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Marianne Webernec, professora de escola, considera-se uma "garota normal", e vive sonhando com as fantasias que lê nos livros de romance. Um dia ganha um prêmio de uma famosa editora, para "viver" durante um mês a história do livro que ela escolha em uma ilha isolada.
Em meio de cenários artificiais e rodeada de atores, se converte na heroína,
uma sofisticada agente especial, de seu livro favorito Perigo na noite.
Mas o que ela não sabe é que essa ilha é também usada como lugar de treinamento e descanso para "verdadeiros" agentes especiais. Por isso quando se encontra casualmente com Kyle, um agente da BAD, e é "raptada" por ele, pensa que tudo forma parte da ficção.
PRÓLOGO
Marianne Webernec era totalmente do tipo normal aos 30 anos, e por isso queria desesperadamente ser extraordinária. Excepcional. Espetacular.
Por uma vez na vida, queria ser a heroína em uma das novelas de Rachel Fire, que lia tão logo eram publicadas. Ser alta, magra e devastadoramente bonita. O tipo de mulher que os homens de qualquer lugar admiram. O tipo de mulher que entraria em uma sala e os homens brigariam apenas por um dos seus sorrisos.
Mas o que ela era, até mesmo depois de maquiar-se, era uma simples mulher com 1,60m e manequim 42, com o cabelo castanho de tamanho médio, que emoldurava sua face redonda para cair pouco abaixo dos ombros. Tinha olhos que eram de um insípido marrom, não âmbar, nem salpicados com nada incomum ou que merecesse ser notado. Seus seios eram muito pequenos, seus quadris muito largos, e os pés estavam apertados nas estreitas pontas de seus sapatos de salto alto.
Ela era... Comum.
Dolorosamente, deploravelmente comum.
- Acho que estou ficando boba - pensou ela.
Marianne espiou sobre seu ombro apenas para ver Aislinn Zimmerman observando-a. Aislinn era tudo o que ela queria ser. Rica, magra tal qual uma modelo, cabelo comprido, encaracolado e vermelho, unhas perfeitas, e grandes e brilhantes olhos verdes que pareciam resplandecer.
Aislinn era absolutamente tão bonita como sua xará da novela romântica favorita de sua mãe: O lobo e a pomba.
Marianne tinha passado a vida inteira odiando as mulheres parecidas com Aislinn. Estavam por todos os lados. Na televisão, revistas, e nas páginas dos livros que Marianne adorava ler. Livros onde a maravilhosa e espetacular heroína conseguia o maravilhoso e espetacular herói.
Elas eram sempre um aviso desnecessário ao final do dia de que Marianne Webernec nunca seria uma delas. Sempre seria uma mulher comum. Uma interferência na parte de atrás de um mundo que estava totalmente alheio à sua presença, não importando quanto desejasse que fosse de outra maneira.
- Obrigada - disse Marianne sem convicção, sabendo a verdade em seu coração. Mas estava bem. Porque durante os próximos minutos ela ia caminhar através da porta detrás de Aislinn e ia se converter no que sempre quisera ser...
Uma agente da CIA encoberta perseguindo o malvado super-vilão, que se converteria em um bom tipo tentando descobrir o homem que assassinou seu irmão.
OK, a trama era um pouco clichê, inclusive um pouco debulhada. Mas Marianne adorava o livro de Rachel Fire, "Perigo na noite". Havia lido tantas vezes que seu exemplar estava em pedaços, colado com fita adesiva.
Durante os últimos quatro anos, esse livro e seu herói, Brad Ramsey, tinham vivido em seu coração e em sua mente. Ele era o homem por quem sonhava ser seduzida a cada noite, quando fechava os olhos.
Tinha acariciado cada polegada de seu corpo, divinamente masculino, da cabeça aos pés, e tinha feito com que ele suplicasse clemência. Faziam amor em todas as praias do Caribe até as nevadas cúpulas de Moscou.
Em sua mente, tinha-o cavalgado rápida e furiosamente, e o fizera dela.
OH... Ser realmente a heroína do livro, Ren Winterbourne.
A sedutora, sofisticada agente, mulher do mundo, que sabia todas as formas possíveis de fazer um homem suplicar por suas carícias. Ren nunca duvidava de si mesma. Ela sempre sabia exatamente o que queria, e como consegui-lo.
Marianne ainda estava procurando seu lugar no mundo. E quando tropeçava com os homens, nunca os entendia. Eram criaturas completamente alienígenas.
Ela suspirou nostalgicamente. Sua vida inteira era um manual do que poderia ter sido. Se ela tivesse sido mais elegante, se tivesse sido mais alta, se tivesse sido mais bonita...
Mas não o era.
Sua mãe havia dito uma vez que a vida era simples aceitação. O que ela precisava era estar contente com o que lhe coubera e agradecida que não tivesse sido pior.
Começando nesse mesmo instante, Marianne ia passar a seguir o conselho de sua mãe.
Certamente.
Ela ia sair por aquela porta e... tropeçar, se fosse sincera consigo mesma.
-Tenho mesmo que ir de salto alto? - perguntou a Aislinn, levantando seu pé em direção à bonita ruiva enquanto flexionava o tornozelo.
Algumas coisas se faziam melhor com os pés no chão. Especialmente quando a última coisa que Marianne queria era sentir-se envergonhada.
- Eu realmente não sou o tipo de pessoa que desliza de salto alto. Eu faço mais o tipo "tropeçarei e torcerei o tornozelo".
Aislinn riu.
- Tudo bem. Do que você gostaria?
- Algo baixo e preto?
Então, Aislinn abriu seu elegante telefone celular prateado e apertou um botão.
- Olá Gwen, a Srta. Webernec gostaria de selecionar sapatos baixos e pretos que combinem com seu vestido curto cor ferrugem. Calça tamanho 36... Obrigada.
Aislinn fechou o telefone.
- Dê-lhe dez minutos e nos trará uma pilha de caixas.
Seria bom ser tratada como uma rainha, ao menos durante um dia, ou neste caso, um mês inteiro. Marianne sorriu com este pensamento. Um mês completo sendo agradada e mimada. Conseguindo todos seus desejos sem uma queixa.
OH, se esquecer de Julia Roberts no filme Uma Linda Mulher. Isto realmente era muitíssimo melhor.
Depois de tudo, Marianne Webernec, a Mari sem graça, professora de instituto, estava a ponto de partir para o Acampamento de Sexo.
CAPÍTULO UM
Kyle Foster estava escondido atrás de uma pequena frota de ônibus, vigiando o grande barracão que permanecia protegido na areia - seu último objetivo.
Fazia várias horas que todos os explosivos estavam preparados. Seus temporizadores fixados. A praia estava silenciosa, com um suave vento procedente do nordeste que traria a metralha e escombros a uma mínima distância, diretos à vazia lacuna.
Ele estava cronometrando o tempo em seu relógio, esperando que algo aliviasse seu extremo aborrecimento.
Tinha pensado que seria uma bem colocada, perfeitamente executada explosão.
Não foi.
Há quinze segundos e contando, viu o desastre quando uma desconhecida, inesperada civil, saía lançada fora da pequena área de bosque perto do barracão.
Kyle soltou uma maldição. Não havia forma de parar as explosões, e ele não se atrevia a gritar para ela.
Os malditos civis nunca obedeciam às ordens corretamente. Em vez de fazer o que lhes era pedido, eles invariavelmente assumiam a posição de um tolo deslumbrado e perguntavam, "O que?", que seria seguido pelo ainda mais enervante "por quê?", para então ser muito tarde.
Se ele gritasse "bomba!", ela gritaria e provavelmente correria em direção à explosão, era a Lei de Murphy.
Não havia mais tempo.
Treinado para o combate e sempre preparado para lutar, Kyle se lançou de sua posição encoberta para interceptá-la, antes que ela se aproximasse mais.
Continuou mentalmente a contar o tempo enquanto corria a toda velocidade para ela.
Marianne nada mais viu do que uma imagem imprecisa de com o canto dos olhos. A seu ver, ela se dirigia diretamente para um pequeno castelo de areia que parecia como se alguém o tivesse construído cuidadosamente, cuidando de cada detalhe, para logo em seguida sentir que algo enorme a agarrava entre os braços e saía correndo com ela.
Sem fôlego pelo choque, e ao notar dois braços extremamente fortes transportando-a enquanto o homem corria através da praia, apenas teve tempo de protestar, já que os dois voavam em direção oposta ao castelo.
Apenas quando alcançaram o atalho que ela tinha estado seguindo, escutou um seco click.
O homem, sem soltá-la, lançou-se sobre o chão e rodaram sob um ônibus estacionado, enquanto uma enorme explosão rasgava o ar. A terra tremeu.
Ficou sem fôlego na queda, e o pânico brotou em seu interior.
Uma lisa parede de músculos cobria seu corpo de novo quando algo começou a cair sobre a areia ao redor deles. Ela estava aflita pela mistura da fragrância do bruto, a cálida pele masculina, e o xampu refinado.
Marianne instintivamente cobriu seu rosto até que a chuva de detritos parou.
- Que diabos aconteceu? - perguntou, seu coração martelando enquanto ela olhava por entre os dedos.
O homem convexo em cima dela levantou a cabeça e a olhou.
Marianne ficou boquiaberta.
Em toda sua vida, nunca tinha visto nada como ele. Olhos eram brilhantes e azuis, eletrizantes e cheios de malicioso perigo. Lembravam os meninos de sua classe quando estavam planejando alguma diabrura juvenil.
Só que não havia nada de menino no homem que se elevava sobre ela. Obviamente com seus trinta e tantos anos de idade, seu rosto era toscamente atrativo, com angulosas maçãs e barba de pelo menos um dia.
Ele era, aliás, mais bonito que o ator que interpretava Brad Ramsey.
E sentir seu comprido e duro corpo cobrindo o dela...
Era o céu. Puro céu.
Deu-lhe uma ardente olhada, de cima abaixo, antes de lhe oferecer um malicioso sorriso, que poderia pertencer à pior classe de libertino da Regência. Para não mencionar o fato de que sua cintura se encontrava entre as pernas dela, e ela notou uma repentina protuberância pressionando-a, intimamente. O que deixou claro que não era um homem de proporções pequenas. E que não estava completamente desinteressado nela.
Tudo o que ela podia fazer era não gemer de prazer.
- Olá. - Sua voz profunda soava assombrosa ao saudar.
- Olá - respondeu ela, muito pouco convincente.
Kyle tentou recordar o que tinha perguntado a mulher há apenas um segundo, mas tudo o que realmente podia pensar era na leve covinha que ela tinha na bochecha esquerda. Ela a mostrava quando franzia o cenho.
E isso para não citar o fato de que ela encaixava malditamente bem debaixo dele.
A tira de seu top branco caía de um de seus ombros, deixando-o nu, parecendo assinalar onde tocar e beijar a suave pele.
Seus escuros olhos marrons eram quentes e amistosos, com uma saudável dose de desconfiança. Tinha o cabelo liso e brilhante, que se espalhava sobre a areia. Era o tipo de cabelo que um homem sonharia deslizando entre suas mãos. O tipo de cabelo que um homem gostaria de sentir golpeando-lhe o peito, enquanto a mulher a quem pertencia montava nele, esfregando o corpo contra o seu.
Custou cada migalha de controle que possuía para não esfregar sua dolorosa virilha contra ela, e sonhar afundando-se profundamente no interior daquele corpo quente e úmido.
Oh sim!, ele queria uma parte desta mulher. Saborear suas exuberantes e suaves curvas, tão femininas.
-Quer... uh... sair de cima de mim agora? - perguntou ela, sua voz soando um pouco chateada.
- A verdade é que não - respondeu ele com sinceridade. - Está uma maravilha aqui. - Mais até do que se atrevia a admitir, inclusive para si mesmo.
E encontrou-se de repente olhando fixamente para a pele nua do ombro dela, que não revelava qualquer alça de sutiã.
Estava nua por baixo disso?
Seu membro se esticou mais com o pensamento dos seios dela nus, só empurrando uma pequena parte de tecido. Ou agarrando um deles com sua boca e sugando a ponta, enquanto ela enterrava os compridos e graciosos dedos em seu cabelo.
Marianne arqueou uma sobrancelha ante a inesperada resposta do homem, inclinou a cabeça e o encarou. Ela não estava segura se isto era parte do pacote completo de sua fantasia. Com a explosão e tudo isso, era possível que fosse um dos atores que estava interpretando sua novela.
Mas Rachel Fire não tinha escrito uma cena sobre um castelo de areia que explodia. Além disso, houvera uma cena há poucos dias onde eles sobrevoavam uma cabana, por isso o homem provavelmente estivera praticando.
De qualquer forma, ele era lindo. Muito bonito, de fato. Seu corpo bronzeado tinha a definição da musculatura de um atleta. Uma musculatura que suplicava às mulheres que a percorressem com suas mãos.
- Você sempre se enrola a uma mulher desta maneira e a lança ao chão?
Ele riu disso, um quente e rico som que a fez estremecer.
- Não. Tenho que dizer que esta é a primeira vez. Mas dado como parece haver-se desenvolvido, poderia ser um hábito. - Deu-lhe uma piscadela, levantou-se lentamente e estendeu-lhe a mão, como para apresentar-se. - Kyle Foster - disse.
Hmm, nenhum dos nomes do livro. Possivelmente era um dos extras contratado para atuar como soldado.
- Marianne Webernec - disse automaticamente, enquanto estreitava a grande e calosa mão, fazendo o possível para não pensar como se sentiria tendo-a agarrada a seu peito, ou tendo aqueles compridos e masculinos dedos afundados profundamente em seu corpo.
Ele tinha umas mãos preciosas. Mãos poderosas. Fortes e viris, atraíam-na para lhe fazer todo tipo de coisas.
- OH, espere - disse, tentando distrair-se daqueles pensamentos. - Supõe-se que eu seja Ren Winterbourne. Perdoe-me, tinha esquecido.
Ele franziu o cenho com suas palavras.
- O que é você? Um agente federal ou algo?
- Algo, definitivamente algo. - Ela começou a elevar-se sobre seus pés.
Kyle a ajudou a levantar-se com uma fluidez que sobrecarregou seus hormônios, e a fez desejar a força de seu corpo em seu interior até que se derretesse de prazer.
O que tinha este homem que a fazia querê-lo ali mesmo, na praia? Ela nunca tinha sido tão sexualmente descarada antes, mas algo em Kyle Foster a fazia desejar desesperadamente rasgar a camiseta dele e possuí-lo, tanto ele querendo como não.
- Você deve ser da outra parte da ilha - disse com uma voz claramente masculina.
Soltou-a muito rápido, e lhe doeu a perda do calor da proximidade do corpo dele. Tinha-a esquentado mais que o sol.
- Humhum. Realmente vim tão longe? Disseram-me que não fosse muito longe. Terminei ao final na parte privada?
- Sim, mas não há problema. Sou o único que está aqui agora. - Ele deu uma olhada à praia vazia. - Estava sendo totalmente aborrecido até agora.
- Fale-me sobre isso. Para umas férias de fantasia, foi bastante insípido comparado ao que eu esperava.
O interesse faiscou no profundo daqueles olhos azul elétrico.
- O que é o que esperava?
Marianne sufocou um sorriso. Tinha esperado algo na linha de um garanhão como Kyle Foster entrando em sua vida e fodendo-a noite e dia, até que não pudesse mais mover-se, muito menos andar.
Marianne mordeu o lábio inferior com este pensamento e baixou o olhar à branca areia para que ele não visse a vergonha que tinha.
- Não sei - disse com um pequeno encolhimento. Algum homem atraente me lançando ao chão e me salvando de uma inesperada explosão?
Kyle riu de novo. Não sabia por que. Normalmente ele era mais do que sério. Seu companheiro de algumas ocasiões, Retter, freqüentemente comentava o fato que sua cara se congelaria caso ele fizesse algo mais que forçar um meio sorriso.
Mas algo nesta mulher o fazia sentir-se...
Bom...
Um tipo de enjôo. Não havia outra palavra para isso. E ele realmente odiava o som afeminado da palavra. Enjôo e Kyle Foster estavam juntos qual uma cobra e uma lagosta.
Ele devia estar mais aborrecido do que suspeitava. Ela não era deslumbrante, ou mesmo bonita. Recordava-lhe à garota tipo vizinha do lado.
Uma mulher que não teria chamado sua atenção para nada, e ainda assim se encontrava admirando a forma em que suas luminosas e pequenas sardas beijavam a pele sobre a ponta de seu nariz.
Inclusive mais surpreendente, era o desejo que ele tinha de provar cada uma daquelas sardas com a língua. Beijar, atormentar cada uma e ver quantas mais ela podia ter em outras áreas mais provocadoras de seu corpo. Como aquelas cremosas coxas que estavam virtualmente escondidas por suas calças curtas de uma insípida cor havanesa. Coxas que estariam muito melhor nuas e rodeando seu pescoço...
Marianne se sentiu de repente zonza, quando se deu conta de que a camiseta que Kyle vestia mostrava mais de seu musculoso peito do que ocultava. É obvio, bem-feito da forma que parecia, necessitaria de várias capas de suéter e um pesado casaco para dissimular semelhante corpo.
Ele era todo fabuloso. Da ponta de seu cabelo, marrom escuro como beijado pelo sol, até a ponta dos dedos dos pés, em suas gastas botas negras de couro.
Ela franziu o cenho quando percebeu isso.
- Quem usa botas na praia? - perguntou inesperadamente.
Ele baixou o olhar aos próprios pés.
- Nunca pensei sobre isso. Adivinho que não é o usual, não?
Sorriu para ele.
- Isso me diz que não passa muito tempo na praia.
- Não, realmente. Estou aqui depois de um extremo protesto. E você?
- Sou a ganhadora do mês.
Ele franziu o cenho como se não tivesse nem idéia do que ela estava falando.
- Já sabe, - disse ela - A ganhadora da Loteria da Heroína Escondida? Sou a que escolheram desta vez.
- Ah - disse ele, acenando com a cabeça. - Bom, e como vai?
Girando uma mecha de seu cabelo, ela encolheu os ombros.
- Vai indo, suponho. Mais mal que bem, mas imagino que nada é perfeito.
- E por que diz isso? - Ele assinalou o vibrante céu azul com seu polegar. - Dá só uma olhada neste céu azul. É perfeito. Um dia fabuloso. Tem toda uma praia pela qual brincar de correr, as ondas quebrando. Maldição, até pode ouvir o gorjeio dos pássaros.
- Por que é que estava fazendo voar um castelo de areia?
Presenteou-a com um sorriso culpado que fez com que seus joelhos tremessem.
- Bom, de acordo, nada é perfeito.
Marianne passou a língua pelos lábios enquanto o olhava enganchar seus polegares nos bolsos dianteiros de seu jeans. Ele tinha uma postura muito viril. De poder, como a de uma sinuosa besta rondando na praia, esperando um bocado sobre o qual equilibrar-se.
Como gostaria a ela ser esse bocado.
- Então - disse, alargado a palavra. - Faz isso freqüentemente? Explodir castelos de areia?
- Só se vale a pena. - Ele olhou atrás, para o buraco na praia onde tinha estado o castelo. - Esse, infelizmente, foi mal. Fatal.
Ela cobriu a face enquanto sorria de novo.
- Adivinho que deveria ter permanecido serena e quieta, então, não é?
- Marianne?
Ela se encolheu ao som de uma voz grave que lhe chegava através das árvores do outro lado do caminho. O ator era extremamente atraente, mas parecia pálido e quase feminino ao lado do homem que estava frente a ela.
- Acho que preciso continuar - disse a contra gosto.
