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A morte esta espreitando.
Havia chegado o momento. Tinha a deixando crescer normalmente. Tinha dado um passo para trás, havia protegido e a guiado em silêncio. Agora, chegou o momento de fazê-la minha. A alma que o Criador tinha feito para ser seu companheiro. Foi-se. Mudou-se. Meu caminho estava limpo. Finalmente, estive esperando toda a vida por ela.
Eu ignorei o olhar ciumento de Kendra. Encontrava-se chateada comigo ultimamente. Uma vez, havia sido uma distração positiva. Pai tinha enviado ela para mim como forma de entretenimento. Houve momentos em que foi ate útil, mas esses dias já terminaram. Kendra sabia que sua diversão tinha chegado ao fim. Precisava falar com o Pai sobre o modo de como tirar ela da minha vida, se isso fosse causar problemas. Nada iria ficar no meu caminho agora.
Sentei no assento vazio ao lado de Pagan. A desculpa para estar perto dela ensaiei em minha cabeça durante mais de um ano, quando comecei a planejar uma maneira fácil de entrar em sua vida. Eu não lhe agradava muito. Uma vez isso me divertiu, mas agora estou preocupado. Precisava fazê-la gostar. Ela era meu mundo... Sempre foi.
— Olá, Pagan, o Sr. Yorkley disse que eu tinha que vir falar contigo — Pagan olhou para mim com os olhos arregalados. O choque em sua expressão era adorável. Estive esperando para finalmente falar com ela, sabendo que desta vez, ela se lembraria.
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O choque foi rapidamente substituído por um olhar aborrecido. Não é o que eu esperava, assim pode-se dizer que ela realmente não gostava. Nervosamente esfreguei as mãos sobre os joelhos dos jeans, me perguntando se deveria ter tomado outro caminho para me aproximar dela. Não, questionar meu plano agora era uma má ideia. Tinha que fazer com que isto funcione.
— Eh, Eh, bom - Comecei a dizer, — Quero dizer, isto é, preciso de ajuda com o discurso. Não é coisa minha e o Sr. Yorkley que disse com quem devia falar sobre como obter um pouco de ajuda.
— Este é o primeiro dia de aula. Como pode já precisar de ajuda? - Perguntou-me. Obriguei-me a olha-la apesar de que o desprezo nos olhos dela era doloroso de ver. Ela não iria engolir a minha desculpa. Não era algo que eu tinha previsto.
— Um, sim, eu sei, bom, o Sr. Yorkley e eu sabemos, mas vou esforçar-me. - expliquei-lhe. Devo dizer sobre a minha "dislexia" agora ou depois? Leif Montgomery, quarterback não deveria ser tão aberto. Ele queria manter sua personalidade de garoto popular. Eu tive que lembrar-me de fazer o papel. Se isto não funcionar, não podia deixar que me visse com muita claridade tão depressa.
— Por que ambos pensam que você tem que se esforçar? Claramente, não tem medo de falar diante de toda a classe.
Eu queria contar-lhe tudo. Eu não podia continuar olhando para ela e responder apropriadamente. Desviei meu olhar, para olhar pra frente antes de responder:
— Não, não é assim. - Foi à única resposta que eu poderia pensar. Realmente pobre.
— Na realidade, simplesmente não entendo por que precisa da minha ajuda. Escreve redações e logo as expõe verbalmente. Simples, sem nenhum tipo de presunções, nem rodeios ou palavras difíceis. - Seu desgosto por mim era tão evidente em seu tom. O que tinha feito para que me odiasse tanto? Pensei que era um bom tipo. Todo mundo me queria. Por que não ela?
— Não é tão fácil para mim. - Comecei a dizer algo mais e me detive. Isto não ia ser como esperava. Tinha que pensar em outro plano.
— Não importa, esqueça que te perguntei. - Sem dirigir outro olhar para ela, me afastei. Tinha arruinado isto completamente. Há mais de dez anos que estive esperando o momento em que falaria com ela e saber que recordaria amanhã.
— Não entendo por que a quer tanto. É uma cadela total. - Kendra me alcançou enquanto eu caminhava pelo corredor, o mais afastado da cafeteria quanto podia.
— Cale a boca, Kendra. Não estou de bom humor - grunhi, ganhando velocidade.
— Irritante mal-humorado. Não é atrativo, meu príncipe - respondeu com um tom divertido.
— Está brincando com fogo - Ameacei-a, enquanto chegava ao meu armário.
— É uma puritana, Leif. Chegar até ela atravessando sua parede de gelo vai ser impossível.
Sacudindo a porta de meu armário aberta, peguei minha bolsa de ginástica. — Deixe-me em paz - Minhas palavras saíram enquanto a presença horripilante da Morte se deslizava pelos corredores. Kendra também o sentiu. Ficou rígida e deu um passo mais perto de mim. Atrás de quem estava? Nenhuma alma tinha saído de seu corpo.
— Sente-o? - Sussurrou Kendra. O medo em sua voz era evidente.
— Sim - respondi, procurando pelos corredores um rastro dele. Mas não vi nada. Pouco a pouco a sensação se foi e respirei fundo. Foise.
— Esse era Dankmar, não? - perguntou Kendra, me olhando fixamente. Assentindo com a cabeça, fechei meu armário.
— O que faz aqui?
— Não tenho nem ideia, Kendra. É a Morte. Pode ir aonde queira. Só se afaste de mim, está bem.
Caminhei ao redor dela, fui para o vestuário. Talvez pudesse ter um pouco de paz e tranquilidade lá.
A morte a espreitava. Ira, medo e impotência lutavam dentro de mim. Deveria ir perguntar ao meu pai o que fazer? Saberia ele a resposta para isso? Nós a tínhamos salvado da morte uma vez. Por que voltou? Quantas vezes a morte viria por ela? Só tinha dezessete anos. Tinha que encontrar uma maneira de deter isto.
Não podia me aproximar o suficiente de sua casa sem alertar à Morte de que eu me encontrava perto. Ele me sentiria e viria me procurar. Embora a morte não tivesse nenhum poder sobre mim, cruzar-se com ele não era algo que eu queria fazer. Sabe que fui eu quem a manteve viva tantos anos atrás, quando ele foi tomar sua alma? Tinha-o averiguado? Será que vinha corrigir o erro?
— Ghede! - Gritei na escuridão, sabendo que meu pai viria ao escutar minha voz. Não o fazia vir frequentemente para lhe pedir ajuda.
Preferi manter minha distância de sua vida no Vilokan. O vodoo seria minha morada final uma vez que Pagan fosse minha. Mas agora mesmo, queria estar perto dela. Vilokan parecia tão escuro e solitário sem ela ao meu lado.
— O que tenho que arrumar agora, hein? - perguntou Pai quando saiu da escuridão. As duas pontas pequenas de cor laranja dos cigarros eram a única luz que nos rodeava.
— Dankmar está espreitando a Pagan. Outra vez. — Expliquei, me forçando para não começar a andar de um lado a outro. Pai odiava quando eu andava.
— É assim? O que fez essa garota para que enviassem à morte detrás dela outra vez? - Pai tirou os cigarros de sua boca com dois de seus compridos e magros dedos e soprou anéis de fumaça no ar antes de me olhar. — Isto simplesmente significa que tem que tomá-la agora, né? Isso é tudo o que significa.
— Não posso levá-la ainda. Ela me odeia. Não sei por que, mas o faz. Tenho que fazer que me queira antes de levá-la ao Vilokan. Se não me amar, nunca vai poder aceitar seu destino.
Pai negou com a cabeça e agitou a mão que sustentava os cigarros para a casa de Pagan.
— Quer que a Morte a leve? Só tome à garota e termine com isto. A diversão está no sexo, não no amor.
Queria rugir de frustração. Essas não eram as palavras úteis que estive esperando. Mas então, meu pai acreditava que o sexo, as festas, e o rum eram as coisas mais importantes na vida.
— Preciso do seu amor. Trabalhei muito duro para ganhar sua confiança com o passar dos anos. Protegi-a. Cuidei de suas necessidades. Moldei-a. Necessito do seu amor. Não pode entender isso?
Pai suspirou e pôs os cigarros de novo em sua boca e meneou a cabeça. — Não tem nenhum sentido, filho. Farei o que possa. Mas se for o amor o que precisa, então vê se consegue, logo.
— Estou tentando. Aproximei-me dela hoje. Vou fazer o melhor possível. Só preciso de mais tempo. - Amanhã precisaria de um novo plano. Tinha que fazê-la ver que eu era mais que um jogador de futebol popular. Estupidamente, pensei que se eu fosse querido entre seus
companheiros ia ganhar seu coração. Deveria saber melhor. Pagan não era superficial.
Pai tinha ido, me deixando só na escuridão uma vez mais. Ele não foi de ajuda. Que eu necessitasse do seu amor era algo que ele jamais entenderia. A relação dos meus pais não tinha nada que ver com o amor. Por que era tão diferente deles?
Observando novamente a casa de Pagan, esperei que ele se fosse. Não deixaria que A Morte tomasse sua alma. Tinha que fazer alguma coisa para protegê-la sem alertá-lo. Mas, o que?
Ela estava esperando-me na porta da única aula que compartilhávamos; Química. Podia sentir sua ansiedade enquanto me esperava ali. Era um bom sinal. Pelo menos, ia vir para mim, porque eu ainda não sabia como me aproximar dela de novo.
Ao sair do corredor, minha alegria porque me esperava para falar comigo diminuiu pelo fato de que Morte se encontrava em algum lugar próximo. Não podia vê-lo, mas podia sentir sua presença gelada.
— Um momento, Leif, poderia falar contigo? — perguntou. Por muito que queria fazer isto fácil para ela, sabia que não podia. A Morte sabia que eu não era humano. Não queria alertá-lo sobre minhas verdadeiras intenções. Apoiei-me na parede e cruzei os braços. Ela mordeu o lábio inferior nervosamente. A Morte se aproximou de nós e eu lutei contra o estremecimento que me atravessou por sua proximidade.
— A respeito de ontem, sinto muito, fui muito grosseira com a parte de te ajudar. Escrevi-me para dar aula pelo crédito extra e não deveria ter te tratado daquela maneira que fiz - Deteve-se e me olhou com uma expressão ansiosa. Queria aliviar sua consciência, mas não podia. Não aqui. Não com ele, olhando e escutando. — Se ainda quer que seja sua tutora, eu adoraria ajuda-lo. -Terminou e eu ainda não estava seguro de qual era a resposta correta para isto.
Faria qualquer coisa que permitisse estar ao seu lado. Mas Dankmar estava perto. Mantive a expressão de aborrecimento na cara e fingi estar pensando em sua oferta. Quando parecia que ela poderia trocar de opinião, respondi:
— Está se oferecendo devido ao Sr. Yorkley? Ele pediu que fizesse isto?
O cenho franzido em seu rosto era tão fodidamente bonito. Um dia muito próximo ia ser capaz de estender minha mão até ela e alisar sua pele com a ponta de meus dedos... Ou lábio
— Agi como o fiz, porque simplesmente eu não gosto de você. Equivoquei-me e, sinceramente, nem sequer te conheço o suficientemente bem para formar uma opinião de ti. Estou-te oferecendo minha ajuda porque precisa dela. É por isso que me inscrevi e por isso estou aqui.
Admitiu que não gostasse. Apesar de saber que deveria me preocupar, não o fiz. A simples admissão me fez sorrir.
— Assim... Você não gosta de mim, né? - Endureceu-se, tratando de estar mais ereta e negou com a cabeça. Não pude evitar rir. — Bom, pode ser que tenhamos que trabalhar para mudar sua opinião. Vejo-te mais tarde. - Respondi, e logo dei meia volta e me afastei.
Deixá-la a sós com o Dankmar tão perto me incomodava. Mas não tinha por que saber que eu podia senti-lo igual a ele a mim, não tinha por que saber que tinha a intenção de tomar a alma de Pagan antes que ele o fizesse. Depois de tudo, sua alma era minha.
Capítulo 2
A morte falou com ela...
— É um bom filho. A garota esta ao seu alcance. Não se preocupe com a Morte. A alma dessa garota não significa nada para ele. - Meu Pai passou a minha frente enquanto eu me colocava em marcha a casa de Pagan. Jogou seu chapéu de taça para trás sobre a sua cabeça, o qual significa que esteve bebendo muito e se encontrava de bom humor.
— Obrigado, mas é realmente tarde. Não quero tirar seu lado mau esta noite. Ela inclusive não é minha fã. - Mas seria. Ia se assegurar disso.
— Deve ganhar essa garota. Não tem tempo para nada mais. Dankmar está beliscando seus calcanhares. — Exalando um anel final de fumaça de seus lábios, ele desapareceu. Tinha razão, era óbvio. Tinha que encontrar uma forma de entrar no coração de Pagan muito em breve.
Pagan abriu a porta quase imediatamente. O olhar em seu rosto não era prometedor. Merda. A chateei de novo. Deslumbrando-a com meu sorriso mais sincero comecei a me desculpar
— Realmente sinto sobre isto. Sinto-me mal por que tem que trabalhar de acordo a minha agenda. Sei que as sete são tarde e bom, sinto muito.
Sua ira se desvaneceu e o sorriso fácil que esperava ver, apareceu em seu rosto. Ela era tão formosa.
— Está bem. Entre e sente-se na cadeira, trarei algo para agente beber. Você gosta da cerveja sem álcool? - perguntou, girando e se afastando de mim. Segui-a ao interior da casa. Não estou seguro de alguma vez ter provado uma cerveja, mas essa admissão soava estranha.
— Isso é genial, obrigado. - Respondi.
Sua sala não era nova para mim. Estive aqui muitas vezes antes. Velando por ela. Consolando-a. Agora ela me ajudava. Esta vez
recordaria que eu estava aqui. O fato de saber que ela finalmente saberia que eu sou real era muito emocionante.
Quando retornou à habitação, decidi facilitar a tensão nervosa que nos rodeava. Isto deveria ser fácil. — O programa de classe e tudo o que se espera neste curso. Tenho uma semana antes que o primeiro discurso seja dito, e preciso saber sobre algo que eu me sinta entusiasmado.
Ela colocou a soda frente a mim. —Assim, precisamos decidir pelo que é apaixonado. - Não pude manter o sorriso de meu rosto. Paixão. Essa foi uma palavra carregada. Uma palavra que conhecia muito bem.
— O que? - perguntou com o cenho franzido.
— Pelo que sou apaixonado? - perguntei com um sorriso.
