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SUA BUSCA DA VERDADE
Skye Parrish está vivendo seu sonho. Como repórter, ver seu nome impresso é sempre emocionante, e ser capaz de contar ao mundo sobre os perigos do sobrenatural é um bônus adicional. Infelizmente, sua investigação sobre as facções místicas de Nova Orleans a colocou diretamente na mira de algumas das criaturas mais perigosas da cidade. Para sobreviver, ela deve colocar sua confiança em um dos grupos que ela estava procurando expor. Mas sua aliança improvável poderia levar a algo muito mais perigoso - a perda de seu coração para o atraente e cativante Court LaRue.
SUA RAZÃO PARA SER
Como o membro mais jovem de uma família de lobisomens com a missão de manter a paz em Nova Orleans, Court não carrega o peso do passado como seus irmãos. Quando a facção de vampiros começa a quebrar as regras que os LaRues juraram defender, o Tribunal assume a liderança na investigação e se vê diante de uma ameaça ainda maior do que os vampiros - uma mulher corajosa e destemida que o mantém totalmente escravizado e o faz parecer para o futuro. Mas não haverá para sempre para eles se não puderem sobreviver no presente.
CAPÍTULO UM
Setembro
Foi o cheiro de bacon frito que o tirou do sono. Court colocou um braço sobre os olhos para bloquear a luz que entrava pela fileira de janelas atrás dele.
—Isso está além de qualquer coisa que li em anos — disse seu irmão Kane.
Houve um baque que Court reconheceu como Kane pousando firmemente sua caneca de café. Court soltou um suspiro, esperando cair para trás tão rapidamente. Não ia ser fácil quando Kane estava sentado à mesa a dois metros de distância.
—E agora? — Riley perguntou.
Sua prima de Lyons Point estava compartilhando o apartamento de Kane há semanas, e parecia que ela não tinha intenção de ir embora tão cedo.
—Isso... Bem, não há outra maneira de colocar isso. É uma merda, — Kane resmungou.
Court se sentou e olhou para os dois. Foi desperdiçado, já que Riley estava focada em cozinhar e Kane estava absorvido em ler o jornal.
—É muito cedo para isso, — Court disse enquanto se levantava do sofá e se arrastava para a cozinha. Ele espalmou uma caneca e se serviu de um pouco de café.
Riley riu enquanto mastigava uma fatia de bacon crocante e o olhava. — Não é cedo para nós.
—Talvez se você chegar a uma hora razoável — disse Kane enquanto colocava o jornal sobre a mesa. —Além disso, me diga novamente por que você não está em sua casa?
Court tomou dois goles de café e deixou a cafeína se instalar em seu estômago antes de responder. —Não é minha culpa que as mulheres não me deixem em paz.
—Você pode tentar não dormir com as malucas, — Riley afirmou e puxou o resto do bacon antes de despejar os ovos na frigideira e começar a mexê-los.
Court franziu a testa enquanto olhava para a comida, sentindo um pouco de ciúme por estar perdendo um delicioso começo de dia. —Você cozinha para Kane todas as manhãs?
Kane recostou-se na cadeira. —Às vezes eu cozinho.
Riley sorriu para Kane. Court não tinha certeza de que alguém poderia tirar Kane de seu medo. Ele não tinha sido o mesmo desde o caos que aconteceu em Lyons Point, quando ele foi amaldiçoado e enviado atrás da mulher de Lincoln. Riley estava fazendo o que ninguém mais podia.
Kane ainda não era calmo - ainda. Mas ele estava chegando lá. Ele não ria com as pessoas com tanta frequência, e Court até viu sua boca se abrindo no que quase poderia ser considerado um sorriso cada vez mais.
—Isso — disse Kane, apontando para o jornal, —é estupidez no seu melhor.
Court recostou-se no balcão e coçou o peito nu. Kane lia o jornal religiosamente todas as manhãs. Enquanto todos os outros haviam se mudado para a era moderna e nem se importavam em ler o jornal ou liam eletronicamente, Kane ainda era da velha escola.
Riley serviu ovos em três pratos. Ela se virou para a mesa com pratos em cada mão e esperou que Kane dobrasse o papel para que o artigo que estava lendo ficasse em cima. Ela colocou os pratos, bacon e biscoitos na mesa e fez sinal para Court se sentar enquanto ela juntava os utensílios e guardanapos. Court se apressou em colocar sua camisa da noite anterior.
Riley foi à última a ocupar sua cadeira na mesa redonda. Então ela olhou para Kane e perguntou: — O que você encontrou?
— Um artigo sobre o sobrenatural em Nova Orleans.
Court balançou a cabeça enquanto cortava um biscoito e o untava com manteiga. — Isso não é nada novo.
—É quando o repórter vai a clubes onde o sobrenatural visita e depois escreve sobre isso.
Riley engasgou com o café. Ela enxugou a boca com o guardanapo, os olhos arregalados. —Você está falando sério?
Court observou Kane acenar com a cabeça de cabelo loiro dourado. —É só um pedaço de papel. Ninguém vai ler essa baboseira e, mesmo que o faça ninguém vai acreditar no repórter.
—Não é o artigo que me deixa tão chateado — afirmou Kane com a boca cheia de ovos. —É que ela aponta as facções e descreve alguns dos líderes perfeitamente.
Court esperou até que ele engolisse sua mordida antes de perguntar: — O que está descrito?
Kane se inclinou sobre o papel e leu: — Embora a tatuagem sempre tenha sido apreciada em nossa bela cidade, há uma facção que gosta de tatear seus anúncios. Esses seres devem ser evitados a todo custo.
—Pelo menos ela reconhece que os Djinn são perigosos, — Riley disse.
—As pessoas irão para o Viper's Nest e Boudreaux está procurando por essas pessoas tatuadas agora.
Court percebeu que Kane tinha razão. — Quanto tempo é o artigo?
—Longo o suficiente. — Kane apunhalou os ovos com o garfo e segurou o utensílio na boca para dar uma mordida. —Este é o terceiro artigo dela. Não espero que seja o último.
Riley engoliu o resto de seu biscoito enquanto segurava outro pedaço de bacon na mão. —Talvez eu deva ir conversar com ela.
—Isso seria uma má ideia. — Court empurrou seu prato limpo e se sentou em sua cadeira enquanto se inclinava para trás. —Se formos até ela, ela saberá que sabemos de algo. Não quero ser mencionado em nenhum de seus artigos.
Os lábios de Kane se torceram em repulsa enquanto ele mastigava. —Seus primeiros artigos mencionavam apenas a parte sobrenatural da cidade. Parecia bastante inofensivo até esta manhã. Ela está visitando esses bares, Court. Se ela não tiver cuidado, ela vai morrer.
—É para isso que servimos. — Riley sorriu quando eles se viraram para ela. — Eu digo 'nós' porque tenho ajudado.
Court olhou para sua linda prima. Riley tinha longos cabelos negros e os mesmos olhos azuis que todos os Chiassons e LaRues tinham. Ela era alta, ágil e tinha um sorriso que poderia fazer o Diabo implorar que ela assumisse o próprio Inferno.
Ele entendia muito bem por que seus quatro primos em Lyons Point tinham feito tudo ao seu alcance para mantê-la longe dos monstros que eles caçavam. O que os irmãos de Riley não entendiam, era que ela era teimosa e completamente imóvel quando se concentrava em algo que queria.
Não havia nenhuma maneira que Riley não iria ajudá-los, fosse caçando um vampiro desonesto ou protegendo um humano ficando muito perto do perigo. Tudo o que os LaRues podiam fazer era garantir que Riley nunca saísse sozinha. Um deles estava sempre com ela para protegê-la.
Porque nenhum deles queria que os Chiassons descessem em Nova Orleans se Riley se machucasse.
Riley jogou seu longo cabelo por cima do ombro e sustentou o olhar de Court. — Tenho mais do que puxado meu peso nas semanas que estou aqui.
—Sem dúvida, — Court concordou.
—Não ouse começar a me tratar como meus irmãos fazem.
Kane se levantou e caminhou atrás de Riley no caminho para pegar mais café, puxando seu cabelo. —Somos protetores, prima. Até você pode entender isso. Sabemos que você pode se virar sozinha.
Court encontrou o olhar de Kane quando ele se virou e inclinou a caneca aos lábios. Os olhos azuis de Kane estavam intensos com significado. Não estrague tudo, foi lido em alto e bom som.
Foi quando Court percebeu que Kane precisava de Riley tanto quanto Riley precisava dele. Quer os dois soubessem ou não, cada um era a âncora do outro.
Kane, porque ele não conseguia se perdoar pelo que tinha acontecido para torná-lo duplamente amaldiçoado pela mais desagradável das sacerdotisas voodoo, Delphine, e Riley porque seus irmãos continuavam a afastá-la.
—Riley está certa. Se vamos fazer isso, ela precisa vir junto — disse Court. — O repórter pode responder melhor se vier de outra mulher.
Kane passou a mão pelo cabelo loiro dourado que agora descia até o queixo. —Eu vou fazer algumas pesquisas sobre ela hoje. Court, você tem quinze minutos para chegar ao bar. É a sua vez de abrir.
—Merda, — Court disse enquanto pulava da cadeira e pegava os sapatos que havia tirado quando caiu lá ontem à noite.
Ele enfiou os pés nas botas, certificou-se de que estava com a carteira e o celular e saiu pela porta.
Riley esperou até que a porta se fechasse atrás dele antes de se virar em sua cadeira para olhar Kane. —Ele não tem ideia dos detalhes da morte de seus pais, não é?
—Nenhuma. — Kane cruzou um tornozelo sobre o outro, seu olhar azul ainda na porta. —Havia muita coisa que ele não viu ou soube enquanto estávamos crescendo, porque ele é o mais novo. Queríamos assim.
—Acredite em mim quando digo que não vai sair bem. Sou a mais nova e também a única garota da minha família. Ter coisas escondidas de mim só me irrita.
O olhar de Kane baixou uma parede caindo. —Eu ouvi você, mas isso não torna mais fácil revê-los. Court não carrega os problemas que Solomon, Myles ou eu carregamos. Eu gosto assim.
—Se ele continuar mudando de mulher para mulher como sempre, você terá um tipo diferente de problema em suas mãos — alertou ela.
—Ele gosta da atenção das mulheres. — Kane largou sua caneca e apoiou as mãos atrás dele no balcão. —Não há nada de errado com isso.
—Nenhum mesmo.
Depois de semanas morando com Kane, Riley poderia dizer que ele estava se fechando novamente. Aconteceu com frequência. Algo acionaria uma memória ou pensamento e ele se tornaria desapegado e reservado.
Ele se abriu para ela mais e mais. Progresso estava sendo feito, mas não foi rápido o suficiente para os irmãos de Kane. Solomon a chamou de lado no dia em que ela chegou à Nova Orleans e pediu que ela fizesse o que pudesse por Kane.
Na maioria das vezes, Kane se contentava em deixá-la divagar como sempre fazia. Seu olhar se tornaria distante e ela tinha certeza de que ele nunca a ouviu. Mesmo assim, ele sempre tinha um comentário a fazer depois de suas histórias.
Ela não conseguia imaginar o que Kane estava passando. Já era ruim o suficiente que os LaRues fossem amaldiçoados gerações atrás a viver como lobisomens. Então Kane teve que ir irritar Delphine.
Riley gostava de chamá-la de Rainha Vadia. A sacerdotisa voodoo queria os LaRues e os Chiassons, principalmente porque eles eram os únicos que tinham o poder de mantê-la sob controle.
Delphine havia amaldiçoado Kane para procurar Ava Ledet e matá-la. Anos antes, Jack Ledet matou um vampiro que por acaso era sobrinha dela. Delphine nunca o perdoou por isso.
Foi tudo muito complicado. Kane foi incapaz de evitar a procura de Ava, que por acaso estava em Lyons Point e perto dos irmãos de Riley na época.
A pior parte sobre isso não é que a maldição enviou Kane para matar Ava - o que já era ruim - era que se ele o fizesse, ele permaneceria na forma de lobisomem para sempre, esquecendo quem ele era.
Felizmente, foi Lincoln quem encontrou Ava - e se apaixonou por ela. Solomon tinha então chegado a Lyons Point para ajudar Lincoln a manter Ava segura, bem como prevenir Kane de completar a tarefa de Delphine.
Não parecia importar para Kane que ele não era responsável por ir atrás de Ava. Em sua mente, a culpa era inteiramente dele. Suas ações o consumiram como ácido.
Riley se levantou e caminhou até Kane. Ele estava tão torturado que ela se perguntou se alguém seria capaz de curá-lo. Myles disse que o tempo curaria seu irmão. Riley não tinha tanta certeza.
Cada vez que ela pensava que Kane estava fazendo progresso, ele voltaria. Como agora.
Ela colocou a mão em sua bochecha. —Precisas de alguma coisa?
—Esquecer.
As palavras foram ditas tão suavemente que ela quase não as ouviu. E eles quebraram seu coração.
—Delphine não tem mais controle sobre você, — Riley o lembrou. — Você se controla, Kane.
—E na próxima vez que tivermos que lutar com ela? — Seu olhar azul colidiu com o dela. —E que tal combinarmos forças com os lobos da Moonstone e todos os grupos de bruxas no bairro para libertar Addison e Minka de seu feitiço para ganhar o poder final? Você acha que ela vai deixar isso passar?
Riley tentou não pensar no que Delphine poderia fazer. Todos sabiam que ela iria retaliar. Foi quando isso os manteve tensos.
—Ela não vai, — Kane continuou. —Ela virá atrás de um de nós. Ela é mais poderosa do que você pode imaginar. Eu lutei contra o feitiço dela. Lutei com tudo que tinha. Só para perder.
—Você ganhou.
Kane afastou a mão dela e deu alguns passos, então se virou. —Ninguém vence aquela vadia. Ela mantém o placar, Riley. Ela nos marcou, e ela marcou seus irmãos. Você acha que pode permanecer nesta cidade sem que ela volte à atenção para você? Isso vai acontecer, prima. Se ainda não o fez.
—Vai acontecer não importa onde eu esteja — afirmou ela.
Mas não havia como negar o medo que começou a se espalhar dentro dela.
CAPÍTULO DOIS
Skye Parrish parou na calçada e sorriu enquanto lia seu artigo em seu iPad. Cada vez que via seu nome impresso, ela percebia que estava vivendo um sonho.
Foram necessárias todas as suas habilidades para vender a si mesma e a ideia para os artigos ao editor. Helen era um pássaro durão, mas Skye eventualmente a cansou. Agora que sua coluna estava ganhando mais leitores a cada semana, Skye mal podia esperar para contar a todos o que realmente havia no mundo.
As pessoas tinham o direito de saber o que estava morando ao lado delas e quem era realmente perigoso. Ou talvez ela devesse dizer o quê. Ela não achava exatamente que os seres sobrenaturais eram humanos. Como poderiam ser se fossem imortais e possuíssem magia?
Skye olhou para os chamados videntes na Jackson Square. Eles eram, na verdade, bruxos. A facção das bruxas em Nova Orleans era enorme. Poderia facilmente governar a cidade, exceto que era composta principalmente de mulheres que brigavam constantemente.
As bruxas foram agrupadas por famílias, com quatro das maiores detendo o maior poder entre a facção. Havia um grupo descendente de ciganos da Romênia. Outro grupo veio de uma longa linhagem de bruxas da França, uma da Irlanda e outra do Reino Unido.
As famílias de bruxas menores eram uma mistura de herança, mas isso não as tornava menos perigosas.
Embora Skye estivesse curiosa sobre a facção das bruxas, ela estava mais focada em todos os outros seres que chamavam New Orleans de casa. Ela também queria saber o que havia na cidade que os atraía.
Seu próximo artigo seria entregue em três dias. Uma vez que ela descobriu tanto sobre o Djinn visitando o Viper's Nest, ela pensou que seria inteligente retornar.
Ela puxou o telefone da bolsa e enviou uma mensagem para Matthew para ter certeza de que ele estava livre naquela noite. Ele respondeu que sim.
—Encha antes de eu chegar lá — disse ela em voz alta enquanto digitava as palavras.
Matthew era um vampiro e ela não tinha interesse em ser sua refeição. Ela ainda não conseguia acreditar que tinha um vampiro como fonte. Até ela revirou os olhos com o pensamento. O que Skye não tinha certeza era porque Matthew queria ajudá-la. Expor o sobrenatural também o expôs.
A única coisa que Skye sabia era que ela não confiava nele. Matthew tinha sido útil até agora, especialmente mantendo outras pessoas longe dela no bar. Ainda assim, ele a assustou.
No entanto, uma história era uma história. E ela tinha uma grande. Se isso significava que ela tinha que se sentar ao lado de um vampiro algumas noites, enquanto no meio de um clube cheio de outros seres sobrenaturais, ela poderia fazer isso.
Além disso, ela usava um colar de prata o tempo todo. Uma grossa corrente de prata.
Ela pode ser mais fraca do que a maioria, mas ela sabia como parar um vampiro. Foi algo que ela aprendeu na faculdade. Uma lição que não se podia esquecer.
***
—O que? — Solomon gritou.
Court estremeceu com o tom de seu irmão mais velho. —Estou apenas grato por Kane ainda ler o maldito jornal.
Solomon passou a mão pelo rosto e suspirou. Myles não disse uma palavra de sua cadeira atrás de sua mesa. Court parou na porta enquanto Solomon passeava pelo escritório de Myles.
—Está mulher deseja morrer? — Perguntou Solomon.
Myles jogou no chão sua caneta. —Pelo visto.
—São momentos como este que me fazem querer sentar e deixar os idiotas que se metem nessa confusão pegarem o que quer que esteja por vir. — As grandes mãos de Solomon se fecharam em punhos enquanto sua raiva crescia. —O quão estúpido você tem que ser para ir se intrometer nos assuntos do sobrenatural?
Court não podia concordar mais, mas ele também não podia ficar parado e deixar um inocente se machucar. — Não demorará muito para que uma das facções perceba que a Sra. Skye Parrish é repórter do The Times - Picayune.
—Um jornal que felizmente cortou sua distribuição drasticamente, — Solomon murmurou.
Myles recostou-se na cadeira do escritório. —O impresso caiu para três vezes por semana, mas sai todos os dias online.
—Isso é uma boa notícia, certo? — Solomon olhou de Myles para Court.
Court balançou a cabeça. — Receio que não. Parece que o serviço de assinatura aumentou 15% desde o primeiro artigo dela, três semanas atrás.
—Droga!
Myles achatou os lábios por um momento. —Ela tem que ser parada.
—Não podemos simplesmente dizer a ela para parar, — Court argumentou. —Ela vai querer saber por quê. Estou cem por cento certo de que nenhum de nós quer nossos nomes em nada que ela escreva.
Solomon esfregou os dedos para a frente e para trás na testa. —A lua cheia está chegando. Se aquela... Mulher... Não for levada pelo calcanhar, não há como dizer o que ela vai descobrir.
—Estou cuidando disso,— Court disse a seus irmãos. —Eu vou rastrear ela com a ajuda de Kane e Riley.
Com a menção de seu irmão, os olhos de Myles e Solomon se voltaram para ele. Court soltou um suspiro e se afastou da parede.
—Kane está fazendo algumas pesquisas sobre Skye Parrish para nós. Riley será a conexão que precisamos com o repórter. Esperançosamente, para fazê-la recuar.
Myles se inclinou para a frente, seu rosto vincado em linhas de preocupação. —Pode levar todos nós.
—Estamos apenas visitando bares, Myles. O Viper's Nest e o de Boudreaux. Além disso, você e Solomon podem cuidar da Gator Bait Bar por algumas noites.
Solomon tinha uma expressão perturbada no rosto ao se virar para Myles. —O que você acha?
—Acho que eles têm tudo sob controle — disse Myles. —Tudo o que eles farão é rastrear Skye por algumas noites. Se houver um problema, podemos chegar até eles rápido o suficiente.
Houve um longo silêncio antes de Solomon assentir enquanto deslizava seu olhar para Court. —Eu não preciso dizer a você o que vai acontecer se Riley estiver ferida.
—Ela é a irmã que nunca tivemos. Eu nunca deixaria nada acontecer com ela, — Court jurou.
Myles jogou um lápis nele e sorriu. —Vá em frente então. Mas, primeiro, é sua vez de aceitar a entrega nos fundos.
Nesse exato momento, a campainha do final do bar tocou. Court deixou o escritório de Myles e foi até a cozinha para aceitar a entrega diária.
Ele olhou para o relógio. Apenas mais algumas horas antes de se encontrar com Kane para repassar o que aprendera sobre Skye Parrish.
***
—Não há muito,— Kane disse em seu lugar na mesa da cozinha enquanto empurrava o laptop para Court.
Court fez uma careta. —Como se, Kane. Tem que haver alguma coisa.
—Ele não está mentindo, — Riley disse do banheiro.
Court olhou para sua prima para ver sua mão se movendo enquanto escovava o cabelo. Ele voltou sua atenção para Kane. —O que você descobriu?
—Ela não foi criada em nenhum lugar dos EUA que eu possa encontrar.
—Você tinha que ter encontrado algo mais — afirmou Court.
Riley se inclinou para trás para espiar pela porta do banheiro e sorriu. —Oh, nós fizemos.
Houve a sombra de um sorriso quando Kane apontou para o laptop. —Eu rastreei Skye Parrish de trás para frente. Ela veio de Los Angeles para Nova Orleans, onde fez uma breve passagem pelo Los Angeles Times. Antes disso, ela se formou em jornalismo pela UCLA.
—De onde ela é ? — Court perguntou.
Kane esperou alguns segundos antes de dizer: — Bahamas.
Court ficou tão surpreso com a notícia que se recostou na cadeira, sem nada a dizer.
—Eu sei direito? — Riley disse enquanto saia do banheiro. —Tive exatamente essa reação. Quem cresce nas Bahamas?
Court piscou enquanto olhava para sua prima em seus jeans escuros e camisa rosa brilhante. O topo mergulhado baixo o suficiente para mostrar um amplo decote. Ele não achava que ela deveria estar usando algo assim para ir ao local que eles iam.
—Limpe esse olhar de seu rosto agora, Court LaRue, — ela disse a ele severamente. —Sou uma mulher adulta que mora sozinha há anos.
Court olhou para Kane em busca de ajuda, mas Kane estava ocupado digitando em seu laptop novamente. Court desistiu com um aceno de cabeça. —Isso é tudo que você descobriu sobre Skye?
—Parece que a Sra. Parrish veio de uma família com grandes conexões. Sua mãe era rica e seu pai era o CEO de uma empresa de plásticos. Ela nasceu em Nova York, mas a família fez seu lar permanente em Nassau — respondeu Kane.
Riley foi até a pia e enxaguou um copo para colocar na máquina de lavar louça. —Eu gostaria de saber por que ela deixou a vida confortável. Se os pais dela tinham tanto dinheiro, por que não usá-lo?
—Eles estão mortos.
A declaração de Kane fez Court franzir a testa. —Quando e como?
—Seu primeiro ano na UCLA. — Kane se inclinou para frente, sua testa franzida enquanto seu olhar varria a tela do computador. —Não consigo chegar ao relatório policial, mas o artigo do jornal informa que houve um acidente de carro. O Sr. Parrish estava dirigindo e o carro capotou, indo para o oceano. Ambos os pais de Skye foram mortos.
Riley estava ao lado de Kane. —Que trágico.
—Também parece que os Parrishs não tinham tanto dinheiro quanto diziam. Todas as suas propriedades, carros, joias e a maior parte de seus pertences foram vendidos para cobrir suas dívidas após sua morte.
Court não conseguia imaginar ter tanto dinheiro e depois perdê-lo. Isso o fez olhar para Skye Parrish de forma diferente.
—É sobre isso, pelo menos o que eu consegui descobrir — disse Kane.
Court não acreditou nisso por um minuto. —Tem mais. Sempre há mais.
—É para isso que eu sou — disse Riley. —Eu vou descobrir isso rápido o suficiente.
Kane ergueu os olhos da tela do computador. —Sem dúvida você vai, Riley, mas não confie nela. Ela está procurando uma história. Qualquer história.
—Ouvi. Alto e claro.
Court se levantou. —Estamos perdendo tempo. Vamos andando. Quanto mais cedo encontrarmos Skye Parrish, mais cedo poderemos descobrir o que ela está procurando.
Kane fechou o laptop e se levantou. —Eu acho que devemos deixar Riley assumir a liderança. Você e eu vamos ficar para trás e observar.
—Certo.
Os três deixaram o apartamento de Kane. Assim que chegaram às ruas, Riley foi na frente deles. Eles estavam hospedados no Fenech Quarter. Se Skye quisesse encontrar algo, esse é o lugar que ela procuraria.
Riley estava cerca de cinquenta passos à frente deles. Enquanto ele mantinha seus olhos nela, Court se perguntou quanto tempo levaria para os irmãos Chiasson remanescentes perceberem que Beau havia encontrado sua irmã semanas atrás e estava escondendo do resto deles.
Se Court estivesse no seu lugar, ele ficaria furioso. Então, novamente, Beau estava cuidando de sua irmã. Ele sabia que ela estava segura. Essa foi a única razão que ele não disse a seus irmãos.
O que Riley não sabia era que Solomon e Beau conversavam todas as semanas. Enquanto Beau recebesse relatórios regulares sobre sua irmã, ele manteria a boca fechada sobre onde ela estava.
Tudo o que Court poderia esperar era que Riley nunca descobrisse o que Solomon estava fazendo. Se o fizesse, ela poderia ir embora e ninguém saberia onde ela estava. Dado que ela era uma Chiasson com necessidade de lutar contra o sobrenatural em seu sangue, ela poderia se meter em todos os tipos de problemas.
—Por que você está tão azedo? — Kane perguntou.
Court apontou o queixo para Riley. —Ela.
—Somos uma espécie de abençoados por não ter tido uma irmã.— Kane soltou um longo suspiro. —Não consigo me imaginar crescendo com uma. Riley é sangue, mas eu não tive que vê-la crescer enquanto a mantenho longe dos monstros - e dos homens.
Court deu uma olhada nele. —Você acha que será melhor se Myles e Addison tiverem uma filha?
—Ah Merda. Você só tinha que me fazer pensar nisso. — Kane balançou a cabeça com firmeza. —Eu nunca vou ter filhos. Nunca. Ou uma esposa. Não preciso desse tipo de preocupação e tensão constantes.
Court estava concordando com a cabeça. A vida já era difícil como LaRue. Adicionar uma fêmea à mistura só complicou ainda mais as coisas.
Myles teve sorte com Addison. Solomon... Ele não teve tanta sorte. Ele conheceu em primeira mão a tristeza de ser um LaRue apaixonado.
CAPÍTULO TRÊS
Skye mantinha suas roupas simples e xadrez. Ela queria se misturar e observar, não chamar atenção. Ela usava uma camisa preta de mangas compridas com topete e jeans pretos. Seu cabelo estava puxado para trás em um rabo de cavalo baixo. Ela não usava nenhuma joia além de seu grosso colar de prata e não carregava uma bolsa. Seu celular estava em seu bolso, junto com algumas notas de vinte.
—Ainda nervosa? — Matthew perguntou ao lado dela.
Eles estavam do outro lado da rua do The Viper's Nest, um conhecido ponto de encontro de vampiros. Ela deu a Matthew um olhar sombrio, mas por dentro, ela estava um feixe de nervos tremendo .
Ela estava petrificada, embora nunca deixasse Matthew saber o quanto os vampiros a assustavam.
—Um rosto corajoso,— ele murmurou. —Você vai precisar disso aí.
Skye respirou fundo. Os humanos entraram no The Viper's Nest o tempo todo. A maioria saiu exatamente quando entrou, mas havia outros que nunca saíram. Alguns entraram sabendo exatamente o que era o The Viper's Nest e estavam prontos para dar voluntariamente seu sangue a um vampiro.
Ela engasgou com o pensamento. Por que filmes e programas de TV transformam os vampiros em figuras sexy e românticas? Eles eram monstros que se alimentavam de sangue. E morto.
Sem consciência.
Depois de esperar a passagem de um carro, Skye atravessou a rua e caminhou até a porta do The Viper's Nest. Matthew alcançou a porta antes dela e a segurou aberta.
Ela entrou e foi ensurdecida pela música. Era hard rock, do tipo em que os cantores gritavam em vez de cantar. Matthew a guiou para a esquerda enquanto ela olhava para a pista de dança, onde várias pessoas estavam girando sexualmente.
Matthew de repente a puxou para a direita. Skye se virou, pronta para dizer a ele para não ser tão rude, quando percebeu que ele a tirou do caminho de um grupo de homens que cercava uma jovem de cabelos loiros. Ela estava completamente nua e deixando que a tocassem. Em todos os lugares.
Skye estava tremendo quando ela e Matthew chegaram ao bar. Ela pensou que seria um lugar seguro, mas não havia nenhum lugar seguro neste clube.
—Podemos ir agora — Matthew se inclinou para dizer em seu ouvido.
Ela não queria nada mais do que chegar à porta o mais rápido que pudesse, mas ela prometeu a Helen um artigo sobre os vampiros. O que ela estava pensando? Oh, Skye sabia exatamente o que a levou a concordar com tal coisa. Era ver seu nome e foto ao lado das palavras que ela havia escrito.
Foi uma coisa inebriante ter um sonho tornado realidade. Embora isso pudesse muito bem levar à morte dela.
Skye balançou a cabeça. —Eu tenho que ficar.
—É um erro — murmurou Matthew e pediu um chope para ela.
Ela sabia que era um risco. Seu editor sabia exatamente para onde ela estava indo, e havia um arquivo que seria enviado automaticamente para Helen se Skye não digitasse a senha às oito da manhã.
Os jornalistas que entraram no meio de uma zona de combate sabiam que poderiam morrer. Skye também estava no meio de uma guerra. Apenas a dela tinha seres sobrenaturais como vampiros, Djinn e bruxas. Até agora, ela havia evitado a facção Voodoo, e até onde ela sabia, ela ainda não tinha visto nenhum lobisomem.
Mas ambos estavam em sua lista para conhecer.
Skye fez questão de não colocar sua cerveja na mesa. Ela bebeu lentamente enquanto fazia anotações mentais de tudo sobre o clube e as pessoas nele.
Ela não tinha ideia de quanto tempo ficou sentada lá antes de perceber que Matthew tinha ido embora e sua cerveja estava vazia. Skye colocou o copo de lado e procurou por Matthew, mas ele agora estava aqui para ser encontrado. Ela estava prestes a se levantar e sair quando dois homens grandes a encurralaram. Uma sensação desconfortável a dominou quando ela olhou para seus rostos.