Começou a caminhar afastando-se de Kyle, mas ele agarrou sua mão. Foi como aço em sua pele, fazendo seu corpo inteiro arder. Antes que se desse conta do que ia fazer, ele a puxou e a apoiou contra seu corpo duro, colando a boca sobre a dela.
Marianne gemeu com o sabor de seus lábios, enquanto a língua dele explorava sua boca, movendo-se distraidamente dentro e fora. Isso a deixou sem fôlego e débil. Ela se agarrou naqueles amplos e musculosos ombros, enquanto sentia o fogo palpitando entre suas pernas. Um fogo que a fazia umedecer-se e desfazer-se por este homem.
Seus músculos se flexionaram sob suas mãos, avivando seu apetite ainda mais. Como ela desejava tocar sua bronzeada pele, cravando seus dentes por todo esse exuberante e fabuloso corpo viril.
Kyle grunhiu de prazer. Então soube instintivamente que ela se entregaria a ele.
Seu pênis se endureceu a ponto de doer, enquanto imaginava como se sentiria tombando-se sobre ela na areia e passando as horas seguintes vendo-a gozar para ele, uma e outra vez, enquanto se deslizava dentro e fora de seu aveludado e úmido calor.
Havia pouquíssimas coisas na vida que ele gostava mais que a visão de uma mulher perdida em meio a um orgasmo. O som de seus gritos de prazer, enquanto ele provocava e saboreava os últimos tremores de seu corpo.
E esta era uma mulher que ele poderia saborear a partir de agora até o fim dos tempos...
- Marianne!
Ele não queria deixá-la ir, por outro lado, nunca tinha sido o tipo que dava uma apresentação ao público, ainda mais da maneira como ela o acendia, a espécie de mulher que apreciaria seus intentos de ampliar seus horizontes nesse campo.
À contra gosto a soltou.
Maldição. Kyle nada disse enquanto olhava ao imbecil que tropeçou na cratera onde estava o castelo, enquanto cruzava pela areia para levar a sua mulher.
Ele olhou ao enegrecido buraco da praia. O objetivo número um tinha sido destruído. O objetivo número dois...
Ela teria que ser conquistada.
Pela primeira vez em um mês sentiu a familiar taxa de adrenalina subir. Por fim, tinha uma missão.
Marianne Webernec e sua doce boquinha que tinha gosto de mel.
Mal a tinha saboreado, e já estava conquistado. E ele não era o tipo de homem que ficava convenientemente satisfeito, uma vez que sua curiosidade fosse estimulada.
Demônios à curiosidade, seu corpo inteiro estava aceso, e ele não ia parar até que provasse muito mais que os lábios dela.
Não. Antes que ele terminasse com ela, conheceria cada diminuta parte de seu corpo, e todas e cada uma das formas de fazê-la gritar de prazer.
Kyle sorriu com esse lascivo pensamento.
Era um desafio que ele iria saborear muito bem.
CAPÍTULO DOIS
- E, Sam - disse Kyle ao homem rude por atrás do crachá de zelador, quando entrou na recepção do pequeno e luxuoso hotel onde ele ficou literalmente contra sua vontade.
Desde que Kyle tinha sido ferido no cumprimento do dever (seis vezes - cinco balas tinham sido extraídas, e havia discussão sobre o que tinha causado a sexta ferida), seu chefe decidira que necessitava de umas férias no hotel da agência, em uma remota e privada ilha perdida no meio do Atlântico.
Kyle pensou que as seis semanas de "férias" eram completamente desnecessárias, mas Joe tinha insistido, e ninguém jamais tinha discutido com Joe Q. A pessoa logo se dava conta de que era melhor tentar mover uma montanha a conseguir que Joe cedesse uma polegada.
Assim aqui estava, um altamente treinado agente de operações especiais, aborrecido, curado, e desejando voltar ao trabalho, sabendo que Joe ria dele cada vez que o chamava e suplicava para que um avião o tirasse da ilha do caralho.
Pelo menos até a vinte minutos atrás, quando o destino finalmente tinha lhe sorrido.
De repente, a próxima semana parecia prometedora. Kyle parou no mostrador onde Sam estava sentado agarrando uma cerveja pelo pescoço da garrafa, e apoiando-a sobre o joelho, enquanto olhava uma partida dos Lakers, na ESPN1. Em seus cinqüenta e tantos anos, Sam parecia a viva imagem de um robusto escocês. Tinha uma compleição grande e uma cara larga, séria, sobre a qual havia uma grossa, rebelde e revoltosa juba de cabelo branco. Usava óculos de armação preta, que continuamente se deslizavam por seu largo nariz e que constantemente ele voltava a colocar.
Mas o mais interessante sobre ele era seu companheiro Rossi. Um velho bacia, Roscoe tinha muito mais caráter que qualquer outro cão que Kyle tivesse conhecido. E embora lhe fosse estranho, Kyle gostava muito mais do cão do que gostava de Sam.
Kyle encostou-se no balcão e esperou respeitosamente uma pausa comercial antes de interromper ao gerente do hotel.
- Diga-me uma coisa, Sam. O que há no outro lado da ilha, e por que se supõe que eu não possa ir até lá?
Sam encolheu os ombros enquanto olhava a pequena televisão. Tomou um pequeno gole de cerveja antes de responder.
- Esses insetos estranhos dessa publicação, Livros Rose. Teria que perguntar ao Joe para saber mais detalhes. Ele é quem aluga essa parte da ilha para que possamos fazer treinamento encoberto, ou em seu caso, operação R e R (restringida). Acredito que ele conhece o proprietário da casa de publicação ou algo assim.
- Sabe o que se passa por ali?
- Sim, e é tão horripilante que todos se largam
- Horripilante como?
- É um Acampamento Sexual.
Kyle engasgou com a inesperada resposta.
- O que?
- Um acampamento Sexual - repetiu Sam simplesmente, como se não houvesse nada incomum no nome. - Eles têm todas essas mulheres que Lêem esses livros românticos, e a cada poucos meses ou assim, uma delas ganha uma viagem até aqui para viver sua novela de fantasia, e eles montam todo este grande show com a ganhadora. - Sam colocou seus óculos no balcão. - Faz você querer saber o que é que há nas novelas românticas que as mulheres Lêem. Eu tenho lido Tom Clancy durante anos, e tudo o que sai são submarinos e histórias de guerra. - Ele suspirou. - Eu nunca teria tido o sonho de correr pelos bosques com um punhado de marinheiros e tentar tombá-los ao chão. Entende o que digo?
Realmente não. Sam tinha o mau hábito de não ser sempre lógico.
- Perdão? - perguntou Kyle.
- Escute - Sam continuou enquanto acariciava despreocupadamente a cabeça de Roscoe. - Um conselho, filho, deve ter muito cuidado para não caminhar pelos arredores depois de escurecer, ainda mais quando uma das fantasias está em marcha. Não lhe chamam Acampamento Sexual por nada. Eu os vi fazer coisas na praia que te deixariam cego. Demônios, algumas não sei como não são humanamente possíveis.
Kyle era incapaz de fechar a boca quando pensava que Marianne era a última ganhadora. Não havia maneira de acreditar que sua doce visitante fizesse coisas assim.
Não?
E se fazia, então por todos os diabos o quereria fazer com ele?
- Está brincando comigo? - perguntou ao Sam.
- Ora, e por que o faria? - Sam lhe dirigiu um intenso olhar por cima dos aros de seus óculos. - Você crê que são mulheres normais quando descem do avião, mas são delirantes ninfomaníacas astutamente camufladas.
- Babaquice.
- Não, cara, é a verdade. Elas descem do avião parecendo agradáveis e normais, e nas vinte e quatro horas seguintes elas se convertem em Debbie, Does, Dallas ou Richard, ou quem quer que elas possam ser. É horripilante o que ocorre a essas mulheres. - Ele mostrou seu cão. - Vê o Roscoe aqui? Só tem dois anos. Foi uma noite ao bosque, e agora veja. As travessuras que lhe fizeram o envelheceram vinte anos da noite para o dia. E não quero falar dos homens que trazem. Não sei onde os encontram. Mas há algo neles que não certo, tampouco. Assim, eu fico no meu lado da ilha, tão longe como posso de todos esses loucos.
-Não acredito em você.
Sam encolheu os ombros e virou para a televisão para ver o resumo do jogo.
- Você não acredita nisso. A verdade é a verdade. Deveria estar aqui quando estão fazendo um de seus históricos renascentistas. Fazem-nos correr daqui para lá disfarçados, se por acaso acidentalmente topamos com uma de suas ganhadoras. É muito forte. Temos que dizer coisas como milady, e é uma merda. Sinto-me como um fodido idiota. Pode imaginar a minha gorda bunda em um tutu, ou com meias ou como queira que chamem essas espantosas coisas? - Ele lançou um suspiro de desgosto. - Estou até o pescoço com essas coisas, e sua diretora, Aislinn Zimmeran, tentou uma vez tomar emprestado o Roscoe para uma cenografia. - Roscoe choramingou ao ouvir isso. - Está tudo bem, menino. Não se preocupe. O velho Sam nunca deixaria que abusassem de você. - Ele olhou atrás, para Kyle. - Esse é o motivo pelo que tenho mantido o Roscoe escondido. A última coisa que preciso é meu pobre cão ficando cego também.
Kyle permaneceu ali plantado, aturdido pelas revelações de Sam. Ele simplesmente não podia imaginar à mulher que tinha conhecido fazendo esse tipo de coisas. Ela parecia tão pura. Inocente.
Não, negava-se a acreditar. Mas toda esta montagem exigia mais investigação. Dirigindo-se aos elevadores, decidiu que já era hora de deixar de tolices e fazer o que melhor sabia fazer. Investigar, infiltrar-se e realizar as ações que fossem necessárias para conseguir seu objetivo.
TRÊS HORAS MAIS TARDE, Kyle estava sentado na cadeira de seu escritório, revisando seus dados de reconhecimento.
Marianne Webernec era uma professora de instituto de um pequeno povoado, aos subúrbios da Peoria, Illinois, cujo único mérito fora ganhar uma vez o Concurso de Soletrar estatal quando ia ao instituto. Ela não tinha sido nunca a Rainha do Ano.
Graduou-se com boas notas, sem serem excepcionais. Esteve na universidade durante cinco anos e então retornou a sua cidade natal, onde ensinava alemão e francês no instituto local.
Não tinha nem uma multa por ir rápido demais, nem sequer uma multa de estacionamento. Nem sequer quando esteve na universidade.
Não havia muito aqui que se dizer, a não ser que nada havia fora do normal.
Nada, exceto a forma como seu corpo tinha reagido durante o momento em que a teve entre seus braços. O modo como havia sentido seus duros, tensos mamilos sob o top de algodão que ela usava.
O sabor de sua cálida, acolhedora boca...
Alguém chamou à sua porta.
Instintivamente, Kyle alcançou sua arma e girou os olhos ao dar-se conta de seu ato reflexo. Alguns hábitos eram difíceis de mudar. Era por isso que Joe o tinha enviado à ilha. Não havia uma maldita oportunidade que seus inimigos pudessem encontrá-lo aqui. Em todo mundo, este era o único lugar seguro que qualquer agente do BAD2 tinha.
Baixou sua mão da pistola.
- Entre.
A porta se abriu para mostrar Sam com Roscoe a seus pés.
- Hã, está ocupado?
Kyle girou sua cadeira para ele.
- Na realidade, não. O que você precisa?
-Bom, depois de você ir, Roscoe me deu o que pensar...
Kyle arqueou uma sobrancelha ao ouvir isso. O velho tinha uma estranha relação com seu vira-lata.
Sam entrou e lhe estendeu um pequeno livro.
- Enviei a Lee ao outro lado da ilha para ver o que podia investigar por você, e ela voltou com este livro. É o que eles estão recreando neste momento, assim pensei que poderia querer dar uma lida para rir um momento, ou algo assim. Sei que não está acostumado à inatividade, assim pensei que poderia te dar algo o que fazer.
Kyle inclinou a cabeça para ele.
- Agradecido.
Sam acenou, então se girou e partiu com Roscoe a reboque.
Só de novo, Kyle ficou olhando a branca capa com o título Perigo na Noite e o nome da autora, Rachel Fire, gravados nela. No lombo estava uma solitária rosa vermelha, que era o logotipo da Livros Rose. Girou o livro e deu uma olhada na contracapa. A primeira coisa que lhe chamou a atenção foi o nome da heroína, Ren Winterbourne, que era como Marianne chamara a si mesma.
A seguinte, foi a sinopse do livro. Agentes encobertos.
Kyle riu muito forte. Era perfeito. Sua pequena professora de escola sonhava com... Bom, com ele.
OH, sim, isto era o melhor. Inclinando para trás sua cadeira, Kyle começou a ler a primeira página do livro, onde havia um curto formulário e um convite para os leitores:
QUAL É SUA FANTASIA?
Já sonhou alguma vez em escapar de tudo? Apenas por uma semana ou duas?
Leu alguma vez uma novela romântica e pensou... e se...?
Quis, embora só por uma vez, ser a heroína de um livro e ter o homem de seus sonhos fazendo estremecer seu mundo?
Seus sonhos se podem fazer realidade. Participe da Loteria da Heroína Escondida, e você também poderá conseguir ser a heroína de sua novela romântica favorita. Envie seu nome, endereço, número de telefone, o autor de seu livro favorito, e a razão pela qual necessita de um descanso em sua vida cotidiana.
Uma afortunada ganhadora será selecionada a cada dois meses. Não é necessária compra alguma. Participe tantas vezes como queira.
Para mais informação, por favor, visite rachelfire.com.
Boa sorte!
Kyle girou a folha, e a quente cena de sexo da primeira página foi suficiente para lhe parar o coração e deixar seu pênis tão rígido, que não conseguiu mais ficar comodamente sentado.
Por Deus santo! Isto era o que lia Marianne para entreter-se? O que faria então sua singela professora para se divertir?
Marianne suspirou quando Brad3 "Macho-man" tirou sua arma debaixo de seu casaco. É óbvio, enredou-se com a prega e quase a deixou cair, mas uma vez que finalmente lutou por liberá-la, ele apontou para os outros.
- Para trás - grunhiu-lhes, e soava pouco convincente até para ela.
Os outros homens que os rodeavam emitiram grunhidos e gestos como de animais, e lhe recordaram o velho estilo dos episódios do Batman da televisão. Ela quase esperava que aparecessem correndo Olga e seus Cossacos4 a qualquer momento, seguidos de Vicent Price5 tocando Cabeça de Ovo.
Tudo o que podia fazer era não rir.
Era estranho como a idéia disto não tinha parecido ridícula, quando contou a Aislinn Zimmerman que queria ser Ren Winterbourne, mas por alguma razão, tornada realidade a deixava sentindo-se uma parva.
- Vamos Ren - disse Brad, agarrando-a pelo braço. - Vou te tirar daqui.
Como desejava que ele pudesse fazê-lo.
Infelizmente, tudo isto continuaria durante ao menos outra semana, até que sua vida de fantasia terminasse e ela pudesse voltar para sua casa em Illinois.
Quem teria dito que o estaria desejando?
Alguém, por favor, que a salve de Brad, o mau ator, e das pobres almas a quem pagava para que atuassem dando a imagem de criminosos.
Ela corria, saindo do edifício com Brad rebocando-a pela mão. Esta era a parte onde Brad, no livro, a imobilizava contra a parede e a beijava até deixá-la sem sentido.
Em vez disso, Brad corria com ela praia abaixo, para o hotel onde eles se hospedavam.
- Seguem-nos? - perguntou ele.
- Não - disse ela sem olhar. Em seu lote de férias de fantasia, à diferença do livro, os tipos maus nunca os seguiam realmente. Era como se eles estivessem preocupados em não feri-la e era por isso, inclusive, que ela tinha assinado um documento legal prometendo não exigir contra os Zimmermans ou contra a Livros Rose, responsabilidades caso fosse ferida.
Brad parou por um minuto para recuperar o fôlego. Marianne se viu pensando se Kyle estaria resfolegando como Brad depois de tão curta carreira.
Que tolice era essa? Por outro lado, tinha sido incapaz de tirar esse homem de seus pensamentos desde que Brad a "resgatou" dele. Especialmente o maravilhosamente duro traseiro que tinha estado pedindo para que ela o cobrisse, acariciando-o.
Infelizmente, tinha-lhe faltado a coragem de pelo menos tentar lhe colocar as mãos.
Bom, ao menos tinha conseguido um beijo realmente espetacular desta experiência.
Hmmm... Talvez ela pudesse alegar uma dor de cabeça e aventurar-se ao outro lado da ilha, outra vez em busca do único homem que tinha feito girar sua cabeça desde que descera do avião, fazia três semanas.
Não que Brad não fosse muito bonito. Era-o. De fato, era quase belo. Mas sua aparência não a fazia sentir-se fraca da mesma maneira que o fazia o rude atrativo de Kyle.
Justo quando ela ia lamentar a carência de foguetes, um grande objeto não identificado passou zumbindo sobre sua cabeça. Logo depois, deu-se conta de que algo explodiu à sua direita.
Uma árvore caiu.
- O que...? - Brad girou e encarou um homem com traje de camuflagem verde.
Com seus traços estavam obscurecidos pela pintura, o homem desconhecido foi até Brad e o derrubou com um golpe, então se virou para ela, e antes que pudesse ver algo claramente, ele a colocou sobre o ombro e correu para as árvores.
Por sobre o ombro dele, deu uma olhada num traseiro excepcionalmente bonito.
Kyle?
A esperança se instalou em seu coração enquanto eles corriam para longe dos outros.
Marianne não pôde formar outro pensamento coerente enquanto ele voava com ela nas costas através da densa mata. Seus ombros não eram exatamente cômodos enquanto se golpeava repetidamente pela metade.
Estava a ponto de lhe dizer que a colocasse no chão quando soaram mais explosões.
Ele girou bruscamente, escapando por pouco de outra bomba.
- O que está acontecendo? - perguntou ela com voz fraca, que lembrou a de Katherine Hepburn, quando a primeira onda de medo passou.
Aquilo não era parte do livro.
- Sou o Grande Macho-man, carinho. Abaixe a cabeça ou a perderá.
Ela teria reconhecido aquela profunda e rouca voz em qualquer lugar.
- Kyle? É você de verdade?
Ele parou e a baixou, deslizando-a contra seu corpo, o que a fez umedecer-se instantaneamente de necessidade. OH, ele tinha um corpo feito para pecar. Mas ela odiava o fato de que sua cara estivesse completamente obscurecida pela pintura verde e negra.
- Shh - disse ele, colocando um dedo sobre seus lábios. Ele levantou a cabeça como se estivesse escutado algo.
Ela escutou o vago som de pisadas.
- Estão vindo atrás de nós - disse ele. Tomando a mão dela, adentrou mais profundamente no bosque.
- Quem?
- Tyson Purdue.
Seu cenho se fez mais profundo pelo nome desconhecido.
- Quem é?
- Um malvado traficante de armas. Esteve me procurando durante muito tempo.
Olho-o com ceticismo.
- Tyson Purdue? Por que tenho a sensação de que inventou esse nome enquanto esperava na fila do supermercado?
Kyle cerrou os dentes. Maldição, ela era um inteligente demais. Inventar histórias, mesmo durante as missões das quais participara, nunca tinha sido seu forte. Ele deixava isso por conta de Retter e Hunter. Eles eram engenhosos e rápidos com as mentiras.
Seu forte eram as explosões e o músculo.
Ainda assim, os outros agentes tinham lhe ensinado uma coisa. Todo mundo acreditará em algo que você diga com suficiente convicção.
