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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


MORRISON / M. J. Fields e Chelsea Camaron
MORRISON / M. J. Fields e Chelsea Camaron

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

Biblio VT

 

 

 

 

Para Morrison Caldwell, a vida é um jogo de azar. Jogador de alto nível com legendária cara de pôquer, o coringa da família, sempre perseguindo sua próxima emoção sem nunca ficar por muito tempo. O único lugar que sempre o chama de volta é Las Vegas, com suas mesas quentes e mulheres extremamente atrativas. Está perfeitamente contente de viver sua vida com uma série de casos de apenas uma noite. Mas quando o encontro com uma garçonete em um estacionamento toma um rumo inesperado, deixa Morrison sedento por outra rodada.
Depois de uma série de situações ruins na Cidade do Pecado, Hailey Poe está pronta para tentar a sorte. Um encontro com um estranho arrogante e misterioso, aquele tipo de encontro sem compromisso que estava desejando... até que Morrison Caldwell lhe pede mais do que está disposta a oferecer. Mas quando Hailey está no controle, seu futuro ex-marido aparece e tenta levar sua filha, ela não pode se dar o luxo de rejeitar uma mão amiga.
Neste jogo onde o ganhador leva tudo, Morrison estará jogando com a vida de Hailey e com seu coração.

 

 

 


 

 

 


Capítulo 01

Morrison

Quando meu irmão mais velho Hendrix se mudou do apartamento em que vivia nossa família, me tornei o homem da casa. Onde a nossa família vivia? Não. Ninguém realmente vivia ali. Eu me recuso a acreditar que aquilo ali era viver.

Meu velho possuía todo o edifício, e seu bar, como ele chamava, ficava no andar abaixo do apartamento.

Seu bar. Conhecíamos muito bem. Minha mãe dirigia esse lugar. Se não fosse por ela, ele não teria como se agarrar a única coisa em sua miserável vida, que possivelmente pudesse se orgulhar. Porque ele não se importava com a gente, essa era a verdade absoluta.

“Pense de mim o que quiser.” Ele resmunga enquanto limpa o sangue do canto da boca, levantando do chão, e apontando o dedo manchado de tabaco para mim, minha mãe e meus irmãos — Hendrix e Jagger. “Todos daqui nos abandonaram desde que as fábricas nos laçaram toda sua merda. Mas não o meu lugar. Sou um excelente homem de negócios e vocês têm sorte de terem um homem como eu.”

“Seu pedaço de merda! Mamãe é a única razão pela qual você tem um negócio.” Hendrix disse antes de investir contra ele.

Jagger e eu o agarramos, impedindo-o de chutar o traseiro do velho mais uma vez. Tínhamos razão para nos preocupar, porque, a última vez que Hendrix interveio enquanto o velho agredia nossa mãe, ele o deixou inconsciente e desacordado durante um bom tempo.

Mamãe chorou, aflita que Hendrix o houvesse matado. Preocupada com o fato dele se meter em problemas, que acabasse o levando para trás das grades. Nem uma vez se preocupou com o velho morrendo, preocupada somente com o meu irmão, seu filho.

Mamãe ficava repetindo:

“Isso é minha culpa.”

Nunca foi sua culpa, entretanto. Sempre era dele, do maldito filho da puta.

Sem Hendrix, tive que aprender a evitar que o bastardo matasse a mamãe sem acabar na prisão, e foi exatamante o que fiz.

Recebi um golpe atrás do outro daquele filho da puta. Nunca chorei, gritei ou me defendi. Lembro de dia em que fiquei deitado no chão, encolhido como uma bola, cobrindo a cabeça enquanto me chutava, arrastando as palavras com sua voz embriagada com a qual todos nos acostumamos; era isso ou se tornar imune à dor ou colocar uma boa cara de pôquer.

Ao longo dos meses, ele teve cada vez menos satisfação em me bater e voltou a agredi-la. Na tentativa de bloquear os golpes, tomava a frente e quando ela tentava se colocar entre nós, não permitia. Os dias em que ela nos escondia dentro do nosso pequeno quarto haviam acabado. Não nos esconderíamos mais do filho da puta; faríamos o que tivéssemos que fazer para protegê-la.

Não voltei a cair no chão. Permaneci imóvel, parecendo não estar afetado enquanto me batia no rosto, no peito, em todo o meu corpo. Com cada golpe do bêbado, eu ficava mais e mais furioso, enquanto me tornava mental e fisicamente capaz de suportar seus ataques.


Um dia, o velho tentou me agredir com um bastão que guardava no bar. Enquanto corria em minha direção, Jagger esticou o pé de onde estava sentado no sofá e o fez tropeçar. O velho caiu de cara no chão e quando se levantou tentou atingi-lo com o bastão diversas vezes, enquanto Jagger se esquivava e evitava todas as tentativas. A maldita merda nunca o atingiu uma única vez.

No último golpe Jagger estava encurralado. Sem hesitar, agarrei a porra do bastão, o coloquei contra a garganta do velho e o segurei até o bastardo desmaiar.

Mamãe correu pela escada do bar e encontrou-o deitado de bruços no chão.

“Isso precisa parar. Vocês dois devem ir para a casa de Hendrix.”

“Não vamos deixar você com ele. Se partimos, você vai também.”

“Não posso ou tudo pelo qual trabalhamos terá sido em vão.”

“Então não vamos.” Disse, enquanto a envolvia em meus braços.

“Trabalho, respiro e vivo por vocês três. Entretanto, vejo algo bom nele. Quando está sóbrio, ele...”

“Não vou deixar você e nem tudo pelo qual trabalhou.” Interrompo.

Mamãe finalmente parou de chorar, mas demorou uma eternidade. Quando ele acordou estávamos os três sentados no sofá. Ele se pôs de pé e nos olhou através de seus olhos roxos, no entanto, não nos disse uma palavra.

Uma noite, acordei quando estavam brigando e saí correndo do meu quarto em meu maldito short. Ele a estava perseguindo pelas escadas até o apartamento. Um grande tronco velho estava no patamar. Eu o empurrei para a borda, pronto para enviá-lo em cima dele. O velho congelou e vi medo em seus olhos injetados com sangue, um medo que nunca tinha visto antes, mas passou rapidamente.

“Se a tocar de novo, porra, isso cairá sobre você, entendeu?” Grito.

“Você não tem bolas, merdinha.”

“Teste-me, filho da puta.” Sussurrei.

O medo voltou a aparecer e agora ele sabe que eu o via.

Todo mundo tem algo, um deslize que mostra uma debilidade, um pequeno caminho.

A escola secundária não foi fácil para um garoto de boa aparência. Não estou sendo arrogante, tampouco. Tenho um espelho e sei como as mulheres me olham. Não ter dinheiro para os fins certos ou para fazer as coisas boas que todos os demais faziam, me converteu no garoto que as garotas populares viam às escondidas. Esperavam a sua vez.

Uma garota, Annie estava saindo com um atleta cujo nome era Aiden e a traiu. Então, ela começou a me ver. Um dia depois da escola, pediu meu número, longe de seu grupo de amigos, claro. Disse que não tinha celular. Ela ficou surpresa, e eu fui embora.

No dia seguinte, me entregou um telefone. “É um pré-pago. Vou te enviar uma mensagem.”

“Não, não o quero. Mesmo assim, agradeço.” Disse.

“É para mim, não para você.” Ironicamente, ela se afastou enquanto eu ainda segurava o telefone.

Naquela noite, quando me enviou uma mensagem de texto, dizendo que era ela, perguntei onde havia conseguido o telefone. Depois de muita insistência, descobri que era de uma farmácia a uma quadra da escola.

Depois da aula, entrei lá e encontrei o telefone no corredor seis. Custava cinquenta dólares e estava em promoção.

Durante uma semana, arrastei minha bunda da cama às cinco da manhã para subir e descer a rua com uma pá até encontrar pessoas que desejassem suas calçadas limpas.

Na sexta-feira, entrei na escola e lhe entreguei os sessenta dólares. “O telefone é meu.” Em seguida, me afastei.

Naquela tarde, estava tirando o lixo do bar quando ela estacionou seu pequeno Beamer. Era velho, mas muito fofo.

“Quer dar um passeio comigo?” Perguntou ao baixar a janela.

“Não.” Neguei.

“Morrison Caldwell, o que mais tenho que fazer para que saiba que estou interessada em você?” Annie disse, e depois sorriu.

Neguei com um aceno de cabeça e tentei não devolver o sorriso, mas falhei. “Você ainda está namorando Aiden Law?”

“Depende.” Sorri novamente.

“De?”

“Você, é claro.”

Observei enquanto ela enviava uma mensagem de texto. “Entre e te mostro o que acabei de enviar.”

“É uma brincadeira?” Dei um sorriso e me inclinei, pegando o telefone dela.

“De jeito nenhum. Entre.”

Assim que entrei, ela me entregou seu telefone, e não estava brincando. Havia dito que acabou, e realmente terminou com o filho da puta por uma mensagem de texto.

Você ouve sobre todos os contos de amor que terminam através de cartas. Demônios, até fazem filmes sobre isso. Sem dúvida, estou aqui para dizer que aquelas cartas escritas não tem nenhuma comparação com Siri1. Essa cadela já quebrou mais corações do que poderia começar a imaginar.

A mão de Annie estava na minha coxa logo que ela se afastou da calçada. Seus lábios estavam no meu pau assim que estacionamos no beco entre dois armazéns abandonados. Não vou mentir, gozei em sua boca muito mais rápido do que gostaria de admitir, e com a mesma rapidez estava apaixonado por ela. Tem que ter algo a ver com uma garota que engole ou oferta meu primeiro boquete, embora não tenha certeza de qual.

Eu tinha dúzias de trabalhos manuais, fodi os dedos de muitas garotas, comi muito *, mas nenhuma dessas merdas resultou em amor. No entanto, uma boquete que acabou engolindo minha carga, bem, eu estava vendo estrelas e merda.

Tive dezenas de masturbações, fodi muitas garotas com meus dedos, comi um monte de bucetas, mas nenhuma dessa merda resultou em algum sentimento. No entanto, um boquete que terminou com ela engolindo meu sêmen, sem dúvida, bem, eu estava vendo estrelas e essa merda.

Annie era generosa de todas as maneiras possíveis. Não só gostava de chupar pau, mas também de dar presentes. Começou com bilhetes e depois me trazia o almoço. Quando me presenteou com um novo par de tênis para corrida, fiquei receoso, mas os meus estavam acabados.

“Só quero que todo mundo te veja como eu vejo.” Sorriu enquanto levantou na ponta de seus sapatos Jimmy Choo e me beijou na frente de todos no corredor, e depois se afastou.

No dia de São Valentin me presenteou com uma exagerada jaqueta de couro. Entretanto, ainda estava trabalhando limpando calçadas apenas para comprar um colar da Tiffany.

Esse coraçãozinho me custou trezentos dólares, mesmo de segunda mão na casa de penhores. Ela o usava com tanto orgulho. Na noite em que lhe dei esse colar, fodemos na mesa de bilhar no bar, onde havia me encontrado após sair escondido de sua casa.

Não foi sua primeira vez. Foi a minha.

No dia seguinte, estou usando a merda do couro quando Aiden se aproxima de mim e diz que quer sua jaqueta de volta.

“De que diabos está falando?” Fechei meu armário, depois me virei para enfrentar ele e seus cinco amigos.

“Ela me deu essa merda, depois me fez devolver. Você certamente não merece isso. Eu quero de volta.”

Quando me coloquei cara a cara com ele, vi pequenas gotas de suor brotando em sua testa e isso era o que o delatava.

“Se conseguir pegar, ela é sua.” Contestei enquanto caminhava ao seu redor.

Seus garotos, os cinco, me seguraram enquanto Aiden me batia. Não me movi, não tentei me proteger, a única coisa que fiz foi cuspir o sangue que estava saindo da minha boca em sua cara. Então a campainha tocou e todos se dispersaram como pequenas baratas de merda.

Annie correu para mim, perguntando o que aconteceu, mas não lhe disse merda nenhuma. Só caminhei ao seu lado enquanto tirava a jaqueta e jogava a filha da puta no lixo.

“O que está fazendo?” Gritou. Porra! Ela realmente gritou.

“Não quero você, nunca mais.” E sim, falei suficientemente alto para que algumas pessoas, muitas na realidade, escutassem.

Aquela noite, o velho tinha seus meninos jogando cartas no bar. O idiota foi o primeiro a desmaiar sobre o feltro verde da mesa de jogos. Tinha cinquenta dólares por ter limpado as calçadas, mas quando o velho Smith me perguntou se queria jogar, eu lhe respondi que não sabia como. Ele disse que me ensinaria.

Logo sorriu, quase maliciosamente — o que o delata.

Five Card Draw2 era um jogo. Peguei a manha rapidamente. Também perdi quarenta dólares em menos de dez minutos. Nesses dez minutos, no entanto, aprendi o que delatava cada um dos homens na mesa e logo saí com oitocentos e setenta e dois dólares. Sorte de principiante, todos riram.

No dia seguinte, cheguei mais tarde na escola, usando uma jaqueta de couro novinha em folha. Peguei uma nova garota, devolvi o telefone antigo para Annie, tirei o novo telefone pré-pago da jaqueta e dei para a minha nova garota o meu número.

Depois disso, joguei cartas com os caras cada vez que meu velho desmaiava. Tinha o suficiente para conseguir as merdas que queria e também ganhar um pouco para Jagger. Mas o momento de maior orgulho para mim foi quando dei para minha mãe seu presente pelo dia das mães: um colar da Tiffany diretamente da loja. Nada da merda de segunda mão para ela — nem para mim.

Nunca mais. E não olhei para trás, tampouco.

Um ano mais tarde, meu velho apostou em um lutador clandestino porque lutaria com um desconhecido — Jagger, um garoto ainda da escola. Perdeu o bar, e o perdeu para Hendrix. Caralho! Foi perfeito.

Meu velho é um pedaço de merda. Um bêbado, um jogador e a porra de um grande imbecil, que tem prazer em ferir e menosprezar todos ao seu redor. Mas ensinou muito a mim e aos meus irmãos.

Hendrix agora é dono de um bar, eu viajo jogando cartas e Jagger é um lutador. Alguns podem dizer: demônios, muitos podem dizer que a maçã não cai longe da árvore. Mas as raízes dessas três árvores são tão fortes como as da mamãe, contaminadas com sua vibração ou não, porque somos bons garotos. Podemos ter os maus hábitos do velho, mas possuímos o coração da mamãe.

Em seu leito de morte, nos disse que estava orgulhosa de nós. Disse que nos amava, pediu desculpas pela forma que fomos educados e nos fez prometer que seríamos um legado do bem num mundo cheio de maldade.

Mamãe morreu porque aquele filho da puta não pode manter-se em suas calças e lhe passou HPV. Ela era muito teimosa para procurar um médico quando estava se sentindo muito mal.

Perdemos mamãe, mas saber que ela estava orgulhosa de seus três meninos, nenhum dos quais possuem uma graduação ou trabalha em empregos tradicionais, nos trouxe satisfação. Também nos fortaleceu.

Primeiro Hendrix pegou o velho com a mão na caixa registradora, depois o encontrou fodendo com a antiga garçonete e, finalmente, o expulsou.

Sem o velho por perto, o que aprendi nos poucos meses desde que voltei, é que nada é mais forte do que a irmandade que Hendrix, Jagger e eu compartilhamos.

Não sou a puta de ninguém, nunca fui. Mas quando se vive com um monstro de verdade, e não apenas a noção infantil daquele que vive debaixo da cama, mas o verdadeiro. Realmente não se vive bem, apenas sobrevive.

Viver nesse lugar de horrores, sem dúvida, o inferno não parece tão mal.

Detroit Rock City já não parece tão fria e amarga quanto antes. Agora, é um santuário, um lugar para ir quando me sinto sozinho, um lugar onde quero dirigir, não mais me afastar. Este é um lugar onde, quando a merda bate no ventilador, sei que nós, os três irmãos, poderemos superar juntos. Sem o velho, esse bar, essa cidade, esse lugar é agora onde meus irmãos e eu queremos viver.

Agora podemos viver.

Hoje, quando entro em meu Escalade e abaixo meus óculos de sol estilo aviador da marca John Varvatos de minha cabeça para cobrir meus olhos, dou adeus aos meus irmãos e a minha nova cunhada, Livi, e regresso ao deserto. Necessito de uma dose, uma vitória, um par de boas mãos vindo em minha direção. Necessito ganhar algum dinheiro para que da próxima vez que voltar a Detroit, eu possa ficar mais tempo.

Paro em frente ao cemitério para dizer “nos vemos” para mamãe antes de ir ao aeroporto. Não me parece certo não fazê-lo.

Logo, entro de volta em meu Escalade e procuro minha playlist: Kid Inc, sua música “Carry On3”. Mmm, não posso esperar para seguir em frente.


Capítulo 02

Hailey


Aos dezessete anos, estava tentando escapar do mundo da minha mãe. Aos vinte anos, estou tentando escapar do meu.

Monte me deixou sair da sala na noite em que perdi tudo. Ele me permitiu acreditar que escapei com meu blefe. Saí da mesa com o meu pulso acelerado, com minha cabeça latejando e minhas orações silenciosas sendo respondidas, ou pelo menos pensei assim. As memórias me bateram duro.

Porra! Não é como deveria acontecer. Como ele blefou o mestre? Estava certa de que ganharia essa mão. Como tudo deu errado?

A fumaça na sala me deixa tonta, ou talvez seja o medo correndo pelas minhas veias. Eu nunca perco. Na verdade, não estou preparada. Este não é um jogo de bastidores com um cafetão. As apostas são altas demais, e então fracasso.

Nascida de uma prostituta, criada sob as luzes, glamour e a vida Las Vegas, eu sobrevivi. Uma mão por vez, consegui. Por mim e por minha mãe, eu fiz o que tinha que ser feito. Esta noite era para ela.

Ela me teve aos dezesseis anos. Como uma fugitiva, viu a ilusão da fama de uma showgirl desaparecer rapidamente e a realidade entrar a pontapés. Ela trabalhou nas ruas. Ela sobreviveu. Seu cafetão tirou sua virgindade, a engravidou de mim e a manteve sob seu polegar todos estes anos. Poderia ser pior. Não nos espancava e mantinha um teto sobre nossas cabeças. Eu tenho roupas. Eu tenho comida. Em primeiro lugar, preciso lembrar que ele a deixou ficar comigo. Às vezes, no entanto, me pergunto se minha mãe desejaria ter feito um aborto, porque isso a obrigou a ficar com ele e nesta vida.

Quando criança, não estava autorizada a chamá-lo de “papai”. A verdade é que estava bem para mim. Ele não foi um pai, foi um doador de esperma. Porra, ele era um estuprador. Mamãe dizia que sua vida com ele era a sua penitência por más decisões, uma que teve que suportar até que ele serviu seu tempo.

“Expiação.” Dizia. Ele mexia com sua mente tanto quanto a fodia incasávelmente, então ele tinha o poder, mesmo quando eu a implorava que partisse. Ele segurou todas as cartas.

Pervertido. Maldito pervertido.

O que faz uma mulher quando tem uma mão de merda, porra?

Joga com as fodidas cartas que tem até encontrar uma saída.

Posso ser a culpada por mamãe ter ficado amarrada, mas por outro lado também sou sua saída. Mamãe e eu, a Bonnie e Clyde4 da nossa própria maldita criação. Depois de anos de monitorar, anos de espera, minha paciência está finalmente chegando ao fim.

Mamãe trabalhou para conseguir a conexão. Então conseguimos os dois mil dólares de taxa de acesso a aposta inicial, e aqui estou, sentada na mesa da sala de apostadores em em um hotel abafado. A fumaça enche meus pulmões, cortinas de janela estão puxadas e a porta está trancada até que a mão final seja jogada.

Subo a aposta. Chamo o blefe. Todos cedem, exceto ele e eu.

Sean “Monte” Timmons.

Alguns o chamam de perigoso; outros dizem que é o sexo ambulante. Ele é o homem mais jovem a limpar a casa de Nova Jersey duas vezes. Sua reputação o precede e muitas vezes os covardes se afastam quando as apostas estão tão altas.

Eu deveria ter tirado minhas cartas. Ele deveria ter renunciado o prêmio. Deveria ter ido embora. Inferno, eu mesmo me permitir convencer em primeiro lugar. Eu sei que minha mãe me quer fora do canto, mas aos dezessete anos, não tenho nada para fazer nas grandes ligas. Isto está além de um jogo de tabuleiro com seu cafetão e amigos.

Só que não desisto. Não me dou por vencida.

Em vez disso, aumento o prêmio e aposto tudo o que não tenho. Cheguei nessa mesa mentindo. Um lâmpejo de um sorriso, uma segurada no pau certo e uma insinuação de algo mais por vir me fez passar pela segurança. Então, com uma pilha de moedas falsas sobre a mesa mal iluminada enquanto me curvo exibindo meu decote, tenho todos esses caras comendo na palma da minha mão.

Isto é, até que as cartas são distribuídas. Aí tudo se torna negócios no minuto em que a primeira carta de oito-e-meio-por-cinco-e-meio-centímetros cai no feltro.

Mão após mão, consigo sobreviver até o jogo final.

Monte sorri para mim por trás de seus óculos aviador após olhar seu telefone, que lhe foi entregue pelo ajudante.

Todos os dispositivos eletrônicos devem ser silenciados e entregue ao ajudante para que não haja distrações. Porque o devolveu? Poderia ter sorte suficiente para ganhar por desistência? Nunca quis tanto que alguém tivesse uma emergência familiar quanto agora.

Com os lábios em um meio sorriso, sinto meu peito apertar.

“Hailey ‘Hard Knocks5’ Poe. Você está pronta para a mão que certamente mudará sua vida?” Seu sussurro ressoa em minhas veias como gelo. Ele me descobriu.

Engulo. Como diabos sabe meu nome? Usei uma identidade falsa para entrar.

Ele bate o dedo contra a boca de forma ameaçadora, depois abaixa os óculos, seus profundos olhos castanhos me encarando. Quero rastejar sob a mesa, mas escuto a voz da minha mãe na minha cabeça, dizendo: “Não mostre medo. Nunca deixe que vejam você suar, Hailey Sue”. É hora de fazer a minha mãe orgulhosa, custe o que custar.

“É um hábito meu, conhecer os meus adversários. Você quase me enganou, garota atrevida. Não se preocupe, querida. Seu segredo permanece nesta sala, porque, após esta partida, garanto que tudo o que você pensa que sabe está prestes a mudar.”

Deveria ter desistindo, mas meu ego nublou minha visão. Agora a minha concentração desapareceu, a partida está empatada e minha visão ficou turva novamente, desta vez de lágrimas que me recuso a deixar cair.

Five Card Draw, Texas hold'em, Jokers Wild, tudo está perdido antes que eu possa piscar.

Lutando para conter as minhas emoções, tento parar minhas, agora, trêmulas mãos. Ele sabe muito. Quando você descobrir que o seu pagamento não existe, o que vai acontecer comigo? Com mamãe? Vou sobreviver esta noite?

Uma semana mais tarde, mamãe e eu fomos instruídas a arrumar nossas malas. Paizão cafetão estava nos armando uma cilada. Ou não.

Ele nos “colocou” em um condomínio exclusivo fora de Strip, depois que entregou a minha mãe um maço de notas antes de se virar e ir embora. Nunca olhou para trás, não que qualquer um deles esperasse isso. Não estávamos no lugar a vinte e quatro horas antes que um mensageiro entregasse um pacote destinada a Hailey “Hard Knocks” Poe.

Meu coração afundou. Ao ver esse nome, deveria ter embalado minhas coisas com mamãe e ter fugido do local com o pouco dinheiro que o grande Paizão a deixara. Eu fiz isso? Nop.

Como diabos ele me encontrou?

Abrindo o envelope, meu coração acelera, minha respiração falha e minhas mãos suam.

Dentro havia um contrato que selava o meu destino contra qualquer futuro que alguma vez esperei.

Não estavamos sendo liberadas pelo Paizão idiota. Havíamos sido compradas. Ele pagou ao imbecil do meu pai o suficiente para liberar minha mãe. Caímos em sua armadilha.

Sean “Monte” Timmons é o meu dono. Nosso dono. Como no inferno isso continua acontecendo? O ciclo de miséria — lavar, enxaguar e repetir. Da propriedade de um homem para outro.

A ostentação, o glamour, as luzes e a ação de Las Vegas são fabulosas. É um buraco negro de manipulação. A vida aqui é um jogo. Dia após dia, tudo é uma aposta para sobreviver e prosperar. O vencedor leva tudo.

Monte não perdeu tempo em se mudar para a casa com a gente. Mais ainda, comigo. Minha idade não importava Ele me tinha numa posição em que não podia negar. Se a palavra sobre minhas falsificações na mesa fosse revelada, a minha idade não seria nada mais que um número no meu atestado de óbito.

Monte usou isso para sua vantagem.

A situação não pareceu ruim para minha mãe, que passou a vida toda trabalhando nas esquinas. Para mim, foi um inferno. Monte não me colocou em uma rua ou em uma cama de hotel para pagar a minha dívida. Não, ele me fez sua esposa em uma cerimônia em uma capela na Strip, para o qual minha mãe estupidamente assinou o acordo.

Nos últimos sete anos, nada mudou. Monte vai, joga e vive pela próxima emoção. O sete da sorte é uma cadela sem coração. Passei sete anos acumulando dívidas com ele.

Cada refeição que comi, cada chuveiro que tomei, tudo o que tive, feito, ou forçado a suportar é um centavo adicionado à linha vermelha. As marcas negras são pelo bom comportamento quando faço a minha parte.

Sou o seu troféu, sua coleção e sua prostituta. O saldo é renegociado com cada grama que mete dentro da minha buceta, mas as balanças nunca se inclinam a meu favor, não importa quão bem chupo seu pau.

Sete anos e poucas coisas mudaram, nenhuma dessas para o melhor.

É divertido como a história se repete, mesmo que você não queira.

Minha mãe morreu de um acidente vascular cerebral. Aconteceu rápido. Uma noite, foi para a cama e na manhã seguinte, não respondeu. Uma chamada aos serviços de emergência e logo após uma transferência de ambulância para o hospital; ela estava em coma ligada a aparelhos que lhe davam suporte vital. Decisões tiveram de ser tomadas, as possibilidades de que acordasse e saísse sem sequelas eram escassas; como resultado, os aparelhos foram desligados e minha vida desabou.

Mais contas. Mais dívidas pagas pelo Monte.

O stress te consome e mais erros acontecem, como esquecer uma pílula do anticoncepcional ou duas. Para diminuir os custos, optei por cremar mamãe.Dois meses depois, fui autorizada a uma viagem para Santa Barbara para deixar suas cinzas. Sentindo-me enjoada, fiz xixi em uma dessas varinhas esquecidas por Deus e duas linhas rosa selaram o meu destino.

Sou uma estatística. Os pecados foram passados de mãe para filha.

Independentemente de como este bebê surgiu, vou me apegar a esperança e dar algo melhor do que tive a minha filha. De alguma forma, de algum jeito, o ciclo se quebrará.

Não deveria reclamar. Na verdade, Monte me permitiu ter amigos. Seus amigos, é claro, mas não estou tão amarrada quanto minha mãe foi. Tenho um bom carro, uma bela casa e um armário cheio de roupas. Se você olhar de fora, eu estou bem.

Se as pessoas soubesse que vivo em um casamento sem amor, repleto de manipulaçao e corrupçao. Não sou a única em débito com Monte. Todos em sua vida estão em algum tipo de dívida com ele.

O vigarista que se recusa a ser enganado, sempre no controle, sempre tendo certeza de que tem a vantagem, Monte tem pessoas que são responsáveis por outras pessoas. Aqueles que não pagam ou têm um plano de serviço como eu, lidam com aquelas pessoas sobre as quais Monte mantém a pressão até que a dívida seja paga ou sofra as conseqüências. Como Monte diz: “É um mundo de obrigação e recompensa, é o ônus e o bônus, Hailey.”

E ele mantém a balança a seu favor em todos os momentos e em todos os sentidos.

Se não caminho em linha reta, pagarei o preço... com a minha vida. Minha dívida com ele está além de qualquer coisa que posso pagar com trabalho normal. Inferno, eu não sei se o bastardo jamais me permitiria sair, mesmo se eu tentasse.

Em que momento isso se torna o bastante, no entanto? Quando me libertarei das correntes que me prendem? Quando romperei esse ciclo por minha filha? Quando Marisa Noelle Timmons verá o amor acontecer? Como posso ensiná-la sobre o amor, se nem mesmo sei o que é.

Não aprendi muito na minha curta vida, mas sei que nunca tive amor verdadeiro em qualquer relacionamento ao meu redor e certo como merda que não é como você lê nos livros. Não vivi o que qualquer um consideraria uma vida normal, mas também estou absolutamente certa que o amor não é uma dívida. Um casamento real, um relacionamento real — se pudesse existir — não é sobre dever ao seu parceiro alguma maldita coisa.

Olho para baixo, para minha preciosa menina adormecida e meu coração incha. Pode ser que não conheça o amor de um homem por uma mulher, mas estou segura de que não há nada — e quero dizer absolutamente nada — que supere a profundidade do amor que uma mãe sente por seu filho.

Meu mundo está deformado. Minha vida é uma merda. Nunca me esforcei para conseguir algo correto em minha pobre existência até que tive essa menina. Cada ar que respira é um novo sopro de vida para mim.

Monte pode controlar e equilibrar até que o sol caia do céu, enquanto eu tenha minha filha.

Quero sair disso.

Mas, eu a quero mais.

Não há nenhuma maneira de sair até que saiba o que fazer com ela. Não há nenhum jeito de que possa escapar até que encontre uma maneira de que ela seja completamente livre. Ela é minha vida, meu proprio ser, meu mundo inteiro.

Uma dia encontrarei um jeito de ter algo melhor para nós duas. Não descobri ainda.

“Durma bem, minha bela adormecida. Mamãe vai fazer a coisa certa para nós duas.” Sussurrei para o quarto silencioso. “Não precisamos de um príncipe encantado, meu amor. De alguma forma, princesinha, vou fazer isso acontecer.”

 

 


Capítulo 03

Morrison


Depois de mudar minha roupa, saio o banheiro no aeroporto. Sou alguém diferente aqui. Sou um ótimo apostador. Sou o que os atletas e os preparadores do ensino médio queriam ser.

Por um breve momento, penso em Annie e me pergunto se ela encontrou o homem que pudesse converter em perfeito na escola. Foi dito que Annie tinha um brilho nos seus olhos castanhos quando viu suas amiguinhas socialites olhando para mim. A fazia parecer ainda melhor. Aparentemente, para ela, era moda namorar alguém inferior a ela. Mas não tinha a intenção de ser inferior a ninguém.

Aqui, ninguém me usa. Fiz o homem cujo reflexo vejo no espelho hoje. Minha cunhada Livi me chama de Slick6, e por Deus, não está mentindo.

Como de costume, faço uma pontuação nas máquinas caça-níqueis no aeroporto. Entro no avião com duzentos mil e esse dinheiro tem que durar um mês, se não mais.

A primeira jogoda é perdida. Os seguintes vinte vão dentro e com ele recupero o meu dinheiro. Na terceira, perco.

Um homem como eu não é superticioso, é calculista. Perder não significa que fui derrotado. Isso me diz por onde começar.

Esse é um ritual que faço toda maldita vez. Se perco, começo longe de Strip, onde os limites e as regras são mais brandas. Quando ganho, vou primeiro a Strip, onde as regras são mais rigorosas, menos espaços e limites mais altos.

Existe um método para a minha loucura? Mudei como a merda mais de vinte vezes e aprendi que desta maneira estabeleço um tom para o meu jogo. “Meu jogo” — você ouviu direito. A maioria das pessoas jogam um jogo, mas eu não. É meu jogo. Comando o jogo.

Caminho no ar seco do deserto. Meus poros imediatamente fecham, meu rosto ruboriza e respiro profundamente, sentindo que sufoco. Não estou sufocando, é claro. A queimadura é bem vinda. Hora de jogar. Paro um taxi e entro.

“3111, Bel Air Drive.” Digo ao motorista enquanto entro no veículo com ar-condicionado.

É o crepúsculo, uma hora do dia em que há algo sobre as luzes em Las Vegas que causa uma onda de energia no meu corpo. Sinto-me vivo, como se tivesse um propósito maior do que arranha-céus e casinos, mais brilhante do que as luzes de Strip. Sou mais ousado em Las Vegas e eu gosto disso.

Quando o táxi para na frente do meu apartamento, sinto um sorriso espalhar por todo o meu rosto. Não, não é um palácio. Não é nem mesmo uma casa de família. O edíficio do qual agora tenho uma unidade, tem portaria e uma vigilância de vinte e quatro horas. Tenho quase quinhentos metros quadrados de alguma coisa.

Têm dois quartos, três banheiros, uma cozinha de última geração e uma sala de estar que abriga não só uma tela grande, mas uma TV de tela gigante e um sistema de som surround Bose. Também tem uma garagem, que é o primeiro lugar que vou, a fim de garantir que meu Porsche está lá dentro sem nenhum dano e completamente ileso.

A medida que a porta da garagem se levanta olho para ele e sinto o orgulho encher meu peito, porque tudo o que tenho é pago. Não devo nenhuma merda.

Amanhã, ele e eu andaremos pelas ruas e encontraremos algumas belas e bronzeadas bundas de Las Vegas para comemorar, para me dar boas-vindas de maneira apropriada às luzes brilhantes e à grande cidade.

Sussurro na noite: “Estou de volta filhos da puta, e pronto para continuar a construir a minha riqueza. Vocês estão preparados?”

Adormecer em um colchão de alta qualidade que comprei on-line e não em loja de segunda mão no centro de Detroit, foi uma das melhores coisas que fiz aqui. Esta cama é feita para um rei. É antialérgico, uma necessidade para mim. Sou alérgico ao pó, ao que parece, por isso passei muito tempo no médico quando criança. Tenho certeza que também é a razão pela qual mamãe não ia com frequência.

Ela havia criado um plano de pagamento quando era mais jovem e o velho se queixava pelo gasto. Cinco doláres por semana. Cinco doláres e paguei essa merda com minha primeira grande vitória.

A descrição dizia “Rei da Califórnia”: capa revestida de feltro com espuma fria. Eu vi “Rei” e vi “fria”. Então olhei para o espelho e pisquei para mim. Foi feito para mim, então dei um clique e comprei essa merda. Estou tão feliz por ter feito. Eu amo essa maldita cama.

Não durmo mais num velho colchão no chão. Estou dormindo como um rei.

Eu amo ser rei, mas em Las Vegas, não sou um rei. Aqui em Las Vegas, eu sou um As. Entro em qualquer casino e sabem quem eu sou. Tenho um bom carro e estou vestido para impressionar. Sempre tive que fingir até que realmente fiz, mas olhando ao redor do meu quarto, eu diria que consegui.

Acordo cedo pela manhã e espreguiço, desejando dar um salto em frente no dia, começando com uma corrida Meu corpo precisa estar cansado, de modo que quando sentar em um casino por horas não fique louco.

Vou para o quarto número três, ligo o aparelho Bose, e salto sobre a esteira; também comprei on-line e foi entregue na minha porta. Inferno, até mesmo fiz com que a montassem. Não queria estragar uma máquina de cinco mil dólares.

Depois de minha corrida e chuveiro, visto uma calça cinza e uma camisa de colarinho com suspensórios brancos e botões azuis. Azul ressalta meus olhos. Então, eu fico no meu closet, verificando minha aparência no espelho.

“Na mosca, é claro.”

Entro no banherio, seco o cabelo, pego um pouco de gel e acomodo cada fio no lugar, a aparência não está completa sem isso. Faço a barba, algo que fazia na parte traseira do Rock City, então pego o meu Rolex prata, passo o cinto, e dou um passo para trás admirando o reflexo no espelho.

Eu me esforçei muito para ser o que sou hoje. Um empreendedor, um grande apostador, um ace, chame como quiser, mas tudo volta para onde comecei.

Antes de sair do meu apartamento, pego minha carteira e um preservativo. Hoje preciso pegar um pequena buceta da alta sociedade.

Nas primeiras quatro horas, eu vou para a Califórnia, no Binion, o Cortez e Golden Gate para jogar blackjack e me certificar que o bolso esteja cheio, e faço dois mil dos grandes em quatro horas. Não é uma porra de dia ruim em tudo.

Tudo está dentro do normal agora. Tenho duzentos mil para jogar e duzentos mil de novo na carteira. Por que duzentos mil? Sempre tenho duzentos mil escondidos para chegar em casa — sempre.

VirO para guardá-los no cofre e tomo um fôlego.

Ligo a tela da TV de oitenta polegadas, presa a parede e afundo na minha poltrona de couro, o meu trono. Apertando o controle da cadeira, a massagem começa, e então sento, ouvindo as notícias.

Mais tarde, acordo me sentindo um novo homem, como um vencedor. Juro que sinto o cheiro das notas e essas cadelas têm o meu nome nelas.

Esta noite, paro no estacionamento e jogo minhas chaves ao manobrista.

“Seja gentil com ela.” Digo enquanto lhe dou uma nota de vinte. “Se retornar igual, haverá uma maior.”

“Eu sei que você fará, Ás.” O garoto pisca para mim.

Este é um aposta — dar as chaves a alguém que você não conhece. O garoto rasga no Rock City, mas ninguém sabe como foi difícil chegar a esse carro. Ninguém sabe que eu não sou apenas um pequeno punk que está queimando seu fundo finduciário e sua juventude jogando cartas, dirigindo carros e andando em bares. Ninguém sabe porque não podem ver o que me delata. Enterrei essas merdas profundamente, tão profundamente quanto as emoções que sinto vendo alguém em minha apreciada posse.

Enquanto observo o garoto com meu carro, vejo um sorriso em seu rosto.

Eu sei que o bastardo quer queimar os pneus tão certo como sei que eu queria fazer o mesmo na primeira vez que me sentei em seus assentos de couro preto. E, inferno sim, eu fiz, mas os pneus foram pagos por mim.

Seu aperto forte no volante — o que o delata — mas não vai fazer isso. Por quê? Ele precisa deste trabalho. Deve ao banco, em seguida, vai e faz o jogo, na esperança de um dia ser um vencedor, como eu.

Eu sei o que delata todo mundo, mesmo os entregadores. Não conto as cartas; conto com o meu instinto. Eu confio na minha intuição. Mama não criou um tolo. Mamãe não criou nenhum imbecil. O que me delata: eu me recuso a tratar as pessoas que têm o mesmo sonho que eu como se fossem menos. Trabalho duro não é estranho para esse cara.

A partir do momento que estaciono meu carro, sorrio para o menino de rosto cheio que toma as chaves. Dou sorrisos e o respeito na forma de confiar o meu carro em suas mãos. Todos me conhece, porque os trato bem. Dou boas gorjetas, falo e trato com respeito.


Capítulo 04

Hailey


Uma coisa sobre as aparências, é que elas sempre enganam. A fim de parecer à família feliz que realmente não somos, algumas coisas devem ser feitas com um casal normal, e uma delas é comprar mantimentos.

Monte tem funcionários, é claro, mas como sua renda não é o que se poderia reivindicar como tributável, por essa razão não tenho ajudantes. Coisas como idas ao supermercado são deixadas como deveres da esposa. Acrescente que a maior parte do dinheiro do Monte está em espécie, e precisei encontrar uma maneira de propiciar o equilíbrio, foi exatamente o que fiz.

Os homens nunca devem subestimar o poder de uma mãe. Suportei muita merda — e me refiro a realmente muita merda — pela sobrevivência. Não há nada que eu não faça pelo meu bebê, mesmo que ela tenha vindo dele.

Anos de agressões verbais me enfraqueceram. Nunca me bateu, não fisicamente. Não, não esqueço a noite em que me derrotou, como me superou em meu próprio jogo. Enquanto estava lutando por minha mãe, nem por um segundo acredito que usaria minha ingenuidade, minha falsa valentia, meus esquemas estúpidos e meu desespero para romper os laços que nos unem para inclinar a balança a seu favor.

Mamãe pagou sua penitência por suas más decisões. Agora pagarei pelas minhas.

Posso lidar com qualquer coisa que jogar em mim. Pode dizer o que quiser, me quebrar em pedaços, me destruir. Posso aguentar tudo e não perder o ritmo. Dia após dia, Monte encontra uma maneira de me lembrar onde venho. Eu aceito. Mereço isso.

Jogo com ele. Controle e equilíbrio de poderes.

Dê-me o seu pior, Monte. Vou resistir. Minha mãe não me criou para ser fraca. Não fui criada para quebrar. Claro, posso ser um produto de minhas circunstâncias, mas não estou quebrada.

Ainda.

Os guerreiros em uma batalha mantém suas armas perto, e minha arma é o tempo. A oportunidade de escapar e ser totalmente livre chegará. Só preciso dar tempo ao tempo, aguentar até que a situação mude e minha oportunidade apareça.

Com o tempo, vou escapar. Só que nada deu certo no início e agora tenho que pensar em Marisa. Suportei sete anos de inferno, ganhando tempo e com ele veio os últimos três anos de céu quando olho nos olhos de minha filha.

Monte não é um pai presente. Somente nos abraça quando tem pessoas olhando. Com a porta fechada, minha filha não é mais do que outra boca para alimentar, outra dívida para pagar.

Razões e desculpas, são como obrigação e recompensa. Todos temos razões e desculpas para tudo o que fazemos ou deixamos de fazer.

Marisa é sua desculpa para me manter ao redor. É uma forma de me manipular e controlar.

No entanto, ela é a minha razão para tudo. Não há desculpa aceitável para decepcioná-la. Não vou falhar. O ciclo finaliza com ela. Preciso que colocar isso como primeira meta.

Com isso em mente, comecei a minha farsa dona de casa, fazendo o meu papel. Sempre que posso, pego meu fardo, escondendo até o momento certo para fazer a minha fuga.

Tive sete anos para ganhar algumas liberdades como ir ao supermercado, minha maior aventura. Apesar de Monte dar o dinheiro e uma lista de compras. Não se chega longe neste mundo sem ser um homem inteligente, de modo que, naturalmente, quer o troco e o recibo. Os itens tem que bater.

Tem uma área de ignorância, no entanto, as necessidades femininas. Depois que percebi que ele não iria participar dos meus exames ginecológicos, solicitei ao médico a impantação de um DIU, que fez com o meu período quase desaparecer. Já que Monte não se importava se tivéssemos mais filhos ou não, e nem se preocupava se tomava ou não minhas pílulas anticoncepcionais. Isso criou a cobertura perfeita.

A cada mês no supermercado, compro produtos femininos em maior quantidade e ele nunca questiona as compras. Compro o dobro, as vezes o triplo do que normalmente precisaria. Então, utilizando um calendário, me asseguro de usar a quantidade menor para que a lixeira mostre o uso de alguns dos produtos.

Antes de chegar o dia das compras para a casa, pego uma cópia do recibo. Examino meu cartão de trocas para que o recibo possa ser conferido no computador. Como ele não está em casa quando vou à loja, não vê que devolvo as mercadorias e troco por dinheiro.

Cortei o forro da bolsa de Marisa e oculto o dinheiro ali, assegurando-me de manter a abertura escondida, alinhando o tecido com o dinheiro. Isso levou tempo, mas com umas poucas contagens, e em três anos, descobri que havia conseguido uma pequena poupança. Não estou pronta ainda, mas é melhor que nada.

As coisas realmente estavam indo bem, considerando tudo. Essa deveria ter sido a minha primeira pista de que algo estava errado. Como perdi as pistas antes desse momento?

Volto para a casa do supermercado e enquanto guardo as compras, escuto um barulho lá em cima. Marisa está com Jamie, minha única amiga nesta vida louca. Ela vai mantê-la até que acabe de armazenar os suprimentos, e então vai me devolvê-la. Consequentemente, não deveria haver nenhum ruído na casa, exceto o meu.

Tentando me convencer que estou ouvindo coisas, continuo na minha tarefa. No entanto, os gemidos soam novamente, e sigo o barulho, pensando que alguém invadiu a casa.

Só que não é isso.

Não, vou ao quarto, o mesmo quarto que compartilhei com Monte, noite após noite, por anos e agora atada à minha cama está uma jovem loira grávida.

“Hailey, que porra é essa?” Monte grita à medida que continua penetrando a mulher sem perder o ritmo.

Minha boca se abre e fecha. Toda essa situação só vai de mal a pior. Que porra devo responder? Não dou a mínima par o que está acontecendo aí, exceto pelo fato de que não usa preservativo, mesmo comigo parada ali, e na minha maldita cama!

A garota morde o lábio inferior, gemendo como fosse uma experiente estrela pornô e me observa enquanto meu marido continua seu ritmo. Parada ali, imóvel em choque, minha única reação é ficar boquiaberta.

Então, a garota sacode a cabeça vigorosamente, como se estivesse lutando contra o clímax e Monte volta sua atenção para ela, penetrando mais forte enquanto ela grita de prazer. O tempo todo, eu luto contra o vômito.

“Não se preocupe; esse bebê não é dele.” A garota tranquiliza.

“Acha que isso me preocupa?” Dou risada dos dois. Então, sem dizer mais nada, viro e saio do quarto. Tentando acalmar minhas mãos trêmulas, tento pensar.

O que foi isso?

Que desastre!

Ele está usando proteção?

O que o futuro me reserva?

Sou uma prostituta, uma com um único cliente. Ele me rebaixou a este ponto. Uma vez, ele me disse que eu era demais para resistir, que ele fez isso porque tinha que me ter. Sentir-me como um prêmio era melhor do que me sentir uma posse. Mas, não sou o prêmio de ninguém. Sou uma puta e em cada golpe dentro da buceta dela, é um a menos na minha para quitar minha dívida.

Que vida doente e torcida vivo. Que desastre gigante de manipulação.

A raiva ferve dentro de mim, e a vergonha me inunda quando meu último pensamento me atinge.

Minha filha teria visto isso? Ele não sabia que ela não estava comigo. E se entrou correndo pelo quarto me procurando como faz na maioria dos dias? Como explicaria isso a Marisa?

“Oh, minha princesinha, papai só está apenas se divertindo com uma amiga... na cama da mamãe. Não se preocupe.”

Apesar de sua falta de sentimentos paternais, apesar de arruinar nosso casamento, nenhum filho precisa ver o ato de adultério de um de seus pais em casa. Estragar por completo minha vida, para mim está tudo bem. Agora, mexer com a porra da cabeça da minha filha, nem pensar!

Que merda vou fazer agora?

Passo meus dedos distraidamente na bancada de granito da cozinha, tentando criar um plano, porque esperar não é mais uma opção.

Os cliques dos saltos da desconhecida no chão de madeira da entrada deixa-me saber que está indo, ao mesmo tempo, ouço um táxi buzinando. Acho que Monte a trouxe aqui e tinha a intenção de levá-la para casa. Ele chega e sai sem motivo ou razão. Com vários veículos na garagem e na frente, não teria como saber que estava em casaquando voltei com as compras.

Entra na cozinha, lava as mãos e não me diz nada e nem eu me movo. Quando seu braço passa em torno de minha cintura, me puxando contra ele, de costas para sua frente, congelo. Meu estômago dá voltas enquanto ele afasta meu cabelos dos ombros e pescoço. Inala meu cheiro e seu gemido vibra contra a minha pele exposta.

Quero vomitar.

“Você gostou de observar, Hailey? Eu gostei de ver você assistindo.”

“Você está falando sério?” As palavras escapam
da minha boca antes que possa detê-las.

Agarro o balcão enquanto me puxa firmemente contra ele, seu aperto agora é firme e quase doloroso.

“Muito sério. Na verdade, não quero que apenas olhe, quero que você participe.” Gentilmente morde o lóbulo da minha orelha e cambaleio para frente, tentando colocar um espaço entre nós. No entanto, é maior e mais forte, e minha tentativa é um fracasso, enquanto rosna em meu ouvido: “Eu quero ver seus cachos dourados espalhados por suas coxas enquanto você a lambe como um homem sedento no deserto.”

Sua ereção pressionando em minhas costas me permite saber quão sério fala e a cozinha gira enquanto luto para manter o conteúdo do meu estômago.

“E se não aceitar?” Bravamente pergunto, enquanto o medo preenche minhas veias.

Sua mão sai da minha cintura e desliza para cima no meu corpo até que envolve firmemente em volta do meu pescoço, mas não apertando e sim advertindo.

“Você não tem uma vida ruim, Hailey. Você já não está vivendo “os duros golpes” e ainda assim você realmente quer me negar alguma coisa?” Seu aperto se intensifica no meu
pescoço. “Você quer me fazer o vilão aqui...”

Não digo nada enquanto continua apertando o meu pescoço, meus pulmões queimando, enquanto corta meu suprimento de ar.

“Sou a porra do seu herói, Hailey.”

Não posso respirar. A cozinha gira. Dói, a queimadura, o ardor. A adrenalina corre dentro de mim, enquanto meu corpo luta por instinto, abro e fecho a boca rapidamente, mas nenhum oxigênio entra. Essa é a forma como tudo vai terminar.

Então, há um ruído a minha esquerda na porta lateral, e Monte de repente me solta empurrando para longe enquanto escuto Marisa e Jamie entrar.

Meu futuro pisca diante dos meus olhos enquanto me viro para a pia para esconder as lágrimas da minha única amiga e, mais importante, da minha filha. Meus pulmões se enchem de ar dolorosamente enquanto respiro lentamente.

“Mamãe, mamãe.” Marisa corre para mim e abraça minha perna enquanto lavo as mãos e jogo água no meu rosto.

Ela não pode me ver neste momento de fraqueza. Serei forte por ela.

Enquanto a pego e abraço, Jamie olha para mim e balança a cabeça assim que Monte retorna para a cozinha.

“Bem, bem, bem, parece que escolheu o momento perfeito, Jamie.” Com suas palavras, minha amiga visivelmente estremece, e meus olhos se arregalam quando olho entre eles. “Alex disse que você quer deixá-lo. Ele falou que terão uma audiência de separação.”

Jamie queria deixar o marido, não é nenhum segredo. Ele não é como Monte, porém. Eles simplesmente não estão mais apaixonados. A audiência de separação é algo que deliberadamente escondi de Monte, com o medo de que me separasse da minha amiga. Obviamente, julguei mal Alex e sua capacidade de manter a boca fechada.

“Também parece que minha esposa não quer continuar com os seus deveres aqui.” Ele se vira para mim. “Tenho uma reunião com um cliente. Se você quer sair, vá antes que eu retorne, Hailey.”

Sinto um frio no estômago. Passo Marisa para Jamie e sigo Monte enquanto caminha para a garagem, sem sequer olhar para sua filha.

“Está falando sério?”

“Tenho falado sério durante todo o dia, Hailey.”

“Posso ir?”

Ele sorri maliciosamente para mim. “Claro. Eu segurei uma arma na sua cabeça para fazer você ficar? Ameacei sua vida para casar comigo? Não, isso é um acordo de negócios, um que não está mais funcionando. Você pode sair.”

Quero pular de alegria, mas o conheço bem.

“Qual é o truque?” Meu corpo treme com antecipação.

“Não há truque. Você me deve e vai pagar. Se não o fizer, o preço será muito alto para o seu precioso coração resistir a ele, querida Hailey.” Ele se vira e caminha para mim. Cara a cara, olha para mim, e curvando o queixo, acrescenta: “Essa garotinha foi meu presente para você, assim poderia ter algo próprio, mas pode ser removida com a mesma facilidade que foi dada. Estarei em contato.”

Ofego.

“Bem vinda de volta, Hard Knocks.”

Sem outra palavra, ele se vira e entra em seu carro.

Merda, o que eu fiz?


Capitulo 05

Morrison


O Strip.

Enquanto entro no Aria, penso em como me tornei um cara assim, alguém que ama as coisas mais finas, um olhar sagaz. Adoro o lugar. Abriga o espetáculo do Cirque du Soleil de Viva Elvis. A porra do lugar está repleto jovens senhoras com muito dinheiro e extremamente excitadas. Adicione álcool à mistura você pode pegar algmas belas bundas comprometidas.

Bunda comprometida casou com seu amor do colegial, porque estava apaixonada. Então teve filhos, enquanto ele trabalhava em tempo integral. Bunda comprometida provavelmente tem uma casa, de duas a cinco filhos e um homem velho em casa lidando com os adolescentes, enquanto ela está curtindo um “fim de semana de meninas” porque finalmente descobriu que estava vivendo uma vida estereotipada que cada menina cresceu pensando que queria.

A porra do conto de fadas que quase nunca se realiza e termina com dez quilos de gordura acumulados na bunda, que o homem em sua casa já não tem mais interesse em foder. O idiota está bem resolvido. O homem em casa está pouco se fodendo para essa bunda e é mais provável que esteja sentado na frente de seu laptop, jogando Cyclops enquanto olha para algumas jovens.

Bunda comprometida é a menina sentada na mesas, rodeada por três ou quatro amigos que a estão animando a beber algumas bebidas para se soltar e ganhar valor suficiente para chegar em um cara como eu.

Bunda comprometida é a mulher que criou seus filhos com amor, enquanto seu marido estava com seus amigos, ainda desfrutando de sua juventude. Em última análise, cansada desse estilo de vida, está pronta para viver um pouco por si mesma.

Seus filhos cresceram o suficiente para limpar suas próprias bundas, soar o nariz, limpar seus quartos, e talvez até mesmo ajudar um pouco no serviço de casa. Seu marido fica deitado no sofá, assistindo UFC enquanto come uma fatia de pizza e bebe uma cerveja antes de adormecer.
Enquanto isso, ela está na banheira, se depilando e ficando apetitosa, apenas para encontrá-lo dormindo quando estiver pronta para ir cama, na esperança de gozar esta noite.

Ela não só quer ser fodida, mas fazer valer a pena a infidelidade. Ela quer gozar e não apenas uma vez. Ela quer ser tocada com o dedo no elevador, e em seguida, tirar suas roupas antes mesmo de chegar ao quarto. Em seguida, quer ser jogada na cama e penetrada duro para explodir várias vezes, de modo que pelos próximos vinte anos, enquanto o marido está levando dez minutos obrigatórios para bombear dentro e fora, ela pense sobre “esse tempo em Las Vegas”.

Estou absolutamente certo de que algumas mulheres têm pensado em Caldwell, o único nome que sempre lhes dou, quando seu marido se goza muito rápido dentro da mulher que ele prometeu cuidar.

Que se foda tudo. Que se foda o casamento. Que se foda s pessoas decepcionantes que deveriam amar. As mesas são minhas cadelas.

Vim até aqui para ganhar algum dinheiro, ter meu ego acariciado e em seguida, passar para o próximo lugar. Ganho algumas centenas de dólares, não é um mau começo para a minha noite.

Meu carro aparece na minha frente e olho para ele. Está perfeito, por isso meu amigo ganha um tapinha nas costas e cinquenta doláres. Pode parecer muito, mas também trabalhei por gorjetas.

Sigo para o Cosmopolitan e faço o mesmo ritual: entrego minhas chaves, dou gorjeta, converso com eles e e eu os trato como seres humanos, porque é exatamente o que eles são.

Decido mudar um pouco as coisas e jogar roleta, seguido por blackjack. Faço bem, ganho algum dinheiro e consigo uma senhora finamente vestida tentando me distrair com seu decote e sua mão na minha coxa por debaixo da mesa.

“Você já encontrou o que está procurando?” Pergunto, enquanto sua mão sobe por minha coxa.

“Ainda não. Mas vou.”

“Oh, já vejo como isso vai ser. Você quer ser à no comando, certo?”

“Eu amo tomar a iniciativa.” Diz antes que seus dentes acariciem seu lábio inferior.

A menina é uma mordedora e muito, muito dominante para o meu gosto.

“Olhe para mim, linda.” Ordeno.

“Sim. Estou olhando, e estou sentindo.” Responde.

Paro sua mão antes que ela atinja a mina, cobrindo-a com a minha.“Olhe mais profundo. Você vê um homem que gosta de ser submetido?”

“Eu prometo que você vai gostar do meu controle.” Ela diz enquanto tenta puxar sua mão.

Tenho mais força e puxo-a para os meus lábios, beijando as costas de sua mão, e, em seguida, a coloco sobre a mesa.

“Não gosto de receber nada. Eu gosto de tomar.”

Ela é desencorajada por isso. Como posso saber? Ela demonstra. Seus ombros caem e, em seguida, olha diretamente para o carteador de cartas.

Mulheres dominantes não são o meu estilo. Eu as tive e sempre foram experiências. Você dorme com uma feminista dura e perversa que pensa que não vai apenas montar seu pau, mas que o vai dirigir. Bem, ela tem outro pensamento vindo, mas ela mesma não vai conseguir gozar.

A última menina dominante com quem transei, honesta como a merda, tentou empurrar seu dedo mindinho na minha bunda.

Não, obrigado.

Para chegar até mim, preciso que haja suavidade nelas. Sou todo homem. Eu gosto do jogo, um pouco de busca e captura. Se uma mulher está interessada, é ótimo. Se ela for muito afoita, costumo fugir. Amo o estranho, mas não tão estranho.

Quero seduzir uma mulher. Quero deixá-la molhada e devassa. Quando me estabelecer, será melhor que seja com toda uma mulher: em mente, corpo, alma e desejo. Será melhor que esteja preparada para dar e receber prazer. Não tive ainda uma mulher assim, porque estão muito ocupadas tirando tudo de mim.

O corpo é uma coisa bonita, e eu amo as coisas belas. Quero assegurar de que quando saia pela minha porta, saiba que teve bem e em abundância.

Olho para baixo e levanto minhas cartas o suficiente para ver os dois às. As escondo, acrescentando umas fichas à aposta e logo o crupier vira cada uma.

“Estamos com bastante sorte, né?” Pergunta a garota com a mão errante.

“A sorte não tem nada a ver com isso.” Volto minhas cartas e dos blackjacks, uma vitória com os reis.

Esse é um dos meus caprichos também. Os reis da mesma cor me dizem que devo me contentar com o que tenho, assim recolho minhas fichas e começo a ficar de pé.

Ela me olha e dá de ombros.

“Você perdeu.”

“Baby, eu sou um vencedor todo o tempo maldito, e minha noite não acabou, talvez eu possa te achar novamente.”

Vou embora, com mil e duzentos dólares em duas horas. Não tinha planejado ficar tanto tempo, mas saio vitorioso.

Vendo meu carro se aproximar e parar ao meu lado, aceno para o menino puxar para frente, porque não posso inspecioná-lo completamente se está nas sombras. Quando ele para, passo por ele, em seguida, lhe dou uma nota de cinquenta e saiu. A última parada da noite terá que ser Caesars.

Entrei para descobrir que o lugar está cheio, então olho ao redor e procuro uma mesa vazia, mas não vejo nenhuma. O que vejo é um grupo de quatro garotas que me devoram com os olhos, e essas meninas são ricas. Não só posso ver, mas quando uma caminha em minha direção, posso sentir o cheiro.

Olho para baixo e vejo os dedos perfeitamente cuidados que sobressaiem da sua Fendi. Lentamente eu olho para cima para ver as pernas que são lisas e douradas. Sei muito bem que são recém-depiladas. Sua pequena saia preta atinge acima dos joelhos, mas não muito alto. Ela está vestindo um top rosa de seda. Seu longo cabelo preto está em ondas soltas, e seus olhos castanhos escuros encontram meu olhar. Ela é elegante, em uma espécie de primeira classe.

Suas amigas passam por ali, todas me observando, avaliando. Ela está interessada, e elas sabem disso. Isso é o que faz uma bunda de primeira classe. Não toma decisões por conta própria. Não, elas têm um pequeno conselho de administração debutante.

Observo enquanto elas acenam para ela busca de aprovação de sua amiga. Pelo que diz respeito a ela e suas amigas, isso não será um desafio: definitivamente conseguiria um pedaço dessa bunda quatro vezes aprovada.

Mas esse jogo não é suficiente para mim. Apesar de que eu gostaria de aproveitá-lo, ela não ganhou o direito a esse passeio, ainda não, de qualquer jeito. Consequentemente, quando vejo uma vaga em uma mesa, decido ignorar a primeira classe e fazer o trabalho para o qual vim.

Assim que minha bunda senta na cadeira, as cartas do crupier vão para a mesa e as pego. Cinco cartas em minha mão, duas rainhas e um valete. Não são boas probabilidades, mas tiro algumas fichas extras para a pilha e aumento a aposta. Então pego três cartas, mantendo minhas rainhas e recebo três em troca. Agora tenho outra rainha e um ás na mão, três de um tipo, é o mais alto.

Uma sensação de calma me invade. Sei que vou ganhar, e quando faço, olho em volta para ver o mesmo grupo de garotas me olhando.

Ainda não interessado nelas ou sua amiga, decido terminar a noite nas mesas. Tenho o suficiente para colocar este jogo em espera. Caminho para a janela para trocar minhas fichas.

Ela não está no meu caminho direto, mas com alguns movimentos, aparece na minha frente, olhando-me com expectativa.

Esbarro contra ela enquanto passo, ela não faz nenhuma tentativa de se mover, me dando um sopro de seu dinheiro com um toque doce do seu perfurme caro.

Depois de trocar minhas fichas, vou para a saída decidindo ir para a Omni já que a noite é uma criança.

Um caleidoscópio de luzes cai em cascata através da parte principal do clube e um DJ toca uma melodia que atrai a multidão enquanto caminho. Este lugar tem quatro ambientes, arquitetonicamente impressionante. Entre seu teto de cúpula e os pilares está cheio de bundas bonitas dançando, girando...é elétrico.

Mas não vou para a pista de dança. Caminho para o bar.

“Água com gás, por favor, com gelo.” O cara olha para mim divertido. “Ouça, cara. Darei uma boa gorjeta, não importa o que eu beba.”

Ela acena, em seguida, vai pegar o meu pedido.

Enquanto espero, vejo as meninas de mais cedo seguindo para a pista de dança. Enquanto dançam, olham em volta, tentando não ser óbvias. Porém, quando uma das garotas me encontra, todas se reúnem em um grupo — o conselho de decisões.

Viro de frente para o bar e momentos mais tarde, tem alguém ao meu lado. Não preciso perguntar quem é, tampouco — sinto o cheiro. Ela está determinada. Vou lhe dar isso, e, possivelmente, o orgasmo que obviamente está procurando.

Olho para o balcão, onde suas mãos estão descansando e vejo uma pequena marca onde antes havia uma aliança. Olhando para cima de novo, vejo seu sorriso.

“Você quer ir para minha casa?” Pergunto, sabendo que me dirá alguma coisa. Continuará tentando jogar este jogo, ou vai deixar que o jogador dirija a mesa?

Ela parece acanhada, mas depois sorri.

“Tenho um quarto aqui.”

Assinto, então tomo um gole, sem nenhuma pressa para dizer se estou interessado ou não. Isso não fica bem em seu pedestal presunçoso e simplesmente o inclina um pouco, fazendo-a um pouco vulnerável, que é onde precisa estar.

Ela se move, um pouco menos auto-confiante, e me viro para olhar para ela, da cabeça aos pés. Estou julgando como uma apresentação de leilão enquanto ela fica ansiosa, esperando por minha resposta. Não dou uma, embora.

Tenta conseguir um pouco de controle de novo, perguntando: “Tem namorada?”

“Não tenho relacionamentos.” Digo honestamente, antes que a merda caia e mostro logo que não sou um prêmio que possa levar para casa para conhecer o papai.

“Fiquei solteira recentemente também. Nenhum desejo de pular para outro.”

“Ok.” Tomo outro gole, depois pego sua mão e a levanto, esfregando meu polegar por seu pulso. Ela toma respiração profunda e olha em seus olhos. “Vamos para o seu quarto e a farei esquecer tudo sobre ele. Quando voltar para casa, poderá se lembrar dessa noite e saborear seu segredinho sujo. Porque o que acontece em Vegas fica em Vegas.”

 

 

 

 

 

 


Capítulo 06

Hailey

 

Tudo aconteceu muito rápido. Jamie realmente pediu o divórcio ao marido e e ele prometeu providenciar para que ela tivesse uma espelunca de apartamento para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou ajuda financeira, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para a espelunca. O que ele não sabia era que ela estava tomando aulas on-line há anos e tem um diploma em faturamento médico, e já tinha conseguido um emprego para se manter.

Tudo aconteceu tão rápido. Jamie realmente pediu o divórcio do marido, e ele prometeu providenciar para que ela tivesse um apartamento de merda para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou-a financeiramente, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para o shithole. O que ele não sabia era que ela estava cursando aulas on-line há anos e obteve um diploma em faturamento médico, e ela já arranjou um trabalho para que possa avançar.

Bem, algo assim.

Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Não importa o quão maldita sua situação com ele, independentemente dos jogos que ele está brincando com ela financeiramente, eu só tenho que agradecer que ele lhe ofereceu um apartamento de dois quartos, embora nenhum de nós nunca esperasse que eu terminasse em seu lugar com Marisa.

Até onde sabemos, ninguém mais sabia do seu pedido de divórcio — Alex havia pedido que mantivessem as aparências até que tivesse certeza de que realmente queria abandonar a vida que tinham juntos. Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Independente do tipo de jogo com o qual ele joga financeiramente com ela, só tenho que agradecer por ter lhe dado um apartamento de dois quartos, embora ninguém esperasse que eu fosse terminar morando neste mesmo lugar com Marisa.

Só me permitiram ser amiga de Jamie porque Alex estava profundamente endividado com Monte. Seu negócio precisava de um investidor e Monte cumpriu esse papel, convertendo-se em seu investidor a longo prazo e um sopro de vida para sua sobrevivência financeira.

Equilíbrio de poderes mais uma vez.

Com Jamie não querendo continuar seu casamento com Alex, Monte perde seu poder de manter minha amiga na linha pelo bem de seu marido. As balanças não se movem a seu favor.

Deveriámos saber que Alex diria a Monte. Não manteria esse tipo de segredo do homem que o tem pelas bolas.

Minha recusa em abrir nosso quarto para participantes adicionais inclinou a balança. E não a seu favor. Em vez de ceder, ele me jogou de lado. É engraçado como permanecer fiel representa um compromisso. É apenas mais um exemplo de como meu mundo é fodido.

Assim que o Monte saiu para a reunião, empacotei o que pude. Deixei minha aliança de casamento na cômoda, com aesperança de que de certo modo não lhe devesse a jóia, cujo preço obviamente não significam nada para ele.

Estava com Marisa a três dias no apartamento fodido de Jamie quando a polícia chegou. Os dois oficiais me informaram que, apesar de Monte ter relatado meu carro como roubado, se pudessem recuperar o veículo, eu poderia evitar suas acusações.

Mesmo antes de ter a oportunidade de pensar em minha vida, ela já estava desmoronando. Sabendo que necessitava de dinheiro, e agora de um carro, peguei o primeiro trabalho que encontrei, como garçonete em um cassino. Então, utilizei o dinheiro do supermercado que havia economizado e comprei um carro que tenho que rezar para que funcione toda vez que ligo a chave.

Isso foi há três meses, durante o qual recebi algum tipo de lembrete semanal de Monte de quanto o devo. Marshall, o chefe encarregado por suas cobranças, disse que me conseguiria outros três meses antes de cobrar outra vez o meu pagamento. Assim, agora tenho três meses para encontrar uma solução para meus problemas. Três malditos meses!


O salário é bom, mas, mais do que qualquer coisa, os contatos serão inestimáveis. Monte pode pensar que ele tem as cartas. No entanto, vou seguir muito rápido jogando com sua mão. Mamãe não me criou para desistir. Independentemente das nossas circunstâncias, ela não desistiu, continuou jogando com todas as mãos que a vida lhe trouxe não importando as probabilidades contra ela.

Minha mãe estava longe de ser perfeita, mas ela era uma lutadora. Apesar de como as coisas eram ruins, sempre foi para frente, ainda que não fosse o caminho certo.

Marisa e eu jogaremos nossa mão, e quando as cartas forem dadas, de alguma forma, vamos entrar e ganhar dinheiro. Vou pagar cada centavo que devo a Monte para poder andar com minha menina preciosa, livre e protegida.

De alguma forma, eu vou.

“Vamos, Flounder7, é hora de sair.” Jogo as varas de um brinquedo de pescaria na banheira para ela. Esta semana estamos na Pequena Sereia. A próxima semana, será Cinderella... novamente.

Tiro minha filha da banheira para secar, e ela sorri docemente, momentaneamente, removendo o estresse do meu dia.

Depois de loção, pijamas, cabelo e os dentes escovados, nós deitamos na cama no quarto de hóspedes da minha amiga fiel. Dói no coração pensar no que deixamos para trás, mas que não era seguro. Vivo e respiro para a menininha ao meu lado. Nada nunca a machucará, custe o que custar.

Ela olha para baixo quando seus olhos seguem o meu dedo, maravilhando-se com cada palavra que leio em voz alta. “Histórias para dormir” é como ela chama isso. Momentos preciosos para mim.

“E eles viveram felizes para sempre... fim.” Corro meus dedos através de seus cabelos macios.

“Outra vez, mãe?”

Como posso dizer não a isso?

Depois de se aconchegar em mim, começo a nova história enquanto desliza suavemente para o país dos sonhos. Ah, se fosse assim tão fácil ...

Olho para o relógio de cabeceira e suspiro, sabendo que só tenho trinta minutos para ficar pronta para o trabalho esta noite, antes de sair e deixar Marisa com Jamie.

Um dia, não terei excesso de esforço sem tempo para descansar.

Um dia, não guardarei um segredo de minha filha.

Um dia, simplesmente seremos capazes de ser Marisa e eu.

 

Bastardos de terno, galanteadores idiotas. Todos! Isto é temporário, é apenas um trabalho. Momento a momento, eu só tenho que passar por mais um dia.

Meus pés doem com cada passo que dou em meus saltos altos e preciso fazer uma pausa enquanto puxo minha saia.

Uniforme de garçonete desprezível. Esses idiotas pensam que ele é feito para facilitar o acesso. Também pensam que podem me tocar onde e como eles querem para que eu possa ganhar mais gorjetas.

Um dia, isto será uma mera lembrança. Por agora, tenho que continuar trabalhando no casino. Este é um meio para um fim. Felizmente, é aquele que paga bem, mas estou absolutamente certa de que não é fácil. No entanto, não posso deixar que me derrube.

Olhos no prêmio. Conseguir contatos e entrar nos jogos clandestinos. Jogar um torneio.

Ganhar.

Pagar a dívida. Concluir. Retomar a vida.

Minha mãe sempre disse: “Os rapazes não vão gostar se ganhar deles, Hailey Sue. Você tem que jogar duro, jogar de forma inteligente e atacar o homem certo. Conheça o seu lugar, querida.”

“Sim, mamãe, e funcionou para você?” Murmuro ao ar seco de Las Vegas à minha volta. Em seguida, solto um suspiro de frustração enquanto sigo para o meu carro.

Tem que estar brincando comigo agora!

No momento, em que acho que esta noite não pode ficar mais longa, com certeza ela ficará. Um desses filhos da puta estacionou o carro atrás do meu, bloqueando a saída. Estou certa de que seu Porsche não ficará tão perfeito quando deixar uma impressão do meu pequeno Nissan na porta do passageiro.

Seguindo o meu carro, abro a porta manualmente, já que o alarme da chave não funciona mais. Aborrecimento me consome enquanto tiro os saltos e piso no cascalho. Neste ponto, não ligo para a sujeira no chão — meus pés doem, minha vida é um completo desastre e esta noite parece nunca ter fim.

Jogo minha bolsa na parte de trás, enquanto pego a minha mochila. Abrindo, coloco camiseta sobre a minha saia, agarro uma camisa velha e cubro meu sutiã, mal cobrindo meus seios, em seguida, começo a puxar os grampos do meu cabelo. Uma vez que libero meu cabelo de seu penteado elegante, faço rapidamente um coque bagunçado em cima da minha cabeça.

Não sou glamurosa.

Uma vez que ajustei meu visual da vida profissional para a vida real, espero.

Ansiosamente, espero.

Se esse cara estiver em um torneio e vencer, poderia ficar aqui toda a porra da manhã. Indo para o carro que bloqueia a minha fuga, corro meu dedo de unha perfeitamente feita sobre a borda da beleza.

Um dia, serei como esses idiotas endinheirados. Um dia, vou estacionar o meu carro onde diabos eu quiser, sem qualquer consideração que seja rebocado, batido ou roubado.

Deve ser bom, não se importar em perder cem mil dólares.

Gostaria que o dinheiro fosse tudo o que estava em jogo para mim, mas algumas pessoas podem não ter tanta sorte, certo?

Estou correndo o dedo ao longo do porta-malas, quando escuto um assobio atrás de mim.

“Tire suas fodidas mãos do meu carro!” Um tolo em um terno vem correndo, resmungando algo sobre não ter seu habitual manobrista.

Bem, idiota, estacione o seu próprio carro e você não terá que se preocupar com o serviço de manobrista estacionando no lugar errado.

“Oh, o que há de errado? Você tem medo que eu possa sujar o seu ‘precioso’ aqui? Não gostariamos disso agora, certo?” Zombo dele, movendo um dedo no ar antes de colocar de volta no carro. O acrílico nas minhas unhas não faz remotamente nada para arranhar a pintura do veículo, mas faz o iditota correr mais rápido.

“Porra! Está louca? Esse carro custa mais que a casa de algumas pessoas.”

“Louca? Nop. Irritada como o inferno? Pode apostar.”

Ele olha para mim, inclinando a cabeça para um lado como se estivesse realmente me estudando. Em seguida, põe a mão sobre o peito em dor simulada.

“Esta irritada comigo? Por que você ficaria chateada comigo, Baby?”

“Baby. Para o inferno com ‘baby’. Pareço uma porca para você?” Olho para minha roupa velha, em seguida, levanto a mão para evitar a sua resposta. Pareço uma porca. E, basicamente, não posso arriscar estar em guerra com qualquer jogador no subsolo, então é hora engolir meu orgulho novamente. “Não responda a isso. Acho que estamos começando com o pé esquerdo.”

Estendo minha mão para ele e me coloco em modo doce da melhor maneira possível. “Sou Hailey. Trabalho lá e acabo de terminar meu turno. Saí, pronta para ir para casa... mas parece que você está me bloqueando.” Posso ser doce ao mesmo tempo que lhe digo para mover seu estúpido carro. Espero que ele possa se calar e podemos seguir em frente.

Seus olhos brilham com humor enquanto toma minha mão na sua, me dando um aperto de mão firme. “Pode me chamar de Caldwell.”


Capítulo 07

Morrison


Pode me chamar de Caldwell, de paizão, me chame do que quiser, contanto que esses malditos lábios vermelhos estejam em torno do meu pau.

Depois de olhar para mulheres extravagantemente vestidas por toda a noite, mesmo considerando algumas para foder, esta garota é como um pedaço exótico e sujo. No entanto, não suja da maneira que pensam. Ela não parece ter um arbusto entre as pernas típico dos anos oitenta ou um cheiro desagradável que me faz querer vomitar só de pensar nisso. Quero dizer, vamos ser honestos: tive minha quota encontros ruins, se sabem o que quero dizer. Do tipo que fede e é insuportável, especialmente porque você sabe que tem que terminar o trabalho com um uma falsa ação, que é como começaram.

Ela? Suas roupas estão fodidas, seu cabelo bagunçado e enfiado em um dos penteados do tipo ‘não dou a mínima’, que normalmente não seria o meu gosto. Seu cabelo é castanho e pesado, e apenas quero dar uma de Capitão Caverna sobre ela, em seguida, arrastá-la através dessa confusão grossa à rocha mais próxima, dobrá-la, e penetrá-la com esse coque frouxo.

“Já tomou café?” Pergunto, implorando na minha cabeça para ser tão rebelde como ela aparece em seus pés descalços no cascalho. Porra, isso normalmente me incomodaria, mas não agora. Eu quero ouvi-la dizer com aquela voz rouca de Miley Cyrus, ‘Caldwell, estou faminta. Vamos pular o jantar para que eu possa chupar você, aqui e agora.’

“Você está brincando, certo?” Ela enfia os dedos na minha cara. “Olhos aqui em cima, Slick.”

Levo meu tempo olhando para seus seios. Por que a pressa? Você não vai para a loja de animais e imediatamente diz: ‘Sim, eu vou levar esse.’ De alguma forma você dá uma olhada para o gatinho em primeiro lugar.

“Ei, Slick, não há nenhuma chance no inferno que eu deixe um cara como você tentar me pagar o jantar e depois sei lá o que. Então, por que não...”

Levanto um dedo. “Shh... só estava pensando sobre a sobremesa.”

“Sério? O que faz você pensar que eu deixaria?”

Finalmente olho nos olhos para vê-la mastigando o lábio. “Deixar? Eu não estava pensando em mim, querida. Estava pensando no cocktail de Caldwell que vou deixar você provar.”

Ela solta uma risada irritante. “Sim, bem, acho que o menino bonito foi rejeitado pela alta sociedade lá, então, deixe te dar conselhos. Elas te olham e veem um cara que gasta a mesma quantidade de tempo na frente do espelho
quanto elas. E estão pensando: Porra, ele é gostoso, mas com uma cara como essa, provavelmente não seja tão generoso. Assim, enquanto você achava que te daria um boquete, eu estava pensando em colocar minha buceta em seu rosto para ensinar uma lição sobre como uma mulher quer realmente que o homem seja um maldito homem.”

“Eu sou todo um homem.”

“Aposto que sim.” Ela solta uma risada.

Você está mordendo o lábio; seus mamilos estão duros; sua buceta provavelmente está encharcada...” Ela não me para, então continuo. “Você quer me foder tanto quanto eu quero foder você.”

“Eu gosto de foder, mas novamente, eu quero um homem entre as pernas para me assegurar que tirar minhas roupas não foi uma perda de tempo.”

“Temo que, quando chegar aí em baixo, possa encontrar um conjunto de bolas.”

“Por que você não vem aqui e verifica?” Ela me desafia.

Levo cerca de dez segundos para pressioná-la sobre o capô do meu carro. Assim que fico entre suas pernas, sua mão já está em meu pau.

Isso vai acabar mal.

Agora.

O moletom me lembra da escola secundária, de fácil acesso, e estava certo, ela está encharcada. Meus lábios pressionam contra ela enquanto meu dedo desliza em sua abertura quente. Ela puxa o ar e beija mais duro.

Seus lábios são suaves como pequenas almofadas de pelúcia, e o falar sujo de sua boca acrescenta mais tesão a merda. Quero mais.

Empurro minha língua em sua boca, e porra se não tem gosto de céu. Ela tem gosto bom, cheiro bom, é gostosa, e estou duro como o inferno.

Coloco minha mão livre sob sua cabeça, porque de repente quero ter certeza de que não estou batendo sobre o capô do carro. E, filho da puta, nem sequer me importa o carro.

Preciso de mais. Minha boca cobre a dela e minha língua mergulha em sua boca novamente. Subo e desço a minha língua, mais lento neste momento.

Com uma voz rouca como a dela, eu teria pensado que era uma fumante, mas de jeito nenhum no inferno. Sua boca tem gosto de água da chuva tão limpa caindo do céu direto para a minha boca, sem sequer tocar o chão.

Passo a língua no céu da sua boca, gengivas, dentes, como se queisesse que a minha língua fosse um fio dental.

Que porra há de errado comigo? Que se foda a boca. Eu quero provar sua buceta.

Eu me afasto dela novamente, então passa a mão por suas costas e tiro a outra da calcinha. Chupo meu dedo e rosno quando sinto o gosto da sua umidade doce. Enquanto a levanto, seus olhos se abrem, e se parecem como dois faróis, como se ela estivesse tão surpresa quanto eu.

“Você é gostosa.”

Seus olhos ficam baixos, longe dos meus, e temo que esse momento desapareça desapareça antes de terminar —antes mesmo de ter começado.

Eu a levanto pela bunda, e minha pequena Coringa se torna uma boneca de pano. Quase se deixa ir em meus braços enquanto caminho em direção ao carro e abro a porta. Coloco-a dentro, depois a tiro de suas calças e calcinha. Está nua, exceto por sua pequena pista de aterrissagem e minha língua está prestes a se tornar o avião que vai pousar naquela pista.

Empurro-a para trás e desço entre suas pernas. Então vou duro, esperando como o inferno que não saiba o quanto anseio seu gosto. Beijo e mordo o interior de suas coxas enquanto ela se contorce e solta grunhidos que me deixam mais louco.

Coloco minha mão em seu estômago, mantendo-a imóvel, porque sei que se apenas isso a faz reagir da maneira que faz, assim que lhe chupar entre as pernas sensuais vai quebrar em pedaços. Minha língua viaja na pista de pouso enquanto respiro devagar e profundamente, assimilando seu aroma. Quando minha língua separa seus lábios, seus quadris se arqueam e pego sua coxa na mão e segure-a firmemente enquanto coloco minha língua, então passo a língua de trás para frente uma vez e outra. Apesar de não querer, evito seu clitóris, trabalhando, ouvindo seus gemidos, enquanto tenta segurar o grito que sei muito bem que quer deixar sair.

Suas mãos agora estão em punhos em minha camisa, me causando todos os tipos de rugas, tenho certeza, mas, quem se importa? Estou degustando a melhor buceta que já provei — juro por qualquer merda, que vou gozar só de prová-la. Ela se contrai em minha língua com o corpo tenso em todos os lugares, os seus pequenos grunhidos se tornam um gemido abafado, e começo a laber mais forte sua protuberância até que grita “Caldwell” ao céu aberto da noite.

Quando começa a relaxar, e finalmente sou capaz de me afastar de beijar e lamber sua doçura, beijo sua barriga, levantando sua camisa com o meu nariz enquanto vou para o seus seios.

Olho para o rosto dela e vejo que seu braço está cobrindo seus olhos. Quero saber como se parece quando está saciada quase tanto quanto quero provar seus seios, mas algo ressoa em algum lugar e ela se levanta com um pulo. Meu nariz bate o fecho de frente de seu sutiã, e tropeço para trás com a pressão.

“Oh, Deus, desculpe.” Ela diz, puxando as calças e calcinha.

Sai do carro e se fecha rapidamente. “Tenho que ir embora.”

“Ir embora?” Pergunto confuso. “Estamos apenas começando. Permita-me te levar...”

Ela endireita, a dureza em seus olhos retornando.

“Queri...”

“Eu não sou sua querida.”

“Tranquila, tigresa.” Pego sua mão antes que ela possa escapar, agarrando-a e puxando-a contra mim. “Eu prometo que vai ser o melhor dia da sua vida. Não saia correndo agora.”

“Eu não te devo nada.” Diz.

Puxo-a mais contra mim para que possa sentir o quão duro estou por ela. “Você não me deve nada.”

“É isso mesmo, não devo. O fato de que você acabou de fazer gozar alguém que só teve um pau dentro dela sempre deve ser considerado como um presente, uma iguaria, um...” Inferno.

Giro minha mão em seu cabelo e puxo seus lábios contra os meus. Minha língua começa a traçar as contusões invisíveis que devo ter causado, e começa a relaxar novamente até que outra buzina quebra o nosso momento.

Ela se afasta, olha para além de mim, e depois vai embora.

“Tenho que ir embora.”

“Espere.” Agarro a mão dela. “Jantar mais tarde? Uma bebida? Seu nome?”

Ela olha confusa, depois seus olhos endurecidos estão de volta.

“Siga-me.” Ela começa a caminhar em direção ao beco e a sigo.

Não vou voltar atrás por nada neste momento.

Ela para e me empurra contra a parede de tijolos.

“Depois disto, estamos quites.”

“Depois do qu...” Ela me solta e está de joelhos diante de mim, antes que eu possa dizer outra palavra. “Oh, inferno. Não pare.” Rosno.

Não faz. Ela me chupa como ninguém, sua língua traça a cabeça do meu pau, em seguida, desliza ao longo do meu eixo enquanto baixa minha calça. Agarra minhas bolas e geme com apreciação, o que me deixa excitado como o inferno. Ela as rola em sua mão enquanto suga tão forte que já estou sentindo o calor do meu gozo se espalhando por mim como incêndio.

“Se você não quer o cocktail Caldwell, é melhor parar.” Assobio.

Chupa mais duro, e estou gozando, vendo as luzes brilhantes da Strip de Las Vegas. Então a sinto subir minha calça e me arrumando. Uma primeira vez para mim. Estranho? Um pouco, mas legal, também.

“Baby.” Começo e ela se afasta. “Cristo.” Agarro a mão dela. “Por que diabos a pressa? Não terminei com você.”

“Estamos quites.” Diz enquanto começa se afastar com minha mão ainda na sua.

“Estamos contando?” Sorrio.

“Obrigação e recompensa.” Engole com dificuldade. “A vida é tudo sobre...”

Ela para quando a viro para mim. Juro que seus olhos estão cheios de lágrimas, mas por outro lado, poderia ser o fato que meu pau estava penetrando sua garganta.

“Então, lhe devo um grande momento.”

Ela inclina a cabeça para um lado, enquanto me estuda, mas, em seguida, se vira e me dá a mão.

A sigo até seu carro e abro a porta antes que ela possa fazê-lo.

“Mamãe criou um cavalheiro, entendo.”

Olha para o chão enquanto entra em seu pequeno carro. Então, me inclino, pego o cinto de segurança e passo ao redor dela e fecho.

“Eu quero o seu nome.”

“Preciso ir embora.” Ela diz quando liga o carro. “Por favor, feche a porta e vá para o seu carro.”

“Apenas o seu nome...”

“Chame-me azarada.”

“Eu não acredito nisso nem por um segundo.”

“Acredite.” Sussurra baixo ao mesmo tempo em que coloca seu carro em marcha.

Deixo-a ir, porque sei que acaba de ter um momento de reflexão. Eu com certeza tive.

Deixo-a ir, porque sei que vou ver sua bunda novamente. Sei onde ela trabalha —meu novo casino favorito: Harrah’s, o lugar onde vou conseguir minha bunda de ouro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 08

Hailey


Obrigação e recompensa. Pagamento e retruição. O quadro de pontos está empatado com Caldwell. Por mais que eu tente me convencer de que não lhe devo nada, no entanto, não está funcionando.

Ele colocou sua boca em mim, no meu corpo.

Corro a minha mão sobre meus seios descendo pelo meu estômago, enquanto minha pele continua a sentir um formigamento do seu toque. Quanto tempo mais vou ficar pensando no meu momento de fraqueza dessa noite? Como tudo isso ficou fora de controle tão rápido?

Bato no meu rosto. Esqueça, Hailey. Como você pode ter se deixado hipnotizar por um bastardo com um terno novo?

Se o carro não tivesse buzinado, eu o teria impedido?

Minha mente corre enquanto repito os movimentos. Ao parar em um semáforo, eu me sinto em repouso, olhando para as minhas mãos trêmulas, percebendo que meu dedo anelar ainda tem a marca de usar minha aliança por muitos anos.

Eu me tornei a prostituta que minha mãe foi? Prometi a Marisa que lhe daria algo melhor. Mas esta noite, sob as luzes brilhantes de Las Vegas, me perdi novamente por um homem.

Inclinando-me, coloco a mão trêmula na minha boca inchada, e minha mente imediatamente sente seus lábios em mim. Ele teve sua boca em mim. Fez o meu corpo gozar debaixo dele e fui incapaz de parar. Aquelas sensações... Nunca, nunca senti o que senti esta noite, mesmo antes de me tocar. Apenas a nossa discussão verbal deixou minha calcinha molhada.

Baixo minha cabeça em vergonha. Estou tão desesperada por atenção?

Uma buzina atrás de mim me faz saltar. Olhando para cima, vejo que o sinal ficou verde e fico com ainda mais vergonha enquanto balanço a cabeça concentrando-me em dirigir para casa.

Casa.

As lágrimas picam atrás dos meus olhos. A pequena sala que Marisa e eu ocupamos não é uma casa. Como posso sair dessa confusão? Preciso me concentrar na estrada. Preciso entrar no jogo e não perder tempo por aí com um grande apostador, que só quer uma aventura entre lençóis. Não posso me deixar pegar novamente.

Ligo o rádio, precisando de uma distração, e “Tell Me Why” Three Days Grace está tocando. A história da porra da minha vida, mas tenho algo que amo, e irei protegê-la com a minha vida.

Finalmente em casa, me preparo para uma ducha. Ao abrir a água, suspiro enquanto passo minha mão sobre meu corpo nu, e memórias do seu toque voltam outra vez. Lavo meu corpo, enquanto ele treme com necessidade, e termino mais frustrada que antes.

Já cometi erro atrás de erro e paguei caro. Vou conseguir fazer alguma coisa certa?

Faço o café da manhã depois que Marisa acorda. Então embalamos o almoço e a levo à pré-escola.


Ela frequenta uma pré-escola local de meio-período para as crianças de três anos. Foi uma grande socialização para ela e uma pausa bem-vinda para mim desde que deixei Monte, o que me permitiu tempo para resolver algumas coisas em nossa vida. Antes, ela só frequentava porque Monte achava que isso era ‘apropriado’ para ela, mas
é claro que foi adicionada à minha dívida, porque a escola não é barata.

“Senhora Timmons, eu não sei como te dizer isso.” Carrie, a diretora da escola, sai de seu escritório para falar comigo.

Dou um rápido adeus a Marisa, enviando-a para sua sala de aula, em seguida, assinto com os olhos abertos para Carrie.

“Seu marido ligou e explicou sobre a separação. Ele também nos informou que você cobriria as despesas de Marisa.”

Meu coração afunda, meu estômago aperta, e de repente sinto meus pés completamente como chumbo. Obrigação e recompensa. Inclinar a balança. Permanecer no controle — é a mentalidade do Monte.

Depois de um momento, continua: “Sr. Timmons também disse que você poderia chamá-lo para discutir as formas de pagamento com ele se precisar de ajudar para cuidar da sua filha.”

Eu me ajoelho na frente dela enquanto meu mundo colapsa ainda mais. Lágrimas corram livremente pelo meu rosto, e eu não me importo com quem me vê. Carrie me dá isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para correr, e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Portanto, quando ela dá um ombro firme ao meu ombro, tomo como meu sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

Eu me ajoelho na frente dela enquanto o meu mundo desmorona mais. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, e eu não me importo em que me vê. Carrie me permite isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para gerenciar e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Então, dá um aperto firme em meu ombro, e eu tomo isso como minha sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

O ônus e bônus. Obrigação e recompensa.

Endureço os ombros, levanto e limpo minhas lágrimas. Incline a balança o quanto quiser, Monte, Monte. Não vou me curvar, e não vou quebrar.


Passo minha manhã fazendo contas e parece que, se puder ficar com Jamie por alguns meses, poderei pagar a matrícula. Não posso fazer pagamentos a Monte, mas Marshall me conseguirá alguns meses extras, o que me dará tempo para entrar nos jogos.

Tenho que entrar em um dos jogos.

A noite chega muito rápido e Marisa vai dormir depois de apenas três contos de fadas. Com minha mente dispersa, estou muito agradecida por isso.

Com o caos do dia, não tive tempo de pensar em Caldwell, mas quando termino de aplicar loção nas pernas enquanto me arrumo para o trabalho, silenciosamente peço que não o encontre hoje à noite. Tenho que me concentrar no jogo e, o mais importante, nos jogadores, não em um grande apostador.

Você pode ganhar ou perder um jogo com base em dar ou ler um tique, e eu dei muita informação a Caldwell. Ele conseguiu me ler. Essa merda acaba agora.


Começo meu turno em transe. Com cada gorjeta, calculo mentalmente minhas contas. Não passa muito antes que eu sinta a queimação, a picada de uma pessoa me observando. Olho em volta do cassino para encontrá-lo. “Pode me chamar de Caldwell” ressoa na minha cabeça, e aperto minhas pernas enquanto tremo instantaneamente de desejo por ele, lembrando quando gritei seu nome.

Sorri e pisca antes de retornar ao seu jogo, com as fichas alinhadas a sua frente, que mostram claramente que está ganhando. Sabendo que ele está aqui, sinto que a temperatura aumentou em cem graus.

Então, quanto a não vê-lo novamente...

Claro, eu não poderia ter tanta sorte. Não, eu ainda estou presa na vida de golpes duros e, provavelmente, sempre estarei.

O desespero me consome, fazendo com que meu peito se apertar com ansiedade. Não tomo cinco passos antes que ele esteja ao meu lado.

“Está bem?”

“Eu estou bem.” Murmuro, tentando chegar à outra mesa.

“Consegui um quarto aqui. Por que você não vem e janta comigo?”

Olho para ele, e por um momento, eu me perco nas profundezas de seus olhos azuis. Ele usa isso a seu favor e pega minha mão, mas eu a tiro como se tivesse me queimado.

“Que porra você está fazendo?”

Ele coloca um dedo sobre o crachá afixada no meu peito esquerdo. “Hailey, fique calma.”

“Preciso trabalhar.” Sussurro e viro de costas para me recompor por um momento.

Seu toque inflama algo dentro de mim que nunca pensei ser possível. Desejo? Poderia ser? É tudo tão novo. Nunca me permiti sentir nada. Minha vida tem sido uma devolução — nunca antes senti excitação e, ouso dizer, nem sensualidade.

Com muito esforço, continuo meu turno, completamente distraída por ele em cada passo. Quando ligo para casa para verificar Marisa, Jamie ri de mim e de minhas frustrações sobre Caldwell.

“Garota, viva sua vida, pela primeira vez. É uma noite. Se divirta e volte pela manhã antes que ela acorde. Enquanto isso, eu cuido da sua princesinha. Você nunca teve a oportunidade de foder. Uma vez, baby, apenas uma vez foda com ele e poderá saber que Monte definitivamente não tem a balança pendendo a seu favor.”

Desligo o telefone em choque. Não há nenhuma maneira que posso foder livremente por aí. Então minha mente imediatamente volta para a sensação da sua boca em mim, e estremeço enquanto volto para o salão para terminar meu turno.

Enquanto olho para o relógio, minha mente está em tirar o meu uniforme e vestir minhas verdadeiras roupas. Preocupada, não o sinto se aproximando e tropeço enquanto tento sair de seu caminho. Quando estende um braço e me segura pelo bíceps, automaticamente fico tensa ao seu toque.

Seus olhos procuram o meu e, sem pudor, não consigo esconder minha reação. Não tive tempo, porque tenho medo dele. Não, o toque de Caldwell tem a capacidade de fazer meu coração disparar, em seguida, entrar em um ritmo estrondoso que me traz a sensação que vai saltar do meu peito. Sua presença é inegável, sua atração magnética. Ele me consome sem sequer tentar.

Sem dizer uma palavra, seus lábios batem contra os meus, e em um segundo sua língua invade minha boca e começo a pensar sobre sua boca em outros lugares. Imediatamente, o barulho que nos rodeia some e a única coisa que posso pensar é a sensação de seus lábios contra os meus, enquanto sua língua dança deliciosamente em todos os cantos da minha boca.

Morde, chupa e dá voltas enquanto de alguma maneira seguimos para o elevador e, depois, para o seu quarto. Tudo acontece tão rápido que não consigo parar, mesmo se tentasse. A roupa voa enquanto me electrifica ainda mais com cada carícia. Minha camisa: desaparece. Minha saia: desaparece. Sua camisa já está no chão, com botões espalhados por toda parte. Meus mamilos estão
tão duros, que quando o ar os atinge ao tirar meu sutiã, sinto como se pudesse explodir com desejo. Ele me pressiona contra a parede e dou gemidos.

Ansiando por contato, precisando dele, enrolo uma perna ao seu redor e praticamente subo qundo ela que segura minha cabeça com uma mão, movendo meu cabelo para cima, enquanto com a outra segura minha bunda e envolve minhas pernas em volta dele.

Êxtase. Ele nem sequer me penetrou ainda, e estou em puro êxtase.

Sua mão desliza dentro da minha calcinha. Chega ao meu centro e eu empurro a cabeça contra a parede enquanto seus dedos deslizam dentro e fora, minha buceta começa a apertar em torno de seus dedos. Ele insire outro dedo, e não posso evitar que meu corpo contrai, trabalhando por seu orgasmo. Isto deveria ser considerado um crime.

Reteso enquanto meu corpo continua indo cada vez mais alto. Minhas inibições desaparecem e fricciono contra ele, procurando liberar meu orgasmo. Ele ri levemente no meu ouvido antes de lamber meu pescoço, então suga o ponto doce atrás da minha orelha. Sem demora, baixa sua cabeça para meus seios, onde pega meu mamilo na boca. Lambe, chupa, e me entrego por inteira ao orgasmo.

Quando acalmo, ele me leva para a cama, onde gentilmente me deita como se fosse uma peça valiosa. Antes que possa organizar meu pensamento, sua boca está na minha em um beijo cheio de paixão, necessidade e desejo; totalmente selvagem e desenfreado.

“Preciso estar em você, Hailey.”

Não pensei duas vezes. Em ambos os encontros que tive com ele; ele me deu o único prazer que recebi de um homem. Agora, quer estar dentro de mim. Ônus e bônus.

Abro as pernas enquanto ele tira a calça, coloca um preservativo e depois remove suavemente a minha calcinha como se estivesse abrindo o melhor presente em toda a sua vida. Sob seu olhar, minhas inseguranças surgem lentamente, mas antes que possa dar importância à elas, ele está acima de mim, e então dentro de mim.

Preenchedo-me.

Cada centímetro do meu corpo estremece enquanto me estende, depois já dentro de mim para me encarando, e penetra totalmente. Nunca estive tão cheia de tantas maneiras. Este momento é tão íntimo, tão vulnerável, mas, ao mesmo tempo, parece como uma conexão verdadeira. O que tem esse homem Caldwell que me consome?

“Platina.” Sussurra antes de, finalmente, se mover.

Não consigo pensar no que isso significa, porque de repente, estou sendo levada a outro orgasmo. Ele empurra, mói, e sou incapaz de fazer outra coisa que não seja tomar o prazer, enquanto continua penetrando meu corpo com mais força, antes que eu goze novamente, gritando o nome dele e mordendo seu ombro apenas para lembrar que isso é real.

Com mais dois golpes, fica quieto, então me segue no prazer. Ele me dá um beijo suave e lento antes de sair, e quando se afasta para tirar a camisinha, me sinto uma sensação de vazio. Mas esse espaço permite que minha mente funcione de novo.

Vazio. Como pode alguém, de quem inclusive não tenho a puta ideia, me faz sentir tão oca, apenas por me deixar um minuto? Estou, com certeza, louca por ser tão selvagem para dar um segundo para um completo desconhecido.

Com esse pensamento, o medo me domina. A névoa se foi. Ele continua sendo um completo desconhecido e eu continuo sendo uma puta. No entanto, ele volta antes que eu possa escapar. Rastejando na cama ao meu lado, ele me puxa para o seu lado. Então, na minha hesitação, ele se afasta para me dar espaço.

“Fale comigo.”

“Preciso ir embora.” Afasto minhas pernas das suas e cubro meus peitos.

“Ainda não. Fale comigo. Uma hora atrás, estava me agarrando como se quisesse me devorar. Você gozou duas vezes querida. Te dei isso.” Acaricia meu rosto e toca minha testa. “É óbvio que te quero aqui. O que está passando na sua cabeça?”

“Nada. Só preciso ir.”

“Negue o que você sente, e não direi uma palavra quando sair.” Ele me desafia.

Hesito, meus olhos piscam e ele me lê.

“Negue. Negue-me.” Sorri, fazendo com que meu corpo pegue fogo de novo.

“Não te conheço.”

“Meu nome é Caldwell, Morrison Caldwell, irmão do meio de Hendrix e Jagger de Detroit. O que mais quer saber?”

“Qual é o seu jogo?” Pergunto sentindo que a obrigação me bate. Ele tem razão. Ele me deu não um, mas dois orgasmos. Nem sequer estamos quites.

Antes que possa continuar, ele responde: “Não tem jogo. Você é a mulher mais bonita que já vi e me sinto atraído. Quero conhecer você.”

“Conversa nua realmente não é o meu negócio.” Respondo me sentindo muito vulnerável e ainda mais exposta que antes.

Sem dizer uma palavra, ele se levanta e me joga uma camisa de botão do seu armário, e a coloco, percebendo que não vou sair disso tão facilmente.

Posso fazer isso. Posso falar até que ele adormeça. Logo terá o que quer e sairei de sua vista e sua mente.

Eu lhe dou um pouco da conversa fiada e evito as partes importantes, depois digo estar cansada, ele se acomoda atrás de mim e ordena que eu durma. Controlando minha respiração, o deixo acreditar que estou desfrutando dos meus sonhos. Quando finalmente relaxa seu braço e iguala sua respiração a minha, sei que está dormindo. Agora posso fazer a minha fuga.

Meu coração bate descontrolado, enquanto saio debaixo do seu corpo nu. Recolhendo minha calcinha, a coloco junto de meu uniforme. Começo a desabotoar a camisa, mas a medida que me movo, sinto, cheiro dele. Não querendo me arriscar a acordá-lo, não coloco o sutiã e nem troco a camisa, decidindo que é melhor permanecer com a sua.

Olho para ele uma última vez. ‘Caldwell’ está tatuado em suas costas em tinta negra. Nunca esquecerei esse nome, mas com certeza vou me forçar a esquecer seu toque, seu gosto e sua ternura.

Balanço a cabeça, tentando esquecê-lo enquanto recolho minhas coisas e saio do quarto.

Ainda é de manhã cedo, quando a maioria das pessoas está dormindo, mas são muitas horas depois do final do meu turno, quando caminho para o estacionamento. Um formigamento em minha nuca me faz olhar ao redor como se alguém me observando.

Revisando a área, não vejo ninguém à primeira vista, mas enquanto coloco a chave na porta do meu carro, vejo Marshall. Alguém realmente estava me observando. O braço direito do meu ex.

Com certeza, ele não está aqui por mim. De jeito nenhum. Marshall não foge a confrontação, e tanto quanto sei, no geral, não falará a Monte até chegar a hora certa.

Nunca.

Ele deve estar aqui por outra pessoa.

Esse é meu último pensamento enquanto entro no carro e volto para casa, saciada, satisfeita e pela primeira vez em toda a minha vida, de uma maneira boa.

Sinto o formigamento na nuca novamente, enquanto rio de mim mesma. ‘Estou caindo no fundo do poço, e no final, o poço não tem fundo. Murmuro as palavras para ninguém enquanto estaciono na casa de Jamie e desligo o meu carro.

Se apenas tivesse uma bola de cristal para me mostrar o futuro... ainda que, suponho que eu deveria ter cuidado com o que desejo. Uma vez escutei alguém dizer: “Se você quer, a vida te dará”.

Deixo Marisa na escola com temor na boca do meu estômago. Rapidamente, vou ao cassino pegar o cheque do meu pagamento, consciente de que tenho que ir ao banco depositar o dinheiro para que o cheque que dei para a matrícula de Marisa não volte.

Assino o documento no escritório do recebimento de pagamentos e quando saio pela porta meu telefone pré-pago começa a tocar. O número é familiar, mas não o reconheço como chamada de emergência, como de Jamie ou da escola de Marisa. Com a pressão de um botão, a ligação se conecta.

“Olá.” Respondo com indiferença.

"Hailey". Sua voz é gravavelmente e distintiva, e o fato de que ele simplesmente diz que meu nome é uma sentença de morte. "É Marshall. Tenho que te contar, Monte sabe sobre sua tentativa com Aces. Isso não é bom para você, ou para Ris Priss. Tenho que pagar um pagamento.

“Hailey.” Sua voz rouca e distinta, e a forma como simplesmente fala meu nome é uma sentença de morte. “É Marshall. Precido te avisar que Monte sabe sobre seu encontro com Às. Isso não é bom para você ou para a princesinha. Isso custará algo.”

Sem pensar duas vezes, sem hesitar, deixo o estacionamento. Marshall me chamou e ameaçou Marisa, e sei o que isso significa. Vivi uma vida longa o suficiente para saber que preciso pegar minha filha agora. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, mas não dou a mínima.

Alguém me agarra. Acho que é Morrison Caldwell, mas não tenho tempo para ele neste momento. Puxo com força me libertando e continuo saindo do casino. Tenho que chegar a Marisa.

Preciso. Porra. Agora.


Capítulo 09

Morrison


Observo como ela basicamente corre para fora da porta. Não é o meu estilo perseguir bundas, mas, por outro lado, nunca tive uma bunda tão boa na minha vida. Esta menina também paga com a mesma moeda.

Dizem que o jogo é um vício, mas garanto que não é. Posso me afastar da mesa quando quiser. No entanto, essa buceta de ouro... Hailey, é viciante. É incrível. Ela me fez alugar um quarto neste casino quando tenho uma casa do caralho, só para ter certeza que iria foder com essa bunda novamente, provando sua buceta de novo, devorando sua boca outra vez. Sou um viciado em ouro.

Antes que possa me convencer que é uma má ideia, estou na porta e corro para o meu carro. Pego ela saindo pela minha visão periférica. Também vejo que seca os olhos e imediatamente me sinto doente. Não sei se estou doente porque ela está chorando, pensando que talvez a culpa seja minha; não sei se é porque ela está chateada e quero saber o porquê; ou se estou doente porque quero saber quem a deixou tão emotiva que a faz correr atrás dele.

Como resultado, faço o que qualquer homem que seja fodido por ouro faria, estou seguindo-a a uma curta distância.

“Devo estar doente da cabeça.” Digo, enquanto conto três carros atrás dela.

Três é um bom número.

O telefone toca e aperto o botão de resposta no meu volante.

“Morrison falando.”

“Não me diga.” Jagger zomba, o som fluindo através dos alto-falantes do meu som.

“Desculpe... Eu, um...” Ela desvia entre dois carros e se move na pista direita. Verifico meu espelho, só para ver que não consigo alcançá-la. “Porra!”

“É isso mesmo?”

“Merda, cara, sinto muito. Esqueci que você estava aí.”

“Droga, cara. Você já está bêbado? É cedo.”

“Não, eu... uh... eu estou ...” Toco a buzina enquanto troco para a faixa da direita e um idiota com uma caminhonete com suspensão quase me atinge. “Cuidado, filho da puta!”

“Você está bem?”

Desvio do Dodge e quase batem na minha traseira, mas estou na pista da direita.

Buzinas soam atrás de mim e quero me virar e encarar o imbecil, mas, em vez disso, me inclino para fora da janela e olho para ele. “Você me viu dar a seta, estúpido?”

“Em que diabos você se meteu?” Jagger ri.

“Nada, cara. Estou ocupado... neste momento.” Vejo quando ela vira à direita e a porra do semáforo fecha. Olho para o Dodge a minha frente, pronto para passar por cima de dele, então vejo um reboque prata engatando um trailer. “Você tem que está brincando comigo.”

“Ei, irmão, você está em apuros?” Pergunta Jagger.

“Nenhum problema. Não.” Bato no volante em frustração.

“O que diabos está acontecendo? Está tudo bem?”

“Não, não estou bem, porra! Vou perder...” Paro quando percebo que estou prestes a admitir ao meu irmão que estou, literalmente, perseguindo uma bunda.

“Perder o quê? Um jogo, uma aposta?”

“Sim. Não.” Bato no volante novamente. “É complicado.”

“Uh-huh. Entendo.”

“Bem.” O semáforo da pista da direita fica verde e ninguém está em movimento. Toco a buzina. “Vamos, seu filho da puta infeliz!”

“Irmão, qual é o seu problema?” Por sua voz posso dizer que está seriamente preocupado.

Estamos em movimento agora, graças a Deus.

“Fúria ao volante, cara. Preciso me acalmar, mas os idiotas ficam pasmados olhando o sinal aberto.”

A luz está amarela e estou um carro atrás do cruzamento. O filho da puta sem bolas dimuniu e me faz buzinar. Dá sinal, em seguida, aperta o acelerador. Ela passa e acelero cruzando assim que a luz fica vermelha.

“Que se fodam, sim, filhos da puta!” Grito a minha vitória.

“É sério, você precisa relaxar, cara.”

“Apenas comemorando pequenas coisas.”

“Então, quando você vem para casa?”

“Quando conseguir a grana que preciso.” Digo, desviando para a esquerda tentando localizar o carro de Hailey. Vejo duas luzes à frente. Ela está saindo da cidade. Eu posso alcançá-la.

“Tem certeza?”

“Tenho certeza. Precisa de dinheiro?”

“Não, tenho uma luta em duas semanas. Vou ficar bem.”

Não há muita confiança em sua voz. “Tem certeza, cara?”

“Estou bem, Morrison.”

“Não minta para mim. Se você precisar de alguma coisa, me avise.”

Aperto os freios, parando à direita com uma luz vermelha. “Caralho!”

Jagger ri. “O tráfego de novo?”

“As malditas luzes vermelhas. Merda total.”

Pego o telefone e busco o aplicativo do banco online. Transfiro dois mil dólares para a sua conta. “Acabei de enviar algum dinheiro. Se você não precisa...” Faço uma pausa para olhar para cima e vejo que a luz ficou verde, aperto o acelerador e queimo um pouco de borracha. “Devolve-me após a luta. Você os terá se algo vier à tona.”

“É desnecessário, cara.” Murmura Jagger.

“Para que são irmãos. Olha...” Aperto os freios, quando o filho da puta freia novamente. “Cretino.” Assobio.

“Desculpe?” Jagger zomba.

“Olha, depois nos falamos. Quero tirar uma foto da caminhonete deste idiota e te enviat. Depois te ligo.”

“Certo. Obrigada, cara.”

“Como disse, para isso que serve os irmãos.”

Pego o telefone e tiro uma foto, e em seguida, envio uma mensagem.

Para homens que não têm o suficiente, agora existe ajuda. Grandes caminhões e bolas falsas podem ajudá-lo a recuperar sua confiança. WTF8!

Aperto enviar enquanto a luz fica verde.

Continuo a seguindo durante dez minutos até que estamos em uma pequena comunidade de luxo. Mas a garota com quem tenho jogado não é de luxo. Não parece ser alguém que deprecie as pessoas. Parece incrivelmente autêntica.

Tento apagar os poucos cenários que passam pela minha cabeça, porque sou racional. Sou calculista. Não sou desses que se deixam dominar pela emoção. Quero fatos e quero ver com meus próprios olhos, por isso continuo a seguindo.

Dois minutos mais tarde, estou em uma rua lateral numa fodida zona escolar. Agora tenho alguma merda louca passando pela cabeça. Observo enquanto para e sai do carro. Então corre para dentro da escola enquanto espero.

Quando sai, cinco minutos mais tarde, ri e sorri para a garotinha que tem nos braços. A menina está vestida com um uniforme rosa, com um laço no cabelo e um par de all star em miniatura. Esta menina é um espetáculo. Bem, seus pais são, de todos os modos e a garota com quem estive a ponto da obsessão não é essa. Hailey é surpreendente.

Respiro profundamente e minha mente se acalma de uma vez. Eu me permito racionalizar essa situação e quase me dou conta de que Hailey trabalha durante o dia como babá ou coisa assim. Isso me faz rir, porque estava certo, apesar de seu corpo, sua pele suave e atrativa, com curvas perfeitas, mas seu exterior, seus atos não são. Mas, maldita seja, quando estou dentro dela, sobre ela, tocando nela, posso ler as pistas e ela não é tão forte e áspera como acredita precisar ser.

Saio depois que ela está a dois quarteirões à frente e sigo. Deveria dar a volta. Já não está chorando, está sorrindo. Não saiu com nenhum homem, estava pegando a filha de alguém. Deveria deixar esta estúpida situação e dar a volta. Mas não o faço.

A quatro quilômetros de distância, estaciona na frente de um complexo de apartamentos que não está na melhor parte da cidade. Leva a menina para dentro e logo sai outra garota. Sai do carro e corre até a porta que Hailey entrou.

Eu me sento e espero.

Dez minutos mais tarde, Hailey carrega caixas até a porta e as coloca na parte de trás do seu carro antes de voltar a entrar. Dessa vez, quando sai tem em seus braços mais caixas amontoadas nos braços e sei muito bem que não pode me ver. Quando tropeça e cai, as caixas espalham o conteúdo no chão. Cobre o rosto com as mãos e leva os joelhos ao peito, seu corpo se sacudindo.

O instinto pode ser um salva-vidas. Também pode te matar. Igual aos pobres bastardos que saltam diante de um carro para salvar alguém e acabam atropelados. Como o cara que salta na frente de um drogado louco com uma arma e acha que vai salvar a todos na loja e derrubar o homem, só para acabar morto. Como a mãe que sente que seus filhos estão ameaçados e fica entre eles e o que considerava um perigo, e acaba espancada pela porra de um doente. E agora, enquanto estou ajoelhado ao lado de Hailey, tomo-a em meus braços, porque o instinto está presente e não quero vê-la ferida.

Ela me empurra e limpa o rosto, tentando apagar as provas que estão aí para todo mundo ver. Enquanto gagueja em busca de palavras, eu me afasto e começo a guardar toda a roupa espalhada na calçada.

Por fim, para de tentar falar e também começa a empurrar freneticamente as coisas nas caixas. Pego a primeira caixa e carrego para o seu carro, em seguida, a segunda. Viro para pegar a terceira, mas está bem atrás de mim, empurrando para passar.

“Mamãe?” Escuto atrás de mim.

Olho para a menina que tinha anteriormente nos braços e Hailey respira fundo, evitando o meu olhar.

“Quase pronto, Marisa.” Sua voz é suave e tão cheia de amor que estou quase desolado.

“Para nossa aventura?” A garotinha diz.

“Sim.” Ela se vira e olha para mim. “Obrigada.”

Quando começa a se afastar, a seguro pelo braço, impedindo-a.

“Ei, Marisa, esquecemos uma coisa. Vem me ajudar a pegar?” A outra mulher pergunta à menina.

“Sim. Já volto, mamãe.”

“Estarei aqui, Princesa. Apenas se apresse. Não quero chegar atrasada.”

Quando a porta se fecha atrás de sua filha — a merda da sua filha — começo a apertar as mãos. “Algo que você precise me dizer?”

“Não te devo...”

“Chega de ‘não te devo’ de merda, Hailey. Nunca te perguntei uma maldita coisa, mas vou fazer agora e você vai me responder.”

“Sério?” A raiva retornou à sua voz.

“É casada?”

Ela parece confusa.

“Escapou de fininho do meu quarto no hotel esta manhã para voltar para a cama seu marido? É por isso que...”

“Legalmente, sim, mas isso não é da sua conta.”

“Com certeza é da porra da minha conta.”

“Não tenho tempo para a sua atitude alfa e mandão na minha frente fazendo exigências. Se minha filha não fosse voltar por aquela porta a qualquer momento, usaria com você uma linguagem que provavelmente nunca ouviu falar. Mas porque tenho que ser mãe, pai e protetora desta criança, não te darei uma resposta. Então, volte para seu carro brilhante e dirija para o mais longe possível, porque, por mais agradáveis que tenham sido as coisas, Slick, você não é minha realidade.”

“Sim, eu tenho um marido. Estamos separados e ele não é um bom homem; diabos, nem mesmo finge ser. Ele venderia a própria filha se pudesse levar alguma vantagem.

Não vou suavizar isso. Acha que lhe devo dinheiro e inferno, talvez deva. Pensei que tinha mais tempo e realmente tinha, até que ouviu que passei a noite com o “Ás”. Agora está cobrando a minha dívida e aquela garotinha — minha pequena filhinha — é quem vai sofrer se eu não pagar. Então, desculpe se não parei para conversar antes, mas tenho coisas mais importantes para tratar.

Agora, se você gentilmente sair — sem olhar para trás — Slick, porque não há nada atraente, brilhante ou bonito para onde você possa olhar.”

“Quanto você deve?”

“Isso não é da sua conta ou preocupação.”

“Tive um papel na criação desta situação, então me deixe ajudá-la.”

“Não! Nunca mais deixarei um homem pensar que lhe devo algo.”

Nesse momento, percebo por que ela é da maneira que é, por que nunca toma mais do que dá. Naquele momento, sei que não posso simplesmente sair. Não é apenas a minha atração inexplicada por Hailey, agora há uma criança envolvida. Fui essa criança uma vez e ninguém se ofereceu para ajudar.

Mamãe não nos criou para virar as costas.

“Quero te ajudar.”

“Não preciso da sua ajuda.” Muda sua atenção para a calçada onde sua amiga se aproxima correndo.

“Hailey, recebi uma chamada e Monte está a caminho. Você precisa...” Começa sua amiga e tem toda a minha atenção.

“Monte Timmons?” Pergunto. Ambas olham para mim e nego, percebendo quem é o bastardo cruel a quem está amarrada. “Não estou pedindo nada em troca, basta tomar isso como algo bom em um mundo de mal.” Eu me viro e olho para a menina. “Oi, linda, você já andou em um Porsche?”

“Não acredito...”

“Jesus, Hailey, apenas deixe-o ajudá-la a sair daqui. Vá embora!” Incentiva sua amiga.

“Coloque a menina no meu carro.” Peço a amiga dela.

Antes que sua amiga possa argumentar, olho para Hailey. “Siga-me.”

Ela parece perdida, assustada e vulnerável, mas acena com a cabeça. Corro para o meu carro e entro.

“Você gostaria de ir rápido ou devagar?” Pergunto à filha de Hailey.

“Devagar?” Ela ri da forma que faria uma menina que não tem ideia do perigo que corre.

“Bem, uma vez que este é o nosso primeiro encontro, vou deixar você tomar as decisões, mas não se acostume com isso, gatinha.”

Saio para a rua e olho pelo retrovisor. Dessa vez, Hailey está me seguindo.


Capítulo 10

Hailey


Perdi a porra da minha adorada cabeça. É claro que Monte teria pessoas me absorvendo. Claro, que no momento em que recebeu a notícia que peguei Marisa mais cedo, faria seu caminho em direção a ela. É claro que, num abrir e fechar de olhos, não teria nada para equilibrar a balança e estaria no fundo do poço, os pecados do passado estariam sempre sobre meus ombros.

A viagem é um borrão enquanto enlouqueço, sabendo que Monte poderia estar se aproximando de nós. Ele iria levá-la. Afastaria ela de mim. Meu bebê, minha garotinha, minha razão de existir, iria buscá-la e encontrar uma maneira de me fazer pagar.

O homem não tem consciência. Inferno, o homem não tem alma. Sabia que estava na cama com o próprio diabo, mas o que posso fazer? Hailey “Hard Knocks” Poe Timmons ganhou o direito do apelido. Eu estou sobrevivendo toda a minha vida a golpes duros.

Meus olhos se enchem de lágrimas, tornando a estrada na minha frente um borrão enquanto acompanho Morrison de perto e assim não me separo de minha filha mais do que já fiz.

Como ele sabia onde eu morava? Como ele apareceu quando precisava de uma fuga? Ele pode realmente nos dar um lugar seguro?

Não sei uma merda sobre ele. Estou indo de uma má situação para outra? Poderia ainda piorar?

Hailey, pare com essa merda agora, digo a mim mesma. Sempre pode ficar pior. Não tente o karma, ele é uma cadela, e te asseguro que vai te mostrar que pode ficar muito pior.

Meu peito se aperta com o pensamento, o que torna mais difícil para respirar. Preciso de uma distração.

Começo a mover os dedos nervosamente no volante e olho para o velocímetro, estamos sob o limite de velocidade. O homem tem uma porra de um Porsche e estamos conduzindo sob o limite de velocidade, tudo isso com Monte possivelmente nos perseguindo.

Ofego. E se ele trabalha para Monte? Como sou estúpida!

Paro antes que minha mente enlouqueça com um cenário ruim após o outro. Um homem como Morrison Caldwell não é dos caras que vão com um tipo como Sean “Monte” Timmons. Não, Morrison gosta do jogo, dinheiro e brilho. Não é dos que gostam de jogos de poder ou jogos mentais. Certo?

Deus, eu espero que não.

Minha mente é um turbilhão, me fazendo sentir vontade de vomitar, enquanto Marisa balança a cabeça e me acerta bem no meu estômago. Olho no meu espelho retrovisor para ver exatamente o que não queria ver no meu banco traseiro.

O assento de carro de Marisa.

Com todo o caos, não mudamos para o carro de Morrison. Não, não, não. Por favor, não deixe que tenham um acidente. Por favor, que tenha colocado um cinto de segurança. Por favor, oh, por favor, não deixe que nos parem. A última coisa que preciso é que Monte apresente uma acusação contra mim por colocar em perigo uma criança. A última coisa que minha filha precisa é ser propriedade do Estado.

Ela é minha. Eu não posso perdê-la por nada. É a única coisa boa que tenho em todo o mundo e não posso perder isso.

Agora em estado de alerta, o observo dirigir, perguntando-me se ele percebe o quanto a carga que carrega é preciosa.

A cada volta, ele diminui e dá a seta. Em cada parada, freia tranquilamente. Nunca se aproxima nem remotamente do limite de velocidade, muito menos o supera. Morrison Caldwell é um homem misterioso, mas neste momento mantem a minha filha segura, mesmo que isso seja apenas até que Monte nos encontre.

Uma queimação envolve meus pulmões, enquanto os pensamentos continuam me invadindo.

Ele desacelera e o sigo à medida que entramos em um condomínio fechado, com uma entrada luxuosa e instalações elegantes. Continuo a segui-lo no que parece ser passos de tartaruga, até que ele para em uma garagem e me direciona para que eu estacione ao lado dele.

Soltando um suspiro, tento me acalmar. Tenho que ser forte por Marisa. Então, forço meus dedos a parar de tremer e deixo o carro enquanto minha linda menina está saltando, sem se importar com o mundo.

Por dentro, sorrio para mim mesma. Isto é como deveria ser. Os problemas de adultos são apenas isso, a porra de problemas de adultos. Não devem incomodar as crianças. Que as crianças sejam crianças. Haverá tempo mais que suficiente mais tarde na vida para serem preenchidos com preocupação, dúvidas e inseguranças.

“Mamãe, você me viu? Você realmente me viu?” Ela sorri e olho para Morrison, que está sorrindo. “Eu andei em um porch.”

“Porsche, Porsche.” Morrison tenta corrigir.

“Ele deveria ir muito, muito rápido, mas o Sr. Mowison perguntou se eu queria ir rápido ou devagar e eu disse devagar.”

Nessa altura, o meu coração se derrete um pouco. Ele deixou meu bebê escolher. Não posso pensar em um momento com a minha mãe, meu doador de esperma ou Monte, que tenha sido me dado algo para escolher. No entanto, Morrison Caldwell deu uma escolha para minha filha. Ele ouviu e, em seguida, fez o que ela pediu.

Quando olho para ele, simplesmente dá de ombros como se não fosse grande coisa. Se ele soubesse...

Rapidamente ficando entediada, Marisa passa saltando por mim e Morrison, que nos leva para dentro. O espaço não é muito grande, como a casa que compartilhei com o Monte, mas enquanto olho cada centímetro quadrado, vejo que é de alta classe. Móveis, televisão, diabos, mesmo os ornamentos são de última geração.

Morrison tem dinheiro.

Pensando nisso, a minha mente volta para o buraco novamente. O que ele espera de mim? O que quer de mim?

Passamos o resto da tarde dentro da casa — apenas temporariamente — no quarto de hóspedes de Morrison. Por sorte, ele não fala muito na frente de Marisa, parecendo entender a minha necessidade de protegê-la.

A noite chega muito rapidamente, felizmente sem notícias de Marshall ou Monte. Fiz uma breve chamada para Jamie, que me disse para pegar um telefone novo pré-pago para entrar em contato com ela. Depois de chegarmos, ela foi à loja e comprou absorventes, tampões e um telefone pré-pago que me deu o número. Os pacotes de produtos femininos esconderam facilmente o telefone dentro saco de supermercado para fora da loja. Não queria que Alex visse nenhum número na fatura de seu telefone habitual e o desse a Monte. Graças a Deus pelos amigos inteligentes. Não poderia fazer nada disso sem ela.

Suspiro. Sem Morrison também não teria feito nada.

Quer eu queira admitir ou não, Monte teria encontrado um motivo para me empurrar mais e mais, mesmo sem saber que transei com Morrison. Este é o mundo dele, e apenas existo para fazer o que ele desejar.

Sabendo que não vou conseguir dormir, levanto me afastando de Marisa, que está dormindo profundamente na cama excessivamente exuberante. Não peguei seus livros, porque na minha pressa, não pensei nessas coisas. Felizmente deixou que a mamãe inventasse um conto de fadas e adicionou seus próprios pedaços onde achou apropriado.

Agora, ando pelo espaço tranquilo Morrison enquanto o medo me consome. Sento em seu sofá e faço o que qualquer mãe que se preze faria — choro.

Deixo sair tudo. No silêncio da noite, na casa de um desconhecido, solto tudo.

Não presto atenção ao que está em torno de mim enquanto choro na almofada luxuosamente decorada que está ao meu lado. Não passa muito tempo antes que o note, olho para cima para ver Morrison andando em minha direção com calças de linho azul clara com listras brancas.

Escondo o rosto sobre a almofada.

Quanto já viu?

“Desculpe interromper, mas no meu quarto principal, há uma enorme banheira cheia de água quente e algumas bolhas. Por que você não vai ver se te ajuda a relaxar?”

“Não preciso relaxar e se você está apenas tentand...”

“Calma. Não estou tentando nada, exceto mantê-la segura até que possamos elaborar um plano.”

Olho para ele e fecho a cara.

“Pare de se fazer de dura Hailey. Você sabe que não é o que você precisa neste momento.”

“Não me diga o que preciso!”

“Shh, a garotinha está dormindo.”

Estou chocada porque ele simplesmente me repreender. Então estou inundada com ainda mais emoções — as mais quentes. Monte nunca se importou se Marisa testemunhasse uma briga. Por isso parei de permitir que ele me me tirasse do sério na frente dela. Ela não merecia ouvir isso; ela merece muito mais.

Sem dizer uma palavra, eu me levanto e sigo a luz. Talvez Morrison esteja certo, preciso tentar relaxar.

Uma vez que estamos no seu quarto, ele me entrega uma camisa. “Use isso para dormir, se quiser.”

Estou no banheiro, esquecendo as minhas preocupações, ou pelo menos tentando fazer, quando ele entra e me dá uma taça de vinho. “Aqui, você merece, mãezinha.”

Ele caminha até o armário e tira duas toalhas. Quando ele está pronto para sair, eu o paro.

“Obrigado, Morrison.”


“Não há necessidade,” ele diz, olhando para trás enquanto bebo o vinho. "Isso é muito melhor se você beber em pequenos goles. Saboreie, pegue...”

“Vou tentar lembrar da próxima vez.”

Aceno, em seguida ele sai, só para voltar com a garrafa. “Aqui está se você precisar.”

“Ficar bêbada não vai me fazer ir para a cama com você.”

“Não tenho a intenção de dormir com você, querida. Mas, não vou mentir — planejo tentar te colocar na cama.”

Rolo meus olhos e, em seguida, um leve sorriso aparece em seus lábios.

“Você precisa dormir. Precisamos descobrir o que vem a seguir.” Ele diz enquanto sai.

“Preciso planejar algo.” Comento alto o suficiente para que me escute.

“Isso é o que acabei de dizer.” Fecha a porta atrás de si.

Entro em sua descomunal banheira, tentando lavar minhas preocupações e deixar que se vão nesse banho excessivamente caro.

Mergulho em sua gigantesca banheira, tentando lavar minhas preocupações com banho caríssimo. Quando chego a um acordo comigo sobre tudo o que aconteceu, saio. Pego a toalha, me seco e visto a camisa que me entregou.

Morrison é alto. A camisa do seu pijama fica acima de meus joelhos.

O cansaço me atinge. Com as emoções do dia, o banho e o vinho, estou mais do que pronta para dormir o resto desse dia infernal. Precisando deixar tudo isso para trás, vou para o quarto de hóspedes, onde Marisa ocupa agora, toda a cama. Apenas voltei ao quarto de Morrison para pegar uma manta e um travesseiro quando me agarra e, de repente, estou deitada em sua cama. E antes que possa adormecer, Morrison está subindo ao meu lado. Então, noto que estou com a parte de cima de seu pijama e ele com a de baixo e não posso evitar rir.

“Querida, não é bom para o ego de um homem, se você ri quando ele sobe na cama.”

“Morrison, estamos usando um pijama completo.”

Ele pisca um olho.

“Compartilhar é demonstrar interesse.”

“Compartilhar, hum?” O vinho me deixou relaxada — talvez um pouco demais. Embora meu plano fosse dormir, agora que ele está na cama comigo, dormir não é o que está em minha mente.

Ele estica a mão e esfrega o polegar em círculos na minha testa enquanto seus dedos se aproximam do meu cabelo. “O que está acontecendo aqui?”

“Não sou uma prostituta. Bom, na verdade sou, mas não porque seja fácil. Eu perdi. Monte ganhou. O prêmio era eu. E ele me pegou.”

“Querida, você é o prêmio de todos os homens.”

Sorrio com sua opinião e lhe dou uma palmada no peito. “Só estive com ele... bem, até você me encurralar e não pude resistir.” Começo a tagarelar, um característica que está longe de ser atraente. Eu ouvi falar dos lábios de licor, mas como chamam quando o vinho te faz falar seus segredos mais profundos e escuros da vida?

“Hailey.” Pronuncia meu nome baixo, parando minhas divagações de meu tempo com Monte. “Onde está sua família? Alguém que já tentou intervir, ou pessoas que você pode pedir ajuda?”

Sorrio bruscamente e não de uma maneira ‘haha, isso é divertido’. “Família... Marisa é minha família.” Suspiro antes de sussurrar: “Marisa é meu mundo. É o mais importante que fiz e que jamais farei.”

“É uma boa mãe e pode tomar isso de alguém que foi criado por uma boa mãe.” Olha para o teto e algo se passa em suas feições, o que faz com que sinta curiosidade sobre sua mãe. “No entanto, quem está te mantendo?”

“Minha mãe morreu e meu pai era seu cafetão.” Seus olhos se ampliam com minha admissão. ‘Paizão Cafetão’, que livremente me entregou para Monte. Ele foi nada mais do que um doador de esperma.”

Morrison não diz nada, apenas franze o cenho com firmeza, fazendo com que suas feiçoes se endureçam até um ponto que eu consigo ver, mesmo no quarto escuro.

“Pode me chamar de a órfã Annie, porque, não tenho nenhuma família além da minha princesinha.” Tento brincar para descontrair o clima.

“Sinto muito.” Comenta pesaroso ao juntar nossas mãos.

“Não.” Afasto minhas lágrimas. “Não se atreva a ter uma maldita pena de mim, Morrison Caldwell! Nós jogamos a mão que nos é dada pela vida até que a última carta caia na mesa.”

“Não sinto pena, Hailey. Eu só... só...”

“Você só quer fazer tudo melhor. Bem, Morrison, a verdade é que a minha vida é cheia de golpes duros. Você está tentando me dar esperança em uma situação que não tem esperança, em uma vida que não tem esperança. Eu continuo dizendo que posso fazer o melhor para mim e Marisa, mas não sei se ainda acredito. Será melhor se você se afastar agora, assim não te arrasto comigo. Vou sair dessa de alguma forma. Sempre faço.” Começo a ficar tensa enquanto o vinho desaparece rapidamente agora que estamos em território emocional profundo.

Sentindo isso, me lendo, Morrison me puxa contra ele, me deitando metade sobre o peito. Então, acaricia meus cabelos enquanto escuto a batida constante do seu coração, relaxando mais uma vez.

“Você é a mulher mais forte que já conheci, além da minha mãe. Uma vez fiz a promessa de fazer o bem em um mundo cheio de maldade. Hailey, deixe que eu faça o bem para você.”

Começo a me sentar para olhar para ele, mas me mantém no lugar, deixando um beijo rápido no topo da minha cabeça.

“Durma, Hailey. Não haverá mais golpes duros —apenas bons. Sonhe com isso.”

Quero argumentar. Eu quero... não sei. Só quero gritar, bater em alguma coisa e lhe dizer ‘se foi assim tão fácil’. No entanto, não faço. Em vez disso, fico escutando seu batimento cardíaco enquanto derivo em um sono profundo e tranquilo que nunca tinha experimentado antes em minha vida.


Capítulo 11

Morrison


Ela finalmente adormeceu.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu a vi poucas vezes, na verdade.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu vi isso algumas vezes, na verdade. Toda vez que perguntei o que estava acontecendo, ela parava e me dizia que tudo ficaria bem. Ela me confortava. Quando fiquei mais velho, não tive mais que perguntar.

Aos sete anos, lembro-me de saber exatamente o que estava errado. Lembro-me de ouvi-lo xingá-la e degradá-la. Lembro-me de ver Hendrix passeando de um lado para o outro como se quisesse escapar do pequeno quarto de merda onde nós três dormíamos. Ficava na parte de trás do apartamento e era o menor cômodo, mas não consigo me lembrar do velho idiota bêbado indo para lá mais de uma vez, talvez duas.

Mamãe nos escondia, supondo que ali poderia nos proteger.

No seu momento mais fraco, ela me disse tudo sobre sua vida, sobre sua mãe, como cresceu e o que tinha acontecido.

Hailey. Santo enigma do caralho, Batman! A vida dessa garota tem sido um nível de inferno completamente diferente de sua mãe. Não foi abusada fisicamente... bem — não como sua mãe, de qualquer maneira.

A sensação de que você tem dono e que de alguma forma devia o resto de sua vida para um pedaço de merda que te lembra a cada dia que te possui, te despoja de seu orgulho, sua confiança e qualquer tipo de esperança que um ser humano possa ter. E, apesar do que mamãe e nós suportamos, pelo menos tínhamos esperança. A esperança é o sentimento mais forte que se pode ter. A esperança não vai embora. Pode se esconder, como neste momento, mas retorna com uma vingança.

Hailey disse que não tinha nada e não podia dizer que ela estava errada; só podia ouvir. No entanto, estava errada. Ela tem esperança... esperança para sua filha. E se soubesse disso, estaria a caminho da cura, superando a tempestade de merda que é a sua vida.

Na escuridão da noite, seu corpo treme e começa a fazer pequenos soluços, quase em silêncio, enquanto está deitada no meu peito. Abraço-a mais forte e eles param.

Deus, é bom saber que posso fazer isso por ela. Eu gostaria que alguém pudesse ter feito isso por mamãe.

No entanto, ela estava certa: Monte é uma cobra. Joguei contra ele em um dos torneios clandestinos em Las Vegas, chutei sua bunda e ganhei dinheiro suficiente para comprar esta casa. Durante uma semana, fui muito cuidadoso, porque ele e seus capangas estavam por toda parte. Não mudei uma merda do meu dia a dia, mas nesse momento, decidi que não iria jogar esse circuito novamente.

Tanto quanto adoro a emoção do jogo, adoro mais o meu rosto e os meus pertences, e não quero acabar fodido. Vamos encarar; eu não sou Jackie filho da puta Chan, mas cara a cara, poderia vencer qualquer um. Inferno, o velho me batia muito e eu deixei. Por quê? Ele ficava irritado porque era mais forte do que ele e isso me ensinou a não ter medo de nenhum homem. A dor não é nada.

Mas não sou estúpido.

Se meus irmãos estivessem aqui, poderíamos destruir Monte e seus capangas não teriam chance. No entanto, segurando seu corpo trêmulo, sei que a lógica e a razão estariam comprometidos com a preocupação e medo de tirar sua esperança, representada nessa garotinha linda que está dormindo no quarto de hóspedes.

Quando tenho um momento de lucidez, descubro o que fazer, sorrio e ela se move, mas depois de alguns segundos, volta ao seu sono.

Acordo quando o sol começa a aparecer pela janela. Quando me movo sob ela, ela abre os olhos.

“Você deve ir para a cama com a garotinha e dormir um pouco mais.”

“Você vai sair?” Ela se senta e alonga.

“Não, só precisa fazer algumas coisas.”

“Está bem.” Ela se levanta e alonga mais uma vez, a camisa se levanta e vejo um pouco de sua calcinha de renda.

“Ei, Slick!” — Estala seus dedos — “olhos aqui.”

“Espertinha.” Sorrio.

“Sim, bem, obrigada pela noite passada, por ontem, por nos ajudar.”

“O prazer é meu. Agora vá para a cama.” A maneira como digo reflete os pequenos pensamentos sujos na minha cabeça. Dou de ombros e ela revira os olhos. “Sinto muito, querida. Você está tão gostosa neste momento. Você precisa sair antes que pare de ser tão cavalheiro e...”

“Morrison.” Ela me interrompe. “Realmente, aprecio isso.”

“Eu sei. Agora vá.”

A coisa engraçada sobre apreciação e que ele não trás sexo.

Entro no chuveiro e observo meu pau. “Faz um longo tempo que nos dois tivemos alguma intimidade, anos, na realidade. Mas aqui está o negócio” — envolvo minha mão em torno mim mesmo — “essa menina aí fora, o tem firme e espreitando em minhas calças, implorando para estar dentro dela... bem, isso deu errado. Agora se acalme. Não é o tipo de ‘áspero’ que você gosta. Ela nos vê como um problema.”

“Agora, eu sei,” digo, acariciando-me mais rápido, “ela nunca agiu dessa maneira antes, mas com o conhecimento vem a responsabilidade. Então, você e eu vamos nos conhecer tão bem quanto fizemos aos dezesseis anos, porque na próxima vez que ficar assim, duro, próximo e pessoal, Madame durona lá fora vai estar rogando por isso. Ela vai saber que você e eu não somos um problema, um pagamento ou obrigação, mas um presente.” Fecho os olhos e penso naquela fantástica buceta, enlouqueço e bombeio mais forte, mais rápido. “Eu te prometo,” resmungo, “não há maneira no inferno que vou deixar esse tesouro escapar.”


“O que você quer dizer com Detroit?”

Empurro sua mão para ela. “Olhe para os bilhetes, sairemos em algumas horas, apenas por um tempo, o suficiente para que isso se resolva.”

“Há um torneio neste fim de semana e posso ganhar, Morrison. Eu posso ganhar e pagá-lo!”

“Você precisa pensar muito sobre isso.” Olho para Marisa, que está sentada no meu sofá de couro com uma tigela de uvas, usando meus fones de ouvido sem fio Bose e cantando junto com alguns desenhos animados.

“Você gosta da Princesinha Sofia?” Ela grita quando me vê olhando para ela.

Sorrio e aceno, mesmo que eu não tenha ideia do caralho do que ela está falando. E tenho certeza que ela vai derramar essas uvas pegajosas no meu sofá, mas não me importa. Nem um pouco, porra.

“Você me ouviu?”

Olho para trás para Hailey, que está franzindo o cenho para mim, e nego com um aceno de cabeça. “Por menos que seja Morrison, eu sei que você está certo, porque na noite passada admiti que nada é mais importante que a garotinha cantora no seu sofá, e sou pra caralho...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Ela repreende.

“Ela não pode me ouvir.” Eu rio. “Nada de jogo, Hailey.”

“Tenho que mantê-la a salvo.”

“Bom, isso significa que você tem que estar segura. Quem ela tem além de você?” Sei que estou exagerando, mas seu fodido muro é muito melhor no chão a seus pés.

“A única coisa que você quer é me possuir, me foder...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Devolvo e ela franze a testa de novo mas não fala nada. “Tem outra coisa que quero que saiba: Não vou te tocar e não quero te machucar. Quero fazer algo certo. Prometi a uma mulher que faria algo bom nesse fodido mundo e tenho sido um egoísta imbecil até agora. Por isso, se você precisa manter essa merda de olho por olho dente por dente e essa coisa de obrigação e recompensa, eu ficarei ao seu lado. Agora mova seu pequeno traseiro e empacote suas coisas, assim não perderemos nosso voo.”

Ela não se move.

“Mãezinha, não me faça repetir.”


Paramos na frente da casa de Hendrix em um táxi e Marisa olha para fora pela janela. “Aqui é verde.”

“Claro que é.” Eu saio e pego a garotinha, porque, honestamente, estou pensando que Hailey poderia fechar a porta e bloqueá-la antes de dizer ao motorista de táxi para arrancar e sair daqui.

Mantenho Marisa em um braço e pego as malas do porta-malas do táxi. Então, pago enquanto Hailey olha em torno de modo cético.

“Olha o que o gato trouxe.” Olho para trás quando a porta da garagem se abre para ver Hendrix, Jagger e Livi caminhando em nossa direção.

“Surpresa.” Sorrio. “Marisa, estes dois palhaços são meus irmãos, Hendrix e Jagger, e esta aqui é Livi, minha cunhada.”

Ela sai dos meus braços e faz uma pequena reverência de princesa. “Como estão?”

“Gatinha, eles são pessoas como nós. Guarda essa merd...” Hailey me dá um cutucão. “Opa, minha culpa. Guarde essas maneiras para a rainha.” Começo a apresentar Hailey. “Esta é a minha... uh... minha...”

“Eu sou Hailey, uma amiga de Morrison.” Ela se aproxima e aperta suas mãos.

“Vamos pegar a SUV” digo, “desça a estrada, encontre um lugar para ficar e...”

“Bobagem, vocês ficam aqui.” Livi se inclina e sorri para Marisa. “Você não quer ficar em um hotel antigo e sem graça, certo?”

Ela sorri e encolhe os ombros.

“Temos um monte de espaço aqui.”

“Livi” — Hendrix coloca seu braço em volta de sua cintura — “são mais do que bem-vindos para ficar, mas se eles não querem...”

“O que você acha Hailey?” Pergunto a ela. “Você quer ficar aqui por alguns dias?”

“Isso seria muito legal. Obrigada.” Responde timidamente, enquanto ainda assimila tudo.

“Bem. Agora os caras podem pegar as malas e nós, meninas, vamos encontrar um quarto para Marisa. É tarde, devem estar cansadas.” Diz Livi, de pé e sorrindo para Hailey.

“Nada.” Marisa sorri e pega tanto a mão de Hailey como Livi.

Uma vez dentro da garagem, olho para meus irmãos. “Não me julgue, sim, eu deveria ter chamado, mas não havia tempo, e não tinha certeza de que ela viria.”

“Ela é sua namorada?” Pergunta Hendrix.

“Porra, ela é gostosa.” Jagger pisca para mim.

“Ela é uma amiga que está com problemas com seu futuro ex-marido, a escória na Terra, um agiota de Las Vegas. Ele acredita que ela lhe deve algo e ameaçou tomar a menina. Isso não vai acontecer no meu turno.”

“Por que você cuida delas, se não vão foder?” Pergunta Jagger.

“Respeito, Jag.” Avisa Hendrix.

“Encontro aleátorio, eu nem sabia que ela tinha uma filha.”

“Você está bem com isso?” Questiona Jagger.

“A mulher mais gostosa que tive. Ereção garantida. Posso ter um problema.”

“Um problema?” Hendrix indaga.

“Sim. Ela é teimosa, tem muros tão altos quanto o sol. Ela acredita que tem que manter as coisas à mão, tem medo de dever algo a alguém. E é o mesmo com o sexo. Ela insiste em dar tanto quanto recebe.”

“Onde está o problema com isso?” Pergunta Jag, em seguida, ele ri.

Hendrix e eu apenas olhamos para ele.

“Bem, ok, não fazemos assim.” Ele balança a cabeça.

“Oferecemos o nosso melhor.” Digo enquanto bato em suas costas. “Estou faminto. Vamos subir, vou pedir o jantar.

O jantar é divertido. Marisa ama pizza e nos diverte. Essa menina é muito pequena para não mostrar nenhum ferimento de batalha. Ela vai quebrar este maldito ciclo. Por quê? Porque sua mãe é muito forte e a ama tanto que vai fazer acontecer.

Hailey está silenciosa, muito calma. Não posso nem contar o número de vezes que a vi olhando para a porta como se quisesse fugir. Não sou o único a percebe. Meus irmãos e Livi também notam essa merda.

Marisa escolhe o quarto que ninguém dormiu, o quarto que Hendrix montou pensando em nossa mãe. Um quarto em que mamãe jamais usou.

 

Depois que Hailey dá banho em Marisa, as duas agradecem a todos e depois vão para a cama.

Hendrix volta para o bar para fechar e Jag diz que vai treinar na academia. Já é tarde. Tenho certeza que ele vai bater em alguma coisa, mas meu palpite é que não será apenas na academia.

“As coisas certamente mudam em um piscar de olhos,” diz Livi enquanto limpa a mesa de café onde acabamos de comer.

“Ela é uma boa menina, só precisa de uma pausa.”

“Você é um bom homem, Morrison. Vocês todos são. Mas, por favor, me faça um favor.”

“Qualquer coisa, você sabe.”

“Não deixe Hailey cair se você não for forte o suficiente para segurar os dois, e não se esqueça de quão importante é essa garotinha, se você e sua mãe acabarem juntos. Lembre-se, ela estava lá ao lado da mãe primeiro. E não tente se achar que Hailey não pode devolver o amor que eu sei que você é capaz de dar.”

“Ouça, Livi, nem mesmo vou tocá-la novamente.” Dou um empurrão de brincadeira.

“Uh-huh. Estou falando sério, Morrison. Além disso, você merece ser feliz também. Ela é tão vulnerável e assustada, e não pode...”

“Livi, fui criado por uma mulher que era forte o suficiente para ficar. Nunca colocarei uma mulher nessa posição. Ajudarei para que ganhe sua liberdade. Isso é tudo o que ela quer para si e para aquela garotinha.”

Na parte da manhã, acordo cedo e saio do meu quarto para encontrar Hailey ali de pé, olhando ao redor. Paro e observo, querendo saber o que está pensando. Em seus olhos, vejo um olhar perdido. Na verdade, não é só perdido, mas como se estivesse enjaulada.

Não quero que tenha uma ideia errada sobre o porquê a observo.

“Bom dia.” Digo quando passo ao lado dela. “Café?”

“Uh... eu... uh...

“Toma puro?”

“Preciso encontrar um supermercado.”

“Certo. Mas até lá...”

“Vem muito aqui?” Ela me interrompe. “Você tem um quarto. Você...”

“Fico em Las Vegas até que junto o suficiente para ficar em casa por um tempo. Então, fico com minha família. Se quero trabalhar, trabalho no bar. Hendrix é proprietário de um mais abaixo na rua.”

“Preciso...”

“Qualquer coisa que seja, vamos conseguir.”

“Preciso de um trabalho.”

“Feito.” Escuto Hendrix dizer enquanto desce as escadas. “Encontrei uma de minhas garotas usando drogas quando fui pegar o dinheiro ontem a noite. Essa merda não acontece no Caldwell’s. Se estiver limpa e quiser o emprego, é seu. Livi e eu podemos te treinar...”

“Ela trabalhou...” Interrompo.

“Tenho experiência.” Ela me corta. “Trabalhava como garçonete em Las Vegas, inclusive substituia os barmans quando precisavam descansar.”

“Meu bar serve cerveja de barril e doses.” Hendrix diz.

“Não posso começar essa noite. Tenho que encontrar uma babá.” Vejo seus olhos movendo sem controle, como se estivesse tentando resolver todas as coisas sozinha. Porra, odeio isso.

“Confia em mim para cuidar dela?”

“Como se eu tivesse alguma opção.” Murmura.

Vou para o banheiro antes que diga algo de merda do qual posso me arrepender, mas paro quando a escuto falar.

“Não vai sair com ela, não é? Não tem uma cadeirinha e não conheço o lugar.”

“Não, vamos ficar aqui.”


Tem trabalhado há três dias, e durante esse tempo, não trocamos mais de dez frases. Ela e Livi estão se aproximando, o que é ótimo, e Marisa e eu criamos a nossa própria rotina a noite.

A mamãe sai e nos dirigimos para a garagem. Depois de dois minutos, de desenho, ela se senta no chão.

Hoje, está nas minhas costas, rindo enquanto eu corro. É a coisa pequena mais linda do mundo. Ela gosta de uvas, as come enquanto assiste Princesinha Sofia. Então lemos.

Hailey está de folga essa noite, e mesmo a distância, posso ver que uma luz voltou aos seus olhos. Ela brinca com meus irmãos e Livi e parece mais relaxada. A única vez que ouvi algum tipo de desentendimento foi quando ela e Hendrix discutiram sobre o aluguel. Ele disse que não, ela disse que iria embora.

“Saiba que você é um pé no saco.” Ele resmungou quando ela empurrou o envelope.

E quando comprei uma cadeirinha de carro — uma merda de uma cadeirinha — para o Escalade, ela ficou furiosa.

“Quando tiver que levá-la ao médico, não ficará tão furiosa comigo.” Gritei enquanto me afasto.

Balançando a cabeça, volto ao presente e me dou conta de que tenho que colocar um pouco de distância entre nós, Então, vou para o bar, onde bebo muito.

Recebo ofertas, muitas, e nem sequer posso pensar em aceitar. Tudo o que posso pensar é nela. Ao terminar a noite, não posso conduzir, então espero o táxi que Sally, a garçonete, chamou para mim e volto para casa, onde cambaleio no corredor até o batente da sua porta.

Paro na porta, observando-a dormir. Ela está deslumbrante com o rosto sereno, a preocupação parece ter sumido.

Tenho uma garota extraordinária na minha frente e nem sequer posso tocá-la.

Não sei quanto tempo tenho observado quando seus olhos se abrem. Ela me vê, então me encara.

Apenas balanço a cabeça e me afasto.

Ouço a porta fechar e olho para trás enquanto caminha em minha direção, vestindo seu robe.

“Que diabos você está fazendo? Você me olha todas as noites?”

“Sim.” Quero me inclinar para frente e tocá-la. No entanto, não faço.

“Bem, não faça. É assustador e errado. É fodido, Morrison.”

Concordo. “A culpa é sua.”

“Minha?”

“Tenho andado por aqui durante dias, te vendo rir, sorrir e baixar a guarda para todos.” Eu me inclino para frente. “Não tem ideia do quanto é atraente para mim.”

“Não.” Sua voz treme.

Balançando a cabeça, “Eu te quero todo o maldito tempo. Fico duro quando você passa ao meu lado. Poderia ter fodido cinco mulheres diferentes esta noite — Deus sabe que preciso liberar esse tesão — mas não o fiz, porque tudo que queria era voltar aqui e admirar a mulher mais linda que já vi. Você, aqui, Hailey — deitada com a sua filha, dormindo sem uma ruga de preocupação visível — é o que prefiro. Mas essa Hailey não quer nada comigo. Então me perdoe se gosto de observá-la dormir. Prometo a você que não farei novamente.”

Não diz nada, mas seu lábio inferior treme e tenho que evitar mordê-lo ou simplesmente tocá-lo, porque eu sei o que faz com ela, o que faz comigo.

Então, em vez disso, eu me afasto.


Capítulo 12

Hailey


“Morrison.” Grito. Não deveria chamar. Deveria deixá-lo ir. Preciso afastá-lo e deixar que vá, não o chamar de volta para mim.

Ele não fala. Fica de costas para mim e olha por cima do ombro, me observando atentamente.

As lágrimas se acumulam e sinto que a barragem está prestes a quebrar.

“Eu não sei como lidar com tudo isso.” Sussurro.

“Comece deixando que eu te ajude.” Responde como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

“Não somos problema seu, Morrison.”

Seu rosto se contorce como se sofresse. Virando-se para me enfrentar, não se aproxima, fica parado com as mãos nos quadris, esperando que eu continue.

“Mãezinha, você deve saber que é gostosa pra caralho. Porque, querida, uma mulher forte é muito sexy. Mas você também deve saber que não há nada — e quero dizer nada mesmo — que faça o homem que sou cair mais duro do que ver a beleza que você compartilha com aquela menina lá.” Ele aponta para a porta atrás onde Marisa está dormindo. “Hailey, você também tem que saber que não há problema em deixar as pessoas entrarem. É bom ter ajuda. E, porra, é bom ter algo para você.”

“Tenho algo meu. Ela está naquele quarto ali.”

Com três passos, ele está de pé na minha frente, inclinando meu queixo para me fazer olhar para ele.

“Eu vi em primeira mão como as coisas são para uma mãe que só vive para seus filhos. Ela está em primeiro lugar. Eu entendo isso, Hailey. Ela será meu número um também. O mesmo vale para Jagger, Hendrix, e Livi, todos nós te apoiaremos. Sabemos exatamente o que é para uma mãe sacrificar tudo pelo bem de seus filhos e não se importar com nada mais.”

Eu sei que ele está falando sobre sua mãe. Nós não chegamos tão profundamente antes, mas sinto muito.

Meu estômago torce enquanto ele continua, seus olhos nunca deixam os meus. “Tenho um arrependimento nesta vida: do que não fizemos para mamãe. Nós não prestamos atenção suficiente até que fosse tarde demais para dar algo para si mesma. Ela tinha a gente e o bar, mas ela merecia o melhor. Você merece o melhor.”

“Morrison.” Sussurro enquanto as lágrimas caem.

“Não, Hailey, não há nada que possa dizer. Basta ouvir. Com ou sem mim, você deve lembrar que também precisa cuidar de Hailey. Marisa precisa de sua mãe completa. Ela precisa da mãe e de pessoas que a protejam. E o que estou lhe dizendo é que você tem isso, não importa o que.”

Sentindo-me completamente derrotada, olho para os olhos determinados. “Eu não posso retribuir sua bondade, Morrison.”

Ele pressiona sua boca contra a minha em um beijo devorador e quanto mais me beija, mais sinto como se estivesse flutuando. Quando suaviza, dou um gemido enquanto derreto. Então, ele se afasta.

“Você. Não. Me. Deve. Nada. Porra nenhuma. No mês que te conheçi, me senti vivo pela primeira vez desde que a minha mãe morreu. A garotinha e você me deram uma razão para me levantar de manhã e fazer algo diferente na minha vida. Eu vou para a cama à noite desejando, mais do que tudo, lhe dar tudo o que tenho dentro de mim e deixar o mundo aos seus pés. Você não entende isso, Hailey? Você me dá muito mais do que o dinheiro pode comprar. Isso não é um equilíbrio de poder, perder ou ganhar, isso é um fodido sentimento. Pela primeira vez na minha vida, eu sinto, Hailey, além da preocupação em mantê-las seguras, e é bom pra caralho.”

Abro e fecho a boca, como se não tivesse palavras que pudessem explicar o que tenho sentido desde que Morrison chegou ao meu mundo.

Acaricia meus lábios com os seus. “Deixe o bem entrar, Hailey.”

Com essas últimas palavras, ele se retira e caminha pelo corredor sem olhar para trás, enquanto deslizo pela parede e penso sobre tudo o que ele acabou de me dizer.

O tempo passa e a fadiga assume o controle. Vou ao banheiro, lavo meu rosto e escovo meus dentes: as pequenas coisas que as mães se esquecem de fazer quando adormecem com seus filhos. Quando olho no espelho, não posso deixar de ouvir Morrison na minha cabeça.

“É bom pra caralho.”

Sim, admito.

Tem algo para mim? O medo se agarra ao meu coração quando penso no que quero para mim.

Seus braços são o meu conforto. Eles são o meu lugar para recuperar minha força. Quando ele me abraça, ele reconstrói algo profundamente dentro de mim. No meu momento mais fraco, ele envolve seus braços em volta de mim, e de alguma forma não parece que tudo está perdido.

“É bom pra caralho.”

Continuo repetindo na minha cabeça enquanto volto para a cama. O último pensado que tenho antes de finalmente adormecer é: sim, Morrison Caldwell, é bom pra caralho. Pena que não posso dizer isso a ele.

A manhã chega muito cedo. Tenho o turno da tarde no bar esta noite, e Sally, que está livre, vai cuidar de Marisa.

Depois de uma banho e me preparar para o dia, algo me empurra para encontrar Morrison. Quanto mais quartos passo sem encontrá-lo, mais o medo se instala em meu intímo.

Minha mente acelera e o pânico me invade quando chamo sem uma resposta. Eu o afastei demais? Acabei de perder a única coisa boa na minha vida além da minha filha?

Jagger está na cozinha quando viro a esquina para procurar Morrison. Ele entra e sai, mas sempre toma o tempo para ver como Marisa e eu estamos, fazendo com que me sinta aceita. Ainda assim, dos três irmãos, acho que é o mais temperamental e imprevisível.

“Bom dia, Hailey.”

“Bom dia, Jagger”. Por acaso você viu Morrison?”

“Sim — acabo de deixá-lo no aeroporto. Ele deixou o Escalade para você com um cartão para a gasolina no porta-luvas.”

“Aeroporto? O que quer dizer “aeroporto”? Onde diabos ele foi?”

Jagger me dá um sorriso. “Essa boca ousada é atraente, Hailey, meus irmãos são bastardos sortudos, eles têm duas boas mulheres com muita coragem.”

Ignoro o que Jagger diz sobre ser a mulher de Morrison, incapaz de tomar um tempo para pensar sobre isso agora. “Jagger, onde ele foi?”

“Onde ele sempre vai,” diz como se fosse óbvio, como se tudo isso fosse apenas um conhecimento comum. “Não se preocupe, ele estará de volta em uma semana, duas, no máximo, ele não fica longe por muito tempo.”

Uma semana, duas, no máximo?

Até agora, não tinha pensado em estar longe de Morrison. Desde que entrou na minha vida, não pensei em não tê-lo por perto, porque... bem, porque ele sempre esteve aqui.

Ele saiu sem se despedir.

O pensamento me incomoda.

Passo a manhã meio atordoada enquanto Jagger vai fazer o que quer que seja que Jagger faz. Sei que treina e luta, mas o homem tem um trabalho normal? Estou começando a pensar que todos trabalham no bar, mas também têm a sua ‘vida paralela’, como Jagger diria.

Durante toda a manhã, tento falar com Morrison, mas recebo apenas o correio de voz. No momento em que meu turno começa esta noite, estou oficialmente nervosa.

“Jared, você sabe o que é engraçado sobre estar sóbrio?” Hendrix diz com humor brilhando em seus olhos enquanto fala ao homem mais velho que fica colado ao banco no final do balcão todas as noites.

“Nada, Caldwell, não há nada de bom sobre isso.” Replica Jared antes de voltar sua atenção para Olivia. “Livi, qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

Ela ri antes de responder:

“Não sei, J. Qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

“Uma Miller Genuine Draft em cada mão. Agora faça essa merda acontecer para mim, você vai, não é querida?” Ele sorri, mostrando o verdadeiro elo que eles compartilham.

Fui apresentada a Jared e sei que ele oficializou o casamento de Hendrix e Livi, mas o homem está longe de ser caloroso e amigável. Não me deixa servi-lo ainda. Não o ganhei, diz ele. Eu gostaria que me dissesse o que tenho que fazer para ganhar essa honra.

“Você,” ele grita para mim, “mulher de Morrison, venha aqui.”

Começo a corrigi-lo, para lhe dizer que não sou a mulher Morrison, mas ele fala antes que eu possa. “Quando seu homem voltar, tenho uma piada para você dar a ele. Está pronta?” Pergunta com toda a seriedade.

Assinto, sem saber o que realmente espera que eu faça. Se aproxima e empurra meu ombro para baixo, de modo que meu ouvido está perto de seu rosto.

“Em que um casino se parece com uma mulher?” Ele sussurra, e não posso deixar de pensar onde ele está indo com isso. “Licor na frente e pôquer atrás.”

Meus olhos se arregalam em surpresa quando Livi ri comigo depois de ouvir cada palavra que ele diz.

“Pense nisso e diga ao nosso cara quando ele voltar para casa depois do torneio.”

“Torneio.” Com essa palavra, entendo tudo. Instantaneamente, sei onde Morrison está e não me sinto feliz. Este é o meu problema, não o dele.

Lembrando onde estou, limpo o balcão enquanto dou risada da piada e continuo com meu turno. Faço o que faço melhor — reprimo tudo e sigo em frente, mesmo quando o mundo cai ao meu redor. A noite passa em um turbilhão de bebidas e petiscos. Uma vez que fechamos, Livi coloca uma bebida na minha frente.

“Humm... devo dizer que não bebo frequentemente. De fato, a última vez que bebi, fui Lucy lábios fracos e não foi atraente.” Tento explicar.

“Garota, observei você no limite a noite toda. Então depois que Jared disse ‘torneio’, você entrou em modo robô. Agora, você tem uma menina esperando em casa que não vai querer uma mãe robô. Beba isso e vamos conversar.”

Livi e eu nos aproximamos durante o meu tempo aqui. Ela sabe tudo sobre Monte e os detalhes de como cheguei a esta situação e nosso tempo juntos. Embora procure muito Jamie, não podemos falar demais, porque não quero atrair a atenção de Monte para os dois telefones; com seu marido Alex devendo a Monte, não é demais ser cuidadosa. Livi tornou-se quase tão íntima quanto Jamie neste curto espaço de tempo. Ela tem essa vibração inocente e, depois de estar toda a minha vida no mundo dos jogadores e tentar lê-los, Livi é como uma lufada de ar fresco. Ela é limpa, pura, amável e leal.

“Diga-me que foi jogar para ele. Por favor, Livi, diga que ele não está tentando vencer Monte por mim.”

“Não posso fazer isso, Hailey. Não quero mentir e não vou. Ele é bom no que faz, no entanto. Vai te tirar dessa bagunça e vai fazer isso enquanto te abraça para que você não possa cair.”

Endureço com suas palavras. “Eu não posso cair.”

“Claro que pode.” Ela diz sem rodeios. “Todos o fazemos em algum momento.” Eu suspiro e depois ela continua. “Esses caras foram criados para levantar uns aos outros. Não há problema em depender dos outros, Hailey. Nem todo mundo espera algo em troca e os Caldwell não querem nada além de amor. Deixe Morrison fazer o que tiver que fazer para esta família, sua família, o que inclui você e a Srta. Princesa.”

“Não sei se posso.”

Ela aperta minha mão. “Houve um tempo em que não pensei que pudesse deixar alguém me ajudar, mas, você sabe o quê? Eu estava andando na neve no centro de Detroit, tudo para evitar dizer a alguém como as coisas eram ruins, então Hendrix apareceu e começou a cuidar dos meus problemas. Mais do que isso, ele segurou minha mão, enquanto eu estava enfrentando o meu passado. Ele me deu a força para suportar. Deixe que Morrison te dê isso. Deixe-nos te dar a segurança que você nunca teve.”

“Ele não está competindo com alguém que joga limpo, o Monte não o deixa vencer, e se por algum milagre ele ganhar, como posso pagar?”

“Vivendo sua vida livre das correntes do seu passado.” Ela me leva pelas mãos aos bancos do balcão, onde sentamos. “Esses caras viram coisas ao crescer, os tipos de coisas que permanecem com você. Eles não foram capazes de tirar sua mãe de uma situação ruim, então eles tiveram que assistir impotentes, enquanto ela passava por um monte de porcaria que não deveria ter que suportar. Eles não podem encontrar alguém que é abusado e não desejar estender uma mão para levantá-lo novamente.”

“Não fui abusada, Livi. Minha situação não é como a da mãe deles. Só devo a Monte.”

“Não lhe deve uma maldita coisa. Você jogou e perdeu. Acontece. Naturalmente, dinheiro não vem sem consequência, mas te chantagear para se casar?” Ela balança a cabeça. “Isso não é igual a nada.” Livi se mexe no banquinho de maneira peculiar, como ela geralmente faz, mas, desta vez, algo aparece em seus olhos. “O consentimento é,” ela começa e olha para ao redor antes de sussurrar “muito necessário.” Então, como se tivesse encontrado uma nova confiança, repete, só que mais alto dessa vez: “O consentimento é necessário. Está me ouvindo, , você entende Hailey?”

“Dei meu consentimento, Livi.”

“Sob pressão e quando você era menor de idade. Entende o que estou dizendo?”

“Não preciso de absolvição. Preciso que Morrison volte para casa e não lute minhas batalhas por mim.”

“Hailey, isto não é uma absolvição. O seu futuro ex-marido manipulou sua situação. Alguma vez você já ouviu o termo ‘consentimento duvidoso’?”

Lágrimas enchem meus olhos. “Livi pare! Não fui estuprada. Ele não me bateu. Ele cuidou de mim! Eu devo isso!” Sem querer grito. “Não tente justificar ou explicar minhas decisões erradas.”

“Hailey, querida, você está quebrando meu coração. Quais escolhas você teve? Se ele levou tudo para controlar suas circunstâncias. Nada disto é culpa sua. Deixe-nos ajudar. Permita que sejamos a família que você nunca teve. Deixe Morrison mostrar o que é realmente bom. Por favor, Hailey.”

“Ajude-me a chegar ao torneio. Deixe-me jogar por conta própria. Morrison está tirando minhas escolhas neste momento, também.”

Algo pisca em seus olhos. Em um borrão, ela se foi e fico com meus próprios pensamentos sobre o meu passado.

Monte tirou minhas escolhas. Ele fez. A questão é, o que diabos eu posso fazer sobre isso agora que eu tenho uma escolha?


Capítulo 13

Morrison


Vamos as apostas.

Deixo o banheiro no aeroporto, vestido com jeans e uma camiseta. Por quê? Porque quando joguei merda na minha bolsa, não estava pensando no meu show — por isso. Essa mulher me deixou todo fodido.

Jogo uma de vinte nas máquinas no aeroporto, e o primeiro tiro é uma merda. Os próximos vinte e ganho, e recupero meu dinheiro. Na minha terceira oportunidade, perco.

Uma perda, então deveria começar pela Strip. O ritual se foi.

Não estou jogando meu jogo normal; Estou jogando um jogo para ela, para ‘minha garota’. Sim, estou a chamando da porra de ‘minha garota’, e ela também está prestes a perder o rótulo ‘Hard Knocks’ que ela recebeu e parece aceitar. Que se foda tudo isso! Ela vale ouro. Precisa apenas aceitar, e por Deus, eu me certificarei de que isso aconteça!

Estou totalmente de acordo. É um jogo em que vou perder tudo ou ganhar a porra do maior prêmio que já joguei.

Saio e peço um táxi.

“Bel Air Drive, 3111.” Digo ao motorista de táxi enquanto entro.

A primeira vez que vim a esse local, esperava que mudasse o meu mundo. E de certa forma, mudou. Por um lado, de repente, conseguir comprar e fazer coisas agradáveis para as pessoas que amava. Mas mudou a minha vida? Não.

Ainda assim, com certeza me senti, e sinto, bem. A popularidade parece boa. Ter pessoas olhando para você e querendo ser igual é prazeroso. Ter uma buceta mimada e rica faz você se sentir bem. Ter socialites de joelhos, chupando seu pau no banheiro de um clube é divertido.

Mas nada disso muda uma vida.

Fama ou virtude, o que você escolhe?

Um mês atrás, para mim era a maldita fama. E fama é o que tenho aqui. As pessoas me conhecem, sabem quem sou, porra. O homem que escolhi ser, não o homem que todos pensavam que seria. Ele não é o fodido homem que meu velho criou. Aqui em Las Vegas, eles sabem que sou bom no jogo.

Mas queria uma mudança de vida, e até agora, tudo o que consegui foram apenas coisas materiais.

A virtude, no entanto... A virtude muda vidas. As pessoas virtuosas mudam vidas e quebram os ciclos da vida. E a virtude agora está ao alcance da mão. Se eu perder o jogo, perco a garota, sei que o homem, este homem Caldwell, fará algo que deixará sua mãe orgulhosa, dar a uma menina o que deveria ser seu direito de nascimento, ter algo do qual foi despojada: sua liberdade de escolha.

Quando chego em casa, entro e percebo que nem sequer vi como está o meu carro. Mas, quem se importa? Não eu. Hoje não.

Abro o cofre e tiro dois mil dólares, depois pego as chaves da mesa de entrada.

Quando abro a garagem, vejo o pequeno carro de Hailey e decido que vou com ele. Esse filho da puta está lá fora, e isso vai chamá-lo como uma barata na noite. Entro e verifico as chaves, mas não estão na ignição. Verifico sob o assento — não estão lá. Olho o visor e todos os lugares típicos onde as pessoas escondem suas chaves, mas não estão em lugar nenhum.

Então, olho no espelho retrovisor e vejo o assento do carrinho infantil, alcanço a parte de trás e levanto a tampa. Chaves Dou risada sozinho, porque Hailey não se parece em nada com as meninas que tive Ela pensa, planeja, projeta estratégias e tem mais inteligência do que qualquer outra pessoa que conheço. Esconder chaves sob um assento de carro. Um ladrão típico de carro não pensaria em verificar lá. Isso porque ele não saberia que a garotinha é mais importante para ela do que qualquer coisa ou qualquer outra pessoa neste mundo. Seu tique, sua fraqueza, e sua razão para a luta, é aquela linda garotinha.

