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Series & Trilogias Literarias
Eduardo vivia a vida dele. Daquele jeito dele, é verdade. Nada muito organizado, dias que transcorriam sem nenhuma pressa. Contudo, um passar singelamente doce, como se não houvesse necessidade de questionamentos às horas, como se cada minuto fosse uma dádiva, como se ele soubesse exatamente qual era seu tempo, e o que devia fazer com ele.
Ele seguia a rotina de forma equilibrada, até.
De segunda a sexta, dava aulas de história na universidade da cidade. À noite, duas vezes na semana, fazia trabalho voluntário num hospital, levando folhetos motivacionais. Aos finais de semana, ficava com nossos três filhos, em programas bem pensados para atrair a atenção dos adolescentes.
Apesar do temperamento fácil, era um homem de olhar enigmático e de bela aparência. O que estou dizendo? Ok, francamente, ele era lindo. De verdade. Facilmente se tornaria um modelo de marca famosa, caso tivesse qualquer afinidade por algo além dos livros.
Todavia, era nerd. Desde a escola, ouvi dizer. Quando nos conhecemos na faculdade, ele cursando história e eu enfermagem, fui eu que precisei me aproximar, um tanto acanhada, daquele garoto que usava óculos de aro escuro e mal me encarava, tímido.
Porém, o namoro decolou, e a timidez dele foi deixada para trás. Comigo, e apenas comigo, ele era extrovertido, divertido e felino entre os lençóis.
Casamos-nos numa manhã de maio, num evento simples, mas de grande significado, e logo tive o primeiro garoto, Caio. Os gêmeos Andrei e André vieram dois anos depois, e assim estabelecemos uma família.
Porém, com o passar dos anos, nosso oficio e a ocupação com os garotos, acabou por nos afastar. Mal nos víamos, ele sempre ocupado com provas e trabalhos dos alunos, eu fazendo plantão no hospital... E enfim, um dia descobri um bilhete de uma aluna no seu casaco. Nada muito malicioso, mas que serviu para eu perceber que nosso casamento havia acabado.
Ele negou traição, mas sequer fiz questão de me preocupar com isso. Disse que precisava de um tempo. Eduardo, sempre um poço de gentileza e preocupação, respeitou meu momento, mudando-se para um apartamento perto.
Não foi fácil. Nem para ele, nem para mim, e muito menos para os garotos. Andrei revoltou-se contra o pai, acreditando que era ele o culpado pela separação, e foi um custo convencê-lo que tanto eu quanto Eduardo precisávamos repensar nossa vida juntos.
Por fim, já se fazia quatro meses que ele saiu de casa, e só então Andrei estava visitando-o.
E agora, eu, quatro meses depois, encarava a madeira maciça da porta fria.
O que eu fazia ali? Nem eu mesma sabia. Apenas, após cumprir meu primeiro turno, senti necessidade de vê-lo, então entrei no carro e fui até ele.
Bati, antes que perdesse a coragem. Segundos depois a porta abriu. Eduardo me encarou, um tanto pasmo, mas logo abriu um sorriso.
— Oi.. .— eu cumprimentei, envergonhada, mesmo sem ter motivos para tanto.
— Entr e— ele deu passagem, e notei que sua surpresa estava nítida também pelo tom da voz.
Eduardo não havia mudado muito. Apenas o cabelo mais comprido (era sempre eu que o cortava, já que meu marido era displicente demais para procurar um barbeiro), e a barba por fazer.
— Estava passando, e como faz algum tempo que não o vejo...
— Fez bem !— Ele adiantou-se, me interrompendo .— Estou feliz que tenha vindo.
Sentamos no sofá, formalmente. Mal parecia que tínhamos três filhos juntos.
— Caio me falou que vem sempre vê-lo.
— Ele está ansioso porque prestará vestibular ano que vem e quer opiniões sobre o curso.
Eu assenti. Nosso filho mais velho passou a morar sozinho no ultimo mês, um pedido que ele havia feito um tanto acanhado, pois temia nos decepcionar ou preocupar. Por fim, entendemos que queria espaço para estudar melhor e algo mais perto da clínica onde havia conseguido um estágio.
— Eu gostaria que ele escolhesse medicin a— fui franca .— Sempre sonhei isso para ele.