Dirigiu-lhe um sincero olhar.
- Bem, nós o chamamos "O Frango". Tem a aparência de um frango. E por isso tem um tremendo complexo de inferioridade. Imagine ser etiquetado com um nome assim. Você estaria psicótica também. O que posso te dizer? Esse tipo me quer morto.
- Bom, mas por que eu estou correndo?
Kyle ficou gelado com sua pergunta. A única coisa que lhe ocorria era uma pobre desculpa que tinha visto uma vez em um filme de espiões.
- Beijou-me - respondeu. Por todos os diabos! Isso teria tanto sentido como qualquer outra coisa. - Um de seus valentões nos viu e agora vão atrás de você. Tive que voltar por você, para te salvar e para que não te usem para me apanhar.
Pelo brilho de seus olhos marrons, deu-se conta de que ela não tinha acreditado nele.
- Sim, tudo bem. Eu não...
Ele pressionou o detonador de outro explosivo a controle remoto. Marianne mordeu a isca. Ela se encolheu entre seus braços.
- Fala a sério?
- Neném, eu nunca minto sobre os valentões que querem me apanhar. - Ao menos não quando era útil e conseguia mantê-la entre seus braços.
- Isto é real?
Ele fez estalar outra explosão.
- Temos que nos mover. - disse, deixando transparecer um ponto de advertência em sua voz. - Isto vai ficar muito feio se não sairmos daqui.
Marianne acreditou. Uma parte dela ainda duvidava de que aquilo pudesse ser real, mas a expressão de Brad tinha sido sincera. O homem não era tão bom como ator. Ele não tinha nem idéia de que Kyle ia aparecer.
Não muito mais do que ela sabia.
- Aonde vamos? - perguntou.
- Não se preocupe. Tenho um local seguro.
Não estava segura do que acreditar, mas não tendo outra opção, seguiu-o através do bosque até que chegaram a um escarpado precipício, perto de onde quebravam as ondas.
Kyle lhe dirigiu um ardente olhar.
- Sente-se aventureira?
- Não posso descer por aí.
- Claro que pode, minha linda. Não te deixarei cair.
- Devo estar louca.
Ela odiava as alturas. Odiava a idéia de cair no oceano que havia abaixo, e entretanto, algo em seu interior confiava em Kyle sem reservas. Sem mencionar o fato de que ele parecia saber perfeitamente o que fazia, enquanto ela não tinha sequer idéia.
Com ele ajudando-a, cuidadosamente desceram pela íngreme ladeira do escarpado e seguiram através da praia até que chegaram a uma pequena caverna.
Marianne a olhou com ceticismo.
- Sabe, eu tenho realmente uma bonita habitação lá atrás em...
Seu olhar chateado a interrompeu.
- E é quase tão agradável como estar na mira dos tiros. Acredite em mim quando lhe digo que se lhe atingem, dói. - Sorriu-lhe maliciosamente. - Não me diga que minha professora não tem senso de aventura
- Não, mas... - Ela parou quando se deu conta de suas palavras. - Como sabe que sou uma professora?
- Não é?
- Sim, mas como soube?
Ele hesitou antes de responder.
- Pela forma que veste.
Marianne baixou o olhar para suas calças curtas caqui e sua camisa branca de botões. Não havia nada que a assinalasse como uma professora. Ela tinha o mesmo aspecto que qualquer outra pessoa que saísse para dar um passeio pela praia.
- Minhas roupas não dizem nada
- Seguro que o fazem - disse, aproximando-se mais dela.
Mais perto e mais perto até que seu grande e musculoso corpo a alagou de desejo.
Ele desabotoou o botão de cima da blusa dela, fazendo com que todo seu corpo ardesse instantaneamente com antecipação sexual. Quando ele falou, havia um profundo e erótico timbre em sua voz.
- Só uma professora levaria todos os botões abotoados até o queixo. O que? Preocupa-se em deixar seus alunos loucos?
- Dificilmente.
Sorriu-lhe enquanto desabotoava o botão seguinte.
- Apostaria que os meninos aos quais ensina passam as horas em sua classe olhando seu colo, tentando imaginar que é o que usa debaixo dessa conservadora vestimenta...
Marianne cortou suas palavras com um escandalizado grito.
- Pare com isso. Está me enojando.
- Enojando? - perguntou, rindo. - Que espécie de palavra é essa?
- Uma perfeitamente boa que significa que não quero nem pensar no que você está descrevendo. - Olhou-o com os olhos entrecerrados. - Está tentando mudar de assunto, não?
Exato. Maldição, ela era boa. Se não tivesse certeza, Kyle pensaria que ela era realmente um agente especial.
- Por que eu faria isso?
- Não sei.
Kyle não pode evitar passar o polegar por seus lábios. Tinha uma boca feita para compridos e quentes beijos, e a lembrança de seu sabor estava ainda fresco em sua mente. Sob sua pele.
Fazendo ferver seu sangue.
- É linda - disse ele com um suspiro.
Ela soprou com ênfase.
- O que foi isso? - perguntou ele com um ligeiro sorriso.
- Desacordo. Devem estar te pagando um montão por isso.
- Não, ninguém está me pagando por nada que diga respeito a você - disse-lhe, colocando a mão por entre seu cabelo. - Fiz muitas coisas más em minha vida, Marianne, mas nunca brincaria com os sentimentos de ninguém. Não sou tão cruel.
Baixou sua boca à dela.
Marianne suspirou ao sentir seus braços esticando-se ao redor dela. Este homem tinha mais magia em suas carícias que todos os membros da escola do Harry Potter. Ela nunca tinha visto nada parecido com Jim da Selva .
Ele era incrível, e a mulher que havia nela estava completamente cativada por ele e por suas poderosas carícias. Seu sabor sensual. Seu quente aroma viril.
Sua boca deixou um rastro ardente desde seus lábios até seu pescoço, onde seu fôlego a abrasou. Ela enterrou sua cara nas suaves mechas de seu cabelo castanho escuro e inalou o quente e masculino aroma de seu xampu e de sua pele.
Por Deus, este homem a fazia arder.
Jogou-a para trás para fixar nela os cativantes olhos azuis. Esfregou brandamente sua face, fazendo-a notar que tinha deixado parte de suas pinturas de camuflagem nela.
- Alguma vez fez amor com um estranho antes, Marianne?
- Não - disse com voz débil. Na verdade, antes nunca o tinha desejado.
Mas agora, a intensidade com a que ela o desejava a assustou.
Ele era realmente irresistível.
Kyle agarrou a mão dela e a guiou ao inchado vulto em suas calças. Ela podia sentir toda a longitude de seu membro na palma da mão. Sentia-o pressionando contra sua mão como se ansiasse que o tocasse da forma como ela o fazia.
Deveria sentir-se ofendida pelas ações dele.
Mas não estava.
- Você gostaria de dar um passeio pelo lado selvagem comigo, professora?
Era uma loucura. Só de pensar era...
Celestial
Decadente e alarmante.
Atrever-se-ia?
Ele guiou a mão dela para cima, ao botão de suas calças, onde ele levantou sua camisa o suficiente para que ela pudesse tocar a pele firme e cálida mais abaixo de seu abdômen. Fez com que introduzisse seus dedos sob o cós, e então liberou a mão dela, para poder segurar seu rosto.
Ela se engasgou ao sentir aqueles pelos curtos e crespos, que iam desde seu umbigo para baixo.
- É tudo para você, Marianne - sussurrou ele. - Terá coragem para viver sua fantasia?
Teria?
Quantas noites permanecera acordada sonhando com isto? Sonhando com um ardente homem salvando-a de algo mau, e depois deixando-a louca entre seus braços e lhe fazendo amor de qualquer forma grosseiramente erótica?
Mais vezes das que podia contar.
Toma-o ou deixa-o.
Mulher ou garotinha?
Sou uma garotinha. Sou uma garotinha. Sou uma garotinha.
Não, seus dias de criança tinham terminado.
Suspirando profundamente, desabotoou as calças dele.
Seu coração deixou de bater quando ela viu o tamanho do pacote sob a fina cueca branca tipo boxe. Era enorme!
Seu sorriso era terno, cálido, e se não soubesse, teria jurado que viu alívio em seu olhar.
Desta vez, quando ele tomou posse de sua boca, o beijo foi exigente. Atrevido.
Seu beijo a fez literalmente enjoar-se. Ele recuou apenas o suficiente para tirar, de um puxão pela cabeça, sua camiseta verde oliva. Limpou a pintura da boca e logo depois da sua, para terminar rabiscando mais o rosto.
Marianne riu, segurou a camiseta e cuidadosamente retirou a pintura de sua pele.
- Suspeito que deve haver um humano em algum lugar debaixo de tudo isto. - Ela quis que suas palavras soassem ligeiras e divertidas.
Mas ele não as tomou desse modo.
Em seu lugar, emitiu um estranho som do fundo de sua garganta.
- Não realmente. Uma vez que me integro à equipe e assumo uma missão, o humano que há em mim está treinado para ser empurrado ao fundo de tudo e não aflorar.
Com o queixo dele em sua mão, ela parou de limpar uma persistente mancha da camuflagem em sua têmpora. A sinceridade daqueles profundos olhos azuis a abrasava.
- Foi treinado?
- O que não me foderam desde que nasci, os militares o remataram.
Suas palavras golpearam o coração dela, e se sentiu extremamente próxima a ele, como se ele tivesse compartilhado com ela algo que normalmente não compartilhava com outros.
Tão brandamente como pôde, limpou a pele dele.
Ele a olhou com uma ligeira desconfiança em seus olhos, como se fosse a coisa mais estranha do mundo, mas ao mesmo tempo, sentia que ela se preocupava com ele. Era uma grande contradição.
E quando ela tirou o último resto de cor de seu rosto, o olhar vagou por seu corpo forte. Ficou sem fôlego ao ver o peito largo e os amplos ombros que baixavam formando uma estreita cintura e magros quadris. Estava construído como um atleta profissional.
Todos e cada um dos músculos de seu peito eram perceptíveis.
Mas o que mais captou sua atenção foi a vista de diversas cicatrizes sobre suas costelas e sobre seu peito, que pareciam vagamente com feridas curadas de bala. Ou ao menos, como ela acreditava que teriam o aspecto de umas feridas curadas de bala. Como nunca visto um ferimento a bala, ela não tinha uma base com a qual comparar.
Ainda assim, aquelas cicatrizes pareciam autênticas, não maquiadas.
Antes que pudesse perguntar sobre elas, ele a elevou, sustentou-a contra seu peito e entrou ainda mais na caverna. Baixou-a sobre uma cama feita de várias mantas militares e um colchão de ar. Ele acendeu um pequeno abajur à bateria.
- O que é tudo isto?
- O lema dos escoteiros. Estar sempre preparado.
Ela tremeu quando ele desabotoou sua camisa. Seu coração batia mais rápido com antecipação, enquanto ela se sentia apanhada entre seu bom-senso, dizendo-lhe para sair correndo, e seu desejo, que lhe dizia que arrancasse as calças dele e saciasse seu lado vicioso com toda aquela potente carne masculina.
- Está sempre preparado para um encontro em uma caverna?
- Não, senhora. Mas estive desejando que me fizesse uma oferta.
- Por que estava aborrecido?
Parou a mão no último botão e lhe dirigiu um olhar ardente e intenso.
- Não, porque me ocorre pensar você é mais sexy que um demônio.
Ela dificilmente acreditaria em algo assim, mas não havia dúvida era de que ele era mais sexy que um demônio. Tinha um corpo tirado dos seus sonhos.
Ele desabotoou o último botão.
Ela tragou mais ar.
Kyle deslizou sua mão grande e calosa através de sua camisa aberta para colocá-la em seu seio por cima do sutiã. Ela gemeu com a sensação da palma da mão sobre seu inchado mamilo. Até mesmo sobre o tecido do sutiã, a mão era abrasadora.
Tinha passado muito tempo desde que fizera amor com um homem.
Realmente, fazia muito tempo que ela desejava de verdade fazer amor com um homem. Agora, toda essa sexualidade reprimida retumbou através dela, fazendo-a desejá-lo desesperadamente.
Mas com esse desejo, vinha o medo do que ele poderia pensar de sua inépcia e sua inexperiência. Ela não era o tipo de garota que flertava com uns e outros, e apesar do que tinha feito com Kyle, ela nunca se deitara com estranhos.
O que ele esperava disto?
Ele se refreou de beijá-la e sorriu. Seus olhos cintilavam ardentes.
- Uma palavra, Marianne, e paro com isto aqui.
Respondeu-lhe com um exigente beijo.
Kyle fechou os olhos e inalou o aroma de seu cabelo combinado com algum tipo de doce aroma feminino. Mas era o primitivo perfume da mulher que fez com que seu coração pulsasse mais rápido. Sentia água na boca pensando em mais.
Ele nunca tinha estado com uma mulher como ela, e pela primeira vez em sua vida estava nervoso.
Quando era adolescente, tinha freqüentado os piores locais de Nova Iorque. Aos quinze, perdeu a virgindade na traseira de um carro, no Bronx, com uma mulher de vinte e tantos anos, uma prostituta que estava se desesperada para atirar-se a qualquer um que pagasse.
Ele tinha lutado para sair das ruas e se alistar na Marinha. Aos 18 anos, sua vida tinha dado uma guinada, não chegando a ser mais um nas estatísticas da pobreza urbana e má criação. Mesmo assim, ele nunca se atrevera a sonhar que uma mulher como esta quereria estar com ele.
Alguém suave e amável. Uma professora. Não uma qualquer. Não uma agente que queria subir na carreira, ou uma criminosa procurando um pó rápido.
Marianne era simplesmente uma típica senhorita agradável de uma pequena cidade do meio oeste.
Ela era segura. Essa palavra era tão estranha para ele que doía inclusive pensar nela. Ele nunca tinha conhecido segurança. Nunca tinha conhecido aceitação incondicional. Recordava vagamente de sua mãe dizendo que, às vezes, os melhores sonhos eram os mais simples. Ele nunca havia entendido isso.
Não até este momento.
Ele não tinha ansiado por uma vida tão agitada. Ele queria ser parte da realidade que Marianne oferecia. O simples sabor de uma mulher honesta.
O simples sabor de Marianne Webernec.
Marianne ficou sem fôlego quande Kyle se abaixou e desatou os sapatos dela. Não podia acreditar que estava fazendo essas coisas com um completo estranho.
Era tão diferente do seu jeito de ser.
Ainda assim, ela não podia se refrear.
- Conte-me algo sobre você, Kyle. - Ela precisava saber algo sobre ele.
Ele tirou os sapatos dela e massageou o arco sensível de um dos pés com o polegar. OH, era uma sensação tão maravilhosamente pecaminosa que seu estômago se esticou. Ela sentiu uma corrente de umidade entre suas pernas.
- O que quer saber? - perguntou ele com sua profunda e embriagadora voz.
Tudo. Não havia nada sobre ele que ela não quisesse saber.
- Como ganha a vida?
Ele tirou suas meias 3/4 e lhe dirigiu um olhar picante, enquanto mordiscava o arco do pé dela.
Ela gemeu em êxtase.
Ele soprou sobre sua pele antes de falar de novo.
- Sinceramente?
Ela assentiu com a cabeça, incapaz de respirar devido à quebra da onda de prazer que a percorria.
- Sou um agente federal.
Durante um segundo, ela não pôde mover-se enquanto compreendia o significado das palavras dele. Então, riu do absurdo.
- Pode deixar seu personagem durante um minuto, por favor, e falar sério?
- Falo sério - disse, de todo coração.
Mas não acreditou nele. Era muito perfeito para ser real, e qual a probabilidade de haver um agente federal ali com ela, justamente agora, quando essa era sua fantasia?
Ele era apenas um dos homens que atuava na ilha. Não era o que ela queria. Ela queria saber dele. A verdade.
- Para quem trabalha? - perguntou com ceticismo. - Para a CIA?
- O Centro dos Idiotas Associados? - perguntou ele, como se tivesse se ofendido com a pergunta. - Dificilmente. Comemos esses novatos no café da manhã. Eu sou do BAD, a Agência de Defesa Americana.
Ela olhou com dúvida.
- Não existe tal agência. - Uma parte dela queria acreditar nele, mas sua parte racional lhe dizia que não. Ela nunca tinha ouvido nada sobre tal agência. - E onde ela funciona? Na Casa Branca?
- Não, nossos escritórios estão em Nashville.
Ela riu mais forte para ouvir isto.
- OH, por favor. Que tipo de agência teria seu quartel geral lá?
O olhar dele era diabólico.
- A mais preparada. Se a capital for destruída ou bombardeada, nós ainda poderíamos funcionar. Ninguém vai tomar Nashville. Dificilmente está nos mapas dos terroristas. Além disso, nós não fazemos nada segundo as regras. Diabos, nosso diretor está tão pendurado, que nos faz baixar ao porão da torre do morcego a menor merda ou babaquice.
Ela arqueou uma sobrancelha ao ouvir isto.
- Ahh.., a torre do morcego. Deixe-me adivinhar... Seu diretor é o Inspetor Gordon.
Ela gemeu quando ele sugou seu dedo gordo e usou a língua para lhe dar uma suave massagem. Mordiscou todo o dedo e então afastou-se para trás.
- Acredite-me, o BAD faria carne picada com uma combinação do Inspetor Gordon, o Sargento O'Hara e Batman.
- BAD, né?
- Loucos, maus e perigosos, já sabe.
- Tem êxito com esse conto?
Ele riu brandamente enquanto engatinhava sobre seu corpo como uma lânguida pantera, e pousava os lábios em sua barriga. Seu fôlego esquentou sua pele quando afastou mais a camisa.
- Até agora está funcionando.
Se estava... Muito melhor do que deveria. Quem poderia pensar que ela poderia ser seduzida por tal desculpa esfarrapada?
Não, compreendeu. Não estava sendo seduzida por uma desculpa fraca, e sim pelos olhos azuis deslumbrantes que ele tinha. Os lábios dele...
OH! Estaria ficando louca? Era aquele corpo pecaminoso que ela queria.
Inteiro.
Ela nunca tinha feito amor com um homem que se parecesse com este.
Um que fosse tão bonito que poderia estar na capa de um livro ou em um filme.
Um que fazia ferver seu sangue só estando com ela.
Ela o olhou fixamente enquanto a boca dele passava roçando a pele de sua cintura. Ele estava convexo sobre suas pernas abertas, com o peito pressionando contra o centro de seu corpo.
OH, que dor sentia por ele. Marianne passou as mãos nos cabelos dele, deixando que ele, com os redemoinhos de sua língua, a transportasse longe.
Ela arqueou as costas quando ele a sentou ligeiramente e tirou sua camisa. Então ele alcançou por detrás e desabotoou seu sutiã.
- Humm... - inspirou enquanto a despia. - O que temos aqui?
- Seios - disse ela, simplesmente, enquanto lutava contra o impulso de cobrir-se. - Dois deles.
Ele riu com isso.
- Bom, porque estaria preocupado se tivesse três.
-Não, não sou Ana Bolena. Só dois, como qualquer outra mulher normal.
Kyle sorriu com sua brincadeira e inteligência. Ele não se lembrava de ter estado tão relaxado com uma amante. Sentia como se a conhecesse há anos.
Havia um estranho sentimento de pertencer a ela, que nunca tinha sentido.
- Diga-me algo, Marianne - sussurrou ao seu ouvido. - Conte-me com que sonham as professoras de escola quando estão sozinhas a noite, me diga que fantasias as mantêm acordadas quando se deitam, desejando sentir alguém dentro de si.
Ela ficou vermelha como um tomate.