Eles tinham uma aparência perigosa, áspera. Ela sabia sem ter que dizer que eles eram vampiros. E, infelizmente , eles se interessaram por ela.
Skye tardiamente percebeu que um deles havia bebido no pescoço de uma mulher crioula antes. No entanto, não havia nenhum sinal daquela mulher agora. O cabelo do vampiro era preto e grosso, caindo até o queixo. Seus olhos eram redondos e o brinco de ouro em sua orelha esquerda era hipnotizante.
—Indo para algum lugar? — Ele perguntou.
Skye apontou para sua bebida. —Eu tive meu limite e devo encontrar um amigo na rua.
Ela tentou se levantar novamente, mas eles a empurraram, não muito gentilmente. O coração de Skye batia forte em seu peito, o medo transformando seu sangue em gelo.
—Você quer ficar conosco — disse o segundo homem.
Ela girou a cabeça para ele e esqueceu quem ou onde estava por um momento. Ele tinha uma aparência que falava de tempos antigos, montanhas cobertas de neve e riqueza. Seu cabelo era de mogno escuro e repartido de lado. Ele sorriu torto, acariciando sua bochecha.
—Você quer ficar conosco, não é?
***
—Droga, — Court disse quando viu Skye acenar com a cabeça para o vampiro.
Kane tocou seu braço e escorregou para fora do bar. Court conseguiu alcançar Riley antes que ela chegasse perto de Skye. Ele virou a prima para a porta e a colocou em uma posição que permitiria que ela saísse com pressa se necessário.
Court permaneceu no bar. Pelas últimas duas horas, ele esteve observando Skye Parrish estudar todos. Ela estava tão concentrada em captar cada detalhe que perdeu o mais crucial - o fato de estar chamando atenção para si mesma.
O homem que ficou ao lado dela a maior parte da noite saiu sem dizer uma palavra. Court não podia esperar para colocar as mãos no bastardo. Apenas o mais nojento dos idiotas deixava uma mulher indefesa, especialmente em um lugar como o The Viper's Nest.
Skye havia chamado a atenção de dois dos vampiros mais poderosos do bar. Muitos dos vampiros estavam tentando chegar perto dela, mas os dois com ela agora tinham impedido qualquer um dos outros de chegar perto.
O lobo dentro da Court ansiava por estar livre, queria apertar suas mandíbulas em suas gargantas. A necessidade era tão grande que Court encontrou-se em uma luta para mudar ali mesmo.
Ele balançou a cabeça e focou em Skye. Os dois vampiros a colocaram de pé, flanqueando-a enquanto a levavam até a porta. Se a tirassem do bar, havia uma chance de que pudessem levá-la embora, e isso seria o fim de Skye Parrish.
Court esperou que eles passassem antes de colocar de lado seu copo cheio de cerveja e segui-los. Ele parou a porta antes que se fechasse e saiu para o ar úmido da noite.
Os vampiros estavam tão intrigados com sua nova captura que não tinham ideia de que Court os estava seguindo, ou que Kane estava de um lado da rua enquanto Riley estava do outro.
Pelos próximos quatro quarteirões, Court lentamente avançou sobre eles até que ele estava apenas alguns passos atrás. De repente, o vampiro alto com o brinco de ouro girou .
Os olhos de Jacques brilharam por um momento antes de reconhecer Court. —O que você quer, lobo?
—A mulher.
Os dois vampiros riram. Court se juntou a ele enquanto Skye permanecia em silêncio olhando para frente, completamente inconsciente do que estava acontecendo ao seu redor.
—Não estou brincando — disse Court.
Anton se virou para o lado e inclinou a cabeça. — The Viper's Nest é um território neutro.
—Isso não significa que você pode sair à força com um humano.
—Ela quer vir conosco — argumentou Jacques.
Court ergueu uma sobrancelha enquanto olhava para Skye. —Certo. E você não usou seu controle mental para fazê-la fazer o que você queria.
Anton passou o braço em torno de Skye e a virou para que ela enfrentasse Court. —Não a estamos obrigando a fazer nada. Pergunte a ela.
Os olhos de Skye não estavam dilatados ou desfocados. Ela encontrou o olhar de Court. —Eu quero ir com eles.
—Qual o seu nome? — Ele perguntou a ela.
Jacques parou na frente de Skye. —Por que você não pode acreditar que alguns humanos querem estar conosco?
—Porque alguns deles podem não querer ter todo o sangue drenado ou se tornar um vampiro — retrucou Court.
Anton puxou Skye para mais perto dele. —Pelas regras da cidade, se ela quiser vir conosco, você não pode interferir.
Os dois vampiros começaram a se virar, levando Skye com eles novamente. Court não sabia como eles conseguiram que Skye concordasse tão facilmente, mas ele não iria ficar parado e deixar os vampiros levá-la.
—Solte ela. Agora, — Court exigiu.
Jacques se virou, seus lábios puxados para trás para mostrar suas presas enquanto ele assobiava. Kane correu do outro lado da rua e acertou Jacques com um ombro, fazendo com que ambos se espatifassem contra a vitrine de uma loja. Vidro estilhaçado por toda parte.
Anton largou o braço de Skye e olhou para Court. —Você cometeu um erro mortal, lobo. Agora você vai pagar por isso com sua vida.
Court se esquivou das presas do vampiro e enfiou o dedo no estômago de Anton. Ele tentou manter o vampiro longe de Skye, mas Anton continuou tentando alcançá-la e jogá-la por cima do ombro.
Sem outra escolha, Court lutou perto da mulher que estava olhando fixamente para eles. Court desferiu dois socos rápidos no rosto de Anton enquanto eles circulavam um ao outro. Ele estava pronto para acertar um terceiro quando Anton recuou, direto para Skye.
Eles tombaram com Anton caindo pesadamente sobre Skye. Por mais que Court quisesse matar o vampiro, ele não podia. Não sem provas de que eles usaram algum tipo de magia em Skye.
Embora ele não pudesse matar o sugador de sangue, ele poderia vencê-lo bastante. Ele empurrou Anton para longe de Skye. A cada soco que ele dava, Court se sentia melhor. Não havia nada como bater em um vampiro.
De repente, Anton e Jacques se foram. Court enxugou o sangue de seu lábio partido enquanto olhava para Kane, que estava curvado, com as mãos nos joelhos.
Riley saiu das sombras. —Três vampiros pararam por tempo suficiente para ver o que estava acontecendo, mas era uma das pessoas de Delphine que estava observando do outro lado que me preocupa.
—Deixe-os assistir — disse Kane e se endireitou.
Court caminhou até Skye e se ajoelhou ao lado dela. Seus olhos estavam fechados. Ela ficou imóvel. Ele teve o desejo de soltar seu cabelo preto cuidadosamente penteado. Ainda mais irritante, ele teve o desejo irresistível de ouvir a voz dela.
—Ela está bem? — Riley perguntou, a preocupação aprofundando sua voz.
Court gentilmente virou a cabeça de Skye de um lado para o outro para procurar sangue. Felizmente, não havia nenhum. Ele bateu em sua bochecha para acordá-la, mas ela não se mexeu.
—O que eles fizeram com ela? — Kane perguntou.
Riley fez um som no fundo de sua garganta. —Seja o que for, não é bom. Não podemos deixá-la aqui fora.
—E não podemos levá-la de volta a nenhum de nossos lugares — disse Court.
Riley sorriu de repente. —Eu sei onde podemos levá-la. Me siga.
Court pegou o corpo pequeno de Skye em seus braços e se levantou. Ele e Kane seguiram Riley até o carro dela. Depois que eles estavam dentro, Kane e Court começaram a tentar descobrir o que os vampiros usaram para subjugar Skye enquanto Riley dirigia.
—Era algo novo — disse Court.
Kane acenou com a cabeça severamente. —Essa é a minha preocupação. Quantas outras mulheres estão levando que não sabemos?
—Não vamos pensar nisso agora — disse Riley. —Nós temos Skye. Ela pode nos contar o que aconteceu e como se sentiu ao acordar. Isso deve nos ajudar a descobrir o que é. Se não soubermos, Minka saberá.
Court olhou para a mulher em seus braços. Skye ainda não tinha se movido. Ela estava respirando uniformemente, sua pele dourada quente sob suas mãos.
— Vai para a bruxa sábia? — Kane perguntou.
Riley deu a ele um olhar severo. —Tem uma ideia melhor?
Claro, Kane não tinha. Nem Court. Ele tentou desviar o olhar do rosto de Skye, mas seus olhos continuavam sendo atraídos para ela. Ela parecia adormecida, inocente. O fato de que ela não tinha ideia da tempestade de merda que ela tinha criado não o desligou. Na verdade, é o que o interessou.
Seu rosto oval era perfeito. Ela era uma beleza clássica, com maçãs do rosto salientes, sobrancelhas pretas arqueando suavemente e cílios grossos. Sua boca, no entanto, era uma sedução própria. Lábios rosados profundos que eram carnudos e largos.
Lábios tentadores, lábios atraentes.
Court correu as costas dos dedos pela bochecha dela. Skye pode estar mergulhando em um mundo do qual ela deveria ficar de fora, mas Court não poderia estar com raiva por isso a ter trazido para sua vida. Ela o intrigou.
Mesmo se ele soubesse que nada de bom poderia resultar disso.
CAPÍTULO QUATRO
—... depende de quanto.
—Depende de quem o criou.
Skye ouviu as vozes, mas ela não as reconheceu. Sua cabeça latejava com cada batida de seu coração, deixando-a um pouco enjoada. Ela tentou ficar quieta e fazer um balanço das coisas. Especialmente porque ela não se lembrava de deixar o Ninho da Víbora.
—Ela está acordando — disse uma voz masculina.
—Já era tempo, — veio uma resposta feminina gutural.
Skye não sabia como as pessoas podiam acordar e permanecer perfeitamente imóveis. Ela teve que se mover. Talvez seja uma característica aprendida que espiões e militares foram ensinados. Embora, neste momento, ela tivesse preferido ficar quieta e aprender mais sobre onde ela estava e quem estava com ela.
Ela abriu os olhos e imediatamente desviou a cabeça da luz da lâmpada que a cegava. Cobrindo os olhos com a mão, ela piscou e deixou as coisas entrarem em foco.
—Aí está você — disse uma voz feminina amigável.
Skye olhou para cima para ver uma mulher com longos cabelos escuros e olhos azuis brilhantes inclinada sobre o encosto do sofá e sorrindo para ela.
—Você sofreu uma queda e tanto, — ela continuou.
Skye lambeu os lábios secos. Ela não conseguia se lembrar de ter caído. Inferno, ela não conseguia se lembrar de nada além de sentar no bar e perceber que Matthew havia partido. O bastardo.
Ele a deixou!
A fúria a atingiu. Ela se sentou, agarrando imediatamente a cabeça quando as batidas se intensificaram. Seu estômago revirou violentamente.
O sofá afundou ao lado dela quando a mesma mulher disse: —Aqui, isso vai ajudar.
Skye olhou para baixo para ver duas aspirinas na palma da mão da mulher. Já que ela não conseguia pensar direito com a cabeça doendo tanto, Skye aceitou os comprimidos e os jogou na boca.
Em seguida, um copo alto de chá gelado foi colocado na frente dela. Skye pegou e bebeu profundamente, amando o sabor do chá doce enquanto engolia os comprimidos.
—Onde estou? — Ela perguntou. Com o cotovelo apoiado na coxa, ela cuidadosamente abaixou a cabeça em sua mão. Sua voz soou rouca, fraca. Como ela odiava isso.
—Segura — respondeu a mulher. —Eu sou Riley, a propósito.
Skye virou a cabeça para olhar para Riley. —O que aconteceu?
Riley hesitou, seu olhar caindo no chão por um momento. —Qual é a última coisa que você lembra?
—Estar no bar.
— The Viper's Nest não é um lugar legal. Você não deveria ter estado lá.
Skye ergueu a cabeça para encontrar a origem da voz masculina, e encontrou o homem sentado a uma mesa na cozinha parecendo severo e com raiva. Havia uma mulher com cabelo escuro encaracolado e olhos castanhos sentada ao lado dele.
Essas pessoas eram estranhas. Ela estava em um lugar estranho, sem nenhuma lembrança de como ela havia chegado lá. Ela precisava sair. Agora.
—Somos amigos — disse Riley e colocou a mão sobre a de Skye. —Nós resgatamos você dos homens que tentavam fazer você sair com eles e trouxemos você aqui.
Skye franziu a testa. De jeito nenhum ela teria partido com homens que ela não conhecia. Isso não era típico dela. Especialmente de um bar como o Viper's Nest com todos aqueles vampiros.
Seu estômago despencou. Vampiros. Oh Deus. Matthew a deixou com todos aqueles vampiros. Por que ele faria isso? Ele estava recebendo muito dinheiro para acompanhá-la em torno de tais lugares e garantir que ela estivesse protegida.
—Ela está se lembrando — disse o homem à mesa.
Skye o ignorou enquanto fechava os olhos. Ela vasculhou sua mente, tentando preencher o tempo que faltava entre perceber que Matthew havia partido e acordar aqui.
—É como se houvesse uma janela bloqueando essas memórias — explicou ela. —Como se estivesse coberto de gelo tão espesso que não consigo ver através dele. Eu sei que há pessoas do outro lado, mas não consigo decifrá-las.
—E as vozes?—
Isso veio de um segundo homem. Ela reconheceu a voz. Ela tinha ouvido quando ela estava acordando. Um arrepio correu por ela ao som rico e sedutor disso. Levou um momento para se concentrar de volta em seus pensamentos. —Posso ouvir alguém falando, mas não consigo perceber o que está sendo dito.
Skye abriu os olhos e se virou para onde a voz do homem tinha vindo. Ele estava sentado meio nas sombras, onde a luz da lâmpada não alcançava muito. Embora ela não pudesse distinguir seu rosto, ela poderia dizer que ele estava olhando para ela.
Ela engoliu em seco, hipnotizada pelo estranho. Ele atraiu não apenas seu olhar, mas sua concentração total. Tanto que ela esqueceu que eles não estavam sozinhos no quarto.
Ele ficou imóvel como uma pedra, os braços apoiados nos braços da cadeira. Ele deu a impressão de estar à vontade, mas ela tinha a sensação de que ele poderia estar de pé e pronto para enfrentar o que quer que viesse pela porta em um instante.
Seus olhares se encontraram e se mantiveram por vários momentos de silêncio. Skye não conseguia desviar o olhar, não importava quantas vezes ela tentasse. Havia algo tão... Sedutor nele. O fio de perigo, de algo escuro e primitivo, não podia ser ignorado.
Ela estremeceu quando viu seus olhos brilharem amarelos. Skye piscou e esfregou os olhos. Ela estava enganada. Ela tinha que ser. Os olhos de um homem, escondidos nas sombras, não podiam piscar amarelos. Isso era um absurdo.
Você bateu com a cabeça, lembra?
Sim. Cabeça dela. Ela havia batido com a cabeça. É por isso que ela estava vendo coisas que não existiam. A explicação foi suficiente para acalmar seu coração acelerado.
—Eu gostaria de sair — disse ela à sala em geral e ergueu a cabeça.
Riley olhou para o homem no canto sombreado antes de virar a cabeça para a mesa.
—Não vai acontecer — disse o homem à mesa.
A mulher ao lado dele olhou para ele, uma sobrancelha levantada. —Ela não vai ficar aqui, Kane.
Riley se levantou quando Kane abriu a boca para discutir. — Skye, quem está me olhando é meu primo Kane. Esta é Minka — disse ela apontando para a mulher. —E você está na casa dela.— Houve uma curta pausa antes de Riley olhar para o outro homem. —O silencioso no canto é o irmão de Kane, Court.
Skye odiava o quanto ela queria ver o rosto de Court. Ela disse a si mesma que era porque queria dar uma boa olhada nas pessoas que a ajudaram, mas ela sabia que era mais primitivo do que isso.
Então ela franziu a testa para Riley enquanto se levantava, seus joelhos começando a tremer. —Você sabe meu nome.— Como isso foi possível? Skye não tinha nenhuma identificação com ela. Nada que pudesse dizer a alguém quem ela era.
—Eu acho que devemos facilitar para ela — Riley disse a Kane.
Kane fez uma careta como se Riley tivesse pedido a ele para arrancar uma nuvem do céu. —Facilitar ela nisso? Ela já saltou.
—Ela gostaria de saber o que diabos está acontecendo — disse Skye, olhando para cada um deles. —Como você sabe meu nome?
Court se inclinou para frente na cadeira para que seus antebraços descansassem sobre os joelhos. Ela teve um vislumbre de cabelo loiro caramelo na altura do queixo. —Claro, nós sabemos quem você é. Pelo que aconteceu esta noite, os outros sabem que você também está escrevendo os artigos sobre eles.
Era tudo que Skye podia fazer para permanecer de pé. —Você acha que alguém me atacou esta noite?
—Essa é uma maneira de colocar as coisas — murmurou Kane.
Riley revirou os olhos e enfrentou Skye. —Achamos que os artigos podem ter perturbado alguns.
Skye deu um passo para trás de Riley. —Por que você se preocupa com os artigos?
—Olhe o que aconteceu esta noite. Você deveria se preocupar, —Minka disse enquanto se levantava graciosamente da cadeira. Ela usava jeans e uma camisa branca esguia que realçava sua pele cor de café. Ela passou por Skye até uma porta que dava para uma varanda. —Você pisou em algo que não tinha porque cavar. Agora você colocou um alvo em si mesmo.
O único tipo de pessoa que ficaria chateado com o que ela escreveu era aquele que realmente acreditava. Ou aqueles que faziam parte do sobrenatural.
Skye virou a cabeça para assistir Minka e viu o brilho da luz da lua na água filtrada pelas árvores. O bayou. Eles a trouxeram para fora da cidade.
— Não vamos machucar você, — Riley disse em uma voz suave, como se estivesse lendo os pensamentos de Skye. —Tínhamos que tirar você da cidade, caso eles voltassem para buscá-la.
Skye esfregou a têmpora, esperando que isso ajudasse a parar um pouco da dor. —Diga-me o que aconteceu. Por favor.
—Você foi para The Viper's Nest — disse Kane, sua voz gotejando com escárnio. —Você sabia que estaria cheio de vampiros, mas você voluntariamente entrou lá sozinho.
Ela se opôs a isso. —Eu não sou idiota. Eu não estava sozinho. Eu tinha alguém comigo.
—Ele deixou você — disse Court.
Skye entregou a Riley o resto de seu chá doce e começou a sair pela porta que Minka havia saído. Não importava o quão longe ela estava da cidade. Ela não ia ficar mais lá.
Ela alcançou a varanda e estava se virando para dizer isso a eles quando Court parou na frente dela. A lua o atingiu em cheio no rosto, mostrando a ela a linha dura de sua mandíbula, os contornos firmes de suas maçãs do rosto e olhos azuis tão vívidos que eram quase elétricos. Ele era tão alto que ela teve que inclinar a cabeça para trás para olhar para ele. Havia espaço entre eles, mas não havia como negar o puro poder que ela viu exibido pela camiseta que se agarrava a seus ombros largos e braços e peito grossos.
Ele ergueu as mãos, com as palmas para fora. —Calma, Skye. Trouxemos você aqui porque os vampiros pretendiam partir com você. Nós os impedimos, mas eu conheço Jacques e Anton bem o suficiente para saber que eles virão atrás de você novamente. Eles escolheram você.
Com o canto do olho, ela viu Riley e Kane parados na porta à sua direita. À sua esquerda e atrás dela, Minka estava no parapeito da varanda olhando para o bayou.
Court suspirou e baixou as mãos. —Precisamos saber como os vampiros fizeram você sair com eles. Diga-nos isso e eu mesmo vou levá-la de volta para a cidade.
—Não me lembro de nada — disse ela, a frustração crescendo a cada segundo . Ela inclinou a cabeça para o lado. —Por que você tem interesse nos vampiros? A maioria das pessoas não acredita que eles são reais.
Naquele momento, um uivo soou. Um uivo muito semelhante ao de um lobo. Skye olhou ao seu redor. Não havia lobos na freguesia, o que significava que era um lobisomem. Ela olhou para Court com novos olhos. Ele e Kane eram lobisomens?
—Você vive em Nova Orleans por tempo suficiente, você vê tudo,— Court respondeu.
Foi a maior linha de merda que Skye tinha ouvido durante toda a semana. Ela não o questionou sobre isso. Ainda não. Ela queria saber mais sobre ele.
Kane cruzou os braços sobre o peito. —Você não se lembra de nada, minha bunda. Senhora, você tem coragem. Nós salvamos sua pele esquelética, e você quer nos enrolar.
—Eu não estou,— ela disse defensivamente enquanto olhava para ele. —Estou tentando entender as coisas. Foram vocês que me tiraram da cidade. Talvez seja de você que eu deva ter medo.
—Você está certo. Fomos nós que levamos você, — Court disse, um tom duro em sua voz. —Mas não te tiramos do clube. Foram os vampiros.
Skye balançou a cabeça. —Eu não teria saído com eles. Bebi minha cerveja e me levantava para sair. Aí acordei aqui.
—Alguém poderia ter fortificado sua cerveja — Riley sugeriu.
Skye estava balançando a cabeça antes de terminar. —Eu nunca deixei minha bebida para baixo. Eu sei melhor.
—As bruxas não estariam envolvidas — disse Minka. —Então nem pense em culpá-los, Kane.
Kane o lançou um olhar sombrio. —Eu coloco a culpa onde a culpa vai.
Com um suspiro alto, Minka se virou para eles. —As bruxas se alinharam com os lobisomens para derrubar...— Ela fez uma pausa e olhou para Skye. —Para fazer aquela coisa. Essa foi a exceção à regra. As bruxas nunca se alinham com ninguém.
—Ela está certa — disse Court. —As bruxas não ajudariam os vampiros.
Minka ergueu o queixo, um pequeno sorriso em seus lábios. —Então há isso.
Skye se sentia como se estivesse em um sonho onde todos falavam ao seu redor, excluindo-a de propósito.
—Isso deixa o Djinn e os lobisomens, — Kane disse.
Riley deu uma risadinha. —Nós podemos eliminar os lobisomens.
—Magia foi usada — disse Minka. —Essa é a única explicação.
A mente de Skye estava em um turbilhão. —Espera. Eu pensei que os vampiros poderiam usar algum tipo de controle mental em suas vítimas.
—Eles podem — disse Court. —Mas não é permitido.
Ela não pôde deixar de rir. —Permitido? Estamos falando de vampiros.
—Que são estritamente controlados dentro da cidade — disse Riley.
Kane desviou o olhar dela com desgosto. —Algo que você esqueceu de mencionar em seus artigos.
—Não mencionei porque não sabia. Eu ainda estou aprendendo.
Court disse: —Foi isso que quase te matou esta noite.
—Eu estava com Matthew — disse ela. —Eu o pago para me acompanhar a lugares como The Viper's Nest e manter os outros longe.
Minka colocou um cacho longo e escuro atrás da orelha. —Por que você levaria Matthew? Quem é ele?
—Eu o peguei porque ele é...— Mesmo que houvesse conversas sobre todas as facções, Skye ficou com vergonha de dizer o que Matthew era.
Kane bocejou. —Desembucha.
-Ele é um vampiro, — Skye disse e fez uma careta para Kane.
Ela foi reduzida a uma atitude infantil com um homem adulto que a desprezava. Quando o pesadelo iria acabar?
O telefone de Court vibrou. Ele o tirou do bolso e leu o texto.
Skye mudou seus pés. —Veja. Respondi às suas perguntas e obviamente não estou ajudando. Preciso voltar para a cidade e procurar Matthew. Ele nunca me deixou antes, e vou exigir meu dinheiro de volta.
—Não se preocupe, — Court disse enquanto abaixava o telefone e olhava para ela com seus olhos lindos. —Matthew está morto. A polícia o encontrou a três quarteirões do clube com todo o seu sangue drenado.
Skye piscou, sem entender. —Desde quando os vampiros bebem o sangue de outro vampiro?
—Eles não querem — disse Minka.
Kane deixou cair os braços, suas narinas dilatadas quando ele soltou um suspiro. —Matthew era humano.
CAPÍTULO CINCO
Estava claro para Court que Skye estava chocada com a notícia de que Matthew não era um vampiro. Ele deu meio passo em sua direção quando seus olhos se arregalaram.
—Isso não é possível,— ela murmurou.
Isso chamou a atenção de Minka. —Por que não?
Como se Skye percebesse que tinha falado em voz alta, ela balançou a cabeça. —Eu preciso voltar para a cidade.
—Espere — disse Riley. —O que te fez pensar que Matthew era um vampiro?
Court observou Skye de perto. Ele estava hipnotizado pela curva de sua mandíbula e sua boca incrível. Sua pele lisa brilhava ao luar, fazendo-o querer acariciar seu rosto novamente.
Sua garganta se moveu enquanto ela engolia, e ela olhou para o bayou novamente. —Eu fiz pesquisas.
Mas Court sabia que era mais do que isso. Pela forma como Skye se recusava a olhar para qualquer pessoa, ele suspeitava que ela já tivesse se encontrado com um vampiro antes.
—Que pesquisa? — Kane perguntou com um sorriso de escárnio. —Filmes? Assistindo-os em seu clube?
Court lançou a seu irmão um olhar sombrio. Ele entendeu porque Kane havia se tornado uma pessoa dura e facilmente irritada, mas Skye não. Court pegou o olhar de Skye. —Eu vou levar você para casa.
—Sei que todos vocês pensam que sou louca, mas preciso escrever esses artigos — disse Skye. —As pessoas precisam saber o que está lá fora.
Minka deu as costas para a grade da varanda e cruzou os braços sobre o peito. —Você realmente acha isso? Como você acha que a cidade seria se todos soubessem sobre vampiros e bruxas? Você acha que ainda seríamos a meca do turismo? Você acha que todos continuariam como estão?
—Haveria um caos — acrescentou Kane.
Riley concordou. — Motins também. Sem mencionar assassinatos. Todo mundo temeria seu vizinho, se preocuparia se pudesse ser um monstro.
A coluna de Skye estava reta enquanto ela os ouvia. Ela não se encolheu, não concordou. O que fez Court pensar que algo havia acontecido com ela. Se ele pudesse descobrir o que era, o ajudaria a entender a ela e sua necessidade de relatar o sobrenatural.
Kane disse: —Você precisa interromper os artigos.
Quando Skye não se preocupou em responder, Court estendeu a mão para Riley para pegar as chaves. Ela enviou um olhar preocupado para Skye quando ela os entregou.
Court deu um aceno de agradecimento a Minka e se virou para contornar a varanda e descer as escadas. Ele voltaria para pegar Riley e Kane, a menos que Kane fosse para a floresta com os lobos da Moonstone.
Assim que Skye foi afivelada no assento da caminhonete, ela cruzou os braços sobre o peito e olhou para fora do para-brisa. Court ligou o motor e deu ré no veículo antes de dirigir pela grama entre as árvores.
—Como você está se sentindo? — Ele perguntou.
—A aspirina amenizou a maior parte da dor.
Ele se lembrou de como ela bateu com força no pavimento. — Você provavelmente terá bastante solavanco.
—Eu já faço.
Court respirou fundo e desviou para deixar escapar um gambá e seus três bebês, fazendo-o dirigir em torno de um grupo de carvalhos vivos.
—Obrigada— disse Skye. —Eu não disse isso lá. Eu sei que isso me faz parecer ingrata.
—Você estava na defensiva. Compreendo.
A cabeça dela se virou para ele. —Você? Por quê? Por que você me ajudou? Por que você estava no Viper's Nest?
Com uma jornalista tão inteligente quanto Skye era, Court sabia que tinha que responder a ela ou arriscar que ela descobrisse por conta própria. Talvez se ele apresentasse seu caso bem o suficiente, ela pudesse recuar. Era um tiro no escuro, mas ele tinha que tomar.
—Eu estava lá por sua causa.— Ele olhou para ela, a caminhonete balançando enquanto eles dirigiam por uma seção lamacenta. Havia apenas luz ambiente suficiente para ele ver sua sobrancelha subir.
—Para mim? — Ela repetiu, balançando a cabeça. Ela voltou seu olhar para frente. —Deixe-me adivinhar. Os artigos? — Ela perguntou, sua voz cheia de sarcasmo.
Court sorriu apesar da situação. O tom irritado de Skye soou tão parecido com o de Riley. —Nós não somos os únicos que estão notando você. Como você sabe, Nova Orleans é uma cidade perigosa.
—Por que você está interessado em meus artigos? A verdade, por favor.
—Nós dissemos a você na casa. Você está chamando atenção para si mesmo que vai te matar.
—Eu pensei nisso. Existem contingências em vigor para a polícia rastrear meu assassino — não importa quem seja ou quem seja.
Court puxou a caminhonete para a estrada de terra. —Seriamente? Essa é a sua resposta? Você é uma peça de trabalho. Estamos tentando ajudá-la.
—Não. Você está sufocando o direito das pessoas de saber.
Court pisou fundo no freio, e a cabeça de Skye girou em direção a ele. Ele sacudiu a cabeça para ela, cansado de bancar o bonzinho. Já era hora de ela enfrentar a dura verdade. —Se você prestar um pouco mais de atenção às coisas, poderá perceber que o sobrenatural se estende muito além de algumas seções da cidade. Eles estão dentro de escritórios políticos e de todas as agências de aplicação da lei da cidade. Então não, Skye, ninguém procuraria seu assassino. Você seria outra estatística em uma longa linha de assassinatos não resolvidos.
Ela piscou para ele.
Court olhou para frente, as mãos segurando o volante. —Você está metida em uma situação ruim. Se não estivéssemos lá esta noite, os vampiros teriam levado você. Se eles queriam se alimentar de você ou transformá-lo, eu não sei. De qualquer forma, você não seria mais a pessoa que é agora.
—Aconteceu na faculdade, — ela disse suavemente.
Court girou a cabeça em direção a Skye para encontrá-la olhando para as mãos. Ele ficou em silêncio, esperando que ela continuasse.
—Eu sabia que minha colega de quarto, Jo, era um pouco diferente. Eu só pensei que ela era gótica. Eu não descobri até que moramos nos dormitórios por quase um ano que ela era uma bruxa.
Skye riu, o som forçado enquanto ela esfregava as mãos para cima e para baixo em seus braços. — Jo não escondeu exatamente, mas também não anunciou. Eu me escondia na maioria das vezes, então não prestei muita atenção nela. Também participamos de diferentes círculos sociais, mas ela era legal e nos dávamos bem.