Ela revirou os olhos. — Já sabe algo com o que se sinta forte. Como seu propósito ou base. - Só havia uma coisa pela qual sentia paixão neste momento, mas ainda não era a hora.
— Paixão, eu gosto disso. Pensemos em algo que me apaixona.
O aspecto afetado em seu rosto, como franziu seus lábios e tomou a caderneta era demasiado lindo.
— Tem alguma ideia? — Perguntou em um tom que dizia que ela sabia que eu diria alguma coisa superficial e estava disposta a escrevêlo.
Decidi lançar pequenas ideias que pudessem despertar sua curiosidade. — A importância da adoção. - Começou a escrever e se deteve. Logo tive que me conter para não jogar a cabeça e rir em voz alta. Acabo de surpreendê-la. Demônios, sim.
— Muito bem. - Respondeu enquanto me estudava de perto. Ela queria uma explicação. Por sorte, tinha uma.
— Fui adotado depois de viver em lares de acolhimento por cinco anos. Não tinha a esperança de pertencer a uma família, porque quando completei nove anos descobri que a maioria das pessoas querem bebês. Tive a oportunidade que a maioria dos órfãos de nove anos só sonha. - Seus olhos se abriram em estado de choque.
— OH, uau, não tinha ideia. Eu, uh, posso ver por que este seria um tema importante para ti. - A expressão de seu rosto trocou de
surpresa a confusão, e logo para a tristeza. Não tinha a intenção de entristecê-la. Só queria me redimir de algum jeito. Ela pensava tão pouco em mim.
— Escutou a parte onde sou adotado, Verdade? - Perguntei-lhe em voz baixa, com um sorriso fácil, com a esperança de lhe levantar o ânimo. — Vê-se muito perturbada. Pensei que possivelmente perdeu o final feliz.
— Sinto muito. É só, bom, não esperava isso. Surpreendeu-me um pouco.
Recostei-me em minha cadeira. — Parece-me que tem um montão de ideias sobre ao meu respeito. Seguro que pensou muito pouco de alguém que não lhe gosta de muito. - O rubor em suas bochechas foi instantâneo, o qual me disse que eu tinha progredido. Se pudesse demonstrar que não era o menino que ela pensava que eu era, então teria a esperança de que me amasse algum dia. De preferência logo. — Quem sabe, Pagan? Talvez você goste antes que termine isso.
Ela estava-me aquecendo. Pela forma que seus olhos me seguiam pelos corredores e me estudava através da cafeteria, sabia que seus sentimentos por mim começavam a mudar. Nossas noites dedicadas ao estudo eram agora muito fáceis. Conversávamos e ríamos sem nenhuma dificuldade como no princípio. Ela já não estava nervosa ao meu redor. Meu único problema era o fato de que a Morte seguia vigiando-a. Podia sentir seu olhar em mim enquanto ela caminhava pelo corredor. Ela queria me ver. A atração era como uma sensação de formigamento correndo através de meu corpo. Mas não podia lhe responder.
A morte estava perto dela.
Ele era uma fria barreira que me impedia de dizer algo a Pagan e inclusive encontrar nossos olhares. Ele me via e estudava de perto. Não queria que notasse algo suspeito em mim. Eu não era um servente qualquer. Demônios. Eu sou o Príncipe do Vodu. Dankmar não necessitaria muito tempo para descobri-lo. Ele poderia estragar tudo.
Ele falou... E Pagan o escutou. O que?
Ela podia ver a Morte, também? Sei que minha reclamação em sua alma lhe permitiu ver as almas perdidas, mas não que também à Morte.
Escutei aos meninos falando perto de mim sobre o jogo da noite da sexta-feira, era impossível ouvi-la. Precisava escutar o que for que ele estivesse falando. Por que estaria Dankmar falando com uma alma? O que poderia lhe dizer a ela? Ele estava aqui para tomar sua alma, ou ao menos tentá-lo. Isto não era normal. Precisava falar com meu pai. Ele entenderia isso. Desconectei-me de todo o mundo a meu redor, exceto Pagan. Não podia ver o Dankmar. Só podia senti-lo. Tampouco ouvi-lo. Mas ela sim. Ela podia falar com ele. Como?
— Não me incomode. - Disse ela entre os dentes enquanto abria a porta de seu armário. O que significava isso? Maldita seja, precisava ouvir o que ele dizia também.
Lentamente, ela virou à cabeça para olhá-lo. Ele deve estar ao seu lado. Ainda não podia vê-lo. Mas ela o estudava muito de perto. Aproxima-se o momento e o acaba de dizer-lhe? Não fazia isso normalmente com as crianças?
Por que teria que anunciar seus seguimentos?
— Seguir olhando-a só fará pior as coisas. Ghede aconselharia não fazer uma cena. - O tom frio da Kendra lembrou-me que devia falar com meu pai de novo sobre me desfazer dela. Ela tinha se apegado a mim. Esse nunca tinha sido o plano.
— Isto não é da sua conta, Kendra. - Recordei-lhe com voz dura. Se ela não saísse do meu caminho, eu mesmo a tiraria.
— Pergunto-me se ele é tão sexy como todo mundo diz - Ronronou.
— Quem diz que Dankmar é sexy? - Um alarme se acendeu em minha cabeça. A Morte era atrativa?
— Todos que o viram. Ouvi dizer que tem os olhos mais azuis que já criaram, o cabelo negro e é ligeiramente muito alto. Seu sorriso é sempre arrogante e seu corpo está construído para...
— Bom isso é suficiente. Não quero escutar mais porcaria alguma. Ele é a Morte. Não pode ser sexy. - Isso não tinha sentido. Vi como a expressão de Pagan se voltou suave. O que lhe dizia? Sentia-se atraída por ele?
— Tem perfeito sentido para mim. Não seria mais fácil para uma alma controlar seu medo se quem toma é bom se ver.
— Para uma garota, talvez. - Respondi-lhe, quando Pagan virou-se e se afastou de seu armário a morte se foi. Soltei um suspiro de alívio.
— Para os homens, também. A beleza aliviaria seus temores. Algo escuro e sinistro seria aterradores - Seguiu explicando. — Ouvi que outros que o viram ou foram tocados por ele. Não se compara com nada que tenham experimentado jamais. O que eu daria de ser miserável por seu...
— Basta! - Detive seus luxuriosos pensamentos. Não queria ouvila falar da sensualidade da Morte. Precisava encontrar uma maneira de mantê-lo afastado de Pagan.
~~*~~
— Olá. - Disse Pagan dando um passo atrás para deixar-me entrar em sua casa. No mesmo dia que a peguei falando com o Dankmar, ela me ignorou. Estava ansioso para chegar aqui. Tinha que arrumar as coisas. Precisava saber que estava errado. Tínhamos progredido e então, nada.
— Olá. - Respondi-lhe, estudando-a com atenção enquanto ia para a mesa. O silêncio não era bom.
— O sexo seguro - Anunciei esperando obter algum tipo de reação de sua parte. Queria que Pagan sorrisse facilmente para mim.
Estava tranquila e reservada, Pagan quando me ignorava era inquietante.
Ela congelou e me olhou, abriu ligeiramente sua boca com uma mescla de mistério, surpresa e horror em seus olhos. Isso se parecia mais a ela, mais animada em seu precioso rosto.
— Desejaria que pudesse ver seu rosto - pigarrei incapaz de manter a risada.
— Disse sexo seguro, então? -perguntou, ainda completamente confundida.
Levantei meu trabalho. — O tema para o discurso desta semana. - Soltou uma leve gargalhada.
— Está bem, boa, essa se foi uma maneira e tanto de anunciá-lo.
Ela ainda parecia insegura. Quis eliminar a tensão na habitação para que não ficasse mais nervosa. Assim falei de novo. — Espero que esteja bem-educada neste tema, porque não tenho nem ideia.
— O que? —Chiou em resposta.
Não pude evitar rir de novo de sua expressão.
— Sinto muito, mas é que é tão linda quando se surpreende.
Ela se congelou por minhas palavras e imediatamente deixei de rir. O que fiz de errado?
— Acredito que ter a experiência real não é necessário. Supõe-se que é basicamente a respeito de suas crenças sobre o tema ou a importância do mesmo. - A tensão em sua voz me alarmou. Ela estava envergonhada. Essa não tinha sido minha intenção.
Levantei a mão e meu dedo deslizou por sua bochecha, levantando seu queixo para obrigá-la a me olhar.
— Esta envergonhada. Isso é lindo.
Minhas palavras, uma vez mais, não tiveram a reação que eu esperava.
Ficou gelada ao ouvir minhas palavras. Sua expressão chateada retornou.
— Por favor, deixa de dizer que sou linda. É uma espécie de insulto.
Insulto? O que? Deixei cair minha mão de seu queixo e tratei de averiguar em que momento a insultei.
Nada veio a minha mente. — Como isso é um insulto?
Pagan se encolheu de ombros — Simplesmente é. Ninguém quer ser lindo. Os cachorrinhos são lindos. - Não fez contato visual comigo. Em mudança, começou a ler minhas notas.
— Bom, definitivamente não te vejo como um cachorrinho. - Respondi com um sorriso. Sempre havia pensado que era bom com as mulheres. Pagan demonstrava que estava equivocado.
— Bom isso é algo pelo menos - Respondeu em um tom cortante. —Muito bem, então, Quais são as três razões de porque crê que o sexo
seguro é importante? - Tratou de mudar de assunto. Eu não queria mudar o assunto. — Não está seguro? - Perguntou.
Não sabia que dizer. Tinha que procurar uma forma de solucionar esta confusão.
— Um, bem, sobre a gravidez na adolescência? Esse é um bom ponto. Ninguém precisa converter-se em pai enquanto ainda é um menino. - Ela continuou como se eu tivesse respondido.
Começou a escrever em meu caderno, determinou que esta conversação tivesse terminado.
— Seus sentimentos estão feridos - pigarreei quando a compreensão chegou para mim. — Não foi minha intenção dizer algo para ferir seus sentimentos. - Assegurei.
Ainda não me olhava — Está bem. Vamos trabalhar em seu ensaio.
- Com o olhar fixo no papel, respondi-lhe:
— A gravidez na adolescência é sem dúvida uma das razões.
— Está bem e as DST 1? - Sugeriu escrevendo-o no papel antes que eu pudesse responder. Isto não está indo a parte alguma. Ela seguia chateada.
— Essa é outra boa. – Concordei
Estirei a mão e peguei o caderno. Devíamos resolver isto. Eu não gostava de saber que feri seus sentimentos. Eu a adorava. Se tão somente pudesse dizer exatamente quanto.
— Sinto muito, mas não podia pensar em outra maneira de chamar sua atenção. - Seu silêncio me fez continuar. — Não é só linda. Sim, faz caras lindas e faz coisas lindas, mas não é só linda. - Falei muito?
— Está bem. - Sussurrou. Isso era suficiente por agora. Não pude dizer mais ou se delataria imediatamente.
Devolvi-lhe o caderno. — Agora, vamos ver... O que há sobre o fato de que o uso de uma camisinha tira o prazer, deveríamos falar disso?
1 Doenças Sexualmente Transmissíveis
Ela começou a engasgar com seu refresco enquanto eu lhe dava suaves tapinhas em suas costas tratando de não rir. — Uma vez mais, faz um montão de coisas lindas, mas não é só linda.
Capítulo 3
A morte rompe as regras
— Não tenho tempo para isto agora, Kendra. Disse para você ontem à noite que se seguisse assim, terei que fazer com que Ghede te leve daqui. Acreditava que você gostava da atenção dos meninos humanos. Quer ficar aqui? Então, me deixe em paz. De novo. Não preciso de você aqui. Tudo o que tenho que fazer é falar com meu pai e estará de volta no Vilokan. Quer voltar a estar em inteira disposição sexual dos chamados do Ghede? Hum? Não acredito.
— Não fiz nada mau ontem de noite. Pensei que você gostaria de saber que a Morte está aqui para tomar a alma de Pagan. Seu tempo terminou, uma vez mais. Você vai e põe tudo perder por sua entrevista de estudo com ela, mas a informação que eu tinha era importante. - Tinha razão, é óbvio. A alma de Pagan era de grande importância. Se a Morte estava aqui para tomá-la, então eu tinha que estar preparado. — Agora se bem, meu príncipe. Eu só fazia meu trabalho - sussurrou
Aproximando-se e passando uma mão por meu cabelo. Realmente, Kendra não poderia ter ideia-. — Está seguro de que o que vi ontem de noite não foi uma grande coisa? Eu não gostaria de estragar as coisas entre você e sua namorada.
Maldição, ela arruinaria as coisas entre Pagan e eu se não fechasse a boca. A última coisa que Pagan precisava ouvir era que eu a considerava como minha noiva. Estaria furiosa.
— Sabe que ela não é minha namorada, Kendra. Deixe de chamála assim. Começará com rumores.
O sorriso de satisfação que apareceu no rosto da Kendra me confundiu. O que havia dito que a fazia sorrir? A garota era uma loucura.
— Passa muito tempo em sua casa e ela sempre está te olhando.
Estou seguro de que as pessoas de nosso redor poderiam ouvi-la. Tinha que fazer algo. Dizer algo para solucionar esse problema. Pagan não precisava escutar isto de alguém mais. Não tinha avançado muito com ela. Primeiro precisava ganhar sua confiança. Portanto, fulminei
Kendra com o olhar e disse a única coisa podia calar a intriga de todo mundo.
— Ela é minha tutora e não, não está me olhando. Esta sendo paranoica quando não tem razão para sê-lo.
A voz da Kendra se converteu em um sussurro tão baixo que só eu seria capaz de escutá-lo.
— Ops, meu príncipe. Péssimo movimento. Está seguro de que sabe que não é sua namorada? Porque parece que te está olhando - Ronronou Kendra, e seu olhar se dirigiu por cima de meu ombro.
Se Pagan estivesse de pé detrás de mim, ia desfazer-me de Kendra com minhas próprias mãos. Dando-me a volta, meu horror foi completo quando me encontrei com os olhos doídos de Pagan ante a cena que pensava que tinha presenciado. As manchas vermelhas de suas bochechas me disseram mais do que me tinha. FODA. O que tinha feito Kendra? Tinha que fazer algo. Mas, O que?
— OH, né, Pagan. Ia-te chamar e te explicar porque não fui ontem à noite. - Comecei. Pagan assentiu, e me estendeu um papel.
— Pensei que poderia precisar disto.