Quero participar de qualquer merda de torneio clandestino que Monte estiver, porque aquele filho da puta não tem ideia de como tratar uma garota como Hailey, e ele também não tem direito de ferrar essa garotinha.

Passo por sua casa três vezes. O três é o meu número de sorte, mas faz com que a merda aconteça três vezes na minha vida. Há um começo, um meio e um fim. O meio é o lugar mais seguro para estar, sempre soube que issoera verdade. Odeio a ideia de escolher o mais seguro —o que flutuasse — por que nunca fiz isso.

Estaciono na frente de um bar, o Double Down Saloon. Então, entro, peço uma cerveja, sento e espero. Antes da minha cerveja terminar, vejo quatro homens caminhando juntos, e atrás deles está Monte.

Deixo meu banco, me colocando em pé na parte de trás do bar, e me sento em uma mesa de canto. Olho para cima para ver o bastardo andando em minha direção com seus garotos.

Ele para na minha frente. “Eu quero as chaves daquele pedaço de merda em que você veio. Em seguida, será melhor me dizer onde está minha pequena prostituta.”

Sorrio, intencionalmente provocando. “Isso não vai acontecer.

“Eu não sei com quem diabos você pensa que está lidando aqui, Ás, mas nestas partes, você não pode se meter comigo.”

“Sim, bem, eu não sigo muito as regras de um pedaço de merda como você.”

Um dos caras dá alguns passos para a frente.

“É possível que você queira acalmá-lo, porque da forma como vejo isso, você pode não querer qualquer contato físico entre nós. Porque sim, se alguma vez ficar cara a cara com aquela bunda novamente, ela estará te olhando como se você não fosse nada. Não depois de me ter.”

“Eu vou arruinar você.”

“Bem, sim, eu a arruinei... para você ou qualquer outro homem que ela escolher para estar dentro daquela pequena buceta apertada. Alguma vez já ouviu os gritos dela que não fossem ‘fique longe de mim’? Porque a maneira que grita meu nome é como...”

“Você é um homem morto.”

“Se eu morresse hoje, saberia que morri depois que provei o céu, algo que você nunca teve. Não tenho ideia como diabos você pode se chamar de homem e não comer uma buceta.” Olho para um de seus caras. “Você pode acreditar nessa merda?”

“Eu não como prostitutas.”

“Pelo que eu saiba, tinha dezessete anos quando abusou dela, e não fez com qualquer outra pessoa, porque você a fez acreditar que lhe devia, isso soa muito parecido com estupro. Portanto, se meus cálculos estiverem corretos, Monte, ela teve dois paus, uma língua, e só um homem que a fez se sentir como uma mulher e não uma prostituta cativa.”

“Ela e eu somos casados; sua mãe deu seu consentimento. Não houve estupro.”

“Não é um casamento real, e era uma menina de dezessete anos, que estava com medo depois de ter sido criada por uma mulher que não conhecia a verdadeira liberdade. Você estuprou aquela menina.”

“É isso o que ela está dizendo?” Ele ri.

“Não, isso é a verdade. Ela está aprendendo muito rápido, no entanto. Ela vai criar aquela garotinha para ser o que quer que ela escolha ser um dia. Você deve muito a ela, e ela não te deve porra nenhuma.

“Ouça, seu filho da puta fodido, ela me deve trezentos mil dólares, e pretendo recuperar tudo, por qualquer meio necessário. Se você tem esse tipo de dinheiro, ela é toda sua.”

“Não.”

“Não?”

“Não, ela é toda dela.”

“O homem não quer reivindicar um traseiro pelo qual ele está disposto a morrer.” Monte ri, em seguida, o mesmo acontece com os seus capangas.

“O que vocês idiotas não entendem é uma mulher escolher o homem que ela quer foder — e ter sua mente, corpo e alma. Se eu conseguir o dinheiro e ela ficar comigo, vou ter muito mais do que sua propriedade, terei uma mulher que estará ao meu lado voluntariamente. Não será uma mulher à procura de uma fuga. E se não me escolher, não terei que descer as calças para verificar se tenho o equipamento que me faz homem — eu sei por minhas ações, que sou um homem inteiro, melhor do que o que ela teve antes.”

“Trezentos mil dólares e não dou à mínima se ela é uma participante voluntária ou não com você. Só me interessa que a putinha pague sua dívida. Você tem três dias.”

Quando, ele levanta, olha seus capangas e então se aproxima de mim. “Três dias de merda e depois, irei atrás de você, depois dela, e então da garotinha.”

“Você toca em uma delas, e eu, pessoalmente, vou te colocar três metros abaixo da terra.”

“Isto não é um jogo, Ás.”

“Não, isso seria muito fácil. Eu já venci você.”

Sussurra algo no ouvido de um dos seus capangas, então vai embora.

O homem tira uma carta e joga sobre a mesa na minha frente.

“Sua boca deveria ter ficado fechada. Monte não só quer o seu dinheiro, quer seu jogo também. Esteja lá ou eu vou dar o seu endereço.”

“Que porra isso quer dizer?”

“Tenho gente te seguindo. Faça seu jogo, consiga dinheiro e não vou usar as informações. Se não aparecer e não lhe pagar, ele saberá quem você é e onde encontrar sua esposa e filha.”

“Qual é a porra do seu problema?”

“Pergunte para Hailey.” Ele se vira e sai andando.

“Perguntar o quê?”

Ele não se vira.

Olho para a carta. É o bilhete dourado, a direção do torneio em que vou jogar pelo maior prêmio da minha vida.

Ele acha que sou um jogador.

Mas, não sou.


Paro em frente a Seed, um clube pequeno no lado leste de Las Vegas. Pego a carta que o homem de Monte deixou sobre a mesa, o meu bilhete dourado. O bilhete que vai me fazer ganhar a garota que vem ligando para o meu telefone nas últimas doze horas.

Ignorei suas chamadas e dos meus irmãos. Preciso de foco, não distrações.

Saio, caminho até a porta que diz ‘fechado’ e bato. Quando se abre, a corrente ainda presa a partir do interior, mostro a minha carta e a porta é totalmente aberta. Coloco minha carta no bolso, sabendo que se tiver que sair para conseguir mais dinheiro, isso vai me levar de volta para dentro.

Enquanto caminho, todos os olhos estão em mim, o gorila coloca sua mão em meu peito, me parando.

“As armas ficam na porta.”

“Não tenho nenhuma comigo.”

“Vá para o bar e pegue suas fichas. Não há dinheiro nas mesas. Se precisar de mais, peça a um dos homens que circulam. Eles podem levá-lo para o caixa automático.”

Estou vestido para impressionar. Velhos hábitos demoram muito para morrer.

Trouxe todo o dinheiro do meu cofre comigo, trinta mil. Comprar a primeira rodada é excelente.

Eu me aproximo do bar e dou ao homem vinte mil dólares. Ele me dá um olhar que me diz que é uma grande troca. Isso me deixa um pouco nervoso. Se vinte mil é muito, isso significa que pode não haver dinheiro suficiente para ganhar. Há trinta homens aqui, e eu preciso de todo o seu dinheiro e algo mais.

O homem que dirige o jogo começa jogando nomes em uma tigela.

“O jogo começa em dez minutos. Existem alguns jogadores que foram convidados e ainda não apareceram. Vamos dar-lhes o respeito que merecem e esperar. Enquanto isso, fiquem à vontade para uma bebida.”

Olho ao redor, vendo alguns rostos conhecidos e alguns não tão famíliares.

“Ás?” Olho para a minha esquerda e vejo o cara que estacionou meu carro em Aria.

“Wheels, cara, o que está fazendo fora da Strip?” Aperto sua mão e lhe dou um tapinha nas costas.

“Eu vim para jogar.”

“Não ganhará assim, cara.” Sorrio.

“O que significa isso?”

“Vou te dar alguns conselhos, ok?”

“Sim, isso seria ótimo.” Ele sorri.

“Não participe do jogo, seja o jogo. Não há outra maneira de vencer. Olhe as cartas dos jogadores; esqueça o jogo e vença, e seja o jogo. Torne-se o jogo.” Pisco o olho. “Entendeu?”

“Sim, cara, entendi.” Ele sorri. “Isso é tudo? Esse é o seu segredo?”

“Nosso segredo.”

Ele respira fundo.

“Jogue o nervosismo pela janela.”

“Feito.” Diz, balançando a cabeça.

“Quanto trouxe com você?”

“Tudo o que tinha. Não é grande coisa, mas é um começo.” Ele diz, girando a ficha em sua mão.

Procuro uma ficha no meu bolso. “Outro segredo: comece com dois mil quando jogar as cartas. Assim quando ganhar, você ainda terá os dois mil originais para jogar, enrolar no próximo jogo, e não procure mais, se você está exausto. Não deixe o jogo jogar com você.”

“Tornar-me o jogo.” Assente.

Entrego a ficha que peguei. “Hoje à noite, guarde três dos grandes. Dê-me isso de novo quando tudo terminar.”

“Sério?”

“Sim.”

“Porra, obrigado.”

“Não me agradeça, pague-me no final.”

“Eu vou. Prometo.”

A sala está cheia e um homem está no centro de tudo. “Bem-vindos ao Seed. Eu sou Scott, o proprietário deste estabelecimento. Obrigado a todos por fazer parte das festividades desta noite. O jogo é de cinco cartas. Todos sabem as regras. A casa vai ficar com dois por cento do dinheiro nas suas fichas no final da noite. Mil dólares será o valor do início da mão. Se perdem, saem. Os nomes serão falados em um instante. Os primeiros quatro na mesa um, o segundo grupo de quatro na mesa dois, e assim por diante. Cada rodada termina com um homem sentado em cada mesa. Cada avance exige mais mil para sua aceitação. Se você quer sair, pode trocar suas fichas sempre que quiser. Não nos importa, ainda temos o nosso dois por cento. Quando chegarmos aos últimos quatro jogadores, jogarão em uma mesa. Boa sorte a todos.”

O nome “Ás” aparece: estou na mesa três, a minha favorita. Sento e olho em volta para minha equipe. Todos têm fome e são intensos. Todos são fáceis de ler. Eu tenho esse jogo.

Timmons está na mesa seis, e meu parceiro, Wheels na mesa sete. Não são uma distração, mas quando o nome de “Hard Knocks” é chamado na mesa oito me distrai de toda essa merda. Olho para cima para ver a parte de trás de uma garota de penteando hippie, camiseta, jeans e botas pretas de combate. Não fico encarando, porque sei que a mulher que deixei em casa está na porra dessa casa.

Então escuto Monte rir e olho para cima de novo. Sigo seus olhos para a mesa oito, e quem está me olhando é a merda da aparição de Hailey. Pelo menos eu gostaria que fosse. Nego e começo a me levantar, mas ela balança a cabeça e logo escuto o locutor chamar Hendrix e Jagger para a mesa dez. Me pergunto, como demônios conseguiram entrar?

Olho para descobrir que ambos tem um sorriso de merda em seus rostos, mas os filhos da puta não me olham. Olho para Hailey, que morde o lábio para evitar sorrir.

Viro-me na cadeira e quero bater a porra da minha cabeça no feltro verde, mas não faço.

Meus irmãos estão aqui, então sei que tudo vai ficar bem. Apesar de como acabar esta noite, eu tirarei Hailey daqui com segurança e, em seguida, arrastarei seu penteado hippie para a porra de Detroit. A parte que está balançando o meu mundo neste ponto, é que se ainda não sabe, sabe agora que se ela ganha, perde ou empata, faz parte de uma família que a apoia.

Na quinta rodada, minha mesa está limpa. Pego todas as merdas de fichas. Nunca senti a emoção de que o jogo fosse tudo ou nada. Mas agora, com a minha necessidade de mostrar a essa menina, que posso cuidar dela — não só posso como quero. E já sinto a eletricidade das luzes de Las Vegas, e nem estou na Strip.

Quando eu a olho, vejo que ela está vencendo, também. Meus irmãos estão jogando pelo seguro, mas se mantém sozinhos. Wheels está se levando, parece como se estivesse no topo do mundo, lembrando-me muito quando cheguei aqui a primeira vez.

Na décima rodada, estou esperando que minha mesa fique cheia de jogadores de novo.

Olho em volta e percebo que há pelo menos meio milhão de dólares em fichas nas mesas.

Olho para a pilha de Monte e tem cem mil. No entanto, a minha menina de cabelo hippie, minha garota com uma buceta de ouro tem o dobro.

Enquanto ambas as mesas são limpas, olho para os meus irmãos.

Eles caminham ao meu lado e Jagger bate no meu ombro. “Estamos lá fora, cara.”

Monte os vê e seu rosto endurece. Então eu pisco um olho, e seu rosto fica vermelho como um tomate.

Finalmente ficam as duas últimas mesas e Hailey e Monte estão na mesma porra.

“Destrua todos, mãezinha.” Digo do outro lado da sala, fazendo-a rir.

“Você poderia dizer ao idiota para calar a boca?” Zomba Monte.

“Não é contra as regras falar, certo?” Pergunto ao repartidor na minha mesa.

“Não, senhor.” Ele tenta não rir.

"Bom" Eu olho no quarto. "Ei, querida". Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. "Quando é só você e você se divertindo, certifique-se de colocar suas pilhas de fichas enquanto eu as entrego, e não como você fez isso".

“Bom.” Olho através da sala. “Ei, querida.” Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. “Quando for só você e o tarado, certifique-se de posicionar as pilhas como eu lhe dei e não como ele fez.”

“Você, filho da...” Monte começa a se levantar.

“Se sair da mesa durante um jogo, você perde.” O repartidor avisa em sua mesa.

“Você ouviu, Monte? Quando eu pegar o seu dinheiro, quero ter merecido.” Hailey diz.

“Cadela, você nunca ganhou nada em sua vida.” Ele retruca.

“Querida, está em sua mão. Agora balace.” Digo, olhando por cima do ombro para ela e piscando.

Ela sorri.

“Vou fazer isso direito.”

“Você sabe que está me deixando duro aqui.”

“Oh, meu Deus, você poderia calar a boca?” Ela diz, rindo alto, livremente.

“Só se você me pedir com delicadeza.”

Seu rosto fica rosa enquanto olha para baixo e balança a cabeça.

Sou o último homem na minha mesa novamente. Tenho um pouco menos de duzentos mil, e não posso esperar para pegar o dinheiro do filho da puta.

Eu me levanto e ando até o bar para tomar uma bebida, olhando as quatro pessoas que ainda estão na mesa deles. Um deles é um cara que parece do Texas, com um chapéu de cowboy e botas que parecem que nunca viram terra. Depois, há o meu menino Wheels, além Monte e Hailey.

O Texano empurra todas as suas fichas no meio, e os olhos de Hailey arregalam. Então, eu os observo iluminar antes de engolir em seco e morder o interior de seu lábio. Esse é o seu tique.

Ela sabe que está quase lá. Na cama, essa é a minha deixa para ir mais duro e tão profundo como possa me tomar para empurrar até seu limite antes que goze.

Ela coloca as cartas com a face para baixo, então me observa enquanto empurra todas as suas fichas, e meio que mexo em meu queixo, apertando a mandíbula e a boca. “Gostosa e excitante pra caralho.”

Monte desiste e se inclina para trás.

A mão é jogada, as cartas são viradas, e minha garota tem quatro fodidos ases.

“Droga, minha querida.” A mandíbula do Texano cai. “Acaba de pegar todo o meu dinheiro.”

Ela sorri. “Obrigada.”

“Os agradecimentos não são necessários; é um jogo. Você ganhou de forma justa.”

Ele se levanta e caminha em direção à porta enquanto Hailey olha para as suas fichas.

Ela se levanta. “Eu gostaria de trocar as fichas.”

“Você está brincando? O jogo não acabou, Hard Knocks. A puta que me deixou nunca sairia enquanto há algo para ser tomado.”

“Não aceito mais nenhum desaforo seu, exceto ao longo dos anos e anos de abuso mental, seu pedaço de merda! O que eu fiz para merecer o tratamento que você me deu? O que fiz...”

Eu me aproximo e pego sua mão. “Vamos lá. Ele não vale nem mais um segundo do seu tempo, nem uma maldita palavra de seus lábios, nem qualquer coisa.”

Enquanto ela está me abraçando e chorando, o dono do bar traz seu dinheiro em espécie. “Trezentos e quarenta mil dólares para uma mulher chamada “Hard Knocks”. Eu não acho que isso se encaixe mais. Depois de nosso desconto, você tem trezentos e trinta e três mil e duzentos.”

“Dê-lhe trezentos mil.” Aponta para Monte. “Agora, seu bastardo, eu paguei pelos sete anos que você acha que eu te devia. Diga-me que tenho sua palavra que estamos quites.”

“Você confia na palavra dele?” Sorrio.

“Sim. Nos negócios, a sua palavra é válida. Monte, olhe para mim e diga que minha dívida está integralmente quitada.”

“Está tudo aqui. Estamos quites. Tenha uma boa vida com essa porra de jogador. Ele vai te deixar por alguém que faça mais o tipo dele e você vai desejar que ainda estivesse aquecendo minha cama. Mas você nunca mais fará isso, cadela. Quando ele te deixar por outra cadela que não seja tão classe baixa, você estará tentando encontrar a próxima cama quente...”

“Querida, vá para fora; meus irmãos estão esperando. Vou assim que der um pontapé na bunda desse idiota.”

Hesitante, Hailey vai enquanto passo para a próxima rodada. Eu me coloco na mesa para jogar com Monte e Wheels.

“Se olhar para ela de novo, vou arrancar seus malditos olhos. Se voltar a falar com ela dessa forma novamente, você perde a língua. Ela pagou uma dívida totalmente absurda. Agora, deixe-a em paz, porra!”

“Tenho recibos para tudo que paguei, de modo que não há nenhum absurdo envolvido. Ela nunca trabalhou um dia em sua vida e tinha o mundo pelas bolas...”

“Então, você fodeu tudo e perdeu a porra da única coisa que importa, a sua família. Algum dia, suas pequenas folhas de cheque e recibos serão pagos, e ninguém vai ter de lidar com seu traseiro de novo. Então, como você vai ficar?”

“Com quem, com Marisa, é claro.” Ele diz em tom malicioso.

“Caralho. Hailey simplesmente assegu...”

“Se ela quiser ficar com a minha filha, ela também precisa pagar o preço da menina. Caso contrário, vou vê-los no tribunal.”

“Você é um filho da puta doente.”

“A dívida da menina não é tão grande assim. Duzentos setenta e cinco mil é tudo.”

“Então, vou comprar essa aqui, agora.”

“Você não tem as fichas, Ás.”

“Vou pegar o resto.” Sibilo e começo a levantar.

“Não, sente e ganhe. Este será o último jogo que joga.”

“Não é o jogo. Se trata de ganhar tudo.”

As apostas nunca estiveram tão altas. Hailey comprou sua saída, mas a garotinha ainda está na mesa. Sua filha é o prêmio, e Hailey ainda não sabe. Se eu tiver sucesso, nunca vai saber o quão baixo era seu ex realmente.

Na primeira mão, o filho da puta chama meu blefe e perco tudo. Como? Eu joguei. Eu não fui o jogo; Marisa foi.

Quando me levanto para sair, Wheels me para.

“Cara, eu sei que você tem dois mil em seu bolso, então os jogue.”

“Não é assim que faço meu jogo.”

“O jogo é diferente agora, certo?” Ele está implorando. “Cara, não perca a esperança.”

Coloco minhas fichas na mesa e perco, assim como Monte. Wheels está rolando nele, e se não fosse uma situação onde envolvesse o de uma criança, teria dado cambalhotas para ele. Mas estou ferrado.

O carteador olha para mim. “Você está dentro ou fora?”

“O idiota do caralho não tem mais dinheiro.” Monte ri.

“Eu tenho uma casa.”

“Você é um covarde.” Zomba Monte. “Eu não quero sua casa. Eu quero o seu dinheiro e seu jogo.”

Ignoro.

“Quanto pela casa?” Pergunta Wheels, olhando para sua pilha de fichas.

“Duzentos e setenta e cinco mil dólares.” Respondo sem hesitação.

“Quanto vale?”

“Trezentos e cinquenta.” Digo.

Ele olha para baixo. Monte está irritado.

“Mobiliada, vale trezentos e setenta e cinco, pelo menos. Fica em um condomínio fechado e não devo nada, está totalmente quitado. Nem você deverá, Wheels...”

“Eu a levo.” Monte ri.

“Nem fodendo.” Assobio. “Você não merece.”

“E ele sim? Não merece uma casa que possa se beneficiar com cem mil dólares. Não é um jogador.” Cospe Monte.

“Ele mudou o jogo.” Mantenho meus olhos em Wheels.

“Feito.” Ele diz.

“Feito?” Levanto a sobrancelha.

“Sim, cara, feito. Espere, também quero o carro.”

“Wheels, cara, eu juro que você está me matando aqui. Vou dar-lhe o melhor apartamento, mas o carro é meu.”

“Está bem.” Ele ri. “Porra. Porra. Porra! Quando posso me mudar?”

“Podemos resolver toda merda legal amanhã.” Pego meu telefone no bolso e entrego a ele. “Mande um texto de modo que teremos a informação de contato.”

“Você vai entregar o dinheiro apenas pela palavra dele?” Zomba Monte.

“Sim.”

Uma vez Wheels volta e me entrega o dinheiro, viro e entrego a Monte. “Se chegar perto dela ou da criança novamente, eu te mato. É mais barato contratar um assassino que ser manipulado por você outra vez.”

O carteador pergunta:

“Quem está dentro?” Eu me viro para sair. Nada mais importa. O jogo termina e eu ganhei tudo.

Saio, com Wheels me seguindo, e vejo Hailey caminhar.

Aperto a mão do menino, lhe dou o endereço, e digo que passe amanhã para que possamos ir para o advogado.

“Ganhou?” Pergunta Jagger.

“A vitória mais importante da minha vida. Vamos comer alguma coisa. Em seguida, os três dormem um pouco antes de voltar para casa para a garotinha.”

“Você volta com a gente, certo?” Hailey pergunta.

“Vou voltar um dia depois de vocês. Vou dirigindo para casa.”

“Por quê?”

“Porque não pretendo voltar aqui tão cedo.”

“Tem certeza?” Pergunta Hendrix.

“Como eu disse, ganhei um prêmio enorme hoje. Tenho o que preciso de Las Vegas. Agora tudo que quero é voltar para Rock City com a minha família.” Uma calma me inunda. “Mas, primeiro, o que diabos vocês dois estavam pensando para trazê-la aqui?”

 

 

 


Capítulo 14

Hailey


Foi tudo um turbilhão. Depois que terminei o trabalho, Olivia poderia dizer que eu não pude lidar com o pensamento de Morrison estar no torneio sem mim. Sem me permitir pensar demais, reuni coragem suficiente para deixar minha garotinha com Livi e embarquei em um voo noturno para Las Vegas com Hendrix e Jagger. Com uma família me apoiando, enquanto enfrento meu passado — é o que Livi disse quando quando saímos.

Não sabia como aceitar isso. Só sabia que no final do dia, teria que pagar minha dívida por conta própria. Não podia deixar Morrison fazer isso.

Antes que o nervosismo se apondere de mim, estava nas mesas. Participando do torneio.

Tentei manter minha expressão fechada para não me lerem. Tentei manter minha compostura, mesmo sabendo que tudo estava literalmente em jogo neste momento.

Sentada, passei os dedos sobre o feltro onde a mesa encontra a borda de madeira. O contraste é estranho quando você sente o verde suave do forro e depois muda para a madeira.

Áspero e suave. Macio e escorregadio.

Como a mesa, eu precisava ser suave e escorregadia apesar de tudo. Esta noite, de fato o vencedor leva tudo. Hoje à noite, teria de volta a minha liberdade. Hoje à noite, eu iria escolher minhas opções.

Era fácil se deixar levar. Houve um tempo quando queria ficar e continuar a jogar. Eu queria subir a aposta e ver se poderia fazer um lucro.

Mas, havia muito em jogo.

Recebi um bilhete de Marshall. Jamie em seguida, chama um cara que conhecia outro cara que conhecia um outro cara e conseguimos as cartas douradas de Hendrix e Jagger. Marshall não parecia nada satisfeito quando cheguei com os convidados.

Muito ruim, tão triste, grande cara.

Eu sei que em algum lugar dentro dele, há um coração. Só que ele deve muito a Monte para sair. Não sei o que vai acontecer se Monte descobrir o que Marshall tinha feito para mim. Não podia pensar nisso. Eu tinha que ficar centrada no dinheiro e em pagar meu marido.

Tinha guardado o suficiente para a minha entrada. Vou ter que trabalhar para pagar minha passagem aqui, mas estou livre.

Que sentimento incrível!

Aqui fora, ando de um lado para outro, esperando desesperadamente que Morrison esteja bem. Meu estômago revira. Minha intuição está gritando que havia mais do que sabia. A maneira como Morrison estava provocando Monte através de mim, zombando dele.

Mas porque? Esta é a minha batalha para lutar.

Ganhei o que era necessário — para quitar a dívida na íntegra. Então, eu me perguntava, por que Morrison ainda está lá? Estamos quites. Por que não troca seu dinheiro e sai?

Observando-o finalmente sair, sei que alguma coisa aconteceu. Ele não corre até mim. Não tem conto de fadas, enquanto me abraça rodopiando.

Não, ele me diz que estamos indo comer, que vou voltar para casa e que ele vai chegar em mais alguns dias.

Antes que você possa refletir sobre sua atitude, Marshall sai, com Monte logo atrás dele. Então, Marshall olha para mim de uma maneira que me diz que devo escolher minhas palavras com cuidado.

Escolher.

Eu não posso deter o sorriso que cresce quando Monte se aproxima. Tenho uma escolha. Finalmente!

Sinto que os irmãos Caldwell ficam tensos atrás de mim enquanto todos se movem pelas minhas costas. Jagger se move na direção de Marshall, mas estendo a mão e gentilmente agarro seu antebraço.

Aquece o meu coração saber que o enfrentaria cara a cara por mim, mas este é um mundo no qual ele não vive. Existe um código, e não pode cruzar a linha, ou estarei em dívida novamente antes que qualquer um de nós possa piscar.

“Os documentos serão entregues no meio da semana.” Monte diz enquanto me estuda.

Não fale. Não diga nada, eu me lembro.

“Monte, você sabe que nosso casamento não é legal. Não tivemos testemunhas ou um oficial.” Antes de partir, pedi a Livi para realizar algumas pesquisas, e ela não encontrou registros em nenhum tribunal que estive legalmente casada com Sean “Monte” Timmons, porque a certidão de casamento nunca foi emitida. Além disso, meu cartão de segurança social ainda diz ‘Hailey Sue Poe’, assim como minha nova carteira de motorista de Michigan.

“Hard Knocks, você deve saber que eu nunca teria legalmente vinculado você a meus bens, estou falando sobre os procedimentos sobre a Marisa. Estou abrindo mão dos meu direitos.”

Meu ritmo cardíaco troveja em meus ouvidos, meu rosto mostra tudo enquanto me esforço para manter a calma.

Monte sorri para mim de uma forma que só pode ser descrita como pura ameaça. “Eu sou um monte de coisas, Hailey, a maioria delas não são boas, mas nos negócios eu sou um homem de palavra. Obrigação e recompensa, Hard Knocks. Você teve uma pausa. O saldo foi pago na íntegra.” Move seu olhar de mim para Morrison. “Para você e Marisa. Você está livre.”

Monte gira e se afasta enquanto o braço de Morrison envolve meus ombros. Quando ele está a poucos metros de distância, ele olha por cima do ombro e então diz a Morrison: "Eu a tive primeiro, vou ter por último, e quando ela voltar rastejando, vou fazê-la pagar o preço porque não fui o único a ter sua buceta.”

Morrison sai para avançar em direção a Monte, enquanto Marshall balança a cabeça para mim.

“Morrison, pare! Ele não vale a pena.” Digo.

Ele para e olha para mim.

“Seja o bom cara.” Ele sussurra. “Não seja ele.”

“Ás, você conseguiu o que veio buscar aqui hoje à noite. Eu espero que tenha valido a pena, porque você não vai jogar aqui novamente. Esta é a minha cidade.” Monte olha para mim. “Hailey, quando os golpes baterem duro de novo, eu estarei te esperando, e não vou ser tão bom dessa vez.”


Depois de um momento, ele se vira e faz sua saída, enquanto os arrepios correm pela minha espinha e minha mente acelera.

Ganho um aperto no ombro de Jagger e outro de Hendrix, enquanto Morrison apenas olha para mim.

“O que significa que você não pode jogar aqui novamente? O que aconteceu lá, Morrison?”

“Não há nada para se preocupar.” Olha para seus irmãos. “Vamos comer, então vocês pegam em um avião e voltam para a Srta. Princesa.”

Existe uma distância entre nós que não entendo. Sou livre. Esta noite, ganhei. Ganhei a minha liberdade. Este deveria ser um momento feliz, mas sinto como se tivesse sido marcado por alguma coisa. Eu só não sei o que é.

Jagger e Hendrix parecem ler algo em Morrison que estou perdendo; Como resultado, o jantar é rápido e silencioso. Não estou acostumado a ser livre. Agora eu sou. Estou livre, e tenho que parar de questionar tudo e apenas aproveitar o momento, pelo menos por agora.

Voltamos para a casa de Morrison até a hora de pegar nosso voo amanhã. Enquanto os caras passam um tempo juntos, vou para o quarto de Morrison e leio para Marisa, usando um vídeo chat de celular de Livi para o meu. Vendo seu rosto sorrir na pequena tela, tenho a primeira onda de calma que senti em toda a minha vida.

Ela é minha razão de ser. É o meu tudo.

Termino a minha chamada, então vou para a sala de estar, onde posso ouvir vozes na cozinha.

“Que se foda! Deixe tudo. Eu não preciso de roupas. Não tenho nada pessoal aqui. Minha casa é Detroit; este foi um lugar de descanso. Deixe o menino ficar com tudo.” Escuto Morrison dizer aos seus irmãos.

“O que está acontecendo?”

“Realmente você deu ao garoto?” Pergunta Jagger.

“Não, vendi para ele. Eu estava fora do jogo. Ela faz isso para mim. Por que diabos a trouxeram aqui? Se não tivesse vencido, se não tivesse vendido, vocês percebem o quão ruim isso poderia ter ficado?”

“Mas não ficou.” Isso vem de Hendrix, a calma em tudo.

Meu telefone toca, alertando os caras da minha localização. Olhando para a tela, vejo que é Jamie e tento agir como se não tivesse ouvido nada, enquanto respondo.

“Ganhou.” Ela grita.

“Ganhei o suficiente para deixar seu controle.” Digo com orgulho.

“Vai voltar?”

“Oh, querida, eu queria, mas não acho que este é o lugar para mim e Marisa, no entanto. Eu não quero estar olhando por cima do meu ombro. Não quero me lembrar de nada daqui, exceto minha filha e nossa amizade. Este lugar não é para mim.”

“Vou sentir sua falta.” A tristeza em sua voz é evidente. Isso dói, mas este não é o lugar para mim ou para a minha filha — ou para Jamie.

“Detroit tem tudo para você, querida. Poderia ser um novo começo para nós.” Digo silenciosamente implorando-lhe para concordar.

“Quem sabe? Talvez quando minha merda for resolvida. Sabe que não posso ir até que tenha o meu próprio marcador reembolsado.”

“Estou aprendendo.” Suspiro. “De tudo isso, eu aprendi que não se trata de dever ou possuir. Amor, vida e relacionamentos não são obrigações nem recompensas. Eu não sei o que são exatamente, mas eles não são a posse de alguém. Agarre-se a isso, Jamie, e se agarre à bela mulher que tem em seu interior.”

“Eu te amo, Hailey.”

“Eu te amo também, querida. Te ligo amanhã quando aterrissar.”

Finalizando a chamada, me sinto triste por minha amiga, mas apesar disso, sinto uma emoção. Meu futuro está na minha frente, e pela primeira vez na minha vida, parece radiante.

Deitada, espero que Morrison venha para a cama. Não vem.

Quando chega a manhã, vou a cozinha para encontrá-lo de pé com seus irmãos em torno da ilha.

“Bom dia.” Digo em apenas um sussurro.

“Bom dia, Hailey.” Ambos, Hendrix e Jagger me cumprimentam. Morrison simplesmente me estuda, sem dizer nada.

“Vamos preparar nossas coisas,” Jagger diz, enquanto toma uma xícara de café e sai. Hendrix balança a cabeça e faz o mesmo.

“Dormiu bem?” Pergunto com indiferença.

“Não.”

“Poderia ter vindo para a cama.”

“Hailey, não vou te usar assim. Está livre e se acostumará com essa sensação antes que eu suba na cama com você. Levará cada parte de auto controle que tenho para permanecer longe, mas vou te dar esse espaço.”

Não sei o que dizer, assim que faço a pergunta que tem estado ocupando a minha mente desde a noite. “Por que não volta para casa com a gente?

“Estou te dando espaço, mãezinha. Vá para casa, para a sua garotinha. Estarei lá amanhã. Tenho uma merda para resolver aqui de qualquer maneira.”

Com cuidado, vou até ele e quando estou na sua frente, olho seus olhos azuis, que parecem estar escondendo um monte de emoções.

“É seguro para você ficar para trás?”

“Está preocupada?”

Mordo meu lábio inferior. “Sim.” Sussurro.

Olha por cima da minha cabeça para a parede atrás de mim. “Você não me deve nada, Hailey. Entende isso? Não tem nenhuma obrigação.”

“Eu sei, Morrison.” Pisco enquanto as lágrimas de emoções silenciosas me enchem. “Não... não... eh... como? Não quero que nada te aconteça.” Suspiro, incapaz de achar as palavras certas.

Ele simplesmente me olha, tentando me ler.

“Morrison, não sei se poderia ter feito tudo isso sem você.”

Ele envolve seus braços ao meu redor e me puxa para perto dele, sem dizer uma palavra, enquanto apenas desfrutamos desse abraço.

“Vou te dar espaço mãezinha, mas nunca estarei longe.” Ele se afasta para levantar meu queixo para ele e então, encosta seus lábios contra os meus. “Sempre te apoiarei. Precisa de um pouco de espaço, mas ainda estarei aqui. Só tenho que te dar tempo para que possa tomar algumas decisões por você mesma.”

Ele sempre me apoiará.

Escolhas. Tenho escolhas e vai me deixar escolher. Tudo isso parece bom... muito bom.


Capítulo 15

Morrison

 

Foi difícil colocá-los no táxi e dizer adeus. Fiz Hendrix prometer me enviar um texto quando estivessem a bordo do avião. Quando o fez, estava colocando as coisas na minha mala, preparando-me para sair também. Mas primeiro tinha que me encontrar com Wheels e meu advogado em algumas horas.

Não precisa dizer, que Wheels ficou entusiasmado quando viu o lugar, enquanto meu advogado me dizia o quanto eu era idiota, que nenhuma bunda valia isso. Por fim, lhe disse como era.

Vim aqui para encontrar uma vida nova, uma mina de ouro e me tornar um homem melhor que o meu pai. Eu estava saindo para uma vida nova, como um homem muito melhor que toda essa merda. Mostrei para o que vim e agora é o momento de voltar para casa. Inferno, Detroit é diferente agora. Existe algo bom lá. Ao diabo com outros tesouros. Tenho ouro.

depois de dormir, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O menino sorriu e assentiu, e então resolvemos tudo o que pudemos. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser feita através do correio.

Wheels deixou um convite aberto e inclusive me disse que após uma noite de sono, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O garoto sorriu e concordou, e então sentamos e repassamos tudo o que era necessário. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser resolvida por email.

Ele permitiu guardar o carro de Hailey até que pudesse levar de volta para Detroit. Ia deixar que ela resolvesse se ainda queria esse carro de volta ou se simplesmente podia vendê-lo. Dessa maneira, teria algum dinheiro para que Srta. Princesa tivesse algo mais adequado. Além disso, a garotinha adora o Escalade, e sempre devia andar em algo com estilo.

Quando tudo terminou, decido ir a um último jogo na Strip. Quero dar uma olhada, guardar na minha cabeça os locais que estive como Ás. Estava atuando o tempo todo, então, sei agora que fiz. Não era ruim, no entanto. Na realidade era muito bom.

Paro em um semáforo próximo ao Caesars e olho no retrovisor para ver uma caminhonete com vidros escuros, e o bastardo está tão perto que quase posso sentir sua respiração. Depois no próximo semáforo, a mesma merda.

Está praticamente colado a minha traseira enquanto saio da cidade e sigo em frente.

Deixando a irritação tomar o controle, pressiono o acelerador, e em seguida a luz adiante fica vermelha. Paro e olho no retrovisor. O filho da puta está lá novamente, e não está desacelerando. Olho o semáforo, ainda vermelho, e, em seguida, os carros da outra rua estão indo em ambas as direções. Não tenho para onde ir.

Eu me preparo para a colisão de metal, o filho da puta empurra seus pneus e literalmente sobe em minha traseira. Piso fundo no freio, percebendo que quem quer que seja, está me empurrando para o cruzamento. A única coisa que posso fazer é colocar no ponto morto.

Quando ouço a janela traseira quebrar, sei que o bastardo louco não vai parar, então abro a porta para correr. Enquanto faço isso, o lado do motorista do caminhão se abre e quem é?

Monte porra Timmons, segurando uma barra de ferro na mão.

Enquanto vem em minha direção, noto um carro de patrulha no estacionamento do Quickie Mart na esquina.

“Você está brincando, cara?” Grito.

“Decidi que não ficará com a minha filha! Ela me deve.”

“A menina não lhe deve nada!” Salto para trás enquanto ele empurra a barra de ferro em mim. “É tudo que você tem? Meu velho bateu mais duro que isso.”

Ele investe novamente, e pulo para trás, deslizando muito perto para sua comodidade. Então vejo a polícia correndo da loja conveniência. Um corre em nossa direção e outro para o carro. Eu os ouco gritar, mas não presto atenção às palavras faladas, exceto ‘Pare!’.

“Você me deve agora.” Ele investe de novo, e permito que acerte na lateral.

Não sinto nada, estou entorpecido à dor.

“Vamos, cara. Você tem que ter mais em você do que isso. Oh, bem, isso é certo, você não tem. Uma mulher como Hailey não teria escapado se estivesse satisfeita.”

Um balanço, uma conexão, e eu estou no chão. Perfeito. Acho que está funcionando.

“Eu vou matar você, filho da puta.”

“Faça sua melhor tentativa.”

Ele me acerta de novo enquanto rolo para perto dos pneus enquanto o ferro atinge o chão. Assim que esquivo ele vem para mim. Depois, há uma explosão de punhos em meu rosto, um após o outro.

Sorrio. “Covarde.”

“Parados.” Escuto antes de rolar para a direita, evitando o último golpe que eu tinha planejado dar antes de retornar o golpe.

O punho de Monte bate na calçada e ele grita como uma cadela antes de ser derrubado pela polícia de Las Vegas.

Salto e apenas um segundo, acho que deveria ter ficado lá, deixar que pensem que este bastardo me machucou. Então ando para o meu carro, e o que eu vejo? Bem, isso é dói pra caralho. Os golpes que meu carro levou foi algo perfeito em um jogo que ele pode ter começado, mas que eu vou terminar.

“Vou te matar, Ás!” Ele grita enquanto é algemado e o enfiam na parte de trás da viatura.

O que eu digo? Nenhuma coisa maldita.

Estou cercado por pessoas que testemunharam o ataque a mim e meu veículo e todos perguntam se estou bem. Não digo nada.

Estou bem? Claro, que sim. O filho da puta louco não foi provocado e não coloquei um dedo sobre ele. Diabos nem sequer me ouviu dizer uma palavra. Me assegurei disso.

Sean “Monte” Timmons ficará longe por um longo tempo como merda.

A ambulância me leva para o hospital, onde descubro que tenho duas costelas quebradas e uma concussão, e depois recebo alguns pontos perto da minha testa. A polícia pega meu testemunho e apresenta um relatório.


Preciso ficar em observação no hospital, devido ao ferimento na cabeça. Recebo uma droga assassina e apago em seguida.

Depois de dois dias, finalmente me liberam e Whells me dá uma carona no carro de Hailey. Então eu vou para onde o meu Porsche foi rebocado, apenas para descobrir que está uma bagunça mutilada. Tenho os dados do seguro de Monte e envio o relatório policial e fotos. Recebo uma resposta da empresa de seguros em uma semana. Eles me ofereceram um alugado, mas não aceito.

Pego minha mochila e uma mala, coloco no porta-malas do carro de Hailey, fecho e deslizo para dentro.

“Que lata velha da porra.” Sorrio para mim mesmo enquanto deslizo o banco para acomodar as minhas pernas.

Demoro uma eternidade dirigindo de volta à Rocky City para não pressionar muito o carro de Hailey. Minha cabeça está latejando, minhas costas doem e não quero aparecer com um olho roxo e pontos de sutura.

A única coisa que digo aos meus irmãos e Hailey, que só chamam uma vez por dia, é que estou aproveitando minha viagem.

Quando chego em casa, Hendrix sai de sua garagem, limpando as mãos com uma toalha gordurosa.

“Conseguiu um carro novo?” Ri de mim.

“É o carro de Hailey. Eu mr desfiz do...”

“Que diabos aconteceu com seu rosto?”

“Cai das escadas quando estava saindo. O último pontapé de Vegas na minha bunda para me ajudar na direção certa.”

“Essa é a história?”

“Sim.”

“O carro de menino bonito?”

“Eu me desfiz dele.”

“Outra aposta perdida?”

“Não perdi nenhuma merda.” Olho para as escadas que conduzem até o apartamento. “Ela está lá em cima?”

“Não. Foi trabalhar. O filho de Sally está com febre.”

“O mais novo?”

“Sim.”

“Esse menino adoece muito, não é?” Hendrix assente em resposta e pergunto: “A garotinha?”

“Lá em cima com sua cunhada.”

“Com minha cunhada, hein? Vocês dois estão namorando?”

“Diabos, não! Por que você diria uma coisa dessas?”

“Porque você disse ‘sua cunhada’, e não ‘minha esposa’ ou ‘Livi’ ou...” Balanço minha cabeça, porque o bastardo me confunde.

“Ela é sua cunhada. É da família, como a garotinha está começando a sentir, como a sua ‘amiga’ também.”

“Bom. Elas precisam de uma família.”

“Você tem um plano?”

“Um plano?”

“Sem a porra de jogar de tolo comigo, Morrison. Gosta dela o suficiente para trazê-la aqui e depois voltar para Las Vegas para ganhar sua liberdade. Você vendeu sua casa, dizendo que não precisava de nada, mas basicamente a ignora. Quando ela passa a noite em sua cama, você vai para o sofá. Então leva o seu tempo para voltar aqui, não diz nenhuma merda a ninguém, tem dois minutos de conversa com ela, basicamente, a afasta. Ela e Livi estão se tornando próximas demais, e Livi me disse que ela gosta de você, então, o que diabos você está fazendo? Nos três estamos dentro. Mas e você? Nenhum de nós tem uma porcaria de ideia do que está acontecendo em sua cabeça, em seguida, volta aqui com alguma história idiota sobre as escadas. Isso não se faz se não vou reivindicá-la.”

“Reinvindicá-la?” Sorrio. “Hailey não é alguém que é reivindicado, Hendrix. O minuto que você fizer isso, ela correrá gritando.”

“Ela não vai a lugar nenhum, Morrison. Sabe o que você fez, e qualquer pessoa com metade de um cérebro e um coração sabe que ela está completamente apaixonada por você, e...”

“Eu não estou nessa para que ela se apaixone, Hendrix. O que vai acontecer depois que o fizer?” Não espero que responda. “Levanta e segue em frente. Não vou deixar isso acontecer.”

“Você está errado, cara.”

“Você não está ouvindo.”

“Que diabos isso significa?”

“Diferentes estilos para pessoas diferentes. Seu foco é com Livi — com a merda de homem das cavernas, movendo-se em direção a ela — mesmo sem saber o que estava acontecendo, e isso funcionou para uma mulher como Livi. Responsabilidades e outras merdas, ela te deixou estar dentro...”

“Cuidado...” Grunhe.

“Cale a boca e escute! Era exatamente o que ela precisava. Ela concordou com isso, te deu o consentimento para o que a impedia. Não era de propriedade de seu agressor no sentido literal da palavra. Você sabe. Mas eu conheço Hailey. Aquela jovem mãe não vai ficar com a gente só porque se apaixonou. Eu poderia reclamá-la, e ela correria direto para as fodidas colinas no segundo em que tivesse um problema. Ela tem que estar livre como nunca esteve antes, então será a única que vai me reinvidicar, você me entende?”

Ele sorri.

“Eu vou brincar de cadela com Hailey qualquer dia da porra da semana até que se sinta livre. Então, e só então, vou mostrar a ela o que é um homem de Caldwell. Ela não tem só que se apaixonar; ela tem que saltar.”

“Eu quero jogar cadela.” Ouço pequenos pés fazendo barulho, enquanto corre em minha direção.

Agacho enquanto ela para e sorri, e, em seguida, a agarro e puxo para um abraço.

“Você sim, eu reclamarei.”

“Como a ostra na concha?” Ela ri e me abraça também.

Não tenho uma puta ideia do que está falando. Olho para Livi, que sorri e segura sua mão no coração.

“Estavámos vendo o filme da Pequena Sereia.” Explica.

“Quer ver?” Pergunta Marisa.

“Que tal ligar para sua mãe e perguntar se está bem se eu te levar para jantar?”

 

Capítulo 16

Hailey

 

Dias. Tenho passado dias me sentindo como se estivesse me segurando a algo enquanto me pergunto se realmente estivesse ali em primeiro lugar.

Morrison e sua viagem pela estrada... A frustração se acumula dentro de mim.

Será que ele realmente acha que vou comprar a merda que está vendendo? Está chateado porque entrei e joguei? Está com raiva porque ganhei meu próprio jeito de pagar a minha saída? Estraguei qualquer plano que tinha para que estivesse em débito com ele?

Minha cabeça está em todo o lugar, assim como minhas emoções. Desejo desesperadamente confiar nele. Quanto mais me aproximo de Livi, mais posso ver que os Caldwell são pessoas boas. Então, quando não ouço falar de Morrison, a dúvida me enche. Será que estou cega? Estou vendo que quero ver, não o que realmente está lá?

Dada a minha história, não sou boa em julgar o caráter das pessoas. Honestamente, nunca estive em uma situação para determinar quem é bom e quem é ruim — nunca me deixaram escolher. As pessoas com quem convivi eram pessoas de Monte. Mesmo Jamie, num primeiro momento, foi escolhida por Monte para ser minha amiga, embora eu tenho certeza que ele nunca esperava que nos tornássemos verdadeiras amigas e não mais um peão em seu jogo.

Claro, Morrison responde quando ligo, mas não fez qualquer tentativa própria para chegar até mim. Seu retorno de Las Vegas levou mais tempo do que eu esperava, também. Sua resposta para isso é que estava gostando da viagem.

Mais uma vez, uma grande mentira.

Limpo o balcão na minha frente. Oh, bem, a vida é assim, certo?

“Você está em uma profunda reflexão por aí, menina.” Jared fala para mim.

Eu me apresso em direção a ele, então dou um outro olhar em volta para me certificar de que estava realmente falando comigo antes de sorrir docemente.

O homem suporta bem sua bebiba. Ele também retém muito atrás daqueles olhos escuros enquanto conta piadas após piadas com os amigos. Servir os clientes habituais, noite após noite, me fez aprender o que amizades parecem ter e, finalmente, depois de uma simples bebida ou dois, ou três...

“Faça o sua melhor.” Ele levanta uma sobrancelha em desafio para mim. Tento a mesma coisa a cada noite, e cada vez sua resposta é a mesma: um franzir da testa e uma réplica para tentar novamente em um dia diferente.

“Por que Alice faz tantas perguntas?”

Ele dá de ombros esperando pela minha resposta.

“Porque é o país das maravilhas.” Sorrio e Jared nega.

“Mamãe, nós temos que sair mais vezes. Toda noite eu venho aqui e me conta uma piadinha de contos de fada. Meus dias de ler histórias antes de dormir já se foi há muito tempo. Sirva-me, querida, e vamos manter este nosso segredinho.”

Dou risada alto, fazendo-o olhar para mim estranhamente.

“Posso realmente te servir sem fazer você rir, na verdade?”

“Bem, tenho certeza de que é o que eu disse.”

“Você não deixa que ninguém lhe sirva até que consiga, pelo menos, um sorriso.” Acrescento, sem esconder minha diversão.

“Todo mundo precisa de uma pausa, às vezes, Hailey, e acho que você tem que tomar uma. Então pegue a minha bebida e vamos conversar.”

Faço exatamente isso, e estou tão entretida na conversação que leva vários segundos para que minha ansiedade apareça quando meu telefone vibra no meu bolso de trás. Ninguém tem esse número, exceto Jamie, Olivia, os irmãos Caldwell e Marshall.

Marshall. Las Vegas. É hora de conseguir um telefone novo.

Nos negócios Monte é um homem de palavra noventa por cento do tempo. Estou prestes a fazer parte dos dez por cento?

“Hailey, você deve atender o telefone, não olhar como se tivesse acabado de ver um fantasma.” Grunhe Jared, me tirando dos meus pensamentos malucos.

Pegando meu telefone, olho a tela e vejo o número de Morrison. Claro que me ligaria agora, quando estou ocupada.

Suspirando, respondo rapidamente.

“Olá, mãezinha.”

Ao ouvir sua voz, estremeço. Deus, por que sou tão vulnerável a ele?

“Srta. Princesa e eu queríamos saber se está tudo bem se sairmos para o jantar.”

“Está aqui? Você está em casa? Quando voltou para a cidade?” Atiro as perguntas sem pausa para deixar que responda.

Morrison Caldwell está finalmente em casa depois de fazer quem sabe o quê, quem sabe onde, e a primeira coisa que quer fazer é levar minha filha para jantar? Não sei se quero sorrir ou chorar.

Não importa a distância que Morrison manteve de mim, ele se certificou de falar com Marisa ao telefone todos os dias, e a primeira pergunta é como ela está. Ela é uma prioridade para ele.

Não tinha percebido quanto até esse momento.

“Devagar, Hailey. Cheguei cerca de trinta minutos atrás e descubri que você está trabalhando. Queria levar Marisa para jantar e depois um sorvete, mas antes de ir a qualquer lugar, queríamos pedir sua permissão e ver se você quer que a gente traga algo para você.”

“Ummm... não.” Murmuro, ainda tentando entender o fato desse homem espetacular que poderia estar fazendo o que quisesse neste momento, prefere levar minha filha para jantar. Ninguém além de Jamie nunca quis fazer alguma coisa com ela sozinha.

“Tudo bem, vou ficar aqui, na casa de Hendrix, então. Vamos pedir pizza, se você acha que ela pode.” Soando decepcionado. Quando ele não diz nada mais, percebo que ele entendeu mal a minha resposta.

“Espere!” Inferno, percebo que não estou dizendo as palavras certas. “Eu quis dizer sim, você pode levá-la, mas não tragam comida para mim. Obrigado pela oferta, no entanto.”

“Está bem. Vou te encontrar quando você voltar do trabalho, mãezinha.”

Ao terminar a chamada, percebo que Jared está olhando para mim.

“O quê?” Pergunto inocentemente.

Jared apenas balança a cabeça.

Sirvo mais alguns clientes antes de Olivia entrar e ajudar, já que Morrison está com Marisa. No tempo que estive com sua família, construi ligações fortes com cada um deles, especialmente com ela. Embora, ainda não sei porque Olivia está constantemente esfregando sua bunda como está fazendo agora ao falar com Jared.

“Srta. Independente.” Ela diz, balançando a bunda, então dou um tapinha de brincadeira. Em seguida, rimos.

“Quem é Srta. Independente?” Pergunto, me juntando a conversa.

“Minhas calcinhas dessa noite me lembram de ser ‘Srta. Independente’.” Responde Livi com este tipo comum de conhecimento.

Meu rosto deve mostrar a minha confusão, porque Jared intervém: “Roupas íntimas inspiracionais. A menina vive para elas.”

Olivia sorri para mim.

“Precisamos conseguir algumas para você! Você é totalmente a Srta. Independente.”

Abaixo minha cabeça com vergonha. “De forma alguma. Vim aqui pelo dinheiro e ajuda Morrison, enquanto fugia do meu passado. Tenho vivido com você e Hendrix, e mesmo que esteja pagando aluguel, você sabe que Hendrix está me pagando mais do que deveria. Realmente não considero isso independência.”

“É difícil encontrar ajuda. Sabe a taxa de rotatividade aqui? Está te pagando porque você é confiável e trabalhadora. Você ganha cada centavo, Hailey.”

Encolho os ombros enquanto minha mente divaga. “Preciso encontrar uma casa.”

“Você sabe que você é bem-vinda com a gente o tempo que quiser.”

“Obrigada, Livi, mas realmente preciso encontrar uma casa e começar a organizar minha nova vida. Além disso, estou no limite esperando por Monte enviar os documentos para assinar sobre os seus direitos de Marisa. Talvez ocupar mente em buscar e depois mudar para um novo lugar alivie um pouco da minha ansiedade.”

Livi esfrega sua bunda novamente.

“Srta. Independente.” Sorri para mim. “Acharemos algo para você.”

Jared se mete. “Tenho alguns lugares disponíveis no meu prédio. Não é nada de outro mundo e não diria que é o melhor bairro, mas não é o pior. Estarei lá para manter um olho nelas se precisarem de alguma coisa. É apenas um pensamento.”

Terminamos o resto da noite em uma conversa informal enquanto minha mente continua a contabilizando o que posso pagar pelo meu próprio lugar. Estou aliviada quando saio do trabalho e descubro que Morrison trouxe meu carro de Las Vegas. Mesmo que seja uma lata velha, ter um carro significa uma coisa a menos para tentar me meter em um orçamento neste momento. Também estou surpresa, porque o homem tem um Porsche, pelo amor de Deus, por que ele iria dirigir meu modesto carro?

Ele está com uma aparência horrível, mas não me disse o que aconteceu. As contusões estão amareladas, então sei que tem poucos dias. Parte de mim acha que foi um dos rapazes de Monte que fez, no entanto, eu sei que Morrison não vai me dizer.

 

Demorei três semanas de trabalho, para juntar o dinheiro do aluguel e das taxas do apartamento de dois quartos e um banheiro que agora tenho as chaves. O edifício de apartamentos, felizmente para mim, tem apenas três unidades no meu piso. Um pertence a Jared, o meu apartamento e o outro pertence a uma velha que, quando me ouviu mudar, apareceu na sua porta com um taco de beisebol, totalmente pronta para chutar alguns traseiros. Também acontece de ser uma impressionante cozinheira e nos recebeu com cookies de chocolate dois dias depois que nos mudamos. Pode não ser o lugar mais bonito, ou situado na melhor vizinhança, mas poderia ser muito pior.

Entre as muitas outras coisas que ela fez, Livi me levou à uma loja de segunda mão, onde me ajudou a mobiliar nossa sala de estar com um futon e uma pequena televisão e centro de entretenimento. Não temos TV a cabo, mas temos DVDs mais do que suficiente para manter a Srta. Princesa ocupada. Colchões de ar para nossos quartos, mas por agora, é um começo, e parece bom.

Morrison se mantém silencioso, além de falar com Marisa. Estes dois se uniram, e não sei como me sinto sobre isso. Tento manter meus sentimentos separados de seu relacionamento com a minha filha.

Mas dói. Ele nem sequer me beija. Para um homem que tinha que me ter de qualquer maneira que pudesse conseguir desde a noite em que nos conhecemos, agora não me oferece mais do que um abraço rápido. Meu passado o desanimou tanto?

Claro, no grande esquema das coisas, nada disso importa. Tenho minha filha, um trabalho e agora minha primeira casa, tudo por minha conta.

Obrigação e reparação. Pela primeira vez na minha vida adulta, posso dizer com certeza que não devo nada a ninguém.

Isso é muito bom.

 

 

 

 

 

 

Capítulo 17

Morrison


Paro na porta do quarto originalmente destinado a minha mãe, depois ocupado por Hailey e Marisa. Odeio parar e ver que está vazio agora, já que por um tempo não poderia ter sido mais perfeito... para ela e para garotinha. Nem mesmo vou mentir, sua saída é a segunda coisa mais difícil com a qual tive que lidar.

Hailey era forte quando a conheci, feroz, na verdade. Nunca, nem em um milhão de anos teria pensado que ela realmente sentiu que aquele idiota era seu dono. Considerando o que aconteceu, entendo que ela precisava construir uma parede. Queria uma parede forte e não apenas para ela.

A garotinha precisa da sua mãe — forte, feroz e independente; e é o que está vendo agora, sem dúvida. Mesmo na quarta-feira à noite, na minha noite com ela, ela disse: “mamãe está feliz o tempo todo.” Nessas noites a tiro do ninho, por assim dizer, e nós temos o nosso encontro.

O novo ninho de Hailey. O ninho original — a casa em que minha família adotou minhas duas meninas — foi ótimo para as duas. E para nós, também. Estou triste em ver que esse momento acabou.

Mas agora, a garotinha e eu temos um ao outro na nossa quarta-feira e maldito seja se eu não abrir as portas e essas coisas. É a primeira vez na minha vida que convidei alguém para jantar que realmente tocou a fibra sensível Caldwell. Bem, foram apenas frango frito, batatas fritas e sorvete, mas porra, foi um passo.

Um dia, em breve, darei isso para a mãezinha Hailey.

“Você está bem?” Hendrix pergunta atrás de mim.

“Às segundas à noite, eu quero o bar.” Falo para Hendrix, olhando por cima do ombro.

“Para?”

“Cartas, cara. Eu preciso disso, também preciso de algumas noites atrás do balcão.”

“Concordo com isso. Livi fica chateada quando treina alguém e depois são pegos fodendo, então ela insiste em estar lá por algumas noites. Sem dúvida, gostaria mais que o seu pequeno traseiro ficasse em casa com mais frequência. Os fins de semana estão ficando ocupados também, se você puder trabalhar. Sally, eu, Livi, e às vezes Jagger dificilmente conseguimos dar conta. Se você quiser...”

“Vou ajudar em qualquer lugar, mas tenho meus próprios planos.”

“Atlantic City? Reno?”

“Não, cara, vou ficar aqui para sempre. Deixei Ás, em Las Vegas, acabou. Também vendi a minha casa em Atlantic City. Agora eu quero algo mais. Aprecio o trabalho e sei que é apenas por três ou quatro horas nas sextas-feiras e sábados, quando você estiver sobrecarregado. Não tenho a intenção de tirar dinheiro do seu bolso.”

“Você acabou de dizer que sabe que preciso de ajuda. É mais barato te pagar do que um desses idiotas que querem me roubar pelas costas.”

“Por agora, aceito.”

“‘Ganhar’ homem. Não ‘tirar’, merda.”

“Excelente. Terei prazer em fazer, mesmo enquanto organizo a minha merda.”

“Você quer compartilhar seus planos comigo?”

“Ainda não. Ainda preciso ver o que vai dar antes de fazer o movimento.”

“Você está livre esta noite?” Pergunta Hendrix na minha porta.

“Claro, por quê?”

“Hoje faz dois meses que Livi e eu nos casamos. Íamos jantar no bar, mas prefiro comer na cama. Você se importaria de descer e ajudar a fechar mais tarde?”

“Quem está trabalhando?”

“Será que isso importa?” Questiona.

“É quinta-feira à noite, Hailey está trabalhando.” Falo e ele confirma. “Claro, que eu posso ajudar.”

“O correio chegou hoje com algo de uma companhia de seguros e algo da polícia de Las Vegas.”

“Não me foda!”

Caminho e pego os envelopes no balcão, sigo para o meu quarto, onde abro o da polícia de Las Vegas. Aparentemente, Monte se declarou inocente. Não tenho ideia de como o idiota pensa que pode se livrar disso. Isso me faz rir alto, até ler a parte sobre a qual eles me convocam para testemunhar contra ele.

Agora a mãezinha vai descobrir, e sei que ela ficará furiosa. Teria que dizer, mais cedo ou mais tarde. No entanto, tenho algumas semanas. Três, para ser exato.

Porra, ela já está furiosa. Tento realmente manter o mínino de contato físico, mas ainda assim lhe dou um abraço de vez em quando. Pode apostar que é rápido, ou estaria estourando meu pau de tão duro.

Eu a vejo olhar meus lábios e sei que me quer em sua boca tanto quanto eu, mas não posso, ainda não. As coisas precisam estar sólidas, e vou me certificar que ela seja a única dar o primeiro passo. Mas que Deus a ajude quando o fizer.

O próximo envelope é o cheque do seguro do meu carro. O dinheiro será muito útil, mas ainda me incomoda a maneira que esse idiota tentou me foder. Ele vai ter o dele. Na prisão, alguém vai foder sua bunda e então vai ver como se sente ao ser fodido por trás, sem um puto aviso.

 

Quando entro no bar, Livi recolhe suas coisas e me dá um abraço.

“Obrigada.”

“Não há problema.”

Praticamente corre para a porta.

O bar está lotado. Está assim há alguns meses. Caldwell é o lugar para estar.

Hailey está atrás do balcão, movendo seu pequeno traseiro, logo estou atrás dela.

“Estou aqui para ajudar.”

“Parece que preciso de ajuda?”

Irritada, acho.

“O lugar está bastante cheio, então sim, precisa de alguma ajuda.”

“Tem que repor as geladeiras e o barril de Miller Lite está acabando. Poderia trocá-lo. Fora isso, eu me viro.” Não perde o ritmo, continua servindo doses e recebendo o dinheiro, enquanto fala.

“Claro, chefa.” Dou risada, incapaz de evitar e ela para em seco e me olha, mais irritada.

Não afasto o olhar.

“Escuta, coisa gostosa, meu copo está vazio!” Grita um cara.

Ela vira a cabeça, preparada para perder a paciência, quando responde: “Coisa gostosa? É tudo o que você pode inventar, Romeu?” Ri enquanto lhe serve uma bebida.

“É o que você é, gostosa.” Diz o imbecil, piscando um olho para ela.

“Pensa que está bem falar merda como essa comigo?”

“Caralho.” O cara sorri. “Provavelmente não, provavelmente deveria estar de joelhos pedindo para que se case comigo.”

“Sabe que tem mais chance de ver Deus, certo Ricky?”

“Isso dizem.”

Ela olha para Jarred.

“O homem tem a cabeça dura, mas dá boas gorjetas.”

“Fique com o troco, garota.” Ri Ricky.

Ela segue a corrente, depois coloca oito dólares extras em sua jarra de gorjetas antes de me olhar.

Entretanto, estou furioso. “Diga a palavra e vou expulsá-lo a pontapés...”

“O cara está bêbado e gosta de falar merda, Caldwell. Não faz nenhum dano. Você vai ficar no meu caminho ou vai mudar o barril?”

Enquanto troco o barril, reponho a geladeira, me afasto e vejo como trabalha com a multidão. É tão séria com eles como é comigo. A exceção é Jared, de quem parece estar próxima. Agora também vivem no mesmo edifício.

Talvez Jared pareça ter uns quarenta anos com essa grossa barba e cabelos bagunçados, mas ele tem apenas trinta e um. Eu realmente espero que nada esteja acontecendo entre os dois, porque eu gosto dele e não quero ter que quebrar a sua cara.

Ela trabalha duro a noite toda e quando tento ajudar me dá um olhar que se supõe deveria me intimidar, mas na verdade me excita muito. Assim pego uma cadeira atrás do balcão e sento.

“Morrison?” Levanto os olhos enquanto algumas mulheres se dirigem em minha direção.

“Olá, Patsy, Tina, como vai?” Dou o sorriso de sempre.

“É quinta, a ‘noite das garotas’ e víemos pra cá apenas para ver você e seus irmãos no balcão.”

Sorrio.

“Hendrix se casou...” Aceno minha mão mostrando o bar. “Parece que nessa noite muitas garotas ficaram em casa. Há um monte de homens no entanto, certo?”

“Mas só um Caldwell.” Tina me pisca um olho.

“Estou aqui para ajudar no balcão, mas a Hailey aqui” informo enquanto Hailey se aproxima, “ficaria feliz em ajudá-las com suas bebidas.”

“O que vocês querem beber?”

“Gostaríamos de um coquetel Caldwell.” Patsy sorri pra mim.

“Perdão? Poderia repetir?” Pergunta ela.

“Prefiro ele.” Tina ri. “Você e seu irmão Jagger... lembra desse tempo?”

As sobrancelhas de Hailey levantam, enquanto me olha.

“Sabe o que tem em um coquetel Caldwell, Hailey?” Patsy ri.

“Não.” Responde Hailey enquanto serve uma bebida e a empurra para uma das garotas que está esperando.

“Bem, começa com uma de nós de joelhos.” Tina inicia.

“Então lábios na ponta, não é, Morrison?” Completa Patsy.

Que porra! Concordo.

“Depois um pouco de movimento, sem apertar, com a língua plana. Não são essas as instruções que nos deu?” Tina morde o lábio.

“Vá fundo, não vomite, apenas engula.” Continua Patsy de onde ela parou.

“Vocês duas estão falando sério dos boquetes que deram a ele? Se estão, parem. Não estou interessada. O que me interessa são os seus pedidos de bebidas, mas se estão aqui apenas para foder com ele, me avisem para que eu possa servir outros clientes.” Hailey as repreende.

“Duas Miller Lite.” Pede Tina com rapidez.

“Quer servi-las você ou eu faço?” Murmura Hailey para mim.

“Vá em frente, querida.”

Franze o cenho para mim, então vai buscar as bebidas e me viro para as garotas. “Olhem já não sirvo isso. Mas foi ótimo ver as duas.”

Então me afasto enquanto Hailey as serve.

É uma da manhã quando as coisas se acalmam. Hailey fala com os clientes, sorri e inclusive chama o táxi para alguns deles. No momento em que o bar está vazio, são duas da manhã. Hailey gira a placa e fecha a porta da frente.

Não se senta nem um segundo, só se mantém caminhando e é óbvio que está me evitando.

“Quer trocar suas gorjetas e pegar notas maiores antes que feche o caixa?”

“Sim.” Coloca o pano debaixo do balcão e se aproxima da caixa registradora.

Não me movo. Quero que venha até mim. “É uma garçonete incrível.”

“Sim, bem não é uma cirurgia cerebral.”

“Esse cara, aquele que te chamou...”

“Ele é inofensivo.”

“Você tem certeza disso?”

Se vira movendo suas pequenas tranças e me olha.

“Uma garota como eu pode detectar um imbecil a um quilômetro de distância.”

“Uma garota como você não merece cantadas baratas.” Replico.

“Bem, parece que tem algumas ‘gatas’ pedindo por você.”

“Não sou amante dos gatos.” Eu me inclino um pouco e olho para seus lábios, assisto ela tomar uma respiração curta e rápida.

Ela rapidamente afasta o olhar. “Não, você é uma pessoa de crianças. Minha filha fala muito em você. Na verdade, ela fala de você o tempo todo.”

Tomo uma bebida, tentando acalmar meus pensamentos.

“Isso é algum jogo que você quer brincar comigo? Cadela?”

Quase engasgo com a bebida. “Hailey...

“Não estou certa de que seja uma boa ideia que passem tanto tempo juntos. Ela vai pensar em você como algo mais...”

“Espere um minuto.”

“Não, escute! Ela acredita nos contos de fadas — nos príncipes encantados, nos finais felizes, é uma merda que obviamente não é uma realidade. Precisa saber que pode ser forte sozinha.”

“Terminou?” Não gosto para onde isso está indo.

Ela afasta o olhar. “Com certeza”

Ela se vira e eu fico na frente dela, colocando minhas mãos no balcão atrás dela. Sua respiração se acelera novamente, mas ela não se move.

“Ela vê você e o que você faz. Ela vai ser uma mulher forte, sem dúvida. Agora explique o motivo por trás de você não me querer perto dela.”

“O que jogo é esse cadela?” Pergunta, limpando a garganta e tentando esconder o desejo, a forma que se sente quando estamos próximos.

“Eu falei a palavra cadela. Não sabia que ela estava ali e tive que disfarçar o meu...”

“Então sou uma cadela.” Ela me empurra, mas seguro suas mãos e as pressiono contra meu peito.

“As vezes.” Não consigo evitar, apesar de não ter nada a ver com o que lhe estava dizendo.

Ela me empurra de novo.

“Embora seja excitante.”

“Morrison, não brinque com a minha filha.”

“Não é uma brincadeira para mim.”

“Certo.” Finalmente olha para o outro lado.

“Olhe para mim.” Ela faz. “Não estou brincando.”

“O que você quer de mim? O que você acha que eu devo? O que?”

“Calma, querida. Uma pergunta de cada vez. O que eu quero de você? Eu poderia te fazer a mesma pergunta.”

“Para mim?”

“Sim.” Eu me inclino. "O que você quer de mim?”

Seu peito sobe e desce, sua respiração acelera à medida que me movo lentamente em direção a ela.

“Enquanto pensa em sua resposta, não, Hailey, não sou seu dono. Você é dona de sim mesmo. Agora, quanto ao que quero de você... bem, acho que sabe a resposta.”

Dou um passo atrás até que suas mãos agarram minha camisa.

“Não faço ideia do que quero de você.” Sua voz é densa e rouca.

“Está de brincadeida. Você sabe o que quer. E o que quer, está bem aqui. É seu movimento, sua decisão.” Eu me inclino lentamente. “Está aqui, querida. Exatamente aqui.”

Ela lambe os lábios e olha fixamente para os meus, então baixa o olhar para a minha ereção pressionada contra minha calça. “Suas garotas poderiam ter cuidado com suas necessidades.”

“Essa necessidade só podem ser atendida por um de nós dois, e quem tem lidado com isso está realmente cansado de bater uma no chuveiro, pensando em você.”

“Você precisa de sexo.”

“Eu preciso de um gosto, um toque, algo que me mantenha até que você saiba com absoluta certeza que isto é o que deseja, porque estou completamente dentro, querida. Eu não sou seu dono, entende?” Pego sua mão e a movo por meu peito até a cintura da minha calça. “Mas se me quiser, estou aqui. Eu vou bancar a cadela por você até que se dê conta de que não quero te possuirr da maneira como ele tentou.”

Vejo seus pensamentos girando. “Cadela?” Pergunta.

“Chame do que quiser, mas se não vai dar um jeito nisso, preciso dar o fora daqui e cuidar disso sozinho.”

“Quero ver.” Ela diz, tentando ver até onde vou.

“Quer ver como cuido de mim sozinho?”

Assente, engolindo seu desejo.

“Você vai me mostrar o que tem feito para cuidar de si sozinha?”

Ela nega balançando a cabeça.

Abro o cinto, depois estendo a mão e agarrando-a pela cintura. Eu a levanto e ela geme, ficando mole em meus braços, com a cabeça em meu ombro, enquanto a coloco no balcão, depois dou um passo para trás.

“Não está acostumado com espectadores, querida, mas se quiser, você terá. Começa assim.” Abro minha calça e meu pau fica visível na minha cueca. “Ele está te procurando, sempre te buscando. Não consigo tirar você da minha cabeça.” Abaixo a cueca e envolvo meu pau com a mão. “Vou fechar os olhos, porque você está sentada, não você está deitada na parte de trás de seu carro, enquanto eu como a melhor buceta que já tive em toda a minha maldita vida. Ouro, Hailey. Porra!” Começo a gemer enquanto me acaricio lentamente para cima e para baixo. “Tenho que apertar forte...mmm. Essa sua buceta de ouro, tão úmida, tão apertada...”

“Morrison.” Ela geme.

“Sim, querida?” Digo enquanto abro os olhos e me acaricio, vendo seus olhos semicerrados. “Você quer isso?”

Ela balança com a cabeça, uma vez.

“Tire a calça e coloque essa bunda no balcão.” Ela hesita. “Querida.”

Uma vez que está de pé, tira a calça, então se vira para subir no balcão, a agarro por trás antes que tenha a chance de se virar. Afasto a calcinha para um lado e passo meu dedo para cima e para baixo em sua buceta molhada.

“Caralho, está ensopada.” Em um segundo, pego sua bunda entre as mãos e beijo esses charmosos e pequenos globos redondos que estão no ar. “Tem a bunda mais gostosa que já vi na minha fodida vida.”

Levo a língua até a divisão e ela arqueia as costas.

“Quer que faça isso, certo?”

“Sim.” Geme.

“Puta que pariu. Vire-se agora. Devagar, querida. Quero adorar a sua bunda, mas se quer que eu coma a sua buceta, é isso que vou fazer.” Ela agora está sentada no balcão. “Pés sobre os meus ombros.”

Ela faz o que peço e não me seguro. Enquanto chupo seus lábios inchados e esfrego a língua para cima e para baixo, seu corpo estremece enquanto agarra a borda do balcão.

Pouco a pouco, movo a língua para cima e para baixo sem entrar. Ela se contorce e solta gemidos abafados, deixando claro que estou a deixando louca. Porra, eu estou louco.

Então coloco minha língua e ela grita: “Morrison! Oh, Deus.”

A jukebox começa por conta própria a cada vinte minutos, e faz isso agora. “Skin” de Rihanna começa, a porra da canção perfeita.

Sigo o ritmo da canção com a língua em uma dança lenta, o jogo perfeito. Minha boca a cobri enquanto estendo as mãos e subo sua camiseta, vendo como sorri e fecha os olhos. Extase. Puro prazer. Deus, eu amo levar essa sensação para ela.

Hailey tira a camiseta e seguro sua coxas, separando-as mais enquanto chupo seu clitóris e ela começa a gritar. Seus quadris agora estão rebolando contra meu rosto enquanto a chupo mais forte e então, coloco dois dedos em sua deliciosa buceta.

“Eu quero você. Oh, Deus, por favor.” Ela implora. Mas não terminei de devorar sua buceta, de saboreá-la. Quero levá-la ao limite do prazer mais uma vez.

Quando consigo minha dose, por agora, levanto.

“Preciso provar seus seios.” Não espero por sua resposta, simplesmente os tomo. Quando paro durante um minuto, levanto o olhar para ela. “Homem nenhum em seu juízo perfeito abriria mão de ter você como dele. Hailey, você é tão bonita, linda, perfeita.”

Ela fecha os olhos.

“Preciso entrar, querida. Preciso sentir a sensação de estar dentro de você.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço enquanto eu a levanto.

“Boca — me dê isso.”

Ataco o interior de sua boca enquanto seguro sua bunda nua entre as mãos, amassando e apertando.

“Quero essa bunda, querida. Muito.” Minha boca se fecha sobre a dela, e suas mãos agarram meus cabelos.

Ela coloca a mão entre nós e segura meu pau, acariciando, então o esfrega contra sua pequena buceta quente.

“Preciso pôr uma camisinha, querida.”

“Estou no controle de natalidade.” Ela diz. “Está limpo?”

“Perfeitamente. Você?”

“Sim.”

Antes que possa dizer outra palavra, giro e a empurro contra a porta da geladeira, segurando-a pela bunda e a abaixo com força sobre meu pau. Grita e então morde o meu ombro.

“Sinto muito, querida.” Empurro com mais força.

Penetro cada vez mais forte, pois sei muito bem que ela gosta, porque goza uma e outra vez até que me junto a ela.

“É uma sensação boa pra caralho. Porra! Não vou parar. Não. Posso. Parar.”

“Então, não pare. Pegue tudo, Morrison. Pegue o que precisa.”

Ela geme enquanto vou de novo, e ainda mais forte.

Em seguida, a abraço com força à medida que lutamos para recuperar nossa respiração. Colocando meus lábios contra seu pescoço e saboreando sua pele, cheiro seu aroma doce, e estou duro novamente.

“Querida?”

“Uau?” Ela diz, um pouco chocada.

“Vou te foder outra vez.”

“Sim, foda duro.”

“Certeza?”

“Sim.”

“Você conseguiria alguma merda melhor?” Não espero uma resposta. “Vou te inclinar sobre o banco do balcão para poder olhar essa sua bunda gostosa, está bem?

“Sim, muito bem.”

 

Ela está caminhando engraçado quando sai do banheiro e não posso evitar sorrir. Balança a cabeça e rola os olhos.

“Você ainda está me sentindo?” Pergunto enquanto pego sua mão.

“Sabe que sim.” Sorri um pouco.

Saímos e fechamos a porta. A acompanho até seu carro, onde pego as chaves, destranco a porta e depois abro.

Pego sua mão com força suficiente para que vire para mim. “Sabe meu número.”

“Sei.”

“Acha que poderia usá-lo?” Ela concorda com um aceno de cabeça. “Esse é seu jogo, querida. Se me quiser, chame. Nos vemos na quarta, aconteça o que acontecer.”

Sorri. “Ok.”


A encontrei na sexta-feira e sábado no bar, em seguida, teve um jogo de cartas na segunda-feira e fiz algum dinheiro. As segundas-feiras vão ajudar muito a causa. No fim de semana chamo um agente imobiliário em Atlantic City e coloco à venda a minha casa. Na terça-feira, pego o meu laptop e procuro sobre como começar um negócio. Olhei
alguns lugares e percebi que poderia fazer isso. Não era apenas um sonho, merda, seria real.

Na quarta-feira, encontrei meu prédio, a quatro quadras do bar. Três andares e o piso superior já tem um grande loft. Está bom, mas vou melhorar.

“O que você acha?” O corretor pergunta.

“Parece bom. Precisa de uma boa reforma.”

“Bem, isso acontece. As pessoas sabem que está faltando alguma coisa e param de cuidar de suas coisas. A economia está ruim, e por isso não temos nos esforçado. Embora a fundação seja boa, e tem uma estrutura sólida. É um bom negócio para a pessoa certa.”

Não quero parecer muito ansioso. “Está pedindo duzentos mil por um lugar que precisa de quase o mesmo montante para reforma.”

Olha o arquivo em sua mão. “Como disse, vale à pena.”

Estendo a mão e ele aperta. “Vou pensar.”

Ele hesita, mas não me dá o que eu quero. Está hesitando, mas irá ceder.

Vou até a casa de Hailey e chego justo quando está saindo. Hailey está deliciosa em sua camisa e calça pretas estilo militar e o cabelos em tranças penduradas por seus ombros.

“Quase chega tarde.” Marisa aponta o dedo para mim.

“Sinto muito, pequena senhorita.” Também aponto o dedo. “Eu tive uma reunião, mas estou aqui.”

Dou o habitual meio abraço em Hailey, mas desta vez, cheiro seu cabelo.

“Gostosa.” Sussurro em seu ouvido.

Dá um passo para trás e olha para mim. “Reunião?”

“Sim.” Pego a pequena e a jogo em cima do meu ombro. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha.”

Marisa ri. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha. Estou indo para uma reunião.”

“Certifique-se de fechar o cinto de segurança e que ela esteja cedo na cama. Temos uma reunião amanhã.”

Olho para ela. “Reunião?”

“Sim.” Ela responde enquanto sorri e se afasta.


“Você precisa ser o papai.” Marisa boceja enquanto se aconchega contra mim.

“Você acha?” Pergunto, começando a fechar o livro.

“Bem, talvez não. Meu papai perfeito leria mais dois livros.”

Sorrio para mim mesmo. “Que livro devo ler então?”

Ela senta e se estica até sua mesa de cabeceira. “Este.”

“Bem, acho que posso ler mais um.

Ela levanta dois dedos. “Mais dois, lembra?”

“Lembro bem.” Faço cosquinhas debaixo do seu queixo, depois abro o livro. “Era uma vez...”

 

 


Capítulo 18

Hailey

 

“Conte-me algo de bom, Hailey.” Pede Jared enquanto coloco a bebida em sua frente. Levanto uma sobrancelha e ele tenta advinhar minha resposta. “Garota, você me conquistou, então me conte uma coisa boa.”

“Tenho minha casa, graças a você.”

“Não graças a mim. Sou um bastardo egoísta que queria ter uma vizinha bonita.” Pisca o olho enquanto toma sua bebida.

“O que dizem sobre as crianças é verdade — são resilientes. Marisa parece ter se acostumado bem. Na verdade, acho que nunca foi tão feliz. Entre seu tempo com Sally, Livi e esses garotos Caldwell, tem mais atenção agora do que tinha antes. Além disso, temos a vizinha que nos faz sentir seguros e adorar assar cookies.” Sorrio pensando no quanto é bom estar ao lado de alguém com quem me sinto confortável.

“Preciso de mais uma bebida, Hailey. Fico feliz em ver que são felizes. Tem que saber que nem sempre mantive seguras as pessoas próximas a mim. Não sou confiável para isso. Esses garotos Caldwell, sem dúvida, cuidarão de você.”

“Jared, de todas as coisas que passei, você é uma das pessoas mais confiáveis que conheço.”

“Tenho um passado, mulher. Não é parecido com um conto de fadas. É escuro, feio e é tudo minha culpa.”

Sirvo outra bebida e me inclino.“Quer sobre isso?”

“Quando puder ressuscitar os mortos, então vamos falar. Até então, sei que é da família e os Caldwell cuidarão de você.”

“Bem, Jared, você agora é minha família e quero cuidar de você.”

“Um dia diferente, um tempo diferente, talvez as coisas poderiam ter sido diferentes. Sem dúvida, não são, então jogamos com as cartas que temos — como você mãezinha.” Jared sorri enquanto me chama do jeito de Morrison. “Quando as cartas em suas mãos forem boas, mantenha-as, não as descarte e não se arrisque a perder tudo. Morrison é bom, Hailey. Jogue sua mão com ele e veja até onde isso vai dar — isso é tudo o que estou tentando te dizer.”

“É um homem sábio, Jared.”

“Vivi uma vez, Hailey. Amei uma vez, profundamente. Perdi tudo... pela garrafa, nada mais. Venho aqui para esquecer disso. Só que em você, vejo essa mulher que é charmosa, forte, independente e que está com a cabeça enterrada. Então, ao invés de beber meu dia e sacudir uma só linha, quero te ajudar a ver o que os outros podem ver em você. Todos estamos esperando para que baixe a guarda e, ao mesmo tempo, não se assuste com sua maldita sombra. Livi esteve assim também. Ela passou por isso e você também o fará.”

Enquanto termino meu turno, penso nas palavras de Jared. Livi e eu nos tornamos próximas durante meu tempo aqui. As calcinhas que usa, esfregando a bunda como um tipo de “loucura”, como diz Hendrix é inspirador. Não sei detalhes de seu passado, mas posso ver seu futuro e me enche de esperança, promessas e muitas coisas boas.

Suspiro e sussurro ao bar vazio enquanto fecho: “Oh, mamãe, onde está para eu possa falar com a senhora agora?”

“Eu me sinto da mesma forma na maioria dos dias, Hailey.” Isso vem de Jagger, que vira a esquina pelo balcão, depois de fechar o caixa da noite.

Nunca deixei de pensar nessa monumental coisa que compartilho com Morrison — nós dois perdemos nossas mães. A minha estava longe de ser perfeita, mas no final de cada dia, era minha melhor amiga. Nós rimos, conversamos até o sol sair mais do que posso contar, e em todo o caos, ela nunca me deixou sozinha. Mesmo quando me convenceu que ficar com Monte era uma coisa boa, estava ali para segurar minha mão e atravessar comigo os tempos mais escuros. Nunca estive só até que ela se foi. Então, veio Marisa e minha vida se encheu mais uma vez. Só que Marisa não tem o vazio de perder sua mãe, como Morrison e eu. Espero que fique velha e tenha os cabelos brancos antes que precise enfrentar esse tipo de perda.

Olho fixamente para Jagger enquanto se serve uma bebida. Quando faz o mesmo para mim, nego e levanto as chaves do carro.

“Eu vejo muita dela em você.” Comenta antes de tomar sua bebida.

“Mesmo?”

“Sim. Mamãe foi um furacão até o final. Teve que lutar, Hailey, lutar muito.” Dá um golpe em seu peito. “Do tipo que vem daqui. Você poderia ter ficado com esse filho da puta do Monte, mas não fez. Saiu. Lutou com isso, lutou por sua filha. Você tem um coração, Hailey.”

Meus olhos se enchem de lágrimas. “Sou um desastre, Jagger.”

“De maneira nenhuma. Tem que deixar as pessoas entrarem, e deixar que elas te ajudem, Hailey. Morrison, lhe dará a segurança que você nunca teve, mas você precisa querer isso.”

“Sim, mas...”

“Mas nada. Meu irmão alguma vez não te deu escolha? Da forma que vejo ele deixou que você se acostumasse. Recuou e te deu espaço enquanto mantinha vocês duas seguras. Tem um bom trabalho em que é boa e trabalha duro. Tem sua própria casa. Pode ver sua menina sã e salva, longe do imbecil que te ajudou a fazer. Está fazendo tudo sozinha. Nos deixou entrar: Hendrix, Livi, eu e mesmo Jared, mas, no entanto, mantem Morrison a distância. Eu noto — tem sentimentos, mas continua tentando lutar contra eles. A luta é boa quando necessária, mas para que lutar contra sua atração por Morrison? Por que negar isso aos dois? Você é a única quem tem e distribui as cartas.

Eu me apoio contra o balcão, desejando não ter que dirigir. A merda está cada vez mais profunda e preciso relaxar.

“Não se trata só de mim.” Sussurro.

Jagger joga a cabeça para trás e ri. “Querida, essa sua garotinha nos tem comendo na palma de sua mão, principalmente o meu irmão. Não importa se vocês vão ficar juntos ou não, ele sempre estará na vida de Marisa.”

Penso nisso, percebendo que ele está certo. Morrison Caldwell é o tipo de homem que estará perto de Marisa, não importa o que aconteça.

Terminamos de fechar, então vou para casa e em silêncio entro no meu apartamento.

Normalmente, após suas ‘reuniões’ às quartas-feiras

Em geral, depois de seus encontros das quartas-feiras. Morrison está sempre no sofá quando entro. Encontrando-o vazio, ando pelo pequeno corredor até a luz suave vindo do quarto de Marisa e sorrio quando o ouço sussurrar: “Há muito, há muito tempo... em uma terra distante...” Continua lendo enquanto meu peito se enche de emoção.

Escuto os suaves sons dos roncos de Marisa, então não sei porque Morrison continua lendo, mas presto atenção às suas palavras.

“Havia uma linda garotinha. Ela morava com sua mãe, que era a mulher mais linda em toda a terra. A s duas eram os tesouros ocultos dados ao príncipe como um presente de sua mãe, a rainha. Tiveram que se esconder debaixo das luzes brilhantes da cidade do pecado até que o príncipe fosse suficientemente grande para perceber a beleza em seu interior quando as viu.” Morrison faz uma pausa e me apoio contra a parede para escutar mais. “Ele cometeu loucuras e precisou trabalhar seu próprio passado, mas sua mãe, a rainha, sabia o homem que havia criado. Sabia que, quando fosse o momento certo, se tornaria o homem ideal para esta garotinha e sua mãe.”

Aproximando-se da porta para que possam me ver, vejo a cena à minha frente quando pergunto: “É mesmo?”

Ali, na caminha de minha filha, está Morrison, com seu um metro e oitenta e cinco. Está com as pernas cruzadas, a cabeça apoiada contra a parede já que Marisa não tem uma cabeceira e os braços cruzados sobre o peito. Com os olhos fechados, parece perdido em seus pensamentos, perdido em seu conto de fada.

Ele não abre os olhos, simplesmente acena com a cabeça.

“Então,” — eu me aproximo dele — “eles vivem felizes para sempre?”

Ele abre os olhos e encontra meu olhar. “Não sei, Hailey. Você quem me diz.”

Pego sua mão e o levo para a sala de estar, onde nos sentamos no sofá, ele do lado direito e eu no meio. Então, viro para enfrentá-lo, com as pernas dobradas debaixo de mim.

“Fale-me sobre a rainha, Morrison.” Digo e ele sorri carinhosamente.

“Oh, a rainha... ela era a Rainha das Espadas. Tinha amor por seus filhos, aos montes, como dizem. Mas, governada como era pelo Rei dos Paus, ela teve que colocar em segundo plano suas necessidades, desejos e anseios. A única coisa que o tirano sempre deu a ela e a seus filhos foram tempos difíceis. O Coringa era selvagem o tempo todo, sabe. Um bastardo imprevisível, Rei de Paus não tinha vergonha de governar sua casa com um punho de ferro. Isso deixou os três Valetes com sentimento de desamparo e, eventualmente, a união e necessidade de proteger a rainha, cresceu e o ressentimento para com o rei também. No final, a vida não era de Ás, porque a rainha deixou esta vida para ir a uma melhor, mas deu a seus meninos a mão vencedora antes de perecer.” Estica a mão, pega meu queixo e esfrega o polegar sobre minha bochecha. “Ela os deixou com Ás em suas mãos.”

Mordo meu lábio inferior enquanto assimilo suas palavras.

“O Ás de Ouros — assistindo a rainha trabalhar tão duro, os meninos desenvolveram o impulso e a ambição que só podem ser encontrados nesta carta. O Ás de Paus era seu legado de inteligência. Hailey, não podemos ter nada sem antes analisar a situação do terreno. A rainha deu isso aos garotos. Sem rodeios, também nos deu o Ás de Espadas, querendo que seus filhos tivessem uma vida plena. Ele queria que eles fossem bem-sucedidos e fortes. Com sua última carta... o Ás de Corações. A rainha deixou aos seus filhos
um legado de alma e coração.”

“Sua mãe?” Seu polegar se move para cobrir meus lábios, me silenciando.

“Fazer o bem neste mundo cheio de maldade — eu fiz essa promessa, Hailey e estou absolutamente certo de que eu quis dizer cada maldita palavra. A vida não era fácil assistindo nosso velho colocar suas mãos sobre ela. Pior que isso era ouvir a maneira como falava com ela. A cada dia maldito, nada que ela fazia era bom. No entanto, a mamãe foi forte. Ela não deixou que isso a derrubasse. Ela não deixou que a desgastase. Ele pode a ter machucado, mas ela certamente não se deixou ser devastada.”

“Estou tão devastada Morrison.” A admissão sai antes que eu possa me conter.

Ele se aproxima e me puxa para o seu colo. “Querida, você é um monte de coisas, mas devastada não é uma delas.” Traça meus lábios com o polegar. “Você está jogando com a mão que lhe foi dada. Sem truques, sem artimanhas, só enfrentando a vida. Tem coragem, espírito de luta e resistência.” Ele para e me olha, como se quisesse chegar a minha alma. “Você tem coração, mãezinha. Você tem mais amor por aquela menina até mesmo que a Rainha de Espadas tinha por seus Valetes e isso é muito. Permita-se ter algo bom, Hailey para você... e para a sua garotinha.”

Não tenho palavras para responder. Nenhuma. O homem me transformou em uma gelatina e, ao mesmo tempo, ele me manteve firme. Assim é como será a vida com Morrison Caldwell? É realmente o meu lugar seguro para cair?

Inclinando-me o beijo suavemente. Lentamente, exploro seus lábios enquanto ele abre a boca para permitir que minha língua invada. Gradualmente, valorizo tudo o que me deu esta noite. Quando me afasto, sorri de uma forma que é deliciosamente Morrison.

“Bem, mãezinha, você teve sua história para dormir, então, agora vamos para a cama.”

“Sério? Por que contar essa história agora?” Minha curiosidade está de volta.

Ele ri baixinho. “Querida, conto para a garotinha essa mesma história todas as noites que estou com ela, depois que adormece quando termino de ler as três histórias obrigatórias da noite.”

Levanto uma sobrancelha para ele.

“Ela me disse que seu papai perfeito leria mais duas histórias toda noite depois da primeira. Bem, seu homem perfeito pode ler três, mas eu lerei quatro. Pode me chamar de aplicado.” Pisca um olho. “Quatro ases de um baralho. Quatro histórias para fazer a nossa garotinha contente. Quatro é meu número da sorte, mãezinha.” Com isso me pega e leva para o quarto.

Sem hesitação, eu o puxo para a cama comigo. Em vez de dormir, ele me dá quatro orgasmos que certamente me farão lembrar desta noite vividamente por um longo tempo.

Ele me faz bem. De alguma maneira, esse homem fez seu caminho para minha vida, meu coração e me deu mais nesses poucos meses do que tive em toda a minha vida. Pode durar? Posso me apegar a ele? Demorei muito para perceber que, mais do que tudo, quero ter isso com ele. As cartas estão em minha mão, o jogo é o Texas Hold'em com apenas duas cartas e planejo mantê-lo o máximo que puder.

 

Capítulo 19

Morrison

 

Porra, penso ao me endireitar para poder vê-la, depois que ela adormece. Tranquila, linda e satisfeita.

Sem desfaçatez, qualquer uma.

Fecho meus olhos por um momento, ainda pensando sobre esta mãezinha que acha que tem que ser durona — menos com a filha... ou quando tenho minhas mãos sobre ela. Nunca antes na minha vida eu conheci alguém que quase derrete ao meu toque.

No início, pensei que era só comigo, mas então percebi que era circunstancial, porque foi assim que ela teve — sem escolha. Com essa compreensão, com meu ego seriamente desinflado, mas de volta a realidade, tudo tem se tornado de ouro e com o conhecimento de que ela também sente. Sabe que vou lhe dar prazer. Inferno, eu darei a ela uma e outra vez antes de levar o meu. Isso é muito sexy, caramba.

Eu me levanto e o colchão de ar parece um maldito balanço, com ela no lado inferior.

Seus olhos se abrem enquanto pula e seguro seu braço. Então, começa a tremer e tentado recuperar o ar, assustada. Sento rapidamente e a seguro, para me assegurar que está acordada e bem, e isso também é uma má ideia.

A mãezinha é como uma pipoca no fogo.

“Hailey.” Digo apertando-a.

“Que merda está acontecendo?” Pergunta.

“Cristo, você está bem? Está tremendo.”

“Estou bem? Não. Eu só... só...”

Não posso evitar sorrir porque, apesar de estar muito assustada, essa merda foi muito divertida.

Ela me olha como se eu estivesse louco e logo vejo um sorriso ampliar.

“Você levou uma surra da porra desse colchão de ar. Precisa de uma fodida cama.

“Marisa precisa de uma cabeceira antes que eu possa comprar uma cama.”

“Querida, ela tem uma cama, um excelente colchão. Acho que você já a colocou em primeiro lugar e agora chegou sua hora de ter uma cama. Não que ter feito isso aqui não tenha sido uma boa experiência, mas acabamos no chão e...”

“Bem, eu entendi.”

“Cama King.”

“Queen.” Contesta.

“Vou te comprar uma.”

“Não, você não vai.”

“É um perigo para a sua maldita segurança e, se planeja que eu esteja aqui mais uma vez, vou comprar uma cama.”

“Absolutamente não.”

“Bem, então você vai usar um capacete.”

“Oh, ok.”

Ela me olha nos olhos, determinada a não ceder, e depois sorri e balança a cabeça. “Vou comprar uma cama queen na próxima semana.”

“Não se você quer fazer isso rápido. É um presente, Hailey.”

“Não, é para...”

“Mãezinha teimosa.”

“Independente.” Ela me corrige.

“Gostosa pra caralho.” Pressiono minha boca contra a dela, devastando sua linda boca pequena. Seu corpo amolece contra mim enquanto geme e eu recuo. “Preciso sair daqui antes que a garotinha acorde.”

Ela se levanta, põe sua camisa e calça de moletom e me segue até a porta.

“Quero te levar a um encontro. Pode ter minhas bolas de volta tempo suficiente para fazer isso?

Ela sorri, e é bonito e iluminado. Ainda melhor, não há nada a preocupando e noto isso.

“Mãezinha, continue me olhando desse jeito e vou te tomar aqui mesmo. Domingo à noite. Não faça planos. Seremos você e eu... um jantar, um filme, se desejar, pegação no estacionamento e, em seguida, acabar na parte de trás do Escalade porque vou precisar te provar. Depois disso, você pode ter minhas bolas de volta, você me entende?”

Sorri e acena. Sem dúvida, sem hesitação.

“Caralho. Preciso sair.” Inclino e tomo sua boca de novo. Depois vou embora com um pau completamente duro.

 

Naquela noite estaciono em sua casa e Livi sai. “Vou chamá-la.”

Hailey queria esperar até a hora de dormir da Marisa para o nosso encontro e não poderia culpá-la nem um pouco. Além disso, Livi queria vir e tomar conta de Marisa. Hendrix vai encontrá-la aqui quando fechar o bar, o que é absolutamente perfeito. Isso significa que posso estar com Hailey e ficar por um tempo.

Hoje à noite, recupero minhas bolas e espero terminar com elas ainda em minha posse.

Saio do carro quando a vejo sair. Não usa preto hoje, mas uma saia amarelo claro comprida até o tornozelo e uma blusa branca.

“O tipo de coisa que cavalheiro diz é: “você está absolutamente incrível” porque realmente está. Nunca na minha vida vi nada tão bonito. Mas também estou querendo saber se você sabe que vou ficar de pau duro durante a noite toda.”

Ela se inclina para frente e me beija com força, sua língua pressiona meus lábios e abro para ela. Deixo-a ter uma prova e então tomo a minha. Quando fico sem ar, me afasto tristemente, deixando minha testa contra a sua.

“Cristo, mãezinha.” Gemo, então dou um passo para trás, abro a porta, pego as flores e entrego para ela. “Espero que você goste de rosas.”

“Puta merda, Morrison! São muitas flores! Elas custam muito, devolva.”

“Recuperei minhas bolas esta noite,” — abro mais a porta — “mesmo que você tenha tentado roubá-las agora.” Agarro em minha calça. “Opa, ainda estão aqui. Oh, para que você saiba, elas não têm espinhos. Eu mesmo os cortei. Não se preocupe, no entanto — a sua beleza ainda está protegida. Segura comigo, segura com você, segura...”

“Está bem.” Ela engole forte e olha para flores. “São lindas.”

“Não tão linda quanto você.” Eu me ajusto. “Cristo.”

Fecho a porta e a vejo sorrir radiante, enquanto as cheira.

Entro, coloco o cinto de segurança, ligo o carro e olho para ela de novo. “No jantar, você tem que sentar em frente a mim, não do lado, porque de jeito nenhum posso prometer manter minhas malditas mãos afastadas.”

Ela olha por cima das flores, que quase cobrem seu rosto e sorri. “Obrigada pelas flores.”

Estendo a mão e tomo a sua, trazendo-a para minha boca e beijando-a. Sua pele é macio e cheira bem. Eu não posso evitar — dou-lhe uma lambida. Quando não a retira, dou outra.

Leva a minha mão sobre sua boca e me beije de volta. Então, recosta no banco e exala longa e lentamente.

Está relaxada. Inferno, parece estar se divertindo. E estou... duro pra caralho.

“Você se importa se eu te mostrar uma coisa antes de ir para o restaurante?”

“Claro.”

“Confia em mim?”

Ela abre os olhos e olha para mim. “Sim. Sim, confio.”

“Boca. Por favor.”

Depois de beijá-la bem devagar, me inclino para trás me sentindo muito bem. Realmente bem. Nunca estive melhor, na verdade.

Estaciono o carro na frente de um prédio de quatro andares.

Ela olha pela janela, em seguida, de volta para mim.

“É isso que você queria me mostrar?”

“Sim.” Abro a porta, saio e abro a sua. “Venha comigo?”

“Certo...”

Caminhamos pelo beco entre os dois edifícios. Atrás há uma uma pequena garagem e, além disso, há um grande pátio totalmente cercado. É maior do que a maioria na cidade.

“Tenho quase certeza que vou comprar este lugar.”

“Para que?” Ela pergunta, olhando ao redor.

“Algo como uma casa ou um abrigo para mulheres. Mulheres com crianças, para ser exato. Mulheres...”

“Como eu.” Franze a testa e vejo a parede se levantando.

“Não, como a minha mãe.”

Ela olha para mim.

“Minha esperança é oferecer um lar, um lugar para ir até que possam fazer isso por conta própria, talvez encontrar algumas pessoas em situações similares. Algo como uma fraternidade, ou...”

“Uma irmandade.” Ela me corrige e aperta minha mão.

“Talvez, se encontrarem situações parecidas com as suas, com outras que fizeram isso e escaparam, elas entendam que também são capazes. Pelo menos, lhes dará um lugar onde seus filhos e elas possam dormir à noite sem ter que se preocupar que alguém os espanque, forçando-as a...”

“Eu gosto, mas há tal estigma associado com lugares como este. Algumas pessoas sequer considerariam vir aqui.”

“No entanto, algumas vão. Inferno, se acontecer, significa que ajudei a fazer o bem.”

“Como vai pagar?”

“Vendi minha casa em Atlantic City.”

“Era dono de uma casa lá, também?”

“Sim. Não ia muito, no entanto. Gostava mais de Las Vegas. Agora sei porquê.”

Ela levanta os olhos, as bochechas rosadas.

“No primeiro piso farei um escritório, sala de estar, cozinha e refeitório. No segundo e terceiro pisos podem ter quatro pequenos apartamentos de três quartos. Assim serão oito apartamentos, e todos mobiliados. Com estadia de noventa dias, o que lhes dará tempo suficiente para encontrar um trabalho, um lugar próprio e com sorte ganhar alguma força ou, pelo menos, alguma esperança.

“Você deveria considerar seis de dois quartos. Beliches, quatro em cada quarto. As mães também ficariam nos beliches. Inferno, elas ficariam no chão se isso significasse que seus filhos estariam seguros.”

“Nem todas as mães, Hailey.”

“As que realmente querem algo melhor.” Assimilo suas palavras. “Terminará com um lugar cheio de posseiros, pessoas ‘pedintes’, se você não endurecer e definir padrões e expectativas. Algumas pessoas não querem ir por conta própria. Algumas pessoas não têm a intenção de fazer o trabalho que é preciso para quebrar um ciclo.”

“Minha garota seria...”

“Sua garota?”

“Está bem, mãezinha.”

“De novo, sua?”

“Preciso te lembrar que tenho minhas bolas de novo essa noite.”

“Preciso te lembrar que não rotulamos essa relação.”

“Que ser minha namorada Hailey? Você vai sair somente comigo? Você vai...”

“Cale a boca.” Ela ri e me empurra. “Qual a nossa idade?”

“Está bem, então seja a minha garota e de mais ninguém.”

“Não estive com mais niguém.”

“Seja minha.”

“Ninguém é meu dono, Morrison.”

“Não é uma coisa de posse. Você está livre para cancelar quando quiser. Inferno, pode manter as minhas bolas, menos na cama ou quando sairmos. Mas seja minha.”

“Seja você meu.” Coloca as mãos no quadril, fazendo-me rir. Logo nega e abaixa o olhar. “Que tal se sairmos exclusivamente.”

Eu a puxo firmemente contra mim e a beijo como um estúpido, seu corpo se funde com o meu. Quando tomo e dou o que preciso, o que ela precisa, me afasto.

“Combinado.”

“Morrison eu gosto do que você está começando aqui. É admirável e manda uma mensagem clara sobre quem você é. Mas por favor, não me peça para ser parte disso.”

“Não vou pedir.”

“Não estou pronta para assumir qualquer outra coisa. Tenho minha liberdade, minha filha, meu trabalho, um lugar só meu. Eu preciso dessas coisas.”

“Eu sei. É por isso que não lhe pedi.”

Ela olha para cima. “Quarto andar?”

“É onde será minha casa.”

“Isso é uma grande caminhada.”

“Há um elevador de carga, acessível apenas para mim.”

“É um grande empreendimento.”

“Não vai estar pronto em uma noite. Pode demorar um ano, mas vai mudar vidas.”

 

Depois do jantar e de quase convencê-la para que me deixasse tê-la no banco do carro no estacionamento, nos dirigimos de novo para sua casa. Hendrix e Livi vão embora e terminamos em seu quarto, no chão.

Estou tirando a roupa quando me pergunta: “Então não há mais Las Vegas, Atlantic City ou...

“Mais uma viagem para Las Vegas. Tinha a intenção de falar com você sobre isso. Gostaria que fosse comigo.”

“Não sei se seria uma boa ideia, Morrison. Eu...”

“Seu ex está preso, será julgado por uns dez crimes diferentes e fui chamado para testemunhar.”

“Você? Por quê?”

Respiro profundamente, pronto para soltar tudo.

“Por quê?”

“Um jogo, uma aposta que acredita que ganhou, mas no final não fez. Ele...”

“Que jogo? Que aposta?”

Digo tudo, não guardo nada. Uma vez que termino, ela olha para o teto durante um tempo antes de finalmente falar.

“Por isso, o seu interesse em Marisa. Parece que você...”

“O interesse por Marisa começou por que estava apaixonado por sua mãe. Mas entende, eu teria feito por qualquer pessoa que tivesse um filho da puta pensando que fosse seu dono. Não importa quantas vezes eu te diga que quero que você seja minha, eu não quero ser seu dono. Não dessa forma.”

“Você precisa ir.”

“Não terminei aqui, nem mesmo perto, e porque ainda sou tecnicamente o dono das minhas bolas, por enquanto, você vai me ouvir.” Seu rosto fica vermelho, o que me diz que está pronta para explodir. “Quando dirigia saindo de Las Vegas, fui seguido. Em um semáforo, uma caminhonete preta literalmente subiu no meu Porsche. Quando saí, seu ex saiu da caminhonete com uma barra de ferro e se divertiu com minhas costelas, depois com meu rosto. Foi por isso que voltei mais tarde, não queria que soubesse, porque não foi a porra da sua culpa.”

“Então de quem foi?”

“Minha. Eu poderia ter revidado, poderia ter saído ileso, mas gosto de um pouco de dor. Permiti que ele me golpeasse como o inferno, sabendo que a polícia estava vendo. Sabia que vinham para separar. O que não esperava era que ameaçasse me matar quando estava algemado, o estúpido filho da puta. Não tenho ideia de como continua vivo. Um homem assim, fodendo as pessoas do jeito que ele faz, deveria estar morto há muito tempo. Mas agora, pode apodrecer atrás das grades enquanto você e Marisa vivem.

“Se quer me mandar para o inferno, Hailey, se você me quer fora de sua vida, porque você ainda não pode ver o que significa para mim, então eu vou me afastar, sabendo que você está segura. Mas se pode confiar em seus sentimentos e no que estou lhe dizendo, então, isso pode ser tão perfeito. Aproveite o seu tempo e pense sobre isso.” Me viro para sair, depois paro.

“Eu quero que você sentada ao meu lado no Tribunal em Las Vegas. Quero que veja com seus próprios olhos que ele não pode tocar em você. Gostaria também das quartas-feiras com Marisa, porque essa merda vai doer se eu tiver que me afastar, tanto quanto vai machucar se eu tiver que ficar longe de você. Faltam duas semanas para Las Vegas. Faça o que você pensa que precisa fazer. É só me avisar.”

Caminho para a porta, com ela me seguindo, então me viro e olho em seus olhos.

“Você merece muito mais do que viver sua vida com medo.”

“Não tenho medo de nada.” Fala enquanto lágrimas caem por seu rosto.

“Prove.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 20

Hailey

 

Ele renunciou a sua casa por minha filha — e, no entanto, não me pediu nada em troca. Pode alguém realmente ser tão altruísta?

Dúvida me consome. Passei as últimas duas semanas ligada, pensando muito e tentando seguir em frente. Fiel à sua palavra, Morrison me deu espaço. Ele também teve suas noites de quarta-feira com Marisa, sem falta.

Pego o envelope sobre a bancada da minha cozinha como se fosse pela milésima vez. O conteúdo permanece o mesmo — uma passagem de ida e volta para Las Vegas, Nevada. Uma última viagem para resolver tudo e deixar isso para trás. Uma última oportunidade de enfrentar Monte e vê-lo desaparecer com meus próprios olhos. A oportunidade de estar lá e mostrar o que eu fiz sem ele. Um último momento para me manter firme no meu futuro e deixar o passado onde pertence... no passado.

Ele já não tem poder. A balança foi irremediavelmente quebrada e não ficaram pesos e contrapesos, nenhuma dívida para pagar. Não sou mais a sua prostituta.

Uma viagem ao lado do homem que tem sido a minha salvação. Uma oportunidade para avançar para o meu futuro incerto, mas promissor. Uma oportunidade para mostrar a Morrison que quero que ele seja meu e que sou dele. Um momento para começar o meu futuro enquanto realmente deixo o meu passado. Morrison livremente me dá suas ‘bolas’, como ele diz. Agora eu posso lhe dar meu coração.

Para alguém que nunca conheceu o verdadeiro amor de um homem por uma mulher, estou completamente assustada. Isso pode ser real?

No jogo do amor, a Rainha de Copas é selvagem. É imprevisível. É indomável. Vê beleza na mais feia das situações. Ela sabe o que o coração deseja, e pode demorar seu tempo em dar isso, mas quando está pronta, coloca tudo a seus pés.

Tudo o que sempre sonhei está bem na minha frente, só preciso encontrar a coragem para dar o salto. Tenho a minha liberdade. Tenho a minha filha. Pela primeira vez na minha vida, tenho um verdadeiro parceiro. Morrison leva em primeiro lugar as minhas necessidades. É paciente e compreensivo e muito bom na cama.

Sorrio com o pensamento. Ele provoca emoções em mim que nunca senti.

Também me assusta completamente. Morrison Caldwell tem a capacidade de me quebrar de uma maneira que Morrison nunca poderia. Monte segurou meu corpo, segurou minha lealdade por dever e controlou minha vida. Morrison segura meu coração, captura o meu corpo com um simples toque e controla o meu futuro.

A simples ideia de não ver onde poderiam levar as coisas com ele me deixa tão assustada quanto o pensamento de tudo caindo aos pedaços.

Obrigação e recompensa — a balança está equilibrada. Se não nos dou uma oportunidade, poderia perder ter um futuro de contos de fadas. Se assumir o risco e tudo der errado, vou desmoronar e não tenho certeza consigo me levantar.

O amor é uma aposta. É um jogo onde o vencedor leva tudo e o perdedor permanece vazio.

Meu telefone toca, uma mensagem alertando-me e me tirando de meus pensamentos. Olhando para a tela, descubro que não é Morrison como esperava. É Livi.

Ele foi para o aeroporto. Achei que você gostaria de saber. Seu tempo acabou, baby.

Suas palavras me atigem.

O tempo acabou.

O tempo é uma coisa inconstante. Acontece em um piscar de olhos, em um um borrão e, antes que você perceba, acabou. Em um zumbido — desaparece e jamais volta a ser visto.

Minha mãe nunca teve a oportunidade de conhecer o amor verdadeiro. A mãe de Morrison nunca sentiu amor incondicional fora o que teve por seus filhos. Eu disse a mim mesmo que quando escapei que ia romper o ciclo para a minha filha. Bem, hoje é o dia.

Observo a tela do meu telefone mais uma vez, o relógio em negrito me encarando desafiadoramente. Com as mãos trêmulas, deslizo a tela e aperto responder.

Pode me pegar?

Três palavras simples selam o acordo. Eu vou pular. A questão agora é: será que vou cair ou vamos voar juntos?

Esperando aqui fora. O texto de Livi vem imediatamente seguido por um emoticon sorridente.

Sem hesitar, começo a encher uma mochila com roupas, em seguida, rezo para não ter esquecido das calcinhas. Não me importo com uma mochila para Marisa, já que vai ficar e Livi tem a chave reserva de minha casa, se necessário.

Pego Marisa, me apresso em descer as escadas e saio pela porta.

“Você vai ficar com a tia Livi por alguns dias. Jagger prometeu ler para você e Livi vai me ligar toda noite e colocá-la no telefone. Eu te amo, Princesa.” Beijo sua testa enquanto o coloco no banco do carro e Livi me sorri do lado do motorista.

“É uma festa do pijama, mamãe. Não se preocupe, vamos nos divertir.”

Oh, o mundo despreocupado de uma menina de três anos. Intocado, incólume e inocente. Embora seu pai seja uma pessoa má, a protegeu com sua ausência. Um dia, vou ter que enfrentar tudo isso, mas, por enquanto, ela não tem nenhuma preocupação — enquanto minha mente corre com perguntas. Realmente vou fazer isto? É inteligente? Mais uma vez, eu realmente vou fazer isso?

Fomos rapidamente para o aeroporto com Livi falando com Marisa, mantendo o bom humor. Não demora muito antes de me deixar lá.

Entregando um pequeno saco de presentes, Livi pisca para mim, enquanto abraço e beijo despedindo de Marisa antes de pegar minha mala e ir embora.

O aeroporto está lotado e minhas emoções estão a flor da pele. Em um borrão, faço o check-in, passo pela segurança e encontro minha porta. Vou para a sala de espera e imediatamente o vejo encostado na parede, o contemplo.

Seu cabelo é uma bagunça, como se ele estivesse constantemente correndo as mãos através dele. Está longe o idiota arrogante que era na noite em que nos vimos pela primeira vez. Não, na minha frente, está um homem que está disposto a ir até o fim por suas meninas. Meu coração bate mais rápido enquanto admito isso.

Morrison Caldwell não é um cretino soberbo como tantos outros. Não leva as pessoas à loucura ou manipula situações para sua vantagem. Não, ele aceita todos em sua vida como eles são. O bom, o mau, o feio — ele está lá completamente. Ele é um homem com coração, dedicação e propósito de ser melhor do que ele tem sido antes.

Quando ergue a cabeça, ele encontra o meu olhar e seus olhos enchem com pensamentos e emoções, mas ele não se move. De qualquer forma, continuo a andar em direção a ele e mesmo quando estamos cara a cara, ele ainda não se move.

“Morrison.” Sussurro.

“Está aqui?” Ele pergunta como se estivesse sonhando.

Afirmo com uma aceno de cabeça. “Estou aqui.”

Sem dizer uma palavra, sem hesitação, seus braços me cercam enquanto sua boca cai contra a minha. Quando se afasta, ele sorri para mim enquanto devolvo o sorriso.

“O quê?”

“Minha mãezinha não tem medo.”

Sorrio. “Eu disse que não tenho medo de nada.”

“Você é minha?”

Mordo meu lábio e olho em seus olhos. “Nós somos suas.”

“Porra, sim.” Ele responde antes de me beijar até ficarmos sem folêgo novamente.


A viagem de avião é normal. Morrison segura a minha mão ou deixa seu braço ao meu redor o tempo todo. Descemos, alugamos um carro e seguimos para um hotel. Wheels nos ofereceu seu apartamento, mas Morrison acha que ficar em sua antiga casa poderia me lembrar o jogo retorcido de Monte com Marisa. Estou mais do que agradecida por sua previsão. Às vezes, acho que sabe o que preciso, antes mesmo de mim.

Vamos jantar com Jamie, antes de voltar para a noite. Ao sair do elevador, congelo: de pé em frente a nossa porta está Marshall.

“Caralho!” Morrison esbraveja antes de me colocar atrás dele. Caminhamos pelo corredor e paramos em frente ao intimidador e braço direito de Monte.

“Não sou uma ameaça, Às. Só quero falar com Hailey.”

“Não há nada a dizer, Marshall.” Respondo, afastando-me de Morrison, que tenta me colocar de volta à suas costas. Cavalheirismo é bom, embora não seja necessário.

“Posso entender isso. Só queria que soubesse que sinto não ter intercedido por você ou Marisa. Tem que entender que há jogadores e o jogo. Na vida que tenho, não pude evitar isso.”

“Razões e desculpas, Marshall. Se suas razões são erradas, não coloque desculpas para o seu comportamento. E se tem que dar desculpas para algo reconsidere suas razões. Afinal, mal é mal e a vida em que está é errada. Quero o melhor para minha filha e tenho certeza de que vou dar.”

“Desejo o melhor para você, Hailey.”

“Acabou aqui.” Morrison fala, tomando minha mão e entrelaçando nossos dedos.

Marshall assente e se afasta.

Não digo mais nada, porque honestamente não há nada a dizer. Marshall teve um trabalho a fazer, e ele fez isso. Se ele não está dormindo à noite por causa disso, são coisas que ele tem que solucionar. Não é meu fardo para suportar ou minha dívida para pagar.

Entramos. Morrison diz que preciso relaxar e que vai me preparar um banho. Pego a minha bolsa, tiro meu pijama — e claro, com a pressa esqueci de pegar as calcinhas.

Com toda a bagunça, o presente de Livi cai sobre a cama assim como o conteúdo. Rio pensando que a garota me conhece bem, quando não uma, mas três calcinhas caem na cama.

Tem uma carta com elas, que abro antes de recolher as calcinhas.


Hailey,

Ao ler isso, quero que saiba que você me inspira. Uma vez, minhas escolhas foram tiradas de mim, e me levou o que parecia durar uma vida inteira para entender que não foi minha culpa. Coisas ruins às vezes acontecem com pessoas boas, apenas e somente porque coisas ruins acontecem.

Monte tirou suas escolhas. Lembre-se sempre que, na vida a porra do consentimento é necessário. Esto te dando novas calcinhas com esse lembrete para você. Monte tirou o seu consentimento; recupere-o durante essa viagem.

Morrison se preocupa com você, mesmo que não tenha dito ainda. Todos podemos ver. Enviei estas calcinhas para que se lembre que ele te apoia e protege. Todos nós temos, um Às no bolso. Você tem mais do que simples ás, baby. Você tem o Ás Caldwell.

Depois de passar um tempo com você e Marisa, sei que é uma mãe incrível, Hailey. Também que é uma pequena mulher com um espírito aguerrido como a mamãe Caldwell. É parte dessa família. Não esqueça nunca.

Tome seu tempo nessa viagem para arrumar seu passado. Seu futuro está aqui em Detroit e Marisa vai ficar bem conosco até que você tenha terminado.

Com amor e inspiração, Livi Caldwell.


Lágrimas enchem meus olhos enquanto assimilo todas as palavras de Livi. Sou parte de uma família, uma com três fortes irmãos e uma peculiar, forte e amigável mulher, todos orgulhosamente carregando o nome Caldwell.

Morrison me contou que sua mãe lhes deu seu sobrenome para deixar um legado de bondade em um mundo cheio de maldade. Olho para o teto do hotel e sorrio.

“Ele é meu bem em um mundo de maldade, mamãe Caldwell.” Sussurro antes de enxugar as lágrimas e recolher minhas coisas.

Então, passo minhas mãos sobre a calcinha antes de pegá-la e ir para o banheiro, onde meu futuro está me esperando.


Capítulo 21

Morrison

 

Olho para cima quando ela entra no banheiro. Está sorrindo, mas as emoções enchem seus olhos e meu coração incha.

“Está pronta para seu banho, mãezinha?” Pergunto enquanto provo a água mais uma vez. “Quente e molhada.”

Ela sorri e balança a cabeça.

“Quer tirar essa roupa ou quer que eu faça por você?”

Ela encolhe os ombros e não diz nada.

“O gato comeu a sua língua?” Porra, tudo o que posso imaginar em comer a sua boceta. Ela obviamente sabe o que estou pensando, porque cora e olha para baixo.

Olho para o nada, e digo como se fosse para mim mesmo: “Bem, que me condenem. Eu te dei minha bolas e agora acho que você está realmente pronta para me entregar de volta. Graças a Deus.”

“Vou te dar mais do que isso.” Ela diz enquanto olha para cima.

“Muito mais.” Fico de pé e caminho até ela. “Agora vou te dar algo um pouco diferente.” Seguro meu pau. “Muito bom e muito diferente.”

Pego a bainha de sua camiseta e levanto, deixando que meus dedos toquem a pele quente e suave debaixo dela. “Eu tenho pensando muito, ultimamente.” Passo as mãos ao redor de sua cintura e até as suas costas. “Não apenas sobre estar fisicamente dentro de você, mas algo muito mais profundo.” Abro seu sutiã e passo as mãos por dentro de sua camiseta e seguro sua nuca. “Sabe do que estou falando?”

Engole com dificuldade. “Acho que sim.”

“Também acho que você sabe, mas deixe que eu te mostre. Posso mostrar?”

“Sim.” Toma uma respiração rápida enquanto passo meus dentes suavemente pela linha de sua mandíbula.

Tiro sua camiseta e a passo pelos seus ombros, e então tiro seu sutiã.

“A primeira vez que te vi, fiquei instantaneamente sobrecarregado de sentimento. Irritação, talvez.” Passo a língua ao redor de seus pequenos seios empinados. “A primeira vez que te beijei, sabia que nunca seria igual.” Tomo sua boca e deslizo a língua dentro. Adoro o gosto dela; Não consigo ter o suficiente. Eu me afasto com um gemido. “Viciante como a heroína, Hailey Poe. Pior, talvez.”

Passo as mãos por suas costas e agarro sua calça e caminho com meus dedos antes de puxá-las para baixo, pouco a pouco, enquanto beijo cada centímetro de sua carne exposta. Ao mesmo tempo, seus pequenos gemidos entrecortados colocam a prova minha resistência.

Suas mãos vão para os meus ombros enquanto levanto seu pé e libero uma perna, depois a outra. Movo minhas mãos lentamente para a parte de cima de suas pernas até que sua pequena bunda apertada está em minhas mãos.

“Nunca quis manter nenhuma mulher, mãezinha.” Beijo seu ventre, o que a faz gemer, o que faço de novo, sentindo os arrepios cobrindo sua pele.

Levanto sua perna e coloco-a sobre o meu ombro antes de mover o nariz para cima e para baixo dentro de sua coxa, inalando o aroma. “Eu nunca quis me estabelecer, ter uma família, porque nada na minha vida era melhor do que ganhar — livre do passado, da pobreza. E agora eu sei que posso fazer melhor, ser melhor. A felicidade superficial através do cumprimento dos desejos materiais era prazerosa. Vencer era prazeroso. Sobreviver a tudo era prazeroso, o máximo do prazer ou assim pensava.”

Empurro um dedo dentro de sua umidade, fazendo minha boca invejar a mão. Então tomo sua buceta e empurro outro dedo dentro lentamente a medida que olho para cima, vendo a sua boca abrir lentamente e sua cabeça cair para trás.

Eu me inclino lambendo-a de cima a baixo, com os dedos ainda trabalhando em seu interior enquanto treme. Coloco minha língua contra seu clitóris, fazendo círculos enquanto ela grita meu nome, e, em seguida, goza deliciosamente fácil.

Enquanto afrouxa seu aperto em meus ombros, retiro meus dedos e a olho enquanto chupo seu sabor em meus dedos.

“Como estava dizendo,” contínuo enquanto me ponho de pé, “nunca quis ter nada com ninguém até que provei esse tesouro. Então, aqui e agora, te digo que não só quero possuir você e ser seu dono, mas você também não terá qualquer outro caminho.”

Parece mortificada e, em seguida, em menos de dois segundos com raiva. Vira a cabeça, e agarro o seu braço.

“Desde o momento em que te vi, você me possuía, isso me incomoda ou irrita? Estou fugindo de você? Ser um completo idiota por ter medo de uma cadela — e sejamos sinceros, você tem sido uma cadela — que tomou minhas bolas? Que se foda tudo, Hailey. Você é a dona de uma parte do meu coração.”

Ela me olha.

“De uma parte?”

“Oh, não pode ficar com raiva. A outra parte de meu coração é de uma garotinha. Eu deveria ser o único a estar com raiva, porque você roubou essa merda. Portanto, na medida em que você acha que sou seu dono, é o oposto. Amanhã depois do tribunal, você me dará tudo o que tem, e não se atreva a tentar recuperar de volta, então sim, eu quero ser seu dono, assim como quero que você me possua.”.

“Eu já disse que nós somos suas.”

“Minha posse total.”

Ela balança negando com a cabeça. “Acabei de ter uma das maiores experiências sexuais da minha vida, Caldwell, e você está tropeçando com ‘posse’?”

“Você deveria concordar quando eu ‘a pegar em meus braços’ e tomar sua boca assim,” minha boca cai na sua e a beijo antes de me afastar “e te beijar assim.”

Suas mãos agarram meu cabelo, e ela me beija de volta, desta vez sua língua procura o controle. Quando eu dou, ela se afasta, mas continua esfregando meu cabelo entre os dedos.

“Então ia te olhar e dizer que estou apaixoando por você e não poderia duvidar de absolutamente nada.”

“Possuída.” Ela encosta a testa contra a minha, assim estamos olho a olho.

“Já era a porra da hora.”

Ficamos assim, nos olhando, compartilhando um momento. É o maior de toda a minha vida e estou certo de que, além de dar a luz a Marisa, é o dela também.

“O que vai fazer depois?” Ela diz em um sussurro tão suave que posso ouvir nossos corações batendo.

Coloco-a na banheira e subo por trás dela. Puxo-a para o meu colo, me acomodo e empurro meu pau dentro dela. Em seguida, puxou-a contra o peito e beijou-a suavemente.

“Eu te amo, mãezinha.”

Lentamente, eu guio seus quadris para frente e para trás em mim. Sua cabeça cai em meu ombro, enquanto a levo em um movimento lento que termina com um orgasmo compartilhado com a garota que é dona do meu coração.

“Isso.” Sussurro contra sua bochecha. Depois de secar o seu corpo e o meu, decido fazer a barba, e ficar apresentável para o Tribunal amanhã.

Quando termino, vejo Hailey subir na cama, a bunda no ar e gravada com ‘Mãezinha Caldwell’. Corro e agarro seus quadris antes de chegar ao topo da cama.

“Você está me dando uma merda sobre a necessidade da palavra ‘posse’ e você tem a bunda marcada com meu nome”?

Ela se vira e ri.

“Livi.”

“Ah, sim, Livi.” Eu a beijo novamente, porque não consigo evitar. “Que diabos, eu vou fazer com você?”

“Apenas me amar.” Ela responde com uma vulnerabilidade que nunca vi antes e é ainda mais sexy do que a força que eu vi naquela primeira noite.

Sua força é algo excitante, mas sabendo que vem de uma mulher que teve a vida de Hailey e decidiu me levar para ela e sua filha, que confia em mim, que me dá sua luxúria, desejo e uma responsabilidade que nunca soube que queria tanto...

Agora, isso é maravilhosamente atraente.

Então, eu só posso fazer o que ela pede. Amá-la. Toda. A. Maldita. Noite.


Hailey está em silêncio, enquanto se prepara para o Tribunal. Eu sei que estamos bem, mas as inseguranças causadas porque que não está me dizendo as palavras que quero ouvir estão fodendo com meus instintos alfa. É por isso que basicamente, esperei até saber que não a assustaria.

Também sei que está esgotada, porque, a noite passada foi uma adoração sem culpa em ambas as partes. Porra foi incrível.

Ela está menos vulnerável agora que antes, mas não sei o que vai fazer quando estiver na mesma sala com aquele pedaço de merda.

“Morrison.” Escuto atrás de mim. Viro-me para vê-la parada de pé junto a porta, e sinto meu maxila cerrar e minhas narinas abrirem. “Você está bem?”

“Eu?” Pergunto, apontando para mim.

“Sim, você. Não há mais ninguém...”

“Vamos continuar assim.”

Ela puxa o canto dos lábios. “Vamos fazer isso de novo?”

“Se você diz.”

Ela revira os olhos. “Vamos nos atrasar.”

“Você tem meu nome em sua bunda hoje?” Pergunto enquanto pego o paletó no cabide e volto para encontrá-la em pé bem na minha frente.

Em vez de me responder, ela se estica, agarra minhas bolas, aperta e depois se vira para ir embora.


Eu a agarro e puxo para mim. “Encontrou o que procurava?”

“Sim.” Olha por cima do ombro para mim.

“Você não disse uma palavra hoje.”

“Estou cansada.”

“Dolorida?” Sorrio enquanto beijo seu pescoço.

“Um pouco, sim.” Se inclina para um lado, expondo mais do seu belo pescoço.

“Isso é gostoso.”

 

Chegamos ao Tribunal de Clark County District trinta minutos antes das audiências começarem. Encontramos com o promotor, e ele nos explica que serei interrogado e devo simplesmente responder da melhor que forma puder.

“O Sr. Timmons enfrenta acusações de dano veicular, assalto à mão armada, tentativa de homicídio...”

“Quanto tempo vai ficar na cadeia?” Hailey interrompe.

“Podemos oferecer um acordo — e deixar a tentativa de homicídio, de dois a vinte anos, mas a possibilidade de que passe cinco anos preso é pequena. Gostaria de oferecer-lhe assalto à mão armada como uma condenação obrigatória de quatro anos de prisão, seguidos de dois anos de liberdade condicional.”

“Quero que apodreça.” Digo ao promotor.

“Entendo completamente, mas nada é garantido em um julgamento criminal. Haverá uma acordo, e saberá onde estará pelos próximos quatro anos, no mínimo.” Olha seu relógio. “Preciso de uma resposta. Se pudermos resolver isso agora, evitaremos a Corte e economizaremos dinheiro dos contribuintes. Se querem que isso vá para a Corte...”

“Dê o acordo para ele.” Diz Hailey enquanto se vira para mim. “É uma garantia de que Marisa estará...”

“Terá oito, dez anos quando ele poderá pedir a liberdade condicional. Ainda muito nova, querida.”

O promotor revisa o arquivo. “Marisa é filha?”

“É minha filha.” Responde Hailey. “Ele concordou em renunciar seus direitos.”

“Você tem isso por escrito?”

“Não, tenho sua palavra.”

O promotor se inclina para trás em sua cadeira e olha nós dois. “Então, tudo isso é sobre você, a mãe de seu filha?”

“Veja como fala com ela.”

“Sem desrespeito, mas se isso for julgado, eles recebem um júri, e giram todo o caso ao seu próprio proveito — pintam você como uma adúltera e você como um destruitor de lares — e não passará nem cinco anos, eles nunca condenam. Não posso te dizer o que fazer. A ecolha é sua, Sr. Caldwell.”

“Quero falar com ele.” Diz Hailey.

“De jeito nenhum.”

“Quero falar com ele.” Ela repete.

“Hailey...”

“Confio em você nossas vidas, Morrison, mas confie em mim com isso.”

Olho em seus olhos e vejo que está determinda, decidida. Vejo o jogo em seus olhos — a tensão em seus ombros, o brilho de seus olhos, sua maneira de respirar e a forma em que permite descruzar os braços os deixando cair ao lado, dando a ilusão de que está aberta, vulnerável. Sem dúvida, o toque de seu dedo anelar contra seu dedão me mostra que está ansiosa.

“Vejo um jogo passar em sua cabeça. Você tem alguma ideia?”

“Tenho.”

“Não vai convencê-lo se te ver assim.” Levanto sua mão. “Relaxe suas mãos. Porra, não posso acreditar que estou permitindo essa merda. Sinto como se tivesse te enviando para a guerra sozinha contra esse pedaço de merda, e não gosto, Hailey, nem um pouco.”

“Ele está algemado.” Diz o promotor que agora está de pé.

“Se tentar te tocar de qualquer forma, vou matá-lo com minhas...”

“Morrison.” Seus olhos se movem para o promotor.

“Não escutei nada.” Ele se aproxima da porta. “Farei com que te levem para a sala ao lado.” Aponta para a parede de vidro. “Ela não demorará muito.”

Eu a envolvo em um abraço, desejando poder mantê-la aqui, longe dele, mas necessita disso. Sei que é necessário.

Quando pede a confiança de alguém, tem que lhe dar a sua, ou com certeza não vai chegar muito longe. E não a quero longe também. Eu a quero para sempre.

Vejo ele entrar, vestindo laranja, com a cabeça raspada. Em seguida, se vira e senta, então só posso ver a parte de trás dele.

“Ele é da supremacia branca?”

“Não, por quê?” Ela olha para mim.

“A suástica tatuada na parte de trás de sua cabeça não vai deixá-lo fazer amigos na prisão. É um idiota maior do que eu pensava.”

Ela engasga enquanto se vira.

“Oh, meu Deus. Eu nunca tinha visto isso. Sua cabeça nunca foi raspada antes. Ele tem amigos que são negros. Não entendo.”

“Hailey, talvez você devesse reconsiderar enfretá-lo.”

“Não, eu posso fazer isso.”

“Eu sei que você pode, mas você não precisa.”

 

 

Capítulo 22

Hailey

 

A porta da pequena sala de interrogação se fecha fortemente atrás de mim, fazendo-me querer saltar. De alguma maneira, no entanto, me mantenho firme.

“Deveria dizer que estou realmente surpreso em vê-la aqui, mas na verdade não estou.” Monte diz sarcasticamente. “É muito fácil de ler, Hailey. Sempre foi muito fácil de ler.”

Sem pensar digo.

“Qual é a da tatuagem? Eu nunca a havia visto antes, Monte.”

O mal dança em seus olhos escuros, enviando um arrepio por minhas costas. Eu sempre temi os efeitos dos jogos de Monte e os cenários de vingança em Marisa, mas neste momento, eu temo ao homem e a tudo o que ele é capaz de fazer.

Sua voz é baixa e dura e seu olhar não vacila. “Quero que saiba isso, Hard Knocks. Meu passado não é nada de sua fodida incumbência, nunca foi e nunca será. Não conhece minha história, porque não é necessário.”

Sentindo uma ameaça desconhecida e a sensação de que as coisas estão fora de controle, não pude evitar deixar de sair as palavras.

“Preciso saber algo que possa prejudicar Marisa.”

Ele ri com sadismo. “Ah, as coisas que você não consegue ver. Fiz tudo por você e por ela.”

Meu estômago revira, a sala dá voltas e não tenho alternativa a não ser me sentar em frente a ele.

“Pare de brincar comigo.” Digo em um sussurro.

Monte se inclina para frente.

“Não vê? Seu Paizão cafetão queria te vender, preciosa. Espalhou pelas ruas, desde que você tinha catorze anos, o preço da sua virgindade. Sua mãe continuou jogando com ele, não para salvar a si mesma, mas para não te ver nas ruas. A notícia se espalhou e Marshal foi ao vendedor para pegar o telefone de emergência e algum dinheiro. A informação que me foi passada foi de que eu estaria jogando com minha noiva virgem. Tinha duas opções: ganhar e deixar a sorte que estava determinada a afastar a luz de seus olhos, ou negociar por fora por você, porque no final, nunca perco e não ia fazer nesse dia.”

Não tenho palavras. Sento em silêncio pelo que parece uma eternidade, mas na realidade, são só alguns minutos antes de que o promotor entre.

“Hailey, termine logo. Seu tempo está quase acabando.” Sua presença me lembra que estou aqui com um tempo contado e por um favor do promotor. Possivelmente, é ilegal que eu mesmo tenha esse momento com o Monte.

“Você me comprou para me salvar?”

“De certo modo sim. Na noite do jogo, pude ver o medo por trás da sua fachada. Se um jogo a abalou, não havia nenhuma maneira que você pudesse suportar trabalhar na esquina. Uma garota como você não tem nada a ver com as ruas. Eu poderia dizer isso no instante em que você entrou na sala.” Ele se inclina sobre a mesa em minha direção. “A porra do primeiro, também. A melhor foda que existe para ter, mesmo quando você não sabia o que fazer, mesmo quando você não estava gostando. Você tem uma buceta deliciosa, Hailey.” Ele se inclina para trás e sorri, sabendo que me afetou novamente.

“Basta.”

“Aí está ela. A garota que sempre teve coragem para enfrentar o mundo.”

“Você me usou.”

“Usei você, mas nunca mais que isso, nunca quis matar a luta dentro de você. Só queria te manter a salvo, o que eu fiz até que tomou a decisão de me deixar. Por meses Hailey, te vi lutando para encontrar um jeito de fugir.”

“Então por que não me deixou ir?”

“Se fosse assim tão fácil.” Olha para baixo, depois volta a me olhar. “Tenho um passado e tenho inimigos, mais do que me importa contar. Não estaria segura a menos que me devesse. Ninguém te tocaria se estivesse trabalhando para me pagar, temem a minha ira se me dessem um prejuízo. Enquanto trabalhasse, fosse para casa e cuidasse de Marisa, tudo estaria bem.

“Estava bem, e eu o fiz até que ameaçou Marisa.”

“Você se envolveu com Ás. Precisava de você fora do jogo, Hailey. Não tinha parte nesse mundo, e no entanto, estava ali. Ás pode ser bom na mesa, mas não está aqui o tempo todo, o que te deixaria sem proteção.”

A raiva me inunda. “Quer que acredite que fez tudo isso por minha segurança? Eu chamo de besteira.”

Ele se inclina para trás em sua cadeira com arrogância. “Leia-me, Hailey.” Seus olhos se abrandam um instante. “Eu nunca menti para você, nunca agredi. Nós dois tínhamos um papel para desempenhar, e ao princípio o meu era te manter segura. Então, sua mãe morreu e você não tinha mais ninguém, então me assegurei de que tivesse Marisa. Eu escondi suas pílulas para que não tomasse. Não queria que estivesse sozinha.”

“Quer que eu acredite que me deu Marisa pela bondade de seu coração?”

“Não dou a miníma para a merda que você acredita, Hailey. Também deveria saber que não tenho um coração, então não foi por isso. Foi você. Tem uma suavidade por baixo de sua força que atrai um homem. É o melhor lugar para estar no fim do dia. Qualquer homem que tivesse uma oportunidade de se divertir entre seus lençóis seria um idiota em te deixar escapar.”

“Então porque o jogo com Morrison? Por que colocar em risco Marisa?”

“Ainda não vê. Não pode me ler. Hailey, Ás tinha que estar fora do jogo permanentemente. Você não pode ficar aqui sem nenhuma dívida comigo. Tomou a decisão de entrar em uma sala de jogos e se sentar a mesa. Você fez a escolha com seu homem para pagar publicamente a sua dívida. Em um mundo com obrigação e recompensa, pesos e medidas, isso inclinou a balança de sua segurança de uma maneira que não podia manter isso em segredo. A palavra era que você e Ás estavam juntos e não podia aceitar isso se ia continuar jogando.”

“Tudo bem, mas ele estava fora do jogo, por que tentar matá-lo?” Minhas mãos tremem e minha voz falha. Como pode uma pessoa ser tão distorcida? Realmente acredita que fez isso para me proteger? Em minha vida, dia após dia, Monte era um idiota de proporções épicas. Ele me desonrou e me ameaçou usando Marisa para me controlar e me manipular. Não há nada que possa dizer agora que possa me fazer confiar nele ou que me faça gostar dele, ainda que esteja falando sério.

“Ele voltou. Se ia manter você e a minha filha a salvo, não deveria estar em Las Vegas. Você foi e ele deveria estar com você. Não estava e eu precisava de você longe dos jogadores.”

A porta se abre de novo, e o promotor chama. “Seu tempo acabou, Hailey.”

Tiro os papéis da minha bolsa e empurro diante dele. “Assine renunciando seus direitos. Você me deixou sem escolhas.” Inclino para trás e endireito minhas calças debaixo de mim. A realidade é que estou esfregando minha bunda para lembrar quem realmente sou. Sou a mãezinha Caldwell e acabei com os marcadores e jogos. Eu amo a minha filha e vou fazê-la feliz. “Você me disse que a tinha me dado como um presente, porque perdi minha mãe. Dê-me ela então, Monte. Assine que renuncia seus direitos. Se realmente tudo o que disse é verdade, se realmente queria me manter em segurança, prove.”

“Estou a ponto de ir para a prisão, Hailey.” Ele me olha. “Seu cara precisa saber: se o encontrar em Las Vegas, se o encontrar em minha cidade, mesmo quando estiver na prisão, o matarei. Ele se retirou para manter você e Marisa, longe do meu passado, deixe assim. Vá embora hoje e permaneça longe. Quis te dar o melhor que eu tinha, e acredite nisso ou não, foi o que fiz. Se ele voltar para o meu mundo, eu o pegarei. Sem. Importar. Nada. A parte que precisa saber é que terminei com você, sua dívida está paga. Agora se trata da minha vida. Ninguém vai me chamar por algo que já terminou e foi assim com você. Ás, você e Marisa fiquem longe de mim ou estão mortos. Entendeu?”

Aceno com a cabeça, vendo que fala a verdade. Minha mente não pode processar tudo o que aconteceu hoje. De alguma maneira, em sua mente, Monte justifica o que me fez. Não me pede desculpe. Não me pede perdão, não que alguma vez pensei que o faria. Uma vez mais, está no controle.

Enquanto olha os papéis, minha mente corre. Vai assiná-los?

Finalmente, pega a caneta e a gira em seus dedos. Os minutos passam, parecendo horas, antes que me olhe.

“Se ele fizer merda, Hailey... não preciso dizer de novo, entendeu?” Com essas últimas palavras, assina os documentos, renunciando a todos os seus direitos sobre Marisa.

Deixo escapar um suspiro quando a porta se abre e um dos guardas vem para escoltar Monte para a sala de audiências.

Assinou os papéis. Terminei com Sean “Monte” Timmons. Tenho minha filha, sem dúvidas.

Morrison entra na sala, me toma em seus braços e me beija como se fosse seu último suspiro. Agarro sua casaco esporte enquanto luto com as emoções e o beijo. Então, o promotor entra e pigarreia, quebrando nosso momento.

“Hora de ir.” O promotor diz, e logo se vira para mim. “Farei a autenticação” — aponta para meus papéis — “e serei testemunha da assinatura para que possamos apresentar no tribunal ainda hoje, Sra. Poe.”

Entregando os papéis, sorrio aliviada. Então Morrison entrelaça nossos dedos e nos dirigimos à sala de audiências, onde tomamos nossos assentos e esperamos pelo promotor. Os jurados são apresentados. Uma vez que todos estão sentados, o oficial de justiça acompanha Monte e depois que todos nós estamos de pé, o juiz entra. Meu nervosismo deve ter se mostrado, porque Morrison aperta minha mão me passando uma tranquilidade silenciosa.

Tudo é indefinido até que o juiz pede a Monte sua declaração. Ele se põe de pé e olha para mim e Morrison, antes de voltar para o juiz.

“Culpado.”

Solto um suspiro. Não vai contestar isso? É um jogo? Realmente estava dizendo a verdade? Era sua maneira de me proteger? Não sei e não posso lidar com isso. Tenho minha filha e, afinal, ele sairá em poucos anos, de qualquer maneira.

Dão a sentença. Monte consegue quatro anos com possibilidade de liberdade condicional. A primeira só poderá se apresentar em três anos e me tranquilizo porque terá um pouco de trabalho.

Tenho a minha filha. Continuo me lembrando. Tenho Marisa. Ela é o que importa. Posso enfrentar qualquer coisa que me joguem sempre e desde que a tenha.

Ao tomar o avião para Detroit, não pude evitar sorrir. Não tenho vontade de voltar nunca mais a Las Vegas. Hoje deixo o passado para trás e caminho para um futuro com possibilidades ilimitadas. Quando sair desse avião, irei para casa com minha família. A família que nunca tive antes está me esperando.

Darei para Marisa tudo o que nunca tive. Isso é maravilhoso.

Aperto a mão de Morrison enquanto nos acomodamos em nossos assentos. “Estou tão feliz, Caldwell.”

“É isso aí, mãezinha.” Ele me dá uma piscadela antes de beijar minha testa.

 

Dois meses depois:

A vida é boa. Quando trabalhava no cassino, havia um velho que sempre tinha a mesma resposta quando lhe perguntava como estava.

“Estou muito, muito bem. Estou melhor que bem.” Ele respondia toda vez, sem falta.

A vida é mais que isso — é melhor que bom.

Tenho minha filha, meu homem e minha família. Bem, tenho minha filha e meu homem toda noite, exceto às quartas-feiras. Seguindo a tradição, Morrison e Marisa têm sua noite semanal e a mamãe não está convidada. Adoro que tenham isso.

O amor... é uma coisa divertida. Dá medo. É assustador. É maravilhoso.

Nunca tive um encontro para o baile. Demônios, nunca tive um namorado até Morrison. Nunca tive a oportunidade de expressar meus sentimentos para alguém que não fosse minha mãe ou Marisa. E o amor que sinto por elas, ainda que seja igual na potência, é completamente diferente do que sinto por Morrison.

Ele sempre diz que tenho suas bolas. Bem, ele me tem. Só não sei se ele sabe. Quero dizer isso para ele, ao mesmo tempo me assusta como pra cacete.

Se ele soubesse o quanto me faz amedrontada... O menor pensamento de perdê-lo me ata em nós.

Ele é meu melhor amigo. E me apoiou quando eu não podia suportar meu próprio peso. Ele me deu espaço quando precisei me encontrar. Tem sido o meu maior apoio em tudo o que faço. Abriu as portas para mim quando senti como se não tivesse nenhum lugar para ir. Ele me deu uma vida nova.

Mas do que tudo, tem me mostrado o verdadeiro amor. Para o melhor ou pior, Morrison Caldwell está ao meu lado. Cobrindo minhas costas, mesmo quando eu não sabia que precisava.

É o dono da minha mente, corpo e alma. Ele realmente preenche uma parte de mim que ninguém mais poderia.

Houve um tempo, não há muito tempo atrás, que a ideia de alguém me “possuindo” me assustava como a merda. Então Morrison me mostrou que as ações falam mais do que as palavras. Mas as palavras também são agradáveis. Morrison me possui da mesma maneira que eu o possuo. Pertenço a ele porque simplesmente quero pertencer a ele. Não é uma posse de poder e manipulação. É uma posse de escolha.

Eu o escolhi assim como ele me escolheu.

Escolhi fazer dele uma propriedade porque ele me escolheu fazer a sua.

Escolhi dar-me voluntariamente assim como ele fez comigo.

Tudo entre nós é uma troca. Mais do que isso, é feito com livre escolha. Eu tenho escolhas. O consentimento é obrigatório, a família Caldwell me ensinou isso.

Podemos não ser uma família perfeita, mas somos uma família de qualquer maneira. Pela primeira vez na minha vida, sinto que estou onde pertenço. Sinto que estamos onde pertencemos, Marisa e eu.

Entrando no bar, vejo Jagger andando. Coloco minha bolsa na parte de trás e vou onde ele está enquanto me observa. Jagger é um mistério, mas nunca bebe tão cedo na noite.

“Você já se sentiu impotente?” Ele olha para mim. “Bem, essa é uma pergunta idiota.”

“Jagger, o que está acontecendo?”

Ele murmura para si mesmo. “Intocável. Provoco intencionalmente e ela é completamente intocável.”

“Quem?”

“Ninguém, não é de sua conta. Apenas uma situação ruim para uma pessoa inocente. No entanto, é assim que são as coisas, certo?” Ele se serve outra bebida e bebe. “Coisas ruins sempre acontecem para pessoas boas. Valorize seu tesouro enquanto o tem porque nem todo mundo chega a ter algo bom.”

Antes que possa responder, se vira e se afasta. Franzo a testa, desejando que Jagger me deixe entrar, ainda que seja só para escutá-lo. Mas esses garotos Caldweel são feitos do mesmo molde, e sei que independente do que esteja passando, vai resolver e se apoiar na família quando precisar.

“Fez um trabalho incrível, mamãe Caldwell. Só espero ser para os meus filhos a mãe que você foi para os seus.” Sussurro para mim na parte de trás do balcão.

O resto da noite passa de forma rápida e sem incidentes. Então vou para o meu escuro apartamento, onde Marisa está completamente adormecida em seu quarto. Espero encontrar Morrison em minha cama, mas quando o vejo no sofá fico surpresa.

As palavras de Jagger sobre valorizar o que tenho passam uma e outra vez na minha cabeça durante toda a noite. Como resultado, quando Morrison se levanta e vem para mim, não perco tempo com olá, apenas envolvo meus braços em volta do seu pescoço e o puxo mais perto para um beijo.

“Você me faz tão bem, Morrison Caldwell. Você me faz feliz todo o maldito tempo.”

Suas mãos se movem para cima e para baixo por minhas costas enquanto me observa, sem entender o que está na minha cabeça.

“Algo aconteceu hoje à noite, mãezinha?”

“Não particularmente. Aconteceu na noite em que estacionou seu carro atrás do meu. Morrison Caldwell, você me trouxe à vida. Você me mostrou o que é realmente viver, você me ensinou a sentir. Você me nos piores momentos e celebra comigo os melhores. Poderia continuar falando sobre tudo o que é e significa para mim. Mas acima de tudo, sem dúvida, você me faz feliz.”

“Eu te faço feliz.” Ele sorri e me aproximo dele.

Mordo meu lábio inferior. “Você me faz tão bem.”

“Tenho que dizer mãezinha, tão bom quanto parece, está tarde, e se vou fazer você se sentir bem antes de dormir, devemos ir para a cama.”

“Morrison, eu te amo. Preciso que você saiba. Eu. Amo. Você.”


Capítulo 23

Morrison

 

Surpreso. Estou pasmo e sem palavras.

Não posso acreditar no prazer que sinto ao finalmente ouvir sair da sua boca deliciosa essas palavras.

Sua boca ... Eu preciso dela agora.

Ataco sua boca enquanto a empurro contra a parede, saboreando-a e as suas palavras. Suas mãos estão no meu cinto, em seguida, no botão, e então minhas calças estão no chão. Ela me agarra acaricia forte, rápido. Minhas mãos vão imediatamente para a parte de trás da sua camisa, tentando abrir o sutiã.

“Fecho na frente.” Ela diz contra a minha boca.

“Porra.” Rosno quando passo minhas mãos para frente e tomo seus seios, meus seios.

Ela se afasta e cai de joelhos, imediatamente pegando meu pau na boca, lambendo, sugando, e, porra, adorando ele. Se move de cima a baixo em mim rapidamente, os olhos fechados, enquanto leva mais longe, mais rápido, lambendo, sugando.

“Caralho!” Gemo, enquanto suas unhas afundam em minha bunda, e ela me puxa mais perto, me levando mais longe.

Depois engole.

“Porra.” Resmungo. “Caralho, mãezinha. Porra, porra, porra!”

Uma mão me envolve enquanto se inclina para trás, ofegante. Ela me acaricia enquanto lambe os lábios e olha para mim, olhos cheios de uma necessidade animal e desejo que eu não vi desde o beco.

“Você ama meu pau, não é, amor?” Digo enquanto ela me acaricia mais rápido, aumentando seu aperto.

“Sim.” Ela diz e então rapidamente umedece os lábios.

“Ele é seu, meu amor, todo seu, porra.” Assobio quando ela faz círculos com a língua na minha ponta.

“Meu.” Ela diz antes engolir profundamente de novo.

“É isso, amor. Porra! Todo seu.”

Ela se move mais rápido, mexendo sua mão mais forte e estou quase lá.

“Precisa parar.”

“Meu.” Ela diz com meu pau ainda em sua boca.

“Amor, você vai conseguir...” Ela engole, o que faz sua garganta apertar e perco meu controle. “Puta que pa... riu!”

Quando suga até me deixar limpo, levanta e olha em meus olhos. Então, me dá um pequeno sorriso, que não acredito já ter visto antes e agarra minhas bolas.

“Possuído.”

“Foda, sim, possuído.” Rio e a puxo contra mim. “Foda, sim.” Digo mais suave enquanto beijo seu pescoço.

“Eu te amo.”

“Eu também te amo, Hailey. Já há algum tempo.” Toco meu peito. “Estava quase convencido que era tudo o que eu precisava, mas estava enganado. Porque finalmente te ouvir dizer essas palavras, mãezinha...” Paro e controlo a avassaladora emoção. “Essas três palavras me colocaram em um nível que é completamente incompreensível para mim.”

“Quando disse essas palavras, eu senti o mesmo, que sou parte de você, disso. Isso me assustou pra caramba, Morrison. Não sabia se podia te dar e não tirar de Marisa. Nos meses que convivemos você me mostrou o contrário. A forma que me ama, a forma que a quer e a forma como quer a sua família me mostrou que não há mal em dizer essas palavras em voz alta. Que não tirarei dela. Nunca poderei te dizer o suficiente. Eu te amo. Eu te amo. Eu...”

“Somos um, mãezinha.” Puxo sua calça e calcinhas para baixo. Então tomo sua boca antes de fodê-la contra a parede, com força. “Um.”

“Um.” Ela geme.

 

 

Um mês depois


Entro no banco com dois cheques, um da companhia de seguros e um da venda da casa de Atlantic City. Vejo o homem sair de seu escritório, e estendo a mão para apertar a sua.

“Fico feliz em ter ligado. Entre.” O sigo em sua sala. “Sente-se.”

“Não vou perder tempo. Estou aqui para fazer uma oferta.” Coloco os papéis em sua mesa. “Um amigo olhou o exterior e precisa de uma boa reforma para se tornar habitável. Tenho uma declaração, o projeto de construção e os arquivos para serem isentos de impostos. Solicitei a licença de compra, achei os refúgios locais e os visitei. Tenho um conselho de administração e voluntários que estão prontos para ajudar.”

“Isso é mais do que perguntar o preço.” Ele diz olhando o cheque.

“Isso é suficiente para consertar o telhado e o elevador, pintar e fazer algumas reformas no piso da cozinha que serão necessários.”

“Mas...”

“O Banco vai pagar os impostos sobre o lugar. Cinco mil dólares por ano não é uma porcaria, mas esquentar aquele lugar no inverno vai tomar seu tempo. Estou oferecendo oitenta mil e um lugar no conselho, se quiser.”

“Isso são cento e vinte a menos...”

Fico de pé. “Essa é a minha oferta. Deixe-me saber se aceitar.”

“Talvez possamos oferecer um empréstimo.”

“Sem empréstimo. Deixe-me saber.”

Vou até o caixa do banco e deposito o cheque da casa e do Porsche. Depois retiro vinte mil. Não parece suficiente, mas ela vai pirar. Ela me ama, no entanto. Ela me ama e finalmente disse isso exatamente um mês atrás, e isso mudou tudo.

 

É quarta-feira à noite, e eu estou enrolado na cama com Marisa, que agora tem um dossel.

“Mamãe vai ficar tão brava.” Ela tenta manter uma cara séria, mas falha e cai em outra risada, e eu não posso deixar de rir com ela. Quando relaxa, olha para a cama com espanto. Passa de lado. “Você é legal.”

“Bem, estou feliz que você pense assim, gatinha.”

“Eu gosto de você.” Ela rola sobre as costas, seu sorriso se tornando ainda maior. “Eu gosto muito de você.”

“Eu também gosto muito de você.”

Ela boceja, me lembrando que passa quarenta minutos da sua hora de dormir. Levou um pouco mais de tempo do que esperado para montar essa cama. O manual deveria ter advertido que, se as crianças ajudassem, peças importantes poderiam acabar perdidas. No meu caso, foi uma porca, que se tornou um anel para o dedo mindinho da garotinha.

“Sabe” — ela boceja de novo — “disse que não precisava de história essa noite, mas o melhor papai do mundo as leria de qualquer maneira.”

“Mesmo?”

“Uh-huh.” Ela diz com naturalidade, balançando a cabeça.

Acaba dormindo no final do segundo livro. Mas leio quatro, sem dúvida. Pode me chamar de competitivo, de besta, de alguém que mantêm suas promessas, pode me chamar de Caldwell.

Rio dos meus pensamentos.

Pode me chamar de Caldwell era a maneira de dizer para uma mulher o meu nome, sem dar o nome real, uma resposta evasiva para fazer o momento parecer algo mais que uma foda. Era o nome saído em um gemido de boca estranha durante uma aventura de uma noite. Merda, às vezes quando lhes dizia ‘pode me chamar de Caldwell’, era prazeroso.

Esse sobrenome significa muito mais para mim agora do que há meses atrás. Esse nome é o legado da minha mãe, esse nome é família, e esse é meu nome.

Saio do quarto de Marisa e fecho a porta atrás de mim. Tenho uma tarefa para completar, e tenho só duas horas para fazê-la.

Pego meu telefone e mando um texto para Jagger para avisá-lo que estou pronto. Então abro a porta, enquanto Jagger e Hendrix entram carregando uma de três caixas.

“Estamos esperando há mais de uma hora por você. É melhor torcer para que isso dê certo ou...”

“Está tudo bem. Só não usem porcas como anéis e nem me deixem procurar durante trinta minutos antes de dizer que está com vocês.”

“Senhorita Princesa?”

“Crianças adoram fantasias.” Sorrio.

“Tem certeza de que essa é uma boa ideia?” Hendrix pergunta enquanto coloco o colchão de ar em um canto e troco por um do tamanho Queen.

“Achei que o explodiríamos. Não fizemos da minha maneira, no entanto. Ela quer comprar um novo, a mãezinha. Então não me deixou outra opção. Ficará furiosa, mas vai superar. Tenho minhas bolas de novo.”

Eles riem e logo começam a trabalhar.

Uma vez que terminamos, me afasto e admiro a cama com dossel. Não é king, a escutei sobre isso. E tenho certeza de que ela vai mencionar isso quando estiver brigando. Claro, a outra razão pela qual me decidi pela Queen era porque não queria que a distância fosse uma opção.

Ela entra pela porta e olha ao redor, linda a luz de velas.

Caminho em direção a ela, pego a bolsa de seu braço e coloco sobre a mesa.

“Senti sua falta esta noite.” Eu a beijo e a puxo para um abraço apertado.

“A conta de luz foi paga.” Ela diz assim que a solto e caminha para o interruptor de luz.

“Funcionam.” Agarro sua mão e nos levo para o sofá, onde tenho uma garrafa de vinho e duas taças em espera. “Sente-se.”

“Uau, isso é bom.” Ela se senta com as pernas dobradas debaixo dela.

Entrego uma taça para ela e me sirvo outra antes de sentar.

“Estava lotado esta noite,” ela diz depois de colocar a taça na improvisada mesa de café: uma plataforma com rodas amarradas e pintadas de preto. “Eu acho que ganhei o suficiente para comprar um colchão.” Ela sorri.

“É a sua maneira de me dizer que você quer ir lá e fazer amor?”

Ela torce o cabelo entre os dedos.“Isso é legal.”

Sento e tomo outro gole do meu vinho. “Legal?”

Ela balança a cabeça, pega sua bebida e toma.

“Foi uma noite movimentada.”

Aperto minha bochechas, tentando não rir de seu desejo óbvio.

“Não ria de mim. Deveria gostar que espero com muito interesse as noites de quartas-feiras.”

“Sim, estava pensando sobre isso. Acordei esta manhã, — duro, claro, porque estava sonhando com você — rolou ao meu lado enquanto ainda estava meio adormecida, e seriamente pensei que quebrei meu pau.”

Ela ri alto e cobre a boca para evitar acordar a menina e então, eu me curvo e a beijo. Quando tive o suficiente, me inclino para trás, mas ela continua me beijando e sobe em meu colo, me montando.

Pega a taça da minha mão e toma meu vinho. “Você disse que sentiu minha falta quando entrei. Acho que você deveria me mostrar o quanto.” Move os quadris em um círculo enquanto empurra contra mim. “O que é isso?” Ela sorri novamente e estende a mão entre nós.

“Espera aí, mãezinha.”

Ela pega o pacote no meu bolso. E por ‘pacote’ não estou falando do meu pau.

“O que é isso?” Ela pergunta de novo.

Pego sua mão e beijo. “Não gostaria de nada mais do que estar enterrado dentro de você, mas contra meu melhor julgamento, vou te contar uma história primeiro.”

“Uma história?”

“Sobre um idiota.”

“Como assim?” Ela dá um sorriso confuso.

“Antes de você, meu dia inteiro era planejado com o tipo de bunda que queria naquela noite.” Seus olhos se estreitam um pouco, mas estou determinado. “Ia a cassinos diferentes, sabendo que havia diferentes tipos de mulheres, com diferentes necessidades e desejos. Até mesmo dava nomes para suas bundas. Mulheres que eram barulhentas e podiam jogar uma pequena ação em festas durante suas estadias em Centros de Reabilitação, bom, eu as chamava de bundas animadas. As cosmopolitas, com as quais eu me encontrava eram bundas dominantes ou submissas — eu sempre sabia o que eram, e prometo nunca gostei das dominantes. As bundas de primeira classe podiam, facilmente, serem encontrados no Caesars. Aquelas garotas pensavam que eram melhores que as outras, e, muitas vezes, preceisava mostrar-lhes o contrário.” Ela cruza os braços e os seus olhos brilham. “Ok, só me escute. Aria é onde encontrava as bundas casadas, mulheres mais velhas que haviam sido casadas e pouco apreciadas por muito tempo. Você sabe, do tipo ‘O que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas’?”

Ela balança a cabeça, e eu imediatamente percebo que este meu pequeno plano é fodido.

“Eu tive um monte de bundas, querida. Eu nunca quis me estabelecer, porque eram todos iguais. Todas são rosa no meio, todas...” Ela se move e revira os olhos. “Meu ponto é, até que te conheci naquele estacionamento, nunca acreditei que existia uma pessoa feita para mim. No momento que te beijei, foi diferente de qualquer outro beijo. No segundo em que te provei, eu sabia que estava arruinado. No segundo em que estava dentro de você, eu sabia, sem dúvida que tinha encontrado a bunda perfeita. Ouro, querida. Você era feita de ouro e ainda é.”

Tiro a caixa com o anel do meu bolso. “Você me possue. Você é a dona do meu coração, minha alma, meus desejos, minha atenção em todos os momentos. Você me consome dia e noite, inferno, mesmo em meus sonhos. Você é a única pessoa que quero acima ou debaixo de mim. Nós nos amamos, querida. Isso nunca vai mudar, e eu juro, nunca permitirei que termine. Vou valorizá-la por toda a vida. Hailey Poe, recuperei minhas bolas, então a única resposta que vou aceitar é sim.”

Abro a caixa revelando o anel de ouro com dois cortes e meio, com um diamante de meio quilate.

Seus olhos brilham. Então ela sufoca um soluço e cobre sua boca antes que seus olhos voltem para o meu e ela engasga. “É muito.”

“Última compra, prometo. Acabei com o desejo de coisas materiais. Quando você disser sim, a única coisa que quero, embora não mereça, é alguém que vale ouro. Você.”

Ela engole com dificuldade e assente. “Sim.” Envolve os braços em volta do meu pescoço e permanece assim enquanto sussurra contra a minha pele. “Nós nos merecemos, Morrison. Nós merecemos isso. Nós merecemos ser felizes. Você me faz feliz, tão feliz. Eu não estou sendo forçada, tenho escolha. E isso é mais do que eu pensava que seria possível.”

“Eu tenho que colocar isso em você, mãezinha. Torna-lo oficial.” Deslizo o anel em seu dedo trêmulo. “Uau, o anel parece ainda mais bonito agora.”

Ela o levanta, olha para ele e sorri. Então se inclina para me beijar.

“Mamãe?” Ouvimos uma voz sonolenta vindo do corredor, e Hailey se senta. “Está chorando?”

“Estou bem.” Ela limpa os olhos e sorri. “Vem cá.”

Marisa se aproxima dela, e Hailey a levanta e abraça.

“Eu tenho que fazer xixi.”

“Tudo certo, vamos lá.”

Hailey olha para mim e sorri enquanto se levanta. Eu apago as velas e coloco as taças na pia.

“O que é isso?” Escuto Marisa perguntar a sua mãe, enquanto saem de mãos dadas.

“Morrison me pediu para casar com ele.”

“É por isso que você está chorando? Porque se você ficar triste, você deve...”

“Não, eu não estou triste. Estou muito, muito feliz.”

Marisa para e olha. Estou esperando que ela ria, ou diga algo parecido com “Parabéns”, mas provavelmente não vai fazer isso.

“Eu sei o que quero agora para o Natal.”

“Sério?” Hailey tem perguntando, e a resposta de Marisa até agora tem sido sempre ‘nada’.

“Um casamento de princesa, como nos livros.” Ela boceja de novo. “Estou cansada. Podemos escolher meu vestido amanhã.”

Termino de limpar e decido ficar mais confortável, tiro a camisa e as meias, e então abro o cinto.

Hailey está deixando o quarto de Marisa quando silenciosamente caminho até ela.

Ela se vira e franze o cenho.

“O que é isso?”

Uma de suas sobrancelhas se levanta.

“Oh, merda, foi mal.” Digo. “Mas ela gosta. Ela gosta muito.”

“A última grande compra?” Ela segura seu dedo anelar.

“Amor, sem briga esta noite.” Ele balança a cabeça. “A única palavra com b que estou interessado é...” Paro quando ela começa a caminhar em minha direção.

Está quase na minha frente e levanto a mão para impedi-la.

“Eu prometo — nenhuma briga esta noite.”

“Tudo bem. Eu te dou esta noite.” Enquanto ela sorri a pego e ela envolve suas pernas em volta de mim. “Leve-me para a cama.”

Abro a porta e a beijo duro, mantendo sua atenção onde ela pertence — em mim. Caminho para a cama, sabendo que Hailey é uma mulher de palavra. Pode reclamar, mas para ela uma promessa é uma promessa.

Assim que suas costas atinge a nossa nova cama, abre os olhos e olha em volta. Em seguida, sua cabeça se move para trás, seus olhos estão fixos em mim.

“Você prometeu,” lembro para ela enquanto levanto sua camisa, beijo sua barriga e desabotoo suas calças.

“Manipulador.”

“Não, mãezinha — cansado de dor nas costas na quinta-feira, doente de minha mulher dormir em um colchão de ar, farto de foder em um colchão de ar.” Tiro sua calça e calcinha. “Uma buceta de ouro merece pelo menos uma cama verdade.”

“Você me deve uma.” Sua respiração falha enquanto sopro a pele nua entre suas pernas.

“Sim.”

Minha boca a cobre enquanto espalho ainda mais minha garota em uma cama digna de uma rainha — a minha Rainha de Copas, que me possui por completo, com uma buceta que é melhor do que qualquer ouro.


Epílogo

 

“Alianças?” Pergunto enquanto caminho de um lado para o outro no escritório de Hendrix.

“Checados.” Diz Jagger enquanto as levanta.

“Não posso acreditar que convenceu Jared a nos casar.” Eu me queixo.

Hendrix ri.

“Esse homem tem o dom com as palavras.”

“Juro como a merda que a única coisa que quero que diga é: “Agora são marido e mulher”. Estou farto de vivermos separados, doente de acordar duro e não ter a causa da minha ereção para cuidar dela.” Desabafo, o que faz meus irmãos rirem, mas eu não. “Não é divertido. Ela vai caminhar engraçado durante meses, talvez anos.”

“Como nas quintas-feiras?” Jagger sorri.

“De que diabos está falando?” Paro e movo a cabeça, enquanto entendo. “Assim como nas quintas-feiras.”

Nos últimos meses, só ficou comigo nas quartas e nos domingos à noite. Nessas noites, abuso a fronteira com a mãezinha. Mas ela não só toma o que dou como pede mais. Então, saio antes que Marisa acorde.

Essa é a coisa de ter uma menininha com a qual se preocupar. Concordamos que Marisa não precisava me ver pela manhã até que estivéssemos casados. Ela já tinha o suficiente para superar, como ter um idiota como pai que algum dia, com certeza, será preciso conversar. Algum dia saberá que seu pai esteve na prisão. Algum dia se dará conta do que ele fez com sua mãe. Mas algum dia também se dará conta do quanto sua mãe a amava e como conseguiu o melhor no inferno que tinham. E se dará conta de que sim, um bom homem a ama, e a tratará como um tesouro. Tenho trabalhando nisso por alguns meses e tem funcionado bem.

“O lugar está lotado, cara.” Jagger informa.

A porta do escritório se abre e vejo sua barriga antes de vê-la.

“A barriga de Livi está aqui.” Jagger ri.

Hendrix deixa escapar um grunhido. “Gostosa como o inferno.”

“Isso é um pouco fodido, cara.” Sorrio quando ela entra.

“Oi querida, você está bem?” Pergunta Hendrix enquanto lhe dá um beijo e acaricia seu ventre com as mãos.

“Podemos ter um problema.” Sussurra pensando que eu não posso ouvir.

Ando em direção a ela, em direção ao bar, onde vejo alguns clientes olhando pela janela, então eu me aproximo deles e vejo Hailey lá fora, apontando e gritando para alguém enquanto a neve cai sobre ela, criando o vestido branco mais sexy que você já viu.

Corro até a porta e sou surpreendido quando vejo meu velho ali, de pé com um cigarro na mão e um maço na outra.

“Ele não lhe deve merda nenhuma, nem uma palavra, nem um momento, e certamente não o que você está pedindo. Você fez uma aposta...”

“Que porra está acontecendo?”

“Sua mulher está tentando te proteger.” Ele diz com um sorriso ameaçador.

“Não necessito de proteção. O que diabos faz aqui? Não te vejo há quase um ano.” Digo enquanto coloco Hailey debaixo do meu braço.

“Preciso de ajuda. Usei seu nome para entrar em uma briga e colocar uma aposta.”

“Você não fez isso!” Grita Hendrix enquanto caminha com Jagger atrás dele.

“Encontrei com um homem em uma luta em Las Vegas, lhe disse que meu filho era o Ás.”