- Não sufoque - disse ele, provocando o canto da boca dela com os lábios.
Ele sempre se perguntou sobre o que sonhavam as garotas boas. As cenas da novela romântica que lera o tinham aturdido mais do que a primeira vez que vira uma Penthouse. Custava-lhe acreditar que Marianne lesse esse tipo de coisas.
- Não sei - disse ela com um pequeno encolhimento. - Penso em alguém perigoso. Mortal. Um oficial, ou agente íntegro que deveria ser como um Rambo, mas mesmo assim muito terno comigo. - Os olhos castanhos dela o queimavam com um sentido de veemente desejo. -Alguém que me veja.
Ele franziu o cenho com essas palavras. Quem com a cabeça no lugar não a veria?
- Eu te vejo, Marianne - sussurrou, beijando-a, saboreando a calidez de sua boca.
A língua dela era o céu. Ele adorava a sensação de senti-la acariciando a sua própria enquanto seus seios se esmagavam contra o peito dele.
Marianne suspirou quando ele deixou seus lábios e depositou ardentes beijos sobre ela. Seu rosto, com uma ligeira barba, a abandonou quando ele desceu para suas calças curtas.
Ela levantou os quadris quando ele lentamente, sensualmente, deslizou suas calças para baixo, por suas pernas, e a deixou completamente nua frente a ele.
Ela nunca havia se sentido tão vulnerável.
O olhar de Kyle manteve o dela enquanto se levantava e tirava as próprias botas.
Ela segurou o fôlego quando ele alcançou a cintura de suas calças já desabotoadas e então as despiu junto com a cueca, para baixo de suas largas e peludas pernas.
Embora ela vivesse até o final dos tempos, não poderia jamais esquecer a forma com que ele permanecia ali plantado, com a tênue luz do abajur, seu membro ereto, seu corpo perfeito. Ele era a pura beleza masculina. Completamente sem adornos e completamente lhe esmaguem.
Com um encantador sorriso, foi a uma pequena mochila e tirou uma caixa de camisinhas e um lenço verde militar.
- O que está fazendo? - perguntou ela quando ele começou a dobrar o tecido de algodão verde oliva.
- Lembra-se da cena com Ren, na caverna?
A expressão dela se acendeu imediatamente.
- O que quer dizer com isso?
O sorriso dele se tornou voraz.
- Não pude encontrar molho de chocolate, mas...
Ela ficou rígida quando ele pôs o lenço sobre seus olhos.
- Não sei se estou pronta para isso.
- Confie em mim, professora. Prometo que não se lamentará.
- Espero que não.
Ele atou o lenço sobre os olhos dela. Marianne tragou e tentou ver através do tecido.
Era inútil.
Ela não tinha nem idéia de onde estava Kyle. Não até que ela escutou o som de algo se rasgar. Então Kyle estava às suas costas, e suas cálidas mãos a empurravam para o fundo da caverna.
- O que vai fazer?
Parecia como se ele a tivesse sentado sobre uma grande rocha, que forrara com uma das mantas.
-Vou tomar meu tempo para te saborear, professora.
Ele apoiou os quadris dela contra a rocha, e então empurrou brandamente para abrir suas pernas. Marianne se apoiou para trás, insegura do porque ela estava permitindo que ele fizesse isto, e ainda assim, era tão grosseiramente erótico que ela não podia suportar o pensamento de pará-lo.
Seu corpo inteiro crepitava e vibrava com antecipação. Com uma fome exigente que desejava senti-lo profundamente dentro dela.
Ele a percorreu com as mãos desde os joelhos até acima, pelo interior de suas coxas. Ela tremeu com a expectativa de que ele a tocasse onde a fazia sentir-se dolorida.
Ele não o fez e ela quase choramingou de desilusão. Em seu lugar, subiu as mãos roçando suas costelas, massageando e atormentando-a mais.
- Toque-me, Kyle - sussurrou ela.
Sentiu seus lábios tocarem seus seios. Marianne gemeu quando girou a língua ao redor de seu mamilo, atraindo-o profundamente para o interior da boca, enquanto sua mão baixava, roçando o exterior de sua coxa, até que finalmente a dirigiu para seu centro.
Seus dedos compridos e duros apartaram os lábios de seu sexo antes de introduzir-se em sua fenda. Ela tremeu quando lhe massageou o clitóris.
Ela gritou quando finalmente lhe deu um pequeno descanso.
Kyle grunhiu por saber quão bem ela se sentia e por quão bem ela respondia a suas carícias. Gostava das mulheres ardentes, e esta mulher tinha mais fogo do que podia compartilhar.
Querendo mais dela, deixou seu peito e foi beijando enquanto descia à parte que mais desejava.
Ela realmente gritou na primeira vez que lhe lambeu a vagina.
Rindo de sua reação, abriu-lhe os lábios vaginais e percorreu com sua língua bem forte por tudo até finalizar em seu botão, sugando e provocando-a até que ela esteve a beira do clímax.
À Marianne faltou o ar. Apoiou-se sobre seus braços, oferecendo-se a ele tanto como podia. Nunca em sua vida se sentira mais incrível do que com ele saboreando-a.
Querendo vê-lo, começou a tirar a atadura, só para encontrar umas mãos impedindo-a.
- Pensei que queria ser Ren - disse ele.
Ela duvidou. Ren era o tipo de mulher que teria estado nessa caverna com um estranho, não Marianne Webernec. Marianne sempre seguia as regras. Sempre jogava com segurança.
Hoje, ela não queria ser Irmã Virtude.
- De acordo.
Kyle beijou seu ombro, então a girou de modo a ficar com os braços e o estômago apoiados sobre a rocha. Sua parte posterior estava completamente exposta a ele.
- Humm - suspirou ele, percorrendo com a mão o quadril dela, ao mesmo tempo em que com as unhas arranhava brandamente sua pele fazendo-a sentir um comichão. - Tem o traseiro mais bonito que já vi.
Passou a língua por toda sua coluna, até que alcançou o ponto sensível na base de suas costas. Suas mãos massageavam as coxas, enviando farrapos de prazer através dela enquanto sua língua deliberadamente dava frenéticas lambidas uma após a outra sobre sua pele.
Ele deslizou um dedo sobre seu botão, fazendo-a estremecer de novo.
- Quer-me dentro de ti, Marianne?
- Sim.
Ele deslizou dois dedos profundamente. Ela gemeu de êxtase ao senti-lo, enquanto ele a incitava sem piedade, ao mesmo tempo em que ela começou a cavalgar sobre seus dedos.
Ele apoiou seu corpo contra ela de modo que pudesse sentir sua ereção contra a parte baixa de suas costas, enquanto lhe dava uma chuva de beijos nas costas e ombros.
Ela estava sem fôlego, e o prazer de suas carícias a debilitava. Nunca ninguém lhe tinha dado tanta atenção. Com Kyle, ela se sentia verdadeiramente formosa. Desejável.
E isso a fazia derreter-se.
Ele tirou a mão e então trocou sua posição atrás dela.
Marianne gemeu quando ele se deslizou lentamente, polegadas de plenitude, polegadas incríveis dentro dela, até que a encheu completamente.
Kyle grunhiu com a sensação do corpo dela dando boas vindas ao dele, a forma como a sentia desde que ela tinha passado de ficar nas pontas dos pés e a baixar, amoldando-se até que ele esteve profundamente em seu interior. Tomou cada pingo de controle que tinha ao lhe fazer amor lenta e brandamente, quando o que realmente desejava era devorá-la.
Desde o momento em que a tinha conhecido, não tinha desejado mais nada além de possuí-la.
E ela valia a pena.
Ele se manteve perfeitamente tranqüilo até que ela o cavalgou com suaves e longos embates. Chiando entre dentes para resistir a seu orgasmo, agarrou-lhe os peitos com as mãos e a deixou ter seu primeiro orgasmo.
Cada mulher tinha um ritmo próprio, e Marianne era leve e suave. Lenta e sensual como uma suave brisa.
Saboreou a sensação de seus quadris friccionando-se contra ele, de seus doces e débeis gemidos de prazer.
Deixou-se cair para frente, sobre as costas dela, e apoiou uma mão ao lado da sua sobre a rocha, para assim poder usar a outra mão para tocar seu botão no mesmo compasso de seus movimentos.
Marianne gemeu forte quando ele a acariciou de novo. Ela se deleitou com a sensação de tê-lo detrás e dentro dela, enquanto sua mão a provocava, e quando gozou, foi tão intenso que gritou.
- É isso, pequena - Kyle sussurrou ao seu ouvido. - Não se contenha.
Ela não o fez. Nem ele tampouco. Ele continuou investindo e incitando-a até que extraiu o último tremor de seu corpo.
Débil, ela caiu para frente.
Kyle a agarrou e a levou até o colchão inflável, e tirou venda dos olhos dela. O sorriso dela era deslumbrante quando a cobriu com seu corpo e entrou nela de novo.
Marianne arqueou as costas, grunhindo quando a dura lança se deslizou dentro de sua sensível vagina.
O coração de Kyle martelava ao introduzir-se nela, esperando sua própria satisfação. As pernas e os braços dela o envolviam, agasalhando-o em sua suavidade.
Era tudo o que ele sempre tinha desejado.
O corpo dela era o paraíso.
E quando ele encontrou sua própria liberação, sua cabeça dava voltas. Grunhindo, ele enterrou sua cara na fragrante doçura de seu pescoço e deixou que o prazer o percorresse até que mal pôde respirar.
Cada espasmo, cada onda estremeceu alguma parte do seu corpo até que ele não teve forças, a não ser para sussurrar o nome dela.
Tinha sido o melhor sexo de sua vida.
Débil e exausto, agarrou-a entre os braços e a manteve contra seu peito. Nenhum dos dois falou durante o longo tempo que permaneceram tombados ali, agarrados, completamente relaxados.
Kyle não se importava se não voltasse a mover-se nunca mais. Nada poderia igualar o que acabava de experimentar.
- Acha que Tyson nos perseguirá?
Levou um segundo recordar quem era Tyson.
- Não - disse ele. - Demarquei o perímetro. Saberia se ele estivesse em algum lugar por perto.
- Está seguro?
- Absolutamente. Assegurei-me que este lugar estivesse a salvo de qualquer intruso.
Marianne suspirou quando se tombou no aconchego dos braços dele.
Kyle percorria com a mão a suavidade de pele dela, enquanto saboreava a sensação de sua respiração sobre a pele nua. Sempre tinha se encantado com a sensação de um corpo feminino junto ao dele, mas nunca tanto como neste momento.
Que estranho que ele tivesse sido sincero com ela, quando nunca tinha revelado a nenhuma mulher ao que ele realmente se dedicava. Não era porque seguissem um código de silêncio. A BAD tinha sido montada com uma cobertura, uma agência fantasma. O governo, mesmo aqueles que tinham respaldado a agência, negava todo conhecimento de sua existência.
Os agentes BAD respondiam diretamente ao Joe, que só respondia ao presidente, nem sequer o presidente reconheceria sua autorização. Todos e cada um dos membros da BAD era um órfão que tinha sido recrutado para mentir, roubar, extorquir e/ou morrer, ou matar por seu país. Algo que fizesse falta para assegurar seu objetivo, fariam-no sem levar em conta a moral ou a ética.
Eles eram os Espartanos de hoje em dia, quem ou voltavam com seu escudo ou sobre ele.
Não havia nada parecido com uma família para eles. A agência era sua família.
Neste mundo, eles apenas tinham um ao outro, e até agora isso tinha estado muito bom para Kyle. Mas seu último encontro com os terroristas, o qual quase lhe custara a vida, tinha-o feito pensar...
Ele tinha sido treinado duramente para proteger seu país. Mas, para quem ele estava realmente lutando?
Ele recordou pelo o que lutava quando Marianne sorriu para ele.
Ele lutava por aqueles que não podiam lutar por si mesmos.
- Kyle? - Marianne se deteve enquanto riscava uma das pequenas cicatrizes nas costelas dele. - Do que é isto?
Ele a olhou, e às outras duas marcas similares que estavam abaixo daquela.
- Uma bala.
Marianne franziu o cenho ante suas palavras. Pela sinceridade do olhar dele, ela diria que estava sendo verdadeiro.
- Parece recente.
- Faz um mês ou algo assim.
Ficou boquiaberta.
- E estas?
- Da mesma época.
Ela se inclinou para diante para estudar seu peito. Agora que estava mais perto, ela pôde ver mais, e não, não era maquiagem. As cicatrizes eram reais.
- Quantas vezes lhe dispararam?
- O que está perguntando? Quantas feridas de bala tenho no total, ou quantas vezes me disparou alguém?
Havia diferença? Estava aterrada com sua despreocupação.
- Ambas.
Ele realmente teve que parar para pensar.
- Tenho um total de vinte e dois buracos de balas. Embora ainda estejamos discutindo sobre um deles. A doutora pensa que houve uma bala que me atravessou, mas eu acredito que um detrito me feriu quando a granada explodiu. Sou o babaca em quem disparam. Estou no desafortunado número treze.
Marianne abriu a boca ainda mais.
- Está falando sério?
Ele assentiu, logo girou a cabeça e lhe mostrou uma cicatriz detrás de sua orelha.
- Essa foi a primeira - disse, passando os dedos sobre a arredondada cicatriz. - Tinha apenas dezessete anos, e foi um disparo de um veículo em movimento de uma gangue rival. Eliminaram meu melhor amigo, Ângelo, quando saíamos de sua casa e nos dirigíamos ao cinema. Pegaram-me no fogo cruzado. - Ele sacudiu a cabeça. - É o que me tirou das ruas e me fez querer fazer outra coisa com minha vida. Pelo pouco que eu sei, cheguei a um ponto onde os disparos de um carro se parecem muito a como eram em Nova Iorque.
Ela não sabia que dizer. Uma parte dela acreditava, mas a outra parte achava difícil de engoli essa história. Parecia-se muito ao que ela tinha esperado de um herói de Rachel Fire, e muito diferente do mundo protegido no que ela tinha crescido.
Não podia alguém atirando nela.
-Você de verdade, realmente, jura por Deus, é um agente federal?
Ele fez uma X no centro de seu peito.
- Sobre meu coração. E espero não morrer na próxima missão.
Ela se sentou sobre seus calcanhares.
- Há quanto tempo é um agente?
- Os dois últimos anos.
- E antes disso?
- Era da Forças Especiais Navais, um SEAL.
Bem, certo.
- Quase me pegou. Mas só para que eu saber, com passou de SEAL a...
- Juro - disse ele, como que ofendido por suas dúvidas. - Era de verdade um SEAL. Ainda o seria, se não tivessem me recrutado para o BAD.
Ela o olhou com suspeita.
- O que faz o BAD?
- Não lhe posso dizer isso. Bom, poderia, mas então teria que te matar, e não te ofenda, mas prefiro te atacar. - Ele percorreu com sua mão todas suas costas abaixo e sobre seu traseiro. - Especialmente a esta parte daqui.
Ela gritou quando lhe apertou as nádegas com suas mãos. Pousou-a em cima dele. Marianne se sentou escarranchado sobre sua cintura, e observou como ele fechava os olhos e gemia com satisfação. Ela o sentiu ficar duro contra o osso de seu quadril.
Abrindo os olhos, ele a olhou e segurou seu rosto entre ambas as mãos.
- Não tem nem idéia de quão bonita é, não é?
- Nunca tive ninguém que me chamasse bonita antes. Oh, houve um guri no instituto que saiu correndo apavorado da habitação quando perdeu uma aposta e lhe disseram que teria que me levar a baile de graduação.
- Era um idiota.
Ela sorriu ao escutar suas palavras, assombravam-na.
- Com quem foi você ao baile?
- Não fui.
- Por quê?
Ele deu de ombros.
- No ano de minha graduação, passei a noite do baile na cadeia, esperando que meu pai ficasse sóbrio o suficiente para que me pusesse em liberdade sob fiança, e não tinha dinheiro para continuar o curso seguinte.
- Na cadeia? - perguntou ela. - O que fez para estar na cadeia?
- Nada muito mau. Colocaram-me por brigar.
- Por causa do que?
- Bella Marinho. Ela rompeu com seu noivo e se enrolou comigo. Ele ia passando e nos pegamos no centro comercial. Ele tirou uma navalha, eu tirei uma navalha, e avisaram a polícia.
- Kyle! - disse, aturdida por sua confissão. - Não está inventando nada disto, está?
- Não.
Ela deixou escapar o fôlego lentamente enquanto se olhava em seus olhos azuis.
Ele entrelaçou os dedos em seu cabelo.
- Não estou orgulhoso de meu passado, Marianne. Passei a maior parte de minha vida tentando esquecê-lo. Eu apenas...
Ela esperou durante uns minutos até que se fez evidente que ele não ia terminar sua frase.
- Você o que? - apontou.
- Não sei. Sinto que posso te contar coisas, e não se por que. Não é algo que eu faça normalmente. Diabos, eu mal que falo com alguém. E então, te conheci na praia e parece que nem posso fechar o pico nem resistir a você.
Ela se inclinou para diante e o beijou.
- Eu tampouco posso resistir a você.
Seu membro se endureceu ao máximo de sua longitude com suas palavras. Ele se inclinou para trás com um pícaro sorriso.
Marianne se desfez com esse olhar. Ele era melhor que qualquer coisa que ela tivesse lido em um de seus livros. Um herói da vida real. Um com um passado muito triste. Como desejaria poder modificá-lo por ele.
Ela gemeu quando ele a elevou e a sentou sobre seu topo. Ele estava tão duro e cheio em seu interior, que a ponta de seu membro foi direto ao centro de seu ponto G nessa posição.
- OOOH - gemeu ela. - Contínua fazendo isso e não te deixarei sair jamais desta caverna.
Ele guiou os quadris dela com suas mãos e a olhou.
- Continue fazendo isso e não tentarei jamais sair.
Marianne cobriu as mãos dele com as suas e sentiu a força de seu agarre. Ela passeou o olhar por sua azeitonada pele, detendo-se nas múltiplas cicatrizes. Ele era sua fantasia feita realidade. Só que ele era real. Suas cicatrizes eram profundas, e ela suspeitava que ele carregava ainda mais cicatrizes internas, do que aquelas que se podiam ver em seu corpo.
Quantas mais carregaria em seu coração?
- Alguma vez matou a alguém?
- É uma pergunta estranha de se fazer enquanto estou fazendo amor com você.
- Sinto muito. Acredito que fui bastante impertinente.
Ele subiu a mão por seu corpo e a afundou em seu cabelo.
-Sim, matei. - Disse brandamente. - E não, não estou orgulhoso disso. Minha vida foi desagradável.
Ela agarrou-lhe a mão e a pôs na bochecha, e beijou as cicatrizes sobre de seus nódulos.
- Eu gostaria de poder melhorá-la.
- Acredite-me, carinho. Já está fazendo.
Ela sorriu ao ouvir aquilo.
Kyle levantou seus quadris, lançando-a para frente, sobre seu peito. Entrelaçou seus braços ao redor dela e rodou até que ela estivesse cravada debaixo dele.
Como gostava da forma em que a sentia sob seu corpo. A sensação de sua respiração caindo brandamente sobre seu ombro. A cálida, brilhante umidade dela a seu redor. Como desejava poder lhe fazer amor sem uma camisinha. Sentir toda sua umidade rodeando-o.
Ela era magnífica, e ele não queria sair de seu corpo. Ele ainda a agarrava quando ela passou as mãos por suas costas nuas e se estremeceu baixo ele. Ele estava esgotado e satisfeito em um nível que não tivesse acreditado possível.