Estendi a mão para tomá-lo, tratando de descobrir o que tinha para mim. Mas logo que o tirei dela, voltou-se para afastar-se.
— Espera, ia chamar-te ontem de noite. Simplesmente estive ocupado. Obrigado. Levantando o papel em minhas mãos, dava-me conta de que tinha terminado o discurso por mim.
Kendra deslizou seu braço dentro do meu.
— Isso não esta certo, Leif, nunca te atei.
Ia matar ela. Espírito Vodu ou não, ia morrer. Agarrei a mão de Kendra, arranquei-a de meu corpo e lancei para trás antes de correr atrás de Pagan.
— Pagan - gritei. Pouco a pouco deu a volta e me olhou:
— Sim?
— Olha a respeito de ontem à noite, realmente sinto muito. Não tinha esperado que terminasse o discurso para mim. Eu errei e eu ia levar a nota ruim. Devia ter chamado, mas...
Ela sacudiu a cabeça.
— Não é grande coisa. Entretanto, A partir de agora poderia, por favor, me fazer saber antes quando não será capaz de chegar à hora marcada para a aula? Agora, se me desculpar.
O som de sua voz era como água gelada através de minhas veias. NÃO. Isto não podia estar acontecendo. Tinha chegado tão longe com ela.
— Pagan, espera, por favor - Supliquei detrás dela.
Ela se deteve, fez uma pausa e logo se girou para mim com um olhar tão duro que soube que o tinha arruinado tudo.
— O que?
— Ia e Kendra chamou - Comecei a dizer.
— Não me importa. Só chama a próxima vez, por favor - E então se girou e se afastou. Queria ir atrás dela e pedir para não ir. Mas, O que podia dizer para melhorar a situação?
Segui em silêncio detrás dela. Precisava me assegurar de que ia estar bem. Vi que tinha lágrimas contidas em seus olhos. Destroçou-me pensar nela ferida. A ideia de fazer com que chorasse me dava vontade de rugir em frustração.
Não foi para sua sala. Em seu lugar, dirigiu-se para o estacionamento. Detive-me quando vi uma figura escura aparecer a seu lado. Sabia que era Dankmar. Podia sentir sua presença. Isso era. Sua morte estava perto. Ela não estava apaixonada por mim, mas tinha sentimentos por mim. Isso teria que ser suficiente. Por que quando seu corpo morresse, eu ia estar ali para tomar sua alma.
Mas sua morte não ocorreu...
Em troca, a morte rompeu as regras. Por quê? Tinha chegado a hora de Pagan, outra vez. Mas esta vez, não tinha sido eu quem salvasse sua alma. A Morte a tinha salvado. Separei-me da cena do acidente enquanto a Morte abraçava o corpo de Pagan de forma segura em seus braços. Sua alma era débil e tentava se liberar, mas Dankmar
se negou a permiti-lo. Isto não estava bem. Era seu trabalho. Ele não poderia simplesmente optar por não levar ela ou sim? Levantou seu frio olhar para o meu.
Ele sabia que eu estava perto. Um brilho possessivo me sobressaltou. O que significava isso? A Morte sabia que eu reclamei sua alma? Estava-me desafiando? Ele... Também quer... A Pagan? Sacudindo a cabeça, afastei-me. Não. Isso não aconteceria. Isso não estava bem. A Morte não se interessava pelas almas. Devia falar com Pai sobre isto, mas primeiro tinha que voltar para a escola. Ela estaria no hospital muito em breve e tinha que estar ali quando despertasse.
O som da ambulância foi quão último ouvi antes que a deixasse ali, nos braços da Morte.
— Escute Leif Montgomery, não me importa quem você é. Tudo o que importa é o fato de que minha melhor amiga está aqui nesse quarto do hospital felizmente viva, porque VOCÊ a incomodou. Não sei o que fez, mas isto é tua culpa. A ela. Gostava. De você.
Miranda parecia um guerreiro pequeno apontando seu dedo para mim, com um grunhido em seu rosto. Tudo o que dizia era certo. Não ia discutir, nem sequer para me defender. Merecia mais. Queria que Wyatt me desse um murro direito. Tinha que sentir algo. Tudo dentro de mim estava aturdido pelo medo.
— Não é digno dela. Ouve-me? NÃO MERECE isso. Assim mantem o mais longe possível dela. Eu a amo. É como minha irmã. Se algo tivesse acontecido...
Miranda se deteve e chorou em voz alta. Wyatt esteve imediatamente ao seu lado, balançando-a em seus braços. Ele tampouco parecia contente comigo. O cenho de preocupação de seu rosto, enquanto sustentava Miranda em seus braços, dizia-me que teria umas quantas palavras comigo quando ela não estivesse perto.
— Sei que não a mereço - respondi em voz baixa. Tinha-a protegido do momento em que salvei sua alma da morte. Mas agora, quando mais me necessitava, enviei-a de volta ao seio da Morte. Por que não tomou sua alma? Não o podia entender. Não tinha sentido.
— Por que Kendra? Ela é tão, tão, Agh! - sussurrou Miranda. Não podia discutir isso.
— Não era nada parecido ao que pensa. Estou apaixonado por Pagan. Kendra é uma praga chateada que não pode aceitar que segui adiante. -Miranda se endireitou e voltou sua atenção a mim.
— Ama a Pagan? - Perguntou com assombro em sua voz. Disse-o em voz alta. Bom, era hora de admiti-lo.
— Sim, mas, por favor, não lhe diga que isso. Neste momento, ela não está disposta a escutar.
Miranda assentiu com a cabeça e um pequeno sorriso tocou seus lábios.
— Estou de acordo. Não tem por que sabê-lo nesse momento. Mas vai necessitar muita sorte para que te perdoe. Tendo em conta que quase... -Miranda deixou de falar e seus olhos se encheram de lágrimas. Não fazia falta perguntar para saber o que pensava.
— Sei. Tenho a intenção de fazer todo o possível para ganhar seu perdão.
A Morte lhe estava cantando? De que demônios iam tudo isso? Retornei todos os dias. Comprei-lhe a comida que ela pedia. Passei tempo com ela justo como sempre tinha querido. Tínhamos rido. Era perfeito... Mas de noite ele retornava a ela. Cantava-lhe enquanto ela dormia. As letras que cantava não eram palavras que o Senhor da Morte deveria dirigir a alguém. Apertando meus punhos para evitar caminhar a sua habitação e exigir que se fosse, escutei suas palavras.
A vida que percorro unindo as mãos
Faz-me tomar coisas que não entendo.
Caminho este escuro mundo desconhecido
Que têm por verdadeiro esquecendo o que conheci uma vez, até ti.
A vida que percorro eternamente era tudo o que sabia
Nada mais me retinha aqui nesta terra, Até ti.
Sinto a dor de cada coração que tomo
Sinto o desejo de ouvir tudo o que cheguei a odiar.
A escuridão me abraça,
Mas a luz ainda desenha minha alma vazia.
O vazio no que estava acostumado a usar dor,
Para encher o buraco já não me controla já não me chama.
“Graças a ti”.
O terror percorreu meu corpo quando o significado dessas palavras me penetrou. Dankmar se sentia atraído por Pagan. Tinha-a mantido com vida porque sentia algo por ela. Ela era minha. Eu tinha estado ali. Eu a tinha salvado e a moldado. A morte NÃO ia afasta-la de mim. Não o poderia contar ao Pai. Exigiria que simplesmente tomasse. Ela não estava pronta ainda. Não agora. Estava tão perto de sentir algo mais profundo que a amizade por mim. Necessitava seu amor. Tinha que ganhar seu amor. Quando a afastasse desta vida, queria que fosse por vontade própria.
Dankmar não se interporia em meu caminho. Ela não sabia quem era. Não poderia. Se o fazia, estaria aterrorizada. Pagan não se apaixonaria pela Morte. Eu sabia o suficiente para dizer que nunca aceitaria o que realmente ele era.
Capítulo 4
Uma provada do céu
— Se você não está pronta para começar o seu discurso, não tenha pressa. - Sussurrei no ouvido de Pagan enquanto a abraçava contra meu flanco.
Ela suspirou e se pressionou mais perto de mim enquanto nós nos sentamos no sofá. Supunha-se que devíamos estar vendo um filme, mas isso não estava acontecendo. Estive fazendo equações de álgebra em minha cabeça toda a noite para manter a mente afastada do calor que o corpo de Pagan transmitia a essência de madressilva de seu cabelo e o fato de que sua mão estava justo por cima da cintura de meus jeans. Sua outra mão se agarrava firmemente a minha. Estar assim tão perto era como provar um pedaço do céu. O problema era que meu corpo queria uma mordida maior. Preferivelmente com Pagan sobre suas costas e comigo em cima dela, NÃO! Eu tive que tomar um fôlego.
Meu celular soou fazendo que Pagan chiasse e se agarrasse a mim.
— É meu telefone, não o alarme de incêndio. Jesus, você está tão nervosa esta noite - Brinquei, pinçando em meu bolso e atirando de meu telefone. O número era privado, o que significava que era meu pai.
— Olá?
— A Morte está fora da casa da garota. Vá embora. - Ordenou meu pai em meu ouvido. Não havia sentido a presença da Morte por que meu pai me chamou para isso? Não estava preparado para ir. Pagan era minha.
— Estou com Pagan agora... Sei, mas estou ocupado... Não terminamos ainda.
— Não discuta comigo. Vá embora. Agora.
— De acordo, estou a caminho - respondi sabendo que discutir com Pai não tinha sentido. Ele tinha suas razões. Não iria longe. A Morte tinha estado aqui quase todas as noites por semanas. Não o entendia, mas lidava com isso.
— Era meu papai. Ele precisa que vá com ele deixar o carro da minha mãe no mecânico. Vão concerta-lo amanhã na primeira hora. Não pode ir para a cama até deixar o automóvel no mecânico e está cansado depois de trabalhar turno dobrado. - Menti.
Pagan franziu o cenho e se sentou direito.
— OH, bom, um, então a gente se vê. Trabalharemos no discurso amanhã.
Algo a incomodava. Não queria deixá-la. Nunca.
— Você parece tensa. Eu odeio vê-la inquieta. Ela forçou um sorriso que não alcançou seus olhos, me inclinando, capturei sua boca com a minha e mordisquei brandamente seu lábio superior. Sua boca se abriu imediatamente e deslizei minha língua, precisando prová-la. Deixá-la nunca era fácil. Ter seu calor e seu sabor em meus lábios me daria algo ao que me agarrar até manhã de manhã.
Pagan se pressionou contra mim e seu peito roçou contra o meu tórax. Todas as boas intenções que pude ter tido voaram pela janela enquanto que um gemido faminto escapou de meu peito. Recostei-a contra o sofá e a beijei outra vez, captando seu doce sabor.
Suas pernas se separaram e facilmente me pressionei no meio delas, pressionando seu corpo contra o meu tão perto como nunca tínhamos estado. O calor embalando nos meus quadris enviou um tremor de prazer através de meu corpo. Eu precisava de mais. Deslizando minhas mãos sob sua camisa, cheguei à borda inferior de seu sutiã...
— Não. - Essa foi à única palavra me empurrou de novo à realidade. Lentamente, tirei minha mão de debaixo de sua camisa e me sentei empurrando ela comigo.
Minha respiração era entrecortada e meu coração acelerado. Tinha estado tão perto de tê-la. Minha ereção se pressionava contra o zíper da minha calça, me causando um pouco de dor. O suficiente para me recordar que tinha que sair como um demônio daqui.
— Uau - Eu consegui dizer: — Desculpe, eu me empolguei.
Meus olhos caíram na borda de sua blusa que ainda estava ligeiramente levantada e enrugada por onde minha mão tinha estado. A pele Lisa e suave de seu estômago me tentavam, e fiz uma careta
enquanto a dura protuberância se pressionava contra o metal da minha calça.
— Não te desculpe. Precisávamos parar. Seu pai está te esperando.
Pai. Maldição. Tinha-o esquecido. Levantando-me, peguei minha jaqueta e os meus livros.
— Você ficará bem até que sua mamãe chegue a casa? - Pagan me sorriu e assentiu.
Eu comecei a andar em sua direção para obter um sabor a mais dos seus lábios, mas no final eu não fiz. Em vez disso, eu me forcei a caminhar até a porta.
Talvez Dank Walker esteja ignorando a Pagan na escola, mas ele continuava a observando. Não entendia suas ações, mas sempre que ela a fizesse sofrer e a empurrando para longe, eu estaria ali, acolhendo a Pagan em meus braços.
Capítulo 5
Ela era a minha criação
Ele foi autorizado a ficar com ela? O que eu estava pensando? A morte simplesmente não poderia ter uma alma. Isto era uma estupidez. Ele era a Morte, demônios. Ele remove as almas. Não fica com elas. Pagan envolveu seus braços fortemente ao redor do pescoço de Dankmar, como se fosse um salva-vidas e ela estivesse se afogando. Esse papel tinha sido meu uma vez. Eu tinha sido a pessoa para quem ela corria. Eu tinha sido seu lugar seguro. Pode ser que ela não recordasse, mas eu tinha estado presente em cada momento de sua vida. Tinham sido os meus braços que a sustentavam. Tinham sido as minhas palavras que a consolavam. Sempre eu. Tinha tomado o meu tempo. Tinha querido que ela crescesse com normalidade. O mundo que ela não tinha sido fácil construir. Certifiquei-me de que ela tivesse amor e segurança enquanto crescia, isso tinha sido minha prioridade número um. Pai me disse para levá-la mais cedo, mas eu esperei. Quis que ela me escolhesse. Que ela me quisesse... E ela tinha feito. Mas só por um momento.
Os frios olhos da Morte se elevaram e se encontraram com meus. O desafio estava ali. Ele a queria, mas na verdade ela a conhecia? Ela era minha criação. Podia ler cada expressão em seu rosto. Compreendia suas emoções. Um brilho intenso iluminou o seus olhos e sabia que não poderia ter tudo explicado. Mas Pagan se encontrava em seus braços. Ali era onde ela queria estar, por agora. E eu mantive todas as lembranças que mudariam as coisas. Encontraria uma maneira de me aproximar o suficiente dela, para poder lhe retornar todas aquelas lembranças perdidas de nós juntos, ia ser bastante difícil. Meu pai saberia como. Eu iria pedir ajuda a ele. Dankmar poderia ser a Morte, mas eu também possuía poder. Pagan se daria conta de que havia coisas que precisava saber antes de fazer sua decisão final.
