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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


KIAN / Scarlett Grove
KIAN / Scarlett Grove

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Para reivindicá-la, ele deve dizer-lhe coisas que ela não pode imaginar
Uma mulher de luto
Devastada pela perda e pelo divórcio, Everly precisa de um novo começo. Quando responde a um anúncio para trabalhar como babá, ela se vê vivendo com um homem incrivelmente quente chamado Kian e cuidando de sua doce menina, Ember.
Um príncipe dragão
Kian sabe, no instante em que conhece Everly, que ela é sua companheira. E também sabe que não importa o quanto queira contar a verdade, ele não pode revelar seus segredos a essa humana inocente. Em vez de confessar que é um refugiado alienígena de outro planeta, ele tenta dar à ela tudo o que uma mulher poderia querer.
Um antigo inimigo
Uma descoberta chocante leva Everly e Ember a serem sequestradas por vampiros. Kian poderá encontrá-las a tempo? E mesmo se ainda conseguir, será que Everly aceitará a verdade de quem ele é?

 


 


CAPÍTULO 1


A tampa deslizou da cápsula de estase e o príncipe Kian da House of Flames piscou, acordado. Sentando-se abruptamente, olhou em volta e observou os pequenos cortes sangrando que se abriam em ambos os lados do seu corpo. Kian rapidamente jogou as pernas sobre a borda da nave e saiu.

No final da fila estava o quinto casulo do seu grupo. A tampa deslizou para revelar a pequena figura. A criança se mexeu em uma cama de peles macias, suas mãos em punhos acenando para ele. Ela abriu a boca e soltou um gemido estridente.

Kian sorriu para a Princesa Ember, a próxima na fila do trono da House of Flames. Sua tripulação se reuniu em torno dele, olhando para o bebê.

- Cato, descubra onde estamos. - Disse Kian, pegando Ember. - E descubra se o projeto de semeadura foi bem-sucedido. Dax, eu quero você em um reconhecimento lá fora. Aiden, veja nossas provisões e leve uma garrafa para Ember.

- Imediatamente, senhor. - Disseram eles.

Kian levou Ember através da nave até a ponte, onde encontrou Cato sentado no painel do seu computador.

- Você encontrou alguma coisa? - Kian perguntou.

- Nós dormimos por mais de um milhão de anos. - Cato disse em um tom abafado.

- Isso foi mais do que esperávamos. - Disse Kian.

Aiden emergiu na ponte segurando uma garrafa de fórmula de dragão e entregou a Kian. - Aqui está, primo. - Disse Aiden.

Kian pegou a garrafa e alimentou Ember enquanto a segurava em seu colo.

- Um milhão de anos? - Kian perguntou a Cato. - Você tem certeza?

- Este pequeno planeta azul girou em torno de seu sol amarelo brilhante um milhão de vezes desde o projeto de semeadura.

- Mas funcionou? - Perguntou Kian.

- A vegetação desde a nossa chegada evoluiu. - Disse Cato, em seu tom de voz habitual.

- Quais mais informações temos? - Kian perguntou.

- Há sinais de civilização. - Disse Cato. - Parece ter tomado a maior parte do planeta.

- Nós dormimos demais? - Kian perguntou enquanto Ember sugava vorazmente sua garrafa.

Ainda parecia um pouco estranho que ele tivesse uma filha, já que nunca encontrara sua companheira predestinada. Mesmo amando a Ember, ainda havia um vazio oco dentro dele, desejando ser preenchido.

- Isso depende de como você define como "dormir demais". - Continuou Cato.

- Contate Dax no campo. Pergunte o que ele vê.

Cato apertou alguns botões no painel do computador e a imagem de Dax apareceu na tela.

- O que você vê, Dax? - Kian perguntou a ele.

- Há criaturas inteligentes em todos os lugares. - Disse Dax.

- Não podemos permitir que essas criaturas vejam nossa verdadeira forma. - Disse Kian. - Nossa força é limitada e nossas defesas estão fracas. Temos que tentar nos misturar.

- Eles parecem semelhantes em composição à nossa forma bípede. - Disse Cato, observando a tela enquanto Dax examinava a uma rua escura da cidade. A chuva brilhava na calçada.

- Ninguém me viu. Eu voei sobre a água com meus escudos furtivos. - Disse Dax.

- Mantenha assim quando estiver em forma de dragão. - Disse Kian.

- Sim, senhor. - Disse Dax.

- Quais são as suas ordens, príncipe Kian? - Perguntou Cato.

- Eu preciso saber tudo o que puder sobre essas criaturas. - Disse Kian, quando o bebê em seus braços começou a se agitar.

Ele levantou-a e colocou-a contra seu ombro, acariciando suas costas suavemente, como sua mãe lhe ensinara. Como uma das últimas da espécie, Ember foi uma bênção para todos eles. Ele não podia acreditar que já faziam tantos anos desde que pousaram neste planeta.

O cataclismo que os forçou a deixar seu mundo natal ainda era uma lembrança aguda em sua mente. Mas ele não podia pensar nisso agora. Tinha trabalho a fazer e precisava proteger Ember e completar sua missão neste mundo.

- Ativando a nave AI. - Afirmou Cato. - Bethi, por favor, examine o planeta e compile os dados que você encontrar.

- Varredura. - Disse a voz feminina robótica ao longo da ponte.

Ember arrotou contra o ombro de Kian. Ele a trouxe de volta ao seu colo para vê-la. Ela sorriu para ele, seus brilhantes olhos azuis brilhando e seus pequenos punhos balançando no ar.

- Essa é a garotinha do papai. - Ele disse.

Quando a Dragoness Prime deu à luz ao último grupo de jovens que nasceu em seu planeta natal, ele ficou entusiasmado com o fato de seu filho ser uma menina. Os Dragonianos tiveram sorte de ainda possuírem uma Dragoness Prime capaz de acasalar com os machos de cada Casa, dando assim esperança para o futuro de todos os dragões. Mas o cataclismo os enviara em busca de um novo lar.

Quando os dragões escaparam e encontraram este planeta habitável, eles o semearam com as almas de seus ancestrais, esperando que algum dia, de alguma forma, este lugar se tornasse seu novo lar. Um milhão de anos havia se passado. Era um longo tempo, mesmo para dragões.

- Bem-vindo à Terra. - Declarou a AI Bethi. - População de sete bilhões. As principais formas de vida inteligentes são chamadas de humanos. Existem muitos países divididos entre os humanos. Eles têm muitas culturas. Existe uma distribuição igual de machos e fêmeas. O ano é 2018. Você está fora da costa dos Estados Unidos da América. A cidade mais próxima é Seattle. Aqui estão alguns exemplos da cultura predominante.

Videoclipes foram reproduzidos na tela. Imagens de homens e mulheres de muitas cores, formas e tamanhos passaram. Os machos humanos não pareciam tão aptos e fortes quanto os dragões, mas as belas fêmeas humanas eram graciosas e macias com suas delicadas formas curvilíneas.

O dragão de Kian roncou ao ver os humanos femininos. Eles eram tão pequenos e delicados. Acordou o instinto primordial de acasalamento dentro dele.

- Eu identifiquei a presença dos vampiros. - Continuou o AI. - Eles fixaram residência no planeta e se integraram perfeitamente à população humana.

- Os vampiros estão aqui? - Kian perguntou, batendo com o punho no braço da cadeira de seu capitão.

- Sim, Príncipe das Chamas. O inimigo mortal dos dragões tomou residência no planeta Terra. - Disse Bethi.

- Como isso pode ter acontecido? - Kian exigiu.

- Os registros da história humana são limitados. Mas estou pegando a assinatura distinta de vampiros na superfície do planeta em minhas leituras. - Respondeu Bethi.

- Mas e o trabalho de semeadura? - Kian perguntou novamente. - Há Dragon Souls na Terra?

- Ainda digitalizando. - Disse Bethi.

- Como isso pode acontecer, Cato?

- Eu não sei, senhor. Mas vamos descobrir.

O rosto de Dax apareceu na tela com o sorriso e os olhos brilhando. Kian sabia que ele estava animado com alguma coisa.

- O que houve, Dax? - Kian perguntou.

- Você já deu uma olhada nessas fêmeas? - Dax perguntou. Ele fez um assobio e balançou a cabeça.

- Nós observamos as fêmeas humanas. - Disse Cato.

- Meu dragão não parou de rosnar. Ele está convencido de que podemos nos acasalar com elas.

- Sexo e acasalamento são duas coisas distintas. - Disse Cato.

- Mas se houver Dragon Souls entre eles, - Disse Aiden, entrando na sala e sentando-se ao lado de Kian. - então o acasalamento pode ser possível.

- Essa é uma possibilidade distinta. - Disse Cato.

- Bethi, você descobriu se há Dragon Souls entre os humanos? - Kian perguntou novamente.

- Ainda digitalizando, príncipe Kian. É difícil determinar. A semeadura aconteceu no passado primitivo. A assinatura se difundiu.

Kian estava frustrado. O cataclismo os expulsou de seu planeta natal e eles nunca mais poderiam voltar para lá. Ele e sua equipe e os outros como eles eram a última esperança para os dragões do universo. Ele tinha que fazer tudo em seu poder para restabelecer a força da House of Flames. Era seu dever e sua responsabilidade.

- Como devemos nos misturar com esses humanos? - Ele perguntou a Bethi.

- Você deve comprar uma casa. - Disse Bethi, exibindo uma variedade de edifícios na tela. - E deve empregar uma babá para cuidar da Princesa Ember.

- Uma babá? - Ele perguntou, saltando Ember em seus braços.

- É uma palavra humana que se refere a um empregado contratado que cuida de uma criança.

- Então é isso que vamos fazer. Vamos comprar uma casa e contratar uma babá.

- Espero que tenhamos ouro suficiente. - Disse Aiden.

Kian, Cato e Aiden caminharam pelo corredor da nave, passando pelos dormitórios e refeitório, através da sala de máquinas e descendo até o porão.

Kian pressionou a mão em um scanner e uma porta se abriu. As luzes da sala escura explodiram. Ele e sua equipe olhavam para o tesouro. A enorme sala estava cheia de ouro, joias e os tesouros da House of Flames.

- Eu me pergunto se isso pode comprar uma casa neste planeta. - Kian ponderou, olhando para Ember.

Ela sorriu para ele e arrulhou, fazendo um som infantil que parecia um acordo.

- Eu espero que você esteja certa, Ember. Espero realmente que você esteja certa.


CAPÍTULO 2


Collins estava do lado de fora do tribunal, com uma pasta de documentos presa no peito. Não podia acreditar que este era o lugar onde sua vida a levara. Há alguns meses atrás pensou ter tudo o que sempre quis, um marido e um bebê a caminho, mas então de repente tudo desmoronou.

Uma lágrima deslizou por sua bochecha. Ela não estava triste por seu casamento ter acabado. Na verdade, não. Chegou a perceber que seu ex nunca a amou verdadeiramente. Simplesmente viu o que queria ver quando eles se casaram. Sua amiga Stacy colocou a mão no ombro dela.

- Vamos, Everly. - Disse Stacy. - Vamos embora.

Everly seguiu Stacy até a antiga caminhonete enferrujada e entrou. Everly teve que vender seu carro e todos os seus pertences para pagar um advogado que a representasse no divórcio. Everly ficara sem nada. Não só perdera o casamento e o filho como também perdera todo o resto.

Stacy dirigiu a caminhonete pela cidade e parou em frente ao seu prédio. Everly estava no quarto vago de Stacy. Elas subiram as escadas e Everly desabou no sofá, ainda segurando os documentos do divórcio.

- Eu não sei o que vou fazer, Stacy. - Ela sussurrou.

Stacy trouxe-lhe uma xícara de café e sentaram-se juntas no sofá, olhando para a tela em branco da televisão.

- Você vai se levantar, tirar o pó e seguir em frente com sua vida. Você merece uma vida muito melhor do a que Tim lhe deu.

- Eu não posso acreditar que ele me deixou por sua secretária magra.

- Um homem assim não vale suas lágrimas. - Disse Stacy, entregando-lhe um lenço de papel.

- Eu ainda não entendo. Como ele pôde fazer isso? Por quê?

- Porque ele é um narcisista egoísta. Você não deu à ele a vida perfeita e ideal segundo sua mente doentia. Então, ele te deixou como uma batata quente.

- Eu ainda sinto que fiz algo errado.

- Nunca mais diga isso. Você não fez nada de errado.

Everly tomou um gole de café, os papéis do divórcio ainda estavam na pasta no colo.

- Talvez se eu não tivesse perdido o bebê... - Ela sussurrou.

- Eu sei que perder seu bebê doeu, Everly. Mas se Tim tivesse te amado, não teria te abandonado como fez depois disso.

- Tudo aconteceu tão rápido. Eu não sei o que vou fazer.

- Você pode ficar aqui o tempo que precisar.

- Eu nunca fui uma pessoa que gosta de aceitar caridade. - Disse Everly.

- Eu posso permitir que você fique com o quarto por enquanto. - Disse Stacy, juntando as sobrancelhas.

Everly sabia que sua amiga Stacy não era exatamente rica. Deixá-la emprestar o quarto, alugar de graça, quando poderia estar alugando para outra pessoa, só fez Everly se sentir ainda pior.

Seis meses atrás, ela teve um aborto espontâneo e perdeu seu filho. E, três meses depois, o marido dela, Tim, anunciou que a deixaria para ficar com a sua secretária: uma loira escultural e magra que trabalhava em seu escritório. Everly ficou em casa cuidando dele desde o casamento, por insistência. Então, quando ele decidiu deixá-la, ela nem sequer tinha um emprego. Uma vez que ele anunciou o divórcio, disse que ela teria que sair de casa. Como tudo estava em seu nome, Everly não teve escolha senão obedecer.

Ele tinha todo o dinheiro e todo o poder. Ela não tinha como lutar por nada com suas miseráveis economias. O divórcio a dizimou e agora não tinha nada além de sua amiga, cuja caridade só poderia durar por curto tempo.

- Eu vou encontrar um emprego e então pagarei de volta por tudo que você fez por mim.

- Eu só quero ter certeza de que você está bem. - Disse Stacy, acariciando seu joelho. - Nós, garotas, precisamos nos unir e enfrentar idiotas como o Tim.

- Já te disse o quanto sou grata por você, Stacy?

- Eu sei, eu sei. Eu também sei que você faria o mesmo por mim.

Sim, com certeza ela também. Ela pretendia pagar a Stacy por tudo, assim que descobrisse como. Everly cresceu com uma mãe solteira que tinha sido diagnosticada com câncer no verão após o seu primeiro ano de faculdade. Ela abandonou os estudos para cuidar de sua mãe e começou a trabalhar como garçonete em uma lanchonete. Foi onde ela e Stacy se conheceram.

Stacy trabalhava à noite e ia para a pós-graduação durante o dia. Everly perguntou à lanchonete se eles tinham alguma hora e se poderiam contratá-la, mas não obteve resposta positiva. Fez isso em toda a cidade, mas ninguém parecia estar contratando. Especialmente com uma lacuna tão grande em seu currículo.

- Eu pensei que estava vivendo meu conto de fadas. Como pude estar tão iludida? - Perguntou, segurando a xícara de café quente entre as palmas das mãos.

- Tim fez um bom jogo. Você não pode se culpar.

- Eu sinto que deveria ter reparado mais, como se devesse ter visto as bandeiras vermelhas.

- Da próxima vez, você estará mais equipada. Você não vai deixar alguém puxar a lã sobre seus olhos assim novamente.

- Eu espero que você esteja certa. - Disse Everly. Colocando o café para baixo, abraçou Stacy e agradeceu novamente.

Everly foi para seu quarto, precisando ficar sozinha e concentrada em procurar um emprego. O quarto de hóspedes de Stacy estava escassamente decorado. Tudo o que tinha em seu nome era uma mala cheia de roupas velhas, seu laptop antigo e um celular flip. Ela sentou na frente do computador e o ligou, determinada a encontrar uma ocupação.

Se tivesse que pegar o ônibus por toda a cidade, então iria. Ela tinha que fazer o que fosse necessário. Se crescer com uma mãe solteira lhe ensinou alguma coisa, foi como trabalhar duro. Everly ainda era jovem quando o pai as abandonou, e por isso tudo o que sempre quis era possuir uma família própria. Ela queria viver o conto de fadas dos filmes românticos que assistia e dos livros que lia. Mas a vida dela com Tim não funcionou dessa maneira. Ela rangeu os dentes e franziu as sobrancelhas, só de pensar em como fora idiota por confiar nele.

- Eu nunca vou confiar em outro homem de novo. - Disse para si mesma, ao abrir os anúncios do jornal local.

Ela examinou as listas de empregos e achou que não estivesse qualificada para nada exposto ali.

- Eu não sei o que vou fazer. - Disse ela para si mesma, lamentavelmente.

E então, como se fosse um farol na noite, encontrou uma lista para uma posição de babá.

"Procuro por uma babá para uma criança. Precisa possuir experiência em creches. Esteja pronta para começar o quanto antes."

Everly estagiou no berçário da faculdade e estudou o desenvolvimento da primeira infância na escola. Ela trabalhou de baby sitter durante todo o ensino médio para economizar dinheiro para ir para a faculdade. Se a mãe não tivesse adoecido, ela já teria se formado em Pedagogia. Ela mordeu o lábio, pensando que isso não era experiência suficiente mas precisava experimentar. O que mais poderia fazer? Determinada, abriu seu arquivo de currículo e atualizou, tentando fazer com que sua experiência parecesse um pouco mais impressionante.

- Eu tenho que pagar a Stacy de volta pelo que ela fez por mim, então preciso seguir em frente. Eu não posso deixar meu divórcio e a perda do meu filho me bater. Tenho que ser mais forte que a dor. - Ela disse para si mesma.

Everly terminou de enfeitar seu currículo e enviou para o endereço de e-mail do anúncio. Depois disso, se levantou da mesa e encontrou Stacy na sala de jantar.

- Como foi a procura de emprego? - Stacy perguntou, servindo macarrão espaguete em um prato para Everly.

- Eu me candidatei a um emprego de babá. É uma posição onde precisarei dormir no local, então espero conseguir, e você poderá se livrar de mim.

- Eu não estou tentando me livrar de você. - Disse Stacy.

- Sim, eu sei. - Everly riu, girando o espaguete em torno de seu garfo.

Stacy estava fazendo tudo que podia para ajudar Everly mas vendo como os armários e a geladeira estavam esparsamente abastecidos, ela sabia que Stacy estava sofrendo e não podia continuar confiando na boa vontade de sua amiga por muito mais tempo, ou puxaria as duas para o fundo do poço.

- Tudo vai ficar bem. Eu vou conseguir o emprego e então vou fazer o que for preciso para pagar de volta.

- Eu sei que vai, Everly. Você sempre foi uma amiga confiável e boa e tenho certeza de que vai passar por isso. Se alguém pode se recuperar do que Tim fez, esse alguém é você.

- Bem, vou te dizer uma coisa, a única certeza que tenho é de que nunca mais vou confiar em um homem.

Ambas riram e comeram o espaguete.

- Você nunca sabe. - Disse Stacy. - Talvez haja algum cara legal por aí para você. É possível que os finais felizes realmente aconteçam.


CAPÍTULO 3


Kian examinou a lista de candidatas para a posição de babá que anunciou no jornal local. Desde que ele e sua equipe se mudaram para a mansão, estavam aprendendo mais e mais sobre os humanos todos os dias.

Ele também aprendeu que precisava da ajuda que pudesse obter com o bebê Ember. Bethi parecia certa de que um humano poderia cuidar de um dragão e que o melhor curso de ação era trazer ajuda. No começo, Kian estava hesitante. Mas com o passar dos dias, ele ficou mais seguro de que era a coisa certa a fazer.

Como um guerreiro veterano na luta contra os vampiros, estava mal preparado para cuidar de uma criança e nem outros machos eram mais fluentes nessa área. Cato tentou instruí-los a partir de livros, mas cuidar de uma criança de verdade era diferente de qualquer coisa escrita ali.

Eles também estavam se tornando mais conscientes dos vampiros a cada dia que passava. Eventualmente, a presença dos dragões se tornaria conhecida por seus inimigos.

- Talvez eles tenham se esquecido de nós. - Sugeriu Dax durante um café da manhã com comida humana.

- Duvido que os vampiros tenham se esquecido de nós, mesmo depois de um milhão de anos. - Disse Aiden, dedilhando seu violão.

- Eu não tenho nenhuma indicação de que eles estão cientes de nossa presença. Ainda. - Disse Cato.

- Mas isso não significa que continue assim. - Disse Kian.

Bebê Ember estava sentada em sua cadeira alta ao lado da mesa do café da manhã na cozinha. Kian a alimentava com uma maçã usando uma colher pequena. Ela tinha idade suficiente para alimentos sólidos, de acordo com a pesquisa de Bethi e Cato, mas ainda tomava uma garrafa de fórmula de dragão várias vezes ao dia como sua principal fonte de nutrição.

- Quando eles se tornarem conscientes da nossa presença, teremos que combatê-los. - Disse Cato. - Precisamos fortalecer nossas defesas.

- Esta casa é uma fortaleza triste para o nosso tipo em um mundo invadido por vampiros. - Disse Aiden, abaixando o violão.

- Os vampiros parecem ter perdido parte de seu poder, mas se infiltraram na maior parte da sociedade humana. - Explicou Cato.

- Ainda temos nossa tecnologia à nossa disposição e um tesouro em cada nave de cada Casa. - Disse Dax.

- Até as outras Casas surgirem, somos os únicos dragões do planeta. Não podemos chamar a atenção para nós mesmos, não importa quão fracos os vampiros pareçam ter se tornado. - Disse Kian. - O que você conseguiu sobre a análise das Dragon Souls, Cato?

- É claro que as Dragon Souls existem neste planeta e é por isso que todos nós estamos sentindo o impulso de acasalamento com tanta força.

- Isso significa que podemos encontrar companheiras? - Perguntou Dax.

- Isso é correto, Dax. - Disse Cato. - Na verdade, parece que devemos encontrar companheiras.

- Devemos? - Kian perguntou.

- Nosso impulso de acasalamento está ficando mais forte a cada dia. Se não for respondido, as consequências podem ser terríveis.

- Quão terríveis? - Kian perguntou.

- Loucura. Morte.

Todos pararam e se encararam por longos momentos.

- Estou trabalhando com Bethi para identificar melhor as Dragon Souls individuais. - Disse Cato, tomando um gole de café.

- Quando terá terminado? - Kian perguntou.

- Pode levar várias semanas. - Disse ele.

- Várias semanas é muito tempo. - Disse Dax, cruzando os braços musculosos e sentando-se em sua cadeira.

- Estamos em estase há milhões de anos. Podemos esperar um pouco mais por companheiras. - Disse Kian.

- Eu não sei se posso esperar. - Disse Dax, empurrando um pedaço de bacon na boca.

- Vamos esperar o tempo que for necessário. - Disse Kian, pegando outra colherada do molho de maçã para o bebê Ember. - Temos que pensar na princesa.

- Essas fêmeas humanas são pequenas e delicadas. - Disse Aiden, esticando os braços tatuados.

- Eu acho bastante atraente. - Disse Dax.

- Estou particularmente intrigado com suas curvas. - Disse Cato.

Kian fez um ruído de ronronar no fundo de sua garganta, pensando nas curvas que tinha visto nas fotografias das fêmeas. Até agora eles interagiram com o menor número de humanos possível, tentando manter um perfil baixo. O corretor de imóveis era um homem e eles compraram a mansão completamente mobiliada pensando em ter tudo com o que precisariam para começar suas vidas.

A coisa toda levou apenas algumas semanas. Passou menos do que um mês da Terra desde que as suas cápsulas de estase se abriram e eles se encontraram acordados na superfície do planeta. Foi tempo suficiente para Aiden se apaixonar por uma guitarra e pelo rock, Dax se tornar obcecado pelo esporte humano, Cato encontrar a rede de informações chamada internet e Kian se tornar um proficiente chef de cozinha humana.

- Eu tenho entrevistas com várias babás hoje. - Disse Kian. - E gostaria que o resto de você fosse discreto. Nós não queremos assustar qualquer candidata em potencial.

- Você disse que ela cuidaria de Ember. - Disse Dax.

- Essa foi a sugestão de Bethi. Se tivermos que lutar contra os vampiros, então precisaremos de alguém para proteger e cuidar de Ember enquanto estivermos fora.

- Então como devemos nos tornar discretos quando a mulher estará morando aqui o tempo todo? - Dax perguntou.

- Você terá que aprender a se comportar adequadamente em sua presença. - Disse Kian.

- Podemos nos acasalar com ela? - Perguntou Dax.

- Nós ainda nem escolhemos uma candidata e você já está perguntando sobre o acasalamento da pobre criatura? - Kian disse, ficando exasperado com seu tenente.

- Tenho pesquisas a fazer sobre os humanos e as Dragon Souls. - Disse Cato, levantando-se da mesa com uma xícara de café.

- Eu preciso ouvir cerca de cinco horas de música rock no meu som estéreo surround. - Disse Aiden.

Aiden era primo de Kian e duque da House of Flames. Ele poderia cortar um inimigo em pedaços antes de uma folha de árvore cair no chão, mas estava consumido pela música humana desde a sua chegada.

- Tenho certeza de que sua parceira em potencial ficará muito impressionada com seus acordes de guitarra. - Disse Kian.

- A música vai direto para o coração humano. - Disse Aiden, escovando o cabelo preto ondulado por cima do ombro.

- Tudo o que você precisar para se manter ocupado. - Disse Kian, pegando Ember da cadeira alta.

Levando a criança para a sala, colocou-a no balanço. Ele encomendou todo o equipamento para bebês que lhe disseram que ela precisaria e pediu a entrega assim que se mudaram.

Kian pediu que Dax e Cato levassem a nave para o porão, o que foi uma operação complicada, mas como a mansão estava em propriedade privada, no meio de uma floresta profunda e em uma colina, eles conseguiram realizar a façanha.

A nave continha sua tecnologia e seu tesouro de dragão. Saber que ele e sua tripulação poderiam escapar em sua nave a qualquer momento, deixava Kian mais confiante. Até que o resto dos dragões despertasse, ele temia ter muita pouca chance contra os vampiros.

Cato assegurou a Kian que os vampiros haviam perdido a maior parte de sua força e Bethi tinha certeza de que os vampiros mais velhos estavam mortos ou em profundo sono devido às leituras que recebia de seus exames, mas Kian ainda sentia um profundo senso de proteção por sua filha e por sua tripulação.

Em seu antigo mundo, antes do cataclismo, os vampiros foram um inimigo formidável. Sua magia e tecnologia eram fortes, e eles tinham a capacidade de se mover pelo espaço sem a ajuda de naves. Mais do que alguns dos melhores dragões de seu mundo natal foram sequestrados e assassinados dessa maneira.

Os dragões aprenderam a criar fortalezas com tecnologias capazes de manter os vampiros à distância e assim instalaram um escudo em volta da propriedade e esperavam que este fosse forte o suficiente para cumprir com o objetivo. Ele nunca imaginou que os vampiros estariam aqui quando os dragões acordassem de sua estase.

A campainha tocou e ele foi atender. A primeira candidata para a posição de babá era uma mulher mais velha. Ela usava uma saia de terno cinza que ia até a sua panturrilha inferior e botas de salto alto. Ela entrou na casa e olhou para Ember com uma careta.

- Esta é a criança? - Ela perguntou, em uma voz aguda e estridente.

- Sim, esta é minha filha, Ember. - Disse ele, sentando-se em frente a candidata a babá.

Ela se sentou e cruzou as mãos no colo, olhando para o Ember e depois para ele enquanto lia o seu currículo. Embora tivesse pouquíssima ideia do que todas aquelas informações significavam, pareciam impressionantes pelo o que podia entender.

- Você tem mestrado em desenvolvimento na primeira infância e trabalha como babá há mais de trinta anos?

- Está correto. Não há uma criança neste mundo que eu não possa lidar. Eu irei domá-la em pouco tempo.

Ele olhou para Ember, e ela fez um gemido de interrogação agudo. Ele acenou para o bebê e depois olhou para a candidata.

- E você estaria disponível para morar na casa com a gente? - Perguntou.

Ele tinha um quarto para a babá ao lado da creche de Ember. O quarto era localizado no lado oposto da casa dos dragões e era a sua tentativa de manter suas identidades em segredo do humano.

- Estou disponível o mais breve possível. Minha posição anterior chegou ao fim quando as crianças foram para a escola militar que infelizmente só decidiram ir agora. Estava aconselhando a escola militar para essas crianças por mais de dois anos, mas algumas pessoas nunca escutam.

- Eu vejo. - Disse Kian. Ele não sabia o que era escola militar, mas nada disso parecia muito legal. Ele certamente não queria o bebê Ember nas forças armadas. - Isso tudo soa muito bem. - Disse Kian, batendo no papel com os dedos. - Vou deixar você saber assim que eu tomar uma decisão.

Eles se levantaram e ela estendeu a mão para pegar a dele. Ele aceitou e a mulher o sacudiu da maneira mais curiosa, exatamente como o corretor de imóveis tinha feito. Que estranho costume humano de compartilhar germes. Ele ainda estava olhando para a sua mão quando de repente ela virou de costar para sair.

- Muito obrigada, senhor. Estou ansiosa para ouvir algo de você.

Depois que a mulher mais velha foi embora, ele entrevistou várias outras candidatas, todas com excelentes qualificações. No final do dia, estava exausto e ainda nem tinha ideia de quem escolher.

- Qual você gostou, Ember? - Ele perguntou.

Ela gritou e ele encolheu os ombros.

