylor realmente nunca tinha sido feliz com ela. A única razão pela que tinha saído com ela era porque seu primo era gerente em uma estação local
de televisão. Taylor tinha querido trabalhar ali e, como uma idiota, ela o tinha ajudado a conseguir.
Agora que ele estava certamente instalado em sua posição e as medições estavam no alto, ele saía com isto.
Bem. Ela não o necessitava de todos os modos.
Ela estava melhor sem ele.
Mas todos os argumentos no mundo não aliviaram a amarga e horrível dor em seu peito que a fazia querer enroscar-se como um novelo e gritar até que estivesse esgotada.
—Não farei - disse, limpando outra lágrima—. Não lhe darei a satisfação de chorar.
Jogando a carta, ela agarrou seu aspirador com fúria. Sua pequena boutique necessitava uma limpeza.
Somente aspirar.
Ela podia passar o aspirador até que o maldito tapete estivesse gasto.
Vane Kattalakis se sentia como uma merda. Ele acabava de deixar o escritório de Grace Alexander onde a boa, e ele usou a palavra com total rancor, psicóloga lhe
havia dito que não havia nada no mundo que pudesse curar a seu irmão até que seu irmão estivesse disposto a curar-se.
Não era o que ele precisava ouvir. As palavras da psicológica era para os humanos, não era para lobos que tinham que tirar seus estúpidos traseiros do Dodge antes
que os perdessem.
Desde que Vane tinha saído arrastando-se lentamente do pântano com seu irmão na noite do Mardi Gras, eles tinham estado vivendo no Santuário, um bar que era propriedade
do clã dos ursos Katagaria quem davam boas-vindas a todo extraviado, não importava de onde viessem: humano, Daimon, Apolita, Dark Hunter, Dream-Hunter, ou Were-Hunter.
Enquanto que mantivesse a paz e não ameaçasse a ninguém, os ursos lhe permitiam ficar. E viver.
Mas não importava o que os ursos Peltier lhe dissessem, ele sabia a verdade. Tanto ele como Fang viviam sob ameaça de morte e não havia nenhum lugar certo para eles.
Eles teriam que se mover antes que seu pai se desse conta que estavam ainda vivos.
Ao minuto em que o fizesse, uma equipe de assassinos seria enviados atrás deles. Vane poderia enfrentá-los, mas não se arrastava a um lobo de sessenta quilos em
estado de coma atrás dele.
Necessitava ao Fang acordado e alerta. Sobre tudo, necessitava a seu irmão disposto a lutar outra vez.
Mas nada parecia alcançar ao Fang, que ainda não havia movido de sua cama. Nada.
—Sinto sua falta, Fang - sussurrou ele baixo, enquanto sua garganta se apertava com a pena. Era tão difícil estar sozinho no mundo. Não ter a ninguém com quem falar.
Ninguém em quem confiar.
Queria tanto a seu irmão e a sua irmã de volta que com muito gosto venderia sua alma por isso.
Mas ambos, agora, foram-se. Não havia ninguém para ele. Ninguém.
Suspirando, meteu as mãos em seus bolsos e deu a volta no Iberville enquanto caminhava pelo French Quarter.
Ele ainda não estava certo por que se seguia preocupando de todos os modos. Ele bem poderia deixar que seu pai o tivesse. Que diferença haveria?
Mas Vane tinha passado toda sua vida lutando. Era tudo o que conhecia ou entendia.
Ele não podia fazer como Fang e só deitar-se e esperar a morte. Tinha que fazer algo para recuperar a seu irmão.
Algo que pudesse fazer para que ambos quisessem viver outra vez.
Vane fez uma pausa enquanto se aproximava de uma dessas lojas para mulheres que estavam dispersas por toda parte no French Quarter. Este era um grande edifício de
tijolo vermelho adornado em negro e borgonha. A frente inteira era feita de vidro que mostrava o interior da loja por completo de delicadas coisas de mulher, mercadorias
delicadas e femininas.
Mas não foi isso o que o fez parar.
Foi ela.
A mulher que tinha pensado que nunca voltaria a ver.
Bride.
Ele a havia visto somente uma vez e só brevemente quando protegia a Sunshine Runningwolf no Jackson Square enquanto a artista vendia seus artesanatos aos turistas.
Sem fazer caso dele, Bride tinha atendido a Sunshine e as duas tinham falado durante uns minutos.
Então Bride tinha desaparecido de sua vida completamente. Embora ele tivesse querido segui-la, Vane sabia muito bem. Humanos e lobos não se misturavam.
E definitivamente não os lobos que estavam arruinados como ele.
Então tinha sentado muito quieto enquanto cada molécula de seu corpo tinha gritado que fosse atrás dela.
Bride tinha sido a mulher mais formosa que Vane jamais tinha visto.
Ainda o era.
Seu comprido cabelo castanho estava preso em cima de sua cabeça em um desordenado coque que deixava que seus cachos acariciassem seu rosto de porcelana. Ela levava
um vestido comprido, negro, que fluía ao redor de seu corpo enquanto passava um aspirador pelo tapete.
Cada instinto animal em seu corpo rugia a vida enquanto a olhava outra vez. O sentimento era novo. Exigente.
Necessário.
E não escutaria razões.
Contra sua vontade, ele se encontrou dirigindo-se para ela. Não foi até que teve aberto a porta cor borgonha que se deu conta que ela estava chorando.
A ira feroz alcançou um passo até ele. Já era bastante mau o que a vida lhe causou, a última coisa que queria era ver alguém como ela chorar.
Bride deixou de passar o aspirador e levantou a visão quando ouviu alguém entrando em sua loja. O fôlego ficou preso na garganta. Nunca em sua vida tinha visto um
homem mais formoso.
Nunca.
A primeira visão seu cabelo era marrom escuro, mas em realidade estava composto de todas as cores: cinza, castanho, negro, marrom, mogno, até algum tom de loiro.
Ela nunca tinha visto um cabelo assim em alguém. Comprido e ondulado, estava preso em um atrativo rabo-de-cavalo.
Ainda melhor, sua camiseta branca estava ajustada sobre um corpo que a maior parte das mulheres só veria nos melhores anúncios das revistas. Este era um corpo que
anunciava sexo. Alto e magro aquele corpo pedia que uma mulher o acariciasse só para ver se era tão duro e perfeito como parecia.
Suas formosas expressões eram agudas, cinzelados, e tinha o crescimento de um dia de barba sobre seu rosto. Este era o rosto de um rebelde que não aceitava os costumes
da moda... Alguém que vivia sua vida exclusivamente em com seus próprios termos. Era óbvio que ninguém dizia a este homem como fazer nada.
Ele...era...magnífico.
Bride não podia ver seus olhos pelos escuros óculos de sol que levava, mas ela sentiu seu olhar fixo. Sentia como um toque ardente sem chama.
Este homem era resistente. Feroz. E isto enviou uma onda de pânico por ela.
Por que alguém como ele estaria em uma loja que se especializava em acessórios para mulheres?
Certamente não iria roubar?
O aspirador, que ela não tinha movido um milímetro desde que ele tinha entrado em sua loja, tinha começado a gemer e a jogar fumaça em sinal de protesto. Soltando
seu fôlego bruscamente, Bride rapidamente o desligou e abanou o motor com sua mão.
—Posso lhe ajudar? —perguntou ela enquanto lutava para por o instrumento de limpeza atrás do mostrador.
O calor banhou suas bochechas enquanto o motor seguia fumegando e cuspindo. Isto adicionou um aroma não muito agradável de pó queimado as velas perfumadas que ela
usava.
Sorriu-lhe fracamente ao deus tremendamente sexy que estava tão despreocupadamente de pé em sua loja.
—Lamento tudo isto.
Vane fechou seus olhos enquanto saboreava o ritmo melódico do sul em sua voz. Este chegou profundamente dentro dele, fazendo que seu corpo inteiro ardesse por ela.
Ele estava inflamado pela necessidade e o desejo.
Inflamado pelo impulso selvagem de tomar o que queria, e ao diabo com as conseqüências.
Mas ela estava assustada com ele. Sua metade animal o sentia. E essa era última a coisa que sua metade humana queria.
Aproximando-se, ele tirou os óculos de sol e lhe ofereceu um pequeno sorriso.
—Olá.
Isso não ajudou. Ao contrário, a visão de seus olhos a deixou mais nervosa.
Maldição.
Bride estava atordoada. Ela não tinha acreditado que ele pudesse olhá-la melhor que o que já o fazia, mas com esse diabólico sorriso zombador, o fazia.
Pior, o intenso e selvagem olhar fixo desses cansados olhos cor verde avelã a fez estremecer e arder. Nunca em sua vida tinha visto um homem nem a décima parte tão
arrumado como este.
—Olá - respondeu ela, sentindo-se totalmente estúpida.
O olhar fixo dele finalmente a abandonou e vagou ao redor da loja e de suas várias amostras.
—Procuro um presente - disse ele com essa voz profundamente hipnótica. Ela poderia lhe ter escutado falar por horas, e por uma razão que não podia explicar, ela
queria ouvi-lo dizer seu nome.
Bride limpou sua garganta e guardou em seus lugares esses pensamentos idiotas enquanto saía de atrás do mostrador. Se seu atrativo ex não podia suportar como exibia,
por que um deus como este perderia o tempo com ela?
Então decidiu acalmar-se antes de envergonhar-se ante ele.
—Para quem é?
—Para alguém muito especial.
—Sua namorada?
Seu olhar voltou para a dela e a fez tremer ainda mais. Ele sacudiu sua cabeça ligeiramente.
—Eu nunca poderia ter tanta sorte - disse ele, em seu tom baixo, sedutor.
Que coisa tão incomum havia dito ele. Ela não podia imaginar ele tendo problemas para conseguir a nenhuma mulher que quisesse. Quem sobre a terra lhe diria não?
Pensando bem, ela esperava que nunca encontrasse a uma mulher que o atraísse. Se o fizesse, sentiria se moralmente obrigada a atropelá-la com seu carro.
—Quanto quer gastar?
Ele deu de ombros.
—O dinheiro não significa nada para mim.
Bride piscou ante isto. Magnífico e bem sucedido. Homem, alguma mulher por aí era afortunada.
—Bem. Temos alguns colares. Aqueles sempre são um presente agradável.
Vane a seguiu a uma vitrine contra a parede longe de onde ela tinha um espelho, com uma multidão de gargantilhas de contas e pingentes que estavam sobre seus suportes
de cartolina.
O aroma dela o fez endurecer-se e excitar-se. Foi tudo o que pôde fazer para não afundar sua cabeça no ombro dela e inalar seu aroma até que estivesse bêbado dele.
Ele concentrou seu olhar na pele nua e pálida de seu pescoço.
Ele lambeu os lábios enquanto se imaginava como a saborearia. Como se sentiriam suas luxuriosas curvas pressionadas contra seu corpo. Ter seus lábios inchados por
seus beijos, seus olhos escuros e sonhadores pela paixão quando ela levantasse a visão para ele enquanto a tomava.
E mais, ele podia sentir o próprio desejo dela e isso voltava seu apetite ainda pior.
—Qual é seu favorito? —perguntou ele, ainda quando já sabia a resposta.
Havia uma gargantilha vitoriana negra que tinha seu aroma por toda parte. Era óbvio que ela a tinha provado recentemente.
—Esta - disse ela, alcançando-a.
Seu pênis se endureceu ainda mais quando os dedos dela roçaram as pedras negras. Ele não desejava nada mais que deslizar sua mão sobre o braço estendido dela, roçar
com leveza sua suave e pálida pele, até alcançar sua mão. Uma mão que gostaria mordiscar.
—Você o provaria para mim?
Bride tremeu ante o profundo tom de sua voz. O que acontecia a ele que a deixava tão nervosa?
Mas ela sabia. Ele era extremamente masculino e estar sob sua direta avaliação era tão insuportável como desconcertante
Ela tentou colocar o colar, mas suas mãos tremiam tanto que não podia prendê-lo.
—Posso ajudá-la? —perguntou ele.
Ela tragou e assentiu.
Suas cálidas mãos tocaram as suas, fazendo-a ficar ainda mais nervosa. Ela se olhou no espelho, apanhando o olhar daqueles olhos cor verde avelã que a olhavam fixamente
com um calor que a fez tremer e arder.
Ele era sem uma dúvida o homem com a melhor aparência que jamais tivesse vivido ou respirado e estava aqui a tocando. Era suficiente para fazê-la desmaiar!
Ele habilmente colocou o colar. Seus dedos se atrasaram em seu pescoço durante um minuto antes que ele encontrasse o olhar dela no espelho e se afastasse.
—Formoso - murmurou ele com voz rouca, só que não olhava o colar. Ele olhava fixamente o reflexo dos olhos dela—. O levarei.
Dividida entre o alívio e a tristeza, Bride procurou afastar-se rapidamente enquanto tratava de tirar. De verdade, gostava desse colar e lamentava vê-lo ir. Ela
o tinha comprado para a loja, mas tinha querido guardá-lo para si.
Mas por que o desagrado? Era uma obra de arte feita à mão de seiscentos dólares. Ela não teria onde exibi-lo. Seria um esbanjamento, e a irlandesa pragmática nela
não lhe permitiria ser tão tola.
Limpou de novo sua garganta e se dirigiu à caixa registradora.
Vane a olhou atentamente. Ela estava ainda mais triste que antes. Deus como queria mais que tudo que sorrisse a ele. O que lhe dizia um macho humano a uma fêmea
humana para fazê-la feliz?
As lobas realmente não riam não como as humanas faziam. Suas risadas eram mais matreiras, sedutoras. Chamativas. Sua raça não ria quando era feliz.
Eles tinham sexo quando estavam felizes e isso, para ele, era a vantagem maior de ser um animal mais que um humano. As pessoas tinha regras sobre a intimidade que
ele nunca tinha entendido totalmente.
Ela colocou o colar em uma grande caixa branca com uma almofadinha de algodão no interior.
—Quero embrulhado para presente?
Ele confirmou.
Com cuidado, ela tirou a etiqueta do preço, pôs ao lado da caixa registradora, logo tirou uma pequena folha de papel que tinha sido pré-cortada ao tamanho da caixa.
Sem olhar para ele, ela rapidamente envolveu a caixa e registrou sua venda.
—Seiscentos e vinte e três dólares e oitenta e quatro centavos, por favor.
Ela ainda não o olhava. Em muda seu olhar estava enfocado no piso, perto de seus pés.
Vane sentiu um estranho impulso de agachar-se até que seu rosto estivesse em sua linha de visão. Ele se conteve enquanto tirava sua carteira e lhe entregava seu
cartão American Express.
Isto era realmente ridículo, que um lobo tivesse um cartão de crédito humano. Entretanto, este era o século vinte e um e os que não se misturavam rapidamente se
encontrariam exterminados. A diferença de muitos outros de sua classe, ele tinha investimentos e propriedades. Ao inferno, até tinha um banqueiro pessoal.
Bride tomou o cartão e a passou por seu terminal no computador.
—Você trabalha aqui sozinha? —perguntou ele, e rapidamente compreendeu que isso foi inadequado, já que o temor dela chegou com um aroma tão forte, que quase o fez
amaldiçoar-se em voz alta.
—Não.
Estava-lhe mentindo. Ele podia cheirá-lo.
Bem feito, imbecil. Humanos. Ele nunca os entenderia. Mas claro, eles eram débeis, sobre tudo suas fêmeas.
Deu-lhe o recibo.
Nervosa com ele por fazê-la sentir até mais incômoda, ele assinou com seu nome e o devolveu.
Ela comparou sua assinatura com a de seu cartão e franziu o cenho.
—Katta...
—Kattalakis - disse ele—. É grego.
Seus olhos brilhavam só um pouco enquanto lhe devolvia o cartão.
—É muito diferente. Você deve passar muito tempo soletrando-lhe às pessoas.
—Sim.
Ela colocou o recibo em sua gaveta, logo colocou o presente envolto em uma pequena bolsa fechada com fios de corda.
—Obrigado - disse ela tranqüilamente, pondo sobre o mostruário diante dele—. Que tenha um dia agradável, Senhor Kattalakis.
Ele assentiu e se dirigiu à porta, com seu coração ainda mais pesado que antes, porque não tinha conseguido fazê-la feliz.
—Espere! —disse ela quando ele tocou a entrada da porta—. Esqueceu do seu colar.
Vane se voltou para olhá-la uma última vez, sabendo que nunca a voltaria a vê-la. Ela estava tão formosa ali com seus grandes olhos cor âmbar em seu pálido rosto
de deusa. Havia algo nela que recordava a um anjo de Rubens. Ela era sutil e encantadora.
E muito frágil para um animal.
—Não - disse ele concordando—. O deixei com a mulher que quero que tenha.
Bride sentiu que ficava de boca aberta enquanto as palavras dele ficavam no ar entre eles.
—Não posso aceitá-lo.
Ele abriu a porta e se dirigiu à rua.
Tomando a bolsa do mostruário, Bride o perseguiu. Ele se dirigia rapidamente pelo caminho do centro do Quarter e isto fez com que ela se apressar-se seriamente
para alcançá-lo.
Ela pegou seu braço, assombrada pela tensão de seus bíceps enquanto ela o puxava para que se detivesse. Sem fôlego, ela levantou a visão para aqueles sedutores olhos
cor verde avelã.
—Não posso aceitar isto - disse ela outra vez, lhe dando a bolsa—. É muito.
Ele resistiu pega-lo.
—Quero que você o tenha.
Havia tanta duvida na sinceridade daquelas palavras que ela não podia fazer nada mais que olhá-lo atônita.
—Por quê?
—Por que as mulheres formosas merecem coisas formosas.
Ninguém que não estivesse relacionado com ela havia dito nada tão amável. Hoje mais que qualquer outro dia, ela precisava ouvi-lo. Ela nunca tinha pensado que algum
homem jamais pensaria assim dela. E ouvir isso deste magnífico estranho lhe significou o mundo.
Essas palavras lhe chegaram tão profundamente dentro dela que... que...
Ela se pôs a chorar.
Vane ficou ali parado sentindo-se completamente perplexo. O que era isto? Os lobos não choravam. Uma loba poderia arrancar a garganta de um homem por havê-la incomodado,
mas nunca chorar e sobre tudo não quando alguém a elogiava.
—Sinto - disse ele, completamente confuso pensando que tinha feito mal—. Pensei que isto a faria feliz. Não pensei ferir seus sentimentos.
Ela chorou ainda mais.
O que se supunha que devia fazer ele agora? Ele olhou ao redor, mas não havia ninguém a quem perguntar.
Fiou nervoso com sua parte humana. Ele não compreendia essa parte dele, tampouco. Em muda, escutou a parte animal que só sabia instintivamente como cuidar de alguém
quando estava ferido.
Ele tomou entre seus braços e a levou para sua loja. Os animais sempre se curavam em seu ambiente natural, assim também poderia funcionar para um humano. Era mais
fácil amparar-lhe com coisas familiares ao redor.
Ela se abraçou no seu pescoço enquanto ele a levava e chorou ainda mais forte. Suas lágrimas quentes provocaram calafrios sobre sua pele e ele sofreu por ela.
Como poderia fazê-la sentir melhor?
Bride se odiou para quebrar-se assim. O que estava mal nela? Pior, ele a estava levando nos braços!
Levando-a nos braços! E ele não estava queixando que fosse gorda e pesada, ou grunhindo pelo esforço. Ela em brincadeira tinha pedido ao Taylor que a levasse pela
entrada quando eles se mudaram juntos e ele riu, logo perguntou se ela tentava lhe provocar uma hérnia.
Mais tarde essa noite, Taylor tinha acordado para saber somente se ela lhe comprava um carrinho de mão para isso.
E agora aqui, este total estranho, levava-a com facilidade pela rua. Pela primeira vez em sua vida, ela quase se sentiu magra.
Mas ela não era uma iludida. Bride McTierney não tinha sido magra desde que tinha seis meses.
Ele abriu a porta, entrou logo e a fechou com o salto de sua bota. Sem perder o passo, ele a sentou no alto banco atrás da caixa registradora. Ele a sentou com cuidado,
logo tirou sua camiseta branca e a usou para lhe secar os olhos.
—Oh! —disse ela quando quase tirou seu olho direito. Era uma coisa boa que não levasse lentes de contato porque a teria deixado cega.
Ele olhou arrependido.
—Sinto muito.
—Não - disse ela, olhando-o através de suas lágrimas.
—Sou eu quem tem que pedir perdão. Não pensei em ter uma crise nervosa sobre você.
—É isso o que é?
Dizia a sério? Ele definitivamente parecia.
Ela deu um suspiro e limpou seus olhos com suas mãos.
—Não, sou eu sendo estúpida. Sinto muito.
Ofereceu-lhe um pequeno sorriso zombador, sedutora.
—Está bem. Realmente. Acredito.
Bride olhou fixamente com incredulidade. Por que estava este homem sendo tão amável com ela? Isto não tinha sentido.
Isto era um sonho?
Tentando recuperar um pouco de sua dignidade, ela tirou o recibo do cartão de crédito da caixa registradora.
—Aqui - disse ela, dando-lhe.
—Por que me deu isto?
—OH, vamos. Ninguém compra um colar tão caro para uma completa desconhecida.
Outra vez ele não pegou. Em muda, ele pegou a bolsa e tirou a caixa. Ela olhou como ele o desempacotava, logo colocava o colar ao redor de seu pescoço outra vez.
O contraste entre suas cálidas mãos e as frias contas a fizeram tremer.
Ele enlaçou seus dedos pelos cachos de seu cabelo olhando-a fixamente como se ela fosse alguma deliciosa sobremesa que ele morria por provar.
Ninguém jamais lhe tinha dado um olhar tão ardente antes. Não era natural que um homem tão formoso a olhasse assim.
—Isto pertence a você. Nenhuma outra mulher poderia lhe fazer justiça.
Lágrimas apareceram em seus olhos, mas ela piscou para detê-las antes que ele chamasse um psicólogo para ela. O calor de sua mão contra seu pescoço a estava queimando.
—O que? Você perdeu uma aposta ou algo?
—Não.
—Então por que é tão agradável comigo?
Ele moveu sua cabeça como se estivesse perplexo por sua pergunta.
—Preciso de uma razão?
—Sim.
Vane estava completamente confuso. Os humanos necessitavam uma razão para ser agradáveis uns com os outros? Não era assombroso que sua espécie os evitasse.
—Não sei que dizer - admitiu — Eu não sabia que havia regras para dar presentes ou para tentar fazer alguém se sentir melhor. Você parecia tão triste quando passei
caminhando que só quis fazê-la rir.
Ele suspirou e lhe deu o recibo do cartão de crédito.
—Conserve o colar, por favor. Fica muito bem em você, e não tenho a ninguém mais para dar. Estou certo que meu irmão não o quereria. Ele provavelmente o empurraria
a um lugar verdadeiramente incômodo se o desse. E se ele não o fizesse, assustaria até mais.
Finalmente, ela riu. O som aliviou seu coração imediatamente.
—Isso é um sorriso? —perguntou ele.
Ela cabeceou e sorveu com delicadeza as lágrimas antes de rir outra vez.
Devolvendo seu sorriso, Vane estendeu a mão e a passou sobre a fresca bochecha dela. Era tão formosa quando ria. Seus escuros olhos âmbar brilharam e antes que
pudesse deter-se, ele se inclinou e beijou as lágrimas de suas pestanas.
Bride não podia respirar enquanto sentia o calor de seus lábios contra sua pele. Nenhum homem jamais a tinha tratado assim. Nem sequer Taylor, com quem ela tinha
esperado casar-se.
Ela inalou o quente aroma da pele de Vane. Estava mesclado com algum homem de loção pós-barba e um aroma rico, masculino.
Deus sentia-se tão bem ser amparada justo agora quando sua vida inteira se desmoronava.
Antes que ela compreendesse o que fazia, tinha seus braços ao redor da magra cintura dele e tinha posto sua cabeça contra seu forte peito. Seu coração pulsava pesadamente
sob seu ouvido. Ela se sentiu de uma estranha maneira, a salvo ali. Cálida. Sobre tudo, ela se sentiu desejável. Como se talvez não fosse uma perdedora total, depois
de tudo.
Ele não protestou quando ela o abraçou. Em muda, ele a sustentou ali com sua mão ainda sobre seu rosto enquanto seu polegar com cuidado acariciava sua maçã do rosto.
Ele se inclinou e lhe deu um casto beijo sobre o topo de sua cabeça.
O calor a alagou. Uma necessidade profundamente possessiva se rasgou por seu corpo. Isso foi algo que não entendeu.
Em toda sua vida, Bride McTierney nunca tinha feito nada que não fosse o que supostamente devia fazer. Ela tinha graduado na escola e tinha vivido em casa com seus
pais enquanto ia à faculdade, onde ela raras vezes tinha encontros e tinha passado mais noites na biblioteca que fora dela.
Depois da graduação tinha conseguido um trabalho como gerente em um centro comercial até que sua avó morreu e lhe deixou o edifício abandonado que agora era sua
loja. E aqui tinha trabalhado cada dia sem falta. Não importa quão doente ou cansada estivesse.
Bride nunca tinha dado um passo ao lado selvagem. Medo e responsabilidade tinham governado sua vida desde o momento de seu nascimento.
E aqui estava ela sentada, abraçando a um completo estranho com seus braços. Um magnífico estranho que tinha sido mais amável com ela que ninguém.
E ela desejava prová-lo. Só para saber uma vez como era em realidade beijar a um homem como este.
Levantando sua cabeça, ela o olhou e tremeu com um desejo profundamente enraizado que ela não compreendia. Mas que sentia que a atravessava.
Não o faça.
Ela sufocou a voz da razão, esticou-se e tirou o amarrador de seu cabelo. Liberado, esses longos fios escuros emolduraram o rosto do paraíso.
O calor de seus olhos verde avelã a queimaram. Ele baixou sua cabeça até que seus lábios se bateram perigosamente perto dos dela, como se pedisse sua permissão.
Sem fôlego, ela fechou a distância e pôs seus lábios contra os dele. Ele grunhiu profundamente em sua garganta como um animal, antes que seu beijo se voltasse faminto,
apaixonado.
Bride estava emocionada e assombrada por sua reação. Nenhum homem, alguma vez, tinha parecido desfrutar beijando-a tanto como este o fazia. Suas mãos fortes sustentavam
sua cabeça enquanto ele violava sua boca como se tivesse sede dela e só dela.
Vane a arrastou para si enquanto o animal dentro dele rugia a vida. Desejava-a com um desespero que chegava a loucura. Ele podia provar sua própria paixão sobre
sua língua. Ouviu o batimento de seu coração acelerando-se por ele.
Sobre tudo, ele podia cheirar seu desejo e ele desejava mais. O animal dentro dele não estaria satisfeito até que a provasse totalmente.
Em seu mundo, o sexo não tinha nenhum significado emocional. Era um ato biológico entre duas criaturas para aliviar a época de cio de uma fêmea e os impulsos de
um macho. Se os dois lobos não eram companheiros, não havia nenhuma possibilidade de engravidar, nem havia forma de transmissão de nenhuma enfermidade sexual entre
eles.
Se Bride fosse de sua raça, ele já a teria nua no piso.
Mas ela não era uma loba.
As fêmeas humanas eram diferentes. Ele nunca tinha feito amor com uma delas e ele não estava certo de como reagiria ela se ele a agarrava do modo que ele agarrava
a uma de suas fêmeas. Sua espécie era muito frágil em comparação.
Com toda honestidade, ele não sabia por que estava tão quente por ela, em realidade. Isto não era normal. Nem uma vez em todos os séculos que ele tinha vivido. havia
sequer alguma vez contemplado recorrer a uma amante humana.
Até esta.
Ele não podia deter-se. Cada instinto que ele possuía exigia que a agarrasse.
Sua alma de lobo desejava prová-la. Desejava senti-la e deixar que sua suavidade aliviasse a solidão que tinha inundado o seu coração nestes meses passados enquanto
ele chorava a sua irmã e irmão.
Só por um instante, ele desejava sentir-se acompanhado outra vez.
Bride tremeu quando Vane abandonou seus lábios e estendeu seus beijos a sua garganta onde ele mordiscou a sensível pele. Suas costeletas rasparam sua pele gentilmente,
fazendo-a arder ainda mais enquanto seus seios se esticavam de necessidade. Deus Santo, ele era tão incrivelmente masculino. Tão incrivelmente quente. E cada lambida
que ele deixava em sua pele fazia que seu estômago se contraísse.
Isto estava tão fora de sua forma de ser. Ela em geral não beijava os homens que conhecia desta forma. Nem pensar ainda mais com um perfeito estranho.
E ainda assim ela não desejava afastá-lo. Por uma vez em sua vida, ela queria algo fora do comum. Profundamente dentro dela, sabia que Vane seria espetacular.
Aterrorizada do que estava a ponto de fazer, ela respirou profundamente e se preparou para uma resistência.
—Faria amor comigo?
Em vez da risada que esperava, ele deixou de mordiscar sua garganta para olhar as janelas abertas de sua loja.
—Não te importa?
O calor explorou através de seu rosto enquanto ela compreendia que la fora estava escuro e qualquer um que passasse pela rua tinha uma visão perfeita dos dois beijando-se
como adolescentes brincalhões.
—Espera - disse ela, escapulindo de seus braços para fechar a porta, e virar a placa de “Aberto” para que mostrasse “Fechado”, e diminuir as luzes.
Ela desejava ter ainda um apartamento para levá-lo, mas talvez isto fosse melhor. Se eles partiam daqui juntos, ela provavelmente se acovardaria, o que não seria
mais inteligente.
Ou ele poderia mudar de idéia.
Não, ela desejava fazer isto. Ela desejava a ele.
Tomando sua mão, lhe conduziu por sua loja, para a porta do quarto dos fundos.
Enquanto ela abria a porta, ele a fez parar.
Bride olhou para trás para vê-lo olhar fixamente o provador que estava a sua direita. Um perverso sorriso zombador atravessou seu rosto.
Caminhando para trás, ele a introduziu no quarto e fechou as cortinas.
—O que está fazendo? —perguntou ela.
Ele tirou sua camiseta, passando-a sobre sua cabeça.
OH, céu querido! Bride não pôde respirar quando teve a primeira visão de seu peito nu. Ela sabia que ele tinha um corpo grandioso, mas isto...
Isto excedia qualquer de seus sonhos. Seus amplos ombros se afiavam em um estômago do tipo tanque de lavar que poderia servir de lavanderia para uma nação inteira.
Esqueça dos seis músculos, este homem tinha oito, e todos se ondulavam cada vez que respirava. Todo seu torso estava ligeiramente coberto por pêlos, fazendo-o parecer
até mais masculino e cru.
Havia várias profundas cicatrizes que se curvavam sobre seu ombro esquerdo e bíceps, e uma que se parecia estranhamente à mordida de algum animal.
Tudo o que ela pôde fazer foi não babar.
Ou desmaiar.
Sério, nenhuma simples mulher mortal deveria estar em presença de alguém tão impressionante e não necessitar oxigênio.
Ele abriu o botão de seu jeans, logo a puxou outra vez a seus braços.
—Não tenha medo - sussurrou ele—. Serei suave.
Mas não era disso do que estava assustada. O que ela temia era sua reação quando ele visse o que parecia nua. Valha-me Deus, ele não tinha um grama de gordura em
seu corpo e ela era uma completa cômoda tamanho dezoito.
Ele ia sair gritando pela porta a qualquer momento.
Em muda, ele se esticou e lhe arrumou o cabelo, acomodando-o sobre seus ombros. Afundando suas mãos nele, atraiu os lábios dela para os seus para assim poder devastar
sua boca outra vez.
Ela gemeu satisfeita. Este homem certamente sabia como usar sua língua para seu proveito. Ela poderia beijar todo o dia.
Bride arrastou suas mãos sobre os magros músculos de seu peito, assombrada pelo bem que sentia. Ela golpeou suavemente as pontas de seus dedos sobre e ao redor dos
endurecidos mamilos masculinos, encantada com profundo gemido que ele emitiu.
Ele se moveu para desabotoar seu vestido.
—Está mais escuro no quarto de trás - disse ela.
—Por que quereria mais escuridão?
Ela encolheu os ombros. Taylor sempre insistia na escuridão absoluta cada vez que eles faziam amor.
Ela tremeu enquanto ele desabotoava seu vestido e o deixava cair ao piso, esperando que se afastasse.
Ele não o fez. Porém brilhava esse quente e faminto olhar enquanto a olhava fixamente em sua roupa íntima. Graças a Deus, ambas combinavam e não eram das mais velhas.
Vane nunca tinha estado mais incerto de si mesmo do que estava neste momento. Ele pegou seu rosto em suas mãos e a beijou com cuidado, com medo de lhe fazer algum
dano. Desde que tinha alcançado a puberdade, ele tinha ouvido histórias de lobos que tinham matado a companheiras humanas acidentalmente enquanto se juntavam com
elas.
Os ossos humanos careciam da densidade dos de sua espécie. Sua pele se machucava muito mais facilmente.
Com cuidado, ele pressionou as costas dela contra a parede para poder sentir cada centímetro de suas exuberantes curvas contra sua dureza. O aroma de seu perfume
e de sua pele o embriagou. Era tudo o que podia fazer para não uivar de triunfo.
Ele mordiscou um caminho desde sua delicada boca, descendo por sua mandíbula, enquanto soltava seu sutiã. Ouviu sua aguda inspiração quando seus seios foram liberados.
Eles eram uma exuberante recompensa. Pálidos e inchados, transbordavam de suas mãos. Ele nunca tinha visto nada mais formoso. Ela enlaçou suas mãos em seu cabelo
enquanto ele baixava sua cabeça para chupá-los.
Fechando seus olhos, ele gemeu de prazer enquanto arrastava sua língua ao redor de seu franzido mamilo.
Ele não havia tocado a uma fêmea em quase um ano, era um recorde para ele. Mas desde a noite que sua irmã tinha morrido, sua vida tinha ido de mal a pior e não houve
ninguém que lhe chamasse a atenção.
Por não mencionar que as lembranças de Bride, da vez que a tinha visto na praça, tinham-no atormentado. Fantasias a meia-noite, dele tomando-a em cada posição conhecida.
Dele explorando cada centímetro de seu suculento corpo.
Ele tinha passado horas amaldiçoando-se por não deixar Sunshine com suas coisas e sair atrás dessa mulher.
Proteger a Sunshine havia custado tudo, e para que? Para a felicidade de um maldito Dark Hunter?
Nenhum bom ato fica impune.
Esse era o refrão favorito do Fury. Um lobo falso, Fury era tão pouco confiável e egoísta como qualquer, mas havia vezes que o lobo era incrivelmente astuto.
Mas agora, enquanto Vane sustentava a Bride em seus braços e sentia seu corpo suave, terno contra o seu, ele sentia um estranho sentido de consolo que o tinha evitado
todos estes meses passados.
Isto não apagava a dor que ele sentiu pela perda de seus irmãos, mas o aliviava.
E isso a fazia inapreciável para ele.
Bride não podia pensar claramente enquanto ela olhava ao Vane saboreando seus seios. Ele se via como se estivesse provando a divindade. Seu corpo ardia em suntuoso
desejo. Ele era espetacular.
Seus olhos estavam cobertos e escuros. Ela olhou fixamente suas costas no espelho e se perguntou pelas cicatrizes que danificavam sua carne lisa e bronzeada. Tocou
de leve sobre elas enquanto ele se movia de seu seio direito ao esquerdo.
O que lhe tinha passado para lhe causar tantas cicatrizes? Ela nunca tinha visto nada como isso. Algumas cicatrizes eram obviamente sinais de garras e mordidas que
pareciam ter sido provocadas por alguma espécie de animal selvagem. Uma em particular era profunda e grande. Descia de sua omoplata, até a parte superior de seu
braço.
Havia algo tão mortífero sobre ele e, entretanto a sustentava de uma forma tão terna. Ele passou sua mão descendo por seu estômago, deixando um rastro ardente sobre
sua pele.
Com os olhos entreabertos, ela viu no espelho enquanto ele introduzia sua bronzeada mão sob o elástico de sua negra calcinha e a tocava intimamente.
Bride gemeu ante a sensação de seus compridos e estreitos dedos separando as sensíveis dobras de seu corpo para que ele pudesse acariciá-la. Ao ver sua mão tocando
ali, pelo espelho, enquanto ele com cuidado afundava seus dedos profundamente dentro dela.
Ela gemeu ao vê-lo e senti-lo.
Era tão estranho ser capaz de vê-lo de tantos ângulos diferentes. Ver-se sendo amada por ele.
Ela deveria estar envergonhada, mas não estava. Nem sequer se sentia tímida. Inclusive, sentia-se estranhamente poderosa por isso.
Um homem como este tão faminto por ela.
Era inimaginável.
Vane beijou o caminho para seu estômago. Movendo sua mão, ele em realidade tirou sua roupa íntima com seus dentes. Tirou as sandálias, tomando um tempo para esfregar
as curvas de seus pés antes que subisse para seu ombro.
Ele se agachou no chão diante dela, elevando a visão com um quente, devorador e intenso olhar. Ele ainda levava seu jeans e botas enquanto que ela estava completamente
nua.
Vane não podia respirar enquanto a olhava. Havia ainda um pouco de medo nela, mas estava escurecido por seu desejo.
Ele desejava puxá-la para ele rudemente e tomá-la como o animal que era. Ele desejava lhe mostrar como sua raça se unia, com saciedade e com predominância.
Mas ele não queria assustá-la. Sobre tudo, ele não queria lhe fazer dano algum.
Ela era tão vulnerável.
Uma loba tomaria forma humana para o ato sexual. Caminharia de maneira sedutora ao redor dos machos disponíveis, voltando-os loucos de luxúria até que eles estivessem
preparados a matarem-se uns aos outros para tê-la.
Às vezes eles o faziam.
Havia sempre uma batalha pela fêmea. Então ela escolheria qualquer dos que machos a tivesse impressionado com sua beleza e habilidade. Em geral era o vencedor quem
se juntava com ela, mas não sempre. A primeira amante de Vane o tinha reclamado ainda quando ele perdeu a luta, por que tinha gostado da paixão que ele tinha mostrado
tentando ganhá-la.
Uma vez que escolhia, a loba tirava a roupa e se oferecia a seu campeão. O macho tomaria e passaria o resto da noite lhe demonstrando quanta resistência e poder
tinha. A fêmea passaria a noite provando-o. Ela tentaria escapar e resistir e era o dever do macho assegurar-se que ela não o fizesse. Se ele se cansasse antes da
manhã, ou antes, que estivesse totalmente saciada, outro macho seria convocado.
Era a pior vergonha não satisfazer a uma loba, e ter que chamar um segundo.
Vane nunca ficara envergonhado.
E ele nunca tinha tomado a uma mulher como Bride. Uma que não lhe mordia nem lhe arranhava desejando que a satisfizesse. Algo dentro dele despertou ante a raridade
disto.
A doçura.
Em uma vida onde a violência e as sangrentas guerras pelo território eram abundantes, era agradável ter uma pausa. O contato de uma amante sensível.
O lado humano dele ansiava isto.
Ansiava.
Bride mordeu seu lábio inferior enquanto Vane separava com um cotovelo suas pernas. Seu fôlego lhe queimava as coxas. Ele fechou seus olhos e pôs sua cabeça contra
a coxa dela como se simplesmente saboreasse estar com ela. A ternura dessa ação de um nó na garganta dela.
Ela deslizou seus dedos por sua barbuda bochecha, deixando que o toque firme a excitasse ainda mais. Ele a beliscou com seus dedos movendo-os rapidamente.
Ela sorriu até que ele com os cotovelos lhe separou mais as pernas e tomou com a boca. Bride gritou de prazer enquanto suas pernas se debilitavam.
Foi tudo o que pôde fazer para não cair. Ele a devorava. Não havia nenhuma outra palavra para isso. Ele a lambeu e provocou até que a cabeça lhe deu voltas, e quando
gozou para ele, foi algo poderoso e profundo. Bride gritou enquanto seu corpo se convulsionava sob o contato dele.
Vane grunhiu ante o som de seu prazer, ante seu sabor. Como todos os machos de sua espécie, ele se sentiu orgulhoso por seu orgasmo. Não havia nada mais doce que
ouvir os gemidos de uma amante culminando. Nada mais doce que saber que, como macho, podia satisfazer à fêmea.
Ele beijou seu corpo devagar e foi subindo até seu pescoço e de novo baixando até seus pés. Ela o olhou com o temor resplandecendo brilhante nas profundidades de
seus olhos âmbar. Ele tomou sua mão e a conduziu a sua palpitante ereção.
Bride suspirou enquanto afundava sua mão profundamente nas calças dele. Seus curtos e frisados pêlos, jogaram com seus dedos enquanto encontrava o que ela procurava.
Ele grunhiu profundamente em sua garganta como um animal selvagem enquanto ela envolvia a dura longitude dele. O homem era enorme e ele já estava úmido e preparado.
Tomou a cara dela entre suas mãos, beijou-a apaixonadamente enquanto ela o acariciava. O corpo dela tremia com ardor ao pensar em ter seu duro pênis dentro dela
Ele se separou dela, tirando rapidamente suas botas. Bride conteve seu fôlego enquanto ele agarrava o fecho e o baixava.
Ela o olhou em um atordoamento entre apaixonado e paralisado enquanto deslizava suas calças para baixo e tinha a primeira visão dele em toda sua glória.
Não tinha roupa íntima!
Não havia nada mais sexy que um homem que se atrevia a não levar nada sob sua roupa. Por outra parte, não havia nada mais sexy que o homem diante dela.
Ele era atrevido e admirável. Selvagem. E a fazia tremer de um modo incontrolável.
Atirando suas calças em um canto, ele a afastou da parede. Bride estava agradecida que seu provador fosse maior. Este tinha sido desenhado para dar capacidade a
mulheres com carrinhos de bebê ou meninos. E este lhes dava muito espaço para manobrar.
Vane se moveu, aproximando-se de suas costas. Olhou-lhe fixamente no espelho. Ele era um homem completamente mais alto que ela e o faminto sorriso em seu rosto se
desfez.
—É tão formosa - disse ele, sua voz profunda e faminta.
Ela nunca havia se sentido assim. Normalmente, evitava olhar-se em espelhos. Mas havia algo terrivelmente erótico na imagem dos dois refletidos nas três paredes
espelhadas.
Ele apartou o cabelo do pescoço dela, logo mordiscou a sensível pele ali, deslizando sua língua ao redor das contas do colar.
Suas mãos se cavaram em seus seios antes que ele arrastasse uma delas ao triângulo de pêlo castanho escuro entre suas pernas.
De algum modo, ele os baixou devagar, num uníssono, ao piso. Ela não estava realmente segura de como tinha feito para não romper sua união. O homem era incrivelmente
forte. Ela se recostou contra ele, seu corpo estava quente e excitante. Masculino.
A língua dele percorreu sua orelha, logo a afundou profundamente ao mesmo tempo em que a penetrava por trás. Bride gritou ante o prazer de senti-lo preenchendo-a.
Ele levantou sua cabeça para poder olhar seu rosto enquanto se empurrava ainda mais profundamente.
Bride não podia falar ou pensar enquanto o prazer a afligia. Tudo o que ela podia fazer era olhá-lo lhe fazer amor. Olhar a mão dele lhe agradando ao compasso de
suas poderosas investidas.
Vane grunhiu outra vez ao senti-la molhada, lhe dando boas-vindas a seu corpo. Seu corpo era muito mais suave que o de uma loba. Nascidas lutadoras, elas tinham
duros e resistentes músculos. Uma loba tentaria mordê-lo. Ela agarraria seu braço, exigindo que lhe desse mais satisfação. Exigindo que se movesse mais rápido e
mais duramente até que ela acabasse outra vez.
Mas não Bride.
Ela não fazia nenhuma exigência enquanto ele tomava seu tempo, com golpes lentos e simples. Ela não tentou resistir. Em muda, recostou-se contra seu peito e fazia
os mais incríveis sons de prazer com cada golpe que seu corpo lhe dava ao dela. Rendeu-se completamente a ele.
A confiança que ela teria que ter para fazê-lo...
Ele nunca conheceu nada como isso.
Ele tinha passado tantos meses sonhando como seria em seus braços. Agora sabia.
Ela era divina. Ela se esticou por sobre sua cabeça para afundar sua mão no cabelo dele para poder mantê-lo perto.
—OH, Vane - suspirou, esfregando sua bochecha contra a sua.
Ele sentiu que sua vontade crescia enquanto beijava a bochecha dela e acelerava o movimento de seus dedos. Ela se sacudiu e gemeu em resposta. Ele se sentiu voltar-se
ainda maior. O lobo nele grunhiu de satisfação.
Uivou ao sentir seu quente e molhado corpo envolvendo o seu. E como sempre, isto fez que seus poderes mágicos surgissem. O sexo sempre carregava a sua espécie, fazendo-os
mais fortes.
Mais perigosos.
Ela cobriu a mão dele com a sua. A visão dela estendida enquanto ele empurrava fez que seu coração pulsasse ainda mais duramente. Seus poderes tremeram por seu corpo,
provocando e dançando até deixá-lo em carne viva.
Bride não podia respirar ante a intensidade de seu prazer. Este era o encontro mais incrível de sua vida. Ele estava tão grosso e duro dentro dela. Tão dominante.
E de uma maneira bastante estranha, ele parecia como se ficasse cada vez maior. Ele a preenchia completamente, mas isso não a incomodava em absoluto.
E quando ela gozou desta vez, foi até mais magnífico que a anterior. Ela gritou com tal satisfação que a fez ficar rouca. Débil. Seu corpo se sacudia de modo incontrolável
enquanto ele seguia lhe dando inclusive mais.
—Isso, bebê - lhe sussurrou ele—. Goza para mim.
E ela o fez. Em uma forma em que nunca tinha conseguido antes. Isto era tão primitivo e poderoso que ela não estava segura de como tinha sobrevivido. OH piedade!
Como algo isto podia ser tão maravilhoso?
Cada investida que ele continuava lhe dando, a fazia voltar a ter um orgasmo. Fazia todo seu corpo sensível. Este tinha que ser o clímax mais comprido de sua vida!
Vane manteve um firme agarre sobre ela enquanto sentia que seu próprio prazer aumentava. Ele acelerou suas investidas ao aproximar-se do topo.
Bride girou seu rosto para a dele e depositou o beijo mais doce imaginável sobre seus lábios. Isto lhe enviou diretamente ao extremo.
Ele a envolveu em seus braços enquanto se liberava profundamente dentro de seu corpo. A diferença de um humano, ele não terminaria rapidamente com isto. Seu orgasmo
duraria durante vários minutos.
Sustentando-a apertadamente, ele usou seus poderes para aumentar o prazer dela e ocultar o tempo que ele ficou dentro dela enquanto seu corpo terminava. Ele apoiou
sua cabeça contra seu pescoço e somente se deleitou em seu aroma. Deleitando-se dentro dela.
Ele se enterrou profundamente, então com cuidado a balançou em seus braços enquanto que sua liberação e uma infundada sensação de paz se derramassem por ele.
Vane não podia tirar seus olhos de Bride enquanto seu corpo finalmente se relaxava. Lentamente. Placidamente.
Ele a sustentou em sua cintura e viu o leve sorriso que ainda se abatia sobre as comissuras dos lábios dela. Esta mulher era uma deusa. Pura e simples. Viçosa e
plena, ela era tudo que um homem alguma vez poderia desejar.
—Isto foi incrível - sussurrou ela, estirando-se para deslizar seus dedos ao longo da mandíbula dele.
—Sim, foi - suspirou ele brandamente, ainda assombrado pelo que tinha sentido dentro de uma fêmea humana.
Talvez Acheron tivesse tido razão depois de tudo. Talvez houvesse mais de humano nele do que pensava. Essa era a única razão em que podia pensar de por que se sentia
deste modo agora.
O telefone soou fora do provador.
Ela saltou em seus braços, logo olhou seu relógio de pulso.
—OH não - suspirou ela—. Essa é provavelmente Tabitha. Quer que me encontre com ela e sua irmã para jantar esta noite.
Vane suspirou. Por alguma razão que não podia dizer, não queria deixá-la ir. Não queria que ela se separasse de seu lado.
Se ela fosse uma de sua raça, ela não pensaria em deixá-lo até o amanhecer.
Mas ela não o era.
E o desejo de ficar aí era louco. Ele era um lobo sob sentença de morte e ela era uma humana.
O que eles tinham compartilhado tinha sido excepcional, mas este era o momento de tirá-la de seus pensamentos.
Para sempre.
Beijando sua bochecha, ele se retirou dela e começou a vestir-se.
Bride se sentiu um pouco incômoda enquanto Vane lhe dava sua roupa. Não lhe pediu seu número de telefone ou algo mais enquanto colocava suas calças e botas.
Ele lamentava o que tinham feito?
Ela queria lhe pedir seu número, mas seu orgulho não a deixaria. Talvez estivesse sendo estúpida, mas dadas as ações de Taylor, não queria arriscar-se a sofrer outro
machucado em seu ego esta noite.
Vane lhe fechou o vestido, logo colocou sua camiseta sobre a cabeça.
— Seu carro esta perto? —perguntou ele.
—Está estacionado la atrás, mas vou caminhar até o restaurante. Está a só umas poucas ruas de distância.
Penteou-lhe o cabelo com seus dedos. Havia um ar de repentina tristeza nele.
—Você gostaria que eu caminhasse com você?
Ela assentiu.
Ele segurou a cortina aberta para ela. Ela a esquivou e deu volta para olhar como ele colocava sua camiseta em seu jeans. Ele passou a mão pelo cabelo para colocá-lo
de novo em seu lugar.
Toda a alegria se foi dele agora. Havia algo quase predatório nele.
Ele foi esperar la fora enquanto ela ligava o alarme e fechava a porta.
Ela se sentiu ainda mais feia enquanto tratava de lhe sorrir ao sair da loja. O ar estava um pouco fresco, mas ele não parecia notá-lo. Passou-lhe um braço ao redor
de seus ombros enquanto se dirigiam para o restaurante favorito da Tabitha, a Acme Oyster House.
Eles não falaram enquanto caminharam. Bride queria, mas o que lhe dizia uma mulher a um homem que acabava de lhe dar o melhor sexo de sua vida?


Um homem que ela não conhecia.
Um homem ao que ela muito provavelmente nunca veria outra vez.
Ah, como odiou isso. Esta era a primeira vez em sua vida que tinha tido uma relação de uma só noite. Mas era desconcertante ter estado tão intimamente com um completo
desconhecido.
Ele foi reduzindo a velocidade à medida que se aproximavam do restaurante.
Bride jogou uma olhada na grande janela grafite. Ela tinha tido razão, seus amigas estavam já ali e viu que Tabitha marcava um telefone celular. Sem dúvida Tabitha
tinha sido quem tinha chamado, e se Bride não entrasse logo, ela começaria a preocupar-se.
—Bem - disse ela, separando-se de Vane—. Suponho que é aqui onde dizemos adeus.
Ele assentiu e lhe ofereceu um amável sorriso.
—Obrigado, Bride.
—Não - disse ela, tocando o colar que lhe tinha dado—. Eu que agradeço.
Ele beijou sua mão, voltou-se, colocou suas mãos dentro de seus bolsos, e andou devagar rua abaixo para o Bourbon Street. Com seu coração pesado, ela olhou esse
terrivelmente masculino rebolado.
— Bride?
Ela deu volta para ver que Mina Devereaux estava de pé na entrada aberta.
—Está bem? —perguntou.
Assentindo, Bride obrigou-se a entrar. Mina a conduziu a uma mesa perto da janela onde sua irmã, Tabitha, estava sentada.
—Ei!, Bride - disse Tabitha a modo de saudação enquanto desempacotava uma bolacha—. Está bem? Parece um pouco distraída.
—Não sei - disse Bride enquanto tomava assento frente à Tabitha—. Tive o dia mais estranho de minha vida e penso que pude acabar de cometer o maior engano de todos
os tempos.
Só que não estava segura se o engano tinha sido deitar-se com alguém a quem ela não conhecia ou tê-lo deixado ir.

