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Series & Trilogias Literarias
Gwynn Austin não tem ideia do por que seu pai desapareceu em uma misteriosa viagem para a Escócia. Quando ela vai em uma missão desesperada para procurá-lo, encontra mais do que procurou em um Highlander robustamente bonito, perversamente excitante que exala perigo e mistério. E quando descobre seu próprio vínculo com a Escócia, ela vai ter que confiar em seu coração para ajudar a guiá-la...
Impulsionado através do tempo pela poderosa Magia Druidesa, Logan Hamilton usa sua imortalidade e os poderes do deus dentro de si para ajudar a impedir o despertar de um antigo mal no mundo moderno. Ele nunca esperou encontrar ajuda na forma de uma bonita mulher muito tentadora e sedutora, e cuja paixão e força coincidem com a sua.
Juntos, Logan e Gwynn devem lutar por seu amor, antes de um demônio do passado destruí-los...
CAPÍTULO UM
18 de Dezembro
Gwynn Austin firmou os braços de sua cadeira no corredor, suas juntas ficaram brancas e sua respiração bloqueou em seus pulmões quando o avião finalmente aterrissou em Edimburgo.
Deus, ela odiava voar. Apenas fez pequenas viagens através dos EUA sem estar sedado ou bebendo fortemente.
Mas a mensagem de seu pai mudou tudo.
Gwynn soltou sua respiração quando o avião taxiou pista abaixo para o terminal. Ela estava faminta e nauseada ao mesmo tempo. Fez tudo o que pode para não vomitar no avião, então comer estava fora de cogitação.
Quando o avião parou no terminal, porém, ela estava faminta e não conseguia sair do avião rápido o suficiente. E você não imaginaria que existiria um homem duas filas na frente da sua que queria examinar sua bagagem de mão e segurar o resto do avião?
Gwynn quis empurrar o sujeito, batê-lo atrás na cabeça por ser tão rude. Sua boca caiu quando o sujeito, de repente, deu um grunhido e caiu no corredor. Ele ergueu a cabeça, olhando para todo mundo que o encarava fixamente.
Esta não era a primeira vez que Gwynn desejou algo e aconteceu, entretanto ela não olhou muito profundamente para descobrir por que. Era bem ruim que ela não pudesse se desejar na Escócia em vez de ter que voar para lá.
Desviando o olhar quando o sujeito levantou-se, Gwynn ignorou a picada na consciência que se instalou na base de sua espinha. Ela sempre teve uma fascinação pela Escócia e suas supostas lendas e mitos de magia, Druidesas, e guerreiros Highlanders.
Gwynn esticou seus ombros quando finalmente andou para fora do avião e seguiu a sinalização para buscar sua bagagem. A preocupação pela mensagem secreta do seu pai empurrou de lado sua náusea.
Fazia três semanas desde a mensagem de seu pai. Três longas semanas cheias de preocupação com pouco sono. Ele era conhecido por se envolver profundamente na sua pesquisa e esquecer-se de telefonar um dia ou outro, mas nunca por três semanas. É o que estimulou Gwynn a comprar uma passagem de avião e gastar onze horas no voo de Houston até Nova Iorque, então adiante para Edimburgo, com sua mente conjurando todos os tipos de acidentes que poderiam ter acontecido com seu pai.
Gwynn pegou sua pequena mala e ajustou a correia de sua bolsa em cima de seu ombro quando procurou pela placa de aluguel de carro. Assim que viu, ela fez o caminho mais curto para ele enquanto evitava outras pessoas e suas bagagens.
Não levou muito tempo para alugar um carro, mas quando Gwynn ficou ao lado de seu pequeno Fiat Punto vermelho teve que perguntar-se se ela poderia dirigir isto. Não só estaria dirigindo no lado errado da estrada, mas estaria sentando no lado errado do carro. Um carro manual.
— Eu sou uma idiota com minha mão esquerda, — ela murmurou quando lançou sua mala atrás e pôs-se atrás do volante.
Mas tinha que saber o que aconteceu com seu pai. Ele era tudo que ela tinha. Sua mãe morreu três anos antes, deixando apenas Gwynn e seu pai para lidar. Sua mãe mantinha a família unida.
Tinha sido um laço solto, mas ainda era um laço.
Seu pai, Professor Gary Austin da Universidade de Rice, a universidade privada mais prestigiada no Texas, era o professor que todo mundo odiava pegar. Ele amava seu campo da antropologia, e esperava que todo mundo amasse também.
Era esse amor que o afastou de sua família. A mãe de Gwynn meramente sorria quando via seu marido sucumbir a algum novo achado que o manteria na universidade através da noite fazendo sua pesquisa.
Gwynn o tinha odiado por isto. Semanas passariam antes dele retornar para casa ou verificar sua esposa. Gwynn aprendeu a se distanciar dele, esquecer que ainda tinha um pai.
Até que sua mãe morreu.
Era como se Gary a tivesse olhado pela primeira vez e percebido que tinha uma filha.
Daquele momento em diante, ele fazia um esforço para telefonar pelo menos a cada dois dias enquanto estava fora procurando uma nova pesquisa por todo o globo. Enquanto ele estava em casa, Gwynn se certificava de cozinhar para ele todo domingo à noite.
Precisou a morte da sua mãe, mas Gwynn ganhou um pai. Um pouco.
Gwynn retirou o mapa e mordeu seu lábio quando usou o dedo para achar a estrada que precisaria pegar para o lado do oeste da Escócia e as ilhas de lá.
Ela dobrou seu mapa e ligou seu celular. Gwynn soltou um suspiro forte quando não viu nenhuma mensagem para ela. Estava esperando dois telefonemas: Um de seu pai dizendo que ele estava bem e não havia necessidade de se preocupar, e um de Rice. Esperançosamente a universidade podia dizer-lhe exatamente que enviou seu pai para a Escócia dentro de uma hora para achar algum livro antigo.
Gwynn esfregou seus olhos cansados, estremecendo com a sensação de lixa atrás de suas pálpebras, e ligou o carro. A primeira coisa que ela tinha que fazer era achar algo para comer. Tudo que ela queria era se enrolar e dormir, mas eram dez da manhã na Escócia, e ela tinha que viajar. Podia dormir por uma semana, uma vez que achasse seu pai.
Mal Gwynn encontrou a primeira marcha e desconfortavelmente soltou a embreagem seu telefone tocou. Ela estava com tanta pressa para agarrar o telefone que lançou no banco ao lado que o motor morreu.
Ela apalpou pelo telefone, indiferente ao que aconteceu para o carro.
— Alô? — Ela disse sem fôlego, a esperança espalhando em seu peito de que fosse seu pai.
— É Gwynn Austin? — Uma masculina voz nasal perguntou.
Gwynn fechou seus olhos e descansou sua cabeça contra o banco. — É.
— Aqui é Phil Manning da Universidade de Rice. Eu estou retornando seus telefonemas sobre seu pai
— Já era sem tempo. — Ela não se aborreceu em manter a irritação fora de sua voz. Ela ligou para Rice por uma semana. Ninguém atendeu seus telefonemas, nem os retornou. Talvez fosse a ameaça de chamar o FBI que conseguiu movimentar as coisas.
— Sim, — o homem disse, e ela podia apenas imaginá-lo rolando os olhos. — Sua última mensagem nos deixou pouca escolha.
— Por que haveria uma escolha para começo, eu não saberia.
— O paradeiro do seu pai não é mais nossa preocupação.
Um sentimento doentio encheu o estômago de Gwynn quando ela segurou seu celular mais apertado. — O que você quer dizer?
— Ele renunciou sua posição aqui há quase um mês atrás. Ele recusou escutar a razão ou até concordar em tirar uma licença. Ele era um de nossos melhores professores, Senhorita Austin. Tem estado com a universidade por décadas. Nada disso significou qualquer coisa quando ele nos deixou.
Gwynn tragou e deixou suas palavras afundarem em seu cérebro confuso. — Então, você está dizendo que a universidade não o mandou para a Escócia para investigar algum artefato que ele quis pesquisar?
— Não.
Aquela única palavra abriu as comportas. Lágrimas começaram a cair despercebidas pelas suas bochechas. — Você… — Ela pausou e limpou a garganta. — Você sabe o que ele estava procurando?
— Ele levou toda sua pesquisa, Senhorita Austin, — o homem disse, seu tom mais suave. — Eu sinto muito que nós não possamos ser de mais ajuda.
Ela assentiu, então percebeu que ele não podia ver. — Obrigada. Se você achar qualquer coisa dele que poderia ter esquecido, ou algo que poderia ajudar a acha-lo, por favor, deixe-me saber.
— Claro. Boa sorte, Senhorita Austin.
Gwynn desligou o telefone e pôs sua testa no volante à medida que fungava. — Que diabo está acontecendo, papai?
Seu pai amou a universidade. Rice tinha sido sua vida. Ele sacrificou anos a fim de ganhar a posição de professor. O que teria feito sair tão de repente?
Gwynn ergueu a cabeça e enxugou seus olhos antes de ligar o carro novamente. Ela dirigiu até que achou uma loja de conveniência onde comprou um refrigerante, um saco de chips, e um sanduíche que não parecia questionável.
Ela não se permitiu pensar sobre o diálogo com Sr. Manning de Rice. Ela deixou sua mente especular o suficiente na viagem de avião dos Estados Unidos. Estava na hora dos fatos. Até então, ela manteria sua mente focada em chegar a seu destino.
E não deixando a caixa de transmissão na estrada enquanto aprendia a trocar a marcha com sua mão esquerda.
CAPÍTULO DOIS
A escuridão, o vazio infinito, engoliu Logan quando ele foi arrancado do ano 1603 e lançado adiante no tempo. Ele sentiu-se caindo e desesperadamente procurou algo para agarrar-se.
O vento passou por ele, machucando seus ouvidos com o som de alta-frequência e abafando qualquer barulho. O vento tomou seu fôlego, fazendo difícil de respirar. Ele foi lançado primeiro para um lado, e então o outro. Determinar que lado era o de cima foi logo esquecido.
Onde estavam os outros? Ramsey, Arran, e Camdyn? Os Druidas disseram que não sabiam onde algum deles iria acabar. Tudo o que Logan podia fazer era rezar enquanto sentia os anos e décadas passarem era que aterrissasse no momento certo.
Ao redor dele, a escuridão espessa como tinta começou a tremeluzir — o mesmo vislumbre que apareceu quando As Druidesas lançaram o feitiço para enviar Logan, e os outros, através do tempo.
Quase imediatamente, ele foi despejado do abismo sobre suas mãos e joelhos no meio de uma péssima tempestade.
Logan tragou o ar e deu-se um momento para deixar sua cabeça parar de girar. Ele empurrou seus dedos no chão molhado e sorriu quando sentiu a sujeira entre suas mãos.
Sentou-se em seus calcanhares e olhou ao redor. Era dia, mas a tempestade escurecia o céu. Uma necessidade urgente o atingiu, chamando-o a retornar para Eigg, mas ele pôs isto de lado. Ele tinha que achar Ian. Isso era seu dever.
Logan limpou suas mãos e fez a avaliação de seu paradeiro na encosta de uma colina, a grama alta balançando com o vento uivante. Mas o que captou seu interesse foram os pontos de luz abaixo dele.
Logan piscou através da fria chuva torrencial e levantou-se. Aquilo não eram chamas que viu oscilar no vale. O que eram, ele não sabia. Ainda.
Ele levantou e passou a mão por seu cabelo para tirá-lo do rosto. Estava na hora de descobrir onde justamente as Druidesas conseguiram lançá-lo no futuro.
Em sua descida até o vale, Logan cruzou uma estrada que tinha sido coberta com alguma dura substância preta com brilhantes linhas brancas pintadas nela.
Ele se agachou até tocar a superfície e sentiu o ressoar do chão em baixo de seus dedos. Logan levantou e deu um passo atrás quando algo grande e barulhento veio descendo a estrada.
Quando o objeto passou, Logan viu uma pessoa dentro que parecia como se controlasse o aparelho barulhento.
Mais confuso que nunca, Logan caminhou pela estrada e até a cidade. Ele mal podia acreditar em seus olhos quando alcançou a aldeia para achar edifícios alinhados rua abaixo, um bem depois do outro. Eles eram todos pintados do mesmo branco brilhante com muitos mais daqueles aparelhos ruidosos enfileirando a estrada como também viajando por ela.
Logan manteve-se ao lado da estrada onde viu outras pessoas caminhando. Alguns deram a ele olhares estranhos, mas a maioria não deu nenhuma atenção.
Ele passou por loja depois de loja, tentando aprender o idioma escrito nos sinais. O fato que ele tinha um deus primitivo dentro dele, um deus tão antigo que seu nome tinha sido esquecido, era o único modo que ele podia entender este novo idioma tão depressa.
— Você está encharcado, rapaz, — disse uma mulher de idade avançada quando abriu a porta para uma loja que Logan estava passando.
Ele deu um leve aceno com a cabeça e sentiu o nó em seu estômago soltar quando ouviu seu sotaque. Ainda estava na Escócia. Agora, era determinar quando ele estava.
— Ah, não muito falante, — ela disse e riu.
Logan sorriu. — Em que ano estamos?
Ela piscou e levantou sua cabeça cinza para ele. — Você tem bastante sotaque, rapaz. Tem mais de um ano desde que eu ouvi um tão forte. — Ela sorriu, um distante olhar deslizando através de seu rosto.
Logan deu um passo em direção a ela. — O ano, senhora?
— Oh. — Ela riu e bateu levemente em seu peito. — Perdoe-me. É 2012. Que pergunta estranha.
— Eu tenho vivido por mim mesmo… longe de todo mundo.
— E de tudo, — ela disse enquanto olhou seu kilt.
Logan olhou ao redor e encolheu os ombros. — Em que aldeia eu estou?
Desta vez a idosa franziu o cenho quando o olhou. — Salen, não longe da Ilha de Skye.
Ele conhecia a aldeia, mas a última vez que a viu, mal havia qualquer coisa lá. Cresceu tremendamente desde então.
O que mais mudou nos quatro séculos desde que ele deixou seus amigos para trás no Castelo MacLeod?
— Eu agradeço, — ele disse para a mulher e andou antes dela perguntar mais coisas.
Logan olhou para a cidade de Salen com novos olhos. Se esta aldeia quase inexistente podia crescer tanto em apenas alguns séculos, o que se tornaram Edimburgo ou Glasgow? E ele queria saber mesmo?
Ele parou quando uma jovem mulher correu na sua frente para um dos aparelhos parados no lado da estrada. Ela empurrou a manivela enquanto segurava uma bolsa acima de sua cabeça num esforço para evitar se molhar. Isso não estava funcionando.
— Rory! Seu imbecil! Destranque a maldita porta assim eu posso entrar no carro! — Ela gritou por cima do ombro.
Logan girou sua cabeça para ver um homem magro sair da loja, caminhar ao redor do… carro, inserir algo pequeno na porta, e abri-la.
A mulher sacudiu sua porta novamente então bateu na janela. — Rory. Destranque a maldita porta agora!
Depois de outro momento, Rory se debruçou acima da porta e puxou algo. Um momento depois, a mulher entrou. Ela ainda estava gritando quando o carro desapareceu.
Então, os aparelhos eram chamados carros, e aparentemente pessoas montavam neles como Logan montava cavalos. Ele suspirou e continuou adiante. Não foi apenas a paisagem que mudou. As pessoas mudaram também.
Nenhuma lady que Logan conhecia teria falado como a mulher falou com Rory. Nem mesmo prostitutas falavam tão grosseiramente.
Logan ouviu passos vindos rápido atrás dele. Seus músculos contraíram e presas encheram sua boca. Logan girou, garras alongando quando ele se preparou para degolar quem pensava em atacá-lo.
Ele puxou sua mão para trás, parando na hora certa em que dois jovens rapazes correram passando por ele, rindo e ensopados. Logan entrou pela entrada de um edifício abandonado e respirou fundo.
Ele estava tão acostumado a lutar que atacaria qualquer um? Até crianças? Ele agitou sua cabeça e lutou para subjugar o deus dentro dele.
Athleus. Era o deus da traição dentro de Logan, um deus antigo que queria nada além de morte e destruição. Levou décadas para Logan ganhar o controle sobre seu deus.
Mas às vezes, aquele controle deslizava.
Logan carregava fardos suficientes. Não precisava adicionar a morte de dois jovens rapazes àquele peso.
Uma vez que suas presas e garras retrocederam, e Logan estava certo que sua pele não era prata como seu deus, ele saiu das sombras e alargou seu passo enquanto saia da cidade. O desejo de retornar a Eigg era afiada e verdadeira em seu peito.
Se alguém descobrisse que ele tinha um monstro dentro dele, que podia libertar o deus e se tornar uma besta, Logan estava certo que eles o matariam.
Mas ele não tinha apenas um deus dentro dele. Ele podia usar o poder de Athleus, um poder capaz de controlar a água. E Logan estava indo para a Ilha de Eigg, uma ilha cercada por água.
Ele não estava certo quando tomou aquela decisão, só que o fez. Logan não podia conter a necessidade desesperada de retornar lá assim que possível.
A última vez que tinha estado em Eigg, que para ele era só uma questão de horas — não séculos — mais cedo, procurava por um artefato escondido lá pelos Druidas.
Ele não só não achou o artefato, mas seu amigo e companheiro Guerreiro, Duncan, tinha sido morto por Deirdre. Deirdre era uma drough, uma Druidesa que se voltou para a magia do mal e negra. Ela estava em uma missão para controlar o mundo, e tão grande como sua mágica era, Logan temia que ela pudesse ganhar.
Tinha sido Deirdre que soltou os deuses dentro dos Guerreiros. E seriam os Guerreiros que ajudariam a parar Deirdre de uma vez por todas.
Mas primeiro, Logan tinha que achar Ian, gêmeo de Duncan.
Ele não podia imaginar pelo que Ian estava passando. Ian e Duncan, como gêmeos, compartilharam um deus, e com a morte de Duncan, todo poder e fúria de seu deus foram para Ian. Se ele não pudesse controlar seu deus, seu deus o controlaria e ele estaria pronto para Deirdre reivindicá-lo. Que foi exatamente o que ela quis quando matou Duncan.
Logan não tinha nenhuma ideia de onde Ian foi, mas ele conhecia Deirdre. Ela avançou no tempo para 2012 para frustrá-lo e aos outros em sua missão em achar os artefatos antes dela.
Ele franziu o cenho. Ou ela tinha achado?
Se Deirdre podia viajar pelo tempo sempre que quisesse, por que não fez isso muito antes? Ela podia ter mudado o resultado de qualquer coisa que não fosse do seu jeito, inclusive conseguir os artefatos antes dos MacLeods.
Se Deirdre não viajou pelo tempo sozinha, significa que alguém a teria ajudado.
Mas quem? E, mais importante, por quê?
Logan não estava certo que teria aquelas respostas logo. Indiferentemente, a fim de derrotar Deirdre, os Guerreiros ainda necessitariam dos artefatos. O que ele tinha sido enviado para resgatar estava em Eigg.
Ele parou e olhou ao redor. Nenhum dos outros três Guerreiros que se voluntariaram para procurar por Ian aterrissou com Logan. Ele não estava nem certo se eles tinham sido tomados como ele.
Ainda assim, ele conhecia As Druidesas do Castelo MacLeod. Cada um era poderoso por si só, e juntos, eles detinham mágica que literalmente tirava seu fôlego.
Ele não tinha nenhuma dúvida que eles tiveram sucesso em lançar os outros pelo tempo junto com ele. Não tinha meios de se comunicar com ninguém, nem podia arriscar em viajar para o Castelo MacLeod ainda. Ele tinha que achar Ian antes de Deirdre.
Se ela já não o tiver achado
Logan odiava a voz em sua cabeça, especialmente em momentos como este.
Ele desejou que não estivesse só. Desejou que um dos outros Guerreiros tivesse aterrissado com ele. Eles o ajudariam a lembrar do homem que se tornou.
Logan tinha criado uma nova versão dele mesmo depois de escapar da montanha de Deirdre, Cairn Toul. Era uma montanha cheia do mal, uma montanha que Deirdre chamou de sua, onde ela aprisionou centenas de homens no caso de que eles levassem um deus dentro de si a espera de ser libertados.
Mas ela também caçou e capturou Druidesas assim podia matá-los e roubar sua magia.
A tentativa de Logan de se tornar alguém que ele não era tinha sido mais do que bem sucedida. Ninguém sabia a culpa que ele carregava consigo. Ninguém exceto Duncan, que agora estava morto.
Deirdre disse a Duncan o segredo de Logan antes dela acabar com sua vida. Logan ainda podia ver a surpresa e remorso nos olhos de Duncan antes da vida desaparecer dele.
Se isso era qualquer indício do que o aguardava se ele dissesse aos outros que ele foi para Deirdre para ter seu deus libertado, que ele, de boa vontade, deu-se para ela — então ele nunca diria à seus amigos a verdade.
Ele se arrependeu de sua decisão de ir até Deirdre todos os momentos de cada dia. A única maneira que podia compensar o que ele fez para sua família era pôr um fim a qualquer um que ousasse apoiar aquela cadela do mal.
Era sua missão. Isto, e achar os artefatos que poderiam derrotar Deirdre de uma vez por todas.
Logan andou pela estrada e olhou primeiro para um lado, então o outro. A tempestade estava passando, mas era mais provável que choveria o resto do dia e da noite. Ele conhecia bem os invernos escoceses, e o espessamento no ar era apenas o prelúdio para a neve e gelo que viria.
Ele ergueu seus olhos para o céu e franziu enquanto pensava em Eigg e Ian. Talvez Ian fosse para o lugar onde Duncan tinha sido morto. Talvez fosse por isso que Logan estava sendo puxado em direção a Eigg.
Ele podia usar sua velocidade aumentada e alcançar Eigg em questão de momentos, entretanto não poderia procurar pelas aldeias por Ian. Ele não sabia como iria achar seu amigo, mas tinha que procurar.
Se Logan conhecia Ian, o outro Guerreiro tentaria ficar sozinho enquanto batalhava com seu deus pelo controle.
A menos que Deirdre já tivesse Ian.
Logan recusou-se a pensar sobre aquela possibilidade. Ele acharia Ian e o ajudaria. De alguma maneira, de alguma forma ele iria.
Foi muito ruim que Broc não veio com ele, Logan pensou. O deus dentro de Broc dava-lhe a habilidade de achar qualquer um, em qualquer lugar. Eles só descobriram quão potente era o poder de Broc quando pôde determinar que Deirdre e Ian viajaram quatro séculos no futuro.
Logan riu para si mesmo. Ele era o mais jovem dos Guerreiros no Castelo MacLeod. Ele apenas alcançava a marca de um século. Agora, ele tinha cinco séculos de idade.
— Quinhentos anos, — ele murmurou. — E eu não me lembro de nada disto.
Ele teve que rir. Zombando de si mesmo — as coisas não pareciam boas.
Um som alto chamou sua atenção. Logan olhou para sua esquerda e viu um carro vermelho pequeno dobrar a esquina. Ele saltou para trás, e naquele momento ele viu o perfil de uma mulher.
Uma mulher muito bonita com cabelo preto.
Era muito ruim que ele não tivesse tempo para flertar. Teria gostado de conseguir dar uma olhada melhor para a mulher e seu bonito cabelo preto que ela usava amarrado atrás.
Logan endireitou seus ombros e voltou para seu caminho quando ia em direção a Eigg. Manteve seus olhos abertos para qualquer wyrran. Só alguns tinham sido enviados no futuro com Deirdre, e Logan não sabia quanto tempo se passou desde que ela chegou ao ano 2012.
Poderia ter tido tempo bastante para criar muitos mais wyrran. Ele odiava essas criaturas. Deirdre criou as pequenas bestas, calvas, de um amarelo pálido com sua magia negra. Eles tinham longas garras em suas mãos e pés, e bocas tão cheias de dentes que seus lábios magros não podiam fechar. Seus olhos amarelos eram grandes em suas pequenas cabeças redondas.
Seus gritos agudos podiam fazer gelar o sangue de uma pessoa. Existia alguma coisa inerentemente mal, que os mortais reconheciam nos wyrran. Não era só porque eles eram feios. O mal que os criara escoava de seus corpos como uma praga.
Logan nunca poderia matar suficiente destas bestas vis. E cada um que ele matara, dois tomaram seu lugar. Deirdre considerava as criaturas seus animais de estimação, e eles apenas obedeciam a ela.
Ele encontrou acidentalmente um homem que parecia estar no meio de seus trinta anos e parou. — Você viu qualquer coisa incomum ao redor?
O homem riu. — Aqui? Você é maluco? Nada acontece ao redor desta cidade apática. Toda minha vida eu não pude espera partir, e então quando eu consegui e vi o que era realmente o mundo, eu não pude voltar aqui rápido o suficiente. Então, não, senhor, não tem nada estranho.
— Você tem certeza? Nenhum som? Alguém parecendo fora de lugar?
O homem levantou sua sobrancelha pálida. — Além de você mesmo, você quer dizer?
Logan olhou abaixo nas calças do homem, túnica espessa, e o que pareceu ser uma capa com mangas. — Ninguém mais veste kilt?
— Oh, certamente. Só não completamente como você.
Logan não soube o que fazer de sua declaração. Ele não estava certo que poderia vestir o traje do homem, nem achou que queria.
— Se existir qualquer coisa fora do comum, Sra. Gibbs nos deixará saber. Não houve nada.
— Entendo.
— Você espera que algo aconteça? — O homem perguntou, seu olhar marrom aguçado. — Você está trabalhando com a Scotland Yard?
Logan não sabia o que era Scotland Yard, mas ele não estava trabalhando com ninguém. — Não.
— Eu entendo. Você não pode me dizer. — O homem assentiu e sorriu. — Existe um número onde eu possa te encontrar no caso de algo acontecer?
— Número?
— Sim. Seu celular.
— Celular?
O homem franziu o cenho. — Você age como se não tivesse nenhuma ideia do que estou falando.
Logan não tinha ideia.
— Como eu posso dizer qualquer coisa se não há nenhum modo para contatar você? — O homem perguntou, ficando agitado. — Eles sempre querem que nós ajudemos, mas nunca querem nos ajudar.
Logan estava certo que não queria saber quem — eles — eram, mas quem quer que eles fossem, o homem certamente não gostava deles.
— Você tem um celular? — O homem perguntou.
Logan negou.
O homem virou-se e entrou em sua loja sem outra palavra. Logan mordeu de volta um sorriso e continuou caminhando. As pessoas neste tempo eram certamente estranhas. Se ele estivesse procurando por qualquer coisa incomum, estava ao redor dele.
* * *
Ian rugiu sua fúria quando abriu seus olhos para encontrar-se deitado em cima de uma pedra. Sua perna estava curando de um fêmur quebrado, e suas costas doídas enquanto os ossos e músculos se juntavam depois de serem divididos ao meio.
Mas isso não foi o que causou o tumulto em Ian.
Era seu deus. Farmire, o pai da batalha, exigia sangue e morte. Ele exigia que Ian fizesse seu lance.
Ian ignorou a dor de seu corpo curando e levantou-se. A angústia, a agonia da alma-cortada em tiras por perder o vínculo com seu gêmeo rasgou por seu corpo.
Ele caiu de joelhos, seus braços abertos e o rosto erguido para o céu, quando rugiu sua miséria e pesar. E sua ira.
A completa extensão do poder do seu deus correu violentamente por suas veias. O frenesi estava construindo, o poder incrível. Farmire chamou por ele, implorou para ceder à sedutora pulsação de energia atravessando-o.
Seria tão fácil ceder. Apenas um mero pensamento. Ian tentou agarrar-se às memórias, tentou recordar aqueles que significaram algo para ele como areia ao vento. Mas um nome permaneceu — Duncan.
Nada podia fazê-lo se esquecer de seu gêmeo. Ou como Duncan tinha sido morto.
— Deirdre, — Ian rosnou.
Ele não tentou esconder sua forma de Guerreiro. Ele vangloriou-se do azul pálido que cobria seu corpo. Sorriu para as garras azuis que estenderam de seus dedos e as presas que encheram sua boca.
Ian retardaria Farmire pelo tempo que precisasse para achar Deirdre.
Interiormente, Ian podia ouvir seu deus rindo dele. A cada momento Farmire baixava as defesas de Ian, a cada respiração mais maldade o enchia.
Escuridão invadia a vista de Ian. Ele sabia que seu deus estava assumindo o comando.
Mas não existia nada que ele pudesse fazer.
CAPÍTULO TRÊS
A chuva estava caindo tão rápido que Gwynn mal podia enxergar para dirigir, e os limpadores de para-brisa não estavam nem mesmo ajudando, até na velocidade máxima.
Gwynn fez o que podia fazer para enxergar as faixas na estrada para que assim, não atropelasse ninguém. O tempo todo se lembrando de que ela tinha que dirigir no lado esquerdo da estrada, que apenas parecia… errado.
Ela passou por poucas cidades enquanto seguia as placas da estrada para o pequeno porto de pesca de Mallaig. Ela estava quase se acabando com sua viagem de 320 quilômetros desde Edinburgh, e ela não podia esperar para sair do Fiat.
Gwynn teve que desacelerar o carro e olhar por fora da janela para ver a placa que assinalava que chegara a Mallaig.
— Só mil pessoas, — ela murmurou. Seguramente alguém reconheceria a fotografia que ela trouxe de seu pai.
Ela esfregou as têmporas e se debruçou para frente enquanto procurava pelo hotel que achou na internet. Levou mais tempo do que ela queria, mas finalmente parou na frente do Hotel Marine.
Gwynn nem mesmo tentou evitar ficar molhada quando saiu de seu carro alugado. Ela estava exausta, fria, e faminta, e apenas queria um momento para fechar seus olhos e pensar direito.
Ela agarrou sua mala e puxou a alça para arrastá-la atrás dela quando caminhou para a porta. Depois de quatro horas em um carro e onze em um avião, Gwynn estava pronta para se orientar e achar seu pai.
Felizmente, o hotel tinha um quarto, e depois de uma pequena conversa sobre seu sotaque acentuado do Texas ela tinha uma chave e fez seu caminho para a tão aguardada cama.
Ela nem olhou para o quarto. Deixou a porta fechar atrás dela enquanto largava sua mala, soltou a chave sobre uma mesa, e deixou sua bolsa cair no chão enquanto desmoronava de cara na cama.
Ela soltou um suspiro e rolou de costas, não se importando que estivesse molhando a colcha com sua jaqueta molhada. Ela olhou fixamente para o teto por vários minutos enquanto, uma vez mais, relembrava cuidadosamente a última vez que viu seu pai.
Ele tinha estado tão excitado, mas não diria a ela sobre o quê. Era algum achado, ela sabia. Ele continuava dizendo a ela que daria a todo mundo as respostas que tinham procurado.
Gwynn bufou e agitou sua cabeça quando recordou como seus olhos azuis claros iluminavam quando ele achava algo de interesse.
— Todo mundo tem perguntas sobre tudo, — Gwynn disse para o quarto vazio.
Ela se sentou e removeu a jaqueta antes de chutar para o lado suas botas pretas favoritas. Uma vez que as tirou, ela levantou-se e saiu de sua calça jeans úmida.
Embora Gwynn quisesse começar a procurar por seu pai imediatamente, ela sabia que não podia articular duas palavras seguidas em seu presente estado. Ela precisava se limpar conseguir alguma comida, e então poderia começar.
Gwynn saltou no chuveiro e permaneceu embaixo da água fumegante, deixando-a deslizar por seu corpo. Ela não podia decidir se estava brava com seu pai ou preocupada. Um pouco de ambos, no momento.
— Maldição, papai, — ela disse e pôs suas mãos na parede do chuveiro.
Ele era tudo que ela tinha, tudo que se permitiu ter desde que sua mãe morreu. Ela usou a desculpa que precisava cuidar de seu pai quando homens chamavam-na em um encontro.
Mas a verdade era simples, ela não pensou que podia ficar perto de alguém novamente, sabendo que eles iriam eventualmente morrer. Perder sua mãe machucou muito; A ferida estava viva ainda, mesmo anos mais tarde.
Gwynn lavou seu cabelo e o corpo às pressas. Depois de secar-se, embrulhou-se na toalha e vasculhou em sua bagagem pelo pente e mousse.
Uma vez que secou o cabelo, ela olhou no espelho e fez careta para os círculos escuros debaixo de seus olhos. Ela pegou sua bolsa de maquiagem. Ela detestava colocar maquiagem, mas sempre levava consigo. Não demorou muito para pôr um pouco de corretivo e base. Uma pincelada de blush, um pouco de delineador, e um golpe rápido de rímel, e ela estava acabada.
— Pelo menos eu não pareço mais uma doente, — ela disse para si mesma no espelho.
Gwynn caminhou firmemente do banheiro para sua mala. Ela retirou espessas meias de cashmere para cobrir seus dedões do pé congelados. Ela nasceu e cresceu em Houston, onde nunca tinha muito frio. Embora ela esperasse por um tempo mais frio na Escócia, não tinha se preparado para ser tão molhado e gelado. Ela até agora só teve que se aquecer, desde que chegou.
Depois veio a calça jeans seca, uma camisa de mangas compridas que ela enfiou dentro da calça, e, em seguida, seu suéter angorá ameixa favorito. Era bonito, mas fez pouco para ajuda a manter-se quente. Com suas botas de volta, Gwynn achou o cachecol e gorro que trouxe, junto com as luvas combinando.
Com o retrato do seu pai no bolso, ela dirigiu-se para o saguão de entrada do hotel. Perguntou a todo mundo que encontrou, mas ninguém no hotel viu seu pai.
Isso não a desencorajou. Existiam muitos B&Bs [1 - Bed & Breakfast – Alojamentos que oferecem quartos e café-da-manhã. Pousadas.] em Mallaig como também outro hotel. Se ela precisasse, passaria em todos. Seu pai tinha que estar em Mallaig. Ele tinha que estar!
Ela olhou o GPS do celular de seu último telefonema para ela, e as coordenadas a levaram para Mallaig. Ela não quis imaginar sobre o que significaria se ele não estivesse mais na área.
— Um problema de cada vez, — ela disse para si mesma.
Gwynn saiu do hotel, grata que a chuva diminuiu para um chuvisco, e olhou de cima abaixo a orla. As nuvens ainda eram escuras e pesadas. O ar estava ainda mais gelado que antes, e o vento forte do mar fez Gwynn estremecer, o pouco calor que tinha desapareceu em uma batida do coração.
Depois de inalar profundamente, ela girou e andou para o primeiro B&B em sua esquerda. Quando ela tinha perguntado às pessoas no B&Bs e no outro hotel sobre seu pai, ela foi para a doca.
Alguém, em algum lugar tinha que ter visto seu pai.
* * *
Logan desejou que soubesse o que havia sobre a Ilha de Eigg que o tentava a responder seu apelo. Ele tentou ignorar, mas a ilha era insistente. Resoluta. Até mesmo tenaz.
Então ele caminhou em direção à ilha. No caminho ele questionou quantas poucas pessoas ele viu. Ele não viajou ao longo da estrada, preferindo caminhar através da terra.
Ele não gostou das estacas perfurando o chão com o que parecia uma corda espessa amarrada como barbante entre eles. Eles estavam em todos os lugares, tirando a imensidão e beleza da terra.
Logan pôs de lado seu desgosto pelo que se tornara sua Escócia e concentrou-se em Ian, procurando por quaisquer lugares onde Ian poderia ter-se escondido se aterrissasse próximo ao mar.
Levaria décadas para Logan verificar todas as cavernas ao longo da costa, mas a maior parte delas estava próxima a pessoas. Se havia alguma parte de Ian restando depois de tudo, ele sabia que o Guerreiro tentaria distanciar-se de outros tanto quanto podia.
Ainda enquanto caminhava para mais perto de Mallaig, ele soube que algo estava vindo. Não sabia o que, mas estava lá.
Talvez fosse porque era ali onde ele tinha estado quando tudo mudou. Deirdre emboscou os Guerreiros e matou Duncan. E Logan soube que Malcolm tinha se tornado um Guerreiro e estava trabalhando com Deirdre.
Então Deirdre e Ian desapareceram bem em frente aos olhos de Logan. Tudo que ele e os outros Guerreiros tinham lutado mudou em um piscar de olhos.
O que mais preocupava Logan era quanto dano Deirdre poderia infligir neste tempo.
Havia mais pessoas zanzando do que em 1603. Mais pessoas na Escócia, quer dizer, mais pessoas no mundo, que significava mais pessoas curvando-se a Deirdre.
Logan parou quando subiu uma colina e examinou o vale onde Deirdre matara Duncan. Malcolm e os outros Guerreiros de Deirdre tinham sido puxados no futuro com ela. Logan foi sortudo porque caiu fora a tempo, ou ele poderia muito bem ser preso por Deirdre novamente.
Ele cerrou os dentes. — Nunca! — ele jurou.
Ele mataria qualquer um associado com Deirdre. E ajudaria a dar um fim nela e qualquer mal que a levou para o futuro.
Logan esquadrinhou o vale enquanto recordava as palavras ditas e a batalha que acontecera lá. Seu olhar caiu num pequeno monumento no meio do vale.
Ele fez o caminho para o vale e parou ao lado de uma cruz de pedra que subia tão alto até sua cintura. Ele se agachou ao lado dela e correu suas mãos através o bonito trabalho cinzelado na pedra. A cruz estava desgastada e quebrada em alguns lugares.
Ele não tinha nenhuma dúvida de que seus companheiros Guerreiros colocaram a cruz no vale em memória de Duncan Kerr.
— Um Guerreiro valente, um bom amigo, — Logan disse. — Eu não vou desapontar você, Duncan. Acharei Ian e o ajudarei a lutar contra seu deus pelo controle. Eu posso não ter conseguido salvar você, meu amigo, mas salvarei seu irmão. Eu prometo a você.
A chuva diminuiu até que se tornou nada além de um chuvisco, e por apenas um momento, as nuvens espessas dividiram e um raio de luz caiu em Logan e a cruz.
Logan sorriu e tocou a cruz mais uma vez antes de levantar-se e continuar para Mallaig e então Eigg. Talvez ele achasse algumas respostas lá.
Talvez achasse o artefato que foi enviado para achar.
Ele deu apenas três passos quando o formigamento da magia. Eigg uma vez tinha sido um lar para um grande grupo de Druidas poderosos. Eles protegeram Eigg de quaisquer ataques que Deirdre mandara.
Ainda poderiam existir Druidesas lá?
Logan aumentou seus passos largos e apressados em direção à cidade portuária de Mallaig. Antes dele ser lançado pelo tempo, sentiu o poder dos Druidas em Eigg desde Mallaig.
Seus passos diminuíram a velocidade quando alcançou Mallaig. Ela crescera da mesma forma que Salen. Logan deixou seus olhos vagarem acima da cidade, decepção pesou em seu ventre. Para sua frustração, ele mal sentia qualquer mágica. Ou os Druidesas tinham ido embora, ou não mais praticaram sua mágica.
Nenhuma das possibilidades era boa.
Nem o ajudaria contra Deirdre.
Ele caminhou para as docas e olhou acima do mar para as ilhas além. Eigg era a menor das ilhas, mas tinha sido uma grande defesa contra Deirdre e os Druidas não queriam ninguém em sua terra.
— Procurando por algo, rapaz?
Logan girou para o encurvado homem de cabelos brancos à sua esquerda. Pela aparência desgastada de seu rosto e as linhas fundas sulcadas em suas bochechas e ao redor dos olhos, Logan podia dizer que o homem vira muitos anos.
— Existem muitos quem vivem de Eigg?
O homem levantou uma sobrancelha branca e encolheu os ombros. — Não muitos. Dizem que há séculos existia uma soma grande das pessoas que chamaram Eigg de lar. Mas as coisas mudam.
É o que parece, Logan pensou. — Você viveu em Mallaig sua vida inteira?
O velho riu e se sentou em um tamborete enquanto esfregou seu joelho. — Sim. A pesca era minha vida. É o que minha família sempre fez.
— Você viu qualquer coisa incomum ultimamente?
—Rapaz, — o homem disse com outra risada, — nós temos muitos turistas, então nós vemos todos os tipos de coisas.
Logan não estava certo o que significava, mas presumiu que significava que o velho não viu nada fora do normal, o que era bom.
De certo modo.
Logan olhou acima da água em direção a Eigg. Seria um bom lugar para Ian se esconder, ou para Deirdre procurar pelo artefato. Se não existiam Druidesas guardando a ilha como uma vez houvera, isso deu a Deirdre uma oportunidade única para conseguir o que ela procurava.
— Você tem o olhar de um homem com o peso do mundo em seus ombros, — o homem comentou.
Logan grunhiu. — Talvez eu tenha. Meu nome é Logan Hamilton. O que você pode dizer-me sobre Mallaig?
— Bem, Logan, eu posso começar te dizendo que meu nome é Hamish Fletcher. Se sente e eu direi a você qualquer coisa que queira saber, rapaz.
Logan estava abaixando-se para o outro tamborete ao lado de Hamish, quando sentiu o formigamento de magia novamente. Era mais forte que o que sentiu antes, mas ainda mais fraco que o poder que estava acostumado a sentir das Druidesas no Castelo MacLeod.
Ele olhou ao redor, esperando descobrir a fonte da magia. E foi quando viu o pequeno carro vermelho que quase o acertou mais cedo.
CAPÍTULO QUATRO
Enquanto Logan escutou Hamish falar de Mallaig e seus problemas, encontrou-se pensando sobre sua infância e sua família.
Ele normalmente guardava as memórias de seus pais e irmão mais novo separadas em um canto de sua mente, mas assim que chegou o porto da ilha principal de Mallaig aquelas memórias o bombardearam.
Ele não tentou libertar-se delas. De fato, permitiu-se alguns momentos para lembrar de um tempo mais feliz, um tempo quando a vida tinha sido agradável. Um tempo que ele tinha sido um bom filho.
Um tempo antes dele trair sua família.
Memórias que escondera estavam retornando muito forte para ele afastar facilmente.
Ele não sabia o que estaria reservado para ele nos próximos dias, mas o que quer que fosse ele sabia que mudaria o curso de seu futuro. Ele não se importava com o que acontecesse desde que pudesse continuar a lutar contra Deirdre.
O juramento que Logan fez de pôr fim a ela o movia incansavelmente. Ele não sentia que estivesse fazendo o suficiente, o qual era o motivo porque ele tinha urgência em achar o próximo artefato, a Placa de Orn. A Placa levaria os Guerreiros para o lugar onde a gêmea de Deirdre, Laria, dormia.
Laria era a única que podia matar Deirdre.
Logan respirou profundamente, as palavras de Hamish mal sendo registradas. Os sons de falatório, negociações e risos o acertou de todos os lados ao longo da doca.
Ao longe Logan viu um mercado ao ar livre. Uma pessoa podia achar qualquer artigo nesse lugar, frutas, legumes, tecidos, cestas, cordas e até armas. Era um espetáculo visual que ele não percebeu que sentia falta até aquele momento.
As visões, os sons, os cheiros eram todos iguais aos que Logan recordava. A única coisa faltando era sua mãe examinando um pedaço de tecido que eles não podiam dispor enquanto seu irmão mais novo implorava por uma moeda para comprar uma guloseima.
Uma dor, profunda e esmagadora, começou em seu peito. Ele não podia respirar ou mover-se. Não podia fazer nada para conter a maré de memórias.
Se ele cedesse, se ele permitisse às memórias sobrecarrega-lo, ele estaria perdido. Elas eram exigentes e insistentes como seu deus, Athleus.
Ele fechou sua mão em punho, agradecido quando suas unhas mergulharam fundo em sua palma e o sangue gotejou entre seus dedos.
Foi aquela dor, embora momentânea, que lhe permitiu obter vantagem sobre suas memórias e empurrá-las de volta em um canto profundo, escuro de sua mente.
Quando ele abriu seus olhos olhou para sua pele para confirmar que não se tornara prateada como seu deus. Só então levantou seu olhar.
— Mallaig sobreviveu, — Hamish disse, sua voz baixa e cheia de dor.
Logan podia entender o homem idoso. — Todos nós sobrevivemos. Não há nenhuma outra escolha.
Hamish ergueu seu olhar e deu um único assentimento. — Sim, rapaz. Você tem razão. A que você sobreviveu, sendo tão jovem?
— Nada que você acreditaria, velho, — Logan disse com um sorriso que sabia que não alcançava seus olhos.
Ele girou sua cabeça para olhar ao redor e endureceu quando seu olhar colidiu com o de uma mulher. Mas não qualquer mulher. Ela era atordoante.
Deslumbrante.
Hipnotizante.
Por um momento, Logan não pode formar um pensamento coerente enquanto bebia em sua beleza extraordinária. Ela ficou parada como uma pedra, seus largos e expressivos olhos violeta, presos nele.
Seu cabelo preto caindo grosso e liso logo abaixo dos ombros onde as pontas erguiam e rodavam ao redor dela na brisa vinda do mar. Sua pele era imaculada, cor de leite, e chamando para ser tocada. Ele desejou acariciá-la, ver se era tão suave e macia quanto imaginou que seria.
O sangue de Logan começou a pulsar. Suas bolas apertaram, e ele ficou ávido para saber o gosto de seus lábios e a sensação de suas curvas contra ele. Ele endureceu só de pensar em segurá-la, de suas mãos deslizando ao longo do corpo dela.
Logan sempre gostou de mulheres, mas nunca em todos seus anos uma o tinha afetado da maneira que esta o afetou. Ela o intrigou de um modo que o fez imaginar se devia abordá-la ou correr para o outro lado.
Ela estava agasalhada contra o tempo com um chapéu de algum tipo em vários tons de listras cor-de-rosa. Ela tinha uma altura média, mas não havia nada comum sobre ela. Ela era uma sereia, uma irresistível feiticeira.
E ele foi atingido duramente. Obcecado. Enfeitiçado.
Ele tinha que conhecê-la, mas mais que isto, tinha que saboreá-la. Tocá-la.
Reivindicá-la.
Logan levantou-se, pretendendo descobrir seu nome e cada segredo que ela tinha quando sentiu isto deslizar por seu corpo. Mágica. Era suave, quase hesitante, mas era mágica.
Um delicioso, suculento sentimento que ele nunca experimentou antes.
— Agora, isto é uma mulher, — Hamish disse, e suavemente assobiou.
Logan assentiu, indiferente se Hamish estava olhando para a mesma mulher ou não.
— Ela parece uma turista.
— Turista? — Logan disse e franziu o cenho. Ele olhou para Hamish e confirmou que eles estavam falando sobre a mesma mulher.
— Sim, rapaz. — Os olhos velhos de Hamish estreitaram em suspeita. —Pessoas que visitam lugares. Turistas.
Logan suspirou. Muitas coisas mudaram, e ele precisava aprender depressa a fim de achar suas respostas.
— Como você sabe que ela não é daqui? — Logan perguntou.
— Suas roupas em primeiro lugar. Olhe ao redor, rapaz. Embora seu casaco seja pesado o suficiente, seu cachecol e luvas não resistem contra nosso tempo severo.
Casaco. Então é o que ela está vestindo.
Logan avaliou a mulher enquanto deixava seu olhar vagar abaixo por suas pernas magras encaixadas em calças apertadas que desapareciam em botas que alcançavam quase seus joelhos e eram decorados com quatro grandes ornamentos de prata em ambos os lados subindo por seu tornozelo.
Para o prazer de Logan, a mulher lambeu seus lábios e andou em direção a eles.
— Você conseguiu a atenção dela, rapaz, — Hamish sussurrou e lentamente levantou-se.
Logan estendeu uma mão e ajudou a estabilizar o velho quando a mulher os alcançou.
— Oi.
Sua voz era tão morna quanto um raio do sol, tão brilhante quanto o sol. Logan examinou seus olhos violeta e foi novamente surpreendido. Ele nunca viu olhos dessa cor, ficavam mais dramáticos pelo quão grande e expressivo eles eram.
Seu rosto era em forma de coração, seus lábios cheios e suculentos. Sobrancelhas pretas arqueadas delicadamente acima de seus olhos surpreendentes. Ela tinha um queixo erguido teimosamente, e uma vulnerabilidade que o fez querer puxá-la contra ele e protegê-la do mundo.
A magia pareceu crescer e encher o espaço entre eles, acenando para ele, convidando-o sempre mais perto para a adorável, encantadora mulher em frente a ele.
— Ah, uma americana, — Hamish disse, sorrindo para ela.
Logan grunhiu quando Hamish espetou um cotovelo em suas costelas. — Como podemos ajudá-la?
— Eu estou … uh. Eu estou procurando por alguém.
Logan nunca ouviu seu sotaque antes. Achou-o completamente encantador, e combinado com seu sorriso nervoso, ele imaginou que ela não queria nada.
— Quem, moça? — Hamish perguntou.
Ela alcançou no bolso de seu casaco e puxou algo. — Meu pai. Gary Austin.
Hamish pegou o fino objeto retangular e olhou para ele antes de dar para Logan. Logan só podia olhar fixamente para o que estava em suas mãos. Era um homem olhando de volta para ele. Ele notou as semelhanças entre o homem e a mulher a sua frente, mas eram poucas. Logan virou o objeto e olhou para o verso, mas estava em branco.
— O que é isto? — Ele perguntou.
— É uma foto do meu pai, — a mulher disse.
Foto? Que diabo era uma foto? Logan limpou sua garganta e devolveu para ela.
— Você o viu? — A mulher perguntou. — Ele me ligou três semanas atrás de Mallaig, e eu não ouvi nada sobre ele desde então.
Logan odiou que não pudesse ajudá-la. Ele queria ser a pessoa que limpou a preocupação que enchia seus bonitos olhos violeta. — Eu não o vi.
Hamish arranhou sua bochecha grisalha. — Ele parece um pouco familiar. Três semanas, você diz?
— Sim, — a mulher disse, esperança chamejando em seus olhos.
Logan sentiu outra onda de magia, esta mais potente que antes. Não havia mal entendido de que estava vindo da mulher. Uma Druidesa. Ela sabia o que era? Ela sabia o quão perto estava de uma terra onde os Druidas tinham governado?
Hamish chamou-a de americana. Isso significava que ela não sabia nada da magia em seu sangue? Sua magia era forte, mas… desfocada. Como se ela não usasse.
— Eu sou velho, você sabe, e minha memória não é o que costumava ser, — Hamish disse, — mas eu acho que lembro de vê-lo embarcar na balsa para as ilhas.
A mulher ergueu seus olhos e olhou acima da água. — Você sabe qual?
— Não, — Hamish disse com um estalo de sua língua. — Desculpe, eu não posso ajudar mais que isso, moça.
— É mais do que eu consegui, — ela disse suavemente.
Logan não estava pronto para ela ir embora — não até que ele descobrisse se ela sabia que era uma Druidesa. Se ela soubesse, poderia ajudá-lo, e agora mesmo, ele precisava de sua ajuda mais do que ele queria admitir.
— Você vai ficar por aqui? — Logan perguntou.
Ela estreitou seus olhos para ele. — Por que?
— Então, se eu lembrar mais eu posso dizer a você, — Hamish respondeu por ele.
Ela olhou de um para o outro. — Eu estou no Hotel Marine. Meu nome é Gwynn Austin.
— Gwynn. Eu sou Logan Hamilton.
* * *
Um calafrio correu por Gwynn quando o homem alto, perfeito como um modelo repetiu seu nome. Ela o viu primeiro quando esquadrinhou as docas. Ele era, sem dúvida, o homem mais magnífico que já pôs os olhos.
Ela deixou seus olhos demorarem em sua forma alta. Ele estava vestindo um kilt que viu dias melhores, como se isso fosse sua segunda pele. Seus cabelos castanhos claros, realçados com ouro, enredaram sobre seu rosto na brisa. Ela bebeu em sua forte mandíbula, memorizando.
Ele tinha uma testa larga, nariz aquilino, um queixo quadrado, e maçãs do rosto que faziam inveja. A sombra de uma barba escurecia suas bochechas, dando a ele um olhar áspero, primitivo que fez seu coração perder uma batida.
Ele tinha um rosto que garantia paixão e puro, maravilhoso, empolgante pecado.
O olhar de Gwynn ergueu para ele, e ela estava enlaçada nas profundezas avelã, pega na atração de seu direto e letal olhar. Em seus olhos verde-dourado, ela vislumbrou tristeza e… culpa que foi escondida depressa por seu sorriso encantador.
Gwynn ficou surpresa pela vitalidade e masculinidade de Logan. Ela podia dizer que ele era um homem acostumado a comandar, um homem acostumado à ação e batalha.
Um guerreiro em todo sentido da palavra.
Ela não estava acostumada a ver tais homens. Seu coração acelerou e suas palmas ficaram úmidas. Ela quis estar próxima dele, saber o que o fez ser quem ele era.
Ao mesmo tempo, sentiu uma corrente de perigo em volta dele. Se ela ficasse muito perto, era provável ele puxá-la abaixo com ele.
Gwynn era a pessoa que fazia tudo seguramente. A pessoa que nunca corria riscos, a pessoa que se mantinha — e ao seu coração — muito bem guardados. No entanto ela descobriu que queria ter uma chance com este bad boy chamado Logan.
Era uma chance, porém, que ela sabia que nunca seria capaz de ter.
Gwynn lambeu seus lábios e inspirou o ar frio do mar em seus pulmões. O ar era pesado com sal e o cheiro de peixe. O vento assobiou em volta dela, levando com ele o impacto das ondas, os gritos das gaivotas, e as conversas entre os pescadores na doca.
Apesar de tudo ao redor dela, Gwynn não podia tirar seu olhar de Logan e os músculos definidos e corpo duro que vislumbrou por baixo da camisa de açafrão e o kilt. Ela até esqueceu o que eles estavam conversando.
— Gwynn, eu sou Hamish, — o homem idoso disse, lembrando a ela que ela e Logan não estavam só. — Eu me sento nestas docas todo dia. Se eu vir seu pai, eu me certificarei de deixá-la saber.
Ela forçou um sorriso. — Obrigado, Sr. Hamish.
Ele riu. — Não, moça. Apenas Hamish. Eu espero que você ache seu pai. Poucos se perdem nestas partes.
— O que ele estava fazendo aqui? — Logan perguntou.
Gwynn tentou não examinar seus olhos hipnotizantes, mas não podia evitar. — Ele estava aqui pesquisando.
— Que tipo de pesquisa?
— Eu… eu não estou certa. Ele achou algo, um livro, isso o guiou aqui.
A sobrancelha de Logan enrugou. — Aqui? Em Mallaig? Em todos os lugares na Escócia com pedras erguidas e história, ele veio aqui?
Gwynn pensava a mesma coisa. — Se eu soubesse o que ele estava procurando, eu teria uma chance melhor de achá-lo. Tudo que eu tenho são coordenadas que eu consegui de seu celular quando ele me chamou.
— Celular? — Logan repetiu.
— Telefone móvel, — Hamish disse e arranhou seu queixo.
Gwynn continuou esquecendo que os britânicos tinham uma palavra diferente para quase tudo. Não era telefone celular aqui. Era telefone móvel.
Mó-vel, ela pensou com um sorriso.
Ainda assim, Logan não parecia entender o que era um telefone celular o que era para lá de estranho. Todo mundo sabia o que um telefone celular era.
Ela retirou seu iPhone e segurou. — Isto, — ela disse enquanto mostrou a Logan. — As pessoas conversam nisto.
Seu olhar estreitou quando ele olhou fixamente para seu telefone. — Claro.
Ela não estava comprando isto. Ele não sabia o que era um telefone celular, e que pessoa nos últimos quinze anos não conhecia isto?
Sua curiosidade sobre Logan só estava aumentando. — Claro, — ela repetiu.
Hamish olhou por cima do ombro em direção às ilhas. — A maioria das pessoas que vem para Mallaig vem para ver as ilhas.
— Esta é minha suposição também, — Gwynn disse. — Especialmente desde que verifiquei toda pousada e hotel aqui.
— Isso não leva muito tempo, — Hamish disse com uma risada.
Gwynn não podia evitar sorrir para o velho homem. — Não, realmente não levou.
Silêncio se estendeu entre os três, e embora Gwynn não quisesse partir, ela tinha seu pai para achar.
— Obrigado, cavalheiros. Vocês foram muito úteis.
Ela começou a sair quando Logan estendeu a mão e tocou em seu braço. Gwynn parou e olhou para ele. — Sim?
— Eu poderia ajudar você. Localizar seu pai.
Gwynn sempre amou o som de um sotaque escocês, e o de Logan certamente fez seu sangue correr. Mas se ele estivesse próximo, ela não poderia se concentrar em achar seu pai. Existia algo potente e atraente sobre ele.
Lembrou-a de que ela era uma mulher. E ele era um homem. Fez ela pensar sobre beijar, sobre corpos nus deslizando juntos, de prazer pecaminoso e êxtase enlouquecedor.
Ele era problema, e o mais rápido ela caísse fora era melhor.
— Eu aprecio a oferta, mas devo recusar.
— É seguro para mulheres caminhar sozinhas neste tempo?
Ela inclinou a cabeça com suas palavras. — Neste tempo? O que você quer dizer?
Logan encolheu os ombros espessos, a camisa de açafrão moldando os músculos duros. — Eu estou simplesmente preocupado com sua segurança.
— Eu tenho spray de pimenta, e conheço suficientes movimentos de caratê para cuidar de mim mesma.
Confusão nublou o rosto de Logan. Era como se ele não entendesse nada que ela disse.
— De onde você é? — Ela perguntou.
— Escócia, claro.
Ela rolou seus olhos. — Eu sei disto, mas você age como se não entendesse nada que estou dizendo.
— É seu sotaque, moça, — Hamish brincou. — Leva um pouco de tempo para acostumar.
Gwynn sabia que era mais que isto. — Você me entende? — Ela perguntou a Logan.
— Um pouco.
Ela estava surpresa que ele tinha respondido a ela, mas mais assombrosa era a verdade que ela ouviu em suas palavras. — Adeus, Logan. Hamish.
— Boa sorte, moça, — Hamish disse quando ela caminhou para docas abaixo.
Gwynn estava tentada a olhar de volta e ver se Logan a observava. Ao invés, ela se manteve caminhando, seu olhar fixado na balsa que estava sendo carregada.
CAPÍTULO CINCO
Logan achou-se procurando por Gwynn pelo resto da tarde. Tudo que ele precisava saber aprendeu de Hamish.
Quando o sol começou a se pôr e os pescadores retornaram com seus barcos, todos pararam e falaram com Hamish. Isso deu a Logan a chance que ele precisava para questionar os outros.
Mas uma vez mais, não havia nada.
Talvez ele tivesse chegado antes de Deirdre. Poderia ser que Ian não tivesse sido puxado adiante no tempo também.
Logan não podia saber com certeza.
Parte dele desejou que pudesse usar um dos telefones celulares que outros tinham e conversar com aqueles no Castelo MacLeod. Ele não estava certo como funcionava ou se aqueles no castelo teriam um desses.
Ele precisava conversar com eles, ouvir suas vozes e risos. Eles eram sua família agora. A morte de Duncan era um peso enorme em seus ombros, ainda mais pesado porque ele não estava lá para ver seu amigo ser enterrado.
Tudo porque Deirdre tinha sido levada para o futuro. Não havia tempo para ver Duncan ser enterrado. Logan tinha tomado a decisão de avançar no tempo para achar Ian. Para salvá-lo.
Desde que Logan não pode salvar Duncan.
Ele devia a Ian pelo menos isso.
A mente de Logan estava cheia com todas as coisas novas a sua volta, e ainda ele via que algumas coisas que ele sempre amou sobre a Escócia ainda estavam lá. A lealdade das pessoas, o amor pela terra. Ele viu isto em cada olho escocês.
E isso fez ele tomar uma respiração mais fácil.
Ele nunca pensou o que sua terra seria no futuro, porque ele estava muito ocupado tentando impedir Deirdre de destruir tudo isso.
— Estes ossos velhos não podem suportar o frio como eles costumavam, — Hamish disse quando se levantou. — Além disso, minha senhora terá minha cabeça se eu não chegar em casa para o jantar.
Logan sorriu quando ajudou Hamish a levantar-se.
— Você é bem-vindo a juntar-se a nós.
Não, havia coisas sobre a Escócia e sua gente que nunca mudariam. —Eu devo recusar por hoje à noite.
— Você não sabe o que está perdendo. Minha Mary faz o melhor Haggis [2 - Haggis é um prato tradicional da cozinha escocesa e consiste num bucho de carneiro recheado com vísceras, ligadas com farinha de aveia. O haggis lembra muito a buchada de bode, prato típico da culinária nordestina brasileira.] em toda a Escócia. Se você mudar de ideia, siga a estrada colina acima e vire à esquerda. Minha casa é a terceira. Não pode errar.
Logan esperou até Hamish estar absorvido na conversa com outro homem enquanto faziam seu caminho para fora das docas, antes de virar para o mar.
Logo, a atividade nas docas aquietou-se até que estava apenas Logan e alguns outros. A temperatura continuava a cair, e as nuvens distantes anunciavam uma nevasca horrenda.
Assim que o sol imergiu abaixo do horizonte e a noite cresceu por Mallaig, Logan fechou seus olhos e abriu-se para sentir a magia.
A última vez que ele fez isto foi quando ele e Galen procuraram ao redor de Loch Awe por um grupo de Druidas que se esconderam com medo de Deirdre.
A preocupação começou a espalhar por Logan quanto mais ele procurava por magia, mais ele achou apenas um fio. Aquele fio era tão fraco que era quase inexistente.
Mas ele conhecia a sensação daquela magia. Era Gwynn.
— Gwynn, — ele murmurou seu sangue aquecendo só de pensar nela.
Ele queria saber o que aconteceu com o grupo incrivelmente poderoso de Druidas que fez da Ilha de Eigg sua casa. Eles tinham uma magia incrível, uma força enorme que poderia ser suficiente para manter até Deirdre afastada.
Logan desejou mais uma vez que o Castelo MacLeod não estivesse do outro lado da Escócia. Ele devia provavelmente ir para o castelo em primeiro lugar. Mais cedo ou mais tarde ele achar-se-ia na frente dos portões do Castelo MacLeod.
Seus pensamentos, como estavam frequentemente naquele dia, retornaram para Gwynn Austin. Existia algo sobre a mulher que não permitiria que ela deixasse seus pensamentos.
Era mais que sua beleza, mais que o aço embaixo de sua fragilidade. Mais que sua magia, até mesmo. Logan não podia apontar exatamente no que era que o levava para ela, mas era poderoso o suficiente que ele sabia onde ela estava a toda hora.
Quase como se seu corpo estivesse sintonizado com o dela, o que era impossível.
Ou era?
A Escócia sempre foi rica em magia e ocorrências inexplicáveis. Os Druidas ajudaram a colocar a magia em volta deles, mas talvez não precisasse haver Druidas para ele sentir, sentir a essência de qualquer magia remanescente.
Logan sorriu e abriu seus olhos quando percebeu Gwynn assistindo-o da janela do edifício que ela estava morando. Como ela chamou isto? Ah, sim, um hotel.
Seu sorriso cresceu quando ela deixou o hotel e caminhou em direção a ele. Seus passos eram rápidos e firmes quando se aproximou dele.
— Passa da meia-noite, — ele disse quando ela parou atrás dele.
— A mudança de horário tem me bagunçado. De onde eu venho só são cinco horas. Eu estaria pensando sobre jantar agora mesmo, perguntando-me se eu queria sair ou cozinhar.
Ele quis perguntar o que ela quis dizer mas decidiu ficar quieto e ver o que foi que a trouxe para ele.
Ela abaixou-se para se sentar ao lado dele e soltar uma respiração profunda, sincera. — Eu quis vir para a Escócia desde que posso me lembrar.
— Esta é sua primeira vez aqui?
— Sim, — ela disse com um sorriso torto quando olhou para ele. — E eu não estou apreciando nada disto.
— Você ainda pode conhecer minha terra enquanto procura por seu pai.
Ela olhou para ele, seus olhos violeta examinando-o. — Não me parece certo. Eu não posso explicar Logan, mas eu sinto profundamente que algo está errado, que algo aconteceu com ele.
— Eu aprendi há muito tempo a nunca para questionar meus sentimentos. Escute seu instinto, Gwynn.
Seus ombros caíram quando ela inclinou a cabeça para trás e olhou para o céu. — Tantas estrelas. Em casa, eu nunca consigo ver o céu assim. É como tudo fosse diferente aqui. Pergunto-me por que?
— Magia.
Sua cabeça levantou e ela olhou para ele. — O que você disse?
Logan não perdeu a cautela que assumiu seu rosto deslumbrante, ou o medo que relampejou em seus olhos. — Eu disse magia. Você nunca ouviu as lendas de minha terra?
—Eu ouvi, — ela admitiu suavemente. — Quando eu era uma menina, minha avó contava-me as histórias mais maravilhosas sobre os Druidas que uma vez vagaram nesta terra.
Um tremor percorreu Logan. Talvez ela soube o que era, afinal. — Ela disse, agora? O que mais ela disse a você?
— Como com todas as histórias, existia um vilão.
— Este vilão tinha um nome, talvez?
Gwynn encolheu os ombros. — Eu não lembro. Tudo que eu recordo é que ela era muito má. Apesar da vilã, eu me lembro da vovó pintando um retrato da Escócia que me fez ansiar por estar aqui. Tão tolo quanto soa, fez-me sentir como se aqui era onde eu pertencia.
Logan decidiu ver quanto Gwynn sabia. E quanto ele teria que dizer a ela. — Existem todos os tipos de histórias sobre minha terra. Tantos homens bons morreram em batalha lutando por isto. Você conhece a história de Roma e Inglaterra?
— Eu conheço, — Gwynn disse com um sorriso. Ela virou-se em direção a Logan. — Essa era uma das histórias que vovó me contou. Eu não recordo muito, a não ser que os celtas expulsaram Roma.
— Eu devo conta-la? — Logan ofereceu.
— Eu adoraria.
Logan não estava certo do quanto sua avó disse da história original, mas ele estava para descobrir. A “história” que ele contaria era a verdade sobre como ele, e outros como dele, se tornaram Guerreiros.
— Os celtas lutaram longo e duro contra Roma por muitos anos. Várias décadas antes dos Druidas dividirem-se em dois grupos.
— Dois? — Gwynn perguntou.
— Sim. O mies, que usavam magia pura que fluía dentro deles para curar pessoas. Eles usaram sua sabedoria para guiar os líderes dos clãs e ajudar colheitas a crescerem, entre outras coisas.
— E o outro grupo?
Logan tragou, odiando até mesmo conversar sobre eles. — Os outros Druidas eram chamados droughs. Eles almejavam o poder mais que qualquer coisa. Passavam por uma cerimônia onde cortavam seus pulsos. Seu sangue, através de um feitiço, uniu suas almas com diabhul, o diabo. Aquela conexão deu a eles a habilidade de usar magia negra. E com isso eles usam um pequeno frasco ao redor de seus pescoços com seu sangue drough dentro. É chamado de Beijo do Demônio e isto, junto com os cortes em seus pulsos, eram como os droughs eram reconhecidos.
— Bem e mal, — Gwynn murmurou. — Sempre parece dar nisto.
— E ele sempre vai. Você não pode não ter um sem o outro.
— Como os Druidas entraram na história com Roma?
— Depois de anos de lutar com Roma e afastá-los longe ao norte, os celtas perceberam que precisaram de algo mais para expulsar Roma para sempre, — ele disse. — Eles viraram-se para o droughs.
— Por que os droughs? Por que não os mies?
— Porque os mies não lutam a menos que não tenham nenhuma outra escolha. Eles defenderiam aqueles ao redor deles em uma batalha, mas não iriam pela guerra. Os droughs, porém, eram diferentes. Eles tiveram uma resposta para os celtas, uma que mudou a história.
— Qual foi? — Ela se debruçou mais perto, seu olhar ávido.
— O droughs convocaram deuses que tinham sido trancados no inferno. Estes deuses eram tão antigos que seus nomes tinham sido perdidos com o passar do tempo. Eles eram malignos e sanguinários e eram justamente o que os celtas precisavam para derrotar Roma.
— Os melhores guerreiros de cada tribo concordaram em hospedar os deuses. Uma vez que o droughs libertaram os deuses de sua prisão, eles assumiram o comando destes homens, criando Guerreiros.
As sobrancelhas de Gwynn ergueram quando soltou uma respiração. —Nada disto estava em qualquer livro de história que eu li, mas recordo algo das histórias de vovó.
— Isto não está em qualquer livro, Gwynn. Estes Guerreiros derrotaram Roma rapidamente. Roma não pôde deixar nossas orlas rápido o suficiente, mas uma vez que partiram, os celtas foram deixados com homens que eram mais deuses que mortais. Os Guerreiros viraram-se um ao outro e para qualquer um que cruzasse seu caminho. Onde nossos rios e terra correram vermelhos com o sangue dos Romanos, agora corriam com o coração e alma da Inglaterra.
Logan parou enquanto observava
Gwynn. Ela conhecia a história, ou pelo menos parte dela. Isso significou que houve um Druida em algum lugar em sua família. Era o papel do Druida passar a história para seus descendentes então os mesmos erros não seriam repetidos.
— Os celtas imploraram aos droughs para remover os deuses, mas apesar da poderosa magia negra que os droughs possuíam, eles não puderam forçar os deuses a abandonarem seus hospedeiros. Sem outra escolha, os droughs voltaram-se para os mies. Foi a primeira — e última — vez que os Druidas trabalharam unidos. Desde que nenhum feitiço que eles lançaram pode remover os deuses, eles inventaram um caminho para prender os deuses dentro dos homens.
— Prender? — Gwynn perguntou. — Eu não entendo.
— Sim. Com a amarração no lugar, os deuses não poderiam controlar os homens. Os homens despertaram sem memórias do que eles fizeram para os Romanos ou sua própria gente. Eles nunca souberam dos deuses ainda dentro deles, deuses que mudavam, pela linhagem de sangue, para o Guerreiro mais forte de cada família. Os Druidas, porém, lembravam. Eles ficaram perto das famílias dos Guerreiros em caso deles precisarem.
Gwynn colocou uma mecha negra de cabelo atrás da orelha e colocou suas mãos nos bolsos de seu casaco. — Eu gostaria de pensar que isto é só algum conto alto, mas … de alguma maneira eu sei que não é. A história não termina aí também, termina?
—Não termina.
— Eu não estou certa que quero ouvir o resto.
Logan gostou como Gwynn estava à vontade ao lado dele. Isso mudaria quando ela descobrisse que ele era um Guerreiro, que tinha um daqueles deuses primitivos dentro dele?
— Minha imaginação sempre tem sido viva, — Gwynn disse enquanto olhava para qualquer lugar exceto nele. — Ainda assim, enquanto você falava, era como se eu estivesse lá, que eu era um daqueles Druidas. Eu vi tudo, Logan. — Ela finalmente olhou para ele. — Como pode ser isso?
— Eu disse a você. É a magia de minha terra. — A razão real era que Gwynn era uma Druida, mas ele queria esperar antes de dizer tudo a ela. Espere e veja o quanto ela sabe.
— Você acredita que realmente existiam Druidas?
— Eu sei isto por um fato, moça. Eu conheço muitas mulheres que são Druidesas.
Ela piscou surpresa, então encolheu os ombros. — Existem muitas pessoas que reivindicam ser algo que elas não são.
— Você não confia facilmente, não é?
Lentamente, ela agitou sua cabeça. — Não enquanto não existir ninguém merecedor de dar minha confiança.
CAPÍTULO SEIS
Gwynn queria desconsiderar tudo que Logan disse a ela. Mas não podia. De alguma maneira, de alguma forma, profundamente em sua alma, ela não apenas já ouvira suas palavras antes, mas ela sabia que elas eram verdadeiras.
Fato.
Realidade.
A pergunta era: como ela sabia?
— Você terminará a história?
Os olhos castanhos salpicados com ouro de Logan encontraram os dela. Ela olhou para seus grandes lábios finos e perguntou-se como sentiria ter aqueles lábios nela. Ter suas grandes, calosas mãos segurando-a contra todo aquele músculo duro de seu corpo. Ela se agitou mentalmente e se encolheu mais fundo em seu casaco.
— Se você tiver certeza que quer ouvir isto.
— Eu não acho que tenha, mas acho que preciso.
Logan deu um assentimento único. — Os deuses ficaram saltando dentro dos homens por muitos anos. Os droughs e mies dividiram-se mais uma vez e a vida continuou como era. Mais invasores vieram para a Bretanha, mas ninguém, muito menos os Druidas, quiseram soltar os deuses, por medo de não serem capazes de prendê-los novamente. Ninguém quis ver a Bretanha destruída, mas a perda de sua gente era ainda mais temida.
— Então a Bretanha caiu primeiro para os saxões e então, para outros.
— Sim. Até um dia que uma jovem drough achou um pergaminho que se pensava havia sido destruído. Aquele pergaminho tinha o feitiço para libertar os deuses, e ele dava a drough um nome de um clã — MacLeod.
Gwynn soltou um suspiro. — Eu não acho que já ouvi esta parte da história.
— Esta drough pegou o pergaminho e deixou sua aldeia. Ela escondeu-se em uma montanha.
— Cairn Toul, — Gwynn disse, então cobriu sua boca com a mão quando olhou fixamente para Logan. — Como eu sabia disto?
Seu olhar era firme à medida que disse, — Você ouviu a história.
— O nome da drough? Qual era?
— Deirdre.
Um calafrio correu pela espinha de Gwynn. Ela ouvira essa parte desta história antes. A vilã nas histórias da avó era sempre chamada Deirdre. — O que este Deirdre fez com pergaminho?
— Ela procurou pelo grande clã MacLeod para achar um guerreiro que tinha o deus dentro de si. Descobriu três irmãos iguais em todos os sentidos. Ela destruiu seu clã, matando todo mundo exceto os irmãos. Emboscou-os em sua montanha onde libertou cada deus do irmão. E criou Guerreiros mais uma vez.
— Eles não seriam tão ingovernáveis quanto os primeiros Guerreiros?
— Não, — Logan disse suavemente quando girou sua cabeça para o mar. — Este feitiço limitou os poderes dos deuses. Porém, o deus podia ganhar o controle se o homem não fosse forte o suficiente para controlá-lo.
Gwynn olhou fixamente para o perfil de Logan. Existia algo em suas palavras, dor, remorso e vergonha, isso disse a ela que esta história era mais que meras palavras para ele.