—Até, — Court insistiu quando ela parou de falar.
Skye olhou para ele. —Foi durante as férias de Natal. Eu não tinha para onde ir, e ela decidiu fazer um curso extra durante esse período. Era tarde. Ela estava estudando, e eu tinha acabado de voltar de um encontro. Foi quando ele entrou em nosso dormitório.
—Um vampiro, — Court adivinhou.
Skye assentiu e olhou para baixo. —Eu estava tão apavorada que não conseguia me mover. Já que eu estava mais perto, ele veio para cima de mim primeiro. Jo sabia o que ele era, mesmo que eu não soubesse. Ela usou um feitiço, junto com prata para mantê-lo longe de mim. Mas ele estava determinado a ter uma de nós.
Court estendeu a mão e colocou a mão na dela, dando a Skye o pouco conforto que ele podia. Pode ter acontecido anos atrás, mas obviamente ainda a afeta.
—Jo foi tão corajosa — disse Skye com um sorriso. —Eu só podia sentar lá e assistir enquanto ela lutava com ele. Nunca pensei que ele fosse embora, mas eventualmente ela ganhou. Nas duas semanas seguintes, ela me contou tudo o que sabia sobre o sobrenatural. Fiz anotações, comprei o máximo de joias de prata que pude e absorvi tudo o que ela me disse.
Skye fez uma pausa e se mexeu na cadeira. —Uma noite, eu voltei para o nosso quarto com uma braçada de livros sobre o ocultismo da biblioteca, apenas para encontrar a sala vazia, exceto por seu colar de prata quebrado no meio da sala. A polícia encontrou seu corpo três dias depois completamente sem sangue.
—O vampiro a pegou, — Court disse. —Tão poderosa como Jo era uma bruxa, ela foi tomada por um vampiro. Isso deveria te dizer algo.
Skye enxugou os olhos e cheirou. —Tenho estado focada no sobrenatural desde então. Eu não tinha ideia de que vampiros eram reais até aquele dia. Muitos livros e filmes os romantizam, quando na verdade, eles são monstros.
—Eles são seres que já foram humanos. Eles foram transformados, voluntariamente ou pela força — ele disse a ela. —Nem todos os vampiros são monstros. Eles precisam de sangue para sobreviver, mas existem aqueles em Nova Orleans que não matam. Esses vampiros obtêm seu suprimento de comida de humanos que voluntariamente dão seu sangue aos vampiros. Em troca, os vampiros os pagam bem e lhes dão proteção.
Skye fez um som. —De quem eles precisam de proteção? O pior monstro agora é amigo deles.
—Há o Djinn, as bruxas, os lobisomens, e mais importante, há Delphine.
—Eu ouvi esse nome — disse Skye com uma pequena carranca. —Ela é uma sacerdotisa Voodoo, certo?
Court acenou com a cabeça enquanto pressionava o acelerador e começava a dirigir novamente. —Fique longe dela, Skye. Acredite em mim quando digo que você não quer estar no radar dela. Ela é letal e não tem escrúpulos em matá-lo em uma rua movimentada.
—Notado.
—Então você veio a Nova Orleans para expor o sobrenatural. — Ele balançou a cabeça, ainda incapaz de acreditar. —Isso exige algumas bolas.
Ela sorriu e olhou para frente. —Eu te contei minha história. Você ainda não me disse por que está tão preocupado com o que coloquei em meus artigos.
—Extraoficialmente? — Ele perguntou, olhando para ela. Ela iria descobrir tudo sobre sua família com um pouco de pesquisa de qualquer maneira.
—Extraoficialmente, — Skye confirmou.
Ele descansou uma mão em cima do volante e colocou a outra na alavanca de câmbio. —Nós mantemos a paz na cidade.
—Nós?
—Eu e meus três irmãos.
Ela alisou a mão sobre seu rabo de cavalo liso. —Você é um ser sobrenatural, não é?
—Sim. — Ele deu a ela outro olhar rápido para avaliar sua reação. Ela não parecia nem um pouco surpresa. — Descobrir de que tipo ainda?
Riley encolheu os ombros. —Uma questão de dedução, realmente. Você não é um vampiro ou um Djinn. Você não parece o tipo de praticante de voodoo, nem é uma bruxa. Isso deixa... Lobisomem.
Ele ficou impressionado. —Você está assustado?
—Eu deveria estar?
Court riu. —Com essa atitude, você pode sair de Nova Orleans vivo.
—Quem disse alguma coisa sobre ir embora?
Ele dirigiu para a rodovia. —Você realmente quer arriscar sua vida para relatar a loucura da cidade?
—Eu estaria morta se não fosse por Jo — ele argumentou.
—Você estaria morto esta noite se não fosse por mim.— Court apertou os lábios. —Não importa o quanto você saiba sobre o sobrenatural, você ainda não está preparado para se defender.
CAPÍTULO SEIS
Quando o amanhecer chegou e o céu ficou rosa e dourado brilhante, tudo o que Skye conseguia pensar era no que Court tinha dito a ela. Por mais que ela odiasse admitir, ele estava certo.
Ela presumiu, porque Jo havia lhe ensinado algumas coisas, que ela era mais do que capaz de fazer pesquisas sobre o sobrenatural. O que a noite anterior havia ensinado a ela é que ela só sabia um dedal do que estava lá fora.
Café na mão, Skye parou nas janelas de sua casa e olhou para as ruas da cidade. Os vampiros quase a sequestraram. Se não fosse por Court e os outros, Skye não estaria lá agora.
A irritou por não ter sido capaz de cuidar de si mesma. Ela não olhou os vampiros nos olhos por mais de um segundo, então ela sabia que eles não tinham usado o controle da mente nela. Ninguém tinha fortificado sua bebida. Os vampiros a tocaram, foi a única coisa que aconteceu.
Skye estremeceu com tanta força que o café derramou na borda da caneca e queimou sua mão. Ela sibilou e correu descalça para a cozinha para preparar o café e limpar a mão.
Então ela correu para sua mesa e apertou o teclado para despertar seu laptop. Ela podia não saber o sobrenome de Court, mas tinha habilidade suficiente para encontrá-lo.
Trinta minutos depois, ela se recostou na cadeira com um sorriso no rosto. —Court LaRue. Parece que vou fazer uma visita a você no Gator Bait.
Skye se levantou de sua cadeira e estava indo para o banheiro para tomar um banho quando seu celular tocou. Ela olhou para o telefone para ver que era sua editora, Helen.
—Desculpe, Helen. Não posso falar agora — disse ela, recusando a ligação.
Ligando a música pelo telefone, Skye ligou o chuveiro. Ela estava tirando a camisa de dormir quando seu telefone tocou com uma mensagem. Skye jogou sua blusa de dormir na cama e correu para o banheiro, onde seu telefone estava no balcão.
Ela leu a mensagem, franzindo a testa enquanto o fazia. Helen nunca exigiu que ela fosse ao escritório quando estava escrevendo uma história. O que estava acontecendo?
Skye rapidamente respondeu que estava no meio da pesquisa e tentaria chegar mais tarde naquele dia.
—Antes do almoço, — Skye leu a resposta de Helen em voz alta.
O que diabos estava acontecendo?
Skye tomou banho e se arrumou. Quarenta minutos depois, ela estava saindo pela porta e se dirigindo ao jornal. Uma curta caminhada de quinze minutos e ela estava no escritório.
Não tinha mais cedo Skye entrou no escritório de Helen que seu editor se levantou e fechou a porta atrás dela. —O que está acontecendo?— Skye perguntou enquanto pegava uma das duas cadeiras.
Helen se sentou atrás de sua mesa e colocou os óculos de leitura na cabeça. Ela soltou um longo suspiro. —Onde você estava ontem à noite?
—Observando o sobrenatural. — Skye não sentiu necessidade de mentir para Helen. Ainda, de qualquer maneira.
Seu editor recostou-se na cadeira e alisou sua blusa listrada azul marinho e branca. —Você estava sozinha?
Merda, merda, merda. Em toda a confusão, Skye tinha se esquecido completamente de Matthew. Ela manteve a expressão em branco. —Matthew foi comigo a um clube, mas me deixou lá.
—Quando você chegou ao clube?
—Cerca de dez horas.
Helen acenou com a cabeça. —E quando Matthew deixou você?
Skye deu de ombros, não gostando das perguntas. —Era cerca de meia-noite, eu acho. Ele sempre fica em segundo plano. Ele poderia ter saído muito mais cedo do que eu percebi. Por quê? — ela acrescentou, já que não queria admitir o fracasso que ela foi em localizar seres sobrenaturais.
—O que você fez quando descobriu que Matthew tinha te deixado lá?
Skye deslizou para o final da cadeira. —Por que isso parece um interrogatório?
—Por favor, me responda, Skye.
—Fiquei até que ficou desconfortável e depois fui embora.
—Sozinha? —Havia algo sobre a maneira como Helen disse isso que fez Skye saber que seu chefe sabia de algo. Mais uma vez, ela decidiu pela verdade. Na maioria das vezes.
—Eu tentei sair sozinha, mas dois vampiros tentaram me fazer ir com eles. Dois caras e uma garota me ajudaram. Eles me acompanharam até em casa e aqui estou.
—Bom. Essas são boas respostas. Você vai se sair bem, Skye, — Helen disse enquanto se inclinava e descansava os braços na mesa.
—Está bem? — Skye repetiu. —O que isso significa?
O rosto de Helen se contraiu de preocupação. —Eu odeio ser o único a dizer isso, mas Matthew foi encontrado morto esta manhã.
Mesmo que Skye soubesse que ele estava morto, ouvi-lo novamente foi como um soco no estômago. Ela olhou para baixo, sentindo-se mal. —Como? — Ela resmungou.
—A polícia está chamando de homicídio. Eles acham que foi uma tentativa de roubo e presumem que Matthew tentou resistir. Seu agressor usou uma faca.
Skye só podia olhar para Helen. A polícia estava encobrindo tudo. Além de salvá-la, Court não deu a ela nenhuma razão para confiar nele, mas o que ele disse sobre o sobrenatural na aplicação da lei fazia sentido.
—Eles vão querer falar com você — Helen estava dizendo.
Skye se sacudiu mentalmente. —Como eles sabem minha conexão com Matthew?
—Alguém no clube disse que viu vocês dois entrando juntos.
Simplesmente maravilhoso. Skye desejou ter permanecido no bayou com Court em vez de insistir que ela voltasse para a cidade.
—Entendo.
—Eu queria que você soubesse para que não ficasse surpresa.
Skye passou as mãos pelos cabelos. —Devo ir à polícia?
—Não há necessidade ainda — disse Helen. —Eles vão encontrar você se quiserem falar com você.
Skye se levantou então. —Preciso terminar algumas pesquisas para o artigo.
—Fique em contato — disse Helen.
Skye saiu do escritório com as pernas trêmulas. Nem mesmo o ar fresco a acalmou. Ela avistou uma viatura dirigindo lentamente na rua e permaneceu onde estava, esperando que eles viessem buscá-la.
Ele passou direto.
Ela soltou um suspiro de alívio e se virou para a esquerda. Era hora de visitar Court. Mesmo no final de setembro, as ruas estavam lotadas de turistas. Outubro era um mês realmente louco para Nova Orleans, já que todos compararam a cidade no Halloween com o sobrenatural.
Eram todos os inocentes andando por aí que a levaram a escrever os artigos. Os universitários querendo apenas ter sorte, os colegiais querendo conseguir um pouco de álcool, as famílias querendo ter memórias duradouras e os profissionais de negócios querendo se divertir.
Essas eram as pessoas que o sobrenatural caçava.
Ou então ela pensou antes da noite passada. Court disse que alguns dos vampiros não matavam. O pensamento confundiu sua mente. Um vampiro que não mata? Como isso era possível? E quem fazia as leis?
Court mencionou que sua família fazia cumprir as leis, mas como quatro irmãos poderiam controlar uma cidade sobrenatural inteira quando mil policiais não podiam governar os humanos?
Skye avistou o bar do LaRue situado na esquina da rua. A placa de madeira pendurada acima da calçada com uma mordida tirada da lateral, como se por um crocodilo. As letras eram em um verde profundo com um jacaré abaixo do nome, a boca bem aberta.
Já passava do meio-dia e o bar já estava cheio. O som da música batendo pode ser ouvido mesmo de fora. Só quando os clientes saíram do bar ela reconheceu o Godsmack tocando.
Skye olhou para seu reflexo na janela antes de entrar no Gator Bait. Assim que ela entrou, ela parou e olhou ao redor.
O lugar era acolhedor com seus pisos de madeira e bar polido. Centenas de fotos de celebridades que os visitaram cobriam as paredes. Também havia mandíbulas de crocodilo de vários tamanhos pendurados aqui e ali.
Ao todo, parecia Court.
—Court disse que você viria? — Riley disse enquanto se aproximava com um sorriso.
Skye devolveu o sorriso, intrigada que Court a conhecesse bem o suficiente para anunciar o que ela faria. —Ele disse?
—Ele está insuportavelmente certo na maioria das vezes, — Riley disse com uma piscadela.
Skye riu da observação. O que quer que ela pudesse pensar dos LaRues, eles eram obviamente uma família unida.
—Você está com fome? — Riley perguntou enquanto sinalizava para Skye segui-la. —Temos o melhor jacaré da cidade.
—Certo. — O estômago de Skye roncou, lembrando-a de que a banana que ela comeu no café da manhã havia acabado.
Skye se sentou no bar e observou dois homens jogando sinuca. Riley não era a única garçonete no bar. Havia outros três, e todos estavam ocupados.
Um homem de cabelo loiro acinzentado saiu da cozinha com papéis nas mãos e um lápis na boca. Seus olhos azuis, assim como o formato de seu rosto, lembravam Skye tanto de Court que ela sabia que este tinha que ser um outro irmão LaRue.
Ele caminhou até uma mulher com cabelo loiro cor de champanhe até o queixo e tirou o lápis da boca para sussurrar algo em seu ouvido. Ela riu e deu-lhe um beijo rápido.
—Essa é Addison.
Skye saltou ao som da voz de Riley. Ela girou e encontrou um copo de cerveja na sua frente.
—Addison e Myles estão noivos, — Riley continuou.
Skye provou a cerveja e acenou com a cabeça em aprovação. —Ela sabe de tudo?
—Sim. — Riley sorriu. —É uma longa história. Basta dizer que Addison teve um curso estrondoso nisso.
—Ah. Estou surpresa que não seja mais mantido em segredo.
Riley colocou o cabelo atrás da orelha. —Se as pessoas querem saber a verdade, elas vão procurar, quer queiramos ou não.
—Você está...? — Skye perguntou, sem conseguir cuspir.
Riley riu e puxou sua camisa preta com o logotipo Gator Bait. —Não. Isso está contido para os LaRues. Eu sou apenas uma garota normal que mantém o sobrenatural na linha. Meus irmãos moram a algumas horas de distância.
—Mas eles sabem?
—Claro.— Riley deu a volta no bar e veio se sentar ao lado de Skye. —Vou apenas divulgar porque você obviamente quer saber. Os Chiassons, minha família imediata, vieram da França para a Louisiana com uma parada na Nova Escócia. Eles eram caçadores do sobrenatural. O que mata inocentes de qualquer maneira.
Skye estava ouvindo extasiada.
—Havia dois irmãos e uma irmã. A irmã veio para Nova Orleans e se casou com um LaRue. Um irmão escolheu ir para o oeste, e o outro se estabeleceu em Lyons Point, fora de Lafayette, que é um centro de atividades sobrenaturais. Todos nós, tanto Chiassons quanto LaRues, fomos criados para proteger os inocentes e matar os monstros.
—Mas os LaRues são lobisomens.
Riley levantou um ombro em um encolher de ombros. —Isso eles são. Se você quiser essa história, terá que perguntar ao Court. A questão é que os LaRues sempre mantiveram a paz em Nova Orleans. Antes de serem amaldiçoados e depois. Isso nunca mudou.
—Nem vai — disse uma voz atrás de Skye.
Ela se virou e encontrou Court. Se ela o tinha achado bonito à luz da lua, ele tirava seu fôlego durante o dia. Ele era surpreendentemente bonito. O tipo de lindo que deixava uma mulher sem palavras.
Seu cabelo na altura do queixo estava repartido ao meio, os fios loiros caramelo com uma leve ondulação enquanto emolduravam seu rosto. Seus olhos azuis brilhantes eram tão poderosos quanto antes.
Skye olhou para baixo e viu que ele estava vestindo um par de jeans, pendurado em seus quadris estreitos, e uma camisa henley creme com uma grande flor de lis de bronze no lado superior direito de seu ombro.
— Eu disse que ela viria, Riley, — Court disse sem tirar o olhar de Skye.
Riley deslizou para fora da banqueta do bar e parou ao lado de Skye por tempo suficiente para dizer: —Ele é vaidoso. Sinta-se à vontade para baixá-lo um degrau ou dois.
Skye não pôde deixar de sorrir. Court estava seguro de si. Isso se mostrou na maneira como ele se portou e como saudou o mundo. Pretensioso? Skye não o conhecia bem o suficiente para dizer, mas ela podia ver que era uma possibilidade.
—Por que você achou que eu viria?
Court pegou sua cerveja com uma mão e agarrou sua mão com a outra, puxando-a para fora do banquinho. Ele a conduziu pela porta nos fundos, mas não foi para a cozinha que ele a trouxe. Era um escritório.
—Você está curiosa — disse ele. —Eu sabia que você gostaria de saber mais.
Ele não estava errado. Aparentemente, ela era fácil de descobrir. Skye franziu a testa. Isso não era uma coisa boa, era?
Seus pensamentos pararam quando ela viu uma cadeira e lhe deram cerveja. Court sentou-se ao lado dela ao mesmo tempo em que Myles entrou lendo alguns papéis com o lápis mais uma vez na boca.
Ele não olhou para eles mesmo quando se sentou atrás da mesa e digitou algo no computador. Poucos minutos depois, Kane e outro homem entraram no escritório.
Então, esses eram os quatro irmãos LaRue.
Court não mentiu. Ela estava até o pescoço em lobisomens agora.
CAPÍTULO SETE
Court observou Skye com cuidado. Seu corpo inteiro apertou quando Kane e Solomon entraram na sala. Solomon passou a mão pelo cabelo loiro escuro enquanto se inclinava contra o canto da mesa de Myles.
—Tenho certeza de que você nos verificou, mas sou Solomon — disse ele. Ele acenou com o polegar por cima do ombro. —O que está enterrado no computador que faz a contabilidade deste lugar é Myles. Você já conheceu Kane e Court.
Skye sustentou o olhar de Solomon. —Eu fiz minha verificação. Eu sei que você é o mais velho, seguido por Myles, Kane e depois Court. Vocês quatro são donos do Gator Bait há anos e são cidadãos íntegros em todos os sentidos. E você tem um grande segredo.
—Todo mundo tem segredos — disse Kane, olhando para ela. —Todos.
Skye cruzou uma perna sobre a outra. —Eu tenho um segredo. Eu compartilhei com o Court na noite passada.
—Ele nos contou — disse Myles, deixando de lado o lápis. —Essa é uma história e tanto.
As bolas de Court apertaram quando Skye olhou para ele. Droga, ela era uma mulher bonita. Não era apenas sua beleza que o atraía, era sua coragem - mesmo que ela tivesse sido tola ao entrar no Ninho de Víbora.
—Isto é.— Skye lambeu os lábios e deixou seu olhar pousar em cada um deles. —Eu disse ao Court ontem à noite, mas quero dizer aqui. Obrigado por me ajudar. Achei que sabia o suficiente para me controlar. Eu estava errado.
Court não sabia quem estava mais surpreso com suas palavras, ele ou Kane. Ele apenas sorriu para Skye porque a mulher era boa. O fato de que ela podia admitir que estava errada, logo após agradecê-los, significava que não havia nenhuma maneira de qualquer um deles entrar em ação agora.
—Meu editor me chamou no escritório esta manhã — disse Skye. —Ela disse que a polícia está chamando a morte de Matthew de homicídio e dizendo que ele foi morto com uma faca.
Solomon coçou o queixo enquanto considerava Skye. —Eu mesmo vi o corpo de Matthew. Não havia como negar os buracos em seu pescoço, ou o fato de que todo o seu sangue havia sumido.
—Não somos nós que estamos mentindo aqui — disse Court.
O olhar castanho escuro de Skye se voltou para ele. —Eu sei. É muito para absorver. Presumi que todo humano era inocente.
Kane bufou, mas não fez nenhum comentário.
Court só podia imaginar como ela se sentia com seu mundo virado de cabeça para baixo. —As bruxas são humanas e nem todas são inocentes.
—Minka é, — Myles disse.
Court acenou com a cabeça em concordância, mesmo quando viu a mandíbula de Solomon apertar com a menção da bruxa. Court realmente esperava que seu irmão mais velho pudesse superar o que quer que estivesse comendo nele quando se tratasse de Minka. Ter uma bruxa como aliada era algo que Court não queria arruinar.
—Este é o meu trabalho— disse Skye. —Sou pago para escrever esses artigos e a única maneira de fazer isso é obtendo informações.
Myles fez uma careta. —Não se isso significar sua morte.
—Estamos tentando mantê-la vivo — disse Court. —Você tem que escolher o que fazer. Se você voltar para o Viper's Nest, podemos não estar lá na próxima vez.
Ela endireitou os ombros. —Compreendo. Eu também vim aqui porque acho que me lembro de algo sobre o que aconteceu ontem à noite.
Court sentou-se à frente. —O que?
—Eu disse que guardo bem minha bebida. Eu também sei que nunca devo olhar nos olhos de um vampiro, caso eles usem o controle da mente. — Ela parou por um momento. —O que eu lembro é um dos vampiros me tocando. Depois disso, minha memória fica em branco até que acordei na casa de Minka.
Court se levantou e começou a andar. —Eles a tocaram. De jeito nenhum um vampiro pode usar seu controle mental dessa forma.
—Eles precisam fazer contato visual — acrescentou Myles.
As mãos de Solomon apertaram a mesa. —Alguém deve estar ajudando os vampiros.
—Só o que precisamos, — Kane murmurou.
Court parou ao lado da cadeira de Skye e se agachou. —O que os vampiros disseram a você exatamente?
—Eu não me lembro, — ela disse com um encolher de ombros. —Estive pensando sobre isso a noite toda.
Solomon se endireitou. —Não importa. Temos o que precisamos. Precisamos descobrir quem está ajudando os vampiros. Nunca é uma coisa boa quando duas facções se alinham.
—Você sabia que chegaria a esse ponto — disse Kane.
Court se levantou e colocou a mão no ombro de Kane. —Precisávamos que as bruxas nos ajudassem.
—A vida de Addison estava em jogo — disse Myles bruscamente. —Eu teria agradecido a ajuda de qualquer pessoa. Temos sorte que as bruxas concordaram em unir forças conosco.
Pela maneira como Skye olhou entre eles, Court sabia que ela perguntaria sobre isso mais tarde.
—O que posso fazer para ajudar?— Skye perguntou.
Court ficou tão surpreso com ela quanto com o resto deles. —Não sei se isso seria uma boa ideia.
Ela levantou uma sobrancelha e lançou um olhar para ele. —Você mesmo disse que eles estão atrás de mim. Se eles me virem de novo, eles virão atrás de mim. Deixe-os. É a sua melhor aposta para descobrir quem está ajudando os vampiros e descobrir o que está sendo feito.
—Não — declarou Court.
Ao mesmo tempo, Solomon disse: —Isso pode funcionar.
Court olhou de soslaio para seu irmão mais velho. —Você perdeu a cabeça?
—Ele sabe que é a melhor maneira — disse Skye.
Court olhou para Myles em busca de ajuda, mas Myles estava olhando para Skye como se ela pudesse ser a resposta para eles. Court se voltou para Kane.
Kane ergueu as mãos. —Não olhe para mim. Eu não acho que ela deveria estar lá fora também, mas Solomon tem um problema agora.
Court se voltou para Skye. —Não faça isso.
—Eu tenho que. — Ela sorriu para ele. —Se eu não fizer isso, eles vão usar tudo o que estão fazendo em um inocente. Esse sangue estará em minhas mãos porque eu poderia ter impedido isso e não o fiz.
—Eles teriam usado o que quer que seja de qualquer maneira. Você não começou, —ele argumentou.
—Como você sabe disso?
Court abriu a boca para contestar sua pergunta quando percebeu que não tinha terreno para se firmar. —Você escapou por pouco na noite passada com vida.
—Vou ficar bem se você estiver lá.
Court olhou em seus olhos. Desde o primeiro momento em que viu Skye, ele sentiu a atração. Forte. Inegável. Até agora, ele tinha sido capaz de mantê-lo sob controle.
Mas pelo jeito que ela estava olhando para ele agora, como se ele sozinho pudesse mantê-la viva, Court sabia que seu controle de ferro iria quebrar no primeiro momento em que estivessem sozinhos.
—O que você disse? — Skye perguntou. —Você vai me ajudar?
Court se pegou balançando a cabeça, embora soubesse que era a pior ideia que eles tiveram em uma longa história de ideias ruins. Se Skye fosse levada ...
Ele não conseguia nem terminar o pensamento. Ela não seria levada.
Court lentamente respirou fundo. —Tudo certo. Mas apenas com a condição de que você faça o que eu pedir, — ele se apressou em dizer quando ela sorriu.
—Concordo — disse Skye.
Myles ergueu o receptor do telefone sobre a mesa. —Vou ligar para o NOPD. Talvez nosso contato possa ajudar a desviar a atenção de Skye no assassinato de Matthew.
—Boa ideia.— Solomon deu um tapa no ombro de Court ao passar. —Vamos continuar esta noite. Assim que você tiver um plano, Court, vamos convocar outra reunião.
Kane acenou com a cabeça para Skye e girou nos calcanhares para seguir Solomon para fora do escritório. Court ficou inquieto. Ele olhou para Myles para ver seu irmão lhe dando um sorriso que dizia que ele sabia exatamente o que Court estava pensando - e sentindo.
— O que eu preciso fazer? — Skye se levantou e endireitou os ombros. —Eu quero ajudar, Court.
Seu olhar baixou para seus lábios. Lábios carnudos e rosados. Era uma boca que ele imaginou envolvendo seu pênis. Ele mal reprimiu um gemido com a imagem que brilhou em sua cabeça.
Aqueles lábios tentadores se separaram ligeiramente. Court ergueu os olhos de volta para o rosto dela, seu sangue esquentando quando viu o flagrante interesse refletido em seu olhar.
Droga, ele estava com problemas.
—O que acontece quando isso for feito?— Ele perguntou a ela.
Uma pequena carranca apareceu em sua testa. —O que acontece?
—Sim. Você vai continuar expondo o sobrenatural? Você vai expor a mim e minha família?
Sua cabeça assentiu em compreensão, mas uma ruga se formou entre as sobrancelhas. —Oh. Você acha que eu faria isso?
—Acho que o que meu irmão quer saber — disse Myles, — é se sua necessidade de encontrar respostas será satisfeita.
O olhar escuro de Skye segurou o de Court. —Minha colega de quarto foi morta por um vampiro. Achei que sabia como me proteger. É uma sensação verdadeiramente horrível perceber que sou tão despreparado e ingênua quanto era na faculdade. — Ela fez uma pausa para engolir. —Eu quero uma família um dia. Quero ser capaz de concentrar minhas preocupações em coisas normais, como para quem meus filhos estão enviando mensagens de texto e o que estão assistindo na TV. Quero ter minha preocupação focada em suas notas e ensinando-lhes as coisas certas.
Court não tinha certeza de como ele se sentia sobre o calor que se espalhava por ele quando ela falava de crianças. Ele poderia facilmente imaginá-la como uma mãe. Ela ficaria ainda mais bonita com a barriga inchada com a criança.
Ele parou seus pensamentos ali mesmo. O que diabos havia de errado com ele? Mulheres grávidas não eram sexy.
Não, mas Skye com certeza estaria.
—Você sabe o que está lá fora. Não há como voltar atrás. — Court cerrou os punhos para não estender a mão e tocá-la. —Existem coisas que você pode fazer para proteger a si mesmo, sua família e sua casa. Nós podemos te ensinar isso.
—Depois de tudo que fiz, você faria isso?
—Sim.
Deus, ele faria muito mais se ela apenas pedisse.
Ferrado. Isso é o que ele era. Realmente, totalmente ferrado.
Myles pigarreou e se levantou. —Pode ser melhor se você ficar aqui, Skye. Entre a polícia e os vampiros, ninguém vai procurar por você aqui.
—Obrigada — disse ela com um sorriso dirigido a Myles.
Court poderia ter socado seu irmão. Seus sorrisos doces e sexy só deveriam ser dirigidos a ele. Certamente não em Myles, que estava noivo de Addison.
Myles deu uma risadinha. Court mudou seu olhar de Skye para seu irmão para ver Myles olhando para ele. Court o ignorou. Ele não precisava que ninguém percebesse que ele estava ficando emaranhado em tudo o que era Skye Parrish.
Addison enfiou a cabeça pela porta do escritório de Myles, seu cabelo loiro na altura da mandíbula atraindo o olhar de seu irmão. —Ei, — ela disse com um sorriso cheio de amor, felicidade e desejo, tudo direcionado a Myles.
—Ei, — Myles respondeu enquanto contornava sua mesa. Ele estendeu a mão para ela. —Venha conhecer Skye.
Addison caminhou para o lado de Myles e passou um braço em volta dele. Ela deu um sorriso de boas-vindas para Skye enquanto Myles fazia as apresentações.
—Droga — Riley disse quando ela entrou. —Você chegou antes de mim, primo — disse ela com uma piscadela para Myles.
Myles riu e puxou Addison para perto. —Skye, acho que você descobrirá que se encaixa muito bem aqui. Riley já pensa que ela comanda as coisas.
—Porque eu quero, — Riley interveio.
Addison se levantou e beijou Myles. —Riley e eu pensamos em tirar Skye de suas mãos um pouco. Podemos mostrar a ela.
—Mostrar a ela? — Court sabia exatamente o que sua prima e sua futura cunhada iriam fazer. Falar. —O bar não é tão grande.
Riley bateu com o quadril no dele. Seu sorriso malicioso disse que ela também reconhecia sua atração por Skye. —Preocupado?
—Não, — ele murmurou. Era mentira e todos sabiam disso.
Skye agarrou sua bolsa. —Mostre-me o caminho, meninas. Parece que vou ficar aqui o dia todo.