CAPITULO 2

Com o coração pesado pelo remorso, Vane caminhou pelo French Quarter por volta do 688 da Avenida Ursulinas onde o bar O Santuário se erguia na esquina. O edifício
de tijolos vermelhos tinha as típicas portas de um salão do velho oeste com um pôster que tinha a silhueta de uma motocicleta recortada contra uma lua cheia sobre
uma colina.
Uma atração turística, o bar de motociclistas estava lotado como sempre por aldeãos e turistas. Havia já várias motocicletas alinhadas sobre a calçada que pertenciam
a uma banda de motociclistas locais que chamavam a si mesmos os Cães do Vieux-Doo. A primeira vez que tinha visto os rudes motociclistas entrarem no edifício, Vane
tinha rido. Os motociclistas humanos não tinham nem idéia que O Santuário não era um lugar para eles. Este era um dos estranhos refúgios para os do seu tipo.
Em todo mundo e em vários períodos de tempo, certas famílias de Were-Hunters tinham estabelecido lugares como este onde os membros Katagaria podiam ocultar-se enquanto
escapavam de seus inimigos. Mas de todos os refúgios para animais conhecidos, O Santuário de Mamãe Peltier era o mais respeitado e renomado. Sobre tudo porque o
seu era um dos poucos estabelecimentos que davam boas vindas aos Dark Hunters, Apolitas, Daimons, e deuses por igual. Tanto que viesse em paz, permitiriam partir
com todas as partes de seu corpo intactas.
Assim o lema do Santuário era: Não me morda e não te morderei.
Qualquer um que violasse essa regra rapidamente era sacrificado por um dos onze filhos de Mamãe Peltier ou seu excepcionalmente grande companheiro. Era um fato conhecido
que Papai Urso Peltier não brincava com ninguém salvo Mamãe Ursa.
Embora Mamãe e seus moços fossem ursos em sua forma natural, eles davam boas vindas a tudo os ramos de Katagaria: leões, tigres, falcões e lobos. Não havia um só
grupo conhecido que ao menos não tivesse um membro que se ocultasse aí.
Demônios havia até um drakos, e em geral os dragões poucas vezes faziam do século vinte e um seu lar. Devido a seu tamanho, os dragões tinham uma tendência a viver
em suas vidas passadas onde uma pequena população humana e campos abertos eram mais certos para eles ocultarem-se.
Os Peltiers até tinham um Sentinela Arcadiano quem cuidava do lugar e esta era a maior façanha de todas. Os Arcadianos eram Were-Hunters que tinham corações humanos
e eles eram inimigos mortais dos Katagaria, quem tinha corações de animal. De fato, as duas espécies tinham estado em guerra uma com a outra durante milhares de
anos.
Os Arcadianos eram supostamente a origem mais amável do tipo da raça de Vane, mas sua experiência lhe dizia que isto era fazer ilusões de sua parte. Ele confiaria
mais facilmente em um Katagaria com um coração de animal que em um Arcadiano com um coração humano, qualquer dia.
Ao menos os animais lhe atacavam abertamente. Eles não eram nem de perto, tão traidores como um humano.
Mas ao fim e ao cabo, nenhuma fêmea Katagaria tampouco o tinha abraçado do modo em que o tinha feito Bride. Nenhuma, jamais, tinha-o feito sentir tão estranhamente
protetor que a única coisa que queria fazer era voltar para o restaurante onde a tinha deixado, tomá-la em seus braços e a levá-la para casa com ele.
Isto não tinha nenhum sentido.
Ele cruzou pelas portas do bar para encontrar ao Dev Peltier sentando sobre um alto banco na entrada. Dev era um dos quadrigêmeos de Mamãe Ursa. Embora eles parecessem
idênticos, cada um dos quadrigêmeos tinha uma personalidade e porte muito distinto.
Dev era fácil de levar e lento para se zangar. Ele exalava um ar de poderosa graça e se movia metodicamente como a maior parte dos ursos, como se tivesse todo o
tempo do mundo. Mas Vane sabia que o urso podia ser tão condenadamente rápido para mover-se como qualquer lobo. A primeira vez que ele tinha visto o Dev arremeter
contra seu irmão menor Serre em um jogo de luta, ele tinha desenvolvido um saudável respeito pelas habilidades do urso.
Esta noite, Dev levava uma camiseta negra que apenas cobria a marca do arco da Artemisa sobre seus bíceps que tinha como advertência aos Daimons e os Apolitas que
ocasionalmente se aventuravam dentro do bar. Ele brincava pôquer com o Rudy, um dos empregados humanos que não tinha nenhuma idéia que a metade da “gente” no bar
era realmente animais que andavam em duas pernas.
Rudy tinha o mal cuidado cabelo negro recolhido em um rabo-de-cavalo, e um rosto áspero que mostrava cada sinal de quão dura tinha sido sua vida de ex-estelionatário.
Ele tinha uma barba negra muito junta e cada polegada de pele exposta estava coberta de uma espécie de tatuagem colorida.
O homem era realmente imundo e, a diferença dos Were-Hunters quem fez desse lugar sua casa, ele não era atrativo. De fato, esse era o modo mais fácil de diferenciar
aos humanos dos animais. Já que a raça de Vane valorizava a beleza acima de todo o resto, era estranho encontrar a um Were-Hunter pouco atrativo.
Como seus irmãos, o encaracolado cabelo loiro do Dev caía de qualquer maneira por suas costas. Como sempre, levava solto. Ele usava um par de jeans justos, descoloridos
e botas negras.
Dev o saudou com uma inclinação de cabeça.
—Hei! Lobo, está bem?
Vane deu de ombros enquanto se aproximava deles.
—Só cansado.
—Talvez devesse descansar um pouco lá em casa - disse Dev enquanto tomava duas cartas mais.
A Casa Peltier estava junto ao bar. Era ali onde eles podiam assumir suas formas de animal sem medo de ser descobertos. Os Peltiers tinham mais sistemas de alarmes
que Fort Knox e ao menos dois membros da família estavam de guarda em todo momento contra qualquer intruso, humano ou de outra classe.
—Está bem - disse Vane—. Ele ganhava seu sustento e o do Fang. A última coisa que queria é que alguém pudesse acusá-lo de receber caridade do clã Urso, então ele
trabalhava uma média de dez horas por dia, todo dia, para os Peltiers. —Disse a Nicolette que substituiria a Cherise na cozinha esta noite.
—Sim - disse Rudy enquanto dava uma tragada em seu cigarro, logo acomodou suas cartas—. Cherise morre para ir para casa cedo. Nick vai levá-la ao Antoine por ser
seu aniversário.
Vane tinha esquecido isso dos aniversários humanos. Por alguma razão, eram especiais para a raça. Provavelmente porque tinham tão poucos deles.
Vane se desculpou e se dirigiu para a cortina da cozinha. Ele passou pelas mesas onde Wren, um estranho leopardo branco Katagaria, estava limpando. Marvin o macaco
(o único animal no Santuário que não podia adotar a forma humana) estava sentado sobre o ombro do leopardo e sustentava o loiro cabelo de Wren.
Esses dois tinham uma estranha relação. Como Vane e Fang, Wren tinha vindo ao Peltiers como um exilado. Ele se mantinha reservado e poucas vezes falava com algum
outro que não fosse Marvin. Ainda assim, havia algo mortal nos olhos do leopardo que dizia a todo mundo que o deixassem sozinho se valorizavam suas vidas.
Wren olhou enquanto Vane passava pelas mesas que estava limpando, mas não disse nada.
—Hei! Vane! —disse Cherise Gautier, seu rosto se iluminou quando o viu. Ela era uma formosa mulher loira nos começos dos quarenta anos. Seu sorriso sempre preparado
e um bom coração poderiam persuadir a quase todo mundo—. Está bem, carinho? Parece cansado.
Ainda o assombrava quão intuitiva era Cherise para ser uma humana. Vane levantou a parte traseira da cortina da cozinha e entrou na área de servir.
—Estou bem - disse ele, mesmo que não sentisse assim.
Sentia-se como se algo lhe faltasse. Como se devesse voltar para Bride.
Quão estúpido isso era?
—Está certo? —perguntou ela.
Ele podia sentir sua preocupação. E isto o fez sentir extremamente incômodo. Ninguém que não fora seu irmão e ou sua irmã jamais tinham dado nada por ele.
Cherise era uma humana estranha.
Ela atirou a toalha branca com a que tinha estado limpando a cozinha sobre seu ombro.
—Sabe, meu filho é de sua idade.
Vane lutou contra o impulso de rir disto. Nick Gautier tinha vinte e seis anos, em anos humanos, enquanto que Vane tinha quatrocentos e sessenta anos. Mas certamente,
Cherise não tinha nem idéia da verdadeira idade de Vane. Tudo o que ela sabia era que seu filho trabalhava para os Dark-Hunters, quem eram todos imortais caçadores
de vampiros.
—E sei como vocês, rapazes, descuidam-se. Tem que te cuidar mais, carinho. Juro que não tiveste um dia livre desde que Mamãe te contratou. Por que não pega uma noite
por uma vez e vai ter um pouco de diversão?
—Está bem - disse ele tranqüilamente enquanto tomava a toalha do ombro dela— Além disso, Rudy disse que estava de aniversário.
Lançou-lhe uma framboesa.
—Sou muito velha para aniversário. Eu preferiria ver-te desfrutar de sua juventude enquanto ainda a tem.
—Sim - disse Kyle Peltier, o mais jovem dos ursos, enquanto se juntava com eles vindo do quarto traseiro com uma grande bandeja de copos limpos. Da idade do Nick,
Kyle estava apenas fora da puberdade já que os Were-Hunters não maduravam até seus vinte anos—. Por que não desfruta dos seis segundos que ficam de sua juventude,
Vane?
Vane lhe deu as costas, logo empurrou a Cherise à cortina
—Vai para casa, Cherise.
—Mas...
—Vai - grunhiu Vane—, e tenha um bom aniversário.
Ela suspirou logo lhe pegou o braço
— Bem - ela agarrou seu suéter e as cortinas da entrada.
—Lançarei você daqui - disse Kyle, levantando uma parte da cortina para que ela pudesse sair.
—Obrigado.
Vane começou a tirar os copos da bandeja e a guardá-los em seu lugar enquanto Kyle foi ajudar ao Wren com as mesas.
Colt Theodorakopolus perambulou até a entrada. O Ursulan Arcadiano se deteve à altura de Vane, quem sentiu uma imediata aversão pelo Were-urso. Embora, para ser
sincero, Colt parecia bastante decente. O companheiro de sua mãe tinha sido assassinado enquanto sua mãe estava grávida dele. Ao saber que ela morreria assim que
seu filhote nascesse ela tinha vindo ao Santuário e tinha pedido que os Peltiers criassem seu filho por ela.
Por isso sabia Vane, Colt nunca havia se sentido um membro dos Ursos Arcadianos. Como Sentinela, Colt deveria ter um lado de seu rosto coberta pelas estranhas marcas
geométricas que apareciam como marcas de nascimento dos sentinelas quando alcançavam a maturidade. Mas Colt, como muitos Sentinelas que viviam fora de seus clãs
ou em isolamento, decidiu ocultar com o seus poderes.
Ninguém sabia quão poderoso era Colt até que se cruzava com ele. Então era muito tarde.
Um Sentinela que se oculta era a coisa mais perigosa.
A diferença de outros ursos, Colt tinha o cabelo curto negro e com um notavelmente bem definido corte.
—Me dê um uísque — disse Colt ao Vane— E mantém o cabelo humano.
Vane assentiu ante a frase que significava que Colt queria o licor que embriagava completamente a um humano com um só gole. Já que sua espécie tinha um metabolismo
mais alto, eles podiam dirigir muito melhor o álcool.
Serviu-lhe uma medida grande no copo, logo o colocou sobre o balcão diante do Colt. No instante que retirava sua mão, sentiu uma estranha sensação de queimadura.
Chiando, Vane soprou sobre sua palma. Ele se moveu para um dos abajures do balcão para ver o que havia feito.
Enquanto olhava, um confuso e estranho desenho se gravava em sua pele.
— OH merda — suspirou enquanto via como tomava forma.
Colt se agachou sob o balcão e passou para trás dele. Sua mandíbula se afrouxou.
—Está acasalando? —perguntou-lhe ele incrédulo—. Quem é a afortunada loba?
Vane não podia respirar enquanto via a marca. Como podia ser isto?
—Isto é impossível.
Colt riu.
—Sim, claro, grunhiu como Serro quando se juntou. Confia em mim, isto acontece aos melhores de nós.
—Não — disse Vane, encontrando o olhar do urso—. Ela é humana. Sou um lobo. Não posso me juntar a uma humana. Isso não é possível.
A cor desapareceu da cara do Colt enquanto o completo impacto da situação de Vane o golpeava.
—Você, bastardo desafortunado. Não é usual que os Arcadianos se juntem com uma humana, mas acontece.
—Não sou Arcadiano - grunhiu Vane. Não havia nada humano nele. Nada.
Colt tomou sua mão e a sustentou até ver a linha na mão de Vane.
—Argumenta com isto tudo o que queira. Mas enfrenta-o, Vane. Suas três semanas estão correndo. Ou reclama à humana ou viverá o resto de sua vida sem voltar a sentir
jamais o contato de outra fêmea.
***********************
—Ho! —gritou Bride gritou enquanto sua mão começava a queimar. Ela a pressionou contra seu copo com água.
—O que te passa? —perguntou Mina, enquanto escolhia outra ostra para comer.
—Não sei - disse Bride—. Minha mão, só começou a doer.
Tabitha tocou o prato de Bride.
—Não está quente. Cortou-te a mão com uma concha de ostra?
—Não - disse Bride, estendendo sua mão para olhá-la. Havia um formoso desenho sobre sua palma. Este recordava a um antigo desenho grego. —Que diabos?
Mina franziu o cenho enquanto o olhava.
—Fez-te uma tatuagem com tinta?
—Não. Não fiz nada. Juro. Isto não estava ali faz cinco segundos.
Tabitha se inclinou para olhá-lo.
—Que estranho - disse—. E vindo de mim, significa algo.
Isso era verdadeiramente certo. Tabitha Devereaux era o epítome do estranho.
—Você nunca viu nada como isto? —perguntou Bride a Tabitha.
—Não. Talvez todas estejamos alucinando. Talvez isto se pareça com a teoria do Platão e não há nada ali, a não ser a pele. Talvez nós somente vejamos o que queremos
ver.
Mina soprou enquanto vertia o molho picante sobre sua ostra.
— Só porque vive em um estado de loucura constante, Tabby, não significa que o resto de nós o faça.
Bride riu delas.
Ela seguiu o riscou do desenho sobre sua palma e se perguntou como tinha chegado aí.
Colt dirigiu ao Vane um olhar duro. —Olhe, sei que não pode me suportar. Mas te substituo. Vá ver sua mulher e te cobrirei aqui no balcão.
—Não preciso que...
—Deixa de ser tão condenadamente obstinado - disse Colt com os dentes apertados—. Têm uma companheira aí, Vane, e seja Arcadiano ou Katagaria, conhece a única lei
que governa a todos. A segurança de sua companheira está por cima de todo o resto.
Colt tinha razão e Vane sabia. O animal dentro dele já necessitava da metade humana. Esta queria a sua companheira. Essa a exigia.
Normalmente sua parte humana e animal coexistiam em um delicado equilibro. Os hormônios e a tensão facilmente poderiam perturbar esse equilíbrio, e então ele se
voltaria realmente perigoso. Se o animal tomava o controle dele.
Muitos dos de sua classe, tanto machos como fêmeas, perdiam-se naquela metade animal. Incapazes de dirigi-lo voltavam-se loucos por ela e se faziam desumanos assassinos
que matavam ao que lhes cruzasse. Esta era similar a uma infecção de raiva e não havia nenhuma cura para isso.
Era por isso que os Arcadianos tinham Sentinelas. Seu trabalho era rastrear e matar aos que não podiam controlar sua alma animal. Assassinos. Certamente, os Arcadianos
em geral eram bem mais liberais aplicando o término “Assassino” a um dos seus. Era suficiente que qualquer Katagaria cruzasse por seu caminho para ser classificado
como um assassino com ou sem evidência.
—Vamos, Vane - disse Colt, impulsionando-o para a porta.
O urso tinha razão. Era inútil lutar contra sua natureza. Esta era uma batalha que ele nunca poderia ganhar.
Deu ao Colt a toalha e rapidamente abandonou o balcão.
Fora na rua, Vane se assegurou que ninguém pudesse vê-lo e logo se vislumbrou, tomando a forma de lobo. A diferença de seu irmão, era um lobo completamente branco.
Ele também era maior, pesando ao redor de uns setenta quilos.
Era por isso que seus companheiros de manada lhe tinham temido mais em seu estado animal. Tão poderosos como eram, ele era mais. E ele não respeitava as hierarquias
como os outros faziam.
Ele poderia ser um animal, mas ao final do dia, ainda quando o negasse, tinha o suficiente de humano nele para resistir seguir a qualquer um docilmente.
Ele tinha nascido alfa e todo mundo ao redor dele sabia.
Vane correu a grande velocidade pelas ruas de Nova Orleans, cuidando de manter-se nas sombras da escura noite. Tinha aprendido fazia muito, que as pessoas tinham
uma tendência a distingui-lo como um cão grande se o viam, mas de todos os modos quão último precisava era a um homem de canil atrás dele.
Ele tinha uma longa história de encontros com o controle animal. Nenhum dos quais tinham sido bons para os humanos.
Não levou muito tempo retornar ao Iberville e ao Acme Oyster House onde tinha deixado a Bride. Elevando-se sobre suas patas traseiras para ficar de pé contra o vidro,
ele olhou atentamente dentro para vê-la sentada com outras duas mulheres.
Uma tinha o cabelo castanho escuro e uma cicatriz desigual a um lado de seu rosto. Se não fosse pela horrorosa marca, teria sido excepcionalmente atraente. A outra
era uma morena muito bonita com a que compartilhava expressões semelhantes.
Entretanto, nenhuma das magras mulheres lhe chamou a atenção.
Só Bride o fez. A imagem dela o comoveu intensamente, lhe fazendo doer de necessidade. Ela podia alegar ser humano, mas havia mais magia em seu sorriso que a que
toda sua manada de lobos possuía.
Ela era absolutamente sedutora e aqueles lábios fizeram as coisas mais assombrosas a seu corpo.
A seu coração...
As três mulheres falavam e riam enquanto terminavam uma fonte de ostras. Nenhum delas parecia notar algo diferente em Bride.
Talvez ela não fosse sua companheira, depois de tudo.
Mas este era um pensamento inútil. O sinal só aparecia depois que um Were-Hunter tinha tido sexo com sua companheira, e em geral dentro de um prazo de tempo bem
curto. Vane não tinha estado com nenhuma outra mulher fazia meses.
Não podia ser ninguém mais.
Suas marcas na mão deveriam encaixar exatamente com as dele, eram os emblemas que mostravam sua linhagem paterna e só podiam ser lidos por outro de sua raça.
Mas por outro lado talvez fora diferente porque Bride era humana. E se o sinal de que estiveram juntos não se aplicava a uma fêmea humana?
Ele se congelou ante esse pensamento.
Ele estaria arrasado. Literalmente.
A única esperança que jamais teria de uma família descansava em sua capacidade de reclamar a sua companheira.
Mas ela devia estar disposta...
Bride e suas amigas se levantaram e saíram do restaurante. Vane se agachou enquanto tentava decidir o que fazer.
—Estou dizendo a sério, Bride - disse a morena enquanto iniciava o caminho para a rua—. Nossa irmã Ty pode enfeitiçar a qualquer um. De a palavra e converteremos
ao Taylor em um afeminado.
Bride riu disso.
—Não me tente.
A ruiva com cicatrizes se deteve e o viu entre as sombras.
—Olá, filhote — disse amavelmente, lhe mostrando sua mão para que ele a cheirasse. — Quer que Tabby te faça carinho atrás de suas orelhas?
—Tabitha! —gritou a outra mulher—. Deixa a esse cão de rua tranqüilo. Juro, um dia vai contrair raiva.
—Ele não tem raiva - disse Bride.
—Vê - disse a que chamavam Tabitha—. A filha de um veterinário deveria saber.
Bride lhe apresentou sua mão.
Vane foi para ela imediatamente e cheirou sua mão. Seu aroma o percorreu, penetrando-o e excitando-o, com as imagens de como ela se via completamente rendida a ele.
Os sons de seu prazer
Esfregando com seu nariz os dedos dela, lhe obrigou a abri-los para poder ver seus piores medos confirmados.
Ela estava marcada.
Maldição.
O que ia fazer agora?
—Gosta da Bride.
Tabitha não tinha nenhuma idéia do quão verdadeiras eram suas palavras.
—Acredito que gosta de suas sobras - disse Mina com uma risada.
Bride se ajoelhou enquanto lhe acariciava suas orelhas. Ela tomou entre suas mãos sua cabeça e o examinou com cuidado.
—Acredito que é um lobo.
—Um lobo? —perguntou Tabitha—. Está louca? Como fez um lobo para chegar à cidade? Além disso, ele é muito grande para um lobo.
—É um moço grande, verdade? —disse Bride enquanto Vane fuçava seu rosto. Ela levantou o olhar para sua amiga—. Contrariamente à opinião popular, Tabby, os lobos
são os maiores dos caninos. Mas acredito que ele poderia ter algum sangue misto.
Se ela só soubesse...
Ela se levantou e começou a ir com suas amigas.
Vane a seguiu. Em forma de lobo, isto era compulsivo. Sua metade humana tinha muito pouco controle agora. Ele ainda poderia entender e escutar, mas seu animal o
governava nesse estado.
Enquanto que ele estivesse em sua atual forma, ele era selvagem e mortal.
Bride tinha a sensação mais estranha descendo por sua coluna. Ela fez uma pausa e olhou para trás sobre seu ombro para encontrar o lobo branco vinha que atrás dela.
Ela poderia jurar que seus olhos eram da exata cor verde avelã de Vane e o modo em que a olhava...
A elas...
Era como se entendesse exatamente que estavam fazendo e dizendo.
Era realmente estranho.
Tabitha e Mina a acompanharam de retorno a sua loja.
—Está segura que não quer passar a noite em minha casa? —perguntou Mina—. Facilmente posso mandar meu namorado embora.
—Ou em meu apartamento - ofereceu Tabitha—, não tenho a nenhum homem para mandar embora, e já que minha gêmea se mandou com meu cão e Allison quis conseguir uma
companheira de quarto mais cortês e segura, tenho todo o espaço no mundo.
—Acreditava que Maria vivia contigo agora - disse Mina.
—Não - disse Tabitha—. Suas coisas estão ali, mas esteve todo o tempo na casa de seu namorado. Nunca a vejo.
Bride sorriu por sua bondade.
—Está bem, garotas. Tenho que me acostumar a estar sozinha outra vez. Sério. Eu somente quero recuperar-me com um bom livro e o tirar de minha mente.
Mas o que mais lhe inquietava era que tudo o que tinha que fazer era pensar no Vane e todos os pensamentos sobre o Taylor voavam de sua cabeça.
Talvez seu “encontro” com ele tinha sido uma boa coisa depois de tudo.
—Hei! Somente segue sonhando com o tipo que conheceu —disse Tabitha, piscando um olho.
Bride franziu o cenho ante esta horripilante coincidência. Certamente, Tabitha proclamava ser capaz de ler mentes. Em momentos como este Bride quase podia acreditar.
—Sim - coincidiu Mina—. Talvez ele pudesse voltar a passar.
Bride suspirou melancolicamente.
—Tenho a sensação que vi o último do Senhor Prodigioso.
Mina lhe deu um abraço de irmã.
—Me chame se me necessitar.
—Farei. Obrigado.
Tabitha também a abraçou e lhe acariciou as costas.
— Lembre, se necessitar os joelhos do Taylor quebrados, tenho uma chave enorme e jamais direi aos meios de comunicação quem me pediu isso.
Bride riu, agradecida por suas amigas e sua bondade para com ela em sua hora de necessidade.
—Está perturbada.
—Digo a sério, embora se mudar de opinião, disca meu número. Posso estar em sua casa em menos de vinte minutos.
—Há ta! —disse Mina—. Com sua forma de dirigir? Estaria em menos de dez e isso com um pneu furado e contra o tráfego.
Bride sacudiu a cabeça ante sua brincadeira enquanto tirava as chaves de seu bolso e abria a porta do lado de seu edifício que conduzia ao pátio e à escada de ferro
forjado na parte de trás. Sua loja ocupava o andar de baixo inteiro do edifício, mas os três andares superiores tinham sido convertidos em apartamentos por sua
avó. A escada traseira conduzia a cada um dos apartamentos superiores. Havia um pequeno apartamento mais atrás, perto da garagem, que estava acostumado a usar como
celeiro nos dias em que Nova Orleans fora pavimentada.
Até que Taylor lhe havia dito que se mudasse com ele, ela tinha vivido no apartamento maior no último andar. Agora todos os apartamentos estavam alugados exceto
o estúdio de trás. Era tão pequeno que ela nunca se havia sentido bem de cobrar dinheiro por ele. Em muda, Bride o usava como armazém.
Agora este ia ser seu lar doce lar por um tempo.
Ela desejava chorar outra vez, mas se negou. Se a pior coisa que jamais lhe tinha passado era que Taylor a abandonasse, então ela realmente estava bendita.
De todos os modos isso realmente doía. Profundamente.
Enquanto Mina e Tabitha iam, o lobo avançou para olhá-la de perto.
—É formoso, verdade? —perguntou-lhe, agachando-se para lhe acariciar as orelhas outra vez.
Lambeu sua mão antes de esfregar-se contra suas pernas como faria um gato.
—Vamos - disse ela, indicando o pátio com a cabeça—. Realmente não quero estar sozinha esta noite e tu me olha como se pudesse apreciar um lugar seco e quente para
dormir.
Ele passou brandamente pela porta enquanto ela a fechava e se dirigia ao renovado celeiro/apartamento.
Com o coração pesado, Bride estava agradecida de ter este pequeno lugar abandonado, se não estaria em um quarto de hotel esta noite. Ou pior, na casa de seus pais.
Ela não estava de humor para responder suas perguntas ou ver o olhar de decepção na cara de sua mãe enquanto lamentava o fato de que se Bride não se casasse, ela
não teria algum outro neto.
Ao menos aqui, em seu próprio lugar, ela tinha um pouco de comodidade.
Talvez.
Ela abriu a porta e acendeu as luzes. Por sorte, a água e a eletricidade para este apartamento estavam conectadas da mesma linha que proporcionava a água e a eletricidade
a sua loja.
O lobo vacilou enquanto olhava os trinta metros quadrados de caixas e ilustrações.
—OH —disse ela alegremente— está sendo delicado, né?
Se ela não soubesse bem, juraria que ele sacudiu sua cabeça antes de entrar e começar a farejar ao redor de suas caixas.
Depois de fechar a porta, Bride foi ao poeirento escritório e deixou cair suas chaves em cima dele. Então ela tirou a coberta do sofá e tossiu enquanto desenterrava
uma peluda capa de pó.
—Realmente te odeio, Taylor - disse ela silenciosamente enquanto sorvia as lágrimas—. Espero que te afogue nas tiras da tanga de sua magra nova namorada.
Como se ele sentisse sua tristeza, o lobo se aproximou e se esfregou contra suas costas. Bride se agachou ao piso para tomá-lo em um apertado abraço.
O lobo não se queixou absolutamente enquanto ela deixava cair suas lágrimas em seu pelo nervoso. Ele se sentou ali silenciosamente com sua cabeça sobre o ombro dela
enquanto a dor a alagava.
Como podia ter sido tão estúpida para pensar durante um minuto que amava ao Taylor? Por que lhe tinha dado tanto de sua vida e de seu tempo quando ele só a estava
utilizando?
Estava ela realmente tão desesperada por amor que mentiria a si mesma sobre ele?
—Somente queria a alguém que amasse a mim - lhe sussurrou ao lobo. Isso esta tão mal?
Vane não podia respirar enquanto Bride o sustentava em um apertão de morte e suas palavras o atravessavam. Pior, ele entendia exatamente o que ela queria dizer.
Exilado por todos exceto por seu irmão e irmã, ele sabia que a única coisa que o tinha salvado de ser o lobo Omega* em sua manada tinha sido sua disposição a matar
a qualquer que tentasse tomá-lo a ele ou ao Fang como bode expiatório.
Cada vez que tinham tentado meter-se com eles, Vane se tinha defendido, e com a maturidade, ele tinha crescido a tal tamanho que ninguém ousou desafiá-lo outra vez.
Nem sequer seu pai.
Como alguém podia lhe fazer um dano como esse a Bride? Seu coração pulsava grosseiramente enquanto o lobo dentro dele clamava pelo sangue do homem que a tinha feito
chorar.
Ele não entendia que tipo de homem poderia deixá-la ir voluntariamente. Uma vez que sua espécie se juntava, era eterno. Inquebrável.
E agora que ele tinha a confirmação que ela era de fato sua companheira predestinada, ele estava obrigado por sua honra a protegê-la até que ela terminasse o ritual
de união, aceitando-o ou separando seus caminhos.
O último não a afetaria absolutamente. Mas como lobo, ele nunca seria capaz de ter sexo com outra fêmea enquanto Bride vivesse.
Isto era completamente inaceitável para ele. Não é que Vane Kattalakis não pensasse cumprir com o celibato. A idéia de passar as próximas décadas impotente, era
suficiente para fazer sofrer a qualquer um.
Mas como um humano podia aceitar a um animal como seu companheiro?
Condenadas as Destinos por isso. Elas eram perversas bruxas que não viviam para nenhum outro objetivo que fazer sofrer a outros.
O telefone soou. Bride o soltou e foi respondê-lo enquanto Vane farejava ao redor do pequeno e lotado quarto. Este era um lugar deprimente.
—Hei! Tabby - Bride tirou um lençol da mesa e fez cair uma caixa.
Vane uivou e a esquivou.
Bride acariciou sua cabeça, logo moveu a caixa.
—Não tem que fazer isso, sabe? —Ele podia sentir que ela estava um pouco irritada com sua amiga, mas no fundo parecia contente—. Bem, saio para te deixar entrar.
Bride desligou o telefone, logo agarrou suas chaves e abriu a porta. Vane a seguiu ao exterior, até a rua, onde ela abriu a porta de ferro forjado para deixar passar
a Tabitha, quem estava de pé do outro lado com um carro com rodas carregado de sacolas, no pátio.
—Deus Santo! —disse Bride enquanto via as sacolas—. O que fez?
Tabitha deu de ombros.
—O bem-estar material que cada mulher deveria ter — Ela deu um pacote de seis cervejas Coroa Light a Bride, logo entrou o carro.
Bride fechou a porta e seguiu a Tabitha.
Vane se arrastou atrás delas.
Uma vez que estavam dentro do pequeno apartamento, Tabitha lhe sorriu.
—Eu tinha a sensação que ainda estaria aqui.
Ela tirou um osso do saco superior e o desembrulhou.
Ele fez uma careta por dentro enquanto ela o deixava sobre o chão. Não havia nenhum modo no inferno que lhe fizesse mastigar isso.
Seu olhar se dirigiu ao Bride. Ela era o único brinquedo mastigável que lhe interessava.
Bride estava de pé com suas mãos em seus quadris.
—Tabitha...
—Não, Bride. Como membro recente do Clube não tenho um homem e nunca mais quero outro, sei que quão último precisa é passar sozinha esta noite —. Ela tirou um jogo
de lençóis de seda do saco.
—O que é isso?
—Disse, bem-estar material. Temos tudo aqui. Krispy Kreme*, cerveja, refrigerantes, creme horns*, batatas fritas, molhos, e suficientes DVDs com machões para afundar
ao Titanic. É hora de um festival de bons homens que não lhe podem romper o coração —Tabitha lhe deu uma pequena bolsa.
Bride sacudiu sua cabeça.
—Obrigado, Tabby. Realmente aprecio isto.
—Não há problema.
Vane voltou a sentar enquanto Tabitha conectava a TV e o aparelho de DVD enquanto Bride abria as caixas que tinha os pratos e o faqueiro.
—Estou contente de ter guardado tudo isto - disse Bride enquanto sacudia o pó de uma caixa e a punha sobre uma mesa de centro diante da TV—. Taylor não queria todas
minhas coisas misturadas com as suas. Deveria saber então, verdade?
Tudo o que podia fazer Vane era permanecer em sua forma de lobo. Ele queria tanto reconfortá-la, mas não se atrevia. Sobre tudo não com a Tabitha presente.
—Não pense nisso carinho - disse Tabitha enquanto abria a cerveja com sua mão nua e a dava a Bride—. Nós nunca vemos os sinais que não queremos ver. Sabe? Olhe o
lado positivo de tudo isto, ao menos seu homem não te abandonou por ser louca.
—Você não é louca.
Tabitha lançou uma risada incrédula ante isto.
— Sim, claro. Deixando de lado a Amanda, só frutas e avelãs* vêm em minha árvore genealógica. Mas... Hei!, ao menos somos divertidas.
Bride lhe lançou um olhar de reprovação.
—Sabe o que Mina diz disso?
—Mina? Ela está mais louca que eu. Viu sua coleção de equipes antigas para matar vampiros? Juro que foi ela quem fez aquela oferta anônima no Sotheby’s por aquele
equipamento para matar vampiros do século passado.
Tabitha meteu um doce inteiro na boca e o engoliu completamente.
Bride enrugou seu nariz ante a ação.
—Por favor, me diga como pode permanecer assim tão magra comendo da forma em que o faz. Apenas como meia Pop-Tart* e ganho quinze quilos. Juro que te vi comer mais
esta noite que o que eu como em uma semana inteira.
Tabitha lambeu o açúcar de seus dedos.
—Fala como Amanda.
—Por que ela diria isso? Vocês são as gêmeas e ela é parte por parte tão magra como é você.
—Sim, mas ela está uns bons sete quilos mais gorda que eu e me odeia por isso. Não sei por que vocês se queixam, ao menos tem dois seios. Tenho o corpo de um menino
de doze anos.
Bride brincou.
—Quando quiser nós mudamos de corpo.
Vane grunhiu ante isso. Quão último queria era uma companheira magra. Não havia nada equivocado no Bride, e se ele estivesse em forma humana, demonstraria-lhe exatamente
o que essas curvas viçosas lhe faziam.
Infelizmente, ele necessitava que sua amiga partisse primeiro.
—Algo anda mal moço? —perguntou Tabitha enquanto se aproximava.
Ele trotou para a Bride.
Tabitha o olhou boquiaberta.
—Bem, acabo de ser esnobada pelo Benji. Jesus. Acredito que recolheste a um amigo para toda a vida aqui, Bride. Só espera até que averigue que seu papai é o rei
de “se você o amar, castre-o” —
Vane se sobressaltou apesar de lobo.
Eles não se atreveriam...
—Shh, Tabby, assustará ele — Ela olhou pra baixo enquanto lhe acariciava o queixo—. Mas tem razão, ele não foi operado.
E maldita seja tampouco ia operar.
—Talvez devesse levá-lo a papai amanhã e fazê-lo revisar.
—Então vai ficar com ele? —perguntou Tabitha.
Bride levantou a cabeça dele para poder olhá-lo diretamente aos olhos.
—Que pensa você, Senhor Lobo? Quer ficar comigo por um tempo?
Ela não tinha nem idéia. Se conseguisse o que queria, ele seria uma adição permanente.

CAPITULO 3

Vane estava de pé em forma humana fora do banheiro enquanto Bride tomava uma ducha. Tabitha tinha ido fazia pouco, depois de ameaçar uma última vez de perseguir
o ex de Bride e lhe fazer dano.
Se Vane alguma vez pusesse as mãos em cima do bastardo, não deixaria muito dele para que Tabitha se incomodasse. Não, não deveria sentir-se dessa maneira. Depois
de tudo, se Bride não tivesse estado magoada por esse homem, não teria sido sua ontem à noite.
E ele poderia não saber nunca que era sua companheira.
Mas este era o raciocínio humano e o raciocínio humano não tinha um lugar em seu mundo animal.
—Não sou humano - suspirou, sentindo a profunda dor daquela declaração. Ao menos não era totalmente humano.
Ninguém, nem sequer ele, estava realmente certo do que era ele.
Era um maldito híbrido que não pertencia a nenhum verdadeiro grupo. Metade Arcadiano, metade Katagaria, Vane tinha nascido na forma natural de um filhote de lobo
só para encontrar sua forma de nascimento mudada a humano uma vez que alcançou a puberdade.
Ele estremeceu ao recordar o dia que tinha mudado. O terror disso. O medo. A confusão. Toda sua vida tinha existido unicamente como lobo, e logo, durante uns meses,
contra sua vontade, tinha estado encerrado dentro de um corpo humano e incapaz de transformar-se de novo em um lobo, absolutamente. Seu novo corpo lhe tinha sido
alheio. Não sabia como comer como um homem, como sobreviver ou adaptar-se. Inclusive caminhar tinha sido difícil no princípio. Tinha sido atacado por emoções e sentimentos
humanos. Sensações humanas.
O pior de tudo tornou-se fraco. Necessitado.
Nada tinha sido mais desagradável que compreender que não podia defender-se. Que estava totalmente dependente de seu irmão para sobreviver.
Cada noite tinha rezado para que ao chegar à manhã pudesse ser animal outra vez, e cada manhã se dava conta com horror que era um homem.
Se não fosse por Fang e Anya, sua manada o tinha matado. Por sorte, seu irmão e sua irmã o tinham protegido de outros e o tinham ajudado a ocultar o fato que já
não era mais um lobo puro.
Durante séculos tinha oculto a todo mundo, até a si mesmo, o fato que depois de sua puberdade tinha um coração humano.
Como tal mudança podia ter sido possível?
Entretanto aqui estava ele: uma contradição vivente. Uma impossibilidade vivente.
E estava unido a uma humana.
Vane apertou sua mão marcada. Ele não podia ocultar a verdade de sua mudança física das Destinos. Eles sabiam o que era e tinham procurado atá-lo a uma mulher humana.
Por quê?
A vida como híbrido era bastante difícil. A última coisa que queria era gerar meninos que seriam ainda mais estranhos do que ele era.
Seriam humano ou Were-Hunters?
E todos esses argumentos lhe diziam por que não podia juntar-se com a Bride não serviam de nada quando o coração humano dentro dele ansiava à mulher do outro lado
daquela porta fechada.
Inclusive agora podia imaginar como se exibia ali, nua. A água que se deslizava contra sua pálida pele, como suas mãos se deslizavam sobre seu corpo, ensaboando
suas coxas, seu...
O lobo nele exigia que chutasse a porta e a reclamasse.
O homem nele somente queria sustentá-la muito perto e protegê-la.
Nunca tinha estado tão dividido. Tão confuso.
Tão condenadamente quente!
Vane arrastou sua mão sobre o lindo pijama de seda que Bride tinha tirado de uma de suas caixas e tinha deixado sobre a cadeira ao lado da porta. Eles mantinham
seu aroma único de pot-pourri de morango e mulher. Ele levantou o sutiã e inalou a riqueza dela enquanto sua virilha ardia e aumentava.
Era tudo o que podia fazer para não meter-se na ducha e tomá-la outra vez. Pois isso não faria outra coisa que aterrorizá-la.
Ela era humana e não sabia nada de seu mundo. Ela não sabia nada dele.
Uma onda de desespero o consumiu. Ele não sabia como fazer a corte a uma fêmea humana. Sem mencionar que ter sido unido a ela, realmente não a afetava absolutamente.
Ela poderia abandoná-lo e viver uma vida agradável, normal com outro homem. Ela poderia apaixonar-se por alguém e ter os filhos do homem.
Deixá-la fazer isso seria a coisa mais decente de fazer. Segundo as leis que governavam a sua raça, não podia obrigá-la a tomá-lo como seu companheiro. Seus próprios
pais eram a prova disso. Durante três semanas seu pai tinha mantido a sua mãe encadeada contra sua vontade. Ele brutalmente tinha tentado obrigá-la a que aceitasse
a um macho Katagaria como seu companheiro.
Nenhuma quantidade de violência tinha funcionado.
Sua mãe Arcadiana tinha resistido, até depois de saber que estava grávida. Para ela, todos os Katagaria eram animais que deveriam ser mortos sem compaixão. Vicioso
até para as normas Katagaria, seu pai nunca tinha tentado lhe mostrar outro lado de si mesmo.
Por outra parte, seu pai nunca tinha tido um lado mais sensível. Markus era violento normalmente, mortal no pior dos casos. Vane e Fang tinham muitas cicatrizes
internas e externas, para demonstrar isso.
Então a janela das três semanas de oportunidade de ficarem juntos se fechou para seus pais e os tinha deixado a ambos frígidos e estéreis. Após, seus pais tinham
vivido em guerra aberta com a raça de cada um.
E com seus próprios filhos.
—Não me olhe com os olhos da puta, filhote. Arrancarei a sua garganta —. De fato, seu pai tinha passado toda a vida de Vane tratando de não olhá-lo.
Uma vez Vane se encontrou com sua mãe, ela tinha esclarecido sua própria posição.
—Minha forma básica é humana e é somente por isso que você e seu irmão Katagaria estão vivos. Eu não poderia matar enquanto eram filhotes necessitados ainda quando
sei que deveria havê-lo feito. Mas agora que cresceste, não tenho nenhum semelhante remorso. Todos vocês são animais selvagens para mim e se voltar a ver-te outra
vez te matarei como a tal.
Francamente, ele não podia culpá-la por isso, considerando o que seu pai lhe tinha feito. Ele nunca tinha esperado bondade de outros e até agora não tinha sido decepcionado.
Exceto com o clã do urso. Ele ainda não entendia sua tolerância para ele e ao Fang. Sobre tudo com o Fang, quem não podia proteger nem trabalhar para manter-se.
Por que os recolheriam quando seu próprio clã lobo os mataria se os encontrassem?
Vane soltou um profundo suspiro como se a realidade caísse estrepitosamente sobre ele. Tinha estado vivendo sob pena de morte sem uma manada que o ajudasse a proteger-se
ou a crescer. Nenhuma manada para proteger a sua companheira. Ele não podia expor a Bride ao perigo que era uma parte diária de sua vida.
Não importava o que as Destinos tivessem decretado, ele não podia ter uma companheira humana. Bride nunca o aceitaria a ele e a seu mundo. Ela não pertencia a isso
mais que o que sua mãe tinha pertencido a seu pai.
Eles eram de diferentes espécies.
Seu trabalho era estritamente protegê-la até que seu sinal se fosse. Então ela estaria livre e ele...
—Serei um afeminado de merda - grunhiu ele, sussurrando, odiando a idéia mesma disso.
Mas que mais havia?
Mantê-la encadeada como seu pai tinha feito com sua mãe? Golpeando-a para que se submetesse?
Nada disso funcionaria. Além disso, Bride era sua companheira. Ele não podia imaginar a si mesmo machucando-a de maneira nenhuma. A diferença de seu pai, ele entendia
o que significava “protetor”.
Vane tinha passado sua vida inteira protegendo a Anya e ao Fang. Apartando a sua manada e o abuso de seu pai a eles. Ele não podia machucar a pessoa que as Destinos
tinham designado para ele.
Ele ouviu que Bride fechava a água. Retornado de novo a sua forma de lobo, ele se obrigou a não entrar no quarto onde encontraria a tentação.
Mas claro, o não teve que fazer. Bride saiu uns segundos mais tarde envolta em uma toalha.
Ele chiou seus dentes ante a imagem dela parada ali com a toalha úmida que se aderia a cada curva desse corpo úmido e voluptuoso. Pior, a toalha era muito pequena
e deixava um grande espaço de suculenta carne nua a seu olhar.
Ela deixou cair à toalha ao piso.
Teve que fazer um esforço para não uivar, especialmente quando ela se inclinou para revisar uma caixa de roupa para procurar sua roupa íntima.
Bride começou a ouvir um estranho som de seu novo mascote. Dando volta, viu que o lobo a olhava fixamente com uma intensidade que era extremamente selvagem e inquietante.
Um tremor de medo a atravessou.
—Não vai atacar-me, verdade, menino?
Ele lhe aproximou meneando sua cauda. Levantou-se de um salto de improviso e lhe lambeu sua bochecha, logo depois de um salto se voltou para outro lado do quarto.
Bem, isto era estranho.
Franzindo o cenho, ela agarrou suas calcinhas e as pôs então rapidamente se vestiu com seu pijama. Ficavam um pouco justo, era por isso que estavam guardados. Sua
mãe lhe tinha dado um novo guarda-roupa completo fazia dois anos quando ela tinha seguido uma dieta de proteína líquida que lhe tinha feito baixar doze quilos. Isso
tinha funcionado, mas em um ano cada grama de peso tinha retornado e mais outros cinco quilos.
Bride suspirou e tirou o assunto de sua mente. Que se foda Taylor e suas dietas. Como sua mãe e avó antes que ela, estava destinada a ser uma irlandesa redonda,
e por muito que fizesse nada mudaria o fato que cromossomicamente estava danificada.
—Eu deveria ter nascido nos anos cinqüenta quando estava na moda ser rechonchuda.
Suspirando, aproximou-se do sofá para dormir. O lobo lhe aproximou e encostou seu nariz perto da dela.
—Sinto muito, menino - disse, acariciando sua cabeça—. Não há espaço para ti esta noite. Amanhã conseguiremos uma cama verdadeira, certo?
Ele fuçou seu rosto.
—É uma boa companhia, verdade? —. Parecia que gostava mais quando ela o acariciava sob seu queixo. Ele fechou seus olhos e meneou sua cauda enquanto ela com cuidado
o acariciava ali. —Vejamos... como vou chamar-te?
Ela o meditou, mas só um nome apareceu em sua mente.
—Não seja estúpida - se disse a si mesmo—. Seria ridículo chamá-lo por algo de uma só noite.
E ainda assim...
—Importaria se te chamasse Vane?
Ele abriu seus olhos ante isso e lhe lambeu o queixo.
—Bem então, será Vane Dois. Vane para abreviar, entretanto.
Bride se levantou sobre sua cabeça para apagar o abajur, logo se arrumou para dormir.
Vane se sentou na escuridão, olhando-a silenciosamente. Ele não podia acreditar como ela ia chamar-lo em sua forma de lobo. Se ele não soubesse melhor...
Mas não, ela não tinha nenhum dos poderes psíquicos. Talvez só gostasse de seu nome.
Esperou que ficasse profundamente adormecida antes de mudar a sua forma humana outra vez e assegurar-se que todas as portas e janelas estivessem fechadas. Uma vez
que esteve certo que ela estaria bem por um momento, transportou-se de seu apartamento de volta a seu quarto no Santuário.
Também estava escuro ali. Ele abriu a porta e se dirigiu ao quarto seguinte, onde estava Fang. Como tinha estado desde a noite que Vane havia lhe trazido aqui, seu
irmão estava em forma de lobo, jazendo em estado comatoso sobre a cama.
Vane suspirou fatigado, enquanto cruzava o quarto.
—Vamos, Fang - disse, movendo-se para a cama—. Desperta. Sinto saudade irmãozinho, e eu realmente necessitaria a alguém com quem falar agora mesmo. Tenho um sério
problema entre as mãos.
Mas era inútil. Os Daimons tinham tomado mais que o sangue de seu irmão. Tinham roubado seu espírito.
A vergonha pela que tinha passado a Fang era mais do a que um lobo podia enfrentar. Vane entendia. Ele mesmo havia sentido quando tinha averiguado que era humano.
Não havia nada pior que ser atacado e ser incapaz de defender-se. Estremeceu enquanto as lembranças o atacavam.
A primeira vez que se converteu em humano tinha estado em meio de uma luta com um javali zangado. A besta o tinha investido de tal forma que ainda sentia dor em
suas costelas se se movia da maneira incorreta. Em um minuto, era um lobo, e o seguinte estava de costas enquanto o javali o mordia, arranhava-o com suas garras
e lhe cravava as presas.
Se Fang não tivesse vindo...
—Te levante irmãozinho — sussurrou—. Não pode seguir vivendo assim.
Fang não o reconhecia absolutamente.
Vane deslizou sua mão sobre a pele marrom escura de seu irmão, logo se voltou para deixá-lo ali.
Fora, no corredor, passou por Aimeé Peltier. Em sua forma humana, ela sustentava uma tigela de sopa de vitela em suas mãos enquanto ia em direção à escada.
A única filha do clã Urso, era loira, alta, magra com uma cara excepcionalmente formosa. Seus irmãos tinham um trabalho de jornada completa impedindo que os homens
humanos fossem atrás dela sempre que dava uma mão no bar que estava ao lado a casa.
Era um trabalho que tomavam muito seriamente.
—Está comendo? —perguntou-lhe Vane.
—Às vezes - disse tranqüilamente—. Consegui lhe dar um pouquinho de sopa no almoço, esperava que pudesse tomar um pouco mais esta noite.
Ela tinha sido um dom do céu a ele. Só Aimeé parecia ser capaz de chegar ao Fang. Seu irmão parecia de algum modo mais alerta sempre que ela estava perto.
—Obrigado. Realmente aprecio que cuide dele por mim — De fato, ela passava muito tempo com Fang. Era suficiente para fazê-lo sentir admiração, mas Fang não se moveu
de sua cama nem uma vez desde a noite em que Vane havia lhe trazido aí.
Ela assentiu.
—Aimeé? —Perguntou-lhe enquanto ela passava em frente a ele.
Ela se voltou.
—Não importa. Era um pensamento estúpido—. Não havia nada entre seu irmão e a ursa. Como poderia haver?
Vane seguiu caminhando pelo corredor, para a escada.
Ele baixou, cruzou o vestíbulo, e entrou no pequeno hall onde uma porta unia a Casa Peltier com o bar O Santuário do outro lado.
Esta dava à cozinha do bar onde dois Were-Hunters, Jasyn Kallinos e Wren, protegiam-na do inocente pessoal humano da cozinha, quem não tinha nenhuma idéia de por
que somente uns poucos escolhidos podiam passar pela entrada, ao outro lado. Era sobre tudo por aqueles do clã Urso que tinham filhotes no último piso da Casa Peltier.
De vez em quando, um dos filhotes podia tentar escapar de sua babá e rodar escada abaixo.
A última coisa que os Peltiers precisavam era a alguém chamando controle animal porque eles tivessem feito um zoológico não autorizado de sua casa.
Certamente a idéia de um humano entrando e encontrando a um lobo, panteras, leões, tigres, e ursos dormidos em suas diversas camas era bastante divertida para o
Vane. Ou ainda pior, o dragão que dormia enroscado no apartamento da cobertura. Alguém realmente deveria ter uma câmara. No caso de ver.
Vane inclinou sua cabeça para o Jasyn, um Were-Hawk loiro, que era um dos habitantes condenados a morte da casa. O preço pela cabeça do Jasyn fazia ver ridícula
a sentença de morte de Vane. Sobre tudo porque, a diferença do Jasyn, Vane só matou quando teve que fazê-lo. Com um verdadeiro coração de animal de rapina, Jasyn
estava nisso pela emoção de matar.
Jasyn tinha vivido para espreitar e mutilar.
Enquanto Vane se aproximava da porta vaivém que conduzia à área do bar, esta foi lançada para trás. Kyle Peltier vinha a atravessando correndo à forma humana como
um morcego fugindo do inferno.
Vane saiu do caminho.
Remi Peltier, um dos quadrigêmeos idênticos com o cabelo loiro comprido encaracolado, atirou Kyle ao piso justo diante dos pés de Vane e começou a esmurrar o seu
irmão mais jovem. Kyle tentou pará-lo, mas foi impossível. Remi era um urso muito mais velho, mais forte, que gostava de lutar.
Vane agarrou ao Remi e o separou antes que lhe fizesse mal ao filhote.
—O que faz?
—Matando ao Gilligan - grunhiu Remi, tentando passar por Vane para agarrar Kyle outra vez.
—Acontece que eu gosto da canção - disse Kyle defensivamente, limpando o sangue em seus lábios enquanto se movia para esconder-se atrás do aborrecido Jasyn.
Wren deu ao filhote uma toalha para secar seu rosto.
Remi curvou seus lábios.
—Sim, mas é que não ouvimos essa condenada canção do inferno, por isso, idiota. A metade da fodida clientela saiu correndo pela porta.
Mamãe Ursa entrou do lado da Casa Peltier para ver o Kyle sangrando.
—Que diabos? —perguntou, tomando-o pelos ombros para poder examinar seu corte no lábio. —Mon Angie, o que aconteceu?
Toda maturidade abandonou ao Kyle quando viu a sua mãe. Até deixou que uma parte de seu curto cabelo loiro caísse sobre seus olhos azuis.
—Remi me atacou.
Remi arrancou seu braço do afeto de Vane.
—Ele pôs “Sweet Home Alabama” na máquina de discos, mamãe.
Nicolette fez girar seus olhos para seu filhote mais jovem.
—Kyle, sabe que só a pomos quando o Dark Hunter Acheron atravessa nossas portas como uma cortês alerta a nossa clientela. Em que estava pensando?
Vane sufocou uma risada. Acheron Parthenopaeus era o líder dos Dark-Hunters. Era um homem de muitas dicotomias e de um poder incrível, e mais que ninguém Vane sabia
o que era aterrar-se e cagar-se de medo dele. Sempre que entrava no bar, a maior parte dos Weres, e todos os Daimons se dirigiam à porta. Sobre tudo se tinham algo
que ocultar.
Kyle dirigiu a ela um olhar mal-humorado.
—É que é uma boa canção, mamãe, e queria ouvi-la.
Remi se dirigiu à garganta de Kyle, mas Vane o afastou.
—Ele é muito estúpido para viver - grunhiu Remi—. Penso que nós deveríamos cortar sua garganta e nos economizar a angústia.
Wren soltou uma estranha risada enquanto Jasyn punha cara de pedra.
O pessoal humano ficou sabiamente à margem, e voltaram para seus assuntos como se nada passasse. Já estavam acostumados aos irmãos e a suas constantes discussões
entre eles.
Nicolette grunhido a seu filho.
— Todos fomos estúpidos nessa idade, Remi. Inclusive você —. Ela acariciou ao Kyle no braço e o impulsionou para a porta da Casa Peltier—. Melhor está longe do bar
pelo resto da noite, cherie. Papai e seus irmãos necessitarão tempo para esfriar seus temperamentos.
Kyle assentiu e logo voltou a olhar a seu irmão e lhe mostrou a língua.
Remi fez um som de urso que causou que cada humano na cozinha o olhasse fixamente.
A cara de Mamãe dizia que já pagaria uma vez que tivesse a seu filhote maior longe do olhar e dos ouvidos dos humanos.
—Penso que é melhor volta para bar, Remi - disse Vane, deixando-o ir.
—Bem - grunhiu Remi—. Faça-nos a todos um favor, mamãe. Coma a seu caçula.
Esta vez foi Jasyn quem riu, então ficou sério imediatamente quando Nicolette lhe jogou um olhar ameaçador.
Sacudindo sua cabeça, ela disse ao pessoal de cozinha que voltasse a trabalhar.
Vane começou a ir ao bar.
—Vane, mon cher, espera.
Ele a olhou.
Ela se moveu para parar a seu lado.
—Obrigado por salvar ao Kyle. Remi nunca aprendeu a dominar esse caráter dele. Há vezes que temo que nunca vá fazer.
—Está bem. Ele me recorda muito ao Fang. Quando não está comatoso, obviamente.
Ela olhou para baixo, logo franziu o cenho. Levantando a mão dele, olhou fixamente a sua palma marcada.
—Está acasalando?
Ele fechou sua mão em um punho.
—Isto passou esta noite, mais cedo.
A mandíbula dela se afrouxou antes que o encaminhasse para dentro de sua casa. Ela fechou a porta, logo o enfrentou.
—Quem?
—Uma humana.
Ela amaldiçoou em francês.
—OH, cherie —suspirou ela—. O que vais fazer?
Vane se encolheu.
—Não há nada para fazer. Protegerei-a pelo tempo que dure, e a deixarei seguir sua vida.
Deu-lhe um olhar perplexo.
—Por que te condenará a tantos anos sem nenhuma mulher ou companheira? Se a deixa ir, bem pode ser que nunca te satisfaça outra vez.
Vane começou a partir, mas ela o puxou para que se detivesse.
—O que deveria fazer Nicolette? —perguntou, usando seu verdadeiro nome em vez de Mamãe, como chamava a maioria—. Sou um exemplo vivo de por que temos que nos reproduzir
dentro de nossa própria espécie. A última coisa que quero é estender minha doença a outra geração.
Ela parecia horrorizada por suas palavras.
— Você não está doente.
—Não? Então como o chamaria?
—Estas bendito, como o está Colt.
Ele a olhou boquiaberto incrédulo por suas palavras. Era uma palavra que nunca aplicaria para si mesmo.
— Bendito?
—Oui —disse ela sinceramente—. A diferença do resto de nós, você sabe o que é o outro lado. Foste tanto animal como humano. Nunca saberei o que é ser humano. Mas
você sim.
—Não sou humano.
Ela deu de ombros.
—O que queira cherie... Mas conheço outros Arcadianos que se uniram com humanos. Se desejar posso fazer com que falem contigo.
—Com que objeto? Eles eram de sangue mesclado como eu?
—Não.
—Então o que vão dizer? Se minha companheira tiver meninos, serão humanos ou lobos? Eles mudarão sua forma após a puberdade? Como explico a uma companheira humana
que não sei como serão nossos filhos?
—Mas você é Arcadiano.
Ele odiava o fato de que Nicolette, Acheron, e Colt pudessem ver o que ele tinha sido capaz de ocultar dos outros. Ele não sabia como eles eram capazes de detectá-lo,
mas realmente, odiava. Inclusive seu próprio pai não tinha sabido que ele era um Arcadiano.
Certamente ajudava o fato que seu pai apenas o olhasse.
—Sou Arcadiano? —perguntou, baixando sua voz a um sussurro zangado—. Não sinto o lado humano da maneira que Colt o faz. Como posso ter sido um filhote de lobo e
logo me converter em humano durante a puberdade? Como é isso possível?
Ela sacudiu sua cabeça.
— Je ne sais pas*, Vane. Há muito neste mundo que não entendo. Há muito poucos sangues mesclados, você sabe isso. A maior parte dos humanos que se converteram em
companheiros são estéreis. Talvez a tua seja também.
Isto lhe deu alguma esperança, mas ele não era bastante tonto para apegar-se a isso. Sua vida nunca tinha sido fácil. Sempre que tinha estendido a mão para algo
que queria, tinha sido esbofeteado sem piedade.
Era difícil ser otimista em uma vida onde o otimismo nunca tinha sido recompensado positivamente.
—Esta é uma oportunidade que não posso pegar — disse calmosamente, mesmo que uma parte dele desejava essa oportunidade com um desespero que o assustava—. Me nego
a lhe arruinar a vida dessa maneira.
Nicolette se afastou dele.
—Muito bem. Isso é algo exclusivamente teu, mas se mudar de opinião...
—Não farei.
—Bem. Por que não usa as próximas semanas e fica com sua companheira enquanto ela está marcada? Cuidaremos do Fang enquanto isso.
Atreveria-se a aceitar essa oferta?
—Esta segura?
—Oui, cher. Pode confiar em alguns animais, inclusive nos ursos. Prometo-te que seu irmão estará a salvo aqui, mas sua companheira, ela não está a salvo, enquanto
leve sua essência nela.
Nicolette tinha razão. Se, como suspeitava, sua manada estava atrás deles, seus exploradores poderiam encontrar seu aroma perto de Bride. Ela o levaria enquanto
tivesse seu sinal, e um Were-Hunter treinado seria capaz de farejá-la.
Nem queria dizer o que seus inimigos poderiam lhe fazer.
—Obrigado, Nicolette. Devo-te uma.
—Sei. Agora fica com sua humana enquanto possa.
Vane assentiu, logo se transportou, retornando ao lado de Bride.
Ela estava ainda adormecida sobre o sofá. Jazendo sobre suas costas, parecia extremamente incômoda. Suas pernas estavam encolhidas e ela tinha um braço sobre sua
cabeça enquanto o outro pendurava no ar.
A ternura o alagou enquanto recordava a forma em que ela se exibia enquanto gozava por ele. A imagem de seu rosto no espelho enquanto ele a sustentava.
Era uma mulher apaixonada. Uma que morria por provar uma e outra vez. Contra seu sentido comum, ele estendeu a mão e tocou sua suave bochecha.
Seus olhos se abriram de repente e ofegou.
Bride se levando gritando pensando que via Vane vigiando-a.
—Vane?
O lobo andou silenciosamente até o sofá para sentar-se ao lado dela.
Confusa, olhou ao redor, logo lançou uma risada nervosa.
—Menino, estou alucinando ou o que? OH sim. Looney Tunes9, aqui vou.
Sacudindo a cabeça, voltou a deitar-se e tentou voltar a dormir, mas assim que o fez, pôde jurar que cheirava o aroma de Vane sobre sua pele.
Durante dois dias, Vane ficou na forma de lobo enquanto cuidava de Bride, mas com cada minuto, sentia-se como se estivesse sendo brutalmente torturado. Seu instinto
natural era reclamá-la.
Se ela fosse uma loba, ele estaria dentro dela inclusive agora, lhe mostrando sua destreza e sua autoridade.
A besta dentro dele exigia o cortejo. O humano nele...
Isso era o que mais o assustava. Nenhuma parte escutava seu tranqüilo e calmo raciocínio. Não é que ele realmente tivesse algum no que ela estava preocupada. Perto
dela, ele tinha uma furiosa quebra de onda hormonal tão profunda que fazia que um tsunami parecesse como uma onda em uma piscina de meninos.
Sua necessidade de tocá-la se fazia tão feroz que até temia estar com ela agora.
Fazia uns minutos, em forma de lobo, tinha saído correndo à porta para tentar e conseguir controlar-se antes de voltar para a loja dela para mais torturas. Sempre
que ela se movia, esquentava seu sangue. O som de sua voz, a forma em que lambia seus longos dedos, cheios de graça enquanto folheava as páginas de suas revistas,
era toda uma tortura para ele.
Estava matando-o.
A desejava.
Realmente, estava começando. A morte tinha que ser preferível a isto. Onde estavam os lobos assassinos quando se necessitava? Sem dor. Essa era a resposta. Nada
como uma severa dor para conter seus apetites sexuais.
Pensa em algo mais.
Vane tinha que conseguir afastar sua mente de Bride e de seu corpo. Mais importante ainda, afastá-la do que ele queria lhe fazer “a” e “com” seu corpo.
Determinado a tentar, ele parou diante de uma pequena loja no Royal Street. Era uma loja de bonecas de todo tipo. Ele realmente não sabia por que estava aqui, exceto
uma das bonecas na vitrine recordava a uma que Bride tinha em uma caixa perto de sua TV.
—Bem, não fique aí fora de pé, jovem, venha entre.
Uma diminuta anciã estava de pé na entrada. Seu cabelo era cinza, mas seus olhos eram agudos e inteligentes.
—Está bem, só estava olhando - disse Vane.
E logo sentiu o aroma de algo estranho. Uma greta de poder no ar que era ainda mais forte que um Were-Hunter.
Acheron?
A anciã lhe sorriu.
—Vêem para dentro, lobo. Há alguém com quem acredito que quer falar.
Ela sustentou a porta aberta enquanto ele entrava na pequena e escura loja, coberta de estantes e caixas de bonecas feitas por encomenda. Sem uma palavra, lhe conduziu
atrás do mostrador e apartou um par de pesadas cortinas cor borgonha.
Vane se deteve de repente quando viu o mais estranho que tinha visto em seus quatrocentos anos de vida.
O poderoso Dark-Hunter Acheron Parthenopaeus sentado no chão do quarto com suas pernas cruzadas enquanto brincava de bonecas com sua companheira demônio e uma criatura
humana.
Vane não podia se mover enquanto olhava à pequena menina sentada sobre o joelho dobrado coberto de couro do Ash, enquanto o Dark-Hunter a sustentava ali com uma
grande mão sobre seu ventre. Vestido com um vestidinho tipo avental rosado e sapatinhos negros*, ela era formosa, com curtos cachos castanho escuros e um rosto gordinho
e angelical.
Ash sustentava um boneco em sua mão direita enquanto a pequena menina mastigava a cabeça de uma Barbie ruiva que se parecia de uma estranha maneira à deusa grega
Artemisa, quem tinha criado e governado aos Dark-Hunters. A demônio sentada diante deles sustentava uma boneca loira. A demônio tinha o cabelo negro com uma raiz
vermelha que fazia perfeita combinação com o cabelo do Ash.
—Olhe, eu sabia que a bebê Marissa era raça de qualidade - disse a demônio ao Ash. —Olhe como se come a cabeça ruiva da boneca da Artemisa. Simi tem que lhe ensinar
a arrotar fogo e logo apresentar a mesma deusa vaca.
Ash riu.
—Não acredito, Simi. Marissa não está realmente pronta para isso, não, doce?
A pequena garotinha se esticou e colocou uma mão molhada ao queixo do Ash enquanto ria dele. Ash beliscou brincando sua mãozinha enquanto a demônio tomava sua boneca
e a fazia dançar com a sua.
—Penso que minha boneca necessita um par de corninhos, akri —disse a demônio ao Ash—. Crie que Liza me fará uma boneca demônio como eu?
Os chifres apareceram imediatamente sobre a cabeça da boneca, com o cabelo vermelho e negro.
O demônio chiou de prazer.
—OH, obrigado, akri. Esta é uma boneca Simi! —. Inclinando sua cabeça, a demônio olhou à garotinha na cintura do Ash—. Sabe, Marissa é uma linda bebê, mas ela estaria
ainda mais bonita com uns corninhos também.
—Não, Sim, não acredito que Amanda ou Kyrian apreciariam a volta de sua filha com um par de chifres em sua cabeça.
— Sim, mas ela é assim... tão... pobre sem eles. Eu poderia fazê-los realmente bonitos. Talvez rosados para que combinem com seu vestido?
—É suficiente, Simi.
A demônio pôs uma cara má.
—OH pooh, não é divertido, akri —Ela sustentou ao boneco. —Vê isto, Marissa? Bem, agora isto é o que passa quando ele faz que Barbie fique louca. Ela consegue seu
molho de churrasco e o come.
Ash rapidamente tomou a boneca da mão do Simi antes que ela pudesse colocá-la em sua boca aberta.
—Não, não, Simi. É alérgica à borracha.
—Sou?
—Não recorda que ficou doente quando comeu aqueles pneus do caminhão que lhe deixavam louca?
A demônio o olhou realmente decepcionada.
—OH. Isso foi o que me fez adoecer? Pensei que era porque a deusa vaca estava por ali.
Ash colocou um rápido beijo ao topo da cabeça da bebê, logo a entregou a Simi.
—Cuida da Marissa durante uns minutos e não lhe coma ou a deixe comer algo.
—Não se preocupe, akri. Eu nunca comeria a bebê Marissa. Sei quanto sentiria falta se o fizesse.
Ash deu a demônio um abraço carinhoso antes de levantar-se e caminhar tranqüilamente para o Vane. Alto e magro Ash era o epítome de um jovem no começo de sua vida.
Não havia muitas pessoas mais altas que Vane, mas Ash era um deles.
E não era somente sua altura o que intimidava. Havia algo primário e poderoso no Dark-Hunter. Algo que até o animal no Vane temia.
Ainda assim, conheciam-se o um ao outro desde muitos séculos. De fato, Ash tinha sido o que tinha ajudado ao Vane a encontrar a sua mãe. Até este dia, Vane não estava
certo por que o Dark-Hunter o tinha ajudado.
Pois bem, ninguém entendia ao Acheron Parthenopaeus.
—Sabe, não é agradável espiar as pessoas, lobo.
Vane soprou ante isto.
—Como se alguém alguma vez pudesse te espiar —. Ele olhou de novo a demônio e à pequena garotinha—. Nunca te imaginei como babá.
Ash jogou uma olhada à mão de Vane, logo o olhou fixamente. Havia algo extremamente desconcertante nos olhos cor prata líquida do Ash que formavam redemoinhos com
o poder místico e o antigo conhecimento.
—Nunca te imaginei como um covarde.
A ira queimou ao Vane ante o insulto. Ele virou de costas para Ash, só para que o Atlante saísse de seu alcance.
—Não faça —. Essa só palavra trouxe o suficiente controle ao Vane para deter-se.
Ash olhou por sobre seu ombro à anciã que ainda estava de pé abrindo as cortinas.
—Liza, traria para o Vane uma xícara de chá, por favor?
— Não bebo chá.
—Liza?
—Volto em seguida com ela — A anciã saiu na loja.
—Não bebo chá - reiterou Vane.
—Beberá o dela e você gostará.
O olhar de Vane se obscureceu outra vez.
—Não sou um de seus Dark-Hunters, Acheron. Não danço sob suas ordens.
—Não preciso nada de um Dark-Hunter. Jamais.
Ash soltou um suspiro lento e profundo.
—Sinto muito por Anya, Vane, mas era o que tinha que ser.
Vane fez uma careta ante a oferta de compaixão; seu coração ainda estava quebrado por sua perda.
—Não me fale sobre o destino, Dark-Hunter. Estou de saco cheio com esse tema.
Para seu assombro, Ash esteve de acordo.
—Conheço o sentimento. Mas isso não muda o que acontece a ti, verdade?
Ele cortou ao Ash com um olhar furioso. —O que sabe sobre isso?
—Tudo — Ash cruzou seus braços sobre seu peito enquanto olhava ao Vane com um olhar que o pôs nervoso. —A vida seria mais fácil se tivéssemos todas as respostas,
verdade? Sua manada virá por ti? Fang será normal outra vez? Bride alguma vez te aceitará como seu companheiro?
Vane ficou frio ante suas palavras.
—Como sabe sobre Bride?
Ele não respondeu.
— Sabe, os humanos são assombrosos em sua capacidade de amar. Não deixe de aceitá-lo porque tem medo do que poderia acontecer. Em troca, talvez devesse se preocupar
no que acontecerá se a abandonar.
Isso era fácil de dizer para ele. Ele não era o que estava sendo caçado.
—O que sabe você sobre o medo?
—O suficiente para ensinar um curso de toda uma vida sobre isso —. Ash olhou além dele para ver a bebê levantar-se ao lado da demônio sobre as pequenas pernas cambaleantes
que ainda estavam aprendendo como sustentar o peso do bebê. —Ela é formosa, verdade?
Vane deu de ombros. Estava muito longe de ser um perito sobre o que fazia formoso a um menino humano.
—É difícil acreditar que se Kyrian não tivesse tido fé na Amanda e em seu futuro juntos, ela nunca existiria. Ninguém teria ouvido a beleza de sua pequena risada
ou visto a preciosidade de seu sorriso... Pensa nisso, Vane. Uma contábil que só queria uma vida normal e um Dark-Hunter que pensava que o amor era uma fábula. Se
Kyrian tivesse se afastado, ele ainda viveria sozinho como um Dark-Hunter. E Amanda, tendo que aprender em como sobreviver entre os Apolitas e Daimons querendo roubar
seus poderes, provavelmente estaria casada com outro agora.
—Eles teriam sido felizes? —Vane não estava certo de por que fez essa pergunta.
Ash deu de ombros.
—Talvez sim, talvez não. Mas olhe seu bebê. Ela vai crescer como a filha de uma bruxa e um Dark-Hunter. Ela saberá coisas sobre este mundo que poucas pessoas jamais
saberão. Em realidade, ela já faz. Agora imagine se ela nunca existisse. O que teria perdido o mundo sem ela?
—O que ganhou com ela?
Ash não vacilou em responder.
—Ganhou uma alma realmente formosa, que crescerá para ajudar a todos que a necessitem. Em um mundo cheio de maldade, ela nunca fará mal. E duas almas que nunca conheceram
o amor agora se têm um ao outro.
Vane riu disto.
—Alguma vez pensaste em escrever novelas românicas, Ash? Isto poderia derrubar-te em ficção, mas me deixe te contar sobre o mundo verdadeiro. Essa pequena menina
crescerá, romperão-lhe o coração, e estará acostumada a que a raça tire proveito dela.
—E seus pais arrancarão o coração de quem o tente. A vida é uma aposta, Vane. É áspera e dolorosa a maior parte do tempo, e isso não é para um tímido. Os despojos
é para o vencedor, não para quem não se destacou na batalha.
—O que está dizendo?
—Acredito que já sabe. Bride terá uma melhor vida sem ti? Quem pode dizer? Talvez haja algum humano por aí que possa apreciá-la. Mas ele alguma vez a apreciará tanto
como você?
Não. Vane sabia no profundo de seu coração. Seu delicado contato não tinha preço para ele.
—E se por minha culpa a matem?
—A morte é inevitável para as pessoas. Ela morrerá um dia. Mas a verdadeira pergunta é; ela, alguma vez, viverá? —Ash começou a afastar-se, mas se deteve—. E você?
Vane esteve de pé ali, em silêncio, enquanto meditava no que Ash lhe havia dito.
Liza voltou com o chá e Vane lhe agradeceu antes de provar.
Para sua consternação, Ash tinha razão. Estava bom e realmente gostava.
Ash recolheu ao bebê e voltou para ele. — Você sabe, sempre resta possibilidade que Bride não te aceite. Encontre-a como homem, Vane. Dê-lhe o que seu pai nunca
deu a sua mãe. Deixe-lhe ver o homem e ao animal e logo a deixe decidir por si mesmo.
—E se me abandona, deixa-me?
—É a isso ao que teme mais?
Vane apartou o olhar. Maldito Ash por sua sagacidade. Não, seu pior medo consistia em que o aceitasse e que não fosse capaz de mantê-la a salvo de seus inimigos.
—Tudo o que realmente pode fazer, Vane é te dar por inteiro e confiar em que tudo resolverá.
—Realmente confia nas Destinos?
A resposta do Ash o surpreendeu.
—Para nada. Elas cometem enganos tanto como todos outros. Mas ao final, temos que acreditar em algo —. Ash abraçou ao bebê contra seu peito—. Então o que escolherá?
A pergunta do Ash ficou na mente de Vane enquanto voltava para a loja de Bride. Ele não sabia que opção tomar e Ash realmente não tinha ajudado.
Em forma de lobo, ele farejou seu caminho à porta da pequena boutique. Desde que se tinha mudado com ela, Bride tinha um hábito de deixar a porta da loja entreaberta
cada vez que saía.
Como se soubesse que ele voltaria.
Também lhe tinha feito uma cômoda plataforma atrás de seu mostrador para que ele pudesse ficar ali silenciosamente e olhá-la enquanto trabalhava. E realmente gostava
de olhá-la, especialmente quando interagia com outra pessoa. Havia uma bondade nela para com os outros da qual ele carecia.
Em particular gostava de vê-la com a Tabitha. As duas eram extremamente divertidas. Ao menos quando não discutiam sobre quantos membros do gênero masculino, com
exceção de seus pais, prestavam.
Ele meio esperava que Tabitha tentasse castrá-lo somente porque era macho.
Agora mesmo, Bride se sentou sobre seu banco de madeira ao lado de sua registradora enquanto terminava de comer a metade de um sanduíche comprado.
—Aqui está - disse, rindo dele—. Perguntava-me o que tinha acontecido.
Ofereceu-lhe a outra metade de seu sanduíche e o deixou comer de sua mão. Vane o terminou, logo colocou sua cabeça sobre seu colo. Acariciou-lhe suas orelhas e a
ternura disso o destroçou.
Talvez Ash tivesse razão. Não devia a ambos, pelo menos, dar uma oportunidade?
Vane Kattalakis nunca tinha permitido que o medo o governasse. Mas claro, nunca tinha perdido a ninguém que amava até oito meses atrás.
Em uma noite, tinha perdido tudo.
Deuses, estava tão cansado de estar sozinho. Tão cansado de não confiar em ninguém.
De não ter a ninguém que risse com ele.
Talvez Bride fosse seu futuro.
Talvez devesse tentar e ver.
Mas como?
O que faziam os humanos que se cortejavam?
Bride sentou sobre seu banco enquanto se limpava depois de seu almoço e sacudia os restos no lixo. Os dois dias passados tinham sido horríveis enquanto se acomodava
em seu pequeno apartamento e fazia todo o possível para esquecer ao Taylor e sua crueldade. Exceto o bastardo rato ainda tinha que lhe devolver seus pertences.
—Por favor, não me faça ter que ir buscar - disse enquanto repassava um novo catálogo de mercadoria para seu registro.
Se o fizesse, levaria a Tabitha com ela só por vingança.
E se Tabitha pensava lhe atirar uma chave de boca... Bem, não era como se Bride pudesse contê-la... Este era um país livre, depois de tudo. E se a chave terminasse
por cair contra os joelhos do Taylor uma vez ou duas ou três... Dúzias, bom os acidentes realmente aconteciam.
Contente com a idéia, abaixou-se e mimou o seu lobo atrás de suas orelhas e imediatamente se sentiu melhor.
Durante os dois últimos dias, Vane tinha se tornado seu companheiro constante. Sentava-se como agora atrás da registradora a seus pés, completamente contente somente
estando com ela. Se só pudesse encontrar a um homem tão leal.
A porta de sua loja se abriu.
Ela levantou a visão e viu entrar o Taylor. Seu coração parou. Ele era alto e arrumado naquela falsa maneira da televisão. Levava um par de calças cáquis e uma camisa
de pólo Ralph Lauren negra.
Cruzou o limiar da loja como se fosse o dono. Como se não lhe importasse que lhe tivesse quebrado o coração só uns dias atrás.
—Olá, Bride - lhe disse com esse perfeito sorriso de dentes embainhados que tinha - está sozinha?
Seu lobo começou a grunhir.
—Olá, Taylor - disse ela, alargando sua mão para tocar e acalmar a seu companheiro—. Exceto por meu mascote, sim.
—Mascote? —Ele jogou uma olhada por sobre o mostrador para olhar ao Vane, que agora estava sobre suas patas com as orelhas jogadas para trás.
Taylor deu um passo atrás.
—É um demônio de mascote o que tem aí. Seu pai lhe deu isso?
—O que quer? —perguntou ela—. Sei que não vieste só para conversar comigo.
—Tenho, hum, tenho suas coisas ai fora e quero saber o quer fazer com elas.
Ela olhou para fora para ver uma pequena caminhonete de mudanças estacionada atrás do Alfa Romeo vermelho do Taylor.
— Supõe-se que devia ter trazido dois dias atrás.
Ele fez um som de desgosto.
—Sim, bom, estive ocupado. Sabe, em realidade tenho uma vida.
Ela pôs seus olhos em branco enquanto a ira a invadia.
—Sabe? Eu também.
—Sim - disse ele com uma gargalhada—. Comer caramelos e olhar a TV consome muito tempo.
Jogou um olhar de recriminação.
—É um idiota. O que vi em você alguma vez?
Ele estendeu seus braços como se apresentasse a si mesmo e sorriu.
—A mesma coisa que cada mulher vê em mim, neném. Enfrenta, ambos sabemos que nunca terá outro tipo tão bom como eu, esteja interessado em ti.
Vane saltou para ele.
—Não! —disse Bride bruscamente, mas era muito tarde. O lobo já se jogou sobre o braço do Taylor.
Taylor gritou de dor.
Ela agarrou ao lobo e o puxou para trás. Vane lutou contra ela, ladrando e grunhindo ferozmente quando finalmente deixou o braço do Taylor.
Ela o empurrou para dentro do quarto traseiro e o encerrou.
Taylor sustentava seu braço que sangrava contra seu flanco.
—Isso. Considere-te processada.
—Nem tente - disse ela, seu próprio temperamento se abria passo enquanto ia se aproximando onde ele estava de pé—. Está em minha propriedade. Direi à polícia que
me ameaçava.
—Sim? De acordo, quem acreditaria nisso?
—Qualquer apresentador das outras duas estações que lhe odeiam tanto como eu.
Ficou pálido.
—Sim, Taylor - disse ela malvadamente—. Recorda que a todos os que esta pequena garota gorda conhece nesta cidade. Sou a última pessoa a quem quisesse foder.
Ele girou sobre seus calcanhares e saiu.
Bride o seguiu e o ouviu lhe gritar às pessoas da mudança,
— Só atirem suas merdas sobre a rua.
—Não te atreva!
—Façam - grunhiu ele aos homens.
Para o imediato desgosto dela, os homens abriram a parte traseira do caminhão e começaram a pôr as caixas sobre a calçada.
Bride estava horrorizada.
—Pagarei-lhes trezentos dólares para levá-las a meu apartamento lá atrás.
Os homens se olharam um ao outro, logo assentiram com a cabeça e se dirigiram à porta.
—Dobrarei o que ela lhes oferece se deixarem seus pertences sobre a rua como o lixo que é.
Eles levaram as caixas de novo sobre a calçada.
—Seu bastardo incrível!
Ele abriu sua boca para responder, logo a fechou enquanto uma motocicleta vinha rugindo para eles.
Bride franziu o cenho, o condutor saltava o meio-fio diante do Alfa e estacionava justo fora de sua loja. No instante que o motorista tirou seu capacete, seu coração
começou a palpitar.
Era Vane, e não o peludo.
Vestido em uma jaqueta negra de couro e jeans descoloridos, via-se tão bom para comer... Taylor o olhou fixamente enquanto Bride cortava a distância entre eles.
Vane baixou o pé de sustento da moto, passou uma longa e masculina perna sobre a moto. Em um movimento fluido, ele a atraiu contra ele e a beijou de uma forma como
tirada de um filme.
E sua incrível beleza punha em ridículo os traços de moço bonito do Taylor.
—Olá, Bride - ele suspirou contra seus lábios.
Sorriu-lhe.
—Olá.
—Que demônios é isto? —perguntou Taylor.
Vane lhe jogou uma olhada que dizia que Taylor não lhe importava muito.
—Sou seu amante, e quem demônios é você?
Bride se mordeu o lábio enquanto a felicidade abria passo dentro dela. Poderia beijá-lo outra vez por isso.
—Sou seu namorado.
—Ah - disse Vane—. É o sujo filho de puta.
Voltou-se a olhar a Bride.
—Pensei que tinha desfeito deste perdedor.
Ela sorriu ainda mais antes quando lançou um olhar maligno ao Taylor.
—Fiz, mas voltou... Rogando.
Vane olhou sobre seu ombro aos trabalhadores, que rapidamente amontoavam os móveis e caixas dela sobre a calçada.
—O que estão fazendo?
Ela lançou um derrotado suspiro ante a crueldade do Taylor.
—Taylor lhes paga por deixar meus pertences sobre a rua como lixo. Tudo o que tente lhes pagar para que o levem a meu apartamento, ele os pagam o dobro.
Vane parecia menos contente por isso.
—Sério? —Ele levantou seu queixo—. Hei! rapazes?
Eles fizeram uma pausa para olhar ao Vane.
—Dez mil dólares por levar seus pertences para dentro e as pôr em qualquer parte onde ela queira.
O mais alto deles riu.
— Sim, correto. Levamos para cima?
Vane se afastou dela. Ele tirou seu telefone celular de seu cinto e o deu ao homem.
—Pega e chama a Wachovia*. Chama pela Leslie Daniels, ela é a presidente do banco, e dê a ela seu número de conta bancária. Ela encaminhará imediatamente a sua
conta, ou ao Western Union se o preferir.
O homem o olhou cético, mas fez o que Vane lhe pediu. Assim que pediu pela Leslie, seus olhos se arregalaram.
Ele olhou ao resto dos peões e logo foi ao caminhão para tirar seu talonário de cheques.
Vane piscou os olhos a ela.
Uns minutos mais tarde, o peão retornava e devolvia o telefone ao Vane.
—Ela quer falar com você para assegurar-se que seja o Senhor Kattalakis.
Vane tomou o telefone.
—Olá, Leslie, sou eu... Sim, sei —. Enquanto escutava, jogou-lhe um olhar zangado ao Taylor—. Sabe o que. Transfira-lhe quinze mil. Parecem uns homens malditamente
decentes Sim, ok. Falarei-te mais tarde — Ele desligou o telefone e olhou aos homens.
O responsável lhe dirigiu uma cabeçada de admiração.
—Ok, rapazes, ouviram o Senhor Kattalakis. Tomem cuidado com as pertences da dama e ponham em qualquer parte onde ela queira.
Vane lhe lançou o que somente poderia chamar um enorme sorriso de desprezo ao Taylor.
—Tem vontades de duplicá-lo agora?
Taylor começou a se dirigir para eles, mas o olhar selvagem na cara de Vane o fez dar um passo atrás.
Taylor fez um gesto de desgosto com a boca
- Te dou de presente à gorda cadela.
Antes que ela pudesse piscar, Vane tinha atirado Taylor através do capô de seu carro e estava com sua mão ao redor de sua garganta.
Bride correu para eles enquanto Vane golpeava a cabeça do Taylor contra o capô.
—Vane, detenha-se, por favor! Alguém chamará à polícia.
Grunhindo, Vane lhe deixou ir.
—Se alguma vez voltar a insultar a Bride, juro que te arrancarei a garganta e alimentarei aos crocodilos do pântano contigo. Entende-me?
—Está louco. Pedirei uma ordem de afastamento contra ti.
Vane riu em insulto.
— Por favor tenta. Tudo o que tenho que fazer é pressionar dois números em meu telefone por meu advogado. Golpeará com tantos delitos por tantos anos, que seus netos
serão os que vão aos tribunais.
Escapulindo do capô do automóvel, Taylor estreitou seus olhos, mas sabia claramente que tinha sido dirigido por um melhor estrategista. Com sua respiração entrecortada,
abriu a sua porta de seu carro, entrou e saiu chiando.
—Hei! Senhora? —perguntou um trabalhador—. Quando estiver pronta para nos mostrar onde pôr seus pertences, por favor nos avise.
Bride deixou a Vane o suficiente para abrir a porta e lhes mostrar seu estudo na parte traseira. Quando voltou, encontrou a Vane apoiado contra um lado de seu edifício,
olhando a caminhonete de mudanças.
Seu coração palpitou.
—Obrigado - disse brandamente—. Estou realmente contente com que chegasse e pelo que fez.
Ele alargou um braço para jogar com um cacho solto que ela tinha sobre seu ombro.
—Eu, também.
—Eu, um... Terei que te pagar pela mudança.
—Não se preocupe por isso. É um presente.
—Vane...
—Não se preocupe por isso - ele insistiu—. Disse que o dinheiro não tem nenhum valor verdadeiro para mim.
Quanto dinheiro tinha que ter para ser capaz de dizer isso sobre quinze mil dólares? E por que um homem tão rico passava o tempo com ela?
—Bem, isso tem valor para mim e não quero ficar devendo a ninguém.
—Não está devendo para mim, Bride. Jamais.
—Não, tenho que lhe devolver isso.
—Então janta comigo e não falaremos mais.
Ela sacudiu sua cabeça para ele.
—Esse não é nenhum modo de te devolver.
—Certo a você que é.
Ela abriu sua boca para responder, logo recordou a seu outro Vane.
—Ah não, tenho que ir libertar meu lobo. Ele deve estar fora de si!
Vane ficou pálido por suas palavras, mas ela não o notou já que estava retornando a sua loja.
Ele olhou ao redor para assegurar-se que os trabalhadores não podiam vê-lo, logo se transportou de volta ao armário no quarto de atrás como lobo.
Ele apenas o tinha feito antes que ela abrisse a porta.
—Aí está, menino - disse ela, ajoelhando-se diante dele como mascote—. Sinto muito, tive que lhe pôr aqui. Está bem?
Ele a fuçou com cuidado.
Deu-lhe um abraço forte e logo se levantou.
—Vamos, bebê, tenho alguém que quero que conheça.
Vane chiou seus dentes ante suas palavras. Como diabos poderia encontrar-se consigo mesmo? Ele era poderoso, mas isto estava fora até de suas habilidades.
Mudo, ele se largou pela porta entre aberta e seguiu correndo até que esteve certo que estava fora de sua visão.
Bride saiu correndo atrás de seu lobo.
—Vane! —chamou-o ela, precipitando-se pela porta. Ela não podia ver rastro dele em nenhuma parte.
—Chamou?
Ela saltou, logo girou para ver o humano Vane detrás dela.
—Não, meu lobo...
—chama-se Vane?
Ela abriu sua boca enquanto ficava vermelha
- Essa é uma longa história.
Sorriu-lhe.
OH, Deus, como conseguia meter-se nestes apuros?
—Bem, eu não me preocuparia com ele. Estou certo que voltará.
—Isso espero. Acostumei-me a ele.
O coração de Vane se afundou. Esta era a última coisa que queria que ela dissesse. Mas na verdade, ele também se encontrou atado a ela. O que era uma loucura.
Ele deixou cair sua mão de seu cabelo mesmo que realmente o que queria era atraí-la a seus braços e beijar aqueles lábios. Ambas as partes dele não queriam nada
mais que lhe pegar, lhe tirar a roupa e esfregar-se contra ela. Sentir sua pele suave deslizando-se contra ele. Provar sua carne com sua língua.
Bride tragou ante a expressão na cara dele. Olhava-a como se ela era fosse uma torta que ele estava a ponto de devorar.
Nenhum homem jamais lhe tinha brindado um olhar tão faminto, tão necessitado. Estava paralisada por isso.
—Hei! Senhora?
Ela saltou ante a chamada do trabalhador.
—Sim?
—Onde quer que ponhamos a cama?
Ela levantou o olhar para o Vane.
—Voltarei, de acordo?
Ele assentiu. Ela se foi de seu lado e sentiu seu quente e pesado olhar sobre ela todo o caminho enquanto ia com os trabalhadores. Vane lutou por respirar enquanto
a olhava afastar-se dele. Esta mulher tinha o melhor traseiro que jamais tinha visto. E ele amava e odiava o modo em que ela tinha recolhido seu cabelo. Os cachos
caindo, roçando seu pescoço, fazendo que ele quisesse lamber cada centímetro dessa sedutora carne.
Todos os lobos se sentiriam assim com suas companheiras? Ou era algo em Bride? Ele não sabia com segurança. Mas agora ele era humano como ela. Que Deus os ajudasse
a ambos.