“Como diabos sabe como me chamam?” Pergunto.

“Eu sei de tudo.” Ele toma um trago de seu cigarro, joga fora e o pisa forte. “O nome do homem é Blade e lhe devo dez mil. Ele acrescenta mil a cada dia.”

“Vai se foder.” Sibila Hendrix para ele. “Vá embora da porra da minha casa.”

Hailey se põe rígida debaixo de mim e deixo de olhar para meu pai para olhá-la.

“Diga a ele sobre Blade, Hailey.” Diz meu pai.

“Blade tem a metade da contabilidade de Monte. Marshall tem a outra. Dessa maneira, se um quebra, tem o outro. Esse sempre foi o plano, no caso de que fique preso em um jogo clandestino. Marshall era o responsável por mim e Marisa, junto com todos os ativos pessoais de Monte, enquanto Blade cuida de sua ‘pequena empresa’. Juntos dirigem o ‘negócio secundário’. No final, Monte nunca perde um centavo ou uma noite de sono.”

Meu sangue está fervendo. “O que isso significa para nós, exatamente?” Pergunto apesar de saber a resposta.

“Seu pai deve a Monte. Quando sair, virá atrás dele.”

“Que venha. Agora sai daqui.”

Ele olha Jagger.

“Necessito ganhar algum dinheiro, filho. Venha para Las Vegas.”

“Saia daqui antes que te arraste até a parte de trás e te bata...”

“Morrison.” — Hailey toca minha bochecha — “Não vale a pena. Monte deu sua palavra.”

“Eu lhe dei a vida.” Nosso velho aponta para ela.

“Você apenas doou seu sêmen. Sua mãe lhe deu a vida.” Solta Hailey e ela se põe de frente a mim. “Case comigo agora — esqueça ele. Estamos bem. Ele vai ter o que merece. Ninguém mais que você, eu, Marisa e sua família têm alguma importância.”

“Nossa família.” Eu a corrijo.

“Ainda não. Leve-me lá e faça acontecer. Não quero estragar o dia de hoje. Nosso dia. É nosso, não é?”

“Pode apostar seu traseiro que sim.” Digo.

Ela sorri e se inclina para me beijar, e então, de repente, ela se afasta.

“Jared é melhor que tire as mãos da minha mulher.”

“Você só a beijará quando eu disser que pode.” Ele refuta, fazendo Hailey rir. “Nos vemos lá dentro.”

Com Hailey lá dentro e longe, caminho até o velho.

“Será melhor que encontre uma maneira de solucionar esse problema.”

“É bom com as cartas, te ensinei isso. Você me deve.” Aponta com um dedo para mim. “Todos vocês me devem.”

“Nós não te devemos nenhuma merda.” Diz Hendrix enquanto caminha para o meu lado. “Agora, como já disse, caia fora da minha casa, inferno.”

“Ingrato...”

O agarro pelo pescoço e empurro seu lamentável traseiro contra a parede. “Espero que tenha o que merece e muito mais. Não te devemos nenhuma maldita coisa.” Solto seu pescoço e dou a volta. “Vamos.”

Uma vez dentro, tomo uma respiração profunda.

“Que se foda.” Diz Hendrix enquanto se põe na minha frente. “Liberte-se disso, cara. Hoje é o dia mais importante da sua vida. Hoje é o dia em que se tornará o homem que nossa mãe criou para que fosse.”

“É isso mesmo, cara.” Jagger põe a mão no meu ombro. “Vamos fazer isso.”

“Que se foda.” Digo.

“Que se foda.” Eles repetem.

Sigo para o meu lugar na pista de dança, nosso altar improvisado e olho ao redor. O bar está lotado, de lado a lado com nossos clientes habituais, com todas as mulheres que foram amigas de mamãe e com a amiga de Hailey, Jamie.

“Tell Her You Love Her” de Echosmith começa, e logo vejo Marisa descendo as escadas de mãos dadas com Livi. Tem seu cabelo em um coque alto e coberto com uma pequena coroa. A garotinha está para a sua glória vestida como uma princesa. Assim que seus pezinhos chegam ao chão, ela corre para mim e pula em meus braços.

“Olha todas essas pessoas que estão aqui para nos ver finalmente ser uma família. São seus súditos reais, princesinha. Dê-lhes a reverência em que esteve trabalhando.”

Ela sorri e faz uma reverência de princesa, depois se vira para mim e segura meu rosto em suas mãozinhas. Ela se inclina para frente e me olha nos olhos, com uma expressão séria no rosto. “Leia livros para mim.”

“Sim, eu leio.” Não dou risada, mas sorrio, porque maldição, sua doçura me faz cativo. Também vou dar a essa garota tudo o que quiser.

“Vai ler mais de três.” Eu concordo. “Vai me deixar escolher.”

“Sempre o farei.” Dou uma piscadela.

Ela sorri e pisca os dois olhos, porque ela ainda não sabe fazer uma piscadela. “Está bem, então acredito que é o melhor pai que existe para mim.”

Porra, não esperava isso da boca de uma criança de três anos. Engulo minhas emoções.

“Meu plano é esse.”

“Então te chamarei assim.”

“Eu adoraria isso, Marisa, quase tanto quanto te amo.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço.

“Eu também te amo.”

Estou com um nó na garganta. Esse é um dos momentos em que me dou conta do que acabou de acontecer lá fora, e um milhão de coisas que aconteceram com o passar dos anos, poderiam ter moldado os meus irmãos e a mim. A vida teria sido muito diferente se não tivéssemos tido a mamãe. Olho para cima para meus irmãos e engulo com mais emoção.

Marisa segura meu rosto de novo e vira para ela.

“Está pronto?”

“Estou pronto.”

“Bom. Agora me põe no chão.”

Assim que seus pés tocam o chão, olho para cima e vejo Hailey nos olhando. Está secando as lágrimas com um sorriso que não é só para mim, esse sorriso é para todos. Tem sua mão sobre o peito e respira fundo. Logo, começa a descer a escada.

Está caminhando em minha direção, sorrindo, com suas lágrimas ainda caindo. Ali não há jogo, nem espetáculo, nem feito. Com suas defesas baixas agora, juro que é mais bela do que nunca.

“Foi uma escolha óbvia para Hailey e Morrison pedir-me para casá-los.” Começa Jared. “Inferno, olhem para Hendrix e Livi. É muito claro que ainda estão desfrutando de sua vida de casados.”

“Inferno, sim, claro que estamos.” Exclama Hendrix rindo junto com o bar.

“Amor. O que há para dizer sobre isso que eu não falei há sete meses? Não, realmente, eu não me lembro, e honestamente, inferno, nem vocês; já que estavam também bebendo. O que há sobre o amor que eu não soubesse há sete meses?” Jared olha para Livi e Hendrix, então sorri.

“O amor não é apenas um sentimento, é uma ação. As ações não necessitam de palavras floridas ou extravagantes” — ele me olha — “elas exigem trabalho. Relacionamentos precisam de trabalho. A palavra trabalho não é algo de que esses caras se afastam, e também não é algo que suas noivas se afastam. Se você não trabalha nisso, se você não confia uns com os outros e compartilha em cada parte da vida do outro, você o perde.”

Hailey se estende e pega a mão dele, e ele pisca.

“Tem uma boa mulher aqui, Morrison. Não pode fazer a merda de uma piada, mas será boa com você.”

Assim que as pessoas param de rir, há silêncio por um minuto.

“Pelo que entendo, a comunicação é a chave para um relacionamento duradouro, mas quando casei, nunca conversamos sobre a comunicação. Uma noite a muito tempo atrás, minha esposa me disse que pensava que deveríamos sair e nos divertirmos como costumávamos. Uma ótima idéia, então eu pedi-lhe para deixar a luz do corredor acesa se ela chegasse em casa antes de mim.” Quando a multidão ri, ele ergue a mão e para. “Para que saibam, isso não acabou bem.”

Hoje, Hailey vai se casar com esse cara ", ele me aponta," mas ele também está pegando essa princesinha. "Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que eu sou conversando

“Hoje, Hailey vai se casar com esse cara,” ele aponta para mim “mas ele também ganhará esta princesinha. Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que estou falando.

Marisa, quando sua mãe rir das piadas deles, é porque você tem companhia, e ela está sendo educada. Você provavelmente deve fingir que é divertido também.”

Marisa começa a rir. Sei que não tem ideia do que ele está falando, mas ainda é hilariante.

“Morrison, antes de deixá-los dar o passo, eu quero que você pense sobre este conselho paternal que recebi quando eu era muito jovem: Se mudar de opinião e for embora, todos nós entenderemos. Se não o fizer, todos teremos ciúmes como o inferno de você. E nunca se coloque em um joelho por uma menina que não se colocaria nos dois por você.”

Ok, essa merda foi engraçada. Jared estava contando suas piadas.

Hailey e eu olhamos para os olhos um do outro e apenas sorrimos. “Inferno!” Jared diz no microfone. “Alguns conselhos mais para o noivo: eu sugiro que você simplesmente esqueça qualquer erro que fez de agora em diante. O dever de uma mulher não é apenas recordá-los, mas fazer isso pelos próximos cinquenta ou mais anos de sua vida. Não faz sentido que dois carreguem esta informação. Não se preocupe, isso é completamente normal.”

“Ela não faria isso. Eu sou muito próximo ao perfeito, certo, querida?”

Ela sorri. “Absolutamente.”

“Morrison, sugiro também que você considere que a única diferença entre cinco anos de trabalho e cinco anos de casamento é que, após cinco anos, o seu trabalho ainda será uma porcaria. Sua esposa... Não se preocupe, é completamente normal.”

Todos riem novamente, mesmo Hailey.

“Merda, é em ambos os sentidos, mãezinha.”

Ela imediatamente para de rir e todos riem mais forte.

“Eu tenho alguns conselhos para você, pegue como desejar, Hailey: há apenas duas vezes que um homem não entenderá sua esposa — antes e depois do casamento.”

Todo mundo ri, mas você ouve a voz de Livi sobre tudo. “Não é verdade quando você se casa com um Caldwell.”

“Maldita verdade, minha pequena e louca menina.” Hendrix ri e beija sua esposa.

“Se você não pode conseguir que te deixe em paz durante a noite e precisa dormir, apenas diga a ele que você quer falar sobre o seu relacionamento.” Sugere Jared a Hailey. “Se você pedir a ele para pegar algumas coisas no supermercado e, em seguida, adicionar itens, ele vai esquecer alguma coisa. Não será culpa dele, acontece.”

Eu olho para Jared e sorrio.

“Eu gosto de você cara, mas eu só tenho que ouvir duas palavras.”

“Duas palavras que você se acostumará a ouvir em breve ‘agora não’ ou ‘o que disse?’.” Jared ri, depois olha para Hailey. “Você ama esse cara?”

“Muito.”

“Você a ama?” Ele me pergunta.

“Mais do que as palavras podem descrever.”

“Você quer se casar com ele?” Pergunta a Hailey.

“Eu quero.” Ela sorri para mim.

“Você sabe o quanto é sortudo?” Ele ri enquanto olha para mim.

“Eu sei.”

“Que diabos você está esperando? Beije-a.” Jared entrega o microfone para Marisa.

“Agora eu os declaro marido e mulher.” Grita muito perto do microfone. “E o melhor pai que eu poderia ter!”

Respiro fundo e agarro Hailey pela cintura, beijando-a como faria se estivessemos sozinho, porque não há nenhuma outra maneira com ela. Há assobios e aplausos, e depois Hailey se inclina para trás e eu explodo em um sorriso mais brilhante que as luzes de Las Vegas.

“A Certidão de Casamento. Precisamos assiná-la.” Ela sorri novamente.

“Os papéis de adoção também.” Viro os olhos e sorrio. “Porra, eu sou um homem de sorte.”

“Aparentemente, você é o melhor pai que existe.” Jagger ri enquanto empurra os papéis para mim e me entrega uma caneta. “Vem cá, garotinha. Sua mãe e pai têm uma surpresa para você também.”

“Para mim?” Ela aplaude enquanto Hendrix se senta à mesa no bar.

“Na verdade, para todos nós.” Livi sorri.

“Sua mãe e eu conseguimos isso.” Tiro a caixinha do meu bolso e a entrego. Ela abre imediatamente.

“Um colar com uma coroa?” Guincha e aponta. “Com um C, como no caramelo?”

“Significa ‘Caldwell’.” Digo. “Meu sobrenome, o sobrenome de sua mãe...”

“E o meu.” Jagger lhe faz cócegas. “E o de Livi e Hendrix, também.”

Quando parece estar confusa, eu olho para Hailey. Ela sorri e diz:

“Morrison se tornou seu único pai hoje, então você tem o seu sobrenome, também.”

“Marisa Caldwell.” Digo.

“Assim como você, e você e você e você e você e tudo...?” Ela brinca.

“É uma grande família feliz.”

“Feliz como em “e viveram felizes para sempre”?” Ela sorri. “Eu gosto disso. Como nas histórias.”

“Porém, melhor.” Hailey diz enquanto as lágrimas enchem seus olhos.

“São lágrimas de felicidade, mamãe?”

“A partir de agora e para sempre, Srta. Princesa.” Diz Hailey enquanto a abraça e me puxa para a mistura. “Bem, agora você ajudaria Livi por um minuto?”

“Livi Caldwell.” Ri Marisa.

“Tia Livi, agora e para sempre.” Livi diz com os olhos marejados.

“São lágrimas de felicidade, tia Livi?” Marisa limpa e olha para o dedo, estudando a umidade.

“Nada mais.” Hendrix a agarra. “Agora vamos trabalhar. Temos que alimentar as massas.”

“Eu preciso que você venha comigo só por um minuto.” Hailey diz.

“Ah, sim?” Tenho certeza de que vai me levar ao escritório. Temho certeza que ela vai... “Para onde vamos?” Pergunto enquanto me leva para fora e entra no Escalade.

“Vamos.” Grita para mim, com um sorriso de orelha a orelha.

Eu entro, e ela me dá um soco.

“Mãezinha, onde, diabos, estamos indo?”

“Abra o porta luvas. E olhe o arquivo.”

Pego o arquivo no porta luvas. “É oficial.”

“Parabéns.” Ela sorri enquanto dirige mais rápido. “Saiu uma semana atrás. Desculpe, mas pedi a Hendrix que não te dissesse.”

“O que há com todo esse dinheiro?”

“A ganância que sobrou de Las Vegas. O fundo de emergência. Eu quero que você o use para ajudar a reformar os apartamentos.”

“E nós estávamos em um colchão de ar, porra, por quanto tempo, por quê?”

Hailey dá de ombros.

“Não era uma necessidade?” Nós dois rimos. Ela se vira e me olha séria. “Porque se eu precisasse sair de Detroit, teria o dinheiro. Agora tenho uma família. Não irei a nenhum lugar.”

“E agora tenho minhas bolas de volta, então não sairia mesmo se tentasse.”

Ela para em frente ao edifício que o banco finalmente concordou em vender com impostos, um edifício que é propriedade livre e quitada. Um edifício que não vai carregar pesando sobre ele uma hipoteca, tirando a tensão de um sonho se tornado realidade.

“Olhe.” Aponta para fora da janela do carro. Eu olho para a placa pendurada na porta: Lar para mães, está orgulhosamente exibido acima das palavras “Bondade em um mundo de maldade”.

“É o melhor dia da minha vida.” Digo enquanto saio do carro. “Vem cá.”

Ela está radiante enquanto caminha rapidamente para mim. Agarro meu telefone e o mantenho tão próximo quanto posso, depois tiro uma foto da minha esposa e do lugar que eu espero honrar a memória da minha mãe.

“Eu te amo, mãezinha.”

“Eu te amo, Morrison Caldwell.”


Meu Desejo para Você


Minha querida Marisa

Se você está lendo isso, você está crescendo muito rápido, embora todas as mães pensem assim. Eu me casei com Morrison hoje, e quando chegar a hora em que você conhecer um menino, um homem que roube seu coração, planejo compartilhar esse momento com você.

Amei você antes a tivesse em meus braços. Ninguém nunca saberá a profundidade do meu amor por você. Nada jamais poderá se comparar ao vínculo que temos. Porque você, minha Srta. Princesa, é a única que sabe o que tenho no fundo do meu coração. Ele bate por você sempre, minha filha.

Hoje nos tormanos uma verdadeira família. Hoje rompi com o ciclo do mal. Hoje, te dou tudo o que nunca tive. Hoje, fiz um compromisso com Morrison de amá-lo até que a morte nos separe. Também fiz um compromisso para que veja nosso amor em ação enquanto ele cresce e desabroça.

O amor é um verbo. É uma ação. O amor é também uma emoção. É uma esmagadora, sensação que consome tudo. O amor é paciente. O amor é amável. O amor é incondicional.

Morrison tem nos mostrado tanto amor. Deu-nos mais do que tínhamos. Eu nunca imaginei que minha vida poderia ter algo de bom... até que tive você, minha bebê preciosa. A partir do momento que descobri que estava grávida, minha vida mudou para sempre e para melhor.Antes, simplesmente existia. Fazia o que me diziam, sem perguntar e sem falhar. Não tinha escolhas. Elas foram tiradas de mim pelas situações da vida. Minha querida bebê, não importa o quê, você tem escolha. Como sua tia Livi sempre diz: é necessário o consentimento do caralho. Você é maior agora, mas deixa de fora o “caralho” para a sua querida mãe, por favor.

Você é minha razão de ser, Srta. Princesa. É a minha princesa.

Morrison é um bom homem. Ele é o tipo de homem, espero que você encontre um dia para você, o tipo de homem que mostre a você que te ama com ações, não só com suas palavras. O tipo de homem que é paciente e
entende que deve dar espaço para uma mulher ser ela mesma se necessário .

Ele é o tipo de homem que sabe quando tomar a iniciativa e quando dar um passo atrás e me permitir forjar meu próprio caminho.

A vida não nos dá uma mão de ases, mas um homem como Morrison Caldwell é todos os ases, não importa o que as cartas lhe mostrem.

A vida não será só cor de rosa e ensolarada, mas independente da sua situação tome posse e supere-a. Você é parte de mim. Levou um longo tempo, mas eu sou forte e você é o quê, minha preciosa. Nada pode pará-la.

Ao pensar sobre o seu futuro, o meu desejo para você é a felicidade.

Encontre um homem com coração, determinação e desejo de ser bom em um mundo de maldade. Encontre um homem que pode ser sua luz no escuro. Encontre um homem que é o seu lugar seguro para cair. Encontre um homem que quer deixar um legado.

Você é meu bem Você é meu legado. Eu te amo desde o topo da sua cabeça até as pontas dos seus pés e muito mais.

Com uma imensidão de amor:

Mamãe.

 


Notas

[1] Siri é um aplicativo no estilo assistente pessoal para iOS, macOS e watchOS, sendo assim, disponível para iPhone, iPad, iPod Touch, Apple Watch e Mac
[2] Five Card Draw (Pôquer Fechado) – é uma modalidade de pôquer, considerada a modalidade mais simples e é jogada principalmente por jogadores casuais, sendo mais rara a nível de competição e em cassinos.
[3] Brian Todd Collins, mais conhecido pelo seu nome artístico Kid Ink é um rapper, compositor e produtor estadunidense, canta a música “Carry On” que significa ir em frente.
[4] Bonnie e Clyde – foram dois famosos fugitivos, criminosos e ladrões dos EUA
[5] Hard Knocks – Golpes duros
[6] Slick – Manhoso, astuto.
[7] Flounder – Personagem da Pequena Sereia, no Brasil é conhecido como Linguado.
[8] A sigla WTF é a abreviação de um palavrão em inglês: “what the fuck”, que em português poderia ser traduzido por “que porra é essa”, muito utilizada em mensagens de texto.

Para Morrison Caldwell, a vida é um jogo de azar. Jogador de alto nível com legendária cara de pôquer, o coringa da família, sempre perseguindo sua próxima emoção sem nunca ficar por muito tempo. O único lugar que sempre o chama de volta é Las Vegas, com suas mesas quentes e mulheres extremamente atrativas. Está perfeitamente contente de viver sua vida com uma série de casos de apenas uma noite. Mas quando o encontro com uma garçonete em um estacionamento toma um rumo inesperado, deixa Morrison sedento por outra rodada.
Depois de uma série de situações ruins na Cidade do Pecado, Hailey Poe está pronta para tentar a sorte. Um encontro com um estranho arrogante e misterioso, aquele tipo de encontro sem compromisso que estava desejando... até que Morrison Caldwell lhe pede mais do que está disposta a oferecer. Mas quando Hailey está no controle, seu futuro ex-marido aparece e tenta levar sua filha, ela não pode se dar o luxo de rejeitar uma mão amiga.
Neste jogo onde o ganhador leva tudo, Morrison estará jogando com a vida de Hailey e com seu coração.

 


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Capítulo 01

Morrison

Quando meu irmão mais velho Hendrix se mudou do apartamento em que vivia nossa família, me tornei o homem da casa. Onde a nossa família vivia? Não. Ninguém realmente vivia ali. Eu me recuso a acreditar que aquilo ali era viver.

Meu velho possuía todo o edifício, e seu bar, como ele chamava, ficava no andar abaixo do apartamento.

Seu bar. Conhecíamos muito bem. Minha mãe dirigia esse lugar. Se não fosse por ela, ele não teria como se agarrar a única coisa em sua miserável vida, que possivelmente pudesse se orgulhar. Porque ele não se importava com a gente, essa era a verdade absoluta.

“Pense de mim o que quiser.” Ele resmunga enquanto limpa o sangue do canto da boca, levantando do chão, e apontando o dedo manchado de tabaco para mim, minha mãe e meus irmãos — Hendrix e Jagger. “Todos daqui nos abandonaram desde que as fábricas nos laçaram toda sua merda. Mas não o meu lugar. Sou um excelente homem de negócios e vocês têm sorte de terem um homem como eu.”

“Seu pedaço de merda! Mamãe é a única razão pela qual você tem um negócio.” Hendrix disse antes de investir contra ele.

Jagger e eu o agarramos, impedindo-o de chutar o traseiro do velho mais uma vez. Tínhamos razão para nos preocupar, porque, a última vez que Hendrix interveio enquanto o velho agredia nossa mãe, ele o deixou inconsciente e desacordado durante um bom tempo.

Mamãe chorou, aflita que Hendrix o houvesse matado. Preocupada com o fato dele se meter em problemas, que acabasse o levando para trás das grades. Nem uma vez se preocupou com o velho morrendo, preocupada somente com o meu irmão, seu filho.

Mamãe ficava repetindo:

“Isso é minha culpa.”

Nunca foi sua culpa, entretanto. Sempre era dele, do maldito filho da puta.

Sem Hendrix, tive que aprender a evitar que o bastardo matasse a mamãe sem acabar na prisão, e foi exatamante o que fiz.

Recebi um golpe atrás do outro daquele filho da puta. Nunca chorei, gritei ou me defendi. Lembro de dia em que fiquei deitado no chão, encolhido como uma bola, cobrindo a cabeça enquanto me chutava, arrastando as palavras com sua voz embriagada com a qual todos nos acostumamos; era isso ou se tornar imune à dor ou colocar uma boa cara de pôquer.

Ao longo dos meses, ele teve cada vez menos satisfação em me bater e voltou a agredi-la. Na tentativa de bloquear os golpes, tomava a frente e quando ela tentava se colocar entre nós, não permitia. Os dias em que ela nos escondia dentro do nosso pequeno quarto haviam acabado. Não nos esconderíamos mais do filho da puta; faríamos o que tivéssemos que fazer para protegê-la.

Não voltei a cair no chão. Permaneci imóvel, parecendo não estar afetado enquanto me batia no rosto, no peito, em todo o meu corpo. Com cada golpe do bêbado, eu ficava mais e mais furioso, enquanto me tornava mental e fisicamente capaz de suportar seus ataques.


Um dia, o velho tentou me agredir com um bastão que guardava no bar. Enquanto corria em minha direção, Jagger esticou o pé de onde estava sentado no sofá e o fez tropeçar. O velho caiu de cara no chão e quando se levantou tentou atingi-lo com o bastão diversas vezes, enquanto Jagger se esquivava e evitava todas as tentativas. A maldita merda nunca o atingiu uma única vez.

No último golpe Jagger estava encurralado. Sem hesitar, agarrei a porra do bastão, o coloquei contra a garganta do velho e o segurei até o bastardo desmaiar.

Mamãe correu pela escada do bar e encontrou-o deitado de bruços no chão.

“Isso precisa parar. Vocês dois devem ir para a casa de Hendrix.”

“Não vamos deixar você com ele. Se partimos, você vai também.”

“Não posso ou tudo pelo qual trabalhamos terá sido em vão.”

“Então não vamos.” Disse, enquanto a envolvia em meus braços.

“Trabalho, respiro e vivo por vocês três. Entretanto, vejo algo bom nele. Quando está sóbrio, ele...”

“Não vou deixar você e nem tudo pelo qual trabalhou.” Interrompo.

Mamãe finalmente parou de chorar, mas demorou uma eternidade. Quando ele acordou estávamos os três sentados no sofá. Ele se pôs de pé e nos olhou através de seus olhos roxos, no entanto, não nos disse uma palavra.

Uma noite, acordei quando estavam brigando e saí correndo do meu quarto em meu maldito short. Ele a estava perseguindo pelas escadas até o apartamento. Um grande tronco velho estava no patamar. Eu o empurrei para a borda, pronto para enviá-lo em cima dele. O velho congelou e vi medo em seus olhos injetados com sangue, um medo que nunca tinha visto antes, mas passou rapidamente.

“Se a tocar de novo, porra, isso cairá sobre você, entendeu?” Grito.

“Você não tem bolas, merdinha.”

“Teste-me, filho da puta.” Sussurrei.

O medo voltou a aparecer e agora ele sabe que eu o via.

Todo mundo tem algo, um deslize que mostra uma debilidade, um pequeno caminho.

A escola secundária não foi fácil para um garoto de boa aparência. Não estou sendo arrogante, tampouco. Tenho um espelho e sei como as mulheres me olham. Não ter dinheiro para os fins certos ou para fazer as coisas boas que todos os demais faziam, me converteu no garoto que as garotas populares viam às escondidas. Esperavam a sua vez.

Uma garota, Annie estava saindo com um atleta cujo nome era Aiden e a traiu. Então, ela começou a me ver. Um dia depois da escola, pediu meu número, longe de seu grupo de amigos, claro. Disse que não tinha celular. Ela ficou surpresa, e eu fui embora.

No dia seguinte, me entregou um telefone. “É um pré-pago. Vou te enviar uma mensagem.”

“Não, não o quero. Mesmo assim, agradeço.” Disse.

“É para mim, não para você.” Ironicamente, ela se afastou enquanto eu ainda segurava o telefone.

Naquela noite, quando me enviou uma mensagem de texto, dizendo que era ela, perguntei onde havia conseguido o telefone. Depois de muita insistência, descobri que era de uma farmácia a uma quadra da escola.

Depois da aula, entrei lá e encontrei o telefone no corredor seis. Custava cinquenta dólares e estava em promoção.

Durante uma semana, arrastei minha bunda da cama às cinco da manhã para subir e descer a rua com uma pá até encontrar pessoas que desejassem suas calçadas limpas.

Na sexta-feira, entrei na escola e lhe entreguei os sessenta dólares. “O telefone é meu.” Em seguida, me afastei.

Naquela tarde, estava tirando o lixo do bar quando ela estacionou seu pequeno Beamer. Era velho, mas muito fofo.

“Quer dar um passeio comigo?” Perguntou ao baixar a janela.

“Não.” Neguei.

“Morrison Caldwell, o que mais tenho que fazer para que saiba que estou interessada em você?” Annie disse, e depois sorriu.

Neguei com um aceno de cabeça e tentei não devolver o sorriso, mas falhei. “Você ainda está namorando Aiden Law?”

“Depende.” Sorri novamente.

“De?”

“Você, é claro.”

Observei enquanto ela enviava uma mensagem de texto. “Entre e te mostro o que acabei de enviar.”

“É uma brincadeira?” Dei um sorriso e me inclinei, pegando o telefone dela.

“De jeito nenhum. Entre.”

Assim que entrei, ela me entregou seu telefone, e não estava brincando. Havia dito que acabou, e realmente terminou com o filho da puta por uma mensagem de texto.

Você ouve sobre todos os contos de amor que terminam através de cartas. Demônios, até fazem filmes sobre isso. Sem dúvida, estou aqui para dizer que aquelas cartas escritas não tem nenhuma comparação com Siri1. Essa cadela já quebrou mais corações do que poderia começar a imaginar.

A mão de Annie estava na minha coxa logo que ela se afastou da calçada. Seus lábios estavam no meu pau assim que estacionamos no beco entre dois armazéns abandonados. Não vou mentir, gozei em sua boca muito mais rápido do que gostaria de admitir, e com a mesma rapidez estava apaixonado por ela. Tem que ter algo a ver com uma garota que engole ou oferta meu primeiro boquete, embora não tenha certeza de qual.

Eu tinha dúzias de trabalhos manuais, fodi os dedos de muitas garotas, comi muito *, mas nenhuma dessas merdas resultou em amor. No entanto, uma boquete que acabou engolindo minha carga, bem, eu estava vendo estrelas e merda.

Tive dezenas de masturbações, fodi muitas garotas com meus dedos, comi um monte de bucetas, mas nenhuma dessa merda resultou em algum sentimento. No entanto, um boquete que terminou com ela engolindo meu sêmen, sem dúvida, bem, eu estava vendo estrelas e essa merda.

Annie era generosa de todas as maneiras possíveis. Não só gostava de chupar pau, mas também de dar presentes. Começou com bilhetes e depois me trazia o almoço. Quando me presenteou com um novo par de tênis para corrida, fiquei receoso, mas os meus estavam acabados.

“Só quero que todo mundo te veja como eu vejo.” Sorriu enquanto levantou na ponta de seus sapatos Jimmy Choo e me beijou na frente de todos no corredor, e depois se afastou.

No dia de São Valentin me presenteou com uma exagerada jaqueta de couro. Entretanto, ainda estava trabalhando limpando calçadas apenas para comprar um colar da Tiffany.

Esse coraçãozinho me custou trezentos dólares, mesmo de segunda mão na casa de penhores. Ela o usava com tanto orgulho. Na noite em que lhe dei esse colar, fodemos na mesa de bilhar no bar, onde havia me encontrado após sair escondido de sua casa.

Não foi sua primeira vez. Foi a minha.

No dia seguinte, estou usando a merda do couro quando Aiden se aproxima de mim e diz que quer sua jaqueta de volta.

“De que diabos está falando?” Fechei meu armário, depois me virei para enfrentar ele e seus cinco amigos.

“Ela me deu essa merda, depois me fez devolver. Você certamente não merece isso. Eu quero de volta.”

Quando me coloquei cara a cara com ele, vi pequenas gotas de suor brotando em sua testa e isso era o que o delatava.

“Se conseguir pegar, ela é sua.” Contestei enquanto caminhava ao seu redor.

Seus garotos, os cinco, me seguraram enquanto Aiden me batia. Não me movi, não tentei me proteger, a única coisa que fiz foi cuspir o sangue que estava saindo da minha boca em sua cara. Então a campainha tocou e todos se dispersaram como pequenas baratas de merda.

Annie correu para mim, perguntando o que aconteceu, mas não lhe disse merda nenhuma. Só caminhei ao seu lado enquanto tirava a jaqueta e jogava a filha da puta no lixo.

“O que está fazendo?” Gritou. Porra! Ela realmente gritou.

“Não quero você, nunca mais.” E sim, falei suficientemente alto para que algumas pessoas, muitas na realidade, escutassem.

Aquela noite, o velho tinha seus meninos jogando cartas no bar. O idiota foi o primeiro a desmaiar sobre o feltro verde da mesa de jogos. Tinha cinquenta dólares por ter limpado as calçadas, mas quando o velho Smith me perguntou se queria jogar, eu lhe respondi que não sabia como. Ele disse que me ensinaria.

Logo sorriu, quase maliciosamente — o que o delata.

Five Card Draw2 era um jogo. Peguei a manha rapidamente. Também perdi quarenta dólares em menos de dez minutos. Nesses dez minutos, no entanto, aprendi o que delatava cada um dos homens na mesa e logo saí com oitocentos e setenta e dois dólares. Sorte de principiante, todos riram.

No dia seguinte, cheguei mais tarde na escola, usando uma jaqueta de couro novinha em folha. Peguei uma nova garota, devolvi o telefone antigo para Annie, tirei o novo telefone pré-pago da jaqueta e dei para a minha nova garota o meu número.

Depois disso, joguei cartas com os caras cada vez que meu velho desmaiava. Tinha o suficiente para conseguir as merdas que queria e também ganhar um pouco para Jagger. Mas o momento de maior orgulho para mim foi quando dei para minha mãe seu presente pelo dia das mães: um colar da Tiffany diretamente da loja. Nada da merda de segunda mão para ela — nem para mim.

Nunca mais. E não olhei para trás, tampouco.

Um ano mais tarde, meu velho apostou em um lutador clandestino porque lutaria com um desconhecido — Jagger, um garoto ainda da escola. Perdeu o bar, e o perdeu para Hendrix. Caralho! Foi perfeito.

Meu velho é um pedaço de merda. Um bêbado, um jogador e a porra de um grande imbecil, que tem prazer em ferir e menosprezar todos ao seu redor. Mas ensinou muito a mim e aos meus irmãos.

Hendrix agora é dono de um bar, eu viajo jogando cartas e Jagger é um lutador. Alguns podem dizer: demônios, muitos podem dizer que a maçã não cai longe da árvore. Mas as raízes dessas três árvores são tão fortes como as da mamãe, contaminadas com sua vibração ou não, porque somos bons garotos. Podemos ter os maus hábitos do velho, mas possuímos o coração da mamãe.

Em seu leito de morte, nos disse que estava orgulhosa de nós. Disse que nos amava, pediu desculpas pela forma que fomos educados e nos fez prometer que seríamos um legado do bem num mundo cheio de maldade.

Mamãe morreu porque aquele filho da puta não pode manter-se em suas calças e lhe passou HPV. Ela era muito teimosa para procurar um médico quando estava se sentindo muito mal.

Perdemos mamãe, mas saber que ela estava orgulhosa de seus três meninos, nenhum dos quais possuem uma graduação ou trabalha em empregos tradicionais, nos trouxe satisfação. Também nos fortaleceu.

Primeiro Hendrix pegou o velho com a mão na caixa registradora, depois o encontrou fodendo com a antiga garçonete e, finalmente, o expulsou.

Sem o velho por perto, o que aprendi nos poucos meses desde que voltei, é que nada é mais forte do que a irmandade que Hendrix, Jagger e eu compartilhamos.

Não sou a puta de ninguém, nunca fui. Mas quando se vive com um monstro de verdade, e não apenas a noção infantil daquele que vive debaixo da cama, mas o verdadeiro. Realmente não se vive bem, apenas sobrevive.

Viver nesse lugar de horrores, sem dúvida, o inferno não parece tão mal.

Detroit Rock City já não parece tão fria e amarga quanto antes. Agora, é um santuário, um lugar para ir quando me sinto sozinho, um lugar onde quero dirigir, não mais me afastar. Este é um lugar onde, quando a merda bate no ventilador, sei que nós, os três irmãos, poderemos superar juntos. Sem o velho, esse bar, essa cidade, esse lugar é agora onde meus irmãos e eu queremos viver.

Agora podemos viver.

Hoje, quando entro em meu Escalade e abaixo meus óculos de sol estilo aviador da marca John Varvatos de minha cabeça para cobrir meus olhos, dou adeus aos meus irmãos e a minha nova cunhada, Livi, e regresso ao deserto. Necessito de uma dose, uma vitória, um par de boas mãos vindo em minha direção. Necessito ganhar algum dinheiro para que da próxima vez que voltar a Detroit, eu possa ficar mais tempo.

Paro em frente ao cemitério para dizer “nos vemos” para mamãe antes de ir ao aeroporto. Não me parece certo não fazê-lo.

Logo, entro de volta em meu Escalade e procuro minha playlist: Kid Inc, sua música “Carry On3”. Mmm, não posso esperar para seguir em frente.


Capítulo 02

Hailey


Aos dezessete anos, estava tentando escapar do mundo da minha mãe. Aos vinte anos, estou tentando escapar do meu.

Monte me deixou sair da sala na noite em que perdi tudo. Ele me permitiu acreditar que escapei com meu blefe. Saí da mesa com o meu pulso acelerado, com minha cabeça latejando e minhas orações silenciosas sendo respondidas, ou pelo menos pensei assim. As memórias me bateram duro.

Porra! Não é como deveria acontecer. Como ele blefou o mestre? Estava certa de que ganharia essa mão. Como tudo deu errado?

A fumaça na sala me deixa tonta, ou talvez seja o medo correndo pelas minhas veias. Eu nunca perco. Na verdade, não estou preparada. Este não é um jogo de bastidores com um cafetão. As apostas são altas demais, e então fracasso.

Nascida de uma prostituta, criada sob as luzes, glamour e a vida Las Vegas, eu sobrevivi. Uma mão por vez, consegui. Por mim e por minha mãe, eu fiz o que tinha que ser feito. Esta noite era para ela.

Ela me teve aos dezesseis anos. Como uma fugitiva, viu a ilusão da fama de uma showgirl desaparecer rapidamente e a realidade entrar a pontapés. Ela trabalhou nas ruas. Ela sobreviveu. Seu cafetão tirou sua virgindade, a engravidou de mim e a manteve sob seu polegar todos estes anos. Poderia ser pior. Não nos espancava e mantinha um teto sobre nossas cabeças. Eu tenho roupas. Eu tenho comida. Em primeiro lugar, preciso lembrar que ele a deixou ficar comigo. Às vezes, no entanto, me pergunto se minha mãe desejaria ter feito um aborto, porque isso a obrigou a ficar com ele e nesta vida.

Quando criança, não estava autorizada a chamá-lo de “papai”. A verdade é que estava bem para mim. Ele não foi um pai, foi um doador de esperma. Porra, ele era um estuprador. Mamãe dizia que sua vida com ele era a sua penitência por más decisões, uma que teve que suportar até que ele serviu seu tempo.

“Expiação.” Dizia. Ele mexia com sua mente tanto quanto a fodia incasávelmente, então ele tinha o poder, mesmo quando eu a implorava que partisse. Ele segurou todas as cartas.

Pervertido. Maldito pervertido.

O que faz uma mulher quando tem uma mão de merda, porra?

Joga com as fodidas cartas que tem até encontrar uma saída.

Posso ser a culpada por mamãe ter ficado amarrada, mas por outro lado também sou sua saída. Mamãe e eu, a Bonnie e Clyde4 da nossa própria maldita criação. Depois de anos de monitorar, anos de espera, minha paciência está finalmente chegando ao fim.

Mamãe trabalhou para conseguir a conexão. Então conseguimos os dois mil dólares de taxa de acesso a aposta inicial, e aqui estou, sentada na mesa da sala de apostadores em em um hotel abafado. A fumaça enche meus pulmões, cortinas de janela estão puxadas e a porta está trancada até que a mão final seja jogada.

Subo a aposta. Chamo o blefe. Todos cedem, exceto ele e eu.

Sean “Monte” Timmons.

Alguns o chamam de perigoso; outros dizem que é o sexo ambulante. Ele é o homem mais jovem a limpar a casa de Nova Jersey duas vezes. Sua reputação o precede e muitas vezes os covardes se afastam quando as apostas estão tão altas.

Eu deveria ter tirado minhas cartas. Ele deveria ter renunciado o prêmio. Deveria ter ido embora. Inferno, eu mesmo me permitir convencer em primeiro lugar. Eu sei que minha mãe me quer fora do canto, mas aos dezessete anos, não tenho nada para fazer nas grandes ligas. Isto está além de um jogo de tabuleiro com seu cafetão e amigos.

Só que não desisto. Não me dou por vencida.

Em vez disso, aumento o prêmio e aposto tudo o que não tenho. Cheguei nessa mesa mentindo. Um lâmpejo de um sorriso, uma segurada no pau certo e uma insinuação de algo mais por vir me fez passar pela segurança. Então, com uma pilha de moedas falsas sobre a mesa mal iluminada enquanto me curvo exibindo meu decote, tenho todos esses caras comendo na palma da minha mão.

Isto é, até que as cartas são distribuídas. Aí tudo se torna negócios no minuto em que a primeira carta de oito-e-meio-por-cinco-e-meio-centímetros cai no feltro.

Mão após mão, consigo sobreviver até o jogo final.

Monte sorri para mim por trás de seus óculos aviador após olhar seu telefone, que lhe foi entregue pelo ajudante.

Todos os dispositivos eletrônicos devem ser silenciados e entregue ao ajudante para que não haja distrações. Porque o devolveu? Poderia ter sorte suficiente para ganhar por desistência? Nunca quis tanto que alguém tivesse uma emergência familiar quanto agora.

Com os lábios em um meio sorriso, sinto meu peito apertar.

“Hailey ‘Hard Knocks5’ Poe. Você está pronta para a mão que certamente mudará sua vida?” Seu sussurro ressoa em minhas veias como gelo. Ele me descobriu.

Engulo. Como diabos sabe meu nome? Usei uma identidade falsa para entrar.

Ele bate o dedo contra a boca de forma ameaçadora, depois abaixa os óculos, seus profundos olhos castanhos me encarando. Quero rastejar sob a mesa, mas escuto a voz da minha mãe na minha cabeça, dizendo: “Não mostre medo. Nunca deixe que vejam você suar, Hailey Sue”. É hora de fazer a minha mãe orgulhosa, custe o que custar.

“É um hábito meu, conhecer os meus adversários. Você quase me enganou, garota atrevida. Não se preocupe, querida. Seu segredo permanece nesta sala, porque, após esta partida, garanto que tudo o que você pensa que sabe está prestes a mudar.”

Deveria ter desistindo, mas meu ego nublou minha visão. Agora a minha concentração desapareceu, a partida está empatada e minha visão ficou turva novamente, desta vez de lágrimas que me recuso a deixar cair.

Five Card Draw, Texas hold'em, Jokers Wild, tudo está perdido antes que eu possa piscar.

Lutando para conter as minhas emoções, tento parar minhas, agora, trêmulas mãos. Ele sabe muito. Quando você descobrir que o seu pagamento não existe, o que vai acontecer comigo? Com mamãe? Vou sobreviver esta noite?

Uma semana mais tarde, mamãe e eu fomos instruídas a arrumar nossas malas. Paizão cafetão estava nos armando uma cilada. Ou não.

Ele nos “colocou” em um condomínio exclusivo fora de Strip, depois que entregou a minha mãe um maço de notas antes de se virar e ir embora. Nunca olhou para trás, não que qualquer um deles esperasse isso. Não estávamos no lugar a vinte e quatro horas antes que um mensageiro entregasse um pacote destinada a Hailey “Hard Knocks” Poe.

Meu coração afundou. Ao ver esse nome, deveria ter embalado minhas coisas com mamãe e ter fugido do local com o pouco dinheiro que o grande Paizão a deixara. Eu fiz isso? Nop.

Como diabos ele me encontrou?

Abrindo o envelope, meu coração acelera, minha respiração falha e minhas mãos suam.

Dentro havia um contrato que selava o meu destino contra qualquer futuro que alguma vez esperei.

Não estavamos sendo liberadas pelo Paizão idiota. Havíamos sido compradas. Ele pagou ao imbecil do meu pai o suficiente para liberar minha mãe. Caímos em sua armadilha.

Sean “Monte” Timmons é o meu dono. Nosso dono. Como no inferno isso continua acontecendo? O ciclo de miséria — lavar, enxaguar e repetir. Da propriedade de um homem para outro.

A ostentação, o glamour, as luzes e a ação de Las Vegas são fabulosas. É um buraco negro de manipulação. A vida aqui é um jogo. Dia após dia, tudo é uma aposta para sobreviver e prosperar. O vencedor leva tudo.

Monte não perdeu tempo em se mudar para a casa com a gente. Mais ainda, comigo. Minha idade não importava Ele me tinha numa posição em que não podia negar. Se a palavra sobre minhas falsificações na mesa fosse revelada, a minha idade não seria nada mais que um número no meu atestado de óbito.

Monte usou isso para sua vantagem.

A situação não pareceu ruim para minha mãe, que passou a vida toda trabalhando nas esquinas. Para mim, foi um inferno. Monte não me colocou em uma rua ou em uma cama de hotel para pagar a minha dívida. Não, ele me fez sua esposa em uma cerimônia em uma capela na Strip, para o qual minha mãe estupidamente assinou o acordo.

Nos últimos sete anos, nada mudou. Monte vai, joga e vive pela próxima emoção. O sete da sorte é uma cadela sem coração. Passei sete anos acumulando dívidas com ele.

Cada refeição que comi, cada chuveiro que tomei, tudo o que tive, feito, ou forçado a suportar é um centavo adicionado à linha vermelha. As marcas negras são pelo bom comportamento quando faço a minha parte.

Sou o seu troféu, sua coleção e sua prostituta. O saldo é renegociado com cada grama que mete dentro da minha buceta, mas as balanças nunca se inclinam a meu favor, não importa quão bem chupo seu pau.

Sete anos e poucas coisas mudaram, nenhuma dessas para o melhor.

É divertido como a história se repete, mesmo que você não queira.

Minha mãe morreu de um acidente vascular cerebral. Aconteceu rápido. Uma noite, foi para a cama e na manhã seguinte, não respondeu. Uma chamada aos serviços de emergência e logo após uma transferência de ambulância para o hospital; ela estava em coma ligada a aparelhos que lhe davam suporte vital. Decisões tiveram de ser tomadas, as possibilidades de que acordasse e saísse sem sequelas eram escassas; como resultado, os aparelhos foram desligados e minha vida desabou.

Mais contas. Mais dívidas pagas pelo Monte.

O stress te consome e mais erros acontecem, como esquecer uma pílula do anticoncepcional ou duas. Para diminuir os custos, optei por cremar mamãe.Dois meses depois, fui autorizada a uma viagem para Santa Barbara para deixar suas cinzas. Sentindo-me enjoada, fiz xixi em uma dessas varinhas esquecidas por Deus e duas linhas rosa selaram o meu destino.

Sou uma estatística. Os pecados foram passados de mãe para filha.

Independentemente de como este bebê surgiu, vou me apegar a esperança e dar algo melhor do que tive a minha filha. De alguma forma, de algum jeito, o ciclo se quebrará.

Não deveria reclamar. Na verdade, Monte me permitiu ter amigos. Seus amigos, é claro, mas não estou tão amarrada quanto minha mãe foi. Tenho um bom carro, uma bela casa e um armário cheio de roupas. Se você olhar de fora, eu estou bem.

Se as pessoas soubesse que vivo em um casamento sem amor, repleto de manipulaçao e corrupçao. Não sou a única em débito com Monte. Todos em sua vida estão em algum tipo de dívida com ele.

O vigarista que se recusa a ser enganado, sempre no controle, sempre tendo certeza de que tem a vantagem, Monte tem pessoas que são responsáveis por outras pessoas. Aqueles que não pagam ou têm um plano de serviço como eu, lidam com aquelas pessoas sobre as quais Monte mantém a pressão até que a dívida seja paga ou sofra as conseqüências. Como Monte diz: “É um mundo de obrigação e recompensa, é o ônus e o bônus, Hailey.”

E ele mantém a balança a seu favor em todos os momentos e em todos os sentidos.

Se não caminho em linha reta, pagarei o preço... com a minha vida. Minha dívida com ele está além de qualquer coisa que posso pagar com trabalho normal. Inferno, eu não sei se o bastardo jamais me permitiria sair, mesmo se eu tentasse.

Em que momento isso se torna o bastante, no entanto? Quando me libertarei das correntes que me prendem? Quando romperei esse ciclo por minha filha? Quando Marisa Noelle Timmons verá o amor acontecer? Como posso ensiná-la sobre o amor, se nem mesmo sei o que é.

Não aprendi muito na minha curta vida, mas sei que nunca tive amor verdadeiro em qualquer relacionamento ao meu redor e certo como merda que não é como você lê nos livros. Não vivi o que qualquer um consideraria uma vida normal, mas também estou absolutamente certa que o amor não é uma dívida. Um casamento real, um relacionamento real — se pudesse existir — não é sobre dever ao seu parceiro alguma maldita coisa.

Olho para baixo, para minha preciosa menina adormecida e meu coração incha. Pode ser que não conheça o amor de um homem por uma mulher, mas estou segura de que não há nada — e quero dizer absolutamente nada — que supere a profundidade do amor que uma mãe sente por seu filho.

Meu mundo está deformado. Minha vida é uma merda. Nunca me esforcei para conseguir algo correto em minha pobre existência até que tive essa menina. Cada ar que respira é um novo sopro de vida para mim.

Monte pode controlar e equilibrar até que o sol caia do céu, enquanto eu tenha minha filha.

Quero sair disso.

Mas, eu a quero mais.

Não há nenhuma maneira de sair até que saiba o que fazer com ela. Não há nenhum jeito de que possa escapar até que encontre uma maneira de que ela seja completamente livre. Ela é minha vida, meu proprio ser, meu mundo inteiro.

Uma dia encontrarei um jeito de ter algo melhor para nós duas. Não descobri ainda.

“Durma bem, minha bela adormecida. Mamãe vai fazer a coisa certa para nós duas.” Sussurrei para o quarto silencioso. “Não precisamos de um príncipe encantado, meu amor. De alguma forma, princesinha, vou fazer isso acontecer.”

 

 


Capítulo 03

Morrison


Depois de mudar minha roupa, saio o banheiro no aeroporto. Sou alguém diferente aqui. Sou um ótimo apostador. Sou o que os atletas e os preparadores do ensino médio queriam ser.

Por um breve momento, penso em Annie e me pergunto se ela encontrou o homem que pudesse converter em perfeito na escola. Foi dito que Annie tinha um brilho nos seus olhos castanhos quando viu suas amiguinhas socialites olhando para mim. A fazia parecer ainda melhor. Aparentemente, para ela, era moda namorar alguém inferior a ela. Mas não tinha a intenção de ser inferior a ninguém.

Aqui, ninguém me usa. Fiz o homem cujo reflexo vejo no espelho hoje. Minha cunhada Livi me chama de Slick6, e por Deus, não está mentindo.

Como de costume, faço uma pontuação nas máquinas caça-níqueis no aeroporto. Entro no avião com duzentos mil e esse dinheiro tem que durar um mês, se não mais.

A primeira jogoda é perdida. Os seguintes vinte vão dentro e com ele recupero o meu dinheiro. Na terceira, perco.

Um homem como eu não é superticioso, é calculista. Perder não significa que fui derrotado. Isso me diz por onde começar.

Esse é um ritual que faço toda maldita vez. Se perco, começo longe de Strip, onde os limites e as regras são mais brandas. Quando ganho, vou primeiro a Strip, onde as regras são mais rigorosas, menos espaços e limites mais altos.

Existe um método para a minha loucura? Mudei como a merda mais de vinte vezes e aprendi que desta maneira estabeleço um tom para o meu jogo. “Meu jogo” — você ouviu direito. A maioria das pessoas jogam um jogo, mas eu não. É meu jogo. Comando o jogo.

Caminho no ar seco do deserto. Meus poros imediatamente fecham, meu rosto ruboriza e respiro profundamente, sentindo que sufoco. Não estou sufocando, é claro. A queimadura é bem vinda. Hora de jogar. Paro um taxi e entro.

“3111, Bel Air Drive.” Digo ao motorista enquanto entro no veículo com ar-condicionado.

É o crepúsculo, uma hora do dia em que há algo sobre as luzes em Las Vegas que causa uma onda de energia no meu corpo. Sinto-me vivo, como se tivesse um propósito maior do que arranha-céus e casinos, mais brilhante do que as luzes de Strip. Sou mais ousado em Las Vegas e eu gosto disso.

Quando o táxi para na frente do meu apartamento, sinto um sorriso espalhar por todo o meu rosto. Não, não é um palácio. Não é nem mesmo uma casa de família. O edíficio do qual agora tenho uma unidade, tem portaria e uma vigilância de vinte e quatro horas. Tenho quase quinhentos metros quadrados de alguma coisa.

Têm dois quartos, três banheiros, uma cozinha de última geração e uma sala de estar que abriga não só uma tela grande, mas uma TV de tela gigante e um sistema de som surround Bose. Também tem uma garagem, que é o primeiro lugar que vou, a fim de garantir que meu Porsche está lá dentro sem nenhum dano e completamente ileso.

A medida que a porta da garagem se levanta olho para ele e sinto o orgulho encher meu peito, porque tudo o que tenho é pago. Não devo nenhuma merda.

Amanhã, ele e eu andaremos pelas ruas e encontraremos algumas belas e bronzeadas bundas de Las Vegas para comemorar, para me dar boas-vindas de maneira apropriada às luzes brilhantes e à grande cidade.

Sussurro na noite: “Estou de volta filhos da puta, e pronto para continuar a construir a minha riqueza. Vocês estão preparados?”

Adormecer em um colchão de alta qualidade que comprei on-line e não em loja de segunda mão no centro de Detroit, foi uma das melhores coisas que fiz aqui. Esta cama é feita para um rei. É antialérgico, uma necessidade para mim. Sou alérgico ao pó, ao que parece, por isso passei muito tempo no médico quando criança. Tenho certeza que também é a razão pela qual mamãe não ia com frequência.

Ela havia criado um plano de pagamento quando era mais jovem e o velho se queixava pelo gasto. Cinco doláres por semana. Cinco doláres e paguei essa merda com minha primeira grande vitória.

A descrição dizia “Rei da Califórnia”: capa revestida de feltro com espuma fria. Eu vi “Rei” e vi “fria”. Então olhei para o espelho e pisquei para mim. Foi feito para mim, então dei um clique e comprei essa merda. Estou tão feliz por ter feito. Eu amo essa maldita cama.

Não durmo mais num velho colchão no chão. Estou dormindo como um rei.

Eu amo ser rei, mas em Las Vegas, não sou um rei. Aqui em Las Vegas, eu sou um As. Entro em qualquer casino e sabem quem eu sou. Tenho um bom carro e estou vestido para impressionar. Sempre tive que fingir até que realmente fiz, mas olhando ao redor do meu quarto, eu diria que consegui.

Acordo cedo pela manhã e espreguiço, desejando dar um salto em frente no dia, começando com uma corrida Meu corpo precisa estar cansado, de modo que quando sentar em um casino por horas não fique louco.

Vou para o quarto número três, ligo o aparelho Bose, e salto sobre a esteira; também comprei on-line e foi entregue na minha porta. Inferno, até mesmo fiz com que a montassem. Não queria estragar uma máquina de cinco mil dólares.

Depois de minha corrida e chuveiro, visto uma calça cinza e uma camisa de colarinho com suspensórios brancos e botões azuis. Azul ressalta meus olhos. Então, eu fico no meu closet, verificando minha aparência no espelho.

“Na mosca, é claro.”

Entro no banherio, seco o cabelo, pego um pouco de gel e acomodo cada fio no lugar, a aparência não está completa sem isso. Faço a barba, algo que fazia na parte traseira do Rock City, então pego o meu Rolex prata, passo o cinto, e dou um passo para trás admirando o reflexo no espelho.

Eu me esforçei muito para ser o que sou hoje. Um empreendedor, um grande apostador, um ace, chame como quiser, mas tudo volta para onde comecei.

Antes de sair do meu apartamento, pego minha carteira e um preservativo. Hoje preciso pegar um pequena buceta da alta sociedade.

Nas primeiras quatro horas, eu vou para a Califórnia, no Binion, o Cortez e Golden Gate para jogar blackjack e me certificar que o bolso esteja cheio, e faço dois mil dos grandes em quatro horas. Não é uma porra de dia ruim em tudo.

Tudo está dentro do normal agora. Tenho duzentos mil para jogar e duzentos mil de novo na carteira. Por que duzentos mil? Sempre tenho duzentos mil escondidos para chegar em casa — sempre.

VirO para guardá-los no cofre e tomo um fôlego.

Ligo a tela da TV de oitenta polegadas, presa a parede e afundo na minha poltrona de couro, o meu trono. Apertando o controle da cadeira, a massagem começa, e então sento, ouvindo as notícias.

Mais tarde, acordo me sentindo um novo homem, como um vencedor. Juro que sinto o cheiro das notas e essas cadelas têm o meu nome nelas.

Esta noite, paro no estacionamento e jogo minhas chaves ao manobrista.

“Seja gentil com ela.” Digo enquanto lhe dou uma nota de vinte. “Se retornar igual, haverá uma maior.”

“Eu sei que você fará, Ás.” O garoto pisca para mim.

Este é um aposta — dar as chaves a alguém que você não conhece. O garoto rasga no Rock City, mas ninguém sabe como foi difícil chegar a esse carro. Ninguém sabe que eu não sou apenas um pequeno punk que está queimando seu fundo finduciário e sua juventude jogando cartas, dirigindo carros e andando em bares. Ninguém sabe porque não podem ver o que me delata. Enterrei essas merdas profundamente, tão profundamente quanto as emoções que sinto vendo alguém em minha apreciada posse.

Enquanto observo o garoto com meu carro, vejo um sorriso em seu rosto.

Eu sei que o bastardo quer queimar os pneus tão certo como sei que eu queria fazer o mesmo na primeira vez que me sentei em seus assentos de couro preto. E, inferno sim, eu fiz, mas os pneus foram pagos por mim.

Seu aperto forte no volante — o que o delata — mas não vai fazer isso. Por quê? Ele precisa deste trabalho. Deve ao banco, em seguida, vai e faz o jogo, na esperança de um dia ser um vencedor, como eu.

Eu sei o que delata todo mundo, mesmo os entregadores. Não conto as cartas; conto com o meu instinto. Eu confio na minha intuição. Mama não criou um tolo. Mamãe não criou nenhum imbecil. O que me delata: eu me recuso a tratar as pessoas que têm o mesmo sonho que eu como se fossem menos. Trabalho duro não é estranho para esse cara.

A partir do momento que estaciono meu carro, sorrio para o menino de rosto cheio que toma as chaves. Dou sorrisos e o respeito na forma de confiar o meu carro em suas mãos. Todos me conhece, porque os trato bem. Dou boas gorjetas, falo e trato com respeito.


Capítulo 04

Hailey


Uma coisa sobre as aparências, é que elas sempre enganam. A fim de parecer à família feliz que realmente não somos, algumas coisas devem ser feitas com um casal normal, e uma delas é comprar mantimentos.

Monte tem funcionários, é claro, mas como sua renda não é o que se poderia reivindicar como tributável, por essa razão não tenho ajudantes. Coisas como idas ao supermercado são deixadas como deveres da esposa. Acrescente que a maior parte do dinheiro do Monte está em espécie, e precisei encontrar uma maneira de propiciar o equilíbrio, foi exatamente o que fiz.

Os homens nunca devem subestimar o poder de uma mãe. Suportei muita merda — e me refiro a realmente muita merda — pela sobrevivência. Não há nada que eu não faça pelo meu bebê, mesmo que ela tenha vindo dele.

Anos de agressões verbais me enfraqueceram. Nunca me bateu, não fisicamente. Não, não esqueço a noite em que me derrotou, como me superou em meu próprio jogo. Enquanto estava lutando por minha mãe, nem por um segundo acredito que usaria minha ingenuidade, minha falsa valentia, meus esquemas estúpidos e meu desespero para romper os laços que nos unem para inclinar a balança a seu favor.

Mamãe pagou sua penitência por suas más decisões. Agora pagarei pelas minhas.

Posso lidar com qualquer coisa que jogar em mim. Pode dizer o que quiser, me quebrar em pedaços, me destruir. Posso aguentar tudo e não perder o ritmo. Dia após dia, Monte encontra uma maneira de me lembrar onde venho. Eu aceito. Mereço isso.

Jogo com ele. Controle e equilíbrio de poderes.

Dê-me o seu pior, Monte. Vou resistir. Minha mãe não me criou para ser fraca. Não fui criada para quebrar. Claro, posso ser um produto de minhas circunstâncias, mas não estou quebrada.

Ainda.

Os guerreiros em uma batalha mantém suas armas perto, e minha arma é o tempo. A oportunidade de escapar e ser totalmente livre chegará. Só preciso dar tempo ao tempo, aguentar até que a situação mude e minha oportunidade apareça.

Com o tempo, vou escapar. Só que nada deu certo no início e agora tenho que pensar em Marisa. Suportei sete anos de inferno, ganhando tempo e com ele veio os últimos três anos de céu quando olho nos olhos de minha filha.

Monte não é um pai presente. Somente nos abraça quando tem pessoas olhando. Com a porta fechada, minha filha não é mais do que outra boca para alimentar, outra dívida para pagar.

Razões e desculpas, são como obrigação e recompensa. Todos temos razões e desculpas para tudo o que fazemos ou deixamos de fazer.

Marisa é sua desculpa para me manter ao redor. É uma forma de me manipular e controlar.

No entanto, ela é a minha razão para tudo. Não há desculpa aceitável para decepcioná-la. Não vou falhar. O ciclo finaliza com ela. Preciso que colocar isso como primeira meta.

Com isso em mente, comecei a minha farsa dona de casa, fazendo o meu papel. Sempre que posso, pego meu fardo, escondendo até o momento certo para fazer a minha fuga.

Tive sete anos para ganhar algumas liberdades como ir ao supermercado, minha maior aventura. Apesar de Monte dar o dinheiro e uma lista de compras. Não se chega longe neste mundo sem ser um homem inteligente, de modo que, naturalmente, quer o troco e o recibo. Os itens tem que bater.

Tem uma área de ignorância, no entanto, as necessidades femininas. Depois que percebi que ele não iria participar dos meus exames ginecológicos, solicitei ao médico a impantação de um DIU, que fez com o meu período quase desaparecer. Já que Monte não se importava se tivéssemos mais filhos ou não, e nem se preocupava se tomava ou não minhas pílulas anticoncepcionais. Isso criou a cobertura perfeita.

A cada mês no supermercado, compro produtos femininos em maior quantidade e ele nunca questiona as compras. Compro o dobro, as vezes o triplo do que normalmente precisaria. Então, utilizando um calendário, me asseguro de usar a quantidade menor para que a lixeira mostre o uso de alguns dos produtos.

Antes de chegar o dia das compras para a casa, pego uma cópia do recibo. Examino meu cartão de trocas para que o recibo possa ser conferido no computador. Como ele não está em casa quando vou à loja, não vê que devolvo as mercadorias e troco por dinheiro.

Cortei o forro da bolsa de Marisa e oculto o dinheiro ali, assegurando-me de manter a abertura escondida, alinhando o tecido com o dinheiro. Isso levou tempo, mas com umas poucas contagens, e em três anos, descobri que havia conseguido uma pequena poupança. Não estou pronta ainda, mas é melhor que nada.

As coisas realmente estavam indo bem, considerando tudo. Essa deveria ter sido a minha primeira pista de que algo estava errado. Como perdi as pistas antes desse momento?

Volto para a casa do supermercado e enquanto guardo as compras, escuto um barulho lá em cima. Marisa está com Jamie, minha única amiga nesta vida louca. Ela vai mantê-la até que acabe de armazenar os suprimentos, e então vai me devolvê-la. Consequentemente, não deveria haver nenhum ruído na casa, exceto o meu.

Tentando me convencer que estou ouvindo coisas, continuo na minha tarefa. No entanto, os gemidos soam novamente, e sigo o barulho, pensando que alguém invadiu a casa.

Só que não é isso.

Não, vou ao quarto, o mesmo quarto que compartilhei com Monte, noite após noite, por anos e agora atada à minha cama está uma jovem loira grávida.

“Hailey, que porra é essa?” Monte grita à medida que continua penetrando a mulher sem perder o ritmo.

Minha boca se abre e fecha. Toda essa situação só vai de mal a pior. Que porra devo responder? Não dou a mínima par o que está acontecendo aí, exceto pelo fato de que não usa preservativo, mesmo comigo parada ali, e na minha maldita cama!

A garota morde o lábio inferior, gemendo como fosse uma experiente estrela pornô e me observa enquanto meu marido continua seu ritmo. Parada ali, imóvel em choque, minha única reação é ficar boquiaberta.

Então, a garota sacode a cabeça vigorosamente, como se estivesse lutando contra o clímax e Monte volta sua atenção para ela, penetrando mais forte enquanto ela grita de prazer. O tempo todo, eu luto contra o vômito.

“Não se preocupe; esse bebê não é dele.” A garota tranquiliza.

“Acha que isso me preocupa?” Dou risada dos dois. Então, sem dizer mais nada, viro e saio do quarto. Tentando acalmar minhas mãos trêmulas, tento pensar.

O que foi isso?

Que desastre!

Ele está usando proteção?

O que o futuro me reserva?

Sou uma prostituta, uma com um único cliente. Ele me rebaixou a este ponto. Uma vez, ele me disse que eu era demais para resistir, que ele fez isso porque tinha que me ter. Sentir-me como um prêmio era melhor do que me sentir uma posse. Mas, não sou o prêmio de ninguém. Sou uma puta e em cada golpe dentro da buceta dela, é um a menos na minha para quitar minha dívida.

Que vida doente e torcida vivo. Que desastre gigante de manipulação.

A raiva ferve dentro de mim, e a vergonha me inunda quando meu último pensamento me atinge.

Minha filha teria visto isso? Ele não sabia que ela não estava comigo. E se entrou correndo pelo quarto me procurando como faz na maioria dos dias? Como explicaria isso a Marisa?

“Oh, minha princesinha, papai só está apenas se divertindo com uma amiga... na cama da mamãe. Não se preocupe.”

Apesar de sua falta de sentimentos paternais, apesar de arruinar nosso casamento, nenhum filho precisa ver o ato de adultério de um de seus pais em casa. Estragar por completo minha vida, para mim está tudo bem. Agora, mexer com a porra da cabeça da minha filha, nem pensar!

Que merda vou fazer agora?

Passo meus dedos distraidamente na bancada de granito da cozinha, tentando criar um plano, porque esperar não é mais uma opção.

Os cliques dos saltos da desconhecida no chão de madeira da entrada deixa-me saber que está indo, ao mesmo tempo, ouço um táxi buzinando. Acho que Monte a trouxe aqui e tinha a intenção de levá-la para casa. Ele chega e sai sem motivo ou razão. Com vários veículos na garagem e na frente, não teria como saber que estava em casaquando voltei com as compras.

Entra na cozinha, lava as mãos e não me diz nada e nem eu me movo. Quando seu braço passa em torno de minha cintura, me puxando contra ele, de costas para sua frente, congelo. Meu estômago dá voltas enquanto ele afasta meu cabelos dos ombros e pescoço. Inala meu cheiro e seu gemido vibra contra a minha pele exposta.

Quero vomitar.

“Você gostou de observar, Hailey? Eu gostei de ver você assistindo.”

“Você está falando sério?” As palavras escapam
da minha boca antes que possa detê-las.

Agarro o balcão enquanto me puxa firmemente contra ele, seu aperto agora é firme e quase doloroso.

“Muito sério. Na verdade, não quero que apenas olhe, quero que você participe.” Gentilmente morde o lóbulo da minha orelha e cambaleio para frente, tentando colocar um espaço entre nós. No entanto, é maior e mais forte, e minha tentativa é um fracasso, enquanto rosna em meu ouvido: “Eu quero ver seus cachos dourados espalhados por suas coxas enquanto você a lambe como um homem sedento no deserto.”

Sua ereção pressionando em minhas costas me permite saber quão sério fala e a cozinha gira enquanto luto para manter o conteúdo do meu estômago.

“E se não aceitar?” Bravamente pergunto, enquanto o medo preenche minhas veias.

Sua mão sai da minha cintura e desliza para cima no meu corpo até que envolve firmemente em volta do meu pescoço, mas não apertando e sim advertindo.

“Você não tem uma vida ruim, Hailey. Você já não está vivendo “os duros golpes” e ainda assim você realmente quer me negar alguma coisa?” Seu aperto se intensifica no meu
pescoço. “Você quer me fazer o vilão aqui...”

Não digo nada enquanto continua apertando o meu pescoço, meus pulmões queimando, enquanto corta meu suprimento de ar.

“Sou a porra do seu herói, Hailey.”

Não posso respirar. A cozinha gira. Dói, a queimadura, o ardor. A adrenalina corre dentro de mim, enquanto meu corpo luta por instinto, abro e fecho a boca rapidamente, mas nenhum oxigênio entra. Essa é a forma como tudo vai terminar.

Então, há um ruído a minha esquerda na porta lateral, e Monte de repente me solta empurrando para longe enquanto escuto Marisa e Jamie entrar.

Meu futuro pisca diante dos meus olhos enquanto me viro para a pia para esconder as lágrimas da minha única amiga e, mais importante, da minha filha. Meus pulmões se enchem de ar dolorosamente enquanto respiro lentamente.

“Mamãe, mamãe.” Marisa corre para mim e abraça minha perna enquanto lavo as mãos e jogo água no meu rosto.

Ela não pode me ver neste momento de fraqueza. Serei forte por ela.

Enquanto a pego e abraço, Jamie olha para mim e balança a cabeça assim que Monte retorna para a cozinha.

“Bem, bem, bem, parece que escolheu o momento perfeito, Jamie.” Com suas palavras, minha amiga visivelmente estremece, e meus olhos se arregalam quando olho entre eles. “Alex disse que você quer deixá-lo. Ele falou que terão uma audiência de separação.”

Jamie queria deixar o marido, não é nenhum segredo. Ele não é como Monte, porém. Eles simplesmente não estão mais apaixonados. A audiência de separação é algo que deliberadamente escondi de Monte, com o medo de que me separasse da minha amiga. Obviamente, julguei mal Alex e sua capacidade de manter a boca fechada.

“Também parece que minha esposa não quer continuar com os seus deveres aqui.” Ele se vira para mim. “Tenho uma reunião com um cliente. Se você quer sair, vá antes que eu retorne, Hailey.”

Sinto um frio no estômago. Passo Marisa para Jamie e sigo Monte enquanto caminha para a garagem, sem sequer olhar para sua filha.

“Está falando sério?”

“Tenho falado sério durante todo o dia, Hailey.”

“Posso ir?”

Ele sorri maliciosamente para mim. “Claro. Eu segurei uma arma na sua cabeça para fazer você ficar? Ameacei sua vida para casar comigo? Não, isso é um acordo de negócios, um que não está mais funcionando. Você pode sair.”

Quero pular de alegria, mas o conheço bem.

“Qual é o truque?” Meu corpo treme com antecipação.

“Não há truque. Você me deve e vai pagar. Se não o fizer, o preço será muito alto para o seu precioso coração resistir a ele, querida Hailey.” Ele se vira e caminha para mim. Cara a cara, olha para mim, e curvando o queixo, acrescenta: “Essa garotinha foi meu presente para você, assim poderia ter algo próprio, mas pode ser removida com a mesma facilidade que foi dada. Estarei em contato.”

Ofego.

“Bem vinda de volta, Hard Knocks.”

Sem outra palavra, ele se vira e entra em seu carro.

Merda, o que eu fiz?


Capitulo 05

Morrison


O Strip.

Enquanto entro no Aria, penso em como me tornei um cara assim, alguém que ama as coisas mais finas, um olhar sagaz. Adoro o lugar. Abriga o espetáculo do Cirque du Soleil de Viva Elvis. A porra do lugar está repleto jovens senhoras com muito dinheiro e extremamente excitadas. Adicione álcool à mistura você pode pegar algmas belas bundas comprometidas.

Bunda comprometida casou com seu amor do colegial, porque estava apaixonada. Então teve filhos, enquanto ele trabalhava em tempo integral. Bunda comprometida provavelmente tem uma casa, de duas a cinco filhos e um homem velho em casa lidando com os adolescentes, enquanto ela está curtindo um “fim de semana de meninas” porque finalmente descobriu que estava vivendo uma vida estereotipada que cada menina cresceu pensando que queria.

A porra do conto de fadas que quase nunca se realiza e termina com dez quilos de gordura acumulados na bunda, que o homem em sua casa já não tem mais interesse em foder. O idiota está bem resolvido. O homem em casa está pouco se fodendo para essa bunda e é mais provável que esteja sentado na frente de seu laptop, jogando Cyclops enquanto olha para algumas jovens.

Bunda comprometida é a menina sentada na mesas, rodeada por três ou quatro amigos que a estão animando a beber algumas bebidas para se soltar e ganhar valor suficiente para chegar em um cara como eu.

Bunda comprometida é a mulher que criou seus filhos com amor, enquanto seu marido estava com seus amigos, ainda desfrutando de sua juventude. Em última análise, cansada desse estilo de vida, está pronta para viver um pouco por si mesma.

Seus filhos cresceram o suficiente para limpar suas próprias bundas, soar o nariz, limpar seus quartos, e talvez até mesmo ajudar um pouco no serviço de casa. Seu marido fica deitado no sofá, assistindo UFC enquanto come uma fatia de pizza e bebe uma cerveja antes de adormecer.
Enquanto isso, ela está na banheira, se depilando e ficando apetitosa, apenas para encontrá-lo dormindo quando estiver pronta para ir cama, na esperança de gozar esta noite.

Ela não só quer ser fodida, mas fazer valer a pena a infidelidade. Ela quer gozar e não apenas uma vez. Ela quer ser tocada com o dedo no elevador, e em seguida, tirar suas roupas antes mesmo de chegar ao quarto. Em seguida, quer ser jogada na cama e penetrada duro para explodir várias vezes, de modo que pelos próximos vinte anos, enquanto o marido está levando dez minutos obrigatórios para bombear dentro e fora, ela pense sobre “esse tempo em Las Vegas”.

Estou absolutamente certo de que algumas mulheres têm pensado em Caldwell, o único nome que sempre lhes dou, quando seu marido se goza muito rápido dentro da mulher que ele prometeu cuidar.

Que se foda tudo. Que se foda o casamento. Que se foda s pessoas decepcionantes que deveriam amar. As mesas são minhas cadelas.

Vim até aqui para ganhar algum dinheiro, ter meu ego acariciado e em seguida, passar para o próximo lugar. Ganho algumas centenas de dólares, não é um mau começo para a minha noite.

Meu carro aparece na minha frente e olho para ele. Está perfeito, por isso meu amigo ganha um tapinha nas costas e cinquenta doláres. Pode parecer muito, mas também trabalhei por gorjetas.

Sigo para o Cosmopolitan e faço o mesmo ritual: entrego minhas chaves, dou gorjeta, converso com eles e e eu os trato como seres humanos, porque é exatamente o que eles são.

Decido mudar um pouco as coisas e jogar roleta, seguido por blackjack. Faço bem, ganho algum dinheiro e consigo uma senhora finamente vestida tentando me distrair com seu decote e sua mão na minha coxa por debaixo da mesa.

“Você já encontrou o que está procurando?” Pergunto, enquanto sua mão sobe por minha coxa.

“Ainda não. Mas vou.”

“Oh, já vejo como isso vai ser. Você quer ser à no comando, certo?”

“Eu amo tomar a iniciativa.” Diz antes que seus dentes acariciem seu lábio inferior.

A menina é uma mordedora e muito, muito dominante para o meu gosto.

“Olhe para mim, linda.” Ordeno.

“Sim. Estou olhando, e estou sentindo.” Responde.

Paro sua mão antes que ela atinja a mina, cobrindo-a com a minha.“Olhe mais profundo. Você vê um homem que gosta de ser submetido?”

“Eu prometo que você vai gostar do meu controle.” Ela diz enquanto tenta puxar sua mão.

Tenho mais força e puxo-a para os meus lábios, beijando as costas de sua mão, e, em seguida, a coloco sobre a mesa.

“Não gosto de receber nada. Eu gosto de tomar.”

Ela é desencorajada por isso. Como posso saber? Ela demonstra. Seus ombros caem e, em seguida, olha diretamente para o carteador de cartas.

Mulheres dominantes não são o meu estilo. Eu as tive e sempre foram experiências. Você dorme com uma feminista dura e perversa que pensa que não vai apenas montar seu pau, mas que o vai dirigir. Bem, ela tem outro pensamento vindo, mas ela mesma não vai conseguir gozar.

A última menina dominante com quem transei, honesta como a merda, tentou empurrar seu dedo mindinho na minha bunda.

Não, obrigado.

Para chegar até mim, preciso que haja suavidade nelas. Sou todo homem. Eu gosto do jogo, um pouco de busca e captura. Se uma mulher está interessada, é ótimo. Se ela for muito afoita, costumo fugir. Amo o estranho, mas não tão estranho.

Quero seduzir uma mulher. Quero deixá-la molhada e devassa. Quando me estabelecer, será melhor que seja com toda uma mulher: em mente, corpo, alma e desejo. Será melhor que esteja preparada para dar e receber prazer. Não tive ainda uma mulher assim, porque estão muito ocupadas tirando tudo de mim.

O corpo é uma coisa bonita, e eu amo as coisas belas. Quero assegurar de que quando saia pela minha porta, saiba que teve bem e em abundância.

Olho para baixo e levanto minhas cartas o suficiente para ver os dois às. As escondo, acrescentando umas fichas à aposta e logo o crupier vira cada uma.

“Estamos com bastante sorte, né?” Pergunta a garota com a mão errante.

“A sorte não tem nada a ver com isso.” Volto minhas cartas e dos blackjacks, uma vitória com os reis.

Esse é um dos meus caprichos também. Os reis da mesma cor me dizem que devo me contentar com o que tenho, assim recolho minhas fichas e começo a ficar de pé.

Ela me olha e dá de ombros.

“Você perdeu.”

“Baby, eu sou um vencedor todo o tempo maldito, e minha noite não acabou, talvez eu possa te achar novamente.”

Vou embora, com mil e duzentos dólares em duas horas. Não tinha planejado ficar tanto tempo, mas saio vitorioso.

Vendo meu carro se aproximar e parar ao meu lado, aceno para o menino puxar para frente, porque não posso inspecioná-lo completamente se está nas sombras. Quando ele para, passo por ele, em seguida, lhe dou uma nota de cinquenta e saiu. A última parada da noite terá que ser Caesars.

Entrei para descobrir que o lugar está cheio, então olho ao redor e procuro uma mesa vazia, mas não vejo nenhuma. O que vejo é um grupo de quatro garotas que me devoram com os olhos, e essas meninas são ricas. Não só posso ver, mas quando uma caminha em minha direção, posso sentir o cheiro.

Olho para baixo e vejo os dedos perfeitamente cuidados que sobressaiem da sua Fendi. Lentamente eu olho para cima para ver as pernas que são lisas e douradas. Sei muito bem que são recém-depiladas. Sua pequena saia preta atinge acima dos joelhos, mas não muito alto. Ela está vestindo um top rosa de seda. Seu longo cabelo preto está em ondas soltas, e seus olhos castanhos escuros encontram meu olhar. Ela é elegante, em uma espécie de primeira classe.

Suas amigas passam por ali, todas me observando, avaliando. Ela está interessada, e elas sabem disso. Isso é o que faz uma bunda de primeira classe. Não toma decisões por conta própria. Não, elas têm um pequeno conselho de administração debutante.

Observo enquanto elas acenam para ela busca de aprovação de sua amiga. Pelo que diz respeito a ela e suas amigas, isso não será um desafio: definitivamente conseguiria um pedaço dessa bunda quatro vezes aprovada.

Mas esse jogo não é suficiente para mim. Apesar de que eu gostaria de aproveitá-lo, ela não ganhou o direito a esse passeio, ainda não, de qualquer jeito. Consequentemente, quando vejo uma vaga em uma mesa, decido ignorar a primeira classe e fazer o trabalho para o qual vim.

Assim que minha bunda senta na cadeira, as cartas do crupier vão para a mesa e as pego. Cinco cartas em minha mão, duas rainhas e um valete. Não são boas probabilidades, mas tiro algumas fichas extras para a pilha e aumento a aposta. Então pego três cartas, mantendo minhas rainhas e recebo três em troca. Agora tenho outra rainha e um ás na mão, três de um tipo, é o mais alto.

Uma sensação de calma me invade. Sei que vou ganhar, e quando faço, olho em volta para ver o mesmo grupo de garotas me olhando.

Ainda não interessado nelas ou sua amiga, decido terminar a noite nas mesas. Tenho o suficiente para colocar este jogo em espera. Caminho para a janela para trocar minhas fichas.

Ela não está no meu caminho direto, mas com alguns movimentos, aparece na minha frente, olhando-me com expectativa.

Esbarro contra ela enquanto passo, ela não faz nenhuma tentativa de se mover, me dando um sopro de seu dinheiro com um toque doce do seu perfurme caro.

Depois de trocar minhas fichas, vou para a saída decidindo ir para a Omni já que a noite é uma criança.

Um caleidoscópio de luzes cai em cascata através da parte principal do clube e um DJ toca uma melodia que atrai a multidão enquanto caminho. Este lugar tem quatro ambientes, arquitetonicamente impressionante. Entre seu teto de cúpula e os pilares está cheio de bundas bonitas dançando, girando...é elétrico.

Mas não vou para a pista de dança. Caminho para o bar.

“Água com gás, por favor, com gelo.” O cara olha para mim divertido. “Ouça, cara. Darei uma boa gorjeta, não importa o que eu beba.”

Ela acena, em seguida, vai pegar o meu pedido.

Enquanto espero, vejo as meninas de mais cedo seguindo para a pista de dança. Enquanto dançam, olham em volta, tentando não ser óbvias. Porém, quando uma das garotas me encontra, todas se reúnem em um grupo — o conselho de decisões.

Viro de frente para o bar e momentos mais tarde, tem alguém ao meu lado. Não preciso perguntar quem é, tampouco — sinto o cheiro. Ela está determinada. Vou lhe dar isso, e, possivelmente, o orgasmo que obviamente está procurando.

Olho para o balcão, onde suas mãos estão descansando e vejo uma pequena marca onde antes havia uma aliança. Olhando para cima de novo, vejo seu sorriso.

“Você quer ir para minha casa?” Pergunto, sabendo que me dirá alguma coisa. Continuará tentando jogar este jogo, ou vai deixar que o jogador dirija a mesa?

Ela parece acanhada, mas depois sorri.

“Tenho um quarto aqui.”

Assinto, então tomo um gole, sem nenhuma pressa para dizer se estou interessado ou não. Isso não fica bem em seu pedestal presunçoso e simplesmente o inclina um pouco, fazendo-a um pouco vulnerável, que é onde precisa estar.

Ela se move, um pouco menos auto-confiante, e me viro para olhar para ela, da cabeça aos pés. Estou julgando como uma apresentação de leilão enquanto ela fica ansiosa, esperando por minha resposta. Não dou uma, embora.

Tenta conseguir um pouco de controle de novo, perguntando: “Tem namorada?”

“Não tenho relacionamentos.” Digo honestamente, antes que a merda caia e mostro logo que não sou um prêmio que possa levar para casa para conhecer o papai.

“Fiquei solteira recentemente também. Nenhum desejo de pular para outro.”

“Ok.” Tomo outro gole, depois pego sua mão e a levanto, esfregando meu polegar por seu pulso. Ela toma respiração profunda e olha em seus olhos. “Vamos para o seu quarto e a farei esquecer tudo sobre ele. Quando voltar para casa, poderá se lembrar dessa noite e saborear seu segredinho sujo. Porque o que acontece em Vegas fica em Vegas.”

 

 

 

 

 

 


Capítulo 06

Hailey

 

Tudo aconteceu muito rápido. Jamie realmente pediu o divórcio ao marido e e ele prometeu providenciar para que ela tivesse uma espelunca de apartamento para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou ajuda financeira, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para a espelunca. O que ele não sabia era que ela estava tomando aulas on-line há anos e tem um diploma em faturamento médico, e já tinha conseguido um emprego para se manter.

Tudo aconteceu tão rápido. Jamie realmente pediu o divórcio do marido, e ele prometeu providenciar para que ela tivesse um apartamento de merda para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou-a financeiramente, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para o shithole. O que ele não sabia era que ela estava cursando aulas on-line há anos e obteve um diploma em faturamento médico, e ela já arranjou um trabalho para que possa avançar.

Bem, algo assim.

Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Não importa o quão maldita sua situação com ele, independentemente dos jogos que ele está brincando com ela financeiramente, eu só tenho que agradecer que ele lhe ofereceu um apartamento de dois quartos, embora nenhum de nós nunca esperasse que eu terminasse em seu lugar com Marisa.

Até onde sabemos, ninguém mais sabia do seu pedido de divórcio — Alex havia pedido que mantivessem as aparências até que tivesse certeza de que realmente queria abandonar a vida que tinham juntos. Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Independente do tipo de jogo com o qual ele joga financeiramente com ela, só tenho que agradecer por ter lhe dado um apartamento de dois quartos, embora ninguém esperasse que eu fosse terminar morando neste mesmo lugar com Marisa.

Só me permitiram ser amiga de Jamie porque Alex estava profundamente endividado com Monte. Seu negócio precisava de um investidor e Monte cumpriu esse papel, convertendo-se em seu investidor a longo prazo e um sopro de vida para sua sobrevivência financeira.

Equilíbrio de poderes mais uma vez.

Com Jamie não querendo continuar seu casamento com Alex, Monte perde seu poder de manter minha amiga na linha pelo bem de seu marido. As balanças não se movem a seu favor.

Deveriámos saber que Alex diria a Monte. Não manteria esse tipo de segredo do homem que o tem pelas bolas.

Minha recusa em abrir nosso quarto para participantes adicionais inclinou a balança. E não a seu favor. Em vez de ceder, ele me jogou de lado. É engraçado como permanecer fiel representa um compromisso. É apenas mais um exemplo de como meu mundo é fodido.

Assim que o Monte saiu para a reunião, empacotei o que pude. Deixei minha aliança de casamento na cômoda, com aesperança de que de certo modo não lhe devesse a jóia, cujo preço obviamente não significam nada para ele.

Estava com Marisa a três dias no apartamento fodido de Jamie quando a polícia chegou. Os dois oficiais me informaram que, apesar de Monte ter relatado meu carro como roubado, se pudessem recuperar o veículo, eu poderia evitar suas acusações.

Mesmo antes de ter a oportunidade de pensar em minha vida, ela já estava desmoronando. Sabendo que necessitava de dinheiro, e agora de um carro, peguei o primeiro trabalho que encontrei, como garçonete em um cassino. Então, utilizei o dinheiro do supermercado que havia economizado e comprei um carro que tenho que rezar para que funcione toda vez que ligo a chave.

Isso foi há três meses, durante o qual recebi algum tipo de lembrete semanal de Monte de quanto o devo. Marshall, o chefe encarregado por suas cobranças, disse que me conseguiria outros três meses antes de cobrar outra vez o meu pagamento. Assim, agora tenho três meses para encontrar uma solução para meus problemas. Três malditos meses!


O salário é bom, mas, mais do que qualquer coisa, os contatos serão inestimáveis. Monte pode pensar que ele tem as cartas. No entanto, vou seguir muito rápido jogando com sua mão. Mamãe não me criou para desistir. Independentemente das nossas circunstâncias, ela não desistiu, continuou jogando com todas as mãos que a vida lhe trouxe não importando as probabilidades contra ela.

Minha mãe estava longe de ser perfeita, mas ela era uma lutadora. Apesar de como as coisas eram ruins, sempre foi para frente, ainda que não fosse o caminho certo.

Marisa e eu jogaremos nossa mão, e quando as cartas forem dadas, de alguma forma, vamos entrar e ganhar dinheiro. Vou pagar cada centavo que devo a Monte para poder andar com minha menina preciosa, livre e protegida.

De alguma forma, eu vou.

“Vamos, Flounder7, é hora de sair.” Jogo as varas de um brinquedo de pescaria na banheira para ela. Esta semana estamos na Pequena Sereia. A próxima semana, será Cinderella... novamente.

Tiro minha filha da banheira para secar, e ela sorri docemente, momentaneamente, removendo o estresse do meu dia.

Depois de loção, pijamas, cabelo e os dentes escovados, nós deitamos na cama no quarto de hóspedes da minha amiga fiel. Dói no coração pensar no que deixamos para trás, mas que não era seguro. Vivo e respiro para a menininha ao meu lado. Nada nunca a machucará, custe o que custar.

Ela olha para baixo quando seus olhos seguem o meu dedo, maravilhando-se com cada palavra que leio em voz alta. “Histórias para dormir” é como ela chama isso. Momentos preciosos para mim.

“E eles viveram felizes para sempre... fim.” Corro meus dedos através de seus cabelos macios.

“Outra vez, mãe?”

Como posso dizer não a isso?

Depois de se aconchegar em mim, começo a nova história enquanto desliza suavemente para o país dos sonhos. Ah, se fosse assim tão fácil ...

Olho para o relógio de cabeceira e suspiro, sabendo que só tenho trinta minutos para ficar pronta para o trabalho esta noite, antes de sair e deixar Marisa com Jamie.

Um dia, não terei excesso de esforço sem tempo para descansar.

Um dia, não guardarei um segredo de minha filha.

Um dia, simplesmente seremos capazes de ser Marisa e eu.

 

Bastardos de terno, galanteadores idiotas. Todos! Isto é temporário, é apenas um trabalho. Momento a momento, eu só tenho que passar por mais um dia.

Meus pés doem com cada passo que dou em meus saltos altos e preciso fazer uma pausa enquanto puxo minha saia.

Uniforme de garçonete desprezível. Esses idiotas pensam que ele é feito para facilitar o acesso. Também pensam que podem me tocar onde e como eles querem para que eu possa ganhar mais gorjetas.

Um dia, isto será uma mera lembrança. Por agora, tenho que continuar trabalhando no casino. Este é um meio para um fim. Felizmente, é aquele que paga bem, mas estou absolutamente certa de que não é fácil. No entanto, não posso deixar que me derrube.

Olhos no prêmio. Conseguir contatos e entrar nos jogos clandestinos. Jogar um torneio.

Ganhar.

Pagar a dívida. Concluir. Retomar a vida.

Minha mãe sempre disse: “Os rapazes não vão gostar se ganhar deles, Hailey Sue. Você tem que jogar duro, jogar de forma inteligente e atacar o homem certo. Conheça o seu lugar, querida.”

“Sim, mamãe, e funcionou para você?” Murmuro ao ar seco de Las Vegas à minha volta. Em seguida, solto um suspiro de frustração enquanto sigo para o meu carro.

Tem que estar brincando comigo agora!

No momento, em que acho que esta noite não pode ficar mais longa, com certeza ela ficará. Um desses filhos da puta estacionou o carro atrás do meu, bloqueando a saída. Estou certa de que seu Porsche não ficará tão perfeito quando deixar uma impressão do meu pequeno Nissan na porta do passageiro.

Seguindo o meu carro, abro a porta manualmente, já que o alarme da chave não funciona mais. Aborrecimento me consome enquanto tiro os saltos e piso no cascalho. Neste ponto, não ligo para a sujeira no chão — meus pés doem, minha vida é um completo desastre e esta noite parece nunca ter fim.

Jogo minha bolsa na parte de trás, enquanto pego a minha mochila. Abrindo, coloco camiseta sobre a minha saia, agarro uma camisa velha e cubro meu sutiã, mal cobrindo meus seios, em seguida, começo a puxar os grampos do meu cabelo. Uma vez que libero meu cabelo de seu penteado elegante, faço rapidamente um coque bagunçado em cima da minha cabeça.

Não sou glamurosa.

Uma vez que ajustei meu visual da vida profissional para a vida real, espero.

Ansiosamente, espero.

Se esse cara estiver em um torneio e vencer, poderia ficar aqui toda a porra da manhã. Indo para o carro que bloqueia a minha fuga, corro meu dedo de unha perfeitamente feita sobre a borda da beleza.

Um dia, serei como esses idiotas endinheirados. Um dia, vou estacionar o meu carro onde diabos eu quiser, sem qualquer consideração que seja rebocado, batido ou roubado.

Deve ser bom, não se importar em perder cem mil dólares.

Gostaria que o dinheiro fosse tudo o que estava em jogo para mim, mas algumas pessoas podem não ter tanta sorte, certo?

Estou correndo o dedo ao longo do porta-malas, quando escuto um assobio atrás de mim.

“Tire suas fodidas mãos do meu carro!” Um tolo em um terno vem correndo, resmungando algo sobre não ter seu habitual manobrista.

Bem, idiota, estacione o seu próprio carro e você não terá que se preocupar com o serviço de manobrista estacionando no lugar errado.

“Oh, o que há de errado? Você tem medo que eu possa sujar o seu ‘precioso’ aqui? Não gostariamos disso agora, certo?” Zombo dele, movendo um dedo no ar antes de colocar de volta no carro. O acrílico nas minhas unhas não faz remotamente nada para arranhar a pintura do veículo, mas faz o iditota correr mais rápido.

“Porra! Está louca? Esse carro custa mais que a casa de algumas pessoas.”

“Louca? Nop. Irritada como o inferno? Pode apostar.”

Ele olha para mim, inclinando a cabeça para um lado como se estivesse realmente me estudando. Em seguida, põe a mão sobre o peito em dor simulada.

“Esta irritada comigo? Por que você ficaria chateada comigo, Baby?”

“Baby. Para o inferno com ‘baby’. Pareço uma porca para você?” Olho para minha roupa velha, em seguida, levanto a mão para evitar a sua resposta. Pareço uma porca. E, basicamente, não posso arriscar estar em guerra com qualquer jogador no subsolo, então é hora engolir meu orgulho novamente. “Não responda a isso. Acho que estamos começando com o pé esquerdo.”

Estendo minha mão para ele e me coloco em modo doce da melhor maneira possível. “Sou Hailey. Trabalho lá e acabo de terminar meu turno. Saí, pronta para ir para casa... mas parece que você está me bloqueando.” Posso ser doce ao mesmo tempo que lhe digo para mover seu estúpido carro. Espero que ele possa se calar e podemos seguir em frente.

Seus olhos brilham com humor enquanto toma minha mão na sua, me dando um aperto de mão firme. “Pode me chamar de Caldwell.”


Capítulo 07

Morrison


Pode me chamar de Caldwell, de paizão, me chame do que quiser, contanto que esses malditos lábios vermelhos estejam em torno do meu pau.

Depois de olhar para mulheres extravagantemente vestidas por toda a noite, mesmo considerando algumas para foder, esta garota é como um pedaço exótico e sujo. No entanto, não suja da maneira que pensam. Ela não parece ter um arbusto entre as pernas típico dos anos oitenta ou um cheiro desagradável que me faz querer vomitar só de pensar nisso. Quero dizer, vamos ser honestos: tive minha quota encontros ruins, se sabem o que quero dizer. Do tipo que fede e é insuportável, especialmente porque você sabe que tem que terminar o trabalho com um uma falsa ação, que é como começaram.

Ela? Suas roupas estão fodidas, seu cabelo bagunçado e enfiado em um dos penteados do tipo ‘não dou a mínima’, que normalmente não seria o meu gosto. Seu cabelo é castanho e pesado, e apenas quero dar uma de Capitão Caverna sobre ela, em seguida, arrastá-la através dessa confusão grossa à rocha mais próxima, dobrá-la, e penetrá-la com esse coque frouxo.

“Já tomou café?” Pergunto, implorando na minha cabeça para ser tão rebelde como ela aparece em seus pés descalços no cascalho. Porra, isso normalmente me incomodaria, mas não agora. Eu quero ouvi-la dizer com aquela voz rouca de Miley Cyrus, ‘Caldwell, estou faminta. Vamos pular o jantar para que eu possa chupar você, aqui e agora.’

“Você está brincando, certo?” Ela enfia os dedos na minha cara. “Olhos aqui em cima, Slick.”

Levo meu tempo olhando para seus seios. Por que a pressa? Você não vai para a loja de animais e imediatamente diz: ‘Sim, eu vou levar esse.’ De alguma forma você dá uma olhada para o gatinho em primeiro lugar.

“Ei, Slick, não há nenhuma chance no inferno que eu deixe um cara como você tentar me pagar o jantar e depois sei lá o que. Então, por que não...”

Levanto um dedo. “Shh... só estava pensando sobre a sobremesa.”

“Sério? O que faz você pensar que eu deixaria?”

Finalmente olho nos olhos para vê-la mastigando o lábio. “Deixar? Eu não estava pensando em mim, querida. Estava pensando no cocktail de Caldwell que vou deixar você provar.”

Ela solta uma risada irritante. “Sim, bem, acho que o menino bonito foi rejeitado pela alta sociedade lá, então, deixe te dar conselhos. Elas te olham e veem um cara que gasta a mesma quantidade de tempo na frente do espelho
quanto elas. E estão pensando: Porra, ele é gostoso, mas com uma cara como essa, provavelmente não seja tão generoso. Assim, enquanto você achava que te daria um boquete, eu estava pensando em colocar minha buceta em seu rosto para ensinar uma lição sobre como uma mulher quer realmente que o homem seja um maldito homem.”

“Eu sou todo um homem.”

“Aposto que sim.” Ela solta uma risada.

Você está mordendo o lábio; seus mamilos estão duros; sua buceta provavelmente está encharcada...” Ela não me para, então continuo. “Você quer me foder tanto quanto eu quero foder você.”

“Eu gosto de foder, mas novamente, eu quero um homem entre as pernas para me assegurar que tirar minhas roupas não foi uma perda de tempo.”

“Temo que, quando chegar aí em baixo, possa encontrar um conjunto de bolas.”

“Por que você não vem aqui e verifica?” Ela me desafia.

Levo cerca de dez segundos para pressioná-la sobre o capô do meu carro. Assim que fico entre suas pernas, sua mão já está em meu pau.

Isso vai acabar mal.

Agora.

O moletom me lembra da escola secundária, de fácil acesso, e estava certo, ela está encharcada. Meus lábios pressionam contra ela enquanto meu dedo desliza em sua abertura quente. Ela puxa o ar e beija mais duro.

Seus lábios são suaves como pequenas almofadas de pelúcia, e o falar sujo de sua boca acrescenta mais tesão a merda. Quero mais.

Empurro minha língua em sua boca, e porra se não tem gosto de céu. Ela tem gosto bom, cheiro bom, é gostosa, e estou duro como o inferno.

Coloco minha mão livre sob sua cabeça, porque de repente quero ter certeza de que não estou batendo sobre o capô do carro. E, filho da puta, nem sequer me importa o carro.

Preciso de mais. Minha boca cobre a dela e minha língua mergulha em sua boca novamente. Subo e desço a minha língua, mais lento neste momento.

Com uma voz rouca como a dela, eu teria pensado que era uma fumante, mas de jeito nenhum no inferno. Sua boca tem gosto de água da chuva tão limpa caindo do céu direto para a minha boca, sem sequer tocar o chão.

Passo a língua no céu da sua boca, gengivas, dentes, como se queisesse que a minha língua fosse um fio dental.

Que porra há de errado comigo? Que se foda a boca. Eu quero provar sua buceta.

Eu me afasto dela novamente, então passa a mão por suas costas e tiro a outra da calcinha. Chupo meu dedo e rosno quando sinto o gosto da sua umidade doce. Enquanto a levanto, seus olhos se abrem, e se parecem como dois faróis, como se ela estivesse tão surpresa quanto eu.

“Você é gostosa.”

Seus olhos ficam baixos, longe dos meus, e temo que esse momento desapareça desapareça antes de terminar —antes mesmo de ter começado.

Eu a levanto pela bunda, e minha pequena Coringa se torna uma boneca de pano. Quase se deixa ir em meus braços enquanto caminho em direção ao carro e abro a porta. Coloco-a dentro, depois a tiro de suas calças e calcinha. Está nua, exceto por sua pequena pista de aterrissagem e minha língua está prestes a se tornar o avião que vai pousar naquela pista.

Empurro-a para trás e desço entre suas pernas. Então vou duro, esperando como o inferno que não saiba o quanto anseio seu gosto. Beijo e mordo o interior de suas coxas enquanto ela se contorce e solta grunhidos que me deixam mais louco.

Coloco minha mão em seu estômago, mantendo-a imóvel, porque sei que se apenas isso a faz reagir da maneira que faz, assim que lhe chupar entre as pernas sensuais vai quebrar em pedaços. Minha língua viaja na pista de pouso enquanto respiro devagar e profundamente, assimilando seu aroma. Quando minha língua separa seus lábios, seus quadris se arqueam e pego sua coxa na mão e segure-a firmemente enquanto coloco minha língua, então passo a língua de trás para frente uma vez e outra. Apesar de não querer, evito seu clitóris, trabalhando, ouvindo seus gemidos, enquanto tenta segurar o grito que sei muito bem que quer deixar sair.

Suas mãos agora estão em punhos em minha camisa, me causando todos os tipos de rugas, tenho certeza, mas, quem se importa? Estou degustando a melhor buceta que já provei — juro por qualquer merda, que vou gozar só de prová-la. Ela se contrai em minha língua com o corpo tenso em todos os lugares, os seus pequenos grunhidos se tornam um gemido abafado, e começo a laber mais forte sua protuberância até que grita “Caldwell” ao céu aberto da noite.

Quando começa a relaxar, e finalmente sou capaz de me afastar de beijar e lamber sua doçura, beijo sua barriga, levantando sua camisa com o meu nariz enquanto vou para o seus seios.

Olho para o rosto dela e vejo que seu braço está cobrindo seus olhos. Quero saber como se parece quando está saciada quase tanto quanto quero provar seus seios, mas algo ressoa em algum lugar e ela se levanta com um pulo. Meu nariz bate o fecho de frente de seu sutiã, e tropeço para trás com a pressão.

“Oh, Deus, desculpe.” Ela diz, puxando as calças e calcinha.

Sai do carro e se fecha rapidamente. “Tenho que ir embora.”

“Ir embora?” Pergunto confuso. “Estamos apenas começando. Permita-me te levar...”

Ela endireita, a dureza em seus olhos retornando.

“Queri...”

“Eu não sou sua querida.”

“Tranquila, tigresa.” Pego sua mão antes que ela possa escapar, agarrando-a e puxando-a contra mim. “Eu prometo que vai ser o melhor dia da sua vida. Não saia correndo agora.”

“Eu não te devo nada.” Diz.

Puxo-a mais contra mim para que possa sentir o quão duro estou por ela. “Você não me deve nada.”

“É isso mesmo, não devo. O fato de que você acabou de fazer gozar alguém que só teve um pau dentro dela sempre deve ser considerado como um presente, uma iguaria, um...” Inferno.

Giro minha mão em seu cabelo e puxo seus lábios contra os meus. Minha língua começa a traçar as contusões invisíveis que devo ter causado, e começa a relaxar novamente até que outra buzina quebra o nosso momento.

Ela se afasta, olha para além de mim, e depois vai embora.

“Tenho que ir embora.”

“Espere.” Agarro a mão dela. “Jantar mais tarde? Uma bebida? Seu nome?”

Ela olha confusa, depois seus olhos endurecidos estão de volta.

“Siga-me.” Ela começa a caminhar em direção ao beco e a sigo.

Não vou voltar atrás por nada neste momento.

Ela para e me empurra contra a parede de tijolos.

“Depois disto, estamos quites.”

“Depois do qu...” Ela me solta e está de joelhos diante de mim, antes que eu possa dizer outra palavra. “Oh, inferno. Não pare.” Rosno.

Não faz. Ela me chupa como ninguém, sua língua traça a cabeça do meu pau, em seguida, desliza ao longo do meu eixo enquanto baixa minha calça. Agarra minhas bolas e geme com apreciação, o que me deixa excitado como o inferno. Ela as rola em sua mão enquanto suga tão forte que já estou sentindo o calor do meu gozo se espalhando por mim como incêndio.

“Se você não quer o cocktail Caldwell, é melhor parar.” Assobio.

Chupa mais duro, e estou gozando, vendo as luzes brilhantes da Strip de Las Vegas. Então a sinto subir minha calça e me arrumando. Uma primeira vez para mim. Estranho? Um pouco, mas legal, também.

“Baby.” Começo e ela se afasta. “Cristo.” Agarro a mão dela. “Por que diabos a pressa? Não terminei com você.”

“Estamos quites.” Diz enquanto começa se afastar com minha mão ainda na sua.

“Estamos contando?” Sorrio.

“Obrigação e recompensa.” Engole com dificuldade. “A vida é tudo sobre...”

Ela para quando a viro para mim. Juro que seus olhos estão cheios de lágrimas, mas por outro lado, poderia ser o fato que meu pau estava penetrando sua garganta.

“Então, lhe devo um grande momento.”

Ela inclina a cabeça para um lado, enquanto me estuda, mas, em seguida, se vira e me dá a mão.

A sigo até seu carro e abro a porta antes que ela possa fazê-lo.

“Mamãe criou um cavalheiro, entendo.”

Olha para o chão enquanto entra em seu pequeno carro. Então, me inclino, pego o cinto de segurança e passo ao redor dela e fecho.

“Eu quero o seu nome.”

“Preciso ir embora.” Ela diz quando liga o carro. “Por favor, feche a porta e vá para o seu carro.”

“Apenas o seu nome...”

“Chame-me azarada.”

“Eu não acredito nisso nem por um segundo.”

“Acredite.” Sussurra baixo ao mesmo tempo em que coloca seu carro em marcha.

Deixo-a ir, porque sei que acaba de ter um momento de reflexão. Eu com certeza tive.

Deixo-a ir, porque sei que vou ver sua bunda novamente. Sei onde ela trabalha —meu novo casino favorito: Harrah’s, o lugar onde vou conseguir minha bunda de ouro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 08

Hailey


Obrigação e recompensa. Pagamento e retruição. O quadro de pontos está empatado com Caldwell. Por mais que eu tente me convencer de que não lhe devo nada, no entanto, não está funcionando.

Ele colocou sua boca em mim, no meu corpo.

Corro a minha mão sobre meus seios descendo pelo meu estômago, enquanto minha pele continua a sentir um formigamento do seu toque. Quanto tempo mais vou ficar pensando no meu momento de fraqueza dessa noite? Como tudo isso ficou fora de controle tão rápido?

Bato no meu rosto. Esqueça, Hailey. Como você pode ter se deixado hipnotizar por um bastardo com um terno novo?

Se o carro não tivesse buzinado, eu o teria impedido?

Minha mente corre enquanto repito os movimentos. Ao parar em um semáforo, eu me sinto em repouso, olhando para as minhas mãos trêmulas, percebendo que meu dedo anelar ainda tem a marca de usar minha aliança por muitos anos.

Eu me tornei a prostituta que minha mãe foi? Prometi a Marisa que lhe daria algo melhor. Mas esta noite, sob as luzes brilhantes de Las Vegas, me perdi novamente por um homem.

Inclinando-me, coloco a mão trêmula na minha boca inchada, e minha mente imediatamente sente seus lábios em mim. Ele teve sua boca em mim. Fez o meu corpo gozar debaixo dele e fui incapaz de parar. Aquelas sensações... Nunca, nunca senti o que senti esta noite, mesmo antes de me tocar. Apenas a nossa discussão verbal deixou minha calcinha molhada.

Baixo minha cabeça em vergonha. Estou tão desesperada por atenção?

Uma buzina atrás de mim me faz saltar. Olhando para cima, vejo que o sinal ficou verde e fico com ainda mais vergonha enquanto balanço a cabeça concentrando-me em dirigir para casa.

Casa.

As lágrimas picam atrás dos meus olhos. A pequena sala que Marisa e eu ocupamos não é uma casa. Como posso sair dessa confusão? Preciso me concentrar na estrada. Preciso entrar no jogo e não perder tempo por aí com um grande apostador, que só quer uma aventura entre lençóis. Não posso me deixar pegar novamente.

Ligo o rádio, precisando de uma distração, e “Tell Me Why” Three Days Grace está tocando. A história da porra da minha vida, mas tenho algo que amo, e irei protegê-la com a minha vida.

Finalmente em casa, me preparo para uma ducha. Ao abrir a água, suspiro enquanto passo minha mão sobre meu corpo nu, e memórias do seu toque voltam outra vez. Lavo meu corpo, enquanto ele treme com necessidade, e termino mais frustrada que antes.

Já cometi erro atrás de erro e paguei caro. Vou conseguir fazer alguma coisa certa?

Faço o café da manhã depois que Marisa acorda. Então embalamos o almoço e a levo à pré-escola.


Ela frequenta uma pré-escola local de meio-período para as crianças de três anos. Foi uma grande socialização para ela e uma pausa bem-vinda para mim desde que deixei Monte, o que me permitiu tempo para resolver algumas coisas em nossa vida. Antes, ela só frequentava porque Monte achava que isso era ‘apropriado’ para ela, mas
é claro que foi adicionada à minha dívida, porque a escola não é barata.

“Senhora Timmons, eu não sei como te dizer isso.” Carrie, a diretora da escola, sai de seu escritório para falar comigo.

Dou um rápido adeus a Marisa, enviando-a para sua sala de aula, em seguida, assinto com os olhos abertos para Carrie.

“Seu marido ligou e explicou sobre a separação. Ele também nos informou que você cobriria as despesas de Marisa.”

Meu coração afunda, meu estômago aperta, e de repente sinto meus pés completamente como chumbo. Obrigação e recompensa. Inclinar a balança. Permanecer no controle — é a mentalidade do Monte.

Depois de um momento, continua: “Sr. Timmons também disse que você poderia chamá-lo para discutir as formas de pagamento com ele se precisar de ajudar para cuidar da sua filha.”

Eu me ajoelho na frente dela enquanto meu mundo colapsa ainda mais. Lágrimas corram livremente pelo meu rosto, e eu não me importo com quem me vê. Carrie me dá isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para correr, e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Portanto, quando ela dá um ombro firme ao meu ombro, tomo como meu sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

Eu me ajoelho na frente dela enquanto o meu mundo desmorona mais. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, e eu não me importo em que me vê. Carrie me permite isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para gerenciar e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Então, dá um aperto firme em meu ombro, e eu tomo isso como minha sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

O ônus e bônus. Obrigação e recompensa.

Endureço os ombros, levanto e limpo minhas lágrimas. Incline a balança o quanto quiser, Monte, Monte. Não vou me curvar, e não vou quebrar.


Passo minha manhã fazendo contas e parece que, se puder ficar com Jamie por alguns meses, poderei pagar a matrícula. Não posso fazer pagamentos a Monte, mas Marshall me conseguirá alguns meses extras, o que me dará tempo para entrar nos jogos.

Tenho que entrar em um dos jogos.

A noite chega muito rápido e Marisa vai dormir depois de apenas três contos de fadas. Com minha mente dispersa, estou muito agradecida por isso.

Com o caos do dia, não tive tempo de pensar em Caldwell, mas quando termino de aplicar loção nas pernas enquanto me arrumo para o trabalho, silenciosamente peço que não o encontre hoje à noite. Tenho que me concentrar no jogo e, o mais importante, nos jogadores, não em um grande apostador.

Você pode ganhar ou perder um jogo com base em dar ou ler um tique, e eu dei muita informação a Caldwell. Ele conseguiu me ler. Essa merda acaba agora.


Começo meu turno em transe. Com cada gorjeta, calculo mentalmente minhas contas. Não passa muito antes que eu sinta a queimação, a picada de uma pessoa me observando. Olho em volta do cassino para encontrá-lo. “Pode me chamar de Caldwell” ressoa na minha cabeça, e aperto minhas pernas enquanto tremo instantaneamente de desejo por ele, lembrando quando gritei seu nome.

Sorri e pisca antes de retornar ao seu jogo, com as fichas alinhadas a sua frente, que mostram claramente que está ganhando. Sabendo que ele está aqui, sinto que a temperatura aumentou em cem graus.

Então, quanto a não vê-lo novamente...

Claro, eu não poderia ter tanta sorte. Não, eu ainda estou presa na vida de golpes duros e, provavelmente, sempre estarei.

O desespero me consome, fazendo com que meu peito se apertar com ansiedade. Não tomo cinco passos antes que ele esteja ao meu lado.

“Está bem?”

“Eu estou bem.” Murmuro, tentando chegar à outra mesa.

“Consegui um quarto aqui. Por que você não vem e janta comigo?”

Olho para ele, e por um momento, eu me perco nas profundezas de seus olhos azuis. Ele usa isso a seu favor e pega minha mão, mas eu a tiro como se tivesse me queimado.

“Que porra você está fazendo?”

Ele coloca um dedo sobre o crachá afixada no meu peito esquerdo. “Hailey, fique calma.”

“Preciso trabalhar.” Sussurro e viro de costas para me recompor por um momento.

Seu toque inflama algo dentro de mim que nunca pensei ser possível. Desejo? Poderia ser? É tudo tão novo. Nunca me permiti sentir nada. Minha vida tem sido uma devolução — nunca antes senti excitação e, ouso dizer, nem sensualidade.

Com muito esforço, continuo meu turno, completamente distraída por ele em cada passo. Quando ligo para casa para verificar Marisa, Jamie ri de mim e de minhas frustrações sobre Caldwell.

“Garota, viva sua vida, pela primeira vez. É uma noite. Se divirta e volte pela manhã antes que ela acorde. Enquanto isso, eu cuido da sua princesinha. Você nunca teve a oportunidade de foder. Uma vez, baby, apenas uma vez foda com ele e poderá saber que Monte definitivamente não tem a balança pendendo a seu favor.”

Desligo o telefone em choque. Não há nenhuma maneira que posso foder livremente por aí. Então minha mente imediatamente volta para a sensação da sua boca em mim, e estremeço enquanto volto para o salão para terminar meu turno.

Enquanto olho para o relógio, minha mente está em tirar o meu uniforme e vestir minhas verdadeiras roupas. Preocupada, não o sinto se aproximando e tropeço enquanto tento sair de seu caminho. Quando estende um braço e me segura pelo bíceps, automaticamente fico tensa ao seu toque.

Seus olhos procuram o meu e, sem pudor, não consigo esconder minha reação. Não tive tempo, porque tenho medo dele. Não, o toque de Caldwell tem a capacidade de fazer meu coração disparar, em seguida, entrar em um ritmo estrondoso que me traz a sensação que vai saltar do meu peito. Sua presença é inegável, sua atração magnética. Ele me consome sem sequer tentar.

Sem dizer uma palavra, seus lábios batem contra os meus, e em um segundo sua língua invade minha boca e começo a pensar sobre sua boca em outros lugares. Imediatamente, o barulho que nos rodeia some e a única coisa que posso pensar é a sensação de seus lábios contra os meus, enquanto sua língua dança deliciosamente em todos os cantos da minha boca.

Morde, chupa e dá voltas enquanto de alguma maneira seguimos para o elevador e, depois, para o seu quarto. Tudo acontece tão rápido que não consigo parar, mesmo se tentasse. A roupa voa enquanto me electrifica ainda mais com cada carícia. Minha camisa: desaparece. Minha saia: desaparece. Sua camisa já está no chão, com botões espalhados por toda parte. Meus mamilos estão
tão duros, que quando o ar os atinge ao tirar meu sutiã, sinto como se pudesse explodir com desejo. Ele me pressiona contra a parede e dou gemidos.

Ansiando por contato, precisando dele, enrolo uma perna ao seu redor e praticamente subo qundo ela que segura minha cabeça com uma mão, movendo meu cabelo para cima, enquanto com a outra segura minha bunda e envolve minhas pernas em volta dele.

Êxtase. Ele nem sequer me penetrou ainda, e estou em puro êxtase.

Sua mão desliza dentro da minha calcinha. Chega ao meu centro e eu empurro a cabeça contra a parede enquanto seus dedos deslizam dentro e fora, minha buceta começa a apertar em torno de seus dedos. Ele insire outro dedo, e não posso evitar que meu corpo contrai, trabalhando por seu orgasmo. Isto deveria ser considerado um crime.

Reteso enquanto meu corpo continua indo cada vez mais alto. Minhas inibições desaparecem e fricciono contra ele, procurando liberar meu orgasmo. Ele ri levemente no meu ouvido antes de lamber meu pescoço, então suga o ponto doce atrás da minha orelha. Sem demora, baixa sua cabeça para meus seios, onde pega meu mamilo na boca. Lambe, chupa, e me entrego por inteira ao orgasmo.

Quando acalmo, ele me leva para a cama, onde gentilmente me deita como se fosse uma peça valiosa. Antes que possa organizar meu pensamento, sua boca está na minha em um beijo cheio de paixão, necessidade e desejo; totalmente selvagem e desenfreado.

“Preciso estar em você, Hailey.”

Não pensei duas vezes. Em ambos os encontros que tive com ele; ele me deu o único prazer que recebi de um homem. Agora, quer estar dentro de mim. Ônus e bônus.

Abro as pernas enquanto ele tira a calça, coloca um preservativo e depois remove suavemente a minha calcinha como se estivesse abrindo o melhor presente em toda a sua vida. Sob seu olhar, minhas inseguranças surgem lentamente, mas antes que possa dar importância à elas, ele está acima de mim, e então dentro de mim.

Preenchedo-me.

Cada centímetro do meu corpo estremece enquanto me estende, depois já dentro de mim para me encarando, e penetra totalmente. Nunca estive tão cheia de tantas maneiras. Este momento é tão íntimo, tão vulnerável, mas, ao mesmo tempo, parece como uma conexão verdadeira. O que tem esse homem Caldwell que me consome?

“Platina.” Sussurra antes de, finalmente, se mover.

Não consigo pensar no que isso significa, porque de repente, estou sendo levada a outro orgasmo. Ele empurra, mói, e sou incapaz de fazer outra coisa que não seja tomar o prazer, enquanto continua penetrando meu corpo com mais força, antes que eu goze novamente, gritando o nome dele e mordendo seu ombro apenas para lembrar que isso é real.

Com mais dois golpes, fica quieto, então me segue no prazer. Ele me dá um beijo suave e lento antes de sair, e quando se afasta para tirar a camisinha, me sinto uma sensação de vazio. Mas esse espaço permite que minha mente funcione de novo.

Vazio. Como pode alguém, de quem inclusive não tenho a puta ideia, me faz sentir tão oca, apenas por me deixar um minuto? Estou, com certeza, louca por ser tão selvagem para dar um segundo para um completo desconhecido.

Com esse pensamento, o medo me domina. A névoa se foi. Ele continua sendo um completo desconhecido e eu continuo sendo uma puta. No entanto, ele volta antes que eu possa escapar. Rastejando na cama ao meu lado, ele me puxa para o seu lado. Então, na minha hesitação, ele se afasta para me dar espaço.

“Fale comigo.”

“Preciso ir embora.” Afasto minhas pernas das suas e cubro meus peitos.

“Ainda não. Fale comigo. Uma hora atrás, estava me agarrando como se quisesse me devorar. Você gozou duas vezes querida. Te dei isso.” Acaricia meu rosto e toca minha testa. “É óbvio que te quero aqui. O que está passando na sua cabeça?”

“Nada. Só preciso ir.”

“Negue o que você sente, e não direi uma palavra quando sair.” Ele me desafia.

Hesito, meus olhos piscam e ele me lê.

“Negue. Negue-me.” Sorri, fazendo com que meu corpo pegue fogo de novo.

“Não te conheço.”

“Meu nome é Caldwell, Morrison Caldwell, irmão do meio de Hendrix e Jagger de Detroit. O que mais quer saber?”

“Qual é o seu jogo?” Pergunto sentindo que a obrigação me bate. Ele tem razão. Ele me deu não um, mas dois orgasmos. Nem sequer estamos quites.

Antes que possa continuar, ele responde: “Não tem jogo. Você é a mulher mais bonita que já vi e me sinto atraído. Quero conhecer você.”

“Conversa nua realmente não é o meu negócio.” Respondo me sentindo muito vulnerável e ainda mais exposta que antes.

Sem dizer uma palavra, ele se levanta e me joga uma camisa de botão do seu armário, e a coloco, percebendo que não vou sair disso tão facilmente.

Posso fazer isso. Posso falar até que ele adormeça. Logo terá o que quer e sairei de sua vista e sua mente.

Eu lhe dou um pouco da conversa fiada e evito as partes importantes, depois digo estar cansada, ele se acomoda atrás de mim e ordena que eu durma. Controlando minha respiração, o deixo acreditar que estou desfrutando dos meus sonhos. Quando finalmente relaxa seu braço e iguala sua respiração a minha, sei que está dormindo. Agora posso fazer a minha fuga.

Meu coração bate descontrolado, enquanto saio debaixo do seu corpo nu. Recolhendo minha calcinha, a coloco junto de meu uniforme. Começo a desabotoar a camisa, mas a medida que me movo, sinto, cheiro dele. Não querendo me arriscar a acordá-lo, não coloco o sutiã e nem troco a camisa, decidindo que é melhor permanecer com a sua.

Olho para ele uma última vez. ‘Caldwell’ está tatuado em suas costas em tinta negra. Nunca esquecerei esse nome, mas com certeza vou me forçar a esquecer seu toque, seu gosto e sua ternura.

Balanço a cabeça, tentando esquecê-lo enquanto recolho minhas coisas e saio do quarto.

Ainda é de manhã cedo, quando a maioria das pessoas está dormindo, mas são muitas horas depois do final do meu turno, quando caminho para o estacionamento. Um formigamento em minha nuca me faz olhar ao redor como se alguém me observando.

Revisando a área, não vejo ninguém à primeira vista, mas enquanto coloco a chave na porta do meu carro, vejo Marshall. Alguém realmente estava me observando. O braço direito do meu ex.

Com certeza, ele não está aqui por mim. De jeito nenhum. Marshall não foge a confrontação, e tanto quanto sei, no geral, não falará a Monte até chegar a hora certa.

Nunca.

Ele deve estar aqui por outra pessoa.

Esse é meu último pensamento enquanto entro no carro e volto para casa, saciada, satisfeita e pela primeira vez em toda a minha vida, de uma maneira boa.

Sinto o formigamento na nuca novamente, enquanto rio de mim mesma. ‘Estou caindo no fundo do poço, e no final, o poço não tem fundo. Murmuro as palavras para ninguém enquanto estaciono na casa de Jamie e desligo o meu carro.

Se apenas tivesse uma bola de cristal para me mostrar o futuro... ainda que, suponho que eu deveria ter cuidado com o que desejo. Uma vez escutei alguém dizer: “Se você quer, a vida te dará”.

Deixo Marisa na escola com temor na boca do meu estômago. Rapidamente, vou ao cassino pegar o cheque do meu pagamento, consciente de que tenho que ir ao banco depositar o dinheiro para que o cheque que dei para a matrícula de Marisa não volte.

Assino o documento no escritório do recebimento de pagamentos e quando saio pela porta meu telefone pré-pago começa a tocar. O número é familiar, mas não o reconheço como chamada de emergência, como de Jamie ou da escola de Marisa. Com a pressão de um botão, a ligação se conecta.

“Olá.” Respondo com indiferença.

"Hailey". Sua voz é gravavelmente e distintiva, e o fato de que ele simplesmente diz que meu nome é uma sentença de morte. "É Marshall. Tenho que te contar, Monte sabe sobre sua tentativa com Aces. Isso não é bom para você, ou para Ris Priss. Tenho que pagar um pagamento.

“Hailey.” Sua voz rouca e distinta, e a forma como simplesmente fala meu nome é uma sentença de morte. “É Marshall. Precido te avisar que Monte sabe sobre seu encontro com Às. Isso não é bom para você ou para a princesinha. Isso custará algo.”

Sem pensar duas vezes, sem hesitar, deixo o estacionamento. Marshall me chamou e ameaçou Marisa, e sei o que isso significa. Vivi uma vida longa o suficiente para saber que preciso pegar minha filha agora. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, mas não dou a mínima.

Alguém me agarra. Acho que é Morrison Caldwell, mas não tenho tempo para ele neste momento. Puxo com força me libertando e continuo saindo do casino. Tenho que chegar a Marisa.

Preciso. Porra. Agora.


Capítulo 09

Morrison


Observo como ela basicamente corre para fora da porta. Não é o meu estilo perseguir bundas, mas, por outro lado, nunca tive uma bunda tão boa na minha vida. Esta menina também paga com a mesma moeda.

Dizem que o jogo é um vício, mas garanto que não é. Posso me afastar da mesa quando quiser. No entanto, essa buceta de ouro... Hailey, é viciante. É incrível. Ela me fez alugar um quarto neste casino quando tenho uma casa do caralho, só para ter certeza que iria foder com essa bunda novamente, provando sua buceta de novo, devorando sua boca outra vez. Sou um viciado em ouro.

Antes que possa me convencer que é uma má ideia, estou na porta e corro para o meu carro. Pego ela saindo pela minha visão periférica. Também vejo que seca os olhos e imediatamente me sinto doente. Não sei se estou doente porque ela está chorando, pensando que talvez a culpa seja minha; não sei se é porque ela está chateada e quero saber o porquê; ou se estou doente porque quero saber quem a deixou tão emotiva que a faz correr atrás dele.

Como resultado, faço o que qualquer homem que seja fodido por ouro faria, estou seguindo-a a uma curta distância.

“Devo estar doente da cabeça.” Digo, enquanto conto três carros atrás dela.

Três é um bom número.

O telefone toca e aperto o botão de resposta no meu volante.

“Morrison falando.”

“Não me diga.” Jagger zomba, o som fluindo através dos alto-falantes do meu som.

“Desculpe... Eu, um...” Ela desvia entre dois carros e se move na pista direita. Verifico meu espelho, só para ver que não consigo alcançá-la. “Porra!”

“É isso mesmo?”

“Merda, cara, sinto muito. Esqueci que você estava aí.”

“Droga, cara. Você já está bêbado? É cedo.”

“Não, eu... uh... eu estou ...” Toco a buzina enquanto troco para a faixa da direita e um idiota com uma caminhonete com suspensão quase me atinge. “Cuidado, filho da puta!”

“Você está bem?”

Desvio do Dodge e quase batem na minha traseira, mas estou na pista da direita.

Buzinas soam atrás de mim e quero me virar e encarar o imbecil, mas, em vez disso, me inclino para fora da janela e olho para ele. “Você me viu dar a seta, estúpido?”

“Em que diabos você se meteu?” Jagger ri.

“Nada, cara. Estou ocupado... neste momento.” Vejo quando ela vira à direita e a porra do semáforo fecha. Olho para o Dodge a minha frente, pronto para passar por cima de dele, então vejo um reboque prata engatando um trailer. “Você tem que está brincando comigo.”

“Ei, irmão, você está em apuros?” Pergunta Jagger.

“Nenhum problema. Não.” Bato no volante em frustração.

“O que diabos está acontecendo? Está tudo bem?”

“Não, não estou bem, porra! Vou perder...” Paro quando percebo que estou prestes a admitir ao meu irmão que estou, literalmente, perseguindo uma bunda.

“Perder o quê? Um jogo, uma aposta?”

“Sim. Não.” Bato no volante novamente. “É complicado.”

“Uh-huh. Entendo.”

“Bem.” O semáforo da pista da direita fica verde e ninguém está em movimento. Toco a buzina. “Vamos, seu filho da puta infeliz!”

“Irmão, qual é o seu problema?” Por sua voz posso dizer que está seriamente preocupado.

Estamos em movimento agora, graças a Deus.

“Fúria ao volante, cara. Preciso me acalmar, mas os idiotas ficam pasmados olhando o sinal aberto.”

A luz está amarela e estou um carro atrás do cruzamento. O filho da puta sem bolas dimuniu e me faz buzinar. Dá sinal, em seguida, aperta o acelerador. Ela passa e acelero cruzando assim que a luz fica vermelha.

“Que se fodam, sim, filhos da puta!” Grito a minha vitória.

“É sério, você precisa relaxar, cara.”

“Apenas comemorando pequenas coisas.”

“Então, quando você vem para casa?”

“Quando conseguir a grana que preciso.” Digo, desviando para a esquerda tentando localizar o carro de Hailey. Vejo duas luzes à frente. Ela está saindo da cidade. Eu posso alcançá-la.

“Tem certeza?”

“Tenho certeza. Precisa de dinheiro?”

“Não, tenho uma luta em duas semanas. Vou ficar bem.”

Não há muita confiança em sua voz. “Tem certeza, cara?”

“Estou bem, Morrison.”

“Não minta para mim. Se você precisar de alguma coisa, me avise.”

Aperto os freios, parando à direita com uma luz vermelha. “Caralho!”

Jagger ri. “O tráfego de novo?”

“As malditas luzes vermelhas. Merda total.”

Pego o telefone e busco o aplicativo do banco online. Transfiro dois mil dólares para a sua conta. “Acabei de enviar algum dinheiro. Se você não precisa...” Faço uma pausa para olhar para cima e vejo que a luz ficou verde, aperto o acelerador e queimo um pouco de borracha. “Devolve-me após a luta. Você os terá se algo vier à tona.”

“É desnecessário, cara.” Murmura Jagger.

“Para que são irmãos. Olha...” Aperto os freios, quando o filho da puta freia novamente. “Cretino.” Assobio.

“Desculpe?” Jagger zomba.

“Olha, depois nos falamos. Quero tirar uma foto da caminhonete deste idiota e te enviat. Depois te ligo.”

“Certo. Obrigada, cara.”

“Como disse, para isso que serve os irmãos.”

Pego o telefone e tiro uma foto, e em seguida, envio uma mensagem.

Para homens que não têm o suficiente, agora existe ajuda. Grandes caminhões e bolas falsas podem ajudá-lo a recuperar sua confiança. WTF8!

Aperto enviar enquanto a luz fica verde.

Continuo a seguindo durante dez minutos até que estamos em uma pequena comunidade de luxo. Mas a garota com quem tenho jogado não é de luxo. Não parece ser alguém que deprecie as pessoas. Parece incrivelmente autêntica.

Tento apagar os poucos cenários que passam pela minha cabeça, porque sou racional. Sou calculista. Não sou desses que se deixam dominar pela emoção. Quero fatos e quero ver com meus próprios olhos, por isso continuo a seguindo.

Dois minutos mais tarde, estou em uma rua lateral numa fodida zona escolar. Agora tenho alguma merda louca passando pela cabeça. Observo enquanto para e sai do carro. Então corre para dentro da escola enquanto espero.

Quando sai, cinco minutos mais tarde, ri e sorri para a garotinha que tem nos braços. A menina está vestida com um uniforme rosa, com um laço no cabelo e um par de all star em miniatura. Esta menina é um espetáculo. Bem, seus pais são, de todos os modos e a garota com quem estive a ponto da obsessão não é essa. Hailey é surpreendente.

Respiro profundamente e minha mente se acalma de uma vez. Eu me permito racionalizar essa situação e quase me dou conta de que Hailey trabalha durante o dia como babá ou coisa assim. Isso me faz rir, porque estava certo, apesar de seu corpo, sua pele suave e atrativa, com curvas perfeitas, mas seu exterior, seus atos não são. Mas, maldita seja, quando estou dentro dela, sobre ela, tocando nela, posso ler as pistas e ela não é tão forte e áspera como acredita precisar ser.

Saio depois que ela está a dois quarteirões à frente e sigo. Deveria dar a volta. Já não está chorando, está sorrindo. Não saiu com nenhum homem, estava pegando a filha de alguém. Deveria deixar esta estúpida situação e dar a volta. Mas não o faço.

A quatro quilômetros de distância, estaciona na frente de um complexo de apartamentos que não está na melhor parte da cidade. Leva a menina para dentro e logo sai outra garota. Sai do carro e corre até a porta que Hailey entrou.

Eu me sento e espero.

Dez minutos mais tarde, Hailey carrega caixas até a porta e as coloca na parte de trás do seu carro antes de voltar a entrar. Dessa vez, quando sai tem em seus braços mais caixas amontoadas nos braços e sei muito bem que não pode me ver. Quando tropeça e cai, as caixas espalham o conteúdo no chão. Cobre o rosto com as mãos e leva os joelhos ao peito, seu corpo se sacudindo.

O instinto pode ser um salva-vidas. Também pode te matar. Igual aos pobres bastardos que saltam diante de um carro para salvar alguém e acabam atropelados. Como o cara que salta na frente de um drogado louco com uma arma e acha que vai salvar a todos na loja e derrubar o homem, só para acabar morto. Como a mãe que sente que seus filhos estão ameaçados e fica entre eles e o que considerava um perigo, e acaba espancada pela porra de um doente. E agora, enquanto estou ajoelhado ao lado de Hailey, tomo-a em meus braços, porque o instinto está presente e não quero vê-la ferida.

Ela me empurra e limpa o rosto, tentando apagar as provas que estão aí para todo mundo ver. Enquanto gagueja em busca de palavras, eu me afasto e começo a guardar toda a roupa espalhada na calçada.

Por fim, para de tentar falar e também começa a empurrar freneticamente as coisas nas caixas. Pego a primeira caixa e carrego para o seu carro, em seguida, a segunda. Viro para pegar a terceira, mas está bem atrás de mim, empurrando para passar.

“Mamãe?” Escuto atrás de mim.

Olho para a menina que tinha anteriormente nos braços e Hailey respira fundo, evitando o meu olhar.

“Quase pronto, Marisa.” Sua voz é suave e tão cheia de amor que estou quase desolado.

“Para nossa aventura?” A garotinha diz.

“Sim.” Ela se vira e olha para mim. “Obrigada.”

Quando começa a se afastar, a seguro pelo braço, impedindo-a.

“Ei, Marisa, esquecemos uma coisa. Vem me ajudar a pegar?” A outra mulher pergunta à menina.

“Sim. Já volto, mamãe.”

“Estarei aqui, Princesa. Apenas se apresse. Não quero chegar atrasada.”

Quando a porta se fecha atrás de sua filha — a merda da sua filha — começo a apertar as mãos. “Algo que você precise me dizer?”

“Não te devo...”

“Chega de ‘não te devo’ de merda, Hailey. Nunca te perguntei uma maldita coisa, mas vou fazer agora e você vai me responder.”

“Sério?” A raiva retornou à sua voz.

“É casada?”

Ela parece confusa.

“Escapou de fininho do meu quarto no hotel esta manhã para voltar para a cama seu marido? É por isso que...”

“Legalmente, sim, mas isso não é da sua conta.”

“Com certeza é da porra da minha conta.”

“Não tenho tempo para a sua atitude alfa e mandão na minha frente fazendo exigências. Se minha filha não fosse voltar por aquela porta a qualquer momento, usaria com você uma linguagem que provavelmente nunca ouviu falar. Mas porque tenho que ser mãe, pai e protetora desta criança, não te darei uma resposta. Então, volte para seu carro brilhante e dirija para o mais longe possível, porque, por mais agradáveis que tenham sido as coisas, Slick, você não é minha realidade.”

“Sim, eu tenho um marido. Estamos separados e ele não é um bom homem; diabos, nem mesmo finge ser. Ele venderia a própria filha se pudesse levar alguma vantagem.

Não vou suavizar isso. Acha que lhe devo dinheiro e inferno, talvez deva. Pensei que tinha mais tempo e realmente tinha, até que ouviu que passei a noite com o “Ás”. Agora está cobrando a minha dívida e aquela garotinha — minha pequena filhinha — é quem vai sofrer se eu não pagar. Então, desculpe se não parei para conversar antes, mas tenho coisas mais importantes para tratar.

Agora, se você gentilmente sair — sem olhar para trás — Slick, porque não há nada atraente, brilhante ou bonito para onde você possa olhar.”

“Quanto você deve?”

“Isso não é da sua conta ou preocupação.”

“Tive um papel na criação desta situação, então me deixe ajudá-la.”

“Não! Nunca mais deixarei um homem pensar que lhe devo algo.”

Nesse momento, percebo por que ela é da maneira que é, por que nunca toma mais do que dá. Naquele momento, sei que não posso simplesmente sair. Não é apenas a minha atração inexplicada por Hailey, agora há uma criança envolvida. Fui essa criança uma vez e ninguém se ofereceu para ajudar.

Mamãe não nos criou para virar as costas.

“Quero te ajudar.”

“Não preciso da sua ajuda.” Muda sua atenção para a calçada onde sua amiga se aproxima correndo.

“Hailey, recebi uma chamada e Monte está a caminho. Você precisa...” Começa sua amiga e tem toda a minha atenção.

“Monte Timmons?” Pergunto. Ambas olham para mim e nego, percebendo quem é o bastardo cruel a quem está amarrada. “Não estou pedindo nada em troca, basta tomar isso como algo bom em um mundo de mal.” Eu me viro e olho para a menina. “Oi, linda, você já andou em um Porsche?”

“Não acredito...”

“Jesus, Hailey, apenas deixe-o ajudá-la a sair daqui. Vá embora!” Incentiva sua amiga.

“Coloque a menina no meu carro.” Peço a amiga dela.

Antes que sua amiga possa argumentar, olho para Hailey. “Siga-me.”

Ela parece perdida, assustada e vulnerável, mas acena com a cabeça. Corro para o meu carro e entro.

“Você gostaria de ir rápido ou devagar?” Pergunto à filha de Hailey.

“Devagar?” Ela ri da forma que faria uma menina que não tem ideia do perigo que corre.

“Bem, uma vez que este é o nosso primeiro encontro, vou deixar você tomar as decisões, mas não se acostume com isso, gatinha.”

Saio para a rua e olho pelo retrovisor. Dessa vez, Hailey está me seguindo.


Capítulo 10

Hailey


Perdi a porra da minha adorada cabeça. É claro que Monte teria pessoas me absorvendo. Claro, que no momento em que recebeu a notícia que peguei Marisa mais cedo, faria seu caminho em direção a ela. É claro que, num abrir e fechar de olhos, não teria nada para equilibrar a balança e estaria no fundo do poço, os pecados do passado estariam sempre sobre meus ombros.

A viagem é um borrão enquanto enlouqueço, sabendo que Monte poderia estar se aproximando de nós. Ele iria levá-la. Afastaria ela de mim. Meu bebê, minha garotinha, minha razão de existir, iria buscá-la e encontrar uma maneira de me fazer pagar.

O homem não tem consciência. Inferno, o homem não tem alma. Sabia que estava na cama com o próprio diabo, mas o que posso fazer? Hailey “Hard Knocks” Poe Timmons ganhou o direito do apelido. Eu estou sobrevivendo toda a minha vida a golpes duros.

Meus olhos se enchem de lágrimas, tornando a estrada na minha frente um borrão enquanto acompanho Morrison de perto e assim não me separo de minha filha mais do que já fiz.

Como ele sabia onde eu morava? Como ele apareceu quando precisava de uma fuga? Ele pode realmente nos dar um lugar seguro?

Não sei uma merda sobre ele. Estou indo de uma má situação para outra? Poderia ainda piorar?

Hailey, pare com essa merda agora, digo a mim mesma. Sempre pode ficar pior. Não tente o karma, ele é uma cadela, e te asseguro que vai te mostrar que pode ficar muito pior.

Meu peito se aperta com o pensamento, o que torna mais difícil para respirar. Preciso de uma distração.

Começo a mover os dedos nervosamente no volante e olho para o velocímetro, estamos sob o limite de velocidade. O homem tem uma porra de um Porsche e estamos conduzindo sob o limite de velocidade, tudo isso com Monte possivelmente nos perseguindo.

Ofego. E se ele trabalha para Monte? Como sou estúpida!

Paro antes que minha mente enlouqueça com um cenário ruim após o outro. Um homem como Morrison Caldwell não é dos caras que vão com um tipo como Sean “Monte” Timmons. Não, Morrison gosta do jogo, dinheiro e brilho. Não é dos que gostam de jogos de poder ou jogos mentais. Certo?

Deus, eu espero que não.

Minha mente é um turbilhão, me fazendo sentir vontade de vomitar, enquanto Marisa balança a cabeça e me acerta bem no meu estômago. Olho no meu espelho retrovisor para ver exatamente o que não queria ver no meu banco traseiro.

O assento de carro de Marisa.

Com todo o caos, não mudamos para o carro de Morrison. Não, não, não. Por favor, não deixe que tenham um acidente. Por favor, que tenha colocado um cinto de segurança. Por favor, oh, por favor, não deixe que nos parem. A última coisa que preciso é que Monte apresente uma acusação contra mim por colocar em perigo uma criança. A última coisa que minha filha precisa é ser propriedade do Estado.

Ela é minha. Eu não posso perdê-la por nada. É a única coisa boa que tenho em todo o mundo e não posso perder isso.

Agora em estado de alerta, o observo dirigir, perguntando-me se ele percebe o quanto a carga que carrega é preciosa.

A cada volta, ele diminui e dá a seta. Em cada parada, freia tranquilamente. Nunca se aproxima nem remotamente do limite de velocidade, muito menos o supera. Morrison Caldwell é um homem misterioso, mas neste momento mantem a minha filha segura, mesmo que isso seja apenas até que Monte nos encontre.

Uma queimação envolve meus pulmões, enquanto os pensamentos continuam me invadindo.

Ele desacelera e o sigo à medida que entramos em um condomínio fechado, com uma entrada luxuosa e instalações elegantes. Continuo a segui-lo no que parece ser passos de tartaruga, até que ele para em uma garagem e me direciona para que eu estacione ao lado dele.

Soltando um suspiro, tento me acalmar. Tenho que ser forte por Marisa. Então, forço meus dedos a parar de tremer e deixo o carro enquanto minha linda menina está saltando, sem se importar com o mundo.

Por dentro, sorrio para mim mesma. Isto é como deveria ser. Os problemas de adultos são apenas isso, a porra de problemas de adultos. Não devem incomodar as crianças. Que as crianças sejam crianças. Haverá tempo mais que suficiente mais tarde na vida para serem preenchidos com preocupação, dúvidas e inseguranças.

“Mamãe, você me viu? Você realmente me viu?” Ela sorri e olho para Morrison, que está sorrindo. “Eu andei em um porch.”

“Porsche, Porsche.” Morrison tenta corrigir.

“Ele deveria ir muito, muito rápido, mas o Sr. Mowison perguntou se eu queria ir rápido ou devagar e eu disse devagar.”

Nessa altura, o meu coração se derrete um pouco. Ele deixou meu bebê escolher. Não posso pensar em um momento com a minha mãe, meu doador de esperma ou Monte, que tenha sido me dado algo para escolher. No entanto, Morrison Caldwell deu uma escolha para minha filha. Ele ouviu e, em seguida, fez o que ela pediu.

Quando olho para ele, simplesmente dá de ombros como se não fosse grande coisa. Se ele soubesse...

Rapidamente ficando entediada, Marisa passa saltando por mim e Morrison, que nos leva para dentro. O espaço não é muito grande, como a casa que compartilhei com o Monte, mas enquanto olho cada centímetro quadrado, vejo que é de alta classe. Móveis, televisão, diabos, mesmo os ornamentos são de última geração.

Morrison tem dinheiro.

Pensando nisso, a minha mente volta para o buraco novamente. O que ele espera de mim? O que quer de mim?

Passamos o resto da tarde dentro da casa — apenas temporariamente — no quarto de hóspedes de Morrison. Por sorte, ele não fala muito na frente de Marisa, parecendo entender a minha necessidade de protegê-la.

A noite chega muito rapidamente, felizmente sem notícias de Marshall ou Monte. Fiz uma breve chamada para Jamie, que me disse para pegar um telefone novo pré-pago para entrar em contato com ela. Depois de chegarmos, ela foi à loja e comprou absorventes, tampões e um telefone pré-pago que me deu o número. Os pacotes de produtos femininos esconderam facilmente o telefone dentro saco de supermercado para fora da loja. Não queria que Alex visse nenhum número na fatura de seu telefone habitual e o desse a Monte. Graças a Deus pelos amigos inteligentes. Não poderia fazer nada disso sem ela.

Suspiro. Sem Morrison também não teria feito nada.

Quer eu queira admitir ou não, Monte teria encontrado um motivo para me empurrar mais e mais, mesmo sem saber que transei com Morrison. Este é o mundo dele, e apenas existo para fazer o que ele desejar.

Sabendo que não vou conseguir dormir, levanto me afastando de Marisa, que está dormindo profundamente na cama excessivamente exuberante. Não peguei seus livros, porque na minha pressa, não pensei nessas coisas. Felizmente deixou que a mamãe inventasse um conto de fadas e adicionou seus próprios pedaços onde achou apropriado.

Agora, ando pelo espaço tranquilo Morrison enquanto o medo me consome. Sento em seu sofá e faço o que qualquer mãe que se preze faria — choro.

Deixo sair tudo. No silêncio da noite, na casa de um desconhecido, solto tudo.

Não presto atenção ao que está em torno de mim enquanto choro na almofada luxuosamente decorada que está ao meu lado. Não passa muito tempo antes que o note, olho para cima para ver Morrison andando em minha direção com calças de linho azul clara com listras brancas.

Escondo o rosto sobre a almofada.

Quanto já viu?

“Desculpe interromper, mas no meu quarto principal, há uma enorme banheira cheia de água quente e algumas bolhas. Por que você não vai ver se te ajuda a relaxar?”

“Não preciso relaxar e se você está apenas tentand...”

“Calma. Não estou tentando nada, exceto mantê-la segura até que possamos elaborar um plano.”

Olho para ele e fecho a cara.

“Pare de se fazer de dura Hailey. Você sabe que não é o que você precisa neste momento.”

“Não me diga o que preciso!”

“Shh, a garotinha está dormindo.”

Estou chocada porque ele simplesmente me repreender. Então estou inundada com ainda mais emoções — as mais quentes. Monte nunca se importou se Marisa testemunhasse uma briga. Por isso parei de permitir que ele me me tirasse do sério na frente dela. Ela não merecia ouvir isso; ela merece muito mais.

Sem dizer uma palavra, eu me levanto e sigo a luz. Talvez Morrison esteja certo, preciso tentar relaxar.

Uma vez que estamos no seu quarto, ele me entrega uma camisa. “Use isso para dormir, se quiser.”

Estou no banheiro, esquecendo as minhas preocupações, ou pelo menos tentando fazer, quando ele entra e me dá uma taça de vinho. “Aqui, você merece, mãezinha.”

Ele caminha até o armário e tira duas toalhas. Quando ele está pronto para sair, eu o paro.

“Obrigado, Morrison.”


“Não há necessidade,” ele diz, olhando para trás enquanto bebo o vinho. "Isso é muito melhor se você beber em pequenos goles. Saboreie, pegue...”

“Vou tentar lembrar da próxima vez.”

Aceno, em seguida ele sai, só para voltar com a garrafa. “Aqui está se você precisar.”

“Ficar bêbada não vai me fazer ir para a cama com você.”

“Não tenho a intenção de dormir com você, querida. Mas, não vou mentir — planejo tentar te colocar na cama.”

Rolo meus olhos e, em seguida, um leve sorriso aparece em seus lábios.

“Você precisa dormir. Precisamos descobrir o que vem a seguir.” Ele diz enquanto sai.

“Preciso planejar algo.” Comento alto o suficiente para que me escute.

“Isso é o que acabei de dizer.” Fecha a porta atrás de si.

Entro em sua descomunal banheira, tentando lavar minhas preocupações e deixar que se vão nesse banho excessivamente caro.

Mergulho em sua gigantesca banheira, tentando lavar minhas preocupações com banho caríssimo. Quando chego a um acordo comigo sobre tudo o que aconteceu, saio. Pego a toalha, me seco e visto a camisa que me entregou.

Morrison é alto. A camisa do seu pijama fica acima de meus joelhos.

O cansaço me atinge. Com as emoções do dia, o banho e o vinho, estou mais do que pronta para dormir o resto desse dia infernal. Precisando deixar tudo isso para trás, vou para o quarto de hóspedes, onde Marisa ocupa agora, toda a cama. Apenas voltei ao quarto de Morrison para pegar uma manta e um travesseiro quando me agarra e, de repente, estou deitada em sua cama. E antes que possa adormecer, Morrison está subindo ao meu lado. Então, noto que estou com a parte de cima de seu pijama e ele com a de baixo e não posso evitar rir.

“Querida, não é bom para o ego de um homem, se você ri quando ele sobe na cama.”

“Morrison, estamos usando um pijama completo.”

Ele pisca um olho.

“Compartilhar é demonstrar interesse.”

“Compartilhar, hum?” O vinho me deixou relaxada — talvez um pouco demais. Embora meu plano fosse dormir, agora que ele está na cama comigo, dormir não é o que está em minha mente.

Ele estica a mão e esfrega o polegar em círculos na minha testa enquanto seus dedos se aproximam do meu cabelo. “O que está acontecendo aqui?”

“Não sou uma prostituta. Bom, na verdade sou, mas não porque seja fácil. Eu perdi. Monte ganhou. O prêmio era eu. E ele me pegou.”

“Querida, você é o prêmio de todos os homens.”

Sorrio com sua opinião e lhe dou uma palmada no peito. “Só estive com ele... bem, até você me encurralar e não pude resistir.” Começo a tagarelar, um característica que está longe de ser atraente. Eu ouvi falar dos lábios de licor, mas como chamam quando o vinho te faz falar seus segredos mais profundos e escuros da vida?

“Hailey.” Pronuncia meu nome baixo, parando minhas divagações de meu tempo com Monte. “Onde está sua família? Alguém que já tentou intervir, ou pessoas que você pode pedir ajuda?”

Sorrio bruscamente e não de uma maneira ‘haha, isso é divertido’. “Família... Marisa é minha família.” Suspiro antes de sussurrar: “Marisa é meu mundo. É o mais importante que fiz e que jamais farei.”

“É uma boa mãe e pode tomar isso de alguém que foi criado por uma boa mãe.” Olha para o teto e algo se passa em suas feições, o que faz com que sinta curiosidade sobre sua mãe. “No entanto, quem está te mantendo?”

“Minha mãe morreu e meu pai era seu cafetão.” Seus olhos se ampliam com minha admissão. ‘Paizão Cafetão’, que livremente me entregou para Monte. Ele foi nada mais do que um doador de esperma.”

Morrison não diz nada, apenas franze o cenho com firmeza, fazendo com que suas feiçoes se endureçam até um ponto que eu consigo ver, mesmo no quarto escuro.

“Pode me chamar de a órfã Annie, porque, não tenho nenhuma família além da minha princesinha.” Tento brincar para descontrair o clima.

“Sinto muito.” Comenta pesaroso ao juntar nossas mãos.

“Não.” Afasto minhas lágrimas. “Não se atreva a ter uma maldita pena de mim, Morrison Caldwell! Nós jogamos a mão que nos é dada pela vida até que a última carta caia na mesa.”

“Não sinto pena, Hailey. Eu só... só...”

“Você só quer fazer tudo melhor. Bem, Morrison, a verdade é que a minha vida é cheia de golpes duros. Você está tentando me dar esperança em uma situação que não tem esperança, em uma vida que não tem esperança. Eu continuo dizendo que posso fazer o melhor para mim e Marisa, mas não sei se ainda acredito. Será melhor se você se afastar agora, assim não te arrasto comigo. Vou sair dessa de alguma forma. Sempre faço.” Começo a ficar tensa enquanto o vinho desaparece rapidamente agora que estamos em território emocional profundo.

Sentindo isso, me lendo, Morrison me puxa contra ele, me deitando metade sobre o peito. Então, acaricia meus cabelos enquanto escuto a batida constante do seu coração, relaxando mais uma vez.

“Você é a mulher mais forte que já conheci, além da minha mãe. Uma vez fiz a promessa de fazer o bem em um mundo cheio de maldade. Hailey, deixe que eu faça o bem para você.”

Começo a me sentar para olhar para ele, mas me mantém no lugar, deixando um beijo rápido no topo da minha cabeça.

“Durma, Hailey. Não haverá mais golpes duros —apenas bons. Sonhe com isso.”

Quero argumentar. Eu quero... não sei. Só quero gritar, bater em alguma coisa e lhe dizer ‘se foi assim tão fácil’. No entanto, não faço. Em vez disso, fico escutando seu batimento cardíaco enquanto derivo em um sono profundo e tranquilo que nunca tinha experimentado antes em minha vida.


Capítulo 11

Morrison


Ela finalmente adormeceu.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu a vi poucas vezes, na verdade.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu vi isso algumas vezes, na verdade. Toda vez que perguntei o que estava acontecendo, ela parava e me dizia que tudo ficaria bem. Ela me confortava. Quando fiquei mais velho, não tive mais que perguntar.

Aos sete anos, lembro-me de saber exatamente o que estava errado. Lembro-me de ouvi-lo xingá-la e degradá-la. Lembro-me de ver Hendrix passeando de um lado para o outro como se quisesse escapar do pequeno quarto de merda onde nós três dormíamos. Ficava na parte de trás do apartamento e era o menor cômodo, mas não consigo me lembrar do velho idiota bêbado indo para lá mais de uma vez, talvez duas.

Mamãe nos escondia, supondo que ali poderia nos proteger.

No seu momento mais fraco, ela me disse tudo sobre sua vida, sobre sua mãe, como cresceu e o que tinha acontecido.

Hailey. Santo enigma do caralho, Batman! A vida dessa garota tem sido um nível de inferno completamente diferente de sua mãe. Não foi abusada fisicamente... bem — não como sua mãe, de qualquer maneira.

A sensação de que você tem dono e que de alguma forma devia o resto de sua vida para um pedaço de merda que te lembra a cada dia que te possui, te despoja de seu orgulho, sua confiança e qualquer tipo de esperança que um ser humano possa ter. E, apesar do que mamãe e nós suportamos, pelo menos tínhamos esperança. A esperança é o sentimento mais forte que se pode ter. A esperança não vai embora. Pode se esconder, como neste momento, mas retorna com uma vingança.

Hailey disse que não tinha nada e não podia dizer que ela estava errada; só podia ouvir. No entanto, estava errada. Ela tem esperança... esperança para sua filha. E se soubesse disso, estaria a caminho da cura, superando a tempestade de merda que é a sua vida.

Na escuridão da noite, seu corpo treme e começa a fazer pequenos soluços, quase em silêncio, enquanto está deitada no meu peito. Abraço-a mais forte e eles param.

Deus, é bom saber que posso fazer isso por ela. Eu gostaria que alguém pudesse ter feito isso por mamãe.

No entanto, ela estava certa: Monte é uma cobra. Joguei contra ele em um dos torneios clandestinos em Las Vegas, chutei sua bunda e ganhei dinheiro suficiente para comprar esta casa. Durante uma semana, fui muito cuidadoso, porque ele e seus capangas estavam por toda parte. Não mudei uma merda do meu dia a dia, mas nesse momento, decidi que não iria jogar esse circuito novamente.

Tanto quanto adoro a emoção do jogo, adoro mais o meu rosto e os meus pertences, e não quero acabar fodido. Vamos encarar; eu não sou Jackie filho da puta Chan, mas cara a cara, poderia vencer qualquer um. Inferno, o velho me batia muito e eu deixei. Por quê? Ele ficava irritado porque era mais forte do que ele e isso me ensinou a não ter medo de nenhum homem. A dor não é nada.

Mas não sou estúpido.

Se meus irmãos estivessem aqui, poderíamos destruir Monte e seus capangas não teriam chance. No entanto, segurando seu corpo trêmulo, sei que a lógica e a razão estariam comprometidos com a preocupação e medo de tirar sua esperança, representada nessa garotinha linda que está dormindo no quarto de hóspedes.

Quando tenho um momento de lucidez, descubro o que fazer, sorrio e ela se move, mas depois de alguns segundos, volta ao seu sono.

Acordo quando o sol começa a aparecer pela janela. Quando me movo sob ela, ela abre os olhos.

“Você deve ir para a cama com a garotinha e dormir um pouco mais.”

“Você vai sair?” Ela se senta e alonga.

“Não, só precisa fazer algumas coisas.”

“Está bem.” Ela se levanta e alonga mais uma vez, a camisa se levanta e vejo um pouco de sua calcinha de renda.

“Ei, Slick!” — Estala seus dedos — “olhos aqui.”

“Espertinha.” Sorrio.

“Sim, bem, obrigada pela noite passada, por ontem, por nos ajudar.”

“O prazer é meu. Agora vá para a cama.” A maneira como digo reflete os pequenos pensamentos sujos na minha cabeça. Dou de ombros e ela revira os olhos. “Sinto muito, querida. Você está tão gostosa neste momento. Você precisa sair antes que pare de ser tão cavalheiro e...”

“Morrison.” Ela me interrompe. “Realmente, aprecio isso.”

“Eu sei. Agora vá.”

A coisa engraçada sobre apreciação e que ele não trás sexo.

Entro no chuveiro e observo meu pau. “Faz um longo tempo que nos dois tivemos alguma intimidade, anos, na realidade. Mas aqui está o negócio” — envolvo minha mão em torno mim mesmo — “essa menina aí fora, o tem firme e espreitando em minhas calças, implorando para estar dentro dela... bem, isso deu errado. Agora se acalme. Não é o tipo de ‘áspero’ que você gosta. Ela nos vê como um problema.”

“Agora, eu sei,” digo, acariciando-me mais rápido, “ela nunca agiu dessa maneira antes, mas com o conhecimento vem a responsabilidade. Então, você e eu vamos nos conhecer tão bem quanto fizemos aos dezesseis anos, porque na próxima vez que ficar assim, duro, próximo e pessoal, Madame durona lá fora vai estar rogando por isso. Ela vai saber que você e eu não somos um problema, um pagamento ou obrigação, mas um presente.” Fecho os olhos e penso naquela fantástica buceta, enlouqueço e bombeio mais forte, mais rápido. “Eu te prometo,” resmungo, “não há maneira no inferno que vou deixar esse tesouro escapar.”


“O que você quer dizer com Detroit?”

Empurro sua mão para ela. “Olhe para os bilhetes, sairemos em algumas horas, apenas por um tempo, o suficiente para que isso se resolva.”

“Há um torneio neste fim de semana e posso ganhar, Morrison. Eu posso ganhar e pagá-lo!”

“Você precisa pensar muito sobre isso.” Olho para Marisa, que está sentada no meu sofá de couro com uma tigela de uvas, usando meus fones de ouvido sem fio Bose e cantando junto com alguns desenhos animados.

“Você gosta da Princesinha Sofia?” Ela grita quando me vê olhando para ela.

Sorrio e aceno, mesmo que eu não tenha ideia do caralho do que ela está falando. E tenho certeza que ela vai derramar essas uvas pegajosas no meu sofá, mas não me importa. Nem um pouco, porra.

“Você me ouviu?”

Olho para trás para Hailey, que está franzindo o cenho para mim, e nego com um aceno de cabeça. “Por menos que seja Morrison, eu sei que você está certo, porque na noite passada admiti que nada é mais importante que a garotinha cantora no seu sofá, e sou pra caralho...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Ela repreende.

“Ela não pode me ouvir.” Eu rio. “Nada de jogo, Hailey.”

“Tenho que mantê-la a salvo.”

“Bom, isso significa que você tem que estar segura. Quem ela tem além de você?” Sei que estou exagerando, mas seu fodido muro é muito melhor no chão a seus pés.

“A única coisa que você quer é me possuir, me foder...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Devolvo e ela franze a testa de novo mas não fala nada. “Tem outra coisa que quero que saiba: Não vou te tocar e não quero te machucar. Quero fazer algo certo. Prometi a uma mulher que faria algo bom nesse fodido mundo e tenho sido um egoísta imbecil até agora. Por isso, se você precisa manter essa merda de olho por olho dente por dente e essa coisa de obrigação e recompensa, eu ficarei ao seu lado. Agora mova seu pequeno traseiro e empacote suas coisas, assim não perderemos nosso voo.”

Ela não se move.

“Mãezinha, não me faça repetir.”


Paramos na frente da casa de Hendrix em um táxi e Marisa olha para fora pela janela. “Aqui é verde.”

“Claro que é.” Eu saio e pego a garotinha, porque, honestamente, estou pensando que Hailey poderia fechar a porta e bloqueá-la antes de dizer ao motorista de táxi para arrancar e sair daqui.

Mantenho Marisa em um braço e pego as malas do porta-malas do táxi. Então, pago enquanto Hailey olha em torno de modo cético.

“Olha o que o gato trouxe.” Olho para trás quando a porta da garagem se abre para ver Hendrix, Jagger e Livi caminhando em nossa direção.

“Surpresa.” Sorrio. “Marisa, estes dois palhaços são meus irmãos, Hendrix e Jagger, e esta aqui é Livi, minha cunhada.”

Ela sai dos meus braços e faz uma pequena reverência de princesa. “Como estão?”

“Gatinha, eles são pessoas como nós. Guarda essa merd...” Hailey me dá um cutucão. “Opa, minha culpa. Guarde essas maneiras para a rainha.” Começo a apresentar Hailey. “Esta é a minha... uh... minha...”

“Eu sou Hailey, uma amiga de Morrison.” Ela se aproxima e aperta suas mãos.

“Vamos pegar a SUV” digo, “desça a estrada, encontre um lugar para ficar e...”

“Bobagem, vocês ficam aqui.” Livi se inclina e sorri para Marisa. “Você não quer ficar em um hotel antigo e sem graça, certo?”

Ela sorri e encolhe os ombros.

“Temos um monte de espaço aqui.”

“Livi” — Hendrix coloca seu braço em volta de sua cintura — “são mais do que bem-vindos para ficar, mas se eles não querem...”

“O que você acha Hailey?” Pergunto a ela. “Você quer ficar aqui por alguns dias?”

“Isso seria muito legal. Obrigada.” Responde timidamente, enquanto ainda assimila tudo.

“Bem. Agora os caras podem pegar as malas e nós, meninas, vamos encontrar um quarto para Marisa. É tarde, devem estar cansadas.” Diz Livi, de pé e sorrindo para Hailey.

“Nada.” Marisa sorri e pega tanto a mão de Hailey como Livi.

Uma vez dentro da garagem, olho para meus irmãos. “Não me julgue, sim, eu deveria ter chamado, mas não havia tempo, e não tinha certeza de que ela viria.”

“Ela é sua namorada?” Pergunta Hendrix.

“Porra, ela é gostosa.” Jagger pisca para mim.

“Ela é uma amiga que está com problemas com seu futuro ex-marido, a escória na Terra, um agiota de Las Vegas. Ele acredita que ela lhe deve algo e ameaçou tomar a menina. Isso não vai acontecer no meu turno.”

“Por que você cuida delas, se não vão foder?” Pergunta Jagger.

“Respeito, Jag.” Avisa Hendrix.

“Encontro aleátorio, eu nem sabia que ela tinha uma filha.”

“Você está bem com isso?” Questiona Jagger.

“A mulher mais gostosa que tive. Ereção garantida. Posso ter um problema.”

“Um problema?” Hendrix indaga.

“Sim. Ela é teimosa, tem muros tão altos quanto o sol. Ela acredita que tem que manter as coisas à mão, tem medo de dever algo a alguém. E é o mesmo com o sexo. Ela insiste em dar tanto quanto recebe.”

“Onde está o problema com isso?” Pergunta Jag, em seguida, ele ri.

Hendrix e eu apenas olhamos para ele.

“Bem, ok, não fazemos assim.” Ele balança a cabeça.

“Oferecemos o nosso melhor.” Digo enquanto bato em suas costas. “Estou faminto. Vamos subir, vou pedir o jantar.

O jantar é divertido. Marisa ama pizza e nos diverte. Essa menina é muito pequena para não mostrar nenhum ferimento de batalha. Ela vai quebrar este maldito ciclo. Por quê? Porque sua mãe é muito forte e a ama tanto que vai fazer acontecer.

Hailey está silenciosa, muito calma. Não posso nem contar o número de vezes que a vi olhando para a porta como se quisesse fugir. Não sou o único a percebe. Meus irmãos e Livi também notam essa merda.

Marisa escolhe o quarto que ninguém dormiu, o quarto que Hendrix montou pensando em nossa mãe. Um quarto em que mamãe jamais usou.

 

Depois que Hailey dá banho em Marisa, as duas agradecem a todos e depois vão para a cama.

Hendrix volta para o bar para fechar e Jag diz que vai treinar na academia. Já é tarde. Tenho certeza que ele vai bater em alguma coisa, mas meu palpite é que não será apenas na academia.

“As coisas certamente mudam em um piscar de olhos,” diz Livi enquanto limpa a mesa de café onde acabamos de comer.

“Ela é uma boa menina, só precisa de uma pausa.”

“Você é um bom homem, Morrison. Vocês todos são. Mas, por favor, me faça um favor.”

“Qualquer coisa, você sabe.”

“Não deixe Hailey cair se você não for forte o suficiente para segurar os dois, e não se esqueça de quão importante é essa garotinha, se você e sua mãe acabarem juntos. Lembre-se, ela estava lá ao lado da mãe primeiro. E não tente se achar que Hailey não pode devolver o amor que eu sei que você é capaz de dar.”

“Ouça, Livi, nem mesmo vou tocá-la novamente.” Dou um empurrão de brincadeira.

“Uh-huh. Estou falando sério, Morrison. Além disso, você merece ser feliz também. Ela é tão vulnerável e assustada, e não pode...”

“Livi, fui criado por uma mulher que era forte o suficiente para ficar. Nunca colocarei uma mulher nessa posição. Ajudarei para que ganhe sua liberdade. Isso é tudo o que ela quer para si e para aquela garotinha.”

Na parte da manhã, acordo cedo e saio do meu quarto para encontrar Hailey ali de pé, olhando ao redor. Paro e observo, querendo saber o que está pensando. Em seus olhos, vejo um olhar perdido. Na verdade, não é só perdido, mas como se estivesse enjaulada.

Não quero que tenha uma ideia errada sobre o porquê a observo.

“Bom dia.” Digo quando passo ao lado dela. “Café?”

“Uh... eu... uh...

“Toma puro?”

“Preciso encontrar um supermercado.”

“Certo. Mas até lá...”

“Vem muito aqui?” Ela me interrompe. “Você tem um quarto. Você...”

“Fico em Las Vegas até que junto o suficiente para ficar em casa por um tempo. Então, fico com minha família. Se quero trabalhar, trabalho no bar. Hendrix é proprietário de um mais abaixo na rua.”

“Preciso...”

“Qualquer coisa que seja, vamos conseguir.”

“Preciso de um trabalho.”

“Feito.” Escuto Hendrix dizer enquanto desce as escadas. “Encontrei uma de minhas garotas usando drogas quando fui pegar o dinheiro ontem a noite. Essa merda não acontece no Caldwell’s. Se estiver limpa e quiser o emprego, é seu. Livi e eu podemos te treinar...”

“Ela trabalhou...” Interrompo.

“Tenho experiência.” Ela me corta. “Trabalhava como garçonete em Las Vegas, inclusive substituia os barmans quando precisavam descansar.”

“Meu bar serve cerveja de barril e doses.” Hendrix diz.

“Não posso começar essa noite. Tenho que encontrar uma babá.” Vejo seus olhos movendo sem controle, como se estivesse tentando resolver todas as coisas sozinha. Porra, odeio isso.

“Confia em mim para cuidar dela?”

“Como se eu tivesse alguma opção.” Murmura.

Vou para o banheiro antes que diga algo de merda do qual posso me arrepender, mas paro quando a escuto falar.

“Não vai sair com ela, não é? Não tem uma cadeirinha e não conheço o lugar.”

“Não, vamos ficar aqui.”


Tem trabalhado há três dias, e durante esse tempo, não trocamos mais de dez frases. Ela e Livi estão se aproximando, o que é ótimo, e Marisa e eu criamos a nossa própria rotina a noite.

A mamãe sai e nos dirigimos para a garagem. Depois de dois minutos, de desenho, ela se senta no chão.

Hoje, está nas minhas costas, rindo enquanto eu corro. É a coisa pequena mais linda do mundo. Ela gosta de uvas, as come enquanto assiste Princesinha Sofia. Então lemos.

Hailey está de folga essa noite, e mesmo a distância, posso ver que uma luz voltou aos seus olhos. Ela brinca com meus irmãos e Livi e parece mais relaxada. A única vez que ouvi algum tipo de desentendimento foi quando ela e Hendrix discutiram sobre o aluguel. Ele disse que não, ela disse que iria embora.

“Saiba que você é um pé no saco.” Ele resmungou quando ela empurrou o envelope.

E quando comprei uma cadeirinha de carro — uma merda de uma cadeirinha — para o Escalade, ela ficou furiosa.

“Quando tiver que levá-la ao médico, não ficará tão furiosa comigo.” Gritei enquanto me afasto.

Balançando a cabeça, volto ao presente e me dou conta de que tenho que colocar um pouco de distância entre nós, Então, vou para o bar, onde bebo muito.

Recebo ofertas, muitas, e nem sequer posso pensar em aceitar. Tudo o que posso pensar é nela. Ao terminar a noite, não posso conduzir, então espero o táxi que Sally, a garçonete, chamou para mim e volto para casa, onde cambaleio no corredor até o batente da sua porta.

Paro na porta, observando-a dormir. Ela está deslumbrante com o rosto sereno, a preocupação parece ter sumido.

Tenho uma garota extraordinária na minha frente e nem sequer posso tocá-la.

Não sei quanto tempo tenho observado quando seus olhos se abrem. Ela me vê, então me encara.