Court esperou que Skye saísse com Addison de um lado dela e Riley do outro. Ele estava feliz por Skye estar fazendo amigos. Ambas as mulheres cuidariam dela durante o dia. Mas ele poderia fazer um trabalho melhor.
—Você está mal, mano — disse Myles enquanto caminhava ao lado dele.
—Como estou ferrado?—
Myles coçou o queixo. —Cem por cento. Não se preocupe em lutar contra isso. Apenas vá em frente.
CAPÍTULO OITO
Apenas vá em frente.
Essas palavras reverberaram na cabeça de Court pelas próximas quatro horas.
Foi bom levantar os olhos do bar para ver Skye. Ela tinha colocado uma das camisas do Gator Bait e estava servindo mesas com Riley e Addison. Skye disse que não suportava ficar sentada, então ela começou a ajudar os outros.
Quanto mais Court ficava perto de Skye, mas ele gostava. Ela pode ter chamado sua atenção originalmente pelo artigo no jornal. Sua beleza pode ter mantido seu interesse. Mas foi a mulher calorosa, inteligente e amigável que o atraiu ainda mais.
A hora do almoço estava cheio, mantendo-o em movimento e atendendo aos pedidos de bebidas. Todo o tempo, ele continuou repassando cenários em sua cabeça de como eles poderiam prender os vampiros sem usar Skye. O que o irritou foi que eles iriam ter que usá-la. Ela pode parecer forte, mas ele viu o fio de medo que ela não conseguia mascarar naqueles lindos olhos dela.
Esse medo ajudaria a impedi-la de fazer algo precipitado e imprudente. Pelo menos ele esperava que sim. Ela já havia feito algo descuidado ao ir ao Viper’s Nest.
—Uma cerveja, por favor, — veio uma voz profunda atrás dele.
Court acenou com a cabeça quando ele terminou de fazer um martini. — Já vou estar ai com você, amigo. — Ele colocou a guarnição na bebida e se virou para encontrar um detetive do NOPD sentado em uma banqueta.
Passaram-se anos desde que Scott Theriot estava dentro do Gator Bait. Antes de Scott entrar para a polícia, ele era frequentador assíduo do bar. Tão regular que ele e Court se tornaram amigos íntimos.
Essa amizade foi tensa quando Scott viu Court mudar uma noite para salvar uma mulher e seu filho de um vampiro. Scott queria saber tudo sobre a maldição LaRue depois disso.
Infelizmente, uma vez que Scott aprendeu tudo, ele parou de vir. Houve alguns telefonemas em que Scott gostaria de saber se um homicídio que estava investigando tinha alguma relação sobrenatural ou não. Fora isso, nada.
—Court, — Scott disse com um aceno de cabeça enquanto apoiava os braços no bar.
Court olhou para o cabelo preto comprido e desgrenhado de seu velho amigo e para o queixo desgrenhado precisando se barbear. O olhar avelã de Scott era cínico, desconfiado.
—Detetive, — Court respondeu.
Scott olhou ao redor do bar. —Você parece surpreso em me ver. Myles deixou uma mensagem para eu passar. Disse que tinha algo a ver com o assassinato da noite passada.
Court olhou para a pia e a bacia de água onde ele estava lavando copos. —Ele fez isso agora?
—Devo falar com Myles?
—Você decide. — Court serviu a cerveja de Scott e a colocou na frente dele.
Scott soltou um suspiro. —Me fala o que se passa.
—O assassinato da noite passada não foi feito com uma faca, conforme está sendo relatado.
Scott baixou o olhar para a caneca de cerveja. —Eu sei. Não desenhei a caixa, mas dei uma olhada. Duas pequenas feridas no pescoço da vítima e todo o sangue desaparecido. Eu sei o que isso significa.
—A mulher que seus colegas estão procurando para questionar não está envolvida. A vítima acompanhou-a a um clube, mas saiu sem ela. Kane e eu tivemos que salvá-la de dois vampiros.
Scott balançou a cabeça, murmurando uma série de maldições. Então ele olhou de volta para Court. —Vamps significa the Viper’s Nest.
— Sim. Eles estão atrás dela. Ela está sob nossa proteção até que possamos tirá-los de seu rastro. Eu não confio em ninguém com ela. Ela se encontrou com muitos inimigos em pouco tempo, e sabemos o quão bem conectados os supes são na cidade.
—Você quer que eu mantenha os tiras longe dela?
Court apoiou as mãos no bar. —O que agradeceríamos é um alerta se o NOPD decidir dar uma olhada aqui ou em qualquer um de nossos lugares. Não sei se os vampiros querem matá-la ou transformá-la, mas de qualquer forma, eles a fizeram deixar the Viper’s Nest sem usar o controle da mente.
Isso fez Scott franzir a testa. —O que?
—Eles usaram alguma forma de magia. Precisamos descobrir o que é, bem como quem está se unindo aos vampiros.
—Suponho que você tenha um plano?
Court assentiu. —Isso envolverá retornar ao the Viper’s Nest. Temos que aprender quem está ajudando os vampiros.
Scott girou seu copo em um círculo. —Eu vi o que aconteceu no cemitério algumas semanas atrás.
Court se endireitou. Por que Scott estaria lá? E por que ele não se mostrou?
—Vocês todos lidaram bem com a libertação da mulher de Myles. Nenhum dos turistas, e a maioria dos residentes, nem sabia o que estava acontecendo. Delphine quase conseguiu superar você.
—Ela nunca vai parar. — Court passou a mão pelo rosto. —Você deveria ter nos avisado que estava lá.
Scott se sentou e suspirou alto. Ele passou a mão pelo cabelo e ajustou sua camiseta vermelha desbotada. —Com todos aqueles lobisomens e bruxas. Eu acho que não. A bruxa que foi levada com Addison não foi vista desde então.
—Ela está bem,— Court foi rápido em dizer. —Seu clã se voltou contra ela, então ela decidiu colocar alguma distância entre eles e ela.
—Garota esperta. Bonita também.
Court encolheu os ombros. Minka era atraente, mas ela não se comparava a Skye.
Scott desceu do banquinho. —Não posso prometer nada, mas farei o meu melhor .
Ele observou Scott sair do bar e ir para o sol forte. Court se virou e encontrou Riley ao lado dele.
—Ele é fofo, — ela disse, observando até a porta fechar. Então ela voltou seu olhar para Court. —Quem era aquele?
—Detetive Scott Theriot.
—Realmente? Como você o conhece?
—Éramos amigos. Até ele descobrir o que eu era.
O rosto de Riley mudou em uma carranca. —Que idiota. Nenhum de nós precisa de amigos assim.
—Isso o assustou, Riley.
—Eu não dou a mínima. Ele conhecia você, Court. Ele deveria ter percebido que você nunca teria afiado os dentes nos ossos dele. Ele veio aqui para fazer as pazes?
Court sorriu para sua prima, grata por suas palavras. —Myles ligou para ele sobre Skye. Scott disse que tentaria nos manter informados se os policiais virassem para cá.
—Certo, — ajuda Riley revirando os olhos.
***
Passaram-se anos desde que Skye serviu de mesa, mas era algo para ocupar seu tempo. Além disso, ela gostava de Addison e Riley. O bar também era muito diferente de um restaurante. Pode ser a música que cria um bom ambiente para trabalhar. Pode ser o próprio lugar ou até mesmo a comida excelente.
Mas ela tinha a suspeita de que tinha a ver com um lobisomem loiro atraente com olhos azuis penetrantes trabalhando atrás do bar. Várias vezes, Skye olhou para cima para encontrar Court olhando para ela.
Fazia tanto tempo que ela flertara com um cara que ela estava muito enferrujada nisso. Ainda assim, ela não iria deixar essa oportunidade passar.
Court não era apenas incrivelmente linda. Ele estava focado em sua família. Ela podia ver o homem que ele era apenas observando-o com Riley, Addison e seus irmãos. Court era um cara legal. Mesmo que houvesse uma vibração primitiva e perigosa sobre ele que fez seu coração disparar de excitação e um pouco de medo.
Skye fez uma cara de brava sobre retornar ao clube de vampiros. Na verdade, ela queria estar o mais longe disso que pudesse. O simples fato era, não importa o quão longe ela corresse, os vampiros ainda estariam lá.
Ela tinha criado alguns inimigos, e ela nunca gostou de olhar por cima do ombro de qualquer maneira. A única maneira de passar a noite era sabendo que Court estava lá.
Ainda confundia sua mente que ela estava cercada por lobisomens. Riley disse a ela que havia uma matilha que vivia nos pântanos também. O bando de Moonstone já foi poderoso em Nova Orleans, mas eles desapareceram anos atrás. Só recentemente eles voltaram.
A única facção da qual ela não conheceu alguém foi a seita Voodoo. Com base na história que Addison contou a ela sobre Delphine, a sacerdotisa Voodoo que assumiu a responsabilidade de livrar o mundo de todos os Chiassons e LaRues, Skye não tinha interesse em conhecê-la.
As histórias não pararam por aí. Riley contou a Skye como Delphine se aventurou a Lyons Point para aterrorizar sua família em várias ocasiões. Felizmente, os irmãos de Riley e suas mulheres passaram por isso, todas as vezes derrotando Delphine.
Havia uma história que era a mais difícil de ouvir, e essa era a de Kane. Foi Myles quem contou a ela sobre o risonho e amigável Kane, que rolou da cama com o cabelo bagunçado e veio trabalhar.
Mas isso foi antes de Delphine o amaldiçoar para matar a filha de seu inimigo. Quando Delphine enviou Kane atrás de Ava, ela estava em Lyons Point. A maldição impediu Kane de fazer qualquer coisa, exceto caçá-la. Tornou-se seu propósito singular. Os irmãos de Riley protegeram Ava e pararam Kane.
Mas Kane não tinha sido o mesmo desde então. Ele era reservado, focado. Ele raramente sorria. Seu cabelo estava sempre penteado e suas roupas sempre limpas e organizadas.
Essa história explicava tanto sobre Kane que Skye o perdoou imediatamente por todas as suas palavras duras. Ela imediatamente dissipou seus pensamentos desagradáveis em relação a ele.
—Você teve um dia agitado.
Skye sorriu ao reconhecer a voz de Court. Ela largou os pratos sujos na cozinha e se virou para encará-lo. —Eu tenho. Tem sido divertido.
—Realmente? — Ele perguntou com uma sobrancelha levantada.
Ela encolheu os ombros. —Realmente. Não tenho certeza se gostaria de fazer isso o tempo todo, mas manteve minha mente longe das coisas.
—Ouvi dizer que você ouviu alguns dos acontecimentos recentes com nossa família.
—Eu tenho. — Ela lambeu os lábios. —Por que você não matou Delphine?
O peito de Court se expandiu quando ele respirou fundo. —Ela não é fácil de matar. Já tivemos a chance uma vez.
—Por que você não aceitaria? — Ela perguntou, espantada.
—Usamos a vantagem para fazê-la remover a maldição que colocou em Kane. Se ele tivesse matado alguém, fosse Ava ou não, ele teria permanecido na forma de lobo pelo resto de sua vida sem saber quem ele realmente era.
Skye estava chocada demais para falar por um momento. —Eu teria feito a mesma coisa que você.
—Eu acho que é hora de você fazer uma pausa. Me siga.
Ele se virou e saiu da cozinha. Skye hesitou, deixando seu olhar permanecer em sua bunda antes de segui-lo. O cara poderia preencher perfeitamente um par de jeans. Não ajudou que sua camisa fosse justa o suficiente para ver cada protuberância e vales de seus músculos. Ele deve malhar todos os dias para ter um corpo assim.
Skye se viu de volta ao escritório de Myles novamente. Exceto que desta vez, eram apenas ela e Court. Ela olhou em volta preocupada antes de se sentar em uma das cadeiras.
Court afundou no próximo a ela. —Eu queria conversar sobre o plano com você. Se você se sentir desconfortável com alguma coisa, podemos mudar.
—Acho que o plano é bastante simples. Você e eu vamos ao clube. Você se mistura, e espero ser abordado novamente. Quando eu estiver, você corre para cuidar das nojentas.
—Nojentas? — Ele repetiu com uma risada sufocada.
Skye levantou um ombro em um encolher de ombros. —Isso é o que minha mãe costumava chamar de monstros.
—Cabe. Essencialmente, esse é o plano. Essa é a versão básica de qualquer maneira. Riley e Addison estarão lá, mas fora do clube. Você está certo. Eu estarei dentro do clube. Somos conhecidos na cidade, então se mais de um LaRue aparecer, isso deixará todo mundo desconfiado.
Ela não tinha certeza se isso era inteligente. Coisas podem acontecer. Court poderia estar em menor número e eles poderiam atacá-lo.
—Eles não vão mexer comigo, — Court disse como se estivesse lendo sua mente. —Não é incomum para um de nós visitar os clubes para ter certeza de que todos estão obedecendo às regras.
Skye juntou as mãos no colo. —Tudo certo.
—Myles e Kane estarão com as meninas. Solomon também estará escondido do lado de fora do clube. Se, por algum motivo, os vampiros tirarem você antes que eu possa impedi-los, Solomon estará lá.
Ela assentiu. —Entendido.
—Você não tem que fazer isso , você sabe.
Ela olhou em seus olhos azuis. —Eu tenho que fazer isso. Por Jo, por mim e por todos os inocentes do mundo. Além disso, preciso consertar isso e tirar todos os inimigos que acumulei da minha bunda.
—Você pode desistir a qualquer momento, — ele insistiu.
—Eu estou fazendo isto.
—Então você precisa estar preparado. — Court entregou-lhe uma faca de prata.
CAPÍTULO NOVE
Estava errado. Court soube no momento em que entrou no the Viper’s Nest. Agora ele gostaria de ter esperado para sair do bar depois de ver Skye mais uma vez. Ele enviou uma mensagem para seus irmãos para que impedissem Skye de entrar no clube. Assim que ele apertou enviar, a porta se abriu e ela entrou.
Court soltou uma série de maldições. Ele olhou ao redor, notando como uma corrente passou pelo clube. Todo mundo estava olhando para Skye. Alguns porque sabiam quem ela era. Sem dúvida, eles também sabiam que ela havia escapado de Jacques e Anton na noite anterior.
Mas muitos estavam olhando para ela por causa do que ela estava vestindo.
Court lambeu os lábios. Seu longo cabelo estava solto, a cortina de seda preta caindo no meio de suas costas. Estava partido de lado, com uma seção enfiada atrás da orelha.
Ela estava mais uma vez toda de preto. As calças pretas enfatizavam suas pernas longas, enquanto a camisa preta caía para mostrar uma riqueza de pele cremosa e decote.
Skye ficou dentro do clube na porta por vários segundos antes de caminhar lentamente até o bar com suas botinhas pretas. Os saltos não eram nem de perto tão altos quanto na noite anterior, mas eram altos o suficiente para deixá-lo preocupado se ela precisasse correr.
Inferno. Quem ele estava enganando? Só de pensar nela perto de um vampiro era o suficiente para causar-lhe ansiedade do pior tipo.
Ele observou enquanto ela fazia um pedido de bebida e se virava para observar a pista de dança. Os casais no chão estavam seminus, seus corpos esmagando um contra o outro.
Sua cabeça virou ligeiramente para a esquerda, onde um vampiro estava bebendo do pescoço de uma mulher enquanto ela acariciava seu pênis. Skye rapidamente desviou a cabeça.
O telefone do Court vibrou com uma mensagem. Ele olhou para baixo para ver uma resposta de Myles perguntando se ele iria escoltar Skye para fora do clube. Court não queria nada mais, mas ele tinha a sensação de que Skye não iria embora facilmente.
Ele não queria fazer nenhum tipo de cena. Já havia muitos vampiros olhando Skye como ela era. Court acenou para uma loira seminua que estava andando em sua direção. Ela franziu a testa, mas encontrou um vampiro logo.
Court avistou Anton indo até ele e mandou uma mensagem para seus irmãos com apenas um número - 11. Esse era o sinal de que as coisas iam uma merda com pressa.
—Bem, vamos , bem — disse Anton em voz alta sobre a música quando ele parou ao lado de Court. —Eu não esperava isso.
Court girou a cabeça quando sentiu alguém do outro lado e viu Jacques.
-Ou isso, — Jacques disse enquanto apontava o polegar por cima do ombro em direção a Skye.
Court recostou-se na parede o mais casualmente que pôde. Foi uma das coisas mais difíceis que ele já fez, especialmente quando ele queria matar os dois vampiros ali mesmo. —Vocês dois quebraram as regras. Você realmente achou que não iríamos checar você?
— Você trouxe Skye como um presente? — Jacques perguntou.
—Toque-a e você morre. — As palavras saíram da boca de Court antes que ele pudesse detê-las.
Anton sorriu tortuosamente. —O mais jovem LaRue encontrou uma mulher? Não se apegue muito, lobo. Duvido que ela viva mais .
—Isso é uma ameaça?
Anton olhou para Skye. —Fato.
—Você sabe o que ela está fazendo?— Jacques perguntou. —Ela está escrevendo artigos sobre todos nós. Nós, vampiros, não nos importamos. Quanto mais melhor. Mas alguns... bem, alguns não gostam de ser apontados tão abertamente.
O Djinn. Court deveria ter percebido isso antes. O Djinn gostava de se manter em segredo. Eles apenas se mostraram para suas vítimas. A menos que você estivesse no mundo sobrenatural, ninguém sabia que os Djinn eram reais. E certamente não eram como I Dream of Jeannie1.
Eles eram pura maldade, perversos ao extremo. Eles eram maliciosos e cruéis além das palavras. Eles também adoravam mexer com os humanos para deixá-los loucos e depois atormentá-los indefinidamente.
Skye tinha escrito um artigo sobre o Djinn recentemente. Ela os descreveu com perfeição, o que significava que ela tinha visto um. Esse Djinn iria querer vingança.
Mas o Djinn odiava vampiros. Eles nunca se rebaixariam para se alinhar com eles.
Court percebeu que ele não tinha respondido a Jacques. —Sim, eu sei o que Skye faz para viver. Os turistas vêm a esta cidade para ver o sobrenatural.
—Ah, mas ela está colocando a verdade — disse Anton. —Não podemos deixar que isso continue acontecendo.
—Então você quer matá-la?
Jacques riu. —Nunca dissemos que queríamos matá-la.
Court se sentiu mal do estômago. Isso foi exatamente como ele tinha imaginado. Eles queriam transformá-la, torná-la um deles.
—Se ela for uma de nós, não escreverá mais artigos — afirmou Anton.
Court viu dois vampiros se aproximando lentamente de Skye nas extremidades opostas do bar. Ele tentou ir até ela, mas Jacques colocou a mão no ombro de Court. —Será feito rapidamente, — disse o vampiro.
Court se afastou de Jacques. —O que vocês dois estão fazendo aqui me dá o direito de matá-los na hora.
—Você não tem provas — disse Anton.
Jacques esfregou as mãos. —Mas não havia nenhuma maneira de não aparecer quando soubéssemos que ela estava voltando.
A visão de Court ficou vermelha de raiva. Ele empurrou Jacques contra a parede. —Você está morto, vampiro.
—Boa sorte com isso — disse Jacques e apontou com o queixo em direção à barra.
A cabeça de Court girou em direção a Skye para ver os dois vampiros quase em cima dela. Ele poderia matar Jacques e Anton e esperar que seus irmãos ajudassem Skye, ou ele poderia ir atrás de Skye e encontrar os vampiros mais tarde.
Ele escolheu a última opção.
Court liberou Jacques e correu para Skye. Os vampiros surgiram do nada para bloquear seu caminho, empurrando-o e acertando-o. Sua cabeça bateu em uma mesa, e Court olhou para cima através do sangue escorrendo de sua testa e em seus olhos.
Skye estava olhando para ele com os olhos arregalados de terror. Então ela puxou a adaga de seu bolso e cortou o vampiro mais próximo dela.
Court sorriu quando ouviu o vampiro gritar de dor por causa da música. Ele lutou contra seus atacantes, seu olhar constantemente procurando Skye. Em um momento ela estava lá, e no próximo ela estava lutando contra os vampiros em meio a mesas e cadeiras derrubadas.
Ele estava feliz por ter dado a arma a Skye. Não faria muito dano, mas era o suficiente para manter os vampiros afastados até que ele a alcançasse.
Court não podia mais conter seu lobo. Ele se desfez, rasgando suas roupas com um rosnado alto. Com as mandíbulas estalando, ele deu mordidas em vários vampiros, incluindo Jacques antes de se libertar.
Court saltou em cima de uma mesa e se lançou pelo ar para pousar em um vampiro que havia se lançado contra Skye. Ele se apoiou no pescoço do vampiro e apertou com força, seus dentes atravessando a pele e os músculos.
O vampiro gritou e girou, tentando desalojar Court. Não foi até que a porta do clube foi aberta e seus irmãos entraram que Court liberou o vampiro e pousou ao lado de Skye.
***
Skye ficou surpresa além das palavras quando viu Court se transformar em um lobisomem. Primeiro seus olhos brilharam em um amarelo desumano, então um rosnado feroz soou dele. Seus ossos se soltaram e o pelo brotou ao longo de seu peito enquanto suas roupas eram rasgadas e caíam no chão.
Tudo aconteceu em questão de segundos, mas ficou gravado em sua memória por toda a eternidade. Ela estava tão absorta em assistir a Court que se esqueceu de seus dois agressores. Eles chegaram muito perto. Um tentou derrubar a faca de sua mão, mas ela se recusou a ser tão fraca.
Ela lutou contra eles, esquivando-se e girando para ficar fora de seu alcance. Eles foram rápidos, super rápidos. Muitas vezes eles adivinharam o que ela faria e estavam lá antes que ela se retorcesse.
A adrenalina a fazia continuar, mas ela sabia que não duraria muito nesse ritmo. E então Court estava lá, seus dentes ao redor do pescoço de um vampiro.
O sangue escorreu pela frente do vampiro enquanto Court o apertava com mais força. Skye cortou o vampiro à sua esquerda e se abaixou quando ele tentou agarrá-la.
A próxima coisa que ela sabia, Court estava de pé ao lado dela. Seus dedos coçaram para tocar seu pelo fulvo. Ele olhou para ela com seus olhos amarelos, silenciosamente perguntando se ela estava bem.
Ela assentiu, surpresa com o quão grande ele era. Court tinha facilmente o dobro do tamanho de um lobo normal. Ele era quase tão alto quanto seu peito, todo perigo e fúria para qualquer um que olhasse em sua direção.
A luta havia parado no clube, mas a música ainda tocava. Skye se aproximou mais da Court quando olhou para cima e viu Solomon, Myles e Kane parados na porta.
Pela forma como seus olhos brilharam amarelos, eles também estavam prontos para mudar e enfrentar alguns vampiros.
Court colocou a cabeça sob a mão dela e deu um passo. Skye entendeu. Ela caminhou com ele até a porta enquanto seus lábios se abriam para mostrar seus dentes afiados e ele emitiu um rosnado baixo e estrondoso para os vampiros.
Assim que Skye saiu do clube, Solomon passou um braço ao redor dela. —Você está bem agora.
—Eles sabiam que eu estaria lá — disse ela.
Solomon não parou de andar. Ele a arrancou do the Viper’s Nest com Myles do outro lado. Kane estava atrás deles e Court seguiu em frente.
—Eles não pegaram você — disse Myles. —Concentre-se nisso.
Skye olhou para sua mão que ainda segurava a faca. Foi por causa do Court. Ele esteve lá, mas os vampiros o impediram de chegar até ela. Se ela não tivesse a faca, eles a teriam pegado.
No momento em que Gator Bait apareceu, Court desviou para a esquerda com Kane o seguindo. Solomon e Myles a conduziram ao redor do bar e pela cozinha até o escritório de Myles. Addison e Riley já estavam lá.
—Ela está em choque — disse Addison a Myles.
Riley colocou um copo na mão de Skye. —Beba isso. Tudo isso. Agora.
Skye não olhou para o que havia dentro. Ela jogou as barrinhas para trás e engoliu em seco. Então ela passou os próximos momentos tossindo enquanto o bourbon queimava em sua garganta.
— Agora olhe para mim, — Riley disse enquanto se inclinava para olhar para o rosto de Skye. —Como você está se sentindo?
Imagens dos vampiros sibilando atingindo Court com suas presas brilharam em sua mente.
—Skye?
Ela piscou ao reconhecer a voz de Court. Ele estava ajoelhado na frente dela. Quando ela olhou em seu rosto, ela nunca se sentiu tão aliviada em sua vida. Ela jogou os braços em volta do pescoço dele e o abraçou.
Seus braços a envolveram em um forte abraço. —Está tudo bem. Você fez bem.
—Eles sabiam que eu estaria lá — ela repetiu.
Court se inclinou para trás e colocou as mãos em volta do rosto. —Eu sei.
—Vou limpar a lâmina — disse Kane e tentou tirar a faca dela.
Skye puxou a mão, desafiando-o a pegá-la novamente.
Kane sorriu. —Eu vou devolver para você.
A noite a tinha afetado de maneiras que ela não sabia que eram possíveis. Ela sabia alguns movimentos básicos para se defender de um invasor que ela aprendeu através de um site, mas ele nunca havia sido testado como ela esta noite.
Ela respirou pela boca enquanto ficava nauseada. Skye entregou a faca para Kane.
—Ela está perdendo a cor — disse Riley.
Skye logo foi enrolada em um cobertor. Ela não entendeu por que até que começou a tremer. Foi quando ela reconheceu que Riley estava certo. Ela estava em choque. Ela sabia porque havia experimentado isso uma outra vez em sua vida.
Court ajustou o cobertor e deu um sorriso reconfortante. Como ele poderia fazer isso depois do que aconteceu? Como ele poderia fingir que alguém não o traiu?
—Quem mais sabia que estaríamos lá? — Ela perguntou.
Court suspirou. —Um velho amigo.
CAPÍTULO DEZ
Court estava lívido. A raiva estava fervendo, azedando seu estômago como ácido. De todas as pessoas que podem traí- lo, ele nunca contou Scott como uma delas.
Agora ele sabia a verdade.
O olhar escuro de Skye o observou com confusão e preocupação. Ele odiava que ela estivesse mais ansiosa do que quando ela deixou o bar mais cedo. Essa noite deveria deixá-la segura dos vampiros de uma vez por todas. Pelo menos era o que ele esperava.
—Scott — disse Myles com os dentes cerrados.
Court esfregou os braços de Skye no cobertor. Ele não queria falar sobre isso na frente dela. Ela ainda estava em choque. E ele ainda estava superando vê-la cercada por vampiros.
Ele não gostava da sensação de impotência que teve quando os vampiros o impediram de chegar até Skye. Em todas as vezes que ele mudou, nenhuma vez ele se sentiu tão... Selvagem.
Skye baixou o olhar. Ela estava com medo dele agora? Foi o choque que provocamos quando ela se lembrou do que o vira fazer? Court deixou cair os braços e se levantou, olhando para o topo de sua cabeça escura.
Ele rezou para que ela não tivesse medo dele. Skye era corajosa e corajosa. Se ela o temia...
Court se recusou a terminar o pensamento. Ele ergueu o olhar para encontrar seus irmãos, Addison e Riley olhando para ele. De repente, parecia que ele era um rato de laboratório sendo estudado.
—O que aconteceu lá? — Riley perguntou. —Assim que você enviou a mensagem, Addison e eu voltamos aqui.
Court passou a mão pelo cabelo. Ele estava ligado depois de mudar e lutar contra os vampiros. Não ajudou que ele desejasse sentir o corpo de Skye como se seu lobo desejasse correr.
Ele se recostou na mesa de Myles. —Jacques e Anton vieram de cada lado meu. Presumi que eles queriam falar sobre a noite anterior, mas eles estavam muito interessados em Skye. Eu sabia que cada vampiro estava focado nela, mas eu não percebi o quanto até que fosse tarde demais.
Court fechou os olhos enquanto se lembrava do medo que tinha cravado nele quando viu os vampiros se aproximando de Skye. Ele respirou fundo e abriu os olhos. —Eu os vi se movendo em direção a Skye e tentei chegar até ela.
-Mas eles o pararam, — Skye disse com um pequeno tremor em sua voz.
Court mudou seu olhar para ela. Ela não estava mais curvada, mas sim sentada reta na cadeira. Linda e corajosa.
Seus olhos se ergueram para olhar para os outros. —Eles estavam batendo nele, chutando-o. Não tive tempo de sair com os vampiros bloqueando meu caminho. Então eles estavam em mim.
—Eu mudei, — Court disse, continuando de onde Skye parou. —E começou a atacar. Skye afastou os vampiros com a faca até que eu pudesse chegar até ela. Foi quando vocês entraram.
Kane bufou. —Isso poderia ter dado muito errado.
—A palavra-chave é poderia ter, — Solomon disse. —Não deu.
Myles agarrou a mão de Addison. —O quão desesperadamente eles querem Skye, Court?
—Eles continuarão a vir atrás dela.
Os lábios de Myles se estreitaram. —Isso foi o que eu pensei. Skye, você percebe que não pode ir para casa, certo?
— Sim — disse Skye e ergueu o queixo.
Solomon cruzou os braços sobre o peito. —O lugar do Court está fora. É a segunda parada que eles farão depois da de Skye desde que ele estava com ela dentro do clube. Isso deixa o apartamento de Kane ou minha casa.
—A casa LaRue.— Riley encolheu os ombros quando Kane olhou para ela. —Estou pensando em como o seu apartamento é minúsculo. Há muito espaço no Solomon. Além disso, está fora da cidade para que possamos evitar que a batalha transborde para as ruas.
Myles piscou para ela. —Eu concordo com Riley.
—Então precisamos ir para minha casa — disse Solomon.
Court olhou para o relógio na parede. —Eles estarão vigiando o bar. Tirar Skye vai ser difícil.
—Não é muito difícil — disse Kane enquanto pegava seu telefone e discava um número.
Skye olhou de Kane para Court. —Para quem ele está ligando?
—Mais lobisomens.— Ele a observou cuidadosamente para ver como ela reagiria a essa notícia.
—Oh, — ela murmurou.
Além dessa palavra, ela nem ao menos contraiu um músculo. Talvez ela não estivesse com tanto medo quanto ele pensava. Então, novamente, ela nunca o tinha visto mudar antes. Para aqueles que não estão acostumados com essas coisas, pode ser muito assustador.
Um momento depois, Kane encerrou a ligação e assentiu. —Griffin e o bando de Moonstone estarão aqui em breve.
—Marcus pode trancar o bar — disse Myles.