- Eu realmente não sei também.

Então a campainha tocou novamente e ele se levantou para abri-la.

- Oi. - Disse uma mulher pequena e curvilínea nos degraus da frente de sua casa.

No momento em que seu perfume atingiu seu nariz, ele deu um passo para trás. Seu dragão interno guinchou e gritou deixando seu sangue fervendo. Kian teve que evitar respirar fogo. Seus cabelos loiros ondulados pendiam de seus ombros e sua pequena estrutura continha um conjunto de curvas que faziam seu dragão arquejar e babar. Sua masculinidade agitou abaixo de sua cintura. Pigarreando, convidou-a para entrar.

- Eu sou Everly Collins. - Disse ela, estendendo a mão para pegar a sua mão.

Ele a segurou e uma faísca disparou entre eles quando se tocaram. Não era como eletricidade estática, era algo mais profundo, não físico. Seus olhos castanhos brilharam quando ela o olhou, mordendo o lábio da maneira mais adorável e o coração de Kian batia forte em seu peito.

- Eu sou Kian, Príncipe da... quero dizer. Flame. Eu sou Kian Flame.

- Prazer em conhecê-lo, Sr. Flame. - Disse ela, sorrindo.

- Me chame de Kian.

Eles se sentaram na sala de estar com Ember, que balançava para frente e para trás em seu balanço.

- Ela não é apenas a coisinha mais doce? - Everly disse, batendo palmas enquanto se inclinava sobre Ember. -Você não é apenas o bebê mais fofo?

Nenhuma das outras candidatas demonstrou tal entusiasmo ou afeição por sua filha. Quando ela se inclinou, seu traseiro rechonchudo o encarou. Ela sentou-se com um sorriso brilhante e olhou para ele. Kian tinha que se recompor. Era muito pouco profissional estar com esse desejo enorme crescendo enquanto a entrevistava para uma posição.

- Eu vejo aqui que você tem um ano de faculdade no desenvolvimento da primeira infância.

- Eu sei que minha educação está incompleta. - Disse ela, mordendo o lábio. - Mas tive que abandonar a escola para cuidar da minha mãe quando ela teve câncer. Ela ficou doente por um longo tempo, e quando faleceu, havia muitas contas, e eu estava muito atrasada na escola então não pude voltar. Fiz um monte de trabalho como baby sitter no ensino médio e simplesmente amo crianças. Sempre quis tê-las.

- E você tem filhos? - Ele perguntou.

Ele viu lágrimas em seus olhos e ela piscou, fingindo que não estavam lá. Ele podia sentir o cheiro das suas emoções e se perguntou o que estava errado.

- Quero dizer, eu sempre quis cuidar delas. Como funcionária de creches, professora ou babá. Tem sido meu sonho.

- Mas você tem algum filho seu? - Ele perguntou, ficando curioso sobre a mulher luxuriosa na frente dele.

Ele não viu um anel no seu dedo e nesse período aprendeu que esse era o símbolo humano do apego. Queria saber se alguém já a havia reivindicado como sua. Ele a queria à vista mas precisava lembrar de que não sabia se ela era mesmo uma Dragon Soul, muito menos sua companheira.

- Não. - Ela disse com um suspiro. - Eu ainda não tive filhos, mas os quero. Acho que é parte do porquê quero tanto esse trabalho; para que eu possa cuidar de um bebê doce como Ember até encontrar o cara certo para começar uma família.

- Então, você ainda não encontrou o cara certo? - Ele perguntou.

Com o rosnado constante de seu dragão, ele não pôde deixar de perguntar. Ela limpou a garganta e endireitou os ombros, piscando várias vezes. Abriu a boca e depois fechou novamente. Então, finalmente, respondeu.

- Não. Infelizmente. Eu me divorciei recentemente e nós nunca tivemos filhos.

Ele sabia o que era o divórcio de sua pesquisa humana. Era bizarro para os dragões, que tinham um verdadeiro companheiro com quem compartilhavam suas vidas inteiras. Kian poderia dizer que o assunto do divórcio e filhos a deixava profundamente entristecida. Ele só não podia imaginar porque alguém iria se divorciar dessa linda mulher curvilínea.

- Ele deve ser um insano. - Disse Kian.

Ela cobriu a boca e deu uma risadinha. O som, tilintando e brilhante, enchendo sua alma de felicidade.

- Eu acho que sim, ele era. - Disse com um encolher de ombros. - Obrigada por dizer isso.

- Eu quero ter certeza de que você estaria disponível para morar na casa. Se eu te oferecer a posição, é claro. - Ele disse, recuando do que sabia estar se tornando uma situação complicada.

Os rituais de encontros humanos eram complexos e multifacetados. Os humanos desprezavam os patrões que flertavam com seus empregados e ele não queria assustá-la.

Algo sobre a mulher o fez querer trazê-la para mais perto e se ele não soubesse melhor, teria pensado que este pequeno humano era sua companheira predestinada.


- Não, eu não tenho nenhum compromisso no momento. Se você me oferecesse a posição, eu definitivamente poderia vir morar aqui.

- Isso está resolvido, então. - Disse ele, em pé. - Eu gostaria de lhe oferecer a posição de babá.


CAPÍTULO 4


Everly ficou chocada quando Kian lhe ofereceu o trabalho tão rapidamente. Ele era um homem extremamente atraente e poderoso, se não um pouco estranho, mas rapidamente decidiu que gostava dele. Isso a fez confiar nele assim como ele demonstrou total confiança nela.

Ela estava grata por finalmente poder seguir em frente. Não queria continuar usando Stacy e causando mais problemas para sua amiga. Era hora de cuidar de si mesma.

Ela agradeceu profusamente antes de se dirigir para a porta.

- Você precisa de uma carona? - Ele perguntou quando ela tocou em seu telefone para ligar para um Uber.

- Eu vou pedir um carro agora. - Disse ela.

- Não seja boba. Eu posso te levar.

- Eu não quero colocar você em qualquer problema.

- Não é nenhum problema. Você vai cuidar da minha filha, então o mínimo que posso fazer é cuidar de você.

Everly não sabia o que pensar daquilo, mas não ia recusar uma carona para o apartamento de Stacy. Kian já tinha sido muito bom para ela. Ela estava confusa e não sabia bem o que pensar. Eles entraram na garagem para seis carros da mansão.

Segurando o assento de carro de Ember com uma mão, ele abriu a porta do banco do passageiro para Everly entrar e depois amarrou a cadeirinha de bebê no banco. Quando se posicionou atrás do volante, explicou como ela teria acesso a esse veículo quando viesse trabalhar para ele.

- Eu não estava esperando nada parecido.

- É importante que você tenha acesso a tudo que precisa para cuidar da Ember.

Ela sentou-se em silêncio enquanto ele seguia suas instruções de GPS de volta para seu apartamento. Quando chegaram, ela e Kian entraram com uma Ember na cadeirinha a tiracolo. Stacy não estava em casa. Ele colocou o assento de Ember na mesa e olhou em volta do apartamento.

- Há certamente uma grande disparidade em acomodações neste planeta. - Ele murmurou na sala de jantar.

- O quê? - Ela perguntou enquanto jogava seus pertences em sua mala no quarto.

Everly não tinha certeza do que acabou de dizer mas pensou ter ouvido ele dizer algo como "disparidade em acomodações neste planeta". Essa era uma maneira estranha de dizer que o apartamento de Stacy era uma droga.

- Stacy tem sido uma amiga muito boa. - Disse ela, pegando seu laptop e sua mala. - Ela me deixou ficar aqui sem pagar aluguel e eu quero pagá-la de volta em breve.

- Tenho certeza que você vai. Você parece uma amiga leal. - Disse ele, pegando a cadeirinha de bebê.

Kian carregou Ember em uma mão e a mala de Everly com a outra. Ela pendurou a mochila, com o velho e pesado laptop, por cima do ombro e o seguiu para fora.

Eles guardaram tudo no carro e dirigiram de volta pela cidade, para os subúrbios e para o campo, indo para a propriedade. Era uma viagem longa, mas bonita, e ela gostava de passar tempo com seu novo empregador, sem falar que não pôde deixar de notar que Kian era extremamente atraente.

Ele tinha um rosto que parecia estar em um filme de ação de Hollywood, com maçãs do rosto cinzeladas, grandes olhos azuis brilhantes, uma mandíbula forte e quadrada e lábios cheios que pareciam implorar para ela roçar os próprios lábios sobre eles. Possuía o cabelo preto grosso e apenas uma camada de barba por fazer no queixo.

Everly precisou apertar seus olhos e empurrar esses pensamentos para fora de sua mente. Por que ela estava pensando sobre o quão quente seu chefe era? Ela não podia se envolver com ele. Não importa o quão forte e bonito e gentil ele fosse, era totalmente inapropriado ter esses pensamentos.

Ela atribuiu isso ao fato de que acabou de se divorciar e à perda do bebê há apenas seis meses. Seu subconsciente estava procurando por qualquer porto na tempestade; dizia que ele estava atraído, quando ela sabia que não poderia ser verdade. Ele era apenas um pai extremamente quente que queria o melhor para sua filha.

Quando chegaram à mansão, Kian estacionou o SUV na garagem para seis carros e pegou Ember do banco de trás. Nesse momento, três outros homens altos, bem construídos e atraentes entraram para ajudar a descarregar suas coisas do carro. Ela olhou para eles com um suspiro, e Kian resmungou com a presença deles.

- Eu lhes disse para se tornarem discretos. - Ele rosnou.

- Nós pensamos que você precisar de alguma ajuda. - Disse um homem com longos cabelos negros e ondulados.

Ele tinha olhos azuis tão brilhantes quanto os de Kian, mas era alguns centímetros mais baixo, com uma constituição mais magra e tatuagens visíveis em seus braços. Outro tinha cabelos loiros longos e retos, olhos verdes e um sorriso brilhante. O terceiro era escuro e sombrio, mas com um brilho de inteligência em seus olhos âmbar.

- Eu posso muito bem apresentá-los agora rapidamente. - Disse ele. - Everly, este é Cato. - Kian apontou para aquele com os olhos inteligentes. - Este é Aiden. - Kian apontou para aquele com cabelo preto ondulado e uma semelhança familiar com Kian. - E este é Dax. - Kian apontou para aquele com longos cabelos loiros e ombros largos.

- É bom conhecer todos vocês. - Disse ela.

Eles ajudaram a levar suas poucas coisas para dentro da casa e Everly teve que se perguntar por que esses homens atraentes viviam juntos na mansão. Eles eram irmãos? Faziam parte de um time de futebol? Eram modelos masculinos? Ela não conseguia entender o que estava acontecendo, mas algo sobre eles a fez se sentir segura então, decidiu não questionar muito.

Eles levaram as suas coisas para o seu novo quarto, uma enorme suíte ao lado da creche. Uma janela dava para um amplo quintal com jardins bem cuidados, uma piscina, uma estufa e um gramado. Sentou-se no assento da janela e meditou sobre a bela vista que varria as montanhas. Kian colocou sua mala ao lado da cama e deixou a mochila cair no chão.

- Isso é tão lindo. - Disse ela. - Eu não sei como te agradecer.

- Você não precisa me agradecer. Só precisa cuidar da Ember. E ser feliz.

- Claro. Eu posso começar isso agora.

- Essa porta leva ao berçário. - Disse ele, apontando para o outro lado da sala. - Aqui está o monitor do bebê. Se ela precisar de alguma coisa, quero que você cuide dela. Ember é muito parecida com um humano, então você não deve ter nenhum problema. - Ele mordeu o lábio quando disse isso, e Everly juntou as sobrancelhas.

- Com um humano? - Ela perguntou.

- Quero dizer, ela é uma humana. - Disse ele, cruzando os braços como se isso explicasse tudo.

- É claro. - Disse Everly.

-Quero dizer que os bebês são seres humanos, então ela merece ser respeitada.

- Eu concordo totalmente com você sobre isso. - Ela sorriu.

- Bem, eu tenho alguns negócios para atender. Vou deixar você com seu trabalho. - Ele disse e ainda parecendo perturbado, se virou e saiu do quarto.

Pouco tempo depois, Everly ouviu o arrulho do bebê vindo do monitor, então ela entrou pela porta da creche e encontrou Ember sentada no meio do berço. A adorável menina a olhou com brilhantes olhos azuis como os do pai. O seu riso fazia seus cachos escuros saltarem. Ember esticou os bracinhos e Everly a pegou, trazendo a adorável bebê gordinha em seus braços. Sua cabeça cheirava maravilhosamente bem e Everly decidiu que ela era a mulher mais sortuda do mundo naquele momento.

Apesar de ter a súbita sensação de que Kian queria se afastar dela.

- Eu vou cuidar muito bem de você, Ember. - Disse ela, segurando-a em seus braços.

O berçário de Ember tinha uma grande janela de sacada que dava para o quintal. Havia um berço, um trocador, uma cômoda e um tapete colorido no chão. O espaço tinha todos os brinquedos e acessórios que um bebê poderia precisar. Elas se sentaram juntos no assento da janela e olharam para o quintal.

- Quando o tempo estiver melhor, eu vou levá-la para longas caminhadas fora. - Disse segurando a criança perto.

Enquanto cuidava de Ember, trocando a fralda e brincando com ela no chão, os pensamentos de Everly se voltavam para o pai do bebê. Havia algo sobre Kian que a atraía para ele. Ele era forte, ousado e protetor, e parecia querer cuidar dela mesmo que acabasse de conhecê-la. Ela sabia que estava apenas vendo mais coisas do que a realidade. Da parte de Kian isso era apenas bondade, mas a fazia querer se aproximar e aprender mais sobre ele. Quando saiu correndo do quarto, ela ficou um pouco triste.

Everly não podia se dar ao luxo de ficar atraída por seu chefe. Mas sabia que isso ia acontecer quer gostasse ou não. Ele era bonito demais para ela não ficar.

Levando Ember para o andar de baixo, olhou em volta do primeiro andar procurando a cozinha. Finalmente, encontrou o homem chamado Cato sentado à mesa em uma grande e ampla cozinha com utensílios de aço inoxidável, armários pretos e bancadas de mármore branco.

- Posso ajudá-la? - Cato perguntou, olhando para cima de um livro.

- Eu só queria preparar uma mamadeira para Ember.

- A fórmula já está preparada na geladeira. Isso fazia parte dos meus deveres, mas agora posso mostrar-lhe tudo. - Ele disse.

Cato se levantou, fechando o livro e foi até o balcão onde ela estava. Primeiro, ele tirou uma garrafa da geladeira e colocou no micro-ondas.

- Você coloca no micro-ondas por trinta segundos. - Quando o aparelho apitou soou, Cato tirou a mamadeira, a sacudiu e testou o líquido em seu braço. - Esta deve ser a temperatura certa. - Disse ele, entregando a garrafa para Everly.

Everly deu a mamadeira para Ember, que sugou com prazer. Cato tirou um pote de leite para bebês do armário e colocou-o no balcão.

- Para fazer a fórmula, basta colocar duas colheres em uma garrafa e adicionar água fervente.

Ele mostrou a ela onde tudo estava e informou que Ember já estava comendo alguns alimentos sólidos.

- Sua maçã, abóbora e pera estão aqui. - Disse ele, abrindo um armário cheio de mamadeiras. - O abacate está na geladeira e nós guardamos as bananas no balcão. É complicado, mas você se acostuma.

-Uh huh. - Disse Everly, não achando nada muito complicado.

- O que está acontecendo? - Kian disse da porta da cozinha.

Ele parecia zangado. Atravessou a sala em direção a Cato, dando-lhe um olhar ardido.

- Eu estava apenas explicando para Everly como alimentar Ember. - Disse Cato com naturalidade.

- Eu estava prestes a fazer isso. - Disse Kian.

- Muito bem. - Disse Cato, indo para a mesa e pegando seu livro. - Eu vou deixar você com esta incumbência, então.

Cato saiu da cozinha, dando a Kian um olhar presunçoso ao passar. Everly não queria saber o que era aquilo tudo. Os homens pareciam ser algum tipo de time ou família, mas também havia algum tipo de rivalidade não dita entre eles. Ela realmente esperava que não fosse fazer parte disso.

- Cato me disse como fazer a mamadeira de Ember e onde encontrar seus alimentos sólidos.

- Bom, muito bom. - Disse Kian.

Ele pegou uma garrafa de água da geladeira enquanto ela atravessava a cozinha para colocar Ember na cadeira alta.

- Você pode alimentá-la com alguma comida sólida agora também. - Disse ele. - Se ela aceitar. Seus horários de alimentação estão no gráfico da geladeira.

Everly verificou o gráfico e depois foi até um armário pegar um pequeno pote de maçã. Ela sentou-se ao lado de Ember na mesa e a criança largou a garrafa quando viu o recipiente de compota de maçã dando um grito de prazer.

Kian sentou-se em frente a Everly e observou-a cuidadosamente colher o molho de maçã e a boca de Ember.

- Você faz isso naturalmente. - Disse ele.

- Estou muito feliz por ter Ember para cuidar agora.

- Ouvi dizer que o acasalamento pode ser difícil para os humanos.

Ela olhou para ele com ironia e depois sacudiu a cabeça.

- Acasalamento pode não ser difícil para alguns, mas foi para mim.

- Eu não posso imaginar por que alguém iria deixar você ir. - Disse ele, tomando um gole de sua água e inclinando-se mais perto.

- Meu ex-marido me deixou por outra mulher logo depois que perdi nosso primeiro filho. Foi a coisa mais difícil que eu já experimentei na minha vida.

- Você perdeu um filho? - Ele perguntou, estendendo a mão para a mesa.

Uma faísca irradiava entre eles, e ela teve que arrancar sua mão enquanto o desejo crescia em seu núcleo. Everly olhou em seus lindos olhos azuis, sem saber o que pensar. Ele era compassivo e bom sempre, mas ela não queria ler sua bondade.

Ela sabia que iria falhar nisso.


CAPÍTULO 5


- Algo sobre ela me chama, Cato. - Kian disse ao seu oficial de informações enquanto sentava no escritório com suas mãos cruzadas sobre a mesa. - Eu tentei ficar longe, mas ela é minha companheira. Eu estou certo disso.

- Precisamos confirmar antes de agir. As consequências poderiam ser desastrosas de outra forma. - Disse Cato.

- Meu dragão interior ruge por ela. Não preciso do computador para me dizer que ela é minha.

- Mas não podemos ter certeza até que tenhamos concluído uma análise. - Cato disse a ele. - Se confirmarmos uma ligação entre você e Everly, isso dará prioridade aos outros.

- Então devemos fazer isso agora.

- Vou precisar de uma amostra de DNA dela.

- Como vamos conseguir isso?

- Precisamos de um pouco de sangue ou algum fluido corporal. Eu poderia até fazer isso com um pouco de cabelo, mas é menos que ideal.

- Eu vi uma escova entre suas coisas quando as trouxe para o quarto. Aposto que posso conseguir uma amostra de cabelo.

- Você vai bisbilhotar no quarto dela? - Perguntou Cato.

- Não é bisbilhotar. - Disse Kian, levantando-se de sua mesa. - Esta é minha casa. É pela preservação das espécies. E você vai me ajudar.

Cato resmungou, mas seguiu Kian pelo corredor, subiu as escadas e chegou à porta do quarto de Everly.

- Ela está no berçário agora. - Disse Kian, reconhecendo seus movimentos do monitor do bebê. - Temos alguns minutos antes dela nos pegar.

- Por que você não pede a ela uma amostra de cabelo?

- Esse não é o tipo de coisa que você pode simplesmente pedir a um humano. - Kian disse em um sussurro enquanto abria a porta do quarto.

Eles rastejaram para dentro e olharam ao redor. O quarto só estava sendo ocupado pela humana minúscula e curvilínea por apenas algumas horas, mas parecia ter um ar de sua presença sobre isso. Ele podia sentir o cheiro dela da mala aberta no banco ao lado da cama.

- Vamos nos apressar e encontrar a amostra de DNA. - Disse Cato, vasculhando suas coisas.

Uma onda de raiva correu pelo peito de Kian quando seu agente de informações tocou os pertences de Everly.

- Tire suas mãos de suas roupas de baixo. - Disse Kian, pegando uma calcinha de renda preta das mãos de Cato.

- Estou apenas procurando por uma amostra de DNA. Embora a pequena humana seja bastante graciosa. - Cato disse em seu tom típico de corte.

- Mantenha suas mãos longe dela! - Kian rosnou.

Cato deu um passo para trás e cruzou os braços sobre o peito.

- Estamos todos à procura de companheiras.

- Seja como for, essa humana é minha.

- Você não pode saber até que façamos uma análise de DNA. - Argumentou Cato.

- Eu te disse, não preciso de uma análise de DNA. Posso sentir isso. Meu dragão não vai parar de me incomodar sobre o acasalamento com ela.

- Como eu disse, você não é o único procurando por uma companheira.

Kian rangeu os dentes, segurando a calcinha de seda em sua mão.

- Você está me dizendo que seu dragão está rugindo porque ela é sua companheira?

- Não exatamente. Meu dragão não disse nada sobre ela ser minha companheira. Mas está definitivamente rugindo sobre o acasalamento.

Kian rosnou, largando a calcinha de volta na mala. Ele vasculhou as coisas e finalmente encontrou uma escova de cabelo. Parecia ter sido limpa recentemente, mas conseguiu encontrar um fio loiro e comprido. Ele puxou para fora das cerdas.

- Pronto. - Disse Kian, segurando o fio entre as pontas dos dedos. - Esta é nossa amostra de DNA. Agora vamos sair daqui.

Kian colocou o cabelo em um saco e eles se dirigiram para a saída. A porta do berçário se abriu e Everly entrou, segurando Ember em seus braços.

- Posso ajudá-lo? - Ela perguntou, vendo os dois guerreiros em pé em seu quarto.

- Estávamos apenas nos certificando de que tudo estava preparado para você. - Disse Kian.

Seu coração batia forte. Ele ainda estava zangado com Cato por tocar em suas coisas e precisava provar que ela era sua companheira, mas ao fazê-lo, poderia assustá-la. Pelo que ele sabia sobre as fêmeas humanas, elas eram sensíveis em ter suas calcinhas tocadas.

- Tudo está maravilhoso. - Disse ela, atravessando a sala com um leve sorriso nos lábios. - Você já foi muito complacente. Não sei como agradecer por me oferecer a posição. Eu amo isso aqui. Ember é o bebê mais doce que existe.

Ela saltou Ember em seus braços. Ver Everly cuidar de sua filha fez seu coração inchar e seu dragão rugir.

- Muito bem. - Disse categoricamente. - Se você não precisa de mais nada, nós vamos sair do seu cabelo. - Ele se encolheu ao usar a frase humana.

Ele foi até a saída e olhando por cima do ombro, deu a ela um último vislumbre, fechou a porta e entregou o saco com o cabelo de Everly para Cato.

- Analise isso o mais rápido possível. Eu não quero perder mais tempo.

- Mas vou precisar de uma amostra sua também. - Disse Cato, colocando a amostra no bolso.

Eles desceram as escadas e Cato colocou o cabelo na placa de análise. Ele deu um cotonete para Kian esfregar no interior de sua bochecha que o fez e devolveu a Cato. Seu analista então colocou o cotonete em uma placa de análise com o cabelo de Everly.

- Bethi, eu quero que você teste essas amostras para compatibilidade de companheiro predestinado. - Disse Cato.

- Análise começando.

- Quanto tempo o processo levará? - Kian perguntou.

- Estimativa do tempo de processamento atual. - Disse Bethi, parando. - Setenta e duas horas.

- É preciso tanto tempo assim para processar nossas amostras e descobrir se somos companheiros?

- Você me forneceu uma amostra menos que ideal de uma espécie desconhecida. - Bethi chiou.

- Bem, apenas se apresse então. Esta é a sua maior prioridade.

- E a varredura do clã local de vampiros? - Bethi perguntou. - Eu tenho resultados.

- Oh? - Kian perguntou.

- O Coven local está altamente envolvido com a comunidade humana.

Bethi mostrou-lhes fotos do Coven local. Os vampiros eram homens e mulheres de pele clara, vestindo roupas escuras. Eles tinham lábios vermelhos e olhos escuros. O computador mostrou uma série de imagens na tela das atividades do local.

- Onde você conseguiu essa filmagem? - Ele perguntou.

- Câmeras de vigilância usadas por humanos. - Bethi chiou. - A análise é limitada. Eu só posso descobrir um pouco por essas câmeras. Mais observações são necessárias para entender a extensão das relações do vampiro no mundo humano.

- Entendido. Muito bem, Bethi. Agora, coloque todo o seu poder de processamento na ligação dessas amostras de DNA.

- Muito bem. - Disse ela. - Mudança de prioridades.

Kian assentiu com um grunhido e Cato olhou para ele com choque e desapontamento em seus olhos.

- Como você pode mudar a prioridade de Bethi para longe do clã de vampiros? - Cato perguntou, cruzando os braços.

- Porque encontrar minha companheira é a principal prioridade. Eu já posso sentir meu impulso de acasalamento enfraquecendo minha constituição. Depois de um sono de um milhão de anos, a última coisa de que preciso é morrer de repente da minha própria luxúria.

- Estamos todos sentindo o impulso de acasalamento.

- E é por isso que devemos priorizar a minha ligação com Everly. Então podemos ter certeza de que todos podemos encontrar companheiros entre as Dragon Souls humanas.

- Eu vejo o seu ponto, mas isso não resolve o problema do Coven vampiro.

- Devemos investigar. Eu quero Aiden e Dax aqui embaixo imediatamente. Precisamos discutir sobre isso.

- Vou ligar para eles agora.

Batendo no dispositivo de pulso, os rostos de Dax e Aiden apareceram em um holograma acima da palma da mão.

- Kian pede suas presenças no porão, imediatamente. - Disse Cato.

- No meu caminho. - Disse Dax.

- Por quê? - Perguntou Aiden.

- Quando o seu príncipe lhe chama, não questione. - Disse Cato.

- Estou dominando Stairway to Heaven1.

- Sua música rock pode esperar por outra hora. O negócio da casa é a prioridade. - Censurou Cato.

- Basta descer aqui, Aiden. - Disse Kian, olhando por cima do ombro.

- Tudo bem, eu estou no meu caminho. - Disse Aiden, seu holograma estourando.

Dax e Aiden chegaram ao porão um momento depois e sentaram-se em volta dos terminais de computador.

- O que é isso tudo? - Aiden perguntou, revirando as mangas para revelar suas muitas tatuagens.

- Kian acredita que a nova babá é sua companheira.

- Companheira? - Dax perguntou. - Nós podemos acasalar com os humanos?

- Podemos ser capazes de acasalar com Dragon Souls. - Cato corrigiu. - Kian acredita que Everly é uma e a sua predestinada.

- Sua predestinada? Se ela for, então poderia haver companheiras para todos nós aqui. - Aiden disse, interessado.

- Eu quero encontrar minha companheira. As fêmeas são muito pequenas e cheias de curvas. Elas deixam meu pau duro apenas olhando para elas. - Disse Dax.

- Você deve permanecer calmo. - Disse Cato.

- Como posso ficar calmo quando estou cercado por bilhões de deliciosas fêmeas humanas, com suas curvas suaves e pequenos corpos quentes? - Dax rosnou.

- Porque você deve. - Disse Cato.

- Essas seres humanas são pequenas e gostosas. - Disse Aiden. - Everly é um exemplo atraente de sua espécie.

- Não olhe para ela! - Kian rosnou.

- Se Everly for a companheira de Kian, então saberemos que todos nós podemos encontrar companheiras aqui na Terra.

- Não consigo parar de pensar nas fêmeas humanas. - Admitiu Dax. - Meu dragão quer acasalar. Ele está cansado de estar confinado. Posso procurar uma agora?

- Devemos manter um perfil baixo entre os humanos. - Disse Kian.

- Saber que podemos acasalar com humanos não resolve o problema dos vampiros. Existe um Coven local que é ativo na população humana. Mas a capacidade de Bethi de analisar suas atividades é limitada. - Disse Cato.

- Vamos em uma missão de reconhecimento para investigar. - Disse Kian.

- Qualquer coisa para sair de casa. - Disse Dax.

- Parece que faz um milhão de anos desde que fatiei um vampiro. - Disse Aiden.

- Qualquer nova informação que possamos colher de uma missão de reconhecimento nos ajudará a determinar o melhor curso de ação. - Disse Cato.

- Nós precisamos entender esses vampiros modernos. Eles parecem diferentes dos que conhecíamos um milhão de anos atrás. Mas ainda são perigosos para humanos e para as Dragon Souls. É nossa responsabilidade sermos seus guardiões. - Disse Kian.


CAPÍTULO 6


Everly passou o dia cuidando do bebê. Ember realmente era a coisa mais doce que ela já teve o prazer de conhecer. Com um rosto fofo e rechonchudo, olhos azuis brilhantes e cachos negros, a lembrava muito de Kian.

Ember era a imagem cuspida de seu pai, e a crescente afeição de Everly pela criança teve o efeito desvantajoso de fazer com que sua atração por Kian aumentasse. Toda vez que olhava para Ember, pensava em Kian. Seus olhos azuis sonhadores. Seu rosto de modelo masculino, sua mandíbula forte e quadrada. O olhar de determinação e força de vontade em seus olhos que a deixava saber que ele era capaz de qualquer coisa.

Ele era um homem que estava acostumado a ser ouvido. Isso a fez responder de uma maneira que nunca esperara. Seu ex-marido era um tipo diferente de pessoa. Enquanto balançava Ember em seu balanço, Everly fechou os olhos com força e tentou não pensar sobre isso.