— Depois disto, Deirdre começou a achar outros homens que tinham um deus dentro deles, — Logan continuou. — O tempo todo, ela caçou e capturou Druidas que matava a fim de roubar sua magia.
Gwynn não sabia o que dizer, não sabia se existia qualquer coisa para dizer. A história era muito selvagem para ser verdade, ainda assim como podia sua avó saber a mesma história?
Logan limpou sua garganta, devolvendo sua atenção para ele. — Os MacLeods escaparam, mas outros não foram tão afortunados. Muitos Guerreiros foram derrotados pelo seu deus, o que permitiu que Deirdre os usasse para seu proveito. Mas haviam outros que se uniram com os MacLeods para lutar contra ela.
— O que aconteceu com ela? Os MacLeods ganharam?
O rosto de Logan endureceu quando ele balançou sua cabeça para olhar para ela. — Eu não sei, moça. A batalha ainda ruge.
Por um segundo, Gwynn acreditou nele. Então ela riu. — Você me pegou por um minuto, Logan. Você é um contador de histórias incrível. É isso que você faz para viver?
Ele franziu. — Eu não sei o que você quer dizer.
— Esta é a segunda vez hoje que você disse isto. Por que você não sabe o significado de minhas palavras?
— Se eu dissesse a você, você não acreditaria em mim.
— Tente.
Ele agitou a cabeça. — Se você não acredita na história que eu acabei de contar, então não adianta.
Mas Gwynn queria saber. Sua curiosidade estava persuadindo-a a pedir, implorar, qualquer coisa para descobrir o que fazia Logan tão diferente dos outros homens. O que a fazia querer saber cada segredo que ele tinha. Conhecer o homem que ela sentia que ele mantinha escondido.
— Olhe para as ilhas, — Logan pediu.
Gwynn levantou uma sobrancelha, mas quando Logan olhou para ela, ela suspirou e olhou através do mar. — Certo. Agora o que?
— Feche seus olhos.
Novamente, ela hesitou.
Logan se debruçou perto e sussurrou em sua orelha, — Confie em mim, Gwynn.
Com sua mão na lata de spray em seu bolso, Gwynn deixou suas pálpebras fecharem.
— Bom, — Logan murmurou. — Agora, pense sobre a Escócia e a beleza selvagem, indomada desta terra. Deixe a magia que tem sido parte da Escócia e sua gente cercar você e encher sua alma. Ouça o chamado do passado. Sinta os antepassados que uma vez chamaram Eigg de casa. Sinta o poder, o poder dos Druidas.
Em cada palavra que Logan sussurrava em sua orelha, Gwynn sentia-se caindo mais fundo dentro dela mesma. O som de tambores e suaves cânticos melódicos encheu suas orelhas.
Faíscas de cor relampejaram atrás de suas pálpebras quando o cântico ficou mais alto. Ela não entendia as palavras, repetidas várias vezes, mas reconheceu o poder nelas.
Algo chamejou dentro dela, o mesmo algo que ela afastou anos atrás. Mas não seria negado agora. Pulsou dentro dela, crescendo, subindo da mesma maneira que o cântico.
Magia.
Os olhos de Gwynn abriram de repente, seu olhar preso em Eigg. De repente, ela podia ouvir a voz de sua avó em sua cabeça dizendo a ela sobre seus antepassados, sobre os Druidas que viveram em uma ilha pequena chamada Eigg na costa do oeste da Escócia.
Como Gwynn esqueceu isto? Ela era uma criança pequena quando a avó morreu, mas até este momento com Logan, Gwynn não recordara nada sobre Eigg.
Ou Druidas.
Gwynn girou sua cabeça para olhar para Logan. — O que você fez?
Um sorriso lento, satisfeito puxou em seus lábios. — Sua magia é… forte. Ou os Druidas de Eigg se foram ou eles suprimiram sua magia, da mesma maneira que você quase fez.
Gwynn levantou-se e agitou sua cabeça quando olhou para Logan. — Pare com isto. Eu não tenho magia.
— Não adianta negar isto. Eu não só posso sentir isto, mas você pode também. Agora. Por que você a enterrou?
Memórias de coisas pequenas, inexplicadas que aconteceram quando ela era apenas uma criança encheram a mente de Gwynn. Ela costumava fazer as plantas da sua mãe crescerem; Costumava assistir como uma semente germinava e amadurecia em questão de momentos com sua ajuda.
Ela tinha eventualmente recusado escutar o chamado de sua magia depois que sua mãe levou-a a todos os tipos de médicos para descobrir o que fazia sua filha tão — errada.
— Oh, Deus, — Gwynn disse quando começou a se sentir doente.
Logan de repente estava de pé ao lado dela, suas mãos em seus braços para estabilizá-la. — Você sente isto, sua magia?
— Por que? — Ela perguntou a ele. — Por que você me fez lembrar? Por que você me fez sentir minha magia novamente?
— Porque eu preciso de você, Gwynn. Todos nós precisamos.
Ela afastou-se dele, fora de seu agarre, fora do calor que começou a cerca-la. — Eu tenho que achar meu pai.
— O que você realmente pensa que trouxe seu pai aqui? — Ele perguntou quando ela afastou-se um passo dele.
— Eu não sei.
— Você sabe, — Logan insistiu quando aproximou-se um passo. — Por que, Gwynn?
— Qual o seu interesse em Eigg e nos Druidas? — Ela exigiu.
Ele pausou, como se considerando o que dizer. — Isto é o por que eu fui trazido aqui. Você não tem nenhuma ideia quão importante você, e os Druidas, são.
Ela olhou para seu hotel e apertou seus dedos no spray. — Você é louco.
— Não. Eu estou dizendo a verdade. Você pode não querer ouvir isto, mas eu quero. Agora diga-me o que traria seu pai aqui?
Gwynn não sabia o que a fez até considerar dizer a Logan, mas depois de tudo o que ela experimentou aquela noite e as memórias que agora inundaram sua mente, ela não podia não dizê-lo.
— Minha mãe odiava que eu fosse… diferente. Entre os médicos e medicamentos que eles me deram, eu me forcei a esquecer sobre o que eu podia fazer. Meu pai, por outro lado, achava isto maravilhoso. Eles constantemente discutiam, e quando eu parei de fazer as coisas que chateavam minha mãe, meu pai perdeu o interesse em mim. Mas nunca em sua linhagem. Ele era obcecado em saber sobre seu passado. Minha tataravó veio para a América da Escócia. Diziam que ela era uma bruxa.
Logan passou uma mão por seu cabelo marrom dourado no comprimento do ombro e sorriu pesarosamente. — Seu pai podia fazer alguma magia?
— Não que eu saiba. Ele estava sempre pesquisando magia e seu efeito em culturas como um antropólogo.
— Se ele viesse a Mallaig a procura de Druidas, ele poderia ter tropeçado em algo que ele não deveria achar, — Logan disse.
Gwynn estremeceu. — Eu sei.
— Você está indo para as ilhas pela manhã?
— Eu estou.
Logan deu um passo mais perto dela. — Permita-me acompanhar você, Gwynn.
Houve um flash de algo feroz e animalesco em seus olhos castanhos. — Por que?
— Se alguém machucou seu pai, o mesmo destino poderia acontecer a você quando for procurar. Eu não posso permitir isto.
Ela não pensou sobre isto, mas Logan tinha um ponto. — E como eu sei que posso confiar em você?
Seus olhos arderam com intensidade. — Eu prometi proteger os Druidas com minha vida.
— Oh. — Ela quis desprezar suas palavras, ir embora e esquecer sobre ele. Mas não podia.
Nem queria.
CAPÍTULO SETE
19 de dezembro
Não importa o quão duro ela tentasse, Gwynn não pôde dormir mais que meia hora depois de deixar Logan nas docas.
Tudo que ele disse misturava em sua mente com memórias de sua infância até que sua cabeça latejasse com a tensão. Para piorar, enquanto ela derivava em seus pensamentos, justo antes do sono reivindicá-la, ela recordou uma briga que sua mãe teve com a avó sobre a magia de Gwynn.
Gwynn finalmente desistiu de descansar e levantou-se para andar por seu pequeno quarto de hotel até que o céu da noite se iluminasse com um novo dia. Ela penteou seu cabelo, vestiu-se, e rapidamente escovou seus dentes antes de sair do seu quarto. Ela estava colocando sua pesada jaqueta preta quando desceu para o salão de entrada.
— Bom dia, senhorita, — disse o alegre ruivo atrás da escrivaninha.
Gwynn forçou um sorriso. — Bom dia.
Não era bom. Nada era bom agora, e não ficaria melhor até Gwynn achar seu pai.
Ela não estava surpresa por ver Hamish e Logan mais uma vez nas docas. Gwynn não estava certa se Logan tinha algum lugar para ir ou se ele só preferia ficar perto do mar.
A fim de chegar à balsa, ela tinha que passar pelos dois homens. Quando ela preferia passar por eles completamente. O sorriso maroto de Logan disse a ela que ele sabia que ela não queria falar com ele.
— Você descansou bem, moça? — Hamish perguntou.
Gwynn assentiu.
— Oh. Isto não é bom. Você comeu?
Gwynn suspirou, procurando por paciência que pareceu tê-la abandonado aquela manhã. — Não, eu não comi.
Hamish estalou a língua e franziu o cenho. — Não é bom começar o dia sem uma comida decente.
— Eu tenho uma barra em minha bolsa, — Gwynn disse e olhou abaixo na bolsa preta em seu ombro. — Eu ficarei bem.
— Nós devemos ir? — Logan perguntou.
Gwynn debateu consigo mesma a noite toda sobre se ter ou não Logan acompanhando-a. Ela não o conhecia, então ela estava desconfiada. Ainda uma parte dela, uma parte que ela sentiu novamente ontem à noite pela primeira vez em anos, reconhecia suas palavras como verdade.
O que ainda não significava que ele era de confiança.
Gwynn suspirou. Logan era um escocês, e isso significou que ele poderia levá-la a lugares que ela não iria caso não soubesse procurar.
Como se sentindo sua relutância, Logan disse, — Eu te dou minha palavra como um Highlander que não permitirei qualquer dano a você, Gwynn, por mim ou qualquer outro — ou qualquer outra coisa.
— Certo, — ela concordou. — Mas o momento que eu pensar que você está tentando...
— Esse tempo não virá, — Logan declarou seu rosto marcado com linhas duras. — Eu dei minha palavra.
Hamish solenemente assentiu. — A palavra de um Highlander é para ser tomada seriamente, moça.
— Veremos. — Gwynn deu um aceno para Hamish e partiu para a balsa.
O som das botas de Logan atrás dela ajudou a acalmar seus nervos, que de repente estavam no limite. Ela andou sobre a balsa e caminhou para a grade onde podia ver as ilhas.
— Você não dormiu, — Logan disse.
— Depois de tudo que você me disse ontem à noite você esperava que eu dormisse? — Gwynn perguntou, e deu-lhe um olhar para deixá-lo saber o quão irritada ela estava.
Logan encolheu os ombros. — Você estava exausta ontem. Se você não cuidar de si mesma, Gwynn Austin, você não estará em condição de achar seu pai.
Ela piscou seus olhos ásperos, que ficou pior quando a balsa partiu e o vento começou. — Por que você quer vir comigo?
— Porque você é um Druida.
Era tudo que ela podia fazer para não rolar os olhos. — Diga-me novamente como você soube, — ela disse enquanto virou-se para olhar para ele.
Seus olhos castanhos, verdes e azuis misturados com manchas douradas, observou-a como se tivesse achado a coisa mais interessante na Terra. Fez Gwynn ficar incômoda. Os homens não olhavam para ela daquela forma.
— Bem? — Ela incitou quando ele não falou.
Os lábios de Logan ergueram-se em um sorriso torto que fez seu coração perder uma batida. — A noite passada você não queria acreditar em mim. Agora você acredita?
— Eu sinto isto, — ela sussurrou e olhou ao redor para ver se alguém a ouvia. — Dentro de mim.
— Eu soube o que você era porque eu, também, senti sua magia.
— Como isto é possível?
— Eu não estou certo que você queira saber a resposta para isso.
Ela não estava certa que queria, também, mas ela tinha que saber. — Você me dirá?
— Sim, se for seu desejo.
— Você não quer, entretanto, não é?
Suas narinas chamejaram quando exalou e olhou as escuras águas azuis que cercavam eles. — Você acabou de aprender o que é. Você pode ter sido informada de partes da história que eu recontei ontem à noite, mas bem no fundo não quer acreditar em mim.
Gwynn virou de forma a que suas costas ficassem contra a grade. — Tudo que você diz é verdade, mas como posso saber o que está realmente acontecendo se eu não souber a história inteira?
— Eu posso ter posto você em perigo lembrando-a de sua magia. Se eu não disser mais, ela pode ignorá-la.
— Ela quem?
Ele levantou suas sobrancelhas douradas, seus lábios apertados.
— Deirdre, — Gwynn murmurou.
— Sim. Ela é muito real, Gwynn. Se você não acreditar em nada mais, acredite no que eu disse a você sobre ela.
Gwynn olhou para longe de seus olhos hipnotizantes e suas características ásperas para ver que todo mundo na balsa estava olhando para ele.
Ela pegou o batom de sua bolsa e aplicou em seus lábios enquanto foi mais perto de Logan.
— O que é isso? — Ele perguntou enquanto assistia ela retocar o batom.
Era só outra coisa que a fez franzir o cenho. Quem não sabia o que era batom? Em vez de responder, ela disse, — Seu kilt parece autêntico. Quase como se você vestisse isto por anos.
O interesse em seus olhos castanhos enfraqueceu quando ele ficou ciente dos outros cavaleiros na balsa. — Você diz isto porque as pessoas estão me olhando.
Não era uma pergunta, nem ela tratou isto como uma. — Existem escoceses olhando para você como se eles nunca viram alguém como você antes. Então, existem as mulheres, que praticamente estão babando em cima de você. Você não sabe o que é um telefone celular ou batom. Esses são artigos comuns que todo mundo reconhece.
A mandíbula dele tencionou enquanto ele segurava o olhar dela. — Uma vez que você saiba, não há não volta.
— Eu não queria isto de outra forma.
— Você diz isto agora.
— O que você pensa que acontecerá comigo se eu souber?
Logan esperou até a balsa aportar antes dele pegar o cotovelo de Gwynn e ignorar o flash de desejo que o simples toque causou. Ele a conduziu pela ilha e levou-a longe das multidões.
— Logan, — ela disse em advertência.
— Você quer saber o que acontecerá para você? — Ele perguntou quando parou.
Gwynn virou para enfrentá-lo, seus cabelos pretos voando ao vento. Ela vestia o mesmo boné rosa, que cabiam confortavelmente em sua cabeça e cobria suas orelhas. A mistura de rosas só destacou ainda mais a cor vívida de seus olhos.
— Sim, — ela disse. — Eu quero saber o que pode acontecer para mim.
— Deirdre caçará você. Ela pegará você e drenará qualquer magia que você tenha e então a matará. Ela gosta de torturar os Druidas para quaisquer informações que possa ajudá-la. Você pode ser valente agora, Gwynn, mas eu vi o que Deirdre faz aos Druidas. Você não quer qualquer parte disto.
Cautela passou por Gwynn. Toda vez que ela pensava sobre Deirdre, uma frieza apoderava-se dela. Não importa o que ela queria, ela não podia ignorar esse sentimento. — Eu não estou certa que deva acreditar em você.
— Só existe uma maneira para provar isto, e isto é com Deirdre. Eu prefiro não trazê-la nisto.
Gwynn olhou para o chão. — Você está me assustando.
— Bom. Eu prefiro ter que você assustada a não dar atenção às minhas palavras.
— Certo, — ela disse e firmou seus ombros. — De novo, em que ilha nós estamos?
— Eigg. — Logan estava entristecido pela perda dos poderosos Druidas que chamaram a ilha de casa.
Os olhos de Gwynn ficaram distantes e ela passou por ele para caminhar ao longo da orla. Ela parava de vez em quando para olhar para algo, como se sua mente a tivesse levado para longe.
— O que é isto? — Logan finalmente perguntou.
Lentamente, ela girou para enfrentá-lo. — Eu não sei. É quase… é quase como se eu conhecesse este lugar.
— Se seus antepassados vieram de Eigg, faria sentido que você reconhecesse isto por causa de sua magia. A magia dos Druidas é infinita, Gwynn. Quanto mais forte o Druida, mais forte a magia.
— Talvez, — ela disse com um encolher de ombros. — Eu nunca estive aqui antes. Eu nem sequer vi fotos. Como posso sentir uma conexão com um lugar que eu não conhecia até recentemente?
— Magia é uma entidade potente. Os Druidas podem ter desaparecido deste lugar, mas magia residual ainda permanece. Você pertence aqui.
— Eu acho que sim, — ela disse enquanto fechou seus olhos. — Você sente isto?
Logan estava imediatamente em alerta. — O que?
— Eu sinto magia, mas é diferente da minha. Isto é magia antiga. Muito velha.
Logan se agachou e colocou a mão no chão. — Eu vim aqui uma vez para achar um artefato antigo que ajudaria a derrotar Deirdre. O objeto, a Placa de Orn, comporta uma grande magia. Pode ser isso o que você esteja sentindo.
— Você não sente esta magia?
— Eu sinto agora, — Logan disse quando se levantou. — Eu espero que signifique que o artefato ainda está aqui.
— Por que você não pegou isto antes?
Logan moveu-se quando um grupo de turistas aproximou-se deles. — Deirdre. Eu estava com outro Gue... amigo. Nós fomos enviados aqui para convencer os Druidas a nos receber na ilha. Depois disso, nós falaríamos com eles para dar-nos o artefato ou o roubaríamos. Antes de podermos chegar à ilha, Deirdre atacou e matou Duncan.
Quando Gwynn não fez outra pergunta, ele girou sua cabeça para olhar para ela. Ela estava olhando-o pensativamente, como se estivesse montando um quebra-cabeça. — Você estava tentando chegar a Eigg quando os Druidas estavam aqui?
— Sim. — E então ele percebeu seu engano. Ele não queria dizer a Gwynn quem ele era ou de quando ele veio. Ela já estava assustada o suficiente sem adicionar mais peso a seus ombros.
— Quando foi isto, Logan?
Ele suspirou e esfregou a parte de trás de seu pescoço. — Muito tempo atrás.
— Quanto tempo? — Ela insistiu.
— Gwynn. Você não quer realmente saber.
— Oh, mas eu quero.
Logan soube que não havia modo de não contar a ela. Ele podia mentir, mas se quisesse que ela acreditasse em todo resto que disse a ela, ele tinha que ser verdadeiro agora também. — O ano era 1603.
Por várias batidas do coração Gwynn fez nada além de olhar fixamente para ele. Então ela começou a rir.
— Como eu atraio as pessoas loucas? — Ela perguntou a ninguém em particular.
Logan não estava certo do que “louco” queria dizer, mas ele tinha uma ideia. — Eu não sou maluco, Gwynn.
— Oh, mas você é, — ela disse quando olhou para ele, seus olhos violeta brilhando intensamente. — Não há forma nenhuma que alguém possa viver por mais de quatrocentos anos.
— Existem realmente um par de maneiras. Eu cheguei neste tempo ontem, que é o porquê eu não sei o que é aquele tubo que você coloca em seus lábios, ou este telefone celular você falou.
Ela agitou sua cabeça e esfregou suas têmporas com os dedos. — Isto não pode ser real.
— A maioria acredite sobre magia também, mas você sente isto dentro de você. Você usou quando era uma criança. Se magia é real, por que não é crível que eu viajei de meu tempo até o seu?
— Porque viagem no tempo não é possível, — ela disse entre dentes, o riso sendo substituído por raiva e frustração. — Como, exatamente, você fez a viagem no tempo?
— Eu fui enviado aqui pelas Druidesas do Castelo MacLeod. Eles juntaram sua magia e mandaram a mim e a outros três aqui.
— Há mais de você caminhando ao redor? — Ela disse seus olhos largos com horror.
Uma vez que ela soubesse do deus dentro dele, ele perguntou-se se aquele horror seria dirigido a ele. — Sim.
— Por que você foi enviado aqui?
— Porque Deirdre foi puxada de nosso tempo até este aqui. Ela levou outro de nós com ela. Nós estamos aqui procurando por Ian, e para completar nossa missão.
— Achar o artefato? — Gwynn perguntou.
— De fato.
Ela começou a caminhar e Logan foi ao lado dela. Eles continuaram em silêncio por um tempo antes dela parar e virar-se para ele.
— Digamos que eu acredite em tudo que você disse. Como você acharia Ian e Deirdre?
Logan encolheu os ombros. — Eu não estou certo. Eu poderia sentir a magia de Deirdre. Ian é uma história completamente diferente.
— Por que ela tomaria Ian?
— Duncan era seu gêmeo. Eu acredito que quando Deirdre foi jogada no tempo, havia uma conexão entre ela e Duncan que se transferiu para Ian.
— Que é o que o fez viajar no tempo, — ela terminou. Ela agitou sua cabeça com cabelo de meia-noite. — Isto é tudo tão surreal.
— É a verdade, — Logan jurou. — Eu estava procurando por Ian quando eu fui atraído mais uma vez para Eigg. Para mim, Duncan morreu só alguns dias atrás. Eu acho que sua morte foi o que me atraiu para a ilha, entretanto eu encontrei você. Eu não estou certo se foi Duncan, minha missão, ou você que me chamou aqui.
— Se tudo que você disse é verdade, então você precisa achar Ian.
— Minha promessa é para proteger os Druidas. Isso significa você. Uma vez que eu saiba que você está protegida de Deirdre, então eu procurarei por Ian.
— E o artefato?
Ele sorriu. — Você está dizendo que acredita em mim?
— Eu estou sendo indulgente com você, — ela disse com um elevar altivo de seu queixo.
O sorriso de Logan cresceu. No momento, isso era suficiente.
CAPÍTULO OITO
Deirdre não pensou que pudesse abominar ninguém mais do que os MacLeods, mas aparentemente ela estava errada. O ódio queimou ardentemente dentro dela por Declan Wallace — o homem que pensou que pudesse- comanda-la.
Mas nenhum homem comandava Deirdre.
— Eu pensei que as novas roupas iriam pelo menos me conceder algum sorriso, — Declan disse enquanto se debruçava contra a entrada de sua câmara.
Deirdre olhou abaixo para as novas roupas que vestia agora. As calças de couro ajustadas firmemente contra suas pernas. O top era do mesmo couro preto e moldado para seus seios e torso.
Parecia estranho não vestir um vestido, mas ela apreciou a liberdade que as calças deram. Sem mencionar como faziam seu corpo parecer.
As botas pretas de salto alto. custou um pouco a se acostumar, mas Deirdre gostou bastante da altura que elas deram.
Indiferentemente, seu prazer acima das roupas não podia dispersar sua raiva. Ou a vingança que ela conspirava.
— O que você quer, Declan?
Seu sorriso ficou mais corajoso quando ele se afastou da porta e caminhou em direção a ela. Ele olhava como se tivesse sido santificado pelo sol com seu cabelo e pele dourada. Aqueles cabelos dourados caíam sobre seu rosto no que parecia desordenado, mas Deirdre o viu enfeitando-se diante do espelho, fazendo toda mecha perfeita.
Ela olhou as roupas dele e lutou para lembrar-se como ele as chamou. Ah, sim. Um terno. O material era preto e tinha sido feito sob medida só para ele. A camisa branca destacava sua pele bronzeada.
Declan, com sua mandíbula forte, lábios cheios, e olhos azuis intensos, era mais que bonito. Mas Deirdre não estava impressionada com sua aparência ou sua magia.
— O que eu quero, — Declan disse com um sorriso astuto, — é você, Deirdre.
— E o que faz você pensar que pode me ter?
— Porque eu tenho os meios para dar-lhe tudo que você sempre quis.
Ela levantou uma sobrancelha. — Eu estava bem no caminho de conseguir o que eu queria sem você.
Declan riu e moveu-se com lentos passos calculados em direção a ela. — Você falhou. Como você acha que eu pude trazê-la para o meu tempo? Se você tivesse sucesso, teria governado tudo. Ainda assim, olhe para meu mundo, Deirdre. Ninguém nem sabe seu nome.
Ela fechou sua mão, desejando com toda sua força que pudesse enviar uma explosão de magia para ele.
— Druidas estão tudo, menos desaparecidos, — Declan continuou desavisado de sua fúria. — Os MacLeods venceram você. Eles terminaram qualquer reinado que você pensou que tivesse. Eu intervim antes dos MacLeods poderem ganhar.
Deirdre inspirou profundamente e cruzou seus braços acima de seu tórax. — Então você diz. Como eu sei que você não mente? Como sei que você não me arrancou para seu tempo assim poderia compartilhar minha glória?
Declan parou na frente dela. — Cada menção de sua voz, de seu cabelo incomumente branco e olhos. E de sua beleza. Eles não mentiram.
— Elogios? Por que?
— Porque eu quero você. Não só ao meu lado para governar este mundo patético, mas em minha cama. Deixe minha semente enchê-la. Vamos trazer a criança da profecia.
— A criança que era para eu ter tido com Quinn MacLeod?
— Essa.
Deirdre considerou Declan. Seria fácil o suficiente levá-lo para sua cama. Ela viu seu corpo em baixo de suas roupas e viu a definição de seus músculos firmes. Declan era quase tão vaidoso quanto ela era.
— Onde estão meus Guerreiros?
O olhar inteligente dizia que ele percebeu que ela estava mudando de assunto. — Eles estão… aprendendo a adaptar-se.
— Eu preciso vê-los.
— Não ainda, — Declan vetou.
Deirdre deixa suas mãos caírem para seus lados. — E meus wyrrans?
— Eles também estão ajustando-se, embora mais alto que os Guerreiros. Parece que você inspira lealdade.
Deirdre ignorou as mobílias ricas ao redor dela. Por toda a mobília pródiga e material luxuosos, não havia nenhuma janela em seu quarto.
— Onde estamos, Declan?
— Na Escócia, como eu disse antes. Você está em minha casa.
— Você diz. Deixe-me ver o lado de fora.
Ele encolheu os ombros. — Logo.
— Você pretende me manter prisioneira?
Declan correu um dedo abaixo do braço dela coberto de couro. — Eu não tenho nenhuma intenção de deixar você ir, Deirdre. Você deveria ser minha, e eu pretendo ter você.
Ansiedade ondulou por ela pelas palavras dele. Ela não sabia quanta magia ele tinha, mas ele colocou feitiços no lugar que a impedia de usar sua própria magia.
Por enquanto.
Ela não pretendia ficar na casa dele muito tempo. Sua montanha estava chamando-a.
— Fique confortável, — Declan disse quando virou e dirigiu-se à porta. — Há muitos programas interessantes na televisão. Eu estou certo que você recorda como eu mostrei a você como usá-la.
Deirdre olhou fixamente para ele quando ele parou na porta e olhou para ela por cima do ombro. Com um último sorriso, ele se foi. A porta fechou e trancou atrás dele.
Ela girou ao redor, raiva correndo por ela. Sua magia nadava dentro dela, ávida por ser usada.
E ela usaria.
Por três meses ela tinha sido bloqueada na casa de Declan. O primeiro mês ela tinha estado tão louca com fúria que ele teve que a conter. Ela nunca sentiu tão… impotente.
E isso só aumentou sua raiva, até que a consumiu.
O segundo mês, depois que ela se tranquilizou, ele a trouxe para esta câmara, que ela veio a odiar. Não havia nada para fazer, nada para ver. Era pior porque ela não podia usar magia dentro dela.
Nem podia responder o chamado de sua montanha.
Deirdre caminhou para a cadeira azul escura no canto do quarto. Ela se sentou e fechou seus olhos. Ela podia não ser capaz de usar sua magia, mas nada podia abstê-la de seus wyrrans e dos Guerreiros.
Um sorriso puxou em seus lábios quando ela ouviu o wyrran em sua mente.
— Logo, meu bem, — ela sussurrou. — Diga-me o que você vê.
* * *
Gwynn mostrou a foto do seu pai para todo mundo que ela encontrou em Eigg, e ainda ela não descobrira nada.
— É como se ele desaparecesse, — ela disse. Qualquer esperança que ela sentira na véspera se foi.
Desespero apareceu, e ela não estava certa que podia afastá-lo.
— Nós o acharemos.
A voz profunda de Logan soou próximo a ela. Ela tinha estado tão perdida em seus pensamentos que esqueceu que ele estava ali.
Ele não era como qualquer homem que ela conhecesse. Ele não conversou sobre si mesmo ou qualquer coisa que ele pensou que fosse bom. Ele simplesmente estava lá para ela. Ele escutava quando ela falava, e dava a sua opinião se ela precisasse disto.
Onde ele tinha estado toda sua vida?
No século dezessete.
Gwynn estremeceu interiormente. Como ela podia acreditar que ele tinha viajado para seu tempo?
Mas como ela podia ignorar isto quando ela sentia a magia dentro dela?
Magia!
Não deveria existir. Oh, certo, existiam telecinéticos, que supostamente podiam mover objetos com suas mentes, e psíquicos, que podiam ver no futuro.
Mas magia?
Se ela aceitasse a magia dentro dela, e que ela era descendente de Druidas, então ela tinha que aceitar tudo que Logan disse como verdade.
— Machucou? — Ela perguntou a ele quando parou. — Quando você foi puxado para meu tempo? Machucou?
Logan encolheu os ombros casualmente enquanto cruzava os braços acima de seu tórax. — Não. Foi a ausência de qualquer luz ou som que me aborreceu mais. Por que? Você deseja viajar no tempo?
— Não mesmo, — Gwynn disse apressadamente. — Eu gosto da minha vida no Texas.
— Tex-ez, — ele repetiu devagar.
Gwynn riu. — Sim. Texas.
— E este lugar é onde? — Ele perguntou quando tocou em seu braço para guia-la longe de um grupo de pessoas que se aproximava.
Quando sua mão soltou, seus dedos roçaram os dela. Calor queimou sua pele onde os dedos de Logan tocaram nela. Aquele simples contato fez seu coração correr e seu corpo balançar em direção a ele.
Consciência de sua masculinidade, de sua força, e o poder que irradiava dele a engolfaram.
Ela quis mover-se mais perto dele, sentir seu calor. E suas mãos nela.
— Gwynn?
Ela piscou e tentou deixar seu corpo sob controle. O que estava errado com ela? Nunca em sua vida tinha reagido a um homem como ela reagia a Logan.
— Seu rosto está corado, — Logan disse quando pôs sua mão na parte mais baixa de suas costas e a manobrou para um banco.
Gwynn teve o desejo louco de deitar sua cabeça em seu ombro. A sensação de sua mão, até por suas roupas, só ajudou a construir a necessidade crescente dentro dela. Uma necessidade que assustou e intrigou.
— Sente-se, — Logan disse quando suavemente a empurrou abaixo. — Você precisa comer.
Gwynn tragou e pegou em sua bolsa com uma barrinha energética. Elas não eram as coisas mais gostosas, mas eram comida rápida e fácil.
— Eu estou bem. Realmente, — ela disse enquanto desembrulhava a barra.
Seu olhar nublado deslizou para ela. — É por isso que eu senti um aumento em sua magia?
A mordida que ela tentou engolir ficou presa em sua garganta. Agradecidamente, ela tinha uma garrafa d’água em sua bolsa que ela agarrou depressa. Depois de vários goles, ela fechou a garrafa.
— Minha magia cresceu?
Ele respondeu com um assentimento.
— E você pode sentir isto?
Ele suspirou dramaticamente. — Moça, eu já disse a você que eu posso sentir a magia dos Druidas. O que a levou a puxar sua magia ao seu redor?
Foi isso que ela fez? Não, ela estava certa que ela estava pensando sobre Logan a tocando, beijando. Isso teria causado sua magia aumentar?
— Eu não sei, — ela respondeu finalmente, e mordeu sua barrinha.
O olhar que Logan enviou dizia que ele não acreditou em uma palavra que ela disse. — Se você não confiar em mim, Gwynn, eu posso partir. Eu ainda vigiarei você para ter certeza que ninguém a machuque, mas ficarei longe de sua vista.
Era uma saída para ela, um meio para conseguir Logan, e todo seu corpo extremamente tentador, longe dela. Mas ela estava cansada de procurar por seu pai sozinha. Talvez Logan pudesse protegê-la, e talvez ele não pudesse. Só tendo-o com ela, porém, ajudava a aliviar sua tensão.
— Confiança é uma coisa delicada. Eu não estou certa que confio você ainda, mas eu prefiro ter você comigo.
Ele sorriu, e seu estômago sentiu como se mil borboletas acabassem de levantar voo.
— Eu estou contente por ouvir isto. Você pode confiar em mim, e eu provarei isto.
Gwynn terminou sua barrinha energética e a água rapidamente. Ela descartou seu lixo na lata e estava virando para Logan quando algo bateu nela, através ela.
Seus joelhos cederam e ela caiu para frente. Braços fortes a pegaram e a seguraram contra seu tórax.
Ela tentou agarrar a camisa de açafrão e kilt de Logan enquanto tentava fazer suas pernas funcionarem novamente. Gwynn fechou seus olhos enquanto uma das mãos de Logan surgiu para tocar em sua cabeça.
Ele abaixou suas costas para o banco, mas não a soltou. — Você pode de mover? — Ele sussurrou.
— Meus braços e pernas não sentem como meus.
Logan dobrou Gwynn contra seu lado e esquadrinhou as pessoas ao redor deles. — Foi magia que atingiu você.
— Eu sei.
A voz de Gwynn era suave e abafada contra seu tórax. Ele gostou bastante de tê-la contra ele. Ela o segurou, como se ele fosse a única coisa mantendo-a lá.
Suas bolas apertaram quando ela moveu mais perto dele. Ele podia sentir seus tremores. Se por causa do frio ou da magia, ele não sabia.
Ele gostaria de nada, além de segurar Gwynn em seus braços, mas precisava protegê-la. Isso significava encontrar o Druida que a atacou. Não importa o quanto ele procurou, não podia achar ninguém.
— Eu não consigo sentir outro Druida.
Gwynn moveu-se e levantou sua cabeça, mas Logan manteve seu braço ao redor dela. — Eu não acho que era para me prejudicar, — ela disse.
— Realmente? — Ele perguntou quando ele olhou para ela. — Você quase caiu de cara.
— Eu sei, — ela disse seus olhares travados.
Logan disse a si mesmo para não olhar para seus lábios tentadores, não pensar sobre beijá-la, mas ele não pode evitar. Não quando se tratava de Gwynn.
Ela o fez… sentir. Realmente sentir.
Sua língua saiu para molhar seus lábios, e Logan bloqueou um gemido. Ela não tinha nenhuma idéia quão atraente era. Ou quão perto de perder o controle ele estava.
Antes dele perceber, sua cabeça estava abaixando para ela. Tudo que ele queria era um gosto, um beijo breve, então ele saberia sua essência e acalmaria a necessidade que o estava dirigindo para levá-la.
Ela brevemente abaixou suas pálpebras e afastou-se dele uma fração. Ela esfregou o centro de seu tórax. — Desde que aconteceu, eu sinto… algo. Eu não posso explicar o que é, a não ser que é magia.
Logan esqueceu sobre seu desejo e estava imediatamente em alerta. Não havia nenhum outro Druida na ilha, mas isso não significava que não havia magia residual em sua alma.
A Placa de Orn podia ainda estar na ilha? Nesse caso, por que ela enviara magia para Gwynn?
CAPÍTULO NOVE
Gwynn girou sua cabeça para a direita. — Nós precisamos ir por este caminho.
— Por que? — Logan perguntou.
— Eu não sei. Eu apenas preciso ir.
Eles levantaram-se juntos. Gwynn odiou quando o braço de Logan caiu de seu redor. Seu conforto, sua força tinham sido as únicas coisas que a mantiveram de cair debaixo da onda gigante de magia que passou por ela.
E a grande e poderosa, dor necessitada que mesmo agora batia por ela.
— Isso foi uma grande quantidade de magia dirigida a você, — Logan murmurou enquanto caminhavam ao longo da orla.
— Não me machucou.
— Não pareceu para mim.
Gwynn sorriu em seu tom mal-humorado. Seu protecionismo provava que ele cuidaria dela se ela entrasse em dificuldade. — Eu acho que estava tentando dizer algo.
— Logo veremos.
Eles não iam longe quando uma mulher velha com cabelo branco afastado do rosto em coque frouxo pisou em frente deles. Ela era curvada e usava uma bengala, mas seus olhos escuros eram tão penetrantes, que esfaqueou Gwynn.
— Eu sei o que vocês são, — a mulher disse e apontou para Gwynn. — Você tem esse olhar sobre você.
— Que olhar? — Logan perguntou enquanto moveu-se para pôr-se entre Gwynn e a mulher.
Mas Gwynn não tinha medo dela. Ela andou ao lado de Logan. — Sim. Que olhar?
— Uma Druida, — a mulher disse e franziu o cenho. — Tem passado muitos anos desde que qualquer magia tocou esta ilha.
Gwynn agarrou o braço de Logan. — Você sabe de magia?
A mulher bufou e debruçou ambas as mãos em sua bengala. — Qualquer Druida saberia. A maioria esqueceu o que são, ou se recusam a ver isto. Os velhos modos se foram. A magia uma vez poderosa dos Druidas de Eigg está desvanecendo.
— Existem contos falando de um artefato aqui. A Placa de Orn.
Os olhos escuros da mulher mudaram para Logan. Ela o olhou de cima abaixo. — Eu sei o que você é, também.
Ele curvou sua cabeça em direção a ela. — Eu protejo Druidas, anciã.
Ela o considerou um momento antes de perguntar, — O que você quer com a Placa?
— Está aqui? — Logan perguntou novamente.
Gwynn poderia dizer a mulher não iria responder. — Por favor, — Gwynn disse. — está aqui?
— O que você pensa que enviou aquela magia para você? Eu? Não existe mais magia correndo em minha linhagem. Eu posso não ter qualquer magia, mas posso senti-la.
— Você tem magia, — Logan disse. — Não é muito, mas ainda está ai.
O rosto enrugado da velha iluminou. — Ah, você fez meu dia, rapaz. Eu sou uma dos últimos Druidas em Eigg. Quando eu for, não haverá ninguém mais para falar dos antigos tempos.
Gwynn condoeu-se pela mulher. Ela não sabia muito sobre os Druidas, mas lembrou do modo como a avó falava deles com tal reverência e temor, como se não houvesse nada melhor para desejar do que ser um Druidesa.
— Um Druida nasce, não se faz, — a mulher disse. — Você retornou a nós.
— Não. Eu vim procurando por meu pai. Ele estava aqui há três semanas atrás, e então desapareceu, — ela disse e retirou a fotografia.
A mulher agitou sua cabeça. — Eu me mantenho para mim a menos que eu sinta outro Druida. — Então ela deu um passo mais perto de Gwynn. — Seus olhos, moça.
Gwynn olhou para Logan antes de voltar para a mulher. — O que tem eles?
— Olhos violeta são incomuns.
Gwynn encolheu os ombros. — Eu acho.
— Havia uma Druidesa em Eigg há muito tempo que tinha olhos violeta. Com sua magia ela podia examinar os olhos dos animais. Ela também era o Guardião.
— Guardião? — Logan repetiu.
— Da Placa de Orn.
Gwynn esfregou seu tórax quando sentiu o aumento da urgência em achar o lugar que estava chamando por ela. — O que o Guardião faz?
— Ela mantém a Placa seguro. Ela é a única que sabe seu local, a única que pode tirá-lo de seu esconderijo.
Gwynn limpou sua garganta. — Essa não seria eu. Eu nunca ouvi falar da Placa antes de hoje.
— A Placa sempre tem um Guardião, — a velha disse. — Você tem o sangue dos anciões de Eigg. A Placa reconheceu isso e enviou-lhe uma chamada mágica para você. Escolheu que você fosse seu Guardião.
— Ah, — Gwynn disse e deu um passo para trás, mas o braço de Logan surgiu para abraçar ao redor de sua cintura. — Eu preciso achar meu pai.
A velha encolheu os ombros e começou a mancar para longe. — Você não pode ignorar o chamado da Placa, moça.
Gwynn piscou e arrastou uma respiração trêmula. — Ninguém parece se importar com meu pai perdido. É tudo sobre magia e Druidas.
Logan girou-a e a segurou por seus braços. — Eu disse a você que acharíamos seu pai. E nós iremos.
— Eu não sou estúpida, Logan. Eu sei que você estava procurando por esta Placa de Orn.
— Você pensa que eu tive algo com isto?
— Você podia, — ela disse e tentou ignorar a faísca de raiva que viu em seus olhos castanhos. — Tudo isso podia ser alguma grande brincadeira.
Ele soltou as mãos de seus braços e afastou-se um passo. Seu rosto era destituído de expressão quando ele disse, — Eu não tive nada a ver com a magia que você sentiu dentro de você. Nem tenho qualquer coisa com a explosão de magia em direção a você um momento atrás.
Gwynn olhou fixamente em seus olhos e viu remorso e culpabilidade como também raiva e determinação. — Como eu sei no que acreditar?
— Conte com sua magia. Todo Druida, se sua magia é poderosa o suficiente, tem certo dom como cura ou conversar com árvores.
— Conversar com árvores? — Ela repetiu surpresa.
— Reaghan pode ver verdade ou mentiras quando ela examina os olhos das pessoas quando eles falam com ela. Talvez você possa fazer isto também.
Gwynn foi uma vez mais forçada a considerar a magia dentro dela. Logan não podia ter tido qualquer coisa a ver com isto. Ela odiou não saber no que acreditar. Se apenas houvesse uma maneira de discernir o que era a verdade.
Uma rajada de vento rodou ao redor ela. Gwynn congelou enquanto jurava que ela ouviu o sussurro do vento em sua orelha.
— O que ele disse? — Logan perguntou.
Gwynn olhou para ele, surpresa. Seus olhos castanhos assistiam-na com curiosidade. Ela não percebeu que disse qualquer coisa alto. — Eu pensei que o vento disse a palavra “magia” em minha orelha.
— O que você estava pensando antes de ouvir o vento?
— Eu estava desejando que houvesse um modo que eu pudesse saber a verdade de tudo, de confiar em você ou não.
Logan movimentou a cabeça. — Eu não posso ajudá-la nesta busca, mas eu posso dizer algumas das coisas que eu aprendi com os Druidas que eu conheci. Talvez algo ajudará.
— Você não está bravo que eu não confie em você?
Um lado de sua boca ergueu em um sorriso de parar o coração. — Eu estaria mais preocupado se você acreditasse em tudo sem provas.
— E você pode provar?
— Se Deirdre estiver aqui, então sim. Se não, será um pouco mais difícil. Significaria uma viagem para o Castelo MacLeod.
— Não existe nenhum Castelo Macleod.
Em vez de ser pego de surpresa, o sorriso de Logan cresceu. — Oh, sim, moça, existe. E isso eu posso provar para você.
Uma emoção inexplicável passou por ela com a perspectiva. Ela não tinha nenhuma ideia do por que. Ela nem sequer ouvira falar de um Castelo MacLeod até Logan dizer. Ainda assim, algo, sua magia talvez, persuadia ela a achar o castelo.
— Como você pode provar isto? — Gwynn perguntou quando começou a andar abaixo pelo caminho. — Eu sei que não existe nenhum Castelo Macleod porque eu tive fascinação por castelos toda minha vida. Eu pesquisei todo castelo na Inglaterra por anos. Existe uma terra MacLeod, entretanto por alguma razão ninguém construiu sobre ela em séculos.
— Sim. Porque os MacLeods estão lá.
Gwynn empurrou sua cabeça para ele. — Os MacLeods da história? Os irmãos?
— Esses mesmos.
— Uma vez que nós acharmos meu pai, eu gostaria de ver este castelo que não existe.
Logan piscou para ela. — É uma promessa então. Eu levarei você lá eu mesmo.
Gwynn assentiu e manteve a caminhada. Logan era carismático e completamente encantador, mas por baixo daquele exterior ela pegou vislumbres de um homem diferente, um homem mais sombrio.
Ele contou a ela sobre o ataque de Deirdre e a morte de Duncan, mas Gwynn sabia que ele estava escondendo outra coisa dela, algo que ele não estava pronto para compartilhar. E poderia nunca estar pronto.
Ela estava mergulhada em pensamentos sobre Logan e sua magia quando ela subiu uma das muitas colinas na ilha. A visão levou literalmente sua respiração.
— Oh meu Deus, — ela sussurrou.
O vento alternadamente uivou ao redor dela e acariciou sua pele. Ela estava presa no lugar, paralisada. Aterrorizada. Gwynn achou-se agarrando o vento como se ela pudesse tocá-lo.
— Olhe dentro de você mesma, — Logan murmurou em sua orelha quando surgiu atrás dela. Sua proximidade, seu calor espalhando ao redor dela, aliviando-a da mesma maneira que o vento fazia. — Conte com sua magia e veja se você pode descobrir as respostas que busca.
— Aqui? — Ela perguntou, seu olhar sobre a paisagem surpreendente do mar varrido pelo vento e terra à sua frente.
— Aqui. Sente-se, Gwynn. Confie em sua magia.
Pela primeira vez naquele dia, Gwynn não estava com frio. Ela se abaixou para o chão glacial e fechou seus olhos enquanto os dedos gentis do vento acariciaram sua bochecha.
— Gwynnnnnn…
— Eu estou aqui, — ela respondeu.
— Nós esperamos um tempo muito longo. Você nunca poderia nos ouvir.
— Eu ouço vocês agora.
— Você precisa ampliar sua magia. A guerra está chegando. O perigo está vindo. Tome cuidado com Deirdre.
— Deirdre?
— Ouça a música dos anciões. Escute suas palavras. Sinta sua magia.
Gwynn fez como o vento pediu. Ela procurou por sua magia, e surpreendentemente isso respondeu a ela rapidamente. A magia, pura e doce, surgiu dentro dela, enchendo toda célula e fazendo arrepios subirem em sua pele.
A magia era a coisa mais bonita que Gwynn já sentira. Queimava brilhante e morna como raminhas brancas crescidas a partir do centro do seu peito e parecia fundir com seus ossos e músculos.
Gwynn não estava assustada, entretanto. Parecia certo, como se a magia tivesse esperado anos para ela reconhecê-la. Como se a magia tivesse esperado para se tornar parte dela.
Ela se abriu para isto, e quando o fez, ela começou a ouvir tambores distante em um ritmo fixo, hipnótico. Com cada batida dos tambores ela se achou flutuando em direção a eles, desejando ver os segredos que eles tinham.
E então ela ouviu o canto.
Centenas de vozes subindo juntas, falando palavras que ela possivelmente não podia entender.
O tambor e canto ficaram mais altos, até que ela era parte disso tudo. Fora do canto, Gwynn ouviu uma voz. A voz começou a falar em… Gaélico.
O coração de Gwynn saltou em sua garganta, porque ela entendeu a mulher, entendeu um idioma que ela nunca aprendeu. E quando a voz continuou, Gwynn achou-se ouvindo o mesmo conto que Logan disse a noite anterior.
Quando o conto terminou, a voz desapareceu na batida dos tambores. Gwynn tentou agarrar o locutor, mas a voz se foi. Gwynn gritou, pedindo a mulher para voltar, para qualquer um voltar e dar as respostas que ela precisou.
— Gwynn? Gwynn!
Seus olhos abriram de repente para achar Logan olhando abaixo nela enquanto ele a segurava em seus braços. Seu rosto coberto de preocupação.
— Gwynn? Você está comigo?
— Eu os ouvi, — Gwynn disse. — Eu ouvi o tambor e o canto, e então uma voz veio contou a história dos Celtas e Romanos.
A mão de Logan parou enquanto ele esfregava as costas dela. — A voz disse qualquer outra coisa?
— Não. Mas o vento sim.
— O que?
Gwynn respirou fundo e lentamente disse. — O vento, Logan. O vento falou comigo. Disse que a guerra estava vindo.
CAPÍTULO DEZ
Logan descansou seu queixo sobre a cabeça de Gwynn e absorveu o que ela disse a ele. Ele sabia que uma guerra estava chegando. Foi destinado para este tempo no momento em que Deirdre chegou aqui.
— O vento disse qualquer outra coisa? — Ele perguntou.
Gwynn uma vez mais se retirou dos braços dele e ficou em pé. Ela bateu em seu bumbum para espanar a sujeira, o que só chamou o olhar de Logan para sua perfeita forma atrás. Ele amaldiçoou seu sangue acelerando juntando em seu pau. Ele tinha que manter Gwynn segura, não seduzi-la.
Embora fosse tudo o que ele queria fazer.
Ele levantou-se para estar próximo a ela e deu o boné que ele tirou inadvertidamente da cabeça dela quando ele a agarrou. Quando ela gritou, ele não pensou duas vezes. Ele só envolveu seus braços em volta dela e fez tudo que podia para alcançá-la.
— Gwynn?
Ela piscou e olhou para ele como se o vendo pela primeira vez. — Eu posso ouvir o vento, Logan. É como várias vozes conversando de uma vez.
Ele sorriu pela excitação crescente de seus olhos violeta. O rosto dela ainda estava pálido contra as mechas pretas de cabelo emaranhado sobre seu rosto.
— As vozes disseram que têm esperado por mim por anos. Eles disseram que tentaram conversar comigo antes.
Logan colocou uma mecha de cabelo atrás de suas orelhas. — Você afastou sua magia. Claro que você não os ouviu.
O sorriso que ela deu a ele fez seu coração perder uma batida.
— Suas vozes é o som mais bonito que eu já ouvi.
— Eles tinham outras advertências? — Ele odiou perguntar, mas se ela podia conversar com o vento como Sonya falava com árvores, então eles podiam aprender muito sobre Deirdre.
— Eles me advertiram que o perigo estava vindo. Disseram que eu me precavesse de Deirdre.
Logan olhou ao redor deles. — Nós precisamos chegar em algum lugar seguro.
— Não, — Gwynn disse e afastou seu braço de seu aperto. — Eu tenho que achar meu pai.
Logan silenciosamente rezou por paciência enquanto enfrentava Gwynn. — Você não pode achar seu pai se você estiver morta ou capturada.
— Você estará comigo, — ela discutiu. — Você pode me manter segura.
Logan trincou seus dentes. — Você tem o resto do dia. Assim que o sol começa a baixar, eu quero você em seu…
— Hotel, — ela forneceu.
— Sim. Seu hotel.
Depois de um momento ela assentiu. — Justo o suficiente, eu suponho.
Ele esperou ela começar a caminhar, mas ela continuou olhando por cima de seu ombro. — O que é isto?
— Eu não sei.
Logan seguiu-a quando ela caminhou para a extremidade de um pequeno precipício. Abaixo deles água rodava enquanto as ondas colidiam e água era arrastada de volta para o mar.
— A maré está descendo, — Logan comentou. — Você pode ver as pedras em baixo da água.
— Eu vejo. Entretanto eu não sei o que estou olhando. Algo me dizia que eu viesse aqui, mas não há nada.
— O que o vento está dizendo?
Ela olhou para o céu por vários momentos, então soltou um suspiro alto. — Nada. Ou eu não estou fazendo isto corretamente, ou ele não quer conversar comigo.
— Venha. Você tem o resto de Eigg para perguntar sobre seu pai.
Por horas eles caminharam ao longo de Eigg enquanto Gwynn parava todo mundo que ela via e mostrava o retrato de seu pai. Alguns olharam para o retrato mais tempo que outros, mas eventualmente disseram que não o reconheceram.
Gwynn e Logan estavam para embarcar na balsa para retornar a Mallaig quando Logan viu um homem observando Gwynn com luxúria em seus olhos. Logan rosnou antes de perceber o que estava fazendo.
Presas encheram sua boca quando ele viu que Gwynn estava indo em direção ao homem.
— Oi, — Gwynn disse quando deu o retrato. — Eu estou procurando por meu pai. Ele esteve aqui mais ou menos três semanas atrás. Você o viu por aqui?
O homem começou a negar, então parou e deu outro olhar para a fotografia. — Eu acho que sim. Ele costuma levar uma maleta de couro velho com ele?
— Sim, — Gwynn disse excitadamente. — Onde ele foi? Com quem ele falou?
O homem encolheu os ombros e deu as costas ao retrato. — Eu não posso dizer a você, moça. Ele saiu da balsa e alguém esbarrou nele, derramando o conteúdo de sua maleta. Esta é a única razão que eu o reconheci. Eu não sei onde ele foi ou quando deixou Eigg.
Logan deu um assentimento conciso para o homem e levou Gwynn sobre a balsa.
— Ele estava aqui, Logan, — Gwynn disse quando caminhou para a frente.
— Parece que ele esteve.
— Onde eu vou a partir daqui?
— Primeiro, você precisa descansar. Você não pode continuar como você está.
Ela assentiu e olhou à volta em Eigg enquanto a balsa partia o pôr do sol lançando tudo em um tom dourado profundo. — Algo me diz que voltaremos para Eigg logo.
Logan concordou com ela, mas não por causa de seu pai. Ele sabia que retornariam a Eigg porque aqui era onde Gwynn aprenderia mais sobre sua magia.
E se o vento a advertiu sobre Deirdre, então algo estava definitivamente vindo. Quando e o que eram as perguntas que ele não podia responder.
Ele a encaminhou para a porta de seu hotel. — Eu verei você de manhã.
— Onde você está ficando?
— Eu estarei ao redor.
Ela rolou seus olhos. — Eu estou cansada, Logan, não sou idiota. Você não tem qualquer lugar para ficar, não é?
— Eu não preciso de muito sono.
— Ainda é cedo. Por que você não vem comigo? Eu pedirei algo de serviço de quarto e poderemos conversar sobre nossos planos para amanhã.
Logan sabia que devia ir embora. Gwynn era muito tentadora, muito intoxicante. Muito adorável. Mas ele não podia fazer seus pés moverem. Ao invés, ele achou-se dizendo, — Certo.
Gwynn estava morta, mas vendo o modo como Logan olhou para tudo ao redor dele com uma mistura de temor e cautela a fez dar um olhar para seu mundo com novos olhos. Tudo que ela supôs como normal era algo que Logan nunca vira ou experimentara antes — se ela pudesse acreditar em que suas afirmações sobre viagem no tempo.
Se sua história sobre Deirdre, os Druidas, e Guerreiros fosse verdade, por que ele mentiria sobre viagem no tempo? Ela achou-se acreditando nele, enquanto advertia-se em ser cautelosa.
Ainda assim, como ela não podia acreditar nele quando era óbvio que ele não tinha nenhuma ideia sobre qualquer coisa no mundo dela?
Quando ela destrancou a porta de seu quarto, ele entrou antes que ela pudesse. Um segundo mais tarde, ele ordenou-lhe para entrar.
Gwynn rolou seus olhos por seu protecionismo, entretanto ela recordou a advertência do vento. Uma advertência que até agora a fazia sentir como se tivesse gelo em suas veias.
Ela fechou a porta atrás dela e trancou por hábito. Depois de jogar sua bolsa de lado, Gwynn tirou suas luvas e empurrou-as nos bolsos de seu casaco antes de remover seu cachecol.
Logan inspecionou seu laptop aberto enquanto ela abria seu casaco e lançou acima de sua bolsa. — É um computador, — ela disse.
— O que ele faz? — Logan perguntou sem olhar pra cima.
— Surfa na internet.
Seus olhos castanhos erguidos para suas. — Ele o que?
Pela próxima hora, Gwynn explicou a internet para Logan e mostrou como usar o laptop. Para sua surpresa, ele aprendeu rapidamente e logo estava usando sozinho.
Ela observou-o por muito tempo, pasma com sua curiosidade. Seu intelecto era notável. Ela perguntou-se como ele podia ler inglês moderno, desde que os idiomas mudaram tanto durante os últimos quatrocentos anos. Sua resposta foi um encolher de ombros.
Não importa quantas vezes ela perguntasse, ele se evadia de suas perguntas até Gwynn desistir. Por enquanto. Com Logan absorvido no computador, ela solicitou o serviço de quarto e se ajeitou confortável na cama.
— Diga-me o que aconteceu nos últimos quatro séculos, — Logan perguntou.
Gwynn não sabia onde começar. Ela começou de volta até onde podia lembrar no século XVIII e adicionou qualquer coisa que ela podia trazer de sua memória.
Quando ela chegou ao século XX, ela entrou em mais detalhe. Logan fez muitas perguntas, e ela respondeu as que não sabia olhando no computador e o mostrando imagens.
Quando ela alcançou o ano atual, a expressão de Logan era perplexa. E preocupada.
— Você saberia se qualquer coisa estranha acontecesse? — Ele perguntou.
Ela encolheu os ombros. — Mais provável. O noticiário gosta de reportar qualquer coisa fora do comum, entretanto novamente, eles ignorarão notícias boas para algo que chocará o público ou provocará em um alvoroço.
— Eu não sei quando Deirdre chegou em seu tempo, mas se ela estiver aqui, ela teria se feito conhecer.
Gwynn estava assentindo quando recordou uma história que capturou seu interesse. — Alguns meses atrás houve estes vídeos que postaram na internet mostrando uma criatura que ninguém viu antes. Foi notícia por um dia, mas quando ninguém pôde achar a criatura novamente, todo mundo esqueceu sobre isto.
— Você pode me mostrar esta criatura?
Gwynn puxou o computador em seu colo e digitou no URL. Quando a imagem apareceu, ela virou o laptop onde Logan podia ver de onde ele se sentou na cadeira próxima à cama.
— Merda [3 - No original, Logan fala shite, quando o termo é shit.], — ele murmurou.
— Merda? — Gwynn perguntou com uma risada. — Você não quer dizer merda?
Um sorriso dividiu seu rosto. — Algumas coisas nunca mudam. — O sorriso caiu quando ele olhou de volta no computador. — Isto é um wyrran, Gwynn.
Ela temia que ele reconheceria a criatura. — O que significa Deirdre já está aqui.
— Sim.
— O que são estes wyrran? — Ela perguntou
— Criaturas criadas por Deirdre usando sua magia negra. Eles emitem gritos agudos que perfuram suas orelhas. É um som inconfundível, um som que eu esperava não ouvir ao seu redor.
— Até onde eu sei o wyrran não tem sido visto desde que isto foi postado três meses atrás.
— Bom. Quer dizer que Deirdre não se revelou. Ainda.
— O que isso significa para nós? — Ela perguntou quando alguém bateu na porta.
Logan levantou rapidamente no que era obviamente uma posição de batalha.
— É só nossa comida, — Gwynn disse enquanto saiu da cama e foi abrir a porta.
Ela agradeceu o homem e pegou a comida. Quando ela virou ao redor Logan estava diretamente atrás dela, seu olhar fixado no homem indo embora.
— Faminto? — Ela perguntou.
Ele olhou abaixo nela e assentiu. — Sim. Faz algum tempo desde que eu comi pela última vez.
— Era isso que eu temia. Eu não estava certa sobre o que você gostava então eu pedi um pouco de tudo.
Ele ajudou-a a destampar os pratos que ela colocou na mesinha. O estômago de Gwynn roncou, provando que ela também estava faminta.
Era a melhor comida que Gwynn provara em… anos. Não por causa da comida, mas por causa de Logan. Ele provou tudo, o tempo todo perguntando a ela o que cada prato era e como era feito.
Algumas de suas perguntas ela podia responder; outras ela não podia. Ela quase sufocou com sua comida quando ele saboreou um pouco de sua Coca-Cola e depressa deu de volta para ela. Ele preferiu a cerveja que ela pediu.
Gwynn estava tão absorta em observar Logan que não percebeu que comeu seu sanduíche inteiro e todos os suas batatas fritas até que ela pegou outro e achou o pacote vazio.
Ela amassou e enxugou suas mãos e boca. — O que você achou?
— Algumas das comidas são deliciosas. Eu nunca saboreei tantas especiarias.
— Bom. — Ela olhou para seus joelhos descobertos onde seu kilt caiu quando ele sentou — não que eu não ame um homem num kilt, mas o que você acha sobre ter algumas roupas para ajudá-lo a se encaixar?
— Você acha que eu devia mudar meu kilt? — Ele perguntou franzindo.
— Não. O que eu estou dizendo é que ter algumas roupas diferentes ajudarão que você se encaixe e fique invisível quando quiser. — Entretanto Gwynn não pensou que um homem magnífico como Logan conseguiria ficar invisível.
Ela viu as mulheres olhando para ele, e salivando como ela tinha estado. Ele era alto e notável, o que só aumentava sua atração. Adicione um elegante corpo musculoso sem uma gota de gordura, e as mulheres estavam prontas para se lançar sobre. Literalmente.
Gwynn devia saber desde que ela era uma delas.
— Este kilt é tudo o que eu já vesti.
— Eu sei, — ela disse quando olhou para as extremidades desfiadas e gastas, e cortes que tinham sido consertados. — Nós podíamos achar para você um novo kilt se você quiser. Eles fazem para cada clã. Eu estou certa que podíamos achar um igual ao que você tem.
Ele considerou um momento. — Eu pensarei nisto.
O silêncio que seguiu fez Gwynn incomodada. Ela não estava acostumada a estar só com um homem como Logan. Seu último namoro tinha sido há um ano, e ele não terminou bem. Ela afastou-se de homens depois disto.
Mas não havia como afastar-se de Logan. Ele era como um imã, puxando sua atenção e seu olhar não importa o quão firmemente ela tentava resistir.
Como sentiria ter aqueles braços musculosos e elegantes ao redor dela? Como sentiria correr suas mãos por seu cabelo longo, brilhante? Para ter seus lábios largos, firmes nos dela?
Ela foi mais uma vez surpreendida pela sua vitalidade e masculinidade. Ele era um homem acostumado a comandar, um homem acostumado a ação e batalha.
Um guerreiro em cada sentido da palavra.
CAPÍTULO ONZE
O corpo de Logan estava queimando por Gwynn. Ele tentou seu melhor para ignorar isso o dia todo, mas cada toque, mesmo inocente, só o fez ansiar mais.
Estar só com ela em sua câmara enquanto compartilhava uma refeição só lembrou a ele de sua proximidade íntima. E como ele não deveria tocá-la. Não poderia tocá-la.
Não tocaria nela.
Gwynn era especial. Ela bem podia ser o último dos Druidas desaparecendo, e ela não precisava ser maculada por Logan e o que ele era.
Seria mais fácil se ele não visse o modo que sua mão agitou depois que eles se tocaram, ou como seus olhos caíram para sua boca. Havia uma atração desde o primeiro momento que ele a viu, e estava se tornando cada vez mais impossível ignorar.
Especialmente quando tudo que Logan queria fazer era puxá-la em seus braços e beijar seus lábios que o tinham tentado por dois dias.
Gwynn limpou sua garganta e olhou para longe. Logan soltou um suspiro e silenciosamente agradeceu a Deus pelo indulto.
— Você aprendeu muito sobre meu tempo, — Gwynn disse. — E nós sabemos que Deirdre está aqui. Qual é o próximo passo?
Logan esfregou seu queixo e sentiu a barba raspar seus dedos. Ele precisava se barbear. E um banho. — Nós precisamos de mais informações sobre Deirdre. Ela está aqui, mas por que ela não fez qualquer coisa? Isto não é típico dela.
— Talvez ela esteja esperando por algo.
— Há algum modo que você possa descobrir o que foi que trouxe seu pai para Mallaig?
Ela mordeu seu lábio e brincou com a condensação em sua janela. — Eu já tentei. A universidade não disse qualquer coisa.
— Sua magia — de que lado da família veio?
— Do meu pai, — ela respondeu. — Por que?
— Ele sempre foi interessado nisto?
Gwynn assentiu. — Oh, sim. Ele era obcecado com isto.
— Você não acha isto incomum, que ele veio para o lugar de seus descendentes?
— Para falar a verdade não. Ele sempre quis vir aqui.
— E então você veio e não só descobriu que tinha magia, mas que é a Guardiã da Placa de Orn.
Os olhos de Gwynn arregalaram. — Você acha que ele veio pela Placa?
Logan encolheu os ombros e levantou para pegar seu laptop. — É um pensamento.
Ele fez uma busca sobre a Placa de Orn como Gwynn o ensinara. Logan não sabia o que Bing era, mas sempre mostrava as coisas que ele procurava. Então ele não ficou surpreso quando informações sobre a Placa surgiram.
— Oh, meu Deus, — Gwynn disse enquanto se debruçou próximo a ele para ler a tela. — Existe uma foto disto?
— Não, — Logan disse quando ele clicou um dos links e começou a ler. — Mas ele diz aqui que se acreditava ter estado na Ilha de Eigg e supostamente ter ajudado os Druidas a fortalecer sua magia.
— Este site podia ter sido feito por qualquer um. Que sabe se o que eles dizem é verdade.
— Eu sei, — Logan disse. — Quem quer que seja sabe mais do que eles mencionaram neste… site. Existe alguma forma de determinar quem escreveu isto?
Gwynn pegou o laptop. — Talvez. Vejamos.
Logan observou como seus dedos voavam acima das teclas. Ele não teve que esperar por muito tempo para ouvir seu gemido.
— Quem quer que seja tem suas informações bloqueadas, — Gwynn disse.
— Eu não posso evitar pensar que seu pai vir aqui está de alguma forma conectado à sua linhagem e aos Druidas.
Gwynn esfregou seus olhos. — Eu sinto como se estivéssemos sendo bloqueados em cada esquina.
Logan sentiu-se do mesmo modo, mas ele não iria desistir. Gwynn precisava de sua proteção, especialmente agora que ele sabia com certeza que Deirdre estava lá. Era só uma questão de tempo antes de Deirdre achar Gwynn.
Tempo.
Logan reprimiu um gemido quando percebeu que ele poderia estar protegendo Gwynn por meses ou até anos. Normalmente, gastar tanto tempo com a mesma mulher o faria inquieto. Mas ele deixou o conhecimento assentar-se dentro dele e percebeu que queria passar esse tempo com Gwynn, desejava compartilhar os dias, e mais especialmente as noites, com ela.
O que dizia a ele que ele estava, definitivamente, em dificuldades.
* * *
Declan não hesitou em soltar uma explosão de magia que enviou um de seus guardas voando para trás para bater em uma parede. Declan segurou o homem lá, empurrando com sua magia até que ele pôde ouvir os ossos estalarem acima dos gritos do guarda.
Quando o guarda ficou mudo e seu corpo uma massa de ossos quebrados juntos com pele deformada, Declan deixou-o cair para o chão.
— Tire-o de minha vista, — ele berrou para os outros guardas.
Declan então se voltou para enfrentar o capitão de seus homens. — O que aconteceu, Robbie? Eu pensei que você tinha o controle de seus homens.
Os olhos de Robbie estreitaram. — Eu tenho o controle de meus homens.
— Então me diga como os wyrrans e os Guerreiros de Deirdre conseguiram se soltar de meus calabouços!
— Você saberia melhor que eu.
Declan odiou a insolência de Robbie, mas não tinha condições de matá-lo. Ainda que ele gostasse demais em fazê-lo. Robbie não era só bom em controlar os mercenários; Ele também era primo de Declan.
— Você usou sua magia nas portas de cela, — Robbie disse. — Eles não deveriam poder sair.
Uma enxaqueca começou a pulsar atrás de pescoço de Declan. — Eu sei que meus feitiços inibiriam Deirdre de usar sua magia. Eu assumi que fariam o mesmo para os wyrrans.
— E os Guerreiros?
— Ah, mas eles são diferentes, — Declan disse. — Tão poderosos quanto aqueles Guerreiros são seus deuses, magia pode impedi-los.
— Se a magia for poderosa o suficiente.
— Deirdre é a causa disto. O wyrran nunca a deixaria a menos que ela dissesse.
Robbie cruzou seus braços acima de seu tórax volumoso, seus músculos inchando — músculos que ele conseguiu usando esteroides por muitos anos para contar. — Eles voltarão para ela então. Desde que você tenha Deirdre, quem se importa com o wyrran e alguns Guerreiros?
— Eu me importo, — Declan declarou quando girou para apontar um dedo em seu primo. — Eles estão ligados a ela. Se eu os tiver, eu posso usá-los. Agora eles se foram.
Robbie encolheu os ombros. — Eu posso achá-los.
— Não, eu não acredito que você irá. Mas eu sei como eu posso. — Declan saiu de seu escritório e desceu corredor abaixo para os degraus que levavam para quarto de Deirdre.
Com um movimento de sua mão ele destrancou a magia segurando a porta e abriu-a com um estrondo. Ele rangeu seus dentes quando Deirdre não fez mais que olhar para ele de sua cadeira quando ele entrou.
— Algum problema, Declan? — Ela perguntou quando correu à toa seu dedo ao longo da mesa próxima a ela.
— Você sabe qual o problema. Onde você enviou o wyrran, Deirdre?
Ela encolheu seus ombros esbeltos e contente sorriu. — Eu não tenho nenhuma ideia do que você está falando.
— Ah, mas você sabe sua cadela enganadora.
Ela levantou-se em um movimento fluido, seu cabelo branco longo caindo ao redor dela como um manto. Declan pensou que ela estava bonita em seu vestido preto, mas no couro preto que ele escolheu para ela, ela era simplesmente atordoante.
Deirdre era tudo o que ele sempre quis em uma mulher. Ele esperou muito tempo, trabalhou muito duro em trazer a infame drough para seu tempo. Ela seria sua. Não importa quanto tempo levasse.
— Cuidado com sua boca, — Deirdre declarou, seus olhos brancos queimando com ódio.
Declan a olhou de cima abaixo, deixando seu olhar demorar na curva de seus seios perfeitamente formados. — Seu bicho de estimação pode ter escapado, mas você nunca irá.
— Se há uma coisa que eu aprendi em meu milênio de existência, Declan, é que você não deve nunca dizer nunca. Nenhum homem me aprisiona.
— Eu sim, — ele disse com um sorriso.
— E é por isso que quando eu sair daqui eu farei da minha missão capturar você e drená-lo de sua magia como eu fiz com outros incontáveis Druidas.
Declan não era estúpido o suficiente para rechaçar sua ameaça. Ele sabia o quão poderosa ela era. Era o motivo de ele por tantos feitiços em sua mansão, e especialmente seu quarto, para prevenir que ela fugisse.
— Não lute contra o destino, — ele disse.
De repente ela sorriu. — Eu comando o destino.
Atrás dele Declan ouviu um grunhido. Ele girou a tempo de ver um Guerreiro moreno decapitar dois de seus guardas. Aquele mesmo Guerreiro estava indo em direção a ele.
Declan usou sua magia para parar o Guerreiro. Ele sorriu quando o Guerreiro rosnou. E então ouviu os gritos agudos.
Ele girou sua cabeça para ver três wyrran vindo para ele. Declan soube que não podia segurá-los com sua magia, então fez a única coisa que podia fazer. Ele ficou vivo.
Declan olhou para Deirdre para ver seu sorriso confiante um momento antes dele tocar um painel na parede que abriu um compartimento secreto. Ele deslizou na entrada e suspirou uma vez que ele fechou.
Ninguém, nem mesmo um Guerreiro poderia entrar em seu esconderijo. Era ativado com sua magia, e apenas sua magia.
Isso não impediu o wyrran de arranhar os caros painéis de madeira ou o Guerreiro de tentar esmurrar a porta.
Os ombros de Declan caíram com alívio quando os gritos agudos e grunhidos baixaram. Ele esperou outra meia hora antes de abrir a porta, que era do quarto diretamente em frente ao de Deirdre, para ver que ela tinha ido.
Ele não devia ter ficado surpreso. Ela tinha planejado desde o princípio distraí-lo enquanto seu wyrran e Guerreiros atacavam. Em sua pressa para salvar-se ele não trancou-a em seu quarto. Não que teria feito qualquer bem. Os wyrrans não teriam parado até que achassem um caminho para libertá-la.
Declan suspirou enquanto examinou o quarto vazio. Deirdre se fora. E com ela seus sonhos de tê-la. Ele sabia que nunca a capturaria novamente.
Mas talvez ele pudesse provar que era seu igual.
— Declan.
Ele girou para ver Robbie caminhando em sua direção com a camiseta preta em farrapos e sangue o cobrindo. — Quantos nós perdemos?
— Seis.
— Eu vou precisar de mais, Robbie. E enquanto nós estamos nisto, eu acho que é hora de acharmos alguns Guerreiros para nós.
Um cintilar brilhou no olho de Robbie. — Já era tempo, primo.
Declan olhou para o quarto de Deirdre mais uma vez antes de virar-se, e com suas mãos apertadas atrás de suas costas, andar a passos largos para seu escritório. Estava na hora de começar a guerra que terminaria com ele governando tudo. Mais especialmente Deirdre.
CAPÍTULO DOZE
20 de dezembro
Logan decidiu que passar a noite na pequena câmara com Gwynn era pedir demais de si mesmo. Ele escalou por sua janela e sentou sobre o telhado do hotel quando não estava patrulhando a área procurando por qualquer wyrran ou Guerreiros.
Ou Deirdre.
Sua mente continuava examinando cuidadosamente tudo que aconteceu na véspera em Eigg. Era coincidência demais para o pai de Gwynn não ter vindo para Eigg pelo artefato.
Quando o sol se levantou, Logan tinha mais perguntas que nunca.
Enquanto Gwynn ainda estava dormindo, ele entrou de novo em sua câmara. Ela estava na mesma posição de lado que estava quando ele partiu. Por um longo momento ele simplesmente observou-a, seu corpo exigindo que ele rastejasse na cama com ela. Que ele a levasse em seus braços e beijasse. Tocasse nela. Fizesse amor com ela.
Logan quis isto tanto que se agitou com a necessidade. Ele nunca se afastou da ideia de deitar com uma mulher. Mas Gwynn não era qualquer mulher. Ela era diferente em tantos modos que não tinham nada a ver com ela ser de um tempo diferente.
Ele não podia distinguir o que a diferenciava. Ele só sabia. E por causa disto, ele deveria afastar-se dela.
Se ele pudesse.
Logan forçou-se afastar de Gwynn e caminhou no quarto pequeno que Gwynn chamava de banheiro. Ela mostrou como usar o chuveiro, banheiro, e pia. Isto era um quarto que ele podia certamente ficar acostumado. Água quente com uma mera torção de um botão.
Logan removeu suas botas e deixou-as de lado próximo à parede. Ele soltou o broche acima de seu coração e colocou isto no contador próximo à pia enquanto seu kilt caiu para o chão.