CAPITULO 4

Nunca, em toda sua existência, Bride se havia sentido mais torpe. O que lhe dizia uma mulher a um homem que a tinha salvado de um dos piores momentos de sua vida?
“Obrigado” eram tão inadequado para o que ela sentia. Ele era realmente um herói para ela.
Ela deixou o apartamento e se dirigiu de volta a sua loja enquanto os trabalhadores seguiam descarregando seus pertences.
Ao princípio não viu Vane por nenhuma parte. Partiu?
Sua motocicleta ainda estava onde ele a tinha estacionado.
Franzindo o cenho, olhou dentro da loja e o encontrou olhando uma prateleira de vestidos muito justos que tinham entrado mais cedo essa manhã.
Ele se deteve ante um elegante vestido negro que tinha chamado a atenção dela. Era feito de pesada seda com o corpete armado que ficaria genial em alguém do tipo
da Tabitha. Ela os tinha pedido por impulso porque sabia instintivamente que o vestido realmente faria ressaltar a gargantilha que Vane tinha comprado para ela.
Ela ao princípio tinha pensado usar os dois artigos juntos.
Bride abriu a porta e se dirigiu para ele.
—Quer provar um? —perguntou ela brincando.
Ele riu disto. Seu rosto inteiro se iluminou e seus olhos verdes brilharam. Meu deus, nenhum homem deveria ser tão formoso.
—Não acredito que tenha o decote para levá-lo e provavelmente fará que meu traseiro se mostre realmente magro.
Ela riu.
Ele tirou o maior e o alcançou.
—Em ti por outra parte... Formoso.
—OH não - disse ela, acariciando a fresca seda com sua mão isto é muito apertado para mim. Além disso, eu não gosto de nada que mostre meus braços.
Ele pareceu confuso por suas palavras. —por quê?
Ela deu de ombros. —Não sei. Faz-me sentir realmente tímida.
Ele olhou o vestido, logo a ela, como se imaginasse nele.
—Sim, provavelmente tenha razão. Muitos tipos lhe comeriam com os olhos, então eu teria que lhes fazer dano.
Ele estava sério. Assombrada por isso, Bride arqueou suas sobrancelhas enquanto lhe tirava o vestido e o devolvia ao lugar.
Vane a olhou muito de perto enquanto seu aroma o rodeava. Pensando nela nesse vestido...
Estava tão excitado por ela que tudo o que podia fazer era estar parado aí e não saltar. Ele olhava fixamente a carne nua de seu pescoço, querendo pressionar seus
lábios ali e saborear a deliciosa pele.
Em seu hábitat natural, ele não teria vacilado a atirar-se em cima dela e beijá-la até que pedisse piedade. Mas os humanos que tinha visto não se comportavam assim.
Havia protocolos no namoro sobre os quais não estava certo.
Ela se girou para ele.
Vane a olhou, temeroso de que ela pudesse sentir quão terrivelmente a desejava. Quão incerto estava.
Em seu reino, um lobo tímido era um lobo morto. No reino humano...
O tímido triunfaria ou perderia?
Maldição deveria ter prestado mais atenção.
—E então, que fazemos com o jantar? —perguntou, tentando estar a meio caminho entre o tímido e o poderoso. —Quer que te dê um par de horas para que os trabalhadores
arrumem tudo e logo volte?
Ela se mordeu o lábio.
—Não sei.
—Por favor?
Ela assentiu logo se ruborizou graciosamente.
Por alguma razão que não podia explicar, tinha vontades de uivar de triunfo. Ele se esticou para alcançar o vestido do lugar e o tirou do cabide.
—Poderia usar este? —perguntou esperançado.
Bride o olhou duvidando, mas a expressão na cara dele fez que ela tomasse. Ele tinha sido tão amável com ela até o momento...
—Só se juras que não rirá de mim nele.
Seu olhar a chamuscou.
—Eu nunca riria de ti.
Ela suspirou ante o feroz tremor que a atravessou pela profunda sinceridade de suas palavras. Ele realmente era muito atrativo para seu próprio bem.
—Bem. A que hora estará de volta?
Ele comprovou a hora em seu telefone de celular.
—Às seis? —É um encontro.
A satisfeita expressão em seu rosto enviou uma emoção desconhecida através dela. Bride, não o faça. A última coisa que precisa é de ter seu coração quebrado pelo
Mr. Bodacious*.
Talvez ele fosse diferente.
Ou talvez seja pior.
Ela não saberia a não ser que se arriscasse.
Respirando profundamente, ela tomou o vestido de suas mãos. Bride McTierney nunca tinha sido uma mulher tímida. De vez em quando tinha sido estúpida, como quando
tinha deixado Taylor usá-la, mas nunca covardemente.
Bride enfrentava a vida e ela não ia ter o medo com o Vane.
—A seis em ponto - repetiu.
—Verei-te essa hora - disse Vane. Ele se inclinou e lhe deu um beijo extremamente casto sobre sua bochecha.
Ainda assim, isto a excitou quase tanto como uma carícia verdadeira. Bride o olhou enquanto saía de sua loja.
Fora, ele em realidade fez uma pausa para olhá-la de novo e lhe sorrir antes de colocar seus óculos de sol.
Assobiando ante a esplêndida visão dele, ela olhou como ligava sua moto, logo a tirava da calçada, para a rua.
—OH, por favor, Vane - sussurrou ela sem fôlego—. Não rompa meu coração também.
Bride levou o vestido ao provador e fez todo o possível para não recordar o bem que era ver Vane nu ali. Quão bem o tinha sentido dentro dela. A imagem de suprema
satisfação sobre seu rosto enquanto a balançava com cuidado entre seus braços.
Ela pendurou o vestido e foi procurar os acessórios para complementá-lo. Não sabia aonde ia levá-la, mas ia exibir-se do melhor, embora isso a matasse.
Vane retornou à loja de bonecas onde tinha deixado ao Ash.
Ele tinha um encontro.
Com a Bride.
O pânico já se estava estabelecendo. Que diabos faziam os humanos em um encontro além de fazer sexo?
Ele tinha visto que as pessoas no bar interagiam um com o outro, mas aqueles encontros tinham sido similares aos que os lobos tinham. Alguém entrava, olhava ao redor,
encontrava a companheira que queria reclamar, e a levava a casa para deitar-se com ela. Dev lhe havia dito desde a primeira noite que esse não era o modo em que
o mundo humano normalmente funcionava. Que alguns costumes no Santuário eram diferentes.
E outra, muitos de quão humanos foram já estavam juntos ou casados um com o outro. Eles em geral pareciam fazê-lo bem... A não ser que brigassem. Mas Vane nunca
tinha prestado muita atenção.
Ele não sabia nada sobre como devia atuar um humano “como” ele, em realidade. Ele tinha passado os últimos quatrocentos anos de sua vida matando aos que ameaçavam
a seus irmãos ou tentando espantar ao resto.
O que faria que Bride se apaixonar-se por ele o suficiente como para que aceitasse ser sua companheira?
Depois de estacionar sua moto sobre uma rua transversal, ele voltou a Liza para pedir um pouco de ajuda.
Vane vacilou ao entrar no quarto dianteiro onde duas mulheres olhavam a coleção de bonecas enquanto falavam com a Liza. Uma das mulheres era uma cópia exata da Tabitha,
exceto que não tinha a cicatriz sobre seu rosto.
Ela devia ser a esposa do Kyrian Hunter, Amanda. Vane tinha cruzado com o Ex-Dark-Hunter de vez em quando, mas nunca se encontrou com sua esposa. Marissa estava
nos braços de Amanda, brincando com o cabelo de sua mãe. A outra mulher, uma morena baixa, conhecia-a bem. Era a Doutora Grace Alexander, a psicóloga humana que
lhe disse que nada ajudaria a seu irmão até que Fang estivesse preparado para ser ajudado. Grace sustentava o seu filho em seus braços enquanto Amanda se detinha
na metade da oração.
As três mulheres deram volta para olhar fixamente ao Vane, quem vacilou justo ao entrar pela porta.
—Ele está ainda lá atrás - disse Liza, como se ela soubesse a quem procurava.
—Obrigado.
Ele ouviu a Liza explicar quem e o que era a Amanda enquanto se dirigia ao quarto de trás.
Vane passou pelas cortinas e viu que a demônio tinha ido e Kyrian, Nick Gautier, e Julian Alexander falavam com o Ash.
Ele conhecia o Nick de todas as vezes que o jovem humano tinha ido ao Santuário ver sua mãe, Cherise. Nick era estranho, mas como servia aos Dark-Hunters e eles
amavam a sua mãe, os ursos o tratavam como a outro de seus filhotes. Kyrian era ligeiramente mais alto que Julian, mas com o cabelo loiro em um tom mais escuro.
Inclusive embora eles fossem a sua maior parte humanos, os dois homens possuíam suficiente autoridade e habilidade para que Vane os respeitasse.
—Que aconteceu, lobo? —perguntou Ash enquanto se reclinava sobre uma mesa de trabalho que estava coberta com partes de bonecas e tecidos. Ash tinha seu traseiro
apoiado sobre ela, com suas pernas esticadas diante dele e suas mãos firmadas a cada lado de seu comprido e magro corpo.
Nick, Julian, e Kyrian estavam de pé formando um semicírculo entre ele e Ash.
Vane vacilou. Não lhe agradava a idéia de uma consulta pública, mas já que dois dos homens estavam casados com mulheres modernas e Nick sabia muito de encontros,
talvez eles pudessem lhe dar uma mão.
—Preciso assessoramento sobre encontros. Rápido.
Ash arqueou uma só sobrancelha ante isto.
—Sou inútil. Nunca estive em um.
Os três homens humanos deram a volta para olhá-lo atônitos.
—O que? —perguntou-lhes Ash defensivamente.
Nick começou a rir.
—OH homem, isto não tem preço. Não me digam que o grande Acheron é virgem?
Ash lhe jogou um olhar cômico.
—Sim, Nick. Sou branco como uma açucena.
—Como passaste pela vida sem um encontro? —perguntou- Kyrian ao Ash.
—Isso não era uma questão então - disse Ash de maneira cortante.
—Sim, bom, isto é uma questão séria a mim - disse Vane, aproximando-se deles. —Julian, como conheceu sua esposa?
Julian deu de ombros.
—Meu irmão o deus do sexo me amaldiçoou e me meteu em um livro durante dois mil anos. Grace se embebedou em seu aniversário e me convocou.
Vane pôs seus olhos em branco.
—Isso é inútil. Kyrian? O que passou contigo?
—Despertei algemado a Amanda.
Vane poderia trabalhar com isso.
—Então tenho que conseguir um jogo de algemas?
—Não no primeiro encontro - disse Ash com um sorriso satisfeito—. A assustará de morte se a algema.
Kyrian zombou.
—Isso funcionou para mim no primeiro encontro.
Ash lhe jogou um olhar aborrecido. —E também ter a um Daimon louco tratando de matar aos dois. Mas não penso que Vane deseje seguir esse caminho.
—O que fazem vocês os lobos em um encontro? —perguntou Nick.
—Não temos encontros - disse Vane—. Quando uma mulher está em zelo, lutamos por ela e logo ela escolhe quem ela deseja.
Nick bocejou.
—Está brincando? Não tem que comprar seu jantar? Quer dizer que nem tem que lhe falar? —Ele deu volta para o Acheron—. Demônio, Ash, me faça lobo.
—Você não gostaria de ser lobo, Nick - disse Ash—. Teria que comer a carne crua e dormir ao relento.
Nick deu de ombros.
—Isso me soa típico do Mardi Gras.
—Que mais? —perguntou-lhes Vane, interrompendo o relato do Nick de seus hábitos do Mardi Gras—. O que faziam rapazes, quando eram humanos?
Kyrian pensou nisso antes de responder.—Bem, em nossos dias - disse ele, olhando ao Julian—, levávamos às mulheres a corridas de carros e jogos.
—OH, Jesus - disse Nick—. Você meninos, são patéticos. Corridas de carros, minha bunda —. Ele deu um passo para frente e passou seu braço ao redor dos ombros de
Vane. —Bem, me escute, lobo. Consegue alguma boa roupa e a impressiona com muito dinheiro em efetivo. Tem que levá-la a algum bom lugar para comer. Há um lugar,
baixando, no Chartres onde pode conseguir um jantar dois por um...
—Nicky!
Todos eles deram a volta para ver a Amanda, que estava de pé entre as cortinas, lhes olhando zangadamente.
—O que? —perguntou Nick.
—Não te atreva a lhe dizer o que fazer em um encontro - Amanda veio e deu sua filha ao Kyrian—. Notaram alguma vez que o Senhor Suave poucas vezes tem um encontro
duas vezes com a mesma mulher? Há uma razão para isso.
Grace falou baixo aos homens enquanto lhes unia.
—Juro, que deveríamos fazer todos vocês fazerem um curso básico sobre encontros. É incrível que se casasse.
Julian lhe ofereceu um diabólico sorriso zombador a sua esposa.
—Não te ouvi queixar quando...
Ela cobriu sua boca com sua mão, logo pôs a seu filho em seus braços.
—Vocês dois vão pra casa antes que se metam em mais problemas.
— E você - disse Amanda ao Ash—, é bastante velho e bastante sábio para fazer melhor.
—Não fiz nada - disse Ash, mas havia um brilho em seus olhos prateados que desfazia sua defesa.
—Sim, bem - disse Amanda afugentando-o para a porta.
Ash passeou tranqüilamente como se estivesse enormemente divertido pelas mulheres.
Nick começou a segui-lo, mas Amanda o agarrou por braço.
—Você espera aqui.
—por quê? —perguntou Nick.
Amanda lhe tirou um jogo de chaves de carro do bolso de sua camisa.
—Porque vais emprestar ao Vane seu carro esta noite.
—Como o inferno. Desde quando um lobo pode dirigir um Jaguar?
Grace olhou ao Vane.
—Pode dirigir?
—Sim.
—Isso está decidido, então - disse Grace. Ela se voltou para o Nick—. Leva o Jaguar para uma lavagem e por todos os céus retira todas as caixas de Mac Lanche Feliz
do McDonald dele.
—Hei! —disse Nick, com cara ofendida—. Isso é um golpe baixo. Essas caixas são de coleção.
Grace não deu bola.
—A que hora é seu encontro? —perguntou ao Vane.
—Às seis.
Amanda deu as chaves ao Nick.
—Bem, Nick, tenha o carro em casa às cinco e trinta.
—Mas, mas…
—Nenhum mas, somente faz.
Elas obrigaram ao Nick sair, logo giraram para enfrentar ao Vane com as mãos sobre seus quadris.
Era algo bom que Vane não fosse um ganso. Ainda assim, sentia-se perfeitamente cozido quando as duas mulheres o olharam ele assim. Ele tinha certo pressentimento
de que elas estavam a seu favor.
—Bem. Quer um encontro com uma humana? —perguntou Amanda.
Ele assentiu.
—Então vêem conosco e escuta bem.
Bride comprovou em seu relógio. Eram seis e não havia nenhum sinal de Vane.
—Ele estará aqui - se dizia a si mesmo enquanto olhava seu cabelo e maquiagem outra vez no espelho, tentando não olhar nada debaixo de seu queixo.
Se o fizesse, iria quere mudar de roupa, e lhe tinha levado muito tempo controlar seus nervos para usar o vestido que o Vane tinha gostado. Ela abriu a porta de
rua de seu apartamento só para não encontrar sinal algum de nenhum dos dois Vane. Seu lobo não tinha retornado desde que tinha fugido dela
Esperava que não fora um mau sinal.
—Controle-se — disse a si mesma. Não tinha estado tão nervosa há anos.
Mas por outro lado, não tinha estado perturbada por um homem...
Nunca.
Alguém soou uma buzina diante de sua porta.
Bride olhou com cenho franzido ao Jaguar prateado que tinha aparecido. Esse era o carro de Vane? Ela agarrou sua bolsa, fechou a porta, e cruzou o pátio dianteiro
para ver um homem no assento do condutor que não reconheceu.
—Posso lhe ajudar? —perguntou enquanto se aproximava.
Mais ou menos de sua idade, o homem era extremamente arrumado, com uma barba de aproximadamente um dia em seu rosto. Vestido em uma áspera camisa Havaiana azul,
tinha o cabelo negro e um sorriso zombador encantado.
—Você é Bride? —perguntou.
—Sim.
Ele saiu do carro e tirou seus óculos de sol para lhe mostrar um par de formosos olhos azuis.
—Nick Gautier - disse, lhe oferecendo sua mão—. Sou seu chofer, ou quase.
—Meu chofer?
—Sim, Vane está retido, e eles me disseram que colocasse meu traseiro aqui e me assegurasse que você estaria no restaurante a tempo e sem demora. Ele disse que a
encontraria lá.
Nick caminhou até o lado de passageiros do carro e abriu a porta para ela.
Bride entrou e ajustou o vestido enquanto Nick voltava para outro lado.
—Você trabalha para o Vane? —perguntou enquanto ele fechava de um golpe.
Nick riu a gargalhadas.
—Não. Mas aprendi a não discutir com a esposa do meu chefe. Ela pode parecer muito agradável e doce, mas é uma coisa repugnante quando você consegue irritá-la. Amanda
me disse que fizesse isto, assim não vou zangá-la.
Ele pôs em marcha ré o carro e quase lhe tira de lugar a cervical enquanto dava a volta e pisava forte no acelerador.
Bride de repente tinha outros pensamentos sobre estar no carro com o Nick. Ele era um homem estranho.
Que não podia dirigir.
Ele os conduziu umas ruas pelo Royal Street, que agora estava aberta ao tráfico, e se deteve frente ao Restaurante Brennan.
Bride esperou que Nick saísse outra vez e abrisse a porta para ela, mas ele não o fez.
—Ele disse que ele a encontraria lá dentro assim que pudesse.
—Bem - ela saiu.
Nick partiu, fazendo chiar seus pneus, no minuto que ela esteve sobre a calçada.
Bem… Ele deve ter tido algo mais para fazer.
Bride ajustou seu xale adornado com pedras ao redor de seus ombros nus e jogou uma olhada para dentro, esperando ver um sinal de Vane.
Não havia nenhum.
Juntando a coragem que ficava, abriu a porta e entrou. Uma jovem vestida com uma blusa branca e a saia negra estava no suporte de livro do maitre.
—Posso ajudá-la?
—hum... sim. Encontrarei com alguém para jantar, Vane Kattalakis.
A moça revisou seu livro de reservas.
—Sinto muito, não temos nenhuma reserva para alguém com esse nome.
O coração de Bride se afundou.
—Está segura?
A mulher girou o livro de reservas para mostrar-lhe.
- É com “K” correto?
Bride comprovou os nomes. Seu estômago se apertou até que descobriu um nome familiar.
Taylor Winthrop.
Ela quis morrer justo aí, no vestíbulo. Brennan era seu restaurante favorito e Taylor se negou a levá-la ali. Ele sempre dizia que era muito caro para ele e que
não podia gastar essa quantidade de dinheiro em uma só comida.
O que tinha acontecido é que não tinha querido gastar com ela.
Ela era uma idiota.
—Obrigado - disse Bride, afastando-se. Ela envolveu suas mãos em seu xale enquanto decidia o que deveria fazer.
De repente, pareceu que tinha quinze anos outra vez, esperando que seu par de formatura aparecesse.
Ele nunca foi.
Tinha encontrado a alguém mais para levar e nem se incomodou em dizer-lhe. Ela tinha se informado disso no dia seguinte por um amigo. E quando Tabitha o tinha averiguado,
ela tinha posto água quente nas partes intimas do cara e erva venenosa em sua roupa íntima.
Bride amou a Tabitha esse dia por isso.
Mas não havia nenhuma Tabitha aqui esta noite para fazê-lo melhor. Certamente Vane não seria tão cruel.
Ou sim?
Tudo isto tinha sido uma espécie de teatro?
Não. Ele estaria aqui.
Em seu estômago fez nós, ela esperou dez minutos completos antes que a porta se abrisse. Bride deu a volta, esperando ver o Vane. Em muda, era Taylor com uma mulher
alta, de cabeleira negra. Ela não era muito bonita, mas a mulher tinha corpo de ginásio.
Taylor se aproximou no instante em que a viu.
Bride teve um pequeno e malvado segundo de satisfação ao ver que tinha um olho arroxeado de seu encontro mais cedo com o Vane.
Ele quis fazer uma brincadeira.
—Encontra-te com seus pais aqui, Bride?
—Não - disse ela—. Espero para um encontro.
Ele se inclinou e sussurrou algo no ouvido da mulher. Ela olhou ao Bride e riu.
Naquele momento, Bride se sentiu tão pequena que tudo o que pôde fazer foi não sair correndo do restaurante. Mas ela resistiu para lhe dar satisfação.
O maitre se aproximou da parte traseira do restaurante.
—Posso ajudá-lo, senhor?
—Sim, temos uma reserva para dois para Taylor Winthrop. E assegure-se que nos dêem uma mesa romântica, isolada.
O maitre comprovou seu nome na lista e assentiu.
—Serão só uns minutos, Sr. Winthrop.
Taylor passou ao homem uma gorjeta. O maitre se virou para ela.
—Posso ajudá-la, senhora?
Ela sentiu que seu rosto ardia.
—Houve uma confusão com nossas reservas. Somente espero que meu acompanhante chegue.
O homem assentiu outra vez enquanto Taylor ria dela.
—Isso é o que acontece quando anda com perdedores — lhe disse à mulher que estava com ele.
O primeiro instinto de Bride foi lhe devolver o insulto, mas de verdade compadeceu-se da acompanhante troféu do Taylor. A pobre mulher não tinha nenhuma idéia com
que serpente ia jantar.
Ela somente esperava que a mulher nunca averiguasse.
Bride puxou seu xale grande mais alto sobre seus ombros e se sentiu três vezes mais tímida. Certamente, não ajudou que Taylor e sua acompanhante seguissem observando-a,
sussurrando e logo riram.
Ela quis morrer.
Justo quando estava a ponto de partir, a porta finalmente se abriu e entrou Vane.
Ele estava devastador. Vestido com um traje de Armani negro, ele tinha deixado sua camisa negra aberta no pescoço, exibindo os poderosos tendões de seu pescoço bronzeado.
A cor ébano realmente remarcava o verde de seus olhos. Seu cabelo escuro, ondulado caía solto e seu rosto estava barbeado.
Ele nunca tinha estado mais perigoso. Mais atrativo.
Sexy.
Bride ouviu que a acompanhante do Taylor continha bruscamente o fôlego ao vê-lo.
Ela meio esperou que Vane olhasse à mulher. Ele não fez. Ele tinha olhos só para ela.
Caminhou diretamente a seu lado, colocando suas grandes e cálidas mãos sobre seus ombros e beijando-a ligeiramente na bochecha. Ela se derreteu imediatamente ao
inalar o aroma masculino dele e sua loção de barbear.
Fez tudo o que pôde para não ronronar.
—Por que está esperando na porta? —perguntou enquanto se retirava ligeiramente.
—Não temos reservas.
Vane lhe franziu o cenho.
—Nunca faço reservas. Não preciso — Ele tomou sua mão e a conduziu ao balcão.
O maitre apareceu imediatamente.
—Senhor Kattalakis - disse, sorrindo—. É tão bom lhe ver outra vez.
—Olá, Henri - disse Vane, colocando seu braço ao redor da cintura de Bride—. Minha mesa está preparada?
A risada se apagou de Henri quando seu olhar se dirigiu a Bride. Ele olhou-a imediatamente arrependido.
—OH, não me dei conta que ela era sua acompanhante. Ela disse... —Ele olhou para a Bride— Madame, por favor aceite minhas mais profundas desculpas por havê-la feito
esperar. Foi Tiffany quem a deixou esperando sem localizá-la? Ela é nova, mas a repreenderei imediatamente por isso.
—Está bem - disse ela, sorrindo felizmente ao Vane enquanto seu coração palpitava com alívio.
—Estas segura? —perguntou Vane.
—Sim. Não foi sua culpa.
Henri suspirou com alívio.
—Falarei com ela e isto nunca voltará a acontecer outra vez. Prometo.
A mulher com o Taylor soprou forte.
—Por que eles conseguem uma mesa sem esperar, Taylor? Ele não está na TV.
Vane olhou para eles com um olhar penetrante e franzindo o cenho que os fez calar a ambos imediatamente.
—Por favor, me sigam - disse Henri—. Temos sua mesa no terraço esperando.
Bride olhou sobre seu ombro a Vane enquanto Henri conduzia pelo restaurante.
—Como consegue tão ótimo serviço?
—É bom ser rei - disse ele encolhendo os ombros enquanto colocava suas mãos em seus bolsos—. O Dinheiro fala e muito dinheiro canta e dança.
Sim, mas ainda assim...
Dirigiram a uma mesa em um canto com uma formosa visão ao pátio inferior. Tinha uma visão impressionante da fauna e a flora. Henri sustentou uma cadeira para a Bride,
que se deslizou nela.
Vane tirou sua carteira e lhe deu vários bilhetes de cem dólares ao Henri.
—me faça um favor. Aquele tipo abaixo... Taylor. Dê-lhe a pior mesa na casa.
Os olhos do Henri dançaram, divertidos.
—Para você, Senhor Kattalakis, qualquer coisa.
Vane se sentou enquanto Henri ia.
—Isso é muito mau vindo de você - disse ela com um sorriso tímido.
—Quer que o detenha?
—Dificilmente. Eu simplesmente te advertia que isso estava mau.
—O que posso dizer? Só sou um grande lobo mau —. Vane tomou sua mão e lhe deu um doce e íntimo beijo em sua palma onde estava a estranha marca. Era bastante curioso
que parecesse não notá-la.
—E você é bastante boa para te comer.
O calor explorou através de seu rosto.
—Obrigado. Exibe bastante riquíssimo você mesmo.
—Sinto ter chegado tarde - disse ele, tirando uma única rosa vermelha de seu terno e dando-lhe. Demorou um pouco mais de tempo do que eles pensaram para ter meu
traje preparado.
—Comprou um traje novo para nosso encontro?
—Bem, sim. Não sou realmente um homem desta classe de traje. Sou bem mais uma pessoa natural.
Dois garçons se aproximaram da mesa vestidos com casacos negros e gravatas. Um era maior, com uma aparência de cavalheiro distinto, baixa estatura, com sotaque,
e de cor. Bride o tomaria por um Cajún. O outro era um homem mais jovem, com cerca de vinte anos.
—Senhor Kattalakis - o saudou o mais velho—. Que agradável vê-lo com companhia para variar.
Vane lhe dirigiu um cálido e ardente olhar.
—Sim, isso é agradável, verdade?
—Você quer seu vinho habitual? —perguntou o garçom.
—Sim.
Eles olharam a Bride.
—Evian*, por favor.
—Quer algum vinho? —perguntou Vane.
—Não, água está bem. Sério.
Ele franziu o cenho enquanto os garçons foram conseguir suas bebidas.
Bride recolheu seu menu e notou que Vane não se incomodava em olhar o seu.
—Quão freqüentemente vem aqui?
Ele deu de ombros.
—Duas ou três vezes por semana. Eles têm um café da manhã realmente bom e estou viciado em suas Bananas Foster*. E você? Veio alguma vez aqui?
Ela esmagou a dor que sentiu ao pensar no Taylor e sua companhia, e a resistência do Taylor de trazê-la aqui.
—Não em muito tempo, mas sim, amo sua comida.
Vane pareceu aliviado por isso.
Bride tentou ler o menu, mas era difícil já que ele não tirava seus olhos dela. Havia algo extremamente animal e poderoso no modo em que a tratava. Na maneira em
que a olhava.
Era adulador e, ao mesmo tempo, quase lhe atemorizava.
Ela levantou o olhar para ele.
—O que?
—O que? —perguntou ele de volta.
—por que me olha fixamente?
—Não posso parar. Fico imaginando que não seja real.
Suas palavras a aniquilaram.
Os garçons voltaram com suas bebidas.
—Estão preparados para pedir agora?
Bride deixou seu menu.
—Quero a salada Brennan sem o queijo, por favor.
Ele o anotou.
—E? —perguntou Vane.
Bride levantou a visão para ele.
—E o que?
—Que mais quer comer?
—Somente a salada.
Vane franziu o cenho ante isso.
—Bernie —lhe disse ao garçom —. Por favor poderia nos dar um minuto?
—Certo Senhor Kattalakis. Tome seu tempo.
Vane esperou até que eles se foram antes de inclinar-se para diante.
—Sei que tem fome, Bride. O que comeu no almoço? Meio sanduíche?
Sua pergunta a surpreendeu.
—Como sabe isso?
—É uma conjetura já que posso ouvir o barulho do seu estômago.
Ela pôs a mão sobre seu estômago.
—Não me dava conta que eu era tão desagradável.
Grunhiu-lhe. Bride se moveu nervosamente ante o som que não era muito humano.
—Olhe Bride - disse ele, sua voz profunda e ressonante —. Vou ser honesto com você. Não sei o que faço esta noite, bem? Nunca tive um encontro antes e me disseram
que às mulheres gostam que as levem a algum agradável para comer. Grace e Amanda disseram que deveria ser eu mesmo e não tentar lhe impressionar. Assim, aqui estamos,
em meu restaurante favorito, mas se você não gosta dele podemos ir a algum outro lugar e comer o que você queira.
Os olhos de Bride se encheram de lágrimas ante suas palavras e o que elas significavam.
—Perguntou a alguém como ter um encontro comigo?
Ele soltou um suspiro e jogou uma olhada para suas mãos apertadas.
—Genial. Agora te deixei triste outra vez. Sinto muito. Isto foi uma idéia realmente má. Somente te levarei para casa e poderá esquecer que alguma vez posou seus
olhos em mim.
Ela estendeu suas mãos e tomou a dele entre as suas.
—Bem, sejamos honestos um com o outro. Eu não sei o que faço, tampouco. Faz uma semana, eu sabia o que queria. Era proprietária de um negócio bastante bem-sucedido,
saía com um homem ao que bobamente pensei que amava e com o que pensava me casar algum dia.
—Uma tarde, minha vida inteira se desabou e logo depois de repente este grande homem vem como um cavalheiro andante em sua brilhante armadura. Ele é magnífico, forrado,
e me diz todas as coisas corretas. Ele me faz sentir que posso voar, e cada vez que aparece, ele faz tudo melhor. Não estou acostumada a isso, ok? E não estou acostumada
a estar com um homem tão incrivelmente atrativo que me faz sentir como prêmio ao pior.
—Penso que é formosa, Bride.
—Vê! —disse ela, gesticulando para ele—. Aí está sendo perfeito outra vez. Penso que necessita que lhe examinem a cabeça.
Ele a olhou extremamente ofendido por isso.
Bride se retirou e se sentou muito direita.
—Bem, vamos tentar outra vez.
Ofereceu-lhe sua mão.
—Olá, sou Bride McTierney. Prazer em conhecê-lo.
Sua expressão disse que pensava que ela era quem necessitava que lhe examinassem a cabeça. Ele tomou sua mão na sua.
—Olá, sou Vane Kattalakis e estou faminto. Você gostaria de jantar comigo, Bride?
—Sim, Vane. Eu gostaria.
Ele riu dela.
—Bem, então agora vem a parte onde compartilhamos histórias sexuais?
Bride se pôs a rir tão forte que várias pessoas perto viraram as cabeças para olhá-la. Cobrindo sua boca, ela o olhou.
—O que?
—Isso é o que Nick disse que deveria fazer para chegar a conhecer uma mulher.
—Nick? —perguntou ela com incredulidade. —O que levava a horrível camisa, eu não posso encontrar minha saída em uma bolsa de papel Nick?
Os olhos de Vane se obscureceram. Perigosos.
—Ele te ofendeu quando te buscou? Diga a palavra e o matarei.
—Não, mas se eu fosse você, não pensaria em seguir dele, conselhos sobre encontros.
—Por quê? Ele consegue mulheres todo o tempo.
—Sim, mas alguma vez conserva alguma delas?
—Bem… Não.
—Então não siga seus conselhos.
—Ok —Vane fez gestos aos garçons que esperavam perto—. Quer compartilhar o Chateaubriand Bouquetière* comigo? Já que supõe que o servem para dois, eles se assustam
quando o devoro sozinho.
Ela se mordia para não rir de suas palavras.
—Eu adoraria.
Vane levantou a visão enquanto Bernie retornava.
—Começaremos com dois Crepes Barbaras como aperitivos, depois o Chateaubriand Bouquetière.
—Muito bem, Senhor Kattalakis. Muito bem.
Vane lhes entregou os menus, logo se inclinou para diante.
—E te assegure de guardar espaço para a sobremesa.
—Não sei se posso, mas tentarei. Se quiser a uma mulher que pode comer tudo isso, precisa ter um encontro com minha amiga Tabitha.
Ele tomou sua mão outra vez e a massageou como se fora algo indiscretamente precioso.
—Não quero um encontro com a Tabitha —disse ele, pondo sua mão contra sua própria suave bochecha—. Só quero estar contigo.
Bride nunca se havia sentido assim em toda sua vida. Sentia-se tão desejável perto dele. Tão...feminina.
Ele de algum modo até conseguia fazê-la sentir pequena.
—E como é que um homem como você nunca teve um encontro antes?
Vane tomou um gole de vinho enquanto pensava como responder sua pergunta. Ele não queria lhe mentir, mas não podia lhe dizer exatamente que ele era um lobo que tinha
crescido vivendo nos bosques, dormindo em guaridas com outros lobos.
Isto poderia assustá-la um pouco.
—Cresci em uma espécie de comunidade.
Ela parecia nervosa agora e recordou a um coelho esquecido.
—Que tipo de comunidade? Não é um desses loucos religiosos que vão seqüestrar-me e lavar o cérebro por meu dinheiro, verdade?
Vane sacudiu sua cabeça. Esta mulher tinha as idéias mais estranhas.
—Não. Definitivamente não. Só cresci de um modo em que a maioria das pessoas não o fez. E você?
—Cresci aqui. Meus pais, ambos são veterinários. Eles se conheceram na universidade e se casaram quando terminaram a faculdade. Não há realmente muito para contar.
Tive uma vida muito normal, comum.
Vane tentou imaginar tal coisa. Em seu mundo, onde eles podiam dirigir a magia, os elementos, e até mesmo o tempo, normal realmente não era um fator. De algum jeito,
invejava a Bride por seu mundo humano onde o impossível não era realidade.
—Isso deve ter sido agradável.
—Era — Ela tomou um gole de sua água—. E seus pais o que fazem?
—Imaginam modos criativos de matar um ao outro —Vane se abateu por ter aberto sua boca. Estava tão acostumado a usar a frase que não pensou nisso até que se ouviu
dizê-la.
—Não, sério.
Vane olhou ao longe, incômodo.
Bride ficou de boca aberta quando compreendeu que ele não estava brincando.
—Por que eles fariam isso?
Vane em realidade se retorceu um pouco antes de responder.
—Isso é uma longa história. Minha mãe escapou não muito depois que nasci e meu pai me quer morto, assim aqui estou... Contigo.
Ela não sabia que pensar disto.
—Este… hum… Esta loucura na família, não é hereditária, verdade?
—Não parece - disse ele sério—. Mas se ele se aproximar de mim, tem permissão de me dar um tiro.
Ela não estava segura se queria dizer isso ou não. Por isso, repentinamente agradecida que estivessem em um lugar público, ela decidiu mudar o tema para um mais
certo.
—Como é que tem tanto dinheiro? Depois do que disse, não acredito que seus pais lhe tenham dado isso, verdade?
—Não. Faço investimentos. Às vezes vendo artefatos.
Agora isso soava interessante.
—Que tipo de artefatos?
Ele deu de ombros.
—Isto e aquilo.
Os garçons trouxeram seus aperitivos. Bride se apoiou na cadeira e olhou como Vane começava a comer. Ele parecia real e refinado enquanto comia na tradicional maneira
européia.
—Sabe, para alguém que cresceu em uma comunidade, tem maneiras impecáveis.
Uma profunda e escura tristeza se abateu sobre ele.
—Minha irmã me ensinou. Ela dizia… bom, ela sentia que se deveria comer como as pessoas e não como animais.
Bride ouviu como sua voz se quebrava ao falar de sua irmã. Era óbvio que sua irmã significava muito para ele.
—Onde está ela agora?
Sua tristeza aumentou dez vezes enquanto tragava. A dor em seus olhos era tão profundo que a fez sofrer por ele.
—Ela morreu faz uns meses.
—OH, Vane, sinto muito.
—Sim, eu, também - Ele limpou sua garganta.
Seu coração se rompeu por ele, Bride estendeu a mão e acariciou com seus dedos sua bochecha para lhe oferecer consolo. Ele girou seu rosto para o braço dela e lhe
beijou o interior de seu pulso.
A imagem de seus selvagens olhos a fez tremer.
—É tão suave - ele suspirou logo lhe beijou sua mão e se afastou ligeiramente dela—. Se seguir te cheirando, nós poderíamos dar um espetáculo aqui esta noite.
—Que tipo de espetáculo?
—Eu simplesmente poderia te atirar sobre meu ombro e te levar daqui para poder te violar outra vez.
Ela riu ante a idéia.
—Poderia realmente?
Ela viu a crua verdade, em seus olhos.
—Sim poderia, se me tivesse deixado.
Bride colocou ao seu lado na mesa e passaram o resto do jantar em uma conversação ociosa, segura. Vane era engenhoso e quente. Um estranho prazer.
Uma vez que tinham terminado o jantar e a sobremesa, eles voltaram a baixar as escadas onde ela viu o Taylor e a sua companheira sentados ao lado da porta da cozinha.
Nenhum um dos dois parecia contente.
—É muito mau, Vane - disse ela outra vez, rindo ao vê-los.
—Hei! Isto é amável comparado com o que quero lhe fazer. Ao menos desta maneira, ele ainda respira.
Henri lhes desejou boa noite enquanto se retiravam e voltavam para a casa dela.
—Importa de caminhar? —perguntou ela—. Está realmente agradável esta noite.
—Caminhar não me incomoda.
Ela tomou sua mão e lhe conduziu para o Iberville.
Vane olhou a maneira em que a luz da lua brincava com os cachos de seu cabelo castanho e refletia sobre a gargantilha que lhe tinha comprado. Seu vestido fazia ressaltar
suas curvas à perfeição e a bordo do sutiã lhe recordava quão fácil deveria ser deslizar sua mão dentro dele e tomar seu peito com cuidado na palma de sua mão.
Sua virilha se apertou. Uma e outra vez lhe recordando como a havia sentido. Quão cálidas e sensíveis tinham sido suas carícias.
Ele ansiava isso agora. O lobo nele uivava por prová-la.
Bride estava um pouco nervosa sob o intenso olhar de Vane. Havia algo animal nela. Devorador.
Havia vezes quando estava com ele que se sentia como presa por sua natureza predatória.
Eles não falaram muito caminhando de retorno a seu apartamento. Na porta, ela chamou a seu lobo.
—Não acredito que eles o apanharam, verdade?
—Não - disse Vane—. Estou certo que está bem. Ele provavelmente está desfrutando da noite.
—Acredita?
Ele sorriu abertamente maliciosamente.
—Sim, acredito.
Ela suspirou.
—Isso eu espero. Odiaria que algo mau lhe acontecesse.
Ele a seguiu até a porta de seu apartamento. Bride a abriu, logo vacilou.
Vane baixou sua cabeça para a curva de seu pescoço onde inalou seu aroma. Ele posou suas cálidas mãos sobre seus ombros.
—Quero estar dentro de ti outra vez, Bride - Ele levantou sua cabeça e a inclinou de uma forma que lhe fez recordar ao lobo Vane. —Me convidará para entrar?
Bride estava desconcertada. Ela o queria também, mas que tipo de relação era essa?
Ela começou a rir de modo incontrolável.
Vane a olhou com cenho franzido.
—O que é tão gracioso?
—Sinto muito, só que ouvi esse clichê horrível em minha cabeça “Ainda me respeitará pela manhã?”
Ele a olhou confuso.
—As pessoas não se respeitam um ao outro depois de que fazem sexo?
—Você sabe, quando diz coisas assim, parece como um ser do espaço.
—Sinto-me como um ser do espaço. Muitíssimo.
Que coisa estranha para dizer.
—Quanto tempo viveu nessa sua comunidade?
—Toda minha vida. Até oito meses atrás.
—OH, meu Deus. E sério?
Ele assentiu.
Não lhe assombrava que não soubesse nada de encontros. Ela não podia imaginar-se vivendo isolada do mundo.
Ele passou sua mão sobre seu ombro.
—Após estive ficando com... Amigos, que são os donos do Bar O Santuário no Ursulinas. Eles me ensinaram muito sobre como as pessoas se comportam, mas Amanda disse
que eu não apreciaria as frases e os movimentos com que os homens no bar fazem levantar às mulheres que conhecem ali.
Bride tratou de não concentrar-se em quão cálida era sua mão sobre sua pele nua. Quão bem sentia sua caricia. Esta enviava calafrios através dela, diretamente a
seus seios, que se endureceram, clamando por seu contato.
—Amanda o que?
—Hunter.
Bride se deu conta do nome.
—A irmã geme da Tabitha?
Ele assentiu.
Santo céu! Que pequeno é o mundo. Mas se ele conhecia a Amanda, isso era um alívio. Amanda, a diferença de sua irmã gêmea, não era uma louca e em geral, não andava
com psicóticos. Se Amanda realmente tinha ajudado ao Vane, então ele era provavelmente muito certo.
—Disse que ninguém tinha encontros em sua comunidade. O que fazia quando encontrava a uma mulher que gostava?
Ele a olhou um pouco frustrado.
—“Gostar” não tem o mesmo significado de onde eu venho que para você. Sério, nós não gostávamos de ninguém. Se estiver atraído por alguém, dorme com ele e logo segue
adiante. Não deixamos que nossas emoções se misturassem com nossos corpos da maneira que vocês o fazem.
—Como isso é possível? É a natureza humana.
Vane suspirou. Isso poderia ser a natureza humana, mas isso não era a natureza animal.
—Somente pensamos de maneira diferente.
Ela ficou rígida com a indignação.
—Então você não pensa em nada na hora de dormir comigo e logo seguir adiante a seguinte mulher?
Merda!
—Não. Isso não é o que quis dizer - Ele jogou com um cacho que roçava seu ombro nu—. Quero estar contigo, Bride. Só contigo. Quero que me aceite.
—Por quê?
—Porque te preciso.
—Por quê?
Vane chiou seus dentes. Como poderia lhe explicar o desejo selvagem dentro dele por reclamar a sua companheira? Essa loucura infecciosa que não descansaria até que
eles estivessem unidos.
Ele nunca tinha entendido o que tinha levado a seu pai a atacar a sua mãe. Agora entendia. Cada parte dele ardia a fogo lento por ela. Era febril e cru e não estava
certo de como controlá-lo.
Como se juntava um lobo com uma humana?
—Estou te assustando - disse ele enquanto cheirava seu medo—. Sinto. Deixarei-te sozinha agora.
Ele começou a afastar-se dela.
Bride tomou sua mão. Era estúpida e sabia. Vane não tinha feito nada para lhe fazer dano. Ele tinha feito o esforço de fazê-la feliz e tinha sido amável.
Do que tinha medo?
O mero feito de que ele estivesse disposto a se afastar havia dito a ela que nunca lhe faria mal.
Antes que ela pudesse deter-se, baixou os lábios dele para os seus e o beijou profundamente.
Cada hormônio em seu corpo ardeu ante o sabor dele. Ele a esmagou contra ele, sustentando-a com esses braços fechados que ela recordava tão bem.
Era assombrosamente masculino.
Com sua respiração desigual, ele se separou dela.
—Me diga para ir, Bride, e o farei.
Olhou-lhe sob a luz da lua e viu a sinceridade daqueles olhos cor avelã.
—Fica comigo, Vane.
Seu sorriso fez que seus joelhos se debilitassem enquanto girava sua cabeça e soltava um horripilante uivo.
Antes que ela pudesse mover-se, ele a tomou em seus braços e a levou através da porta de seu apartamento.

—Tinha razão. Eles não estão mortos.
Markus Kattalakis levantou a visão da fogueira onde sua manada de lobos estava reunida enquanto a fúria se apropriava dele. Durante os dois meses passados, sua manada
tinha estado nos bosques de Nebraska, cuidando de suas crias e esperando o tempo até que os filhotes fossem os suficientemente grandes para saltar períodos de tempo
sob a luz de uma lua cheia.
—O que? —perguntou a seu segundo em hierarquia, Stefan.
—Seus sentidos estavam corretos sobre o Vane e Fang. Eu fui ao Santuário e por mim mesmo vi o Fang ali.
—Por que não o matou?
—Ele não estava sozinho. Um dos ursos estava com ele. Sua cachorrinha. Parece que os Peltiers lhe deram boas-vindas. Não posso golpear a nenhum deles enquanto eles
estão ali. Não a não ser que deseje uma luta com os Peltiers.
Markus fez uma careta ante as notícias. Era tentador. Mas lobos e ursos...
Tinha passado muito tempo desde que o clã Katagaria tinha lutado com o clã. Atacar aos ursos, que eram renomados por manter um dos poucos santuários do Were-Hunters,
era um suicídio. Se os ursos e seus descarados não matavam a seu clã, fariam os outros. Os Peltiers eram respeitados por todos.
Empreendê-la contra eles seria romper sua primeira e única regra cardeal.
Maldição.
—Por uma vez mostraste bom julgamento - disse ao Stefan. Maldição, embora ele necessitasse a esses dois mortos. Ele deveria ter enviado alguém antes, ficar esperando
que os Daimons que tinha enviado pelo Vane e Fang voltassem com a notícia de suas mortes tinha sido um engano.
Ele tinha esperado que os Daimons simplesmente fugissem com os poderes de Vane e Fang. Ele deveria saber que não teria tanta sorte.
—Terá que apanhá-los fora dos perímetros do Santuário. Toma uma patrulha E...
—Pai, não pode.
Markus deu a volta para ver sua filha menor adotada, Matarina, que estava de pé detrás dele. Apenas cinqüenta anos, ela não parecia ser maior que uma adolescente
humana. Ela era jovem, e desesperadamente devota de seus dois meio-humanos filhos que uma vez tinha criado com sua companheira Arcadiana.
Matarina nunca acreditaria que Vane e Fang representavam uma ameaça para sua manada.
Só ele sabia, e tinha a intenção de mantê-lo assim.
—Eles têm que morrer.
—Por quê? —perguntou ela, aproximando-se—. Pela Anya? Isso foi um acidente. Sei que Vane nunca teria permitido morrer. Ele a amava...
—Suficiente! —rugiu Markus—. Seu não sabe nada disso, menina. Nada. Eles estiveram encarregados de ver que seus filhotes chegassem a salvo a casa e em troca lhes
deixaram morrer. Não permitirei que tais abominações vivam enquanto Anya e seus filhotes estão em sua tumba.
Pelo olhar em seus olhos, ele podia dizer que ela sabia que ele estava mentindo. A vingança pela Anya era só um dos vários motivos pelos que necessitava ao Vane
e ao Fang mortos. Enquanto Anya tinha vivido, ele tinha tido parcial controle de seus dois filhos were-wolf.
Com sua morte eles seriam incontroláveis. E não parariam. Zeus tivesse compaixão deles se Vane alguma vez voltasse para casa.
Ele se voltou para o Stefan.
—Beba uma taça e vá terminar com sua sentença de morte. Mata a qualquer ou algo que tente te deter.
—E os Peltiers?
—Só se for necessário e nunca em sua casa. Se matas a algum, o ocultas, mas não vacile em fazer o que for necessário para terminar com isto.
Stefan inclinou sua cabeça antes de sair para seguir as ordens do Markus.
Markus suspirou, mas isto não lhe ajudou a relaxar-se. Cada instinto animal que possuía lhe disse que cedo ou tarde Vane voltaria para exigir vingança sobre todos
eles.
Ele era, depois de tudo, o filho de sua mãe.