Comparar Kian ao seu ex era como comparar um Rottweiler a um Chihuahua. Isso simplesmente não parecia certo. Ember se balançava para frente e para trás no balanço, batendo palmas e arrulhando alegremente.

Kian apareceu no batente da porta olhando para Everly com aquela expressão esquisita que a fez sentir como se estivesse examinando-a. Ela corou sob o calor do olhar dele e disse a si mesma que ele era apenas um homem intenso. Não significava nada. Isso não significava que ele a queria.

- Estamos preparando o jantar. Você pode conhecer os outros machos que vivem aqui.

- Eu vou descer imediatamente.

Ele acenou com a cabeça uma vez e saiu do quarto. Everly olhou para Ember e ergueu as sobrancelhas para o bebê. Ember arrulhou e levantou o punho.

- Vou morar com quatro homens bonitos. Você está acostumada com isso, Ember. Eu não sei se consigo aguentar toda essa gostosura.

Ember murmurou. - Você está certa, querida. Quão ruim poderia ser? Não é como se eu me sentisse toda arrepiada toda vez que vejo Kian.

Ember riu e deu um tapa na bandeja do balanço dela.

- Ele não poderia estar atraído por mim. - Disse Everly, respondendo ao bebê. - Olhe para mim. Eu sou desmazelada e simples. E ele é ... qualquer coisa menos isso.

Ember fez um som agudo de desaprovação, mas Everly balançou a cabeça. - Eu sei que ele não está atraído por mim. É só a minha mente me enganando porque estou muito solitária. Mas agora eu tenho você para cuidar, Ember. E tudo vai ficar bem. Estou muito feliz.

Ela pegou Ember do balanço e levou-a pelas escadas até a sala de estar. A mansão era decorada com móveis clássicos com um toque moderno. Parecia que todos os móveis foram comprados juntos num showroom. Tudo estava em seu lugar e era muito bonito, mas havia algo na casa que parecia não pertencer aos homens que viviam nela. Não havia toques pessoais ou fotos de família.

Ela supunha que quatro solteirões lindos que viviam sozinhos não pensavam em tais coisas - pelo menos era o que dizia a si mesma. E estava cada vez mais curiosa sobre por que os quatro homens estavam morando juntos nessa mansão colossal em primeiro lugar desejava conseguir mais respostas no jantar hoje à noite.

Ela entrou na cozinha e encontrou os homens em pé ao redor do balcão tendo uma disputa verbal. Kian pigarreou e os outros três homens se viraram para olhá-la. Ember fez um barulho estridente e bateu palmas.

- Everly. - Disse Kian. - Nós estávamos falando sobre você.

Everly engoliu em seco. Os outros três homens eram tão masculinos e bonitos quanto Kian. Todos eles tinham qualidades diferentes, mas cada um era mais impressionante do que o outro, com Kian sendo o mais impressionante de todos. Eles sorriram e deram a ela aquele olhar animalesco que Kian, às vezes, lhe dava. Isso a deixava quente e úmida, e levemente desconfortável.

- Prazer em conhecê-la, Everly. - Disse o homem de ombros largos a quem ela foi apresentada antes como Dax.

Ela colocou Ember na cadeira alta e pegou a mão de Dax. Ele sacudiu desajeitadamente. O aperto dele era forte como aço, mas o olhar em seu rosto era amável e gentil.

- O prazer é meu. - Disse ele.

- É bom conhecê-lo novamente. Eu sou Aiden, caso você não se lembre. - Disse o que tinha o cabelo preto ondulado.

Ele piscou seus olhos azuis e deu-lhe um olhar avaliador, e ela se sentiu nua. Ele cheirou, suas narinas queimando.

- É bom conhecê-lo novamente, Aiden.

- Já nos encontramos duas vezes. - Disse Cato.

Seus olhos eram mais escuros do que os de Kian e ele a olhou como se analisasse todos os seus traços e cada curva. Ele sorriu, mas o sorriso não alcançou seus olhos.

Kian disse a todos que o jantar estaria pronto em breve e tirou um frango assado do forno.

- Eu não sabia que você cozinhava. - Disse Everly, sentando-se à mesa da cozinha que dava para a janela do quintal.

- É uma nova habilidade que adquiri recentemente. - Disse Kian trazendo o frango assado e as batatas e colocando-as na comprida mesa da cozinha de madeira escura.

Ele sentou-se à cabeceira da mesa ao lado de Ember em sua cadeira alta. Os outros três homens sentaram-se nos assentos, já preparando seus pratos.

Depois que Everly deu uma mordida no suculento frango de Kian, ela reuniu coragem para fazer a pergunta que estava no fundo de sua mente desde que chegara à mansão.

- Eu não quero me intrometer, mas o que vocês estão fazendo aqui vivendo juntos? - Ela perguntou. - Vocês fazem parte de um time? Ou modelos masculinos?

Cato zombou, Aiden se endireitou, inclinando o queixo, e Dax começou a rir. Kian tamborilou os dedos na mesa e atirou em todos eles um olhar sombrio.

- Nós somos o que você pode chamar ... de parceiros de negócios. - Informou Kian.

- Parceiros de negócios? - Ela disse com ceticismo. - Eu suponho que isso faz sentido. Em que tipo de negócio você está?

- É confidencial. Tudo o que você precisa saber é que estamos envolvidos na segurança nacional.

- Oh. - Disse Everly com surpresa.

Ela não percebeu que eles eram policiais. Um arrepio percorreu sua espinha e o medo cresceu em sua barriga.

- Vocês são espiões?

- Como eu disse, é confidencial. Mas não é nada que você precise se preocupar. Esta casa é fortificada.

- Ok. - Ela disse, olhando para o prato. - Eu vou acreditar na sua palavra.

Ela pegou mais um pedaço de frango e gemeu com o sabor tenro e suculento. Foi preparado no tempo certo. Ainda não conseguia acreditar que um homem tão masculino e dominante fosse também um bom cozinheiro. Ela pegou um pouco de batata amanteigada e colocou em sua boca. Estava tão bom quanto o frango.

Dax começou uma conversa sobre seu time favorito. Aparentemente, ele era um grande fã de futebol, basquete, beisebol e hóquei, com futebol americano e rúgbi chegando em segundo lugar. Ele tentou convencer os outros a jogar uma partida de basquete na quadra do quintal.

- Não, obrigado. - Disse Aiden, folheando seu iPod. - Eu tenho música para ouvir.

- E eu tenho uma pesquisa técnica para fazer. - Disse Cato, percorrendo o celular.

- Vocês dois são tão chatos! - Disse Dax.

- Talvez se você usasse seu cérebro de vez em quando, não estaria tão entediado. - Disse Aiden.

- Eu uso o meu cérebro. - Disse Dax.

- Quando foi a última vez que você mudou de roupa? - Aiden perguntou a ele.

- Eu mudo o tempo todo.

- Seu gosto está definitivamente fora de moda. - Disse Aiden.

Aiden parecia uma estrela do rock, com a roupa toda preta, cílios escuros e tatuagens correndo em seus braços, enquanto Dax parecia um típico bumbum de praia, com shorts e chinelos. Ambos eram fofos, apenas de maneiras diferentes.

- Nós poderíamos, por favor, não ter a mesma conversa briguenta na frente da nossa nova companheira de casa? - Disse Kian. - Vocês estão dando a ela uma impressão muito ruim.

- Está tudo bem. - Disse Everly. - Eu quero conhecer seus interesses.

- Bem. - Kian começou. - Cato é o técnico do grupo. Dax é o nosso tático ofi... nosso atleta. Aiden como nosso especialista cultural.

- E o que você é? - Ela perguntou.

- Eu sou o líder. Eu tomo as decisões difíceis.

Everly sentiu-se nervosa enquanto todos os homens olhavam para ela com o mesmo olhar desanimado.

- Enquanto você estiver aqui com a gente, quero que você se sinta segura.

- Eu me sinto segura. - Ela mentiu.

Algo sobre a maneira como esses homens a olhavam a fez sentir algo que não era necessariamente segurança. Mas não era insegurança também. Era algo mais perto de virar o inferno.

Ela tinha a estranha sensação de que todos estavam atraídos por ela, mas sabia que isso não podia ser verdade. Esses homens podiam escolher qualquer mulher que quisessem. Eles eram atraentes, ricos e inteligentes. Ela era apenas uma pessoa comum que acabou de passar por um desagradável divórcio e que tinha perdido o primeiro bebê. O que qualquer um desses homens poderia querer com uma garota como ela? Especialmente Kian, o líder desse grupo.

Eles tinham um importante trabalho de segurança de alto nível com o governo. Isso significava que não eram apenas ricos, construídos, maravilhosos e inteligentes, mas também heróis. Apenas a ideia a fez corar.

- Eu quero que você se concentre em cuidar de Ember. Nós vamos cuidar de todo o resto.

- Estou muito grata por você ter me contratado.

- De manhã cedo, teremos uma missão. Você ficará sozinha na mansão, mas tomaremos todas as precauções para mantê-la segura aqui. A mansão tem excelente segurança. Você vai ficar bem aqui.

- Você está me deixando? - Ela perguntou, seu tom mais desesperado do que queria que fosse.

Algo na menção de deixar ela e o bebê sozinhos a fez se sentir nervosa. Ela não queria que eles saíssem. Acima de tudo, não queria que Kian fosse embora.

"- Você está apenas sendo uma garota tola." - Everly repreendeu-se dentro de sua mente. Ela não tinha o direito de se agarrar a ele daquele jeito. "- Não há chance dele se sentir atraído por você. Você está apenas se iludindo porque está sozinha e acaba de se divorciar. Precisa superar isso e fazer o seu trabalho."

- Estou aqui para facilitar sua vida e cuidar do bebê Ember. O que você precisar, estarei aqui para você. - Ela disse.

- Você é claramente a pessoa certa para esse trabalho. - Disse ele, a olhando.

O olhar em seus olhos a fez sentir derretendo em sua cadeira. Como deveria se convencer de que ele não estava atraído por ela quando continuava olhando-a assim? Ela teria que se segurar. Caso contrário, esse trabalho seria uma tortura a cada dia.


CAPÍTULO 7


Depois do jantar, Kian levou Ember para o andar de cima com Everly. Ele ficou tão perto na porta da creche que ela podia sentir o calor de seu corpo irradiando dele. Entraram no quarto do bebê, trocaram de roupa, deram banho e puseram Ember para dormir juntos.

Everly observou o olhar nos olhos de Kian enquanto ele olhava para a filha no berço. Saudade subiu por ela. Ele era um pai muito bom e amava a sua filha.

- O que aconteceu com a mãe de Ember? - Ela perguntou suavemente enquanto saíam da sala e apagavam a luz.

- É uma longa história. - Disse ele, com os olhos baixos.

- Sinto muito. - Disse ela, estendendo a mão instintivamente para tocar seu ombro.

Kian olhou para a mão dela. Um rosnado baixo retumbou no fundo de sua garganta. Seus olhos brilharam. Ela pegou sua mão de volta, sentindo ter ultrapassado seus limites. Talvez não devesse tê-lo tocado assim ao discutir a mãe de Ember.

- Ela morreu. - Disse ele.

- Oh, eu sinto muito. Isso deve ser tão difícil para você, ter perdido o amor da sua vida.

Ele suspirou profundamente e desviou o olhar.

- Eu não queria me intrometer. - Disse, mordendo o lábio.

Ela estava curiosa. Sua crescente atração pelo homem não podia ser negada e isso a fazia querer saber o que aconteceu com a mãe de Ember.

- Ela e eu nunca fomos acasalados. - Disse ele.

Ela se sentiu ainda mais confusa do que antes. O que ele quis dizer com "acasalar"? Era uma maneira muito estranha de colocar as coisas.

- Ela era uma espécie de substituta. - Disse ele.

- Uma substituta? - Perguntou ela, tocando os dedos nos lábios.

- Sim. Para mim era importante continuar com a nossa linhagem familiar. Eu ainda não tinha encontrado minha companheira, então empreguei uma substituta para me dar um filho. Ela morreu logo após o nascimento.

Ela podia dizer que o assunto era doloroso para ele, mas precisava desesperadamente entender. Ela continuava tendo fantasias sobre eles juntos, por mais ridícula que fosse. Realmente não podia se ajudar.

- Eu tinha um profundo respeito pela mãe de Ember. Mas nós nunca estivemos juntos como companheiros.

- Entendo.

- Ela se sacrificou pelo bem maior.

- Deve ser doloroso pensar sobre isso.

- Parece que aconteceu há um milhão de anos atrás e há um milhão de milhas de distância.

- Eu sei como isso pode ser. Perdi meu filho no ano passado, mas parece que foi há uma vida inteira. Ele teria a idade de Ember agora. A tragédia tem um jeito de mudar tudo mas espero poder seguir em frente. E desejo o mesmo para você. - Ela queria alcançá-lo tanto que seu coração doía.

- Você é uma mulher muito pensativa. - Disse ele, nivelando seu olhar quente sobre ela. Suas narinas se alargaram quando ele respirou o ar.

- Bem, obrigada por me levar ao meu quarto. - Disse ela, ficando nervosa. Se ele continuasse olhando-a assim, ela poderia ficar tentada a jogar os braços em volta do pescoço dele e beijá-lo.

- Boa noite então. - Disse ele.

Everly escorregou para dentro do quarto, sentindo o calor do seu corpo pela expressão em seus olhos. Quando já estava do outro lado da porta com as costas contra a madeira; rangeu os dentes e rosnou para si mesma, batendo a palma da mão na testa.

- Como você poderia pensar que o homem está atraído por você, Everly? - Ela exigiu de si mesma, invadindo o quarto. - Ele é lindo, e você é apenas ... blá.

Ela se virou para o espelho, observando suas curvas voluptuosas. Elas cresceram durante a gravidez e Everly ainda não as havia perdido. Seu cabelo loiro escuro liso caía sobre os ombros em uma massa disforme. Sua pele pálida estava pontilhada de sardas. Ela era baixa, gorda e simples. Como poderia um homem tão lindo quanto Kian possivelmente estar interessado nela?

As palavras cruéis do seu ex-marido brincavam em sua mente. Ela rosnou para si mesma novamente.

- Você precisa acreditar em si mesma. - Disse ela. - Você vale tudo e mais um pouco. Por que ele não se sentiria atraído por você? Você é uma boa mulher e merece o melhor.

Ela assentiu para si mesma no espelho, fixando sua mandíbula. Mas sabia que tudo era apenas conversa. No fundo, não se sentia como se merecesse, como se o seu destino fosse fazê-la voltar para onde estava há um dia, arrastando-se pelas ruas e vivendo em um quarto emprestado.

Everly soltou um suspiro profundo e desmoronou na cama, olhando para o teto. Ela não podia acreditar o quão confortável a cama era e o quão bonito era o seu quarto. Sua vida mudou em um piscar de olhos, e ela não conseguia acreditar.

Everly se aprontou para dormir e colocou o monitor de bebê de Ember em sua mesa de cabeceira. Subindo sob as cobertas, desligou a lâmpada e puxou o edredom aconchegante por cima do ombro. As coisas estavam definitivamente se acertando finalmente. Além do ótimo trabalho, da cama confortável e da bela casa, existia Kian em sua vida.

Por mais que dissesse a si mesma para parar de pensar que havia alguma chance deles ficarem juntos, não conseguia. Havia apenas algo sobre ele que parecia certo. Se pudesse obter uma afirmação de que ele realmente estava atraído por ela, então talvez, apenas talvez, houvesse esperança para eles.

Ela adormeceu com a cabeça cheia de sonhos dela com Kian. Ela e Kian jantando juntos. Ela e Kian fazendo compras. Ela e Kian em uma viagem de esqui. Ela e Kian fazendo amor. Ela e Kian tendo seus próprios filhos. Ela e Kian criando o bebê Ember e meia dúzia de outros bebês na mansão.

Em seus sonhos, ele a beijava na boca profundamente, sua língua escorregando entre os lábios enquanto ele beliscava seus mamilos e deslizava entre suas pernas. Sua masculinidade latejante bombeava dentro de seu núcleo molhado e seu corpo apertava-se com a liberação.

- Oh, Kian, sim! - Ela gritou na escuridão.

Seus olhos se abriram e seu corpo ainda latejava. A luz do sol entrava pela janela. Seus mamilos se apertaram contra sua camisola, seu núcleo escorregadio de desejo. Ela soltou um suspiro profundo e exasperado.

Agora tinha sonhos sexuais sobre seu chefe. Que ótimo. Isso era além de inadequado. Ela mordeu o lábio, pensando que deveria entregar sua demissão. Porém este trabalho era muito bom, e ela já estava se apegando ao bebê Ember e por mais que soubesse que era o certo, ela não podia se afastar da ideia dela e de Kian.

- Você está ficando obcecada. - Everly disse a si mesma. - Isso não é saudável.

Ela só conhecia o homem por um dia. Como poderia estar tendo esses sentimentos por ele? Apenas não era natural.

Ela ouviu Ember arrulhando através do monitor do bebê e tirou os cobertores, ainda suada e corada do sonho. Levantou rapidamente já deslizando os pés em seus chinelos, atravessando a sala até a porta do berçário.

Ela encontrou Ember sentada em seu berço, batendo as palmas gordinhas. Os olhos brilhantes e o sorriso do bebê a saudaram quando o sol se elevou no céu. Ela sorriu para a criança e a tirou do berço. Trazendo seu peso adorável e cheiro doce em seus braços, Everly cumprimentou o bebê.

- Bom dia, menina doce. - Disse Everly, cheia de carinho pela criança.

Sua vida não poderia estar melhor. Ela levou Ember para o trocador e rapidamente mudou a fralda e colocou-a em uma nova roupa. Depois a levou para o assento da janela e balançou um pequeno e adorável chocalho de dragão para ela. Ela olhou para o quintal quando Ember agarrou o chocalho e começou a chupá-lo com sua boquinha fofa.

- Eu acho que estou me apaixonando por seu pai. - Ela sussurrou na cabeça do bebê.

O cheiro doce do bebê encheu suas narinas e ela soltou um suspiro satisfeito. Ter Ember em sua vida preenchia o profundo anseio que tinha desde que perdeu seu bebê; se sentia vazia e sozinha até o momento em que Kian a apresentou a Ember e a contratou como a babá. Ela não queria comprometer sua posição aqui e não podia deixar seus sonhos sexuais bobos atrapalharem o objetivo de pagar à Stacy. Ela só teria que tomar um banho frio antes de dormir à noite e tentar ignorar o quão sexy Kian estava a cada momento do dia.

Everly levou Ember para o andar de baixo e colocou-a em sua cadeira alta antes de preparar uma mamadeira para ela. Sentou-se à mesa de pijama, alimentando Ember enquanto comia cereal.

Depois do café da manhã, deixou Ember no cercadinho para limpar a cozinha só tirando-a para colocá-la no carrinho de bebê e levá-la ao quintal. A fragrância fresca da primavera encheu seu nariz. Elas rolaram pelo caminho pavimentado, ao longo dos gramados e jardins bem cuidados. Era um dia muito bonito com o céu azul brilhante. Agradecia imensamente à Kian por dar a ela essa oportunidade.

Ela não queria que nada fosse posto em risco; tinha que controlar seus hormônios. Eles estavam furiosos porque ela tinha um bebê para cuidar e estava cercada por gostosuras masculinas. Com certeza era a sua mente que estava pregando peças.

Não era nada mais que isso.


CAPÍTULO 8


Kian e a tripulação saíram para a floresta ao redor da mansão enquanto os primeiros raios do alvorecer brilhavam no leste.

- Ative o link mental e o modo invisível. - Disse ele à sua equipe.

Eles deslizaram os dedos pelos seus dispositivos de pulso e ativaram o modo furtivo. Com o elo mental ativo, poderiam ouvir um ao outro e Bethi dentro de suas mentes.

- Informações sobre a fortaleza dos vampiros. - Ele pediu à Bethi através do elo mental.

- Instruções começando. - Disse Bethi.

- Todo mundo, mude para a forma de dragão.

Todos mudaram; seus dispositivos de pulso os mantendo invisíveis. Quatro dragões se lançaram no ar. A mente animal de Kian teve precedência. Tudo o que ele queria era voltar para a mansão e reivindicar o pequeno humano ainda dormindo em seu quarto mesmo sem saber se ela era realmente sua companheira.

- Kian e Everly sentados em uma árvore, se beijando. - Brincou Dax.

- Que diabos você está cantando, Dax? - Kian estalou.

- É uma música infantil humana usada para provocar as pessoas apaixonadas. - Aiden informou.

- Bem, pare com isso. Precisamos nos concentrar na missão. - Kian repreendeu.

- Vire à esquerda no pico da montanha, depois da cidade. - Bethi chiou.

Os quatro dragões de fogo deslizaram à esquerda na direção indicada e continuaram pela cidade.

- A fortaleza de vampiros está à frente. - Disse Bethi.

Após cerca de uma hora de voo, eles chegaram a uma enorme mansão, iluminada pelos primeiros raios da aurora.

Os dragões desceram e aterrissaram em um gramado bem cuidado. A mansão era enorme e moderna, com grandes janelas que davam para um terreno amplo. Cada dragão mudou para a forma humana, mantendo o modo furtivo.

- Há magias de vampiros ao redor do perímetro. - Disse Cato.

- Bethi, quebre essas proteções. - Disse Kian, segurando seu dispositivo de pulso apontado para a mansão.

- Processando. - Disse Bethi.

- Quanto tempo isso vai levar? - Dax perguntou, parecendo entediado.

- As proteções foram neutralizadas. - Bethi chiou.

- Vamos em frente. - Disse Kian.

Eles continuaram pelo gramado, correndo rapidamente para a parte de trás da casa. Subiram até a varanda dos fundos e encontraram uma porta destrancada.

No interior, um vampiro de terno sob medida estava sentado em uma grande mesa de mogno, fumando um charuto e girando o líquido vermelho em um copo.

- Eu sei que acreditamos que eles se foram há muito tempo, mas estou lhe dizendo, eles estão aqui. - Disse o que estava sentado atrás da mesa.

Outro vampiro sentava-se à sua frente, fumando seu próprio charuto e segurando um copo de vinho de líquido vermelho escuro. Seus olhos estavam escuros, o cabelo preto penteado para trás em um rabo de cavalo na nuca. Ambos usavam ternos pretos sob medida, mas aquele atrás da mesa usava uma gravata prateada, e o da frente uma vermelha. O de gravata prateada sorriu, dentes afiados revelados quando seus lábios se separaram.

- Não temos nada para nos preocupar. Os dragões sumiram. Estão extintos. Neste ponto, eles não são nada além de um mito.

- Eu sei o que os anciãos disseram, mas estou te dizendo, estou pegando alguma coisa. Algo diferente. Eu sinto mais a cada dia.

- Você está ficando nervoso na sua velhice, Victor. - Disse o vampiro de gravata vermelha. - Talvez você devesse fazer uma pausa. Vá dormir por algumas décadas. Quando acordar, se sentirá melhor.

- Isso não é ansiedade de idade, Marcus. É outra coisa.

- Você e eu sabemos que você nunca conheceu um dragão. Então, o que está sentindo pode muito bem ser um produto da sua imaginação.

- Eu mantenho a sensibilidade dos antigos. - Disse Victor, levantando-se da cadeira. Ele estava claramente exasperado. - Posso nunca ter encontrado um dragão de sangue puro, mas encontrei muitas Dragon Souls no meu tempo. A sensação é semelhante.

- Tudo o que eu estou dizendo é que você não deve deixar qualquer sentido que esteja tendo estragar sua diversão. Especialmente não hoje. Minhas sentinelas nos trouxeram os mais saborosos pedaços da cidade, e você passou a noite toda pensando. - Disse Marcus. Victor rodou seu copo. - Talvez o influxo de escravos de sangue de Dragon Soul esteja fazendo seus sentidos formigarem.

- Pode ser. - Disse Victor, jogando o líquido vermelho para trás. Ele bateu o copo na mesa.

- Vamos nos misturar antes que a festa termine. - Disse Marcus.

Eles deixaram o escritório e continuaram pelo corredor, deixando a porta aberta. Os quatro dragões seguiram em silêncio, descendo uma escada até o primeiro andar da casa. Havia dezenas de vampiros vestidos com roupas humanas luxuosas e música tocava assim como um tilintar de risos e conversas. Os dois vampiros do andar de cima continuaram andando até chegaram a um salão de baile.

Além das portas duplas no salão de baile, Kian viu algo que fez seu coração parar. A sala estava coberta de veludo vermelho sangue com tapetes vermelhos e sofás de veludo vermelho.

- Eu acho que vou vomitar. Esta decoração é atroz. E que tipo de maníaco escolheu essa música? Eu já ouvi batidas melhores em um elevador. - Disse Aiden através de sua ligação mental. - A pior festa de todas.

A decoração berrante e a música branda não foi o que chocou Kian. Foram as dezenas de seres humanos nus sobre o lugar, e os numerosos vampiros se alimentando de sua carne. Presas mergulhavam na pele, sugando apaixonadamente a carne de seus escravos de sangue.

Kian viveu mil anos antes do cataclismo forçado sob dragões de sua Casa. Ele conhecia essas criaturas em batalha. Ele viu do que eram capazes. Eles perderam um pouco de sua força, mas sua principal fonte de alimento, o sangue vivo de outras criaturas, não mudou, mas agora eles se alimentavam de humanos como fizeram com os Dragonianos há tanto tempo atrás.

Infelizmente para humanos e humanas Dragon Souls, eles eram um alvo fácil. Kian enviou uma mensagem confusa e caótica através do link mental, e recebeu a mesma mensagem ilegível de volta.

- Eu não posso assistir a isso. - Disse ele.

Os outros dragões o seguiram e atravessaram a porta da frente da mansão sem serem notados.

- Como isso pôde acontecer? - Ele disse enquanto se afastavam da visão horrível.

- Humanos não têm defesas contra vampiros. - Disse Cato.

- Como eles chegaram aqui? - Perguntou Kian. - Quando saímos, eles ainda eram uma base de poder em nossos sistemas domésticos.

- Bethi não tem acesso a essas histórias. Mas se eu tivesse que arriscar um palpite, suporia que, sem dragões para mantê-los sob controle, eles provavelmente devoraram toda a seção da galáxia, incluindo seu próprio mundo. - Disse Cato. - Bethi, faça uma análise baseada nesta suposição sobre o efeito da alimentação de vampiros não controlados na vizinhança galáctica dos Dragonianos, um milhão de anos atrás.

- Começando a análise. - Bethi disse sobre sua ligação mental como os dragões chegaram à beira da propriedade.

- É uma boa teoria, Cato. - Disse Kian. - Vamos ver o que Bethi nos diz de sobre.

- Mas como eles chegaram aqui? - Dax perguntou.

- Provavelmente da mesma forma que fizemos. - Respondeu Aiden.

As Casas de Dragonia deixaram o sistema de seus lares quando o sol morreu, deixando o quadrante sem defensores. Os vampiros já haviam assumido a maioria dos sistemas povoados naquela época. Os dragonianos lutaram contra eles, mas quando o sol começou a desvanecer-se, mil anos antes, a força dos dragões também diminui até ser extinta.

Após a evacuação, os dragonianos procuraram pela galáxia um novo lar. Eles encontraram este planeta, agora conhecido como Terra. E agora era um pesadelo encontrar seu velho inimigo aqui.

- Análise preliminar completa. Os resultados indicam que se os vampiros fossem deixados sem controle, teriam devorado os sistemas solares habitados no quadrante do lar dos Dragonianos dentro de mil anos.

- Então, se eles não tivessem mais ninguém para se alimentar, teriam evacuado também. - Deduziu Cato.

- Eles não podem estar aqui por tanto tempo. - Kian argumentou. - Já teriam destruído o planeta inteiro assim.

- Mas esses vampiros são muito menos poderosos. E não têm tecnologia. - Disse Aiden.

- De qualquer forma não resolveremos este mistério agora. - Apontou Kian. - É hora de ir para casa.

Kian instruiu sua tripulação a mudar, e eles se lançaram no ar em suas formas de dragão, deslizando lentamente sobre as correntes de ar de volta para sua mansão. O horror do que ele testemunhou na mansão dos vampiros assombrou-o por todo o caminho até em casa. Seus pensamentos foram para Everly e sua forma delicada e vulnerável.

Os humanos não tinham defesas contra vampiros, mas ele sabia que havia bondade neles. Ao contrário dos vampiros, que eram pura maldade predatória, os humanos podiam mostrar bondade e amor e eram dignos de proteção. Com a ajuda dos dragões, poderiam se tornar ainda maiores.

- Desativar o modo furtivo. - Disse Kian ao pousar e se mover na frente da mansão. Os outros dragões desativaram seus modos furtivos e tornaram-se visíveis novamente.

- Cato, quero que você faça uma análise da história humana para ver se conseguimos descobrir quando os vampiros se tornaram ativos neste planeta. Então, poderemos compreender a extensão de sua interferência no desenvolvimento humano.

- Estou sobre isso. - Disse Cato.

- Mas antes, eu preciso saber se Everly é minha companheira. - Ele pensou consigo mesmo.

Ele não sabia ao certo se ela era sua companheira, mas tudo dentro dele dizia que sim. Ele só precisava esperar que Bethi lhe dissesse com certeza. Mas Kian não achava que precisava da análise. Nesse ponto, acreditava que não era nada mais técnico. Nunca teve tanta certeza em sua vida. E faria tudo ao seu alcance para protegê-la.