Hoje não deixaria que me rechaçasse. Não aqui. Não agora. Primeiro recordaria. Uma vez que entendesse o que eu era para ela, permitira-lhe fazer sua eleição. Ao final, Pagan me escolheria. Devia fazê-lo. Não haveria nenhuma outra opção.
— Não venha aqui me pedindo que te ajude. Simplesmente tome à garota. Que foda-se Dankmar. Só por que tenha ganhado não significa que possa tê-la. Isso não é o que ditam as regras. A alma da garota é tua. Agora a tome. - Meu pai, Ghede, o rei Vodu dos mortos, levantouse mal me olhando enquanto a ruiva em suas pernas caiu no chão. Sem olhá-la sequer para ver se se encontrava bem, meu pai tomou seus dois cigarros de costume e os acendeu com um estalo de seus dedos. A mulher no piso agitou-se para baixar a blusa o subido sobre seus seios nus, cobrindo-os. O peculiar nervosismo de seus movimentos chamou minha atenção. Isso não era normal. A maioria do harém ficava deitada no chão, com os seios completamente ao ar para que todos que quisessem ver. Franzindo o cenho, notei o ligeiro rubor de suas bochechas e voltei minha vista a Pai.
— Está viva? - perguntei sem poder ocultar a expressão horrorizada de meu rosto.
Meu pai riu e girou seu olhar para a mulher enquanto tomava uma larga imersão de seus cigarros. — Aborrecia-me. A garota não devia haver-se metido com o vodu. O rubor em suas bochechas é lindo, não? Eu gosto dela.
A completa indiferença para com a vida da mulher não me surpreendeu em nada. Meu pai nunca foi alguém que se importasse muito a vida. Desfrutava da morte e era seu seguidor. Introduzir uma alma dentro de um corpo humano não era algo que ele fizesse. A menos que lhe permitissem praticar rituais de vodu para abri-los para sua interferência.
— O que acontece com seu corpo? Vai mantê-lo?
Pai lançou um malicioso sorriso em direção à mulher, cujo coração pulsava tão rápido que podia escutá-lo do outro lado da habitação. — Eu gosto do corpo dela.
Estúpida mulher. Agora era o novo brinquedo do Ghede até que se aborrecesse. Sacudi a cabeça, nestes momentos não podia pensar nisso. Tinha minha própria coleção de problemas.
— Pai, por favor, só me diga o que fazer. Dankmar a tem. Ela o quer. Como faço para que me recorde? Ele a protege, e não posso me aproximar nem um pouco dela.
Meu pai estendeu a mão para ajustar o chapéu antes de remover o cigarro da boca e inclinando-se sobre a mesa. — Dankmar é Morte. Não pode estar sempre com a garota.
Dankmar tem um trabalho a fazer. Se ele encontrava com Pagan durante o dia, então... Isso deixava a noite livre.
— Irei vê-la enquanto ele esteja trabalhando - disse em voz alta, e meu pai assentiu com a cabeça voltando a introduzir os cigarros em sua boca.
— Sim. Devolva as lembranças dela enquanto dorme.
Em seus sonhos. Perfeito.
Capítulo 6
Quase era a hora
Eu esperei pronto para pegá-la, se ela cai-se. Minha Pagan estava sempre envolvida em algo perigoso... Passava mais tempo mantendo-a viva que a consolando. Era raro que chorasse. Mas também, nunca permitia que algo a incomodasse por muito tempo. Se um cenho franzido aparecia em seu perfeito rosto, encontrava uma maneira de fazê-la sorrir. Hoje, ela não me tinha precisamente muito feliz. Vê-la escalar uma árvore era difícil. Cada pequeno deslize de seu pé me causava um momento de pânico.
Justamente como tinha temido, seu pé se deslizou e esta vez minha garota valente não pôde segurar-se a tempo. Caminhando para a árvore até que estive diretamente debaixo dela, estendi meus braços preparados para apanha-la de sua queda, outra vez. Seria a terceira vez neste verão.
— Ops, segurei você - Assegurei-lhe, enquanto baixava o olhar para seus olhos fortemente fechados. Suas pálpebras revoaram rapidamente antes de se abrir e olhar para mim. A confusão em seus olhos quando me via sempre era muito dolorosa. Odiava que ela não pudesse me recordar. De que ela não pudesse recordar os momentos que passamos juntos.
— Hum — murmurou confundida quanto seus olhos moveram-se do meu rosto para a árvore.
— O que fazia ali em acima? Estava muito alto — Dizia isso todas às vezes. Nunca seguia meus conselhos, mas eu seguia tentando-o. Possivelmente algum dia ela faria.
— Um, eu, uh... Você me segurou? – me perguntou tom de voz familiar de surpresa.
— Sim, por que crê que não está tombada no chão com alguns ossos quebrados? - perguntei tratando de não rir. Não gostava que eu risse dela. Era como se soubesse que eu omitia alguma informação importante e odiava estar inconsciente...
Quando ela começou a se mover em meus braços, coloquei-a de pé cuidadosamente. A curiosa expressão em seu rosto aliviou parte da dor em meu peito. Ela me reconhecia... Ao menos seu coração o fazia. Podia vê-lo em seus olhos. Tratava fortemente de tentar abrir essas lembranças.
— De onde você veio?
Sempre me perguntava isto.
— Estava por perto. Vi você subir muito alto, e vim ver se por acaso necessitava de ajuda.
— Conheço você? - perguntou procurando em meu rosto por algum sinal, uma pista.
— Desejava que o fizesse, mas não. Ainda não. Não é a hora. - Não pensei em minhas palavras. Não devia dizer isso. Precisava ser mais cuidadoso com as coisas que eu lhe dizia. Inclusive se ela se esquecesse delas no final do dia.
— O que significa isso? - perguntou com o cenho franzido.
— Pagan Moore, traga seu traseiro aqui se quer dar uma olhada na minha casa da árvore antes que os meninos cheguem - Seu amigo, Wyatt, a chamou da rua. Ele não era capaz de ver-me. Isso poderia confundi-la. Era hora de me ir, por agora.
Lentamente, deixei que a lembrança se desvanecesse enquanto observava a forma adormecida de Pagan dar voltas na cama. Esta vez não se esqueceria. Ela ainda não me tinha relacionado com o moço dos seus sonhos. Mas o faria. Com uma última promessa, sussurrei-lhe em seu ouvido: — È quase a hora. - antes de deixá-la só para que despertasse.
— A moça não vai te escolher seu sobre o Dankmar. Só a tome — Meu pai estava de pé no pátio dos fundos da casa de Pagan.
— Ela está se lembrando, Pai. Só necessito de tempo — Olhei de volta para sua janela e vi como ficou de pé olhando à árvore. As lembranças mudariam as coisas. Tinham que fazê-lo.
— As lembranças, elas não são o suficientes. - Arrastou as palavras sobre os cigarros que pendurados em sua boca.
— Vão ser — grunhi em frustração.
— A morte esta por perto. Deixe isso para mim. Eu falo com ele. - Meu pai disse. Os escuros olhos negro carvão se encontraram com meus e soube que não valia a pena discutir com ele. Ele ia falar com Dankmar. Não havia maneira em que eu pudesse detê-lo. Mas eu não ia muito longe. Queria escutar o que ele dizia a Dankmar. Meu pai lhe diria que a alma de Pagan era minha? Se for assim, tinha que estar por perto.
Retrocedendo dentro do bosque, esperei. Soube o momento em que Dankmar sentiu a presença de meu pai. A ameaça rodando fora de sua figura era impossível de ignorar. Pagan o beijou e fechei os olhos, incapaz de ver.
Logo, ela retornou para dentro de casa e Dankmar se voltou para enfrentar a meu pai.
— O que quer com Pagan? - perguntou brandamente, mas a borda afiada em sua voz era assustadora.
— Ela pertencer a mim. - replicou meu pai sem retroceder. O Dankmar que tinha caminhado pelos corredores da secundária tinha sido tão pouco ameaçador que às vezes esquecia o verdadeiro poder do Senhor da Morte. Agora, vendo-o assim, encolhi-me contra a árvore detrás de mim.
— Não. Não é. - Replicou Dankmar dando um passo para meu pai. Não me surpreendeu quando meu pai deu um passo para trás. Os ventos se aquietaram pela presença da Morte e todos os seres viventes tinham fugido de sua presença. Um escuro grunhido revestiu o silêncio.
— A menina é marcada como uma indenização. Sua mamãe fez um trato. Ela sabe o por que.
— Pagan Moore é minha. Deixa-a. Nunca cruzaste o meu caminho antes, mas posso te garantir que um espírito senhor do vodu não é um rival para mim. Você sabe disso.
Pela primeira vez em minha vida, vi o corpo de meu pai estremecer de medo. Ele tinha pressionado à Morte muito longe.
— Mas a restituição dever ser feita.
— NÃO, não com Pagan. Qualquer trato que tenha com sua mãe e com sua mãe. Pagan não tem nada que ver com isso.
— Nunca a conheceria se eu não tivesse a salvado. Você esta tomando almas enquanto ela estava estirada no chão, morrendo quando era pequena. Eu é que não gosto de ver crianças morrerem. Você que não importar de toma-las. Ela esta viva por minha causa. Ela significa um propósito para mim. Salvei-a para meu filho. Ele a vigia todos esses anos. - Fiquei congelado enquanto Pai explicava ao Dankmar o que tínhamos feito exatamente todos esses anos atrás. A expressão violenta em seu rosto me disse tudo o que precisava saber. Ele não deixaria ir. Possivelmente acabaria com meu Pai e a mim, mas não deixaria Pagan ir.
— Deixa-a ou tratará comigo.
— A moça tem que escolher ou tomarei o meu pagamento de qualquer maneira. Eu tenho o direito — o tremor na voz de Pai era inconfundível.
— Está bem! Deixa-a escolher - rugiu Dankmar.
Sem esperar para ver o que acontecia, eu fui embora.
Capítulo 7
Ele tinha que te amar
Dankmar ou transportador, sempre se mantinham perto de Pagan. Graças a ele, ela estava com medo de mim. A chama alaranjada em seus olhos devia ser por minha proximidade, era o único consolo que recebi por estar em sua presença.
Odiava saber que tinha medo de mim. EU! A razão pela qual se encontrava viva. Sua fonte de consolo. Arrumaria isso. Se tudo saísse conforme o planejado, estaria correndo por essa porta em qualquer momento. Com sorte, com o coração quebrado e disposta a me escutar.
Como se fosse um sinal, a porta traseira se abriu e a cara chorosa de Pagan imediatamente me fez questionar minhas ações. Eu não gostava de vê-la chorar. Dankmar tinha lhe armado uma armadilha. Um espírito vodu em forma de uma mulher muito atrativa faria com que Pagan pensasse que via algo que realmente não tinha acontecido.
— Levarei você para casa - disse-lhe, mantendo uma distância. Necessitava que viesse para mim.
Deu a volta e ficou rígida imediatamente, enquanto seus olhos me encontravam na escuridão. Suas mãos se levantaram para limpar as lágrimas que rodavam por seu rosto. Morria para secar-lhe as lágrimas. Antes que me movesse e arruinasse minha estratégia perfeitamente desenvolvida para estar a sós com ela, ela deu um passo para mim.
— Claro. Obrigado Leif. Seria bom um passeio.
Isso não era o que estava esperando. Foi muito fácil. Abri a porta do lado do passageiro, dei um passo para trás e a deixei entrar. Era muito cedo para tocá-la. Em primeiro lugar, tinha que ver que seguia sendo o mesmo menino pelo qual uma vez havia sentido algo. Não o príncipe maligno do vodu que lhe disse que devia temer. Uma vez que se achou a salvo, fechei a porta e joguei uma última olhada à porta. Dankmar se aproximava. Não tinha muito tempo para levá-la a um lugar seguro. Ele a encontraria. Teria que levá-la a minha casa muito antes do esperado.
Sabia que era perigoso transportar a Pagan. Mas recordei que a morte protegia seu corpo e eu possuía sua alma. Quão mal poderia ser? Estava dormindo desde que chegamos. Seu corpo não tinha sido capaz de dirigi-lo tão bem como o esperava. Ela mudou de posição durante o sono e murmurou: — Dank - Então gemeu. Odiava-o
— Shhhh, está bem, Pagan. Não se preocupe. Tenho você. - Assegurei-lhe lhe apartando o cabelo da cara.
— Leif? - sussurrou.
— Sim, estou aqui - respondi, amando o calafrio que percorreu seu corpo.
— Onde estou? Por que não posso abrir meus olhos? - Podia ouvir sua incerteza.
— Está comigo agora. Onde pertence. Onde sempre pertenceu. Foi minha no momento em que te escolhi, quando éramos meninos. E quanto a seus olhos, poderá abri-los logo. Seu corpo humano tem dificuldades para lidar com a viagem, lamento.
— Não entendo - respondeu. Não, não o entenderia. Não agora. Havia tantas coisas que tinha que lhe dizer. Mas não enquanto estivesse assim.
— Só descansa. Sentir-se-á melhor logo.
Pouco a pouco, dormiu outra vez. Levei-a para minha cama, deitando-a ali. Deixarei dormir um pouco mais. Pai tinha que saber que havia a trazido até aqui. Era melhor que explicasse as coisas a ele. Em caso da Morte descer sobre nós mais tarde do que cedo.
Depois de falar com Pai me apressei a retornar para Pagan novamente. Tê-la aqui, no Vilokan, em minha cama, me faz sentir completo. Finalmente. Apesar de não poder conservá-la. Ainda não. Só precisava conversar com ela. Fazê-la entender. Tinha sido impossível falar de outra maneira. Dankmar permanecia sempre a seu lado ou essa... Essa... Irritante transportadora do inferno com a qual eu não queria cruzar. O transportador era uma mulher loira com medo.
— Despertou - disse sorrindo, quando entrei no quarto e me encontrei com Pagan de pé, acordada no centro dele.
— Onde estamos? - perguntou com a voz trêmula.
— Minha casa. Você gosta? - Brinquei com a esperança de aliviar sua ansiedade.
— Por que estou aqui Leif?
— Porque me pertence. - Não deveria ter soltado algo do estilo. Mau momento.
Deu um passo para mim e uma expressão feroz se apoderou de seu cenho franzido com preocupação. — Não te pertenço, Leif. Não sou uma posse. Sou uma pessoa. Por favor, me leve para casa.