CAPITULO 5

Vane a pôs com cuidado sobre a cama. Estava extremamente contente esta noite por ter pagado aos trabalhadores para que acomodassem seus móveis. Isto ia ser muito
mais fácil que pensar em compartilhar aquele velho sofá com ela.
Tirou-lhe as fivelas de seu cabelo castanho e o deixou cair ao redor de seu rosto redondo. Ela tinha um rosto tão delicado e formoso. Colocando sua bochecha contra
a sua, inalou seu fragrante aroma.
Tirava-lhe o terno enquanto ele saboreava a suavidade de seu corpo sob o seu.
Ela atirou seu terno ao piso, logo deslizou suas mãos por seu traseiro. Vane conteve seu fôlego bruscamente enquanto o intenso prazer o consumia. Ele sabia por que
odiava ser humano. Se ousasse usar seus poderes, ambos estariam nus em um instante e poderia sentir cada centímetro dela. Carne contra carne.
Mas isto muito provavelmente a aterrorizaria.
Então em muda, restringiu seus poderes e ocultando as marcas de seu corpo dela, sobre tudo a de sua palma. Por uma vez em sua vida, estaria com uma mulher não como
um lobo ou um guerreiro.
Ele passaria esta noite com a Bride como um homem.
Bride saboreou a sensação de Vane pressionando-a enquanto lhe tirava os sapatos e logo suas meias com uma habilidade consumada. Seus músculos se ondulavam sob suas
mãos enquanto sua língua dançava com a sua.
Ummmm este homem sabia como beijar como ninguém.
Ela nunca se cansaria do modo com que ele fazia. Era crua e decadente. Desejável e quente.
Ele se sustentou sobre seus braços enquanto ela devagar desabotoava sua camisa para revelar, centímetro a centímetro, aquele peito magro, forte. Ela liberou a seda
para deixá-la cair aberta enquanto deslizava suas mãos sobre a carne bronzeada. Ela passou seus dedos com cuidado pelo pêlo masculino que salpicava seu peito e abdômen,
logo os deslizou sobre suas magras costelas.
O beijo dele se fez mais profundo e ela sentiu seu coração palpitar sob suas mãos. Ele beliscou seus lábios, esfregando seu corpo contra o dela de uma forma que
aumentou e provocou uma excitação incrível.
Bride o olhou e viu a fome pura em seu rosto. Como um homem como este podia desejá-la tanto?
Uma parte lhe dizia que devia ter mais confiança em si mesmo, mas não era uma carência de amor próprio o que o fazia tão difícil de acreditar. Ela era uma realista.
Os homens que eram como Vane não saíam com mulheres que eram como ela. Eles, simplesmente, não o faziam.
Nem sequer Taylor era tão delicioso e ele só a tinha usado. Ela não queria ser machucada outra vez. Não assim e sobre tudo não pelo Vane.
Relaxe, Bride.
Vane se afastou.
—Está bem?
—Só tento entender o que vê em mim - admitiu ela.
—Eu vejo uma mulher formosa - disse ele com seriedade, baixando para mordiscar a pele sensível debaixo de seu ouvido—. Cujo amável coração brilha em seus olhos e
cujo espírito é ilimitado - Ele se afastou para poder olhá-la nos olhos—. O modo em que enfrentou a Taylor esta tarde... —Seu meio sorriso fez com que seu coração
palpitasse—. Jamais deixaria que ninguém roubasse o melhor de ti, verdade?
—Penso que não.
Ele rodou sobre suas costas e a atirou para pô-la atravessada sobre ele. A escura ternura sobre seu rosto se abrigou ao redor de seu coração e o fez espremer-se.
—Sobre tudo, eu gosto do fato que te compartilha comigo. Que não tenho que te demonstrar minha força. Que não tenho que machucar ou ser machucado para estar contigo.
Havia um tom em sua voz que lhe dizia quão importante era isso para ele.
Que coisa estranha para dizer a uma mulher.
De que tipo de comunidade vinha? Definitivamente soava como aquelas estranhas, onde as pessoas tinha que fazer todo tipo de coisas estranhas para pertencer.
Ela deslizou sua mão sobre a suavidade áspera de seu rosto.
—Há algo dentro de ti que me assusta, Vane. Está certo que é normal?
Ele riu ligeiramente ante isso.
—Não sei o que é normal. Mas nunca te faria mal, Bride - Seus olhos a queimaram com sua sinceridade — Nunca.
Ele tomou seus lábios com os seus, logo moveu suas mãos ao redor de seu pescoço para desabotoar o sutiã de seu vestido e seu colar. Ele colocou o colar sobre a caixa
ao lado da cama, logo brincou brandamente com seus seios. Suas ásperas palmas raspavam seus mamilos, fazendo-os endurecer-se com o peso de suas mãos, enviando prazer
por seu corpo inteiro.
Bride queria derreter-se nele. Nenhum homem jamais a tinha feito sentir da maneira que ele o fazia.
Vane mal podia respirar pelas emoções que lutavam dentro dele. Ele deveria deixá-la ir. Ele não tinha direito a unir-se com alguém. E, entretanto, ele não podia
separar-se dela. Esta noite poderia gerar meninos com ela. Esta era a primeira vez em sua vida adulta que isto era uma preocupação.
No fundo de sua mente, podia imaginar-lhe com seu bebê. Vê-la amamentá-lo com o amor em seus olhos...
Como poderia deixá-la ir?
Como inclusive podia pensá-lo?
As Destinos tinham decretado que estivessem unidos. Quem era ele para argumentar contra as deusas?
Vane tinha passado sua vida inteira lutando. Por que não deveria lutar por isso? Somente por uma vez ele não merecia a alguém que o amasse?
E se ela nunca o amasse o que faria?
Tal como sua mãe nunca tinha amado a seu pai.
A pergunta ficou pesada em seu coração. O que faria se não a persuadisse até o final de suas três semanas?
Não, essa não era uma opção. Ele a ganharia e ele a conservaria.
Preso no que pensava, ele tomou sua mão e a conduziu até seu peito para que ela pudesse sentir como pulsava seu coração. Incapaz de suportar estar sem ela, ele abriu
suas calças e se liberou.
Bride ofegou enquanto ele movia seus quadris e a enchia de improviso. Mmm, ele era tão grosso e duro dentro dela. Tão dominante.
Mordendo seu lábio, ela o olhou como ele levantava seus quadris e se conduzia profundamente dentro dela.
Nenhum homem jamais tinha estado tão impaciente de estar com ela. Isto a fez sentir estranhamente poderosa. Desejável.
A expressão de prazer no rosto dele abrasou o coração. Isto a fez sofrer por ele. Ainda dentro dela, ele desabotoou as costas de seu vestido e o tirou por sua cabeça.
Completamente nua, ela o olhou. Sua camisa estava aberta, mas ainda sobre seu corpo. Ele só tinha deslizado suas calças o suficiente para poder tomá-la.
Ela levantou uma das mãos dele de seu seio e beijou seus nódulos cheios de cicatrizes enquanto o cavalgava lento e fácil.
Ela o olhou com sua boca ligeiramente separada, seus olhos escuros e fechados. Sua expressão mostrava a ela quanto saboreava seu corpo. Seu contato.
Isto a fez exaltar-se mais que tudo.
Ele colocou suas mãos sobre seus quadris e a manteve imóvel enquanto ele assumia as investidas. Bride estava assombrada com a força que ele tinha para fazer isto.
Mas não lhe importou lhe ceder o controle enquanto ele acelerava seus profundos e penetrantes golpes. Cada um a atravessava, quente e agridoce. Ela se inclinou para
frente em seus braços, deixando que seu cabelo caísse sobre eles enquanto seu corpo palpitava e ansiava mais dele.
Seu prazer cresceu até que ela gritou a doce liberação.
Vane olhou seu rosto enquanto ela culminava em seus braços. A alegria se rasgou por ele ao vê-la, a cálida doçura de seu corpo balançando o seu. Ele reclamou seus
lábios e se moveu ainda mais rápido, querendo seu próprio momento de perfeição.
Fechando seus olhos, ele o encontrou. Ele se retirou de seus lábios para grunhir profundamente em sua garganta enquanto seu corpo explorava em uma doce liberação.
Ainda unido a ela, ele a atraiu a seu peito e a sustentou silenciosamente enquanto seus corações pulsavam ao mesmo tempo e seu corpo continuava culminando durante
vários minutos. Ele deslizou suas mãos pelas costas dela, encantado desse momento de tranqüilidade.
Esta era a única paz que tinha conhecido alguma vez em sua violenta vida. Não havia nenhum temor aqui com ela. Nenhum terror de que ela tivesse os poderes para desmascarar
seu coração humano e matá-lo por isso.
Só eram eles.
Bride não se moveu durante muito tempo. Ela jazia sobre seu peito, saboreando a força dos braços que a sustentavam.
Ela esfregou seu rosto contra seu peito, logo beijou seu mamilo antes de separar-se.
Enquanto ela começava a mover-se da cama, ele pegou ligeiramente em seu braço para detê-la.
—Aonde vai?
—Ia me arrumar.
—Por quê? Estou longe de terminar contigo.
Ela riu até que compreendeu que ele não brincava. Ele rapidamente tirou sua camisa e a atirou sobre seu terno. Suas calças, sapatos, e meias os seguiram rapidamente.
Antes que ela pudesse protestar, ele a tinha agarrado e a tinha colocado de costas sobre a cama. Ele apartou suas pernas com seus joelhos, logo deslizou seus quadris
e virilha entre elas.
Bride gemeu ante a sensação dele estando sobre ela. Ele já ficava duro outra vez.
Ele tomou seu tempo explorando sua boca, mordiscando seus lábios, e provando-a, até que ela pensou que podia passar de sua aprazível exploração.
Eles ficaram assim pelo resto da noite. Pele com pele, corpo com corpo. Bride nunca tinha tido uma experiência como essa. Vane tinha mais resistência do que ninguém
que ela jamais soube. Quando amanheceu, estava esgotada e dormiu encolhida entre seus braços.
Ele dormiu silenciosamente acomodado detrás dela, com uma perna recostada entre suas coxas.
Isto era o céu. E pela primeira vez em um longo tempo, ela sentiu a sensação de pertencer. De aceitação. Vane não se preocupava que ela não fosse magra. Não lhe
importava que estivessem sobre uma raquítica cama velha em um apartamento pequeno.
Ele pareceu feliz somente por estar com ela.
E essa era a parte mais agradável de tudo isto.
Vane jazia ali silenciosamente, escutando o suave ressonar de Bride enquanto ela dormia em seus braços. Seu aroma impregnava sua cabeça. Não havia nada que fosse
mais perfeito que seu aroma misturado com o seu. Que a sensação dela em seus braços.
Ele estava dolorido e esgotado. E amava cada partícula disso. Ele olhou para a mão dela e retirou sua magia para que seu sinal fosse visível, também.
Companheiros.
Ele pressionou sua marca com a dela e entrelaçou seus dedos juntos. Eles teriam que fazer amor com suas mãos unidas para, desta maneira, poder completar seu ritual
de união.
Bride teria que aceitá-lo.
E ele teria que abrir-se a ela.
Nos primeiros raios de luzes da alvorada, isso não era tão espantoso para ele como deveria ter sido.
Fechando seus olhos, ele deixou que o sonho se derramasse sobre ele, e pela primeira vez em meses não esteve atormentado por pesadelos. Só sentia a paz de sua companheira
recostada contra ele.
Mas o que passaria uma vez que sua companheira averiguasse que ele não era o homem que pretendia ser?
Ela poderia alguma vez aceitar o lobo que vivia dentro dele?
Ele não sabia, mas prometeu que seria honesto com ela. Uma vez que ela estivesse acordada, ele seria claro em relação a tudo.
Ele só esperava que fosse honesto com ela não fizesse que a perdesse para sempre.
Bride despertou quinze minutos depois da hora de abrir sua loja. Enquanto se separava de Vane, o braço dele se apertou ao redor dela só um segundo antes que ele
despertasse.
Os profundos olhos cor verde-avelã se abriram, logo entortaram contra a luz brilhante do sol da manhã que entrava pelas janelas.
—Que horas são? —perguntou sua voz profunda e rouca.
—São quinze para as dez.
Ele esfregou sua mão sobre seu rosto e gemeu.
Bride reprimiu um sorriso por isso.
—Não é madrugador?
—Não - disse ele bruscamente, rodando sobre suas costas. Ele ficou com um braço sobre seus olhos para proteger-se da luz.
Bride teve que suspirar na imagem que ele apresentou jazendo nu em sua cama. As mantas estavam retorcidas sobre seu corpo, mal cobrindo aquelas longas e masculinas
pernas. Seu peito estava completamente nu, exibindo os músculos de seu abdômen, peitorais, e braços. Suas escuras costeletas adicionavam uma masculinidade quase
mortal a seu rosto, que era coroado por seu comprido cabelo caprichoso.
Santo céu, ele era espetacular.
Ele moveu o braço mais acima do rosto para olhá-la com um olho.
—Só dormimos durante quatro horas, por que está acordada?
Ela colocou seu chambre rosado sem levantar-se da cama.
—Tenho que trabalhar.
Ele estendeu sua mão para afundá-la profundamente no cabelo dela.
—Alguma vez tem um dia livre?
—Só se fizer planos com a Tabitha adiantado para que ela ou alguém de seu pessoal venha e me cubra. E certamente fecho os domingos. Mais que isso, não.
Ela beijou sua mão, logo se separou de seu braço. Ele o deixou cair de novo na cama sem fazer nenhum comentário.
Levantando-se, ela o deixou na cama e foi tomar banho.
Vane jazeu silenciosamente enquanto escutava a água caindo no outro quarto. Seu corpo inteiro lhe doía pelos esforços da noite passada, mas a dor era por ter desfrutado
e não vinha nem das costas, o peito ou os braços por ter sido atacado com garras. Ele tinha tido muita diversão com Bride ontem à noite e a diversão era algo que
faltava profundamente em sua vida.
Ele fez uma careta ante o resplendor da luz da manhã. Ele realmente odiava as manhãs.
Forçando-se a levantar-se, colocou suas calças e fechou seu zíper, mas deixou o botão desabotoado quando se dirigiu à cozinha. Bride gostava de comer duas torradas
com geléia pela manhã.
Enquanto o pão torrava, ele cortou sua bergamota para ela e a orvalhou com uma colherada de açúcar, logo lhe serviu um copo de suco de laranja.
Ele punha a geléia sobre a torrada quando ela saiu do banheiro e parou para olhá-lo fixamente.
—O que? —perguntou perplexo pela profunda expressão no rosto dela.
—É esse seu café da manhã?
Vane fez uma careta.
—Não. Eu ia fritar um pouco de bacon para mim.
—Então como sabia que eu gostava de comer isto?
Vane fez uma pausa enquanto se dava conta que o homem Vane não saberia o que o lobo Vane sabia. Limpando sua garganta, encolheu-se de ombros.
—Eu abri o refrigerador e vi a geléia e a bergamota. A maioria das pessoas só come isso no café da manhã então me imaginei que não te importaria.
Ela pareceu aceitá-lo enquanto tirava a toalha de seu cabelo e a punha sobre sua cadeira.
—Obrigado - disse ela, lhe dando um beijo na bochecha.
Vane fechou seus olhos enquanto seu corpo se endurecia imediatamente. Sem pensá-lo tomou-a em seus braços para beijá-la com um beijo muito mais satisfatório. Ele
arrastou seus lábios por seu pescoço enquanto lhe abria a frente de seu roupão e atraía seu corpo nu contra o dele.
Bride gemeu ao sentir seu fresco e duro corpo contra o seu. Ela deslizou sua mão sobre os músculos de suas costas e sentiu as cicatrizes que ele tinha ali. Seu queixo
e bochecha barbudos raspavam delicadamente contra sua pele.
—Se continuar com isto, nunca conseguirei abrir minha loja.
—Mantenha fechada e fica comigo.
Ela tomou sua cabeça em suas mãos enquanto sua língua brincava com cuidado em sua garganta.
—Não posso.
Ele se afastou.
—Sei. Eu só o desejava - Ele a liberou, logo atou o cinto de seu roupão—. Tome seu café da manhã.
Bride se sentou em sua pequena mesa de estilo bistrô* enquanto ele voltava para a cozinha para fazer seu bacon. Ela mordiscou uma das torradas e o olhou. —Tem muita
coragem para fritar bacon sem uma camisa. Não tem medo que isso te machuque?
Ele deu de ombros.
—Isso realmente não dói.
Ela franziu o cenho enquanto ela remontava várias cicatrizes com seu olhar.
—Como obteve tantas cicatrizes, Vane?
Vane se debateu em como lhe responder. Ela não estava pronta para a verdade... Que eram cicatrizes de batalhas, de quatrocentos anos de perseguição por parte dos
Arcadianos quem pensavam que ele era um Assassino Katagaria. Em realidade, eles pensavam que qualquer macho Katagaria era um Assassino. Que tinha sido forçado a
lutar contra sua própria manada para manter o seu irmão a salvo. Algumas delas eram por lobas com que tinha estado.
Algumas eram por chicotadas.
—Não tive uma vida fácil, Bride - disse ele tranqüilamente enquanto punha o bacon em uma frigideira. Ele girou para olhá-la—. Nunca tive nada pelo que não tivesse
que pagar com sangue e osso. Até você.
Bride estava sentada ainda quando o verde olhar a transpassou. Havia algo em sua aberta expressão que lhe intrigava. Ele se mostrava sem ocultações, ela o sentia.
Deus, seria tão fácil amar a este homem. Não lhe pedia nada e era tão incrível dando. Esse momento se mostrava surrealista para ela. Ela nunca tinha conhecido a
ninguém como ele.
Isto era muito fácil.
Essa inquieta voz no fundo de sua cabeça rondava desagradável, por sua cabeça. Nada era perfeito. Nada era tão fácil.
Tinha que termais dele que ela não via. O que, se não o havia?
E se ele realmente era tal como parecia? Ela não podia ver nenhum engano. Talvez fosse porque não havia nenhum.
—Obrigado por ontem à noite, Vane - disse ela.
Ele inclinou sua cabeça a ela, logo voltou para seu bacon. Ele o tirou da frigideira e o colocou sobre um prato, apagou o fogo e levou seu prato à mesa.
—Quer uns? —perguntou.
Bride tomou duas crocantes tiras enquanto ele se servia um copo de suco. Havia algo tão íntimo sobre compartilhar o café da manhã com ele. Ela não sabia o que era,
mas em cinco anos com o Taylor, ela nunca tinha experimentado nada parecido a isto. Isto era maravilhoso.
Ela comeu rapidamente, logo se levantou.
—Pare - disse Vane enquanto ela levantava com o que tinha usado—. Se eu preparei eu limparei.
—Realmente é muito bom para ser verdade - disse ela, beijando o topo de sua cabeça antes de lançar-se sobre seu guarda-roupa.
Vane tentou não olhá-la vestir-se, mas não podia deter-se. Excitou-se só de vê-la colocar sua roupa íntima e seu vestido.
Inclinando sua cabeça, deu-se conta que ela nunca levava calças. Sempre tinha vestidos soltos nos tons escuros da terra ou negro. Ela deslizou seus pés em um par
de sapatos planos e escovou o cabelo. Então o atou naquele nó familiar.
Vane estava encantado por suas ações. Havia tantos detalhes complicados em sua rotina durante a manhã. Como na forma em que colocava a maquiagem e logo o pó. Os
movimentos exatos ao colocar a máscara de cílios e o lápis labial.
Ele gostava de olhar o modo em que ela artisticamente se vestia e dava forma a seu cabelo.
Bride fez uma pausa quando encontrou os olhos dele no espelho.
—Algo está mau?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Somente penso que estou contente de não ser mulher. Não posso imaginar colocando tudo isso a cada dia.
Ela riu dele e seu coração palpitou.
Assim que terminou, recolheu suas chaves e se dirigiu à porta.
—Você fecha? —perguntou-lhe ela.
Vane assentiu.
Soprou-lhe um beijo, logo o deixou sozinho em seu apartamento. Fora, ele podia ouvi-la chamando o lobo enquanto caminhava para sua loja.
Ele se abateu por isso. Ia ter que lhe dizer.
Quanto mais demorasse, mais difícil seria.
—Bem. Vou fazer.
Depois de tomar banho.
E vestir-se.
E limpar.
Uma hora mais tarde, enquanto Bride tirava o pó em sua loja, ela sentiu que lhe arrepiavam os cabelos da nuca.
Ela girou a espera de ver alguém atrás dela.
Não havia ninguém ali.
Ela esfregou seu pescoço e jogou uma olhada ao redor. De todos os modos o sentimento estava ali. Era quase maligno.
Como isso era estranho?
Franziu o cenho, foi olhar às janelas. Não havia ninguém aí.
—Bride?
Ela gritou e se deu volta para encontrar ao Vane que vinha do quarto detrás.
Ele acelerou seus passos para chegar a seu lado.
—Está bem?
Bride riu nervosamente de sua infantilidade.
—Sinto muito. Não te ouvi vir pela porta de atrás. Somente me assustou.
—Está segura que isso é tudo?
—Sim - disse ela, inspirando profundamente.
Vane estava vestido com suas calças negras e sua camisa. Ele devia ter deixado seu terno em seu apartamento. Distanciando-se dela, ele se mostrava estranho e parecia
aborrecido consigo mesmo.
OH Deus, aqui vem...
—Tem que retornar a sua vida, né? —perguntou ela, tentando ser valente, enquanto por dentro, ela lutava para não chorar.
—Que vida? —Ele a olhou confuso por sua pergunta—. De que falas?
—Esta não é a parte onde me diz que nos divertimos e rompe comigo?
Ele a olhou até mais confuso.
—É isso o que supõe que devo fazer?
—Bem, não. Penso, não sei. Não é a isso aonde se dirigia?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Não. Eu somente ia dizer que... —A voz de Vane se arrastava quando ele olhou além dela, à porta.
Bride deu a volta para ver duas mulheres entrar na loja.
Vane se distanciou enquanto ela as saudava. Elas começaram a olhar, mas seus olhos voltavam para o Vane, quem se moveu para parar perto de seu balcão.
Bride se ocupou reorganizando o mostruário de colares. Ela podia confiar em que Vane queria falar com ela, mas quando aquelas duas clientes se foram, três mais entraram.
Vane olhou enquanto Bride mostrava sua mercadoria às mulheres. Ele realmente queria terminar com isto, embora o último que precisasse era uma audiência quando lhe
dissesse que era um were-wolf.
Mais clientes entraram.
Ah, isto ficava mau.
Ele poderia usar seus poderes para fazer que as mulheres se fossem, mas não queria interferir em seu negócio.
—Vou esperar la fora um momento —lhe disse ele enquanto ela atendia por telefone uma cliente.
—Está bem? —perguntou ela.
—Bem - disse ele—. Estarei atrás.
Ele se dirigiu ao depósito, logo foi pela porta traseira que conduzia ao pátio.
Maldição.
—Está bem - respirou ele. Ele teria muito tempo para falar com ela mais tarde. Ele somente queria terminar com isto o quanto antes.
—Vane.
Um tremor frio desceu por sua espinha enquanto ouvia a voz baixa e grave dentro de sua cabeça.
Ele ficou rígido e foi à porta para ver se via um sinal do que tinha feito com que seu corpo se gelasse. Vindo do Iberville estava um dos últimos animais que ele
esperava ver.
Era Fury em forma humana.
Igual em altura ao Vane, Fury tinha o cabelo loiro comprido até os ombros e os olhos que eram uma sombra mais escura que turquesa. Ele levava seu cabelo recolhido
em um rabo de cavalo e jeans azul apertado com uma camisa negra de manga longa.
O lobo se aproximou dele com um passo mortal e cuidadosamente moderado. Poder e força exalavam de cada molécula de seu corpo. Este era um dos poucos lobos com o
que Vane nunca tinha procurado lutar.
Não, não é que ele pensasse que não podia com o Fury. Ele estava certo que poderia, mas Fury não era o tipo de lobo que lutava limpo. Era muito mais provável que
arrancasse sua garganta enquanto dormia.
Havia um brilho divertido nos olhos do lobo quando parou ao lado de Vane e jogou uma olhada para onde Bride estava de pé dentro de sua loja.
—É descuidado, adelfos*.
—Não somos irmãos, Fury. Que diabos faz aqui?
Sua risada se converteu em tortuosa, maligna.
—Queria te advertir que seu pai sabe que você e Fang estão vivos. Eu era um dos escolhidos para matá-los.
Vane ficou rígido.
—Relaxe - disse Fury—. Se te quisesse morto, eu teria atacado.
—Por que não quer?
—Devo-te uma, recorda?
Isso era verdade. Ele tinha salvado a vida do Fury quando o lobo se uniu pela primeira vez a sua manada— Esperou um longo tempo para pagar.
Ele deu de ombros.
—Sim, pois algumas coisas levam tempo.
—Não entendo por que rompe com a manada para me ajudar.
Um sorriso sinistro encurvou seus lábios.
—Porque mijaria no velho. Odeio-o, ele te odeia, então acredito que isso me faz seu novo melhor amigo.
Isto era uma novidade para o Vane.
—Por que o odeia?
—Tenho meus motivos e eles são todos meus e não para consumo público.
—Então por que ficaste na manada todos estes séculos?
—Outra vez, tenho meus motivos.
Sim, Fury era uma criatura estranha.
—Se eles alguma vez averiguarem que me disse isso, matarão-lhe.
O lobo deu de ombros despreocupadamente.
—Todos morreremos algum dia - Fury levantou uma sobrancelha enquanto Bride ia se aproximando pelo canto, logo retornou porque mais clientes se aproximaram de sua
pequena boutique. Ele sentiu algo no ar. Seus olhos se alargaram. —Está marcado.
Vane o agarrou pela garganta e o empurrou contra o edifício.
—Tranqüilo, Vane - disse Fury. Não havia nenhum medo na besta. Só entretenimento e honestidade—. Não farei mal a sua companheira, mas Stefan e os outros farão.
Vane não duvidava disso. Stefan entregaria ambos os testículos para ter a oportunidade de lhe fazer dano.
—Quais caçam?
—Eu, Stefan, Aloysius, e Petra.
Vane amaldiçoou. Cada um deles tinha um motivo pessoal que resolver com ele, sobre tudo Petra, quem o odiava porque ele a tinha evitado quando ela tentou unir-se
com ele, e logo se colocou entre ela e Fang. Se eles alguma vez soubessem de Bride, matariam-na sem vacilação... Somente para feri-lo. E isso era se eles fossem
amáveis. Os machos de sua manada fariam muito pior se a encontravam.
Sempre que um macho marcado rompia com a manada, a manada devolvia o golpe castigando a sua companheira.
Vane mataria a qualquer um que fizesse isso a Bride. Qualquer.
—Vai tirar sua mão de minha garganta agora ou tenho que te machucar primeiro?
Vane pensou, logo o liberou.
—Agradecido - disse Fury enquanto arrumava sua camisa com um puxão.
—Olhe - disse Fury, seu tom terrivelmente sério. —Eu nunca tive um problema com você ou com o Fang, sabe isso. Francamente, vocês eram os dois únicos Strati que
jamais pude suportar. Imagino que foi suficientemente difícil perder a Anya. Não necessitam esta merda só porque seu pai tem medo que vás apoderar-te de sua manada.
Vane amaldiçoou.
—Não poderia me importar menos a manada.
—Sei. Acredite ou não, odeio a injustiça tanto quanto você. A última coisa que quero é ver os dois únicos lobos decentes da manada mortos.
Essas foram palavras inesperadas. Mas por outro lado, Fury tinha se mantido a distância de outros na manada muito mais que o Vane o tinha feito. O lobo não confiou
em ninguém. Não acreditou em ninguém.
Fury começada a afastar-se dele.
—Fury, espera.
Ele o olhou, com sua sobrancelha arqueada.
—Obrigado por avisar-me.
Fury inclinou sua cabeça.
Nesse momento, ele sentiu uma estranha afinidade com o lobo. Para não mencionar o fato que agora devia ao Fury, e Vane sempre pagava suas dívidas por completo.
—Por onde estará?
Fury deu de ombros.
—Não sei. Suponho que sou um lobo solitário —Ele uivou baixo—. Um clichê infernal, verdade?
O lobo realmente estava louco.
Vane olhou de novo a Bride pelas janelas de sua loja e um pensamento o golpeou.
—Posso confiar em ti, Fury?
—Não - respondeu ele francamente—. Sou um lobo e sempre vou fazer o que for melhor para mim. Por quê?
Vane vacilou, mas ao final, não tinha nenhuma outra opção exceto fazer um pacto com o lobo.
—Como preciso ajuda pelo próximo par de semanas. Não posso estar em dois lugares de uma vez.
—Hum —Fury suspirou com incredulidade—. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que Vane Kattalakis pedisse a outra alma vivente ajuda.
Ele não fez caso ao sarcasmo.
—Se me ajudar até que Bride esteja livre ou totalmente unida a mim, assegurarei-me que nunca tenha que caçar para outra manada jamais.
Fury não disse nada.
—Sei o quanto você gosta de estar sozinho, Fury — disse Vane, sua voz traindo sua própria dor ao ter sido abandonado pela sua própria. Você me ajuda na defesa e
te jurarei irmandade.
Isto era algo que jamais se fazia as pressas. Tomar um juramento de lealdade de sangue era quase tão comprometedor como o acoplamento. Este era um juramento inquebrável.
Fury não tinha ninguém mais sobre esta terra. Sua família estava toda morta e ele tinha vindo a eles como um jovem assustado e inexperiente.
Fury olhou à distância antes de assentir.
—Bem, Vane. Farei.
Vane soltou um lento suspiro enquanto apresentava sua mão ao Fury. Por qualquer razão, sentiu-se como se acabasse de fazer um pacto com Lúcifer.
Fury vacilou, logo estreitou sua mão.
—Então o que necessita que eu faça?
Vane viu que Bride se dirigia de novo para eles.
—Por agora, preciso que finja ser eu, como lobo. Estive me fazendo passar pelo mascote de Bride para protegê-la, e agora que estou em forma humana, realmente não
poderia estar perto como lobo sem levantar suas suspeitas —Sobre tudo ele não se atrevia a lhe dizer a verdade sobre ele até que encontrasse algum modo de tirar
os caçadores de seu rastro.
Fury riu disto.
—Que condenada boa coisa que ambos tenhamos pele branca, não?
— Sim. Agora poderia tomar sua forma de lobo?
Fury parou fora da linha de visão de Bride e se transformou em lobo. Dois segundos mais tarde, ele levantava sua pata perto do pé de Vane.
—Faz, Fury, e vou castrar você.
Ele poderia ouvir Fury rindo em sua cabeça.
—OH - Fury disse em sua cabeça. —A propósito, esqueci de te dizer que outros sabem que Fang está no Santuário.
Vane ficou gelado uma vez mais.
—O que?
—Sim. Seu pai lhes disse que não o atacassem enquanto os ursos estavam pressentem. Mas ao minuto que esteja sozinho...
—Cuida de Bride.
—Que…
Vane se transportou imediatamente ao Santuário.
Fury ficou sentado na rua, completamente confuso sobre o que devia fazer.
—Vane?
Ele não respondeu.
Ah! merda. Como lobo ele não tinha nenhum modo de dizer a Bride onde tinha ido Vane, e a última coisa que queria era tratar com uma fêmea humana angustiada que não
podia encontrar a seu companheiro.
Isso não estava bem.
Voltando a forma humana, Fury rapidamente recolheu sua roupa da rua e se vestiu. A diferença de Vane, sua força era física, não mágica. Ele poderia dirigir a magia,
mas nem de perto com tanta precisão como Vane. Se ele tentasse colocar sua roupa com seus poderes, teria a metade corretamente colocada e o resto, por aí. E não
seria estranho que uma meia terminasse como uma camisa, então ele se apressou a vestir-se enquanto rezava para que ninguém o encontrasse com meio traseiro nu na
esquina da rua.
Quando Bride deu a volta pela esquina, ele tinha tudo exceto seus sapatos.
Ela se deteve de repente quando o viu colocando sua bota.
—Uma pedra em meu sapato - explicou sem convicção. A mentira tampouco era seu forte.
—Ambos os sapatos? —perguntou ela.
—Estranho, não?
Jogou-lhe um estranho olhar antes que explorasse o pátio detrás dele.
—Se buscas ao Vane, ele não está aqui.
—Conhece-o?
—Uh, sim.
Lançou-lhe um penetrante olhar.
—E você é?
—Fury.
—Fury?
—Sim, sei. Minha mamãe estava colocada com crack quando me pôs o nome.
Pela imagem de seu rosto ele poderia entender que provavelmente deveria manter sua boca fechada.
—Uh-huh - disse Bride, dando um passo para afastar-se dele.
Fury deu um passo para frente. Ela estava se assustando agora, ele podia cheirá-lo.
—Sério, está bem. Não vou fazer dano. Vane me disse que te vigiasse até que ele retornasse.
—Aonde ele foi?
Fury se assustou com a pergunta. Condenados humanos com suas naturezas inquisitivas. Várias mentiras apareceram em sua cabeça, mas todas elas provavelmente conseguiriam
colocar ao Vane em um problema então se decidiu a que era menos provável que a ofendesse.
—Ele foi urinar.
Sim, isto foi estúpido, ele se deu conta assim que seu rosto ficou vermelho.
—De onde vem?
Como poderia responder a isso. Se lhe dissesse que se transportou a si mesmo de Nebraska a Nova Orleans uma hora atrás ela teria saído para chamar os policiais.
Ele assinalou rua abaixo.
—Daquele lado.
Ela estava ainda mais nervosa que antes.
Fury lhe ofereceu um sorriso que esperava que não fosse muito sinistro. Não estava acostumado a tentar que as pessoas não lhe tivessem medo. Normalmente se deleitava
fazendo que os humanos se molhassem de terror.
Isto era uma estranha mudança de pautas para ele.
—Sério - disse ele— juro que sou certo.
—E eu deveria acreditar, por quê?
Ele fez uma pausa antes que lhe desse uma resposta que esperava que a calmaria.
—Sou o irmão de Vane e ele me daria patadas em minha bunda se te fizesse mal.
Bride olhou fixamente ao estranho extraordinariamente formoso homem diante dela. Apesar de suas palavras, havia um ar de sinistro perigo nele. Ele se parecia com
pessoa que poderia cortar a garganta de alguém e logo rir disso.
—Não te parece com o Vane.
—Sei - disse ele—. Eu saí a nossa mãe e ele a nosso pai.
—Uh-huh.
Ele suspirou e deixou suas botas sobre a terra.
—Olhe, basicamente me cago nas aptidões sociais, ok? Somente finge que não estou aqui até que Vane retorne. Vigiarei-te, você me ignorará e o teremos bem. Soa bem
para ti?
Ela não estava segura. Algo sobre ele a fazia querer correr para dentro e fechar a porta. Ela poderia confiar nele?
—He! Bride? Pode me atender?
Ela olhou para a entrada de sua loja onde uma de suas clientes regulares estava parada com um vestido em suas mãos.
—Claro Teresa. Estarei ali - disse ela, afastando do homem estranho diante dela.
Ele colocou suas botas, logo a seguiu.
—O que faz? —Perguntou ela enquanto ele a arrastava para dentro de sua loja.
—Te vigiando. Só não me faça caso.
Era difícil não fazer caso a alguém que era muito mais alto e horripilante que ela.
—Por quanto tempo Vane foi? — ela perguntou enquanto caminhava através de sua boutique.
—Não sei, ele deve ter tido que ir desesperadamente. Poderia ser uma coisa da bexiga. Não estou certo.
Ela ficou boquiaberta ante ele.
Ele a olhou extremamente incômodo.
—Simplesmente, vou calar-me agora e estarei aqui observando. Isso é no que sou melhor.
Ele o fez e ela teve que estar de acordo. Embora silencioso Fury era bastante intimidador. Ela tinha que lhe dar crédito ao homem, ele definitivamente conhecia seu
forte.
Vane se materializou na Casa Peltier, fora da porta do Fang. Ele estava totalmente quieto, escutando.
Sentindo.
Não havia nenhuma perturbação. Nenhum aroma de alguém mais. Nenhuma sensação de sentimentos provando o plano dele ou do Fang.
Tudo parecia completamente normal.
Relaxado, empurrou para abrir a porta e encontrou ao Fang tal como Vane o tinha deixado. Sozinho em sua cama.
Vane entrou lentamente no quarto, só para assegurar-se que Fang estivesse bem.
Ele foi ao lado mais afastado da cama. Fang não se moveu ou suspirou. Sua garganta se oprimiu. Fang parecia não respirar.
—OH Deus, não - disse ele, afogando-se no pânico.
Vane agarrou a seu irmão, quem imediatamente ladrou e grunhiu.
Ele apertou seu abraço sobre a pele do Fang. —Maldito seja, bastardo! —grunhiu com ira—. Morre sobre mim e juro que te arrancarei a garganta.
Fang o mordeu até que Vane o liberou. Seu irmão se recostou de novo na cama em seu estado comatoso.
—Fang, escuta. Pai sabe que estamos aqui e enviou um esquadrão atrás de nós. Vamos, me fale.
Ele não o fez. Fang simplesmente, ficou deitado aí, olhando fixamente ao vazio.
—Vamos, Fang, isto não é lindo para mim. Não sei o que fazer para te ajudar. E a senhorita Anya tampouco —Ele tentou fazer que Fang o olhasse— e eu sinto saudades.
Imóvel, seu irmão não lhe respondeu.
Vane quis matá-lo por sua obstinação.
E então sentiu uma estranha ondulação no ar ao redor dele. Jogou uma olhada sobre seu ombro para ver que Stefan estava de pé ali com um sorriso sarcástico em seu
rosto.
Sem pensá-lo um segundo, Vane atacou.

CAPITULO 6

Vane agarrou a Stefan pela cintura e os dois atravessaram a dura porta de carvalho, saindo no corredor.
Aimeé Peltier saltou para afastar-se deles e começou a gritar por ajuda enquanto Vane atirava ao Stefan ao piso e o esmurrava com força e com fúria.
Em vez de atacá-lo, Stefan trocou a sua forma de lobo e correu pelas escadas. Vane correu detrás dele. Mas antes que Stefan pudesse escapar deles, Wren, que em sua
forma humana saltava para eles, agarrou ao lobo pelo pescoço e o arrastou de retorno ao corredor.
Stefan grunhiu, tentando morder ao Wren. O leopardo o sustentou com uma confiada força que deu ao Vane um descanso. Ele não tinha nem idéia que o jovem e tranqüilo
Katagaria fosse tão forte.
Vane se deteve, respirando entrecortadamente, enquanto Nicolette saía de seu quarto ao final do vestíbulo.
Aimeé correu para sua mãe enquanto Wren mantinha preso ao lobo que grunhia.
—O que é o que se passa aqui? —perguntou Nicolette.
Vane assinalou ao lobo.
—Ele estava no quarto do Fang.
Stefan trocou a sua forma humana, colocado em sua roupa, logo apartou ao Wren dele.
Wren apenas se afastou um passo e a imagem de seu rosto prometia um Armagedon* se Stefan o tocava outra vez.
Aquele áspero olhar conseguiu tranqüilizar a Stefan e se afastou outro passo do leopardo.
—Eu não estava fazendo nada. Eu só comprovava se eles realmente estavam aqui - Stefan curvou seu lábio para o Vane—. Vane me atacou.
Stefan se voltou para o Nicolette com uma expressão que era quase receosa.
—Pensei que era contra as regras do Santuário atacar a alguém sem provocação.
Vane estreitou seus olhos enquanto começava a entender. Ele compreendeu muito tarde que tinha sido tudo preparado.
Stefan foi mais preparado que Vane, nisso terei que lhe dar o crédito.
—Vane? —Nicolette o olhou—. O que ele diz é verdade? Atacou-o?
—Ele devia matar ao Fang. Você sabe que sim.
—Mas ele o atacou?
Vane ficou rígido enquanto olhava ao Stefan.
—Ele teria feito a não ser se fosse tivesse detido.
—Ele atacou primeiro, ou o fez você? —insistiu Nicolette.
A ira de Vane rompeu seu controle.
—O que é você? Uma advogada de merda?
—Cuida seu tom, Vane - advertiu Nicolette severamente—. Sou a lei suprema aqui e você sabe.
Vane se desculpou embora ficasse entupido por fazê-lo.
Wren lhe brindou um pormenorizado olhar que dizia que também gostaria de esquartejar ao Stefan. Seu corpo inteiro se retorcia por fazê-lo, mas ficou quieto.
Nicolette levantou seu queixo aceitando a desculpa de Vane.
—Agora me diga a verdade. Quem atacou primeiro?
Vane queria mentir, mas Nicolette o sentiria e isso só pioraria as coisas.
—Eu.
Ela fechou seus olhos como se isto lhe doesse. Quando os abriu, sua expressão dizia quanto lamentava o que estava a ponto de dizer.
—Então não tenho nenhuma opção exceto te mandar embora, Vane. Sinto muito.
Os olhos do Stefan brilharam.
Naquele momento, Vane os odiou a todos por igual. Assim que isto era o que conseguia. Ele era castigado por proteger a seu irmão.
Assim seja. Esta não seria a primeira vez que isto lhe passava. Ao menos Nicolette não o tinha açoitado como castigo.
—Bem - disse com os dentes apertados.
Vane se dirigiu ao quarto do Fang para recolher a seu irmão, só para descobrir que Aimeé Peltier se precipitava a detê-lo. Ela fechou de repente a porta, logo correu
para bloquear seu passo até a cama.
Ele tentou passar ao redor dela, mas ela não o deixou.
—Vane, me escute. Mamãe só está zangada. Dê-lhe tempo...
—Não, Aimeé - disse Vane em um tom terrivelmente baixo, enquanto lutava por não descarregar sua ira nela—. Eu conhecia as regras e as rompi. Sua mãe nunca me perdoará
por isso e você sabe.
Aimeé levantou seus braços enquanto ele tentava passar por diante dela.
—Deixa Fang aqui - insistiu ela—. Você, eu e até mamãe sabemos o que Stefan está fazendo. Assegurarei-me que Fang nunca fique sozinho. Ficarei com ele eu mesma cada
momento do dia e da noite. Ninguém lhe fará mal enquanto ele resida no Santuário.
Sua oferta o confundiu. Ele não entendia por que se preocuparia com o que lhes passasse.
—Por quê?
Seus olhos pálidos eram suaves e amáveis quando ela levantou a visão para ele e deixou cair seus braços a seus lados.
—Porque ninguém deveria ser machucado da maneira com que vocês foram. O que eles fizeram foi cruel e desnecessário. Esse foi um castigo humano, não um animal. Perdi
a irmãos e sei diretamente a dor que vocês sentem em seu coração por Anya. Não deixarei morrer a Fang, juro.
Ela jogou uma olhada à mão dele onde seu sinal estava escondido, logo ela contemplou a porta detrás dele como se tivesse medo que alguém pudesse ouvi-la por acaso.
Ela baixou sua voz.
—Agora tem a outra para proteger. A última coisa que precisa é ao Fang contigo neste estado. Vá e proteja-a. Pode me chamar em qualquer momento, dia ou noite, para
averiguar sobre seu irmão.
Vane a tomou entre seus braços e a abraçou amavelmente.
—Obrigado, Aimeé.
Acariciou-lhe as costas.
—Até qualquer momento. Agora vá, e espero que de patadas a esse lobo de merda ali fora.
Ele riu com pouco entusiasmo antes de afastar-se dela e retornar ao vestíbulo.
Stefan arqueou uma sobrancelha provocativamente, aguilhoando-o para que Vane lhe fizesse mal.
Mas ele não era estúpido.
De acordo, Vane lhe faria mal, mas não o faria na propriedade de Nicolette.
Em troca, Vane deu a volta para a Nicolette para assegurar-se que Stefan entendia o que ele tinha intenção de fazer.
—Fang não rompeu nenhuma das regras. Está a salvo para ficar?
Nicolette assentiu e jogou um conhecedor olhar a Stefan, que amaldiçoou.
—Ele está sob nosso amparo e nos asseguraremos que não sofra nenhum dano.
Ver a cara do Stefan não teve preço. E isto lhe disse algo. Isto estava longe de terminar.
Vamos, te atreva...
Vane se dirigiu à escada.
—Isto não terminou - grunhiu Stefan.
—Conheço o clichê - disse Vane fatigosamente enquanto fazia uma pausa para olhar de novo ao lobo—. Isto não terminará até que um de nós esteja morto —. Ele lançou
um sorriso satisfeito e insultante ao Stefan. —E para que conste, esse não serei eu.
Stefan grunhiu baixo em sua garganta, mas sabiamente manteve sua distância.
Enquanto Vane ia até a porta da rua, Stefan tentou segui-lo, Wren o deteve.
—As regras do Santuário - disse tranqüilamente—. Vane tem uma vantagem e se tenta segui-lo, estará mancando... Permanentemente.
Vane tentava decidir o que deveria fazer. Uma parte dele estava aterrorizada de ir a qualquer lugar perto de Bride para não dirigir ao Stefan e a outros diretamente
a ela. A outra parte estava aterrorizada de deixá-la sozinha.
Sobre tudo com o Fury ali.
Não havia nenhum modo de que ela pudesse defender-se contra qualquer um deles.
Ele se abateu enquanto recordava as cicatrizes no rosto e no pescoço de sua mãe, as que ela tinha recebido ao lutar com seu pai e seu tessera. Tesseras eram os pequenos
grupos de lobos enviados como soldados ou exploradores. Eles, em geral, matavam a tudo com o que entrassem em contato.
E ele mataria a qualquer um que tocasse a sua Bride. Ninguém jamais lhe causaria dano. Inclusive se ela o abandonasse, ela ainda seria sua companheira, e ele passaria
o resto de sua vida assegurando-se que ela tivesse tudo o que necessitasse.
Quanto ao Fang, ele estava a salvo sob o amparo dos ursos. Vane não tinha dúvida disto.
Mas Bride...
O que deveria fazer? Ele desejava poder tirar o sinal das mãos de ambos. De todos os momentos para encontrar uma companheira, este o pior deles.
Se ela fosse Katagaria, ele só teria que esperar que ela decidisse terminar sua união. Muito poucas fêmeas Katagaria abandonavam a seus companheiros. Se elas o fizessem,
o macho permaneceria completamente impotente até que a fêmea morresse. A fêmea por outra parte seria livre de tomar tantos amantes quanto quisesse, mas nunca seria
capaz de ter filhos com eles.
Isto era pelo que os machos tomavam muito a sério agradar a suas fêmeas e as cortejar durante o período de união de três semanas.
Embora seu conhecimento dos humanos fosse limitado, ele não acreditava que Bride aprovaria que ele aparecesse, de repente, nu em sua cama para logo oferecer a ele
mesmo a sua eterna lealdade.
Isso poderia inclusive, assustá-la.
Não é que ele estivesse nem sequer pensando em unir-se com ela, de todas as maneiras. Ele não tinha nem idéia do tipo de meninos que produziriam. O que faria ela
se dava a luz a um filhote?
Ao menos sua mãe humana tinha tido a suficiente decência de não matar os próprios filhotes. Ela os tinha deixado com seu pai e tinha desaparecido.
Mas por outro lado, sua mãe tinha sido uma Arcadiana. Ela sabia e entendia o que seu pai tinha sido. E odiava a seu pai por isso desde esse dia. Ela odiava a todos
eles por isso.
Não é que nada disso importasse. Vane tinha que voltar e conseguir afastar a Fury de Bride. O lobo era imprevisível no melhor e terrivelmente preciso no pior dos
casos.
Vane se transportou para dentro da loja dela, tomando cuidado em escolher um armário no quarto traseiro onde ele duvidava que ela estivesse. Não faria nada para
assustá-la
Ele saiu e foi ao pátio traseiro onde encontrou ao Fury fora da porta em forma humana.
—O que está fazendo? —grunhiu Vane. Ele nunca tinha querido que Fury estivesse em sua forma humana perto dela.
—Indo ?
Antes que Vane pudesse responder, Fury trocou a sua forma de lobo.
Bride entrou no pátio um segundo mais tarde.
Vane o amaldiçoou enquanto se obrigava a voltar invisível a roupa do Fury para impedir que ela a visse.
—Ah bom, retornou - disse ela com um sorriso enquanto fechava a porta de sua loja. — Pensei que tinha caído lá dentro.
Vane franziu o cenho.
—Caído dentro do que?
—Seu irmão disse que tinha ido ao banheiro.
Ele agora estava mais confuso.
—Meu irmão?
—Fury - Bride olhou ao redor. —Onde ele foi? Ele estava justo aqui, cuidando da porta de trás enquanto fechava durante uns minutos para almoçar.
—Vamos, Vane - disse Fury em sua cabeça—. Eu não pude pensar em nada melhor.
Ele olhou zangadamente a Fury.
—E por que estava em forma humana perto dela para começar, Fury?Deveria ser um lobo.
—Eu me assustei. Além disso, queria conhecê-la.
—Por quê?
O lobo recusou lhe responder.
—Você sabe, se não me tivesse convertido em humano, ela teria pensado que te escapou dela sem dizer adeus. Não podia lhe falar como lobo, não sem que lhe desse um
ataque.
—Vane? —perguntou Bride—. Está bem?
Vane entre cerro ainda mais seus olhos.
—Fury teve que partir —. É melhor ficar longe como homem se quiser seguir respirando.
Fury grunhiu profundamente em sua garganta.
—OH - Ela olhou para baixo e sorriu ao Fury—. Aqui está meu doce. Estava preocupada com você.
Fury saltou para pôr suas patas contra seus seios e lhe lamber a cara.
—Já, pra baixo - grunhiu Vane, fazendo retroceder ao lobo—. Não faça isso.
—Não importa - disse Bride generosamente.
Fury meneou sua cauda e riu malvadamente, logo tentou olhar para cima por debaixo do vestido de Bride.
Vane o agarrou rapidamente pelo pescoço.
—Para! —grunhiu mentalmente ao Fury—. Ou te arrancarei a cabeça.
Bride lhes olhou com o cenho franzido.
—Você não gosta de meu lobo?
—Sim - disse Vane, acariciando-o bruscamente na cabeça—. Ele é meu novo melhor amigo.
—Sou seu único amigo, imbecil.
Vane apertou seu dedos na pele do lobo como uma advertência.
—Sabe que tem que ser firme com os lobos. Deixar-lhes saber quem manda.
—Seu pai?
Vane lhe deu uma palmada na cabeça ao Fury.
—Owww.
—Sim - disse Bride. Isto é o que meu pai diz sobre todos os caninos.
—Seu pai?
Ela assentiu.
—Ele é o Doutor McTierney, o principal perito na Luisiana sobre o cuidado dos cães. Ele é veterinário no Slidell. Deve ter visto sua publicidade. “Se quiser a seu
mascote castre-o”. Ele fez a campanha completa.
—A sério - disse, sorrindo abertamente ao Fury—. Talvez nós deveríamos fazer uma consulta.
— Sim, claro. Tenta e morrerá.
Vane apertou seus punhos enquanto tentava ocultar sua ira a Bride. Ele estava só a um passo de distância de afogar ao lobo diante dela.
Bride franziu o cenho enquanto ela brincava uma olhada ao Fury.
—Que estranho... —ela procurou sua pata traseira—. Não recordo que tivesse uma mancha marrom ali.
Vane lançou uma maldição enquanto compreendia que Fury não era idêntico a ele. Maldição, ela era observadora.
—Talvez só não notou antes —disse ele, tentando distraí-la.
—Talvez.
Bride lhes conduziu através do pátio traseiro. Abriu a porta de seu apartamento e deixou entrar o lobo. Ela fez uma pausa na entrada.
Vane apoiou sua mão contra o marco da porta em cima de sua cabeça e lhe sorriu.
—Está nervosa - ele disse brandamente—. Por quê?
—É que não estou segura do que faz aqui ainda.
—Estou falando contigo.
Ela riu disso.
—Sabe, precisamente não tenho um manual de etiqueta sobre o que fazer quando um homem magnífico passa por minha vida um dia, dá-me um colar caro pelo que estive
morrendo, temos o melhor sexo de minha vida, e desaparece. Então aparece de novo assim que preciso um herói e pagando mais dinheiro do que esses peões provavelmente
fazem em seis meses só para me dar uma mão. Leva-me a um grande restaurante e logo passa uma noite inteira fazendo que minha cabeça de voltas. Não sei aonde nos
dirigimos
—Tenho que dizer é a primeira vez para mim, também - Ele estendeu a mão e deixou que seus dedos roçassem a mecha de seu cabelo que descansava contra sua bochecha—.
O que posso dizer? É irresistível para mim - suspirou ele.
Era difícil ficar normal e racional quando ele a olhava assim. Como se estivesse sedento pelo sabor dela.
—E agora está ainda mais nervosa - Ele suspirou, logo deu um passo atrás.
—Sinto - disse ela calmamente—. Não é você. Sério. É só que não estou acostumada a que coisas como estas me aconteçam.
—Tampouco eu - Baixou sua cabeça e a beijou. Ele saboreou seu sabor até que recordou que tinham uma coisa para resolver.
Abrindo os olhos, viu o Fury lhes olhar fixamente com muita curiosidade.
Ele odiava a esse lobo. A contra gosto, Vane se retirou.
—Por que não fecha a loja durante uma hora e come um verdadeiro almoço comigo?
Bride vacilou, logo assentiu. Almoçar com ele seria maravilhoso.
—Acredito que o farei. Tenho espaguetes no refrigerador. Nós poderíamos ir à loja que está a uma rua de distância e conseguir um bom vinho para acompanhá-los.
Ele pareceu bastante incômodo com sua sugestão enquanto explorava o pátio exterior. Procuraria a seu irmão?
—Isso seria agradável - disse ele, mas sua linguagem corporal desdizia o tom despreocupado.
Pela primeira vez em sua vida, Bride teve uma idéia realmente radical. Ela olhou seu relógio. Eram quase duas e trinta e ninguém tinha entrado em sua loja durante
há meia hora. As sextas-feiras pela tarde eram tradicionalmente lentas para ela...
—Sabe que? —disse ela antes de acovardar-se—. Por que não fecho cedo?
Seu olhar ardeu com interesse.
—Pode fazer isso?
Ela assentiu.
—Me dê uns minutos para fazer o trabalho administrativo.
—Tome seu tempo. Sou todo teu.
O olhar em seus olhos lhe disse exatamente o que queria dizer isso.
Bride mordeu seu lábio ante seu convite. Quão freqüentemente uma mulher ouvia algo assim da boca de um homem que se mostrava como este?
Bride retornou a sua loja e rapidamente fez o arquivamento da caixa registradora. Ela fez seu trabalho administrativo enquanto Vane a contemplava através das estantes.
Era difícil concentrar-se em classificar talões de pagamento enquanto ele estava ali, distraindo-a. Estava dando as costas enquanto olhava as gavetas com anéis.
Ele tinha o traseiro mais bonito que jamais vira em um homem. Pior, ela poderia ver seu rosto refletido no espelho.
E ele poderia ser seu...
Suspirando, ela se obrigou a encher um envelope de depósito bancário. Ele passou por trás enquanto ela colocava todo dinheiro dentro e fechava. Apoiando seus braços
de cada lado dela, ele se inclinou e respirou em seu cabelo como se a saboreava.
—Tem idéia do que me faz Bride?
—Não - respondeu ela francamente.
Vane estava de pé ali, seu coração palpitando grosseiramente. Seu corpo duro e dolorido.
Sua presença aqui era uma loucura. Ele havia limpado seu rastro antes de aparecer aqui, mas Stefan e outros eram tremendamente bons no que faziam.
Não passaria muito tempo antes que eles o encontrassem.
Certamente, enquanto Bride levasse seu sinal, levasse seu aroma, e inclusive se ele a abandonasse, eles provavelmente aproveitariam isso e apareceriam enquanto ele
os procurasse.
Mais que isso, já que Bride não sabia ocultar-se.
Ele estava desesperado por seu sabor e ele sabia que ela não se negaria. Mas ele não podia tomá-la outra vez. Não a menos que ela entendesse o completo impacto dessa
decisão.
E os perigos inerentes.
Ele não deveria estar aqui, na forma humana. Mas a diferença de Fury, sua encarnação mais forte era de humano. Era como podia proteger-se melhor.
Isto também o fazia inclusive mais vulnerável a ela.
Inclinando-se, ele roçou a pele exposta de seu pescoço com seus lábios.
—Desejo que seja minha - ele respirou, inalando o aroma quente de sua pele.
Bride não podia respirar enquanto ouvia o tom profundo, como um grunhido, de sua voz.
Ela se sentia como em uma espécie de estranho sonho. Como isto podia ser real? Ela se inclinou para trás contra o peito de Vane para poder levantar o olhar para
ele.
O olhar sobre seu rosto a abrasou.
Uma risada brincalhona aliviou a intensidade de seu olhar.
—Tomamos as coisas muito rápidas, verdade?
Ela assentiu.
—Sinto-o por isso. Quando eu vejo algo que quero, tenho a má tendência de tomar primeiro e pensar mais tarde sobre se realmente deveria ter.
Ele afastou-se dela e se dirigiu à porta.
—Vamos - disse ele, indicando a porta com sua cabeça—. Acompanharei-te ao banco e conseguiremos o vinho.
Ela se deslizou de seu banco e o seguiu. Lá fora, havia um indício de frio no ar. E uma auréola de perigo ao redor de Vane. Ela tinha a sensação que ele prestava
muita atenção às ruas que os circundavam. Cada vez que alguém se aproximava, ele o olhava atentamente como se esperasse que saltasse sobre eles.
Ela fez seu depósito e logo o deixou escolher o vinho depois que cruzaram a rua e entraram em uma loja sobre Canal Street. Quando ela tentou pagar, poderia ter jurado
que lhe grunhiu como um animal.
—Eu o faço - disse ele.
—Sabe, posso cuidar de mim mesma.
Ele riu disso enquanto tomava a garrafa de vinho do empregado.
—Sei. Desde onde venho a única coisa mais letal que um homem é uma mulher. Acredite, tenho um incrível respeito pelo que uma mulher muito zangada pode fazer.
Ele falava da comunidade outra vez? Por qualquer razão ela não acreditou.
—De onde vem?
—Nasci na Inglaterra.
Bride fez uma pausa ante isso, surpreendida. Mas por outro lado, Vane tinha o hábito de surpreendê-la constantemente.
- Sério?
— Aye, amor - disse ele em um perfeito acento inglês—. Nascido e criado.
Ela riu.
—Fala bem.
Ele abriu a porta da loja para ela sem comentários.
—Gracioso - disse ela, entrando na loja. —Realmente nunca pensei que as inglesas fossem particularmente cruéis.
Ele bufou ante isto.
—Sim bem, você nunca conheceste a minha mãe. Ela faz que Atila o Huno se pareça com um coelhinho fofo.
Havia muita ira e dor em seu tom e em seu rosto quando disse isso. Sua mãe realmente não devia ter um verdadeiro instinto maternal.
—Alguma vez a vê?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Ela esclareceu faz muito tempo que não estava interessada em ter nenhum tipo de relação comigo.
Bride enlaçou seu braço ao redor do dele e lhe deu um ligeiro apertão.
—Sinto muito.
Ele cobriu sua mão com a sua.
—Não o faça. Os de minha espécie não têm mães como...
Bride fez uma pausa na rua.
—Sua espécie?
Vane se deteve aí, petrificado pelo que lhe tinha escapado da boca. Maldição. Com a Bride era muito mais fácil falar que o que devesse ser. Ele estava acostumado
a estar em guarda perto das pessoas.
—Lobos solitários - disse, bobamente tomando emprestado o termo do Fury.
—Ahh, então você é um desses tipos machos “não preciso nenhum tipo de ternura”.
Ele estava acostumado a ser, mas depois de passar um tempo com Bride...
O que sentia por esta mulher o assustava como a merda.
—Algo assim.
Bride assentiu enquanto retorna para sua loja.
—Assim são somente você e seu irmão, não?
—Sim - disse ele, com sua garganta apertada enquanto recordava a sua irmã—. Somos só nós. E você?
— Meus pais vivem no Kenner. Tenho uma irmã em Atlanta a que vejo duas ou três vezes por ano, e meu irmão trabalha para uma assinatura no distrito comercial.
- Esta unida a eles?
—OH sim. Mais unida do que quisesse às vezes. Eles ainda acreditam que deveriam dirigir minha vida.
Ele sorriu. Assim era com Anya estava acostumada a relatar as coisas a ele e a Fang. Isto trouxe uma dor agridoce a seu peito.
—Você deve ser a mais jovem.
—Sabe? Juro que minha mãe ainda me da carinho sempre que vou para casa.
Ele era incapaz de imaginar uma mãe tão carinhosa como essa. Devia ter sido agradável conhecer semelhante amor.
—Não recuse.
—A maior parte das vezes não faço - Bride franziu o cenho para ele — Por que segue fazendo isso?
—Fazendo o que?
—Vigiando a rua como se tivesse medo de que alguém vá saltar sobre nós.
Vane esfregou a parte de atrás de seu pescoço com nervosismo. Ele tinha que dar seu crédito, ela era realmente observadora. Sobre tudo para uma humana.
Quão último podia lhe dizer era que realmente o que temia era isso.
Se Stefan ou outros alguma vez o detectavam...
Ele não queria pensar nas conseqüências.
—Suponho que não poderia te dizer que fechasse sua loja durante um par de semanas e fosse a alguma ilha exótica comigo, verdade?
Ela riu dele.
—Estaria bom.
Sim. Ela sabia pouco, ele era bastante sério. Uma parte dele estava tentada a seqüestrá-la, mas depois do que tinha passado entre seus pais, ele soube que era melhor
não arriscar-se.
Quatrocentos anos mais tarde, sua mãe ainda estava emocionalmente ferida porque seu pai a tinha seqüestrado contra sua vontade. Ele não queria destruir a bondade
de Bride. Sua risada aberta. Deus a ajudasse, ela confiava nas pessoas, e isto era tão estranho que ele faria algo para mantê-la assim.
Ela abriu a porta de seu jardim e o conduziu a seu apartamento onde Fury os esperava.
Precipitando-se para eles, Fury foi diretamente à virilha de Vane para atormentá-lo na maneira típica de um cão.
—Para —gritou, apartando ao lobo.
—Ele gosta de você.
Gosta de me incomodar.
—Sim, notei.
Bride franziu o cenho enquanto se dirigia ao aparelho de som, que tocava a todo volume a velha canção dos Troggs, Wild Thing*.
—Que estranho - disse ela, apagando-o—. Não deixei o rádio ligado.
Vane intensificou seu apertão sobre o pescoço do Fury.
—Isso dói, Vane. Deixe-me.
Ele o fez de muito má vontade.
—Que mais fez?
—Nada, sério. Só olhei um pouco de TV, examinei seus CDs... Ela tem realmente umas boas merdas... E fiz um pouco de café.
—Fury, Era claro que não te moveria!
—Disse vigia, que não implica movimento.
Ele se esticou para o Fury, quem se lançou para a Bride.
—Talvez tenha um fantasma - disse Vane - isto é Nova Orleans, depois de tudo.
—Não é gracioso - disse ela.
Ela tomou o vinho que ele tinha e se dirigiu à pequena cozinha onde o pôs perto de sua cafeteira de duas taças. Ela tirou a jarra e a olhou.
—Que diabos esta acontecendo aqui?
—O que?
Ela encontrou o olhar fixo de Vane.
—Fez café esta manhã?
—Oops - disse Fury. —Em certo modo o fiz. Eu provavelmente deveria havê-lo atirado uma vez que tinha terminado.
—Acredita?
—Seja agradável comigo, homem. Não tenho que ficar aqui.
—E realmente não tenho que te deixar viver, tampouco.
—Está bem? —perguntou Bride enquanto substituía a jarra.
Vane sorriu e obrigou a relaxar sua expressão.
—Estou bem.
—Este café é fresco —. Ela olhou para o Fury, logo sacudiu sua cabeça. —De maneira nenhuma. Isto é simplesmente estúpido.
—O que?
—Nada. Nem sequer o direi por medo de que me encerrem pelo resto de minha vida.
Ela pôs o vinho no congelador para que esfriasse enquanto abria os armários e tirava uma caçarola e uma panela.
Sem pensar, Vane foi à pequena despensa procurar o molho de espaguete. Por alguma razão, gostava de ajudá-la sobre tudo.
—Como sabia que estava ali? —perguntou.
Vane se encolheu. Maldição, ele não deveria ter sabido onde o guardava.
—Este me pareceu o lugar mais provável.
Ela apareceu aceitar isso.
Fury se levantou de um salto e o empurrou para o Bride. Vane tomou fôlego bruscamente quando seus corpos chocaram e sentiu suas curvas viçosas contra ele.
Ela levantou a visão, seus lábios separados por seu suspiro de surpresa.
—Sinto - disse ele, seu coração palpitando—. O cão me golpeou.
—Não sou um cão.
—Vai ser comida para cães se não parar.
—OH vamos, idiota. Ela é sua companheira. Segue adiante.
—Não posso obrigá-la. Acredite-me, é algo que não farei.
Para sua surpresa, Fury assentiu com sua cabeça e o olhou para cima.
—Sabe, acredito que somente por isso te respeito. É um bom lobo, Vane. Agora me dê sua camisa e me deixe sair.
—Para fazer que? —Vane estava tão atordoado que falou em voz alta.
—O que? —perguntou Bride.
—Nada - disse ele, perguntando-se em que ponto dessa noite ela ia decidir que ele estava completamente louco.
—Confia em mim - disse Fury—. Usarei seu aroma para dirigir outros para longe daqui. Ao inferno, quando acabar com o Stefan, ele estará perseguindo sua cauda em
círculos.
Vane estava impressionado. Essa era uma boa idéia.
—Posso confiar em ti para que não o traga aqui?
—Sim, pode.
Que resposta desacostumada para o Fury. Vane o olhou enquanto debatia se realmente podia confiar nele.
Ao final, ele não teve nenhuma outra opção.
Fury foi arranhar a porta.
—Deixarei sair - disse Vane, dirigindo-se ao lobo.
—Obrigado - disse Bride enquanto tirava o macarrão que tinham sobrado.
Vane seguiu ao lobo ao pátio traseiro. Tirou sua camisa, logo fez aparecer uma nova enquanto Fury se transformava em forma humana para pega-la.
—Ponha um pouco de roupa, Fury. Se não vou ficar cego.
—Cala-te - replicou Fury—. Não sou tão talentoso como você com meus poderes e não permaneço como humano o tempo suficiente para me preocupar. Somente quero-te dizer
que seja cuidadoso. Ela parece uma mulher bastante agradável, para um ser humano. Seria uma maldita pena ver que algo lhe acontecesse.
—Sei.
Um carro se aproximava da porta.
Fury deu um passo nas sombras e desapareceu. Vane não se moveu enquanto olhava o carro aproximar-se. Era a artista que vivia em um dos apartamentos de acima.
Aliviado de que fora um carro amistoso, ele retornou para dentro para encontrar a Bride revolvendo o molho na panela.
Ele tinha que encontrar algum modo de conseguir que ela aceitasse partir com ele até que eles pudessem separar-se definitivamente.
Vane a olhou e sentiu algo muito peculiar. Em seu mundo ninguém cozinhou para ele. Ele comia a carne crua ou a comprava em forma humana, logo a cozinhava ele mesmo.
Ninguém jamais tinha feito o alimento para ele exceto quando ele pagava para fazê-lo. Isto era quase caseiro. Não é que ele entendesse quão caseiro era.
Talvez essa era a estranha sensação em seu estômago. Ele sentiu dentro o impulsionou de tocá-la inclusive quando não deveria.
—Bride? —perguntou, aproximando-se—. Acredita no impossível?
Ela tirou uma terrina de salada de seu refrigerador.
—Impossível como?
—Não sei. Fadas? Duendes? Lobos que podem converter-se em humanos?
Ela riu.
—Ahh, o loup-garou*. Não estará comprando lendas locais, verdade?
Ele deu de ombros enquanto seu coração se estremecia. Era muito esperar que ela fosse algo mais que uma humana típica.
—Embora - disse, fazendo com que seu coração se aliviasse— realmente tenho uma amiga que persegue vampiros de noite. Ela está louca, mas a amamos.
Maldição.
—Sim - ele suspirou— Tabitha está um pouco louca, verdade?
Bride ficou quieta.
—Como a conhece...
—Todo mundo em Nova Orleans conhece a caçadora de vampiros local - disse rapidamente—. Tabitha Devereaux esteve por aí por muito tempo.
Bride riu.
—Terei que lhe dizer que é uma lenda. Isso a agradará até não poder.
Vane se voltou para ela.
—Mas quanto a você?Não acredita em coisas estranhas, verdade?
—Não realmente. A coisa mais horripilante que alguma vez vi é a minha contabilidade em abril.
Na aparência, ele riu disso, mas por dentro tremia. Ela nunca estaria aberta para seu mundo. À realidade de que, às vezes, a raça que passava pela rua não era realmente
gente, absolutamente. Que eles eram o pior tipo de predadores.
Deixe-lhe ter suas ilusões. Seria cruel tirar-lhe. E com que objetivo? Para que ele pudesse lhe mostrar um mundo onde perpetuamente os dois seriam perseguidos?
Onde seus filhos seriam caçados?
Não, isto não seria justo para ela. Ele não necessitava uma companheira, e estava malditamente certo que não necessitava filhos.
—Está bem? —perguntou ela enquanto dispunha dois pratos.
—Sim, bem.
Ele só esperava que ambos estivessem bem até que o sinal desaparecesse de suas mãos.
Não tomou a Fury muito tempo encontrar ao Stefan e a outros que estavam em forma humana no Bourbon Street tentando recapturar o aroma de Vane.
Três deles estavam fora de um bar, cheirando a todos paroquianos que entravam e saíam.
Como sempre, surpreendeu-se pela beleza de sua raça, mas por outro lado, deveria ser esperado. Em seu mundo, o feio ou diferente rapidamente era reparado ou aniquilado...
Em geral este último. Os animais não tinham nenhuma piedade por alguém ou algo.
Não sequer os animais que enganavam a si mesmos acreditando que eram em sua maior parte humanos. Ele tinha estado com os Arcadianos suficiente tempo para ver por
si mesmo que quando diziam que eram humanos, eles enganavam a si mesmos.
Tal como as pessoas o faziam.
Não havia nada humano na humanidade. Ao final do dia, eles eram todos animais apenas com instintos de sobrevivência.
Era “o cão come ao cão”. E Fury sabia mais sobre aquele princípio do que gostava de recordar.
Stefan se virou quando encontrou o aroma do Fury.
—Bem, bem - disse Fury, lhe dando de presente um sorriso satisfeito—. Estive de pé aqui o tempo suficiente para havê-los matado a todos antes que vocês sequer me
sentissem. Está ficando velho, Stefan.
—Isso é um desafio?
Fury o percorreu com um olhar divertido. Ele tinha a total intenção de desafiar ao lobo mais velho e um dia matá-lo.
Agora entretanto, ele não estava de humor.
—Não me faça te machucar, Stefan. Pode fazer cambalhotas como um Alfa se quiser, mas sabemos quem sustenta sua corda.
Stefan o agarrou, mas Fury se liberou de suas garras.
—Não o faça, velho lobo. Não quero te envergonhar.
—O que quer Fury? —falou bruscamente Petra.
Fury lhe dirigiu um sorriso zombador rápido e direito. Do grupo, ela era a que odiava mais ao Vane. Durante anos a loba tinha querido ser sua companheira, e quando
ele a tinha esnobado, ela tinha ido atrás do Fang. Ela tinha espreitado ao Vane para distração. Já que ele era o maior dos filhos do então líder, assumia-se naturalmente
que seria Vane quem um dia herdasse a manada. Inclusive embora seu pai o odiasse, Vane era sem uma dúvida o mais forte de todos eles.
Só Fury sabia por que. Vane não era Katagaria e o resto deles era muito estúpido para compreendê-lo.
Ele o tinha cheirado no Vane no momento em que se encontraram. Aquele som vibrante que só vinha dos genes humanos. Um suposto coração humano. Mais que isso, o aroma
vinha da maior parte da elite dos Arcadianos. Vane não era somente um Arcadiano. Ele não era só um Sentinela.
Ele era um Aristos. Uma classe estranha que tinha a capacidade de dirigir a magia sem esforço. No reino Arcadiano, os Aristos eram considerados deuses e eram protegidos
com muito entusiasmo pelos were-wolves quem com muito gosto morreriam por eles.
Era pelo que ele, ele mesmo, odiava ao Vane.
Mas a paciência era uma virtude. Não só dos humanos, mas também sobre todos nos animais.
Petra cheirou, e logo franziu o cenho. Ela se aproximou até que enterrou seu nariz contra a camisa de Fury.
—Vane - ela inalou—. Você o pegou?
—Onde se esconde? —perguntou Stefan imediatamente.
Fury lhe lançou um olhar encoberto ao Stefan.
—São todos tão patéticos. Nenhum de vocês jamais aprendeu que a metade da diversão da matança é persegui-lo no terreno?
Petra inclinou sua cabeça.
—Isso quer dizer?
—Sei onde está Vane. Mas não é suficiente matar a seu inimigo. Primeiro fodes com sua cabeça.

