Biblio VT
Series & Trilogias Literarias
Lainey
Atualmente, estou atolada com pedidos de bolos personalizados.
Não tenho tempo para namorar ou me envolver com alguém.
Certamente não tenho tempo para ficar presa em um elevador enquanto faço uma entrega.
Mas o homem com quem estou subindo no elevador me faz repensar minhas prioridades.
Ele é extremamente sexy, irresistível e me olha como se eu fosse a sobremesa.
Eu poderia me apaixonar por ele, se apenas me permitisse.
Mitch
Eu nunca pego o elevador.
Mas quando vejo a bela curvilínea parada lá dentro, abandono as escadas e entro.
Que sorte a minha de ficarmos presos.
Ela não tem ideia de quem eu sou, e tenho que admitir, é revigorante conhecer uma mulher que não está atrás do meu dinheiro.
Quanto mais tempo estamos presos, mais difícil é resistir a ela.
E para ser honesto, não quero. Eu quero torná-la minha.
Capítulo Um
— Lainey? — Minha irmã Hannah liga de seu escritório.
Engulo um grunhido, mantendo meu olhar focado no fondant cuidadosamente moldado. Estou dando os toques finais no meu último pedido de bolo especial e minhas irmãs sabem que não devem me interromper neste estágio. Deve ser importante, ou Hannah não arriscaria minha ira. Ainda. — Só um segundo.
— Tenho más notícias.
Minhas mãos congelaram, pairando sobre a obra-prima em forma de carro clássico para a celebração do Anderson Auto. Meu primeiro receio é que minha melhor amiga Celia esteja cancelando sua rara visita. Eu não a vejo desde que abrimos Sprinkles on Top quase cinco anos atrás. — O que é isso?
— Mark. Ele está com gripe.
Mark é nosso motorista de entrega. Ele é confiável, flexível e nunca ligou para dizer que está doente. Desde que o contratamos, alguns anos atrás, não tive que entregar um único bolo. — Você está brincando.
Hannah mantém o telefone longe do ouvido, uma expressão de nojo no rosto. — Não, tenho certeza que ele está dizendo a verdade. Quer falar com ele?
Eu balanço minha cabeça, já calculando os minutos perdidos que esta entrega vai me custar se eu não conseguir convencer uma das minhas irmãs a assumir a tarefa. O único ponto positivo é que limpei minha agenda parao resto do fim de semana para mostrar a casa a Celia. — Diga a ele que desejos suas melhoras.
Ignorando o coro constante de vozes, bipes de fornos e panelas barulhentas que me cercam, eu me concentro no bolo. Preciso terminar. Agora.
Pegando meu saco de confeitar meio cheio, folheio a variedade de minúsculas partes de fondant ainda esperando para serem adicionadas. Restam apenas a grade decorativa dianteira e a placa personalizada. Decorar bolos é um trabalho de amor. Eu escapei para projetá-los do jeito que algumas pessoas escapam dos livros.
— Uau, isso está deslumbrante! — Eliza diz de passagem, sem dúvida a caminho do depósito para mais granulados.
— Acha que vai ser elegante o suficiente? — Não importa quantos bolos eu faça, ou quantos elogios eles recebam, fico nervosa cada vez que um bolo sai da confeitaria. Hoje, essa ansiedade se justifica.
Os Andersons são a família mais rica da cidade. Um grande império corporativo que parece deslocado entre a atmosfera amigável de uma pequena cidade. Ame-os ou odeie-os, eles têm muita influência. Recusar o pedido significaria uma má reputação para a Sprinkles on Top - esse é o poder que eles têm sobre todas as pequenas empresas da cidade. Eu nunca tomaria uma decisão que prejudicasse a confeitaria que minhas irmãs e eu trabalhamos tanto para construir.
Então, coloquei meu orgulho de lado e trabalhei pra caramba para criar um bolo que se encaixasse em sua reputação - elegante, brilhante e meticuloso. Afastando-me agora, procuro por imperfeições. Não vou permitir nenhuma.
Eliza toca meu braço. — Se eles reclamarem daquele bolo, todos e cada um deles terão que examinar a cabeça.
— Não acho que você quer ter a sorte de entregá-lo hoje à noite?
— Desculpe, não posso. Amelia tem um concerto na escola.
Conforme o dia passa, descubro que acontece o mesmo com o resto das minhas irmãs. Todo mundo tem outro lugar para estar ou outro compromisso. Sou a única que tem entrega hoje.
Termino meu dia na confeitaria e relutantemente carrego o bolo para fazer a solicitação de entrega imediata às 18h.
— Não tenho tempo para isso, — murmuro, parando em uma vaga reservada para hóspedes perto da porta da frente. Claro, pode ser apenas o medo de entrar neste edifício gigante. Minhas irmãs e eu nunca tivemos muito dinheiro enquanto crescíamos. Nossa família se dava bem, mas fomos ensinadas a ser felizes com as coisas mais simples.
Empurrando o carrinho para o prédio mais alto da cidade - brincamos que o escritório corporativo da Anderson Auto é nosso mini arranha-céu - respiro fundo. Entrar e sair. Dez minutos no máximo. Este edifício é um evidente ostentação do império Anderson. Tudo nele é exagerado, desde o piso de mármore até o enorme lustre pendurado em um teto alto e louco.
Apenas acabe com isso.
Entregar este bolo para a celebração da festa do escritório é a última coisa a ser acrescentada à minha lista completa hoje. Pelo menos depois que isso for feito, posso ir para casa e me preparar para a chegada de Celia. Minhas irmãs foram avisadas de que não terão notícias minhas antes de segunda de manhã. Haverá muito vinho, sobremesa e risos neste fim de semana. E talvez um pouco mais de sobremesa.
Empurro o carrinho pelas portas de vidro deslizantes, tecendo meu caminho através da vasta área cheia de cadeiras de couro, e sigo em direção ao elevador. O saguão está deserto, como me disseram que estaria. Todos estão no último andar, esperando para comemorar algum marco importante para a gigante automobilística.
Enquanto espero o elevador descer para o primeiro andar, vejo alguém entrando no prédio. Apresse-se, elevador! Não estou com vontade de conversar com um estranho durante todo o caminho até à festa.
O elevador apita e eu coloco meu carrinho para dentro. Solto um suspiro de alívio quando as portas começam a fechar. Não é que eu seja anti-social. Acabei de ficar sem paciência para esta semana e estou ansiosa para começar meu fim de semana.
O próprio pensamento me faz sorrir como uma idiota. Não me lembro da última vez que tive um fim de semana de folga. A palavra perdeu sua qualidade brilhante.
— Espere! — Uma mão se estende entre as portas quase fechadas, me fazendo gritar. — Se importa se eu pegar uma carona? — O timbre profundo de sua voz chega aos meus ouvidos antes que eu tenha um vislumbre. O terno e a gravata que espero ver estão faltando. De jeans, uma camisa quadriculado de botão, barba e desalinhado, este homem alto, de ombros largos, olha perdido.
— Qual o andar? — Limpo minha garganta, esperando me livrar da gagueira nervosa que não deveria.