Apenas balanço a cabeça e me afasto.

Ouço a porta fechar e olho para trás enquanto caminha em minha direção, vestindo seu robe.

“Que diabos você está fazendo? Você me olha todas as noites?”

“Sim.” Quero me inclinar para frente e tocá-la. No entanto, não faço.

“Bem, não faça. É assustador e errado. É fodido, Morrison.”

Concordo. “A culpa é sua.”

“Minha?”

“Tenho andado por aqui durante dias, te vendo rir, sorrir e baixar a guarda para todos.” Eu me inclino para frente. “Não tem ideia do quanto é atraente para mim.”

“Não.” Sua voz treme.

Balançando a cabeça, “Eu te quero todo o maldito tempo. Fico duro quando você passa ao meu lado. Poderia ter fodido cinco mulheres diferentes esta noite — Deus sabe que preciso liberar esse tesão — mas não o fiz, porque tudo que queria era voltar aqui e admirar a mulher mais linda que já vi. Você, aqui, Hailey — deitada com a sua filha, dormindo sem uma ruga de preocupação visível — é o que prefiro. Mas essa Hailey não quer nada comigo. Então me perdoe se gosto de observá-la dormir. Prometo a você que não farei novamente.”

Não diz nada, mas seu lábio inferior treme e tenho que evitar mordê-lo ou simplesmente tocá-lo, porque eu sei o que faz com ela, o que faz comigo.

Então, em vez disso, eu me afasto.


Capítulo 12

Hailey


“Morrison.” Grito. Não deveria chamar. Deveria deixá-lo ir. Preciso afastá-lo e deixar que vá, não o chamar de volta para mim.

Ele não fala. Fica de costas para mim e olha por cima do ombro, me observando atentamente.

As lágrimas se acumulam e sinto que a barragem está prestes a quebrar.

“Eu não sei como lidar com tudo isso.” Sussurro.

“Comece deixando que eu te ajude.” Responde como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

“Não somos problema seu, Morrison.”

Seu rosto se contorce como se sofresse. Virando-se para me enfrentar, não se aproxima, fica parado com as mãos nos quadris, esperando que eu continue.

“Mãezinha, você deve saber que é gostosa pra caralho. Porque, querida, uma mulher forte é muito sexy. Mas você também deve saber que não há nada — e quero dizer nada mesmo — que faça o homem que sou cair mais duro do que ver a beleza que você compartilha com aquela menina lá.” Ele aponta para a porta atrás onde Marisa está dormindo. “Hailey, você também tem que saber que não há problema em deixar as pessoas entrarem. É bom ter ajuda. E, porra, é bom ter algo para você.”

“Tenho algo meu. Ela está naquele quarto ali.”

Com três passos, ele está de pé na minha frente, inclinando meu queixo para me fazer olhar para ele.

“Eu vi em primeira mão como as coisas são para uma mãe que só vive para seus filhos. Ela está em primeiro lugar. Eu entendo isso, Hailey. Ela será meu número um também. O mesmo vale para Jagger, Hendrix, e Livi, todos nós te apoiaremos. Sabemos exatamente o que é para uma mãe sacrificar tudo pelo bem de seus filhos e não se importar com nada mais.”

Eu sei que ele está falando sobre sua mãe. Nós não chegamos tão profundamente antes, mas sinto muito.

Meu estômago torce enquanto ele continua, seus olhos nunca deixam os meus. “Tenho um arrependimento nesta vida: do que não fizemos para mamãe. Nós não prestamos atenção suficiente até que fosse tarde demais para dar algo para si mesma. Ela tinha a gente e o bar, mas ela merecia o melhor. Você merece o melhor.”

“Morrison.” Sussurro enquanto as lágrimas caem.

“Não, Hailey, não há nada que possa dizer. Basta ouvir. Com ou sem mim, você deve lembrar que também precisa cuidar de Hailey. Marisa precisa de sua mãe completa. Ela precisa da mãe e de pessoas que a protejam. E o que estou lhe dizendo é que você tem isso, não importa o que.”

Sentindo-me completamente derrotada, olho para os olhos determinados. “Eu não posso retribuir sua bondade, Morrison.”

Ele pressiona sua boca contra a minha em um beijo devorador e quanto mais me beija, mais sinto como se estivesse flutuando. Quando suaviza, dou um gemido enquanto derreto. Então, ele se afasta.

“Você. Não. Me. Deve. Nada. Porra nenhuma. No mês que te conheçi, me senti vivo pela primeira vez desde que a minha mãe morreu. A garotinha e você me deram uma razão para me levantar de manhã e fazer algo diferente na minha vida. Eu vou para a cama à noite desejando, mais do que tudo, lhe dar tudo o que tenho dentro de mim e deixar o mundo aos seus pés. Você não entende isso, Hailey? Você me dá muito mais do que o dinheiro pode comprar. Isso não é um equilíbrio de poder, perder ou ganhar, isso é um fodido sentimento. Pela primeira vez na minha vida, eu sinto, Hailey, além da preocupação em mantê-las seguras, e é bom pra caralho.”

Abro e fecho a boca, como se não tivesse palavras que pudessem explicar o que tenho sentido desde que Morrison chegou ao meu mundo.

Acaricia meus lábios com os seus. “Deixe o bem entrar, Hailey.”

Com essas últimas palavras, ele se retira e caminha pelo corredor sem olhar para trás, enquanto deslizo pela parede e penso sobre tudo o que ele acabou de me dizer.

O tempo passa e a fadiga assume o controle. Vou ao banheiro, lavo meu rosto e escovo meus dentes: as pequenas coisas que as mães se esquecem de fazer quando adormecem com seus filhos. Quando olho no espelho, não posso deixar de ouvir Morrison na minha cabeça.

“É bom pra caralho.”

Sim, admito.

Tem algo para mim? O medo se agarra ao meu coração quando penso no que quero para mim.

Seus braços são o meu conforto. Eles são o meu lugar para recuperar minha força. Quando ele me abraça, ele reconstrói algo profundamente dentro de mim. No meu momento mais fraco, ele envolve seus braços em volta de mim, e de alguma forma não parece que tudo está perdido.

“É bom pra caralho.”

Continuo repetindo na minha cabeça enquanto volto para a cama. O último pensado que tenho antes de finalmente adormecer é: sim, Morrison Caldwell, é bom pra caralho. Pena que não posso dizer isso a ele.

A manhã chega muito cedo. Tenho o turno da tarde no bar esta noite, e Sally, que está livre, vai cuidar de Marisa.

Depois de uma banho e me preparar para o dia, algo me empurra para encontrar Morrison. Quanto mais quartos passo sem encontrá-lo, mais o medo se instala em meu intímo.

Minha mente acelera e o pânico me invade quando chamo sem uma resposta. Eu o afastei demais? Acabei de perder a única coisa boa na minha vida além da minha filha?

Jagger está na cozinha quando viro a esquina para procurar Morrison. Ele entra e sai, mas sempre toma o tempo para ver como Marisa e eu estamos, fazendo com que me sinta aceita. Ainda assim, dos três irmãos, acho que é o mais temperamental e imprevisível.

“Bom dia, Hailey.”

“Bom dia, Jagger”. Por acaso você viu Morrison?”

“Sim — acabo de deixá-lo no aeroporto. Ele deixou o Escalade para você com um cartão para a gasolina no porta-luvas.”

“Aeroporto? O que quer dizer “aeroporto”? Onde diabos ele foi?”

Jagger me dá um sorriso. “Essa boca ousada é atraente, Hailey, meus irmãos são bastardos sortudos, eles têm duas boas mulheres com muita coragem.”

Ignoro o que Jagger diz sobre ser a mulher de Morrison, incapaz de tomar um tempo para pensar sobre isso agora. “Jagger, onde ele foi?”

“Onde ele sempre vai,” diz como se fosse óbvio, como se tudo isso fosse apenas um conhecimento comum. “Não se preocupe, ele estará de volta em uma semana, duas, no máximo, ele não fica longe por muito tempo.”

Uma semana, duas, no máximo?

Até agora, não tinha pensado em estar longe de Morrison. Desde que entrou na minha vida, não pensei em não tê-lo por perto, porque... bem, porque ele sempre esteve aqui.

Ele saiu sem se despedir.

O pensamento me incomoda.

Passo a manhã meio atordoada enquanto Jagger vai fazer o que quer que seja que Jagger faz. Sei que treina e luta, mas o homem tem um trabalho normal? Estou começando a pensar que todos trabalham no bar, mas também têm a sua ‘vida paralela’, como Jagger diria.

Durante toda a manhã, tento falar com Morrison, mas recebo apenas o correio de voz. No momento em que meu turno começa esta noite, estou oficialmente nervosa.

“Jared, você sabe o que é engraçado sobre estar sóbrio?” Hendrix diz com humor brilhando em seus olhos enquanto fala ao homem mais velho que fica colado ao banco no final do balcão todas as noites.

“Nada, Caldwell, não há nada de bom sobre isso.” Replica Jared antes de voltar sua atenção para Olivia. “Livi, qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

Ela ri antes de responder:

“Não sei, J. Qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

“Uma Miller Genuine Draft em cada mão. Agora faça essa merda acontecer para mim, você vai, não é querida?” Ele sorri, mostrando o verdadeiro elo que eles compartilham.

Fui apresentada a Jared e sei que ele oficializou o casamento de Hendrix e Livi, mas o homem está longe de ser caloroso e amigável. Não me deixa servi-lo ainda. Não o ganhei, diz ele. Eu gostaria que me dissesse o que tenho que fazer para ganhar essa honra.

“Você,” ele grita para mim, “mulher de Morrison, venha aqui.”

Começo a corrigi-lo, para lhe dizer que não sou a mulher Morrison, mas ele fala antes que eu possa. “Quando seu homem voltar, tenho uma piada para você dar a ele. Está pronta?” Pergunta com toda a seriedade.

Assinto, sem saber o que realmente espera que eu faça. Se aproxima e empurra meu ombro para baixo, de modo que meu ouvido está perto de seu rosto.

“Em que um casino se parece com uma mulher?” Ele sussurra, e não posso deixar de pensar onde ele está indo com isso. “Licor na frente e pôquer atrás.”

Meus olhos se arregalam em surpresa quando Livi ri comigo depois de ouvir cada palavra que ele diz.

“Pense nisso e diga ao nosso cara quando ele voltar para casa depois do torneio.”

“Torneio.” Com essa palavra, entendo tudo. Instantaneamente, sei onde Morrison está e não me sinto feliz. Este é o meu problema, não o dele.

Lembrando onde estou, limpo o balcão enquanto dou risada da piada e continuo com meu turno. Faço o que faço melhor — reprimo tudo e sigo em frente, mesmo quando o mundo cai ao meu redor. A noite passa em um turbilhão de bebidas e petiscos. Uma vez que fechamos, Livi coloca uma bebida na minha frente.

“Humm... devo dizer que não bebo frequentemente. De fato, a última vez que bebi, fui Lucy lábios fracos e não foi atraente.” Tento explicar.

“Garota, observei você no limite a noite toda. Então depois que Jared disse ‘torneio’, você entrou em modo robô. Agora, você tem uma menina esperando em casa que não vai querer uma mãe robô. Beba isso e vamos conversar.”

Livi e eu nos aproximamos durante o meu tempo aqui. Ela sabe tudo sobre Monte e os detalhes de como cheguei a esta situação e nosso tempo juntos. Embora procure muito Jamie, não podemos falar demais, porque não quero atrair a atenção de Monte para os dois telefones; com seu marido Alex devendo a Monte, não é demais ser cuidadosa. Livi tornou-se quase tão íntima quanto Jamie neste curto espaço de tempo. Ela tem essa vibração inocente e, depois de estar toda a minha vida no mundo dos jogadores e tentar lê-los, Livi é como uma lufada de ar fresco. Ela é limpa, pura, amável e leal.

“Diga-me que foi jogar para ele. Por favor, Livi, diga que ele não está tentando vencer Monte por mim.”

“Não posso fazer isso, Hailey. Não quero mentir e não vou. Ele é bom no que faz, no entanto. Vai te tirar dessa bagunça e vai fazer isso enquanto te abraça para que você não possa cair.”

Endureço com suas palavras. “Eu não posso cair.”

“Claro que pode.” Ela diz sem rodeios. “Todos o fazemos em algum momento.” Eu suspiro e depois ela continua. “Esses caras foram criados para levantar uns aos outros. Não há problema em depender dos outros, Hailey. Nem todo mundo espera algo em troca e os Caldwell não querem nada além de amor. Deixe Morrison fazer o que tiver que fazer para esta família, sua família, o que inclui você e a Srta. Princesa.”

“Não sei se posso.”

Ela aperta minha mão. “Houve um tempo em que não pensei que pudesse deixar alguém me ajudar, mas, você sabe o quê? Eu estava andando na neve no centro de Detroit, tudo para evitar dizer a alguém como as coisas eram ruins, então Hendrix apareceu e começou a cuidar dos meus problemas. Mais do que isso, ele segurou minha mão, enquanto eu estava enfrentando o meu passado. Ele me deu a força para suportar. Deixe que Morrison te dê isso. Deixe-nos te dar a segurança que você nunca teve.”

“Ele não está competindo com alguém que joga limpo, o Monte não o deixa vencer, e se por algum milagre ele ganhar, como posso pagar?”

“Vivendo sua vida livre das correntes do seu passado.” Ela me leva pelas mãos aos bancos do balcão, onde sentamos. “Esses caras viram coisas ao crescer, os tipos de coisas que permanecem com você. Eles não foram capazes de tirar sua mãe de uma situação ruim, então eles tiveram que assistir impotentes, enquanto ela passava por um monte de porcaria que não deveria ter que suportar. Eles não podem encontrar alguém que é abusado e não desejar estender uma mão para levantá-lo novamente.”

“Não fui abusada, Livi. Minha situação não é como a da mãe deles. Só devo a Monte.”

“Não lhe deve uma maldita coisa. Você jogou e perdeu. Acontece. Naturalmente, dinheiro não vem sem consequência, mas te chantagear para se casar?” Ela balança a cabeça. “Isso não é igual a nada.” Livi se mexe no banquinho de maneira peculiar, como ela geralmente faz, mas, desta vez, algo aparece em seus olhos. “O consentimento é,” ela começa e olha para ao redor antes de sussurrar “muito necessário.” Então, como se tivesse encontrado uma nova confiança, repete, só que mais alto dessa vez: “O consentimento é necessário. Está me ouvindo, , você entende Hailey?”

“Dei meu consentimento, Livi.”

“Sob pressão e quando você era menor de idade. Entende o que estou dizendo?”

“Não preciso de absolvição. Preciso que Morrison volte para casa e não lute minhas batalhas por mim.”

“Hailey, isto não é uma absolvição. O seu futuro ex-marido manipulou sua situação. Alguma vez você já ouviu o termo ‘consentimento duvidoso’?”

Lágrimas enchem meus olhos. “Livi pare! Não fui estuprada. Ele não me bateu. Ele cuidou de mim! Eu devo isso!” Sem querer grito. “Não tente justificar ou explicar minhas decisões erradas.”

“Hailey, querida, você está quebrando meu coração. Quais escolhas você teve? Se ele levou tudo para controlar suas circunstâncias. Nada disto é culpa sua. Deixe-nos ajudar. Permita que sejamos a família que você nunca teve. Deixe Morrison mostrar o que é realmente bom. Por favor, Hailey.”

“Ajude-me a chegar ao torneio. Deixe-me jogar por conta própria. Morrison está tirando minhas escolhas neste momento, também.”

Algo pisca em seus olhos. Em um borrão, ela se foi e fico com meus próprios pensamentos sobre o meu passado.

Monte tirou minhas escolhas. Ele fez. A questão é, o que diabos eu posso fazer sobre isso agora que eu tenho uma escolha?


Capítulo 13

Morrison


Vamos as apostas.

Deixo o banheiro no aeroporto, vestido com jeans e uma camiseta. Por quê? Porque quando joguei merda na minha bolsa, não estava pensando no meu show — por isso. Essa mulher me deixou todo fodido.

Jogo uma de vinte nas máquinas no aeroporto, e o primeiro tiro é uma merda. Os próximos vinte e ganho, e recupero meu dinheiro. Na minha terceira oportunidade, perco.

Uma perda, então deveria começar pela Strip. O ritual se foi.

Não estou jogando meu jogo normal; Estou jogando um jogo para ela, para ‘minha garota’. Sim, estou a chamando da porra de ‘minha garota’, e ela também está prestes a perder o rótulo ‘Hard Knocks’ que ela recebeu e parece aceitar. Que se foda tudo isso! Ela vale ouro. Precisa apenas aceitar, e por Deus, eu me certificarei de que isso aconteça!

Estou totalmente de acordo. É um jogo em que vou perder tudo ou ganhar a porra do maior prêmio que já joguei.

Saio e peço um táxi.

“Bel Air Drive, 3111.” Digo ao motorista de táxi enquanto entro.

A primeira vez que vim a esse local, esperava que mudasse o meu mundo. E de certa forma, mudou. Por um lado, de repente, conseguir comprar e fazer coisas agradáveis para as pessoas que amava. Mas mudou a minha vida? Não.

Ainda assim, com certeza me senti, e sinto, bem. A popularidade parece boa. Ter pessoas olhando para você e querendo ser igual é prazeroso. Ter uma buceta mimada e rica faz você se sentir bem. Ter socialites de joelhos, chupando seu pau no banheiro de um clube é divertido.

Mas nada disso muda uma vida.

Fama ou virtude, o que você escolhe?

Um mês atrás, para mim era a maldita fama. E fama é o que tenho aqui. As pessoas me conhecem, sabem quem sou, porra. O homem que escolhi ser, não o homem que todos pensavam que seria. Ele não é o fodido homem que meu velho criou. Aqui em Las Vegas, eles sabem que sou bom no jogo.

Mas queria uma mudança de vida, e até agora, tudo o que consegui foram apenas coisas materiais.

A virtude, no entanto... A virtude muda vidas. As pessoas virtuosas mudam vidas e quebram os ciclos da vida. E a virtude agora está ao alcance da mão. Se eu perder o jogo, perco a garota, sei que o homem, este homem Caldwell, fará algo que deixará sua mãe orgulhosa, dar a uma menina o que deveria ser seu direito de nascimento, ter algo do qual foi despojada: sua liberdade de escolha.

Quando chego em casa, entro e percebo que nem sequer vi como está o meu carro. Mas, quem se importa? Não eu. Hoje não.

Abro o cofre e tiro dois mil dólares, depois pego as chaves da mesa de entrada.

Quando abro a garagem, vejo o pequeno carro de Hailey e decido que vou com ele. Esse filho da puta está lá fora, e isso vai chamá-lo como uma barata na noite. Entro e verifico as chaves, mas não estão na ignição. Verifico sob o assento — não estão lá. Olho o visor e todos os lugares típicos onde as pessoas escondem suas chaves, mas não estão em lugar nenhum.

Então, olho no espelho retrovisor e vejo o assento do carrinho infantil, alcanço a parte de trás e levanto a tampa. Chaves Dou risada sozinho, porque Hailey não se parece em nada com as meninas que tive Ela pensa, planeja, projeta estratégias e tem mais inteligência do que qualquer outra pessoa que conheço. Esconder chaves sob um assento de carro. Um ladrão típico de carro não pensaria em verificar lá. Isso porque ele não saberia que a garotinha é mais importante para ela do que qualquer coisa ou qualquer outra pessoa neste mundo. Seu tique, sua fraqueza, e sua razão para a luta, é aquela linda garotinha.

Quero participar de qualquer merda de torneio clandestino que Monte estiver, porque aquele filho da puta não tem ideia de como tratar uma garota como Hailey, e ele também não tem direito de ferrar essa garotinha.

Passo por sua casa três vezes. O três é o meu número de sorte, mas faz com que a merda aconteça três vezes na minha vida. Há um começo, um meio e um fim. O meio é o lugar mais seguro para estar, sempre soube que issoera verdade. Odeio a ideia de escolher o mais seguro —o que flutuasse — por que nunca fiz isso.

Estaciono na frente de um bar, o Double Down Saloon. Então, entro, peço uma cerveja, sento e espero. Antes da minha cerveja terminar, vejo quatro homens caminhando juntos, e atrás deles está Monte.

Deixo meu banco, me colocando em pé na parte de trás do bar, e me sento em uma mesa de canto. Olho para cima para ver o bastardo andando em minha direção com seus garotos.

Ele para na minha frente. “Eu quero as chaves daquele pedaço de merda em que você veio. Em seguida, será melhor me dizer onde está minha pequena prostituta.”

Sorrio, intencionalmente provocando. “Isso não vai acontecer.

“Eu não sei com quem diabos você pensa que está lidando aqui, Ás, mas nestas partes, você não pode se meter comigo.”

“Sim, bem, eu não sigo muito as regras de um pedaço de merda como você.”

Um dos caras dá alguns passos para a frente.

“É possível que você queira acalmá-lo, porque da forma como vejo isso, você pode não querer qualquer contato físico entre nós. Porque sim, se alguma vez ficar cara a cara com aquela bunda novamente, ela estará te olhando como se você não fosse nada. Não depois de me ter.”

“Eu vou arruinar você.”

“Bem, sim, eu a arruinei... para você ou qualquer outro homem que ela escolher para estar dentro daquela pequena buceta apertada. Alguma vez já ouviu os gritos dela que não fossem ‘fique longe de mim’? Porque a maneira que grita meu nome é como...”

“Você é um homem morto.”

“Se eu morresse hoje, saberia que morri depois que provei o céu, algo que você nunca teve. Não tenho ideia como diabos você pode se chamar de homem e não comer uma buceta.” Olho para um de seus caras. “Você pode acreditar nessa merda?”

“Eu não como prostitutas.”

“Pelo que eu saiba, tinha dezessete anos quando abusou dela, e não fez com qualquer outra pessoa, porque você a fez acreditar que lhe devia, isso soa muito parecido com estupro. Portanto, se meus cálculos estiverem corretos, Monte, ela teve dois paus, uma língua, e só um homem que a fez se sentir como uma mulher e não uma prostituta cativa.”

“Ela e eu somos casados; sua mãe deu seu consentimento. Não houve estupro.”

“Não é um casamento real, e era uma menina de dezessete anos, que estava com medo depois de ter sido criada por uma mulher que não conhecia a verdadeira liberdade. Você estuprou aquela menina.”

“É isso o que ela está dizendo?” Ele ri.

“Não, isso é a verdade. Ela está aprendendo muito rápido, no entanto. Ela vai criar aquela garotinha para ser o que quer que ela escolha ser um dia. Você deve muito a ela, e ela não te deve porra nenhuma.

“Ouça, seu filho da puta fodido, ela me deve trezentos mil dólares, e pretendo recuperar tudo, por qualquer meio necessário. Se você tem esse tipo de dinheiro, ela é toda sua.”

“Não.”

“Não?”

“Não, ela é toda dela.”

“O homem não quer reivindicar um traseiro pelo qual ele está disposto a morrer.” Monte ri, em seguida, o mesmo acontece com os seus capangas.

“O que vocês idiotas não entendem é uma mulher escolher o homem que ela quer foder — e ter sua mente, corpo e alma. Se eu conseguir o dinheiro e ela ficar comigo, vou ter muito mais do que sua propriedade, terei uma mulher que estará ao meu lado voluntariamente. Não será uma mulher à procura de uma fuga. E se não me escolher, não terei que descer as calças para verificar se tenho o equipamento que me faz homem — eu sei por minhas ações, que sou um homem inteiro, melhor do que o que ela teve antes.”

“Trezentos mil dólares e não dou à mínima se ela é uma participante voluntária ou não com você. Só me interessa que a putinha pague sua dívida. Você tem três dias.”

Quando, ele levanta, olha seus capangas e então se aproxima de mim. “Três dias de merda e depois, irei atrás de você, depois dela, e então da garotinha.”

“Você toca em uma delas, e eu, pessoalmente, vou te colocar três metros abaixo da terra.”

“Isto não é um jogo, Ás.”

“Não, isso seria muito fácil. Eu já venci você.”

Sussurra algo no ouvido de um dos seus capangas, então vai embora.

O homem tira uma carta e joga sobre a mesa na minha frente.

“Sua boca deveria ter ficado fechada. Monte não só quer o seu dinheiro, quer seu jogo também. Esteja lá ou eu vou dar o seu endereço.”

“Que porra isso quer dizer?”

“Tenho gente te seguindo. Faça seu jogo, consiga dinheiro e não vou usar as informações. Se não aparecer e não lhe pagar, ele saberá quem você é e onde encontrar sua esposa e filha.”

“Qual é a porra do seu problema?”

“Pergunte para Hailey.” Ele se vira e sai andando.

“Perguntar o quê?”

Ele não se vira.

Olho para a carta. É o bilhete dourado, a direção do torneio em que vou jogar pelo maior prêmio da minha vida.

Ele acha que sou um jogador.

Mas, não sou.


Paro em frente a Seed, um clube pequeno no lado leste de Las Vegas. Pego a carta que o homem de Monte deixou sobre a mesa, o meu bilhete dourado. O bilhete que vai me fazer ganhar a garota que vem ligando para o meu telefone nas últimas doze horas.

Ignorei suas chamadas e dos meus irmãos. Preciso de foco, não distrações.

Saio, caminho até a porta que diz ‘fechado’ e bato. Quando se abre, a corrente ainda presa a partir do interior, mostro a minha carta e a porta é totalmente aberta. Coloco minha carta no bolso, sabendo que se tiver que sair para conseguir mais dinheiro, isso vai me levar de volta para dentro.

Enquanto caminho, todos os olhos estão em mim, o gorila coloca sua mão em meu peito, me parando.

“As armas ficam na porta.”

“Não tenho nenhuma comigo.”

“Vá para o bar e pegue suas fichas. Não há dinheiro nas mesas. Se precisar de mais, peça a um dos homens que circulam. Eles podem levá-lo para o caixa automático.”

Estou vestido para impressionar. Velhos hábitos demoram muito para morrer.

Trouxe todo o dinheiro do meu cofre comigo, trinta mil. Comprar a primeira rodada é excelente.

Eu me aproximo do bar e dou ao homem vinte mil dólares. Ele me dá um olhar que me diz que é uma grande troca. Isso me deixa um pouco nervoso. Se vinte mil é muito, isso significa que pode não haver dinheiro suficiente para ganhar. Há trinta homens aqui, e eu preciso de todo o seu dinheiro e algo mais.

O homem que dirige o jogo começa jogando nomes em uma tigela.

“O jogo começa em dez minutos. Existem alguns jogadores que foram convidados e ainda não apareceram. Vamos dar-lhes o respeito que merecem e esperar. Enquanto isso, fiquem à vontade para uma bebida.”

Olho ao redor, vendo alguns rostos conhecidos e alguns não tão famíliares.

“Ás?” Olho para a minha esquerda e vejo o cara que estacionou meu carro em Aria.

“Wheels, cara, o que está fazendo fora da Strip?” Aperto sua mão e lhe dou um tapinha nas costas.

“Eu vim para jogar.”

“Não ganhará assim, cara.” Sorrio.

“O que significa isso?”

“Vou te dar alguns conselhos, ok?”

“Sim, isso seria ótimo.” Ele sorri.

“Não participe do jogo, seja o jogo. Não há outra maneira de vencer. Olhe as cartas dos jogadores; esqueça o jogo e vença, e seja o jogo. Torne-se o jogo.” Pisco o olho. “Entendeu?”

“Sim, cara, entendi.” Ele sorri. “Isso é tudo? Esse é o seu segredo?”

“Nosso segredo.”

Ele respira fundo.

“Jogue o nervosismo pela janela.”

“Feito.” Diz, balançando a cabeça.

“Quanto trouxe com você?”

“Tudo o que tinha. Não é grande coisa, mas é um começo.” Ele diz, girando a ficha em sua mão.

Procuro uma ficha no meu bolso. “Outro segredo: comece com dois mil quando jogar as cartas. Assim quando ganhar, você ainda terá os dois mil originais para jogar, enrolar no próximo jogo, e não procure mais, se você está exausto. Não deixe o jogo jogar com você.”

“Tornar-me o jogo.” Assente.

Entrego a ficha que peguei. “Hoje à noite, guarde três dos grandes. Dê-me isso de novo quando tudo terminar.”

“Sério?”

“Sim.”

“Porra, obrigado.”

“Não me agradeça, pague-me no final.”

“Eu vou. Prometo.”

A sala está cheia e um homem está no centro de tudo. “Bem-vindos ao Seed. Eu sou Scott, o proprietário deste estabelecimento. Obrigado a todos por fazer parte das festividades desta noite. O jogo é de cinco cartas. Todos sabem as regras. A casa vai ficar com dois por cento do dinheiro nas suas fichas no final da noite. Mil dólares será o valor do início da mão. Se perdem, saem. Os nomes serão falados em um instante. Os primeiros quatro na mesa um, o segundo grupo de quatro na mesa dois, e assim por diante. Cada rodada termina com um homem sentado em cada mesa. Cada avance exige mais mil para sua aceitação. Se você quer sair, pode trocar suas fichas sempre que quiser. Não nos importa, ainda temos o nosso dois por cento. Quando chegarmos aos últimos quatro jogadores, jogarão em uma mesa. Boa sorte a todos.”

O nome “Ás” aparece: estou na mesa três, a minha favorita. Sento e olho em volta para minha equipe. Todos têm fome e são intensos. Todos são fáceis de ler. Eu tenho esse jogo.

Timmons está na mesa seis, e meu parceiro, Wheels na mesa sete. Não são uma distração, mas quando o nome de “Hard Knocks” é chamado na mesa oito me distrai de toda essa merda. Olho para cima para ver a parte de trás de uma garota de penteando hippie, camiseta, jeans e botas pretas de combate. Não fico encarando, porque sei que a mulher que deixei em casa está na porra dessa casa.

Então escuto Monte rir e olho para cima de novo. Sigo seus olhos para a mesa oito, e quem está me olhando é a merda da aparição de Hailey. Pelo menos eu gostaria que fosse. Nego e começo a me levantar, mas ela balança a cabeça e logo escuto o locutor chamar Hendrix e Jagger para a mesa dez. Me pergunto, como demônios conseguiram entrar?

Olho para descobrir que ambos tem um sorriso de merda em seus rostos, mas os filhos da puta não me olham. Olho para Hailey, que morde o lábio para evitar sorrir.

Viro-me na cadeira e quero bater a porra da minha cabeça no feltro verde, mas não faço.

Meus irmãos estão aqui, então sei que tudo vai ficar bem. Apesar de como acabar esta noite, eu tirarei Hailey daqui com segurança e, em seguida, arrastarei seu penteado hippie para a porra de Detroit. A parte que está balançando o meu mundo neste ponto, é que se ainda não sabe, sabe agora que se ela ganha, perde ou empata, faz parte de uma família que a apoia.

Na quinta rodada, minha mesa está limpa. Pego todas as merdas de fichas. Nunca senti a emoção de que o jogo fosse tudo ou nada. Mas agora, com a minha necessidade de mostrar a essa menina, que posso cuidar dela — não só posso como quero. E já sinto a eletricidade das luzes de Las Vegas, e nem estou na Strip.

Quando eu a olho, vejo que ela está vencendo, também. Meus irmãos estão jogando pelo seguro, mas se mantém sozinhos. Wheels está se levando, parece como se estivesse no topo do mundo, lembrando-me muito quando cheguei aqui a primeira vez.

Na décima rodada, estou esperando que minha mesa fique cheia de jogadores de novo.

Olho em volta e percebo que há pelo menos meio milhão de dólares em fichas nas mesas.

Olho para a pilha de Monte e tem cem mil. No entanto, a minha menina de cabelo hippie, minha garota com uma buceta de ouro tem o dobro.

Enquanto ambas as mesas são limpas, olho para os meus irmãos.

Eles caminham ao meu lado e Jagger bate no meu ombro. “Estamos lá fora, cara.”

Monte os vê e seu rosto endurece. Então eu pisco um olho, e seu rosto fica vermelho como um tomate.

Finalmente ficam as duas últimas mesas e Hailey e Monte estão na mesma porra.

“Destrua todos, mãezinha.” Digo do outro lado da sala, fazendo-a rir.

“Você poderia dizer ao idiota para calar a boca?” Zomba Monte.

“Não é contra as regras falar, certo?” Pergunto ao repartidor na minha mesa.

“Não, senhor.” Ele tenta não rir.

"Bom" Eu olho no quarto. "Ei, querida". Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. "Quando é só você e você se divertindo, certifique-se de colocar suas pilhas de fichas enquanto eu as entrego, e não como você fez isso".

“Bom.” Olho através da sala. “Ei, querida.” Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. “Quando for só você e o tarado, certifique-se de posicionar as pilhas como eu lhe dei e não como ele fez.”

“Você, filho da...” Monte começa a se levantar.

“Se sair da mesa durante um jogo, você perde.” O repartidor avisa em sua mesa.

“Você ouviu, Monte? Quando eu pegar o seu dinheiro, quero ter merecido.” Hailey diz.

“Cadela, você nunca ganhou nada em sua vida.” Ele retruca.

“Querida, está em sua mão. Agora balace.” Digo, olhando por cima do ombro para ela e piscando.

Ela sorri.

“Vou fazer isso direito.”

“Você sabe que está me deixando duro aqui.”

“Oh, meu Deus, você poderia calar a boca?” Ela diz, rindo alto, livremente.

“Só se você me pedir com delicadeza.”

Seu rosto fica rosa enquanto olha para baixo e balança a cabeça.

Sou o último homem na minha mesa novamente. Tenho um pouco menos de duzentos mil, e não posso esperar para pegar o dinheiro do filho da puta.

Eu me levanto e ando até o bar para tomar uma bebida, olhando as quatro pessoas que ainda estão na mesa deles. Um deles é um cara que parece do Texas, com um chapéu de cowboy e botas que parecem que nunca viram terra. Depois, há o meu menino Wheels, além Monte e Hailey.

O Texano empurra todas as suas fichas no meio, e os olhos de Hailey arregalam. Então, eu os observo iluminar antes de engolir em seco e morder o interior de seu lábio. Esse é o seu tique.

Ela sabe que está quase lá. Na cama, essa é a minha deixa para ir mais duro e tão profundo como possa me tomar para empurrar até seu limite antes que goze.

Ela coloca as cartas com a face para baixo, então me observa enquanto empurra todas as suas fichas, e meio que mexo em meu queixo, apertando a mandíbula e a boca. “Gostosa e excitante pra caralho.”

Monte desiste e se inclina para trás.

A mão é jogada, as cartas são viradas, e minha garota tem quatro fodidos ases.

“Droga, minha querida.” A mandíbula do Texano cai. “Acaba de pegar todo o meu dinheiro.”

Ela sorri. “Obrigada.”

“Os agradecimentos não são necessários; é um jogo. Você ganhou de forma justa.”

Ele se levanta e caminha em direção à porta enquanto Hailey olha para as suas fichas.

Ela se levanta. “Eu gostaria de trocar as fichas.”

“Você está brincando? O jogo não acabou, Hard Knocks. A puta que me deixou nunca sairia enquanto há algo para ser tomado.”

“Não aceito mais nenhum desaforo seu, exceto ao longo dos anos e anos de abuso mental, seu pedaço de merda! O que eu fiz para merecer o tratamento que você me deu? O que fiz...”

Eu me aproximo e pego sua mão. “Vamos lá. Ele não vale nem mais um segundo do seu tempo, nem uma maldita palavra de seus lábios, nem qualquer coisa.”

Enquanto ela está me abraçando e chorando, o dono do bar traz seu dinheiro em espécie. “Trezentos e quarenta mil dólares para uma mulher chamada “Hard Knocks”. Eu não acho que isso se encaixe mais. Depois de nosso desconto, você tem trezentos e trinta e três mil e duzentos.”

“Dê-lhe trezentos mil.” Aponta para Monte. “Agora, seu bastardo, eu paguei pelos sete anos que você acha que eu te devia. Diga-me que tenho sua palavra que estamos quites.”

“Você confia na palavra dele?” Sorrio.

“Sim. Nos negócios, a sua palavra é válida. Monte, olhe para mim e diga que minha dívida está integralmente quitada.”

“Está tudo aqui. Estamos quites. Tenha uma boa vida com essa porra de jogador. Ele vai te deixar por alguém que faça mais o tipo dele e você vai desejar que ainda estivesse aquecendo minha cama. Mas você nunca mais fará isso, cadela. Quando ele te deixar por outra cadela que não seja tão classe baixa, você estará tentando encontrar a próxima cama quente...”

“Querida, vá para fora; meus irmãos estão esperando. Vou assim que der um pontapé na bunda desse idiota.”

Hesitante, Hailey vai enquanto passo para a próxima rodada. Eu me coloco na mesa para jogar com Monte e Wheels.

“Se olhar para ela de novo, vou arrancar seus malditos olhos. Se voltar a falar com ela dessa forma novamente, você perde a língua. Ela pagou uma dívida totalmente absurda. Agora, deixe-a em paz, porra!”

“Tenho recibos para tudo que paguei, de modo que não há nenhum absurdo envolvido. Ela nunca trabalhou um dia em sua vida e tinha o mundo pelas bolas...”

“Então, você fodeu tudo e perdeu a porra da única coisa que importa, a sua família. Algum dia, suas pequenas folhas de cheque e recibos serão pagos, e ninguém vai ter de lidar com seu traseiro de novo. Então, como você vai ficar?”

“Com quem, com Marisa, é claro.” Ele diz em tom malicioso.

“Caralho. Hailey simplesmente assegu...”

“Se ela quiser ficar com a minha filha, ela também precisa pagar o preço da menina. Caso contrário, vou vê-los no tribunal.”

“Você é um filho da puta doente.”

“A dívida da menina não é tão grande assim. Duzentos setenta e cinco mil é tudo.”

“Então, vou comprar essa aqui, agora.”

“Você não tem as fichas, Ás.”

“Vou pegar o resto.” Sibilo e começo a levantar.

“Não, sente e ganhe. Este será o último jogo que joga.”

“Não é o jogo. Se trata de ganhar tudo.”

As apostas nunca estiveram tão altas. Hailey comprou sua saída, mas a garotinha ainda está na mesa. Sua filha é o prêmio, e Hailey ainda não sabe. Se eu tiver sucesso, nunca vai saber o quão baixo era seu ex realmente.

Na primeira mão, o filho da puta chama meu blefe e perco tudo. Como? Eu joguei. Eu não fui o jogo; Marisa foi.

Quando me levanto para sair, Wheels me para.

“Cara, eu sei que você tem dois mil em seu bolso, então os jogue.”

“Não é assim que faço meu jogo.”

“O jogo é diferente agora, certo?” Ele está implorando. “Cara, não perca a esperança.”

Coloco minhas fichas na mesa e perco, assim como Monte. Wheels está rolando nele, e se não fosse uma situação onde envolvesse o de uma criança, teria dado cambalhotas para ele. Mas estou ferrado.

O carteador olha para mim. “Você está dentro ou fora?”

“O idiota do caralho não tem mais dinheiro.” Monte ri.

“Eu tenho uma casa.”

“Você é um covarde.” Zomba Monte. “Eu não quero sua casa. Eu quero o seu dinheiro e seu jogo.”

Ignoro.

“Quanto pela casa?” Pergunta Wheels, olhando para sua pilha de fichas.

“Duzentos e setenta e cinco mil dólares.” Respondo sem hesitação.

“Quanto vale?”

“Trezentos e cinquenta.” Digo.

Ele olha para baixo. Monte está irritado.

“Mobiliada, vale trezentos e setenta e cinco, pelo menos. Fica em um condomínio fechado e não devo nada, está totalmente quitado. Nem você deverá, Wheels...”

“Eu a levo.” Monte ri.

“Nem fodendo.” Assobio. “Você não merece.”

“E ele sim? Não merece uma casa que possa se beneficiar com cem mil dólares. Não é um jogador.” Cospe Monte.

“Ele mudou o jogo.” Mantenho meus olhos em Wheels.

“Feito.” Ele diz.

“Feito?” Levanto a sobrancelha.

“Sim, cara, feito. Espere, também quero o carro.”

“Wheels, cara, eu juro que você está me matando aqui. Vou dar-lhe o melhor apartamento, mas o carro é meu.”

“Está bem.” Ele ri. “Porra. Porra. Porra! Quando posso me mudar?”

“Podemos resolver toda merda legal amanhã.” Pego meu telefone no bolso e entrego a ele. “Mande um texto de modo que teremos a informação de contato.”

“Você vai entregar o dinheiro apenas pela palavra dele?” Zomba Monte.

“Sim.”

Uma vez Wheels volta e me entrega o dinheiro, viro e entrego a Monte. “Se chegar perto dela ou da criança novamente, eu te mato. É mais barato contratar um assassino que ser manipulado por você outra vez.”

O carteador pergunta:

“Quem está dentro?” Eu me viro para sair. Nada mais importa. O jogo termina e eu ganhei tudo.

Saio, com Wheels me seguindo, e vejo Hailey caminhar.

Aperto a mão do menino, lhe dou o endereço, e digo que passe amanhã para que possamos ir para o advogado.

“Ganhou?” Pergunta Jagger.

“A vitória mais importante da minha vida. Vamos comer alguma coisa. Em seguida, os três dormem um pouco antes de voltar para casa para a garotinha.”

“Você volta com a gente, certo?” Hailey pergunta.

“Vou voltar um dia depois de vocês. Vou dirigindo para casa.”

“Por quê?”

“Porque não pretendo voltar aqui tão cedo.”

“Tem certeza?” Pergunta Hendrix.

“Como eu disse, ganhei um prêmio enorme hoje. Tenho o que preciso de Las Vegas. Agora tudo que quero é voltar para Rock City com a minha família.” Uma calma me inunda. “Mas, primeiro, o que diabos vocês dois estavam pensando para trazê-la aqui?”

 

 

 


Capítulo 14

Hailey


Foi tudo um turbilhão. Depois que terminei o trabalho, Olivia poderia dizer que eu não pude lidar com o pensamento de Morrison estar no torneio sem mim. Sem me permitir pensar demais, reuni coragem suficiente para deixar minha garotinha com Livi e embarquei em um voo noturno para Las Vegas com Hendrix e Jagger. Com uma família me apoiando, enquanto enfrento meu passado — é o que Livi disse quando quando saímos.

Não sabia como aceitar isso. Só sabia que no final do dia, teria que pagar minha dívida por conta própria. Não podia deixar Morrison fazer isso.

Antes que o nervosismo se apondere de mim, estava nas mesas. Participando do torneio.

Tentei manter minha expressão fechada para não me lerem. Tentei manter minha compostura, mesmo sabendo que tudo estava literalmente em jogo neste momento.

Sentada, passei os dedos sobre o feltro onde a mesa encontra a borda de madeira. O contraste é estranho quando você sente o verde suave do forro e depois muda para a madeira.

Áspero e suave. Macio e escorregadio.

Como a mesa, eu precisava ser suave e escorregadia apesar de tudo. Esta noite, de fato o vencedor leva tudo. Hoje à noite, teria de volta a minha liberdade. Hoje à noite, eu iria escolher minhas opções.

Era fácil se deixar levar. Houve um tempo quando queria ficar e continuar a jogar. Eu queria subir a aposta e ver se poderia fazer um lucro.

Mas, havia muito em jogo.

Recebi um bilhete de Marshall. Jamie em seguida, chama um cara que conhecia outro cara que conhecia um outro cara e conseguimos as cartas douradas de Hendrix e Jagger. Marshall não parecia nada satisfeito quando cheguei com os convidados.

Muito ruim, tão triste, grande cara.

Eu sei que em algum lugar dentro dele, há um coração. Só que ele deve muito a Monte para sair. Não sei o que vai acontecer se Monte descobrir o que Marshall tinha feito para mim. Não podia pensar nisso. Eu tinha que ficar centrada no dinheiro e em pagar meu marido.

Tinha guardado o suficiente para a minha entrada. Vou ter que trabalhar para pagar minha passagem aqui, mas estou livre.

Que sentimento incrível!

Aqui fora, ando de um lado para outro, esperando desesperadamente que Morrison esteja bem. Meu estômago revira. Minha intuição está gritando que havia mais do que sabia. A maneira como Morrison estava provocando Monte através de mim, zombando dele.

Mas porque? Esta é a minha batalha para lutar.

Ganhei o que era necessário — para quitar a dívida na íntegra. Então, eu me perguntava, por que Morrison ainda está lá? Estamos quites. Por que não troca seu dinheiro e sai?

Observando-o finalmente sair, sei que alguma coisa aconteceu. Ele não corre até mim. Não tem conto de fadas, enquanto me abraça rodopiando.

Não, ele me diz que estamos indo comer, que vou voltar para casa e que ele vai chegar em mais alguns dias.

Antes que você possa refletir sobre sua atitude, Marshall sai, com Monte logo atrás dele. Então, Marshall olha para mim de uma maneira que me diz que devo escolher minhas palavras com cuidado.

Escolher.

Eu não posso deter o sorriso que cresce quando Monte se aproxima. Tenho uma escolha. Finalmente!

Sinto que os irmãos Caldwell ficam tensos atrás de mim enquanto todos se movem pelas minhas costas. Jagger se move na direção de Marshall, mas estendo a mão e gentilmente agarro seu antebraço.

Aquece o meu coração saber que o enfrentaria cara a cara por mim, mas este é um mundo no qual ele não vive. Existe um código, e não pode cruzar a linha, ou estarei em dívida novamente antes que qualquer um de nós possa piscar.

“Os documentos serão entregues no meio da semana.” Monte diz enquanto me estuda.

Não fale. Não diga nada, eu me lembro.

“Monte, você sabe que nosso casamento não é legal. Não tivemos testemunhas ou um oficial.” Antes de partir, pedi a Livi para realizar algumas pesquisas, e ela não encontrou registros em nenhum tribunal que estive legalmente casada com Sean “Monte” Timmons, porque a certidão de casamento nunca foi emitida. Além disso, meu cartão de segurança social ainda diz ‘Hailey Sue Poe’, assim como minha nova carteira de motorista de Michigan.

“Hard Knocks, você deve saber que eu nunca teria legalmente vinculado você a meus bens, estou falando sobre os procedimentos sobre a Marisa. Estou abrindo mão dos meu direitos.”

Meu ritmo cardíaco troveja em meus ouvidos, meu rosto mostra tudo enquanto me esforço para manter a calma.

Monte sorri para mim de uma forma que só pode ser descrita como pura ameaça. “Eu sou um monte de coisas, Hailey, a maioria delas não são boas, mas nos negócios eu sou um homem de palavra. Obrigação e recompensa, Hard Knocks. Você teve uma pausa. O saldo foi pago na íntegra.” Move seu olhar de mim para Morrison. “Para você e Marisa. Você está livre.”

Monte gira e se afasta enquanto o braço de Morrison envolve meus ombros. Quando ele está a poucos metros de distância, ele olha por cima do ombro e então diz a Morrison: "Eu a tive primeiro, vou ter por último, e quando ela voltar rastejando, vou fazê-la pagar o preço porque não fui o único a ter sua buceta.”

Morrison sai para avançar em direção a Monte, enquanto Marshall balança a cabeça para mim.

“Morrison, pare! Ele não vale a pena.” Digo.

Ele para e olha para mim.

“Seja o bom cara.” Ele sussurra. “Não seja ele.”

“Ás, você conseguiu o que veio buscar aqui hoje à noite. Eu espero que tenha valido a pena, porque você não vai jogar aqui novamente. Esta é a minha cidade.” Monte olha para mim. “Hailey, quando os golpes baterem duro de novo, eu estarei te esperando, e não vou ser tão bom dessa vez.”


Depois de um momento, ele se vira e faz sua saída, enquanto os arrepios correm pela minha espinha e minha mente acelera.

Ganho um aperto no ombro de Jagger e outro de Hendrix, enquanto Morrison apenas olha para mim.

“O que significa que você não pode jogar aqui novamente? O que aconteceu lá, Morrison?”

“Não há nada para se preocupar.” Olha para seus irmãos. “Vamos comer, então vocês pegam em um avião e voltam para a Srta. Princesa.”

Existe uma distância entre nós que não entendo. Sou livre. Esta noite, ganhei. Ganhei a minha liberdade. Este deveria ser um momento feliz, mas sinto como se tivesse sido marcado por alguma coisa. Eu só não sei o que é.

Jagger e Hendrix parecem ler algo em Morrison que estou perdendo; Como resultado, o jantar é rápido e silencioso. Não estou acostumado a ser livre. Agora eu sou. Estou livre, e tenho que parar de questionar tudo e apenas aproveitar o momento, pelo menos por agora.

Voltamos para a casa de Morrison até a hora de pegar nosso voo amanhã. Enquanto os caras passam um tempo juntos, vou para o quarto de Morrison e leio para Marisa, usando um vídeo chat de celular de Livi para o meu. Vendo seu rosto sorrir na pequena tela, tenho a primeira onda de calma que senti em toda a minha vida.

Ela é minha razão de ser. É o meu tudo.

Termino a minha chamada, então vou para a sala de estar, onde posso ouvir vozes na cozinha.

“Que se foda! Deixe tudo. Eu não preciso de roupas. Não tenho nada pessoal aqui. Minha casa é Detroit; este foi um lugar de descanso. Deixe o menino ficar com tudo.” Escuto Morrison dizer aos seus irmãos.

“O que está acontecendo?”

“Realmente você deu ao garoto?” Pergunta Jagger.

“Não, vendi para ele. Eu estava fora do jogo. Ela faz isso para mim. Por que diabos a trouxeram aqui? Se não tivesse vencido, se não tivesse vendido, vocês percebem o quão ruim isso poderia ter ficado?”

“Mas não ficou.” Isso vem de Hendrix, a calma em tudo.

Meu telefone toca, alertando os caras da minha localização. Olhando para a tela, vejo que é Jamie e tento agir como se não tivesse ouvido nada, enquanto respondo.

“Ganhou.” Ela grita.

“Ganhei o suficiente para deixar seu controle.” Digo com orgulho.

“Vai voltar?”

“Oh, querida, eu queria, mas não acho que este é o lugar para mim e Marisa, no entanto. Eu não quero estar olhando por cima do meu ombro. Não quero me lembrar de nada daqui, exceto minha filha e nossa amizade. Este lugar não é para mim.”

“Vou sentir sua falta.” A tristeza em sua voz é evidente. Isso dói, mas este não é o lugar para mim ou para a minha filha — ou para Jamie.

“Detroit tem tudo para você, querida. Poderia ser um novo começo para nós.” Digo silenciosamente implorando-lhe para concordar.

“Quem sabe? Talvez quando minha merda for resolvida. Sabe que não posso ir até que tenha o meu próprio marcador reembolsado.”

“Estou aprendendo.” Suspiro. “De tudo isso, eu aprendi que não se trata de dever ou possuir. Amor, vida e relacionamentos não são obrigações nem recompensas. Eu não sei o que são exatamente, mas eles não são a posse de alguém. Agarre-se a isso, Jamie, e se agarre à bela mulher que tem em seu interior.”

“Eu te amo, Hailey.”

“Eu te amo também, querida. Te ligo amanhã quando aterrissar.”

Finalizando a chamada, me sinto triste por minha amiga, mas apesar disso, sinto uma emoção. Meu futuro está na minha frente, e pela primeira vez na minha vida, parece radiante.

Deitada, espero que Morrison venha para a cama. Não vem.

Quando chega a manhã, vou a cozinha para encontrá-lo de pé com seus irmãos em torno da ilha.

“Bom dia.” Digo em apenas um sussurro.

“Bom dia, Hailey.” Ambos, Hendrix e Jagger me cumprimentam. Morrison simplesmente me estuda, sem dizer nada.

“Vamos preparar nossas coisas,” Jagger diz, enquanto toma uma xícara de café e sai. Hendrix balança a cabeça e faz o mesmo.

“Dormiu bem?” Pergunto com indiferença.

“Não.”

“Poderia ter vindo para a cama.”

“Hailey, não vou te usar assim. Está livre e se acostumará com essa sensação antes que eu suba na cama com você. Levará cada parte de auto controle que tenho para permanecer longe, mas vou te dar esse espaço.”

Não sei o que dizer, assim que faço a pergunta que tem estado ocupando a minha mente desde a noite. “Por que não volta para casa com a gente?

“Estou te dando espaço, mãezinha. Vá para casa, para a sua garotinha. Estarei lá amanhã. Tenho uma merda para resolver aqui de qualquer maneira.”

Com cuidado, vou até ele e quando estou na sua frente, olho seus olhos azuis, que parecem estar escondendo um monte de emoções.

“É seguro para você ficar para trás?”

“Está preocupada?”

Mordo meu lábio inferior. “Sim.” Sussurro.

Olha por cima da minha cabeça para a parede atrás de mim. “Você não me deve nada, Hailey. Entende isso? Não tem nenhuma obrigação.”

“Eu sei, Morrison.” Pisco enquanto as lágrimas de emoções silenciosas me enchem. “Não... não... eh... como? Não quero que nada te aconteça.” Suspiro, incapaz de achar as palavras certas.

Ele simplesmente me olha, tentando me ler.

“Morrison, não sei se poderia ter feito tudo isso sem você.”

Ele envolve seus braços ao meu redor e me puxa para perto dele, sem dizer uma palavra, enquanto apenas desfrutamos desse abraço.

“Vou te dar espaço mãezinha, mas nunca estarei longe.” Ele se afasta para levantar meu queixo para ele e então, encosta seus lábios contra os meus. “Sempre te apoiarei. Precisa de um pouco de espaço, mas ainda estarei aqui. Só tenho que te dar tempo para que possa tomar algumas decisões por você mesma.”

Ele sempre me apoiará.

Escolhas. Tenho escolhas e vai me deixar escolher. Tudo isso parece bom... muito bom.


Capítulo 15

Morrison

 

Foi difícil colocá-los no táxi e dizer adeus. Fiz Hendrix prometer me enviar um texto quando estivessem a bordo do avião. Quando o fez, estava colocando as coisas na minha mala, preparando-me para sair também. Mas primeiro tinha que me encontrar com Wheels e meu advogado em algumas horas.

Não precisa dizer, que Wheels ficou entusiasmado quando viu o lugar, enquanto meu advogado me dizia o quanto eu era idiota, que nenhuma bunda valia isso. Por fim, lhe disse como era.

Vim aqui para encontrar uma vida nova, uma mina de ouro e me tornar um homem melhor que o meu pai. Eu estava saindo para uma vida nova, como um homem muito melhor que toda essa merda. Mostrei para o que vim e agora é o momento de voltar para casa. Inferno, Detroit é diferente agora. Existe algo bom lá. Ao diabo com outros tesouros. Tenho ouro.

depois de dormir, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O menino sorriu e assentiu, e então resolvemos tudo o que pudemos. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser feita através do correio.

Wheels deixou um convite aberto e inclusive me disse que após uma noite de sono, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O garoto sorriu e concordou, e então sentamos e repassamos tudo o que era necessário. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser resolvida por email.

Ele permitiu guardar o carro de Hailey até que pudesse levar de volta para Detroit. Ia deixar que ela resolvesse se ainda queria esse carro de volta ou se simplesmente podia vendê-lo. Dessa maneira, teria algum dinheiro para que Srta. Princesa tivesse algo mais adequado. Além disso, a garotinha adora o Escalade, e sempre devia andar em algo com estilo.

Quando tudo terminou, decido ir a um último jogo na Strip. Quero dar uma olhada, guardar na minha cabeça os locais que estive como Ás. Estava atuando o tempo todo, então, sei agora que fiz. Não era ruim, no entanto. Na realidade era muito bom.

Paro em um semáforo próximo ao Caesars e olho no retrovisor para ver uma caminhonete com vidros escuros, e o bastardo está tão perto que quase posso sentir sua respiração. Depois no próximo semáforo, a mesma merda.

Está praticamente colado a minha traseira enquanto saio da cidade e sigo em frente.

Deixando a irritação tomar o controle, pressiono o acelerador, e em seguida a luz adiante fica vermelha. Paro e olho no retrovisor. O filho da puta está lá novamente, e não está desacelerando. Olho o semáforo, ainda vermelho, e, em seguida, os carros da outra rua estão indo em ambas as direções. Não tenho para onde ir.

Eu me preparo para a colisão de metal, o filho da puta empurra seus pneus e literalmente sobe em minha traseira. Piso fundo no freio, percebendo que quem quer que seja, está me empurrando para o cruzamento. A única coisa que posso fazer é colocar no ponto morto.

Quando ouço a janela traseira quebrar, sei que o bastardo louco não vai parar, então abro a porta para correr. Enquanto faço isso, o lado do motorista do caminhão se abre e quem é?

Monte porra Timmons, segurando uma barra de ferro na mão.

Enquanto vem em minha direção, noto um carro de patrulha no estacionamento do Quickie Mart na esquina.

“Você está brincando, cara?” Grito.

“Decidi que não ficará com a minha filha! Ela me deve.”

“A menina não lhe deve nada!” Salto para trás enquanto ele empurra a barra de ferro em mim. “É tudo que você tem? Meu velho bateu mais duro que isso.”

Ele investe novamente, e pulo para trás, deslizando muito perto para sua comodidade. Então vejo a polícia correndo da loja conveniência. Um corre em nossa direção e outro para o carro. Eu os ouco gritar, mas não presto atenção às palavras faladas, exceto ‘Pare!’.

“Você me deve agora.” Ele investe de novo, e permito que acerte na lateral.

Não sinto nada, estou entorpecido à dor.

“Vamos, cara. Você tem que ter mais em você do que isso. Oh, bem, isso é certo, você não tem. Uma mulher como Hailey não teria escapado se estivesse satisfeita.”

Um balanço, uma conexão, e eu estou no chão. Perfeito. Acho que está funcionando.

“Eu vou matar você, filho da puta.”

“Faça sua melhor tentativa.”

Ele me acerta de novo enquanto rolo para perto dos pneus enquanto o ferro atinge o chão. Assim que esquivo ele vem para mim. Depois, há uma explosão de punhos em meu rosto, um após o outro.

Sorrio. “Covarde.”

“Parados.” Escuto antes de rolar para a direita, evitando o último golpe que eu tinha planejado dar antes de retornar o golpe.

O punho de Monte bate na calçada e ele grita como uma cadela antes de ser derrubado pela polícia de Las Vegas.

Salto e apenas um segundo, acho que deveria ter ficado lá, deixar que pensem que este bastardo me machucou. Então ando para o meu carro, e o que eu vejo? Bem, isso é dói pra caralho. Os golpes que meu carro levou foi algo perfeito em um jogo que ele pode ter começado, mas que eu vou terminar.

“Vou te matar, Ás!” Ele grita enquanto é algemado e o enfiam na parte de trás da viatura.

O que eu digo? Nenhuma coisa maldita.

Estou cercado por pessoas que testemunharam o ataque a mim e meu veículo e todos perguntam se estou bem. Não digo nada.

Estou bem? Claro, que sim. O filho da puta louco não foi provocado e não coloquei um dedo sobre ele. Diabos nem sequer me ouviu dizer uma palavra. Me assegurei disso.

Sean “Monte” Timmons ficará longe por um longo tempo como merda.

A ambulância me leva para o hospital, onde descubro que tenho duas costelas quebradas e uma concussão, e depois recebo alguns pontos perto da minha testa. A polícia pega meu testemunho e apresenta um relatório.


Preciso ficar em observação no hospital, devido ao ferimento na cabeça. Recebo uma droga assassina e apago em seguida.

Depois de dois dias, finalmente me liberam e Whells me dá uma carona no carro de Hailey. Então eu vou para onde o meu Porsche foi rebocado, apenas para descobrir que está uma bagunça mutilada. Tenho os dados do seguro de Monte e envio o relatório policial e fotos. Recebo uma resposta da empresa de seguros em uma semana. Eles me ofereceram um alugado, mas não aceito.

Pego minha mochila e uma mala, coloco no porta-malas do carro de Hailey, fecho e deslizo para dentro.

“Que lata velha da porra.” Sorrio para mim mesmo enquanto deslizo o banco para acomodar as minhas pernas.

Demoro uma eternidade dirigindo de volta à Rocky City para não pressionar muito o carro de Hailey. Minha cabeça está latejando, minhas costas doem e não quero aparecer com um olho roxo e pontos de sutura.

A única coisa que digo aos meus irmãos e Hailey, que só chamam uma vez por dia, é que estou aproveitando minha viagem.

Quando chego em casa, Hendrix sai de sua garagem, limpando as mãos com uma toalha gordurosa.

“Conseguiu um carro novo?” Ri de mim.

“É o carro de Hailey. Eu mr desfiz do...”

“Que diabos aconteceu com seu rosto?”

“Cai das escadas quando estava saindo. O último pontapé de Vegas na minha bunda para me ajudar na direção certa.”

“Essa é a história?”

“Sim.”

“O carro de menino bonito?”

“Eu me desfiz dele.”

“Outra aposta perdida?”

“Não perdi nenhuma merda.” Olho para as escadas que conduzem até o apartamento. “Ela está lá em cima?”

“Não. Foi trabalhar. O filho de Sally está com febre.”

“O mais novo?”

“Sim.”

“Esse menino adoece muito, não é?” Hendrix assente em resposta e pergunto: “A garotinha?”

“Lá em cima com sua cunhada.”

“Com minha cunhada, hein? Vocês dois estão namorando?”

“Diabos, não! Por que você diria uma coisa dessas?”

“Porque você disse ‘sua cunhada’, e não ‘minha esposa’ ou ‘Livi’ ou...” Balanço minha cabeça, porque o bastardo me confunde.

“Ela é sua cunhada. É da família, como a garotinha está começando a sentir, como a sua ‘amiga’ também.”

“Bom. Elas precisam de uma família.”

“Você tem um plano?”

“Um plano?”

“Sem a porra de jogar de tolo comigo, Morrison. Gosta dela o suficiente para trazê-la aqui e depois voltar para Las Vegas para ganhar sua liberdade. Você vendeu sua casa, dizendo que não precisava de nada, mas basicamente a ignora. Quando ela passa a noite em sua cama, você vai para o sofá. Então leva o seu tempo para voltar aqui, não diz nenhuma merda a ninguém, tem dois minutos de conversa com ela, basicamente, a afasta. Ela e Livi estão se tornando próximas demais, e Livi me disse que ela gosta de você, então, o que diabos você está fazendo? Nos três estamos dentro. Mas e você? Nenhum de nós tem uma porcaria de ideia do que está acontecendo em sua cabeça, em seguida, volta aqui com alguma história idiota sobre as escadas. Isso não se faz se não vou reivindicá-la.”

“Reinvindicá-la?” Sorrio. “Hailey não é alguém que é reivindicado, Hendrix. O minuto que você fizer isso, ela correrá gritando.”

“Ela não vai a lugar nenhum, Morrison. Sabe o que você fez, e qualquer pessoa com metade de um cérebro e um coração sabe que ela está completamente apaixonada por você, e...”

“Eu não estou nessa para que ela se apaixone, Hendrix. O que vai acontecer depois que o fizer?” Não espero que responda. “Levanta e segue em frente. Não vou deixar isso acontecer.”

“Você está errado, cara.”

“Você não está ouvindo.”

“Que diabos isso significa?”

“Diferentes estilos para pessoas diferentes. Seu foco é com Livi — com a merda de homem das cavernas, movendo-se em direção a ela — mesmo sem saber o que estava acontecendo, e isso funcionou para uma mulher como Livi. Responsabilidades e outras merdas, ela te deixou estar dentro...”

“Cuidado...” Grunhe.

“Cale a boca e escute! Era exatamente o que ela precisava. Ela concordou com isso, te deu o consentimento para o que a impedia. Não era de propriedade de seu agressor no sentido literal da palavra. Você sabe. Mas eu conheço Hailey. Aquela jovem mãe não vai ficar com a gente só porque se apaixonou. Eu poderia reclamá-la, e ela correria direto para as fodidas colinas no segundo em que tivesse um problema. Ela tem que estar livre como nunca esteve antes, então será a única que vai me reinvidicar, você me entende?”

Ele sorri.

“Eu vou brincar de cadela com Hailey qualquer dia da porra da semana até que se sinta livre. Então, e só então, vou mostrar a ela o que é um homem de Caldwell. Ela não tem só que se apaixonar; ela tem que saltar.”

“Eu quero jogar cadela.” Ouço pequenos pés fazendo barulho, enquanto corre em minha direção.

Agacho enquanto ela para e sorri, e, em seguida, a agarro e puxo para um abraço.

“Você sim, eu reclamarei.”

“Como a ostra na concha?” Ela ri e me abraça também.

Não tenho uma puta ideia do que está falando. Olho para Livi, que sorri e segura sua mão no coração.

“Estavámos vendo o filme da Pequena Sereia.” Explica.

“Quer ver?” Pergunta Marisa.

“Que tal ligar para sua mãe e perguntar se está bem se eu te levar para jantar?”

 

Capítulo 16

Hailey

 

Dias. Tenho passado dias me sentindo como se estivesse me segurando a algo enquanto me pergunto se realmente estivesse ali em primeiro lugar.

Morrison e sua viagem pela estrada... A frustração se acumula dentro de mim.

Será que ele realmente acha que vou comprar a merda que está vendendo? Está chateado porque entrei e joguei? Está com raiva porque ganhei meu próprio jeito de pagar a minha saída? Estraguei qualquer plano que tinha para que estivesse em débito com ele?

Minha cabeça está em todo o lugar, assim como minhas emoções. Desejo desesperadamente confiar nele. Quanto mais me aproximo de Livi, mais posso ver que os Caldwell são pessoas boas. Então, quando não ouço falar de Morrison, a dúvida me enche. Será que estou cega? Estou vendo que quero ver, não o que realmente está lá?

Dada a minha história, não sou boa em julgar o caráter das pessoas. Honestamente, nunca estive em uma situação para determinar quem é bom e quem é ruim — nunca me deixaram escolher. As pessoas com quem convivi eram pessoas de Monte. Mesmo Jamie, num primeiro momento, foi escolhida por Monte para ser minha amiga, embora eu tenho certeza que ele nunca esperava que nos tornássemos verdadeiras amigas e não mais um peão em seu jogo.

Claro, Morrison responde quando ligo, mas não fez qualquer tentativa própria para chegar até mim. Seu retorno de Las Vegas levou mais tempo do que eu esperava, também. Sua resposta para isso é que estava gostando da viagem.

Mais uma vez, uma grande mentira.

Limpo o balcão na minha frente. Oh, bem, a vida é assim, certo?

“Você está em uma profunda reflexão por aí, menina.” Jared fala para mim.

Eu me apresso em direção a ele, então dou um outro olhar em volta para me certificar de que estava realmente falando comigo antes de sorrir docemente.

O homem suporta bem sua bebiba. Ele também retém muito atrás daqueles olhos escuros enquanto conta piadas após piadas com os amigos. Servir os clientes habituais, noite após noite, me fez aprender o que amizades parecem ter e, finalmente, depois de uma simples bebida ou dois, ou três...

“Faça o sua melhor.” Ele levanta uma sobrancelha em desafio para mim. Tento a mesma coisa a cada noite, e cada vez sua resposta é a mesma: um franzir da testa e uma réplica para tentar novamente em um dia diferente.

“Por que Alice faz tantas perguntas?”

Ele dá de ombros esperando pela minha resposta.

“Porque é o país das maravilhas.” Sorrio e Jared nega.

“Mamãe, nós temos que sair mais vezes. Toda noite eu venho aqui e me conta uma piadinha de contos de fada. Meus dias de ler histórias antes de dormir já se foi há muito tempo. Sirva-me, querida, e vamos manter este nosso segredinho.”

Dou risada alto, fazendo-o olhar para mim estranhamente.

“Posso realmente te servir sem fazer você rir, na verdade?”

“Bem, tenho certeza de que é o que eu disse.”

“Você não deixa que ninguém lhe sirva até que consiga, pelo menos, um sorriso.” Acrescento, sem esconder minha diversão.

“Todo mundo precisa de uma pausa, às vezes, Hailey, e acho que você tem que tomar uma. Então pegue a minha bebida e vamos conversar.”

Faço exatamente isso, e estou tão entretida na conversação que leva vários segundos para que minha ansiedade apareça quando meu telefone vibra no meu bolso de trás. Ninguém tem esse número, exceto Jamie, Olivia, os irmãos Caldwell e Marshall.

Marshall. Las Vegas. É hora de conseguir um telefone novo.

Nos negócios Monte é um homem de palavra noventa por cento do tempo. Estou prestes a fazer parte dos dez por cento?

“Hailey, você deve atender o telefone, não olhar como se tivesse acabado de ver um fantasma.” Grunhe Jared, me tirando dos meus pensamentos malucos.

Pegando meu telefone, olho a tela e vejo o número de Morrison. Claro que me ligaria agora, quando estou ocupada.

Suspirando, respondo rapidamente.

“Olá, mãezinha.”

Ao ouvir sua voz, estremeço. Deus, por que sou tão vulnerável a ele?

“Srta. Princesa e eu queríamos saber se está tudo bem se sairmos para o jantar.”

“Está aqui? Você está em casa? Quando voltou para a cidade?” Atiro as perguntas sem pausa para deixar que responda.

Morrison Caldwell está finalmente em casa depois de fazer quem sabe o quê, quem sabe onde, e a primeira coisa que quer fazer é levar minha filha para jantar? Não sei se quero sorrir ou chorar.

Não importa a distância que Morrison manteve de mim, ele se certificou de falar com Marisa ao telefone todos os dias, e a primeira pergunta é como ela está. Ela é uma prioridade para ele.

Não tinha percebido quanto até esse momento.

“Devagar, Hailey. Cheguei cerca de trinta minutos atrás e descubri que você está trabalhando. Queria levar Marisa para jantar e depois um sorvete, mas antes de ir a qualquer lugar, queríamos pedir sua permissão e ver se você quer que a gente traga algo para você.”

“Ummm... não.” Murmuro, ainda tentando entender o fato desse homem espetacular que poderia estar fazendo o que quisesse neste momento, prefere levar minha filha para jantar. Ninguém além de Jamie nunca quis fazer alguma coisa com ela sozinha.

“Tudo bem, vou ficar aqui, na casa de Hendrix, então. Vamos pedir pizza, se você acha que ela pode.” Soando decepcionado. Quando ele não diz nada mais, percebo que ele entendeu mal a minha resposta.

“Espere!” Inferno, percebo que não estou dizendo as palavras certas. “Eu quis dizer sim, você pode levá-la, mas não tragam comida para mim. Obrigado pela oferta, no entanto.”

“Está bem. Vou te encontrar quando você voltar do trabalho, mãezinha.”

Ao terminar a chamada, percebo que Jared está olhando para mim.

“O quê?” Pergunto inocentemente.

Jared apenas balança a cabeça.

Sirvo mais alguns clientes antes de Olivia entrar e ajudar, já que Morrison está com Marisa. No tempo que estive com sua família, construi ligações fortes com cada um deles, especialmente com ela. Embora, ainda não sei porque Olivia está constantemente esfregando sua bunda como está fazendo agora ao falar com Jared.

“Srta. Independente.” Ela diz, balançando a bunda, então dou um tapinha de brincadeira. Em seguida, rimos.

“Quem é Srta. Independente?” Pergunto, me juntando a conversa.

“Minhas calcinhas dessa noite me lembram de ser ‘Srta. Independente’.” Responde Livi com este tipo comum de conhecimento.

Meu rosto deve mostrar a minha confusão, porque Jared intervém: “Roupas íntimas inspiracionais. A menina vive para elas.”

Olivia sorri para mim.

“Precisamos conseguir algumas para você! Você é totalmente a Srta. Independente.”

Abaixo minha cabeça com vergonha. “De forma alguma. Vim aqui pelo dinheiro e ajuda Morrison, enquanto fugia do meu passado. Tenho vivido com você e Hendrix, e mesmo que esteja pagando aluguel, você sabe que Hendrix está me pagando mais do que deveria. Realmente não considero isso independência.”

“É difícil encontrar ajuda. Sabe a taxa de rotatividade aqui? Está te pagando porque você é confiável e trabalhadora. Você ganha cada centavo, Hailey.”

Encolho os ombros enquanto minha mente divaga. “Preciso encontrar uma casa.”

“Você sabe que você é bem-vinda com a gente o tempo que quiser.”

“Obrigada, Livi, mas realmente preciso encontrar uma casa e começar a organizar minha nova vida. Além disso, estou no limite esperando por Monte enviar os documentos para assinar sobre os seus direitos de Marisa. Talvez ocupar mente em buscar e depois mudar para um novo lugar alivie um pouco da minha ansiedade.”

Livi esfrega sua bunda novamente.

“Srta. Independente.” Sorri para mim. “Acharemos algo para você.”

Jared se mete. “Tenho alguns lugares disponíveis no meu prédio. Não é nada de outro mundo e não diria que é o melhor bairro, mas não é o pior. Estarei lá para manter um olho nelas se precisarem de alguma coisa. É apenas um pensamento.”

Terminamos o resto da noite em uma conversa informal enquanto minha mente continua a contabilizando o que posso pagar pelo meu próprio lugar. Estou aliviada quando saio do trabalho e descubro que Morrison trouxe meu carro de Las Vegas. Mesmo que seja uma lata velha, ter um carro significa uma coisa a menos para tentar me meter em um orçamento neste momento. Também estou surpresa, porque o homem tem um Porsche, pelo amor de Deus, por que ele iria dirigir meu modesto carro?

Ele está com uma aparência horrível, mas não me disse o que aconteceu. As contusões estão amareladas, então sei que tem poucos dias. Parte de mim acha que foi um dos rapazes de Monte que fez, no entanto, eu sei que Morrison não vai me dizer.

 

Demorei três semanas de trabalho, para juntar o dinheiro do aluguel e das taxas do apartamento de dois quartos e um banheiro que agora tenho as chaves. O edifício de apartamentos, felizmente para mim, tem apenas três unidades no meu piso. Um pertence a Jared, o meu apartamento e o outro pertence a uma velha que, quando me ouviu mudar, apareceu na sua porta com um taco de beisebol, totalmente pronta para chutar alguns traseiros. Também acontece de ser uma impressionante cozinheira e nos recebeu com cookies de chocolate dois dias depois que nos mudamos. Pode não ser o lugar mais bonito, ou situado na melhor vizinhança, mas poderia ser muito pior.

Entre as muitas outras coisas que ela fez, Livi me levou à uma loja de segunda mão, onde me ajudou a mobiliar nossa sala de estar com um futon e uma pequena televisão e centro de entretenimento. Não temos TV a cabo, mas temos DVDs mais do que suficiente para manter a Srta. Princesa ocupada. Colchões de ar para nossos quartos, mas por agora, é um começo, e parece bom.

Morrison se mantém silencioso, além de falar com Marisa. Estes dois se uniram, e não sei como me sinto sobre isso. Tento manter meus sentimentos separados de seu relacionamento com a minha filha.

Mas dói. Ele nem sequer me beija. Para um homem que tinha que me ter de qualquer maneira que pudesse conseguir desde a noite em que nos conhecemos, agora não me oferece mais do que um abraço rápido. Meu passado o desanimou tanto?

Claro, no grande esquema das coisas, nada disso importa. Tenho minha filha, um trabalho e agora minha primeira casa, tudo por minha conta.

Obrigação e reparação. Pela primeira vez na minha vida adulta, posso dizer com certeza que não devo nada a ninguém.

Isso é muito bom.

 

 

 

 

 

 

Capítulo 17

Morrison


Paro na porta do quarto originalmente destinado a minha mãe, depois ocupado por Hailey e Marisa. Odeio parar e ver que está vazio agora, já que por um tempo não poderia ter sido mais perfeito... para ela e para garotinha. Nem mesmo vou mentir, sua saída é a segunda coisa mais difícil com a qual tive que lidar.

Hailey era forte quando a conheci, feroz, na verdade. Nunca, nem em um milhão de anos teria pensado que ela realmente sentiu que aquele idiota era seu dono. Considerando o que aconteceu, entendo que ela precisava construir uma parede. Queria uma parede forte e não apenas para ela.

A garotinha precisa da sua mãe — forte, feroz e independente; e é o que está vendo agora, sem dúvida. Mesmo na quarta-feira à noite, na minha noite com ela, ela disse: “mamãe está feliz o tempo todo.” Nessas noites a tiro do ninho, por assim dizer, e nós temos o nosso encontro.

O novo ninho de Hailey. O ninho original — a casa em que minha família adotou minhas duas meninas — foi ótimo para as duas. E para nós, também. Estou triste em ver que esse momento acabou.

Mas agora, a garotinha e eu temos um ao outro na nossa quarta-feira e maldito seja se eu não abrir as portas e essas coisas. É a primeira vez na minha vida que convidei alguém para jantar que realmente tocou a fibra sensível Caldwell. Bem, foram apenas frango frito, batatas fritas e sorvete, mas porra, foi um passo.

Um dia, em breve, darei isso para a mãezinha Hailey.

“Você está bem?” Hendrix pergunta atrás de mim.

“Às segundas à noite, eu quero o bar.” Falo para Hendrix, olhando por cima do ombro.

“Para?”

“Cartas, cara. Eu preciso disso, também preciso de algumas noites atrás do balcão.”

“Concordo com isso. Livi fica chateada quando treina alguém e depois são pegos fodendo, então ela insiste em estar lá por algumas noites. Sem dúvida, gostaria mais que o seu pequeno traseiro ficasse em casa com mais frequência. Os fins de semana estão ficando ocupados também, se você puder trabalhar. Sally, eu, Livi, e às vezes Jagger dificilmente conseguimos dar conta. Se você quiser...”

“Vou ajudar em qualquer lugar, mas tenho meus próprios planos.”

“Atlantic City? Reno?”

“Não, cara, vou ficar aqui para sempre. Deixei Ás, em Las Vegas, acabou. Também vendi a minha casa em Atlantic City. Agora eu quero algo mais. Aprecio o trabalho e sei que é apenas por três ou quatro horas nas sextas-feiras e sábados, quando você estiver sobrecarregado. Não tenho a intenção de tirar dinheiro do seu bolso.”

“Você acabou de dizer que sabe que preciso de ajuda. É mais barato te pagar do que um desses idiotas que querem me roubar pelas costas.”

“Por agora, aceito.”

“‘Ganhar’ homem. Não ‘tirar’, merda.”

“Excelente. Terei prazer em fazer, mesmo enquanto organizo a minha merda.”

“Você quer compartilhar seus planos comigo?”

“Ainda não. Ainda preciso ver o que vai dar antes de fazer o movimento.”

“Você está livre esta noite?” Pergunta Hendrix na minha porta.

“Claro, por quê?”

“Hoje faz dois meses que Livi e eu nos casamos. Íamos jantar no bar, mas prefiro comer na cama. Você se importaria de descer e ajudar a fechar mais tarde?”

“Quem está trabalhando?”

“Será que isso importa?” Questiona.

“É quinta-feira à noite, Hailey está trabalhando.” Falo e ele confirma. “Claro, que eu posso ajudar.”

“O correio chegou hoje com algo de uma companhia de seguros e algo da polícia de Las Vegas.”

“Não me foda!”

Caminho e pego os envelopes no balcão, sigo para o meu quarto, onde abro o da polícia de Las Vegas. Aparentemente, Monte se declarou inocente. Não tenho ideia de como o idiota pensa que pode se livrar disso. Isso me faz rir alto, até ler a parte sobre a qual eles me convocam para testemunhar contra ele.

Agora a mãezinha vai descobrir, e sei que ela ficará furiosa. Teria que dizer, mais cedo ou mais tarde. No entanto, tenho algumas semanas. Três, para ser exato.

Porra, ela já está furiosa. Tento realmente manter o mínino de contato físico, mas ainda assim lhe dou um abraço de vez em quando. Pode apostar que é rápido, ou estaria estourando meu pau de tão duro.

Eu a vejo olhar meus lábios e sei que me quer em sua boca tanto quanto eu, mas não posso, ainda não. As coisas precisam estar sólidas, e vou me certificar que ela seja a única dar o primeiro passo. Mas que Deus a ajude quando o fizer.

O próximo envelope é o cheque do seguro do meu carro. O dinheiro será muito útil, mas ainda me incomoda a maneira que esse idiota tentou me foder. Ele vai ter o dele. Na prisão, alguém vai foder sua bunda e então vai ver como se sente ao ser fodido por trás, sem um puto aviso.

 

Quando entro no bar, Livi recolhe suas coisas e me dá um abraço.

“Obrigada.”

“Não há problema.”

Praticamente corre para a porta.

O bar está lotado. Está assim há alguns meses. Caldwell é o lugar para estar.

Hailey está atrás do balcão, movendo seu pequeno traseiro, logo estou atrás dela.

“Estou aqui para ajudar.”

“Parece que preciso de ajuda?”

Irritada, acho.

“O lugar está bastante cheio, então sim, precisa de alguma ajuda.”

“Tem que repor as geladeiras e o barril de Miller Lite está acabando. Poderia trocá-lo. Fora isso, eu me viro.” Não perde o ritmo, continua servindo doses e recebendo o dinheiro, enquanto fala.

“Claro, chefa.” Dou risada, incapaz de evitar e ela para em seco e me olha, mais irritada.

Não afasto o olhar.

“Escuta, coisa gostosa, meu copo está vazio!” Grita um cara.

Ela vira a cabeça, preparada para perder a paciência, quando responde: “Coisa gostosa? É tudo o que você pode inventar, Romeu?” Ri enquanto lhe serve uma bebida.

“É o que você é, gostosa.” Diz o imbecil, piscando um olho para ela.

“Pensa que está bem falar merda como essa comigo?”

“Caralho.” O cara sorri. “Provavelmente não, provavelmente deveria estar de joelhos pedindo para que se case comigo.”

“Sabe que tem mais chance de ver Deus, certo Ricky?”

“Isso dizem.”

Ela olha para Jarred.

“O homem tem a cabeça dura, mas dá boas gorjetas.”

“Fique com o troco, garota.” Ri Ricky.

Ela segue a corrente, depois coloca oito dólares extras em sua jarra de gorjetas antes de me olhar.

Entretanto, estou furioso. “Diga a palavra e vou expulsá-lo a pontapés...”

“O cara está bêbado e gosta de falar merda, Caldwell. Não faz nenhum dano. Você vai ficar no meu caminho ou vai mudar o barril?”

Enquanto troco o barril, reponho a geladeira, me afasto e vejo como trabalha com a multidão. É tão séria com eles como é comigo. A exceção é Jared, de quem parece estar próxima. Agora também vivem no mesmo edifício.

Talvez Jared pareça ter uns quarenta anos com essa grossa barba e cabelos bagunçados, mas ele tem apenas trinta e um. Eu realmente espero que nada esteja acontecendo entre os dois, porque eu gosto dele e não quero ter que quebrar a sua cara.

Ela trabalha duro a noite toda e quando tento ajudar me dá um olhar que se supõe deveria me intimidar, mas na verdade me excita muito. Assim pego uma cadeira atrás do balcão e sento.

“Morrison?” Levanto os olhos enquanto algumas mulheres se dirigem em minha direção.

“Olá, Patsy, Tina, como vai?” Dou o sorriso de sempre.

“É quinta, a ‘noite das garotas’ e víemos pra cá apenas para ver você e seus irmãos no balcão.”

Sorrio.

“Hendrix se casou...” Aceno minha mão mostrando o bar. “Parece que nessa noite muitas garotas ficaram em casa. Há um monte de homens no entanto, certo?”

“Mas só um Caldwell.” Tina me pisca um olho.

“Estou aqui para ajudar no balcão, mas a Hailey aqui” informo enquanto Hailey se aproxima, “ficaria feliz em ajudá-las com suas bebidas.”

“O que vocês querem beber?”

“Gostaríamos de um coquetel Caldwell.” Patsy sorri pra mim.

“Perdão? Poderia repetir?” Pergunta ela.

“Prefiro ele.” Tina ri. “Você e seu irmão Jagger... lembra desse tempo?”

As sobrancelhas de Hailey levantam, enquanto me olha.

“Sabe o que tem em um coquetel Caldwell, Hailey?” Patsy ri.

“Não.” Responde Hailey enquanto serve uma bebida e a empurra para uma das garotas que está esperando.

“Bem, começa com uma de nós de joelhos.” Tina inicia.

“Então lábios na ponta, não é, Morrison?” Completa Patsy.

Que porra! Concordo.

“Depois um pouco de movimento, sem apertar, com a língua plana. Não são essas as instruções que nos deu?” Tina morde o lábio.

“Vá fundo, não vomite, apenas engula.” Continua Patsy de onde ela parou.

“Vocês duas estão falando sério dos boquetes que deram a ele? Se estão, parem. Não estou interessada. O que me interessa são os seus pedidos de bebidas, mas se estão aqui apenas para foder com ele, me avisem para que eu possa servir outros clientes.” Hailey as repreende.

“Duas Miller Lite.” Pede Tina com rapidez.

“Quer servi-las você ou eu faço?” Murmura Hailey para mim.

“Vá em frente, querida.”

Franze o cenho para mim, então vai buscar as bebidas e me viro para as garotas. “Olhem já não sirvo isso. Mas foi ótimo ver as duas.”

Então me afasto enquanto Hailey as serve.

É uma da manhã quando as coisas se acalmam. Hailey fala com os clientes, sorri e inclusive chama o táxi para alguns deles. No momento em que o bar está vazio, são duas da manhã. Hailey gira a placa e fecha a porta da frente.

Não se senta nem um segundo, só se mantém caminhando e é óbvio que está me evitando.

“Quer trocar suas gorjetas e pegar notas maiores antes que feche o caixa?”

“Sim.” Coloca o pano debaixo do balcão e se aproxima da caixa registradora.

Não me movo. Quero que venha até mim. “É uma garçonete incrível.”

“Sim, bem não é uma cirurgia cerebral.”

“Esse cara, aquele que te chamou...”

“Ele é inofensivo.”

“Você tem certeza disso?”

Se vira movendo suas pequenas tranças e me olha.

“Uma garota como eu pode detectar um imbecil a um quilômetro de distância.”

“Uma garota como você não merece cantadas baratas.” Replico.

“Bem, parece que tem algumas ‘gatas’ pedindo por você.”

“Não sou amante dos gatos.” Eu me inclino um pouco e olho para seus lábios, assisto ela tomar uma respiração curta e rápida.

Ela rapidamente afasta o olhar. “Não, você é uma pessoa de crianças. Minha filha fala muito em você. Na verdade, ela fala de você o tempo todo.”

Tomo uma bebida, tentando acalmar meus pensamentos.

“Isso é algum jogo que você quer brincar comigo? Cadela?”

Quase engasgo com a bebida. “Hailey...

“Não estou certa de que seja uma boa ideia que passem tanto tempo juntos. Ela vai pensar em você como algo mais...”

“Espere um minuto.”

“Não, escute! Ela acredita nos contos de fadas — nos príncipes encantados, nos finais felizes, é uma merda que obviamente não é uma realidade. Precisa saber que pode ser forte sozinha.”

“Terminou?” Não gosto para onde isso está indo.

Ela afasta o olhar. “Com certeza”

Ela se vira e eu fico na frente dela, colocando minhas mãos no balcão atrás dela. Sua respiração se acelera novamente, mas ela não se move.

“Ela vê você e o que você faz. Ela vai ser uma mulher forte, sem dúvida. Agora explique o motivo por trás de você não me querer perto dela.”

“O que jogo é esse cadela?” Pergunta, limpando a garganta e tentando esconder o desejo, a forma que se sente quando estamos próximos.

“Eu falei a palavra cadela. Não sabia que ela estava ali e tive que disfarçar o meu...”

“Então sou uma cadela.” Ela me empurra, mas seguro suas mãos e as pressiono contra meu peito.

“As vezes.” Não consigo evitar, apesar de não ter nada a ver com o que lhe estava dizendo.

Ela me empurra de novo.

“Embora seja excitante.”

“Morrison, não brinque com a minha filha.”

“Não é uma brincadeira para mim.”

“Certo.” Finalmente olha para o outro lado.

“Olhe para mim.” Ela faz. “Não estou brincando.”

“O que você quer de mim? O que você acha que eu devo? O que?”

“Calma, querida. Uma pergunta de cada vez. O que eu quero de você? Eu poderia te fazer a mesma pergunta.”

“Para mim?”

“Sim.” Eu me inclino. "O que você quer de mim?”

Seu peito sobe e desce, sua respiração acelera à medida que me movo lentamente em direção a ela.

“Enquanto pensa em sua resposta, não, Hailey, não sou seu dono. Você é dona de sim mesmo. Agora, quanto ao que quero de você... bem, acho que sabe a resposta.”

Dou um passo atrás até que suas mãos agarram minha camisa.

“Não faço ideia do que quero de você.” Sua voz é densa e rouca.

“Está de brincadeida. Você sabe o que quer. E o que quer, está bem aqui. É seu movimento, sua decisão.” Eu me inclino lentamente. “Está aqui, querida. Exatamente aqui.”

Ela lambe os lábios e olha fixamente para os meus, então baixa o olhar para a minha ereção pressionada contra minha calça. “Suas garotas poderiam ter cuidado com suas necessidades.”

“Essa necessidade só podem ser atendida por um de nós dois, e quem tem lidado com isso está realmente cansado de bater uma no chuveiro, pensando em você.”

“Você precisa de sexo.”

“Eu preciso de um gosto, um toque, algo que me mantenha até que você saiba com absoluta certeza que isto é o que deseja, porque estou completamente dentro, querida. Eu não sou seu dono, entende?” Pego sua mão e a movo por meu peito até a cintura da minha calça. “Mas se me quiser, estou aqui. Eu vou bancar a cadela por você até que se dê conta de que não quero te possuirr da maneira como ele tentou.”

Vejo seus pensamentos girando. “Cadela?” Pergunta.

“Chame do que quiser, mas se não vai dar um jeito nisso, preciso dar o fora daqui e cuidar disso sozinho.”

“Quero ver.” Ela diz, tentando ver até onde vou.

“Quer ver como cuido de mim sozinho?”

Assente, engolindo seu desejo.

“Você vai me mostrar o que tem feito para cuidar de si sozinha?”

Ela nega balançando a cabeça.

Abro o cinto, depois estendo a mão e agarrando-a pela cintura. Eu a levanto e ela geme, ficando mole em meus braços, com a cabeça em meu ombro, enquanto a coloco no balcão, depois dou um passo para trás.

“Não está acostumado com espectadores, querida, mas se quiser, você terá. Começa assim.” Abro minha calça e meu pau fica visível na minha cueca. “Ele está te procurando, sempre te buscando. Não consigo tirar você da minha cabeça.” Abaixo a cueca e envolvo meu pau com a mão. “Vou fechar os olhos, porque você está sentada, não você está deitada na parte de trás de seu carro, enquanto eu como a melhor buceta que já tive em toda a minha maldita vida. Ouro, Hailey. Porra!” Começo a gemer enquanto me acaricio lentamente para cima e para baixo. “Tenho que apertar forte...mmm. Essa sua buceta de ouro, tão úmida, tão apertada...”

“Morrison.” Ela geme.

“Sim, querida?” Digo enquanto abro os olhos e me acaricio, vendo seus olhos semicerrados. “Você quer isso?”

Ela balança com a cabeça, uma vez.

“Tire a calça e coloque essa bunda no balcão.” Ela hesita. “Querida.”

Uma vez que está de pé, tira a calça, então se vira para subir no balcão, a agarro por trás antes que tenha a chance de se virar. Afasto a calcinha para um lado e passo meu dedo para cima e para baixo em sua buceta molhada.

“Caralho, está ensopada.” Em um segundo, pego sua bunda entre as mãos e beijo esses charmosos e pequenos globos redondos que estão no ar. “Tem a bunda mais gostosa que já vi na minha fodida vida.”

Levo a língua até a divisão e ela arqueia as costas.

“Quer que faça isso, certo?”

“Sim.” Geme.

“Puta que pariu. Vire-se agora. Devagar, querida. Quero adorar a sua bunda, mas se quer que eu coma a sua buceta, é isso que vou fazer.” Ela agora está sentada no balcão. “Pés sobre os meus ombros.”

Ela faz o que peço e não me seguro. Enquanto chupo seus lábios inchados e esfrego a língua para cima e para baixo, seu corpo estremece enquanto agarra a borda do balcão.

Pouco a pouco, movo a língua para cima e para baixo sem entrar. Ela se contorce e solta gemidos abafados, deixando claro que estou a deixando louca. Porra, eu estou louco.

Então coloco minha língua e ela grita: “Morrison! Oh, Deus.”

A jukebox começa por conta própria a cada vinte minutos, e faz isso agora. “Skin” de Rihanna começa, a porra da canção perfeita.

Sigo o ritmo da canção com a língua em uma dança lenta, o jogo perfeito. Minha boca a cobri enquanto estendo as mãos e subo sua camiseta, vendo como sorri e fecha os olhos. Extase. Puro prazer. Deus, eu amo levar essa sensação para ela.

Hailey tira a camiseta e seguro sua coxas, separando-as mais enquanto chupo seu clitóris e ela começa a gritar. Seus quadris agora estão rebolando contra meu rosto enquanto a chupo mais forte e então, coloco dois dedos em sua deliciosa buceta.

“Eu quero você. Oh, Deus, por favor.” Ela implora. Mas não terminei de devorar sua buceta, de saboreá-la. Quero levá-la ao limite do prazer mais uma vez.

Quando consigo minha dose, por agora, levanto.

“Preciso provar seus seios.” Não espero por sua resposta, simplesmente os tomo. Quando paro durante um minuto, levanto o olhar para ela. “Homem nenhum em seu juízo perfeito abriria mão de ter você como dele. Hailey, você é tão bonita, linda, perfeita.”

Ela fecha os olhos.

“Preciso entrar, querida. Preciso sentir a sensação de estar dentro de você.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço enquanto eu a levanto.

“Boca — me dê isso.”

Ataco o interior de sua boca enquanto seguro sua bunda nua entre as mãos, amassando e apertando.

“Quero essa bunda, querida. Muito.” Minha boca se fecha sobre a dela, e suas mãos agarram meus cabelos.

Ela coloca a mão entre nós e segura meu pau, acariciando, então o esfrega contra sua pequena buceta quente.

“Preciso pôr uma camisinha, querida.”

“Estou no controle de natalidade.” Ela diz. “Está limpo?”

“Perfeitamente. Você?”

“Sim.”

Antes que possa dizer outra palavra, giro e a empurro contra a porta da geladeira, segurando-a pela bunda e a abaixo com força sobre meu pau. Grita e então morde o meu ombro.

“Sinto muito, querida.” Empurro com mais força.

Penetro cada vez mais forte, pois sei muito bem que ela gosta, porque goza uma e outra vez até que me junto a ela.

“É uma sensação boa pra caralho. Porra! Não vou parar. Não. Posso. Parar.”

“Então, não pare. Pegue tudo, Morrison. Pegue o que precisa.”

Ela geme enquanto vou de novo, e ainda mais forte.

Em seguida, a abraço com força à medida que lutamos para recuperar nossa respiração. Colocando meus lábios contra seu pescoço e saboreando sua pele, cheiro seu aroma doce, e estou duro novamente.

“Querida?”

“Uau?” Ela diz, um pouco chocada.

“Vou te foder outra vez.”

“Sim, foda duro.”

“Certeza?”

“Sim.”

“Você conseguiria alguma merda melhor?” Não espero uma resposta. “Vou te inclinar sobre o banco do balcão para poder olhar essa sua bunda gostosa, está bem?

“Sim, muito bem.”

 

Ela está caminhando engraçado quando sai do banheiro e não posso evitar sorrir. Balança a cabeça e rola os olhos.

“Você ainda está me sentindo?” Pergunto enquanto pego sua mão.

“Sabe que sim.” Sorri um pouco.

Saímos e fechamos a porta. A acompanho até seu carro, onde pego as chaves, destranco a porta e depois abro.

Pego sua mão com força suficiente para que vire para mim. “Sabe meu número.”

“Sei.”

“Acha que poderia usá-lo?” Ela concorda com um aceno de cabeça. “Esse é seu jogo, querida. Se me quiser, chame. Nos vemos na quarta, aconteça o que acontecer.”

Sorri. “Ok.”


A encontrei na sexta-feira e sábado no bar, em seguida, teve um jogo de cartas na segunda-feira e fiz algum dinheiro. As segundas-feiras vão ajudar muito a causa. No fim de semana chamo um agente imobiliário em Atlantic City e coloco à venda a minha casa. Na terça-feira, pego o meu laptop e procuro sobre como começar um negócio. Olhei
alguns lugares e percebi que poderia fazer isso. Não era apenas um sonho, merda, seria real.

Na quarta-feira, encontrei meu prédio, a quatro quadras do bar. Três andares e o piso superior já tem um grande loft. Está bom, mas vou melhorar.

“O que você acha?” O corretor pergunta.

“Parece bom. Precisa de uma boa reforma.”

“Bem, isso acontece. As pessoas sabem que está faltando alguma coisa e param de cuidar de suas coisas. A economia está ruim, e por isso não temos nos esforçado. Embora a fundação seja boa, e tem uma estrutura sólida. É um bom negócio para a pessoa certa.”

Não quero parecer muito ansioso. “Está pedindo duzentos mil por um lugar que precisa de quase o mesmo montante para reforma.”

Olha o arquivo em sua mão. “Como disse, vale à pena.”

Estendo a mão e ele aperta. “Vou pensar.”

Ele hesita, mas não me dá o que eu quero. Está hesitando, mas irá ceder.

Vou até a casa de Hailey e chego justo quando está saindo. Hailey está deliciosa em sua camisa e calça pretas estilo militar e o cabelos em tranças penduradas por seus ombros.

“Quase chega tarde.” Marisa aponta o dedo para mim.

“Sinto muito, pequena senhorita.” Também aponto o dedo. “Eu tive uma reunião, mas estou aqui.”

Dou o habitual meio abraço em Hailey, mas desta vez, cheiro seu cabelo.

“Gostosa.” Sussurro em seu ouvido.

Dá um passo para trás e olha para mim. “Reunião?”

“Sim.” Pego a pequena e a jogo em cima do meu ombro. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha.”

Marisa ri. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha. Estou indo para uma reunião.”

“Certifique-se de fechar o cinto de segurança e que ela esteja cedo na cama. Temos uma reunião amanhã.”

Olho para ela. “Reunião?”

“Sim.” Ela responde enquanto sorri e se afasta.


“Você precisa ser o papai.” Marisa boceja enquanto se aconchega contra mim.

“Você acha?” Pergunto, começando a fechar o livro.

“Bem, talvez não. Meu papai perfeito leria mais dois livros.”

Sorrio para mim mesmo. “Que livro devo ler então?”

Ela senta e se estica até sua mesa de cabeceira. “Este.”

“Bem, acho que posso ler mais um.

Ela levanta dois dedos. “Mais dois, lembra?”

“Lembro bem.” Faço cosquinhas debaixo do seu queixo, depois abro o livro. “Era uma vez...”

 

 


Capítulo 18

Hailey

 

“Conte-me algo de bom, Hailey.” Pede Jared enquanto coloco a bebida em sua frente. Levanto uma sobrancelha e ele tenta advinhar minha resposta. “Garota, você me conquistou, então me conte uma coisa boa.”

“Tenho minha casa, graças a você.”

“Não graças a mim. Sou um bastardo egoísta que queria ter uma vizinha bonita.” Pisca o olho enquanto toma sua bebida.

“O que dizem sobre as crianças é verdade — são resilientes. Marisa parece ter se acostumado bem. Na verdade, acho que nunca foi tão feliz. Entre seu tempo com Sally, Livi e esses garotos Caldwell, tem mais atenção agora do que tinha antes. Além disso, temos a vizinha que nos faz sentir seguros e adorar assar cookies.” Sorrio pensando no quanto é bom estar ao lado de alguém com quem me sinto confortável.

“Preciso de mais uma bebida, Hailey. Fico feliz em ver que são felizes. Tem que saber que nem sempre mantive seguras as pessoas próximas a mim. Não sou confiável para isso. Esses garotos Caldwell, sem dúvida, cuidarão de você.”

“Jared, de todas as coisas que passei, você é uma das pessoas mais confiáveis que conheço.”

“Tenho um passado, mulher. Não é parecido com um conto de fadas. É escuro, feio e é tudo minha culpa.”

Sirvo outra bebida e me inclino.“Quer sobre isso?”

“Quando puder ressuscitar os mortos, então vamos falar. Até então, sei que é da família e os Caldwell cuidarão de você.”

“Bem, Jared, você agora é minha família e quero cuidar de você.”

“Um dia diferente, um tempo diferente, talvez as coisas poderiam ter sido diferentes. Sem dúvida, não são, então jogamos com as cartas que temos — como você mãezinha.” Jared sorri enquanto me chama do jeito de Morrison. “Quando as cartas em suas mãos forem boas, mantenha-as, não as descarte e não se arrisque a perder tudo. Morrison é bom, Hailey. Jogue sua mão com ele e veja até onde isso vai dar — isso é tudo o que estou tentando te dizer.”

“É um homem sábio, Jared.”

“Vivi uma vez, Hailey. Amei uma vez, profundamente. Perdi tudo... pela garrafa, nada mais. Venho aqui para esquecer disso. Só que em você, vejo essa mulher que é charmosa, forte, independente e que está com a cabeça enterrada. Então, ao invés de beber meu dia e sacudir uma só linha, quero te ajudar a ver o que os outros podem ver em você. Todos estamos esperando para que baixe a guarda e, ao mesmo tempo, não se assuste com sua maldita sombra. Livi esteve assim também. Ela passou por isso e você também o fará.”

Enquanto termino meu turno, penso nas palavras de Jared. Livi e eu nos tornamos próximas durante meu tempo aqui. As calcinhas que usa, esfregando a bunda como um tipo de “loucura”, como diz Hendrix é inspirador. Não sei detalhes de seu passado, mas posso ver seu futuro e me enche de esperança, promessas e muitas coisas boas.

Suspiro e sussurro ao bar vazio enquanto fecho: “Oh, mamãe, onde está para eu possa falar com a senhora agora?”

“Eu me sinto da mesma forma na maioria dos dias, Hailey.” Isso vem de Jagger, que vira a esquina pelo balcão, depois de fechar o caixa da noite.

Nunca deixei de pensar nessa monumental coisa que compartilho com Morrison — nós dois perdemos nossas mães. A minha estava longe de ser perfeita, mas no final de cada dia, era minha melhor amiga. Nós rimos, conversamos até o sol sair mais do que posso contar, e em todo o caos, ela nunca me deixou sozinha. Mesmo quando me convenceu que ficar com Monte era uma coisa boa, estava ali para segurar minha mão e atravessar comigo os tempos mais escuros. Nunca estive só até que ela se foi. Então, veio Marisa e minha vida se encheu mais uma vez. Só que Marisa não tem o vazio de perder sua mãe, como Morrison e eu. Espero que fique velha e tenha os cabelos brancos antes que precise enfrentar esse tipo de perda.

Olho fixamente para Jagger enquanto se serve uma bebida. Quando faz o mesmo para mim, nego e levanto as chaves do carro.

“Eu vejo muita dela em você.” Comenta antes de tomar sua bebida.

“Mesmo?”

“Sim. Mamãe foi um furacão até o final. Teve que lutar, Hailey, lutar muito.” Dá um golpe em seu peito. “Do tipo que vem daqui. Você poderia ter ficado com esse filho da puta do Monte, mas não fez. Saiu. Lutou com isso, lutou por sua filha. Você tem um coração, Hailey.”

Meus olhos se enchem de lágrimas. “Sou um desastre, Jagger.”

“De maneira nenhuma. Tem que deixar as pessoas entrarem, e deixar que elas te ajudem, Hailey. Morrison, lhe dará a segurança que você nunca teve, mas você precisa querer isso.”

“Sim, mas...”

“Mas nada. Meu irmão alguma vez não te deu escolha? Da forma que vejo ele deixou que você se acostumasse. Recuou e te deu espaço enquanto mantinha vocês duas seguras. Tem um bom trabalho em que é boa e trabalha duro. Tem sua própria casa. Pode ver sua menina sã e salva, longe do imbecil que te ajudou a fazer. Está fazendo tudo sozinha. Nos deixou entrar: Hendrix, Livi, eu e mesmo Jared, mas, no entanto, mantem Morrison a distância. Eu noto — tem sentimentos, mas continua tentando lutar contra eles. A luta é boa quando necessária, mas para que lutar contra sua atração por Morrison? Por que negar isso aos dois? Você é a única quem tem e distribui as cartas.

Eu me apoio contra o balcão, desejando não ter que dirigir. A merda está cada vez mais profunda e preciso relaxar.

“Não se trata só de mim.” Sussurro.

Jagger joga a cabeça para trás e ri. “Querida, essa sua garotinha nos tem comendo na palma de sua mão, principalmente o meu irmão. Não importa se vocês vão ficar juntos ou não, ele sempre estará na vida de Marisa.”

Penso nisso, percebendo que ele está certo. Morrison Caldwell é o tipo de homem que estará perto de Marisa, não importa o que aconteça.

Terminamos de fechar, então vou para casa e em silêncio entro no meu apartamento.

Normalmente, após suas ‘reuniões’ às quartas-feiras

Em geral, depois de seus encontros das quartas-feiras. Morrison está sempre no sofá quando entro. Encontrando-o vazio, ando pelo pequeno corredor até a luz suave vindo do quarto de Marisa e sorrio quando o ouço sussurrar: “Há muito, há muito tempo... em uma terra distante...” Continua lendo enquanto meu peito se enche de emoção.

Escuto os suaves sons dos roncos de Marisa, então não sei porque Morrison continua lendo, mas presto atenção às suas palavras.

“Havia uma linda garotinha. Ela morava com sua mãe, que era a mulher mais linda em toda a terra. A s duas eram os tesouros ocultos dados ao príncipe como um presente de sua mãe, a rainha. Tiveram que se esconder debaixo das luzes brilhantes da cidade do pecado até que o príncipe fosse suficientemente grande para perceber a beleza em seu interior quando as viu.” Morrison faz uma pausa e me apoio contra a parede para escutar mais. “Ele cometeu loucuras e precisou trabalhar seu próprio passado, mas sua mãe, a rainha, sabia o homem que havia criado. Sabia que, quando fosse o momento certo, se tornaria o homem ideal para esta garotinha e sua mãe.”

Aproximando-se da porta para que possam me ver, vejo a cena à minha frente quando pergunto: “É mesmo?”

Ali, na caminha de minha filha, está Morrison, com seu um metro e oitenta e cinco. Está com as pernas cruzadas, a cabeça apoiada contra a parede já que Marisa não tem uma cabeceira e os braços cruzados sobre o peito. Com os olhos fechados, parece perdido em seus pensamentos, perdido em seu conto de fada.

Ele não abre os olhos, simplesmente acena com a cabeça.

“Então,” — eu me aproximo dele — “eles vivem felizes para sempre?”

Ele abre os olhos e encontra meu olhar. “Não sei, Hailey. Você quem me diz.”

Pego sua mão e o levo para a sala de estar, onde nos sentamos no sofá, ele do lado direito e eu no meio. Então, viro para enfrentá-lo, com as pernas dobradas debaixo de mim.

“Fale-me sobre a rainha, Morrison.” Digo e ele sorri carinhosamente.

“Oh, a rainha... ela era a Rainha das Espadas. Tinha amor por seus filhos, aos montes, como dizem. Mas, governada como era pelo Rei dos Paus, ela teve que colocar em segundo plano suas necessidades, desejos e anseios. A única coisa que o tirano sempre deu a ela e a seus filhos foram tempos difíceis. O Coringa era selvagem o tempo todo, sabe. Um bastardo imprevisível, Rei de Paus não tinha vergonha de governar sua casa com um punho de ferro. Isso deixou os três Valetes com sentimento de desamparo e, eventualmente, a união e necessidade de proteger a rainha, cresceu e o ressentimento para com o rei também. No final, a vida não era de Ás, porque a rainha deixou esta vida para ir a uma melhor, mas deu a seus meninos a mão vencedora antes de perecer.” Estica a mão, pega meu queixo e esfrega o polegar sobre minha bochecha. “Ela os deixou com Ás em suas mãos.”

Mordo meu lábio inferior enquanto assimilo suas palavras.

“O Ás de Ouros — assistindo a rainha trabalhar tão duro, os meninos desenvolveram o impulso e a ambição que só podem ser encontrados nesta carta. O Ás de Paus era seu legado de inteligência. Hailey, não podemos ter nada sem antes analisar a situação do terreno. A rainha deu isso aos garotos. Sem rodeios, também nos deu o Ás de Espadas, querendo que seus filhos tivessem uma vida plena. Ele queria que eles fossem bem-sucedidos e fortes. Com sua última carta... o Ás de Corações. A rainha deixou aos seus filhos
um legado de alma e coração.”

“Sua mãe?” Seu polegar se move para cobrir meus lábios, me silenciando.

“Fazer o bem neste mundo cheio de maldade — eu fiz essa promessa, Hailey e estou absolutamente certo de que eu quis dizer cada maldita palavra. A vida não era fácil assistindo nosso velho colocar suas mãos sobre ela. Pior que isso era ouvir a maneira como falava com ela. A cada dia maldito, nada que ela fazia era bom. No entanto, a mamãe foi forte. Ela não deixou que isso a derrubasse. Ela não deixou que a desgastase. Ele pode a ter machucado, mas ela certamente não se deixou ser devastada.”

“Estou tão devastada Morrison.” A admissão sai antes que eu possa me conter.

Ele se aproxima e me puxa para o seu colo. “Querida, você é um monte de coisas, mas devastada não é uma delas.” Traça meus lábios com o polegar. “Você está jogando com a mão que lhe foi dada. Sem truques, sem artimanhas, só enfrentando a vida. Tem coragem, espírito de luta e resistência.” Ele para e me olha, como se quisesse chegar a minha alma. “Você tem coração, mãezinha. Você tem mais amor por aquela menina até mesmo que a Rainha de Espadas tinha por seus Valetes e isso é muito. Permita-se ter algo bom, Hailey para você... e para a sua garotinha.”

Não tenho palavras para responder. Nenhuma. O homem me transformou em uma gelatina e, ao mesmo tempo, ele me manteve firme. Assim é como será a vida com Morrison Caldwell? É realmente o meu lugar seguro para cair?

Inclinando-me o beijo suavemente. Lentamente, exploro seus lábios enquanto ele abre a boca para permitir que minha língua invada. Gradualmente, valorizo tudo o que me deu esta noite. Quando me afasto, sorri de uma forma que é deliciosamente Morrison.

“Bem, mãezinha, você teve sua história para dormir, então, agora vamos para a cama.”

“Sério? Por que contar essa história agora?” Minha curiosidade está de volta.

Ele ri baixinho. “Querida, conto para a garotinha essa mesma história todas as noites que estou com ela, depois que adormece quando termino de ler as três histórias obrigatórias da noite.”

Levanto uma sobrancelha para ele.

“Ela me disse que seu papai perfeito leria mais duas histórias toda noite depois da primeira. Bem, seu homem perfeito pode ler três, mas eu lerei quatro. Pode me chamar de aplicado.” Pisca um olho. “Quatro ases de um baralho. Quatro histórias para fazer a nossa garotinha contente. Quatro é meu número da sorte, mãezinha.” Com isso me pega e leva para o quarto.

Sem hesitação, eu o puxo para a cama comigo. Em vez de dormir, ele me dá quatro orgasmos que certamente me farão lembrar desta noite vividamente por um longo tempo.

Ele me faz bem. De alguma maneira, esse homem fez seu caminho para minha vida, meu coração e me deu mais nesses poucos meses do que tive em toda a minha vida. Pode durar? Posso me apegar a ele? Demorei muito para perceber que, mais do que tudo, quero ter isso com ele. As cartas estão em minha mão, o jogo é o Texas Hold'em com apenas duas cartas e planejo mantê-lo o máximo que puder.

 

Capítulo 19

Morrison

 

Porra, penso ao me endireitar para poder vê-la, depois que ela adormece. Tranquila, linda e satisfeita.

Sem desfaçatez, qualquer uma.

Fecho meus olhos por um momento, ainda pensando sobre esta mãezinha que acha que tem que ser durona — menos com a filha... ou quando tenho minhas mãos sobre ela. Nunca antes na minha vida eu conheci alguém que quase derrete ao meu toque.

No início, pensei que era só comigo, mas então percebi que era circunstancial, porque foi assim que ela teve — sem escolha. Com essa compreensão, com meu ego seriamente desinflado, mas de volta a realidade, tudo tem se tornado de ouro e com o conhecimento de que ela também sente. Sabe que vou lhe dar prazer. Inferno, eu darei a ela uma e outra vez antes de levar o meu. Isso é muito sexy, caramba.

Eu me levanto e o colchão de ar parece um maldito balanço, com ela no lado inferior.

Seus olhos se abrem enquanto pula e seguro seu braço. Então, começa a tremer e tentado recuperar o ar, assustada. Sento rapidamente e a seguro, para me assegurar que está acordada e bem, e isso também é uma má ideia.

A mãezinha é como uma pipoca no fogo.

“Hailey.” Digo apertando-a.

“Que merda está acontecendo?” Pergunta.

“Cristo, você está bem? Está tremendo.”

“Estou bem? Não. Eu só... só...”

Não posso evitar sorrir porque, apesar de estar muito assustada, essa merda foi muito divertida.

Ela me olha como se eu estivesse louco e logo vejo um sorriso ampliar.

“Você levou uma surra da porra desse colchão de ar. Precisa de uma fodida cama.

“Marisa precisa de uma cabeceira antes que eu possa comprar uma cama.”

“Querida, ela tem uma cama, um excelente colchão. Acho que você já a colocou em primeiro lugar e agora chegou sua hora de ter uma cama. Não que ter feito isso aqui não tenha sido uma boa experiência, mas acabamos no chão e...”

“Bem, eu entendi.”

“Cama King.”

“Queen.” Contesta.

“Vou te comprar uma.”

“Não, você não vai.”

“É um perigo para a sua maldita segurança e, se planeja que eu esteja aqui mais uma vez, vou comprar uma cama.”

“Absolutamente não.”

“Bem, então você vai usar um capacete.”

“Oh, ok.”

Ela me olha nos olhos, determinada a não ceder, e depois sorri e balança a cabeça. “Vou comprar uma cama queen na próxima semana.”

“Não se você quer fazer isso rápido. É um presente, Hailey.”

“Não, é para...”

“Mãezinha teimosa.”

“Independente.” Ela me corrige.

“Gostosa pra caralho.” Pressiono minha boca contra a dela, devastando sua linda boca pequena. Seu corpo amolece contra mim enquanto geme e eu recuo. “Preciso sair daqui antes que a garotinha acorde.”

Ela se levanta, põe sua camisa e calça de moletom e me segue até a porta.

“Quero te levar a um encontro. Pode ter minhas bolas de volta tempo suficiente para fazer isso?

Ela sorri, e é bonito e iluminado. Ainda melhor, não há nada a preocupando e noto isso.

“Mãezinha, continue me olhando desse jeito e vou te tomar aqui mesmo. Domingo à noite. Não faça planos. Seremos você e eu... um jantar, um filme, se desejar, pegação no estacionamento e, em seguida, acabar na parte de trás do Escalade porque vou precisar te provar. Depois disso, você pode ter minhas bolas de volta, você me entende?”

Sorri e acena. Sem dúvida, sem hesitação.

“Caralho. Preciso sair.” Inclino e tomo sua boca de novo. Depois vou embora com um pau completamente duro.

 

Naquela noite estaciono em sua casa e Livi sai. “Vou chamá-la.”

Hailey queria esperar até a hora de dormir da Marisa para o nosso encontro e não poderia culpá-la nem um pouco. Além disso, Livi queria vir e tomar conta de Marisa. Hendrix vai encontrá-la aqui quando fechar o bar, o que é absolutamente perfeito. Isso significa que posso estar com Hailey e ficar por um tempo.

Hoje à noite, recupero minhas bolas e espero terminar com elas ainda em minha posse.

Saio do carro quando a vejo sair. Não usa preto hoje, mas uma saia amarelo claro comprida até o tornozelo e uma blusa branca.

“O tipo de coisa que cavalheiro diz é: “você está absolutamente incrível” porque realmente está. Nunca na minha vida vi nada tão bonito. Mas também estou querendo saber se você sabe que vou ficar de pau duro durante a noite toda.”

Ela se inclina para frente e me beija com força, sua língua pressiona meus lábios e abro para ela. Deixo-a ter uma prova e então tomo a minha. Quando fico sem ar, me afasto tristemente, deixando minha testa contra a sua.

“Cristo, mãezinha.” Gemo, então dou um passo para trás, abro a porta, pego as flores e entrego para ela. “Espero que você goste de rosas.”

“Puta merda, Morrison! São muitas flores! Elas custam muito, devolva.”

“Recuperei minhas bolas esta noite,” — abro mais a porta — “mesmo que você tenha tentado roubá-las agora.” Agarro em minha calça. “Opa, ainda estão aqui. Oh, para que você saiba, elas não têm espinhos. Eu mesmo os cortei. Não se preocupe, no entanto — a sua beleza ainda está protegida. Segura comigo, segura com você, segura...”

“Está bem.” Ela engole forte e olha para flores. “São lindas.”

“Não tão linda quanto você.” Eu me ajusto. “Cristo.”

Fecho a porta e a vejo sorrir radiante, enquanto as cheira.

Entro, coloco o cinto de segurança, ligo o carro e olho para ela de novo. “No jantar, você tem que sentar em frente a mim, não do lado, porque de jeito nenhum posso prometer manter minhas malditas mãos afastadas.”

Ela olha por cima das flores, que quase cobrem seu rosto e sorri. “Obrigada pelas flores.”

Estendo a mão e tomo a sua, trazendo-a para minha boca e beijando-a. Sua pele é macio e cheira bem. Eu não posso evitar — dou-lhe uma lambida. Quando não a retira, dou outra.

Leva a minha mão sobre sua boca e me beije de volta. Então, recosta no banco e exala longa e lentamente.

Está relaxada. Inferno, parece estar se divertindo. E estou... duro pra caralho.

“Você se importa se eu te mostrar uma coisa antes de ir para o restaurante?”

“Claro.”

“Confia em mim?”

Ela abre os olhos e olha para mim. “Sim. Sim, confio.”

“Boca. Por favor.”

Depois de beijá-la bem devagar, me inclino para trás me sentindo muito bem. Realmente bem. Nunca estive melhor, na verdade.

Estaciono o carro na frente de um prédio de quatro andares.

Ela olha pela janela, em seguida, de volta para mim.

“É isso que você queria me mostrar?”

“Sim.” Abro a porta, saio e abro a sua. “Venha comigo?”

“Certo...”

Caminhamos pelo beco entre os dois edifícios. Atrás há uma uma pequena garagem e, além disso, há um grande pátio totalmente cercado. É maior do que a maioria na cidade.

“Tenho quase certeza que vou comprar este lugar.”

“Para que?” Ela pergunta, olhando ao redor.

“Algo como uma casa ou um abrigo para mulheres. Mulheres com crianças, para ser exato. Mulheres...”

“Como eu.” Franze a testa e vejo a parede se levantando.

“Não, como a minha mãe.”

Ela olha para mim.

“Minha esperança é oferecer um lar, um lugar para ir até que possam fazer isso por conta própria, talvez encontrar algumas pessoas em situações similares. Algo como uma fraternidade, ou...”

“Uma irmandade.” Ela me corrige e aperta minha mão.

“Talvez, se encontrarem situações parecidas com as suas, com outras que fizeram isso e escaparam, elas entendam que também são capazes. Pelo menos, lhes dará um lugar onde seus filhos e elas possam dormir à noite sem ter que se preocupar que alguém os espanque, forçando-as a...”

“Eu gosto, mas há tal estigma associado com lugares como este. Algumas pessoas sequer considerariam vir aqui.”

“No entanto, algumas vão. Inferno, se acontecer, significa que ajudei a fazer o bem.”

“Como vai pagar?”

“Vendi minha casa em Atlantic City.”

“Era dono de uma casa lá, também?”

“Sim. Não ia muito, no entanto. Gostava mais de Las Vegas. Agora sei porquê.”

Ela levanta os olhos, as bochechas rosadas.

“No primeiro piso farei um escritório, sala de estar, cozinha e refeitório. No segundo e terceiro pisos podem ter quatro pequenos apartamentos de três quartos. Assim serão oito apartamentos, e todos mobiliados. Com estadia de noventa dias, o que lhes dará tempo suficiente para encontrar um trabalho, um lugar próprio e com sorte ganhar alguma força ou, pelo menos, alguma esperança.

“Você deveria considerar seis de dois quartos. Beliches, quatro em cada quarto. As mães também ficariam nos beliches. Inferno, elas ficariam no chão se isso significasse que seus filhos estariam seguros.”

“Nem todas as mães, Hailey.”

“As que realmente querem algo melhor.” Assimilo suas palavras. “Terminará com um lugar cheio de posseiros, pessoas ‘pedintes’, se você não endurecer e definir padrões e expectativas. Algumas pessoas não querem ir por conta própria. Algumas pessoas não têm a intenção de fazer o trabalho que é preciso para quebrar um ciclo.”

“Minha garota seria...”

“Sua garota?”

“Está bem, mãezinha.”

“De novo, sua?”

“Preciso te lembrar que tenho minhas bolas de novo essa noite.”

“Preciso te lembrar que não rotulamos essa relação.”

“Que ser minha namorada Hailey? Você vai sair somente comigo? Você vai...”

“Cale a boca.” Ela ri e me empurra. “Qual a nossa idade?”

“Está bem, então seja a minha garota e de mais ninguém.”

“Não estive com mais niguém.”

“Seja minha.”

“Ninguém é meu dono, Morrison.”

“Não é uma coisa de posse. Você está livre para cancelar quando quiser. Inferno, pode manter as minhas bolas, menos na cama ou quando sairmos. Mas seja minha.”

“Seja você meu.” Coloca as mãos no quadril, fazendo-me rir. Logo nega e abaixa o olhar. “Que tal se sairmos exclusivamente.”

Eu a puxo firmemente contra mim e a beijo como um estúpido, seu corpo se funde com o meu. Quando tomo e dou o que preciso, o que ela precisa, me afasto.

“Combinado.”

“Morrison eu gosto do que você está começando aqui. É admirável e manda uma mensagem clara sobre quem você é. Mas por favor, não me peça para ser parte disso.”

“Não vou pedir.”

“Não estou pronta para assumir qualquer outra coisa. Tenho minha liberdade, minha filha, meu trabalho, um lugar só meu. Eu preciso dessas coisas.”

“Eu sei. É por isso que não lhe pedi.”

Ela olha para cima. “Quarto andar?”

“É onde será minha casa.”

“Isso é uma grande caminhada.”

“Há um elevador de carga, acessível apenas para mim.”

“É um grande empreendimento.”

“Não vai estar pronto em uma noite. Pode demorar um ano, mas vai mudar vidas.”

 

Depois do jantar e de quase convencê-la para que me deixasse tê-la no banco do carro no estacionamento, nos dirigimos de novo para sua casa. Hendrix e Livi vão embora e terminamos em seu quarto, no chão.

Estou tirando a roupa quando me pergunta: “Então não há mais Las Vegas, Atlantic City ou...

“Mais uma viagem para Las Vegas. Tinha a intenção de falar com você sobre isso. Gostaria que fosse comigo.”

“Não sei se seria uma boa ideia, Morrison. Eu...”

“Seu ex está preso, será julgado por uns dez crimes diferentes e fui chamado para testemunhar.”

“Você? Por quê?”

Respiro profundamente, pronto para soltar tudo.

“Por quê?”

“Um jogo, uma aposta que acredita que ganhou, mas no final não fez. Ele...”

“Que jogo? Que aposta?”

Digo tudo, não guardo nada. Uma vez que termino, ela olha para o teto durante um tempo antes de finalmente falar.

“Por isso, o seu interesse em Marisa. Parece que você...”

“O interesse por Marisa começou por que estava apaixonado por sua mãe. Mas entende, eu teria feito por qualquer pessoa que tivesse um filho da puta pensando que fosse seu dono. Não importa quantas vezes eu te diga que quero que você seja minha, eu não quero ser seu dono. Não dessa forma.”

“Você precisa ir.”

“Não terminei aqui, nem mesmo perto, e porque ainda sou tecnicamente o dono das minhas bolas, por enquanto, você vai me ouvir.” Seu rosto fica vermelho, o que me diz que está pronta para explodir. “Quando dirigia saindo de Las Vegas, fui seguido. Em um semáforo, uma caminhonete preta literalmente subiu no meu Porsche. Quando saí, seu ex saiu da caminhonete com uma barra de ferro e se divertiu com minhas costelas, depois com meu rosto. Foi por isso que voltei mais tarde, não queria que soubesse, porque não foi a porra da sua culpa.”

“Então de quem foi?”

“Minha. Eu poderia ter revidado, poderia ter saído ileso, mas gosto de um pouco de dor. Permiti que ele me golpeasse como o inferno, sabendo que a polícia estava vendo. Sabia que vinham para separar. O que não esperava era que ameaçasse me matar quando estava algemado, o estúpido filho da puta. Não tenho ideia de como continua vivo. Um homem assim, fodendo as pessoas do jeito que ele faz, deveria estar morto há muito tempo. Mas agora, pode apodrecer atrás das grades enquanto você e Marisa vivem.

“Se quer me mandar para o inferno, Hailey, se você me quer fora de sua vida, porque você ainda não pode ver o que significa para mim, então eu vou me afastar, sabendo que você está segura. Mas se pode confiar em seus sentimentos e no que estou lhe dizendo, então, isso pode ser tão perfeito. Aproveite o seu tempo e pense sobre isso.” Me viro para sair, depois paro.

“Eu quero que você sentada ao meu lado no Tribunal em Las Vegas. Quero que veja com seus próprios olhos que ele não pode tocar em você. Gostaria também das quartas-feiras com Marisa, porque essa merda vai doer se eu tiver que me afastar, tanto quanto vai machucar se eu tiver que ficar longe de você. Faltam duas semanas para Las Vegas. Faça o que você pensa que precisa fazer. É só me avisar.”

Caminho para a porta, com ela me seguindo, então me viro e olho em seus olhos.

“Você merece muito mais do que viver sua vida com medo.”

“Não tenho medo de nada.” Fala enquanto lágrimas caem por seu rosto.

“Prove.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 20

Hailey

 

Ele renunciou a sua casa por minha filha — e, no entanto, não me pediu nada em troca. Pode alguém realmente ser tão altruísta?

Dúvida me consome. Passei as últimas duas semanas ligada, pensando muito e tentando seguir em frente. Fiel à sua palavra, Morrison me deu espaço. Ele também teve suas noites de quarta-feira com Marisa, sem falta.

Pego o envelope sobre a bancada da minha cozinha como se fosse pela milésima vez. O conteúdo permanece o mesmo — uma passagem de ida e volta para Las Vegas, Nevada. Uma última viagem para resolver tudo e deixar isso para trás. Uma última oportunidade de enfrentar Monte e vê-lo desaparecer com meus próprios olhos. A oportunidade de estar lá e mostrar o que eu fiz sem ele. Um último momento para me manter firme no meu futuro e deixar o passado onde pertence... no passado.

Ele já não tem poder. A balança foi irremediavelmente quebrada e não ficaram pesos e contrapesos, nenhuma dívida para pagar. Não sou mais a sua prostituta.

Uma viagem ao lado do homem que tem sido a minha salvação. Uma oportunidade para avançar para o meu futuro incerto, mas promissor. Uma oportunidade para mostrar a Morrison que quero que ele seja meu e que sou dele. Um momento para começar o meu futuro enquanto realmente deixo o meu passado. Morrison livremente me dá suas ‘bolas’, como ele diz. Agora eu posso lhe dar meu coração.

Para alguém que nunca conheceu o verdadeiro amor de um homem por uma mulher, estou completamente assustada. Isso pode ser real?

No jogo do amor, a Rainha de Copas é selvagem. É imprevisível. É indomável. Vê beleza na mais feia das situações. Ela sabe o que o coração deseja, e pode demorar seu tempo em dar isso, mas quando está pronta, coloca tudo a seus pés.

Tudo o que sempre sonhei está bem na minha frente, só preciso encontrar a coragem para dar o salto. Tenho a minha liberdade. Tenho a minha filha. Pela primeira vez na minha vida, tenho um verdadeiro parceiro. Morrison leva em primeiro lugar as minhas necessidades. É paciente e compreensivo e muito bom na cama.

Sorrio com o pensamento. Ele provoca emoções em mim que nunca senti.

Também me assusta completamente. Morrison Caldwell tem a capacidade de me quebrar de uma maneira que Morrison nunca poderia. Monte segurou meu corpo, segurou minha lealdade por dever e controlou minha vida. Morrison segura meu coração, captura o meu corpo com um simples toque e controla o meu futuro.

A simples ideia de não ver onde poderiam levar as coisas com ele me deixa tão assustada quanto o pensamento de tudo caindo aos pedaços.

Obrigação e recompensa — a balança está equilibrada. Se não nos dou uma oportunidade, poderia perder ter um futuro de contos de fadas. Se assumir o risco e tudo der errado, vou desmoronar e não tenho certeza consigo me levantar.

O amor é uma aposta. É um jogo onde o vencedor leva tudo e o perdedor permanece vazio.

Meu telefone toca, uma mensagem alertando-me e me tirando de meus pensamentos. Olhando para a tela, descubro que não é Morrison como esperava. É Livi.

Ele foi para o aeroporto. Achei que você gostaria de saber. Seu tempo acabou, baby.

Suas palavras me atigem.

O tempo acabou.

O tempo é uma coisa inconstante. Acontece em um piscar de olhos, em um um borrão e, antes que você perceba, acabou. Em um zumbido — desaparece e jamais volta a ser visto.

Minha mãe nunca teve a oportunidade de conhecer o amor verdadeiro. A mãe de Morrison nunca sentiu amor incondicional fora o que teve por seus filhos. Eu disse a mim mesmo que quando escapei que ia romper o ciclo para a minha filha. Bem, hoje é o dia.

Observo a tela do meu telefone mais uma vez, o relógio em negrito me encarando desafiadoramente. Com as mãos trêmulas, deslizo a tela e aperto responder.

Pode me pegar?

Três palavras simples selam o acordo. Eu vou pular. A questão agora é: será que vou cair ou vamos voar juntos?

Esperando aqui fora. O texto de Livi vem imediatamente seguido por um emoticon sorridente.

Sem hesitar, começo a encher uma mochila com roupas, em seguida, rezo para não ter esquecido das calcinhas. Não me importo com uma mochila para Marisa, já que vai ficar e Livi tem a chave reserva de minha casa, se necessário.

Pego Marisa, me apresso em descer as escadas e saio pela porta.

“Você vai ficar com a tia Livi por alguns dias. Jagger prometeu ler para você e Livi vai me ligar toda noite e colocá-la no telefone. Eu te amo, Princesa.” Beijo sua testa enquanto o coloco no banco do carro e Livi me sorri do lado do motorista.

“É uma festa do pijama, mamãe. Não se preocupe, vamos nos divertir.”

Oh, o mundo despreocupado de uma menina de três anos. Intocado, incólume e inocente. Embora seu pai seja uma pessoa má, a protegeu com sua ausência. Um dia, vou ter que enfrentar tudo isso, mas, por enquanto, ela não tem nenhuma preocupação — enquanto minha mente corre com perguntas. Realmente vou fazer isto? É inteligente? Mais uma vez, eu realmente vou fazer isso?

Fomos rapidamente para o aeroporto com Livi falando com Marisa, mantendo o bom humor. Não demora muito antes de me deixar lá.

Entregando um pequeno saco de presentes, Livi pisca para mim, enquanto abraço e beijo despedindo de Marisa antes de pegar minha mala e ir embora.

O aeroporto está lotado e minhas emoções estão a flor da pele. Em um borrão, faço o check-in, passo pela segurança e encontro minha porta. Vou para a sala de espera e imediatamente o vejo encostado na parede, o contemplo.

Seu cabelo é uma bagunça, como se ele estivesse constantemente correndo as mãos através dele. Está longe o idiota arrogante que era na noite em que nos vimos pela primeira vez. Não, na minha frente, está um homem que está disposto a ir até o fim por suas meninas. Meu coração bate mais rápido enquanto admito isso.

Morrison Caldwell não é um cretino soberbo como tantos outros. Não leva as pessoas à loucura ou manipula situações para sua vantagem. Não, ele aceita todos em sua vida como eles são. O bom, o mau, o feio — ele está lá completamente. Ele é um homem com coração, dedicação e propósito de ser melhor do que ele tem sido antes.

Quando ergue a cabeça, ele encontra o meu olhar e seus olhos enchem com pensamentos e emoções, mas ele não se move. De qualquer forma, continuo a andar em direção a ele e mesmo quando estamos cara a cara, ele ainda não se move.

“Morrison.” Sussurro.

“Está aqui?” Ele pergunta como se estivesse sonhando.

Afirmo com uma aceno de cabeça. “Estou aqui.”

Sem dizer uma palavra, sem hesitação, seus braços me cercam enquanto sua boca cai contra a minha. Quando se afasta, ele sorri para mim enquanto devolvo o sorriso.

“O quê?”

“Minha mãezinha não tem medo.”

Sorrio. “Eu disse que não tenho medo de nada.”

“Você é minha?”

Mordo meu lábio e olho em seus olhos. “Nós somos suas.”

“Porra, sim.” Ele responde antes de me beijar até ficarmos sem folêgo novamente.


A viagem de avião é normal. Morrison segura a minha mão ou deixa seu braço ao meu redor o tempo todo. Descemos, alugamos um carro e seguimos para um hotel. Wheels nos ofereceu seu apartamento, mas Morrison acha que ficar em sua antiga casa poderia me lembrar o jogo retorcido de Monte com Marisa. Estou mais do que agradecida por sua previsão. Às vezes, acho que sabe o que preciso, antes mesmo de mim.

Vamos jantar com Jamie, antes de voltar para a noite. Ao sair do elevador, congelo: de pé em frente a nossa porta está Marshall.

“Caralho!” Morrison esbraveja antes de me colocar atrás dele. Caminhamos pelo corredor e paramos em frente ao intimidador e braço direito de Monte.

“Não sou uma ameaça, Às. Só quero falar com Hailey.”

“Não há nada a dizer, Marshall.” Respondo, afastando-me de Morrison, que tenta me colocar de volta à suas costas. Cavalheirismo é bom, embora não seja necessário.

“Posso entender isso. Só queria que soubesse que sinto não ter intercedido por você ou Marisa. Tem que entender que há jogadores e o jogo. Na vida que tenho, não pude evitar isso.”

“Razões e desculpas, Marshall. Se suas razões são erradas, não coloque desculpas para o seu comportamento. E se tem que dar desculpas para algo reconsidere suas razões. Afinal, mal é mal e a vida em que está é errada. Quero o melhor para minha filha e tenho certeza de que vou dar.”

“Desejo o melhor para você, Hailey.”

“Acabou aqui.” Morrison fala, tomando minha mão e entrelaçando nossos dedos.

Marshall assente e se afasta.

Não digo mais nada, porque honestamente não há nada a dizer. Marshall teve um trabalho a fazer, e ele fez isso. Se ele não está dormindo à noite por causa disso, são coisas que ele tem que solucionar. Não é meu fardo para suportar ou minha dívida para pagar.

Entramos. Morrison diz que preciso relaxar e que vai me preparar um banho. Pego a minha bolsa, tiro meu pijama — e claro, com a pressa esqueci de pegar as calcinhas.

Com toda a bagunça, o presente de Livi cai sobre a cama assim como o conteúdo. Rio pensando que a garota me conhece bem, quando não uma, mas três calcinhas caem na cama.

Tem uma carta com elas, que abro antes de recolher as calcinhas.


Hailey,

Ao ler isso, quero que saiba que você me inspira. Uma vez, minhas escolhas foram tiradas de mim, e me levou o que parecia durar uma vida inteira para entender que não foi minha culpa. Coisas ruins às vezes acontecem com pessoas boas, apenas e somente porque coisas ruins acontecem.

Monte tirou suas escolhas. Lembre-se sempre que, na vida a porra do consentimento é necessário. Esto te dando novas calcinhas com esse lembrete para você. Monte tirou o seu consentimento; recupere-o durante essa viagem.

Morrison se preocupa com você, mesmo que não tenha dito ainda. Todos podemos ver. Enviei estas calcinhas para que se lembre que ele te apoia e protege. Todos nós temos, um Às no bolso. Você tem mais do que simples ás, baby. Você tem o Ás Caldwell.

Depois de passar um tempo com você e Marisa, sei que é uma mãe incrível, Hailey. Também que é uma pequena mulher com um espírito aguerrido como a mamãe Caldwell. É parte dessa família. Não esqueça nunca.

Tome seu tempo nessa viagem para arrumar seu passado. Seu futuro está aqui em Detroit e Marisa vai ficar bem conosco até que você tenha terminado.

Com amor e inspiração, Livi Caldwell.


Lágrimas enchem meus olhos enquanto assimilo todas as palavras de Livi. Sou parte de uma família, uma com três fortes irmãos e uma peculiar, forte e amigável mulher, todos orgulhosamente carregando o nome Caldwell.

Morrison me contou que sua mãe lhes deu seu sobrenome para deixar um legado de bondade em um mundo cheio de maldade. Olho para o teto do hotel e sorrio.

“Ele é meu bem em um mundo de maldade, mamãe Caldwell.” Sussurro antes de enxugar as lágrimas e recolher minhas coisas.

Então, passo minhas mãos sobre a calcinha antes de pegá-la e ir para o banheiro, onde meu futuro está me esperando.


Capítulo 21

Morrison

 

Olho para cima quando ela entra no banheiro. Está sorrindo, mas as emoções enchem seus olhos e meu coração incha.

“Está pronta para seu banho, mãezinha?” Pergunto enquanto provo a água mais uma vez. “Quente e molhada.”

Ela sorri e balança a cabeça.

“Quer tirar essa roupa ou quer que eu faça por você?”

Ela encolhe os ombros e não diz nada.

“O gato comeu a sua língua?” Porra, tudo o que posso imaginar em comer a sua boceta. Ela obviamente sabe o que estou pensando, porque cora e olha para baixo.

Olho para o nada, e digo como se fosse para mim mesmo: “Bem, que me condenem. Eu te dei minha bolas e agora acho que você está realmente pronta para me entregar de volta. Graças a Deus.”

“Vou te dar mais do que isso.” Ela diz enquanto olha para cima.

“Muito mais.” Fico de pé e caminho até ela. “Agora vou te dar algo um pouco diferente.” Seguro meu pau. “Muito bom e muito diferente.”

Pego a bainha de sua camiseta e levanto, deixando que meus dedos toquem a pele quente e suave debaixo dela. “Eu tenho pensando muito, ultimamente.” Passo as mãos ao redor de sua cintura e até as suas costas. “Não apenas sobre estar fisicamente dentro de você, mas algo muito mais profundo.” Abro seu sutiã e passo as mãos por dentro de sua camiseta e seguro sua nuca. “Sabe do que estou falando?”

Engole com dificuldade. “Acho que sim.”

“Também acho que você sabe, mas deixe que eu te mostre. Posso mostrar?”

“Sim.” Toma uma respiração rápida enquanto passo meus dentes suavemente pela linha de sua mandíbula.

Tiro sua camiseta e a passo pelos seus ombros, e então tiro seu sutiã.

“A primeira vez que te vi, fiquei instantaneamente sobrecarregado de sentimento. Irritação, talvez.” Passo a língua ao redor de seus pequenos seios empinados. “A primeira vez que te beijei, sabia que nunca seria igual.” Tomo sua boca e deslizo a língua dentro. Adoro o gosto dela; Não consigo ter o suficiente. Eu me afasto com um gemido. “Viciante como a heroína, Hailey Poe. Pior, talvez.”

Passo as mãos por suas costas e agarro sua calça e caminho com meus dedos antes de puxá-las para baixo, pouco a pouco, enquanto beijo cada centímetro de sua carne exposta. Ao mesmo tempo, seus pequenos gemidos entrecortados colocam a prova minha resistência.

Suas mãos vão para os meus ombros enquanto levanto seu pé e libero uma perna, depois a outra. Movo minhas mãos lentamente para a parte de cima de suas pernas até que sua pequena bunda apertada está em minhas mãos.

“Nunca quis manter nenhuma mulher, mãezinha.” Beijo seu ventre, o que a faz gemer, o que faço de novo, sentindo os arrepios cobrindo sua pele.

Levanto sua perna e coloco-a sobre o meu ombro antes de mover o nariz para cima e para baixo dentro de sua coxa, inalando o aroma. “Eu nunca quis me estabelecer, ter uma família, porque nada na minha vida era melhor do que ganhar — livre do passado, da pobreza. E agora eu sei que posso fazer melhor, ser melhor. A felicidade superficial através do cumprimento dos desejos materiais era prazerosa. Vencer era prazeroso. Sobreviver a tudo era prazeroso, o máximo do prazer ou assim pensava.”

Empurro um dedo dentro de sua umidade, fazendo minha boca invejar a mão. Então tomo sua buceta e empurro outro dedo dentro lentamente a medida que olho para cima, vendo a sua boca abrir lentamente e sua cabeça cair para trás.

Eu me inclino lambendo-a de cima a baixo, com os dedos ainda trabalhando em seu interior enquanto treme. Coloco minha língua contra seu clitóris, fazendo círculos enquanto ela grita meu nome, e, em seguida, goza deliciosamente fácil.

Enquanto afrouxa seu aperto em meus ombros, retiro meus dedos e a olho enquanto chupo seu sabor em meus dedos.

“Como estava dizendo,” contínuo enquanto me ponho de pé, “nunca quis ter nada com ninguém até que provei esse tesouro. Então, aqui e agora, te digo que não só quero possuir você e ser seu dono, mas você também não terá qualquer outro caminho.”

Parece mortificada e, em seguida, em menos de dois segundos com raiva. Vira a cabeça, e agarro o seu braço.

“Desde o momento em que te vi, você me possuía, isso me incomoda ou irrita? Estou fugindo de você? Ser um completo idiota por ter medo de uma cadela — e sejamos sinceros, você tem sido uma cadela — que tomou minhas bolas? Que se foda tudo, Hailey. Você é a dona de uma parte do meu coração.”

Ela me olha.

“De uma parte?”

“Oh, não pode ficar com raiva. A outra parte de meu coração é de uma garotinha. Eu deveria ser o único a estar com raiva, porque você roubou essa merda. Portanto, na medida em que você acha que sou seu dono, é o oposto. Amanhã depois do tribunal, você me dará tudo o que tem, e não se atreva a tentar recuperar de volta, então sim, eu quero ser seu dono, assim como quero que você me possua.”.

“Eu já disse que nós somos suas.”

“Minha posse total.”

Ela balança negando com a cabeça. “Acabei de ter uma das maiores experiências sexuais da minha vida, Caldwell, e você está tropeçando com ‘posse’?”

“Você deveria concordar quando eu ‘a pegar em meus braços’ e tomar sua boca assim,” minha boca cai na sua e a beijo antes de me afastar “e te beijar assim.”

Suas mãos agarram meu cabelo, e ela me beija de volta, desta vez sua língua procura o controle. Quando eu dou, ela se afasta, mas continua esfregando meu cabelo entre os dedos.

“Então ia te olhar e dizer que estou apaixoando por você e não poderia duvidar de absolutamente nada.”

“Possuída.” Ela encosta a testa contra a minha, assim estamos olho a olho.

“Já era a porra da hora.”

Ficamos assim, nos olhando, compartilhando um momento. É o maior de toda a minha vida e estou certo de que, além de dar a luz a Marisa, é o dela também.

“O que vai fazer depois?” Ela diz em um sussurro tão suave que posso ouvir nossos corações batendo.

Coloco-a na banheira e subo por trás dela. Puxo-a para o meu colo, me acomodo e empurro meu pau dentro dela. Em seguida, puxou-a contra o peito e beijou-a suavemente.

“Eu te amo, mãezinha.”

Lentamente, eu guio seus quadris para frente e para trás em mim. Sua cabeça cai em meu ombro, enquanto a levo em um movimento lento que termina com um orgasmo compartilhado com a garota que é dona do meu coração.

“Isso.” Sussurro contra sua bochecha. Depois de secar o seu corpo e o meu, decido fazer a barba, e ficar apresentável para o Tribunal amanhã.

Quando termino, vejo Hailey subir na cama, a bunda no ar e gravada com ‘Mãezinha Caldwell’. Corro e agarro seus quadris antes de chegar ao topo da cama.

“Você está me dando uma merda sobre a necessidade da palavra ‘posse’ e você tem a bunda marcada com meu nome”?

Ela se vira e ri.

“Livi.”

“Ah, sim, Livi.” Eu a beijo novamente, porque não consigo evitar. “Que diabos, eu vou fazer com você?”

“Apenas me amar.” Ela responde com uma vulnerabilidade que nunca vi antes e é ainda mais sexy do que a força que eu vi naquela primeira noite.

Sua força é algo excitante, mas sabendo que vem de uma mulher que teve a vida de Hailey e decidiu me levar para ela e sua filha, que confia em mim, que me dá sua luxúria, desejo e uma responsabilidade que nunca soube que queria tanto...

Agora, isso é maravilhosamente atraente.

Então, eu só posso fazer o que ela pede. Amá-la. Toda. A. Maldita. Noite.


Hailey está em silêncio, enquanto se prepara para o Tribunal. Eu sei que estamos bem, mas as inseguranças causadas porque que não está me dizendo as palavras que quero ouvir estão fodendo com meus instintos alfa. É por isso que basicamente, esperei até saber que não a assustaria.

Também sei que está esgotada, porque, a noite passada foi uma adoração sem culpa em ambas as partes. Porra foi incrível.

Ela está menos vulnerável agora que antes, mas não sei o que vai fazer quando estiver na mesma sala com aquele pedaço de merda.

“Morrison.” Escuto atrás de mim. Viro-me para vê-la parada de pé junto a porta, e sinto meu maxila cerrar e minhas narinas abrirem. “Você está bem?”

“Eu?” Pergunto, apontando para mim.

“Sim, você. Não há mais ninguém...”

“Vamos continuar assim.”

Ela puxa o canto dos lábios. “Vamos fazer isso de novo?”

“Se você diz.”

Ela revira os olhos. “Vamos nos atrasar.”

“Você tem meu nome em sua bunda hoje?” Pergunto enquanto pego o paletó no cabide e volto para encontrá-la em pé bem na minha frente.

Em vez de me responder, ela se estica, agarra minhas bolas, aperta e depois se vira para ir embora.


Eu a agarro e puxo para mim. “Encontrou o que procurava?”

“Sim.” Olha por cima do ombro para mim.

“Você não disse uma palavra hoje.”

“Estou cansada.”

“Dolorida?” Sorrio enquanto beijo seu pescoço.

“Um pouco, sim.” Se inclina para um lado, expondo mais do seu belo pescoço.

“Isso é gostoso.”

 

Chegamos ao Tribunal de Clark County District trinta minutos antes das audiências começarem. Encontramos com o promotor, e ele nos explica que serei interrogado e devo simplesmente responder da melhor que forma puder.

“O Sr. Timmons enfrenta acusações de dano veicular, assalto à mão armada, tentativa de homicídio...”

“Quanto tempo vai ficar na cadeia?” Hailey interrompe.

“Podemos oferecer um acordo — e deixar a tentativa de homicídio, de dois a vinte anos, mas a possibilidade de que passe cinco anos preso é pequena. Gostaria de oferecer-lhe assalto à mão armada como uma condenação obrigatória de quatro anos de prisão, seguidos de dois anos de liberdade condicional.”

“Quero que apodreça.” Digo ao promotor.

“Entendo completamente, mas nada é garantido em um julgamento criminal. Haverá uma acordo, e saberá onde estará pelos próximos quatro anos, no mínimo.” Olha seu relógio. “Preciso de uma resposta. Se pudermos resolver isso agora, evitaremos a Corte e economizaremos dinheiro dos contribuintes. Se querem que isso vá para a Corte...”

“Dê o acordo para ele.” Diz Hailey enquanto se vira para mim. “É uma garantia de que Marisa estará...”

“Terá oito, dez anos quando ele poderá pedir a liberdade condicional. Ainda muito nova, querida.”

O promotor revisa o arquivo. “Marisa é filha?”

“É minha filha.” Responde Hailey. “Ele concordou em renunciar seus direitos.”

“Você tem isso por escrito?”

“Não, tenho sua palavra.”

O promotor se inclina para trás em sua cadeira e olha nós dois. “Então, tudo isso é sobre você, a mãe de seu filha?”

“Veja como fala com ela.”

“Sem desrespeito, mas se isso for julgado, eles recebem um júri, e giram todo o caso ao seu próprio proveito — pintam você como uma adúltera e você como um destruitor de lares — e não passará nem cinco anos, eles nunca condenam. Não posso te dizer o que fazer. A ecolha é sua, Sr. Caldwell.”

“Quero falar com ele.” Diz Hailey.

“De jeito nenhum.”

“Quero falar com ele.” Ela repete.

“Hailey...”

“Confio em você nossas vidas, Morrison, mas confie em mim com isso.”

Olho em seus olhos e vejo que está determinda, decidida. Vejo o jogo em seus olhos — a tensão em seus ombros, o brilho de seus olhos, sua maneira de respirar e a forma em que permite descruzar os braços os deixando cair ao lado, dando a ilusão de que está aberta, vulnerável. Sem dúvida, o toque de seu dedo anelar contra seu dedão me mostra que está ansiosa.

“Vejo um jogo passar em sua cabeça. Você tem alguma ideia?”

“Tenho.”

“Não vai convencê-lo se te ver assim.” Levanto sua mão. “Relaxe suas mãos. Porra, não posso acreditar que estou permitindo essa merda. Sinto como se tivesse te enviando para a guerra sozinha contra esse pedaço de merda, e não gosto, Hailey, nem um pouco.”

“Ele está algemado.” Diz o promotor que agora está de pé.

“Se tentar te tocar de qualquer forma, vou matá-lo com minhas...”

“Morrison.” Seus olhos se movem para o promotor.

“Não escutei nada.” Ele se aproxima da porta. “Farei com que te levem para a sala ao lado.” Aponta para a parede de vidro. “Ela não demorará muito.”

Eu a envolvo em um abraço, desejando poder mantê-la aqui, longe dele, mas necessita disso. Sei que é necessário.

Quando pede a confiança de alguém, tem que lhe dar a sua, ou com certeza não vai chegar muito longe. E não a quero longe também. Eu a quero para sempre.

Vejo ele entrar, vestindo laranja, com a cabeça raspada. Em seguida, se vira e senta, então só posso ver a parte de trás dele.

“Ele é da supremacia branca?”

“Não, por quê?” Ela olha para mim.

“A suástica tatuada na parte de trás de sua cabeça não vai deixá-lo fazer amigos na prisão. É um idiota maior do que eu pensava.”

Ela engasga enquanto se vira.

“Oh, meu Deus. Eu nunca tinha visto isso. Sua cabeça nunca foi raspada antes. Ele tem amigos que são negros. Não entendo.”

“Hailey, talvez você devesse reconsiderar enfretá-lo.”

“Não, eu posso fazer isso.”

“Eu sei que você pode, mas você não precisa.”

 

 

Capítulo 22

Hailey

 

A porta da pequena sala de interrogação se fecha fortemente atrás de mim, fazendo-me querer saltar. De alguma maneira, no entanto, me mantenho firme.

“Deveria dizer que estou realmente surpreso em vê-la aqui, mas na verdade não estou.” Monte diz sarcasticamente. “É muito fácil de ler, Hailey. Sempre foi muito fácil de ler.”

Sem pensar digo.

“Qual é a da tatuagem? Eu nunca a havia visto antes, Monte.”

O mal dança em seus olhos escuros, enviando um arrepio por minhas costas. Eu sempre temi os efeitos dos jogos de Monte e os cenários de vingança em Marisa, mas neste momento, eu temo ao homem e a tudo o que ele é capaz de fazer.

Sua voz é baixa e dura e seu olhar não vacila. “Quero que saiba isso, Hard Knocks. Meu passado não é nada de sua fodida incumbência, nunca foi e nunca será. Não conhece minha história, porque não é necessário.”

Sentindo uma ameaça desconhecida e a sensação de que as coisas estão fora de controle, não pude evitar deixar de sair as palavras.

“Preciso saber algo que possa prejudicar Marisa.”

Ele ri com sadismo. “Ah, as coisas que você não consegue ver. Fiz tudo por você e por ela.”

Meu estômago revira, a sala dá voltas e não tenho alternativa a não ser me sentar em frente a ele.

“Pare de brincar comigo.” Digo em um sussurro.

Monte se inclina para frente.

“Não vê? Seu Paizão cafetão queria te vender, preciosa. Espalhou pelas ruas, desde que você tinha catorze anos, o preço da sua virgindade. Sua mãe continuou jogando com ele, não para salvar a si mesma, mas para não te ver nas ruas. A notícia se espalhou e Marshal foi ao vendedor para pegar o telefone de emergência e algum dinheiro. A informação que me foi passada foi de que eu estaria jogando com minha noiva virgem. Tinha duas opções: ganhar e deixar a sorte que estava determinada a afastar a luz de seus olhos, ou negociar por fora por você, porque no final, nunca perco e não ia fazer nesse dia.”

Não tenho palavras. Sento em silêncio pelo que parece uma eternidade, mas na realidade, são só alguns minutos antes de que o promotor entre.

“Hailey, termine logo. Seu tempo está quase acabando.” Sua presença me lembra que estou aqui com um tempo contado e por um favor do promotor. Possivelmente, é ilegal que eu mesmo tenha esse momento com o Monte.

“Você me comprou para me salvar?”

“De certo modo sim. Na noite do jogo, pude ver o medo por trás da sua fachada. Se um jogo a abalou, não havia nenhuma maneira que você pudesse suportar trabalhar na esquina. Uma garota como você não tem nada a ver com as ruas. Eu poderia dizer isso no instante em que você entrou na sala.” Ele se inclina sobre a mesa em minha direção. “A porra do primeiro, também. A melhor foda que existe para ter, mesmo quando você não sabia o que fazer, mesmo quando você não estava gostando. Você tem uma buceta deliciosa, Hailey.” Ele se inclina para trás e sorri, sabendo que me afetou novamente.

“Basta.”

“Aí está ela. A garota que sempre teve coragem para enfrentar o mundo.”

“Você me usou.”

“Usei você, mas nunca mais que isso, nunca quis matar a luta dentro de você. Só queria te manter a salvo, o que eu fiz até que tomou a decisão de me deixar. Por meses Hailey, te vi lutando para encontrar um jeito de fugir.”

“Então por que não me deixou ir?”

“Se fosse assim tão fácil.” Olha para baixo, depois volta a me olhar. “Tenho um passado e tenho inimigos, mais do que me importa contar. Não estaria segura a menos que me devesse. Ninguém te tocaria se estivesse trabalhando para me pagar, temem a minha ira se me dessem um prejuízo. Enquanto trabalhasse, fosse para casa e cuidasse de Marisa, tudo estaria bem.

“Estava bem, e eu o fiz até que ameaçou Marisa.”

“Você se envolveu com Ás. Precisava de você fora do jogo, Hailey. Não tinha parte nesse mundo, e no entanto, estava ali. Ás pode ser bom na mesa, mas não está aqui o tempo todo, o que te deixaria sem proteção.”

A raiva me inunda. “Quer que acredite que fez tudo isso por minha segurança? Eu chamo de besteira.”

Ele se inclina para trás em sua cadeira com arrogância. “Leia-me, Hailey.” Seus olhos se abrandam um instante. “Eu nunca menti para você, nunca agredi. Nós dois tínhamos um papel para desempenhar, e ao princípio o meu era te manter segura. Então, sua mãe morreu e você não tinha mais ninguém, então me assegurei de que tivesse Marisa. Eu escondi suas pílulas para que não tomasse. Não queria que estivesse sozinha.”

“Quer que eu acredite que me deu Marisa pela bondade de seu coração?”

“Não dou a miníma para a merda que você acredita, Hailey. Também deveria saber que não tenho um coração, então não foi por isso. Foi você. Tem uma suavidade por baixo de sua força que atrai um homem. É o melhor lugar para estar no fim do dia. Qualquer homem que tivesse uma oportunidade de se divertir entre seus lençóis seria um idiota em te deixar escapar.”

“Então porque o jogo com Morrison? Por que colocar em risco Marisa?”

“Ainda não vê. Não pode me ler. Hailey, Ás tinha que estar fora do jogo permanentemente. Você não pode ficar aqui sem nenhuma dívida comigo. Tomou a decisão de entrar em uma sala de jogos e se sentar a mesa. Você fez a escolha com seu homem para pagar publicamente a sua dívida. Em um mundo com obrigação e recompensa, pesos e medidas, isso inclinou a balança de sua segurança de uma maneira que não podia manter isso em segredo. A palavra era que você e Ás estavam juntos e não podia aceitar isso se ia continuar jogando.”

“Tudo bem, mas ele estava fora do jogo, por que tentar matá-lo?” Minhas mãos tremem e minha voz falha. Como pode uma pessoa ser tão distorcida? Realmente acredita que fez isso para me proteger? Em minha vida, dia após dia, Monte era um idiota de proporções épicas. Ele me desonrou e me ameaçou usando Marisa para me controlar e me manipular. Não há nada que possa dizer agora que possa me fazer confiar nele ou que me faça gostar dele, ainda que esteja falando sério.

“Ele voltou. Se ia manter você e a minha filha a salvo, não deveria estar em Las Vegas. Você foi e ele deveria estar com você. Não estava e eu precisava de você longe dos jogadores.”

A porta se abre de novo, e o promotor chama. “Seu tempo acabou, Hailey.”

Tiro os papéis da minha bolsa e empurro diante dele. “Assine renunciando seus direitos. Você me deixou sem escolhas.” Inclino para trás e endireito minhas calças debaixo de mim. A realidade é que estou esfregando minha bunda para lembrar quem realmente sou. Sou a mãezinha Caldwell e acabei com os marcadores e jogos. Eu amo a minha filha e vou fazê-la feliz. “Você me disse que a tinha me dado como um presente, porque perdi minha mãe. Dê-me ela então, Monte. Assine que renuncia seus direitos. Se realmente tudo o que disse é verdade, se realmente queria me manter em segurança, prove.”

“Estou a ponto de ir para a prisão, Hailey.” Ele me olha. “Seu cara precisa saber: se o encontrar em Las Vegas, se o encontrar em minha cidade, mesmo quando estiver na prisão, o matarei. Ele se retirou para manter você e Marisa, longe do meu passado, deixe assim. Vá embora hoje e permaneça longe. Quis te dar o melhor que eu tinha, e acredite nisso ou não, foi o que fiz. Se ele voltar para o meu mundo, eu o pegarei. Sem. Importar. Nada. A parte que precisa saber é que terminei com você, sua dívida está paga. Agora se trata da minha vida. Ninguém vai me chamar por algo que já terminou e foi assim com você. Ás, você e Marisa fiquem longe de mim ou estão mortos. Entendeu?”

Aceno com a cabeça, vendo que fala a verdade. Minha mente não pode processar tudo o que aconteceu hoje. De alguma maneira, em sua mente, Monte justifica o que me fez. Não me pede desculpe. Não me pede perdão, não que alguma vez pensei que o faria. Uma vez mais, está no controle.

Enquanto olha os papéis, minha mente corre. Vai assiná-los?

Finalmente, pega a caneta e a gira em seus dedos. Os minutos passam, parecendo horas, antes que me olhe.

“Se ele fizer merda, Hailey... não preciso dizer de novo, entendeu?” Com essas últimas palavras, assina os documentos, renunciando a todos os seus direitos sobre Marisa.

Deixo escapar um suspiro quando a porta se abre e um dos guardas vem para escoltar Monte para a sala de audiências.

Assinou os papéis. Terminei com Sean “Monte” Timmons. Tenho minha filha, sem dúvidas.

Morrison entra na sala, me toma em seus braços e me beija como se fosse seu último suspiro. Agarro sua casaco esporte enquanto luto com as emoções e o beijo. Então, o promotor entra e pigarreia, quebrando nosso momento.

“Hora de ir.” O promotor diz, e logo se vira para mim. “Farei a autenticação” — aponta para meus papéis — “e serei testemunha da assinatura para que possamos apresentar no tribunal ainda hoje, Sra. Poe.”

Entregando os papéis, sorrio aliviada. Então Morrison entrelaça nossos dedos e nos dirigimos à sala de audiências, onde tomamos nossos assentos e esperamos pelo promotor. Os jurados são apresentados. Uma vez que todos estão sentados, o oficial de justiça acompanha Monte e depois que todos nós estamos de pé, o juiz entra. Meu nervosismo deve ter se mostrado, porque Morrison aperta minha mão me passando uma tranquilidade silenciosa.

Tudo é indefinido até que o juiz pede a Monte sua declaração. Ele se põe de pé e olha para mim e Morrison, antes de voltar para o juiz.

“Culpado.”

Solto um suspiro. Não vai contestar isso? É um jogo? Realmente estava dizendo a verdade? Era sua maneira de me proteger? Não sei e não posso lidar com isso. Tenho minha filha e, afinal, ele sairá em poucos anos, de qualquer maneira.

Dão a sentença. Monte consegue quatro anos com possibilidade de liberdade condicional. A primeira só poderá se apresentar em três anos e me tranquilizo porque terá um pouco de trabalho.

Tenho a minha filha. Continuo me lembrando. Tenho Marisa. Ela é o que importa. Posso enfrentar qualquer coisa que me joguem sempre e desde que a tenha.

Ao tomar o avião para Detroit, não pude evitar sorrir. Não tenho vontade de voltar nunca mais a Las Vegas. Hoje deixo o passado para trás e caminho para um futuro com possibilidades ilimitadas. Quando sair desse avião, irei para casa com minha família. A família que nunca tive antes está me esperando.

Darei para Marisa tudo o que nunca tive. Isso é maravilhoso.

Aperto a mão de Morrison enquanto nos acomodamos em nossos assentos. “Estou tão feliz, Caldwell.”

“É isso aí, mãezinha.” Ele me dá uma piscadela antes de beijar minha testa.

 

Dois meses depois:

A vida é boa. Quando trabalhava no cassino, havia um velho que sempre tinha a mesma resposta quando lhe perguntava como estava.

“Estou muito, muito bem. Estou melhor que bem.” Ele respondia toda vez, sem falta.

A vida é mais que isso — é melhor que bom.

Tenho minha filha, meu homem e minha família. Bem, tenho minha filha e meu homem toda noite, exceto às quartas-feiras. Seguindo a tradição, Morrison e Marisa têm sua noite semanal e a mamãe não está convidada. Adoro que tenham isso.

O amor... é uma coisa divertida. Dá medo. É assustador. É maravilhoso.

Nunca tive um encontro para o baile. Demônios, nunca tive um namorado até Morrison. Nunca tive a oportunidade de expressar meus sentimentos para alguém que não fosse minha mãe ou Marisa. E o amor que sinto por elas, ainda que seja igual na potência, é completamente diferente do que sinto por Morrison.

Ele sempre diz que tenho suas bolas. Bem, ele me tem. Só não sei se ele sabe. Quero dizer isso para ele, ao mesmo tempo me assusta como pra cacete.

Se ele soubesse o quanto me faz amedrontada... O menor pensamento de perdê-lo me ata em nós.

Ele é meu melhor amigo. E me apoiou quando eu não podia suportar meu próprio peso. Ele me deu espaço quando precisei me encontrar. Tem sido o meu maior apoio em tudo o que faço. Abriu as portas para mim quando senti como se não tivesse nenhum lugar para ir. Ele me deu uma vida nova.

Mas do que tudo, tem me mostrado o verdadeiro amor. Para o melhor ou pior, Morrison Caldwell está ao meu lado. Cobrindo minhas costas, mesmo quando eu não sabia que precisava.

É o dono da minha mente, corpo e alma. Ele realmente preenche uma parte de mim que ninguém mais poderia.

Houve um tempo, não há muito tempo atrás, que a ideia de alguém me “possuindo” me assustava como a merda. Então Morrison me mostrou que as ações falam mais do que as palavras. Mas as palavras também são agradáveis. Morrison me possui da mesma maneira que eu o possuo. Pertenço a ele porque simplesmente quero pertencer a ele. Não é uma posse de poder e manipulação. É uma posse de escolha.

Eu o escolhi assim como ele me escolheu.

Escolhi fazer dele uma propriedade porque ele me escolheu fazer a sua.

Escolhi dar-me voluntariamente assim como ele fez comigo.

Tudo entre nós é uma troca. Mais do que isso, é feito com livre escolha. Eu tenho escolhas. O consentimento é obrigatório, a família Caldwell me ensinou isso.

Podemos não ser uma família perfeita, mas somos uma família de qualquer maneira. Pela primeira vez na minha vida, sinto que estou onde pertenço. Sinto que estamos onde pertencemos, Marisa e eu.

Entrando no bar, vejo Jagger andando. Coloco minha bolsa na parte de trás e vou onde ele está enquanto me observa. Jagger é um mistério, mas nunca bebe tão cedo na noite.

“Você já se sentiu impotente?” Ele olha para mim. “Bem, essa é uma pergunta idiota.”

“Jagger, o que está acontecendo?”

Ele murmura para si mesmo. “Intocável. Provoco intencionalmente e ela é completamente intocável.”

“Quem?”

“Ninguém, não é de sua conta. Apenas uma situação ruim para uma pessoa inocente. No entanto, é assim que são as coisas, certo?” Ele se serve outra bebida e bebe. “Coisas ruins sempre acontecem para pessoas boas. Valorize seu tesouro enquanto o tem porque nem todo mundo chega a ter algo bom.”

Antes que possa responder, se vira e se afasta. Franzo a testa, desejando que Jagger me deixe entrar, ainda que seja só para escutá-lo. Mas esses garotos Caldweel são feitos do mesmo molde, e sei que independente do que esteja passando, vai resolver e se apoiar na família quando precisar.

“Fez um trabalho incrível, mamãe Caldwell. Só espero ser para os meus filhos a mãe que você foi para os seus.” Sussurro para mim na parte de trás do balcão.

O resto da noite passa de forma rápida e sem incidentes. Então vou para o meu escuro apartamento, onde Marisa está completamente adormecida em seu quarto. Espero encontrar Morrison em minha cama, mas quando o vejo no sofá fico surpresa.

As palavras de Jagger sobre valorizar o que tenho passam uma e outra vez na minha cabeça durante toda a noite. Como resultado, quando Morrison se levanta e vem para mim, não perco tempo com olá, apenas envolvo meus braços em volta do seu pescoço e o puxo mais perto para um beijo.

“Você me faz tão bem, Morrison Caldwell. Você me faz feliz todo o maldito tempo.”

Suas mãos se movem para cima e para baixo por minhas costas enquanto me observa, sem entender o que está na minha cabeça.

“Algo aconteceu hoje à noite, mãezinha?”

“Não particularmente. Aconteceu na noite em que estacionou seu carro atrás do meu. Morrison Caldwell, você me trouxe à vida. Você me mostrou o que é realmente viver, você me ensinou a sentir. Você me nos piores momentos e celebra comigo os melhores. Poderia continuar falando sobre tudo o que é e significa para mim. Mas acima de tudo, sem dúvida, você me faz feliz.”

“Eu te faço feliz.” Ele sorri e me aproximo dele.

Mordo meu lábio inferior. “Você me faz tão bem.”

“Tenho que dizer mãezinha, tão bom quanto parece, está tarde, e se vou fazer você se sentir bem antes de dormir, devemos ir para a cama.”

“Morrison, eu te amo. Preciso que você saiba. Eu. Amo. Você.”


Capítulo 23

Morrison

 

Surpreso. Estou pasmo e sem palavras.

Não posso acreditar no prazer que sinto ao finalmente ouvir sair da sua boca deliciosa essas palavras.

Sua boca ... Eu preciso dela agora.

Ataco sua boca enquanto a empurro contra a parede, saboreando-a e as suas palavras. Suas mãos estão no meu cinto, em seguida, no botão, e então minhas calças estão no chão. Ela me agarra acaricia forte, rápido. Minhas mãos vão imediatamente para a parte de trás da sua camisa, tentando abrir o sutiã.

“Fecho na frente.” Ela diz contra a minha boca.

“Porra.” Rosno quando passo minhas mãos para frente e tomo seus seios, meus seios.