CAPITULO 7

Bride empurrou a salada ao redor de seu prato enquanto tentava não olhar para Vane. Havia algo irresistível nele. Também era desconcertante estar perto de alguém
tão lindo e musculoso. Ao menos com o Taylor, ele tinha sido mais magro que ela, mas ele não fazia exercício, e adorava dirigi-lo a sua maneira.
Não havia um grama de excesso de gordura em todo o corpo de Vane. Seu rosto ardeu enquanto recordava quão magnífico exibia-se nu.
—Está bem? —perguntou ele.
—Bem.
—Por que não come?
Ela deu de ombros.
—Suponho que não tenho fome depois de tudo.
Ele tomou o garfo de sua mão e envolveu os espaguetes ao redor, logo o sustentou para ela.
—Não sou um bebê, Vane.
—Sei - seu ardente olhar a abrasou—. Come para mim, Bride —disse ele em um sob tom de mando —. Não quero que passe fome. Não há nada bom em te privar de comida.
Pelo tom de sua voz, ela podia entender que ele falava da experiência.
—Passaste fome?
—Toma um bocado e te responderei.
—Não sou uma menina.
—Acredite eu sei - Ele meneou o garfo diante ela.
Ela sacudiu sua cabeça ante seu jogo sério, logo abriu sua boca.
Ele com cuidado colocou o garfo dentro para que ela pudesse fechar sua boca ao redor dele antes de deslizar o garfo para trás.
Bride mastigou enquanto ele girava o garfo em sua massa.
—Sim, passei fome. Meus pais não criavam ou não se preocupavam como os seus filhos. Assim que um macho é o suficientemente grande, eles o deixam e aprende...a sobreviver
ou morrer.
O coração de Vane se retorceu enquanto recordava sua juventude. A dor e fome constante. Ele quase tinha morrido mais vezes que podia contar aquele primeiro ano sozinho.
Até que alcançou a puberdade, ele tinha sido um filhote de lobo. Virtualmente da noite para o dia, ele tinha se transformado em humano. Seus poderes mágicos tinham
sido novos para ele e ficou em forma humana quando precisava ser um lobo.
Não acostumado a ser humano, não podia rastrear ou matar uma presa. Tinha sido bombardeado com sentimentos e emoções desconhecidos que os lobos não tinham. O pior
de tudo, seus sentidos estavam presos em sua forma humana. As pessoas podiam ver melhor na luz do dia, mas não podiam ouvir tão claramente, mover-se tão rapidamente,
ou cheirar a seus inimigos ao redor deles. Não tinham a força física para lutar mano a mano contra outros predadores e animais por comida e amparo.
Tampouco podiam matar tão facilmente. Eles eram consumidos pela culpa, horrorizados pelo derramamento de sangue.
Mas como Darwin tinha escrito esta era a sobrevivência do mais apto, e então Vane tinha aprendido como sobreviver. Eventualmente. Ele tinha aprendido a receber golpes
e mordidas sem render-se à agonia de suas feridas.
No final do primeiro ano de sua idade de adulto, tinha voltado para sua manada zangado e controlado. Um humano que sabia o que significada ser um lobo. Um humano
que estava decidido a controlar a parte de si mesmo que aborrecia.
Também tinha retornado a casa com mais poder que qualquer um deles tinha ousado sonhar.
De todos os modos ele não teria feito isto se Fang não o tivesse salvado. Ao princípio, tinha sido Fang quem tinha matado para ambos para que pudessem comer. Fang
foi quem o protegeu e cuidou em seu estado humano enquanto Vane tinha que aprender de novo até a mais simples das tarefas. Quando os outros o teriam abandonado,
Fang tinha ficado a seu lado.
Isto era pelo que sempre protegeria a seu irmão, não importava o que custasse.
—Isso deve ter sido difícil - disse Bride, devolvendo-o ao presente.
De retorno a ela.
Vane lhe deu de comer outro bocado.
—Acostuma se a isso.
Ela o olhou como se entendesse o sentimento.
—É assombroso que possa te acostumar verdade?
—O que quer dizer?
—Só que às vezes deixamos que outras pessoas nos tratem mal porque queremos ser amados e aceitos tão desesperadamente que faríamos qualquer coisa por isso. Dói saber
que não importa quanto o tente, quanto o queira, eles não podem te amar ou te aceitar como é. Então odeia todo o tempo que perdeu tentando agradá-los e te perguntando
o que é tão horrível em ti que ao menos não podem fingir que lhe querem.
Ele viu a raiva ante suas palavras e o dano que brilhava tristemente em seus olhos âmbar.
—Taylor é um idiota.
Bride alargou seus olhos ante o profundo e intenso grunhido de sua voz.
Vane deixou o garfo de lado e colocou sua mão sobre a bochecha dela. Ele estudou seu rosto e acariciou sua pele com seus dedos.
—É a mulher mais formosa que jamais tinha visto e não há nada em ti que alguma vez tentaria mudar.
Sentia-se tão bem ouvi-lo dizer isso, mas ela não se enganou sequer um minuto. Ela sempre seria a menininha rechonchuda que não queria colocar um traje de banho
em público. A que fingia ter seus pesríodos nas festas para que ninguém fizesse brincadeiras de seu peso.
Quantas vezes tinha admirado às magras putitas* entrando em sua loja, para provar os vestidos muito justos que ela vendia, mas que nunca podia usar?
Somente uma vez em sua vida, ela desejava poder levar um dos mais vergonhosos conjuntos da Tabitha e não ver que os olhos de um homem imediatamente se afastavam
dela como se procurassem a alguém mais desejável.
—Segue falando assim, Vane, poderia me obrigar a te conservar.
—Se me segue olhando assim, eu só poderia te deixar pela força.
Ela tremeu ante suas palavras.
—É muito bom para ser verdade. Aí esta essa voz no fundo de minha cabeça que segue me dizendo que tenho que escapar antes que seja muito tarde. É um assassino em
série, verdade?
Ele piscou, logo franziu o cenho.
—O que?
—É como o homem em “O silêncio dos inocentes”. Você sabe esse que está fazendo um papel de mulher, um que é tão encantador para poder seduzir e seqüestrar a uma
mulher por sua pele.
Em realidade ele parecia horrorizado por suas palavras, até ofendido. Que significavam que ele era inocente ou um grande ator.
—Vai lançar-me nua em um fosso e me afogar em loção de bebê, verdade?
Ele realmente riu disto.
—Vive em Nova Orleans, onde eles nem sequer podem cavar um tumulo. Então me diga onde vou encontrar essa fossa?
—Esta é uma fossa de superfície.
—Apenas prudente.
—Mas possível - ela insistiu.
Ele sacudiu sua cabeça.
—Não te rende verdade?
—Olhe, sou realista e acabam de me arrancar o coração. Não quero estar envolvida com ninguém agora. Foste muito amável comigo e não sei por que. É só que coisas
como esta não acontecem na vida real. O príncipe Encantador não vem ao resgate todo o tempo. A maior parte do tempo, ele está muito ocupado com a perfeita irritação
depreciada e seus pequenos pés perfeitos de adolescente para sequer notar ao resto de nós.
Ela podia dizer que ele estava irritado.
Suspirando, ele tomou o copo.
Bride franziu o cenho enquanto tinha uma visão da palma da mão dele e as estranhas marcas ali. As marcas que não tinham estado ali ontem à noite ou ela as teria
visto.
Seu coração deixou de pulsar.
Estendendo sua própria mão, ela tomou a dele na sua e a olhou fixamente.
Vane se amaldiçoou por dentro enquanto compreendia que tinha se esquecido de mascarar sua marca quando se transportou ao quarto e armazenagem. Parte dele queria
liberar sua mão, outra parte não podia mover-se enquanto ela comparava suas palmas.
—Queimou-me?
—Não - disse ele, ofendido que ela pensasse tal coisa.
Ela estava entrando em pânico. Ele podia cheirar seu medo.
—Não te fiz mal, Bride, juro.
Não lhe acreditou.
—Saia!
Ah, isto era mau. Ele não sabia como convencê-la. Ela se levantou e agarrou sua vassoura do canto.
—Fora! —gritou, batendo-a contra ele.
—Bride!
Ela não escutaria.
—Saia ou vou... Vou chamar à polícia!
Vane conteve uma maldição. Isto não ia do modo que necessitava. Mas talvez isto fosse do modo que deveria.
Ao menos não podia ser tentado por uma mulher que o odiava e acreditava que ele era insano.
Saindo pela porta, ele esteve de pé ali enquanto ouvia que a fechadura se fechar.
—Bride - disse ele, olhando-a fixamente pela janela—. Por favor, me deixe entrar.
Ela fechou as persianas sobre ele.
Vane apoiou sua cabeça contra o fresco da janela e deixou que a guerra dentro dele quebrasse seu controle. A parte de animal dele a queria, independentemente da
razão.
A parte humana sabia que seria melhor deixá-la ir.
Infelizmente, quando as duas metades dele se enfrentavam assim, a maioria das vezes, o animal ganhava.
Isto era em geral para melhor.
Esta vez não seria. Suspirando, olhou ao redor para assegurar-se de estar sozinho e transformou-se em lobo. Ele somente esperava que Fury não voltasse como lobo
e fizesse cair seu disfarce.
Bride poderia aceitar a um lobo em sua porta, mas dois... Era muito.
Bride estava de pé no centro de seu quarto, agarrando sua vassoura. Ela tremia com terror. Ela pensou em chamar a seus pais, mas não quis assustá-los. Eles viviam
o suficientemente longe para que quando chegassem pudesse estar morta.
Pensou em chamar a polícia, mas o que ela lhes diria? Que um homem arrumado estava comendo com ela, pondo-a toda quente e turvada, e logo ele pôs sua mão na dela
e ela enlouqueceu?
Não era que Vane fizesse algo. A polícia não podia detê-lo a não ser que ele fizesse algo para machucá-la.
Tabitha...
Ela tragou ao pensar em chamar a amiga. Se havia uma coisa que Tabitha sabia era defesa pessoal, e a mulher andava armada até os dentes.
Bride correu a seu telefone celular e rapidamente ligou para a loja da Tabitha. Por sorte estava ali.
—Tabby - disse, olhando pelas janelas ao redor dela para ver se Vane tentava entrar pela força—. Por favor, vêem. Acredito que meu novo namorado vai matar-me. Realmente
me matar, do tipo “vou esconder seu corpo no bosque”.
—O que?
—Explicarei quando chegar aqui. Estou assustada Tab. Sério, realmente assustada.
—Bem. Fica ao telefone comigo enquanto vou. hei, Marla —chamou Tabitha a sua encarregada—. Fica a cargo da loja um pouquinho. Tenho uma emergência. Me chame no meu
celular se necessitar.
Bride suspirou, só parcialmente aliviada. A loja da Tabitha sobre o Bourbon Street estava só a umas quantas ruas de sua casa. Não tomaria a Tabitha mais de dez ou
quinze minutos chegar aí a pé.
—Está ai ainda? —perguntou Tabitha.
—Não sei. O coloquei para fora e fechei a porta e tenho essas horríveis imagens dos filmes maus onde as pessoas demoníacas abrem caminho pelas janelas para me agarrar.
—Ele não é um zumbi, verdade?
Ela pôs seus olhos em branco ante a sugestão da Tabitha. Para a maioria das pessoas isso seria uma piada. Para a Tabitha era sério.
—Apenas.
—O lobo está contigo?
—Não - disse Bride, com seu peito apertado—. Ele saiu e não retornou ainda. OH Deus, não pensará que tem feito mal a meu lobo? Verdade?
—Não se preocupe. Estou segura que o lobo pode defender-se.
Bride podia dizer que pela dificuldade para respirar da Tabitha que sua amiga agora estava correndo. Deus a proteja. Tabitha era o melhor em uma crise. Todo mundo
deveria ter uma amiga como ela.
Não havia nada que Tabitha não faria por um amigo ou por sua família.
—Ainda está ai? —perguntou Tabitha.
—Sim.
Bride tagarelava com ela todo o tempo a respeito de nada enquanto olhava para fora para ver se Vane estava ainda ali.
Não estava.
Depois de uns minutos, ela ouviu seu lobo grunhindo fora da porta.
—Shh —Tabitha disse pelo telefone—. Sou só eu menino.
—Já está aqui?
—Sim - disse ela—. Desliga e abre a porta.
Bride o fez. Para seu alívio, ali fora só estavam o lobo e Tabitha.
—Isto está claro - disse Tabitha enquanto o lobo entrava correndo ao apartamento—. Ele deve ter partido.
Bride suspirou de alívio, mas ainda fechava a porta bem segura.
—Nunca estive mais aterrorizada, Tabby. Isto foi horrível.
Tabitha explorou o apartamento.
—O que aconteceu? —perguntou enquanto abria as portas e olhava pelas janelas.
—Não sei. Nós estávamos em um almoço tardio e tudo estava genial até que eu vi isto... —Ela sustentou sua palma para que Tabitha pudesse ver a estranha tatuagem
sobre sua palma—. Ele tinha um idêntico sobre sua palma.
—Está brincando.
—Não, e a parte mais estranha é que não sei como o obtive. Recorda quando nós comíamos e somente apareceu?
Tabitha tomou a mão de Bride na sua e estudou a tatuagem.
—Ele me marcou ou algo, verdade? —perguntou Bride—. Ele colocou seu sinal sobre mim e agora vai matar-me. Eu sabia que era muito bom para ser verdade.
Tabitha sacudiu sua cabeça.
—Francamente, não posso te responder a isso. Não houve nenhum assassinato deste tipo no estado, e sei bem.
E Tabitha o fazia. Ela tinha feito um trato através de um amigo no departamento de polícia para estar em todas as investigações de assassinato.
—Então que pensa?
Tabitha sustentou sua mão mais perto de seu rosto.
—Isto parece Grego em princípio. Façamos isto, vamos fazer uma visita à casa de minha irmã. Podemos lhe perguntar a seu marido o que acha.
—Qual irmã?
—Minha gêmea - Tabitha deixou sua mão.
Bride retrocedeu ao pensar em ir a casa de Amanda.
—Amanda conhece meu psicótico namorado convertido em assassino serial. Se até ela arrumou as coisas para nosso encontro!
Tabitha fez um som de desgosto.
—Imagine. Mandy sempre foi uma terrível juíza de caráter. Jesus! Nunca deixe que lhe apresente a nenhum homem.
—Pensei que isso era o que diziam sobre ti, Tabby?
Tabitha não fez conta.
—Sabe, poderia ser uma idéia boa para ti arrumar uma bolsa e acampar na casa da Amanda ao menos por esta noite, até que nós averigüemos mais sobre seu amigo assassino
em série. Se ele realmente conhece a Amanda, então ela sabe o suficiente para te deixar tranqüila.
Bride não discutiu. Com toda honestidade, não queria estar em casa só, embora com seu lobo para protegê-la. Se Vane realmente era um psicótico, ele poderia matar
o seu mascote e logo a ela.
—Bem, me dê um segundo.
Tabitha mimava ao lobo enquanto Bride agarrava uma muda de roupa, sua maquiagem, e algo com que dormir.
Vane baixou sua cabeça enquanto olhava a Bride arrumar-se. Sentia-se aliviado por suas ações e a sugestão da Tabitha. Kyrian vivia em uma casa em que nem sequer
Vane poderia irromper. Esta não estava protegida somente contra os criminosos humanos, também contra intrusos de outros mundos.
Ali, o resto de sua manada não poderia passar a não ser que Kyrian o permitisse, e o antigo Dark Hunter sabia que era melhor não permitir entrar nenhuma manada de
Were-Hunters.
Ele fuçou a perna da Tabitha, agradecido que ela não fosse uma completa lunática.
Em um momento, Bride tinha arrumado a bolsa. Ela apagou as luzes e abriu a porta.
Elas tentaram deixá-lo, mas Vane se recusou.
—Deixa-o vir - disse Tabitha enquanto Bride tentava arrastá-lo de seu SUV*.
—Sim, mas sua irmã não tem ao Terminator agora?
—Sim, mas ele é bastante amistoso com outros cães. É aos vampiros aos que odeia.
Bride não comentou isto. Em troca, deixou ao lobo no assento traseiro de seu Jipe Cherokee. Ela pôs sua bolsa ao lado dele, logo entrou e esperou que Tabitha saltasse
dentro. Elas saíram e o coração de Bride se deteve quando viu a moto de Vane fora de sua loja.
—O que é isso?—perguntou Tabitha.
Ela assinalou para a motocicleta.
—Ele ainda está aqui.
—Eu lhe darei um tiro - disse Tabitha enquanto tirava seu Glock e comprovava sua antecâmara.
—Santo céu, Tabitha. Não pode lhe dar um tiro.
—Confia em mim, posso —. Tabitha tocou a cicatriz sobre seu rosto—. Agora vamos antes que nos encontre.
Bride fez como ela disse.
Não tomou muito tempo chegar a casa da Amanda e a mansão anterior à guerra de secessão do Kyrian no Garden District. A casa estilo Renascimento grego era uma das
melhores conservadas no estado. Era também uma das maiores.
Bride entrou no caminho de entrada e fez uma pausa diante das grades de ferro que tinham que ser abertas por dentro.
Tabitha usou seu telefone celular para chamar a Amanda.
—Por que simplesmente não tocamos a campainha? —perguntou Bride.
—Por que Kyrian pode ser um maldito imbecil sobre me permitir entrar às vezes.
Bride franziu o cenho.
—Por quê?
—Tentei matá-lo uma vez e ele não me perdoou. Juro, que esse homem pode manter um rancor melhor que ninguém - Ela fez uma pausa—. Hei! Mandy, sou eu. Estamos aqui
fora no caminho de entrada. Poderia-nos abrir a porta? —Piscou um olho a Bride—. Sou eu e Bride McTierney... Sim, bem.
As portas se abriram.
—Obrigado, irmã. Vejo-te em um minuto.
Elas subiram pelo caminho de entrada e Bride assobiou baixo. Ela nunca tinha estado dentro das portas antes, mas todo mundo na cidade sabia sobre essa casa.
Era ainda mais formosa de perto do que o era da rua.
Subiram o caminho semicircular até a porta de entrada, a que se abriu de repente quando elas se detiveram. Amanda Hunter saiu, sustentando a sua pequena filha sobre
seu quadril.
A bebê começou a saltar ao segundo que viu a Tabitha.
—Mamãe, mamãe, mamãe! —gritou a bebê em sua linguagem infantil, e se lançou para a Tabitha, quem a levantou e a abraçou.
Antes que o rosto da Tabitha tivesse sido marcado, o único modo de diferenciar às duas mulheres tinha sido seu guarda-roupa. Enquanto Tabitha preferia um estilo
gótico moderno, Amanda era convencional ao extremo. Levava um par de calças negras e um fino suéter de caxemira, verde escuro.
—O que as traz aqui? —perguntou Amanda.
—Ela tem a um psicótico perseguindo-a —disse Tabitha enquanto Bride tirava seu lobo do carro e agarrava sua bolsa.
Amanda a olhou com preocupação.
—Está bem, Bride?
Bride seguiu seu lobo.
—Isso acredito. Realmente sinto me impor.
—Não, nada disso - disse Amanda enquanto se aproximava de Bride—. Sei quanto lhe quer minha irmã. Odiaria que algo te acontecesse —. Amanda ficou gelada quando viu
o lobo com ela e franziu o cenho.
—Importa-te, que o trouxesse? —perguntou Bride—. Tabitha disse que estaria bem.
Ainda franzindo o cenho, Amanda olhou a Tabitha.
—Ok...
Amanda lhe apresentou sua mão ao lobo quem imediatamente se aproximou.
—Provavelmente queira ir para dentro, verdade, moço?
O lobo se voltou ao lado de Bride.
—Ou não - disse Amanda—. Bem então, por que não vamos para dentro e averiguamos um pouco mais sobre este louco que está atrás de Bride?
Eles seguiram a Amanda até a casa. Bride jogou uma olhada, um pouco intimidada pelo tamanho do lugar e a original coleção de antiguidades que pareciam pertencentes
a um museu. Ela nunca tinha visto nada como isso.
Mas a parte mais estranha era que as antiguidades estavam equilibradas por móveis contemporâneos como os sofás felpudos negros e um caro sistema de entretenimentos.
Sem mencionar ao estranho boneco vampiro. Eles até tinham um caixão como mesa de café.
Muito estranho...
Um magnífico homem loiro entrou no quarto do vestíbulo à direita e amaldiçoou o instante em que viu a Tabitha no saguão.
—Também te quero, Kyr - disse Tabitha com um sorriso aberto e amistoso.
Ele suspirou o que dizia que necessitaria paciência para tratar com a Tabitha.
—Matou algum vampiro ultimamente? —perguntou ele.
—Aparentemente não, você ainda respira, huh? —Tabitha estalou sua língua a Amanda—. Quando pensa Geritol* aqui presente, morrer de idade avançada, de todos os modos?
Kyrian estreitou seus olhos a sua cunhada antes de olhar a sua esposa.
—Sabe, eu sempre pensei que tinha enfrentado à encarnação do mal. E logo conheci sua irmã. Ela faz uma brincadeira total de todas as forças malévolas conhecidas.
—Poderiam parar os dois? —disse-lhes Amanda—. Temos companhia, e falando do mal encarnado, por que não se dirige ao quarto dos meninos e muda a fralda da sua filha?
—Algo para afastar-me da Tabitha antes que a corrompa. Isso até merece que me enfrente com desperdícios tóxicos.
Tabitha bufou ante isso.
—Vamos pequena Marissa, e te assegure de fazer a Papai algo realmente repugnante enquanto te troque sim?
A bebê riu enquanto Tabitha a entregava a seu pai.
Kyrian virou para a escada, logo se deteve quando viu o lobo sentado silenciosamente atrás de Bride.
—É isso é quem penso que é? —perguntou-lhe Amanda.
Kyrian assentiu com sua cabeça.
—Sim, isso acredito.
O coração de Bride se deteve.
—Conhece seu dono?
Kyrian pareceu um pouco preocupado com sua pergunta.
—Ele realmente não tem um dono em si. Como ficou com ele?
—Ele apareceu em minha casa e o recolhi.
Kyrian e Amanda intercambiaram um olhar perplexo.
—Ele deixou?
—Bom, sim.
Tabitha abriu sua boca como se entendesse o que eles pensavam.
—OH, Meu deus, não me diga que ele é um de seus ridículos amigos.
—Eles são melhores que os teus - disse bruscamente Kyrian—. Ao menos os meus não são loucos.
—Sim, claro. Eles são só... —Tabitha fechou instantaneamente a boca, logo dirigiu um sorriso falso a Bride—. Quer lhe mostrar sua mão? Estou segura que ele vai lhe
explicar tudo sobre seu misterioso assassino em série.
Bride vacilou.
—Ele conhece assassinos em série?
—Ele sabe muito de gente realmente desagradável.
—E Tabitha é a primeira dessa lista.
—Kyrian! —disse-lhe bruscamente Amanda.
Tabitha cruzou seus braços sobre seu peito e deu de ombros despreocupadamente.
—Está bem, Mandy. Deixe-lhe buscar uma briga. Ao menos não sou a que lhe está tirando a linha de nascimento do cabelo.
O rosto dele de repente ficou cinzenta, Kyrian deslizou sua mão ao longo de sua linha de cabelo.
—Não estas ficando calvo - disse bruscamente Amanda, então ela se voltou para sua irmã—. Deixaria de meter-se com meu marido?
—Geritol começou.
Bride não estava segura do que pensar deles agora. Esta tinha que ser a casa mais estranha em que jamais tinha estado.
—Talvez devesse ter chamado à polícia. —
—Não - disse Tabitha em um tom irritado—. Sem dúvida seu assassino em série os mataria, também. Mostre-lhe sua mão.
Ligeiramente receada, Bride avançou para fazê-lo.
—Você alguma vez viu algo como isto?
Kyrian assentiu.
Ela tremeu de medo.
—Vou morrer?
—Não - disse ele, posando seu olhar nela—. Isto não é um símbolo de morte.
Bride soltou um suspiro, aliviada.
—O que é então?
Ele se envergonhou um pouco antes de responder. —Isso realmente não lhe posso dizer. Mas posso te prometer isto, quem quer que tenha um sinal que faça par se mataria
antes de te fazer dano.
Bride fechou sua mão.
—Isso é o que disse Vane.
O olhar do Kyrian foi para o lobo.
—Bem, pode confiar nele. Agora se me perdoam, tenho uma fralda com meu nome.
—Isso é tudo o que vai dizer? —perguntou Tabitha enquanto ele se afastava.
—É tudo o que posso lhe dizer - disse Kyrian significativamente, dirigindo-se à escada.
Tabitha bufou.
—Bem, não é o Senhor Informação.
—Tabby - disse Amanda, tomando seu braço e levando-a para as poltronas—. Deixa-o só — Ela sorriu gentilmente a Bride. —Posso lhes trazer algo para comer ou beber?
—Não, obrigado estou bem. Ao menos tão bem como posso devido à raridade deste dia.
Bride se sentou sobre o sofá diante das janelas enquanto seu lobo subia atrás de Kyrian pela escada.
—Ah não - Ela saiu atrás dele.
—Está tudo bem - disse Amanda, detendo-a enquanto rodeava o caixão da mesa de café—. Deixa-o ir. Kyrian o trará de volta em uns minutos.
—Está segura que está tudo bem?
Amanda assentiu.
Kyrian acabava de terminar de mudar a fralda da Marissa quando sentiu uma presença do Were-Hunter fora da porta.
—É você, Vane?
Vane empurrou a porta aberta do quarto da menina.
—Obrigado por não me trair aí abaixo.
Kyrian atirou a fralda suja no lixo e levantou a Marissa. Pegou-lhe com a palma da mão molhada no rosto antes de lhe apertar sua bochecha brincando.
—Não há problema. O que acontece a vocês dois?
—Não sei. Ela é a humana pela que perguntava como ter um encontro.
—Imaginei isso quando a vi. Deveria nos ter dito que era Bride.
Vane suspirou com frustração enquanto ignorava isso.
—Como diz a uma humana o que é? Como reagiu Amanda quando ela averiguou que era um Dark-Hunter?
—Ela o dirigiu com uma graça notável e dignamente. Certamente, ajuda que essa gêmea dela seja demente. Então, considerando todas essas coisas, eu era o menor de
dois maus.
Vane lhe jogou um olhar cômico.
—Bride tem alguns bobos em sua família? —perguntou-lhe Kyrian.
—Não que eu saiba.
—Então está fodido.
—Não tem nem idéia - disse Vane em um sussurro—. Minha manada sabe que estou em Nova Orleans. Eles já convocaram a uma multidão por mim.
Kyrian compadeceu-se do lobo. Ele tinha estado em uma situação similar e era difícil ser fiel a sua natureza sobrenatural enquanto seu coração estava preso com uma
humana.
—Quer deixá-la aqui?
Vane olhou ao bebê nos braços do Kyrian e uma parte dele lhe doeu com a imagem. Ele realmente nunca tinha pensado em ter meninos antes de encontrar a Bride. E de
verdade era estranho ver o antigo Dark-Hunter fazendo-se de papai.
Como seria sustentar o seu próprio filho?
No fundo de sua mente, ele podia ver uma pequena filha com o cabelo vermelho e a pele pálida... Como sua mãe.
—Não posso pôr em perigo a sua família - disse Vane calmamente.
—Eu posso ser mortal agora, mas ainda sou capaz de lutar.
Vane sacudiu sua cabeça.
—Não, você não o está. Tampouco sua esposa. Minha raça vive suas vidas dirigindo a magia e as forças da natureza. Você nunca lutaste com os Katagaria antes e não
tem nem idéia do que eles são capazes.
Kyrian trocou a sua filha de braço quando ela começou a incomodar-se.
—Então que vais fazer?
—Não sei - E francamente, ele estava cansando de não saber. Um ano atrás, Vane sabia exatamente quem e o que era.
Sabia precisamente como viver sua vida e como matar a alguém que a ameaçasse.
Depois da noite em que Anya tinha morrido, ele tinha estado perdido.
E não foi até aquela tarde na loja de Bride em que ele não havia sentido outra coisa mais que desespero.
Agora não sabia o que sentia.
—Kyrian!
Ambos os homens não deixaram de escutar a chamada de Amanda de abaixo. Kyrian agarrou a sua filha enquanto corriam pelos degraus.
Vane estava na metade do caminho baixando a escada curvada quando ele viu algo que fez com que seu corpo gelasse.
Jasyn Kallinos, um dos Falcões Katagaria que vivia temporalmente no Santuário, estava no vestíbulo em sua forma humana, sangrando. Amanda estava de pé com sua mão
sobre a base da porta. De onde ela o tinha convidado a entrar.
Vane saltou sobre o corrimão e aterrissou sobre o piso branco e negro de mármore agachando-se justo diante do Jasyn. Ficando de pé, ele não fez caso do fôlego alarmado
de Bride.
—O que aconteceu? —perguntou Vane.
—Esses lobos de merda nos atacaram - com sua respiração desigual, Jasyn encontrou o olhar fixo de Vane e o horror ali o abrasou—. Eles mataram ao Fang.

CAPITULO 8

Vane não podia respirar enquanto as palavras do Jasyn se repetiam em sua cabeça. Fang morto?
Não! Não podia ser. Seu irmão não podia morrer. Ele não poderia. Fang era tudo o que tinha deixado e ele tinha jurado ver seu irmão inteiro outra vez.
Ele uivou da dor que se deslizava por seu coração e o fez cambalear-se. Como poderia ter acontecido? Como poderiam ter chegado ao Fang?
Jasyn sustentou sua mão sobre seu ombro que sangrava enquanto ofegava de dor.
—Tentamos salvá-lo, Vane. Fizemos tudo o que podíamos.
Vane o olhou iradamente enquanto lutava contra as lágrimas de ira e agonia.
E agora ele faria tudo o que pudesse para assegurar-se que os lobos pagassem por isso. A raiva fervia a fogo lento e profundamente em sua alma. Não havia nenhum
poder sobre esta terra que pudesse protegê-los agora.
Nenhum lugar que os mantivera a salvo de sua ira.
Ele os teria a todos, incluindo a seu pai.
Sua visão se obscureceu, Vane se dirigiu à porta só para encontrar ao Kyrian diante dela. Ele entregou a sua filha a sua esposa.
—Onde acredita que vai?
—Matá-los.
Kyrian se afirmou como se soubesse que estava a ponto de brigar com ele. —Não pode.
—Me olhe - Vane tentou transportar-se da casa só para descobrir que ele não podia—. Que diabos?
—Não vou deixar se suicidar - disse Amanda severamente. Ela entregou sua filha a sua irmã, logo avançou para estar de pé ao lado de seu marido—. Não lhe deixaremos
fazer isto.
Vane esteve tentado reverter o feitiço de sujeição de volta a ela, mas não quis lhe fazer dano. Ela não tinha nenhuma idéia com o que mexia e não sabia quão facilmente
poderia romper seus poderes deixando-o intacto—. Você não é tão forte como pensa que é, Amanda. Libera meus poderes.
—Não. A vingança não é a resposta.
—A vingança é a única resposta - disse Jasyn atrás ele—. Deixe-o ir.
Algo estranho atravessou a Vane com isso. Uma estranha fissura...
Ele deu a volta para olhar ao Jasyn.
O homem atrás dele se parecia com o falcão Katagari. Ele era da mesma altura e constituição.
Mas estava sangrando...
Ele estava ferido.
Vane fez uma pausa enquanto registrava esses fatos em sua mente. Para os Katagaria, era quase impossível manter sua forma humana enquanto estavam feridos. Só o mais
forte dos fortes poderia fazê-lo. E em geral isto se fazia só quando não tinham nenhuma outra opção exceto harmonizar com o reino humano ou ficar em perigo ao ser
descobertos. Manter a forma humana naquelas circunstâncias drenava seus poderes e esgotava sua força, tanto física como mágica. Isto os fazia extremamente vulneráveis
de ser atacados e morrer.
Por que Jasyn faria tal coisa?
Inclusive sob a melhor das circunstâncias, Jasyn odiava tomar forma humana. Em realidade, Jasyn odiava a todos e a tudo. Por que os ursos lhe enviariam com estas
notícias?
Por que Jasyn viria?
Vane estreitou seus olhos enquanto um mau pressentimento lhe sobrevinha.
—Quem é você?
O “falcão” lhe olhou fixo e sem expressão.
—Sabe quem sou.
—Kyrian, protege às mulheres - grunhiu Vane enquanto ele pegava seus poderes da Amanda.
Amanda gritou, mas Vane não vacilou enquanto compreendia o que enfrentava.
—Alastor - grunhiu, curvando seu lábio ao demônio.
O demônio riu.
—Você é intuitivo, lobo.
Tabitha começou a recitar um feitiço de desaparecimento em latim. O demônio alargou sua mão e a esmagou contra a parede distante.
Vane o agarrou aproximadamente pelo meio e tentou esmagá-lo de repente contra o marco da porta do vestíbulo. Antes que pudesse fazê-lo, o demônio desapareceu e deixou
que golpeasse contra o marco com seu ombro.
Vane grunhiu com ira pela frustração e a dor enquanto seu ombro lhe doía.
Sem deter-se, fez aparecer seu telefone celular e chamou o Santuário.
—Nicolette - disse ele assim que a Ursa Mãe respondeu a chamada—. Fang ainda está vivo?
—Certamente, cher. Estou no quarto com ele e Aimeé agora mesmo.
—Está segura? —perguntou, pensando só em seu irmão e seu medo de deixar ao Kyrian e às mulheres desprotegida.
—Oui. Estou-o tocando, está vivo e relativamente bem.
Vane caiu sobre seus joelhos pelo alívio.
Fang estava vivo.
—Lhe proteja disse ele em um tom baixo e quebrado—. Alguém chamou ao Alastor.
A Ursa começou a amaldiçoar em francês.
—Não se preocupe - disse ela por fim—. Ninguém fará mal a seu irmão. Se o demônio se mostrar por aqui, esse será o último engano de sua vida.
Vane ouviu que ordenava a sua filha que trouxesse dois dos repugnantes habitantes do Santuário para proteger ao Fang.
—Merci, Nicolette.
Ele desligou o telefone para ver a Amanda ajoelhar-se ao lado de sua irmã quem agora estava sentada, esfregando a cabeça.
Tabitha limpou o sangue de seu nariz enquanto amaldiçoava em um sussurro.
—Realmente odeio aos demônios - resmungou asperamente.
Vane estendeu sua mão com poderes e a curou a ela e a parede.
Os olhos da Tabitha se alargaram antes de ficar de pé.
—Está bem, Tabby? —perguntou Amanda enquanto olhava de sua irmã a sua agora reparada parede.
Tabitha assentiu.
Vane se levantou devagar. Seu olhar foi para a Bride, quem se sentou sobre o sofá olhando-o.
—Fiz-te mal, Amanda? —perguntou Vane sem tirar seus olhos de sua companheira.
—Isso não foi exatamente cômodo - disse Amanda—. Poderia me ter advertido antes de dar o puxão.
—Sinto muito. Não havia o tempo.
—O que aconteceu? —Bride perguntou em voz baixa. Ela se sentou sobre o sofá como se estivesse em transe. —Que é o que se passa aqui?
Vane trocou um olhar incômodo com a Amanda e Kyrian. Como ia explicar lhe isto?
Kyrian recolheu a sua filha, quem não parecia ter sido afetada pelo fato que um demônio acabasse de visitá-los. Por outra parte, ela estava brincando com as bonecas
como antes. Para a Marissa tais coisas eram provavelmente acontecimentos de todos os dias.
Kyrian foi até a Amanda e Tabitha.
—Acredito que nós deveríamos ir à cozinha e pôr um pouco de gelo em sua dura cabeça.
—Me deixe, Geritol, ou vais necessitar um pouco de gelo para sua virilha —disse Tabitha enquanto se dirigia a caminho da cozinha.
Vane esperou até estar sozinho com a Bride.
Este tinha que ser o momento mais incômodo de sua vida inteira. Ele nem sequer sabia por onde começar. Mas ao menos ela não tinha medo dele neste momento.
Isso era algo, pelo menos.
Bride se sentou ali em atordoada incredulidade enquanto tentava lhe fazer ter sentido A...A... Ela nem sequer sabia como chamá-lo.
Ela não estava segura do que acabava de ver. Tudo tinha passado muito rápido. O golpe na porta, seguido de um homem ensangüentado quem acabava de desaparecer em
um nada.
Ela se sentia desconcertada, e no fundo de sua mente, pensava que poderia estar no programa Scare Tactics*. Câmera escondida? Seguia-se fazendo Câmera escondida?
Talvez este fosse algum reality show novo.
Como lhe Fazer Perder a Razão em uma tarde.
Seus pensamentos divagavam enquanto lutava por enfrentar a esses estranhos acontecimentos.
—Kyrian disse que não é um assassino em série psicótico - Isto lhe soou estúpido até a ela mesma, mas não sabia que mais lhe dizer.
—Não - disse ele em voz baixa, enquanto parava diante dela—. Mas não sou humano, exatamente.
A voz zangada da Tabitha ressonava da cozinha.
—O que quer dizer, que ele é um fodido cão?
Ambos se giraram quando Tabitha se precipitou no quarto
—É um cão? —perguntou ao Vane.
—Lobo - corrigiu Vane.
Bride se levantou e pôs o sofá entre ela e Vane. Isto não era real.
Não. Isto era um sonho. Ela tinha batido a cabeça. Algo.
—Jesus - disse com desprezo Tabitha—. Eu deveria havê-lo sabido aquela noite quando estava fora do restaurante. Pensei que parecia muito simpático para o meio das
bestas.
Kyrian entrou no quarto e tentou levar a Tabitha de volta à cozinha.
Tabitha lhe escapou de entre as mãos.
—Bride me necessita. Ela não está acostumada a seus imbecis.
—Tenho que ir para casa - disse Bride enquanto uma estranha lucidez caía sobre ela. Era como se sua mente recusasse tudo do que se inteirou.
Vane um cão...
Sim, claro. Bem, a maior parte de homens eram cães, mas isto só falando em sentido figurado.
Não. Este era um sonho estranho. Vane a tinha drogado durante o almoço e agora estava alucinando. Quando despertasse, definitivamente o denunciaria à polícia.
Ela se moveu para a porta só para fazer que Vane se materializasse diante dela.
—Não pode partir.
—OH, sim posso - lhe gritou com ira - É minha má e psicótica ilusão e posso fazer o que quiser nela. Só olhe. Vou converter-me em um pássaro agora...
Ok, ela não o conseguiu.
Bride esperou durante um minuto completo.
—Por que não sou um pássaro? Quero ser um pássaro.
—Porque não está sonhando - disse Vane, colocando suas mãos sobre seus braços - Isto é real, Bride. Em cada um de seus fodidos aspectos.
—Não, não, não - insistiu ela—. Isto não é real. Recusou tudo. Tenho... —Bride se deteve na metade da oração quando viu o Kyrian passar por diante para ver sua filha.
Marissa entrava no quarto engatinhando. O bebê se deteve perto do sofá, e se sentou, rindo.
Ela estendeu seu pequeno braço e seu vasinho com sorvete que estava sobre a mesa em forma de caixão voou para sua mão estendida. —Rissa, copo, Papai - disse ela
felizmente ainda quando a bebê era muito pequena para falar.
—Sim - disse Bride enquanto Marissa bebia sorvos de suco e Kyrian recolhia a sua filha do piso—. Sou definitivamente o remo curto do bote.
Ela começou a passar por Vane e ele pegou ela para detê-la.
—Por favor, Bride, tem que escutar porque sua vida está em perigo, mas não por mim.
Ela examinou esses magnéticos olhos cor verde-avelã e se perguntou se a imagem dele era parte de sua alucinação, também.
Talvez nada disto jamais tinha acontecido. Talvez estivesse ainda na cama com o Taylor e tudo isto tinha sido um muito comprido e incomum sonho.
Ela sacudiu sua cabeça a Vane.
—Não posso aceitar o que acabo de ver. Isto não é possível.
Ele sustentou sua palma com a mesma tatuagem que a sua.
—Não sei como te ajudar a aceitar isto. O impossível foi parte de minha vida desde o momento em que nasci. Eu…
Vane suspirou, deixando cair suas mãos de seus braços e pegando seu telefone celular outra vez ligou.
Estava fazendo uma chamada? Agora?
Sim, por que não? Isso tinha mais sentido que todo o resto.
O que tinha comido para o jantar? Devia ter sido algo excelente. Melhor tomar nota para não comê-lo outra vez.
O olhar fixo de Vane permaneceu sobre ela.
—Acheron, preciso um favor de você. Não me importa o que custe. Estou na casa do Kyrian com minha companheira e preciso de você aqui para protegê-la até que fique
liberada de mim.
—Companheira? —repetiu ela— Como “amiga”?
—Como “esposa” - disse Tabitha.
Bride ficou boquiaberta.

—Não estou casada.
Vane desligou o telefone.
—Não, não está, Bride - Ele tomou a bochecha dela com uma mão cálida e lhe dirigiu um olhar de triste desejo. —Ninguém vai fazer te nada que não queira fazer, ok?
Ele acariciou sua maçã do rosto com seu polegar.
—Permanece aqui, onde as coisas são em sua maioria normais e onde estará a salvo durante as duas próximas semanas, e eu não te incomodarei outra vez, jamais. Juro.
Somente mantém a salvo por mim.
Era difícil ter medo de um homem que a olhava do modo com que Vane o fazia nesse momento. Com aquela sinceridade que queimava profundamente em seu olhar. Com tal
imagem de desejo e necessidade.
Ela esta desconcertada.
Assustada.
—O que é você? —perguntou ela.
Ele baixou o olhar, suspirou, logo tomo um profundo fôlego e levantou sua cabeça.
Bride ofegou quando viu que a metade de seu rosto estava coberta de uma tatuagem vermelha profunda similar ao que estava sua palma.
—Sou humano - disse ele em um tom atormentado—. E não o sou - Ele deixou cair sua mão do ombro dela—. Eu nunca conheci a suavidade - suspirou—, não até o momento
em que me tocou em sua loja. Minha vida é violenta e perigosa. É escura e retorcida e não é lugar para alguém como você. Tenho mais pessoas que me querem morto que
as que posso contar. Eles não pararão ante nada, e você... —Ele chiou seus dentes antes de voltar a falar—. A você nunca voltará a faltar nada outra vez em sua vida.
Juro sobre o pequeno pedacinho de alma humana que deixei.
Ele se distanciou e se dirigiu à porta.
—Cuida dela por mim, Kyrian.
Então se foi.
Bride se sentiu esgotada por sua repentina ausência, e por motivos desconhecidos, seu coração lhe doía.
Ela olhou a Tabitha, que tinha lágrimas em seus olhos.
—Cão ou não - disse Tabitha isto foi... —Ela se precipitou ao lado de Bride e a impulsionou para a porta—. Não o deixe partir, Bride. Vá por ele.
Ela não tinha que dizer aquelas palavras; Bride já se dirigiu à porta.
—Vane! —Lhe chamou, buscando-o.
Não havia nenhum sinal dele por nenhum lado.
—Vane! —Ela o tentou outra vez, ainda mais forte esta vez.
Só a umidade, o ar fresco lhe responderam.
Rompeu-lhe o coração, ela voltou para a casa e se chocou com a Tabitha.
—Não posso acreditar que eu o deixei ir.
—Não posso acreditar que o idiota se foi.
Bride entrou em pânico quando ouviu aquela voz. Essa não era a Tabitha. Era o demônio.
Em um abrir e fechar de olhos, tudo ficou negro.
Vane caminhava pela rua afastando-se da casa do Kyrian, fazendo todo o possível para ignorar o chamado de Bride. Seu coração se fazia pedaços ante a idéia de perdê-la.
Ele tinha feito o correto. Tinha deixado ela ir. Então porque doía tanto?
E isto realmente doía. Isto doía e queimava profundamente dentro de seu coração até que ele esteve certo de que não poderia suportá-lo.
Era para melhor.
Ela era humana e ele...
Ele era o lobo que a amava. Vane amaldiçoou a realidade daquela declaração. Ele queria desesperadamente negar e não podia. Ela era tudo pra ele.
Não havia nada nela que ele mudaria. Gostava do modo em que o olhava como se estivesse louco. A forma em que cantarolava em voz baixa enquanto tirava o pó das estantes.
A forma em que sempre se assegurava de compartilhar sua comida com ele.
A forma de senti-la entre seus braços quando alcançava o orgasmo, e o som de sua voz sem fôlego quando dizia seu nome durante as convulsões quando culminava.
Inferno, até gostava da forma em que se apropriava dos lençóis.
—OH, a merda com isto - grunhiu ele. Ele não ia deixá-la ir.
Ele a amava e ele não ia precisamente ir. Não sem lutar e não sem ao menos dizer tudo. Ele virou e se dirigiu de novo para a casa.
—Vane! Vêem rápido.
Ele fez uma pausa ante a profunda voz do Kyrian. Na urgência que ele ouviu no tom do antigo Dark-Hunter.
Transportando-se de retorno à casa, Vane se materializou no vestíbulo para encontrar Kyrian ali com sua filha e Tabitha. Bride não estava em nenhuma parte.
Um mau pressentimento o consumiu.
—Onde está Bride?
—O demônio a levou - disse Tabitha.
O animal dentro dele saltou e grunhiu por vingança. Ele estendeu a mão e não encontrou nada no ar. Nenhum aroma, nenhum rastro.
Isso não importava. Alastor tinha pegado a sua companheira.
Vane a encontraria, e quando o fizesse, haveria um demônio menos no universo.
Bride quis gritar, mas não podia. Suas cordas vocais pareciam estar paralisadas.
A visão lhe voltou tão de repente que lhe fez mal nos olhos.
Ela piscou para encontrar-se dentro do que parecia uma velha cabana ou casa de algum tipo. Era longa e estreita com um antigo fogo ardendo livre sem chaminé ou uma
verdadeira contenção.
—Não tenha medo - disse o demônio, liberando-a.
Ele contornou ao redor dela. Em vez do arrumado loiro que tinha sido mais cedo, ele agora era horrível. Sua pele era de um profundo e escuro púrpura e ele tinha
o cabelo e os olhos de um vermelho fogo.
Seus pés estavam retorcidos e pareciam mais bem paus muito crescidos. Ele coxeou enquanto caminhava para a porta e a abria.
—Bryani! —chamou então ele a olhou de novo e cheirou como um animal. Seus grandes dentes eram muito grandes para sua boca, e quando falou sussurrou—. Ninguém vai
te fazer dano, barrilzinho.
Bride estava seriamente cansada de que as pessoas lhe dissessem isso.
—Onde estou?
Ele limpou o nariz.
—Não se preocupe barrilzinho. Está a salvo aqui.
—Eu estava a salvo onde estada —. Em certa forma, digamos.
Que tipo de fodida alucinação era esta? Se estivesse por perder a cabeça, por muito preferiria perdê-la com o Vane que com uma feia e monstruosa coisa que apenas
podia falar.
O demônio correu para deixar passar a uma formosa mulher que recordava a Bride a uma jovem Grace Kelly, só que esta mulher tinha três atrozes cicatrize sobre seu
rosto e pescoço fazendo com que as da Tabitha parecessem uma brincadeira.
Debaixo das cicatrizes, a mulher levava uma tatuagem vermelha muito similar em desenho a de Vane.
Ela não parecia ter mais de uns vinte e cinco anos e ainda assim, a mulher se movia com o porte de uma majestosa rainha. Ela entrou no quarto como se lhe pertencesse
e desafiaria a qualquer que questionasse sua autoridade.
Tranças loiras estavam enroladas ao redor de sua cabeça em um elegante desenho que estava sustentado em seu lugar por um anel de ouro decorado com o que parecia
ser diamantes muito grandes, rubis, e safiras.
Bride olhou com o cenho franzido a roupa da mulher. Ela levava algo que parecia ser tirado de um episódio da Xena. Esta era uma armadura de couro que cobria seu
torso, mas deixava seus braços nus, exceto por mangas e pulsos de couro. Sua saia quadriculada de um vermelho vibrante e verde escuro era volumosa e com muitas camadas.
O mais impressionante, a mulher lhe tinha uma espada, um arco, e uma caixa com flechas atadas com uma corrente a suas costas.
OH sim, Bride decidiu que estava definitivamente louca. Sua mente se quebrou completamente. Talvez até estivesse morta.
Agora mesmo, estava a ponto para mais ou menos qualquer explicação.
Grace Kelly, ou Bryani como o demônio a tinha chamado, esquadrinhou a Bride.
—Ele te tem feito mal, menina?
Bride olhou ao demônio.
—Defina “dano”. Quero dizer, realmente não queria estar aqui, a qualquer parte onde aqui seja.
—Não Alastor - disse Bryani em forma instantânea com um acento diferente a qualquer que jamais tivesse escutado Bride—. O outro. O lobo bastardo. Ele te fez mal?
Bride estava duplamente confusa.
—Quer dizer o meu mascote lobo ou meu namorado que pensa que é um lobo?
Bryani agarrou sua mão e a levou até seu rosto.
—Que se uniu contigo. Ele te violou?
—Não - disse Bride energicamente enquanto atirava do braço que lhe agarrava a mulher—. Ele não me fez nada.
Bryani soltou um suspiro aliviado, logo assentiu ao demônio.
—Chegou a ela a tempo. Obrigado, Alastor.
O demônio inclinou sua cabeça ao Bryani.
—Estamos à mão agora - Ele desapareceu imediatamente e as deixou sozinhas.
Bryani não pareceu nem um pouco afetada pela singularidade daquela ação.
Ela apresentou sua mão a Bride.
—Vêem, menina. Eu te terei na mansão onde todos podemos te proteger enquanto leve o sinal de união.
Seu primeiro instinto devia ser escapar, mas Bride se obrigou a pegar a mão da mulher. Que diabos? Ela já tinha perdido a cabeça. O menos que poderia fazer era ver
onde este episódio psicótico ia levá-la.
Com um pouco de sorte, este seria algum lugar mais agradável e mais quente que este quarto espartano.
Bride riu do pensamento.
—Viu alguma vez o episódio do Buffy* onde Sarah Michelle Gellar se passa entre um manicômio e sua vida no Sunnydale como Caça Vampiros?
Bryani moveu sua cabeça.
—Quem é Buffy? Ela é uma Lykos também ou outra classe da Katagaria?
Bride ficou um pouco sentida porque sua escolta com poderes mágicos não tinha nem idéia de quem era Buffy.
—Não importa. Obviamente esta é minha versão do Sunnydale e despertarei realmente logo em minha cela acolchoada.
Bryani a soltou enquanto deixavam o quarto.
Bride a seguiu fora da choça só para encontrar-se em meio do que parecia ser um vale verde com montanhas que se elevam ao redor delas. Isto era encantador, embora
frio para seu gosto.
Como a tinham levado ali, não tinha nem idéia. Isto não era Nova Orleans, que era onde tinha estado fazia cinco minutos.
Inclusive mais estranho é que todo mundo ao redor dela estava vestido com roupa antiga e falava uma língua que ela nem sequer podia começar a entender.
E cada pessoa perto delas fazia uma pausa para olhá-las fixamente enquanto elas passavam. O silêncio se estabelecia instantaneamente. Misteriosamente. As mulheres
no improvisado poço. Aquelas que levavam cestas e conversavam. Inclusive os meninos deixaram de jogar.
Mas eram os homens quem capturou a atenção de Bride, sobretudo que cada um se detinha e dava volta para olhá-la fixamente como se ela fosse seu objetivo ou sua presa.
Ela compreendeu que à exceção do demônio, cada pessoa neste povo era literalmente um magnífico e impressionante espécime da fisiologia humana. Isto era definitivamente
um sonho ou uma alucinação.
Nem sequer os Chippendales* tinham esses espetaculares músculos. E nem o que dizer das mulheres. Elas eram o epítome de por que Bride recusava comprar revistas de
modas. Se não soubesse melhor, pensaria que tinha caído no buraco do coelho das extras de Hollywood.
Bride seguiu a Bryani a um grande edifício de madeira que lhe recordou em algo a um filme do Rei Artur de baixo prestígio. Feito de madeira e mal pintado, era espartano
por dentro exceto por ser grande o fogo que ardia no centro do edifício, rodeado por mesas longas e bancos de madeira. Algo que pareciam ervas secas estavam pulverizados
sobre o piso de terra.
Assim que Bride entrou, encontrou-se rodeada por magníficos homens, alguns dos quais em realidade a cheiraram.
—Me perdoem? —disse ela, afastando-os—. Esta é minha fantasia e eu preferiria que não fizessem isso.
Um homem alto e loiro levantou sua cabeça de uma maneira que lhe fez recordar a um cão. Ele dirigiu um fulgurante e cortante olhar a Bryani.
—Por que trouxe a puta Katagaria aqui?
Bryani separou a Bride dos homens e ficou a si mesmo entre eles.
—Ela não é uma puta. Ela é uma fêmea humana aterrorizada que não entende o que lhe passou. Ela pensa que esta louca.
O homem loiro riu.
—Acredito que nós deveríamos enviá-la de retorno a seu companheiro da forma que os Katagaria enviam a nossas companheiras quando devolvem - Ele deu um passo para
elas.
Bryani tirou a espada de suas costas e apontou com ela.
—Não me faça te matar, Arnulf. A trouxe aqui para protegê-la.
—Então cometeu um engano.
Bryani esta horrorizada.
—Somos humanos.
—Sempre - ele esteve de acordo, deslizando um perigoso e satisfeito sorriso para a Bride—. E eu procuro vingança quão mesmo você, minha princesa. Minha companheira
está morta pelo abuso que sofreu. Digo que o devolvamos em suas fêmeas multiplicado por dez.
Enquanto os homens começavam a adiantar-se, um uivo soou.
Todo mundo se congelou.
Bride deu a volta para ver que a porta atrás dela se abria. Um ancião deu um passo para ela. Seu cabelo era branco e ele levava uma barba que lhe recordou os velhos
vídeos do ZZTop*. A seu lado estava um grande lobo cinza e marrom.
Como Bryani, a metade do rosto do ancião estava coberto com uma misteriosa tatuagem verde.
—O que esta acontecendo aqui?
—Suplicamos a restituição moral - disse Arnulf—. Sua filha trouxe a companheira de um Katagaria a nossa manada. Queremos ela.
O ancião lhe dirigiu um olhar de censura a Bride, e logo olhou a Bryani.
—Tinha que fazê-lo Pai - disse Bryani enquanto baixava sua espada—. Não havia nenhum outro caminho.
O ancião ordenou aos outros que os deixassem sozinhos.
Os homens o fizeram muito a contra gosto. Mas antes que eles partissem, alguns uivaram como animais. Os outros olharam para trás com expressões que prometiam que
eles tinham a intenção de renovar essa discussão.
Pela primeira vez, Bride estava assustada. Algo não estava bem nesta “fantasia”.
Se ela não soubesse melhor, juraria que isto era real. Mas não podia ser.
Podia ser?
Uma vez que estiveram sozinhos, o ancião as conduziu para a mesa mais afastada no quarto; que estava sobre um soalho. Duas cadeiras que se pareciam com grandes tronos,
esculpidos à mão coroados com cabeças de lobo estavam atrás da mesa.
—O que estava pensando, Bry? —perguntou a sua escolta.
—Quis protegê-la, Pai. Não é isso o que um Sentinela faz? Não devemos proteger ao mundo dos animais Katagaria?
Ele pareceu molesto por suas palavras.
—Mas ela está unida com um.
—Eles não se uniram. Ela só está marcada. Se a mantivermos aqui até que o sinal desapareça, então ela estará livre dele.
O ancião sacudiu sua cabeça enquanto seu lobo cheirava a Bride.
Bride o olhou fixamente, perguntando se era lobo ou se converteria em algo mais.
—Por que não somente matam a seu companheiro? —perguntou o ancião.
Bryani apartou o olhar.
O ancião soltou um suspiro cansado.
—Disse-te para matá-los faz séculos, filha.
A ira flamejou em seus olhos.
—Tentei matá-lo, recorda? Ele ficou muito forte.
O ancião fez um som de repugnância no fundo de sua garganta.
—Ela é tua para que a proteja. Reunirei a outros, e esta vez quando ele venha, terminaremos o que foi começado.
Bryani assentiu, logo fez gestos a Bride para que a seguisse. Ela a conduziu através dos tronos, a um estreito corredor que conduzia a um grupo de quartos do edifício.
O lugar era principalmente espartano, mas realmente tinha algumas comodidades interessantes, como uma grande cama acolchoada e peles, e romances do século vinte
e um.
Bride pegou Kinley MacGregor “A Dark Champion”* e riu. OH sim, bom sonho agora. —Por favor, poderia fazer aparecer uma Coca Cola? —pediu a Bryani—. Sinto a necessidade
de uma.
—Não, não posso. Isto requereria que me adiantasse no tempo para conseguir uma e meus poderes para fazer isso me foram tirados - Seu tom era zangado e amargo— É
por isso que tive que convocar ao demônio para te trazer.
—Quem tomou seus poderes?
—Meu companheiro - Bryan cuspiu as palavras—. Ele me roubou muito, mas não tenho nenhum medo. Seu filho não te violará. Eu me ocuparei disso.
Bride devolveu o livro ao pequeno monte sobre a mesinha de noite.
—Sabe... Nada disto tem um pouco de sentido para mim.
Bryani pôs suas mãos sobre seus quadris parecendo que a enfrentava.
—Então quanto sabe sobre isto? O suposto homem que tomou Vane é um lobo a quem fui obrigada a dar a luz faz mais de quatrocentos anos. E se eu pudesse, mataria-o
por ti.
—Perdão?
Bryani a ignorou enquanto se explicava.
—Como muitas mulheres, quando eu era jovem, era estúpida. Em minha primeira missão com minha patrulha de Sentinelas para caçar lobos Katagaria, fui capturada por
nossos inimigos, que pensou que seria uma grande diversão que me violassem por turnos.
Bride se sentiu doente para ouvir a história do Bryani. Uma onda de dor pormenorizada a consumiu.
Esta pobre mulher. Ela não podia imaginar-se nada pior.
E ela era a mãe de Vane...
Com seus lábios contraídos de desprezo, Bryani sacudiu sua cabeça.
—Mas as Destinos são freqüentemente cruéis e eu, como você, encontrava-me unida com um daqueles animais que me tinham feito mal. O pai de Vane me manteve presa durante
semanas enquanto abusava de mim, tentando me fazer aceitá-lo como meu companheiro. Eles não podem você sabe. A aceitação está estritamente em nossas mãos. Não nas
deles.
Isto não podia ser verdade. Não. Bride estava sonhando, embora por que estava sonhando isto, não tinha nem idéia.
—Você não se parece com o Vane.
Um ódio puro, inalterável, brilhou nos olhos cor avelã do Bryani.
—Ele se parece com seu asqueroso pai.
Bride franziu o cenho quando recordou ao Fury dizendo isto. Ah, sua mente brincava de novo com sua alucinação. Tinha sentido.
De alguma classe.
Mas por que inventaria um conto tão trágico? Bride nunca tinha sido o tipo de pessoa que desejassem o mal a alguém, ainda menos à mãe de Vane.
Isto poderia ser real?
Isto era possível?
Bride se moveu para a mulher loira e tomou suas mãos nas suas para estudar suas palmas.
—Você não tem um sinal.
—Não. Se a união não é consumada dentro de três semanas, o sinal desaparece e nós as mulheres somos livres para ir por nosso próprio caminho. Os homens se voltam
impotentes pelo resto de nossas vidas.
Bride franziu o cenho para ela. Bryani era realmente alta.
—Você deixou a seu pai impotente?
Um brilho malvado apareceu nos olhos cor verde-avelã de Bryani.
—Deixei-lhe mais que isso. Uma vez que meus filhos nasceram, tomei a meus três meninos humanos e abandonei os meus três filhotes com ele, então castrei ao bastardo
pelo que me tinha feito. Estou segura que não passa um dia onde ele não lamente não ter me matado quando teve a possibilidade.
Bride se abateu com o pensamento.
—Por estou sonhando isto? —perguntou-se—. Não entendo este pesadelo.
Bryani sacudiu sua cabeça.
—Isto é verdade, Bride. Sei que no mundo humano coisas como as que descrevo não acontecem. Mas deve me acreditar. Há coisas que vivem junto a ti no mundo de todos
os dias que você nunca compreenderia que estão ali.
Um segundo Bryani estava de pé diante de Bride e ao seguinte, a mulher era um enorme lobo cinza e branco que se parecia aterradoramente a seu mascote adotado.
Bride cambaleou para trás.
Não, isto não é verdade. Isto não o era.
—Quero ir para casa — disse ela em voz alta—. Tenho que despertar. Por favor, Deus, deixe despertar!
Vane saiu de seu transe quando compreendeu onde estava sua companheira.
Bride estava na pátria de sua mãe. Um lugar onde ele tinha jurado nunca voltar. Ele só tinha estado ali uma vez. Fazia muito, quando ele tinha feito um acordo com
o Acheron Parthenopaeus para que o ajudasse a encontrar a sua mãe de nascimento.
Desde esse dia, Vane não sabia por que tinha querido encontrá-la. Talvez fossem todos os anos vivendo com um pai que o odiava e ele quis ver se havia alguma oportunidade
de que sua mãe pudesse tolerá-lo.
Ou talvez porque tinha se transformado em humano, ele pensou que ela poderia aceitá-lo.
Em troca, ela tinha tentado matá-lo.
—Amaldiçôo o dia que te pari.
Suas palavras ainda ressonavam profundamente dentro dele e agora ela tinha atirado o golpe final. Ela tinha feito um acordo com um demônio para tomar a sua companheira.
Nenhum Were-Hunter podia tirar a um humano de seu período de tempo sem a permissão do humano. Só os demônios e deuses estavam isentos dessa regra.
Mas por quê? Por que sua mãe tinha levado a Bride atrás à Era Escura da Grã-Bretanha? Ele não confiava em sua mãe. Seu ódio por ele e por seu pai era muito grande.
Vane não confiava em nenhum humano.
Não, Bride era sua responsabilidade, e a última coisa que ela precisava era ser deixada sozinha com uma manada Arcadiana no passado onde ele tinha nascido.
Ele teria que ir reclamá-la e devolvê-la para casa.
Só que esta vez, ele não tinha nenhum reforço. Ele entraria sozinho.
Ele só esperava sobreviver ao encontro. Se não, Bride poderia encontrar-se presa no passado pela eternidade.