Eduardo deu os ombros.
— Disse a ele que escolhesse aquilo que o fizesse feliz todos os dias, que realmente o animasse a se levantar da cama e ir trabalhar.
Concordei, mas não dei vazão às palavras. Senti, pela respiração calma, que ele havia compreendido meu silêncio. Enfim, jamais seriamos completos desconhecidos.
— Como está sua vida ?— Eduardo indagou, tentando quebrar o curto momento de silêncio.
— Está bem. E a sua?
— Trabalhando muito.
— Ah !— Exclamei, e tentei então impregnar falta de interesse no tom .— E as namoradas?
— Que namoradas?
O questionamento automático me deu satisfação.
— Não está saindo com alguém?
— Não.
— Nem sexo casual?
A gargalhada masculina me fez rir também.
— Sério que você está perguntando isso para mim?
Realmente, sexo casual não fazia parte da personalidade do meu ex-marido.
— Nunca pensei que um homem pudesse ficar tanto tempo sem sex o— murmurei.
— Não sou um adolescente, sei me controla r— ele retrucou .— Exceto...
— Exceto?
— Você.
Aquilo atiçou mil fagulhas no meu íntimo, mas eu as reprimi.
— Preciso i r— ergui-me, lembrando-me que meu segundo turno logo começaria.
Eduardo me acompanhou até a porta.
— Tem algum compromisso amanhã ?— ele questionou, parecendo descontraído.
— Não.
— Está passando um bom filme no cinem a— contou .— Pensei que poderíamos ir assisti-lo juntos.
Mil razões me tocaram para que eu não aceitasse aquele convite. Apenas uma me fez dizer sim.
— Eu adoraria.
— Te pego amanhã, às 20 horas?
— Parecemos um casal em flert e— eu ri.
— Não estamos tão velhos para que isso pareça ridículo.
— Estamos si m— ri mais.
— Ok entã o— ele sorriu .— O romance é ridiculamente ridículo, não importa a idad e— brincou.
Gargalhei enquanto saia pela porta.
A razão que eu tinha para aceitar o convite ficou ainda mais clara. Eu ainda amava Eduardo.
Ele
Eu lembro exatamente quando a vi pela primeira vez.
Camila cruzou por mim, sem me notar, usando um jaleco branco e um olhar carrancudo de quem não havia ido muito bem em alguma prova ou teste do curso.
Eu sabia que ela fazia enfermagem pela palavra escrita de forma bordada com linhas cor de rosa no lado direito da bolsa escura. Porém, não sabia seu nome, apenas a achava incrivelmente bonita, com aquele olhar severo, e aquele corpo bem distribuído.
Ela não era magra, mas seria de infeliz mau gosto chamá-la de gorda. Até porque ela também não era gorda. Ela estava naquele meio caminho que enlouquece algumas mulheres quando o jeans sobra na barriga, mas falta nos quadris.
Falamos pela primeira vez numa festa da faculdade. Bom, ela falou comigo, porque eu não me atrevia a me aproximar.
E, depois de cinco minutos de prosa, eu sabia que ela seria a mãe dos meus filhos.
— Você parece bem empolgado, pa i— Caio abandonou o celular e me encarou, com aquele olhar esverdeado que herdou da mãe.
Ele estava sentado na minha cama, aguardando eu me vestir.
— Ela aceitou sair comigo. Isso já basta para me deixar muito feliz.
Caio voltou à atenção para o celular.
— Acha que vão se reconciliar?
— Bom, é um começo, não?
Aquela separação ridícula se deu por uma idiotice minha.
Sempre tive alunas interessadas em algo além de aprender história antiga. Contudo, sempre fui cuidadoso e gentil ao dispensar atenção aquém daquela exigida dos mestres.
Eu era casado, e amava minha esposa. Não sou o tipo de homem que procura algo fora de casa, mesmo que dentro de casa as coisas não andam muito bem.
Contudo, durante uma aula, deixei meu casaco na cadeira e só o busquei quando o trabalho acabou, sem me atentar que ele estava mexido. Foi Camila que percebeu isso, ao verificar meus bolsos e encontrar um bilhete insinuante de uma das alunas.