— Décimo.
— Você vai para a festa? — As palavras saem antes que eu possa controlá-las. Elas parecem rudes e críticas. Nunca quis parecer assim, mas minhas irmãs me mantêm atrás por um motivo. Raramente digo mais do que três palavras a qualquer cliente que não peça um de meus bolos.
— Vou, infelizmente. — O homem se inclina para mais perto, estendendo a mão. — Sou Mitch.
Fico olhando para sua mão por alguns segundos e o julgo mais uma vez. Muito duro para um lugar como este. — Lainey, — eu digo, levantando minha mão em direção à dele. Quando nossos dedos se tocam, meu pulso triplica. Seu toque é quente e... perigoso. Sim, muito perigoso. Quanto mais cedo a viagem de elevador acabar, melhor.
Capítulo Dois
Mitch
Estive temendo esse evento a semana toda, mas mamãe teria me matado se eu perdesse. Como herdeiro do Império Anderson Auto, ela me lembra apenas a cada dois dias que meu estilo de vida atual é apenas uma suspensão da execução. Meus pais me permitindo trabalhar em uma garagem em vez de no escritório corporativo é um favor. Nada mais.
Pelo menos tenho uma linda mulher para me fazer companhia por alguns minutos antes de ser inundado por lembretes de que o tempo está passando. Logo, terei que trocar as roupas manchadas de graxa por um terno e uma gravata. — O que você está escondendo aí, Lainey? — Eu pergunto com um aceno de cabeça para a tampa de aço inoxidável protegendo um tesouro no carrinho.
— Bolo. — Ela limpa a garganta novamente, olhando para mim e depois para longe. — Para a festa.
— Sprinkles on Top? — Eu pergunto, tentando localizar por que eu nunca a vi na confeitaria antes. Pego uma dúzia de donuts ou biscoitos para os caras da garagem pelo menos uma vez por semana. Eu teria me lembrado daquele cabelo loiro macio ou de seus olhos, da cor de chocolate derretido.
— Sim.
Eu olho acima da porta, observando a luz se mover de um número para outro. Do quatro para o cinco. — Você é a lendária mestre de bolos, — eu digo,lembrando-me da esposa de um amigo se gabando sobre o bolo de aniversário de seu filho recentemente.
— Eu não sei sobre lendária.
O elevador balança e sacode.
Lainey se lança para o carrinho, firmando-o com as duas mãos.
Eu seguro Lainey. Meus braços a envolvem protetoramente, minha cabeça encostada na dela. É isso ou ela vai bater com força no carrinho. O cheiro de jasmim invade meus sentidos quando o elevador finalmente para. A luz principal apaga-se e um holofote toma o seu lugar.
— O que aconteceu? — Ela está tremendo em meus braços, os nós dos dedos brancos por causa do aperto mortal no carrinho.
— O elevador está preso, — eu digo com uma meia risada. — Isso pode ser minha culpa, — acrescento, lentamente liberando meu domínio sobre ela. A ausência de seu calor me faz sentir vazio. Enfio minhas mãos nos bolsos da frente da minha calça jeans para não estender a mão para ela novamente e me inclino contra a parede enquanto meus olhos se ajustam ao tom vermelho.
— Sua culpa? — Lainey se recosta na parede oposta a mim, agarrando-se ao corrimão. Eu sou incapaz de desviar o olhar da subida e descida profunda de seus seios provocada por sua respiração pesada. — Explique.
— Eu realmente não quero ir a essa festa, — eu admito. — Acho que o universo conspirou a meu favor. — Eu não adiciono o bônus de estar preso no elevador com uma deusa curvilínea que faz meu pulso acelerar. Estou em um hiato de namoro há vários meses, mas talvez seja hora de suspender essas restrições.
— Você não poderia ter subido as escadas?
— Você já ouviu falar de escadas travando?
Finalmente, sua expressão tensa diminui, seu sorriso quebrando em meio ao brilho vermelho. — Devemos apenas esperar isso, ou o quê?
Nunca estive preso em um elevador antes, mas vi filmes. Eu sei que não devemos pular para cima e para baixo para fazê-lo se mover. Preso entre o sétimo e o oitavo andar, aquela queda não seria agradável. Procuro no painel um botão de chamada e, em vez disso, encontro um painel fechado com um telefone de emergência.
Sinto os olhos de Lainey em mim durante minha breve conversa com a empresa de segurança. — Temos que esperar um pouco, — digo a ela, desligando o telefone. — Alguém cortou um cabo de energia no chão. O lado leste da cidade está sem energia.
— O quê? — Ela empurra a parede. O pânico em seus olhos arregalados é inesperado.
— Você tem algum lugar...
— Não podemos ficar presos, — diz Lainey, balançando a cabeça. Ela começa a andar em seu canto apertado. — Não podemos ficar presos. — Ela olha para mim. — Ligue novamente. Você deve conhecer um dos Andersons. Certamente um deles pode consertar isso em dois minutos.
Ela não me reconhece. Bom.
Dou uma risada leve, na esperança de aliviar suas preocupações. Não funciona. — Eles vão consertar a energia em breve, — eu asseguro, embora saiba que pode ser um exagero esperar por isso em uma noite de sexta-feira. Não tenho dúvidas de que mamãe já fez sua própria ligação. Ela não liga para suas ocasiões especiais serem interrompidas. — Nós apenas temos que esperar.
— Não. Eu não posso ficar presa. Você não entende. Eu preciso sair. — Lainey aperta o botão para abrir a porta. — Abra. Vamos, abra!
Embora meu conhecimento sobre segurança em elevadores seja limitado, tenho quase certeza de que a coisa mais importante a fazer se estiver preso é manter a calma. Lainey parece à beira de um ataque de pânico. Um pinball se pôs em movimento, incapaz de parar de quicar por todo o elevador.
Eu faço a única coisa que posso pensar para acalmá-la.
Pisando em seu caminho, ela colide com meu peito. Eu rapidamente seguro suas bochechas e a beijo com força na boca.
Capítulo Três
Lainey
Estou muito chocada com o beijo para reagir no início, mas em segundos meu corpo traidor responde. Eu derreto nos braços de Mitch enquanto meus lábios se movem contra os dele. Sua barba faz cócegas na minha bochecha. Ele cheira a sândalo e trabalho duro. Ele parece calor e proteção. O pânico que ameaçava me desfazer se dissipa, substituído por um novo.
Estou beijando um estranho.
O lado racional do meu cérebro entra em ação. Empurro o peito de Mitch e volto para o meu canto. — Para o que foi aquilo? — As palavras saem como um latido estrangulado. Meus nervos estão muito inflamados com a sensação do que acabou de acontecer.
— Você precisava se acalmar.
— Então você me beijou? — A pior parte é que quero beijá-lo de novo. Já faz tanto tempo que um homem não me toca de uma forma íntima, e nunca um único beijo me acordou assim. Eu culpo o período de seca. Todas as minhas irmãs estão casadas e com famílias. Elas vêm me avisando que serei a próxima. Mas o amor nunca me fez nenhum favor no passado.