Deixou cair a cabeça contra seu duro mamilo, de maneira que pôde sentir a franzida auréola contra sua bochecha. Foi o momento mais terno de sua vida.
Mas sabia que não duraria. As coisas boas nunca o faziam.
CAPÍTULO TRÊS
Marianne despertou no meio da manhã para encontrar-se com um Kyle já acordado e vestido. Ou ao menos, parcialmente vestido. Vestia um par de jeans descoloridos e aquelas botas de motorista de novo, mas o resto dele estava gloriosamente nu e refulgia com o brilhante sol.
Hummm!
Ajoelhado, dava-lhe as costas enquanto cozinhava em um pequeno fogão de camping. Uau, o homem estava realmente preparado para tudo!
Ela sentiu uma pequena sacudida enquanto o olhava e recordava a noite que tinham compartilhado. Fazeram amor tantas vezes e de tão distintas formas que ela estava segura de que não seria capaz de caminhar direita em todo o dia. Para não mencionar que necessitariam de outra caixa de camisinhas, que poderia ser sua única graça salvadora daquela gloriosa tentação que era ele.
O aroma de café e bacon fizeram grunhir seu estômago vazio.
- Quanto faz que se levantou? - perguntou ela.
Ele a olhou sobre seu ombro e sorriu enquanto se levantava, movendo-se de um modo lânguido e letal como uma pantera que tivesse sido domesticada por ela.
- Bom dia, minha senhora.
- Bom dia.
Preparou-lhe em um prato de papel ovos e bacon e o levou, então foi à pequena geladeira para pegar manteiga para a torrada dela e uma pequena caixa de suco de laranja.
- Uau, pensão completa na cama. Eu gosto - disse ela, enquanto se sentava sobre o colchonete que tinha sido surpreendentemente cômodo enquanto dormia. Marianne se assegurou de manter-se envolta com o lençol ao seu redor.
Os olhos dele se obscureceram, sedutores.
- Tenho que dizer que te servir na cama me proporciona um enorme prazer.
Ela se ruborizou.
- Sem mencionar que você me abriu o apetite, depois da passada noite.
Ela sorriu ao notar a profundidade de sua voz, sabendo exatamente o que pressagiava, e um rápido olhar a sua virilha o confirmou. Kyle Foster era uma máquina sexual.
- Então, o que temos na agenda para hoje? - perguntou ela antes de pegar um bocado de bacon.
Kyle soltou um profundo suspiro, como se tivesse que pensar. No livro, supunha-se que eles eram perseguidos pelos traficantes de drogas que eram inimigos dos traficantes de armas, ou alguma merda como essa.
Pelo que ele sabia, poderia ter sido um carro de traficantes caçando-os. Tinha derramado café sobre o livro aquela manhã e não pudera terminar o capítulo. Não importava.
Com apenas eles dois, não havia modo de inventar um grupo de gente lhes perseguindo. Ele era bom, mas isso estava por cima de suas possibilidades.
Assim, ele teve que pensar em algo mais que pudessem fazer.
- Bom, acredito que estamos a salvo aqui em nossa praia privada. Digo que desfrutemos de do dia. O que me diz?
Seu sorriso o deslumbrou.
- Soa-me o melhor plano.
Marianne terminou o café da manhã e se vestiu enquanto Kyle limpava e apagava o fogão. Assim que o recolheu, levantou-se e tirou uma arma de debaixo de uma camisa pregada. Soltando o seguro, comprovou a munição e então a agarrou pelo punho. Colocou-a em uma cartucheira e a atou ao redor de sua cintura, antes de jogar uma camisa sobre ela e cobri-la para que ficasse oculta.
Seus movimentos pareciam reflexivos, como se ele nem se desse conta do que tinha feito.
- Faz sempre isso? - perguntou-lhe enquanto amarrava os sapatos.
- Fazer o que?
- Verificar sua arma.
Ele franziu o cenho.
- Minha arma?
- A que acaba de te pôr nas costas.
- OH - disse, com a cara iluminada. - Minha pistola. Sim, acredito que o faço. Nunca penso sobre isso.
Ela aspirou o fôlego através dos dentes.
- É um homem que dá medo, Kyle Foster.
- É o que me dizem. Que tal se guardássemos o Kyle atemorizador pelo resto do dia?
- Acredito que eu adoraria. - Ela levantou sua camisa. - Não quer deixar isto aqui?
Ele se encolheu com sua sugestão.
- Não acredito que possa. É como me pedir que deixe um braço.
- Sim, mas eu não quero que nenhum de nós receba um disparo, no caso de que nos demos um amasso mais tarde.
Elevou um canto de sua boca enquanto a agarrava entre seus braços.
- Um amasso, né?
Ela assentiu.
Ele baixou a cabeça e a beijou enquanto desabotoava por detrás de suas costas a cartucheira.
- De acordo, professora. Por você, mas só hoje.
Ele se afastou para descarregar a munição e logo colocou a arma e a sujeitou em uma pequena caixa perto do fogão.
Marianne suspirou com alívio. Ela podia gostar de ler sobre polis e ladrões, mas as armas de verdade a deixavam muito nervosa.
Kyle agarrou uma pá e um balde, agarrou-a pela mão e a guiou, descendo para a praia.
- Você gosta de mariscos? - perguntou.
- Sim, por quê?
- Quer para jantar?
- Claro!
Ela franziu o cenho enquanto caminhava pela praia, estudando a areia. Em um segundo, ele se dobrou lhe dando de presente uma agradável e excepcional vista de seu traseiro.
Ele começou a cavar.
Era horrivelmente difícil não caminhar diretamente para esse traseiro e apalpá-lo. Ou melhor, agarrar o vulto de bom tamanho com o que ela se familiarizou mais que um pouco a noite anterior.
- O que está fazendo? - Perguntou aproximando-se mais a ele. Ela teve que fechar a mão em um punho para não acariciá-lo enquanto trabalhava.
Ele levantou o olhar de sua tarefa.
- Desenterrando o jantar, quer ajudar?
Ela se assombrou quando ele tirou um marisco da praia.
-Tinha ouvido sobre fazer isto, mas nunca tinha visto ninguém fazê-lo antes.
Ele examinou o marisco, então o colocou no balde.
- Quer tentar?
- Claro. O que faço?
Agarrou-lhe a mão e puxou-a pela areia.
- Procuramos respiradouros - explicou. Parou em um pequeno círculo com covinhas na areia e o assinalou com o polegar de seu pé. - Isto é o que se chama um respiradouro. Os mariscos o fazem para poder respirar. Tudo o que tem que fazer é pôr a pá umas polegadas mais à frente e então a desenterrar.
Marianne estava um pouco atrapalhada, ao princípio.
- Como um menino da cidade de Nova Iorque sabe sobre desenterrar mariscos?
- Travis Lamb, um dos tipos com os que estive na Marinha, ensinou-me como fazê-lo quando estivemos um tempo em Charleston, faz anos. Sua mãe tinha a casa cheia de convidados até a alvorada, e nós desenterrávamos muitos mariscos para que ela fizesse uma sopa para a festa na noite do Dia da Independência.
- Você esteve de verdade na Marinha, não é?
- Maldição, posso te enviar por fax os informes da baixa, se quiser. Têm o selo oficial e tudo - Kyle lhe sorriu calidamente e a ajudou a cavar.
Marianne fechou os olhos durante um momento enquanto sentia seu calidez rodeando-a. Ela nunca tinha feito algo como isto, ou tinha desfrutado mais que simplesmente sentindo-o detrás dela enquanto o sol brilhava sobre eles.
Era tranqüilo. Confortável.
Riu triunfalmente quando descobriu um marisco ela sozinha. Kyle lhe alcançou o balde. Seus quadris roçaram as dela, fazendo-a saber que estava duro outra vez.
Ela sentiu o calor ardendo em suas bochechas.
- Por que está sempre ruborizando? - perguntou Kyle.
- Eu... é... - esclareceu a garganta, sem estar segura de que responder. A verdade era que sua sexualidade sempre a envergonhara, entretanto, Kyle a levava com comodidade.
Por outro lado, ela nunca tinha estado tão sexualmente consciente de ninguém mais. Cada vez que olhava ao Kyle, desejava tomar um bocado dele. Atraí-lo a seus braços, tombá-lo sobre suas costas, lhe rasgar a roupa, montá-lo e então cavalgá-lo loucamente até que ambos estivessem suarentos e esgotados.
É obvio que tivera muito disso a noite anterior, mas ainda assim não tinha sido suficiente para saciá-la.
Ela queria mais dele.
Ele a olhou atentamente enquanto lhe agarrava a mão com a sua. Pôs brandamente um beijo na palma de sua mão, todo o tempo olhando-a aos olhos.
- O que ocorre, Marianne? - sussurrou. - Está assustada de quanto me faz te desejar?
- Um pouco.
Roçou seus lábios com um ligeiro e doce beijo. Ela gemeu ao sentir seu sabor enquanto tomou a mão para que com sua palma pressionasse contra sua avultada ereção.
- Alguma vez fez amor na praia?
Ela deu um pulo ao pensar nisso.
- Alguém poderia nos ver.
O olhar dele se tornou malicioso.
- Preocupada? Pensei que fosse Ren Winterbourne. Mulher de aventuras.
Ela se mordeu o lábio para não rir.
- Ren não tem que viver consigo mesma ou com a vergonha de ser pega em flagrante delito com um estranho.
Ele tirou a camisa pela cabeça e lhe perguntou.
- Muita fantasia, hein?
Marianne olhou seu bronzeado e musculoso peito. Ele estava realmente para chupar os dedos. Irresistível.
E desta vez, quando ele a beijou, foi selvagem e exigente. Cada parte dela se estremeceu com o sabor de sua língua dançando com a sua. Ao mesmo tempo lhe agarrava a cara com a mão. Tombou-a de costas sobre a areia.
A parte sensata de si mesma lhe dizia que o apartasse, mas a parte reprimida recusava fazê-lo. Ela tinha vivido toda sua vida protegida e a salvo. Kyle não. Um homem que fora crivado de balas não conhecia o medo. Nada de temores.
Ele apenas sabia como viver o momento.
Como lhe invejava isso.
Ele se tornou para trás para alcançar os botões de sua blusa.
- Bem?
Marianne tragou.
- Se alguém nos pegar, é homem morto.
Ele riu disso.
-Inclusive te emprestarei minha pistola para que me dispare.
- Promete-o?
- É obvio.
Inspirando profundamente, ela lentamente desabotoou a blusa.
Kyle ofegava entrecortadamente enquanto a olhava abrir o top para ele. Era a coisa mais erótica que tinha visto alguma vez. Estranho. Ele tinha tido mulheres muito mais belas despindo-se para ele. Tinha-as cuidadoso tirá-la roupa como se fossem uma profissional.
Nenhuma o tinha excitado nunca do modo em que o faziam os tímidos movimentos do Marianne. Sua timidez era um suspiro de ar fresco. Ela não faria isto para ninguém mais. Ele não era simplesmente um pó para ela.
Adorava a sensação de ser especial.
Em sua vida, aquilo era algo de que tinha sentido falta sempre profundamente. O tipo de mulher com as que tinha saído sempre tinham sabido como eram as coisas. Sempre tinham experiência.
Não Marianne. Ela era apenas uma mulher despretensiosa da classe média americana, vivendo uma vida que não era nada especial.
Nada especial para ninguém, exceto para ele. Ele a achava extraordinária.
Ela tirou as mãos de sua blusa e as passou pelas costas dele. Kyle baixou a cabeça para poder saborear sua pele nua.
- Hmmm - suspirou enquanto brincava com a língua ao redor de seu umbigo. - Acredito que sou viciado em seu sabor.
Marianne fechou os olhos enquanto o quente fôlego dele a abrasava. Este era o momento mais incrível de uma vida que ela tinha gasto jogando sobre seguro. Uma vida sonhando acordada com fantasias de um pouco parecido ao que lhe estava ocorrendo agora.
Para sua própria surpresa, tirou o chapéu, rindo.
Kyle se incorporou para olhá-la com um severo cenho.
- Sabe? Não está muito bem rir de um tipo quando está tentando te seduzir.
Jogou-lhe para trás o cabelo que lhe caía na cara e lhe sorriu.
- Sinto muito. Estava pensando em como me enrolou ontem. Literalmente.
Seu cenho se desvaneceu enquanto em sua cara aparecia um ardente e intenso olhar.
- Em qualquer momento que necessite um herói, neném, só tem que me chamar.
Ela gemeu quando ele agachou a cabeça e a beijou com ferocidade. Mmm, como adorava o sabor de sua boca. O modo em que seus músculos se esticava ao redor dela.
Marianne envolveu seu corpo com o dela, e se deleitou com a sensação de seu peito nu contra a parte dela que estava nua ao ter sua camisa aberta. Ela o sentia dos lábios até a ponta dos dedos dos pés.
Seu coração retumbava, ela deslizou as mãos por suas costas, notando os pontos e suturas de velhas cicatrizes ali. Seu coração se rasgou ao pensar em todo o sofrimento pelo que ele devia ter passado.
- Não sei - sussurrou contra seus lábios. - Acredito que você necessita alguém que te cuide mais do que eu necessito um herói.
Kyle ficou gelado com suas palavras.
- Importaria-se de se oferecer voluntária para o posto?
- Você me permitiria isso?
Sua pergunta ficou suspensa entre eles.
- Nunca tive a ninguém interessado em fazê-lo.
- Nunca?
Ele sacudiu a cabeça enquanto a verdade caía sobre ele.
-Não, é por isso que ingressei na Marinha. Todos aqueles tolos, estúpidos anúncios sobre o trabalho em equipe me chegaram, e pensei que seria agradável ser parte de alguma classe de família.
Ela jogou com seu cabelo enquanto o olhava tranqüilamente.
- Encontrou-a?
- Sim, com os SEAL. Sabia que tínhamos um vínculo que nos unia.
- Então, por que se foi?
- Joe chegou e selecionou a três de minha unidade. Tony e Doug tinham sido como irmãos para mim e eu não queria defraudá-los. Quando eles ingressaram no BAD, eu fiz o mesmo.
- Se arrependeu?
- Não, até que me soltaram nesta ilha e me disseram que tinha que descansar aqui durante várias semanas.
Dirigiu-lhe um olhar enfurecido.
Ele ofereceu um pícaro sorriso.
- Agora estou pensando que deveria lhes estar agradecido por isso.
- Será melhor que esteja pensando isso.
Ele se esfregou contra ela, deixando que seu corpo a acariciasse.
- Acredite Marianne. Estou.
Marianne suspirou quando seu beijo a transportou ao céu. Tampouco protestou quando lhe tirou a camisa e a tombou sobre a basta areia. Era estranho, isto não parecia incômodo nos filmes e tal, mas na realidade...
Ela grunhiu quande Kyle lhe baixou o zíper das calças curtas com os dentes, logo os tirou das pernas. E quando fez o mesmo com suas calcinhas, ela quase gozou tão só pelo total erotismo do ato. Ele era como um predador selvagem que se tivesse perdido sobre ela.
Um que tudo que queria era devorá-la.
O que tinha ele que a fazia arder dessa maneira? Faria-a isso esquecer o fato de que poderiam ser descobertos em qualquer momento?
- Você gosta de viver perigosamente, não? Perguntou-lhe enquanto ele se arrastava sinuosamente subindo por seu corpo, mordiscando-a por todos lados.
- Não há outro modo de viver. - Seu quente fôlego acariciou e lhe esticou o mamilo antes mesmo de que ele abrisse a boca e o reclamasse.
Marianne suspirou de satisfação enquanto sustentava sua cabeça contra ela. O cabelo dele excitava sua pele enquanto sua língua enroscava sua auréola, provocando um duro, amargamente doce nó no estômago que lhe contraía cada vez que ele o lambia.
As ondas rompiam na praia, lhes banhando brandamente os pés nus enquanto o sol a esquentava quase tanto como o faziam as carícias de Kyle.
Kyle se apartou só o suficiente para poder tirá-los jeans.
Marianne não podia compreender porque um homem como este estava interessado nela.
- Está seguro que não é um dos atores que contrataram para isto?
- Positivo. Por que o pergunta?
- Não sei. Parece muito bom para ser real.
Ele soprou para ouvir isso, então rodou até que ela ficou sobre ele. Alcançou os jeans que tinha atirado e tirou uma camisinha, que abriu com os dentes, e passando os braços ao redor dela o colocou.
- Acredito que é a única pessoa que me disse isso em toda minha vida. A maioria das pessoas amaldiçoa o dia que me conheceu.
- Não me acredito isso.
Ela deu um grito entrecortado quando ele a elevou e a baixou sobre sua dura verga. Marianne gemeu ao senti-lo dentro. A ponta de seu membro a golpeava no mais profundo, fazendo que seu corpo inteiro vibrasse com a sensação dele ali dentro. Apoiando as mãos em seus ombros, ela o cavalgou lento e suave, saboreando cada vigorosa investida de seu corpo contra o dele.
- Não posso acreditar que acabo de te conhecer - disse ela. Sentia que o conhecia fazia muito mais tempo.
Kyle a olhou enquanto ela usava seu corpo com o seu. Seu cabelo caindo brandamente sobre seus ombros cheios de sardas, que se viam ligeiramente vermelhos por sua exposição ao sol. Estava preciosa. Como alguma antiga deusa que tivesse sido lançada à borda para seduzi-lo.
Tomou a mão entre as suas e sugou as pontas de seus dedos. Deixou que o salgado sabor de sua pele avivasse seu apetite por ela. Sua cabeça deu voltas quando ela acelerou suas investidas. Ele se incorporou para alcançar seus lábios e desse modo poder senti-la mais perto.
Deixar que algo da honestidade dela se deslizasse em seu interior. Ele queria arrastar-se dentro do corpo dela. Encontrar um lugar seguro, um lugar quente onde coisas como a bondade existissem.
Possivelmente, se ele estivesse com ela um pouco mais tempo, alguma de sua decência lhe contagiaria.
Ela gozou gritando seu nome.
Kyle não se moveu enquanto contemplava o êxtase em sua cara. Quando o último tremor a percorreu, ela se desabou sobre ele. Ele rodou com ela de novo, para assim poder tomar ele o controle.
Marianne o apertou mais perto, sacudindo a areia de suas costas enquanto ele se deslizava dentro e fora dela, cravando-se nela com um ritmo exigente.
Ele era incrível. Poderoso. Cada investida a atravessava, excitava-a, e quando o orgasmo dele chegou, gritou e então se deixou cair sobre ela.
Ela o sustentou ali, deixando que sua respiração agitasse seu cabelo e sentindo seu coração retumbar contra seus peitos.
Ela fechou os olhos e suspirou, feliz.
- Uau - disse baixinho. - Acredito que notei a terra se movendo.
Ele riu, mas não fez nenhum movimento para sair dela.
- O mais provável é que fossem as ondas levando-a areia de debaixo de nossos corpos.
Ela lhe fez uma careta.
- É um desmancha-prazeres.
Ele a beijou brandamente nos lábios, então a empurrou para as ondas, para que pudessem banhar-se nas limpas e cristalinas águas onde pequenos peixes tropicais nadavam ao redor de seus pés.
Era um dia perfeito, surrealista.
- Sinto-me de uma maneira estranha como Jane em um filme do Tarzán.
Kyle golpeou seu peito com os braços, imitando a um símio e fez o grito do Tarzán. Antes que ela tivesse tempo de rir, ele se agachou pela cintura e se equilibrou sobre ela, levantando-a e tornando-lhe ao ombro.
Marianne chiou e riu de suas palhaçadas. Até que ela teve à vista as rosadas feridas de suas costas. Ela as tinha notado enquanto faziam amor, mas era a primeira vez que realmente as via de perto à luz do dia.