Eu podia convencê-la de que era um mal entendido. Mas, havia um desinteresse tamanho no olhar da minha esposa, que me fez entender que o problema entre nós ia além das palavras provocantes de uma jovenzinha qualquer.
Ela pediu para eu sair de casa. Por respeito, eu o fiz.
E, desde então, esperei por ela, para o momento certo em que ela percebesse que as coisas poderiam ser resolvidas.
Não dava para voltar ao passado, pois nosso casamento já estava fracassado antes de qualquer problema de desconfiança. Mas, melhorar a relação, depois do tempo que tivemos para compreender onde havíamos errado.
— Seria legal ver meus pais juntos de nov o— Caio murmurou, ainda mexendo no celular.
Sorri para meu mais velho.
— Vê se avisa seus irmãos para não se meterem em nenhuma confusão hoje que não quero que nada me atrapalhe.
Ele riu.
— Pode deixar, pai.
Peguei as chaves.
— Tranca a porta quando sair.
Não fiquei para ouvir a resposta, ansioso para ver Camila novamente.
Ela
— Você escolh e— Eduardo disse, encarando os dois cartazes diante do único cinema da cidade.
— Não consigo saber qual dos dois é pio r— admiti, rindo, enquanto olhava para duas fotos em tamanho grande, com letreiros coloridos.
Um dos filmes era baseado em um romance adolescente com uma história completamente inverídica, e o outro era uma comedia estilo America Pie, que nunca me despertou interesse.
— Como pôde os filmes terem decaído tanto ?— indaguei, encarando-o .— Quando eu era adolescente, romance brega era algo como “Em algum lugar do passado”. Hoje isso seria um clássico.
Ele concordou.
— A gente pode pegar esse filme velho da sua época e ir ver em cas a— ele brincou, e eu assenti imediatamente.
Não havia razões para recusar.
Ele
— “Em algum lugar do passado” ?— O atendente voltou-se para o colega .— Já ouviu falar desse filme?
Um garoto cheio de espinhas negou.
— O nome está correto ?— o atendente voltou-se para mim.
Eu quase ri.
— Minha esposa gostaria de ver o filme de sua adolescência. É antigo, anos oitenta.
Eu quase podia ouvi-los gritar.
“Ah, velharias!”
Mas, por fim, ele apenas apontou.
— Segundo corredor, à direita.
Ela
O que eu fazia de volta àquele apartamento? O plano era ir ao cinema, tomar um sorvete, e depois casa. Como um encontro normal, não era?
Só dei-me conta de que agira como uma esposa quando ele fechou a porta e caminhou até o televisor.
Enfim, estávamos sozinhos. De novo.
— Pipoca ou sorvete?
Eu precisava controlar o peso, então pedi pipoca. Ele foi para a cozinha, e em menos de cinco minutos, trouxe um saco daquelas de microondas.
Encarei o pacote, percebendo que metade dos grãos não havia estourado. Eduardo sempre havia sido péssimo em tarefas caseiras.
— Obrigad a— disse, mesmo assim.
Senti-me desconfortável, apesar do sofá aconchegante. Ele percebeu, e comentou.
— Você parece cansada.
Na tela, a imagem de Christopher Reeve surgiu.
— Fiz a madrugada e a manhã no hospital, para cobrir uma colega.
Eduardo assentiu, compreensivo.
— Caio esteve aqui hoj e— comentou, mudando de assunto, tentando me fazer esquecer a incômoda dor nas costas. — Te mandou um beijo.
— Queria que ele me desse um pessoalment e— disse, um tanto amarga. Na verdade, sentia muita falta do meu filho dentro de casa .— Como está a vida solitária dele?
— Está estudando e trabalhando muito. É tão responsável... Tenho orgulho dele.
Silêncio. Na cena do filme, Jane Seymour surgiu, linda, num vestido claro e com um coque elegante que prendia seus longos cabelos escuros.
— Sinto falta de quando eram crianças e eu os levava para jogar bol a— ele murmurou .— Crescem tão rápido.
— Me lembro da ida de vocês aquele parque bonito na cidade vizinha. Qual era mesmo o nome?
— Parque da mata.
— Isso!
— Quer ir comigo, um dia desses?