Fiz de tudo para me manter ocupada e evitá-lo.
No entanto, agora que estou presa em um elevador com um estranho, tenho uma ideia peculiar para tentar.
— Eu não tinha muitas opções, — diz Mitch, seu sorriso muito evidente no brilho vermelho. Isso o faz parecer ainda mais sexy. — Você tem um encontro quente que vai perder? — ele pergunta.
Eu soltei uma risada sim certo. — Minha melhor amiga está vindo para a cidade. Não a vejo há anos. — Talvez fosse divertido ver se ele estava com ciúme, mas nunca fui o tipo de pessoa que brinca.
— Ela, —Mitch repete a palavra, acenando com a cabeça em compreensão. — Talvez você devesse deixá-la saber que está... presa.
Estou menos chateada com o beijo a cada segundo. Não consigo imaginar quais seriam as outras alternativas para me fazer parar de entrar em pânico, mas nenhuma das ideias que conjuro é agradável. — Boa ideia. — Pego meu telefone na bolsa, não me surpreendendo com a mensagem de texto anunciando que ela está a uma hora de distância. Não tem vinte minutos.
— Tudo certo? — Mitch pergunta.
— Sim. — Eu digito uma mensagem, deixando Celia saber que posso não estar em casa quando ela chegar e desistindo do esconderijo da chave reserva. Menciono problemas com o elevador, mas não o gostoso que está preso comigo. Se ele e eu pudermos apenas manter isso entre nós... bem, tanto melhor. — Ela ainda está a caminho, — acrescento, embora não tenha certeza do porquê. Duvido que Mitch se importe.
— Há quanto tempo vocês são amigas?
Certa de que Mitch está apenas tentando passar o tempo, decido que ser honesta com um estranho não é tão ruim neste caso. — Desde o primeiro ano da faculdade. Nós duas decidimos sair para começar a escola de culinária juntas.
— Então, você pode cozinhar e assar.
Eu dou de ombros levemente. — Quando quero. — Minhas pernas estão cansadas de ficar em pé, mas tenho medo de sentar.
Mitch me pega olhando para o chão. — Vá devagar. Eu acho que está tudo bem.
— O que você é, um técnico de elevador? — pergunto com uma risada, relaxandopara o chão. É um dia ruim para usar vestido.
— Apenas um velho mecânico de automóveis.
Sua aparência faz muito sentido agora. O jeans com uma mancha de graxa no joelho, a camisa casual e as botas de trabalho. Eu quase faço um comentário sobre a multidão corporativa convidando seus operários, mas seguro minha língua desta vez. — Há quanto tempo você faz isso? — pergunto, tentando soar casual, embora eu realmente queira saber sobre ele. — Trabalhar em carros?
— Desde que eu tinha idade suficiente para segurar uma chave inglesa.
— Você ama, então?
— É minha vocação, sabe? — ele diz, deslizando para o chão. Suas pernas se esticam no meio do elevador. As pontas de suas botas estão a alguns centímetros de meus tornozelos. Esta disposição dos assentos não deveria ser tão... íntima. Mas é verdade.
— É assim que me sinto em relação aos bolos, — digo, desesperada para manter a conversa fluindo e eu sã. É a única esperança que tenho de manter meus pensamentos longe de beijar Mitch novamente. De fazer outras coisas com Mitch. Coisas que não faço há muito tempo com nenhum homem. — Adoro me perder no processo de criação. Minhas irmãs sabem que não devem me perturbar enquanto estou a criar.
— Olhe para nós, — diz Mitch, batendo de propósito na minha canela com a ponta da bota. — Apenas dois estranhos em um elevador, fazendo o que amam. Talvez um de nós consiga continuar vivendo esse sonho.
Antes que eu possa pedir a ele para explicar essas palavras misteriosas, meu telefone toca.
Celia: Cheguei cedo!
Celia: Encontreia chave e comecei com uma garrafa de vinho. Longa viagem.
Celia: Ainda está presa?
Lainey: Sim. Falta de energia. Pode demorar um pouco.
— É Celia, — explico, afastando o telefone. — Ela está adiantada.
— Pensei que você tivesse inventado sua amiga para esconder um namorado secreto, — diz Mitch.
— Eu não tenho namorado, secreto ou não. — O brilho vermelho, sem dúvida, esconde o rubor que posso sentir se espalhando. Se eu fosse um peixe, teria mordido o anzol na primeira vista. — Eu fico muito ocupada com meus negócios. Tenho pedidos lotados para as próximas seis semanas. Não há tempo para muito mais. — Agora estou divagando. Ótimo.
— Sempre há tempo para outra coisa. Você apenas tem que fazer disso uma prioridade, — diz Mitch, deslizando pela esquina até se sentar ao longo da mesma parede. Ele deixa espaço suficiente entre nós para outra pessoa. Que eu desejasse que ele escorregasse pelo resto do caminho é exatamente por que esse homem é um problema.
Eu não consigo resistir a ele.
Eu não quero resistir a ele.
Pela primeira vez, quero esquecer todas as minhas responsabilidades e minhas experiências amargas com namoro. Quero ceder a algo um pouco louco e emocionante. Ficar com um homem que acabei de conhecer enquanto estamos presos em um elevador parece se encaixar nessa descrição.
— Lainey?
— Hmm?
— Se você continuar olhando para os meus lábios assim, terei problemas para me comportar.
Capítulo Quatro
Mitch
— Não estou olhando para os seus lábios, — diz Lainey. — Você achou que eu estava olhando para os seus lábios?
Sua réplica é adorável pra caralho e a mesma razão pela qual eu sei que as coisas estão prestes a se empolgar se este poder não for restaurado o mais rápido possível. Estou tentado a fazer outra ligação e trocar meu nome, mas tenho que admitir, é meio legal que Lainey não saiba quem eu sou.
As mulheres geralmente se interessam mais pela minha carteira do que por mim. Não quero que ela saiba que sou filho de George Anderson. Ou que devo assumir o controle de toda a empresa quando ele decidir se demitir. Eu sou James para minha mãe e a maioria dos colegas de terno e gravata neste prédio. Mas sou Mitch para meus amigos.
— Você estava olhando para os meus lábios, — eu digo, mordendo o de baixo ligeiramente para provar meu ponto. — Está tudo bem, Lainey. Eu não me importo. Eu quero te beijar de novo. — Talvez falar palavras ousadas seja a maneira mais segura de bagunçar tudo isso. Mas eu não consigo me conter. É verdade. Esse primeiro beijo enviou faíscas voando. Eu quero ver se um segundo faz o mesmo.
— Eu-eu não posso me envolver.
Eu chego um centímetro mais perto. — Por que não?
— Minha agenda, — ela diz, como se eu já soubesse a resposta.
— Você só trabalha?
— Não. Mas a maior parte do meu tempo livre é gasto com minhas irmãs e suas famílias.
Eu chego um centímetro mais perto. Deus me ajude. Eu posso sentir o calor saindo dela. — O que você faz por você? — Eu pergunto.