CAPÍTULO 9


Everly estava mais feliz e mais esperançosa do que se lembrava de ter sentido em muito tempo. Cuidar de Ember era o suficiente para enchê-la de tanta satisfação que mal conseguiu conter o sorriso quando pulou da cadeira ao som do grito de Ember. Ela correu para o berçário e puxou o bebê em seus braços.

- Olá, querida. Você teve uma boa soneca? - Disse, balançando Ember gentilmente. Rapidamente secou as lágrimas do bebê, trocou a fralda e deu-lhe uma chupeta. Ela a balançou na cadeira de balanço e olhou pela janela.

- Vamos almoçar. Talvez os caras estejam de volta agora.

Ela carregou Ember escada abaixo e entrou na cozinha, onde a colocou em sua cadeira alta para preparar sua mamadeira.

- Olá, Everly. - Disse Kian da porta.

Everly virou-se e encontrou-o de pé ali com calça casual e um suéter preto. Seus olhos azuis queimaram um buraco em seu peito e ela sentiu uma vibração de excitação enquanto ele a olhava. Corou e mordeu o lábio, sem saber como responder.

- Olá. - Ela disse quase em um sussurro.

Everly se sentiu como uma idiota. Ela não conseguia deixar de se impressionar. Ele era tão lindo, tão alto e bom e forte. Um excelente pai. O tipo de homem com quem uma garota poderia passar o resto de sua vida. Ela poderia afogar-se felizmente nas poças de seus brilhantes olhos azuis. Ele era o homem dos seus sonhos, literalmente. Como ela iria tirá-lo da mente?

- Foi tudo bem na sua missão? - Ela perguntou, tentando não revelar sua atração ardente.

- Assim como poderia ser esperado. Recebemos algumas informações perturbadoras. Mas pelo menos agora sabemos mais a respeito. - Disse ele, indo em direção à geladeira.

Everly pegou Ember e abraçou-a enquanto lhe dava a mamadeira.

- Deixe-me fazer um lanche para você. - Ele disse com um sorriso.

- Eu não posso pedir-lhe para fazer isso. Eu deveria estar cozinhando para você. Eu sou sua empregada.

- Absurdo. Além disso, acho que cozinhar é relaxante. - Disse com ar de autoridade.

Ela mordeu o lábio e permaneceu em silêncio. Obviamente ele queria cozinhar para ela. Então, quem era ela para se opor? Ele estava montando um sanduíche de queijo grelhado com quatro tipos de queijo gourmet.

Ember terminou sua mamadeira e Everly a colocou em sua cadeira alta para pegar sua comida para bebês no armário. Com a ajuda de uma colher de borracha da gaveta, alimentou Ember com um pote de purê de abóbora.

Quando a bebê terminou, os outros homens estavam entrando na cozinha. Cato pegou o jornal e pegou uma garrafa de água antes de se sentar silenciosamente no outro extremo da mesa. Ele deu a ela uma saudação abafada e puxou o papel sobre o rosto.

Aiden entrou na sala, parecendo como se tivesse saído da capa da Rolling Stone. Ele sentou-se perto da janela, tomando café, ouvindo seu iPod com fones de ouvido.

- Essa é uma roupa legal. - Everly disse a ele.

Ele usava uma jaqueta de couro preta, jeans escuros e apertados e uma camiseta do Black Sabbath.

- Obrigado. - Disse ele, tirando o fone de ouvido.

- Você tem muito bom gosto. - Disse Everly.

- A roupa deve ser uma representação de quem você é por dentro. Eu poderia ajudá-lo com a sua. - Disse ele.

- Oh. Isso é tão óbvio assim? Eu não tenho comprado para mim em ... - Ela mordeu o lábio, tentando lembrar.

- Um pouco. Seu visual é meio que blá.

Kian colocou pratos cheios de sanduíches de queijo grelhado no pão francês fresco sobre a mesa. Ele limpou a garganta com raiva de Aiden.

- Eu não quero ofender você, mas é óbvio que você não pensou em como fazer seu eu interior brilhar.

- Eu sei. Não tive muito tempo ou dinheiro para isso. Mas agora as coisas estão aparecendo. Eu tenho esse trabalho e logo poderei voltar a entrar em contato comigo mesmo.

- Por que eu não te levo às compras? - Sugeriu Aiden.

- Realmente? - Ela perguntou esperançosamente.

- Nós dois podemos levá-la às compras. - Kian rosnou.

- Isso seria incrível. - Disse Everly, sem saber o que dizer.

- Está resolvido então. Nós iremos às compras depois do almoço.

- Ok.

Dax entrou na cozinha com os olhos embaçados, coçando as costas e vestindo apenas a cueca boxer. A boca de Everly caiu com o volume de masculinidade se aproximando, e ela engasgou.

- Dax, o que você está fazendo? - Kian exigiu.

- Eu cheirei a comida.

- Por que você não está vestido? - Kian perguntou.

Dax olhou para baixo e encolheu os ombros.

- Estou vestido.

- Você não pode andar pela casa de cueca. - Disse Kian, cruzando os braços sobre o peito.

- Eu me visto assim o tempo todo.

- Temos uma senhora na casa agora. É socialmente inadequado.

- Oh, certo. Desculpe, Everly. Eu não quis ofender você. - Ele disse, passando a mão pelo peito esculpido.

O coração de Everly latejava, parcialmente pela visão de Dax em sua cueca - ele parecia um deus grego esculpido em mármore, cruzado com um surfista. Mas o que realmente fazia seu coração enlouquecer era o olhar nos olhos de Kian. Era uma expressão inconfundível de inveja e proteção.

Kian correu para ficar entre ela e Dax para protegê-la da visão dele. Por que ele faria isso? Ele estava com ciúmes e queria que ela tivesse olhos só para ele? Ela ponderou por um momento, apreciando a ideia dele mantê-la para si mesmo. Mas como pode ser isso? Como poderia um homem como Kian se interessar por ela? Ela era apenas uma babá solteira, solitária e divorciada. Ele não deveria estar interessado nela por qualquer expectativa razoável.

- Vou me vestir. - Disse Dax, girando nos calcanhares e saindo da cozinha.

- Eu não sei o que vou fazer com ele. - Disse Kian, sentando ao lado de Everly na mesa. - Espero que ele não tenha ofendido você.

- Eu não estou ofendida. - Disse ela, engolindo em seco.

- Você gostou de vê-lo assim? - Kian perguntou, com uma expressão de dor no rosto.

- Não é isso não. É só... esta é a casa dele. Ele pode andar por aí como quiser.

- Entendo. Bem, isso não deve acontecer novamente. Com qualquer um de vocês. - Kian disse, dando a Aiden e Cato uma expressão pontiaguda.


Cato virou o jornal e lançou um olhar chocado para Kian.

- Eu sei me vestir apropriadamente. - Disse Cato, voltando ao jornal.

- O mesmo aqui. - Disse Aiden com uma carranca.

- É claro. - Kian murmurou, mordendo seu queijo grelhado gourmet.

Everly riu e comeu o delicioso almoço oferecido por seu chefe bonitão. Sua vida definitivamente estava melhorando. Com a promessa de ir às compras com não um, mas dois lindos homens ricos esta tarde, ela não poderia ter pedido mais.

 

Depois do almoço, Everly ajudou Kian a arrumar a cozinha. Ela, Aiden e ele, carregando o assento de carro de Ember, saíram para a garagem e entraram no SUV. Ela sentou no banco de trás com Ember enquanto Kian dirigia. Aiden estava sentado no banco do passageiro da frente e os dois brigavam sobre o que ouvir no rádio. Kian preferia a NPR2, mas Aiden queria rock.

- O que você gosta de ouvir no rádio? - Perguntou Kian a Everly.

- Eu gosto de música pop. Você sabe, Taylor Swift, Katy Perry, esse tipo de coisa. Eu sei que é bobagem.

- De modo nenhum. Isso resolve tudo.

Kian passou os canais e escolheu uma estação pop. Everly sorria enquanto seu cantor favorito cantava pelo rádio.

- Eu amo essa música. - Ela disse alegremente.

- É melhor do que os noticiários chatos que Kian gosta. - Disse Aiden no banco da frente. - Prefiro minha música um pouco mais ousada, mas tudo bem.

Eles estacionaram no centro perto das lojas de grife e os três saíram do SUV. Kian ajudou Everly a colocar Ember no carrinho e o empurrou pela calçada.

- Eu não sei por onde começar. - Disse ela.

- Bem, essas lojas são um pouco chatas mas tenho certeza que podemos encontrar algo legal para você. Queremos destacar o que está dentro de você. - Disse Aiden, batendo o lábio inferior e olhando em volta. - Esta aqui! - Ele apontou e levou-os para uma loja de roupas de grife.

- Este lugar é muito caro. - Disse Everly, olhando para suas próprias roupas.

- Eu acredito que é aqui que vamos trazer a tona o seu verdadeiro eu. - Disse Aiden, levando-os mais para dentro da boutique de luxo.

- Podemos ajudá-los? - Disseram as vendedoras atrás do balcão ao vê-los.

- Precisamos dar a ela um novo visual. - Disse Aiden, apontando para Everly.

- É claro. - Disseram as meninas, começando a se ocupar de Everly.

As vendedoras a levaram para o quarto dos fundos, onde a deixaram em um sofá e lhe trouxeram uma taça de champanhe. Elas então começaram a mostrar Everly os vários itens na loja.

- Eu vi uma loja de discos de vinil vintage no caminho até aqui. Estou fora. - Disse Aiden. - Boa sorte, Everly.

Kian sentou ao lado dela enquanto as funcionárias lhe traziam um vestido após o outro.

- Oh, eu amo o vermelho. Ah, e o verde. O que você pensa, Kian?

- Eu teria que vê-los em você.

Calor subiu em suas bochechas e uma onda de desejo encheu seu núcleo.

- Eu poderia experimentá-los para você. - Disse ela, engolindo em seco. - Você ficará bem aqui sozinho com Ember?

- É claro. - Disse ele rolando o carrinho de Ember para frente e para trás.

- Tudo bem então.

Ela pegou os vestidos, lingerie e sapatos e correu para o vestiário. Depois de entrar em novas roupas de baixo, experimentou o vestido cor de esmeralda com um par de sapatos pretos. Everly se olhou no espelho e sua boca se abriu. Se não fosse pelo corte de cabelo simples e pouca maquiagem, ela teria parecido uma pessoa completamente diferente, alguém que mal reconhecia. Suas curvas pareciam suntuosas, não desmazeladas, e ela teve que se segurar antes de ficar tonta.

Com um enorme sorriso no rosto, foi para a sala de espera onde Kian estava sentado com Ember. Ela fez um pequeno giro para ele, e seus olhos se arregalaram.

- Você está incrível!

Ela colocou as mãos nos quadris, apreciando a maneira como a nova lingerie acentuava suas curvas. Ela não tinha ideia de que poderia ser assim.

- Agora eu quero ver o vestido vermelho. - Disse ele com um ronronar em sua voz.

- Tudo bem. - Disse ela, batendo palmas.

Ela correu para o vestiário e rapidamente vestiu o vestido vermelho. Ele era ajustado no corpete até a cintura em uma saia cheia que chegava aos seus joelhos. Tinha um detalhe de couro preto ao redor da cintura e acabamento também em couro ao redor do decote em forma de coração.

Ela correu de volta para a sala de espera e fez outro giro para ele. Ele rosnou, e seus olhos brilharam quando ela se virou para encará-lo.

- Você está de tirar o fôlego.

- Você realmente acha isso? - Ela perguntou, olhando para os sapatos e olhando para trás na curva dela.

-Absolutamente.

Aiden voltou depois dela ter experimentado uma dúzia de vestidos, segurando um saco de discos. Ele a inspecionou.

- Você definitivamente precisa de joias para esse visual. E terá que ir ao salão e fazer algo sobre o seu cabelo.

- Eu sei. - Disse ela, tocando seus cabelos escuros com as pontas dos dedos.

- Eu acho que ela parece perfeita. - Disse Kian sem rodeios.

- Ela parece bem. Mas poderia parecer melhor.

Aiden piscou para ela que sorriu de orelha a orelha. Kian resmungou e Aiden deu de ombros. Kian e Aiden se entreolharam e alguma comunicação não verbal passou entre eles.

Kian finalmente suspirou e encolheu os ombros, como se cedesse a qualquer mensagem que Aiden estivesse enviando a ele.

- Você é uma garota adorável. Qualquer homem teria sorte de ter você. - Aiden disse, caminhando até ela e tomando suas mãos. - Só precisa se sentir bem consigo mesma e isso significa trazer o interior para fora.

Ele a girou gentilmente e ela voltou para ficar de frente para ele, o olhando.

- Estou aqui para ajudá-la a conseguir o seu homem. - Disse ele com uma piscadela.

-Você é muito gentil, Aiden. Eu realmente gostei disso.

- Não mencione isso. É para isso que os amigos servem. Eu fiz uma consulta e marquei um horário com o salão. - Ele disse, tocando o celular para enviar a informação. - Agora, tenho uma pilha de discos para ouvir na mansão. Vejo vocês dois em casa.

- Bom. - Disse Kian.

- Muito obrigada, Aiden. - Disse ela, chegando na ponta dos pés e beijando sua bochecha.

Ela não pôde evitar. Estava muito grata. Kian rosnou, mas Aiden deu um tapinha no ombro dela.

- Eu vejo vocês dois mais tarde. - Disse ele, acenando com a mão cheia de joias enquanto saía da boutique.

- Ele não é o melhor? - Everly disse para Kian.

- Sim, claro, o melhor. - Disse Kian com os dentes cerrados.

- Vou vestir uma das minhas novas roupas e depois podemos ir ao salão. Meu horário é daqui a poucos minutos.

- Quando você terminar, podemos ir jantar.

- Este é o melhor dia de todos os tempos. - Disse Everly, batendo palmas e trotando para o camarim.

Realmente foi. Ela não conseguia se lembrar da última vez em que sentiu tanta excitação e alegria. Aiden realmente era um bom amigo e apesar de uma estrela do rock selvagem, ela não pode deixar de pensar que ele estava tentando ajudá-la a conquistar o coração de Kian.


CAPÍTULO 10


Everly estava sozinha com Kian e Ember, a mala cheia de roupas e um horário marcado em um salão de luxo. Kian colocou todas as coisas novas no carro e caminhou com o carrinho pela rua, passando pelas boutiques de alta qualidade e entrando no salão.

- Eu tenho um horário marcado em nome de Everly Collins. - Disse ela.

- Oh sim, estaremos prontos para você daqui a pouco. - Disse a recepcionista. - Basta aguardar e relaxar na sala de espera.

Everly sentou-se ao lado de Kian, sentindo-se um pouco fora de si enquanto aguardava em seu lindo vestido com a linda jaqueta e suas botas até os joelhos. Ela achava que Kian também gostava disso.

Tentou dizer a si mesma que o olhar de desejo em seus olhos era apenas sua imaginação, mas quanto mais tempo eles passavam juntos, menos ela era capaz de descrevê-lo como sua imaginação.

- Estamos prontos para você, Everly. - Disse a recepcionista.

- Vou levar Ember para passear. - Disse Kian, levantando-se da cadeira. - Há um parque ao virar da esquina. Voltarei quando você terminar e todos sairemos para jantar depois.

O estilista levou-a de volta a uma cadeira de salão e perguntou a Everly o que ela queria enquanto brincava com o seu cabelo.

- Eu não tenho certeza. - Disse Everly com um encolher de ombros. - Faz muito tempo desde que fui a um salão ou realmente cuidei de mim desse jeito.

- Bem, podemos dar asas a imaginação pois seu marido nos deu seu cartão de crédito.

- Ele não é meu... - Ela estava prestes a dizer "ele não é meu marido", mas decidiu apenas acompanhá-lo. Era uma fantasia divertida. - Quero dizer, meu marido é o melhor. O que você acha que devemos fazer?

O estilista passou as mãos pelos cabelos loiros escuros de Everly e os balançou um pouco.

- Acho que devemos dar algumas camadas e algumas luzes. Isso deve realmente destacar esses seus lindos olhos azuis.

- Isso soa ótimo. - Disse Everly, corando.

O estilista lavou e secou o cabelo antes de cortá-lo em camadas. Quando terminou o corte, passou para os reflexos no papel alumínio e o enrolou. Everly olhou para a sala de espera e encontrou Kian voltando. Ele segurava Ember em seus braços e lhe dava uma mamadeira.

Ela não podia acreditar que aquele grande homem estava sentado em uma sala de espera de um salão com o bebê enquanto ela arrumava o cabelo. Realmente era incompreensível. Ele a contratou para ser sua babá e acabou tratando-a como sua princesa. O estilista enxaguou os fios, secou e estilizou antes que outra estilista aparecesse e fizesse a maquiagem.

Quando terminou, parecia uma pessoa completamente nova. Mais bonita do que jamais se viu, mesmo no dia do casamento. Ela estava um pouco chocada enquanto olhava para o espelho.

- Muito obrigada. - Disse, brincando com o cabelo. Parecia leve e saltitante.

Everly saiu da cadeira e encontrou Kian na sala de espera com um pacote de maquiagem e produtos de cabelo. Ele tinha sido muito paciente.

- Você está linda. - Ele rosnou.

- Eu não posso acreditar, nunca me vi tão bem.

- Você era linda antes. Mas acho que você gosta mais desse jeito.

- Eu amo me ver assim. Eu sinto ... sinto que sou capaz de qualquer coisa!

- Hmm... - Kian rosnou. - Isso é bom.

Eles caminharam pela rua juntos com Ember no carrinho. Ela quase se sentiu em uma família e teve que se lembrar que eles não eram uma.

Kian não era seu homem e Ember não era sua filha. Ela era uma funcionária. Ele era seu chefe. Mas não importava quantas vezes dissesse isso a si mesma; não podia deixar de sentir como se tivesse encontrado seu lugar no mundo.

- Há um café na rua que é familiar. - Disse ele, desligando o telefone. - Eles têm boa comida e excelente serviço.

- Isso soa fantástico. Estou faminta.

Eles andaram o resto do caminho e encontraram o café onde uma reserva já tinha sido feita. A garçonete acomodou-os a uma mesa perto da janela e afastou a cadeira alta de Ember. Ela foi muito agradável o dia todo enquanto eles estavam fora.

Colocaram o bebê na cadeira alta enquanto a garçonete voltava para anotar o pedido. O restaurante tinha comida bistrô de alta qualidade que fez a boca de Everly encher de água apenas em ler o menu.

- Vou comer tortellini de espinafre com molho Alfredo, salada Caesar e torrada com alho. - Disse Everly.

- Eu quero o sanduíche de carne e uma batata cozida. - Disse Kian.

Everly tirou a mamadeira da bolsa de Ember. Ela ajudou-a a beber e depois preparou o seu molho de maçã.

- Você realmente está me mimando. - Everly disse enquanto bebia sua limonada rosa.

- Nada mais do que você merece.

- Eu não posso ajudar, mas acho que estou tirando vantagem de você.

- Eu quero que você se sinta bem consigo mesmo enquanto estiver cuidando da minha filha.

- Eu não tenho objeções quanto a isso. - Ela riu.

A garçonete voltou com as refeições e Everly devorou seu tortellini. Ela gemeu de prazer quando o sabor explodiu em sua língua. O pão de alho amanteigado era crocante e saboroso, e ficou ainda quando comeu com o molho Alfredo e a torrada. Kian colocou uma colher de maçã na boca de Ember. Eles se revezaram alimentando o bebê enquanto comiam.

- Isso é muito bom. - Disse Everly.

Ela bebeu sua limonada rosa e a garçonete voltou para servir outro copo.

- Devo dizer que gosto de comida humana. - Disse Kian depois que a garçonete saiu.

Everly ficou surpresa com esse comentário. O que ele quis dizer com "comida humana"? Que outro tipo de comida existia?

- Quero dizer a comida de Seattle. Viajei ao redor do mundo e ainda me surpreendo com o quanto a comida é deliciosa nesta cidade.

- Oh! - Ela disse, piscando várias vezes. - Seattle é conhecida por sua excelente comida.

- Você sente falta de estar na cidade agora que mora na nossa propriedade?

- De modo nenhum. Eu gosto da vida simples e tranquila, para ser honesta. E cuidar de Ember é muito divertido. Eu amo isso.

- Estou feliz. Quero que você se sinta em casa com a gente.

- Eu definitivamente faço.

Eles terminaram o jantar mais cedo. Kian pagou e Everly empurrou Ember para fora do restaurante.

- Vamos dar uma olhada na água. - Disse ele. - Há uma trilha ao longo da orla marítima com uma bela vista.

Eles caminharam ao longo do caminho na beira do Puget Sound. Navios estavam ancorados na água. Havia algo místico e romântico na vista. O dia estava quente e o sol começava a se pôr no horizonte em tons de rosa, roxo e laranja.

- É tão bonito! - Disse ela sem fôlego.

- É ainda mais bonito estar aqui com você.

Eles olharam para a água cintilante quando Ember riu e deu uma risadinha no carrinho. Everly apoiou-se no corrimão e respirou fundo o ar salgado do mar. Kian ficou ao lado dela fazendo com que suas mãos se roçassem.

Ela olhava nos olhos de Kian enquanto uma centelha de desejo vibrava entre eles. O ar estava cheio de necessidade não expressa. Seus olhos brilharam de fome quando ele retribuiu o olhar e sorriu, seus lábios se curvando como se estivesse se segurando.

Kian levantou a mão e segurou sua bochecha. O toque da palma da mão em sua pele enviou um arrepio por sua espinha. Ela não soube o que pensar quando ele se inclinou e roçou os lábios nos dela. Seu corpo inteiro explodiu com a consciência de que o homem dos seus sonhos estava beijando-a com força na boca.

Everly colocou os braços ao redor do seu pescoço, querendo senti-lo mais perto. Ele envolveu sua cintura e puxou-a para perto de seu corpo. Ela podia sentir seu desejo com força e sua língua escorregando entre os seus lábios. Ela gemeu quando ele segurou com uma mão a parte de trás de sua cabeça e a outra pousou em suas costas.

Jorrou com desejo, querendo beijá-lo mais forte. Gemendo contra sua boca, fechou os olhos com força não querendo que este o momento terminasse. Caindo em um poço de desejo por ele, se afogou nas águas profundas de sua necessidade. Não queria se levantar nem para respirar.

Eles se beijaram por longos momentos, saboreando um ao outro até que o som de fotografias clicando os tirou de seu devaneio. Ela se afastou com um suspiro e olhou em volta, vendo um grupo de turistas estrangeiros tirando algumas fotos e apontando.

Somente então percebeu que havia uma baleia na água. A multidão estava boquiaberta com a vida marinha, mas o momento dela e de Kian havia passado, e agora se sentia envergonhada. Calor subiu em suas bochechas quando se afastou dele e descansou os cotovelos no corrimão. Ele colocou o braço em volta do ombro dela e sussurrou em seu ouvido.

- Sinto muito. - Disse ele, retirando a mão da dela.

- Não se desculpe.

- Eu não deveria ter feito isso. Eu sou seu chefe.

- Eu queria que você fizesse.

- Eu te acho irresistível mas devo manter meu autocontrole. Sei que esses tipos de relacionamentos são desaprovados aqui.

Ela não sabia o que ele queria dizer com "desaprovado por aqui" mas sabia que provavelmente poderia processá-lo por beijá-la. Ele era, na verdade, seu chefe, e beijar seu empregado definitivamente seria considerado errado.

Porém tudo o que sentia foi a profunda necessidade de tê-lo beijando-a novamente, para sentir seu corpo contra o dela mais uma vez. Pele com pele, carne com carne, e se afogar em seu desejo.

- Devo confessar que estou atraída por você. - Disse ela, as palavras saindo demasiadamente suaves.

- Eu também estou atraído por você.

- O que você irá fazer sobre isso?

- O que mais podemos fazer? - Perguntou ele. - Precisamos ver até onde isso vai. Se estiver tudo bem com você.

- Isso definitivamente está bem para mim.

- E se as coisas não correrem bem, eu lhe darei um grande bônus e uma excelente referência. Você não precisa se preocupar com sua segurança no emprego. Eu quero que você entenda isso.

- Sei que você é um bom homem, Kian assim como também sei que não está tentando se aproveitar de mim.

- Ótimo! Então está tudo combinado. Nós iremos devagar e ver aonde isso vai.


CAPÍTULO 11


Kian levou Everly e Ember para casa e assim que chegou ajudando-a a colocar o bebê para dormir. Ember estava exausta pelo longo dia, mas foi um anjo o tempo todo.

Ele deixou Everly em sua porta, resistindo a beijá-la novamente. Sabia que tinha sido imprudente em primeiro lugar e ainda não sabia se ela era sua companheira.

Beijá-la foi uma das ações mais irresponsáveis de sua vida, mas ele simplesmente não pôde evitar. Ela era muito suave, gentil e estava cuidando tão bem de sua filha... sem falar que parecia tão bonita em sua nova roupa. Ele gostava dela antes, mas com o novo visual, levou cada fragmento de seu autocontrole para evitar violá-la no pôr do sol. Principalmente porque Everly e sentia melhor consigo mesma, mais autoconfiante.

Ele correu para o porão, para a espaçonave, e encontrou Cato no terminal do computador.

- Bethi. - Disse Kian. - Atualizações de status.

- O que deu em você? - Cato perguntou.

- Nada. - Retrucou Kian.

- Eu posso dizer que é um pouco mais do que 'nada'.

Kian sabia que sua raiva estava sendo transmitida através do link mental de seus dispositivos de pulso. Ele os desligou e sentou ao lado de Cato no terminal.

- Que progresso você fez na tarefa que lhe dei? - Ele perguntou brevemente.

- A análise completa da intervenção dos vampiros neste planeta voltou. Parece que os vampiros desembarcaram neste mundo cerca de dez mil anos atrás. Do que podemos apreender através dos registros históricos, eles se infiltraram na sociedade humana por volta do começo de sua atual civilização. Na época, possuíam tecnologia avançada e a magia era mais forte. Apareceram para os primeiros humanos como deuses e durante todo o tempo, se alimentaram do sangue deles. Parece que, milhares de anos depois, os vampiros começaram a perder força, perderam sua tecnologia e tornaram-se menos capazes de governar como deuses. Temos informações incompletas, mas parece que tiveram que se adaptar, dominando a sociedade humana da maneira mais dissimulada.

- E sobre as Dragon Souls? - Kian perguntou.

- A análise do computador voltou a afirmar que as Dragon Souls representam cerca de 0,001% da população humana em geral.

- Isso é uma boa notícia.

- Mas pelo que eu posso determinar, usando os recursos disponíveis, os vampiros são mais atraídos a se alimentar de Dragon Souls.

- O que você quer dizer? Como sabe disso?

- Várias fontes. Uma delas sendo suas próprias palavras na mansão. Também tenho acesso aos bancos de dados de DNA e fiz uma referência cruzando essas informações com o reconhecimento facial de feeds de vídeo privados e públicos em todo o planeta.

- Então, Bethi definitivamente determinou que os vampiros preferem se alimentar de nossas Dragon Souls?

- Está correto. Acredito que as Dragon Souls lhes deem mais poder que os humanos comuns.

Kian cerrou os dentes e as mãos. Pensar que eles haviam deixado a casa depois do cataclismo, apenas para encontrar o mesmo velho inimigo aqui o deixava muito irritado.

- Eu tenho algumas informações que podem animá-lo. - Disse Cato. - Provavelmente deveria ter dito isso primeiro.

- E o que é? - Kian perguntou, recostando-se na cadeira e cruzando os braços. Não parecia que qualquer coisa pudesse contrariar essas notícias negativas.

- Eu determinei que a nossa pequena babá é, na verdade, uma Dragon Soul.

- Ela é?

- Sim, é. E o mais importante, o computador retornou informações sobre sua ligação.

- E? Ela é minha predestinada?

- Vocês combinam. Você e Everly são companheiros predestinados.

O coração de Kian explodiu. Ele se levantou, segurando seu peito, sua boca se abriu e ele cambaleou para trás, longe do computador. Respirou fundo, tentando acalmar seu coração furioso.

- Eu sabia! Sabia que a linda Everly era minha. Mas como faço dela minha? Se vai quebrar o mundo dela aprender que nós existimos, imagine quando souber que ela é o destino de um dragão.

Seu dragão rugiu dentro dele. A besta esteve certa o tempo todo, mas Kian precisava esperar pela confirmação da análise do computador pois tentar reivindicá-la sem ela ser sua companheira teria sido um desastre. Fazia tanto tempo desde que os dragões se cruzavam sem usar a tecnologia que não confiavam mais em sua intuição.

Por milhares de anos, enquanto o sol deles morria lentamente, os partos femininos tornaram-se cada vez menos frequentes e ficou mais difícil para os machos encontrarem suas companheiras. Ele se virou e sentou-se ao lado de Cato.

- É uma notícia e tanto. Como você está com isso? - Perguntou Cato.

- Eu não sei como dizer à ela.

- Essa é uma questão difícil.

- E se ela ficar com medo de mim? E se disser a outros humanos que nós existimos?

- Isso não pode acontecer. Eu só posso imaginar o que essas criaturas primitivas fariam se soubessem que dragões alienígenas vivem entre eles.

- Humanos não são tão ruins. São nobres e fortes, mas os vampiros estão corrompendo-os há dez mil anos, tornando-os gananciosos, mesquinhos e viciosos.

- A maioria das guerras deste planeta foram instigadas pelos vampiros. - Concordou Cato.

- Isso faz sentido e só é mais uma razão para protegê-los.

- Eu concordo com você, Kian mas há apenas quatro de nós acordados e há milhares deles. E isso é apenas o que Bethi conseguiu detectar na superfície. Não há como dizer quantos anciões estão na estase do sono.