Kane olhou para Riley. —Você fica ao meu lado. Se os vampiros não podem pegar Skye, eles vão levar qualquer um que puderem.
—Isso vale para você também — disse Myles a Addison.
Skye se mexeu nervosamente em sua cadeira, chamando a atenção de Court. Tirá-la da cidade e levá-la para a casa em que ele cresceu seria perigoso. Mas ficar no bar também.
Os LaRues geralmente ficavam sozinhas, mas os vampiros queriam Skye por causa de seus artigos. Era hora de lembrar aos vampiros - e todas as facções - quem eram os LaRues.
Court se afastou da mesa e saiu do escritório. Ele queria confrontar Scott, mas isso só terminaria com suas mandíbulas em volta da garganta do detetive. Ele não seria capaz de controlar sua raiva. A última coisa que os LaRues precisavam era da polícia em sua porta porque um de seus próprios estava morto.
Ele bateu a mão na porta dos fundos da cozinha e saiu para o ar noturno. A umidade era densa, a ameaça de chuva pairava forte no ar. Setembro foi o horário nobre para furacões. Isso é tudo que eles precisavam em cima do caos.
—Fale comigo, Court, — Solomon disse atrás dele.
Court cerrou os punhos. Ele queria ficar sozinho. Ele não queria ou precisava que nenhum de seus irmãos se preocupasse com ele. Desde que seus pais foram assassinados por Delphine e seu povo, Solomon e Myles tentaram protegê-lo e a Kane.
—Eu sou um adulto, Solomon. Consigo lidar com isso.
—A melhor coisa sobre a família, garoto, é que você não precisa. Nós estamos aqui para ajudar. Deixe-nos. Scott pode ter sido seu amigo, mas Myles é quem o chamou.
Court baixou a cabeça, mantendo-se de costas para o irmão mais velho. —Ela poderia ter sido levada. Deus, você não tem ideia de quão perto eles chegaram.
—Eu vi a bagunça sangrenta que você fez no Viper’s Nest. Conosco, as palavras nem sempre são necessárias. Você a pegou, Court. Ela está segura.
—Por enquanto.
Solomon suspirou audivelmente. —Eu sei que você gosta dela. Farei tudo o que puder para garantir que você não tenha que suportar o que eu fiz.
Court fechou os olhos com força. Talvez chegasse um momento em que Solomon não sentisse mais a dor da perda pelo assassinato de sua mulher. Fazia anos, mas a morte violenta tinha abalado os irmãos como nada desde o assassinato de seus pais.
—Ela era sua noiva, Solomon. Isso é um pouco diferente de eu desejar Skye.
Houve uma pausa significativa. —Quanto mais cedo chegarmos em casa, melhor. Griffin e sua matilha estarão aqui em breve. Eu preciso de você pronto.
—Eu sou, — Court mordeu fora.
—Não, você está com raiva. Você precisa colocar isso de lado. A única maneira de Skye passar por isso é se você estiver de cabeça no lugar. Lidaremos com Scott e sua traição depois.
Court ergueu a cabeça e encarou seu irmão. —Aparentemente, os vampiros precisam ser lembrados de quem está mantendo a paz por aqui.
—Concordo. — Os olhos de Solomon brilharam amarelos. —Estou mais do que pronto para fazer uma visita ao Viper's Nest e me fazer justiça. Mas não até que saibamos com certeza quem está trabalhando com os vampiros.
—Eu nunca me senti tão... Impotente. É uma nova emoção e, francamente, eu odeio isso.
O olhar de Solomon baixou para o chão. —Você preparou Skye com uma arma. Isso é mais do que fiz pela minha mulher. Somos lobisomens, Court, não super-heróis.
—Quase a mesma coisa. Os vampiros usaram um ataque coordenado, Solomon. Funcionou, mais ou menos. Eles vão usá-lo novamente.
O olhar azul de Solomon se ergueu para encontrar o de Court. —Estou contando com isso.
Court observou seu irmão voltar para dentro do bar. Cada um deles havia namorado, mas nada durou mais do que seis meses. Solomon foi quem não se esquivou do amor. Ele carregou o máximo de todos eles, e não era justo que ele tivesse sua felicidade arrancada de seus braços.
Com um olhar para o céu, Court voltou ao bar. Ele fez uma pausa, acenando com a cabeça para Marcus e o outro cozinheiro enquanto trabalhavam nos bilhetes.
Marcus sabia o que eram os LaRues. Ele sabia desde que Solomon o salvou anos atrás. Se alguém podia manter o bar seguro enquanto estavam fora, era Marcus.
Court entrou na cozinha. Ele olhou para o bar e viu Gage, irmão de Griffin, sentado com outro Moonstone, Jaxon.
Já era tempo.
Court dirigiu-se ao escritório. Ele parou na porta quando viu Skye conversando com Riley. Skye se virou para ele, seus olhos escuros encontrando os dele.
—Pronto? — Ele perguntou.
—Não.
Ele podia entender isso. Mas se eles tivessem qualquer tipo de chance, Skye tinha que estar a bordo o tempo todo. Court caminhou até ela e se agachou ao lado de sua cadeira.
—Eu nunca pretendi que você me visse mudar....
—Eu sei, — ela disse rapidamente, olhando para suas mãos.
Court suspirou. Ela estava com medo dele.
—Riley vai ficar ao seu lado — disse Court, olhando para sua prima.
A testa de Skye se enrugou em uma carranca quando seu olhar voltou para o rosto dele. —Onde você estará?
—Eu estarei perto.
Riley se levantou da cadeira. —Eu acho que você deveria ficar com Skye. Recebi ordens para ficar ao lado de Kane de qualquer maneira.
—Tudo o que funciona — disse Skye.
Court se sentiria melhor se ele estivesse ao lado dela, mas ele não a queria com mais medo dele do que já tinha. —Há algo que você precisa?
—Minha faca.
Kane entrou, seguido por Griffin. —Está aqui, Skye. — Ele entregou a ela a arma, e ela a enfiou de volta no bolso.
Court se levantou e fez um gesto para Griffin. —Skye, este é Griffin, chefe do clã Moonstone. Ele é um amigo.
Ela presenteou Griffin com um meio sorriso enquanto ficava de pé.
Court observou os olhos verdes de Griffin olharem para Skye com apreciação. Quando Griffin voltou seu olhar para ele, Court estava usando todo o seu controle para não bater no rosto do lobo.
Griffin apenas sorriu antes de acenar com a cabeça de cabelo castanho escuro para Skye. —Prazer em conhecê-la, senhora. Kane me disse que você está com problemas. Meu povo e eu ficaremos felizes em ajudar.
-Obrigada, — Skye disse e se aproximou da Court.
Isso ajudou a conter um pouco de sua raiva, mas quanto mais Griffin olhava para ela, pior ficava.
Griffin riu e deu um tapa no ombro de Court. —Não precisa se preocupar.
—Vamos andando — disse Myles enquanto entrava no escritório. Ele agarrou a mão de Addison e saiu.
Kane acenou para Riley com Griffin seguindo-os.
Court olhou para Skye. Ela endireitou os ombros e saiu do escritório. Ele esperou um momento, esperando-a antes de segui-la. Atrás dele estava Solomon.
—Qual é o plano? — Skye perguntou por cima do ombro.
Court colocou a mão nas costas dela e a conduziu pela cozinha até a porta dos fundos. —Nós partimos como um. Griffin ficará conosco enquanto seus lobos criam um círculo mais amplo.
—Você tem um veículo que vai caber em todos nós?
Solomon riu enquanto deixava a porta do bar fechar atrás dele. —Estamos caminhando.
Os olhos de Skye se arregalaram. —Isso não vai dar a eles ampla oportunidade de atacar?
Court acenou com a cabeça quando Griffin saiu da pequena área cercada na parte de trás do bar. —Provavelmente.
CAPÍTULO ONZE
Provavelmente? Ele tinha acabado de dizer provavelmente? Skye não tinha tanta certeza se ela estava pronta para isso. Na verdade, ela tinha certeza disso.
Ela foi empurrada sem cerimônia - mas gentilmente - pelo portão por Court. Sua grande mão estava quente através de suas roupas, firme. Ele achava que ela tinha coragem, que era a única coisa que mantinha suas pernas em movimento. Se ele soubesse a verdade - que ela era a maior gata assustada do mundo - sua opinião mudaria drasticamente.
Mas ela não ia contar a ele. Ela queria que ele pensasse que ela era corajosa e ousada pelo tempo que pudesse. Eventualmente, ele descobriria a verdade.
Suas pernas pareciam rígidas e seu estômago ainda revirava com a descarga de adrenalina anterior. O bourbon que Riley continuava dando para ela estava ajudando. Caso contrário, ela ainda estaria sentada no escritório com o cobertor como escudo.
—Oh, Deus, — ela murmurou baixinho enquanto eles se afastavam do bar.
Cada sombra, cada som era um ataque em potencial . Skye estava reavaliando completamente seu amor por filmes de terror. Se ela sobreviveu à noite, ela nunca mais observaria ansiosamente Freddy Kruger novamente.
Ela olhou para Court. Ele era estoico, sólido. Forte. Ele não parecia nem um pouco perturbado pela noite.
Exceto quando ele mudou e rasgou através dos vampiros.
Skye estremeceu ao se lembrar daqueles poucos segundos que pareceram meses. Depois, ela fez papel de boba e jogou os braços ao redor dele, apenas grata por ele estar vivo.
—Você está com medo de mim agora? — Court perguntou em voz baixa enquanto caminhavam.
Skye franziu a testa. Medo dele? De onde ele tirou essa ideia? —Porque você pensaria isso?
—Você não vai olhar para mim.
Ela virou a cabeça para ele e ficou boquiaberta. Court a agarrou e a tirou do caminho de um grupo de pessoas que se aproximava. Do outro lado dela, Griffin riu.
—Não, não tenho medo de você — respondeu ela, olhando para frente.
Ela podia sentir que ele a observava. Ele era uma força em si mesmo, e ela nem pensou que ele percebeu isso. Era óbvio enquanto caminhavam pela calçada com Griffin um pouco à frente dela. Sempre que alguém ficava muito perto dela, Court a puxava para ele.
A maioria deu uma olhada em seu rosto severo e afastou-se deles.
—Eu nunca tive a intenção de mudar na sua frente, — ele finalmente disse.
Skye balançou a cabeça em confusão. —Por quê? É parte de quem você é.
—Você já está assustado o suficiente com os vampiros. Por que eu iria querer te assustar mais?
—Gosto de saber com o que estou lidando.
Ele fez um som no fundo da garganta. —Você está me dizendo que não está um pouco desconfortável com o fato de que tantos lobisomens estão por perto?
—O que me deixa nervosa é o fato de que há vampiros atrás de mim, — ela disse firmemente.
Griffin olhou por cima do ombro para ela e deu um aceno de aprovação. Estranhamente, isso a fez se sentir melhor.
Eles ficaram em silêncio enquanto continuavam pela cidade até chegarem nos arredores e as calçadas terminaram. Ao redor dela havia enormes carvalhos vivos com seus galhos se estendendo para fora, alguns tão pesados que repousavam no chão.
Skye achava que a cidade era assustadora, mas não era nada comparada com a floresta. Apenas o pensamento a fez tremer. Seus olhos estavam arregalados, seu coração batendo forte em seus ouvidos. Os vampiros eram rápidos. Muito depressa.
Mas Court também. Ela não esperava isso de um lobisomem. Ou o tamanho dele.
Ele entrelaçou os dedos com os dela frios. Skye olhou para ele, agradecida por ele estar ao lado dela.
—Quanto mais longe?— ela perguntou.
O rosto de Court estava meio escondido na noite, mas ela ainda podia ver sua ansiedade. —Muito longe.
As cigarras estavam altas, sua música rodeando-as como uma sinfonia. Acima deles, surgia um morcego ocasional em seu voo frenético para pegar mosquitos. Skye estava ocupada impedindo os insetos desagradáveis de morder. Como ela odiava quando eles zumbiam perto de seu ouvido.
Ela deu um tapa no braço, matando um mosquito. Uma coruja piou duas vezes. As cigarras deram um crescendo de barulho antes que o som diminuísse por alguns segundos.
Griffin diminuiu a velocidade até ficar ao lado de Skye. Ele olhou por cima da cabeça dela para Court e disse em voz baixa: —Eu esperava algo agora.
—Todos nós fizemos — Court sussurrou.
Skye estava feliz por nada ter acontecido até agora.
Eles saíram da estrada pela floresta. Cada momento se tornou mais assustador do que o anterior. Skye viu várias oportunidades para um vampiro atacar ou um lugar para se esconder. Ela realmente não sabia quanto mais estresse ela poderia suportar antes que seu coração simplesmente parasse.
Court nunca afrouxou o aperto em sua mão. Estar flanqueado por dois lobisomens era reconfortante. Era um pensamento que ela nunca se imaginou tendo.
Por muito tempo, ela pensou que as únicas pessoas boas no mundo sobrenatural eram as bruxas. Não porque ela teve uma experiência ruim com demônios, lobisomens ou Djinns, mas porque ela assumiu que todos eles eram maus.
Ela estava aprendendo que estava errada sobre muitas coisas. A única coisa que não mudou foi o conhecimento de que os vampiros eram criaturas nojentas e vis.
O grupo parecia caminhar para sempre em uma trilha que aparentemente apenas os lobisomens podiam ver. A pouca luz que a lua derramava mal era suficiente para impedir Skye de pisar em qualquer coisa. O que ela não daria por uma lanterna. Ou um carro.
Sapatos práticos.
Spray de mosquito.
A casa LaRue.
Court parou, puxando-a contra ele antes de girá-la e empurrá-la para Griffin. O coração de Skye saltou em sua garganta enquanto ela esperava para ver um vampiro, mas nada saltou na noite. Ela olhou para encontrar Court se curvando antes de pegar algo do chão. Sua boca se abriu quando percebeu que ele tinha uma cobra pelo rabo antes de estalá-la como um chicote, quebrando seu pescoço instantaneamente .
—Aquilo era um Mocassim d'água, — Griffin sussurrou. —Uma das únicas cobras que não fogem dos humanos. Eles são agressivos.
Court estendeu a mão depois que ele jogou a cobra fora, e Skye avidamente foi até ele. Agora ela não estava apenas com medo de vampiros. Havia cobras lá fora que também eram hostis.
Esta noite estava ficando cada vez melhor.
Pareceu uma eternidade antes que ela visse uma estrutura entre as árvores. Não demorou muito para perceber que era uma casa.
Eles saíram das árvores para uma grande área sem nada além de grama. No meio havia uma casa senhorial. Suas colunas altas e alpendre envolvente eram indicativos de casas de fazenda no sul.
Court a fez ficar para trás quando Solomon e vários dos homens de Griffin entraram e contornaram a casa para se certificar de que era seguro. Assim que Solomon acenou para que eles entrassem, Court correu, puxando-a com ele.
Skye soltou um suspiro de alívio assim que ela entrou. Ela se curvou, com as mãos nos joelhos enquanto respirava fundo.
Ela se endireitou enquanto os outros se acomodavam em quartos diferentes com uma visão clara das janelas. Skye olhou através do painel estreito de vidro ao lado da porta e viu muitos da matilha de Moonstone montando uma patrulha em torno do perímetro da casa.
Court colocou a mão nas costas dela e a afastou da porta. —Está com fome? Com sede? Precisas de alguma coisa?
Ela só conseguiu sacudir a cabeça, seus olhos percorrendo cada cômodo enquanto ele passava por eles apressadamente. Ela não teve tempo de notar nada sobre a casa além do amplo hall pelo qual ela estava caminhando.
Então ela estava na escada. Court a conduziu por eles, virando-a para a esquerda e não parando até chegar à segunda porta. Ele abriu e entrou.
Skye parou um momento antes de segui-lo para dentro. Court acendeu uma luz, inundando a sala. Era um quarto de bom tamanho com uma cama de ferro forjado preto contra a parede oposta. Havia uma velha mesa de madeira escura com muitos amassados e arranhões na parede mais próxima de Skye.
Ela olhou para Court, observando enquanto ele olhava ao redor do quarto como se estivesse se lembrando. Foi quando ela soube. —Este é o seu quarto.
—Isso foi.— Seu peito se contraiu quando ele respirou fundo. —A casa está protegida contra qualquer inimigo que possamos ter. Nada vai passar pelas portas.
—Uau. — Ela não sabia mais o que dizer. Ela nem sabia que esse tipo de proteção era possível.
Court passou a mão pelo rosto. —Foi uma longa noite. Você deveria tentar descansar.
Certo. Como se isso fosse acontecer.
Skye entrou mais fundo no quarto e se sentou na cama. —Por que os vampiros não atacaram?
—Não sei, mas isso me preocupa.
—Eles sabem que não podem nos pegar aqui?
Court balançou a cabeça lentamente. —Eles fazem. O que torna tudo ainda mais problemático.
—Talvez eles tenham desistido de tentar me pegar, — ela disse esperançosa.
Um lado de sua boca se ergueu em um sorriso. —Eu sinceramente espero que sim, mas na minha experiência com vampiros, eles não desistem facilmente.
Ela olhou para suas mãos. —Você sabe, eu quis dizer isso antes. Eu não tenho medo de você.
—Eu vi seu rosto, Skye.
—Eu não estava preparado para ver um lobisomem, mas qualquer medo que eu pudesse ter desapareceu porque você estava me protegendo. Isso meio que muda a visão de uma garota.
Os olhos azuis brilhantes de Court a observaram por longos e silenciosos momentos. —Você é única.
—Dificilmente, — ela disse com uma risada. —Sou teimosa e não penso nas coisas até o fim, o que me coloca em apuros.
—Você é destemida.
—Não.
Ele se afastou da porta aberta do outro lado do quarto e sentou-se ao lado dela. —Eu conheci pessoas que pensaram que poderiam lidar com qualquer coisa. Eles alegaram ser corajosos, mas ao primeiro sinal de perigo verdadeiro e iminente, eles fugiram. Você não fez.
—Eu não tive escolha, — ela argumentou.
—Você tinha.— Court virou a cabeça para ela e sorriu. —Você fez a escolha de voltar para o Viper’s Nest. Você fez a escolha de ficar conosco. Você fez a escolha de deixar o bar e vir com ela.
Ele a fez soar tão... Valente. Aquilo a aqueceu.
Ela retribuiu o sorriso. —Eu gostaria de receber o crédito, mas estava seguindo sua liderança.
—O que mostra como você é inteligente — disse ele com uma piscadela.
Seus ombros estavam se tocando, seus olhares travados. Skye estava se afogando nas profundezas de seus olhos azuis. Calafrios percorreram sua pele por estar tão perto dele.
Eles haviam se dado as mãos na última hora, mas estar tão perto dele agora, enquanto eles estavam sozinhos, não era apenas reconfortante. Foi inebriante.
A tensão sexual despertou entre eles enquanto seus sorrisos desapareciam. Seu estômago vibrou quando seu olhar baixou para sua boca. Ela prendeu a respiração quando ele se inclinou em sua direção.
Ela se moveu lentamente para ele, ansiosa para beijá-lo. Em seguida, eles foram interrompidos por uma batida na porta.
CAPÍTULO DOZE
Court sacudiu a cabeça para a porta, pronto para arrancar a cabeça de alguém quando viu Solomon. Ele se levantou e acenou com a cabeça para o irmão. —Como está?
—Quieto. Muito quieto.— Solomon encostou-se no bloqueio da porta e olhou para Skye. —Como vai você?
Skye alisou o cabelo com a mão. —Muito melhor agora que estou aqui.
—Fique à vontade. Não tenho certeza de quanto tempo você vai ficar, — ajuda de Solomon.
Foi algo que Court deixou de fora intencionalmente. Ele temeu que se dissesse a Skye que ela poderia ficar em casa por vários dias, ela poderia não ter vindo. Então, novamente, ela queria viver. Ela parecia entender que sua melhor chance de fazer isso era com eles.
Os olhos de Skye se arregalaram. Ela voltou seu olhar para Court. —Quanto tempo vou ter que esperar?
—É difícil dizer. Não sabemos exatamente quem está trabalhando com os vampiros, o que significa que ainda não é seguro para você sair durante o dia.
Solomon encolheu os ombros. —É sua decisão, Skye. Você pode ficar aqui e confiar em nós para ajudá-la ou pode ir embora.
—Se eu partir, não terei sua proteção. É isso que você está dizendo?
Court estava prestes a corrigi-la quando Solomon deu a ele um rápido olhar para silenciá-lo .
—Isso mesmo, — disse Solomon. —Muitas pessoas se colocaram de boa vontade esta noite para te trazer aqui. Você realmente não quer desperdiçar seus esforços, não é?
Skye lentamente soltou um longo suspiro. Ela olhou para o chão. —Não.
—Bom. Descanse um pouco, — Solomon disse e puxou Court para fora da sala enquanto fechava a porta atrás dele.
Court abriu a boca, mas Solomon o virou e deu-lhe um empurrão. Court não teve escolha a não ser andar pelo corredor e descer as escadas.
Quando ele pousou no hall, ele se virou. —Por que você mentiu para ela?
—Você realmente precisa perguntar? — Solomon disse ao chegar ao fundo. —Se ela partir, os vampiros irão encontrá-la e transformá-la. É isso que você quer.
—Você sabe que não é.
—Então eu fiz o que tinha que ser feito.
Court fechou os olhos brevemente. —Mesmo que ela mude de ideia e vá embora, vou protegê-la.
—Como todos nós faremos, mas estou tentando nos salvar desse problema. É mais fácil lutar aqui.
Court sabia que era verdade, mas ele ainda não gostava de mentir para Skye. Ela não merecia isso. A única coisa que o impediu de subir as escadas correndo e contar a ela foi a memória de Solomon segurando o corpo de Misty em seus braços.
Solomon se afastou, deixando Court parado ali, tentando chegar a um acordo com o que estava acontecendo. Nunca passou por sua mente lutar contra a atração que sentia por Skye. Eu estava lá desde a primeira vez que ele a viu, mas o fogo havia aumentado quanto mais eles estavam juntos.
Foi uma boa coisa que Solomon os interrompeu antes daquele beijo porque Court não tinha tanta certeza se ele poderia ter parado uma vez que ele provar seus doces lábios.
—Ela vai ficar bem — disse Myles ao se aproximar dele.
Court olhou escada acima. —Eu sinceramente espero que sim.
*******
Cinco dias. Cinco longos dias.
Skye amava a velha casa, bem como a companhia de Riley e Addison, mas a situação estava esgotando e irritando seus nervos. Para ficar algum tempo sozinha, ela se fechou em seu quarto e escreveu o artigo em seu telefone.
Digitar um texto era uma coisa. Digitar um artigo no telefone era o pior tipo de tortura. Especialmente com a autocorreção estúpida que sempre mudava as palavras erradas e deixava as com erros ortográficos.
Ela não disse a Court ou aos outros que estava escrevendo. Skye tinha um prazo a cumprir e havia prometido o artigo, então ela teve que escrevê-lo.
Isso foi há três dias. O artigo seria publicado hoje. Ela estava nervosa com isso. Principalmente, porém, ela estava preocupada sobre como os irmãos se sentiriam sobre o que ela havia escrito.
—É a sua vez, — Riley disse enquanto se sentavam ao redor da mesa de jogo.
Skye piscou e se concentrou em sua mão de cartas. Eles estavam jogando Spades nas últimas duas horas. Ela olhou para as cartas que haviam sido jogadas e escolheu o dez de paus. Ela não poderia ganhar a mão, e era sua maior carta do clube.
Minka deu um gritinho e recolheu as cartas, ganhando a rodada. —Estou fumando vocês, — ela disse e jogou a rainha dos porretes.
—Quando os meninos vão voltar? — Addison perguntou enquanto colocava dois tacos.
Riley encolheu os ombros, um sorriso malicioso no rosto enquanto colocava o ás de paus em cima dos outros. —Qualquer momento.
—Oh, você esgueira! — Minka disse, rindo.
Skye riu enquanto jogava no chão o sete de tacos, dando a Riley a vitória.
Minka revirou os olhos ao ver que Addison continuava dando a ela. —Pare com isso. Eu não me importo com o que Solomon tem a dizer. Ele pode beijar minha bunda doce se não gostar de mim.
—Amém, — Riley disse com uma piscadela.
Skye deu um longo gole em seu chá doce. —O que há com Solomon. Por que ele não gosta de você? Você salvou Myles da morte quando ele tinha toda aquela prata em seu sistema.
—Eu não sei, — Minka disse com um encolher de ombros. —Algumas pessoas simplesmente não se batem. Somos nós, suponho. Não me importo o suficiente para me preocupar com isso.
Mas Skye sabia disso pela mentira que era. Ela não estava por aqui há muito tempo, mas era óbvio pelo aperto do corpo de Minka cada vez que o nome de Solomon era mencionado que ela se importava muito com o que o LaRue mais velho pensava dela.
Elas jogaram a próxima rodada, provocando um ao outro. Addison pensou que iria ganhar, já que tinha o ás de ouros, mas Skye não tinha nenhum diamante, então jogou uma espada, ganhando a vez.
Skye puxou as cartas calmamente com um sorriso e uma dancinha em sua cadeira.
—Oooooh. Você ficou bravo — Riley disse a Addison.
Minka cobriu a boca com as cartas, os olhos arregalados de brincadeira enquanto olhava para Addison. Ela baixou os cabos. —Parece que precisamos assistir este.
Addison ergueu o nariz e lutou para manter o sorriso de seu rosto enquanto ela fingia estar ofendida. Então ela começou a rir.
Era bom ser um pouco normal em uma situação tão estranha. Skye sabia que Riley, Addison e até Minka estavam fazendo o seu melhor para manter sua mente longe das coisas. No entanto, ela não tinha certeza de quanto mais ela poderia ficar na casa de LaRue.
Ouviu-se o som de conversas na varanda da frente. Skye reconheceu a voz de Court. Ela se sentou em sua cadeira, esperando que ele tivesse encontrado algo durante sua patrulha das terras ao redor da casa.
Ele foi o primeiro na casa. Sua forma alta e musculosa preenchendo a entrada da sala. Com seu cabelo loiro ao vento, ela sabia que ele estava correndo. O fato de suas roupas serem impecáveis disse a ela que ele estava na forma de lobo.
—Ei, — ele disse, seu olhar indo para ela.
Seu coração saltou e ela não pôde deixar de sorrir quando seus olhos azuis pousaram nela. Ele não olhou para mais ninguém, e isso fez seu estômago se sentir como se houvesse um frio na barriga. —Ei. Boas notícias?
—Não há notícias — disse ele enquanto se movia para dar espaço para Myles passar enquanto ele foi até Addison e a beijou.
Skye desejou que Court a beijasse. Foi tudo o que ela pensou por cinco dias desde que eles quase se beijaram em seu quarto.
—Nada? — Addison perguntou.
Solomon parou ao lado de Court na porta. Seu olhar foi instantaneamente para Minka, que estava sentada de costas para ele. Minka estava olhando para suas cartas como se ela não se importasse com o mundo.
—O que você está fazendo aqui? — Perguntou Solomon.
Ele não disse o nome de Minka, nem precisava. Ela sabia que ele estava falando com ela. Skye poderia tê-lo chutado porque a pequena explosão de excitação no rosto de Minka desapareceu instantaneamente, sua raiva aumentando.
Minka jogou sua próxima carta e disse, com a voz cheia de sarcasmo: —Que bom ver você também, Solomon. Não, não tenho nada para compartilhar, mas estou tão feliz que você perguntou.
Skye observou enquanto Court inclinava Solomon de lado antes de acenar com a cabeça para Minka.
Solomon revirou os olhos dramaticamente. —Claro, você é bem-vindo em casa, Minka. Agradecemos qualquer coisa que você possa adicionar para ajudar.
Ele disse as palavras com força, como se cada sílaba fosse difícil de passar por seus lábios.
—Claro, — Minka respondeu suavemente.
Skye colocou o resto de suas cartas viradas para baixo na mesa. —Nada ainda? Eu não entendo.
—Nós também não. — Court passou a mão pelo cabelo. —Não há trilhas lá fora além da nossa.
—Isso não faz sentido — disse Riley. —Se os vampiros a querem, e eles sabem que ela está aqui, por que eles não a atacaram? Ou pelo menos tentam.
Minka ergueu os olhos para Skye. —Eles estão esperando por algo.
Foi quando isso atingiu Skye. Um pequeno tremor percorreu suas costas. —Eles estão esperando que eu saia.
Minka balançou a cabeça lentamente. —Eles têm todo o tempo do mundo. Eles sabem que você eventualmente achará que está seguro e voltará para casa.
—Não vai acontecer — afirmou Court.
Skye olhou para ele. Minka estava certo. Ela estava ficando relaxada. A cada dia que passava sem os vampiros ou outras criaturas sobrenaturais atacando, ela começou a pensar que tinha imaginado tudo.
—Não posso ficar aqui para sempre. Nem o clã Moonstone permanecerá, —Skye disse.
Court balançou a cabeça. —Eu sei o que você está pensando. A resposta é não. Já o colocamos lá uma vez. Não. Acontecendo.
—Eu não posso viver assim, e nenhum de vocês pode. Nunca poderei retribuir o que qualquer um de vocês fez por mim, mas todos sabemos que teremos que tomar uma decisão em breve.
Myles pousou as mãos nos ombros de Addison enquanto se postava atrás da cadeira dela. —Eu odeio concordar, mas Skye está certa.
—Os vampiros sabiam que iríamos nos retirar para cá, — Riley disse e achatou os lábios. —Cara, eu odeio esses idiotas.
—Não são apenas os vampiros, — Minka apontou .
Esse foi o chute. Eles não tinham ideia de qual das facções estava ajudando os vampiros. Magia estava sendo usada, mas poderia ser o Djinn, bruxas ou mesmo Delphine.
—Dê-me mais alguns dias, — Court perguntou a Skye. —Por favor.
Ela assentiu, incapaz de dizer não a ele. Ele deu meia-volta e saiu de casa. Ela o rastreou pela janela da sala até que ele sumiu de vista.
—Se houver algo para encontrar, o Court vai encontrar — disse Myles.
Skye deslizou seu olhar para ele e forçou um sorriso. —Eu acho que você está certo.
—Você significa muito para ele — disse Solomon.
O coração de Skye parou de bater. A própria ideia de que isso pudesse ser verdade a deixava extremamente feliz. Ela olhou para ele. —Por que você diz isso?
—Ele está provando isso para você todos os dias, Skye, — Solomon disse enquanto se inclinava contra a porta. —Ele patrulha a noite toda, apenas tirando pequenos cochilos quando o fazemos fazer uma pausa. Ele quase não come há dias. Como todos nós, ele sabe que o ataque está chegando e quer ter certeza de que não haverá surpresas.