OH, claro que não. A fúria ante a ideia de que ela estivesse logo junto ao Dankmar começou a aumentar dentro de mim. — Assim, Dankmar ficará com o que eu criei? Não acredito Pagan. - Tive que me acalmar. Assustaria ela, poderia perdê-la. Tive que conter a mim mesmo.
— Ele era obrigado a te amar, como pôde ver. É diferente. Ele viu isso. Mas o que não te explicou foi que é diferente porque eu te fiz diferente. Não ele. Não o destino. É minha. Foi moldada à minha criação. Deve me escolher - Estendendo minha mão dei um passo para ela, — Está bem, confia em mim. Minhas mãos nunca te machucarão.
Pagan sacudiu a cabeça freneticamente e começou a retroceder para longe de mim. Por quê? Tudo o que eu tinha feito foi protegê-la. Por que tinha que me ver como algo escuro, algo mau? Eu a amava.
— Alguma vez te machuquei, Pagan? Escuta sua alma. Sabe aonde pertence. O fogo relampejou em seus olhos bem agora, é sua alma me buscando - fechei a distância entre nós, — me dê sua mão.
— Por favor, Leif, me leve para casa. Só quero ir para casa. - suplicou.
Deixei minha mão cair de novo a meu lado, dei-me por vencido em tratar de conseguir que me tocasse. Íamos ter que trabalhar a questão da confiança.
— O que devo fazer para que confie em mim? Confia na Morte, sem lugar para dúvidas. A Morte, Pagan. Ele é a Morte. Como pode confiar em uma criação que toma as almas da terra e não confia em mim? Nunca permitiria que saísse ferida. Nunca permitiria que estivesse sozinha. Mas ele aparece e sai sem sentido sob seu feitiço. O que fez para te merecer? Não salvou sua vida. Devia tomar sua alma quando
era uma menina. Deixo a sua mãe chorando perdida sem sua menina e não teve remorso. Isso é o que ele faz. - Encontrava-me desesperado por fazê-la entender.
— Por que me salvou? - Sua pergunta não me surpreendeu. Ela nunca poderia entender o quão especial ela era.
— Não sou seu sonho mais escuro, Pagan. Posso caminhar na escuridão, mas vi uma vida digna e a escolhi. Meu pai a escolheu. Esteve de acordo no que você significa para mim. Agora tem que aceitar que a vida que sempre teve está chegando a seu fim. Já é hora. Supunha-se que morreria nesse dia na estrada e quando a Morte viesse, eu tomaria sua alma em seu lugar. Devia confiar em mim. Sua alma e meu espírito são a mesma. Mas a Morte rompeu as regras. - A frustração em meu peito se converteu em um grunhido e me afastei. Grunhir não era exatamente algo que acalmaria seu medo de mim. Detive-me frente a uma das muitas velas que tinha utilizado para iluminar o quarto.
— Tive que me tornar um pouco mais duro. Sabia que a Morte estava contigo, mas acreditei que o que fazia, era o mesmo interesse que mostrava em qualquer outra alma, te preparando. Em troca, o mesmo se apaixonou por ti.
Sustentando minha mão sobre a chama, agarrei o calor e a energia piscando contra a palma de minha mão e a apertei com força antes de voltar a olhá-la. — Não pode controlar a Morte, mas sim controlar aos mortos, os que tomaram opções menos inteligentes na terra, caminham entre a escuridão sob o mando de meu pai. Sob meu mando. Necessito de alguém para encher a solidão. Você foi minha companheira durante mais de quinze anos, inclusive se não der conta agora. Mas suas lembranças pouco a pouco voltarão. Verá que, de fato, me pertence.
Pagan sacudiu a cabeça enquanto seus olhos se centraram na bola de fogo na palma de minha mão. — Só me raptou da terra? O que houve com minha mãe? Não posso deixá-la.
Não. Isso não era o que pensava fazer. Sacudindo a cabeça, apaguei a chama na palma de minha mão e voltei a me situar em frente de Pagan.
— Levarei você logo. Nem sequer notará que foi. Só necessito de um lugar onde possa falar contigo. Para lhe explicar isso sem... - Não pude controlar o desagrado por seus sentimentos para o Dankmar, essa
estúpida transportadora ou Dankmar continuamente danificando meus intentos.
O suspiro de alívio em sua voz me disse que tinha pensado uma vez mais o pior de mim.
— Se preocupava que a mantivesse prisioneira? Vamos, Pagan, conhece-me melhor que isso. Quando não me assegurei de te fazer feliz? Quando tentei te machucar? Nunca. - Estendi meu braço e tomei sua mão na minha. Quando não a apartou de repente, trouxe-a para mim.
— Sobre o que quer falar comigo? - perguntou, me estudando. Mais tranquila agora. O rápido som do batimento do seu coração acalmou.
— Isso está melhor. Seu coração parou de acelerar. Não tem por que se assustar. Nunca temas a mim - Apertou minha mão pela tranquilidade da minha sinceridade. — Vem caminhar comigo, por favor. Podemos caminhar um momento enquanto te mostro ao redor. - cheguei à parede de pedra que sabia que se abriria à Rua Bourbon.
Pagan saiu à cálida noite de Nova Orleans. Seus olhos se abriram em estado de choque enquanto examinava nosso entorno. Os bares, discotecas e lojas de vodu, todos iluminados na escuridão da noite. Meninos dançando, homens bêbados e mulheres de topless, reclamando todos sua atenção, como se tratasse de uma peça de teatro que se realiza só para ela. A familiaridade da cena frente a nós de repente parecia vulgar quando vi Pagan observar o comportamento lascivo com o qual tinha crescido. Não queria que observasse mais. Tudo ia mal. Não pertencia aqui. Era muito boa, muito pura.
— Vamos, Pagan, devemos conversar. Vamos dar um passeio - falei, enquanto a conduzia para a carruagem que tinha convocado.
— Iremos nisto? - perguntou enquanto a levantava e a colocava a salvo dentro. De repente queria levá-la a um lugar que fosse o suficientemente bom. Isto era muito sujo. Não serviria para nada.
— Sim - respondi tomando o assento frente a ela. — Então, o que acha da Rua Bourbon 2? É tudo o que sempre tinha imaginado? - Queria suavizar a conduta inapropriada que acabava de obrigá-la a presenciar.
2 Bourbon, a rua Bourbon está localizada em Nova Orleans, Luisiana. É uma antiga
vizinhança francesa, com velhos edifícios que datam do século XVII
— Essas lojas, as que são de Vodu... - perguntou deixando a fala sem conclusão.
Rindo, dei uma olhada a uma das lojas ridículas criadas para aproveitar-se dos turistas, com a esperança de encontrar um feitiço para o amor verdadeiro ou vingança sobre seus inimigos. Se eles soubessem.
— É propriedade de gente que normalmente extorque aos turistas. Nenhum deles tem algum poder. Imagino que se um espírito vodu real tivesse a graça de tocar suas portas, fechariam as porta e fugiriam da cidade. O vodu não é real nestas ruas. Só se pode encontrar muito profundamente por esses escolhidos que os espíritos querem que os encontrem. Este é o Distrito Jardim. É uma zona agradável. A maioria das mansões bem conservadas podem se encontrar aqui mesmo - Expliquei-lhe, aliviado por deixar a sujeira de meu mundo detrás de nós.
— Do que quer falar comigo, Leif? Por que estou aqui?
Via-se disposta a falar agora. Muito bem. Poderíamos falar. Inclinei-me a diante apoiando os cotovelos sobre os joelhos e lhe sustentei o olhar. — Sei que não entende agora o que sua mãe fez. Recordará todas as vezes que estive entrando em sua vida. Saberá que estive no dia em que a velha rainha Vodu removeu a enfermidade de seu corpo. Sim, fez e também a petição, meu pai o requereu, pediu uma restituição por isso. Toda ação vem com um Pagamento. Não do tipo monetário como nas lojas de vodu daqui querem. O Vodu real pede algo mais. O Pagamento mais caro que pode ser. Eu queria que vivesse Pagan. Observei-te no momento em que chegou a Nova Orleans. A enfermeira te observava porque era a neta da rainha vodu. Trouxe-te para mim para te ver no primeiro dia que chegou. Fique fascinado por ti. Meu pai procurava a minha companheira e eu lhe pedi que a petição fosse você. Disse que tínhamos que esperar. Isso significava que ocorreria quando o destino decidisse. Quando os doutores disseram que não veria outro dia, sua mãe foi com a enfermeira e te trouxe para a velha rainha vodu, que me chamou. - Obriguei-me a me deter. Necessitava tempo para que processasse tudo isto. Esperei por tanto tempo para lhe dizer todas estas coisas. O tempo era curto. Dankmar a encontraria logo. Nosso tempo era limitado e morria de vontade de te fazer compreender. — Uma vida não pode dar-se de graça. O custo é uma vida por outra vida. Salvei sua vida e ao fazê-lo, comprei sua alma. Foi minha desde o dia que esteve saudável. Estive perto desde então.
O cenho franzido no rosto de Pagan fez sua testa se franzir. — Nada disto tem sentido. Por que voltou humano? Por que me ignorou por anos? Por que fingiu? Por que me quer? Por que só não me deixa ir?
Estava pronta para escutar.
Então senti seu poder. A vida que nos rodeava se acalmou. Nem sequer os pássaros permaneceriam na presença da Morte. Estava tão perto de fazê-la entender. Malditamente, tão perto.
— Está aqui. Como diabo chegou aqui tão rápido? - Sem olhar atrás, deixei-a ali. Não me encontrava preparado para ficar frente à Dankmar. Ainda tinha todas as cartas, seu amor e sua autoridade sobre a vida.
Capítulo 8
Ele e a morte, veem quem realmente são.
— Se a alma que ganhei não vem, tome outra — Informou-me meu Pai, anunciando sua aparição. Do lado de fora da escola onde eu tenho acompanhado os últimos três anos de Pagan, a observei e esperei, pensei que se a separasse de sua alma gêmea seria uma grande provocação, mas sua alma gêmea deixou meu caminho livre.
— Pai - respondi como uma saudação. — Eu não quero outra. Já sabe. Quero a Pagan.
— Sua alma necessita de um empurrão na direção correta, né.
—Tome outra alma que não afetará a ela. Não saberá que você tomou outra alma em seu lugar. E eu não vou lhe dizer isso. Iria parecer como um monstro ainda maior ante seus olhos do que já o sou.
Pai deixou escapar uma risada horripilante. — Eu sei que alma tomou em seu lugar, mmm.
— O que se supõe que significa isso? — perguntei consternado por seu humor, tirando meus pensamentos de Pagan e minha reentrada no seu mundo humano...
— Darei a alma oportunidade de fazer a escolha correta. Só isso.
— O que quer dizer? - perguntei, mas já era muito tarde. Ele tinha ido. Com um suspiro de frustração, atirei minha mochila em meu ombro e me dirigi para as portas principais da escola. Pagan não se assustava com o menino que ela sempre conheceu como seu companheiro de classe. Preciso lhe recordar que ainda sigo sendo esse menino. Que nada mudou.
— Falando de picante, aqui vem seu último noivo digno de babar - sussurrou a melhor amiga de infância de Pagan, enquanto eu fazia meu caminho para elas.
Justo quando cheguei a seu armário, ela fechou a porta muito forte antes de girar-se para me encarar. Queria rir de seu olhar zangado, mas
pensei que isso não me faria ganhar nenhum ponto. Ela era suficientemente valente para zangar-se comigo, foi uma mudança agradável. Algo era melhor que sentir-se aterrorizada por mim.
— Leif - murmurou. Seus olhos se moviam por toda parte, mas sempre retornava para mim. Era tão fodidamente linda.
— Pagan, é bom ver-te também.
— O que necessita? - Perguntou, e Miranda lhe deu uma cotovelada um pouco forte. Minhas mãos se fecharam em punhos para não tomar o braço de sua amiga e afastá-la de Pagan.
— Bom, perguntava-me sobre a tutoria. Quero dizer, agora que estou de volta tenho que manter minha qualificação, e sabe que não posso fazê-lo sem sua ajuda.
Os olhos de Pagan finalmente se centraram em mim e se ampliaram. Isso não era o que ela esperava que dissesse. Bem... — Ah, bom, quando se foi reservei seu lugar. Mas estou segura de que há outros tutores disponíveis se sentir que realmente necessita.
— Mas você foi muito prestativa. Duvido que alguém seja capaz de me ajudar da forma que você o fez. - A ira brilhou em seus bonitos olhos enquanto colocava a mochila por seu braço e dava um passo ao redor de mim.
— Sinto muito, Leif. Não sei que mosca a picou hoje. - Começou a balbuciar Miranda. Eu lhe afetava. A emoção era uma coisa boa.
— Está bem. Parti sem dizer nenhuma palavra. Estou seguro que tenho muitas coisas para arrumar.
— Bom, ela continuou com sua vida, sabe? - Não queria escutar Miranda me dizer sobre o Dank Walker e suas pretensões no que é meu.
Afastando-me dela com um assentimento de cabeça, parti sem lhe responder.
As sirenes chamaram minha atenção enquanto me dirigia à sala de aula que compartilhava com Pagan. Mas em vez de entrar fui à porta traseira e segui a Pagan e Miranda, que corria para o campo de futebol.
Ao me aproximar, vi o campo cheio de socorristas, estudantes, e os gritos de pânico encheram o ar enquanto Miranda cobria o corpo sem vida do Wyatt. Levantando meu olhar, encontrei Dankmar de pé ali, sem ser notado pela multidão. A dor e confusão em seu rosto me disse tudo o que precisava saber. Wyatt foi o enigma ao qual meu pai se referia faz um momento. Ele tomou Wyatt no lugar de Pagan. Ele não tomou qualquer alma, a não ser uma alma que a faria chorar e conseguiria chamar sua atenção. Pagan levantou seus olhos e a observei enquanto fulminou com o olhar à Morte. Finalmente compreendia. Ela não entendia que esta morte não tinha sido tomada pelo Dankmar, mas podia fazer uma ideia sim de no que consistia seu propósito nesta vida. Ele não era essa estrela de rock pela qual as garotas gritavam. — É a Morte, vê quem realmente é - sussurrei antes de dar a volta e partir da tragédia detrás de mim.
Capítulo 9
Parece que somos só você e eu
— Whou, não são quem esperava ver aqui - disse em voz alta para anunciar minha presença. Pagan e Miranda não notaram que não estavam sozinhas no cemitério. Mas depois, Pagan parecia ter as mãos ocupadas com uma Miranda muito bêbada. — E bebendo? - Deslizei meu olhar da garrafa de vinho a Pagan.