Ela se afasta e cai de joelhos, imediatamente pegando meu pau na boca, lambendo, sugando, e, porra, adorando ele. Se move de cima a baixo em mim rapidamente, os olhos fechados, enquanto leva mais longe, mais rápido, lambendo, sugando.

“Caralho!” Gemo, enquanto suas unhas afundam em minha bunda, e ela me puxa mais perto, me levando mais longe.

Depois engole.

“Porra.” Resmungo. “Caralho, mãezinha. Porra, porra, porra!”

Uma mão me envolve enquanto se inclina para trás, ofegante. Ela me acaricia enquanto lambe os lábios e olha para mim, olhos cheios de uma necessidade animal e desejo que eu não vi desde o beco.

“Você ama meu pau, não é, amor?” Digo enquanto ela me acaricia mais rápido, aumentando seu aperto.

“Sim.” Ela diz e então rapidamente umedece os lábios.

“Ele é seu, meu amor, todo seu, porra.” Assobio quando ela faz círculos com a língua na minha ponta.

“Meu.” Ela diz antes engolir profundamente de novo.

“É isso, amor. Porra! Todo seu.”

Ela se move mais rápido, mexendo sua mão mais forte e estou quase lá.

“Precisa parar.”

“Meu.” Ela diz com meu pau ainda em sua boca.

“Amor, você vai conseguir...” Ela engole, o que faz sua garganta apertar e perco meu controle. “Puta que pa... riu!”

Quando suga até me deixar limpo, levanta e olha em meus olhos. Então, me dá um pequeno sorriso, que não acredito já ter visto antes e agarra minhas bolas.

“Possuído.”

“Foda, sim, possuído.” Rio e a puxo contra mim. “Foda, sim.” Digo mais suave enquanto beijo seu pescoço.

“Eu te amo.”

“Eu também te amo, Hailey. Já há algum tempo.” Toco meu peito. “Estava quase convencido que era tudo o que eu precisava, mas estava enganado. Porque finalmente te ouvir dizer essas palavras, mãezinha...” Paro e controlo a avassaladora emoção. “Essas três palavras me colocaram em um nível que é completamente incompreensível para mim.”

“Quando disse essas palavras, eu senti o mesmo, que sou parte de você, disso. Isso me assustou pra caramba, Morrison. Não sabia se podia te dar e não tirar de Marisa. Nos meses que convivemos você me mostrou o contrário. A forma que me ama, a forma que a quer e a forma como quer a sua família me mostrou que não há mal em dizer essas palavras em voz alta. Que não tirarei dela. Nunca poderei te dizer o suficiente. Eu te amo. Eu te amo. Eu...”

“Somos um, mãezinha.” Puxo sua calça e calcinhas para baixo. Então tomo sua boca antes de fodê-la contra a parede, com força. “Um.”

“Um.” Ela geme.

 

 

Um mês depois


Entro no banco com dois cheques, um da companhia de seguros e um da venda da casa de Atlantic City. Vejo o homem sair de seu escritório, e estendo a mão para apertar a sua.

“Fico feliz em ter ligado. Entre.” O sigo em sua sala. “Sente-se.”

“Não vou perder tempo. Estou aqui para fazer uma oferta.” Coloco os papéis em sua mesa. “Um amigo olhou o exterior e precisa de uma boa reforma para se tornar habitável. Tenho uma declaração, o projeto de construção e os arquivos para serem isentos de impostos. Solicitei a licença de compra, achei os refúgios locais e os visitei. Tenho um conselho de administração e voluntários que estão prontos para ajudar.”

“Isso é mais do que perguntar o preço.” Ele diz olhando o cheque.

“Isso é suficiente para consertar o telhado e o elevador, pintar e fazer algumas reformas no piso da cozinha que serão necessários.”

“Mas...”

“O Banco vai pagar os impostos sobre o lugar. Cinco mil dólares por ano não é uma porcaria, mas esquentar aquele lugar no inverno vai tomar seu tempo. Estou oferecendo oitenta mil e um lugar no conselho, se quiser.”

“Isso são cento e vinte a menos...”

Fico de pé. “Essa é a minha oferta. Deixe-me saber se aceitar.”

“Talvez possamos oferecer um empréstimo.”

“Sem empréstimo. Deixe-me saber.”

Vou até o caixa do banco e deposito o cheque da casa e do Porsche. Depois retiro vinte mil. Não parece suficiente, mas ela vai pirar. Ela me ama, no entanto. Ela me ama e finalmente disse isso exatamente um mês atrás, e isso mudou tudo.

 

É quarta-feira à noite, e eu estou enrolado na cama com Marisa, que agora tem um dossel.

“Mamãe vai ficar tão brava.” Ela tenta manter uma cara séria, mas falha e cai em outra risada, e eu não posso deixar de rir com ela. Quando relaxa, olha para a cama com espanto. Passa de lado. “Você é legal.”

“Bem, estou feliz que você pense assim, gatinha.”

“Eu gosto de você.” Ela rola sobre as costas, seu sorriso se tornando ainda maior. “Eu gosto muito de você.”

“Eu também gosto muito de você.”

Ela boceja, me lembrando que passa quarenta minutos da sua hora de dormir. Levou um pouco mais de tempo do que esperado para montar essa cama. O manual deveria ter advertido que, se as crianças ajudassem, peças importantes poderiam acabar perdidas. No meu caso, foi uma porca, que se tornou um anel para o dedo mindinho da garotinha.

“Sabe” — ela boceja de novo — “disse que não precisava de história essa noite, mas o melhor papai do mundo as leria de qualquer maneira.”

“Mesmo?”

“Uh-huh.” Ela diz com naturalidade, balançando a cabeça.

Acaba dormindo no final do segundo livro. Mas leio quatro, sem dúvida. Pode me chamar de competitivo, de besta, de alguém que mantêm suas promessas, pode me chamar de Caldwell.

Rio dos meus pensamentos.

Pode me chamar de Caldwell era a maneira de dizer para uma mulher o meu nome, sem dar o nome real, uma resposta evasiva para fazer o momento parecer algo mais que uma foda. Era o nome saído em um gemido de boca estranha durante uma aventura de uma noite. Merda, às vezes quando lhes dizia ‘pode me chamar de Caldwell’, era prazeroso.

Esse sobrenome significa muito mais para mim agora do que há meses atrás. Esse nome é o legado da minha mãe, esse nome é família, e esse é meu nome.

Saio do quarto de Marisa e fecho a porta atrás de mim. Tenho uma tarefa para completar, e tenho só duas horas para fazê-la.

Pego meu telefone e mando um texto para Jagger para avisá-lo que estou pronto. Então abro a porta, enquanto Jagger e Hendrix entram carregando uma de três caixas.

“Estamos esperando há mais de uma hora por você. É melhor torcer para que isso dê certo ou...”

“Está tudo bem. Só não usem porcas como anéis e nem me deixem procurar durante trinta minutos antes de dizer que está com vocês.”

“Senhorita Princesa?”

“Crianças adoram fantasias.” Sorrio.

“Tem certeza de que essa é uma boa ideia?” Hendrix pergunta enquanto coloco o colchão de ar em um canto e troco por um do tamanho Queen.

“Achei que o explodiríamos. Não fizemos da minha maneira, no entanto. Ela quer comprar um novo, a mãezinha. Então não me deixou outra opção. Ficará furiosa, mas vai superar. Tenho minhas bolas de novo.”

Eles riem e logo começam a trabalhar.

Uma vez que terminamos, me afasto e admiro a cama com dossel. Não é king, a escutei sobre isso. E tenho certeza de que ela vai mencionar isso quando estiver brigando. Claro, a outra razão pela qual me decidi pela Queen era porque não queria que a distância fosse uma opção.

Ela entra pela porta e olha ao redor, linda a luz de velas.

Caminho em direção a ela, pego a bolsa de seu braço e coloco sobre a mesa.

“Senti sua falta esta noite.” Eu a beijo e a puxo para um abraço apertado.

“A conta de luz foi paga.” Ela diz assim que a solto e caminha para o interruptor de luz.

“Funcionam.” Agarro sua mão e nos levo para o sofá, onde tenho uma garrafa de vinho e duas taças em espera. “Sente-se.”

“Uau, isso é bom.” Ela se senta com as pernas dobradas debaixo dela.

Entrego uma taça para ela e me sirvo outra antes de sentar.

“Estava lotado esta noite,” ela diz depois de colocar a taça na improvisada mesa de café: uma plataforma com rodas amarradas e pintadas de preto. “Eu acho que ganhei o suficiente para comprar um colchão.” Ela sorri.

“É a sua maneira de me dizer que você quer ir lá e fazer amor?”

Ela torce o cabelo entre os dedos.“Isso é legal.”

Sento e tomo outro gole do meu vinho. “Legal?”

Ela balança a cabeça, pega sua bebida e toma.

“Foi uma noite movimentada.”

Aperto minha bochechas, tentando não rir de seu desejo óbvio.

“Não ria de mim. Deveria gostar que espero com muito interesse as noites de quartas-feiras.”

“Sim, estava pensando sobre isso. Acordei esta manhã, — duro, claro, porque estava sonhando com você — rolou ao meu lado enquanto ainda estava meio adormecida, e seriamente pensei que quebrei meu pau.”

Ela ri alto e cobre a boca para evitar acordar a menina e então, eu me curvo e a beijo. Quando tive o suficiente, me inclino para trás, mas ela continua me beijando e sobe em meu colo, me montando.

Pega a taça da minha mão e toma meu vinho. “Você disse que sentiu minha falta quando entrei. Acho que você deveria me mostrar o quanto.” Move os quadris em um círculo enquanto empurra contra mim. “O que é isso?” Ela sorri novamente e estende a mão entre nós.

“Espera aí, mãezinha.”

Ela pega o pacote no meu bolso. E por ‘pacote’ não estou falando do meu pau.

“O que é isso?” Ela pergunta de novo.

Pego sua mão e beijo. “Não gostaria de nada mais do que estar enterrado dentro de você, mas contra meu melhor julgamento, vou te contar uma história primeiro.”

“Uma história?”

“Sobre um idiota.”

“Como assim?” Ela dá um sorriso confuso.

“Antes de você, meu dia inteiro era planejado com o tipo de bunda que queria naquela noite.” Seus olhos se estreitam um pouco, mas estou determinado. “Ia a cassinos diferentes, sabendo que havia diferentes tipos de mulheres, com diferentes necessidades e desejos. Até mesmo dava nomes para suas bundas. Mulheres que eram barulhentas e podiam jogar uma pequena ação em festas durante suas estadias em Centros de Reabilitação, bom, eu as chamava de bundas animadas. As cosmopolitas, com as quais eu me encontrava eram bundas dominantes ou submissas — eu sempre sabia o que eram, e prometo nunca gostei das dominantes. As bundas de primeira classe podiam, facilmente, serem encontrados no Caesars. Aquelas garotas pensavam que eram melhores que as outras, e, muitas vezes, preceisava mostrar-lhes o contrário.” Ela cruza os braços e os seus olhos brilham. “Ok, só me escute. Aria é onde encontrava as bundas casadas, mulheres mais velhas que haviam sido casadas e pouco apreciadas por muito tempo. Você sabe, do tipo ‘O que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas’?”

Ela balança a cabeça, e eu imediatamente percebo que este meu pequeno plano é fodido.

“Eu tive um monte de bundas, querida. Eu nunca quis me estabelecer, porque eram todos iguais. Todas são rosa no meio, todas...” Ela se move e revira os olhos. “Meu ponto é, até que te conheci naquele estacionamento, nunca acreditei que existia uma pessoa feita para mim. No momento que te beijei, foi diferente de qualquer outro beijo. No segundo em que te provei, eu sabia que estava arruinado. No segundo em que estava dentro de você, eu sabia, sem dúvida que tinha encontrado a bunda perfeita. Ouro, querida. Você era feita de ouro e ainda é.”

Tiro a caixa com o anel do meu bolso. “Você me possue. Você é a dona do meu coração, minha alma, meus desejos, minha atenção em todos os momentos. Você me consome dia e noite, inferno, mesmo em meus sonhos. Você é a única pessoa que quero acima ou debaixo de mim. Nós nos amamos, querida. Isso nunca vai mudar, e eu juro, nunca permitirei que termine. Vou valorizá-la por toda a vida. Hailey Poe, recuperei minhas bolas, então a única resposta que vou aceitar é sim.”

Abro a caixa revelando o anel de ouro com dois cortes e meio, com um diamante de meio quilate.

Seus olhos brilham. Então ela sufoca um soluço e cobre sua boca antes que seus olhos voltem para o meu e ela engasga. “É muito.”

“Última compra, prometo. Acabei com o desejo de coisas materiais. Quando você disser sim, a única coisa que quero, embora não mereça, é alguém que vale ouro. Você.”

Ela engole com dificuldade e assente. “Sim.” Envolve os braços em volta do meu pescoço e permanece assim enquanto sussurra contra a minha pele. “Nós nos merecemos, Morrison. Nós merecemos isso. Nós merecemos ser felizes. Você me faz feliz, tão feliz. Eu não estou sendo forçada, tenho escolha. E isso é mais do que eu pensava que seria possível.”

“Eu tenho que colocar isso em você, mãezinha. Torna-lo oficial.” Deslizo o anel em seu dedo trêmulo. “Uau, o anel parece ainda mais bonito agora.”

Ela o levanta, olha para ele e sorri. Então se inclina para me beijar.

“Mamãe?” Ouvimos uma voz sonolenta vindo do corredor, e Hailey se senta. “Está chorando?”

“Estou bem.” Ela limpa os olhos e sorri. “Vem cá.”

Marisa se aproxima dela, e Hailey a levanta e abraça.

“Eu tenho que fazer xixi.”

“Tudo certo, vamos lá.”

Hailey olha para mim e sorri enquanto se levanta. Eu apago as velas e coloco as taças na pia.

“O que é isso?” Escuto Marisa perguntar a sua mãe, enquanto saem de mãos dadas.

“Morrison me pediu para casar com ele.”

“É por isso que você está chorando? Porque se você ficar triste, você deve...”

“Não, eu não estou triste. Estou muito, muito feliz.”

Marisa para e olha. Estou esperando que ela ria, ou diga algo parecido com “Parabéns”, mas provavelmente não vai fazer isso.

“Eu sei o que quero agora para o Natal.”

“Sério?” Hailey tem perguntando, e a resposta de Marisa até agora tem sido sempre ‘nada’.

“Um casamento de princesa, como nos livros.” Ela boceja de novo. “Estou cansada. Podemos escolher meu vestido amanhã.”

Termino de limpar e decido ficar mais confortável, tiro a camisa e as meias, e então abro o cinto.

Hailey está deixando o quarto de Marisa quando silenciosamente caminho até ela.

Ela se vira e franze o cenho.

“O que é isso?”

Uma de suas sobrancelhas se levanta.

“Oh, merda, foi mal.” Digo. “Mas ela gosta. Ela gosta muito.”

“A última grande compra?” Ela segura seu dedo anelar.

“Amor, sem briga esta noite.” Ele balança a cabeça. “A única palavra com b que estou interessado é...” Paro quando ela começa a caminhar em minha direção.

Está quase na minha frente e levanto a mão para impedi-la.

“Eu prometo — nenhuma briga esta noite.”

“Tudo bem. Eu te dou esta noite.” Enquanto ela sorri a pego e ela envolve suas pernas em volta de mim. “Leve-me para a cama.”

Abro a porta e a beijo duro, mantendo sua atenção onde ela pertence — em mim. Caminho para a cama, sabendo que Hailey é uma mulher de palavra. Pode reclamar, mas para ela uma promessa é uma promessa.

Assim que suas costas atinge a nossa nova cama, abre os olhos e olha em volta. Em seguida, sua cabeça se move para trás, seus olhos estão fixos em mim.

“Você prometeu,” lembro para ela enquanto levanto sua camisa, beijo sua barriga e desabotoo suas calças.

“Manipulador.”

“Não, mãezinha — cansado de dor nas costas na quinta-feira, doente de minha mulher dormir em um colchão de ar, farto de foder em um colchão de ar.” Tiro sua calça e calcinha. “Uma buceta de ouro merece pelo menos uma cama verdade.”

“Você me deve uma.” Sua respiração falha enquanto sopro a pele nua entre suas pernas.

“Sim.”

Minha boca a cobre enquanto espalho ainda mais minha garota em uma cama digna de uma rainha — a minha Rainha de Copas, que me possui por completo, com uma buceta que é melhor do que qualquer ouro.


Epílogo

 

“Alianças?” Pergunto enquanto caminho de um lado para o outro no escritório de Hendrix.

“Checados.” Diz Jagger enquanto as levanta.

“Não posso acreditar que convenceu Jared a nos casar.” Eu me queixo.

Hendrix ri.

“Esse homem tem o dom com as palavras.”

“Juro como a merda que a única coisa que quero que diga é: “Agora são marido e mulher”. Estou farto de vivermos separados, doente de acordar duro e não ter a causa da minha ereção para cuidar dela.” Desabafo, o que faz meus irmãos rirem, mas eu não. “Não é divertido. Ela vai caminhar engraçado durante meses, talvez anos.”

“Como nas quintas-feiras?” Jagger sorri.

“De que diabos está falando?” Paro e movo a cabeça, enquanto entendo. “Assim como nas quintas-feiras.”

Nos últimos meses, só ficou comigo nas quartas e nos domingos à noite. Nessas noites, abuso a fronteira com a mãezinha. Mas ela não só toma o que dou como pede mais. Então, saio antes que Marisa acorde.

Essa é a coisa de ter uma menininha com a qual se preocupar. Concordamos que Marisa não precisava me ver pela manhã até que estivéssemos casados. Ela já tinha o suficiente para superar, como ter um idiota como pai que algum dia, com certeza, será preciso conversar. Algum dia saberá que seu pai esteve na prisão. Algum dia se dará conta do que ele fez com sua mãe. Mas algum dia também se dará conta do quanto sua mãe a amava e como conseguiu o melhor no inferno que tinham. E se dará conta de que sim, um bom homem a ama, e a tratará como um tesouro. Tenho trabalhando nisso por alguns meses e tem funcionado bem.

“O lugar está lotado, cara.” Jagger informa.

A porta do escritório se abre e vejo sua barriga antes de vê-la.

“A barriga de Livi está aqui.” Jagger ri.

Hendrix deixa escapar um grunhido. “Gostosa como o inferno.”

“Isso é um pouco fodido, cara.” Sorrio quando ela entra.

“Oi querida, você está bem?” Pergunta Hendrix enquanto lhe dá um beijo e acaricia seu ventre com as mãos.

“Podemos ter um problema.” Sussurra pensando que eu não posso ouvir.

Ando em direção a ela, em direção ao bar, onde vejo alguns clientes olhando pela janela, então eu me aproximo deles e vejo Hailey lá fora, apontando e gritando para alguém enquanto a neve cai sobre ela, criando o vestido branco mais sexy que você já viu.

Corro até a porta e sou surpreendido quando vejo meu velho ali, de pé com um cigarro na mão e um maço na outra.

“Ele não lhe deve merda nenhuma, nem uma palavra, nem um momento, e certamente não o que você está pedindo. Você fez uma aposta...”

“Que porra está acontecendo?”

“Sua mulher está tentando te proteger.” Ele diz com um sorriso ameaçador.

“Não necessito de proteção. O que diabos faz aqui? Não te vejo há quase um ano.” Digo enquanto coloco Hailey debaixo do meu braço.

“Preciso de ajuda. Usei seu nome para entrar em uma briga e colocar uma aposta.”

“Você não fez isso!” Grita Hendrix enquanto caminha com Jagger atrás dele.

“Encontrei com um homem em uma luta em Las Vegas, lhe disse que meu filho era o Ás.”

“Como diabos sabe como me chamam?” Pergunto.

“Eu sei de tudo.” Ele toma um trago de seu cigarro, joga fora e o pisa forte. “O nome do homem é Blade e lhe devo dez mil. Ele acrescenta mil a cada dia.”

“Vai se foder.” Sibila Hendrix para ele. “Vá embora da porra da minha casa.”

Hailey se põe rígida debaixo de mim e deixo de olhar para meu pai para olhá-la.

“Diga a ele sobre Blade, Hailey.” Diz meu pai.

“Blade tem a metade da contabilidade de Monte. Marshall tem a outra. Dessa maneira, se um quebra, tem o outro. Esse sempre foi o plano, no caso de que fique preso em um jogo clandestino. Marshall era o responsável por mim e Marisa, junto com todos os ativos pessoais de Monte, enquanto Blade cuida de sua ‘pequena empresa’. Juntos dirigem o ‘negócio secundário’. No final, Monte nunca perde um centavo ou uma noite de sono.”

Meu sangue está fervendo. “O que isso significa para nós, exatamente?” Pergunto apesar de saber a resposta.

“Seu pai deve a Monte. Quando sair, virá atrás dele.”

“Que venha. Agora sai daqui.”

Ele olha Jagger.

“Necessito ganhar algum dinheiro, filho. Venha para Las Vegas.”

“Saia daqui antes que te arraste até a parte de trás e te bata...”

“Morrison.” — Hailey toca minha bochecha — “Não vale a pena. Monte deu sua palavra.”

“Eu lhe dei a vida.” Nosso velho aponta para ela.

“Você apenas doou seu sêmen. Sua mãe lhe deu a vida.” Solta Hailey e ela se põe de frente a mim. “Case comigo agora — esqueça ele. Estamos bem. Ele vai ter o que merece. Ninguém mais que você, eu, Marisa e sua família têm alguma importância.”

“Nossa família.” Eu a corrijo.

“Ainda não. Leve-me lá e faça acontecer. Não quero estragar o dia de hoje. Nosso dia. É nosso, não é?”

“Pode apostar seu traseiro que sim.” Digo.

Ela sorri e se inclina para me beijar, e então, de repente, ela se afasta.

“Jared é melhor que tire as mãos da minha mulher.”

“Você só a beijará quando eu disser que pode.” Ele refuta, fazendo Hailey rir. “Nos vemos lá dentro.”

Com Hailey lá dentro e longe, caminho até o velho.

“Será melhor que encontre uma maneira de solucionar esse problema.”

“É bom com as cartas, te ensinei isso. Você me deve.” Aponta com um dedo para mim. “Todos vocês me devem.”

“Nós não te devemos nenhuma merda.” Diz Hendrix enquanto caminha para o meu lado. “Agora, como já disse, caia fora da minha casa, inferno.”

“Ingrato...”

O agarro pelo pescoço e empurro seu lamentável traseiro contra a parede. “Espero que tenha o que merece e muito mais. Não te devemos nenhuma maldita coisa.” Solto seu pescoço e dou a volta. “Vamos.”

Uma vez dentro, tomo uma respiração profunda.

“Que se foda.” Diz Hendrix enquanto se põe na minha frente. “Liberte-se disso, cara. Hoje é o dia mais importante da sua vida. Hoje é o dia em que se tornará o homem que nossa mãe criou para que fosse.”

“É isso mesmo, cara.” Jagger põe a mão no meu ombro. “Vamos fazer isso.”

“Que se foda.” Digo.

“Que se foda.” Eles repetem.

Sigo para o meu lugar na pista de dança, nosso altar improvisado e olho ao redor. O bar está lotado, de lado a lado com nossos clientes habituais, com todas as mulheres que foram amigas de mamãe e com a amiga de Hailey, Jamie.

“Tell Her You Love Her” de Echosmith começa, e logo vejo Marisa descendo as escadas de mãos dadas com Livi. Tem seu cabelo em um coque alto e coberto com uma pequena coroa. A garotinha está para a sua glória vestida como uma princesa. Assim que seus pezinhos chegam ao chão, ela corre para mim e pula em meus braços.

“Olha todas essas pessoas que estão aqui para nos ver finalmente ser uma família. São seus súditos reais, princesinha. Dê-lhes a reverência em que esteve trabalhando.”

Ela sorri e faz uma reverência de princesa, depois se vira para mim e segura meu rosto em suas mãozinhas. Ela se inclina para frente e me olha nos olhos, com uma expressão séria no rosto. “Leia livros para mim.”

“Sim, eu leio.” Não dou risada, mas sorrio, porque maldição, sua doçura me faz cativo. Também vou dar a essa garota tudo o que quiser.

“Vai ler mais de três.” Eu concordo. “Vai me deixar escolher.”

“Sempre o farei.” Dou uma piscadela.

Ela sorri e pisca os dois olhos, porque ela ainda não sabe fazer uma piscadela. “Está bem, então acredito que é o melhor pai que existe para mim.”

Porra, não esperava isso da boca de uma criança de três anos. Engulo minhas emoções.

“Meu plano é esse.”

“Então te chamarei assim.”

“Eu adoraria isso, Marisa, quase tanto quanto te amo.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço.

“Eu também te amo.”

Estou com um nó na garganta. Esse é um dos momentos em que me dou conta do que acabou de acontecer lá fora, e um milhão de coisas que aconteceram com o passar dos anos, poderiam ter moldado os meus irmãos e a mim. A vida teria sido muito diferente se não tivéssemos tido a mamãe. Olho para cima para meus irmãos e engulo com mais emoção.

Marisa segura meu rosto de novo e vira para ela.

“Está pronto?”

“Estou pronto.”

“Bom. Agora me põe no chão.”

Assim que seus pés tocam o chão, olho para cima e vejo Hailey nos olhando. Está secando as lágrimas com um sorriso que não é só para mim, esse sorriso é para todos. Tem sua mão sobre o peito e respira fundo. Logo, começa a descer a escada.

Está caminhando em minha direção, sorrindo, com suas lágrimas ainda caindo. Ali não há jogo, nem espetáculo, nem feito. Com suas defesas baixas agora, juro que é mais bela do que nunca.

“Foi uma escolha óbvia para Hailey e Morrison pedir-me para casá-los.” Começa Jared. “Inferno, olhem para Hendrix e Livi. É muito claro que ainda estão desfrutando de sua vida de casados.”

“Inferno, sim, claro que estamos.” Exclama Hendrix rindo junto com o bar.

“Amor. O que há para dizer sobre isso que eu não falei há sete meses? Não, realmente, eu não me lembro, e honestamente, inferno, nem vocês; já que estavam também bebendo. O que há sobre o amor que eu não soubesse há sete meses?” Jared olha para Livi e Hendrix, então sorri.

“O amor não é apenas um sentimento, é uma ação. As ações não necessitam de palavras floridas ou extravagantes” — ele me olha — “elas exigem trabalho. Relacionamentos precisam de trabalho. A palavra trabalho não é algo de que esses caras se afastam, e também não é algo que suas noivas se afastam. Se você não trabalha nisso, se você não confia uns com os outros e compartilha em cada parte da vida do outro, você o perde.”

Hailey se estende e pega a mão dele, e ele pisca.

“Tem uma boa mulher aqui, Morrison. Não pode fazer a merda de uma piada, mas será boa com você.”

Assim que as pessoas param de rir, há silêncio por um minuto.

“Pelo que entendo, a comunicação é a chave para um relacionamento duradouro, mas quando casei, nunca conversamos sobre a comunicação. Uma noite a muito tempo atrás, minha esposa me disse que pensava que deveríamos sair e nos divertirmos como costumávamos. Uma ótima idéia, então eu pedi-lhe para deixar a luz do corredor acesa se ela chegasse em casa antes de mim.” Quando a multidão ri, ele ergue a mão e para. “Para que saibam, isso não acabou bem.”

Hoje, Hailey vai se casar com esse cara ", ele me aponta," mas ele também está pegando essa princesinha. "Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que eu sou conversando

“Hoje, Hailey vai se casar com esse cara,” ele aponta para mim “mas ele também ganhará esta princesinha. Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que estou falando.

Marisa, quando sua mãe rir das piadas deles, é porque você tem companhia, e ela está sendo educada. Você provavelmente deve fingir que é divertido também.”

Marisa começa a rir. Sei que não tem ideia do que ele está falando, mas ainda é hilariante.

“Morrison, antes de deixá-los dar o passo, eu quero que você pense sobre este conselho paternal que recebi quando eu era muito jovem: Se mudar de opinião e for embora, todos nós entenderemos. Se não o fizer, todos teremos ciúmes como o inferno de você. E nunca se coloque em um joelho por uma menina que não se colocaria nos dois por você.”

Ok, essa merda foi engraçada. Jared estava contando suas piadas.

Hailey e eu olhamos para os olhos um do outro e apenas sorrimos. “Inferno!” Jared diz no microfone. “Alguns conselhos mais para o noivo: eu sugiro que você simplesmente esqueça qualquer erro que fez de agora em diante. O dever de uma mulher não é apenas recordá-los, mas fazer isso pelos próximos cinquenta ou mais anos de sua vida. Não faz sentido que dois carreguem esta informação. Não se preocupe, isso é completamente normal.”

“Ela não faria isso. Eu sou muito próximo ao perfeito, certo, querida?”

Ela sorri. “Absolutamente.”

“Morrison, sugiro também que você considere que a única diferença entre cinco anos de trabalho e cinco anos de casamento é que, após cinco anos, o seu trabalho ainda será uma porcaria. Sua esposa... Não se preocupe, é completamente normal.”

Todos riem novamente, mesmo Hailey.

“Merda, é em ambos os sentidos, mãezinha.”

Ela imediatamente para de rir e todos riem mais forte.

“Eu tenho alguns conselhos para você, pegue como desejar, Hailey: há apenas duas vezes que um homem não entenderá sua esposa — antes e depois do casamento.”

Todo mundo ri, mas você ouve a voz de Livi sobre tudo. “Não é verdade quando você se casa com um Caldwell.”

“Maldita verdade, minha pequena e louca menina.” Hendrix ri e beija sua esposa.

“Se você não pode conseguir que te deixe em paz durante a noite e precisa dormir, apenas diga a ele que você quer falar sobre o seu relacionamento.” Sugere Jared a Hailey. “Se você pedir a ele para pegar algumas coisas no supermercado e, em seguida, adicionar itens, ele vai esquecer alguma coisa. Não será culpa dele, acontece.”

Eu olho para Jared e sorrio.

“Eu gosto de você cara, mas eu só tenho que ouvir duas palavras.”

“Duas palavras que você se acostumará a ouvir em breve ‘agora não’ ou ‘o que disse?’.” Jared ri, depois olha para Hailey. “Você ama esse cara?”

“Muito.”

“Você a ama?” Ele me pergunta.

“Mais do que as palavras podem descrever.”

“Você quer se casar com ele?” Pergunta a Hailey.

“Eu quero.” Ela sorri para mim.

“Você sabe o quanto é sortudo?” Ele ri enquanto olha para mim.

“Eu sei.”

“Que diabos você está esperando? Beije-a.” Jared entrega o microfone para Marisa.

“Agora eu os declaro marido e mulher.” Grita muito perto do microfone. “E o melhor pai que eu poderia ter!”

Respiro fundo e agarro Hailey pela cintura, beijando-a como faria se estivessemos sozinho, porque não há nenhuma outra maneira com ela. Há assobios e aplausos, e depois Hailey se inclina para trás e eu explodo em um sorriso mais brilhante que as luzes de Las Vegas.

“A Certidão de Casamento. Precisamos assiná-la.” Ela sorri novamente.

“Os papéis de adoção também.” Viro os olhos e sorrio. “Porra, eu sou um homem de sorte.”

“Aparentemente, você é o melhor pai que existe.” Jagger ri enquanto empurra os papéis para mim e me entrega uma caneta. “Vem cá, garotinha. Sua mãe e pai têm uma surpresa para você também.”

“Para mim?” Ela aplaude enquanto Hendrix se senta à mesa no bar.

“Na verdade, para todos nós.” Livi sorri.

“Sua mãe e eu conseguimos isso.” Tiro a caixinha do meu bolso e a entrego. Ela abre imediatamente.

“Um colar com uma coroa?” Guincha e aponta. “Com um C, como no caramelo?”

“Significa ‘Caldwell’.” Digo. “Meu sobrenome, o sobrenome de sua mãe...”

“E o meu.” Jagger lhe faz cócegas. “E o de Livi e Hendrix, também.”

Quando parece estar confusa, eu olho para Hailey. Ela sorri e diz:

“Morrison se tornou seu único pai hoje, então você tem o seu sobrenome, também.”

“Marisa Caldwell.” Digo.

“Assim como você, e você e você e você e você e tudo...?” Ela brinca.

“É uma grande família feliz.”

“Feliz como em “e viveram felizes para sempre”?” Ela sorri. “Eu gosto disso. Como nas histórias.”

“Porém, melhor.” Hailey diz enquanto as lágrimas enchem seus olhos.

“São lágrimas de felicidade, mamãe?”

“A partir de agora e para sempre, Srta. Princesa.” Diz Hailey enquanto a abraça e me puxa para a mistura. “Bem, agora você ajudaria Livi por um minuto?”

“Livi Caldwell.” Ri Marisa.

“Tia Livi, agora e para sempre.” Livi diz com os olhos marejados.

“São lágrimas de felicidade, tia Livi?” Marisa limpa e olha para o dedo, estudando a umidade.

“Nada mais.” Hendrix a agarra. “Agora vamos trabalhar. Temos que alimentar as massas.”

“Eu preciso que você venha comigo só por um minuto.” Hailey diz.

“Ah, sim?” Tenho certeza de que vai me levar ao escritório. Temho certeza que ela vai... “Para onde vamos?” Pergunto enquanto me leva para fora e entra no Escalade.

“Vamos.” Grita para mim, com um sorriso de orelha a orelha.

Eu entro, e ela me dá um soco.

“Mãezinha, onde, diabos, estamos indo?”

“Abra o porta luvas. E olhe o arquivo.”

Pego o arquivo no porta luvas. “É oficial.”

“Parabéns.” Ela sorri enquanto dirige mais rápido. “Saiu uma semana atrás. Desculpe, mas pedi a Hendrix que não te dissesse.”

“O que há com todo esse dinheiro?”

“A ganância que sobrou de Las Vegas. O fundo de emergência. Eu quero que você o use para ajudar a reformar os apartamentos.”

“E nós estávamos em um colchão de ar, porra, por quanto tempo, por quê?”

Hailey dá de ombros.

“Não era uma necessidade?” Nós dois rimos. Ela se vira e me olha séria. “Porque se eu precisasse sair de Detroit, teria o dinheiro. Agora tenho uma família. Não irei a nenhum lugar.”

“E agora tenho minhas bolas de volta, então não sairia mesmo se tentasse.”

Ela para em frente ao edifício que o banco finalmente concordou em vender com impostos, um edifício que é propriedade livre e quitada. Um edifício que não vai carregar pesando sobre ele uma hipoteca, tirando a tensão de um sonho se tornado realidade.

“Olhe.” Aponta para fora da janela do carro. Eu olho para a placa pendurada na porta: Lar para mães, está orgulhosamente exibido acima das palavras “Bondade em um mundo de maldade”.

“É o melhor dia da minha vida.” Digo enquanto saio do carro. “Vem cá.”

Ela está radiante enquanto caminha rapidamente para mim. Agarro meu telefone e o mantenho tão próximo quanto posso, depois tiro uma foto da minha esposa e do lugar que eu espero honrar a memória da minha mãe.

“Eu te amo, mãezinha.”

“Eu te amo, Morrison Caldwell.”


Meu Desejo para Você


Minha querida Marisa

Se você está lendo isso, você está crescendo muito rápido, embora todas as mães pensem assim. Eu me casei com Morrison hoje, e quando chegar a hora em que você conhecer um menino, um homem que roube seu coração, planejo compartilhar esse momento com você.

Amei você antes a tivesse em meus braços. Ninguém nunca saberá a profundidade do meu amor por você. Nada jamais poderá se comparar ao vínculo que temos. Porque você, minha Srta. Princesa, é a única que sabe o que tenho no fundo do meu coração. Ele bate por você sempre, minha filha.

Hoje nos tormanos uma verdadeira família. Hoje rompi com o ciclo do mal. Hoje, te dou tudo o que nunca tive. Hoje, fiz um compromisso com Morrison de amá-lo até que a morte nos separe. Também fiz um compromisso para que veja nosso amor em ação enquanto ele cresce e desabroça.

O amor é um verbo. É uma ação. O amor é também uma emoção. É uma esmagadora, sensação que consome tudo. O amor é paciente. O amor é amável. O amor é incondicional.

Morrison tem nos mostrado tanto amor. Deu-nos mais do que tínhamos. Eu nunca imaginei que minha vida poderia ter algo de bom... até que tive você, minha bebê preciosa. A partir do momento que descobri que estava grávida, minha vida mudou para sempre e para melhor.Antes, simplesmente existia. Fazia o que me diziam, sem perguntar e sem falhar. Não tinha escolhas. Elas foram tiradas de mim pelas situações da vida. Minha querida bebê, não importa o quê, você tem escolha. Como sua tia Livi sempre diz: é necessário o consentimento do caralho. Você é maior agora, mas deixa de fora o “caralho” para a sua querida mãe, por favor.

Você é minha razão de ser, Srta. Princesa. É a minha princesa.

Morrison é um bom homem. Ele é o tipo de homem, espero que você encontre um dia para você, o tipo de homem que mostre a você que te ama com ações, não só com suas palavras. O tipo de homem que é paciente e
entende que deve dar espaço para uma mulher ser ela mesma se necessário .

Ele é o tipo de homem que sabe quando tomar a iniciativa e quando dar um passo atrás e me permitir forjar meu próprio caminho.

A vida não nos dá uma mão de ases, mas um homem como Morrison Caldwell é todos os ases, não importa o que as cartas lhe mostrem.

A vida não será só cor de rosa e ensolarada, mas independente da sua situação tome posse e supere-a. Você é parte de mim. Levou um longo tempo, mas eu sou forte e você é o quê, minha preciosa. Nada pode pará-la.

Ao pensar sobre o seu futuro, o meu desejo para você é a felicidade.

Encontre um homem com coração, determinação e desejo de ser bom em um mundo de maldade. Encontre um homem que pode ser sua luz no escuro. Encontre um homem que é o seu lugar seguro para cair. Encontre um homem que quer deixar um legado.

Você é meu bem Você é meu legado. Eu te amo desde o topo da sua cabeça até as pontas dos seus pés e muito mais.

Com uma imensidão de amor:

Mamãe.

 


Notas

[1] Siri é um aplicativo no estilo assistente pessoal para iOS, macOS e watchOS, sendo assim, disponível para iPhone, iPad, iPod Touch, Apple Watch e Mac
[2] Five Card Draw (Pôquer Fechado) – é uma modalidade de pôquer, considerada a modalidade mais simples e é jogada principalmente por jogadores casuais, sendo mais rara a nível de competição e em cassinos.
[3] Brian Todd Collins, mais conhecido pelo seu nome artístico Kid Ink é um rapper, compositor e produtor estadunidense, canta a música “Carry On” que significa ir em frente.
[4] Bonnie e Clyde – foram dois famosos fugitivos, criminosos e ladrões dos EUA
[5] Hard Knocks – Golpes duros
[6] Slick – Manhoso, astuto.
[7] Flounder – Personagem da Pequena Sereia, no Brasil é conhecido como Linguado.
[8] A sigla WTF é a abreviação de um palavrão em inglês: “what the fuck”, que em português poderia ser traduzido por “que porra é essa”, muito utilizada em mensagens de texto.

Para Morrison Caldwell, a vida é um jogo de azar. Jogador de alto nível com legendária cara de pôquer, o coringa da família, sempre perseguindo sua próxima emoção sem nunca ficar por muito tempo. O único lugar que sempre o chama de volta é Las Vegas, com suas mesas quentes e mulheres extremamente atrativas. Está perfeitamente contente de viver sua vida com uma série de casos de apenas uma noite. Mas quando o encontro com uma garçonete em um estacionamento toma um rumo inesperado, deixa Morrison sedento por outra rodada.
Depois de uma série de situações ruins na Cidade do Pecado, Hailey Poe está pronta para tentar a sorte. Um encontro com um estranho arrogante e misterioso, aquele tipo de encontro sem compromisso que estava desejando... até que Morrison Caldwell lhe pede mais do que está disposta a oferecer. Mas quando Hailey está no controle, seu futuro ex-marido aparece e tenta levar sua filha, ela não pode se dar o luxo de rejeitar uma mão amiga.
Neste jogo onde o ganhador leva tudo, Morrison estará jogando com a vida de Hailey e com seu coração.

 


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Capítulo 01

Morrison

Quando meu irmão mais velho Hendrix se mudou do apartamento em que vivia nossa família, me tornei o homem da casa. Onde a nossa família vivia? Não. Ninguém realmente vivia ali. Eu me recuso a acreditar que aquilo ali era viver.

Meu velho possuía todo o edifício, e seu bar, como ele chamava, ficava no andar abaixo do apartamento.

Seu bar. Conhecíamos muito bem. Minha mãe dirigia esse lugar. Se não fosse por ela, ele não teria como se agarrar a única coisa em sua miserável vida, que possivelmente pudesse se orgulhar. Porque ele não se importava com a gente, essa era a verdade absoluta.

“Pense de mim o que quiser.” Ele resmunga enquanto limpa o sangue do canto da boca, levantando do chão, e apontando o dedo manchado de tabaco para mim, minha mãe e meus irmãos — Hendrix e Jagger. “Todos daqui nos abandonaram desde que as fábricas nos laçaram toda sua merda. Mas não o meu lugar. Sou um excelente homem de negócios e vocês têm sorte de terem um homem como eu.”

“Seu pedaço de merda! Mamãe é a única razão pela qual você tem um negócio.” Hendrix disse antes de investir contra ele.

Jagger e eu o agarramos, impedindo-o de chutar o traseiro do velho mais uma vez. Tínhamos razão para nos preocupar, porque, a última vez que Hendrix interveio enquanto o velho agredia nossa mãe, ele o deixou inconsciente e desacordado durante um bom tempo.

Mamãe chorou, aflita que Hendrix o houvesse matado. Preocupada com o fato dele se meter em problemas, que acabasse o levando para trás das grades. Nem uma vez se preocupou com o velho morrendo, preocupada somente com o meu irmão, seu filho.

Mamãe ficava repetindo:

“Isso é minha culpa.”

Nunca foi sua culpa, entretanto. Sempre era dele, do maldito filho da puta.

Sem Hendrix, tive que aprender a evitar que o bastardo matasse a mamãe sem acabar na prisão, e foi exatamante o que fiz.

Recebi um golpe atrás do outro daquele filho da puta. Nunca chorei, gritei ou me defendi. Lembro de dia em que fiquei deitado no chão, encolhido como uma bola, cobrindo a cabeça enquanto me chutava, arrastando as palavras com sua voz embriagada com a qual todos nos acostumamos; era isso ou se tornar imune à dor ou colocar uma boa cara de pôquer.

Ao longo dos meses, ele teve cada vez menos satisfação em me bater e voltou a agredi-la. Na tentativa de bloquear os golpes, tomava a frente e quando ela tentava se colocar entre nós, não permitia. Os dias em que ela nos escondia dentro do nosso pequeno quarto haviam acabado. Não nos esconderíamos mais do filho da puta; faríamos o que tivéssemos que fazer para protegê-la.

Não voltei a cair no chão. Permaneci imóvel, parecendo não estar afetado enquanto me batia no rosto, no peito, em todo o meu corpo. Com cada golpe do bêbado, eu ficava mais e mais furioso, enquanto me tornava mental e fisicamente capaz de suportar seus ataques.


Um dia, o velho tentou me agredir com um bastão que guardava no bar. Enquanto corria em minha direção, Jagger esticou o pé de onde estava sentado no sofá e o fez tropeçar. O velho caiu de cara no chão e quando se levantou tentou atingi-lo com o bastão diversas vezes, enquanto Jagger se esquivava e evitava todas as tentativas. A maldita merda nunca o atingiu uma única vez.

No último golpe Jagger estava encurralado. Sem hesitar, agarrei a porra do bastão, o coloquei contra a garganta do velho e o segurei até o bastardo desmaiar.

Mamãe correu pela escada do bar e encontrou-o deitado de bruços no chão.

“Isso precisa parar. Vocês dois devem ir para a casa de Hendrix.”

“Não vamos deixar você com ele. Se partimos, você vai também.”

“Não posso ou tudo pelo qual trabalhamos terá sido em vão.”

“Então não vamos.” Disse, enquanto a envolvia em meus braços.

“Trabalho, respiro e vivo por vocês três. Entretanto, vejo algo bom nele. Quando está sóbrio, ele...”

“Não vou deixar você e nem tudo pelo qual trabalhou.” Interrompo.

Mamãe finalmente parou de chorar, mas demorou uma eternidade. Quando ele acordou estávamos os três sentados no sofá. Ele se pôs de pé e nos olhou através de seus olhos roxos, no entanto, não nos disse uma palavra.

Uma noite, acordei quando estavam brigando e saí correndo do meu quarto em meu maldito short. Ele a estava perseguindo pelas escadas até o apartamento. Um grande tronco velho estava no patamar. Eu o empurrei para a borda, pronto para enviá-lo em cima dele. O velho congelou e vi medo em seus olhos injetados com sangue, um medo que nunca tinha visto antes, mas passou rapidamente.

“Se a tocar de novo, porra, isso cairá sobre você, entendeu?” Grito.

“Você não tem bolas, merdinha.”

“Teste-me, filho da puta.” Sussurrei.

O medo voltou a aparecer e agora ele sabe que eu o via.

Todo mundo tem algo, um deslize que mostra uma debilidade, um pequeno caminho.

A escola secundária não foi fácil para um garoto de boa aparência. Não estou sendo arrogante, tampouco. Tenho um espelho e sei como as mulheres me olham. Não ter dinheiro para os fins certos ou para fazer as coisas boas que todos os demais faziam, me converteu no garoto que as garotas populares viam às escondidas. Esperavam a sua vez.

Uma garota, Annie estava saindo com um atleta cujo nome era Aiden e a traiu. Então, ela começou a me ver. Um dia depois da escola, pediu meu número, longe de seu grupo de amigos, claro. Disse que não tinha celular. Ela ficou surpresa, e eu fui embora.

No dia seguinte, me entregou um telefone. “É um pré-pago. Vou te enviar uma mensagem.”

“Não, não o quero. Mesmo assim, agradeço.” Disse.

“É para mim, não para você.” Ironicamente, ela se afastou enquanto eu ainda segurava o telefone.

Naquela noite, quando me enviou uma mensagem de texto, dizendo que era ela, perguntei onde havia conseguido o telefone. Depois de muita insistência, descobri que era de uma farmácia a uma quadra da escola.

Depois da aula, entrei lá e encontrei o telefone no corredor seis. Custava cinquenta dólares e estava em promoção.

Durante uma semana, arrastei minha bunda da cama às cinco da manhã para subir e descer a rua com uma pá até encontrar pessoas que desejassem suas calçadas limpas.

Na sexta-feira, entrei na escola e lhe entreguei os sessenta dólares. “O telefone é meu.” Em seguida, me afastei.

Naquela tarde, estava tirando o lixo do bar quando ela estacionou seu pequeno Beamer. Era velho, mas muito fofo.

“Quer dar um passeio comigo?” Perguntou ao baixar a janela.

“Não.” Neguei.

“Morrison Caldwell, o que mais tenho que fazer para que saiba que estou interessada em você?” Annie disse, e depois sorriu.

Neguei com um aceno de cabeça e tentei não devolver o sorriso, mas falhei. “Você ainda está namorando Aiden Law?”

“Depende.” Sorri novamente.

“De?”

“Você, é claro.”

Observei enquanto ela enviava uma mensagem de texto. “Entre e te mostro o que acabei de enviar.”

“É uma brincadeira?” Dei um sorriso e me inclinei, pegando o telefone dela.

“De jeito nenhum. Entre.”

Assim que entrei, ela me entregou seu telefone, e não estava brincando. Havia dito que acabou, e realmente terminou com o filho da puta por uma mensagem de texto.

Você ouve sobre todos os contos de amor que terminam através de cartas. Demônios, até fazem filmes sobre isso. Sem dúvida, estou aqui para dizer que aquelas cartas escritas não tem nenhuma comparação com Siri1. Essa cadela já quebrou mais corações do que poderia começar a imaginar.

A mão de Annie estava na minha coxa logo que ela se afastou da calçada. Seus lábios estavam no meu pau assim que estacionamos no beco entre dois armazéns abandonados. Não vou mentir, gozei em sua boca muito mais rápido do que gostaria de admitir, e com a mesma rapidez estava apaixonado por ela. Tem que ter algo a ver com uma garota que engole ou oferta meu primeiro boquete, embora não tenha certeza de qual.

Eu tinha dúzias de trabalhos manuais, fodi os dedos de muitas garotas, comi muito *, mas nenhuma dessas merdas resultou em amor. No entanto, uma boquete que acabou engolindo minha carga, bem, eu estava vendo estrelas e merda.

Tive dezenas de masturbações, fodi muitas garotas com meus dedos, comi um monte de bucetas, mas nenhuma dessa merda resultou em algum sentimento. No entanto, um boquete que terminou com ela engolindo meu sêmen, sem dúvida, bem, eu estava vendo estrelas e essa merda.

Annie era generosa de todas as maneiras possíveis. Não só gostava de chupar pau, mas também de dar presentes. Começou com bilhetes e depois me trazia o almoço. Quando me presenteou com um novo par de tênis para corrida, fiquei receoso, mas os meus estavam acabados.

“Só quero que todo mundo te veja como eu vejo.” Sorriu enquanto levantou na ponta de seus sapatos Jimmy Choo e me beijou na frente de todos no corredor, e depois se afastou.

No dia de São Valentin me presenteou com uma exagerada jaqueta de couro. Entretanto, ainda estava trabalhando limpando calçadas apenas para comprar um colar da Tiffany.

Esse coraçãozinho me custou trezentos dólares, mesmo de segunda mão na casa de penhores. Ela o usava com tanto orgulho. Na noite em que lhe dei esse colar, fodemos na mesa de bilhar no bar, onde havia me encontrado após sair escondido de sua casa.

Não foi sua primeira vez. Foi a minha.

No dia seguinte, estou usando a merda do couro quando Aiden se aproxima de mim e diz que quer sua jaqueta de volta.

“De que diabos está falando?” Fechei meu armário, depois me virei para enfrentar ele e seus cinco amigos.

“Ela me deu essa merda, depois me fez devolver. Você certamente não merece isso. Eu quero de volta.”

Quando me coloquei cara a cara com ele, vi pequenas gotas de suor brotando em sua testa e isso era o que o delatava.

“Se conseguir pegar, ela é sua.” Contestei enquanto caminhava ao seu redor.

Seus garotos, os cinco, me seguraram enquanto Aiden me batia. Não me movi, não tentei me proteger, a única coisa que fiz foi cuspir o sangue que estava saindo da minha boca em sua cara. Então a campainha tocou e todos se dispersaram como pequenas baratas de merda.

Annie correu para mim, perguntando o que aconteceu, mas não lhe disse merda nenhuma. Só caminhei ao seu lado enquanto tirava a jaqueta e jogava a filha da puta no lixo.

“O que está fazendo?” Gritou. Porra! Ela realmente gritou.

“Não quero você, nunca mais.” E sim, falei suficientemente alto para que algumas pessoas, muitas na realidade, escutassem.

Aquela noite, o velho tinha seus meninos jogando cartas no bar. O idiota foi o primeiro a desmaiar sobre o feltro verde da mesa de jogos. Tinha cinquenta dólares por ter limpado as calçadas, mas quando o velho Smith me perguntou se queria jogar, eu lhe respondi que não sabia como. Ele disse que me ensinaria.

Logo sorriu, quase maliciosamente — o que o delata.

Five Card Draw2 era um jogo. Peguei a manha rapidamente. Também perdi quarenta dólares em menos de dez minutos. Nesses dez minutos, no entanto, aprendi o que delatava cada um dos homens na mesa e logo saí com oitocentos e setenta e dois dólares. Sorte de principiante, todos riram.

No dia seguinte, cheguei mais tarde na escola, usando uma jaqueta de couro novinha em folha. Peguei uma nova garota, devolvi o telefone antigo para Annie, tirei o novo telefone pré-pago da jaqueta e dei para a minha nova garota o meu número.

Depois disso, joguei cartas com os caras cada vez que meu velho desmaiava. Tinha o suficiente para conseguir as merdas que queria e também ganhar um pouco para Jagger. Mas o momento de maior orgulho para mim foi quando dei para minha mãe seu presente pelo dia das mães: um colar da Tiffany diretamente da loja. Nada da merda de segunda mão para ela — nem para mim.

Nunca mais. E não olhei para trás, tampouco.

Um ano mais tarde, meu velho apostou em um lutador clandestino porque lutaria com um desconhecido — Jagger, um garoto ainda da escola. Perdeu o bar, e o perdeu para Hendrix. Caralho! Foi perfeito.

Meu velho é um pedaço de merda. Um bêbado, um jogador e a porra de um grande imbecil, que tem prazer em ferir e menosprezar todos ao seu redor. Mas ensinou muito a mim e aos meus irmãos.

Hendrix agora é dono de um bar, eu viajo jogando cartas e Jagger é um lutador. Alguns podem dizer: demônios, muitos podem dizer que a maçã não cai longe da árvore. Mas as raízes dessas três árvores são tão fortes como as da mamãe, contaminadas com sua vibração ou não, porque somos bons garotos. Podemos ter os maus hábitos do velho, mas possuímos o coração da mamãe.

Em seu leito de morte, nos disse que estava orgulhosa de nós. Disse que nos amava, pediu desculpas pela forma que fomos educados e nos fez prometer que seríamos um legado do bem num mundo cheio de maldade.

Mamãe morreu porque aquele filho da puta não pode manter-se em suas calças e lhe passou HPV. Ela era muito teimosa para procurar um médico quando estava se sentindo muito mal.

Perdemos mamãe, mas saber que ela estava orgulhosa de seus três meninos, nenhum dos quais possuem uma graduação ou trabalha em empregos tradicionais, nos trouxe satisfação. Também nos fortaleceu.

Primeiro Hendrix pegou o velho com a mão na caixa registradora, depois o encontrou fodendo com a antiga garçonete e, finalmente, o expulsou.

Sem o velho por perto, o que aprendi nos poucos meses desde que voltei, é que nada é mais forte do que a irmandade que Hendrix, Jagger e eu compartilhamos.

Não sou a puta de ninguém, nunca fui. Mas quando se vive com um monstro de verdade, e não apenas a noção infantil daquele que vive debaixo da cama, mas o verdadeiro. Realmente não se vive bem, apenas sobrevive.

Viver nesse lugar de horrores, sem dúvida, o inferno não parece tão mal.

Detroit Rock City já não parece tão fria e amarga quanto antes. Agora, é um santuário, um lugar para ir quando me sinto sozinho, um lugar onde quero dirigir, não mais me afastar. Este é um lugar onde, quando a merda bate no ventilador, sei que nós, os três irmãos, poderemos superar juntos. Sem o velho, esse bar, essa cidade, esse lugar é agora onde meus irmãos e eu queremos viver.

Agora podemos viver.

Hoje, quando entro em meu Escalade e abaixo meus óculos de sol estilo aviador da marca John Varvatos de minha cabeça para cobrir meus olhos, dou adeus aos meus irmãos e a minha nova cunhada, Livi, e regresso ao deserto. Necessito de uma dose, uma vitória, um par de boas mãos vindo em minha direção. Necessito ganhar algum dinheiro para que da próxima vez que voltar a Detroit, eu possa ficar mais tempo.

Paro em frente ao cemitério para dizer “nos vemos” para mamãe antes de ir ao aeroporto. Não me parece certo não fazê-lo.

Logo, entro de volta em meu Escalade e procuro minha playlist: Kid Inc, sua música “Carry On3”. Mmm, não posso esperar para seguir em frente.


Capítulo 02

Hailey


Aos dezessete anos, estava tentando escapar do mundo da minha mãe. Aos vinte anos, estou tentando escapar do meu.

Monte me deixou sair da sala na noite em que perdi tudo. Ele me permitiu acreditar que escapei com meu blefe. Saí da mesa com o meu pulso acelerado, com minha cabeça latejando e minhas orações silenciosas sendo respondidas, ou pelo menos pensei assim. As memórias me bateram duro.

Porra! Não é como deveria acontecer. Como ele blefou o mestre? Estava certa de que ganharia essa mão. Como tudo deu errado?

A fumaça na sala me deixa tonta, ou talvez seja o medo correndo pelas minhas veias. Eu nunca perco. Na verdade, não estou preparada. Este não é um jogo de bastidores com um cafetão. As apostas são altas demais, e então fracasso.

Nascida de uma prostituta, criada sob as luzes, glamour e a vida Las Vegas, eu sobrevivi. Uma mão por vez, consegui. Por mim e por minha mãe, eu fiz o que tinha que ser feito. Esta noite era para ela.

Ela me teve aos dezesseis anos. Como uma fugitiva, viu a ilusão da fama de uma showgirl desaparecer rapidamente e a realidade entrar a pontapés. Ela trabalhou nas ruas. Ela sobreviveu. Seu cafetão tirou sua virgindade, a engravidou de mim e a manteve sob seu polegar todos estes anos. Poderia ser pior. Não nos espancava e mantinha um teto sobre nossas cabeças. Eu tenho roupas. Eu tenho comida. Em primeiro lugar, preciso lembrar que ele a deixou ficar comigo. Às vezes, no entanto, me pergunto se minha mãe desejaria ter feito um aborto, porque isso a obrigou a ficar com ele e nesta vida.

Quando criança, não estava autorizada a chamá-lo de “papai”. A verdade é que estava bem para mim. Ele não foi um pai, foi um doador de esperma. Porra, ele era um estuprador. Mamãe dizia que sua vida com ele era a sua penitência por más decisões, uma que teve que suportar até que ele serviu seu tempo.

“Expiação.” Dizia. Ele mexia com sua mente tanto quanto a fodia incasávelmente, então ele tinha o poder, mesmo quando eu a implorava que partisse. Ele segurou todas as cartas.

Pervertido. Maldito pervertido.

O que faz uma mulher quando tem uma mão de merda, porra?

Joga com as fodidas cartas que tem até encontrar uma saída.

Posso ser a culpada por mamãe ter ficado amarrada, mas por outro lado também sou sua saída. Mamãe e eu, a Bonnie e Clyde4 da nossa própria maldita criação. Depois de anos de monitorar, anos de espera, minha paciência está finalmente chegando ao fim.

Mamãe trabalhou para conseguir a conexão. Então conseguimos os dois mil dólares de taxa de acesso a aposta inicial, e aqui estou, sentada na mesa da sala de apostadores em em um hotel abafado. A fumaça enche meus pulmões, cortinas de janela estão puxadas e a porta está trancada até que a mão final seja jogada.

Subo a aposta. Chamo o blefe. Todos cedem, exceto ele e eu.

Sean “Monte” Timmons.

Alguns o chamam de perigoso; outros dizem que é o sexo ambulante. Ele é o homem mais jovem a limpar a casa de Nova Jersey duas vezes. Sua reputação o precede e muitas vezes os covardes se afastam quando as apostas estão tão altas.

Eu deveria ter tirado minhas cartas. Ele deveria ter renunciado o prêmio. Deveria ter ido embora. Inferno, eu mesmo me permitir convencer em primeiro lugar. Eu sei que minha mãe me quer fora do canto, mas aos dezessete anos, não tenho nada para fazer nas grandes ligas. Isto está além de um jogo de tabuleiro com seu cafetão e amigos.

Só que não desisto. Não me dou por vencida.

Em vez disso, aumento o prêmio e aposto tudo o que não tenho. Cheguei nessa mesa mentindo. Um lâmpejo de um sorriso, uma segurada no pau certo e uma insinuação de algo mais por vir me fez passar pela segurança. Então, com uma pilha de moedas falsas sobre a mesa mal iluminada enquanto me curvo exibindo meu decote, tenho todos esses caras comendo na palma da minha mão.

Isto é, até que as cartas são distribuídas. Aí tudo se torna negócios no minuto em que a primeira carta de oito-e-meio-por-cinco-e-meio-centímetros cai no feltro.

Mão após mão, consigo sobreviver até o jogo final.

Monte sorri para mim por trás de seus óculos aviador após olhar seu telefone, que lhe foi entregue pelo ajudante.

Todos os dispositivos eletrônicos devem ser silenciados e entregue ao ajudante para que não haja distrações. Porque o devolveu? Poderia ter sorte suficiente para ganhar por desistência? Nunca quis tanto que alguém tivesse uma emergência familiar quanto agora.

Com os lábios em um meio sorriso, sinto meu peito apertar.

“Hailey ‘Hard Knocks5’ Poe. Você está pronta para a mão que certamente mudará sua vida?” Seu sussurro ressoa em minhas veias como gelo. Ele me descobriu.

Engulo. Como diabos sabe meu nome? Usei uma identidade falsa para entrar.

Ele bate o dedo contra a boca de forma ameaçadora, depois abaixa os óculos, seus profundos olhos castanhos me encarando. Quero rastejar sob a mesa, mas escuto a voz da minha mãe na minha cabeça, dizendo: “Não mostre medo. Nunca deixe que vejam você suar, Hailey Sue”. É hora de fazer a minha mãe orgulhosa, custe o que custar.

“É um hábito meu, conhecer os meus adversários. Você quase me enganou, garota atrevida. Não se preocupe, querida. Seu segredo permanece nesta sala, porque, após esta partida, garanto que tudo o que você pensa que sabe está prestes a mudar.”

Deveria ter desistindo, mas meu ego nublou minha visão. Agora a minha concentração desapareceu, a partida está empatada e minha visão ficou turva novamente, desta vez de lágrimas que me recuso a deixar cair.

Five Card Draw, Texas hold'em, Jokers Wild, tudo está perdido antes que eu possa piscar.

Lutando para conter as minhas emoções, tento parar minhas, agora, trêmulas mãos. Ele sabe muito. Quando você descobrir que o seu pagamento não existe, o que vai acontecer comigo? Com mamãe? Vou sobreviver esta noite?

Uma semana mais tarde, mamãe e eu fomos instruídas a arrumar nossas malas. Paizão cafetão estava nos armando uma cilada. Ou não.

Ele nos “colocou” em um condomínio exclusivo fora de Strip, depois que entregou a minha mãe um maço de notas antes de se virar e ir embora. Nunca olhou para trás, não que qualquer um deles esperasse isso. Não estávamos no lugar a vinte e quatro horas antes que um mensageiro entregasse um pacote destinada a Hailey “Hard Knocks” Poe.

Meu coração afundou. Ao ver esse nome, deveria ter embalado minhas coisas com mamãe e ter fugido do local com o pouco dinheiro que o grande Paizão a deixara. Eu fiz isso? Nop.

Como diabos ele me encontrou?

Abrindo o envelope, meu coração acelera, minha respiração falha e minhas mãos suam.

Dentro havia um contrato que selava o meu destino contra qualquer futuro que alguma vez esperei.

Não estavamos sendo liberadas pelo Paizão idiota. Havíamos sido compradas. Ele pagou ao imbecil do meu pai o suficiente para liberar minha mãe. Caímos em sua armadilha.

Sean “Monte” Timmons é o meu dono. Nosso dono. Como no inferno isso continua acontecendo? O ciclo de miséria — lavar, enxaguar e repetir. Da propriedade de um homem para outro.

A ostentação, o glamour, as luzes e a ação de Las Vegas são fabulosas. É um buraco negro de manipulação. A vida aqui é um jogo. Dia após dia, tudo é uma aposta para sobreviver e prosperar. O vencedor leva tudo.

Monte não perdeu tempo em se mudar para a casa com a gente. Mais ainda, comigo. Minha idade não importava Ele me tinha numa posição em que não podia negar. Se a palavra sobre minhas falsificações na mesa fosse revelada, a minha idade não seria nada mais que um número no meu atestado de óbito.

Monte usou isso para sua vantagem.

A situação não pareceu ruim para minha mãe, que passou a vida toda trabalhando nas esquinas. Para mim, foi um inferno. Monte não me colocou em uma rua ou em uma cama de hotel para pagar a minha dívida. Não, ele me fez sua esposa em uma cerimônia em uma capela na Strip, para o qual minha mãe estupidamente assinou o acordo.

Nos últimos sete anos, nada mudou. Monte vai, joga e vive pela próxima emoção. O sete da sorte é uma cadela sem coração. Passei sete anos acumulando dívidas com ele.

Cada refeição que comi, cada chuveiro que tomei, tudo o que tive, feito, ou forçado a suportar é um centavo adicionado à linha vermelha. As marcas negras são pelo bom comportamento quando faço a minha parte.

Sou o seu troféu, sua coleção e sua prostituta. O saldo é renegociado com cada grama que mete dentro da minha buceta, mas as balanças nunca se inclinam a meu favor, não importa quão bem chupo seu pau.

Sete anos e poucas coisas mudaram, nenhuma dessas para o melhor.

É divertido como a história se repete, mesmo que você não queira.

Minha mãe morreu de um acidente vascular cerebral. Aconteceu rápido. Uma noite, foi para a cama e na manhã seguinte, não respondeu. Uma chamada aos serviços de emergência e logo após uma transferência de ambulância para o hospital; ela estava em coma ligada a aparelhos que lhe davam suporte vital. Decisões tiveram de ser tomadas, as possibilidades de que acordasse e saísse sem sequelas eram escassas; como resultado, os aparelhos foram desligados e minha vida desabou.

Mais contas. Mais dívidas pagas pelo Monte.

O stress te consome e mais erros acontecem, como esquecer uma pílula do anticoncepcional ou duas. Para diminuir os custos, optei por cremar mamãe.Dois meses depois, fui autorizada a uma viagem para Santa Barbara para deixar suas cinzas. Sentindo-me enjoada, fiz xixi em uma dessas varinhas esquecidas por Deus e duas linhas rosa selaram o meu destino.

Sou uma estatística. Os pecados foram passados de mãe para filha.

Independentemente de como este bebê surgiu, vou me apegar a esperança e dar algo melhor do que tive a minha filha. De alguma forma, de algum jeito, o ciclo se quebrará.

Não deveria reclamar. Na verdade, Monte me permitiu ter amigos. Seus amigos, é claro, mas não estou tão amarrada quanto minha mãe foi. Tenho um bom carro, uma bela casa e um armário cheio de roupas. Se você olhar de fora, eu estou bem.

Se as pessoas soubesse que vivo em um casamento sem amor, repleto de manipulaçao e corrupçao. Não sou a única em débito com Monte. Todos em sua vida estão em algum tipo de dívida com ele.

O vigarista que se recusa a ser enganado, sempre no controle, sempre tendo certeza de que tem a vantagem, Monte tem pessoas que são responsáveis por outras pessoas. Aqueles que não pagam ou têm um plano de serviço como eu, lidam com aquelas pessoas sobre as quais Monte mantém a pressão até que a dívida seja paga ou sofra as conseqüências. Como Monte diz: “É um mundo de obrigação e recompensa, é o ônus e o bônus, Hailey.”

E ele mantém a balança a seu favor em todos os momentos e em todos os sentidos.

Se não caminho em linha reta, pagarei o preço... com a minha vida. Minha dívida com ele está além de qualquer coisa que posso pagar com trabalho normal. Inferno, eu não sei se o bastardo jamais me permitiria sair, mesmo se eu tentasse.

Em que momento isso se torna o bastante, no entanto? Quando me libertarei das correntes que me prendem? Quando romperei esse ciclo por minha filha? Quando Marisa Noelle Timmons verá o amor acontecer? Como posso ensiná-la sobre o amor, se nem mesmo sei o que é.

Não aprendi muito na minha curta vida, mas sei que nunca tive amor verdadeiro em qualquer relacionamento ao meu redor e certo como merda que não é como você lê nos livros. Não vivi o que qualquer um consideraria uma vida normal, mas também estou absolutamente certa que o amor não é uma dívida. Um casamento real, um relacionamento real — se pudesse existir — não é sobre dever ao seu parceiro alguma maldita coisa.

Olho para baixo, para minha preciosa menina adormecida e meu coração incha. Pode ser que não conheça o amor de um homem por uma mulher, mas estou segura de que não há nada — e quero dizer absolutamente nada — que supere a profundidade do amor que uma mãe sente por seu filho.

Meu mundo está deformado. Minha vida é uma merda. Nunca me esforcei para conseguir algo correto em minha pobre existência até que tive essa menina. Cada ar que respira é um novo sopro de vida para mim.

Monte pode controlar e equilibrar até que o sol caia do céu, enquanto eu tenha minha filha.

Quero sair disso.

Mas, eu a quero mais.

Não há nenhuma maneira de sair até que saiba o que fazer com ela. Não há nenhum jeito de que possa escapar até que encontre uma maneira de que ela seja completamente livre. Ela é minha vida, meu proprio ser, meu mundo inteiro.

Uma dia encontrarei um jeito de ter algo melhor para nós duas. Não descobri ainda.

“Durma bem, minha bela adormecida. Mamãe vai fazer a coisa certa para nós duas.” Sussurrei para o quarto silencioso. “Não precisamos de um príncipe encantado, meu amor. De alguma forma, princesinha, vou fazer isso acontecer.”

 

 


Capítulo 03

Morrison


Depois de mudar minha roupa, saio o banheiro no aeroporto. Sou alguém diferente aqui. Sou um ótimo apostador. Sou o que os atletas e os preparadores do ensino médio queriam ser.

Por um breve momento, penso em Annie e me pergunto se ela encontrou o homem que pudesse converter em perfeito na escola. Foi dito que Annie tinha um brilho nos seus olhos castanhos quando viu suas amiguinhas socialites olhando para mim. A fazia parecer ainda melhor. Aparentemente, para ela, era moda namorar alguém inferior a ela. Mas não tinha a intenção de ser inferior a ninguém.

Aqui, ninguém me usa. Fiz o homem cujo reflexo vejo no espelho hoje. Minha cunhada Livi me chama de Slick6, e por Deus, não está mentindo.

Como de costume, faço uma pontuação nas máquinas caça-níqueis no aeroporto. Entro no avião com duzentos mil e esse dinheiro tem que durar um mês, se não mais.

A primeira jogoda é perdida. Os seguintes vinte vão dentro e com ele recupero o meu dinheiro. Na terceira, perco.

Um homem como eu não é superticioso, é calculista. Perder não significa que fui derrotado. Isso me diz por onde começar.

Esse é um ritual que faço toda maldita vez. Se perco, começo longe de Strip, onde os limites e as regras são mais brandas. Quando ganho, vou primeiro a Strip, onde as regras são mais rigorosas, menos espaços e limites mais altos.

Existe um método para a minha loucura? Mudei como a merda mais de vinte vezes e aprendi que desta maneira estabeleço um tom para o meu jogo. “Meu jogo” — você ouviu direito. A maioria das pessoas jogam um jogo, mas eu não. É meu jogo. Comando o jogo.

Caminho no ar seco do deserto. Meus poros imediatamente fecham, meu rosto ruboriza e respiro profundamente, sentindo que sufoco. Não estou sufocando, é claro. A queimadura é bem vinda. Hora de jogar. Paro um taxi e entro.

“3111, Bel Air Drive.” Digo ao motorista enquanto entro no veículo com ar-condicionado.

É o crepúsculo, uma hora do dia em que há algo sobre as luzes em Las Vegas que causa uma onda de energia no meu corpo. Sinto-me vivo, como se tivesse um propósito maior do que arranha-céus e casinos, mais brilhante do que as luzes de Strip. Sou mais ousado em Las Vegas e eu gosto disso.

Quando o táxi para na frente do meu apartamento, sinto um sorriso espalhar por todo o meu rosto. Não, não é um palácio. Não é nem mesmo uma casa de família. O edíficio do qual agora tenho uma unidade, tem portaria e uma vigilância de vinte e quatro horas. Tenho quase quinhentos metros quadrados de alguma coisa.

Têm dois quartos, três banheiros, uma cozinha de última geração e uma sala de estar que abriga não só uma tela grande, mas uma TV de tela gigante e um sistema de som surround Bose. Também tem uma garagem, que é o primeiro lugar que vou, a fim de garantir que meu Porsche está lá dentro sem nenhum dano e completamente ileso.

A medida que a porta da garagem se levanta olho para ele e sinto o orgulho encher meu peito, porque tudo o que tenho é pago. Não devo nenhuma merda.

Amanhã, ele e eu andaremos pelas ruas e encontraremos algumas belas e bronzeadas bundas de Las Vegas para comemorar, para me dar boas-vindas de maneira apropriada às luzes brilhantes e à grande cidade.

Sussurro na noite: “Estou de volta filhos da puta, e pronto para continuar a construir a minha riqueza. Vocês estão preparados?”

Adormecer em um colchão de alta qualidade que comprei on-line e não em loja de segunda mão no centro de Detroit, foi uma das melhores coisas que fiz aqui. Esta cama é feita para um rei. É antialérgico, uma necessidade para mim. Sou alérgico ao pó, ao que parece, por isso passei muito tempo no médico quando criança. Tenho certeza que também é a razão pela qual mamãe não ia com frequência.

Ela havia criado um plano de pagamento quando era mais jovem e o velho se queixava pelo gasto. Cinco doláres por semana. Cinco doláres e paguei essa merda com minha primeira grande vitória.

A descrição dizia “Rei da Califórnia”: capa revestida de feltro com espuma fria. Eu vi “Rei” e vi “fria”. Então olhei para o espelho e pisquei para mim. Foi feito para mim, então dei um clique e comprei essa merda. Estou tão feliz por ter feito. Eu amo essa maldita cama.

Não durmo mais num velho colchão no chão. Estou dormindo como um rei.

Eu amo ser rei, mas em Las Vegas, não sou um rei. Aqui em Las Vegas, eu sou um As. Entro em qualquer casino e sabem quem eu sou. Tenho um bom carro e estou vestido para impressionar. Sempre tive que fingir até que realmente fiz, mas olhando ao redor do meu quarto, eu diria que consegui.

Acordo cedo pela manhã e espreguiço, desejando dar um salto em frente no dia, começando com uma corrida Meu corpo precisa estar cansado, de modo que quando sentar em um casino por horas não fique louco.

Vou para o quarto número três, ligo o aparelho Bose, e salto sobre a esteira; também comprei on-line e foi entregue na minha porta. Inferno, até mesmo fiz com que a montassem. Não queria estragar uma máquina de cinco mil dólares.

Depois de minha corrida e chuveiro, visto uma calça cinza e uma camisa de colarinho com suspensórios brancos e botões azuis. Azul ressalta meus olhos. Então, eu fico no meu closet, verificando minha aparência no espelho.

“Na mosca, é claro.”

Entro no banherio, seco o cabelo, pego um pouco de gel e acomodo cada fio no lugar, a aparência não está completa sem isso. Faço a barba, algo que fazia na parte traseira do Rock City, então pego o meu Rolex prata, passo o cinto, e dou um passo para trás admirando o reflexo no espelho.

Eu me esforçei muito para ser o que sou hoje. Um empreendedor, um grande apostador, um ace, chame como quiser, mas tudo volta para onde comecei.

Antes de sair do meu apartamento, pego minha carteira e um preservativo. Hoje preciso pegar um pequena buceta da alta sociedade.

Nas primeiras quatro horas, eu vou para a Califórnia, no Binion, o Cortez e Golden Gate para jogar blackjack e me certificar que o bolso esteja cheio, e faço dois mil dos grandes em quatro horas. Não é uma porra de dia ruim em tudo.

Tudo está dentro do normal agora. Tenho duzentos mil para jogar e duzentos mil de novo na carteira. Por que duzentos mil? Sempre tenho duzentos mil escondidos para chegar em casa — sempre.

VirO para guardá-los no cofre e tomo um fôlego.

Ligo a tela da TV de oitenta polegadas, presa a parede e afundo na minha poltrona de couro, o meu trono. Apertando o controle da cadeira, a massagem começa, e então sento, ouvindo as notícias.

Mais tarde, acordo me sentindo um novo homem, como um vencedor. Juro que sinto o cheiro das notas e essas cadelas têm o meu nome nelas.

Esta noite, paro no estacionamento e jogo minhas chaves ao manobrista.

“Seja gentil com ela.” Digo enquanto lhe dou uma nota de vinte. “Se retornar igual, haverá uma maior.”

“Eu sei que você fará, Ás.” O garoto pisca para mim.

Este é um aposta — dar as chaves a alguém que você não conhece. O garoto rasga no Rock City, mas ninguém sabe como foi difícil chegar a esse carro. Ninguém sabe que eu não sou apenas um pequeno punk que está queimando seu fundo finduciário e sua juventude jogando cartas, dirigindo carros e andando em bares. Ninguém sabe porque não podem ver o que me delata. Enterrei essas merdas profundamente, tão profundamente quanto as emoções que sinto vendo alguém em minha apreciada posse.

Enquanto observo o garoto com meu carro, vejo um sorriso em seu rosto.

Eu sei que o bastardo quer queimar os pneus tão certo como sei que eu queria fazer o mesmo na primeira vez que me sentei em seus assentos de couro preto. E, inferno sim, eu fiz, mas os pneus foram pagos por mim.

Seu aperto forte no volante — o que o delata — mas não vai fazer isso. Por quê? Ele precisa deste trabalho. Deve ao banco, em seguida, vai e faz o jogo, na esperança de um dia ser um vencedor, como eu.

Eu sei o que delata todo mundo, mesmo os entregadores. Não conto as cartas; conto com o meu instinto. Eu confio na minha intuição. Mama não criou um tolo. Mamãe não criou nenhum imbecil. O que me delata: eu me recuso a tratar as pessoas que têm o mesmo sonho que eu como se fossem menos. Trabalho duro não é estranho para esse cara.

A partir do momento que estaciono meu carro, sorrio para o menino de rosto cheio que toma as chaves. Dou sorrisos e o respeito na forma de confiar o meu carro em suas mãos. Todos me conhece, porque os trato bem. Dou boas gorjetas, falo e trato com respeito.


Capítulo 04

Hailey


Uma coisa sobre as aparências, é que elas sempre enganam. A fim de parecer à família feliz que realmente não somos, algumas coisas devem ser feitas com um casal normal, e uma delas é comprar mantimentos.

Monte tem funcionários, é claro, mas como sua renda não é o que se poderia reivindicar como tributável, por essa razão não tenho ajudantes. Coisas como idas ao supermercado são deixadas como deveres da esposa. Acrescente que a maior parte do dinheiro do Monte está em espécie, e precisei encontrar uma maneira de propiciar o equilíbrio, foi exatamente o que fiz.

Os homens nunca devem subestimar o poder de uma mãe. Suportei muita merda — e me refiro a realmente muita merda — pela sobrevivência. Não há nada que eu não faça pelo meu bebê, mesmo que ela tenha vindo dele.

Anos de agressões verbais me enfraqueceram. Nunca me bateu, não fisicamente. Não, não esqueço a noite em que me derrotou, como me superou em meu próprio jogo. Enquanto estava lutando por minha mãe, nem por um segundo acredito que usaria minha ingenuidade, minha falsa valentia, meus esquemas estúpidos e meu desespero para romper os laços que nos unem para inclinar a balança a seu favor.

Mamãe pagou sua penitência por suas más decisões. Agora pagarei pelas minhas.

Posso lidar com qualquer coisa que jogar em mim. Pode dizer o que quiser, me quebrar em pedaços, me destruir. Posso aguentar tudo e não perder o ritmo. Dia após dia, Monte encontra uma maneira de me lembrar onde venho. Eu aceito. Mereço isso.

Jogo com ele. Controle e equilíbrio de poderes.

Dê-me o seu pior, Monte. Vou resistir. Minha mãe não me criou para ser fraca. Não fui criada para quebrar. Claro, posso ser um produto de minhas circunstâncias, mas não estou quebrada.

Ainda.

Os guerreiros em uma batalha mantém suas armas perto, e minha arma é o tempo. A oportunidade de escapar e ser totalmente livre chegará. Só preciso dar tempo ao tempo, aguentar até que a situação mude e minha oportunidade apareça.

Com o tempo, vou escapar. Só que nada deu certo no início e agora tenho que pensar em Marisa. Suportei sete anos de inferno, ganhando tempo e com ele veio os últimos três anos de céu quando olho nos olhos de minha filha.

Monte não é um pai presente. Somente nos abraça quando tem pessoas olhando. Com a porta fechada, minha filha não é mais do que outra boca para alimentar, outra dívida para pagar.

Razões e desculpas, são como obrigação e recompensa. Todos temos razões e desculpas para tudo o que fazemos ou deixamos de fazer.

Marisa é sua desculpa para me manter ao redor. É uma forma de me manipular e controlar.

No entanto, ela é a minha razão para tudo. Não há desculpa aceitável para decepcioná-la. Não vou falhar. O ciclo finaliza com ela. Preciso que colocar isso como primeira meta.

Com isso em mente, comecei a minha farsa dona de casa, fazendo o meu papel. Sempre que posso, pego meu fardo, escondendo até o momento certo para fazer a minha fuga.

Tive sete anos para ganhar algumas liberdades como ir ao supermercado, minha maior aventura. Apesar de Monte dar o dinheiro e uma lista de compras. Não se chega longe neste mundo sem ser um homem inteligente, de modo que, naturalmente, quer o troco e o recibo. Os itens tem que bater.

Tem uma área de ignorância, no entanto, as necessidades femininas. Depois que percebi que ele não iria participar dos meus exames ginecológicos, solicitei ao médico a impantação de um DIU, que fez com o meu período quase desaparecer. Já que Monte não se importava se tivéssemos mais filhos ou não, e nem se preocupava se tomava ou não minhas pílulas anticoncepcionais. Isso criou a cobertura perfeita.

A cada mês no supermercado, compro produtos femininos em maior quantidade e ele nunca questiona as compras. Compro o dobro, as vezes o triplo do que normalmente precisaria. Então, utilizando um calendário, me asseguro de usar a quantidade menor para que a lixeira mostre o uso de alguns dos produtos.

Antes de chegar o dia das compras para a casa, pego uma cópia do recibo. Examino meu cartão de trocas para que o recibo possa ser conferido no computador. Como ele não está em casa quando vou à loja, não vê que devolvo as mercadorias e troco por dinheiro.

Cortei o forro da bolsa de Marisa e oculto o dinheiro ali, assegurando-me de manter a abertura escondida, alinhando o tecido com o dinheiro. Isso levou tempo, mas com umas poucas contagens, e em três anos, descobri que havia conseguido uma pequena poupança. Não estou pronta ainda, mas é melhor que nada.

As coisas realmente estavam indo bem, considerando tudo. Essa deveria ter sido a minha primeira pista de que algo estava errado. Como perdi as pistas antes desse momento?

Volto para a casa do supermercado e enquanto guardo as compras, escuto um barulho lá em cima. Marisa está com Jamie, minha única amiga nesta vida louca. Ela vai mantê-la até que acabe de armazenar os suprimentos, e então vai me devolvê-la. Consequentemente, não deveria haver nenhum ruído na casa, exceto o meu.

Tentando me convencer que estou ouvindo coisas, continuo na minha tarefa. No entanto, os gemidos soam novamente, e sigo o barulho, pensando que alguém invadiu a casa.

Só que não é isso.

Não, vou ao quarto, o mesmo quarto que compartilhei com Monte, noite após noite, por anos e agora atada à minha cama está uma jovem loira grávida.

“Hailey, que porra é essa?” Monte grita à medida que continua penetrando a mulher sem perder o ritmo.

Minha boca se abre e fecha. Toda essa situação só vai de mal a pior. Que porra devo responder? Não dou a mínima par o que está acontecendo aí, exceto pelo fato de que não usa preservativo, mesmo comigo parada ali, e na minha maldita cama!

A garota morde o lábio inferior, gemendo como fosse uma experiente estrela pornô e me observa enquanto meu marido continua seu ritmo. Parada ali, imóvel em choque, minha única reação é ficar boquiaberta.

Então, a garota sacode a cabeça vigorosamente, como se estivesse lutando contra o clímax e Monte volta sua atenção para ela, penetrando mais forte enquanto ela grita de prazer. O tempo todo, eu luto contra o vômito.

“Não se preocupe; esse bebê não é dele.” A garota tranquiliza.

“Acha que isso me preocupa?” Dou risada dos dois. Então, sem dizer mais nada, viro e saio do quarto. Tentando acalmar minhas mãos trêmulas, tento pensar.

O que foi isso?

Que desastre!

Ele está usando proteção?

O que o futuro me reserva?

Sou uma prostituta, uma com um único cliente. Ele me rebaixou a este ponto. Uma vez, ele me disse que eu era demais para resistir, que ele fez isso porque tinha que me ter. Sentir-me como um prêmio era melhor do que me sentir uma posse. Mas, não sou o prêmio de ninguém. Sou uma puta e em cada golpe dentro da buceta dela, é um a menos na minha para quitar minha dívida.

Que vida doente e torcida vivo. Que desastre gigante de manipulação.

A raiva ferve dentro de mim, e a vergonha me inunda quando meu último pensamento me atinge.

Minha filha teria visto isso? Ele não sabia que ela não estava comigo. E se entrou correndo pelo quarto me procurando como faz na maioria dos dias? Como explicaria isso a Marisa?

“Oh, minha princesinha, papai só está apenas se divertindo com uma amiga... na cama da mamãe. Não se preocupe.”

Apesar de sua falta de sentimentos paternais, apesar de arruinar nosso casamento, nenhum filho precisa ver o ato de adultério de um de seus pais em casa. Estragar por completo minha vida, para mim está tudo bem. Agora, mexer com a porra da cabeça da minha filha, nem pensar!

Que merda vou fazer agora?

Passo meus dedos distraidamente na bancada de granito da cozinha, tentando criar um plano, porque esperar não é mais uma opção.

Os cliques dos saltos da desconhecida no chão de madeira da entrada deixa-me saber que está indo, ao mesmo tempo, ouço um táxi buzinando. Acho que Monte a trouxe aqui e tinha a intenção de levá-la para casa. Ele chega e sai sem motivo ou razão. Com vários veículos na garagem e na frente, não teria como saber que estava em casaquando voltei com as compras.

Entra na cozinha, lava as mãos e não me diz nada e nem eu me movo. Quando seu braço passa em torno de minha cintura, me puxando contra ele, de costas para sua frente, congelo. Meu estômago dá voltas enquanto ele afasta meu cabelos dos ombros e pescoço. Inala meu cheiro e seu gemido vibra contra a minha pele exposta.

Quero vomitar.

“Você gostou de observar, Hailey? Eu gostei de ver você assistindo.”

“Você está falando sério?” As palavras escapam
da minha boca antes que possa detê-las.

Agarro o balcão enquanto me puxa firmemente contra ele, seu aperto agora é firme e quase doloroso.

“Muito sério. Na verdade, não quero que apenas olhe, quero que você participe.” Gentilmente morde o lóbulo da minha orelha e cambaleio para frente, tentando colocar um espaço entre nós. No entanto, é maior e mais forte, e minha tentativa é um fracasso, enquanto rosna em meu ouvido: “Eu quero ver seus cachos dourados espalhados por suas coxas enquanto você a lambe como um homem sedento no deserto.”

Sua ereção pressionando em minhas costas me permite saber quão sério fala e a cozinha gira enquanto luto para manter o conteúdo do meu estômago.

“E se não aceitar?” Bravamente pergunto, enquanto o medo preenche minhas veias.

Sua mão sai da minha cintura e desliza para cima no meu corpo até que envolve firmemente em volta do meu pescoço, mas não apertando e sim advertindo.

“Você não tem uma vida ruim, Hailey. Você já não está vivendo “os duros golpes” e ainda assim você realmente quer me negar alguma coisa?” Seu aperto se intensifica no meu
pescoço. “Você quer me fazer o vilão aqui...”

Não digo nada enquanto continua apertando o meu pescoço, meus pulmões queimando, enquanto corta meu suprimento de ar.

“Sou a porra do seu herói, Hailey.”

Não posso respirar. A cozinha gira. Dói, a queimadura, o ardor. A adrenalina corre dentro de mim, enquanto meu corpo luta por instinto, abro e fecho a boca rapidamente, mas nenhum oxigênio entra. Essa é a forma como tudo vai terminar.

Então, há um ruído a minha esquerda na porta lateral, e Monte de repente me solta empurrando para longe enquanto escuto Marisa e Jamie entrar.

Meu futuro pisca diante dos meus olhos enquanto me viro para a pia para esconder as lágrimas da minha única amiga e, mais importante, da minha filha. Meus pulmões se enchem de ar dolorosamente enquanto respiro lentamente.

“Mamãe, mamãe.” Marisa corre para mim e abraça minha perna enquanto lavo as mãos e jogo água no meu rosto.

Ela não pode me ver neste momento de fraqueza. Serei forte por ela.

Enquanto a pego e abraço, Jamie olha para mim e balança a cabeça assim que Monte retorna para a cozinha.

“Bem, bem, bem, parece que escolheu o momento perfeito, Jamie.” Com suas palavras, minha amiga visivelmente estremece, e meus olhos se arregalam quando olho entre eles. “Alex disse que você quer deixá-lo. Ele falou que terão uma audiência de separação.”

Jamie queria deixar o marido, não é nenhum segredo. Ele não é como Monte, porém. Eles simplesmente não estão mais apaixonados. A audiência de separação é algo que deliberadamente escondi de Monte, com o medo de que me separasse da minha amiga. Obviamente, julguei mal Alex e sua capacidade de manter a boca fechada.

“Também parece que minha esposa não quer continuar com os seus deveres aqui.” Ele se vira para mim. “Tenho uma reunião com um cliente. Se você quer sair, vá antes que eu retorne, Hailey.”

Sinto um frio no estômago. Passo Marisa para Jamie e sigo Monte enquanto caminha para a garagem, sem sequer olhar para sua filha.

“Está falando sério?”

“Tenho falado sério durante todo o dia, Hailey.”

“Posso ir?”

Ele sorri maliciosamente para mim. “Claro. Eu segurei uma arma na sua cabeça para fazer você ficar? Ameacei sua vida para casar comigo? Não, isso é um acordo de negócios, um que não está mais funcionando. Você pode sair.”

Quero pular de alegria, mas o conheço bem.

“Qual é o truque?” Meu corpo treme com antecipação.

“Não há truque. Você me deve e vai pagar. Se não o fizer, o preço será muito alto para o seu precioso coração resistir a ele, querida Hailey.” Ele se vira e caminha para mim. Cara a cara, olha para mim, e curvando o queixo, acrescenta: “Essa garotinha foi meu presente para você, assim poderia ter algo próprio, mas pode ser removida com a mesma facilidade que foi dada. Estarei em contato.”

Ofego.

“Bem vinda de volta, Hard Knocks.”

Sem outra palavra, ele se vira e entra em seu carro.

Merda, o que eu fiz?


Capitulo 05

Morrison


O Strip.

Enquanto entro no Aria, penso em como me tornei um cara assim, alguém que ama as coisas mais finas, um olhar sagaz. Adoro o lugar. Abriga o espetáculo do Cirque du Soleil de Viva Elvis. A porra do lugar está repleto jovens senhoras com muito dinheiro e extremamente excitadas. Adicione álcool à mistura você pode pegar algmas belas bundas comprometidas.

Bunda comprometida casou com seu amor do colegial, porque estava apaixonada. Então teve filhos, enquanto ele trabalhava em tempo integral. Bunda comprometida provavelmente tem uma casa, de duas a cinco filhos e um homem velho em casa lidando com os adolescentes, enquanto ela está curtindo um “fim de semana de meninas” porque finalmente descobriu que estava vivendo uma vida estereotipada que cada menina cresceu pensando que queria.

A porra do conto de fadas que quase nunca se realiza e termina com dez quilos de gordura acumulados na bunda, que o homem em sua casa já não tem mais interesse em foder. O idiota está bem resolvido. O homem em casa está pouco se fodendo para essa bunda e é mais provável que esteja sentado na frente de seu laptop, jogando Cyclops enquanto olha para algumas jovens.

Bunda comprometida é a menina sentada na mesas, rodeada por três ou quatro amigos que a estão animando a beber algumas bebidas para se soltar e ganhar valor suficiente para chegar em um cara como eu.

Bunda comprometida é a mulher que criou seus filhos com amor, enquanto seu marido estava com seus amigos, ainda desfrutando de sua juventude. Em última análise, cansada desse estilo de vida, está pronta para viver um pouco por si mesma.

Seus filhos cresceram o suficiente para limpar suas próprias bundas, soar o nariz, limpar seus quartos, e talvez até mesmo ajudar um pouco no serviço de casa. Seu marido fica deitado no sofá, assistindo UFC enquanto come uma fatia de pizza e bebe uma cerveja antes de adormecer.
Enquanto isso, ela está na banheira, se depilando e ficando apetitosa, apenas para encontrá-lo dormindo quando estiver pronta para ir cama, na esperança de gozar esta noite.

Ela não só quer ser fodida, mas fazer valer a pena a infidelidade. Ela quer gozar e não apenas uma vez. Ela quer ser tocada com o dedo no elevador, e em seguida, tirar suas roupas antes mesmo de chegar ao quarto. Em seguida, quer ser jogada na cama e penetrada duro para explodir várias vezes, de modo que pelos próximos vinte anos, enquanto o marido está levando dez minutos obrigatórios para bombear dentro e fora, ela pense sobre “esse tempo em Las Vegas”.

Estou absolutamente certo de que algumas mulheres têm pensado em Caldwell, o único nome que sempre lhes dou, quando seu marido se goza muito rápido dentro da mulher que ele prometeu cuidar.

Que se foda tudo. Que se foda o casamento. Que se foda s pessoas decepcionantes que deveriam amar. As mesas são minhas cadelas.

Vim até aqui para ganhar algum dinheiro, ter meu ego acariciado e em seguida, passar para o próximo lugar. Ganho algumas centenas de dólares, não é um mau começo para a minha noite.

Meu carro aparece na minha frente e olho para ele. Está perfeito, por isso meu amigo ganha um tapinha nas costas e cinquenta doláres. Pode parecer muito, mas também trabalhei por gorjetas.

Sigo para o Cosmopolitan e faço o mesmo ritual: entrego minhas chaves, dou gorjeta, converso com eles e e eu os trato como seres humanos, porque é exatamente o que eles são.

Decido mudar um pouco as coisas e jogar roleta, seguido por blackjack. Faço bem, ganho algum dinheiro e consigo uma senhora finamente vestida tentando me distrair com seu decote e sua mão na minha coxa por debaixo da mesa.

“Você já encontrou o que está procurando?” Pergunto, enquanto sua mão sobe por minha coxa.

“Ainda não. Mas vou.”

“Oh, já vejo como isso vai ser. Você quer ser à no comando, certo?”

“Eu amo tomar a iniciativa.” Diz antes que seus dentes acariciem seu lábio inferior.

A menina é uma mordedora e muito, muito dominante para o meu gosto.

“Olhe para mim, linda.” Ordeno.

“Sim. Estou olhando, e estou sentindo.” Responde.

Paro sua mão antes que ela atinja a mina, cobrindo-a com a minha.“Olhe mais profundo. Você vê um homem que gosta de ser submetido?”

“Eu prometo que você vai gostar do meu controle.” Ela diz enquanto tenta puxar sua mão.

Tenho mais força e puxo-a para os meus lábios, beijando as costas de sua mão, e, em seguida, a coloco sobre a mesa.

“Não gosto de receber nada. Eu gosto de tomar.”

Ela é desencorajada por isso. Como posso saber? Ela demonstra. Seus ombros caem e, em seguida, olha diretamente para o carteador de cartas.

Mulheres dominantes não são o meu estilo. Eu as tive e sempre foram experiências. Você dorme com uma feminista dura e perversa que pensa que não vai apenas montar seu pau, mas que o vai dirigir. Bem, ela tem outro pensamento vindo, mas ela mesma não vai conseguir gozar.

A última menina dominante com quem transei, honesta como a merda, tentou empurrar seu dedo mindinho na minha bunda.

Não, obrigado.

Para chegar até mim, preciso que haja suavidade nelas. Sou todo homem. Eu gosto do jogo, um pouco de busca e captura. Se uma mulher está interessada, é ótimo. Se ela for muito afoita, costumo fugir. Amo o estranho, mas não tão estranho.

Quero seduzir uma mulher. Quero deixá-la molhada e devassa. Quando me estabelecer, será melhor que seja com toda uma mulher: em mente, corpo, alma e desejo. Será melhor que esteja preparada para dar e receber prazer. Não tive ainda uma mulher assim, porque estão muito ocupadas tirando tudo de mim.

O corpo é uma coisa bonita, e eu amo as coisas belas. Quero assegurar de que quando saia pela minha porta, saiba que teve bem e em abundância.

Olho para baixo e levanto minhas cartas o suficiente para ver os dois às. As escondo, acrescentando umas fichas à aposta e logo o crupier vira cada uma.

“Estamos com bastante sorte, né?” Pergunta a garota com a mão errante.

“A sorte não tem nada a ver com isso.” Volto minhas cartas e dos blackjacks, uma vitória com os reis.

Esse é um dos meus caprichos também. Os reis da mesma cor me dizem que devo me contentar com o que tenho, assim recolho minhas fichas e começo a ficar de pé.

Ela me olha e dá de ombros.

“Você perdeu.”

“Baby, eu sou um vencedor todo o tempo maldito, e minha noite não acabou, talvez eu possa te achar novamente.”

Vou embora, com mil e duzentos dólares em duas horas. Não tinha planejado ficar tanto tempo, mas saio vitorioso.

Vendo meu carro se aproximar e parar ao meu lado, aceno para o menino puxar para frente, porque não posso inspecioná-lo completamente se está nas sombras. Quando ele para, passo por ele, em seguida, lhe dou uma nota de cinquenta e saiu. A última parada da noite terá que ser Caesars.

Entrei para descobrir que o lugar está cheio, então olho ao redor e procuro uma mesa vazia, mas não vejo nenhuma. O que vejo é um grupo de quatro garotas que me devoram com os olhos, e essas meninas são ricas. Não só posso ver, mas quando uma caminha em minha direção, posso sentir o cheiro.

Olho para baixo e vejo os dedos perfeitamente cuidados que sobressaiem da sua Fendi. Lentamente eu olho para cima para ver as pernas que são lisas e douradas. Sei muito bem que são recém-depiladas. Sua pequena saia preta atinge acima dos joelhos, mas não muito alto. Ela está vestindo um top rosa de seda. Seu longo cabelo preto está em ondas soltas, e seus olhos castanhos escuros encontram meu olhar. Ela é elegante, em uma espécie de primeira classe.

Suas amigas passam por ali, todas me observando, avaliando. Ela está interessada, e elas sabem disso. Isso é o que faz uma bunda de primeira classe. Não toma decisões por conta própria. Não, elas têm um pequeno conselho de administração debutante.

Observo enquanto elas acenam para ela busca de aprovação de sua amiga. Pelo que diz respeito a ela e suas amigas, isso não será um desafio: definitivamente conseguiria um pedaço dessa bunda quatro vezes aprovada.

Mas esse jogo não é suficiente para mim. Apesar de que eu gostaria de aproveitá-lo, ela não ganhou o direito a esse passeio, ainda não, de qualquer jeito. Consequentemente, quando vejo uma vaga em uma mesa, decido ignorar a primeira classe e fazer o trabalho para o qual vim.

Assim que minha bunda senta na cadeira, as cartas do crupier vão para a mesa e as pego. Cinco cartas em minha mão, duas rainhas e um valete. Não são boas probabilidades, mas tiro algumas fichas extras para a pilha e aumento a aposta. Então pego três cartas, mantendo minhas rainhas e recebo três em troca. Agora tenho outra rainha e um ás na mão, três de um tipo, é o mais alto.

Uma sensação de calma me invade. Sei que vou ganhar, e quando faço, olho em volta para ver o mesmo grupo de garotas me olhando.

Ainda não interessado nelas ou sua amiga, decido terminar a noite nas mesas. Tenho o suficiente para colocar este jogo em espera. Caminho para a janela para trocar minhas fichas.

Ela não está no meu caminho direto, mas com alguns movimentos, aparece na minha frente, olhando-me com expectativa.

Esbarro contra ela enquanto passo, ela não faz nenhuma tentativa de se mover, me dando um sopro de seu dinheiro com um toque doce do seu perfurme caro.

Depois de trocar minhas fichas, vou para a saída decidindo ir para a Omni já que a noite é uma criança.

Um caleidoscópio de luzes cai em cascata através da parte principal do clube e um DJ toca uma melodia que atrai a multidão enquanto caminho. Este lugar tem quatro ambientes, arquitetonicamente impressionante. Entre seu teto de cúpula e os pilares está cheio de bundas bonitas dançando, girando...é elétrico.

Mas não vou para a pista de dança. Caminho para o bar.

“Água com gás, por favor, com gelo.” O cara olha para mim divertido. “Ouça, cara. Darei uma boa gorjeta, não importa o que eu beba.”

Ela acena, em seguida, vai pegar o meu pedido.

Enquanto espero, vejo as meninas de mais cedo seguindo para a pista de dança. Enquanto dançam, olham em volta, tentando não ser óbvias. Porém, quando uma das garotas me encontra, todas se reúnem em um grupo — o conselho de decisões.

Viro de frente para o bar e momentos mais tarde, tem alguém ao meu lado. Não preciso perguntar quem é, tampouco — sinto o cheiro. Ela está determinada. Vou lhe dar isso, e, possivelmente, o orgasmo que obviamente está procurando.

Olho para o balcão, onde suas mãos estão descansando e vejo uma pequena marca onde antes havia uma aliança. Olhando para cima de novo, vejo seu sorriso.

“Você quer ir para minha casa?” Pergunto, sabendo que me dirá alguma coisa. Continuará tentando jogar este jogo, ou vai deixar que o jogador dirija a mesa?

Ela parece acanhada, mas depois sorri.

“Tenho um quarto aqui.”

Assinto, então tomo um gole, sem nenhuma pressa para dizer se estou interessado ou não. Isso não fica bem em seu pedestal presunçoso e simplesmente o inclina um pouco, fazendo-a um pouco vulnerável, que é onde precisa estar.

Ela se move, um pouco menos auto-confiante, e me viro para olhar para ela, da cabeça aos pés. Estou julgando como uma apresentação de leilão enquanto ela fica ansiosa, esperando por minha resposta. Não dou uma, embora.

Tenta conseguir um pouco de controle de novo, perguntando: “Tem namorada?”

“Não tenho relacionamentos.” Digo honestamente, antes que a merda caia e mostro logo que não sou um prêmio que possa levar para casa para conhecer o papai.

“Fiquei solteira recentemente também. Nenhum desejo de pular para outro.”

“Ok.” Tomo outro gole, depois pego sua mão e a levanto, esfregando meu polegar por seu pulso. Ela toma respiração profunda e olha em seus olhos. “Vamos para o seu quarto e a farei esquecer tudo sobre ele. Quando voltar para casa, poderá se lembrar dessa noite e saborear seu segredinho sujo. Porque o que acontece em Vegas fica em Vegas.”

 

 

 

 

 

 


Capítulo 06

Hailey

 

Tudo aconteceu muito rápido. Jamie realmente pediu o divórcio ao marido e e ele prometeu providenciar para que ela tivesse uma espelunca de apartamento para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou ajuda financeira, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para a espelunca. O que ele não sabia era que ela estava tomando aulas on-line há anos e tem um diploma em faturamento médico, e já tinha conseguido um emprego para se manter.

Tudo aconteceu tão rápido. Jamie realmente pediu o divórcio do marido, e ele prometeu providenciar para que ela tivesse um apartamento de merda para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou-a financeiramente, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para o shithole. O que ele não sabia era que ela estava cursando aulas on-line há anos e obteve um diploma em faturamento médico, e ela já arranjou um trabalho para que possa avançar.

Bem, algo assim.

Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Não importa o quão maldita sua situação com ele, independentemente dos jogos que ele está brincando com ela financeiramente, eu só tenho que agradecer que ele lhe ofereceu um apartamento de dois quartos, embora nenhum de nós nunca esperasse que eu terminasse em seu lugar com Marisa.

Até onde sabemos, ninguém mais sabia do seu pedido de divórcio — Alex havia pedido que mantivessem as aparências até que tivesse certeza de que realmente queria abandonar a vida que tinham juntos. Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Independente do tipo de jogo com o qual ele joga financeiramente com ela, só tenho que agradecer por ter lhe dado um apartamento de dois quartos, embora ninguém esperasse que eu fosse terminar morando neste mesmo lugar com Marisa.

Só me permitiram ser amiga de Jamie porque Alex estava profundamente endividado com Monte. Seu negócio precisava de um investidor e Monte cumpriu esse papel, convertendo-se em seu investidor a longo prazo e um sopro de vida para sua sobrevivência financeira.

Equilíbrio de poderes mais uma vez.

Com Jamie não querendo continuar seu casamento com Alex, Monte perde seu poder de manter minha amiga na linha pelo bem de seu marido. As balanças não se movem a seu favor.

Deveriámos saber que Alex diria a Monte. Não manteria esse tipo de segredo do homem que o tem pelas bolas.

Minha recusa em abrir nosso quarto para participantes adicionais inclinou a balança. E não a seu favor. Em vez de ceder, ele me jogou de lado. É engraçado como permanecer fiel representa um compromisso. É apenas mais um exemplo de como meu mundo é fodido.

Assim que o Monte saiu para a reunião, empacotei o que pude. Deixei minha aliança de casamento na cômoda, com aesperança de que de certo modo não lhe devesse a jóia, cujo preço obviamente não significam nada para ele.

Estava com Marisa a três dias no apartamento fodido de Jamie quando a polícia chegou. Os dois oficiais me informaram que, apesar de Monte ter relatado meu carro como roubado, se pudessem recuperar o veículo, eu poderia evitar suas acusações.

Mesmo antes de ter a oportunidade de pensar em minha vida, ela já estava desmoronando. Sabendo que necessitava de dinheiro, e agora de um carro, peguei o primeiro trabalho que encontrei, como garçonete em um cassino. Então, utilizei o dinheiro do supermercado que havia economizado e comprei um carro que tenho que rezar para que funcione toda vez que ligo a chave.

Isso foi há três meses, durante o qual recebi algum tipo de lembrete semanal de Monte de quanto o devo. Marshall, o chefe encarregado por suas cobranças, disse que me conseguiria outros três meses antes de cobrar outra vez o meu pagamento. Assim, agora tenho três meses para encontrar uma solução para meus problemas. Três malditos meses!


O salário é bom, mas, mais do que qualquer coisa, os contatos serão inestimáveis. Monte pode pensar que ele tem as cartas. No entanto, vou seguir muito rápido jogando com sua mão. Mamãe não me criou para desistir. Independentemente das nossas circunstâncias, ela não desistiu, continuou jogando com todas as mãos que a vida lhe trouxe não importando as probabilidades contra ela.

Minha mãe estava longe de ser perfeita, mas ela era uma lutadora. Apesar de como as coisas eram ruins, sempre foi para frente, ainda que não fosse o caminho certo.

Marisa e eu jogaremos nossa mão, e quando as cartas forem dadas, de alguma forma, vamos entrar e ganhar dinheiro. Vou pagar cada centavo que devo a Monte para poder andar com minha menina preciosa, livre e protegida.

De alguma forma, eu vou.

“Vamos, Flounder7, é hora de sair.” Jogo as varas de um brinquedo de pescaria na banheira para ela. Esta semana estamos na Pequena Sereia. A próxima semana, será Cinderella... novamente.

Tiro minha filha da banheira para secar, e ela sorri docemente, momentaneamente, removendo o estresse do meu dia.

Depois de loção, pijamas, cabelo e os dentes escovados, nós deitamos na cama no quarto de hóspedes da minha amiga fiel. Dói no coração pensar no que deixamos para trás, mas que não era seguro. Vivo e respiro para a menininha ao meu lado. Nada nunca a machucará, custe o que custar.

Ela olha para baixo quando seus olhos seguem o meu dedo, maravilhando-se com cada palavra que leio em voz alta. “Histórias para dormir” é como ela chama isso. Momentos preciosos para mim.

“E eles viveram felizes para sempre... fim.” Corro meus dedos através de seus cabelos macios.

“Outra vez, mãe?”

Como posso dizer não a isso?

Depois de se aconchegar em mim, começo a nova história enquanto desliza suavemente para o país dos sonhos. Ah, se fosse assim tão fácil ...

Olho para o relógio de cabeceira e suspiro, sabendo que só tenho trinta minutos para ficar pronta para o trabalho esta noite, antes de sair e deixar Marisa com Jamie.

Um dia, não terei excesso de esforço sem tempo para descansar.

Um dia, não guardarei um segredo de minha filha.

Um dia, simplesmente seremos capazes de ser Marisa e eu.

 

Bastardos de terno, galanteadores idiotas. Todos! Isto é temporário, é apenas um trabalho. Momento a momento, eu só tenho que passar por mais um dia.

Meus pés doem com cada passo que dou em meus saltos altos e preciso fazer uma pausa enquanto puxo minha saia.

Uniforme de garçonete desprezível. Esses idiotas pensam que ele é feito para facilitar o acesso. Também pensam que podem me tocar onde e como eles querem para que eu possa ganhar mais gorjetas.

Um dia, isto será uma mera lembrança. Por agora, tenho que continuar trabalhando no casino. Este é um meio para um fim. Felizmente, é aquele que paga bem, mas estou absolutamente certa de que não é fácil. No entanto, não posso deixar que me derrube.

Olhos no prêmio. Conseguir contatos e entrar nos jogos clandestinos. Jogar um torneio.

Ganhar.

Pagar a dívida. Concluir. Retomar a vida.

Minha mãe sempre disse: “Os rapazes não vão gostar se ganhar deles, Hailey Sue. Você tem que jogar duro, jogar de forma inteligente e atacar o homem certo. Conheça o seu lugar, querida.”

“Sim, mamãe, e funcionou para você?” Murmuro ao ar seco de Las Vegas à minha volta. Em seguida, solto um suspiro de frustração enquanto sigo para o meu carro.

Tem que estar brincando comigo agora!

No momento, em que acho que esta noite não pode ficar mais longa, com certeza ela ficará. Um desses filhos da puta estacionou o carro atrás do meu, bloqueando a saída. Estou certa de que seu Porsche não ficará tão perfeito quando deixar uma impressão do meu pequeno Nissan na porta do passageiro.

Seguindo o meu carro, abro a porta manualmente, já que o alarme da chave não funciona mais. Aborrecimento me consome enquanto tiro os saltos e piso no cascalho. Neste ponto, não ligo para a sujeira no chão — meus pés doem, minha vida é um completo desastre e esta noite parece nunca ter fim.

Jogo minha bolsa na parte de trás, enquanto pego a minha mochila. Abrindo, coloco camiseta sobre a minha saia, agarro uma camisa velha e cubro meu sutiã, mal cobrindo meus seios, em seguida, começo a puxar os grampos do meu cabelo. Uma vez que libero meu cabelo de seu penteado elegante, faço rapidamente um coque bagunçado em cima da minha cabeça.

Não sou glamurosa.

Uma vez que ajustei meu visual da vida profissional para a vida real, espero.

Ansiosamente, espero.

Se esse cara estiver em um torneio e vencer, poderia ficar aqui toda a porra da manhã. Indo para o carro que bloqueia a minha fuga, corro meu dedo de unha perfeitamente feita sobre a borda da beleza.

Um dia, serei como esses idiotas endinheirados. Um dia, vou estacionar o meu carro onde diabos eu quiser, sem qualquer consideração que seja rebocado, batido ou roubado.

Deve ser bom, não se importar em perder cem mil dólares.

Gostaria que o dinheiro fosse tudo o que estava em jogo para mim, mas algumas pessoas podem não ter tanta sorte, certo?

Estou correndo o dedo ao longo do porta-malas, quando escuto um assobio atrás de mim.

“Tire suas fodidas mãos do meu carro!” Um tolo em um terno vem correndo, resmungando algo sobre não ter seu habitual manobrista.

Bem, idiota, estacione o seu próprio carro e você não terá que se preocupar com o serviço de manobrista estacionando no lugar errado.

“Oh, o que há de errado? Você tem medo que eu possa sujar o seu ‘precioso’ aqui? Não gostariamos disso agora, certo?” Zombo dele, movendo um dedo no ar antes de colocar de volta no carro. O acrílico nas minhas unhas não faz remotamente nada para arranhar a pintura do veículo, mas faz o iditota correr mais rápido.

“Porra! Está louca? Esse carro custa mais que a casa de algumas pessoas.”

“Louca? Nop. Irritada como o inferno? Pode apostar.”

Ele olha para mim, inclinando a cabeça para um lado como se estivesse realmente me estudando. Em seguida, põe a mão sobre o peito em dor simulada.

“Esta irritada comigo? Por que você ficaria chateada comigo, Baby?”

“Baby. Para o inferno com ‘baby’. Pareço uma porca para você?” Olho para minha roupa velha, em seguida, levanto a mão para evitar a sua resposta. Pareço uma porca. E, basicamente, não posso arriscar estar em guerra com qualquer jogador no subsolo, então é hora engolir meu orgulho novamente. “Não responda a isso. Acho que estamos começando com o pé esquerdo.”

Estendo minha mão para ele e me coloco em modo doce da melhor maneira possível. “Sou Hailey. Trabalho lá e acabo de terminar meu turno. Saí, pronta para ir para casa... mas parece que você está me bloqueando.” Posso ser doce ao mesmo tempo que lhe digo para mover seu estúpido carro. Espero que ele possa se calar e podemos seguir em frente.

Seus olhos brilham com humor enquanto toma minha mão na sua, me dando um aperto de mão firme. “Pode me chamar de Caldwell.”


Capítulo 07

Morrison


Pode me chamar de Caldwell, de paizão, me chame do que quiser, contanto que esses malditos lábios vermelhos estejam em torno do meu pau.

Depois de olhar para mulheres extravagantemente vestidas por toda a noite, mesmo considerando algumas para foder, esta garota é como um pedaço exótico e sujo. No entanto, não suja da maneira que pensam. Ela não parece ter um arbusto entre as pernas típico dos anos oitenta ou um cheiro desagradável que me faz querer vomitar só de pensar nisso. Quero dizer, vamos ser honestos: tive minha quota encontros ruins, se sabem o que quero dizer. Do tipo que fede e é insuportável, especialmente porque você sabe que tem que terminar o trabalho com um uma falsa ação, que é como começaram.

Ela? Suas roupas estão fodidas, seu cabelo bagunçado e enfiado em um dos penteados do tipo ‘não dou a mínima’, que normalmente não seria o meu gosto. Seu cabelo é castanho e pesado, e apenas quero dar uma de Capitão Caverna sobre ela, em seguida, arrastá-la através dessa confusão grossa à rocha mais próxima, dobrá-la, e penetrá-la com esse coque frouxo.

“Já tomou café?” Pergunto, implorando na minha cabeça para ser tão rebelde como ela aparece em seus pés descalços no cascalho. Porra, isso normalmente me incomodaria, mas não agora. Eu quero ouvi-la dizer com aquela voz rouca de Miley Cyrus, ‘Caldwell, estou faminta. Vamos pular o jantar para que eu possa chupar você, aqui e agora.’

“Você está brincando, certo?” Ela enfia os dedos na minha cara. “Olhos aqui em cima, Slick.”

Levo meu tempo olhando para seus seios. Por que a pressa? Você não vai para a loja de animais e imediatamente diz: ‘Sim, eu vou levar esse.’ De alguma forma você dá uma olhada para o gatinho em primeiro lugar.

“Ei, Slick, não há nenhuma chance no inferno que eu deixe um cara como você tentar me pagar o jantar e depois sei lá o que. Então, por que não...”

Levanto um dedo. “Shh... só estava pensando sobre a sobremesa.”

“Sério? O que faz você pensar que eu deixaria?”

Finalmente olho nos olhos para vê-la mastigando o lábio. “Deixar? Eu não estava pensando em mim, querida. Estava pensando no cocktail de Caldwell que vou deixar você provar.”

Ela solta uma risada irritante. “Sim, bem, acho que o menino bonito foi rejeitado pela alta sociedade lá, então, deixe te dar conselhos. Elas te olham e veem um cara que gasta a mesma quantidade de tempo na frente do espelho
quanto elas. E estão pensando: Porra, ele é gostoso, mas com uma cara como essa, provavelmente não seja tão generoso. Assim, enquanto você achava que te daria um boquete, eu estava pensando em colocar minha buceta em seu rosto para ensinar uma lição sobre como uma mulher quer realmente que o homem seja um maldito homem.”

“Eu sou todo um homem.”

“Aposto que sim.” Ela solta uma risada.

Você está mordendo o lábio; seus mamilos estão duros; sua buceta provavelmente está encharcada...” Ela não me para, então continuo. “Você quer me foder tanto quanto eu quero foder você.”

“Eu gosto de foder, mas novamente, eu quero um homem entre as pernas para me assegurar que tirar minhas roupas não foi uma perda de tempo.”

“Temo que, quando chegar aí em baixo, possa encontrar um conjunto de bolas.”

“Por que você não vem aqui e verifica?” Ela me desafia.

Levo cerca de dez segundos para pressioná-la sobre o capô do meu carro. Assim que fico entre suas pernas, sua mão já está em meu pau.

Isso vai acabar mal.

Agora.

O moletom me lembra da escola secundária, de fácil acesso, e estava certo, ela está encharcada. Meus lábios pressionam contra ela enquanto meu dedo desliza em sua abertura quente. Ela puxa o ar e beija mais duro.

Seus lábios são suaves como pequenas almofadas de pelúcia, e o falar sujo de sua boca acrescenta mais tesão a merda. Quero mais.

Empurro minha língua em sua boca, e porra se não tem gosto de céu. Ela tem gosto bom, cheiro bom, é gostosa, e estou duro como o inferno.

Coloco minha mão livre sob sua cabeça, porque de repente quero ter certeza de que não estou batendo sobre o capô do carro. E, filho da puta, nem sequer me importa o carro.

Preciso de mais. Minha boca cobre a dela e minha língua mergulha em sua boca novamente. Subo e desço a minha língua, mais lento neste momento.

Com uma voz rouca como a dela, eu teria pensado que era uma fumante, mas de jeito nenhum no inferno. Sua boca tem gosto de água da chuva tão limpa caindo do céu direto para a minha boca, sem sequer tocar o chão.

Passo a língua no céu da sua boca, gengivas, dentes, como se queisesse que a minha língua fosse um fio dental.

Que porra há de errado comigo? Que se foda a boca. Eu quero provar sua buceta.

Eu me afasto dela novamente, então passa a mão por suas costas e tiro a outra da calcinha. Chupo meu dedo e rosno quando sinto o gosto da sua umidade doce. Enquanto a levanto, seus olhos se abrem, e se parecem como dois faróis, como se ela estivesse tão surpresa quanto eu.

“Você é gostosa.”

Seus olhos ficam baixos, longe dos meus, e temo que esse momento desapareça desapareça antes de terminar —antes mesmo de ter começado.

Eu a levanto pela bunda, e minha pequena Coringa se torna uma boneca de pano. Quase se deixa ir em meus braços enquanto caminho em direção ao carro e abro a porta. Coloco-a dentro, depois a tiro de suas calças e calcinha. Está nua, exceto por sua pequena pista de aterrissagem e minha língua está prestes a se tornar o avião que vai pousar naquela pista.

Empurro-a para trás e desço entre suas pernas. Então vou duro, esperando como o inferno que não saiba o quanto anseio seu gosto. Beijo e mordo o interior de suas coxas enquanto ela se contorce e solta grunhidos que me deixam mais louco.

Coloco minha mão em seu estômago, mantendo-a imóvel, porque sei que se apenas isso a faz reagir da maneira que faz, assim que lhe chupar entre as pernas sensuais vai quebrar em pedaços. Minha língua viaja na pista de pouso enquanto respiro devagar e profundamente, assimilando seu aroma. Quando minha língua separa seus lábios, seus quadris se arqueam e pego sua coxa na mão e segure-a firmemente enquanto coloco minha língua, então passo a língua de trás para frente uma vez e outra. Apesar de não querer, evito seu clitóris, trabalhando, ouvindo seus gemidos, enquanto tenta segurar o grito que sei muito bem que quer deixar sair.

Suas mãos agora estão em punhos em minha camisa, me causando todos os tipos de rugas, tenho certeza, mas, quem se importa? Estou degustando a melhor buceta que já provei — juro por qualquer merda, que vou gozar só de prová-la. Ela se contrai em minha língua com o corpo tenso em todos os lugares, os seus pequenos grunhidos se tornam um gemido abafado, e começo a laber mais forte sua protuberância até que grita “Caldwell” ao céu aberto da noite.

Quando começa a relaxar, e finalmente sou capaz de me afastar de beijar e lamber sua doçura, beijo sua barriga, levantando sua camisa com o meu nariz enquanto vou para o seus seios.

Olho para o rosto dela e vejo que seu braço está cobrindo seus olhos. Quero saber como se parece quando está saciada quase tanto quanto quero provar seus seios, mas algo ressoa em algum lugar e ela se levanta com um pulo. Meu nariz bate o fecho de frente de seu sutiã, e tropeço para trás com a pressão.

“Oh, Deus, desculpe.” Ela diz, puxando as calças e calcinha.

Sai do carro e se fecha rapidamente. “Tenho que ir embora.”

“Ir embora?” Pergunto confuso. “Estamos apenas começando. Permita-me te levar...”

Ela endireita, a dureza em seus olhos retornando.

“Queri...”

“Eu não sou sua querida.”

“Tranquila, tigresa.” Pego sua mão antes que ela possa escapar, agarrando-a e puxando-a contra mim. “Eu prometo que vai ser o melhor dia da sua vida. Não saia correndo agora.”

“Eu não te devo nada.” Diz.

Puxo-a mais contra mim para que possa sentir o quão duro estou por ela. “Você não me deve nada.”

“É isso mesmo, não devo. O fato de que você acabou de fazer gozar alguém que só teve um pau dentro dela sempre deve ser considerado como um presente, uma iguaria, um...” Inferno.

Giro minha mão em seu cabelo e puxo seus lábios contra os meus. Minha língua começa a traçar as contusões invisíveis que devo ter causado, e começa a relaxar novamente até que outra buzina quebra o nosso momento.

Ela se afasta, olha para além de mim, e depois vai embora.

“Tenho que ir embora.”

“Espere.” Agarro a mão dela. “Jantar mais tarde? Uma bebida? Seu nome?”

Ela olha confusa, depois seus olhos endurecidos estão de volta.

“Siga-me.” Ela começa a caminhar em direção ao beco e a sigo.

Não vou voltar atrás por nada neste momento.

Ela para e me empurra contra a parede de tijolos.

“Depois disto, estamos quites.”

“Depois do qu...” Ela me solta e está de joelhos diante de mim, antes que eu possa dizer outra palavra. “Oh, inferno. Não pare.” Rosno.

Não faz. Ela me chupa como ninguém, sua língua traça a cabeça do meu pau, em seguida, desliza ao longo do meu eixo enquanto baixa minha calça. Agarra minhas bolas e geme com apreciação, o que me deixa excitado como o inferno. Ela as rola em sua mão enquanto suga tão forte que já estou sentindo o calor do meu gozo se espalhando por mim como incêndio.

“Se você não quer o cocktail Caldwell, é melhor parar.” Assobio.

Chupa mais duro, e estou gozando, vendo as luzes brilhantes da Strip de Las Vegas. Então a sinto subir minha calça e me arrumando. Uma primeira vez para mim. Estranho? Um pouco, mas legal, também.

“Baby.” Começo e ela se afasta. “Cristo.” Agarro a mão dela. “Por que diabos a pressa? Não terminei com você.”

“Estamos quites.” Diz enquanto começa se afastar com minha mão ainda na sua.

“Estamos contando?” Sorrio.

“Obrigação e recompensa.” Engole com dificuldade. “A vida é tudo sobre...”

Ela para quando a viro para mim. Juro que seus olhos estão cheios de lágrimas, mas por outro lado, poderia ser o fato que meu pau estava penetrando sua garganta.

“Então, lhe devo um grande momento.”

Ela inclina a cabeça para um lado, enquanto me estuda, mas, em seguida, se vira e me dá a mão.

A sigo até seu carro e abro a porta antes que ela possa fazê-lo.

“Mamãe criou um cavalheiro, entendo.”

Olha para o chão enquanto entra em seu pequeno carro. Então, me inclino, pego o cinto de segurança e passo ao redor dela e fecho.

“Eu quero o seu nome.”

“Preciso ir embora.” Ela diz quando liga o carro. “Por favor, feche a porta e vá para o seu carro.”

“Apenas o seu nome...”

“Chame-me azarada.”

“Eu não acredito nisso nem por um segundo.”

“Acredite.” Sussurra baixo ao mesmo tempo em que coloca seu carro em marcha.

Deixo-a ir, porque sei que acaba de ter um momento de reflexão. Eu com certeza tive.

Deixo-a ir, porque sei que vou ver sua bunda novamente. Sei onde ela trabalha —meu novo casino favorito: Harrah’s, o lugar onde vou conseguir minha bunda de ouro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 08

Hailey


Obrigação e recompensa. Pagamento e retruição. O quadro de pontos está empatado com Caldwell. Por mais que eu tente me convencer de que não lhe devo nada, no entanto, não está funcionando.

Ele colocou sua boca em mim, no meu corpo.

Corro a minha mão sobre meus seios descendo pelo meu estômago, enquanto minha pele continua a sentir um formigamento do seu toque. Quanto tempo mais vou ficar pensando no meu momento de fraqueza dessa noite? Como tudo isso ficou fora de controle tão rápido?

Bato no meu rosto. Esqueça, Hailey. Como você pode ter se deixado hipnotizar por um bastardo com um terno novo?

Se o carro não tivesse buzinado, eu o teria impedido?

Minha mente corre enquanto repito os movimentos. Ao parar em um semáforo, eu me sinto em repouso, olhando para as minhas mãos trêmulas, percebendo que meu dedo anelar ainda tem a marca de usar minha aliança por muitos anos.

Eu me tornei a prostituta que minha mãe foi? Prometi a Marisa que lhe daria algo melhor. Mas esta noite, sob as luzes brilhantes de Las Vegas, me perdi novamente por um homem.

Inclinando-me, coloco a mão trêmula na minha boca inchada, e minha mente imediatamente sente seus lábios em mim. Ele teve sua boca em mim. Fez o meu corpo gozar debaixo dele e fui incapaz de parar. Aquelas sensações... Nunca, nunca senti o que senti esta noite, mesmo antes de me tocar. Apenas a nossa discussão verbal deixou minha calcinha molhada.

Baixo minha cabeça em vergonha. Estou tão desesperada por atenção?

Uma buzina atrás de mim me faz saltar. Olhando para cima, vejo que o sinal ficou verde e fico com ainda mais vergonha enquanto balanço a cabeça concentrando-me em dirigir para casa.

Casa.

As lágrimas picam atrás dos meus olhos. A pequena sala que Marisa e eu ocupamos não é uma casa. Como posso sair dessa confusão? Preciso me concentrar na estrada. Preciso entrar no jogo e não perder tempo por aí com um grande apostador, que só quer uma aventura entre lençóis. Não posso me deixar pegar novamente.

Ligo o rádio, precisando de uma distração, e “Tell Me Why” Three Days Grace está tocando. A história da porra da minha vida, mas tenho algo que amo, e irei protegê-la com a minha vida.

Finalmente em casa, me preparo para uma ducha. Ao abrir a água, suspiro enquanto passo minha mão sobre meu corpo nu, e memórias do seu toque voltam outra vez. Lavo meu corpo, enquanto ele treme com necessidade, e termino mais frustrada que antes.

Já cometi erro atrás de erro e paguei caro. Vou conseguir fazer alguma coisa certa?

Faço o café da manhã depois que Marisa acorda. Então embalamos o almoço e a levo à pré-escola.


Ela frequenta uma pré-escola local de meio-período para as crianças de três anos. Foi uma grande socialização para ela e uma pausa bem-vinda para mim desde que deixei Monte, o que me permitiu tempo para resolver algumas coisas em nossa vida. Antes, ela só frequentava porque Monte achava que isso era ‘apropriado’ para ela, mas
é claro que foi adicionada à minha dívida, porque a escola não é barata.

“Senhora Timmons, eu não sei como te dizer isso.” Carrie, a diretora da escola, sai de seu escritório para falar comigo.

Dou um rápido adeus a Marisa, enviando-a para sua sala de aula, em seguida, assinto com os olhos abertos para Carrie.

“Seu marido ligou e explicou sobre a separação. Ele também nos informou que você cobriria as despesas de Marisa.”

Meu coração afunda, meu estômago aperta, e de repente sinto meus pés completamente como chumbo. Obrigação e recompensa. Inclinar a balança. Permanecer no controle — é a mentalidade do Monte.

Depois de um momento, continua: “Sr. Timmons também disse que você poderia chamá-lo para discutir as formas de pagamento com ele se precisar de ajudar para cuidar da sua filha.”

Eu me ajoelho na frente dela enquanto meu mundo colapsa ainda mais. Lágrimas corram livremente pelo meu rosto, e eu não me importo com quem me vê. Carrie me dá isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para correr, e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Portanto, quando ela dá um ombro firme ao meu ombro, tomo como meu sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

Eu me ajoelho na frente dela enquanto o meu mundo desmorona mais. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, e eu não me importo em que me vê. Carrie me permite isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para gerenciar e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Então, dá um aperto firme em meu ombro, e eu tomo isso como minha sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

O ônus e bônus. Obrigação e recompensa.

Endureço os ombros, levanto e limpo minhas lágrimas. Incline a balança o quanto quiser, Monte, Monte. Não vou me curvar, e não vou quebrar.


Passo minha manhã fazendo contas e parece que, se puder ficar com Jamie por alguns meses, poderei pagar a matrícula. Não posso fazer pagamentos a Monte, mas Marshall me conseguirá alguns meses extras, o que me dará tempo para entrar nos jogos.

Tenho que entrar em um dos jogos.

A noite chega muito rápido e Marisa vai dormir depois de apenas três contos de fadas. Com minha mente dispersa, estou muito agradecida por isso.

Com o caos do dia, não tive tempo de pensar em Caldwell, mas quando termino de aplicar loção nas pernas enquanto me arrumo para o trabalho, silenciosamente peço que não o encontre hoje à noite. Tenho que me concentrar no jogo e, o mais importante, nos jogadores, não em um grande apostador.

Você pode ganhar ou perder um jogo com base em dar ou ler um tique, e eu dei muita informação a Caldwell. Ele conseguiu me ler. Essa merda acaba agora.


Começo meu turno em transe. Com cada gorjeta, calculo mentalmente minhas contas. Não passa muito antes que eu sinta a queimação, a picada de uma pessoa me observando. Olho em volta do cassino para encontrá-lo. “Pode me chamar de Caldwell” ressoa na minha cabeça, e aperto minhas pernas enquanto tremo instantaneamente de desejo por ele, lembrando quando gritei seu nome.

Sorri e pisca antes de retornar ao seu jogo, com as fichas alinhadas a sua frente, que mostram claramente que está ganhando. Sabendo que ele está aqui, sinto que a temperatura aumentou em cem graus.

Então, quanto a não vê-lo novamente...

Claro, eu não poderia ter tanta sorte. Não, eu ainda estou presa na vida de golpes duros e, provavelmente, sempre estarei.

O desespero me consome, fazendo com que meu peito se apertar com ansiedade. Não tomo cinco passos antes que ele esteja ao meu lado.

“Está bem?”

“Eu estou bem.” Murmuro, tentando chegar à outra mesa.

“Consegui um quarto aqui. Por que você não vem e janta comigo?”

Olho para ele, e por um momento, eu me perco nas profundezas de seus olhos azuis. Ele usa isso a seu favor e pega minha mão, mas eu a tiro como se tivesse me queimado.

“Que porra você está fazendo?”

Ele coloca um dedo sobre o crachá afixada no meu peito esquerdo. “Hailey, fique calma.”

“Preciso trabalhar.” Sussurro e viro de costas para me recompor por um momento.

Seu toque inflama algo dentro de mim que nunca pensei ser possível. Desejo? Poderia ser? É tudo tão novo. Nunca me permiti sentir nada. Minha vida tem sido uma devolução — nunca antes senti excitação e, ouso dizer, nem sensualidade.

Com muito esforço, continuo meu turno, completamente distraída por ele em cada passo. Quando ligo para casa para verificar Marisa, Jamie ri de mim e de minhas frustrações sobre Caldwell.

“Garota, viva sua vida, pela primeira vez. É uma noite. Se divirta e volte pela manhã antes que ela acorde. Enquanto isso, eu cuido da sua princesinha. Você nunca teve a oportunidade de foder. Uma vez, baby, apenas uma vez foda com ele e poderá saber que Monte definitivamente não tem a balança pendendo a seu favor.”

Desligo o telefone em choque. Não há nenhuma maneira que posso foder livremente por aí. Então minha mente imediatamente volta para a sensação da sua boca em mim, e estremeço enquanto volto para o salão para terminar meu turno.

Enquanto olho para o relógio, minha mente está em tirar o meu uniforme e vestir minhas verdadeiras roupas. Preocupada, não o sinto se aproximando e tropeço enquanto tento sair de seu caminho. Quando estende um braço e me segura pelo bíceps, automaticamente fico tensa ao seu toque.

Seus olhos procuram o meu e, sem pudor, não consigo esconder minha reação. Não tive tempo, porque tenho medo dele. Não, o toque de Caldwell tem a capacidade de fazer meu coração disparar, em seguida, entrar em um ritmo estrondoso que me traz a sensação que vai saltar do meu peito. Sua presença é inegável, sua atração magnética. Ele me consome sem sequer tentar.

Sem dizer uma palavra, seus lábios batem contra os meus, e em um segundo sua língua invade minha boca e começo a pensar sobre sua boca em outros lugares. Imediatamente, o barulho que nos rodeia some e a única coisa que posso pensar é a sensação de seus lábios contra os meus, enquanto sua língua dança deliciosamente em todos os cantos da minha boca.

Morde, chupa e dá voltas enquanto de alguma maneira seguimos para o elevador e, depois, para o seu quarto. Tudo acontece tão rápido que não consigo parar, mesmo se tentasse. A roupa voa enquanto me electrifica ainda mais com cada carícia. Minha camisa: desaparece. Minha saia: desaparece. Sua camisa já está no chão, com botões espalhados por toda parte. Meus mamilos estão
tão duros, que quando o ar os atinge ao tirar meu sutiã, sinto como se pudesse explodir com desejo. Ele me pressiona contra a parede e dou gemidos.

Ansiando por contato, precisando dele, enrolo uma perna ao seu redor e praticamente subo qundo ela que segura minha cabeça com uma mão, movendo meu cabelo para cima, enquanto com a outra segura minha bunda e envolve minhas pernas em volta dele.

Êxtase. Ele nem sequer me penetrou ainda, e estou em puro êxtase.

Sua mão desliza dentro da minha calcinha. Chega ao meu centro e eu empurro a cabeça contra a parede enquanto seus dedos deslizam dentro e fora, minha buceta começa a apertar em torno de seus dedos. Ele insire outro dedo, e não posso evitar que meu corpo contrai, trabalhando por seu orgasmo. Isto deveria ser considerado um crime.

Reteso enquanto meu corpo continua indo cada vez mais alto. Minhas inibições desaparecem e fricciono contra ele, procurando liberar meu orgasmo. Ele ri levemente no meu ouvido antes de lamber meu pescoço, então suga o ponto doce atrás da minha orelha. Sem demora, baixa sua cabeça para meus seios, onde pega meu mamilo na boca. Lambe, chupa, e me entrego por inteira ao orgasmo.

Quando acalmo, ele me leva para a cama, onde gentilmente me deita como se fosse uma peça valiosa. Antes que possa organizar meu pensamento, sua boca está na minha em um beijo cheio de paixão, necessidade e desejo; totalmente selvagem e desenfreado.

“Preciso estar em você, Hailey.”

Não pensei duas vezes. Em ambos os encontros que tive com ele; ele me deu o único prazer que recebi de um homem. Agora, quer estar dentro de mim. Ônus e bônus.

Abro as pernas enquanto ele tira a calça, coloca um preservativo e depois remove suavemente a minha calcinha como se estivesse abrindo o melhor presente em toda a sua vida. Sob seu olhar, minhas inseguranças surgem lentamente, mas antes que possa dar importância à elas, ele está acima de mim, e então dentro de mim.

Preenchedo-me.

Cada centímetro do meu corpo estremece enquanto me estende, depois já dentro de mim para me encarando, e penetra totalmente. Nunca estive tão cheia de tantas maneiras. Este momento é tão íntimo, tão vulnerável, mas, ao mesmo tempo, parece como uma conexão verdadeira. O que tem esse homem Caldwell que me consome?

“Platina.” Sussurra antes de, finalmente, se mover.

Não consigo pensar no que isso significa, porque de repente, estou sendo levada a outro orgasmo. Ele empurra, mói, e sou incapaz de fazer outra coisa que não seja tomar o prazer, enquanto continua penetrando meu corpo com mais força, antes que eu goze novamente, gritando o nome dele e mordendo seu ombro apenas para lembrar que isso é real.

Com mais dois golpes, fica quieto, então me segue no prazer. Ele me dá um beijo suave e lento antes de sair, e quando se afasta para tirar a camisinha, me sinto uma sensação de vazio. Mas esse espaço permite que minha mente funcione de novo.

Vazio. Como pode alguém, de quem inclusive não tenho a puta ideia, me faz sentir tão oca, apenas por me deixar um minuto? Estou, com certeza, louca por ser tão selvagem para dar um segundo para um completo desconhecido.

Com esse pensamento, o medo me domina. A névoa se foi. Ele continua sendo um completo desconhecido e eu continuo sendo uma puta. No entanto, ele volta antes que eu possa escapar. Rastejando na cama ao meu lado, ele me puxa para o seu lado. Então, na minha hesitação, ele se afasta para me dar espaço.

“Fale comigo.”

“Preciso ir embora.” Afasto minhas pernas das suas e cubro meus peitos.

“Ainda não. Fale comigo. Uma hora atrás, estava me agarrando como se quisesse me devorar. Você gozou duas vezes querida. Te dei isso.” Acaricia meu rosto e toca minha testa. “É óbvio que te quero aqui. O que está passando na sua cabeça?”

“Nada. Só preciso ir.”

“Negue o que você sente, e não direi uma palavra quando sair.” Ele me desafia.

Hesito, meus olhos piscam e ele me lê.

“Negue. Negue-me.” Sorri, fazendo com que meu corpo pegue fogo de novo.

“Não te conheço.”

“Meu nome é Caldwell, Morrison Caldwell, irmão do meio de Hendrix e Jagger de Detroit. O que mais quer saber?”

“Qual é o seu jogo?” Pergunto sentindo que a obrigação me bate. Ele tem razão. Ele me deu não um, mas dois orgasmos. Nem sequer estamos quites.

Antes que possa continuar, ele responde: “Não tem jogo. Você é a mulher mais bonita que já vi e me sinto atraído. Quero conhecer você.”

“Conversa nua realmente não é o meu negócio.” Respondo me sentindo muito vulnerável e ainda mais exposta que antes.

Sem dizer uma palavra, ele se levanta e me joga uma camisa de botão do seu armário, e a coloco, percebendo que não vou sair disso tão facilmente.

Posso fazer isso. Posso falar até que ele adormeça. Logo terá o que quer e sairei de sua vista e sua mente.

Eu lhe dou um pouco da conversa fiada e evito as partes importantes, depois digo estar cansada, ele se acomoda atrás de mim e ordena que eu durma. Controlando minha respiração, o deixo acreditar que estou desfrutando dos meus sonhos. Quando finalmente relaxa seu braço e iguala sua respiração a minha, sei que está dormindo. Agora posso fazer a minha fuga.

Meu coração bate descontrolado, enquanto saio debaixo do seu corpo nu. Recolhendo minha calcinha, a coloco junto de meu uniforme. Começo a desabotoar a camisa, mas a medida que me movo, sinto, cheiro dele. Não querendo me arriscar a acordá-lo, não coloco o sutiã e nem troco a camisa, decidindo que é melhor permanecer com a sua.

Olho para ele uma última vez. ‘Caldwell’ está tatuado em suas costas em tinta negra. Nunca esquecerei esse nome, mas com certeza vou me forçar a esquecer seu toque, seu gosto e sua ternura.

Balanço a cabeça, tentando esquecê-lo enquanto recolho minhas coisas e saio do quarto.

Ainda é de manhã cedo, quando a maioria das pessoas está dormindo, mas são muitas horas depois do final do meu turno, quando caminho para o estacionamento. Um formigamento em minha nuca me faz olhar ao redor como se alguém me observando.

Revisando a área, não vejo ninguém à primeira vista, mas enquanto coloco a chave na porta do meu carro, vejo Marshall. Alguém realmente estava me observando. O braço direito do meu ex.

Com certeza, ele não está aqui por mim. De jeito nenhum. Marshall não foge a confrontação, e tanto quanto sei, no geral, não falará a Monte até chegar a hora certa.

Nunca.

Ele deve estar aqui por outra pessoa.

Esse é meu último pensamento enquanto entro no carro e volto para casa, saciada, satisfeita e pela primeira vez em toda a minha vida, de uma maneira boa.

Sinto o formigamento na nuca novamente, enquanto rio de mim mesma. ‘Estou caindo no fundo do poço, e no final, o poço não tem fundo. Murmuro as palavras para ninguém enquanto estaciono na casa de Jamie e desligo o meu carro.

Se apenas tivesse uma bola de cristal para me mostrar o futuro... ainda que, suponho que eu deveria ter cuidado com o que desejo. Uma vez escutei alguém dizer: “Se você quer, a vida te dará”.

Deixo Marisa na escola com temor na boca do meu estômago. Rapidamente, vou ao cassino pegar o cheque do meu pagamento, consciente de que tenho que ir ao banco depositar o dinheiro para que o cheque que dei para a matrícula de Marisa não volte.

Assino o documento no escritório do recebimento de pagamentos e quando saio pela porta meu telefone pré-pago começa a tocar. O número é familiar, mas não o reconheço como chamada de emergência, como de Jamie ou da escola de Marisa. Com a pressão de um botão, a ligação se conecta.

“Olá.” Respondo com indiferença.

"Hailey". Sua voz é gravavelmente e distintiva, e o fato de que ele simplesmente diz que meu nome é uma sentença de morte. "É Marshall. Tenho que te contar, Monte sabe sobre sua tentativa com Aces. Isso não é bom para você, ou para Ris Priss. Tenho que pagar um pagamento.

“Hailey.” Sua voz rouca e distinta, e a forma como simplesmente fala meu nome é uma sentença de morte. “É Marshall. Precido te avisar que Monte sabe sobre seu encontro com Às. Isso não é bom para você ou para a princesinha. Isso custará algo.”

Sem pensar duas vezes, sem hesitar, deixo o estacionamento. Marshall me chamou e ameaçou Marisa, e sei o que isso significa. Vivi uma vida longa o suficiente para saber que preciso pegar minha filha agora. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, mas não dou a mínima.

Alguém me agarra. Acho que é Morrison Caldwell, mas não tenho tempo para ele neste momento. Puxo com força me libertando e continuo saindo do casino. Tenho que chegar a Marisa.

Preciso. Porra. Agora.


Capítulo 09

Morrison


Observo como ela basicamente corre para fora da porta. Não é o meu estilo perseguir bundas, mas, por outro lado, nunca tive uma bunda tão boa na minha vida. Esta menina também paga com a mesma moeda.

Dizem que o jogo é um vício, mas garanto que não é. Posso me afastar da mesa quando quiser. No entanto, essa buceta de ouro... Hailey, é viciante. É incrível. Ela me fez alugar um quarto neste casino quando tenho uma casa do caralho, só para ter certeza que iria foder com essa bunda novamente, provando sua buceta de novo, devorando sua boca outra vez. Sou um viciado em ouro.

Antes que possa me convencer que é uma má ideia, estou na porta e corro para o meu carro. Pego ela saindo pela minha visão periférica. Também vejo que seca os olhos e imediatamente me sinto doente. Não sei se estou doente porque ela está chorando, pensando que talvez a culpa seja minha; não sei se é porque ela está chateada e quero saber o porquê; ou se estou doente porque quero saber quem a deixou tão emotiva que a faz correr atrás dele.

Como resultado, faço o que qualquer homem que seja fodido por ouro faria, estou seguindo-a a uma curta distância.

“Devo estar doente da cabeça.” Digo, enquanto conto três carros atrás dela.

Três é um bom número.

O telefone toca e aperto o botão de resposta no meu volante.

“Morrison falando.”

“Não me diga.” Jagger zomba, o som fluindo através dos alto-falantes do meu som.

“Desculpe... Eu, um...” Ela desvia entre dois carros e se move na pista direita. Verifico meu espelho, só para ver que não consigo alcançá-la. “Porra!”

“É isso mesmo?”

“Merda, cara, sinto muito. Esqueci que você estava aí.”

“Droga, cara. Você já está bêbado? É cedo.”

“Não, eu... uh... eu estou ...” Toco a buzina enquanto troco para a faixa da direita e um idiota com uma caminhonete com suspensão quase me atinge. “Cuidado, filho da puta!”

“Você está bem?”

Desvio do Dodge e quase batem na minha traseira, mas estou na pista da direita.

Buzinas soam atrás de mim e quero me virar e encarar o imbecil, mas, em vez disso, me inclino para fora da janela e olho para ele. “Você me viu dar a seta, estúpido?”

“Em que diabos você se meteu?” Jagger ri.

“Nada, cara. Estou ocupado... neste momento.” Vejo quando ela vira à direita e a porra do semáforo fecha. Olho para o Dodge a minha frente, pronto para passar por cima de dele, então vejo um reboque prata engatando um trailer. “Você tem que está brincando comigo.”

“Ei, irmão, você está em apuros?” Pergunta Jagger.

“Nenhum problema. Não.” Bato no volante em frustração.

“O que diabos está acontecendo? Está tudo bem?”

“Não, não estou bem, porra! Vou perder...” Paro quando percebo que estou prestes a admitir ao meu irmão que estou, literalmente, perseguindo uma bunda.

“Perder o quê? Um jogo, uma aposta?”

“Sim. Não.” Bato no volante novamente. “É complicado.”

“Uh-huh. Entendo.”

“Bem.” O semáforo da pista da direita fica verde e ninguém está em movimento. Toco a buzina. “Vamos, seu filho da puta infeliz!”

“Irmão, qual é o seu problema?” Por sua voz posso dizer que está seriamente preocupado.

Estamos em movimento agora, graças a Deus.

“Fúria ao volante, cara. Preciso me acalmar, mas os idiotas ficam pasmados olhando o sinal aberto.”

A luz está amarela e estou um carro atrás do cruzamento. O filho da puta sem bolas dimuniu e me faz buzinar. Dá sinal, em seguida, aperta o acelerador. Ela passa e acelero cruzando assim que a luz fica vermelha.

“Que se fodam, sim, filhos da puta!” Grito a minha vitória.

“É sério, você precisa relaxar, cara.”

“Apenas comemorando pequenas coisas.”

“Então, quando você vem para casa?”

“Quando conseguir a grana que preciso.” Digo, desviando para a esquerda tentando localizar o carro de Hailey. Vejo duas luzes à frente. Ela está saindo da cidade. Eu posso alcançá-la.

“Tem certeza?”

“Tenho certeza. Precisa de dinheiro?”

“Não, tenho uma luta em duas semanas. Vou ficar bem.”

Não há muita confiança em sua voz. “Tem certeza, cara?”

“Estou bem, Morrison.”

“Não minta para mim. Se você precisar de alguma coisa, me avise.”

Aperto os freios, parando à direita com uma luz vermelha. “Caralho!”

Jagger ri. “O tráfego de novo?”

“As malditas luzes vermelhas. Merda total.”

Pego o telefone e busco o aplicativo do banco online. Transfiro dois mil dólares para a sua conta. “Acabei de enviar algum dinheiro. Se você não precisa...” Faço uma pausa para olhar para cima e vejo que a luz ficou verde, aperto o acelerador e queimo um pouco de borracha. “Devolve-me após a luta. Você os terá se algo vier à tona.”

“É desnecessário, cara.” Murmura Jagger.

“Para que são irmãos. Olha...” Aperto os freios, quando o filho da puta freia novamente. “Cretino.” Assobio.

“Desculpe?” Jagger zomba.

“Olha, depois nos falamos. Quero tirar uma foto da caminhonete deste idiota e te enviat. Depois te ligo.”

“Certo. Obrigada, cara.”

“Como disse, para isso que serve os irmãos.”

Pego o telefone e tiro uma foto, e em seguida, envio uma mensagem.

Para homens que não têm o suficiente, agora existe ajuda. Grandes caminhões e bolas falsas podem ajudá-lo a recuperar sua confiança. WTF8!

Aperto enviar enquanto a luz fica verde.

Continuo a seguindo durante dez minutos até que estamos em uma pequena comunidade de luxo. Mas a garota com quem tenho jogado não é de luxo. Não parece ser alguém que deprecie as pessoas. Parece incrivelmente autêntica.

Tento apagar os poucos cenários que passam pela minha cabeça, porque sou racional. Sou calculista. Não sou desses que se deixam dominar pela emoção. Quero fatos e quero ver com meus próprios olhos, por isso continuo a seguindo.

Dois minutos mais tarde, estou em uma rua lateral numa fodida zona escolar. Agora tenho alguma merda louca passando pela cabeça. Observo enquanto para e sai do carro. Então corre para dentro da escola enquanto espero.

Quando sai, cinco minutos mais tarde, ri e sorri para a garotinha que tem nos braços. A menina está vestida com um uniforme rosa, com um laço no cabelo e um par de all star em miniatura. Esta menina é um espetáculo. Bem, seus pais são, de todos os modos e a garota com quem estive a ponto da obsessão não é essa. Hailey é surpreendente.

Respiro profundamente e minha mente se acalma de uma vez. Eu me permito racionalizar essa situação e quase me dou conta de que Hailey trabalha durante o dia como babá ou coisa assim. Isso me faz rir, porque estava certo, apesar de seu corpo, sua pele suave e atrativa, com curvas perfeitas, mas seu exterior, seus atos não são. Mas, maldita seja, quando estou dentro dela, sobre ela, tocando nela, posso ler as pistas e ela não é tão forte e áspera como acredita precisar ser.

Saio depois que ela está a dois quarteirões à frente e sigo. Deveria dar a volta. Já não está chorando, está sorrindo. Não saiu com nenhum homem, estava pegando a filha de alguém. Deveria deixar esta estúpida situação e dar a volta. Mas não o faço.

A quatro quilômetros de distância, estaciona na frente de um complexo de apartamentos que não está na melhor parte da cidade. Leva a menina para dentro e logo sai outra garota. Sai do carro e corre até a porta que Hailey entrou.

Eu me sento e espero.

Dez minutos mais tarde, Hailey carrega caixas até a porta e as coloca na parte de trás do seu carro antes de voltar a entrar. Dessa vez, quando sai tem em seus braços mais caixas amontoadas nos braços e sei muito bem que não pode me ver. Quando tropeça e cai, as caixas espalham o conteúdo no chão. Cobre o rosto com as mãos e leva os joelhos ao peito, seu corpo se sacudindo.

O instinto pode ser um salva-vidas. Também pode te matar. Igual aos pobres bastardos que saltam diante de um carro para salvar alguém e acabam atropelados. Como o cara que salta na frente de um drogado louco com uma arma e acha que vai salvar a todos na loja e derrubar o homem, só para acabar morto. Como a mãe que sente que seus filhos estão ameaçados e fica entre eles e o que considerava um perigo, e acaba espancada pela porra de um doente. E agora, enquanto estou ajoelhado ao lado de Hailey, tomo-a em meus braços, porque o instinto está presente e não quero vê-la ferida.

Ela me empurra e limpa o rosto, tentando apagar as provas que estão aí para todo mundo ver. Enquanto gagueja em busca de palavras, eu me afasto e começo a guardar toda a roupa espalhada na calçada.

Por fim, para de tentar falar e também começa a empurrar freneticamente as coisas nas caixas. Pego a primeira caixa e carrego para o seu carro, em seguida, a segunda. Viro para pegar a terceira, mas está bem atrás de mim, empurrando para passar.

“Mamãe?” Escuto atrás de mim.

Olho para a menina que tinha anteriormente nos braços e Hailey respira fundo, evitando o meu olhar.

“Quase pronto, Marisa.” Sua voz é suave e tão cheia de amor que estou quase desolado.

“Para nossa aventura?” A garotinha diz.

“Sim.” Ela se vira e olha para mim. “Obrigada.”

Quando começa a se afastar, a seguro pelo braço, impedindo-a.

“Ei, Marisa, esquecemos uma coisa. Vem me ajudar a pegar?” A outra mulher pergunta à menina.

“Sim. Já volto, mamãe.”

“Estarei aqui, Princesa. Apenas se apresse. Não quero chegar atrasada.”

Quando a porta se fecha atrás de sua filha — a merda da sua filha — começo a apertar as mãos. “Algo que você precise me dizer?”

“Não te devo...”

“Chega de ‘não te devo’ de merda, Hailey. Nunca te perguntei uma maldita coisa, mas vou fazer agora e você vai me responder.”

“Sério?” A raiva retornou à sua voz.

“É casada?”

Ela parece confusa.

“Escapou de fininho do meu quarto no hotel esta manhã para voltar para a cama seu marido? É por isso que...”

“Legalmente, sim, mas isso não é da sua conta.”

“Com certeza é da porra da minha conta.”

“Não tenho tempo para a sua atitude alfa e mandão na minha frente fazendo exigências. Se minha filha não fosse voltar por aquela porta a qualquer momento, usaria com você uma linguagem que provavelmente nunca ouviu falar. Mas porque tenho que ser mãe, pai e protetora desta criança, não te darei uma resposta. Então, volte para seu carro brilhante e dirija para o mais longe possível, porque, por mais agradáveis que tenham sido as coisas, Slick, você não é minha realidade.”

“Sim, eu tenho um marido. Estamos separados e ele não é um bom homem; diabos, nem mesmo finge ser. Ele venderia a própria filha se pudesse levar alguma vantagem.

Não vou suavizar isso. Acha que lhe devo dinheiro e inferno, talvez deva. Pensei que tinha mais tempo e realmente tinha, até que ouviu que passei a noite com o “Ás”. Agora está cobrando a minha dívida e aquela garotinha — minha pequena filhinha — é quem vai sofrer se eu não pagar. Então, desculpe se não parei para conversar antes, mas tenho coisas mais importantes para tratar.

Agora, se você gentilmente sair — sem olhar para trás — Slick, porque não há nada atraente, brilhante ou bonito para onde você possa olhar.”

“Quanto você deve?”

“Isso não é da sua conta ou preocupação.”

“Tive um papel na criação desta situação, então me deixe ajudá-la.”

“Não! Nunca mais deixarei um homem pensar que lhe devo algo.”

Nesse momento, percebo por que ela é da maneira que é, por que nunca toma mais do que dá. Naquele momento, sei que não posso simplesmente sair. Não é apenas a minha atração inexplicada por Hailey, agora há uma criança envolvida. Fui essa criança uma vez e ninguém se ofereceu para ajudar.

Mamãe não nos criou para virar as costas.

“Quero te ajudar.”

“Não preciso da sua ajuda.” Muda sua atenção para a calçada onde sua amiga se aproxima correndo.

“Hailey, recebi uma chamada e Monte está a caminho. Você precisa...” Começa sua amiga e tem toda a minha atenção.

“Monte Timmons?” Pergunto. Ambas olham para mim e nego, percebendo quem é o bastardo cruel a quem está amarrada. “Não estou pedindo nada em troca, basta tomar isso como algo bom em um mundo de mal.” Eu me viro e olho para a menina. “Oi, linda, você já andou em um Porsche?”

“Não acredito...”

“Jesus, Hailey, apenas deixe-o ajudá-la a sair daqui. Vá embora!” Incentiva sua amiga.

“Coloque a menina no meu carro.” Peço a amiga dela.

Antes que sua amiga possa argumentar, olho para Hailey. “Siga-me.”

Ela parece perdida, assustada e vulnerável, mas acena com a cabeça. Corro para o meu carro e entro.

“Você gostaria de ir rápido ou devagar?” Pergunto à filha de Hailey.

“Devagar?” Ela ri da forma que faria uma menina que não tem ideia do perigo que corre.

“Bem, uma vez que este é o nosso primeiro encontro, vou deixar você tomar as decisões, mas não se acostume com isso, gatinha.”

Saio para a rua e olho pelo retrovisor. Dessa vez, Hailey está me seguindo.


Capítulo 10

Hailey


Perdi a porra da minha adorada cabeça. É claro que Monte teria pessoas me absorvendo. Claro, que no momento em que recebeu a notícia que peguei Marisa mais cedo, faria seu caminho em direção a ela. É claro que, num abrir e fechar de olhos, não teria nada para equilibrar a balança e estaria no fundo do poço, os pecados do passado estariam sempre sobre meus ombros.

A viagem é um borrão enquanto enlouqueço, sabendo que Monte poderia estar se aproximando de nós. Ele iria levá-la. Afastaria ela de mim. Meu bebê, minha garotinha, minha razão de existir, iria buscá-la e encontrar uma maneira de me fazer pagar.

O homem não tem consciência. Inferno, o homem não tem alma. Sabia que estava na cama com o próprio diabo, mas o que posso fazer? Hailey “Hard Knocks” Poe Timmons ganhou o direito do apelido. Eu estou sobrevivendo toda a minha vida a golpes duros.

Meus olhos se enchem de lágrimas, tornando a estrada na minha frente um borrão enquanto acompanho Morrison de perto e assim não me separo de minha filha mais do que já fiz.

Como ele sabia onde eu morava? Como ele apareceu quando precisava de uma fuga? Ele pode realmente nos dar um lugar seguro?

Não sei uma merda sobre ele. Estou indo de uma má situação para outra? Poderia ainda piorar?

Hailey, pare com essa merda agora, digo a mim mesma. Sempre pode ficar pior. Não tente o karma, ele é uma cadela, e te asseguro que vai te mostrar que pode ficar muito pior.

Meu peito se aperta com o pensamento, o que torna mais difícil para respirar. Preciso de uma distração.

Começo a mover os dedos nervosamente no volante e olho para o velocímetro, estamos sob o limite de velocidade. O homem tem uma porra de um Porsche e estamos conduzindo sob o limite de velocidade, tudo isso com Monte possivelmente nos perseguindo.

Ofego. E se ele trabalha para Monte? Como sou estúpida!

Paro antes que minha mente enlouqueça com um cenário ruim após o outro. Um homem como Morrison Caldwell não é dos caras que vão com um tipo como Sean “Monte” Timmons. Não, Morrison gosta do jogo, dinheiro e brilho. Não é dos que gostam de jogos de poder ou jogos mentais. Certo?

Deus, eu espero que não.

Minha mente é um turbilhão, me fazendo sentir vontade de vomitar, enquanto Marisa balança a cabeça e me acerta bem no meu estômago. Olho no meu espelho retrovisor para ver exatamente o que não queria ver no meu banco traseiro.

O assento de carro de Marisa.

Com todo o caos, não mudamos para o carro de Morrison. Não, não, não. Por favor, não deixe que tenham um acidente. Por favor, que tenha colocado um cinto de segurança. Por favor, oh, por favor, não deixe que nos parem. A última coisa que preciso é que Monte apresente uma acusação contra mim por colocar em perigo uma criança. A última coisa que minha filha precisa é ser propriedade do Estado.

Ela é minha. Eu não posso perdê-la por nada. É a única coisa boa que tenho em todo o mundo e não posso perder isso.

Agora em estado de alerta, o observo dirigir, perguntando-me se ele percebe o quanto a carga que carrega é preciosa.

A cada volta, ele diminui e dá a seta. Em cada parada, freia tranquilamente. Nunca se aproxima nem remotamente do limite de velocidade, muito menos o supera. Morrison Caldwell é um homem misterioso, mas neste momento mantem a minha filha segura, mesmo que isso seja apenas até que Monte nos encontre.

Uma queimação envolve meus pulmões, enquanto os pensamentos continuam me invadindo.

Ele desacelera e o sigo à medida que entramos em um condomínio fechado, com uma entrada luxuosa e instalações elegantes. Continuo a segui-lo no que parece ser passos de tartaruga, até que ele para em uma garagem e me direciona para que eu estacione ao lado dele.

Soltando um suspiro, tento me acalmar. Tenho que ser forte por Marisa. Então, forço meus dedos a parar de tremer e deixo o carro enquanto minha linda menina está saltando, sem se importar com o mundo.

Por dentro, sorrio para mim mesma. Isto é como deveria ser. Os problemas de adultos são apenas isso, a porra de problemas de adultos. Não devem incomodar as crianças. Que as crianças sejam crianças. Haverá tempo mais que suficiente mais tarde na vida para serem preenchidos com preocupação, dúvidas e inseguranças.

“Mamãe, você me viu? Você realmente me viu?” Ela sorri e olho para Morrison, que está sorrindo. “Eu andei em um porch.”

“Porsche, Porsche.” Morrison tenta corrigir.

“Ele deveria ir muito, muito rápido, mas o Sr. Mowison perguntou se eu queria ir rápido ou devagar e eu disse devagar.”

Nessa altura, o meu coração se derrete um pouco. Ele deixou meu bebê escolher. Não posso pensar em um momento com a minha mãe, meu doador de esperma ou Monte, que tenha sido me dado algo para escolher. No entanto, Morrison Caldwell deu uma escolha para minha filha. Ele ouviu e, em seguida, fez o que ela pediu.

Quando olho para ele, simplesmente dá de ombros como se não fosse grande coisa. Se ele soubesse...

Rapidamente ficando entediada, Marisa passa saltando por mim e Morrison, que nos leva para dentro. O espaço não é muito grande, como a casa que compartilhei com o Monte, mas enquanto olho cada centímetro quadrado, vejo que é de alta classe. Móveis, televisão, diabos, mesmo os ornamentos são de última geração.

Morrison tem dinheiro.

Pensando nisso, a minha mente volta para o buraco novamente. O que ele espera de mim? O que quer de mim?

Passamos o resto da tarde dentro da casa — apenas temporariamente — no quarto de hóspedes de Morrison. Por sorte, ele não fala muito na frente de Marisa, parecendo entender a minha necessidade de protegê-la.

A noite chega muito rapidamente, felizmente sem notícias de Marshall ou Monte. Fiz uma breve chamada para Jamie, que me disse para pegar um telefone novo pré-pago para entrar em contato com ela. Depois de chegarmos, ela foi à loja e comprou absorventes, tampões e um telefone pré-pago que me deu o número. Os pacotes de produtos femininos esconderam facilmente o telefone dentro saco de supermercado para fora da loja. Não queria que Alex visse nenhum número na fatura de seu telefone habitual e o desse a Monte. Graças a Deus pelos amigos inteligentes. Não poderia fazer nada disso sem ela.

Suspiro. Sem Morrison também não teria feito nada.

Quer eu queira admitir ou não, Monte teria encontrado um motivo para me empurrar mais e mais, mesmo sem saber que transei com Morrison. Este é o mundo dele, e apenas existo para fazer o que ele desejar.

Sabendo que não vou conseguir dormir, levanto me afastando de Marisa, que está dormindo profundamente na cama excessivamente exuberante. Não peguei seus livros, porque na minha pressa, não pensei nessas coisas. Felizmente deixou que a mamãe inventasse um conto de fadas e adicionou seus próprios pedaços onde achou apropriado.

Agora, ando pelo espaço tranquilo Morrison enquanto o medo me consome. Sento em seu sofá e faço o que qualquer mãe que se preze faria — choro.

Deixo sair tudo. No silêncio da noite, na casa de um desconhecido, solto tudo.

Não presto atenção ao que está em torno de mim enquanto choro na almofada luxuosamente decorada que está ao meu lado. Não passa muito tempo antes que o note, olho para cima para ver Morrison andando em minha direção com calças de linho azul clara com listras brancas.

Escondo o rosto sobre a almofada.

Quanto já viu?

“Desculpe interromper, mas no meu quarto principal, há uma enorme banheira cheia de água quente e algumas bolhas. Por que você não vai ver se te ajuda a relaxar?”

“Não preciso relaxar e se você está apenas tentand...”

“Calma. Não estou tentando nada, exceto mantê-la segura até que possamos elaborar um plano.”

Olho para ele e fecho a cara.

“Pare de se fazer de dura Hailey. Você sabe que não é o que você precisa neste momento.”

“Não me diga o que preciso!”

“Shh, a garotinha está dormindo.”

Estou chocada porque ele simplesmente me repreender. Então estou inundada com ainda mais emoções — as mais quentes. Monte nunca se importou se Marisa testemunhasse uma briga. Por isso parei de permitir que ele me me tirasse do sério na frente dela. Ela não merecia ouvir isso; ela merece muito mais.

Sem dizer uma palavra, eu me levanto e sigo a luz. Talvez Morrison esteja certo, preciso tentar relaxar.

Uma vez que estamos no seu quarto, ele me entrega uma camisa. “Use isso para dormir, se quiser.”

Estou no banheiro, esquecendo as minhas preocupações, ou pelo menos tentando fazer, quando ele entra e me dá uma taça de vinho. “Aqui, você merece, mãezinha.”

Ele caminha até o armário e tira duas toalhas. Quando ele está pronto para sair, eu o paro.

“Obrigado, Morrison.”


“Não há necessidade,” ele diz, olhando para trás enquanto bebo o vinho. "Isso é muito melhor se você beber em pequenos goles. Saboreie, pegue...”

“Vou tentar lembrar da próxima vez.”

Aceno, em seguida ele sai, só para voltar com a garrafa. “Aqui está se você precisar.”

“Ficar bêbada não vai me fazer ir para a cama com você.”

“Não tenho a intenção de dormir com você, querida. Mas, não vou mentir — planejo tentar te colocar na cama.”

Rolo meus olhos e, em seguida, um leve sorriso aparece em seus lábios.

“Você precisa dormir. Precisamos descobrir o que vem a seguir.” Ele diz enquanto sai.

“Preciso planejar algo.” Comento alto o suficiente para que me escute.

“Isso é o que acabei de dizer.” Fecha a porta atrás de si.

Entro em sua descomunal banheira, tentando lavar minhas preocupações e deixar que se vão nesse banho excessivamente caro.

Mergulho em sua gigantesca banheira, tentando lavar minhas preocupações com banho caríssimo. Quando chego a um acordo comigo sobre tudo o que aconteceu, saio. Pego a toalha, me seco e visto a camisa que me entregou.

Morrison é alto. A camisa do seu pijama fica acima de meus joelhos.

O cansaço me atinge. Com as emoções do dia, o banho e o vinho, estou mais do que pronta para dormir o resto desse dia infernal. Precisando deixar tudo isso para trás, vou para o quarto de hóspedes, onde Marisa ocupa agora, toda a cama. Apenas voltei ao quarto de Morrison para pegar uma manta e um travesseiro quando me agarra e, de repente, estou deitada em sua cama. E antes que possa adormecer, Morrison está subindo ao meu lado. Então, noto que estou com a parte de cima de seu pijama e ele com a de baixo e não posso evitar rir.

“Querida, não é bom para o ego de um homem, se você ri quando ele sobe na cama.”

“Morrison, estamos usando um pijama completo.”

Ele pisca um olho.

“Compartilhar é demonstrar interesse.”

“Compartilhar, hum?” O vinho me deixou relaxada — talvez um pouco demais. Embora meu plano fosse dormir, agora que ele está na cama comigo, dormir não é o que está em minha mente.

Ele estica a mão e esfrega o polegar em círculos na minha testa enquanto seus dedos se aproximam do meu cabelo. “O que está acontecendo aqui?”

“Não sou uma prostituta. Bom, na verdade sou, mas não porque seja fácil. Eu perdi. Monte ganhou. O prêmio era eu. E ele me pegou.”

“Querida, você é o prêmio de todos os homens.”

Sorrio com sua opinião e lhe dou uma palmada no peito. “Só estive com ele... bem, até você me encurralar e não pude resistir.” Começo a tagarelar, um característica que está longe de ser atraente. Eu ouvi falar dos lábios de licor, mas como chamam quando o vinho te faz falar seus segredos mais profundos e escuros da vida?

“Hailey.” Pronuncia meu nome baixo, parando minhas divagações de meu tempo com Monte. “Onde está sua família? Alguém que já tentou intervir, ou pessoas que você pode pedir ajuda?”

Sorrio bruscamente e não de uma maneira ‘haha, isso é divertido’. “Família... Marisa é minha família.” Suspiro antes de sussurrar: “Marisa é meu mundo. É o mais importante que fiz e que jamais farei.”

“É uma boa mãe e pode tomar isso de alguém que foi criado por uma boa mãe.” Olha para o teto e algo se passa em suas feições, o que faz com que sinta curiosidade sobre sua mãe. “No entanto, quem está te mantendo?”