—O que vai acontecer se eu sair.
Solomon acenou com a cabeça uma vez.
Skye olhou para cada pessoa na sala. —Tem que haver algo que possamos fazer para acabar com este ataque. Se esperarmos muito, não teremos os outros lobisomens para ajudar.
—Ela está certa — disse Kane enquanto entrava na sala. —Eles já estão ficando impacientes. Griffin os está mantendo aqui por enquanto.
Minka se inclinou para frente e apoiou os cotovelos na mesa. —Eu não vim apenas para jogar cartas, Skye. Vim aqui porque tenho uma ideia. Um que eu acho que pode te tirar dessa bagunça.
—Demorou bastante, — Solomon murmurou.
Skye observou os dois, se perguntando se Solomon não gostava de Minka tanto quanto ele dizia. Ou se houvesse algo mais lá. Skye estava começando a pensar que havia algo mais.
CAPÍTULO TREZE
Court ficou atrás de um grupo de árvores e olhou para a casa em que ele cresceu. Havia muitas boas lembranças lá, mas era a noite em que seus pais foram assassinados que sempre vinha à mente quando ele olhava para ela.
Ele adorava voltar para casa, mas era difícil. Sua família foi destruída em uma noite por causa de uma vingativa sacerdotisa voodoo que não queria que as cinco facções tivessem qualquer tipo de paz.
Delphine havia realizado seu desejo com a morte de seus pais. Agora ela precisava morrer. Se ela não estava causando problemas com os LaRues, estava mexendo com os Chiassons. Até agora, nenhuma família havia perdido outro membro nas tentativas de Delphine.
Mas por quanto tempo a sorte deles duraria.
Em seguida, houve Skye.
Court soltou um suspiro profundo. A mulher estava constantemente em sua mente. Ele pensava nela mesmo durante o sono. Sua risada, seus lábios se curvando em um sorriso sensual, seus longos cabelos negros, seus olhos esfumados. Seu corpo.
Ela o deixava louco de desejo. Ele a desejava, ansiava por ela. Queimado por ela.
Estar tanto perto dela nos últimos dias tinha sido o mais doce tipo de tortura. Ele encontraria maneiras de chegar tão perto dela quanto ousasse. Ocasionalmente, ele deixava suas mãos roçarem. Ele até afundou tanto que tocou seu cabelo quando ela passou. Cada vez que ele voltava de uma patrulha, ele lutava para não ir até ela, para puxá-la em seus braços para um beijo como Myles fazia com Addison.
Court ficou duro só de imaginar Skye em seus braços, imaginou beijá-la lentamente, sedutoramente, apaixonadamente. Foi por isso que ele escolheu patrulhar a noite toda, porque ele não poderia estar na mesma casa que ela e não ir até ela.
Ele não estava lutando contra isso. Ele queria ir para Skye. Court sabia que fazer amor com ela seria incrível. Mas ela estava sendo caçada pelos vampiros. Ele tinha que se concentrar nessa ameaça.
Houve um ligeiro movimento à sua esquerda. Court mudou seu olhar e viu Kane caminhar silenciosamente ao redor de uma árvore. Kane veio ficar ao lado dele, e por longos momentos, nenhum dos irmãos disse uma palavra.
—Quantas noites mas você vai passar aqui cuidando da casa? — Kane perguntou.
Court ficou ofendido imediatamente. —Estou patrulhando.
—Aposto que está olhando para a casa e pensando em Skye.
Court não se preocupou em negar. Mas ele também não queria falar sobre isso. —Quanto tempo você acha que Riley vai ficar?
—O tempo que ela precisar.
—Ela te fez bem.
Kane levantou um ombro em um tapete de meia . —Riley é uma mulher forte. Ela é uma Chiasson. Mas ela também precisava de alguém. Ela não está tão feliz quanto parece.
Isso fez Court franzir a testa. —São os irmãos dela?
—Eu não sei. Eu não faço perguntas.
—O que aparentemente é exatamente o que ela precisa.
—Sim, — Kane murmurou. Depois de um longo silêncio, ele disse: —Não sei se teríamos agido de forma diferente de nossos primos se tivéssemos uma irmã.
Court grunhiu. —Eu pensei a mesma coisa. Riley fica magoado com suas ações, mas isso é feito por amor. Eles querem protegê-la.
—Acho que ela acredita que eles a acham fraca.
—Riley? — Court perguntou enquanto virava a cabeça para Kane. —Fraca? Não é possível.
Kane ergueu uma sobrancelha quando um lado de seus lábios se ergueu em uma espécie de sorriso. —Eu sei. Mas Vincent, Lincoln, Beau e Christian podem ter esquecido sua força enquanto Riley estava na faculdade.
—Estou feliz que ela veio aqui. Mesmo com o perigo, é bom fazer essa conexão com nossos primos novamente.
Kane se virou para encarar Court. —Há outra conexão que precisa ser feita. Coloque sua bunda em casa e beije Skye como você gostaria de fazer.
Court piscou, surpreso. —O que?
—Eu conheço você, Court. O fato de você manter distância de Skye me diz o quanto você gosta dela.
Era tão óbvio? Os outros sabiam também? Ele se importava que eles soubessem? Não, ele percebeu, ele não fez.
—Eu gosto dela, — ele admitiu. —Eu não quero estragar tudo.
—Então vá vê-la — disse Kane e deu-lhe um pequeno empurrão. —Nós temos as coisas resolvidas aqui.
Uma vez que seus pés começaram a se mover, Court não conseguia parar. Ele caminhou até a casa, subiu os degraus da varanda e passou pela porta da frente. Ele fez uma pausa longa o suficiente para fechar a porta suavemente atrás dele, ouvindo Skye.
Court foi até a cozinha, olhando para dentro dos quartos enquanto caminhava. Ele encontrou Minka sentada sozinha à mesa da cozinha com um copo de bourbon intocado na mão.
—Ela está em seu quarto — disse Minka com um sorriso.
Court acenou com a cabeça para a garrafa. —Você não gosta da marca?
—Estou apenas pensando.
—Você não precisava vir, mas estou feliz que tenha vindo. Sinto muito que Solomon seja um idiota.
Minka acenou para longe suas palavras. —Eu posso lidar com Solomon. Estou mais preocupado com o plano.
Ele também estava, mas Court não iria adicionar mais preocupação a ela. —Como você sabia que eu estava procurando Skye?
Com isso, Minka riu. —Você não pode estar realmente me fazendo essa pergunta com a maneira como você está olhando para ela.
—Acho que não — disse Court com um sorriso.
Ele foi até a geladeira e pegou duas cervejas longneck. Ele acenou boa noite para Minka e subiu as escadas. Quando estava do lado de fora da porta de seu antigo quarto, ele parou e bateu.
Um momento depois, a porta se abriu. Court ergueu as cervejas e sorriu. —Quer um refresco?
— Eu adoraria — Skye disse enquanto se afastava e abria mais a porta para ele.
Ele entrou em seu quarto e olhou em volta para ver como ela o tornara seu. Havia pilhas de roupas no canto. As coisas dela que ele pegou para ela quatro dias antes de sua casa.
Court pigarreou e desviou o olhar da roupa lavada e da memória de estar dentro de sua casa olhando seus pertences.
Ele se virou e colocou as garrafas na mesa, girando primeiro uma tampa e depois a outra. Então ele estendeu um para ela. Seus dedos roçaram quando ela pegou a cerveja oferecida.
Seus olhos se fixaram por um momento antes de ela se encostar na parede. Court permaneceu em frente a ela e apoiou o ombro contra a parede oposta.
—Estou surpresa que você não esteja patrulhando, — ela disse no silêncio.
Ele encolheu os ombros. —Eu queria dar a Myles um tempo com Addison.
—Odeio que todos estejam fazendo tudo isso por minha causa. Não sou ninguém, Court. Por que algum de vocês se importaria se eu fosse levado?
Ele não podia acreditar que o pensamento havia entrado em sua cabeça. —Por que você diz isso?
—Eu não tenho família, nem amigos, realmente. Ninguém sentiria minha falta se eu morresse.
—Eu sentiria.
Seu escuro olhar travou com o dele. —Você não me conhece.
—Eu faço. Eu sei que você é engraçada, corajosa, teimosa e implacável. Eu sei que você valoriza a amizade e a responsabilidade. Eu sei que você quer proteger os inocentes como nós.
—Isso não é tudo que há para saber sobre mim. Nasci em uma família extremamente rica e fui criada nas Bahamas .
Court não a interrompeu. Ele estava feliz por ela ter decidido compartilhar parte de seu passado.
—Meus pais adoravam gastar dinheiro — disse ela com um sorriso. —Eles tinham coisas boas, mas gastavam com outras também. Eu cresci em um lugar incrivelmente lindo com tudo que eu poderia desejar. Fui para a UCLA para me graduar, pensando que nada iria mudar. Então meus pais sofreram um acidente e os dois morreram.
Ela fez uma pausa e deu um longo gole na cerveja. —A vida de qualquer pessoa vai mudar com a morte dos pais. Mas foi mais. Aprendi que meus pais estavam quase falidos, lutando para continuar vivendo como antes e pagando minha faculdade. Cabia a mim planejar os funerais e vender tudo o que tinham para pagar os credores.
Court odiou a miséria que viu em seu rosto, mas foi o brilho das lágrimas que quase o desfez. Ele nunca suportaria ver uma mulher chorar. Isso o matou.
— Todas aquelas pessoas para as quais meus pais deram enquanto podiam não estavam em lugar nenhum. Nenhum deles me ajudou, —Skye continuou. —Eu tinha um talento especial para conseguir o máximo de dinheiro possível pelas obras de arte e pelas joias da minha mãe. Isso mais do que compensou outras diferenças. Depois que as contas foram pagas, sobrou quase o suficiente para pagar o resto da minha faculdade.
—Você usou?
—Um pouco disso. Trabalhei porque sabia que precisava mudar minha vida. Nem sempre eu teria dinheiro para voltar. Foi uma mudança de estilo de vida , —ela disse com um sorriso.
A única outra pessoa que já ouviu essa história foi Jo, porque sua colega de quarto na faculdade a ajudou a encontrar um emprego e aprender a administrar o dinheiro. Skye não tinha certeza do por que ela compartilhou com Court. Isso a deixou em carne viva, exposta.
Mas também parecia que a curava.
Ela observou quando ele enganchou um dedo ao redor do gargalo da garrafa e a levou aos lábios para beber. Certamente ele tinha que saber o quão incrivelmente sexy ele era.
Era seu cabelo loiro e a forma como atingia seu queixo. Ele tinha mais corpo do que o cabelo de um homem tinha direito. Mesmo quando ele passou os dedos por ele, parecia incrível.
E seus olhos. Maldição, o homem tinha olhos que a faziam sentir como se estivesse se afogando em um azul elétrico vívido.
Então havia seu corpo. Com cada músculo definido e esculpido com perfeição, ele fez água na boca.
Apesar de tudo isso, ou talvez por causa disso, era a maneira como ele a fazia se sentir. Ela se sentia especial, como se ela fosse a única mulher na terra com quem ele se importava, e isso derreteu seu coração. Ele a fez se sentir segura, protegida. Algo que ela não sentia desde seus pais.
Skye engoliu em seco ao perceber que o quarto ficou em silêncio enquanto eles se encaravam. A tensão sexual estava de volta. Sinceramente, ele nunca saiu. Só foi bloqueado quando ele estava ausente, mas brilhou de novo quando ele estava por perto.
Ele colocou sua garrafa na mesa e fechou a distância entre eles. Ele colocou a mão contra a parede perto de sua cabeça e simplesmente olhou para ela.
O coração de Skye estava batendo forte de excitação, seu sangue esquentando com a necessidade. Seu olhar baixou para a boca por um segundo, enquanto ela lutava para manter o oxigênio circulando por seus pulmões.
—Você tem medo de mim? — Ele sussurrou.
—Não. Nunca.
Suas mãos deslizaram para os lados de seu rosto enquanto seus lábios tocavam os dela.
Skye queria gritar de alegria. Suas mãos imediatamente se levantaram para tocá-lo, odiando que ela ainda segurasse sua cerveja em uma mão. Seu beijo foi suave, procurando enquanto a beijava levemente algumas vezes.
Então ele gemeu baixinho e inclinou sua boca sobre a dela. Sua língua deslizou entre seus lábios. Ela cedeu contra ele, agarrando sua camisa com a mão livre.
Seus braços se moveram para que estivessem em volta dela, segurando-a com força. O beijo se aprofundou, e o desejo cresceu em sua barriga.
De repente, a cerveja sumiu de sua mão, levada por Court. Ele terminou o beijo e inclinou a cabeça o suficiente para olhar para ela.
—Meu Deus, você é linda.
Skye fechou os olhos e descansou a cabeça em seu peito enquanto seus braços envolveram seu pescoço. Ela não tinha ideia de quanto tempo eles ficaram ali antes que ele colocasse a cerveja na mesa e estendesse sua mão.
Ela sabia o que ele estava perguntando. E ela sabia que nunca havia outra escolha para ela. Ela soube da primeira vez que olhou em seus olhos que eles acabariam naquele momento.
Skye colocou a mão na dele enquanto levantava a cabeça para encontrar o olhar dele. O desejo refletido em seus lindos olhos a fez recuperar o fôlego. Ele a queria. E ele queria que ela soubesse disso.
Ninguém nunca tinha olhado para ela tão... Descaradamente antes. Foi estimulante, emocionante. Mas havia outra emoção refletida ali. Mais profundo, mais forte - mais feroz ainda, uma emoção que a fez agarrá-lo com mais força para continuar de pé.
A tensão sexual que eles estavam dançando por dias não estava mais sendo ignorada. Ele assumiu o centro das atenções. E foi glorioso.
Os dedos de Court deslizaram em seu cabelo, puxando suavemente sua cabeça para trás. A boca dele estava em seu pescoço exposto, beijando uma trilha quente até sua clavícula enquanto ele os movia para a cama.
CAPÍTULO QUATORZE
Ele estava no céu. Céu abençoado e delicioso.
Court não conseguia parar de tocá-la, aprendê-la. A pele de Skye era suave como veludo. Quanto mais ele tocava, mais ele precisava. Ela era uma droga e, depois de um beijo, ele ficou viciado.
Era tudo o que ele podia fazer para manter o controle sobre a necessidade que pulsava por ele. Ele queria jogá-la na cama e cobrir seu corpo com o dele, deslizando para dentro dela até que nenhum soubesse onde um terminava e o outro começava.
Mas Skye era diferente.
Ele queria que seu tempo juntos fosse diferente.
E se Deus quiser, isso serviria como uma base sólida para algo muito mais.
Court desabotoou sua camisa enquanto ele continuava a dar pequenos beijos em seus seios. Assim que o último botão cedeu, ele abriu a camisa e deixou seu olhar se deleitar no sutiã azul royal e preto com acabamento em couro.
Era tão sexy, que por um momento, tudo o que ele podia fazer era olhar para o material enquanto suas bolas apertavam.
—Você gosta? — Ela perguntou, um sorriso em sua voz.
Court assentiu sem erguer os olhos. —Por favor, diga-me que você tem mais destes.
—Eu faço.
—Graças a Deus, — ele murmurou.
Skye tirou a camisa, expondo mais de sua pele gloriosa. Court pousou as mãos em sua caixa torácica e lentamente acariciou suas costas. Com uma torção de seus dedos, ele desabotoou o sutiã. A roupa cedeu quando as alças caíram de seus ombros.
Seu olhar encontrou o dela então. Não havia timidez, nem cautela. Paixão mostrada brilhantemente em seu olhar. Ele amava uma mulher que sabia o que queria e não se envergonhava disso.
Isso fez seu próprio desejo queimar mais brilhante, mais quente. A mulher não tinha ideia de como ela estava lascando seu controle. Court sempre foi capaz de controlar suas emoções.
Skye o esfolou em carne viva, deixando-o nu e desprotegido. Ele deveria estar empurrando-a para longe, não puxando-a para mais perto. Mas com ela, ele queria que ela visse tudo o que ele era - bem como tudo o que ele ansiava.
Ele se recusou a permitir que as paredes que ele normalmente erguia entre ele e suas amantes surgissem. Skye era o tipo de mulher que ficava ao lado dele, enfrentando o que quer que o mundo decidisse jogar nele.
Esse tipo de mulher era difícil de encontrar, e Court não ia deixá-la escapar por entre os dedos. Ele faria tudo ao seu alcance para fazê-la se apaixonar por ele como ele já havia se apaixonado por ela.
Foi amor?
Se não fosse, com certeza estava perto. Ele pode ter gostado de outras mulheres antes, mas nunca houve uma que trouxesse seus instintos de proteção como Skye.
Não foi só porque ela se colocou em perigo. Foi a própria mulher. Não havia uma arte dela que ele não estivesse completamente apaixonado - incluindo sua teimosia.
As mãos de Court tremeram quando ela tirou o sutiã. Ele baixou o olhar para seus seios. Incapaz de resistir por mais um momento, ele segurou os globos, deixando o peso deles afundar em sua memória.
Contra sua palma, seus mamilos endureceram. A pulsação em seu pescoço estava irregular, seu peito subindo e descendo rapidamente. Ele massageou seus seios antes de deixar seus polegares circularem seus mamilos até que seus olhos revirassem em sua cabeça.
Court sorriu enquanto a olhava. O prazer óbvio dela só aumentou o dele. Seu pênis doía para ficar livre de seu jeans.
Ele passou um braço em volta da cintura dela enquanto caia de joelhos. Então ele apertou sua boca ao redor de um mamilo inchado e o sugou profundamente em sua boca.
Seu gemido de resposta era exatamente o que ele precisava ouvir. Ele mudou de um seio para o outro. As mãos dela estavam em seus cabelos, segurando-o perto.
Court desabotoou a calça jeans e baixou o zíper. Ele deslizou as mãos na cintura em seus quadris e empurrou o jeans para baixo. Seu coque se contraiu quando suas mãos desceram por uma perna bem torneada e depois pela outra.
Quando as calças estavam amontoadas em seus tornozelos, ele ergueu cada uma de suas pernas para sair delas. Com um golpe, ele os empurrou pelo chão.
Court beijou primeiro um quadril e depois o outro, sorrindo ao ver o mesmo azul com acabamento em couro preto. A mulher iria matá-lo com sua calcinha sedutora.
Mas ele amou cada momento disso.
Ele olhou para Skye para encontrá-la olhando para ele.
Ela passou os dedos pelos cabelos dele. —Sonhei com este momento. Eu sabia que seria incrível, mas não sabia o quanto.
—Você não viu nada, ainda, — Court disse enquanto se levantava.
Ele estava prestes a levantá-la para deitá-la na cama quando Skye puxou sua camisa. Court ergueu os braços e a ajudou a removê-lo.
De alguma forma, ele ficou parado enquanto as mãos dela percorriam seu peito, braços e estômago. Todo lugar que ela tocava queimava mais quente, seu desejo aumentando em uma velocidade rápida.
Skye não queria que passasse um único momento que ela não lembrava. Ela tocou sua pele, maravilhada com o quão quente ele era. Ele ficou imóvel e a deixou tocar cada centímetro de seu corpo. Ela não tinha ideia de quanto tempo ela ficou lá antes de perceber que os braços dele estavam cerrados ao lado do corpo e os olhos fechados.
Ela fez uma pausa, seu olhar fixo em seu rosto.
Seus olhos se abriram, e foi quando ela viu como ele lutou para permanecer imóvel para ela. Skye segurou seu rosto com uma das mãos.
Então ela se sentou na beira da cama e alcançou a cintura de sua calça jeans. Ela os desamarrou e empurrou para baixo. Os jeans caíram até os tornozelos e Court chutou para fora deles.
Seus braços estavam de repente ao redor dela enquanto ele a deitava na cama, beijando-a como se não houvesse amanhã. Pele com pele, eles deitaram juntos, seus corpos em chamas de desejo.
Skye estava sem fôlego quando sua boca deixou a dela e encontrou seus seios novamente. Eles incharam mais uma vez, seus mamilos doendo por seu toque.
Ela abriu as pernas quando ele as cutucou com o joelho. Um suspiro saiu dela quando seus dedos mergulharam em seu sexo e encontraram seu clitóris. Seu toque era leve enquanto brincava com sua protuberância inchada até que ela estava ofegante e estúpida com a necessidade.
Ele alternou entre lamber seu clitóris e afundar os dedos profundamente dentro dela por algumas estocadas. Skye estava no precipício de um orgasmo por muito pouco Então ela percebeu.
Court observou suas costas arquearem, sua boca aberta em um grito silencioso enquanto seu corpo estremecia com seu clímax. Foi a coisa mais linda que ele já tinha visto. E ele queria ver isso todos os dias pelo resto de sua vida.
Ele se levantou sobre ela, seu pênis em sua entrada. Ela estava tão molhada que ele deslizou facilmente. Seus olhos se abriram para olhar para ele enquanto ele empurrava mais fundo.
Com os dentes cerrados, ele empurrou mais fundo em sua bainha apertada que se ajustou a ele como uma luva. Ele se moveu lentamente, saboreando cada minuto até que estivesse totalmente acomodado dentro de dela, uma sensação avassaladora de completude lavando-o sobre ele.
Então ele rolou de costas, levando Skye com ele. Ela sorriu enquanto montava nele e se sentava. Um segundo depois, ele estava balançando os quadris.
Court assobiou em uma respiração com os sentimentos surpreendentes correndo por ele. Houve um leve barulho batendo nas janelas e ele percebeu que estava chovendo.
Skye se movia cada vez mais rápido, puxando Court com ela. Ele rolou seus mamilos entre seus dedos enquanto ela o montava. Não demorou muito para que ela se inclinasse, sua longa cortina de cabelos negros em torno dele.
Ele olhou em seus olhos escuros. Enquanto faziam amor, a atração foi se fortalecendo em algo muito mais forte. Ele podia ver isso refletido em seus olhos e sabia que ela via nos olhos dele.
Court a puxou para baixo para um beijo e a rolou mais uma vez de costas. Então ele se ergueu nas mãos e começou a empurrar forte e rápido.
Ela engasgou e terminou o beijo enquanto arranhava o edredom. As pernas dela envolveram sua cintura, incitando-o mais rápido. Ele não desviou o olhar dela enquanto os levava cada vez mais alto.
Ele não estava pronto para acabar quando o orgasmo tomou Skye mais uma vez. A sensação de seu corpo apertando ao redor dele era demais. Ele empurrou duas vezes mais antes que seu clímax o atingisse.
Emoção, profunda e desconhecida, encheu Court quando Skye colocou os braços em volta dele e simplesmente o segurou. Eles ficaram deitados com os membros emaranhados, ouvindo a chuva.
A noite o havia mudado. De repente, ele entendeu porque Solomon mantinha distância das mulheres, porque Court não tinha certeza se ele poderia sobreviver perdendo Skye agora.
Ela era parte de sua alma, parte de sua essência.
Parte de seu coração.
Ele sabia, sem dúvida, que era amor. Ele tinha se apaixonado e nem sabia disso até aquele momento. O amor costumava se intrometer nas pessoas dessa maneira. Não poderia ter vindo em um momento pior, mas apenas estimulou Court a pensar em outras maneiras de manter Skye segura.
Porque ele andaria pelo próprio Inferno se fosse necessário.
Court olhou da cama pela janela, observando a água escorrer pelo vidro. Ele se sentia tão alto quanto um gigante com o amor dentro dele. Mas ele também se sentia tão impotente quanto um recém-nascido. Era uma situação assustadora em que ele se encontrava. Não que ele mudasse um minuto disso.
—A primeira coisa que precisamos fazer quando saímos desta casa é encontrar para você mais dessa roupa íntima sexy — disse Court, esperando melhorar seu próprio humor.
Skye riu. —Eu não tinha ideia de que você gostaria tanto.
—Eu deveria ter prestado mais atenção quando abri aquela sua gaveta e joguei tudo em uma bolsa. Talvez eu tenha que voltar.
Ela não riu de novo como ele esperava. Em vez disso, ela soltou um suspiro profundo. —Eu estou realmente assustada.
Ele ergueu a cabeça de seu peito para olhar para ela. —Não sinta. Não vou deixar ninguém te pegar.
—Coisas acontecem. — Ela sorriu tristemente, seus olhos escuros segurando uma carranca. —Acidentes acontecem.
—Não para você. Não comigo.
Ela colocou a palma da mão no rosto dele. —Não quero te assustar e provavelmente não deveria dizer isso, mas me importo profundamente com você.
—Eu sinto o mesmo. — Estava na ponta da língua dizer a ela que a amava, mas ainda não. A hora chegaria em breve.
—Estou feliz — disse ela com um aceno de cabeça, deixando cair a mão. —Eu não sei o que vai acontecer amanhã, mas não importa o que aconteça, eu quero que você saiba que esta noite significou muito para mim.
Nada iria acontecer com ela. Court se recusou a deixá-la se machucar. Ela era seu amor, a mulher que ele nunca esperava encontrar.
—Eu li seu artigo — disse ele.
Seus olhos se arregalaram. —Realmente? Fiquei esperando que alguém dissesse alguma coisa.
—Eu sabia que você iria enviar. Era bom.
Ela olhou para baixo. —Eu estava tentando consertar o que fiz. Não tenho certeza se consegui.
—É um começo. — Ele estava orgulhoso por ela ter dado um passo para trás ao dizer ao mundo onde o sobrenatural vivia e como eles eram, para ajudar as pessoas a entender os perigos do inexplicável ao seu redor. —O que Helen achou disso?
—Ela mudou um pouco para torná-lo mais assustador — disse Skye com uma carranca. —Ela queria que eu reescrevesse, mas eu recusei. Estou surpreso que ela até publicou o artigo.
Court apoiou a cabeça em um cotovelo. —Você é talentosa. Você encontrará outro emprego, se precisar.
—Eu sou talentosa, hein? — Ela perguntou com um sorriso.
—Extremamente.
Seu sorriso desapareceu quando ela ficou séria mais uma vez. —Eu odeio ter escrito o artigo que me colocou nesta confusão, mas trouxe você até a minha porta. Estou muito grato por isso.
—Não tanto quanto eu. Quer você saiba ou não, Skye Parrish, você me mudou.
Ele tomou sua boca em outro beijo enquanto o trovão retumbava ao redor deles, desejando tomá-los mais uma vez.
CAPÍTULO QUINZE
Skye acordou com o som da chuva. Ela estava deitada no peito de Court, o braço dele ao redor dela. Ela abriu os olhos e virou a cabeça para olhar para ele. Um sorriso se formou quando ela viu o outro braço apoiado atrás da cabeça enquanto a observava.
—Eu estava roncando? — Ela perguntou.
Ele piscou. —Um pouco.
Skye riu enquanto abaixava a cabeça. —Ótimo.
—Foi um ronco meio bonitinho.
—Não existe tal coisa.
—Existe agora.
Ele beijou o topo de sua cabeça, e Skye não achou que um dia pudesse começar melhor. Seu braço apertou, puxando-a para mais perto.
—Como você dormiu? — Ele perguntou.
—Como os mortos. E quanto a você?
—Bem.
Ela se mexeu para apoiar a cabeça na mão para vê-lo. —Mentiroso. Você conseguiu dormir?
—Eu cochilei — ele admirou. —Foi bom abraçar você. Ainda melhor acordar com você.
Skye iria morrer de prazer. As palavras do Court não eram charme falso. Ela podia ver que ele se referia a eles. —Podemos parar o tempo por algumas horas?
—Se eu pudesse, — ele disse e tocou uma mecha de seu ar.
Ela caiu de costas e olhou para o teto. —Vai funcionar. A ideia de Minka é sólida.
—E coloca você em perigo novamente.
—Não há maneira de contornar isso, — Skye disse enquanto virava a cabeça para ele. —Eles me querem.
Court sentou-se e encostou-se na cabeceira da cama. —Eu peguei você primeiro.
Sua brincadeira a fez sorrir novamente. —Continue falando assim e nunca vou sair desta quarto.
—Agora você está falando minha língua, — ele disse enquanto se inclinava sobre ela com um meio sorriso sexy.
Ela podia sentir sua excitação contra sua perna. Skye se abaixou e envolveu a mão em torno dele, movendo lentamente a mão para cima e para baixo em seu comprimento.
Ele gemeu baixo em seu ouvido, fechando os olhos. Não importava quantas vezes eles fizeram amor durante a noite, Skye o queria novamente. Ele sabia onde beijar, como tocar para enviá-la a uma espiral.
Seu corpo ansiava por seu toque, para ele enchê-la novamente. Ela amava seu peso em cima dela. Mais do que isso, ela o amava dentro dela, sua haste deslizando para dentro e para fora, empurrando profundamente o suficiente para tocar seu útero.
Skye nunca soube que ela era tão devassa. Então, novamente, Court trouxe muitas coisas nela que ela não sabia. Foi porque ele estava com ela que dormiu tão profundamente.
De repente, ela se viu revirada de barriga. As grandes mãos de Court agarraram seus quadris e levantaram sua bunda no ar. Suas mãos agarraram as cobertas enquanto os dedos dele mergulhavam em seu sexo para se certificar de que estava molhada.
E a sua excitação dura entrou nela. Skye fechou os olhos de prazer enquanto ele a enchia, esticando-a. Seu corpo estava agradavelmente dolorido, mas isso não a impedia de querer mais.
Ela se apoiou nas mãos e olhou para ele por cima do ombro. Seu peito retumbou com outro gemido quando ele se inclinou sobre ela. Uma mão permaneceu em seus quadris enquanto ele empurrava a outra segurava seu seio e beliscava seu mamilo.
Skye gemeu e balançou os quadris contra ele. Seu corpo estava preparado, pronto para outro orgasmo, e quando os dedos dele encontraram seu clitóris, ela imediatamente atingiu o clímax.
A força disso a deixou sem fôlego. Ele a segurou até que seu corpo parasse de tremer. Então ele segurou seus quadris e começou a empurrar. Ele foi mais fundo, mais forte. Mais rápido.
Ele a segurou para que ela não pudesse se mover, de modo que ela o apertasse cada vez que ele a penetrava. Logo ela o sentiu estremecer quando teve um orgasmo.
Eles caíram para o lado, rindo enquanto a chuva atingia a janela com mais força. Court acariciou sua nuca enquanto seu corpo saciado relaxava contra o dele.
— Devemos descer logo? — ela perguntou.