Ele não olhou no grande espelho acima da pia quando removeu sua camisa de açafrão e olhou fixamente para as manchas de sangue que não saíram completamente, não importa quantas vezes ele limpasse a camisa.
Seu kilt parecia um pouco melhor. O pensamento de não vestir seu kilt fez seu peito doer, mas talvez Gwynn estivesse certa. Talvez ele precisasse se misturar. E ela disse que eles podiam o conseguir um kilt novo.
Isto, ele não se importaria de ter. Ele não merecia isto, entretanto.
— O inferno, eu não mereço vestir o kilt Hamilton.
Não depois de ir de boa vontade para Deirdre. Ele agiu egoisticamente e indiferentemente. E isso custou sua família.
Logan podia ainda ouvir seu irmão mais novo, Ronald, chamando por ele. Implorando para ele retornar.
Com uma maldição, Logan afastou-se de suas memórias. Elas não o fariam nenhum bem, ao invés de lembrar que tolo idiota ele foi. Ele se debruçou no chuveiro e girou o botão com o grande Q nele.
Levou só alguns momentos antes de vapor de água quente começar a encher o banheiro. Logan girou o outro botão com o F nele até que encontrou a temperatura que ele gostou.
Ele entrou no chuveiro e sorriu quando a água correu por dele. Bateu nos músculos tensos de seus ombros, aliviando-os.
Logan molhou seu cabelo e usou o que Gwynn disse a ele que era sabão para seu cabelo.
— Xampu, — ele leu em voz alta na pequena garrafa.
Com um encolher os ombros, ele derramou um pouco em suas mãos, pasmo que cheirava bem. Ele ensaboou isto em seu cabelo, esfregando seu escalpo antes de enxaguar.
Ele esfregou seu corpo três vezes e ainda não estava pronto para deixar o chuveiro, mas ele quis ter certeza que havia bastante água quente para Gwynn.
Logan desligou o chuveiro e agitou sua cabeça enquanto ele olhava para quão longe os mortais tinham ido. Ele agarrou a toalha branca fofa e começou a secar-se.
Ele foi nu para a pia e passou sua mão pelo espelho para tirar o vapor que embaçava. Por vários momentos ele olhou fixamente para o homem a sua frente.
Em todos os seus anos Logan nunca realmente viu seu reflexo. Oh, ele o viu distorcido em um lago, mas não foi o mesmo que ver isto agora.
O homem que olhou fixamente de volta para ele era um estranho. Os olhos castanhos muito parecidos com os de sua mãe não tinham nenhum de seu calor ou bondade. Sua pele estava bronzeada do sol, e, entretanto seu corpo não mantinha nenhuma das cicatrizes que ele conseguira como um Guerreiro graças ao poder curativo de seu deus, ele as via de qualquer maneira.
Elas estavam marcadas com ferros em sua alma.
Logan girou sua cabeça ao lado e olhou para seu rosto onde uma barba começou a formar-se. Tinham sido vários dias desde que ele barbeara-se. Ele parecia… desleixado. Sua aparência certamente não era algo que Gwynn acharia atraente.
Ele permitiu uma de suas garras se alongar. Justo quando ele se preparou para usá-la para se barbear, ele viu a pequena coisa rosa próxima à pia. Como Gwynn chamou isto? Oh, sim. Uma navalha. Ela mostrou como usar isto em seu rosto, mas quando ele olhou para isto em sua mão, não podia imaginar um homem usando isto.
Logan olhou entre a navalha e sua garra. Com um encolher de ombros, ele olhou fixamente no espelho e começou a usar a navalha.
* * *
Gwynn esticou-se e rolou para achar luz solar brilhando através das cortinas abertas. Ela se sentou e esfregou seus olhos.
Ela podia ouvir água correndo na pia do banheiro. Um sorriso esticou em seus lábios enquanto pensou em Logan. Ela dormiu pela primeira vez em dias porque se sentia segura com ele no quarto com ela.
Entretanto levou um tempo para realmente adormecer. A ideia dele em seu quarto, a altura, a masculinidade dele quando ele se sentou no sofá enquanto ela deitava em sua cama trouxe uma dor entre suas pernas.
Ela não correu riscos. Nunca. Ainda assim, ela quase sucumbiu ao desejo que a inundou e o convidou para sua cama. Até agora ela perguntava-se por que não convidou.
Mas ela sabia a resposta. Ela era medrosa. E se ele dissesse não? Ela não podia aguentar isto, não agora.
Então ela manteve-se calada, a necessidade arranhando nela, crescendo com cada pensamento de suas mãos grandes tocando-a, de seus lábios correndo em sua boca, e seu corpo duro apertado contra ela.
Ela só conseguiu dormir depois disso por causa do puro esgotamento. Hoje à noite, porém, seria outra história.
Gwynn lançou-se de volta nas coberturas e estremeceu no frio do quarto. Seu corpo nunca se acostumaria ao frio da Escócia. Ela levantou-se e envolveu seus braços ao redor de si enquanto caminhou para a porta do banheiro.
E parou congelada quando achou-se olhando fixamente para o traseiro nu de Logan.
Sua boca ficou seca quando olhou para suas pernas longas, musculosas. Os músculos em suas costas juntaram e flexionaram quando ele se debruçou perto do espelho para barbear-se.
Aqueles ombros largos diminuíram para uma cintura e quadris estreitos. E sua bunda perfeita.
Levou um momento para perceber que Logan parou de mover-se. Ela ergueu o olhar para achá-lo observando-a pelo espelho. O desejo queimou sem chamas em seu olhar antes dele piscar e olhar para longe.
Gwynn correu seus dedos por seu cabelo, sabendo que ela parecia horrível. — Eu sinto muito. Eu… ah… eu não pensei que você estaria nu.
Ele enxugou seu rosto e curvou para levantar suas roupas e botas. Gwynn se virou assim ela não olharia fixamente, quando era tudo que ela queria fazer. Ela nunca viu ninguém com um corpo como seu, e não conseguia se saciar dele.
— Eu acho que você está certa, — ele disse quando parou próximo a ela.
Ela olhou fixamente para a parede na frente dela e tentou tranquilizar seu coração. — Sobre que?
— Eu preciso me misturar.
Como se ele pudesse. Então ela percebeu o que ele estava dizendo. — Oh. Roupas, — ela disse, girando sua cabeça para olhar para seu rosto.
Seus olhos castanhos estavam mais verdes que o normal enquanto capturou seu olhar. — Você me ajudaria?
— Sim, — ela respondeu nervosamente, muito consciente de sua nudez e seu desejo em olhar. — Claro.
Com um assentimento, ele caminhou para o sofá.
Gwynn teve o desejo louco de rastejar de volta para cama e ver se ele a seguiria. Ao invés disso, ela entrou no banheiro e fechou a porta atrás dela.
Ela preparou-se em tempo recorde. Talvez fosse o pensamento de pegar Logan e o colocar em calça jeans, mas Gwynn não podia esperar para levá-lo em uma loja.
Quando eles se aproximaram da única em Mallaig, ela praticamente podia sentir a hesitação de Logan, mas ele nunca desistiu. A loja não tinha muito. Principalmente os equipamentos que pescadores precisariam, mas com um sujeito como Logan, qualquer coisa parecia bem em sua constituição muscular.
Ela o deu vários pares de calça jeans e suéteres e o dirigiu para o provador. Ela não tinha nenhuma ideia de qual era o seu tamanho, então ela testou.
Gwynn esperou impacientemente fora do provador, que era nada além de um armário com uma cortina entre eles.
— Como está? Eu posso pegar para você outro tamanho.
A cortina abriu e Logan saiu. — Você me diz.
Gwynn não achou que jamais veria alguém parecer tão quente em um par de calça jeans e um suéter de caçador verde. — Você parece...
— Malditamente quente, — disse a balconista que surgiu atrás de Gwynn.
Logan piscou para a balconista e olhou para Gwynn, sobrancelhas levantadas. — O que você acha? Eu me misturarei?
— Eu acho que você pareceria bom em um saco de lã, — Gwynn murmurou.
Ele franziu. — Um o que?
— Nada, — Gwynn apressou-se dizer. — As roupas parecem ótimas em você. Você gosta delas?
— Eu não sei. Eu nunca vesti algo assim antes, mas se você disser que isto é o que eu devo vestir, então eu vestirei isto.
Gwynn sorriu. — Oh, sim. Eu não o guiaria errado.
— Então eu levarei estes.
— Ótimo. Eu irei pegar mais um par de calça jeans e suéteres. Que tal sapatos? — Ela perguntou quando viu seus dedões do pé nus.
— Eu tenho minhas botas.
— Eles estarão um pouco difíceis de usar com a calça jeans.
Meia hora depois Logan teve um novo par de botas e vários pares de meias. Quando Gwynn pegou sua carteira para pagar, a mão de Logan ligeiramente tocou em seu braço.
— Eu não estou sem dinheiro.
Ela olhou abaixo em sua mão para ver as moedas. — Ah, — ela disse. — Eu não acho que essas servirão aqui. Deixe-me pagar.
— Então você aceite isso.
Ela ficou boquiaberta com o punhado de moedas de ouro que caiu em sua mão. Elas provavelmente valiam uma fortuna. Ela fechou seus dedos ao redor delas e estava para devolvê-las, mas ela elevou seu olhar para o rosto de Logan e soube o q era melhor que tentar devolver as moedas.
Eles deixaram a loja e estavam caminhando de volta para o hotel quando Logan disse, — existe algum lugar além de seu computador onde nós podemos fazer mais pesquisa no quanto mais é conhecido sobre o artefato?
— Há um centro de patrimônio. Nós poderíamos começar lá.
— Eigg teria algo semelhante?
Gwynn movimentou a cabeça. — Estou certa que terão. Se algo fosse registrado sobre a Placa, seria provável que estivesse por aqui.
Logan deixou as bolsas em seu quarto enquanto Gwynn pegava informações sobre o centro de patrimônio com o balconista. Em questão de minutos, eles estavam caminhando em direção ao Centro de Patrimônio.
Gwynn estava atordoada no quanto o centro oferecia. Existiam exibições sobre pesca, as estradas de ferro, as primeiras estradas, navios a vapor, e balsas. Além disso, eles tinham uma exibição chamada “Ache um rosto” apresentando fotografias das escolas de Mallaig datando por volta desde 1906. Existiam outras fotografias além daquelas das escolas, e Mallaig estava tentando identificar quem todo mundo era.
Gwynn achou-se olhando fixamente para as fotografias, perguntando se algum deles era parentes seus.
— Vê qualquer um que você conheça? — Logan sussurrou em sua orelha por trás.
— Não, — ela disse com um sorriso.
— Há uma seção de livros que eu achei.
Gwynn virou para encará-lo. — Então nós precisamos começar a olhar.
Eles caminharam para junto das prateleiras de livros. — O que nós procuramos? — Gwynn perguntou.
— Qualquer coisa na área que date do século XVI ou mais velho.
Gwynn soltou uma respiração e balançou sua cabeça quando leu os títulos. Ela achou vários livros e levou-os com ela para a mesa onde ela começou a folhear.
Ao meio-dia Logan fechou um livro e soltou um suspiro duro. — Nada. Não existe nem uma única palavra sobre a Placa em quaisquer destes livros.
— Talvez porque é História de Eigg. Talvez nós precisemos ir lá.
— Por que eu vejo dúvida em seus olhos então?
Gwynn se debruçou de volta em sua cadeira e suavemente fechou o livro que examinava. — Se meu pai achou algo, então estaria em algum texto ou livro obscuro que ninguém teria já ouvido falar.
— Você tem acesso a esses livros?
— Não. — E então ela se sentou ereta. — Oh, Deus. Eu nem pensei nisto.
— O que?
— Meu pai frequentemente usava meu computador quando sua bateria descarregava então ele teve ambas as máquinas em rede.
A sobrancelha de Logan enrugou. — O que isso quer dizer?
— Quer dizer, Logan, que eu posso acessar seu computador e possivelmente descobrir no que ele estava trabalhando.
CAPÍTULO TREZE
Logan assistia enquanto os dedos de Gwynn moviam com a velocidade de um raio acima do teclado. Eles retornaram imediatamente para o hotel onde ela não desperdiçou tempo em ligar o computador.
— A conexão é malditamente lenta, — ela murmurou.
Logan não achou que ela estivesse conversando com ele. Seu olhar — e sua mente — estavam no computador. Nada mais existia no momento.
Ele não fez nenhum movimento para distraí-la, mas ele estava próximo se ela precisasse dele. Como ele sempre estaria.
A percepção devia tê-lo surpreendido, mas, estranhamente, não surpreendeu. Apenas pareceu... certo.
Paciência nunca tinha sido algo que veio facilmente para ele. Sentar à toa era até mais difícil. Mesmo que se quisesse evitar distraí-la, não podia levantar e andar pelos limites da pequena câmara como queria fazer.
Ele fechou os olhos e pensou no Castelo MacLeod e como todo mundo parecia quando ele os viu pela última vez. A barriga de Marcail começou a mostrar com seu filho e de Quinn MacLeod.
Broc e Sonya finalmente acharam o amor que tinham um pelo outro. Com Cara e Lucan, Fallon e Larena, Galen e Reaghan, e Hayden e Isla todos encontrando o amor, o castelo estava tornando-se mais que apenas um refúgio de Deirdre. Era uma casa.
Todo Guerreiro lá defenderia o castelo até sua última respiração para proteger os Druidas, a maior parte deles eram suas esposas.
Logan sorriu quando pensou sobre Hayden. Ele não pode ser irmão de Logan de sangue, mas seu laço era muito mais profundo. Era um laço que ele compartilhava com os outros Guerreiros também.
Hayden tinha sido tão ávido pela batalha, o primeiro a saltar numa briga. E terminá-la. A primeira vez que Logan viu Hayden com Isla, ele testemunhou os olhos duros de seu amigo suavizarem. Ele viu Hayden, que sempre tinha sido o executor, se tornar o protetor.
Até quando Hayden descobriu que Isla era um drough, a coisa que Hayden jurou matar, ele ainda não pôde tomar a vida de Isla.
Pelo menos Hayden achou Isla, o que removeu o ódio de seu coração. Logan não pensou que haveria qualquer um que pudesse fazer o mesmo por ele.
Existia ódio em seu coração, ódio por si mesmo. Mas existia mais arrependimento e vergonha que qualquer outra coisa. Não importa quantas vezes ele matasse Guerreiros wyrran ou Deirdre, não removeria a mancha de seu arrependimento.
Só parando Deirdre de uma vez por todas daria a Logan algum consolo.
— Sim! — Gwynn gritou.
Os olhos de Logan abriram de repente para achar Gwynn sorrindo para ele.
— Eu consegui, — ela disse. — A universidade não apagou os meus códigos de acesso. Eu estou surpresa. Normalmente eles fazem isso assim que alguém parte. É uma medida de segurança.
Sua voz diminuiu quando ela franziu para a tela.
— O que é isto? — Logan estava mantendo-se o melhor que podia neste novo tempo, mas às vezes era difícil.
— Por que eles não apagaram seus códigos? Por que eles ainda dariam acesso? — Ela estava olhando fixamente para o computador quando se perguntou, suas sobrancelhas enrugadas. — A única razão plausível seria se papai ainda estivesse trabalhando com eles.
— Eu pensei que você disse que ele partiu.
— É disso que eu fui informada.
— Por seu pai?
Ela fechou os olhos e balançou a cabeça, seu rosto endurecendo. — Não. Sr. Manning na universidade.
— Então aí está sua resposta.
— É o que parece.
Logan se debruçou de forma que seus antebraços descansaram em seus joelhos. — Você pode entrar nos arquivos de seu pai?
— Eu certamente vou tentar, — Gwynn declarou quando começou a digitar novamente.
Logan pensou que gostava de assisti-la trabalhar. Sua sobrancelha enrugava quando ela achava algo ou que não entendia ou que não gostou.
E quando ela achava o que procurava, seu sorriso perverso fazia seu sangue acelerar.
Aquele sorriso apareceu agora.
— Você achou, não é? — Logan perguntou.
Ela olhou para cima e assentiu. — Parece que meu pai de alguma maneira conseguiu acesso a um livro muito antigo. Um livro que parecia estar perdido. O Livro de Craigan.
— O que é tão especial sobre este livro?
Ela girou o laptop assim ele podia ver uma foto disto. O livro era extremamente espesso e muito grande. Encadernado com couro preto que era envelhecido, mas estava bem preservado.
Mas o que conseguiu a atenção de Logan era as largas espirais conectadas no centro do livro. Não havia nenhuma outra decoração, nenhuma palavra.
— Você viu as espirais antes?
Ele inalou e assentiu. — Oh, sim. Elas foram usadas pelos celtas para simbolizar os equinócios. Os equinócios podem ser ferramentas poderosas para Druidas. Mais recentemente — bem, recentemente para mim, antes de eu ser trazido para seu tempo, Broc e Sonya estavam em uma missão para achar um antigo túmulo Celta.
— Eu entendo que eles conseguiram? — Ela perguntou, seus olhos violetas brilhantes com interesse.
— Eles conseguiram. Sonya achou um amuleto no corpo do rei morto. O amuleto tinha esta mesma espiral dupla. Se nós não achássemos o amuleto, que acreditamos que nos ajudará a libertar a gêmea de Deirdre, então eu não pensaria muito neste livro.
— Mas o livro é sobre Eigg.
Logan assentiu. — Onde o artefato que fui enviado para achar acredita-se estar. Como nós conseguimos o livro?
— É posse privada, — ela disse com uma carranca. — Muitos dos livros antigos como este aqui são. Os colecionadores privados pagam milhares, às vezes milhões de dólares para ter tal relíquia. A maior parte das vezes estes livros e outros objetos são roubados de museus e vendidos no mercado negro.
— Eu entendo que estes mercados negros não são bons?
Gwynn colocou seu cabelo atrás de ambas as orelhas e assentiu. — Logan, eles roubam bebês e vendem no mercado negro. Uma vez que alguém compra algo, você nunca verá isto novamente. É como se desaparecesse.
Logan esfregou sua nuca. — Este livro foi vendido no mercado negro?
— Eu posso tentar descobrir.
Desta vez Logan não podia permanecer quieto. Ele tinha que levantar e movimentar-se. Ele apostava sua imortalidade que havia algo no Livro de Craigan que levou Gary Austin para Eigg.
Se Gary Austin estava procurando pela Placa de Orn, então a probabilidade que ainda estava em Eigg era pequena desde que não haviam mais Druidas para guarda-lo.
A fúria o atravessou quando percebeu que ele poderia falhar com seus amigos.
Logan apertou suas mãos na entrada que levava ao banheiro e deixou cair sua cabeça. Sem a Placa, eles não poderiam acordar Laria. O que significava que Deirdre não seria morta.
Antes de Logan poder reprimir, suas garras saíram de seus dedos e suas presas encheram sua boca. Ele entrou no banheiro assim Gwynn não o veria.
E quando ele viu seu reflexo, ele acalmou-se.
Ele viu seus companheiros Guerreiros com seus deuses soltos, mas ele nunca viu a si mesmo. Ele nunca viu o prateado enchendo seus olhos.
Ele estava… estranho.
Logan retraiu seus lábios e observou suas presas, surpreendido em ver que eram maiores do que ele achava. Com apenas um pensamento, ele soltou seu deus, Athleus.
Em uma piscadela, sua pele bronzeada virou a mesma prata escura que seus olhos. Logan ergueu sua mão e olhou para as garras prateadas em seus dedos.
Ele era um monstro, um monstro que Gwynn nunca poderia ver. Ela correria gritando dele. Como ele podia protegê-la se ela o temesse?
Logan ouviu Gwynn levantar da cadeira. Ele reprimiu seu deus e virou-se quando Gwynn entrou no banheiro.
— Você está bem? — Ela perguntou. — Parece um pouco pálido.
— Eu estou preocupado.
Ela bufou. — Como eu. Eu achei algo. Venha ver.
Logan a seguiu e afundou sobre o sofá próximo a ela. Seus ombros roçaram e calor faiscou entre eles, assim como o sentido de sua doce magia. Isto cresceu mais quando mais ele estava ao redor dela. Expandiu, aumentou.
E Deus ajudasse Logan, mas ele gostou do sentir sua magia.
A pureza ajudou a iluminá-lo. A apagar um pouco da escuridão de seu passado.
— Logan?
Sua voz rouca chamou sua atenção. Ele girou a cabeça para achar seus olhos dilatados e a pulsação em sua garganta rápida e irregular.
O conhecimento que ela estava tão afetada quanto ele fez suas bolas apertarem. O desejo, a necessidade, a fome em saborear seus lábios era tão grande que Logan teve que apertar suas mãos para impedir de tocá-la.
Com mais moderação que ele já mostrou quando se tratava de mulheres, Logan afastou seu olhar dela e olhou fixamente para a tela. Ele viu um retrato de um homem que obviamente tinha riqueza, se suas roupas diziam qualquer coisa.
— Ele é a pessoa que possui o livro? — Logan perguntou.
Gwynn limpou sua garganta. Ela realmente precisava manter seus hormônios furiosos sob controle. Esta reação a Logan era muito diferente de si mesma.
— Sim, — ela respondeu. — Declan Wallace é o neto de David Wallace, um colecionador famoso de artefatos antigos. Ele é escocês, e tudo em sua vasta coleção é do passado da Escócia. Alguma até data do tempo quando Roma ocupava a Inglaterra.
— Quem é este David Wallace?
— Ele fez sua fortuna, sua fortuna extremamente enorme, eu poderia adicionar, com softwares de computador. Alguns dizem que foi sorte. Outros dizem que ele fez um pacto com o diabo, — ela disse com um bufar.
— Não descarte tal conversa, Gwynn. Lembre-se do que eu disse a você sobre o droughs. Deirdre tem uma conexão muito maior com Satanás.
— Então ele podia ter feito um pacto com o Diabo?
Logan encolheu os ombros. — É possível. Você diz que ele é escocês?
— Sim, — ela disse e leu a biografia na tela. — Diz aqui que os Wallaces gostam de alardear que eles podem rastrear sua linha genealógica até o século X.
Quando Logan não respondeu, ela olhou para ele para vê-lo batendo um dedo em seu joelho. — O que você está pensando?
— Eu estou pensando que pode haver a possibilidade de um Druida em sua família.
— Você faz isto soar como se a Escócia fosse principalmente composta de Druidas.
— Não. Eu estou me perguntando se fosse tão fácil para alguém fazer sua fortuna, por que mais pessoas não fizeram isto?
Gwynn riu. — Entendo. Você pensa que magia teve algo a ver com isto.
— Eu só tenho estado no seu tempo por pouco tempo, mas o que eu aprendi é que as pessoas são motivadas por moeda.
— Dinheiro, — ela corrigiu.
Logan encolheu os ombros. — Dinheiro. Eu estou certo?
— Você acertou em cheio.
Sua sobrancelha enrugou. — Eu fiz o que?
Gwynn riu e colocou o laptop de lado enquanto levantava. — Eu disse que você acertou em cheio. É um ditado. Quer dizer que você acertou. Você entendeu direito.
— Onde você está indo?
— Eu estou com fome. E eu acho que devíamos retornar a Eigg.
Ele estava ao lado dela. — Por que?
— Aquelas espirais conectadas no livro? As mesmas que você diz que estava no amuleto? Eu vi uma marcada em uma pedra ontem.
Logan estava indo em direção à porta antes dela poder pegar seu casaco. — Aquelas espirais eram comuns, mas eu ainda gostaria de vê-las.
Gwynn correu para fechar seu casaco e agarrar sua bolsa. — Nós realmente devíamos comprar-lhe um casaco.
— Eu não preciso disto, — Logan disse. Ele fechou a porta atrás deles depois que saíram no corredor.
— Não precisa disto? — Ela repetiu e rolou seus olhos. — Você só pode estar brincando.
Ele sorriu para nela. — Eu nem sonharia.
— Ah. Mas você vai provocar.
Logan riu. — Eu não preciso deste casaco que você fala. O tempo não me afeta como a você.
— Claro que não, — Gwynn disse com um suspiro.
Talvez se ela ficasse perto o suficiente dele, um pouco de seu calor a alcançaria.
Mas ficar perto dele tinha um modo de fazer seu corpo reagir estranhamente. Maravilhosamente, mas estranhamente.
CAPÍTULO QUATORZE
Deirdre caminhava pela sua amada montanha Cairn Toul e sorriu. As pedras a ensurdeceram com seus gritos de alegria por que ela retornara.
— Eu nunca deveria ter partido, — ela murmurou quando parou no afloramento que escondia a caverna que ela usava como um grande corredor.
Mas ela não teve nenhuma escolha, graças aos MacLeods. Eles a forçaram a partir, e por causa disso outro drough ousou levá-la de seu tempo.
Um wyrran arrulhou próximo a ela, seus olhos amarelos enormes olhando para ela com a adoração que Deirdre desejava.
— Nós estamos em casa, — ela disse ao wyrran. — É hora de voltar esta montanha ao que uma vez foi.
O silêncio dentro da montanha fez Deirdre coçar para ouvir os gritos torturados dos Druidas mais uma vez. Os calabouços prenderiam Guerreiros novamente, e desta vez ela não cometeria os mesmos erros.
Declan pensou que pudesse segurá-la, pensou que pudesse fazê-la curva-se a sua vontade. Ele estava mortalmente errado, e pagaria por tudo que fez.
Deirdre sorriu quando pensou sobre todos os modos que ela podia fazer Declan berrar em agonia. Ela fez seu caminho para sua câmara, correndo seus dedos ao longo das pedras à medida que caminhava.
Ela pegava força das pedras. Elas falavam com ela, da mesma maneira que ela podia falar com elas. Elas e os wyrran eram os únicos que nunca a traíram.
Deirdre andou em sua câmara e deixou seu olhar vagar pela sujeira, pó, e teias que assumiram o comando de tudo.
Um som soou ao redor dela, saltando para fora das pedras até que reverberou inúmeras vezes.
— Você não aprendeu nada? — A voz disse.
Deirdre respirou fundo e girou para o a fumaça preta que vazava dentre as rachaduras nas paredes de pedra. Encheu sua câmara até que ela não podia ver sua mão na frente de seu rosto.
— Eu aprendi muita coisa, — Deirdre respondeu. Ela foi cuidadosa para manter sua voz. Levou só um instante para permiti-Lo saber que ela estava irritada para aprender que se ela quisesse viver, ela nunca podia fazer isto novamente.
Ele riu. — Você devia ter-me escutado e esquecido sobre os artefatos. Você devia ter mantido o objetivo que eu fixei para você e matado Lucan e Fallon MacLeod.
— Eu estava no processo de fazer isto. Eu matei Duncan Kerr. Ian teria sido meu para controlar.
A fumaça espessou, sufocando Deirdre. — Não. Minta. Você pode ter matado Duncan, mas você foi para Mallaig a fim de conseguir o artefato.
— Eu fui.
— Mesmo depois que eu disse que você desistisse?
A fumaça apertou ao redor dela, apertando-a de forma que ela não podia respirar. — Sim, — ela conseguiu falar.
— Por que? — A voz aumentou.
— Eu preciso deles. Os artefatos me farão mais forte, — ela disse entre respirações ofegantes.
De repente, a pressão aumentou, mas a fumaça rodava com fúria. —Era para você ter sido minha maior realização, Deirdre.
— Eu ainda serei.
— Eu não duvido disto. Sua vontade de dominar é forte. Mas eu tive que pôr outras precauções no lugar.
E isto foi quando Deirdre percebeu que seu mestre, Satanás, adicionou a magia de Declan para fazê-lo mais forte. — Declan.
— Eu pensei que você poderia se dar bem melhor com ele.
Deirdre bufou. — Por que? Você sabe que eu não falharei com você.
— Eu quero assegurar que você não falhe. Declan não se importa com os artefatos. Ele quer poder. Ele quer decidir. E ele quer você.
— Eu não o quero.
A voz profunda riu, longa e baixa. — Eu dei a ele muito poder, magia suficiente que ele é um par perfeito para você.
— Você ajudou ele a trazer-me para este tempo. — Não era uma pergunta, mas ela queria que Ele admitisse isto.
— Eu ajudei. Eu também ajudei sua causa livrando-me dos Druidas.
A respiração de Deirdre saiu rapidamente. Ela precisava daqueles Druidas a fim de ganhar sua magia. — Todos eles?
— Oh, existem alguns caminhando. As Druidesas no Castelo MacLeod ainda estão lá. A maior parte dos outros não tem nenhuma ideia do que são. Você deveria ser capaz de achá-los facilmente.
Ela apertou suas mãos atrás dela. — Eu conquistarei este mundo sem Declan Wallace.
— Será um show interessante, — a voz disse, um sorriso evidente nas palavras. — A propósito, eu pensei que você poderia gostar de saber que Ian Kerr foi trazido com você para este tempo.
Pela primeira vez desde que seu mestre chegou Deirdre sorriu. — Quão fortuito para mim. Ele será o primeiro Guerreiro que eu acharei. E ele será o instrumento perfeito para penetrar no Castelo MacLeod.
— Só o que eu queria ouvir. Sem mais artefatos.
— Mas eu devo tê-los. Eles me farão mais forte.
— É para isso que eu sou!
Deirdre abaixou seu olhar em submissão. — Eu posso conseguir os artefatos e matar Lucan e Fallon.
— Você sabe por que os MacLeods querem os artefatos tão desesperadamente?
Ela encolheu os ombros. — Para prevenir-me de tê-los.
— Porque, minha empregada fiel, aqueles artefatos permitem que eles entre em uma tumba. A tumba que prende sua irmã adormecida.
— Laria? — Deirdre sussurrou em choque.
— Sim. Se Laria acordar, ela tentará matar você.
— Ela não tem qualquer magia.
Outra risada, esta seca e brava. — Ela sempre teve. Você nunca viu isto porque ela escondeu isto tão bem. Deixe os artefatos.
— Se eu fizer, o MacLeods a acordarão.
— Eu não deixarei que aconteça. — A fumaça começou a mover de volta nas pedras. — Lembre-se, Deirdre. Se você não fizer o que eu quero eu terei Declan substituindo você. Em tudo.
A ameaça era suficiente para dar calafrios em Deirdre.
Mas não o suficiente para fazê-la esquecer os artefatos. Agora, mais que nunca ela tinha que tê-los. Laria nunca poderia acordar. Nunca.
Deirdre não achava que sua gêmea pudesse matá-la, mas ela não queria arriscar, também. Desde que ela tivesse os artefatos, ela seria mais forte. E ninguém abriria a tumba de sua irmã.
— Isso foi interessante, — disse a voz de um macho atrás sela.
Deirdre girou para achar Malcolm de pé em sua entrada com seus braços cruzados. Não havia nenhuma raiva, nenhuma surpresa, nenhuma felicidade… nada em seu rosto.
— Você não devia ter visto isto, — Deirdre disse.
Malcolm encolheu os ombros, uma mecha de seu cabelo dourado caindo de sua fronte em seus olhos. — Por que não? Eu sempre soube que você recebia ordens do diabo. Eu só nunca percebi antes que ele visitava você.
Deirdre dispensou suas palavras. — Nós temos outras preocupações. Ian foi trazido conosco. Eu o quero encontrado.
— Eu farei isso, — Malcolm jurou e soltou seus braços quando começou a se virar.
— Não. Eu preciso de você para ficar aqui por enquanto.
Malcolm encolheu os ombros e retomou sua posição. — O que você quiser.
Deirdre sorriu. Malcolm era o Guerreiro perfeito. Ele tinha sua ira sob controle, mas mataria qualquer coisa com um comando dela. Até aqueles no Castelo MacLeod. Tudo porque ela prometeu que deixaria sua preciosa prima, Larena, viva.
— Eu vou enviar o wyrran.
— Você está certa que isto é sábio? — Malcolm perguntou. — Existem mais pessoas do que nós estamos acostumados.
— Eu não me importo mais. Eu preciso achar Druidas e o artefato. Eu vou enviar um grupo pequeno de wyrran para a Ilha de Eigg pelo artefato.
Malcolm assentiu. — Nós iremos terminar o que começamos.
Deirdre sorriu enquanto as pontas de seu cabelo branco ergueram do chão e a envolveram. — Em mais de uma maneira.
* * *
Logan e Gwynn comeram um almoço rápido e estavam na balsa em menos de uma hora. O vento estava excepcionalmente severo e causava ondas grandes, fazendo a balsa mover-se muito mais rápido que antes.
Gwynn segurou seu estômago e gemeu, sua aparência empalidecendo.
— O que é? — Logan perguntou.
— O barco está balançando. Está me fazendo enjoada.
Logan olhou para a água e permitiu uma parte de seu deus subir para a superfície. Ele teve certeza de manter-se virado de forma que ninguém o viu, e então usou o poder que seu deus deu a ele e mandou as águas tranquilizarem.
Imediatamente, as ondas ásperas do mar desapareceram nas águas normais suavemente ondulantes.
— Oh, graças a Deus, — Gwynn disse e fechou seus olhos.
Logan não se importou de não receber o crédito. Parte dele desejava que pudesse dizer a ela — mostrar a ela — o que ele era, mas não seria sábio.
— Estranho, entretanto, não é?
— O que? — Logan perguntou.
Gwynn perscrutou acima da grade para a água abaixo deles. — Como a água acalmou tão de repente.
— O tempo na Escócia é sempre assombroso. Você nunca sabe o que conseguirá de um momento para o outro.
Ela riu, seus olhos violeta brilhantes. — A mesma verdade para o tempo do Texas.
Quando eles alcançaram Eigg, Gwynn partiu com passos certos através da ilha. Logan ficou a seu lado, seu olhar na multidão ao redor dele.
Poucas pessoas prestaram qualquer atenção a eles. Aparentemente, Logan estava se misturando.
Logan viu alguns homens vestindo kilts, mas eles eram diferentes dos seus. Mais modernos, como Gwynn diria. Logan gostava mais dos velhos.
Ele olhou acima dele e franziu no enforcamento de nuvens cinzas pesadas no céu. — Tem uma tempestade vindo.
— Eu acho que posso precisar de duas jaquetas, — Gwynn murmurou. Ela fungou e se amontoou mais fundo em sua jaqueta.
— Um cachecol e luvas mais espessas, eu diria.
Ela olhou para ele e sorriu. — Você está disposto a mais compras?
— Ah…
Sua risada soou ao redor deles, iluminando o coração de Logan. — Sim. Eu achei que não. A maioria dos homens preferem estar fazendo qualquer coisa diferente de compras. Não se preocupe, entretanto. Eu já decidi que eu preciso de algo mais espesso que o que tenho. Vou pegá-lo ainda hoje.
— Nós pegaremos qualquer que você precise. — Ele sabia que ela sofria no tempo frio, e como era dezembro, só iria ficar mais frio.
A respiração de Gwynn soprou ao redor dela à medida que ela riu. —Não parece ter tantas pessoas como ontem.
— É o tempo que está vindo. Trará neve com certeza. E muito pela aparência das nuvens.
— Eu costumava desejar todo Natal que nevasse onde eu vivia. Às vezes, se nós tivéssemos sorte, a cada dez anos ou então teríamos algumas rajadas que derreteriam assim que batessem no chão.
— Natal? — Ele perguntou. Ele aprendeu muito com ela, e até do computador, mas aparentemente havia ainda mais para ele assimilar.
— Sim. É quando nós celebrarmos o nascimento de Jesus. Nós decoramos nossas casas com luzes coloridas. Dentro de nossas casas pomos árvores, que adornamos com luzes e ornamentos, e então colocamos nossos presentes um para o outro debaixo da árvore. Na manhã de Natal nós trocamos presentes.
— Entendo. — Entretanto Logan estava certo que a imagem que tinha em sua cabeça não era de maneira nenhuma o que ela estava tentando explicar.
Ela riu novamente, e ele descobriu que amava o som disto.
— Eu mostrarei a você imagens no laptop quando voltarmos para o hotel. É realmente uma temporada mágica. As canções, a alegria do feriado, as festas, e as compras.
Era vez de Logan rir. — Eu entendo que você gosta de fazer compras.
— A maioria das mulheres gostam. Principalmente eu só olho. Eu tenho gostos caros, parece, então raramente posso dispor de comprar o que quero.
Logan franziu, não entendendo como ela podia ser tão desinteressada sobre isto. — Então você não tem condições de comprar o que você precisa?
— Necessidade e querer são duas coisas diferentes, Logan. Eu tenho tudo que eu preciso e mais. Querendo, por exemplo, as botas Jimmy Choo que eu tenho vi há uns meses é tudo sobre saber o quão ótimas elas pareceriam com este vestido com suéter de cachemira que eu tenho.
Ele entendeu tudo sobre querer. Logan não queria voltar no tempo e mudar sua decisão de ir para Deirdre? Ele não desejava que tivesse atendido os gritos do seu irmão e retornado ao calor da cabana de sua família?
A pequena mão de Gwynn tocou em seu braço, e Logan olhou até perceber que ele parara de caminhar.
— Você está bem?
A preocupação nos olhos violeta de Gwynn ajudaram a aliviar a culpabilidade que começou a sufocá-lo. — Sim.
— Não é bom segurar tudo do lado de dentro, sabe. Eu fiz isto, e quase me arruinou.
Logan não podia imaginar Gwynn sofrendo qualquer tipo de culpabilidade. Havia uma sensação de sossego e pureza sobre ela. As pessoas como Gwynn não cometiam o tipo de erro que Logan tinha cometido. — Como você fez isto?
— Houve um tempo quando meu pai e eu não nos falamos, — ela disse enquanto começou a caminhar novamente, desta vez em um passo muito mais lento. — Eu me ressenti do fato que ele estava sempre na universidade. Para mim, parecia como se ele se importasse mais sobre sua pesquisa que sobre sua família. Muitas noites eu deitei acordada ouvindo minha mãe chorar quando ele não voltou para casa mais uma vez.
— Ele ficava na universidade?
Gwynn assentiu. — Existia um sofá em seu escritório que ele dormia. Ele tinha um armário de roupas e tudo. Isso era sua casa, era mais sua casa que o que ele teve conosco. Meu ressentimento virou ódio quando eu era uma adolescente. Era sempre apenas minha mãe e eu. Sempre.
— Você duas eram próximas. — Logan podia ver isto no modo que ela sorria quando falou sobre sua mãe.
— Sim. Nós fazíamos tudo juntas. Não importa quantas noites ou semanas passavam sem meu pai retornar para casa, ela era sempre tão emocionada quando ele finalmente vinha. Eu nunca entendi como ela podia ser assim. Ela disse-me que ela o amava. Como se isso compensasse o modo que ele nos tratou.
— Ele não fazia coisas com você?
— Não. Eu estava sempre no caminho. Ele sairia com mamãe ou traria para casa um pequeno presente, dizia que ele sentia muito e não se afastaria tanto da próxima vez. Então ele sairia na próxima manhã.
Quanto mais Gwynn falava, menos ele gostava de Gary Austin.
— Cinco anos atrás, mamãe começou a se sentir cansada. Era muito diferente dela. Ela sempre tinha energia ilimitada. Ela estava sempre pronta para fazer algo, qualquer coisa. Um ano passou, e só ficou pior.
— Eu me mudei para meu próprio apartamento então, mas eu comecei a ficar com ela para ter certeza que ela comeria. Ela mal podia sair da cama. Foi então que eu descobri que meu papai não tinha vindo vê-la em três meses. Eu ia chamá-lo e dar a ele um pedaço de minha mente…
— Mas ela pediu para você não fazer, — Logan disse.
Gwynn olhou para ele e tristemente assentiu. — Ela disse que ela não queria que ele a visse assim. Eu finalmente a convenci que precisava ir ver um médico. Descobri que ela tinha leucemia. Foi sem tratamento por um ano, Logan.
Ele franziu quando tentou recordar se ele ouvira falar de qualquer doença que seja. — O que é leucemia?
— Câncer da medula óssea. A doença progrediu para um estado que nem mesmo um transplante de medula óssea ajudaria.
— O que você poderia fazer?
Ela ergueu um ombro. — Eles cortariam e pegariam parte de minha medula óssea para dar a ela.
— Soa doloroso.
— É, mas eu teria feito isto.
Logan quis tocá-la, puxá-la em seus braços e tirar o sofrimento e dor que ele viu em seu rosto. O conhecimento que ela sofreu por isto só sem seu pai lá para ajudar fez ele querer rasgar a garganta de Gary.
— De alguma maneira mamãe viveu outro ano. Foi um tempo horrível. Ela estava com tanta dor e entrando e saindo de hospitais. Foi como papai nos achou. Ele foi para casa para achar a casa vazia, e um vizinho disse a ele onde nós estávamos. Assim que ele veio para o hospital, ele ficou a seu lado até o dia que ela morreu.
— Eu sinto muito, Gwynn.
— É a vida, — ela disse com um sorriso aguado. — Faz três anos, e ainda sinto como se a dor nunca irá embora.
— Irá. Só pense sobre as boas memórias que você teve com ela.
— Eu penso, — Gwynn disse com um assentimento.
Logan olhou para ver que eles estavam a sós do lado de trás da ilha. Era onde eles tinham estado na véspera quando Gwynn ouviu o vento.
— Diga-me como as coisas mudaram entre você e seu pai, — Logan disse.
Ela rolou seus olhos e aplainou seus lábios. — Eu fiz isto pela mamãe. Ela queria que nós nos déssemos bem, então eu fingi por ela. Tornou-se tal hábito que quando ela morreu, a maior parte de minha raiva dele tinha enfraquecido. Ele era toda a família que eu tinha. Eu acabara de perder minha mãe. Eu não estava pronta para estar só no mundo.
— Ninguém está.
Uma respiração forte deixou os lábios de Gwynn, mas existia uma sugestão de sorriso também. — Eu dou crédito a ele, ele fez um esforço comigo. Nós jantávamos todo domingo à noite. Conversávamos ao longo da semana também. Era mais que qualquer relação que eu já tive com ele.
Logan puxou uma mecha de cabelo de seus cílios. — Isto é bom entretanto.
— Quatro anos atrás, se ele tivesse se perdido, eu não teria erguido um dedo para achá-lo. E agora, eu peguei uma licença de meu trabalho e usei minha poupança para voar até aqui. Para que? Ele não está aqui.
— Não, mas você descobriu a si mesma. Você descobriu quem você é o que você é. Você tem magia tão antiga quanto o tempo que atravessa você.
O sorriso começou pequeno, então cresceu. — Eu tenho, não é? Quantas pessoas podem dizer isto?
— Poucas, eu imaginaria.
Ela puxou a mão de seu bolso e hesitou quando tocou em seu braço. — Obrigada, Logan.
Ele olhou abaixo em seus olhos violeta rodeados com cílios espessos, pretos e estava cativado. Escravizado.
Enfeitiçado.
Seus corpos estavam quase tocando. O olhar de Logan desceu para seus lábios, e ele viu-se debruçando para beijá-la, para finalmente ter seu gosto que ele tanto desejou.
Desejo o encheu, fazendo ele doer por senti-la em seus braços. Ele estava faminto por seu gosto, desejou seu toque. Ansiando por… ela.
De repente, o sentimento da magia de Gwynn cresceu e o cercou, fazendo ele louco com a pureza, inocente sensação disto… dela.
Ele precisava tê-la, tinha que saboreá-la.
— Logan, — ela sussurrou.
Ele gemeu no som de seu nome em seus lábios. Ela diria isto novamente, ele prometeu-se. Ela gritaria isto quando ele a fizesse gozar.
Mas primeiro… um beijo.
Os lábios de Logan estavam uma respiração longe de tocar o dela, de satisfazer o desejo que o dirigiu incansavelmente desde o primeiro momento que ele a viu.
O som de passos correndo em direção a eles o fez levantar sua cabeça. Ele amaldiçoou sua sorte quando viu um grupo de rapazes jovens brincando. E quando ele voltou-se para Gwynn, ela se fora.
Logan fechou suas mãos num esforço para conter a luxúria que o enchia. Ele a achou mais ou menos vinte passos dele.
— Aqui, — Gwynn chamou enquanto ela ajoelhava-se próximo a algo.
Os passos largos de Logan devoraram o chão quando ele caminhou para ela. — O que é isto?
— As espirais duplas.
Ele olhou até achar uma pedra do tamanho da cabeça de um homem com as mesmas espirais duplas que estavam no livro e no amuleto.
— Combina, — Gwynn disse e levantou para ficar ao lado dele. — Agora o que?
— Agora nós achamos o livro.
CAPÍTULO QUINZE
Gwynn não podia acalmar seu coração disparado. Ou a dor que não iria embora. Desde que ela viu o desejo escurecer os olhos castanhos de Logan, ela soube que ele iria beijá-la.
E ela queria isso desesperadamente.
Seu calor a cercou, como uma droga sua proximidade fazendo-a pensar nele. E só nele. O mundo simplesmente parou de existir enquanto sua cabeça abaixava para ela.
Os olhos de Gwynn fecharam e seus lábios separaram enquanto ela esperou, sem fôlego, pelo beijo. Quando ele não veio, ela abriu seus olhos para encontrar Logan observando um grupo de meninos.
A força da necessidade espiralando através de Gwynn a assustou. Ela podia ceder à atração que sentia por Logan? Ela ousaria? Sabendo que ele viajou no tempo e estava aqui para lutar com uma força tão maléfica que levou a raça inteira dos Druidas para a extinção?
De alguma maneira, Gwynn conseguiu dar um passo longe de Logan. E então outro, e outro, até que achou a pedra.
Mas nem mesmo o ar frio soprando da água podia esfriar o desejo desenfreado que ainda queimava dentro dela.
— Nós não podemos apenas nos dirigir até a porta do sujeito e pedir para ver o livro, — Gwynn assinalou.
Logan olhou para ela, sua fronte franzida. — Por que não?
— Só não é como se faz. O mais provável é que ele nos jogará de sua propriedade.
— Você tem outra sugestão então?
Gwynn ergueu seus braços e deixou-os cair a seu lado, batendo nos lados de suas pernas. — Eu não sei. Tudo isso é novo para mim, Logan.
— Sim. Mas não para mim.
Infelizmente, ele tinha um ponto. — O que você acha que o livro vai dizer-nos?
— Quem sabe?
— E se eu pudesse descobrir mais perguntando ao vento?
Ele olhou fixamente para ela, como se considerando suas palavras. — Você poderia ser capaz de aprender bastante. Especialmente sobre onde Deirdre está. As árvores sempre eram capazes de dizer a Sonya essas coisas.
— Então eu vou tentar. — Antecipação e excitação passaram pelas veias de Gwynn. Tinha se assustado a primeira vez que ouviu o vento, mas desde então, ela queria ouvir isto novamente. Queria sentir o seu toque único em sua pele.
— Eu quero retornar onde nós estávamos ontem a primeira vez que falou comigo.
O meio sorriso nos lábios de Logan fez as borboletas no estômago de Gwynn tremular novamente. — Então vamos.
Eles caminharam em silêncio, entretanto ela estava ciente de cada respiração que ele dava. Ela era até mais ciente de com que frequência o olhar dele virava ao redor deles, e até atrás deles.
— Você está esperando dificuldade?
— Você é uma Druidesa, Gwynn. Eu sempre espero dificuldade quando estou ao redor de Druidas. Especialmente sabendo que Deirdre está aqui. E que seu pai está de alguma maneira conectado a Placa de Orn.
— Uau. Queria que não tivesse perguntado.
Ele riu. — Você não precisa ficar preocupada. Eu jurei proteger você.
Com suas palavras ainda persistindo em seus ouvidos, Gwynn alcançou o lugar que a tinha chamado desde que ela viu Eigg pela primeira vez. Era muito mais forte agora que ela aceitava que era uma Druidesa e ouvia o vento.
Ela sorriu quando percebeu que sua mãe teria desmaiado se soubesse que Gwynn começou a usar sua magia novamente. Mas Gwynn teria gostado de dizer à sua mãe sobre estes novos desenvolvimentos. Particularmente o fato de que ela podia se comunicar com o vento.
— Eu estarei aqui, — Logan disse.
Ela assentiu e sorriu quando ele piscou para ela. O charme de Logan era infeccioso. Ajudava a aliviar suas preocupações e medos. E ele estando próximo… bem, ele acordou a mulher dentro dela, a mulher que ela escondeu do mundo por medo de se machucar.
Uma mulher que queria desesperadamente ceder à tentação que ele oferecia a ela.
Gwynn soltou um suspiro profundo e permaneceu no precipício. As ondas eram brancas dos ventos ásperos, e as nuvens da tempestade que Logan viu anteriormente moveram-se mais perto e estavam mais baixas que antes.
O vento uivou ao redor dela, escovando contra ela suavemente e áspero ao mesmo tempo. A empurrou, segurou. Confortou-a.
Gwynn silenciosamente perguntou ao vento onde Deirdre estava. Quando não conseguiu uma resposta, ela disse em voz alta, — Você pode dizer onde Deirdre está?
O vento estava mudo novamente.
— Abra sua magia, — Logan disse em sua orelha.
Ela não sabia que ele tinha se movido para trás dela, não ouviu diminuir a distância. Mas sabendo que ele estava lá se ela precisasse de ajuda para segurá-la, ajuda para reforçar sua coragem para alcançar o vento.
Gwynn fechou seus olhos e sentiu sua magia. Rodou dentro dela em uma massa branco e ouro, crescendo mais forte todo dia. Quando ela chamou por isto, levantou-se e enrolou ao redor dela, dentro dela. Por ela.
— Eu sinto isto.
— Assim como eu.
A voz de Logan estava esquisitamente áspera, como se ele fizesse um grande esforço para falar. Ela encostou suas costas contra ele, e os braços dele a envolveram pela sua cintura.
Ela podia ouvir sua respiração, severa e irregular, em sua orelha. Mas foi o sentimento de sua excitação dura contra suas costas que fez seu coração descer para o estômago.
E necessidade, mais rápida e forte que antes, agitou-se.
— Gwynn, — Logan disse.
Ela forçou-se a esquecer sobre a excitação de parar o coração e focou em sua magia. Gwynn tentou várias vezes para conversar com o vento, mas toda vez ela não ouviu nada em retorno.
— Algo está errado, — ela disse e agarrou as mãos de Logan quando uma emoção desconhecida cravou por ela. Era urgente, pressionando. — Eu sinto…
— O perigo, — ele disse e a soltou.
Gwynn tropeçou para frente e balançou seus braços para manter o equilíbrio. Quando ela girou ao redor viu Logan enfrentando dois homens armados.
Logan permaneceu entre ela e eles, protegendo-a como tinha dito.
— O que você está fazendo? — Ela sussurrou quando surgiu atrás dele.
— Você precisa se esconder.
— Eles têm armas.
Houve uma pausa, e então Logan perguntou, — O que são?
— As coisas pretas que eles seguram são armas. O barril tem um buraco. Um projétil pequeno sairá naquele buraco e entrará no que quer que esteja apontado. Mata as pessoas sem ter que se aproximar.
— Covardes, — Logan cuspiu. — Esconda-se. Agora.
Gwynn procurou, mas não havia nenhum lugar para ir. Não existia nenhuma árvore, apenas a bela paisagem ondulante. E então ela examinou o precipício. Lá, mais ou menos seis pés abaixo tinha uma pequena saliência.
Ela não hesitou, apenas sentou e pendurou suas pernas do lado. Com mais um olhar para Logan, que ainda tinha sua atenção nos atacantes, Gwynn saltou.
Com o grito alojado em sua garganta, ela aterrissou fortemente e torceu seu tornozelo. — Malditas botas, — ela resmungou.
Elas eram magníficas, mas os saltos altos não eram práticos para saltar de um precipício.
A dor de seu tornozelo não era nada comparada a seu medo pela vida de Logan. De modo nenhum ele sobreviveria sendo baleado por um dos homens armados. Se ele morresse, o que aconteceria com ela?
Gwynn olhou para a água abaixo dela. Ela teria que saltar das pedras, o que não seria fácil — se ela sequer conseguisse. Então haviam as correntezas para lidar.
— Pelo que você está esperando? — Ela ouviu Logan gritar.
— Dê-nos tudo que você tem, — um dos homens disse.
Logan riu. — Você terá que vir e pegar.
— Dê-nos agora, ou atiraremos em você, — o segundo homem disse.
O coração de Gwynn estava em sua garganta. Ela subiu e perscrutou acima da extremidade do precipício assim podia ver o que estava acontecendo. Logan permaneceu no lugar, e os outros dois não estavam parecendo tão confiantes quanto antes.
Entretanto novamente, ninguém podia ser tão agressivo quanto Logan.
— Dê o que queremos agora, — o primeiro homem gritou.
Logan agitou a cabeça.
Então a arma de fogo explodiu.
Gwynn gritou e cobriu sua boca quando a bala pousou no ombro de Logan. Logan apenas moveu-se, e ela podia ter jurado que ouviu um rosnado.
Um fundo, ressonante, rosnado bravo.
O pé de Gwynn deslizou e ela começou a cair, mas conseguiu agarrar-se com seus dedos. Enquanto ela estava tentando ficar numa posição segura, ela ouviu os homens gritando e mais balas.
Quando Gwynn teve mais uma vez seu pé assegurado, ela examinou a borda para ver os dois homens no chão com Logan de pé acima deles.
Eram as longas garras de prata curvadas em seus dedos que a fez ofegar.
O som fez Logan girar em sua direção, e seus pulmões recusaram a funcionar. O Logan que ela conheceu se fora. Em seu lugar estava uma… besta com pele de prata e garras. E presas.
— Gwynn, — Logan disse e deu um passo em direção a ela. — Estes homens não machucarão você agora.
— Você os matou?
Ele pausou, então balançou a cabeça. — Eu gostaria. Eles não pensariam duas vezes em atirar em você.
Isto é quando ela viu o sangue gotejando de seus ferimentos. Ela não sabia se ficava preocupada ou assustada.
— Eu não machucarei você.
E esquisitamente, ela acreditou nele. Embora sua mente gritasse para ela ser cautelosa.
Gwynn começou a subir sobre a borda, e quando Logan ofereceu sua mão, ela indecisamente segurou. Ela notou como ele saiu de seu caminho para proteger suas mãos de suas longas garras prateadas, as quais eram um tom mais escuro que sua pele. Ela ficou em frente a ele e o olhou de cima abaixo.
Logan removeu seu suéter assim ela podia ver a cobertura prateada por cada centímetro de sua pele. — Isto é o que eu sou, — ele disse. — Isto é quem eu sou.
Ela engoliu em seco para molhar sua boca enquanto examinava o que costumava ser seus olhos castanhos. Agora eles eram prateados de canto a canto. Até o branco de seus olhos era prata. — Seus olhos.
— Parte de ser um Guerreiro.
— Então… você é um deles.
Ele assentiu. — Você não tem nada para temer de mim, Gwynn. Eu jurei proteger os Druidas, da mesma maneira que todos os Guerreiros do Castelo MacLeod.
— Por que você não disse que era um Guerreiro?
— Eu quis afastar isto de você. Eu tinha medo que você ficasse assustada comigo.
— Eu estou um pouco, — ela admitiu. — Eu nunca vi qualquer coisa como isto, exceto no cinema.
Ela ergueu a mão e passou seus dedos em uma de suas garras.
— Cuidado, — ele disse e puxou sua mão de volta. — Elas são afiadas.
Os ferimentos onde as balas entraram em seu corpo estavam vazando mais sangue. — Eu pensei que Guerreiros eram imortais.
— Nós somos, — ele disse com um leve estremecimento. — Meu corpo está livrando-se das balas.
Um momento mais tarde, a primeira bala saiu de seu corpo e caiu na terra. Não levou muito tempo para os outros três fazerem o mesmo.
E na frente de seus olhos seus ferimentos começarem a fechar-se, deixando apenas a roupa ensanguentada o cobrindo como uma lembrança que ele tinha sido baleado.
— Eu não gosto destas armas de fogo.
Gwynn não podia evitar sorrir. — É um meio de vida agora para a maioria. Existem armas de fogo enormes chamadas mísseis que podem ser lançados de milhares de quilômetros de distância para nos abater.
— Como eu disse antes. Covardes.
Gwynn deu um rápido passo atrás quando as garras de Logan desapareceram em seus dedos, e o prateado enfraqueceu de sua pele. Quando ela olhou em seus olhos, eles eram mais uma vez o castanho que ela conhecia. E amava.
— Eu sempre protegerei você, Gwynn. Ainda que você diga para eu ir agora.
Ela pensou sobre tudo o que aprendeu dela mesma e o passado ao qual ela era ligada. Ela descobriu tudo isso por causa de Logan. Se Deirdre estivesse caçando, ela tinha uma chance melhor de sobrevivência com Logan a seu lado.
Além disso, se ele quisesse matá-la, ele teve bastante oportunidades. Uma olhada em seus olhos e ela não podia evitar acreditar nele. Aqueles olhos castanhos manchados com ouro eram francos e honestos enquanto a observavam. Esperando. Esperançosos.
— Eu queria que você tivesse-me dito antes, mas eu sei agora.
Surpresa tremeluziu através de seu rosto. — Você irá me pedir para partir?
— Eu preciso de um protetor, e você fez um bom trabalho até agora.
Logan sorriu e bufou.
Gwynn olhou para os dois homens. — O que nós fazemos com eles?
— Nada. Eles ficam como estão. Deviam estar contentes que eu não os matei por ameaçar você.
Se havia qualquer dúvida sobre se Logan a protegeria ou não, não existia agora. Gwynn respirou fundo e expirou lentamente.
— O vento não falou comigo. Talvez eu esteja fazendo algo errado.
— Ou talvez você não esteja.
Ela encolheu os ombros. — Indiferentemente, eu acho que é hora de nós irmos achar o livro.
O sorriso de Logan era enorme. — Justamente o que eu estava pensando.
Um grito misterioso cortou o ar, enviando arrepios de pressentimento pelo corpo de Gwynn.
Em um piscar de olhos, Logan libertou seu deus novamente. Ele olhou ao redor. — Nós precisamos ir. Agora.
— O que é este som?
— Wyrran. Quer dizer que provavelmente Deirdre esteja próxima. Se ela não souber de você e sua magia, ela saberá assim que o wyrran reportar-se a ela.
Gwynn olhou por seu ombro ao penhasco e a queda de seis metros até a água. — Nós precisamos sair daqui então.
Os olhos prateados de Logan viraram para ela. — Você confia em mim?
— Sim, — ela respondeu sem vacilar.
Assim que a palavra saiu de sua boca, os braços de Logan embrulharam ao redor dela. Um grito alijado em sua garganta quando ele a puxou para o lado do penhasco.
Gwynn fechou os olhos e se preparou para o choque com a água fria e as pedras que ela sabia que esperavam abaixo da superfície. Então ela percebeu que não podia mais ouvir o wyrran. Ou o bater das ondas.
— Está tudo bem, — Logan disse em sua orelha. — Abra seus olhos.
Gwynn estava apertada contra ele, seus braços como faixas de aço segurando-se perto. Sua pele lisa, quente em baixo de suas mãos não fizeram nada para tranquilizar seu coração acelerado.
Lentamente, Gwynn abriu seus olhos. E ofegou.
— Logan.
Ele riu. — Todo Guerreiro tem um certo poder. O meu é controlar líquidos. Nós estamos debaixo d’água. Ninguém pode nos ver.
Ela ergueu sua cabeça de seu tórax para olhar acima dela. Era como se eles estivessem em uma bolha enorme que deslizava suavemente sob a água.
Gwynn viu peixes e até alguns golfinhos enquanto continuava a observar. — É incrível.
— Foi a única coisa que eu pude pensar para afastá-la do wyrran. Eles não pararão por nada para levá-la para Deirdre.
Gwynn engoliu em seco e desviou o olhar para Logan. Olhos castanhos manchados com ouro observaram-na. Era ridículo ignorar os músculos em baixo de suas mãos e contra seu corpo. Desesperada para ignorar o desejo que voltou com uma vingança por mais cedo, quando ele quase a tinha beijado.
Impossível ignorar a paixão que aqueceu seu sangue e escureceu os olhos de Logan.
Uma das mãos dele subiu pelas costas dela, lentamente, sedutoramente, até que segurou a parte de trás de sua cabeça.
Na água, longe dos perigos em terra e criaturas que podiam matá-la, Gwynn deixou tudo desaparecer. Até que fosse só ela e Logan.
Era um jogo perigoso que ela jogava permitindo-se sentir a atração por Logan. Mas como ela podia não sentir? Que mal um beijo faria?
Ela tinha visto sua parte nos relacionamentos. Nenhum durou muito, mas isso era porque ela soube partir antes de ser machucada. Ou presa.
O mesmo instinto se aplicaria a Logan.
Ela esperou.
Logan puxou-a cada vez mais perto até que seu calor a cercou, aquecendo-a contra o frescor da água ao redor deles.
Gwynn ficou surpresa quando Logan tirou seu gorro e colocou-o em um dos bolsos dela. Ele sorriu enquanto corria os dedos por seu cabelo.
O olhar em seu rosto, como se ele estivesse morrendo por tocar em seu cabelo há dias, como se nunca antes tivesse experimentado tal prazer fez sua respiração presa na garganta.
O olhar dele abaixou até que ficou observando seu rosto. Ela soube que desta vez seu beijo não seria interrompido.
A respiração de Gwynn aumentou gradualmente quando sua cabeça começou a baixar para dela. Ela subiu nas pontas dos pés até que seus lábios roçaram.
Uma vez. Duas vezes.
Uma carga passou subitamente por ela, e quando ela teria se afastado, Logan gemeu e a beijou novamente. Seus lábios eram suaves, mas insistentes enquanto ele apertava em sua boca.
Um gemido escapou de Gwynn quando sua língua lambeu em seus lábios antes de aprofundar em sua boca.
Gwynn agarrou-se a ele enquanto suas línguas acasalaram e duelaram. Cada golpe de sua língua despertou algo dentro dela, algo que nunca sentiu antes.
Era mais que desejo, mais que paixão.
Ele era… uma necessidade, profunda e consumindo.
Um anseio profundo e incontrolável.
Um desejo intenso e opressivo.
E tudo para Logan.
Só Logan.
Gwynn passou os braços em volta de seu pescoço quando ele aprofundou o beijo. Nunca passou por sua mente afastar-se ou quebrar o contato. Tudo que ela queria era mais. Mais dos incríveis sentimentos passando por ela. Mais das sensações únicas balançando seu corpo.
Mais do gosto incrível do Guerreiro em seus braços.
Ela enfiou seus dedos por seu sedoso cabelo cor de mel. As mãos dele movendo até que seguraram sua bunda e a trouxe contra sua ereção quente.
Gwynn gemeu e moveu seus quadris para esfregar-se contra ele.
As mãos de Logan estavam em todos os lugares, afagando, acariciando, aprendendo. Ela foi inundada com paixão que continuava a aumentar e ameaçava afogá-la.
Mas pela primeira vez em sua vida, Gwynn não tinha medo. Não enquanto ela estava nos braços de Logan.
Ele curvou suas costas acima de seu braço e beijou abaixo por seu pescoço. De alguma maneira ele abriu sua jaqueta e manteve-a aberta. Ela ofegou de prazer quando sua mão segurou seu peito por baixo de seu suéter.
A necessidade cresceu até que ela sentiu umidade entre suas pernas. Ela não conseguia ficar perto o suficiente de Logan, não podia sentir o suficiente dele.
E, em seguida, seu polegar roçou seu mamilo.
Gwynn gritou de puro prazer. A boca de Logan reivindicou a sua para outro beijo. Este mais exigente, mais urgente. E faminto.
Ele saqueou sua boca enquanto seus dedos continuaram a provocar seu mamilo até que estava duro e dolorido. Seus peitos inchados, ávidos por mais de seu toque.
Foi o som de um barco motorizado acima de suas cabeças que fez Logan quebrar o beijo e erguer sua cabeça para olhar acima deles.
Ele abaixou seu olhar para ela, então lentamente endireitou-a.
— Eu acho que nós não podemos ficar aqui embaixo para sempre, — Gwynn disse.
Sua mandíbula cerrou à medida que ele encolheu os ombros. — Nós sempre poderíamos tentar.
A coisa ruim era que Gwynn queria muito.
CAPÍTULO QUINZE
Gwynn não podia acalmar seu coração disparado. Ou a dor que não iria embora. Desde que ela viu o desejo escurecer os olhos castanhos de Logan, ela soube que ele iria beijá-la.
E ela queria isso desesperadamente.
Seu calor a cercou, como uma droga sua proximidade fazendo-a pensar nele. E só nele. O mundo simplesmente parou de existir enquanto sua cabeça abaixava para ela.
Os olhos de Gwynn fecharam e seus lábios separaram enquanto ela esperou, sem fôlego, pelo beijo. Quando ele não veio, ela abriu seus olhos para encontrar Logan observando um grupo de meninos.
A força da necessidade espiralando através de Gwynn a assustou. Ela podia ceder à atração que sentia por Logan? Ela ousaria? Sabendo que ele viajou no tempo e estava aqui para lutar com uma força tão maléfica que levou a raça inteira dos Druidas para a extinção?
De alguma maneira, Gwynn conseguiu dar um passo longe de Logan. E então outro, e outro, até que achou a pedra.
Mas nem mesmo o ar frio soprando da água podia esfriar o desejo desenfreado que ainda queimava dentro dela.
— Nós não podemos apenas nos dirigir até a porta do sujeito e pedir para ver o livro, — Gwynn assinalou.
Logan olhou para ela, sua fronte franzida. — Por que não?
— Só não é como se faz. O mais provável é que ele nos jogará de sua propriedade.
— Você tem outra sugestão então?
Gwynn ergueu seus braços e deixou-os cair a seu lado, batendo nos lados de suas pernas. — Eu não sei. Tudo isso é novo para mim, Logan.
— Sim. Mas não para mim.
Infelizmente, ele tinha um ponto. — O que você acha que o livro vai dizer-nos?
— Quem sabe?
— E se eu pudesse descobrir mais perguntando ao vento?
Ele olhou fixamente para ela, como se considerando suas palavras. — Você poderia ser capaz de aprender bastante. Especialmente sobre onde Deirdre está. As árvores sempre eram capazes de dizer a Sonya essas coisas.
— Então eu vou tentar. — Antecipação e excitação passaram pelas veias de Gwynn. Tinha se assustado a primeira vez que ouviu o vento, mas desde então, ela queria ouvir isto novamente. Queria sentir o seu toque único em sua pele.
— Eu quero retornar onde nós estávamos ontem a primeira vez que falou comigo.
O meio sorriso nos lábios de Logan fez as borboletas no estômago de Gwynn tremular novamente. — Então vamos.
Eles caminharam em silêncio, entretanto ela estava ciente de cada respiração que ele dava. Ela era até mais ciente de com que frequência o olhar dele virava ao redor deles, e até atrás deles.
— Você está esperando dificuldade?
— Você é uma Druidesa, Gwynn. Eu sempre espero dificuldade quando estou ao redor de Druidas. Especialmente sabendo que Deirdre está aqui. E que seu pai está de alguma maneira conectado a Placa de Orn.
— Uau. Queria que não tivesse perguntado.
Ele riu. — Você não precisa ficar preocupada. Eu jurei proteger você.
Com suas palavras ainda persistindo em seus ouvidos, Gwynn alcançou o lugar que a tinha chamado desde que ela viu Eigg pela primeira vez. Era muito mais forte agora que ela aceitava que era uma Druidesa e ouvia o vento.
Ela sorriu quando percebeu que sua mãe teria desmaiado se soubesse que Gwynn começou a usar sua magia novamente. Mas Gwynn teria gostado de dizer à sua mãe sobre estes novos desenvolvimentos. Particularmente o fato de que ela podia se comunicar com o vento.
— Eu estarei aqui, — Logan disse.
Ela assentiu e sorriu quando ele piscou para ela. O charme de Logan era infeccioso. Ajudava a aliviar suas preocupações e medos. E ele estando próximo… bem, ele acordou a mulher dentro dela, a mulher que ela escondeu do mundo por medo de se machucar.
Uma mulher que queria desesperadamente ceder à tentação que ele oferecia a ela.
Gwynn soltou um suspiro profundo e permaneceu no precipício. As ondas eram brancas dos ventos ásperos, e as nuvens da tempestade que Logan viu anteriormente moveram-se mais perto e estavam mais baixas que antes.
O vento uivou ao redor dela, escovando contra ela suavemente e áspero ao mesmo tempo. A empurrou, segurou. Confortou-a.
Gwynn silenciosamente perguntou ao vento onde Deirdre estava. Quando não conseguiu uma resposta, ela disse em voz alta, — Você pode dizer onde Deirdre está?
O vento estava mudo novamente.
— Abra sua magia, — Logan disse em sua orelha.
Ela não sabia que ele tinha se movido para trás dela, não ouviu diminuir a distância. Mas sabendo que ele estava lá se ela precisasse de ajuda para segurá-la, ajuda para reforçar sua coragem para alcançar o vento.
Gwynn fechou seus olhos e sentiu sua magia. Rodou dentro dela em uma massa branco e ouro, crescendo mais forte todo dia. Quando ela chamou por isto, levantou-se e enrolou ao redor dela, dentro dela. Por ela.
— Eu sinto isto.
— Assim como eu.
A voz de Logan estava esquisitamente áspera, como se ele fizesse um grande esforço para falar. Ela encostou suas costas contra ele, e os braços dele a envolveram pela sua cintura.
Ela podia ouvir sua respiração, severa e irregular, em sua orelha. Mas foi o sentimento de sua excitação dura contra suas costas que fez seu coração descer para o estômago.
E necessidade, mais rápida e forte que antes, agitou-se.
— Gwynn, — Logan disse.
Ela forçou-se a esquecer sobre a excitação de parar o coração e focou em sua magia. Gwynn tentou várias vezes para conversar com o vento, mas toda vez ela não ouviu nada em retorno.
— Algo está errado, — ela disse e agarrou as mãos de Logan quando uma emoção desconhecida cravou por ela. Era urgente, pressionando. — Eu sinto…
— O perigo, — ele disse e a soltou.
Gwynn tropeçou para frente e balançou seus braços para manter o equilíbrio. Quando ela girou ao redor viu Logan enfrentando dois homens armados.
Logan permaneceu entre ela e eles, protegendo-a como tinha dito.
— O que você está fazendo? — Ela sussurrou quando surgiu atrás dele.
— Você precisa se esconder.
— Eles têm armas.
Houve uma pausa, e então Logan perguntou, — O que são?
— As coisas pretas que eles seguram são armas. O barril tem um buraco. Um projétil pequeno sairá naquele buraco e entrará no que quer que esteja apontado. Mata as pessoas sem ter que se aproximar.
— Covardes, — Logan cuspiu. — Esconda-se. Agora.
Gwynn procurou, mas não havia nenhum lugar para ir. Não existia nenhuma árvore, apenas a bela paisagem ondulante. E então ela examinou o precipício. Lá, mais ou menos seis pés abaixo tinha uma pequena saliência.
Ela não hesitou, apenas sentou e pendurou suas pernas do lado. Com mais um olhar para Logan, que ainda tinha sua atenção nos atacantes, Gwynn saltou.
Com o grito alojado em sua garganta, ela aterrissou fortemente e torceu seu tornozelo. — Malditas botas, — ela resmungou.
Elas eram magníficas, mas os saltos altos não eram práticos para saltar de um precipício.
A dor de seu tornozelo não era nada comparada a seu medo pela vida de Logan. De modo nenhum ele sobreviveria sendo baleado por um dos homens armados. Se ele morresse, o que aconteceria com ela?
Gwynn olhou para a água abaixo dela. Ela teria que saltar das pedras, o que não seria fácil — se ela sequer conseguisse. Então haviam as correntezas para lidar.
— Pelo que você está esperando? — Ela ouviu Logan gritar.
— Dê-nos tudo que você tem, — um dos homens disse.
Logan riu. — Você terá que vir e pegar.
— Dê-nos agora, ou atiraremos em você, — o segundo homem disse.
O coração de Gwynn estava em sua garganta. Ela subiu e perscrutou acima da extremidade do precipício assim podia ver o que estava acontecendo. Logan permaneceu no lugar, e os outros dois não estavam parecendo tão confiantes quanto antes.
Entretanto novamente, ninguém podia ser tão agressivo quanto Logan.
— Dê o que queremos agora, — o primeiro homem gritou.
Logan agitou a cabeça.
Então a arma de fogo explodiu.
Gwynn gritou e cobriu sua boca quando a bala pousou no ombro de Logan. Logan apenas moveu-se, e ela podia ter jurado que ouviu um rosnado.
Um fundo, ressonante, rosnado bravo.
O pé de Gwynn deslizou e ela começou a cair, mas conseguiu agarrar-se com seus dedos. Enquanto ela estava tentando ficar numa posição segura, ela ouviu os homens gritando e mais balas.
Quando Gwynn teve mais uma vez seu pé assegurado, ela examinou a borda para ver os dois homens no chão com Logan de pé acima deles.
Eram as longas garras de prata curvadas em seus dedos que a fez ofegar.
O som fez Logan girar em sua direção, e seus pulmões recusaram a funcionar. O Logan que ela conheceu se fora. Em seu lugar estava uma… besta com pele de prata e garras. E presas.
— Gwynn, — Logan disse e deu um passo em direção a ela. — Estes homens não machucarão você agora.
— Você os matou?
Ele pausou, então balançou a cabeça. — Eu gostaria. Eles não pensariam duas vezes em atirar em você.
Isto é quando ela viu o sangue gotejando de seus ferimentos. Ela não sabia se ficava preocupada ou assustada.
— Eu não machucarei você.
E esquisitamente, ela acreditou nele. Embora sua mente gritasse para ela ser cautelosa.
Gwynn começou a subir sobre a borda, e quando Logan ofereceu sua mão, ela indecisamente segurou. Ela notou como ele saiu de seu caminho para proteger suas mãos de suas longas garras prateadas, as quais eram um tom mais escuro que sua pele. Ela ficou em frente a ele e o olhou de cima abaixo.
Logan removeu seu suéter assim ela podia ver a cobertura prateada por cada centímetro de sua pele. — Isto é o que eu sou, — ele disse. — Isto é quem eu sou.
Ela engoliu em seco para molhar sua boca enquanto examinava o que costumava ser seus olhos castanhos. Agora eles eram prateados de canto a canto. Até o branco de seus olhos era prata. — Seus olhos.
— Parte de ser um Guerreiro.
— Então… você é um deles.