— Acredite ou não, criar bolos personalizados é o que eu faço para mim. É a minha paixão. Minha fuga da realidade. — As palavras não têm a convicção que sei que ela quer que eu ouça. Ela limpa a garganta, levantando o queixo como se em desafio, mas isso só aproxima nossas bocas. — Eu amo o que faço.
— Mas? — Eu descanso minha mão no espaço entre nós, meu dedo mindinho a uma largura de uma pena do dela.
Lainey deixa escapar um suspiro pesado, seu olhar fixo em nossas mãos quase se tocando. O calor girando no pequeno espaço entre nós é inegável, mesmo neste elevador frio. — Eu acho que em algum lugar ao longo do caminho, parte da diversão foi embora. Eu costumava ter tempo para criar bolos personalizados para a vitrine. Agora tenho sorte de colocar alguns bolos em tabuleiro por dia entre todos os pedidos personalizados. Sinto falta dessa liberdade criativa. Fazer algo por capricho e não ter que me preocupar se vai vender.
Cubro minha mão com a dela, dando a ela vários momentos para se afastar. — O que você faz para relaxar, Lainey?
— O que é isso? — ela pergunta com uma risada, e seu olhar pousa em meus lábios novamente.
A mulher está me tentando de todas as maneiras que ela não deveria. Fantasias de deixá-la nua, de saborear aquela doce boceta e de sugar aqueles mamilos estão se repetindo desde aquele beijo. Quero dar prazer a essa mulher de maneiras que ela nunca experimentou antes, e quero fazer isso... para sempre.
Eu engulo em seco, afastando esse último pensamento. Não vai me servir para desvendar de onde veio ou o que pode significar. — Eu posso te mostrar, — eu digo, inclinando-me e olhando descaradamente em seus lábios.
— E se o elevador começar a funcionar de novo?
— As luzes vão acender antes que a porta se abra. — Eu me inclino o resto do caminho, capturando seus lábios novamente. Devorando sua boca e implorando para entrar com minha língua. Minha mão embala sua bochecha, puxando-a para mais perto. Seus dedos delicados se enrolam na minha nuca.
Eu me sinto como um garoto de quinze anos tonto, beijando sua paixão. Também me sinto como qualquer homem de sangue quente pronto para reivindicar o que é meu.
Lainey geme em minha boca enquanto minha mão cai em sua coxa. Anseio colocá-la sob o vestido que tem me torturado desde o momento em que a vi com ele, mas não quero pressioná-la, a menos que seja o que ela queira. — Você tem que me dizer para parar se eu for longe demais, — sussurro em seu ouvido.
Nossos olhares se fundem, perturbando-me profundamente. Uma conexão perdura lá, mais forte do que qualquer coisa que já conheci. Mas o mais importante, vejo a confiança que ela está me dando. Nunca farei nada para comprometer isso.
— Continue, — ela implora.
Lentamente, deslizo minha mão por baixo de seu vestido. Eu avanço lentamente para o seu centro, ansioso para sentir essa boceta molhada. Ela abre as pernas para mim, permitindo que meus dedos rocem sua calcinha de seda. — Tão molhada, Lainey, — eu rosno contra seu pescoço.
— Faz algum tempo.
Egoisticamente, fico feliz em ouvir isso. O pensamento de outro homem tocando sua boceta me deixa violentamente zangado. — Eu posso consertar isso, — digo ao invés. Coloco um dedo dentro de sua calcinha e a puxo. Suas costas se arqueiam quando faço contato com seu botão inchado.
Eu beijo um trajeto até o V de seu vestido, ansiando por liberar aqueles seios. Mas se conheço minha mãe, ela está armando todos os tipos de inferno para ter a energia restaurada rapidamente. Não quero deixar Lainey em uma posição muito comprometedora caso o elevador de repente comece a funcionar.
Com círculos lentos, exploro suas dobras molhadas. Seus dedos cavam em meu ombro cada vez que sacudo seu clitóris. Anseio por prová-la, mas sei que a chance virá mais tarde. Ainda acariciando-a, eu deslizo um dedo em seu canal.
— Oh, Mitch! — ela engasga em um sussurro rouco.
Nossos lábios se juntam novamente enquanto eu a fodo com minha mão, deslizando um segundo dedo dentro. Suas expressões e choramingos são sexy pra caralho. Se a porta do elevador se abrir, serei eu quem terá algo a esconder. Meu pau está duro e dolorido para estar dentro dela.
Mas Lainey é especial. Especial demais paratransar com ela pela primeira vez em um elevador.
— Tem que ficar quieta, — advirto contra seu ouvido. — Alguém pode ser capaz de ouvir você.
Ela morde o lábio inferior, estrangulando os gemidos em um volume baixo que só eu posso ouvir. Continuo até sentir sua boceta apertar meus dedos. Seguro minha mão contra ela enquanto ela estremece. As unhas cavam com força em meu ombro enquanto tenta tanto não gritar.
— Espero que tenha ajudado a relaxar.
Lainey descansa a cabeça contra a parede, um sorriso satisfeito espalhado em seus lábios. — Você poderia dizer isso.
Pode ter sidosegundos ou minutos depois, mas a luz do teto acende, banhando o elevador com luz normal. Nós dois nos levantamos quando o elevador sobe. Vejo Lainey endireitar seu vestido, sorrindo com o rubor em suas bochechas. — Eu quero ver você de novo, Lainey.
A porta se abre antes que ela possa responder. Sem surpresa, mamãe está bem ali.
— Oh bom! Você conseguiu, James. — Ela me estrangula em um abraço, como se eu tivesse me perdido no mar em vez de preso em um elevador. — Estávamos esperando por você.
— James. — Eu ouço aquele nome sussurrado fracamente e giro em direção a Lainey. O sorriso de momentos atrás se foi quando a percepção inundou aqueles lindos olhos castanhos. — Você é James Mitchell Anderson.
— Você deve ser da confeitaria, — diz a mãe antes que eu possa dizer uma palavra. — Esse bolo está bom? Não derreteu nem nada?
Lainey levanta a tampa com as mãos trêmulas, revelando um carro clássico. Embora seja um vislumbre rápido, o bolo é meticulosamente detalhado. Parece o Chevelle preferido do papai. — Onde você gostaria?
— Me siga.
Lainey se recusa a olhar para mim agora que a verdade foi revelada. Eu estava preocupado que cifrões piscariam em seus olhos, não fúria. Merda. Agora o que eu faço?
Capítulo Cinco
Lainey
Eu sou uma idiota.
Não posso acreditar que não juntei as coisas no elevador. Como eu não sabia que Mitch era filho do homem mais rico da cidade?
— Aqui, parece que você precisa disso, — diz Celia, entregando-me outra taça de vinho. No segundo em que o bolo foi movido para a mesa designada, corri para a escada. Terei que voltar para pegar meu carrinho outro dia. Eu não ia dar outra chance no elevador.
É tão bom estar em casa. No entanto, também parece vazio de alguma forma.
— Estou tão feliz que você está na cidade, — digo a Celia, afastando os pensamentos de Mitch para que possa me concentrar no que realmente importa - minha melhor amiga passando o fim de semana comigo. Ela tem grandes novidades para compartilhar, mas não me deu nenhuma dica pelo telefone. — Eu tenho saudade de você.