— Preciso ver meu turno... Se der, irei mesm o— não consegui conter a animação.
Ele sorriu.
— Sempre responsável.
O filme pareceu esquecido.
— Tenho tantos defeitos que quando demonstro qualidade, sempre surpreendo.
O sorriso no rosto de Eduardo morreu.
— Eu conheço teus defeitos, mas de maneira nenhuma eles são mais fortes que suas muitas qualidades.
Eu neguei. Aquele assunto me incomodava.
— Sou insegur a— admiti, a contragosto .— Medrosa, não gosto de riscos. Também sou autocrítica, nunca me perdôo pelos erros que cometo. Muito do fracasso em nosso casamento é culpa minha.
— Você é lind a— Ele contrapôs, seu tom era firme e forte .— Uma beleza além da aparência. Uma mãe incrível, uma mulher batalhadora, uma esposa maravilhosa. É leal, justa, e eu te admiro muito.
Suas palavras me fizeram muito bem. Percebi que mesmo que nosso casamento havia desandado, nosso sentimento existia.
— É gostoso ouvir de um homem que se é bonita quando se está entrando na menopaus a— ri.
— Sempre foi a mulher mais linda do mundo para mim.
— Sempre precisou ir ao oftalmologista mais de duas vezes no ano.
— Até parece que você não tem espelho.
— Tenho. E vejo a dificuldade de meu cabelo se ajeitar, de cobrir as sardas, de usar sutiãs para erguer os seios que caíram.
— Seu cabelo é lindo, suas sardas são perfeitas e seus seios são um tesã o— ele devolveu.
Gargalhei.
— É isso?
— Isso o quê?
— Você só quer me levar pra cama.
Ele parecia animado diante do meu tom descontraído.
— Você me conhece melhor que isso.
Eu assenti. Eduardo jamais usaria de palavras vãs para ter sexo.
Volvi os olhos para o televisor. O filme continuava a transcorrer, mas minhas emoções estavam longe da tela.
Senti a nuca queimar, e então voltei o olhar para ele.
Aqueles olhos negros pareciam me desnudar.
— Está namorando ?— questionou, a queima roupa.
— Você me conhece melhor que iss o— devolvi, sem medo.
Ele sorriu.
— Você sabe que nunca fui uma mulher muito sexual.
— Não concordo.
Preferi me calar. Havia uma Camila extremamente sensual em meu íntimo que já havia se revelado para ele inúmeras vezes. Porém, naquele instante, ela parecia morta.
Ele
Esperei por uma resposta de Camila, mas ela havia fixado o olhar novamente para o televisor. Respeitei seu silêncio e também me voltei à tela.
Parecia o fim de tudo, de cada sonho idílico que vivemos juntos. Parecia...
E então ela riu.
Era como uma bóia de salvação num mar de desespero.
Agarrei-me àquilo.
— Estou pensand o— ela murmurou .— Como homem você deve estar sofrendo pacas por essa abstinência.
Ela havia comentado algo assim no dia anterior e eu praticamente neguei. Agora, contudo, usei outra tática.
— Você não?
O olhar esverdeado voltou-se para mim.
— Estou subindo pelas parede s— ela ironizou.
— Bom, nós podíamos...
O olhar tornou-se surpreso. Até assustado. Contudo, havia malicia ali, também. Escondida, precavida, mas visível.
— Não temos nada a perde r— eu dei os ombros, como se fosse um assunto banal .— Nós ainda somos casados, apesar de não estarmos morando juntos. Esomos amigo s— apontei .— Sexo entre amigos fortalece a amizade.
— E somos adulto s— ela parecia buscar mais justificativas.
Concordei.
— Mas, nunca fiz sexo só por faze r— seu próximo apontamento me fez sentir o coração doer.
Não era só por fazer! Eu a amava, como nunca amei outra mulher em toda a minha vida. Eu a queria, não como um objeto para saciar meu apetite, mas como a mulher que eu havia escolhido para ser minha para sempre.
— Eu retiro o que diss e— murmurei .— Não quero que se decepcione com um ato sem amor. Irei levá-la para casa.
Porém, ela não fez menção de se mexer do sofá.
— Por que sem amor?