CAPITULO 9

Enquanto as horas passavam lentamente estande Bride estava confinada a seu pequeno quarto, ela aprendeu uma coisa.
Isto não era um sonho.
Ela não sabia como isso era real, mas não tinha nenhuma outra opção exceto aceitar o fato que este não era o episódio do manicômio do Buffy, ou uma ilusão. Toda
esta raça era real e eles tinham a pior comida que ela tinha tentado comer.
Nada lhe assombrava que todos fossem tão condenadamente magros.
Apenas havia tocado em sua bandeja de mantimentos que estava sobre a mesa de noite com os livros. Bride perambulava pelo quarto, enquanto escutava as pessoas no
corredor discutir o que eles deveriam lhe fazer.
Isto ficava mais horripilante a cada minuto.
De repente ela sentiu um movimento atrás dela. Bride girou para encontrar-se a um homem parado que recordou ao Vane. Ele tinha o mesmo cabelo negro multicolorido
e os olhos verdes, seu rosto era misteriosamente similar. Totalmente barbeado, ele levava seu cabelo mais comprido que Vane e estava vestido em couro antigo e peças
de armadura. Como Bryani, ele tinha uma espada atada às costas com uma corrente.
Ele a olhou em uma maneira que definitivamente lhe fez recordar a de um animal selvagem que examina sua presa.
–Quem é você? —perguntou-lhe ela.
Ele não falou. Em troca, aproximou-se para poder tomar sua mão na sua e olhar sua palma marcada. O ódio ardeu em seus olhos.
Antes que ela pudesse piscar, ela se encontrou de algum modo tirada de seu quarto e no centro do edifício onde se encontrava o grupo mais zangado de gente do planeta.
Ela se sentiu como se fora a única rocha quente em um ninho de víboras.
Suas vozes ruidosas aumentaram dez vezes seu volume quando ela apareceu.
—Der! —Soou o grito do ancião—. Por que a trouxeste aqui?
O parecido ao Vane jogou um olhar malévolo a Bride.
—Peço um timoria* contra seu companheiro.
A aceitação se ecoou na multidão.
—Não - disse Bryani enquanto empurrava para abrir-se caminho entre a multidão para alcançá-los.
—O que acontece, Mãe? —Perguntou desafiante quando se voltou para o Bryani—. Mudaram seus sentimentos pelos animais que nos caçam?
—Você sabe bem.
—Então nos deixe lhes devolver o que eles nos deram.
Bryani apontou sua espada sobre seu filho.
—Tomei o juramento de Sentinela para proteger...
—A uma puta Katagaria? —perguntou Der, interrompendo-a. Ele empurrou a Bride para a Bryani—. Ela tem o seu aroma. Digo que o liquidemos de uma vez por todas.
Uma aclamação soou.
Bride tremeu com o terror.
—Pai? —disse Bryani ao ancião é o modo em que deve ser?
O ancião tomou seu tempo explorando a multidão antes de enfrentar a sua filha. —Deveria me ter consultado antes de trazê-la aqui, Bryani. Procurou o amparo de um
de nossos inimigos quando não há uma só família entre nós que não tenha sido machucada pelos Katagaria. Deuses do Olimpo, olhe o que eles lhe têm feito a nossa própria
família. Perdi a prudência de sua mãe e a todos meus filhos, salvo você, por eles. Você que conseguiu escapar de suas garras e isso só porque conseguiu afastá-los.
Agora pede clemência para uma deles? Tornaste-te completamente louca, também, filha?
Ele dirigiu um olhar menos que pormenorizada a Bride.
—Poremos a timoria em votação. Quais de vocês dizem sim?
O rugido foi tão ruidoso que Bride teve que cobrir seus ouvidos.
—Quem diz não?
—Eu - disse Bryani, mas era uma solitária voz na multidão.
O ancião agarrou sua fortificação e suspirou.
—Isto está decidido, então. Preparem à humana para a timoria.
Bride tinha realmente o mau pressentimento que a timoria não era algo bom, especialmente quando três mulheres avançaram para arrastá-la.
—O que esta acontecendo? —perguntou às mulheres que a agarraram—. O que é uma timoria?
—Sinto muito, Bride - disse Bryani antes que fosse afastada—. Por favor me perdoe.
Perdoá-la por quê?
—Me larguem! —gritou Bride histericamente enquanto tentava tirar as mãos das mulheres de cima dela. Era inútil. —Por favor, me digam o que vai acontecer!
A mais alta das mulheres se dirigiu a ela com um grunhido.
—Pelo união com um Katagaria, só há um castigo. Darão aos homens sem companheira de nosso clã.
—Me dar a eles como?
A aparência do rosto da mulher o disse tudo. Eles tinham a intenção de violá-la.
Bride gritou e lutou com tudo o que tinha.
Ao Vane tomou um minuto conseguir orientar-se quando chegou à antiga Bretanha. As viagens no tempo sempre o desorientavam. Tomava muito de seus poderes saltar no
tempo.
Também tinha que ser cuidadoso agora. Se ele enviava sondas para localizar a Bride, poderiam ser interceptados por sua mãe ou sua raça. Não é que ele lhes temesse.
Mas não queria ir à guerra sem um exército.
Neste período de tempo, a raça de sua mãe governava. Seu avô era o Regis* de um dos clãs de lobos mais poderosos e se dizia que os bons velhos Gramps tinham matado
mais Katagarias que qualquer outro Sentinela em sua história.
Vane inspirou profundamente quando divisou o povo do outro lado dos arbustos onde ele estava agachado. Eles o esperariam.
Em certo modo.
Vane ouviu algo rangendo no bosque detrás dele. Girando-se, esperava que fora um animal selvagem ou alguém da raça de sua mãe.
Não o era.
Era Fury.
Vane não podia ter estado mais surpreso se tivesse encontrado a sua mãe diretamente frente a ele. Ao menos isto teria tido sentido. A presença do Fury não tinha,
absolutamente.
O lobo trocou imediatamente a sua forma humana, ficando boquiaberto de horror por sua nudez ante o Vane, quem rapidamente afastou seu olhar.
—Que diabos faz aqui? —perguntaram-se um ao outro simultaneamente.
—Me ponha um pouco de roupa - disse Fury grunhindo as palavras enquanto se tampava com suas mãos.
Antes de ficar cego, Vane rapidamente aceitou e vestiu ao lobo com jeans negros e uma camiseta.
—Por que está aqui, Fury?
Ele resmungou.
—Faço o que lhe disse que faria. Levo a tessera longe de ti e de Bride, só que você está aqui enquanto eles estão ali - indicou Fury iradamente a uma colina não
muito longe—. Supõe-se que está em Nova Orleans, idiota, não na Bretanha.
Suspeitando do Fury, Vane franziu o cenho.
—Por que trouxe a tessera aqui?
Fury lhe dirigiu um olhar sinistro.
— Porque este era o caminho mais fácil que conhecia para eliminá-los de uma vez. Não posso fazê-lo só e pensei que as armas de Bryani conseguiriam cortar em pedacinhos
a uma das tesseras do Markus.
Vane até estava mais confuso e suspicaz que antes.
—Você conhece a Bryani?
Fury pôs seus olhos em branco.
—Sim, ela alegremente me perseguiu e me deixou por morto várias centenas atrás. Quer ver as cicatrizes?
Vane sentiu o aroma do Stefan aproximando-se deles.
Fury o agarrou ao braço e o arrastou para um bosquezinho de árvores.
—Olhe, estamos em sério perigo aqui. O Arcadianos nos odeiam com paixão.
—Sei.
—Não, não sabe - disse Fury, seu tom gravemente sério—. Realmente não sabe quanto pagariam por ter a nós dois para o café da manhã. Temos que conseguir sair daqui.
Vane liberou seu braço.
—Bride está naquele povoado e não vou a nenhuma parte a não ser que ela esteja comigo.
Fury amaldiçoou.
—Quanto tempo esteve ali?
—Não sei, logo acabo de chegar. O tempo não flui da mesma maneira em ambos os períodos de uma vez, você sabe isso.
—Bem, temos que encontrá-la imediatamente e rezar para que não tenha estado ali muito tempo.
—Por que pensa que estou aqui?
Fury não pareceu ouvi-lo.
—Bem, pensa, pensa, pensa - Ele levantou o olhar ao Vane—. Ocorre-te algo?
—Entro ali e encontro a minha companheira.
—Bryani terá um feitiço para diminuir seus poderes.
Vane riu.
—Deixa-a tentá-lo.
—Deus, tenha consciência - disse ele com respeito, em voz baixa—. Que diabos? Não pode viver sempre. Só me prometa que se algo sair mal, matará-me antes de me abandonar
a eles.
Havia tal sinceridade nessa petição que desconcertou a Vane. O que tinham feito ao Fury?
—Jura isso Vane.
—Juro.
Antes que Fury pudesse dizer algo mais, Stefan, Aloysius, e Petra abriram passos pelos bosques em forma de lobos. Suas cabeças baixas, os lobos os rodearam, grunhindo
e ladrando.
—Merda! —grunhiu Fury enquanto os lobos se escondiam, preparando-se para atacar.
Um grito ressonou no povo.
Vane não vacilou. Agarrando ao Fury, ele os transportou justo quando Stefan estava a ponto de alcançá-los.
Bride cravou seus calcanhares na terra e mordeu a uma das mulheres que a sustentavam. A mulher grunhiu e lhe pegou com a mão. Bride a mordeu outra vez.
Que se condenassem se ela ia deixar elas atá-la! Ela poderia não ser Tabitha, mas podia morder e pegar no cabelo como a melhor delas.
Um dos homens avançou para rodear com sua mão o pescoço de Bride.
—Deixem-na... Ir... —A voz acerada de Vane retumbou enquanto pronunciava cada palavra lentamente.
Os olhos de Bride se encheram de lágrimas quando ouviu o som mais bendito sobre o planeta. Ela olhou a sua direita para ver o Vane em forma humana, parado aí, sem
uma arma, e com seu lobo branco ao lado.
Por que não estava armado?
Os homens que estavam mais perto de Vane atacaram em massa. Atordoada, ela olhou como ele girava e os chutava ao chão. Ele se moveu tão rapidamente que ela mal pôde
vê-lo.
Então Vane desapareceu, só para reaparecer a seu lado. As mulheres se voltaram para ele. Vane enviou a uma voando para a multidão, enquanto esquivava e fazia tropeçar
à segunda. A terceira a atirou de cabeça ao chão.
Esquece Hollywood, não tinham nada que fazer frente à agilidade e velocidade de Vane.
Enquanto Vane desatava suas mãos, ela podia ouvir o lobo lutar e grunhir.
Bride o abraçou imediatamente que esteve livre e o abraçou enquanto as mulheres tentavam alcançá-los, só para retroceder ante o que parecia ser uma parede invisível
de alguma tipo.
—Fury - chamou Vane.
O lobo foi correndo a seu lado. O homem que o perseguia também ricocheteou contra a parede.
Fury se materializou em um homem nu e riu malvadamente de seus perseguidores.
Bride estava completamente atônita pelo aspecto do irmão de Vane nu, que, tinha que reconhecer, tinha um grande corpo.
OH, santo céu, ninguém é o que parece?
Vane estalou seus dedos, e a roupa apareceu sobre o Fury.
Der os amaldiçoou.
—Pensei que havia dito que matou ao Fury, Mãe.
Fury se mofou de Der com um sorriso de desprezo. —OH, tentou muito, irmãozinho. Mas os animais são grandes sobreviventes—. Ele olhou a Bryani. —Ou não, Mãe?
Der enfiou para o Fury, só para encontrar-se arrojado para trás por nada.
De fato, cada homem que tentou alcançar a Bride, ao Fury, ou ao Vane se encontrou arrojado ao chão.
—O que é isto? —grunhiu Der, golpeando a parede invisível com sua espada.
Fury riu outra vez.
—Este é seu pior pesadelo, adelfos. Encontrar-te com o maior de nossa ninhada - Ele assinalou para o Vane—. Os poderes de Vane põem em ridículo a todo mundo aqui,
até ao Avô - Ele jogou uma olhada a Bryani—. Tinha razão, Mamãe. A mescla do Arcadiano e o sangue Katagaria realmente produziu a um feiticeiro de poder sem par.
Só que não era eu. Infelizmente.
O coração de Vane palpitava enquanto escutava e entendia. Fury realmente era seu irmão. Mas isto não era importante para ele neste momento, só a segurança de Bride
o era.
Um dos homens Arcadianos foi por detrás de Vane. Ele girou e o fez voar, afastando o deles.
—Vocês têm sorte que não seja o animal que pensam que sou - grunhiu aos Arcadianos—. Mas se aproximarem de minha companheira outra vez, serei.
Der riu cruelmente.
—Bem, toma a sua mulher. A lua cheia não será até dentro de outras três semanas e isto nos dá muito tempo para te perseguir e te matar. Terá que dormir algum dia.
Então será nosso.
Fury sacudiu sua cabeça.
—Não ouviu nenhuma palavra do que disse sobre o Vane, verdade? É uma pena que eu não fosse eu o que nasceu com seu poder. Eu os teria matado a todos vocês se o fosse.
Mas suponho que ele é melhor homem que eu.
Vane riu com frieza a seu irmão “humano”. Der se parecia muito ao Fang quando Fang era humano. É uma pena que o ódio de seus pais de um pelo outro tivesse chegado
a isto. Que isso tivesse crescido e envenenado uma nova geração completa.
Mas por outro lado, Vane nunca tinha pensado em coexistir com sua família Arcadiana. Eles os tinham expulsado e proscrito fazia séculos.
Vane riu malvadamente a Der.
- A diferença de ti, irmãozinho, não preciso nenhuma lua pestilenta para saltar no tempo.
E em uma piscada, Vane, Bride, e Fury estavam de retorno em Nova Orleans, certamente dentro da casa de Kyrian.
—Acredito que preciso Tylenol... Um frasco - disse Bride enquanto se cambaleava ao afastar-se de Vane e se sentar sobre a poltrona mais próxima—. E muita vodca para
baixá-los.
Kyrian, Amanda, e Tabitha entraram correndo no quarto.
—Isso foi rápido - disse Tabitha—. Maldição, Vane, você não te entretém, verdade?
Vane não fez caso à pergunta da Tabitha enquanto se ajoelhava diante de Bride.
—Está bem?
—Não sei - respondeu ela francamente enquanto lhe olhava fixamente com entorpecida histeria—. Meu namorado é um cão, sua mãe uma psicótica, e quase acabo de perder
a oportunidade de ser a atração principal em uma espécie de filme pornô de baixo prestigio, com vestuário e comidas horríveis. Quero dizer... O que é isto? “Bem-vinda
à família, agora tem que dormir com todos meus irmãos, e realmente quero dizer com todos meus irmãos, primos, amigos, demônios, todos?” Sabe a maior parte dos sogros
só lhe oferecem um guisado, não uma vingança de quatro séculos.
Era tão bom ser capaz de dar esse enfático discurso, mas uma parte dela ainda estava aterrorizada. Nada parecia certo para ela agora. Nada.
—Estou a salvo, Vane? Ou alguém mais vai fazer... zaz! Na sala de estar e me agarrar e me levar a não sei onde? Não quero ver o verdadeiro dinossauro Barney com
trogloditas nus perseguindo-o! Não quero ver outra coisa exceto minha vida normal aqui em Nova Orleans.
Vane tomou seu rosto entre suas mãos. Em algum nível, seu contato a consolou.
—Está a salvo, Bride. Não vou deixar que ninguém mais te agarre. Juro.
—E posso acreditar nisso, por quê?
—Porque te dou minha palavra.
—Bem, e isso resolve tudo, huh? —Bride sacudiu sua cabeça—. Depois disto, não posso esperar para me encontrar com seu pai. Acredito que ele será um barril cheio
de risadas - Ela olhou fixamente ao Vane enquanto o horror das poucas horas passadas se equilibrava sobre ela—. Algumas outras estranhas tradições de família que
tenha que conhecer? Ossos ocultos no pátio traseiro? Tias loucas? Pulgas?
Ela olhou ao Fury.
—Não tenho que dormir com ele agora, verdade?
Tabitha arqueou ambas as sobrancelhas ante isso.
—A que tipo de lugar foi? Soa como se pudesse ser divertido.
—Quer ir? —perguntou Fury—. Posso te levar.
—Fury - grunhiu Vane—. Tem bastante para responder já. Não confunda às pessoas.
—E a Tabitha, tampouco - disse Kyrian.
Amanda deu uma cotovelada em seu estômago.
—O que? —perguntou Kyrian com inocência.
Vane se agachou sobre seus calcanhares e olhou ao Kyrian e a Amanda por sobre seu ombro.
—Tenho um escudo sobre a casa que não deveria deixá-los passar. Notem que isso deveria. Não tenho nem idéia de que mais é capaz de fazer o demônio, sobre tudo se
Amanda o convida a entrar na casa outra vez.
—Nada.
Bride levantou a visão para o som de uma nova voz profundamente masculina. Bom, esta era sem dúvida a última pessoa que esperava ver aí.
Entretanto, por que estava surpreendida, ela não podia imaginar-lhe Com o tipo de coisas que estiveram acontecendo, a mulher que tomava o pedido do supermercado
muito bem poderia ser uma Were-Víbora ou uma zumbi.
Por que não?
—Ash? —perguntou Bride, reconhecendo ao homem extremamente alto e incrivelmente atrativo, que se somava ao quarto.
Dois metros, embainhados em couro negro e possuindo uma auréola que só podia ser definida como de pura atração sexual, Ash Parthenopaeus era um homem difícil de
esquecer.
—Conhece o Acheron? —perguntou-lhe Vane.
—Sim, ele vai a loja cada poucos meses com uma linda, embora estranha, namorada, que virtualmente compra o lugar inteiro —Bride olhou de novo ao Ash. —Você é um
dos insetos, também?
—Culpado - disse Ash, lhe oferecendo uma risada encantadora.
—Genial - suspirou Bride—. Alguém mais que precise saber?
Os ocupantes do quarto se olharam entre si com vergonha.
Vane se levantou e enfrentou ao Ash.
—O que sabe sobre o Alastor?
—Que está enganchado. Sua mãe negociou com ele para seqüestrar à sua companheiras e de Fury, e Fang. É um ingresso de ida. Levou a Bride a sua mãe e não há nada
que ela possa fazer para negociar com ele outra vez.
—Está certo disso?
Ash cruzou seus braços sobre seu peito.
—Posso te dar minha garantia pessoal sobre isso.
—Então ele voltará quando Fang se unir? —perguntou Fury.
—Sim - disse Ash—E respondendo sua próxima pergunta, sim outra vez. Ele virá por sua companheira, também.
Fury amaldiçoou.
—Sinto - disse Ash—. Mas olhe o lado bom; sua mãe faz “divertido” o disfuncional.
- Você não é simpático, Ash —disse Vane—. Pensei que fosse proteger a Bride por mim.
—Isso eu pretendia, mas não tive tempo. Mesmo eu não posso estar em dois lugares de uma vez.
—Que pena - disse Vane—. Se soubesse sobre o Alastor, não me poderia ter dito antes?
—Você e eu não estivemos falando exatamente os últimos meses, Vane. Além disso, não é sábio interferir com uma ordem do Destino.
—Odeio quando começa com essa merda do Destino. Sou eu, Acheron, não um de seus fodidos Dark Hunters. Sei o que é e sei o que pode fazer. Maldito seja por brincar
conosco.
O fogo rugia nos olhos do Acheron.
—Não brinco contigo, lobo, é melhor rezar para que nunca o faça.
Pelo rosto de Vane, Bride podia dizer que queria arremeter contra Ash, mas sabia que era melhor não tentar.
—Que mais sabe que não me tenha contado? —perguntou-lhe Vane.
—Toneladas dessas coisas. O último destino do mundo. O próximo presidente. Se os Saints* ganharão este fim de semana. Demônios, até conheço os números da loteria
para esta noite.
–De verdade? —perguntou Tabitha, animando.- Quer compartilhá-lo? Vamos, Ash, preciso os números do Powerball*. Por favor. Por favor, por favor compartilha-os! Até
deixarei ao Simi comer todas as pipocas se me disser isso.
Ash soprou, logo girou para o Kyrian, Amanda, e Tabitha.
—Acredito que Vane necessita um pouco de tempo só com seu irmão e sua companheira para falar.
Tabitha choramingou.
—Ash, me dê esses números!
Ele olhou a Tabitha graciosa.
—Seis.
Tabitha sustentou suas mãos em alto e lhe fez gestos por mais.
—E?
—Há definitivamente um seis em algum lugar nos números ganhadores.
—OH, corrompe... Grande coisa - disse Tabitha, pondo má cara durante um segundo antes de encolher os ombros agradavelmente—. Bem, agora que sabemos que Ash é realmente
cruel e Vane não é um assassino em série, suponho que o melhor é voltar a minha loja - Ela se deteve ao lado do Ash—. Ainda vamos ver o filme de sexta-feira a noite?
Ash assentiu.
—Ali estarei como sempre.
—Genial, vejo-te então - Tabitha fez uma rápida saída.
Kyrian o olhou com a boca aberta.
—Tem um encontro com a Tabitha?
Ash lhe dirigiu um sorriso zombador.
—Não, mas a vejo extremamente divertida. Ela grita as coisas mais fascinantes à tela e come mais pipocas que Simi. Tenho que dizer, que Tabby é definitivamente uma
de minhas pessoas favoritas.
—É um homem doente, Ash - disse Kyrian enquanto retornava à parte de atrás da casa.
—Acredito que é maravilhoso - disse Amanda antes de ficar nas pontas dos pés para aproximar sua cabeça à sua. Ela beijou ao Ash na bochecha. Soltando-o, ela se deu
volta na direção Kyrian que saiu e levantou a voz. —E meu marido dormirá no quarto de hóspedes pelas próximas duas noites.
A bebê começou a chorar no andar de cima.
—Eu vou - disse Ash, desaparecendo imediatamente.
Amanda fez uma pausa perto do sofá.
—Estarei na cozinha se por acaso alguém necessitar de algo.
—Certo - disse Bride—. Você também vai fazer zaz! Para sair daqui, Amanda?
—Não tenho essa capacidade - Ela tocou a mão de Bride consoladoramente—. Sei como se sente Bride. Realmente sei. Como você, pensei que minha irmã era uma louca gritalhona,
e averigüei ao longo dos dois últimos anos que ela é estranhamente sábia. Somente respira profundamente e acredita no impossível - Ela lhes brindou um sorriso alentador,
logo os deixou sozinhos.
—Bem - disse Fury enquanto esfregava a parte de atrás de seu pescoço—. Suponho que agora é quando me dá o empurrão e saio disparado. Vocês moços que tenham uma boa
vida.
—Espera - disse Vane, ficando de pé—. Você não me traiu, verdade?
—Não. Só pensei em trair ao Stefan e seu grupo de Arcadianos. Era um imperativo moral que foderia com suas cabeças, não com a tua - Ele olhou ao Vane cautelosamente—.
Embora seja honesto, Vane. Odeio-te e você me incomoda até o infinito. Sempre o fez.
—Por quê? O que te tenho feito?
—Não tem nem idéia - disse Fury, com sua expressão fria e zangada—. Mamãe não foi sempre essa perturbada que conheceu. Ao menos não comigo.
Fury encontrou o olhar de Bride.
—Realmente sinto o que ela te fez, Bride. Mas tem que entender o que os Katagaria lhes tiraram. Depois que foi seqüestrada por meu pai, eles enviaram todos seus
Strati para encontrá-la. Enquanto não estavam no povoado, outra manada do Katagarias entrou e matou a cada menino que pôde encontrar. Violaram e assassinaram a maior
parte das mulheres. As que sobreviveram só o fizeram porque eles as deixaram, e a maior parte delas, como nossa avó, nunca voltaram a estar bem outra vez. É por
isso que não viu muitas mulheres na cidade.
Fury suspirou e se voltou para o Vane.
—Você não sabe sobre nossa metade Arcadiana. Do primeiro nascimento de nossa raça, houve um Aristos na família materna como em cada geração. Seu irmão mais velho,
que foi assassinado quando ela foi tomada, era um deles. Nosso avô era o outro. Quando ela voltou comigo, Der, e Star, eles pensaram que eu seria um, também. Eu
tinha um aroma estranho que eles assumiram que era o poder.
—Mas você não é Arcadiano.
Fury sacudiu sua cabeça.
—Eu era o yin e você o yang. Eu era um menino humano, logo quando cheguei à puberdade, minha forma trocou para a de lobo.
Vane se estremeceu. Ele entendia tanto a seu irmão, que se preocupou.
—Sinto muito.
—Ah, você não tem nem idéia. Acredita que foi difícil pra você? Ao menos Anya e Fang ficaram contigo. Protegendo-te. Tentei me ocultar, mas ao minuto que Der averiguou
no que me tinha convertido, o disse a Mãe. E ela se comportou, perdão pela grosseria, como uma filha da puta comigo.
Vane não esperava nada menos. Seu pai lhe teria feito o mesmo se ele houvesse alguma vez conhecido a verdade.
—Ela é uma Sentinela. Esse é seu trabalho, matar Katagarias.
—Sim, sei. Eu era muito jovem para resistir a ela. Ela me atacou com uma violência inimaginável e me cortou em tiras - Fury fez uma pausa e se estremeceu, como se
a lembrança fosse difícil para ele até agora—. Fiquei sangrando durante dias enquanto tentava me ocultar dela e de outros. Quer saber por que não posso dirigir dignamente
a maldita magia? Ninguém jamais me ensinou. Markus, com todos seus defeitos, ao menos se assegurou que vocês três fossem treinados depois que voltou de seu ano de
sobrevivência. Durante cem anos, eu estive totalmente sozinho. Não ousei entrar em uma guarida Katagaria por medo que cheirassem o aroma do Arcadiano em mim. A única
coisa que alguma vez aprendi a levar bem a cabo é camuflar meu aroma. Por isso sabe, poderia estar te mentindo agora.
Vane o olhou fixamente, duro. Perigosamente.
—Não o está.
—Como sabe?
—Ash não te teria deixado aqui comigo se o estivesse fazendo.
Fury zombou disso.
—Põe muita fé em um Dark Hunter que não poderia preocupar-se menos por nossa raça.
—Não, não faço. Ponho muita fé em um homem que alguma vez foi outra coisa que um amigo para mim - Vane cruzou seus braços sobre seu peito—. Então, porque veio a
nossa manada?
—Pela mesma razão pela que você procurou mamãe. Queria conhecer como era o resto de minha família. Eu tinha toda a intenção de te contar quem era, mas assim que
vi quanto Markus os desprezava a você e ao Fang, imaginei que seria um engano.
—Poderia nos ter dito isso . Teríamos-lhe dado boas-vindas.
—E outra vez, recordo-te que Der, meu companheiro de ninhada, que era meu melhor amigo, já me tinha traído. Ele entregou-me a nossa mãe preso. Fui criado acreditando
que os animais são imprevisíveis e pouco confiáveis. Mas sabe o que? Os animais só matam por dois motivos: proteger e comer. Os humanos matam por muitos mais motivos.
Apesar do que pensam, não somos nem remotamente tão perigosos como eles. Mas você sabe, verdade?
Vane assentiu.
Fury suspirou e se distanciou.
—Bem, moços tenham uma vida agradável ou algo assim.
—Aonde vai? —perguntou Vane.
Fury deu de ombros.
—A qualquer parte.
—Assim como se fosse simples? —perguntou Vane —. Simplesmente se apresenta como meu irmão e logo segue seu caminho?
—Que mais há? Você não me quer por perto. Maldição você de verdade, não me necessita.
Vane o olhou com o cenho franzido. Fury não tinha nem idéia...
Não, não tinha. A única família que ele alguma vez tinha conhecido o tinha traído. Não era de se admirar que seu irmão o odiasse. Ao menos ele, Fang, e Anya se uniram
contra um e todos os obstáculos e ameaças.
Fury tinha estado sozinho durante séculos. Ele sempre estava afastado na manada e nunca se dirigiu a ninguém. Enquanto outros Strati formavam círculos íntimos de
amigos e aliados, Fury sempre permanecia solitário. Em realidade, ele poucas vezes lutava para reclamar a uma loba.
Isso deve ter sido horrível para ele, saber que eles eram da mesma família e nunca dizer uma palavra disso. Quão freqüentemente Fury os teria visto aos três rindo
juntos? Vendo-os agrupar-se como família contra o resto da manada, sabendo ele que deveria ter sido incluído em seu grupo?
Por essa omissão de amizade, Vane sempre se sentiria culpado. Ele deveria ter sentido o laço de sangue que os unia.
Fury realmente era bom ocultando seu aroma.
—É meu irmão, Fury - disse Vane sinceramente—. A Família significa tudo para mim. Se soubesse algo sobre mim, deveria saber isso.
—Desde quando eu sou sua família?
—Do minuto em que nascemos e desde que veio me advertir sobre o Stefan - Vane lhe estendeu sua mão—. Não preciso um juramento para estar ligado a ti, irmãozinho.
Somos uma família.
Fury vacilou, logo pôs sua mão na de Vane. Vane o puxou para frente e o abraçou.
A Bride lhe fez um nó na garganta ante a dor que refletia o rosto de Fury. Era óbvio que nunca tinha esperado a reação de Vane ou sua aceitação.
—Não te trairei, Fury - disse Vane—. Jamais. E se Fang alguma vez sair dessa, ele não vai fazer pouco de você.
Fury se separou e assentiu.
—E se sair por essa porta —disse Vane com os dentes apertados— eu deverei te machucar por isso.
Fury riu.
—Bem. Estou aqui por um tempo, suponho - Ele limpou sua garganta e deu um passo para trás—. Você dois, provavelmente, desejem falar agora. Irei estar na cozinha
com a Amanda.
Vane esperou até que estiveram completamente sozinhos antes de voltar-se para a Bride.
—Que dia infernal, não?
Bride se sentou de novo no sofá e suspirou profundamente para ajudar-se a agüentar os incomuns acontecimentos das últimas vinte e quatro horas.
—Sim, OH sim. Tivemos bebês voadores, irmãos lobos, mães psicóticas, namorados assassinos em séries, amigas que matam vampiros, e não estou segura de que mais.
Isto estava além de sua capacidade de adaptar-se.
—Estou louca? —perguntou-lhe ela—.Sério, seja honesto.
—Desejaria que fora tão singelo. Desejaria poder te dizer sim e que Grace poderia te arrumar, mas não, não está louca.
Ela temia isso. A pergunta agora era o que deveria fazer?
—Então me deixe ver se entendi bem a sua mãe. Este... —Ela deu volta em sua mão para mostrar o sinal— significa que de algum modo nós somos algo assim como marido
e mulher. Mas se te recusar passará o resto de sua vida impotente e sozinho? Mas, eu sou livre de viver minha vida como quero?
Ele assentiu.
—Realmente é ruim ser você, verdade?
Vane olhou ao vazio enquanto lhe esticava um músculo do queixo.
—Não espero que me aceite, Bride. Nunca lhe impus. Eu esperei aproximadamente uma hora ou duas, mas não sou estúpido e não vivo no mundo de... Bem, ok, realmente
vivo em um mundo de fantasia, mas nunca me enganei.
Ele se ajoelhou no chão ante ela, tomou sua mão e a beijou na palma. OH, ele era tão terno com ela. Tão amável. Ela tomou entre suas mãos suas cálidas e barbudas
bochechas.
Como poderia deixar a um homem como este?
Ele não é humano.
Não totalmente, de todos os modos. E vivia em um mundo aterrador, de magia, mistério e monstros arrepiantes capazes de todas as formas de crueldade.
—O que quer Vane? —perguntou desesperada por saber—Seja honesto comigo. Quer-me simplesmente devido a isto? —Lhe mostrou a palma de sua mão—. Ou me quer?O que quero
dizer é... Realmente não me conhece, verdade? Tampouco te conheço. Sei que é um grande homem em apuros e tem uma família que faz que os Addams* pareçam normais.
Mas não conheço verdadeiramente você.
Ele tomou a mão dela sobre seu rosto e a sustentou na sua calosa, olhando-a com aqueles penetrantes olhos cor verde-avelã.
—A verdade é não sei. Nunca desejei a nenhuma fêmea da maneira que desejo a ti, Bride. Mas francamente não sei se esse é o sinal ou não. Não sei.
Ao menos lhe havia dito a verdade. Isso era definitivamente uma coisa a seu favor. Ele nunca se deitaria com ela outra vez.
—Quanto tempo tenho para tomar uma decisão sobre isto? —perguntou ela.
—Duas semanas. Aproximadamente. Excluindo a qualquer demônio remoto ou interferência materna.
—Então que te parece se tentamos atuar normalmente? —Ela se pôs a rir ante o absurdo daquela declaração. Sim, justamente eles eram Jack e Jill* subindo a colina
do diabo. Ela só esperava que Jack não rompesse a cabeça ou que ela caísse depois.
Bride ficou séria.
—Bem, ao menos podemos fingir ser normais. Deixe-me ver o verdadeiro você em toda sua estranheza para que eu conheça o que tenho que atar-me e logo decidirei se
posso dirigi-lo sem me voltar totalmente louca.
Ele parecia atordoado ante sua sugestão.
—A sério não está fugindo de mim?
—Eu provavelmente deveria, e não posso imaginar por que sequer o estou considerando. Mas realmente eu gosto do que conheço de você, Vane, e suponho que cada um tem
seus problemas. Não tão profundos como os teus, sabe, mas ao menos contigo, quando disser às pessoas que meu namorado é um cão, não só será em sentido figurado.
Ele riu silenciosamente ante isto.
Bride apertou sua mão.
—Então me mostre o pior de ti, lobo. E te mostrarei o meu, e depois de duas semanas, veremos onde estamos.
Vane não podia acreditar. Ela era muito boa para ser real. Com toda honestidade, ele tinha esperado que lhe gritasse e saísse correndo pela porta, chamando a todos
eles de loucos.
Mas lhe dava uma oportunidade.
E isto era algo que ele não tinha tido em muito tempo... Esperança.
A alegria estalou através dele ante a idéia de que em realidade ela poderia ficar com ele.
—Há tantas coisas que tenho para te dizer.
Ela se abateu.
—Não vai chupar meu sangue, verdade?
Maldição. Ela se agarraria a isso para ficar com medo dele. Bem, não tinha sentido ocultar nada a ela agora. Melhor que ele colocasse tudo ante ela para que não
se zangasse porque lhe tinha ocultado algo. Como sua companheira, ela merecia ter respostas a todas suas perguntas.
—Não devo fazê-lo, não.
Ela o olhou com desconfiança.
—O que quer dizer, de maneira que não deve?
—Minha raça não é vampiro, mas há duas partes em um ritual de união. Primeiro é que me aceite como seu companheiro.
—Como faço isto? Parece-se com um casamento?
—Para minha raça é. Só que o fazemos nus.
Ela ficou boquiaberta.
—Com testemunhas? Esquece!
—Não - disse ele, rindo-se de seu ultraje. Ela era formosa sempre que lhe coloriam suas bochechas. Isto fazia que seus olhos âmbar brilhassem—. Isso será somente
entre nós. Deito-me de costas, unimos nossas marcas, e você me toma em seu corpo, então fazemos nossas promessas verbais um ao outro.
Ela inclinou sua cabeça como se estivesse menos que segura de sua honestidade.
—Isso funciona?
Ele assentiu.
—É magia.
—Bem, suponho, e depois o que acontece?
—O seguinte é opcional e pode ser feito ou não sempre que nós o escolhamos. É onde combino minha força vital com a tua.
—Por que faria isso?
—Como você é humana, se não o fazemos morrerá em menos de cem anos, enquanto eu ainda tenho outros quatrocentos ou quinhentos anos antes que chegue a velhice.
Bride estava completamente estupefata enquanto recordava as palavras do Bryani. Em seu momento as tinha atribuído a sua própria loucura ou a de Bryani. Ao parecer,
isso era verdadeiro, justo como o resto desta loucura.
—Você realmente tem quatrocentos anos?
—Quatrocentos e sessenta para ser exato.
Ela inspirou lenta e brandamente ante isso. Deus querido, como seria viver tanto tempo? Quanto poderia ver uma pessoa em todo esse tempo?
Isso era irresistível.
Mas mais que isso, isto vinha com uma compreensão aterradora. Uma que fazia que seu coração se apertasse enquanto uma horrível pena horrível se abria dentro por
ela.
—Eu certamente sobreviveria a todos os que conheço —suspirou ela—. Tabitha, meu irmão e minha irmã, minhas primas. Todo mundo teria ido antes que nem sequer envelhecesse?
Ele suspirou e assentiu.
—Isto não é fácil, mas me terá minha família e amigos - Sua expressão se aliviou como se uma idéia lhe tivesse ocorrido—. A Sunshine Runningwolf. Conhece-a, ela
é imortal.
Bride se sobressaltou por isso. Ela conhecia a Sunshine desde anos.
—Sunshine imortal?
—Sim.
—Vamos! Desde quando?
—Sempre. Tanto ela como seu marido o são.
Uau! Quem diria que a mulher que vendia a Bride os artesanatos que tinha penduradas em sua loja e em seu pequeno apartamento era imortal?
Ela fez uma pausa ante essa idéia. Agora espera um segundo... Isso não está bem!
—Por que não podemos ser imortais?
Vane deu de ombros despreocupadamente.
—Porque minha raça não é. Temos vidas longas, mas elas são finitas - Seu apertão se esticou sobre as mãos dela—. Há algumas desvantagens, entretanto. Se decidir
te unir a mim, terei que tomar seu sangue e você terá que tomar o meu. Um intercâmbio de sangue é o único modo de fazê-lo. Em segundo lugar, se um de nós morre ambos
fazemos.
Ela ficou pálida. Esse era um pensamento que a assustava.
Bem, por outra parte, comparado a outras coisas no mundo de Vane, aquela era provavelmente uma das menores preocupações.
—Mas não tem que fazê-lo, Bride - ele se apressou a assegurar Ambas as decisões só são tomadas por você.
Ela suspirou enquanto considerava tudo isso. Era um compromisso infernal o que Vane lhe estava pedindo. Isto levava ao tradicional “até que a morte os separe” a
um completo novo nível.
Mas enquanto ela o olhava ainda ajoelhando no chão, não podia menos que perguntar-se quão mal poderia ser a vida com este homem. Era considerado e generoso. Uma
raridade em seu mundo.
Isso valia ao menos duas semanas.
—Bem - disse ela devagar—. Agora é minha vez de falar. Se nos fizermos companheiros, quero um casamento humano. Meus pais não entenderão nada menos que isso e não
estou segura se quero lhes dizer sobre tudo isto.
—Está bem.
—Isso significa que vais ter que conhecer meus pais, Vane.
—Bem. Eles não podem ser tão aterradores como os meus.
—Bem, eles não são homicidas em geral, mas são protetores comigo.
—Já os amo.
Bride respondeu com uma risada nervosa o pequeno e brincalhão sorriso dele.
—Sabe, eu sempre pensei que encontraria a algum homem e sairia com ele durante um ano ou dois e logo o faria agachar-se sobre seu joelho em algum lugar romântico
para que me pedisse que me casasse com ele. Alguma vez sonhei que isto fosse meu compromisso - Ela brincou com uma mecha de seu cabelo—. Suponho que a vida alguma
vez é o que queremos que seja, verdade?
Vane se abateu por dentro por suas palavras. Ele nunca tinha pensado mudar sua vida tão horrendamente. Ele só tinha querido tocá-la um momento.
Que o tocasse.
Talvez isso fora cruel, mas seu coração não queria que partisse. Só desejava a ela.
Tanto o animal como o homem nele não ansiavam nada mais que ser tocados por esta mulher.
—Farei qualquer coisa para te fazer feliz, Bride.
Bride aprofundou seu apertão no cabelo dele. Nesse momento, sentiu como se em realidade pudesse amar a este homem. Ao menos sabia que poderia.
Mas já se queimou e não conhecia a Vane muito bem. Ela só tinha duas semanas para aprender sobre ele. O que ela sabia era aterrador... E maravilhoso.
Ela só esperava que não lhe mentisse ou a enganasse. Se lhe mostrasse ao verdadeiro Vane e este homem-lobo era honesto, então ela poderia aceitá-lo.
Seu pior medo consistia em que ao final das duas semanas, ela pudesse unir-se a ele e ele se convertesse no psicótico e rude animal de que falava sua mãe
O que faria então?
Taylor tinha sido maravilhoso ao princípio de sua relação. Até lhe tinha levado bombons para seu primeiro Dia de São Valentin.
Com o tempo, ele se tinha convertido em um asno total. Vane faria o mesmo?
E quatrocentos anos... Isso era realmente um comprido tempo para passar com alguém.
Não se o ama.
Talvez isso fosse verdade.
O menos que ela poderia fazer era tentá-lo. E ter esperança.
—Então, aonde vamos daqui? —perguntou ela.
—Tenho que encontrar algum lugar onde te alojar se por acaso tenho que te deixar, e onde esteja a salvo.
—E minha loja?
—Conseguirei a alguém que a cuide por ti.
Isso soava um pouco muito fácil.
—Como?
—Pedirei ao Acheron outro favor. Eles têm gente que ajuda aos Dark-Hunters. Eles têm muitos negócios locais aqui em Nova Orleans e estou certo que podem enviar a
um deles aí para manter a loja aberta por ti. A maior vantagem é que se um de minha raça vem perguntando, eles saberão como dirigi-los.
—Bem, então. Vamos começar nosso enlace de mãos* e ver como funcionará tudo.
Vane se levantou e lhe apresentou sua mão.
Bride vacilou. Ela nunca antes lhe tinha temido ao futuro, mas agora o fazia.
Tomando ar profundamente, para dar-se coragem, ela colocou sua mão na dele e deixou que ele a pusesse de pé.
Ela esperou que ele a conduzisse à cozinha. Em troca, ele a transportou ao quarto dos meninos.
—Sabe - disse ela, sentindo-se aturdida por sua “viagem”—. Os pés servem, também.
Vane riu.
—Disse que queria que fosse eu mesmo. Prefiro o cintilar como meio de transporte. É muito mais rápido.
Ash estava sentado em uma antiga cadeira branca de madeira, balançando ao bebê que dormia em seu colo enquanto os olhava com curiosidade. Ele sustentava uma mamadeira
de leite meio vazio entre suas pernas enquanto a bebê, vestida com um vestidinho rosado, chupava seu pequeno punho no refúgio de seus braços. Havia algo tão ilógico
naquela imagem que Bride não pôde menos que olhar fixamente.
Um homem vestido com couro negro e opressivo com o comprido cabelo vermelho e negro e um brinco de adaga em sua orelha esquerda definitivamente não se parecia com
alguém que pudesse deleitar-se cuidando de um bebê. E aí estava, sentado em um quarto rosado cheio de babados, embalando placidamente a bebê. Ash deveria parecer
completamente fora de sue lugar aí e, contudo, parecia estar em casa.
—Já chamei a Jessica Adams para que se faça cargo de sua butique - lhes sussurrou Ash—. Ela somente precisa saber onde estão os papéis, onde guardas as chaves da
loja, e em que banco faz os depósitos.
—Maldição, você é bom - disse Vane.
Ash lhe dirigiu um sorriso zombador e arrogante.
—Absolutamente o melhor.
Vane trocou sua posição.
—Então... Você sabe…
—Aqui está a direção - Ash sustentou sua mão levantada e um cartão de visita magicamente apareceu entre seus dois primeiros dedos. Ele entregou o cartão a Vane,
quem deu um passo adiante para pegá-lo—. Vocês estarão a salvo ali. Confia em mim, ele é mais paranóico que uma comunidade de Apolitas. Ninguém vai entrar em seu
lugar.
Vane olhou o nome sobre o cartão e se congelou.
—Estará de acordo com que estejamos ali?
Ash deu de ombros.
—Sua casa é bastante grande. Só tentem manter-se fora de seu caminho - Ele olhou além de Vane e ofereceu um sorriso a Bride—. Ele está um pouco nervoso, Bride,
mas Valerius é um bom homem enquanto que não lhe mencione o nome do Kyrian. Ele se assegurará que nada aconteça a vocês.
—Valerius? —perguntou ela.
Vane soltou um lento suspiro, logo girou para enfrentá-la.
—Ele é um vampiro com atitude séria.

CAPITULO 10

Quando Bride disse ao Vane que lhe mostrasse o pior dele e a deixasse ver o homem real, não tinha tido nem idéia no que se estava colocando.
Ele poucas vezes fazia algo normal e ela começava a compreender quanto se esforçou por permanecer no mundo “normal” quando tinha fingido ser seu lobo.
Depois que Ash partiu, eles tinham ido para baixo recolher ao Fury. Em um momento lhe tinha estado dizendo a Amanda que a chamaria e ao seguinte estavam dentro de
outra casa.
—Realmente desejaria que me desse alguma advertência antes de fazer isto - disse ao Vane enquanto olhava ao redor para conseguir orientar-se.
Eles estavam em uma enorme sala de estar que era duas vezes maior que a da casa do Kyrian. A casa inteira era completamente escura e parecia uma tumba. Estéril.
Fria. O lugar tinha um caro revestimento de mogno esculpido à mão e estava cheio com mais antiguidades das que Bride jamais tivesse visto antes em um lugar. Por
não mencionar o piso de mármore com um intrincado desenho estilo romano. Este parecia um passeio por algum castelo europeu. Ou uma mansão. Tudo o que ela podia ver
exalava educação aristocrática e bom gosto.
A diferença da casa do Kyrian, não havia nada moderno ou confortável aqui. Nenhum fofo sofá, nem televisão, nem, obviamente, telefone ou computador. Nada. Inclusive
os livros alinhados nas graciosas estantes pareciam ser antiguidades encadernadas em couro. O sofá era obviamente da era georgiana e tinha muito pouco acolchoado
debaixo do tecido borgonha.
Mas a coisa mais estranha de tudo era relativo às estátuas. As estátuas de duas mulheres que pareciam ser ninfas romanas nuas as pés das serpenteantes escadas. O
fato de que fossem antiguidades não era o estranho, era que pasteizinhos cor vermelho brilhante cobriam seus mamilos de pedra brancos.
—Que demônios? —perguntou ela.
Fury pôs-se a rir quando os viu.
—Jesus, Vane, chama antes de apresentar-se. Tem sorte que não te pegasse um tiro na bunda.
Bride deu a volta para ver um alto, e misteriosamente formoso homem entrar no quarto. Ele tinha o comprido cabelo negro até os ombros, agudos olhos marrom escuros,
e barba de aproximadamente três dias.
Vestido com uma gritante camisa havaiana laranja e jeans rasgados, ele se movia como um homem que sabia que poderia matar a qualquer um que se aproximasse.
—Ele é o vampiro? —perguntou Bride em tom baixo.
—Não - disse Vane enquanto olhava ao homem com incredulidade— Ele é da Máfia. Otto, que diabos faz aqui? Vestido assim? O que aconteceu com sua roupa? Parece como
se tivesse se convertido no Nick Gaultier.
—Sofrendo a condenação eterna - disse Otto, arranhando sua barba enquanto se aproximava deles—. Eles transferiram meu traseiro para cá, contra meus desejos, para
servir ao Rei dos Bodes, porque ele tem que ter a alguém que fale latim e italiano. Deus não permita que o homem tenha um normal escudeiro plebeu que só fale inglês.
OH não, devemos ter um com educação - Otto soou muito como Alfred Hitchcock com essa última palavra.
—Então por que está vestido como Nick? —perguntou Vane.
—Somente para incomodá-lo. Essa é realmente a única coisa que me mantém prudente por aqui.
Vane pôs-se a rir.
—Me deixe adivinhar, você é o homem dos pasteizinhos vermelhos?
—OH, demônios, sim. Não posso esperar até que se levante e lhe dê um ataque por isso - Otto aprofundou sua já baixa voz que era o normal e lhe somou um acento que
era quase italiano, mas não exatamente—. Não toque, nem sequer respire em cima das estátuas, Escudeiro. A diferença de ti, isto não tem preço - sua voz voltou a
ser normal—. Não, seu rosto não terá preço quando o vir esta noite.
Esta vez foi Fury quem riu.
—Não te conheço - disse, caminhando para o Otto com sua mão estendida— mas já posso contar que vamos ser amigos. Fury Kattalakis.
—Otto Carvalletti - Ele estreitou a mão do Fury, logo olhou de um a outro lobo—. Vocês dois são parentes?
—Irmãos - disse Vane.
—Genial - disse Otto, dando a volta para a Bride com um sorriso encantador—. Você deve ser Bride - Ele tomou sua mão ao mesmo tempo em que ela notava que ele tinha
uma tatuagem de um tecido de aranha negra na parte de atrás de seus nós dos dedos—, bem-vinda à loucura que é nosso mundo, minha senhora, embora pessoalmente, penso
que está louca para querer estar aqui.
Otto beijou sua mão e se inclinou ante ela. A ação obteve um profundo grunhido de Vane ao que Otto decidiu fazer caso.
—A propósito, Bride, pode relaxar. Sou tecnicamente humano, embora minha multidão de irmãos o negaria. E excluindo os pasteizinhos, não estou realmente psicótico.
Quando conhecer a meu chefe, entenderá totalmente por que tenho que agitar sua jaula.
Otto se dirigiu à escada.
—Se algum de vocês dois bons lobos uivassem, eu poderia dizer o discurso “criaturas da noite, que fazem música” * completo —Ele os olhou de novo quando nem Vane
nem Fury uivaram—. Ou não. Bem, tomo nota mental que os lobos não têm nenhum senso de humor ou nunca têm lido Drácula ou nunca viram um dos filmes. Nenhum problema.
Me sigam e lhes mostrarei seus quartos. Uma informação rápida das regras. Tentamos estar o mais silenciosos possíveis à luz do dia para não despertar ao Conde Penicula.
—Penicula? —perguntou Bride.
—Meu insulto favorito para o Valerius. Como o bom General Romano é dono desta casa, é uma combinação de pênis e Drácula.
Bride teria rido, mas tinha a sensação que isto só animaria ao Otto a ser mau.
Eles seguiram ao Otto, subindo a escada.
—Quando te fez tão falador, Carvalletti? —perguntou Vane—. Eu sempre pensei que fosse um homem de poucas palavras.
—Normalmente o sou, mas estive encerrado nesta mansão tanto tempo que estou ficando louco. Penso que deveria ter ficado no Alaska. Infernos, se até estive falando
com o Nick só para romper a monotonia.
Otto fez uma pausa na escada para olhá-los.
—Valerius não é um Dark Hunter, é um Daimon que me sangra até ficar seco. Não é assombroso que seu último escudeiro partisse. Reservo-me o direito de pedir minha
transferência e meu pai segue me dizendo para ser homem e assumir minha atribuição com dignidade. Juro, melhor que esse homem não se debilite ou o encerrarei na
pior casa de retiro que possa encontrar.
—Caraca, e eu acreditava que tinha problemas com meus pais - disse Fury atrás Bride—. Os meus somente querem me matar e me tirar de minha miséria, nada mais.
—Sim - disse Otto do topo da escada—. Tem sorte. Desejaria que o meu quisesse me matar.
Otto lhes conduziu por um corredor enquanto Vane se inclinava e falava no ouvido de Bride.
—Não deixe que as atuais tolices bizarras do Otto lhe confundam. Ele era valedictorian* em Princeton.
Ela ficou sem fala.
—E eu tinha um cérebro até que este lugar o matou. Tentem tratar com o Valerius e Nick e também se encontrarão com uma regressão à primeira infância em uma questão
de dias. Mas pelo que mais queiram, não digam ao Amo Valerius que alguma vez pus o pé no chão de Princeton. Ele pensa que abandonei Barbizon, Escola de Modelagem.
Bride riu, logo olhou para o Vane.
—Então este é o mundo ao que me está trazendo? Não te ofenda, mas esta raça realmente está louca. Temos um graduado de Princeton que se veste como Dom Ho* pondo
pasteizinhos sobre estátuas, um cunhado que é um cão...
—Sim, mas não esqueça, Tabitha vem contigo - recordou. Você , disse Vane, tem sua própria parte de loucos.
Ela levantou suas mãos em sinal de rendição.
—Bem, mas é só uma louca que carrego comigo.
—E seu papai castra para viver - disse Fury atrás deles—. Penso que é a coisa mais doente da que jamais me inteirei.
—Quer ir visitar meus pais, Fury? —perguntou Bride.
—Passarei.
Otto abriu uma porta que conduziu a um enorme dormitório com a mais elaborada cama antiga com dossel que Bride alguma vez tivesse visto. Cortinas de veludo azul
profundo penduravam ao redor de querubins e anjos esculpidos à mão que decoravam a madeira antiga.
—Isto é magnífico.
—Valerius insiste no melhor. Você dois podem deitar-se aqui, e levarei ao moço cão mais longe pelo corredor.
—Hei! —protestou Fury com indignação.
—Te relaxe - disse Otto—. Isto não é como se te fizesse dormir na garagem ou algo assim.
Os dois deixaram a Bride e Vane sozinhos no quarto.
—Assim, aqui estamos - disse Bride, insegura de si mesmo.
Vane pegou a mão dela para aproximá-la.
—É estranho não ter que me ocultar de você.
—Então pode fazer de tudo?
—Mais ou menos qualquer coisa. Posso viajar no tempo em qualquer direção. Eu poderia nos dirigir daqui a Paris ou a qualquer lugar que queria visitar.
Bride considerou isto. Ela poderia ter algo, mas havia só uma coisa que a faria realmente feliz.
—Pode me fazer magra?
Vane parecia menos que contente.
—Eu poderia.
—Faça-me.
Ele a olhou com o cenho franzido como se o pedido o confundisse completamente.
—Por quê?
—Por que sempre quis ser uma dessas pequenas mulheres pequenas e nunca fui.
Ele se moveu para parar atrás dela para assim poder empurrá-la contra ele e abraçá-la muito perto.
—Não te quero magra, Bride. Eu gosto de como é - Seu fôlego fez cócegas em seu pescoço enquanto ele falava e enviou o calor por toda ela—. Minha raça tem um refrão.
A carne é para o homem, o osso para o cão.
—Sim, mas você é ambos.
—E quando me dão a escolher entre costelas e file, vou pela opção superior sempre.
Bride chiou enquanto ele colocou seus lábios contra seu pescoço e o mordiscou. Ela fechou seus olhos e inalou o quente aroma masculino dele. Sentia-o tão bem sustentando-a.
Isso a fez sentir débil e sem fôlego.
—É isto tudo o que há entre nós, Vane? Só sexo?
Ele pôs sua bochecha contra a sua com tal gesto de carinho que lhe atravessou o coração.
—Não, Bride. O sexo é somente a demonstração física do que sinto por ti - Ele tomou sua mão e a conduziu para seu coração onde ela o sentiu palpitar contra a palma
de sua mão—. Ninguém jamais me deixa tocado como você o faz. É como um sussurro. Aprazível, suave. Calmante. Em meu mundo, a raça só grita e dá alaridos. Mas você...
Você é meu paraíso.
Ela tremeu ante suas poéticas palavras.
—Deus, é bom.
—Isto não é uma frase, Bride. Posso ser humano, mas também sou um animal e o animal em mim não mente ou engana. Nunca pensei que uma parte de mim seria domesticada,
mas agora o está. Esta parte não quer repartir golpes à mão direita e sinistra a alguém. Esta parte somente te quer.
Como uma mulher poderia dizer não a isto?
Bride ofegou enquanto sua roupa desaparecia.
—Vane?
Antes que ela pudesse terminar de dizer seu nome, ambos estavam nus na cama, sob os lençóis.
—É um talento o que tem aí - disse ela enquanto ele fuçava seu pescoço.
—Não tem nem idéia - ele soprou em sua orelha antes de lambê-la.
A cabeça de Bride formou redemoinhos no êxtase de seu contato. Por uma vez ele não perdeu tempo com ela. Ele se deslizou dentro de Bride com uma estocada poderosa.
Eles gemeram ao uníssono.
Bride levantou a visão para o cru prazer em seu rosto. Este não era de brincar com ele, Vane levava a sério o possuí-la.
Ela deslizou suas mãos sobre suas costas, sentindo a ondulação dos músculos enquanto ele empurrava dentro ela, forte e poderoso. Ele era o lobo e estava faminto.
Seus olhos verdes a devoraram.
Vane não podia pensar claramente enquanto sentia sua suavidade debaixo dele. O animal nele queria a completa posse. Queria acoplar-se e dominar.
O homem nele queria sua ternura. Seu coração.
Sobre tudo, queria passar o resto de sua vida olhando dentro de seus olhos cor âmbar. Eles agora estavam escuros pela paixão. Seus lábios estavam ligeiramente separados
enquanto ela ofegava de prazer.
Vane reclamou aquela boca. Ele grunhiu ante seu sabor. Com a sensação de sua língua contra a sua enquanto se empurrava profundamente dentro dela uma e outra vez.
Faminto dela obrigou-se a ser suave com seu corpo. Por recordar que ela era humana e frágil.
Ele morreria se alguma vez lhe fizesse mal.
Mas OH... A sensação de suas mãos sobre suas costas. A forma em que ela agarrava seu traseiro. Ela não só estava transando com ele. Ela fazia amor com ele. E isto
significava para ele mais que qualquer outra coisa.
Inclusive se ele fosse imortal, nunca sentiria nada melhor que suas longas e suaves pernas entrelaçadas com as suas.
Bride estava sem fôlego enquanto Vane a devorava. Nenhum homem jamais tinha feito amor com ela como este... Como se ele não pudesse conseguir o suficiente dela.
Como se estivesse desesperado para estar dentro de seu corpo.
Havia tanto poder e força nos braços envoltos ao redor dela. Os braços que a sustentavam meigamente. Com cuidado.
Cada poderoso golpe pulsava prazer através dela.
—Amo a forma com que suas mãos se tocam sobre mim - ele respirava entrecortadamente enquanto ela tomava entre suas mãos seu traseiro—. E amo ser capaz de pega-la
assim.
—Como assim?
—Cara a cara - disse ele, pontuando cada palavra com um golpe profundo, exuberante—. Assim posso sentir seus seios sobre meu peito. Ver sua expressão quando goza
em mim.
Então a beijou. Isto foi imperioso e devorador. Satisfatório.
Bride foi completamente arrastada por ele. Pelo intenso prazer dele tão grosso e amplo dentro dela. Pela forma em que o sentia deslizar-se contra seu corpo.
Vane deixou que seus poderes fluíssem através de ambos. Não havia nenhuma necessidade de refreá-los ou mascará-los. Ele deixou a sua paixão abastecer de combustível
a seus poderes, carregando-os a seu nível mais alto.
A sensação disso o atravessou como um relâmpago, aumentando cada aspecto da carne dele contra a dela.
Ele soube o instante em que ela sentiu a elevação de seus poderes. Ela atirou sua cabeça para trás no último êxtase. Com sua respiração desigual, ela respondeu cada
golpe com um próprio.
E quando ela gozou, ele teve que tampar seu grito com seus poderes para impedir que outros soubessem o que faziam.
Ele sorriu ante a imagem dela perdida nas convulsões de seu orgasmo. Ante a sensação de suas mãos sobre suas costas enquanto o agarrava fortemente.
Então Vane se permitiu unir-se a ela. Grunhiu enquanto se liberava dentro dela. Jazeu sobre ela, ofegando enquanto seu corpo continuava tremendo e estremecendo-se.
Todo o tempo ela pegou no cabelo dele e o aproximou contra si.
—Isso foi incrível - suspirou Bride. Então franziu o cenho— você realmente fica maior no final, verdade?
—Sim —disse ele, mordiscando seus lábios— e não posso sair de ti durante uns minutos mais sem te fazer dano.
Bride ainda podia sentir seu corpo tremendo.
—Por que faz isso e como é que me manteve...?
—Usei um feitiço de tempo para que não fosse consciente de quanto tempo uso para terminar - Ele gemeu enquanto outra onda de orgasmos o atravessava.
Vane quase esperou que ela o recusasse. Não o fez.
Em troca, ela embalou sua cabeça contra a dela e acariciou o seu cabelo até que ele tivesse terminado completamente.
Quando ele finalmente acabou, ele se deslizou fora dela e se derrubou a seu lado.
Ela deu volta para enfrentá-lo.
—Então assim é como é realmente?
Vane assentiu e esperou que seu coração deixasse de palpitar. Ela se deslizou sobre seu peito e beijou o duro mamilo direito dele. Ele grunhiu enquanto lhe dava
uma ligeira e brincalhona lambida.
—Se segue fazendo isso estaremos nesta cama pelo resto do dia.
Bride brincou.
—Conheço vocês, homens. Necessitará ao menos umas horas para... —Sua voz se desvaneceu quando o sentiu endurecendo-se contra sua coxa.
—Não sou humano, Bride. O sexo nos revigora. Não nos deixa mais cansados.
Ela levantou o lençol para ver a verdade daquela declaração. Ele já estava duro outra vez.
—Então posso brincar contigo tanto como queira?
—Um-hmmm. Sou todo teu, querida.
Mordendo seu lábio, Bride deslizou sua mão para baixo para tomá-lo com cuidado e explorar a inteira longitude dele. Já que Taylor nunca tinha feito amor com ela
com as luzes acesas ou à luz do dia, realmente nunca tinha tido a possibilidade de examinar a um órgão masculino de perto.
Ele flexionou uma perna e não disse nada enquanto ela com cuidado aprendia cada traço de seu corpo.
Vane a olhou de muito perto enquanto brincava com os cachos de seu cabelo. Ele nunca tinha tido uma mulher com tanta curiosidade sobre ele. Às lobas não preocupava
como se mostrasse, e sim que pudesse as satisfazer. Uma vez que o ato estava terminado, suas fêmeas os afastavam e partiam. Não havia nenhum compartilhar de corpos.
Nenhuma importância por acariciar ou amar. Por abrigar um sentimento.
Isso era o que mais apreciava de Bride.
Seus dedos o examinaram meigamente. Ela com cuidado massageou seu saco e seu pênis. Calafrios se disseminavam sobre ele. Sua perna estendida em realidade se movia
nervosamente.
Bride riu bobamente enquanto continuava acariciando-o.
—Você gosta, verdade?
—Sim - disse roucamente enquanto sentia que seu pênis se endurecia ainda mais.
Ela levantou o olhar para ele, logo fez o inimaginável. Ela tomou em sua boca.
Vane jogou sua cabeça para trás e enterrou sua mão em seu cabelo enquanto o prazer o atormentava. Ele apertou sua mandíbula para impedir-se de uivar enquanto ela
o lambia e provocava da base à ponta. Ela o deslizou profundamente em sua boca enquanto o chupava e brincava.
Ele pegou suas mãos em seu rosto enquanto seu corpo inteiro ardia. A generosidade deste ato...
Ele não sabia que tal coisa existisse. Uma fêmea Katagari antes morreria do que tocar a um homem desta forma. Era o trabalho do macho satisfazer à fêmea, não de
outra maneira.
Bride gemeu profundamente em sua garganta enquanto provava a mesma essência de Vane. Ela olhou para cima para vê-lo olhando-a, seus olhos cobertos pelo prazer e
a incredulidade. Esta era uma combinação embriagadora.
Ele se mostrava como se lhe estivesse mostrando o céu. Ele retirou o cabelo do rosto dela, logo acariciou sua maçã do rosto com seu polegar enquanto ela passava
a língua pelo lado interior dele.
Bride sentiu que o ar ao redor deles literalmente queimava. Fez uma pausa ante o som.
—Está tudo bem - disse Vane ofegando—. Isso é somente os meus poderes surgindo. Às vezes o fazem.
Ela retornou a ele.
Vane chiou seus dentes enquanto seu prazer se voltava incrivelmente alto. Em qualquer momento, ele gozaria outra vez. Com medo de machucar a Bride, ele a separou
dele um instante antes que seu corpo explodisse.
Isso não foi o único. Cada lamparina no quarto se fez migalhas com a força de sua paixão, enquanto seus poderes brincavam com seu desejo no quarto.
Ele se cobriu com a manta e usou sua mão para ajudar a seu corpo enquanto tinha o orgasmo.
Ele sentiu a mão de Bride sobre si. Abrindo seus olhos, ele olhou enquanto ela tomava em sua mão e com cuidado o apertou até que seu corpo ficou completamente drenado.
—Não tinha que te separar de mim, Vane - disse ela depois de uns minutos.
—Dobro-me de tamanho quando me gozo, Bride. Não quis ver-te machucada por isso.
Ela separou sua mão dele e beijou seus lábios.
Vane a sustentou perto dele, entesourando este novo momento com ela.
Ela se retirou para olhar as lamparinas feitas migalhas.
—Espero que nosso anfitrião não seja também... —Ela se deteve enquanto ele reparava cada lamparina com seus poderes.
—Esse é outro talento que tem por aí...
Riu-lhe maliciosamente.
—Prefiro o teu.
Ela estava confundida por isso.
—Não tenho nenhum talento.
—Sim o tem. Essa tua boca definitivamente é mágica.
—Mmm - disse ela, beijando-o outra vez—. Mas esta só trabalha para ti.
—Bem.
Bride se retirou enquanto compreendia algo.
—Espera um minuto. Você não pode me enganar jamais, verdade?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Sem ti, sou um invalido total. Meus poderes diminuiriam, também. Uma vez que o sexo é afastado de nós, não temos nenhum modo de recarregar nossa energia. Eventualmente
perdemos toda nossa magia.
—Então como seu pai é o líder de sua manada se ele não pode dirigir a magia?
Ele franziu o cenho.
—Como sabia que meu pai era nossa líder?
—Ouvi às pessoas medievais que falava sobre isso.
Vane tomou um comprido e profundo fôlego antes de lhe explicar.
—Ele se fez o líder da manada antes que eu nascesse. A única razão pela que é ainda responsável é que é extremamente forte fisicamente como lobo e faz acordos com
os Daimons por magia.
—Daimons?
—Vampiros. A diferença de sua televisão e filmes, os verdadeiros vampiros não vivem pelo sangue humano, gostam das almas humanas. Se eles tomarem a alma de um Were-Hunter
ou de um humano psíquico eles então podem absorver seus poderes. Os Daimons que são realmente poderosos são capazes de compartilhar esse poder com alguém mais. Meu
pai rotineiramente lhes faz sacrifícios para que eles deixem a sua manada tranqüila e desviar um pouco de magia para ele.
—Sacrifícios?
Ele suspirou como se o pensamento lhe doesse.
—Ele finge que alguém traiu à manada e simplesmente os joga para deixar-lhe aos Daimons. Meu irmão Fang e eu fomos os últimos sacrifícios que ele fez. Eu sabia que
enviaria assassinos para nos matar uma vez que os Daimons não voltaram para compartilhar o poder com ele.
Ela não podia imaginar nada pior que isto. Seu pai o tinha sacrificado para morrer. Sua mãe o odiava e com muito gosto o mataria, também.
Seu pobre lobo. Não lhe assombrava que tivesse ido a ela.
—OH Vane, sinto muito.
—Está bem. Só estou surpreso que meu pai esperasse tanto tempo para nos trair. Penso que a única razão pela que não o fez antes foi que, apesar de todas suas faltas,
ele queria a minha irmã Anya mais que a tudo, e ela nos amava. Enquanto que ela vivesse, não acredito que ele queria lhe fazer dano nos matando. Mas imediatamente
depois que ela morreu...
—Ele foi atrás de vocês?
Ele assentiu.
Ela aproximou sua cabeça a seus seios e o sustentou ali, esperando fazer tudo ficar melhor, sabendo que não poderia. Mas ao menos Vane pareceu estar em paz com o
passado e com seus pais e seu ódio irracional contra ele. Sua força a assombrou. Ela não conhecia nenhum outro homem que pudesse ter tido seu passado e sua dor e
ser tão compassivo e carinhoso.
—Como era sua comunidade? —perguntou, pensando em que outras cicatrizes escondia com semelhante dignidade.
—Não sei. Vivemos como animais. Ficamos sobre tudo em forma de lobo a não ser que nos dirijamos às cidades para algo.
—Por comida?
—Ou sexo. O sexo é muito mais agradável como humano que como lobo. Há muita mais estimulação, sobre tudo para nossas fêmeas.
Isso era algo que ela não queria considerar. Não gostou de pensar no Vane com alguém mais. Mas ao menos ela não tinha medo de que ele a enganasse. Havia muito que
dizer sobre isto. Sua própria irmã atualmente atravessava um divórcio por este mesmo tema.
—Assim viveu a maior parte de sua vida como lobo? —perguntou.
Ele assentiu.
—Para o Katagaria é realmente fácil já que o lobo é sua forma inicial. É a forma em que descansam ou se recuperam quando lhes fazem mal.
—Mas você é Arcadiano.
Ela pôde saber, pela forma em que ficou rígido, que isso o incomodava.
—Sim. Por isso para mim, era uma tortura implacável me manter em forma de lobo. Um dos motivos pelo que sou tão forte magicamente é que tive que aprender a canalizar
meus poderes para poder permanecer lobo enquanto lutava, era ferido, ou dormia. Coisas que eu deveria fazer como humano.
—E a tatuagem sobre seu rosto?
—É mais uma marca de nascimento - Ele soltou um profundo suspiro e esta reapareceu sobre seu rosto.
Bride percorreu o desenho cheio de voltas que era de uma maneira estranha, formoso.
—Os Sentinelas são guardiães Arcadianos - explicou—. Uma vez que um Arcadiano termina sua puberdade, as Destinos escolhem ao que eles pensam que é bastante forte
para proteger o mundo dos Assassinos ou de quão animais estão aí fora para caçar aos Arcadianos e ao gênero humano.
Ela se estremeceu enquanto entendia o que lhe dizia.
—Então vivia com lobos quando te voltou humano, e logo te converteu em seu pior inimigo.
—Sim.
Seu coração sofreu por ele.
—Deve ter estado aterrorizado. Por que não foi embora?
—Provavelmente deveria tê-lo feito, mas eu era jovem e estava assustado. Eu não sabia nada sobre os Arcadianos e menos sobre os humanos. Recorda, eu era um lobo
quando pequeno. Aos nossos jovens nunca lhes é permitido aproximar-se dos verdadeiros humanos. Eu não tinha nenhuma idéia de como me dirigir ou interagir com seu
mundo. Por isso foi que fiz meu trato com o Acheron para que me levasse ao passado para encontrar a minha mãe. Pensei que se lhe dissesse que não era mais um animal,
ela me ajudaria a me adaptar.
—Mas não ela o fez.
—Não. Ela me chamou de mentiroso e me afugentou.
Ela poderia matar Bryani por isso. Que tipo da mãe seria tão cruel? Mas claro, a crueldade existia em todas as partes do mundo mesmo que não devesse.
—Enquanto isso Fury passava pelo mesmo, mas ao reverso.
—Sim.
Ela não sabia qual dos dois o tinha sido pior. Era provavelmente Fury. A diferença de Vane, ele não tinha tido um irmão e uma irmã para aceitá-lo.
—Então voltou para sua manada depois de te encontrar com a Bryani?
Ele assentiu.
—Era tudo o que conhecia e não podia pedir ao Fang e a Anya que partissem por minha causa. Pensei que se meu pai me matasse, ao menos eles ainda teriam uma casa
e estariam protegidos.
—E ninguém jamais soube a verdade sobre sua mudança de forma inicial?
—Somente Fang e Anya, e ao que parece Fury. Eu deveria saber quando ele veio a nós. Mas sempre se mantinha encerrado em si mesmo. Stefan e outros tentaram convertê-lo
em um Omega, mas ele não aceitou. O que lhe falta de magia, compensa-o com força bruta e a iniciativa de matar a qualquer que lhe cruze o caminho.
Bride fez uma pausa, com sua mão no cabelo dele enquanto tentava entender seu mundo.
—Omega?
Vane beijou seu estômago. —Em cada manada, há uma cabeça de turco que os outros lobos usam para se alimentarem. Este é sempre um macho e o chamam o lobo Omega.
—Isso é horrível.
Ele se levantou para olhá-la.
—Assim é a natureza e somos animais. Disse que queria me conhecer e estou respondendo todas suas perguntas sobre meu mundo, por mais horríveis que possam ser as
coisas.
Bride tentou imaginar ao Vane que ela conhecia como um ser frio e desumano. Era difícil quando ele a olhava com tal amor e desejo em seus olhos.
—Alguma vez usou o Omega?
Ele sacudiu sua cabeça.
—Eu em geral estava entre o Omega e os outros. É pelo que a manada me odeia. Fang sempre pensava que eu era um idiota por me incomodar.
Seu coração se levantou ante isto. Ele era um homem bom, inclusive quando era um lobo. Ela não deveria ter duvidado dele.
—Não acredito que seja um idiota. Penso que é maravilhoso.
Ele a beijou por isso.
Alguém bateu na porta.
—Hei! Vane - disse Otto do outro lado—. Pensei em lhes dizer que o jantar é em uma hora, se vocês moços desejam comer com o Valerius, estejam no salão pontualmente
ou ele terá uma fusão nuclear.
—Ele quer que nos vistamos para o jantar? —perguntou forte Vane.
—Certamente, mas levarei umas calças curtas e uma camiseta.
Vane sorriu.
—Ele vai matar-te, Otto.
—Isso espero. Vejo-os mais tarde moços —. Ela ouviu os passos do Otto que retrocediam pelo corredor.
Bride jazia de costas na cama, assombrada ao compreender que não estava nada preocupada em esconder seu corpo, perto de Vane. Ela deveria estar, considerando o bem
formado que ele estava. Mas não estava.
Era tão estranho estar com um homem que a aceitava com defeitos e tudo. Ele não tentava mudar nada nela. Isto era uma grande mudança.
Ela pôs sua mão contra sua bochecha com costeletas e bebeu com os olhos sua magra e lânguida beleza.
Mas no fundo de sua mente estava essa horrível voz que seguia sussurrando... “Todas as coisas boas devem terminar”.
—Acredita no amor eterno, Vane?
Ele assentiu.
—Quando se vive durante centenas de anos, vê todo tipo de coisas.
—Como alguém conhece a diferença entre isso e um amor?
Ele se sentou entre suas pernas, logo suspendeu seu braço para abraçá-la.
—Não acredito que haja uma diferença. Penso que o amor se parece com um jardim. Se te ocupar e o cuidar, converte-se em amor. Se o descuidar ou abusar morre. O único
modo de ter amor eterno é não deixar nunca que seu coração esqueça o que é viver sem ele.
Sua sabedoria a deixou pasmada. Bride se afastou para lhe olhar fixamente com incredulidade.
—Isso é profundo, especialmente vindo de um homem.
—Era o que Anya sempre dizia - A tristeza nos olhos dele fez que seu coração se encolhesse.
—Sinto não ter podido conhecê-la. Soa como se ela fosse uma mulher maravilhosa.
—Era.
Bride franziu o cenho enquanto uma idéia a golpeava.
—Você não pode voltar para passado e visitá-la? Ou ainda melhor, salvá-la?
Ele colocou sua cabeça sob seu queixo e acariciou seu braço.
—Em teoria, sim. Mas se supõe que não. O tempo é um objeto muito delicado e não é algo que deveria ser embrulhado ligeiramente. Quanto a salvá-la, não. As Destinos
têm um modo repugnante de tratar com quem viola seu território. Uma vez que uma vida termina, tendem a estar realmente zangados com qualquer que os desafie.
—Soa como se já tivesse cometido o engano.
—Eu não. Mas conheço alguém que o fez.
—Fang?
—Não, e não trairei a essa pessoa nomeando-a. O destino é o destino e nenhum mortal deveria desafiá-lo.
—Mas como sabemos qual é nosso destino? Devo estar contigo ou não?
—Não sei Bride. O único que conheço que poderia responder isso é Ash e ele não fará.
Ela encontrou isso difícil de acreditar.
—Ash tem quantos... Vinte e um anos?
—Não. Ele tem onze mil anos e é mais sábio que qualquer que tenha conhecido. Não há nada, passado, presente, futuro, que ele não saiba. O único problema é que não
compartilhará esse conhecimento. Isso realmente me enche o saco a maior parte do tempo. Tem a tendência a dizer que fazemos nosso futuro por nossas decisões, mas
ele sabe o que vamos decidir antes que nós o decidamos assim, por que ele não nos diz isso não o entendo.
—Porque aprende de seus enganos - disse ela enquanto compreendia a razão—. E se você escolher mau e resultar mau, não pode culpá-lo porque ele te disse o que fazer.
Da mesma maneira, se resultar bem, você pode tomar o crédito de ter tomado a decisão correta. Bom ou mau, esta é nossa vida para fazer o que acreditamos ser adequado.
Jesus, esse moço é inteligente.
Vane riu de suas palavras.
—Ele não é um moço, mas o resto é bastante verdadeiro.
Ela esperou que lhe perguntasse que decisão estava contemplando, mas não o fez.
Em troca, ele a sustentou entre seus braços, como se estivesse simplesmente satisfeito com este momento. Parte de Bride também estava contente, mas a outra parte
assustada. Qual seria a coisa correta a fazer?
Ela queria ficar com ele, mas onde? Ela não era um lobo para viver fora no hábitat natural e ele não era a classe de homem que estaria contente possuindo um negócio
no French Quarter.
Ao fim do dia, Vane era selvagem e indomável. Ele não era somente um homem. Ele era um guardião.
E um lobo.
Ela se retirou para lhe olhar. Tudo o que ela queria era mantê-lo assim para sempre.
Mas ela realmente poderia domesticar a este homem? E ela a sério, realmente, queria passar o resto de sua vida olhando para trás por sobre seu ombro com medo que
seus pais ou seu irmão Der viessem por eles ou por seus meninos?
Essa era uma proposição arrepiante.
E o relógio fazia tictac para eles. Em uns poucos dias teria que tomar uma decisão que poderia fazê-los extremamente felizes ou completamente miseráveis, O...
Poderia matá-los.