Seu coração se estremeceu; tocou uma larga, irregular cicatriz que corria justo sob seu omoplata.
- O que te fez isto?
- Acredito que é de uma cerca de arame de espinheiro por debaixo da que me deslizei o ano, passado em Beirut. Graças a Deus que levava minha jaqueta de pele ou teria me ferido gravemente.
- Mas, bem, parece que o fez.
- Não - disse deixando-a no chão. - É uma ferida superficial.
Ela girou os olhos.
- É como aquele cavalheiro psicopata em 'Os Monty Python e o Santo Grial', não? Que tinha o braço pendurando fora do ombro, e o olhava e dizia 'Ah, é só um arranhão'.
- Hey, no bairro onde cresci, qualquer sinal de debilidade era um convite para que lhe dessem um soco.
- E onde eu cresci, íamos ao hospital e depois lhe davam um sorvete.
Kyle franziu o cenho para ouvir suas palavras do idílico mundo que ela descrevia.
- Não acredito que um lugar assim exista realmente.
- Alguma vez, alguém te deu um beijo depois de suas mancadas?
Ele o pensou um minuto.
- Não. Minha mãe morreu em um acidente de carro quando eu tinha cinco anos. Não houve ninguém que me beijasse por nada depois disso.
Ela moveu a cabeça para ele, então pressionou seus lábios sobre a cicatriz de seu peito, a que estava justo a uma polegada de seu coração e que estava rosada e recente.
Fechando os olhos, Kyle desfrutou da sensação de seus lábios sobre sua pele. As ações dela faziam que o embargasse uma estranha calidez.
Então, isto era a ternura...
Gostou mais do que deveria.
- Marianne!
Ambos se sobressaltaram com o som de alguém chamando desde algum lugar entre as árvores. Kyle se separou dela o suficiente para agarrar suas roupas e lançá-las.
- Espera aqui - disse, ficando de jeans.
Descalço e sem camisa, ele se esticou para agarrar sua arma, só para recordar que não a levava consigo. Maldição. Seu treinamento militar feito pedaços, obrigando-o a mover-se lentamente para o som do intruso...
Marianne se vestiu rapidamente enquanto se perguntava que estaria fazendo Kyle.
Assim que esteve vestida, encaminhou-se atrás dele. Logo que alcançou as árvores, ouviu um estalo.
Um homem gritou, então Kyle veio correndo para ela, rindo.
Ele se serenou imediatamente.
- O que foi isso?
- Nada - disse, esclarecendo a garganta. - Era apenas um dos homens do Tyson.
- Baixa-me! - a voz desconhecida de um homem ressonava através das árvores.
Ela o olhou com receio.
- O que fez?
- Coloquei-o em um lugar onde não possa nos seguir ou dizer ao Tyson onde estamos.
Insegura de se devia lhe acreditar, ela franziu o cenho.
- Está seguro sobre Tyson?
- O Frango é mortífero, carinho. Juro. Vamos, precisamos ir rapidamente, antes que envie mais tipos detrás de nós.
Ainda cética, seguiu-lhe enquanto ele recolhia seus mariscos e a pá, e partia praia abaixo, longe de onde tinha deixado ao homem de Tyson.
Caminharam pela borda durante um momento até que Kyle julgou que era seguro de novo procurar mariscos. Uma vez que tiveram o balde cheio, Kyle a levou cuidadosamente para cima pelo pendente rochoso e a guiou para a área mastreada da ilha.
- Buuu! - disse ela em um momento dado, fazendo-o saltar.
- Não faça isso - disse ele com uma rouca voz e tom de chateio.
- Não pude evitá-lo. Está muito sério.
- Isto é sério. Um desses bastardos poderia te haver posto as mãos em cima e te afastado de mim. É a última coisa que quero. - A sincera raiva de sua voz a voltou do reverso.
- De verdade? - Perguntou.
- De verdade.
Marianne mordeu o lábio enquanto o calor se derramava por toda ela. Entrelaçou seus dedos com os dele e o deixou que a levasse de volta furtivamente a sua isolada cova onde eles cozinhariam almejas ao vapor e fariam amor até altas horas da madrugada.
Fizeram amor até que ela esteve débil e sem fôlego, tão completamente saciada que só queria dormir no refúgio dos braços de Kyle, eternamente.
Durante os dias seguintes, estiveram escondidos em sua cova, fugindo dos homens de Tyson durante o dia e utilizando as noites para conhecer um ao outro, cada detalhe de suas vidas.
Não havia nada que ela não pudesse compartilhar com Kyle, e quando ela caiu adormecida, aconchegada contra ele no quinto dia, soube que todo isso acabaria logo. Ela tinha uns poucos dias mais e então sua fantasia terminaria.
Querê-la-ia Kyle então, ou a subiria num avião e se prepararia para a seguinte ganhadora do concurso?
A raiva e o medo que essa pergunta lhe provocava a assustavam.
Mas o que mais a aturdiu foi quanto lhe doía pensar em deixar ir Kyle.
CAPÍTULO QUATRO
Kyle e Marianne se sentaram sobre uma manta na praia depois que escureceu, com um pequeno fogo crepitando diante deles. Ele estava apoiado contra uma grande parte de madeira, dos que arrasta o mar até a praia, com Marianne sentada entre suas pernas, sustentada contra seu peito nu já que ela levava a camiseta dele.
Encantava-o vê-la com sua roupa, as quais ela tinha estado usando cada dia desde que ele a raptou. Não ia deixá-la voltar para sua habitação do hotel, onde um dos outros poderia agarrá-la e afastá-la dele.
Como se pudessem. Ele simplesmente é não queria ferir ninguém desnecessariamente. Mas feriria quem tentasse arrancá-la de seu lado, mesmo um minuto antes que tivesse que deixá-la partir.
Ela estava sem sutiã sob a camiseta, e o magro material lhe recordava constantemente o fato de que ela estava pronta para ele em qualquer momento. Seus mamilos se marcavam agradavelmente contra o fino tecido de algodão branco, lhe rogando que os alcançasse e tocasse enquanto ela descansava com a cabeça para trás sobre seu ombro. Seus quadris estavam colocados firmemente contra sua virilha, e cada vez que ela se movia, seu membro se erguia ao sentir a presença de sua suave calidez tão perto dele.
Era consciente de quanto desfrutava de sua companhia e seu corpo.
Estava tudo silencioso e tão só o som das ondas e do fogo se introduzia em sua tranqüilidade. Mas Kyle estava preocupado. Os homens do outro lado da ilha se estavam voltando mais engenhosos e insistentes para que Marianne retornasse a sua "fantasia".
Que se condenasse se ele ia deixar ir-se. Não até que ela o pedisse, e ela parecia, de longe, totalmente contente de ficar com ele. Mas esses molestos indesejáveis continuavam correndo atrás deles, e hoje tinham estado um pouco mais preparados.
Um dos filhos de puta por pouco os tinha caçado nos escarpados. Mas umas granadas bem lançadas o tinham levado a carreira de volta por onde tinha vindo.
Marianne continuava brincando com a idéia de que seus perseguidores eram os homens que Tyson tinha enviado para apanhá-los, mas pelo brilho em seus olhos castanhos, se ele falasse sobre isso, diria que não lhe acreditava.
De acordo então. Tyson tinha sido uma estúpida idéia, mas havia lhe trazido os melhores momentos de sua vida, e se ela não o punha em evidência, não lhe ia confessar a verdade.
Ele só queria desfrutar do pouco tempo que ficava.
Encantado olhando-a, Kyle a observou enquanto tirava o espeto da fogueira, e tomava um bocado de marshmelow.
A vista de sua língua entrando e saindo sobre seus lábios acabou com ele.
Seu corpo ardia, apertou-a mais perto para saborear o açúcar de seus lábios. Ela gemeu no momento que lhe percorreu a língua com a sua.
- Está queimando seu marshmelow, Kyle?
Ele esfregou o nariz contra o dela e inalou seu aroma feminino, antes de apartá-la para olhar seu espeto com seu marshmelow carbonizado no fogo.
- Parece.
Ela estalou com desaprovação.
-E era o último, ainda por cima. Deveria te dar vergonha.
Sacudindo a cabeça, atirou seu pau ao fogo. Foram escassos de provisões. Ele tinha ido furtivamente a seu hotel, conseguir algumas coisas essenciais como sabão e xampu enquanto ela dormia passada noite, mas a verdade era que teriam que voltar para mundo real muito logo.
Seu tempo juntos era muito limitado.
- Se tiver que morrer por meu país Joe, então eu gostaria de saber para que diabos estava vivendo.
Essas palavras carregadas de ira o acossavam agora, quando recordava como as disse ao Joe justo depois que ele e Retter tivessem saído voando dos países do Leste.
Marianne era a resposta, mas ele não podia ficar com ela. Suas obrigações estavam em qualquer lugar. Homens como ele não tinham responsabilidades, e Marianne Webernec era uma grande responsabilidade. A última coisa que ele precisava era o estresse da preocupação por deixar uma viúva para trás, se morresse
Tais coisas garantiam uma morte segura. Na batalha, os melhores soldados eram aqueles para os quais seu único foco de atenção ou preocupação não era outro que seu trabalho.
O trabalho era tudo.
Mas ao menos agora ele compreendia o que significava estar vivo. Sentir algo profundo por uma mulher e saber, enquanto estivesse tragando merda, por que seu trabalho era importante.
Mantinha gente como Marianne a salvo. Ela não seria mais um estranho sem rosto. Um ideal abstrato. Ele tinha algo real ao que aferrar-se.
Fechando os olhos, apoiou sua bochecha contra a dela e a manteve em uma tranqüila solidão, desejando que o tempo se detivera e ele pudesse fazer durar esse momento eternamente.
Não queria deixá-la nunca.
Não queria deixar jamais esta ilha.
Marianne suspirou quando assimilou a sensação dos cabelos da barba raspando brandamente sua pele. Os fortes braços dele a tinham rodeada pelo peito como se o preocupasse deixá-la ir.
Adorava essa sensação, mas mais ainda que isso, ela suspeitava que pudesse estar realmente apaixonada por ele.
Nestes últimos dias tinham compartilhado muitíssimo de si mesmos, um com o outro. Tinha contado de seus medos de morrer sozinha, sem ter tido um momento especial pelo qual dizer que Marianne Webernec tinha vivido. Que ela era importante para alguém mais que para seu gato. Kyle a tinha escutado e ele também tinha compartilhado seu triste passado com ela. E com cada pedacinho que lhe ouvira, ela se tinha apaixonado mais.
Ninguém tinha estado nunca mais perto dela. Ninguém tinha significado tanto. Kyle era maravilhoso.
Ela não sabia quanto do que lhe havia dito era verdade e quanto montagem, mas ela não acreditava que ele mentisse nas coisas importantes, tais como a morte de seu melhor amigo ou de sua mãe. A dor em seus olhos quando falava deles era muito real para ser falso.
Não, ele se tinha aberto a ela também.
O coração lhe estremeceu ao pensá-lo. Reconfortada e interessada por ele, deu-se a volta e ficou frente a ele. O resplendor do fogo jogava com seu cabelo fazendo sombras em sua cara, ao longo de seus angulosos e formosos planos.
- É delicioso - disse
Ele arqueou uma sobrancelha.
Sorrindo maliciosamente, ela agarrou o botão de seu jeans.
- O que está fazendo? - perguntou ele.
Baixou o zíper.
- Bom, estou tomando liberdades com você, cavalheiro.
Seu duro pênis se ergueu entre os curtos pêlos negros que se sobressaíam, riscando um arco até seu estômago. Felizmente, sua cueca estava secando-se onde eles tinham lavado sua roupa um momento antes, assim agora ele estava tudo nu e exposto a ela.
Mmm, como gostava a visão dele assim. Duro e preparado para ela. Ela percorreu com a mão toda sua longitude e se deleitou com a forma em que seu membro seguia o movimento de suas carícias. A forma em que se elevava e arqueava reagindo a seu toque.
Ela roçou com a mão todo o sensível casulo, deixando que sua umidade cobrisse seus dedos.
Kyle a observava com os olhos entreabertos, enquanto sua respiração trocava a fortes, intensos ofegos.
Marianne umedeceu os lábios e baixou a cabeça até que pôde meter sua glande na boca. Ela fechou os olhos enquanto saboreava a salgada doçura dele. Como gostava do sabor de Kyle.
Ele reagiu com um vaio entre dentes.
Ela deu um grunhido no profundo de sua garganta quando tomava mais dele com a boca, percorrendo com a língua sua enorme veia, e permitia que sua laringe vibrasse para lhe dar mais prazer.
Agarrou-lhe a cara entre as mãos e as passou pelo cabelo enquanto ela agarrava a branda bolsa de seu testículo e a massageava, ao mesmo tempo em que lhe dava longas lambidas.
A cabeça de Kyle flutuava enquanto ele se apoiava para trás para lhe deixar a ela melhor acesso ao seu corpo. Não havia melhor sensação que a de sua doce e pequena boca provocando-o. Seu acanhamento tinha desaparecido agora, depois dos dias que tinham passado juntos. Ela era atrevida com ele.
E a ele, isso era o que mais gostava.
Ela já não duvidava em tocá-lo. Tinha aprendido que ele não podia lhe negar nada. Tudo o que queria estava bem para ele, e em realidade, lhe encantava ser seu brinquedo.
Ela sugou brandamente, logo lambeu da base até a ponta. O prazer que sentia era tão intenso que ele tivesse jurado que podia ver as estrelas. E quando ela trocou a direção ao reverso, tudo o que ele pôde fazer foi não gritar de puro êxtase.
OH, a sensação de sua boca sobre ele, especialmente quando ela continuava e alcançava uma de suas bolas com a boca e a sugava e mordiscava.
Ele cravou os calcanhares na manta quando fechou a mão em um punho em seu cabelo, com cuidado de não machucá-la.
Ela não teve nenhum pingo de piedade com ele. Ao contrário, continuou seu agridoce assalto. Sem fôlego lhe aconteceu a mão por debaixo da mandíbula quando ela retornou a seu membro e a colocou de novo na boca.
Só vê-la era suficiente para correr-se de gosto. Incapaz de suportá-lo, deixou que o orgasmo o atravessasse. Seu corpo inteiro tremeu e se convulsionou.
Débil e esgotado, desabou-se contra as madeiras. Marianne foi subindo lhe beijando todo o corpo lentamente, como se estivesse saboreando cada polegada de sua pele, do mesmo modo que ele a saboreava a ela.
Ele gemeu quando ela parou em seu mamilo e o meteu na boca, e passou sua língua acima já abaixo sobre ele.
- Eu adoro seu sabor - disse, abrasando-o com seu fôlego.
- Eu adoro que me saboreie.
O sorriso de lhe fez pulsar o coração mais forte.
Então lhe colocou a mão no bolso e tirou uma moeda de 25 centavos.
- O que vai fazer?- perguntou com desconfiança.
- Fique de bruços.
Ele riu com nervosismo.
- Não estou seguro sobre isto.
- Vamos - disse ela, enrugando o nariz. - É algo que estive querendo fazer.
Quando ele duvidou, ela agitou a cabeça.
- Não seja pirralho, Kyle. Confia em mim.
A contra gosto ele se moveu de forma que ficou sobre seu estômago.
- OK - disse lentamente. - Mas queria poder usar essa moeda mais tarde. Sabe o que quero dizer?
Rindo, Marianne baixou suas calças por suas nádegas.
- É como uma 'dona angústias'. Relaxe.
Muito nervoso de repente, elevou-se sobre seus antebraços para assim poder olhar por cima do ombro.
Ela olhou suas nádegas, então agarrou a moeda e a fez ricochetear contra sua nádega esquerda.
- Sabia! - disse triunfalmente. - Seu traseiro é tão duro que a moeda ricocheteia.
- O que?
Dirigiu-lhe um amplo sorriso.
- Tem o traseiro mais duro do mundo, sabia?
- Sim, bem - disse ele. Este devia ser o momento mais estranho de sua vida, e se levasse em consideração que ele passava muitíssimo tempo entre traficantes de drogas e terroristas, isto queria dizer algo. - Faz isto freqüentemente?
- Não - disse ela colocando a moeda em seu bolso. -Só queria comprovar minha teoria.
- E agora que o fez?
O olhar dela se tornou malicioso.
- Tenho planos para estas nádegas tão duras.
Colocou as mãos sobre suas nádegas e lhes deu um forte, prazenteiro apertão antes de deixar-se cair para diante e pregou uma dentada no mesmo ponto onde tinha feito ricochetear a moeda.
Kyle se tombou, contente de deixá-la fazer com seu corpo.
Marianne nunca deixava de surpreendê-lo. Encontrava que a provocação que era ela era a melhor parte de tudo isto.
E enquanto caía a noite, deu-se conta de algo.
Pela primeira vez em sua vida, estava apaixonado por alguém. Alguém que tinha chegado a significar tudo para ele.
Alguém a quem ia ter que deixar atrás para sempre.
Kyle despertou no interior da caverna à manhã seguinte tão satisfeito, que estava seguro de que tinha morrido e tinha ido ao céu. Esta última semana com Marianne não se parecia em nada a algo que ele tivesse conhecido.
Quanto mais a conhecia, mais gostava. Não, era mais que isso. O fazia sentir coisas que ele não tinha sentido por ninguém. E ele adorava o aroma dela em sua pele. A sensação de suas mãos em seu corpo. Adorava despertar com ela adormecida a seu lado.
Sonolento e carinhoso, rodou para aproximá-la e aconchegá-la junto a ele, unicamente para encontrar-se sozinho sobre o colchonete.
Franzindo o cenho, Kyle abriu os olhos para ver a coisa mais estranha de sua vida.
Alguém tinha colocado um brinquedo, um frango de borracha, sobre o travesseiro de Marianne.
- Marianne? - chamou, rindo do que ele acreditava que seria uma travessura. Ela tinha um estranho senso de humor às vezes.
Ninguém respondeu.
E agora que ele o pensava, onde poderia ela ter arranjado um frango de brinquedo?
Extremamente preocupado, sentou-se de repente. Seu olhar recaiu sobre um escrito que havia sobre o brinquedo e lhe gelou o sangue.
Se quer ver Marianne viva de novo, ligue para Tyson Purdue, 212-555-6209
Que demônios?
Seu coração retumbava, Kyle saiu voando da cama e tirou seu telefone móvel da pequena mochila que ele havia trazido fazia uns dias. Pela primeira vez em uma semana, conectou-o e marcou o número.
- Kyle? - A voz estava eletronicamente distorcida.
- Quem é? - exigiu.
- Aqui Tyson Purdue, e você foi um menino mau. Literalmente. Suas interferências em meus negócios me deixaram louco, é hora de que te ensine uma lição.
- Do que está falando?
Soou um agudo estalo. Foi seguido pela voz aterrada de Marianne.
- Kyle. O que está acontecendo? Quem são essas pessoas?
Viu tudo vermelho pelo medo que notou ao escutá-la. Mataria a quem fosse que a tinha assustado assim.
-Tudo vai bem neném. Não se preocupe. Não lhes deixarei que lhe façam mal. Pode te tranqüilizar por mim?
Marianne não respondeu. Escutou-se outro agudo estalo e então a voz eletrônica respondeu.
- Não se preocupe, Foster. Ela estará bem enquanto você faça o que lhe digamos.
- O que quer?
- Quero você, Kyle Foster. Quero-te morto pelo que tem feito.
- Quem demônios é você?
- Sabe quem sou. Não seja estúpido. E se quiser que Marianne permaneça sã e salva, encontraremo-nos ao anoitecer na praia sul. OH, e melhor que vá desarmado.