— Ela queria vir aqui. Imaginei que necessitava um pouco de coragem para confrontá-lo. - O tom irritado em sua voz, do qual eu havia me acostumado recentemente, não estava lá. Ela soava... Cansada.
Sei a causa de toda a dor, tinha observado os dias da morte do Wyatt sentindo um grande peso em meu peito. Agora, ela parecia estar em seu ponto limite. — Posso entender - respondi.
Miranda se acomodou e deu um tapa no seu lado no banco em frente à tumba do Wyatt. — Vem e sente-se, - Ordenou-me com um insulto.
Tomei o assento devotado. — Toma, está bom - Miranda empurrou a garrafa a meu peito. Sim, já bebeu muito.
— Claro - Se bebesse um pouco talvez me ajudasse a lhe fazer frente ao que ia fazer. O tempo se esgotava. Se não conseguisse a atenção de Pagan esta noite, era muito possível que meu pai tomasse outra alma... Alguém próximo a ela. Não podia deixar que isso ocorresse.
— Perdão por ter fugido hoje... Ou ter deixado você lá - Miranda se desculpou pelo episódio que tinha presenciado mais cedo. Pagan não respondeu. Em troca, afastou suas mãos do Miranda e tomou a garrafa de vinho da minha mão.
— Alcançou seu limite, Miranda. Um pouco mais e amanhã me odiará - disse Pagan quando empurrou a cortiça na garrafa e a deixou no chão junto a seus pés.
— Eu me preocupo com você, mas eu vi Pagan contigo - Respondi para Miranda.
— Sssssí. Não sei o que fazer sem ela - balbuciou Miranda.
— Ela é muito especial - Estava de acordo e me inclinei para frente para me encontrar com o olhar de Pagan.
Miranda assentiu com a cabeça e começou a apoiar sua cabeça no ombro de Pagan, mas falhou e caiu. Agachei-me e tirei-a de cima de Pagan. Nossas mãos roçaram e senti uma breve sacudida quente pelo contato.
— Valeu, acredito que é hora de voltarmos para casa. - Anunciou Pagan ficando de pé. — Vamos. Vamos para o carro.
— Te ajudarei a levá-la ao carro. - Ofereci-me.
Miranda caiu sobre seus joelhos e riu a gargalhadas.
— Sim, obrigada. - murmurou Pagan.
Estava mais do que certo pela repentina disposição de Pagan a aceitar minha ajuda e tinha a ver com o fato de que Miranda estivesse um pouco fora-de-controle. Agachei-me e a peguei por debaixo dos braços. Uma vez que a tinha de pé, envolvi meu braço ao redor de sua cintura enquanto ela começou a balançar e rir. — Tranquila garota - Eu tentei soar encorajador. Era culpa do meu pai que estivesse assim depois de tudo.
— Tranquila garota - Imitou Miranda rindo. — Adeus, Wyatt, Eu te amo. - Disse em voz alta enquanto a levava de volta pelo caminho para o estacionamento. Podia sentir as almas que vagavam no cemitério. Eles sabiam que os via tal como sabiam que Pagan também. Desviei dos que se colocavam em nosso caminho.
— Te amo muito - Miranda começou a cantar. Logo que cheguei ao carro de Pagan, abri a porta do lado do passageiro e deixei Miranda no assento. Logo, sem perguntar, abri a porta traseira e entrei. Não queria dar a oportunidade a Pagan de me expulsar. Esta noite tínhamos que nos falar. Ela precisava saber. Se não lhe explicasse as coisas outra alma que ela amava se perderia para sempre. Não podia deixar que isso acontecesse.
Pagan abriu a porta traseira contrária e colocou a cabeça me olhando como se tivesse perdido a cabeça. — O que acha que está fazendo? - sussurrou.
— Estou me assegurando de que chegue na sua casa a salvo. - Respondi-lhe com um sorriso que esperava fora tranquilizador.
— OH, não, não vai fazer isso. Sai! - Quase gritou.
— Não seja tão má, Pagan. - Interveio Miranda da frente.
Pude ver a incerteza no cenho franzido de Pagan. Finalmente, ela revirou os olhos e fechou a porta. Logo abriu a porta do lado do motorista e subiu. Escutei-a murmurar: — Que seja. - Antes que fechasse a porta. Suponho que era uma boa medida. No caso de sentir saudades o fato de que ela tinha fechado à primeira porta.
— Fique acordada. Não serei capaz de te levar para dentro estando bêbada. Não queremos que seu pai saia e te encontre desta maneira. - Disse Pagan à Miranda em uma suave reprimenda.
Miranda conseguiu despertar algo da garota de olhos cansados que estava ficando adormecida.
— Assim está melhor, mantenha esses olhos abertos. - Pagan respirou fundo baixando a janela. — O ar frio te ajudará e se começar a enjoar, por favor, coloque a cabeça pela janela e vomita.
— De quem foi à ideia de embebedá-la? - Perguntei já sabendo a resposta.
— Deeee Paaagaaaan, eees tão inteligenteee. — Respondeu Miranda com uma risadinha quando era óbvio que Pagan me ignorava.
— Podemos fazer ooooutra vez MA... Amanhã? - Perguntou Miranda.
— Não. Acredite a dor de cabeça que vai ter amanhã me dará a razão. Isto foi só uma vez. - Respondeu Pagan.
Quando Pagan tirou Miranda do carro, rapidamente abri minha porta e comecei a pegar Miranda fora do carro. Ela não ia poder fazer esse caminho e as escadas sem minha ajuda.
Uma vez que chegamos à porta, a mãe de Miranda abriu a porta e Pagan deu um passo para frente e entregou a garrafa de vinho quase vazia.
— Ela queria ir ver a tumba do Wyatt esta noite. Peguei isto porque pensei que ia necessitar. Sinto muito...
A mãe de Miranda levantou a mão para deter qualquer explicação adicional. — Não, está bem. Entendo. Isto não é pior que os remédios que eu estive dando. - Podia ver a preocupação e o medo nos olhos de sua mãe me recordando uma vez mais quão importante era que Pagan soubesse. Tudo. Esta noite.
— Só vai para casa, Pagan. Sua mãe já me ligou perguntando por você. Seu avião chegou faz uma hora. Cuidarei de Miranda esta noite. - Informou a mãe de Miranda.
Depois que a porta se fechou, voltei meu olhar a Pagan: — Parece que somos só você e eu.
Capítulo 10
Eu Menti
— Não, estou só e eu vou para casa. - Respondeu Pagan, correndo furiosamente e dirigindo-se para o carro. Obvio já lhe tinha tirado as chaves.
Observei como procurava as chaves que tinha deixado na ignição, freneticamente. Abrindo a porta do passageiro, deslizei-me rapidamente. As chaves penduraram de meu dedo quando lhe sorri. Isso não me fez ganhar nenhum ponto. Mas realmente tampouco o esperava. Ela estava me forçando a fazer isto.
Pagan tirou as chaves da minha mão e ligou o carro.
— O que planeja fazer, Leif? Irá comigo e visitar minha mãe? Hmmm... Porque é mais que provável que Gee esteja ali pouco depois de que eu chegue e está desejando te dar um pé na bunda.
Infelizmente, ela não ia voltar para sua casa. Não esta noite. Nunca.
— Não, Pagan, só penso que você e eu precisamos conversar.
— Sobre o que? Do fato de que quer tirar minha alma para algum rito vodu ou do fato de que espreitou toda minha vida e logo tirou minhas lembranças? Já o sei! Quer falar sobre como mentiu para mim sobre tudo desde o começo e me fez pensar que era um bom tipo. Escolhe um tema porque vou falar de todos.
Não entendia. Dankmar tinha feito me soar tão malvado. Tinhalhe eleito como sua luz. Suspirando, esfreguei-me as palmas das mãos contra os joelhos.
— Está zangada comigo. Eu entendo. Eu sempre esperei que você soubesse...
— Então por que não me disse isso? — Interrompeu-me.
— Porque te escolhi. Era seu propósito. É o seu propósito. Não entende? Você Morreu Pagan. Morta. Desaparecida. Conseguiu outra
vida e tinha perdido completamente a oportunidade nesta vida. Porque você ia morrer. A Morte não estava apaixonada por ti então. Ia pegar você como supunha que deveria. Não havia nada que ninguém pudesse fazer para lhe deter, exceto sua mãe. Ela pôde escolher te entregar ao Ghede, e assim o fez. Ela pode não ter percebido, mas quando suplicou a um doutor vodu que salvasse sua vida com magia vodu, ela te entregou ao meu pai. Assim viveu. Não morreu. A Morte não tomou. Você tinha que crescer com sua mãe e ter uma amizade com Miranda e inclusive com o Wyatt. Você tinha que VIVER. Não teria tido esses anos se eu não tivesse te escolhido. Esta vida que tem agora devia terminar essa noite no Hospital Infantil de Nova Orleans. - GHEDE! Por que não entende isso? Qualquer humano teria entendido, ela estava cega.
Pagan começou a girar o carro para sua casa. Estirei-me e segurei o volante para detê-la. — Não. Não terminamos de conversar.
Tentou brigar comigo e forçar o carro para girar, mas ela não o faria, tinha o controle total sobre a direção em que nos dirigíamos. Nós não iríamos parar até que alcançássemos a velha ponte East Gulf. Logo não pararíamos exatamente ali, tampouco.
— Valeu, de acordo. Mantiveste-me viva. Tinha que viver esta vida. Aprecio-o, mas agora quero mantê-la e não te importa. Você reclama que me quer e que necessita de mim, mas não poderia importar menos o que eu quero. É muito egoísta de sua parte. É tudo sobre o que Leif quer. Não toma em consideração o que eu quero. Atua como se fosse sua posse e eu devo estar feliz sobre isso.
Ela era minha. Mas eu era mais seu do que ela entendia. Pertencia-lhe, também. Devia-me isso. Simplesmente não me queria. Ao dar-se conta de que já não tinha o controle sobre o carro fez que seu coração corresse, como sua respiração. Estava-a assustando, outra vez. Merda! Odiava isto.
— Tentei fazer isso fácil. Tentei fazer esta transição de maneira que pudesse aceitar. Protegi-te da verdade. Queria que tomasse esta decisão porque você queria. Não porque eu estava forçando, mas nós ficamos sem tempo. Há algo que deve saber. - Assinalei para um lado da estrada antes que dirigíssemos à ponte. Precisava lhe dizer mais primeiro. — Pare.
O carro imediatamente estacionou do lado da estrada sem a ajuda de Pagan. Em realidade, nunca tinha me visto usar meus poderes.
Sabia que isto era mais do que ela estava preparada para ver, mas não havia mais tempo.
— O que é isso que preciso saber? - Perguntou, golpeando sua palma contra o volante com frustração.
— Não vai gostar disto. Não queria que soubesse. Mas quando se negou a aceitar que sua alma era a restituição pela vida que meu pai te concedeu, meu pai decidiu que tomaria sua restituição em outra parte.
- Necessitava sua atenção completa. Era o momento, que se concentrar no que tinha que lhe dizer. — Pagan me olhe.
Girou sua cabeça e seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas enquanto esperava que falasse.
— A morte do Wyatt foi apenas o começo. Ghede tomará mais. Todos ao seu redor. Ele tomará um por um até que ceda e aceite vir comigo ou até que não fique ninguém mais para tomar.
Sacudindo sua cabeça, gritou: — NÃO! VOCÊ está mentindo. É um mentiroso. Eu vi o Dank. Vi-o tirar a alma do Wyatt. Dank nunca teria tomado uma alma para seu pai. Ele nunca haveria...
— Dank não sabia. Disse sobre isso de antemão? Preparou-te para a morte de seu amigo? Não. Não o fez. Porque a morte do Wyatt não era o destino. Meu pai usou seu poder sobre sua restituição sem pagar para matar o corpo que habitava a alma do Wyatt. Dank foi atraído a ali para recuperar a alma do corpo porque esse é seu trabalho. Ele estava tão surpreso quanto você.
Ela sabia agora. Iria me odiar?
— Mas... Mas você me disse que minha morte e a do Wyatt iriam ser as tragédias do ano escolar. Isso significaria que a morte do Wyatt era o destino.
— Menti para você. Queria que estivesse zangada com o Dank. Podia sentir sua dor e sabia que isso mantinha você longe dele.
Observei como uma série de emoções lhe cruzava o rosto. Isto era muito mais do que qualquer humano podia compreender. Mas ela não era normal. Via almas a maior parte de sua vida. Estava apaixonada pela Morte. Nada em Pagan era normal. Seria o suficiente forte para lutar com isto. Se somente fosse capaz de fazer que se apaixonasse por mim primeiro. Tinha falhado em ambos.
— Ok, irei contigo.
Não ia esperar que pensasse mais nisto. Enquanto fora sua decisão, tomaria. Assim era. Liguei o motor com o estalo de meus dedos e acelerei.
— Leif me ajude! - gritava Pagan enquanto o carro corria para a metade da ponte. Com um só deslizar de dedo o volante sacudiu.
— Estou com você Pagan. - Assegurei-lhe quando o carro rompeu a ponte e fomos a toda velocidade para as águas do oceano debaixo de nós. Vilokan, o mais à frente na religião do vodu se encontrava debaixo da água. Não a ajudaria esta vez. Era muito duro para ela. Iríamos à maneira antiga. As águas escuras nos envolveram e me concentrei em forçar ao corpo de Pagan dentro de um sonho profundo antes de empurrá-la para mim e nos afundar nas profundezas. Logo, estaríamos em casa.
Capítulo 11
Não posso esperar para passar a eternidade contigo
Não consegui que ela saísse do meu quarto. Negou-se a caminhar pelo corredor ou explorar Vilokan comigo. Em seu lugar, Pagan ficou encolhida em meu quarto onde eu já não era bem-vindo sem um convite. O Pai não causou exatamente uma boa impressão com suas aventuras sexuais durante o jantar a qual ela assistiu. Aceitar que ela fale com o Wyatt foi à única coisa em que pude pensar para fazê-la feliz.
Ao abrir a porta, Wyatt passou junto a mim sem um reconhecimento.
Ele me odiava. Odiava quem era eu e o que eu representava. Uma vez, tinha sido meu amigo. Ao longo de minha vida o tinha observado e desejado ter uma vida similar à sua. Que tivesse sido amigo de Pagan me cativava mais. Tinha a vida de um menino normal.