- Você disse que os vampiros perderam a força e a tecnologia deles. Eles não são páreo para nós.

- É verdade. Eles parecem muito mais fracos do que há um milhão de anos atrás e não parecem ter a tecnologia avançada. Mas tenho informações limitadas. É melhor se mantivermos um perfil baixo.

- Eu duvido que os vampiros queiram que os humanos saibam sobre sua existência mais do que nós.

- Isso também provavelmente seja verdade. Caso contrário, eles já teriam se revelado e estariam governando os seres humanos como deuses como já fizeram.

- Então esta será uma batalha secreta. - Disse Kian.

- Tenho certeza de que eles perceberão que estamos aqui eventualmente. Precisamos nos preparar para essa inevitabilidade.

- Eu não temo os vampiros. Eles não causaram a morte do nosso sol. Nós deveríamos ter mudado nosso pessoal há muito tempo. Se não fosse pelas restrições dos anciãos, mais da nossa espécie teria sobrevivido.

- A política da antiga Dragonia era sufocante. - Concordou Cato.

- Isso é um eufemismo. Mas você sabe como me senti sobre isso na época.

- Não adianta drenar o passado. Isso é o que eu sempre digo.

- Espero que as outras Casas concordem comigo quando acordarem. E podemos ter uma maneira mais corajosa e proativa de lidar com as coisas.

- Eu concordo com você mas vamos mudar para nota mais feliz: o que você vai fazer sobre a sua companheira?

- A verdade é que eu já a beijei. - Disse Kian , cruzando as mãos no colo. - Eu sei que foi um erro mas não pude evitar. Ela é tão bonita. Graças à interferência de Aiden, ela estava se sentindo muito bem e meu dragão não parava de rugir para acasalar com ela.

- Você acha que isso significa que o nosso senso de acasalamento intuitivo ainda funciona? - Cato disse, batendo o lábio com a ponta do dedo.

- Parece que sim. Mas eu não sugeriria que ninguém dependesse disso. Precisamos ter certeza. Não podemos sair por aí nos acasalando e nos revelando aos humanos sem saber que elas são as Dragon Souls e nossas companheiras. Pode ser uma catástrofe.

- Eu vou informar Aiden e Dax desse desenvolvimento. - Disse Cato, passando os dedos sobre o pulso e criando suas imagens holográficas.

Cato começou a explicar para Dax e Aiden o que ele descobriu e eles ouviram com muita atenção.

- Isso significa que há companheiras para nós? - Perguntou Dax.

- Parece que sim. - Disse Cato.

- Eu me pergunto quem será a minha. - Dax disse.

- Tenho certeza que a minha companheira é legal e lindamente bonita. - Disse Aiden.

- Aposto que ela não é tão bonita quanto a minha companheira. - Disse Dax.

Enquanto Aiden e Dax discutiam sobre quem era a companheira mais bonita, Kian sentou-se na cadeira, cruzando os braços sobre o peito. Ele sabia a verdade. A companheira mais linda era a dele.


CAPÍTULO 12


Everly estava deitada na cama, olhando para o teto. A lembrança do beijo de Kian ainda permanecia em seus lábios. Foi uma experiência celestial. Ainda lembrava o cheiro de sua pele e a sensação de seus braços fortes em volta de seu corpo.

Ela passou a noite pensando nisso antes de sonhar com ele e com o que o futuro reservou para os dois. Ela não queria ficar se iludindo, imaginando eles se casando e passando o resto de suas vidas juntos, mas era inevitável. Ele disse que precisava levar as coisas devagar e ela concordou do ponto de vista lógico mas seu corpo e suas emoções discordavam. Queria correr de cabeça para o amor. Sonhava com ele segurando-a, beijando-a, penetrando-a. Nessas fantasias, o resto do mundo simplesmente se dissolvia.

Isso era o que Everly queria. Estar tão ligada a um amor tão forte que nenhuma de suas preocupações passadas a encontraria novamente. Kian era o homem que ela estava esperando e com ele, teria tudo o que sempre quis.

Mal podia esperar por suas vidas juntos para começar. Agora que eles admitiram sua atração um pelo outro, poderiam jogar limpo e estar juntos na frente de todos. Ela podia admitir para si mesma que o queria e poderia dar a ele um sorriso de reconhecimento pela manhã, sem ter que se esconder.

Ela ouviu Ember chorar através do monitor e correu para o berçário para encontrá-la rolando no berço. Rapidamente tirou a babá de seu berço e começou sua rotina matinal, se preparando para o dia.

- Eu e seu pai vamos viver felizes para sempre. - Ela sussurrou na cabeça de Ember.

Everly já amava Ember já como se fosse sua própria filha e mesmo que nunca tivesse um bebê, cuidar de Ember a fazia se sentir completa. Ela veio para a mansão como uma garota perdida que agora estava inteira. Tinha esperanças para o futuro.


Everly levou Ember até a cozinha e lhe deu uma mamadeira. Ela se serviu de uma tigela de cereal e comeu em silêncio na mesa da cozinha.

Os caras apareceram, um por um. Cato segurava um livro, usando um suéter de gola alta. Ele se sentou em frente a ela e começou a ler enquanto tomava um gole de café. Aiden entrou e examinou-a, dando-lhe um sorriso.

- Você está confiante em sua manhã, Everly. - Ele disse com um aceno aprovador.

Ela tocou o cabelo e sorriu. - Eu tenho você para agradecer por isso.

- Essa roupa realmente faz maravilhas para sua figura. Eu sabia que havia algumas curvas quentes sob todas aquelas roupas folgadas que você usava.

- Por que você está falando sobre as curvas de Everly? - Kian disse, entrando na cozinha.

- Eu só estou falando como amigo dela. - Disse Aiden, acenando para ele e servindo-se de uma xícara de café para depois sentar-se à mesa.

- Eu sou muito grata a você, Aiden.

- Enquanto ele mantiver os olhos longe das suas curvas, poderá ajudá-la com o seu estilo o quanto quiser. - Kian resmungou.

Everly riu, sem saber exatamente como se sentir sobre o aparente ciúme de Kian. Por um lado, ela gostava de Aiden, e era grata a ele por ajudá-la. Mas, por outro lado, era bom ter um homem possessivo que queria protegê-la de outros homens. Seu ex nunca tinha sido assim. No minuto em que ela o desapontou, ele fugiu com a secretária. Nem uma vez ele expressou o desejo de tê-la para si mesmo.

Na verdade, na maioria das vezes quando saíam juntos, ele a ignorava completamente. Ele costumava dizer que ela não era bonita e que precisava perder alguns quilos, mesmo antes da gravidez. Ter um homem tão delicioso quanto Kian que amava completamente suas curvas e agia de forma possessiva, era um sentimento extraordinário.

- Você não tem nada para se preocupar. - Disse Aiden para Kian. -Todos nós sabemos agora que Everly é sua companheira.

Ela não entendeu o que ele quis dizer com "companheira". Kian estava na geladeira com a mão segurando a maçaneta da porta. Cato sacudiu a cabeça para Aiden e ele encolheu os ombros. A tensão na sala só foi quebrada por Dax que entrou na cozinha cheio de entusiasmo, sem usar uma camisa.

- Algum de vocês assistiu ao jogo dos Seahawks na noite passada? - Perguntou ele. - Não consegui acreditar no quarterback no último trimestre. Uau, que jogada incrível!

Ele olhou para o telefone, repetindo o vídeo e mostrando para todos.

Cato, Kian e Aiden apenas ficaram olhando para ele que estava em pé no meio da cozinha, com nada além de um par de shorts e chinelos. Parecia ter acabado de sair da cama.

- Eu te disse para não vir até aqui a menos que estivesse vestido. - Disse Kian.

- O que? Estou vestido. - Disse Dax.

- Você não está vestindo uma camisa. - Kian apontou para fora enquanto batia os ovos em uma tigela na ilha no meio da cozinha. Dax apertou o peito e sua boca caiu.

-Então, eu tenho que usar calças e uma camisa? - Ele perguntou.

- Sim. - Todos disseram juntos.

- As regras neste planeta são ridículas. Eu não vou pegar o jeito. - Dax disse, virando e saindo da cozinha.

Everly mordeu o lábio, ainda sem saber como interpretar suas estranhas expressões.

Kian balançou a cabeça e terminou de cozinhar os ovos com bacon que servia para todos. Everly estava mais do que feliz pelo café da manhã quente pois desde que chegou só comeu cereais.

- Você é um bom cozinheiro. - Disse ela a Kian.

- Oh, isso? - Kian disse, dando uma mordida no bacon. - Isso não é nada. Eu vou fazer um jantar especial para você hoje à noite. Podemos comer no gazebo. Juntos. Sozinhos. - Kian disse para os outros dois homens sentados à mesa.

Cato levantou os olhos de seu livro, Aiden levantou os olhos do seu iPod e ambos balançaram a cabeça.

- Vocês dois podem tomar conta de Ember enquanto compartilhamos nossa refeição? - Disse Kian.

- Muito bem. - Disse Cato.

- Isso soa adorável. - Disse Everly.

Um momento depois, Dax voltou para a cozinha, agora usando uma camiseta de uma empresa de surfe.

- Assim está melhor? - Ele perguntou com um grunhido.

Todos se viraram e olharam para ele.

- Não realmente. -Disse Aiden. - Seu gosto é uma merda.

- Você está bem. - Kian disse. - Lembre-se de usar calças e uma camisa a partir de agora. Há uma senhora na casa, você não pode sair por aí mostrando sua carne por todo o lugar.

Dax resmungou e foi até a cafeteira, servindo-se de uma xícara enorme.

- Eu amo essa bebida energética negra. - Ele disse, engolindo o líquido.

Everly teve que rir das palhaçadas de Dax. Esses caras certamente tinham uma maneira de colocar coisas diferentes do normal.

- Vocês nasceram em outro país? - Ela perguntou curiosa.

- De certa forma. - Disse Kian.

- Eu posso dizer que sim.

- Algo nesse sentido. - Disse Cato.

- É cativante. De onde vocês são?

- Essa informação é classificada. - Disse Kian , acariciando sua mão. -Talvez em breve possamos compartilhá-la com você.

- Entendi. - Everly disse, levantando-se e puxando Ember de sua cadeira alta.

Ela colocou o bebê no carrinho. - Estou levando Ember para passear pelo terreno.

- Eu vou com você. - Disse Kian.

Eles saíram pela porta dos fundos da cozinha e continuaram ao longo do caminho pavimentado de pedra entre os gramados verdejantes. O ar da primavera estava quente e os novos botões nas árvores se abriam. Uma leve brisa morna soprou do oceano.

- Está um dia tão lindo. - Everly disse enquanto as flores de cerejeira flutuavam no ar.

- Espero que os caras não estejam incomodando você.

- Eles não estão me incomodando. E você não precisa ficar com ciúmes. Não estou interessada em nenhum deles.

Kian resmungou e seus ombros relaxaram.

- Eu tenho esperado muito tempo por alguém como você, e não sei bem o que fazer agora que te encontrei. - Ele esfregou a parte de trás do seu pescoço.

- Você está indo muito bem. - Disse ela, estendendo a mão e pegando a mão dele.

Ele levou a mão aos lábios, beijando a pele sensível nos nós dos dedos. Isso enviou um arrepio através de seu corpo e ela sentiu uma onda quente de desejo varrer sobre ela. Ele a puxou para mais perto e envolveu-a em seus braços.

- Estou feliz que decidimos ser abertos sobre a nossa atração. - Disse ele com um grunhido baixo.

- Eu também. - Disse ela, colocando as mãos no peito dele.

A sensação de seu peitoral duro sob as palmas das mãos era tão sexy que sentiu-se instantaneamente quente com paixão. Ele se inclinou e a beijou. A sensação de seus lábios quentes e macios fez com que ela gemesse. Uma onda de necessidade inundou seu núcleo.

Everly jogou os braços ao redor do pescoço dele e ele a puxou para mais perto. Ela podia sentir sua dureza contra ela quando a língua dele escorregou dentro de sua boca. Sua mão forte segurou a parte de trás de sua cabeça e a inclinou para beijá-la mais profundamente.

Ela se agarrou mais, gemendo quando ele dominou sua boca. Tudo o que queria era se deixar levar para ele fazer com ela o que quisesse. Ela nunca se sentiu tão excitada. E tudo o que precisava ser feito era ele tocá-la e se derreter.

Everly o queria tanto que podia sentir em seus ossos. Se ele quisesse violá-la ali mesmo, teria deixado. Ele pulou para trás e encostou a testa na dela, respirando fundo.

- Você traz o animal dentro de mim. Eu mal posso manter o controle.

- Sinto muito. - Ela riu.

- Eu me preocupo com você. Não sei se você pode pegar tudo o que tenho para dar.

- Eu posso tentar. - Disse ela quando ele a puxou com mais força.

Ela podia sentir seu pênis entre eles. Era duro, largo e longo. Isso a fez ficar com água na boca, se perguntando se ele iria deixá-la provar isso.

- Tudo no devido tempo, pequena. - Disse ele beijando sua testa. Ele a puxou contra seu peito e acariciou seu cabelo, respirando no topo de sua cabeça. - Meu desejo mais profundo é cuidar e proteger você. Ainda que seja de mim mesmo.

Everly suspirou e seu corpo relaxou nos braços de Kian. Ele era quente e forte e ela parecia estar flutuado para o céu. Ela poderia derreter nele e se sentir completa para sempre. Naquele momento, com os braços ao seu redor, sentia que nunca mais precisaria de mais nada. Só desejava que este sentimento pudesse durar.

Um sonho era o que era. Kian segurava-a perto contra seu calor e sua dureza. As flores de cerejeira sopravam na brisa, cercando-as de pétalas cor-de-rosa, e o céu azul brilhante se estendia acima.

- Eu me sinto muito segura com você. É como se todas as minhas preocupações se afastassem.

- Isso é o que eu quero para você sempre. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que você sempre se sinta assim.


CAPÍTULO 13


Everly carregou Ember para o andar de cima e a colocou para dormir. Ela se retirou para seu quarto pensando em ler um livro, enquanto Kian foi para o porão com os outros homens para trabalhar em qualquer coisa que faziam lá embaixo.

Ela se sentia um pouco desconfortável com toda a situação, considerando que não sabia nada sobre eles, mas estava disposta a ignorar isso por enquanto. Kian era um homem incrível, e seu desejo por ele crescia a cada dia. Ela estava tão feliz que ele finalmente admitiu sua própria atração que somente agora começou a se perguntar sobre todo o resto. Só precisava ter fé de que tudo ficaria bem.

Ele era um bom homem e dizia muito sobre Kian apenas de como ele a tratava. Everly não podia acreditar que, seja lá qual fosse o trabalho que eles estavam envolvidos, não fosse nada além de honroso. Esse era apenas o tipo de homem que Kian era. Mas algo ainda preocupava no fundo de sua mente, tanto quanto tentava afastar a ideia.

Ele era misterioso demais e envolvido em algo secreto que não podia compartilhar com ela. Talvez fosse um espião internacional? E se ele fosse de um país inimigo? Todos os tipos de pensamentos assustadores passaram por sua mente enquanto ela tentava ler seu romance.

Queria saber o que ele fazia para que pudesse ficar tranquila mas ele não confiava nela ainda para lhe dar essa informação. Bom, não podia culpá-lo. Eles só se conheciam por um curto período de tempo e namoravam oficialmente há apenas alguns dias. Ela sabia que ele não podia confiar nela com todos os seus segredos classificados e ainda teve sorte por confiar o suficiente para dizer que estava envolvido em projetos secretos em primeiro lugar.

Ela soltou um suspiro profundo e pousou o Kindle na cabeceira para se arrastar para debaixo das cobertas, decidindo tirar uma soneca.

Quando acordou, Ember estava pronta para o almoço. Alimentou Ember em seu quarto e, em seguida, brincaram juntas por um longo tempo. Ela a desceu para o primeiro andar no final da tarde e olhou em volta procurando os caras, mas eles não estavam em lugar nenhum.

- Eu acho que é só você e eu, garota.

Everly levou Ember de volta para o quarto e a alimentou com seu jantar antes de colocá-la para dormir à noite. Checando o relógio, descobriu que faltava pouco tempo antes do horário combinado com Kian.

Tomou um banho, secou o cabelo, aplicou a maquiagem que tinha conseguido no salão, vestiu um de seus novos vestidos - o vermelho que Kian gostou - e colocou um par de saltos pretos. Finalizou colocando as joias que Aiden escolheu e olhou para si mesma no espelho de corpo inteiro em seu quarto. Ela parecia incrível. Muito melhor do que jamais pareceu em seu dia-a-dia. Parando para pensar, bastou algumas roupas extravagantes, um novo penteado e uma maquiagem sofisticada. Ela nunca teria acreditado, mas lá estava. Em sua vida normal, sempre se sentiu simples e desleixada, mas olhando-se no espelho, sabia a verdade. Ela realmente era um nocaute.

Sorriu ao pensar em ser um nocaute. Sabia que havia algo especial nela e era hora de começar a acreditar em si mesma.

Ela colocou a mão no peito exposto acima do decote em forma de coração e olhou para o rosto de um lado para o outro no espelho mais uma vez.

- Você está deslumbrante. - Disse a si mesma.

Endireitando o vestido, pegou o monitor do bebê e desceu as escadas correndo para a cozinha. Encontrou Kian em um terno preto e uma gravata cinza, arrumando a sua refeição com tampas com cúpula.

- Tudo está pronto. Terei Dax levando tudo para o gazebo para nós. Nós podemos andar juntos. Eu só vou abrir uma garrafa de champanhe.

Dax, que ainda estava de camiseta e short, pegou a bandeja com a comida e saiu pela porta dos fundos.

Kian abriu o champanhe e a rolha estourou com um estalo alto. Ele afundou a garrafa de volta no balde de gelo e pegou duas taças pelas hastes, entregando-as a Everly para então abrir a porta.

- Pronta? - Ele perguntou, pegando sua mão.

- Oh, sim. - Disse ela, aceitando a oferta.

Eles saíram pela porta dos fundos da cozinha e seguiram o caminho pelo terreno enquanto a lua cheia brilhava no céu. Ela segurava as taças de champanhe em uma mão e a mão de Kian na outra enquanto ele carregava balde de gelo com a garrafa.

Logo o gazebo privado apareceu, envolto a vista panorâmica do vale e das montanhas. A lua pairava baixa sobre as montanhas, lançando um brilho através do vale e cintilando nas copas das árvores da primavera.

Kian abriu a porta e segurou-a para ela entrar. O gazebo era envidraçado e aquecido. Um fogo crepitava em uma lareira de pedra. Tinha um certo charme rústico, mas tudo era novo e bem equipado.

Um grande sofá de couro estava em frente à lareira e uma grande mesa de jantar ficava de frente para a vista do vale. O gazebo era octogonal e as janelas cercavam o prédio em três lados.

Estavam escondidos com a floresta entre eles e a mansão. Nenhum outro vizinho estava à vista. Kian colocou o balde de champanhe na mesa, e eles se sentaram de frente um do outro. Ela olhou para o vale, para a lua e depois para Kian enquanto ele tirava as tampas de seus jantares. O cardápio era lagosta e bife e o cheiro estava maravilhoso.

- Oh! Eu não estava esperando isso.

- Espero que seja do seu agrado.

- Eu tenho certeza que é. - Disse, quebrando a garra da lagosta.

Ela a mergulhou na manteiga de alho e deu uma mordida gemendo e revirando os olhos ao sentir o sabor.

- Isso está muito bom.

- Estou feliz que você tenha gostado. - Disse ele, servindo-lhe uma taça de champanhe.

O fogo da lareira brilhava nos olhos de Kian, que pareciam brilhar para ela. Havia alguma coisa sobre ele, algo que ela não conseguia decifrar. Ele sorriu, seus lábios se enrolando para trás sobre os dentes.

O olhar em seu rosto estava tão faminto de desejo que fez seu coração pular. Seus medos sobre ele saltaram para a frente de sua mente. Ela disse a si mesma para parar de ser ridícula. Kian não era nada além de um homem bom e gentil que tinha seus melhores interesses no coração. Ele dizia o tempo todo o quanto queria protegê-la e ela acreditava.

Quando finalmente seu estômago ficou cheio e eles drenaram suas taças de champanhe duas vezes, ela limpou as mãos em uma toalha úmida. Ele pegou a sua mão e a guiou até o sofá de couro. Eles olharam para o fogo enquanto bebiam outra taça de champanhe e mordiscavam pedaços de bolo de chocolate que estava decadentemente recheado com framboesa e coberto com chocolate. Os sabores da comida e as bolhas do champanhe elevaram seu ânimo e a deixaram tonta. Ela se inclinou nos braços de Kian enquanto ele acariciava seus cabelos, segurando-a perto.

Ele rosnou como se estivesse tentando se manter sob controle. Olhando em seus olhos, viu uma expressão de desejo mal contido. Sua mão agarrou seu ombro e acariciou seu braço nu.

Kian a olhou profundamente e seus lábios se separaram sobre os dentes. Seus caninos pareciam quase afiados à luz do fogo, e seu coração saltou de medo misturado com saudade.

- Everly. - Ele rosnou quando se inclinou e beijou-a.

Seu beijo foi longo e lento. Sua mão acariciava seu braço, abaixo de sua coxa e sob o vestido. Ele agarrou sua coxa e a puxou para seu colo. Ela sentou-se enquanto acariciava a carne nua de seus quadris. Ela estava molhada de necessidade e seu corpo formigava, desejando, chorando para a mão dele deslizar sobre sua coxa e acariciar entre suas pernas.

Suas línguas se chocaram uma contra a outra, e ela gemeu, abrindo um pouco as pernas na esperança de que ele entendesse o que queria. Ela não teve que esperar muito para ele sentir o pano úmido de sua calcinha. Everly soltou um gemido sobressaltado quando um choque elétrico passou por ela.

Ele rosnou, cuidando de seu sexo enquanto seus beijos caíam sobre seu pescoço. Sua língua deslizou até a parte de trás de sua orelha, onde ele beijava, lambia e mordiscava a carne sensível.

- Oh, Kian. - Ela gemeu, encostando seu rosto no dele. - Eu preciso de você.

Kian deslizou a ponta do dedo sob a borda de sua calcinha, entre suas dobras encharcadas e úmidas. Ela estremeceu quando ele pressionou os dedos mais profundamente até o seu clitóris inchado e faminto.

- Eu quero provar você.

Ele abriu o zíper do vestido, puxou a frente para baixo e tirou o sutiã. Sua cremosidade apareceu, seus mamilos eretos e em plena exposição para seus olhos famintos. Ele rosnou, jogando-a no sofá e caindo de joelhos. Inclinando-se, chupou um mamilo em sua boca, enviando um choque de desejo que balançou todo o seu corpo para o núcleo. Ela ofegou e passou os dedos pelos cabelos dele.

- Oh, sim. - Ela gemeu.

Everly estava tão cheia de desejo que estremeceu, enfraquecendo a cada segundo. Ele chupou o outro seio em sua boca enquanto acariciava o outro, molhado de sua boca.

Kian roçou seus mamilos entre os dedos e ela jogou a cabeça para trás enquanto ele deslizava as mãos sob as suas saias. Segurando sua calcinha, ele puxou-as para baixo e para longe de seu corpo em um movimento rápido. Com o vestido até a cintura, abriu as pernas e olhou para o núcleo faminto dela.

Ele respirou seu perfume, seus olhos rolando para trás em um olhar de intenso prazer. Abriu as pernas mais largas enquanto os babados de suas saias se eriçaram ao redor dela. Mergulhando em sua vagina faminta, lambeu sua fenda, lambendo seus sucos e sugando seu clitóris.

Ela ofegou, os olhos arregalados de choque. Ele estava violando-a quando rosnou algo incoerente em um tom gutural. Sua língua vibrando em seu clitóris era uma sensação quase intensa demais para suportar. Ele agarrou seus quadris, segurando-a no sofá enquanto a lambia. Sua língua mergulhou em seu canal e deslizou para seu clitóris, mais e mais até que ela estava insuportavelmente perto da borda da liberação.

Seu corpo inteiro ficou tenso, seus mamilos eretos, sua boca aberta em estado de choque. Everly agarrou o couro do sofá enquanto ele segurava sua cintura. Ela não conseguia se mover quando o orgasmo foi em sua direção.

- Oh, meu Deus! - Gritou quando a avalanche de desejo caiu sobre seu corpo e ela tremeu com a liberação. - Oh, meu Deus! - Gemeu novamente, jogando a cabeça para trás, o cabelo caindo sobre as costas do sofá.

Ele segurou sua língua contra sua boceta enquanto ela ainda apertava e latejava. Seu corpo zumbiu e esguichou por longos momentos. Só quando ela finalmente se acomodou, ele puxou a língua para longe.

Kian a olhou à luz do fogo. Ela não podia acreditar que aquele enorme homem estava de joelhos entre as pernas, dando-lhe muito prazer. Sua gravata estava frouxa e um botão de sua camisa desfeito.

Ela queria alcançá-lo, sentir seu pênis deslizar entre suas pernas, mas ele endireitou a gravata e as saias dela, ajudando-a a arrumar os seios para dentro do sutiã. Ele se sentou ao seu lado no sofá e ela deslizou a mão por sua perna e por sua dureza.

- E você? - Ela perguntou.

- Esta noite foi sobre você. - Ele disse em uma voz firme. - Eu provei você. Tive o que precisava.

- Mas... - Ela disse, acariciando seu pênis sobre as calças. - Me sinto culpada. Não quero deixar você assim.

- Não há nada para se sentir culpada. Dar-lhe prazer é meu desejo mais profundo. Minha necessidade pode esperar por outra hora. - Disse ele, enfiando os dedos nos dela.

Ela olhou para sua ereção mais uma vez antes de beijá-lo. O gosto da sua liberação estava em seus lábios.

Everly se derreteu em seu beijo mas queria fazer muito mais.


CAPÍTULO 14


Cuidar do bebê Ember não era um trabalho e sim o paraíso. Toda manhã, ela acordava se sentindo abençoada e em paz. Mas hoje se sentiu ainda mais.

Seu encontro com Kian na noite passada foi magnífico. Ela nunca sentiu tanto prazer nos braços de um homem e sua felicidade mal podia ser contida.

Não importava que ele fosse seu chefe e ela a sua empregada. Não importava que não soubesse o que ele fazia para viver e que tinha segredos que a assustavam. Ela estava feliz de qualquer maneira.

Everly imaginava ela e Kian vivendo suas vidas felizes juntos enquanto fazia carinho em Ember no berçário. Depois da noite passada, se permitiria sonhar sem se sentir culpada. Podia realmente dar certo. Começava a acreditar que merecia ser um feliz para sempre ao lado de um homem bom para ela. Um homem que era forte e bonito e gentil. Um homem que deu a sua mente quebrando o prazer sem pedir nada em troca.

Ela suspirou e seus ombros relaxaram enquanto um sorriso cruzava seus lábios. Ember estava deitada de bruços em um tapete no chão, brincando na academia de ginástica. A bebê estava crescendo a cada dia e era uma maravilha de se ver.

Everly sacudiu um dos seus brinquedos enrugados que pendiam no ginásio de atividades enquanto Ember tentava alcançá-lo. Ela sabia que Ember queria rastejar e estava certa deste estágio de desenvolvimento onde a bebê estava pronto para começar a se mover.

Ember bateu no chocalho enrugado tentando agarrá-lo. Ficando frustrada porque não conseguiu pegá-lo, começou a resmungar e gemer. Então empurrou o peito do chão e puxou as pernas para cima, congelando na posição de quatro. Animada com sua nova posição, um grande sorriso surgiu no seu rosto e ela começou a rir.

- Bom trabalho, Ember!

Ember balançou para frente e para trás em suas mãos e joelhos, se acostumando com a sensação de estar fora do chão. O bebê então ergueu a mão e tentou seguir em frente, apenas para cair de barriga para baixo. Ela começou a chorar com profunda frustração. Everly estava tentando pegá-la para confortá-la quando uma corrente de fogo atravessou os lábios da bebê e acendeu a academia de ginástica e o brinquedo que estava tentando alcançar.

Chocada, Everly ficou de pé e saltou para longe. Ela olhou horrorizada para o bebê enquanto o ginásio de atividades queimava. Rapidamente se recuperando, ela agarrou Ember, levou-a para longe das chamas e a colocou no berço, para somente então correr atrás de um extintor de incêndio no armário. Assim que o alcançou, puxou o alfinete e apagou as chamas. Quando o fogo foi apagado, ela ficou no berçário, olhando para a bagunça mapeada coberta de pó branco. Sua boca estava aberta e seu coração batendo forte.

Ela olhou para Ember e depois de volta para a bagunça. Com a mão livre, espalmou a testa e esfregou as têmporas, profundamente confusa.

O que acabou de acontecer? Foi uma combustão pontual ou ela realmente tinha acabado de ver o que achava que tinha visto? Ember soltou fogo e acendeu o ginásio de atividades. Não poderia ser. Apenas não poderia ser.

Ela largou o extintor de incêndio vazio e caminhou até o berço de Ember. O bebê sentou - se batendo palmas diante da ação na frente dela.

- Você realmente sopra fogo? - Everly perguntou.

Ela não queria acreditar. Era muito absurdo. Mas o medo estava alojado no seu peito e uma corrente gelada subiu por sua espinha. Ela estremeceu.

Everly sabia o que o bebê fez. Ember havia soprado fogo. Mas como? Que tipo de criatura era? Agora sentia medo, mas seu instinto materno assumiu na hora. Ela levantou o bebê do berço e levou-a para fora da creche, descendo as escadas para a cozinha, onde a colocou na cadeira alta.