— Senti sua falta também.
— Qual é a surpresa? — Eu pergunto, desesperada para substituir todas as memórias de Mitch por qualquer outra coisa. Se minha boceta ainda não estivesse formigando com seus dedos mágicos, poderia ser mais fácil.
Celia toma um gole lento de vinho, seu sorriso crescendo a cada segundo que passa.
— Celia!
Ela parece pronta para explodir e, em segundos, o faz. — Minhas irmãs e eu vamos administrar uma pousada juntas! No início, eu era tão cética quanto o resto delas. Mas já conversamos sobre tudo e estou muito animada.
— Sério?
— Nossa tia-avó faleceu e deixou para nós em seu testamento.
Tomo outro gole generoso de vinho, desejando que as visões de Mitch se dissipem. Esta noite é sobre minha melhor amiga e a celebração de suas notícias que mudarão sua vida. — Onde?
— Daisy Hills. É uma pequena cidade ao lado da montanha.
— Você está saindo da cidade grande?
Celia acena com a cabeça. — Estou.
Porque me ocorre que esta notícia merece um abraço de tirar o fôlego, eu coloco meu copo na mesa e a envolvo em um abraço apertado. — Estou tão feliz por você.
— Ainda faltam alguns meses para a inauguração, mas estou me mudando agora para ajudar a supervisionar algumas atualizações. Ou seja, a cozinha. Você sabe como sou exigente em relação à minha cozinha. — Celia esvazia sua taça de vinho e serve outra. Passamos da ilha da cozinha para o meu sofá, e eu levo o chocolate.
— Como foi sua viagem? — Eu pergunto, colocando um chocolate na minha boca.
— É a minha vez de fazer as perguntas, — diz Celia. — O que há com oolhar corado? Se eu não soubesse melhor, diria que você transou.
Minhas bochechas esquentam instantaneamente, tanto de culpa quanto de um desejo ardente de repetir. — Não é nada.
— Mentirosa.
É escusado. Celia sabe quando estou mentindo melhor do que qualquer uma das minhas irmãs. Ela deveria. Foi ela quem serviu o vinho e ofereceu lenços de papel quando o Idiota Número Um partiu meu coração na faculdade. O Idiota Número Dois foi igualmente devastador na escola de culinária. Eu quase entornei chocolate por cima dele.
Limpo minha garganta e pego outro chocolate. — Fiquei presa em um elevador. Com um homem.
— Vou precisar de mais vinho para esta história. — Ela sai do sofá para pegar a garrafa. — Comecea falar.
Eu conto tudo para ela. A melhor coisa sobre Celia é que ela nunca me julga por nada. Ela aceita tudo o que vem. Melhor ainda,ela não está tentando me convencer de que meu Príncipe Encantado está lá fora como todas as minhas irmãs.
— Você vai vê-lo de novo?
— Não.
— Porque ele tem dinheiro?
— Porque ele mentiu sobre quem ele era.
— Acho que ele não mentiu, — ressalta Celia. — Acho que ele omitiu certos detalhes com uma estranha.
— Detalhes importantes.
Celia rejeita minhas objeções. — Querida, aquele homem deu a você um orgasmo infernal com apenas a mão. Imagine o que mais ele é capaz de fazer. Não estou sugerindo que você se case com o cara. Mas você merece se divertir um pouco.
— Nós não trocamos exatamente os números, — eu digo, como se isso fosse impedir Celia de pressionar. Mas conheço minha amigamelho do que isso.
— Ele trabalha em uma garagem. Isso pode ser difícil de encontrar? — Ela me pega com a boca cheia de chocolate e caramelo. É uma vantagem totalmente injusta. Eu não posso nem grunhir uma objeção ao esquema dela. — Vamos beber. Esta noite, você e eu vamos colocar tudo em dia. Amanhã, vamos caçar seu ascensorista.
Capítulo Seis
Mitch
Não consegui tirar Lainey da minha cabeça desde que ela fugiu ontem à noite. Minha mãe me arrastou pela festa, praticamente me prendendo ao braço para que eu não pudesse escapar mais cedo. Quando saí, a Sprinkles on Top estava fechada.
Ainda estou chocado como o inferno que ter dinheiro faz Lainey perder o interesse. Isso me deixa ainda mais certo de que ela é a pessoa certa para mim. Sei que é loucura pensar assim sobre uma mulher que conheci há apenas um dia. Mas o pensamento recorrente de que ela deveria ser minha não vai embora.
Cada minuto que estou sem ela parece uma tortura. Nunca experimentei nada parecido antes. Na verdade, estava começando a pensar que ficaria solteiro pelo resto da minha vida porque não sentia nada por nenhuma das mulheres com quem namorei.
Lainey despertou minha alma.
— Lainey está trabalhando hoje? — Eu pergunto para a mulher atrás do balcão. Há uma vaga familiaridade sobre ela. Presumo que ela seja uma das irmãs Belmont, mas não consigo identificar qual.
— Ela está de folga no fim de semana.
Claro, a melhor amiga. Eu deveria deixar em paz. Aceitar minha derrota pelo menos até segunda-feira. Mas não consigo esquecê-la. Mesmo se eu não puder vê-la até que sua amiga deixe a cidade, preciso ouvir sua voz. Preciso consertar as coisas. — Se eu precisasse falar com ela, como poderia fazê-lo? — Eu pergunto, na esperança de que sua irmã esteja do meu lado, embora ela não tenha razão para estar.
— Você está... você está namorando Lainey?
— Tentando.
— Eu sou Kaylee. Sou uma das irmãs dela.
— Sou Mitch...
— Mitch Anderson. Você é o mecânico que consertou meu pneu furado há alguns anos, quando fiquei presa na casa de Nic.
— Você é a esposa de Nic?
— Claro que sou. — Ela puxa uma tira de papel da caixa registradora e rabisca algo nela. — Lainey ficará brava por eu ter dado a você o número dela?
— Provavelmente.
Malícia brilha nos olhos de Kaylee. — Então estou fazendo a coisa certa. — Ela desliza o papel sobre o balcão. — Ela merece alguém bom, Mitch. Não acredita que haja alguém lá fora para ela. Espero que você prove que está errada.
— Estou pensando nisso.
Deixo a confeitaria com um sorriso atrevido no rosto, sem dar a mínima para quem me olha como se eu tivesse enlouquecido. A duas quadras da confeitaria, paro em um estacionamento quase vazio e disco o número dela. Estou prestes a admitir a derrota após o quarto toque quando ela atende.
— Quem é?
— Jante comigo. — Receio que, se disser meu nome, ela desligue na minha cara instantaneamente. Essa tática pode me dar mais um ou dois minutos.
— Jantar? Eu nem te conheço.
— Oh, mas você conhece.
— Mitch?
— Jante comigo, Lainey, — eu digo novamente, implorando desta vez. — Dê-me a chance de acertar tudo entre nós.
— Não.
— Por que não?
— Minha melhor amiga está em...