Levei-lhe a Pagan comida que ela reconheceu. Comida que meu pai gostava não era algo que ela aceitaria facilmente. Seus apetites eram muito estranhos em todas as coisas. Ajustando a bandeja na mesa junto à cama, encontrei o olhar de Pagan.
— Ele não quer me ver. – Eu disse enquanto entreguei um prato a ela.
— Não, não quer. Mas, Quem pode culpá-lo? Você tirou a eternidade dele. Agora está preso aqui para sempre.
O ódio misturado em suas palavras era mais doloroso do que jamais pude imaginar.
— Não tomei sua alma, Pagan, foi meu pai. Não tinha nem ideia que ia fazer. Ghede não dá respostas a ninguém dentro de nosso reino. Ele toma as decisões que lhe agradam e se excede em coisas que deem prazer e corrompe atividades agradáveis, fazendo as coisas que devem ser satisfatórias e boas como condutas depravadas. Nada do que possa dizer o deterá. Era um menino quando me pediu para escolher uma alma. Não tinha ideia de quais eram as consequências. Escolhi-te. Então, não sabia o que isso significava. Pode me odiar, mas trate de entender que eu não sou meu pai.
Pagan ficou em silêncio um momento e comecei a fixar no prato de comida.
— Quem é sua mãe?
Minha mãe não era alguém sobre quem realmente queria discutir. Nunca. Mas com Pagan iria compartilhar tudo. Inclusive as coisas mais dolorosas.
— Minha mãe é Erzulie, é a razão pela qual minha pele é pálida e meu cabelo loiro. É a deusa vodu de muitas coisas. O amor é uma... A vingança é outra. Tem muitos amigos e desfruta das mesmas coisas que faz meu pai. Vejo-a de vez em quando, mas a maior parte do tempo vivo com meu pai. Nunca teve nenhum desejo de ter filhos, mas não sou o único. Têm vários, muitos dos quais andam pela terra. Está atrás dos homens humanos, tentando que vão a sua mmm... Cama.
Pagan tomou pequenos bocados da carne de porco que havia lhe trazido e suspirei de alívio. Ela precisava comer. Eu não gostava da ideia de que passasse fome. Pai a faria imortal logo. Mas por agora, necessitava de alimento.
— Não fala como seu pai, tampouco. Ele tem um pouco de sotaque cajún.
Finalmente, sentia curiosidade por mim. — Passei a maior parte de minha vida te seguindo. Adotei seu sotaque, assim estaria igual com sua vida. Não queria parecer estranho.
— Então todos esses sonhos que tive são reais? Essas coisas realmente aconteceram? Há mais lembranças que esqueci?
Esses eram só pequenos beliscões de nossa vida juntos. Havia muitas coisas que eu queria que recordasse. — Talvez uns poucos mais.
— Respondi.
— Um pouco mais? Isso é tudo?
Não queria ocultar nada mais dela. Já tinha escondido muito. Deixei meu prato e me levantei. Se eu ia falar sobre isso, tinha que ser capaz de caminhar. Ajudava-me a pensar. Além disso, tê-la em meu quarto sobre minha cama era difícil me concentrar muito em outra coisa. Minha mente voltava para a época em seu sofá, antes que Dankmar tivesse consumido seu coração. Eu nunca estive assim tão perto de ninguém.
— Estive contigo muitas vezes em sua vida. Quando estava sozinha ou triste, eu estive ali. Quando corria perigo, lá estava eu. Era o que fazia. Pai disse que era minha e devia te proteger. Assim o fiz. Sinto que não recorde. Não foi algo que fiz de propósito. É só que, eu não tenho alma e sua alma não pode recordar o quanto estive perto de ti.
— Por que quer que eu recorde aqueles tempos? Os que me escolheu para sonhar? — Detive-me e girei para olhá-la aos olhos.
— Porque essas foram às vezes que me apaixonei um pouco mais por ti.
— Você não me ama, Leif. Se me amasse, nunca teria sido capaz de me manter contra minha vontade.
— Já te disse que não posso controlar a meu Pai. Ele salvou sua vida. É seu dono, Pagan.
— Ninguém é meu dono.
Não entendia. Comecei a temer que nunca o fizesse. —Não quero discutir contigo. Não esta noite. Vamos comer, de acordo?
Voltei para meu prato e comemos em silêncio. Quando Pagan pôs seu prato na mesa, eu fiz o mesmo. — Está cheia? - perguntei me pondo de pé para limpar nossa comida.
— Sim. - Murmurou.
Não podia fazer com que me perdoasse. Esta noite, teve tudo o que podia dirigir sobre isto. Girei, dirigi-me à porta para deixá-la de novo sozinha. Justo antes de chegar à porta girei e tentei uma vez mais.
— O que posso fazer para demonstrar que te amo? Algo, menos que te permita ir, porque não posso. Farei qualquer outra coisa que me peça. Quero que aceite isto. A nós. Só me diga.
Ela me devolveu o mesmo olhar sem dizer nada por uns momentos. Então, finalmente, respondeu: — Libere o Wyatt com um transportador. Não o segure aqui.
Poderia assim ganhar seu coração? — Se puder convencer a meu pai para liberar o Wyatt a um transportador então vai acreditar que te amo e deixará que isto funcione entre nós?
— Sim, ser levar a alma do Wyatt a um transportador e me demonstrar que foi. Uma vez que saiba que aconteceu e que sua alma está onde lhe corresponde, então ficarei contigo. Farei o que puder para te fazer feliz. Para nos fazer... A nós... Felizes.
Podemos ser felizes. Farei que isto aconteça. Não importa o que tenha que fazer, fará que isto aconteça. — Temos um trato. Descansa um pouco, Pagan. Amanhã será um novo dia e não posso esperar para começar a eternidade contigo.
Capítulo 12
Posso tira ambos daqui... Com vida.
Não seria fácil convencer a Pai de liberar a alma do Wyatt e dar-lhe ao Dankmar. Odiava o poder que Dankmar exercia sobre ele. No Vilokan, meu pai tinha o poder. Entretanto, Dankmar tinha o poder sobre as almas da criação. Mas eu necessitava do perdão de Pagan. Em meu futuro tinha previsto sair com ela no momento que fosse uma menina. Não podia deixar isso atrás. Não queria que seu ódio por mim crescesse a cada dia.
— Desculpa, mas preciso encontrar alguém e estou completamente perdida. Conhece a Rosella, cabelo vermelho... E, com sorte, ainda com vida? Pensei que talvez pudesse estar por aqui, sabe.
Detendo-me, voltei-me para encontrar uma atrativa e pequena garota da minha idade, vindo da entrada principal. O primeiro que notei diferente, além de que tinha olhos marrons muito grandes e pestanas incrivelmente largas, foi o fato de que vestia roupa. Roupa normal. Suas calças jeans estavam gastas e descoloridas, mas abraçavam muitos bem seus magros quadris. A camiseta negra que ela vestia dizia "Não me faça te mandar ao Cajun com um chute na bunda" escrita em letras maiúsculas brancas. Nada desta garota parecia do Cajun. Sua pele pálida e o cabelo acobreado gritavam irlandês.
— Ouça, Está como vivo aqui também? Porque parece, mas aqui é difícil dizer - perguntou ela. Tirei os olhos de sua camisa e me encontrei com seu olhar. O rosa em suas bochechas e o batimento de seu coração me disse que na realidade era humana. No que meu pai está pensando? Armando uma horda inteira de humanos? Então, uma ideia do por que ele poderia estar recrutando outros humanos se apoderou de mim. OH, merda não. Ela tinha minha idade!
— Quem é e como chegou aqui? — perguntei, estudando-a para detectar qualquer sinal de mentira.
Sua postura se endireitou e a expressão aberta e curiosa que tinha destinado a mim, obscureceu. Genial, incomodei a outra mulher.
— Sou Sabine Monroe. Estou procurando a minha irmã. Rosella Monroe. É mais velha que eu. Mesmo cabelo. - Fez uma pausa e
pressionou firmemente seus lábios. Algo lhe incomodava e era seguro que não se tratava de meu comportamento grosseiro. — Com sorte, está viva.
— Você está viva. - Declarei.
Sabine assentiu lentamente, como se talvez precisasse encontrar a alguém um pouco mais sensato.
— Como chegou aqui? Está em frente do Vodu. Não é normal ver um ser humano, que vive e respira, caminhando pelos corredores. No geral são as almas daqueles que serviram ao Ghede quem entram no Vilokan.
Sabine pôs as mãos em seus quadris e suspirou. Dava-me conta de que suas unhas estavam feitas e que cada uma tinha a ponta branca e tinha uma Flor de Lis negra ao final. — Estou consciente de onde estou. Obviamente, os humanos podem entrar nas paredes do Vilokan se souberem o que estão fazendo. Confie em mim, não quero estar aqui. Só necessito de alguém que me diga onde posso encontrar a minha irmã para poder levá-la para casa. Voltar para a superfície onde pode seguir vivendo e respirando e mantê-la mais longe possível do lixo de vodu de Mame.
— De acordo, espera. Sua irmã está aqui e a está procurando. Vocês duas estão vivas? Não é uma herdeira da rainha Vodu ou uma bruxa, mas está aqui. Onde só aqueles, aos que Ghede lhes permite entrar, podem caminhar.
Um pequeno calafrio a percorreu e negou com a cabeça. — Não, não sou nenhuma dessas coisas. Mame, entretanto, necessita de uma boa lição a respeito de jogar com o lixo vodu que compra da loja no Bourbon. Eu tinha dito que essa confusão não era algo com o qual jogar. Mas ninguém escuta alguém de dezoito anos. Portanto, aqui estou.
A mulher ruiva que tinha visto com meu pai meses atrás. Certamente não era ela mesma depois. Mas, quem mais? O cabelo vermelho era familiar. Talvez. Não tinha prestado atenção suficiente à garota com meu pai. Estive tão preocupado que Dankmar fosse levar Pagan. Esta garota não tinha necessidade de conhecer meu Pai. Seu gosto por mulheres poderia ser perturbador. A ideia dele usando esta garota me deixou doente. Era muito jovem, inocente, muito... Formosa. Sem mencionar que precisava conseguir um acordo com Pai para deixar que a alma do Wyatt voltasse com o Dankmar.
— Escuta, tenho algumas coisas quão as quais tenho que lutar esta noite. Posso encontrar a sua irmã. Mas está em um lugar perigoso. Ghede é o...
— O senhor Vodu dos mortos. Sim, sei. Mame me explicou todo isso antes de me enviar com a velha bruxa vodu, que em troca me enviou aqui.
— Claro. De acordo, bom, ele não é exatamente um homem agradável. Se pudesse me dar um dia para trabalhar algumas coisas e me deixar encontrar a sua irmã, assim tirarei ambas daqui.
Sabine levantou uma sobrancelha. — Claro você? Como fará isso? Com sua boa aparência, porque Deus sabe que não é um espírito vodu. Tem luzes como um humano, assim como eu.
Tive que me morder a risada, o qual é surpreendente. Não estava de bom humor para rir antes. — Escuta Sabine. Asseguro-te que tenho conexões. Só, por favor, faz o que digo e espera. Sou o único que tem a oportunidade de conseguir nos tirar daqui... Com vida.
Capítulo 13
Deixá-la ir
Chamei uma vez e logo abri a porta.
— Está na hora - Anunciei à medida que entrava no quarto. Pagan teve a oportunidade de despedir-se do Wyatt. Um transportador foi alertado do retorno do Wyatt. Tudo estava em seu lugar. Logo, teria a eternidade que sempre tinha imaginado com Pagan.
Vestia o curto vestido negro que Pai lhe tinha proporcionado para que vestisse. Era sua maneira de mostrar ao Dankmar a quem Pagan pertencia agora. Sei que ela odiava a fragilidade do vestido, mas tinha chegado a um acordo com Pai para deixar de discutir este assunto.
— Vamos fazer isto — respondeu ela, fazendo seu caminho para a porta. Agradecido de que não ia brigar, estendi meu antebraço para acompanhá-la, mas ela se afastou e negou com a cabeça. — Não, isto não terminou ainda. Deixe Wyatt seguro nas mãos de um transportador e fora deste lugar, então cumprirei com minha parte do trato. - Era teimosa, mas não ia discutir. Em troca, assenti com minha cabeça.
— Vai na frente — disse uma vez que estávamos no corredor.
— Sabe que Dankmar provavelmente estará aqui, Pagan. — Imagino que estará. — Entende as consequências se for com ele.
— Sim, Leif, agora sei que vai matar a todos que amo e tomar suas almas para que vivam aqui, na fornicação, por toda a eternidade. Entendido.
Amo ela com tanta ferocidade, mas podia me deixar muito zangado.
— Pagan, isto não é sobre mim. Já te disse isto, é meu pai. É a forma em que opera. Não posso controlá-lo. Não tem nem ideia de quanto o tive que enrolar para que devolvesse a alma do Wyatt. E para ser honesto, a única razão pela qual eu acredito que aceitou é porque acredita que assim negasse a ir com o Dankmar e que ele vai te controlar.
Notei a porta do outro lado do corredor. Abriu um pouco e dois grandes olhos marrons apareceram. A expressão de olhos muito abertos
na cara de Sabine me disse que tinha escutado parte da discussão que Pagan e eu estávamos tendo. Tinha que me concentrar no meu problema em questão. Teria que lutar por Sabine e sua irmã mais tarde.
— Agora, por favor, entenda, nenhuma dor que tenha sofrido é porque eu quisesse. Nunca quis te fazer mal. Eu sempre pensei que me queria. Que sua alma me queria. Diabos, quando chego a qualquer lugar perto de ti, seus olhos ficam como se tivessem sido apanhados no fogo. Achei que me quisesse. Mas não o faz. Em lugar disso quer a ele. E não o pode ter, Pagan. Nunca esteve destinado a acontecer.
— Está bem. - Foi sua simples resposta.
— Está bem?
— Você me ouviu, Leif. Já disse que sim. Agora vamos.
Bom, isso foi mais fácil do que esperava. Com um último olhar em direção à intrometida Sabine, dei a volta e me dirigi à porta de entrada.
— Basta — grunhi a um dos espíritos vodu quando olharam boquiabertos para o corpo de Pagan no vestido que Pai a tinha feito vestir.
— Então, isto é algo para ver, não é? — gritou Pai enquanto caminhava no grande vestíbulo.
— Não a incomode Pai — supliquei-lhe.