Alimentou Ember com uma mamadeira e foi fazer o almoço, imaginando o tempo todo como ela abordaria o assunto com Kian. Ainda não conseguia imaginar por que um bebê soprava fogo. Nada em sua experiência a havia preparado para algo assim.

Sentou-se à mesa ao lado de Ember para comer seu sanduíche de peru. Uma tempestade forte caía lá fora e a chuva batia na janela da baía.

Dax entrou na cozinha, vestindo o uniforme habitual de regata, bermuda e chinelos. Ele esfregou o estômago sob sua camisa quando viu Everly.

- Oi, Dax. - Disse ela enquanto ele caminhava para a geladeira.

- Oi, Everly. Como estão as coisas?

- Estranhas.

- O que você quer dizer com estranhas? Eu não estou vestido de novo?

- Não é isso. - Disse ela, dando outra mordida em seu sanduíche.

- Você está gostando de morar em nossa mansão?

- Eu amo isso aqui.

- Foi a internet? Eu acho a internet estranha. Qual é o problema com vídeos de gatos? - Ele disse, puxando um salame seco do frigorífico e mordendo diretamente a longa salsicha.

Everly olhou para ele, ponderando seus estranhos hábitos alimentares e amaneira estranha de colocar as coisas. Ela balançou a cabeça e franziu as sobrancelhas. Os homens nesta casa eram todos estranhos. Quentes como o inferno, mas estranhos. Havia algo que era apenas inexplicável sobre todos eles. Até mesmo Kian, se tivesse que admitir para si mesma.

Agora que viu Ember soltar fogo, ela estava ficando mais preocupada com tudo isso no momento. Não queria pensar nisso, mas talvez eles fossem demônios!

- A Internet é estranha, mas não são os vídeos dos gatos. Eu realmente gosto disso.

- Somos nós? Eu sei que somos nós.

- Você tem hábitos meio e maneiras estranhas de dizer coisas.

- O que você quer dizer com estranhas? - Kian disse da porta da cozinha.

Ele andou pelo chão de pedra polida e sentou-se à mesa em frente a Everly. Ela olhou para Ember e depois para Kian. Dax continuou comendo o salame agarrando a salsicha em sua grande mão e enchendo a boca com enormes pedaços.

- Só estou curiosa para saber o que vocês fazem para viver. Isso é tudo. - Mentiu.

-Eu poderei falar sobre isso em breve. Mas ainda não.

- E houve um pequeno incidente no berçário.

- Incidente? - Perguntou Kian. - Ember está bem?

- Oh, ela está bem. Não se preocupe, pois, nada aconteceu com ela. Mas Ember colocou sua academia de ginástica em chamas.

Dizer essas palavras em voz alta era provavelmente uma das frases mais estranhas que já pronunciou em toda a sua vida. Ela estudou o rosto de Kian procurando por uma reação.

- Está acontecendo cedo demais. - Disse Kian, subitamente de pé e atravessando a mesa para tirar Ember de sua cadeira. - Isso é inesperado.

- Talvez seja porque a mãe dela era uma Prime feminino. - Sugeriu Dax, dando mais uma mordida no salame.

- Pode ser isso. Vou levá-la para baixo. - Disse ele, deixando a sala abruptamente.

Everly estava mais confusa do que nunca.

- O que é uma Prime feminino? - Disse ela, observando Kian sair do quarto com sua carga.

- Eu não deveria falar sobre esse tipo de coisa. Mas você deveria saber já que ela a mãe de Ember.

- A mãe de Ember era uma Prime feminina?

- Sim. - Ele colocou o salame comido de volta na geladeira e limpou as mãos com uma toalha de papel. - Eu provavelmente disse algo errado, não disse? - Seu ombro caiu.

- Alguém poderia me explicar como uma criança pode soprar respirar fogo? - Ela disse, ficando irada.

- Esse tipo de coisa não sou eu quem tem que responder. - Disse Dax, saindo da cozinha.

Everly foi deixada sozinha sem nenhuma resposta e uma sensação crescente de medo em seu estômago.

Ela correu até seu quarto, sentindo-se sufocada e precisando escapar desse hospício. Kian não explicou nada e só fez piorar. Ela não estava apenas se sentindo confusa e com medo, mas ofendida.

Everly lhe perguntou por que Ember soprava fogo, mas ele não lhe dera nenhuma resposta. Foi para o quarto e olhou para a mala, talvez fosse hora de ir embora. Por mais que adorasse Kian e sonhasse com o futuro deles juntos, o bebê que soprava fogo era definitivamente uma bandeira vermelha.

A reação de seu pai não melhorava as coisas. Ela amava muito os dois e parte de seu coração não sabia o que faria sem eles, mas isso simplesmente não estava certo. Ela esteve em um relacionamento ruim antes e não ia deixar isso acontecer novamente.

Kian estava mantendo segredos dela, assim como seu ex-marido traidor. Ela queria dar a ele o benefício da dúvida, mas como poderia? O bebê e fogo eram um outro nível.

Sentindo as lágrimas escorrendo pelo rosto, Everly começou a colocar as coisas na mala. O que ela faria sem ele? Sem Ember? Como iria continuar depois disso?

Todas as suas esperanças e sonhos viraram realidade, mas agora? Agora tudo desmoronava ao redor de seus ouvidos. Ela fungou de volta as lágrimas, sem saber o que pensar. Enquanto arrumava suas coisas e se preparava para sair, ouviu uma batida em sua porta. Abrindo-a, encontrou Kian em pé do outro lado com o bebê Ember em seus braços.

- Sinto muito por mais cedo. - Disse ele, olhando para a mala por cima de seu ombro. -Você está indo embora? - Ele perguntou.

- Eu estava pensando sobre isso. - Disse ela, segurando uma de suas camisas em suas mãos.

- Você não pode sair. Nós precisamos de você. - Disse ele.

- Eu preciso entender porque Ember soprou fogo e você tem que me contar tudo. Não pode haver mais segredos ou eu estou fora daqui.

- Ember é um bebê muito especial. Eu não esperava que os dons dela se manifestassem tão cedo.

- Há algumas coisas estranhas acontecendo por aqui. Algumas coisas muito estranhas, de fato.

- Quero te contar tudo. Eu queria contar tudo desde o começo.

- Então apenas me diga.

Ele entrou no quarto com Ember em seus braços e sentou-se na cadeira em frente à cama e, cruzando as pernas, suspirou.

Everly fechou a porta e sentou no banco de frente para ele. Ember brincava com um chocalho enquanto ele a segurava em seu colo. A visão deles juntos derretia seu coração.

- A verdade é que todos nós somos muito especiais, assim como Ember. Nós temos poderes especiais. E se fosse amplamente sabido que existíamos, poderia ser perigoso para nós. Então, eu não contei a história completa.

- Que tipo de poderes? - Ela perguntou.

- Deixe-me dizer, todos os cinco de nós são capazes de soprar fogo. Nós viemos de uma linha familiar muito especial.

- Eu nunca ouvi falar de algo assim. Vocês são demônios?

- Não, definitivamente não somos demônios. Somos o oposto disso na verdade. Você poderia até nos chamar de anjos da guarda.

- Então, vocês são anjos da guarda que cospem fogo? - Ela perguntou irônica.

- De certa forma, sim. Nosso objetivo é proteger a humanidade e para isso precisamos de você. Eu preciso de você. Você e eu estamos destinados a ficar juntos. Nós nos pertencemos, mas eu não posso forçar você a ficar.

- Eu não sei, não entendo. Isso tudo é tão estranho.

- Deixarei claro que não somos completamente humanos. Eu vou te contar tudo de manhã, uma vez que você descanse e tenha tempo para processar tanto.

- Eu suponho que seja justo. - Ela murmurou.

Ele atravessou a sala, entregando Ember. Ela se levantou para pegar o bebê e Kian aproveitou para colocar o braço ao seu redor. Uma sensação de medo deslizou sobre seus ombros ao seu toque e ela odiou que ele a fizesse ficar com medo.

Ele soltou um suspiro profundo.

- Tudo o que eu mais quero é te proteger. Esse é o meu desejo mais profundo. Portanto, devo lhe contar essa informação lentamente. Eu não quero te dar um choque. Tudo será revelado muito em breve. Por favor acredite em mim.

- Eu acredito em você. - Ela sussurrou.


CAPÍTULO 15


Kian iniciou seu jantar, aliviado por ter convencido Everly a ficar. Ela esteve muito perto de fugir e deixá-lo. Somente o pensamento disso fez com que cada músculo de seu corpo ficasse tenso. Ele não podia perdê-la.

Ele nunca passou uma situação onde as palavras ficaram perdidas. Era o comandante dos exércitos e líder da House of Flames mas tentar encontrar uma maneira de explicar a sua pequena companheira humana que ele era um dragão de outro mundo o deixou sem palavras.

Kian não queria causar-lhe um ataque cardíaco, algo que ouviu que poderia acontecer com humanos quando passavam por um choque terrível.

Grelhando os hambúrgueres no fogão, viu quando Everly andou pela cozinha com um carrinho de bebê e dirigiu-se para a porta dos fundos. Ember e Everly estavam empacotadas para o clima chuvoso.

- Vou levar Ember para passear antes do jantar. Eu preciso de um pouco de ar fresco e de algum tempo para pensar.

Ele olhou pela janela e notou que tinha parado de chover.

- Eu só quero sair enquanto está seco.

- É uma boa ideia. - Ele disse. - O jantar estará pronto em cerca de trinta minutos.

- Nós estaremos de volta em breve.

Rapidamente se apressou em abrir a porta para ela empurrar o carrinho para fora. Ele observou-a descer a trilha e desaparecer nas árvores. Seu senso de proteção apertava em seu peito.

Ele queria segui-la e forçá-la a voltar para dentro mas disse a si mesmo que estava sendo ridículo; era apenas ansiedade porque ela quase o deixou hoje.

Kian fechou a porta e balançou a cabeça. Ele não podia começar a agir assim com uma garota humana. Isso só iria assustá-la ainda mais.

Everly levaria Ember para uma rápida caminhada no ar fresco da primavera, o que seria bom para as duas e aumentaria o apetite antes do jantar. Ele sacudiu os hambúrgueres quando a ventilação enviou o vapor para fora da cozinha. Cato entrou na sala e sentou-se à mesa com o computador.

- Eu não sei como dizer a ela, Cato. - Disse Kian. - Temo que isso a assuste tanto que ela vá embora. Mas se eu não contar, ela vai embora do mesmo jeito. Eu preciso do seu conselho.

- Como eu lhe disse na nave, sugiro que você a leve devagar. Derrame pequenas doses de informação ao longo do tempo. Isso vai ajudá-la a se acostumar com a ideia. Quando a imagem completa for revelada, isso não vai chocá-la tão mal.

- Eu sei que você está certo, mas ainda prefiro contar tudo, ser honesto. Ela é minha companheira e não parece ser certo mentir para ela.

- Não é mentira. Você só não dirá tudo de uma vez.

- Uma mentira por omissão ainda é uma mentira.

- Não é exatamente uma mentira por omissão. Você está protegendo-a de informações chocantes.

Kian suspirou e seus ombros caíram. Ele checou seus hambúrgueres novamente e colocou fatias de queijo por cima, observando-as derreterem.

- Eu suponho que você esteja certo.

- A garota é sua companheira e está claramente ligada a você e a Ember. Ela pode estar com medo, mas sua atração e o desejo por seu companheiro a manterão conectada a você.

- A última coisa que eu quero é amarrá-la e fazê-la sentir ligada à mim contra sua vontade. - Disse Kian, pegando os hambúrgueres de queijo em um prato.

Ele tirou os pães da torradeira e cortou tomates e alface no escorredor na pia.

- Ela é a primeira Dragon Soul a se acasalar com um dragão aqui na Terra. Vai ser uma transição difícil para vocês dois. Ficar ansiedade sobre isso não vai ajudá-lo.

- Você sempre me deu bons conselhos, Cato.

- Eu tento.

- O jantar está pronto? - Dax disse, saltando para a cozinha.

Kian preparou um hambúrguer para Dax pois caso contrário, ele comeria a carne sozinha com as mãos.

- Sim, o jantar está pronto. - Disse Kian, deslizando um prato através do balcão de mármore para Dax.

Aiden entrou na sala e olhou em volta. - Onde está Everly? - Ele perguntou.

- Está com Ember em um passeio lá fora. - Disse Kian, olhando para o relógio e percebendo que ela deveria estar de volta agora. - Vou ligar para ela. - Disse Kian, tirando o telefone do bolso.

Ele discou o número dela e ouviu o toque. Depois de cinco toques, começou a ficar preocupado.

- Talvez ela tenha deixado o telefone no andar de cima. - Dax disse, sentando-se à mesa e dando uma grande mordida em seu hambúrguer.

- Os humanos carregam seus telefones para todos os lugares. - Disse Aiden.

- Eu deveria verificar. - Disse Kian, deslizando o dedo sobre o telefone e terminando a chamada.

Ele enfiou o telefone no bolso e saiu pela porta dos fundos, sentindo o ímpeto de pânico em seu peito. Algo lhe dizia que ele não deveria deixá-la sair sozinha. Ele não conseguia saber o que era, mas o medo era real.

Sentindo seu coração disparar, ele acelerou o passo e correu pelo caminho na direção em que a tinha visto ir abrindo subitamente a porta do gazebo e encontrando-o vazio.

Já assustado, correu de volta para fora até a encosta que levava à pradaria selvagem. A encosta ondulante estava encharcada de chuva e o céu ameaçava se abrir a qualquer momento.

- Everly! - Ele gritou. - Everly!

Ele olhou ao redor, ofegando, o pânico crescendo em seu peito. Então, viu a cadeirinha de Ember de lado, em direção à descida da colina no prado. Ele correu até lá, as ervas daninhas altas batendo contra suas calças, encharcando o tecido e parou, encontrando a cadeirinha vazia.

Olhando para cima, sentiu o terror batendo nele enquanto seu coração batia descompassado.

- Onde ela está? - Ele se perguntou, sentindo o cheiro no ar. Pânico bateu quando o cheiro inconfundível de vampiros permaneceu por todo lado.

- Oh não!

Os escudos na borda da propriedade não se estendiam tão longe. Ele deveria ter tê-la avisado. O que estava pensando?

Os vampiros não deveriam saber de sua existência. Pelo menos, era nisso que acreditavam. Como ele poderia ter sido tão estúpido? Como poderia ter cometido um erro tão horrível? Everly era uma Dragon Soul e os vampiros se alimentavam de Dragon Souls para aumentar seu poder.

Ele rosnou para si mesmo, apertando as mãos quando o dragão explodiu de dentro dele. Saltando para o ar, seguiu o cheiro de Everly e dos vampiros e ativou o elo mental entre ele e sua tripulação. Um grito distorcido ecoou em todos os outros dragões.

- O que você está dizendo? - Cato exigiu.

Tudo o que ele podia fazer era mandar de volta outro grito animalesco.

- Everly se foi? - Perguntou Aiden.

Enquanto Kian seguia o cheiro, tentou se acalmar o suficiente para dizer o que estava acontecendo.

- Vampiros. - Ele finalmente foi capaz de dizer dentro de sua mente frenética. - Os vampiros levaram Everly e Ember. - Ele rosnou. - Nós devemos encontrar os vampiros responsáveis e rasgá-los em pedaços.


CAPÍTULO 16


Cato, Dax e Aiden encontraram Kian no céu enquanto ele corria na direção do cheiro.

- Eu sei que eles as têm. - Ele rosnou.

- Nós estamos chegando. - Ele ouviu Cato dizer através de sua ligação mental.

- Elas devem estar em seu complexo. - Disse Aiden.

- Como eles descobriram sobre elas? Sobre nós?

- Talvez tenham nos rastreado depois que exploramos sua propriedade. - Disse Cato.

- Eu fui estúpido e cego. - Kian rosnou.

Ele não conseguia se lembrar de alguma vez sentir tanta raiva. Os vampiros tinham levado sua companheira e sua filha. O que planejam fazer com elas? Imagens violentas surgiram em sua mente que só o deixaram mais irritado.

- Se eles colocarem uma mão em qualquer uma delas... - Kian rosnou.

- Este é um ato de guerra. - Disse Aiden.

- Uma guerra que pretendo ganhar. - Disse Kian.

Eles voaram pelo ar sob sua capa de invisibilidade para evitar os olhos dos humanos e chegaram à propriedade do vampiro em uma hora, aterrissando fora do complexo. Todos mudaram rapidamente, ainda sob o manto de invisibilidade, e ficaram na fronteira da propriedade.

- Eles aumentaram sua segurança. - Disse Cato em seu link mental.

- Como podemos passar por isso? - Dax perguntou.

- Estou trabalhando nisso. - Disse Cato.

Kian estava com tanta raiva que poderia invadir a mansão sozinho e destruí-la. A proteção que se danasse. Ele poderia assumir tantos vampiros enfraquecidos quanto fosse necessário, mas sabia que um plano era mais sábio. E somente por isso esperou que Cato analisasse as proteções.

- Suas proteções mágicas são mais fracas nas partes dos fundos. Nós provavelmente podemos passar usando nossas capas de invisibilidade. As proteções são destinadas a detectar movimento, mas esses vampiros nunca encontraram dragões verdadeiros, então suas proteções são formuladas para humanos.

- Entendi. - Disse Kian. - Vamos.

Se eles pudessem se infiltrar na propriedade sem alertar os vampiros, melhor ainda. Mas ele não estava com medo de uma briga. Na verdade, até queria uma. Kian esperava que eles lhe dessem uma oportunidade, mas precisava pensar na segurança de sua companheira e filha. Entrar sem ser detectado provavelmente os manteriam mais seguros.

Eles rastejaram pela parte de trás da propriedade e encontraram o ponto em que as alas eram mais fracas. Escapando da vigilância, seguiram para a entrada dos fundos da mansão.

- Eu posso sentir o cheiro delas. Elas estão próximas. - Disse Kian.

- Nós devemos apenas rasgar esses tolos. - Disse Dax.

- Mantenha esse pensamento. - Disse Kian.

Eles passaram pela porta dos fundos sem serem notados. Kian cheirou o ar, procurando pelo cheiro da sua companheira.

- Elas deveriam estar aqui. - Disse Kian.

- Estou verificando que há um porão neste prédio. - Disse Cato, analisando seu dispositivo de pulso.

- Precisamos encontrar um caminho até lá. - Disse Kian.

- Escanear o prédio agora. - Disse Cato.

Eles ficaram à beira de uma sala vazia cheia de livros enquanto Cato fazia a análise.

- A entrada fica do outro lado da casa. Estou pegando a assinatura de uma dúzia de corpos neste prédio.

- Você a encontrou? - Kian perguntou.

- Eu vejo um corpo humano e a assinatura de uma criança no porão. Podem ser elas.

- Então vamos. - Disse Kian.

Eles escorregaram por uma porta aberta e caminharam pelo corredor em direção à entrada do porão.

- Acho que devemos apenas comê-los. - Disse Dax.

- Apenas deixe isso, Dax. - Kian mordeu através de sua ligação mental.

- Eu nunca consigo me divertir. - Reclamou Dax.

- Eu acho que essa música vai me deixar doente. - Disse Aiden.

- Vocês dois se podem se concentrar? - Kian rosnou. - Estamos aqui para encontrar minha companheira e minha filha e não para comer vampiros ou criticar seu gosto musical.

- Nós vamos encontrá-las. - Disse Aiden. - Estou apenas analisando nosso inimigo para entendê-los melhor.

- Tudo bem. - Disse Kian rigidamente. - Vamos.

Eles correram através de uma sala cheia de meia dúzia de vampiros sentados conversando. Um deles tinha um humano caído sobre o colo, suas presas no fundo do pulso. Os outros estavam assistindo e rindo.

A tripulação do dragão deslizou ao longo da parede, virando a esquina, seguindo pelo corredor. Ao final deste corredor estava a porta que levava ao porão, mas quando Kian agarrou a maçaneta, estava trancada.

Cato digitalizou-a com o dispositivo de pulso e usou o laser multifuncional para desbloqueá-la.

- Bom. - Disse Kian, puxando a maçaneta destrancada.

Todos eles passaram pela porta e a fecharam atrás deles. Os cheiros de Everly e Ember atingiram seu nariz fazendo Kian ter certeza de que elas estavam aqui embaixo. A tripulação silenciosamente desceu as escadas até chegarem a outro corredor alinhado com portas fechadas.

- Lá está a do meio. - Disse Cato.

Kian agarrou a porta e encontrou esta também trancada. Cato tentou usar o laser para abri-la, mas não adiantou.

- Esta fechadura é protegida.

- Estamos chegando lá. - Disse Kian.

- Apenas abra-a. - Disse Dax.


CAPÍTULO 17


Everly gritou quando os homens escuros a agarraram junto com Ember. Ela havia andado apenas alguns metros no gramado quando um homem apareceu do nada e a agarrou.

- Você está vindo conosco, pequena Dragon Soul. - Zombou um homem de capuz preto.

- O que você quer de mim? - Ela gritou.

- Seu sangue, é claro. - Disse ele. O outro, que usava um casaco vermelho, pegou Ember e segurou-a, cheirando seu corpo.

- É um verdadeiro dragão! - Disse o de vermelho. Everly praticamente podia ouvir sua boca salivando.

- Deixe-a ir! - Everly exigiu, lutando contra o homem de preto.

- Nunca, ela nos pertence agora. Nós só temos que decidir se vamos drená-la agora ou mantê-la viva para drená-la lentamente ao longo do tempo. - Disse o que usava o capuz preto.

- Acho que devemos mantê-la viva. - Disse o do casaco vermelho. - Eu ouvi dizer que sangue de dragão é gostoso.

- Temos sobrevivido de Dragon Souls e agora temos um verdadeiro dragão. - Disse em tom de brincadeira.

- Deixe-a ir! - Everly insistiu.

O vampiro simplesmente riu enquanto eles a seguravam e a Ember em suas mãos frias e fortes.

De repente, os vampiros se evaporaram em uma nuvem de fumaça negra, levando elas com eles. Uma fração de segundo depois, todos se materializaram novamente e em frente à uma mansão de três andares, no fundo de uma floresta de pinheiros verdejantes.

- Quem são vocês e o que querem? O que estão fazendo aqui?

- Não se preocupe com a pequena Dragon Soul. Você será cuidado.

Os dois homens riram e puxaram-na para dentro da casa. O de vermelho estava segurando Ember em uma posição precária. Everly estendeu a mão, tentando tirá-la dos braços do homem.

- Não toque nela! Se afaste. Este bebê dragão é meu! E o que você quer dizer com dragão? - Ela disse, suas palavras finalmente fazendo sentido para seus ouvidos.

- Você não sabe? - Ele disse.

- Nós pensamos termos cheirado aos dragões. Então eles devem ter entrado aqui. Só que o mais engraçado e irônico é que depois de seguirmos o cheiro, os espiamos. E agora nós temos o bebê deles.

Ambos os vampiros riram novamente.

- E você é uma Soul Dragon. - Disse o vampiro de preto, cheirando seu pescoço. - Muito gostoso.

Ela tentou se afastar, mas ele a segurava com força.

Uma dúzia de pessoas sentou-se em uma sala de estar ricamente decorada. Eles a puxaram pelo quarto enquanto os homens e mulheres olhavam para ela com avidez.

- O que são vocês? - Ela exigiu.

- Seus amigos dragões certamente não lhe informaram muito. - Disse o de vermelho.

- Você não reconhece vampiros quando os vê? - Disse o de preto.

-Vampiros?

- Não importa se você sabe ou não, agora. Nós provavelmente vamos te sugar antes do anoitecer. - Disse o de preto, segurando-a. Os dois riram novamente.

- Você pretende beber meu sangue? - Ela perguntou.

- Claro que sim! Você é uma Soul Dragon, é uma alma de dragão. E há um forte nisso. Os dragões devem ter te mantido por perto por um motivo.

- Pegamos uma Dragon Soul e um bebê dragão. Que dia bom! - Disse o de preto, parabenizando-se.

- Deixe-me ir. - Disse Everly, lutando enquanto eles a puxavam escada abaixo para um porão.

Eles a levaram para o que parecia um quarto de hóspedes misturado com uma câmara de tortura. Depois de ser jogada chão, sentiu Ember ao seu lado. De pé sobre elas, eles zombaram.

- Agora temos que decidir quem vai primeiro. - Disse um em preto.

- O Conselho do Coven vai querer elas. Nós não devíamos tê-las trazido aqui. Deveríamos drená-las imediatamente.

- Você conhece as regras. Devemos trazer as Dragon Souls de volta à mansão para compartilhar com o resto do Coven. Caso contrário, Victor e Marcus nos expulsarão.

- Mas elas cheiram tão deliciosas. - Disse o vampiro em vermelho. - Talvez valesse a pena.

- Nada vale a pena para ser expulso do Coven. - Corrigiu o de preto.

-Você sabe, o Conselho vai querer guardá-las para si.

- Mas fomos nós quem as encontramos. Então, nós quem teremos que ter o gosto, pela lei do clã.

- Mas eles vão tirá-los de nós e não irão compartilhar.

- Nós temos leis por um motivo. - O de preto estalou.

- Você está sempre defendendo Victor.

- Sou leal ao Coven e sempre serei. Você deveria vigiar sua língua.

Everly assistiu tudo isso com fascinação. Sentando-se do chão, puxou Ember para seu colo para confortá-la. Ela estava chorando implacavelmente o tempo todo e quase inconsolável.

- Por que você quer o nosso sangue? - Ela perguntou novamente.

Eles pararam de brigar e se viraram para olhá-la.

- Nós dissemos à você, o bebê é um dragão e você é uma Dragon Soul. Vampiros ganham força extra de Dragon Souls. E o poder que obteríamos de um verdadeiro dragão, só podemos imaginar.

-Eu nunca encontrei um verdadeiro dragão na minha vida. - Disse o de vermelho.

- Nenhum de nós fez, mas o cheiro é inconfundível. - Disse o vampiro de preto - Você vê, minha querida. Tivemos uma falha de segurança recentemente. Nós não pudemos mantê-los fora, mas pegamos o cheiro deles e os rastreamos até o complexo. E lá estava você, esperando por nós como um presentinho todo embrulhado e pronto para ser aberto.

Seus olhos brilhavam enquanto ele sorria maliciosamente. O outro riu de sua piada e ela recuou contra a parede.

- Eu não vou deixar vocês machucarem o bebê. - Disse ela, protegendo Ember dos vampiros.

- Oh olhe, ela é corajosa. - Disse o vermelho.

- E leal.

- Diga-nos, pequena alma de dragão. Como você se envolveu com os únicos dragões do planeta?

- Eu não sabia que eles eram dragões. - Ela disse em um sussurro.

- Bem, nós também não sabíamos que havia algum dragão na Terra. E aqui está você com um dragão bebê e envolvida saindo com os únicos dragões existentes. - Disse o de preto.

- Qual é exatamente o seu relacionamento com esses dragões? - Perguntou o de vermelho.

- Eu sou a babá.

- A babá? - O de preto riu baixinho.

- Kian e eu estamos namorando. - Disse ela, quase inaudível.

- Namorando? Um dragão está namorando um humano?

- Ela deve ser sua companheira predestinada. - Disse o de preto, empolgado, batendo palmas e lambendo os lábios.

- A companheira predestinada de um dos únicos dragões do planeta. - Disse o de vermelho.

- Mmm, isso representa uma oportunidade interessante.

- Kian virá atrás de nós. Ele nos salvará. - Everly retrucou.

- Oh, estamos contando com isso. Um dragão bebê é uma coisa, mas um dragão adulto é outra completamente diferente.

- Você nunca vai vencê-los. - Disse ela, balançando Ember, tentando acalmá-la.

A pobre criatura estava absolutamente infeliz. Ela não parava de chorar e se agarrava ao cabelo de Everly por sua vida.

- Bem, vamos ver isso.

- Pode ser perigoso. - Disse o de negro. - Nós nunca encontramos um dragão antes. Eles poderiam rasgar toda a nossa casa em pedaços por tudo que conhecemos. Precisamos falar com Victor e deixá-lo saber sobre a ameaça.

- Nós vamos deixar você aqui por agora, companheira de dragão. - Disse o de vermelho, seus lábios se curvando para trás sobre seus dentes afiados. E se você tiver sorte, eu vou drenar o seu sangue mais tarde.

Eles riram e saíram da sala, trancando a porta atrás deles. Everly estremeceu, a realidade de sua situação finalmente afundando. Ela havia sido sequestrada por vampiros. O homem que ela adorava era um dragão. Como isso poderia ser? Como tudo isso poderia ser real? E o maior problema era que tudo nela dizia que isso era verdade.

Esses vampiros eram claramente almas do mal que queriam se alimentar dela e do sangue de Ember. Eles tinham algum tipo de poder mágico, poder que ela nunca tinha visto em seu mundo. Por mais assustador e estranho que fosse, tinha que aceitar o que testemunhou na sua frente.

Só esperava que Kian estivesse a caminho e que ele e sua equipe fossem fortes o suficiente para lutar contra esses vampiros. Temia que os vampiros estivessem preparando uma armadilha para os dragões, e seria tudo culpa dela. Ela abraçou Ember, seus soluços finalmente diminuindo.

- Não se preocupe, baby. - Disse ela, esfregando as costas. - Papai está vindo. Ele consertará tudo.


CAPÍTULO 18


- Eu não posso atravessar as proteções. - Disse Cato.

- Dax, abra-a.- Disse Kian.