“Minha mãe morreu e meu pai era seu cafetão.” Seus olhos se ampliam com minha admissão. ‘Paizão Cafetão’, que livremente me entregou para Monte. Ele foi nada mais do que um doador de esperma.”

Morrison não diz nada, apenas franze o cenho com firmeza, fazendo com que suas feiçoes se endureçam até um ponto que eu consigo ver, mesmo no quarto escuro.

“Pode me chamar de a órfã Annie, porque, não tenho nenhuma família além da minha princesinha.” Tento brincar para descontrair o clima.

“Sinto muito.” Comenta pesaroso ao juntar nossas mãos.

“Não.” Afasto minhas lágrimas. “Não se atreva a ter uma maldita pena de mim, Morrison Caldwell! Nós jogamos a mão que nos é dada pela vida até que a última carta caia na mesa.”

“Não sinto pena, Hailey. Eu só... só...”

“Você só quer fazer tudo melhor. Bem, Morrison, a verdade é que a minha vida é cheia de golpes duros. Você está tentando me dar esperança em uma situação que não tem esperança, em uma vida que não tem esperança. Eu continuo dizendo que posso fazer o melhor para mim e Marisa, mas não sei se ainda acredito. Será melhor se você se afastar agora, assim não te arrasto comigo. Vou sair dessa de alguma forma. Sempre faço.” Começo a ficar tensa enquanto o vinho desaparece rapidamente agora que estamos em território emocional profundo.

Sentindo isso, me lendo, Morrison me puxa contra ele, me deitando metade sobre o peito. Então, acaricia meus cabelos enquanto escuto a batida constante do seu coração, relaxando mais uma vez.

“Você é a mulher mais forte que já conheci, além da minha mãe. Uma vez fiz a promessa de fazer o bem em um mundo cheio de maldade. Hailey, deixe que eu faça o bem para você.”

Começo a me sentar para olhar para ele, mas me mantém no lugar, deixando um beijo rápido no topo da minha cabeça.

“Durma, Hailey. Não haverá mais golpes duros —apenas bons. Sonhe com isso.”

Quero argumentar. Eu quero... não sei. Só quero gritar, bater em alguma coisa e lhe dizer ‘se foi assim tão fácil’. No entanto, não faço. Em vez disso, fico escutando seu batimento cardíaco enquanto derivo em um sono profundo e tranquilo que nunca tinha experimentado antes em minha vida.


Capítulo 11

Morrison


Ela finalmente adormeceu.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu a vi poucas vezes, na verdade.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu vi isso algumas vezes, na verdade. Toda vez que perguntei o que estava acontecendo, ela parava e me dizia que tudo ficaria bem. Ela me confortava. Quando fiquei mais velho, não tive mais que perguntar.

Aos sete anos, lembro-me de saber exatamente o que estava errado. Lembro-me de ouvi-lo xingá-la e degradá-la. Lembro-me de ver Hendrix passeando de um lado para o outro como se quisesse escapar do pequeno quarto de merda onde nós três dormíamos. Ficava na parte de trás do apartamento e era o menor cômodo, mas não consigo me lembrar do velho idiota bêbado indo para lá mais de uma vez, talvez duas.

Mamãe nos escondia, supondo que ali poderia nos proteger.

No seu momento mais fraco, ela me disse tudo sobre sua vida, sobre sua mãe, como cresceu e o que tinha acontecido.

Hailey. Santo enigma do caralho, Batman! A vida dessa garota tem sido um nível de inferno completamente diferente de sua mãe. Não foi abusada fisicamente... bem — não como sua mãe, de qualquer maneira.

A sensação de que você tem dono e que de alguma forma devia o resto de sua vida para um pedaço de merda que te lembra a cada dia que te possui, te despoja de seu orgulho, sua confiança e qualquer tipo de esperança que um ser humano possa ter. E, apesar do que mamãe e nós suportamos, pelo menos tínhamos esperança. A esperança é o sentimento mais forte que se pode ter. A esperança não vai embora. Pode se esconder, como neste momento, mas retorna com uma vingança.

Hailey disse que não tinha nada e não podia dizer que ela estava errada; só podia ouvir. No entanto, estava errada. Ela tem esperança... esperança para sua filha. E se soubesse disso, estaria a caminho da cura, superando a tempestade de merda que é a sua vida.

Na escuridão da noite, seu corpo treme e começa a fazer pequenos soluços, quase em silêncio, enquanto está deitada no meu peito. Abraço-a mais forte e eles param.

Deus, é bom saber que posso fazer isso por ela. Eu gostaria que alguém pudesse ter feito isso por mamãe.

No entanto, ela estava certa: Monte é uma cobra. Joguei contra ele em um dos torneios clandestinos em Las Vegas, chutei sua bunda e ganhei dinheiro suficiente para comprar esta casa. Durante uma semana, fui muito cuidadoso, porque ele e seus capangas estavam por toda parte. Não mudei uma merda do meu dia a dia, mas nesse momento, decidi que não iria jogar esse circuito novamente.

Tanto quanto adoro a emoção do jogo, adoro mais o meu rosto e os meus pertences, e não quero acabar fodido. Vamos encarar; eu não sou Jackie filho da puta Chan, mas cara a cara, poderia vencer qualquer um. Inferno, o velho me batia muito e eu deixei. Por quê? Ele ficava irritado porque era mais forte do que ele e isso me ensinou a não ter medo de nenhum homem. A dor não é nada.

Mas não sou estúpido.

Se meus irmãos estivessem aqui, poderíamos destruir Monte e seus capangas não teriam chance. No entanto, segurando seu corpo trêmulo, sei que a lógica e a razão estariam comprometidos com a preocupação e medo de tirar sua esperança, representada nessa garotinha linda que está dormindo no quarto de hóspedes.

Quando tenho um momento de lucidez, descubro o que fazer, sorrio e ela se move, mas depois de alguns segundos, volta ao seu sono.

Acordo quando o sol começa a aparecer pela janela. Quando me movo sob ela, ela abre os olhos.

“Você deve ir para a cama com a garotinha e dormir um pouco mais.”

“Você vai sair?” Ela se senta e alonga.

“Não, só precisa fazer algumas coisas.”

“Está bem.” Ela se levanta e alonga mais uma vez, a camisa se levanta e vejo um pouco de sua calcinha de renda.

“Ei, Slick!” — Estala seus dedos — “olhos aqui.”

“Espertinha.” Sorrio.

“Sim, bem, obrigada pela noite passada, por ontem, por nos ajudar.”

“O prazer é meu. Agora vá para a cama.” A maneira como digo reflete os pequenos pensamentos sujos na minha cabeça. Dou de ombros e ela revira os olhos. “Sinto muito, querida. Você está tão gostosa neste momento. Você precisa sair antes que pare de ser tão cavalheiro e...”

“Morrison.” Ela me interrompe. “Realmente, aprecio isso.”

“Eu sei. Agora vá.”

A coisa engraçada sobre apreciação e que ele não trás sexo.

Entro no chuveiro e observo meu pau. “Faz um longo tempo que nos dois tivemos alguma intimidade, anos, na realidade. Mas aqui está o negócio” — envolvo minha mão em torno mim mesmo — “essa menina aí fora, o tem firme e espreitando em minhas calças, implorando para estar dentro dela... bem, isso deu errado. Agora se acalme. Não é o tipo de ‘áspero’ que você gosta. Ela nos vê como um problema.”

“Agora, eu sei,” digo, acariciando-me mais rápido, “ela nunca agiu dessa maneira antes, mas com o conhecimento vem a responsabilidade. Então, você e eu vamos nos conhecer tão bem quanto fizemos aos dezesseis anos, porque na próxima vez que ficar assim, duro, próximo e pessoal, Madame durona lá fora vai estar rogando por isso. Ela vai saber que você e eu não somos um problema, um pagamento ou obrigação, mas um presente.” Fecho os olhos e penso naquela fantástica buceta, enlouqueço e bombeio mais forte, mais rápido. “Eu te prometo,” resmungo, “não há maneira no inferno que vou deixar esse tesouro escapar.”


“O que você quer dizer com Detroit?”

Empurro sua mão para ela. “Olhe para os bilhetes, sairemos em algumas horas, apenas por um tempo, o suficiente para que isso se resolva.”

“Há um torneio neste fim de semana e posso ganhar, Morrison. Eu posso ganhar e pagá-lo!”

“Você precisa pensar muito sobre isso.” Olho para Marisa, que está sentada no meu sofá de couro com uma tigela de uvas, usando meus fones de ouvido sem fio Bose e cantando junto com alguns desenhos animados.

“Você gosta da Princesinha Sofia?” Ela grita quando me vê olhando para ela.

Sorrio e aceno, mesmo que eu não tenha ideia do caralho do que ela está falando. E tenho certeza que ela vai derramar essas uvas pegajosas no meu sofá, mas não me importa. Nem um pouco, porra.

“Você me ouviu?”

Olho para trás para Hailey, que está franzindo o cenho para mim, e nego com um aceno de cabeça. “Por menos que seja Morrison, eu sei que você está certo, porque na noite passada admiti que nada é mais importante que a garotinha cantora no seu sofá, e sou pra caralho...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Ela repreende.

“Ela não pode me ouvir.” Eu rio. “Nada de jogo, Hailey.”

“Tenho que mantê-la a salvo.”

“Bom, isso significa que você tem que estar segura. Quem ela tem além de você?” Sei que estou exagerando, mas seu fodido muro é muito melhor no chão a seus pés.

“A única coisa que você quer é me possuir, me foder...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Devolvo e ela franze a testa de novo mas não fala nada. “Tem outra coisa que quero que saiba: Não vou te tocar e não quero te machucar. Quero fazer algo certo. Prometi a uma mulher que faria algo bom nesse fodido mundo e tenho sido um egoísta imbecil até agora. Por isso, se você precisa manter essa merda de olho por olho dente por dente e essa coisa de obrigação e recompensa, eu ficarei ao seu lado. Agora mova seu pequeno traseiro e empacote suas coisas, assim não perderemos nosso voo.”

Ela não se move.

“Mãezinha, não me faça repetir.”


Paramos na frente da casa de Hendrix em um táxi e Marisa olha para fora pela janela. “Aqui é verde.”

“Claro que é.” Eu saio e pego a garotinha, porque, honestamente, estou pensando que Hailey poderia fechar a porta e bloqueá-la antes de dizer ao motorista de táxi para arrancar e sair daqui.

Mantenho Marisa em um braço e pego as malas do porta-malas do táxi. Então, pago enquanto Hailey olha em torno de modo cético.

“Olha o que o gato trouxe.” Olho para trás quando a porta da garagem se abre para ver Hendrix, Jagger e Livi caminhando em nossa direção.

“Surpresa.” Sorrio. “Marisa, estes dois palhaços são meus irmãos, Hendrix e Jagger, e esta aqui é Livi, minha cunhada.”

Ela sai dos meus braços e faz uma pequena reverência de princesa. “Como estão?”

“Gatinha, eles são pessoas como nós. Guarda essa merd...” Hailey me dá um cutucão. “Opa, minha culpa. Guarde essas maneiras para a rainha.” Começo a apresentar Hailey. “Esta é a minha... uh... minha...”

“Eu sou Hailey, uma amiga de Morrison.” Ela se aproxima e aperta suas mãos.

“Vamos pegar a SUV” digo, “desça a estrada, encontre um lugar para ficar e...”

“Bobagem, vocês ficam aqui.” Livi se inclina e sorri para Marisa. “Você não quer ficar em um hotel antigo e sem graça, certo?”

Ela sorri e encolhe os ombros.

“Temos um monte de espaço aqui.”

“Livi” — Hendrix coloca seu braço em volta de sua cintura — “são mais do que bem-vindos para ficar, mas se eles não querem...”

“O que você acha Hailey?” Pergunto a ela. “Você quer ficar aqui por alguns dias?”

“Isso seria muito legal. Obrigada.” Responde timidamente, enquanto ainda assimila tudo.

“Bem. Agora os caras podem pegar as malas e nós, meninas, vamos encontrar um quarto para Marisa. É tarde, devem estar cansadas.” Diz Livi, de pé e sorrindo para Hailey.

“Nada.” Marisa sorri e pega tanto a mão de Hailey como Livi.

Uma vez dentro da garagem, olho para meus irmãos. “Não me julgue, sim, eu deveria ter chamado, mas não havia tempo, e não tinha certeza de que ela viria.”

“Ela é sua namorada?” Pergunta Hendrix.

“Porra, ela é gostosa.” Jagger pisca para mim.

“Ela é uma amiga que está com problemas com seu futuro ex-marido, a escória na Terra, um agiota de Las Vegas. Ele acredita que ela lhe deve algo e ameaçou tomar a menina. Isso não vai acontecer no meu turno.”

“Por que você cuida delas, se não vão foder?” Pergunta Jagger.

“Respeito, Jag.” Avisa Hendrix.

“Encontro aleátorio, eu nem sabia que ela tinha uma filha.”

“Você está bem com isso?” Questiona Jagger.

“A mulher mais gostosa que tive. Ereção garantida. Posso ter um problema.”

“Um problema?” Hendrix indaga.

“Sim. Ela é teimosa, tem muros tão altos quanto o sol. Ela acredita que tem que manter as coisas à mão, tem medo de dever algo a alguém. E é o mesmo com o sexo. Ela insiste em dar tanto quanto recebe.”

“Onde está o problema com isso?” Pergunta Jag, em seguida, ele ri.

Hendrix e eu apenas olhamos para ele.

“Bem, ok, não fazemos assim.” Ele balança a cabeça.

“Oferecemos o nosso melhor.” Digo enquanto bato em suas costas. “Estou faminto. Vamos subir, vou pedir o jantar.

O jantar é divertido. Marisa ama pizza e nos diverte. Essa menina é muito pequena para não mostrar nenhum ferimento de batalha. Ela vai quebrar este maldito ciclo. Por quê? Porque sua mãe é muito forte e a ama tanto que vai fazer acontecer.

Hailey está silenciosa, muito calma. Não posso nem contar o número de vezes que a vi olhando para a porta como se quisesse fugir. Não sou o único a percebe. Meus irmãos e Livi também notam essa merda.

Marisa escolhe o quarto que ninguém dormiu, o quarto que Hendrix montou pensando em nossa mãe. Um quarto em que mamãe jamais usou.

 

Depois que Hailey dá banho em Marisa, as duas agradecem a todos e depois vão para a cama.

Hendrix volta para o bar para fechar e Jag diz que vai treinar na academia. Já é tarde. Tenho certeza que ele vai bater em alguma coisa, mas meu palpite é que não será apenas na academia.

“As coisas certamente mudam em um piscar de olhos,” diz Livi enquanto limpa a mesa de café onde acabamos de comer.

“Ela é uma boa menina, só precisa de uma pausa.”

“Você é um bom homem, Morrison. Vocês todos são. Mas, por favor, me faça um favor.”

“Qualquer coisa, você sabe.”

“Não deixe Hailey cair se você não for forte o suficiente para segurar os dois, e não se esqueça de quão importante é essa garotinha, se você e sua mãe acabarem juntos. Lembre-se, ela estava lá ao lado da mãe primeiro. E não tente se achar que Hailey não pode devolver o amor que eu sei que você é capaz de dar.”

“Ouça, Livi, nem mesmo vou tocá-la novamente.” Dou um empurrão de brincadeira.

“Uh-huh. Estou falando sério, Morrison. Além disso, você merece ser feliz também. Ela é tão vulnerável e assustada, e não pode...”

“Livi, fui criado por uma mulher que era forte o suficiente para ficar. Nunca colocarei uma mulher nessa posição. Ajudarei para que ganhe sua liberdade. Isso é tudo o que ela quer para si e para aquela garotinha.”

Na parte da manhã, acordo cedo e saio do meu quarto para encontrar Hailey ali de pé, olhando ao redor. Paro e observo, querendo saber o que está pensando. Em seus olhos, vejo um olhar perdido. Na verdade, não é só perdido, mas como se estivesse enjaulada.

Não quero que tenha uma ideia errada sobre o porquê a observo.

“Bom dia.” Digo quando passo ao lado dela. “Café?”

“Uh... eu... uh...

“Toma puro?”

“Preciso encontrar um supermercado.”

“Certo. Mas até lá...”

“Vem muito aqui?” Ela me interrompe. “Você tem um quarto. Você...”

“Fico em Las Vegas até que junto o suficiente para ficar em casa por um tempo. Então, fico com minha família. Se quero trabalhar, trabalho no bar. Hendrix é proprietário de um mais abaixo na rua.”

“Preciso...”

“Qualquer coisa que seja, vamos conseguir.”

“Preciso de um trabalho.”

“Feito.” Escuto Hendrix dizer enquanto desce as escadas. “Encontrei uma de minhas garotas usando drogas quando fui pegar o dinheiro ontem a noite. Essa merda não acontece no Caldwell’s. Se estiver limpa e quiser o emprego, é seu. Livi e eu podemos te treinar...”

“Ela trabalhou...” Interrompo.

“Tenho experiência.” Ela me corta. “Trabalhava como garçonete em Las Vegas, inclusive substituia os barmans quando precisavam descansar.”

“Meu bar serve cerveja de barril e doses.” Hendrix diz.

“Não posso começar essa noite. Tenho que encontrar uma babá.” Vejo seus olhos movendo sem controle, como se estivesse tentando resolver todas as coisas sozinha. Porra, odeio isso.

“Confia em mim para cuidar dela?”

“Como se eu tivesse alguma opção.” Murmura.

Vou para o banheiro antes que diga algo de merda do qual posso me arrepender, mas paro quando a escuto falar.

“Não vai sair com ela, não é? Não tem uma cadeirinha e não conheço o lugar.”

“Não, vamos ficar aqui.”


Tem trabalhado há três dias, e durante esse tempo, não trocamos mais de dez frases. Ela e Livi estão se aproximando, o que é ótimo, e Marisa e eu criamos a nossa própria rotina a noite.

A mamãe sai e nos dirigimos para a garagem. Depois de dois minutos, de desenho, ela se senta no chão.

Hoje, está nas minhas costas, rindo enquanto eu corro. É a coisa pequena mais linda do mundo. Ela gosta de uvas, as come enquanto assiste Princesinha Sofia. Então lemos.

Hailey está de folga essa noite, e mesmo a distância, posso ver que uma luz voltou aos seus olhos. Ela brinca com meus irmãos e Livi e parece mais relaxada. A única vez que ouvi algum tipo de desentendimento foi quando ela e Hendrix discutiram sobre o aluguel. Ele disse que não, ela disse que iria embora.

“Saiba que você é um pé no saco.” Ele resmungou quando ela empurrou o envelope.

E quando comprei uma cadeirinha de carro — uma merda de uma cadeirinha — para o Escalade, ela ficou furiosa.

“Quando tiver que levá-la ao médico, não ficará tão furiosa comigo.” Gritei enquanto me afasto.

Balançando a cabeça, volto ao presente e me dou conta de que tenho que colocar um pouco de distância entre nós, Então, vou para o bar, onde bebo muito.

Recebo ofertas, muitas, e nem sequer posso pensar em aceitar. Tudo o que posso pensar é nela. Ao terminar a noite, não posso conduzir, então espero o táxi que Sally, a garçonete, chamou para mim e volto para casa, onde cambaleio no corredor até o batente da sua porta.

Paro na porta, observando-a dormir. Ela está deslumbrante com o rosto sereno, a preocupação parece ter sumido.

Tenho uma garota extraordinária na minha frente e nem sequer posso tocá-la.

Não sei quanto tempo tenho observado quando seus olhos se abrem. Ela me vê, então me encara.

Apenas balanço a cabeça e me afasto.

Ouço a porta fechar e olho para trás enquanto caminha em minha direção, vestindo seu robe.

“Que diabos você está fazendo? Você me olha todas as noites?”

“Sim.” Quero me inclinar para frente e tocá-la. No entanto, não faço.

“Bem, não faça. É assustador e errado. É fodido, Morrison.”

Concordo. “A culpa é sua.”

“Minha?”

“Tenho andado por aqui durante dias, te vendo rir, sorrir e baixar a guarda para todos.” Eu me inclino para frente. “Não tem ideia do quanto é atraente para mim.”

“Não.” Sua voz treme.

Balançando a cabeça, “Eu te quero todo o maldito tempo. Fico duro quando você passa ao meu lado. Poderia ter fodido cinco mulheres diferentes esta noite — Deus sabe que preciso liberar esse tesão — mas não o fiz, porque tudo que queria era voltar aqui e admirar a mulher mais linda que já vi. Você, aqui, Hailey — deitada com a sua filha, dormindo sem uma ruga de preocupação visível — é o que prefiro. Mas essa Hailey não quer nada comigo. Então me perdoe se gosto de observá-la dormir. Prometo a você que não farei novamente.”

Não diz nada, mas seu lábio inferior treme e tenho que evitar mordê-lo ou simplesmente tocá-lo, porque eu sei o que faz com ela, o que faz comigo.

Então, em vez disso, eu me afasto.


Capítulo 12

Hailey


“Morrison.” Grito. Não deveria chamar. Deveria deixá-lo ir. Preciso afastá-lo e deixar que vá, não o chamar de volta para mim.

Ele não fala. Fica de costas para mim e olha por cima do ombro, me observando atentamente.

As lágrimas se acumulam e sinto que a barragem está prestes a quebrar.

“Eu não sei como lidar com tudo isso.” Sussurro.

“Comece deixando que eu te ajude.” Responde como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

“Não somos problema seu, Morrison.”

Seu rosto se contorce como se sofresse. Virando-se para me enfrentar, não se aproxima, fica parado com as mãos nos quadris, esperando que eu continue.

“Mãezinha, você deve saber que é gostosa pra caralho. Porque, querida, uma mulher forte é muito sexy. Mas você também deve saber que não há nada — e quero dizer nada mesmo — que faça o homem que sou cair mais duro do que ver a beleza que você compartilha com aquela menina lá.” Ele aponta para a porta atrás onde Marisa está dormindo. “Hailey, você também tem que saber que não há problema em deixar as pessoas entrarem. É bom ter ajuda. E, porra, é bom ter algo para você.”

“Tenho algo meu. Ela está naquele quarto ali.”

Com três passos, ele está de pé na minha frente, inclinando meu queixo para me fazer olhar para ele.

“Eu vi em primeira mão como as coisas são para uma mãe que só vive para seus filhos. Ela está em primeiro lugar. Eu entendo isso, Hailey. Ela será meu número um também. O mesmo vale para Jagger, Hendrix, e Livi, todos nós te apoiaremos. Sabemos exatamente o que é para uma mãe sacrificar tudo pelo bem de seus filhos e não se importar com nada mais.”

Eu sei que ele está falando sobre sua mãe. Nós não chegamos tão profundamente antes, mas sinto muito.

Meu estômago torce enquanto ele continua, seus olhos nunca deixam os meus. “Tenho um arrependimento nesta vida: do que não fizemos para mamãe. Nós não prestamos atenção suficiente até que fosse tarde demais para dar algo para si mesma. Ela tinha a gente e o bar, mas ela merecia o melhor. Você merece o melhor.”

“Morrison.” Sussurro enquanto as lágrimas caem.

“Não, Hailey, não há nada que possa dizer. Basta ouvir. Com ou sem mim, você deve lembrar que também precisa cuidar de Hailey. Marisa precisa de sua mãe completa. Ela precisa da mãe e de pessoas que a protejam. E o que estou lhe dizendo é que você tem isso, não importa o que.”

Sentindo-me completamente derrotada, olho para os olhos determinados. “Eu não posso retribuir sua bondade, Morrison.”

Ele pressiona sua boca contra a minha em um beijo devorador e quanto mais me beija, mais sinto como se estivesse flutuando. Quando suaviza, dou um gemido enquanto derreto. Então, ele se afasta.

“Você. Não. Me. Deve. Nada. Porra nenhuma. No mês que te conheçi, me senti vivo pela primeira vez desde que a minha mãe morreu. A garotinha e você me deram uma razão para me levantar de manhã e fazer algo diferente na minha vida. Eu vou para a cama à noite desejando, mais do que tudo, lhe dar tudo o que tenho dentro de mim e deixar o mundo aos seus pés. Você não entende isso, Hailey? Você me dá muito mais do que o dinheiro pode comprar. Isso não é um equilíbrio de poder, perder ou ganhar, isso é um fodido sentimento. Pela primeira vez na minha vida, eu sinto, Hailey, além da preocupação em mantê-las seguras, e é bom pra caralho.”

Abro e fecho a boca, como se não tivesse palavras que pudessem explicar o que tenho sentido desde que Morrison chegou ao meu mundo.

Acaricia meus lábios com os seus. “Deixe o bem entrar, Hailey.”

Com essas últimas palavras, ele se retira e caminha pelo corredor sem olhar para trás, enquanto deslizo pela parede e penso sobre tudo o que ele acabou de me dizer.

O tempo passa e a fadiga assume o controle. Vou ao banheiro, lavo meu rosto e escovo meus dentes: as pequenas coisas que as mães se esquecem de fazer quando adormecem com seus filhos. Quando olho no espelho, não posso deixar de ouvir Morrison na minha cabeça.

“É bom pra caralho.”

Sim, admito.

Tem algo para mim? O medo se agarra ao meu coração quando penso no que quero para mim.

Seus braços são o meu conforto. Eles são o meu lugar para recuperar minha força. Quando ele me abraça, ele reconstrói algo profundamente dentro de mim. No meu momento mais fraco, ele envolve seus braços em volta de mim, e de alguma forma não parece que tudo está perdido.

“É bom pra caralho.”

Continuo repetindo na minha cabeça enquanto volto para a cama. O último pensado que tenho antes de finalmente adormecer é: sim, Morrison Caldwell, é bom pra caralho. Pena que não posso dizer isso a ele.

A manhã chega muito cedo. Tenho o turno da tarde no bar esta noite, e Sally, que está livre, vai cuidar de Marisa.

Depois de uma banho e me preparar para o dia, algo me empurra para encontrar Morrison. Quanto mais quartos passo sem encontrá-lo, mais o medo se instala em meu intímo.

Minha mente acelera e o pânico me invade quando chamo sem uma resposta. Eu o afastei demais? Acabei de perder a única coisa boa na minha vida além da minha filha?

Jagger está na cozinha quando viro a esquina para procurar Morrison. Ele entra e sai, mas sempre toma o tempo para ver como Marisa e eu estamos, fazendo com que me sinta aceita. Ainda assim, dos três irmãos, acho que é o mais temperamental e imprevisível.

“Bom dia, Hailey.”

“Bom dia, Jagger”. Por acaso você viu Morrison?”

“Sim — acabo de deixá-lo no aeroporto. Ele deixou o Escalade para você com um cartão para a gasolina no porta-luvas.”

“Aeroporto? O que quer dizer “aeroporto”? Onde diabos ele foi?”

Jagger me dá um sorriso. “Essa boca ousada é atraente, Hailey, meus irmãos são bastardos sortudos, eles têm duas boas mulheres com muita coragem.”

Ignoro o que Jagger diz sobre ser a mulher de Morrison, incapaz de tomar um tempo para pensar sobre isso agora. “Jagger, onde ele foi?”

“Onde ele sempre vai,” diz como se fosse óbvio, como se tudo isso fosse apenas um conhecimento comum. “Não se preocupe, ele estará de volta em uma semana, duas, no máximo, ele não fica longe por muito tempo.”

Uma semana, duas, no máximo?

Até agora, não tinha pensado em estar longe de Morrison. Desde que entrou na minha vida, não pensei em não tê-lo por perto, porque... bem, porque ele sempre esteve aqui.

Ele saiu sem se despedir.

O pensamento me incomoda.

Passo a manhã meio atordoada enquanto Jagger vai fazer o que quer que seja que Jagger faz. Sei que treina e luta, mas o homem tem um trabalho normal? Estou começando a pensar que todos trabalham no bar, mas também têm a sua ‘vida paralela’, como Jagger diria.

Durante toda a manhã, tento falar com Morrison, mas recebo apenas o correio de voz. No momento em que meu turno começa esta noite, estou oficialmente nervosa.

“Jared, você sabe o que é engraçado sobre estar sóbrio?” Hendrix diz com humor brilhando em seus olhos enquanto fala ao homem mais velho que fica colado ao banco no final do balcão todas as noites.

“Nada, Caldwell, não há nada de bom sobre isso.” Replica Jared antes de voltar sua atenção para Olivia. “Livi, qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

Ela ri antes de responder:

“Não sei, J. Qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

“Uma Miller Genuine Draft em cada mão. Agora faça essa merda acontecer para mim, você vai, não é querida?” Ele sorri, mostrando o verdadeiro elo que eles compartilham.

Fui apresentada a Jared e sei que ele oficializou o casamento de Hendrix e Livi, mas o homem está longe de ser caloroso e amigável. Não me deixa servi-lo ainda. Não o ganhei, diz ele. Eu gostaria que me dissesse o que tenho que fazer para ganhar essa honra.

“Você,” ele grita para mim, “mulher de Morrison, venha aqui.”

Começo a corrigi-lo, para lhe dizer que não sou a mulher Morrison, mas ele fala antes que eu possa. “Quando seu homem voltar, tenho uma piada para você dar a ele. Está pronta?” Pergunta com toda a seriedade.

Assinto, sem saber o que realmente espera que eu faça. Se aproxima e empurra meu ombro para baixo, de modo que meu ouvido está perto de seu rosto.

“Em que um casino se parece com uma mulher?” Ele sussurra, e não posso deixar de pensar onde ele está indo com isso. “Licor na frente e pôquer atrás.”

Meus olhos se arregalam em surpresa quando Livi ri comigo depois de ouvir cada palavra que ele diz.

“Pense nisso e diga ao nosso cara quando ele voltar para casa depois do torneio.”

“Torneio.” Com essa palavra, entendo tudo. Instantaneamente, sei onde Morrison está e não me sinto feliz. Este é o meu problema, não o dele.

Lembrando onde estou, limpo o balcão enquanto dou risada da piada e continuo com meu turno. Faço o que faço melhor — reprimo tudo e sigo em frente, mesmo quando o mundo cai ao meu redor. A noite passa em um turbilhão de bebidas e petiscos. Uma vez que fechamos, Livi coloca uma bebida na minha frente.

“Humm... devo dizer que não bebo frequentemente. De fato, a última vez que bebi, fui Lucy lábios fracos e não foi atraente.” Tento explicar.

“Garota, observei você no limite a noite toda. Então depois que Jared disse ‘torneio’, você entrou em modo robô. Agora, você tem uma menina esperando em casa que não vai querer uma mãe robô. Beba isso e vamos conversar.”

Livi e eu nos aproximamos durante o meu tempo aqui. Ela sabe tudo sobre Monte e os detalhes de como cheguei a esta situação e nosso tempo juntos. Embora procure muito Jamie, não podemos falar demais, porque não quero atrair a atenção de Monte para os dois telefones; com seu marido Alex devendo a Monte, não é demais ser cuidadosa. Livi tornou-se quase tão íntima quanto Jamie neste curto espaço de tempo. Ela tem essa vibração inocente e, depois de estar toda a minha vida no mundo dos jogadores e tentar lê-los, Livi é como uma lufada de ar fresco. Ela é limpa, pura, amável e leal.

“Diga-me que foi jogar para ele. Por favor, Livi, diga que ele não está tentando vencer Monte por mim.”

“Não posso fazer isso, Hailey. Não quero mentir e não vou. Ele é bom no que faz, no entanto. Vai te tirar dessa bagunça e vai fazer isso enquanto te abraça para que você não possa cair.”

Endureço com suas palavras. “Eu não posso cair.”

“Claro que pode.” Ela diz sem rodeios. “Todos o fazemos em algum momento.” Eu suspiro e depois ela continua. “Esses caras foram criados para levantar uns aos outros. Não há problema em depender dos outros, Hailey. Nem todo mundo espera algo em troca e os Caldwell não querem nada além de amor. Deixe Morrison fazer o que tiver que fazer para esta família, sua família, o que inclui você e a Srta. Princesa.”

“Não sei se posso.”

Ela aperta minha mão. “Houve um tempo em que não pensei que pudesse deixar alguém me ajudar, mas, você sabe o quê? Eu estava andando na neve no centro de Detroit, tudo para evitar dizer a alguém como as coisas eram ruins, então Hendrix apareceu e começou a cuidar dos meus problemas. Mais do que isso, ele segurou minha mão, enquanto eu estava enfrentando o meu passado. Ele me deu a força para suportar. Deixe que Morrison te dê isso. Deixe-nos te dar a segurança que você nunca teve.”

“Ele não está competindo com alguém que joga limpo, o Monte não o deixa vencer, e se por algum milagre ele ganhar, como posso pagar?”

“Vivendo sua vida livre das correntes do seu passado.” Ela me leva pelas mãos aos bancos do balcão, onde sentamos. “Esses caras viram coisas ao crescer, os tipos de coisas que permanecem com você. Eles não foram capazes de tirar sua mãe de uma situação ruim, então eles tiveram que assistir impotentes, enquanto ela passava por um monte de porcaria que não deveria ter que suportar. Eles não podem encontrar alguém que é abusado e não desejar estender uma mão para levantá-lo novamente.”

“Não fui abusada, Livi. Minha situação não é como a da mãe deles. Só devo a Monte.”

“Não lhe deve uma maldita coisa. Você jogou e perdeu. Acontece. Naturalmente, dinheiro não vem sem consequência, mas te chantagear para se casar?” Ela balança a cabeça. “Isso não é igual a nada.” Livi se mexe no banquinho de maneira peculiar, como ela geralmente faz, mas, desta vez, algo aparece em seus olhos. “O consentimento é,” ela começa e olha para ao redor antes de sussurrar “muito necessário.” Então, como se tivesse encontrado uma nova confiança, repete, só que mais alto dessa vez: “O consentimento é necessário. Está me ouvindo, , você entende Hailey?”

“Dei meu consentimento, Livi.”

“Sob pressão e quando você era menor de idade. Entende o que estou dizendo?”

“Não preciso de absolvição. Preciso que Morrison volte para casa e não lute minhas batalhas por mim.”

“Hailey, isto não é uma absolvição. O seu futuro ex-marido manipulou sua situação. Alguma vez você já ouviu o termo ‘consentimento duvidoso’?”

Lágrimas enchem meus olhos. “Livi pare! Não fui estuprada. Ele não me bateu. Ele cuidou de mim! Eu devo isso!” Sem querer grito. “Não tente justificar ou explicar minhas decisões erradas.”

“Hailey, querida, você está quebrando meu coração. Quais escolhas você teve? Se ele levou tudo para controlar suas circunstâncias. Nada disto é culpa sua. Deixe-nos ajudar. Permita que sejamos a família que você nunca teve. Deixe Morrison mostrar o que é realmente bom. Por favor, Hailey.”

“Ajude-me a chegar ao torneio. Deixe-me jogar por conta própria. Morrison está tirando minhas escolhas neste momento, também.”

Algo pisca em seus olhos. Em um borrão, ela se foi e fico com meus próprios pensamentos sobre o meu passado.

Monte tirou minhas escolhas. Ele fez. A questão é, o que diabos eu posso fazer sobre isso agora que eu tenho uma escolha?


Capítulo 13

Morrison


Vamos as apostas.

Deixo o banheiro no aeroporto, vestido com jeans e uma camiseta. Por quê? Porque quando joguei merda na minha bolsa, não estava pensando no meu show — por isso. Essa mulher me deixou todo fodido.

Jogo uma de vinte nas máquinas no aeroporto, e o primeiro tiro é uma merda. Os próximos vinte e ganho, e recupero meu dinheiro. Na minha terceira oportunidade, perco.

Uma perda, então deveria começar pela Strip. O ritual se foi.

Não estou jogando meu jogo normal; Estou jogando um jogo para ela, para ‘minha garota’. Sim, estou a chamando da porra de ‘minha garota’, e ela também está prestes a perder o rótulo ‘Hard Knocks’ que ela recebeu e parece aceitar. Que se foda tudo isso! Ela vale ouro. Precisa apenas aceitar, e por Deus, eu me certificarei de que isso aconteça!

Estou totalmente de acordo. É um jogo em que vou perder tudo ou ganhar a porra do maior prêmio que já joguei.

Saio e peço um táxi.

“Bel Air Drive, 3111.” Digo ao motorista de táxi enquanto entro.

A primeira vez que vim a esse local, esperava que mudasse o meu mundo. E de certa forma, mudou. Por um lado, de repente, conseguir comprar e fazer coisas agradáveis para as pessoas que amava. Mas mudou a minha vida? Não.

Ainda assim, com certeza me senti, e sinto, bem. A popularidade parece boa. Ter pessoas olhando para você e querendo ser igual é prazeroso. Ter uma buceta mimada e rica faz você se sentir bem. Ter socialites de joelhos, chupando seu pau no banheiro de um clube é divertido.

Mas nada disso muda uma vida.

Fama ou virtude, o que você escolhe?

Um mês atrás, para mim era a maldita fama. E fama é o que tenho aqui. As pessoas me conhecem, sabem quem sou, porra. O homem que escolhi ser, não o homem que todos pensavam que seria. Ele não é o fodido homem que meu velho criou. Aqui em Las Vegas, eles sabem que sou bom no jogo.

Mas queria uma mudança de vida, e até agora, tudo o que consegui foram apenas coisas materiais.

A virtude, no entanto... A virtude muda vidas. As pessoas virtuosas mudam vidas e quebram os ciclos da vida. E a virtude agora está ao alcance da mão. Se eu perder o jogo, perco a garota, sei que o homem, este homem Caldwell, fará algo que deixará sua mãe orgulhosa, dar a uma menina o que deveria ser seu direito de nascimento, ter algo do qual foi despojada: sua liberdade de escolha.

Quando chego em casa, entro e percebo que nem sequer vi como está o meu carro. Mas, quem se importa? Não eu. Hoje não.

Abro o cofre e tiro dois mil dólares, depois pego as chaves da mesa de entrada.

Quando abro a garagem, vejo o pequeno carro de Hailey e decido que vou com ele. Esse filho da puta está lá fora, e isso vai chamá-lo como uma barata na noite. Entro e verifico as chaves, mas não estão na ignição. Verifico sob o assento — não estão lá. Olho o visor e todos os lugares típicos onde as pessoas escondem suas chaves, mas não estão em lugar nenhum.

Então, olho no espelho retrovisor e vejo o assento do carrinho infantil, alcanço a parte de trás e levanto a tampa. Chaves Dou risada sozinho, porque Hailey não se parece em nada com as meninas que tive Ela pensa, planeja, projeta estratégias e tem mais inteligência do que qualquer outra pessoa que conheço. Esconder chaves sob um assento de carro. Um ladrão típico de carro não pensaria em verificar lá. Isso porque ele não saberia que a garotinha é mais importante para ela do que qualquer coisa ou qualquer outra pessoa neste mundo. Seu tique, sua fraqueza, e sua razão para a luta, é aquela linda garotinha.

Quero participar de qualquer merda de torneio clandestino que Monte estiver, porque aquele filho da puta não tem ideia de como tratar uma garota como Hailey, e ele também não tem direito de ferrar essa garotinha.

Passo por sua casa três vezes. O três é o meu número de sorte, mas faz com que a merda aconteça três vezes na minha vida. Há um começo, um meio e um fim. O meio é o lugar mais seguro para estar, sempre soube que issoera verdade. Odeio a ideia de escolher o mais seguro —o que flutuasse — por que nunca fiz isso.

Estaciono na frente de um bar, o Double Down Saloon. Então, entro, peço uma cerveja, sento e espero. Antes da minha cerveja terminar, vejo quatro homens caminhando juntos, e atrás deles está Monte.

Deixo meu banco, me colocando em pé na parte de trás do bar, e me sento em uma mesa de canto. Olho para cima para ver o bastardo andando em minha direção com seus garotos.

Ele para na minha frente. “Eu quero as chaves daquele pedaço de merda em que você veio. Em seguida, será melhor me dizer onde está minha pequena prostituta.”

Sorrio, intencionalmente provocando. “Isso não vai acontecer.

“Eu não sei com quem diabos você pensa que está lidando aqui, Ás, mas nestas partes, você não pode se meter comigo.”

“Sim, bem, eu não sigo muito as regras de um pedaço de merda como você.”

Um dos caras dá alguns passos para a frente.

“É possível que você queira acalmá-lo, porque da forma como vejo isso, você pode não querer qualquer contato físico entre nós. Porque sim, se alguma vez ficar cara a cara com aquela bunda novamente, ela estará te olhando como se você não fosse nada. Não depois de me ter.”

“Eu vou arruinar você.”

“Bem, sim, eu a arruinei... para você ou qualquer outro homem que ela escolher para estar dentro daquela pequena buceta apertada. Alguma vez já ouviu os gritos dela que não fossem ‘fique longe de mim’? Porque a maneira que grita meu nome é como...”

“Você é um homem morto.”

“Se eu morresse hoje, saberia que morri depois que provei o céu, algo que você nunca teve. Não tenho ideia como diabos você pode se chamar de homem e não comer uma buceta.” Olho para um de seus caras. “Você pode acreditar nessa merda?”

“Eu não como prostitutas.”

“Pelo que eu saiba, tinha dezessete anos quando abusou dela, e não fez com qualquer outra pessoa, porque você a fez acreditar que lhe devia, isso soa muito parecido com estupro. Portanto, se meus cálculos estiverem corretos, Monte, ela teve dois paus, uma língua, e só um homem que a fez se sentir como uma mulher e não uma prostituta cativa.”

“Ela e eu somos casados; sua mãe deu seu consentimento. Não houve estupro.”

“Não é um casamento real, e era uma menina de dezessete anos, que estava com medo depois de ter sido criada por uma mulher que não conhecia a verdadeira liberdade. Você estuprou aquela menina.”

“É isso o que ela está dizendo?” Ele ri.

“Não, isso é a verdade. Ela está aprendendo muito rápido, no entanto. Ela vai criar aquela garotinha para ser o que quer que ela escolha ser um dia. Você deve muito a ela, e ela não te deve porra nenhuma.

“Ouça, seu filho da puta fodido, ela me deve trezentos mil dólares, e pretendo recuperar tudo, por qualquer meio necessário. Se você tem esse tipo de dinheiro, ela é toda sua.”

“Não.”

“Não?”

“Não, ela é toda dela.”

“O homem não quer reivindicar um traseiro pelo qual ele está disposto a morrer.” Monte ri, em seguida, o mesmo acontece com os seus capangas.

“O que vocês idiotas não entendem é uma mulher escolher o homem que ela quer foder — e ter sua mente, corpo e alma. Se eu conseguir o dinheiro e ela ficar comigo, vou ter muito mais do que sua propriedade, terei uma mulher que estará ao meu lado voluntariamente. Não será uma mulher à procura de uma fuga. E se não me escolher, não terei que descer as calças para verificar se tenho o equipamento que me faz homem — eu sei por minhas ações, que sou um homem inteiro, melhor do que o que ela teve antes.”

“Trezentos mil dólares e não dou à mínima se ela é uma participante voluntária ou não com você. Só me interessa que a putinha pague sua dívida. Você tem três dias.”

Quando, ele levanta, olha seus capangas e então se aproxima de mim. “Três dias de merda e depois, irei atrás de você, depois dela, e então da garotinha.”

“Você toca em uma delas, e eu, pessoalmente, vou te colocar três metros abaixo da terra.”

“Isto não é um jogo, Ás.”

“Não, isso seria muito fácil. Eu já venci você.”

Sussurra algo no ouvido de um dos seus capangas, então vai embora.

O homem tira uma carta e joga sobre a mesa na minha frente.

“Sua boca deveria ter ficado fechada. Monte não só quer o seu dinheiro, quer seu jogo também. Esteja lá ou eu vou dar o seu endereço.”

“Que porra isso quer dizer?”

“Tenho gente te seguindo. Faça seu jogo, consiga dinheiro e não vou usar as informações. Se não aparecer e não lhe pagar, ele saberá quem você é e onde encontrar sua esposa e filha.”

“Qual é a porra do seu problema?”

“Pergunte para Hailey.” Ele se vira e sai andando.

“Perguntar o quê?”

Ele não se vira.

Olho para a carta. É o bilhete dourado, a direção do torneio em que vou jogar pelo maior prêmio da minha vida.

Ele acha que sou um jogador.

Mas, não sou.


Paro em frente a Seed, um clube pequeno no lado leste de Las Vegas. Pego a carta que o homem de Monte deixou sobre a mesa, o meu bilhete dourado. O bilhete que vai me fazer ganhar a garota que vem ligando para o meu telefone nas últimas doze horas.

Ignorei suas chamadas e dos meus irmãos. Preciso de foco, não distrações.

Saio, caminho até a porta que diz ‘fechado’ e bato. Quando se abre, a corrente ainda presa a partir do interior, mostro a minha carta e a porta é totalmente aberta. Coloco minha carta no bolso, sabendo que se tiver que sair para conseguir mais dinheiro, isso vai me levar de volta para dentro.

Enquanto caminho, todos os olhos estão em mim, o gorila coloca sua mão em meu peito, me parando.

“As armas ficam na porta.”

“Não tenho nenhuma comigo.”

“Vá para o bar e pegue suas fichas. Não há dinheiro nas mesas. Se precisar de mais, peça a um dos homens que circulam. Eles podem levá-lo para o caixa automático.”

Estou vestido para impressionar. Velhos hábitos demoram muito para morrer.

Trouxe todo o dinheiro do meu cofre comigo, trinta mil. Comprar a primeira rodada é excelente.

Eu me aproximo do bar e dou ao homem vinte mil dólares. Ele me dá um olhar que me diz que é uma grande troca. Isso me deixa um pouco nervoso. Se vinte mil é muito, isso significa que pode não haver dinheiro suficiente para ganhar. Há trinta homens aqui, e eu preciso de todo o seu dinheiro e algo mais.

O homem que dirige o jogo começa jogando nomes em uma tigela.

“O jogo começa em dez minutos. Existem alguns jogadores que foram convidados e ainda não apareceram. Vamos dar-lhes o respeito que merecem e esperar. Enquanto isso, fiquem à vontade para uma bebida.”

Olho ao redor, vendo alguns rostos conhecidos e alguns não tão famíliares.

“Ás?” Olho para a minha esquerda e vejo o cara que estacionou meu carro em Aria.

“Wheels, cara, o que está fazendo fora da Strip?” Aperto sua mão e lhe dou um tapinha nas costas.

“Eu vim para jogar.”

“Não ganhará assim, cara.” Sorrio.

“O que significa isso?”

“Vou te dar alguns conselhos, ok?”

“Sim, isso seria ótimo.” Ele sorri.

“Não participe do jogo, seja o jogo. Não há outra maneira de vencer. Olhe as cartas dos jogadores; esqueça o jogo e vença, e seja o jogo. Torne-se o jogo.” Pisco o olho. “Entendeu?”

“Sim, cara, entendi.” Ele sorri. “Isso é tudo? Esse é o seu segredo?”

“Nosso segredo.”

Ele respira fundo.

“Jogue o nervosismo pela janela.”

“Feito.” Diz, balançando a cabeça.

“Quanto trouxe com você?”

“Tudo o que tinha. Não é grande coisa, mas é um começo.” Ele diz, girando a ficha em sua mão.

Procuro uma ficha no meu bolso. “Outro segredo: comece com dois mil quando jogar as cartas. Assim quando ganhar, você ainda terá os dois mil originais para jogar, enrolar no próximo jogo, e não procure mais, se você está exausto. Não deixe o jogo jogar com você.”

“Tornar-me o jogo.” Assente.

Entrego a ficha que peguei. “Hoje à noite, guarde três dos grandes. Dê-me isso de novo quando tudo terminar.”

“Sério?”

“Sim.”

“Porra, obrigado.”

“Não me agradeça, pague-me no final.”

“Eu vou. Prometo.”

A sala está cheia e um homem está no centro de tudo. “Bem-vindos ao Seed. Eu sou Scott, o proprietário deste estabelecimento. Obrigado a todos por fazer parte das festividades desta noite. O jogo é de cinco cartas. Todos sabem as regras. A casa vai ficar com dois por cento do dinheiro nas suas fichas no final da noite. Mil dólares será o valor do início da mão. Se perdem, saem. Os nomes serão falados em um instante. Os primeiros quatro na mesa um, o segundo grupo de quatro na mesa dois, e assim por diante. Cada rodada termina com um homem sentado em cada mesa. Cada avance exige mais mil para sua aceitação. Se você quer sair, pode trocar suas fichas sempre que quiser. Não nos importa, ainda temos o nosso dois por cento. Quando chegarmos aos últimos quatro jogadores, jogarão em uma mesa. Boa sorte a todos.”

O nome “Ás” aparece: estou na mesa três, a minha favorita. Sento e olho em volta para minha equipe. Todos têm fome e são intensos. Todos são fáceis de ler. Eu tenho esse jogo.

Timmons está na mesa seis, e meu parceiro, Wheels na mesa sete. Não são uma distração, mas quando o nome de “Hard Knocks” é chamado na mesa oito me distrai de toda essa merda. Olho para cima para ver a parte de trás de uma garota de penteando hippie, camiseta, jeans e botas pretas de combate. Não fico encarando, porque sei que a mulher que deixei em casa está na porra dessa casa.

Então escuto Monte rir e olho para cima de novo. Sigo seus olhos para a mesa oito, e quem está me olhando é a merda da aparição de Hailey. Pelo menos eu gostaria que fosse. Nego e começo a me levantar, mas ela balança a cabeça e logo escuto o locutor chamar Hendrix e Jagger para a mesa dez. Me pergunto, como demônios conseguiram entrar?

Olho para descobrir que ambos tem um sorriso de merda em seus rostos, mas os filhos da puta não me olham. Olho para Hailey, que morde o lábio para evitar sorrir.

Viro-me na cadeira e quero bater a porra da minha cabeça no feltro verde, mas não faço.

Meus irmãos estão aqui, então sei que tudo vai ficar bem. Apesar de como acabar esta noite, eu tirarei Hailey daqui com segurança e, em seguida, arrastarei seu penteado hippie para a porra de Detroit. A parte que está balançando o meu mundo neste ponto, é que se ainda não sabe, sabe agora que se ela ganha, perde ou empata, faz parte de uma família que a apoia.

Na quinta rodada, minha mesa está limpa. Pego todas as merdas de fichas. Nunca senti a emoção de que o jogo fosse tudo ou nada. Mas agora, com a minha necessidade de mostrar a essa menina, que posso cuidar dela — não só posso como quero. E já sinto a eletricidade das luzes de Las Vegas, e nem estou na Strip.

Quando eu a olho, vejo que ela está vencendo, também. Meus irmãos estão jogando pelo seguro, mas se mantém sozinhos. Wheels está se levando, parece como se estivesse no topo do mundo, lembrando-me muito quando cheguei aqui a primeira vez.

Na décima rodada, estou esperando que minha mesa fique cheia de jogadores de novo.

Olho em volta e percebo que há pelo menos meio milhão de dólares em fichas nas mesas.

Olho para a pilha de Monte e tem cem mil. No entanto, a minha menina de cabelo hippie, minha garota com uma buceta de ouro tem o dobro.

Enquanto ambas as mesas são limpas, olho para os meus irmãos.

Eles caminham ao meu lado e Jagger bate no meu ombro. “Estamos lá fora, cara.”

Monte os vê e seu rosto endurece. Então eu pisco um olho, e seu rosto fica vermelho como um tomate.

Finalmente ficam as duas últimas mesas e Hailey e Monte estão na mesma porra.

“Destrua todos, mãezinha.” Digo do outro lado da sala, fazendo-a rir.

“Você poderia dizer ao idiota para calar a boca?” Zomba Monte.

“Não é contra as regras falar, certo?” Pergunto ao repartidor na minha mesa.

“Não, senhor.” Ele tenta não rir.

"Bom" Eu olho no quarto. "Ei, querida". Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. "Quando é só você e você se divertindo, certifique-se de colocar suas pilhas de fichas enquanto eu as entrego, e não como você fez isso".

“Bom.” Olho através da sala. “Ei, querida.” Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. “Quando for só você e o tarado, certifique-se de posicionar as pilhas como eu lhe dei e não como ele fez.”

“Você, filho da...” Monte começa a se levantar.

“Se sair da mesa durante um jogo, você perde.” O repartidor avisa em sua mesa.

“Você ouviu, Monte? Quando eu pegar o seu dinheiro, quero ter merecido.” Hailey diz.

“Cadela, você nunca ganhou nada em sua vida.” Ele retruca.

“Querida, está em sua mão. Agora balace.” Digo, olhando por cima do ombro para ela e piscando.

Ela sorri.

“Vou fazer isso direito.”

“Você sabe que está me deixando duro aqui.”

“Oh, meu Deus, você poderia calar a boca?” Ela diz, rindo alto, livremente.

“Só se você me pedir com delicadeza.”

Seu rosto fica rosa enquanto olha para baixo e balança a cabeça.

Sou o último homem na minha mesa novamente. Tenho um pouco menos de duzentos mil, e não posso esperar para pegar o dinheiro do filho da puta.

Eu me levanto e ando até o bar para tomar uma bebida, olhando as quatro pessoas que ainda estão na mesa deles. Um deles é um cara que parece do Texas, com um chapéu de cowboy e botas que parecem que nunca viram terra. Depois, há o meu menino Wheels, além Monte e Hailey.

O Texano empurra todas as suas fichas no meio, e os olhos de Hailey arregalam. Então, eu os observo iluminar antes de engolir em seco e morder o interior de seu lábio. Esse é o seu tique.

Ela sabe que está quase lá. Na cama, essa é a minha deixa para ir mais duro e tão profundo como possa me tomar para empurrar até seu limite antes que goze.

Ela coloca as cartas com a face para baixo, então me observa enquanto empurra todas as suas fichas, e meio que mexo em meu queixo, apertando a mandíbula e a boca. “Gostosa e excitante pra caralho.”

Monte desiste e se inclina para trás.

A mão é jogada, as cartas são viradas, e minha garota tem quatro fodidos ases.

“Droga, minha querida.” A mandíbula do Texano cai. “Acaba de pegar todo o meu dinheiro.”

Ela sorri. “Obrigada.”

“Os agradecimentos não são necessários; é um jogo. Você ganhou de forma justa.”

Ele se levanta e caminha em direção à porta enquanto Hailey olha para as suas fichas.

Ela se levanta. “Eu gostaria de trocar as fichas.”

“Você está brincando? O jogo não acabou, Hard Knocks. A puta que me deixou nunca sairia enquanto há algo para ser tomado.”

“Não aceito mais nenhum desaforo seu, exceto ao longo dos anos e anos de abuso mental, seu pedaço de merda! O que eu fiz para merecer o tratamento que você me deu? O que fiz...”

Eu me aproximo e pego sua mão. “Vamos lá. Ele não vale nem mais um segundo do seu tempo, nem uma maldita palavra de seus lábios, nem qualquer coisa.”

Enquanto ela está me abraçando e chorando, o dono do bar traz seu dinheiro em espécie. “Trezentos e quarenta mil dólares para uma mulher chamada “Hard Knocks”. Eu não acho que isso se encaixe mais. Depois de nosso desconto, você tem trezentos e trinta e três mil e duzentos.”

“Dê-lhe trezentos mil.” Aponta para Monte. “Agora, seu bastardo, eu paguei pelos sete anos que você acha que eu te devia. Diga-me que tenho sua palavra que estamos quites.”

“Você confia na palavra dele?” Sorrio.

“Sim. Nos negócios, a sua palavra é válida. Monte, olhe para mim e diga que minha dívida está integralmente quitada.”

“Está tudo aqui. Estamos quites. Tenha uma boa vida com essa porra de jogador. Ele vai te deixar por alguém que faça mais o tipo dele e você vai desejar que ainda estivesse aquecendo minha cama. Mas você nunca mais fará isso, cadela. Quando ele te deixar por outra cadela que não seja tão classe baixa, você estará tentando encontrar a próxima cama quente...”

“Querida, vá para fora; meus irmãos estão esperando. Vou assim que der um pontapé na bunda desse idiota.”

Hesitante, Hailey vai enquanto passo para a próxima rodada. Eu me coloco na mesa para jogar com Monte e Wheels.

“Se olhar para ela de novo, vou arrancar seus malditos olhos. Se voltar a falar com ela dessa forma novamente, você perde a língua. Ela pagou uma dívida totalmente absurda. Agora, deixe-a em paz, porra!”

“Tenho recibos para tudo que paguei, de modo que não há nenhum absurdo envolvido. Ela nunca trabalhou um dia em sua vida e tinha o mundo pelas bolas...”

“Então, você fodeu tudo e perdeu a porra da única coisa que importa, a sua família. Algum dia, suas pequenas folhas de cheque e recibos serão pagos, e ninguém vai ter de lidar com seu traseiro de novo. Então, como você vai ficar?”

“Com quem, com Marisa, é claro.” Ele diz em tom malicioso.

“Caralho. Hailey simplesmente assegu...”

“Se ela quiser ficar com a minha filha, ela também precisa pagar o preço da menina. Caso contrário, vou vê-los no tribunal.”

“Você é um filho da puta doente.”

“A dívida da menina não é tão grande assim. Duzentos setenta e cinco mil é tudo.”

“Então, vou comprar essa aqui, agora.”

“Você não tem as fichas, Ás.”

“Vou pegar o resto.” Sibilo e começo a levantar.

“Não, sente e ganhe. Este será o último jogo que joga.”

“Não é o jogo. Se trata de ganhar tudo.”

As apostas nunca estiveram tão altas. Hailey comprou sua saída, mas a garotinha ainda está na mesa. Sua filha é o prêmio, e Hailey ainda não sabe. Se eu tiver sucesso, nunca vai saber o quão baixo era seu ex realmente.

Na primeira mão, o filho da puta chama meu blefe e perco tudo. Como? Eu joguei. Eu não fui o jogo; Marisa foi.

Quando me levanto para sair, Wheels me para.

“Cara, eu sei que você tem dois mil em seu bolso, então os jogue.”

“Não é assim que faço meu jogo.”

“O jogo é diferente agora, certo?” Ele está implorando. “Cara, não perca a esperança.”

Coloco minhas fichas na mesa e perco, assim como Monte. Wheels está rolando nele, e se não fosse uma situação onde envolvesse o de uma criança, teria dado cambalhotas para ele. Mas estou ferrado.

O carteador olha para mim. “Você está dentro ou fora?”

“O idiota do caralho não tem mais dinheiro.” Monte ri.

“Eu tenho uma casa.”

“Você é um covarde.” Zomba Monte. “Eu não quero sua casa. Eu quero o seu dinheiro e seu jogo.”

Ignoro.

“Quanto pela casa?” Pergunta Wheels, olhando para sua pilha de fichas.

“Duzentos e setenta e cinco mil dólares.” Respondo sem hesitação.

“Quanto vale?”

“Trezentos e cinquenta.” Digo.

Ele olha para baixo. Monte está irritado.

“Mobiliada, vale trezentos e setenta e cinco, pelo menos. Fica em um condomínio fechado e não devo nada, está totalmente quitado. Nem você deverá, Wheels...”

“Eu a levo.” Monte ri.

“Nem fodendo.” Assobio. “Você não merece.”

“E ele sim? Não merece uma casa que possa se beneficiar com cem mil dólares. Não é um jogador.” Cospe Monte.

“Ele mudou o jogo.” Mantenho meus olhos em Wheels.

“Feito.” Ele diz.

“Feito?” Levanto a sobrancelha.

“Sim, cara, feito. Espere, também quero o carro.”

“Wheels, cara, eu juro que você está me matando aqui. Vou dar-lhe o melhor apartamento, mas o carro é meu.”

“Está bem.” Ele ri. “Porra. Porra. Porra! Quando posso me mudar?”

“Podemos resolver toda merda legal amanhã.” Pego meu telefone no bolso e entrego a ele. “Mande um texto de modo que teremos a informação de contato.”

“Você vai entregar o dinheiro apenas pela palavra dele?” Zomba Monte.

“Sim.”

Uma vez Wheels volta e me entrega o dinheiro, viro e entrego a Monte. “Se chegar perto dela ou da criança novamente, eu te mato. É mais barato contratar um assassino que ser manipulado por você outra vez.”

O carteador pergunta:

“Quem está dentro?” Eu me viro para sair. Nada mais importa. O jogo termina e eu ganhei tudo.

Saio, com Wheels me seguindo, e vejo Hailey caminhar.

Aperto a mão do menino, lhe dou o endereço, e digo que passe amanhã para que possamos ir para o advogado.

“Ganhou?” Pergunta Jagger.

“A vitória mais importante da minha vida. Vamos comer alguma coisa. Em seguida, os três dormem um pouco antes de voltar para casa para a garotinha.”

“Você volta com a gente, certo?” Hailey pergunta.

“Vou voltar um dia depois de vocês. Vou dirigindo para casa.”

“Por quê?”

“Porque não pretendo voltar aqui tão cedo.”

“Tem certeza?” Pergunta Hendrix.

“Como eu disse, ganhei um prêmio enorme hoje. Tenho o que preciso de Las Vegas. Agora tudo que quero é voltar para Rock City com a minha família.” Uma calma me inunda. “Mas, primeiro, o que diabos vocês dois estavam pensando para trazê-la aqui?”

 

 

 


Capítulo 14

Hailey


Foi tudo um turbilhão. Depois que terminei o trabalho, Olivia poderia dizer que eu não pude lidar com o pensamento de Morrison estar no torneio sem mim. Sem me permitir pensar demais, reuni coragem suficiente para deixar minha garotinha com Livi e embarquei em um voo noturno para Las Vegas com Hendrix e Jagger. Com uma família me apoiando, enquanto enfrento meu passado — é o que Livi disse quando quando saímos.

Não sabia como aceitar isso. Só sabia que no final do dia, teria que pagar minha dívida por conta própria. Não podia deixar Morrison fazer isso.

Antes que o nervosismo se apondere de mim, estava nas mesas. Participando do torneio.

Tentei manter minha expressão fechada para não me lerem. Tentei manter minha compostura, mesmo sabendo que tudo estava literalmente em jogo neste momento.

Sentada, passei os dedos sobre o feltro onde a mesa encontra a borda de madeira. O contraste é estranho quando você sente o verde suave do forro e depois muda para a madeira.

Áspero e suave. Macio e escorregadio.

Como a mesa, eu precisava ser suave e escorregadia apesar de tudo. Esta noite, de fato o vencedor leva tudo. Hoje à noite, teria de volta a minha liberdade. Hoje à noite, eu iria escolher minhas opções.

Era fácil se deixar levar. Houve um tempo quando queria ficar e continuar a jogar. Eu queria subir a aposta e ver se poderia fazer um lucro.

Mas, havia muito em jogo.

Recebi um bilhete de Marshall. Jamie em seguida, chama um cara que conhecia outro cara que conhecia um outro cara e conseguimos as cartas douradas de Hendrix e Jagger. Marshall não parecia nada satisfeito quando cheguei com os convidados.

Muito ruim, tão triste, grande cara.

Eu sei que em algum lugar dentro dele, há um coração. Só que ele deve muito a Monte para sair. Não sei o que vai acontecer se Monte descobrir o que Marshall tinha feito para mim. Não podia pensar nisso. Eu tinha que ficar centrada no dinheiro e em pagar meu marido.

Tinha guardado o suficiente para a minha entrada. Vou ter que trabalhar para pagar minha passagem aqui, mas estou livre.

Que sentimento incrível!

Aqui fora, ando de um lado para outro, esperando desesperadamente que Morrison esteja bem. Meu estômago revira. Minha intuição está gritando que havia mais do que sabia. A maneira como Morrison estava provocando Monte através de mim, zombando dele.

Mas porque? Esta é a minha batalha para lutar.

Ganhei o que era necessário — para quitar a dívida na íntegra. Então, eu me perguntava, por que Morrison ainda está lá? Estamos quites. Por que não troca seu dinheiro e sai?

Observando-o finalmente sair, sei que alguma coisa aconteceu. Ele não corre até mim. Não tem conto de fadas, enquanto me abraça rodopiando.

Não, ele me diz que estamos indo comer, que vou voltar para casa e que ele vai chegar em mais alguns dias.

Antes que você possa refletir sobre sua atitude, Marshall sai, com Monte logo atrás dele. Então, Marshall olha para mim de uma maneira que me diz que devo escolher minhas palavras com cuidado.

Escolher.

Eu não posso deter o sorriso que cresce quando Monte se aproxima. Tenho uma escolha. Finalmente!

Sinto que os irmãos Caldwell ficam tensos atrás de mim enquanto todos se movem pelas minhas costas. Jagger se move na direção de Marshall, mas estendo a mão e gentilmente agarro seu antebraço.

Aquece o meu coração saber que o enfrentaria cara a cara por mim, mas este é um mundo no qual ele não vive. Existe um código, e não pode cruzar a linha, ou estarei em dívida novamente antes que qualquer um de nós possa piscar.

“Os documentos serão entregues no meio da semana.” Monte diz enquanto me estuda.

Não fale. Não diga nada, eu me lembro.

“Monte, você sabe que nosso casamento não é legal. Não tivemos testemunhas ou um oficial.” Antes de partir, pedi a Livi para realizar algumas pesquisas, e ela não encontrou registros em nenhum tribunal que estive legalmente casada com Sean “Monte” Timmons, porque a certidão de casamento nunca foi emitida. Além disso, meu cartão de segurança social ainda diz ‘Hailey Sue Poe’, assim como minha nova carteira de motorista de Michigan.

“Hard Knocks, você deve saber que eu nunca teria legalmente vinculado você a meus bens, estou falando sobre os procedimentos sobre a Marisa. Estou abrindo mão dos meu direitos.”

Meu ritmo cardíaco troveja em meus ouvidos, meu rosto mostra tudo enquanto me esforço para manter a calma.

Monte sorri para mim de uma forma que só pode ser descrita como pura ameaça. “Eu sou um monte de coisas, Hailey, a maioria delas não são boas, mas nos negócios eu sou um homem de palavra. Obrigação e recompensa, Hard Knocks. Você teve uma pausa. O saldo foi pago na íntegra.” Move seu olhar de mim para Morrison. “Para você e Marisa. Você está livre.”

Monte gira e se afasta enquanto o braço de Morrison envolve meus ombros. Quando ele está a poucos metros de distância, ele olha por cima do ombro e então diz a Morrison: "Eu a tive primeiro, vou ter por último, e quando ela voltar rastejando, vou fazê-la pagar o preço porque não fui o único a ter sua buceta.”

Morrison sai para avançar em direção a Monte, enquanto Marshall balança a cabeça para mim.

“Morrison, pare! Ele não vale a pena.” Digo.

Ele para e olha para mim.

“Seja o bom cara.” Ele sussurra. “Não seja ele.”

“Ás, você conseguiu o que veio buscar aqui hoje à noite. Eu espero que tenha valido a pena, porque você não vai jogar aqui novamente. Esta é a minha cidade.” Monte olha para mim. “Hailey, quando os golpes baterem duro de novo, eu estarei te esperando, e não vou ser tão bom dessa vez.”


Depois de um momento, ele se vira e faz sua saída, enquanto os arrepios correm pela minha espinha e minha mente acelera.

Ganho um aperto no ombro de Jagger e outro de Hendrix, enquanto Morrison apenas olha para mim.

“O que significa que você não pode jogar aqui novamente? O que aconteceu lá, Morrison?”

“Não há nada para se preocupar.” Olha para seus irmãos. “Vamos comer, então vocês pegam em um avião e voltam para a Srta. Princesa.”

Existe uma distância entre nós que não entendo. Sou livre. Esta noite, ganhei. Ganhei a minha liberdade. Este deveria ser um momento feliz, mas sinto como se tivesse sido marcado por alguma coisa. Eu só não sei o que é.

Jagger e Hendrix parecem ler algo em Morrison que estou perdendo; Como resultado, o jantar é rápido e silencioso. Não estou acostumado a ser livre. Agora eu sou. Estou livre, e tenho que parar de questionar tudo e apenas aproveitar o momento, pelo menos por agora.

Voltamos para a casa de Morrison até a hora de pegar nosso voo amanhã. Enquanto os caras passam um tempo juntos, vou para o quarto de Morrison e leio para Marisa, usando um vídeo chat de celular de Livi para o meu. Vendo seu rosto sorrir na pequena tela, tenho a primeira onda de calma que senti em toda a minha vida.

Ela é minha razão de ser. É o meu tudo.

Termino a minha chamada, então vou para a sala de estar, onde posso ouvir vozes na cozinha.

“Que se foda! Deixe tudo. Eu não preciso de roupas. Não tenho nada pessoal aqui. Minha casa é Detroit; este foi um lugar de descanso. Deixe o menino ficar com tudo.” Escuto Morrison dizer aos seus irmãos.

“O que está acontecendo?”

“Realmente você deu ao garoto?” Pergunta Jagger.

“Não, vendi para ele. Eu estava fora do jogo. Ela faz isso para mim. Por que diabos a trouxeram aqui? Se não tivesse vencido, se não tivesse vendido, vocês percebem o quão ruim isso poderia ter ficado?”

“Mas não ficou.” Isso vem de Hendrix, a calma em tudo.

Meu telefone toca, alertando os caras da minha localização. Olhando para a tela, vejo que é Jamie e tento agir como se não tivesse ouvido nada, enquanto respondo.

“Ganhou.” Ela grita.

“Ganhei o suficiente para deixar seu controle.” Digo com orgulho.

“Vai voltar?”

“Oh, querida, eu queria, mas não acho que este é o lugar para mim e Marisa, no entanto. Eu não quero estar olhando por cima do meu ombro. Não quero me lembrar de nada daqui, exceto minha filha e nossa amizade. Este lugar não é para mim.”

“Vou sentir sua falta.” A tristeza em sua voz é evidente. Isso dói, mas este não é o lugar para mim ou para a minha filha — ou para Jamie.

“Detroit tem tudo para você, querida. Poderia ser um novo começo para nós.” Digo silenciosamente implorando-lhe para concordar.

“Quem sabe? Talvez quando minha merda for resolvida. Sabe que não posso ir até que tenha o meu próprio marcador reembolsado.”

“Estou aprendendo.” Suspiro. “De tudo isso, eu aprendi que não se trata de dever ou possuir. Amor, vida e relacionamentos não são obrigações nem recompensas. Eu não sei o que são exatamente, mas eles não são a posse de alguém. Agarre-se a isso, Jamie, e se agarre à bela mulher que tem em seu interior.”

“Eu te amo, Hailey.”

“Eu te amo também, querida. Te ligo amanhã quando aterrissar.”

Finalizando a chamada, me sinto triste por minha amiga, mas apesar disso, sinto uma emoção. Meu futuro está na minha frente, e pela primeira vez na minha vida, parece radiante.

Deitada, espero que Morrison venha para a cama. Não vem.

Quando chega a manhã, vou a cozinha para encontrá-lo de pé com seus irmãos em torno da ilha.

“Bom dia.” Digo em apenas um sussurro.

“Bom dia, Hailey.” Ambos, Hendrix e Jagger me cumprimentam. Morrison simplesmente me estuda, sem dizer nada.

“Vamos preparar nossas coisas,” Jagger diz, enquanto toma uma xícara de café e sai. Hendrix balança a cabeça e faz o mesmo.

“Dormiu bem?” Pergunto com indiferença.

“Não.”

“Poderia ter vindo para a cama.”

“Hailey, não vou te usar assim. Está livre e se acostumará com essa sensação antes que eu suba na cama com você. Levará cada parte de auto controle que tenho para permanecer longe, mas vou te dar esse espaço.”

Não sei o que dizer, assim que faço a pergunta que tem estado ocupando a minha mente desde a noite. “Por que não volta para casa com a gente?

“Estou te dando espaço, mãezinha. Vá para casa, para a sua garotinha. Estarei lá amanhã. Tenho uma merda para resolver aqui de qualquer maneira.”

Com cuidado, vou até ele e quando estou na sua frente, olho seus olhos azuis, que parecem estar escondendo um monte de emoções.

“É seguro para você ficar para trás?”

“Está preocupada?”

Mordo meu lábio inferior. “Sim.” Sussurro.

Olha por cima da minha cabeça para a parede atrás de mim. “Você não me deve nada, Hailey. Entende isso? Não tem nenhuma obrigação.”

“Eu sei, Morrison.” Pisco enquanto as lágrimas de emoções silenciosas me enchem. “Não... não... eh... como? Não quero que nada te aconteça.” Suspiro, incapaz de achar as palavras certas.

Ele simplesmente me olha, tentando me ler.

“Morrison, não sei se poderia ter feito tudo isso sem você.”

Ele envolve seus braços ao meu redor e me puxa para perto dele, sem dizer uma palavra, enquanto apenas desfrutamos desse abraço.

“Vou te dar espaço mãezinha, mas nunca estarei longe.” Ele se afasta para levantar meu queixo para ele e então, encosta seus lábios contra os meus. “Sempre te apoiarei. Precisa de um pouco de espaço, mas ainda estarei aqui. Só tenho que te dar tempo para que possa tomar algumas decisões por você mesma.”

Ele sempre me apoiará.

Escolhas. Tenho escolhas e vai me deixar escolher. Tudo isso parece bom... muito bom.


Capítulo 15

Morrison

 

Foi difícil colocá-los no táxi e dizer adeus. Fiz Hendrix prometer me enviar um texto quando estivessem a bordo do avião. Quando o fez, estava colocando as coisas na minha mala, preparando-me para sair também. Mas primeiro tinha que me encontrar com Wheels e meu advogado em algumas horas.

Não precisa dizer, que Wheels ficou entusiasmado quando viu o lugar, enquanto meu advogado me dizia o quanto eu era idiota, que nenhuma bunda valia isso. Por fim, lhe disse como era.

Vim aqui para encontrar uma vida nova, uma mina de ouro e me tornar um homem melhor que o meu pai. Eu estava saindo para uma vida nova, como um homem muito melhor que toda essa merda. Mostrei para o que vim e agora é o momento de voltar para casa. Inferno, Detroit é diferente agora. Existe algo bom lá. Ao diabo com outros tesouros. Tenho ouro.

depois de dormir, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O menino sorriu e assentiu, e então resolvemos tudo o que pudemos. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser feita através do correio.

Wheels deixou um convite aberto e inclusive me disse que após uma noite de sono, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O garoto sorriu e concordou, e então sentamos e repassamos tudo o que era necessário. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser resolvida por email.

Ele permitiu guardar o carro de Hailey até que pudesse levar de volta para Detroit. Ia deixar que ela resolvesse se ainda queria esse carro de volta ou se simplesmente podia vendê-lo. Dessa maneira, teria algum dinheiro para que Srta. Princesa tivesse algo mais adequado. Além disso, a garotinha adora o Escalade, e sempre devia andar em algo com estilo.

Quando tudo terminou, decido ir a um último jogo na Strip. Quero dar uma olhada, guardar na minha cabeça os locais que estive como Ás. Estava atuando o tempo todo, então, sei agora que fiz. Não era ruim, no entanto. Na realidade era muito bom.

Paro em um semáforo próximo ao Caesars e olho no retrovisor para ver uma caminhonete com vidros escuros, e o bastardo está tão perto que quase posso sentir sua respiração. Depois no próximo semáforo, a mesma merda.

Está praticamente colado a minha traseira enquanto saio da cidade e sigo em frente.

Deixando a irritação tomar o controle, pressiono o acelerador, e em seguida a luz adiante fica vermelha. Paro e olho no retrovisor. O filho da puta está lá novamente, e não está desacelerando. Olho o semáforo, ainda vermelho, e, em seguida, os carros da outra rua estão indo em ambas as direções. Não tenho para onde ir.

Eu me preparo para a colisão de metal, o filho da puta empurra seus pneus e literalmente sobe em minha traseira. Piso fundo no freio, percebendo que quem quer que seja, está me empurrando para o cruzamento. A única coisa que posso fazer é colocar no ponto morto.

Quando ouço a janela traseira quebrar, sei que o bastardo louco não vai parar, então abro a porta para correr. Enquanto faço isso, o lado do motorista do caminhão se abre e quem é?

Monte porra Timmons, segurando uma barra de ferro na mão.

Enquanto vem em minha direção, noto um carro de patrulha no estacionamento do Quickie Mart na esquina.

“Você está brincando, cara?” Grito.

“Decidi que não ficará com a minha filha! Ela me deve.”

“A menina não lhe deve nada!” Salto para trás enquanto ele empurra a barra de ferro em mim. “É tudo que você tem? Meu velho bateu mais duro que isso.”

Ele investe novamente, e pulo para trás, deslizando muito perto para sua comodidade. Então vejo a polícia correndo da loja conveniência. Um corre em nossa direção e outro para o carro. Eu os ouco gritar, mas não presto atenção às palavras faladas, exceto ‘Pare!’.

“Você me deve agora.” Ele investe de novo, e permito que acerte na lateral.

Não sinto nada, estou entorpecido à dor.

“Vamos, cara. Você tem que ter mais em você do que isso. Oh, bem, isso é certo, você não tem. Uma mulher como Hailey não teria escapado se estivesse satisfeita.”

Um balanço, uma conexão, e eu estou no chão. Perfeito. Acho que está funcionando.

“Eu vou matar você, filho da puta.”

“Faça sua melhor tentativa.”

Ele me acerta de novo enquanto rolo para perto dos pneus enquanto o ferro atinge o chão. Assim que esquivo ele vem para mim. Depois, há uma explosão de punhos em meu rosto, um após o outro.

Sorrio. “Covarde.”

“Parados.” Escuto antes de rolar para a direita, evitando o último golpe que eu tinha planejado dar antes de retornar o golpe.

O punho de Monte bate na calçada e ele grita como uma cadela antes de ser derrubado pela polícia de Las Vegas.

Salto e apenas um segundo, acho que deveria ter ficado lá, deixar que pensem que este bastardo me machucou. Então ando para o meu carro, e o que eu vejo? Bem, isso é dói pra caralho. Os golpes que meu carro levou foi algo perfeito em um jogo que ele pode ter começado, mas que eu vou terminar.

“Vou te matar, Ás!” Ele grita enquanto é algemado e o enfiam na parte de trás da viatura.

O que eu digo? Nenhuma coisa maldita.

Estou cercado por pessoas que testemunharam o ataque a mim e meu veículo e todos perguntam se estou bem. Não digo nada.

Estou bem? Claro, que sim. O filho da puta louco não foi provocado e não coloquei um dedo sobre ele. Diabos nem sequer me ouviu dizer uma palavra. Me assegurei disso.

Sean “Monte” Timmons ficará longe por um longo tempo como merda.

A ambulância me leva para o hospital, onde descubro que tenho duas costelas quebradas e uma concussão, e depois recebo alguns pontos perto da minha testa. A polícia pega meu testemunho e apresenta um relatório.


Preciso ficar em observação no hospital, devido ao ferimento na cabeça. Recebo uma droga assassina e apago em seguida.

Depois de dois dias, finalmente me liberam e Whells me dá uma carona no carro de Hailey. Então eu vou para onde o meu Porsche foi rebocado, apenas para descobrir que está uma bagunça mutilada. Tenho os dados do seguro de Monte e envio o relatório policial e fotos. Recebo uma resposta da empresa de seguros em uma semana. Eles me ofereceram um alugado, mas não aceito.

Pego minha mochila e uma mala, coloco no porta-malas do carro de Hailey, fecho e deslizo para dentro.

“Que lata velha da porra.” Sorrio para mim mesmo enquanto deslizo o banco para acomodar as minhas pernas.

Demoro uma eternidade dirigindo de volta à Rocky City para não pressionar muito o carro de Hailey. Minha cabeça está latejando, minhas costas doem e não quero aparecer com um olho roxo e pontos de sutura.

A única coisa que digo aos meus irmãos e Hailey, que só chamam uma vez por dia, é que estou aproveitando minha viagem.

Quando chego em casa, Hendrix sai de sua garagem, limpando as mãos com uma toalha gordurosa.

“Conseguiu um carro novo?” Ri de mim.

“É o carro de Hailey. Eu mr desfiz do...”

“Que diabos aconteceu com seu rosto?”

“Cai das escadas quando estava saindo. O último pontapé de Vegas na minha bunda para me ajudar na direção certa.”

“Essa é a história?”

“Sim.”

“O carro de menino bonito?”

“Eu me desfiz dele.”

“Outra aposta perdida?”

“Não perdi nenhuma merda.” Olho para as escadas que conduzem até o apartamento. “Ela está lá em cima?”

“Não. Foi trabalhar. O filho de Sally está com febre.”

“O mais novo?”

“Sim.”

“Esse menino adoece muito, não é?” Hendrix assente em resposta e pergunto: “A garotinha?”

“Lá em cima com sua cunhada.”

“Com minha cunhada, hein? Vocês dois estão namorando?”

“Diabos, não! Por que você diria uma coisa dessas?”

“Porque você disse ‘sua cunhada’, e não ‘minha esposa’ ou ‘Livi’ ou...” Balanço minha cabeça, porque o bastardo me confunde.

“Ela é sua cunhada. É da família, como a garotinha está começando a sentir, como a sua ‘amiga’ também.”

“Bom. Elas precisam de uma família.”

“Você tem um plano?”

“Um plano?”

“Sem a porra de jogar de tolo comigo, Morrison. Gosta dela o suficiente para trazê-la aqui e depois voltar para Las Vegas para ganhar sua liberdade. Você vendeu sua casa, dizendo que não precisava de nada, mas basicamente a ignora. Quando ela passa a noite em sua cama, você vai para o sofá. Então leva o seu tempo para voltar aqui, não diz nenhuma merda a ninguém, tem dois minutos de conversa com ela, basicamente, a afasta. Ela e Livi estão se tornando próximas demais, e Livi me disse que ela gosta de você, então, o que diabos você está fazendo? Nos três estamos dentro. Mas e você? Nenhum de nós tem uma porcaria de ideia do que está acontecendo em sua cabeça, em seguida, volta aqui com alguma história idiota sobre as escadas. Isso não se faz se não vou reivindicá-la.”

“Reinvindicá-la?” Sorrio. “Hailey não é alguém que é reivindicado, Hendrix. O minuto que você fizer isso, ela correrá gritando.”

“Ela não vai a lugar nenhum, Morrison. Sabe o que você fez, e qualquer pessoa com metade de um cérebro e um coração sabe que ela está completamente apaixonada por você, e...”

“Eu não estou nessa para que ela se apaixone, Hendrix. O que vai acontecer depois que o fizer?” Não espero que responda. “Levanta e segue em frente. Não vou deixar isso acontecer.”

“Você está errado, cara.”

“Você não está ouvindo.”

“Que diabos isso significa?”

“Diferentes estilos para pessoas diferentes. Seu foco é com Livi — com a merda de homem das cavernas, movendo-se em direção a ela — mesmo sem saber o que estava acontecendo, e isso funcionou para uma mulher como Livi. Responsabilidades e outras merdas, ela te deixou estar dentro...”

“Cuidado...” Grunhe.

“Cale a boca e escute! Era exatamente o que ela precisava. Ela concordou com isso, te deu o consentimento para o que a impedia. Não era de propriedade de seu agressor no sentido literal da palavra. Você sabe. Mas eu conheço Hailey. Aquela jovem mãe não vai ficar com a gente só porque se apaixonou. Eu poderia reclamá-la, e ela correria direto para as fodidas colinas no segundo em que tivesse um problema. Ela tem que estar livre como nunca esteve antes, então será a única que vai me reinvidicar, você me entende?”

Ele sorri.

“Eu vou brincar de cadela com Hailey qualquer dia da porra da semana até que se sinta livre. Então, e só então, vou mostrar a ela o que é um homem de Caldwell. Ela não tem só que se apaixonar; ela tem que saltar.”

“Eu quero jogar cadela.” Ouço pequenos pés fazendo barulho, enquanto corre em minha direção.

Agacho enquanto ela para e sorri, e, em seguida, a agarro e puxo para um abraço.

“Você sim, eu reclamarei.”

“Como a ostra na concha?” Ela ri e me abraça também.

Não tenho uma puta ideia do que está falando. Olho para Livi, que sorri e segura sua mão no coração.

“Estavámos vendo o filme da Pequena Sereia.” Explica.

“Quer ver?” Pergunta Marisa.

“Que tal ligar para sua mãe e perguntar se está bem se eu te levar para jantar?”

 

Capítulo 16

Hailey

 

Dias. Tenho passado dias me sentindo como se estivesse me segurando a algo enquanto me pergunto se realmente estivesse ali em primeiro lugar.

Morrison e sua viagem pela estrada... A frustração se acumula dentro de mim.

Será que ele realmente acha que vou comprar a merda que está vendendo? Está chateado porque entrei e joguei? Está com raiva porque ganhei meu próprio jeito de pagar a minha saída? Estraguei qualquer plano que tinha para que estivesse em débito com ele?

Minha cabeça está em todo o lugar, assim como minhas emoções. Desejo desesperadamente confiar nele. Quanto mais me aproximo de Livi, mais posso ver que os Caldwell são pessoas boas. Então, quando não ouço falar de Morrison, a dúvida me enche. Será que estou cega? Estou vendo que quero ver, não o que realmente está lá?

Dada a minha história, não sou boa em julgar o caráter das pessoas. Honestamente, nunca estive em uma situação para determinar quem é bom e quem é ruim — nunca me deixaram escolher. As pessoas com quem convivi eram pessoas de Monte. Mesmo Jamie, num primeiro momento, foi escolhida por Monte para ser minha amiga, embora eu tenho certeza que ele nunca esperava que nos tornássemos verdadeiras amigas e não mais um peão em seu jogo.

Claro, Morrison responde quando ligo, mas não fez qualquer tentativa própria para chegar até mim. Seu retorno de Las Vegas levou mais tempo do que eu esperava, também. Sua resposta para isso é que estava gostando da viagem.

Mais uma vez, uma grande mentira.

Limpo o balcão na minha frente. Oh, bem, a vida é assim, certo?

“Você está em uma profunda reflexão por aí, menina.” Jared fala para mim.

Eu me apresso em direção a ele, então dou um outro olhar em volta para me certificar de que estava realmente falando comigo antes de sorrir docemente.

O homem suporta bem sua bebiba. Ele também retém muito atrás daqueles olhos escuros enquanto conta piadas após piadas com os amigos. Servir os clientes habituais, noite após noite, me fez aprender o que amizades parecem ter e, finalmente, depois de uma simples bebida ou dois, ou três...

“Faça o sua melhor.” Ele levanta uma sobrancelha em desafio para mim. Tento a mesma coisa a cada noite, e cada vez sua resposta é a mesma: um franzir da testa e uma réplica para tentar novamente em um dia diferente.

“Por que Alice faz tantas perguntas?”

Ele dá de ombros esperando pela minha resposta.

“Porque é o país das maravilhas.” Sorrio e Jared nega.

“Mamãe, nós temos que sair mais vezes. Toda noite eu venho aqui e me conta uma piadinha de contos de fada. Meus dias de ler histórias antes de dormir já se foi há muito tempo. Sirva-me, querida, e vamos manter este nosso segredinho.”

Dou risada alto, fazendo-o olhar para mim estranhamente.

“Posso realmente te servir sem fazer você rir, na verdade?”

“Bem, tenho certeza de que é o que eu disse.”

“Você não deixa que ninguém lhe sirva até que consiga, pelo menos, um sorriso.” Acrescento, sem esconder minha diversão.

“Todo mundo precisa de uma pausa, às vezes, Hailey, e acho que você tem que tomar uma. Então pegue a minha bebida e vamos conversar.”

Faço exatamente isso, e estou tão entretida na conversação que leva vários segundos para que minha ansiedade apareça quando meu telefone vibra no meu bolso de trás. Ninguém tem esse número, exceto Jamie, Olivia, os irmãos Caldwell e Marshall.

Marshall. Las Vegas. É hora de conseguir um telefone novo.

Nos negócios Monte é um homem de palavra noventa por cento do tempo. Estou prestes a fazer parte dos dez por cento?

“Hailey, você deve atender o telefone, não olhar como se tivesse acabado de ver um fantasma.” Grunhe Jared, me tirando dos meus pensamentos malucos.

Pegando meu telefone, olho a tela e vejo o número de Morrison. Claro que me ligaria agora, quando estou ocupada.

Suspirando, respondo rapidamente.

“Olá, mãezinha.”

Ao ouvir sua voz, estremeço. Deus, por que sou tão vulnerável a ele?

“Srta. Princesa e eu queríamos saber se está tudo bem se sairmos para o jantar.”

“Está aqui? Você está em casa? Quando voltou para a cidade?” Atiro as perguntas sem pausa para deixar que responda.

Morrison Caldwell está finalmente em casa depois de fazer quem sabe o quê, quem sabe onde, e a primeira coisa que quer fazer é levar minha filha para jantar? Não sei se quero sorrir ou chorar.

Não importa a distância que Morrison manteve de mim, ele se certificou de falar com Marisa ao telefone todos os dias, e a primeira pergunta é como ela está. Ela é uma prioridade para ele.

Não tinha percebido quanto até esse momento.

“Devagar, Hailey. Cheguei cerca de trinta minutos atrás e descubri que você está trabalhando. Queria levar Marisa para jantar e depois um sorvete, mas antes de ir a qualquer lugar, queríamos pedir sua permissão e ver se você quer que a gente traga algo para você.”

“Ummm... não.” Murmuro, ainda tentando entender o fato desse homem espetacular que poderia estar fazendo o que quisesse neste momento, prefere levar minha filha para jantar. Ninguém além de Jamie nunca quis fazer alguma coisa com ela sozinha.

“Tudo bem, vou ficar aqui, na casa de Hendrix, então. Vamos pedir pizza, se você acha que ela pode.” Soando decepcionado. Quando ele não diz nada mais, percebo que ele entendeu mal a minha resposta.

“Espere!” Inferno, percebo que não estou dizendo as palavras certas. “Eu quis dizer sim, você pode levá-la, mas não tragam comida para mim. Obrigado pela oferta, no entanto.”

“Está bem. Vou te encontrar quando você voltar do trabalho, mãezinha.”

Ao terminar a chamada, percebo que Jared está olhando para mim.

“O quê?” Pergunto inocentemente.

Jared apenas balança a cabeça.

Sirvo mais alguns clientes antes de Olivia entrar e ajudar, já que Morrison está com Marisa. No tempo que estive com sua família, construi ligações fortes com cada um deles, especialmente com ela. Embora, ainda não sei porque Olivia está constantemente esfregando sua bunda como está fazendo agora ao falar com Jared.

“Srta. Independente.” Ela diz, balançando a bunda, então dou um tapinha de brincadeira. Em seguida, rimos.

“Quem é Srta. Independente?” Pergunto, me juntando a conversa.

“Minhas calcinhas dessa noite me lembram de ser ‘Srta. Independente’.” Responde Livi com este tipo comum de conhecimento.

Meu rosto deve mostrar a minha confusão, porque Jared intervém: “Roupas íntimas inspiracionais. A menina vive para elas.”

Olivia sorri para mim.

“Precisamos conseguir algumas para você! Você é totalmente a Srta. Independente.”

Abaixo minha cabeça com vergonha. “De forma alguma. Vim aqui pelo dinheiro e ajuda Morrison, enquanto fugia do meu passado. Tenho vivido com você e Hendrix, e mesmo que esteja pagando aluguel, você sabe que Hendrix está me pagando mais do que deveria. Realmente não considero isso independência.”

“É difícil encontrar ajuda. Sabe a taxa de rotatividade aqui? Está te pagando porque você é confiável e trabalhadora. Você ganha cada centavo, Hailey.”

Encolho os ombros enquanto minha mente divaga. “Preciso encontrar uma casa.”

“Você sabe que você é bem-vinda com a gente o tempo que quiser.”

“Obrigada, Livi, mas realmente preciso encontrar uma casa e começar a organizar minha nova vida. Além disso, estou no limite esperando por Monte enviar os documentos para assinar sobre os seus direitos de Marisa. Talvez ocupar mente em buscar e depois mudar para um novo lugar alivie um pouco da minha ansiedade.”

Livi esfrega sua bunda novamente.

“Srta. Independente.” Sorri para mim. “Acharemos algo para você.”

Jared se mete. “Tenho alguns lugares disponíveis no meu prédio. Não é nada de outro mundo e não diria que é o melhor bairro, mas não é o pior. Estarei lá para manter um olho nelas se precisarem de alguma coisa. É apenas um pensamento.”

Terminamos o resto da noite em uma conversa informal enquanto minha mente continua a contabilizando o que posso pagar pelo meu próprio lugar. Estou aliviada quando saio do trabalho e descubro que Morrison trouxe meu carro de Las Vegas. Mesmo que seja uma lata velha, ter um carro significa uma coisa a menos para tentar me meter em um orçamento neste momento. Também estou surpresa, porque o homem tem um Porsche, pelo amor de Deus, por que ele iria dirigir meu modesto carro?

Ele está com uma aparência horrível, mas não me disse o que aconteceu. As contusões estão amareladas, então sei que tem poucos dias. Parte de mim acha que foi um dos rapazes de Monte que fez, no entanto, eu sei que Morrison não vai me dizer.

 

Demorei três semanas de trabalho, para juntar o dinheiro do aluguel e das taxas do apartamento de dois quartos e um banheiro que agora tenho as chaves. O edifício de apartamentos, felizmente para mim, tem apenas três unidades no meu piso. Um pertence a Jared, o meu apartamento e o outro pertence a uma velha que, quando me ouviu mudar, apareceu na sua porta com um taco de beisebol, totalmente pronta para chutar alguns traseiros. Também acontece de ser uma impressionante cozinheira e nos recebeu com cookies de chocolate dois dias depois que nos mudamos. Pode não ser o lugar mais bonito, ou situado na melhor vizinhança, mas poderia ser muito pior.

Entre as muitas outras coisas que ela fez, Livi me levou à uma loja de segunda mão, onde me ajudou a mobiliar nossa sala de estar com um futon e uma pequena televisão e centro de entretenimento. Não temos TV a cabo, mas temos DVDs mais do que suficiente para manter a Srta. Princesa ocupada. Colchões de ar para nossos quartos, mas por agora, é um começo, e parece bom.

Morrison se mantém silencioso, além de falar com Marisa. Estes dois se uniram, e não sei como me sinto sobre isso. Tento manter meus sentimentos separados de seu relacionamento com a minha filha.

Mas dói. Ele nem sequer me beija. Para um homem que tinha que me ter de qualquer maneira que pudesse conseguir desde a noite em que nos conhecemos, agora não me oferece mais do que um abraço rápido. Meu passado o desanimou tanto?

Claro, no grande esquema das coisas, nada disso importa. Tenho minha filha, um trabalho e agora minha primeira casa, tudo por minha conta.

Obrigação e reparação. Pela primeira vez na minha vida adulta, posso dizer com certeza que não devo nada a ninguém.

Isso é muito bom.

 

 

 

 

 

 

Capítulo 17

Morrison


Paro na porta do quarto originalmente destinado a minha mãe, depois ocupado por Hailey e Marisa. Odeio parar e ver que está vazio agora, já que por um tempo não poderia ter sido mais perfeito... para ela e para garotinha. Nem mesmo vou mentir, sua saída é a segunda coisa mais difícil com a qual tive que lidar.

Hailey era forte quando a conheci, feroz, na verdade. Nunca, nem em um milhão de anos teria pensado que ela realmente sentiu que aquele idiota era seu dono. Considerando o que aconteceu, entendo que ela precisava construir uma parede. Queria uma parede forte e não apenas para ela.

A garotinha precisa da sua mãe — forte, feroz e independente; e é o que está vendo agora, sem dúvida. Mesmo na quarta-feira à noite, na minha noite com ela, ela disse: “mamãe está feliz o tempo todo.” Nessas noites a tiro do ninho, por assim dizer, e nós temos o nosso encontro.

O novo ninho de Hailey. O ninho original — a casa em que minha família adotou minhas duas meninas — foi ótimo para as duas. E para nós, também. Estou triste em ver que esse momento acabou.

Mas agora, a garotinha e eu temos um ao outro na nossa quarta-feira e maldito seja se eu não abrir as portas e essas coisas. É a primeira vez na minha vida que convidei alguém para jantar que realmente tocou a fibra sensível Caldwell. Bem, foram apenas frango frito, batatas fritas e sorvete, mas porra, foi um passo.

Um dia, em breve, darei isso para a mãezinha Hailey.

“Você está bem?” Hendrix pergunta atrás de mim.

“Às segundas à noite, eu quero o bar.” Falo para Hendrix, olhando por cima do ombro.

“Para?”

“Cartas, cara. Eu preciso disso, também preciso de algumas noites atrás do balcão.”

“Concordo com isso. Livi fica chateada quando treina alguém e depois são pegos fodendo, então ela insiste em estar lá por algumas noites. Sem dúvida, gostaria mais que o seu pequeno traseiro ficasse em casa com mais frequência. Os fins de semana estão ficando ocupados também, se você puder trabalhar. Sally, eu, Livi, e às vezes Jagger dificilmente conseguimos dar conta. Se você quiser...”

“Vou ajudar em qualquer lugar, mas tenho meus próprios planos.”

“Atlantic City? Reno?”

“Não, cara, vou ficar aqui para sempre. Deixei Ás, em Las Vegas, acabou. Também vendi a minha casa em Atlantic City. Agora eu quero algo mais. Aprecio o trabalho e sei que é apenas por três ou quatro horas nas sextas-feiras e sábados, quando você estiver sobrecarregado. Não tenho a intenção de tirar dinheiro do seu bolso.”

“Você acabou de dizer que sabe que preciso de ajuda. É mais barato te pagar do que um desses idiotas que querem me roubar pelas costas.”

“Por agora, aceito.”

“‘Ganhar’ homem. Não ‘tirar’, merda.”

“Excelente. Terei prazer em fazer, mesmo enquanto organizo a minha merda.”

“Você quer compartilhar seus planos comigo?”

“Ainda não. Ainda preciso ver o que vai dar antes de fazer o movimento.”

“Você está livre esta noite?” Pergunta Hendrix na minha porta.

“Claro, por quê?”

“Hoje faz dois meses que Livi e eu nos casamos. Íamos jantar no bar, mas prefiro comer na cama. Você se importaria de descer e ajudar a fechar mais tarde?”

“Quem está trabalhando?”

“Será que isso importa?” Questiona.

“É quinta-feira à noite, Hailey está trabalhando.” Falo e ele confirma. “Claro, que eu posso ajudar.”

“O correio chegou hoje com algo de uma companhia de seguros e algo da polícia de Las Vegas.”

“Não me foda!”

Caminho e pego os envelopes no balcão, sigo para o meu quarto, onde abro o da polícia de Las Vegas. Aparentemente, Monte se declarou inocente. Não tenho ideia de como o idiota pensa que pode se livrar disso. Isso me faz rir alto, até ler a parte sobre a qual eles me convocam para testemunhar contra ele.

Agora a mãezinha vai descobrir, e sei que ela ficará furiosa. Teria que dizer, mais cedo ou mais tarde. No entanto, tenho algumas semanas. Três, para ser exato.

Porra, ela já está furiosa. Tento realmente manter o mínino de contato físico, mas ainda assim lhe dou um abraço de vez em quando. Pode apostar que é rápido, ou estaria estourando meu pau de tão duro.

Eu a vejo olhar meus lábios e sei que me quer em sua boca tanto quanto eu, mas não posso, ainda não. As coisas precisam estar sólidas, e vou me certificar que ela seja a única dar o primeiro passo. Mas que Deus a ajude quando o fizer.

O próximo envelope é o cheque do seguro do meu carro. O dinheiro será muito útil, mas ainda me incomoda a maneira que esse idiota tentou me foder. Ele vai ter o dele. Na prisão, alguém vai foder sua bunda e então vai ver como se sente ao ser fodido por trás, sem um puto aviso.

 

Quando entro no bar, Livi recolhe suas coisas e me dá um abraço.

“Obrigada.”

“Não há problema.”

Praticamente corre para a porta.

O bar está lotado. Está assim há alguns meses. Caldwell é o lugar para estar.

Hailey está atrás do balcão, movendo seu pequeno traseiro, logo estou atrás dela.

“Estou aqui para ajudar.”

“Parece que preciso de ajuda?”

Irritada, acho.

“O lugar está bastante cheio, então sim, precisa de alguma ajuda.”

“Tem que repor as geladeiras e o barril de Miller Lite está acabando. Poderia trocá-lo. Fora isso, eu me viro.” Não perde o ritmo, continua servindo doses e recebendo o dinheiro, enquanto fala.

“Claro, chefa.” Dou risada, incapaz de evitar e ela para em seco e me olha, mais irritada.

Não afasto o olhar.

“Escuta, coisa gostosa, meu copo está vazio!” Grita um cara.

Ela vira a cabeça, preparada para perder a paciência, quando responde: “Coisa gostosa? É tudo o que você pode inventar, Romeu?” Ri enquanto lhe serve uma bebida.

“É o que você é, gostosa.” Diz o imbecil, piscando um olho para ela.

“Pensa que está bem falar merda como essa comigo?”

“Caralho.” O cara sorri. “Provavelmente não, provavelmente deveria estar de joelhos pedindo para que se case comigo.”

“Sabe que tem mais chance de ver Deus, certo Ricky?”

“Isso dizem.”

Ela olha para Jarred.

“O homem tem a cabeça dura, mas dá boas gorjetas.”

“Fique com o troco, garota.” Ri Ricky.

Ela segue a corrente, depois coloca oito dólares extras em sua jarra de gorjetas antes de me olhar.

Entretanto, estou furioso. “Diga a palavra e vou expulsá-lo a pontapés...”

“O cara está bêbado e gosta de falar merda, Caldwell. Não faz nenhum dano. Você vai ficar no meu caminho ou vai mudar o barril?”

Enquanto troco o barril, reponho a geladeira, me afasto e vejo como trabalha com a multidão. É tão séria com eles como é comigo. A exceção é Jared, de quem parece estar próxima. Agora também vivem no mesmo edifício.

Talvez Jared pareça ter uns quarenta anos com essa grossa barba e cabelos bagunçados, mas ele tem apenas trinta e um. Eu realmente espero que nada esteja acontecendo entre os dois, porque eu gosto dele e não quero ter que quebrar a sua cara.

Ela trabalha duro a noite toda e quando tento ajudar me dá um olhar que se supõe deveria me intimidar, mas na verdade me excita muito. Assim pego uma cadeira atrás do balcão e sento.

“Morrison?” Levanto os olhos enquanto algumas mulheres se dirigem em minha direção.

“Olá, Patsy, Tina, como vai?” Dou o sorriso de sempre.

“É quinta, a ‘noite das garotas’ e víemos pra cá apenas para ver você e seus irmãos no balcão.”

Sorrio.

“Hendrix se casou...” Aceno minha mão mostrando o bar. “Parece que nessa noite muitas garotas ficaram em casa. Há um monte de homens no entanto, certo?”

“Mas só um Caldwell.” Tina me pisca um olho.

“Estou aqui para ajudar no balcão, mas a Hailey aqui” informo enquanto Hailey se aproxima, “ficaria feliz em ajudá-las com suas bebidas.”

“O que vocês querem beber?”

“Gostaríamos de um coquetel Caldwell.” Patsy sorri pra mim.

“Perdão? Poderia repetir?” Pergunta ela.

“Prefiro ele.” Tina ri. “Você e seu irmão Jagger... lembra desse tempo?”

As sobrancelhas de Hailey levantam, enquanto me olha.

“Sabe o que tem em um coquetel Caldwell, Hailey?” Patsy ri.

“Não.” Responde Hailey enquanto serve uma bebida e a empurra para uma das garotas que está esperando.

“Bem, começa com uma de nós de joelhos.” Tina inicia.

“Então lábios na ponta, não é, Morrison?” Completa Patsy.

Que porra! Concordo.

“Depois um pouco de movimento, sem apertar, com a língua plana. Não são essas as instruções que nos deu?” Tina morde o lábio.

“Vá fundo, não vomite, apenas engula.” Continua Patsy de onde ela parou.

“Vocês duas estão falando sério dos boquetes que deram a ele? Se estão, parem. Não estou interessada. O que me interessa são os seus pedidos de bebidas, mas se estão aqui apenas para foder com ele, me avisem para que eu possa servir outros clientes.” Hailey as repreende.

“Duas Miller Lite.” Pede Tina com rapidez.

“Quer servi-las você ou eu faço?” Murmura Hailey para mim.

“Vá em frente, querida.”

Franze o cenho para mim, então vai buscar as bebidas e me viro para as garotas. “Olhem já não sirvo isso. Mas foi ótimo ver as duas.”

Então me afasto enquanto Hailey as serve.

É uma da manhã quando as coisas se acalmam. Hailey fala com os clientes, sorri e inclusive chama o táxi para alguns deles. No momento em que o bar está vazio, são duas da manhã. Hailey gira a placa e fecha a porta da frente.

Não se senta nem um segundo, só se mantém caminhando e é óbvio que está me evitando.

“Quer trocar suas gorjetas e pegar notas maiores antes que feche o caixa?”

“Sim.” Coloca o pano debaixo do balcão e se aproxima da caixa registradora.

Não me movo. Quero que venha até mim. “É uma garçonete incrível.”

“Sim, bem não é uma cirurgia cerebral.”

“Esse cara, aquele que te chamou...”

“Ele é inofensivo.”

“Você tem certeza disso?”

Se vira movendo suas pequenas tranças e me olha.

“Uma garota como eu pode detectar um imbecil a um quilômetro de distância.”

“Uma garota como você não merece cantadas baratas.” Replico.

“Bem, parece que tem algumas ‘gatas’ pedindo por você.”

“Não sou amante dos gatos.” Eu me inclino um pouco e olho para seus lábios, assisto ela tomar uma respiração curta e rápida.

Ela rapidamente afasta o olhar. “Não, você é uma pessoa de crianças. Minha filha fala muito em você. Na verdade, ela fala de você o tempo todo.”

Tomo uma bebida, tentando acalmar meus pensamentos.

“Isso é algum jogo que você quer brincar comigo? Cadela?”

Quase engasgo com a bebida. “Hailey...

“Não estou certa de que seja uma boa ideia que passem tanto tempo juntos. Ela vai pensar em você como algo mais...”

“Espere um minuto.”

“Não, escute! Ela acredita nos contos de fadas — nos príncipes encantados, nos finais felizes, é uma merda que obviamente não é uma realidade. Precisa saber que pode ser forte sozinha.”

“Terminou?” Não gosto para onde isso está indo.

Ela afasta o olhar. “Com certeza”

Ela se vira e eu fico na frente dela, colocando minhas mãos no balcão atrás dela. Sua respiração se acelera novamente, mas ela não se move.

“Ela vê você e o que você faz. Ela vai ser uma mulher forte, sem dúvida. Agora explique o motivo por trás de você não me querer perto dela.”

“O que jogo é esse cadela?” Pergunta, limpando a garganta e tentando esconder o desejo, a forma que se sente quando estamos próximos.

“Eu falei a palavra cadela. Não sabia que ela estava ali e tive que disfarçar o meu...”

“Então sou uma cadela.” Ela me empurra, mas seguro suas mãos e as pressiono contra meu peito.

“As vezes.” Não consigo evitar, apesar de não ter nada a ver com o que lhe estava dizendo.

Ela me empurra de novo.

“Embora seja excitante.”

“Morrison, não brinque com a minha filha.”

“Não é uma brincadeira para mim.”

“Certo.” Finalmente olha para o outro lado.

“Olhe para mim.” Ela faz. “Não estou brincando.”

“O que você quer de mim? O que você acha que eu devo? O que?”

“Calma, querida. Uma pergunta de cada vez. O que eu quero de você? Eu poderia te fazer a mesma pergunta.”

“Para mim?”

“Sim.” Eu me inclino. "O que você quer de mim?”

Seu peito sobe e desce, sua respiração acelera à medida que me movo lentamente em direção a ela.

“Enquanto pensa em sua resposta, não, Hailey, não sou seu dono. Você é dona de sim mesmo. Agora, quanto ao que quero de você... bem, acho que sabe a resposta.”

Dou um passo atrás até que suas mãos agarram minha camisa.

“Não faço ideia do que quero de você.” Sua voz é densa e rouca.

“Está de brincadeida. Você sabe o que quer. E o que quer, está bem aqui. É seu movimento, sua decisão.” Eu me inclino lentamente. “Está aqui, querida. Exatamente aqui.”

Ela lambe os lábios e olha fixamente para os meus, então baixa o olhar para a minha ereção pressionada contra minha calça. “Suas garotas poderiam ter cuidado com suas necessidades.”

“Essa necessidade só podem ser atendida por um de nós dois, e quem tem lidado com isso está realmente cansado de bater uma no chuveiro, pensando em você.”

“Você precisa de sexo.”

“Eu preciso de um gosto, um toque, algo que me mantenha até que você saiba com absoluta certeza que isto é o que deseja, porque estou completamente dentro, querida. Eu não sou seu dono, entende?” Pego sua mão e a movo por meu peito até a cintura da minha calça. “Mas se me quiser, estou aqui. Eu vou bancar a cadela por você até que se dê conta de que não quero te possuirr da maneira como ele tentou.”

Vejo seus pensamentos girando. “Cadela?” Pergunta.

“Chame do que quiser, mas se não vai dar um jeito nisso, preciso dar o fora daqui e cuidar disso sozinho.”

“Quero ver.” Ela diz, tentando ver até onde vou.

“Quer ver como cuido de mim sozinho?”

Assente, engolindo seu desejo.

“Você vai me mostrar o que tem feito para cuidar de si sozinha?”

Ela nega balançando a cabeça.

Abro o cinto, depois estendo a mão e agarrando-a pela cintura. Eu a levanto e ela geme, ficando mole em meus braços, com a cabeça em meu ombro, enquanto a coloco no balcão, depois dou um passo para trás.

“Não está acostumado com espectadores, querida, mas se quiser, você terá. Começa assim.” Abro minha calça e meu pau fica visível na minha cueca. “Ele está te procurando, sempre te buscando. Não consigo tirar você da minha cabeça.” Abaixo a cueca e envolvo meu pau com a mão. “Vou fechar os olhos, porque você está sentada, não você está deitada na parte de trás de seu carro, enquanto eu como a melhor buceta que já tive em toda a minha maldita vida. Ouro, Hailey. Porra!” Começo a gemer enquanto me acaricio lentamente para cima e para baixo. “Tenho que apertar forte...mmm. Essa sua buceta de ouro, tão úmida, tão apertada...”

“Morrison.” Ela geme.

“Sim, querida?” Digo enquanto abro os olhos e me acaricio, vendo seus olhos semicerrados. “Você quer isso?”

Ela balança com a cabeça, uma vez.

“Tire a calça e coloque essa bunda no balcão.” Ela hesita. “Querida.”

Uma vez que está de pé, tira a calça, então se vira para subir no balcão, a agarro por trás antes que tenha a chance de se virar. Afasto a calcinha para um lado e passo meu dedo para cima e para baixo em sua buceta molhada.

“Caralho, está ensopada.” Em um segundo, pego sua bunda entre as mãos e beijo esses charmosos e pequenos globos redondos que estão no ar. “Tem a bunda mais gostosa que já vi na minha fodida vida.”

Levo a língua até a divisão e ela arqueia as costas.

“Quer que faça isso, certo?”

“Sim.” Geme.

“Puta que pariu. Vire-se agora. Devagar, querida. Quero adorar a sua bunda, mas se quer que eu coma a sua buceta, é isso que vou fazer.” Ela agora está sentada no balcão. “Pés sobre os meus ombros.”

Ela faz o que peço e não me seguro. Enquanto chupo seus lábios inchados e esfrego a língua para cima e para baixo, seu corpo estremece enquanto agarra a borda do balcão.

Pouco a pouco, movo a língua para cima e para baixo sem entrar. Ela se contorce e solta gemidos abafados, deixando claro que estou a deixando louca. Porra, eu estou louco.

Então coloco minha língua e ela grita: “Morrison! Oh, Deus.”

A jukebox começa por conta própria a cada vinte minutos, e faz isso agora. “Skin” de Rihanna começa, a porra da canção perfeita.

Sigo o ritmo da canção com a língua em uma dança lenta, o jogo perfeito. Minha boca a cobri enquanto estendo as mãos e subo sua camiseta, vendo como sorri e fecha os olhos. Extase. Puro prazer. Deus, eu amo levar essa sensação para ela.

Hailey tira a camiseta e seguro sua coxas, separando-as mais enquanto chupo seu clitóris e ela começa a gritar. Seus quadris agora estão rebolando contra meu rosto enquanto a chupo mais forte e então, coloco dois dedos em sua deliciosa buceta.

“Eu quero você. Oh, Deus, por favor.” Ela implora. Mas não terminei de devorar sua buceta, de saboreá-la. Quero levá-la ao limite do prazer mais uma vez.

Quando consigo minha dose, por agora, levanto.

“Preciso provar seus seios.” Não espero por sua resposta, simplesmente os tomo. Quando paro durante um minuto, levanto o olhar para ela. “Homem nenhum em seu juízo perfeito abriria mão de ter você como dele. Hailey, você é tão bonita, linda, perfeita.”

Ela fecha os olhos.

“Preciso entrar, querida. Preciso sentir a sensação de estar dentro de você.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço enquanto eu a levanto.

“Boca — me dê isso.”

Ataco o interior de sua boca enquanto seguro sua bunda nua entre as mãos, amassando e apertando.

“Quero essa bunda, querida. Muito.” Minha boca se fecha sobre a dela, e suas mãos agarram meus cabelos.

Ela coloca a mão entre nós e segura meu pau, acariciando, então o esfrega contra sua pequena buceta quente.

“Preciso pôr uma camisinha, querida.”

“Estou no controle de natalidade.” Ela diz. “Está limpo?”

“Perfeitamente. Você?”

“Sim.”

Antes que possa dizer outra palavra, giro e a empurro contra a porta da geladeira, segurando-a pela bunda e a abaixo com força sobre meu pau. Grita e então morde o meu ombro.

“Sinto muito, querida.” Empurro com mais força.

Penetro cada vez mais forte, pois sei muito bem que ela gosta, porque goza uma e outra vez até que me junto a ela.

“É uma sensação boa pra caralho. Porra! Não vou parar. Não. Posso. Parar.”

“Então, não pare. Pegue tudo, Morrison. Pegue o que precisa.”

Ela geme enquanto vou de novo, e ainda mais forte.

Em seguida, a abraço com força à medida que lutamos para recuperar nossa respiração. Colocando meus lábios contra seu pescoço e saboreando sua pele, cheiro seu aroma doce, e estou duro novamente.

“Querida?”

“Uau?” Ela diz, um pouco chocada.

“Vou te foder outra vez.”

“Sim, foda duro.”

“Certeza?”

“Sim.”

“Você conseguiria alguma merda melhor?” Não espero uma resposta. “Vou te inclinar sobre o banco do balcão para poder olhar essa sua bunda gostosa, está bem?

“Sim, muito bem.”

 

Ela está caminhando engraçado quando sai do banheiro e não posso evitar sorrir. Balança a cabeça e rola os olhos.

“Você ainda está me sentindo?” Pergunto enquanto pego sua mão.

“Sabe que sim.” Sorri um pouco.

Saímos e fechamos a porta. A acompanho até seu carro, onde pego as chaves, destranco a porta e depois abro.

Pego sua mão com força suficiente para que vire para mim. “Sabe meu número.”

“Sei.”

“Acha que poderia usá-lo?” Ela concorda com um aceno de cabeça. “Esse é seu jogo, querida. Se me quiser, chame. Nos vemos na quarta, aconteça o que acontecer.”

Sorri. “Ok.”


A encontrei na sexta-feira e sábado no bar, em seguida, teve um jogo de cartas na segunda-feira e fiz algum dinheiro. As segundas-feiras vão ajudar muito a causa. No fim de semana chamo um agente imobiliário em Atlantic City e coloco à venda a minha casa. Na terça-feira, pego o meu laptop e procuro sobre como começar um negócio. Olhei
alguns lugares e percebi que poderia fazer isso. Não era apenas um sonho, merda, seria real.

Na quarta-feira, encontrei meu prédio, a quatro quadras do bar. Três andares e o piso superior já tem um grande loft. Está bom, mas vou melhorar.

“O que você acha?” O corretor pergunta.

“Parece bom. Precisa de uma boa reforma.”

“Bem, isso acontece. As pessoas sabem que está faltando alguma coisa e param de cuidar de suas coisas. A economia está ruim, e por isso não temos nos esforçado. Embora a fundação seja boa, e tem uma estrutura sólida. É um bom negócio para a pessoa certa.”

Não quero parecer muito ansioso. “Está pedindo duzentos mil por um lugar que precisa de quase o mesmo montante para reforma.”

Olha o arquivo em sua mão. “Como disse, vale à pena.”

Estendo a mão e ele aperta. “Vou pensar.”

Ele hesita, mas não me dá o que eu quero. Está hesitando, mas irá ceder.

Vou até a casa de Hailey e chego justo quando está saindo. Hailey está deliciosa em sua camisa e calça pretas estilo militar e o cabelos em tranças penduradas por seus ombros.

“Quase chega tarde.” Marisa aponta o dedo para mim.

“Sinto muito, pequena senhorita.” Também aponto o dedo. “Eu tive uma reunião, mas estou aqui.”

Dou o habitual meio abraço em Hailey, mas desta vez, cheiro seu cabelo.

“Gostosa.” Sussurro em seu ouvido.

Dá um passo para trás e olha para mim. “Reunião?”

“Sim.” Pego a pequena e a jogo em cima do meu ombro. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha.”

Marisa ri. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha. Estou indo para uma reunião.”

“Certifique-se de fechar o cinto de segurança e que ela esteja cedo na cama. Temos uma reunião amanhã.”

Olho para ela. “Reunião?”

“Sim.” Ela responde enquanto sorri e se afasta.


“Você precisa ser o papai.” Marisa boceja enquanto se aconchega contra mim.

“Você acha?” Pergunto, começando a fechar o livro.

“Bem, talvez não. Meu papai perfeito leria mais dois livros.”

Sorrio para mim mesmo. “Que livro devo ler então?”

Ela senta e se estica até sua mesa de cabeceira. “Este.”

“Bem, acho que posso ler mais um.

Ela levanta dois dedos. “Mais dois, lembra?”

“Lembro bem.” Faço cosquinhas debaixo do seu queixo, depois abro o livro. “Era uma vez...”

 

 


Capítulo 18

Hailey

 

“Conte-me algo de bom, Hailey.” Pede Jared enquanto coloco a bebida em sua frente. Levanto uma sobrancelha e ele tenta advinhar minha resposta. “Garota, você me conquistou, então me conte uma coisa boa.”

“Tenho minha casa, graças a você.”

“Não graças a mim. Sou um bastardo egoísta que queria ter uma vizinha bonita.” Pisca o olho enquanto toma sua bebida.

“O que dizem sobre as crianças é verdade — são resilientes. Marisa parece ter se acostumado bem. Na verdade, acho que nunca foi tão feliz. Entre seu tempo com Sally, Livi e esses garotos Caldwell, tem mais atenção agora do que tinha antes. Além disso, temos a vizinha que nos faz sentir seguros e adorar assar cookies.” Sorrio pensando no quanto é bom estar ao lado de alguém com quem me sinto confortável.

“Preciso de mais uma bebida, Hailey. Fico feliz em ver que são felizes. Tem que saber que nem sempre mantive seguras as pessoas próximas a mim. Não sou confiável para isso. Esses garotos Caldwell, sem dúvida, cuidarão de você.”

“Jared, de todas as coisas que passei, você é uma das pessoas mais confiáveis que conheço.”

“Tenho um passado, mulher. Não é parecido com um conto de fadas. É escuro, feio e é tudo minha culpa.”

Sirvo outra bebida e me inclino.“Quer sobre isso?”

“Quando puder ressuscitar os mortos, então vamos falar. Até então, sei que é da família e os Caldwell cuidarão de você.”

“Bem, Jared, você agora é minha família e quero cuidar de você.”

“Um dia diferente, um tempo diferente, talvez as coisas poderiam ter sido diferentes. Sem dúvida, não são, então jogamos com as cartas que temos — como você mãezinha.” Jared sorri enquanto me chama do jeito de Morrison. “Quando as cartas em suas mãos forem boas, mantenha-as, não as descarte e não se arrisque a perder tudo. Morrison é bom, Hailey. Jogue sua mão com ele e veja até onde isso vai dar — isso é tudo o que estou tentando te dizer.”

“É um homem sábio, Jared.”

“Vivi uma vez, Hailey. Amei uma vez, profundamente. Perdi tudo... pela garrafa, nada mais. Venho aqui para esquecer disso. Só que em você, vejo essa mulher que é charmosa, forte, independente e que está com a cabeça enterrada. Então, ao invés de beber meu dia e sacudir uma só linha, quero te ajudar a ver o que os outros podem ver em você. Todos estamos esperando para que baixe a guarda e, ao mesmo tempo, não se assuste com sua maldita sombra. Livi esteve assim também. Ela passou por isso e você também o fará.”

Enquanto termino meu turno, penso nas palavras de Jared. Livi e eu nos tornamos próximas durante meu tempo aqui. As calcinhas que usa, esfregando a bunda como um tipo de “loucura”, como diz Hendrix é inspirador. Não sei detalhes de seu passado, mas posso ver seu futuro e me enche de esperança, promessas e muitas coisas boas.

Suspiro e sussurro ao bar vazio enquanto fecho: “Oh, mamãe, onde está para eu possa falar com a senhora agora?”

“Eu me sinto da mesma forma na maioria dos dias, Hailey.” Isso vem de Jagger, que vira a esquina pelo balcão, depois de fechar o caixa da noite.

Nunca deixei de pensar nessa monumental coisa que compartilho com Morrison — nós dois perdemos nossas mães. A minha estava longe de ser perfeita, mas no final de cada dia, era minha melhor amiga. Nós rimos, conversamos até o sol sair mais do que posso contar, e em todo o caos, ela nunca me deixou sozinha. Mesmo quando me convenceu que ficar com Monte era uma coisa boa, estava ali para segurar minha mão e atravessar comigo os tempos mais escuros. Nunca estive só até que ela se foi. Então, veio Marisa e minha vida se encheu mais uma vez. Só que Marisa não tem o vazio de perder sua mãe, como Morrison e eu. Espero que fique velha e tenha os cabelos brancos antes que precise enfrentar esse tipo de perda.

Olho fixamente para Jagger enquanto se serve uma bebida. Quando faz o mesmo para mim, nego e levanto as chaves do carro.

“Eu vejo muita dela em você.” Comenta antes de tomar sua bebida.

“Mesmo?”

“Sim. Mamãe foi um furacão até o final. Teve que lutar, Hailey, lutar muito.” Dá um golpe em seu peito. “Do tipo que vem daqui. Você poderia ter ficado com esse filho da puta do Monte, mas não fez. Saiu. Lutou com isso, lutou por sua filha. Você tem um coração, Hailey.”

Meus olhos se enchem de lágrimas. “Sou um desastre, Jagger.”

“De maneira nenhuma. Tem que deixar as pessoas entrarem, e deixar que elas te ajudem, Hailey. Morrison, lhe dará a segurança que você nunca teve, mas você precisa querer isso.”

“Sim, mas...”

“Mas nada. Meu irmão alguma vez não te deu escolha? Da forma que vejo ele deixou que você se acostumasse. Recuou e te deu espaço enquanto mantinha vocês duas seguras. Tem um bom trabalho em que é boa e trabalha duro. Tem sua própria casa. Pode ver sua menina sã e salva, longe do imbecil que te ajudou a fazer. Está fazendo tudo sozinha. Nos deixou entrar: Hendrix, Livi, eu e mesmo Jared, mas, no entanto, mantem Morrison a distância. Eu noto — tem sentimentos, mas continua tentando lutar contra eles. A luta é boa quando necessária, mas para que lutar contra sua atração por Morrison? Por que negar isso aos dois? Você é a única quem tem e distribui as cartas.

Eu me apoio contra o balcão, desejando não ter que dirigir. A merda está cada vez mais profunda e preciso relaxar.

“Não se trata só de mim.” Sussurro.

Jagger joga a cabeça para trás e ri. “Querida, essa sua garotinha nos tem comendo na palma de sua mão, principalmente o meu irmão. Não importa se vocês vão ficar juntos ou não, ele sempre estará na vida de Marisa.”

Penso nisso, percebendo que ele está certo. Morrison Caldwell é o tipo de homem que estará perto de Marisa, não importa o que aconteça.

Terminamos de fechar, então vou para casa e em silêncio entro no meu apartamento.

Normalmente, após suas ‘reuniões’ às quartas-feiras

Em geral, depois de seus encontros das quartas-feiras. Morrison está sempre no sofá quando entro. Encontrando-o vazio, ando pelo pequeno corredor até a luz suave vindo do quarto de Marisa e sorrio quando o ouço sussurrar: “Há muito, há muito tempo... em uma terra distante...” Continua lendo enquanto meu peito se enche de emoção.

Escuto os suaves sons dos roncos de Marisa, então não sei porque Morrison continua lendo, mas presto atenção às suas palavras.

“Havia uma linda garotinha. Ela morava com sua mãe, que era a mulher mais linda em toda a terra. A s duas eram os tesouros ocultos dados ao príncipe como um presente de sua mãe, a rainha. Tiveram que se esconder debaixo das luzes brilhantes da cidade do pecado até que o príncipe fosse suficientemente grande para perceber a beleza em seu interior quando as viu.” Morrison faz uma pausa e me apoio contra a parede para escutar mais. “Ele cometeu loucuras e precisou trabalhar seu próprio passado, mas sua mãe, a rainha, sabia o homem que havia criado. Sabia que, quando fosse o momento certo, se tornaria o homem ideal para esta garotinha e sua mãe.”

Aproximando-se da porta para que possam me ver, vejo a cena à minha frente quando pergunto: “É mesmo?”

Ali, na caminha de minha filha, está Morrison, com seu um metro e oitenta e cinco. Está com as pernas cruzadas, a cabeça apoiada contra a parede já que Marisa não tem uma cabeceira e os braços cruzados sobre o peito. Com os olhos fechados, parece perdido em seus pensamentos, perdido em seu conto de fada.

Ele não abre os olhos, simplesmente acena com a cabeça.

“Então,” — eu me aproximo dele — “eles vivem felizes para sempre?”

Ele abre os olhos e encontra meu olhar. “Não sei, Hailey. Você quem me diz.”

Pego sua mão e o levo para a sala de estar, onde nos sentamos no sofá, ele do lado direito e eu no meio. Então, viro para enfrentá-lo, com as pernas dobradas debaixo de mim.

“Fale-me sobre a rainha, Morrison.” Digo e ele sorri carinhosamente.

“Oh, a rainha... ela era a Rainha das Espadas. Tinha amor por seus filhos, aos montes, como dizem. Mas, governada como era pelo Rei dos Paus, ela teve que colocar em segundo plano suas necessidades, desejos e anseios. A única coisa que o tirano sempre deu a ela e a seus filhos foram tempos difíceis. O Coringa era selvagem o tempo todo, sabe. Um bastardo imprevisível, Rei de Paus não tinha vergonha de governar sua casa com um punho de ferro. Isso deixou os três Valetes com sentimento de desamparo e, eventualmente, a união e necessidade de proteger a rainha, cresceu e o ressentimento para com o rei também. No final, a vida não era de Ás, porque a rainha deixou esta vida para ir a uma melhor, mas deu a seus meninos a mão vencedora antes de perecer.” Estica a mão, pega meu queixo e esfrega o polegar sobre minha bochecha. “Ela os deixou com Ás em suas mãos.”

Mordo meu lábio inferior enquanto assimilo suas palavras.

“O Ás de Ouros — assistindo a rainha trabalhar tão duro, os meninos desenvolveram o impulso e a ambição que só podem ser encontrados nesta carta. O Ás de Paus era seu legado de inteligência. Hailey, não podemos ter nada sem antes analisar a situação do terreno. A rainha deu isso aos garotos. Sem rodeios, também nos deu o Ás de Espadas, querendo que seus filhos tivessem uma vida plena. Ele queria que eles fossem bem-sucedidos e fortes. Com sua última carta... o Ás de Corações. A rainha deixou aos seus filhos
um legado de alma e coração.”

“Sua mãe?” Seu polegar se move para cobrir meus lábios, me silenciando.

“Fazer o bem neste mundo cheio de maldade — eu fiz essa promessa, Hailey e estou absolutamente certo de que eu quis dizer cada maldita palavra. A vida não era fácil assistindo nosso velho colocar suas mãos sobre ela. Pior que isso era ouvir a maneira como falava com ela. A cada dia maldito, nada que ela fazia era bom. No entanto, a mamãe foi forte. Ela não deixou que isso a derrubasse. Ela não deixou que a desgastase. Ele pode a ter machucado, mas ela certamente não se deixou ser devastada.”

“Estou tão devastada Morrison.” A admissão sai antes que eu possa me conter.

Ele se aproxima e me puxa para o seu colo. “Querida, você é um monte de coisas, mas devastada não é uma delas.” Traça meus lábios com o polegar. “Você está jogando com a mão que lhe foi dada. Sem truques, sem artimanhas, só enfrentando a vida. Tem coragem, espírito de luta e resistência.” Ele para e me olha, como se quisesse chegar a minha alma. “Você tem coração, mãezinha. Você tem mais amor por aquela menina até mesmo que a Rainha de Espadas tinha por seus Valetes e isso é muito. Permita-se ter algo bom, Hailey para você... e para a sua garotinha.”

Não tenho palavras para responder. Nenhuma. O homem me transformou em uma gelatina e, ao mesmo tempo, ele me manteve firme. Assim é como será a vida com Morrison Caldwell? É realmente o meu lugar seguro para cair?

Inclinando-me o beijo suavemente. Lentamente, exploro seus lábios enquanto ele abre a boca para permitir que minha língua invada. Gradualmente, valorizo tudo o que me deu esta noite. Quando me afasto, sorri de uma forma que é deliciosamente Morrison.

“Bem, mãezinha, você teve sua história para dormir, então, agora vamos para a cama.”

“Sério? Por que contar essa história agora?” Minha curiosidade está de volta.

Ele ri baixinho. “Querida, conto para a garotinha essa mesma história todas as noites que estou com ela, depois que adormece quando termino de ler as três histórias obrigatórias da noite.”

Levanto uma sobrancelha para ele.

“Ela me disse que seu papai perfeito leria mais duas histórias toda noite depois da primeira. Bem, seu homem perfeito pode ler três, mas eu lerei quatro. Pode me chamar de aplicado.” Pisca um olho. “Quatro ases de um baralho. Quatro histórias para fazer a nossa garotinha contente. Quatro é meu número da sorte, mãezinha.” Com isso me pega e leva para o quarto.

Sem hesitação, eu o puxo para a cama comigo. Em vez de dormir, ele me dá quatro orgasmos que certamente me farão lembrar desta noite vividamente por um longo tempo.

Ele me faz bem. De alguma maneira, esse homem fez seu caminho para minha vida, meu coração e me deu mais nesses poucos meses do que tive em toda a minha vida. Pode durar? Posso me apegar a ele? Demorei muito para perceber que, mais do que tudo, quero ter isso com ele. As cartas estão em minha mão, o jogo é o Texas Hold'em com apenas duas cartas e planejo mantê-lo o máximo que puder.

 

Capítulo 19

Morrison

 

Porra, penso ao me endireitar para poder vê-la, depois que ela adormece. Tranquila, linda e satisfeita.

Sem desfaçatez, qualquer uma.

Fecho meus olhos por um momento, ainda pensando sobre esta mãezinha que acha que tem que ser durona — menos com a filha... ou quando tenho minhas mãos sobre ela. Nunca antes na minha vida eu conheci alguém que quase derrete ao meu toque.

No início, pensei que era só comigo, mas então percebi que era circunstancial, porque foi assim que ela teve — sem escolha. Com essa compreensão, com meu ego seriamente desinflado, mas de volta a realidade, tudo tem se tornado de ouro e com o conhecimento de que ela também sente. Sabe que vou lhe dar prazer. Inferno, eu darei a ela uma e outra vez antes de levar o meu. Isso é muito sexy, caramba.

Eu me levanto e o colchão de ar parece um maldito balanço, com ela no lado inferior.

Seus olhos se abrem enquanto pula e seguro seu braço. Então, começa a tremer e tentado recuperar o ar, assustada. Sento rapidamente e a seguro, para me assegurar que está acordada e bem, e isso também é uma má ideia.

A mãezinha é como uma pipoca no fogo.

“Hailey.” Digo apertando-a.

“Que merda está acontecendo?” Pergunta.

“Cristo, você está bem? Está tremendo.”

“Estou bem? Não. Eu só... só...”

Não posso evitar sorrir porque, apesar de estar muito assustada, essa merda foi muito divertida.

Ela me olha como se eu estivesse louco e logo vejo um sorriso ampliar.

“Você levou uma surra da porra desse colchão de ar. Precisa de uma fodida cama.

“Marisa precisa de uma cabeceira antes que eu possa comprar uma cama.”

“Querida, ela tem uma cama, um excelente colchão. Acho que você já a colocou em primeiro lugar e agora chegou sua hora de ter uma cama. Não que ter feito isso aqui não tenha sido uma boa experiência, mas acabamos no chão e...”

“Bem, eu entendi.”

“Cama King.”

“Queen.” Contesta.

“Vou te comprar uma.”

“Não, você não vai.”

“É um perigo para a sua maldita segurança e, se planeja que eu esteja aqui mais uma vez, vou comprar uma cama.”

“Absolutamente não.”

“Bem, então você vai usar um capacete.”

“Oh, ok.”

Ela me olha nos olhos, determinada a não ceder, e depois sorri e balança a cabeça. “Vou comprar uma cama queen na próxima semana.”

“Não se você quer fazer isso rápido. É um presente, Hailey.”

“Não, é para...”

“Mãezinha teimosa.”

“Independente.” Ela me corrige.

“Gostosa pra caralho.” Pressiono minha boca contra a dela, devastando sua linda boca pequena. Seu corpo amolece contra mim enquanto geme e eu recuo. “Preciso sair daqui antes que a garotinha acorde.”

Ela se levanta, põe sua camisa e calça de moletom e me segue até a porta.

“Quero te levar a um encontro. Pode ter minhas bolas de volta tempo suficiente para fazer isso?

Ela sorri, e é bonito e iluminado. Ainda melhor, não há nada a preocupando e noto isso.

“Mãezinha, continue me olhando desse jeito e vou te tomar aqui mesmo. Domingo à noite. Não faça planos. Seremos você e eu... um jantar, um filme, se desejar, pegação no estacionamento e, em seguida, acabar na parte de trás do Escalade porque vou precisar te provar. Depois disso, você pode ter minhas bolas de volta, você me entende?”

Sorri e acena. Sem dúvida, sem hesitação.

“Caralho. Preciso sair.” Inclino e tomo sua boca de novo. Depois vou embora com um pau completamente duro.

 

Naquela noite estaciono em sua casa e Livi sai. “Vou chamá-la.”

Hailey queria esperar até a hora de dormir da Marisa para o nosso encontro e não poderia culpá-la nem um pouco. Além disso, Livi queria vir e tomar conta de Marisa. Hendrix vai encontrá-la aqui quando fechar o bar, o que é absolutamente perfeito. Isso significa que posso estar com Hailey e ficar por um tempo.

Hoje à noite, recupero minhas bolas e espero terminar com elas ainda em minha posse.

Saio do carro quando a vejo sair. Não usa preto hoje, mas uma saia amarelo claro comprida até o tornozelo e uma blusa branca.

“O tipo de coisa que cavalheiro diz é: “você está absolutamente incrível” porque realmente está. Nunca na minha vida vi nada tão bonito. Mas também estou querendo saber se você sabe que vou ficar de pau duro durante a noite toda.”

Ela se inclina para frente e me beija com força, sua língua pressiona meus lábios e abro para ela. Deixo-a ter uma prova e então tomo a minha. Quando fico sem ar, me afasto tristemente, deixando minha testa contra a sua.

“Cristo, mãezinha.” Gemo, então dou um passo para trás, abro a porta, pego as flores e entrego para ela. “Espero que você goste de rosas.”

“Puta merda, Morrison! São muitas flores! Elas custam muito, devolva.”

“Recuperei minhas bolas esta noite,” — abro mais a porta — “mesmo que você tenha tentado roubá-las agora.” Agarro em minha calça. “Opa, ainda estão aqui. Oh, para que você saiba, elas não têm espinhos. Eu mesmo os cortei. Não se preocupe, no entanto — a sua beleza ainda está protegida. Segura comigo, segura com você, segura...”

“Está bem.” Ela engole forte e olha para flores. “São lindas.”

“Não tão linda quanto você.” Eu me ajusto. “Cristo.”

Fecho a porta e a vejo sorrir radiante, enquanto as cheira.

Entro, coloco o cinto de segurança, ligo o carro e olho para ela de novo. “No jantar, você tem que sentar em frente a mim, não do lado, porque de jeito nenhum posso prometer manter minhas malditas mãos afastadas.”

Ela olha por cima das flores, que quase cobrem seu rosto e sorri. “Obrigada pelas flores.”

Estendo a mão e tomo a sua, trazendo-a para minha boca e beijando-a. Sua pele é macio e cheira bem. Eu não posso evitar — dou-lhe uma lambida. Quando não a retira, dou outra.

Leva a minha mão sobre sua boca e me beije de volta. Então, recosta no banco e exala longa e lentamente.

Está relaxada. Inferno, parece estar se divertindo. E estou... duro pra caralho.

“Você se importa se eu te mostrar uma coisa antes de ir para o restaurante?”

“Claro.”

“Confia em mim?”

Ela abre os olhos e olha para mim. “Sim. Sim, confio.”

“Boca. Por favor.”

Depois de beijá-la bem devagar, me inclino para trás me sentindo muito bem. Realmente bem. Nunca estive melhor, na verdade.

Estaciono o carro na frente de um prédio de quatro andares.

Ela olha pela janela, em seguida, de volta para mim.

“É isso que você queria me mostrar?”

“Sim.” Abro a porta, saio e abro a sua. “Venha comigo?”

“Certo...”

Caminhamos pelo beco entre os dois edifícios. Atrás há uma uma pequena garagem e, além disso, há um grande pátio totalmente cercado. É maior do que a maioria na cidade.

“Tenho quase certeza que vou comprar este lugar.”

“Para que?” Ela pergunta, olhando ao redor.

“Algo como uma casa ou um abrigo para mulheres. Mulheres com crianças, para ser exato. Mulheres...”

“Como eu.” Franze a testa e vejo a parede se levantando.

“Não, como a minha mãe.”

Ela olha para mim.

“Minha esperança é oferecer um lar, um lugar para ir até que possam fazer isso por conta própria, talvez encontrar algumas pessoas em situações similares. Algo como uma fraternidade, ou...”

“Uma irmandade.” Ela me corrige e aperta minha mão.

“Talvez, se encontrarem situações parecidas com as suas, com outras que fizeram isso e escaparam, elas entendam que também são capazes. Pelo menos, lhes dará um lugar onde seus filhos e elas possam dormir à noite sem ter que se preocupar que alguém os espanque, forçando-as a...”

“Eu gosto, mas há tal estigma associado com lugares como este. Algumas pessoas sequer considerariam vir aqui.”

“No entanto, algumas vão. Inferno, se acontecer, significa que ajudei a fazer o bem.”

“Como vai pagar?”

“Vendi minha casa em Atlantic City.”

“Era dono de uma casa lá, também?”

“Sim. Não ia muito, no entanto. Gostava mais de Las Vegas. Agora sei porquê.”

Ela levanta os olhos, as bochechas rosadas.

“No primeiro piso farei um escritório, sala de estar, cozinha e refeitório. No segundo e terceiro pisos podem ter quatro pequenos apartamentos de três quartos. Assim serão oito apartamentos, e todos mobiliados. Com estadia de noventa dias, o que lhes dará tempo suficiente para encontrar um trabalho, um lugar próprio e com sorte ganhar alguma força ou, pelo menos, alguma esperança.

“Você deveria considerar seis de dois quartos. Beliches, quatro em cada quarto. As mães também ficariam nos beliches. Inferno, elas ficariam no chão se isso significasse que seus filhos estariam seguros.”

“Nem todas as mães, Hailey.”

“As que realmente querem algo melhor.” Assimilo suas palavras. “Terminará com um lugar cheio de posseiros, pessoas ‘pedintes’, se você não endurecer e definir padrões e expectativas. Algumas pessoas não querem ir por conta própria. Algumas pessoas não têm a intenção de fazer o trabalho que é preciso para quebrar um ciclo.”

“Minha garota seria...”

“Sua garota?”

“Está bem, mãezinha.”

“De novo, sua?”

“Preciso te lembrar que tenho minhas bolas de novo essa noite.”

“Preciso te lembrar que não rotulamos essa relação.”

“Que ser minha namorada Hailey? Você vai sair somente comigo? Você vai...”

“Cale a boca.” Ela ri e me empurra. “Qual a nossa idade?”

“Está bem, então seja a minha garota e de mais ninguém.”

“Não estive com mais niguém.”

“Seja minha.”

“Ninguém é meu dono, Morrison.”

“Não é uma coisa de posse. Você está livre para cancelar quando quiser. Inferno, pode manter as minhas bolas, menos na cama ou quando sairmos. Mas seja minha.”

“Seja você meu.” Coloca as mãos no quadril, fazendo-me rir. Logo nega e abaixa o olhar. “Que tal se sairmos exclusivamente.”

Eu a puxo firmemente contra mim e a beijo como um estúpido, seu corpo se funde com o meu. Quando tomo e dou o que preciso, o que ela precisa, me afasto.

“Combinado.”

“Morrison eu gosto do que você está começando aqui. É admirável e manda uma mensagem clara sobre quem você é. Mas por favor, não me peça para ser parte disso.”

“Não vou pedir.”

“Não estou pronta para assumir qualquer outra coisa. Tenho minha liberdade, minha filha, meu trabalho, um lugar só meu. Eu preciso dessas coisas.”

“Eu sei. É por isso que não lhe pedi.”

Ela olha para cima. “Quarto andar?”

“É onde será minha casa.”

“Isso é uma grande caminhada.”

“Há um elevador de carga, acessível apenas para mim.”

“É um grande empreendimento.”

“Não vai estar pronto em uma noite. Pode demorar um ano, mas vai mudar vidas.”

 

Depois do jantar e de quase convencê-la para que me deixasse tê-la no banco do carro no estacionamento, nos dirigimos de novo para sua casa. Hendrix e Livi vão embora e terminamos em seu quarto, no chão.

Estou tirando a roupa quando me pergunta: “Então não há mais Las Vegas, Atlantic City ou...

“Mais uma viagem para Las Vegas. Tinha a intenção de falar com você sobre isso. Gostaria que fosse comigo.”

“Não sei se seria uma boa ideia, Morrison. Eu...”

“Seu ex está preso, será julgado por uns dez crimes diferentes e fui chamado para testemunhar.”

“Você? Por quê?”

Respiro profundamente, pronto para soltar tudo.

“Por quê?”

“Um jogo, uma aposta que acredita que ganhou, mas no final não fez. Ele...”

“Que jogo? Que aposta?”

Digo tudo, não guardo nada. Uma vez que termino, ela olha para o teto durante um tempo antes de finalmente falar.

“Por isso, o seu interesse em Marisa. Parece que você...”

“O interesse por Marisa começou por que estava apaixonado por sua mãe. Mas entende, eu teria feito por qualquer pessoa que tivesse um filho da puta pensando que fosse seu dono. Não importa quantas vezes eu te diga que quero que você seja minha, eu não quero ser seu dono. Não dessa forma.”

“Você precisa ir.”

“Não terminei aqui, nem mesmo perto, e porque ainda sou tecnicamente o dono das minhas bolas, por enquanto, você vai me ouvir.” Seu rosto fica vermelho, o que me diz que está pronta para explodir. “Quando dirigia saindo de Las Vegas, fui seguido. Em um semáforo, uma caminhonete preta literalmente subiu no meu Porsche. Quando saí, seu ex saiu da caminhonete com uma barra de ferro e se divertiu com minhas costelas, depois com meu rosto. Foi por isso que voltei mais tarde, não queria que soubesse, porque não foi a porra da sua culpa.”

“Então de quem foi?”

“Minha. Eu poderia ter revidado, poderia ter saído ileso, mas gosto de um pouco de dor. Permiti que ele me golpeasse como o inferno, sabendo que a polícia estava vendo. Sabia que vinham para separar. O que não esperava era que ameaçasse me matar quando estava algemado, o estúpido filho da puta. Não tenho ideia de como continua vivo. Um homem assim, fodendo as pessoas do jeito que ele faz, deveria estar morto há muito tempo. Mas agora, pode apodrecer atrás das grades enquanto você e Marisa vivem.

“Se quer me mandar para o inferno, Hailey, se você me quer fora de sua vida, porque você ainda não pode ver o que significa para mim, então eu vou me afastar, sabendo que você está segura. Mas se pode confiar em seus sentimentos e no que estou lhe dizendo, então, isso pode ser tão perfeito. Aproveite o seu tempo e pense sobre isso.” Me viro para sair, depois paro.

“Eu quero que você sentada ao meu lado no Tribunal em Las Vegas. Quero que veja com seus próprios olhos que ele não pode tocar em você. Gostaria também das quartas-feiras com Marisa, porque essa merda vai doer se eu tiver que me afastar, tanto quanto vai machucar se eu tiver que ficar longe de você. Faltam duas semanas para Las Vegas. Faça o que você pensa que precisa fazer. É só me avisar.”

Caminho para a porta, com ela me seguindo, então me viro e olho em seus olhos.

“Você merece muito mais do que viver sua vida com medo.”

“Não tenho medo de nada.” Fala enquanto lágrimas caem por seu rosto.

“Prove.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 20

Hailey

 

Ele renunciou a sua casa por minha filha — e, no entanto, não me pediu nada em troca. Pode alguém realmente ser tão altruísta?

Dúvida me consome. Passei as últimas duas semanas ligada, pensando muito e tentando seguir em frente. Fiel à sua palavra, Morrison me deu espaço. Ele também teve suas noites de quarta-feira com Marisa, sem falta.

Pego o envelope sobre a bancada da minha cozinha como se fosse pela milésima vez. O conteúdo permanece o mesmo — uma passagem de ida e volta para Las Vegas, Nevada. Uma última viagem para resolver tudo e deixar isso para trás. Uma última oportunidade de enfrentar Monte e vê-lo desaparecer com meus próprios olhos. A oportunidade de estar lá e mostrar o que eu fiz sem ele. Um último momento para me manter firme no meu futuro e deixar o passado onde pertence... no passado.

Ele já não tem poder. A balança foi irremediavelmente quebrada e não ficaram pesos e contrapesos, nenhuma dívida para pagar. Não sou mais a sua prostituta.

Uma viagem ao lado do homem que tem sido a minha salvação. Uma oportunidade para avançar para o meu futuro incerto, mas promissor. Uma oportunidade para mostrar a Morrison que quero que ele seja meu e que sou dele. Um momento para começar o meu futuro enquanto realmente deixo o meu passado. Morrison livremente me dá suas ‘bolas’, como ele diz. Agora eu posso lhe dar meu coração.

Para alguém que nunca conheceu o verdadeiro amor de um homem por uma mulher, estou completamente assustada. Isso pode ser real?

No jogo do amor, a Rainha de Copas é selvagem. É imprevisível. É indomável. Vê beleza na mais feia das situações. Ela sabe o que o coração deseja, e pode demorar seu tempo em dar isso, mas quando está pronta, coloca tudo a seus pés.

Tudo o que sempre sonhei está bem na minha frente, só preciso encontrar a coragem para dar o salto. Tenho a minha liberdade. Tenho a minha filha. Pela primeira vez na minha vida, tenho um verdadeiro parceiro. Morrison leva em primeiro lugar as minhas necessidades. É paciente e compreensivo e muito bom na cama.

Sorrio com o pensamento. Ele provoca emoções em mim que nunca senti.

Também me assusta completamente. Morrison Caldwell tem a capacidade de me quebrar de uma maneira que Morrison nunca poderia. Monte segurou meu corpo, segurou minha lealdade por dever e controlou minha vida. Morrison segura meu coração, captura o meu corpo com um simples toque e controla o meu futuro.

A simples ideia de não ver onde poderiam levar as coisas com ele me deixa tão assustada quanto o pensamento de tudo caindo aos pedaços.

Obrigação e recompensa — a balança está equilibrada. Se não nos dou uma oportunidade, poderia perder ter um futuro de contos de fadas. Se assumir o risco e tudo der errado, vou desmoronar e não tenho certeza consigo me levantar.

O amor é uma aposta. É um jogo onde o vencedor leva tudo e o perdedor permanece vazio.

Meu telefone toca, uma mensagem alertando-me e me tirando de meus pensamentos. Olhando para a tela, descubro que não é Morrison como esperava. É Livi.

Ele foi para o aeroporto. Achei que você gostaria de saber. Seu tempo acabou, baby.

Suas palavras me atigem.

O tempo acabou.

O tempo é uma coisa inconstante. Acontece em um piscar de olhos, em um um borrão e, antes que você perceba, acabou. Em um zumbido — desaparece e jamais volta a ser visto.

Minha mãe nunca teve a oportunidade de conhecer o amor verdadeiro. A mãe de Morrison nunca sentiu amor incondicional fora o que teve por seus filhos. Eu disse a mim mesmo que quando escapei que ia romper o ciclo para a minha filha. Bem, hoje é o dia.

Observo a tela do meu telefone mais uma vez, o relógio em negrito me encarando desafiadoramente. Com as mãos trêmulas, deslizo a tela e aperto responder.

Pode me pegar?

Três palavras simples selam o acordo. Eu vou pular. A questão agora é: será que vou cair ou vamos voar juntos?

Esperando aqui fora. O texto de Livi vem imediatamente seguido por um emoticon sorridente.

Sem hesitar, começo a encher uma mochila com roupas, em seguida, rezo para não ter esquecido das calcinhas. Não me importo com uma mochila para Marisa, já que vai ficar e Livi tem a chave reserva de minha casa, se necessário.

Pego Marisa, me apresso em descer as escadas e saio pela porta.

“Você vai ficar com a tia Livi por alguns dias. Jagger prometeu ler para você e Livi vai me ligar toda noite e colocá-la no telefone. Eu te amo, Princesa.” Beijo sua testa enquanto o coloco no banco do carro e Livi me sorri do lado do motorista.

“É uma festa do pijama, mamãe. Não se preocupe, vamos nos divertir.”

Oh, o mundo despreocupado de uma menina de três anos. Intocado, incólume e inocente. Embora seu pai seja uma pessoa má, a protegeu com sua ausência. Um dia, vou ter que enfrentar tudo isso, mas, por enquanto, ela não tem nenhuma preocupação — enquanto minha mente corre com perguntas. Realmente vou fazer isto? É inteligente? Mais uma vez, eu realmente vou fazer isso?

Fomos rapidamente para o aeroporto com Livi falando com Marisa, mantendo o bom humor. Não demora muito antes de me deixar lá.

Entregando um pequeno saco de presentes, Livi pisca para mim, enquanto abraço e beijo despedindo de Marisa antes de pegar minha mala e ir embora.

O aeroporto está lotado e minhas emoções estão a flor da pele. Em um borrão, faço o check-in, passo pela segurança e encontro minha porta. Vou para a sala de espera e imediatamente o vejo encostado na parede, o contemplo.

Seu cabelo é uma bagunça, como se ele estivesse constantemente correndo as mãos através dele. Está longe o idiota arrogante que era na noite em que nos vimos pela primeira vez. Não, na minha frente, está um homem que está disposto a ir até o fim por suas meninas. Meu coração bate mais rápido enquanto admito isso.

Morrison Caldwell não é um cretino soberbo como tantos outros. Não leva as pessoas à loucura ou manipula situações para sua vantagem. Não, ele aceita todos em sua vida como eles são. O bom, o mau, o feio — ele está lá completamente. Ele é um homem com coração, dedicação e propósito de ser melhor do que ele tem sido antes.

Quando ergue a cabeça, ele encontra o meu olhar e seus olhos enchem com pensamentos e emoções, mas ele não se move. De qualquer forma, continuo a andar em direção a ele e mesmo quando estamos cara a cara, ele ainda não se move.

“Morrison.” Sussurro.

“Está aqui?” Ele pergunta como se estivesse sonhando.

Afirmo com uma aceno de cabeça. “Estou aqui.”

Sem dizer uma palavra, sem hesitação, seus braços me cercam enquanto sua boca cai contra a minha. Quando se afasta, ele sorri para mim enquanto devolvo o sorriso.

“O quê?”

“Minha mãezinha não tem medo.”

Sorrio. “Eu disse que não tenho medo de nada.”

“Você é minha?”

Mordo meu lábio e olho em seus olhos. “Nós somos suas.”

“Porra, sim.” Ele responde antes de me beijar até ficarmos sem folêgo novamente.


A viagem de avião é normal. Morrison segura a minha mão ou deixa seu braço ao meu redor o tempo todo. Descemos, alugamos um carro e seguimos para um hotel. Wheels nos ofereceu seu apartamento, mas Morrison acha que ficar em sua antiga casa poderia me lembrar o jogo retorcido de Monte com Marisa. Estou mais do que agradecida por sua previsão. Às vezes, acho que sabe o que preciso, antes mesmo de mim.

Vamos jantar com Jamie, antes de voltar para a noite. Ao sair do elevador, congelo: de pé em frente a nossa porta está Marshall.

“Caralho!” Morrison esbraveja antes de me colocar atrás dele. Caminhamos pelo corredor e paramos em frente ao intimidador e braço direito de Monte.

“Não sou uma ameaça, Às. Só quero falar com Hailey.”

“Não há nada a dizer, Marshall.” Respondo, afastando-me de Morrison, que tenta me colocar de volta à suas costas. Cavalheirismo é bom, embora não seja necessário.

“Posso entender isso. Só queria que soubesse que sinto não ter intercedido por você ou Marisa. Tem que entender que há jogadores e o jogo. Na vida que tenho, não pude evitar isso.”

“Razões e desculpas, Marshall. Se suas razões são erradas, não coloque desculpas para o seu comportamento. E se tem que dar desculpas para algo reconsidere suas razões. Afinal, mal é mal e a vida em que está é errada. Quero o melhor para minha filha e tenho certeza de que vou dar.”

“Desejo o melhor para você, Hailey.”

“Acabou aqui.” Morrison fala, tomando minha mão e entrelaçando nossos dedos.

Marshall assente e se afasta.

Não digo mais nada, porque honestamente não há nada a dizer. Marshall teve um trabalho a fazer, e ele fez isso. Se ele não está dormindo à noite por causa disso, são coisas que ele tem que solucionar. Não é meu fardo para suportar ou minha dívida para pagar.

Entramos. Morrison diz que preciso relaxar e que vai me preparar um banho. Pego a minha bolsa, tiro meu pijama — e claro, com a pressa esqueci de pegar as calcinhas.

Com toda a bagunça, o presente de Livi cai sobre a cama assim como o conteúdo. Rio pensando que a garota me conhece bem, quando não uma, mas três calcinhas caem na cama.

Tem uma carta com elas, que abro antes de recolher as calcinhas.


Hailey,

Ao ler isso, quero que saiba que você me inspira. Uma vez, minhas escolhas foram tiradas de mim, e me levou o que parecia durar uma vida inteira para entender que não foi minha culpa. Coisas ruins às vezes acontecem com pessoas boas, apenas e somente porque coisas ruins acontecem.

Monte tirou suas escolhas. Lembre-se sempre que, na vida a porra do consentimento é necessário. Esto te dando novas calcinhas com esse lembrete para você. Monte tirou o seu consentimento; recupere-o durante essa viagem.

Morrison se preocupa com você, mesmo que não tenha dito ainda. Todos podemos ver. Enviei estas calcinhas para que se lembre que ele te apoia e protege. Todos nós temos, um Às no bolso. Você tem mais do que simples ás, baby. Você tem o Ás Caldwell.

Depois de passar um tempo com você e Marisa, sei que é uma mãe incrível, Hailey. Também que é uma pequena mulher com um espírito aguerrido como a mamãe Caldwell. É parte dessa família. Não esqueça nunca.

Tome seu tempo nessa viagem para arrumar seu passado. Seu futuro está aqui em Detroit e Marisa vai ficar bem conosco até que você tenha terminado.

Com amor e inspiração, Livi Caldwell.


Lágrimas enchem meus olhos enquanto assimilo todas as palavras de Livi. Sou parte de uma família, uma com três fortes irmãos e uma peculiar, forte e amigável mulher, todos orgulhosamente carregando o nome Caldwell.

Morrison me contou que sua mãe lhes deu seu sobrenome para deixar um legado de bondade em um mundo cheio de maldade. Olho para o teto do hotel e sorrio.

“Ele é meu bem em um mundo de maldade, mamãe Caldwell.” Sussurro antes de enxugar as lágrimas e recolher minhas coisas.

Então, passo minhas mãos sobre a calcinha antes de pegá-la e ir para o banheiro, onde meu futuro está me esperando.


Capítulo 21

Morrison

 

Olho para cima quando ela entra no banheiro. Está sorrindo, mas as emoções enchem seus olhos e meu coração incha.

“Está pronta para seu banho, mãezinha?” Pergunto enquanto provo a água mais uma vez. “Quente e molhada.”

Ela sorri e balança a cabeça.

“Quer tirar essa roupa ou quer que eu faça por você?”

Ela encolhe os ombros e não diz nada.

“O gato comeu a sua língua?” Porra, tudo o que posso imaginar em comer a sua boceta. Ela obviamente sabe o que estou pensando, porque cora e olha para baixo.

Olho para o nada, e digo como se fosse para mim mesmo: “Bem, que me condenem. Eu te dei minha bolas e agora acho que você está realmente pronta para me entregar de volta. Graças a Deus.”

“Vou te dar mais do que isso.” Ela diz enquanto olha para cima.

“Muito mais.” Fico de pé e caminho até ela. “Agora vou te dar algo um pouco diferente.” Seguro meu pau. “Muito bom e muito diferente.”

Pego a bainha de sua camiseta e levanto, deixando que meus dedos toquem a pele quente e suave debaixo dela. “Eu tenho pensando muito, ultimamente.” Passo as mãos ao redor de sua cintura e até as suas costas. “Não apenas sobre estar fisicamente dentro de você, mas algo muito mais profundo.” Abro seu sutiã e passo as mãos por dentro de sua camiseta e seguro sua nuca. “Sabe do que estou falando?”

Engole com dificuldade. “Acho que sim.”

“Também acho que você sabe, mas deixe que eu te mostre. Posso mostrar?”

“Sim.” Toma uma respiração rápida enquanto passo meus dentes suavemente pela linha de sua mandíbula.

Tiro sua camiseta e a passo pelos seus ombros, e então tiro seu sutiã.

“A primeira vez que te vi, fiquei instantaneamente sobrecarregado de sentimento. Irritação, talvez.” Passo a língua ao redor de seus pequenos seios empinados. “A primeira vez que te beijei, sabia que nunca seria igual.” Tomo sua boca e deslizo a língua dentro. Adoro o gosto dela; Não consigo ter o suficiente. Eu me afasto com um gemido. “Viciante como a heroína, Hailey Poe. Pior, talvez.”

Passo as mãos por suas costas e agarro sua calça e caminho com meus dedos antes de puxá-las para baixo, pouco a pouco, enquanto beijo cada centímetro de sua carne exposta. Ao mesmo tempo, seus pequenos gemidos entrecortados colocam a prova minha resistência.

Suas mãos vão para os meus ombros enquanto levanto seu pé e libero uma perna, depois a outra. Movo minhas mãos lentamente para a parte de cima de suas pernas até que sua pequena bunda apertada está em minhas mãos.

“Nunca quis manter nenhuma mulher, mãezinha.” Beijo seu ventre, o que a faz gemer, o que faço de novo, sentindo os arrepios cobrindo sua pele.

Levanto sua perna e coloco-a sobre o meu ombro antes de mover o nariz para cima e para baixo dentro de sua coxa, inalando o aroma. “Eu nunca quis me estabelecer, ter uma família, porque nada na minha vida era melhor do que ganhar — livre do passado, da pobreza. E agora eu sei que posso fazer melhor, ser melhor. A felicidade superficial através do cumprimento dos desejos materiais era prazerosa. Vencer era prazeroso. Sobreviver a tudo era prazeroso, o máximo do prazer ou assim pensava.”

Empurro um dedo dentro de sua umidade, fazendo minha boca invejar a mão. Então tomo sua buceta e empurro outro dedo dentro lentamente a medida que olho para cima, vendo a sua boca abrir lentamente e sua cabeça cair para trás.

Eu me inclino lambendo-a de cima a baixo, com os dedos ainda trabalhando em seu interior enquanto treme. Coloco minha língua contra seu clitóris, fazendo círculos enquanto ela grita meu nome, e, em seguida, goza deliciosamente fácil.

Enquanto afrouxa seu aperto em meus ombros, retiro meus dedos e a olho enquanto chupo seu sabor em meus dedos.

“Como estava dizendo,” contínuo enquanto me ponho de pé, “nunca quis ter nada com ninguém até que provei esse tesouro. Então, aqui e agora, te digo que não só quero possuir você e ser seu dono, mas você também não terá qualquer outro caminho.”

Parece mortificada e, em seguida, em menos de dois segundos com raiva. Vira a cabeça, e agarro o seu braço.

“Desde o momento em que te vi, você me possuía, isso me incomoda ou irrita? Estou fugindo de você? Ser um completo idiota por ter medo de uma cadela — e sejamos sinceros, você tem sido uma cadela — que tomou minhas bolas? Que se foda tudo, Hailey. Você é a dona de uma parte do meu coração.”

Ela me olha.

“De uma parte?”

“Oh, não pode ficar com raiva. A outra parte de meu coração é de uma garotinha. Eu deveria ser o único a estar com raiva, porque você roubou essa merda. Portanto, na medida em que você acha que sou seu dono, é o oposto. Amanhã depois do tribunal, você me dará tudo o que tem, e não se atreva a tentar recuperar de volta, então sim, eu quero ser seu dono, assim como quero que você me possua.”.

“Eu já disse que nós somos suas.”

“Minha posse total.”

Ela balança negando com a cabeça. “Acabei de ter uma das maiores experiências sexuais da minha vida, Caldwell, e você está tropeçando com ‘posse’?”

“Você deveria concordar quando eu ‘a pegar em meus braços’ e tomar sua boca assim,” minha boca cai na sua e a beijo antes de me afastar “e te beijar assim.”

Suas mãos agarram meu cabelo, e ela me beija de volta, desta vez sua língua procura o controle. Quando eu dou, ela se afasta, mas continua esfregando meu cabelo entre os dedos.

“Então ia te olhar e dizer que estou apaixoando por você e não poderia duvidar de absolutamente nada.”

“Possuída.” Ela encosta a testa contra a minha, assim estamos olho a olho.

“Já era a porra da hora.”

Ficamos assim, nos olhando, compartilhando um momento. É o maior de toda a minha vida e estou certo de que, além de dar a luz a Marisa, é o dela também.

“O que vai fazer depois?” Ela diz em um sussurro tão suave que posso ouvir nossos corações batendo.

Coloco-a na banheira e subo por trás dela. Puxo-a para o meu colo, me acomodo e empurro meu pau dentro dela. Em seguida, puxou-a contra o peito e beijou-a suavemente.

“Eu te amo, mãezinha.”

Lentamente, eu guio seus quadris para frente e para trás em mim. Sua cabeça cai em meu ombro, enquanto a levo em um movimento lento que termina com um orgasmo compartilhado com a garota que é dona do meu coração.

“Isso.” Sussurro contra sua bochecha. Depois de secar o seu corpo e o meu, decido fazer a barba, e ficar apresentável para o Tribunal amanhã.

Quando termino, vejo Hailey subir na cama, a bunda no ar e gravada com ‘Mãezinha Caldwell’. Corro e agarro seus quadris antes de chegar ao topo da cama.

“Você está me dando uma merda sobre a necessidade da palavra ‘posse’ e você tem a bunda marcada com meu nome”?

Ela se vira e ri.

“Livi.”

“Ah, sim, Livi.” Eu a beijo novamente, porque não consigo evitar. “Que diabos, eu vou fazer com você?”

“Apenas me amar.” Ela responde com uma vulnerabilidade que nunca vi antes e é ainda mais sexy do que a força que eu vi naquela primeira noite.

Sua força é algo excitante, mas sabendo que vem de uma mulher que teve a vida de Hailey e decidiu me levar para ela e sua filha, que confia em mim, que me dá sua luxúria, desejo e uma responsabilidade que nunca soube que queria tanto...

Agora, isso é maravilhosamente atraente.

Então, eu só posso fazer o que ela pede. Amá-la. Toda. A. Maldita. Noite.


Hailey está em silêncio, enquanto se prepara para o Tribunal. Eu sei que estamos bem, mas as inseguranças causadas porque que não está me dizendo as palavras que quero ouvir estão fodendo com meus instintos alfa. É por isso que basicamente, esperei até saber que não a assustaria.

Também sei que está esgotada, porque, a noite passada foi uma adoração sem culpa em ambas as partes. Porra foi incrível.

Ela está menos vulnerável agora que antes, mas não sei o que vai fazer quando estiver na mesma sala com aquele pedaço de merda.

“Morrison.” Escuto atrás de mim. Viro-me para vê-la parada de pé junto a porta, e sinto meu maxila cerrar e minhas narinas abrirem. “Você está bem?”

“Eu?” Pergunto, apontando para mim.

“Sim, você. Não há mais ninguém...”

“Vamos continuar assim.”

Ela puxa o canto dos lábios. “Vamos fazer isso de novo?”

“Se você diz.”

Ela revira os olhos. “Vamos nos atrasar.”

“Você tem meu nome em sua bunda hoje?” Pergunto enquanto pego o paletó no cabide e volto para encontrá-la em pé bem na minha frente.

Em vez de me responder, ela se estica, agarra minhas bolas, aperta e depois se vira para ir embora.


Eu a agarro e puxo para mim. “Encontrou o que procurava?”

“Sim.” Olha por cima do ombro para mim.

“Você não disse uma palavra hoje.”

“Estou cansada.”

“Dolorida?” Sorrio enquanto beijo seu pescoço.

“Um pouco, sim.” Se inclina para um lado, expondo mais do seu belo pescoço.

“Isso é gostoso.”

 

Chegamos ao Tribunal de Clark County District trinta minutos antes das audiências começarem. Encontramos com o promotor, e ele nos explica que serei interrogado e devo simplesmente responder da melhor que forma puder.

“O Sr. Timmons enfrenta acusações de dano veicular, assalto à mão armada, tentativa de homicídio...”

“Quanto tempo vai ficar na cadeia?” Hailey interrompe.

“Podemos oferecer um acordo — e deixar a tentativa de homicídio, de dois a vinte anos, mas a possibilidade de que passe cinco anos preso é pequena. Gostaria de oferecer-lhe assalto à mão armada como uma condenação obrigatória de quatro anos de prisão, seguidos de dois anos de liberdade condicional.”

“Quero que apodreça.” Digo ao promotor.

“Entendo completamente, mas nada é garantido em um julgamento criminal. Haverá uma acordo, e saberá onde estará pelos próximos quatro anos, no mínimo.” Olha seu relógio. “Preciso de uma resposta. Se pudermos resolver isso agora, evitaremos a Corte e economizaremos dinheiro dos contribuintes. Se querem que isso vá para a Corte...”

“Dê o acordo para ele.” Diz Hailey enquanto se vira para mim. “É uma garantia de que Marisa estará...”

“Terá oito, dez anos quando ele poderá pedir a liberdade condicional. Ainda muito nova, querida.”

O promotor revisa o arquivo. “Marisa é filha?”

“É minha filha.” Responde Hailey. “Ele concordou em renunciar seus direitos.”

“Você tem isso por escrito?”

“Não, tenho sua palavra.”

O promotor se inclina para trás em sua cadeira e olha nós dois. “Então, tudo isso é sobre você, a mãe de seu filha?”

“Veja como fala com ela.”

“Sem desrespeito, mas se isso for julgado, eles recebem um júri, e giram todo o caso ao seu próprio proveito — pintam você como uma adúltera e você como um destruitor de lares — e não passará nem cinco anos, eles nunca condenam. Não posso te dizer o que fazer. A ecolha é sua, Sr. Caldwell.”

“Quero falar com ele.” Diz Hailey.

“De jeito nenhum.”

“Quero falar com ele.” Ela repete.

“Hailey...”

“Confio em você nossas vidas, Morrison, mas confie em mim com isso.”