— Quem? Eu? — perguntou em um tom divertido. Vi quando levantou sua mão e colocou dois cigarros em sua boca e logo voltou sua atenção às atividades realizadas no exterior.
Busquei nos espectadores por qualquer sinal da irmã de Sabine. Se pudesse encontrá-la agora, então uma vez que isto terminasse, poderia ajudar Sabine e a sua irmã a escapar. Logo, seria o momento de desfrutar do meu viveram felizes para sempre com Pagan. Quer dizer, se todos sobrevivessem à fúria da Morte.
— Por favor, faça com que se detenham — sussurrou Pagan desesperadamente. Confundido, baixei o olhar para ela e logo segui seu olhar para ver dois do harém de Pai correr seus dedos sobre a entre as pernas do Wyatt. A maioria dos meninos adolescentes desfrutaria disso, mas notei que Wyatt se sentia incomodado e Pagan estava muito chateada por isso. Entretanto, Wyatt tinha dado conta de que se queixasse só desrespeitaria ao Pai.
— Se fizer uma cena, logo Pai fará que isso seja muito pior. Se não quiser ver uma dessas duas montar no Wyatt aqui, não diga nenhuma palavra. Wyatt sabe. É por isso que está tão tranquilo.
O silêncio caiu sobre as ruas selvagens e as pessoas começaram a fugir. Toda a risada e a bebida terminaram quando as almas sentiram a presença da Morte abater-se sobre elas.
— Ah, A Morte se aproxima! Os cansados correram para esconderse — disse Pai arrastando as palavras e tirando os dois cigarros de sua boca para exalar pequenos anéis de fumaça antes de aspirar de volta.
— O que quer dizer? — perguntou Pagan.
— Dank está perto. As almas das pessoas nas ruas o sentem e saem correndo. Diferente de ti, a maiorias dos seres humanos não ligam quando a Morte está em sua forma verdadeira. Claro, gostam do cantor Dank Walker, mas quando está realmente na forma da Morte, eles se ocultam.
Pai se dirigiu ao Wyatt e encurvou seu dedo uma vez. As garotas obstinadas sobre ele afrouxaram seu aperto, enquanto que ele dava um passo adiante.
Ofegos chamaram minha atenção às ruas em frente de mim. Dankmar tinha chegado e não tinha vindo sozinho.
Os olhos da Morte procuraram intensamente até que encontrou a Pagan, a quem havia se aconchegado ao meu peito. Ela era minha.
— Bem, bem, bem, Dankmar e seus amigos. A que lhe devemos esta honra? - Perguntou Pai em seu tom jovial de costume.
— Sabe por que estou aqui, Ghede - Respondeu Dankmar sem afastar os olhos de Pagan. O brilho possessivo em seus olhos fez com que me deixasse com medo. Seria capaz de lhe fazer frente? Pai esperaria que eu dirigisse Dankmar por minha conta?
— Tsk, tsk, tsk, não sei que quer dizer. Você disse que a ia deixá-la escolher. - Pai anunciou agitando a mão em nossa direção. — Ela fez.
A transportadora loira se dirigiu para nós quando Dankmar a deteve. Acaso não planejava tomá-la? Seria realmente fácil?
— Não. Você a obrigou a escolher. Isso não era parte do acordo. - Rugiu Dankmar. Pagan se estremeceu em meus braços e deu um passo atrás de mim.
— Aqui está a alma que veio buscar. - Pai empurrou ao Wyatt para a Morte e imediatamente Wyatt esteve no amparo de um transportador. Logo tinha ido.
Pagan tinha conseguido seu desejo, seu único pedido. Cumpriu-se. Agora, a Morte tinha que ir-se.
— Agora, isso é tudo o que quer ou quer escutar a garota por ti mesmo? -Pai se voltou para nós. — Vem aqui, Pagan. - Persuadiu-a.
Ela estava aterrorizada com medo de Pai. Apertei-a brandamente no braço para tranquilizá-la, lhe dei uma cotovelada para diante. Ela tinha que ir a ele. Se se negasse, tudo podia ficar muito feio.
— Pergunte Dankmar. - Pai riu enquanto agarrava a Pagan e a empurrava para a Morte.
Deu um passo para ela. No que estava pensando Pai? Dankmar poderia estender a mão e tomá-la.
— Quero que...
— Não te perguntei nada disso ainda, Pagan. Guarda esse pensamento um momento mais. - Indicou Dankmar levantando seu olhar de Pagan e centrando-se em Pai. — Mexeu com a pessoa errada esta vez, Ghede. Você gosta do entretenimento, mas nunca que ser o ator de ninguém.
Os transportadores começaram a afastar-se do Dankmar. Vão todos? Era este o fim? Logo, os guerreiros começaram a descender. Nunca tinha visto um dos guerreiros do Criador antes. Tinha ouvido falar deles. Temido. Mas nunca os tinha visto.
As espadas enormes que penduravam a seu lado simplesmente acabariam com nosso mundo com um só golpe. O livre-arbítrio de um ser humano era o único poder que sustentávamos. Aos guerreiros, entretanto, era-lhes dado seu poder do verdadeiro Criador. Não tínhamos nenhuma oportunidade contra eles.
— Trouxe os guerreiros por uma garota? - Perguntou Pai com assombro.
— Sim. - Respondeu Dankmar e deu um passo à diante, sustentando sua mão em alto para Pagan.
— Não posso. - Soluçou ela.
— Confia em mim. - lhe disse. Esperei sabendo de que isto era tudo. Se ela se aproximasse dele, eu a deixaria ir. Dava-me por vencido. Se Pagan o escolhesse uma vez mais, então, a deixaria ir.
Como em câmara lenta, Pagan se adiantou e pôs sua mão na sua. Dankmar a empurrou contra seu peito com força. O alívio em seu rosto se refletiu nos olhos dela enquanto levantava seu olhar para ele.
Estava onde queria estar. Já não podia lutar mais contra isto. Tudo o que fazia era que ela me odiasse mais cada dia que passava. Amaria a Pagan pela maior parte de minha vida, mas não podia obrigála que me amasse. Finalmente, entendi isso.
— Má escolha, pequena - sussurrou Pai. Não esperava que ela se fosse. No fundo, sabia que o faria.
— Não, Ghede. Você é o único que fez uma má escolha. Não toma o que é meu. - Dankmar o desafiou. Logo fez uma pausa e se inclinou para lhe sussurrar ao ouvido de Pagan antes de entregar-lhe a transportadora loira que tinha protegido a Pagan tão ferozmente antes.
— Tomou uma alma que era muito jovem para defender-se. Uma alma que pertencia ao Criador. Mudou o destino e logo decidiu jogar com um mundo que não é teu. Saiu de seu reino e levou outra alma que não estava sob seu governo. Agora te dou uma alternativa, Ghede. Fechamos este portal, assim como os que se encontram na África e Haiti, onde os guerreiros estão de guarda e os selamos por toda a eternidade. O poder do vodu vai terminar aqui. Justo agora. Passou do tempo. - A luta tinha sido arranjada. Dankmar tinha o poder.
— Ou deixa a alma de Pagan ir. Livre de qualquer restituição. Manter-se-á afastado dela e sua família por toda a eternidade e seguirá sendo como é. Mas te advirto que se vir seu filho, a ti ou qualquer de seus espíritos que se aproximar mais uma vez de Pagan vou terminar esta religião. Não haverá segundas oportunidades. É sua escolha.
Pai se girou e olhou para mim. Podia sentir seus olhos me brocando enquanto eu estudava Pagan. Isto era tudo. Teria que deixá-la ir agora. Era a única maneira. Ela nunca teve a intenção de ficar comigo. Apesar de que ela sempre estaria em meu coração.
— Deixe que vá. - Respondi. Então, deixei cair meus olhos de seu olhar e me girei para ir. De volta ao castelo, onde meu futuro nunca estaria completo.
Tinha perdido a chave da minha felicidade.
Capítulo 14
Não sou nada parecido com meu pai
Uma mescla de emoções se agitava violentamente em meu interior. Não podia decidir se era desespero, ira, a perda, ou se o ódio era o mais poderoso. Como me rendi tão facilmente? Por que não fui mais rápido e ganhei seu coração?
— Um você ouça... Uh Leif, acredito... - Uma voz familiar irrompeu em minha confusão interior e girei minha cabeça para observar o intruso, encontrei-me com a expressão surpreendida de Sabine. Tinha me esquecido dela. Merda. Não estava com ânimo para ajudar a ninguém nesse momento. Alguém tinha que me ajudar.
— OH, Deus. Um, temo que as coisas não saíram muito bem com a garota. - Disse em voz baixa.
— É óbvio, verdade? - respondi.
Seus grandes olhos marrons se ampliaram. — Sinto muito.
A sinceridade de sua voz foi minha perdição. Todas as emoções dentro de mim deram um passo atrás para deixar que a dor tomasse o papel principal, enquanto as lágrimas encheram meus olhos.
— Ela não me escolheu. - Disse.
— OH. Wow. Bom, uh, talvez isso seja... O melhor?
Quis rugir que não era o melhor. Nunca seria o melhor. Como poderia ser o melhor o fato de que perdi tudo o que sempre tinha sido o mais importante para mim? Sem dizer uma palavra fui direto ao meu quarto, detive-me e toquei o pomo frio da porta, logo fiz uma pausa. Seu aroma estaria ali. Sua roupa. Meu travesseiro teria seu aroma. Via-a ali em minha cama. Não era tão forte ainda. Em seu lugar, girei-me e retornei ao dormitório no qual estive dormindo desde que Pagan tinha chegado aqui.
Sabine seguia de pé no corredor, me olhando com ansiedade. Sabia que queria minha ajuda, mas neste momento, não podia ajudar nem a mim mesmo.
— Pode entrar e falar disso. Sim, isso ajudaria. - Sabine fez uma pausa e retorceu as mãos. — Sempre ajuda falar das coisas e sou muito boa ouvinte.
Maldita seja, ela era muito amável. Não preciso estar perto do amável agora mesmo. Não era amável neste momento. — Não, obrigado. Preciso estar sozinho - respondi o mais cortesmente que pude, antes de abrir a porta de meu dormitório temporário.
— Se entrar nesse quarto, encontrarei a minha irmã sozinha. Sinto que esteja chateado, mas não vou ficar por aqui e esperar por mais tempo. Preciso encontrar a Rosella. Já se passou muito tempo. Estou em apuros.
Dizer a Sabine que seguisse adiante e tentasse era tão tentador. O único fato que me impedia de me afastar era que nunca sairia viva daqui. Eu era a única oportunidade que tinha. Esses malditos olhos grandes e inocentes tiravam meu lado humano. A parte de mim que sentia compaixão e remorso, a parte que tinha sido moldada por meu amor a Pagan.
— Está bem, vou ajudar. Mas não estou com humor para problemas. Escute o que digo e estaremos bem. Entendido?
— Sim, capitão. - Falou arrastando as palavras em um sexy acento sulino ao qual não lhe tinha prestado muita atenção antes.
Assentindo, meus pensamentos retornaram a Pagan. Estava feliz agora? O que estava fazendo? Sentiria falta de mim nem que fosse um pouco?
Tinha que vê-la pela última vez. Poderia escapar e ir vê-la ou Dankmar transformaria sua ameaça em realidade? Forçando-me a afastar os pensamentos sobre Pagan, foquei-me na garota que estava de pé diante de mim. A única que precisava de mim.
— Vou procurar a sua irmã agora. Você fica aqui, em seu dormitório.
Sabine começou a negar com a cabeça.
— Essa parte não está em discussão. Vou trazer sua irmã de volta. Mas se for comigo, tudo se complicará. Ghede não vai deixar que fosse daqui se te visse.
Tragou com nervosismo. — Refere a seu pai?
Então, tinha ouvido muito mais da conversação que tinha tido com Pagan do que tinha me dado conta. — Sim, meu pai.
Finalmente deu um passo atrás para seu quarto e começou a fechar a porta. Vi como me observava durante um momento.
— Mas você não fez com que a garota permanecesse contigo. Ela queria ir e a deixou.
— Não sou meu Pai. Não sou nada parecido com meu pai. Esse é o problema.
CLOSER
POR DANK WALKER
Cai à noite enquanto te observo a distância.
A escuridão reclama o céu e eu gostaria que soubesse...
Supõe-se que devemos estar a quilômetros de distância, mas algo me atrai mais perto.
Supõe-se que devemos estar muito longe, mas a gravidade nos aproxima mais.
Mais perto de sua pele, no profundo, a rebelião se apoderou de mim.
E pareço não ser capaz de nadar.
Até o limite de mim mesmo, estou sob seu controle.
Pergunto-me como chegamos aqui,
Pergunto-me como chegamos aqui, ao lugar onde deveríamos ir.
Ooooh oooh oooooh.
O lugar ao que deveríamos ir.
Ooooh Oooooh ooooh.
As almas não são feitas para coisas como estas.
Nossos mundos nunca estiveram destinados a colidir.
Melhor ver você, enquanto tem algo que deixa para trás.
Supõe-se que devemos estar a quilômetros de distância,
Mas algo me atrai mais perto.
Supõe-se que devemos estar muito longe, mas a gravidade nos aproxima mais.
Mais perto de sua pele, no profundo, a rebelião se apoderou de mim.
E pareço não ser capaz de nadar.
Até o limite de mim mesmo, estou sob seu controle.
Pergunto-me como chegamos aqui,
Pergunto-me como chegamos aqui, ao lugar onde deveríamos ir.
Supõe-se que devemos estar a quilômetros de distância, mas algo me aproxima.
Ceaselless
Pode fazer com que se apaixone por
ele... Outra vez?
Quando Pagan Moore provou ser
digna da devoção da Morte, ele recebeu
o presente de poder ficar com ela.
Mas Dank nunca prometeu que
Pagan decidiria ficar com ele.
Quando uma alma é criada,
também se cria sua alma gêmea. Em
cada vida, essas almas se encontram
uma com a outra. Complementam seus
destinos. Chegou o momento para a
alma de Pagan escolher se quer
realmente uma eternidade o lado da Morte ou se quer estar com a alma criada para ela.
Dank não acreditou ter que preocupar-se com sua escolha. Sabia que seu coração lhe pertencia. Até que notou que cada beijo, cada toque, cada momento que passavam juntos, poderia estar revivendo suas lembranças. Teria que ganhar seu coração de novo e provar a sua alma que a seu lado era onde deveria estar.
Se tão somente sua alma gêmea não estivesse ali, interpondo-se em seu caminho.
Abbi Glines
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