— Esta é a melhor amiga, — diz outra mulher ao telefone. — Lainey vai sair com você esta noite. Pegue-a às sete. Ela mandará uma mensagem com o endereço.
— Sete, então. — Eu termino a ligação com um sorriso presunçoso. Pela primeira vez, parece que tudo está se encaixando. Vou fazer tudo o que puder para tornar esta noite o mais romântica possível. Não sei por que Lainey sente que não consegue encontrar a verdadeira felicidade. Mas vou mostrar a ela que ela não só pode, mas que merece apenas o melhor.
Capítulo Sete
Lainey
— Espero que esteja tudo bem, — diz Mitch enquanto estacionamos em sua garagem. Meus olhos ainda estão fixos na enorme casa em estilo cabana. Tudo nele é elegante e exagerado. Parece estar a várias léguas de meu próprio estilo de vida.
— Está tudo bem.
— Se você está preocupada...
— Kaylee e Nic moram a algumas casas de distância. — É a razão pela qual concordei em vir até aqui. Se as coisas derem errado, a casa dela fica a apenas uma curta caminhada. — Gosto mais disso do que de um jantar chique em um restaurante.
— Você gosta?
— Todas aquelas pessoas boquiabertas, tentando nos entender? — Eu balanço minha cabeça. — Não, obrigada. — Mais de um encontro no meu passado deu errado enquanto as pessoas olhavam, sem dúvida tentando entender por que uma mulher curvilínea como eu estava saindo com um cara fora do meu alcance. Mitch é quente o suficiente para virar todas as cabeças. Adicione a isso a reputação de sua família... Eu não precisava desse constrangimento.
— Ainda há um jantar chique lá dentro. Mas estou fazendo sozinho.
— Você cozinha?
Mitch pisca para mim, enviando arrepios instantâneos direto para o meu núcleo. — Estou mais confortável na grelha. Vamos lá. Eu não vou morder. — Ele empurraabra a porta. — A menos que você queira.
Uma emoção corre através de mim com suas palavras sugestivas. Celia certificou-se de que cada peça de roupa que uso esta noite servisse a um propósito; para me ajudar a transar. Não sei por que ela está tão focada na minha vida sexual. Ela foi a única assistindo a Netflix e alimentando uma ressaca de tanto vinho na noite passada.
— Sua casa é deslumbrante, — eu digo uma vez dentro, incapaz de deixar de escanear tudo. Os tetos abobadados, as toras, as janelas do chão ao teto. Mas é um vislumbre de sua cozinha que capta toda a minha atenção.
— Vá. Confira.
Tudo naquela cozinha é o paraíso. Os fornos duplos, o fogão a gás, as bancadas de granito e muito espaço de preparação.
— Você gosta disso? — Enquanto eu estava ocupada olhando, Mitch conseguiu se aproximar sorrateiramente de mim. Ele está tão perto que sinto o calor irradiar de seu corpo. Anseio cair em seus braços. Para repetir aqueles beijos ardentes do elevador.
— Eu amo isso. — Não consigo me mover do meu lugar, hipnotizada por aqueles olhos escuros. Seus lábios estão tão próximos. Eu ansiava por senti-los contra minha pele a cada minuto de espera. Nunca senti uma atração tão intensa por um homem antes. Talvez Celia esteja certa. Eu deveria me divertir um pouco.
Mitch estende a mão para colocar meu cabelo atrás da orelha. — Se você continuar me olhando assim, nunca vou comer os bifes.
— Achei que poderíamos pular direto para a sobremesa.
Nossos lábios colidem. Línguas dançando o tango. Mãos movendo-se avidamente por nossos corpos.
Quero este homem mais do que qualquer outro, e não é apenas devido ao período de seca. É o próprio Mitch. Eu deveria correr para muito, muito longe, antes que ele se torne mais irresistível. Minha decisão de manter meu coração protegido está enfraquecendo. Eu quero me entregar a ele, e não apenas meu corpo. Meu coração e minha alma também.
Eu posso estar com problemas.
As mãos de Mitch deslizam pelos meus braços e descem para os meus seios. Ele os aperta através do tecido, me fazendo gemer. É tão bom ser tocada - desejada. — Por que não levamos isso para o quarto? — ele sussurra em meu ouvido.
— Ok. — Espero que ele não consiga ouvir o tremor em minha voz revelando o quão nervosa estou. Eu já fiz sexo antes. Esse não é o problema. Só não me lembro de ter gostado. Estou preocupada que ele fique desapontado.
— Ei — diz Mitch, erguendo meu queixo com o nó dos dedos. — Não temos que fazer nada que você não queira. Eu garanto que minha intenção era fazer o jantar para você e ver para onde essa noite iria a partir daí. Pular para a sobremesa...
— Foi ideia minha. — Eu brinco com o cabelo da nuca dele. Timidamente, admito: — Já faz um tempo, Mitch.
— Eu vou cuidar muito bem de você, Lainey. — Ele beija minha bochecha. Em segundos, nossos lábios se reconectam, mais famintos do que antes. Em um tango bêbado, acabamos descendo o corredor e pousamos em uma cama macia. Nós caímos em cima das cobertas, perdendo roupas no caminho.
Meu nervosismo está cedendo ao puro desejo lascivo. Preciso que Mitch me toque. Preciso senti-lo dentro de mim.
— Isso é bom, — ele diz, os olhos fixos no meu sutiã de renda preta. Segundos depois, sinto o fecho ceder. — Mas isto é melhor. — Ele pega um seio em sua mão, empurrando meu mamilo em direção a sua boca. Parece o paraíso. Eu deixo meus olhos fecharem enquanto ele chupa um, depois o outro.
Rodamos de novo, e o desejo de Mitch por mim é evidente. Sinto seu comprimento pressionado contra minha barriga. Ele é enorme. Eu deveria estar com medo de que o homem pudesse me dividir em duas, mas em vez disso, estou excitada. — Mitch?
— Sim, querida?
— Eu quero você dentro de mim. Por favor.
— Já que você pediu tão bem. — Minha calcinha sai em segundos. Mitch paira sobre mim, sua mão preparando minha boceta. — Você quer que eu use camisinha?
Eu mordo meu lábio, debatendo. Eu sei que é a coisa mais responsável a fazer, mas também não consigo imaginar ter algo entre nós. Eu preciso sentir tudo dele. — Estou tomando pílula, — digo, abrindo as pernas em um convite. — E não estive com ninguém em anos.
— Estou limpo, — ele diz, abaixando seu pau na minha entrada. — Eu prometo, vou devagar. — Mitch enfia a cabeça no meu canal. Eu suspiro quando ele me estica. — Olhe para mim, Lainey. Mantenha seus olhos em mim. Eu prometo que nunca vou fazer nada para machucar você. Ok?
— Ok. — Eu mantenho meus olhos fixos nos dele enquanto ele me preenche centímetro por centímetro. Minhas paredes se esticam, desconforto se transformando em prazer. Seus golpes lentos ganham velocidade, o ritmo perfeito. Eu não posso acreditar que sexo é tão bom. Solto uma risada vertiginosa e incrédula.