Com um rugido maravilhoso, que podia ser ouvido através de todo o complexo, Dax bateu contra a porta, ao mesmo tempo em que se transformava. Suas asas voaram de suas costas. Os outros dragões abaixaram suas capas de invisibilidade quando a porta se abriu. O quarto estava vazio.

- Você está procurando por sua companheira e bebê?

Kian se virou, vendo dezenas de vampiros em pé no corredor, liderados por aquele chamado Victor, que viu na primeira vez que esteve na mansão.

- Você caiu direto na nossa armadilha. - Disse um vampiro de capuz vermelho sangue.

- Cato, você disse que viu a assinatura delas nesta sala. - Kian rosnou.

- Pelo menos podemos saber que a nossa magia funcionou. - Disse Victor, levantando uma sobrancelha.

- O que você fez com elas? - Kian exigiu.

- Você nunca saberá. - Disse Victor.

- Estou examinando a casa novamente. As digitalizações foram alteradas. Eu os encontrarei, Kian. - Disse Cato.

- Faça isso rápido.

- É hora de assumir a escória de vampiro. - Dax rosnou, ainda em sua forma meio transformada.

Ele estendeu sua espada laser criada com dispositivo de pulso com as duas mãos e investiu contra os vampiros. Eles evaporaram em farrapos de fumaça. Dax balançou no ar, girando e rosnando com o desaparecimento deles.

- Para onde eles foram? - Perguntou Aiden.

- Bem aqui. - Disse um dos vampiros.

Os vampiros apareceram atrás dos dragões. Kian se transformou e explodiu fogo na multidão; a sala pegou fogo e os vampiros gritaram.

- Eles são dragões de fogo. - Disse um dos vampiros.

- Ataque-os. - Disse Victor.

Todos os vampiros pularam nos dragões, usando suas presas. Eles eram fortes, mas não tão fortes quanto eles. Kian bateu meia dúzia de homens em seu corpo meio transformado e soltou fogo contra o resto.

- Você encontrou ela, Cato? - Kian exigiu.

- Ainda estou escaneando. - Cato disse, abaixando-se sob o golpe de um dos vampiros. Dax estava no corredor, socando, mordendo e golpeando os vampiros que o atacavam. Havia mais vindo o tempo todo e eles temiam não conseguir dar conta de todos.

- Eu não posso pegá-los. - Reclamou Dax. - Eles continuam desaparecendo como fumaça.

- Eu já arranhei três deles. - Disse Aiden. - Você tem que ser mais rápido. Você não pode simplesmente cortar, tem que usar alguma sutileza, alguma finesse.

Os dois dragões estavam de volta ao corredor enquanto os vampiros emergiam de todas as portas, atacando a tripulação de Kian. Ele tinha as próprias mãos cheias. Kian tentou distrair os vampiros de Cato enquanto examinava a mansão para Everly e Ember.

- Finesse? - Dax bufou. -Eu vou lhe mostrar finesse.


De repente, houve um rugido enorme e a cauda de dragão de Dax girou no corredor estreito.

- Muito bom! Olha o que você fez. - Aiden reclamou. - Você está preso, seu imbecil.

- Isso só significa que eles não podem sobreviver. - Disse Dax através de sua ligação mental e soprou fogo pelo corredor.

- Agora você colocou fogo em todo o lugar! - Disse Aiden, abaixando-se e desviando enquanto usava suas espadas de laser nos vampiros.

- Eu acendi a escória de vampiro! - Dax disse triunfantemente através do elo mental.

- Bem, eu cortei o pescoço de pelo menos seis. - Disse Aiden.

- Eu a encontrei! - Disse Cato. - Ela está na torre acima do terceiro andar.

- Como chegamos lá? - Perguntou Kian.

- O caminho mais rápido é pelo ar. - Disse Cato.

- Dax, abra o caminho.

Kian podia ouvir o prédio rangendo enquanto Dax voltava para sua forma de dragão. Os vampiros ainda estavam atacando por todos os lados, mas seus dentes não podiam penetrar no couro duro dos dragões. Todos os quatro homens correram pelo corredor e saíram pela porta da frente. Aiden enviou uma corrente de chamas para o sistema de som e riu através de sua ligação mental.

- Isso foi realmente necessário? - Kian perguntou.

- Você está brincando comigo? Eles têm o pior gosto musical de qualquer criatura viva na Terra. Onde encontraram essas coisas?

- Você quer calar a boca e parar de falar sobre música? - Dax disse.

- Quando você aprender a lutar, então poderá me dizer para calar a boca.

Eles saíram correndo pela porta da frente e se transformaram em suas formas completas de dragão.

- Onde ela está? - Kian exigiu através de sua ligação mental.

- Lá. - Disse Cato, enviando uma impressão para os outros três dragões.

Eles voaram até uma torre que só tinha uma única janela estreita.

- Como vamos entrar lá? - Perguntou Kian.

Eles pousaram no telhado e Kian voltou à sua forma humana, espiando pela janela.

- Ela está aqui.

Everly o viu e correu para a janela, colocando a palma da mão contra o vidro.

- Kian. - Ela choramingou. - Eu sabia que você viria.

Ela segurou Ember carinhosamente em seus braços, com a mão nas costas da cabeça do bebê.

- Afaste-se. - Disse ele. Ela fugiu da janela e Kian bateu com o cotovelo no vidro. Usando os braços escamosos, afastou os cacos para limpá-lo.

- Venha, você pode passar através desta janela.

- Temos mais vampiros entrando. - Disse Aiden.

- Mantenha-os longe de nós. - Disse Kian, tomando Ember de Everly para passá-la através da janela. - Cato, pegue o bebê.

Kian entregou a criança a Cato. Ele pegou a mão de Everly e ajudou-a a sair pela janela. Assim que conseguiu, jogou os braços ao redor dele, suas curvas suaves pressionando contra seu peito duro. Ela olhou para os outros homens.

Dax estava em sua forma total de dragão, soprando fogo indiscriminadamente ao redor dele. Aiden estava em sua meia forma com espadas laser vermelhas em chamas girando e dançando enquanto cortava os vampiros. Cato também estava meio transformado, segurando Ember protetoramente em seus braços.

- É verdade então. - Disse ela, com a boca aberta. - Vocês são dragões.

- Nós somos. Eu deveria ter dito a você antes, e me desculpe, mas não temos tempo para explicar agora. Temos que sair daqui.

Ele se transformou na frente dos olhos dela, e a surpresa em seu rosto era de partir o coração. Mas quando ele estendeu a mão para pegar a sua, ela aceitou. Kian a ergueu em seus braços, batendo suas asas para levá-la embora. Cato estava bem atrás dele em sua meia forma, segurando o bebê Ember contra seu peito.

- Não podemos matá-los. - Reclamou Dax. - Mesmo quando eu os incendeio, eles simplesmente desaparecem na fumaça e o fogo se apaga.

- E minhas espadas não estão os matando. - Disse Aiden. - Mesmo que eu os corte, eles voltam um minuto depois.

- Nós vamos sair. - Kian gritou através de sua ligação mental. - Lidaremos com isso mais tarde.

Os dragões seguiram seu líder e voaram para longe do complexo do vampiro. Utilizando o manto de invisibilidade, eles eram irreconhecíveis para o olho humano enquanto voavam pelo ar de volta para sua casa. Kian embalou Everly em seus braços e ela se agarrou ao seu pescoço.

- Sinto muito por não ter lhe contado. Eu não queria chocar você.

- Você não precisa se preocupar em me chocar agora que fui sequestrada por vampiros. - Disse ela.

- Temos escudos em volta da propriedade, mas você deve ter atravessado eles. Foi irresponsável da minha parte não te avisar, mas não vou cometer esse erro novamente.

- Eu sabia que você viria e que os derrotaria. Disseram-me que estavam preparando uma armadilha e fiquei com medo por um momento que você ficasse preso. Mas então eu disse a mim mesmo, não. Kian é muito forte e corajoso para ser enganado por esses vampiros cruéis. Ele virá para mim e Ember para salvar nós duas. Eu sabia que você faria.

Ela enterrou a cabeça no peito dele e uma lágrima escorreu de seus olhos e encharcou suas escamas.

- Eu sempre vou atrás de você. Sempre vou te proteger. E eu nunca vou manter um segredo de você novamente.


CAPÍTULO 19


Kian colocou-se gentilmente dentro do perímetro dos escudos em volta da propriedade, e Everly deslizou de seus braços. Ela olhou para ele em sua meia forma, ainda incapaz de acreditar plenamente que este homem que ela adorava era realmente um dragão.

- Eu posso dizer que você ainda está com medo mas vou explicar tudo.

Cato aterrissou ao lado dele e entregou-lhe o bebê Ember. Aiden e Dax pousaram em seguida e todos voltaram para sua forma humana, se dirigindo para a mansão.

Kian e Everly levaram Ember para o berçário, onde a prepararam para um banho. De pé junto à banheira, eles viram Ember esguichar alegremente em sua banheira de bebê. Ela parecia totalmente recuperada do trauma do sequestro.

- As crianças são muito resistentes. - Everly pensou.

- Então você também é. - Disse ele, tocando a sua mão enquanto ela deslizava uma esponja sobre o ombro de Ember.

Everly olhou para ele e viu um pai preocupado e um homem gentil apesar de momentos atrás, ter visto um guerreiro dragão escamoso. Ela soltou um suspiro profundo e relaxou os ombros.

- Diga-me, de onde você veio? Por que você está aqui?

Agora que viu tudo isso que aconteceu, não havia como voltar a enxergar ao mundo como era antes.

- Nós viemos do planeta Dragonia no extremo da galáxia. - Disse ele.

Ele puxou Ember para fora da banheira e envolveu-a em uma toalha encapuzada com um pequeno patinho na cabeça. Eles voltaram para o berçário para secá-la. Everly escolheu um par de pijamas com balões e levou-o para o trocador para Kian. Ele colocou a fralda e vestiu-a com o pijama.

- Por que você deixou o seu planeta? - Ela perguntou enquanto ele sentava na cadeira de balanço com sua filha e lhe dava uma mamadeira que trouxeram antes.

- Houve um cataclismo. - Disse ele.

Ela se sentou em frente na outra cadeira e observou-o alimentar sua filha. Ember sugava avidamente sua garrafa.

- O que aconteceu? Como você acabou na Terra com Ember?

- Nosso sol estava morrendo há mil anos. A estrela moribunda fez a taxa de natalidade feminina despencar, mas os anciãos se recusaram a sair até que fosse tarde demais. Pouco antes do sol finalmente se extinguir, havia apenas um dragão feminino deixado em existência. Ela era uma Prime feminina e por isso poderia acasalar com qualquer macho, até dragões que não fosse seu companheiro predestinado. O líder de cada Casa enviou sua semente para o Prime feminino, e ela deu à luz um filho para cada Casa. Ember era sua filha. Ela morreu logo após a eclosão dos ovos, o nascimento de tantos jovens sendo demais para seu corpo se recuperar.

- Aqueles que foram deixados, escaparam de Dragonia quando o sol finalmente se apagou. Os membros de cada Casa levaram o herdeiro final e escaparam. Eu sou o príncipe da House of Flames. Somos todos dragões de fogo. Os dragões que escaparam procuraram na galáxia por um novo lar e finalmente encontramos o planeta agora chamado Terra.

O planeta era muito primitivo quando o encontramos mas determinamos que poderíamos viver aqui, então as Casas espalharam as almas de seus ancestrais pela Terra. Nós semeamos este planeta com nosso DNA na esperança de que algum dia, quando acordássemos, existiriam algumas Dragon Souls entre a população nativa.

Naquela época, as criaturas que se tornaram humanas não eram o que são hoje. Nós esperávamos que através das gerações de evoluções, as sementes de Dragon Souls entrassem no código genético humano. Um milhão de anos depois, os seres humanos evoluíram para seres que se parecem muito com um dragão na sua forma bípede. Acreditamos que nossa semeadura pode ter algo a ver com isso.

- Todos os seres humanos são Dragon Souls?

- Não. Apenas 0,001% da população são Dragon Souls. Pelo menos, esse é o nosso cálculo. Mas apenas a influência das Dragon Souls no DNA ajudou os humanos a evoluírem para o que eles são hoje.

- E os vampiros? Como eles chegaram aqui?

- Não sabemos com certeza.

Kian balançou Ember em seu ombro e acariciou suas costas, ajudando-a a soltar as bolhas de ar em seu estômago antes de se levantar e colocá-la em seu berço. Ember estava exausta e seus olhos se fecharam quase imediatamente.

Ele levantou o queixo em direção à porta e eles silenciosamente saíram do berçário. Sentaram-se juntos na sala de estar do seu quarto, olhando pela janela enquanto o céu se abria com a chuva.

- Os vampiros. - Disse ele com um suspiro. - Ainda não entendemos completamente como chegaram aqui, mas eles eram os antigos inimigos da nossa raça. Eles se alimentavam de todas as outras criaturas em nossos sistemas estelares vizinhos. Nós sempre fomos capazes de defender os outros em nosso Quadrante Galáctico, mas quando nosso sol começou a morrer, perdemos nossa força e com o tempo os vampiros cresceram em número e força.

Quando partimos, eles ainda governavam aquela parte da galáxia. Cato realizou algumas simulações no computador que sugeriram que eles destruíram todas as outras civilizações com sua fome e carnificina implacável e em algum momento, devem ter precisado escapar de seu planeta natal e por acaso acabaram aqui.

- Eles não são os mesmos de quando saímos. Não parecem tão poderosos e também parece que perderam a sua tecnologia.

- Isso tudo é tão louco. - Disse Everly, sacudindo a cabeça. A história de Kian fazia sentido, mas ainda não parecia totalmente real. - O vampiro disse que eu sou uma alma de dragão, uma Dragon Soul. Eles me chamaram de sua companheira predestinada.

-Sim. - Disse ele. - Você é uma alma de dragão, uma Dragon Soul. Fizemos uma análise do seu DNA e ele deu positivo. Quanto a você ser minha companheira, senti isso desde o começo, mas não tinha certeza. Ao longo dos anos, os dragões perderam os seus sentidos internos quando o sol morreu e nossas fêmeas se tornaram raras. Mas eu sabia que os rumores do meu dragão e minha profunda atração só poderiam significar que você era minha predestinada. Fizemos a análise e demoramos bastante tempo porque você é humana, mas isso também deu positivo. Nós somos companheiros predestinados. Você é a única para mim e eu sou o único para você.

- Eu não tenho certeza do que tudo isso significa. - Disse ela, balançando a cabeça.

Ela colocou a palma da mão na testa e franziu as sobrancelhas. Estava muito confusa. Desde o momento em que conheceu Kian, esteve atraída por ele e queria confiar nele. Queria acreditar. Amava sua filha como se fosse sua, e o maior desejo de sua alma era estar com esse homem.

Everly desejava cuidar dele e de Ember e sentir a proteção de seus braços para sempre, mas essa ideia de companheiros predestinados, simplesmente não fazia sentido para ela. As pessoas às vezes falavam sobre almas gêmeas e todos sabiam que isso era apenas uma fantasia. Poderia ser realmente real? Poderia sua alma gêmea ser um dragão de uma distante estrela desbotada?

- Eu sei que isso é muito para absorver. - Disse ele, olhando para as mãos entrelaçadas em seu colo. - É por isso que não contei tudo de uma vez. Eu não queria chocar você.

- Entendo agora. Eu não tenho certeza do que teria feito se você tivesse me dito tudo isso antes.

- Estou feliz por você entender. Eu estava com medo de ter arruinado tudo, mas então você foi levada, e meu único pensamento era te trazer de volta.

- Obrigada, Kian.

Ele se levantou e caminhou até ela, oferecendo-lhe a mão. Ela pegou e ficou diante dele. Podia sentir o calor de seu corpo irradiando e cada impulso em seu sistema gritava para ela jogar os braços ao redor de seu pescoço e beijá-lo com força na boca. Ela queria aceitá-lo, mas ainda estava muito confusa e com medo.

- O que vai acontecer se não nos acasalarmos? - Ela perguntou.

- Essa não é sua preocupação. - Disse ele, pegando a sua mão e beijando a pele sensível dos nós dos dedos.

- Diga-me a verdade, Kian.

- Muito bem. A verdade é que, assim que acordamos, nosso impulso de acasalamento foi ativado, provavelmente devido à presença de Dragon Souls combinada com o longo sono de estase. Todos nós devemos acasalar em breve, ou isso irá nos despedaçar. Nossos dragões estão gritando para serem acasalados e não há como reverter o processo.

- O que você quer dizer com o seu dragão vai despedaçar?

- O impulso de acasalamento é forte. Podemos não sobreviver se não acasalar a tempo.

- Mas como você vai me proteger se for embora? - Ela sussurrou contra seu peito enquanto ele a segurava perto dele.

- Eu vou achar um jeito. E mesmo que meu dragão me destrua, vou fazer com que todos os outros dragões deste planeta a protejam.

- Mas eu não quero que ninguém mais me proteja. Eu só quero você.

Ela o olhou, colocou as mãos em suas bochechas e passou a ponta do polegar sobre a maçã do seu rosto, e ele soltou um suspiro longo e gemendo.

- Eu te amo. - Disse ela.

- E eu te amo, pequena humana. - Disse ele, inclinando-se para reivindicar sua boca com a dele.

- Eu quero ser sua companheira. - Disse ela enquanto se afastava. - Eu queria isso desde o começo. É o que quero mais que tudo no mundo. Amar você, amar Ember e sermos uma família.

- Oh, minha querida. - Disse ele, beijando-a novamente. - Você é tudo para mim e tudo que sempre quis. E eu te juro, te darei aquela vida feliz. Eu darei tudo o que você esperava.

Quando sua língua deslizou entre seus lábios, ele a puxou contra os músculos duros de seu corpo. Ela sabia nas profundezas de sua alma que ele cumpriria o seu juramento.


CAPÍTULO 20


Everly nunca esteve antes no quarto de Kian e ficou encantada com a cama de dossel de carvalho e as enormes janelas que davam visão para o gramado. Em uma sala de estar fora do quarto, ele montou uma mesa para dois perto da lareira.

Vestida com um vestido vermelho justo com o cabelo penteado num coque solto, cuidadosamente fez a maquiagem com os produtos do salão. Ela se sentia bem consigo mesma, feliz e completa.

Kian pegou a sua mão na porta e levou-a para a sala de estar. Eles se sentaram à mesa para dois lugares e o fogo crepitando na lareira refletiu nos olhos de Kian. Ele cruzou a mesa e pegou a mão dela, passando a ponta do polegar sobre os nós dos dedos, enviando uma sensação de desejo por seu braço e pela espinha, acendendo seu núcleo.

Everly corou timidamente e sorriu. Ele levantou as cúpulas dos pratos, revelando uma deliciosa refeição gourmet. Seu estômago roncou em antecipação e ela pegou uma faca para cortar o bife perfeitamente cozido. Deu uma mordida na boca e mastigou, saboreando o sabor da comida de Kian.

- Para um alienígena que acabou de acordar de um sono de um milhão de anos, você certamente é um bom cozinheiro. - Disse ela com uma risadinha.

- Eu gosto disso.

Comeram a refeição, conversando sobre o passado e o futuro. Everly aprendeu mais sobre o seu planeta natal e fez perguntas sobre os anos que passara em sono de estase.

- Você sonhou com alguma coisa? Você sabia que estava dormindo?

- Foi um sono profundo e sem sonhos. Quase como se não tivesse passado um dia desde que entramos pela primeira vez nas câmaras de estase.

- Isso deve ser muito estranho. - Disse ela.

- Não particularmente. Nós nunca vimos o tempo passar e não temos apego a isso. Pousamos em um planeta primitivo sem civilização e sem companheiros e entramos em estase. Acordamos em um lugar onde há cidades e estradas e, o mais importante, que possui companheiras para nós. Foi exatamente como esperávamos.

- E os outros? O que eles farão se não puderem encontrar suas companheiras?

- Espero por todos nós que suas companheiras cheguem em breve.

- E os vampiros? - Ela perguntou.

- Nós aprenderemos mais sobre os vampiros. Os mais velhos estão dormindo. É uma capacidade genética que possuem. Eles são essencialmente imortais, mas para manter sua imortalidade, precisam dormir por longos períodos de tempo e regenerar sua força. Quanto mais tempo viverem, mais fortes se tornam. Mas a maioria dos vampiros mais velhos está ausente do mundo neste momento.

- Você está preocupado com o que eles podem fazer? - Ela perguntou, dando uma mordida no bife.

- Diante da situação em que estamos agora, eu não temo os vampiros. Eles são fracos e não têm tecnologia. Um dragão pode levar várias dúzias deles sem problema. O problema é que percebemos que não podemos matá-los. Não diretamente. Então, estamos em um impasse. O maior problema é que eles preferem Dragon Souls por sua comida e já que estamos aqui para proteger tanto as Dragon Souls quanto os humanos, não vejo como podemos manter uma neutralidade com os vampiros. Levaremos um dia de cada vez em relação a eles.

- Isso parece mais sensato.

- Já falamos o suficiente sobre a guerra entre dragões e vampiros. Eu não quero que você se preocupe mais com isso. Quero que se concentre em Ember e em você mesma. E claro que quero que esteja feliz, confortável e segura. Esta guerra não é sua para lutar.

- Tudo o que afeta você me afeta. - Disse ela.

- Sei que sim meu amor, mas enquanto eu viver, minha maior prioridade é mantê-la segura e feliz.

- E você faz. - Disse ela com um sorriso.

Kian revelou dois pedaços de bolo de chocolate que ele lhes serviu enquanto bebiam seu frutado e doce vinho tinto. Ela teve que se beliscar para acreditar que estava com um homem tão lindo e protetor. Era o maior sonho do seu coração. Havia apenas uma coisinha faltando mas esperava que, em breve, ela também a tivesse.

Depois do bolo, Kian se levantou e pegou sua mão a segurando firme enquanto dançavam ao som da música lenta que tocava pelo aparelho de som em seu quarto.

Ela inalou seu aroma picante enquanto descansava a cabeça contra o peito dele. Ele segurou a mão dela na sua, a outra mão em suas costas, movendo-se em uma dança lenta. Everly sentia-se muito segura em seus braços. Era um lugar de onde ela nunca mais queria sair.

Ele se abaixou e segurou o queixo dela em sua mão, inclinando seu rosto em direção à ele para reivindicar sua boca. Everly gemeu quando sentiu sua língua deslizar sobre a dela. Colocando os braços ao redor do pescoço de Kian, o puxou para mais perto. Seu beijo ficou mais profundo e mais intenso.

- Eu devo reivindicá-la. - Disse ele com um grunhido, levantando-a do chão. Ele a levou pelo quarto e a depositou na cama enquanto arrancava sua jaqueta e camisa.

- Eu não posso esperar mais um momento. - Disse ele, rondando-a e descansando sua dureza entre as pernas.

- Oh, Kian. - Ela respirou, envolvendo os braços em volta do pescoço. Ele a beijou profundamente enquanto seu pênis pressionava contra sua suavidade.

- Você será minha para sempre. - Disse ele.

- O que você deve fazer? - Everly perguntou com um arrepio de medo descendo por sua espinha.

Kian beijou seu peito quando abria o zíper do vestido e revelava seu sutiã rendado. Quando puxou o vestido de seu corpo e devorou sua carne exposta, ele olhou em seus olhos. Seus olhos brilhavam com uma espécie de brilho animalesco, e ela podia ver o fogo de seu dragão em suas profundezas.

- Eu preciso te morder e depois injetar um veneno especial no seu sangue. Uma vez que eu a tenha reivindicado, você se tornará cada vez mais como um dragão, mais forte, com uma vida mais longa e novos sentidos.

- Vai doer quando você me morder?

- Talvez um pouco, mas pelo que aprendi, a mordida de acasalamento é altamente erótica.

- Oh. - Disse com um suspiro, quando ele puxou o sutiã e a calcinha.

Ela estava nua na cama enquanto ele mergulhava entre as pernas e passava a língua longa e úmida na fenda pressionado entre as dobras dela até o clitóris.

- Oh, meu Deus. - Engasgou quando sua língua começou a vibrar em seu botão inchado e sensível.

Ela correu os dedos pelo seu cabelo enquanto ele devorava sua boceta, deslizando sua língua entre seu clitóris e seu canal. A sensação foi se construindo até que ele deslizou dois dedos dentro de seu núcleo, pressionando para cima quando vibrava com sua língua em seu clitóris.

Seu orgasmo a alcançou jorrando e quebrou sua lucidez. Ela chamou o nome dele. Sua boceta latejava e cerrava. A sensação envolveu todo o seu corpo e ela arqueou as costas enquanto seus mamilos ficavam eretos, zumbindo de desejo.

- Oh, Kian. - Ela disse novamente.

Ele rosnou e beijou um rastro de fogo até seu estômago e sobre seus seios, sugando um mamilo e depois o outro em sua boca, estimulando a sensação dentro dela novamente. Ele recuou e tirou suas roupas, revelando seu pau enorme pela primeira vez. Everly engasgou com o tamanho, tão comprido e grosso. Parecia quase impossível caber. Ela estendeu a mão e acariciou seu comprimento com as pontas dos dedos, os olhos arregalados e a boca aberta.

- Você acha que pode tomar tudo? - Ele rosnou quando rastejou sobre ela novamente, descansando seu eixo maciço contra seu núcleo encharcado.

- Oh sim. - Disse com um grunhido, arqueando as costas.

Ela olhou para o teto enquanto ele devorava seus seios e acariciava sua boceta. Sua língua atingiu seus mamilos enquanto ele provocava seu desejo mais uma vez descansando a ponta de seu pênis contra sua abertura, avançando e tirando com a ponta. Ela gemeu com a sensação dele, querendo que a preenchesse. Querendo estar muito perto, sem espaço algum.

Kian investiu nela apenas um pouco e, em seguida, puxou para fora novamente, mergulhando ainda mais com cada impulso. Ela estava ficando frustrada e faminta com cada investida.

- Eu preciso de você. - Ela rosnou, pressionando-se contra ele.

- Devagar, pequena humana. - Ele sussurrou em seu ouvido enquanto lambia seu pescoço. - Eu não quero rasgá-la ao meio. Vou te levar gostoso e bem devagar. Abrindo-a como uma flor antes de empurrar meu pau dentro de suas profundezas. Mais e mais até você gritar de êxtase.

- Ai sim!

Kian lentamente a esticava mais a cada impulso de seus quadris. Ele era tão grosso e longo, que despedaçou sua mente. Finalmente entrando até o fundo, continuou a estocar até que seus olhos se arregalaram com a sensação. Ela nunca esteve tão cheia, completamente ocupada. Quando ele descansou seus quadris contra os dela, afundando todo o caminho até a base de seu pênis, a segurou lá, permitindo que seu corpo se acostumasse ao seu tamanho.

Ela se sentiu empalada, aberta além de sua imaginação. Tinha um senso de unidade com ele, como se tivessem se tornado um só ser. Ela rosnou e reivindicou sua boca. Ele a beijou mais e mais profundamente enquanto descansava dentro dela. Seu corpo latejava com a liberação do tamanho dele, e sua boceta apertou em seu comprimento. Ele recuou e lentamente empurrou para frente novamente.

Com esse primeiro impulso, ela veio novamente gritando, sem pensar. Kian segurou-a com força, balançando os quadris para frente e para trás em ondas enquanto a cavalgava. Sua língua lambeu a curva de seu pescoço, até o ouvido dela, beijando-a, acariciando-a. Seus dentes afiados correram sobre sua carne sensível quando ele empurrou de novo e de novo.

Ela o abraçou com força, sem saber quando um orgasmo terminou e o seguinte começou. Tudo era uma luz branca ofuscante de prazer e luxúria.

Ele rosnou em seu ouvido e seus dentes afundaram em sua carne. Sua língua de alguma forma anestesiou sua pele e tudo o que ela sentiu foi um prazer mordaz enquanto seus dentes afundavam mais. Ela engasgou quando ele mordeu com força. Seu pênis pulsou dentro dela e atirou sua semente profundamente em seu núcleo.

Ela segurou-o com força, coçando as unhas nas costas dele enquanto gozava selvagem e completamente. Sua mente se despedaçou. Ela podia sentir seu veneno alegando correndo em suas veias. Ele acendeu sua alma e a quebrou, apenas para ser juntá-la novamente mais inteira, mais completa e ligada à sua outra metade.

Este belo guerreiro alienígena, que veio de uma estrela distante para reivindicá-la e torná-la sua, era seu. Para tornar sua vida nova e bonita. Ela podia ver galáxias espalhadas pelo céu e seus corações entrelaçados com suas almas se fundindo. Ela estava perdida em uma visão de totalidade e amor. Sentia a sua semente quente afundando em seu ventre e, através de uma luz ofuscante de luxúria e paixão e conexão, eles se uniram.

Lentamente, voltou para si mesma. Os dentes de Kian escorregaram de seu pescoço quando ele lambeu sua ferida limpa, e ela se curou quase instantaneamente. Ele puxou suavemente de dentro dela e segurou-a em seus braços sob os cobertores. Everly descansou a cabeça contra o peito musculoso, ouvindo o seu batimento cardíaco enquanto ele acariciava seu cabelo e sua bochecha, beijando o topo de sua cabeça carinhosamente.

- Meu lindo amor. - Disse ele. - Estamos agora acasalados para sempre. - Ele inclinou o queixo para cima para olhar em seus olhos. -E eu vou eternamente te adorar.

Everly não pôde responder. Seu coração batia rápido demais e seus ouvidos zumbiam. Toda a sua vida parecia entrar em foco. Ela descansou contra o peito dele, segurando-o perto.