A linha se cortou.
Marianne estava tão assustada que quase não podia respirar. Não se podia mover. Tudo o que ela sabia é que em um minuto ela estava dormindo feliz, envolta entre os braços de Kyle, e ao seguinte alguém tinha apertado um trapo, que tinha um aroma acre, contra sua cara.
Então todo se voltou negro.
Ela despertou pouco depois com uma atroz dor de cabeça, para encontrar-se com os olhos enfaixados, com as mãos atadas a suas costas e os pés atados à cadeira de madeira onde se sentava.
Pelo que ela podia dizer, havia três homens com ela. O que a tinham despertado para falar por telefone parecia ser americano. Sua voz era extremamente profunda e parecia ter uma ligeira insinuação de um estranho acento nela.
O homem de sua direita falava com um forte acento espanhol enquanto que a voz do outro homem era definitivamente alemã.
- Por que disse que espere ao pôr-do-sol? - perguntou o homem com acento espanhol. - Estou preparado para terminar isto e voltar para casa.
- Rena, você já nasceu impaciente, meu'jo. O bom de tratar com seu oponente é jogar com sua cabeça. Deixemo-lhe suar um pouco. Quando anoitecer estará tão nervoso, que não será capaz de pensar corretamente.
Marianne escutou algo fazer clique, que soava parecido a uma arma sendo martelada ou possivelmente recarregada.
Rena riu.
- É um bastardo do diabo.
- Sim, de fato, e se seu fosse preparado estaria tomando notas. Aprender do perito meninos, e aprender bem.
Marianne estava tão assustada que seus dentes tagarelavam. Estava paralisada de frio e se agitava, embora as mãos estivessem atadas às suas costas.
Queria-se valente pelo Kyle, mas ela não era um agente secreto. O personagem de sua novela poderia sair desta. Uma professora de instituto de uma pequena população não.
O que ia fazer agora? Supunha-se que isto não lhe tinha que ocorrer a ela. Ela era...
Marianne se interrompeu quando os homens começaram a falar de fazer explodir a cabana em que ela estava. Espere, isto lhe era familiar. Conhecia esta parte. Ser atada a uma cadeira, a chamada de telefone.
A explosão da cabana.
Capítulo nove!
Sua mente se acelerou enquanto a tranqüilidade a percorria. Isso. A metade do livro, mais ou menos, Ren acaba capturada pelo vilão e Brad tinha que vir resgatá-la, só que termina sendo Ren quem resgata a ele.
Era o livro!
Estes homens deviam ser mais atores, e eles a tinham re-capturado de Kyle.
Bom, já era hora. Eles tinham sido deploravelmente inadequados até agora. Ela se tranqüilizou com o descobrimento. Isto não era real. Era apenas parte de sua fantasia.
OH, graças a Deus não iriam matar ela ou Kyle. Ela soltou um comprido suspiro enquanto tentava soltar as cordas.
- OK meninos - disse, com voz surpreendentemente firme. - Podem me desatar agora.
- Te desatar? - repetiu o americano, com um tom cheio de incredulidade. - Por que deveria?
- Por que lhe peço isso? - Ela esperou que a desatassem.
Não o fizeram. Nem tampouco disseram nada, e ela teve a leve suspeita de que a estavam observando.
- Olhem - tentou de novo. - Dou-me conta de que vocês, meninos, ao final conseguiram isso para me apartar de Kyle. Bravo, fizeram-no bem por uma vez. Mas agora estamos de volta no livro, e já que eu sou a heroína que se supõe que vai escapar, necessito alguma ajuda. Esta cadeira é muito incômoda, na verdade, e me doem as mãos.
Ela esperou a que a obedecessem, e de novo não fizeram nenhum movimento para desatá-la.
O tempo se estendia interminavelmente.
- Vamos - disse, esperando na cadeira. - Não posso desatar estes nós. Olhem, Ren Winterbourne, a agente secreta, supõe-se que pode livrar-se desta cadeira, mas Marianne Webernec da Peoria não pode, e até que não me soltem, não poderemos continuar com a seguinte cena; assim meninos, poderiam ajudar?
- Do que ela está falando? - perguntou o espanhol.
- Quem é Ren Winterbourne? - perguntou o alemão.
O americano riu.
Outra onda de pânico a percorreu.
Só estão jogando contigo. Escutou-os, gostam de jogar com as mentes da pessoa.
Jogar com a mente de Kyle.
Marianne fez uma pausa em seus pensamentos quando se deu conta que isto não era com ela.
Eles deviam estar realmente atrás de Kyle, depois de tudo. De outro modo, por que usavam o nome de Tyson Purdue?
Meu deus, e se Tyson Purdue fosse real?
Mantenha a calma, Marianne.
- Vamos - disse Marianne de novo, esperando estar equivocada e que eles estivessem brincando por todas as vezes que Kyle os tinha afugentado. - Sei que isto não é real. Me soltem e não direi ao Sr. Zimmerman o quanto me assustaram.
- Ei, vocês conhecem Zimmerman? - perguntou o alemão.
Marianne sentiu que alguém se aproximava dela.
- Não é real? - O americano estava a seu lado, tão perto, que sua voz não era mais que um grunhido em sua orelha direita. - Senhorita, sabe o que é o BAD?
- Agência americana de defesa. É a agência que Kyle inventou.
Ela ouviu como o americano se separava dela. Soava como se tivesse se voltado com os outros. Os homens começaram a falar uns com outros em alemão. Mal sabiam eles que o alemão era um dos idiomas que ela ensinava no colégio, e os entendeu perfeitamente.
- Se não lhe acredita, então a podemos deixar ir, não? - perguntava o alemão.
- Quanto Foster contou? - perguntou o espanhol. - Você é o que colocou o microfone oculto.
O americano respondeu.
- Muito mais do que deveria. Não sei...
Houve uns segundos de silêncio, e então ouviu algo que soou definitivamente como uma arma sendo martelada.
- Estou pensando que ela é um inconveniente, e já sabem o que penso dos inconvenientes.
- Baixa sua arma. Não pode simplesmente matá-la. - Disse o alemão. - Estou cansado de limpar partes de cadáver depois que acaba com eles.
OH deus, é real!
Estes não eram atores da ilha.
Alguém lhe puxou cabelo para trás do pescoço, e então algo afiado e frio se apertou contra sua garganta.
- Está assustada professora? - sussurrou o americano em seu ouvido. - Disse que queria ser uma agente. Está realmente preparada para isso?
Não quero morrer! As palavras relampejaram em sua mente. Não, ela não queria isto tanto como não queria que Kyle morresse.
Contra seu desejo, começou a soluçar descontroladamente.
- Hey, hey, hey - disse o americano enquanto tirava o que quer que fosse de sua garganta. - O que é isto?
Ela não podia falar devido a seus dilaceradores soluços.
- Ai, caramba! O que você fez? Olhe-a.
Tiraram-lhe a atadura rapidamente, e ela se deu conta de que estava em uma cabana pouco mobiliada. Uma mesa e uma cadeira pareciam ser tudo.
Bom, isso e um completo lote de armas e munições. Havia caixas rodeando-a por todos os lados, levando as palavras: frágil, perigo, explosivos, munições, amadurecidas, etc.
Marianne via os três homens através de sua vista imprecisa. O que estava diante dela era muito atraente para ser um psicopata. Tinha o cabelo negro comprido até os ombros e uma cara que podia pertencer a um modelo de Calvin Klein. Sua pele escura estava perfeitamente bronzeada, seus olhos de um azul tão pálido que não pareciam reais.
Ele aproximou a mão e lhe tirou as lágrimas da face.
- Não chore - disse, lhe fazendo saber que ele era o americano. - Vamos, não posso suportar ver uma mulher chorar.
Rena cortou as cordas de seus pés.
Zangada e assustada, ela reagiu sem pensar. Deu-lhe uma patada na perna ao americano.
- Ouu! - grunhiu ele afastando-se.
Rena desatou suas mãos, deslizou na capa sua faca, e então golpeou com a mão o ombro do americano.
- Desgraçado! - grunhiu. - Disse que não a atasse assim.
O americano chiou os dentes e deu um passo ameaçador para Rena, que retrocedeu instantaneamente.
- Não me toque, garota, a menos que leve uma arma.
- Tenho uma arma, bem aqui - disse Rena, deslizando para fora da capa a grande faca de açougueiro que tinha usado para liberá-la.
O alto e loiro alemão se interpôs entre eles. Tinha o cabelo curto, e levava um par de óculos de sol de estilo aviador. Sua branca camiseta estava rodeada a um corpo que era grande e fornido como o de um fisiculturista. Tinha uma colorida tatuagem em espiral por todo seu braço direito.
- Suficiente! - disse o alemão, mantendo-os a distancia com os braços separados com seu corpo entre ambos.
Marianne decidiu tomar vantagem de sua disputa para correr até a porta.
Quase a tinha alcançado quando o americano a agarrou. Ele a balançou sobre seus braços.
Ela o golpeou com tudo o que pôde e chiou enquanto tentava lhe tirar os olhos.
Os outros dois homens riram.
O americano a sentou duramente na cadeira e a manteve ali à força com uma facilidade que era realmente aterradora.
Dirigiu-lhe uma geada olhar.
- Olhe, ninguém vai te machucar, ok?
- Vai matar Kyle!
Um torcido sorriso cruzou sua face, lhe mostrando uma dentadura de dentes perfeitos.
- Hoje não, não eu. Só quero lhe ensinar uma lição.
Ela se lançou sobre ele.
Ele ria abertamente enquanto a mantinha longe dele com facilidade.
- Vá, a mocinha tem guelra - Voltou-a a sentar na cadeira. Outra vez. - Escute Marianne. Você tinha a fantasia de ser uma garota em apuros, certo?
Ela engoliu as lágrimas enquanto os olhava acima e abaixo a todos eles.
- Não parecem atores.
-Sim, bom - disse o americano. - Isso é porque não o somos.
- Então, quem são?
- Somos amigos de Kyle.
O alemão soprou ante isso.
- Desde quando?
Marianne olhou ao americano fixamente.
- Sabia que mentia.
- Olhe, lhe juro isso, não estou mentindo nisto. - Olhou ao alemão. - Dieter, de verdade, não me ajude, certo?
- De acordo, Retter. Não me chame a próxima vez que necessite Scheiflekopf para que te ajude.
Um diabólico meio sorriso cruzou a cara do americano.
- Suas palavras, não as minhas.
Marianne ficou gelada quando o nome do tipo ficou registrado em sua mente. Retter...
O nome a atravessou como o cristal. Ela sabia quem era este homem. Kyle lhe tinha falado muito de seu inseparável companheiro que não fazia ligava para, ninguém exceto a si mesmo. As palavras exatas de Kyle tinham sido "Retter é um babaca, mas faz o trabalho com arrepiante confiabilidade. O tipo golpeia como um raio."
Retter se voltou para ela.
- Só estou fazendo uma brincadeira ao Kyle, por me fazer vir até aqui para resgatá-lo. Como você queria ser uma garota em apuros, eu ia proporcionar-te isso enquanto lhe jogava o laço. Sinto te haver assustado tanto. Estou acostumado a tratar com agentes a quem antes se arrancaria o coração que ficar a chorar.
Ela entrecerrou os olhos ao olhar ao homem que tinha diante. Ainda cética, Marianne não estava segura de que acreditar.
- Como sei que é quem diz ser?
- Terá que confiar em minha palavra.
- E se não?
Rena riu.
- Eu adoro esta mulher, Retter. Ela também pensa que é um babaca.
Olhou a Rena com um frio, brutal olhar antes que aqueles penetrantes olhos azuis voltassem a posar-se nela.
- O melhor seria que aceitasse minha palavra, pois se eu matar Kyle teria que explicar ao Joe, então ele se encheria o saco e teria que matá-lo também, e isso faria com que sua mulher fosse desenfreada atrás de mim. E são muitos mais problemas dos que eu quero ter neste momento. Assim, já vê que está a salvo.
Havia uma luz em seus olhos que dizia que desfrutaria do desafio da luta, apesar do que dizia, mas havia também algo encantado, e por estranho que pareça, quente neste homem.
Marianne assentiu com a cabeça.
- Será melhor que ele esteja a salvo - advertiu-lhe. - Eu não sei como é a mulher do Joe, mas se fizer algo ao Kyle, juro-te que a mulher de Joe lhe acossando te parecerá um passeio pelo paraíso em comparação com o que eu te farei.
Kyle espreitava acima e abaixo, cheio de raiva, enquanto tentava imaginar quem poderia ter levado Marianne enquanto dormiam.
Desprezou aos moradores do outro lado da ilha. Tinha-os estado pendurando das árvores e escapando deles com apenas algo mais que um feroz grunhido. Eles nunca poderiam ter perpetrado algo como isto.
Tinha que ser alguém sigiloso. Alguém que sabia quão ligeiro era seu sonho e como mover-se sem despertá-lo...
Amaldiçoou quando um nome ressonava em sua cabeça.
Retter.
Não havia ninguém mais que pudesse ser.
O olhar de Kyle se nublou com esse pensamento. Tinha que ser. Retter era o único homem que Kyle tinha conhecido que podia mover-se a seu redor enquanto dormia e não despertá-lo. Tinha uma parte com algum fantasma.
Mas como soube Retter soubera sobre Tyson Purdue?
Ele tinha inventado o nome e...
Fez uma pausa e voltou o olhar ao frango e a direta nota.
Devia haver um microfone oculto sobre ele em algum lugar. Tinha que ser isso. Joe estava sempre paranóico em perder agentes, e lhes punha microfones ocultos a quase cada peça da equipe que eles tinham. A única razão pela qual Kyle não tinha pensado nisso antes, era o fato de que cada vez que chamava Joe, pedindo algo que o ajudasse a agüentar esse lugar, Joe rira dele e lhe havia dito "se perca".
Nunca lhe teria ocorrido que Joe tivesse as coisas da ilha controladas por meios eletrônicos, mas desde que tinha atracado o armazém do BAD para abastecer-se, deveria ter imaginado.
- Maldição.
De saco cheio e com vontade de sangue, chamou de novo ao número de telefone.
Ninguém respondeu.
Então marcou o número do escritório de Joe, onde a noiva de Joe, The, respondeu ao terceiro sinal.
- The, aqui é Kyle. Joe está?
The (pronunciado - Ti) era a extremamente atraente assistente do diretor da agência. Era uma imigrante vietnamita, e sua inteligência saía da escala. O que ajudava a sua memória e sua necessidade de exigir vingança a qualquer um bastante bobo para burlar-se de seu nome. Era um engano que Kyle cometeu sozinho uma vez, e era afortunado por não ter uma claudicação permanente da experiência.
Ela era uma agente de primeira e a mão direita de Joe, e não deixava nunca a ninguém que esquecesse ambas as coisas.
- Bem, bem, Sr. Foster - disse com seu seco, impecável inglês. The podia falar em qualquer lugar com soltura como se fosse nativa em quinze idiomas. - Que agradável que contate. Fazendo explodir algum ônibus escolar ultimamente?
-Perdão?-
- Por favor, não se desculpe, não vai Sr. Raptar-a-uma-mulher-e-arrastar-até-minha-caverna. Joe está tão de saco cheio contigo agora, que é afortunado de seguir vivo. Está falando por telefone com Wulfgar Zimmerman, da Livros Rose, tentando lhe assegurar que não feriu Marianne e lhes será devolvida breve.
- Não sou eu quem a machucou. Retter me ela esta manhã.
O silêncio lhe respondeu durante uns poucos pulsados até que The começou a rir.
- Não é divertido, The.
- Claro que é. Deve estar como louco desde que a pegou. Ao menos, não te deu um murro no nariz antes de levá-la. O ator que fazia Brad Ramsey, em caso de que lhe pergunte isso, está bem mas machucado. Ele também deixou seu emprego e estava tentando nos demandar até que apresentei Tessa e o convenci de que um julgamento poderia ser extremamente arriscado para sua saúde.
Tessa era a estimada Glock 33 de The, que só era levemente mais letal que a outra arma mortal de The, Petey, o assassino Rottweiler.
- Juro, vou matar Retter por isso.
- Uh, não, não o fará céu. Ele é vital para a segurança da nação, e se encontra sob extrema proteção.
Kyle grunhiu através do telefone.
- Então me diga como fazer para lhe dar uma bronca.
- Ohhh - suspirou ela. - Não acredito que seja possível. Verá, ele estava no Rio de Janeiro, passeando em uma bela praia, quando Joe o chamou para que arrebatasse a turista do Wulfgar. Foi mau, Kyle. Então, sinto muito. Se quer falar com Retter, então chama-o. Não há nada que eu possa fazer.
E desligou o telefone.
- Estupendo - disse com voz forte, esperando que qualquer micro que tivesse escondido captasse sua voz. - Melhor te esconder Retter, porque esta noite te vou chutar seu podre traseiro por toda a praia.
Três horas mais tarde, Kyle cruzava a praia, estava preparado para atacar, neste caso, estava preparado para Retter.
Tinha lutado ao lado desse bastardo o suficiente para saber o que necessitava para derrotá-lo. E derrotá-lo é o que ia fazer. Durante as três últimas horas, tinha feito um total reconhecimento da ilha. Havia apenas um lugar onde Marianne poderia estar.
Um lugar que Retter poderia considerar seguro.
Ele já tinha a pequena cabana à vista. Assentava-se solitária na base de uma pequena colina. Usava-a para fornecimentos que Joe não queria perto do hotel, no caso de que um fogo ou algo pudesse fazê-los explodir.
Kyle não afrouxou o passo nem duvidou enquanto se dirigia para ela. Estava a menos de três jardas da porta quando ele ouviu um agudo clique.
Girando, lançou-se longe um instante antes que a choça estalasse em pedaços.
Choveram escombros sobre ele.
Kyle não podia respirar do temor que o embargava. Marianne!
- Não está anoitecendo, Kyle.
Kyle viu um walkie-talkie na areia, a poucos pés de onde se encontrava. Levantou-se e o agarrou.
- Onde diabos está, Retter? - Olhou ao redor, examinando tudo.
- Olhe para cima.
Assim o fez, e viu o Retter, Rena e Dieter de pé no alto do escarpado. Marianne não estava em nenhum lugar à vista.
- A que tipo de jogo estão jogando?
- Ao esconderijo. Se puder encontrar Marianne, deixarei que fique com ela.
- E se não?
- Perde-a. De vez. - Viu Retter mover-se, afastando-se de Rena e Dieter. Uma vez que esteve fora do alcance de seus ouvidos, Retter falou de novo. - Sentiria perdê-la, Kyle? Diga-me a verdade.
Sim, sentiria. Estivera com uma sensação de vazio desde que despertou pela manhã e se encontrou sozinho de novo. Cada minuto que passava longe dela, doía-lhe. A desolação de seu interior não era como nada que ele tivesse conhecido jamais.
Não queria viver sem Marianne.
Mas o inferno congelaria antes que ele o admitisse isso para Retter.
- Vá para o inferno!
- Quase com certeza irei, mas enquanto isso o tempo está acabando para você. Se não a encontrar antes que caia a noite, acabou-se e você, amigo, estará em um avião saindo daqui.
Era o que Kyle queria antes. Mas isso foi antes conhecer Marianne, e que tivesse aprendido a divertir-se sem usar explosivos. Divertir-se sem que ninguém lhe disparasse a cada momento.
O que faria sem ela?
Não queria descobri-lo. Baixando o rádio, retrocedeu entre as árvores e se concentrou aonde Retter a teria escondido agora.