— O que é tão engraçado?
— Eu não sabia que sexo poderia ser tão bom.
— Mal começamos. — Ele me beija com força na boca, aumentando seu ritmo para provar seu ponto. Meus quadris balançam para encontrar seus impulsos, me surpreendendo mais e mais como tudo isso é bom. Eu entendo por que minhas irmãs estão tão apaixonadas por seus maridos agora. Eu estive perdendo isso o tempo todo?
Mitch desliza a mão entre nós, provocando meu clitóris com o polegar. É o suficiente para escalar tudo. Grito seu nome. A mesma onda crescente de prazer que senti crescer no elevador é duas vezes mais poderosa agora. Este orgasmo vai balançar todo o meu corpo. — Estou gozando, — grito.
Mitch bombeia mais e mais rápido até que meu corpo parece que está explodindo em milhões de pequenos pedaços. Nunca experimentei nada parecido. — Uau. Isso foi incrível.
— Bom.
— Você...
— Ainda não. Estou economizando para a segunda rodada.
Capítulo Oito
Mitch
Estar com Lainey é tudo que eu pensei que seria e muito mais. Fiz de tudo para não gozar dentro dela, reivindicando-a para sempre. Antes de o fazer, ela precisa saber o que isso significa.
Porque uma vez que minha semente for plantada em suas profundezas, nunca haverá outra para mim. Nunca desistirei dela.
Eu a amarei até o fim dos tempos.
— Como estava seu bife? — Eu pergunto, admirando o quão sexy Lainey fica vestindo uma das minhas camisetas. E nada mais.
— Delicioso.
— Bom. — Meu pau ainda está duro, implorando por liberação. Mas nossos estômagos roncando anularam uma segunda rodada imediata. Agora que nossos pratos estão limpos, estou pronta para mais. — Você vai ficar comigo esta noite?
— Eu quero.
— Sua amiga?
— Celia só está na cidade até amanhã à noite. — Os olhos de Lainey caem para minha boxer. — Eu não vou te deixar assim, você sabe.
Meu pau, sem dúvida, estará em algum estado semi-duro de agora em diante no que diz respeito a Lainey. Estou desapontado por ela não poder ficar esta noite, mas entendo. Eu não gostaria de ficar entre ela e sua amiga. — Você está pronta para ir de novo? — Eu pergunto, limpando os pratos.
— Sim. — Eu a vejo tirar minha camiseta, revelando todas as suas curvas. Eu amo cada uma delas. — Achei que poderíamos ter essa sobremesa na cozinha.
Lanço para ela um sorriso enquanto deixo cair minha boxer. — Goze para mim, Lainey. Eu quero curvar você e fodê-la.
Seus olhos escurecem quando ela se aproxima de mim, deslizando entre mim e a pia. Ela arqueia as costas e abre as pernas, agarrando-se ao balcão. — Estou pronta, Mitch. Foda-me. Goze dentro de mim.
Eu gemo com suas palavras. É preciso cada grama de restrição para se conter o tempo suficiente para colocar tudo na linha. — Se eu fizer isso Lainey, você é minha. Não vou compartilhar você e não vou viver sem você. É isso que você quer?
— Sim.
Alinhando meu pau em sua entrada, eu empurro para dentro em um movimento rápido. Alcançando sua cintura, eu dou prazer a seu clitóris enquanto bato nela uma e outra vez. Tudo o que tenho sentido e tudo o que tenho lutado está vindo à tona agora. Estou me apaixonando por Lainey Belmont. Estou me apaixonando forte. — Goze comigo, Lainey.
Nossos mundos explodem juntos enquanto seguro meu pau dentro de seu doce canal. Enchendo-a. Reivindicando-a. Agora e sempre.
***
Durante a sobremesa - cheesecake de morango - tento encontrar as palavras para convencer Lainey a passar a noite. Não parece certo ela partir depois do que aconteceu entre nós. Mas, para ser honesto, não parece certo dormir sem ela nunca mais. Eu a quero na minha cama, para sempre.
— Eu gostaria que você pudesse ficar, — finalmente digo, sabendo que as palavras não serão suficientes. O fato de ela já estar vestida fala sobre isso.
— Eu preciso checarCelia, — ela diz, um pedido de desculpas em sua voz. — Mitch, não é que eu não queira ficar. Eu quero. — Mesmo assim, ouço a hesitação em sua voz. Algo a está segurando. Lembro-me das palavras de sua irmã e me pergunto o que poderia fazer para levá-la a mudar de ideia. Para fazê-la acreditar que merece um homem que irá capturar a lua para ela. Eu sou esse homem.
— Eu quis dizer o que disse antes, — eu digo. — Você é...
— Olá? — A voz de minha mãe ecoa na minha entrada, fazendo meu sangue congelar. O que diabos ela está fazendo aqui? — James, você está em casa?
Os olhos de Lainey se arregalam, mas antes que eu possa dizer a ela que não foi minha culpa ou me desculpar pela interrupção, minha mãe irrompe na cozinha.
— O que é isso? — Os olhos da mãe focam o laser em Lainey.
— Mãe, você interrompeu um encontro. Existe uma emergência?
— Olhe aqui, — ela diz a Lainey, me ignorando completamente. — Eu sei quem você é. Meu filho não precisa de nenhuma garimpeira atrás de sua herança. Se você acha que ele vai dar uma moeda de dez centavos pela sua confeitaria, você está redondamente enganada.
— Mãe!
Lainey se levanta de seu assento, agarrando sua bolsa e correndo em direção à porta da frente. Tudo acontece tão rápido que mal tenho tempo de registrar. Eu persigo Lainey, chamando por ela da garagem. Mas ela corre em direção à casa de Nic. Duvido que Kaylee seja gentil comigo se eu seguir Lainey por todo o caminho até lá.
Em vez disso, volto para lidar com minha mãe.
— Às vezes, você só precisa de as chamar como as vê, — diz ela, servindo-se de um pedaço de cheesecake.
— Você precisa sair.
— Desculpe?
— Você acabou de espantar a mulher que amo.
A mãe deixa cair o garfo e ele bate no prato. — Ama?
— Sim, eu amo Lainey Belmont.
— Você não pode...
— Eu posso. — Estou tentando como o inferno acalmar minha respiração irregular e pesada. — Eu entendo por que você está sendo tão insistente sobre eu trabalhar em uma garagem, mas você não tem o direito de ditar minha vida amorosa. Lainey não se preocupa com meu dinheiro. Na verdade, quase a perdi por causa disso.
— Eu não tinha ideia de que você se sentia assim por ela.
Eu finalmente sento e solto um suspiro pesado. — Eu quero casar com ela. E se você quiser me ver assumindo o Anderson Auto, você vai consertar isso. Se não o fizer, vou pedir demissão agora.
— Você não faria isso.
— Eu faria.
Não é sempre que mamãe fica abalada, mas ela definitivamente está agora. Depois de alguns momentos de silêncio tenso, ela finalmente diz: — Sinto muito, Mitch. Euestava errada. — Mamãe sempre foi uma força a ser reconhecida, mas ela sempre admite quando está errada. — Vou consertar isso do meu lado. Prometo que vou.