Ele assentiu. — Você não tem nada para temer de mim, Gwynn. Eu jurei proteger os Druidas, da mesma maneira que todos os Guerreiros do Castelo MacLeod.
— Por que você não disse que era um Guerreiro?
— Eu quis afastar isto de você. Eu tinha medo que você ficasse assustada comigo.
— Eu estou um pouco, — ela admitiu. — Eu nunca vi qualquer coisa como isto, exceto no cinema.
Ela ergueu a mão e passou seus dedos em uma de suas garras.
— Cuidado, — ele disse e puxou sua mão de volta. — Elas são afiadas.
Os ferimentos onde as balas entraram em seu corpo estavam vazando mais sangue. — Eu pensei que Guerreiros eram imortais.
— Nós somos, — ele disse com um leve estremecimento. — Meu corpo está livrando-se das balas.
Um momento mais tarde, a primeira bala saiu de seu corpo e caiu na terra. Não levou muito tempo para os outros três fazerem o mesmo.
E na frente de seus olhos seus ferimentos começarem a fechar-se, deixando apenas a roupa ensanguentada o cobrindo como uma lembrança que ele tinha sido baleado.
— Eu não gosto destas armas de fogo.
Gwynn não podia evitar sorrir. — É um meio de vida agora para a maioria. Existem armas de fogo enormes chamadas mísseis que podem ser lançados de milhares de quilômetros de distância para nos abater.
— Como eu disse antes. Covardes.
Gwynn deu um rápido passo atrás quando as garras de Logan desapareceram em seus dedos, e o prateado enfraqueceu de sua pele. Quando ela olhou em seus olhos, eles eram mais uma vez o castanho que ela conhecia. E amava.
— Eu sempre protegerei você, Gwynn. Ainda que você diga para eu ir agora.
Ela pensou sobre tudo o que aprendeu dela mesma e o passado ao qual ela era ligada. Ela descobriu tudo isso por causa de Logan. Se Deirdre estivesse caçando, ela tinha uma chance melhor de sobrevivência com Logan a seu lado.
Além disso, se ele quisesse matá-la, ele teve bastante oportunidades. Uma olhada em seus olhos e ela não podia evitar acreditar nele. Aqueles olhos castanhos manchados com ouro eram francos e honestos enquanto a observavam. Esperando. Esperançosos.
— Eu queria que você tivesse-me dito antes, mas eu sei agora.
Surpresa tremeluziu através de seu rosto. — Você irá me pedir para partir?
— Eu preciso de um protetor, e você fez um bom trabalho até agora.
Logan sorriu e bufou.
Gwynn olhou para os dois homens. — O que nós fazemos com eles?
— Nada. Eles ficam como estão. Deviam estar contentes que eu não os matei por ameaçar você.
Se havia qualquer dúvida sobre se Logan a protegeria ou não, não existia agora. Gwynn respirou fundo e expirou lentamente.
— O vento não falou comigo. Talvez eu esteja fazendo algo errado.
— Ou talvez você não esteja.
Ela encolheu os ombros. — Indiferentemente, eu acho que é hora de nós irmos achar o livro.
O sorriso de Logan era enorme. — Justamente o que eu estava pensando.
Um grito misterioso cortou o ar, enviando arrepios de pressentimento pelo corpo de Gwynn.
Em um piscar de olhos, Logan libertou seu deus novamente. Ele olhou ao redor. — Nós precisamos ir. Agora.
— O que é este som?
— Wyrran. Quer dizer que provavelmente Deirdre esteja próxima. Se ela não souber de você e sua magia, ela saberá assim que o wyrran reportar-se a ela.
Gwynn olhou por seu ombro ao penhasco e a queda de seis metros até a água. — Nós precisamos sair daqui então.
Os olhos prateados de Logan viraram para ela. — Você confia em mim?
— Sim, — ela respondeu sem vacilar.
Assim que a palavra saiu de sua boca, os braços de Logan embrulharam ao redor dela. Um grito alijado em sua garganta quando ele a puxou para o lado do penhasco.
Gwynn fechou os olhos e se preparou para o choque com a água fria e as pedras que ela sabia que esperavam abaixo da superfície. Então ela percebeu que não podia mais ouvir o wyrran. Ou o bater das ondas.
— Está tudo bem, — Logan disse em sua orelha. — Abra seus olhos.
Gwynn estava apertada contra ele, seus braços como faixas de aço segurando-se perto. Sua pele lisa, quente em baixo de suas mãos não fizeram nada para tranquilizar seu coração acelerado.
Lentamente, Gwynn abriu seus olhos. E ofegou.
— Logan.
Ele riu. — Todo Guerreiro tem um certo poder. O meu é controlar líquidos. Nós estamos debaixo d’água. Ninguém pode nos ver.
Ela ergueu sua cabeça de seu tórax para olhar acima dela. Era como se eles estivessem em uma bolha enorme que deslizava suavemente sob a água.
Gwynn viu peixes e até alguns golfinhos enquanto continuava a observar. — É incrível.
— Foi a única coisa que eu pude pensar para afastá-la do wyrran. Eles não pararão por nada para levá-la para Deirdre.
Gwynn engoliu em seco e desviou o olhar para Logan. Olhos castanhos manchados com ouro observaram-na. Era ridículo ignorar os músculos em baixo de suas mãos e contra seu corpo. Desesperada para ignorar o desejo que voltou com uma vingança por mais cedo, quando ele quase a tinha beijado.
Impossível ignorar a paixão que aqueceu seu sangue e escureceu os olhos de Logan.
Uma das mãos dele subiu pelas costas dela, lentamente, sedutoramente, até que segurou a parte de trás de sua cabeça.
Na água, longe dos perigos em terra e criaturas que podiam matá-la, Gwynn deixou tudo desaparecer. Até que fosse só ela e Logan.
Era um jogo perigoso que ela jogava permitindo-se sentir a atração por Logan. Mas como ela podia não sentir? Que mal um beijo faria?
Ela tinha visto sua parte nos relacionamentos. Nenhum durou muito, mas isso era porque ela soube partir antes de ser machucada. Ou presa.
O mesmo instinto se aplicaria a Logan.
Ela esperou.
Logan puxou-a cada vez mais perto até que seu calor a cercou, aquecendo-a contra o frescor da água ao redor deles.
Gwynn ficou surpresa quando Logan tirou seu gorro e colocou-o em um dos bolsos dela. Ele sorriu enquanto corria os dedos por seu cabelo.
O olhar em seu rosto, como se ele estivesse morrendo por tocar em seu cabelo há dias, como se nunca antes tivesse experimentado tal prazer fez sua respiração presa na garganta.
O olhar dele abaixou até que ficou observando seu rosto. Ela soube que desta vez seu beijo não seria interrompido.
A respiração de Gwynn aumentou gradualmente quando sua cabeça começou a baixar para dela. Ela subiu nas pontas dos pés até que seus lábios roçaram.
Uma vez. Duas vezes.
Uma carga passou subitamente por ela, e quando ela teria se afastado, Logan gemeu e a beijou novamente. Seus lábios eram suaves, mas insistentes enquanto ele apertava em sua boca.
Um gemido escapou de Gwynn quando sua língua lambeu em seus lábios antes de aprofundar em sua boca.
Gwynn agarrou-se a ele enquanto suas línguas acasalaram e duelaram. Cada golpe de sua língua despertou algo dentro dela, algo que nunca sentiu antes.
Era mais que desejo, mais que paixão.
Ele era… uma necessidade, profunda e consumindo.
Um anseio profundo e incontrolável.
Um desejo intenso e opressivo.
E tudo para Logan.
Só Logan.
Gwynn passou os braços em volta de seu pescoço quando ele aprofundou o beijo. Nunca passou por sua mente afastar-se ou quebrar o contato. Tudo que ela queria era mais. Mais dos incríveis sentimentos passando por ela. Mais das sensações únicas balançando seu corpo.
Mais do gosto incrível do Guerreiro em seus braços.
Ela enfiou seus dedos por seu sedoso cabelo cor de mel. As mãos dele movendo até que seguraram sua bunda e a trouxe contra sua ereção quente.
Gwynn gemeu e moveu seus quadris para esfregar-se contra ele.
As mãos de Logan estavam em todos os lugares, afagando, acariciando, aprendendo. Ela foi inundada com paixão que continuava a aumentar e ameaçava afogá-la.
Mas pela primeira vez em sua vida, Gwynn não tinha medo. Não enquanto ela estava nos braços de Logan.
Ele curvou suas costas acima de seu braço e beijou abaixo por seu pescoço. De alguma maneira ele abriu sua jaqueta e manteve-a aberta. Ela ofegou de prazer quando sua mão segurou seu peito por baixo de seu suéter.
A necessidade cresceu até que ela sentiu umidade entre suas pernas. Ela não conseguia ficar perto o suficiente de Logan, não podia sentir o suficiente dele.
E, em seguida, seu polegar roçou seu mamilo.
Gwynn gritou de puro prazer. A boca de Logan reivindicou a sua para outro beijo. Este mais exigente, mais urgente. E faminto.
Ele saqueou sua boca enquanto seus dedos continuaram a provocar seu mamilo até que estava duro e dolorido. Seus peitos inchados, ávidos por mais de seu toque.
Foi o som de um barco motorizado acima de suas cabeças que fez Logan quebrar o beijo e erguer sua cabeça para olhar acima deles.
Ele abaixou seu olhar para ela, então lentamente endireitou-a.
— Eu acho que nós não podemos ficar aqui embaixo para sempre, — Gwynn disse.
Sua mandíbula cerrou à medida que ele encolheu os ombros. — Nós sempre poderíamos tentar.
A coisa ruim era, Gwynn queria muito.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Não era que Logan tivesse medo dos automóveis. Era só que ele preferia viajar como ele normalmente fazia. Ele tinha que admitir, porém, que o carro viajava mais rápido do que ele poderia.
Ele olhou para Gwynn enquanto ela dirigia com suas mãos segurando o volante tão apertado que suas juntas estavam brancas.
Eles voltaram para Mallaig e compraram as coisas que ela tinha necessitado quando a neve começou. A princípio, eram flocos de luz que dançaram no ar eternamente.
Então, a chuva começou.
Gwynn guardou todos os seus pertences na bolsa redonda bastante pequena.
— Nós não sabemos quando retornaremos, e eu não gosto de estar sem minhas coisas, — ela discutiu.
Logan sabia que isso não importava. Eles podiam sempre retornar ao hotel depois de procurar pelo livro.
Porque que ele sabia que voltariam.
Gwynn pegou até seus últimos pertences, inclusive seu esfarrapado kilt, camisa, e botas. Eles, junto com sua bolsa, foram empacotados no carro incrivelmente pequeno.
Com a neve caindo cada vez mais, Gwynn diminuiu a velocidade do carro que até Logan soube que ele podia sair e caminhar mais rápido. Mas Gwynn disse a ele que nunca dirigira na neve, e desde que ele não sabia como dirigir, só sobrava ela.
— Nós podemos parar e esperar a tempestade passar, — ele ofereceu.
Gwynn agitou sua cabeça de cabelos pretos como tinta. — Eu prefiro continuar. Eu tenho medo de se esperarmos, as estradas ficarão piores.
— Se é isso que você quer.
— Eu quero estar sentada na frente de um fogo morno, não dirigindo para o norte onde a tempestade parece ser pior. Mas a senhora no hotel disse que não devia demorar muito para alcançar Ullapool.
Logan tamborilou seus dedos na perna. — Qual o nome do homem novamente?
— Declan Wallace. Por que?
— Eu não estou certo. É quase como se eu devesse saber algo sobre o nome, mas eu não sei.
— Talvez você conheceu um Wallace no seu tempo. — Ela olhou para ele, um sorriso em seu rosto.
Seu nariz estava vermelho, e ela não tirou seu casaco. Mas estava sorrindo. Depois de tudo que passou, era o suficiente para fazer Logan querer tomar sua mão.
Não era algo que ele fazia com mulheres. Oh, ele gostava de mulheres o suficiente. Demais, alguns diriam. Ele as encantava, e galanteava. Mas nem uma vez ele já quis oferecer conforto como quis com Gwynn.
— O que é? — Gwynn perguntou.
Logan encolheu os ombros. — Eu ainda estou acostumando a andar neste veículo.
— Eu posso imaginar que seja bastante mudança. Você sente falta de seu tempo?
— Oh, sim, — ele admitiu. — Era muito mais quieto e não existia tantas pessoas. Tudo parece tão apressado em seu tempo.
— É seu tempo agora também, — Gwynn lembrou a ele. — Mas você está certo. É apressado. Todo mundo está sempre correndo aqui e ali. Ninguém mais tem qualquer paciência. Existe esta coisa chamada raiva da estrada. Nos EUA, em algumas cidades o tráfego é tão horrendo que as pessoas se sentam nele por horas. Deixa as pessoas loucas.
— Raiva da estrada?
Ela assentiu. — As pessoas matam outras por dirigir muito devagar ou recusar deixá-los passar na pista, ou qualquer outra ofensa. É apenas… triste.
— Eu acho que você teria gostado do meu tempo. — Logan podia imaginar Gwynn de pé na muralha do Castelo MacLeod com as outras mulheres.
— Eu não sei sobre isto. Eu sou meio parcial para banheiros e chuveiros.
Logan lançou sua cabeça para trás e riu. — Oh, sim, moça. Eu acho que me tornei aficionado por eles também.
A conversa aliviou os nervos de Gwynn, permitindo-a dirigir com mais confiança. Da forma que Logan pretendia.
— Você pode dizer-me como é ser um Guerreiro? — Ela perguntou.
Logan deu uma respiração profunda e lentamente soltou. — Eu só tinha sido um Guerreiro por um século quando nós achamos os MacLeods. Eu era o mais jovem dos Guerreiros, mas uma coisa que todos nós temos em comum é um passado que tínhamos acabado de esquecer.
— Os MacLeods, foi o clã massacrado, isso?
— Sim, — Logan assentiu. — Fallon, Lucan, e Quinn viveram na ruína do castelo por trezentos anos. Eles fizeram todo mundo acreditar que o castelo era assombrado. Ainda seria assim se Lucan não tivesse salvado Cara.
Gwynn sorriu e virou brevemente sua cabeça para ele. — O que aconteceu?
— Os pais de Cara tinham sido mortos quando ela era apenas uma criança. Foram os wyrrans que os mataram, mas ela não sabia disto. Ela fugiu e foi acolhida por freiras na aldeia próxima ao Castelo MacLeod. Um dia, ela deslizou na extremidade dos precipícios. Lucan a estava observando, e chegou a tempo de salvá-la.
— A regra dos irmãos é que ninguém era permitido no castelo exceto eles. Quinn, teve um problema controlando sua ira, e Fallon afogou-se em vinho assim ele não teria que escutar seu deus.
— Uau, — Gwynn disse suavemente. — Eu entendo que eles permitiram que Cara ficasse.
Logan disse a Gwynn a história de como Cara veio a saber que era uma Druidesa e como Deirdre atacou o castelo para tentar levá-la.
— Naquela hora Lucan e Cara se apaixonaram. Fallon, sendo o líder que nasceu para ser, parou de beber. Ele ajudou a retardar o Guerreiro de tomar Cara, o que deu a Lucan e o resto de nós tempo para chegar lá e salvá-la.
— Então Cara foi a primeira Druidesa no castelo?
— Ela foi. Era a ideia dos MacLeods abrir o castelo para todo Druida como um santuário. Qualquer Guerreiro desejando lutar contra Deirdre também era bem-vindo.
— Quantos Guerreiros estão no castelo?
Logan descansou sua cabeça contra a cadeira. — Os MacLeods, claro. Galen foi o próximo a chegar. Então eu, Hayden, e Ramsey. Oh, e então Larena.
— Uma mulher?
— E esposa de Fallon. Ela é a única Guerreira que nós conhecemos.
— Que legal!
Logan sorriu pelo modo como os olhos violeta de Gwynn iluminaram na menção de Larena.
— Quem mais? — Gwynn perguntou.
— Camdyn, Arran, Broc, e os gêmeos, Ian e Duncan.
O sorriso de Gwynn desapareceu. — Exceto que Duncan morreu.
— Isso.
— Então são doze Guerreiros.
Ele assentiu. — Nós achamos que Ian foi puxado para este tempo por causa de seu vínculo com Duncan. Deirdre acabou de matar Duncan quando ela desapareceu. Isto foi quando eu, Ramsey, Camdyn, e Arran decidimos vir para este tempo à procura de Ian.
— Por que é tão importante achá-lo?
Logan esfregou uma mão por seu rosto. — Por causa de seu deus. A ira o esmagará. Ele sempre compartilhou seu deus com seu gêmeo.
— E com Duncan morto, Ian tem a força completa de seu deus.
— Justamente. Ian é forte, e em qualquer outro momento eu não teria dúvida de sua habilidade em controlar seu deus. Mas ele está em luto. Existia um laço realmente forte entre Ian e Duncan. Ele precisará de nós para ajudá-lo.
— O que acontece se Deirdre achá-lo?
Era o que todos temiam. — Então Ian poderia nunca ganhar o controle de deus. Ele seria governado por Deirdre.
— Entendo. — Gwynn apertou seus lábios. — Então nós acharemos Ian uma vez que acharmos meu pai.
Logan olhou para ela, pasmo mais uma vez em sua resiliência.
— Você quer saber sobre os Druidas?
— Eu quero. Você me disse um pouco.
— Cara estava ainda aprendendo sua mágica, mas eu estou certo que agora ela é uma Druiesa muito poderosa.
O carro desviou, e Gwynn suavemente girou o volante na direção oposta até o carro endireitar. — Pedaço de gelo na estrada, — ela explicou. — Eu não posso esperar para encontrar Cara.
— Ela dará boas-vindas a você, como todas as Druidesas. Sonya foi a próxima a chegar. Ela veio porque as árvores disseram-na que ela era necessária no castelo. Ela é a pessoa que começou a treinar Cara.
— Sonya pode apenas conversar com as árvores?
— Não. Ela pode curar. Marcail foi salva por Quinn de Deirdre. Marcail vem de uma linhagem realmente formidável de Druidas. O feitiço para prender nossos deuses foi enterrado profundamente em sua mente por sua avó. A tentativa de Deirdre matar Marcail apagou o feitiço, porém.
— Isso é péssimo, — Gwynn disse. — Eu estou realmente começando a odiar esta vadia da Deirdre.
Logan riu. — Todos nós odiamos.
— Mas Marcail está segura no castelo?
— Sim. E carregando a criança de Quinn.
Os olhos de Gwynn eram enormes quando virou sua cabeça para olhar para ele. — Você pode ter filhos?
— Aparentemente. Nenhum de nós sabíamos com certeza, nem se tivéssemos tentado. Foi uma surpresa para Marcail e Quinn também. As outras mulheres tomam algum tipo de mistura que previne a gravidez.
— Interessante. Nunca pensei que um Guerreiro podia ter filhos.
— Marcail também tem a habilidade de tirar a dor de outro.
— É o que sua mágica faz?
— Sim.
— O que acontece?
— Ela se torna violentamente doente.
Os lábios de Gwynn enrolaram em desgosto. — Eu estou contente que não é isso que eu posso fazer. Quem mais está lá?
— Isla. Ela foi presa como prisioneira de Deirdre por séculos. Deirdre podia controlar a mente de Isla e fazê-la fazer coisas.
— Eu entendo por isto que essas coisas eram ruins.
— Extremamente, — Logan disse. — Isla era um mie, mas Deirdre a forçou a se tornar drough. Porque Isla não tornou-se drough de boa vontade, o mal nunca a levou. Ela é a única que tem a habilidade de controlar magia negra sem ser consumida.
— Fazendo dela uma Druidesa poderosa.
— Sim. Ela protege o castelo e a aldeia. Se as pessoas se aproximam muito, sentirão a necessidade imediata de sair. Para outros que se aventuram perto, eles não vêm qualquer coisa diferente da zona rural.
— Agora isto é legal, — Gwynn disse.
Logan seguiu os limpadores de para-brisa enquanto eles futilmente tentaram remover a neve que caía rapidamente. A tempestade que ele predisse manteria a maioria dentro de casa. Também era um perigo para estar ali, que foi provado para Logan quando o carro deslizou no gelo.
Eles estavam dirigindo pelas montanhas, e embora ele quisesse achar o livro, ele não pensou que pôr a vida de Gwynn em perigo valia a pena.
— Talvez nós devêssemos achar outro hotel, — ele disse. — As estradas vão ficar difíceis quanto mais distante nas Highlands nós formos.
Gwynn mordeu o lábio, seus dedos mais uma vez apertando o volante. — Nós iremos até onde pudermos. Diga-me mais sobre os Druidas.
— Com Isla seguramente longe de Deirdre e protegida por Hayden, ela disse-nos dos artefatos que Deirdre estava tentando achar. O primeiro estava em Loch Awe. Imagine minha surpresa e do Galen quando o artefato provou-se ser uma Druidesa. O clã de Druidas de Reaghan é onde Laria, a gêmea de Deirdre, foi quando Deirdre ganhou poder demais.
— Por Deus, — Gwynn murmurou. — Cada vez que você me conta de um Druida, a história é mais complexa que a última.
Ele encolheu os ombros. — Eu suponho. Um feitiço foi lançado em Laria para fazê-la dormir até que ela pudesse ser acordada para matar Deirdre.
— Por que não matou Deirdre então?
— Poucos perceberam o quão perigosa Deirdre realmente era. Laria, porém, sabia. O pai de Reaghan então ajudou a lançar um feitiço em Reaghan que a fez imortal. Com um preço. A cada dez anos Reaghan perderia suas memórias e começaria sua vida novamente. Cada década que passava, era como se uma parede subia na mente de Reaghan.
— Escondendo a localização de Laria.
Logan piscou e olhou para Gwynn. — Como você sabe?
Ela encolheu os ombros. — Faz sentido para mim.
— Isto é exatamente o que aconteceu. Mas Galen e Reaghan se apaixonaram a caminho do castelo. Deirdre atacou o castelo novamente em um esforço para roubar Reaghan. Ela foi atingida por uma lança e morreu, mas foi sua morte que quebrou o feitiço. Ela pôde lembrar de tudo então.
— Um contra Deirdre, — Gwynn disse com um grito. — Bom para todos.
— Todos? — Logan repetiu a palavra estranha.
— Eu sou do Texas, Logan. Nós temos nosso próprio idioma, — ela disse com um sorriso.
Logan arranhou sua mandíbula e riu.
— Então Sonya e Broc acharam o amuleto, sim?
— Sim. Nós precisamos de todos os artefatos para poder acordar Laria.
Gwynn colocou seu cabelo atrás da orelha e olhou para ele. — Broc e Sonya estão juntos?
— Eles estão. Por que?
— Parece que todo Druida corresponde a um Guerreiro.
O coração de Logan perdeu uma batida. — É o que parece.
CAPÍTULO DEZESSETE
Gwynn era grata pela conversa com Logan. Ela estava mais nervosa em dirigir nas estradas lisas do que queria admitir. Mas ela sabia o quão importante era procurar Declan Wallace.
Não só por seu pai, mas pelo o artefato que Logan precisava.
Ainda assim, quando ela olhou para ele e o viu estudando a estrada, ela sabia que ele não estava pensando sobre o tempo. Ele estava pensando sobre os Druidas encontrando o amor com os Guerreiros no Castelo MacLeod.
Por um momento, Gwynn permitiu-se pensar sobre pertencer a Logan. Não existia nenhuma dúvida que ela era atraída por ele. Fortemente atraída, mas ele era imortal.
E ela estava cansada de ser deixada para trás.
Ela endureceu seu coração e seu corpo contra Logan. Não haveria nenhum final feliz para eles porque ela não permitiria isto. Por sua própria sanidade, ela tinha que permanecer forte.
— Só mais trinta e dois quilômetros para Ullapool, — Logan disse.
O tempo voou à medida que eles conversaram. Ouvir sobre os Druidas e Guerreiros fez Gwynn perceber que a guerra que Logan e os outros estavam lutando podia mudar o mundo como ela conhecia.
Se Deirdre fosse capaz de impedir Logan e o outros de despertar Laria, ela poderia ganhar o poder que buscou. Tudo se tornaria dela. Cada pessoa seria sua para comandar.
E não haveria ninguém para pará-la.
Gwynn seguiu os sinais na estrada para Ullapool, e então pela cidade para os subúrbios. O carro estava quieto enquanto ela e Logan estavam perdidos em seus próprios pensamentos.
Ela não podia evitar pensar que o tempo que Logan estava gastando ajudando-a a achar seu pai era um tempo perdido em não achar o artefato. Ou Ian.
Ainda assim, como Logan, ela tinha uma suspeita que seu pai e o artefato estavam de alguma maneira, conectados.
Eles apenas tinham que entender como. Talvez então eles achassem seu pai. Então ele podia dizer-lhes tudo o que sabia.
— Lá, — Logan disse e apontou à esquerda.
Gwynn viu a cerca de três metros que bloqueava o portão de entrada da estrada. Ela diminuiu a velocidade do carro, cuidando não frear muito depressa nas estradas congeladas, e derrapar na estrada.
Gwynn parou próximo ao comunicador saindo do chão e abriu sua janela. A neve caiu no carro quando ela bateu no botão e esfregou suas mãos juntas.
— Sim? — a voz masculina impessoal disse pelo alto-falante.
— Nós viemos para ver o Sr. Wallace se ele estiver disponível, — Gwynn disse, com voz alta para o homem poder ouvir.
— Você é Americana. — Ele disse com tal desgosto que Gwynn rolou seus olhos.
— Sim, eu sou. Nós esperamos que o Sr. Wallace possa me ajudar a localizar meu pai, Professor Gary Austin.
Silêncio saudou o anúncio.
Gwynn se sentou de volta e olhou para Logan. Ela encolheu os ombros, pensando que eles fizeram a viagem para nada quando houve um clique e o enorme portão preto começou a abrir.
Ela apressadamente fechou sua janela e dirigiu pelo portão. Por uma batida do coração ela pensou em retornar. Existia algo… fora … sobre a mansão.
Era enorme, subindo por quatro andares. Ela contou dez chaminés. A mansão estendia-se muito em cada lado, e ela só podia imaginar o quão profunda a casa era. Os terrenos eram perfeitamente paisagísticos, até com a neve. O caminho de cascalho tinha marcas de veículos anteriores, e ela vislumbrou um Jaguar estacionado próximo à porta da frente. A casa, com sua pintura branca e toques de pedra cinza, atraíram seu olhar de novo e de novo.
— Wallace certamente é rico, — Logan disse quando virou sua cabeça para perscrutar pela janela. — Eu nunca vi qualquer coisa como isto.
— Isto é impressionante, mas existem outros parecidos no mundo inteiro. Você devia ir para Londres e ver o palácio.
— Eu prefiro não, — Logan disse.
Gwynn riu e parou o carro. Ela pôs em ponto morto e desligou a ignição, mas não abriu a porta.
— O que é? — Logan perguntou.
Ela engoliu em seco e olhou para a mansão. — E se ele não souber nada sobre meu pai?
— Então nós continuaremos procurando.
— Onde? Como?
A mão de Logan cobriu a sua, morna, tranquilizando. Um chiar de consciência, de sua atração masculina surgiu por ela.
Uma pequena careta passou pelo rosto dele muito depressa que ela pensou que poderia ter imaginado.
— Nós o acharemos, — Logan disse. — Da mesma maneira que eu acharei Ian.
— Nós acharemos Ian, — ela o corrigiu. — Você me ajudou. Eu ajudarei você.
O brilho malicioso nos olhos de Logan que enviou o coração de Gwynn tremendo em seu peito disse-lhe que ele estava contente com suas palavras.
— Nós precisamos ser cuidadosos lá, — Logan advertiu, em seu rosto apareceu linhas duras. — Nós não sabemos nada sobre Declan Wallace além de que ele emprestou o livro para seu pai. E este lugar é…
Gwynn assentiu enquanto sua voz diminuía. — Eu serei cuidadosa. Eu prometo. — Ela agarrou a maçaneta, mas sua mão apertou a dela, detendo-a.
— Se houver dificuldades, Gwynn, eu quero sua palavra de que você me deixará cuidar disto. Eu quero que você fuja tão depressa quanto puder. Eu acharei você.
— Eu não deixarei você lá.
— Eu sou imortal, lembre-se.
Ela rolou seus olhos. — Imortal, sim, mas você ainda pode ser morto. Se eles souberem sobre o Livro de Craigan, quer dizer que eles sabem dos Druidas. Você não acha que faça sentido que eles saberão sobre os Guerreiros?
— Possivelmente. Mas minha vida não é nada comparada à sua. Nós precisamos dos Druidas para combater Deirdre. Nós precisamos de você.
Gwynn sabia que Logan não cederia até que ela concordasse. Ela assentiu relutantemente, mas não tinha nenhuma intenção de deixá-lo em qualquer lugar. Ele era tão importante quanto ela.
— Bom. Vamos conversar com Declan Wallace, — Logan disse.
Como um, eles saíram do carro. Gwynn levou um momento para levantar a cabeça e olhar para a mansão. Era enorme, o tipo que eles apresentaram em programas de televisão, o tipo que apenas pessoas ricas viram por dentro. O tipo que pessoas como ela só podiam olhar e admirar.
O tipo que parecia como se fosse mais que o exterior mostrou.
— Gwynn.
Ela abaixou o olhar para achar Logan de pé ao lado dela. A neve não parara, e Gwynn estava contente que tivesse comprado um chapéu mais quente. Lembrou-a dos enormes chapéus de pele que vira os russos usarem, mas era quente, e isso era tudo que importava para ela.
Assim que chegaram ao degrau mais alto da mansão as portas se abriram pelo que Gwynn assumiu que era o mordomo.
— Bem-vindos, — ele disse, mas seus olhos disseram qualquer outra coisa completamente diferente. Ele abriu a porta mais largo para admiti-los do lado de dentro. — Eu posso pegar seu casaco?
Gwynn balançou sua cabeça enquanto entrava e tentava não olhar estupidamente no esplendor a sua frente. — Eu acho que o manterei.
O mordomo rolou seus olhos, realmente rolou seus olhos! Gwynn ficou tão chocada que sua boca abriu.
A risada suave de Logan ao lado dela disse-lhe que ele viu isto também.
— Este é bom tempo escocês que temos, não é? — Logan disse.
O som do sotaque de Logan fez o mordomo pausar e olhar para ele. Um sorriso realmente apareceu no rosto envelhecido do homem. —É. Estamos prontos para uma boa tempestade, senhor. Siga-me, e eu mostrarei o escritório do Sr. Wallace onde você pode aguardá-lo.
Era vez de Gwynn rolar seus olhos enquanto ela batia em Logan nas costelas. — Não é justo, — ela sussurrou.
Ele encolheu os ombros, e ela notou o modo que ele de repente segurou-se rigidamente, seu nariz enrugando. — Nós, escoceses, nos unimos.
— Obviamente. Algo está errado?
Seus olhos observaram tudo. — Por um momento eu pensei que cheirei… — Sua voz diminuiu e ele se debruçou mais perto para sussurrar, — o mal.
Um arrepio correu pela espinha de Gwynn que foi qualquer coisa exceto agradável. Ela teve o mesmo breve pensamento quando dirigia até a casa, mas não importava o quão firme ela tentara, não podia descobrir o porquê.
Palavras não foram mais trocadas quando eles entraram no escritório de Wallace, e Gwynn até teve que admitir que ela gostou do que viu. Madeira escura e rica cobria as paredes e o chão. Tapetes, provavelmente mais caros que seu carro, estavam espalhados em torno do aposento.
Um grande fogo ardia na lareira volumosa, que tinha um sofá e duas poltronas dispostas ao redor. Do outro lado estava uma enorme mesa preta ornada com pequenos traços de ouro sobre ela. Era imaculada. Sem um papel fora de lugar.
Nas paredes estavam pinturas e armas de toda era da história escocesa. E atrás da escrivaninha estava uma estante que alcançava o teto, com livros encadernados em couro enchendo cada prateleira.
— Eu trarei chá, — o mordomo disse e fechou a porta atrás dele.
— Oh, meu Deus! — Gwynn disse enquanto girava para observar o escritório. — Este lugar é incrível.
— Ele gosta de mostrar sua riqueza, — Logan disse sua voz nivelada.
— Eu entendo que você não esteja impressionado.
Ele negou. — Um homem não é julgado por quanta moeda tem. Ele é julgado pelo homem que é, suas ações e decisões.
Ela lambeu seus lábios e sorriu. — Então você é de longe mais rico que o Sr. Wallace.
Em vez de agradar Logan, suas palavras pareceram irritá-lo.
— Não diga tais coisas, — Logan vociferou. — Eu não sou um bom homem. Eu tenho muito pelo que pagar.
— O que você está fazendo comigo. Você está me ajudando a achar meu pai. Você vai achar Ian. E não se esqueça. parando Deirdre.
Logan soltou um suspiro forte e enfrentou o fogo de forma que suas costas estivessem para ela. — Quando Deirdre não existir mais, então eu poderei olhar meus companheiros Guerreiros no olho.
Havia mais dor em Logan do que suas palavras disseram. Ela deu um passo em direção a ele para perguntar quando as portas do escritório abriram e uma empregada trouxe uma bandeja.
Ela sorriu para Gwynn e Logan quando depositou a bandeja na mesa em frente ao fogo. — Por favor deixe-me saber se vocês precisarem de qualquer outra coisa.
— Obrigado, — Logan disse, e a empregada partiu.
Gwynn caminhou para a mesa e olhou para a bandeja. — Eu aposto que é prata de verdade. O bule, também.
— Beba um pouco. Ajudará a esquentá-la.
Ela se abaixou sobre o sofá e olhou fixamente para a bandeja. Ela estava cansada de estar fria, embora ela não fosse uma bebedora de chá, com açúcar e creme, ela podia fazer isto bebível.
Gwynn suspirou quando o líquido morno deslizou por sua garganta. Ela tomou vários goles antes de agarrar um pequeno biscoito e dar uma mordida. — Estes são deliciosos. Você devia provar um, — ela persuadiu Logan. Quando ele não respondeu, ela disse, — Você mencionou que cheirou o mal. Mal como?
— Pessoas normalmente entram em casas tão facilmente?
Ela terminou seu biscoito e tomou outro gole de chá antes de baixar a xícara. — Em minha casa, sim. Em lugares assim, para falar a verdade não. O que você está pensando?
— Eu estou pensando que nós entramos muito facilmente.
Ela encolheu os ombros e levantou a xícara novamente. — Eu mencionei meu pai. Estou certa que é isso que nos permitiu entrar.
— Talvez. Espero que sim.
— E se não? — Ela perguntou, insegura se queria ouvir sua resposta.
— Então nós tivemos permissão por outra razão, uma que eu estou certo que não irei gostar. Onde estão as chaves do carro?
Gwynn bateu levemente no bolso do casaco. — Aqui.
— Bom. — Seus olhos moveram em torno do escritório constantemente.
Mas Gwynn sabia que ele não estava olhando para as armas ou artes caras. Ele estava procurando por perigo.
— Você está me assustando, Logan, — ela murmurou e fugiu para a extremidade do sofá.
Ele deu um assentimento rápido. — Eu queria que não precisasse, mas existe algo errado aqui.
— O que?
— Estava mascarado antes. Mas de repente eu sinto… magia drough.
CAPÍTULO DEZOITO
Gwynn abaixou sua xícara cuidadosamente e firmemente antes dela levantar-se. — Deirdre?
— Não. Mas quase tão forte. — Logan inalou e deixou o amargo sentimento da magia o encher.
— Então nós precisamos partir.
Logan agitou sua cabeça lentamente. — Ainda não.
— O que? — Gwynn perguntou seus olhos bem abertos. — Você é louco?
— Eu preciso ver quem é este drough. Eu preciso saber qual a conexão com seu pai.
— Eu prefiro não saber, — Gwynn disse e deu a volta no sofá para ficar na frente dele. — Eu prefiro partir.
— E não saber sobre seu pai? — Logan odiou usar aquele argumento, mas ele sabia que se existia um drough com o tipo do poder que ele sentiu, tinha que aprender tudo o que podia para dizer aos outros.
Era difícil, porque ele odiava pôr a vida de Gwynn em perigo. Mas ele tinha que saber.
— Você sabe que eu tenho que saber sobre meu pai, — Gwynn disse. Ela cruzou seus braços acima de seu tórax e soltou um suspiro alto. — Eu nunca encontrei um drough antes. Não sei o que esperar.
— Espere o inesperado, — Logan advertiu. — Eles pensam apenas em si mesmos e não hesitam em matar inocentes. Pode ser que este drough e Declan Wallace estejam todos trabalhando com Deirdre.
— Isto não está tranquilizando, Logan.
Ele suspirou e desejou, não pela primeira vez, que tivesse outro Guerreiro com ele.
* * *
Declan balançou sua cabeça, primeiro para um lado então para o outro enquanto ele olhava no espelho oval preso na parede. Ele escovou ligeiramente, seus dedos acima do cabelo loiro atrás das orelhas. Depois de mais alguns retoques no cabelo sobre sua cabeça, ele sorriu para si mesmo.
— Eu sou bonito, não sou, — Declan disse.
Não houve resposta, entretanto, novamente, ele não precisava de uma. Ele nasceu com incrível boa aparência, mas ainda que ele não tivesse, sua magia podia ter-lhe dado o que quisesse.
Justamente como agora.
Declan debruçou seu ombro contra a parede e inspecionou suas unhas. — Quanto tempo mais, Austin?
— Eu não posso dar-lhe essa resposta.
Declan franziu o cenho quando olhou para o professor desgrenhado. Gary Austin tinha orgulho de sua aparência, ou pelo menos ele costumava ter. Agora seu cabelo preto gorduroso escorria sobre seu rosto, e seus óculos penduraram tortos em seu nariz.
Sua camisa listrada de botão estava meio fora da calça, e suas calças pretas estavam manchadas com sujeira e comida onde ele enxugara suas mãos.
— Eu vim para você com o Livro de Craigan porque fui informado que você era o melhor em tradução.
Gary empurrou seus óculos em cima do seu nariz e deixou de lado seus lápis. — Eu sou o melhor em traduzir Gaélico antigo, mas as palavras mudam toda vez que eu leio.
— É a magia.
— Eu sei! — Gary gritou. Então ele apressadamente abaixou sua cabeça. — Cada vez que muda, exige uma tradução diferente. Eu não posso achar o que preciso quando as palavras mudam.
Declan afastou-se da parede e lentamente circulou a mesa onde Gary espalhou numerosos livros abertos como também um notepad onde fazia notas.
— Você me disse que tinha magia suficiente para fazer o livro dizer-lhe seus segredos.
— Eu tenho, mas ele não está respondendo.
Declan parou atrás de Gary e pôs suas mãos nos ombros do professor. — Eu não posso mesmo tocar no livro por causa de minha magia negra. Existem muitos poucos Druidas no mundo agora. Eu preciso de alguém que deu boas-vindas à sua magia como também a usou. Eu pensei que essa pessoa era você.
Gary girou sua cabeça e olhou para Declan. — Sou eu. Eu conseguirei para você as respostas que você precisa.
— Bom, — Declan disse com um sorriso quando se dirigia para a porta. — Eu odiaria ter que procurar por outro Druida e tradutor.
Antes de Declan alcançar a porta, houve um golpe e seu capitão, Robbie, entrou.
— Nós temos um problema, — Robbie disse.
Declan parou bufando. Para Robbie, tudo era um problema. — O que é agora?
— Nós temos visitas. Um escocês e uma mulher que diz que está procurando por seu pai, Gary Austin.
Declan olhou para Austin para medir sua reação. — Gary, sua filha está aqui.
— Eu ouvi Robbie, — Gary respondeu.
— Você não se importa?
Gary impacientemente olhou acima do livro, seus lábios enrolados em um grunhido. — Gwynn sempre conseguiu ficar no meu caminho.
Declan riu da irritação nos olhos de Gary. — Senhorita Austin sabe que seu pai está aqui?
— Não. Ela sabe que ele falou com você. Eu acho que ela está aqui só para ver se você conversou com o professor recentemente.
— Vamos ver a Senhorita Austin, então, — Declan disse e saiu do quarto.
Antes de Robbie fechar a porta atrás deles, Declan olhou dentro para ver Gary trabalhando. A ameaça de morte tinha um modo de fazer as pessoas fazerem coisas que eles não fariam normalmente.
— Você realmente acha que ele pode achar onde está a Placa de Orn? — Robbie perguntou.
Declan encolheu os ombros. — Seria melhor para ele. Eu farei sua morte tão dolorosa quanto possível se ele não conseguir. Eu preciso daquela Placa, Robbie. Eu devo encontrar antes de Deirdre.
— Eu não tenho nenhuma dúvida que você irá.
— Sua confiança é atordoante, — Declan disse com um bufar.
Robbie sorriu. — Você não me contratou pela minha confiança em você.
— Não. Eu contratei você porque você é o melhor em matar pessoas. — Declan parou nos degraus e considerou Robbie. — Quem é o homem com Gwynn Austin?
— Eu não tenho nenhuma ideia. Foi o mordomo que disse que ele era um escocês.
Declan bateu seu queixo com o dedo indicador. — Por que a Senhorita Austin precisaria ter um homem com ela?
— Talvez ele seja um guia. Talvez ele seja a pessoa que a dirigiu até aqui.
— Pode ser, — Declan disse. — Em todo caso, tenha seus homens prontos. Eu posso querer deter a Senhorita Austin. Apesar de todas as reclamações do Gary, sua presença poderia ajudá-lo a motivar-se.
Um sorriso do mal separou os lábios de Robbie. — Só o que eu queria ouvir. Dê-me dois minutos, e meus homens e eu estaremos em posição.
Declan assentiu e começou a descer os degraus. A chegada de Gwynn Austin não tinha sido esperada, mas ele podia trabalhar isso em sua vantagem. Se ela não pudesse fazer seu pai trabalhar mais rápido, Declan poderia mantê-la para si mesmo.
Ele viu uma foto dela quando observou Gary por um mês antes de Declan o abordar. Declan não fez nada sem saber de tudo primeiro.
Não existia uma faceta da vida de Gary que Declan não soubesse. Ele até tinha sido informado sobre a cláusula especial no testamento de Gena Austin que prevenira Gary de conseguir qualquer dinheiro a menos que ele mantivesse um relacionamento estável com sua filha.
Declan conseguiu uma boa risada com isto. A vigilância em Gary e Gwynn tinha provado bastante cômica enquanto Declan assistia Gary forçar sorrisos e conversas. Gary nunca podia sair do apartamento de Gwynn rápido o suficiente.
Quando Declan perguntou a Gary por que ele odiava tanto sua filha, a resposta de Gary tinha sido, — ela é um desperdício de oxigênio.
Grosseiro.
Entretanto novamente, isso não aborrecia Declan.
Ele parou na frente do espelho próximo à porta de seu escritório e verificou sua aparência novamente. Ele passou a mão por seu casaco Armani esportivo, e então puxou a manga de sua camisa de punho francesa Ermenegildo Zegna.
Declan girou sua abotoadura de rubi até que estava perfeitamente alinhada. Então, caminhou para a porta de seu escritório e abriu-a.
Ele andou a passos largos para achar Gwynn acomodada em seu sofá de couro em frente ao fogo. — Bem-vinda, Senhorita Austin. Como eu posso ajudá-la hoje?
CAPÍTULO DEZENOVE
Logan soube no momento em que viu Declan Wallace que a magia drough que sentia era do Wallace.
Com Gwynn do outro lado do quarto distante dele, tudo o que Logan podia fazer era assistir como Declan debruçou sua cabeça loira acima da mão de Gwynn e beijou-a.
Logan quis matá-lo. Rasgá-lo membro por membro por tocar Gwynn. Esfolar a pele do pomposo imbecil, de novo... e de novo.
— Oi, — Gwynn disse.
Logan viu um pequeno franzido em sua sobrancelha, mas estava lá apenas por um momento.
— E quem é este? — Declan perguntou enquanto seu olhar caiu sobre Logan.
— Um amigo que cortesmente me acompanhou, — Gwynn disse. Ela levantou-se e caminhou em volta do sofá até que estivesse próxima a Logan.
O sorriso de Declan não alcançou seus olhos azuis quando ele olhou fixamente para eles. — Seu amigo tem um nome, Senhorita Austin?
— Logan, — Logan respondeu.
O sorriso falso deslizou da boca de Declan. — Logan?
— Sim.
Declan brincava com um rubi em seu pulso que parecia segurar o punho da manga de sua camisa. — Qual o seu sobrenome?
Não havia nenhuma dúvida na mente de Logan que Declan estava trabalhando com Deirdre. Só alguém quem conhecia os Guerreiros que lutaram contra Deirdre estaria ciente de seus nomes.
— Smith, — Gwynn disse de repente.
Logan não afastou seus olhos de Declan, mas ele moveu-se de forma que sua mão roçou a de Gwynn.
— Bem, Logan Smith, — Declan disse o sorriso estampado de volta em seu rosto. — Bem-vindo a minha casa. Você dois arriscaram muito se aventurando nesta tempestade.
— Gwynn está preocupada com seu pai.
— Sim, como qualquer filha estaria. — Declan arranhou sua bochecha enquanto caminhou para trás de sua escrivaninha e se afundou em sua cadeira. — Por que você acha que eu tive algum contato com seu pai, Senhorita Austin? E por favor, sentem-se, vocês dois.
Logan teria preferido pegar a mão de Gwynn e arrastá-la fora da mansão, mas com sua audição realçada, ele sabia que homens estavam começando a ficar em posição fora do escritório.
Ele deveria ter escutado Gwynn. Eles deveriam ter partido. Mas ele queria saber a magia que sentiu. Agora que ele sabia, ele soube que o problema deles apenas acabara de começar.
O clicar de metal dizia que os homens no corredor tinham armas de fogo também. Maiores que aquelas levadas pelos assaltantes em Eigg, se Logan pudesse adivinhar.
— Bem, — Gwynn disse, olhando para Logan.
Ele deu um pequeno aceno com a cabeça.
— Eu tive notícias do meu pai três semanas atrás. Ele normalmente verifica mensagens frequentemente. Quando eu fiz uma busca por GPS em seu telefone, descobri que ele estava na Escócia.
— Então você veio aqui, — Declan disse.
— Sim. Eu consegui entrar em seu sistema de computador na universidade e soube sobre você e o Livro de Craigan.
Declan se debruçou de volta em sua cadeira, aparentemente encantado com a história de Gwynn. Ele colocou seus cotovelos nos braços da cadeira e tamborilou com seus dedos.
Logan fechou suas mãos em punhos quando Gwynn sentou-se em uma das cadeiras na frente da escrivaninha e Declan. Logan ficou atrás de Gwynn, seu olhar nunca deixando Declan.
— O quão engenhosa você é, Senhorita Austin, — Declan disse. — O livro, como eu estou certo que você sabe, é escrito em uma forma antiga de Gaélico.
— Uma que eu acredito que meu pai poderia traduzir, — Gwynn disse.
Declan assentiu. — Realmente. O livro não se tornou o que eu esperava que fosse.
— Que era? — Logan sondou.
Os olhos azuis de Declan ergueram-se para Logan. — Eu esperava que tivesse informações sobre algumas moedas romanas que tinham sido roubadas da Nona Legião.
Ele podia mentir, Logan daria isto a ele.
Entretanto novamente, qualquer drough poderia mentir bem o suficiente para enganar quase todo mundo.
— Eu sinto muito que você não pôde achar as moedas romanas, — Gwynn disse. — Você pode dizer-me o que poderia ter trazido meu pai para a Escócia?
— Eu temo que eu não possa dizer-lhe o que eu não sei.
Gwynn lambeu seus lábios e fugiu para a extremidade da cadeira. — Eu não suponho que você possa dizer-me quando foi a última vez que falou com meu pai? Ele talvez contatou você quando chegou à Escócia?
Declan sorriu e soltou as mãos em seu colo. — Eu falei com ele a última vez na universidade quando peguei de volta meu livro.
— Entendo.
Logan odiou ver a derrota nos olhos de Gwynn. Ele não podia exatamente dizer agora que Declan estava mentindo, mas Logan diria a ela assim que eles estivessem fora desta mansão.
Se eles saíssem.
— Obrigado por me ver, Sr. Wallace. — Gwynn levantou-se e pendurou as alças de sua bolsa acima de seu ombro. — Eu me desculpo por tomar seu tempo. Nós sairemos agora.
Logan pegou aquela oportunidade para embrulhar seus dedos ao redor do braço de Gwynn e guiá-la para a porta.
Eles deram três passos quando a voz de Declan os parou.
— Eu temo que você ficará Senhorita Austin.
Gwynn empurrou fora do agarre de Logan e virou-se para enfrentar Declan. — Me desculpe?
— Você me ouviu, — Declan disse quando se levantou. Todos os rastros do anfitrião se foram. — Não há necessidade de repetir-me.
— Você não pode me segurar contra minha vontade.
Declan riu, e um momento mais tarde as portas do escritório abriram de repente quando homens entraram.
Logan contou oito homens armados com armas de fogo, como ele pensara. Eles estavam vestidos todos em preto. Embora Logan estivesse quatro séculos distante de seu próprio tempo, não havia mal-entendido na aparência de um mercenário.
Estes homens estavam aqui para matar.
E Logan sabia o objetivo deles.
Declan veio para frente de sua escrivaninha e sentou-se no tampo dela casualmente. — Quanto ao Sr. Smith, ele será morto.
— Não.
Logan não soube quem estava mais chocado com a explosão de Gwynn — ele, ou Declan.
— Ninguém me diz não, — Declan disse em voz ameaçadora.
— Eu acabei de dizer, — Gwynn disse firmemente. — Eu não tenho problema em repetir-me.
Logan sorriu apesar de si mesmo.
Existia uma onda de poder de Gwynn que envolveu ao redor de Logan. Era como um casulo, uma proteção que prevenia a magia negra de Declan de tocá-lo.
Declan lançou sua cabeça para trás e riu. — Uma Druidesa? Eu deveria ter adivinhado, mas seu pai disse que você não tinha nenhuma propensão à magia.
Gwynn não podia acreditar nas palavras que saíram da boca de Declan. — Existe muito que meu pai não sabe. Eu entendo que ele está aqui então?
— Claro. Ele está trabalhando para mim. Ele odeia você, sabe. Quando eu disse a ele que você estava aqui, ele nem sequer olhou para cima do livro.
Gwynn não quis que as palavras a machucassem, mas machucaram. Ela pensou que ela e seu pai tinham percorrido um longo caminho em remendar seu relacionamento fracassado. Ela não sabia o que era verdade e o que era mentira mais.
— Ignore-o, — Logan disse atrás dela.
Declan endireitou-se da escrivaninha e sorriu. — O que vocês dois estavam pensando ao vir aqui? Vocês pensaram que poderiam apenas entrar e então valsar para fora?
— Eu nunca valsei, — Gwynn disse.
Ela não estava certa de onde o sarcasmo estava vindo, mas parecia malditamente bem.
— Os americanos, — Declan cuspiu. — Sempre tão certos de si mesmos, não é? Bem, não comigo. Eu sou o monstro que te manterá desperta de noite.
— Isso era meu pai. Eu sei o que você é, Wallace. E sua magia negra não me assusta.
— Devia, — Declan disse suavemente.
Um tremor percorreu Gwynn. Ela nunca usara magia contra outro Druida. Ela não estava nem certa que poderia. Sua apreensão fez sua magia vacilar.
— Não permita que as palavras dele cheguem até você, — Logan sussurrou. — Você pode fazer isto, Gwynn.
— Como? — Ela disse apenas movendo seus lábios.
— Confie em sua magia.
Com nada mais ela poderia fazer, Gwynn fez como Logan disse. E para seu prazer, sua magia mais uma vez a encheu. Ela podia lutar contra Declan.
Ela batalharia contra Declan.
— Pegue-o, — Declan ordenou a seus homens.
Gwynn virou para achar Logan esquivando-se e abaixando dos homens que tentavam acertá-lo. Logan deu vários socos que enviaram os homens caindo para trás. E eles não levantaram.
— Mate-o, — Declan gritou.
— Não! — Gwynn gritou quando os rifles semiautomáticos descarregaram.
Ela estremeceu quando quatro balas bateram em Logan antes dele mergulhar e rolar. Ele surgiu atrás de um dos homens e com um puxão de suas mãos, quebrou o pescoço do mercenário.
Logan estava a caminho do próximo quando a magia de Declan bateu em Gwynn. Ela tentou empurrar de volta, mas ele era muito forte.
Suas botas deslizaram no chão enquanto ele a empurrava até que ela batesse na parede.
— Pegue o X90s, — ordenou um dos mercenários. — Nós temos um Guerreiro.
Gwynn olhou acima para ver que Logan libertara seu deus e estava usando suas garras para cortar os homens.
— Ele não vai aguentar muito, — Declan disse.
E então a primeira bala de X90 perfurou Logan.
O estômago de Gwynn caiu para seus pés quando ela o viu hesitar, e dor queimou através de seu rosto bonito.
Mas foi o riso de Declan que a mandou através do limite.
Gwynn chamou o último fragmento de magia dentro dela. Ela sentiu isto encher suas mãos, esperando por ela.
Com um grito ela lançou isto, e assistiu quando Declan foi erguido fora do chão e viajou acima de sua escrivaninha para bater em suas estantes.
CAPÍTULO VINTE
O corpo de Logan espasmou dolorosamente, forçando-o a cair em um joelho. Ele não sabia como, mas os homens de Declan conseguiram pôr sangue drough nas balas.
A quantia de sangue drough em cada bala não era significante, mas bastava só uma gota para trazer um Guerreiro à beira da morte.
Logan não sabia quantas balas tinha nele. Assim que a primeira gota de sangue drough fez contato com seu corpo, ele foi incapaz de curar os ferimentos feitos pelas balas normais.
Através da névoa de dor nublando sua vista, Logan viu Gwynn lançar Declan através de seu escritório. Logan quis sorrir, quis dar um grito de alegria para Gwynn.
Mas tudo aquilo tiraria sua concentração em ficar em pé.
Os mercenários de Declan que ainda permaneciam em pé estavam furtivamente movendo-se para cercar Gwynn. Logan fechou seus olhos e chamou a água, qualquer água que estivesse próxima. Para sua surpresa, Declan tinha uma piscina, e a água respondeu o chamado de Logan imediatamente.
— Gwynn, — Logan gritou.
Ela olhou para ele, e ele acenou para o chão. Gwynn não hesitou em deitar sobre o estômago. Um segundo depois o barulho de água soou enquanto visava os mercenários e Declan, que havia ficado em pé mais uma vez.
— Vamos, — Gwynn disse e pôs seu braço ao redor de Logan.
Ele não a viu mover-se em direção a ele, mas não importava. Eles tinham que sair da mansão. Rápido. A água não seguraria Declan muito tempo.
Logan levantou, e com a ajuda de Gwynn seguiu para as portas do escritório. Ele não podia fazer suas pernas mover ou seus músculos cooperarem.
— Espere, — Gwynn disse quando virou.
A água que Logan chamou estava agora diminuindo, mas gotejando das paredes e teto e empoçando no chão, sendo difícil para alguém caminhar. Ele a mantinha dentro do escritório, longe deles.
Logan sorriu quando vento golpeou pelas portas e janelas, despedaçando-as à medida que uivava. Precipitando-se pelo escritório, jogando os homens no chão e dentro da água.
Gwynn manteve Declan preso contra as estantes enquanto ele berrava palavras que não podiam atravessar o vento. O vento rodou a água, erguendo-a e usando-a como uma arma também.
Logan queria usar seu poder sobre a água novamente, mas sua força estava decaindo.
— Vamos, — Gwynn disse, colocando o braço dele por cima dos ombros dela enquanto envolvia seu braço ao redor da cintura dele.
Ele não queria pôr peso demais nela, mas era isso ou cair de cara. Gwynn apressou-o. Todo momento contava, e Logan sabia que seria um milagre se eles pudessem deixar a mansão.
— Quase lá, — Gwynn disse quando eles alcançaram as portas da frente.
O vento soprou-as abertas assim eles não tiveram que parar. A neve estava caindo tão pesada e espessa que cobria o carro com uma camada profunda.
— Os degraus, — Logan disse pensando sobre o gelo, mas ele não pôde dizer mais uma palavra.
Ele engoliu um gemido quando seus músculos continuaram com espasmos. Quanto mais sangue drough entrava em seu sistema, mais rápido o mataria.
Gwynn descia quando perguntou, — O que? — E ela derrapou.
Logan a sentiu empurrá-lo adiante à medida que ela caia de costas. Ele gemeu quando aterrissou fortemente na neve, seus pés tocando o último das dúzias de degraus da mansão.
— Vá, — Gwynn gritou atrás dele.
Logan forçou seus braços a dobrar. Ele tentou levantar, mas suas pernas não eram mais suas para comandar. Dentro dele, seu deus, Athleus, estava berrando com ira — e medo.
Logan soube exatamente como Athleus sentia-se. Ele deveria estar protegendo Gwynn. Um belo trabalho que ele estava fazendo, com seu rosto na neve.
Mas ele não iria desistir facilmente. Ele sabia que Gwynn não partiria sem ele, então usou seus braços para arrastar-se até o carro.
Centímetro por centímetro agonizante e brutal, ele arrastou-se.
Atrás dele, podia ouvir gritos dos homens na mansão. Logan olhou por acima do ombro e viu Gwynn no ultimo dos degraus quando ela enfrentou Declan no degrau superior.
— Você não partirá, — Declan declarou.
Logan arrastou-se mais rápido. Ele tinha que chegar ao carro de modo que quando Gwynn viesse, eles poderiam partir. Seu sangue estava em chamas, queimando seus ossos e músculos enquanto corria-se por seu corpo.
Ele não tinha muito mais tempo antes do sangue drough levá-lo completamente. Ele já podia sentir sua força e tudo dentro dele falhando. Mas ele não ficaria aqui e prenderia Gwynn. Ele faria qualquer coisa que pudesse para levá-los para longe.
Logan alcançou o carro e esforçou-se para levantar a mão para abrir a porta.
— Você pode ir para o inferno, — ele ouviu Gwynn gritar quando uma explosão de ar passou acima dele.
Logan usou a porta do carro para erguer-se e entrar no carro. Ele descansou sua cabeça contra o banco e viu a enorme fonte com a camada superior de água congelada.
Ele empurrou de lado sua dor e chamou a água. Levou três tentativas, mas ele finalmente persuadiu a água a atravessar o gelo.
Levando pedaços de gelo consigo.
Declan permanecia em pé contra o vento de Gwynn, mas quando combinou com a água e gelo, ele apenas teve tempo para erguer um braço para proteger seu rosto antes de ser atingido.
Em um piscar, Gwynn estava no carro e a chave na ignição. Ela ligou o carro e deu ré. Logan tentou agarrar a porta para fechá-la, mas quando eles aceleraram escada abaixo, ele bateu fechando-se sozinha.
— Por que você não está curando? — Gwynn perguntou enquanto olhou para ele.
— Sangue Drough, — ele disse, forçando as palavras a passarem por seus lábios. Seu corpo estava convulsionando, sangue ensopando tudo.
— O que?
Ele tentou explicar, mas era muito tarde. O sangue drough estava drenando sua vida. Ele não podia nem ouvir mais o urro de seu deus.
Os olhos de Logan deslizaram fechados. E então o mundo ficou preto.
CAPÍTULO VINTE E UM
Ian subiu mais alto e mais alto nas montanhas. A neve começara dois dias antes, e não cessou desde então. A neve encheu suas botas e gelou seus cílios e cabelo.
Seus lábios estavam rachados e sangrando.
Mas nada disto parou a fúria de seu deus.
Tudo que Ian sabia era que ele tinha que cair fora de qualquer cidade. Ele não estava certo quando no tempo ele estava, mas sabia que estava na Escócia. Ele conheceria estas montanhas em qualquer lugar.
E aquelas montanhas seria a única coisa que manteria as pessoas protegidas dele.
Ele esperou. Ele rezou.
O estômago de Ian rosnou. Ele havia andado por… ele perdeu a noção dos dias, em parte porque ele não podia lembrar-se de qualquer coisa quando seu deus assumia o controle, mas também porque cada dia havia se desvanecido no próximo.
Mas tinha sido semanas desde que ele comera ou mesmo dormira. Quanto mais fraco ele se tornava, mais fácil seria para seu deus assumir o controle.
Se ele iria lutar, ele tinha que fazer isto com plena força. Tanto quanto Ian odiava admitir, ele teria que achar um abrigo.
Suas mãos sangravam enquanto ele puxava-se para cima da montanha íngreme, mas elas curavam muito rápido. Ele queria sangrar, machucar-se. Qualquer coisa para acalmar o pesar dentro dele pela morte de Duncan.
Como sempre, quando ele pensava sobre seu gêmeo, angústia o sobrepujava de forma que ele não podia respirar.
Ian caiu de joelhos e baixou a cabeça em suas mãos. Do lado de dentro, ele berrava sua fúria e seu ódio pelo deus dentro dele, e por Deirdre, que ousou matar Duncan.
Acima de tudo, ele enraiveceu-se contra o saco de vinho que o tirara de seus amigos.
Ian fechou seus olhos apertando-os e encostou o queixo em seu tórax quando baixou-se para suas coxas. Quando pode sentir seu deus agitar-se, ele ficou em pé.
Seu deus era o pai da batalha. Ele queria que Ian lutasse sangue nas mãos de Ian, morte ao redor dele. Morte. Sempre morte. E mais morte.
Mas Ian de alguma maneira impediu-se de ceder. Estava ficando mais e mais difícil, e ele sabia que viria um dia quando ele não lutaria mais contra seu deus. Ele esperava que quando aquele dia viesse, um de seus irmãos do Castelo MacLeod estaria lá para tomar sua cabeça antes dele poder matar inocentes.
Mais esperança. Mais orações.
Ian caminhou por horas antes dele olhar para cima e ver a entrada de uma caverna. Ele subiu edepois que passou a entrada estreita, abriu-se uma caverna enorme.
Não havia tempo para fazer uma fogueira porque seu deus tinha sido negado por muito tempo. Ele queria o controle. E Ian estava muito fraco para lutar.
Ian rugiu e golpeou suas garras contra a parede da caverna quando lutou — e perdeu — a luta contra seu deus.
* * *
Gwynn dirigia imprudentemente enquanto acelerava abaixo nas estradas congeladas. Levou dois segundos para perceber que os únicos que podiam ajudar Logan estavam no Castelo MacLeod.
Um castelo que, até onde ela sabia, não existia.
Mas Logan dizia que sim.
Então ela dirigia, olhando para Logan de vez em quando. Ele estava pálido, a vida parecendo drenar dele em frente dos olhos dela.
Sua respiração era irregular. E o sangue continuava a drenar de seus ferimentos até o cheiro encher o carro.
Gwynn abriu a janela e piscou pelas lágrimas que juntaram em seus olhos. — Como eu podia ser tão estúpida? — Ela perguntou-se. — Eu devia ter sabido que papai estava trabalhando com Declan.
Era próprio de seu pai pensar apenas nele mesmo. Logan disse para ela não acreditar nas palavras de Declan, mas ela não teve nenhuma escolha. Especialmente desde que ela ouviu seu pai dizer as mesmas coisas odiosas antes. Ele não sabia que ela estava escutando quando ele gritou com sua mãe, mas Gwynn nunca esqueceu.
Ela soltou um grito de surpresa quando o carro deslizou através de um pedaço de gelo na estrada, fazendo-os deslizar lateralmente. O carro derrapou na contramão, onde um carro estava indo direto para eles.
Gwynn segurou sua respiração e tirou seu pé do acelerador até que ela pudesse voltar o carro para sua pista. — Eu odeio o inverno, — ela murmurou. — Por que não podia ser verão? Eu posso dirigir como o vento durante uma tempestade, mas dê neve e eu sou uma idiota.
Ela continuou falando, esperando que Logan a ouvisse e talvez acordasse.
Cidades voavam em um borrão. As paisagens da montanha que ela sabia que adoraria parar e olhar nem sequer a fez olhar pela janela. Ela tinha uma preocupação — Logan.
Felizmente, o tempo cooperou. Um pouco. A neve diminuiu para nada além de flocos. Com o aquecedor a todo vapor para ajudar a manter a sensação em seus dedos, Gwynn nunca diminuiu o acelerador.
— Como eu acho o Castelo MacLeod? — Ela perguntou a Logan. — Logan? Por favor. Diga-me. Como eu acho o castelo?
Sua única resposta foi o balançar de sua cabeça quando ela tomou um canto na estrada que faria um andarilho orgulhoso.
— Maldição, — ela disse. — E se eu vou para o lugar errado? E se eu passar direto?
Ela sabia que Logan não tinha muito tempo antes dele ir-se para sempre. Nunca passou por sua cabeça que sangue drough poderia derrubar um Guerreiro mais eficazmente que qualquer outra coisa.
Se ela soubesse, eles teriam partido assim que Logan disse a ela que ele sentia magia drough. Ela teria feito ele partir.
Gwynn enxugou seu rosto onde uma lágrima caiu. — Você não ouse morrer, Logan Hamilton. Você jurou me proteger. Você não pode fazer isso como um fantasma. Logan! Você me ouve?
Ela bateu no volante com a palma de sua mão. Gwynn odiava parecer tão impotente. Era pior porque Logan estava contando com ela para conseguir ajuda. E ela era uma inútil.
Então ela teve uma ideia.
Gwynn abriu a janela até o vento frio encher o carro. — Eu preciso de sua ajuda, — ela disse, rezando para que sua magia funcionasse enquanto ela dirigia. Ela não podia perder tempo para parar e pedir ajuda ao vento.
— Por favor. Onde está o Castelo MacLeod?
Ela esperou, e esperou, mas o vento não respondeu.
— Claro que não, — ela murmurou.
Gwynn olhou para Logan. Seus lábios começaram a ficar azul. O terror embrulhou seus dedos frios ao redor dela e apertou. As lágrimas que ela segurava borraram sua visão, mas ela recusou derramá-las.
Quando ela chegou a um beco sem saída onde ela tinha que virar à direita ou esquerda, ela deixou o instinto guiá-la como Logan disse que ela fizesse e virou à direita. Em cada virada, cada curva, cada estrada ela confiou em seu instinto, esperando, além da esperança, que a levasse ao Castelo MacLeod.
Ela viu o mar a sua esquerda à medida que ela dirigia a estrada levando-a mais e mais perto dos precipícios que se levantaram acima da água.
— Por favor, Deus, deixe-me estar no lugar certo, — ela murmurou.
Ela diminuiu a velocidade quando virou à esquerda fora da estrada pavimentada sobre a sujeira. Gwynn dificilmente podia distinguir uma estrada a sua frente, mas ela estava certa que estava em uma. Cada fibra de seu ser informando para ela para dirigir em frente.
Quando não havia nada à frente dela exceto terra antes dos precipícios caindo no mar, Gwynn parou o carro. Ela estava para voltar quando sentiu sua magia mover dentro dela.
Gwynn desligou o carro e saiu. Ela podia sentir magia ao redor dela. Magia maravilhosa, bonita brilhante. Logan não disse que havia uma proteção de algum tipo ao redor do Castelo MacLeod?
— Socorro, — ela gritou. — Eu estou com Logan! Ele está morrendo! Por favor, ajudem-me… — Ela parou enquanto as lágrimas que ela segurara finalmente caíram.
Houve um bater de asas atrás dela. Gwynn girou para achar um Guerreiro índigo com asas enormes, duras olhando fixamente para ela.
— Logan, — ela disse e apontou no carro. — Ele foi atingido com sangue drough.
— Merda, — o Guerreiro murmurou antes de gritar, — Fallon!
Em um momento, um Guerreiro negro parou ao lado deles. — Logan? — Ele disse quando ele abaixou sua cabeça dentro do carro.
— Sangue Drough, — o Guerreiro índigo disse.
Fallon movimentou a cabeça. enquanto puxava Logan do carro e o colocava acima de seu ombro. Os olhos negros de guerreiro de Fallon caíram sobre Gwynn. — Traga-a.
— Eu pegarei o carro, — disse outro Guerreiro negro com duas tranças pequenas em cada lado de suas têmporas.
Gwynn não teve tempo para fazer um som quando o Guerreiro índigo colocou-a em cima de seus braços e saltou para o ar. Ela agarrou-se a ele enquanto eles subiam suas asas enormes levando-os pela proteção mágica que ela sentiu.
E então ela viu o castelo. Ele erguia-se acima dos precipícios majestosamente, magicamente. Suas pedras cinzas tinham sido lavadas pelo tempo até que a cor era apenas um pouco mais clara que aquelas dos precipícios que flanquearam em ambos os lados.
Gwynn apenas teve tempo para olhar para o castelo com suas quatro torres redondas volumosas antes de ser colocada em seus pés na muralha.
O Guerreiro índigo tomou sua mão e a levou para cima dos degraus e no castelo.
Gwynn viu várias mulheres e homens correndo pelas escadas, mais provavelmente para atender Logan. Felizmente, o silencioso Guerreiro índigo finalmente a libertou de seu domínio férreo.
Ela não estava certa se teria permissão para seguir os outros para ver Logan. E então de repente, ela não pensou que pudesse quando sua força começou a diminuir.
Gwynn agarrou a extremidade da mesa comprida que estava no meio do salão. Ela sorriu quando viu as tapeçarias que tinham sido remendadas e penduradas nas paredes. Aquelas tapeçarias valiam uma fortuna, mas ela não podia imaginá-los parecendo tão bem em qualquer outro lugar.
Ela virou sua cabeça e viu a lareira enorme à sua direita. O fogo acenava quando todo calor a deixou. Ela estava tão fria seus dentes estavam batendo. Gwynn teria alegremente se jogado no fogo se ela pudesse.
Era mais provável que os eventos na mansão de Declan, o uso de seu poder, e seu medo estavam deixando-a tão fria. Ela esteve correndo em um surto de adrenalina que estava dissipando. Ainda assim, este sentimento era diferente de qualquer coisa que ela já experimentara.
Gwynn deu apenas um par de passos vacilantes em direção ao fogo quando o quarto começou a girar e a dor bateu em seu corpo. Ela fechou seus olhos, mas só fez o quarto girar mais rápido.
Ela forçou abrir os olhos e tentou enfocar nas cadeiras à frente do fogo. Se ela pudesse apenas alcançá-las, ela poderia se sentar e compreender por que estava tão machucada. Isso era tudo que ela precisava apenas se sentar.
Gwynn deu outro passo, e então outro. Todo tempo, ela sentia como se seu corpo estivesse congelando. Ela cambaleou para o lado quando a vertigem aumentou.
E então ela estava caindo.
Gwynn estendeu a mão para agarrar algo, qualquer coisa, mas só ar encontrou seus dedos.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Lucan entrou no castelo e lançou as chaves do carro vermelho que ele dirigira atravessando a muralha, para o ar. Quando as chaves aterrissaram em sua palma, ele correu para as escadas.
Ele acabara de pisar no primeiro degrau quando virou a cabeça e achou a mulher que trouxe Logan para o castelo, deitada no chão.
Lucan jogou as chaves sobre a mesa e correu para ela. Ele tocou em sua pele para senti-la fria e suada. O sangue espalhando pelo chão não era um bom sinal.
— Cara! — Ele gritou.
Em um momento, sua esposa estava descendo as escadas. — O que aconteceu?
— Eu a achei assim.
Cara correu para seu lado e ajoelhou ao lado da mulher. — Há muito sangue.
— Eu pensei que era de Logan porque ele estava sangrando muito, mas com todo esse sangue, eu diria que ela está ferida, também.
— Eu preciso de sua jaqueta e suéter removido.
Lucan não hesitou em alongar uma garra preta e cortar o casaco espesso, o suéter, e a camisa em baixo até somente o sutiã permanecer na mulher.
Cara balançou a cabeça para lado. — Ela levou um tiro no braço.
— Parece ter passado direto.
— E atingiu seu lado, — Cara disse enquanto levantava-se. — Traga-a, Lucan. Nós precisamos curá-la imediatamente.
Lucan pegou a mulher em seus braços e seguiu sua esposa acima pela escada. — Ela é uma Druidesa.
— Então nós realmente precisamos salvá-la. — Cara empurrou uma porta aberta para uma das câmaras. — Eu trarei Sonya. Mantenha pressão nos ferimentos para diminuir a hemorragia.
Cara puxou as mangas para cima de seu suéter e correu pelo corredor para a câmara de Logan. Ela abriu a porta para encontrar todo mundo em torno da cama.
— Faça algo, — Hayden exigiu de Sonya. — Ele está morrendo.
— Há muito sangue drough dentro dele, — Sonya disse quando segurou suas mãos contra o corpo imóvel de Logan.
Cara ergueu seu olhar da cama onde Logan deitava de lado e encontrou os olhos de seus cunhados, Fallon e Quinn. — A mulher que veio com Logan...
— A Druidesa? — Fallon perguntou.
— Sim. Ela está ferida. Muito. A bala atravessou seu braço e atingiu seu lado.
Sonya agitou sua cabeça do lado da cama de Logan. — Eu não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Broc, Marido da Sonya, tocou em seu braço. — Eu sobrevivi com sangue drough dentro de mim.
— Mas Deirdre impediu de afetar você completamente.
— Nenhum das Druidesas aqui pode fazer isto?
Sonya franziu o cenho. — Só responderá a magia negra.
Isla avançou. — Então deixe-me tentar.
— Alguém faça algo. — Fallon passou uma mão por seu rosto, sua frustração mostrando no modo que seus lábios franziram.
Cara trocou de pés. Ela aprendeu muito sobre magia nos quatrocentos anos que ela tinha sido uma Druidesa. Ainda assim, ninguém podia curar por magia exceto Sonya.
— Eu estou segurando o sangue drough à distância, — Isla disse enquanto segurava suas mãos sobre o corpo de Logan. — Eu não sei quanto tempo eu posso, entretanto.
Logan mexeu-se, seu gemido de dor ecoando em torno da câmara. Ele abriu seus olhos e estremeceu quando tentou virar.
— Não, — Hayden disse e pôs sua grande mão no ombro de Logan. — Você precisa ficar quieto.
— Gwynn? — Logan disse.
Cara andou mais perto da cama. — Ela foi ferida.
Logan arrastou uma respiração irregular e cerrou sua mandíbula. — Salve-a, — ele exigiu para o quarto todo.