— “Eu nunca fiz sexo só por fazer ”— repeti suas palavras.
— Você deu a entender que seria assim.
Suspirei alto e me aproximei dela no sofá.
— Estamos com problema de comunicação, e isso é algo absolutamente inacreditável, porque já temos um filho que está prestes a se tornar um universitário. Diga-me, Camila: você me ama?
Silêncio.
— Sim ou não ?— insisti, apesar de saber da enorme dificuldade que ela tinha em falar sobre emoções.
— Você é o pai dos meus filhos e...
— Não estou falando de família e sim de um homem e uma mulher. Ama?
Ela respirou fundo.
— Amo...
— E você quer voltar para mim?
Levemente, ela assentiu. Não resisti e a trouxe para um beijo.
Camila tinha gosto de marzipã.
Ela
Eu senti meu corpo sendo projetado para trás. Queimei em vários pontos, sentindo uma languidez expressiva tomando conta da minha razão.
Eduardo beijou-me com sofreguidão. Minhas costas repousaram sobre o tecido macio do sofá, enquanto minha frente era esfregada pelos músculos rígidos do meu marido.
— Não sei se é cert o— murmurei, muitas sensações se tornando intensas no meu coração.
Porém, havia uma verdade inquestionável. Eu estava à mercê das vontades daquele homem como nunca estive a nada na vida.
Meu quadril projetou-se para frente, esfregando-se na carne dura que parecia ansiosa para livrar-se das roupas.
Porém, aquele não era o local, e logo Eduardo me erguia do sofá e me levava até a cama.
No trajeto, as roupas foram sendo livradas, peça a peça, até que ficamos em pé, diante da cama, nus de fronte ao outro, como exatamente o que éramos: um homem e uma mulher compromissados, não apenas com o título de um matrimônio, mas com nosso sentimento que parecia ainda maior.
Eduardo segurou meu rosto com as duas mãos. Seu olhar intenso pareceu penetrar algo em minha alma, e logo me vi em lágrimas.
— Você é tão lind a— ele murmurou, atraindo-me para mais um beijo.
Nossos corpos estavam colados, cientes do tamanho de nosso desejo. Mas havia uma beleza idílica em cada toque, como se tudo fizesse parte de um bonito filme de amor.
Suas mãos passearam pelas minhas costas, chegando lentamente aos meus seios. Eduardo os acariciou antes de levar a boca até lá, e mordiscar os mamilos.
Eu gemi, ansiosa por mais.
Enquanto a boca chupava meus seios, suas mãos então desceram até minha cavidade úmida. Pulsei com seu toque gentil, seus dedos grossos invadindo meu centro, acariciando minha pélvis, achegando-se com sua marca de homem, deixando-me ainda mais pronta, mais inquieta e mais apaixonada.
— Eu te am o— ele murmurou, enquanto voltava a minha boca, sua língua buscando a minha, fazendo-me arrepiar com sua respiração quente.
Já havíamos feito amor tantas vezes naqueles muitos anos. Estranhamente, cada vez parecia única.
Depois, ele me deitou na cama. Sentia-me tão leve que pensei que poderia flutuar a qualquer momento. Porém, em seguida, aquela leveza tornou-se labaredas de paixão.
Eduardo acariciou-me inteiramente, enquanto seus beijos atiçavam todas as minhas fantasias.
Sua boca traçou caminhos perigosos, entre o queixo e o baixo ventre, quando, por fim, ele ergueu minha coxa e afundou-se em mim com seu mastro rígido, quente e molhado.
As entocadas firmes e fortes eram profundas e enlouquecedoras. Eu gritei, enquanto me agarrava nele, implorando que aquele homem mantivesse aquele ritmo enlouquecedor.
E tudo então se tornou uma fusão de peles, boca contra boca, seios contra o peito másculo, sexo contra sexo.
Por fim, o orgasmo potente, molhando-me tanto que me senti diluindo junto com o calor que me melava.
Ele e Ela
Havia mil razões racionais para que tudo acabasse ali. E havia mil razões para que ficássemos juntos para sempre.
Bastou-nos aconchegarmos um ao outro após o sexo, para sabermos exatamente qual das razões seguiríamos.
... Para sempre.
Josiane Biancon da Veiga
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