Olho em seus olhos e vejo que está determinda, decidida. Vejo o jogo em seus olhos — a tensão em seus ombros, o brilho de seus olhos, sua maneira de respirar e a forma em que permite descruzar os braços os deixando cair ao lado, dando a ilusão de que está aberta, vulnerável. Sem dúvida, o toque de seu dedo anelar contra seu dedão me mostra que está ansiosa.

“Vejo um jogo passar em sua cabeça. Você tem alguma ideia?”

“Tenho.”

“Não vai convencê-lo se te ver assim.” Levanto sua mão. “Relaxe suas mãos. Porra, não posso acreditar que estou permitindo essa merda. Sinto como se tivesse te enviando para a guerra sozinha contra esse pedaço de merda, e não gosto, Hailey, nem um pouco.”

“Ele está algemado.” Diz o promotor que agora está de pé.

“Se tentar te tocar de qualquer forma, vou matá-lo com minhas...”

“Morrison.” Seus olhos se movem para o promotor.

“Não escutei nada.” Ele se aproxima da porta. “Farei com que te levem para a sala ao lado.” Aponta para a parede de vidro. “Ela não demorará muito.”

Eu a envolvo em um abraço, desejando poder mantê-la aqui, longe dele, mas necessita disso. Sei que é necessário.

Quando pede a confiança de alguém, tem que lhe dar a sua, ou com certeza não vai chegar muito longe. E não a quero longe também. Eu a quero para sempre.

Vejo ele entrar, vestindo laranja, com a cabeça raspada. Em seguida, se vira e senta, então só posso ver a parte de trás dele.

“Ele é da supremacia branca?”

“Não, por quê?” Ela olha para mim.

“A suástica tatuada na parte de trás de sua cabeça não vai deixá-lo fazer amigos na prisão. É um idiota maior do que eu pensava.”

Ela engasga enquanto se vira.

“Oh, meu Deus. Eu nunca tinha visto isso. Sua cabeça nunca foi raspada antes. Ele tem amigos que são negros. Não entendo.”

“Hailey, talvez você devesse reconsiderar enfretá-lo.”

“Não, eu posso fazer isso.”

“Eu sei que você pode, mas você não precisa.”

 

 

Capítulo 22

Hailey

 

A porta da pequena sala de interrogação se fecha fortemente atrás de mim, fazendo-me querer saltar. De alguma maneira, no entanto, me mantenho firme.

“Deveria dizer que estou realmente surpreso em vê-la aqui, mas na verdade não estou.” Monte diz sarcasticamente. “É muito fácil de ler, Hailey. Sempre foi muito fácil de ler.”

Sem pensar digo.

“Qual é a da tatuagem? Eu nunca a havia visto antes, Monte.”

O mal dança em seus olhos escuros, enviando um arrepio por minhas costas. Eu sempre temi os efeitos dos jogos de Monte e os cenários de vingança em Marisa, mas neste momento, eu temo ao homem e a tudo o que ele é capaz de fazer.

Sua voz é baixa e dura e seu olhar não vacila. “Quero que saiba isso, Hard Knocks. Meu passado não é nada de sua fodida incumbência, nunca foi e nunca será. Não conhece minha história, porque não é necessário.”

Sentindo uma ameaça desconhecida e a sensação de que as coisas estão fora de controle, não pude evitar deixar de sair as palavras.

“Preciso saber algo que possa prejudicar Marisa.”

Ele ri com sadismo. “Ah, as coisas que você não consegue ver. Fiz tudo por você e por ela.”

Meu estômago revira, a sala dá voltas e não tenho alternativa a não ser me sentar em frente a ele.

“Pare de brincar comigo.” Digo em um sussurro.

Monte se inclina para frente.

“Não vê? Seu Paizão cafetão queria te vender, preciosa. Espalhou pelas ruas, desde que você tinha catorze anos, o preço da sua virgindade. Sua mãe continuou jogando com ele, não para salvar a si mesma, mas para não te ver nas ruas. A notícia se espalhou e Marshal foi ao vendedor para pegar o telefone de emergência e algum dinheiro. A informação que me foi passada foi de que eu estaria jogando com minha noiva virgem. Tinha duas opções: ganhar e deixar a sorte que estava determinada a afastar a luz de seus olhos, ou negociar por fora por você, porque no final, nunca perco e não ia fazer nesse dia.”

Não tenho palavras. Sento em silêncio pelo que parece uma eternidade, mas na realidade, são só alguns minutos antes de que o promotor entre.

“Hailey, termine logo. Seu tempo está quase acabando.” Sua presença me lembra que estou aqui com um tempo contado e por um favor do promotor. Possivelmente, é ilegal que eu mesmo tenha esse momento com o Monte.

“Você me comprou para me salvar?”

“De certo modo sim. Na noite do jogo, pude ver o medo por trás da sua fachada. Se um jogo a abalou, não havia nenhuma maneira que você pudesse suportar trabalhar na esquina. Uma garota como você não tem nada a ver com as ruas. Eu poderia dizer isso no instante em que você entrou na sala.” Ele se inclina sobre a mesa em minha direção. “A porra do primeiro, também. A melhor foda que existe para ter, mesmo quando você não sabia o que fazer, mesmo quando você não estava gostando. Você tem uma buceta deliciosa, Hailey.” Ele se inclina para trás e sorri, sabendo que me afetou novamente.

“Basta.”

“Aí está ela. A garota que sempre teve coragem para enfrentar o mundo.”

“Você me usou.”

“Usei você, mas nunca mais que isso, nunca quis matar a luta dentro de você. Só queria te manter a salvo, o que eu fiz até que tomou a decisão de me deixar. Por meses Hailey, te vi lutando para encontrar um jeito de fugir.”

“Então por que não me deixou ir?”

“Se fosse assim tão fácil.” Olha para baixo, depois volta a me olhar. “Tenho um passado e tenho inimigos, mais do que me importa contar. Não estaria segura a menos que me devesse. Ninguém te tocaria se estivesse trabalhando para me pagar, temem a minha ira se me dessem um prejuízo. Enquanto trabalhasse, fosse para casa e cuidasse de Marisa, tudo estaria bem.

“Estava bem, e eu o fiz até que ameaçou Marisa.”

“Você se envolveu com Ás. Precisava de você fora do jogo, Hailey. Não tinha parte nesse mundo, e no entanto, estava ali. Ás pode ser bom na mesa, mas não está aqui o tempo todo, o que te deixaria sem proteção.”

A raiva me inunda. “Quer que acredite que fez tudo isso por minha segurança? Eu chamo de besteira.”

Ele se inclina para trás em sua cadeira com arrogância. “Leia-me, Hailey.” Seus olhos se abrandam um instante. “Eu nunca menti para você, nunca agredi. Nós dois tínhamos um papel para desempenhar, e ao princípio o meu era te manter segura. Então, sua mãe morreu e você não tinha mais ninguém, então me assegurei de que tivesse Marisa. Eu escondi suas pílulas para que não tomasse. Não queria que estivesse sozinha.”

“Quer que eu acredite que me deu Marisa pela bondade de seu coração?”

“Não dou a miníma para a merda que você acredita, Hailey. Também deveria saber que não tenho um coração, então não foi por isso. Foi você. Tem uma suavidade por baixo de sua força que atrai um homem. É o melhor lugar para estar no fim do dia. Qualquer homem que tivesse uma oportunidade de se divertir entre seus lençóis seria um idiota em te deixar escapar.”

“Então porque o jogo com Morrison? Por que colocar em risco Marisa?”

“Ainda não vê. Não pode me ler. Hailey, Ás tinha que estar fora do jogo permanentemente. Você não pode ficar aqui sem nenhuma dívida comigo. Tomou a decisão de entrar em uma sala de jogos e se sentar a mesa. Você fez a escolha com seu homem para pagar publicamente a sua dívida. Em um mundo com obrigação e recompensa, pesos e medidas, isso inclinou a balança de sua segurança de uma maneira que não podia manter isso em segredo. A palavra era que você e Ás estavam juntos e não podia aceitar isso se ia continuar jogando.”

“Tudo bem, mas ele estava fora do jogo, por que tentar matá-lo?” Minhas mãos tremem e minha voz falha. Como pode uma pessoa ser tão distorcida? Realmente acredita que fez isso para me proteger? Em minha vida, dia após dia, Monte era um idiota de proporções épicas. Ele me desonrou e me ameaçou usando Marisa para me controlar e me manipular. Não há nada que possa dizer agora que possa me fazer confiar nele ou que me faça gostar dele, ainda que esteja falando sério.

“Ele voltou. Se ia manter você e a minha filha a salvo, não deveria estar em Las Vegas. Você foi e ele deveria estar com você. Não estava e eu precisava de você longe dos jogadores.”

A porta se abre de novo, e o promotor chama. “Seu tempo acabou, Hailey.”

Tiro os papéis da minha bolsa e empurro diante dele. “Assine renunciando seus direitos. Você me deixou sem escolhas.” Inclino para trás e endireito minhas calças debaixo de mim. A realidade é que estou esfregando minha bunda para lembrar quem realmente sou. Sou a mãezinha Caldwell e acabei com os marcadores e jogos. Eu amo a minha filha e vou fazê-la feliz. “Você me disse que a tinha me dado como um presente, porque perdi minha mãe. Dê-me ela então, Monte. Assine que renuncia seus direitos. Se realmente tudo o que disse é verdade, se realmente queria me manter em segurança, prove.”

“Estou a ponto de ir para a prisão, Hailey.” Ele me olha. “Seu cara precisa saber: se o encontrar em Las Vegas, se o encontrar em minha cidade, mesmo quando estiver na prisão, o matarei. Ele se retirou para manter você e Marisa, longe do meu passado, deixe assim. Vá embora hoje e permaneça longe. Quis te dar o melhor que eu tinha, e acredite nisso ou não, foi o que fiz. Se ele voltar para o meu mundo, eu o pegarei. Sem. Importar. Nada. A parte que precisa saber é que terminei com você, sua dívida está paga. Agora se trata da minha vida. Ninguém vai me chamar por algo que já terminou e foi assim com você. Ás, você e Marisa fiquem longe de mim ou estão mortos. Entendeu?”

Aceno com a cabeça, vendo que fala a verdade. Minha mente não pode processar tudo o que aconteceu hoje. De alguma maneira, em sua mente, Monte justifica o que me fez. Não me pede desculpe. Não me pede perdão, não que alguma vez pensei que o faria. Uma vez mais, está no controle.

Enquanto olha os papéis, minha mente corre. Vai assiná-los?

Finalmente, pega a caneta e a gira em seus dedos. Os minutos passam, parecendo horas, antes que me olhe.

“Se ele fizer merda, Hailey... não preciso dizer de novo, entendeu?” Com essas últimas palavras, assina os documentos, renunciando a todos os seus direitos sobre Marisa.

Deixo escapar um suspiro quando a porta se abre e um dos guardas vem para escoltar Monte para a sala de audiências.

Assinou os papéis. Terminei com Sean “Monte” Timmons. Tenho minha filha, sem dúvidas.

Morrison entra na sala, me toma em seus braços e me beija como se fosse seu último suspiro. Agarro sua casaco esporte enquanto luto com as emoções e o beijo. Então, o promotor entra e pigarreia, quebrando nosso momento.

“Hora de ir.” O promotor diz, e logo se vira para mim. “Farei a autenticação” — aponta para meus papéis — “e serei testemunha da assinatura para que possamos apresentar no tribunal ainda hoje, Sra. Poe.”

Entregando os papéis, sorrio aliviada. Então Morrison entrelaça nossos dedos e nos dirigimos à sala de audiências, onde tomamos nossos assentos e esperamos pelo promotor. Os jurados são apresentados. Uma vez que todos estão sentados, o oficial de justiça acompanha Monte e depois que todos nós estamos de pé, o juiz entra. Meu nervosismo deve ter se mostrado, porque Morrison aperta minha mão me passando uma tranquilidade silenciosa.

Tudo é indefinido até que o juiz pede a Monte sua declaração. Ele se põe de pé e olha para mim e Morrison, antes de voltar para o juiz.

“Culpado.”

Solto um suspiro. Não vai contestar isso? É um jogo? Realmente estava dizendo a verdade? Era sua maneira de me proteger? Não sei e não posso lidar com isso. Tenho minha filha e, afinal, ele sairá em poucos anos, de qualquer maneira.

Dão a sentença. Monte consegue quatro anos com possibilidade de liberdade condicional. A primeira só poderá se apresentar em três anos e me tranquilizo porque terá um pouco de trabalho.

Tenho a minha filha. Continuo me lembrando. Tenho Marisa. Ela é o que importa. Posso enfrentar qualquer coisa que me joguem sempre e desde que a tenha.

Ao tomar o avião para Detroit, não pude evitar sorrir. Não tenho vontade de voltar nunca mais a Las Vegas. Hoje deixo o passado para trás e caminho para um futuro com possibilidades ilimitadas. Quando sair desse avião, irei para casa com minha família. A família que nunca tive antes está me esperando.

Darei para Marisa tudo o que nunca tive. Isso é maravilhoso.

Aperto a mão de Morrison enquanto nos acomodamos em nossos assentos. “Estou tão feliz, Caldwell.”

“É isso aí, mãezinha.” Ele me dá uma piscadela antes de beijar minha testa.

 

Dois meses depois:

A vida é boa. Quando trabalhava no cassino, havia um velho que sempre tinha a mesma resposta quando lhe perguntava como estava.

“Estou muito, muito bem. Estou melhor que bem.” Ele respondia toda vez, sem falta.

A vida é mais que isso — é melhor que bom.

Tenho minha filha, meu homem e minha família. Bem, tenho minha filha e meu homem toda noite, exceto às quartas-feiras. Seguindo a tradição, Morrison e Marisa têm sua noite semanal e a mamãe não está convidada. Adoro que tenham isso.

O amor... é uma coisa divertida. Dá medo. É assustador. É maravilhoso.

Nunca tive um encontro para o baile. Demônios, nunca tive um namorado até Morrison. Nunca tive a oportunidade de expressar meus sentimentos para alguém que não fosse minha mãe ou Marisa. E o amor que sinto por elas, ainda que seja igual na potência, é completamente diferente do que sinto por Morrison.

Ele sempre diz que tenho suas bolas. Bem, ele me tem. Só não sei se ele sabe. Quero dizer isso para ele, ao mesmo tempo me assusta como pra cacete.

Se ele soubesse o quanto me faz amedrontada... O menor pensamento de perdê-lo me ata em nós.

Ele é meu melhor amigo. E me apoiou quando eu não podia suportar meu próprio peso. Ele me deu espaço quando precisei me encontrar. Tem sido o meu maior apoio em tudo o que faço. Abriu as portas para mim quando senti como se não tivesse nenhum lugar para ir. Ele me deu uma vida nova.

Mas do que tudo, tem me mostrado o verdadeiro amor. Para o melhor ou pior, Morrison Caldwell está ao meu lado. Cobrindo minhas costas, mesmo quando eu não sabia que precisava.

É o dono da minha mente, corpo e alma. Ele realmente preenche uma parte de mim que ninguém mais poderia.

Houve um tempo, não há muito tempo atrás, que a ideia de alguém me “possuindo” me assustava como a merda. Então Morrison me mostrou que as ações falam mais do que as palavras. Mas as palavras também são agradáveis. Morrison me possui da mesma maneira que eu o possuo. Pertenço a ele porque simplesmente quero pertencer a ele. Não é uma posse de poder e manipulação. É uma posse de escolha.

Eu o escolhi assim como ele me escolheu.

Escolhi fazer dele uma propriedade porque ele me escolheu fazer a sua.

Escolhi dar-me voluntariamente assim como ele fez comigo.

Tudo entre nós é uma troca. Mais do que isso, é feito com livre escolha. Eu tenho escolhas. O consentimento é obrigatório, a família Caldwell me ensinou isso.

Podemos não ser uma família perfeita, mas somos uma família de qualquer maneira. Pela primeira vez na minha vida, sinto que estou onde pertenço. Sinto que estamos onde pertencemos, Marisa e eu.

Entrando no bar, vejo Jagger andando. Coloco minha bolsa na parte de trás e vou onde ele está enquanto me observa. Jagger é um mistério, mas nunca bebe tão cedo na noite.

“Você já se sentiu impotente?” Ele olha para mim. “Bem, essa é uma pergunta idiota.”

“Jagger, o que está acontecendo?”

Ele murmura para si mesmo. “Intocável. Provoco intencionalmente e ela é completamente intocável.”

“Quem?”

“Ninguém, não é de sua conta. Apenas uma situação ruim para uma pessoa inocente. No entanto, é assim que são as coisas, certo?” Ele se serve outra bebida e bebe. “Coisas ruins sempre acontecem para pessoas boas. Valorize seu tesouro enquanto o tem porque nem todo mundo chega a ter algo bom.”

Antes que possa responder, se vira e se afasta. Franzo a testa, desejando que Jagger me deixe entrar, ainda que seja só para escutá-lo. Mas esses garotos Caldweel são feitos do mesmo molde, e sei que independente do que esteja passando, vai resolver e se apoiar na família quando precisar.

“Fez um trabalho incrível, mamãe Caldwell. Só espero ser para os meus filhos a mãe que você foi para os seus.” Sussurro para mim na parte de trás do balcão.

O resto da noite passa de forma rápida e sem incidentes. Então vou para o meu escuro apartamento, onde Marisa está completamente adormecida em seu quarto. Espero encontrar Morrison em minha cama, mas quando o vejo no sofá fico surpresa.

As palavras de Jagger sobre valorizar o que tenho passam uma e outra vez na minha cabeça durante toda a noite. Como resultado, quando Morrison se levanta e vem para mim, não perco tempo com olá, apenas envolvo meus braços em volta do seu pescoço e o puxo mais perto para um beijo.

“Você me faz tão bem, Morrison Caldwell. Você me faz feliz todo o maldito tempo.”

Suas mãos se movem para cima e para baixo por minhas costas enquanto me observa, sem entender o que está na minha cabeça.

“Algo aconteceu hoje à noite, mãezinha?”

“Não particularmente. Aconteceu na noite em que estacionou seu carro atrás do meu. Morrison Caldwell, você me trouxe à vida. Você me mostrou o que é realmente viver, você me ensinou a sentir. Você me nos piores momentos e celebra comigo os melhores. Poderia continuar falando sobre tudo o que é e significa para mim. Mas acima de tudo, sem dúvida, você me faz feliz.”

“Eu te faço feliz.” Ele sorri e me aproximo dele.

Mordo meu lábio inferior. “Você me faz tão bem.”

“Tenho que dizer mãezinha, tão bom quanto parece, está tarde, e se vou fazer você se sentir bem antes de dormir, devemos ir para a cama.”

“Morrison, eu te amo. Preciso que você saiba. Eu. Amo. Você.”


Capítulo 23

Morrison

 

Surpreso. Estou pasmo e sem palavras.

Não posso acreditar no prazer que sinto ao finalmente ouvir sair da sua boca deliciosa essas palavras.

Sua boca ... Eu preciso dela agora.

Ataco sua boca enquanto a empurro contra a parede, saboreando-a e as suas palavras. Suas mãos estão no meu cinto, em seguida, no botão, e então minhas calças estão no chão. Ela me agarra acaricia forte, rápido. Minhas mãos vão imediatamente para a parte de trás da sua camisa, tentando abrir o sutiã.

“Fecho na frente.” Ela diz contra a minha boca.

“Porra.” Rosno quando passo minhas mãos para frente e tomo seus seios, meus seios.

Ela se afasta e cai de joelhos, imediatamente pegando meu pau na boca, lambendo, sugando, e, porra, adorando ele. Se move de cima a baixo em mim rapidamente, os olhos fechados, enquanto leva mais longe, mais rápido, lambendo, sugando.

“Caralho!” Gemo, enquanto suas unhas afundam em minha bunda, e ela me puxa mais perto, me levando mais longe.

Depois engole.

“Porra.” Resmungo. “Caralho, mãezinha. Porra, porra, porra!”

Uma mão me envolve enquanto se inclina para trás, ofegante. Ela me acaricia enquanto lambe os lábios e olha para mim, olhos cheios de uma necessidade animal e desejo que eu não vi desde o beco.

“Você ama meu pau, não é, amor?” Digo enquanto ela me acaricia mais rápido, aumentando seu aperto.

“Sim.” Ela diz e então rapidamente umedece os lábios.

“Ele é seu, meu amor, todo seu, porra.” Assobio quando ela faz círculos com a língua na minha ponta.

“Meu.” Ela diz antes engolir profundamente de novo.

“É isso, amor. Porra! Todo seu.”

Ela se move mais rápido, mexendo sua mão mais forte e estou quase lá.

“Precisa parar.”

“Meu.” Ela diz com meu pau ainda em sua boca.

“Amor, você vai conseguir...” Ela engole, o que faz sua garganta apertar e perco meu controle. “Puta que pa... riu!”

Quando suga até me deixar limpo, levanta e olha em meus olhos. Então, me dá um pequeno sorriso, que não acredito já ter visto antes e agarra minhas bolas.

“Possuído.”

“Foda, sim, possuído.” Rio e a puxo contra mim. “Foda, sim.” Digo mais suave enquanto beijo seu pescoço.

“Eu te amo.”

“Eu também te amo, Hailey. Já há algum tempo.” Toco meu peito. “Estava quase convencido que era tudo o que eu precisava, mas estava enganado. Porque finalmente te ouvir dizer essas palavras, mãezinha...” Paro e controlo a avassaladora emoção. “Essas três palavras me colocaram em um nível que é completamente incompreensível para mim.”

“Quando disse essas palavras, eu senti o mesmo, que sou parte de você, disso. Isso me assustou pra caramba, Morrison. Não sabia se podia te dar e não tirar de Marisa. Nos meses que convivemos você me mostrou o contrário. A forma que me ama, a forma que a quer e a forma como quer a sua família me mostrou que não há mal em dizer essas palavras em voz alta. Que não tirarei dela. Nunca poderei te dizer o suficiente. Eu te amo. Eu te amo. Eu...”

“Somos um, mãezinha.” Puxo sua calça e calcinhas para baixo. Então tomo sua boca antes de fodê-la contra a parede, com força. “Um.”

“Um.” Ela geme.

 

 

Um mês depois


Entro no banco com dois cheques, um da companhia de seguros e um da venda da casa de Atlantic City. Vejo o homem sair de seu escritório, e estendo a mão para apertar a sua.

“Fico feliz em ter ligado. Entre.” O sigo em sua sala. “Sente-se.”

“Não vou perder tempo. Estou aqui para fazer uma oferta.” Coloco os papéis em sua mesa. “Um amigo olhou o exterior e precisa de uma boa reforma para se tornar habitável. Tenho uma declaração, o projeto de construção e os arquivos para serem isentos de impostos. Solicitei a licença de compra, achei os refúgios locais e os visitei. Tenho um conselho de administração e voluntários que estão prontos para ajudar.”

“Isso é mais do que perguntar o preço.” Ele diz olhando o cheque.

“Isso é suficiente para consertar o telhado e o elevador, pintar e fazer algumas reformas no piso da cozinha que serão necessários.”

“Mas...”

“O Banco vai pagar os impostos sobre o lugar. Cinco mil dólares por ano não é uma porcaria, mas esquentar aquele lugar no inverno vai tomar seu tempo. Estou oferecendo oitenta mil e um lugar no conselho, se quiser.”

“Isso são cento e vinte a menos...”

Fico de pé. “Essa é a minha oferta. Deixe-me saber se aceitar.”

“Talvez possamos oferecer um empréstimo.”

“Sem empréstimo. Deixe-me saber.”

Vou até o caixa do banco e deposito o cheque da casa e do Porsche. Depois retiro vinte mil. Não parece suficiente, mas ela vai pirar. Ela me ama, no entanto. Ela me ama e finalmente disse isso exatamente um mês atrás, e isso mudou tudo.

 

É quarta-feira à noite, e eu estou enrolado na cama com Marisa, que agora tem um dossel.

“Mamãe vai ficar tão brava.” Ela tenta manter uma cara séria, mas falha e cai em outra risada, e eu não posso deixar de rir com ela. Quando relaxa, olha para a cama com espanto. Passa de lado. “Você é legal.”

“Bem, estou feliz que você pense assim, gatinha.”

“Eu gosto de você.” Ela rola sobre as costas, seu sorriso se tornando ainda maior. “Eu gosto muito de você.”

“Eu também gosto muito de você.”

Ela boceja, me lembrando que passa quarenta minutos da sua hora de dormir. Levou um pouco mais de tempo do que esperado para montar essa cama. O manual deveria ter advertido que, se as crianças ajudassem, peças importantes poderiam acabar perdidas. No meu caso, foi uma porca, que se tornou um anel para o dedo mindinho da garotinha.

“Sabe” — ela boceja de novo — “disse que não precisava de história essa noite, mas o melhor papai do mundo as leria de qualquer maneira.”

“Mesmo?”

“Uh-huh.” Ela diz com naturalidade, balançando a cabeça.

Acaba dormindo no final do segundo livro. Mas leio quatro, sem dúvida. Pode me chamar de competitivo, de besta, de alguém que mantêm suas promessas, pode me chamar de Caldwell.

Rio dos meus pensamentos.

Pode me chamar de Caldwell era a maneira de dizer para uma mulher o meu nome, sem dar o nome real, uma resposta evasiva para fazer o momento parecer algo mais que uma foda. Era o nome saído em um gemido de boca estranha durante uma aventura de uma noite. Merda, às vezes quando lhes dizia ‘pode me chamar de Caldwell’, era prazeroso.

Esse sobrenome significa muito mais para mim agora do que há meses atrás. Esse nome é o legado da minha mãe, esse nome é família, e esse é meu nome.

Saio do quarto de Marisa e fecho a porta atrás de mim. Tenho uma tarefa para completar, e tenho só duas horas para fazê-la.

Pego meu telefone e mando um texto para Jagger para avisá-lo que estou pronto. Então abro a porta, enquanto Jagger e Hendrix entram carregando uma de três caixas.

“Estamos esperando há mais de uma hora por você. É melhor torcer para que isso dê certo ou...”

“Está tudo bem. Só não usem porcas como anéis e nem me deixem procurar durante trinta minutos antes de dizer que está com vocês.”

“Senhorita Princesa?”

“Crianças adoram fantasias.” Sorrio.

“Tem certeza de que essa é uma boa ideia?” Hendrix pergunta enquanto coloco o colchão de ar em um canto e troco por um do tamanho Queen.

“Achei que o explodiríamos. Não fizemos da minha maneira, no entanto. Ela quer comprar um novo, a mãezinha. Então não me deixou outra opção. Ficará furiosa, mas vai superar. Tenho minhas bolas de novo.”

Eles riem e logo começam a trabalhar.

Uma vez que terminamos, me afasto e admiro a cama com dossel. Não é king, a escutei sobre isso. E tenho certeza de que ela vai mencionar isso quando estiver brigando. Claro, a outra razão pela qual me decidi pela Queen era porque não queria que a distância fosse uma opção.

Ela entra pela porta e olha ao redor, linda a luz de velas.

Caminho em direção a ela, pego a bolsa de seu braço e coloco sobre a mesa.

“Senti sua falta esta noite.” Eu a beijo e a puxo para um abraço apertado.

“A conta de luz foi paga.” Ela diz assim que a solto e caminha para o interruptor de luz.

“Funcionam.” Agarro sua mão e nos levo para o sofá, onde tenho uma garrafa de vinho e duas taças em espera. “Sente-se.”

“Uau, isso é bom.” Ela se senta com as pernas dobradas debaixo dela.

Entrego uma taça para ela e me sirvo outra antes de sentar.

“Estava lotado esta noite,” ela diz depois de colocar a taça na improvisada mesa de café: uma plataforma com rodas amarradas e pintadas de preto. “Eu acho que ganhei o suficiente para comprar um colchão.” Ela sorri.

“É a sua maneira de me dizer que você quer ir lá e fazer amor?”

Ela torce o cabelo entre os dedos.“Isso é legal.”

Sento e tomo outro gole do meu vinho. “Legal?”

Ela balança a cabeça, pega sua bebida e toma.

“Foi uma noite movimentada.”

Aperto minha bochechas, tentando não rir de seu desejo óbvio.

“Não ria de mim. Deveria gostar que espero com muito interesse as noites de quartas-feiras.”

“Sim, estava pensando sobre isso. Acordei esta manhã, — duro, claro, porque estava sonhando com você — rolou ao meu lado enquanto ainda estava meio adormecida, e seriamente pensei que quebrei meu pau.”

Ela ri alto e cobre a boca para evitar acordar a menina e então, eu me curvo e a beijo. Quando tive o suficiente, me inclino para trás, mas ela continua me beijando e sobe em meu colo, me montando.

Pega a taça da minha mão e toma meu vinho. “Você disse que sentiu minha falta quando entrei. Acho que você deveria me mostrar o quanto.” Move os quadris em um círculo enquanto empurra contra mim. “O que é isso?” Ela sorri novamente e estende a mão entre nós.

“Espera aí, mãezinha.”

Ela pega o pacote no meu bolso. E por ‘pacote’ não estou falando do meu pau.

“O que é isso?” Ela pergunta de novo.

Pego sua mão e beijo. “Não gostaria de nada mais do que estar enterrado dentro de você, mas contra meu melhor julgamento, vou te contar uma história primeiro.”

“Uma história?”

“Sobre um idiota.”

“Como assim?” Ela dá um sorriso confuso.

“Antes de você, meu dia inteiro era planejado com o tipo de bunda que queria naquela noite.” Seus olhos se estreitam um pouco, mas estou determinado. “Ia a cassinos diferentes, sabendo que havia diferentes tipos de mulheres, com diferentes necessidades e desejos. Até mesmo dava nomes para suas bundas. Mulheres que eram barulhentas e podiam jogar uma pequena ação em festas durante suas estadias em Centros de Reabilitação, bom, eu as chamava de bundas animadas. As cosmopolitas, com as quais eu me encontrava eram bundas dominantes ou submissas — eu sempre sabia o que eram, e prometo nunca gostei das dominantes. As bundas de primeira classe podiam, facilmente, serem encontrados no Caesars. Aquelas garotas pensavam que eram melhores que as outras, e, muitas vezes, preceisava mostrar-lhes o contrário.” Ela cruza os braços e os seus olhos brilham. “Ok, só me escute. Aria é onde encontrava as bundas casadas, mulheres mais velhas que haviam sido casadas e pouco apreciadas por muito tempo. Você sabe, do tipo ‘O que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas’?”

Ela balança a cabeça, e eu imediatamente percebo que este meu pequeno plano é fodido.

“Eu tive um monte de bundas, querida. Eu nunca quis me estabelecer, porque eram todos iguais. Todas são rosa no meio, todas...” Ela se move e revira os olhos. “Meu ponto é, até que te conheci naquele estacionamento, nunca acreditei que existia uma pessoa feita para mim. No momento que te beijei, foi diferente de qualquer outro beijo. No segundo em que te provei, eu sabia que estava arruinado. No segundo em que estava dentro de você, eu sabia, sem dúvida que tinha encontrado a bunda perfeita. Ouro, querida. Você era feita de ouro e ainda é.”

Tiro a caixa com o anel do meu bolso. “Você me possue. Você é a dona do meu coração, minha alma, meus desejos, minha atenção em todos os momentos. Você me consome dia e noite, inferno, mesmo em meus sonhos. Você é a única pessoa que quero acima ou debaixo de mim. Nós nos amamos, querida. Isso nunca vai mudar, e eu juro, nunca permitirei que termine. Vou valorizá-la por toda a vida. Hailey Poe, recuperei minhas bolas, então a única resposta que vou aceitar é sim.”

Abro a caixa revelando o anel de ouro com dois cortes e meio, com um diamante de meio quilate.

Seus olhos brilham. Então ela sufoca um soluço e cobre sua boca antes que seus olhos voltem para o meu e ela engasga. “É muito.”

“Última compra, prometo. Acabei com o desejo de coisas materiais. Quando você disser sim, a única coisa que quero, embora não mereça, é alguém que vale ouro. Você.”

Ela engole com dificuldade e assente. “Sim.” Envolve os braços em volta do meu pescoço e permanece assim enquanto sussurra contra a minha pele. “Nós nos merecemos, Morrison. Nós merecemos isso. Nós merecemos ser felizes. Você me faz feliz, tão feliz. Eu não estou sendo forçada, tenho escolha. E isso é mais do que eu pensava que seria possível.”

“Eu tenho que colocar isso em você, mãezinha. Torna-lo oficial.” Deslizo o anel em seu dedo trêmulo. “Uau, o anel parece ainda mais bonito agora.”

Ela o levanta, olha para ele e sorri. Então se inclina para me beijar.

“Mamãe?” Ouvimos uma voz sonolenta vindo do corredor, e Hailey se senta. “Está chorando?”

“Estou bem.” Ela limpa os olhos e sorri. “Vem cá.”

Marisa se aproxima dela, e Hailey a levanta e abraça.

“Eu tenho que fazer xixi.”

“Tudo certo, vamos lá.”

Hailey olha para mim e sorri enquanto se levanta. Eu apago as velas e coloco as taças na pia.

“O que é isso?” Escuto Marisa perguntar a sua mãe, enquanto saem de mãos dadas.

“Morrison me pediu para casar com ele.”

“É por isso que você está chorando? Porque se você ficar triste, você deve...”

“Não, eu não estou triste. Estou muito, muito feliz.”

Marisa para e olha. Estou esperando que ela ria, ou diga algo parecido com “Parabéns”, mas provavelmente não vai fazer isso.

“Eu sei o que quero agora para o Natal.”

“Sério?” Hailey tem perguntando, e a resposta de Marisa até agora tem sido sempre ‘nada’.

“Um casamento de princesa, como nos livros.” Ela boceja de novo. “Estou cansada. Podemos escolher meu vestido amanhã.”

Termino de limpar e decido ficar mais confortável, tiro a camisa e as meias, e então abro o cinto.

Hailey está deixando o quarto de Marisa quando silenciosamente caminho até ela.

Ela se vira e franze o cenho.

“O que é isso?”

Uma de suas sobrancelhas se levanta.

“Oh, merda, foi mal.” Digo. “Mas ela gosta. Ela gosta muito.”

“A última grande compra?” Ela segura seu dedo anelar.

“Amor, sem briga esta noite.” Ele balança a cabeça. “A única palavra com b que estou interessado é...” Paro quando ela começa a caminhar em minha direção.

Está quase na minha frente e levanto a mão para impedi-la.

“Eu prometo — nenhuma briga esta noite.”

“Tudo bem. Eu te dou esta noite.” Enquanto ela sorri a pego e ela envolve suas pernas em volta de mim. “Leve-me para a cama.”

Abro a porta e a beijo duro, mantendo sua atenção onde ela pertence — em mim. Caminho para a cama, sabendo que Hailey é uma mulher de palavra. Pode reclamar, mas para ela uma promessa é uma promessa.

Assim que suas costas atinge a nossa nova cama, abre os olhos e olha em volta. Em seguida, sua cabeça se move para trás, seus olhos estão fixos em mim.

“Você prometeu,” lembro para ela enquanto levanto sua camisa, beijo sua barriga e desabotoo suas calças.

“Manipulador.”

“Não, mãezinha — cansado de dor nas costas na quinta-feira, doente de minha mulher dormir em um colchão de ar, farto de foder em um colchão de ar.” Tiro sua calça e calcinha. “Uma buceta de ouro merece pelo menos uma cama verdade.”

“Você me deve uma.” Sua respiração falha enquanto sopro a pele nua entre suas pernas.

“Sim.”

Minha boca a cobre enquanto espalho ainda mais minha garota em uma cama digna de uma rainha — a minha Rainha de Copas, que me possui por completo, com uma buceta que é melhor do que qualquer ouro.


Epílogo

 

“Alianças?” Pergunto enquanto caminho de um lado para o outro no escritório de Hendrix.

“Checados.” Diz Jagger enquanto as levanta.

“Não posso acreditar que convenceu Jared a nos casar.” Eu me queixo.

Hendrix ri.

“Esse homem tem o dom com as palavras.”

“Juro como a merda que a única coisa que quero que diga é: “Agora são marido e mulher”. Estou farto de vivermos separados, doente de acordar duro e não ter a causa da minha ereção para cuidar dela.” Desabafo, o que faz meus irmãos rirem, mas eu não. “Não é divertido. Ela vai caminhar engraçado durante meses, talvez anos.”

“Como nas quintas-feiras?” Jagger sorri.

“De que diabos está falando?” Paro e movo a cabeça, enquanto entendo. “Assim como nas quintas-feiras.”

Nos últimos meses, só ficou comigo nas quartas e nos domingos à noite. Nessas noites, abuso a fronteira com a mãezinha. Mas ela não só toma o que dou como pede mais. Então, saio antes que Marisa acorde.

Essa é a coisa de ter uma menininha com a qual se preocupar. Concordamos que Marisa não precisava me ver pela manhã até que estivéssemos casados. Ela já tinha o suficiente para superar, como ter um idiota como pai que algum dia, com certeza, será preciso conversar. Algum dia saberá que seu pai esteve na prisão. Algum dia se dará conta do que ele fez com sua mãe. Mas algum dia também se dará conta do quanto sua mãe a amava e como conseguiu o melhor no inferno que tinham. E se dará conta de que sim, um bom homem a ama, e a tratará como um tesouro. Tenho trabalhando nisso por alguns meses e tem funcionado bem.

“O lugar está lotado, cara.” Jagger informa.

A porta do escritório se abre e vejo sua barriga antes de vê-la.

“A barriga de Livi está aqui.” Jagger ri.

Hendrix deixa escapar um grunhido. “Gostosa como o inferno.”

“Isso é um pouco fodido, cara.” Sorrio quando ela entra.

“Oi querida, você está bem?” Pergunta Hendrix enquanto lhe dá um beijo e acaricia seu ventre com as mãos.

“Podemos ter um problema.” Sussurra pensando que eu não posso ouvir.

Ando em direção a ela, em direção ao bar, onde vejo alguns clientes olhando pela janela, então eu me aproximo deles e vejo Hailey lá fora, apontando e gritando para alguém enquanto a neve cai sobre ela, criando o vestido branco mais sexy que você já viu.

Corro até a porta e sou surpreendido quando vejo meu velho ali, de pé com um cigarro na mão e um maço na outra.

“Ele não lhe deve merda nenhuma, nem uma palavra, nem um momento, e certamente não o que você está pedindo. Você fez uma aposta...”

“Que porra está acontecendo?”

“Sua mulher está tentando te proteger.” Ele diz com um sorriso ameaçador.

“Não necessito de proteção. O que diabos faz aqui? Não te vejo há quase um ano.” Digo enquanto coloco Hailey debaixo do meu braço.

“Preciso de ajuda. Usei seu nome para entrar em uma briga e colocar uma aposta.”

“Você não fez isso!” Grita Hendrix enquanto caminha com Jagger atrás dele.

“Encontrei com um homem em uma luta em Las Vegas, lhe disse que meu filho era o Ás.”

“Como diabos sabe como me chamam?” Pergunto.

“Eu sei de tudo.” Ele toma um trago de seu cigarro, joga fora e o pisa forte. “O nome do homem é Blade e lhe devo dez mil. Ele acrescenta mil a cada dia.”

“Vai se foder.” Sibila Hendrix para ele. “Vá embora da porra da minha casa.”

Hailey se põe rígida debaixo de mim e deixo de olhar para meu pai para olhá-la.

“Diga a ele sobre Blade, Hailey.” Diz meu pai.

“Blade tem a metade da contabilidade de Monte. Marshall tem a outra. Dessa maneira, se um quebra, tem o outro. Esse sempre foi o plano, no caso de que fique preso em um jogo clandestino. Marshall era o responsável por mim e Marisa, junto com todos os ativos pessoais de Monte, enquanto Blade cuida de sua ‘pequena empresa’. Juntos dirigem o ‘negócio secundário’. No final, Monte nunca perde um centavo ou uma noite de sono.”

Meu sangue está fervendo. “O que isso significa para nós, exatamente?” Pergunto apesar de saber a resposta.

“Seu pai deve a Monte. Quando sair, virá atrás dele.”

“Que venha. Agora sai daqui.”

Ele olha Jagger.

“Necessito ganhar algum dinheiro, filho. Venha para Las Vegas.”

“Saia daqui antes que te arraste até a parte de trás e te bata...”

“Morrison.” — Hailey toca minha bochecha — “Não vale a pena. Monte deu sua palavra.”

“Eu lhe dei a vida.” Nosso velho aponta para ela.

“Você apenas doou seu sêmen. Sua mãe lhe deu a vida.” Solta Hailey e ela se põe de frente a mim. “Case comigo agora — esqueça ele. Estamos bem. Ele vai ter o que merece. Ninguém mais que você, eu, Marisa e sua família têm alguma importância.”

“Nossa família.” Eu a corrijo.

“Ainda não. Leve-me lá e faça acontecer. Não quero estragar o dia de hoje. Nosso dia. É nosso, não é?”

“Pode apostar seu traseiro que sim.” Digo.

Ela sorri e se inclina para me beijar, e então, de repente, ela se afasta.

“Jared é melhor que tire as mãos da minha mulher.”

“Você só a beijará quando eu disser que pode.” Ele refuta, fazendo Hailey rir. “Nos vemos lá dentro.”

Com Hailey lá dentro e longe, caminho até o velho.

“Será melhor que encontre uma maneira de solucionar esse problema.”

“É bom com as cartas, te ensinei isso. Você me deve.” Aponta com um dedo para mim. “Todos vocês me devem.”

“Nós não te devemos nenhuma merda.” Diz Hendrix enquanto caminha para o meu lado. “Agora, como já disse, caia fora da minha casa, inferno.”

“Ingrato...”

O agarro pelo pescoço e empurro seu lamentável traseiro contra a parede. “Espero que tenha o que merece e muito mais. Não te devemos nenhuma maldita coisa.” Solto seu pescoço e dou a volta. “Vamos.”

Uma vez dentro, tomo uma respiração profunda.

“Que se foda.” Diz Hendrix enquanto se põe na minha frente. “Liberte-se disso, cara. Hoje é o dia mais importante da sua vida. Hoje é o dia em que se tornará o homem que nossa mãe criou para que fosse.”

“É isso mesmo, cara.” Jagger põe a mão no meu ombro. “Vamos fazer isso.”

“Que se foda.” Digo.

“Que se foda.” Eles repetem.

Sigo para o meu lugar na pista de dança, nosso altar improvisado e olho ao redor. O bar está lotado, de lado a lado com nossos clientes habituais, com todas as mulheres que foram amigas de mamãe e com a amiga de Hailey, Jamie.

“Tell Her You Love Her” de Echosmith começa, e logo vejo Marisa descendo as escadas de mãos dadas com Livi. Tem seu cabelo em um coque alto e coberto com uma pequena coroa. A garotinha está para a sua glória vestida como uma princesa. Assim que seus pezinhos chegam ao chão, ela corre para mim e pula em meus braços.

“Olha todas essas pessoas que estão aqui para nos ver finalmente ser uma família. São seus súditos reais, princesinha. Dê-lhes a reverência em que esteve trabalhando.”

Ela sorri e faz uma reverência de princesa, depois se vira para mim e segura meu rosto em suas mãozinhas. Ela se inclina para frente e me olha nos olhos, com uma expressão séria no rosto. “Leia livros para mim.”

“Sim, eu leio.” Não dou risada, mas sorrio, porque maldição, sua doçura me faz cativo. Também vou dar a essa garota tudo o que quiser.

“Vai ler mais de três.” Eu concordo. “Vai me deixar escolher.”

“Sempre o farei.” Dou uma piscadela.

Ela sorri e pisca os dois olhos, porque ela ainda não sabe fazer uma piscadela. “Está bem, então acredito que é o melhor pai que existe para mim.”

Porra, não esperava isso da boca de uma criança de três anos. Engulo minhas emoções.

“Meu plano é esse.”

“Então te chamarei assim.”

“Eu adoraria isso, Marisa, quase tanto quanto te amo.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço.

“Eu também te amo.”

Estou com um nó na garganta. Esse é um dos momentos em que me dou conta do que acabou de acontecer lá fora, e um milhão de coisas que aconteceram com o passar dos anos, poderiam ter moldado os meus irmãos e a mim. A vida teria sido muito diferente se não tivéssemos tido a mamãe. Olho para cima para meus irmãos e engulo com mais emoção.

Marisa segura meu rosto de novo e vira para ela.

“Está pronto?”

“Estou pronto.”

“Bom. Agora me põe no chão.”

Assim que seus pés tocam o chão, olho para cima e vejo Hailey nos olhando. Está secando as lágrimas com um sorriso que não é só para mim, esse sorriso é para todos. Tem sua mão sobre o peito e respira fundo. Logo, começa a descer a escada.

Está caminhando em minha direção, sorrindo, com suas lágrimas ainda caindo. Ali não há jogo, nem espetáculo, nem feito. Com suas defesas baixas agora, juro que é mais bela do que nunca.

“Foi uma escolha óbvia para Hailey e Morrison pedir-me para casá-los.” Começa Jared. “Inferno, olhem para Hendrix e Livi. É muito claro que ainda estão desfrutando de sua vida de casados.”

“Inferno, sim, claro que estamos.” Exclama Hendrix rindo junto com o bar.

“Amor. O que há para dizer sobre isso que eu não falei há sete meses? Não, realmente, eu não me lembro, e honestamente, inferno, nem vocês; já que estavam também bebendo. O que há sobre o amor que eu não soubesse há sete meses?” Jared olha para Livi e Hendrix, então sorri.

“O amor não é apenas um sentimento, é uma ação. As ações não necessitam de palavras floridas ou extravagantes” — ele me olha — “elas exigem trabalho. Relacionamentos precisam de trabalho. A palavra trabalho não é algo de que esses caras se afastam, e também não é algo que suas noivas se afastam. Se você não trabalha nisso, se você não confia uns com os outros e compartilha em cada parte da vida do outro, você o perde.”

Hailey se estende e pega a mão dele, e ele pisca.

“Tem uma boa mulher aqui, Morrison. Não pode fazer a merda de uma piada, mas será boa com você.”

Assim que as pessoas param de rir, há silêncio por um minuto.

“Pelo que entendo, a comunicação é a chave para um relacionamento duradouro, mas quando casei, nunca conversamos sobre a comunicação. Uma noite a muito tempo atrás, minha esposa me disse que pensava que deveríamos sair e nos divertirmos como costumávamos. Uma ótima idéia, então eu pedi-lhe para deixar a luz do corredor acesa se ela chegasse em casa antes de mim.” Quando a multidão ri, ele ergue a mão e para. “Para que saibam, isso não acabou bem.”

Hoje, Hailey vai se casar com esse cara ", ele me aponta," mas ele também está pegando essa princesinha. "Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que eu sou conversando

“Hoje, Hailey vai se casar com esse cara,” ele aponta para mim “mas ele também ganhará esta princesinha. Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que estou falando.

Marisa, quando sua mãe rir das piadas deles, é porque você tem companhia, e ela está sendo educada. Você provavelmente deve fingir que é divertido também.”

Marisa começa a rir. Sei que não tem ideia do que ele está falando, mas ainda é hilariante.

“Morrison, antes de deixá-los dar o passo, eu quero que você pense sobre este conselho paternal que recebi quando eu era muito jovem: Se mudar de opinião e for embora, todos nós entenderemos. Se não o fizer, todos teremos ciúmes como o inferno de você. E nunca se coloque em um joelho por uma menina que não se colocaria nos dois por você.”

Ok, essa merda foi engraçada. Jared estava contando suas piadas.

Hailey e eu olhamos para os olhos um do outro e apenas sorrimos. “Inferno!” Jared diz no microfone. “Alguns conselhos mais para o noivo: eu sugiro que você simplesmente esqueça qualquer erro que fez de agora em diante. O dever de uma mulher não é apenas recordá-los, mas fazer isso pelos próximos cinquenta ou mais anos de sua vida. Não faz sentido que dois carreguem esta informação. Não se preocupe, isso é completamente normal.”

“Ela não faria isso. Eu sou muito próximo ao perfeito, certo, querida?”

Ela sorri. “Absolutamente.”

“Morrison, sugiro também que você considere que a única diferença entre cinco anos de trabalho e cinco anos de casamento é que, após cinco anos, o seu trabalho ainda será uma porcaria. Sua esposa... Não se preocupe, é completamente normal.”

Todos riem novamente, mesmo Hailey.

“Merda, é em ambos os sentidos, mãezinha.”

Ela imediatamente para de rir e todos riem mais forte.

“Eu tenho alguns conselhos para você, pegue como desejar, Hailey: há apenas duas vezes que um homem não entenderá sua esposa — antes e depois do casamento.”

Todo mundo ri, mas você ouve a voz de Livi sobre tudo. “Não é verdade quando você se casa com um Caldwell.”

“Maldita verdade, minha pequena e louca menina.” Hendrix ri e beija sua esposa.

“Se você não pode conseguir que te deixe em paz durante a noite e precisa dormir, apenas diga a ele que você quer falar sobre o seu relacionamento.” Sugere Jared a Hailey. “Se você pedir a ele para pegar algumas coisas no supermercado e, em seguida, adicionar itens, ele vai esquecer alguma coisa. Não será culpa dele, acontece.”

Eu olho para Jared e sorrio.

“Eu gosto de você cara, mas eu só tenho que ouvir duas palavras.”

“Duas palavras que você se acostumará a ouvir em breve ‘agora não’ ou ‘o que disse?’.” Jared ri, depois olha para Hailey. “Você ama esse cara?”

“Muito.”

“Você a ama?” Ele me pergunta.

“Mais do que as palavras podem descrever.”

“Você quer se casar com ele?” Pergunta a Hailey.

“Eu quero.” Ela sorri para mim.

“Você sabe o quanto é sortudo?” Ele ri enquanto olha para mim.

“Eu sei.”

“Que diabos você está esperando? Beije-a.” Jared entrega o microfone para Marisa.

“Agora eu os declaro marido e mulher.” Grita muito perto do microfone. “E o melhor pai que eu poderia ter!”

Respiro fundo e agarro Hailey pela cintura, beijando-a como faria se estivessemos sozinho, porque não há nenhuma outra maneira com ela. Há assobios e aplausos, e depois Hailey se inclina para trás e eu explodo em um sorriso mais brilhante que as luzes de Las Vegas.

“A Certidão de Casamento. Precisamos assiná-la.” Ela sorri novamente.

“Os papéis de adoção também.” Viro os olhos e sorrio. “Porra, eu sou um homem de sorte.”

“Aparentemente, você é o melhor pai que existe.” Jagger ri enquanto empurra os papéis para mim e me entrega uma caneta. “Vem cá, garotinha. Sua mãe e pai têm uma surpresa para você também.”

“Para mim?” Ela aplaude enquanto Hendrix se senta à mesa no bar.

“Na verdade, para todos nós.” Livi sorri.

“Sua mãe e eu conseguimos isso.” Tiro a caixinha do meu bolso e a entrego. Ela abre imediatamente.

“Um colar com uma coroa?” Guincha e aponta. “Com um C, como no caramelo?”

“Significa ‘Caldwell’.” Digo. “Meu sobrenome, o sobrenome de sua mãe...”

“E o meu.” Jagger lhe faz cócegas. “E o de Livi e Hendrix, também.”

Quando parece estar confusa, eu olho para Hailey. Ela sorri e diz:

“Morrison se tornou seu único pai hoje, então você tem o seu sobrenome, também.”

“Marisa Caldwell.” Digo.

“Assim como você, e você e você e você e você e tudo...?” Ela brinca.

“É uma grande família feliz.”

“Feliz como em “e viveram felizes para sempre”?” Ela sorri. “Eu gosto disso. Como nas histórias.”

“Porém, melhor.” Hailey diz enquanto as lágrimas enchem seus olhos.

“São lágrimas de felicidade, mamãe?”

“A partir de agora e para sempre, Srta. Princesa.” Diz Hailey enquanto a abraça e me puxa para a mistura. “Bem, agora você ajudaria Livi por um minuto?”

“Livi Caldwell.” Ri Marisa.

“Tia Livi, agora e para sempre.” Livi diz com os olhos marejados.

“São lágrimas de felicidade, tia Livi?” Marisa limpa e olha para o dedo, estudando a umidade.

“Nada mais.” Hendrix a agarra. “Agora vamos trabalhar. Temos que alimentar as massas.”

“Eu preciso que você venha comigo só por um minuto.” Hailey diz.

“Ah, sim?” Tenho certeza de que vai me levar ao escritório. Temho certeza que ela vai... “Para onde vamos?” Pergunto enquanto me leva para fora e entra no Escalade.

“Vamos.” Grita para mim, com um sorriso de orelha a orelha.

Eu entro, e ela me dá um soco.

“Mãezinha, onde, diabos, estamos indo?”

“Abra o porta luvas. E olhe o arquivo.”

Pego o arquivo no porta luvas. “É oficial.”

“Parabéns.” Ela sorri enquanto dirige mais rápido. “Saiu uma semana atrás. Desculpe, mas pedi a Hendrix que não te dissesse.”

“O que há com todo esse dinheiro?”

“A ganância que sobrou de Las Vegas. O fundo de emergência. Eu quero que você o use para ajudar a reformar os apartamentos.”

“E nós estávamos em um colchão de ar, porra, por quanto tempo, por quê?”

Hailey dá de ombros.

“Não era uma necessidade?” Nós dois rimos. Ela se vira e me olha séria. “Porque se eu precisasse sair de Detroit, teria o dinheiro. Agora tenho uma família. Não irei a nenhum lugar.”

“E agora tenho minhas bolas de volta, então não sairia mesmo se tentasse.”

Ela para em frente ao edifício que o banco finalmente concordou em vender com impostos, um edifício que é propriedade livre e quitada. Um edifício que não vai carregar pesando sobre ele uma hipoteca, tirando a tensão de um sonho se tornado realidade.

“Olhe.” Aponta para fora da janela do carro. Eu olho para a placa pendurada na porta: Lar para mães, está orgulhosamente exibido acima das palavras “Bondade em um mundo de maldade”.

“É o melhor dia da minha vida.” Digo enquanto saio do carro. “Vem cá.”

Ela está radiante enquanto caminha rapidamente para mim. Agarro meu telefone e o mantenho tão próximo quanto posso, depois tiro uma foto da minha esposa e do lugar que eu espero honrar a memória da minha mãe.

“Eu te amo, mãezinha.”

“Eu te amo, Morrison Caldwell.”


Meu Desejo para Você


Minha querida Marisa

Se você está lendo isso, você está crescendo muito rápido, embora todas as mães pensem assim. Eu me casei com Morrison hoje, e quando chegar a hora em que você conhecer um menino, um homem que roube seu coração, planejo compartilhar esse momento com você.

Amei você antes a tivesse em meus braços. Ninguém nunca saberá a profundidade do meu amor por você. Nada jamais poderá se comparar ao vínculo que temos. Porque você, minha Srta. Princesa, é a única que sabe o que tenho no fundo do meu coração. Ele bate por você sempre, minha filha.

Hoje nos tormanos uma verdadeira família. Hoje rompi com o ciclo do mal. Hoje, te dou tudo o que nunca tive. Hoje, fiz um compromisso com Morrison de amá-lo até que a morte nos separe. Também fiz um compromisso para que veja nosso amor em ação enquanto ele cresce e desabroça.

O amor é um verbo. É uma ação. O amor é também uma emoção. É uma esmagadora, sensação que consome tudo. O amor é paciente. O amor é amável. O amor é incondicional.

Morrison tem nos mostrado tanto amor. Deu-nos mais do que tínhamos. Eu nunca imaginei que minha vida poderia ter algo de bom... até que tive você, minha bebê preciosa. A partir do momento que descobri que estava grávida, minha vida mudou para sempre e para melhor.Antes, simplesmente existia. Fazia o que me diziam, sem perguntar e sem falhar. Não tinha escolhas. Elas foram tiradas de mim pelas situações da vida. Minha querida bebê, não importa o quê, você tem escolha. Como sua tia Livi sempre diz: é necessário o consentimento do caralho. Você é maior agora, mas deixa de fora o “caralho” para a sua querida mãe, por favor.

Você é minha razão de ser, Srta. Princesa. É a minha princesa.

Morrison é um bom homem. Ele é o tipo de homem, espero que você encontre um dia para você, o tipo de homem que mostre a você que te ama com ações, não só com suas palavras. O tipo de homem que é paciente e
entende que deve dar espaço para uma mulher ser ela mesma se necessário .

Ele é o tipo de homem que sabe quando tomar a iniciativa e quando dar um passo atrás e me permitir forjar meu próprio caminho.

A vida não nos dá uma mão de ases, mas um homem como Morrison Caldwell é todos os ases, não importa o que as cartas lhe mostrem.

A vida não será só cor de rosa e ensolarada, mas independente da sua situação tome posse e supere-a. Você é parte de mim. Levou um longo tempo, mas eu sou forte e você é o quê, minha preciosa. Nada pode pará-la.

Ao pensar sobre o seu futuro, o meu desejo para você é a felicidade.

Encontre um homem com coração, determinação e desejo de ser bom em um mundo de maldade. Encontre um homem que pode ser sua luz no escuro. Encontre um homem que é o seu lugar seguro para cair. Encontre um homem que quer deixar um legado.

Você é meu bem Você é meu legado. Eu te amo desde o topo da sua cabeça até as pontas dos seus pés e muito mais.

Com uma imensidão de amor:

Mamãe.

 


Notas

[1] Siri é um aplicativo no estilo assistente pessoal para iOS, macOS e watchOS, sendo assim, disponível para iPhone, iPad, iPod Touch, Apple Watch e Mac
[2] Five Card Draw (Pôquer Fechado) – é uma modalidade de pôquer, considerada a modalidade mais simples e é jogada principalmente por jogadores casuais, sendo mais rara a nível de competição e em cassinos.
[3] Brian Todd Collins, mais conhecido pelo seu nome artístico Kid Ink é um rapper, compositor e produtor estadunidense, canta a música “Carry On” que significa ir em frente.
[4] Bonnie e Clyde – foram dois famosos fugitivos, criminosos e ladrões dos EUA
[5] Hard Knocks – Golpes duros
[6] Slick – Manhoso, astuto.
[7] Flounder – Personagem da Pequena Sereia, no Brasil é conhecido como Linguado.
[8] A sigla WTF é a abreviação de um palavrão em inglês: “what the fuck”, que em português poderia ser traduzido por “que porra é essa”, muito utilizada em mensagens de texto.

Para Morrison Caldwell, a vida é um jogo de azar. Jogador de alto nível com legendária cara de pôquer, o coringa da família, sempre perseguindo sua próxima emoção sem nunca ficar por muito tempo. O único lugar que sempre o chama de volta é Las Vegas, com suas mesas quentes e mulheres extremamente atrativas. Está perfeitamente contente de viver sua vida com uma série de casos de apenas uma noite. Mas quando o encontro com uma garçonete em um estacionamento toma um rumo inesperado, deixa Morrison sedento por outra rodada.
Depois de uma série de situações ruins na Cidade do Pecado, Hailey Poe está pronta para tentar a sorte. Um encontro com um estranho arrogante e misterioso, aquele tipo de encontro sem compromisso que estava desejando... até que Morrison Caldwell lhe pede mais do que está disposta a oferecer. Mas quando Hailey está no controle, seu futuro ex-marido aparece e tenta levar sua filha, ela não pode se dar o luxo de rejeitar uma mão amiga.
Neste jogo onde o ganhador leva tudo, Morrison estará jogando com a vida de Hailey e com seu coração.

 


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Capítulo 01

Morrison

Quando meu irmão mais velho Hendrix se mudou do apartamento em que vivia nossa família, me tornei o homem da casa. Onde a nossa família vivia? Não. Ninguém realmente vivia ali. Eu me recuso a acreditar que aquilo ali era viver.

Meu velho possuía todo o edifício, e seu bar, como ele chamava, ficava no andar abaixo do apartamento.

Seu bar. Conhecíamos muito bem. Minha mãe dirigia esse lugar. Se não fosse por ela, ele não teria como se agarrar a única coisa em sua miserável vida, que possivelmente pudesse se orgulhar. Porque ele não se importava com a gente, essa era a verdade absoluta.

“Pense de mim o que quiser.” Ele resmunga enquanto limpa o sangue do canto da boca, levantando do chão, e apontando o dedo manchado de tabaco para mim, minha mãe e meus irmãos — Hendrix e Jagger. “Todos daqui nos abandonaram desde que as fábricas nos laçaram toda sua merda. Mas não o meu lugar. Sou um excelente homem de negócios e vocês têm sorte de terem um homem como eu.”

“Seu pedaço de merda! Mamãe é a única razão pela qual você tem um negócio.” Hendrix disse antes de investir contra ele.

Jagger e eu o agarramos, impedindo-o de chutar o traseiro do velho mais uma vez. Tínhamos razão para nos preocupar, porque, a última vez que Hendrix interveio enquanto o velho agredia nossa mãe, ele o deixou inconsciente e desacordado durante um bom tempo.

Mamãe chorou, aflita que Hendrix o houvesse matado. Preocupada com o fato dele se meter em problemas, que acabasse o levando para trás das grades. Nem uma vez se preocupou com o velho morrendo, preocupada somente com o meu irmão, seu filho.

Mamãe ficava repetindo:

“Isso é minha culpa.”

Nunca foi sua culpa, entretanto. Sempre era dele, do maldito filho da puta.

Sem Hendrix, tive que aprender a evitar que o bastardo matasse a mamãe sem acabar na prisão, e foi exatamante o que fiz.

Recebi um golpe atrás do outro daquele filho da puta. Nunca chorei, gritei ou me defendi. Lembro de dia em que fiquei deitado no chão, encolhido como uma bola, cobrindo a cabeça enquanto me chutava, arrastando as palavras com sua voz embriagada com a qual todos nos acostumamos; era isso ou se tornar imune à dor ou colocar uma boa cara de pôquer.

Ao longo dos meses, ele teve cada vez menos satisfação em me bater e voltou a agredi-la. Na tentativa de bloquear os golpes, tomava a frente e quando ela tentava se colocar entre nós, não permitia. Os dias em que ela nos escondia dentro do nosso pequeno quarto haviam acabado. Não nos esconderíamos mais do filho da puta; faríamos o que tivéssemos que fazer para protegê-la.

Não voltei a cair no chão. Permaneci imóvel, parecendo não estar afetado enquanto me batia no rosto, no peito, em todo o meu corpo. Com cada golpe do bêbado, eu ficava mais e mais furioso, enquanto me tornava mental e fisicamente capaz de suportar seus ataques.


Um dia, o velho tentou me agredir com um bastão que guardava no bar. Enquanto corria em minha direção, Jagger esticou o pé de onde estava sentado no sofá e o fez tropeçar. O velho caiu de cara no chão e quando se levantou tentou atingi-lo com o bastão diversas vezes, enquanto Jagger se esquivava e evitava todas as tentativas. A maldita merda nunca o atingiu uma única vez.

No último golpe Jagger estava encurralado. Sem hesitar, agarrei a porra do bastão, o coloquei contra a garganta do velho e o segurei até o bastardo desmaiar.

Mamãe correu pela escada do bar e encontrou-o deitado de bruços no chão.

“Isso precisa parar. Vocês dois devem ir para a casa de Hendrix.”

“Não vamos deixar você com ele. Se partimos, você vai também.”

“Não posso ou tudo pelo qual trabalhamos terá sido em vão.”

“Então não vamos.” Disse, enquanto a envolvia em meus braços.

“Trabalho, respiro e vivo por vocês três. Entretanto, vejo algo bom nele. Quando está sóbrio, ele...”

“Não vou deixar você e nem tudo pelo qual trabalhou.” Interrompo.

Mamãe finalmente parou de chorar, mas demorou uma eternidade. Quando ele acordou estávamos os três sentados no sofá. Ele se pôs de pé e nos olhou através de seus olhos roxos, no entanto, não nos disse uma palavra.

Uma noite, acordei quando estavam brigando e saí correndo do meu quarto em meu maldito short. Ele a estava perseguindo pelas escadas até o apartamento. Um grande tronco velho estava no patamar. Eu o empurrei para a borda, pronto para enviá-lo em cima dele. O velho congelou e vi medo em seus olhos injetados com sangue, um medo que nunca tinha visto antes, mas passou rapidamente.

“Se a tocar de novo, porra, isso cairá sobre você, entendeu?” Grito.

“Você não tem bolas, merdinha.”

“Teste-me, filho da puta.” Sussurrei.

O medo voltou a aparecer e agora ele sabe que eu o via.

Todo mundo tem algo, um deslize que mostra uma debilidade, um pequeno caminho.

A escola secundária não foi fácil para um garoto de boa aparência. Não estou sendo arrogante, tampouco. Tenho um espelho e sei como as mulheres me olham. Não ter dinheiro para os fins certos ou para fazer as coisas boas que todos os demais faziam, me converteu no garoto que as garotas populares viam às escondidas. Esperavam a sua vez.

Uma garota, Annie estava saindo com um atleta cujo nome era Aiden e a traiu. Então, ela começou a me ver. Um dia depois da escola, pediu meu número, longe de seu grupo de amigos, claro. Disse que não tinha celular. Ela ficou surpresa, e eu fui embora.

No dia seguinte, me entregou um telefone. “É um pré-pago. Vou te enviar uma mensagem.”

“Não, não o quero. Mesmo assim, agradeço.” Disse.

“É para mim, não para você.” Ironicamente, ela se afastou enquanto eu ainda segurava o telefone.

Naquela noite, quando me enviou uma mensagem de texto, dizendo que era ela, perguntei onde havia conseguido o telefone. Depois de muita insistência, descobri que era de uma farmácia a uma quadra da escola.

Depois da aula, entrei lá e encontrei o telefone no corredor seis. Custava cinquenta dólares e estava em promoção.

Durante uma semana, arrastei minha bunda da cama às cinco da manhã para subir e descer a rua com uma pá até encontrar pessoas que desejassem suas calçadas limpas.

Na sexta-feira, entrei na escola e lhe entreguei os sessenta dólares. “O telefone é meu.” Em seguida, me afastei.

Naquela tarde, estava tirando o lixo do bar quando ela estacionou seu pequeno Beamer. Era velho, mas muito fofo.

“Quer dar um passeio comigo?” Perguntou ao baixar a janela.

“Não.” Neguei.

“Morrison Caldwell, o que mais tenho que fazer para que saiba que estou interessada em você?” Annie disse, e depois sorriu.

Neguei com um aceno de cabeça e tentei não devolver o sorriso, mas falhei. “Você ainda está namorando Aiden Law?”

“Depende.” Sorri novamente.

“De?”

“Você, é claro.”

Observei enquanto ela enviava uma mensagem de texto. “Entre e te mostro o que acabei de enviar.”

“É uma brincadeira?” Dei um sorriso e me inclinei, pegando o telefone dela.

“De jeito nenhum. Entre.”

Assim que entrei, ela me entregou seu telefone, e não estava brincando. Havia dito que acabou, e realmente terminou com o filho da puta por uma mensagem de texto.

Você ouve sobre todos os contos de amor que terminam através de cartas. Demônios, até fazem filmes sobre isso. Sem dúvida, estou aqui para dizer que aquelas cartas escritas não tem nenhuma comparação com Siri1. Essa cadela já quebrou mais corações do que poderia começar a imaginar.

A mão de Annie estava na minha coxa logo que ela se afastou da calçada. Seus lábios estavam no meu pau assim que estacionamos no beco entre dois armazéns abandonados. Não vou mentir, gozei em sua boca muito mais rápido do que gostaria de admitir, e com a mesma rapidez estava apaixonado por ela. Tem que ter algo a ver com uma garota que engole ou oferta meu primeiro boquete, embora não tenha certeza de qual.

Eu tinha dúzias de trabalhos manuais, fodi os dedos de muitas garotas, comi muito *, mas nenhuma dessas merdas resultou em amor. No entanto, uma boquete que acabou engolindo minha carga, bem, eu estava vendo estrelas e merda.

Tive dezenas de masturbações, fodi muitas garotas com meus dedos, comi um monte de bucetas, mas nenhuma dessa merda resultou em algum sentimento. No entanto, um boquete que terminou com ela engolindo meu sêmen, sem dúvida, bem, eu estava vendo estrelas e essa merda.

Annie era generosa de todas as maneiras possíveis. Não só gostava de chupar pau, mas também de dar presentes. Começou com bilhetes e depois me trazia o almoço. Quando me presenteou com um novo par de tênis para corrida, fiquei receoso, mas os meus estavam acabados.

“Só quero que todo mundo te veja como eu vejo.” Sorriu enquanto levantou na ponta de seus sapatos Jimmy Choo e me beijou na frente de todos no corredor, e depois se afastou.

No dia de São Valentin me presenteou com uma exagerada jaqueta de couro. Entretanto, ainda estava trabalhando limpando calçadas apenas para comprar um colar da Tiffany.

Esse coraçãozinho me custou trezentos dólares, mesmo de segunda mão na casa de penhores. Ela o usava com tanto orgulho. Na noite em que lhe dei esse colar, fodemos na mesa de bilhar no bar, onde havia me encontrado após sair escondido de sua casa.

Não foi sua primeira vez. Foi a minha.

No dia seguinte, estou usando a merda do couro quando Aiden se aproxima de mim e diz que quer sua jaqueta de volta.

“De que diabos está falando?” Fechei meu armário, depois me virei para enfrentar ele e seus cinco amigos.

“Ela me deu essa merda, depois me fez devolver. Você certamente não merece isso. Eu quero de volta.”

Quando me coloquei cara a cara com ele, vi pequenas gotas de suor brotando em sua testa e isso era o que o delatava.

“Se conseguir pegar, ela é sua.” Contestei enquanto caminhava ao seu redor.

Seus garotos, os cinco, me seguraram enquanto Aiden me batia. Não me movi, não tentei me proteger, a única coisa que fiz foi cuspir o sangue que estava saindo da minha boca em sua cara. Então a campainha tocou e todos se dispersaram como pequenas baratas de merda.

Annie correu para mim, perguntando o que aconteceu, mas não lhe disse merda nenhuma. Só caminhei ao seu lado enquanto tirava a jaqueta e jogava a filha da puta no lixo.

“O que está fazendo?” Gritou. Porra! Ela realmente gritou.

“Não quero você, nunca mais.” E sim, falei suficientemente alto para que algumas pessoas, muitas na realidade, escutassem.

Aquela noite, o velho tinha seus meninos jogando cartas no bar. O idiota foi o primeiro a desmaiar sobre o feltro verde da mesa de jogos. Tinha cinquenta dólares por ter limpado as calçadas, mas quando o velho Smith me perguntou se queria jogar, eu lhe respondi que não sabia como. Ele disse que me ensinaria.

Logo sorriu, quase maliciosamente — o que o delata.

Five Card Draw2 era um jogo. Peguei a manha rapidamente. Também perdi quarenta dólares em menos de dez minutos. Nesses dez minutos, no entanto, aprendi o que delatava cada um dos homens na mesa e logo saí com oitocentos e setenta e dois dólares. Sorte de principiante, todos riram.

No dia seguinte, cheguei mais tarde na escola, usando uma jaqueta de couro novinha em folha. Peguei uma nova garota, devolvi o telefone antigo para Annie, tirei o novo telefone pré-pago da jaqueta e dei para a minha nova garota o meu número.

Depois disso, joguei cartas com os caras cada vez que meu velho desmaiava. Tinha o suficiente para conseguir as merdas que queria e também ganhar um pouco para Jagger. Mas o momento de maior orgulho para mim foi quando dei para minha mãe seu presente pelo dia das mães: um colar da Tiffany diretamente da loja. Nada da merda de segunda mão para ela — nem para mim.

Nunca mais. E não olhei para trás, tampouco.

Um ano mais tarde, meu velho apostou em um lutador clandestino porque lutaria com um desconhecido — Jagger, um garoto ainda da escola. Perdeu o bar, e o perdeu para Hendrix. Caralho! Foi perfeito.

Meu velho é um pedaço de merda. Um bêbado, um jogador e a porra de um grande imbecil, que tem prazer em ferir e menosprezar todos ao seu redor. Mas ensinou muito a mim e aos meus irmãos.

Hendrix agora é dono de um bar, eu viajo jogando cartas e Jagger é um lutador. Alguns podem dizer: demônios, muitos podem dizer que a maçã não cai longe da árvore. Mas as raízes dessas três árvores são tão fortes como as da mamãe, contaminadas com sua vibração ou não, porque somos bons garotos. Podemos ter os maus hábitos do velho, mas possuímos o coração da mamãe.

Em seu leito de morte, nos disse que estava orgulhosa de nós. Disse que nos amava, pediu desculpas pela forma que fomos educados e nos fez prometer que seríamos um legado do bem num mundo cheio de maldade.

Mamãe morreu porque aquele filho da puta não pode manter-se em suas calças e lhe passou HPV. Ela era muito teimosa para procurar um médico quando estava se sentindo muito mal.

Perdemos mamãe, mas saber que ela estava orgulhosa de seus três meninos, nenhum dos quais possuem uma graduação ou trabalha em empregos tradicionais, nos trouxe satisfação. Também nos fortaleceu.

Primeiro Hendrix pegou o velho com a mão na caixa registradora, depois o encontrou fodendo com a antiga garçonete e, finalmente, o expulsou.

Sem o velho por perto, o que aprendi nos poucos meses desde que voltei, é que nada é mais forte do que a irmandade que Hendrix, Jagger e eu compartilhamos.

Não sou a puta de ninguém, nunca fui. Mas quando se vive com um monstro de verdade, e não apenas a noção infantil daquele que vive debaixo da cama, mas o verdadeiro. Realmente não se vive bem, apenas sobrevive.

Viver nesse lugar de horrores, sem dúvida, o inferno não parece tão mal.

Detroit Rock City já não parece tão fria e amarga quanto antes. Agora, é um santuário, um lugar para ir quando me sinto sozinho, um lugar onde quero dirigir, não mais me afastar. Este é um lugar onde, quando a merda bate no ventilador, sei que nós, os três irmãos, poderemos superar juntos. Sem o velho, esse bar, essa cidade, esse lugar é agora onde meus irmãos e eu queremos viver.

Agora podemos viver.

Hoje, quando entro em meu Escalade e abaixo meus óculos de sol estilo aviador da marca John Varvatos de minha cabeça para cobrir meus olhos, dou adeus aos meus irmãos e a minha nova cunhada, Livi, e regresso ao deserto. Necessito de uma dose, uma vitória, um par de boas mãos vindo em minha direção. Necessito ganhar algum dinheiro para que da próxima vez que voltar a Detroit, eu possa ficar mais tempo.

Paro em frente ao cemitério para dizer “nos vemos” para mamãe antes de ir ao aeroporto. Não me parece certo não fazê-lo.

Logo, entro de volta em meu Escalade e procuro minha playlist: Kid Inc, sua música “Carry On3”. Mmm, não posso esperar para seguir em frente.


Capítulo 02

Hailey


Aos dezessete anos, estava tentando escapar do mundo da minha mãe. Aos vinte anos, estou tentando escapar do meu.

Monte me deixou sair da sala na noite em que perdi tudo. Ele me permitiu acreditar que escapei com meu blefe. Saí da mesa com o meu pulso acelerado, com minha cabeça latejando e minhas orações silenciosas sendo respondidas, ou pelo menos pensei assim. As memórias me bateram duro.

Porra! Não é como deveria acontecer. Como ele blefou o mestre? Estava certa de que ganharia essa mão. Como tudo deu errado?

A fumaça na sala me deixa tonta, ou talvez seja o medo correndo pelas minhas veias. Eu nunca perco. Na verdade, não estou preparada. Este não é um jogo de bastidores com um cafetão. As apostas são altas demais, e então fracasso.

Nascida de uma prostituta, criada sob as luzes, glamour e a vida Las Vegas, eu sobrevivi. Uma mão por vez, consegui. Por mim e por minha mãe, eu fiz o que tinha que ser feito. Esta noite era para ela.

Ela me teve aos dezesseis anos. Como uma fugitiva, viu a ilusão da fama de uma showgirl desaparecer rapidamente e a realidade entrar a pontapés. Ela trabalhou nas ruas. Ela sobreviveu. Seu cafetão tirou sua virgindade, a engravidou de mim e a manteve sob seu polegar todos estes anos. Poderia ser pior. Não nos espancava e mantinha um teto sobre nossas cabeças. Eu tenho roupas. Eu tenho comida. Em primeiro lugar, preciso lembrar que ele a deixou ficar comigo. Às vezes, no entanto, me pergunto se minha mãe desejaria ter feito um aborto, porque isso a obrigou a ficar com ele e nesta vida.

Quando criança, não estava autorizada a chamá-lo de “papai”. A verdade é que estava bem para mim. Ele não foi um pai, foi um doador de esperma. Porra, ele era um estuprador. Mamãe dizia que sua vida com ele era a sua penitência por más decisões, uma que teve que suportar até que ele serviu seu tempo.

“Expiação.” Dizia. Ele mexia com sua mente tanto quanto a fodia incasávelmente, então ele tinha o poder, mesmo quando eu a implorava que partisse. Ele segurou todas as cartas.

Pervertido. Maldito pervertido.

O que faz uma mulher quando tem uma mão de merda, porra?

Joga com as fodidas cartas que tem até encontrar uma saída.

Posso ser a culpada por mamãe ter ficado amarrada, mas por outro lado também sou sua saída. Mamãe e eu, a Bonnie e Clyde4 da nossa própria maldita criação. Depois de anos de monitorar, anos de espera, minha paciência está finalmente chegando ao fim.

Mamãe trabalhou para conseguir a conexão. Então conseguimos os dois mil dólares de taxa de acesso a aposta inicial, e aqui estou, sentada na mesa da sala de apostadores em em um hotel abafado. A fumaça enche meus pulmões, cortinas de janela estão puxadas e a porta está trancada até que a mão final seja jogada.

Subo a aposta. Chamo o blefe. Todos cedem, exceto ele e eu.

Sean “Monte” Timmons.

Alguns o chamam de perigoso; outros dizem que é o sexo ambulante. Ele é o homem mais jovem a limpar a casa de Nova Jersey duas vezes. Sua reputação o precede e muitas vezes os covardes se afastam quando as apostas estão tão altas.

Eu deveria ter tirado minhas cartas. Ele deveria ter renunciado o prêmio. Deveria ter ido embora. Inferno, eu mesmo me permitir convencer em primeiro lugar. Eu sei que minha mãe me quer fora do canto, mas aos dezessete anos, não tenho nada para fazer nas grandes ligas. Isto está além de um jogo de tabuleiro com seu cafetão e amigos.

Só que não desisto. Não me dou por vencida.

Em vez disso, aumento o prêmio e aposto tudo o que não tenho. Cheguei nessa mesa mentindo. Um lâmpejo de um sorriso, uma segurada no pau certo e uma insinuação de algo mais por vir me fez passar pela segurança. Então, com uma pilha de moedas falsas sobre a mesa mal iluminada enquanto me curvo exibindo meu decote, tenho todos esses caras comendo na palma da minha mão.

Isto é, até que as cartas são distribuídas. Aí tudo se torna negócios no minuto em que a primeira carta de oito-e-meio-por-cinco-e-meio-centímetros cai no feltro.

Mão após mão, consigo sobreviver até o jogo final.

Monte sorri para mim por trás de seus óculos aviador após olhar seu telefone, que lhe foi entregue pelo ajudante.

Todos os dispositivos eletrônicos devem ser silenciados e entregue ao ajudante para que não haja distrações. Porque o devolveu? Poderia ter sorte suficiente para ganhar por desistência? Nunca quis tanto que alguém tivesse uma emergência familiar quanto agora.

Com os lábios em um meio sorriso, sinto meu peito apertar.

“Hailey ‘Hard Knocks5’ Poe. Você está pronta para a mão que certamente mudará sua vida?” Seu sussurro ressoa em minhas veias como gelo. Ele me descobriu.

Engulo. Como diabos sabe meu nome? Usei uma identidade falsa para entrar.

Ele bate o dedo contra a boca de forma ameaçadora, depois abaixa os óculos, seus profundos olhos castanhos me encarando. Quero rastejar sob a mesa, mas escuto a voz da minha mãe na minha cabeça, dizendo: “Não mostre medo. Nunca deixe que vejam você suar, Hailey Sue”. É hora de fazer a minha mãe orgulhosa, custe o que custar.

“É um hábito meu, conhecer os meus adversários. Você quase me enganou, garota atrevida. Não se preocupe, querida. Seu segredo permanece nesta sala, porque, após esta partida, garanto que tudo o que você pensa que sabe está prestes a mudar.”

Deveria ter desistindo, mas meu ego nublou minha visão. Agora a minha concentração desapareceu, a partida está empatada e minha visão ficou turva novamente, desta vez de lágrimas que me recuso a deixar cair.

Five Card Draw, Texas hold'em, Jokers Wild, tudo está perdido antes que eu possa piscar.

Lutando para conter as minhas emoções, tento parar minhas, agora, trêmulas mãos. Ele sabe muito. Quando você descobrir que o seu pagamento não existe, o que vai acontecer comigo? Com mamãe? Vou sobreviver esta noite?

Uma semana mais tarde, mamãe e eu fomos instruídas a arrumar nossas malas. Paizão cafetão estava nos armando uma cilada. Ou não.

Ele nos “colocou” em um condomínio exclusivo fora de Strip, depois que entregou a minha mãe um maço de notas antes de se virar e ir embora. Nunca olhou para trás, não que qualquer um deles esperasse isso. Não estávamos no lugar a vinte e quatro horas antes que um mensageiro entregasse um pacote destinada a Hailey “Hard Knocks” Poe.

Meu coração afundou. Ao ver esse nome, deveria ter embalado minhas coisas com mamãe e ter fugido do local com o pouco dinheiro que o grande Paizão a deixara. Eu fiz isso? Nop.

Como diabos ele me encontrou?

Abrindo o envelope, meu coração acelera, minha respiração falha e minhas mãos suam.

Dentro havia um contrato que selava o meu destino contra qualquer futuro que alguma vez esperei.

Não estavamos sendo liberadas pelo Paizão idiota. Havíamos sido compradas. Ele pagou ao imbecil do meu pai o suficiente para liberar minha mãe. Caímos em sua armadilha.

Sean “Monte” Timmons é o meu dono. Nosso dono. Como no inferno isso continua acontecendo? O ciclo de miséria — lavar, enxaguar e repetir. Da propriedade de um homem para outro.

A ostentação, o glamour, as luzes e a ação de Las Vegas são fabulosas. É um buraco negro de manipulação. A vida aqui é um jogo. Dia após dia, tudo é uma aposta para sobreviver e prosperar. O vencedor leva tudo.

Monte não perdeu tempo em se mudar para a casa com a gente. Mais ainda, comigo. Minha idade não importava Ele me tinha numa posição em que não podia negar. Se a palavra sobre minhas falsificações na mesa fosse revelada, a minha idade não seria nada mais que um número no meu atestado de óbito.

Monte usou isso para sua vantagem.

A situação não pareceu ruim para minha mãe, que passou a vida toda trabalhando nas esquinas. Para mim, foi um inferno. Monte não me colocou em uma rua ou em uma cama de hotel para pagar a minha dívida. Não, ele me fez sua esposa em uma cerimônia em uma capela na Strip, para o qual minha mãe estupidamente assinou o acordo.

Nos últimos sete anos, nada mudou. Monte vai, joga e vive pela próxima emoção. O sete da sorte é uma cadela sem coração. Passei sete anos acumulando dívidas com ele.

Cada refeição que comi, cada chuveiro que tomei, tudo o que tive, feito, ou forçado a suportar é um centavo adicionado à linha vermelha. As marcas negras são pelo bom comportamento quando faço a minha parte.

Sou o seu troféu, sua coleção e sua prostituta. O saldo é renegociado com cada grama que mete dentro da minha buceta, mas as balanças nunca se inclinam a meu favor, não importa quão bem chupo seu pau.

Sete anos e poucas coisas mudaram, nenhuma dessas para o melhor.

É divertido como a história se repete, mesmo que você não queira.

Minha mãe morreu de um acidente vascular cerebral. Aconteceu rápido. Uma noite, foi para a cama e na manhã seguinte, não respondeu. Uma chamada aos serviços de emergência e logo após uma transferência de ambulância para o hospital; ela estava em coma ligada a aparelhos que lhe davam suporte vital. Decisões tiveram de ser tomadas, as possibilidades de que acordasse e saísse sem sequelas eram escassas; como resultado, os aparelhos foram desligados e minha vida desabou.

Mais contas. Mais dívidas pagas pelo Monte.

O stress te consome e mais erros acontecem, como esquecer uma pílula do anticoncepcional ou duas. Para diminuir os custos, optei por cremar mamãe.Dois meses depois, fui autorizada a uma viagem para Santa Barbara para deixar suas cinzas. Sentindo-me enjoada, fiz xixi em uma dessas varinhas esquecidas por Deus e duas linhas rosa selaram o meu destino.

Sou uma estatística. Os pecados foram passados de mãe para filha.

Independentemente de como este bebê surgiu, vou me apegar a esperança e dar algo melhor do que tive a minha filha. De alguma forma, de algum jeito, o ciclo se quebrará.

Não deveria reclamar. Na verdade, Monte me permitiu ter amigos. Seus amigos, é claro, mas não estou tão amarrada quanto minha mãe foi. Tenho um bom carro, uma bela casa e um armário cheio de roupas. Se você olhar de fora, eu estou bem.

Se as pessoas soubesse que vivo em um casamento sem amor, repleto de manipulaçao e corrupçao. Não sou a única em débito com Monte. Todos em sua vida estão em algum tipo de dívida com ele.

O vigarista que se recusa a ser enganado, sempre no controle, sempre tendo certeza de que tem a vantagem, Monte tem pessoas que são responsáveis por outras pessoas. Aqueles que não pagam ou têm um plano de serviço como eu, lidam com aquelas pessoas sobre as quais Monte mantém a pressão até que a dívida seja paga ou sofra as conseqüências. Como Monte diz: “É um mundo de obrigação e recompensa, é o ônus e o bônus, Hailey.”

E ele mantém a balança a seu favor em todos os momentos e em todos os sentidos.

Se não caminho em linha reta, pagarei o preço... com a minha vida. Minha dívida com ele está além de qualquer coisa que posso pagar com trabalho normal. Inferno, eu não sei se o bastardo jamais me permitiria sair, mesmo se eu tentasse.

Em que momento isso se torna o bastante, no entanto? Quando me libertarei das correntes que me prendem? Quando romperei esse ciclo por minha filha? Quando Marisa Noelle Timmons verá o amor acontecer? Como posso ensiná-la sobre o amor, se nem mesmo sei o que é.

Não aprendi muito na minha curta vida, mas sei que nunca tive amor verdadeiro em qualquer relacionamento ao meu redor e certo como merda que não é como você lê nos livros. Não vivi o que qualquer um consideraria uma vida normal, mas também estou absolutamente certa que o amor não é uma dívida. Um casamento real, um relacionamento real — se pudesse existir — não é sobre dever ao seu parceiro alguma maldita coisa.

Olho para baixo, para minha preciosa menina adormecida e meu coração incha. Pode ser que não conheça o amor de um homem por uma mulher, mas estou segura de que não há nada — e quero dizer absolutamente nada — que supere a profundidade do amor que uma mãe sente por seu filho.

Meu mundo está deformado. Minha vida é uma merda. Nunca me esforcei para conseguir algo correto em minha pobre existência até que tive essa menina. Cada ar que respira é um novo sopro de vida para mim.

Monte pode controlar e equilibrar até que o sol caia do céu, enquanto eu tenha minha filha.

Quero sair disso.

Mas, eu a quero mais.

Não há nenhuma maneira de sair até que saiba o que fazer com ela. Não há nenhum jeito de que possa escapar até que encontre uma maneira de que ela seja completamente livre. Ela é minha vida, meu proprio ser, meu mundo inteiro.

Uma dia encontrarei um jeito de ter algo melhor para nós duas. Não descobri ainda.

“Durma bem, minha bela adormecida. Mamãe vai fazer a coisa certa para nós duas.” Sussurrei para o quarto silencioso. “Não precisamos de um príncipe encantado, meu amor. De alguma forma, princesinha, vou fazer isso acontecer.”

 

 


Capítulo 03

Morrison


Depois de mudar minha roupa, saio o banheiro no aeroporto. Sou alguém diferente aqui. Sou um ótimo apostador. Sou o que os atletas e os preparadores do ensino médio queriam ser.

Por um breve momento, penso em Annie e me pergunto se ela encontrou o homem que pudesse converter em perfeito na escola. Foi dito que Annie tinha um brilho nos seus olhos castanhos quando viu suas amiguinhas socialites olhando para mim. A fazia parecer ainda melhor. Aparentemente, para ela, era moda namorar alguém inferior a ela. Mas não tinha a intenção de ser inferior a ninguém.

Aqui, ninguém me usa. Fiz o homem cujo reflexo vejo no espelho hoje. Minha cunhada Livi me chama de Slick6, e por Deus, não está mentindo.

Como de costume, faço uma pontuação nas máquinas caça-níqueis no aeroporto. Entro no avião com duzentos mil e esse dinheiro tem que durar um mês, se não mais.

A primeira jogoda é perdida. Os seguintes vinte vão dentro e com ele recupero o meu dinheiro. Na terceira, perco.

Um homem como eu não é superticioso, é calculista. Perder não significa que fui derrotado. Isso me diz por onde começar.

Esse é um ritual que faço toda maldita vez. Se perco, começo longe de Strip, onde os limites e as regras são mais brandas. Quando ganho, vou primeiro a Strip, onde as regras são mais rigorosas, menos espaços e limites mais altos.

Existe um método para a minha loucura? Mudei como a merda mais de vinte vezes e aprendi que desta maneira estabeleço um tom para o meu jogo. “Meu jogo” — você ouviu direito. A maioria das pessoas jogam um jogo, mas eu não. É meu jogo. Comando o jogo.

Caminho no ar seco do deserto. Meus poros imediatamente fecham, meu rosto ruboriza e respiro profundamente, sentindo que sufoco. Não estou sufocando, é claro. A queimadura é bem vinda. Hora de jogar. Paro um taxi e entro.

“3111, Bel Air Drive.” Digo ao motorista enquanto entro no veículo com ar-condicionado.

É o crepúsculo, uma hora do dia em que há algo sobre as luzes em Las Vegas que causa uma onda de energia no meu corpo. Sinto-me vivo, como se tivesse um propósito maior do que arranha-céus e casinos, mais brilhante do que as luzes de Strip. Sou mais ousado em Las Vegas e eu gosto disso.

Quando o táxi para na frente do meu apartamento, sinto um sorriso espalhar por todo o meu rosto. Não, não é um palácio. Não é nem mesmo uma casa de família. O edíficio do qual agora tenho uma unidade, tem portaria e uma vigilância de vinte e quatro horas. Tenho quase quinhentos metros quadrados de alguma coisa.

Têm dois quartos, três banheiros, uma cozinha de última geração e uma sala de estar que abriga não só uma tela grande, mas uma TV de tela gigante e um sistema de som surround Bose. Também tem uma garagem, que é o primeiro lugar que vou, a fim de garantir que meu Porsche está lá dentro sem nenhum dano e completamente ileso.

A medida que a porta da garagem se levanta olho para ele e sinto o orgulho encher meu peito, porque tudo o que tenho é pago. Não devo nenhuma merda.

Amanhã, ele e eu andaremos pelas ruas e encontraremos algumas belas e bronzeadas bundas de Las Vegas para comemorar, para me dar boas-vindas de maneira apropriada às luzes brilhantes e à grande cidade.

Sussurro na noite: “Estou de volta filhos da puta, e pronto para continuar a construir a minha riqueza. Vocês estão preparados?”

Adormecer em um colchão de alta qualidade que comprei on-line e não em loja de segunda mão no centro de Detroit, foi uma das melhores coisas que fiz aqui. Esta cama é feita para um rei. É antialérgico, uma necessidade para mim. Sou alérgico ao pó, ao que parece, por isso passei muito tempo no médico quando criança. Tenho certeza que também é a razão pela qual mamãe não ia com frequência.

Ela havia criado um plano de pagamento quando era mais jovem e o velho se queixava pelo gasto. Cinco doláres por semana. Cinco doláres e paguei essa merda com minha primeira grande vitória.

A descrição dizia “Rei da Califórnia”: capa revestida de feltro com espuma fria. Eu vi “Rei” e vi “fria”. Então olhei para o espelho e pisquei para mim. Foi feito para mim, então dei um clique e comprei essa merda. Estou tão feliz por ter feito. Eu amo essa maldita cama.

Não durmo mais num velho colchão no chão. Estou dormindo como um rei.

Eu amo ser rei, mas em Las Vegas, não sou um rei. Aqui em Las Vegas, eu sou um As. Entro em qualquer casino e sabem quem eu sou. Tenho um bom carro e estou vestido para impressionar. Sempre tive que fingir até que realmente fiz, mas olhando ao redor do meu quarto, eu diria que consegui.

Acordo cedo pela manhã e espreguiço, desejando dar um salto em frente no dia, começando com uma corrida Meu corpo precisa estar cansado, de modo que quando sentar em um casino por horas não fique louco.

Vou para o quarto número três, ligo o aparelho Bose, e salto sobre a esteira; também comprei on-line e foi entregue na minha porta. Inferno, até mesmo fiz com que a montassem. Não queria estragar uma máquina de cinco mil dólares.

Depois de minha corrida e chuveiro, visto uma calça cinza e uma camisa de colarinho com suspensórios brancos e botões azuis. Azul ressalta meus olhos. Então, eu fico no meu closet, verificando minha aparência no espelho.

“Na mosca, é claro.”

Entro no banherio, seco o cabelo, pego um pouco de gel e acomodo cada fio no lugar, a aparência não está completa sem isso. Faço a barba, algo que fazia na parte traseira do Rock City, então pego o meu Rolex prata, passo o cinto, e dou um passo para trás admirando o reflexo no espelho.

Eu me esforçei muito para ser o que sou hoje. Um empreendedor, um grande apostador, um ace, chame como quiser, mas tudo volta para onde comecei.

Antes de sair do meu apartamento, pego minha carteira e um preservativo. Hoje preciso pegar um pequena buceta da alta sociedade.

Nas primeiras quatro horas, eu vou para a Califórnia, no Binion, o Cortez e Golden Gate para jogar blackjack e me certificar que o bolso esteja cheio, e faço dois mil dos grandes em quatro horas. Não é uma porra de dia ruim em tudo.

Tudo está dentro do normal agora. Tenho duzentos mil para jogar e duzentos mil de novo na carteira. Por que duzentos mil? Sempre tenho duzentos mil escondidos para chegar em casa — sempre.

VirO para guardá-los no cofre e tomo um fôlego.

Ligo a tela da TV de oitenta polegadas, presa a parede e afundo na minha poltrona de couro, o meu trono. Apertando o controle da cadeira, a massagem começa, e então sento, ouvindo as notícias.

Mais tarde, acordo me sentindo um novo homem, como um vencedor. Juro que sinto o cheiro das notas e essas cadelas têm o meu nome nelas.

Esta noite, paro no estacionamento e jogo minhas chaves ao manobrista.

“Seja gentil com ela.” Digo enquanto lhe dou uma nota de vinte. “Se retornar igual, haverá uma maior.”

“Eu sei que você fará, Ás.” O garoto pisca para mim.

Este é um aposta — dar as chaves a alguém que você não conhece. O garoto rasga no Rock City, mas ninguém sabe como foi difícil chegar a esse carro. Ninguém sabe que eu não sou apenas um pequeno punk que está queimando seu fundo finduciário e sua juventude jogando cartas, dirigindo carros e andando em bares. Ninguém sabe porque não podem ver o que me delata. Enterrei essas merdas profundamente, tão profundamente quanto as emoções que sinto vendo alguém em minha apreciada posse.

Enquanto observo o garoto com meu carro, vejo um sorriso em seu rosto.

Eu sei que o bastardo quer queimar os pneus tão certo como sei que eu queria fazer o mesmo na primeira vez que me sentei em seus assentos de couro preto. E, inferno sim, eu fiz, mas os pneus foram pagos por mim.

Seu aperto forte no volante — o que o delata — mas não vai fazer isso. Por quê? Ele precisa deste trabalho. Deve ao banco, em seguida, vai e faz o jogo, na esperança de um dia ser um vencedor, como eu.

Eu sei o que delata todo mundo, mesmo os entregadores. Não conto as cartas; conto com o meu instinto. Eu confio na minha intuição. Mama não criou um tolo. Mamãe não criou nenhum imbecil. O que me delata: eu me recuso a tratar as pessoas que têm o mesmo sonho que eu como se fossem menos. Trabalho duro não é estranho para esse cara.

A partir do momento que estaciono meu carro, sorrio para o menino de rosto cheio que toma as chaves. Dou sorrisos e o respeito na forma de confiar o meu carro em suas mãos. Todos me conhece, porque os trato bem. Dou boas gorjetas, falo e trato com respeito.


Capítulo 04

Hailey


Uma coisa sobre as aparências, é que elas sempre enganam. A fim de parecer à família feliz que realmente não somos, algumas coisas devem ser feitas com um casal normal, e uma delas é comprar mantimentos.

Monte tem funcionários, é claro, mas como sua renda não é o que se poderia reivindicar como tributável, por essa razão não tenho ajudantes. Coisas como idas ao supermercado são deixadas como deveres da esposa. Acrescente que a maior parte do dinheiro do Monte está em espécie, e precisei encontrar uma maneira de propiciar o equilíbrio, foi exatamente o que fiz.

Os homens nunca devem subestimar o poder de uma mãe. Suportei muita merda — e me refiro a realmente muita merda — pela sobrevivência. Não há nada que eu não faça pelo meu bebê, mesmo que ela tenha vindo dele.

Anos de agressões verbais me enfraqueceram. Nunca me bateu, não fisicamente. Não, não esqueço a noite em que me derrotou, como me superou em meu próprio jogo. Enquanto estava lutando por minha mãe, nem por um segundo acredito que usaria minha ingenuidade, minha falsa valentia, meus esquemas estúpidos e meu desespero para romper os laços que nos unem para inclinar a balança a seu favor.

Mamãe pagou sua penitência por suas más decisões. Agora pagarei pelas minhas.

Posso lidar com qualquer coisa que jogar em mim. Pode dizer o que quiser, me quebrar em pedaços, me destruir. Posso aguentar tudo e não perder o ritmo. Dia após dia, Monte encontra uma maneira de me lembrar onde venho. Eu aceito. Mereço isso.

Jogo com ele. Controle e equilíbrio de poderes.

Dê-me o seu pior, Monte. Vou resistir. Minha mãe não me criou para ser fraca. Não fui criada para quebrar. Claro, posso ser um produto de minhas circunstâncias, mas não estou quebrada.

Ainda.

Os guerreiros em uma batalha mantém suas armas perto, e minha arma é o tempo. A oportunidade de escapar e ser totalmente livre chegará. Só preciso dar tempo ao tempo, aguentar até que a situação mude e minha oportunidade apareça.

Com o tempo, vou escapar. Só que nada deu certo no início e agora tenho que pensar em Marisa. Suportei sete anos de inferno, ganhando tempo e com ele veio os últimos três anos de céu quando olho nos olhos de minha filha.

Monte não é um pai presente. Somente nos abraça quando tem pessoas olhando. Com a porta fechada, minha filha não é mais do que outra boca para alimentar, outra dívida para pagar.

Razões e desculpas, são como obrigação e recompensa. Todos temos razões e desculpas para tudo o que fazemos ou deixamos de fazer.

Marisa é sua desculpa para me manter ao redor. É uma forma de me manipular e controlar.

No entanto, ela é a minha razão para tudo. Não há desculpa aceitável para decepcioná-la. Não vou falhar. O ciclo finaliza com ela. Preciso que colocar isso como primeira meta.

Com isso em mente, comecei a minha farsa dona de casa, fazendo o meu papel. Sempre que posso, pego meu fardo, escondendo até o momento certo para fazer a minha fuga.

Tive sete anos para ganhar algumas liberdades como ir ao supermercado, minha maior aventura. Apesar de Monte dar o dinheiro e uma lista de compras. Não se chega longe neste mundo sem ser um homem inteligente, de modo que, naturalmente, quer o troco e o recibo. Os itens tem que bater.

Tem uma área de ignorância, no entanto, as necessidades femininas. Depois que percebi que ele não iria participar dos meus exames ginecológicos, solicitei ao médico a impantação de um DIU, que fez com o meu período quase desaparecer. Já que Monte não se importava se tivéssemos mais filhos ou não, e nem se preocupava se tomava ou não minhas pílulas anticoncepcionais. Isso criou a cobertura perfeita.

A cada mês no supermercado, compro produtos femininos em maior quantidade e ele nunca questiona as compras. Compro o dobro, as vezes o triplo do que normalmente precisaria. Então, utilizando um calendário, me asseguro de usar a quantidade menor para que a lixeira mostre o uso de alguns dos produtos.

Antes de chegar o dia das compras para a casa, pego uma cópia do recibo. Examino meu cartão de trocas para que o recibo possa ser conferido no computador. Como ele não está em casa quando vou à loja, não vê que devolvo as mercadorias e troco por dinheiro.

Cortei o forro da bolsa de Marisa e oculto o dinheiro ali, assegurando-me de manter a abertura escondida, alinhando o tecido com o dinheiro. Isso levou tempo, mas com umas poucas contagens, e em três anos, descobri que havia conseguido uma pequena poupança. Não estou pronta ainda, mas é melhor que nada.

As coisas realmente estavam indo bem, considerando tudo. Essa deveria ter sido a minha primeira pista de que algo estava errado. Como perdi as pistas antes desse momento?

Volto para a casa do supermercado e enquanto guardo as compras, escuto um barulho lá em cima. Marisa está com Jamie, minha única amiga nesta vida louca. Ela vai mantê-la até que acabe de armazenar os suprimentos, e então vai me devolvê-la. Consequentemente, não deveria haver nenhum ruído na casa, exceto o meu.

Tentando me convencer que estou ouvindo coisas, continuo na minha tarefa. No entanto, os gemidos soam novamente, e sigo o barulho, pensando que alguém invadiu a casa.

Só que não é isso.

Não, vou ao quarto, o mesmo quarto que compartilhei com Monte, noite após noite, por anos e agora atada à minha cama está uma jovem loira grávida.

“Hailey, que porra é essa?” Monte grita à medida que continua penetrando a mulher sem perder o ritmo.

Minha boca se abre e fecha. Toda essa situação só vai de mal a pior. Que porra devo responder? Não dou a mínima par o que está acontecendo aí, exceto pelo fato de que não usa preservativo, mesmo comigo parada ali, e na minha maldita cama!

A garota morde o lábio inferior, gemendo como fosse uma experiente estrela pornô e me observa enquanto meu marido continua seu ritmo. Parada ali, imóvel em choque, minha única reação é ficar boquiaberta.

Então, a garota sacode a cabeça vigorosamente, como se estivesse lutando contra o clímax e Monte volta sua atenção para ela, penetrando mais forte enquanto ela grita de prazer. O tempo todo, eu luto contra o vômito.

“Não se preocupe; esse bebê não é dele.” A garota tranquiliza.

“Acha que isso me preocupa?” Dou risada dos dois. Então, sem dizer mais nada, viro e saio do quarto. Tentando acalmar minhas mãos trêmulas, tento pensar.

O que foi isso?

Que desastre!

Ele está usando proteção?

O que o futuro me reserva?

Sou uma prostituta, uma com um único cliente. Ele me rebaixou a este ponto. Uma vez, ele me disse que eu era demais para resistir, que ele fez isso porque tinha que me ter. Sentir-me como um prêmio era melhor do que me sentir uma posse. Mas, não sou o prêmio de ninguém. Sou uma puta e em cada golpe dentro da buceta dela, é um a menos na minha para quitar minha dívida.

Que vida doente e torcida vivo. Que desastre gigante de manipulação.

A raiva ferve dentro de mim, e a vergonha me inunda quando meu último pensamento me atinge.

Minha filha teria visto isso? Ele não sabia que ela não estava comigo. E se entrou correndo pelo quarto me procurando como faz na maioria dos dias? Como explicaria isso a Marisa?

“Oh, minha princesinha, papai só está apenas se divertindo com uma amiga... na cama da mamãe. Não se preocupe.”

Apesar de sua falta de sentimentos paternais, apesar de arruinar nosso casamento, nenhum filho precisa ver o ato de adultério de um de seus pais em casa. Estragar por completo minha vida, para mim está tudo bem. Agora, mexer com a porra da cabeça da minha filha, nem pensar!

Que merda vou fazer agora?

Passo meus dedos distraidamente na bancada de granito da cozinha, tentando criar um plano, porque esperar não é mais uma opção.

Os cliques dos saltos da desconhecida no chão de madeira da entrada deixa-me saber que está indo, ao mesmo tempo, ouço um táxi buzinando. Acho que Monte a trouxe aqui e tinha a intenção de levá-la para casa. Ele chega e sai sem motivo ou razão. Com vários veículos na garagem e na frente, não teria como saber que estava em casaquando voltei com as compras.

Entra na cozinha, lava as mãos e não me diz nada e nem eu me movo. Quando seu braço passa em torno de minha cintura, me puxando contra ele, de costas para sua frente, congelo. Meu estômago dá voltas enquanto ele afasta meu cabelos dos ombros e pescoço. Inala meu cheiro e seu gemido vibra contra a minha pele exposta.

Quero vomitar.

“Você gostou de observar, Hailey? Eu gostei de ver você assistindo.”

“Você está falando sério?” As palavras escapam
da minha boca antes que possa detê-las.

Agarro o balcão enquanto me puxa firmemente contra ele, seu aperto agora é firme e quase doloroso.

“Muito sério. Na verdade, não quero que apenas olhe, quero que você participe.” Gentilmente morde o lóbulo da minha orelha e cambaleio para frente, tentando colocar um espaço entre nós. No entanto, é maior e mais forte, e minha tentativa é um fracasso, enquanto rosna em meu ouvido: “Eu quero ver seus cachos dourados espalhados por suas coxas enquanto você a lambe como um homem sedento no deserto.”

Sua ereção pressionando em minhas costas me permite saber quão sério fala e a cozinha gira enquanto luto para manter o conteúdo do meu estômago.

“E se não aceitar?” Bravamente pergunto, enquanto o medo preenche minhas veias.

Sua mão sai da minha cintura e desliza para cima no meu corpo até que envolve firmemente em volta do meu pescoço, mas não apertando e sim advertindo.

“Você não tem uma vida ruim, Hailey. Você já não está vivendo “os duros golpes” e ainda assim você realmente quer me negar alguma coisa?” Seu aperto se intensifica no meu
pescoço. “Você quer me fazer o vilão aqui...”

Não digo nada enquanto continua apertando o meu pescoço, meus pulmões queimando, enquanto corta meu suprimento de ar.

“Sou a porra do seu herói, Hailey.”

Não posso respirar. A cozinha gira. Dói, a queimadura, o ardor. A adrenalina corre dentro de mim, enquanto meu corpo luta por instinto, abro e fecho a boca rapidamente, mas nenhum oxigênio entra. Essa é a forma como tudo vai terminar.

Então, há um ruído a minha esquerda na porta lateral, e Monte de repente me solta empurrando para longe enquanto escuto Marisa e Jamie entrar.

Meu futuro pisca diante dos meus olhos enquanto me viro para a pia para esconder as lágrimas da minha única amiga e, mais importante, da minha filha. Meus pulmões se enchem de ar dolorosamente enquanto respiro lentamente.

“Mamãe, mamãe.” Marisa corre para mim e abraça minha perna enquanto lavo as mãos e jogo água no meu rosto.

Ela não pode me ver neste momento de fraqueza. Serei forte por ela.

Enquanto a pego e abraço, Jamie olha para mim e balança a cabeça assim que Monte retorna para a cozinha.

“Bem, bem, bem, parece que escolheu o momento perfeito, Jamie.” Com suas palavras, minha amiga visivelmente estremece, e meus olhos se arregalam quando olho entre eles. “Alex disse que você quer deixá-lo. Ele falou que terão uma audiência de separação.”

Jamie queria deixar o marido, não é nenhum segredo. Ele não é como Monte, porém. Eles simplesmente não estão mais apaixonados. A audiência de separação é algo que deliberadamente escondi de Monte, com o medo de que me separasse da minha amiga. Obviamente, julguei mal Alex e sua capacidade de manter a boca fechada.

“Também parece que minha esposa não quer continuar com os seus deveres aqui.” Ele se vira para mim. “Tenho uma reunião com um cliente. Se você quer sair, vá antes que eu retorne, Hailey.”

Sinto um frio no estômago. Passo Marisa para Jamie e sigo Monte enquanto caminha para a garagem, sem sequer olhar para sua filha.

“Está falando sério?”

“Tenho falado sério durante todo o dia, Hailey.”

“Posso ir?”

Ele sorri maliciosamente para mim. “Claro. Eu segurei uma arma na sua cabeça para fazer você ficar? Ameacei sua vida para casar comigo? Não, isso é um acordo de negócios, um que não está mais funcionando. Você pode sair.”

Quero pular de alegria, mas o conheço bem.

“Qual é o truque?” Meu corpo treme com antecipação.

“Não há truque. Você me deve e vai pagar. Se não o fizer, o preço será muito alto para o seu precioso coração resistir a ele, querida Hailey.” Ele se vira e caminha para mim. Cara a cara, olha para mim, e curvando o queixo, acrescenta: “Essa garotinha foi meu presente para você, assim poderia ter algo próprio, mas pode ser removida com a mesma facilidade que foi dada. Estarei em contato.”

Ofego.

“Bem vinda de volta, Hard Knocks.”

Sem outra palavra, ele se vira e entra em seu carro.

Merda, o que eu fiz?


Capitulo 05

Morrison


O Strip.

Enquanto entro no Aria, penso em como me tornei um cara assim, alguém que ama as coisas mais finas, um olhar sagaz. Adoro o lugar. Abriga o espetáculo do Cirque du Soleil de Viva Elvis. A porra do lugar está repleto jovens senhoras com muito dinheiro e extremamente excitadas. Adicione álcool à mistura você pode pegar algmas belas bundas comprometidas.

Bunda comprometida casou com seu amor do colegial, porque estava apaixonada. Então teve filhos, enquanto ele trabalhava em tempo integral. Bunda comprometida provavelmente tem uma casa, de duas a cinco filhos e um homem velho em casa lidando com os adolescentes, enquanto ela está curtindo um “fim de semana de meninas” porque finalmente descobriu que estava vivendo uma vida estereotipada que cada menina cresceu pensando que queria.

A porra do conto de fadas que quase nunca se realiza e termina com dez quilos de gordura acumulados na bunda, que o homem em sua casa já não tem mais interesse em foder. O idiota está bem resolvido. O homem em casa está pouco se fodendo para essa bunda e é mais provável que esteja sentado na frente de seu laptop, jogando Cyclops enquanto olha para algumas jovens.

Bunda comprometida é a menina sentada na mesas, rodeada por três ou quatro amigos que a estão animando a beber algumas bebidas para se soltar e ganhar valor suficiente para chegar em um cara como eu.

Bunda comprometida é a mulher que criou seus filhos com amor, enquanto seu marido estava com seus amigos, ainda desfrutando de sua juventude. Em última análise, cansada desse estilo de vida, está pronta para viver um pouco por si mesma.

Seus filhos cresceram o suficiente para limpar suas próprias bundas, soar o nariz, limpar seus quartos, e talvez até mesmo ajudar um pouco no serviço de casa. Seu marido fica deitado no sofá, assistindo UFC enquanto come uma fatia de pizza e bebe uma cerveja antes de adormecer.
Enquanto isso, ela está na banheira, se depilando e ficando apetitosa, apenas para encontrá-lo dormindo quando estiver pronta para ir cama, na esperança de gozar esta noite.

Ela não só quer ser fodida, mas fazer valer a pena a infidelidade. Ela quer gozar e não apenas uma vez. Ela quer ser tocada com o dedo no elevador, e em seguida, tirar suas roupas antes mesmo de chegar ao quarto. Em seguida, quer ser jogada na cama e penetrada duro para explodir várias vezes, de modo que pelos próximos vinte anos, enquanto o marido está levando dez minutos obrigatórios para bombear dentro e fora, ela pense sobre “esse tempo em Las Vegas”.

Estou absolutamente certo de que algumas mulheres têm pensado em Caldwell, o único nome que sempre lhes dou, quando seu marido se goza muito rápido dentro da mulher que ele prometeu cuidar.

Que se foda tudo. Que se foda o casamento. Que se foda s pessoas decepcionantes que deveriam amar. As mesas são minhas cadelas.

Vim até aqui para ganhar algum dinheiro, ter meu ego acariciado e em seguida, passar para o próximo lugar. Ganho algumas centenas de dólares, não é um mau começo para a minha noite.

Meu carro aparece na minha frente e olho para ele. Está perfeito, por isso meu amigo ganha um tapinha nas costas e cinquenta doláres. Pode parecer muito, mas também trabalhei por gorjetas.

Sigo para o Cosmopolitan e faço o mesmo ritual: entrego minhas chaves, dou gorjeta, converso com eles e e eu os trato como seres humanos, porque é exatamente o que eles são.

Decido mudar um pouco as coisas e jogar roleta, seguido por blackjack. Faço bem, ganho algum dinheiro e consigo uma senhora finamente vestida tentando me distrair com seu decote e sua mão na minha coxa por debaixo da mesa.

“Você já encontrou o que está procurando?” Pergunto, enquanto sua mão sobe por minha coxa.

“Ainda não. Mas vou.”

“Oh, já vejo como isso vai ser. Você quer ser à no comando, certo?”

“Eu amo tomar a iniciativa.” Diz antes que seus dentes acariciem seu lábio inferior.

A menina é uma mordedora e muito, muito dominante para o meu gosto.

“Olhe para mim, linda.” Ordeno.

“Sim. Estou olhando, e estou sentindo.” Responde.

Paro sua mão antes que ela atinja a mina, cobrindo-a com a minha.“Olhe mais profundo. Você vê um homem que gosta de ser submetido?”

“Eu prometo que você vai gostar do meu controle.” Ela diz enquanto tenta puxar sua mão.

Tenho mais força e puxo-a para os meus lábios, beijando as costas de sua mão, e, em seguida, a coloco sobre a mesa.

“Não gosto de receber nada. Eu gosto de tomar.”

Ela é desencorajada por isso. Como posso saber? Ela demonstra. Seus ombros caem e, em seguida, olha diretamente para o carteador de cartas.

Mulheres dominantes não são o meu estilo. Eu as tive e sempre foram experiências. Você dorme com uma feminista dura e perversa que pensa que não vai apenas montar seu pau, mas que o vai dirigir. Bem, ela tem outro pensamento vindo, mas ela mesma não vai conseguir gozar.

A última menina dominante com quem transei, honesta como a merda, tentou empurrar seu dedo mindinho na minha bunda.

Não, obrigado.

Para chegar até mim, preciso que haja suavidade nelas. Sou todo homem. Eu gosto do jogo, um pouco de busca e captura. Se uma mulher está interessada, é ótimo. Se ela for muito afoita, costumo fugir. Amo o estranho, mas não tão estranho.

Quero seduzir uma mulher. Quero deixá-la molhada e devassa. Quando me estabelecer, será melhor que seja com toda uma mulher: em mente, corpo, alma e desejo. Será melhor que esteja preparada para dar e receber prazer. Não tive ainda uma mulher assim, porque estão muito ocupadas tirando tudo de mim.

O corpo é uma coisa bonita, e eu amo as coisas belas. Quero assegurar de que quando saia pela minha porta, saiba que teve bem e em abundância.

Olho para baixo e levanto minhas cartas o suficiente para ver os dois às. As escondo, acrescentando umas fichas à aposta e logo o crupier vira cada uma.

“Estamos com bastante sorte, né?” Pergunta a garota com a mão errante.

“A sorte não tem nada a ver com isso.” Volto minhas cartas e dos blackjacks, uma vitória com os reis.

Esse é um dos meus caprichos também. Os reis da mesma cor me dizem que devo me contentar com o que tenho, assim recolho minhas fichas e começo a ficar de pé.

Ela me olha e dá de ombros.

“Você perdeu.”

“Baby, eu sou um vencedor todo o tempo maldito, e minha noite não acabou, talvez eu possa te achar novamente.”

Vou embora, com mil e duzentos dólares em duas horas. Não tinha planejado ficar tanto tempo, mas saio vitorioso.

Vendo meu carro se aproximar e parar ao meu lado, aceno para o menino puxar para frente, porque não posso inspecioná-lo completamente se está nas sombras. Quando ele para, passo por ele, em seguida, lhe dou uma nota de cinquenta e saiu. A última parada da noite terá que ser Caesars.

Entrei para descobrir que o lugar está cheio, então olho ao redor e procuro uma mesa vazia, mas não vejo nenhuma. O que vejo é um grupo de quatro garotas que me devoram com os olhos, e essas meninas são ricas. Não só posso ver, mas quando uma caminha em minha direção, posso sentir o cheiro.

Olho para baixo e vejo os dedos perfeitamente cuidados que sobressaiem da sua Fendi. Lentamente eu olho para cima para ver as pernas que são lisas e douradas. Sei muito bem que são recém-depiladas. Sua pequena saia preta atinge acima dos joelhos, mas não muito alto. Ela está vestindo um top rosa de seda. Seu longo cabelo preto está em ondas soltas, e seus olhos castanhos escuros encontram meu olhar. Ela é elegante, em uma espécie de primeira classe.

Suas amigas passam por ali, todas me observando, avaliando. Ela está interessada, e elas sabem disso. Isso é o que faz uma bunda de primeira classe. Não toma decisões por conta própria. Não, elas têm um pequeno conselho de administração debutante.

Observo enquanto elas acenam para ela busca de aprovação de sua amiga. Pelo que diz respeito a ela e suas amigas, isso não será um desafio: definitivamente conseguiria um pedaço dessa bunda quatro vezes aprovada.

Mas esse jogo não é suficiente para mim. Apesar de que eu gostaria de aproveitá-lo, ela não ganhou o direito a esse passeio, ainda não, de qualquer jeito. Consequentemente, quando vejo uma vaga em uma mesa, decido ignorar a primeira classe e fazer o trabalho para o qual vim.

Assim que minha bunda senta na cadeira, as cartas do crupier vão para a mesa e as pego. Cinco cartas em minha mão, duas rainhas e um valete. Não são boas probabilidades, mas tiro algumas fichas extras para a pilha e aumento a aposta. Então pego três cartas, mantendo minhas rainhas e recebo três em troca. Agora tenho outra rainha e um ás na mão, três de um tipo, é o mais alto.

Uma sensação de calma me invade. Sei que vou ganhar, e quando faço, olho em volta para ver o mesmo grupo de garotas me olhando.

Ainda não interessado nelas ou sua amiga, decido terminar a noite nas mesas. Tenho o suficiente para colocar este jogo em espera. Caminho para a janela para trocar minhas fichas.

Ela não está no meu caminho direto, mas com alguns movimentos, aparece na minha frente, olhando-me com expectativa.

Esbarro contra ela enquanto passo, ela não faz nenhuma tentativa de se mover, me dando um sopro de seu dinheiro com um toque doce do seu perfurme caro.

Depois de trocar minhas fichas, vou para a saída decidindo ir para a Omni já que a noite é uma criança.

Um caleidoscópio de luzes cai em cascata através da parte principal do clube e um DJ toca uma melodia que atrai a multidão enquanto caminho. Este lugar tem quatro ambientes, arquitetonicamente impressionante. Entre seu teto de cúpula e os pilares está cheio de bundas bonitas dançando, girando...é elétrico.

Mas não vou para a pista de dança. Caminho para o bar.

“Água com gás, por favor, com gelo.” O cara olha para mim divertido. “Ouça, cara. Darei uma boa gorjeta, não importa o que eu beba.”

Ela acena, em seguida, vai pegar o meu pedido.

Enquanto espero, vejo as meninas de mais cedo seguindo para a pista de dança. Enquanto dançam, olham em volta, tentando não ser óbvias. Porém, quando uma das garotas me encontra, todas se reúnem em um grupo — o conselho de decisões.

Viro de frente para o bar e momentos mais tarde, tem alguém ao meu lado. Não preciso perguntar quem é, tampouco — sinto o cheiro. Ela está determinada. Vou lhe dar isso, e, possivelmente, o orgasmo que obviamente está procurando.

Olho para o balcão, onde suas mãos estão descansando e vejo uma pequena marca onde antes havia uma aliança. Olhando para cima de novo, vejo seu sorriso.

“Você quer ir para minha casa?” Pergunto, sabendo que me dirá alguma coisa. Continuará tentando jogar este jogo, ou vai deixar que o jogador dirija a mesa?

Ela parece acanhada, mas depois sorri.

“Tenho um quarto aqui.”

Assinto, então tomo um gole, sem nenhuma pressa para dizer se estou interessado ou não. Isso não fica bem em seu pedestal presunçoso e simplesmente o inclina um pouco, fazendo-a um pouco vulnerável, que é onde precisa estar.

Ela se move, um pouco menos auto-confiante, e me viro para olhar para ela, da cabeça aos pés. Estou julgando como uma apresentação de leilão enquanto ela fica ansiosa, esperando por minha resposta. Não dou uma, embora.

Tenta conseguir um pouco de controle de novo, perguntando: “Tem namorada?”

“Não tenho relacionamentos.” Digo honestamente, antes que a merda caia e mostro logo que não sou um prêmio que possa levar para casa para conhecer o papai.

“Fiquei solteira recentemente também. Nenhum desejo de pular para outro.”

“Ok.” Tomo outro gole, depois pego sua mão e a levanto, esfregando meu polegar por seu pulso. Ela toma respiração profunda e olha em seus olhos. “Vamos para o seu quarto e a farei esquecer tudo sobre ele. Quando voltar para casa, poderá se lembrar dessa noite e saborear seu segredinho sujo. Porque o que acontece em Vegas fica em Vegas.”

 

 

 

 

 

 


Capítulo 06

Hailey

 

Tudo aconteceu muito rápido. Jamie realmente pediu o divórcio ao marido e e ele prometeu providenciar para que ela tivesse uma espelunca de apartamento para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou ajuda financeira, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para a espelunca. O que ele não sabia era que ela estava tomando aulas on-line há anos e tem um diploma em faturamento médico, e já tinha conseguido um emprego para se manter.

Tudo aconteceu tão rápido. Jamie realmente pediu o divórcio do marido, e ele prometeu providenciar para que ela tivesse um apartamento de merda para que ela pudesse ter algum tempo para si mesma. Ele cortou-a financeiramente, uma vez que ela realmente o deixou e se mudou para o shithole. O que ele não sabia era que ela estava cursando aulas on-line há anos e obteve um diploma em faturamento médico, e ela já arranjou um trabalho para que possa avançar.

Bem, algo assim.

Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Não importa o quão maldita sua situação com ele, independentemente dos jogos que ele está brincando com ela financeiramente, eu só tenho que agradecer que ele lhe ofereceu um apartamento de dois quartos, embora nenhum de nós nunca esperasse que eu terminasse em seu lugar com Marisa.

Até onde sabemos, ninguém mais sabia do seu pedido de divórcio — Alex havia pedido que mantivessem as aparências até que tivesse certeza de que realmente queria abandonar a vida que tinham juntos. Até que Monte fez seu comentário, joguei com a mentira de que Jamie ainda vivia com Alex. Independente do tipo de jogo com o qual ele joga financeiramente com ela, só tenho que agradecer por ter lhe dado um apartamento de dois quartos, embora ninguém esperasse que eu fosse terminar morando neste mesmo lugar com Marisa.

Só me permitiram ser amiga de Jamie porque Alex estava profundamente endividado com Monte. Seu negócio precisava de um investidor e Monte cumpriu esse papel, convertendo-se em seu investidor a longo prazo e um sopro de vida para sua sobrevivência financeira.

Equilíbrio de poderes mais uma vez.

Com Jamie não querendo continuar seu casamento com Alex, Monte perde seu poder de manter minha amiga na linha pelo bem de seu marido. As balanças não se movem a seu favor.

Deveriámos saber que Alex diria a Monte. Não manteria esse tipo de segredo do homem que o tem pelas bolas.

Minha recusa em abrir nosso quarto para participantes adicionais inclinou a balança. E não a seu favor. Em vez de ceder, ele me jogou de lado. É engraçado como permanecer fiel representa um compromisso. É apenas mais um exemplo de como meu mundo é fodido.

Assim que o Monte saiu para a reunião, empacotei o que pude. Deixei minha aliança de casamento na cômoda, com aesperança de que de certo modo não lhe devesse a jóia, cujo preço obviamente não significam nada para ele.

Estava com Marisa a três dias no apartamento fodido de Jamie quando a polícia chegou. Os dois oficiais me informaram que, apesar de Monte ter relatado meu carro como roubado, se pudessem recuperar o veículo, eu poderia evitar suas acusações.

Mesmo antes de ter a oportunidade de pensar em minha vida, ela já estava desmoronando. Sabendo que necessitava de dinheiro, e agora de um carro, peguei o primeiro trabalho que encontrei, como garçonete em um cassino. Então, utilizei o dinheiro do supermercado que havia economizado e comprei um carro que tenho que rezar para que funcione toda vez que ligo a chave.

Isso foi há três meses, durante o qual recebi algum tipo de lembrete semanal de Monte de quanto o devo. Marshall, o chefe encarregado por suas cobranças, disse que me conseguiria outros três meses antes de cobrar outra vez o meu pagamento. Assim, agora tenho três meses para encontrar uma solução para meus problemas. Três malditos meses!


O salário é bom, mas, mais do que qualquer coisa, os contatos serão inestimáveis. Monte pode pensar que ele tem as cartas. No entanto, vou seguir muito rápido jogando com sua mão. Mamãe não me criou para desistir. Independentemente das nossas circunstâncias, ela não desistiu, continuou jogando com todas as mãos que a vida lhe trouxe não importando as probabilidades contra ela.

Minha mãe estava longe de ser perfeita, mas ela era uma lutadora. Apesar de como as coisas eram ruins, sempre foi para frente, ainda que não fosse o caminho certo.

Marisa e eu jogaremos nossa mão, e quando as cartas forem dadas, de alguma forma, vamos entrar e ganhar dinheiro. Vou pagar cada centavo que devo a Monte para poder andar com minha menina preciosa, livre e protegida.

De alguma forma, eu vou.

“Vamos, Flounder7, é hora de sair.” Jogo as varas de um brinquedo de pescaria na banheira para ela. Esta semana estamos na Pequena Sereia. A próxima semana, será Cinderella... novamente.

Tiro minha filha da banheira para secar, e ela sorri docemente, momentaneamente, removendo o estresse do meu dia.

Depois de loção, pijamas, cabelo e os dentes escovados, nós deitamos na cama no quarto de hóspedes da minha amiga fiel. Dói no coração pensar no que deixamos para trás, mas que não era seguro. Vivo e respiro para a menininha ao meu lado. Nada nunca a machucará, custe o que custar.

Ela olha para baixo quando seus olhos seguem o meu dedo, maravilhando-se com cada palavra que leio em voz alta. “Histórias para dormir” é como ela chama isso. Momentos preciosos para mim.

“E eles viveram felizes para sempre... fim.” Corro meus dedos através de seus cabelos macios.

“Outra vez, mãe?”

Como posso dizer não a isso?

Depois de se aconchegar em mim, começo a nova história enquanto desliza suavemente para o país dos sonhos. Ah, se fosse assim tão fácil ...

Olho para o relógio de cabeceira e suspiro, sabendo que só tenho trinta minutos para ficar pronta para o trabalho esta noite, antes de sair e deixar Marisa com Jamie.

Um dia, não terei excesso de esforço sem tempo para descansar.

Um dia, não guardarei um segredo de minha filha.

Um dia, simplesmente seremos capazes de ser Marisa e eu.

 

Bastardos de terno, galanteadores idiotas. Todos! Isto é temporário, é apenas um trabalho. Momento a momento, eu só tenho que passar por mais um dia.

Meus pés doem com cada passo que dou em meus saltos altos e preciso fazer uma pausa enquanto puxo minha saia.

Uniforme de garçonete desprezível. Esses idiotas pensam que ele é feito para facilitar o acesso. Também pensam que podem me tocar onde e como eles querem para que eu possa ganhar mais gorjetas.

Um dia, isto será uma mera lembrança. Por agora, tenho que continuar trabalhando no casino. Este é um meio para um fim. Felizmente, é aquele que paga bem, mas estou absolutamente certa de que não é fácil. No entanto, não posso deixar que me derrube.

Olhos no prêmio. Conseguir contatos e entrar nos jogos clandestinos. Jogar um torneio.

Ganhar.

Pagar a dívida. Concluir. Retomar a vida.

Minha mãe sempre disse: “Os rapazes não vão gostar se ganhar deles, Hailey Sue. Você tem que jogar duro, jogar de forma inteligente e atacar o homem certo. Conheça o seu lugar, querida.”

“Sim, mamãe, e funcionou para você?” Murmuro ao ar seco de Las Vegas à minha volta. Em seguida, solto um suspiro de frustração enquanto sigo para o meu carro.

Tem que estar brincando comigo agora!

No momento, em que acho que esta noite não pode ficar mais longa, com certeza ela ficará. Um desses filhos da puta estacionou o carro atrás do meu, bloqueando a saída. Estou certa de que seu Porsche não ficará tão perfeito quando deixar uma impressão do meu pequeno Nissan na porta do passageiro.

Seguindo o meu carro, abro a porta manualmente, já que o alarme da chave não funciona mais. Aborrecimento me consome enquanto tiro os saltos e piso no cascalho. Neste ponto, não ligo para a sujeira no chão — meus pés doem, minha vida é um completo desastre e esta noite parece nunca ter fim.

Jogo minha bolsa na parte de trás, enquanto pego a minha mochila. Abrindo, coloco camiseta sobre a minha saia, agarro uma camisa velha e cubro meu sutiã, mal cobrindo meus seios, em seguida, começo a puxar os grampos do meu cabelo. Uma vez que libero meu cabelo de seu penteado elegante, faço rapidamente um coque bagunçado em cima da minha cabeça.

Não sou glamurosa.

Uma vez que ajustei meu visual da vida profissional para a vida real, espero.

Ansiosamente, espero.

Se esse cara estiver em um torneio e vencer, poderia ficar aqui toda a porra da manhã. Indo para o carro que bloqueia a minha fuga, corro meu dedo de unha perfeitamente feita sobre a borda da beleza.

Um dia, serei como esses idiotas endinheirados. Um dia, vou estacionar o meu carro onde diabos eu quiser, sem qualquer consideração que seja rebocado, batido ou roubado.

Deve ser bom, não se importar em perder cem mil dólares.

Gostaria que o dinheiro fosse tudo o que estava em jogo para mim, mas algumas pessoas podem não ter tanta sorte, certo?

Estou correndo o dedo ao longo do porta-malas, quando escuto um assobio atrás de mim.

“Tire suas fodidas mãos do meu carro!” Um tolo em um terno vem correndo, resmungando algo sobre não ter seu habitual manobrista.

Bem, idiota, estacione o seu próprio carro e você não terá que se preocupar com o serviço de manobrista estacionando no lugar errado.

“Oh, o que há de errado? Você tem medo que eu possa sujar o seu ‘precioso’ aqui? Não gostariamos disso agora, certo?” Zombo dele, movendo um dedo no ar antes de colocar de volta no carro. O acrílico nas minhas unhas não faz remotamente nada para arranhar a pintura do veículo, mas faz o iditota correr mais rápido.

“Porra! Está louca? Esse carro custa mais que a casa de algumas pessoas.”

“Louca? Nop. Irritada como o inferno? Pode apostar.”

Ele olha para mim, inclinando a cabeça para um lado como se estivesse realmente me estudando. Em seguida, põe a mão sobre o peito em dor simulada.

“Esta irritada comigo? Por que você ficaria chateada comigo, Baby?”

“Baby. Para o inferno com ‘baby’. Pareço uma porca para você?” Olho para minha roupa velha, em seguida, levanto a mão para evitar a sua resposta. Pareço uma porca. E, basicamente, não posso arriscar estar em guerra com qualquer jogador no subsolo, então é hora engolir meu orgulho novamente. “Não responda a isso. Acho que estamos começando com o pé esquerdo.”

Estendo minha mão para ele e me coloco em modo doce da melhor maneira possível. “Sou Hailey. Trabalho lá e acabo de terminar meu turno. Saí, pronta para ir para casa... mas parece que você está me bloqueando.” Posso ser doce ao mesmo tempo que lhe digo para mover seu estúpido carro. Espero que ele possa se calar e podemos seguir em frente.

Seus olhos brilham com humor enquanto toma minha mão na sua, me dando um aperto de mão firme. “Pode me chamar de Caldwell.”


Capítulo 07

Morrison


Pode me chamar de Caldwell, de paizão, me chame do que quiser, contanto que esses malditos lábios vermelhos estejam em torno do meu pau.

Depois de olhar para mulheres extravagantemente vestidas por toda a noite, mesmo considerando algumas para foder, esta garota é como um pedaço exótico e sujo. No entanto, não suja da maneira que pensam. Ela não parece ter um arbusto entre as pernas típico dos anos oitenta ou um cheiro desagradável que me faz querer vomitar só de pensar nisso. Quero dizer, vamos ser honestos: tive minha quota encontros ruins, se sabem o que quero dizer. Do tipo que fede e é insuportável, especialmente porque você sabe que tem que terminar o trabalho com um uma falsa ação, que é como começaram.

Ela? Suas roupas estão fodidas, seu cabelo bagunçado e enfiado em um dos penteados do tipo ‘não dou a mínima’, que normalmente não seria o meu gosto. Seu cabelo é castanho e pesado, e apenas quero dar uma de Capitão Caverna sobre ela, em seguida, arrastá-la através dessa confusão grossa à rocha mais próxima, dobrá-la, e penetrá-la com esse coque frouxo.

“Já tomou café?” Pergunto, implorando na minha cabeça para ser tão rebelde como ela aparece em seus pés descalços no cascalho. Porra, isso normalmente me incomodaria, mas não agora. Eu quero ouvi-la dizer com aquela voz rouca de Miley Cyrus, ‘Caldwell, estou faminta. Vamos pular o jantar para que eu possa chupar você, aqui e agora.’

“Você está brincando, certo?” Ela enfia os dedos na minha cara. “Olhos aqui em cima, Slick.”

Levo meu tempo olhando para seus seios. Por que a pressa? Você não vai para a loja de animais e imediatamente diz: ‘Sim, eu vou levar esse.’ De alguma forma você dá uma olhada para o gatinho em primeiro lugar.

“Ei, Slick, não há nenhuma chance no inferno que eu deixe um cara como você tentar me pagar o jantar e depois sei lá o que. Então, por que não...”

Levanto um dedo. “Shh... só estava pensando sobre a sobremesa.”

“Sério? O que faz você pensar que eu deixaria?”

Finalmente olho nos olhos para vê-la mastigando o lábio. “Deixar? Eu não estava pensando em mim, querida. Estava pensando no cocktail de Caldwell que vou deixar você provar.”

Ela solta uma risada irritante. “Sim, bem, acho que o menino bonito foi rejeitado pela alta sociedade lá, então, deixe te dar conselhos. Elas te olham e veem um cara que gasta a mesma quantidade de tempo na frente do espelho
quanto elas. E estão pensando: Porra, ele é gostoso, mas com uma cara como essa, provavelmente não seja tão generoso. Assim, enquanto você achava que te daria um boquete, eu estava pensando em colocar minha buceta em seu rosto para ensinar uma lição sobre como uma mulher quer realmente que o homem seja um maldito homem.”

“Eu sou todo um homem.”

“Aposto que sim.” Ela solta uma risada.

Você está mordendo o lábio; seus mamilos estão duros; sua buceta provavelmente está encharcada...” Ela não me para, então continuo. “Você quer me foder tanto quanto eu quero foder você.”

“Eu gosto de foder, mas novamente, eu quero um homem entre as pernas para me assegurar que tirar minhas roupas não foi uma perda de tempo.”

“Temo que, quando chegar aí em baixo, possa encontrar um conjunto de bolas.”

“Por que você não vem aqui e verifica?” Ela me desafia.

Levo cerca de dez segundos para pressioná-la sobre o capô do meu carro. Assim que fico entre suas pernas, sua mão já está em meu pau.

Isso vai acabar mal.

Agora.

O moletom me lembra da escola secundária, de fácil acesso, e estava certo, ela está encharcada. Meus lábios pressionam contra ela enquanto meu dedo desliza em sua abertura quente. Ela puxa o ar e beija mais duro.

Seus lábios são suaves como pequenas almofadas de pelúcia, e o falar sujo de sua boca acrescenta mais tesão a merda. Quero mais.

Empurro minha língua em sua boca, e porra se não tem gosto de céu. Ela tem gosto bom, cheiro bom, é gostosa, e estou duro como o inferno.

Coloco minha mão livre sob sua cabeça, porque de repente quero ter certeza de que não estou batendo sobre o capô do carro. E, filho da puta, nem sequer me importa o carro.

Preciso de mais. Minha boca cobre a dela e minha língua mergulha em sua boca novamente. Subo e desço a minha língua, mais lento neste momento.

Com uma voz rouca como a dela, eu teria pensado que era uma fumante, mas de jeito nenhum no inferno. Sua boca tem gosto de água da chuva tão limpa caindo do céu direto para a minha boca, sem sequer tocar o chão.

Passo a língua no céu da sua boca, gengivas, dentes, como se queisesse que a minha língua fosse um fio dental.

Que porra há de errado comigo? Que se foda a boca. Eu quero provar sua buceta.

Eu me afasto dela novamente, então passa a mão por suas costas e tiro a outra da calcinha. Chupo meu dedo e rosno quando sinto o gosto da sua umidade doce. Enquanto a levanto, seus olhos se abrem, e se parecem como dois faróis, como se ela estivesse tão surpresa quanto eu.

“Você é gostosa.”

Seus olhos ficam baixos, longe dos meus, e temo que esse momento desapareça desapareça antes de terminar —antes mesmo de ter começado.

Eu a levanto pela bunda, e minha pequena Coringa se torna uma boneca de pano. Quase se deixa ir em meus braços enquanto caminho em direção ao carro e abro a porta. Coloco-a dentro, depois a tiro de suas calças e calcinha. Está nua, exceto por sua pequena pista de aterrissagem e minha língua está prestes a se tornar o avião que vai pousar naquela pista.

Empurro-a para trás e desço entre suas pernas. Então vou duro, esperando como o inferno que não saiba o quanto anseio seu gosto. Beijo e mordo o interior de suas coxas enquanto ela se contorce e solta grunhidos que me deixam mais louco.

Coloco minha mão em seu estômago, mantendo-a imóvel, porque sei que se apenas isso a faz reagir da maneira que faz, assim que lhe chupar entre as pernas sensuais vai quebrar em pedaços. Minha língua viaja na pista de pouso enquanto respiro devagar e profundamente, assimilando seu aroma. Quando minha língua separa seus lábios, seus quadris se arqueam e pego sua coxa na mão e segure-a firmemente enquanto coloco minha língua, então passo a língua de trás para frente uma vez e outra. Apesar de não querer, evito seu clitóris, trabalhando, ouvindo seus gemidos, enquanto tenta segurar o grito que sei muito bem que quer deixar sair.

Suas mãos agora estão em punhos em minha camisa, me causando todos os tipos de rugas, tenho certeza, mas, quem se importa? Estou degustando a melhor buceta que já provei — juro por qualquer merda, que vou gozar só de prová-la. Ela se contrai em minha língua com o corpo tenso em todos os lugares, os seus pequenos grunhidos se tornam um gemido abafado, e começo a laber mais forte sua protuberância até que grita “Caldwell” ao céu aberto da noite.

Quando começa a relaxar, e finalmente sou capaz de me afastar de beijar e lamber sua doçura, beijo sua barriga, levantando sua camisa com o meu nariz enquanto vou para o seus seios.

Olho para o rosto dela e vejo que seu braço está cobrindo seus olhos. Quero saber como se parece quando está saciada quase tanto quanto quero provar seus seios, mas algo ressoa em algum lugar e ela se levanta com um pulo. Meu nariz bate o fecho de frente de seu sutiã, e tropeço para trás com a pressão.

“Oh, Deus, desculpe.” Ela diz, puxando as calças e calcinha.

Sai do carro e se fecha rapidamente. “Tenho que ir embora.”

“Ir embora?” Pergunto confuso. “Estamos apenas começando. Permita-me te levar...”

Ela endireita, a dureza em seus olhos retornando.

“Queri...”

“Eu não sou sua querida.”

“Tranquila, tigresa.” Pego sua mão antes que ela possa escapar, agarrando-a e puxando-a contra mim. “Eu prometo que vai ser o melhor dia da sua vida. Não saia correndo agora.”

“Eu não te devo nada.” Diz.

Puxo-a mais contra mim para que possa sentir o quão duro estou por ela. “Você não me deve nada.”

“É isso mesmo, não devo. O fato de que você acabou de fazer gozar alguém que só teve um pau dentro dela sempre deve ser considerado como um presente, uma iguaria, um...” Inferno.

Giro minha mão em seu cabelo e puxo seus lábios contra os meus. Minha língua começa a traçar as contusões invisíveis que devo ter causado, e começa a relaxar novamente até que outra buzina quebra o nosso momento.

Ela se afasta, olha para além de mim, e depois vai embora.

“Tenho que ir embora.”

“Espere.” Agarro a mão dela. “Jantar mais tarde? Uma bebida? Seu nome?”

Ela olha confusa, depois seus olhos endurecidos estão de volta.

“Siga-me.” Ela começa a caminhar em direção ao beco e a sigo.

Não vou voltar atrás por nada neste momento.

Ela para e me empurra contra a parede de tijolos.

“Depois disto, estamos quites.”

“Depois do qu...” Ela me solta e está de joelhos diante de mim, antes que eu possa dizer outra palavra. “Oh, inferno. Não pare.” Rosno.

Não faz. Ela me chupa como ninguém, sua língua traça a cabeça do meu pau, em seguida, desliza ao longo do meu eixo enquanto baixa minha calça. Agarra minhas bolas e geme com apreciação, o que me deixa excitado como o inferno. Ela as rola em sua mão enquanto suga tão forte que já estou sentindo o calor do meu gozo se espalhando por mim como incêndio.

“Se você não quer o cocktail Caldwell, é melhor parar.” Assobio.

Chupa mais duro, e estou gozando, vendo as luzes brilhantes da Strip de Las Vegas. Então a sinto subir minha calça e me arrumando. Uma primeira vez para mim. Estranho? Um pouco, mas legal, também.

“Baby.” Começo e ela se afasta. “Cristo.” Agarro a mão dela. “Por que diabos a pressa? Não terminei com você.”

“Estamos quites.” Diz enquanto começa se afastar com minha mão ainda na sua.

“Estamos contando?” Sorrio.

“Obrigação e recompensa.” Engole com dificuldade. “A vida é tudo sobre...”

Ela para quando a viro para mim. Juro que seus olhos estão cheios de lágrimas, mas por outro lado, poderia ser o fato que meu pau estava penetrando sua garganta.

“Então, lhe devo um grande momento.”

Ela inclina a cabeça para um lado, enquanto me estuda, mas, em seguida, se vira e me dá a mão.

A sigo até seu carro e abro a porta antes que ela possa fazê-lo.

“Mamãe criou um cavalheiro, entendo.”

Olha para o chão enquanto entra em seu pequeno carro. Então, me inclino, pego o cinto de segurança e passo ao redor dela e fecho.

“Eu quero o seu nome.”

“Preciso ir embora.” Ela diz quando liga o carro. “Por favor, feche a porta e vá para o seu carro.”

“Apenas o seu nome...”

“Chame-me azarada.”

“Eu não acredito nisso nem por um segundo.”

“Acredite.” Sussurra baixo ao mesmo tempo em que coloca seu carro em marcha.

Deixo-a ir, porque sei que acaba de ter um momento de reflexão. Eu com certeza tive.

Deixo-a ir, porque sei que vou ver sua bunda novamente. Sei onde ela trabalha —meu novo casino favorito: Harrah’s, o lugar onde vou conseguir minha bunda de ouro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 08

Hailey


Obrigação e recompensa. Pagamento e retruição. O quadro de pontos está empatado com Caldwell. Por mais que eu tente me convencer de que não lhe devo nada, no entanto, não está funcionando.

Ele colocou sua boca em mim, no meu corpo.

Corro a minha mão sobre meus seios descendo pelo meu estômago, enquanto minha pele continua a sentir um formigamento do seu toque. Quanto tempo mais vou ficar pensando no meu momento de fraqueza dessa noite? Como tudo isso ficou fora de controle tão rápido?

Bato no meu rosto. Esqueça, Hailey. Como você pode ter se deixado hipnotizar por um bastardo com um terno novo?

Se o carro não tivesse buzinado, eu o teria impedido?

Minha mente corre enquanto repito os movimentos. Ao parar em um semáforo, eu me sinto em repouso, olhando para as minhas mãos trêmulas, percebendo que meu dedo anelar ainda tem a marca de usar minha aliança por muitos anos.

Eu me tornei a prostituta que minha mãe foi? Prometi a Marisa que lhe daria algo melhor. Mas esta noite, sob as luzes brilhantes de Las Vegas, me perdi novamente por um homem.

Inclinando-me, coloco a mão trêmula na minha boca inchada, e minha mente imediatamente sente seus lábios em mim. Ele teve sua boca em mim. Fez o meu corpo gozar debaixo dele e fui incapaz de parar. Aquelas sensações... Nunca, nunca senti o que senti esta noite, mesmo antes de me tocar. Apenas a nossa discussão verbal deixou minha calcinha molhada.

Baixo minha cabeça em vergonha. Estou tão desesperada por atenção?

Uma buzina atrás de mim me faz saltar. Olhando para cima, vejo que o sinal ficou verde e fico com ainda mais vergonha enquanto balanço a cabeça concentrando-me em dirigir para casa.

Casa.

As lágrimas picam atrás dos meus olhos. A pequena sala que Marisa e eu ocupamos não é uma casa. Como posso sair dessa confusão? Preciso me concentrar na estrada. Preciso entrar no jogo e não perder tempo por aí com um grande apostador, que só quer uma aventura entre lençóis. Não posso me deixar pegar novamente.

Ligo o rádio, precisando de uma distração, e “Tell Me Why” Three Days Grace está tocando. A história da porra da minha vida, mas tenho algo que amo, e irei protegê-la com a minha vida.

Finalmente em casa, me preparo para uma ducha. Ao abrir a água, suspiro enquanto passo minha mão sobre meu corpo nu, e memórias do seu toque voltam outra vez. Lavo meu corpo, enquanto ele treme com necessidade, e termino mais frustrada que antes.

Já cometi erro atrás de erro e paguei caro. Vou conseguir fazer alguma coisa certa?

Faço o café da manhã depois que Marisa acorda. Então embalamos o almoço e a levo à pré-escola.


Ela frequenta uma pré-escola local de meio-período para as crianças de três anos. Foi uma grande socialização para ela e uma pausa bem-vinda para mim desde que deixei Monte, o que me permitiu tempo para resolver algumas coisas em nossa vida. Antes, ela só frequentava porque Monte achava que isso era ‘apropriado’ para ela, mas
é claro que foi adicionada à minha dívida, porque a escola não é barata.

“Senhora Timmons, eu não sei como te dizer isso.” Carrie, a diretora da escola, sai de seu escritório para falar comigo.

Dou um rápido adeus a Marisa, enviando-a para sua sala de aula, em seguida, assinto com os olhos abertos para Carrie.

“Seu marido ligou e explicou sobre a separação. Ele também nos informou que você cobriria as despesas de Marisa.”

Meu coração afunda, meu estômago aperta, e de repente sinto meus pés completamente como chumbo. Obrigação e recompensa. Inclinar a balança. Permanecer no controle — é a mentalidade do Monte.

Depois de um momento, continua: “Sr. Timmons também disse que você poderia chamá-lo para discutir as formas de pagamento com ele se precisar de ajudar para cuidar da sua filha.”

Eu me ajoelho na frente dela enquanto meu mundo colapsa ainda mais. Lágrimas corram livremente pelo meu rosto, e eu não me importo com quem me vê. Carrie me dá isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para correr, e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Portanto, quando ela dá um ombro firme ao meu ombro, tomo como meu sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

Eu me ajoelho na frente dela enquanto o meu mundo desmorona mais. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, e eu não me importo em que me vê. Carrie me permite isso, mas não por muito tempo. Ela tem uma escola para gerenciar e não é bom para os negócios ter uma mãe ajoelhada na entrada. Então, dá um aperto firme em meu ombro, e eu tomo isso como minha sinal silencioso para limpar minha merda e rápido.

O ônus e bônus. Obrigação e recompensa.

Endureço os ombros, levanto e limpo minhas lágrimas. Incline a balança o quanto quiser, Monte, Monte. Não vou me curvar, e não vou quebrar.


Passo minha manhã fazendo contas e parece que, se puder ficar com Jamie por alguns meses, poderei pagar a matrícula. Não posso fazer pagamentos a Monte, mas Marshall me conseguirá alguns meses extras, o que me dará tempo para entrar nos jogos.

Tenho que entrar em um dos jogos.

A noite chega muito rápido e Marisa vai dormir depois de apenas três contos de fadas. Com minha mente dispersa, estou muito agradecida por isso.

Com o caos do dia, não tive tempo de pensar em Caldwell, mas quando termino de aplicar loção nas pernas enquanto me arrumo para o trabalho, silenciosamente peço que não o encontre hoje à noite. Tenho que me concentrar no jogo e, o mais importante, nos jogadores, não em um grande apostador.

Você pode ganhar ou perder um jogo com base em dar ou ler um tique, e eu dei muita informação a Caldwell. Ele conseguiu me ler. Essa merda acaba agora.


Começo meu turno em transe. Com cada gorjeta, calculo mentalmente minhas contas. Não passa muito antes que eu sinta a queimação, a picada de uma pessoa me observando. Olho em volta do cassino para encontrá-lo. “Pode me chamar de Caldwell” ressoa na minha cabeça, e aperto minhas pernas enquanto tremo instantaneamente de desejo por ele, lembrando quando gritei seu nome.

Sorri e pisca antes de retornar ao seu jogo, com as fichas alinhadas a sua frente, que mostram claramente que está ganhando. Sabendo que ele está aqui, sinto que a temperatura aumentou em cem graus.

Então, quanto a não vê-lo novamente...

Claro, eu não poderia ter tanta sorte. Não, eu ainda estou presa na vida de golpes duros e, provavelmente, sempre estarei.

O desespero me consome, fazendo com que meu peito se apertar com ansiedade. Não tomo cinco passos antes que ele esteja ao meu lado.

“Está bem?”

“Eu estou bem.” Murmuro, tentando chegar à outra mesa.

“Consegui um quarto aqui. Por que você não vem e janta comigo?”

Olho para ele, e por um momento, eu me perco nas profundezas de seus olhos azuis. Ele usa isso a seu favor e pega minha mão, mas eu a tiro como se tivesse me queimado.

“Que porra você está fazendo?”

Ele coloca um dedo sobre o crachá afixada no meu peito esquerdo. “Hailey, fique calma.”

“Preciso trabalhar.” Sussurro e viro de costas para me recompor por um momento.

Seu toque inflama algo dentro de mim que nunca pensei ser possível. Desejo? Poderia ser? É tudo tão novo. Nunca me permiti sentir nada. Minha vida tem sido uma devolução — nunca antes senti excitação e, ouso dizer, nem sensualidade.

Com muito esforço, continuo meu turno, completamente distraída por ele em cada passo. Quando ligo para casa para verificar Marisa, Jamie ri de mim e de minhas frustrações sobre Caldwell.

“Garota, viva sua vida, pela primeira vez. É uma noite. Se divirta e volte pela manhã antes que ela acorde. Enquanto isso, eu cuido da sua princesinha. Você nunca teve a oportunidade de foder. Uma vez, baby, apenas uma vez foda com ele e poderá saber que Monte definitivamente não tem a balança pendendo a seu favor.”

Desligo o telefone em choque. Não há nenhuma maneira que posso foder livremente por aí. Então minha mente imediatamente volta para a sensação da sua boca em mim, e estremeço enquanto volto para o salão para terminar meu turno.

Enquanto olho para o relógio, minha mente está em tirar o meu uniforme e vestir minhas verdadeiras roupas. Preocupada, não o sinto se aproximando e tropeço enquanto tento sair de seu caminho. Quando estende um braço e me segura pelo bíceps, automaticamente fico tensa ao seu toque.

Seus olhos procuram o meu e, sem pudor, não consigo esconder minha reação. Não tive tempo, porque tenho medo dele. Não, o toque de Caldwell tem a capacidade de fazer meu coração disparar, em seguida, entrar em um ritmo estrondoso que me traz a sensação que vai saltar do meu peito. Sua presença é inegável, sua atração magnética. Ele me consome sem sequer tentar.

Sem dizer uma palavra, seus lábios batem contra os meus, e em um segundo sua língua invade minha boca e começo a pensar sobre sua boca em outros lugares. Imediatamente, o barulho que nos rodeia some e a única coisa que posso pensar é a sensação de seus lábios contra os meus, enquanto sua língua dança deliciosamente em todos os cantos da minha boca.

Morde, chupa e dá voltas enquanto de alguma maneira seguimos para o elevador e, depois, para o seu quarto. Tudo acontece tão rápido que não consigo parar, mesmo se tentasse. A roupa voa enquanto me electrifica ainda mais com cada carícia. Minha camisa: desaparece. Minha saia: desaparece. Sua camisa já está no chão, com botões espalhados por toda parte. Meus mamilos estão
tão duros, que quando o ar os atinge ao tirar meu sutiã, sinto como se pudesse explodir com desejo. Ele me pressiona contra a parede e dou gemidos.

Ansiando por contato, precisando dele, enrolo uma perna ao seu redor e praticamente subo qundo ela que segura minha cabeça com uma mão, movendo meu cabelo para cima, enquanto com a outra segura minha bunda e envolve minhas pernas em volta dele.

Êxtase. Ele nem sequer me penetrou ainda, e estou em puro êxtase.

Sua mão desliza dentro da minha calcinha. Chega ao meu centro e eu empurro a cabeça contra a parede enquanto seus dedos deslizam dentro e fora, minha buceta começa a apertar em torno de seus dedos. Ele insire outro dedo, e não posso evitar que meu corpo contrai, trabalhando por seu orgasmo. Isto deveria ser considerado um crime.

Reteso enquanto meu corpo continua indo cada vez mais alto. Minhas inibições desaparecem e fricciono contra ele, procurando liberar meu orgasmo. Ele ri levemente no meu ouvido antes de lamber meu pescoço, então suga o ponto doce atrás da minha orelha. Sem demora, baixa sua cabeça para meus seios, onde pega meu mamilo na boca. Lambe, chupa, e me entrego por inteira ao orgasmo.

Quando acalmo, ele me leva para a cama, onde gentilmente me deita como se fosse uma peça valiosa. Antes que possa organizar meu pensamento, sua boca está na minha em um beijo cheio de paixão, necessidade e desejo; totalmente selvagem e desenfreado.

“Preciso estar em você, Hailey.”

Não pensei duas vezes. Em ambos os encontros que tive com ele; ele me deu o único prazer que recebi de um homem. Agora, quer estar dentro de mim. Ônus e bônus.

Abro as pernas enquanto ele tira a calça, coloca um preservativo e depois remove suavemente a minha calcinha como se estivesse abrindo o melhor presente em toda a sua vida. Sob seu olhar, minhas inseguranças surgem lentamente, mas antes que possa dar importância à elas, ele está acima de mim, e então dentro de mim.

Preenchedo-me.

Cada centímetro do meu corpo estremece enquanto me estende, depois já dentro de mim para me encarando, e penetra totalmente. Nunca estive tão cheia de tantas maneiras. Este momento é tão íntimo, tão vulnerável, mas, ao mesmo tempo, parece como uma conexão verdadeira. O que tem esse homem Caldwell que me consome?

“Platina.” Sussurra antes de, finalmente, se mover.

Não consigo pensar no que isso significa, porque de repente, estou sendo levada a outro orgasmo. Ele empurra, mói, e sou incapaz de fazer outra coisa que não seja tomar o prazer, enquanto continua penetrando meu corpo com mais força, antes que eu goze novamente, gritando o nome dele e mordendo seu ombro apenas para lembrar que isso é real.

Com mais dois golpes, fica quieto, então me segue no prazer. Ele me dá um beijo suave e lento antes de sair, e quando se afasta para tirar a camisinha, me sinto uma sensação de vazio. Mas esse espaço permite que minha mente funcione de novo.

Vazio. Como pode alguém, de quem inclusive não tenho a puta ideia, me faz sentir tão oca, apenas por me deixar um minuto? Estou, com certeza, louca por ser tão selvagem para dar um segundo para um completo desconhecido.

Com esse pensamento, o medo me domina. A névoa se foi. Ele continua sendo um completo desconhecido e eu continuo sendo uma puta. No entanto, ele volta antes que eu possa escapar. Rastejando na cama ao meu lado, ele me puxa para o seu lado. Então, na minha hesitação, ele se afasta para me dar espaço.

“Fale comigo.”

“Preciso ir embora.” Afasto minhas pernas das suas e cubro meus peitos.

“Ainda não. Fale comigo. Uma hora atrás, estava me agarrando como se quisesse me devorar. Você gozou duas vezes querida. Te dei isso.” Acaricia meu rosto e toca minha testa. “É óbvio que te quero aqui. O que está passando na sua cabeça?”

“Nada. Só preciso ir.”

“Negue o que você sente, e não direi uma palavra quando sair.” Ele me desafia.

Hesito, meus olhos piscam e ele me lê.

“Negue. Negue-me.” Sorri, fazendo com que meu corpo pegue fogo de novo.

“Não te conheço.”

“Meu nome é Caldwell, Morrison Caldwell, irmão do meio de Hendrix e Jagger de Detroit. O que mais quer saber?”

“Qual é o seu jogo?” Pergunto sentindo que a obrigação me bate. Ele tem razão. Ele me deu não um, mas dois orgasmos. Nem sequer estamos quites.

Antes que possa continuar, ele responde: “Não tem jogo. Você é a mulher mais bonita que já vi e me sinto atraído. Quero conhecer você.”

“Conversa nua realmente não é o meu negócio.” Respondo me sentindo muito vulnerável e ainda mais exposta que antes.

Sem dizer uma palavra, ele se levanta e me joga uma camisa de botão do seu armário, e a coloco, percebendo que não vou sair disso tão facilmente.

Posso fazer isso. Posso falar até que ele adormeça. Logo terá o que quer e sairei de sua vista e sua mente.

Eu lhe dou um pouco da conversa fiada e evito as partes importantes, depois digo estar cansada, ele se acomoda atrás de mim e ordena que eu durma. Controlando minha respiração, o deixo acreditar que estou desfrutando dos meus sonhos. Quando finalmente relaxa seu braço e iguala sua respiração a minha, sei que está dormindo. Agora posso fazer a minha fuga.

Meu coração bate descontrolado, enquanto saio debaixo do seu corpo nu. Recolhendo minha calcinha, a coloco junto de meu uniforme. Começo a desabotoar a camisa, mas a medida que me movo, sinto, cheiro dele. Não querendo me arriscar a acordá-lo, não coloco o sutiã e nem troco a camisa, decidindo que é melhor permanecer com a sua.

Olho para ele uma última vez. ‘Caldwell’ está tatuado em suas costas em tinta negra. Nunca esquecerei esse nome, mas com certeza vou me forçar a esquecer seu toque, seu gosto e sua ternura.

Balanço a cabeça, tentando esquecê-lo enquanto recolho minhas coisas e saio do quarto.

Ainda é de manhã cedo, quando a maioria das pessoas está dormindo, mas são muitas horas depois do final do meu turno, quando caminho para o estacionamento. Um formigamento em minha nuca me faz olhar ao redor como se alguém me observando.

Revisando a área, não vejo ninguém à primeira vista, mas enquanto coloco a chave na porta do meu carro, vejo Marshall. Alguém realmente estava me observando. O braço direito do meu ex.

Com certeza, ele não está aqui por mim. De jeito nenhum. Marshall não foge a confrontação, e tanto quanto sei, no geral, não falará a Monte até chegar a hora certa.

Nunca.

Ele deve estar aqui por outra pessoa.

Esse é meu último pensamento enquanto entro no carro e volto para casa, saciada, satisfeita e pela primeira vez em toda a minha vida, de uma maneira boa.

Sinto o formigamento na nuca novamente, enquanto rio de mim mesma. ‘Estou caindo no fundo do poço, e no final, o poço não tem fundo. Murmuro as palavras para ninguém enquanto estaciono na casa de Jamie e desligo o meu carro.

Se apenas tivesse uma bola de cristal para me mostrar o futuro... ainda que, suponho que eu deveria ter cuidado com o que desejo. Uma vez escutei alguém dizer: “Se você quer, a vida te dará”.

Deixo Marisa na escola com temor na boca do meu estômago. Rapidamente, vou ao cassino pegar o cheque do meu pagamento, consciente de que tenho que ir ao banco depositar o dinheiro para que o cheque que dei para a matrícula de Marisa não volte.

Assino o documento no escritório do recebimento de pagamentos e quando saio pela porta meu telefone pré-pago começa a tocar. O número é familiar, mas não o reconheço como chamada de emergência, como de Jamie ou da escola de Marisa. Com a pressão de um botão, a ligação se conecta.

“Olá.” Respondo com indiferença.

"Hailey". Sua voz é gravavelmente e distintiva, e o fato de que ele simplesmente diz que meu nome é uma sentença de morte. "É Marshall. Tenho que te contar, Monte sabe sobre sua tentativa com Aces. Isso não é bom para você, ou para Ris Priss. Tenho que pagar um pagamento.

“Hailey.” Sua voz rouca e distinta, e a forma como simplesmente fala meu nome é uma sentença de morte. “É Marshall. Precido te avisar que Monte sabe sobre seu encontro com Às. Isso não é bom para você ou para a princesinha. Isso custará algo.”

Sem pensar duas vezes, sem hesitar, deixo o estacionamento. Marshall me chamou e ameaçou Marisa, e sei o que isso significa. Vivi uma vida longa o suficiente para saber que preciso pegar minha filha agora. Lágrimas correm livremente pelo meu rosto, mas não dou a mínima.

Alguém me agarra. Acho que é Morrison Caldwell, mas não tenho tempo para ele neste momento. Puxo com força me libertando e continuo saindo do casino. Tenho que chegar a Marisa.

Preciso. Porra. Agora.


Capítulo 09

Morrison


Observo como ela basicamente corre para fora da porta. Não é o meu estilo perseguir bundas, mas, por outro lado, nunca tive uma bunda tão boa na minha vida. Esta menina também paga com a mesma moeda.

Dizem que o jogo é um vício, mas garanto que não é. Posso me afastar da mesa quando quiser. No entanto, essa buceta de ouro... Hailey, é viciante. É incrível. Ela me fez alugar um quarto neste casino quando tenho uma casa do caralho, só para ter certeza que iria foder com essa bunda novamente, provando sua buceta de novo, devorando sua boca outra vez. Sou um viciado em ouro.

Antes que possa me convencer que é uma má ideia, estou na porta e corro para o meu carro. Pego ela saindo pela minha visão periférica. Também vejo que seca os olhos e imediatamente me sinto doente. Não sei se estou doente porque ela está chorando, pensando que talvez a culpa seja minha; não sei se é porque ela está chateada e quero saber o porquê; ou se estou doente porque quero saber quem a deixou tão emotiva que a faz correr atrás dele.

Como resultado, faço o que qualquer homem que seja fodido por ouro faria, estou seguindo-a a uma curta distância.

“Devo estar doente da cabeça.” Digo, enquanto conto três carros atrás dela.

Três é um bom número.

O telefone toca e aperto o botão de resposta no meu volante.

“Morrison falando.”

“Não me diga.” Jagger zomba, o som fluindo através dos alto-falantes do meu som.

“Desculpe... Eu, um...” Ela desvia entre dois carros e se move na pista direita. Verifico meu espelho, só para ver que não consigo alcançá-la. “Porra!”

“É isso mesmo?”

“Merda, cara, sinto muito. Esqueci que você estava aí.”

“Droga, cara. Você já está bêbado? É cedo.”

“Não, eu... uh... eu estou ...” Toco a buzina enquanto troco para a faixa da direita e um idiota com uma caminhonete com suspensão quase me atinge. “Cuidado, filho da puta!”

“Você está bem?”

Desvio do Dodge e quase batem na minha traseira, mas estou na pista da direita.

Buzinas soam atrás de mim e quero me virar e encarar o imbecil, mas, em vez disso, me inclino para fora da janela e olho para ele. “Você me viu dar a seta, estúpido?”

“Em que diabos você se meteu?” Jagger ri.

“Nada, cara. Estou ocupado... neste momento.” Vejo quando ela vira à direita e a porra do semáforo fecha. Olho para o Dodge a minha frente, pronto para passar por cima de dele, então vejo um reboque prata engatando um trailer. “Você tem que está brincando comigo.”

“Ei, irmão, você está em apuros?” Pergunta Jagger.

“Nenhum problema. Não.” Bato no volante em frustração.

“O que diabos está acontecendo? Está tudo bem?”

“Não, não estou bem, porra! Vou perder...” Paro quando percebo que estou prestes a admitir ao meu irmão que estou, literalmente, perseguindo uma bunda.

“Perder o quê? Um jogo, uma aposta?”

“Sim. Não.” Bato no volante novamente. “É complicado.”

“Uh-huh. Entendo.”

“Bem.” O semáforo da pista da direita fica verde e ninguém está em movimento. Toco a buzina. “Vamos, seu filho da puta infeliz!”

“Irmão, qual é o seu problema?” Por sua voz posso dizer que está seriamente preocupado.

Estamos em movimento agora, graças a Deus.

“Fúria ao volante, cara. Preciso me acalmar, mas os idiotas ficam pasmados olhando o sinal aberto.”

A luz está amarela e estou um carro atrás do cruzamento. O filho da puta sem bolas dimuniu e me faz buzinar. Dá sinal, em seguida, aperta o acelerador. Ela passa e acelero cruzando assim que a luz fica vermelha.

“Que se fodam, sim, filhos da puta!” Grito a minha vitória.

“É sério, você precisa relaxar, cara.”

“Apenas comemorando pequenas coisas.”

“Então, quando você vem para casa?”

“Quando conseguir a grana que preciso.” Digo, desviando para a esquerda tentando localizar o carro de Hailey. Vejo duas luzes à frente. Ela está saindo da cidade. Eu posso alcançá-la.

“Tem certeza?”

“Tenho certeza. Precisa de dinheiro?”

“Não, tenho uma luta em duas semanas. Vou ficar bem.”

Não há muita confiança em sua voz. “Tem certeza, cara?”

“Estou bem, Morrison.”

“Não minta para mim. Se você precisar de alguma coisa, me avise.”

Aperto os freios, parando à direita com uma luz vermelha. “Caralho!”

Jagger ri. “O tráfego de novo?”

“As malditas luzes vermelhas. Merda total.”

Pego o telefone e busco o aplicativo do banco online. Transfiro dois mil dólares para a sua conta. “Acabei de enviar algum dinheiro. Se você não precisa...” Faço uma pausa para olhar para cima e vejo que a luz ficou verde, aperto o acelerador e queimo um pouco de borracha. “Devolve-me após a luta. Você os terá se algo vier à tona.”

“É desnecessário, cara.” Murmura Jagger.

“Para que são irmãos. Olha...” Aperto os freios, quando o filho da puta freia novamente. “Cretino.” Assobio.

“Desculpe?” Jagger zomba.

“Olha, depois nos falamos. Quero tirar uma foto da caminhonete deste idiota e te enviat. Depois te ligo.”

“Certo. Obrigada, cara.”

“Como disse, para isso que serve os irmãos.”

Pego o telefone e tiro uma foto, e em seguida, envio uma mensagem.

Para homens que não têm o suficiente, agora existe ajuda. Grandes caminhões e bolas falsas podem ajudá-lo a recuperar sua confiança. WTF8!

Aperto enviar enquanto a luz fica verde.

Continuo a seguindo durante dez minutos até que estamos em uma pequena comunidade de luxo. Mas a garota com quem tenho jogado não é de luxo. Não parece ser alguém que deprecie as pessoas. Parece incrivelmente autêntica.