— Você tem muito sangue drough em você, — Quinn começou.
— Salve-a, — Logan disse mais vigorosamente, o que o fez gemer de dor.
Fallon olhou para Isla. — Você pode conter o sangue drough como Deirdre fez com Broc?
— Eu estou fazendo isto agora, mas tem estado em seu sistema por tanto tempo que está lutando contra mim.
Fallon assentiu. — Sonya, veja Gwynn. Nós manteremos Logan vivo até que você retorne.
Cara soltou um suspiro quando ela e Sonya correram para a outra câmara.
— O quão ruim o ferimento de Gwynn é? — Sonya perguntou.
Cara encolheu os ombros. — Ela perdeu muito sangue. A bala ainda está dentro dela.
Sonya caminhou com passos certos para a cama onde Lucan estava segurando toalhas nos ferimentos de Gwynn. — Deixe-me ver, — Sonya insistiu.
Lucan levantou e afastou-se enquanto Cara tomou sua posição no outro lado da cama. Quando Sonya tinha que curar múltiplas pessoas, ajudava se alguém adicionasse sua magia à dela.
Sonya passou sua mão pelo corpo de Gwynn e franziu. — A bala está alojada em suas costelas.
— Você pode removê-la? — Lucan perguntou.
— Eu acho.
Cara lambeu seus lábios e esfregou suas mãos juntas para aquecê-las antes de pôs sua palma abaixo no corpo de Gwynn. Cara fechou seus olhos e sentiu sua magia mover rápido e seguramente pelas suas mãos antes dela lançá-la para se misturar com a de Sonya.
Lucan nunca cansava de ver a magia das Druidesas funcionando. Ele preferia que a mulher não estivesse ferida, mas estava confiante que Sonya pudesse salvá-la. Era com Logan que ele estava preocupado.
Em questão de momentos, os ferimentos de bala no braço de Gwynn começaram a fechar até mostrar apenas pele rosa. Levou mais tempos para Sonya desalojar a bala das costelas da mulher, mas com um tinido, caiu do ferimento sobre o chão.
— Finalmente, — Sonya sussurrou.
Isto foi quando Lucan notou o suor cobrindo a sobrancelha da curandeira. — Ela está curada?
— Quase.
Lucan soltou um suspiro vários momentos depois, quando Sonya e Cara soltaram seus braços.
— Gwynn está curada, — Sonya anunciou. — Mas levará algum tempo para seu corpo restabelecer o sangue que ela perdeu.
Cara cobriu Gwynn com um cobertor, então começou ‘a remover suas botas. — Eu cuidarei dela. Vá para Logan.
Lucan conteve-se até Cara sorrir para ele. — Você, também, marido. Eu sei que você está preocupado com Logan.
Lucan piscou para ela. — Grite se você precisar de mim.
— Eu sempre preciso de você.
Ele sorriu antes de girar e andar a passos largos para a câmara de Logan. Uma vez do lado de dentro, ele caminhou para seus irmãos. — Gwynn está curada.
— Isto é bom, — Fallon murmurou. — Eu diria a Logan, mas ele perdeu a consciência alguns minutos atrás.
Lucan cruzou seus braços acima de seu tórax e estudou a forma pálida de Logan. — Então ele estava preocupado sobre ela?
— Você poderia dizer isto, — Quinn disse com um bufar. — Exigiu que nós a curássemos antes dele.
— Eu esperei quatrocentos anos para os Guerreiros retornarem. Eu nunca imaginei que um poderia aparecer à beira da morte, — Fallon disse.
Lucan pôs sua mão no ombro do seu irmão. — Logan é um lutador. Ele sobreviverá.
— Por tudo que é santo, — Reaghan exclamou quando ela segurou algo pequeno em sua mão.
Galen perscrutou acima do ombro de sua esposa. — O que é isto?
— Uma bala, — Sonya respondeu. — Uma bala cheia com sangue drough.
—Santo Inferno, — Quinn murmurou.
Não houve mais conversa enquanto Logan soltou uma respiração silenciosa. E seu tórax não subiu novamente.
Sem uma palavra, as Druidesas juntaram-se em torno da cama e combinaram suas magias com a de Sonya. Tensos minutos cheios de preocupação e desconforto passaram até que finalmente Logan respirou fundo.
— Não está terminado, — Sonya disse antes de alguém poder celebrar. — Ele perdeu sangue demais.
Hayden segurou seu braço acima do corpo de Logan. — Ele pode ter o meu.
— E o meu, — Broc disse.
— Ele pode ter o sangue de todo mundo, — Lucan adicionou. — O que for preciso.
Sonya assentiu. — Hayden, você primeiro. Corte fundo de modo que o sangue flua. Segure acima do ferimento.
— Qual? — Hayden perguntou. — Suas costas estão cheias.
— Escolha um, — Cara disse.
Sonya segurou sua respiração enquanto sua magia percorria dela para Logan. O corpo de Logan começou a desligar enquanto o sangue drough matava tudo dentro. Ela não estava certa se poderia salvá-lo. Ele teve sangue drough nele por muito tempo. Mas ela não iria desistir. Não ainda.
— Depressa, — ela insistiu quando Hayden cortou-se pela segunda vez. — O sangue de Guerreiro está ajudando, mas não rápido o suficiente.
Sonya não ficou surpresa quando Broc andou ao lado de Hayden e cortou seu braço e seu sangue fluiu em outro ferimento.
Logo, cada Guerreiro tomava a responsabilidade por um dos ferimentos de Logan. Sonya piscou longe a ameaça de lágrimas quando ela viu como os Guerreiros de uniram.
— Quase, — ela disse quando podia sentir o corpo de Logan começar a trabalhar sozinho.
Dez minutos depois, Sonya não só sentiu, mas viu, seus ferimentos começando a curar.
— Isto é suficiente, — ela disse aos Guerreiros.
Ela soltou suas mãos e as outras Druidesas fizeram o mesmo. Sonya estava drenada, fisicamente e magicamente, mas ela sorriu pela primeira vez desde que Fallon chegou com o corpo de Logan acima de seu ombro.
— Bom, — Broc disse quando ele envolveu um braço ao redor dela. — Agora alguém diga-me como diabos há balas com sangue drough dentro delas?
Galen encolheu os ombros. — Deirdre?
— Não, — Lucan disse. — Eu não acho que ela está aqui neste tempo ainda.
— Então quem? — Fallon perguntou.
Larena disse, — Talvez a pessoa que trouxe Deirdre e Ian para este tempo.
Ninguém gemeu em voz alta, mas estava escrito em seus rostos.
Sonya levou uma das balas envenenadas e enxugou o sangue. — Para os atacantes de Logan terem sangue drough, eles têm que ter um drough.
Hayden encolheu os ombros. — Exatamente. Qual é seu ponto?
Ela olhou para cada pessoa na câmara. — Todos nós assistimos como os Druidas desapareceram, principalmente por causa de Deirdre, mas também porque eles não praticaram mais. Quem fez isto não é apenas um drough, mas é inteligente o suficiente para criar algo assim.
— Você está assumindo que este drough inventou estas balas, — Broc disse. — Podia ser outra pessoa.
— Não, Sonya está certa, — Quinn disse. — Por que outra pessoa que não um Druida iria criar estas balas? Como eles saberiam como o sangue drough reagiria em nós?
Marcail suspirou e falou pela primeira vez. — Porque, meu amor, eles devem saber da existência de vocês. Não só de histórias. Eles sabem que vocês estão aqui.
— Nós estamos especulando, — Reaghan disse. — Assim que Logan e Gwynn despertarem saberemos os detalhes.
— Esta é minha mulher, — Galen disse quando puxou-a apertado contra ele. — Ela está sempre pensando adiante.
Reaghan rolou seus olhos, mas sorriu quando ele a beijou.
Sonya olhou para Logan e notou que ele não estava vestindo um kilt. — Nós precisamos tirar estas roupas de Logan.
Sangue estava em todos lugares, até em suas botas. Tudo seria separado e queimado mais tarde. Isla cobriu Logan com um cobertor enquanto Hayden puxava uma das cadeiras para a cama e afundava-se nisto.
— Até que nós saibamos com o que estamos lidando, precisamos criar patrulhas, — Fallon disse.
Quinn assentiu. — Eu ficarei com os precipícios.
— Eu manterei os céus, — Broc disse.
Galen disse, — eu estarei na aldeia.
Quando Fallon olhou para Hayden, ele levantou uma sobrancelha loira. — Eu estarei aqui.
— Nós podemos lidar com o resto, — Lucan disse para Fallon. — Deixe Hayden.
Larena limpou sua garganta e cutucou Fallon nas costelas. — Você está esquecendo de mim?
— Nunca, — ele disse e tomou sua mão. — Você ficará comigo. Lucan, mantenha sua vigia sobre uma das torres.
Hayden assistiu eles partirem. Isla correu sua mão por seu cabelo antes dela beijar sua fronte. — Eu voltarei mais tarde para ver se você precisa de qualquer coisa.
Ele assentiu e se debruçou adiante na cadeira. Um momento mais tarde, Isla seguiu o resto do grupo fora da câmara.
Só então Hayden disse para Logan, — Acorde, maldito. Acorde e diga-me o nome do bastardo que fez isto para você e Gwynn assim nós poderemos matá-lo.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
Declan olhou o campo de batalha que uma vez tinha sido seu escritório. Seu paraíso.
Apesar de sua magia negra, apesar dos mercenários que ele contratara, e apesar do X90s, ambos, Logan e Gwynn, fugiram. Entretanto Declan não esperava que Logan vivesse muito tempo.
Nenhum Guerreiro poderia resistir a uma gota de sangue drough dentro deles, muito menos a quantia que tinha nas balas especiais que atingiram Logan.
Apesar disto, Logan conseguiu ficar em pé. Na maior parte. Declan queria saber o que fazia o Guerreiro tão diferente dos outros.
— Não que isso importe. Logan está morto, — Declan murmurou para si mesmo.
Isso era o único consolo em um dia que se transformou num inferno. Porém, logo ele teria Gwynn debaixo de seu teto mais uma vez. A Druidesa era muito valiosa como uma ferramenta contra Gary.
Também, Gwynn tinha magia. Poderia ser uma variedade mie inferior, mas era magia.
Um sorriso puxou um lado de seus lábios. Ele usaria Gwynn para achar a Placa de Orn e aquecer sua cama. Uma vez que ela se tornar-se inútil, ele a mataria e tomaria sua magia.
Declan apertou suas mãos atrás de suas costas e inalou quando ouviu Robbie aproximando-se. — Quantos homens você perdeu?
— Metade.
Declan girou sua cabeça em direção a Robbie. — Você está perdendo homens mais rápidos que está substituindo-os.
— Sempre existem mais homens, Declan.
Declan encolheu os ombros. — Verdade. O X90s funcionou bem.
— Não bem o suficiente. O homem não ficou para caído.
— Esqueça Logan. Ele está morto agora. As únicas pessoas que poderiam ajudar Logan são Deirdre e eu. Eu não faria isso, e desde que Deirdre não tem nenhuma ideia do que está acontecendo, ela não está ajudando-o.
Robbie riu. — Você é um cretino cruel, Declan.
— Você não tem nenhuma ideia. — Ele acenou em seu escritório. — Eu quero isto limpo imediatamente, — ele disse e saiu do aposento.
Havia alguém que ele precisava ver alguém que pagaria por não adverti-lo que um Guerreiro entraria em sua casa.
21 de dezembro
Logan deu uma respiração profunda e soltou lentamente. Seu corpo estava dolorido, mas não estava mais queimando como tinha estado.
— Estava na maldita hora de você despertar.
Logan sorriu quando ouviu a voz profunda de Hayden. Logan girou sua cabeça para achar seu amigo mais íntimo sentado ao lado da cama. Hayden não mudara muito, exceto que seu cabelo estava um pouco mais curto — entretanto ainda longo pela maioria dos padrões.
— Você sabe como eu gosto de deixar você esperando.
— Não é engraçado, — Hayden disse sua expressão séria.
— Eu sei. Quanto tempo eu fiquei inconsciente?
Hayden encolheu os ombros e se sentou de volta em sua cadeira. — Cinco horas.
Logan suspirou e usou seus braços para erguer-se e ir para trás assim ele se encostou contra a cabeceira. — Eu entendo que meus ferimentos eram tão ruins quanto parecia.
— Pior. Você estava quase morto quando nós trouxemos você para o castelo.
— Como vocês me acharam?
A testa de Hayden vincou. — Nós não achamos. Gwynn nos achou.
— Isto é impossível. Eu nunca disse a ela onde o castelo estava.
— Bem, ela dirigiu até a barreira e começou a gritar. Broc voou para ela primeiro, e uma vez que ele viu você, chamou Fallon.
Logan correu uma mão por seu cabelo, sentindo a fisgada da cura nos músculos em suas costas e laterais. Uma preocupação chatinha continuava intrometendo-se em seus pensamentos, uma preocupação que dizia a ele que era importante. — Onde está Gwynn?
— Ela está descansando. Sonya a curou.
— Então ela foi ferida? Eu não sonhei com isto?
— Não, — Hayden disse com uma sacudida de sua cabeça loira. — A bala atravessou seu braço e atingiu seu lado, então se alojou em suas costelas. Sonya pôde tirar a bala e curá-la.
Logan descansou suas costas contra a cama e olhou fixamente para o teto. — Ela está acordada?
— Não que eu saiba. Eu tenho esperado por você.
Isso era tudo que Logan precisava ouvir. Ele lançou-se de volta às cobertas, então praguejou quando viu sua nudez. — Eu preciso de roupas.
— Você precisa de um banho.
— Eu quero ver Gwynn.
— Depois de um banho, — Hayden insistiu quando ele ficou de pé para bloquear o caminho de Logan. — Existe sangue por toda parte em você.
— Certo.
Hayden sorriu. — Você achará o chuveiro por ali.
Logan olhou para onde Hayden estava apontando. — Chuveiro?
— Não me diga que você não sabe o que isto é.
— Eu sei. Eu apenas não esperava achar um no castelo.
— O que você pensa que nós fizemos por quatro séculos? Nós acompanhamos as mudanças do mundo.
Existia tanta atualização que Logan precisava fazer com os outros, mas primeiro ele queria ver Gwynn por si mesmo. Hayden estava certo, porém. Um banho vinha em primeiro lugar.
— Suas roupas estão na arca. Nós achamos no carro de Gwynn, entretanto você terá pegar emprestado um par de minhas botas desde que as suas estavam arruinadas.
Logan encolheu os ombros e abriu a porta para o banheiro. Existia um chuveiro, maior que o do hotel, uma pia, e um vaso sanitário. Havia um pequeno quarto sobressalente. Mas era melhor que banhar-se no mar.
Ele ligou o chuveiro e achou toalhas em uma estante acima do vaso. Logan tomou banho em tempo recorde. Embora ele soubesse que Sonya curara Gwynn, ele não podia evitar se preocupar.
Usando a toalha para secar a água de sua cabeça, Logan caminhou para sua câmara e abriu a arca. Ele puxou uma calça jeans preta e uma camisa creme de mangas compridas.
Ele estava abotoando suas calças quando Hayden bateu e abriu a porta. — Eu chamei os outros, desde que todos nós temos perguntas.
— Eles podem esperar até depois de eu ver Gwynn, — Logan disse. Ele empurrou seus braços pelas mangas da camisa, então a puxou acima de sua cabeça.
Logan não precisava perguntar a Hayden onde Gwynn estava. Ele simplesmente seguiu sua magia para uma câmara seis portas abaixo através do corredor.
A porta estava aberta e quando ele olhou para dentro, Gwynn estava ainda adormecida.
— Ela pode dormir por algum tempo, — Sonya disse quando ela levantou-se de sua vigília à beira da cama.
Logan assentiu, espantado em achar seu longo, ondulado cabelo vermelho cortado apenas abaixo de suas orelhas em uma revolta de cachos. Ainda parecia combinar com ela. — Obrigado por salvá-la. E a mim.
Sonya descansou sua mão no braço dele. — Como você se sente?
— Devagar, — ele disse notando que não era só seu cabelo o que mudou. Sonya agora vestia o mesmo tipo de roupas de Gwynn, e era estranho ver Sonya em qualquer coisa exceto os vestidos que ele lembrava. — Não tão forte quanto eu normalmente sou.
— Isto é efeito do sangue drough. Você deverá recuperar-se completamente até amanhã.
Logan olhou para Gwynn novamente, seu cabelo preto estendido contra o branco do travesseiro. — Eu não estou preocupado comigo. Hayden disse que a bala entrou em suas costelas.
— Sim. Rachou uma costela. Tudo está remendado agora, mas como eu disse, ela perdeu muito sangue. Às vezes o corpo leva um tempo para recuperar-se propriamente.
A subida e descida constante do tórax de Gwynn ajudaram a aliviar a preocupação que apertava o peito de Logan.
Ele queria descartar sua preocupação para esquecer isso. Mas ele não podia. Quando era sobre Gwynn, tudo era diferente. Ele não podia esquecê-la como ele fez com as outras mulheres em seu passado.
E ele percebeu que não queria.
O que o assustou como o inferno.
O beijo sob a água que eles compartilharam em Eigg afirmou o que ele suspeitava desde a primeira vez que a viu. O gosto de Gwynn, seu toque, queimou-o. Fez ele faminto… o fez ansiar por mais.
— Logan? — Hayden disse. — O que é?
— Nada. Tudo. Para mim, parece como seu eu vi você apenas alguns dias atrás.
— Ah. Mas para mim, faz quase quatrocentos anos.
Logan olhou para seu amigo e sorriu. — Você mudou.
— Sim. Como você.
— Eu? — Logan repetiu com uma sacudida de sua cabeça. — Eu não acho.
O fato que Hayden meramente sorriu para Logan só o irritou. Ele não mudou. Como podia? Só tinha sido alguns dias para ele.
Logan esqueceu Hayden e sua conversa quando Gwynn se mexeu. Ela estirou seus braços acima de sua cabeça e abriu seus olhos.
Ela olhou fixamente para a pedra cinza por alguns momentos antes de seus olhos moverem e ela encontrou o olhar de Logan. O sorriso lento que formou o fez sorrir em retorno.
— Ei, — ela disse.
Logan caminhou para seu lado e usou seu termo. — Ei.
Seu sorriso morreu quando ela começou a franzir. — Eu pensei que você tivesse morrido.
— Não. Você me salvou me trazendo aqui. Você devia ter-me dito que você foi ferida.
Ela encolheu os ombros. — Eu não sabia. Eu nunca senti qualquer coisa.
Hayden limpou sua garganta, lembrando a Logan que ele e Gwynn não estavam sós. Logan virou-se para apresentar Hayden para Gwynn, então percebeu que todo mundo estava na câmara.
— Oh, — Gwynn disse e escavou debaixo dos lençóis.
Sonya espantou todo mundo para fora com suas mãos. — As perguntas podem esperar. Vamos dar tempo a Gwynn para mudar de roupas e se instalar.
Com um sorriso e uma piscada, Sonya fechou a porta atrás dela, deixando Logan só com Gwynn.
Ele girou para ela e lutou contra o desejo de pegá-la em seus braços. Ele a pôs em perigo. Ele jurou protegê-la, ainda que tenha sido ela que o protegeu, até com uma bala nela.
— Você é incrível.
Ela riu suavemente e sentou-se, mantendo o lençol dobrado debaixo de seus braços. — Dificilmente. Eu estava completamente assustada, Logan. Eu não tinha nenhuma ideia o que eu estava fazendo.
— Obviamente você sabia. Você achou o caminho para aqui.
— O que nem posso começar a explicar, — ela disse e colocou uma mecha de cabelo atrás de suas orelhas.
Logan se sentou na cama em seus pés. Embora ela estivesse coberta, a visão de suas alças do sutiã rosa fez suas bolas apertarem. Ele queria mais gosto dela. Um gosto longo, lento.
— Com magia, eu aprendi que ninguém pode explicar isto, — ele disse.
Gwynn olhou para suas mãos enquanto elas brincavam com o cobertor. — Eu pensei que nós conseguiríamos todas as respostas de Declan. Eu pensei que ele poderia levar-me para meu pai.
— Declan levou você para seu pai.
Ela riu secamente. — Está certo. Ele fez. Meu pai está trabalhando com ele.
— Ou foi o que Declan disse. Eu não acreditaria em tudo que você o ouviu dizer.
— Mas eu acredito que meu pai está trabalhando com ele. As coisas que Declan falou que meu pai disse sobre mim? Meu pai me chamou daquelas coisas antes. Eu sei que era verdade.
Logan sofreu por ela, pela dor que viu nos adoráveis olhos violetas dela. — Eu sinto muito, Gwynn.
— Eu devia ter sabido, — ela disse. — Eu devia ter percebido que tudo que meu pai disse para mim, desde que minha mãe morreu, era uma mentira. Mas eu esperava…
— Esperança é uma coisa poderosa. Não menospreze isto.
Ela tinha o olhar de uma mulher que teve seu mundo esmagado. Uma segunda vez. — Eu não tenho mais qualquer esperança, Logan.
— Sempre existe esperança.
— Como você pode dizer isto?
Ele debateu sobre dizer a ela sobre seu passado e a culpabilidade que ele carregava, mas decidiu contra isto. — Olhe ao seu redor. Olhe para este castelo. Sente a magia dentro dele? Isto é de Druidesas que escaparam de Deirdre. Você sente o poder? É de Guerreiros que sacrificarão suas vidas a fim de matar Deirdre. Tudo que você vê ao redor é baseado em esperança. Ela vive aqui, respira aqui.
— Eu vejo isto, — ela sussurrou. — Eu vejo isto em você.
Logan olhou abaixo até achar a mão dela próxima à sua. Ele cobriu-a com a sua. — Não desista da esperança, Gwynn, porque se você o fizer, então Deirdre e Declan ganharam.
— Eu me recuso a permitir isto.
Ele sorriu e apertou sua mão, contente por ver a vulnerabilidade desvanecer de seus olhos. — Você está pronta para enfrentar os outros?
— Depois de um banho. E com algumas roupas.
— Eu estou pensando que você parece bem sem suas roupas.
Ela sorriu enquanto olhava para o cobertor abaixo. — Seu charme não funcionará comigo.
— Tem certeza?
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
Havia algumas coisas que Gwynn tinha certeza. Que sua vida mudara radicalmente.
Que ela era uma Druidesa.
E que o sorriso de Logan a fazia querer beijá-lo.
— Não, eu não estou certa, — ela respondeu.
Seu coração estava batendo lento e duro em seu tórax. Ela queria estar nos braços de Logan novamente. Ela queria sentir seus lábios nos dela.
Isso era tolo, ela sabia. Logan era uma dor de cabeça esperando para acontecer. Ainda assim ela não conseguia ajudar a si mesma. Ela o queria.
Desesperadamente.
Loucamente.
Intensamente.
Apesar da ameaça a seu coração, ou talvez por causa disto, Gwynn colocou suas pernas debaixo dela e levantou-se de joelhos. Os olhos castanhos de Logan escureceram até as manchas douradas parecerem arder com intensidade.
Ele correu a parte de trás de seus dedos pela bochecha dela e moveu-se mais para perto.
Gwynn avançou até que seus corpos estavam a apenas alguns centímetros de distância. Ela não entendia a atração que Logan parecia ter sobre ela. Nem entendia a profundidade da atração que ela sentia por ele.
Era mais profundo, mais forte que qualquer coisa que ela sentiu antes. E era glorioso. Como também mais que um pouco assustador.
Por vários minutos eles simplesmente olharam fixamente um para o outro. Então Logan a arrastou em seus braços e inclinou sua boca acima da dela. Foi um beijo para reivindicá-la, um beijo para marcá-la a ferro.
E ela deu boas-vindas a isso.
Extasiou-se com isso.
Respondendo avidamente.
Os dedos de Gwynn mergulharam no cabelo ainda molhado de Logan e agarrou-se a ele, aceitando a tentação oferecida por seu beijo quente e exigente. Ela não conteve-se quando ele aprofundou o beijo.
Ela sentiu a fome dele, sentiu seu foco nela. Gwynn não teve nenhuma escolha exceto sucumbir. Ceder. Render-se ao ataque dos beijos devastadores de Logan.
O desejo, o baque implacável da paixão, batia por suas veias até que ela estremeceu com isso.
Ela devolveu o beijo com tanta fome e abandono como ele deu a ela. Ela desistiu da restrição que normalmente a limitava. Os beijos dele eram muito quentes, muito maravilhosos, para ela estar qualquer coisa exceto ansiosa e tão devassa quanto ele.
Como se Logan sentisse a desenfreada paixão dela, ele a incitou para mais, seduziu-a para ver onde este desejo inflexível levaria ambos.
— Eles estão esperando por nós, — Logan disse entre beijos.
Gwynn não se importava se a rainha estivesse no andar de baixo. Nada importava exceto Logan e a paixão inflexível que a agarrou.
Ela arrastou a boca dele de volta para a sua. O gemido de prazer dele fez o sangue dela virar calor líquido.
Um suspiro de surpresa rasgou dela quando os braços de Logan apertaram ao redor dela um momento antes dele levantar-se da cama com ela em seus braços.
Logan gemeu ao sentir as pernas magras de Gwynn ao redor de sua cintura. Até por sua calça jeans e sua fina calcinha rosa ele podia sentir o calor dela.
Eles não tiveram nenhum tempo para beijos, nenhum tempo para o desejo ascendente que se desenvolveu antes de seu primeiro beijo, e mais especialmente depois.
Ela tentou negar. Ele tentou esquecer.
Mas isso não diminuiu o domínio sobre nenhum dos dois.
Logan segurou a parte inferior de Gwynn com suas mãos e a esfregou contra seu pau dolorido. Ele queria mergulhar dentro dela e ouvi-la gritar de prazer enquanto ele a enchia de novo e, de novo. Ele não podia se lembrar de querer alguém tão desesperadamente, tão urgentemente quanto queria Gwynn.
Ele levou Gwynn para o que ele suspeitou que fosse a porta do banheiro enquanto continuava a deliciar-se no requintado gosto dos beijos dela.
Existia um fogo dentro de Gwynn, um inferno cujas chamas ele abanou e trouxe para vida. Era uma chama que ele nunca queria que fosse embora.
Logan parou ao lado do chuveiro e deixou as pernas de Gwynn deslizarem para o chão. Ele queria olhar seu corpo inteiro, guardar cada centímetro dele na memória. Mas não havia tempo. Não agora. Se ele não levasse Gwynn para o andar de baixo logo, alguém viria busca-los.
Ele ligou a água e afastou-se de seus beijos frenéticos. Suas respirações bruscas eram suprimidas pelo som da água.
— Você não vai terminar isto, não é? — Gwynn perguntou.
— Eu não gostaria de nada mais.
Gwynn alcançou atrás dela e soltou seu sutiã. Caiu de seus ombros para o chão. Então ela se abaixou e lentamente, sedutoramente saiu de sua calcinha.
Ela entrou no chuveiro e girou para olhar para ele. — Então, o que você está esperando?
A boca de Logan secou enquanto via o vapor subir acima dela enquanto a água caia por seu corpo, por seus ombros estreitos até o inchaço gostoso de seus seios com a ponta rosada e no vale entre eles. Filetes correram pela sua cintura até os quadris largos, nos cachos negros entre as pernas, e para baixo pelas pernas bem torneadas para o piso do chuveiro.
Logan se esqueceu de respirar quando ele ergueu seu olhar e viu Gwynn inclinar sua cabeça atrás para a água para molhar seu cabelo. Ele seguiu suas mãos enquanto ela alisava o cabelo de sua fronte para trás.
Então ela abriu seus olhos e sorriu para ele.
Logan nunca saiu de suas roupas tão rápido. Na próxima respiração ele estava no chuveiro com Gwynn, a água quente caindo sobre eles.
Não houve nenhuma palavra quando suas bocas encontraram um ao outro novamente, o desejo abrasando-os, consumindo-os com sua força. Logan a arrastou em seus braços e suspirou quando a encontrou. Pele contra pele.
Corpo contra corpo.
Ele angulou sua cabeça e a beijou profundamente, completamente. Cruelmente. E ela o acompanhou, golpe a golpe, carícia a carícia. Ávida, necessitada. Faminta.
Desespero por mais dela empurrou Logan até que ele fosse impiedoso em seu desejo para tê-la tão faminta por ele como ele estava por ela. Por tudo que ela era.
O beijo deles era faminto, suas respirações ásperas enquanto seus corações batiam. E Logan precisava ter mais. Dela. Da paixão inextinguível, voraz que tomava a ambos.
Ele alcançou entre eles e reivindicou seu seio. Seu dedo polegar acariciou um mamilo com delicadamente. A súbita ingestão de ar de Gwynn o fez sorrir interiormente. Quando ele tivesse terminado com ela, ela estaria gritando. Por ele.
Os dedos apertaram seus ombros quando ele apertou o cume inchado. Logan virou de forma que a água caísse abaixo de suas costas enquanto o seio dela enchia sua mão perfeitamente.
A cabeça de Gwynn caiu para trás, gemidos suaves encheram o banheiro enquanto ele continuava seu assalto, aprendendo o que a agradava, o que a fazia esfregar seus quadris contra ele. O que a fazia enterrar suas unhas na pele dele.
Logan curvou sua cabeça, tomou seu mamilo na boca, e chupou.
Gwynn gritou e arqueou-se contra ele. Ela não pensava que seu corpo pudesse ficar mais quente. E então a boca de Logan firmou sobre seu peito. Necessidade cega, ígnea e irresistível, levou-a, puxou-a. Puxou-a para o inferno do desejo.
Nunca passou por sua cabeça se afastar. Ela nunca se sentira tão desesperadamente necessitada, tão cheia de desejo como estava agora. Seus peitos inchados doíam enquanto as mãos e língua habilidosas de Logan a estudavam. Seduzindo-a.
Devorando-a.
Ela correu suas mãos por seus ombros e costas para sentir o movimento de seus nervos de aço debaixo de suas mãos. Gwynn não podia parar de tocá-lo. Ela estava ávida enquanto suas mãos moviam-se acima da expansão musculosa de seu tórax que diminuía para sua cintura e quadris em forma.
Em todos os lugares que ela tocava ele era quente e rijo. Poder e força.
Sua boca achou a dela mais uma vez para um beijo urgente e dominante. Eles estavam pele a pele nua, membro a membro. E nada parecia tão certo.
Um suspiro escapou dela enquanto suas mãos acariciavam, esculpiam um ao outro enquanto eles se conheciam. Ele agarrava, ela cedia. Ela capturava, ele rendia.
Gwynn gemeu quando os dedos dele acariciaram entre suas coxas. Ela queimou, escaldada pela pura força do desejo de Logan. E sua própria necessidade.
Ela moveu seus quadris contra a mão dele enquanto seus dedos continuavam o assalto, enquanto a boca dele arrastava beijos abaixo de sua garganta e entre seus seios. Ele mordiscou em seu umbigo e lambeu seu estômago.
E então de repente ele estava ajoelhando, a água batendo sobre suas costas e a espirrando. Ela olhou para baixo e assistiu quando ele separou suas coxas e pôs sua boca em seus cachos, para a fonte de sua necessidade.
Um suspiro ofegante escapou quando ele lambeu sua suavidade. Ela enredou seus dedos em seu cabelo espesso e molhado enquanto ele continuava a lamber seu sexo.
Ele era inumano em sua eficácia, impiedoso em sua atenção para ela. Era como se ele soubesse exatamente onde tocar, exatamente como tocar a fim de dar mais prazer.
Os joelhos de Gwynn ameaçaram dobrar enquanto a paixão crescia até que ela não sabia se podia ficar em sua própria pele. As mãos grandes de Logan seguraram suas coxas espalhadas enquanto sua língua sacudia de um lado para outro rapidamente, então lentamente e vagarosa, em seu clitóris.
Seu clímax estava crescendo com cada passada de língua dele. Gwynn agarrou isto, ávida por achar a felicidade perfeita que sabia que Logan daria a ela.
Sentindo que ela estava para explodir, Logan subiu em um movimento fluido. Ele a ergueu em seus braços, seus olhos castanhos queimando brilhantes. Ele a cobriu contra a parede do chuveiro, sua ereção dura apertada contra seu estômago.
Ele separou suas coxas com seu joelho. Mais uma vez, ela envolveu suas pernas ao redor da cintura dele e suspirou com a sensação dele contra seu núcleo.
— Gwynn, — ele disse em um gemido. — Isto é o que eu queria.
Era o que ela queria também. Ela devia ter sabido que uma paixão queimando tão quente não podia ser negada. Poderia queimar rápido, mas seria um selvagem e surpreendente passeio.
Chamas de desejo lamberam sua pele até que ela estava sensível a cada toque, cada carícia.
Logan sugou seu mamilo e ela gritou, agarrando-o. O prazer era tão intenso que doía.
Ele ergueu seus quadris até que a cabeça larga de seu pau esfregou contra seu sexo. Gwynn enterrou suas unhas em seus ombros quando um arrepio de êxtase passou por ela quando ele roçou seu sexo inchado.
E então com um impulso poderoso ele os uniu.
O fôlego de Gwynn ficou preso, trancando sua garganta quando seu corpo chorou de alegria por finalmente unir-se com Logan. Ela balançou seus quadris enquanto ele empurrou mais fundo.
Ele segurou seus quadris enquanto a enchia, esticando-a.
Logan nunca conheceu tal prazer delicioso antes. Nunca sentiu um corpo tão apertado quanto o de Gwynn. Ele agarrou seus dedos em sua bunda enquanto levantava-a ainda mais, retirando-se do calor líquido de seu sexo.
Só para empurrar-se nela novamente.
Ele sorriu quando ela gemeu, seus lábios separados e seus olhos fechados. Ele nunca viu ninguém tão bonita, nunca sentiu tanta necessidade de reivindicar uma mulher como sua.
Mas era exatamente o que ele queria fazer.
Ele queria Gwynn. Queria que todo mundo soubesse que ela era sua. Reivindicá-la de forma que ninguém, nem mesmo Deirdre ou Declan, ousaria levá-la.
Logan angulou seus quadris quando continuava a encher Gwynn. Ele era implacável, impiedoso em sua necessidade em ouvi-la gritar de desejo.
Seus gemidos tornaram-se gritos suaves quando ele estocava nela novamente, mais duro, mais fundo. Ela agarrou-se nele, a água do chuveiro que caía entre eles adicionando a fricção entre seus corpos.
Ele podia sentir seu clímax aproximando. Logan olhou abaixo em seus corpos juntos para ver seu pau afundado em sua vagina. Quando ele olhou para cima ele viu os olhos violeta de Gwynn abertos e observando-o.
Logan retirou-se de seu calor até que ele estava quase livre antes de empurrar fundo novamente, mais duro e mais poderoso que antes.
Ela gritou. E isso era apenas o que ele precisava ouvir.
Logan repetiu o movimento até que sua respiração veio em suspiros ofegantes. Ele sentiu o corpo dela apertar, soube que ela estava perto do clímax.
Ele estabeleceu um ritmo constante. Vendo como suas costas curvaram, sentiu suas unhas rasgar sua pele.
E então ela gritou seu nome à medida que ela desmoronava.
Logan apenas a ouviu. O primeiro aperto de seu corpo ao redor de seu pau mandou-o ao limite quando a liberação o varreu. Ele segurou-a apertado contra ele, enquanto sensações muito maravilhosas e intensas para nomear explodiram por ele.
Prazer prendeu-os, amarrou-os.
Gwynn abriu seus olhos para encontrar Logan olhando para ela. Seu coração trovejou ao mesmo tempo do dela, o calor de seus corpos ainda pulsando onde eles estavam unidos. Pequenos tremores do clímax surpreendente ainda assolavam seu corpo.
Ela nunca soube que tal prazer e satisfação poderiam existir. Não era só seu corpo que Logan tomara. Foi sua vontade mantê-lo à distância.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
Gwynn empurrou o cabelo molhado de Logan de seus olhos quando ele retirou-se dela e a abaixou para o chão.
Ele envolveu um braço ao redor dela e a segurou contra seu peito. Ele lentamente a beijou, completamente, antes de afastar-se. — Nós precisamos nos apressar.
— Dê-me cinco minutos.
Ele assentiu e saiu do chuveiro. Ela correu para lavar e enxaguar seu cabelo enquanto assistia ele secar seu corpo alto e musculoso.
Gwynn suspirou quando recordou a sensação de sua ereção espessa dentro dela.
— Sobre o que você está sorrindo? — Logan perguntou.
Ela deu uma risadinha enquanto se lavava, atenta a seu corpo ainda sensível. — Estou lembrando dos poucos momentos que passamos a pouco.
— Foi muito rápido. Eu quero uma noite inteira com você.
Gwynn estremeceu apesar da água quente. Uma noite inteira? Seus joelhos ficaram fracos só pensando sobre isto.
Ela desligou a água e agarrou a toalha que Logan estendeu para ela. O sorriso dele tinha sumido, substituído por uma carranca. — Quanto você acha que os outros sabem sobre Declan? — Ela perguntou.
— Provavelmente nada. Deirdre é uma oponente formidável. O fato de que agora nós temos um segundo drough para combater fará as coisas até mais difíceis para nós. Eles trouxeram sua bolsa.
Ela não comentou sua mudança de assunto. Ele estava preocupado, e tinha todo direito de estar. Pelo que disseram, eles dois deveriam estar mortos.
Gwynn vestiu uma calcinha branca com finas faixas lavanda e um sutiã combinando. Ela pegou uma calça jeans azul claro, seu suéter favorito preto de gola em V, e suas botas pretas. Ela penteou depressa seu cabelo e passou sua mão pelo rosto.
— Certo. Eu acho que estou pronta.
Logan sorriu e estendeu a mão para ela. Gwynn segurou, confortada por seu morno e seguro toque. O clicar de suas botas contra o chão de pedra ecoou abaixo pelos corredores.
Em cada passo, seus nervos ficavam mais desgastados. E quando eles alcançaram o topo das escadas e ela examinou o grande salão para ver todo mundo sentando à mesa, sua boca ficou seca.
— Eles são boas pessoas, — Logan sussurrou. — Você não precisa ter medo.
— Eu não sou o tipo de mulher que tem muitos amigos. Eu me guardo para mim mesma.
Ele apertou sua mão. — Eu não menti para você antes. Eles não machucão você.
Ela percebeu que ele estava certo. Ainda que não fosse por conhecer novas pessoas que a deixava nervosa. Estes eram os amigos de Logan, sua família. E se eles não a quisessem aqui? E se eles pensassem que sua magia não fosse boa o suficiente?
Gwynn não comentou nenhum de seus medos. Ela permitiu que Logan pensasse que tudo estava certo enquanto caminhavam escada abaixo, a mão dele na parte baixa de suas costas.
Ele soltou sua mão, um fato que não foi perdido por ela. Talvez ele não quisesse que os outros soubessem o que aconteceu entre eles.
— Nós estávamos indo buscar você dois, — disse uma mulher com longo cabelo de castanho cacheado e bondosos olhos cor de mogno.
Logan riu e guiou Gwynn para um lugar à mesa. Ele esperou ela se sentar, então tomou o lugar próximo a ela. — Para que você não se esqueça, Cara, Gwynn foi ferida, — Logan disse com uma piscada. — Antes de nós começarmos, eu preciso apresentar todos vocês para ela.
Gwynn lambeu seus lábios e deixou seus olhos vagarem em torno da sala. Em baixo da mesa, a mão de Logan tomou a sua novamente.
— Primeiro, nosso líder, — Logan disse. — Fallon MacLeod.
Fallon abaixou a cabeça de cabelo marrom escuro. Ele usava-o longo, e seus olhos verdes escuros viram muito coisa. Ele sorriu e disse, — Bem-vinda ao Castelo MacLeod.
— Obrigada, — Gwynn respondeu.
Logan indiciou com a cabeça mesa abaixo. — E sentando próximo a Fallon, à sua esquerda, está sua adorável esposa, Larena.
— A Guerreira, — Gwynn disse.
O sorriso de Larena era largo e seus olhos azuis esfumaçados eram tão vibrantes quanto seu dourado cabelo loiro. — Sim. A Guerreira solitária, mas não fêmea solitária.
Todo mundo riu, o que pôs Gwynn à vontade.
— Lucan MacLeod e sua esposa, Cara, estão sentando à direita de Fallon.
Lucan curvou sua cabeça, e Gwynn percebeu que ele foi a pessoa que dirigiu seu carro para o castelo.
Ela foi apresentada a Quinn e Marcail, Hayden e Isla, Galen e Reaghan, e Broc e Isla. No momento em que Logan tinha terminado, a cabeça de Gwynn estava girando.
— E esta, — Logan disse. — É Gwynn Austin. Ela é do Texas.
— Logan contou-me sobre cada um de vocês, — ela disse. — Eu estou contente por finalmente conhecê-los.
— E nós estamos contentes que você devolveu Logan para nós, — Hayden disse.
Isla apoiou os braços sobre a mesa e disse, — Logan disse que ele nunca informou onde o castelo estava. Como você soube?
— Eu não tenho nenhuma ideia, — Gwynn respondeu. — Eu acabei de saber alguns dias atrás que eu sou uma Druidesa e que eu posso ouvir o vento.
Houve um suspiro coletivo das mulheres.
— Eu perguntei por ajuda, mas ele nunca respondeu, — Gwynn terminou.
Reaghan riu. — Oh, eu acho que respondeu. Poderia não ter dito a você, mas ele a trouxe para nós.
Gwynn não considerara isto. — Eu suponho.
— Vamos voltar um pouco, — Fallon disse. — Comece desde o início, por favor.
Gwynn se recostou quando Logan começou sua história sobre chegar ao ano 2012 no mesmo dia que ela o encontrou. Ele disse-lhes como ele percebeu que ela era uma Druidesa e partiu para ajudá-la a achar seu pai, e como ela ajudou Logan a aprender a cultura moderna.
— Você achou seu pai, Gwynn? — Cara perguntou.
Logan franziu. — Nós estamos chegando a isto.
— Eu consegui entrar na rede da universidade, onde descobri que meu pai conseguiu o Livro de Craigan de um tal Declan Wallace, que aconteceu de ser um escocês.
— Aquele livro levou Gary para Mallaig, — Logan disse.
A testa de Hayden enrugou em uma carranca. — Isso é onde você estava quando Deirdre atacou e matou Duncan.
— Sim, — Logan disse. — Eu achei mais que coincidente que Gary estaria lá.
Marcail brincou com uma das minúsculas tranças sobre sua cabeça. — O que é este livro?
Gwynn trocou um olhar com Logan antes de dizer, — eu fui abordada por uma mulher em Eigg que disse que eu era a Guardiã da Placa de Orn. O Livro de Craigan, nós achamos, diz como chegar a Placa.
Galen correu uma mão por sua cabeça de cabelo loiro escuro. — Maldição!
— Nós vimos um retrato do livro, — Logan disse. — Gwynn então disse-me que viu em Eigg o mesmo símbolo de duas espirais que estava no livro. Eu sabia que vi isto antes também.
Sonya assentiu. — O amuleto que eu achei.
— É por isso que o wyrran veio, — Gwynn disse. Cada olho no aposento focou nela.
Fallon se debruçou adiante e suavemente perguntou, — O que você disse?
— Wyrran, — Logan respondeu para ela. — Eu os ouvi. Eu a levei para segurança antes deles nos acharem. Isto foi quando nós decidimos fazer uma visita a Declan Wallace. Para ver se ele sabia onde Gary estava, mas também para ver se nós podíamos achar o livro.
— O que você descobriu? — Broc perguntou.
— O inferno, — Gwynn respondeu antes de pensar melhor nisto. Ela forçou uma risada e moveu-se em sua cadeira. — Eu sinto muito. Foi apenas tão… terrível.
— Logan, — Hayden persuadiu.
Logan embrulhou seus dedos com mais firmeza ao redor da mão fria de Gwynn. Ele soube que o que aconteceu em Wallace provavelmente a assombraria por muito tempo.
— Sua casa era uma mansão, — Logan começou. — Eles não iam nos permitir entrar até que Gwynn disse seu nome. Uma vez dentro eu senti magia drough.
— Deirdre, — Lucan disse.
Gwynn torceu os lábios. — Foi isso que eu pensei, mas Logan disse que era diferente.
— Diferente como? — Isla perguntou.
Logan encolheu os ombros. — Ainda era magia negra poderosa, mas não era o mesmo. Eu senti Deirdre apenas alguns dias antes, se você recordar. Eu soube que não era ela.
Broc bufou. — Era Wallace.
— Sim, — Logan disse e suspirou. — Eu percebi isto muito tarde. Naquela hora ele estava no escritório conosco, e eu não consegui tirar Gwynn sem perigo.
— Ele confirmou que meu pai estava trabalhando para ele, — Gwynn disse, seus olhos na parede oposta. — Meu pa… Gary está traduzindo o texto assim Declan pode achar a Placa.
Logan sorriu quando Reaghan bateu levemente no ombro de Gwynn. — Nós não culpamos você pelo que seu pai fez.
— Reaghan está certa, — Quinn disse. — Você não é responsável pelas ações dele, Gwynn.
Logan piscou para Gwynn quando ela agarrou sua mão mais apertado. — Wallace soube que Gwynn era uma Druidesa. Ele queria mantê-la lá, mas eu não iria deixar isso acontecer. Ele trouxe homens para dentro, e quando suas balas não me derrubaram ele percebeu o que eu era.
— Um de seus homens pediu X90s, — Gwynn disse. — Eu não sabia o que eram. Tudo que eu sabia era que de repente Logan estava com dor.
Larena perguntou, — Então como vocês escaparam?
— Logan usou seu poder sobre a água, — Gwynn disse com um sorriso. — A expressão nos rostos dos homens quando toda aquela água veio neles foi impagável.
Logan riu e balançou sua cabeça ligeiramente. — Sim, mas não segurou eles muito tempo. Gwynn chamou o vento. A próxima coisa que eu soube, veio estourando pelas janelas. O vidro voou em todos os lugares. Eu não lembro de muito, mas recordo de usar a pouca força que tinha para misturar a água com seu vento.
— Nós fomos para a porta, — Gwynn disse e olhou para Logan. — Havia tanto sangue por toda parte nele. E eu escorreguei nos degraus. Eu esperava que Logan alcançasse meu carro, porque eu ouvi Declan surgir atrás de mim.
Logan passou uma mão por seu rosto. — Sua magia negra é poderosa. Eu soube que Gwynn precisaria de ajuda, mas não podia nem mesmo levantar-me em meus joelhos. Eu rastejei para o carro, rezando que eu não desmaiasse.
— Ele conseguiu, — Gwynn disse, — porque a próxima coisa que eu soube foi que existia água e pedaços de gelo voando em direção a Declan. Eu usei aquele momento para correr para o carro e sair como do inferno dali [4 - No original “get the heck outta Dodge”. A frase " Get out of Dodge !" vem do rádio (1952-1961) e da televisão (1955-1975) do drama velho oeste Gunsmoke. Marshal Dillon dizia aos criminosos para sair de Dodge (geralmente ao entardecer). " Get out of Dodge " significa deixar uma área imediatamente, ou a sofrer más conseq u ências.].
— O que? — Logan perguntou.
Hayden riu. — É um ditado americano. Eu explicarei mais tarde.
Logan esfregou sua mandíbula. — Eu consegui dizer a Gwynn o que estava errado comigo, mas eu desmaiei enquanto estava tentando dizer-lhe como chegar aqui.
— Você está aqui, — Cara disse. — Vocês dois. E isto é tudo o que importa.
Fallon levantou e começou a andar atrás de sua cadeira. — Deirdre não estava com Wallace?
— Eu teria sentido sua magia, — Logan disse. — Mas eu posso quase garantir que ele foi a pessoa que a trouxe para este tempo.
Sonya soltou um grande suspiro. — Mas por que? Se Declan fosse tão poderoso, por que ele precisa de Deirdre?
— Uma boa pergunta, — Broc disse. — Uma que eu suspeito que acharemos uma resposta rápido o bastante.
Logan soltou a mão de Gwynn e levantou. — Nós precisamos do livro, Fallon.
Fallon pausou e olhou para Logan. — Por que?
— Porque se nós não conseguirmos a Placa, então Declan ou Deirdre conseguirão, — Gwynn disse. — Os Druidas de Eigg se foram. Não existe nenhuma magia para manter Deirdre afastada como Logan disse que costumava ter. Tudo que eles têm que fazer é achar o lugar para pegá-lo.
Logan esperou impacientemente enquanto Fallon considerava suas palavras.
Foi Larena que levantou e disse, — Fallon, se você me levar lá, eu posso entrar e roubar o livro.
Galen assentiu. — Você sabe que ela está certa, Fallon. E também Logan e Gwynn. Nós precisamos do livro para achar a Placa.
— Como eu sei que você poderá pegar a Placa? — Fallon perguntou a Gwynn.
Mas foi Logan que respondeu. — Porque eu vou estar lá para ajudar.
CAPÍTULO VINTE E SEIS
Gwynn olhou para Logan e viu em seu rosto a determinação e confiança de que ela iria se associar com ele. A escuridão que ela via em seus olhos diminuiu, mas ainda estava lá.
— Suponhamos que nós faremos isto, — Hayden disse. — Suponha que Larena consiga entrar na casa de Wallace e pegue o livro. E então?
Broc estalou os dedos. — Nós precisaremos estar certos que ele não tem segurança mágica adicional depois do que Logan e Gwynn fizeram.
— Ele acha que estou morto. — Logan disse.
Quinn balançou cabeça de cabelo marrom claro ondulado. — Eu discordo. Se ele souber quem você é, ele sabe que o resto de nós estamos aqui.
— Nós estamos especulando, — Gwynn disse. — Estas são coisas que Declan nunca falou. Vamos voltar para o que nós sabemos.
Cara riu e sorriu para Gwynn. — Eu gosto dela. Muito.
As outras mulheres assentiram, e Gwynn se achou mais contente do que poderia ter esperado.
— Eu disse a você, — Logan sussurrou em sua orelha. — É impossível não gostar de você.
Ela encontrou olhos castanhos dele. — Realmente?
— Realmente.
O som de alguém limpando sua garganta fez Gwynn afastar-se do hipnótico olhar de Logan. Seu coração estava batendo, seu sangue aquecido enquanto ela recordava a sensação de grandes mãos ásperas dele em seu corpo.
Gwynn voltou-se para o grupo e encontrou o sorriso astuto de Marcail dirigido a ela. Gwynn mexeu-se em sua cadeira.
— Então o que nós sabemos? — Fallon perguntou.
Gwynn olhou pela mesa antes de dizer, — Nós sabemos que Deirdre está aqui. Ela tem estado aqui por pelo menos três meses.
— Nós sabemos disto, mas como você soube? — Reaghan perguntou.
— Quando Logan descreveu para mim o que era o wyrran, eu me lembrei de ter visto um vídeo no YouTube mais ou menos há três meses apresentando alguma nova criatura amarela. Eu mostrei para Logan e ele confirmou que era um wyrran. Se eles tinham sido avistados, então significa que Deirdre está aqui.
Lucan bateu seus dedos na mesa e franziu seus lábios. — Nós vimos o mesmo vídeo.
— Então por que você não seguiu Deirdre? — Logan perguntou. — Broc pode achar qualquer um, em qualquer lugar. Ele até achou Deirdre quatro séculos no futuro.
Broc pôs ambas suas mãos na mesa quando olhou para Logan. — Você acha que nós não tentamos chegar a Deirdre? Assim que nós percebemos que ela estava aqui, neste tempo, eu estive procurando por ela. Eu não pude achá-la. Existia um drough bloqueando minha magia.
— Impossível. — Logan agitou sua cabeça, como se ele não acreditasse nas palavras de Broc. — Deirdre nunca usou sua mágica para se esconder de nós antes.
Fallon apoiou os braços no encosto da cadeira. — E eu não acredito que ela esteja fazendo isto agora. Eu acho que era Wallace que a mantinha escondida.
— Ele bloqueou a magia dela em sua casa, — Logan disse. — Pelo menos Broc podia achar Ian. Certo?
Gwynn sentiu seu coração apertar quando o silêncio encontrou a pergunta de Logan.
— Não, — Quinn respondeu finalmente. — A mesma magia negra impediu Broc de localizar Ian.
Logan espalmou suas mãos na mesa, fazendo Gwynn saltar. Ele levantou e começou a andar em passos longos e rápidos. Gwynn lambeu seus lábios, querendo alcançá-lo quando ele passou suas mãos pelo cabelo.
— Então tudo o que nós sabemos é que Deirdre está aqui, que nós não podemos achá-la ou Ian, e que Wallace é outra ameaça com que nós precisamos lidar — Logan disse.
Hayden soltou um suspiro brusco e disse, — É o que parece. Pegar o livro definitivamente interromperemos os planos de Wallace.
— Mas nós não sabemos quais são eles, — Larena lembrou-lhes.
— Procure por Deirdre novamente, — Logan disse a Broc.
Broc franziu a testa. — Por que?
— Quando foi a última vez que você procurou por ela?
— Umas semanas atrás.
— Nós ouvimos seu wyrran em Eigg. Eu aposto toda moeda que tenho que Deirdre está em Cairn Toul.
Broc encolheu os ombros e fechou seus olhos. Um segundo mais tarde, seus olhos escuros abriram. — Logan está certo.
Gwynn sorriu com o olhar triunfante de Logan. Seu olhar moveu-se para a cabeceira da mesa onde Fallon estava observando Logan com olhos estreitados.
— Como você soube? — Fallon perguntou a Logan.
Logan ergueu as mãos. — Foi uma suposição. Eu sabia que a primeira coisa que Deirdre faria seria ir para Cairn Toul tão rápido quanto ela pudesse. É seu abrigo. Agora, ela perseguirá a Placa de Orn.
Larena levantou-se e pôs sua mão sobre a de Fallon. — Você sabe que nós temos que pegar o livro de Declan.
— Sim, mas eu não tenho que gostar disto, — Fallon falou.
Gwynn levantou seu olhar preso com o de Fallon. — Bom. Quando nós partimos?
— Você não voltará lá, — Logan declarou atrás dela.
Gwynn virou-se para enfrentá-lo. — Me desculpe?
— Eu não vou deixar isto, Gwynn. Você mal saiu viva da primeira vez. Wallace deixou claro que quer que você trabalhe com ele… E que ele quer você em sua cama.
Gwynn abriu sua boca para responder quando Reaghan moveu-se para um lado dela e Isla para o outro.
— Gritando com ele você não conseguirá o que quer, — Reaghan sussurrou.
Isla assentiu em acordo com Reaghan enquanto olhava para Gwynn. — Nós lidamos com isto diariamente. Escolha suas batalhas, Gwynn. Eu odeio admitir isto, mas você voltar para a mansão de Declan não é uma boa ideia. Deixe os outros lidarem com esta missão.
Como a raiva por Logan dizendo-lhe o que fazer diminuiu, Gwynn concordou relutantemente. Ela olhou para Logan, entretanto, e deu um passo em direção a ele. — Certo. Mas se você voltar ferido novamente eu vou… — ela pausou procurando pela coisa certa para dizer, — …ficar muito brava.
— Todos nós retornaremos com a saúde perfeita, — Fallon anunciou. — Isto não é certo, Larena?
Larena riu e assentiu de acordo. — Ao contrário do que você pode pensar, meu amor, eu não gosto de perigo.
Fallon bufou, seguido pelos outros Guerreiros quando eles olharam para suas esposas, Gwynn virou sua cabeça para esconder seu sorriso.
Havia algo mágico sobre o Castelo MacLeod, e ele não tinha nada a ver com os Druidas. Era dos profundos laços de amor, que formavam entre as pessoas que fizeram do castelo sua casa.
— Eu digo que iremos para Declan hoje à noite, — Larena anunciou.
Logan sorriu extensamente. — Sim. Um plano excelente. Ele não está esperando por isto.
— Será hoje à noite, — Fallon disse.
Logan encontrou-se olhando para Gwynn repetidamente. Ele nunca sentiu tanto medo quanto teve quando Gwynn declarou que retornaria a Declan. Logan faria qualquer coisa — qualquer coisa — para mantê-la longe de Declan.
Felizmente, os outros intervieram por ele. Ele sabia que tinha sido um idiota por proibi-la, mas quando se tratava de Gwynn ele não podia pensar claramente. Ele apenas sabia que não podia permitir Declan pôr suas mãos maléficas nela.
Logan respirou fundo quando olhou ao redor do castelo. Pelos santos, ele sentiu falta deste lugar, e especialmente das pessoas dentro de suas paredes de pedra.
Tudo que faltava eram os outros quatro Guerreiros.
E a morte de Deirdre, bem como a de Declan.
O olhar de Logan caiu sobre Marcail. A última vez que ele a viu, sua barriga acabara de começar a mostrar a criança de Quinn. Ela perdeu o bebê? Enquanto ele olhou fixamente para ela, pôde ver nada de seu estômago debaixo das calças jeans e suéter que pendurava em seus quadris.
— Seria melhor você ter uma boa razão para olhar minha esposa como você está olhando, Logan, — Quinn disse.
Logan olhou para Quinn, então de volta para Marcail. — Você teve o bebê?
Marcail riu e cutucou Quinn com seu ombro. — Diga a ele.
— Se eu devesse, — Quinn disse, mas havia um sorriso em seus lábios. — Sim, Logan. Nós tivemos o bebê.
— Eu fui capaz de criar um feitiço de proteção que permitiu Marcail levar seu bebê a termo. Uma vez que o bebê nasceu, eu mudei parte do feitiço de Marcail para a criança assim ele podia crescer, — Isla disse.
Logan olhou em torno do castelo. — Ele? Onde está ele?
— Aiden teve uma incumbência para fazer, — Marcail disse.
Quinn irradiou como o pai orgulhoso que era. — Ele retornará em breve. Ele tem estado ansioso para encontrar você e os outros há algum tempo.
Logan baixou-se de volta em sua cadeira enquanto absorvia tudo o que aprendeu. — E quanto ao pequeno Braden e sua mãe, Fiona? E Odara?
— Isla usou o mesmo feitiço em Braden, — Cara disse. — Ele e Fiona estão aqui também. Eles decidiram ficar no castelo desde que não havia nenhum lugar para eles irem, mesmo depois que Deirdre se foi. Nós éramos sua família neste momento.
Lucan disse, — Eles estão com Aiden.
— Odara é outro assunto, — Reaghan disse suavemente. — Nós imploramos que ela ficasse.
Galen pegou a mão de Reaghan entre as suas. — Mas ela não queria nada disto. Ela disse que viu muitos anos, e embora amasse aqui, ela não imaginava viver por quatro séculos.
— Então vocês só deixam-na ir? — Logan perguntou.
Broc pôs suas mãos atrás da cabeça enquanto se debruçou em sua cadeira. — Dificilmente. Ela também não tinha qualquer lugar para ir assim nós construímos uma pequena cabana apenas fora da proteção. Nós a visitávamos diariamente, tendo certeza que ela tinha comida, madeira para se aquecer, e qualquer outra coisa que precisasse.
— Seis meses mais tarde, Galen foi vê-la e achou seu corpo, — Reaghan disse. — Ela morreu durante o sono.
Logan segurou o olhar de Reaghan e disse, — Eu sinto muito. Ela era uma boa mulher.
— É o que ela queria.
Por vários momentos, todo mundo ficou quieto, perdidos em suas memórias. Logan sorriu internamente quando recordou de Odara. Ela era velha, mas mentalmente forte. Ela poderia não ter tido muita magia, mas era uma Druidesa. E tinha sido parte de sua família.
— Nós vamos precisar saber onde Wallace mantém o livro, — Fallon disse. — Eu não quero que Larena gaste mais tempo na mansão do que o necessário.
Logan apertou a mandíbula e jogou as mãos para cima. — A mansão é grande. Nós só vimos a entrada dianteira e seu escritório.
— Eu poderia ser capaz de achar as plantas da casa, — Gwynn disse. — Eu sou bastante boa com um computador.
Logan devia ter sabido que Gwynn estaria envolvida de alguma maneira. Mas ela tinha todo direito de estar. Wallace quase a matou. Ele também tinha Gary Austin, e embora Gwynn estivesse brava com o homem, ele ainda era seu pai.
— Existe algum modo que nós possamos tirar Gary também? — Logan perguntou.
Broc levantou e debruçou-se contra a parede, seus braços cruzados. — Isso vai ser complicado. Por que pergunta?
— Porque se Wallace perder o livro, Gary não terá mais uso para ele.
— Ele sabia no que estava se metendo, — Gwynn disse, seus olhos no chão.
Logan levantou e caminhou para ficar próximo dela, forçando seus olhos violetas a encontrar os seus. — Ele talvez não soubesse, Gwynn.
— Independentemente, ele quer a Placa de Orn mais do que me quer.
— Mas ele é seu pai.
Gwynn enrugou seu nariz. — Um fato que eu não posso mudar.
— Este argumento poderia ser discutível, — Galen disse.
Larena lentamente movimentou a cabeça. — Eu concordo com Galen. Se o livro está sob segurança, defendido por homens e magia, eu posso só ter tempo para pegar ou o pai de Gwynn ou o livro.
— O livro vem primeiro, — Gwynn declarou.
Logan suspirou e passou uma mão pelo cabelo. — Gwynn está certa. Nós temos que conseguir o livro assim poderemos achar a Placa antes de Deirdre ou Wallace.
— Então vamos trabalhar, — Quinn disse quando bateu suas mãos na mesa e levantou-se.
CAPÍTULO VINTE E SETE
Deirdre deu um olhar apreciativo por sua montanha recentemente limpa. Bem, tão limpa quanto o interior de uma montanha pudesse ficar.
Seu wyrran trabalhou incansavelmente, mas isso era apenas o que eles deveriam fazer. Seus Guerreiros, mais especialmente Malcolm, tinha sido enviado para fora nas cidades para colecionar alguns artigos que ela precisava. E queria.
Tanto quanto ela odiasse admitir, ela apreciava as roupas que Declan deu a ela. As calças permitiam muita liberdade de movimento, e ela gostou como os homens olhavam para ela quando as vestia.
Depois de colocar no lugar suas novas roupas como também a comida e outros artigos pessoais que solicitou, Deirdre passou várias horas fazendo novos wyrran.
— Os wyrran foram avistados alguns meses atrás, — Malcolm disse quando entrou em sua câmara. — Foi no mesmo tempo que chegamos aqui.
— E isto me concerne por que? — Deirdre perguntou.
— Concerne a você porque houve um retrato de um wyrran no jornal.
Deirdre franziu. — O que?
— O jornal. É como um livro só que mais magro. Ela sai uma vez por dia e lista as notícias.
— Então?
— O jornal também mencionou o que eles chamam site. Eu perguntei a alguém na cidade que estava o que era. Parece que há este lugar chamado internet onde as informações são mantidas. Ela mostrou para mim. Existe um vídeo do wyrran correndo através de um campo.
Deirdre levantou sua mão. — Pare. Eu não tenho nenhuma ideia do que você está falando. O que é… do que você chamou isto?
— Internet? Ou o vídeo?
— O vídeo. O que é isto?
Malcolm debruçou um ombro contra a entrada. — É um retrato em movimento.
— Oh, — ela xingou em frustração. — Eu tenho tanto para entender. Talvez nós devêssemos trazer algumas pessoas aqui assim eles podem me ensinar o que preciso saber.
— Se é seu desejo.
— O que eu desejo é entender este tempo! As pessoas falam de um modo que machuca minhas orelhas.
Ele encolheu os ombros indiferentemente. — Não é ruim uma vez que você se acostuma.
Deirdre levantou as mãos e abaixou-se em uma cadeira enquanto inclinava a cabeça para estudar Malcolm. — Diga-me por que este rebuliço sobre meu wyrran e o vídeo?
— Porque o vídeo está lá fora para qualquer um ver. Seu wyrran apareceu nos jornais, Deirdre. Quer dizer que os MacLeods verão isto. Eles saberão que estamos aqui.
— Merda, — Deirdre murmurou. — Eu esperava surpreendê-los.
— Não agora.
Ela esfregou suas mãos nas calças de suave couro preto liso. — Sim. Não adianta agora. Os wyrrans que eu enviei para a Ilha de Eigg retornaram sem o artefato, mas eu não esperava que eles achassem. Eles disseram-me que os Druidas estão quase sumidos da ilha.
— Muito estranho, desde que era seu refúgio.
— Exatamente os meus pensamentos. Eu acho que quando desapareci, eles pensaram que estavam seguros. Mas por que eles pararam de usar magia? Por que algum Druida mie ou drough, não iria responder o chamado de sua magia?
A sobrancelha loira de Malcolm levantou em resposta. — Você terá que perguntar a um dos Druidas.
— Os wyrrans sentiram a magia de alguns Druidas, mas eles disseram que era fraco. Todos exceto um. A dela, eles disseram, era forte. É ela que eu quero.
— E o artefato.
Deirdre sorriu. — Eu já tenho um artefato. A espada que você recuperou do túmulo Céltico. Aquele artefato impedirá os MacLeods de acordarem minha irmã. Mas tendo dois artefatos, bem, isso só pode me ajudar.
— Você está certa que a espada ainda está aqui?
— Claro que está. Onde estaria? — Ela perguntou quando levantou-se e caminhou para uma parede atrás de sua câmara. Ela acenou com a mão sobre a pedra e sussurrou as palavras que abriram o compartimento secreto que só ela podia abrir.
Ainda assim quando as pedras se moveram para revelar o esconderijo, a espada que ela guardara havia sumido.
— Não, — Deirdre sufocou. — Não pode ser.
Atrás dela, Malcolm bufou. — Você saiu deste lugar por quatrocentos anos. Isso foi bastante tempo para os MacLeods acharem a espada.
— Não! — Deirdre gritou enquanto magia percorreu por seu corpo como um raio.
Seu cabelo ergueu ao redor ela, destruindo tudo em seu caminho.
Malcolm fechou a porta quando saiu da câmara de Deirdre. Ele não era tolo o suficiente para ficar perto dela quando ela estava neste tipo de ira.
Os lábios de Malcolm enrugaram em um sorriso pesaroso quando pensou sobre sua prima, Larena, e os MacLeods achando a espada. Era só o que ele tinha esperado que eles fizessem. Por que Deirdre não esperava que isto o preocupasse.
Muito.
* * *
Gwynn não levou muito tempo para achar as plantas da mansão de Declan. Tinha sido construída no fim do século XIX por algum conde. O avô de Declan comprou com seus primeiros milhões de libras e começou a remodelá-la.
Declan herdou a mansão quando tinha apenas dez anos de idade. Ele viveu lá com babás e sua mãe até que ela morreu cinco anos depois. Quando Declan alcançou a idade de vinte, ele fez novos planos para algumas melhorias.
Gwynn estava pronta para desistir quando tropeçou nas plantas. Elas mostravam vários pontos de acesso escondidos e quartos subterrâneos que não tinham estado lá antes.
— Existe mais que isto, — Gwynn disse a Fallon, Larena, e Logan. — Eu apenas sei disto. Não há nenhum modo de Declan não incluir algumas coisas escondidas nas plantas.
Os lábios de Logan apertaram. — Sim. Você provavelmente está certa nisto.
— Como você vai conseguir pegar o livro? — Gwynn perguntou a Larena. Ela tinha estado chocada em descobrir que Larena podia tornar-se, mas só a si mesma, invisível. O poder não se estendia para suas roupas ou qualquer coisa em seu corpo ou suas mãos.
Larena correu seu dedo acima da pedra leitosa do anel em sua mão direita. — Eu esperarei até que possa pegar o livro sem ser vista.
— Nua, você quer dizer, — Fallon disse com uma carranca.
Larena ergueu uma sobrancelha loira perfeitamente curvada. — Você tem outra ideia?
— Sim. Eu entro e pego ele.
— E ser atingido por balas cheias de sangue drough.
— Melhor eu que você.
Logan e Gwynn riram da briga do casal. Era óbvio para qualquer um que olhasse o casal que o amor entre eles era profundo.
Larena olhou para Gwynn e começou a rir também. — Eu posso imaginar como nós soamos para você.
— Vocês soam como duas pessoas que se importam um com o outro e que passaram vários séculos juntos, — Gwynn disse.
Fallon lançou sua cabeça para trás e riu. — Verdade.
O sorriso de Logan desapareceu quando ele levantou uma das balas que Sonya removeu magicamente. — Eu acho que nós vamos precisar de mais que só eu e você cobrindo as costas de Larena, — ele disse para Fallon.
— Sim. Eu já pedi a Broc para juntar-se a nós. Ele pode voar e observar de acima, — Fallon disse.
— Eu também estou pensando que seria bom Hayden vir junto.
Houve um bufar atrás deles quando Hayden entrou pelo salão. — Como se você tivesse que perguntar.
O trabalho de Gwynn tinha terminado. Tudo que ela podia era se afastar e assistir como Logan e os outros se preparavam para o ataque. Gwynn teve náuseas pensando sobre alguém entrando na mansão de Declan.
Quando ela ficou nos degraus enquanto Logan rastejava para seu carro, Declan a deixou sentir a força total de sua maldade. E era poderosa.
Ela estremeceu e esfregou mãos para cima e para abaixo de seus braços para espantar o frio que apoderou-se dela.
— Você está bem? — Logan perguntou.
Gwynn saltou ao som da voz dele muito perto dela. Ela não ouviu mover-se, e não achou que se acostumaria ao quão rápido ele podia se mover. — Sim.
— Você não parece bem.
Ela administrou um sorriso pálido. — Eu não quero que qualquer um de vocês entre naquela casa.
— Eu disse a você que eu amo seu acento?
Ela piscou e levantou suas sobrancelhas. — O que?
— Seu acento. Do que você chamou? Oh, Sim. Sotaque. Eu gosto disto.
— Você está mudando de assunto.
— Está funcionando?
Gwynn sorriu apesar disso. — Sim.
— Bom. Agora, eu planejo ouvir mais de seu acento encantador e declarações estranhas quando eu voltar.
Ela lambeu seus lábios e virou até que o enfrentou. — A magia de Wallace é forte. Eu senti a força de sua maldade, e isso me deu arrepios.
— Deirdre é tão forte ou mais forte que ele, e nós a enfrentamos muitas vezes e ganhamos.
— Não. Declan é diferente. Eu escutei as suas histórias de batalhas com Deirdre. Declan virá para vocês de maneiras, que nenhum de vocês pode imaginar. Por favor. Isto é uma má ideia. Vamos retornar para Eigg. Eu acharei a Placa sem o livro.
Logan passou uma mão por seu rosto, seus olhos castanhos incomodados. — Você tem tão pouca fé em nós?
— Eu estou preocupada com você. Todos vocês. Talvez atacar tão cedo não seja uma boa ideia. Esperar um dia ou dois enquanto voltamos para Eigg é a decisão certa.
— Gwynn, — Logan disse quando pegou seus braços. Ele deslizou sua mão para baixo até que seus dedos tocaram. — Eu posso ser novo neste tempo, mas os outros não. Eu lembro muito bem da sensação daquele sangue drough dentro de mim. Eu não quero repetir a experiência tão cedo.
Ela sabia que não havia nada que pudesse dizer para dissuadi-lo da missão. Sim, eles precisaram do livro, mas não valia a pena sacrificar a vida de ninguém para isto.
Gwynn deu um passo mais perto dele, ficando quase colada. — Diga a Larena se concentrar no livro e no livro somente. Nós podemos voltar pelo meu pai mais tarde, uma vez que tivermos a Placa.
— Eu direi.
— Você prometeu que ajudaria que eu achasse meu pai, e você fez.
Sua mão ergueu e ligeiramente segurou seu rosto. — Eu sempre cumpro meus votos.
Uma mecha de cabelo cor de mel caiu contra a bochecha dele. Ele pegou sua mão e virou sua cabeça para beijar a palma. O coração de Gwynn perdeu uma batida no gesto íntimo.
Quando ele a puxou em seus braços ela nunca pensou em resistir, nunca se preocupou sobre quem estava no salão e pudesse vê-los. Tudo que ela se importava, tudo que ela queria era Logan abraça-la e afugentar seus medos por alguns minutos.
Quando as mãos dele estenderam por suas costas, a cabeça dele abaixou e ele reivindicou sua boca. Ele tomou. Ocupou. Capturou.
Gwynn rendeu-se para o exigente beijo faminto. Para a maravilha e esplendor de seus lábios magistrais enquanto eles reacenderam o inferno que tinha sido diminuído mas nunca extinguido.
Ela mergulhou os dedos em seu cabelo e apertou seu corpo contra o dele. Os braços dele apertaram-na, segurando-a perto quando ele angulou sua boca para aprofundar o beijo.
Gwynn apertou seus olhos fechados quando Logan recuou do beijo. Ele apertou a cabeça dela contra seu tórax e simplesmente segurou-a, a batida do coração dele soava em sua orelha.
— Eu voltarei, — ele sussurrou em seu cabelo.
— Não faça promessas que você não possa manter.
Ele beijou o topo de sua cabeça. — Eu nunca faço.
Gwynn mordeu sua língua para impedir de chamar Logan de volta quando ele saiu de seu abraço e caminhou para Fallon e os outros. Logan piscou, e ela se forçou a sorrir.
Todos os Guerreiros tinham suas mãos nos ombros dos outros com exceção de Fallon, que estava no fim da linha.
— Pense sobre a mansão de Declan, — Galen disse a Logan. Então ele olhou para Gwynn. — E só a mansão de Declan.
No aceno de Galen, Fallon pôs sua mão nos ombros de Galen. Eles desapareceram em uma piscada.
CAPÍTULO VINTE E OITO
Quando Logan exalou, Fallon levou-os para o chão fora da mansão de Wallace. Só de ver a enorme construção branca de pedra erguendo fora da neve fez a ira de Logan começar a ferver.
Declan quis matá-lo. E quase tomou a vida de Gwynn.
As janelas quebradas já tinham sido substituídas. Mas Logan viu que parte das enormes portas duplas da frente ainda estava lascada. Declan não pôde consertar tudo. Ainda.
Galen assobiou longo e baixo. — Você não estava brincando, Logan. Este lugar é como um palácio.
— Não deixe o exterior enganá-lo, — Logan disse. — É pura maldade.
Larena estremeceu. — Sim. Eu posso sentir.
— Ficará pior uma vez que esteja do lado de dentro.
Hayden rosnou. — Você está certo. É magia drough, mas é diferente da de Deirdre.
Fallon girou Larena assim ela o encarou. — Você não tem que fazer isto.