Só espero que seja o suficiente para reconquistar Lainey.
Capítulo Nove
Lainey
— Eu não consigo acompanhar todos esses pedidos! — Hannah sai do escritório segurando um bloco de notas. Ela preencheu uma página inteira. — Entrega quinzenal de cupcakes para o centro comunitário, sorvete social mensal na escola primária, rosquinhas às sextas-feiras no escritório corporativo da Anderson Auto e suas garagens na cidade.
As palavras Anderson Auto são as que ressoam. — O quê?
— Você disse Anderson Auto, certo? — Kaylee pergunta, com as mãos nos quadris.
Ela tem sido uma dádiva de Deus desde que Celia saiu da cidade. Confessou que foi ela quem deu meu número a Mitch, esperando que ele fosse diferente. Ela tem sido o ombro no qual chorei todas as noites desde então.
O problema é que Mitch é diferente. Mas eu nunca arriscaria a ira de Alice Anderson. De que adianta o amor se custa à minha família o negócio que construímos do zero?
— Sim, a própria Alice está fazendo todos esses pedidos. Eles querem retribuir à comunidade por meio de produtos de panificação.
Kaylee me encara até que eu encontre seu olhar. — Você sabe algo sobre isso? — ela pergunta.
Eu balanço minha cabeça. Ignorei ligações de Mitch e lutei contra a vontade de ouvir suas mensagens de voz. Mas acho que é hora de ouvir o que ele tem a dizer. Se Alice está fazendo todos esses pedidos com nossa confeitaria, pode ser uma oferta de paz. — Eu preciso fazer uma pausa.
Todas as minhas irmãs me olham como se me tivessem crescido três cabeças. — Não percebemos que você sabia o que essa palavra significava, — brinca Becca.
— Ha, ha. — Pego meu telefone e saio pela porta dos fundos. Estou prestes a ouvir a primeira mensagem quando o vejo. — Espreitando em um beco escuro esses dias? — Minhas palavras são vacilantes e estranhas. Não era exatamente a piada que eu queria.
— Ainda não está escuro, —Mitch responde com um encolher de ombros. Seu sorriso é fraco. Quanto mais perto ele chega, mais óbvio para mim é que o homem não dormiu muito bem. É minha culpa? — Tenho tentado ligar para você.
Eu levanto meu telefone. — Eu estava prestes a ouvir suas mensagens.
— Posso resumir tudo para você agora. — Ele dá o passo final, deixando quase uma pena de largura entre nós. — Sinto muito pelo que minha mãe fez e pelo que ela disse a você. Ela lhe deve um pedido de desculpas e está pronta e disposta a lhe dar um quando você estiver pronta.
Sinto um nó na garganta e tento limpá-lo. — É só isso?
— Não. — Mitch enfia meu cabelo atrás da orelha, o roçar de seus dedos iniciando uma repetição em minha mente. — Eu amo você, Lainey. Eu quis dizer tudo o que disse naquela noite em minha casa. Você é tudo para mim. Tenho estado infeliz sem você.
— Sinto muito por ter fugido, — digo, percebendo que devo um pedido de desculpas também. — Quando sua mãe ameaçou a confeitaria, eu não pude ficar. Eu tinha que proteger minhas irmãs.
— Compreendo. — Mitch abaixa a cabeça, nossos lábios agora apenas a alguns centímetros de distância. — Eu prometo que a Anderson Auto não será nada além de bom para a Sprinkles on Top. E prometo ser nada além de bom para você. Você merece o melhor de tudo, Lainey. Estou preparado para te amar todos os dias da minha vida.
— O que você está dizendo?
— Estou dizendo que quero que você se case comigo. Seja minha esposa.
Envolvo minhas mãos em volta do seu pescoço e puxo seus lábios o resto do caminho em direção aos meus. Nosso beijo é faminto e cheio de urgência, desesperado para compensar todo o tempo perdido. — Sim, — eu digo entre beijos, meu coração cheio. — Sim, eu vou casar com você.
Epílogo
Cinco anos depois...
Lainey
Hoje faz dez anos desde que minhas irmãs e eu abrimos a Sprinkles on Top. Os negócios estão crescendo melhor do que nunca.
— O bolo está pronto?
Eu atiro a Kaylee um olhar de advertência quando me inclino, pronta para aplicar os toques finais. — Perto.
— Você acredita que fizemos isso? — Kaylee encosta o quadril no balcão, admirando meu bolo. Estou muito feliz em repreendê-la por interromper e ela sabe disso. Lembro-me do primeiro dia em que abrimos as portas, de como todas estávamos animadas e apavoradas. Cada uma de nós deu tudo de si, sabendo que nosso negócio poderia falhar.
— Dez anos, — digo, ainda pasma, o tempo voou tão rápido.
— Veja o quanto mudou para todas nós, — Kaylee diz, suspirando sonhadoramente. — Cinco irmãs Belmont, todas casadas e felizes com novos sobrenomes e um bando de filhos.
Achei que estava destinada a ser apenas tia até conhecer Mitch. Eu esfrego minha barriga, emocionada com a ideia de conhecer nossa segunda filha. Sempre houve uma família com cinco filhas por tantas gerações quanto pudermos encontrar. Minhas irmãs acham que sou aquela destinada a continuar nossa tradição.
Secretamente, espero que elas estejam certas.
— Ei, querida, como vai esse bolo? — Mitch pergunta. — Uma multidão enorme se reuniu na rua.
— E essa é a minha deixa para ir. — Kaylee se dirige para a porta, dizendo por cima do ombro: — Vou dizer a eles que o bolo está chegando.
Mitch me beija na nuca. Mesmo depois de todo esse tempo juntos, meu marido ainda me faz estremecer de ansiedade ao menor toque. Nesse ritmo, teremos cinco filhas a qualquer momento. — Estive morrendo de vontade de ter você só para mim o dia todo, — ele rosna em meu ouvido. Sinto uma brisa onde Mitch junta o tecido do meu vestido. — Você tem trabalhado tanto nesta celebração. — Seus dedos provocam minha boceta através da minha calcinha. — Deixe-me ajudá-la a relaxar.
— Mitch! — Podemos ser interrompidos a qualquer momento. Eu poderia viver com o constrangimento se uma de minhas irmãs nos pegasse. Mas a ideia de que nossa filha, ou qualquer um de meus sobrinhos ou sobrinhas, possam nos descobrir é muito arriscado.
— Mamãe vai passar a noite com Olivia, — diz ele, retirando a mão e arrumando meu vestido. — Quando essa celebração acabar, você será toda minha.
— Espero que seja uma promessa.
— Pode apostar que sim.
— Que tal aquele bolo? — Eliza chama da porta. — Está pronto agora?
Mitch e eu trocamos um olhar acalorado - uma promessa do que está por vir esta noite com uma casa só para nós.
— Lainey! — Eliza chama novamente.
Dou uma última olhada para avaliar a obra-prima que criei. — Está pronto.
Kali Hart
O melhor da literatura para todos os gostos e idades