CAPITULO 11

Uma hora depois Bride descia sozinha. Vane tinha “criado” um vestido muito bonito de veludo cor verde esmeralda escuro. Ele a tinha deixado na casa de Valerius com
o Fury enquanto ele ia ao Santuário a ver se um dos Were-Hunters ou qualquer ali poderia lhe dizer um pouco do Fang ou possivelmente rescindir seu desterro o tempo
suficiente para checar a seu irmão.
Bride alisou seu cabelo nervosamente enquanto baixava a escada. Não estava segura do que esperar de um vampiro que caçava Daimons. A diferença da Tabitha, ela nunca
tinha conhecido a um antes. E isso teria ajudado se Otto não tivesse saído da casa tão logo depois de Vane.
Enquanto baixava a escada, notou que os pasteizinhos não estavam nas estátuas. Ela sorriu, a seu pesar.
Entrou no elegante salão para encontrar a um homem alto, de cabelo negro que estava de pé lhe dando as costas enquanto olhava fixamente pelas janelas o jardim traseiro.
Sua postura era rígida, inflexível. Ele levava seu cabelo preso em um perfeito rabo de cavalo e estava vestido com um traje negro de seda feito sob medida, obviamente
caro.
Ele inclinou sua cabeça como se sentisse sua presença.
Enquanto se girava, ela se deteve.
Ele era um homem incrivelmente formoso. Os olhos negros olhavam fixamente de um rosto esculpido cuidadosamente pela classe correta de genes. Tinha um nariz longo,
saliente e os lábios estavam apertados em uma linha firme que era inflexível e áspera. Ele era, sem dúvida, a pessoa mais intensa que Bride jamais encontrou.
Não era assombroso que Otto estivesse em tão mau momento. Era óbvio que este homem não tinha nenhum senso de humor e tomava tudo muito seriamente.
—Você deve ser Bride - disse naquele estranho acento italiano que Otto tinha marcado perfeitamente—. Sou Valerius Magnus. Bem-vinda a meu lar.
Com seu porte real, ela sentiu um momentâneo impulso de fazer uma reverência ante ele.
—Obrigado por me deixar ficar aqui.
Ele inclinou sua cabeça com a rígida formalidade da realeza.
—Por favor - disse ele, indicando uma poltrona de veludo negro—. Sente-se. O jantar estará servido pontualmente sobre a mesa em cinco minutos. Farei que um criado
lhe traga vinho enquanto esperamos.
Bride nunca tinha estado mais complexada em sua vida que quando ia caminhando através da sala para sentar-se naquela cadeira. Este vampiro realmente parecia antigo
e poderoso.
Sobre tudo, tinha boas maneiras e era a encarnação da criação Patrícia.
Valerius se moveu para um intercomunicador onde pressionou um botão e, em efeito, ordenou vinho para ela.
Uma vez que terminou, ele voltou para seu lado.
—Peço desculpas por que minha casa não estava em ordem quando chegaram.
Ela olhou ao redor do quarto perfeitamente acomodado
- Como que?
—As estátuas - disse ele com apenas um leve gesto de desprezo em seu lábio—. Pode estar tranqüila que Tony Manero* foi apropriadamente castigado por suas ações —Ela
o ouviu resmungar pelo baixo— É uma pena que nestes dias e época não se possa golpear aos serventes.
—Tony Manero? —perguntou ela, assombrada de que um homem como Valerius conhecesse o personagem de um filme como Saturday Night Fever.
—Otto - disse ele com desdém—. Ainda não posso acreditar que o Conselho me enviasse isso. Pedi-lhes um Escudeiro italiano, não um olho-italiano*.
Bride pôs-se a rir. Ela não pôde conter-se. OH, Valerius tinha bom senso de humor. Só que era um muito, mas muito, seco.
Seu rosto se abrandou um grau ante o som da risada dela, e nesse momento, Bride suspeitou que Valerius não era nem tão frio e nem tão formal quanto parecia. Que
uma parte secreta dele em realidade gostava de compartilhar a risada, mas que seu comportamento gelado mantinha a todos afastados dele.
Fury apareceu na sala, justo diante deles. Como ela, ele ainda se movia nervosamente com sua roupa, que estava um pouco enrugada.
—Maldição - disse Fury baixo—. Um dia dominarei esta merda se não me matar - Ele levantou o olhar e se ruborizou como se não fosse consciente que já tinha chegado
—. Lamento chegar tarde - Ele limpou sua garganta e se endireitou.
Valerius arqueou uma majestosa sobrancelha ao Were-Hunter.
—Você deve ser Valha - disse Fury, estendendo sua mão.
—Valerius - lhe corrigiu com um olhar de fulgor ártico. Ele olhou ironicamente a mão do Fury e não fez nenhum movimento para tomá-la.
Fury levantou seu braço e cheirou sua axila.
—O que? Eu tomei banho - Sacudindo sua cabeça, Fury colocou ambas as mãos em seus bolsos—. Otto tem razão. Alguém tem que te tirar esse pau do rabo e te golpear
com ele.
Bride cobriu sua boca para evitar rir de algo que Valerius obviamente não encontrava gracioso. A ele poderia gostar de rir, mas não dele mesmo.
—Como disse? —grunhiu Valerius, dando um passo adiante.
—Vinho para a senhora?
Bride deu volta para ver um homem mais velho vestido com jaqueta negra e gravata, entrando com uma taça de vidro com vinho tinto para ela.
Valerius pareceu manter-se sob controle.
—Obrigado, Gilbert - disse, voltando de novo para sua pomposa superioridade.
O criado inclinou sua cabeça.
—Sua senhoria quisesse outra taça para seu novo convidado?
Bride poderia lhe dizer que Valerius preferiria lhe dar uma patada no traseiro de Fury, mas as boas maneiras ditavam o contrário.
—Sim. Mas traz em uma tigela.
O criado partiu para completar sua nova diligência.
—Realidade —disse Fury— Bride, sério, não posso ficar aqui com ele me olhando como se tivesse medo que fosse urinar em seus tapetes ou algo parecido. Não quer vir
comigo comer um hambúrguer?
Sim, queria, mas havia algo no Valerius que dizia que estava ferido pelas palavras de Fury. Isto não tinha sentido. Mas havia, definitivamente, certa dor escondida
nesses olhos de meia-noite.
—Penso que ficarei.
—Bem, o problema é seu - Fury desapareceu da sala.
—Não tem que ficar, Bride - disse Valerius silenciosamente—. Pedirei o carro e segurança se você deseja partir.
—Não, está bem, sério.
Ela poderia ter jurado que o ar no quarto subiu pelo menos trinta graus. Melhor ainda, Valerius pareceu relaxar-se um pouco durante o curso das seguintes duas horas.
Ele em realidade pareceu um pouco humano.
Bride descobriu um lado extremamente gracioso nas opiniões do Valerius sobre o mundo em nossos dias. Ela conseguiu dar uma percorrida completa da casa e os jardins
assim como fascinantes imagens de como a realeza romana vivia.
—Então este era você? —perguntou ela enquanto os dois estavam de pé fora, em seu pátio. Ela estava diante de uma estátua de mármore de um general romano cheio de
insígnias militares. Não se podia negar a semelhança nos traços faciais entre a estátua e o homem ao lado dela.
—Não - disse ele, seu tom gelado pela primeira vez em horas—. Ele era meu avô e ele foi o maior general em seus dias - Havia orgulho em sua voz, mas estava derrubado
por algo que soava estranhamente próximo à vergonha.
—Ele repeliu aos Gregos e reclamou Roma para nossa raça. De verdade, ele foi quem destruiu a ameaça e quem sem ajuda de ninguém aniquilou ao maior general grego
que alguma vez tenha vivido... Kyrian da Tracia —. Verdadeiro ódio brilhava em seus olhos, mas ela não estava segura a quem se estava dirigindo. A seu avô ou ao
Kyrian.
—Você quer dizer Kyrian Hunter? —perguntou Bride—. O cara com uma Minivan que vive a umas quadras?
Os olhos de Valerius brilharam ante isto.
—Ele conduz uma Minivan? —não havia nenhuma dúvida de sobre o humor em seu tom.
—Bom, sim. Eu o vi estacionando-a diante de sua casa e sei pela Tabitha que Amanda conduz um Camry.
Ele não disse nada mais durante uns minutos e Bride não teve nenhuma pista quanto a seu humor.
Então ela olhou fixamente a seu avô, quem demandava atenção incluso séculos mais tarde.
—Você se parecem muito.
—Sei e esperava seguir seus ilustres passos.
—Você?
Esta vez não houve nenhuma dúvida sobre a vergonha em seus olhos antes que ele afastasse seu olhar dela.
—Quando meu avô morreu, houve desfiles durante toda uma semana de gente que chorava seu falecimento - Ele levantou seu brandy para seu avô em uma saudação silenciosa.
De todos os modos ela viu através de sua fachada.
—Você não queria?
Valerius pareceu surpreso por suas palavras.
—Invejei cada fôlego que ele tomou - disse tranqüilamente, logo trocou o tema de discussão a sua recente mudança de Washington ao antro de iniqüidade que a maioria
da raça chamava carinhosamente Nova Orleans.
Enquanto se dirigiam de volta para a casa, Vane apareceu ao lado dela.
O coração de Bride se enfraqueceu imediatamente com sua presença.
—Sinto ter demorado tanto tempo - disse Vane antes de beijá-la na bochecha. Seu aroma a rodeou, fazendo que seu coração palpitasse em sua presença. Era bom tê-lo
de novo com ela.
—Eles lhe deixaram vê-lo?
Ele assentiu.
—Está melhor? —perguntou Valerius, surpreendendo-a com a profunda e sincera preocupação que escutou em sua voz. Enquanto tinham jantado, tinha-lhe contado da noite
que os Daimons tinham atacado a manada de Vane e como ele, Acheron, Vane, e Fang os tinham afastado.
Sobre tudo, Valerius lhe tinha contado como os dois lobos tinham reagido ante a morte de sua querida irmã.
Como a última imagem que tinha tido de Vane era dele levando o corpo de sua irmã para enterrá-lo.
—Não - disse Vane com um suspiro—. Ele ainda está em coma.
—Desculpam-me? —Valerius deu um passo atrás e inclinou sua cabeça, por volta deles—. Já que agora está aqui, despedirei-me e irei atender meus deveres.
Valerius deu três passos, logo fez uma pausa e se voltou para eles.
—A propósito, Vane, tem a mais encantadora das companheiras. De verdade seria uma pena para o mundo perder um tesouro como ela. Minha espada está sempre a sua disposição
para o que ordenes e minha casa está aqui para ti enquanto ela necessite amparo.
Ele deu volta com um giro imperioso e rapidamente os deixou sozinho.
Bride não sabia qual dos dois estava mais atordoado pela nobre declaração do Valerius.
—O que lhe fez? —perguntou-lhe Vane.
—Nada. Somente jantamos e percorremos a casa e os jardins.
Ele sacudiu sua cabeça com incredulidade.
—Já vejo, realmente é mágica - Ele agarrou sua mão e colocou um doce beijo sobre seus nódulos que fez que lhe tremesse o estômago. Acomodando sua mão na curva de
seu braço—, Mostrou-se encantadora esta noite — disse, então fez aparecer uma rosa de caule comprido do nada.
Bride tomou e a cheirou.
—Se está tentando me seduzir, Vane, chegou um pouco tarde. Neste momento, sou uma coisa bastante segura para ti.
Ele riu.
—Em meu mundo a única coisa sobre a que sempre estou certo consiste em que alguém muito provavelmente está à espreita na próxima sombra para tentar me matar.
Ela parou e franziu o cenho.
—Não está brincando, verdade?
—Desejaria estar. É que estar assim contigo me assusta. Não posso afastar a sensação de que vou perder-te de algum modo.
Ela colocou um dedo sobre seus lábios.
—Não fale assim. Tenha fé.
—Bem —disse ele, beijando seu dedo—Me diga o que queria fazer esta noite?
Ela deu de ombros.
—Não me preocupa, enquanto esteja contigo.
—É fácil, verdade?
—Shh - disse ela, sustentando seu dedo sobre seus lábios—. Não deixe que ninguém mais saiba.
Ele sorriu.
—Direi-te o que faremos. Ainda não comi. Quer ir procurar alguns beignets e logo dar um passeio em carruagem pelo Garden District comigo?
Os olhos de Bride nesse momento se encheram de lágrimas pela oferta. Ela tinha vivido em Nova Orleans toda sua vida e nunca tinha dado um passeio em carruagem antes.
Eram terrivelmente caros. Seu pai sempre tinha pensado que era atirar dinheiro ao lixo para alguém que vivia em Nova Orleans, e como adolescente, ela não podia permitir-se
cento e cinqüenta dólares.
Quanto ao Taylor...
Ele tinha estado muito preocupado porque alguém o visse e risse do "respeitável" apresentador que fazia algo tão infantil.
—eu adoraria.
—Bem - Ele se agachou e a beijou profundamente.
Quando se retirou, ela se encontrava de pé na traseira área escura do Mercado Francês, a uns passados do legendário Café Du Monde.
—Não se preocupe. Ninguém nos viu - disse, lhe piscando um olho.
—Você realmente tem uma motocicleta. Vi verdade?
—Sim. Mas Amanda e Grace disseram que você não ia quere andar nela comigo enquanto usasse vestido.
Ela olhou para o caro veludo verde.
—Pensando nisso, realmente não estou vestida como para beignets, tampouco.
—Não se preocupe. Posso te prometer que não terá uma só mancha de pó sobre seu vestido.
—Pode fazer isso?
Dirigiu-lhe um zombador e arrogante sorriso.
—Neném, não há muito que não possa fazer.
—Então vamos, Sir Lobo.
Vane a conduziu a uma pequena mesa em um lado do restaurante. Assim que eles se sentaram um garçom veio para pegar seus pedidos.
—Eu tomarei uma porção de beignets e chocolate com leite, por favor - disse Bride.
—Quatro porções de beignets e um café au lait*.
Bride ficou boquiaberta.
—Vai comer tudo isso?
—Disse que tinha fome.
Ela tremeu enquanto o garçom ia.
—Espero que os Arcadianos não tenham diabetes.
—Não temos. Somos de uma estranha maneira imunes a tudo exceto o comum resfriado e um par de enfermidades estranhas que são únicas em minha raça.
—Que tipo de enfermidades?
—Nada pelo que tenha que preocupar-se. O pior é uma que nos tira nossa capacidade para fazer magia.
Ela se estremeceu e tentou imaginar-se ao Vane sem seus poderes. Isto muito provavelmente o mataria.
—É isso o que está mal com sua mãe? Ela disse que não podia viajar pelo tempo.
—Não, isso o fazia meu pai. Depois que ela o castrou e antes que seus próprios poderes se esfumaçassem, tirou a maior parte de seus poderes dela para assegurar-se
que não voltasse a matá-lo.
Bride fechou seus olhos em pormenorizada dor.
—Bom Deus, que má relação tinham?
—Sim. Mas francamente, é por minha mãe por quem sinto pena. Meu pai não tinha por que lhe fazer dano. Ele conseguiu o que merecia no que a mim concerne. Somente
desejo que houvesse algum modo de voltá-la completa outra vez.
Bride tomou sua mão na sua e a sustentou apertada.
—Não posso acreditar que possa mostrar compaixão por ela, considerando o que estava disposta a te fazer.
—É só por que te encontrei a tempo. Se eles tivessem prejudicado um cabelo de sua cabeça, não teria deixado nem a um deles bem.
Um tremor desceu por sua coluna ante o tom mortal de sua voz. Ele quis dizer isso e ela não tinha nenhuma dúvida que ele pudesse matar a alguém.
Ela se reclinou enquanto o garçom retornava com seus pedidos e os colocava sobre a pequena mesa redonda.
Bride olhou fixamente a seus três pasteizinhos com cautela.
—Eles não lhe morderão - brincou Vane—. Olhe - Ele recolheu um guardanapo e a sustentou por debaixo do polvilhado beignet, logo deu uma dentada. Suas palavras foram
certas, o açúcar pulverizado não voou como normalmente fazia.
Decidindo confiar nele, ela seguiu o exemplo e rapidamente encontrou que enquanto Vane estivesse com ela, em realidade poderia comer um destes sem fazer uma confusão
total.
A idéia em realidade a fez rir bobamente.
Bride comeu dois dos dela e bebeu seu leite enquanto Vane terminava todos os seus.
—Não vais comer esse? —perguntou ele.
—Estou cheia —Então ante o olhar suspicaz dele, adicionou —Juro. Valerius me deu um jantar completo de cinco pratos.
—Bom pra ele. Melhor que alimente a minha mulher.
Sacudindo sua cabeça, ela empurrou seu beignet para ele.
—Adiante, sei que o quer.
Ele não discutiu.
Assim que o teve despachado, ficou de pé e a ajudou a levantar-se. Ele passou seu braço ao redor de seus ombros e a sustentou perto enquanto passeavam pela rua para
onde as carruagens estavam alinhadas, tudo ao longo do Decatur.
Vane lhe conduziu ao primeiro e a ajudou a subir à parte traseira. Bride se localizou comodamente enquanto ele pagava à condutora, logo se uniu a ela.
Ele a embalou contra seu peito enquanto a condutora com cuidado impulsionava ao cavalo, Caesar, pela rua, para o Garden District.
— Vocês dois são recém casados? —perguntou Michaela, a condutora.
Vane a olhou.
—Suponho que somos - disse Bride, não segura do que outra forma responder a pergunta da Michaela.
—Isso eu pensei. Vocês têm essa aparência de felizes apaixonados. Sempre posso notar.
Bride fechou seus olhos enquanto inalava o quente aroma masculino de Vane e considerava quanto gostaria de comer-lhe. Ela poderia ouvir seu coração pulsando sob
sua bochecha enquanto os cascos do cavalo ressonavam pelo French Quarter. A música de vez em quando fluía dos edifícios e dos carros que passavam: jazz, zydeco,
rock, e até todas country de tanto em tanto.
O ar era um tanto frio, se não a noite seria extremamente agradável. Sua cidade natal nunca lhe tinha parecido mais encantadora. E quando ela passou a rua de sua
loja, sorriu enquanto recordava quando viu o Vane ali pela primeira vez.
De todos os modos, parecia que tivesse passado uma eternidade.
Vane baixou sua cabeça para que sua bochecha descansasse sobre o topo de seu cabelo enquanto ele pegava seu rosto com sua mão.
Eles não falaram enquanto a condutora indicava lugares conhecidos e edifícios.
Vane não podia respirar enquanto sustentava a Bride. Acariciar sua pele que era como acariciar cetim. Ela era tão preciosa para ele. Ele se sentia como se tivesse
nascido de novo no primeiro dia que a viu com aquele toque de tristeza em seus olhos no posto de artesanatos da Sunshine.
Ele não queria pensar em um futuro sem ela.
Enquanto visitava o Fang, tinha contado a seu irmão tudo sobre Bride. Ele tinha esperado que isso pudesse tirar o Fang de seu coma.
Não pôde.
Se algo fez, pareceu ser deprimir ainda mais a seu irmão.
Como desejava conhecer algum modo de alcançar ao Fang. Uma parte dele se sentia culpado porque Bride o fazia feliz enquanto seu irmão era tão miserável.
Mas ele não queria voltar para modo em que ele tinha sido antes de havê-la encontrado. Pela primeira vez em sua vida, ele não tinha que ocultar-se de sua amante.
Era tão incrível ser completamente honesto sobre quem e o que era.
Ela não o julgava ou odiava por coisas que não eram sua culpa. Ela o aceitava e esse era o maior milagre de todos.
Muito logo, a carruagem retornou ao Decatur. Vane desceu primeiro, logo ajudou a Bride a descer. Deu uma gorjeta à condutora, logo tomou sua mão e lhe conduziu para
a Catedral de São Luis.
—Quer ir dançar?
Bride se mordeu o lábio ante sua oferta. Ela não tinha ido dançar em anos.
—Eu adoraria.
—Tem um clube favorito?
Ela sacudiu sua cabeça.
—Hmmm, não posso te levar ao Santuário, ainda estou em uma espécie de desterro por ter atacado a um de meus companheiros de manada. Ao Ash e ao Simi gosta de ir
dançar a um lugar chamado Masmorra, mas conhecendo seus gostos em música e clubes, duvido que nenhum de nós dois estejamos cômodo ali. Nick Gautier prefere Tentações...
Mas, outra vez, conhecendo o Nick, tenho a sensação que esse provavelmente não seja um bom lugar para ti, tampouco.
—Não, - disse ela com um sorriso ante a menção de um dos clubes para cavalheiros mais renomados de Nova Orleans—. Nós poderíamos tentar Tricou House no Bourbon.
Tabitha vai muito ali depois do trabalho. Certamente, ali procura vampiros para esfaquear, mas ela diz que eles têm boa música e comida.
—Bem, soa como destino.
Enquanto andavam pelo Pere Antoine Alley, Vane começou a reduzir a marcha de seu passo.
Bride franziu o cenho enquanto se separava dela e a punha detrás dele.
—Que é... —. Sua voz se desvaneceu enquanto via o que pareciam ser quatro homens loiros com uma atrativa morena. Ao princípio ela pensou que um dos homens estava
se entendendo com a mulher em um dos rincões, até que os outros três homens viram o Vane e amaldiçoaram.
—Detenha-se, Were-Hunter, - grunhiu um dos homens. Seu sinistro olhar foi para a Bride—. Tem muito que perder para brigar conosco.
—Deixem-na ir - disse Vane com uma voz mortal.
Eles não o fizeram.
—Fique aqui, - ordenou-lhe Vane antes de mover sua mão e enviar a dois dos vampiros para voar.
Antes que ele pudesse mover-se, algo brilhante cintilou no beco. Bride levantou sua mão para proteger seus olhos enquanto Vane proferia um grito desumano.
—Agarre a sua companheira - disse alguém.
Ela estava ainda cega pelo brilho. Alguém a agarrou violentamente. Sabendo que Vane nunca a trataria assim, ela deu uma maligna patada que fez contato com carne.
O vampiro se encolheu enquanto se dobrava sobre si mesmo.
Outro veio por ela. Justo quando ela estava segura que a tinha, desintegrou-se. Os outros dois correram para uma sombra e logo eles também se foram.
Bride se reforçou para lutar com a sombra que se aproximava até que se deu conta que era Valerius.
—Está bem? —perguntou-lhe.
Ela assentiu enquanto que sua visão se clareava o suficiente para que pudesse procurar o Vane. Ele estava a uns passos da mulher, que parecia estar inconsciente.
Bride se congelou quando o viu. Ele cintilava uma e outra vez de um humano nu a lobo.
Horrorizada, ela não pôde mover-se.
Valerius correu para ele, tirando seu telefone celular.
—Acheron, tenho um Código Vermelho com o Vane no Pere Antoine Alley. Ele foi golpeado por algo ele...
Acheron apareceu imediatamente ao lado dela.
—Está bem, Bride? —perguntou.
Ela assentiu.
Ash cintilou de seu lado até o Vane. Ele tomou a cabeça de Vane entre suas mãos, e com outro brilhante cintilo, Vane voltou a humano. Arqueando suas costas, Vane
gritou como se alguma horrenda dor o atravessasse.
—Tranqüilo - disse Ash enquanto Valerius checava à mulher.
Bride correu para o Vane, quem jazia sobre suas costas, agora completamente nu. Havia lágrimas nos olhos dele.
Ash deslizou sua mão sobre ele, e uma camiseta e os jeans apareceram sobre seu corpo. De todos os modos Vane não se moveu.
—Tomará uns segundos mais orientar-se, - explicou-lhe Ash. Ele procurou o general romano—. Como está à humana, Valerius?
—Está viva. Cuida de Vane e a levarei a um hospital —. Valerius a recolheu da rua, e tomou em braços, e se dirigiu para o Royal.
Bride se ajoelhou e levantou a cabeça de Vane em seu colo. Sua marca de nascimento estava de novo em seu rosto, e seu corpo inteiro estava tenso e tremente.
—O que lhe aconteceu? —perguntou ao Ash.
—Os Daimons devem ter vindo..., e odeio usar a estúpida palavra, um phaser*.
—Como no Star Trek?
—Em certo modo. Esta é uma arma de Sentinela que foi desenvolvida para os Katagaria. Mais forte que um taser*, isto envia uma atroz descarrega de eletricidade à
vítima desejada. Sempre que um Were-Hunter de qualquer espécie é golpeado, sua magia se volta louca e eles perdem todo o controle sobre si mesmos. Nem sequer podem
manter uma forma. Se eles são golpeados com uma sacudida o bastante forte, literalmente caem de seus corpos e se convertem em seres não corpóreos como um fantasma.
Vane tomou sua mão na sua.
Bride baixou a visão para ele e lhe ofereceu um sorriso tentador.
—Está bem, lobo? —perguntou-lhe Ash.
Vane ainda tremia.
—Para que diabos foi feita essa coisa?
—Para matar seria minha conjetura. Mas por sorte não funcionou.
Ash o ajudou a levantar-se devagar.
Vane cambaleou e teria caído se Ash não o agarrasse.
—Tranqüilo lobo. —Ash estendeu a mão e tocou a Bride, logo os cintilou a seu dormitório na casa do Valerius.
Preocupada com o Vane, Bride se manteve afastada enquanto Ash o ajudava a deitar-se na cama. Vane se derrubou assim que Ash o liberou.
—O que posso fazer para ajudá-lo? —perguntou ao Ash.
—Nada realmente. Levará tempo para que a eletricidade deixe de saltar entre suas células. Não o mova muito já que isso tende a fazê-los adoecer nesta condição.
—Bem. —Ela soltou um suspiro aliviado—. Somente estou contente de que sua mãe não tivesse nada ter como isto.
—Estou certo que eles tinham. Mas conhecendo o Vane, duvido que eles tivessem tempo para usá-lo sobre ele. Os Weres sabem que devem esperar phasers dos de sua própria
raça. É estranho que os Daimons os usem.
Ele olhou de novo ao Vane.
—Eu deveria te advertido sobre isto. Já que há tantos Weres em Nova Orleans, os Daimons aqui são um pouco mais inteligentes que o resto.
—Chega, Ash, - disse Vane em um tom crispado.
—E com essas palavras, deixarei-os sozinhos e voltarei para minha patrulha. Paz.
Assim que Ash desapareceu, Bride se sentou sobre a borda da cama, ao lado de Vane.
Era bastante estranho vê-lo com a marca de nascimento sobre seu rosto. Ela a tocou com sua mão.
—Assustei-te? —perguntou Vane.
—um pouco, - respondeu francamente—. Mas essas criaturas me assustaram muito mais. São sempre assim?
Ele assentiu.
—Deus querido, Vane, vive em um mundo muito horripilante.
—Sei.
Bride se sentou ali em silêncio enquanto várias possibilidades de como essa noite poderia ter resultado passavam por sua cabeça. Depois da maneira em que Vane a
tinha salvado no passado, ela tinha pensado que ele era impermeável a tudo.
Agora ela averiguou que ele tinha um muito verdadeiro, e muito perigoso, calcanhar de Aquiles.
—Quão mal deve ser o golpe para te fazer isto? —perguntou—. Quero dizer, a eletricidade estática o fará?
—Isso não fará que troque formas, mas não é cômodo. Quão principal temos que evitar são os golpes de saída, ou qualquer outra fonte de poder artificial, e os relâmpagos.
Algumas baterias têm bastante poder para nos mudar.
—E isto te deixa incapacitado?
Ele assentiu.
Bride fechou seus olhos enquanto um novo medo a percorria. Isto era aterrador dado que a raça que ia atrás dele sabia exatamente o que usar para matá-lo.
E se vinculassem, isso a mataria, também.
E se ela e Vane tinham meninos um dia... O que aconteceria? E se Valerius não tivesse chegado?
Ou pior, e se os policiais ou alguém mais tinha visto o Vane mudar de forma? Ambos seriam detidos e levados quem sabe onde para ser estudados e dissecados. Ela havia
visto suficientes episódios de Arquivo X para saber que o governo não aceitava amavelmente aos raros entre eles.
—Sinto que não conseguíssemos ir dançar - disse Vane cansadamente.
Bride deslizou sua mão sobre seu braço para confortá-lo.
—Não pense nisso.
Entretanto, ela não podia menos que pensar no que tinha passado essa noite.
Ela a sério queria ser parte de seu mundo, onde as pessoas dirigiam a magia como se não fosse nada? Onde eles saltavam dentro e fora de quartos, edifícios como sim
tal coisa? Ela seria uma humana rodeada por...
Ela estava aterrorizada de pensá-lo.
—Vane? Nossos meninos se parecerão com você ou a mim?
—Os genes do Were-Hunter são mais fortes e em geral dominantes. Em realidade não sei se nossos filhos serão Katagarias ou Arcadianos.
Isto a assustou ainda mais.
—Então essencialmente me diz que eu poderia dar a luz a filhotes?
Ele olhou ao longe.
Bride se levantou enquanto esse pensamento penetrava sua mente. Filhotes. Não meninos. Filhotes.
Concedido, ela conhecia raça que pensava em seus animais como meninos. Seus pais o faziam, mas isso...
Isso requeria muito mais análise antes que ela se comprometesse.

 

 

CAPITULO 12

Os dias se passaram enquanto Bride confrontava o que devia fazer. Uma parte estava desesperada por ficar com o Vane, enquanto que a outra estava assustada. Até agora
a tessera não tinha aparecido, mas isso não significava que pudessem ou devessem relaxar-se.
Agora era o Dia de Ação de Graças, e estava parada em seu dormitório na casa do Valerius com um nó no estômago. Seus pais a haviam convidado, junto com o Vane e
Fury a sua casa, para a reunião anual dos McTierney.
Tinha-lhe contado a sua família sobre seu novo "namorado" e não tinha idéia de como reagiriam ante ele. A ninguém de sua família lhe tinha gostado de Taylor e seu
ar de superioridade. De fato, seu pai raramente havia dito mais de duas palavras quando tinha levado Taylor a sua casa.
O que diriam se descobrissem que Vane e seu irmão eram lobos? Certo, gostavam dos animais, mas…
Só de pensar dava náuseas.
Respirando fundo, dirigiu-se escada abaixo para encontrar ao Fury e ao Vane esperando na sala de espera.
Fury vestia calças jeans azuis, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro negra. Vane levava calças jeans negras e um suéter de decote em V cinza e negro, com a
camiseta branca aparecendo por sobre o pescoço.
—Tenho que mudar? —perguntou- Fury ao Vane—. Jamais comi um jantar de Ação de Graças antes, e você?
—Não. Eu tampouco sei o que pôr. Perguntaremos a Bride quando descer.
Fury esfregou a nuca.
—Possivelmente foi uma má idéia.
—Não sei por que está te queixando, Fury. Ao menos você foi criado com o Arcadianos. Eu não tenho idéia do que implica uma festividade "familiar". À exceção dos
Peltiers, que são condenadamente estranhos, os Katagaria não celebram precisamente as festas.
—Ambos estão bem - disse Bride, entrando no cômodo. De algum modo era doce e encantador saber que estavam tão nervosos como ela—. Simplesmente não fala nada se alguém
lhes pedir. —Fury riu com apreensão. Vane parecia pouco divertido enquanto ficava de pé—. Não se preocupem - os tranqüilizou—. Meus pais não mordem. Muito.
Os lobos intercambiaram um olhar que dizia que não estavam tão certos a respeito disso, antes que Vane lhe oferecesse o braço e a conduzisse para a porta.
Bride se deteve nos degraus da casa do Valerius ao ver um elegante Jaguar XKR negro metalizado.
—Uau! —sussurrou—. De quem é o automóvel?
—Do Otto - disse Vane enquanto a levava para ele—. Como foi à Nova Jersey, a sua casa, para as festas, emprestou isso para a visita a sua família.
—Pensei que conduzia um arruinado Chevy IROC vermelho.
Fury riu com força.
—Faz isso para irritar ao Valerius. Guarda o Jaguar na casa do Nick para os fins de semana.
—Otto é tão mau - disse ela rindo, enquanto Vane lhe abria a porta e a deixava entrar enquanto que Fury passava à parte traseira pelo assento do condutor.
Um dia, Valerius ia matar a seu Escudeiro, que parecia não poder exasperar o suficiente ao Dark Hunter.
Uma vez que ela esteve dentro do automóvel, Vane fechou a porta e foi até seu lado. O homem tinha um andar que faria ofegar a qualquer mulher. Realmente, ninguém
deveria ser tão incrivelmente masculino.
Ele entrou no automóvel com um fluido movimento e o ligou. Bride lhe olhou fixamente as mãos enquanto tomava o volante e engatava a marcha. Se Fury não tivesse no
assento traseiro, provavelmente não chegariam à casa de seus pais, depois de tudo.
Vane tomou o volante com força enquanto escutava as indicações de Bride sobre como chegar à casa de seus pais, a qual ficava no Kenner, a mais ou menos vinte e cinco
minutos da do Valerius. Nunca tinha estado tão nervoso em sua vida. Pior ainda, Fury seguia removendo-se no assento de trás.
No fundo de sua mente, continuava repetindo-se que tinha que fazer isto. Se ia ficar com o Bride, ela queria que sua família o conhecesse. Não podia afastá-la das
pessoas a que tanto queria. Mas, ainda assim, isto era difícil como o demônio para ele.
Do que falariam?
Olá, meu nome é Vane e uivo à lua pelas noites, em forma de lobo. Deito-me com sua filha e não acredito que possa viver sem ela. Importa-lhes se tomo uma cerveja?
OH, e já que estamos me deixem lhes apresentar a meus irmãos. Este aqui é um lobo letal, conhecido por matar só porque o olhem torto, e o outro está entre a vida
e a morte porque uns vampiros lhe chuparam a vida, mal ambos tivéssemos sido sentenciados a morrer por nosso ciumento pai.
Sim, isto sairia realmente mal.
Quanto a isso, o que lhes diria Fury? Vane já tinha ameaçado de morte ao lobo se envergonhava a Bride de algum modo.
Vane só esperava não ser ele quem a envergonhasse.
Este era o maior fiasco esperando para ocorrer.
Muito logo estavam ingressando por caminho de entrada de uma casa nova, estilo Vitoriano. Já havia cinco automóveis estacionados ali.
—Meu irmão e irmã - disse ela antes de abrir a porta do automóvel.
—Dum dum dum, duuuum. —Fury cantarolou a canção do Dragnet do assento traseiro.
—Te cale, Fury - lhe disse Vane enquanto descia.
Embora, para ser sincero, o murmúrio do Fury lhe parecia um pouco tranqüilizador, já que lhe recordava ao excêntrico senso de humor do Fang.
Fury saiu por último e ficou atrás, do lado de Vane, enquanto Bride os conduzia para a porta principal.
Vane realmente sentia como se estivesse indo a sua execução. Pais. Aiii.
Bride bateu na porta, logo girou para lhes dar um sorriso de fôlego.
Vane lhe ofereceu um pálido, em resposta.
A porta se abriu para mostrar a uma mulher mais ou menos sete centímetros mais baixa que Bride, que tinha exatamente a mesma figura. Seu curto cabelo negro estava
abundantemente salpicado de cinza, e era uma versão mais velha do rosto de Bride.
—Bebê! —exclamou a mulher antes de aferrar a sua filha em um forte abraço. Enquanto abraçava a Bride, a mulher levantou o olhar para ele. Vane se sentiu doente,
e lutou contra o impulso de retroceder. Não porque pudesse, com o Fury parado nas escadas detrás dele—. Você deve ser Vane - disse alegremente a mãe de Bride—. Ouvi
tanto de você. Por favor, entre.
Bride entrou primeiro na casa. Vane ingressou e girou enquanto Fury, que tinha as mãos nos bolsos, unia-se a eles.
—Você deve ser Fury - disse sua mãe, estirando a mão para ele—. Sou Joyce.
—Olá, Joyce - disse Fury, estreitando-lhe a mão.
Vane esperava o mesmo, mas, em troca, Joyce o atraiu em um forte abraço. Aplaudiu-lhe as costas e o soltou.
—Sei que provavelmente estejam nervosos. Não o estejam. Só sintam-se como em casa e…
Um enorme rottweiler negro apareceu correndo da parte traseira da casa para saltar em cima de Vane.
—Titus! —exclamou Joyce.
O cão a ignorou enquanto se virava de costas, em uma postura total. Vane se inclinou e o acariciou, para fazer saber ao cão que reconhecia sua raça e para afirmar
sua própria hierarquia alfa.
—Bom, não é estranho? —disse Joyce—. Titus geralmente tenta comer a qualquer nova pessoa que conheça.
—Vane tem um dom com os animais - disse Bride vagamente.
Sua mãe sorriu.
—Bem, então encaixará perfeitamente aqui, no zoológico McTierney.
Titus se levantou e foi para o Fury para lhe lamber os dedos. Fury aplaudiu a cabeça do cão enquanto Vane olhava ao redor da acolhedora casa, que estava decorada
em um estilo campestre. Os sofás dourados eram amaciados e estavam cobertos de almofadas.
Um cabide de pássaros vazio se encontrava em um canto e um gigantesco aquário com peixes de água doce tinha sido construído na parede do fundo. Vane ouviu mais cães
no pátio, e algo que soava como uma coleção inteira de aves cantando escada acima.
—Os homens estão la fora - disse Joyce enquanto os conduzia para a parte detrás da casa, além de três terrarios que continham uma enorme jibóia constritora, uma
espécie de jacaré, e dois jerbos*—. Seu pai tem um novo cão de rua que chegou faz um par de dias, ao que ninguém pode tratar. A pobre coisinha não quer comer, e
tenta mutilar a quem se aproxime.
—O que lhe acontece? —perguntou Bride.
—Não sei. O controle de animais o tirou de uma sarjeta, e pensam que alguém deve tê-lo atirado ali. Foi terrivelmente golpeado, e tinha muitíssimos vermes.
Vane se encolheu, com compaixão.
Entraram na cozinha, onde uma mulher loira, alta e esbelta estava parada junto a uma bacia para misturar.
—Mamãe, quanto sal…? —Suas palavras terminaram em um chiado ao girar e ver a Bride—. Hei pequeninha - disse antes de aferrá-la em um forte abraço.
Bride a apertou contra si, e logo deu um passo atrás, para apresentá-los.
—Deirdre, estes são Vane e seu irmão Fury.
Vane ficou tenso ao cair sob o escrutínio da irmã de Bride. Não lhe agradava. O animal em seu interior o percebeu imediatamente.
Ainda assim, ela esticou a mão.
—Olá - lhe disse com um sorriso falso.
—Olá - disse ele, estreitando-lhe.
Ela seguiu com o Fury, quem fez o mesmo.
—Não pude encontrar essas tortas dietéticas para ti, Bride - disse sua mãe enquanto ia para o forno a checar o peru—. Sinto.
—Está tudo bem, mamãe - disse Bride—. De qualquer modo, preferiria comer seu bolo.
Sua mãe parecia um pouco surpreendida, mas não disse nada. Enquanto dava um passo atrás, dois gatos passaram correndo pela cozinha, perseguindo-se.
—Professor! Marianne! —gritou sua mãe, lhe passando o pano de cozinha a Bride—. OH, deus querido, será melhor que os apanhe antes que se encontrem com o Bart e o
coma.
Sua mãe saiu correndo fora.
—Bart? —perguntou- Fury ao Bride.
—O jacaré que vive no pátio. Papai o curou o ano passado, depois de que um caçador furtivo quase o matou com uma armadilha, e segue saindo de seu curral.
Fury arranhou a bochecha.
—Homem, desejaria ter conhecido a seu pai quando me meti em uma armadilha, ainda… —a voz do Fury se desvaneceu ao dar-se conta de que Deirdre se virou para ele com
uma sobrancelha arqueada—. Não importa.
—Hei, Bride!
Vane ficou rígido enquanto um homem extremamente grande e musculoso entrava a grande velocidade pela porta traseira para levantar a Bride e a apertava com força.
Bride riu.
—Baixa-me, Patrick!
Grunhiu-lhe enquanto o fazia.
—Não fique irritável comigo, mulher. Derrubarei e te quebrarei o braço.
Bride zombou disso enquanto Vane ficava furioso.
—Será melhor que não a toques.
Bride levantou o olhar ante a grunhida sinceridade que escutava no tom de Vane. Pela expressão em seu rosto, realmente temeu pela segurança de seu irmão.
—Está bem, Vane - se apressou a tranqüilizá-lo—. Só está brincando. Não me machucou realmente desde que fomos meninos, e inclusive então foi um acidente.
—De qualquer modo, essa é a história a que me estou aferrando - disse Patrick enquanto oferecia a mão ao Vane—. Alegra ver que minha irmã está em boas mãos. Patrick
McTierney.
—Vane Kattalakis.
—É um prazer te conhecer, Vane. Não se preocupe. Arrancaria-me o braço antes de machucar a uma de minhas irmãs. —Vane se relaxou notavelmente—. Você deve ser o irmão
- disse Patrick—. Fury?
—Olá - disse Fury, lhe estreitando a mão—. Sei, os nomes incomodam.
Patrick riu.
—Querem uma cerveja, moços?
Fury olhou ao Vane em busca da resposta.
—Seria genial - disse Vane.
Patrick se agachou no refrigerador e extraiu dois antes de passar a eles.
Enquanto as abriam, Patrick colocou um dedo na salada de batatas.
—Deixa isso! —exclamou Deirdre, lhe golpeando a mão com uma colher.
—Ai! —disse ele, tirando a mão de um puxão e chupando o dedo.
—Saia daqui, Pat, ou juro que darei sua parte aos cães.
—Bem, suscetível vingadora com síndrome pré-menstrual. —Fez- um gesto ao Fury e Vane—. Sejam sábios e venham aqui pra fora comigo, onde estamos a salvo.
Vane vacilou.
—Me chame se necessitar que te resgate do Patrick e meu pai - lhe disse Bride antes de ficar nas pontas dos pé e beijá-lo na bochecha.
Vane viu que Deirdre o olhava zangada antes de seguir ao Fury e ao Patrick para o pátio, onde a mãe de Bride estava lutando com os gatos para levá-los de retorno
à casa.
Vane passou sua cerveja ao Fury antes de recolher à gata. Ela ficou tensa um instante, e logo se relaxou.
—A quer dentro da casa?
Joyce assentiu agradecidamente enquanto embalava ao macho.
Vane abriu a porta e deixou à gata dentro.
—Não volte a fazer isso, Marianne - lhe disse.
Ela fuçou a mão e logo saiu correndo.
—Obrigado pela ajuda - disse Joyce enquanto passava junto a ele.
Vane retornou para unir-se ao Fury e ao Patrick.
—Então, Vane, o que faz para ganhar a vida? —perguntou Patrick.
Fury o olhou divertido, enquanto lhe devolvia a cerveja.
—Vivo dos interesses de meus investimentos.
—Seriamente? —perguntou Patrick—. Os investimentos lhe pagam o suficiente para ter um Jaguar de cem mil dólares?
Vane podia cheirar a hostilidade do Patrick.
—Não - disse sarcasticamente—, traficar com drogas faz isso. E obtenho um considerável ganho de minhas meninas no Bourbon Street.
A expressão no rosto do irmão de Bride foi indescritível.
—Olhe, vou ser sincero contigo. Machuca a minha…
—Patrick? —Vane olhou mais à frente do irmão de Bride para encontrar-se com um homem que parecia ter cinqüenta e tantos anos. De bom estado físico e de aparência
agradável, tinha cabelo cinza bem estilizado e bigode—. Não lhe está dando ao Vane o discurso de "Machuca a minha irmãzinha e te quebrarei o pescoço”, verdade?
—Estava tentando.
O homem riu.
—Não prestes atenção. Sou o Doutor McTierney - disse, estendendo sua mão para o Vane—. Pode me chamar Paul.
—É um prazer conhecê-lo, Paul.
Paul se voltou para o Fury.
—Você deve ser o irmão.
—Isso espero, estou vestindo sua cueca. —Paul riu—. Assim, você é o maligno rei castrador —disse Fury—. Perguntava-me que aparência teria.
—Fury - disse Vane em tom de advertência.
Paul riu outra vez.
—Sabe algo a respeito de cães, Vane?
—Sim. Um pouco.
—Bem. Tenho um que quero que conheça.
—OH, Jesus, Cujo não, papai. Isso é pior que meu discurso que interrompeu.
Paul ignorou o seu filho enquanto se dirigia a uma área alambrada no fundo, onde Vane podia ver um número de barracos de cão.
Enquanto Vane e Fury passavam junto a eles, os cães, percebendo sua parte animal, saíram a lhes ladrar ou para brincar.
Paul os conduziu a uma jaula ao final da fila, onde um furioso Labrador mestiço estava encerrado. O cão estava cheio de raiva e ódio.
—Não podemos fazer nada com ele - disse Paul—. Meu sócio pensa que deveríamos sacrificá-lo, mas detesto fazer isso. Parece-me uma condenada pena matar a um animal
que foi machucado.
Fury deixou a cerveja e foi para a porta. O cão saiu correndo de sua casa, ladrando e grunhindo.
—Shh - disse Fury, estirando a mão para que o cão pudesse farejá-lo.
—Não faria isso se fosse você - disse Patrick—. Quase lhe arrancou a mão ao oficial de controle de animais que o capturou.
—Sim, alguém teria que pô-los em uma jaula e golpeá-los por um tempo - disse Fury, franzindo o lábio.
O cão continuou atacando.
—Te afasta-te - disse Vane enquanto procurava o trinco da porta.
Fury ficou de pé e se afastou enquanto Vane a abria. O cão arremeteu e logo retrocedeu rapidamente.
Vane fechou a porta e se agachou.
—Vêem aqui, moço - lhe disse docemente, estirando a mão. O cão correu ao interior de sua casa e ladrou ainda mais forte. Vane se arrastou para a casa e colocou lentamente
a mão dentro—. Não tenha medo - lhe disse, permitindo que o cão apanhasse seu aroma.
Podia sentir que começava a acalmar-se. Sabia que não era completamente humano, e estava começando a confiar no animal que cheirava.
Logo depois de alguns segundos de espera, o cão lambeu a ponta dos dedos de Vane.
—Isso é - disse Vane, lhe acariciando a pele. Olhou por sobre seu ombro—. Fury? Poderia trazer algo para que coma?
—Trarei um tigela - disse Paul.
Uma vez que Paul teve retornado, deu a tigela ao Fury, quem o levou para dentro. Fury se agachou fora da casa, junto ao Vane, e depositou cuidadosamente a comida
frente ao cão.
—Homem, você apanhou mal, né? —disse Fury ao cão.
Vane encheu a mão de comida e a sustentou para o animal. Este a removeu com o nariz até que finalmente confiou nele o suficiente para dar uma dentada.
—Aí tem - disse em voz baixa enquanto tomava mais comida e alimentava ao cão com a mão.
—Maldição, papai - disse Patrick do outro lado do muro—. Jamais vi algo parecido.
Logo depois de vários minutos, Vane terminou de alimentar ao cão. O animal subiu ao colo de Vane e ficou ali, necessitando consolo. Fury lhe acariciou o lombo enquanto
Vane lhe massageava as orelhas.
Vane sentiu a alguém o olhando. Observando por cima de seu ombro, viu o Bride junto a seu pai.
—Deu-lhe de comer? —perguntou-lhe ela.
—Sim.
Ela sorriu. Vê-la ali fez que lhe doesse o coração. Como podia algo tão simples como um mero sorriso causar semelhantes estragos em seu corpo?
—Vim a lhes avisar que o jantar estava preparado. Mas se necessitar mais tempo…
Vane se levantou.
—Estará bem por um momento.
Fury aplaudiu ao cão e logo ficou lentamente de pé.
Os dois saíram da jaula e a fecharam. O cão foi correndo para eles, uivando.
—Está tudo bem - lhe disse Vane—. Retornaremos.
—Sim - adicionou Fury—, com um lindo presente para ti.
Vane passou seu braço sobre os ombros de Bride enquanto seguiam a seu irmão e seu pai para a casa.
—Cresceu aqui? —perguntou a Bride.
—Não. Meus pais se mudaram poucos anos atrás, logo depois de vender sua pequena granja.
—Estranho esse velho lugar - disse Paul enquanto mantinha a porta aberta para eles—. Há muitos regulamentos aqui. Tive que obter uma licença especial só para poder
manter os meus pacientes aqui atrás, e tenho que pagar multas habitualmente.
—Por que se mudaram? —perguntou Fury.
Paul deu de ombros.
—Sua mãe queria estar mais perto da cidade. O que pode fazer um homem quando sua esposa mete na cabeça algo?
Entraram na sala de jantar, onde um enorme banquete esperava junto ao Deirdre, que ainda se via como se preferisse que eles partissem.
—Vêem aqui e sente-se a meu lado, Vane - disse Joyce, indicando a cadeira a sua direita—. E Fury, pode te sentar ao outro lado da Bride. —No instante em que Fury
se sentou, Titus foi correndo e tentou subir em seu colo—. OH, bom deus! —exclamou Joyce—. Paul faz o cão se abaixar.
—Está tudo bem - disse Fury, rindo.
Então, quando Vane se sentou, Titus correu para ele e lhe lambeu o rosto.
—Hei, moço, cuidado com suas patas.
—O que aconteceu com o meu cão? —perguntou Joyce, pegando no colar do Titus—. Geralmente é reservado com as pessoas.
—Os cães reconhecem às boas pessoas assim que as vêem - disse Paul, pegando um pedaço do peru—. Titus - disse, sustentando-o para o cão.
Titus correu para buscá-lo.
Bride se sentou junto ao Vane.
—Bom, Patrick, onde está Maggie?
—Na casa de seus pais. Irei para lá mais tarde, depois de comer. Como ficamos dormindo aqui, queria assegurar-se que sua mãe não ficasse ciumenta.
—Maggie é a esposa do Patrick - explicou Joyce ao Vane—. Me fará avó na primavera.
—Felicidades - disse Vane ao Patrick.
—Sim, já veremos. Estou assustado como o demônio. Pessoalmente, não acredito que esteja preparado para ser o pai de alguém.
—Sim - disse Bride rindo—. Poderia ter que compartilhar seus brinquedos.
Patrick lhe fez uma careta antes de lhe arremessar uma ervilha na cabeça por cima da mesa. Vane a apanhou antes que fizesse contato, e a devolveu ao Patrick. Golpeou-o
direto entre os olhos.
Bride riu a gargalhadas.
—Meninos! —exclamou Joyce—. Comportem-se ou os farei comer no rincão.
—Bons reflexos, amigo - disse Patrick, secando a sobrancelha bondosamente—. Penso que deveríamos te recrutar para a equipe.
—Não acredito Pat - disse Bride—. Por alguma razão acredito que Vane se oporia a vestir uma camiseta que diga "Corta-o e castra-o se o ama" nas costas. É bastante
sensível a respeito da castração de cães.
Vane arqueou uma sobrancelha, mas manteve a boca sabiamente fechada.
Seu pai riu com força.
—Posso apreciar seu ponto de vista. Não há muitos homens que querem jogar para os Castradores. Mas temos um montão de veterinárias que, estranhamente, fazem.
—Ah, persuadiremo-lo —disse Patrick—. Com esses reflexos, definitivamente poderíamos usá-lo.
Vane notou a expressão de tristeza no rosto de Deirdre, mas ela não disse nada enquanto se sentava e colocava o guardanapo sobre seu colo.
O pai de Bride disse a bênção e então ficou de pé para cortar o peru enquanto que sua mãe começava a passar os pratos.
Vane sustentou as fontes enquanto Bride servia para ele e para si mesmo.
—Há algo que você não goste? —perguntou-lhe ela.
—Em realidade, não.
Ela sorriu.
—É tão fácil de convencer.
Beijou-lhe a bochecha impulsivamente, até que se precaveu de que a família dela os olhava fixamente.
—Sinto muito - disse temeroso de ter feito algo mal.
—Não - lhe disse Joyce—. Agrada-me ver meu bebê sorrindo por uma vez.
Vane lhe alcançou o purê de batatas ao Fury, quem o olhou com um tremendo cenho.
—O que é isto? —perguntou.
—Batatas - lhe disse Vane.
—O que lhes fizeram?
—Só as coma, Fury - disse Vane—. Você gostará, confia em mim.
Patrick soprou.
—De onde vem que nunca viu purê de batatas antes?
—De Marte - disse Fury enquanto franzia o cenho ante o modo em que as batatas penduravam da colher.
Pegou só um pouquinho, logo as passou ao Paul. Fury se inclinou apenas para frente e cheirou as batatas em um gesto muito canino.
Bride sentiu a perna de Vane estirar-se sobre a sua para chutar a cadeira do Fury debaixo da mesa.
Fury se ergueu rapidamente e olhou a seu irmão, que lhe estava dando um olhar de advertência.
—Realmente, de onde são? —perguntou Deirdre outra vez—. Cresceram aqui?
—Não - respondeu Vane—. Viajamos muito enquanto crescíamos. Vivemos virtualmente em todos os lados.
A irmã o olhou penetrantemente.
—O que os trouxe para Nova Orleans?
—Deirdre - disse Bride—. Desde quando esta é a Inquisição?
—Desde que mamãe disse que é sério com ele. Acredito que devemos saber algo mais a respeito de seu novo namorado, além de que se vê bem com um par de jeans.
—Deirdre - disse Paul em um tom baixo, mas severo—. Não faça pagar Bride e Vane pelos crimes do Josh.
—Bem - exclamou Deirdre furiosamente—. Mas quando ele escapou com sua secretária e a deixe sozinha para lhe explicar a seus meninos por que papai é um idiota, espero
que recorde isto.
Levantou-se e abandonou a habitação.
—Sinto muito - disse Joyce, ficando de pé—. Sigam adiante, e comam. Retornarei em um minuto.
—O marido do Deirdre há deixou uns meses atrás - explicou Bride ao Vane—. Seus filhos estão com ele durante o feriado, e Deirdre está em mau momento por isso.
- Por que um hum…? —Fury esticou a sílaba de um modo que lhe fez ter sabor de Bride que estava a ponto de dizer "humano"—. Humilhante idiota faria isso? —disse,
terminando a frase.
—Não sei por que alguns homens o fazem - disse Paul—. Embora suponha que ao fim esse lixo é melhor longe.
—Estou de acordo - disse Bride, olhando ao Vane, quem brincava com sua coxa por debaixo da mesa, excitando-a terrivelmente.
Seu contato era eletrizante.
Joyce retornou para tomar o prato de Deirdre, e logo voltou a sair da habitação.
Paul suspirou.
—Desejaria poder melhorar as coisas para ela. Não há nada pior que ver um de seus filhos sofrendo e não ser capaz de detê-lo.
—Poderia matá-lo para ela - se ofereceu Fury. Vane limpou garganta—. Bom, poderia ter um acidente - tentou Fury novamente—. Os humanos os têm todo o tempo.
Patrick riu malignamente.
—Tenho uma pá.
—Ao diabo com isso - disse Paul antes de tomar um gole de seu vinho—. Tenho um jacaré no pátio.
Todos riram.
Joyce retornou e se sentou.
—Lamento.
—Está tudo bem? —perguntou Bride.
—Estará. Leva tempo.
Vane sentiu a tristeza de Bride. Apertou-lhe a coxa consoladoramente.
—Provavelmente não deveria ter trazido o Vane. Foi insensível de minha parte.
—OH, ora! —exclamou Joyce—. Não fez nada mau, Bride. Queríamos conhecê-lo. —Sorriu a Vane - isso é assunto de Deirdre, está bem?
Bride assentiu.
Terminaram sua comida em paz, enquanto Patrick e Paul brincavam entre eles. Então Joyce trouxe um bolo de nozes de Pecam* e um bolo com quatro camadas de chocolate.
Bride cortou uma parte pequena de bolo.
—Não quer bolo? —perguntou-lhe Vane—. Sei que o de chocolate é seu favorito.
Ela a olhou fixa e lentamente.
—Não, será melhor que não coma. —antes que pudesse passá-la, Vane colocou uma fatia em seu prato—. Vane!
—Queria. Conheço esse olhar.
Ela pôs os olhos em branco e pegou o garfo.
—Obrigado.
Vane assentiu. Sentiu que sua mãe o olhava. Jogando uma olhada, recebeu um sorriso agradecido de Joyce, que se esticou e lhe tocou brandamente o antebraço.
Causou-lhe a sensação mais estranha. Assim era ter o toque de uma verdadeira mãe?
Logo depois do jantar, Bride decidiu que tinha torturado ao Vane e Fury o suficiente por um dia.
—Provavelmente deveríamos retornar - disse.
—O que? —perguntou seu pai—. Nada de jogos?
—Você e Patrick podem olhar o jogo, papai.
Para sua absoluta comoção, seu pai realmente pôs má cara.
Bride lhe deu um abraço por ser tão bondoso com o Vane e Fury.
—Irei despedir-me de Deirdre. Seja agradável com os meninos até que retorne.
Bride subiu as escadas para o quarto de hóspedes. Encontrou ao Deirdre no último dormitório do corredor.
—Hei, carinho —lhe disse, abrindo a porta—. Está bem?
Os olhos de Deirdre estavam bordeados de vermelho, estava sentada na cama, aferrando o travesseiro contra seu estômago. Seu prato de comida estava sem tocar sobre
a mesa de luz.
—Estou bem. Suponho.
Desejando poder fazer algo para ajudar a sua irmã, Bride caminhou para a cama. Como compreendia ao coração quebrado de Deirdre. Havia-se sentido da mesma maneira
até que Vane tinha aparecido e a tinha feito sorrir.
—Sinto muito.
—Não. Alegra-me que o imbecil se foi, mas você… deveria deixar ir ao Vane.
Não foram tanto as palavras de seu irmã o que a comoverão, a não ser o rancor no tom de Deirdre.
—Perdão?
—Vamos, Bride. Não seja estúpida. Olha-o. Olhe-te. Vocês dois não devem estar juntos.
Bride olhou boquiaberta a sua irmã.
—Como diz?
—Taylor era um homem genial… deveria ter aferrado a ele com ambas as mãos. Era confiável e estável. Mais que nada, era respeitado na comunidade. Mas, em vez de fazer
o que ele queria, recusou-te a perder peso e te deixou porque é gorda. Agora aparece este tipo e salta sobre ele como se Taylor nunca tivesse existido. Não é que
te culpe. É de primeira, mas não seja tola.
OH, esse era um golpe baixo e, para ser sincera, Bride estava cansada de ser a "inteligente" enquanto que Deirdre sempre tinha sido conhecida como a "bonita."
—Só porque te casou com uma serpente não significa que Vane seja um cão. —Bride vacilou ante isso. Em realidade, Vane era um cão, algo assim. Mas não desse modo—.
Vane jamais me enganaria.
—Sim, claro. Olhe-me, Bride. Fui à segunda ganhadora para a Miss Louisiana e teria ganhado se não tivesse sido tão jovem nesse momento. Ainda sou condenadamente
atrativa e, entretanto, meu marido me abandonou. Que possibilidades tem você?
Furiosa com sua "perfeita" irmã, Bride se recusou a olhá-la. Em troca, foi para a janela que dava ao pátio, onde viu o Vane e Fury com seu pai.
—Casou com o Josh por dinheiro, recorda? —disse Bride enquanto os via com os cães—. Disse-me a noite antes das bodas.
—OH, e suponho que você ama ao Vane por sua personalidade? Não sou estúpida. Ama-o pelo bem que se vê seu traseiro.
E, entretanto, enquanto Bride observava a seu companheiro, sabia a verdade. Vane não era humano. Não pensava nem atuava como humano. A diferença do Taylor e Josh,
jamais a deixaria porque ela não fosse o que ele queria.
Amava-a tal e como era. Nenhuma só vez Vane tinha tentado trocá-la ou alterá-la de algum modo. Simplesmente a aceitava, com seus defeitos e tudo.
Vane jamais a enganaria. Nunca lhe mentiria. E mataria a qualquer que a machucasse.
E nesse momento, enquanto o via acariciar a um cão ao que ninguém tinha sido capaz de chegar, compreendeu quanto o amava.
Quanto o necessitava.
A só idéia de viver sem ele a matava.
Não podia. Nas últimas semanas, ele se tinha convertido em uma parte integral de sua vida. Mais que nada, era uma parte integral de seu coração.
Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto a realidade desse pensamento a esmagava.
Realmente, verdadeiramente o amava de um modo que jamais tinha sabido que uma mulher pudesse amar a um homem.
—Não tem idéia do que está falando, Dee. Vane é bom e considerado. Cuida-me.
—Só faz um par de semanas que o conhece, e mal tinha terminado com o Taylor. É vergonhosa a maneira em que te joga em cima dele.
Bride voltou a olhar a sua irmã. Sentia pena de Deirdre, mas isso não lhe dava direito a sua irmã para tentar fazê-la sentir-se mau.
—Está com ciúme.
—Não, Bride, não estou. Sou realista. Vane está completamente fora de seu alcance.
Bride olhou com fúria a sua perfeita irmã, mas, no fundo, sentia muita pena por que Deirdre provavelmente nunca conheceria o amor que ela tinha com o Vane.
Se pudesse, daria isso de presente a sua irmã. Mas não isso não era possível.
—Como é, Dee. Veremo-nos depois.
Vane e Fury estavam lá fora, no pátio, com o Labrador outra vez.
—Não quereria levá-lo a casa contigo, verdade? —perguntou Paul enquanto Fury brincava com o cão.
—Valerius se urinaria nas calças - disse Fury—. Posso?
Vane riu.
—Certo. Mas ele provavelmente terminará no Santuário.
—Sabe - disse Paul—, deveria ter pensado em lhe pedir isso aos ursos.
Vane olhou ao Paul desconfiadamente.
—Perdão?
—Mas, como é só um cão e não um Were pensei que os ursos não lhe dariam boas-vindas. —Vane não poderia ter estado mais pasmado se Paul o tivesse chutado—. Fecha
a boca, Vane - disse Paul em um tom paternal—. Sou o principal veterinário do estado. Carson ainda está aprendendo o exercício. A quem acredita que chamo quando
há algo que não posso dirigir? —Carson era o veterinário residente do Santuário. Ele mesmo era um Were-Hunter, tinha só cinqüenta anos, o qual em seu mundo o fazia
pouco mais que um menino—. Também sei tudo a respeito do Fang - continuou Paul.
Fury se adiantou para parar-se mais perto. Colocou sua mão no muro, enquanto olhava incrédulo ao Paul.
—Por que nos permitiu vir aqui?
Paul tomou a mão de Vane na sua. A marca estava escondida.
—Não tinha que ocultá-la. Soube o que tinha acontecido no instante em que Bride me disse seu nome. E sei como vocês protegem a suas companheiras. Não posso dizer
que esteja precisamente feliz por isso, mas ao menos não tenho que temer que jamais a machuque do modo em que Deirdre foi ferida.
Vane apertou os punhos.
—Joyce sabe…?
—Não. Não sabe nada a respeito de seu mundo, e quero manter isso desse modo. Jamais contei a ninguém a respeito do Santuário - Paul soltou a mão de Vane—. Se estiver
procurando minha bênção, já a tem. Não estava certo até que os vi juntos no jantar. Passou muito tempo desde que vi minha pequeninha tão feliz. Mas, recorda, se
alguma vez a machucar… - olhou para onde um cão estava em uma jaula, com um cone ao redor da cabeça.
—Ah, homem - sussurrou Fury - isso é simplesmente doente.
—Estou definitivamente de acordo - disse Vane.
—Sim, bom, Bride é meu bebê e sei como usar uma pistola tranqüilizadora e um bisturi.
Vane se encolheu enquanto Fury se cobria.
—Vane?
Viraram-se, para ver o Bride caminhando para eles.
Paul deu um passo atrás.
—Me deixem lhes buscar uma corrente para…
—Não a precisaremos - disse Fury, abrindo a porta e deixando sair ao cão com ele.
—Não, suponho que não - disse Paul.
Foi acariciar ao cão, quem tentou mordê-lo.
- Te comporte - disse Fury, segurando ao cão.
Bride vacilou enquanto se aproximava.
—E será melhor que não mordas a Bride - advertiu Vane—. Ou lhe deixaremos aqui.
O cão moveu a cauda e se sentou.
—Virá conosco? —perguntou ela.
Seu pai assentiu.
—Foram bastante bons para adotá-lo.
—Isso é doce de sua parte - disse ao Vane.
Fury pensou.
—Em realidade não. Compadeço-me de qualquer que seja jogado a uma sarjeta.
Bride se esticou e abraçou ao Fury. Compadecia ao lobo pelo que tinha passado.
Fury limpou a garganta e retrocedeu.
—Não fique sentimental comigo, Bride, não sei como dirigi-lo. Igual ao cão, meu primeiro instinto é atacar, e isso faria que Vane me deixasse parecido a esse pobre
moço que está ali.
Bride viu o cão com o cone.
—Auch.
—Exatamente.
Vane envolveu seu braço ao redor dela e retornaram juntos a casa, com seu pai, Fury, e o cão seguindo-os.
Joyce os olhou surpreendida ao ver o cão com eles, mas não disse nada enquanto entregava a Bride um enorme pacote de Tupperwares*.
—Dividi as sobras entre todos.
—Sobraram batatas? —perguntou Fury.
Vane arqueou uma sobrancelha.
—Assim, agora você gosta?
—Sim, estavam boas.
Bride beijou a sua mãe na bochecha.
—Obrigado, mamãe.
Patrick se encontrou com eles no living. Ofereceu a mão ao Vane.
—Foi agradável te conhecer, embora seja traficante de drogas e cafetão.
—A ti também.
—Perdão? —perguntou Bride.
—É uma longa história - disse Fury rindo.
—Tomem cuidado na volta para casa - disse Joyce enquanto os acompanhava até o auto—. OH, esperem, me deixem buscar um cobertor para o cão, para que não arranhe os
assentos de couro.
Bride pegou uns minutos para voltar a dizer adeus enquanto sua mãe procurava o cobertor e logo o colocava atrás, para o cão. Depois de ter abraçado e beijado a seus
pais, Bride se uniu aos lobos e o cão no automóvel.
Em um abrir e fechar de olhos estavam indo de retorno ao Garden District.
—Tem uma agradável família, Bride - disse Vane.
Ela o olhou e logo ao Fury.
—Sim, assim é. Acredito que vocês são os melhores.
O coração de Vane pulsou violentamente ante o que lhe dizia.
—Quis dizer sua família.
—Fury e você são partes da minha família, Vane. Você é a melhor parte dela.
—Acredito que vocês dois necessitam de um pouco de privacidade. —Fury se sentou e apertou a mão de Bride—. Até mais tarde, irmãzinha.
Então ele e o cão desapareceram do assento traseiro.
Vane se moveu para o acostamento da estrada e parou o automóvel.
—O que é o que me está dizendo, Bride?
Ela levantou a mão para brincar com o cabelo dele, enquanto olhava fixo a esses incríveis olhos verde-avelã que tinham seu coração escravizado.
—Enquanto minha irmã me gritava a respeito de como um dia me deixaria plantada, tive uma revelação. Nunca em minha vida conheci a ninguém como você, Vane, e duvido
que jamais o faça. Eu gosto da forma com que me olha, como se já pudesse me saborear. Eu gosto de como se preocupa se por acaso fico com frio ou se comi o suficiente.
Mais que tudo, eu adoro a forma em que te sinto de noite, quando me abraça com força. O modo em que me toca como se temesse que fosse me quebrar. E como te ocupa
de me embalar em seus braços. —deteve-se para respirar fundo antes de continuar—. Te amo, Vane. Acredito que nunca soube o que era o verdadeiro amor até que entrou
em minha vida. —Mostrou-lhe sua mão marcada—. Estou preparada para me unir a você.
Ele se via sobressaltado e incerto.
—Está segura?
—O simples feito de que esteja me fazendo essa pergunta quando sabe o que perderá se disser que não, prova-me quão acertada estou respeito a ti. Sim, Vane Kattalakis.
Estou segura.
Um lento sorriso se estendeu por seu rosto um segundo antes que a atraíra a seus braços e a beijasse até deixá-la sem fôlego. Vane se afastou com um profundo e lobuno
grunhido.
—Realmente odeio ter tido que dirigir esta coisa. De outra forma, agora mesmo nos transportaria à cama.
—Não pode levá-lo para casa?
—Não. É muito grande e pesado, e se o abandono vão roubá-lo, e Otto nunca me perdoará. Ele ama esse condenado pedaço de lixo.
Soltou-a e se recostou em seu assento.
E esteve condenadamente perto de lhe dar um ataque ao coração a Bride quando conduziu a casa em tempo recorde. Richard Petty* não tivesse podido competir com o Vane
enquanto abria espaço entre o tráfego.
Detiveram-se com um chiado fora da porta do Valerius, e Vane os transportou diretamente do automóvel a seu dormitório. Em um segundo estavam parados junto à cama;
ao seguinte, estavam nus sobre ela.
Bride riu ante sua impaciência.
—Não perde tempo, verdade?
—Não quero que troque de opinião.
—Não o farei.
Vane a beijou intensamente. Já estava duro por ela.
Bride passou sua mão pelas costas dele, deleitando-se na sensação. Sua pele era tão cálida e masculina.
—Só lembre isto não te libera de uma grande boda irlandesa.
Ele riu.
— Qualquer coisa para te fazer feliz.
O sorriso dela se desvaneceu quando a seriedade se instalou no profundo de seu coração.
—Definitivamente, isso seria você.
Ele voltou a beijá-la, quase a devorando.
O momento em que se afastou ela somente podia respirar.
—Muito bem - disse ela em voz baixa—. O que temos que fazer?
Vane rodou sobre suas costas e lhe roubou a respiração, o modo em que se via ali. Sua pele bronzeada ressaltava a perfeição contra os lençóis cor nata. Seu cabelo
estava solto e o fazia parecer ainda mais fascinante.
—Tem que pressionar sua palma marcada contra a minha. —Bride colocou sua palma contra a cálida e calosa dele. Vane entrelaçou os dedos com os dela—. Agora tem que
me colocar dentro de seu corpo sem minha interferência.
—Isso é um pouco estranho, mas está bem.
—Em realidade, não. Foi estabelecido como garantia para proteger a nossas mulheres. A Reclamação jamais pode ser forçada sobre uma mulher. Ela deve completá-lo por
sua absoluta vontade.
Bride se ajoelhou e ficou agachada cuidadosamente sobre a magra cintura dele. Olhou-o, perguntando-se como os mudaria isto.
Mudaria-os?
Como podia não fazê-lo?
Depois disto, estariam unidos. Pertenceria-lhe e, até o dia em que morrera, pertenceria a ela.
Vane pegou sua mão livre e a beijou com doçura.
Com o coração pulsando violentamente, Bride moveu seu corpo até que ele esteve profundamente em seu interior. Ambos gemeram ante a sensação.
Vane apertou os dentes enquanto sua mão começava a esquentar-se. Fez necessária toda sua força de vontade para não investir contra ela. Mas esta não era sua eleição,
mas sim de Bride.
—Agora tem que dizer o seguinte: "Te aceito como é, e sempre te terei dentro de meu coração. Caminharei a seu lado para sempre."
Bride uniu seu olhar ao dele enquanto sua própria palma lhe fazia cócegas.
—Te aceito como é, e sempre te terei dentro de meu coração. Caminharei a seu lado para sempre.
Os olhos de Vane se obscureceram antes de repetir o juramento para ela. Mal tinha terminado de pronunciá-lo quando arqueou as costas, como se estivesse sofrendo.
Bride chiou, surpreendida, quando as presas dele cresceram como se estivesse em um filme de vampiros.
Vane a manteve quieta enquanto respirava entrecortadamente. Todo seu corpo estava tenso e rígido.
—Está tudo bem, Bride - grunhiu—. Não tenha medo. É só nosso feitiço de Reclamação chamando o thirio, para que possamos unir nossas forças vitais. Passará em uns
minutos.
—Parece que estive sofrendo. Há algo que possa fazer?
—Só esperar que passe - ofegou.
—Se nos unirmos, parará? —Ele assentiu—. Então, te una a mim.
Ele chiou, então sustentou seu olhar.
—Compreende o que é isso, Bride? Se morrer, você morre comigo. Instantaneamente. A menos que esteja grávida, e então morrerá assim que nosso bebê tenha nascido.
O coração dela triplicou seus batimentos do coração. Mas, enquanto o olhava, parecia um preço muito pequeno que pagar. Queria viver sem ele?
—Que diabos? —disse-lhe—. Se formos fazer isto, façamos completo.
—Está segura?
Ela assentiu.
Vane se sentou debaixo dela. Embalou-a contra seu peito e lhe fuçou o pescoço.
—Logo depois de que te morda, deve me morder no ombro.
Antes que pudesse responder, ele afundou seus dentes nela.
Bride gritou, mas não de dor. Um inimaginável prazer a rasgou enquanto o sentia inchando-se em seu interior. Investiu contra Vane enquanto um divino orgasmo a atravessava.
Sua visão se nublou enquanto sentia suas próprias presas crescendo em sua boca. Algo parecia havê-la possuído, e já não se sentia humana.
Era…
Maravilhoso. Quão seguinte soube foi que tinha fundo os dentes no ombro de Vane.
Envoltos em êxtase, sustentaram-se um ao outro enquanto os batimentos do coração de seus corações se sincronizavam e a habitação dava voltas. Bride nunca se havia
sentido tão perto de outra pessoa em sua vida. Realmente era como se fossem uma só pessoa, unidos. Fisicamente.
Espiritualmente. Perfeitamente.
Vane não podia respirar enquanto a saboreava. Jamais deveria ter se ligado a ela e, entretanto, estava tão agradecido que estivesse com ele. Pela primeira vez compreendia
por que Anya se uniu a seu companheiro.
Não queria perder a Bride. Nem sequer queria tentar imaginar um só dia sem ela.
Agora não teria que fazê-lo.
Sua cabeça deu voltas enquanto seu orgasmo se desvanecia e seus dentes retrocediam. Bride se apartou e o olhou fixamente, como se estivesse ébria.
—Terminou? —perguntou-lhe.
Ele assentiu logo a beijou. E voltou a beijá-la.
—É minha Bride McTierney. Agora e sempre.
Ela sorriu.
Vane a recostou sobre a cama e se deitou sobre ela. Só queria senti-la. Sua companheira.
A realidade disso envolveu seu coração e o fez voar.
Bride o embalou com todo seu corpo. Sentia-se tão bem ali. Passou a mão pelo cabelo de Vane e começou a rir.
—Foi tão divertido?
—Estava pensando que não são todas as mulheres chegam a ter seu próprio lobo domesticado.
Os olhos dele brilharam.
—Não estou certo de poder me chamar domesticado. Só você tem esse efeito sobre mim.
—Isso é o que mais eu gosto de tudo.
Enquanto agachava a cabeça para beijá-la, seu telefone soou. Vane se afastou com um grunhido. Esticou a mão e o telefone voou pela habitação, até que o agarrou.
Bride franziu o cenho.
—Não estou segura que alguma vez me acostume a que faça isso.
Mordiscou-lhe o pescoço brincando, e logo atendeu.
—Olá, Aimeé - disse, e então se deteve. Olhou-a, e ela notou a confusão em seus olhos—. Obrigado, realmente o aprecio. Espera um segundo. —Apertou o botão de silêncio—.
É um dos ursos do Santuário, que está cuidando do Fang. Estão tendo sua própria celebração do Dia de Ação de Graças, e decidiram levantar temporalmente minha proscrição
se quero visitar o Fang esta noite.
—Está bem.
—Perguntava-me se você gostaria de ir comigo e conhecê-lo. Quero dizer, não é que ele esteja falando, mas…
—Eu adoraria conhecer seu irmão - disse ela, interrompendo-o.
Vane pareceu aliviado antes de retornar ao telefone.
—Sim, estaremos ali em um momento. Obrigado.
Pendurou o telefone e o colocou sobre a mesa de cabeceira.
Bride ficou recostada ali, em silêncio, tentando assumir o que tinha feito. O que lhes tinha acontecido essa tarde.
—Está certo de que não estou envelhecendo? Não sinto nada diferente.
—Deveria estar unida a mim, mas, como nunca me uni antes, não sei como deveríamos nos sentir.
Bride olhou a mão. Sua marca agora era de um vibrante vermelho.
—Embora isto seja diferente. O que tem que a tua?
—Parece-se com a tua.
Esse era um bom sinal.
—Tenho que seguir tomando seu sangue?
Ele negou com a cabeça.
—Nunca mais.
—Bem. É realmente asqueroso pensar nisso. —Vane se levantou e a tirou da cama—. O que está fazendo?
—Vou banhar-te, Lady Wolf para poder te levar ao Santuário e alardear contigo frente a todos.
Como desejava Bride ser tão formosa como ele pensava que era. Era tão agradável estar com alguém que a via cor de rosa.
Vane a levou ao banheiro e abriu a ducha. Uma vez que teve regulado a água, abriu a cortina para deixá-la entrar primeiro.
Bride se sentia um pouquinho incômoda. Nunca antes tinha tomado banho com um homem. Mas enquanto Vane começava a lhe ensaboar o corpo, seu desconforto se desvaneceu
em uma onda de quente desejo por ele.
Ele se via realmente bem nu e molhado, e suas mãos eram incríveis enquanto se deslizavam por cada centímetro do corpo dela.
—É verdadeiramente talentoso - lhe disse, contendo a respiração enquanto ele a lavava entre as pernas. Beijou-a brandamente, deixou cair à esponja e usou seus dedos
para acariciá-la—. Alguma vez está satisfeito, verdade? —perguntou-lhe Bride ao senti-lo endurecer-se novamente.
—Não quando se trata de ti.
Pressionou as costas dela contra a fria parede de azulejos. Levantou-lhe uma perna para envolvê-la ao redor de sua estreita cintura antes de deslizar-se dentro dela.
Bride gritou de prazer enquanto ele investia contra ela. Não foi chegar ao clímax que ela se precaveu de que tinha envolvido ambas as pernas ao redor da cintura
dele, e que ele estava agüentando todo seu peso enquanto continuava investindo.
O cabelo de Vane estava molhado e jorrando água ao lhe capturar os lábios. Enterrou-se profundamente em seu interior e então se estremeceu.
Bride estava só vagamente consciente do roçar da água contra seus braços e pernas enquanto observava o rosto de Vane. Seu lobo era formoso quando chegava ao orgasmo
com ela. Sustentava-a sem esforço enquanto seu corpo continuava tremendo.
Uma vez que teve terminado, Bride baixou as pernas enquanto ele se retirava dela.
Ele suspirou entrecortadamente, logo girou para enfrentar a água.
Bride pressionou seu torso impulsivamente contra suas costas nuas.
Vane chiou ante a sensação de Bride contra ele. Ela envolveu os braços ao redor de sua cintura, deslizando as mãos por seu corpo.
—Segue fazendo isso e jamais sairemos desta ducha - lhe disse roucamente.
—Claro que sim. Não será muito divertido estar aqui se a água se esfriar.
—Certo.
Então, para seu deleite, ela o deixou e tomou a esponja para banhá-lo.
Bride nunca tinha feito nada como isso. Em realidade, era muito divertido ensaboar esses magníficos músculos e ajudá-lo a enxaguar o corpo.
—É pecaminoso - sussurrou.
Ele respondeu a isso com um sorriso e um beijo.
Uma vez que terminaram, saíram da ducha. Bride pensou que teriam que vestir-se, mas Vane a surpreendeu voltando a vesti-los com a roupa que tinham levado a casa
de seus pais.
—Como o faz?
Vane deu de ombros.
—É como respirar. Mal penso nisso e puf. É magia.
—Desejaria que me advertisse um pouquinho antes de fazê-lo. Ainda estou me acostumando a tudo isto.
Para agradá-la, conduziu-a através da porta e pelo corredor para a habitação do Fury.
Vane golpeou a porta.
—Sim? —disse Fury de dentro.
Vane a empurrou com o ombro para encontrar ao Fury com o cão sobre sua cama.
—Íamos ao Santuário. Perguntava-me se você gostaria de vir conosco.
—Certo. O cão pode ir?
—Suponho que sim. Podemos colocá-lo em uma das jaulas se ficar nervoso.
—Jaulas? —perguntou Bride.
Vane girou para enfrentá-la.
—Como O Santuário tem a muitas espécies diferentes de animais, têm uma habitação cheia de jaulas em caso de que alguém fique desagradável.
Fury e o cão desapareceram do dormitório.
—Como quer ir? —perguntou-lhe Vane.
Bride suspirou profundamente.
—Me transporte, Scotty.
Vane tomou a mão e os transportou ao Santuário.
A Bride levou um segundo orientar-se. Tinha passado por este bar milhões de vezes, mas nunca antes tinha entrado. Havia um pôster na porta que dizia que estava fechado.
Entretanto, havia muita atividade dentro. Ao menos cinqüenta "pessoas" estavam ali, incluindo o Fury e o cão, quem farejava a vários ocupantes.
Várias mesas tinham sido unidas para formar uma mesa de banquete realmente grande, coberta com toalhas brancas. Outra série de mesas tinha mais comida da que tinha
visto em sua vida. Havia uma dúzia de perus, vinte presuntos, e ao menos duas dúzias de tortas e bolos com cada acompanhamento conhecido, e alguns que não pôde identificar.
Mas o que mais a aturdiu foi o incrivelmente atrativos que eram todos ali. Deus! Parecia uma revista de modelos.
Bride se sentiu extremamente intimidada.
—Vane - disse um homem alto e formoso enquanto se aproximava deles—. Perguntávamo-nos se conseguiria vir.
—Olá, Dev.
Bride viu dois "Devs" mais entrando na habitação, carregando mais comida.
—Somos quadrigêmeos - disse Dev com um travesso sorriso—. Pode me distinguir por isso. —Levantou a manga de sua roupa para lhe mostrar sua tatuagem de arco e flecha,
e logo assinalou a seus irmãos—O de má aparência que leva o gumbo* é Remi. O tímido que está ali, com o filhote de urso em seu colo, é Quinn, e Cherif é o que sustenta
a fonte de patas de caranguejo. Não se preocupe se não puder recordar quem é quem, só grita "cuatri" e responderemos.
Parecia muito aberto e amistoso.
—Sou Bride - lhe disse, estendendo a mão para ele—. É um prazer lhe conhecer.
Enquanto a saudava, outro atrativo homem loiro apareceu detrás de Vane. Grunhiu gravemente, lhe recordando a um lobo.
—Nem sequer o pensa, Sasha - lhe grunhiu Vane, olhando letalmente ao homem—. Não estou de humor para essa merda.
—Lobos - disse Dev ao Bride—. Os alfas têm que fazer essa porcaria da dominação cada vez que se vêem. Vê, eu sou um urso. Levamo-nos bem com quase todos. A menos
que se meta conosco, então lhe arrancamos a cabeça. —Dev inclinou a cabeça para a Sasha—. Por que não vais ajudar a Batata a trazer os barris?
Sasha se aproximou e farejou a Bride. Pareceu acalmar-se um pouco antes de voltar a olhar ao Vane.
—Certo, Dev. Não quereria envergonhar ao Vane frente a sua companheira derrotando-o.
Vane deu um passo para ele, até que Dev se meteu no meio.
—Vai, Sasha - lhe disse Dev severamente. Sasha finalmente partiu. Ele respirou fundo e lhe sorriu—. Deveria ter provado com um urso, Bride. Então não teria que preocupar-se
por isso.
—Está tudo bem. Estou bastante afeiçoada com os lobos.
Viu que Sasha se aproximava de Fury.
Fury ficou instantaneamente de pé, com um grunhido tão sinistro que realmente a assustou. Sempre relaxado e um pouquinho inepto, não tinha idéia de que Fury pudesse
ver-se desse modo.
Era verdadeiramente aterrorizante em sua personalidade de lobo.
—Separem-se, lobos! —disse uma mulher alta e magra com acento francês enquanto se metia entre eles—. Ou jogarei água em cima de ambos.
Remi apareceu a seu lado.
—Necessita ajuda, mamãe?
—Não de ti, cher —disse ela, lhe aplaudindo bondosamente o braço—. Vá ajudar ao José na cozinha.
Remi lançou aos lobos um olhar de advertência antes de obedecer a sua mãe.
Uma vez que Sasha e Fury puseram distancia entre eles, a mulher se aproximou de Vane e ela.
—Aqui está finalmente. —Beijou ao Vane na bochecha e logo se voltou para a Bride—. Sou Nicolette, mas a maioria da raça me chama Mamãe.
—Bride - disse ela, estreitando a mão da ursa.
Nicolette sorriu ao Vane.
—É formosa, mon petit loup*. Progrediste.
—Merci, Nicolette.
—Vamos - disse, fazendo um gesto para que entrassem mais na habitação—. Vane, apresente sua companheira a nossa raça enquanto asseguro que meus filhos não briguem.
E não tenha medo se não poder recordar nossos nomes, Bride. É uma só enquanto que nós somos muitos. Os aprenderá com o tempo.
Bride lhe agradeceu e então Vane a levou pelo salão, e a apresentou aos leões, tigres, ursos, falcões, chacais e leopardos. Inclusive havia um par de humanos ali.
Nicolette estava certa. Não podia recordar quem era quem ou o que. Como havia só um punhado de mulheres, a maior parte delas companheiras dos homens, eram mais fáceis
de recordar. Mas os homens… era suficiente para lhe fazer dar voltas a cabeça.
—Onde está Fang? —perguntou enquanto Vane terminava de apresentá-la às pessoas na cozinha.
—Está lá em cima. Vamos, e lhe apresentarei ele.
Vane a conduziu por uma porta que se abria para uma enorme sala Vitoriana.
Bride se deteve o vê-la. Luxuosa e decorada com antiguidades, a casa era assombrosa.
—Esta é a Casa Peltier - lhe explicou Vane—. Os Were-Hunters vivem neste lado das coisas, onde estamos a salvo de ser descobertos.
—É formosa.
—Merci - disse Nicolette detrás deles—. Foi nosso lar durante mais de um século. Nossa meta é manter o deste modo.
—Como podem fazê-lo sem que ninguém descubra quem e o que são?
—Temos nossos métodos, chérie - lhe disse lhe piscando o olho—. A magia tem seus benefícios.
Alcançou ao Vane uma pequena vela votiva.
Vane viu que o recipiente de vidro tinha o nome "Anya" gravado. Seu coração sofreu ao vê-lo.
—Sempre recordamos a quem quer, que se fosse - explicou Nicolette—. Como Fang não pode honrar a Anya, pensei que quereria fazê-lo.
Vane não podia falar pelo nó que tinha na garganta, enquanto Nicolette o conduzia junto a Bride para dentro de uma habitação em que havia quatro velas em pedestais.
A luz das mesmas titilava como diamantes contra as paredes verde escuro.
—Há tantos - disse Bride, assombrada pela quantidade de nomes.
—Vivemos muito tempo - disse Nicolette—. E estamos em guerra. Os Katagaria contra os Arcadianos, os Dark Hunters contra os Daimons. Os Apolitas contra todos. Ao
final, quão único temos são as lembranças. —Assinalou duas velas que estavam sujeitas a parede essas são por meus filhos. Bastien e Gilbert. —Uma lágrima caiu por
sua bochecha—. É em sua honra que foi baseado O Santuário. Jurei que nenhuma mãe, sem importar que fosse humana, Apolita, Katagaria, ou Arcadiana, jamais conheceria
meu sofrimento enquanto seu filho se alojasse aqui, sob meu teto.
—Sinto muito, Nicolette.
A ursa inspirou e lhe aplaudiu o braço.
—Agradeço suas palavras, Bride. É por ti que estou renunciando à proscrição de Vane. —Vane se via estupefato—. É meu presente de bodas —disse Nicolette—. Não tem
uma manada que a proteja e, como diz Acheron, pagaste um preço muito alto por sua bondade. Protegeu a Sunshine para os Dark Hunters, e então agora protegemos a ti
e a sua companheira.
—Obrigado, Nicolette - disse Vane—. Obrigado.
Nicolette inclinou a cabeça e então se desculpou.
Vane acendeu a vela e a colocou junto à que era para a mãe do Colt. Sua mão se atrasou sobre o vidro. Por sua expressão, Bride podia saber que estava recordando
a sua irmã. Que estava sofrendo horrivelmente por ela.
Seus olhos estavam brilhantes e resplandecentes enquanto via titilar a vela. Um momento depois, olhou-a.
—Vamos - disse, tomando a mão de Bride—. É hora de que conheça meu irmão.
Ela o seguiu fora do quarto e para a escada.
Enquanto passavam junto à primeira habitação, um homem saiu, a quem Bride reconheceu.
—Carson?
Ele parecia tão comovido por sua presença como ela pela sua.
—Bride? O que está fazendo…? —Sua voz se desvaneceu enquanto farejava o ar. Seus olhos se alargaram—. É uma de nós?
—Nós?
—Carson é um falcão - explicou Vane.
—Não pode ser!
Carson assentiu.
—Sou o veterinário residente, e doutor aqui no Santuário.
Ele abriu a porta do quarto de que estava saindo, para lhe mostrar uma sala de consulta ultramoderna, que estava cheia com algumas das jaulas que Vane tinha mencionado.
—Não posso acreditar - disse Bride enquanto olhava fixamente ao Carson.
Fazia anos que o conhecia.
—Eu tampouco - disse ele. Olhou ao Vane—. Suponho que devo te felicitar. Sim, sabe o que seu pai faz para ganhar vida, verdade?
—Sim. O Rei Castrador.
Carson respirou entre dentes.
—Tem valentias, lobo. Montões e montões delas.
—Sim, sei.
—Bom, suponho que estão a caminho do quarto do Fang. Os verei lá em baixo.
Vane a levou a seguinte habitação, que era um dormitório.
Bride esperava pela menos encontrar a um homem na cama, e se surpreendeu um pouquinho ao ver um lobo cinza deitado ali. Também havia outra mulher loira extremamente
atrativa, que poderia ter sido a irmã de Nicolette.
Vane lhe apresentou à filha de Nicolette, Aimeé, quem rapidamente se desculpou e os deixou a sós com o Fang.
Vane soltou a mão de Bride enquanto se aproximava e se ajoelhava ao outro lado da cama, para onde Fang estava olhando.
—Olá, irmãozinho - lhe disse em voz baixa—. Trouxe para alguém aqui, que quero que conheça. Bride?
Ela se uniu a ele.
O lobo não se moveu nem um pouco.
—Olá, Fang - disse Bride. Olhou ao Vane—. Posso tocá-lo?
—Se quiser.
Ela colocou a mão sobre sua cabeça e o acariciou detrás das orelhas.
—É um prazer te conhecer finalmente. Vane me falou muito sobre você.
Ainda assim, ele não se moveu.
Bride queria chorar pelos dois. Podia sentir quanto doía ao Vane que seu irmão não os reconhecesse.
—Suponho que tenho que te levar para baixo —disse Vane com tristeza.
—Está bem. Podemos ficar um momento. Não me incomoda.
—Está segura? —Ela assentiu—. Está bem, irei procurar algo para beber e retornarei em seguida.
—Espera - lhe disse ela antes que pudesse desaparecer—. Há algum banheiro perto?
—Há um no escritório do Carson.
—Bem.
Vane desapareceu da habitação. Bride se foi, para ocupar-se de seu assunto.
Enquanto saía do banheiro, notou que o escritório do Carson tinha um espelho bilateral que dava à habitação do Fang.
Mas não foi isso o que lhe fez deter o coração.
Parada no dormitório do Fang estava Bryani.