— Sim, eu tenho, — ela disse suavemente. — Isto é para todos nós, meu amor. Para nosso futuro, para Logan e Gwynn, e todo mundo no castelo.
Logan sentiu a frustração de Fallon quando ele soltou um suspiro.
— Eu entraria no seu lugar se pudesse, — Fallon disse.
Larena sorriu e subiu nas pontas dos pés para beijá-lo. — Você sabe que ainda que eu pudesse dar-lhe meu poder, eu não daria. Eu sou um Guerreiro, Fallon. Você sabe disto.
— Mas você também é minha esposa.
Larena colocou sua mão na bochecha de Fallon e olhou fixamente no fundo de seus olhos. — Nada mudará isto.
— Sim, — Fallon concordou. — Nada.
Em uma piscada, a pele de Larena virou iridescente enquanto ela liberou sua deusa. Com mais um sorriso para Fallon, ela ficou invisível até que tudo que permaneceu eram suas roupas. Todos menos Fallon giraram suas costas para ela poder remover suas roupas.
— Eu darei quinze minutos. Se você não estiver aqui fora, nós vamos pegá-la, — Fallon disse.
Larena riu. — Eu vou dar uma olhada. Em todos lugares. Quanto mais nós soubermos sobre Declan e o que está dentro de sua casa, melhor. Levará mais de quinze minutos.
— Larena, — Fallon rosnou em advertência.
Hayden e Logan trocaram sorrisos, porque eles sabiam quem seria o vencedor deste argumento.
— Ela tem um ponto, — Broc disse. — Ela não pode ser vista, Fallon.
— Nós não sabemos disto!
Logan girou ao redor ao mesmo tempo que Hayden e Galen. — Wallace não tem quaisquer Guerreiros. Apenas mercenários.
— Eu serei cuidadosa. — a voz incorpórea de Larena soou ao redor deles. — Eu sempre retornei a você, Fallon.
— É melhor, — Fallon rosnou.
Vários momentos se passaram até que Fallon soltou uma maldição. — Deus ajude Wallace se qualquer coisa acontecer para ela.
Não havia nada que pudesse salvar Wallace da ira de Logan, mas não havia necessidade de dizer a Fallon isto. Logan teria sua vingança em Wallace com precisão e dor. Ele sofreria terrivelmente pelo que fez para Gwynn.
— Se importa de conversar sobre o beijo que nós testemunhamos entre você e Gwynn? — Hayden perguntou.
— Não, — Logan declarou.
Broc soltou um suspiro longo. — Tanto que eu gostaria de ser envolvido nesta conversa, mas eu devo ir para os céus.
Logan olhou para Broc, seu cabelo loiro agora cortado na nuca. Broc não se aborrecia em vestir uma camisa como o resto deles, porque ele apenas teria que removê-la ou arruiná-la quando suas asas crescessem.
As asas volumosas de Broc desfraldaram, combinando com a pele azul escura de sua forma de Guerreiro. — Mas estarei escutando, — ele disse com um sorriso logo antes de saltar no ar.
Logan, Hayden, Galen, e Fallon esperaram, escondidos perto ao portão dianteiro por um grupo de arbustos carregados com neve. Logan olhou abaixo em suas calças pretas, botas, e camisa. Ele ainda não conseguia superar o quanto tinha mudado.
Nenhum de seus irmãos vestiam seus kilts. Ao invés, eles ostentavam o mesmo tipo de roupas que Gwynn escolhera para ele. Quando eles se vestiram para esta missão, Hayden trouxe o equipamento que estava usando agora. Uniforme, ele os chamou.
Logan teve que admitir que as calças eram mais fáceis para se mover que a calça jeans, e vestido todo de negro funcionavam bem para ajudá-los a se misturar na noite.
Isto até que eles libertassem seus deuses e se tornarem-se Guerreiros.
— Gwynn é bonita, — Galen sussurrou no silêncio.
Logan rolou seus olhos porque ele sabia que não havia maneira que ele pudesse convencê-los a não falar sobre ela. — Sim.
Hayden assentiu. — E corajosa.
— Inteligente, também, — Fallon adicionou.
— Ela é todas essas coisas e mais, — Logan admitiu.
Hayden girou sua cabeça para ele. — Quanto ela significa para você?
Logan não permitiu-se pensar nessa direção. Ele certamente não queria dar a Hayden uma resposta.
— Por aquele beijo, eu diria muito, — Galen disse.
Fallon trocou em seus pés, seu olhar preso na mansão. — Tudo que você possa pensar, Logan, todo mundo merece encontrar a felicidade. Inclusive você.
Logan franziu o cenho. O que isso devia significar? Eles sabiam que ele foi para Deirdre para tornar-se um Guerreiro?
Impossível.
— Antes de você deixar este tempo, todos nós vimos uma escuridão crescente dentro de você, — Hayden disse.
Logan fechou seus olhos apertados. Ele pensou que tinha escondido isto deles. Ele foi tão cuidadoso.
— Está ainda lá, — Hayden continuou. — Mas não parece tão grande.
Logan encontrou o olhar escuro de seu melhor amigo. — Existem coisas que eu fiz em meu passado.
— Todos nós fizemos coisas que nos envergonhamos, — Fallon disse. — Nós somos sua família, Logan. Independentemente do que seja, nós não abandonaremos você.
Mas Logan não estava tão certo disto.
Hayden deve ter visto sua dúvida, porque pôs uma grande mão no ombro de Logan. — Fallon fala por todos. Eu sempre pensei em você como meu irmão. Você manteve seus segredos, mas todos nós mantivemos os nossos.
Logan sentiu-se tão baixo quanto a barriga de uma serpente. Estes homens eram os melhores homens que ele conhecia. Ele não pertencia à sua companhia, não merecia chamá-los de amigos ou família.
Até sabendo disto, não podia ir embora como sabia que devia. Ele precisava deles mais do que eles já saberiam.
* * *
Assim que Larena entrou na mansão de Declan ela se sufocou no fedor vil da maldade que a cercou. Ela era cautelosa com cada passo que deu.
Declan poderia não ter Guerreiros, mas ele não era bobo. Ele teria magia no lugar que pudesse alertá-lo de sua presença. Afortunadamente para ela, porém, todos os Guerreiros podiam sentir magia Druida.
Larena depressa deu um passo para o lado quando um dos mercenários de Declan saiu do quarto que ela estava passando. Ele tinha uma Uzi e tinha dois conjuntos de correias com munição cruzando seu tórax como um X. Uma tinha balas normais enquanto a outra tinha balas de ponta vermelha que brilhavam.
Ela olhou no quarto e sorriu quando viu a destruição do lado de dentro. Esse deve ser o escritório que Gwynn e Logan destruíram.
Larena continuou adiante. Sua procura no andar térreo não tomou tanto tempo quanto pensou que iria. Ela estava para subir as escadas quando uma porta foi aberta e dois homens saíram.
Um deles tinha a mesma aparência dos outros mercenários, mas o outro estava vestido em um caro terno Gucci. Ele estava claramente acostumado a vestir roupas feitas sob encomenda.
Declan Wallace.
Larena enrolou seu lábio enquanto o assistiu passar. Nem mesmo sua beleza devastadora, cabelo dourado, e olhos azuis claros podiam esconder a maldade dentro dele.
— Você aprendeu o que você precisava? — Perguntou o homem moreno ao lado dele.
Declan sorriu. — O suficiente. Ela não gosta de dar-me as informações que eu busco. Mas vale a pena o seu tempo, Robbie.
Fúria rasgou por Larena. Declan tinha uma mulher aqui? Uma mulher presa contra sua vontade.
E foi quando Larena sentiu — a magia mie.
Era fraca, apenas discernível através da magia drough que penetrou a mansão, mas não podia negar a presença de um mie.
Larena observou Declan e Robbie irem embora. Ela estava dividida entre segui-los e achar o Druida. Larena apertou seus olhos enquanto tentou decidir o que fazer.
Se havia uma Druidesa em dificuldade, ela precisava salvá-la. Ainda assim ela achou Declan. Ela devia segui-lo e ver se ela podia aprender qualquer coisa.
Foi o grito abafado que ouviu pela porta com sua audição realçada que fez sua decisão.
Larena esperou até Declan estar longe da vista e ninguém estar ao redor antes dela agarrar a maçaneta da porta e abrir o suficiente para entrar.
Ela se achou no topo de um conjunto estreito de escadas que levavam abaixo no que só podia ser um calabouço. Ela apertou a mandíbula quando a raiva queimou novamente.
Larena não fez um som quando desceu os degraus para alcançar a parte inferior. Cela após cela enfileiravam o corredor.
Elas estavam todas ocupadas? Ou Declan estava apenas preparando-se para enchê-las? De qualquer modo, Larena não iria permitir que ele tivesse sucesso.
Houve outro grito à esquerda de Larena. Ela andou pelo corredor até alcançar a última porta. Larena deslizou para uma parada na frente das barras e fez careta quando viu a mulher, seus braços presos longe de seu corpo por correntes penduradas das paredes.
A Druidesa estava balançando sua cabeça de lado a lado e usando suas mãos como podia para escovar contra sua pele.
— Declan, seu bastardo. Tire-os de mim!
Larena olhou, mas havia nada além de correntes na Druida. Deve ter sido a magia de Declan que fazia a Druidesa acreditar que outra coisa estava lá.
A Druidesa gritou lágrimas enormes caindo de seus olhos. — Por favor! Declan, eu juro que não conterei novamente. Só tire as aranhas de mim!
Larena viu o suficiente. Ela não sabia como iria tirar a Druidesa, mas tinha que tentar. Ainda assim, quando Larena agarrou as barras para torcê-las, ela se sentiu magia, o que a fez parar.
Ela se preparou e pegou as barras de metal, só para ser empurrada para trás pela força da magia.
Iria precisar de mais que apenas Larena para libertar esta Druidesa.
Tanto quanto ela não queria deixar a mie, Larena não tinha nenhuma escolha. Mas ela retornaria, ela silenciosamente prometeu à Druidesa.
Larena girou, os gritos da mie seguiram-na quando ela deixou o calabouço. Larena afrouxou sua mandíbula e recomeçou a subir as escadas para o segundo andar.
Haviam muitos quartos para investigar. Ela pensou que poderia achar o livro na biblioteca, mas teria sido muito fácil. Os próximos seis quartos estavam vazios também.
Não foi até que ela chegou à sétima porta que ela pausou do lado de fora. Ela podia ouvir um homem mover-se dentro, murmurando para si mesmo. Sua cabeça balançou ao lado quando ela ouviu o som de páginas sacudindo.
Larena andou mais perto da porta até que estava quase apertada contra ela. Sorriu quando ela levantou sua mão e bateu.
— O que? — Ralou uma voz severa.
Larena esperou até que ouviu a cadeira deslizar no tapete e passos duros irem para a porta. Assim que o homem abriu a porta, ela passou por ele para dentro do quarto.
O homem olhou primeiro para um lado então o outro antes de amaldiçoar e bater a porta fechada. — Só o que eu preciso, — ele disse para si mesmo. — Mais distrações. Como se eu já não tivesse o suficiente.
Seu acento americano, parecido com o de Gwynn, prendeu a atenção de Larena.
Então este era Gary Austin.
CAPÍTULO VINTE E NOVE
Gwynn se sentou à mesa e rolou seus polegares. Literalmente. Sua mente estava criando todos os tipos de cenários onde Logan e os outros eram machucados. Ou pior, mortos por Declan.
— Eles voltarão, — Reaghan disse quando lançou outro tronco no fogo.
Gwynn forçou um sorriso, mas não comentou.
Cara bateu suas mãos nos braços da cadeira e levantou. — Bem, eu tenho a coisa perfeita para levar nossas mentes longe dessa espera.
— O que é? — Marcail perguntou.
Isla riu e começou a andar para as escadas. — Eu pegarei as caixas.
— Oh, — Marcail disse com um sorriso enorme. — Espere por mim. Eu vou ajudar.
Reaghan seguiu depressa. — Eu, também!
Sonya meramente deu a Gwynn uma piscada e começou a mover a mobília em torno do grande hall com Cara.
Com isso ela achou-se mais que curiosa. Ela levantou e correu para ajudá-las a erguer uma cadeira pesada. — O que vocês estão fazendo?
Cara sorriu, seus olhos mogno brilhando com malícia. — É vinte e um de dezembro. Nós precisamos montar a árvore de Natal.
Gwynn esqueceu completamente sobre ser dezembro. Ela tinha estado tão preocupada em achar seu pai, e depois, manter Logan vivo que o mês do ano não significava nada para ela.
Ainda assim quando as outras desceram com caixas e caixas de decorações e uma árvore artificial de dois metros e trinta centímetros, ela não podia evitar fica envolvida.
Gwynn riu quando Cara e Reaghan subiram as duas escadas e começaram a instalar o topo da árvore enquanto o resto delas trabalharam na metade inferior.
— Eu estou contente que nós finalmente compramos uma árvore que seja pré-iluminada, — Isla disse quando ligou a árvore e luzes claras apareceram.
— Eu também, — Sonya disse.
Reaghan perguntou, — Que cores estaremos usando este ano?
— Eu voto por vermelho e prata, — Marcail disse.
Gwynn sorriu. — Isso soa bonito.
— Então será vermelho e prata, — Cara declarou.
Com a árvore amaciada e pronta, as caixas de ornamentos eram as próximas. Gwynn foi incapaz de ficar fora da diversão. Ela amava o Natal, amava decorar seu apartamento, então ela não iria deixar passar esta oportunidade4.
Enquanto ela, Cara, Sonya, e Marcail decoravam a árvore, Isla e Reaghan colocaram os numerosos metros de guirlanda em todo o grande salão, e a maior guirlanda que Gwynn já vira em cima de uma lareira.
Tudo era adornado com luzes claras e ornamentos vermelhos e prata de todas as formas e tamanhos.
Não foi até que elas pendurassem o último dos ornamentos na guirlanda que Gwynn percebeu que com todo o riso e conversações ela esqueceu sobre sua preocupação com Logan.
Ela levantou-se e olhou ao redor do salão. — Eu nunca vi nada tão lindo.
Marcail envolveu um braço ao redor de Gwynn e apertou. — Nós estamos muito contentes que você estava aqui para nos ajudar.
— Definitivamente, — Sonya disse.
As outras assentiram e sorriram.
Gwynn respirou fundo e percebeu que ela não tinha tanta diversão em decorar para o Natal desde antes de sua mãe ficar doente.
A única coisa que faria a noite completa seria Logan.
* * *
Os nervos de Logan estavam tão apertados quanto uma corda de arco. Larena permanecia dentro da mansão por quase duas horas.
— Nós saberíamos se algo acontecesse, — Galen disse a Fallon.
Fallon assentiu, sua mandíbula apertada.
Logan dobrou seus dedos. Ele libertou seu deus assim que eles chegaram na mansão de Wallace. Seu deus estava ávido por ver o sangue do inimigo e cheirar sua morte.
Uma suave brisa bateu neles, e por um momento Logan pensou que poderia ser Gwynn, desde que ela podia comunicar-se com o vento. Então Broc aterrissou atrás deles e dobrou suas asas atrás de suas costas.
— Nós precisamos partir. Agora, — Broc disse enquanto mostrava o livro.
Fallon rosnou. — Não sem Larena.
— Eu estou aqui, — ela disse. — Leve-nos para casa, meu amor.
Logan olhou para a mansão quando ele ouviu o berro de fúria de Declan. Ele teve tempo apenas para sorrir antes de estar em pé no meio do grande salão do castelo.
Ele piscou com todas as pequenas luzes brancas em todos os lugares, mas o que realmente tomou sua respiração era a árvore volumosa atrás no canto.
— Vocês voltaram, — Reaghan gritou e voou para os braços de Galen.
Fallon imediatamente levou Larena para sua câmara assim ela poderia colocar suas roupas de volta. Logan ouviu os outros conversando com suas esposas sobre a missão, mas tudo o que ele queria fazer era achar Gwynn.
Quando seu olhar caiu sobre ela e ele viu seu sorriso, não pôde evitar ir até ela. Ele ignorou uma pergunta que alguém fez a ele enquanto andava a passos largos para Gwynn.
Ele parou na frente dela e bebeu na visão de seu cabelo preto afastado de seu rosto e seus olhos violeta observando-o.
— Nós conseguimos o livro, — ele disse.
Alívio varreu o seu rosto dela. — Graças a Deus.
— Mas nós não fomos capazes de pegar seu pai.
Ela encolheu os ombros. — O livro é mais importante.
— É?
— Você sabe que é.
— Talvez. — Ele olhou para a árvore à direita deles. — O que é isto?
— Uma árvore de Natal. Lembra quando eu mostrei como as pessoas decoravam suas casas e árvores?
Ele assentiu devagar. — Sim. E onde as pessoas põem presentes para outros debaixo da árvore.
— Certo, — ela disse com um sorriso brilhante. — Você estava prestando atenção.
— Eu sempre presto atenção quando você fala.
Seus olhos violeta faiscaram. — Você lutou com Declan?
— Não. Larena entrou e saiu da mansão antes de Wallace saber o que aconteceu.
— Bom.
Logan bufou. — Eu teria gostado de ter outro encontro com ele.
— Não quando ele puder parar você com sua magia e aquelas balas.
De repente, ela girou quando Larena e Fallon desceram a escadaria. Gwynn andou em direção a eles, seu olhar sobre o livro que Larena segurava nas mãos.
Logan andou ao lado de Gwynn. Ele franziu o cenho no distante olhar em seus olhos, como se ela não estivesse com eles mais.
— O Livro de Craigan, — Gwynn disse.
Logan piscou com o som estranho da voz de Gwynn. Era mais profundo, mais baixo, como se pertencesse à outra pessoa, completamente.
O salão inteiro ficou mortalmente quieto. A satisfação e alegria de antes desapareceu, substituída com preocupação enquanto todos os olhos estavam em Gwynn.
Logan puxou uma mecha do cabelo preto de Gwynn. — Gwynn.
— O livro não é para ser lido por ninguém além do Guardião. — O olhar de Gwynn estalou para Larena. — Pertence a mim.
Logan olhou para Fallon para achar Fallon observando-o. Logan deu um pequeno assentimento. Fallon, por sua vez, tocou o braço de Larena.
— Eu estava trazendo para você, — Larena disse e estendeu o livro.
O Livro de Craigan era pelo menos da largura de uma mão, se não mais, mas Gwynn não vacilou com o peso quando o aceitou. Assim que estava em seu poder, ela piscou e deu uma respiração profunda.
— O que aconteceu? — Ela perguntou. Gwynn olhou para baixo no livro antes de virar seus olhos para Logan.
Logan encolheu os ombros. — Parece que você é a Guardiã da Placa de Orn.
— Mas o que isso quer dizer?
Isla deu um passo adiante. — Eu acho que você achará as respostas no livro.
— O que teria acontecido com Larena se não desse o livro a Gwynn? — Quinn perguntou.
Larena afundou em sua cadeira à mesa e estremeceu. — Eu não acho que eu quero descobrir.
— Nem eu, — Gwynn disse.
Logan guiou-a para a mesa. — Você está bem? — Ele sussurrou.
Ela se debruçou contra ele, o que o emocionou mais do que devia. Ela confiava nele e buscou seu conforto. E ele não fez nada além de pô-la em perigo desde o momento que a encontrou.
Logan endureceu sua mandíbula até que sentiu que seus dentes poderiam rachar. Assim que descobriu sobre Wallace, Logan deveria ter trazido Gwynn para o castelo para mantê-la fora de perigo.
Ao invés, ele a levou para o ninho da víbora. Ele manchou a maravilhosa e pura magia dela com a de Declan. E se Logan não fosse cuidadoso, se ele não pusesse alguma distância entre si mesmo e Gwynn, era provável que Deirdre conseguisse pôr as mãos nela também.
Levou um momento para Logan perceber que todo mundo tomou suas cadeiras exceto ele. Ele ignorou a pergunta nos olhos pretos de Hayden e sentou ao lado de Gwynn.
Galen deixou escapar um assobio baixo. — Eu senti a magia do livro no momento que Larena apareceu com ele, mas uma vez que descansou nas mãos de Gwynn...
— A magia aumentou, — Lucan terminou.
A cabeça de Reaghan pendeu para o lado, seu cabelo moveu com ela. — A magia dentro do livro está combinada com a de Gwynn.
— Eu tenho pouca magia, — Gwynn disse.
Sonya riu e agitou sua cabeça. — Pelo contrário, Gwynn, apesar de não usar sua magia, é mais forte do que você percebe.
— Abra o livro, — Logan a persuadiu. Ele podia sentir a curiosidade dela, mas viu vacilação e apreensão no modo como ela pressionava seus lábios.
Gwynn olhou para ele antes de colocar uma mecha solta de cabelo atrás de uma orelha e passar uma mão pela capa do livro. Uma onda de magia cercou, rodeou Logan. Chiou tão quente quanto os raios do sol, e era tão intoxicante como a Druidesa ao lado dele.
O corpo de Logan zumbiu com o toque da magia de Gwynn. Encheu seus pulmões e agarrou à sua pele. Ele estava afundando com isto. Afogando. Submergindo.
E tudo que ele queria fazer era puxar Gwynn em seus braços. Ele doía por segurá-la novamente e sentir seu curvilíneo corpo contra o dele. Ele ansiava por sentir seu calor abrasador cercando-o. Ele queria ouvi-la gritar seu nome novamente quando ela gozasse.
Como se ela sentisse sua necessidade, Gwynn virou sua cabeça e encontrou seu olhar. Seus olhos violeta escureceram, seus lábios carnudos separaram como se ela esperasse pelo beijo dele.
Logan pegou o último fio de controle e virou a cabeça. Ele puxou uma profunda respiração, mas isso não fez nada para acalmar a necessidade que surgiu nítida e verdadeira.
Pelo canto do olho, ele viu Gwynn abrir a capa do livro. O couro rangeu, e o cheiro de jornal e tinta o alcançou.
— Está em Gaélico, — Gwynn disse. — Eu não posso ler Gaélico.
— Nós podemos, — Hayden ofereceu.
Logan pôs sua mão no livro e sentiu o formigamento da magia correr pelo braço. A magia traçou um caminho por ele, tornando-se uma parte dele até que Logan mal podia respirar.
Ele fechou sua outra mão em punho debaixo da mesa e fixou o olhar com Hayden. — Deixe ela tentar primeiro.
Hayden encolheu os ombros. — Se ela não pode ler isto, Logan, ela não pode não ler isto.
— Dê-lhe um momento.
Quando Gwynn não respondeu, Logan virou a cabeça e olhou para ela. Seus olhos violeta estavam grudados no livro. E eles começaram a brilhar.
Logan saltou, pronto para afastar Gwynn, quando a mão de Marcail tocou em seu braço.
— Como você disse, dê-lhe um momento.
— Ela podia estar com dor, — Logan arguiu.
Isla agitou sua cabeça, um sorriso formando-se. — Ela não está. Isto é sua magia, Logan. Assista-a. Veja isto crescer dentro dela.
Logan tragou duro quando uma rajada de vento abriu as portas do castelo e uivou pelo salão. Enrolou ao redor de Gwynn uma vez, duas vezes, e então foi-se.
Mas não antes de bater contra Logan.
CAPÍTULO TRINTA
Gwynn ofegou quando a força de sua magia brotou dentro dela. Assim que ela tocou o livro, sua magia respondeu. Quase como se tivesse esperado por ela tocar a relíquia.
Ela podia sentir todo mundo no salão, especialmente Logan. Ele estava preocupado com ela, mas não devia estar. Ela podia ouvir os tambores e cânticos dos antigos Druidas.
Eles estavam chamando por ela, persuadindo-a a libertar sua magia. Assim que ela fez, o vento respondeu. A envolveu, acalmou. E ela ouviu seu coro de gritos alegres.
Isto é o que ela era queria fazer. Não havia nenhum medo dentro dela agora sobre o livro ou a ideia de ser a Guardiã. A responsabilidade caiu em seus ombros como um casaco confortável. Como se ela sempre a vestisse e apenas precisasse ser lembrada de como sentia isso
O vento deixou o salão, mas nunca estaria longe dela novamente.
Gwynn piscou e olhou abaixo para o livro. As letras no título continuavam mudando, constantemente mudando. Ela passou uma mão sobre ele e sussurrou em Gaélico, “Cuirstad air.”.
As letras pararam imediatamente de mover.
— Pare, — Logan repetiu em Inglês.
Gwynn virou a página e começou a ler. Para sua surpresa, Logan tinha estado certo. Ela não podia apenas ler as palavras mas entende-las também.
— O que diz? — Fallon perguntou.
Gwynn encolheu os ombros, mas não olhou acima do livro. — Eu acabei de começar a ler. Está dizendo como os Druidas em Eigg receberam a Placa de Orn para proteger. Não só fortaleceu sua magia, mas ajudou a protegê-los enquanto ficou na ilha.
— Eu pensei que os Druidas de Eigg fizeram o artefato, — Cara disse.
Gwynn balançou a cabeça. — Não de acordo com isto. Não diz quem deu para os Druidas, mas ele já tinha uma grande quantidade de magia antes de ir para Eigg.
— Interessante — Broc disse.
— Não sei como isso importa, — Quinn adicionou.
Gwynn suspirou. — Importa. Quer dizer que tão poderosos quanto os Druidas de Eigg eram, eles não fizeram a Placa de Orn.
— Ela está certa. Quem daria esse tipo de artefato para outra pessoa? — Isla perguntou.
Gwynn não se importava. Tudo que importava era que a Placa de Orn era sua para guardar. Para proteger. Não era apenas Deirdre procurando por isto agora; Declan procurava também.
Quanta informação seu pai conseguiu do livro? Era suficiente para Declan tentar recuperar a Placa em Eigg?
— Levará semanas para ler esse livro, Gwynn, — Fallon disse.
Ela não se incomodou em responder. Ela já lera as primeiras vinte páginas. A maior parte era a história da ilha e dos Druidas — seus antepassados.
Alguém tentou tocar o livro e saltou para trás com um grito. Gwynn não olhou para cima. Ela estava muito absorta nas páginas para se importar com o que acontecia.
— Gwynn, — Logan disse e pôs sua mão sobre a página que ela estava lendo.
Depois de um segundo, ela ergueu seus olhos para ele e franziu. — O que é?
— Nós temos chamado seu nome nos últimos cinco minutos. Você não responde.
— Eu ouvi Fallon dizer que levaria semanas para ler o livro.
— Isso foi há vários minutos atrás.
Ela agitou sua cabeça. — Impossível. Foi só alguns segundos.
O olhar de Logan era fixo, seus olhos castanhos segurando os dela.
Gwynn encostou-se na cadeira e soltou um suspiro. — O livro me pegou, não foi?
— Sim.
— É tão interessante. As informações que tem dos meus antepassados é fascinante.
Broc rosnou. — E sanguinariamente irritante.
Gwynn olhou de Logan a Broc, então em torno da mesa. — Sobre que Broc está falando?
— Ele tentou puxar o livro longe de você, — Sonya disse. — Eu tentei adverti-lo, mas ele não escutou.
— E ele me eletrocutou, — Broc murmurou.
Gwynn olhou para o livro e a mão de Logan, que ainda estava nele. Ela girou para ele. — Machucou você?
Lentamente, ele balançou a cabeça.
— O que eu acho fascinante, — Reaghan disse.
Isla assentiu. — Eu também.
— O que você acha que significa? — Galen perguntou.
Broc rolou seus olhos. — Quer dizer o livro desagradável gosta de Logan?
— Quer dizer que o livro sabe de algo, — Marcail disse.
Gwynn deslizou sua cadeira para trás da mesa e ficou em pé. Ela tinha que pôr alguma distância entre si e o livro. E ela mesma e Logan.
Marcail podia estar certo? O livro sabia que Gwynn gostava de Logan?
Mas Gwynn não opôs-se a Broc ou qualquer outro. Então por que permitiu que Logan tocasse nele sem ser eletrocutado?
Gwynn caminhou para a parede mais distante. Ela se inclinou para trás e descansou a cabeça contra as pedras frias. Fechou seus olhos e recordou o quão chata sua vida tinha sido. Agora, tudo estava virado de cabeça para baixo e ela constantemente estava se questionando sobre suas decisões.
— É uma responsabilidade muito grande.
Olhos de Gwynn abriram de repente para encontrar Reaghan ao lado dela. — Você pode dizer isto.
— O livro e seu poder assustam você?
— Não assustou. — Gwynn encolheu os ombros. — Mas assusta agora que estou longe dele.
Reaghan sorriu, e o sorriso alcançou seus olhos cinza escuros. — Você esqueceu sua magia por anos. Levará algum tempo se acostumando, mas você precisa aprender a confiar nela. Salvou sua vida como também a de Logan, se você lembrar.
— Sim. Salvou. — Então por que ela ainda temia?
— Logan parece estar adaptando-se bem.
Gwynn piscou na mudança de tópico, mas deu boas-vindas a isto. Qualquer coisa para impedi-la de se afundar muito profundamente dentro de si mesma. — Ele mantém a mente aberta.
— As aparências podem enganar, entretanto, não é?
Reaghan estava tentando dizer-lhe algo, mas Gwynn não estava certa do que era. — Elas podem. Mas isto não é Logan.
— Faz quatro séculos desde que nós o vimos, e você passou muito tempo com ele recentemente.
— Onde você quer chegar?
Ela pegou no cabelo ruivo que enrolou ao redor de suas bochechas. — Faça-o conversar. Ele mantém muito dentro de si. Os outros tem estado preocupados r algum tempo com a escuridão que ele leva.
— O que é a escuridão?
— Nós não sabemos. Estávamos esperando que você pudesse descobrir. Veja, Gwynn, Logan sempre foi conhecido como o piadista, a pessoa que está sempre rindo, sempre encantadora.
— Eu definitivamente vi esse lado dele.
— Mas você viu a escuridão também.
Não foi uma pergunta. Gwynn assentiu. — Eu vi. Vem e vai. Logan mantém isto bem escondido.
— Ele manteve isto muito bem escondido por muito tempo. Não é bom alguém levar isso dentro de si. Por qualquer razão, você é de Logan para proteger, da mesma maneira que ele é seu para apoiar-se nos dias que virão.
Gwynn ficou desconfortável aonde a conversa levava. — Olhe, Logan é crescido. Ele pode cuidar de si mesmo. Se ele levou esta… escuridão… dentro de si mesmo por tanto tempo, não interferirá com qualquer coisa agora. Eu sei que ele não deixará.
— É algo para se pensar. — Reaghan sorriu e começou a ir embora. — Nós podíamos usar sua ajuda na cozinha.
Gwynn olhou à mesa onde os homens ainda se sentavam. Logan estava escutando algo que Lucan estava dizendo. Era como se Logan pudesse sentir seu olhar, porque ele virou a cabeça e olhou para ela.
Ela sorriu e seguiu Reaghan na cozinha.
Gwynn não soube o que esperava achar na cozinha do castelo, mas ele não era uma geladeira e congelador de tamanho industrial. Ela perscrutou pelas portas de vidro e riu ao encontrar as prateleiras completamente providas.
— Uau.
Cara riu. — Sim, é alguma coisa. Com o apetite de Galen, nós temos que encher duas vezes por semana.
Reaghan soltou um suspiro dramático. — Eu adoraria saber como ele pode comer toda aquela comida. É perturbador o quanto ele come.
No meio da cozinha estava uma ilha grande completa com uma pia pequena. O topo era de madeira espessa que pareceu tão velha quanto o castelo propriamente dito.
— É a mesa original, — Marcail disse quando Gwynn tocou-a. — Quando nós reformamos a cozinha, todos nós decidimos que deveria permanecer.
— Como também um dos fogões originais, — Isla disse.
Gwynn girou a cabeça e viu um fogão duplo mais novo, mas não tão distante na parede abaixo estava um fogão de pedra original. — Surpreendente. Verdadeiramente.
— Nós ainda o usamos, — Cara disse.
Sonya assentiu. — O pão é mais saboroso assado lá em vez dos outros fornos.
— Pão? — Gwynn repetiu. — Vocês assam seu próprio pão?
Larena riu e jogou um tomate cereja em sua boca. — Não tão frequentemente quanto costumávamos.
— Nós costumávamos ter tudo que precisamos aqui mesmo no castelo, — Cara disse. — Eu ainda cultivo muitas das ervas que costumamos cozinhar em meu jardim.
— E os homens ainda caçam nossa carne, — Marcail disse.
Sonya puxou uma faca de corte de uma gaveta e começou a picar algumas cebolas verdes. — Agora, nós compramos a maior parte de nossa comida nas lojas.
Gwynn sorriu quando foi-lhe dada outra faca e algumas batatas. Ela depressa começou a limpar e descascar antes de cortá-las em pedaços.
Ela sentou sobre um tamborete quando as mulheres começaram a conversar sobre tudo desde roupas até maquilagem a cortar seus cabelos. Gwynn achou-se rindo tanto que estava chorando.
— Nós precisamos fazer uma lista dos que queremos comprar para os homens de presente, — Sonya disse.
Gwynn lambeu seus lábios quando pensou sobre gastos de Natal com Logan. — Quando vocês estavam planejando ir à loja na cidade?
— Nós não planejamos, — Marcail disse com um rolar de olhos.
Larena acotovelou Marcail no braço e agitou sua cabeça. — Eu posso ir, mas por causa do feitiço de parada de envelhecimento, elas precisam ficar aqui.
— Saindo todos de uma vez por algum tempo não acontece nada, — Isla disse. — Eu tentei dizer aos homens isso.
— Eles não querem que nada aconteça para nós, — Cara disse.
Reaghan enxugou suas mãos em uma toalha. — Eles poderiam vir conosco para assegurar que nada aconteça.
— Ao invés, Larena faz as compras para nós, — Marcail disse.
Larena sorriu para Gwynn. — Nós podíamos ir juntas se você quisesse.
— Desde que Logan retornou, eu não vejo por que nós não podemos deixar o castelo, — Sonya disse.
Isla encolheu os ombros. — Nós não temos nenhuma ideia quanto tempo levará aos outros para nos achar.
Quase imediatamente houve um clamor no salão. Todas as mulheres correram para fora da cozinha. Gwynn olhou ao redor de Cara para ver um homem jovem que tinha os mesmos olhos verdes escuros de Quinn.
— Olhe o que nós achamos na estrada de casa! — O homem jovem gritou.
— Aiden, — Marcail disse. — Já era hora de você chegar em casa. Oh!
Dois homens em calções e túnicas medievais e um em um kilt andavam no castelo e os Guerreiros estouraram em gritos quando os saudaram.
— É Ramsey, Arran, e Camdyn, — Isla disse ao lado de Gwynn. Ela sorriu, afastando as lágrimas. — Eles voltaram para casa.
CAPÍTULO TRINTA E UM
22 de dezembro
Deirdre permaneceu no topo de sua montanha e fechou os olhos contra o vento do inverno severo que rugia por ela. As nuvens acima dela eram cinza escuro e penduravam-se pesadas no céu.
A neve começou a cair horas mais cedo, mas nem isso a manteve do lado de dentro.
O império que ela construiu ao longo de séculos tinha sido destruído em um único sopro pelos MacLeods. Então, justo quando ela estava conseguindo tudo de volta do modo que deveria ser Declan interferiu.
Deirdre não estava certa de quem ela queria matar primeiro. Entretanto ela estava inclinando-se em direção a Declan. Não serviria bem a seu mestre se ela matasse Declan e tomasse sua magia?
Ela sorriu e se aconchegou em sua jaqueta. Deirdre não sabia muito sobre os planos de Declan, mas sabia que ele queria governar, assim com ela.
E ela governaria sozinha.
Com sua mente definida, ela fez o caminho de volta à montanha. Ela não ficou surpresa em achar Malcolm debruçado casualmente contra a parede oposta à sua câmara.
— Você achou o que eu mandei na cidade? — Ela perguntou.
Ele empurrou seu corpo alto e musculoso da parede e levantou uma sobrancelha. — Claro. É como Declan disse. Os clãs não são mais o que costumavam ser. Nós seremos duramente pressionados para achar homens para Guerreiros.
— Eu não acho. Tem que haver algum evento, algum tipo de esporte onde os homens podem provar-se.
— Existem alguns.
— Então encontre-me o melhor do melhor. Se eles não podem ser transformados em um Guerreiro, então eu acharei outros usos para eles.
Quando Malcolm não se moveu, ela rolou os olhos e suspirou. — O que é?
— Eu achei para você três que poderiam interessa-la. Eles estavam lutando. É chamado extreme fighting [5 - U m esporte de combate que incorpora técnicas de uma variedade de artes marciais, com pouca ou nenhuma regulamentação dos tipos de golpes permitidos]. Eu observei estes homens. Eles são muito bons.
Deirdre caminhou para ele e correu uma longa unha suavemente abaixo de sua bochecha. — Perfeito. Nós devemos ir e vê-los?
Ela seguiu Malcolm quando ele a levou onde os homens esperavam na caverna. Com um olhar, Deirdre estava mais que contente. Os homens eram altos e bem formados. Seus músculos inchados de uso, e as cicatrizes em seus corpos atestavam sua habilidade e sagacidade para ganhar.
— Fui informada que vocês três são bons no que fazem, — ela disse.
Um assobiou seu olhar apreciativo enquanto ele a olhava, e lentamente chegou a seus pés. — Nós fazemos tudo bem.
— Um sotaque inglês? — Ela perguntou, olhando para Malcolm.
Ele encolheu os ombros. — Outros tempos, — ele lembrou a ela.
Deirdre sorriu e olhou para os outros dois. — Algum de vocês é escocês?
— Nós dois somos, — o do meio com cabelo ruivo respondeu.
— Perfeito. Malcolm, por favor escolte nosso amigo inglês para a câmara de convidados enquanto eu tenho uma pequena conversa com estes outros dois.
Ela esperou até que Malcolm e o outro homem se fossem antes dela sorrir. Deirdre ergueu suas mãos e sentiu a corrente de sua magia negra subir pelas pontas dos dedos. O feitiço que ela memorizou séculos atrás para lançar os deuses dentro dos homens saiu por seus lábios.
A princípio nada aconteceu, e Deirdre temeu que nenhum homem se tornaria um Guerreiro. Então o gigante ruivo apertou seu estômago e caiu de joelhos enquanto o outro homem assistia.
Deirdre assistiu com satisfação quando o deus dentro de seu novo Guerreiro despertou. O homem lançou de volta sua cabeça e berrou em dor quando seus ossos estalaram e quebraram, só para curar imediatamente enquanto seu deus se estirava dentro dele.
— O que diabos está acontecendo? — O segundo homem gritou.
Quando seu novo Guerreiro se inclinou para frente em suas mãos, seu corpo tomando grandes goles de ar, Deirdre girou para o segundo homem. — Qual é seu nome?
— Toby.
— Bem, Toby. Você não pode ser um Guerreiro, mas pode ser de uso para mim.
Toby deu um passo atrás. — Eu não estou certo que quero qualquer parte nisto.
— Muito tarde. — Deirdre levantou sua mão, sua magia disparando de seus dedos e parando Toby onde ele estava. — Olhe em meus olhos, Toby. Vamos. Olhe.
Quando ela teve o estúpido idiota preso em seu olhar, Deirdre usou sua magia para girar sua mente para ela, um recipiente para ela comandar. — Para quem você trabalha, Toby?
— Você, — ele murmurou.
— Bom. Agora, retorne à sua casa. Eu preciso de homens. Homens especiais. Eles devem ser insuperáveis. O tipo de homens que você não vê todo dia. Quando você achar estes homens, eu quero que você os traga aqui.
— Como?
Ela encolheu os ombros. — Use o que precisar. Só traga-os aqui incólumes. Malcolm dará a você bastante moeda para vender em troca de qualquer coisa que eles estejam usando como dinheiro.
— Sim, mestre.
— Vá, Toby. E apresse-se. — Deirdre olhou para seu novo Guerreiro e viu que ele levantou-se em pé. — Eu tive esperanças que um de você se tornaria um Guerreiro.
— O que você fez para mim? — Ele disse entre ofegantes respirações.
Ela sorriu, seu olhar observando a cor laranja escura de sua pele, garras, e olhos. — Eu explicarei tudo. Primeiro, qual é o seu nome?
— Charlie.
— Bem, Charlie. Bem-vindo a sua nova casa. Você é um Guerreiro, e a voz você ouve dentro de você é um deus tão antigo que seu nome foi perdido nas eras. Ele te dará a imortalidade. Ele te dará poder. Mas sempre, você será meu para controlar.
Charlie olhou por cima do ombro dela e apertou suas presas. Deirdre riu e esperou enquanto Malcolm caminhava para seu lado.
— Então você achou outro Guerreiro, — Malcolm disse.
— Não, você achou, — ela disse. — Leve Charlie para os outros e mostre o que significa ser um de meus Guerreiros. Eu enviarei nosso amigo inglês para conseguir mais homens para mim.
Malcolm gesticulou para Charlie com seu queixo. — Eu dei a Toby suficiente moeda para durar por algum tempo. Ele disse que sabe de alguns homens que poderiam ser o que você está procurando.
Deirdre esfregou suas mãos juntas. — Bom. A propósito, nós capturaremos Declan primeiro. Eu o quero morto.
* * *
Era quase uma da manhã antes da conversa virar para o Livro de Craigan e o artefato. Gwynn tentou abafar seus bocejos, mas o dia estava atingindo-a rápido.
Houve muita celebração com a chegada dos outros três Guerreiros. Parece que cada um chegou no ano presente em diferentes tempos.
Camdyn estava lá há quase um mês, enquanto Ramsey chegara duas semanas atrás, e Arran chegou na véspera. Eles se encontraram no caminho do Castelo MacLeod.
Gwynn estava feliz por Logan e o resto do castelo. O único desaparecido agora era Ian. Ninguém mencionava isto, mas ela via nos rostos de todo mundo. Não havia nenhuma dúvida que os habitantes do Castelo MacLeod achariam Ian e o trariam para casa.
Logan relatou sua história para os três recém-chegados. Houve incontáveis perguntas dirigidas a ela, que ela respondeu como melhor podia. Muitas envolviam sua magia, que ela não sabia como responder.
Isto foi quando Ramsey perguntou sobre o livro. Gwynn não queria pegá-lo novamente. Era uma força que ela não podia resistir, e embora ela soubesse que tinha que examiná-lo, ela também sabia que nunca poderia fazer isto sozinha. Porque ela poderia nunca parar.
— Espere, — Cara disse. — Eu quero saber o que aconteceu na mansão de Declan. Todo mundo chegou aqui, então Gwynn viu o livro e o caos reinou.
Gwynn deu um sorriso pesaroso para Cara. — Eu sinto muito.
Marcail agitou sua cabeça. — Sem necessidade de se desculpar.
— Eu concordo, — Larena disse. — Eu disse brevemente a Fallon sobre a mansão, mas tem coisas que todo mundo precisa saber. Primeiro, Declan está prendendo uma Druidesa.
— O que? — Isla disse, seus olhos azuis gelo tornando-se mortais.
— Um mie, — Larena continuou. — Ele a tem acorrentada em baixo da casa em que só pode ser descrito como um calabouço. É frio e escuro lá em baixo, e ele fez algum tipo de magia porque ela acreditava que haviam aranhas rastejando nela quando não existia nada.
— Aquele bastardo, — Sonya disse.
Broc embrulhou um braço sobre seus ombros. — Você tentou libertá-la, Larena?
Larena assentiu. — Havia magia prendendo a porta da cela. Quem quer que seja, ela tentou resistir ao que ele queria. No fim ele conseguiu o que queria, mas ele ainda a castigou.
Gwynn viu as mãos cerradas de Isla na mesa. Um olhar pela mesa disse a Gwynn que todo mundo queria libertar este Druidesa.
— Como nós conseguimos tirá-la? — Gwynn perguntou.
O peito de Isla levantou com raiva. — Nós fazemos o que for preciso. Ainda que signifique que nós Druidesas o ataquemos.
— Não, — Logan disse.
Gwynn se encolheu quando Isla girou seus olhos azuis gelo para Logan.
Logan suspirou. — Isla, nós a libertaremos. Mas não podemos permitir qualquer um de vocês perto de Wallace. Você não tem nenhuma ideia do que ele é capaz.
— Logan está certo, — Larena disse. — De fora da mansão, você pode sentir sua magia negra. Mas dentro… dentro é como se você andasse no Inferno propriamente dito.
Gwynn moveu-se em sua cadeira. — Eu não senti isso em sua mansão. Você sentiu? — Ela perguntou a Logan.
— Não. — Logan passou a mão por seu cabelo cor de mel. — Hoje à noite foi diferente entretanto. Se eu sentisse aquele tipo de maldade quando nós dirigimos até a mansão, nós nunca sairíamos do carro.
— O que fazemos agora? — Arran perguntou.
Todos os olhos viraram para Fallon na cabeceira da mesa. Ele recostou-se na cadeira, seus cotovelos nos braços da cadeira e seus dedos presos acima de seu estômago.
— Existem várias coisas que precisam ser feitas, — ele disse. — Gwynn e Logan precisam achar a Placa de Orn. Nós precisamos libertar a mie da casa de Wallace. Também precisamos achar e matar Deirdre e Wallace.
Assim que Fallon terminou de falar, o salão estourou em conversa quando todo mundo dava suas opiniões no que deveria ser feito primeiro.
Gwynn achou seus olhos virando para Logan. Ele chegou por baixo da mesa e tomou sua mão.
— Quão logo você pode ler o livro? — Ele perguntou.
— Alguns dias.
— Eu não sei se nós temos tanto tempo.
— Então eu lerei mais rápido.
Ele assentiu quando Fallon bateu sua mão na mesa pedindo silêncio.
— Logan, — Fallon disse. — O que você acha?
Os olhos castanhos de Logan olharam para Gwynn antes dele dizer, — eu acho que Gwynn e eu devíamos nos dirigir para Eigg para recuperar o artefato. Ao mesmo tempo um grupo vai para a casa de Wallace para libertar a Druidesa e o pai de Gwynn.
— Declan não pode estar nos dois lugares de uma vez, — Lucan disse com um aceno de cabeça. — Eu gosto disto.
— Você está esquecendo Deirdre, — Ramsey adicionou.
Hayden franziu o cenho. — Eu irei com Logan e Gwynn para a ilha. Eles precisarão de alguém para cobrir suas costas.
— Inclua-me nisso também, — Ramsey disse.
Fallon olhou pela mesa e assentiu. — Está decidido então. Assim que Gwynn puder decifrar o livro, nós poremos o plano em movimento.
Gwynn levantou-se e encaminhou-se para o livro e envolveu seus braços nele e dirigiu-se para as escadas.
— Onde você está indo? — Logan perguntou atrás dela.
— Nós não temos muito tempo. Eu preciso ler.
Ele tomou o livro dela e pôs sua mão na parte baixa de suas costas enquanto ele a guiava acima dos degraus. — O que você precisa é descansar.
O sangue de Gwynn começou a bater quando a mão de Logan derivou mais abaixo para brincar à toa com seu traseiro à medida que ela caminhava. Quando eles alcançaram seu quarto, seu corpo estava queimando.
Logan fechou e trancou a porta atrás dele. Ele pôs o livro na mesa próximo à lareira, então depois de um longo olhar para ela, ajoelhou e remexeu no fogo até a chama crepitar no silêncio.
Gwynn adiantou-se para pegar o livro quando as mãos de Logan enrolaram ao redor de sua cintura e a puxou próximo a ele no tapete grosso.
— Eu disse que você precisa descansar, — ele murmurou enquanto acariciava sua orelha.
Gwynn bebeu no desejo que viu nos olhos de Logan. Ele disse “descansar”, mas ele obviamente tinha planos para qualquer coisa exceto isso.
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
Logan gemeu no doce gosto exótico dos lábios de Gwynn. Ela era um vício, uma obsessão, e ele alegremente a apreciaria todo dia para o resto de sua vida imortal.
Exceto que, ele tinha o direito?
Ele sabia que não era um bom homem. Um bom homem nunca teria ido para Deirdre.
Ainda assim, com todas as suas ações, tanto as decentes e as condenáveis, Logan não podia achar força em si mesmo para deixar Gwynn ir. Ele a queria com uma paixão que beirava a insanidade.
Suas bolas apertaram quando ela arrastou suas unhas suavemente em seu couro cabeludo antes de enfiar os dedos em seu cabelo. O fogo que rugia próximo a eles não era nada comparado ao inferno de seu desejo inflamado.
Abrasava, queimava.
Consumia.
E Logan de boa vontade — e prontamente — entrou nas chamas.
Ele pressionou as curvas de dar água na boca de Gwynn contra ele e rolou de forma para que estivesse por cima. Logan aprofundou o beijo e deixou sua mão acariciar ao longo de seu lado até que descansou em seu quadril largo.
Logan deslizou seus dedos por baixo de seu suéter assim podia tocar em sua pele suave e sedosa. Ela gemeu em sua boca e apertou os braços em volta de seu pescoço.
Sua pele era morna embaixo de suas mãos, seu corpo flexível e suave. Ele mostrou em seu beijo o quanto a queria, o quanto ela significava para ele. Ele poderia nunca reivindicá-la como sua, mas reivindicaria seu corpo esta noite. Esta noite, ele fingiria que o futuro era deles.
Ele fingiria que era o homem certo para Gwynn.
Logan deslizou levemente a mão por cima de sua barriga plana até que achou seu seio. Segurou o bico e suavemente massageou-o. Ele circulou seu dedo ao redor do mamilo através da delicada renda de seu sutiã. Ela moeu seus quadris contra ele, seus gemidos eram música para seus ouvidos.
Ele rolou seu mamilo inchado entre seus dedos e apertou ligeiramente. As costas de Gwynn curvaram quando ela puxou sua boca da dele e deu um grito suave.
Eles pegaram as roupas um do outro, puxando, rasgando, e rindo enquanto desnudaram-se um ao outro rolando no tapete. Logan pegou-a em seus braços e lentamente, sedutoramente correu seu dedo abaixo pela curva de espinha.
Gwynn sorriu enquanto seus olhos se fecharam. Ele se debruçou e tomou sua boca em um beijo tórrido, com intuito de conquistar e dominar. Capturar.
Ela o acompanhou beijo a beijo, dando tanto quanto ele exigia. Ele nunca encontrou ninguém que correspondesse suas paixões, nunca imaginou que existiria uma mulher para ele. Ainda assim, aqui estava ela. Em seus braços.
Logan segurou seus quadris quando roçou nela. O suspiro suave dela encheu a câmara. Ele queria estar dentro dela, sentir seu calor úmido enquanto a enchia.
Ele usou seus joelhos para separar suas pernas e situar-se entre elas. Era sua vez de gemer quando as pernas dela livremente se envolveram ao redor dele. Sua ereção pulsava com necessidade, ávida por mergulhar dentro dela.
Mas não ainda. Desta vez ele seria lento e saborearia cada momento.
Gwynn prendeu a respiração quando os dedos de Logan alisaram sua suavidade. Seus dedos magistrais acharam e entraram em seu sexo dolorido.
Ela levantou os quadris para encontrar seus dedos e suspirou. Ele se retirou só para provocar seu clitóris com lentos círculos provocantes. A necessidade dela se juntou e apertou em cada toque dos dedos dele.
Ele era implacável em sua provocação lenta e virou-se para mover seu polegar para trás e para frente sobre seu clitóris inchado mais e mais rápido. Gwynn podia sentir seu clímax chegando. Seu corpo vibrava com isto, buscava-o. E justo quando ela estava para ceder, Logan levantou-se sobre ela.
Ela abriu seus olhos para vê-lo ajoelhando entre suas pernas, seu pau sobressaindo para cima com uma gota brilhante na cabeça inchada.
Gwynn o agarrou, querendo sentir a ereção em suas mãos. Seus dedos envolveram ao redor de sua ereção quente. Ela suavemente apertou e sorriu quando ouviu seu gemido.
Ela bombeou as mãos acima e abaixo de seu comprimento. Antes dela poder criar um ritmo, Logan afastou suas mãos e beijou cada palma.
— Eu não terminei, — ela disse.
Ele sorriu, e enviou borboletas por seu estômago. — Hoje à noite, Gwynn Austin, você é minha.
Suas palavras, sussurradas em uma voz profunda grossa, erótica e exigente, fez qualquer argumento que ela poderia ter desaparecer.
Nenhum homem, nunca, falou assim com ela. Como se ele sonhasse em tê-la em seus braços. Como se ele quisesse que a noite durasse uma eternidade, só assim poderia passar com ela.
Homens assim não existiam, exceto no cinema e nos livros. Mas de alguma maneira, um deles estava com ela. E fazendo amor com ela.
Gwynn examinou os olhos castanhos de Logan e soube que hoje à noite seria especial. Seria uma noite que ela nunca esqueceria. Uma noite que seria marcada com ferro em sua alma.
Uma respiração instável passou por seus lábios quando o olhar aquecido de Logan passou pelo seu corpo, demorando em seus seios. Ele se debruçou adiante e envolveu seus lábios ao redor de um mamilo e lambeu, lambeu o bico sensível até a cabeça de Gwynn se debater de um lado para outro.
Ele repetiu o processo em seu outro seio, deixando Gwynn uma massa trêmula de necessidade. Seu corpo estava queimando, cada terminação nervosa apertada. Ela ergueu seus quadris, tentando se esfregar contra ele, mas as mãos dele seguraram seus quadris para baixo. Ela choramingou e cravou suas unhas no tapete.
Logan beijou entre o vale de seus seios, então abaixo pelo seu corpo. Ele lambeu seu umbigo e beliscou cada osso do quadril antes de erguer seus quadris até encontrar sua boca.
Ela gritou na primeira batida de sua língua sobre seu sexo. Gwynn estava impotente para mover-se enquanto ele a segurava parada e usava sua língua para aumentar sua necessidade cada vez mais.
Logan assistiu o prazer no rosto de Gwynn enquanto ele festejava em seu sexo. Ele sentiu seus músculos apertarem enquanto ela aproximou-se do orgasmo uma vez mais. Com os olhos fechados e gritos suaves saindo de seus belos lábios, Logan nunca vira uma imagem mais impressionante.
Ele continuou a lambê-la até o último momento possível antes dela gozar. Quando ele afastou sua boca, ela abriu os olhos.
Seus gloriosos olhos violetas estavam ardendo, da mesma maneira que estavam quando ela olhou para o livro. Logan abaixou seus quadris e guiou seu latejante pau para sua entrada. Ela ofegou quando a inchada cabeça de sua ereção pressionou dentro dela.
Logan lentamente a encheu, centímetro a centímetro, até que ela tomou tudo dele. Ele fechou seus olhos no primoroso sentimento de Gwynn o cercando.
Ele começou a mover dentro dela, vagaroso a princípio, então continuamente aumentando sua velocidade até que ele estava estocando dentro dela. As unhas dela cravaram em suas costas e suas pernas embrulharam ao redor de sua cintura mais forte, permitindo a ele afundar muito mais profundo.
Ela o encontrou, estocada a estocada, prolongando seu passeio selvagem. Ela gemeu, sua cabeça inclinando para trás em prazer. Algo mudou dentro de Logan, cavando no fundo de sua alma, dizendo a Logan que ele precisava de Gwynn. Não só para satisfazer seu corpo, mas para apagar sua culpabilidade e curá-lo de seus demônios.
Ele empurrou mais duro, mais rápido, mais fundo quando a sentiu vir, ouviu seu suspiro quando ela quebrou.
Seu grito estrangulado quando ela partiu-se embaixo dele o fez sorrir de satisfação. Mas era só um dos muitos que ele planejava tirar dela naquela noite.
Gwynn nunca sentiu qualquer coisa tão maravilhosa. Seus membros estavam líquidos, seu corpo não era seu. Ela abriu seus olhos quando sentiu Logan retirar-se dela.
Ele sorriu enquanto suas grandes mãos pegaram seus quadris e girou-a sobre o estômago. No momento seguinte, ele estava em suas mãos e joelhos. Gwynn olhou sobre seu ombro para encontrá-lo ajoelhando atrás dela.
Mal capaz dela manter-se de quatro, Logan encheu-a por trás com uma única punhalada. Seus nervos já desgastados chiaram com este novo prazer.
Ele se retirou só para empurrar nela novamente. Gwynn fechou seus olhos e entregou-se a ele. Ela ampliou o sentimento com as bolas dele encontrando seu botão sensível, em ouvir o som de carne encontrando carne.
Gwynn se forçou contra ele, e mais uma vez Logan segurou seus quadris em suas mãos firmes, recusando permiti-la se mover. Ela era impotente contra o ataque do pau duro e quente empurrando repetidamente nela.
O desejo precipitou-se nela novamente, o fogo que nunca morreu queimando de novo. Passou por ela, engolfando-a em um prazer enlouquecedor.
Logan manteve-a parada, imóvel enquanto batia desesperadamente nela. Ele curvou sobre ela, sua boca em seu pescoço enquanto rugiu e empurrou mais uma vez.
Gwynn gritou o nome de Logan quando sentiu outro clímax levá-la, consumindo-a quando ondas de prazer a engolfaram. Ela estava caindo em um abismo de satisfação que nunca queria sair.
Com seu corpo bem usado, Gwynn achou-se sorrindo quando Logan deslizou fora dela. Ele a puxou com ele quando caiu de lado. Ela prontamente se aconchegou contra seu calor enquanto ele espalhou um cobertor por cima deles.
Com o fogo crepitando, o vento vindo do mar uivando do lado de fora, e o peito de Logan em baixo de sua bochecha, Gwynn nunca tinha sido mais feliz.
— Diga-me de sua vida antes de vir para a Escócia, — Logan perguntou.
Gwynn riu. — Eu não estou certa que posso formar um pensamento coerente depois do que você acabou de fazer comigo.
— Sim. E a noite está só começando.
Ela ouviu o sorriso em sua voz e riu. — O que você quer saber?
— Tudo.
— Eu já disse a você sobre meus pais. Eu não tive quaisquer irmãos, nem tinha outra família ao redor. Eu terminei o segundo grau, fui para a universidade, e consegui uma graduação em negócios porque eu não tinha nenhuma ideia do que eu queria fazer com minha vida ou que carreira eu queria.
— Carreira?
Ela assentiu. — Sim. Para ter dinheiro, tem que trabalhar. Seria bom ganhar dinheiro com algo que você gosta, mas raramente acontece. Então, eu fui trabalhar para uma pequena companhia de gerenciamento como seu gerente. É dinheiro decente, mas não exatamente o que eu queria fazer com minha vida.
— O que você queria fazer?
Ela suspirou e olhou para ele. Ele tinha um braço ao redor dela e o outro estava curvado em baixo de sua cabeça. — Eu não sei, — ela admitiu.
— Nada?
— Bem, eu sempre quis viajar. Existe tanto no mundo que eu gostaria de ver e aprender. Eu sempre pressenti que minha primeira parada seria a Escócia, — ela disse com uma risada.
Seus dedos acariciaram de cima abaixo de suas costas. — Por causa de sua família.
— Não, só porque eu sempre achei fascinante. Eu queria ver cada castelo.
— Diga a mim mais sobre sua vida, — ele disse quando ela parou.
— Não há nada para dizer. Eu tive um gato que adorava. Eu a comprei quando ela tinha apenas seis semanas e a criei até que ela morreu aos dezessete. Ela era tão amorosa, sempre ronronando quando eu a acariciava. E ela babava quando ronronava.
Logan riu. — Qual era seu nome?
— Sheba. Você nunca viu tais olhos azuis claro como esta gata tinha. A coisa mais doce, também.
— Quando ela morreu?
— No ano passado.
— Você não tem outro animal?
Gwynn encolheu os ombros. — Eu não estava pronta. Basta sobre mim. Eu quero saber mais sobre sua vida antes e depois que você virou imortal. Eu imagino que você tem algumas ótimas histórias.
Ele ficou tanto tempo quieto que Gwynn não pensou que ele responderia. Ela moveu-se de forma que ela descansou seu queixo em seu tórax e olhou para ele.
— Logan? O que foi?
Seus olhos castanhos olharam do fogo a ela. — Você realmente quer saber?
— Sim.
— Você lamentará isto, Gwynn.
Ela estendeu a mão e correu seus dedos pelo cabelo em sua têmpora. — Eu sei que você mantém algum segredo, fato ou algo bem no fundo você. Isso aparece às vezes, apesar de seus sorrisos. É uma escuridão que não pode ser escondida.
— Uma escuridão. É um nome apropriado para isto.
Gwynn mordeu seu lábio e esperou. O olhar de Logan deslizou de volta para o fogo.
— Minha família era pobre, entretanto a maioria das pessoas era no momento. Meu pai trabalhou duro, como minha mãe. Eu atraí a atenção do proprietário das terras com minhas habilidades de arco-e-flecha, e logo eu estava treinando com seus soldados. Meu irmão mais jovem, Ronald, quis seguir meus passos. Ele me idolatrava, seguia-me em todos os lugares.
— Você dois eram próximos, então?
— Sim. Muito próximos. Ele era seis anos mais jovem, então era meu dever mantê-lo fora de problemas. Ronald foi sempre mais cauteloso que eu. Embora ele nunca tenha negado qualquer desafio.
Gwynn sorriu na alegria que ouviu nas palavras de Logan.
— Eu me tornei o melhor guerreiro de meu clã, — Logan continuou. — Ninguém podia superar-me, nem mesmo o proprietário das terras. Só porque eu era alguém importante para o proprietário das terras, eu tolamente pensei que todo mundo pensaria a mesma coisa.
Ele pausou por um momento. — Eu lembro a primeira vez que ouvi o nome de Deirdre. O medo e incerteza estavam conectados a seu nome. E cada vez que era falado, o medo crescia e a incerteza continuava.
O coração de Gwynn começou a bater dolorosamente lento em seu peito. A mandíbula de Logan tencionou, e a mão em suas costas fechou-se em punhos.
— Eu ouvi a história dos MacLeods e o que ela supostamente fez. Mas ao invés de temê-la como os outros, eu só enxerguei o poder que ela tinha. Eu fiz meu nome. por mim mesmo, em meu clã como um guerreiro, então decidi encontrar esta mulher.
O coração de Gwynn doeu na angústia que ela ouvia em suas palavras. Ela bem podia imaginá-lo como o guerreiro favorito do proprietário das terras.
— Eu pensei que era destinado a mais do que o que eu tinha na vida. Eu não era da nobreza, mas eu desejava riqueza, terras, títulos. Eu soube que tinha o braço da espada para provar-me, mas eu não tinha nada mais. Meu proprietário de terras assegurou-me que eu nunca quereria nada mais do que ser chefe de seus homens, mas não era suficiente para mim. Eu ganhei suficientes batalhas e ataques individuais para achar que era invencível.
Seus braços o apertaram. Como ele podia repreender-se pelas coisas que a maioria das pessoas acham? Não importa o quanto ela queria dizer-lhe isto, ela não interromperia sua história.
— Eu recordo o horrorizado olhar nos rostos dos meus pais quando eu disse que estava indo para Deirdre. Eles desesperadamente tentaram me dissuadir disto, mas eu recusei a escutar. Em minha mente, Deirdre tinha a possibilidade de dar-me o que eu mais queria.
Seus dedos entrelaçados com os dela, mas ele não encontrava seus olhos. Gwynn deixou sua mágica cercá-lo, mostrando que ela estava com ele.
— Deixar meus pais, meu proprietário de terras, e meu clã foi difícil, — ele continuou. — Mas não foi nada como deixar meu irmão. Ronald não entendia por que eu estava partindo. Ele seguiu-me na noite, chamando meu nome repetidas vezes e implorando-me para voltar ou levá-lo comigo.
Gwynn piscou afastando as lágrimas que juntaram em seus olhos na agonia na voz de Logan.
— Ele não parou de chamar meu nome. Eu podia ouvi-lo chorando, sua mente jovem incapaz de entender onde eu estava indo ou por que. Meus pais finalmente intervieram. A pior parte foi que eu nunca olhei atrás. Eu nunca fui até ele e disse adeus. Ele me adorava, Gwynn, e eu o deixei em pé na escuridão chorando.
Ela não afastou as lágrimas que caíram por seu rosto. Se Logan não derramaria as lágrimas por si mesmo, ela faria isto por ele.
Depois de um momento, Logan disse, — Eu nunca parei, nunca considerei minha tola decisão de ir a Deirdre. Até que eu cheguei a Cairn Toul. Era majestoso. Mas enquanto eu estava naquela montanha, podia ouvir a voz do Ronald em minha cabeça implorando-me para voltar. Justo quando eu estava girando para fazer isso, havia de repente uma entrada na montanha que não havia estado lá antes.
— Eu esqueci meu irmão quando pensei sobre a vida que eu podia ter. Eu hesitei mais um momento antes de entrar. Era tão escuro, tão frio, mas tudo que eu podia pensar era a mágica que eu ouvi sussurrada acima da terra sobre Deirdre. Eu estava preparado para fazer qualquer coisa para tê-la dando-me o que eu procurava.
O coração de Gwynn apertou de medo nas palavras que viriam.
— Claro que eu ouvi sobre os Guerreiros. Quem na Escócia não tinha? Foi então que ela me concedeu uma audiência e que eu sugeri que ela visse se eu tinha um deus dentro de mim. Eu achei este o melhor caminho para conseguir o que eu procurava. Diziam que os Guerreiros eram os melhores lutadores, então eu assumi que eu tinha uma chance.
— Enquanto eu olhava em seu anormalmente cabelo longo branco e estranhos olhos brancos, eu não senti a maldade dentro dela. Eu fui cegado por minha cobiça.
Suas lágrimas vieram mais rápidas porque ela sabia o que estava ouvindo, Logan nunca disse a outra pessoa. E agora ela sabia por que.
Ele respirou fundo e seguiu em frente. — Ela não quis nem mesmo tentar ver se eu tinha um deus. Ela me examinou e disse eu não valia nada. Eu, claro, ri. Eu não tinha nenhuma ideia em que estava me metendo, nem me importei.
— Em resposta, ela levantou sua mão e quatro homens saíram das sombras. Eles não eram Guerreiro, mas pelo olhar vazio em seus olhos, eu sabia que eles eram prisioneiros. Ainda assim, isso não me impediu de meu objetivo.
Mais uma vez Gwynn deixou sua mágica cerca-lo e confortá-lo. Para sua alegria, ele não questionou, apenas aceitou.
— Eu lutei contra eles, — ele continuou. — Eles eram raivosos, enlouquecidos. Mas eu era qualificado e tinha minha mente sã. Não me tomou muito tempo para derrota-los. Eu orgulhosamente exibi as matanças para Deirdre, dizendo a ela que não machucaria ver se eu tinha um deus. Nunca me ocorreu que se eu não tivesse, ela não me deixaria ir.
— Para meu assombro, eu tinha um deus dentro de mim. Quando ela disse aquelas palavras em um idioma que eu não entendia, eu nunca senti tanta dor em minha vida. Cada osso em meu corpo estalou em dois. Meus músculos foram separados e meus braços arrancados das articulações. Mas isso não foi nada comparado ao sentir Athleus surgindo dentro de mim.
Gwynn esfregou sua bochecha contra seu tórax enquanto ela esperou por Logan terminar.
— Eu tentei conter meu rugido de dor, mas no final foi demais. Até através da névoa de agonia eu ouvi o riso do Deirdre. Eu ainda ouço.
Sua cabeça virou e ele travou seu olhar com o dela. — Athleus é o deus da traição. Irônico, não é? Agora você conhece o segredo que eu mantive de todo mundo, a atitude que eu farei qualquer coisa para reparar.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
Logan esperou por Gwynn condená-lo, esperou por ela saltar longe dele com desprezo em seu belo rosto.
Ao invés, ela pôs sua mão em seu coração e sorriu suavemente. — Você cometeu um engano, Logan.
— Foi mais que um engano.
— Se você quiser sentir culpa porque você foi para Deirdre, então eu não posso pará-lo. No final, era só uma questão de tempo antes dela achá-lo por si mesma.
Ele zombou de suas palavras.
— Certo, — ela disse com um aperto firme dos lábios. — O que aconteceu depois que ela libertou seu deus?
— Quando um deus é liberto, sua ira é enorme. Muitos homens não podem resistir ao ataque de raiva e da feroz necessidade de matar. Eles caem perante seu deus. Às vezes, pergunto-me se isso teria sido mais fácil que ver em primeira mão ao que me entreguei.
— Entre os gritos dos Druidas moribundos e os homens torturados, Cairn Toul se tornou meu Inferno. Deirdre pensou que porque eu vim até ela eu faria o que ela dissesse. Embora eu tenha sido ingênuo e estúpido, eu percebi,= assim que senti Athleus, que eu tinha que tomar uma decisão. Então, eu o combati.
— E Deirdre? — Gwynn sussurrou.
Ele fechou seus olhos e tentou impedi-la de ver sua angústia. — Sim, eu a combati. Ela trancou-me no calabouço e me torturou por meses. Ela ameaçou minha família, mas eu sabia que para salvá-los eu tinha que agir como se não me importasse.
— Ela os machucou?
Ele encolheu os ombros. — Eu não sei. Quando eu escapei e voltei para eles, não havia nada restando. Ninguém sabia deles ou o que aconteceu. Desde que escapei de Deirdre, eu fiz tudo que pude para combatê-la.
Ele esperou Gwynn dizer algo, qualquer coisa, mas apenas silêncio enchia o ar. Ele não ficou surpreso. Ela quis saber os detalhes terríveis, sórdidos de seu passado. Agora que ela sabia a verdade, era só uma questão de tempo antes de tudo ser absorvido e ela afastá-lo de sua vida.
E ele não podia culpa-la. Não depois do que ele fez. Ele não merecia saber o gosto divino de seus beijos. Nem merecia ter homens que o chamassem de irmão, homens que arriscariam suas vidas por ele.
Logan viu o choque e fúria nos olhos de Duncan quando Deirdre disse a ele. Era o motivo porque Logan nunca disse a ninguém, nem mesmo Hayden. Ele não podia aguentar perder a única família que tinha.
— Logan, olhe para mim, — Gwynn exigiu.
Incapaz de evitar, ele olhou abaixo em seu belo rosto, seus olhos violetas adoráveis. — Você não precisa dizer qualquer coisa. Eu sei como você se sente.
— Na verdade, você não sabe. Você me honra dizendo uma história que manteve para si todos estes anos.
Honra? Ele sobrecarregou-a com uma história de cobiça e loucura que nunca deveria ser repetida.
— Todo mundo comete erros. Você está compensando os seus agora. Você esteve, desde que decidiu lutar contra Deirdre. Você achou os MacLeods. Você lutou contra ela e sua maldade por décadas, Logan. Que é mais que compensa por ir até ela.
— Não tente fazer-me parecer um herói, Gwynn. Os outros Guerreiros no Castelo MacLeod foram tomados contra sua vontade. Suas famílias foram mortas por Deirdre. Como você acha que olharão para mim quando eles descobrirem que eu de boa vontade fui para Deirdre? Só sua morte me eximirá de meu pecado.
Gwynn soltou um longo suspiro. — Você acha que os outros ficarão bravos sobre isto, não é?
— Eu acho que eles me odiarão, — ele respondeu. Foi a primeira vez que ele admitiu isto em voz alta, e não gostou de como machucava dizer isto. — Eu os traí.
— Se você traiu alguém, Logan, foi você mesmo. Mas eu nem mesmo diria isto. Você deixou sua família e seu irmão mais novo. Eu entendo a culpabilidade disto. Você foi guerrear com outros clãs?
— Sim.
— Como isso é diferente de sair em busca de Deirdre? Você podia ter sido morto em uma daquelas batalhas.
Logan fechou firmemente seus olhos e agitou a cabeça. — Você está procurando caminhos para me absolver.
— Não. Eu estou assinalando fatos que você recusa ver. Aquela escuridão dentro de você está comendo-o vivo. Está destruindo o homem que você realmente é. Você manteve enterrado profundamente, e isto o impulsiona em suas decisões.
Logan olhou para o teto. — Você não viu o rosto de Duncan quando Deirdre disse-lhe o que eu fiz, Gwynn. Existia raiva, sim, mas também desdém.
— O que você fez, e faz, tem controle sobre sua decisão em lutar contra Deirdre. Isso diz-me tudo que eu preciso saber do homem que você é, Logan Hamilton.
O peito de Logan apertou. Realmente podia ser tão simples quanto Gwynn fez soar? Ele realmente se culpava por nada?
Seus dedos pequenos tocaram seu queixo e suavemente girou sua cabeça até que seus olhos encontraram os violetas dela. Ela sorriu e o beijou.
— Você matará Deirdre, — ela disse. — Todos nós iremos.
Logan beijou sua fronte quando ela se aconchegou debaixo das cobertas. — Você é uma mulher surpreendente, Gwynn.
— Não. Só uma que pode ver as coisas muito mais claramente que você.
Logan achou-se sorrindo, a culpabilidade ele carregava por tanto tempo mais leve que tinha sido por eras. Não tinha desaparecido, nem iria desaparecer até Deirdre estar morta.
Mas Gwynn o ajudou. Os olhos de Logan fecharam, o sorriso ainda no lugar.
* * *
Gwynn despertou várias horas mais tarde para achar o fogo morrendo. Ela rastejou fora debaixo do cobertor, cuidadosamente para não despertar Logan, e adicionou mais madeira no fogo.
Ela esfregou suas mãos por sua pele gelada e pegou um agasalho e pares de meias de sua bolsa. O castelo tinha sido modernizado, mas ainda haviam projetos.
Uma vez que seus dentes pararam de bater, Gwynn se sentou em frente ao fogo com o Livro de Craigan em seu colo. Ela tinha uma visão perfeita de Logan apenas erguendo seus olhos, e embora ela gostasse de nada além de ficar enrolada a seu lado, ela tinha que aprender os segredos do livro.
Gwynn sentiu a força da magia do livro chamando-a. Ela abriu a capa espessa e virou até a página que ela tinha lido.
A onda de prazer que ela sentiu do livro trouxe um sorriso para seu rosto. Pareceu reconhecê-la, sentir que ela era a Guardiã.
Gwynn começou a ler, ficando absorvida nas palavras e história do livro. Quanto mais ela lia, mais rápidas as palavras vinham, até que ela estava lendo mais rápido do que podia virar as páginas.
Tudo sobre os Druidas de Eigg desde o tempo que a Placa de Orn veio para a ilha até duzentos anos atrás estava no livro.