Marianne estava sentada no lobby do hotel de Kyle, envolta na jaqueta de Kyle. Tinha o aroma aderido de seu corpo, fazendo-a desejar enterrar a cara na manga e aspirar seu aroma até que estivesse ébria dele.
Sam estava sentado depois do mostrador de recepção, olhando-a. Seu velho cão basset estava convexo a seu lado, sobre suas costas, com as quatro patas estiradas para cima.
- Está seguro de que o cão não está morto?
Sam o olhou.
- Que nada, o velho Roscoe sempre dorme assim.
Ela assentiu, logo franziu o cenho. Sam era um inseto estranho.
- Quanto tempo levará para Kyle vir?
- Nem idéia. Depende do que Retter lhe faça por ter levado a você.
- Acredita que serão muito duros com ele realmente?
- Bom, quando eu trabalhava na CIA, o teríamos matado por dar tanto por saco, e Retter ainda poderia fazê-lo. Tem muito da velha escola nele.
Marianne sentiu que a cor desaparecia de sua cara.
- Mas seu chefe Joe, é mais pormenorizado para certas coisas, o que é difícil de dizer. Imagino que o pior que lhe poderá passar ao Kyle é nada.
- O que quer dizer?
- Bom, ele deve ter pensado um montão em você para ter mantido aos atores e tudo isso inteiros. Tinha que ter sabido que mais cedo ou mais tarde, o Sr. Zimmerman chamaria Joe para que o agarrasse. Assim, o que eu penso é que ele deve ter pensado que você valia a pena pelos problemas que vai ter que confrontar agora.
Antes que Marianne pudesse falar, Aislinn Zimmerman entrou correndo no lobby. Seguia-a um muito alto e devastadoramente bonito homem. Havia um ar de refinada elegância no homem, quem levava um caro traje feito sob medida.
- OH, Marianne! - exclamou Aislinn. - Graças aos deuses que lhe encontraram. Estivemos mortalmente preocupados.
O homem que a acompanhava se esfregou a sobrancelha, como se o teatro de Aislinn lhe estivesse dando dor de cabeça.
Estendeu a mão para Marianne.
- Olá, Senhorita Webernec. Sou Wulfgar Zimmerman, e simplesmente queria lhe dizer em pessoa quanto lamento sua terrível experiência.
Então, este era o misterioso proprietário de livros Rose. Era devastador, e um dos homens mais ricos do mundo. Marianne estreitou sua mão.
- Não há nada pelo que desculpar-se. Tive a melhor experiência de minha vida.
Aislinn soprou.
- Sim, mas isso foi antes que esse lunático, Kyle Foster, arruinasse tudo.
- Você é quem a pôs aqui, Ais - Wulfgar disse tranqüilamente.
Aislinn se girou para seu irmão com um grunhido.
- Bem, da próxima vez que a ilha seja ocupada por eles, desejaria que o notificasse por escrito.
Ele arqueou uma elegante sobrancelha.
- Perdoe-me, mas pensei que a palavra ocupada no programa era auto-explicativa.
- Pensei que queria dizer que estava ocupada por nossa gente, não a sua. Supõe-se que deve interromper o plano quando eles estão treinando aqui.
- Perdoem-me - disse Sam, interrompendo-os. -Mas tenho uma exceção a isso. Eu e Roscoe estamos sempre aqui, e nós caímos definitivamente sob a categoria de 'eles'.
- Você é você, Sam - explicou Aislinn. - Não conta.
Sam pareceu terrivelmente ofendido.
Wulfgar sacudiu a cabeça.
- Melhor que pare o que te proponha, Ais. Vai chateando mais por momentos.
Aislinn ignorou aos homens e tomou o braço do Marianne.
- Não se preocupe, céu. Darei conta deste desastre. Alargaremos sua estadia outra semana e voltará para sua fantasia.
- Tudo está bem, de verdade - disse Marianne. - Estive genial com o Kyle. - Ela olhou ao Wulfgar, esperando lhe fazer compreender. - Olhem, eu não quero que Kyle tenha problemas.
Ainda não havia ele aparecido, eu já estava preparada para lhes chamar e pedir que cancelassem a fantasia.
- Sério? - perguntou Wulfgar,
Ela assentiu. Ele olhou a sua irmã, quem parecia horrorizada.
- Bom, como eu ia saber que Brad tinha um rolo com o Spencer?
- Não quero voltar para isso outra vez, Ais, mas é a última vez que deixo um pacote de fantasia a seu cargo.
- Estupendo - Aislinn disse bruscamente. - Eu não quero fazer outro, de todas formas. Fica muito insuportável quando o convidado se vai sem permissão. Assim que te ocupa você a partir de agora. Terminei.
Aislinn se foi muito indignada do hotel e deixou ao Marianne só com o Wulfgar.
Wulfgar lhe dirigiu um paciente olhar.
- Diga-me uma coisa, Marianne. O que faria possível que esta história desse um giro e se convertesse em um final feliz para você, depois de tudo o que ocorreu?
Marianne abriu a boca para dizer ter Kyle para mim, mas no mesmo momento em que a idéia lhe ocorreu, deu-se conta de algo.
O Sr. Zimmerman poderia ser um magnata bilionário. Mas não lhe podia dar a única coisa que ela necessitava.
Só Kyle podia fazer isso.
E neste momento ela não tinha nem idéia sequer de se ele quereria.
CAPÍTULO CINCO
Kyle registrou todos os lugares nos que Retter poderia ter escondido Marianne.
Não ficavam opções.
Aborrecido e zangado, apoiou-se em um uma palmeira ao limite da praia e se removeu o cabelo com as mãos. Se fechasse os olhos, podia sentir Marianne com ele. Sentir o roce de sua mão na pele. A calidez de seu corpo debaixo dele.
Só queria vê-la uma vez mais.
- Vamos Kyle - disse-se a si mesmo. - Pensa. Nunca abandonaste em sua vida. Pode fazê-lo.
Nada tinha sido tão importante para ele.
Tinha que encontrá-la.
O melhor lugar para esconder-se é sempre o mais óbvio. Ninguém nunca pensará que é tão parvo para pôr algo aí. Kyle ficou gelado quando as palavras do Joe quando treinavam lhe vieram à mente.
O mais óbvio...
Claro que Retter não teria feito isso. Ele nunca era óbvio. Ao bastardo adorava ser complicado e impreciso.
Mas quando mais o pensava, mais seguro estava que Retter tinha elegido algum lugar fácil. Depois de tudo, Retter não acreditaria que ele pensasse olhar aí.
Correndo tão rápido como podia, Kyle se dirigiu a seu hotel. O tempo parecia arrastar-se enquanto corria. Não podia recordar nada que lhe tivesse levado tanto tempo.
Por favor, que eu tenha razão...
Se estivesse equivocado, estava completamente fodido.
Assim que alcançou o hotel, atravessou a porta como uma exalação, apenas para encontrar ao Sam sentado em seu mostrador vendo televisão.
Por todos os diabos!
Tinha sido um pensamento estúpido.
Com o coração pesado, Kyle queria chorar de frustração nesse momento. O que podia fazer agora?
- Bem-vindo de volta, Sr. Alvoroço - disse Sam apartando a vista da televisão. - Ouvi que passou um tempo genial com esses insetos estranhos da outra parte da ilha. Disse-te que não fosse ali, não? Disse-te que lhe fariam coisas estranhas. - Parou enquanto se ajustava os óculos e franziu o cenho. - Está bem menino? Não parece estar.
Kyle não podia falar. Tudo o que ele podia fazer era lutar por respirar através da dor que sentia no peito. Uma dor que não tinha nada que ver com a louca carreira e tudo com o que tinha perdido.
- Onde está Marianne Sam? Viu-a?
Por favor, me diga que está aqui...
Sam se arranhou a bochecha.
- Bom, esteve aqui faz um momento, mas aquele Sr. Zimmerman da editora veio e a levou.
O coração de Kyle saltou com a esperança.
- Onde a levou?
Encolheu os ombros.
- Marianne disse que queria terminar a fantasia. Não estou seguro do que queria dizer. Ela deve estar no outro lado da ilha de novo, o que significa que posso encontrá-la.
Sam abriu o pequeno congelador vermelho que havia a seus pés e tirou uma cerveja fria.
- Aqui tem - disse-lhe dando a volta à boina. - Parece que necessita um gole.
- Não, obrigado. Tenho que encontrá-la.
Sam assentiu como se o compreendesse.
- Sabe, eu amei uma vez a uma mulher. Faz muito tempo. -. Suspirou sonhadoramente. - Seu nome era Ethel Burrows. OH, era preciosa. Elegante. Rápida como um látego. Me fazia sentir como se pudesse voar.
Kyle franziu o cenho ao escutar isto, perguntando-se porque Sam estava compartilhando isto com ele quando Sam normalmente contava muito poucas coisas pessoais.
- Que lhe ocorreu?
Um triste e longínquo olhar cruzou a cara do Sam.
- Eu, principalmente. Nunca lhe disse o que sentia por ela. Tinha mais ou menos sua idade e trabalhava para a CIA todo o tempo. Preocupava-me tomar uma esposa. Preocupava-me que me matassem, ou que ela pudesse estar em perigo. De qualquer forma, sabia que não estaria em casa muito para estar com ela. Não acreditei que fosse justo para ela nos casar e ter que me largar a uma missão atrás de outra enquanto ela ficava atrás ocupando-se dos meninos
Atravessou ao Kyle com uma sombria, significativo olhar.
- Nunca parei de pensar que tivesse ocorrido se eu não houvesse 'morrido'.
- O que quer dizer?
- Bom, nesse tempo ficavam quatorze anos de serviço ativo antes que me enviassem depois de um escritório ou me retirassem. Quatorze anos pareciam toda uma vida quando eu tinha vinte e oito. Não me passava pela cabeça que passaria muitos mais desses anos sozinho, me perguntando que me teria ocorrido se lhe tivesse pedido que se casasse comigo. - Sam alargou a mão e arranhou as orelhas do Roscoe. - Mas está bem. Tenho ao Roscoe aqui para me fazer companhia em minha velhice.
Kyle olhou ao homem e seu cão, e nesse instante viu um futuro muito claro para ele. Um que não queria contemplar jamais.
- Obrigado, Sam.
Sam assentiu e deu um gole à cerveja que lhe tinha oferecido.
- Não cometa meus enganos Kyle. Vá, encontra a sua mulher e lhe diga o que significa para você.
Kyle saiu zumbindo do hotel para o outro lado da ilha.
Tinha um destino lhe esperando, e contra vento e maré, ele ia encontrá-lo.
Ao menos isso é o que ele pensava. Por volta das cinco em ponto, Kyle soube que estava sem esperanças.
Marianne não estava em nenhum lugar na ilha. Em nenhum lugar. Tinha registrado cada lugar no que pôde pensar. Cada esquina, cada ranhura.
Era como tivesse se esfumaçado da face da terra. É obvio, nenhum dos ajudantes ou atores do outro lado o ajudariam. Demônios, apenas lhe falavam depois dos problemas que ele lhes tinha ocasionado enquanto tentavam encontrá-la e os tinha espantado.
Parecia que eles pensavam que o giro que tinham dado os acontecimentos era justo. Um dos pequenos bastardos até mesmo riu quando lhe perguntou se a tinha visto.
Esteve bem. Parou de rir no mesmo minuto que Kyle lhe cravou os pneumáticos a tiros.
Às quatro e meia, encontrou finalmente Aislinn Zimmerman no hotel de Marianne, dando os relatórios pertinentes à palmilha sobre sua nova convidada, que chegaria dentro de poucas semanas. A ruiva lhe tinha lido imediatamente a cartilha por lhe fazer pó a única e só fantasia que seu irmão lhe tinha crédulo para que a levasse adiante ela sozinha.
- Quer Marianne? - perguntou-lhe bruscamente. - Então encontra a meu irmão. A última coisa que soube é que ela voava em seu avião privado de volta à civilização.
Kyle tinha ido imediatamente à pista de aterrissagem, apenas para encontrar-se com que Wulfgar Zimmerman fazia momento que se foi.
O que significava que Marianne também.
Maldita seja!
Frustrado e cansado, Kyle caminhou o comprido trajeto de volta a seu lado da ilha. Não parou a dizer adeus ao Sam, embora o faria. Não podia enfrentar ao velho justo agora.
Por isso, passou de comprimento o hotel e se dirigiu direito à pista privada que eles usavam e que não estava tão longe de onde tinha estado escondido com Marianne. Sua garganta se esticou com esse pensamento.
Retter estava plantado ao lado de um pequeno e luxuoso jato, lhe esperando.
- Bem na hora.
- Fique longe de mim, Retter. Com o humor que tenho, poderia te matar.
- Não teve sorte, né?
- Fecha o bico.
Retter deu uns passos ao lado para que Kyle pudesse alcançar os degraus do avião. Kyle lhe disse asperamente enquanto se detinha o passar a seu lado.
- Realmente te odeio por isso. Não podia me haver dado vinte e quatro horas antes que viesse a destroçá-lo?
- Teria sido suficiente?
Não, não teria sido. Nada teria feito mais fácil passar este gole. Empurrando ao Retter a um lado, Kyle subiu os degraus e baixou a cabeça para entrar no avião.
Retter estava apenas uns degraus atrás.
Viu Rena na cabine de mando, levando o casco de piloto, esperando-os.
- Assim, o que fez com ela? - perguntou enquanto tomava assento diante, não muito longe de Rena.
Retter deu de ombros enquanto se sentava na fila em frente dele.
- Falei com ela um momento. Achei-a fascinante.
Kyle se enfureceu com suas palavras.
- Não fale assim dela. É muito boa para você.
- Ela é muito boa para você - devolveu Retter.
Kyle não disse nada. Era verdade. Ainda que isso não atenuasse a dor que sentia.
Rena começou a fazer o plano de vôo. Nesse momento Kyle soube o que precisava fazer.
Levantou-se.
- Rena - disse enquanto se aproximava da cabine. - Quero que nos leve a Peoria.
A mandíbula de Rena se afrouxou.
- Perdão?
- Você me ouviu.
- Não posso fazer isso, meu irmão. Joe te quer em casa.
- Que se foda Joe e o que quer.
- Basta - disse Retter, movendo-se para colocar-se detrás dele. - Acredito que precisa ter um tom mais civilizado, rapaz. Tem idéia de quanto nos custou sua entrevista? Há países com um PIB menor que o custo do que você gastou com Marianne. E agora quer que levemos seu traseiro a Peoria?
- Perfeito - disse Kyle muito zangado. - Reservarei o vôo quando aterrissarmos em Nashville e viajarei dali.
Retter sacudiu a cabeça.
- Está louco? Joe te prenderá fogo por isso.
- Então deixa-o.
A cara do Retter se endureceu.
- Pensa-o durante um minuto Kyle. Perderá tudo. Vale à pena?
Não teve nem um momento de dúvida.
- Ela vale mais que tudo no mundo para mim.
Para sua surpresa, Retter deu um passo atrás e sorriu. Três segundos depois, alguém arrancou a porta traseira de emergência e uma bomba de fumaça foi lançada ao corredor.
Antes que Kyle pudesse alcançar sua arma, um pequeno soldado vestido todo de negro tropeçou ao cruzar a porta levando um M-16.
Ela se deteve na entrada e olhou boquiaberta ao avião.
- Uau, isto é realmente precioso.
Kyle sorriu no mesmo instante que reconheceu aquela voz tão pouco feroz. Sem mencionar que reconheceria aquele corpo em qualquer lugar, inclusive quando estava adornado com um uniforme que não lhe sentava bem e a cara coberta de pintura negra.
Era Marianne.
E ela ia acompanhada por outro soldado que reconheceu como Dieter, também vestido com a equipe completa militar.
-Terroristas - sussurrou-lhe Dieter bastante forte. - O refém, recorda?
- OH, sim - disse ela sujeitando sua arma e olhando ferozmente, ou tão ferozmente como uma professora de instituto podia olhar. - Que ninguém... - Começou a tossir pela fumaça enquanto se movia através dele.
Dieter a golpeou brandamente nas costas e a empurrou brandamente fora da fumaça.
- Está bem. Respira profundamente.
Marianne tossiu umas quantas vezes mais e assentiu.
- Não... - Tossiu mais.
- Ela diz que não se movam. - Terminou Dieter por ela.
Ela se encaminhou para Kyle, apenas para parar no instante em que sua arma ficou entupida entre os dois assentos a ambos os lados do corredor. Ela gritou quando se golpeou com a arma.
- Essa coisa não está carregada, não é? - perguntou Kyle ao Retter.
- Diabos, não. Disse que estive todo o dia com ela. A última coisa que queria é morrer abatido por fogo amigo.
Dieter a ajudou a desenganchar-se.
Retter levantou as mãos.
- Você! - disse Marianne, movendo ao Retter a um lado com sua arma. - Afaste-se de meu caminho ou te voarei a cabeça.
- Sim, senhora - Retter se moveu para Rena.
Marianne deu outro passo adiante com sua arma um pouco mais acima esta vez.
- Sou Ren Winterbourne, agente secreto, e... hummm... mmm... mmm... - Ela se deteve, pensando. - Esperem um segundo... sou Ren Winterbourne, agente secreto, e...
- E vim pelo refém! - gritou Rena.
Kyle se girou para ver rena na cabine de mando com uma cópia do livro da fantasia de Marianne.
Marianne deu um passo para ele, mas Dieter a agarrou e lhe mostrou como caminhar pelo corredor sem ficar enganchada com a arma entre os assentos.
- Movam-se, porcos - Rena lhe soprou de novo.
Kyle olhava Marianne enquanto ela se dirigia para ele. Não podia tirar os olhos de cima dela.
- Hey - disse Rena elevando a voz. - Movam-se, porcos. Esta é a parte onde fazem com que os terroristas se tombem no chão e os atam.
- Errado. - Disse Retter. - Esta é a parte onde dispara ao piloto.
- Nein - Dieter se uniu movendo-se para os outros dois. Tirou uma cópia do livro de seu bolso traseiro e o abriu pela página marcada. - Faz-te te tombar Retter, comer o chão. Diz justo aqui. Tem que te tombar.
- Sim, e esta é a parte onde lhe envio de volta ao Paquistão, Adolph. Não vou beijar o chão por ninguém.
- Não sou Adolph, sou Dieter.
Kyle era sozinho consciente vagamente dos outros discutindo sobre o livro. Sua atenção estava completamente na mulher que tinha diante.
- Ia realmente voar a Peoria? - perguntou-lhe ela.
- Bom, sim. Pensei que era onde estava você. Aislinn me disse que foi no avião do Wulfgar.
Ela sorriu.
- De fato, vou. Ambos iremos.
Kyle deu uma olhada no luxuoso jato. Não tinha notado que estupendo era antes. Deveria ter-se dado conta no momento em que entrou.
Mas Marianne sempre tinha uma forma de distraí-lo, desde que a conheceu.
- Já sabe - disse devagar. - Eu sempre quis ser a heroína do livro.
- Cômico, eu só quero à mulher que está lendo o livro.
Sorriu-lhe e a virilha dele deu uma sacudida.
- Então, como acaba a história? - perguntou-lhe ele.
- Beije-a imbecil! - disseram os três colegas de uma vez.
- Ele não leu o livro? - perguntou Dieter. - Aqui diz...
- Cale-se Dieter - disse Retter bruscamente. - Acredito que deveríamos deixá-los sozinhos.
Rindo, Marianne correu a seus braços e o abraçou muito forte.
-Termina como todos os bons romances. Vivemos felizes para sempre.
Sherrilyn Kenyon
O melhor da literatura para todos os gostos e idades