Court balançou a cabeça. —Eles não vão nos incomodar, ou pensar duas vezes sobre a gente ficar aqui o resto do dia.
—Mas seus irmãos vão precisar de você.
Ele suspirou. —Provavelmente.
—Eu também sei como você quer estar no meio do planejamento.
Court beijou sua orelha. —Você me conhece bem.
Ela estava começando, mas sabia que havia muito mais sobre ele para aprender. E ela mal podia esperar para começar.
—Por que você não entra no chuveiro? — Ele sugeriu.
Skye saiu de seus braços para o lado da cama. Ela olhou para ele e sorriu antes de desaparecer no banheiro.
Court esperou até que a porta se fechasse atrás dela antes de cair para trás e colocar a mão no braço. Ele repassou o plano de Minka em sua cabeça a noite toda. Era um plano sólido. Mas ainda havia coisas que poderiam dar errado. Cada vez que pensava em um deles, seu coração parecia estar envolto em gelo.
Ele se levantou e enrolou um cobertor em volta da cintura enquanto caminhava do quarto pelo corredor para o quarto de Solomon. Ele não parou até chegar ao banheiro principal e fechar a porta. Então ele tomou um banho rápido, sem se preocupar em se barbear.
Em menos de dez minutos, ele estava fora e vestido com roupas limpas. Ele parou ao lado de seu quarto e ouviu o chuveiro ligado. Silenciosamente, ele entrou e pegou suas botas. Então ele saiu e desceu as escadas.
Ele estava calçando os sapatos no último degrau quando Kane saiu dos fundos da casa para o foyer. Court acenou com a cabeça para seu irmão.
—Estou feliz que você seguiu meu conselho — disse Kane. —Você parece melhor.
Court terminou com suas botas e se levantou. Ele socou Kane no ombro com um sorriso. —Não é da tua conta.
Um pequeno sorriso começou a se formar, mas não atingiu todo o seu potencial. —O plano de Minka está em ação. Griffin e alguns de seus homens espalharam o boato pelo bairro na noite passada.
—Não há como voltar agora — disse Court, olhando para trás em seu quarto.
Kane grunhiu. —Isso precisa ser resolvido agora.
—Eu sei.
—Nada vai acontecer com ela — afirmou Kane.
Court passou a mão pelo cabelo ainda molhado. —Sim.
Ele e Kane caminharam até a cozinha onde Myles, Addison e Riley estavam. Myles estava enfiando o resto do café da manhã na boca quando eles entraram. Ele beijou Addison e acenou para eles enquanto saía correndo pela porta dos fundos.
—Bom dia — disse Riley.
Court puxou uma cadeira e sentou-se à mesa. —Manhã. Cheira bem, prima.
Riley deu a ele um sorriso brilhante. —Isso é porque minha comida é incrível. Sou quase tão boa quanto Beau.
Todos sabiam que seu irmão era um dos melhores cozinheiros da região, sem dúvida. Court observou Addison olhar preocupado pela porta dos fundos.
Um momento depois, Solomon abriu a porta e entrou. Ele parou na entrada e sacudiu a água de seu cabelo e roupas. Riley jogou uma toalha para ele, e ele limpou o máximo que pôde.
Assim que avistou Court, ele caminhou até a mesa e sentou-se na cadeira à sua frente na mesa retangular. —Kane te informou?
—Ele fez, — Court disse. —Como você se sente com isso?
—Estamos todos prontos.— Solomon o olhou fixamente. —E você? Como você está se sentindo?
Como se ele estivesse prestes a vomitar. — Deus.
—Eu sempre digo que ele não é um bom mentiroso — disse Skye atrás dele.
Court se virou e imediatamente estendeu a mão para ela. Seus lábios se curvaram para cima em um sorriso quando ela se aproximou dele, seus dedos se unindo. Court puxou a cadeira ao lado dele com o pé e ela se sentou.
—Ele está preocupado — disse Kane.
Skye levantou um ombro em um encolher de ombros. —Eu também. Mas tem que ser feito. Nenhum de nós pode continuar assim.
—Nós poderíamos chamar nossos primos, — Solomon ofereceu.
Court olhou para Riley para ver seus ombros enrijecerem . Então ela se virou para eles. —Se precisarmos deles, então faça. Agora.
—E dar a Delphine outra chance com eles? — Court perguntou. —Acho que não. Temos o clã Moonstone ajudando. Isso deve ser o suficiente.
Solomon passou a mão pelo rosto, mostrando o cansaço. —É melhor eu estar. Estamos colocando muita fé na bruxa.
—Minka sabe o que está fazendo — disse Addison.
Kane acenou com a cabeça. —Concordo. Vai funcionar.
Court não estava disposto a apostar a vida de Skye nisso. Então, novamente, se ele não o fizesse, sua vida ainda estaria em perigo. Era uma situação sem saída e era péssimo. Real.
—Vocês não tiveram que acordar tão cedo, — Riley disse com uma piscadela para Court e Skye.
Skye riu. —Nós estávamos com fome.
—Tudo o que você precisava era gritar do quarto — disse Addison com um grande sorriso. —Nós teríamos levado alguma coisa.
Court olhou ao redor da cozinha. Esta era sua família. Continuou crescendo, e ele estava feliz com isso. Adicionou mais preocupação, mas quanto mais eles se juntavam, mais fortes eles eram.
Ele se perguntou se Kane iria superar o que aconteceu e ser feliz novamente. Até que pudesse, ele nunca abriria espaço em sua vida para uma mulher.
Então havia Solomon. Seu irmão mais velho estava além da frustração na maioria dos dias. Ainda assim, Court tinha esperança com Minka. A maneira como os dois se esfregaram pode ser porque ambos lutaram contra seus desejos.
Ou pode significar que eles realmente se odiavam.
Minka entrou naquele momento. Solomon nem mesmo olhou para ela enquanto se servia de um pouco de café. Minka sorriu para todos, mas também se absteve de olhar na direção de Solomon.
A porta dos fundos se abriu e Griffin entrou. Sua atenção estava instantaneamente em Minka.
—Eu podia ouvir você, você sabe, — ela disse a Solomon. —Se você não gosta do meu plano, pense em outro.
Solomon manteve o rosto desviado. Seus lábios se separaram em um sorriso de escárnio. —Você acha que não estávamos tentando inventar alguma coisa?
—Com você, eu não sei, — Minka respondeu sarcasticamente.
Griffin sorriu para Minka. —Solomon pode não gostar da sua ideia, mas eu acho que é uma boa ideia. Precisa de ajuda em mais alguma coisa?
—Não, obrigado — disse Minka docemente.
Court deslizou seu olhar para Solomon para ver uma contração muscular em sua mandíbula. Riley colocou o bacon e os ovos na mesa, junto com a salsicha e os biscoitos. Todos se sentaram, exceto Minka, que estava se servindo de um pouco de café.
Ela se virou e viu que a única cadeira aberta estava ao lado de Solomon, colocando-a entre ele e Griffin. Court compartilhou um olhar secreto com Skye, que também percebeu a situação.
Skye se inclinou. —Você acha que ela sabe que Griffin está a fim dela?
—Definitivamente,— Court sussurrou.
Skye então perguntou em voz baixa: —Solomon realmente não gosta dela?
Court moveu seu cabelo de lado para que seus lábios estivessem em sua orelha. —Eu acho que a questão é que ele gosta dela. Muito.
—Eu não entendo, — ela disse enquanto se inclinava para trás, franzindo a testa.
—A noiva dele foi morta anos atrás, — Court sussurrou.
A boca de Skye formou um grande O. Anos se passaram até que Solomon pudesse falar livremente sobre isso, mas Court não iria tocar no assunto a menos que Solomon o fizesse.
Houve uma pequena conversa em torno da mesa enquanto comiam. Apesar do grupo, Court sentiu como se fosse apenas ele e Skye. Ele não conseguia olhar para ela sem sorrir, seu amor crescendo a cada segundo.
—Ugh,— Riley disse revirando os olhos. —Eu não posso sentar nesta mesa mais um minuto e ver vocês dois se olhando. Os sorrisos e olhares secretos estão me deixando maluca. — Ela se levantou e olhou incisivamente para Court. —Você sabe que estou solteiro, certo? Geesh. Vocês dois são piores do que Addison e Myles.
—Amém — disse Kane enquanto se levantava e juntava alguns pratos para levar para a pia.
Addison apenas sorriu. —Eu acho que é fofo.
O sorriso de Court morreu quando seu olhar foi para Solomon. Porque ele sabia que seu irmão estava se lembrando de Misty.
E como ele a havia perdido.
De repente, a comida no estômago de Court azedou. Seria um longo dia maldito.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Skye não achava que já tinha estado tão nervosa em toda a sua vida. Suas mãos tremiam, suas palmas suavam e, a qualquer momento, ela esperava perder o pouco de comida que havia em seu estômago.
Ela se encostou na coluna da varanda, observando Court e seus irmãos partirem. O bando de Moonstone já havia se tornado escasso horas antes. Agora eram apenas Skye, Addison, Riley e Minka na casa.
Uma casa, que horas antes parecia tão confortável e segura, parecia sinistra e... Vazia.
Skye fez uma cara corajosa para Court, embora estivesse tremendo por dentro. Ele não queria ir embora. Na verdade, foram necessários todos - especialmente ela - para convencê-lo de que tudo daria certo.
Pouco antes de sair da varanda, ele a puxou contra ele, acariciando seu pescoço. Então ele sussurrou: —Não irei longe. Estarei perto, pronto para matar qualquer vampiro que vier atrás de você. —
Ele a beijou com força. Mas foi cheio de paixão e promessa. Então ele sussurrou algo sob sua respiração que fez o coração de Skye pular uma batida.
Ela não tinha certeza absoluta, mas soou muito como 'Eu te amo'.
Skye mordeu a língua para não chamar o Court e implorar para que ele ficasse. Ela tocou os lábios, os olhos se enchendo de lágrimas. Ela o amava. Desesperado.
—Eu te amo, Court LaRue, — ela sussurrou, esperando que o vento levasse suas palavras para ele.
Quando ela não podia mais ver Court depois que ele desapareceu na floresta, Skye se virou e viu Minka parada na porta de tela.
Minka piscou e olhou para ela enquanto abria a porta. —Temos um pouco mais de uma hora até o anoitecer.
—Certo — disse Addison e se afastou da grade da varanda para entrar na casa.
Riley foi o próximo, uma carranca estragando sua testa.
Skye agarrou a porta de tela. —O que há para fazer além de esperar?
—Muitos — disse Minka com um sorriso. —Está casa está protegida, mas tenho feito acréscimos a eles nos últimos dias.
Skye entrou na casa e deixou a porta de tela fechar atrás dela. Então ela fechou a porta. —O Court disse para não saímos de casa, então devemos ficar bem.
— Oh, garota, — Minka disse enquanto ligava seu braço ao de Skye. —Você conhece o sobrenatural, mas não o conhece de verdade.
—O que isso significa?
—Isso significa que eles vão tirar você de casa da maneira que puderem.
Skye tentou permitir, mas sua boca estava muito seca. Ela estava bastante confiante de que a ideia de Minka funcionaria. Agora ela estava começando a entender a relutância de Solomon e o nervosismo de Court.
—Os meninos não estarão longe — Minka se apressou em dizer. — Court não vai deixar nada acontecer Ele se preocupa profundamente com você.
—E eu por ele. Isso não faz bem a nenhum de nós agora.
—Você ficaria surpreso — disse Riley da porta da cozinha. Ela sorriu e acenou para ela. —O amor às vezes supera as adversidades.
Skye pensou em seus pais. —E outros?
—Meus pais foram assassinados por uma mulher vingativa que queria meu pai para ela — disse Riley. Ela encolheu os ombros como se isso acontecesse todos os dias.
Mas Skye viu a dor em seu olhar.
Addison estava encostado na bancada da cozinha. — A noiva de Solomon foi morta bem na frente de seus olhos. Ele não conseguiu alcançá-la a tempo.
—Eu não tinha ideia, — Minka respondeu suavemente.
Skye foi até a geladeira pegar uma cerveja, mas enquanto olhava para as garrafas, ela sabia que precisava de algo mais forte. Ela fechou a porta do refrigerador e perguntou: —Onde está o álcool?
Foi Riley quem saiu da sala e voltou alguns minutos depois com uma garrafa de vodca e uma garrafa de bourbon. Ela ergueu cada um. Addison escolheu a vodca enquanto Skye escolheu o bourbon.
—O que aconteceu com a mulher de Solomon? — Minka perguntou.
Riley serviu-se de um bourbon e se sentou à mesa. —Os detalhes nunca são discutidos. Eu sei que ela foi morta, e que Solomon se culpa.
—A quanto tempo? — Skye perguntou.
Addison engoliu uma dose de vodca. —Muitos anos. É por isso que você nunca o vê com ninguém.
—Ele se recusa a deixar outra mulher entrar — disse Riley.
Skye deu um gole em seu bourbon. —Eu posso entender isso depois de tal tragédia.
—Não vamos acabar como ela — disse Addison. Ela pousou o copo e olhou para cada um deles. —Nós sabemos o que está por vir. Nós sabemos o que eles querem. E temos uma bruxa do nosso lado.
O sorriso de Minka foi leve. —Estou aqui para ajudar de qualquer maneira que puder, mas até que saibamos quem está ajudando os vampiros, só podemos esperar.
— Pessoalmente, acho você brilhante, — Riley disse a Minka.
A bruxa deu de ombros, embora ela brilhasse com o elogio. —Eu queria ajudar.
—Ainda assim, — Skye disse, impressionada. —Eu nunca teria pensado em espalhar um boato para que eles aparecessem.
Addison sorriu. —Eu não sei? A maioria deseja se manter escondida. Mas não Minka. Ela expõe tudo.
—Estávamos no meio disso não faz muito tempo — disse Minka a Addison. —Correr não adianta nada.
Skye sabia a verdade sobre isso. A semana anterior foi cansativa e maravilhosa. No entanto, não era maneira de viver. Para qualquer um deles. Ela devia a cada pessoa ali uma dívida que provavelmente nunca seria capaz de pagar, mas ela tentaria.
—É estranho não ter os caras em casa, — Skye disse.
Os lábios de Riley se torceram. —Eu tenho que concordar que sinto falta de ver aqueles lobos sexy Moonstone. Principalmente Griffin. Podemos dizer yum?
—Eu vi como alguns deles olham para você — disse Addison a Riley. —Você não ficará solteiro por muito tempo com esse bando.
—Agora é disso que estou falando. — Riley ergueu seu copo e jogou de volta o conteúdo. —Já faz um tempo desde que fui beijada. Entre Addison e Myles e agora Court e Skye, estou sentindo a necessidade de um homem.
Addison ainda estava sorrindo quando ela voltou seu olhar para Minka. —Tenho certeza de que se Minka desse a Griffin ao menos uma dica de que estava interessada, ela teria alguma companhia também.
Minka revirou os olhos. —Eu tenho o suficiente para ocupar meu tempo, muito obrigado. Um homem apenas complica as coisas.
—A menos que ele valha a pena, — Skye acrescentou, pensando em Court.
Quem valeu mais a pena.
—Não posso argumentar contra isso — disse Riley.
Minka pigarreou. —Vamos começar a trabalhar, meninas. A casa está protegida, mas nenhuma de vocês está. Eu vou mudar isso. Eu fiz isso, — ela disse e colocou três pulseiras na mesa.
Skye se inclinou para frente para observá-los mais de perto. As pulseiras eram de prata, cada uma com um design diferente. Minka entregou a Addison uma pulseira com elos longos. Riley recebeu um com vários pequenos cordões de prata que foram trançados.
Minka então entregou a última pulseira para Skye. Skye aceitou a joia, passando os dedos pelas duas faixas de prata. Pareciam delicados, mas eram duros e substanciais. Ancorando as duas faixas de cada lado havia uma oval com uma flor de lis gravada nela.
Skye colocou a pulseira em seu pulso. A pulseira parecia bem encostada em sua pele. Ela olhou para Minka e sorriu.
—Isso vai manter os vampiros longe de nós? — Riley perguntou.
Minka empurrou seus longos cachos por cima do ombro. —Com sorte, manterá tudo longe de você. Incluindo Delphine, — ela disse, olhando incisivamente para Riley.
Skye franziu a testa. Esse nome novamente. Ela era realmente uma inimiga tanto dos Chiassons quanto dos LaRues. E ela parecia horrível.
—Ela sabe que você está aqui, — Minka continuou. —Ela já tentou matar seus irmãos. É apenas uma questão de tempo antes que ela se volte para você.
Riley colocou sua pulseira no lugar e sorriu. —Deixe a vadia tentar.
—As pulseiras vão impedir alguma magia, mas não toda. Nenhuma proteção irá parar toda a magia. Se quem está atrás de você for inteligente o suficiente e tiver tempo suficiente, poderá descobrir uma maneira de chegar até você.
—Vamos manter isso em mente — disse Skye. Ela tocou a pulseira com a mão esquerda. —Se eu sair de casa, a pulseira manterá os vampiros longe de mim?
Minka assentiu. —Deveria. Tenha em mente que ainda não sei quem está trabalhando com os vampiros. Eu usei proteções que irão proteger vocês contra qualquer um - humano ou sobrenatural - para fazer mal a vocês. Cobre uma ampla gama, mas pode deixar uma lacuna onde as pulseiras não funcionam.
—Onde está o seu? — Addison perguntou.
Minka entrelaçou os dedos na mesa. —Eu tenho minhas próprias proteções.
Skye olhou pela janela. O sol estava se pondo rapidamente. Não demoraria muito para que os vampiros cercassem a casa LaRue.
Quem mais estaria com eles? Os Djinns? As bruxas? Delphine?
— Você não está sozinho nisso, — Riley disse enquanto colocava a mão no braço de Skye.
Skye girou a cabeça para a linda morena. —Eu sei, e não posso dizer o quanto sou grato por isso. Eu não acho que poderia fazer isso sozinho.
—Sim você pode. — Addison sorriu quando Skye lançou um olhar surpreso para ela. —Somos todos mais fortes do que pensamos que somos. Você já provou isso, Skye.
Skye engasgou com uma risada. —Correndo?
—Enfrentando os vampiros com uma faca, — disse Minka.
—Eu só tive a coragem de fazer isso porque sabia que Court estava lá e o resto de vocês estavam fora do clube.
Riley bufou alto. —Seja qual for o motivo, você me impressionou profundamente. Eu odeio vampiros.
—Idem — disse Addison com um arrepio. —Eu tive meu próprio encontro com um.
Skye estava intrigada agora. —O que aconteceu?
Addison sorriu amplamente. —Myles rasgou sua garganta com os dentes.
Todos elas riram. Embora a mente de Skye tenha se voltado para Court e como ele mudou para um lobo no clube de vampiros. Seus dentes eram assustadoramente afiados, para não mencionar os longos. E ele estalou as mandíbulas com uma força que significava que qualquer coisa em seu caminho seria cortada ao meio.
A família de Court havia sofrido suas próprias tragédias. Era de se admirar que pudessem continuar assim, mas era porque tinham uma missão a cumprir.
—Pela primeira vez em muito tempo, tenho algo pelo que viver — disse Skye. Ela colocou o cabelo atrás da orelha. —Eu tenho vagado por tanto tempo, com raiva do sobrenatural ao meu redor. Ainda assim, me trouxe a esta cidade e me colocou no caminho do Court. Eu... Eu não quero perdê-lo.
Riley recostou-se na cadeira com um sorriso. —Confie em mim, Court não vai deixar você ir a lugar nenhum. Ele é um lobo, um alfa, e uma vez que encontram suas mulheres, eles não as largam.
—Eu posso atestar isso — disse Addison com uma piscadela.
—Eu amo-o.— Skye riu depois de deixar as palavras passarem por seus lábios. —Eu faço. Eu amo-o.
O sorriso de Minka era um pouco triste. — Acho que todos nós já descobrimos isso.
—Vamos passar esta noite porque estamos juntos, Skye — disse Riley. —Os LaRues sempre foram bons para esta cidade. Eles são bons homens, mas mais do que isso, eles são temidos e respeitados aqui.
—Isso mesmo — acrescentou Mika. —Infelizmente, isso significa que se os LaRues mostrarem um pouco de fraqueza, o resto das facções verão.
Skye respirou fundo. Ela olhou de Addison para Riley e depois se concentrou em Minka. A bruxa era a única que não tinha medo das LaRues. —Não importa o que aconteça comigo, não os deixe mostrar nenhuma fraqueza. Lembre-os do que eles representam e o que sua presença significa para a cidade.
—Eu vou, — Minka prometeu.
Skye olhou pela janela para ver os últimos raios de sol desaparecerem. A hora havia chegado.
CAPÍTULO DEZESSETE
Court estava inquieto, nervoso. Ele não gostava de deixar Skye para trás. Apesar de ele saber que era a única maneira de acabar com essa coisa que os vampiros tinham para ela de uma vez por todas.
Os minutos passaram lentos como séculos. Ele pensou que o sol nunca se poria. Então, assim que aconteceu, ele desejou que não tivesse.
Myles e Kane já haviam mudado. Eles estavam patrulhando nos fundos da casa. Court flexionou sua mão quando sentiu seu lobo o incitando a ceder e mudar. Mas ele esperou. Ele era mais rápido, mais forte... mais mortal na forma de lobo. No entanto, ele sentiu a necessidade de lutar como um homem, não como um lobisomem.
No final, seu lobo venceria. Até então, ele estava no controle.
—Você é mais inteligente do que eu, — Solomon sussurrou.
Court franziu a testa e sacudiu a cabeça para seu irmão. —O que?
—Com sua mulher. Eu não achei que nada pudesse tocar a minha. — O sorriso de Solomon estava cheio de remorso e culpa. —Presumi que as outras facções nos deixariam em paz.
Court nunca tinha ouvido Solomon falar de Misty ou de si mesmo dessa maneira. Ele ficou surpreso a ponto de não saber o que dizer.
—Você sempre foi cauteloso — disse Court.
Solomon balançou a cabeça. —Nem sempre. Aprendi minha lição da maneira mais difícil. O mesmo não acontecerá com você.
—Porque nós planejamos isso?
—Porque você não é tão orgulhoso quanto eu. — Solomon olhou para o chão. —Todo o inferno está sujeito a explodir esta noite. Não importa quem está trabalhando com os vampiros, porque todas as facções estarão nos observando.
Court entendeu o que Solomon estava dizendo. —Não podemos mostrar nenhuma fraqueza.
—Nem mesmo uma gota. Se perdermos nossa base de autoridade, todas as facções atacarão em poucos dias.
Seu domínio sempre foi precário, não importa a geração. Não era fácil ser um LaRue, mas era uma posição que Court apreciava.
—Eu cuido de você, irmãozinho, — disse Solomon.
Court observou Solomon se transformar em lobo, suas roupas rasgando e caindo no chão antes que Solomon trotasse. Um momento depois, Court cedeu ao lobo dentro dele e mudou, também.
Ele respirou fundo. Mesmo a uma milha de distância da casa, ele podia sentir o cheiro de Skye. Seu perfume era distinto, atraente. Ela significava tudo para ele. Ele não teve a coragem de dizer a ela quando ele saiu, mas ele desejou que ele tivesse. Suas palavras sussurradas eram para ele .
Seu olhar se ergueu para o céu. A lua estava subindo rápido. A essa altura, seus irmãos já teriam assumido suas posições pela casa. O clã Moonstone estava atrás deles. Os lobisomens de Griffin estavam sempre prontos para lutar, especialmente contra vampiros ou Delphine.
Court nunca pensou em ver o bando de Moonstone retornar a Nova Orleans, mas ele estava imensamente feliz por Griffin tê-los trazido de volta para a cidade onde pertenciam. Os lobisomens não eram mais uma minoria dentro das facções. Seus números aumentavam diariamente.
Mas agora, a atenção de Court estava nos vampiros atrás de sua mulher. Ele se agachou atrás de uma moita de pinheiros jovens e esperou, escondido por seus galhos. Seu esconderijo ficava na rota mais direta da cidade para a casa, mas nenhum deles esperava que fosse o único usado.
Nenhum dos lobisomens deveria atacar qualquer facção até que os vampiros atacassem a casa. Com sorte, eles também descobririam quem estava trabalhando com os sugadores de sangue.
A pata de Court cravou-se no solo, lamacenta da chuva recente. Suas orelhas ficaram pesadas ao ouvir um movimento. Foi fraco, quase como se nunca tivesse sido. Mas ele não se deixou enganar. O sobrenatural era dotado de todas as maneiras.
Então, novamente, ele também.
O primeiro vampiro passou por ele tão perto que ele poderia se inclinar e estalar os dentes ao redor do tornozelo. Em vez disso, Court o deixou ir.
—Você realmente não acredita que os LaRues foram embora, não é? — Uma vampira perguntou ao homem ao lado dela enquanto caminhavam em direção à casa.
O macho riu suavemente. —Eu acredito. Lobisomens estúpidos acham que vão nos encontrar no clube para nos ensinar uma lição. Seremos nós que os ensinaremos.
O lábio de Court se ergueu em um rosnado, mas ele conteve seu rosnado antes que qualquer som pudesse ser feito. A fúria passou por ele. Ele podia ser muito jovem para se vingar do assassinato de seus pais, mas agora estava forte o suficiente para garantir que sua mulher estivesse bem protegida.
Levou tudo o que ele tinha para deixar aqueles vampiros irem embora. Mais e mais vampiros estavam chegando, espalhando-se pela floresta. A maioria nem olhou a sua volta em busca de inimigos. Eles realmente acreditaram no boato que Markus havia começado no dia anterior de que os LaRues estavam vindo atrás dos vampiros no Viper’s Nest.
O grande número de vampiros preocupava Court. Ele estava mais do que pronto para uma luta, mas sua preocupação era com Skye. Ela temia os vampiros. Depois do que acontecera com ela na Califórnia e em Nova Orleans, ela tinha todo o direito.
Afligiu Court que ele não estava ao seu lado para ajudá-la. Seu único consolo era o fato de que Riley, Minka e Addison estavam com Skye. Riley era mais do que proficiente em caçar e matar o sobrenatural.
E Minka... bem, a bruxa tinha habilidades. Ela salvou Myles da morte certa quando ele tinha prata em seu sistema.
Addison não era uma violeta encolhida. Ela tinha aprendido com Myles e Riley como lutar e caçar. Logo, ela seria mais do que capaz de cuidar de si mesma.
Depois que Court viu Skye no clube de vampiros atacando os vampiros, ele sabia que ela não se enrolaria em uma bola e esperaria pela morte para encontrá-la. Ainda não tornava as coisas mais fáceis para ele.
Outros cinco minutos se passaram antes que Court não aguentasse mais. Ele saltou de seu esconderijo e cerrou os dentes em volta do pescoço de um vampiro. Eles caíram no chão quando Court torceu sua cabeça, quebrando o pescoço do vampiro e rasgando sua garganta ao mesmo tempo.
Ele viu um movimento atrás dele quando os lobisomens da Moonstone começaram a matar silenciosamente qualquer vampiro perto deles. Court se voltou para a casa e viu um vampiro observando-os.
Court começou a correr, o chão embaçando embaixo dele. Ele tinha que alcançar o vampiro antes que alertasse os outros de que era uma armadilha. Court saltou e pousou sobre o vampiro assim que ele gritou. Sua voz gorgolejou quando Court removeu sua garganta.
Mas era tarde demais. O dano já havia sido feito.
Ao redor dele, os vampiros se viraram em sua direção, assobiando sua fúria. Ele rosnou, agachando-se e mostrando suas presas. Eles queriam uma luta. E eles iriam conseguir um.
***
Skye estremeceu quando o primeiro baque atingiu a casa. Todas as quatro pularam da mesa e correram para a frente da casa.
—Bem, merda, — Riley murmurou enquanto olhava pela janela.
Addison empalideceu quando ela se virou para Skye. —Existem muitos deles.
Minka correu para trás e voltou alguns minutos depois. —Eles estão cercando a casa.
Skye começou a entrar em pânico. Então ela viu a pulseira e lembrou vermelho que tanto ela quanto a casa estavam protegidas. Tudo ficaria bem. Tinha que ser.
—Nós só queremos Skye,— veio uma voz masculina de fora. —Mande-a sair e o resto de vocês ficará ileso.
Riley fez sinal para eles se esconderem. Então ela abriu a porta da frente e olhou para os vampiros através da porta de tela. Ela cruzou os braços sobre o peito. —Faça um favor a todos e vá embora. Você não vai chegar perto de Skye.
—Você está sozinha, mulher, — o vampiro disse.
Riley bufou. —Você honestamente acha que preciso de um homem para me proteger?
—Você não é sobrenatural.
—Não. Isso eu não sou. O que eu sou é um Chiasson.
Skye se inclinou para o lado da porta e viu os vampiros murmurando entre si. Se Riley estava mantendo em segredo quem ela era, ela acabou de contar para a cidade inteira.
Skye não conseguia ver muito do homem, tudo o que ela podia dizer era que ele era alto. Ela desejou poder ver seu rosto para referência futura. A irritava que todos eles soubessem quem ela era, mas ela não os conhecia.
—Nós só queremos Skye, — o vampiro disse novamente.
Riley baixou os braços. —Faça isso através de sua cabeça dura, vamp. Você não vai chegar perto dela.
O vampiro se afastou dos outros. —Você acha que é intocável porque a casa está protegida? Pense novamente, humano.
—Por favor, tente algo. Não caço há uma semana, e nada me agradaria mais do que arrancar sua cabeça.
Skye cobriu a boca com a mão enquanto escondia o riso com a arrogância de Riley. O sorriso desapareceu quando um vampiro entrou correndo na casa. Assim que chegou à varanda, foi jogado para trás.
Uma e outra vez os vampiros atacaram a casa. Riley fechou a porta calmamente, em seguida, caminhou até o armário de casacos e puxou uma besta.
—Bem, isso certamente funcionou — disse Minka enquanto entrava no foyer.
Riley revirou os olhos. —Foi melhor do que deixá-los pensar que estávamos amontoados aqui com medo.
—Todos ganham uma arma — disse Addison.
Riley apoiou a besta em seu ombro. —Feito.
Minka ergueu as mãos e mexeu os dedos. —Eu sou a arma.
—Verdade — disse Addison com um sorriso. Ela então começou a carregar um revólver com balas de prata. —Skye?
Skye tocou sua cintura onde a faca de lâmina de prata descansava em sua bainha. —Entendi. Quanto tempo as barreiras podem aguentar?
—Para sempre com idiotas como esses — disse Minka.