Quando Gwynn chegou ao final, lágrimas brotaram em seus olhos enquanto ela lia como ficou mais duro e mais duro para os Druidas esconder sua magia quando eles estavam todos juntos.
Gwynn virou a última página e fechou a capa. Quando ela olhou para cima o fogo estava rugindo e Logan estava sentando em frente a ela com um par de calça jeans, desabotoadas, e nada mais.
— Eu despertei para encontrar você lendo, — ele disse.
Ela enxugou seus olhos. — Você tentou me parar?
Ele balançou a cabeça. — Eu não iria deixá-la ir embora.
— Eu sei. — Ela abaixou o livro e pôs sua mão na capa. — Eu li tudo. Cada página. Eu sei por que os Druidas não estão mais em Eigg.
— Por que?
— Sua magia era muito poderosa quando eles estavam juntos. As pessoas começaram a suspeitar e fazer muitas perguntas. Então os Druidas começaram a deixar a ilha. Eu não acho que todos queriam ir, mas aconteceu ao longo dos anos.
Logan cutucou o fogo. — Sim, eu posso entender isto. Os Druidas são pessoas reservadas. Eles não gostam de outros interferindo. Para protegerem-se e sua magia, eles tiveram que tomar precauções.
— E com Deirdre não mais ao redor, eles pensaram que estavam seguros.
— Justamente.
Gwynn moveu seus pés mais perto do fogo para ajudar a descongelar seus dedões. — Você não me perguntou sobre a Placa.
Logan encolheu os ombros e sorriu para ela. — Eu sabia que você diria a mim quando quisesse.
— Tanta fé em mim, — ela disse com um sorriso.
— É bem merecido.
Ela tinha brincado, mas Logan não. Ela viu isto no modo que seus olhos prenderam os dela. Sua mão desceu na dela e seu dedo polegar acariciou sua pele.
Ela estava perdendo o juízo. Este era o momento que ela sabia que deveria afastar-se de Logan para proteger-se e a seu coração, mas ela não podia achar vontade para isso.
E já poderia ser muito tarde para seu coração.
Havia sentimentos crescendo por Logan, e ela tinha medo que aqueles sentimentos pudessem muito bem ser amor. Em vez de fazê-la correr, isso a fazia… mais forte.
— Você lembra como eu fui atraída para aquele lugar em Eigg? — Ela perguntou.
Logan assentiu. — Claro. É aí onde está?
— Mais ou menos. Está debaixo da ilha.
— Debaixo? — Ele repetiu com uma carranca, seu cabelo cor de mel caindo adiante quando ele se debruçou em direção a ela.
Gwynn virou a mão e entrelaçou os dedos com os dele. — Sim. Existem cavernas por toda parte na ilha. Esta leva às profundezas da ilha.
— Será perigoso então. Eu irei e pegarei a Placa.
Ela riu porque sabia que ele insistiria em algo assim. — Infelizmente, cara durão, isto não é possível. A única que pode pegar a Placa de seu lugar de descanso é a Guardiã. Eu tenho que ir.
— Merda!
— Faremos isto junto. Lembra-se?
Ele assentiu, mas sua mandíbula estava dura. — Mas eu não tenho que gostar disto.
— Eu sei. — Ela olhou na janela pela brecha nas cortinas para ver começar a iluminar do lado de fora. — É cedo, mas nós deveríamos dizer aos outros.
Logan levantou-se com a graça de um leopardo. — Eu me certificarei de que os outros estão acordados. Você vá em frente e tome banho. Eu acho que para esta viagem em Eigg nós precisaremos esperar pelo anoitecer de qualquer maneira.
— Provavelmente, — Gwynn disse e pegou a mão dele quando ele a puxou para se levantar. — Eu vou precisar de uma semana debaixo da água quente só para descongelar.
— Você não devia deixar meu lado ontem à noite. Eu teria mantido você aquecida.
Ela sorriu e ergueu uma sobrancelha. — Oh, você me manteve aquecida. E exausta. Eu não pude me mover por horas.
— Eu estou perdendo meu toque, então. Eu deveria ter podido manter você na cama por dias. Talvez nós devêssemos ter outra chance.
Gwynn riu e esquivou quando ele avançou para ela. Ela correu no banheiro e tentou fechar a porta antes dele entrar, mas ele era muito rápido
Antes dela perceber, ele a tinha presa contra a porta, ambos seus pulsos presos em seu aperto.
Seu sorriso morreu quando ela viu seus olhos ardendo com fome. Sua mandíbula estava coberta pela barba cerrada, e seu longo cabelo marrom claro estava desordenado. E ele parecia incrível.
— Eu não posso ter o suficiente de você, — ele disse.
Gwynn tragou para molhar sua boca. — Eu conheço o sentimento.
O olhar de Logan procurou o dela. — Isso assusta você?
— Sim, — ela disse com um pequeno aceno com a cabeça. — Eu não me permito aproximar de ninguém. Eu sempre saio machucada quando faço isto.
Ela esperou por ele prometer não machucá-la, dizer-lhe que ele era diferente do resto. Mas ele não fez.
Ele sorriu, mas ela viu que não alcançou seus olhos. Então ele soltou seu aperto em seus pulsos e deu um passo atrás. — Nós temos um dia longo à frente. Você devia preparar-se.
— Sim. Certo.
Gwynn moveu-se assim ele poderia sair do banheiro, e ela não pôde evitar sentir como se ela permitisse algo importante, algo vital, deslizar por suas mãos.
Ela não mentiu para Logan. Ela tinha horror dos sentimentos que ele agitou dentro dela. Mas ela não estava correndo como normalmente fazia. Não era por causa da missão ou Deirdre ou seu pai.
Gwynn não estava partindo por causa de Logan.
Ela saiu do banheiro para dizer-lhe isto, mas ele já tinha deixado o quarto.
— Maldição, — Gwynn murmurou.
Ela quase perseguiu Logan, mas conteve-se. Não era o momento para analisar seus sentimentos. Como Logan disse, eles tinham muito planejamento para fazer para executar esta missão. Uma vez que ela tivesse a Placa de Orn e voltasse ao castelo ela podia conversar com Logan.
Talvez até lá ela saberia se o que ela sentiu era só um caso de completa luxúria, ou algo muito mais profundo.
Como amor.
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
Logan entrou em sua câmara e parou. Ele olhou fixamente para o quarto sem realmente vê-lo. Sua mente, como tinha sido a maior parte da manhã, estava na noite que ele e Gwynn compartilharam.
Ele disse-lhe coisas que nunca pensou em dizer a ninguém. Não foi apenas conversa que eles tiveram, tinham feito amor.
Houve muitas vezes que ele compartilhou a noite com uma mulher. Mas só tinha sido sexo. Nunca outra coisa. E ele nunca sentiu-se tão diferente depois.
Com Gwynn, era um assunto completamente diferente. Ele não podia pensar direito, não podia lembrar de por que ele devia permanecer longe dela.
Ele estava à deriva. Sem rumo. Perdido.
Logan tinha sido feliz sozinho. Ele não queria ou precisava de ninguém. Até Gwynn.
Ela mudou tudo.
— Logan?
Ele girou sua cabeça levemente ao som da voz de Galen. — Os outros estão acordados?
— Eles estão despertando agora. Está tudo certo? Você parece...
— Eu estou bem, — Logan o interrompeu. — Por favor, tenha todos se reunindo no grande salão. Gwynn leu o livro ontem à noite. Ela sabe onde o artefato está.
Logan esperou que Galen partisse então. Ao invés disso, seu amigo encostou-se contra a porta.
— Eu esperei que você soasse mais feliz com as notícias, — Galen disse.
Logan encolheu os ombros e virou sua cabeça para frente. — Eu estou além de extasiado. Eu poderei terminar minha missão original.
Houve uma longa pausa, e então Galen disse, — Eu terei os outros esperando por você.
Assim que Logan ouviu os passos de Galen indo embora, ele chutou a porta, fechando com seu pé. Logan passou uma mão pelo cabelo. Ele ainda podia saborear Gwynn em sua língua, ainda sentir sua pele sedosa sob suas mãos.
Era tudo que podia fazer para não retornar à sua câmara e fazer amor com ela novamente até que ela esquecesse seu medo. E até que ele pudesse tirá-la de seu sistema de uma vez por todas.
De alguma maneira, Logan sabia que ele nunca conseguiria tirá-la de sua mente. Ela penetrou muito fundo. Estava em sua alma, em sua mente. Em cada parte de seu ser. Cada pensamento seu centrado em torno dela.
Ele devia estar consolado pelo fato que não era o único confuso por suas emoções. Gwynn estava sentindo-as também. Ou pelo menos ela estava sentindo algo.
A forma como o pânico raiou por seus olhos violetas quando ela admitiu seu medo fez o peito dele doer. Ele não queria seu receio. Ele queria seu corpo, seus lábios, e suas mãos.
Ele queria seu sorriso e sua risada.
Ele queria ser aquele que ela procurasse e que ela confiasse.
Ele queria compartilhar seu passado. E seu futuro.
Ele queria… ela.
Logan baixou seu queixo para o peito e soltou um longo suspiro. Ele não podia permitir-se suavizar, não agora. Não quando havia uma chance que ele estaria na batalha em breve.
Porque não havia nenhuma maneira de Deirdre e Wallace permitirem que eles pegassem a Placa de Orn sem uma pequena briga. Logan tinha que estar focado. Ele tinha que limpar sua mente de qualquer coisa e tudo exceto recuperar o artefato.
Quando ele ergueu sua cabeça, ele afastou Gwynn de sua mente. Ele mudou as roupas e correu os dedos por seu cabelo antes de fazer seu caminho para o andar de baixo.
Logan não ficou surpreso por ver todo mundo exceto Gwynn no grande salão. Ele fez um aceno com a cabeça como saudação e achou uma cadeira na outra extremidade da mesa entre Ramsey e Arran.
Ele estava enchendo seu prato com comida quando Gwynn veio para o andar de baixo, as faces coradas e seu glorioso cabelo preto caindo sobre seus ombros.
Logan tirou os olhos dela e encontrou Hayden observando-o. Logan levantou uma sobrancelha para seu amigo, e um sorriso lento estendeu-se no rosto de Hayden.
— Bom dia, — Gwynn disse enquanto veio para a mesa.
Logan viu o modo que seus pés perderam um passo quando ela notou onde ele se sentara. Ele não estava tentando machucá-la. Ele estava protegendo-a ao distanciar-se.
Pelo menos é isso que ele disse a si mesmo. Ele sabia que isto era mentira. Ele estava protegendo a si mesmo.
— Qual é a novidade? — Lucan perguntou.
Gwynn sentou-se ao lado de Hayden, muito ciente de onde Logan se sentou. Isso não devia importar. Ele não era dela. Eles não eram um casal. Ainda assim, ele tinha estado a seu lado desde que eles chegaram no castelo.
Ela recusou-se a permitir que isso a aborrecesse, porém. Ela sabia que aproximar-se de Logan provavelmente a machucaria, e ela aceitou isto. Ela precisava preparar-se para isto, ou ela se encontraria em um lugar que jurou nunca estar novamente.
Gwynn aceitou um prato cheio de ovos, torradas, salsicha e bacon. — Eu li o Livro de Craigan ontem à noite, — ela anunciou.
Como ela esperava, ela capturou cada olhar no Salão. Exceto o de Logan. Ele olhava fixamente para seu prato.
Gwynn tragou e olhou pela a mesa. — O livro é uma história dos Druidas desde o tempo que a Placa de Orn foi dada a eles. Ele conta tudo.
— Disse-lhe onde a Placa está? — Cara perguntou.
Gwynn assentiu. — Disse. Também explica que só a Guardiã poderá pegá-lo de seu lugar de descanso.
Fallon suspirou. — Eu sabia que você seria uma parte da recuperação dela. Eu tinha esperança em manter você fora de perigo, mas parece que você estará nisto, Gwynn.
— Eu sou uma menina crescida, — Gwynn disse. — Posso cuidar de mim mesma.
Larena abaixou seu garfo e enxugou a boca em seu guardanapo. — Ela lutou contra Declan.
— Diz o que aconteceu aos Druidas? — Reaghan perguntou.
— Diz, — Gwynn respondeu. — Um pouco mais de duzentos anos atrás eles começaram a deixar a ilha porque as pessoas começaram a suspeitar deles e fizeram muitas perguntas.
Isla franziu o cenho. — Com aquela quantidade de Druidas juntos, eu posso imaginar que sua magia era sentida até por aqueles que não tinham nenhuma.
— Então eles apenas… partiram? — Marcail perguntou.
Gwynn assentiu. — Eu não acho que eles sequer pensaram que um dia não haveria qualquer Druida em Eigg, mas com o passar do tempo, sua história foi perdida da mesma maneira que sua magia e o conhecimento da localização da Placa.
— Não existia nenhuma ameaça de Deirdre, nenhuma ameaça de ninguém, — Ramsey disse. — Eles não tiveram nenhuma razão para acreditar que a Placa estaria em perigo.
Camdyn grunhiu. — Isso foi uma tolice. Se o artefato era tão importante, alguém devia ter estado lá para vigiá-lo sempre.
— Eu concordo, — Gwynn disse. — Mas independentemente disso, não havia. Existe um punhado de Druidas ainda em Eigg, mas eles têm pouca ou nenhuma magia. Eles sabiam que eu era uma Druidesa, mas não tinham nenhuma ideia que Logan era um Guerreiro.
Quinn esfregou o queixo. — Se sua história foi perdida, então não é um grande salto pensar que a história dos Guerreiros foi perdida também.
— O que pode ser bom, — Hayden disse.
Gwynn mordiscou seu bacon e lutou para não olhar para Logan. Ela devia ter sabido que sua admissão anterior o machucou de alguma maneira.
— Nós devemos sair hoje à noite, — Logan disse. — Será melhor fazer nosso ataque na escuridão para alertar menos pessoas.
Broc apoiou os cotovelos na mesa e franziu a testa. — Gwynn, você pode achar o artefato de noite?
— Sim, — ela respondeu, desafiando Logan a comentar.
— Espere, — Sonya disse. — A Placa está na ilha?
Gwynn esperou Logan responder, mas quando ele não respondeu ela disse, — Está em uma caverna.
Broc balançou sua cabeça então. — Não, Fallon. Eu não os permitirei esperar. Gwynn não esteve na caverna antes. Será traiçoeiro ir de noite.
— Eu posso fazer isto, — Gwynn argumentou.
Fallon levantou sua mão quando ela teria continuado. — Não é que nós não achamos você capaz. Você é uma Druidesa, e, portanto deveria ser protegida. Desde que você é a única capaz de recuperar a Placa, nós não temos nenhuma escolha exceto deixá-la ir. É quando você vai que está em questão.
Tanto quanto Gwynn preferia ir durante o dia, ela sabia que o pensamento de Logan estava correto. — Eu acho que nós deveríamos ir de noite como Logan sugeriu. Declan estará esperando por nós.
— Eu a trarei debaixo da água, — Logan disse. — Ninguém nos verá.
O estômago de Gwynn sacudiu quando ela se lembrou da última vez que Logan usou seu poder e a levou debaixo do mar. Tinha sido seu primeiro beijo, a primeira vez que ela percebeu que não importava quanto ela soubesse que não deveria aproximar-se, ela não podia afastar-se.
— É um bom plano, — Arran disse.
Hayden deu um rápido assentimento. — Ramsey e eu estaremos lá para cobri-los.
O olhar de Fallon balançou para Gwynn. — Esta é a sua vida que nós estamos pondo em jogo.
— Não. Eu estou pondo minha própria vida na reta. Nenhum de vocês está me forçando a fazer algo que eu não quero fazer.
— Certo, — Fallon cedeu. — Seja como for, sua vida estará em perigo. Se você concordar com o plano de Logan, então nós começaremos os preparos.
Gwynn virou sua cabeça e olhou para Logan. Seus olhos castanhos encontraram os dela, mudos e alertas. — Eu concordo com seu plano.
Ela não ficou surpresa quando Logan olhou depressa, mas ela não teve tempo para pensar nisto quando Isla disse, — eu quero ir com Gwynn.
— Absolutamente não, — Hayden disse.
Isla girou seus olhos azuis gelo para ele e levantou uma sobrancelha preta. — Vá com cuidado, marido.
— Nós não sabemos se você ainda é imortal ou não.
— E isso não importa. Outro Druida será útil para Gwynn, especialmente se Declan aparecer.
Gwynn sorriu quando Isla olhou para ela. — Isla está certa. A magia negra de Declan é forte. Ter outro Druida lá podia definitivamente ser de nossa vantagem.
Hayden soltou um suspiro. — Isla, você vai ser minha morte.
— Você me manterá segura, — Isla confiantemente disse.
Gwynn observou-os e aos outros casais em volta da mesa. Eles tinham estado juntos por centenas de anos e ainda riam e amavam um ao outro. O que eles sabiam que outros não? O que eles faziam que casais de seu tempo não faziam? Mais pessoas estavam se divorciando que casando, ainda assim, em torno da mesa no Castelo MacLeod sentavam-se seis casais profundamente apaixonados.
Ela queria aquele tipo de amor. Saber que não importa o que, existiria alguém de pé ao lado dela, ajudando a carregar o peso de suas preocupações ou ajudando a resolver algum dilema.
Gwynn sempre quis aquele tipo de relação. Ela apenas nunca tinha sido valente o suficiente para dar uma chance. Seu terror de ser abandonada, de dar seu coração para alguém só para tê-los morrendo, mantinha-a só.
Sua preocupação sobre perder outra pessoa que ela amava, de sentir-se impotente enquanto assistia-a morrer a fez criar paredes ao redor de si. Sua própria prisão especial.
Quanto ela perdeu? Quanta vida passou por ela enquanto ela sentava-se em seu pequeno apartamento e fingia que preferia estar assistindo filmes a estar com alguém?
Gwynn afastou seu prato intocado e olhou até achar Hayden observando-a. Seus olhos pretos eram muito observadores, muito perceptivos.
— Nós temos pouco tempo então, — Fallon disse. — Logan, Gwynn, Hayden, Isla, e Ramsey irão para Eigg para a Placa. Enquanto o resto de nós teremos certeza que Wallace não tem nenhuma escolha exceto nos combater.
— E se ele já estiver em Eigg? — Gwynn perguntou.
Quando todo mundo olhou para ela, ela encolheu os ombros. — Meu pai tem estudado o livro por semanas. Ele pode não ter traduzido porque as palavras movem-se ao redor dele, mas ele — e Declan — sabem que o artefato está em algum lugar em Eigg. Desde que nós temos o livro, eles irão para Eigg. Se Declan não pensa nisto, meu pai pensará. Ele não pode continuar a perder.
— Merda, — Logan murmurou.
Galen sorriu e esfregou suas mãos juntas. — Então nós damos a Wallace uma razão para retornar a sua preciosa casa imediatamente.
Gwynn sorriu quando pensou neles destruindo a casa de Declan. Ela gostaria de ser uma parte disto. Mas tinha coisas mais importantes para fazer.
Mas uma vez que o artefato estivesse em suas mãos e seguramente no Castelo MacLeod, ela tinha toda intenção de seguir Declan.
E seu pai.
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
Nem mesmo o casaco pesado que Gwynn pegou emprestado de Isla podia parar o vento frio do mar de cortá-la. Mas a visão tinha sido muito empolgante para privar-se. Com todo o planejamento e conversa, levou quase o dia inteiro para ela sair do castelo, mas ela conseguiu escapar despercebida.
Ela pisou pela neve espessa com um cachecol embrulhado apertado ao redor do pescoço e luvas de lã pesadas. A terra estava coberta com uma camada fresca de cegante neve branca, e as enormes rochas sobressaindo do chão só aumentava a majestade da Escócia.
Gwynn inalou o ar salgado e continuou para a extremidade dos precipícios. O mar muito abaixo dela agitou, suas águas azuis escuras mudando constantemente. O som das ondas batendo nos precipícios era calmante e emocionante.
Se fosse mais quente — muito mais quente — Gwynn não teria hesitado em encaminhar-se para a água e mergulhar nas ondas. Ela sorriu quando olhou abaixo e imaginou estar sobre um das volumosas pedras como o sol aquecendo-a.
— Você devia ver isto no verão, — Cara disse quando caminhou em sua direção.
— Eu imagino que é igualmente bonito.
— É. Não existe uma estação que eu não ame.
Gwynn retornou seu sorriso. — Foi difícil viver aqui por quatrocentos anos?
Cara encolheu os ombros e puxou a ponta de seu rabo-de-cavalo. — Eu não mentirei e direi que nós não brigamos. Brigamos. Todos nós. Entretanto, novamente, todo mundo briga. Todos nós soubemos em que estávamos entrando. Os homens saem porque são imortais, e pelo menos duas vezes por ano eles nos levam também.
— É difícil de retornar aqui?
— Não para mim, — Cara disse com um sorriso. — Nada nos falta. Eu adoraria fazer mais compras? Certo. Mas enquanto os anos passavam, nós melhoramos o castelo para ter conveniências modernas.
Gwynn mordeu o lábio. Não era de sua conta, e ela seria incrivelmente rude por perguntar, mas ela tinha que saber. — Como? Nenhum de vocês trabalha. Como você paga por isto?
Cara riu e moveu seu braço à medida que virava. — Nós usamos o que a terra nos deu. E somos imaginativos.
— O que quer dizer?
— Lucan costumava construir a mobília. Ele fez tudo dentro do castelo. Nós vendemos muitas peças por um tempo e construímos uma soma bastante grande de dinheiro. Broc tem lugares ao redor da Escócia em que escondeu dinheiro que então trouxemos para o castelo. Isla faz o melhor doce que você pode imaginar. Ela vendeu a receita cem anos atrás, e ainda ganha dinheiro por isto.
— Então vocês todos fazem algo.
Cara assentiu. — Nós juntamos nosso dinheiro, entretanto cada um de nós mantém algum separado. Se estivermos em necessidade, nós fazemos o que precisamos fazer.
— Surpreendente — Gwynn disse quando olhou para o castelo. — Eu costumava sonhar com viver em um castelo quando era uma menina. Eu jurei um dia que eu teria um castelo para mim.
— Você tem uma casa aqui se quiser, — Cara disse.
A sinceridade em sua voz trouxe lágrimas para os olhos de Gwynn. Mas ela não soube como responder.
— O que você fará depois de pegar a Placa? — Cara perguntou.
Gwynn sorriu. Nunca passou por Cara que Gwynn não traria a Placa para o castelo. — Eu tenho uma vida que espera por mim. Eu tirei uma licença do meu trabalho. Deveria retornar depois do Ano novo.
— Mas você vai? Depois de tudo que passou e tudo que aprendeu sobre si mesma e sua magia? Você pode retornar?
— Eu não sei.
— Então não pense sobre isto agora, — Cara insistiu e passou o braço ao redor do de Gwynn enquanto elas voltavam para o castelo. — Vamos apreciar isto. Tudo que eu queria para o Natal era todo mundo retornar. Embora Ian ainda esteja perdido, Logan trouxe você.
— Eu estou contente que ele trouxe.
Os olhos mogno de Cara brilharam por seus longos cílios quando ela olhou para Gwynn. — Eu estou enganada em pensar que poderia haver algo entre vocês dois?
Gwynn olhou para longe nervosamente. — Logan é um bom homem.
— Ele é, mas não é isso que eu perguntei. Todos nós vimos o beijo que ele deu em você antes de ir para Declan roubar o livro.
Ela tragou quando recordou aquele beijo. — Se você tivesse perguntado a mim ontem eu teria dito que havia algo entre nós. Agora, eu não estou tão certa.
— Homens, — Cara disse com um rolar de olhos. — Especialmente Guerreiros. Eles vêm com passados que podem comê-los.
— Logan disse-me o seu.
Cara parou, seus olhos arregalados quando olhou fixamente para Gwynn. — Ele disse? Ele nunca disse a ninguém. Nem mesmo Hayden, e eles são próximos como irmãos.
— Ele disse-me ontem à noite.
— Era muito horrível para você? — Cara perguntou, seu rosto de repente duro.
Gwynn balançou a cabeça, e apressadamente respondeu, — Céus, não. Claro que não.
— Bom, — Cara disse com um suspiro. — Eu gosto de você, mas...
— Logan é da família, — Gwynn terminou para ela. — Você não tem que explicar.
Cara começou a caminhar novamente e puxou Gwynn com ela. — Existe qualquer coisa que nós possamos fazer para consertar qualquer coisa entre você e Logan?
— Não seria certo. Se Logan e eu estamos destinados a ficar juntos, nós ficaremos.
Expressão de Cara dizia que ela preferia ajudar a não ajudar. — Se esse é seu desejo.
— É. — Gwynn pausou na entrada do castelo e espanou a neve de suas botas.
Mas quando ela entrou no castelo, perguntou-se se devia ter aceitado a oferta de Cara.
* * *
Logan assistiu Gwynn entrar no castelo com Cara, as palavras de Gwynn ainda tocando em suas orelhas.
— Bem. Isso foi interessante, — Hayden disse quando caminhou sobre as ameias.
Logan ignorou seu amigo. — Você não devia estar com sua esposa?
— Então você disse a Gwynn seu passado, — Hayden disse, ignorando-o por sua vez.
— Eu disse.
— E ela levou isto tão bem quanto disse a Cara?
Logan virou sua cabeça para Hayden. — Você espiou sua conversa?
— Sim. Assim como você.
Logan soube que não havia como evitar a responder Hayden. Ele soltou um suspiro e disse, — Ela tomou isto muito melhor do que disse a Cara. No fim ela estava dizendo-me quão bom homem eu sou.
— É o que eu soube desde o princípio. Não importa o segredo de seu passado que você quer afastar de mim, isso não mudará nossa amizade.
— Eu devo testar? — Logan perguntou. Seu deus sorrindo dentro dele, ávido para uma briga como Logan estava.
Hayden levantou uma sobrancelha loira. — Você devia salvar sua energia por hoje à noite e sua missão.
— Não. Você tem direito de saber de meu passado.
— Pare, Logan, — Hayden advertiu. — Eu não lutarei com você.
Mas Logan precisava de uma saída para sua frustração. Além disso, ele nunca devia ter mantido seu segredo de Hayden. — Eu devia ter dito a você muito tempo atrás.
— Eu já disse. Mantenha seu segredo. Ele não importa.
— Eu fui para Deirdre, Hayden. Eu fui para ela e implorei que ela me fizesse um Guerreiro. Eu estava certo que tinha um deus dentro de mim. E eu quis toda a glória e a imortalidade que ser um Guerreiro me daria.
Logan escondeu seu estremecimento quando viu os olhos escuros de Hayden alargar e então estreitar. Isto era o que Logan sempre temeu. Isto é por que ele manteve seu segredo.
Ele não era merecedor de estar entre os Guerreiros no Castelo MacLeod.
— Maldito inferno, Logan, — Hayden disse. — De todas as coisas que eu pensei que aconteceu com você, eu nunca imaginei isto.
Logan apoiou suas mãos na parede de ameia. — Eu sei. Eu estou mais envergonhado do que posso dizer. Enquanto todos vocês foram tirados de suas famílias, eu fui de boa vontade.
— Merda, — Hayden disse e passou uma mão por seu rosto. — Você se aliou com Deirdre?
Logan não podia acreditar que Hayden perguntou isso, entretanto novamente, ele teria perguntado também. — Nunca. Assim que eu percebi o que eu me tornei, eu lutei contra ela.
Por vários momentos tensos Hayden simplesmente olhou fixamente para Logan antes dele por sua mão enorme no ombro de Logan. — Você não devia carregar tal fardo consigo mesmo todos estes anos.
— Você não está chocado?
Hayden bufou. — Claro, mas todos nós cometemos erros. Eu ouvi sobre Deirdre e os Guerreiros antes de eu ser tomado, eu poderia bem ter feito a mesma coisa que você.
— Eu pensei…
— Que nós baniríamos você?
Logan assentiu.
Hayden suspirou profundamente e deixou seu olhar vagar lentamente pelo castelo. — Nós somos uma família. Todos nós. Eu te disse antes que você era o irmão que eu nunca tive. A família perdoa um ao outro, Logan, porque as únicas pessoas com quem você pode realmente contar é a família.
A garganta de Logan apertou, recusando-se permitir quaisquer palavras passar. Ao invés, ele assentiu.
Hayden começou a se virar quando ele pausou e olhou para Logan. — Não tenha medo de dizer aos outros, mas se você desejar manter seu segredo, nunca passará por meus lábios.
— Obrigado. Irmão.
Hayden sorriu e virou-se.
Logan permaneceu nas ameias, sua mente cheia de Gwynn e tudo que Hayden disse. Logan correu sua mão ao longo das pedras cinzas.
O mundo mudou, mas o castelo aguentou. Resistiu aos elementos e ao tempo com dignidade e desafio, porte e orgulho. Começou como sua fortaleza e se transformou em uma casa.
Uma casa que Logan sabia que Gwynn encontraria felicidade. No castelo, ela podia aperfeiçoar sua magia e aprender sobre os outros. Mas ela queria retornar a seu mundo, a seu trabalho. Ela ainda poderia usar sua magia, mas ela nunca se tornaria a Druidesa que Logan sabia que ela podia ser.
Logan olhou ao redor do castelo e da terra, lembrando as batalhas com Deirdre, as celebrações dos casamentos, e eventos que moldaram cada um deles.
O Castelo MacLeod não era apenas uma pilha de pedras para encontrar abrigo. Tornou-se um símbolo de esperança para todo mundo que chamava isto de casa.
Logan virou e andou a passos largos no castelo. Ele parou no topo da escadaria e olhou para baixo no grande salão. Gwynn estava próxima à árvore, seus braços cruzados sobre seu peito enquanto ela olhava para os ornamentos.
Apesar das missões iminentes, ou talvez por causa delas, Cara e Marcail embrulhavam alguns presentes e estavam pondo-os debaixo da árvore.
Da mesma maneira que Gwynn disse a ele que era feito.
Logan poderia ter perdido quatro séculos, mas ele não iria perder mais.
* * *
— Eu fui informado que você teve uma visão.
Saffron odiava a voz suave e culta de Declan. Ela menosprezava tudo sobre ele. Ele a fazia prisioneira agora, mas um dia ela ficaria livre. E ela o mataria pelo que ele fez a ela.
— Saffron, — Declan disse, sua voz falsamente doce. — Eu devo trazer mais aranhas?
Ela estremeceu só de pensar sobre todas aquelas pernas cabeludas rastejando nela novamente. Era seu maior medo, e Declan usava contra ela com facilidade. — Não.
— Eu não achei. Agora. Diga-me o que você viu.
Ela virou sua cabeça de lado e apertou sua bochecha contra o tijolo gelado da parede. O frio atravessou pelos tijolos e a camisa de mangas curtas que ela vestia até que ela doesse com o frio.
— Saffron.
Ela ouviu a advertência na voz de Declan, soube que ela o estava empurrando. — Não foi nada.
— Eu não me importo se você viu que calça eu escolheria vestir amanhã, — ele berrou em sua orelha. — Eu quero saber!
Saffron vacilou e tentou afastar-se dele, mas suas correntes seguraram-na firmemente no lugar. — Eu vi uma ilha. E duas pessoas, um homem e uma mulher.
— Como esta mulher parecia?
Ela moveu seus braços, fazendo as correntes baterem juntas. — Ela era bonita. Muito bonita. Ela tinha cabelo preto e os olhos mais surpreendentes. Eles eram violeta.
— Gwynn, — Declan disse.
Saffron fechou seus olhos apertados. Ela esperava que tivesse visto alguém que Declan não conhecia. Tudo que Saffron podia esperar no momento era que quem quer que esta Gwynn fosse, escapasse dele seguramente. E se Gwynn fosse sortuda, o homem com ela poderia protegê-la de Declan.
— Eu sempre soube que ter um Vidente seria benéfico, — Declan disse. — Vamos para Eigg com toda pressa!
O som da porta de metal batendo fechada ecoou pelo calabouço.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
Gwynn olhou para todos os pacotes sendo colocados debaixo da árvore. Eles tinham sido embrulhados com cuidado e amarrados com fitas bonitas. Trouxe à mente de Gwynn memórias de ajudar sua mãe a embrulhar presentes.
O CD Bing Crosby’s Christmas tinha sido seu favorito para tocar enquanto embrulhava. Então mais tarde, enquanto sua mãe dormia Gwynn amorosamente embrulharia os presentes que daria à sua mãe. Ou se ela tivesse economizado dinheiro suficiente de seu almoço, ela compraria para sua mãe um par de brincos.
Os presentes não valiam qualquer coisa, mas o amor nos olhos de sua mãe quando ela abria os presentes fazia Gwynn sentir-se como uma rainha.
Gwynn não sabia se ela ainda estaria no castelo pelo Natal. O pensamento de ir para seu apartamento pequeno, vazio fez seu estômago afundar.
Mas ela ousaria passar algum tempo extra no castelo? Com Logan?
Gwynn puxou Marcail para o lado mais distante da árvore assim ninguém poderia vê-las, então ela abaixou sua voz apenas acima de um sussurro. — Eu quero um favor.
— Qualquer coisa, — Marcail disse.
Gwynn mordeu seu lábio e deu a Marcail o resto de seu dinheiro. — Eu gostaria se alguém achasse um kilt para Logan no padrão xadrez dos Hamiltons.
Os olhos turquesas de Marcail brilharam. — Claro. Eu conheço o lugar. Eles substituíram os outros kilts, e fizeram alguns para Quinn e seus irmãos.
— Bom. Mantenha isto entre nós, por favor.
— Eu manterei.
— Oh, — Gwynn disse quando ela impediu Marcail de ir embora. — Se isto não é dinheiro suficiente, por favor, deixe-me saber.
— Será bastante, — Marcail assegurou-a com um sorriso suave.
Gwynn soube que Marcail certificaria que Logan receberia o kilt se Gwynn estivesse lá ou não. Ela esperava que pudesse ver sua expressão quando ele abrisse. Ele tinha ficado muito desolado quando ternamente dobrou seu tartan e dispensou-o.
Por vários minutos ela olhou fixamente para a árvore, pensando o que a manhã de Natal podia ser com ela sentando entre as pernas de Logan no chão, seu braço embrulhado ao redor dela enquanto eles assistiam todo mundo abrir seus presentes.
Gwynn se agitou mentalmente e andou em torno da árvore para achar Logan na frente dela. — Oh, — ela ofegou, surpresa por seu aparecimento.
— Nós saímos em meia hora.
— Eu estarei pronta.
Ele olhou abaixo em suas botas de salto alto e franziu. — Você terá um tempo muito duro andando pelas cavernas com essas botas.
— Eles são tudo o que eu trouxe comigo.
— Eu já vi seu tamanho. Cara tem algumas botas que você pode pegar emprestado.
Gwynn estudou Logan. Ele tinha se afastado, mas não completamente. Ele ainda observava suas necessidades. Da mesma maneira que ela sabia que ele a protegeria com sua vida. — Obrigada.
— Eu preferia que você não fosse nesta missão.
— Eu sei, — ela respondeu e abaixou seus olhos para o chão quando ela brincou com a bainha de seu suéter branco. — Mas você precisa de mim.
— Sim. Eu preciso.
O olhar de Gwynn estalou para o rosto de Logan. Havia um duplo sentido em suas palavras, ela estava certa disto. — Você não quer precisar de mim, não é?
— Isso não importa mais.
— Importa para mim.
— Gwynn, — Logan disse, sua voz baixando.
Ela deu um passo mais perto dele. — Sim? — Ela persuadiu.
Ele olhou na árvore e agitou sua cabeça. — Eu preciso me preparar para nossa missão.
Gwynn soltou uma respiração frustrada. — Homens, — ela murmurou e foi procurar Cara.
Trinta minutos mais tarde, Gwynn tinha as botas com isolamento de Cara calçadas, e várias camadas de roupas. Ela não estava acostumada a estar tão limitada. Mas se ela quisesse ficar aquecida, ela não tinha escolha.
— Eu me sinto como o Homem da Michelin [6 - ], — ela murmurou quando amarrou o cachecol pela terceira vez.
— Hayden, — Lucan chamou, logo antes de lançar algo através do salão.
A mão de Hayden levantou e pegou as chaves no ar. — Nós tentaremos devolver inteiro.
Isla agitou sua cabeça e olhou para Gwynn. — O Land Rover. É o favorito de Fallon.
— Todo mundo sabe o que fazer, — A voz de Fallon ressoou pelo grande salão. — Se isso for demais, retornem ao castelo. Eu não quero perder mais vidas. Ninguém, — ele disse e olhou diretamente para Logan.
Gwynn não estava certa do que aquele olhar queria dizer, mas ela não gostou disto. Ela não teve nenhum tempo para pensar nisso quando eles fizeram suas despedidas.
Enquanto ela, Logan, Isla, Hayden, e Ramsey caminharam para o negro Land Rover estacionado na muralha, Gwynn olhou para o outro SUV, um Humvee, estilo militar, em frente a eles.
Todo mundo exceto Aiden, Fiona, Braden, Cara, e Marcail juntavam-se próximo ao Humvee.
Gwynn achou-se no banco de trás do Land Rover entre Logan e Ramsey, enquanto Hayden ligou o SUV e Isla afivelou o cinto de segurança no assento do passageiro.
— Como Sonya e Reaghan convenceram os outros a permiti-las ir até Declan? — Gwynn perguntou.
Isla girou e sorriu. — Os Guerreiros podem não querer admitir isto, mas eles precisam dos Druidas contra Declan.
— Somente porque ele tem aquelas balas, — Hayden murmurou quando deu ré no Land Rover e acelerou.
Gwynn manteve seus olhos no grupo remanescente enquanto eles dirigiam pelo portão do castelo. Logo antes dela perdê-los de vista, eles todos colocaram suas mãos um no ombro do outro e então desapareceram.
Ela virou de volta e encontrou os olhos de Hayden nela pelo espelho retrovisor.
— Por que nós não tivemos Fallon transportando-nos para Eigg? — Gwynn perguntou.
— Wallace estará procurando por algo assim, — Ramsey respondeu. — Achamos melhor chegar imperceptivelmente.
Gwynn não achava que três homens bonitões saltando de um SUV caro fossem imperceptíveis, mas quem era ela para discutir?
* * *
Deirdre terminou de fechar suas botas e levantou para olhar para Charlie, que deitava nu e espreguiçado em sua cama.
— Certamente nós não terminamos, — ele disse com um sorriso maroto.
— Pelo momento.
O que quer que Charlie disse em resposta foi perdido com a batida na porta de Deirdre.
— Entre, — ela chamou.
A porta de pedra abriu-se e Malcolm entrou.
Deirdre sorriu e ergueu seu queixo. — Você tem notícias.
— Sim. Fallon e alguns outros Guerreiros, junto com duas Druidesas, chegaram à parte de fora da casa de Declan.
— Eles pretendem combatê-lo, não é? — Deirdre disse enquanto andou relaxadamente sobre sua câmara, sua mente passando pelos cenários. — Interessante.
— Será difícil para eles encarregarem-se de Declan, desde que ele foi para Eigg.
Ela girou para enfrentar Malcolm. — Eigg? Ele está atrás do artefato.
— É o que eu penso também.
— Então nós precisamos ir lá. Agora. — Ela girou para Charlie. — Esteja vestido. Você está nos levando para Eigg.
CAPÍTULO TRINTA E SETE
O passeio até Eigg demorou mais que Logan teria gostado. Ele estava impaciente para chegar ao artefato. E ávido para a luta que sabia que estava vindo.
Antes, quando tinha sido apenas Deirdre que eles combatiam, Logan não se preocupava. O wyrran era fácil de matar, e os Guerreiros que Deirdre tinha eram tolos e estúpidos.
Sua única preocupação havia sido Deirdre capturá-lo.
Agora, existiam as balas especiais que continham o sangue drough para se preocupar.
E Gwynn. Ele sempre se preocupava sobre a segurança de Gwynn, mesmo que ela não se preocupasse.
Logan olhou cima para a Druidesa que se sentava na frente. Isla sempre tinha sido formidável como uma Druidesa. Ele sabia que se ela e Wallace se encontrassem seria uma batalha que valia a pena ver. Wallace era forte, mas Isla tinha a habilidade de usar magia negra para fazer sua magia mie ainda mais potente.
— Nós estamos quase lá, — Hayden disse.
Gwynn tinha ficado quieta desde que eles deixaram o castelo. Com seu olhar distante, ela não tinha olhado para Logan a viagem inteira.
Logan olhou para Ramsey encontrando-o olhando pela janela na escuridão, aparentemente tranquilo. Até que Logan viu o punho de Ramsey apertado em sua perna.
Dez minutos depois Hayden desviou da estrada e estacionou o Land Rover. Ele virou em seu banco e olhou para Logan e Gwynn. — Esta é a parada de vocês.
Logan assentiu e estendeu a mão para abrir a porta quando a mão de Isla tocou em seu braço.
— Seja cuidadoso.
— Sempre, — ele respondeu, mas o sorriso que ele tentou usar não funcionou.
Gwynn se debruçou e abraçou Isla. — Não deixe Declan capturar você.
— Ele não porá suas mãos nela, — Hayden rosnou.
Gwynn afastou-se de Isla para olhar Hayden e Ramsey. — Façam qualquer coisa que tenham que fazer para ficarem vivos. Declan será impiedoso.
— Então também seremos, — Ramsey jurou.
Com um assentimento para Ramsey, Logan virou sua cabeça para Hayden. Nenhuma palavra era necessária. Eles tinham estado na batalha suficiente vezes para saber que qualquer coisa podia acontecer.
— Nós estaremos esperando no ponto de encontro, — Hayden disse.
— Assim como nós.
Logan saiu do SUV e estendeu sua mão para ajudar Gwynn sair do veículo. Ele fechou a porta, e um momento mais tarde foram embora.
Gwynn soltou um suspiro trêmulo.
— Você está pronta?
Ela balançou a cabeça. — Eu estou apavorada, Logan. Eu estou assustada com o que nos aguarda, estou petrificada que Declan nos ache e atire em você com aquelas balas horríveis novamente.
Logan agarrou seus ombros e girou-a para enfrentá-lo. — Há só uma coisa que eu quero que você se preocupe, e isto é você mesma. Eu impedirei qualquer coisa de chegar a você.
— Eu sei, — ela disse e engoliu ruidosamente. — Era tão mais fácil conversar sobre fazer isto na segurança do castelo.
— Nós estaremos em Eigg antes de Wallace saber. É com os outros que eu estou preocupado.
Ela endireitou seus ombros. — Você está certo. Sem mais festa de auto piedade para mim. Eles são os que estão tendo que enfrentar o psicopata.
Logan sorriu quando assistiu ela empurrar de lado seus medos e enfrentar a incerteza que estava adiante. Não havia nenhuma outra mulher que podia comparar-se a ela. Nem sua beleza, sua coragem, ou lealdade.
Ela era sem igual. Especial. E ele a queria para si.
Logan soltou seu deus quando tomou mão de Gwynn e a caminhou para a praia. Sua mão tremeu na dele, mas ela não puxou de volta ou pediu para esperar.
Com uma onda de sua mão ele separou a água. — Como da última vez, — ele disse a ela. — Nós caminharemos para a água e ela nos cercará.
— Certo, — ela murmurou.
Foi Gwynn que deu o primeiro passo adiante. Logan moveu-se com ela, mantendo-a estável entre as rochas ao longo da costa. Uma vez que eles estavam na água e fundo o suficiente, Logan a fez cercá-los, mantendo ele e Gwynn em uma grande bolha à medida que eles andaram.
— Eu não posso ver qualquer coisa neste escuro, — Gwynn disse.
— Não se preocupe. Eu posso.
— Sortudo. Eu desejaria que pudesse.
Ele mordeu de volta uma risada pela irritação em seu tom.
Hayden os deixou a trinta minutos de Mallaig, então eles tinham um caminho a percorrer antes deles alcançarem Eigg.
— Você dirá quando sentir a magia dele, não é? — Gwynn perguntou.
Logan não precisou perguntar quem “dele” era. — Sim.
— Você acha que ele estará em Eigg.
— Eu sei que ele estará. É o que eu faria.
Ela xingou quando seu dedão do pé bateu em uma pedra. — E meu pai. Você acha que ele estará aqui?
— Possivelmente, — Logan respondeu depois de uma pausa.
Eles continuaram em silêncio. Logan desejou saber o que Gwynn estava pensando. Ela manteve isto para si mesma, entretanto.
Nenhuma vez ela diminuiu a velocidade ou pediu para descansar enquanto eles caminharam mais e mais perto de Eigg. Ele teve que guiá-la para manter indo na direção certa, mas sua mente estava enfocada, decidida. Absorvida.
Não foi até que eles alcançassem a extremidade de Mallaig que Logan sentiu a enjoativa e sufocante sensação da magia drough. — Wallace está em Eigg.
Gwynn suspirou. — Eu esperava que ele não estivesse. Ele sabe que você pode controlar água.
— Não. Ele sabe que eu tenho um poder e que podia ser água ou vento. Desde que nós batalhamos juntos, ele não tem nenhuma ideia qual era sua magia e qual era meu poder.
Ela sorriu quando olhou para ele. — Você pensa sobre tudo.
— Eu tenho feito isto por algum tempo.
— Você acha que isto alguma vez parará? Esta batalha com Deirdre, e agora com Declan, pelo domínio?
Logan fez-se a mesma pergunta toda noite. — Eu tenho que acreditar que irá.
— Sempre existirá maldade no mundo, Logan, da mesma maneira que sempre existirá bondade.
— Sim. Mas quando a maldade estiver tentando assumir o controle, deve ser parada.
— Sim. Deve.
Logan tomou seu braço e a puxou para uma parada antes deles alcançarem Eigg. — Gwynn, eu… — ele diminuiu inseguro do que queria dizer.
Ela apenas sorriu e caminhou em seus braços quando ajustou seus lábios contra os dele. Logan angulou sua cabeça e inclinou sua boca acima da dela. Ele a beijou com todo o desespero, toda a ânsia, e todo o desejo que ele tinha dentro de si.
O corpo dela derreteu-se contra o dele, toda suavidade e tentação sedutora.
Ela o encontrou beijo a beijo, suas línguas encontrando-se, acasalando em um beijo frenético e exigente. Seu gosto doce, exótico estaria para sempre impresso em sua mente, da mesma maneira que ela era uma parte de sua alma.
Logan relutantemente afastou-se do beijo, suas respirações ásperas e irregulares. Ela girou sua cabeça e descansou em seu tórax.
Ele fechou seus olhos e segurou-a apertado. Ele desejou que ela não estivesse entrando em perigo, mas mais que qualquer coisa, desejou que ela fosse sua.
— Eu estou contente que você está aqui comigo, — Gwynn disse.
Ele esfregou suas mãos ao alto e abaixo de suas costas. — Eu não permitiria ninguém mais.
— Porque isto era sua missão com Duncan.
— Porque é você.
Ela ergueu seu rosto para ele, seus olhos violeta observando-o. — Eu não vim para a Escócia para achar alguém como você. Eu não pensei que um homem como você existisse exceto em meus sonhos.
— Você sabe meus segredos mais profundos, — Logan disse quando afastou seu cabelo negro de seu rosto. — Segredos que eu pensei que levaria para minha sepultura.
— Por que você compartilhou comigo?
— Eu quis que você me conhecesse. O verdadeiro eu. A pessoa que não pode olhar-se no espelho.
— E a pessoa que me salvou, — ela inseriu depressa.
— Você merece um homem melhor.
— E se eu achei um homem que é melhor do que ele pensa que ele é?
Logan sorriu tristemente. — Por que você me quer?
— A pergunta é por que eu não quereria você?
Ele abriu a boca para responder quando sentiu mais magia drough. Ele conheceu a sensação daquela magia. Conheceu e odiou. — Deirdre, — ele murmurou.
Gwynn endureceu em seus braços. — Onde?
— Muito próximo. Qual o caminho para a caverna?
Ela fechou seus olhos, sua magia subindo como um maremoto dentro dela. Um momento depois, suas pálpebras abriram para mostrar seus olhos violeta brilhando.
— Neste caminho, — Gwynn disse.
Logan estremeceu, assustado ao ouvir a voz estranha de Gwynn novamente. Ela retirou-se de seus braços e caminhou com passos firmes em direção a Eigg, evitando pedras e buracos enquanto andava.
Ele manteve seu olhar na água acima dele. Quanto mais perto eles chegaram de Eigg, mais rasa a água se tornava. E mais facilmente eles seriam vistos.
Logan flexionou suas mãos, suas garras prateadas tinindo juntas. Seu deus rugiu por sangue, mas primeiro Logan certificaria Gwynn de pegar a Placa.
— A caverna está a nossa frente, — Gwynn disse.
Logan embrulhou um braço ao redor de sua cintura por trás para detê-la. — Nós precisamos entrar na caverna depressa. Eu não quero você exposta mais tempo que o necessário.
Ela virou sua cabeça para olhar para ele, seus olhos não mais brilhando. — Eu não desapontarei você.
— Eu sei, — ele disse com um sorriso. Então ele beijou a ponta de seu nariz. — Pronta?
Seus dedos trancados com os seus. — Eu estou agora.
Eles saíram correndo, a água separando à medida que eles correram. O céu da noite com a lua baixa brilhando acima deles. Logan olhou adiante para ver os precipícios de Eigg elevando-se sobre a água.
Trocaram a lama do fundo do mar pelas rochas lisas e pedregulhos. A escura abertura ameaçadora da caverna assomou diante deles. Água gotejava dos precipícios das ondas que colidiam repetidamente contra eles.
Logan chamou a água para impedi-la de alcançar a caverna e varrê-los no mar quando uma onda veio para Gwynn.
Ele parou quando entraram na caverna e olhou acima dele para o teto. — Quão distante está a Placa?
— Bastante pelo que diz o livro.
— Dentes dos Deuses, — Logan amaldiçoou e tencionou sua mandíbula. — Fique atrás de mim.
Logan podia estar na frente dela, mas sabia cada movimento que ela fazia. Ele estava tão consciente dela como estava de seu deus. Cada sentido estava ciente de Gwynn. Cada respiração, cada virar de seus olhos, cada movimento de seu corpo.
Ele era ciente de tudo.
Rasgou-lhe ao mesmo tempo que o satisfez. Tudo sobre Gwynn virou-o, torcendo suas emoções normalmente tranquilas em um remoinho de caos.
E ele percebeu que gostava disto.
Logan moveu-se de pedra em pedra, fazendo seu caminho lentamente para o lado da caverna onde havia uma saliência que faria sua viagem mais fácil.
Atrás dele, ele ouviu o mínimo suspiro. Ele girou ao redor para ver o pé de Gwynn deslizar na pedra úmida. Ele a puxou contra seu tórax antes dela cair entre as pedras irregulares.
Seus dedos cavaram em seus braços quando ela agarrou-se a ele. Logan olhou abaixo entre as pedras e interiormente fez uma careta. Ele poderia ter usado seus poderes para remover a água que normalmente encheu a caverna, mas os séculos de ondas batendo nas pedras deixaram muitas com extremidades pontudas que facilmente rasgariam a pele do osso. E o modo que as pedras e rochas estavam amontoadas umas contra as outras, um deslize entre elas asseguraria uns ossos quebrados.
— Isso chegou perto, — Gwynn sussurrou.
— Muito malditamente perto. — Ele a segurou por um momento antes de permiti-la retirar-se de seus braços.
Logan moeu seus dentes e rezou para que Gwynn saísse da caverna incólume. Ele nunca se perdoaria se ela fosse ferida. Ou pior.
Ele alcançou à beira da caverna e saltou para a borda. Sustentou seu peso facilmente, mas provou-se tão escorregadio quanto as pedras.
Logan estendeu sua mão para Gwynn. Uma vez que ela pegou, ele a puxou ao lado dele. — Agora onde? — Ele perguntou.
Ela se debruçou ao redor dele e apontou. — Continue indo.
Ele moveu-se adiante um passo lento de cada vez. Na escuridão ele podia ver os caranguejos saindo depressa de seu caminho. Água gotejava implacavelmente do teto, e atrás deles, o rugido do mar cresceu mais forte enquanto a maré continuava a bater contra a parede que ele pôs no lugar.
O coração de Gwynn ainda batia em seu tórax pela sua quase queda. Logan poderia ter mantido a água fora da caverna, mas havia perigos em grande quantidade.
Ela olhou para ele, seu olhar intenso quando ele olhou fixamente adiante. Embora ela soubesse o que os aguardava, ele não sabia. Ainda assim, ele tomou a dianteira. Poderoso. Convincente. Dominante.
Logan nunca a questionou quando ela disse onde ir. Ele simplesmente certificou-se que a água na caverna nunca a tocasse.
O dedão do pé de Gwynn bateu em uma pedra solta e ela caiu em uma poça abaixo. Logan endureceu e virou sua cabeça ao lado. Gwynn pôs sua mão em suas costas para deixá-lo saber que ela estava bem.
— Eu realmente não gosto de você aqui embaixo, — ele murmurou.
Ela olhou em volta e franziu seu rosto. — Bem, nem eu. Sou mais o tipo de garota de sentar na frente da TV.
— Eu pensei que você gostasse de aventuras.
Gwynn ouviu o tom provocante de sua voz. — Oh, você é engraçado. A coisa mais aventureira eu já fiz antes de voar sobre um oceano foi tentar a Galleria durante o Natal.
— O que é a Galleria?
— Um centro comercial. Um lugar enorme onde existem centenas de lojas. A Galleria tem três andares de altura e é maciço. Existe até um rinque de patinação do lado de dentro.
— E você foi lá?
Ela encolheu os ombros. — Eu gosto de fazer compras. Não que eu tenha muito, mas eu ainda gosto de olhar. Eu normalmente fico longe no Natal entretanto, porque a multidão vai te cortar em um piscar de olhos.
Ele riu, o que trouxe um sorriso para o rosto dela. Eles estavam no meio de uma caverna tentando achar uma relíquia antiga enquanto evitavam dois droughs dispostos a matá-lo.
Como eles podiam rir num momento como este era algo que ela não podia entender. Ainda assim ela sabia, ela não preferia ninguém a seu lado diferente de Logan.
* * *
Foi quase fácil demais para Camdyn e os outros tirar os homens guardando a mansão de Wallace. Camdyn enrugou seu nariz quando o fedor da maldade ficou mais forte quanto mais perto da casa de Wallace ele movia-se.
Fallon levou-os adiante. Eles deslocaram-se tão silenciosamente quanto um espírito, e tão mortal quanto a lâmina mais afiada. Reaghan e Sonya estavam cercadas por Guerreiros a toda hora.
Quando eles entraram na casa, um homem mais velho em um terno entrou no foyer. Camdyn moveu em um piscar e teve o homem em um estrangulamento.
— Não o mate, — Reaghan disse. — Ele é só um mordomo.
Camdyn levantou uma sobrancelha, mas fez como Reaghan pediu e usou o aperto para fazer o mordomo cair inconsciente em vez de quebrar seu pescoço.
— Neste caminho, — Larena sussurrou quando ela levantou de sua posição abaixada pela porta e correu passando as escadas. Um por um eles seguiram-na. Camdyn e Arran vieram na retaguarda e viram três guardas descendo os degraus.
Eles usaram sua velocidade aumentada para correr acima os degraus. Camdyn fatiou o pescoço de um guarda quando ele correu passando e quebrando o pescoço do segundo. Ele olhou para ver que Arran abatia outro guarda da mesma maneira silenciosa.
Com um aceno de cabeça, eles saltaram acima da grade e aterrissaram próximos à porta que Larena e os outros desapareceram. Eles entraram e seguiram para baixo no porão.
Lembrava demais a Camdyn os calabouços de Deirdre. Um lugar que ele nunca queria retornar.
E então ele viu os outros parados na frente de uma porta de cela.
Camdyn levou seu olhar para a mulher acorrentada e sentiu seu deus rugir por vingança.
CAPÍTULO TRINTA E OITO
Logan parou quando alcançou uma série de cavernas que ramificavam das principais. — Por qual caminho que nós vamos? Existem três outras cavernas além da que nós estamos.
— À direita, — ela disse depois de uma longa pausa.
Logan sondou dentro e viu nada além de mais pedra e água gotejando. Quanto mais distante nas cavernas eles iam, mais escuro se tornava.
— Segure em mim, — ele disse para Gwynn.
Suas mãos pegaram sua cintura. — Eu invejo você poder enxergar. É tão escuro que eu posso apenas ver seu esboço.
— Eu não guiarei você errado.
— Eu sei.
Sua fé nele atordoou-o, e ele estava determinado que ela deixaria as cavernas sem um arranhão em sua pele láctea.
Passo a passo lento ele os levou mais distante na caverna. A borda em que ele tinha estado ficou mais larga na nova caverna. De vez em quando havia uma seção faltando onde ele iria saltar, em seguida, puxar Gwynn para ele.
Não levou muito tempo para encontrar acidentalmente outra seção de cavernas. Ele parou e examinou cada entrada larga. Qualquer um que não soube o caminho podia facilmente perder.
— Nós alcançamos a próxima seção? — Gwynn perguntou.
— Sim.
— Bom. — Ela moveu até que seu corpo estava apertado contra suas costas. — Deveria existir cinco cavernas.
— Existem.
— Nós precisamos ir pela segunda da esquerda.
Logan olhou as pedras que eles precisariam cruzar para chegar ao outro lado. — Claro que nós precisamos.
Gwynn riu e esfregou seu rosto contra suas costas. — Percebi que não será fácil.
— Lembra das pedras fora da caverna?
— Tão ruim, huh?
— Pior, — ele murmurou. — Eu não posso arriscar você deslizando. Você confia em mim?
— Eu confio.
Sua resposta tinha sido imediata, fazendo Logan sorrir. Ele girou de forma que a enfrentou. Por um breve momento ele permitiu-se tempo para olhar para ela quando seu olhar o procurava pela escuridão.
— Você está olhando fixamente para mim, — ela disse com um sorriso.
— Talvez.
Ela levantou uma sobrancelha, mas seu sorriso nunca oscilou. — Você está rindo de mim?
— Rindo? — Ele perguntou confuso. — Nunca. Gwynn, eu estou pasmo com você. Eu não conheço muitas mulheres que teriam feito as coisas que você fez e não ficaram histéricas.
— Nós texanos somos bastante fortes, — ela disse com um sorriso.
Logan queria beijá-la. Ele queria entrar dela. Ele queria… ela. Mas teria que esperar até que eles estivessem fora das cavernas.
Ele se debruçou abaixo e sussurrou em sua orelha, — Segure firme.
Seus braços envolveram ao redor do pescoço dele enquanto ela beijava sua bochecha. Logan endireitou-se e mediu a distância através da caverna. Um homem mortal poderia ser capaz de fazer isto se desse uma corrida para impulso, mas felizmente Logan não era mortal.
Ele segurou Gwynn com um braço e saltou através da caverna. Assim que ele aterrissou, estendeu sua mão e suas garras afundaram na pedra para segurá-los.
— Espera, — ele disse quando Gwynn começou a mover-se. — A borda é… bem, não é realmente uma borda. Mal há espaço para meus pés.
— Você não pode me carregar o caminho inteiro.
Ele riu. — Sim, eu posso, mas eu não acho que terá necessidade. Pelo menos ainda não.
— Então agora o que?
— Agora, nós chegamos à próxima caverna.
— Como?
Em vez de responder, Logan curvou suas pernas e saltou novamente. O segundo pulo era menor mas igualmente difícil. Ele abaixou Gwynn para o chão, suas curvas deliciosas apertadas contra ele, e então relutantemente a soltou.
— Bem, — ela disse depois de um momento. — Isso era algo que eu nunca pensei experimentar. A que distância você pode saltar?
Ele encolheu os ombros, então lembrando que ela não podia ver na escuridão disse, — eu não medi. Eu posso facilmente saltar acima de uma parede do castelo. Nós habitualmente saltamos da orla até o topo dos precipícios no Castelo MacLeod.
Ela assobiou. — Impressionante.
— Eu normalmente salto metade dos precipícios, então faço um segundo salto para o topo.
— Mas você pode saltar a distância toda abaixo?
— Sim, — ele disse com um sorriso e tomou sua mão.
O chão de caverna era liso o suficiente para que eles pudessem caminhar no meio. Ocasionalmente Logan os guiaria ao redor de uma grande pedra que parecia crescer do chão, mas ao todo, era fácil. Se não escorregadio.
— Todas as cavernas enchem com a água? — Ele perguntou.
— Sim. Pelo menos aquelas que nós estaremos.
Ele olhou acima dele quando notou o teto começar a inclinar descendo de forma que ele curvou-se. — E a maré baixa? Dura o suficiente?
— Não o suficiente. Você comandou toda a água fora das cavernas?
Seus lábios apertaram. — Sim. De alguém olhando para a caverna, parecerá normal, mas a água para justamente dentro da caverna.
— Então por que eu ouço água?
Ele esperava que ela tivesse ficado mais tempo sem notar isto, mas sem outro som penetrando as cavernas, era difícil de perder. Logan ouviu a água muito antes, mas não mencionou isto porque esperava que eles entrariam na direção oposta. Ele devia ter sabido melhor.
— Parece que nós estamos indo em direção a isto, então nós devemos saber logo. Não se preocupe. Eu terei certeza que isto não nos prejudique.
Ela assentiu, mas segurou sua camisa mais apertado. — Eu sei.
Logan apenas deu uma dúzia de passos quando ele parou novamente. Desta vez havia duas opções. Continuar adiante, ou ir para a direita. A direita os levaria longe do som da água, mas eles seriam tão sortudos?
— Em frente ou direita? — Ele perguntou.
Ela suspirou. — Em frente.
Como ele pensava. Toda a água devia ter respondido a seu poder. Por que ainda havia água nas cavernas ele não entendia. Tinha uma suspeita incômoda que magia estava envolvida. Envolvida como, era a pergunta.
Com Gwynn apertada contra suas costas, Logan caminhou com passos lentos, medidos. Assim que ele viu a gota no teto, ele estendeu a mão atrás dele e tomou a mão de Gwynn.
— Parece que o chão mergulha para baixo. Bem como o teto.
— Quão profundo vai? — Ela perguntou.
Logan olhou depois de seus pés e agitou a cabeça. — Com o teto do modo que está, eu não posso saltar nós dois de uma vez.
— Quão baixo é o teto?
Ele trouxe a mão dela na frente dele assim ela podia ver o quão baixo estava.
— Oh, — ela murmurou. — Tão baixo.
— Sim. Eu me vou sentar você na extremidade enquanto eu salto.
— E então?
Ele sorriu e beijou sua mão. — Você vai saltar em meus braços.
Uma risada áspera explodiu de seus lábios. — Porque eu posso ver tão bem na escuridão.
— Eu estarei lá pegar você.
Ela soltou um suspiro profundo. — Eu não tenho muita escolha. Mas é melhor você me pegar.
O fato que ela podia fazer piada de sua situação provou o quão sem igual ela era. Gwynn tinha a habilidade misteriosa de olhar para a vida de uma perspectiva diferente da maioria das pessoas. Ela achava as partes engraçadas, boas ou cômicas e usava em seu benefício.
— Aqui, — Logan disse quando ele a guiou para a extremidade. — Agora se sente. Cuidadosamente, — ele disse quando o pé dela deslizou.
Ela rolou seus olhos. — Com o aperto firme que você está no meu braço, eu não estarei indo a qualquer lugar. Além disso, você precisa dizer-me o quão perto estou da extremidade. Eu não posso ver, lembra?
— Apenas não se mova, — ele disse e tentou tranquilizar seu coração acelerado. Ele lançou seu braço e apoiou suas mãos em suas coxas. Ele a segurou, mas não significava que algo não poderia ter acontecido.
Ela era mortal. Suas vidas podiam acabar muito depressa, então facilmente, era espantoso para ele às vezes que alguém vivia mesmo.
— Logan?
— Eu estou bem, — ele disse.
Sua mão levantou, buscando-o. Ele teve pena dela e andou mais perto assim ela podia tocá-lo. — Eu não quis assustar você.
— Eu sei.
— É difícil?
Ele carranca e girou sua cabeça para ela. — O que é difícil?
— Assistir mortais morrerem?
Logan olhou adiante e respirou fundo. — Mais que você pode imaginar.
* * *
Declan tinha homens em todo ponto da pequena ilha, ainda assim ninguém viu Gwynn ou Logan. Mas Declan soube que eles estavam lá.
— Robbie, — Declan falou.
— Nós não avistamos eles ainda.
— Por que não? Eles estão aqui.
O olhar de Robbie estreitado. — Eles não podem caminhar na água. Eles tiveram que vir por barco. Nós paramos cada barco. Eles não estiveram em um.
Declan apertou suas mãos atrás das costas, sua fúria crescente no momento. — Se o poder de Logan é a água, ele podia tê-los levado para a ilha dessa maneira. Verifique o contorno da costa.
Robbie repetiu suas ordens pelo comlink preso a ele enquanto Declan esperava para ouvir uma palavra que Logan e Gwynn tinham sido achados.
Gary subiu ao lado dele, suas narinas chamejando de raiva. — Gwynn sempre foi um espinho em meu sapato. Ela nunca poderia fazer isto sozinha. Ela não é tão esperta.
— Ela é uma Druidesa, — Declan disse. — Ou você esqueceu?
Os lábios de Gary enrolaram em desgosto. — Como posso? Você não para de lembrar-me.
— Talvez eu devesse mandar você sair e procurar por aí, Austin. Chame-a como um pai faz com a filha. Apesar da dor que eu vi em seus olhos adoráveis, ela ainda é uma menina que quer a atenção de seu papai.
— Eu prefiro comer meu próprio braço.
Declan entrou na frente a Gary até que eles estavam nariz a nariz. — Eu me certificarei que você coma. Até então, ache sua filha!
Gary sai rapidamente e mal humorado, sua forma alta, desengonçada só fazia seu casaco maior.
— Eu realmente odeio aquele homem, — Declan disse.
Robbie grunhiu. — Todos nós odiamos. Eu vi ele observando você. Ele tentará enganá-lo.
— Ele tentará. Eles todos tentam.
— Mas eles nunca ganham, — Robbie terminou.
Declan riu, mas parou no meio quando sentiu mais magia. Mas era um que ele conhecia uma que ele saboreou por um tempo muito pequeno.
Uma que ele esperou sentir novamente.
— Deirdre está aqui, — ele disse.
Robbie girou em um círculo lento, sua mão em seu rifle. — Onde?
— Não importa. Ela virá para mim logo.
— Você está certo que você quer isto? Ela estava muito brava com você.
Declan sorriu. — Eu terei Deirdre, Gwynn, e a Placa de Orn antes da noite terminar, Robbie. Apenas espere e veja.
Robbie tocou em sua orelha. — Repita. Eu digo novamente. Repita.
— O que é? — Declan perguntou quando girou o rubi de sua abotoadura.
— É a mansão. Nós estamos sob ataque.
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
Os olhos de Deirdre estreitaram enquanto ela andava para fora do barco e sobre Eigg. — O bastardo já está aqui.
— Eu sei, — Malcolm disse. — Ele está lá.
Deirdre seguiu onde seu dedo apontou. — Então ele está. A propósito suas mãos estão agitando ao redor, eu diria que ele não está muito feliz. Pergunto-me se sou a causa disto.
Malcolm balançou sua cabeça. — Não. Ele… é sua mansão. Eles estão sob ataque.
— Oh, isto é perfeito. Quem?
Os castanhos olhos de Guerreiro de Malcolm giraram para ela. — Quem mais seria tão corajoso?
— O MacLeods.
— Declan está tentando decidir se parte ou fica. Parece como se… — Malcolm parou, concentrando-se.
Deirdre bateu seus pés, impaciente por saber mais. — O que é?
— Declan acha que Logan e alguma mulher chamada Gwynn já estão na ilha para pegar o artefato.
— Não, — Deirdre gritou. — Eu não permitirei que eles me superem novamente. Ou Declan, no que diz respeito a esse assunto. Nós saímos daqui com o artefato, Malcolm. Você me entendeu?
Para vários momentos tensos ele olhou fixamente para ela. —Perfeitamente.
— Bom. Ache onde o Logan está.
* * *
Gwynn odiava não poder ver nada. Era tão escuro nas cavernas que ela não podia nem ver sua mão em frente a seu rosto. Se não fosse por Logan, ela não teria passado pela entrada da caverna principal.
Desde que ela era incapaz de usar seus olhos, suas orelhas se tornaram mais sensíveis aos sons. Ela fez careta quando ouviu Logan andar e seixos saltaram longe. Mesmo sabendo que ele era imortal e curaria não a impediu de se preocupar.
— Merda, — ele murmurou.
— O que é? — Ela perguntou, seu rosto girou na direção que ouviu sua voz.
Houve outra maldição, esta muito baixa para distinguir. Então houve um suave chiado antes dela ouvir ele aterrissar muito abaixo.
— Logan? — Ela chamou. Ele grunhiu, e ela podia imaginá-lo olhando ao redor.
— Pelo menos eu posso levantar-me direito agora.
Ela sorriu, seus pés oscilando acima da extremidade do chão. A umidade foi encharcando através de sua calça jeans e casacos, fazendo-a tremer contra o ar frio.
— Você está pronta? — Logan perguntou.
Depois de tudo que ela passou, como podia dizer não? Ainda assim, pular da borda sem saber a que distância abaixo Logan estava amedrontou-a.
— Ah. Eu acho.
— Você não está com medo, não é?
Ela ouviu o sorriso na sua voz e rolou os olhos. — Eu? Não. Eu faço este tipo de coisa o tempo todo. Eu sou uma viciada em adrenalina, — ela respondeu, colocando camadas espessas de sarcasmo.
— Você quem descaradamente precisou conhecer um Guerreiro.
— Descaradamente? — Ela repetiu. — As pessoas ainda usam esse termo?
— Você que voou acima do oceano. Você que enfrentou esta caverna sem saber o que nos aguardava.
Gwynn pôs suas mãos nas pedras onde se sentou e debruçou adiante. — Bem, se você puser desta forma.
Ele riu, o som ecoando pelas cavernas. — Eu não deixarei você cair, Gwynn.
O sorriso desapareceu, porque ela sabia que ele não permitiria qualquer dano vir para ela. Ele provou uma e outra vez.
— Não se apresse, — Logan disse. — Eu esperarei até que você esteja pronta.
Gwynn respirou fundo e se empurrou fora da borda antes dela se acovardar. O ar passava ao redor dela enquanto apertava seus olhos fechados. A próxima coisa que ela soube braços fortes a pegaram e a arrastaram contra um tórax musculoso.
— Eu te peguei, — Logan sussurrou.
Ela deitou sua cabeça em seu ombro e soltou a respiração que ela segurou. — Eu sabia que você iria.
— É por isso que você fechou seus olhos?
Gwynn pôs a cabeça para trás para dizê-lo para parar de provocá-la quando seus lábios desceram nos dela. O beijo foi suave mas dominante, gentil mas faminto.
Enquanto ele a embalava em seus braços, Gwynn sentiu seu coração batendo firme e forte. Não havia nada sobre Logan que não era musculoso ou dominante. Era como se ele tivesse nascido com o conhecimento que podia fazer qualquer coisa, e prosseguiu a vida desta maneira.
— Nós temos que continuar, — ele disse entre beijos.
Gwynn preferia continuar beijando-o, mas quanto mais cedo Logan conseguisse a Placa, mais cedo Deirdre podia ser derrotada. — Sim, — ela murmurou, e meneou de forma que roçou contra sua ereção.
— Por Deus, o que você faz comigo, — Logan silvou.
Gwynn passou sua mão por sua bochecha. Ela não podia começar a dizê-lo o que ele fez a ela — ou para ela. Ele mudou sua vida, mudou seu modo inteiro de pensar.
Logan colocou-a de pé no chão e pegou sua mão. Então tomou uma respiração não muito estável. — Pronta?
— Estou. Nós prosseguiremos até a caverna virar à direita. Haverá uma entrada continuando adiante. Essa é a que nós precisamos pegar.
— Eu encontrarei.
A mão direita de Gwynn estava presa com a de Logan, e ela estendeu sua mão esquerda, surpresa ao sentir a parede. — A caverna ficou pequena?
— Um pouco mais estreita, Sim.
Eles prosseguiram mais ou menos vinte passos quando Logan parou. — Eu vejo a virada, mas não existe nada em frente exceto pedra.
— O livro disse que estava escondido. Use sua mão para sentir ao longo das pedras. Você devia ser capaz de encontrá-la.
— Ah, — ele disse depois de um momento. — Está aqui.
Gwynn tentou ignorar o fato de que o som da água estava ficando mais alto, mais forte. Quase como se estivesse ao redor deles. Ela esperava que estivesse só correndo acima das cavernas. E não neles. Porque se estivesse nas cavernas, isso significava que o poder de Logan não podia movê-la. Não era um bom sinal.
— Cuidado. — Logan acautelou enquanto ele a guiou em torno da pedra.
Ela usou sua mão para ajudar, contente que ela não pudesse ver os besouros que seguramente estavam rastejando em todos os lugares. Uma vez que ela estava dentro do novo túnel, a água soou como se estivesse correndo em direção a eles.
— Adiante, — ela gritou para ser ouvida acima da água.
Os dedos de Logan apertaram ao redor de sua mão, se para acalmá-la ou reassegurá-la ela não sabia. De qualquer forma, ela soube que ele estava preocupado sobre a água.
Eles começaram a caminhar novamente. Gwynn não podia afastar o sentimento que as paredes da caverna estavam ficando mais e mais perto dela. Quando ela tropeçou em uma pedra solta e deu um passo à direita só para bater contra a parede, sua suspeita foi confirmada.
— Eu estou bem, — ela disse quando sentiu Logan girar para ela.
Ela imaginou que ele estava franzindo o cenho. Ele fazia isso quando sabia que ela estava mentindo, mas qual o ponto em dizer a ele que seu joelho machucou ao bater na pedra, ou que ela definitivamente teria uma contusão entre suas omoplatas da outra pedra saindo da parede?
— Então o fato que você está apertando minha mão significa que está bem? — Ele perguntou, sua voz firme com sarcasmo.
— Logan, você não pode me proteger de cada machucado, não importa quão pequeno.
— Sim. Eu posso.
Ela sorriu na escuridão. Deixe um Guerreiro pensar que ele podia protegê-la de tudo. E conhecendo Logan, ele tentaria.
— Nós podemos discutir sobre isto mais tarde.
— Não há discussão, — ele declarou.