- Este é o maior e melhor dia da minha vida. - Ela sussurrou.

Everly sentiu ele a segurando perto, respirando no topo de sua cabeça, seu corpo irradiando afeto. Ela podia sentir sua mente e seu coração dentro dela. Era como se o vínculo deles permitisse que ela visse o seu interior e o sentisse sussurrar dentro de sua mente.

- Eu amo e adoro você, minha rainha. - Disse ele.

E assim eles adormeceram, cheios de sonhos felizes do futuro.


CAPÍTULO 21


Kian levou Everly para a garagem e ficou à frente dos seis carros que estavam estacionados ali.

- O que estamos fazendo aqui? - Ela perguntou, pensando que eles estavam indo para um passeio.

- Eu quero que você escolha um desses carros para sua amiga Stacy.

- Você está de brincadeira? - Ela perguntou, olhando para a fileira de carros novos.

- Claro que não. Eu sei o quanto é importante para você pagar a sua amiga de volta por tudo que ela fez por você depois do seu divórcio.

- Kian. - Disse ela, colocando os dedos nos lábios. - Isso é demais.

- Bobagem.

- Você é um homem maravilhoso. - Disse ela, jogando os braços ao redor de seu pescoço e chegando na ponta dos pés para beijar sua bochecha. - O que eu fiz para merecer você?

- Você me dá tudo o que eu sempre quis e muito mais. Eu me pergunto o que eu fiz para merecer você.

Everly soltou um suspiro profundo e sorriu, descendo da suas pontas dos pés até o chão. Ela se virou e andou em direção a fila de carros. Havia um SUV, três carros esportivos, uma caminhonete Subaru e um caminhão. Cruzando os braços, bateu com o dedo na boca, considerando qual carro Stacy apreciaria mais. Ela estava dirigindo um Volvo 1995 enferrujado e caindo aos pedaços.

- Acho que devíamos dar a ela o Subaru. - Disse apontando para a carro de tração nas quatro rodas.

- Boa escolha.

- Como vamos entregar este carro para ela?

- Eu pedi a Dax para levá-lo conosco para a cidade.

- Muito obrigada. Ela vai ficar muito feliz.

Dax entrou na garagem e pegou as chaves do Subaru. Kian e Everly colocaram Ember no banco de trás do SUV.

- Você tem certeza que quer dar esse carro? Eu gosto de dirigir este até a praia para surfar.

- Você pode simplesmente usar o caminhão. - Disse Kian. - Temos algo importante para fazer para Everly.

Dax encolheu os ombros e abriu a porta do Subaru. - Bem, vamos fazer isso então. Podemos parar naquele café? Gostaria de obter um café com leite triplo com creme extra de baunilha e calda de chocolate.

- Claro. - Disse Kian. - O que é uma viagem para a cidade sem um café mocha triplo?

Everly riu e todos subiram nos carros com o casal partindo primeiro e Dax os seguindo.

A viagem para a cidade levou algumas horas, mas valeu a pena. Eles atravessaram o café e compraram café com leite gelado.

- Ela está no café agora no trabalho. - Disse Everly, enquanto saíam do local.

- Então vamos deixar o carro lá fora.

- O que vamos dizer à ela?

- Que seu chefe bilionário se apaixonou por você?

- Isso soa plausível. - Disse Everly com uma risadinha.

Eles dirigiram para a frente de um restaurante da Quinta Avenida e estacionaram nos fundos. Tendo acabado de terminar seu latte mocha, Everly estava se sentindo um pouco enérgica. Kian tirou Ember do assento do carro e carregou-a em uma tipoia no quadril.

- Uma mesa para três? - A recepcionista perguntou.

- Estamos aqui apenas para ver Stacy Morgan. - Disse Everly.

- Stacy? Eu vou chamá-la imediatamente.

A recepcionista correu para dentro e Stacy saiu um instante depois, vestida com seu uniforme rosa e avental branco.

- Everly! - Ela disse, correndo para a amiga. - Eu senti tanto a sua falta. Como você tem andado? E quem é esse?

- Stacy, este é o meu noivo, Kian. - Disse Everly, tentando encontrar o melhor equivalente de companheiro. - E nosso amigo Dax.

- Ele era seu chefe? - Stacy perguntou em um sussurro.

- Uh huh.

- E o que trouxe você para a lanchonete?

- Nós só queríamos trazer algo para pagar por tudo que você fez por mim.

- Não foi nada. Para que servem os amigos? - Stacy disse, olhando para Dax e Kian.

- Você me ajudou na parte mais difícil da minha vida, e agora eu quero te pagar de volta. Sei que você está lutando então, nós trouxemos uma coisa bem legal.

- E o que você me trouxe? - Stacy perguntou.

- Venha para fora e veja por si mesma. - Disse Everly.

Dax levantou as chaves e as pendurou no ar.

Todos eles saíram do café e caminharam pelo estacionamento até onde os carros estavam estacionados. Dax apertou o botão de desbloqueio do Subaru e as luzes brilharam. A boca de Stacy se abriu quando viu o carro. Dax deixou cair as chaves nas mãos dela.

- Isso é para você. - Disse Dax. -Podemos pegar outro café com leite agora?

- Ele me comprou um novo Subaru? - Stacy gaguejou, aproximando-se da caminhonete.

- Seu Volvo estava caindo aos pedaços. - Disse Everly.

- Eu preciso assumir os pagamentos ou algo assim? - Perguntou Stacy.

- Não. É todo seu, livre e claro. - Disse Kian.

- Mas isso é demais. - Disse Stacy.

- Não é demais. Você esteve lá para a minha companheira quando ela mais precisou de alguém para ajudá-la. Eu levo isso muito a sério. Este carro não é nada comparado a esse tipo de lealdade.

- Muito obrigada. - Disse Stacy, voltando-se para Everly e jogando os braços em volta dela.

As amigas se abraçaram e Everly pôde sentir as lágrimas de Stacy pingando em seu ombro. Ela esfregou as costas e se afastou, olhando para o rosto da amiga. Lágrimas escorriam por suas bochechas.

- Eu sei que você estava sofrendo quando me aceitou, mas você nunca reclamou ou me fez sentir mal. Minha vida tomou um rumo completo para melhor, e nós queríamos compartilhar nossa boa sorte.

- Você não tem ideia do quanto isso ajuda. Eu tive que levar meu Volvo para a loja e descobri que custaria mil dólares para substituir o motor. Eu simplesmente não tinha isso e teria que pegar o ônibus para a aula e para o trabalho. Isso iria me atrasar completamente. Você está basicamente salvando minha vida agora.

- Estou feliz por poder ajudá-la. - Disse Everly. - Isso estava pesando na minha consciência desde que saí.

- A lealdade dos amigos é importante para nós. - Disse Kian.

- Obrigada, Kian. E obrigada por ser tão boa com Everly. Nunca a vi tão feliz.

Ela estendeu a mão para apertar a de Kian e ele segurou com as duas dele.

- Ela me deu tudo o que eu sempre quis e mais. Ela é a melhor companheira que eu poderia ter pedido.

Stacy pronunciou a palavra "companheira" e encolheu os ombros, olhando para trás Everly.

- Podemos pegar outro café com leite agora? - Dax perguntou.

- Em um minuto, Dax. Tenha um pouco de paciência.

- Eu realmente devo voltar ao trabalho. - Disse Stacy.

- Mantenha-me atualizada sobre seus estudos. Se você precisar de mais alguma coisa, eu não quero que você hesite em ligar.

- Meu último ano de pós-graduação vai ser muito mais fácil agora que eu tenho um carro novo. É realmente incrível. Ainda não consigo acreditar. - Ela abraçou Everly mais uma vez com lágrimas nos olhos e virou-se, acenando antes de voltar para o café.

- Meu coração está todo quente e confuso agora. - Disse Dax. - Mas eu ainda quero outro café com leite.

- Tudo bem, Dax. Tudo bem. - Disse Kian. - É melhor voltarmos para a mansão.

Todos eles se ajeitaram de volta no SUV. Everly estava se sentindo melhor do que se sentia em muito tempo e mal podia conter sua alegria. Queria retribuir Stacy desde que saíra para trabalhar para Kian e agora parecia que o ciclo estava completo. Sua amiga esteve lá para ela e agora ela poderia estar lá para sua amiga.

Everly olhou para Kian e sorriu. Seu coração era tão grande quanto seus ombros eram largos. E ela sabia que ele poderia suportar o peso de seu passado e seu futuro. Ele era um homem que poderia trazer equilíbrio e clareza à sua vida e agora que ela pertencia a ele, sabia que sempre teria uma base sólida para se apoiar. Ele havia dado lhe isso e ela pôde comprovar quando presentearam Stacy com um carro. Ela podia vê-lo com maior clareza. Foi como sair pela luz do dia pela primeira vez. Uma lágrima deslizou por sua bochecha e ela afastou-a. Kian olhou para ela.

- Você está bem? - Ele perguntou.

- Estou melhor do que bem. Eu nunca estive melhor.

- Vamos tomar um café agora? - Dax perguntou.

- Sim, Dax. - Kian rosnou.

Everly riu no banco da frente e olhou para Ember através do espelho na traseira do banco do carro. A bebê dormia tranquilamente. Dax estava examinando a rua, procurando outro café e uma palavra entrou imediatamente em sua mente como um sinal de néon piscando.

Família.


CAPÍTULO 22


A bola branca estalou contra a bola listrada e voou para o buraco no canto.

- Sim! - Disse Kian, bombeando seu punho como um ser humano.

- Oh, vamos lá! - Disse Aiden, segurando o taco de sinuca em seu punho cravejado de joias.

- O justo é o justo. - Disse Kian. -E nossa equipe começou primeiro.

- Isso é injusto porque quem vai primeiro vence. - Disse Cato.

Dax segurou o taco de sinuca sobre os ombros, apoiando os braços sobre o bastão. - Eu acho que isso funciona muito bem. - Disse ele.

Dando outra tacada, Kian bateu as três bolas listradas em vários bolsos da mesa e sorriu para Cato e Aiden, que juntos formavam o time adversário.

- Isso é golpe. - Disse Aiden, colocando seu taco de volta no rack.

- Golpe? - Perguntou Cato, parado à margem, olhando para um holograma do seu dispositivo de pulso.

Everly segurava Ember no canto da sala onde brincavam com um chocalho. a bebê jogou o brinquedo e Everly arrulhou para ela antes de sorrir para seu companheiro que fez a sua próxima tacada e afundou o resto das bolas listradas nos bolsos, terminando com a última bola oito.

- Oh, vamos lá. - Disse Aiden, revirando os olhos e rosnando.

- Talvez vocês devessem propor novas regras. - Sugeriu Everly. - Seria mais divertido assim.

- Se minha companheira acha que devemos fazer novas regras, nós faremos novas regras. Cato, você pode criar uma "sinuca de dragões" para nós?

-Sim. Mas primeiro tenho algumas informações que você deve saber.

- E quais são? - Kian perguntou, esticando o pescoço para olhar o holograma de Cato.

- Como você sabe, deixei sensores na mansão do vampiro, então pude acompanhar seus movimentos e o que estão fazendo. Eles continuam com seus atos nefastos e parece que estão segurando uma Dragon Soul na mansão deles agora.

- E quem é ela? - Perguntou Kian.

Cato girou o dedo sobre o pulso e projetou uma foto de uma linda jovem, parada perto de uma janela, olhando desolada para o terreno da mansão dos vampiros. Dax deixou cair o taco de sinuca no chão e foi até o holograma.

- Quem é ela? - Dax sussurrou, tocando o holograma do rosto com as pontas dos dedos.

- Pelo reconhecimento facial e análise de DNA, pude determinar que o nome dessa jovem é Aria Maxwell. Ela é uma espécie de voluntária para idosos em um asilo. Os vampiros a encontraram e a sequestraram, levando-a para a mansão deles para drenar o sangue dela.

- Não podemos deixar isso acontecer. - Disse Dax.

- Claro que não podemos. - Disse Cato.

- Vocês têm que salvá-la. - Disse Everly. - Esses vampiros são demônios horríveis.

- Não se preocupe, meu amor. Nós vamos salvá-la. - Disse Kian.

- Ela é tão bonita. - Dax murmurou para si mesmo. - Eu vou pegá-la agora.

Dax saiu correndo pela porta, mas Kian pegou seu ombro no caminho, puxando-o de volta para a sala de bilhar.

- Não, você não vai. Nós vamos elaborar um plano e iremos juntos.

- Mas eu não posso deixá-la lá.

- Dax, você não vai sair sozinho sem um plano. Você pode ser capaz de enfrentar três dúzias de vampiros de uma só vez, mas vamos nos sentar e criar uma estratégia para o resgate dela.

- Eu não posso deixá-la ficar lá por mais um minuto!

- Eu entendo que você queira proteger esta Dragon Soul, mas precisamos pensar racionalmente.

Dax afastou a mão de Kian e resmungou enquanto saía da sala.

- O que deu nele? - Perguntou Aiden.

- Eu não sei. - Disse Kian. - Dax é geralmente feliz e descontraído.

- Ele não gosta de ver ninguém ferido. Isso está deixando-o irritado. - Disse Cato.

Kian se virou para Everly e pegou a mão dela.

- Vamos criar uma estratégia para salvar a Dragon Soul. Poderemos ficar em discussão pelo resto do dia. Eu quero ter certeza de que você e Ember ficarão bem.

- Enquanto os escudos de defesa estiverem em alta, tudo ficará bem. - Disse ela bravamente.

Ele se abaixou para abraçar a sua companheira. Estava muito orgulhoso de sua companheira pois desde que a reivindicou, a força de sua Dragon Soul estava se transformando. Everly sempre foi uma mulher forte, mas agora que a alegação ativou a sua alma de dragão, estava ainda mais forte e mais capacitada para ajudá-lo a liderar a House of Flames como uma verdadeira rainha.

Ele beijou sua bochecha e quando sentiu seu o cheiro; algo extraordinário o atingindo como um asteroide caindo do céu.

- Everly. - Ele sussurrou.

Cato e Aiden saíram da sala, deixando-os sozinhos com a pequena Ember. Ele piscou várias vezes, olhando para sua linda companheira.

- O que foi? - Ela perguntou, sentindo seus pensamentos, seu humor e suas emoções.

- Você está... você está grávida!

- Eu estou grávida? - Ela repetiu, segurando Ember em uma mão e sua barriga com a outra.

Ele a reivindicou na noite anterior e se sentiu o homem mais sortudo do mundo, mas depois de descobrir que sua semente já havia se enraizado em sua barriga, não acreditava que pudesse se sentir mais feliz do que neste momento.

- Sim, é verdade. - Disse ele. - Você está carregando meu filho.

- Oh, meu Deus! - Disse ela, abraçando Ember. -Agora nossa família estará completa. Você, eu, Ember e o bebê. Oh, Kian.

Ela descansou em seus braços quando ele a abraçou e beijou o topo de sua cabeça. Everly o encarou com adoração, e ele olhou em seus lindos olhos azuis, enviando-lhe a mesma adoração de volta.

- Eu te amo muito. Estou tão feliz.

Ele a segurou por longos momentos, não querendo deixá-la ir. Era seu desejo mais profundo encontrar sua companheira e começar uma família e quando acordou da estase quase não acreditou que isso fosse possível. Mas no momento em que a viu pela primeira vez, sua esperança voltou à tona. Agora eles ficariam juntos para sempre, criando uma dinastia neste planeta.

- Estou muito orgulhosa de ser sua companheira. - Disse Everly. - O que você está fazendo para proteger humanos e as Dragon Souls dos vampiros, é a causa mais digna que eu poderia esperar para defender. Tenho sorte de estar aqui com você, para ajudá-lo, para nunca parar de lutar, principalmente de proteger o que é verdadeiro e bom.

- Eu a conheço, meu amor. Você é verdadeiramente uma alma de dragão. Juntos, vamos ajudar seu planeta a se tornar o mundo que deveria ser. Cheio de amor e esperança.

- É melhor você ir para o porão e começar sua sessão de estratégia antes de Dax fugir por conta própria. - Disse ela com uma risadinha, balançando Ember em seus braços. - Ember e eu ficaremos bem por conta própria. Vou até a creche para colocá-la dormir e depois para o nosso quarto ler um livro na cama. - Ela piscou para ele. - Você me encontra lá quando terminar, ok?

Ela riu e saiu e ele ficou observando suas curvas enquanto ela passava pela porta. Seu desejo era incessante e ele teria que violá-la novamente o mais rápido possível. Ela olhou para ele por cima do ombro, sentindo seus pensamentos e enviou-lhe um beijo no ar, continuando a subir as escadas com Ember. Ele soltou um longo e satisfeito suspiro. Essa mulher era tudo na sua vida.

Ele fez o que ela pediu e foi até o porão para encontrar seus homens esperando por ele.

- Então. - Disse ele. - Vamos bolar um plano.

- Eu digo que devemos entrar e queimar a casa deles. - Disse Dax.

- Eu estava pensando em uma abordagem mais sutil. - Aiden disse.

- Estou acompanhando os movimentos da garota. Ela parece estar na torre noroeste. - Disse Cato.

- Suspeito que os vampiros tenham novas proteções contra dragões agora que sabem que estamos aqui. - Disse Kian.

- É lógico que entrar em seu complexo será mais difícil do que nas duas últimas vezes. - Disse Cato.

- Eu não quero mais falar. - Disse Dax. - Eu exijo ação. - Ele bateu com o punho no terminal do computador, enviando uma fenda tremendo através da sala inteira.

- Tudo no devido tempo, Dax. Vamos sair em breve e salvaremos a garota. Por que você está tão fora de forma de qualquer maneira? - Kian perguntou.

- Porque ela é minha.


CAPÍTULO 23


Kian foi até o quarto dele e de Everly e encontrou-a esperando na grande cama de dossel. Velas estavam acesas ao redor da sala e música suave tocava no sistema de som. Ela estava debaixo do cobertor lendo um livro, os montes de seus seios escondidos sob o edredom macio. Ele se aproximou, cheirando o ar, espesso com seu perfume.

- O que você está lendo? - Ele perguntou, sentando-se ao lado dela. Ela largou o livro e o olhando, sorriu. - É um romance sobre uma garota que foi resgatada por um belo príncipe.

- Pelo visto o que essa garota não sabe é que ela o resgatou de volta.

Um sorriso suave curvou em seus lábios, e ela estendeu a mão para ele, segurando seu rosto. Sua mão delicada em sua bochecha fez o seu dragão interior roncar para a vida. Ele se inclinou e a beijou. Casa. Cheirando o aroma de sua pele, sentindo sua palma macia contra seus lábios, ele agarrou a sua mão e beijou seu pulso, puxando-a para mais perto, subindo com seus beijos por seu braço.

Ela engasgou quando ele chegou ao seu pescoço e lambeu a pele sensível atrás da orelha. As cobertas caíram revelando seu corpo. Ela vestia com uma camisola branca fina que apenas sugeria seus seios empinados embaixo. Ele passou a mão pelo tecido, sentindo os mamilos eretos sob o toque e beijou seu pescoço segurando seu rosto em suas mãos, olhando profundamente em seus olhos.

- Você é a mulher mais linda que conheço. - Ele disse.

Ela engasgou novamente, caindo em seu abraço. Ele a abraçou e reivindicou sua boca. O gosto dela fez seu dragão rugir. Ele a puxou contra seu corpo, sentindo a curva suave de sua carne sob suas mãos enquanto a beijava mais profundamente. Suas línguas dançavam sensualmente e devagar. Ela gemeu sob o beijo e o cheiro de seu corpo encheu o ar. Ele passou as mãos pelos seios e pelo quadril, deslizando os dedos por baixo da camisola de seda. Ela não estava usando calcinha! Aproveitando, Kian deslizou o dedo entre as pernas e apertou o clitóris com a ponta do polegar. Ela gemeu quando ele girou o polegar em torno de seu botão de prazer ereto.

- Você vai gozar para mim, pequena companheira? - Ele rosnou.

Puxando-a para o seu colo, ele segurou a parte de trás do seu pescoço, beijou-a com força e vibrou o polegar em seu botão de prazer. Ela gemeu, seus seios arfando, suas pernas abertas. Ela ficava mais molhada com cada movimento de seu polegar e ele queria sentir o orgasmo apertar em seus dedos. Ela entrou em erupção com prazer, seu corpo ficando rígido enquanto gemia em sua boca.

Everly apertou os braços ao redor de seu pescoço e seu núcleo pulsou em sua mão. Kian correu os dedos para cima e para baixo em sua fenda enquanto ela tremia sob ele. Ele a deitou do outro lado da cama enquanto afundava entre as pernas dela. Puxando sua camisola para baixo, revelou seus seios que preguiçosamente lambia enquanto ela jazia gemendo embaixo dele. Ela passou os dedos por seus cabelos enquanto Kian chupava os mamilos, mordiscando a carne tensa.

- Oh, sim. - Ela gemeu. -Você é meu rei.

- E você é minha rainha.

Este era o conto de fadas que eles viveriam juntos. Agora que estavam acasalados, eles eram o Rei e a Rainha da House of Flames. Ele afundou entre as pernas dela, lambendo os sucos que fluíam de seu toque. Ele adorava prová-la, madura e molhada de sua liberação. Ele a lambeu devagar e com fome, até a última gota.

- Oh, Kian. - Ela gemeu. -Você me dá muito prazer.

Ele rosnou e olhou para ela.

- É o meu desejo mais profundo te dar prazer todos os dias da sua vida.

Ela gemeu, arqueando as costas enquanto olhava para o teto. Ele agarrou seus quadris e lambeu sua boceta novamente. Amava a sensação de sua carne macia sob a língua. Adorava o sabor e o aroma dela. Ele tomou um longo gole enquanto lambia sua fenda e a abaixava novamente. Kian enfiou a língua em seu canal enquanto girava o dedo em seu clitóris. Ela ofegou bruscamente e olhou para ele, deixando escapar uma exclamação de surpresa.

- Oh, meu Deus. Meu rei! - Ela gemeu.

Ele substituiu sua língua com os dedos dentro de seu canal, batendo em seu botão de prazer, empurrando os dedos ensopados e molhados dentro e fora dela. Ele os enganchou para cima, encontrando o ponto esponjoso que Everly parecia amar ser acariciado. Com sua língua em seu clitóris e seus dedos dentro dela, seu corpo inteiro vibrou quando ela gemeu e gritou com a liberação. Ele adorava vê-la gozar. Dava-lhe mais prazer do que seu próprio orgasmo. Ele ainda a segurou enquanto trabalhava em seu corpo. Sentindo o pulso de sua boceta em seus dedos, ele não aguentou mais. Precisava estar dentro dela. Quando ela desceu do orgasmo, ele arrancou a roupa e afundou entre as coxas molhadas. Ela colocou os braços ao redor do seu pescoço e o beijou avidamente.

- Eu amo você, Kian. Eu te amo muito.

- Eu te amo mais do que as palavras poderiam expressar. - Ele acariciou sua bochecha com as costas de seus dedos.

Kian deslizou seu eixo duro sobre sua fenda molhada, preparando-a para levá-lo. Ela estremeceu e soltou um grito estridente quando ele acariciou sua vagina em longos e lânguidos golpes.

Ele inclinou a cabeça de seu pênis contra a abertura dela, avançando ligeiramente. Everly gemeu e jogou os braços ao redor de seus ombros, cravando as unhas nas costas dele. Ele acariciou seu pescoço, lambendo e mordiscando sua orelha.

- É tão bom estar dentro de você. - Ele gemeu. - É como se você fosse feita para mim.

- Oh, sim. - Ela gemeu.

Ele deslizou, esticando seu canal aveludado em torno de seu eixo. A cada centímetro, deslizava mais fundo dentro dela, sentia-se mais ele mesmo, em casa, como se tivesse encontrado seu lugar a qual pertencer no universo. Foi a coisa mais linda que ele já experimentou. E morreria mil mortes apenas para sentir de novo.


Kian afundou mais quando ela estendeu a mão e reclamou sua boca, empurrando a língua entre os lábios. Ele segurou seu rosto com as mãos, acariciando suas bochechas com as pontas de seus dedos e deslizou para a base de seu pênis, descansando lá enquanto sua boceta pulsava ao redor dele, apertando e ordenhando seu pênis. Ele rosnou em seu pescoço, correndo as mãos por seus quadris e agarrando suas coxas. Seu corpo apertou-o, enviando-o para perto do limite de seu próprio clímax.

- Eu me sinto muito bem quando você está dentro de mim. - Disse ela, quase histericamente.

Ele descansou lá enquanto os últimos vestígios de seu orgasmo pulsavam ao redor dele, reunindo suas forças para lhe dar mais prazer. Ele se afastou e deslizou dentro dela novamente. Seu corpo se acostumara com ele e agora era como uma bainha quente e sedosa para seu eixo. Empurrou para dentro de novo e de novo, bombeando seu amor e desejo, mais profundo a cada vez. O som de seus quadris batendo contra sua carne encheu seus ouvidos enquanto ele investia nela com puro abandono.

Ela segurou frouxamente os seus ombros enquanto revirava seus olhos. Sua boceta apertou no tempo com seus impulsos. Ele sabia que ela estava vindo de novo e de novo, e a manteve naquele estado suspenso de prazer, naquele lugar perfeito, onde eles eram um. Seu prazer pulsava ao redor deles como um batimento cardíaco de conexão. Perfeito e maduro com possibilidades. Agora que ela tinha o dragão dele crescendo dentro dela, a vida deles estaria completa. Eles seriam uma família.

Kian segurou seu rosto em uma mão e seus quadris com a outra, inclinando o pequeno corpo curvilíneo para empurrar mais e mais enquanto ela pulsava, apertando prazerosamente seu pênis. Ele não podia mais segurar. Sentiu a pressa profunda de seu prazer na base de sua espinha enquanto seu pau endurecia, aproximando-se cada vez mais perto da liberação.

Ele gemeu na curva de seu pescoço, passando os dentes afiados sobre sua carne e gritou com uma voz profunda e gutural quando gozou as palavras que não se traduziam em nenhuma língua humana. Ele atirou sua semente profundamente dentro dela. Faíscas de desejo ardiam brilhantes ao redor deles. Sentiu sua vagina se agarrar a ele quando entrou em erupção em seu ventre. Seu sêmen bombeou com o batimento cardíaco. Foi magnífico e deslumbrante. Ela o segurou perto enquanto ele respirava em seu pescoço. Seu desejo e amor por ela tão profundos que mal podia contê-los.

- Oh, meu amor. - Ela sussurrou em seu ouvido. - Seu amor é tão lindo.

Ele ficou sem fala. Bêbado de seu amor e muito grato por a ter encontrado. Além do espaço e do tempo, além de toda a sua imaginação. Ele esperou um milhão de anos por isso, e valeu a pena cada momento.

Depois que se separaram, a abraçou sob os cobertores, contra o peito, enquanto acariciava seus cabelos. Não queria deixar este lugar perfeito, mas sabia que tinha que protegê-la dos perigos do mundo. Os vampiros eram uma ameaça sempre presente e ele não descansaria até que fossem neutralizados.

O monitor de bebê veio à vida com o choro de Ember. Ele sorriu e beijou o topo da cabeça de Everly quando ela olhou para cima.

- Eu vou buscá-la.

Ela vestiu o roupão e ele vestiu a calça do pijama enquanto desaparecia no novo berçário do quarto dele. Ela retornou alguns momentos depois com a filha no colo. Everly trouxe a bebê para a cama e se aconchegaram juntos com Ember entre eles. Eles olharam nos olhos um do outro e depois para a doce filha em comum.

- Eu não sei como você se sente sobre isso, mas não posso deixar de sentir que Ember é minha. É como se eu fosse sua mãe.

- Eu não diria de outra maneira. - Disse Kian, acariciando a bochecha de Everly com as costas dos dedos. - Você é a única mãe que ela realmente conheceu.

- Mas e a Dragoness Prime?

- É uma honra para sua memória que você cuide de sua filha como uma mãe faria. Ela se sacrificou pela preservação de nossa espécie. Eu sei que sua alma está feliz agora que todos nós nos encontramos e que estamos uma família.

- Estou tão feliz, Kian. Eu não sabia como dizer isso. Achei que talvez fosse desrespeitoso com ela.

- É tudo menos desrespeitoso. É o respeito mais profundo que você poderia dar ao sacrifício dela.

Ela estendeu a mão e acariciou seu rosto. Ele agarrou a mão e beijou sua palma. Ember riu entre eles, balançando e batendo no colchão com as palmas das mãos.

- Ela é um bebê tão doce. - Disse Everly, beijando a mão do bebê. - E que logo terá um irmãozinho ou irmã para brincar.

Kian olhou nos olhos de Everly quando disse isso, sentindo-se grata por eles estarem juntos. Seu coração estava quase explodindo. Agora que havia encontrado sua querida doce rainha, sua vida fazia sentido. Sua missão neste planeta estava sendo cumprida.

Ele tinha uma mulher para inspirá-lo a se tornar o Guardião que este planeta merecia, para se tornar o homem que ele deveria ser. Deste dia em diante, todo dragão que despertasse tomaria o seu lugar ao lado de Kian, protegendo as pessoas da Terra, criando um amanhã melhor, para o amor e para a família.

 

 

 

Notas

 


[1] Música de Led Zeppelin
[2] National Public Radio é uma organização de comunicação social, sem fins lucrativos e de titularidade pública do governo dos Estados Unidos. Financiada por iniciativa pública e privada e, especialmente, por doações dos seus ouvintes, serve de sindicador para uma rede de 900 emissoras de rádio públicas no país.

 

 

                                                   Scarlett Grove         

 

 

 

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