CAPITULO 13

Vane se encontrava detrás do balcão procurando Cocas-Cola para ele e para o Bride quando Colt zombou dele.
—Agora está contente que te tenha enviado a ela?
—Te cale, Colt.
—Vamos, lobo. Sei que o odeia. Diga "obrigado, Colt".
—Preferiria me colocar… —A voz de Vane se desvaneceu enquanto algo brilhante cintilava sobre a pista de dança.
Ao princípio pensou que só era alguém mais se unindo à festa, até que se deu conta que o "humano" não conseguia manter-se em forma humana. Seguia mudando de humano
a lobo, uma e outra vez.
Também o reconheceu.
Era Stefan.
Vane deixou as bebidas e saltou sobre o balcão. Atravessou o quarto correndo para o lobo.
—Tranqüilo - estava dizendo Carson enquanto recostava ao lobo ferido sobre o piso de concreto—. Pode te manter em sua forma básica?
—Adverte ao Vane.
Vane aferrou ao Stefan e usou seus poderes para mantê-lo humano.
—Me advertir do que?
Stefan era um desastre ensangüentado. Alguém o tinha golpeado até quase matá-lo. Era assombroso que o lobo ainda estivesse vivo.
—Sua… mãe…
—Não fale - disse ao Stefan—. Pensa.
Stefan jogou a cabeça atrás e fechou os olhos.
—Ela e seus Sentinelas mataram a Petra e Aloysius - disse Stefan na cabeça de Vane—. Eu não queria morrer. Fiz um pacto com ela, se me deixasse viver a traria aqui
para que matasse a ti e ao Fang. —Vane apertou os dentes, mas não fez nada para interrompê-lo supunha que me deixaria ir. Em troca, quando se inteirou que Fang estava
no Santuário, voltou-se contra mim. Está vindo, Vane. Já poderia estar aqui.
—Uau! —a voz do Kyle ressonou da soleira que conduzia a Casa Peltier—. Todos venham rápido. A pequena companheira humana de Vane está tendo uma terrível briga com
uma loba lá em cima. E está ganhando!

Bride estava aterrorizada. Seu coração martelava, mas ainda assim não estava disposta a ficar ali parada e permitir que Bryani matasse ao Fang.
Provavelmente deveria ter chamado ao Vane, mas queria terminar com isto.
E sabia como lhe pôr fim.
Isso esperava.
Bride abriu de repente a porta da habitação do Fang.
Bryani se voltou para ela com um grunhido.
—Mantenha-se fora disto. Não é teu assunto.
—Sim, é. Machucou a meu companheiro, machucou-me, e não te permitirei fazê-lo.
—Não quero te ferir, Bride.
—Então saia.
Bryani estendeu a mão e a jogou contra a parede. As costas de Bride deram ferroadas ante o impacto, mas isso não fez nada para diminuir sua resolução.
Bryani virou para o Fang e se esticou para ele.
Bride tomou a cadeira de balanço e a fez cair sobre as costas da outra mulher. Bryani caiu de joelhos, e então tentou voltar a golpeá-la com a mão.
Antes que pudesse, Bride a injetou com um tranqüilizador que tinha tirado da sala de consulta.
Bryani gritou e a empurrou. Golpearam contra a penteadeira.
—Realmente, estou muito velha para brigar - disse Bride entre dentes—. E você também!
Bryani cambaleou enquanto a droga começava a fazer efeito. Utilizou seus poderes para golpear a Bride com o abajur, mas caiu ao piso antes de alcançá-la.
—O que me fez?
—Droguei-te.
Três segundos mais tarde, Bryani estava estendida no chão.
Bride foi para ela e a pôs de costas. Os olhos do Bryani estavam completamente abertos, e a mulher a olhou fixamente. Satisfeita por havê-la domado um instante,
Bride agarrou a sua sogra e a arrastou à habitação do lado, onde a encerrou dentro de uma jaula. Havia um botão vermelho acima, que dizia "travar". Bride o apertou
e espero que de algum modo isso impedisse que Bryani usasse seus poderes contra ela.
—Aí está - disse, enquanto olhava ao Bryani cautelosamente—. Irei procurar ao Carson em um minuto, porque não estou segura de ter dado a dose correta. Acredite ou
não, não quero te matar. Mas, por favor, leve em conta seriamente que não quero te matar. Isso não significa que não o farei.
A mão de Bryani se moveu.
Mas também era provável que Bride não lhe tivesse dado o suficiente, e por isso era que a tinha encerrado na jaula.
—Olhe, Bryani, realmente lamento o que te aconteceu. Sinto muito, e compreendo por que odeia ao pai de Vane. Tem todo o direito. Mas isso é entre vocês dois. Não
tem nada que ver com o Vane, ou Fang, ou Fury. Eles são seus filhos.
—Têm que morrer - ofegou Bryani, lhe deixando saber que Bride que em realidade não tinha usado suficiente tranqüilizador—. São animais.
—Olhaste-te ao espelho? —perguntou-lhe—. Os animais não comem a sua cria por nenhuma razão. Vane não tentou te matar por ter me levado. Deixou-os a ti e a sua vila
em paz. É você quem está viajando através do tempo para matar a alguém que nunca tem feito nada para te machucar. Meu deus, golpeou ao Fury, sua própria carne e
osso, e o deixou para morrer. Como é isso humano? Deixa de mentir a você mesma. Você tampouco é humana, Bryani. Ou possivelmente é. Deus sabe que os humanos cometeram
alguns dos crimes mais atrozes imagináveis contra outros. Os animais, como Fury disse, só matam para proteger e alimentar-se. São leais a aqueles a quem ama. Um
humano foi quem me arrancou o coração do peito e o pisoteou. E foi Vane quem apareceu e me fez sentir feliz outra vez. Recolheu meu coração e o embalou cuidadosamente
em suas mãos. Sei que jamais me machucaria, não desse modo. —Os olhos de Bride se encheram de lágrimas ao compreender quanto amava realmente a seu companheiro—.
Suponho que, se tivesse que escolher entre um humano e um animal, escolheria ao animal. Assim, está advertida, Bryani. Se alguma vez ameaças ao Vane ou a seus irmãos
outra vez, vou demonstrar-te quão humana sou. Porei-me minha camuflagem, perseguirei-te e te esfolarei enquanto gritas. Compreendeste-me?
Um maciço grito de aclamação soou atrás de Bride, sobressaltando-a. Dando a volta, viu todo o clã Peltier, e a alguns mais, amontoados dentro e ao redor da soleira.
Mas foi Vane quem apanhou sua atenção. A expressão de orgulho em seu rosto fez que todo seu corpo se esquentasse.
—Maldição, Vane, tem a uma tremenda companheira aqui - disse um dos quadrigêmeos Peltier.
Bryani arremeteu contra Bride. Seu braço saiu da caixa enquanto tentava agarrá-la.
—Não pode me deter, humana.
—Não, mas eu posso.
Bride deu um passo em falso enquanto Acheron atravessava a multidão para parar na frente a Bryani.
Ele se agachou perto da caixa e sustentou o olhar dela com o seu.
—Levarei-te a casa, Bryani, e me assegurarei que nunca possa voltar a abandonar sua época. Não haverá mais passeios nas costas de ninguém. —Bryani o olhou ressentidamente—.
Não - disse Ash, como se pudesse lhe ler a mente—. Alastor não te ajudará outra vez. Seu contrato está anulado.
—Não pode fazer isso - grunhiu ela—.Não será livre até que todos eles tenham encontrado a suas companheiras.
Ash lhe deu de presente um meio sorriso zombador.
—Deveria passar mais tempo com os deuses, Bryani. Ensinaram-me bem sobre as lacunas jurídicas. Já vê, todos seus filhos encontraram a suas companheiras. É só que
ainda não sabem.
—O que diz? —perguntou Fury.
Ash o ignorou.
—Alastor está livre de ti, e por medo de meu castigo, não fará nenhum novo acordo contigo.
—E o que tem que meu castigo? —chiou Bryani enquanto sacudia os barras de sua jaula—. Onde está minha justiça?
Ash parou e suspirou com cansaço.
—Direi-te uma coisa. Que tal isto como pacto? Retorna a sua época e te assegura que Der permaneça onde está, e te darei o que mais quer na vida.
Bryani inclinou a cabeça, enquanto contemplava ao Atlante.
—Jura?
—Sim.
Ela fez um gesto desde seu coração a seus lábios.
—É um trato. Agora me deixe sair desta jaula para poder decretar minha vingança.
Ash negou com a cabeça.
—Não vou deixar matar a seus filhos, Bryani.
—Mas, disse…
—Seu desejo mais querido não tem nada que ver com eles. Vou enviar-te a casa agora e, prometo-lhe isso, para quando cair à noite será uma mulher feliz.
Bryani desapareceu da jaula.
—O que vais fazer lhe? —perguntou Fury.
Ash cruzou os braços sobre o peito enquanto dava a volta para enfrentá-los.
—O que é o que seu pai sempre há dito publicamente pelo que daria tudo?
A mandíbula de Vane ficou frouxa.
—Recuperar a sua companheira. Mas isso era só uma mentira que dizia para que a manada sentisse pena por ele.
—Bom - pronunciou Ash lentamente—. A raça deveria tomar cuidado com o que deseja. Porque pode obtê-lo.
Vane assobiou baixo.
—Me recorde que nunca te faça enfurecer.
—Em realidade não vai unir os dois, verdade? —perguntou Bride.
Ash deu de ombros.
—Foram destinados a estar juntos, e é hora que se dirijam o um com o outro. O que aconteça entre eles, é assunto deles.
—O que te devo por este favor? —perguntou Vane.
—É grátis. Quando ajudou ao Talon, pagou um preço mais alto do que ninguém deveria pagar jamais. Considera-o um presente de bodas de minha parte e de Simi. Nem sua
mãe nem seu pai voltarão a ameaçá-los jamais a vocês nem a seus filhos.
—Está predizendo o futuro, Acheron? —perguntou Nicolette.
—Não exatamente. Não lhes estou dizendo o que acontecerá. Só o que não.
—Obrigado, Ash - disse Vane.
—Já que está de um humor generoso - disse Fury da entrada—, quer me dizer quem é minha companheira?
Ash lhe ofereceu um meio sorriso pícaro.
—Depende de ti encontrá-la.
—Sim, mas…
—Basta, lobo - disse Colt, lhe aplaudindo as costas—. O grande Acheron não vai responder isso.
—Ah, homem, isto vai voltar-me louco. Sabe que conheci a milhares de mulheres em minha vida, certo?
—Sim - disse Ash—, mas não te deitaste com todas elas.
Fury parecia estar sofrendo.
Vane se adiantou e atraiu a Bride a seus braços.
—Obrigado - lhe disse, abraçando-a com força—. Quando Kyle me disse que minha mãe estava aqui em cima contigo…
Colocou-lhe os braços ao redor do pescoço e deixou que o amor que sentia por ele a alagasse.
—Não ia permitir que te machucasse.
Ash afugentou a todos fora da habitação, para que pudessem beijar-se em privado.
Logo depois de alguns minutos, Vane os transportou do escritório do Carson ao Santuário. Stefan estava sentado em uma cadeira, via-se um pouquinho aturdido e ainda
sangrava.
Pobre lobo. Mas viveria.
Alguém começou a tocar "Sweet Home Alabama".
—Chegou tarde - gritou Colt—. Já sabemos que Ash está aqui.
—Então - disse Ash, caminhando para o Vane e Bride—. A quem respaldará para que tome o controle de sua manada?
—Não é meu assunto. Fui exilado.
—Sim, mas Markus se irá em aproximadamente, uhhh..., uma hora, necessitarão a alguém que os lidere.
Vane olhou ao Stefan, quem tinha querido a manada durante anos. Desgraçadamente, o lobo era um idiota, daí sua tentativa de pacto com a mãe de Vane.
Seu olhar voou para o Fury e o cão.
—Fury? —chamou-o Vane—. O que te pareceria liderar uma manada de lobos?
Um travesso sorriso se estendeu por seu rosto.
—Eu adoraria.
—Merda - resmungou Stefan enquanto tentava ficar de pé. Ainda estava muito fraco—. Não é o suficientemente forte para conter à manada.
Vane olhou a seu irmão e logo ao Stefan.
—Sim, é. Porque sei que meu irmão recolocará à manada aqui em Nova Orleans.
—Nunca o obedecerei - grunhiu Stefan.
—Nem sequer pode ficar em pé, imbecil - respondeu Fury.
Vane ignorou o arranque do Fury.
—Sim, fará. Se não o fizer, você e eu terminamos.
Vane retirou seu feitiço e permitiu que se vissem as marcas de seu rosto. Stefan ficou ainda mais pálido
— Alguma pergunta?
Stefan se voltou para o Fury e sacudiu a cabeça.
—Quer que comece a me mudar?
O sorriso do Fury se voltou malvado.
—Diria que sim, mas parece que quão único pode fazer é começar a sangrar. Ocuparei-me da manada. Carson, poderia acompanhar ao Stefan para cima antes que se derrube?
—Carson assentiu e desapareceu da habitação com o Stefan. Fury se adiantou—. Obrigado, Vane.
—Não há problema. Ganhaste isso, e decididamente o merece mais que qualquer dos outros.
Bride não poderia ter estado mais orgulhosa de Vane que o que estava nesse momento.
—Comida!
Bride se voltou ante o alegre grito de uma voz que reconhecia.
A amiga do Ash, Simi, apareceu pela porta com um resplandecente sorriso. Seu comprido cabelo negro estava caído a cada lado de seu rosto, e tinha um brilhante par
de chifres vermelhos na cabeça. Vestia uma saia curta de PVC negro, com meias de listras negras e púrpuras até a coxa, que desapareciam dentro de um par de danificadas
botas de combate. Tinha uma camisa de rede e um apertado espartilho vermelho.
Bride notou que vários membros do clã dos ursos tinham expressões tensas no rosto.
—Muito bem, Vane - lhe perguntou em voz baixa—. O que é Simi? Animal, vegetal, ou mineral?
—Outro - disse ele rindo—. É um demônio. Literalmente.
—Que alguém conte aos filhotes - gritou Dev.
—OH, ora - lhe disse com desdém Simi—. Não vou comer nenhum alimento peludo enquanto vocês têm aqui as coisas boas.
Abriu a enorme bolsa negra que levava e extraiu uma garrafa extragrande de molho de churrasco.
Simi passou meneando-se entre a multidão até que viu a Bride. Chiou de alegria.
—Agora também esta aqui, Bride? Tem alguma dessas geniais coisinhas brilhantes?
—Não, Simi. Estão em minha loja.
A menina fez panelas e girou para o Ash.
—Akri? Podemos voltar a visitar a loja de Bride?
—Certo, Simi. Mas não hoje. Bride está aqui e não lá.
—OH. Muito bem. Simi pode comprar tudo o que queira?
—É obvio.
Simi sorriu ampliamente, e logo começou a saltar como uma criancinha.
—Muito bem, dancem todos! Você também, Akri.
De repente, começou a soar "Macarena". Todos no bar grunhiram, exceto Simi, quem riu alegremente. Tomou a mão do Ash e o empurrou à pista de baile.
—Agora todos! —disse Simi.
Lentamente, o resto dos habitantes do bar foram para a pista de baile.
Bride se assombrou quando Vane a tirou da mão e a levou ali.
—Vane…
—Quando Simi diz "dançar", todo mundo dança.
—É um demônio - grunhiu um dos homens morenos mais mal-humorados, desde sua cadeira na mesa que estava junto a eles—. Eu não danço para ninguém. —Mal houve dito
essas palavras, deu um salto e começou a aplaudia a perna, como se estivesse incendiando-se—. Maldito seja Ash - lhe grunhiu.
Ash sorriu com afeição.
—A dama disse que dançassem, Justin. Traz aqui seu traseiro de pantera.
Bride riu enquanto todos, incluindo o Ash, começavam a dançar a Macarena. Tinha que ser o momento mais estranho de sua vida.
Quando terminaram, Simi correu com seu molho de churrasco a uma das mesas e tomou um peru inteiro para si mesmo.
—É nocivo o modo em que mal cria a essa demônio, Ash - resmungou Justin.
Ash encolheu os ombros afavelmente e se dirigiu onde Simi estava sentada, devorando seu peru.
Bride e Vane se sentaram junto ao Fury enquanto todos faziam fila pela comida.
—Já estou satisfeita - disse Bride.
—Eu também - concordou Vane.
Assim que se sentaram e conversaram com os ursos enquanto comiam.
Os bate-papos ressonaram na habitação até que os ouvidos de Bride zumbiram pelo alegre bate-papo e a música.
De repente, todos ficaram calados.
Bride viu que a mandíbula de Vane se afrouxava enquanto olhava fixamente a porta da cozinha.
Girou a cabeça para ver um magnífico homem aproximando-se deles. Era um pouquinho mais baixo que Vane e tinha cabelo negro e desgrenhado. Tinha os braços cruzados
ao redor de maneira protetora, e vestia uma camisa negra de mangas longas e jeans.
Seu olhar estava concentrado nela e no Vane enquanto caminhava lentamente através das pessoas sem falar com ninguém.
Deteve-se junto a eles. Seus olhos estavam cheios de dor e melancolia enquanto estendia a mão para a Bride.
Com a mão tremendo, Bride se esticou para ele.
—É formosa, Vane - disse Fang, com a voz rouca—. Alegra-me que a tenha encontrado.
Vane ficou de pé, mas seu irmão retrocedeu.
—Fang? —perguntou Vane.
Ele se afastou deles.
Bride não podia respirar enquanto o via abrir caminho para a cozinha, onde Aimeé estava esperando. A ursa pôs seus braços ao redor dele e, para assombro de Bride,
Fang lhe permitiu sustentá-lo enquanto retornava à Casa Peltier.
—Está bem? —perguntou- Bride ao Vane enquanto este se sentava.
Um sorriso dançou na comissura de seus lábios.
—Sim. Pela primeira vez em muito tempo, acredito que sim.
—Bem - disse Fury—. Porque está saindo com a Aimeé Peltier, Fang necessitará a nós para evitar que os ursos o esfolem.
A banda, que estava composta por vários animais, subiu ao cenário e tomou seus instrumentos.
Enquanto os afinavam, um pequeno macaco foi correndo para a Bride e saltou sobre seu ombro.
—Olá - lhe disse—. Não sabia que havia Were-macacos.
—Não há - disse um loiro alto e magro enquanto estirava o braço para o macaco. Bride recordava que o tinham apresentado antes. Chamava-se Wren—. Marvin é o único
não-were no bar.
O macaco subiu por seu braço e posou sobre seu ombro.
—OH, sinto muito.
Wren lhe sorriu.
—Está tudo bem. Também me levou muito tempo me acostumar às pessoas deste lugar.
Ela o observou enquanto se afastava.
A banda prorrompeu com uma entrega de canções de lobos. Bride sentiu que se ruborizava enquanto eles cantavam "Little Rede Riding Hood" "Werewolves of London," "Bad
Moon Rising," e inclusive "Midnight Special"*.
—Vêem aqui, Vane - disse Colt no microfone—. E canta por seu jantar.
Vane parecia um pouquinho envergonhado antes de deixá-la e unir-se a eles no cenário.
—Não sabia que podia cantar - disse ao Fury.
—Eu tampouco.
Esperava que Vane cantasse alguma canção clássica de rock, assim, quando começou a entoar "The Story of My Life"* Bride sentiu que lhe enchiam os olhos de lágrimas.
Vane não estava cantando por seu jantar.
Estava cantando para ela.
Dev foi para ela e a empurrou para o cenário.
Bride não podia respirar enquanto escutava ao Vane. Tinha uma voz formosa e, quando terminou sua canção, subiu-a ao cenário com ele. Ali, frente a todos os Were-Hunters,
ajoelhou-se frente a ela.
—Sei que estamos unidos pelo costume Were-Hunter, mas queria me assegurar de fazer isto bem para ti, neném.
Depositou o microfone sobre o cenário e extraiu um anel de seu bolso.
Bride sentiu que as lágrimas caíam por suas bochechas enquanto ele colocava o solitário de diamante redondo em seu dedo.
—Amo-te, Bride McTierney, e quero passar o resto de minha vida te demonstrando quanto te preciso. Casaria-te comigo?
Ela não podia deixar de chorar. Diabos, mal podia vê-lo em meio das lágrimas. Quão único podia fazer era assentir como uma boba histérica.
Acreditou que Vane estava sorrindo, mas não estava segura.
—Está bem - disse Vane pelo microfone—. Também chorou assim o dia que a conheci. Acredito que é algo bom para os humanos.
—Ahhh, eu também choraria se tivesse que ver-te cada dia durante o resto de minha vida, Vane - disse Colt.
Ignorando-o, Vane ficou de pé frente a ela e lhe secou as lágrimas com suas mãos.
—Estou melhorando nisto, Bride. Esta vez não te coloquei o dedo no olho.
—Não - disse ela, sorvendo as lágrimas—, não o fez.
Ele a beijou brandamente, e logo a separou do cenário.
Ash se encontrou com eles junto ao Simi, que também estava chorando.
—Isso foi formoso - soluçou histericamente ao Vane. Logo girou para enfrentar ao Ash—. Akri, a Simi quer que alguém proponha matrimônio a ela desse modo. Vá procurar
a esse modelo Travis Fimmel para mim, e obriga-o a fazer isso, também. Por favor!
—Disse uma vez e repito, Sim, não pode simplesmente afastar aos humanos de suas vidas.
—Mas Vane levou a Bride.
—Não, Sim. Bride escolheu ao Vane.
—Então vá fazer que Travis me escolha.
—Não posso fazer isso. Não estaria bem.
A demônio lhe lançou um bufido antes de ver um dos ursos trazendo um bolo da cozinha. Suas lágrimas se secaram instantaneamente.
—Ooohhh - sussurrou Simi, olhando o bolo com fome—. Chocolate. Meu favorito. Tenho que ir agora. Adeus.
Ash riu enquanto Simi corria e literalmente atacava ao pobre urso que levava o bolo. O tirou das mãos e foi para um canto para estar sozinha com o bolo.
Sacudindo a cabeça, Ash se voltou para eles.
—Seu pai não voltará a te incomodar, e queria felicitá-los novamente a ambos.
—Obrigado, Ash - disse Vane, estendendo a mão para ele.
Ash assentiu enquanto a estreitava.
—A propósito, não precisa preocupar-se.
—A respeito do que? —perguntou Bride.
—Terá bebês, e não filhotes. E nada de ninhadas.
Bride estava mais aliviada do que tivesse acreditado possível.
—Obrigado.
—Quando quiser.
Ash os deixou e tomou um bolo de uma mesa, que levou para Simi, quem o olhou com o rosto coberto de chocolate. Literalmente aspirou o bolo em menos de dez segundos.
Vane passou seu braço ao redor dos ombros de Bride. Enquanto retornavam à mesa onde Fury e o cão estavam compartilhando um pedaço de bife, Bride começou a rir enquanto
olhava seu novo zoológico e família.
—O que acontece? —perguntou Vane.
—Nada. Simplesmente pensava que atirei minha vida completamente aos cães, e nunca ia querer que fosse de nenhuma outra maneira.

Epilogo

Vane se deslocou ao passado. Não tomou muito esforço encontrar a seus pais. Depois de tudo, Acheron não se incomodou em proteger seu aroma dele e eles só tinham
estado aí, juntos, por aproximadamente uma hora.
O líder dos Dark Hunter tinha seqüestrado aos dois Were-Hunters em uma isolada ilha no quinto século. Nenhum deles tinha o poder para partir da ilha ou do período
de tempo.
Este era realmente um destino pior que a morte.
Ou ao menos estava a ponto de sê-lo.
Vane transportou-se "à areia" onde seus pais combatiam o um contra o outro com espadas desembainhadas. Ambos estavam ensangüentados de lutar, e embora pensando bem,
ele deveria estar se divertindo, não estava.
Como poderia estar? Estas duas pessoas, com todas suas faltas, eram seus pais, e se não fosse por eles nunca teria nascido.
Apesar disso, algumas coisas não podiam ser perdoadas.
Seu pai vacilou quando viu o Vane. Isto deu a sua mãe a abertura que necessitava para atravessar ao Markus com sua espada.
Isto deveria ter sido um golpe mortal.
Mas não foi.
Sua mãe puxou para liberar sua espada, amaldiçoou, e apunhalou ao Markus outra vez. Markus só ficou aí piscando incrédulo enquanto permanecia imune a seus ataques.
—Deixa, Mãe - disse Vane enquanto se aproximava deles.
Ela virou para ele com outra maldição até que seus olhos enfocassem seu rosto.
Por uma vez Vane não se incomodou em ocultar suas marcas faciais a nenhum deles. Ele a olhou fixamente, inexpressivamente, enquanto o horror enchia sua expressão
e ela compreendeu a verdade sobre seu filho mais velho.
—Sei que ao Acheron provavelmente não podia lhe preocupar menos se vocês dois se destruíam o um ao outro - disse lentamente—. Mas eu não podia viver comigo mesmo
sabendo que ele tinha condenado a um de vocês a morrer mesmo que vocês o merecessem.
—O que quer dizer? —perguntou Markus.
—Troquei as coisas um pouco. Você dois podem lutar e matar um ao outro muitas vezes, mas nenhum de vocês será capaz de morrer à mão do outro.
—Bem, então —grunhiu Markus— me matarei.
—Não permitirei isso, tampouco.
Bryani o amaldiçoou.
—Você não pode nos deter.
Vane riu.
—Sim, Mamãe. Posso. Você deveria ter escutado ao Fury quando ele tentou te dizer sobre meus poderes. Há só um pequeno punhado de gente nesta terra cujos poderes
podem superar os meus. E nenhum de vocês é um deles.
Os olhos do Bryani se estreitaram.
—Por que faz isto?
—Porque vocês dois precisam chegar a um acordo um com o outro. O que Markus te fez esteve mau, mas claro, sempre me disseram que dois maus não fazem um bem. Assim
tento fazer o correto por uma vez. Você dois têm que de ficar de acordo e deixar para trás este ódio. —Ele suspirou. —Voltarei em umas décadas para ver como foi.
—Não pode nos abandonar aqui. Não assim! —chiou Bryani.
—Por que não, Mamãe? Papai golpeou ao Fang e a mim e nos pendurou para morrer, literalmente. Você golpeou ao Fury e o deixou por morto. Agora vocês dois podem esmurrar
a quem realmente os encheu o saco, e nós poderemos viver nossas vidas em paz longe dos dois. Tenham uma agradável guerra.
Vane se transportou para longe deles, de retorno onde Bride estava ocupada empacotando suas coisas na casa do Valerius.
—Sabe que não tem que fazer isso?
Ela saltou e ofegou.
—Acredito que tenho que te pôr um sino!
Ele riu.
Bride saltou outra vez quando todos seus pertences de repente apareceram muito bem dobrados em suas malas.
—Vane...
—O que?
—Não importa - disse ela com um sorriso. Realmente tampouco queria fazer.
Ele ficou atrás dela e a aproximou para ele.
Bride se tomou um momento para saborear a sensação de senti-lo ali. Saborear a força de seus braços ao redor de sua cintura.
—Então que vais fazer com o resto de sua vida agora que seus pais estão a resguardo e Fury tem o controle de sua manada?
—Francamente?
—Sim.
—Não quero fazer outra coisa que passar o resto de minha vida te olhando.
—Sim, mas...
—Nenhum, mas, Bride. Passei os últimos quatrocentos anos lutando com unhas e dentes. Escondendo quem e o que sou. Agora não há nenhuma necessidade. Você está a salvo
aqui em Nova Orleans e tenho a intenção de me assegurar que permaneça assim.
Ela girou em seu abraço e enlaçou seus braços ao redor de seu pescoço.
—E quanto a minha loja?
—É toda tua.
—Ajudará-me a vigiá-la?
—Não. Vou estar muito ocupado vigiando a ti.

Fim
Querem saber o que diz a canção que cantou Vane ao Bride e a fez chorar de emoção????

THE STORY OF MY LIFE. (Neil Diamond)

A história de minha vida é muito simples de ler
Começa o dia em que chegou
E termina o dia em que for
A história de minha vida começa e termina contigo
Os nomes são ainda os mesmos
E a história ainda é verdade

Eu estava sozinho
Você me encontrou esperando e me fez teu
Estava assustado
Que de algum jeito nunca pudesse ser o homem que desejava de mim.

Você é a história de minha vida, e cada palavra é verdade
Cada capítulo canta seu nome
Cada página começa contigo
É a história de nossos tempos e nunca deixá-la ir
Se morrer hoje, queria que soubesse
Fique aqui comigo
Compartilha comigo, cuida de mim
Fique e esteja perto
E quando isto começou jazia acordado cada noite
Mal sabendo em alguma parte no profundo interior
Que nosso romance mal podia ser escrito

A história de minha vida é muito simples de ler
Começa o dia em que chegou
E termina o dia em que for....


Glossário
____________________________________
* Lobo Omega: macho que se encontra no nível mais baixo da pirâmide de autoridade na manada.
* no original: Mary Jane, tradicionais sapatos com couro no México, Mercedes na Espanha ou Guilhermina para a Argentina.
* Krispy Kreme, a mais famosa marca de Doa. Pão-doces redondos com uma coberta muito fina de açúcar.
* Creme Horns: Croissants
* trocadilho intraduzível... nut, significa avelã ou louca / louca.
* Pop Tart: conhecido bolo torrada do Kelloggs, estão cheias com distintos gostos: chocolate, frutas ou yogurte
* Mon ange: em francês no original: meu anjo.
* Cher: em francês no original: querido .... mon cher: meu querido
*Je NE sais pas: em francês no original: eu não sei
* Looney Toones: famosos desenhos animados da Warner Bros: Papaléguas, Taz, Bugs Bunny.
* Wachovia Corporation: famosa companhia de serviços financeiros que funciona em todo os Estados Unidos e cinco países da América Latina.
* Bodacious: famosa marca de roupa sexy, especializada em talhas entre o 10 e 24. Seu slogan publicitário diz. “Roupa para celebrar suas curvas”
* Cajún: é o nome que se dá nos Estados Unidos, aos descendentes de franceses que moram em Nova Orleans
* Evian: água mineral natural, original da Girona.
* Bananas Foster: a sobremesa mais tradicional de Nova Orleans e o favorito de quase todos seus habitantes.
* Chateaubriand Bouquetière: tradicional comida francesa: filé mignon acompanhado por vegetais e molho Bearnaise.
* bistrô: em francês no original: restaurante – bar.
* adelfos: irmão em grego
* Armageddon: Na literatura cristã apocalíptica, Armageddon é o lugar da batalha final entre os reis da Terra e as forças do mal guiadas por Satanás e Deus. Também
é o sinônimo para o nome da batalha, e na linguagem comum o equivalente ao de um Apocalipse.
* Troggs: grupo de música dos anos ’60, originários da Inglaterra. Significa “trogloditas” e o tema: Coisa Selvagem.
* O Lobo-garou ou lycanthrope é um personagem de lenda, vagabundo e malvado, quem tem o poder de transformar-se em lobo. O termo ”garou” já significa homem lobo.
* Em espanhol no original.
* The silence of the lambs: filme protagonizado pelo Anthony Hopkins e Jodie Foster, ganhadora de vários Oscars.
* SUV: Short Utility Vehicle: caminhonete todo terreno
* Geritol: Faz uma brincadeira referindo-se a um complexo vitamínico para maiores de 50 anos desse nome dos Laboratórios Glaxo SmithKline.
* Scare Tactis: programa de televisão onde peritos do canal de Ficção científica (SciFi.com) dedicam-se a torturar a um pobre mortal com efeitos especiais e situações
limite.
* Buffy: Protagonista de série televisiva americana Buffy The Vampire Slayer. Buffy é uma adolescente que vive em um povo assolado por vampiros malignos e tem dons
que lhe permitem destruí-los. Protagonizada pelo Sarah Michelle Geller.
* Chippendales: famoso grupo de strippers (nudistas) masculinos.
* ZZTop: Grupo de música americano cujos integrantes usavam uma barba longa até a metade do peito.
* Ao Dark Champion, novela de Kinley McGregor (Sherrilyn Kenyon) da saga A irmandade da Espada, corresponde à história do Stryder do Blackmoor.
* Timoria: em grego: castigo, penalidade
* Regis, do latim, Rei
* Saints: equipe de futebol americano, originário de Nova Orleans.
* Powerball: jogo de apostas. apostam-se vários números entre cinqüenta. Terá que acertar cinco para ganhar o prêmio principal. Se aposta em todo os Estados Unidos.
(No BRASIL seria parecido ao Loto)
* Addams: Famosa família de estranhos costumes, série de televisão dos anos 60 e filmes recentes.
* Jack and Jill: Livro da Louisa Mai Alcott; seus protagonistas são dois  inseparáveis amigos, Jack e Jill, que sofrem um sério acidente deslizando-se em trilha por
a Colina do Diabo, mas com a ajuda e o estímulo de seus amigos e da família resolvem o problema e não permitem que a ruína e a desgraça cheguem à época das festas
de natal.
* N da autora utiliza a palavra em inglês hand—fasting que é o nome que o matrimônio recebe na wicca celta. É a união eterna de duas pessoas Apaixonadas. É uma cerimônia
sagrada de compromisso presidida por uma Sacerdotisa Superior. O melhor momento para realizá-la é à saída ou de Pôr-do-sol onde estão pressentem ao mesmo tempo a
Lua e o Sol na união dos dois Amantes.
* Faz referência o filme de terror Children of the Night do ano 1991 dirigida pelo Tony Randel.
* Estudante com as melhores nota. É o que faz o discurso de graduação nas grandes Universidades.
* Dom Ho: o mais famoso cantor havaiano.
* Tony Manero: Personagem do John Travolta em Embalos de Sábado de noite (Saturday Night Fever) famoso filme dos anos 70, com música dos Bee Gees.
* trocadilho intraduzível: em inglês diz eye-italian: fazendo referência aos jovens ítalo-americanos que fazem música Hip-Hop.
* em francês no original.
* Phaser é um programa para sincronizar as estruturas macromoleculares de vidro com métodos máximos de probabilidade.
* Taser: Pistola de Electroshock
* Mamífero roedor conhecido como "Ardillita do deserto", similar a um rato de laboratório.
* Nozes típicas do Sul dos Estados Unidos são de casca alongada e Lisa.
* Marca de vasilhas plásticas herméticas para levar comida
* Corredor de automóveis na famosa categoria Nascar. Correu durante 32 anos e ganhou mais de 200 corridas.
* Gumbo: comida tradicional da Luisiana, espécie de guisado.
* Em francês no original: “meu pequeno lobo”
* Little Red Riding Hood: Chapeuzinho Vermelho, Werewolves of London: Homens-lobos de Londres, Bad Moon Rising e Midnight Special, ambas famosas canções do Creedence
Clearwater Revival.

Aproveite a noite
(Seize the night)


PREFÁCIO

-Feliz aniversário, Agrippina -disse Valerius enquanto pousava uma só rosa vermelha aos pés da estátua de mármore que possuía um lugar sagrado em seu lar.
Não era nada comparado com o lugar sagrado que essa mesma mulher tinha tido em seu coração enquanto estava viva. Um lugar que ainda ocupava, mesmo depois de dois
mil anos.
Fechando os olhos, sentiu-se destroçado pela dor de sua perda. Destroçado pela culpa que os últimos sons que tivesse escutado como mortal fossem os angustiantes
soluços dela enquanto gritava pedindo sua ajuda.
Incapaz de respirar esticou-se e tocou sua mão de mármore. A pedra era dura. Fria. Rígida. Coisas que Agrippina jamais tinha sido. Em uma vida que se media por uma
brutal seriedade e aspereza, ela tinha sido seu único refúgio.
E ele ainda a amava pela silenciosa bondade que lhe tinha outorgado.
Apertou a delicada mão com as suas, e logo apoiou sua bochecha contra a fria palma de pedra.
Se pudesse pedir um desejo, seria recordar o som exato de sua voz.
Sentir a calidez de seus dedos sobre os lábios.
Mas o tempo lhe tinha tirado tudo, exceto a agonia que lhe tinha causado a ela. Morreria dez mil vezes mais se tão somente pudesse salvá-la da dor dessa noite.
Infelizmente, não havia modo de voltar o tempo para trás. Não havia maneira de forçar aas Destinos a desfazer suas ações e lhe dar a felicidade que ela deveria ter
conhecido.
Assim como não havia nada que pudesse encher o doloroso vazio dentro dele pela morte da Agrippina.
Fazendo chiar os dentes, Valerius se afastou e notou que a chama eterna que ardia a seu lado estava chispando.
—Não se preocupe - disse a sua imagem—. Não deixarei na escuridão. Prometo.
Era uma promessa que lhe tinha feito em vida, e inclusive na morte, jamais a tinha quebrado. Durante mais de dois mil anos a tinha mantido na luz, embora ele mesmo
se via forçado a viver na escuridão que a tinha apavorado.
Valerius atravessou a iluminada habitação para alcançar o grande aparador estilo romano que guardava o azeite para a chama da Agrippina. Pegou e o levou até a estátua;
então subiu ao pedestal de pedra para derramar quão último ficava dentro do abajur.
Nesta posição, sua cabeça estava à mesma altura que a dela. O escultor ao que tinha encarregado séculos atrás tinha capturado cada delicada curva e covinha de seu
precioso rosto. Só a memória do Valerius substituía a cor mel de seu cabelo. O vívido verde de seus olhos. Agrippina tinha sido perfeita em sua beleza.
Suspirando, Valerius tocou sua bochecha antes de descer. Era inútil permanecer no passado. O fato, feito estava.
Agora tinha jurado proteger aos inocentes. Custodiar a humanidade e assegurar-se que nenhum outro homem tivesse que perder uma luz tão valiosa em sua alma como a
que Valerius tinha perdido.
Certo de que a chama duraria até a noite seguinte, inclinou a cabeça respeitosamente ante sua estátua.
-Amo - disse-lhe, sussurrando a palavra latina para “te amo”.
Era algo que rogava aos deuses ter tido o valor de lhe dizer em voz alta enquanto estava viva.

 

 

                                                                  Sherrilyn Kenyon

 

 

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