Assim que as palavras deixaram sua boca, a casa estremeceu como se o chão tivesse se mexido embaixo delas. Skye estendeu os braços, agarrando tudo o que podia para se manter de pé. Ela desviou o olhar para Minka para encontrar o rosto da bruxa marcado de preocupação.
—Isso foi ruim — disse Riley.
Minka assentiu. —Muito .
Addison agarrou a caixa de balas de prata. —Quanto tempo temos até que eles passem pelas barreiras?
—Segundos.
Os ouvidos de Skye zumbiram com o estrondo alto ao redor deles, então ela não sabia quem tinha dito isso, mas não importava. Os vampiros estavam rompendo as barreiras.
—Precisamos sair — gritou Minka.
Skye balançou a cabeça. —Court disse para permanecer aqui.
Minka correu para ela. —Olha, se ficarmos dentro de casa, eles vão romper as barreiras. As barreiras precisam permanecer intactas para que tenhamos um lugar para onde ir.
—Mas eles não saberão como quebrá-los mais tarde?
Minka balançou a cabeça. —Eles estão usando toda a magia que possuem.
—Quem é?
—Os Djinn.
As pernas de Skye dobraram. Ela agarrou o corrimão para se manter de pé. —Eram eles quem se juntaram aos vampiros?
—É o que parece — disse Riley, com a mão na maçaneta. —Todo mundo pronto?
Skye caminhou até a porta. —Nem um pouco.
—Eu também — Riley disse com uma piscadela.
Então Riley abriu a porta.
CAPÍTULO DEZOITO
Ele estava tão ocupado matando vampiros que levou um momento para Court perceber que ele não era o único. Ele ficou com as patas dianteiras no peito de um vampiro morto no chão enquanto seu olhar se fixou em ninguém menos que Scott.
Seu amigo de uma vez teve um pouco de ousadia por estar ali aproveitando a situação para matar seres sobrenaturais. Scott estava completamente errado se pensava que seria capaz de entrar sorrateiramente em Court e matá-lo.
Scott balançou seu machado, decapitando o vampiro com quem ele estava lutando. Seu peito arfava e o suor escorria pelo rosto. A camiseta preta que ele usava estava manchada de sangue, assim como seus braços, pescoço e rosto.
Ele virou a cabeça e olhou para Court. Seus lábios se separaram como se ele fosse falar. Só então, Court viu um vampiro perseguindo Scott. Court saiu correndo, atacando o vampiro e matando-o rapidamente.
Se alguém iria matar Scott, seria Court. Ele girou a cabeça e rosnou para Scott.
—Eu sei que você não me quer aqui,— Scott disse. —Mas eu não ia ficar sentado sem ajudar.
Court se afastou dele. Ele não queria ouvir nada que Scott tivesse a dizer porque nada poderia compensar a traição.
Um uivo cortou o ar. Court se acalmou, seu coração batendo forte contra suas costelas. Ele reconheceu o uivo de Kane, alertando-o de que as mulheres estavam fora de casa.
Court olhou ao redor para os vampiros mortos espalhados pelo chão. Havia muitos deles, mas não o suficiente. Era hora de fechar a armadilha.
Ele começou a andar em direção à casa quando Scott parou na frente dele. Court mostrou os dentes e rosnou.
—Deixe-me ajudar — disse Scott.
Court saltou e estalou as mandíbulas.
Uma carranca marcou o rosto de Scott. —O que há com você? Você não é do tipo que recusa tal oferta nesta situação.
Court não tinha tempo para isso. Ele correu passando por Scott, sua mente em Skye. Para cada vampiro que ele se aproximou enquanto comia o chão, ele os matava. Então ele alcançou a borda das árvores e viu os vampiros cercando a casa. Mas isso não era nada comparado a ver Skye parada na frente da casa. Isso fez seu coração parar.
Ela deveria permanecer dentro de casa. Se ela e os outros não o fizeram, foi por um bom motivo. Com o canto do olho, ele viu movimento.
O bando de Moonstone estava lentamente se aproximando dos vampiros. Eles estavam todos agachados, seus olhares treinados no inimigo.
Court estava prestes a matar um vampiro quando avistou um Djinn. Então era esse quem estava ajudando os vampiros.
À esquerda de Court estava Gage, irmão de Griffin. Ele viu o Djinn também. O Djinn normalmente se mantinha isolado, desconfiando de todos. Teria que ser necessário algo grande para tê-los como parceiros dos vampiros, o que significava que tinha que ser mais do que o artigo de Skye.
A magia do Djinn era feroz. Eles nunca foram fáceis de derrubar, mas os LaRues já haviam enfrentado eles antes. Court não tinha medo de lutar contra eles. Ele estava com medo de Skye ser prejudicada no processo.
Com um aceno de cabeça para Gage, Court saltou no meio dos vampiros e começou a cravar os dentes neles.
***
Skye estava com tanto medo que por um momento ela não conseguia se mover. O número de vampiros era impressionante, mas foi o Djinn parado na frente deles que roubou seu fôlego.
—Prata funciona com o Djinn também, — Riley disse a ela.
Skye puxou sua faca, desejando que fosse um pouco mais longa. Algo como um facão. Ou uma espada. Uma espada seria concedida a mim neste caso. Realmente, qualquer coisa que impeça os monstros de chegar perto.
Todos ficaram olhando uns para os outros, o silêncio ensurdecedor. Nem mesmo os animais do bayou ousaram fazer barulho. Era como se o mundo prendesse a respiração esperando para ver o que aconteceria.
De repente, Skye viu um borrão de pelo fulvo ao luar na frente dela. Court. Ele atacou os vampiros, e imediatamente depois disso, havia lobisomens em todos os lugares.
Alguns vampiros tentaram se espalhar para fugir, mas havia mais lobos esperando por eles nas árvores. Outros vampiros aproveitaram a oportunidade para tentar matar os lobisomens. Eles tiveram sucesso em matar seis lobisomens também.
O vampiro que tinha falado antes, aqueles mais próximos a ele, assim como o Djinn focado em Skye, Riley, Addison e Minka.
Riley disparou a besta, acertando uma flecha na testa de um Djinn. Aqueles ao redor dele pararam e viram quando ele caiu para trás, morto.
Riley sorriu e rapidamente carregou outra flecha com ponta de prata. —Vamos, seus idiotas feios. É hora de morrer.
Isso é tudo o que os vampiros e Djinn precisam para atacá-los. Skye não podia fazer nada mais do que continuar cortando sua lâmina, rezando para que nenhum deles pudesse tocá-la. Porque se o fizessem, eles poderiam colocá-la sob o mesmo feitiço de antes.
***
Court acabou com outra morte e sentiu o corte das unhas de um vampiro em seu pelo. O sangue escorria por seu flanco enquanto ele girava, estalando as mandíbulas.
Antes que ele pudesse atacar, Gage travou suas mandíbulas ao redor da garganta do vampiro. Court deixou Gage acabar com ele enquanto ele se virava para procurar Skye.
Ele viu os líderes vampiros, incluindo Jacques e Anton, cercando-a. O Djinn na mistura só tornou as coisas mais perigosas. Court viu Skye fazendo o seu melhor para se segurar com Minka de um lado e Riley do outro.
Minka estava fazendo um bom trabalho com sua magia mantendo o Djinn afastado, mas o Djinn a estava enfraquecendo rapidamente. Court atacou o Djinn mais próximo a ele. Suas mandíbulas seguraram seu braço, parando-o por tempo suficiente para Skye cravar a adaga em seu coração.
Entre as garras dos vampiros e a magia do Djinn, não havia um centímetro em Court que não tivesse um ferimento. Um Djinn correu para Riley, jogando-a no chão de forma que a besta voou de suas mãos.
Um segundo depois, Gage estava no Djinn. Riley rolou para pegar uma flecha. Ela se sentou e o empurrou na lateral da cabeça do Djinn.
Court ficou perto de Skye. Quando ele olhou para cima, Kane, Solomon, Myles e Griffin também estavam lá. Court sentiu como se a maré estivesse mudando a seu favor. Até que um Djinn ficou muito perto de Skye enquanto Court estava lutando contra um vampiro.
O Djinn a tocou, e Skye gritou e voou para trás para ficar imóvel. Court correu para ela, de pé sobre ela com os dentes arreganhados. Seu olhar estava preso no Djinn que machucou sua mulher. O selvagem morreria. Dolorosamente.
Court evitou uma explosão de magia do Djinn, mas ele não foi rápido o suficiente. Ele bateu nele, a dor fazendo seus membros congelarem. Quando ele conseguiu abrir os olhos, ele não era mais um lobo.
Ele olhou para Skye e viu sua faca a centímetros de sua mão. Court agiu como se estivesse fraco demais para se sentar e caiu de lado. Assim que sua mão se fechou em torno do cabo da arma, ele lentamente se levantou.
—Você está pronto para morrer? — O Djinn perguntou, suas tatuagens pretas cobrindo sua cabeça careca tão densamente que havia apenas um centímetro de pele não marcada.
Court afastou a dor de seus muitos ferimentos. —Você está?
—Não sou o único enfraquecido a tal estado, — afirmou o Djinn. Seu olhar era desdenhoso enquanto olhava Court de cima a baixo. —Olhe para você. Um lobisomem LaRue levado a proteger um humano que nos exporia.
—Ela é minha mulher.
O sorriso do Djinn foi lento e maligno. —Nesse caso, vou garantir que ela sofra ainda mais. Talvez eu não te mate. Vou levar você conosco e fazer com que você observe o que eu faço com ela.
—Você realmente acha que pode?
—Os LaRues não são mais tão fortes como antes. Seu tempo no bairro acabou.
Court apertou ainda mais a faca. —Então venha me pegar.
O barulho da batalha diminuiu quando Court se concentrou no Djinn. Ele sabia exatamente o que o Djinn faria com Skye, e era pior do que os vampiros a transformando.
Mas isso não iria acontecer.
Court esperou que o Djinn se aproximasse. Ele balançou a adaga na boca do Djinn através de seu queixo no mesmo instante em que um tiro soou e acertou a cabeça do Djinn.
Ele puxou a lâmina do Djinn e se virou para Skye. Ele a pegou em seus braços e a segurou enquanto acariciava suavemente seu rosto.
—Acabou, — Riley disse quando ela veio para ficar ao lado dele. —Os vampiros e Djinn restantes estão indo embora.
Court olhou para cima para encontrar seus irmãos o cercando ainda em forma de lobo. Os lobos da Moonstone lentamente fizeram seu caminho até eles.
—Obrigado a todos, — Court disse a todos. —Não poderíamos ter feito isso sem vocês. Os lobisomens estiveram ausentes de Nova Orleans por muito tempo. Esta é sua casa. Nosso Lar. Mostramos isso às facções esta noite.
Minka se agachou ao lado dele e tocou a cabeça de Skye. —Ela recebeu uma forte dose de magia, mas vai acordar em breve.
—Obrigado, — Court disse a ela.
Minka sorriu. —O prazer é meu.
—Os outros sabem que você não está morto agora.
Ela encolheu os ombros. —Estava fadado a acontecer eventualmente. Eu cuido disso.
—Nós vamos lidar com isso, — ele a corrigiu. —Você não é o único nisso.
Minka se levantou e se afastou, mas Court percebeu que Solomon caminhou até ficar perto dela. Court pegou Skye em seus braços e se levantou. Addison, Riley e Minka tiveram o cuidado de manter seus olhares longe dele, já que ele estava nu.
Ele estava prestes a se virar para entrar na casa quando Kane soltou um rosnado. Court observou enquanto Scott rolava um vampiro de cima dele e ficava de joelhos antes de se levantar. Scott olhou em volta até que viu Court.
Foi quando Court viu a arma na mão de Scott. Então foi ele quem atirou no Djinn contra o qual lutava. Ele deveria agradecer a Scott por isso, mas, novamente, nenhum deles estaria aqui se Scott não o tivesse traído.
—Você deveria ir, — Court disse a Scott. —Você não é bem-vindo aqui.
Scott guardou a arma no coldre e passou a mão pelo cabelo. —Tudo porque eu não conseguia lidar com o meu melhor amigo sendo um lobisomem?
Kane rosnou novamente, Myles juntou-se a ele quando Scott tentou se aproximar. Scott parou, com as mãos levantadas.
Court balançou a cabeça. —Você nos traiu.
—Trair você?
Foi a imaginação de Court, ou Scott estava genuinamente confuso. —Você era o único que sabia que usaríamos Skye como isca no Viper’s Nest.
—Eu não contei a ninguém, — Scott afirmou em um tom irritado. —Para quem eu contaria? Aqueles na delegacia que não acreditam? Ou aqueles que fazem que o usariam contra você.
—Você era o único que sabia, — Court repetiu. —Você quase matou Skye. Eu não percebi que seu ódio por mim era tão profundo.
Court se virou e caminhou até os degraus da varanda. Ele entrou pela porta da frente quando Scott gritou: —Eu não te traí!
Mas Court sabia que era mentira, mesmo que quisesse acreditar nele. Sempre doía perder um amigo. No entanto, essa era a vida. Pessoas entravam e saíam da sua vida o tempo todo. Scott estava de saída para sempre.
CAPÍTULO DEZENOVE
Court colocou Skye no sofá e foi atingido nas costas por algo que caiu no chão. Ele olhou para trás para ver um par de jeans.
Ele vestiu a calça jeans. Enquanto os abotoava, ele disse: —Vocês podem entrar agora.
—É seguro? — Riley perguntou. —Porque eu não me importo em ficar cego.
Court riu enquanto colocava um cobertor sobre Skye. Ele não tinha ideia de quanto tempo ela iria dormir. A situação acabou. Esperançosamente para sempre. Mas se ele precisasse, ele lutaria com os vampiros e Djinn todos os dias de sua vida para manter Skye segura.
—Eu acho que seus irmãos querem você, — Minka disse da porta.
Court suspirou enquanto olhava para Skye.
Minka veio ficar atrás dele. —Eu vou ficar com ela.
—Obrigado, — ele disse e girou nos calcanhares.
Court voltou para fora para ver seus irmãos nus ao redor de Scott, que estava discutindo com Kane. Court caminhou até eles.
—O suficiente! — Court gritou quando alcançou o grupo. Ele olhou para Scott. —Você teve sua chance de sair. Isso acabou agora.
Scott devolveu sua carranca com uma das suas. —Eu escolhi não sair.
—Então é o seu funeral — afirmou Kane.
Scott lançou lhe um olhar sujo antes que seu olhar voltasse para a Court. —Eu não te traí.
—Você fica dizendo isso, mas isso não significa que seja verdade. Você é o único que sabia — disse Court.
—Você espera que eu acredite que todos que trabalham para você merecem confiança?
—Muito bem, — Solomon disse.
Scott passou a mão pelo rosto. Seu olhar estava implorando. —Court, cara, eu não fiz isso. Assim que soube do que aconteceu, estive vigiando o Viper’s Nest. É como eu sabia o que estava acontecendo aqui.
Court queria acreditar nele, mas o passado era difícil de esquecer. —Você me deu as costas.
—Eu sei.— Scott suspirou alto. —Eu não sabia o que pensar e era jovem e estúpido. Isso não significa que eu fiz certo. Muitas vezes eu quis passar pelo bar.
Court franziu a testa. —Então por que você não fez isso?
—Vergonha. Embaraço. Preocupado de você guardar rancor. Faça sua escolha.
Myles cruzou os braços sobre o peito. —Foi Scott quem me procurou há cerca de um ano.
—O fato é que alguém me traiu — disse Court.
—Acho que sei quem foi.
Court girou assim que ouviu a voz de Skye. Ele estava tão feliz em vê-la acordada que tudo o que pôde fazer foi sorrir. Até que suas palavras penetraram em sua mente. —Quem?
—Helen. — Skye desceu os degraus e parou diante da Court enquanto estendia o jeans para seus irmãos pegarem. —Eu disse a ela o que eu ia fazer.
Kane grunhiu alto. —Bem, inferno.
—Isso é para dizer o mínimo — respondeu Myles.
Skye balançou a cabeça. —Eu acredito, Scott. Se ele te traiu, por que ele arriscaria sua vida estando aqui agora?
—Eu não sei. — Court a puxou contra ele e a segurou com força. Era tão bom apenas abraçá-la.
—Você está ferido.
—Eles vão se curar. — Seu coração não iria se algo tivesse acontecido com ela.
—É melhor mesmo.
Ele sorriu para ela enquanto passava a mão por seus cabelos negros e sedosos. Então ela se afastou dele e os dirigiu para Scott.
—Obrigado por sua ajuda esta noite — disse Skye. —Se você não se importa, gostaria de pedir sua ajuda novamente.
Scott olhou para Court, então acenou com a cabeça. —Diga.
Court olhou para Skye, se perguntando o que ela estava fazendo. Ele não queria ficar no meio dos vampiros mortos e Djinn ou falar mais. Ele a queria em sua cama, nua para que pudesse fazer amor com ela a noite toda.
—Eu quero que você me ajude a pegar Helen, — Skye anunciou.
Court piscou. —Skye.
Ela balançou a cabeça e saiu de seus braços, levantando a mão. —Não, Court. Lembra daquela raiva um momento atrás, quando você sentiu que Scott o havia traído? Bem, é isso que estou sentindo. Helen não era uma amiga, mas era minha chefe e uma espécie de mentora. Foi ela quem me incentivou a escrever esses artigos depois de apresentá-los a ela.
—Então ela colocou Skye em perigo — disse Kane.
Court não tinha olhado dessa forma até aquele momento. Agora ele queria colocar as mãos em Helen. Ele refreou sua fúria - apenas.
—Como você quer lidar com isso? — Ele perguntou.
Skye sorriu e olhou em volta. —Com este bando, deve ser bastante fácil.
—Quando?
—Não há melhor momento do que o presente.
***
Skye havia acordado com gritos. Apesar de Minka tentar mantê-la deitada, Skye tinha saído para ouvir. Foi quando ela chegou à conclusão de que foi Helen quem a traiu.
Não era nervosismo que enchia Skye. Como poderia haver algum depois que ela enfrentou vampiros e Djinns antes? Não, havia apenas raiva e a necessidade de algum tipo de vingança.
Skye havia reprovado em teatro no colégio, mas isso era diferente. Essa era a vida dela. E ela queria de volta. Ela tinha confiado na pessoa errada e quase pagou o preço final por isso.
—Você tem certeza? — Court perguntou enquanto eles permaneciam nas sombras do prédio em frente aos escritórios do jornal.
Sua preocupação aqueceu seu coração. Ela apoiou a bochecha na mão que ele segurou contra seu rosto. —Sim.
—Eu prefiro ir com você.
—Se isso vai funcionar, você precisa permanecer aqui.
—É uma merda, — ele resmungou.
Ela beijou sua palma. —Agora você sabe como me senti antes. Voltarei em breve.
Assim que ela tentou se virar, ele a puxou de volta. —Skye, eu preciso te contar uma coisa. Eu deveria ter te contado antes da batalha.
—O que é? — Sua ansiedade a estava preocupando. Ele estava querendo acabar com o que quer que estivesse começando entre eles? O mero pensamento a fez agarrar os tijolos para permanecer em seus pés. Ela o amava.
Ele mudou de posição, engolindo ruidosamente. Então ele falou rápido. —Eu te amo. Sei que não estamos juntos há muito tempo, mas sei o que sinto. Não espero que você retorne a sensação ainda, mas espero que o faça com o tempo.
Skye jogou os braços em volta do pescoço dele. —Eu também te amo.
—O que? — Ele ficou quieto, suas mãos mal a segurando.
—Eu também te amo.
Houve um momento em que ele não se moveu, não emitiu nenhum som. E então seus braços a envolveram, segurando-a com tanta força que ela mal conseguia respirar.
Seu rosto estava enterrado em seu pescoço. —Você me fez o homem mais feliz do mundo.
Skye gargalhou quando ele colocou beijos por todo o rosto dela. Então, de repente, ele recuou, uma carranca em seu rosto. —O que foi?
—Não entre aí,— ele pediu. —Esqueça Helen.
Skye estava balançando a cabeça antes que ele terminasse. —Ela poderia fazer isso com outra pessoa, Court. Eu não poderia viver comigo mesmo se permitisse.
—Então me deixe estar com você quando a confrontar.
Skye estava prestes a recusá-lo novamente quando teve uma ideia. Ela tirou o celular do bolso e ligou para Helen. Assim que seu editor atendeu o telefone, Skye colocou sua cara de atuação. —Oh, Helen, graças a Deus você respondeu.
—Skye? O que há de errado? — Seu editor perguntou com a quantidade certa de preocupação.
—Estou em apuros. Os vampiros estão atrás de mim. Eu consegui iludi-los até agora, mas preciso de um lugar para ir.
—Venha para o escritório.
Skye revirou os olhos enquanto Court ficava perto o suficiente para ouvir a conversa. —Estou quase lá. Você pode me levar para fora da cidade?
—Hum... Claro. Te encontro no meu carro.
Skye encerrou a ligação. —Eu deveria ter pensado nisso antes. É melhor assim, em vez de confrontá-la em seu escritório, onde há câmeras.
—Vamos, — Court disse enquanto estendia a mão. —Vamos chamar os outros e informá-los que as coisas mudaram.
Levou apenas alguns minutos para informar Scott e os irmãos LaRue sobre o novo plano enquanto caminhavam para o estacionamento onde Helen estava com o carro.
—Você tem certeza que ela vai chamar os vampiros? — Scott perguntou.
Skye encolheu os ombros. —Vamos descobrir em breve.
—Eu vou me esconder, — Court disse. Ele beijou Skye antes de se esconder atrás de um carro.
Skye começou a andar como se estivesse nervosa e com medo. Pareceu levar uma eternidade para o som dos calcanhares de Helen ser ouvido no concreto.
—Skye?
Ela deu a volta na parte de trás de um SUV alto ao som da voz de Helen. —Obrigada, — ela disse e enxugou os olhos como se estivesse chorando. —Foi uma noite horrível.
Helen vasculhou a bolsa em busca das chaves. —O que aconteceu? Onde você esteve?
—Me escondendo em qualquer lugar que pude na última semana. Naquela noite fui ao Viper's Nest eles estavam me esperando.
A cabeça de Helen se ergueu. Ela afastou o cabelo loiro grisalho do rosto. —Como?
—Eu não sei.— Skye esperava que ela fosse convincente o suficiente. Era difícil estar tão perto de Helen e não se deixar levar pela raiva.
—Está tudo bem. Vou te levar para um lugar seguro.
Skye caminhou com ela, olhando por cima do ombro enquanto o fazia. —Eu preciso sair de Nova Orleans por um tempo.
—Não é um problema. Tenho alguns amigos que podem ajudar.
Skye parou de andar. —Os mesmos amigos para quem você ligou para dizer que eu voltaria para o clube?
Helen diminuiu a velocidade, depois parou. Ela deixou cair os braços e se virou para Skye. —Quando você descobriu?
—Não em breve. Por que você me trairia?
Helen latiu de tanto rir. —Nem tudo é sobre você, Skye. Você está tão focado no que queria que nunca parou para pensar que outras pessoas poderiam ser afetadas.
—Você me disse para escrever os artigos! — ela gritou.
—Claro. Foi uma boa maneira de me livrar de você.
Skye cerrou os punhos ao lado do corpo. —Por quê? Por que não me dizer que os artigos não seriam de seu interesse?
—Porque você não ia desistir! — Helen gritou. —Você teria procurado qualquer um que tivesse ouvido. Ou pior, colocar você mesmo na Internet. Dessa forma, eu poderia regular o que você estava dizendo e cuidar de você se você se aproximasse demais.
— Foi o que aconteceu com o Djinn, — Skye supôs.
Helen encolheu os ombros. —Merda acontece. Você pisou na pilha errada. Esta é a minha cidade. Este é o meu povo.
—Os humanos ou o sobrenatural?
—Ambos — disse Helen levantando o queixo. —Levei anos, mas fiz conexões em ambos os mundos que me mantêm protegida.
Houve um som de risada masculina quando Scott dobrou a esquina perto do carro de Helen. —Isso é uma confissão e tanto.
—Oh, por favor — disse Helen. —A polícia não fará nada comigo.
—Você provavelmente está certo — disse Scott.
Helen jogou o cabelo na altura dos ombros para trás. —Detetive, seria melhor ficar fora disso. Agora você vai morrer com Skye esta noite.
Naquele momento, três vampiros surgiram do nada. Skye desviou o olhar para Helen. —Você não vai se safar com isso.
—Claro, eu vou — disse Helen com uma risada. Ela girou nos calcanhares para ir para o carro, mas parou quando avistou Court.
Skye sorriu para seu homem. Ele estava glorioso em sua fúria. Os três vampiros foram rapidamente despachados por Myles, Solomon e Kane.
Helen tropeçou para trás e se virou para Skye, suplicando a ela. —Não deixe ele me machucar.
—Então você sabe quem ele é? — Skye perguntou.
Helen acenou com a cabeça, olhando para Court. —Ele é um LaRue. Eles policiam as facções.
—O que você espera que eu faça?
—Misericórdia, — Helen implorou enquanto caia de joelhos.
Skye queria vingança, mas ver Helen de joelhos mudou sua mente. Ela olhou para Court. Ele estava esperando sua decisão, deixando-a fazer a ligação.
—Vá embora — disse Skye para Helen. —Saia da cidade e nunca mais volte.
O rosto de Helen ficou em branco. —Mas... esta é a minha casa.
—Você pediu misericórdia,— Court declarou em uma voz profunda. —Essa é a extensão disso. Saia ou enfrente as consequências.
Helen balançou a cabeça e se levantou. —Vou começar a fazer as malas.
—Você tem dois dias, — Court disse.
Skye saiu da garagem com Court. Solomon, Kane, Myles e Scott estavam atrás deles.
—Você acha que ela vai embora? — Skye perguntou.
Court encolheu os ombros. —Eu não sei.
—Eu espero como o inferno que ela faça, — Solomon disse.
Myles suspirou. —Eu também. Não tenho desejo de realizar o trabalho da Court.
Foi a primeira vez que Skye andou pelas ruas da cidade em uma semana. Ela olhou em volta percebendo as formas nas sombras que os observavam.
—Quem são eles? — ela perguntou em voz baixa.
Kane veio ao lado dela. —Eles são das outras quatro facções. Você vai ficar sozinho agora.
—Mostramos nossa força esta noite — disse Myles.
Court entrelaçou seus dedos com os dela. —Estava muito atrasado.
Eles caminharam por mais cinco minutos em silêncio antes de Court levá-la para a rua. Skye viu os outros continuarem.
—Para onde vamos? — Ela perguntou.
Court sorriu. —Meu lugar.
—Isso está certo? — Ela sorriu, a excitação correndo por ela.
—É onde pretendo mantê-la por um bom tempo, sem interrupções.
—E o que eu quero?
Eles alcançaram a porta de um prédio e ele a empurrou contra ela, apertando-a de modo que seus corpos se tocassem ombro a quadril. —O que você quer? — Ele sussurrou enquanto deixava sua boca se aproximar da dela antes de se afastar.
—Você. Eu quero você.
Sua boca desceu sobre a dela em um beijo ardente que fez com que o desejo se acumulasse em sua barriga. Um momento depois, a porta se abriu e eles entraram, ainda se beijando.
EPÍLOGO
Um mês depois...
—Não acredito que estamos cartório — disse Court.
Skye o parou, colocando o buquê de flores entre seu braço e corpo para que ela pudesse ajustar sua gravata antes de alisar à frente de seu terno. —Vai acabar rapidamente.
—Eu só vesti este terno para você.
Ela sorriu. —Você fica muito bonito de terno.
—Venha então, — ele disse e pegou a mão dela.
Eles subiram o restante dos degraus e atravessaram as portas do cartório. Eles encontraram Solomon, Riley, Kane e Minka juntos.
—Bem? — Court perguntou.
Solomon olhou para o relógio. —Está na hora. Eles estão atrasados.
—Não, não estamos — disse Myles enquanto ele e Addison se aproximavam.
Addison estava radiante. Skye ficou emocionada por ela e Myles terem decidido renunciar a um longo noivado. Nenhum dos dois queria um grande casamento, então eles optaram pelo casamento de um juiz.
Skye entrou com os outros na sala e esperou o juiz. Ele chegou e a cerimônia começou rapidamente. Enquanto Skye ouvia Myles e Addison trocarem votos, tudo o que ela conseguia pensar era ela e Court.
Ela estava delirantemente feliz. Depois de todo o seu ódio pelo sobrenatural, ela não podia acreditar que ela estava namorando um. Na verdade, era mais do que namoro. Ela e Court estavam morando juntos. Eles ainda não tinham oficializado, mas raramente se separavam.
Eles ficaram na casa dele por alguns dias e depois foram para a dela. Seus dias eram passados no jornal, mas ela não estava mais escrevendo artigos sobre o sobrenatural. Ela mudou para a coluna de conselhos.
—O que você está pensando? — Court se inclinou e sussurrou.
Ela olhou para ele. —Você.
—Ah. Isso é bom, já que estava pensando em você.
—A respeito?
—Que eu te amo e quero que vivamos juntos.
—Não é isso que estamos fazendo? — Ela brincou.
Ele estendeu a mão. Skye olhou para baixo e viu uma chave. Ela percebeu então que era a chave de seu apartamento.
—Venha morar comigo, Skye. Ou vou morar com você. Eu não me importo, contanto que estejamos juntos. Eu quero você comigo sempre.
Skye pegou a chave e a segurou contra o coração com um sorriso. —Sim, vou morar com você.
—Fique comigo? Sempre?
Skye esperou que o juiz anunciasse que Addison e Myles eram marido e mulher. Então ela se voltou para a Court. —Sim.
Eles selaram seus votos com um beijo.
***
Riley deixou o Court com a intenção de se encontrar com Minka. Ela estava a meio caminho de sua caminhonete quando os cabelos de sua nuca se arrepiaram.
Foi a terceira vez em muitos dias. Riley virou a cabeça e viu a mulher do outro lado da rua movimentada. Ela estava vestida de branco, o que fazia sua pele escura parecer ainda mais escura. Seus olhos negros estavam treinados em Riley enquanto ela sorria conscientemente.
Delphine.
Riley tinha enfrentado muitos monstros em seus dias de caça, mas nada colocou o medo nela como a sacerdotisa voodoo. Delphine estava deixando Riley saber que ela foi marcada. Ela viria para Riley em breve.
Com um aceno, Delphine dobrou uma esquina e desapareceu. Riley se encostou em sua caminhonete enquanto ela se abaixava e tentava descobrir o que ela faria sobre esta nova situação.
Donna Grant
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