Gwynn rolou os olhos. — Só continue andando.
Assim que as palavras deixaram sua boca Logan berrou e soltou sua mão.
— Logan? — Gwynn chamou enquanto estendeu seus braços, procurando por ele.
Ela podia ouvi-lo, soube que ele estava perto, mas algo estava errado. — Logan!
Com um hesitante passo adiante, então outro, ela o encontrou. Ele estava curvado, suas mãos segurando sua cabeça. Seu corpo estava tenso, todo músculo flexionando como se ele estivesse com muita dor.
— Logan, fale comigo, — ela implorou, preocupação formando um nó em seu estômago.
Ela não se importava que estivesse encalhada na caverna sem Logan. Tudo que importava era descobrir o que estava errado, e rezar para que ela pudesse consertar isto de alguma maneira.
Quando ele não respondeu, ela fez a única coisa que ela podia fazer. Embrulhou seus braços ao redor dele e o segurou. Sem ser capaz de ver, ela não podia continuar adiante, nem iria deixar Logan.
Cada momento que ele não se movia era como uma lâmina em seu coração. Ela não soube quanto tempo eles permaneceram assim antes de seu corpo começar a relaxar.
— Logan?
— Gwynn, — ele disse e agarrou sua mão.
Ela moveu-se para ficar na frente dele e tocou seu rosto encharcado de suor. — O que aconteceu?
— Deirdre.
O ódio em sua voz causou calafrios. — O que ela queria?
— Quando eu fui para ela para libertar meu deus, formou um laço. Ela tentou usar isto antes, mas eu podia ignorar e a pouca dor que ela causou.
— Isso não era pouco, — ela imitou. — Logan, você me assustou como o Inferno.
Ele assentiu, sua respiração ainda entrando grandes suspiros. — Deirdre sabe que nós estamos aqui. Ela quer o artefato.
— Bem, ela pode beijar meu traseiro e entrar na fila como todo mundo, — Gwynn disse com mais convicção do que sentiu.
Logan riu. — Eu tendo a concordar. Devemos continuar?
— Ela pode fazer isso para você novamente?
Seus ombros ergueram em um encolher de ombros enquanto ele endireitou. — Vamos esperar que não.
Mas Gwynn não iria esperar para acontecer. Ela não sabia muito sobre sua magia, mas faria o que pudesse para impedir Deirdre de machucar Logan novamente.
Logan ouviu a linha de medo na voz de Gwynn e odiou isto. Ele forçou-se a abaixar as mãos de sua cabeça e endireitar-se. A dor estava desaparecendo, mas não rápido o suficiente para seu gosto.
— Nós precisamos nos mover, — Logan disse quando pegou no braço de Gwynn.
Seus pensamentos de acabar com Deirdre foram empurrados de lado depressa enquanto ele e Gwynn continuavam em direção ao som da água. Soou como se o oceano inteiro estivesse trancado em um espaço pequeno.
O túnel curvou longe da água, e então de volta em direção a isto. Ficaram mais e mais perto disto. Até Logan pegar o primeiro vislumbre da água.
— A água ficou mais alta, — Gwynn disse acima do rugido.
Ele deu um breve aperto em sua mão. — Sim.
— Tem uma cachoeira nas cavernas?
— Eu não tenho medo.
Seus passos hesitaram, então pararam completamente. — Nós temos que atravessar isto, não é?
Logan levou seu olhar do bater da água e arrastou Gwynn em torno da pedra. Luz filtrou pela água de alguma maneira, emitindo um brilho lânguido.
— Pelos santos, — Gwynn disse quando viu por um momento o que estava diante deles. — O quão fundo isto é?
Ele olhou para a grande piscina de água e as pedras enormes projetando das profundidades. — Muito fundo.
— Você pode usar seu poder?
— Eu tenho tentado. Existe magia aqui, Gwynn. Está impedindo a água de escutar meu comando.
Ela respirou fundo e encolheu os ombros. — Então nós teremos que nadar.
Logan nunca ouviu nada tão absurdo. — Você deu uma olhada na água? Você não vê as correntezas? Veja como a água bate contra as pedras e os lados? Você será esmagada.
Seus olhos violeta relampejaram com sua própria raiva. — Não existe nenhuma outra escolha. Nós temos que atravessar isto para alcançar a Placa.
— Não. Eu não porei você nesse tipo de perigo.
— Não é sua escolha.
— Gwynn, por favor, — Logan implorou. Ele podia fazer muitas coisas para a protegê-la, mas não nesse caso. A água não ouviria seu chamado, e era muito poderosa. Ela nunca sobreviveria.
Logan não podia aguentar o pensamento.
Ela o enfrentou e examinou seus olhos. — Você estará lá comigo.
— Não me peça isto.
— Você queria a Placa de Orn. Você precisa da Placa para exterminar Deirdre. Eu estou tentando dar-lhe isto.
Ele balançou a cabeça e deu um passo atrás. — Tem que haver outra maneira. Eu não arriscarei sua vida.
— Minha vida tem estado em perigo desde o momento que eu cheguei na Escócia. E não é apenas Declan. Existe Deirdre. E a vida, em geral.
— Exatamente. Não seja tão descuidada com sua vida. É preciosa e pode acabar muito de repente.
O olhar de Gwynn estava fixo, seu corpo rígido. — Se custar minha vida para que você pare Deirdre, valerá a pena.
— Não para mim.
Não foi até que as palavras saíram de sua boca que Logan percebeu o quão verdadeiras elas eram. Ele trabalhou incansavelmente desde que se tornou um Guerreiro para combater Deirdre.
E agora, com Gwynn a seu lado, não importava. Nada importava exceto ela.
Ele ainda queria Deirdre morta, mas não a qualquer preço como ele costumava pensar. Haviam algumas coisas muito valiosas, muito extraordinárias para desistir. Gwynn era uma.
— Nós acharemos outra maneira, — ele disse.
Gwynn suspirou e olhou para o chão. — Se houvesse outro modo, eu seria informada pelo livro. Os Druidas tiveram certeza que havia só uma única maneira para conseguir a Placa.
— Sim, uma maneira que matará quem buscar isto! — Logan passou uma mão por seu cabelo enquanto andava em frente dela.
Gwynn odiou a perturbação que viu nele. Ele quis a Placa, mas ele não queria arriscá-la. Era o mero fato que ele pôs a vida dela à frente de sua missão que a fez tomar a decisão.
Não havia nenhum ponto em tentar conversar com ele. Ele não escutaria ela. Enquanto ele trabalhava em apresentar um argumento para convencê-la a voltar, Gwynn começou a calcular o que ela precisaria fazer.
A água era funda. O brilho que vinha da parte inferior era brilhante o suficiente para ela conseguir algumas imagens. Ela não sabia sobre as correntes até Logan dizê-la, mas era a diferença entre sua visão e a dela.
Ela deixou seu olhar vagar acima de forma de Logan. Ela não podia ver cada detalhe, mas ela não precisava. Estava impregnado em sua memória. Cada músculo magro, cada expressão facial. Ele estaria com ela para sempre, ainda que ela não pudesse tê-lo para si.
Enquanto ela assistia seu poderoso corpo mover com tal facilidade enquanto ele andava, ela perguntou-se como ela viveu antes dele. Ele era tudo para ela. Não era de admirar que tinha sentimentos, e a atração inflamou quando ela o conheceu.
Encontrando-o, ela veio a gostar dele. Trabalhando com ele, ela veio a confiar nele.
Conhecendo-o, ela veio a amá-lo.
Ela soube isto desde seu primeiro beijo, mas não quis admitir isto para si mesma porque ela temia onde eles poderiam acabar, ou mais importante onde ela poderia acabar. Mas ninguém podia evitar o amor. Acontecia quando uma pessoa menos esperava.
E aconteceu para ela.
Era por causa daquele amor que ela estava disposta a arriscar sua vida por Logan.
Gwynn não perdeu tempo. Com tão poucos movimentos quanto podia, ela removeu seu cachecol e sua jaqueta. Então ela pulou do afloramento de pedra e na água. Isto sugou-a para baixo imediatamente quando o frio bateu nela.
Ela lutou contra a água para alcançar a superfície, e quando ela conseguiu, tomou uma respiração enorme e tirou o cabelo de seu rosto. Uma olhada por seu ombro disse que Logan não estava mais lá.
De repente, ele emergiu ao lado dela. — Você ficou completamente maluca?
Antes dela poder responder, a corrente pegou-a e a arrastou para baixo. Ela estendeu a mão, buscando, procurando por Logan. Ela podia vê-lo mergulhando até ela, em seu rosto apareciam linhas determinadas.
Pânico começou a aparecer enquanto Gwynn foi puxada para o lado e, todo tempo levando-a mais e mais perto das pedras e da parede da caverna.
Seus pulmões queimaram por ar, e não importa o quão duro ela tentava chegar à superfície, a água não deixaria. Ela gritou, ar borbulhou fervilhando ao redor dela quando procurou por Logan.
Ela estava tão preocupada em procurar por Logan e tirar o cabelo de seu rosto que não viu a pedra até ser muito tarde.
A força da água bateu-a contra a grande pedra tão viciosamente que por um momento a espetou lá. Então ela foi lançada longe e ao redor como uma folha ao vento.
CAPÍTULO QUARENTA
— Eu não posso tocar a porta, — Larena disse quando agarrou as barras bloqueando sua entrada na cela.
— Quem está aí? — Perguntou a mulher.
— Nós estamos aqui para salvá-la, — Reaghan disse enquanto movia-se para ficar ao lado de Larena. Ela testou as barras, seus lábios uma linha firme. — Ele usou magia negra. Só ele pode destrancar a porta.
Camdyn assistiu como a cabeça da mulher virou de um lado para outro, seu cabelo cor de noz emaranhado e pendurado flacidamente.
— Camdyn, — Fallon disse. — Você pode fazer algo?
Camdyn olhou para o chão para achar sujeira em baixo dele. — Sim, eu posso tentar.
Ele pediu que a Terra abrisse, formando um túnel em baixo da porta separando-os da Druidesa. O chão agitou enquanto uma rachadura formou aos seus pés e continuou debaixo da porta da cela.
Sujeira começou a encher a rachadura à medida que ela alargava, abrindo até que fosse larga o suficiente para Camdyn saltar no buraco e arrastar-se debaixo da porta. Ele curvou suas pernas e pulou ao lado da Druidesa.
— Quem é você? — Ela perguntou quando balançou sua cabeça para ele.
Mas seus olhos não enfocaram nele. — Você é cega? — Ele perguntou.
Lentamente ela assentiu.
Camdyn olhou para os outros através das barras. Ele já odiava Wallace por machucar Logan e Gwynn. Agora, ele queria rasgar o bastardo em pedaços.
Com suavidade, Camdyn agarrou a algema em torno dos pulsos da Druidesa e abriu-as. Ele se agachou ao lado dela quando ela movia-se longe dele.
Ele viu o medo em seu rosto, mas havia também determinação e o desejo de sobreviver. — Você pode ficar em pé?
— Eu… eu não estou certa.
Sua voz era semelhante à de Gwynn, mas não a mesma. — Então eu te carregarei, se você me permitir.
— Quem é você? — Ela perguntou novamente.
— Eu sou Camdyn. Eu vim com um grupo para libertá-la.
Ela inclinou a cabeça de lado. — Você veio por mim?
— Nós viemos, — Fallon disse. — Vamos tirá-la daqui, então responderemos todas as suas perguntas.
Quando Camdyn a ergueu em seus braços, seu corpo ficou tenso. Seus olhos alargaram, virando branco lácteo, então rolou para trás em sua cabeça.
— O que eu fiz? — Ele perguntou aos outros.
— Fique quieto, — Reaghan disse. — Ela está tendo uma visão.
Camdyn olhou para a sujeira manchando o rosto da Druidesa. Ela estava pele e ossos, seu corpo leve como uma pena. Mas não havia como negar que algo estava acontecendo com ela, e pela forma que sua magia embrulhou ao redor dele, consumiu-o, provocou, Camdyn não se importou.
Ele manteve sua expressão neutra, mas ele estava queimando. Suas bolas apertaram e todo o sangue em seu corpo dirigiu-se para seu pau. Quanto mais a magia dela a preenchia, mais a fome dele crescia até que ele pensou que poderia consumir-se onde estava.
De repente, seu corpo relaxou em seus braços.
— Ela está bem? — Broc perguntou.
Camdyn agitou sua cabeça. — Eu não sei. Ela ainda respira.
— Eu estou bem, — a Druidesa respondeu. — Meu nome é Saffron, e se todos vocês quiserem viver, nós precisamos sair agora. Declan está a caminho.
— Você é como Reaghan disse? Você é uma Vidente? — Camdyn perguntou.
— Para meu maior pesar.
Os olhos de Camdyn travaram com os de Galen antes dele saltar no buraco e então sair do outro lado. Ele comandou à Terra encher o buraco até que restasse nenhum rastro. E então eles estavam deixando o calabouço.
— Se Declan está vindo, então nós tivemos sucesso, — Sonya disse.
Broc grunhiu enquanto movia-se ao lado dela. — Talvez. Nós veremos.
— O que isso quer dizer?
— Quer dizer, — Fallon disse, — que eu estou levando Camdyn, Saffron, você, e Reaghan de volta para o castelo.
Reaghan pôs suas mãos nos quadris e olhou primeiro para Fallon então para Galen. — Se vocês irão achar Declan, precisarão de nós.
— Eu tenho uma ideia, — Saffron disse. — Que tal todos nós partirmos?
Camdyn sorriu em seu descaramento. — Leve-nos de volta para o castelo, então podemos verificar Logan.
Fallon deu um assentimento com a cabeça e colocou suas mãos no ombro de Camdyn.
* * *
Gwynn não sabia quanto tempo mais ela poderia segurar sua respiração. A superfície parecia há quilômetros de distância, e com o agarre que a corrente tinha nela, ela sabia que não era uma nadadora forte o suficiente para sair.
Ela não queria morrer sem pelo menos primeiro conseguir a Placa para Logan. Ele precisava disto.
Fortes braços seguros de repente a cercaram. Gwynn abriu seus olhos para achar Logan em frente a ela, e então sua boca estava na sua. Ele soprou um muito necessário ar através de seus lábios enchendo seus pulmões.
Uma vez que seus pulmões não estavam mais queimando tanto, ela afastou-se e olhou para ele. Com um sorriso e uma piscada, ele embrulhou seus braços ao redor dela e usou seus pés para guiá-los em torno das pedras e em direção à superfície.
As correntezas giraram em torno deles, fazendo Gwynn atordoada e desorientada. Ela piscou, e quando abriu seus olhos ela viu a parede da caverna aproximando depressa. Não houve tempo para Logan girar e tomar o impacto do choque.
Gwynn levantou sua mão e usou-a para impedir a cabeça de Logan bater nas pedras. Ela mordeu de volta um grito quando as pedras rasgaram sua mão.
Tudo que ela podia fazer era segurar-se enquanto Logan nadava para a superfície. Quando suas cabeças emergiram, ela tragou ar. Eles podiam ter vindo das profundezas, mas as correntezas não terminaram com eles ainda.
* * *
Malcolm assistiu Deirdre quando ela ajoelhou antes das ardentes palavras do cântico que ele não entendia. Eram palavras antigas. Palavras de magia.
Enquanto o wirran ficava ao redor de Deirdre olhando fixamente para ela em reverência e os outros Guerreiros observaram-na com uma mistura de medo e admiração, Malcolm não sentia nada.
O homem que ele tinha sido, o homem que arriscou tudo para ajudar Larena e Fallon, estava morto. Ele morreu quando Deirdre enviou seus Guerreiros para matá-lo, mas Sonya usou sua magia para manter seu corpo vivo.
Mas a alma de Malcolm não sobreviveu.
Era parte da razão que ele podia controlar a ira terrível e horripilante que o consumia. Ele sentiu a ira, mas não se importava. Com nada.
Ele não podia se importar mais. Se ele se importasse, se ele olhasse para o que se tornou, ele teria que enfrentar o que ele era. E ele não podia fazer isto. Ele explodiria.
Era mais fácil enterrar todo seu ser, todas as suas emoções até que ele estivesse entorpecido. Nem mesmo Daal, seu deus, podia abastecer o desejo de sangue que tomou a maioria dos Guerreiros.
O olhar de Malcolm moveu de volta para Deirdre. Seu cabelo branco incrivelmente longo ondulou ao redor dela com os dedos invisíveis do vento. As chamas do fogo estalaram e estalaram enquanto cresceram muito mais alto.
Era a névoa preta que levantou do fogo que prendeu a atenção de Malcolm como nada mais podia. Pairou acima de Deirdre, imóvel até que começou a rodar ao redor dela. Seu cântico ficou mais alto, as palavras vindo em uma voz cantante.
E a nuvem de fumaça preta ficou maior, mais densa.
Malcolm sentiu a grande maldade da fumaça negra. Ele sabia que era o Diabo. Se Deirdre chamou isto ou não era a pergunta.
O cântico de Deirdre diminuiu, então parou. O que quer que ela fez para Logan tinha acabado. Mas o que estava prestes a acontecer com ela estava apenas começando.
O sorriso em seu rosto perfeitamente esculpido congelou quando a névoa começou a descer ao redor dela.
Seu pequeno acampamento tornou-se mortalmente quieto enquanto eles todos esperavam para ver o que a fumaça faria. O wyrran estava balançando de um lado para outro e agarrando Deirdre, mas suas mãos pálidas amarelas não podiam tocá-la.
Os outros Guerreiros, porém, estavam mostrando a suas presas e rosnando.
Malcolm riu em sua exibição de ira. Era por causa de seu deus que ele sabia que a fumaça era o Diabo. Uma vez seu deus tinha governado esta terra, mas o Diabo e outros demônios os tinham enganado um por um até que eles tinham sido aprisionados.
Os deuses queriam seu mundo de volta. E queriam trancar o do mesmo modo que eles foram encarcerados.
Apesar da ira de Daal, Malcolm permaneceu como estava e esperou. Não levou muito tempo antes da névoa levantar acima de Deirdre, então desapareceu. Como se nunca tivesse aparecido.
Deirdre levantou em pernas trêmulas e girou para Malcolm. — Nós precisamos estar no lugar e prontos para Logan. Ele tentará nos enganar, mas eu não serei enganada.
— O que o diabo queria?
Os misteriosos olhos brancos perfuraram-no. — Isto não é de sua conta.
Malcolm apoiou um ombro contra uma árvore e fitou Deirdre. O que quer que seja que o Diabo queria, não era bom.
* * *
Era tudo que Logan podia fazer para manter a cabeça de Gwynn acima da água. Existia um corte na testa dela onde sua cabeça bateu em uma pedra, e haviam raspões em sua mão de onde ela bateu na parede de caverna.
Ele ainda não podia acreditar que ela saltou na água. Ele devia ter sabido que ela faria algo assim depois do modo que ela discutiu com ele. Logan ainda podia sentir o medo que tomou conta dele quando a viu ser arrastada debaixo da água.
Tudo que ele pode pensar era chegar a Gwynn. E quanto mais ele tentava, mais as correntes os afastavam.
Logan não podia discernir o quão grande era a piscina de água, nem onde as correntes os estavam levando, mas o telhado da caverna começou a abaixar em uma velocidade alarmante.
— Gwynn, — ele chamou quando uma onda bateu acima dele. Ele cuspiu fora a água e esperou até que ela olhasse para ele. — Onde nós vamos depois?
— Devia estar aqui, — ela disse.
O corpo dela tremeu das temperaturas frias da água e sua provação. Logan queria nada além de tirá-la da água e pô-la em roupas secas antes dela congelar até a morte.
Ele agitou sua cabeça. — Não está.
— Está, — ela insistiu entre dentes tremendo.
Logan examinou as ondas fortes adiante e viu onde o teto encontrava a água. Dividindo a água estavam muitas — e variadas — pedras dentadas esperando para rasga-los em fragmentos.
Não havia nenhum lugar para eles irem. Nenhuma área nos lados para subir. Nenhuma caverna para escapar. Apenas a água.
Ele deu-lhe uma sacudida leve para chamar sua atenção. — Respire fundo. Nós precisamos descer assim eu posso nadar de volta para a caverna.
— Está aqui, Logan, — ela disse. — Eu sei disto.
— Nós acharemos, mas precisamos sair da água. Agora.
Ela deu um aceno irregular. Juntos eles tomaram várias respirações profundas, e então Logan levou-os para baixo. Ele segurou Gwynn enquanto levava-os mais e mais fundo.
As correntezas puxaram e empurraram eles, mas Logan não iria desistir.
E então ele viu a luz. O mesmo brilho que viu de cima era mais brilhante quando cortou pela água. Era quase como se a luz acenasse para ele.
Gwynn apontou para a luz e pediu que ele fosse para lá com seus olhos. Logan deu um pontapé e levou-os na direção disto. Gwynn fechou seus olhos, suas mãos nas orelhas quando a pressão aumentou.
Quanto mais perto eles iam para a luz, mais parecia mover-se. Enquanto eles nadaram, um fluxo da luz iluminou a parede e Logan viu uma abertura. Seus instintos gritaram para dirigir-se a isto.
Era tão estreito que só um deles passaria de cada vez. Logan tocou Gwynn no ombro e empurrou seu queixo para a abertura.
Ela olhou nisto, então deu a ele um aceno com a cabeça. Logan esperou até que ela se virasse para enfrentar a abertura antes de dar-lhe um empurrão. Uma vez que seus pés desapareceram ele seguiu.
O túnel era mais longo que ele esperava, mas a água ajudava a empurrá-los. Logan passou o túnel pequeno e olhou até ver as pernas de Gwynn movendo enquanto ela andava na água. Ele usou seus braços e chutou para impulsionar para cima.
Ele emergiu e espanou a água de seu rosto. — Você está bem? — Ele perguntou quando Gwynn virou para ele.
Sua voz ecoou na pequena câmara. Os únicos sons eram a água gotejando e sua respiração.
— Sim, — Gwynn disse. Seus dentes batendo apertado quando seu corpo inteiro tremia. — Você viu isto?
— Vi o que?
Ela sorriu e o beijou. — Você achou, Logan. Olhe abaixo.
Através da água ele podia ver a mesma luz que viu antes de entrar no túnel, mas podia ter jurado que a luz estava na outra piscina d’água.
— É a Placa de Orn, — Gwynn sussurrou seu sorriso enorme.
Logan riu e embrulhou seus braços ao redor dela. Seus olhos violeta brilharam com alguma emoção vívida que fez seu coração perder uma batida. Ela quase morreu em seu esforço para ajudá-lo. Da mesma forma que ele prometeu entretanto, ele manteve-a segura.
O sentimento do corpo suave dela deslizando contra o seu trouxe o desejo chamejando para a vida. No momento ele não se importava com Deirdre. Ele não se importava com a Placa.
Tudo que ele se importava era com Gwynn.
Ela estava viva e em seus braços. E ele tinha muito prazer nisso.
Logan olhou para sua doce boca. Ele conhecia o sentimento de seus lábios suaves, carnudos contra os dele. Ele conhecia a doce essência de seu sabor enquanto suas línguas dançavam.
— Logan, — ela suavemente sussurrou. Sedutoramente. Avidamente.
Ele abaixou sua cabeça e reivindicou os lábios dela. Um gemido rasgou de sua garganta no primeiro contato. Ele não podia obter o suficiente dela. Quanto mais ele a saboreava e tocava, mais ele precisava tê-la.
Sua língua deslizou por seus lábios e encontrou a dela. Os braços dela apertaram ao redor de seu pescoço enquanto ele chutava para mantê-los acima da água.
Logan aprofundou o beijo. Ele tomou. Reivindicou. Saboreou. Foi então que percebeu que faria qualquer coisa para persuadir Gwynn a retornar com ele para o Castelo MacLeod. Ele não queria viver sem ela.
Ele não podia viver sem ela.
O conhecimento o chocou. Ele quebrou o beijo e olhou para a mulher que virou seu mundo de cabeça para baixo. Sem nem mesmo tentar. Ela fez nada além de ser ela mesma. Ainda assim, ela mudou seu pensamento, mudou o modo que ele olhava para o mundo.
— Você está tremendo, — ele disse.
Sua testa enrugou. — A água é um pouco fria.
— Nós precisamos pegar a Placa antes de você apanhar um resfriado.
— Sob a água novamente, — ela disse com um suspiro.
Ele correu o polegar acima de sua bochecha. — Eu faria isto eu mesmo se pudesse.
— Eu sei.
Depois do que aconteceu na água, Logan era contrário a deixá-la ir. Não importa quantas vezes ele tentou comandar a água, seu poder não funcionava. A magia Druida preveniu isto.
Gwynn desembaraçou os braços do seu pescoço e deu a ele um último sorriso antes dela mergulhar na água. Logan soube que ele não podia pegar a Placa, mas ele podia estar lá se ela precisasse.
Ele a seguiu para baixo, espantado ao encontrar esta piscina de água calma com exceção do impulso da água do túnel. Com um fluxo constante de água entrando, o nível não parecia subir. Então onde a água estava indo?
Logan esqueceu sobre a água quando assistia o deslizamento do corpo macio e lustroso de Gwynn. Ele queria fazer amor com ela na água. Ele a queria em qualquer lugar, em todos os lugares. Desde que ele pudesse tê-la.
Isto foi como Hayden sentiu com Isla? Fome e desejo que nunca cessavam? A necessidade que arranhava para ter Gwynn próxima?
Devia apavorar Logan, mas ele achava, apesar das emoções profundas, que Gwynn era justo o que ele precisava.
Seu cabelo fluía atrás dela como de uma onda negra. Ele conhecia o sentimento daquelas pesadas madeixas, sabia que eles eram tão sedosos quanto pareciam e cheiravam muito melhor.
Logan nadou mais rápido até que estava com ela quando ela abordou a luz. Era ofuscante em sua intensidade, mas de alguma maneira não aborreceu Gwynn.
Ela estendeu sua mão na luz e girou algo. Houve um momento de silêncio, e então um estrondo alto que agitou a caverna. Logan agarrou Gwynn enquanto a água de repente começou a drenar fora da caverna em uma lufada.
Ele levou o impacto da queda quando eles caíram sobre o chão de pedra lisa. Logan se debruçou em seu cotovelo e tirou o cabelo do rosto de Gwynn. Ele respirou um suspiro de alívio quando ela abriu seus olhos e sorriu.
Um fundo ressoar começou ao redor deles, e então na parede oposta as pedras desintegraram até o luar fluir na caverna.
Logan levantou-se e ajudou Gwynn a ficar em pé. Eles dois enfrentaram a porta em silêncio. Ele podia ouvir o impacto das ondas perto, então Logan soube que eles estavam na costa e não debaixo da ilha da forma que temia.
Ele olhou para sua esquerda e viu o pilar de cintura alta de pedra que ficava no centro da caverna.
— Nós conseguimos, — Gwynn disse e mostrou sua mão com a Placa.
Logan olhou para a forma retangular embrulhada em couro e sorriu. — Não, Gwynn. Você conseguiu.
CAPÍTULO QUARENTA E UM
Gary Austin olhou fixamente para a parede de água em frente às cavernas escondidas e fervilhou. Ódio ferveu dentro dele. Inflamou. Enfureceu.
Devorou.
— Então, filha, — ele murmurou. — Você me traiu.
Mas ela não ganharia esta noite. Ela não iria superá-lo. Ela o fez parecer bobo roubando o livro e sabendo onde a caverna estava, mas no fim, ele seria o único segurando o prêmio.
Declan prometeu a ele imortalidade, e Gary não iria permitir desperdiçar isto.
Enquanto ele caminhava entre as pedras procurou por outra caverna escondida. Se não tivesse sido pela água, Gary nunca saberia onde Gwynn entrara. Ele duvidava que ela estivesse saindo pelo mesmo caminho. Devia haver outra saída.
Gary deslizou por uma pedra depois que uma onda bateu nele e sentiu seu tornozelo vidar, quando seu pé deslizou entre dois pequenos pedregulhos. Seu grito de dor foi suprimido pelo desintegrar de pedra em frente a ele.
Ele esqueceu sobre o pulsar de seu tornozelo quebrado quando puxou-se de entre as pedras e rastejou, encharcado pelas ondas.
Não havia nenhuma maneira de as pedras se desintegrarem de forma natural. Gary sorriu quando agarrou a arma de fogo que Declan deu a ele.
* * *
Gwynn olhou fixamente para a caixa retangular em sua mão. Ela viu magia fazer muitas coisas, mas ela sabia que houve grande magia para lacrar a Placa embaixo de tanta água, ainda que nem uma gota de água tocasse a Placa até que ela pegou-o de seu local de descanso.
— Não é exatamente o que eu estava esperando, — Logan disse.
Gwynn riu, tentando duramente esquecer o quão fria ela estava. E molhada. — O que você estava esperando?
— Bem — Logan disse com um encolher de ombros, — Uma Placa. Uma grande Placa de pedra. Não isto, — ele disse quando apontou para aquilo.
Gwynn mediu o peso com sua mão. — Não é tão pesada. Há algum peso nisto, mas nada como uma Placa de pedra deveria ser.
— É a Placa de Orn que nós achamos?
— Sim, — Gwynn disse com um assentimento.
A boca de Logan torceu. — Existe certamente uma quantia grande de magia vinda disto. Você quer dar uma olhada nela agora?
— Eu não sei. Talvez.
Logan moveu-se atrás dela e descansou sua mão na dela. — Nós faremos isto juntos.
Gwynn respirou fundo e assentiu. — Juntos.
Como um, eles dobraram para trás o couro suave, revelando uma caixa de madeira.
— Não é o que eu estava esperando, — Logan disse novamente.
Gwynn correu sua mão pela caixa intricadamente esculpida. Cada centímetro era coberto em bonitos padrões interligados. — É atordoante. Eu nunca vi nada tão bonito.
— É mesmo.
Ela achou uma tranca e sacudiu. Com um olhar para Logan por cima do ombro eles ergueram a tampa da caixa juntos. Do lado de dentro, aconchegado entre um veludo azul escuro, estava um cilindro de ouro.
As tampas em ambas as extremidades do cilindro eram suavemente arredondadas. Tiras de couro de dois dedos de largura cercaram o cilindro na base de cada tampa. E no meio estava mais ouro.
— Oh… Deus!.
— Sim, — Logan sussurrou. — Olhe para as gravuras no ouro.
Gwynn podia não olhar para nada mais. Mais padrões célticos ricamente cobriam o ouro e até mesmo o couro. Ela não podia imaginar quanto tempo levou para alguém elaborar tal brilho e fazê-lo tão maravilhosamente.
— Isto é uma fechadura? — Logan perguntou. Ele girou o cilindro na caixa, mostrando um buraco que era definitivamente uma fechadura.
— Nós vamos precisar de uma chave, — Gwynn disse.
Logan procurou na caverna. — Onde estaria?
— Eu nunca ouvi qualquer coisa sobre uma chave, Logan. Eu nem mesmo sabia que a Placa era um cilindro. O livro não mencionava isto.
Ele moveu-se ao redor dela e esfregou atrás de seu pescoço. — Eu reconheço alguma escrita misturada com os padrões. Talvez isto seja a Placa.
— Ou talvez haja algo dentro. Por que mais haveria necessidade para uma chave?
— Eu não sei. Agora mesmo, eu estou mais preocupado em deixá-la aquecida e segura.
Ela sorriu e pôs seu braço ao redor dele. — Eu estou segura. Com você.
Assim como ela queria, calor encheu os olhos dele quando ele se debruçou até colocar um beijo em seus lábios. — Você não passou pelo suficiente hoje?
— Ah, seria um definitivo sim, — ela disse e fechou a caixa. Então cobriu-a com o couro e virou para Logan. Ela queria correr os dedos por seu cabelo molhado e tirá-lo de seu rosto.
— Eu disse antes que eu temia meus sentimentos por você. Eu temo, eu quero dizer, eu temi. Bem, eu ainda temo, mas isto é porque eu fugia quando as coisas ficavam... — Ela encolheu os ombros.
— Muito complicadas? Quando as pessoas ficavam muito perto, — ele ofereceu.
Ela examinou seus olhos e assentiu. — Sim. O que meu pai fez para mim e minha mãe, e então perder minha mãe. Eu estava tão cansada de sentir dor que privei-me de tudo. Até de você.
Gwynn esperou por ele dizer algo, e quando ele não disse, ela lambeu os lábios e continuou antes de perder a coragem. — Eu refleti muito hoje, e não sei o que o futuro guarda para mim. Ou para nós. Mas sei que eu quero estar com você. Por tanto tempo quanto você me queira. Eu posso ser machucada no fim, mas prefiro ter as memórias com você do que não tê-lo.
— Gwynn, — ele disse seu nome suavemente. — Eu estou ainda aprendendo a me adaptar a este tempo, e estou lutando contra Deirdre. Eu não sei que tipo de relação eu posso oferecer.
— Eu entendo, — ela disse e levantou-se para esconder as lágrimas que encheram seus olhos. Ela sabia que o que Logan disse era verdade, mas não deixou de machucar.
— Gwynn...
— Vamos, — ela disse. — Nós precisamos chegar ao ponto de encontro antes de Declan ou Deirdre nos achar.
— Ou eu.
Gwynn parou quando ouviu a voz do seu pai. Ela lentamente girou para achá-lo de pé na boca da caverna.
— O que você quer? — Ela exigiu.
Ele riu e empurrou seu queixo para a caixa. — Você sabe exatamente o que eu quero.
— E você acha que eu apenas entregarei para você? A criança que estava sempre no caminho? A criança que você não queria?
Logan fez uma careta quando ele ouviu a dor e raiva na voz de Gwynn. Ele quis lançar Gary na água assim Gwynn nunca seria incomodada por ele novamente, mas Gwynn poderia não perdoar Logan se ele fizesse isso.
— Se você quiser a caixa, você terá passar por mim, — Logan disse.
Gary riu ironicamente. — Vê isto? — Ele disse e ergueu a arma. — Eu te dou uma chance para adivinhar que tipo de balas estão carregadas.
Logan estreitou os olhos e Gary riu.
— Está certo, jovem. X90s. Elas te derrubarão com um tiro. Agora, se Gwynn não quiser ver você morto, ela dará a caixa.
Gwynn entrou na frente de Logan, e ele prontamente moveu-se ao redor dela. Não havia maneira que ele permitiria que Gwynn se pusesse entre uma bala e ele.
— A propósito, — Gary continuou. — Eu não culpo você por dispensar Gwynn. Quem quereria alguém tão simplória? Sua mãe, agora era uma beleza.
Logan podia sentir Gwynn tremendo de ira ou mágoa, ele não estava certo de qual. Não importava. Nenhum pai devia falar de sua filha de tal forma.
— Eu darei a você mais uma chance, — Logan disse. — Solte a arma e parta.
— Ou o que? — Gary perguntou.
— Ou eu matarei você.
Gary lançou sua cabeça para trás e riu. — As balas, lembra.
Logan empurrou Gwynn atrás e para o lado assim ela podia se proteger contra as pedras. — Eu tenho uma pergunta. Você acha que aquelas balas que você está tão orgulhoso podem me acompanhar?
Gary piscou, sem palavras.
Logan usou sua incrível velocidade para correr ao redor e atrás de Gary. Com um golpe na mão de Gary, a arma caiu. Logan segurou suas garras na garganta de Gary.
— Eu pedi direito para você partir, — Logan disse. — Você não foi. Você me ameaçou, e foi detestável com sua filha. Pelo que eu deveria matar você.
— Gwynn não deixará, — Gary disse com um sorriso de escárnio.
Logan desviou seus olhos e encontrou o olhar de Gwyn. Sua expressão não dizia nada. Ela estava brava agora, mas se Logan matasse Gary, Gwynn lamentaria mais tarde.
Então Logan o jogou de lado. — Corra.
Gary olhou para o chão. — Eu não posso. Meu tornozelo está quebrado.
Logan encolheu os ombros e agarrou a mão de Gwynn quando a levou da caverna. — Então fique. Eu não me importo.
Eles saíram da caverna, Gwynn tão silenciosa quanto as pedras ao redor deles. Eles andaram dez passos quando um tiro ecoou, soprando fragmentos de pedra no rosto de Gwynn.
Logan girou, seu deus liberto e pronto para a batalha. Mas antes dele poder recuar e acabar com Gary, as pedras começaram a mover e bloquear a abertura enquanto água mais uma vez encheu a caverna.
— A água não me escutará, — Logan disse.
Gwynn pôs a mão em seu braço. Logan girou a cabeça para encontrar seus olhos ardendo violeta novamente.
— A maldade não tem permissão para entrar. Só a Guardiã e aqueles com bondade neles têm permissão na caverna sagrada. E fora dela.
Ela piscou e o brilho desapareceu. O olhar dela girou para Logan. — Meu pai não era um bom homem.
— Mas ele era seu pai.
— Sim. Ele era.
Depois de um momento, Gwynn se virou e Logan a seguiu. Ele acenou com o braço por cima da água e assistiu o mar abrir. Justo quando eles estavam para andar na água, Gwynn deu um grito quando foi empurrada para trás.
Logan se virou e encontrou um fio de cabelo branco em torno de sua garganta. Ele agarrou o cabelo, ódio queimando em seu interior quando ele olhou fixamente para Deirdre.
— Eu disse a você que conseguiria o artefato, — Deirdre disse. — Agora eu terei uma Druidesa para matar e roubar sua magia. Foi muito doce de sua parte achá-la para mim, Logan.
Logan lutou para respirar quando Deirdre apertou seu cabelo ao redor do pescoço. — Cadela, — ele disse.
— Se você tivesse qualquer ideia pelo que eu tenho passado não acho que você diria isto. Eu ouvi que você encontrou Declan. — Ela rolou os olhos. — O idiota realmente pensou que eu compartilharia o poder com ele.
Logan não podia se importar menos. Ele olhou para sua esquerda para encontrar Gwynn inconsciente no chão enquanto Malcolm permanecia acima dela. Os olhos castanhos de Malcolm encontraram o seu, e Logan soube, independentemente de sua amizade, ele o mataria se Malcolm a machucasse.
— Agora, — Deirdre disse. — Onde estávamos? Você estava me dando o artefato.
Ela moveu-se para os wyrrans cercando-a para recuperar a caixa que caiu dos braços de Gwynn. Logan silenciosamente persuadia Gwynn a despertar, para usar qualquer magia que ela pudesse para fugir.
Deirdre descascou as tiras de couro fino e olhou para a caixa. Ela olhou para Logan. — Eu imagino que você está odiando isto. Imagine o quão brava eu fiquei em descobrir que a espada que eu consegui foi roubada.
— Meu coração... sangra, — Logan disse enquanto seu ar era cortado.
Houve um berro alto que Logan reconheceria em qualquer lugar, e um segundo depois uma bola de fogo foi arremessada nos wyrrans.
Logan procurou por Hayden e o encontrou e Ramsey vindo para Deirdre de lados opostos. Houve uma grande lufada quando Broc mergulhou do céu, tomando um wyrran com ele antes de rasga-lo ao meio.
De repente, Larena em toda sua glória iridescente estava na frente de Malcolm. A atenção de Logan foi desviada quando os irmãos MacLeod cercaram Deirdre.
Quinn cortou seu cabelo, dando a Logan o tempo que ele precisava para mergulhar no chão enquanto ele afastou as mechas remanescentes. Quando ele levantou-se, encontrou todos os Guerreiros lutando.
Logan apressou-se para Gwynn. Logo antes dele a alcançar, um Guerreiro laranja veio nele. Logan cortou aberto seu tórax e o jogou de lado.
Ele viu o tórax de Gwynn subindo e descendo quando ela respirou, viu seus olhos tremularem abertos. Ele deu um passo em direção a ela e foi impedido pelo Guerreiro laranja novamente.
Gwynn abriu os olhos para encontrar uma batalha ao redor dela. Ela olhou para o chão, mas a Placa de Orn se fora. Então seus olhos trancaram na bonita mulher alta, com cabelo branco que fluía para o chão. Ela o usava como uma arma, cortando e empalando, pegando e sufocando.
Gwynn não precisou de uma apresentação. Ela sabia que era Deirdre que atacava. E que tinha a Placa.
Apesar da dor em seu corpo e o frio que instalou-se em seus ossos, Gwynn levantou-se. Ela respirou fundo e chamou sua magia.
Respondeu com uma onda tão poderosa que quase dobrou seus joelhos. O corpo de Gwynn balançou quando sua magia rodou por ela, ficando mais e mais forte até que ela não podia contê-la.
Ao mesmo tempo em que ela arremessava uma explosão de magia de sua mão, ela chamou o vento. A explosão do vento enviou vários wyrrans para a água.
Gwynn girou e viu um flash prateado à sua esquerda. Ela olhou, hipnotizada enquanto Logan lutava. Ele era... magnífico. Sua fúria era uma coisa majestosa. Ele lutou com deslumbrante maestria e elegância misturados com propósito mortal e perigo muito palpável para desconsiderar.
Quando o vento soprou ao redor dele, ele afundou suas garras prateadas no Guerreiro que tinha lutado e olhou para a água. Um enorme braço molhado subiu do mar, a mão desfraldando. Logan dirigiu a mão em Deirdre, e Gwynn assistiu como o punho fechou ao redor dela.
Logan sorriu satisfação o enchendo quando os gritos frenéticos de Deirdre encheram o ar enquanto o vento de Gwynn lançava os wyrrans nos precipícios, quebrando cada osso em seus pequenos corpos. Com uma sacudida, Logan jogou Deirdre longe no mar. Os wyrrans e Guerreiros restantes foram rápidos em segui-la. Todos menos Malcolm.
Malcolm enfrentou-os, seu kilt rasgado e sangue cobrindo-o da batalha. Seus olhos estavam em Larena, embora fosse evidente que ele enfrentaria qualquer um.
— Malcolm, — Larena disse e deu um passo em direção a ele.
Fallon pegou no braço de Larena e a puxou de volta.
Malcolm mostrou suas presas para Fallon.
— O que aconteceu com você? — Broc perguntou.
Malcolm riu, o som tão oco quanto seus olhos. — Deirdre me achou. Parece que eu tinha um deus dentro de mim, mas nenhum de vocês aborreceu-se em dizer.
Fallon olhou para Ramsey. — Você não estava lidando bem com seus danos, Malcolm. Larena pensou que seria melhor se você não soubesse ainda.
— Quando vocês iriam me dizer? — Malcolm exigiu.
Larena encolheu os ombros. — Eu esperava que nunca. Eu pensei que você estava seguro no castelo.
— Você estava errada! — Malcolm berrou.
— Isto não importa agora, — Logan disse. — Você é um Guerreiro. Depende de você decidir por qual lado irá lutar.
Malcolm riu novamente e deu um passo atrás. — Minha escolha já foi feita.
— Isto não é uma escolha, — Quinn disse. — Você sabe o que ela fez para nós. Você ouviu as histórias.
Malcolm encolheu os ombros, seu rosto indiferente. — O que está feito está feito.
— Você matou Duncan? — Arran exigiu.
Malcolm olhou para o Guerreiro e assentiu. — Eu matei. Foi o que Deirdre ordenou.
— Não, Malcolm, — Logan disse. — Às vezes as pessoas tomam as decisões erradas. Você pode mudar de ideia.
Malcolm sabia o que ele fez, sabia que Logan foi para Deirdre. Logan esperou por Malcolm dizer aos outros, mas o Guerreiro simplesmente levantou uma sobrancelha loira.
Logan soltou uma respiração profunda e olhou para o Guerreiro castanho em frente a ele. — Eu fui para Deirdre, Malcolm. Eu quis ser um Guerreiro. Seu Guerreiro. Foi um engano, e um que me custou tudo.
Por longos momentos Malcolm segurou seu olhar. Logan pensou que ele conseguiu alcançá-lo, entretanto Malcolm olhou para Larena.
— Eu não sou o homem que uma vez fui. Eu sou cada coisa que você está combatendo.
Um raio atingiu por trás deles, fazendo todos virarem. Quando eles voltaram, Malcolm se fora.
Eles permaneceram em silêncio enquanto os eventos do dia infiltraram em suas almas.
— Eu quero me vingar de Malcolm pelo que ele fez para Duncan, — Arran disse.
Ramsey pôs uma mão no ombro de Arran. — Você lembra como era quando seu deus foi libertado inicialmente? Nós não temos nenhuma ideia do que Deirdre fez para Malcolm.
— Você não o culpa pela morte de Duncan? — Arran perguntou com incredulidade.
Hayden disse, — Não. Eu culpo Deirdre.
Logan sentiu cada olhar virar para ele então. O segredo que ele carregou por tanto tempo estava agora ao ar livre. Sentiu-se mais leve por ter compartilhado isto, mas a carga já tinha sido diminuída depois de dizer a Gwynn.
— Eu devia ter dito a vocês, — Logan disse para Fallon. — Todos vocês.
Fallon encolheu os ombros. — Como você disse a Malcolm, todos nós cometemos erros.
— Eu vejo o homem que veio para nós e luta conosco, — Lucan disse. — Isto é o suficiente para mim.
— Para todos nós, — Ramsey disse.
Um por um eles assentiram. Logan olhou abaixo em Gwynn para esconder a emoção que fechou sua garganta. Ela sorriu, e ele a puxou contra seu lado.
— Vamos para casa, — ele disse.
Hayden ergueu a caixa que Deirdre soltara e sorriu. — Casa.
CAPÍTULO QUARENTA E DOIS
Declan olhou fixamente para a cela vazia onde Saffron tinha estado presa por mais de dois anos. Ela tinha sido sua coroa da glória. Uma Vidente. Eles eram os mais raros de todos os Druidas.
E agora ela se foi.
— Gary está morto. Nós achamos seu corpo flutuando no mar, — Robbie disse. — Todos os homens que partiram para Eigg estão mortos.
— E Deirdre?
Robbie encolheu os ombros. — Não havia nenhum rastro dela. Eu achei vários wyrran mortos.
— Gwynn e Logan?
— Se foram.
Declan virou a abotoadura de rubi mais e mais. — Eu perdi Saffron. Gary se foi. Não existe nenhum rastro de Deirdre. E Gwynn e Logan saíram com o artefato. Eu entendi tudo?
— Nós não sabemos se eles recuperaram a Placa.
— Oh, eles conseguiram. Mas não por muito tempo, — Declan jurou.
Ele virou-se e deixou o calabouço. Ele tinha planos a fazer.
* * *
23 de dezembro
Gwynn acordou para se encontrar no castelo. Depois da batalha com Deirdre, Gwynn tinha estado tão congelada e sua cabeça latejando tanto que ela desmaiou. Pelo menos ela estava quente, e julgando pelo modo que seu corpo não estava mais dolorido, Sonya a curou.
Ela olhou para o teto um tempo antes de girar sua cabeça e encontrar Logan sentando ao lado do fogo. Seu olhar estava nas chamas, seu punho escorado contra o queixo enquanto ele apoiava-se no braço da cadeira. Gwynn perguntou-se o que ele estaria pensando. Ele parecia tão pensativo, tão diferente do Logan que ela conhecia.
Ela mexeu e sua cabeça virou em direção a ela.
— Você está acordada, — ele disse quando se levantou e veio em direção a ela.
— Eu estou. E aquecida agora.
— Felizmente, — ele disse. — Eu disse a eles meu segredo, Gwynn.
Ela sorriu. — Eu disse a você que eles não se importariam.
— Você disse.
— Quanto tempo eu dormi?
Ele encolheu os ombros. — Algumas horas. Eu imaginei que você merecia isto depois de tudo pelo que passou.
Gwynn enrugou o nariz. — Eu prefiro não repetir nada assim novamente. Eu não achei que iria sair desta viva.
— Eu prefiro não ter você me assustando assim novamente também.
Ela examinou seus olhos castanhos. — Você parece... mais leve. A escuridão se foi.
— É. Com meu segredo revelado, eu não sou carregado como eu era. Você ajudou com isto.
— Bom.
Logan olhou pela janela. — Está nevando novamente.
Gwynn sabia que não devia arriscar e ser machucada por ele novamente, mas ergueu as cobertas. — Eu estou com frio.
Um sorriso lento, sedutor dividiu o rosto de Logan. — Eu estava esperando que você dissesse isto.
Uma risadinha escapou dela quando ele tirou sua camisa e calça jeans e subiu na cama. Seus braços embrulhados ao redor dela quando seus membros enredaram-se juntos.
Os sorrisos sumiram quando seus olhares travaram e sua cabeça abaixou para a dela. O beijo foi sem pressa e lento e cheio de tal fome e desejo que fez o estômago de Gwynn cair para seus pés.
O beijo estava cheio com necessidade e desejo, mas diferentemente dos beijos anteriores foi lento. Sensual. Poderosamente excitante.
Ela podia sentir o desejo dentro dele, sentir a fome subindo cada vez que suas línguas se encontraram.
Ela se deliciava com o beijo, encontrou-o golpe a golpe enquanto a intensidade aumentava. Ele a rolou sobre as costas, suas mãos tocando-a em todos os lugares.
A segunda vez que a boca dele encaixou na dela, ela estava em um turbilhão de fome e urgência. As mãos dela deslizaram acima dos duros tendões de seus ombros e ao redor de seu pescoço.
— Por Deus! Eu não posso pensar em nada exceto você, — Logan disse.
Gwynn debruçou de volta sua cabeça quando ele começou a beijar sua garganta, deixando uma trilha de beijos quentes, molhados que fizeram arrepios correrem por seu corpo.
Suas mãos percorriam a amplitude e largura das costas dele, seus músculos movendo e se moldando sob suas palmas. Ele a beijou novamente, um ardente, frenético, beijo comovente.
Ele tomou. Reivindicou. Seduziu.
Com um beijo ela foi despertada. Necessitada. Faminta. Por Logan e pela paixão que seu toque forjava. Ela apertou suas pernas s e gemeu no pico de desejo que a encheu.
Sem aviso prévio, Logan subiu em seus cotovelos e olhou para ela. Seus dedos roçaram a parte de baixo de seus seios, que imediatamente incharam e doeram por seu toque.
— Eu quero sentir sua pele, — ele disse entre beijos.
Ela suspirou quando o peso de Logan caiu sobre ela. O sentimento dele, o modo que ele se sentia contra ela, sobre dela, nela, era a única coisa que ela precisava.
A única coisa que ela imploraria.
Sua quente e dura ereção descansado contra o estômago dela enquanto ele a beijava novamente, a fazendo pulsar e tremer por mais. Quando seus dedos deslizaram rapidamente em seu mamilo já duro e dolorido, Gwynn gritou e curvou-se para trás, buscando mais de seu toque.
Ele segurou seu seio e provocou o pequeno bico até que Gwynn estava girando, seus quadris contra ele, buscando a liberação que ela sabia que ele podia dar-lhe. Quando ela não podia aguentar mais o tormento, ele mudou-se para seu outro seio.
A pele de Gwynn parecia como se estivesse em chamas. Ela queimava por Logan, por sua carícia. E quando a boca quente, molhada fixou-se em seu peito, ela mergulhou as mãos em seu cabelo e segurou quando ele a levava mais alto.
Ele mudou e começou a beijar abaixo seu estômago, suas mãos segurando as coxas separadamente. Gwynn forçou seus olhos a abrir e assistir quando ele ajustou primeiro um ombro então o outro em baixo de suas pernas.
Logan levantou-se de joelhos e moveu suas pernas até que descansassem em seus ombros. Suas grandes mãos agarraram seus quadris enquanto ele esfregava a cabeça inchada de seu pau contra sua carne sensível antes de empurrar dentro dela. Uma vez. Duas vezes.
Gwynn agarrou os lençóis e gritou pelo prazer que pulsava nela. Sua ereção deslizou nela lentamente, seu corpo esticando acima dela.
— Tão malditamente apertada, — ele disse.
Com uma última estocada ele estava acomodado completamente. Seu olhar avelã queimando no dela quando ele começou a se mover. Curtos golpes rápidos, e punhaladas longas, duras. As sensações alternadas dele ataram seu desejo mais e mais apertado.
Ela se deliciou na sensação de seu comprimento duro como aço mergulhando dentro dela novamente. Mais duro. Mais rápido. Um instinto, primitivo e feroz levou-a, mergulhando-a em um passeio selvagem e intenso.
Ela gemeu, sua cabeça balançando para os lados quando ela ouviu seus corpos encontrando-se, sentiu o deslizamento de seus corpos enquanto o suor brilhava na pele deles.
Ele encheu-a ainda mais fundo que antes. Ainda assim não era suficiente. Ela não podia conseguir o suficiente dele, deste desejo cru, indomado que os sobrepujou.
Ela agarrou a necessidade que a segurou e deixou levar-se. Isto a compeliu, persuadiu-a a deixar Logan puxá-la cada vez mais alto.
A respiração dela vinha em suspiros ofegantes. Cada vez que ele estocava nela, penetrava mais fundo, seu corpo apertou e apertou.
Com seus músculos bloqueados, a liberação veio de repente e com tal intensidade que ela gritou. Onda após onda de gloriosa liberação derrubou-a, seus sentidos quebrados e seu corpo pertenciam para sempre a Logan, eternamente ligados.
Mas até então ele não tinha terminado com ela.
Logan queria que ela lembrasse esta noite, ele queria isto estampado em sua memória — e na dele.
Ela tinha o corpo mais magnífico que ele já vira. Pele nunca pareceu tão suave, cabelo nunca tinha sido tão sedoso, e nenhum toque já o queimou da forma que o dela fazia.
Logan encheu suas mãos com seus seios enquanto ele continuava a mover-se dentro dela. Ele provocou e pressionou seus mamilos antes dele correr suas mãos para baixo de seu corpo.
Ele liberou suas pernas de seus ombros e inclinou-se acima dela. Segurou suas nádegas e sentiu a essência quente, úmida dela contra seu pau. Então se retirou dela até só a cabeça de sua vara permanecer. Com uma dura punhalada ele a encheu.
Ela gemeu seu nome. Sua cabeleira negra estava emaranhada sobre ela, seus dedos arranhando os cobertores enquanto ele se retirava e apunhalava.
Segurando firmemente seus quadris, ele estabeleceu um ritmo. Sua bainha agarrou-o, segurando-o firmemente enquanto a enchia. Ele segurou-a presa embaixo dele. Suas pernas bloqueadas ao redor de sua cintura, suas mãos o tocando em todos os lugares. E ela gemeu por mais, gritou seu nome quando ele a encheu.
Ele entrava nela implacavelmente, levando-os ambos para um ápice de prazer inconcebível, de encantos carnais os quais ele nunca experimentou.
E nunca seria com outra mulher.
— Logan, — ela gritou.
Ele sentiu seu corpo endurecer. Soube que ela estava perto de gozar novamente. O desejo estourou rápido e sincero. Varreu-o, consumindo-o com a necessidade de marcar Gwynn com ferro como sua.
Ela apertou ao redor dele um segundo antes dela gritar seu nome, suas costas curvarem e sua pele ruborizou com seu clímax enquanto seus surpreendentes olhos violeta ardiam quando ela encontrou seu olhar.
Enquanto sua vagina convulsionou ao redor dele, Logan continuou batendo nela. A sensação de seu ardente corpo molhado ao redor dele, acariciando seu pau o empurrou ao limite.
Ele libertou os quadris dela e caiu sobre ela, sua respiração dura, irregular. Seus quadris bombeando desesperadamente, urgentemente, quando ela apertou ao redor dele uma última vez.
Ela puxou-o para um abismo de prazer sem fim, de felicidade tão ofuscante, tão pura que fez seu peito doer com emoções que ele não ousou tentar nomear.
A testa de Logan abaixou para Gwynn enquanto eles seguravam um ao outro. A salvo. Em segurança.
CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS
24 de dezembro
Gwynn amarrou o laço no presente de Logan e olhou para o papel prateado e laço vermelho. Ela esperava que ele gostasse de seu presente. Marcail também comprou outra camisa, um novo sporran [7 - U ma pequena bolsa usad a ao redor da cintura, pendurada na frente do kilt.], e até botas. Mas esses viriam dos outros.
Gwynn correu sua mão pelo pacote e levantou-se do chão de sua câmara. Ela saiu de seu quarto e foi para o salão, para a árvore.
Fazia dois dias desde seu retorno de Eigg. Muitas vezes ela tentou conversar com Logan sobre seu relacionamento, mas todo tempo ele mudava o assunto.
Gwynn sabia quando uma decisão tinha sido feita. Tanto quanto ela queria estar com Logan, ela precisava de mais do que suas noites juntos. Por muito tempo ela recusou deixar alguém se aproximar, mas agora era isso que ela queria.
Ela queria mais que sexo. Ela queria uma relação. Queria um futuro.
Ela queria o amor.
Gwynn pôs seu presente debaixo da árvore atrás de outros presentes e ficou em pé. Todo mundo deveria chamar os nomes, mas pelo número de presentes, muitos mais tinham sido comprados.
— Você está bem? — Fallon perguntou quando andou para ela.
Gwynn inspirou e lentamente soltou a respiração quando o enfrentou. — Eu não posso ficar e ignorar o que há entre mim e Logan. Se eu ficar, as coisas continuarão como estão.
— Talvez isto seja uma coisa boa. Talvez se desenvolverá para mais.
— A coisa é, eu preciso saber que desenvolverá para mais.
— Eu acho que você está cometendo um erro, Gwynn. Você pertence a este lugar. Não só por causa de Logan, mas porque você é uma Druidesa.
Ela engoliu através do nó em sua garganta. Ela queria nada além de ficar, mas se ela ficasse sem Logan falar sobre qualquer coisa que estivesse entre eles, ela sabia que iria se machucar.
— Eu não posso.
Ele assentiu e olhou para a árvore. — Eu desejo que você espere até amanhã.
— Outra noite dele evitando minhas perguntas sobre nós me destruiria, — ela confessou. — Eu o amo, Fallon. Eu o amo como achei que nunca amaria alguém.
— Ele vai ficar furioso quando retornar e você não estiver aqui.
Gwynn encolheu os ombros e puxou seu casaco. — Eu deixei um bilhete que explica tudo.
Larena saiu da cozinha e firmemente a abraçou. — Nós sentiremos falta de você. Espero que você retorne logo.
— Eu também, — ela disse e enxugou os olhos. — Eu me despedi de todo mundo. Não posso demorar mais. É hora de ir.
Fallon suspirou e compartilhou um olhar com sua esposa antes de virar para Gwynn. — Você está certa que quer que eu leve você para o aeroporto? Eu posso levar você para casa com a ajuda de Galen.
— Eu já comprei minha passagem, e depois de tudo que eu passei, não tenho mais medo de voar.
Gwynn olhou mais uma vez para o castelo que em pouco tempo se tornou sua casa. Seu olhar caiu sobre a enorme árvore de Natal, e sorriu. Quando ela piscou ela estava no meio de Aeroporto de Edinburgh.
Ela olhou ao redor, surpresa que ninguém os notou.
Fallon riu. — Eles não prestam atenção. Boa sorte, Gwynn Austin.
— Boa sorte, Fallon.
Quando ela acenou, ele desapareceu. Gwynn puxou a alça de sua bolsa e andou em direção ao check-in.
* * *
A pequena caixa no bolso de Logan estava queimando um buraco através de sua calça jeans. Ele tinha tentado sair do castelo para comprar para Gwynn por dois dias sem ser óbvio.
Ele teve sua chance esta manhã e aproveitou. Ainda assim, uma sensação de mau pressentimento quase o fez ficar para trás. Ele não podia afastar o sentimento que algo iria acontecer.
— Depressa, — ele cobrou Hayden.
— Se você disser isso novamente eu vou fazer você caminhar para casa, — Hayden disse através de dentes cerrados, suas mãos apertando o volante firmemente.
Logan bateu seus dedos em sua perna, pensando sobre o presente que ele comprou. Ele não sabia o que um Badgley Mischka era, mas Gwynn queria isto. — Você acha que ela gostará?
Hayden rolou os olhos. — Pela milésima vez, sim, eu acho que Gwynn amará a bolsa. Ela disse a Isla que era o que ela queria.
— Eu gastei o suficiente, entretanto? Existia uma maior.
— Logan, — Hayden advertiu.
Logan ergueu as mãos. — Eu estou em dificuldade, Hayden. Ela tem tentado conversar comigo sobre o que há entre nós por dias. Eu não sabia o que dizer, então eu ignorei.
— Não é um bom movimento.
— Eu sei. Eu continuei dizendo a mim mesmo que devia deixá-la ir, mas a cada hora que estamos juntos, eu acho mais difícil, até que percebi que eu não posso. Eu talvez não seja bom o suficiente para ela, mas eu a quero. Se ela ainda me quiser.
Hayden riu. — Não existe dúvida nisto, meu irmão. Eu vi o modo que ela olha para você. Quando você vai dar-lhe o anel?
— Eu acho que isto depende de como as coisas vão hoje à noite e amanhã de manhã.
Hayden diminuiu a velocidade quando ele saiu da estrada pavimentada para a estrada suja que levava ao castelo. — Ela é uma boa mulher, e você é um bom homem. Tudo ficará bem, Logan.
Mas assim que Logan entrou no castelo, ele sabia que nada estava bem. Foi o modo como Larena olhou para ele.
— Onde ela está? — Ele perguntou. — Onde está Gwynn?
Fallon levantou da mesa, seu rosto grave. — Ela deixou um bilhete em sua câmara.
— Onde. Ela. Está? — Logan exigiu novamente.
Isla moveu-se em sua cadeira diante da lareira. — No aeroporto. Ela está indo para casa.
Logan sentiu como se o chão tivesse aberto debaixo dele. Ele agitou sua cabeça, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.
— Não. Ela não vai. Não na Véspera de Natal.
— Leia a nota, — Broc disse. — Eu estou certo que explicará suas razões.
Logan virou para olhar para Fallon. — Leve-me para ela. Eu quero que ela diga por que está partindo. Eu não lerei esta carta.
Fallon levantou uma sobrancelha, uma sugestão de um sorriso aparecendo quando ele ergueu sua mão. — Se é isso que você quer.
— É o que eu quero.
Em um momento ele e Fallon estavam em um edifício lotado, pessoas se espremendo em todos os lugares.
— Eu esperarei aqui, — Fallon disse. — Boa sorte achando-a.
Logan rolou os olhos e procurou ao redor. Ele tentou recordar tudo que Gwynn disse a ele sobre aeroportos. Um portão. Ela tinha que partir por um portão.
— Mas que portão? — Ele murmurou.
Depois de várias perguntas, e com sua velocidade, ele pôde passar pela segurança para os terminais onde os portões estavam. Ele parou ao lado de uma tela enorme que listou todos os voos para determinar que portão era o dela.
— Portão seis, — ele repetiu quando leu.
Os passos largos de Logan comeram o chão como ele andou para o portão seis. Quando ele achou Gwynn sentada sozinha olhando fixamente para suas mãos em seu colo que ele não sabia se ria ou a chacoalhava.
Ele andou adiante e parou na frente dela. Levou um momento, mas sua cabeça ergueu. Quando ela o viu, seus bonitos olhos violeta alargaram em surpresa.
— Logan, — ela sussurrou enquanto lentamente se levantou.
— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou.
Ela olhou ao redor. — O que parece? Eu estou indo para casa.
— Por que?
— Por que? — Sua voz assumiu um tom duro. — Você ousa me perguntar por que depois de não conversar comigo sobre nós, sobre o que há entre nós.
Ele cerrou os punhos a seus lados. — Eu não sabia o que dizer.
— Que tal dizer o que você está sentindo? Algo como, “eu gosto de você, Gwynn. Eu gostaria de ver onde isto vai dar”, ou “Desculpe, Gwynn. Eu prefiro não ver mais você”. Vê como isso funciona?
— Não é tão fácil.
Ela bufou. — Não fale comigo sobre fácil. Você tem alguma ideia o que me custa trazer isto todo dia e noite para tentar ter você me dizendo algo, alguma sugestão sobre como você se sente?
— Eu pensei que você soubesse. Eu não estaria com você se eu não me importasse.
— Eu preciso ouvir, Logan. Eu tenho que ouvir. Mostrar é ótimo, mas eu preciso das palavras. Eu exponho meu amor por você de novo e de novo.
Logan coçou-se por levá-la em seus braços e afastar as lágrimas que ele viu juntar em seus olhos. — Você me disse que me amava?
Ela piscou. — Não. Por que eu diria?
— Então por que eu diria? Você perguntou sobre nós, Gwynn, mas você não me disse como você se sentia também.
— Oh, mas eu disse, senhor. Você não ouse virar isto sobre mim. Em Eigg, depois que nós achamos a Placa, eu disse a você que eu queria ver onde isto levaria, que eu queria estar com você.
Logan olhou para o chão. — Sim, você disse, e eu fui pego de surpresa com isto. Eu não respondi então porque eu estava tentando convencer-me que eu não era homem para você.
Ela bateu as mãos nas pernas. — Você está certo. Eu não preciso de um homem que pensa por mim. Deixe-me fazer essas decisões.
— Eu amo você.
Gwynn abriu sua boca, pronta para outra réplica, quando suas palavras penetraram a névoa de raiva. Ela fechou sua boca quando as lágrimas que ela continha caíram.
— Eu amo você com todo meu coração, Gwynn Austin.
Ela engoliu através do nó em sua garganta e olhou os olhos castanhos de Logan. — Você teve meu coração desde o momento que eu encontrei você.
Logan sorriu e estendeu seus braços. Gwynn andou para eles e embrulhou seus braços ao redor dele. — Eu amo você. Eu amo você. Eu amo você.
Ele inclinou a cabeça dela assim ele podia beijá-la, um beijo que arrancou aplausos daqueles ao redor deles.
Gwynn, rindo, quebrou o beijo. Logan piscou às duas velhas observando-os. Ele olhou para Gwynn e perguntou, — Você está pronta para ir para o castelo?
— Eu estou pronta para ir para casa. Nossa casa.
EPÍLOGO
25 de dezembro
Logan não podia parar de sorrir quando todo mundo no castelo sentou em torno da árvore. Ele ouviu através de Gwynn sobre o que o Natal era, mas voltando com sua família e tendo Gwynn a seu lado fazia o Natal mais especial do que teria sido.
Ele escondeu seu nervosismo enquanto Gwynn abria seu presente. Quando ela segurou a bolsa preta, ela soltou um grito e lançou seus braços ao redor dele.
— É a vez de Logan abrir seus presentes, — Hayden disse.
Logan mexeu-se desconfortavelmente.
Gwynn, que estava sentada entre as pernas dele no chão, sorriu para ele acima de seu ombro. — Eu concordo. E ele abre o meu primeiro.
Ela saiu de seus braços e agarrou um presente grande debaixo da árvore antes de girar e entregar-lhe. Logan olhou no brilhante papel vermelho com a fita prateada e meramente segurou-o.
Ninguém nunca deu-lhe um presente, e ele não estava certo se sabia como reagir.
— Abra, baby, — Gwynn persuadiu.
Logan engoliu e desfez o laço antes de rasgar o papel como ele vira os outros fazerem. Quando abriu a caixa e viu o tartan dos Hamilton, novo e perfeito, sua garganta fechou.
A mão de Gwynn segurou sua bochecha, e quando ele olhou para cima ele a viu chorando. Sua própria vista nublou quando ele desesperadamente tentou achar sua voz.
— Isto é perfeito, — ele finalmente administrou. Ele puxou Gwynn em seus braços e a beijou.
— Há mais, — Isla disse quando começou a empilhar caixas na frente dele.
Com Gwynn a seu lado ele abriu as caixas para encontrar novas botas, um sporran, e várias camisas. Ele ficou oprimido, mas imensamente agradecido.
— Oh, — Cara disse tristemente. — Isto são todos os presentes.
Logan olhou para Gwynn e disse, — Não exatamente.
Gwynn franziu e olhou ao redor dela. — Logan, todos os presentes foram entregues.
— Eu mantive um. — Ele puxou o anel de seu bolso e estendeu sua palma assim ela podia ver a granada [8 - U ma pedra preciosa composta por um profundo mineral de silicato vítreo vermelho .] de três quilates. — Eu não sei como vivi antes de você, mas eu não posso viver sem você. Haverá perigo, batalhas, e maldade que nós devemos destruir. Ainda assim, não existe ninguém que eu prefiro ter a meu lado. Gwynn Austin, você seria minha esposa?
O corpo inteiro de Gwynn tremeu. Ela olhou abaixo em sua mão, lágrimas enchendo seus olhos. Cuidadosamente, ela levantou a granada e deslizou sobre seu dedo anular deixado antes de levantar o olhar para ele. — Sim, Logan. Minha resposta é sim.
Gritos e palmas estouraram no salão quando Logan a puxou em seus braços. Que era o único lugar que ela queria estar.
Quem teria achado que viajar para a Escócia daria-lhe tudo que ela sempre sonhou? Ela tinha seu próprio Highlander, a família que sempre quis, e até seu castelo.
Não importando os dias que viriam, Gwynn valorizaria cada momento com Logan.
* * *
Camdyn sorriu e bateu palmas, tão feliz quanto os outros com a felicidade de Logan e Gwynn. Ele ouviu Cara felizmente anunciar que fazia quatrocentos anos desde o último casamento no castelo, e estava na hora de mais.
Camdyn olhou para Ramsey e Arran. Aqueles dois ele podia ver achando suas companheiras. Mas para ele... não havia uma mulher para ele. Não mais, pelo menos.
Seu olhar foi então arrastado para Saffron, que se sentava entre Isla e Larena. Ele a ouviu gritar no meio da noite enquanto os pesadelos a assaltavam. as outras Druidesas estavam fazendo o que podiam, mas o que quer que Declan fez para ela até agora impedia sua magia.
Quanto a sua cegueira, ele ficou atordoado ao descobrir que Declan tinha sido a causa disto. Ele fez um feitiço que de alguma maneira levou sua visão, ainda com essa desvantagem, ela administrava bem.
Ela sendo uma Vidente, e agora vivendo no castelo, era um benefício que nenhum deles esperava. Como isso funcionaria nas próximas semanas e meses era o que interessava a Camdyn.
* * *
Deirdre bateu suas longas unhas nas pedras de sua câmara. Ela tinha estado ocupada criando novos wyrrans e achando outro Guerreiro desde sua derrota em Eigg. Ela também tinha sido castigada.
Seu mestre tinha estado furioso. Até agora ela podia sentir as chamas em sua pele de sua raiva, mas ele não a impediu de planejar seu próximo movimento para conseguir os artefatos.
Não importando o que seu mestre disse, ela tinha que impedir Laria de despertar. Não importa o que custasse. Quando ela juntasse os artefatos e se provasse para o diabhul mais uma vez, ele veria que ela tinha estado certa.
— Você queria me ver, — Malcolm disse quando entrou em sua câmara.
Ela olhou o Guerreiro de cima abaixo. — Eu tenho uma tarefa para você. No solstício de inverno eu lancei um feitiço que finalmente revelou que havia um Druida próximo de Edinburgh. Eu não vi seu rosto ou descobri seu nome, mas existe uma maneira que nós poderemos descobrir.
— Como?
— Existe uma escola de crianças onde ela trabalha. Eu quero que você mate cada criança lá.
Por um momento Malcolm não pôde respirar. Ele conhecia a maldade dentro dele. Ele sabia o que Deirdre era. Mas matar crianças era outro assunto completamente diferente.
— Por que você hesita? — Deidre perguntou. — Eu estou enviando meu mais novo Guerreiro para o Castelo MacLeod a fim de matá-los e pegar os artefatos. Se você quiser que sua preciosa prima, Larena, fique viva, você me obedecerá.
Malcolm deu um lento, assentimento. — Eu providenciarei isto. Mas se Larena for prejudicada...
— Não ouse me ameaçar, Guerreiro, — Deirdre disse quando levantou, seu cabelo atacando e embrulhando ao redor de sua garganta. — Você tem sido útil, mas não pense que não pode ser substituído.
Malcolm tirou o cabelo do Deirdre de sua garganta, mas só porque ela permitiu. — Eu preciso do endereço da escola.
O sorriso de Deirdre era frio e calculista quando ela deu um pedaço de papel.
Malcolm virou-se e saiu de sua câmara e fora de sua montanha. Se havia o menor fio de sentimento restando nele, quando ele tivesse terminado com as crianças, estaria morto.
Da mesma forma que sua alma estava.
* * *
Ian abriu seus olhos em sua caverna escura e gemeu quando viu as marcas de garras que marcavam a pedra. Ele saiu da caverna? Ele fez o inconcebível e matou um inocente?
Não havia nenhuma resposta, só um buraco em suas memórias que o frustrava.
Seu estômago retumbava de fome. Ele tinha tempo para caçar antes de seu deus ameaçar novamente? Ele ousaria arriscar?
Desde que ele não tinha nenhuma ideia de quanto tempo passou desde que comeu pela última vez, ou até quanto tempo ele esteve inconsciente, Ian sabia que ele tinha que manter sua força para combater seu deus.
Ele parou-se e respirou fundo antes de deixar a caverna. A neve que caia era espessa e pesada que cobrisse os declives das montanhas. Ele não estava longe quando achou os rastros de um veado.
A excitação da caça percorreu por Ian enquanto ele corria pela neve espessa perseguindo o veado. Quando ele achou-o de pé ao lado de um lago congelado, Ian usou sua velocidade para se mover furtivamente em cima do cervo e cortar sua garganta com sua garra.
O veado estava morto antes de bater no chão.
Ian arreganhou os lábios, suas presas enchendo sua boca quando ele rugiu em triunfo. Ele amava caçar, e satisfez seu deus — por pouco tempo.
Agora, Farmire pedia mais caça, mais sangue. Mais morte.
Ian tentou ignorar seu deus e ergueu o veado em seu ombro. Mas Farmire era persistente. Ele enraiveceu-se dentro de Ian, sua ira palpável à medida que queimava.
Ian lutou para manter a caminhada, desesperado por alcançar a caverna antes de Farmire assumir o comando. Ele estava apenas alguns passos da entrada quando o rugido de Farmire dentro de sua mente o ensurdeceu.
Seus joelhos bateram no chão, a neve cortando sua pele. Ian deixou o veado cair quando ele agarrou a cabeça. Medo cravando dentro dele quando percebeu que o controle de Farmire crescia. Ele podia assumir o comando de Ian mais rápido cada vez.
Quando a escuridão começou a aproximar-se de Ian, ele perguntou-se quanto tempo mais ele lembraria quem ele era antes de Farmire assumir o controle completamente.
Donna Grant
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