Tento apagar os poucos cenários que passam pela minha cabeça, porque sou racional. Sou calculista. Não sou desses que se deixam dominar pela emoção. Quero fatos e quero ver com meus próprios olhos, por isso continuo a seguindo.

Dois minutos mais tarde, estou em uma rua lateral numa fodida zona escolar. Agora tenho alguma merda louca passando pela cabeça. Observo enquanto para e sai do carro. Então corre para dentro da escola enquanto espero.

Quando sai, cinco minutos mais tarde, ri e sorri para a garotinha que tem nos braços. A menina está vestida com um uniforme rosa, com um laço no cabelo e um par de all star em miniatura. Esta menina é um espetáculo. Bem, seus pais são, de todos os modos e a garota com quem estive a ponto da obsessão não é essa. Hailey é surpreendente.

Respiro profundamente e minha mente se acalma de uma vez. Eu me permito racionalizar essa situação e quase me dou conta de que Hailey trabalha durante o dia como babá ou coisa assim. Isso me faz rir, porque estava certo, apesar de seu corpo, sua pele suave e atrativa, com curvas perfeitas, mas seu exterior, seus atos não são. Mas, maldita seja, quando estou dentro dela, sobre ela, tocando nela, posso ler as pistas e ela não é tão forte e áspera como acredita precisar ser.

Saio depois que ela está a dois quarteirões à frente e sigo. Deveria dar a volta. Já não está chorando, está sorrindo. Não saiu com nenhum homem, estava pegando a filha de alguém. Deveria deixar esta estúpida situação e dar a volta. Mas não o faço.

A quatro quilômetros de distância, estaciona na frente de um complexo de apartamentos que não está na melhor parte da cidade. Leva a menina para dentro e logo sai outra garota. Sai do carro e corre até a porta que Hailey entrou.

Eu me sento e espero.

Dez minutos mais tarde, Hailey carrega caixas até a porta e as coloca na parte de trás do seu carro antes de voltar a entrar. Dessa vez, quando sai tem em seus braços mais caixas amontoadas nos braços e sei muito bem que não pode me ver. Quando tropeça e cai, as caixas espalham o conteúdo no chão. Cobre o rosto com as mãos e leva os joelhos ao peito, seu corpo se sacudindo.

O instinto pode ser um salva-vidas. Também pode te matar. Igual aos pobres bastardos que saltam diante de um carro para salvar alguém e acabam atropelados. Como o cara que salta na frente de um drogado louco com uma arma e acha que vai salvar a todos na loja e derrubar o homem, só para acabar morto. Como a mãe que sente que seus filhos estão ameaçados e fica entre eles e o que considerava um perigo, e acaba espancada pela porra de um doente. E agora, enquanto estou ajoelhado ao lado de Hailey, tomo-a em meus braços, porque o instinto está presente e não quero vê-la ferida.

Ela me empurra e limpa o rosto, tentando apagar as provas que estão aí para todo mundo ver. Enquanto gagueja em busca de palavras, eu me afasto e começo a guardar toda a roupa espalhada na calçada.

Por fim, para de tentar falar e também começa a empurrar freneticamente as coisas nas caixas. Pego a primeira caixa e carrego para o seu carro, em seguida, a segunda. Viro para pegar a terceira, mas está bem atrás de mim, empurrando para passar.

“Mamãe?” Escuto atrás de mim.

Olho para a menina que tinha anteriormente nos braços e Hailey respira fundo, evitando o meu olhar.

“Quase pronto, Marisa.” Sua voz é suave e tão cheia de amor que estou quase desolado.

“Para nossa aventura?” A garotinha diz.

“Sim.” Ela se vira e olha para mim. “Obrigada.”

Quando começa a se afastar, a seguro pelo braço, impedindo-a.

“Ei, Marisa, esquecemos uma coisa. Vem me ajudar a pegar?” A outra mulher pergunta à menina.

“Sim. Já volto, mamãe.”

“Estarei aqui, Princesa. Apenas se apresse. Não quero chegar atrasada.”

Quando a porta se fecha atrás de sua filha — a merda da sua filha — começo a apertar as mãos. “Algo que você precise me dizer?”

“Não te devo...”

“Chega de ‘não te devo’ de merda, Hailey. Nunca te perguntei uma maldita coisa, mas vou fazer agora e você vai me responder.”

“Sério?” A raiva retornou à sua voz.

“É casada?”

Ela parece confusa.

“Escapou de fininho do meu quarto no hotel esta manhã para voltar para a cama seu marido? É por isso que...”

“Legalmente, sim, mas isso não é da sua conta.”

“Com certeza é da porra da minha conta.”

“Não tenho tempo para a sua atitude alfa e mandão na minha frente fazendo exigências. Se minha filha não fosse voltar por aquela porta a qualquer momento, usaria com você uma linguagem que provavelmente nunca ouviu falar. Mas porque tenho que ser mãe, pai e protetora desta criança, não te darei uma resposta. Então, volte para seu carro brilhante e dirija para o mais longe possível, porque, por mais agradáveis que tenham sido as coisas, Slick, você não é minha realidade.”

“Sim, eu tenho um marido. Estamos separados e ele não é um bom homem; diabos, nem mesmo finge ser. Ele venderia a própria filha se pudesse levar alguma vantagem.

Não vou suavizar isso. Acha que lhe devo dinheiro e inferno, talvez deva. Pensei que tinha mais tempo e realmente tinha, até que ouviu que passei a noite com o “Ás”. Agora está cobrando a minha dívida e aquela garotinha — minha pequena filhinha — é quem vai sofrer se eu não pagar. Então, desculpe se não parei para conversar antes, mas tenho coisas mais importantes para tratar.

Agora, se você gentilmente sair — sem olhar para trás — Slick, porque não há nada atraente, brilhante ou bonito para onde você possa olhar.”

“Quanto você deve?”

“Isso não é da sua conta ou preocupação.”

“Tive um papel na criação desta situação, então me deixe ajudá-la.”

“Não! Nunca mais deixarei um homem pensar que lhe devo algo.”

Nesse momento, percebo por que ela é da maneira que é, por que nunca toma mais do que dá. Naquele momento, sei que não posso simplesmente sair. Não é apenas a minha atração inexplicada por Hailey, agora há uma criança envolvida. Fui essa criança uma vez e ninguém se ofereceu para ajudar.

Mamãe não nos criou para virar as costas.

“Quero te ajudar.”

“Não preciso da sua ajuda.” Muda sua atenção para a calçada onde sua amiga se aproxima correndo.

“Hailey, recebi uma chamada e Monte está a caminho. Você precisa...” Começa sua amiga e tem toda a minha atenção.

“Monte Timmons?” Pergunto. Ambas olham para mim e nego, percebendo quem é o bastardo cruel a quem está amarrada. “Não estou pedindo nada em troca, basta tomar isso como algo bom em um mundo de mal.” Eu me viro e olho para a menina. “Oi, linda, você já andou em um Porsche?”

“Não acredito...”

“Jesus, Hailey, apenas deixe-o ajudá-la a sair daqui. Vá embora!” Incentiva sua amiga.

“Coloque a menina no meu carro.” Peço a amiga dela.

Antes que sua amiga possa argumentar, olho para Hailey. “Siga-me.”

Ela parece perdida, assustada e vulnerável, mas acena com a cabeça. Corro para o meu carro e entro.

“Você gostaria de ir rápido ou devagar?” Pergunto à filha de Hailey.

“Devagar?” Ela ri da forma que faria uma menina que não tem ideia do perigo que corre.

“Bem, uma vez que este é o nosso primeiro encontro, vou deixar você tomar as decisões, mas não se acostume com isso, gatinha.”

Saio para a rua e olho pelo retrovisor. Dessa vez, Hailey está me seguindo.


Capítulo 10

Hailey


Perdi a porra da minha adorada cabeça. É claro que Monte teria pessoas me absorvendo. Claro, que no momento em que recebeu a notícia que peguei Marisa mais cedo, faria seu caminho em direção a ela. É claro que, num abrir e fechar de olhos, não teria nada para equilibrar a balança e estaria no fundo do poço, os pecados do passado estariam sempre sobre meus ombros.

A viagem é um borrão enquanto enlouqueço, sabendo que Monte poderia estar se aproximando de nós. Ele iria levá-la. Afastaria ela de mim. Meu bebê, minha garotinha, minha razão de existir, iria buscá-la e encontrar uma maneira de me fazer pagar.

O homem não tem consciência. Inferno, o homem não tem alma. Sabia que estava na cama com o próprio diabo, mas o que posso fazer? Hailey “Hard Knocks” Poe Timmons ganhou o direito do apelido. Eu estou sobrevivendo toda a minha vida a golpes duros.

Meus olhos se enchem de lágrimas, tornando a estrada na minha frente um borrão enquanto acompanho Morrison de perto e assim não me separo de minha filha mais do que já fiz.

Como ele sabia onde eu morava? Como ele apareceu quando precisava de uma fuga? Ele pode realmente nos dar um lugar seguro?

Não sei uma merda sobre ele. Estou indo de uma má situação para outra? Poderia ainda piorar?

Hailey, pare com essa merda agora, digo a mim mesma. Sempre pode ficar pior. Não tente o karma, ele é uma cadela, e te asseguro que vai te mostrar que pode ficar muito pior.

Meu peito se aperta com o pensamento, o que torna mais difícil para respirar. Preciso de uma distração.

Começo a mover os dedos nervosamente no volante e olho para o velocímetro, estamos sob o limite de velocidade. O homem tem uma porra de um Porsche e estamos conduzindo sob o limite de velocidade, tudo isso com Monte possivelmente nos perseguindo.

Ofego. E se ele trabalha para Monte? Como sou estúpida!

Paro antes que minha mente enlouqueça com um cenário ruim após o outro. Um homem como Morrison Caldwell não é dos caras que vão com um tipo como Sean “Monte” Timmons. Não, Morrison gosta do jogo, dinheiro e brilho. Não é dos que gostam de jogos de poder ou jogos mentais. Certo?

Deus, eu espero que não.

Minha mente é um turbilhão, me fazendo sentir vontade de vomitar, enquanto Marisa balança a cabeça e me acerta bem no meu estômago. Olho no meu espelho retrovisor para ver exatamente o que não queria ver no meu banco traseiro.

O assento de carro de Marisa.

Com todo o caos, não mudamos para o carro de Morrison. Não, não, não. Por favor, não deixe que tenham um acidente. Por favor, que tenha colocado um cinto de segurança. Por favor, oh, por favor, não deixe que nos parem. A última coisa que preciso é que Monte apresente uma acusação contra mim por colocar em perigo uma criança. A última coisa que minha filha precisa é ser propriedade do Estado.

Ela é minha. Eu não posso perdê-la por nada. É a única coisa boa que tenho em todo o mundo e não posso perder isso.

Agora em estado de alerta, o observo dirigir, perguntando-me se ele percebe o quanto a carga que carrega é preciosa.

A cada volta, ele diminui e dá a seta. Em cada parada, freia tranquilamente. Nunca se aproxima nem remotamente do limite de velocidade, muito menos o supera. Morrison Caldwell é um homem misterioso, mas neste momento mantem a minha filha segura, mesmo que isso seja apenas até que Monte nos encontre.

Uma queimação envolve meus pulmões, enquanto os pensamentos continuam me invadindo.

Ele desacelera e o sigo à medida que entramos em um condomínio fechado, com uma entrada luxuosa e instalações elegantes. Continuo a segui-lo no que parece ser passos de tartaruga, até que ele para em uma garagem e me direciona para que eu estacione ao lado dele.

Soltando um suspiro, tento me acalmar. Tenho que ser forte por Marisa. Então, forço meus dedos a parar de tremer e deixo o carro enquanto minha linda menina está saltando, sem se importar com o mundo.

Por dentro, sorrio para mim mesma. Isto é como deveria ser. Os problemas de adultos são apenas isso, a porra de problemas de adultos. Não devem incomodar as crianças. Que as crianças sejam crianças. Haverá tempo mais que suficiente mais tarde na vida para serem preenchidos com preocupação, dúvidas e inseguranças.

“Mamãe, você me viu? Você realmente me viu?” Ela sorri e olho para Morrison, que está sorrindo. “Eu andei em um porch.”

“Porsche, Porsche.” Morrison tenta corrigir.

“Ele deveria ir muito, muito rápido, mas o Sr. Mowison perguntou se eu queria ir rápido ou devagar e eu disse devagar.”

Nessa altura, o meu coração se derrete um pouco. Ele deixou meu bebê escolher. Não posso pensar em um momento com a minha mãe, meu doador de esperma ou Monte, que tenha sido me dado algo para escolher. No entanto, Morrison Caldwell deu uma escolha para minha filha. Ele ouviu e, em seguida, fez o que ela pediu.

Quando olho para ele, simplesmente dá de ombros como se não fosse grande coisa. Se ele soubesse...

Rapidamente ficando entediada, Marisa passa saltando por mim e Morrison, que nos leva para dentro. O espaço não é muito grande, como a casa que compartilhei com o Monte, mas enquanto olho cada centímetro quadrado, vejo que é de alta classe. Móveis, televisão, diabos, mesmo os ornamentos são de última geração.

Morrison tem dinheiro.

Pensando nisso, a minha mente volta para o buraco novamente. O que ele espera de mim? O que quer de mim?

Passamos o resto da tarde dentro da casa — apenas temporariamente — no quarto de hóspedes de Morrison. Por sorte, ele não fala muito na frente de Marisa, parecendo entender a minha necessidade de protegê-la.

A noite chega muito rapidamente, felizmente sem notícias de Marshall ou Monte. Fiz uma breve chamada para Jamie, que me disse para pegar um telefone novo pré-pago para entrar em contato com ela. Depois de chegarmos, ela foi à loja e comprou absorventes, tampões e um telefone pré-pago que me deu o número. Os pacotes de produtos femininos esconderam facilmente o telefone dentro saco de supermercado para fora da loja. Não queria que Alex visse nenhum número na fatura de seu telefone habitual e o desse a Monte. Graças a Deus pelos amigos inteligentes. Não poderia fazer nada disso sem ela.

Suspiro. Sem Morrison também não teria feito nada.

Quer eu queira admitir ou não, Monte teria encontrado um motivo para me empurrar mais e mais, mesmo sem saber que transei com Morrison. Este é o mundo dele, e apenas existo para fazer o que ele desejar.

Sabendo que não vou conseguir dormir, levanto me afastando de Marisa, que está dormindo profundamente na cama excessivamente exuberante. Não peguei seus livros, porque na minha pressa, não pensei nessas coisas. Felizmente deixou que a mamãe inventasse um conto de fadas e adicionou seus próprios pedaços onde achou apropriado.

Agora, ando pelo espaço tranquilo Morrison enquanto o medo me consome. Sento em seu sofá e faço o que qualquer mãe que se preze faria — choro.

Deixo sair tudo. No silêncio da noite, na casa de um desconhecido, solto tudo.

Não presto atenção ao que está em torno de mim enquanto choro na almofada luxuosamente decorada que está ao meu lado. Não passa muito tempo antes que o note, olho para cima para ver Morrison andando em minha direção com calças de linho azul clara com listras brancas.

Escondo o rosto sobre a almofada.

Quanto já viu?

“Desculpe interromper, mas no meu quarto principal, há uma enorme banheira cheia de água quente e algumas bolhas. Por que você não vai ver se te ajuda a relaxar?”

“Não preciso relaxar e se você está apenas tentand...”

“Calma. Não estou tentando nada, exceto mantê-la segura até que possamos elaborar um plano.”

Olho para ele e fecho a cara.

“Pare de se fazer de dura Hailey. Você sabe que não é o que você precisa neste momento.”

“Não me diga o que preciso!”

“Shh, a garotinha está dormindo.”

Estou chocada porque ele simplesmente me repreender. Então estou inundada com ainda mais emoções — as mais quentes. Monte nunca se importou se Marisa testemunhasse uma briga. Por isso parei de permitir que ele me me tirasse do sério na frente dela. Ela não merecia ouvir isso; ela merece muito mais.

Sem dizer uma palavra, eu me levanto e sigo a luz. Talvez Morrison esteja certo, preciso tentar relaxar.

Uma vez que estamos no seu quarto, ele me entrega uma camisa. “Use isso para dormir, se quiser.”

Estou no banheiro, esquecendo as minhas preocupações, ou pelo menos tentando fazer, quando ele entra e me dá uma taça de vinho. “Aqui, você merece, mãezinha.”

Ele caminha até o armário e tira duas toalhas. Quando ele está pronto para sair, eu o paro.

“Obrigado, Morrison.”


“Não há necessidade,” ele diz, olhando para trás enquanto bebo o vinho. "Isso é muito melhor se você beber em pequenos goles. Saboreie, pegue...”

“Vou tentar lembrar da próxima vez.”

Aceno, em seguida ele sai, só para voltar com a garrafa. “Aqui está se você precisar.”

“Ficar bêbada não vai me fazer ir para a cama com você.”

“Não tenho a intenção de dormir com você, querida. Mas, não vou mentir — planejo tentar te colocar na cama.”

Rolo meus olhos e, em seguida, um leve sorriso aparece em seus lábios.

“Você precisa dormir. Precisamos descobrir o que vem a seguir.” Ele diz enquanto sai.

“Preciso planejar algo.” Comento alto o suficiente para que me escute.

“Isso é o que acabei de dizer.” Fecha a porta atrás de si.

Entro em sua descomunal banheira, tentando lavar minhas preocupações e deixar que se vão nesse banho excessivamente caro.

Mergulho em sua gigantesca banheira, tentando lavar minhas preocupações com banho caríssimo. Quando chego a um acordo comigo sobre tudo o que aconteceu, saio. Pego a toalha, me seco e visto a camisa que me entregou.

Morrison é alto. A camisa do seu pijama fica acima de meus joelhos.

O cansaço me atinge. Com as emoções do dia, o banho e o vinho, estou mais do que pronta para dormir o resto desse dia infernal. Precisando deixar tudo isso para trás, vou para o quarto de hóspedes, onde Marisa ocupa agora, toda a cama. Apenas voltei ao quarto de Morrison para pegar uma manta e um travesseiro quando me agarra e, de repente, estou deitada em sua cama. E antes que possa adormecer, Morrison está subindo ao meu lado. Então, noto que estou com a parte de cima de seu pijama e ele com a de baixo e não posso evitar rir.

“Querida, não é bom para o ego de um homem, se você ri quando ele sobe na cama.”

“Morrison, estamos usando um pijama completo.”

Ele pisca um olho.

“Compartilhar é demonstrar interesse.”

“Compartilhar, hum?” O vinho me deixou relaxada — talvez um pouco demais. Embora meu plano fosse dormir, agora que ele está na cama comigo, dormir não é o que está em minha mente.

Ele estica a mão e esfrega o polegar em círculos na minha testa enquanto seus dedos se aproximam do meu cabelo. “O que está acontecendo aqui?”

“Não sou uma prostituta. Bom, na verdade sou, mas não porque seja fácil. Eu perdi. Monte ganhou. O prêmio era eu. E ele me pegou.”

“Querida, você é o prêmio de todos os homens.”

Sorrio com sua opinião e lhe dou uma palmada no peito. “Só estive com ele... bem, até você me encurralar e não pude resistir.” Começo a tagarelar, um característica que está longe de ser atraente. Eu ouvi falar dos lábios de licor, mas como chamam quando o vinho te faz falar seus segredos mais profundos e escuros da vida?

“Hailey.” Pronuncia meu nome baixo, parando minhas divagações de meu tempo com Monte. “Onde está sua família? Alguém que já tentou intervir, ou pessoas que você pode pedir ajuda?”

Sorrio bruscamente e não de uma maneira ‘haha, isso é divertido’. “Família... Marisa é minha família.” Suspiro antes de sussurrar: “Marisa é meu mundo. É o mais importante que fiz e que jamais farei.”

“É uma boa mãe e pode tomar isso de alguém que foi criado por uma boa mãe.” Olha para o teto e algo se passa em suas feições, o que faz com que sinta curiosidade sobre sua mãe. “No entanto, quem está te mantendo?”

“Minha mãe morreu e meu pai era seu cafetão.” Seus olhos se ampliam com minha admissão. ‘Paizão Cafetão’, que livremente me entregou para Monte. Ele foi nada mais do que um doador de esperma.”

Morrison não diz nada, apenas franze o cenho com firmeza, fazendo com que suas feiçoes se endureçam até um ponto que eu consigo ver, mesmo no quarto escuro.

“Pode me chamar de a órfã Annie, porque, não tenho nenhuma família além da minha princesinha.” Tento brincar para descontrair o clima.

“Sinto muito.” Comenta pesaroso ao juntar nossas mãos.

“Não.” Afasto minhas lágrimas. “Não se atreva a ter uma maldita pena de mim, Morrison Caldwell! Nós jogamos a mão que nos é dada pela vida até que a última carta caia na mesa.”

“Não sinto pena, Hailey. Eu só... só...”

“Você só quer fazer tudo melhor. Bem, Morrison, a verdade é que a minha vida é cheia de golpes duros. Você está tentando me dar esperança em uma situação que não tem esperança, em uma vida que não tem esperança. Eu continuo dizendo que posso fazer o melhor para mim e Marisa, mas não sei se ainda acredito. Será melhor se você se afastar agora, assim não te arrasto comigo. Vou sair dessa de alguma forma. Sempre faço.” Começo a ficar tensa enquanto o vinho desaparece rapidamente agora que estamos em território emocional profundo.

Sentindo isso, me lendo, Morrison me puxa contra ele, me deitando metade sobre o peito. Então, acaricia meus cabelos enquanto escuto a batida constante do seu coração, relaxando mais uma vez.

“Você é a mulher mais forte que já conheci, além da minha mãe. Uma vez fiz a promessa de fazer o bem em um mundo cheio de maldade. Hailey, deixe que eu faça o bem para você.”

Começo a me sentar para olhar para ele, mas me mantém no lugar, deixando um beijo rápido no topo da minha cabeça.

“Durma, Hailey. Não haverá mais golpes duros —apenas bons. Sonhe com isso.”

Quero argumentar. Eu quero... não sei. Só quero gritar, bater em alguma coisa e lhe dizer ‘se foi assim tão fácil’. No entanto, não faço. Em vez disso, fico escutando seu batimento cardíaco enquanto derivo em um sono profundo e tranquilo que nunca tinha experimentado antes em minha vida.


Capítulo 11

Morrison


Ela finalmente adormeceu.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu a vi poucas vezes, na verdade.

Quando criança, vi minha mãe chorar. Eu vi isso algumas vezes, na verdade. Toda vez que perguntei o que estava acontecendo, ela parava e me dizia que tudo ficaria bem. Ela me confortava. Quando fiquei mais velho, não tive mais que perguntar.

Aos sete anos, lembro-me de saber exatamente o que estava errado. Lembro-me de ouvi-lo xingá-la e degradá-la. Lembro-me de ver Hendrix passeando de um lado para o outro como se quisesse escapar do pequeno quarto de merda onde nós três dormíamos. Ficava na parte de trás do apartamento e era o menor cômodo, mas não consigo me lembrar do velho idiota bêbado indo para lá mais de uma vez, talvez duas.

Mamãe nos escondia, supondo que ali poderia nos proteger.

No seu momento mais fraco, ela me disse tudo sobre sua vida, sobre sua mãe, como cresceu e o que tinha acontecido.

Hailey. Santo enigma do caralho, Batman! A vida dessa garota tem sido um nível de inferno completamente diferente de sua mãe. Não foi abusada fisicamente... bem — não como sua mãe, de qualquer maneira.

A sensação de que você tem dono e que de alguma forma devia o resto de sua vida para um pedaço de merda que te lembra a cada dia que te possui, te despoja de seu orgulho, sua confiança e qualquer tipo de esperança que um ser humano possa ter. E, apesar do que mamãe e nós suportamos, pelo menos tínhamos esperança. A esperança é o sentimento mais forte que se pode ter. A esperança não vai embora. Pode se esconder, como neste momento, mas retorna com uma vingança.

Hailey disse que não tinha nada e não podia dizer que ela estava errada; só podia ouvir. No entanto, estava errada. Ela tem esperança... esperança para sua filha. E se soubesse disso, estaria a caminho da cura, superando a tempestade de merda que é a sua vida.

Na escuridão da noite, seu corpo treme e começa a fazer pequenos soluços, quase em silêncio, enquanto está deitada no meu peito. Abraço-a mais forte e eles param.

Deus, é bom saber que posso fazer isso por ela. Eu gostaria que alguém pudesse ter feito isso por mamãe.

No entanto, ela estava certa: Monte é uma cobra. Joguei contra ele em um dos torneios clandestinos em Las Vegas, chutei sua bunda e ganhei dinheiro suficiente para comprar esta casa. Durante uma semana, fui muito cuidadoso, porque ele e seus capangas estavam por toda parte. Não mudei uma merda do meu dia a dia, mas nesse momento, decidi que não iria jogar esse circuito novamente.

Tanto quanto adoro a emoção do jogo, adoro mais o meu rosto e os meus pertences, e não quero acabar fodido. Vamos encarar; eu não sou Jackie filho da puta Chan, mas cara a cara, poderia vencer qualquer um. Inferno, o velho me batia muito e eu deixei. Por quê? Ele ficava irritado porque era mais forte do que ele e isso me ensinou a não ter medo de nenhum homem. A dor não é nada.

Mas não sou estúpido.

Se meus irmãos estivessem aqui, poderíamos destruir Monte e seus capangas não teriam chance. No entanto, segurando seu corpo trêmulo, sei que a lógica e a razão estariam comprometidos com a preocupação e medo de tirar sua esperança, representada nessa garotinha linda que está dormindo no quarto de hóspedes.

Quando tenho um momento de lucidez, descubro o que fazer, sorrio e ela se move, mas depois de alguns segundos, volta ao seu sono.

Acordo quando o sol começa a aparecer pela janela. Quando me movo sob ela, ela abre os olhos.

“Você deve ir para a cama com a garotinha e dormir um pouco mais.”

“Você vai sair?” Ela se senta e alonga.

“Não, só precisa fazer algumas coisas.”

“Está bem.” Ela se levanta e alonga mais uma vez, a camisa se levanta e vejo um pouco de sua calcinha de renda.

“Ei, Slick!” — Estala seus dedos — “olhos aqui.”

“Espertinha.” Sorrio.

“Sim, bem, obrigada pela noite passada, por ontem, por nos ajudar.”

“O prazer é meu. Agora vá para a cama.” A maneira como digo reflete os pequenos pensamentos sujos na minha cabeça. Dou de ombros e ela revira os olhos. “Sinto muito, querida. Você está tão gostosa neste momento. Você precisa sair antes que pare de ser tão cavalheiro e...”

“Morrison.” Ela me interrompe. “Realmente, aprecio isso.”

“Eu sei. Agora vá.”

A coisa engraçada sobre apreciação e que ele não trás sexo.

Entro no chuveiro e observo meu pau. “Faz um longo tempo que nos dois tivemos alguma intimidade, anos, na realidade. Mas aqui está o negócio” — envolvo minha mão em torno mim mesmo — “essa menina aí fora, o tem firme e espreitando em minhas calças, implorando para estar dentro dela... bem, isso deu errado. Agora se acalme. Não é o tipo de ‘áspero’ que você gosta. Ela nos vê como um problema.”

“Agora, eu sei,” digo, acariciando-me mais rápido, “ela nunca agiu dessa maneira antes, mas com o conhecimento vem a responsabilidade. Então, você e eu vamos nos conhecer tão bem quanto fizemos aos dezesseis anos, porque na próxima vez que ficar assim, duro, próximo e pessoal, Madame durona lá fora vai estar rogando por isso. Ela vai saber que você e eu não somos um problema, um pagamento ou obrigação, mas um presente.” Fecho os olhos e penso naquela fantástica buceta, enlouqueço e bombeio mais forte, mais rápido. “Eu te prometo,” resmungo, “não há maneira no inferno que vou deixar esse tesouro escapar.”


“O que você quer dizer com Detroit?”

Empurro sua mão para ela. “Olhe para os bilhetes, sairemos em algumas horas, apenas por um tempo, o suficiente para que isso se resolva.”

“Há um torneio neste fim de semana e posso ganhar, Morrison. Eu posso ganhar e pagá-lo!”

“Você precisa pensar muito sobre isso.” Olho para Marisa, que está sentada no meu sofá de couro com uma tigela de uvas, usando meus fones de ouvido sem fio Bose e cantando junto com alguns desenhos animados.

“Você gosta da Princesinha Sofia?” Ela grita quando me vê olhando para ela.

Sorrio e aceno, mesmo que eu não tenha ideia do caralho do que ela está falando. E tenho certeza que ela vai derramar essas uvas pegajosas no meu sofá, mas não me importa. Nem um pouco, porra.

“Você me ouviu?”

Olho para trás para Hailey, que está franzindo o cenho para mim, e nego com um aceno de cabeça. “Por menos que seja Morrison, eu sei que você está certo, porque na noite passada admiti que nada é mais importante que a garotinha cantora no seu sofá, e sou pra caralho...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Ela repreende.

“Ela não pode me ouvir.” Eu rio. “Nada de jogo, Hailey.”

“Tenho que mantê-la a salvo.”

“Bom, isso significa que você tem que estar segura. Quem ela tem além de você?” Sei que estou exagerando, mas seu fodido muro é muito melhor no chão a seus pés.

“A única coisa que você quer é me possuir, me foder...”

“Cuidado com a boca na frente dela.” Devolvo e ela franze a testa de novo mas não fala nada. “Tem outra coisa que quero que saiba: Não vou te tocar e não quero te machucar. Quero fazer algo certo. Prometi a uma mulher que faria algo bom nesse fodido mundo e tenho sido um egoísta imbecil até agora. Por isso, se você precisa manter essa merda de olho por olho dente por dente e essa coisa de obrigação e recompensa, eu ficarei ao seu lado. Agora mova seu pequeno traseiro e empacote suas coisas, assim não perderemos nosso voo.”

Ela não se move.

“Mãezinha, não me faça repetir.”


Paramos na frente da casa de Hendrix em um táxi e Marisa olha para fora pela janela. “Aqui é verde.”

“Claro que é.” Eu saio e pego a garotinha, porque, honestamente, estou pensando que Hailey poderia fechar a porta e bloqueá-la antes de dizer ao motorista de táxi para arrancar e sair daqui.

Mantenho Marisa em um braço e pego as malas do porta-malas do táxi. Então, pago enquanto Hailey olha em torno de modo cético.

“Olha o que o gato trouxe.” Olho para trás quando a porta da garagem se abre para ver Hendrix, Jagger e Livi caminhando em nossa direção.

“Surpresa.” Sorrio. “Marisa, estes dois palhaços são meus irmãos, Hendrix e Jagger, e esta aqui é Livi, minha cunhada.”

Ela sai dos meus braços e faz uma pequena reverência de princesa. “Como estão?”

“Gatinha, eles são pessoas como nós. Guarda essa merd...” Hailey me dá um cutucão. “Opa, minha culpa. Guarde essas maneiras para a rainha.” Começo a apresentar Hailey. “Esta é a minha... uh... minha...”

“Eu sou Hailey, uma amiga de Morrison.” Ela se aproxima e aperta suas mãos.

“Vamos pegar a SUV” digo, “desça a estrada, encontre um lugar para ficar e...”

“Bobagem, vocês ficam aqui.” Livi se inclina e sorri para Marisa. “Você não quer ficar em um hotel antigo e sem graça, certo?”

Ela sorri e encolhe os ombros.

“Temos um monte de espaço aqui.”

“Livi” — Hendrix coloca seu braço em volta de sua cintura — “são mais do que bem-vindos para ficar, mas se eles não querem...”

“O que você acha Hailey?” Pergunto a ela. “Você quer ficar aqui por alguns dias?”

“Isso seria muito legal. Obrigada.” Responde timidamente, enquanto ainda assimila tudo.

“Bem. Agora os caras podem pegar as malas e nós, meninas, vamos encontrar um quarto para Marisa. É tarde, devem estar cansadas.” Diz Livi, de pé e sorrindo para Hailey.

“Nada.” Marisa sorri e pega tanto a mão de Hailey como Livi.

Uma vez dentro da garagem, olho para meus irmãos. “Não me julgue, sim, eu deveria ter chamado, mas não havia tempo, e não tinha certeza de que ela viria.”

“Ela é sua namorada?” Pergunta Hendrix.

“Porra, ela é gostosa.” Jagger pisca para mim.

“Ela é uma amiga que está com problemas com seu futuro ex-marido, a escória na Terra, um agiota de Las Vegas. Ele acredita que ela lhe deve algo e ameaçou tomar a menina. Isso não vai acontecer no meu turno.”

“Por que você cuida delas, se não vão foder?” Pergunta Jagger.

“Respeito, Jag.” Avisa Hendrix.

“Encontro aleátorio, eu nem sabia que ela tinha uma filha.”

“Você está bem com isso?” Questiona Jagger.

“A mulher mais gostosa que tive. Ereção garantida. Posso ter um problema.”

“Um problema?” Hendrix indaga.

“Sim. Ela é teimosa, tem muros tão altos quanto o sol. Ela acredita que tem que manter as coisas à mão, tem medo de dever algo a alguém. E é o mesmo com o sexo. Ela insiste em dar tanto quanto recebe.”

“Onde está o problema com isso?” Pergunta Jag, em seguida, ele ri.

Hendrix e eu apenas olhamos para ele.

“Bem, ok, não fazemos assim.” Ele balança a cabeça.

“Oferecemos o nosso melhor.” Digo enquanto bato em suas costas. “Estou faminto. Vamos subir, vou pedir o jantar.

O jantar é divertido. Marisa ama pizza e nos diverte. Essa menina é muito pequena para não mostrar nenhum ferimento de batalha. Ela vai quebrar este maldito ciclo. Por quê? Porque sua mãe é muito forte e a ama tanto que vai fazer acontecer.

Hailey está silenciosa, muito calma. Não posso nem contar o número de vezes que a vi olhando para a porta como se quisesse fugir. Não sou o único a percebe. Meus irmãos e Livi também notam essa merda.

Marisa escolhe o quarto que ninguém dormiu, o quarto que Hendrix montou pensando em nossa mãe. Um quarto em que mamãe jamais usou.

 

Depois que Hailey dá banho em Marisa, as duas agradecem a todos e depois vão para a cama.

Hendrix volta para o bar para fechar e Jag diz que vai treinar na academia. Já é tarde. Tenho certeza que ele vai bater em alguma coisa, mas meu palpite é que não será apenas na academia.

“As coisas certamente mudam em um piscar de olhos,” diz Livi enquanto limpa a mesa de café onde acabamos de comer.

“Ela é uma boa menina, só precisa de uma pausa.”

“Você é um bom homem, Morrison. Vocês todos são. Mas, por favor, me faça um favor.”

“Qualquer coisa, você sabe.”

“Não deixe Hailey cair se você não for forte o suficiente para segurar os dois, e não se esqueça de quão importante é essa garotinha, se você e sua mãe acabarem juntos. Lembre-se, ela estava lá ao lado da mãe primeiro. E não tente se achar que Hailey não pode devolver o amor que eu sei que você é capaz de dar.”

“Ouça, Livi, nem mesmo vou tocá-la novamente.” Dou um empurrão de brincadeira.

“Uh-huh. Estou falando sério, Morrison. Além disso, você merece ser feliz também. Ela é tão vulnerável e assustada, e não pode...”

“Livi, fui criado por uma mulher que era forte o suficiente para ficar. Nunca colocarei uma mulher nessa posição. Ajudarei para que ganhe sua liberdade. Isso é tudo o que ela quer para si e para aquela garotinha.”

Na parte da manhã, acordo cedo e saio do meu quarto para encontrar Hailey ali de pé, olhando ao redor. Paro e observo, querendo saber o que está pensando. Em seus olhos, vejo um olhar perdido. Na verdade, não é só perdido, mas como se estivesse enjaulada.

Não quero que tenha uma ideia errada sobre o porquê a observo.

“Bom dia.” Digo quando passo ao lado dela. “Café?”

“Uh... eu... uh...

“Toma puro?”

“Preciso encontrar um supermercado.”

“Certo. Mas até lá...”

“Vem muito aqui?” Ela me interrompe. “Você tem um quarto. Você...”

“Fico em Las Vegas até que junto o suficiente para ficar em casa por um tempo. Então, fico com minha família. Se quero trabalhar, trabalho no bar. Hendrix é proprietário de um mais abaixo na rua.”

“Preciso...”

“Qualquer coisa que seja, vamos conseguir.”

“Preciso de um trabalho.”

“Feito.” Escuto Hendrix dizer enquanto desce as escadas. “Encontrei uma de minhas garotas usando drogas quando fui pegar o dinheiro ontem a noite. Essa merda não acontece no Caldwell’s. Se estiver limpa e quiser o emprego, é seu. Livi e eu podemos te treinar...”

“Ela trabalhou...” Interrompo.

“Tenho experiência.” Ela me corta. “Trabalhava como garçonete em Las Vegas, inclusive substituia os barmans quando precisavam descansar.”

“Meu bar serve cerveja de barril e doses.” Hendrix diz.

“Não posso começar essa noite. Tenho que encontrar uma babá.” Vejo seus olhos movendo sem controle, como se estivesse tentando resolver todas as coisas sozinha. Porra, odeio isso.

“Confia em mim para cuidar dela?”

“Como se eu tivesse alguma opção.” Murmura.

Vou para o banheiro antes que diga algo de merda do qual posso me arrepender, mas paro quando a escuto falar.

“Não vai sair com ela, não é? Não tem uma cadeirinha e não conheço o lugar.”

“Não, vamos ficar aqui.”


Tem trabalhado há três dias, e durante esse tempo, não trocamos mais de dez frases. Ela e Livi estão se aproximando, o que é ótimo, e Marisa e eu criamos a nossa própria rotina a noite.

A mamãe sai e nos dirigimos para a garagem. Depois de dois minutos, de desenho, ela se senta no chão.

Hoje, está nas minhas costas, rindo enquanto eu corro. É a coisa pequena mais linda do mundo. Ela gosta de uvas, as come enquanto assiste Princesinha Sofia. Então lemos.

Hailey está de folga essa noite, e mesmo a distância, posso ver que uma luz voltou aos seus olhos. Ela brinca com meus irmãos e Livi e parece mais relaxada. A única vez que ouvi algum tipo de desentendimento foi quando ela e Hendrix discutiram sobre o aluguel. Ele disse que não, ela disse que iria embora.

“Saiba que você é um pé no saco.” Ele resmungou quando ela empurrou o envelope.

E quando comprei uma cadeirinha de carro — uma merda de uma cadeirinha — para o Escalade, ela ficou furiosa.

“Quando tiver que levá-la ao médico, não ficará tão furiosa comigo.” Gritei enquanto me afasto.

Balançando a cabeça, volto ao presente e me dou conta de que tenho que colocar um pouco de distância entre nós, Então, vou para o bar, onde bebo muito.

Recebo ofertas, muitas, e nem sequer posso pensar em aceitar. Tudo o que posso pensar é nela. Ao terminar a noite, não posso conduzir, então espero o táxi que Sally, a garçonete, chamou para mim e volto para casa, onde cambaleio no corredor até o batente da sua porta.

Paro na porta, observando-a dormir. Ela está deslumbrante com o rosto sereno, a preocupação parece ter sumido.

Tenho uma garota extraordinária na minha frente e nem sequer posso tocá-la.

Não sei quanto tempo tenho observado quando seus olhos se abrem. Ela me vê, então me encara.

Apenas balanço a cabeça e me afasto.

Ouço a porta fechar e olho para trás enquanto caminha em minha direção, vestindo seu robe.

“Que diabos você está fazendo? Você me olha todas as noites?”

“Sim.” Quero me inclinar para frente e tocá-la. No entanto, não faço.

“Bem, não faça. É assustador e errado. É fodido, Morrison.”

Concordo. “A culpa é sua.”

“Minha?”

“Tenho andado por aqui durante dias, te vendo rir, sorrir e baixar a guarda para todos.” Eu me inclino para frente. “Não tem ideia do quanto é atraente para mim.”

“Não.” Sua voz treme.

Balançando a cabeça, “Eu te quero todo o maldito tempo. Fico duro quando você passa ao meu lado. Poderia ter fodido cinco mulheres diferentes esta noite — Deus sabe que preciso liberar esse tesão — mas não o fiz, porque tudo que queria era voltar aqui e admirar a mulher mais linda que já vi. Você, aqui, Hailey — deitada com a sua filha, dormindo sem uma ruga de preocupação visível — é o que prefiro. Mas essa Hailey não quer nada comigo. Então me perdoe se gosto de observá-la dormir. Prometo a você que não farei novamente.”

Não diz nada, mas seu lábio inferior treme e tenho que evitar mordê-lo ou simplesmente tocá-lo, porque eu sei o que faz com ela, o que faz comigo.

Então, em vez disso, eu me afasto.


Capítulo 12

Hailey


“Morrison.” Grito. Não deveria chamar. Deveria deixá-lo ir. Preciso afastá-lo e deixar que vá, não o chamar de volta para mim.

Ele não fala. Fica de costas para mim e olha por cima do ombro, me observando atentamente.

As lágrimas se acumulam e sinto que a barragem está prestes a quebrar.

“Eu não sei como lidar com tudo isso.” Sussurro.

“Comece deixando que eu te ajude.” Responde como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

“Não somos problema seu, Morrison.”

Seu rosto se contorce como se sofresse. Virando-se para me enfrentar, não se aproxima, fica parado com as mãos nos quadris, esperando que eu continue.

“Mãezinha, você deve saber que é gostosa pra caralho. Porque, querida, uma mulher forte é muito sexy. Mas você também deve saber que não há nada — e quero dizer nada mesmo — que faça o homem que sou cair mais duro do que ver a beleza que você compartilha com aquela menina lá.” Ele aponta para a porta atrás onde Marisa está dormindo. “Hailey, você também tem que saber que não há problema em deixar as pessoas entrarem. É bom ter ajuda. E, porra, é bom ter algo para você.”

“Tenho algo meu. Ela está naquele quarto ali.”

Com três passos, ele está de pé na minha frente, inclinando meu queixo para me fazer olhar para ele.

“Eu vi em primeira mão como as coisas são para uma mãe que só vive para seus filhos. Ela está em primeiro lugar. Eu entendo isso, Hailey. Ela será meu número um também. O mesmo vale para Jagger, Hendrix, e Livi, todos nós te apoiaremos. Sabemos exatamente o que é para uma mãe sacrificar tudo pelo bem de seus filhos e não se importar com nada mais.”

Eu sei que ele está falando sobre sua mãe. Nós não chegamos tão profundamente antes, mas sinto muito.

Meu estômago torce enquanto ele continua, seus olhos nunca deixam os meus. “Tenho um arrependimento nesta vida: do que não fizemos para mamãe. Nós não prestamos atenção suficiente até que fosse tarde demais para dar algo para si mesma. Ela tinha a gente e o bar, mas ela merecia o melhor. Você merece o melhor.”

“Morrison.” Sussurro enquanto as lágrimas caem.

“Não, Hailey, não há nada que possa dizer. Basta ouvir. Com ou sem mim, você deve lembrar que também precisa cuidar de Hailey. Marisa precisa de sua mãe completa. Ela precisa da mãe e de pessoas que a protejam. E o que estou lhe dizendo é que você tem isso, não importa o que.”

Sentindo-me completamente derrotada, olho para os olhos determinados. “Eu não posso retribuir sua bondade, Morrison.”

Ele pressiona sua boca contra a minha em um beijo devorador e quanto mais me beija, mais sinto como se estivesse flutuando. Quando suaviza, dou um gemido enquanto derreto. Então, ele se afasta.

“Você. Não. Me. Deve. Nada. Porra nenhuma. No mês que te conheçi, me senti vivo pela primeira vez desde que a minha mãe morreu. A garotinha e você me deram uma razão para me levantar de manhã e fazer algo diferente na minha vida. Eu vou para a cama à noite desejando, mais do que tudo, lhe dar tudo o que tenho dentro de mim e deixar o mundo aos seus pés. Você não entende isso, Hailey? Você me dá muito mais do que o dinheiro pode comprar. Isso não é um equilíbrio de poder, perder ou ganhar, isso é um fodido sentimento. Pela primeira vez na minha vida, eu sinto, Hailey, além da preocupação em mantê-las seguras, e é bom pra caralho.”

Abro e fecho a boca, como se não tivesse palavras que pudessem explicar o que tenho sentido desde que Morrison chegou ao meu mundo.

Acaricia meus lábios com os seus. “Deixe o bem entrar, Hailey.”

Com essas últimas palavras, ele se retira e caminha pelo corredor sem olhar para trás, enquanto deslizo pela parede e penso sobre tudo o que ele acabou de me dizer.

O tempo passa e a fadiga assume o controle. Vou ao banheiro, lavo meu rosto e escovo meus dentes: as pequenas coisas que as mães se esquecem de fazer quando adormecem com seus filhos. Quando olho no espelho, não posso deixar de ouvir Morrison na minha cabeça.

“É bom pra caralho.”

Sim, admito.

Tem algo para mim? O medo se agarra ao meu coração quando penso no que quero para mim.

Seus braços são o meu conforto. Eles são o meu lugar para recuperar minha força. Quando ele me abraça, ele reconstrói algo profundamente dentro de mim. No meu momento mais fraco, ele envolve seus braços em volta de mim, e de alguma forma não parece que tudo está perdido.

“É bom pra caralho.”

Continuo repetindo na minha cabeça enquanto volto para a cama. O último pensado que tenho antes de finalmente adormecer é: sim, Morrison Caldwell, é bom pra caralho. Pena que não posso dizer isso a ele.

A manhã chega muito cedo. Tenho o turno da tarde no bar esta noite, e Sally, que está livre, vai cuidar de Marisa.

Depois de uma banho e me preparar para o dia, algo me empurra para encontrar Morrison. Quanto mais quartos passo sem encontrá-lo, mais o medo se instala em meu intímo.

Minha mente acelera e o pânico me invade quando chamo sem uma resposta. Eu o afastei demais? Acabei de perder a única coisa boa na minha vida além da minha filha?

Jagger está na cozinha quando viro a esquina para procurar Morrison. Ele entra e sai, mas sempre toma o tempo para ver como Marisa e eu estamos, fazendo com que me sinta aceita. Ainda assim, dos três irmãos, acho que é o mais temperamental e imprevisível.

“Bom dia, Hailey.”

“Bom dia, Jagger”. Por acaso você viu Morrison?”

“Sim — acabo de deixá-lo no aeroporto. Ele deixou o Escalade para você com um cartão para a gasolina no porta-luvas.”

“Aeroporto? O que quer dizer “aeroporto”? Onde diabos ele foi?”

Jagger me dá um sorriso. “Essa boca ousada é atraente, Hailey, meus irmãos são bastardos sortudos, eles têm duas boas mulheres com muita coragem.”

Ignoro o que Jagger diz sobre ser a mulher de Morrison, incapaz de tomar um tempo para pensar sobre isso agora. “Jagger, onde ele foi?”

“Onde ele sempre vai,” diz como se fosse óbvio, como se tudo isso fosse apenas um conhecimento comum. “Não se preocupe, ele estará de volta em uma semana, duas, no máximo, ele não fica longe por muito tempo.”

Uma semana, duas, no máximo?

Até agora, não tinha pensado em estar longe de Morrison. Desde que entrou na minha vida, não pensei em não tê-lo por perto, porque... bem, porque ele sempre esteve aqui.

Ele saiu sem se despedir.

O pensamento me incomoda.

Passo a manhã meio atordoada enquanto Jagger vai fazer o que quer que seja que Jagger faz. Sei que treina e luta, mas o homem tem um trabalho normal? Estou começando a pensar que todos trabalham no bar, mas também têm a sua ‘vida paralela’, como Jagger diria.

Durante toda a manhã, tento falar com Morrison, mas recebo apenas o correio de voz. No momento em que meu turno começa esta noite, estou oficialmente nervosa.

“Jared, você sabe o que é engraçado sobre estar sóbrio?” Hendrix diz com humor brilhando em seus olhos enquanto fala ao homem mais velho que fica colado ao banco no final do balcão todas as noites.

“Nada, Caldwell, não há nada de bom sobre isso.” Replica Jared antes de voltar sua atenção para Olivia. “Livi, qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

Ela ri antes de responder:

“Não sei, J. Qual é a ideia de um homem com uma dieta equilibrada?”

“Uma Miller Genuine Draft em cada mão. Agora faça essa merda acontecer para mim, você vai, não é querida?” Ele sorri, mostrando o verdadeiro elo que eles compartilham.

Fui apresentada a Jared e sei que ele oficializou o casamento de Hendrix e Livi, mas o homem está longe de ser caloroso e amigável. Não me deixa servi-lo ainda. Não o ganhei, diz ele. Eu gostaria que me dissesse o que tenho que fazer para ganhar essa honra.

“Você,” ele grita para mim, “mulher de Morrison, venha aqui.”

Começo a corrigi-lo, para lhe dizer que não sou a mulher Morrison, mas ele fala antes que eu possa. “Quando seu homem voltar, tenho uma piada para você dar a ele. Está pronta?” Pergunta com toda a seriedade.

Assinto, sem saber o que realmente espera que eu faça. Se aproxima e empurra meu ombro para baixo, de modo que meu ouvido está perto de seu rosto.

“Em que um casino se parece com uma mulher?” Ele sussurra, e não posso deixar de pensar onde ele está indo com isso. “Licor na frente e pôquer atrás.”

Meus olhos se arregalam em surpresa quando Livi ri comigo depois de ouvir cada palavra que ele diz.

“Pense nisso e diga ao nosso cara quando ele voltar para casa depois do torneio.”

“Torneio.” Com essa palavra, entendo tudo. Instantaneamente, sei onde Morrison está e não me sinto feliz. Este é o meu problema, não o dele.

Lembrando onde estou, limpo o balcão enquanto dou risada da piada e continuo com meu turno. Faço o que faço melhor — reprimo tudo e sigo em frente, mesmo quando o mundo cai ao meu redor. A noite passa em um turbilhão de bebidas e petiscos. Uma vez que fechamos, Livi coloca uma bebida na minha frente.

“Humm... devo dizer que não bebo frequentemente. De fato, a última vez que bebi, fui Lucy lábios fracos e não foi atraente.” Tento explicar.

“Garota, observei você no limite a noite toda. Então depois que Jared disse ‘torneio’, você entrou em modo robô. Agora, você tem uma menina esperando em casa que não vai querer uma mãe robô. Beba isso e vamos conversar.”

Livi e eu nos aproximamos durante o meu tempo aqui. Ela sabe tudo sobre Monte e os detalhes de como cheguei a esta situação e nosso tempo juntos. Embora procure muito Jamie, não podemos falar demais, porque não quero atrair a atenção de Monte para os dois telefones; com seu marido Alex devendo a Monte, não é demais ser cuidadosa. Livi tornou-se quase tão íntima quanto Jamie neste curto espaço de tempo. Ela tem essa vibração inocente e, depois de estar toda a minha vida no mundo dos jogadores e tentar lê-los, Livi é como uma lufada de ar fresco. Ela é limpa, pura, amável e leal.

“Diga-me que foi jogar para ele. Por favor, Livi, diga que ele não está tentando vencer Monte por mim.”

“Não posso fazer isso, Hailey. Não quero mentir e não vou. Ele é bom no que faz, no entanto. Vai te tirar dessa bagunça e vai fazer isso enquanto te abraça para que você não possa cair.”

Endureço com suas palavras. “Eu não posso cair.”

“Claro que pode.” Ela diz sem rodeios. “Todos o fazemos em algum momento.” Eu suspiro e depois ela continua. “Esses caras foram criados para levantar uns aos outros. Não há problema em depender dos outros, Hailey. Nem todo mundo espera algo em troca e os Caldwell não querem nada além de amor. Deixe Morrison fazer o que tiver que fazer para esta família, sua família, o que inclui você e a Srta. Princesa.”

“Não sei se posso.”

Ela aperta minha mão. “Houve um tempo em que não pensei que pudesse deixar alguém me ajudar, mas, você sabe o quê? Eu estava andando na neve no centro de Detroit, tudo para evitar dizer a alguém como as coisas eram ruins, então Hendrix apareceu e começou a cuidar dos meus problemas. Mais do que isso, ele segurou minha mão, enquanto eu estava enfrentando o meu passado. Ele me deu a força para suportar. Deixe que Morrison te dê isso. Deixe-nos te dar a segurança que você nunca teve.”

“Ele não está competindo com alguém que joga limpo, o Monte não o deixa vencer, e se por algum milagre ele ganhar, como posso pagar?”

“Vivendo sua vida livre das correntes do seu passado.” Ela me leva pelas mãos aos bancos do balcão, onde sentamos. “Esses caras viram coisas ao crescer, os tipos de coisas que permanecem com você. Eles não foram capazes de tirar sua mãe de uma situação ruim, então eles tiveram que assistir impotentes, enquanto ela passava por um monte de porcaria que não deveria ter que suportar. Eles não podem encontrar alguém que é abusado e não desejar estender uma mão para levantá-lo novamente.”

“Não fui abusada, Livi. Minha situação não é como a da mãe deles. Só devo a Monte.”

“Não lhe deve uma maldita coisa. Você jogou e perdeu. Acontece. Naturalmente, dinheiro não vem sem consequência, mas te chantagear para se casar?” Ela balança a cabeça. “Isso não é igual a nada.” Livi se mexe no banquinho de maneira peculiar, como ela geralmente faz, mas, desta vez, algo aparece em seus olhos. “O consentimento é,” ela começa e olha para ao redor antes de sussurrar “muito necessário.” Então, como se tivesse encontrado uma nova confiança, repete, só que mais alto dessa vez: “O consentimento é necessário. Está me ouvindo, , você entende Hailey?”

“Dei meu consentimento, Livi.”

“Sob pressão e quando você era menor de idade. Entende o que estou dizendo?”

“Não preciso de absolvição. Preciso que Morrison volte para casa e não lute minhas batalhas por mim.”

“Hailey, isto não é uma absolvição. O seu futuro ex-marido manipulou sua situação. Alguma vez você já ouviu o termo ‘consentimento duvidoso’?”

Lágrimas enchem meus olhos. “Livi pare! Não fui estuprada. Ele não me bateu. Ele cuidou de mim! Eu devo isso!” Sem querer grito. “Não tente justificar ou explicar minhas decisões erradas.”

“Hailey, querida, você está quebrando meu coração. Quais escolhas você teve? Se ele levou tudo para controlar suas circunstâncias. Nada disto é culpa sua. Deixe-nos ajudar. Permita que sejamos a família que você nunca teve. Deixe Morrison mostrar o que é realmente bom. Por favor, Hailey.”

“Ajude-me a chegar ao torneio. Deixe-me jogar por conta própria. Morrison está tirando minhas escolhas neste momento, também.”

Algo pisca em seus olhos. Em um borrão, ela se foi e fico com meus próprios pensamentos sobre o meu passado.

Monte tirou minhas escolhas. Ele fez. A questão é, o que diabos eu posso fazer sobre isso agora que eu tenho uma escolha?


Capítulo 13

Morrison


Vamos as apostas.

Deixo o banheiro no aeroporto, vestido com jeans e uma camiseta. Por quê? Porque quando joguei merda na minha bolsa, não estava pensando no meu show — por isso. Essa mulher me deixou todo fodido.

Jogo uma de vinte nas máquinas no aeroporto, e o primeiro tiro é uma merda. Os próximos vinte e ganho, e recupero meu dinheiro. Na minha terceira oportunidade, perco.

Uma perda, então deveria começar pela Strip. O ritual se foi.

Não estou jogando meu jogo normal; Estou jogando um jogo para ela, para ‘minha garota’. Sim, estou a chamando da porra de ‘minha garota’, e ela também está prestes a perder o rótulo ‘Hard Knocks’ que ela recebeu e parece aceitar. Que se foda tudo isso! Ela vale ouro. Precisa apenas aceitar, e por Deus, eu me certificarei de que isso aconteça!

Estou totalmente de acordo. É um jogo em que vou perder tudo ou ganhar a porra do maior prêmio que já joguei.

Saio e peço um táxi.

“Bel Air Drive, 3111.” Digo ao motorista de táxi enquanto entro.

A primeira vez que vim a esse local, esperava que mudasse o meu mundo. E de certa forma, mudou. Por um lado, de repente, conseguir comprar e fazer coisas agradáveis para as pessoas que amava. Mas mudou a minha vida? Não.

Ainda assim, com certeza me senti, e sinto, bem. A popularidade parece boa. Ter pessoas olhando para você e querendo ser igual é prazeroso. Ter uma buceta mimada e rica faz você se sentir bem. Ter socialites de joelhos, chupando seu pau no banheiro de um clube é divertido.

Mas nada disso muda uma vida.

Fama ou virtude, o que você escolhe?

Um mês atrás, para mim era a maldita fama. E fama é o que tenho aqui. As pessoas me conhecem, sabem quem sou, porra. O homem que escolhi ser, não o homem que todos pensavam que seria. Ele não é o fodido homem que meu velho criou. Aqui em Las Vegas, eles sabem que sou bom no jogo.

Mas queria uma mudança de vida, e até agora, tudo o que consegui foram apenas coisas materiais.

A virtude, no entanto... A virtude muda vidas. As pessoas virtuosas mudam vidas e quebram os ciclos da vida. E a virtude agora está ao alcance da mão. Se eu perder o jogo, perco a garota, sei que o homem, este homem Caldwell, fará algo que deixará sua mãe orgulhosa, dar a uma menina o que deveria ser seu direito de nascimento, ter algo do qual foi despojada: sua liberdade de escolha.

Quando chego em casa, entro e percebo que nem sequer vi como está o meu carro. Mas, quem se importa? Não eu. Hoje não.

Abro o cofre e tiro dois mil dólares, depois pego as chaves da mesa de entrada.

Quando abro a garagem, vejo o pequeno carro de Hailey e decido que vou com ele. Esse filho da puta está lá fora, e isso vai chamá-lo como uma barata na noite. Entro e verifico as chaves, mas não estão na ignição. Verifico sob o assento — não estão lá. Olho o visor e todos os lugares típicos onde as pessoas escondem suas chaves, mas não estão em lugar nenhum.

Então, olho no espelho retrovisor e vejo o assento do carrinho infantil, alcanço a parte de trás e levanto a tampa. Chaves Dou risada sozinho, porque Hailey não se parece em nada com as meninas que tive Ela pensa, planeja, projeta estratégias e tem mais inteligência do que qualquer outra pessoa que conheço. Esconder chaves sob um assento de carro. Um ladrão típico de carro não pensaria em verificar lá. Isso porque ele não saberia que a garotinha é mais importante para ela do que qualquer coisa ou qualquer outra pessoa neste mundo. Seu tique, sua fraqueza, e sua razão para a luta, é aquela linda garotinha.

Quero participar de qualquer merda de torneio clandestino que Monte estiver, porque aquele filho da puta não tem ideia de como tratar uma garota como Hailey, e ele também não tem direito de ferrar essa garotinha.

Passo por sua casa três vezes. O três é o meu número de sorte, mas faz com que a merda aconteça três vezes na minha vida. Há um começo, um meio e um fim. O meio é o lugar mais seguro para estar, sempre soube que issoera verdade. Odeio a ideia de escolher o mais seguro —o que flutuasse — por que nunca fiz isso.

Estaciono na frente de um bar, o Double Down Saloon. Então, entro, peço uma cerveja, sento e espero. Antes da minha cerveja terminar, vejo quatro homens caminhando juntos, e atrás deles está Monte.

Deixo meu banco, me colocando em pé na parte de trás do bar, e me sento em uma mesa de canto. Olho para cima para ver o bastardo andando em minha direção com seus garotos.

Ele para na minha frente. “Eu quero as chaves daquele pedaço de merda em que você veio. Em seguida, será melhor me dizer onde está minha pequena prostituta.”

Sorrio, intencionalmente provocando. “Isso não vai acontecer.

“Eu não sei com quem diabos você pensa que está lidando aqui, Ás, mas nestas partes, você não pode se meter comigo.”

“Sim, bem, eu não sigo muito as regras de um pedaço de merda como você.”

Um dos caras dá alguns passos para a frente.

“É possível que você queira acalmá-lo, porque da forma como vejo isso, você pode não querer qualquer contato físico entre nós. Porque sim, se alguma vez ficar cara a cara com aquela bunda novamente, ela estará te olhando como se você não fosse nada. Não depois de me ter.”

“Eu vou arruinar você.”

“Bem, sim, eu a arruinei... para você ou qualquer outro homem que ela escolher para estar dentro daquela pequena buceta apertada. Alguma vez já ouviu os gritos dela que não fossem ‘fique longe de mim’? Porque a maneira que grita meu nome é como...”

“Você é um homem morto.”

“Se eu morresse hoje, saberia que morri depois que provei o céu, algo que você nunca teve. Não tenho ideia como diabos você pode se chamar de homem e não comer uma buceta.” Olho para um de seus caras. “Você pode acreditar nessa merda?”

“Eu não como prostitutas.”

“Pelo que eu saiba, tinha dezessete anos quando abusou dela, e não fez com qualquer outra pessoa, porque você a fez acreditar que lhe devia, isso soa muito parecido com estupro. Portanto, se meus cálculos estiverem corretos, Monte, ela teve dois paus, uma língua, e só um homem que a fez se sentir como uma mulher e não uma prostituta cativa.”

“Ela e eu somos casados; sua mãe deu seu consentimento. Não houve estupro.”

“Não é um casamento real, e era uma menina de dezessete anos, que estava com medo depois de ter sido criada por uma mulher que não conhecia a verdadeira liberdade. Você estuprou aquela menina.”

“É isso o que ela está dizendo?” Ele ri.

“Não, isso é a verdade. Ela está aprendendo muito rápido, no entanto. Ela vai criar aquela garotinha para ser o que quer que ela escolha ser um dia. Você deve muito a ela, e ela não te deve porra nenhuma.

“Ouça, seu filho da puta fodido, ela me deve trezentos mil dólares, e pretendo recuperar tudo, por qualquer meio necessário. Se você tem esse tipo de dinheiro, ela é toda sua.”

“Não.”

“Não?”

“Não, ela é toda dela.”

“O homem não quer reivindicar um traseiro pelo qual ele está disposto a morrer.” Monte ri, em seguida, o mesmo acontece com os seus capangas.

“O que vocês idiotas não entendem é uma mulher escolher o homem que ela quer foder — e ter sua mente, corpo e alma. Se eu conseguir o dinheiro e ela ficar comigo, vou ter muito mais do que sua propriedade, terei uma mulher que estará ao meu lado voluntariamente. Não será uma mulher à procura de uma fuga. E se não me escolher, não terei que descer as calças para verificar se tenho o equipamento que me faz homem — eu sei por minhas ações, que sou um homem inteiro, melhor do que o que ela teve antes.”

“Trezentos mil dólares e não dou à mínima se ela é uma participante voluntária ou não com você. Só me interessa que a putinha pague sua dívida. Você tem três dias.”

Quando, ele levanta, olha seus capangas e então se aproxima de mim. “Três dias de merda e depois, irei atrás de você, depois dela, e então da garotinha.”

“Você toca em uma delas, e eu, pessoalmente, vou te colocar três metros abaixo da terra.”

“Isto não é um jogo, Ás.”

“Não, isso seria muito fácil. Eu já venci você.”

Sussurra algo no ouvido de um dos seus capangas, então vai embora.

O homem tira uma carta e joga sobre a mesa na minha frente.

“Sua boca deveria ter ficado fechada. Monte não só quer o seu dinheiro, quer seu jogo também. Esteja lá ou eu vou dar o seu endereço.”

“Que porra isso quer dizer?”

“Tenho gente te seguindo. Faça seu jogo, consiga dinheiro e não vou usar as informações. Se não aparecer e não lhe pagar, ele saberá quem você é e onde encontrar sua esposa e filha.”

“Qual é a porra do seu problema?”

“Pergunte para Hailey.” Ele se vira e sai andando.

“Perguntar o quê?”

Ele não se vira.

Olho para a carta. É o bilhete dourado, a direção do torneio em que vou jogar pelo maior prêmio da minha vida.

Ele acha que sou um jogador.

Mas, não sou.


Paro em frente a Seed, um clube pequeno no lado leste de Las Vegas. Pego a carta que o homem de Monte deixou sobre a mesa, o meu bilhete dourado. O bilhete que vai me fazer ganhar a garota que vem ligando para o meu telefone nas últimas doze horas.

Ignorei suas chamadas e dos meus irmãos. Preciso de foco, não distrações.

Saio, caminho até a porta que diz ‘fechado’ e bato. Quando se abre, a corrente ainda presa a partir do interior, mostro a minha carta e a porta é totalmente aberta. Coloco minha carta no bolso, sabendo que se tiver que sair para conseguir mais dinheiro, isso vai me levar de volta para dentro.

Enquanto caminho, todos os olhos estão em mim, o gorila coloca sua mão em meu peito, me parando.

“As armas ficam na porta.”

“Não tenho nenhuma comigo.”

“Vá para o bar e pegue suas fichas. Não há dinheiro nas mesas. Se precisar de mais, peça a um dos homens que circulam. Eles podem levá-lo para o caixa automático.”

Estou vestido para impressionar. Velhos hábitos demoram muito para morrer.

Trouxe todo o dinheiro do meu cofre comigo, trinta mil. Comprar a primeira rodada é excelente.

Eu me aproximo do bar e dou ao homem vinte mil dólares. Ele me dá um olhar que me diz que é uma grande troca. Isso me deixa um pouco nervoso. Se vinte mil é muito, isso significa que pode não haver dinheiro suficiente para ganhar. Há trinta homens aqui, e eu preciso de todo o seu dinheiro e algo mais.

O homem que dirige o jogo começa jogando nomes em uma tigela.

“O jogo começa em dez minutos. Existem alguns jogadores que foram convidados e ainda não apareceram. Vamos dar-lhes o respeito que merecem e esperar. Enquanto isso, fiquem à vontade para uma bebida.”

Olho ao redor, vendo alguns rostos conhecidos e alguns não tão famíliares.

“Ás?” Olho para a minha esquerda e vejo o cara que estacionou meu carro em Aria.

“Wheels, cara, o que está fazendo fora da Strip?” Aperto sua mão e lhe dou um tapinha nas costas.

“Eu vim para jogar.”

“Não ganhará assim, cara.” Sorrio.

“O que significa isso?”

“Vou te dar alguns conselhos, ok?”

“Sim, isso seria ótimo.” Ele sorri.

“Não participe do jogo, seja o jogo. Não há outra maneira de vencer. Olhe as cartas dos jogadores; esqueça o jogo e vença, e seja o jogo. Torne-se o jogo.” Pisco o olho. “Entendeu?”

“Sim, cara, entendi.” Ele sorri. “Isso é tudo? Esse é o seu segredo?”

“Nosso segredo.”

Ele respira fundo.

“Jogue o nervosismo pela janela.”

“Feito.” Diz, balançando a cabeça.

“Quanto trouxe com você?”

“Tudo o que tinha. Não é grande coisa, mas é um começo.” Ele diz, girando a ficha em sua mão.

Procuro uma ficha no meu bolso. “Outro segredo: comece com dois mil quando jogar as cartas. Assim quando ganhar, você ainda terá os dois mil originais para jogar, enrolar no próximo jogo, e não procure mais, se você está exausto. Não deixe o jogo jogar com você.”

“Tornar-me o jogo.” Assente.

Entrego a ficha que peguei. “Hoje à noite, guarde três dos grandes. Dê-me isso de novo quando tudo terminar.”

“Sério?”

“Sim.”

“Porra, obrigado.”

“Não me agradeça, pague-me no final.”

“Eu vou. Prometo.”

A sala está cheia e um homem está no centro de tudo. “Bem-vindos ao Seed. Eu sou Scott, o proprietário deste estabelecimento. Obrigado a todos por fazer parte das festividades desta noite. O jogo é de cinco cartas. Todos sabem as regras. A casa vai ficar com dois por cento do dinheiro nas suas fichas no final da noite. Mil dólares será o valor do início da mão. Se perdem, saem. Os nomes serão falados em um instante. Os primeiros quatro na mesa um, o segundo grupo de quatro na mesa dois, e assim por diante. Cada rodada termina com um homem sentado em cada mesa. Cada avance exige mais mil para sua aceitação. Se você quer sair, pode trocar suas fichas sempre que quiser. Não nos importa, ainda temos o nosso dois por cento. Quando chegarmos aos últimos quatro jogadores, jogarão em uma mesa. Boa sorte a todos.”

O nome “Ás” aparece: estou na mesa três, a minha favorita. Sento e olho em volta para minha equipe. Todos têm fome e são intensos. Todos são fáceis de ler. Eu tenho esse jogo.

Timmons está na mesa seis, e meu parceiro, Wheels na mesa sete. Não são uma distração, mas quando o nome de “Hard Knocks” é chamado na mesa oito me distrai de toda essa merda. Olho para cima para ver a parte de trás de uma garota de penteando hippie, camiseta, jeans e botas pretas de combate. Não fico encarando, porque sei que a mulher que deixei em casa está na porra dessa casa.

Então escuto Monte rir e olho para cima de novo. Sigo seus olhos para a mesa oito, e quem está me olhando é a merda da aparição de Hailey. Pelo menos eu gostaria que fosse. Nego e começo a me levantar, mas ela balança a cabeça e logo escuto o locutor chamar Hendrix e Jagger para a mesa dez. Me pergunto, como demônios conseguiram entrar?

Olho para descobrir que ambos tem um sorriso de merda em seus rostos, mas os filhos da puta não me olham. Olho para Hailey, que morde o lábio para evitar sorrir.

Viro-me na cadeira e quero bater a porra da minha cabeça no feltro verde, mas não faço.

Meus irmãos estão aqui, então sei que tudo vai ficar bem. Apesar de como acabar esta noite, eu tirarei Hailey daqui com segurança e, em seguida, arrastarei seu penteado hippie para a porra de Detroit. A parte que está balançando o meu mundo neste ponto, é que se ainda não sabe, sabe agora que se ela ganha, perde ou empata, faz parte de uma família que a apoia.

Na quinta rodada, minha mesa está limpa. Pego todas as merdas de fichas. Nunca senti a emoção de que o jogo fosse tudo ou nada. Mas agora, com a minha necessidade de mostrar a essa menina, que posso cuidar dela — não só posso como quero. E já sinto a eletricidade das luzes de Las Vegas, e nem estou na Strip.

Quando eu a olho, vejo que ela está vencendo, também. Meus irmãos estão jogando pelo seguro, mas se mantém sozinhos. Wheels está se levando, parece como se estivesse no topo do mundo, lembrando-me muito quando cheguei aqui a primeira vez.

Na décima rodada, estou esperando que minha mesa fique cheia de jogadores de novo.

Olho em volta e percebo que há pelo menos meio milhão de dólares em fichas nas mesas.

Olho para a pilha de Monte e tem cem mil. No entanto, a minha menina de cabelo hippie, minha garota com uma buceta de ouro tem o dobro.

Enquanto ambas as mesas são limpas, olho para os meus irmãos.

Eles caminham ao meu lado e Jagger bate no meu ombro. “Estamos lá fora, cara.”

Monte os vê e seu rosto endurece. Então eu pisco um olho, e seu rosto fica vermelho como um tomate.

Finalmente ficam as duas últimas mesas e Hailey e Monte estão na mesma porra.

“Destrua todos, mãezinha.” Digo do outro lado da sala, fazendo-a rir.

“Você poderia dizer ao idiota para calar a boca?” Zomba Monte.

“Não é contra as regras falar, certo?” Pergunto ao repartidor na minha mesa.

“Não, senhor.” Ele tenta não rir.

"Bom" Eu olho no quarto. "Ei, querida". Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. "Quando é só você e você se divertindo, certifique-se de colocar suas pilhas de fichas enquanto eu as entrego, e não como você fez isso".

“Bom.” Olho através da sala. “Ei, querida.” Hailey olha para cima e revira os olhos, o que me excita. “Quando for só você e o tarado, certifique-se de posicionar as pilhas como eu lhe dei e não como ele fez.”

“Você, filho da...” Monte começa a se levantar.

“Se sair da mesa durante um jogo, você perde.” O repartidor avisa em sua mesa.

“Você ouviu, Monte? Quando eu pegar o seu dinheiro, quero ter merecido.” Hailey diz.

“Cadela, você nunca ganhou nada em sua vida.” Ele retruca.

“Querida, está em sua mão. Agora balace.” Digo, olhando por cima do ombro para ela e piscando.

Ela sorri.

“Vou fazer isso direito.”

“Você sabe que está me deixando duro aqui.”

“Oh, meu Deus, você poderia calar a boca?” Ela diz, rindo alto, livremente.

“Só se você me pedir com delicadeza.”

Seu rosto fica rosa enquanto olha para baixo e balança a cabeça.

Sou o último homem na minha mesa novamente. Tenho um pouco menos de duzentos mil, e não posso esperar para pegar o dinheiro do filho da puta.

Eu me levanto e ando até o bar para tomar uma bebida, olhando as quatro pessoas que ainda estão na mesa deles. Um deles é um cara que parece do Texas, com um chapéu de cowboy e botas que parecem que nunca viram terra. Depois, há o meu menino Wheels, além Monte e Hailey.

O Texano empurra todas as suas fichas no meio, e os olhos de Hailey arregalam. Então, eu os observo iluminar antes de engolir em seco e morder o interior de seu lábio. Esse é o seu tique.

Ela sabe que está quase lá. Na cama, essa é a minha deixa para ir mais duro e tão profundo como possa me tomar para empurrar até seu limite antes que goze.

Ela coloca as cartas com a face para baixo, então me observa enquanto empurra todas as suas fichas, e meio que mexo em meu queixo, apertando a mandíbula e a boca. “Gostosa e excitante pra caralho.”

Monte desiste e se inclina para trás.

A mão é jogada, as cartas são viradas, e minha garota tem quatro fodidos ases.

“Droga, minha querida.” A mandíbula do Texano cai. “Acaba de pegar todo o meu dinheiro.”

Ela sorri. “Obrigada.”

“Os agradecimentos não são necessários; é um jogo. Você ganhou de forma justa.”

Ele se levanta e caminha em direção à porta enquanto Hailey olha para as suas fichas.

Ela se levanta. “Eu gostaria de trocar as fichas.”

“Você está brincando? O jogo não acabou, Hard Knocks. A puta que me deixou nunca sairia enquanto há algo para ser tomado.”

“Não aceito mais nenhum desaforo seu, exceto ao longo dos anos e anos de abuso mental, seu pedaço de merda! O que eu fiz para merecer o tratamento que você me deu? O que fiz...”

Eu me aproximo e pego sua mão. “Vamos lá. Ele não vale nem mais um segundo do seu tempo, nem uma maldita palavra de seus lábios, nem qualquer coisa.”

Enquanto ela está me abraçando e chorando, o dono do bar traz seu dinheiro em espécie. “Trezentos e quarenta mil dólares para uma mulher chamada “Hard Knocks”. Eu não acho que isso se encaixe mais. Depois de nosso desconto, você tem trezentos e trinta e três mil e duzentos.”

“Dê-lhe trezentos mil.” Aponta para Monte. “Agora, seu bastardo, eu paguei pelos sete anos que você acha que eu te devia. Diga-me que tenho sua palavra que estamos quites.”

“Você confia na palavra dele?” Sorrio.

“Sim. Nos negócios, a sua palavra é válida. Monte, olhe para mim e diga que minha dívida está integralmente quitada.”

“Está tudo aqui. Estamos quites. Tenha uma boa vida com essa porra de jogador. Ele vai te deixar por alguém que faça mais o tipo dele e você vai desejar que ainda estivesse aquecendo minha cama. Mas você nunca mais fará isso, cadela. Quando ele te deixar por outra cadela que não seja tão classe baixa, você estará tentando encontrar a próxima cama quente...”

“Querida, vá para fora; meus irmãos estão esperando. Vou assim que der um pontapé na bunda desse idiota.”

Hesitante, Hailey vai enquanto passo para a próxima rodada. Eu me coloco na mesa para jogar com Monte e Wheels.

“Se olhar para ela de novo, vou arrancar seus malditos olhos. Se voltar a falar com ela dessa forma novamente, você perde a língua. Ela pagou uma dívida totalmente absurda. Agora, deixe-a em paz, porra!”

“Tenho recibos para tudo que paguei, de modo que não há nenhum absurdo envolvido. Ela nunca trabalhou um dia em sua vida e tinha o mundo pelas bolas...”

“Então, você fodeu tudo e perdeu a porra da única coisa que importa, a sua família. Algum dia, suas pequenas folhas de cheque e recibos serão pagos, e ninguém vai ter de lidar com seu traseiro de novo. Então, como você vai ficar?”

“Com quem, com Marisa, é claro.” Ele diz em tom malicioso.

“Caralho. Hailey simplesmente assegu...”

“Se ela quiser ficar com a minha filha, ela também precisa pagar o preço da menina. Caso contrário, vou vê-los no tribunal.”

“Você é um filho da puta doente.”

“A dívida da menina não é tão grande assim. Duzentos setenta e cinco mil é tudo.”

“Então, vou comprar essa aqui, agora.”

“Você não tem as fichas, Ás.”

“Vou pegar o resto.” Sibilo e começo a levantar.

“Não, sente e ganhe. Este será o último jogo que joga.”

“Não é o jogo. Se trata de ganhar tudo.”

As apostas nunca estiveram tão altas. Hailey comprou sua saída, mas a garotinha ainda está na mesa. Sua filha é o prêmio, e Hailey ainda não sabe. Se eu tiver sucesso, nunca vai saber o quão baixo era seu ex realmente.

Na primeira mão, o filho da puta chama meu blefe e perco tudo. Como? Eu joguei. Eu não fui o jogo; Marisa foi.

Quando me levanto para sair, Wheels me para.

“Cara, eu sei que você tem dois mil em seu bolso, então os jogue.”

“Não é assim que faço meu jogo.”

“O jogo é diferente agora, certo?” Ele está implorando. “Cara, não perca a esperança.”

Coloco minhas fichas na mesa e perco, assim como Monte. Wheels está rolando nele, e se não fosse uma situação onde envolvesse o de uma criança, teria dado cambalhotas para ele. Mas estou ferrado.

O carteador olha para mim. “Você está dentro ou fora?”

“O idiota do caralho não tem mais dinheiro.” Monte ri.

“Eu tenho uma casa.”

“Você é um covarde.” Zomba Monte. “Eu não quero sua casa. Eu quero o seu dinheiro e seu jogo.”

Ignoro.

“Quanto pela casa?” Pergunta Wheels, olhando para sua pilha de fichas.

“Duzentos e setenta e cinco mil dólares.” Respondo sem hesitação.

“Quanto vale?”

“Trezentos e cinquenta.” Digo.

Ele olha para baixo. Monte está irritado.

“Mobiliada, vale trezentos e setenta e cinco, pelo menos. Fica em um condomínio fechado e não devo nada, está totalmente quitado. Nem você deverá, Wheels...”

“Eu a levo.” Monte ri.

“Nem fodendo.” Assobio. “Você não merece.”

“E ele sim? Não merece uma casa que possa se beneficiar com cem mil dólares. Não é um jogador.” Cospe Monte.

“Ele mudou o jogo.” Mantenho meus olhos em Wheels.

“Feito.” Ele diz.

“Feito?” Levanto a sobrancelha.

“Sim, cara, feito. Espere, também quero o carro.”

“Wheels, cara, eu juro que você está me matando aqui. Vou dar-lhe o melhor apartamento, mas o carro é meu.”

“Está bem.” Ele ri. “Porra. Porra. Porra! Quando posso me mudar?”

“Podemos resolver toda merda legal amanhã.” Pego meu telefone no bolso e entrego a ele. “Mande um texto de modo que teremos a informação de contato.”

“Você vai entregar o dinheiro apenas pela palavra dele?” Zomba Monte.

“Sim.”

Uma vez Wheels volta e me entrega o dinheiro, viro e entrego a Monte. “Se chegar perto dela ou da criança novamente, eu te mato. É mais barato contratar um assassino que ser manipulado por você outra vez.”

O carteador pergunta:

“Quem está dentro?” Eu me viro para sair. Nada mais importa. O jogo termina e eu ganhei tudo.

Saio, com Wheels me seguindo, e vejo Hailey caminhar.

Aperto a mão do menino, lhe dou o endereço, e digo que passe amanhã para que possamos ir para o advogado.

“Ganhou?” Pergunta Jagger.

“A vitória mais importante da minha vida. Vamos comer alguma coisa. Em seguida, os três dormem um pouco antes de voltar para casa para a garotinha.”

“Você volta com a gente, certo?” Hailey pergunta.

“Vou voltar um dia depois de vocês. Vou dirigindo para casa.”

“Por quê?”

“Porque não pretendo voltar aqui tão cedo.”

“Tem certeza?” Pergunta Hendrix.

“Como eu disse, ganhei um prêmio enorme hoje. Tenho o que preciso de Las Vegas. Agora tudo que quero é voltar para Rock City com a minha família.” Uma calma me inunda. “Mas, primeiro, o que diabos vocês dois estavam pensando para trazê-la aqui?”

 

 

 


Capítulo 14

Hailey


Foi tudo um turbilhão. Depois que terminei o trabalho, Olivia poderia dizer que eu não pude lidar com o pensamento de Morrison estar no torneio sem mim. Sem me permitir pensar demais, reuni coragem suficiente para deixar minha garotinha com Livi e embarquei em um voo noturno para Las Vegas com Hendrix e Jagger. Com uma família me apoiando, enquanto enfrento meu passado — é o que Livi disse quando quando saímos.

Não sabia como aceitar isso. Só sabia que no final do dia, teria que pagar minha dívida por conta própria. Não podia deixar Morrison fazer isso.

Antes que o nervosismo se apondere de mim, estava nas mesas. Participando do torneio.

Tentei manter minha expressão fechada para não me lerem. Tentei manter minha compostura, mesmo sabendo que tudo estava literalmente em jogo neste momento.

Sentada, passei os dedos sobre o feltro onde a mesa encontra a borda de madeira. O contraste é estranho quando você sente o verde suave do forro e depois muda para a madeira.

Áspero e suave. Macio e escorregadio.

Como a mesa, eu precisava ser suave e escorregadia apesar de tudo. Esta noite, de fato o vencedor leva tudo. Hoje à noite, teria de volta a minha liberdade. Hoje à noite, eu iria escolher minhas opções.

Era fácil se deixar levar. Houve um tempo quando queria ficar e continuar a jogar. Eu queria subir a aposta e ver se poderia fazer um lucro.

Mas, havia muito em jogo.

Recebi um bilhete de Marshall. Jamie em seguida, chama um cara que conhecia outro cara que conhecia um outro cara e conseguimos as cartas douradas de Hendrix e Jagger. Marshall não parecia nada satisfeito quando cheguei com os convidados.

Muito ruim, tão triste, grande cara.

Eu sei que em algum lugar dentro dele, há um coração. Só que ele deve muito a Monte para sair. Não sei o que vai acontecer se Monte descobrir o que Marshall tinha feito para mim. Não podia pensar nisso. Eu tinha que ficar centrada no dinheiro e em pagar meu marido.

Tinha guardado o suficiente para a minha entrada. Vou ter que trabalhar para pagar minha passagem aqui, mas estou livre.

Que sentimento incrível!

Aqui fora, ando de um lado para outro, esperando desesperadamente que Morrison esteja bem. Meu estômago revira. Minha intuição está gritando que havia mais do que sabia. A maneira como Morrison estava provocando Monte através de mim, zombando dele.

Mas porque? Esta é a minha batalha para lutar.

Ganhei o que era necessário — para quitar a dívida na íntegra. Então, eu me perguntava, por que Morrison ainda está lá? Estamos quites. Por que não troca seu dinheiro e sai?

Observando-o finalmente sair, sei que alguma coisa aconteceu. Ele não corre até mim. Não tem conto de fadas, enquanto me abraça rodopiando.

Não, ele me diz que estamos indo comer, que vou voltar para casa e que ele vai chegar em mais alguns dias.

Antes que você possa refletir sobre sua atitude, Marshall sai, com Monte logo atrás dele. Então, Marshall olha para mim de uma maneira que me diz que devo escolher minhas palavras com cuidado.

Escolher.

Eu não posso deter o sorriso que cresce quando Monte se aproxima. Tenho uma escolha. Finalmente!

Sinto que os irmãos Caldwell ficam tensos atrás de mim enquanto todos se movem pelas minhas costas. Jagger se move na direção de Marshall, mas estendo a mão e gentilmente agarro seu antebraço.

Aquece o meu coração saber que o enfrentaria cara a cara por mim, mas este é um mundo no qual ele não vive. Existe um código, e não pode cruzar a linha, ou estarei em dívida novamente antes que qualquer um de nós possa piscar.

“Os documentos serão entregues no meio da semana.” Monte diz enquanto me estuda.

Não fale. Não diga nada, eu me lembro.

“Monte, você sabe que nosso casamento não é legal. Não tivemos testemunhas ou um oficial.” Antes de partir, pedi a Livi para realizar algumas pesquisas, e ela não encontrou registros em nenhum tribunal que estive legalmente casada com Sean “Monte” Timmons, porque a certidão de casamento nunca foi emitida. Além disso, meu cartão de segurança social ainda diz ‘Hailey Sue Poe’, assim como minha nova carteira de motorista de Michigan.

“Hard Knocks, você deve saber que eu nunca teria legalmente vinculado você a meus bens, estou falando sobre os procedimentos sobre a Marisa. Estou abrindo mão dos meu direitos.”

Meu ritmo cardíaco troveja em meus ouvidos, meu rosto mostra tudo enquanto me esforço para manter a calma.

Monte sorri para mim de uma forma que só pode ser descrita como pura ameaça. “Eu sou um monte de coisas, Hailey, a maioria delas não são boas, mas nos negócios eu sou um homem de palavra. Obrigação e recompensa, Hard Knocks. Você teve uma pausa. O saldo foi pago na íntegra.” Move seu olhar de mim para Morrison. “Para você e Marisa. Você está livre.”

Monte gira e se afasta enquanto o braço de Morrison envolve meus ombros. Quando ele está a poucos metros de distância, ele olha por cima do ombro e então diz a Morrison: "Eu a tive primeiro, vou ter por último, e quando ela voltar rastejando, vou fazê-la pagar o preço porque não fui o único a ter sua buceta.”

Morrison sai para avançar em direção a Monte, enquanto Marshall balança a cabeça para mim.

“Morrison, pare! Ele não vale a pena.” Digo.

Ele para e olha para mim.

“Seja o bom cara.” Ele sussurra. “Não seja ele.”

“Ás, você conseguiu o que veio buscar aqui hoje à noite. Eu espero que tenha valido a pena, porque você não vai jogar aqui novamente. Esta é a minha cidade.” Monte olha para mim. “Hailey, quando os golpes baterem duro de novo, eu estarei te esperando, e não vou ser tão bom dessa vez.”


Depois de um momento, ele se vira e faz sua saída, enquanto os arrepios correm pela minha espinha e minha mente acelera.

Ganho um aperto no ombro de Jagger e outro de Hendrix, enquanto Morrison apenas olha para mim.

“O que significa que você não pode jogar aqui novamente? O que aconteceu lá, Morrison?”

“Não há nada para se preocupar.” Olha para seus irmãos. “Vamos comer, então vocês pegam em um avião e voltam para a Srta. Princesa.”

Existe uma distância entre nós que não entendo. Sou livre. Esta noite, ganhei. Ganhei a minha liberdade. Este deveria ser um momento feliz, mas sinto como se tivesse sido marcado por alguma coisa. Eu só não sei o que é.

Jagger e Hendrix parecem ler algo em Morrison que estou perdendo; Como resultado, o jantar é rápido e silencioso. Não estou acostumado a ser livre. Agora eu sou. Estou livre, e tenho que parar de questionar tudo e apenas aproveitar o momento, pelo menos por agora.

Voltamos para a casa de Morrison até a hora de pegar nosso voo amanhã. Enquanto os caras passam um tempo juntos, vou para o quarto de Morrison e leio para Marisa, usando um vídeo chat de celular de Livi para o meu. Vendo seu rosto sorrir na pequena tela, tenho a primeira onda de calma que senti em toda a minha vida.

Ela é minha razão de ser. É o meu tudo.

Termino a minha chamada, então vou para a sala de estar, onde posso ouvir vozes na cozinha.

“Que se foda! Deixe tudo. Eu não preciso de roupas. Não tenho nada pessoal aqui. Minha casa é Detroit; este foi um lugar de descanso. Deixe o menino ficar com tudo.” Escuto Morrison dizer aos seus irmãos.

“O que está acontecendo?”

“Realmente você deu ao garoto?” Pergunta Jagger.

“Não, vendi para ele. Eu estava fora do jogo. Ela faz isso para mim. Por que diabos a trouxeram aqui? Se não tivesse vencido, se não tivesse vendido, vocês percebem o quão ruim isso poderia ter ficado?”

“Mas não ficou.” Isso vem de Hendrix, a calma em tudo.

Meu telefone toca, alertando os caras da minha localização. Olhando para a tela, vejo que é Jamie e tento agir como se não tivesse ouvido nada, enquanto respondo.

“Ganhou.” Ela grita.

“Ganhei o suficiente para deixar seu controle.” Digo com orgulho.

“Vai voltar?”

“Oh, querida, eu queria, mas não acho que este é o lugar para mim e Marisa, no entanto. Eu não quero estar olhando por cima do meu ombro. Não quero me lembrar de nada daqui, exceto minha filha e nossa amizade. Este lugar não é para mim.”

“Vou sentir sua falta.” A tristeza em sua voz é evidente. Isso dói, mas este não é o lugar para mim ou para a minha filha — ou para Jamie.

“Detroit tem tudo para você, querida. Poderia ser um novo começo para nós.” Digo silenciosamente implorando-lhe para concordar.

“Quem sabe? Talvez quando minha merda for resolvida. Sabe que não posso ir até que tenha o meu próprio marcador reembolsado.”

“Estou aprendendo.” Suspiro. “De tudo isso, eu aprendi que não se trata de dever ou possuir. Amor, vida e relacionamentos não são obrigações nem recompensas. Eu não sei o que são exatamente, mas eles não são a posse de alguém. Agarre-se a isso, Jamie, e se agarre à bela mulher que tem em seu interior.”

“Eu te amo, Hailey.”

“Eu te amo também, querida. Te ligo amanhã quando aterrissar.”

Finalizando a chamada, me sinto triste por minha amiga, mas apesar disso, sinto uma emoção. Meu futuro está na minha frente, e pela primeira vez na minha vida, parece radiante.

Deitada, espero que Morrison venha para a cama. Não vem.

Quando chega a manhã, vou a cozinha para encontrá-lo de pé com seus irmãos em torno da ilha.

“Bom dia.” Digo em apenas um sussurro.

“Bom dia, Hailey.” Ambos, Hendrix e Jagger me cumprimentam. Morrison simplesmente me estuda, sem dizer nada.

“Vamos preparar nossas coisas,” Jagger diz, enquanto toma uma xícara de café e sai. Hendrix balança a cabeça e faz o mesmo.

“Dormiu bem?” Pergunto com indiferença.

“Não.”

“Poderia ter vindo para a cama.”

“Hailey, não vou te usar assim. Está livre e se acostumará com essa sensação antes que eu suba na cama com você. Levará cada parte de auto controle que tenho para permanecer longe, mas vou te dar esse espaço.”

Não sei o que dizer, assim que faço a pergunta que tem estado ocupando a minha mente desde a noite. “Por que não volta para casa com a gente?

“Estou te dando espaço, mãezinha. Vá para casa, para a sua garotinha. Estarei lá amanhã. Tenho uma merda para resolver aqui de qualquer maneira.”

Com cuidado, vou até ele e quando estou na sua frente, olho seus olhos azuis, que parecem estar escondendo um monte de emoções.

“É seguro para você ficar para trás?”

“Está preocupada?”

Mordo meu lábio inferior. “Sim.” Sussurro.

Olha por cima da minha cabeça para a parede atrás de mim. “Você não me deve nada, Hailey. Entende isso? Não tem nenhuma obrigação.”

“Eu sei, Morrison.” Pisco enquanto as lágrimas de emoções silenciosas me enchem. “Não... não... eh... como? Não quero que nada te aconteça.” Suspiro, incapaz de achar as palavras certas.

Ele simplesmente me olha, tentando me ler.

“Morrison, não sei se poderia ter feito tudo isso sem você.”

Ele envolve seus braços ao meu redor e me puxa para perto dele, sem dizer uma palavra, enquanto apenas desfrutamos desse abraço.

“Vou te dar espaço mãezinha, mas nunca estarei longe.” Ele se afasta para levantar meu queixo para ele e então, encosta seus lábios contra os meus. “Sempre te apoiarei. Precisa de um pouco de espaço, mas ainda estarei aqui. Só tenho que te dar tempo para que possa tomar algumas decisões por você mesma.”

Ele sempre me apoiará.

Escolhas. Tenho escolhas e vai me deixar escolher. Tudo isso parece bom... muito bom.


Capítulo 15

Morrison

 

Foi difícil colocá-los no táxi e dizer adeus. Fiz Hendrix prometer me enviar um texto quando estivessem a bordo do avião. Quando o fez, estava colocando as coisas na minha mala, preparando-me para sair também. Mas primeiro tinha que me encontrar com Wheels e meu advogado em algumas horas.

Não precisa dizer, que Wheels ficou entusiasmado quando viu o lugar, enquanto meu advogado me dizia o quanto eu era idiota, que nenhuma bunda valia isso. Por fim, lhe disse como era.

Vim aqui para encontrar uma vida nova, uma mina de ouro e me tornar um homem melhor que o meu pai. Eu estava saindo para uma vida nova, como um homem muito melhor que toda essa merda. Mostrei para o que vim e agora é o momento de voltar para casa. Inferno, Detroit é diferente agora. Existe algo bom lá. Ao diabo com outros tesouros. Tenho ouro.

depois de dormir, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O menino sorriu e assentiu, e então resolvemos tudo o que pudemos. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser feita através do correio.

Wheels deixou um convite aberto e inclusive me disse que após uma noite de sono, não se sentia bem com tudo isso. Eu disse a ele para calar a boca e ser feliz. O garoto sorriu e concordou, e então sentamos e repassamos tudo o que era necessário. Qualquer outra coisa que precisa ser feita pode ser resolvida por email.

Ele permitiu guardar o carro de Hailey até que pudesse levar de volta para Detroit. Ia deixar que ela resolvesse se ainda queria esse carro de volta ou se simplesmente podia vendê-lo. Dessa maneira, teria algum dinheiro para que Srta. Princesa tivesse algo mais adequado. Além disso, a garotinha adora o Escalade, e sempre devia andar em algo com estilo.

Quando tudo terminou, decido ir a um último jogo na Strip. Quero dar uma olhada, guardar na minha cabeça os locais que estive como Ás. Estava atuando o tempo todo, então, sei agora que fiz. Não era ruim, no entanto. Na realidade era muito bom.

Paro em um semáforo próximo ao Caesars e olho no retrovisor para ver uma caminhonete com vidros escuros, e o bastardo está tão perto que quase posso sentir sua respiração. Depois no próximo semáforo, a mesma merda.

Está praticamente colado a minha traseira enquanto saio da cidade e sigo em frente.

Deixando a irritação tomar o controle, pressiono o acelerador, e em seguida a luz adiante fica vermelha. Paro e olho no retrovisor. O filho da puta está lá novamente, e não está desacelerando. Olho o semáforo, ainda vermelho, e, em seguida, os carros da outra rua estão indo em ambas as direções. Não tenho para onde ir.

Eu me preparo para a colisão de metal, o filho da puta empurra seus pneus e literalmente sobe em minha traseira. Piso fundo no freio, percebendo que quem quer que seja, está me empurrando para o cruzamento. A única coisa que posso fazer é colocar no ponto morto.

Quando ouço a janela traseira quebrar, sei que o bastardo louco não vai parar, então abro a porta para correr. Enquanto faço isso, o lado do motorista do caminhão se abre e quem é?

Monte porra Timmons, segurando uma barra de ferro na mão.

Enquanto vem em minha direção, noto um carro de patrulha no estacionamento do Quickie Mart na esquina.

“Você está brincando, cara?” Grito.

“Decidi que não ficará com a minha filha! Ela me deve.”

“A menina não lhe deve nada!” Salto para trás enquanto ele empurra a barra de ferro em mim. “É tudo que você tem? Meu velho bateu mais duro que isso.”

Ele investe novamente, e pulo para trás, deslizando muito perto para sua comodidade. Então vejo a polícia correndo da loja conveniência. Um corre em nossa direção e outro para o carro. Eu os ouco gritar, mas não presto atenção às palavras faladas, exceto ‘Pare!’.

“Você me deve agora.” Ele investe de novo, e permito que acerte na lateral.

Não sinto nada, estou entorpecido à dor.

“Vamos, cara. Você tem que ter mais em você do que isso. Oh, bem, isso é certo, você não tem. Uma mulher como Hailey não teria escapado se estivesse satisfeita.”

Um balanço, uma conexão, e eu estou no chão. Perfeito. Acho que está funcionando.

“Eu vou matar você, filho da puta.”

“Faça sua melhor tentativa.”

Ele me acerta de novo enquanto rolo para perto dos pneus enquanto o ferro atinge o chão. Assim que esquivo ele vem para mim. Depois, há uma explosão de punhos em meu rosto, um após o outro.

Sorrio. “Covarde.”

“Parados.” Escuto antes de rolar para a direita, evitando o último golpe que eu tinha planejado dar antes de retornar o golpe.

O punho de Monte bate na calçada e ele grita como uma cadela antes de ser derrubado pela polícia de Las Vegas.

Salto e apenas um segundo, acho que deveria ter ficado lá, deixar que pensem que este bastardo me machucou. Então ando para o meu carro, e o que eu vejo? Bem, isso é dói pra caralho. Os golpes que meu carro levou foi algo perfeito em um jogo que ele pode ter começado, mas que eu vou terminar.

“Vou te matar, Ás!” Ele grita enquanto é algemado e o enfiam na parte de trás da viatura.

O que eu digo? Nenhuma coisa maldita.

Estou cercado por pessoas que testemunharam o ataque a mim e meu veículo e todos perguntam se estou bem. Não digo nada.

Estou bem? Claro, que sim. O filho da puta louco não foi provocado e não coloquei um dedo sobre ele. Diabos nem sequer me ouviu dizer uma palavra. Me assegurei disso.

Sean “Monte” Timmons ficará longe por um longo tempo como merda.

A ambulância me leva para o hospital, onde descubro que tenho duas costelas quebradas e uma concussão, e depois recebo alguns pontos perto da minha testa. A polícia pega meu testemunho e apresenta um relatório.


Preciso ficar em observação no hospital, devido ao ferimento na cabeça. Recebo uma droga assassina e apago em seguida.

Depois de dois dias, finalmente me liberam e Whells me dá uma carona no carro de Hailey. Então eu vou para onde o meu Porsche foi rebocado, apenas para descobrir que está uma bagunça mutilada. Tenho os dados do seguro de Monte e envio o relatório policial e fotos. Recebo uma resposta da empresa de seguros em uma semana. Eles me ofereceram um alugado, mas não aceito.

Pego minha mochila e uma mala, coloco no porta-malas do carro de Hailey, fecho e deslizo para dentro.

“Que lata velha da porra.” Sorrio para mim mesmo enquanto deslizo o banco para acomodar as minhas pernas.

Demoro uma eternidade dirigindo de volta à Rocky City para não pressionar muito o carro de Hailey. Minha cabeça está latejando, minhas costas doem e não quero aparecer com um olho roxo e pontos de sutura.

A única coisa que digo aos meus irmãos e Hailey, que só chamam uma vez por dia, é que estou aproveitando minha viagem.

Quando chego em casa, Hendrix sai de sua garagem, limpando as mãos com uma toalha gordurosa.

“Conseguiu um carro novo?” Ri de mim.

“É o carro de Hailey. Eu mr desfiz do...”

“Que diabos aconteceu com seu rosto?”

“Cai das escadas quando estava saindo. O último pontapé de Vegas na minha bunda para me ajudar na direção certa.”

“Essa é a história?”

“Sim.”

“O carro de menino bonito?”

“Eu me desfiz dele.”

“Outra aposta perdida?”

“Não perdi nenhuma merda.” Olho para as escadas que conduzem até o apartamento. “Ela está lá em cima?”

“Não. Foi trabalhar. O filho de Sally está com febre.”

“O mais novo?”

“Sim.”

“Esse menino adoece muito, não é?” Hendrix assente em resposta e pergunto: “A garotinha?”

“Lá em cima com sua cunhada.”

“Com minha cunhada, hein? Vocês dois estão namorando?”

“Diabos, não! Por que você diria uma coisa dessas?”

“Porque você disse ‘sua cunhada’, e não ‘minha esposa’ ou ‘Livi’ ou...” Balanço minha cabeça, porque o bastardo me confunde.

“Ela é sua cunhada. É da família, como a garotinha está começando a sentir, como a sua ‘amiga’ também.”

“Bom. Elas precisam de uma família.”

“Você tem um plano?”

“Um plano?”

“Sem a porra de jogar de tolo comigo, Morrison. Gosta dela o suficiente para trazê-la aqui e depois voltar para Las Vegas para ganhar sua liberdade. Você vendeu sua casa, dizendo que não precisava de nada, mas basicamente a ignora. Quando ela passa a noite em sua cama, você vai para o sofá. Então leva o seu tempo para voltar aqui, não diz nenhuma merda a ninguém, tem dois minutos de conversa com ela, basicamente, a afasta. Ela e Livi estão se tornando próximas demais, e Livi me disse que ela gosta de você, então, o que diabos você está fazendo? Nos três estamos dentro. Mas e você? Nenhum de nós tem uma porcaria de ideia do que está acontecendo em sua cabeça, em seguida, volta aqui com alguma história idiota sobre as escadas. Isso não se faz se não vou reivindicá-la.”

“Reinvindicá-la?” Sorrio. “Hailey não é alguém que é reivindicado, Hendrix. O minuto que você fizer isso, ela correrá gritando.”

“Ela não vai a lugar nenhum, Morrison. Sabe o que você fez, e qualquer pessoa com metade de um cérebro e um coração sabe que ela está completamente apaixonada por você, e...”

“Eu não estou nessa para que ela se apaixone, Hendrix. O que vai acontecer depois que o fizer?” Não espero que responda. “Levanta e segue em frente. Não vou deixar isso acontecer.”

“Você está errado, cara.”

“Você não está ouvindo.”

“Que diabos isso significa?”

“Diferentes estilos para pessoas diferentes. Seu foco é com Livi — com a merda de homem das cavernas, movendo-se em direção a ela — mesmo sem saber o que estava acontecendo, e isso funcionou para uma mulher como Livi. Responsabilidades e outras merdas, ela te deixou estar dentro...”

“Cuidado...” Grunhe.

“Cale a boca e escute! Era exatamente o que ela precisava. Ela concordou com isso, te deu o consentimento para o que a impedia. Não era de propriedade de seu agressor no sentido literal da palavra. Você sabe. Mas eu conheço Hailey. Aquela jovem mãe não vai ficar com a gente só porque se apaixonou. Eu poderia reclamá-la, e ela correria direto para as fodidas colinas no segundo em que tivesse um problema. Ela tem que estar livre como nunca esteve antes, então será a única que vai me reinvidicar, você me entende?”

Ele sorri.

“Eu vou brincar de cadela com Hailey qualquer dia da porra da semana até que se sinta livre. Então, e só então, vou mostrar a ela o que é um homem de Caldwell. Ela não tem só que se apaixonar; ela tem que saltar.”

“Eu quero jogar cadela.” Ouço pequenos pés fazendo barulho, enquanto corre em minha direção.

Agacho enquanto ela para e sorri, e, em seguida, a agarro e puxo para um abraço.

“Você sim, eu reclamarei.”

“Como a ostra na concha?” Ela ri e me abraça também.

Não tenho uma puta ideia do que está falando. Olho para Livi, que sorri e segura sua mão no coração.

“Estavámos vendo o filme da Pequena Sereia.” Explica.

“Quer ver?” Pergunta Marisa.

“Que tal ligar para sua mãe e perguntar se está bem se eu te levar para jantar?”

 

Capítulo 16

Hailey

 

Dias. Tenho passado dias me sentindo como se estivesse me segurando a algo enquanto me pergunto se realmente estivesse ali em primeiro lugar.

Morrison e sua viagem pela estrada... A frustração se acumula dentro de mim.

Será que ele realmente acha que vou comprar a merda que está vendendo? Está chateado porque entrei e joguei? Está com raiva porque ganhei meu próprio jeito de pagar a minha saída? Estraguei qualquer plano que tinha para que estivesse em débito com ele?

Minha cabeça está em todo o lugar, assim como minhas emoções. Desejo desesperadamente confiar nele. Quanto mais me aproximo de Livi, mais posso ver que os Caldwell são pessoas boas. Então, quando não ouço falar de Morrison, a dúvida me enche. Será que estou cega? Estou vendo que quero ver, não o que realmente está lá?

Dada a minha história, não sou boa em julgar o caráter das pessoas. Honestamente, nunca estive em uma situação para determinar quem é bom e quem é ruim — nunca me deixaram escolher. As pessoas com quem convivi eram pessoas de Monte. Mesmo Jamie, num primeiro momento, foi escolhida por Monte para ser minha amiga, embora eu tenho certeza que ele nunca esperava que nos tornássemos verdadeiras amigas e não mais um peão em seu jogo.

Claro, Morrison responde quando ligo, mas não fez qualquer tentativa própria para chegar até mim. Seu retorno de Las Vegas levou mais tempo do que eu esperava, também. Sua resposta para isso é que estava gostando da viagem.

Mais uma vez, uma grande mentira.

Limpo o balcão na minha frente. Oh, bem, a vida é assim, certo?

“Você está em uma profunda reflexão por aí, menina.” Jared fala para mim.

Eu me apresso em direção a ele, então dou um outro olhar em volta para me certificar de que estava realmente falando comigo antes de sorrir docemente.

O homem suporta bem sua bebiba. Ele também retém muito atrás daqueles olhos escuros enquanto conta piadas após piadas com os amigos. Servir os clientes habituais, noite após noite, me fez aprender o que amizades parecem ter e, finalmente, depois de uma simples bebida ou dois, ou três...

“Faça o sua melhor.” Ele levanta uma sobrancelha em desafio para mim. Tento a mesma coisa a cada noite, e cada vez sua resposta é a mesma: um franzir da testa e uma réplica para tentar novamente em um dia diferente.

“Por que Alice faz tantas perguntas?”

Ele dá de ombros esperando pela minha resposta.

“Porque é o país das maravilhas.” Sorrio e Jared nega.

“Mamãe, nós temos que sair mais vezes. Toda noite eu venho aqui e me conta uma piadinha de contos de fada. Meus dias de ler histórias antes de dormir já se foi há muito tempo. Sirva-me, querida, e vamos manter este nosso segredinho.”

Dou risada alto, fazendo-o olhar para mim estranhamente.

“Posso realmente te servir sem fazer você rir, na verdade?”

“Bem, tenho certeza de que é o que eu disse.”

“Você não deixa que ninguém lhe sirva até que consiga, pelo menos, um sorriso.” Acrescento, sem esconder minha diversão.

“Todo mundo precisa de uma pausa, às vezes, Hailey, e acho que você tem que tomar uma. Então pegue a minha bebida e vamos conversar.”

Faço exatamente isso, e estou tão entretida na conversação que leva vários segundos para que minha ansiedade apareça quando meu telefone vibra no meu bolso de trás. Ninguém tem esse número, exceto Jamie, Olivia, os irmãos Caldwell e Marshall.

Marshall. Las Vegas. É hora de conseguir um telefone novo.

Nos negócios Monte é um homem de palavra noventa por cento do tempo. Estou prestes a fazer parte dos dez por cento?

“Hailey, você deve atender o telefone, não olhar como se tivesse acabado de ver um fantasma.” Grunhe Jared, me tirando dos meus pensamentos malucos.

Pegando meu telefone, olho a tela e vejo o número de Morrison. Claro que me ligaria agora, quando estou ocupada.

Suspirando, respondo rapidamente.

“Olá, mãezinha.”

Ao ouvir sua voz, estremeço. Deus, por que sou tão vulnerável a ele?

“Srta. Princesa e eu queríamos saber se está tudo bem se sairmos para o jantar.”

“Está aqui? Você está em casa? Quando voltou para a cidade?” Atiro as perguntas sem pausa para deixar que responda.

Morrison Caldwell está finalmente em casa depois de fazer quem sabe o quê, quem sabe onde, e a primeira coisa que quer fazer é levar minha filha para jantar? Não sei se quero sorrir ou chorar.

Não importa a distância que Morrison manteve de mim, ele se certificou de falar com Marisa ao telefone todos os dias, e a primeira pergunta é como ela está. Ela é uma prioridade para ele.

Não tinha percebido quanto até esse momento.

“Devagar, Hailey. Cheguei cerca de trinta minutos atrás e descubri que você está trabalhando. Queria levar Marisa para jantar e depois um sorvete, mas antes de ir a qualquer lugar, queríamos pedir sua permissão e ver se você quer que a gente traga algo para você.”

“Ummm... não.” Murmuro, ainda tentando entender o fato desse homem espetacular que poderia estar fazendo o que quisesse neste momento, prefere levar minha filha para jantar. Ninguém além de Jamie nunca quis fazer alguma coisa com ela sozinha.

“Tudo bem, vou ficar aqui, na casa de Hendrix, então. Vamos pedir pizza, se você acha que ela pode.” Soando decepcionado. Quando ele não diz nada mais, percebo que ele entendeu mal a minha resposta.

“Espere!” Inferno, percebo que não estou dizendo as palavras certas. “Eu quis dizer sim, você pode levá-la, mas não tragam comida para mim. Obrigado pela oferta, no entanto.”

“Está bem. Vou te encontrar quando você voltar do trabalho, mãezinha.”

Ao terminar a chamada, percebo que Jared está olhando para mim.

“O quê?” Pergunto inocentemente.

Jared apenas balança a cabeça.

Sirvo mais alguns clientes antes de Olivia entrar e ajudar, já que Morrison está com Marisa. No tempo que estive com sua família, construi ligações fortes com cada um deles, especialmente com ela. Embora, ainda não sei porque Olivia está constantemente esfregando sua bunda como está fazendo agora ao falar com Jared.

“Srta. Independente.” Ela diz, balançando a bunda, então dou um tapinha de brincadeira. Em seguida, rimos.

“Quem é Srta. Independente?” Pergunto, me juntando a conversa.

“Minhas calcinhas dessa noite me lembram de ser ‘Srta. Independente’.” Responde Livi com este tipo comum de conhecimento.

Meu rosto deve mostrar a minha confusão, porque Jared intervém: “Roupas íntimas inspiracionais. A menina vive para elas.”

Olivia sorri para mim.

“Precisamos conseguir algumas para você! Você é totalmente a Srta. Independente.”

Abaixo minha cabeça com vergonha. “De forma alguma. Vim aqui pelo dinheiro e ajuda Morrison, enquanto fugia do meu passado. Tenho vivido com você e Hendrix, e mesmo que esteja pagando aluguel, você sabe que Hendrix está me pagando mais do que deveria. Realmente não considero isso independência.”

“É difícil encontrar ajuda. Sabe a taxa de rotatividade aqui? Está te pagando porque você é confiável e trabalhadora. Você ganha cada centavo, Hailey.”

Encolho os ombros enquanto minha mente divaga. “Preciso encontrar uma casa.”

“Você sabe que você é bem-vinda com a gente o tempo que quiser.”

“Obrigada, Livi, mas realmente preciso encontrar uma casa e começar a organizar minha nova vida. Além disso, estou no limite esperando por Monte enviar os documentos para assinar sobre os seus direitos de Marisa. Talvez ocupar mente em buscar e depois mudar para um novo lugar alivie um pouco da minha ansiedade.”

Livi esfrega sua bunda novamente.

“Srta. Independente.” Sorri para mim. “Acharemos algo para você.”

Jared se mete. “Tenho alguns lugares disponíveis no meu prédio. Não é nada de outro mundo e não diria que é o melhor bairro, mas não é o pior. Estarei lá para manter um olho nelas se precisarem de alguma coisa. É apenas um pensamento.”

Terminamos o resto da noite em uma conversa informal enquanto minha mente continua a contabilizando o que posso pagar pelo meu próprio lugar. Estou aliviada quando saio do trabalho e descubro que Morrison trouxe meu carro de Las Vegas. Mesmo que seja uma lata velha, ter um carro significa uma coisa a menos para tentar me meter em um orçamento neste momento. Também estou surpresa, porque o homem tem um Porsche, pelo amor de Deus, por que ele iria dirigir meu modesto carro?

Ele está com uma aparência horrível, mas não me disse o que aconteceu. As contusões estão amareladas, então sei que tem poucos dias. Parte de mim acha que foi um dos rapazes de Monte que fez, no entanto, eu sei que Morrison não vai me dizer.

 

Demorei três semanas de trabalho, para juntar o dinheiro do aluguel e das taxas do apartamento de dois quartos e um banheiro que agora tenho as chaves. O edifício de apartamentos, felizmente para mim, tem apenas três unidades no meu piso. Um pertence a Jared, o meu apartamento e o outro pertence a uma velha que, quando me ouviu mudar, apareceu na sua porta com um taco de beisebol, totalmente pronta para chutar alguns traseiros. Também acontece de ser uma impressionante cozinheira e nos recebeu com cookies de chocolate dois dias depois que nos mudamos. Pode não ser o lugar mais bonito, ou situado na melhor vizinhança, mas poderia ser muito pior.

Entre as muitas outras coisas que ela fez, Livi me levou à uma loja de segunda mão, onde me ajudou a mobiliar nossa sala de estar com um futon e uma pequena televisão e centro de entretenimento. Não temos TV a cabo, mas temos DVDs mais do que suficiente para manter a Srta. Princesa ocupada. Colchões de ar para nossos quartos, mas por agora, é um começo, e parece bom.

Morrison se mantém silencioso, além de falar com Marisa. Estes dois se uniram, e não sei como me sinto sobre isso. Tento manter meus sentimentos separados de seu relacionamento com a minha filha.

Mas dói. Ele nem sequer me beija. Para um homem que tinha que me ter de qualquer maneira que pudesse conseguir desde a noite em que nos conhecemos, agora não me oferece mais do que um abraço rápido. Meu passado o desanimou tanto?

Claro, no grande esquema das coisas, nada disso importa. Tenho minha filha, um trabalho e agora minha primeira casa, tudo por minha conta.

Obrigação e reparação. Pela primeira vez na minha vida adulta, posso dizer com certeza que não devo nada a ninguém.

Isso é muito bom.

 

 

 

 

 

 

Capítulo 17

Morrison


Paro na porta do quarto originalmente destinado a minha mãe, depois ocupado por Hailey e Marisa. Odeio parar e ver que está vazio agora, já que por um tempo não poderia ter sido mais perfeito... para ela e para garotinha. Nem mesmo vou mentir, sua saída é a segunda coisa mais difícil com a qual tive que lidar.

Hailey era forte quando a conheci, feroz, na verdade. Nunca, nem em um milhão de anos teria pensado que ela realmente sentiu que aquele idiota era seu dono. Considerando o que aconteceu, entendo que ela precisava construir uma parede. Queria uma parede forte e não apenas para ela.

A garotinha precisa da sua mãe — forte, feroz e independente; e é o que está vendo agora, sem dúvida. Mesmo na quarta-feira à noite, na minha noite com ela, ela disse: “mamãe está feliz o tempo todo.” Nessas noites a tiro do ninho, por assim dizer, e nós temos o nosso encontro.

O novo ninho de Hailey. O ninho original — a casa em que minha família adotou minhas duas meninas — foi ótimo para as duas. E para nós, também. Estou triste em ver que esse momento acabou.

Mas agora, a garotinha e eu temos um ao outro na nossa quarta-feira e maldito seja se eu não abrir as portas e essas coisas. É a primeira vez na minha vida que convidei alguém para jantar que realmente tocou a fibra sensível Caldwell. Bem, foram apenas frango frito, batatas fritas e sorvete, mas porra, foi um passo.

Um dia, em breve, darei isso para a mãezinha Hailey.

“Você está bem?” Hendrix pergunta atrás de mim.

“Às segundas à noite, eu quero o bar.” Falo para Hendrix, olhando por cima do ombro.

“Para?”

“Cartas, cara. Eu preciso disso, também preciso de algumas noites atrás do balcão.”

“Concordo com isso. Livi fica chateada quando treina alguém e depois são pegos fodendo, então ela insiste em estar lá por algumas noites. Sem dúvida, gostaria mais que o seu pequeno traseiro ficasse em casa com mais frequência. Os fins de semana estão ficando ocupados também, se você puder trabalhar. Sally, eu, Livi, e às vezes Jagger dificilmente conseguimos dar conta. Se você quiser...”

“Vou ajudar em qualquer lugar, mas tenho meus próprios planos.”

“Atlantic City? Reno?”

“Não, cara, vou ficar aqui para sempre. Deixei Ás, em Las Vegas, acabou. Também vendi a minha casa em Atlantic City. Agora eu quero algo mais. Aprecio o trabalho e sei que é apenas por três ou quatro horas nas sextas-feiras e sábados, quando você estiver sobrecarregado. Não tenho a intenção de tirar dinheiro do seu bolso.”

“Você acabou de dizer que sabe que preciso de ajuda. É mais barato te pagar do que um desses idiotas que querem me roubar pelas costas.”

“Por agora, aceito.”

“‘Ganhar’ homem. Não ‘tirar’, merda.”

“Excelente. Terei prazer em fazer, mesmo enquanto organizo a minha merda.”

“Você quer compartilhar seus planos comigo?”

“Ainda não. Ainda preciso ver o que vai dar antes de fazer o movimento.”

“Você está livre esta noite?” Pergunta Hendrix na minha porta.

“Claro, por quê?”

“Hoje faz dois meses que Livi e eu nos casamos. Íamos jantar no bar, mas prefiro comer na cama. Você se importaria de descer e ajudar a fechar mais tarde?”

“Quem está trabalhando?”

“Será que isso importa?” Questiona.

“É quinta-feira à noite, Hailey está trabalhando.” Falo e ele confirma. “Claro, que eu posso ajudar.”

“O correio chegou hoje com algo de uma companhia de seguros e algo da polícia de Las Vegas.”

“Não me foda!”

Caminho e pego os envelopes no balcão, sigo para o meu quarto, onde abro o da polícia de Las Vegas. Aparentemente, Monte se declarou inocente. Não tenho ideia de como o idiota pensa que pode se livrar disso. Isso me faz rir alto, até ler a parte sobre a qual eles me convocam para testemunhar contra ele.

Agora a mãezinha vai descobrir, e sei que ela ficará furiosa. Teria que dizer, mais cedo ou mais tarde. No entanto, tenho algumas semanas. Três, para ser exato.

Porra, ela já está furiosa. Tento realmente manter o mínino de contato físico, mas ainda assim lhe dou um abraço de vez em quando. Pode apostar que é rápido, ou estaria estourando meu pau de tão duro.

Eu a vejo olhar meus lábios e sei que me quer em sua boca tanto quanto eu, mas não posso, ainda não. As coisas precisam estar sólidas, e vou me certificar que ela seja a única dar o primeiro passo. Mas que Deus a ajude quando o fizer.

O próximo envelope é o cheque do seguro do meu carro. O dinheiro será muito útil, mas ainda me incomoda a maneira que esse idiota tentou me foder. Ele vai ter o dele. Na prisão, alguém vai foder sua bunda e então vai ver como se sente ao ser fodido por trás, sem um puto aviso.

 

Quando entro no bar, Livi recolhe suas coisas e me dá um abraço.

“Obrigada.”

“Não há problema.”

Praticamente corre para a porta.

O bar está lotado. Está assim há alguns meses. Caldwell é o lugar para estar.

Hailey está atrás do balcão, movendo seu pequeno traseiro, logo estou atrás dela.

“Estou aqui para ajudar.”

“Parece que preciso de ajuda?”

Irritada, acho.

“O lugar está bastante cheio, então sim, precisa de alguma ajuda.”

“Tem que repor as geladeiras e o barril de Miller Lite está acabando. Poderia trocá-lo. Fora isso, eu me viro.” Não perde o ritmo, continua servindo doses e recebendo o dinheiro, enquanto fala.

“Claro, chefa.” Dou risada, incapaz de evitar e ela para em seco e me olha, mais irritada.

Não afasto o olhar.

“Escuta, coisa gostosa, meu copo está vazio!” Grita um cara.

Ela vira a cabeça, preparada para perder a paciência, quando responde: “Coisa gostosa? É tudo o que você pode inventar, Romeu?” Ri enquanto lhe serve uma bebida.

“É o que você é, gostosa.” Diz o imbecil, piscando um olho para ela.

“Pensa que está bem falar merda como essa comigo?”

“Caralho.” O cara sorri. “Provavelmente não, provavelmente deveria estar de joelhos pedindo para que se case comigo.”

“Sabe que tem mais chance de ver Deus, certo Ricky?”

“Isso dizem.”

Ela olha para Jarred.

“O homem tem a cabeça dura, mas dá boas gorjetas.”

“Fique com o troco, garota.” Ri Ricky.

Ela segue a corrente, depois coloca oito dólares extras em sua jarra de gorjetas antes de me olhar.

Entretanto, estou furioso. “Diga a palavra e vou expulsá-lo a pontapés...”

“O cara está bêbado e gosta de falar merda, Caldwell. Não faz nenhum dano. Você vai ficar no meu caminho ou vai mudar o barril?”

Enquanto troco o barril, reponho a geladeira, me afasto e vejo como trabalha com a multidão. É tão séria com eles como é comigo. A exceção é Jared, de quem parece estar próxima. Agora também vivem no mesmo edifício.

Talvez Jared pareça ter uns quarenta anos com essa grossa barba e cabelos bagunçados, mas ele tem apenas trinta e um. Eu realmente espero que nada esteja acontecendo entre os dois, porque eu gosto dele e não quero ter que quebrar a sua cara.

Ela trabalha duro a noite toda e quando tento ajudar me dá um olhar que se supõe deveria me intimidar, mas na verdade me excita muito. Assim pego uma cadeira atrás do balcão e sento.

“Morrison?” Levanto os olhos enquanto algumas mulheres se dirigem em minha direção.

“Olá, Patsy, Tina, como vai?” Dou o sorriso de sempre.

“É quinta, a ‘noite das garotas’ e víemos pra cá apenas para ver você e seus irmãos no balcão.”

Sorrio.

“Hendrix se casou...” Aceno minha mão mostrando o bar. “Parece que nessa noite muitas garotas ficaram em casa. Há um monte de homens no entanto, certo?”

“Mas só um Caldwell.” Tina me pisca um olho.

“Estou aqui para ajudar no balcão, mas a Hailey aqui” informo enquanto Hailey se aproxima, “ficaria feliz em ajudá-las com suas bebidas.”

“O que vocês querem beber?”

“Gostaríamos de um coquetel Caldwell.” Patsy sorri pra mim.

“Perdão? Poderia repetir?” Pergunta ela.

“Prefiro ele.” Tina ri. “Você e seu irmão Jagger... lembra desse tempo?”

As sobrancelhas de Hailey levantam, enquanto me olha.

“Sabe o que tem em um coquetel Caldwell, Hailey?” Patsy ri.

“Não.” Responde Hailey enquanto serve uma bebida e a empurra para uma das garotas que está esperando.

“Bem, começa com uma de nós de joelhos.” Tina inicia.

“Então lábios na ponta, não é, Morrison?” Completa Patsy.

Que porra! Concordo.

“Depois um pouco de movimento, sem apertar, com a língua plana. Não são essas as instruções que nos deu?” Tina morde o lábio.

“Vá fundo, não vomite, apenas engula.” Continua Patsy de onde ela parou.

“Vocês duas estão falando sério dos boquetes que deram a ele? Se estão, parem. Não estou interessada. O que me interessa são os seus pedidos de bebidas, mas se estão aqui apenas para foder com ele, me avisem para que eu possa servir outros clientes.” Hailey as repreende.

“Duas Miller Lite.” Pede Tina com rapidez.

“Quer servi-las você ou eu faço?” Murmura Hailey para mim.

“Vá em frente, querida.”

Franze o cenho para mim, então vai buscar as bebidas e me viro para as garotas. “Olhem já não sirvo isso. Mas foi ótimo ver as duas.”

Então me afasto enquanto Hailey as serve.

É uma da manhã quando as coisas se acalmam. Hailey fala com os clientes, sorri e inclusive chama o táxi para alguns deles. No momento em que o bar está vazio, são duas da manhã. Hailey gira a placa e fecha a porta da frente.

Não se senta nem um segundo, só se mantém caminhando e é óbvio que está me evitando.

“Quer trocar suas gorjetas e pegar notas maiores antes que feche o caixa?”

“Sim.” Coloca o pano debaixo do balcão e se aproxima da caixa registradora.

Não me movo. Quero que venha até mim. “É uma garçonete incrível.”

“Sim, bem não é uma cirurgia cerebral.”

“Esse cara, aquele que te chamou...”

“Ele é inofensivo.”

“Você tem certeza disso?”

Se vira movendo suas pequenas tranças e me olha.

“Uma garota como eu pode detectar um imbecil a um quilômetro de distância.”

“Uma garota como você não merece cantadas baratas.” Replico.

“Bem, parece que tem algumas ‘gatas’ pedindo por você.”

“Não sou amante dos gatos.” Eu me inclino um pouco e olho para seus lábios, assisto ela tomar uma respiração curta e rápida.

Ela rapidamente afasta o olhar. “Não, você é uma pessoa de crianças. Minha filha fala muito em você. Na verdade, ela fala de você o tempo todo.”

Tomo uma bebida, tentando acalmar meus pensamentos.

“Isso é algum jogo que você quer brincar comigo? Cadela?”

Quase engasgo com a bebida. “Hailey...

“Não estou certa de que seja uma boa ideia que passem tanto tempo juntos. Ela vai pensar em você como algo mais...”

“Espere um minuto.”

“Não, escute! Ela acredita nos contos de fadas — nos príncipes encantados, nos finais felizes, é uma merda que obviamente não é uma realidade. Precisa saber que pode ser forte sozinha.”

“Terminou?” Não gosto para onde isso está indo.

Ela afasta o olhar. “Com certeza”

Ela se vira e eu fico na frente dela, colocando minhas mãos no balcão atrás dela. Sua respiração se acelera novamente, mas ela não se move.

“Ela vê você e o que você faz. Ela vai ser uma mulher forte, sem dúvida. Agora explique o motivo por trás de você não me querer perto dela.”

“O que jogo é esse cadela?” Pergunta, limpando a garganta e tentando esconder o desejo, a forma que se sente quando estamos próximos.

“Eu falei a palavra cadela. Não sabia que ela estava ali e tive que disfarçar o meu...”

“Então sou uma cadela.” Ela me empurra, mas seguro suas mãos e as pressiono contra meu peito.

“As vezes.” Não consigo evitar, apesar de não ter nada a ver com o que lhe estava dizendo.

Ela me empurra de novo.

“Embora seja excitante.”

“Morrison, não brinque com a minha filha.”

“Não é uma brincadeira para mim.”

“Certo.” Finalmente olha para o outro lado.

“Olhe para mim.” Ela faz. “Não estou brincando.”

“O que você quer de mim? O que você acha que eu devo? O que?”

“Calma, querida. Uma pergunta de cada vez. O que eu quero de você? Eu poderia te fazer a mesma pergunta.”

“Para mim?”

“Sim.” Eu me inclino. "O que você quer de mim?”

Seu peito sobe e desce, sua respiração acelera à medida que me movo lentamente em direção a ela.

“Enquanto pensa em sua resposta, não, Hailey, não sou seu dono. Você é dona de sim mesmo. Agora, quanto ao que quero de você... bem, acho que sabe a resposta.”

Dou um passo atrás até que suas mãos agarram minha camisa.

“Não faço ideia do que quero de você.” Sua voz é densa e rouca.

“Está de brincadeida. Você sabe o que quer. E o que quer, está bem aqui. É seu movimento, sua decisão.” Eu me inclino lentamente. “Está aqui, querida. Exatamente aqui.”

Ela lambe os lábios e olha fixamente para os meus, então baixa o olhar para a minha ereção pressionada contra minha calça. “Suas garotas poderiam ter cuidado com suas necessidades.”

“Essa necessidade só podem ser atendida por um de nós dois, e quem tem lidado com isso está realmente cansado de bater uma no chuveiro, pensando em você.”

“Você precisa de sexo.”

“Eu preciso de um gosto, um toque, algo que me mantenha até que você saiba com absoluta certeza que isto é o que deseja, porque estou completamente dentro, querida. Eu não sou seu dono, entende?” Pego sua mão e a movo por meu peito até a cintura da minha calça. “Mas se me quiser, estou aqui. Eu vou bancar a cadela por você até que se dê conta de que não quero te possuirr da maneira como ele tentou.”

Vejo seus pensamentos girando. “Cadela?” Pergunta.

“Chame do que quiser, mas se não vai dar um jeito nisso, preciso dar o fora daqui e cuidar disso sozinho.”

“Quero ver.” Ela diz, tentando ver até onde vou.

“Quer ver como cuido de mim sozinho?”

Assente, engolindo seu desejo.

“Você vai me mostrar o que tem feito para cuidar de si sozinha?”

Ela nega balançando a cabeça.

Abro o cinto, depois estendo a mão e agarrando-a pela cintura. Eu a levanto e ela geme, ficando mole em meus braços, com a cabeça em meu ombro, enquanto a coloco no balcão, depois dou um passo para trás.

“Não está acostumado com espectadores, querida, mas se quiser, você terá. Começa assim.” Abro minha calça e meu pau fica visível na minha cueca. “Ele está te procurando, sempre te buscando. Não consigo tirar você da minha cabeça.” Abaixo a cueca e envolvo meu pau com a mão. “Vou fechar os olhos, porque você está sentada, não você está deitada na parte de trás de seu carro, enquanto eu como a melhor buceta que já tive em toda a minha maldita vida. Ouro, Hailey. Porra!” Começo a gemer enquanto me acaricio lentamente para cima e para baixo. “Tenho que apertar forte...mmm. Essa sua buceta de ouro, tão úmida, tão apertada...”

“Morrison.” Ela geme.

“Sim, querida?” Digo enquanto abro os olhos e me acaricio, vendo seus olhos semicerrados. “Você quer isso?”

Ela balança com a cabeça, uma vez.

“Tire a calça e coloque essa bunda no balcão.” Ela hesita. “Querida.”

Uma vez que está de pé, tira a calça, então se vira para subir no balcão, a agarro por trás antes que tenha a chance de se virar. Afasto a calcinha para um lado e passo meu dedo para cima e para baixo em sua buceta molhada.

“Caralho, está ensopada.” Em um segundo, pego sua bunda entre as mãos e beijo esses charmosos e pequenos globos redondos que estão no ar. “Tem a bunda mais gostosa que já vi na minha fodida vida.”

Levo a língua até a divisão e ela arqueia as costas.

“Quer que faça isso, certo?”

“Sim.” Geme.

“Puta que pariu. Vire-se agora. Devagar, querida. Quero adorar a sua bunda, mas se quer que eu coma a sua buceta, é isso que vou fazer.” Ela agora está sentada no balcão. “Pés sobre os meus ombros.”

Ela faz o que peço e não me seguro. Enquanto chupo seus lábios inchados e esfrego a língua para cima e para baixo, seu corpo estremece enquanto agarra a borda do balcão.

Pouco a pouco, movo a língua para cima e para baixo sem entrar. Ela se contorce e solta gemidos abafados, deixando claro que estou a deixando louca. Porra, eu estou louco.

Então coloco minha língua e ela grita: “Morrison! Oh, Deus.”

A jukebox começa por conta própria a cada vinte minutos, e faz isso agora. “Skin” de Rihanna começa, a porra da canção perfeita.

Sigo o ritmo da canção com a língua em uma dança lenta, o jogo perfeito. Minha boca a cobri enquanto estendo as mãos e subo sua camiseta, vendo como sorri e fecha os olhos. Extase. Puro prazer. Deus, eu amo levar essa sensação para ela.

Hailey tira a camiseta e seguro sua coxas, separando-as mais enquanto chupo seu clitóris e ela começa a gritar. Seus quadris agora estão rebolando contra meu rosto enquanto a chupo mais forte e então, coloco dois dedos em sua deliciosa buceta.

“Eu quero você. Oh, Deus, por favor.” Ela implora. Mas não terminei de devorar sua buceta, de saboreá-la. Quero levá-la ao limite do prazer mais uma vez.

Quando consigo minha dose, por agora, levanto.

“Preciso provar seus seios.” Não espero por sua resposta, simplesmente os tomo. Quando paro durante um minuto, levanto o olhar para ela. “Homem nenhum em seu juízo perfeito abriria mão de ter você como dele. Hailey, você é tão bonita, linda, perfeita.”

Ela fecha os olhos.

“Preciso entrar, querida. Preciso sentir a sensação de estar dentro de você.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço enquanto eu a levanto.

“Boca — me dê isso.”

Ataco o interior de sua boca enquanto seguro sua bunda nua entre as mãos, amassando e apertando.

“Quero essa bunda, querida. Muito.” Minha boca se fecha sobre a dela, e suas mãos agarram meus cabelos.

Ela coloca a mão entre nós e segura meu pau, acariciando, então o esfrega contra sua pequena buceta quente.

“Preciso pôr uma camisinha, querida.”

“Estou no controle de natalidade.” Ela diz. “Está limpo?”

“Perfeitamente. Você?”

“Sim.”

Antes que possa dizer outra palavra, giro e a empurro contra a porta da geladeira, segurando-a pela bunda e a abaixo com força sobre meu pau. Grita e então morde o meu ombro.

“Sinto muito, querida.” Empurro com mais força.

Penetro cada vez mais forte, pois sei muito bem que ela gosta, porque goza uma e outra vez até que me junto a ela.

“É uma sensação boa pra caralho. Porra! Não vou parar. Não. Posso. Parar.”

“Então, não pare. Pegue tudo, Morrison. Pegue o que precisa.”

Ela geme enquanto vou de novo, e ainda mais forte.

Em seguida, a abraço com força à medida que lutamos para recuperar nossa respiração. Colocando meus lábios contra seu pescoço e saboreando sua pele, cheiro seu aroma doce, e estou duro novamente.

“Querida?”

“Uau?” Ela diz, um pouco chocada.

“Vou te foder outra vez.”

“Sim, foda duro.”

“Certeza?”

“Sim.”

“Você conseguiria alguma merda melhor?” Não espero uma resposta. “Vou te inclinar sobre o banco do balcão para poder olhar essa sua bunda gostosa, está bem?

“Sim, muito bem.”

 

Ela está caminhando engraçado quando sai do banheiro e não posso evitar sorrir. Balança a cabeça e rola os olhos.

“Você ainda está me sentindo?” Pergunto enquanto pego sua mão.

“Sabe que sim.” Sorri um pouco.

Saímos e fechamos a porta. A acompanho até seu carro, onde pego as chaves, destranco a porta e depois abro.

Pego sua mão com força suficiente para que vire para mim. “Sabe meu número.”

“Sei.”

“Acha que poderia usá-lo?” Ela concorda com um aceno de cabeça. “Esse é seu jogo, querida. Se me quiser, chame. Nos vemos na quarta, aconteça o que acontecer.”

Sorri. “Ok.”


A encontrei na sexta-feira e sábado no bar, em seguida, teve um jogo de cartas na segunda-feira e fiz algum dinheiro. As segundas-feiras vão ajudar muito a causa. No fim de semana chamo um agente imobiliário em Atlantic City e coloco à venda a minha casa. Na terça-feira, pego o meu laptop e procuro sobre como começar um negócio. Olhei
alguns lugares e percebi que poderia fazer isso. Não era apenas um sonho, merda, seria real.

Na quarta-feira, encontrei meu prédio, a quatro quadras do bar. Três andares e o piso superior já tem um grande loft. Está bom, mas vou melhorar.

“O que você acha?” O corretor pergunta.

“Parece bom. Precisa de uma boa reforma.”

“Bem, isso acontece. As pessoas sabem que está faltando alguma coisa e param de cuidar de suas coisas. A economia está ruim, e por isso não temos nos esforçado. Embora a fundação seja boa, e tem uma estrutura sólida. É um bom negócio para a pessoa certa.”

Não quero parecer muito ansioso. “Está pedindo duzentos mil por um lugar que precisa de quase o mesmo montante para reforma.”

Olha o arquivo em sua mão. “Como disse, vale à pena.”

Estendo a mão e ele aperta. “Vou pensar.”

Ele hesita, mas não me dá o que eu quero. Está hesitando, mas irá ceder.

Vou até a casa de Hailey e chego justo quando está saindo. Hailey está deliciosa em sua camisa e calça pretas estilo militar e o cabelos em tranças penduradas por seus ombros.

“Quase chega tarde.” Marisa aponta o dedo para mim.

“Sinto muito, pequena senhorita.” Também aponto o dedo. “Eu tive uma reunião, mas estou aqui.”

Dou o habitual meio abraço em Hailey, mas desta vez, cheiro seu cabelo.

“Gostosa.” Sussurro em seu ouvido.

Dá um passo para trás e olha para mim. “Reunião?”

“Sim.” Pego a pequena e a jogo em cima do meu ombro. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha.”

Marisa ri. “Tenha uma boa noite no trabalho, mãezinha. Estou indo para uma reunião.”

“Certifique-se de fechar o cinto de segurança e que ela esteja cedo na cama. Temos uma reunião amanhã.”

Olho para ela. “Reunião?”

“Sim.” Ela responde enquanto sorri e se afasta.


“Você precisa ser o papai.” Marisa boceja enquanto se aconchega contra mim.

“Você acha?” Pergunto, começando a fechar o livro.

“Bem, talvez não. Meu papai perfeito leria mais dois livros.”

Sorrio para mim mesmo. “Que livro devo ler então?”

Ela senta e se estica até sua mesa de cabeceira. “Este.”

“Bem, acho que posso ler mais um.

Ela levanta dois dedos. “Mais dois, lembra?”

“Lembro bem.” Faço cosquinhas debaixo do seu queixo, depois abro o livro. “Era uma vez...”

 

 


Capítulo 18

Hailey

 

“Conte-me algo de bom, Hailey.” Pede Jared enquanto coloco a bebida em sua frente. Levanto uma sobrancelha e ele tenta advinhar minha resposta. “Garota, você me conquistou, então me conte uma coisa boa.”

“Tenho minha casa, graças a você.”

“Não graças a mim. Sou um bastardo egoísta que queria ter uma vizinha bonita.” Pisca o olho enquanto toma sua bebida.

“O que dizem sobre as crianças é verdade — são resilientes. Marisa parece ter se acostumado bem. Na verdade, acho que nunca foi tão feliz. Entre seu tempo com Sally, Livi e esses garotos Caldwell, tem mais atenção agora do que tinha antes. Além disso, temos a vizinha que nos faz sentir seguros e adorar assar cookies.” Sorrio pensando no quanto é bom estar ao lado de alguém com quem me sinto confortável.

“Preciso de mais uma bebida, Hailey. Fico feliz em ver que são felizes. Tem que saber que nem sempre mantive seguras as pessoas próximas a mim. Não sou confiável para isso. Esses garotos Caldwell, sem dúvida, cuidarão de você.”

“Jared, de todas as coisas que passei, você é uma das pessoas mais confiáveis que conheço.”

“Tenho um passado, mulher. Não é parecido com um conto de fadas. É escuro, feio e é tudo minha culpa.”

Sirvo outra bebida e me inclino.“Quer sobre isso?”

“Quando puder ressuscitar os mortos, então vamos falar. Até então, sei que é da família e os Caldwell cuidarão de você.”

“Bem, Jared, você agora é minha família e quero cuidar de você.”

“Um dia diferente, um tempo diferente, talvez as coisas poderiam ter sido diferentes. Sem dúvida, não são, então jogamos com as cartas que temos — como você mãezinha.” Jared sorri enquanto me chama do jeito de Morrison. “Quando as cartas em suas mãos forem boas, mantenha-as, não as descarte e não se arrisque a perder tudo. Morrison é bom, Hailey. Jogue sua mão com ele e veja até onde isso vai dar — isso é tudo o que estou tentando te dizer.”

“É um homem sábio, Jared.”

“Vivi uma vez, Hailey. Amei uma vez, profundamente. Perdi tudo... pela garrafa, nada mais. Venho aqui para esquecer disso. Só que em você, vejo essa mulher que é charmosa, forte, independente e que está com a cabeça enterrada. Então, ao invés de beber meu dia e sacudir uma só linha, quero te ajudar a ver o que os outros podem ver em você. Todos estamos esperando para que baixe a guarda e, ao mesmo tempo, não se assuste com sua maldita sombra. Livi esteve assim também. Ela passou por isso e você também o fará.”

Enquanto termino meu turno, penso nas palavras de Jared. Livi e eu nos tornamos próximas durante meu tempo aqui. As calcinhas que usa, esfregando a bunda como um tipo de “loucura”, como diz Hendrix é inspirador. Não sei detalhes de seu passado, mas posso ver seu futuro e me enche de esperança, promessas e muitas coisas boas.

Suspiro e sussurro ao bar vazio enquanto fecho: “Oh, mamãe, onde está para eu possa falar com a senhora agora?”

“Eu me sinto da mesma forma na maioria dos dias, Hailey.” Isso vem de Jagger, que vira a esquina pelo balcão, depois de fechar o caixa da noite.

Nunca deixei de pensar nessa monumental coisa que compartilho com Morrison — nós dois perdemos nossas mães. A minha estava longe de ser perfeita, mas no final de cada dia, era minha melhor amiga. Nós rimos, conversamos até o sol sair mais do que posso contar, e em todo o caos, ela nunca me deixou sozinha. Mesmo quando me convenceu que ficar com Monte era uma coisa boa, estava ali para segurar minha mão e atravessar comigo os tempos mais escuros. Nunca estive só até que ela se foi. Então, veio Marisa e minha vida se encheu mais uma vez. Só que Marisa não tem o vazio de perder sua mãe, como Morrison e eu. Espero que fique velha e tenha os cabelos brancos antes que precise enfrentar esse tipo de perda.

Olho fixamente para Jagger enquanto se serve uma bebida. Quando faz o mesmo para mim, nego e levanto as chaves do carro.

“Eu vejo muita dela em você.” Comenta antes de tomar sua bebida.

“Mesmo?”

“Sim. Mamãe foi um furacão até o final. Teve que lutar, Hailey, lutar muito.” Dá um golpe em seu peito. “Do tipo que vem daqui. Você poderia ter ficado com esse filho da puta do Monte, mas não fez. Saiu. Lutou com isso, lutou por sua filha. Você tem um coração, Hailey.”

Meus olhos se enchem de lágrimas. “Sou um desastre, Jagger.”

“De maneira nenhuma. Tem que deixar as pessoas entrarem, e deixar que elas te ajudem, Hailey. Morrison, lhe dará a segurança que você nunca teve, mas você precisa querer isso.”

“Sim, mas...”

“Mas nada. Meu irmão alguma vez não te deu escolha? Da forma que vejo ele deixou que você se acostumasse. Recuou e te deu espaço enquanto mantinha vocês duas seguras. Tem um bom trabalho em que é boa e trabalha duro. Tem sua própria casa. Pode ver sua menina sã e salva, longe do imbecil que te ajudou a fazer. Está fazendo tudo sozinha. Nos deixou entrar: Hendrix, Livi, eu e mesmo Jared, mas, no entanto, mantem Morrison a distância. Eu noto — tem sentimentos, mas continua tentando lutar contra eles. A luta é boa quando necessária, mas para que lutar contra sua atração por Morrison? Por que negar isso aos dois? Você é a única quem tem e distribui as cartas.

Eu me apoio contra o balcão, desejando não ter que dirigir. A merda está cada vez mais profunda e preciso relaxar.

“Não se trata só de mim.” Sussurro.

Jagger joga a cabeça para trás e ri. “Querida, essa sua garotinha nos tem comendo na palma de sua mão, principalmente o meu irmão. Não importa se vocês vão ficar juntos ou não, ele sempre estará na vida de Marisa.”

Penso nisso, percebendo que ele está certo. Morrison Caldwell é o tipo de homem que estará perto de Marisa, não importa o que aconteça.

Terminamos de fechar, então vou para casa e em silêncio entro no meu apartamento.

Normalmente, após suas ‘reuniões’ às quartas-feiras

Em geral, depois de seus encontros das quartas-feiras. Morrison está sempre no sofá quando entro. Encontrando-o vazio, ando pelo pequeno corredor até a luz suave vindo do quarto de Marisa e sorrio quando o ouço sussurrar: “Há muito, há muito tempo... em uma terra distante...” Continua lendo enquanto meu peito se enche de emoção.

Escuto os suaves sons dos roncos de Marisa, então não sei porque Morrison continua lendo, mas presto atenção às suas palavras.

“Havia uma linda garotinha. Ela morava com sua mãe, que era a mulher mais linda em toda a terra. A s duas eram os tesouros ocultos dados ao príncipe como um presente de sua mãe, a rainha. Tiveram que se esconder debaixo das luzes brilhantes da cidade do pecado até que o príncipe fosse suficientemente grande para perceber a beleza em seu interior quando as viu.” Morrison faz uma pausa e me apoio contra a parede para escutar mais. “Ele cometeu loucuras e precisou trabalhar seu próprio passado, mas sua mãe, a rainha, sabia o homem que havia criado. Sabia que, quando fosse o momento certo, se tornaria o homem ideal para esta garotinha e sua mãe.”

Aproximando-se da porta para que possam me ver, vejo a cena à minha frente quando pergunto: “É mesmo?”

Ali, na caminha de minha filha, está Morrison, com seu um metro e oitenta e cinco. Está com as pernas cruzadas, a cabeça apoiada contra a parede já que Marisa não tem uma cabeceira e os braços cruzados sobre o peito. Com os olhos fechados, parece perdido em seus pensamentos, perdido em seu conto de fada.

Ele não abre os olhos, simplesmente acena com a cabeça.

“Então,” — eu me aproximo dele — “eles vivem felizes para sempre?”

Ele abre os olhos e encontra meu olhar. “Não sei, Hailey. Você quem me diz.”

Pego sua mão e o levo para a sala de estar, onde nos sentamos no sofá, ele do lado direito e eu no meio. Então, viro para enfrentá-lo, com as pernas dobradas debaixo de mim.

“Fale-me sobre a rainha, Morrison.” Digo e ele sorri carinhosamente.

“Oh, a rainha... ela era a Rainha das Espadas. Tinha amor por seus filhos, aos montes, como dizem. Mas, governada como era pelo Rei dos Paus, ela teve que colocar em segundo plano suas necessidades, desejos e anseios. A única coisa que o tirano sempre deu a ela e a seus filhos foram tempos difíceis. O Coringa era selvagem o tempo todo, sabe. Um bastardo imprevisível, Rei de Paus não tinha vergonha de governar sua casa com um punho de ferro. Isso deixou os três Valetes com sentimento de desamparo e, eventualmente, a união e necessidade de proteger a rainha, cresceu e o ressentimento para com o rei também. No final, a vida não era de Ás, porque a rainha deixou esta vida para ir a uma melhor, mas deu a seus meninos a mão vencedora antes de perecer.” Estica a mão, pega meu queixo e esfrega o polegar sobre minha bochecha. “Ela os deixou com Ás em suas mãos.”

Mordo meu lábio inferior enquanto assimilo suas palavras.

“O Ás de Ouros — assistindo a rainha trabalhar tão duro, os meninos desenvolveram o impulso e a ambição que só podem ser encontrados nesta carta. O Ás de Paus era seu legado de inteligência. Hailey, não podemos ter nada sem antes analisar a situação do terreno. A rainha deu isso aos garotos. Sem rodeios, também nos deu o Ás de Espadas, querendo que seus filhos tivessem uma vida plena. Ele queria que eles fossem bem-sucedidos e fortes. Com sua última carta... o Ás de Corações. A rainha deixou aos seus filhos
um legado de alma e coração.”

“Sua mãe?” Seu polegar se move para cobrir meus lábios, me silenciando.

“Fazer o bem neste mundo cheio de maldade — eu fiz essa promessa, Hailey e estou absolutamente certo de que eu quis dizer cada maldita palavra. A vida não era fácil assistindo nosso velho colocar suas mãos sobre ela. Pior que isso era ouvir a maneira como falava com ela. A cada dia maldito, nada que ela fazia era bom. No entanto, a mamãe foi forte. Ela não deixou que isso a derrubasse. Ela não deixou que a desgastase. Ele pode a ter machucado, mas ela certamente não se deixou ser devastada.”

“Estou tão devastada Morrison.” A admissão sai antes que eu possa me conter.

Ele se aproxima e me puxa para o seu colo. “Querida, você é um monte de coisas, mas devastada não é uma delas.” Traça meus lábios com o polegar. “Você está jogando com a mão que lhe foi dada. Sem truques, sem artimanhas, só enfrentando a vida. Tem coragem, espírito de luta e resistência.” Ele para e me olha, como se quisesse chegar a minha alma. “Você tem coração, mãezinha. Você tem mais amor por aquela menina até mesmo que a Rainha de Espadas tinha por seus Valetes e isso é muito. Permita-se ter algo bom, Hailey para você... e para a sua garotinha.”

Não tenho palavras para responder. Nenhuma. O homem me transformou em uma gelatina e, ao mesmo tempo, ele me manteve firme. Assim é como será a vida com Morrison Caldwell? É realmente o meu lugar seguro para cair?

Inclinando-me o beijo suavemente. Lentamente, exploro seus lábios enquanto ele abre a boca para permitir que minha língua invada. Gradualmente, valorizo tudo o que me deu esta noite. Quando me afasto, sorri de uma forma que é deliciosamente Morrison.

“Bem, mãezinha, você teve sua história para dormir, então, agora vamos para a cama.”

“Sério? Por que contar essa história agora?” Minha curiosidade está de volta.

Ele ri baixinho. “Querida, conto para a garotinha essa mesma história todas as noites que estou com ela, depois que adormece quando termino de ler as três histórias obrigatórias da noite.”

Levanto uma sobrancelha para ele.

“Ela me disse que seu papai perfeito leria mais duas histórias toda noite depois da primeira. Bem, seu homem perfeito pode ler três, mas eu lerei quatro. Pode me chamar de aplicado.” Pisca um olho. “Quatro ases de um baralho. Quatro histórias para fazer a nossa garotinha contente. Quatro é meu número da sorte, mãezinha.” Com isso me pega e leva para o quarto.

Sem hesitação, eu o puxo para a cama comigo. Em vez de dormir, ele me dá quatro orgasmos que certamente me farão lembrar desta noite vividamente por um longo tempo.

Ele me faz bem. De alguma maneira, esse homem fez seu caminho para minha vida, meu coração e me deu mais nesses poucos meses do que tive em toda a minha vida. Pode durar? Posso me apegar a ele? Demorei muito para perceber que, mais do que tudo, quero ter isso com ele. As cartas estão em minha mão, o jogo é o Texas Hold'em com apenas duas cartas e planejo mantê-lo o máximo que puder.

 

Capítulo 19

Morrison

 

Porra, penso ao me endireitar para poder vê-la, depois que ela adormece. Tranquila, linda e satisfeita.

Sem desfaçatez, qualquer uma.

Fecho meus olhos por um momento, ainda pensando sobre esta mãezinha que acha que tem que ser durona — menos com a filha... ou quando tenho minhas mãos sobre ela. Nunca antes na minha vida eu conheci alguém que quase derrete ao meu toque.

No início, pensei que era só comigo, mas então percebi que era circunstancial, porque foi assim que ela teve — sem escolha. Com essa compreensão, com meu ego seriamente desinflado, mas de volta a realidade, tudo tem se tornado de ouro e com o conhecimento de que ela também sente. Sabe que vou lhe dar prazer. Inferno, eu darei a ela uma e outra vez antes de levar o meu. Isso é muito sexy, caramba.

Eu me levanto e o colchão de ar parece um maldito balanço, com ela no lado inferior.

Seus olhos se abrem enquanto pula e seguro seu braço. Então, começa a tremer e tentado recuperar o ar, assustada. Sento rapidamente e a seguro, para me assegurar que está acordada e bem, e isso também é uma má ideia.

A mãezinha é como uma pipoca no fogo.

“Hailey.” Digo apertando-a.

“Que merda está acontecendo?” Pergunta.

“Cristo, você está bem? Está tremendo.”

“Estou bem? Não. Eu só... só...”

Não posso evitar sorrir porque, apesar de estar muito assustada, essa merda foi muito divertida.

Ela me olha como se eu estivesse louco e logo vejo um sorriso ampliar.

“Você levou uma surra da porra desse colchão de ar. Precisa de uma fodida cama.

“Marisa precisa de uma cabeceira antes que eu possa comprar uma cama.”

“Querida, ela tem uma cama, um excelente colchão. Acho que você já a colocou em primeiro lugar e agora chegou sua hora de ter uma cama. Não que ter feito isso aqui não tenha sido uma boa experiência, mas acabamos no chão e...”

“Bem, eu entendi.”

“Cama King.”

“Queen.” Contesta.

“Vou te comprar uma.”

“Não, você não vai.”

“É um perigo para a sua maldita segurança e, se planeja que eu esteja aqui mais uma vez, vou comprar uma cama.”

“Absolutamente não.”

“Bem, então você vai usar um capacete.”

“Oh, ok.”

Ela me olha nos olhos, determinada a não ceder, e depois sorri e balança a cabeça. “Vou comprar uma cama queen na próxima semana.”

“Não se você quer fazer isso rápido. É um presente, Hailey.”

“Não, é para...”

“Mãezinha teimosa.”

“Independente.” Ela me corrige.

“Gostosa pra caralho.” Pressiono minha boca contra a dela, devastando sua linda boca pequena. Seu corpo amolece contra mim enquanto geme e eu recuo. “Preciso sair daqui antes que a garotinha acorde.”

Ela se levanta, põe sua camisa e calça de moletom e me segue até a porta.

“Quero te levar a um encontro. Pode ter minhas bolas de volta tempo suficiente para fazer isso?

Ela sorri, e é bonito e iluminado. Ainda melhor, não há nada a preocupando e noto isso.

“Mãezinha, continue me olhando desse jeito e vou te tomar aqui mesmo. Domingo à noite. Não faça planos. Seremos você e eu... um jantar, um filme, se desejar, pegação no estacionamento e, em seguida, acabar na parte de trás do Escalade porque vou precisar te provar. Depois disso, você pode ter minhas bolas de volta, você me entende?”

Sorri e acena. Sem dúvida, sem hesitação.

“Caralho. Preciso sair.” Inclino e tomo sua boca de novo. Depois vou embora com um pau completamente duro.

 

Naquela noite estaciono em sua casa e Livi sai. “Vou chamá-la.”

Hailey queria esperar até a hora de dormir da Marisa para o nosso encontro e não poderia culpá-la nem um pouco. Além disso, Livi queria vir e tomar conta de Marisa. Hendrix vai encontrá-la aqui quando fechar o bar, o que é absolutamente perfeito. Isso significa que posso estar com Hailey e ficar por um tempo.

Hoje à noite, recupero minhas bolas e espero terminar com elas ainda em minha posse.

Saio do carro quando a vejo sair. Não usa preto hoje, mas uma saia amarelo claro comprida até o tornozelo e uma blusa branca.

“O tipo de coisa que cavalheiro diz é: “você está absolutamente incrível” porque realmente está. Nunca na minha vida vi nada tão bonito. Mas também estou querendo saber se você sabe que vou ficar de pau duro durante a noite toda.”

Ela se inclina para frente e me beija com força, sua língua pressiona meus lábios e abro para ela. Deixo-a ter uma prova e então tomo a minha. Quando fico sem ar, me afasto tristemente, deixando minha testa contra a sua.

“Cristo, mãezinha.” Gemo, então dou um passo para trás, abro a porta, pego as flores e entrego para ela. “Espero que você goste de rosas.”

“Puta merda, Morrison! São muitas flores! Elas custam muito, devolva.”

“Recuperei minhas bolas esta noite,” — abro mais a porta — “mesmo que você tenha tentado roubá-las agora.” Agarro em minha calça. “Opa, ainda estão aqui. Oh, para que você saiba, elas não têm espinhos. Eu mesmo os cortei. Não se preocupe, no entanto — a sua beleza ainda está protegida. Segura comigo, segura com você, segura...”

“Está bem.” Ela engole forte e olha para flores. “São lindas.”

“Não tão linda quanto você.” Eu me ajusto. “Cristo.”

Fecho a porta e a vejo sorrir radiante, enquanto as cheira.

Entro, coloco o cinto de segurança, ligo o carro e olho para ela de novo. “No jantar, você tem que sentar em frente a mim, não do lado, porque de jeito nenhum posso prometer manter minhas malditas mãos afastadas.”

Ela olha por cima das flores, que quase cobrem seu rosto e sorri. “Obrigada pelas flores.”

Estendo a mão e tomo a sua, trazendo-a para minha boca e beijando-a. Sua pele é macio e cheira bem. Eu não posso evitar — dou-lhe uma lambida. Quando não a retira, dou outra.

Leva a minha mão sobre sua boca e me beije de volta. Então, recosta no banco e exala longa e lentamente.

Está relaxada. Inferno, parece estar se divertindo. E estou... duro pra caralho.

“Você se importa se eu te mostrar uma coisa antes de ir para o restaurante?”

“Claro.”

“Confia em mim?”

Ela abre os olhos e olha para mim. “Sim. Sim, confio.”

“Boca. Por favor.”

Depois de beijá-la bem devagar, me inclino para trás me sentindo muito bem. Realmente bem. Nunca estive melhor, na verdade.

Estaciono o carro na frente de um prédio de quatro andares.

Ela olha pela janela, em seguida, de volta para mim.

“É isso que você queria me mostrar?”

“Sim.” Abro a porta, saio e abro a sua. “Venha comigo?”

“Certo...”

Caminhamos pelo beco entre os dois edifícios. Atrás há uma uma pequena garagem e, além disso, há um grande pátio totalmente cercado. É maior do que a maioria na cidade.

“Tenho quase certeza que vou comprar este lugar.”

“Para que?” Ela pergunta, olhando ao redor.

“Algo como uma casa ou um abrigo para mulheres. Mulheres com crianças, para ser exato. Mulheres...”

“Como eu.” Franze a testa e vejo a parede se levantando.

“Não, como a minha mãe.”

Ela olha para mim.

“Minha esperança é oferecer um lar, um lugar para ir até que possam fazer isso por conta própria, talvez encontrar algumas pessoas em situações similares. Algo como uma fraternidade, ou...”

“Uma irmandade.” Ela me corrige e aperta minha mão.

“Talvez, se encontrarem situações parecidas com as suas, com outras que fizeram isso e escaparam, elas entendam que também são capazes. Pelo menos, lhes dará um lugar onde seus filhos e elas possam dormir à noite sem ter que se preocupar que alguém os espanque, forçando-as a...”

“Eu gosto, mas há tal estigma associado com lugares como este. Algumas pessoas sequer considerariam vir aqui.”

“No entanto, algumas vão. Inferno, se acontecer, significa que ajudei a fazer o bem.”

“Como vai pagar?”

“Vendi minha casa em Atlantic City.”

“Era dono de uma casa lá, também?”

“Sim. Não ia muito, no entanto. Gostava mais de Las Vegas. Agora sei porquê.”

Ela levanta os olhos, as bochechas rosadas.

“No primeiro piso farei um escritório, sala de estar, cozinha e refeitório. No segundo e terceiro pisos podem ter quatro pequenos apartamentos de três quartos. Assim serão oito apartamentos, e todos mobiliados. Com estadia de noventa dias, o que lhes dará tempo suficiente para encontrar um trabalho, um lugar próprio e com sorte ganhar alguma força ou, pelo menos, alguma esperança.

“Você deveria considerar seis de dois quartos. Beliches, quatro em cada quarto. As mães também ficariam nos beliches. Inferno, elas ficariam no chão se isso significasse que seus filhos estariam seguros.”

“Nem todas as mães, Hailey.”

“As que realmente querem algo melhor.” Assimilo suas palavras. “Terminará com um lugar cheio de posseiros, pessoas ‘pedintes’, se você não endurecer e definir padrões e expectativas. Algumas pessoas não querem ir por conta própria. Algumas pessoas não têm a intenção de fazer o trabalho que é preciso para quebrar um ciclo.”

“Minha garota seria...”

“Sua garota?”

“Está bem, mãezinha.”

“De novo, sua?”

“Preciso te lembrar que tenho minhas bolas de novo essa noite.”

“Preciso te lembrar que não rotulamos essa relação.”

“Que ser minha namorada Hailey? Você vai sair somente comigo? Você vai...”

“Cale a boca.” Ela ri e me empurra. “Qual a nossa idade?”

“Está bem, então seja a minha garota e de mais ninguém.”

“Não estive com mais niguém.”

“Seja minha.”

“Ninguém é meu dono, Morrison.”

“Não é uma coisa de posse. Você está livre para cancelar quando quiser. Inferno, pode manter as minhas bolas, menos na cama ou quando sairmos. Mas seja minha.”

“Seja você meu.” Coloca as mãos no quadril, fazendo-me rir. Logo nega e abaixa o olhar. “Que tal se sairmos exclusivamente.”

Eu a puxo firmemente contra mim e a beijo como um estúpido, seu corpo se funde com o meu. Quando tomo e dou o que preciso, o que ela precisa, me afasto.

“Combinado.”

“Morrison eu gosto do que você está começando aqui. É admirável e manda uma mensagem clara sobre quem você é. Mas por favor, não me peça para ser parte disso.”

“Não vou pedir.”

“Não estou pronta para assumir qualquer outra coisa. Tenho minha liberdade, minha filha, meu trabalho, um lugar só meu. Eu preciso dessas coisas.”

“Eu sei. É por isso que não lhe pedi.”

Ela olha para cima. “Quarto andar?”

“É onde será minha casa.”

“Isso é uma grande caminhada.”

“Há um elevador de carga, acessível apenas para mim.”

“É um grande empreendimento.”

“Não vai estar pronto em uma noite. Pode demorar um ano, mas vai mudar vidas.”

 

Depois do jantar e de quase convencê-la para que me deixasse tê-la no banco do carro no estacionamento, nos dirigimos de novo para sua casa. Hendrix e Livi vão embora e terminamos em seu quarto, no chão.

Estou tirando a roupa quando me pergunta: “Então não há mais Las Vegas, Atlantic City ou...

“Mais uma viagem para Las Vegas. Tinha a intenção de falar com você sobre isso. Gostaria que fosse comigo.”

“Não sei se seria uma boa ideia, Morrison. Eu...”

“Seu ex está preso, será julgado por uns dez crimes diferentes e fui chamado para testemunhar.”

“Você? Por quê?”

Respiro profundamente, pronto para soltar tudo.

“Por quê?”

“Um jogo, uma aposta que acredita que ganhou, mas no final não fez. Ele...”

“Que jogo? Que aposta?”

Digo tudo, não guardo nada. Uma vez que termino, ela olha para o teto durante um tempo antes de finalmente falar.

“Por isso, o seu interesse em Marisa. Parece que você...”

“O interesse por Marisa começou por que estava apaixonado por sua mãe. Mas entende, eu teria feito por qualquer pessoa que tivesse um filho da puta pensando que fosse seu dono. Não importa quantas vezes eu te diga que quero que você seja minha, eu não quero ser seu dono. Não dessa forma.”

“Você precisa ir.”

“Não terminei aqui, nem mesmo perto, e porque ainda sou tecnicamente o dono das minhas bolas, por enquanto, você vai me ouvir.” Seu rosto fica vermelho, o que me diz que está pronta para explodir. “Quando dirigia saindo de Las Vegas, fui seguido. Em um semáforo, uma caminhonete preta literalmente subiu no meu Porsche. Quando saí, seu ex saiu da caminhonete com uma barra de ferro e se divertiu com minhas costelas, depois com meu rosto. Foi por isso que voltei mais tarde, não queria que soubesse, porque não foi a porra da sua culpa.”

“Então de quem foi?”

“Minha. Eu poderia ter revidado, poderia ter saído ileso, mas gosto de um pouco de dor. Permiti que ele me golpeasse como o inferno, sabendo que a polícia estava vendo. Sabia que vinham para separar. O que não esperava era que ameaçasse me matar quando estava algemado, o estúpido filho da puta. Não tenho ideia de como continua vivo. Um homem assim, fodendo as pessoas do jeito que ele faz, deveria estar morto há muito tempo. Mas agora, pode apodrecer atrás das grades enquanto você e Marisa vivem.

“Se quer me mandar para o inferno, Hailey, se você me quer fora de sua vida, porque você ainda não pode ver o que significa para mim, então eu vou me afastar, sabendo que você está segura. Mas se pode confiar em seus sentimentos e no que estou lhe dizendo, então, isso pode ser tão perfeito. Aproveite o seu tempo e pense sobre isso.” Me viro para sair, depois paro.

“Eu quero que você sentada ao meu lado no Tribunal em Las Vegas. Quero que veja com seus próprios olhos que ele não pode tocar em você. Gostaria também das quartas-feiras com Marisa, porque essa merda vai doer se eu tiver que me afastar, tanto quanto vai machucar se eu tiver que ficar longe de você. Faltam duas semanas para Las Vegas. Faça o que você pensa que precisa fazer. É só me avisar.”

Caminho para a porta, com ela me seguindo, então me viro e olho em seus olhos.

“Você merece muito mais do que viver sua vida com medo.”

“Não tenho medo de nada.” Fala enquanto lágrimas caem por seu rosto.

“Prove.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 20

Hailey

 

Ele renunciou a sua casa por minha filha — e, no entanto, não me pediu nada em troca. Pode alguém realmente ser tão altruísta?

Dúvida me consome. Passei as últimas duas semanas ligada, pensando muito e tentando seguir em frente. Fiel à sua palavra, Morrison me deu espaço. Ele também teve suas noites de quarta-feira com Marisa, sem falta.

Pego o envelope sobre a bancada da minha cozinha como se fosse pela milésima vez. O conteúdo permanece o mesmo — uma passagem de ida e volta para Las Vegas, Nevada. Uma última viagem para resolver tudo e deixar isso para trás. Uma última oportunidade de enfrentar Monte e vê-lo desaparecer com meus próprios olhos. A oportunidade de estar lá e mostrar o que eu fiz sem ele. Um último momento para me manter firme no meu futuro e deixar o passado onde pertence... no passado.

Ele já não tem poder. A balança foi irremediavelmente quebrada e não ficaram pesos e contrapesos, nenhuma dívida para pagar. Não sou mais a sua prostituta.

Uma viagem ao lado do homem que tem sido a minha salvação. Uma oportunidade para avançar para o meu futuro incerto, mas promissor. Uma oportunidade para mostrar a Morrison que quero que ele seja meu e que sou dele. Um momento para começar o meu futuro enquanto realmente deixo o meu passado. Morrison livremente me dá suas ‘bolas’, como ele diz. Agora eu posso lhe dar meu coração.

Para alguém que nunca conheceu o verdadeiro amor de um homem por uma mulher, estou completamente assustada. Isso pode ser real?

No jogo do amor, a Rainha de Copas é selvagem. É imprevisível. É indomável. Vê beleza na mais feia das situações. Ela sabe o que o coração deseja, e pode demorar seu tempo em dar isso, mas quando está pronta, coloca tudo a seus pés.

Tudo o que sempre sonhei está bem na minha frente, só preciso encontrar a coragem para dar o salto. Tenho a minha liberdade. Tenho a minha filha. Pela primeira vez na minha vida, tenho um verdadeiro parceiro. Morrison leva em primeiro lugar as minhas necessidades. É paciente e compreensivo e muito bom na cama.

Sorrio com o pensamento. Ele provoca emoções em mim que nunca senti.

Também me assusta completamente. Morrison Caldwell tem a capacidade de me quebrar de uma maneira que Morrison nunca poderia. Monte segurou meu corpo, segurou minha lealdade por dever e controlou minha vida. Morrison segura meu coração, captura o meu corpo com um simples toque e controla o meu futuro.

A simples ideia de não ver onde poderiam levar as coisas com ele me deixa tão assustada quanto o pensamento de tudo caindo aos pedaços.

Obrigação e recompensa — a balança está equilibrada. Se não nos dou uma oportunidade, poderia perder ter um futuro de contos de fadas. Se assumir o risco e tudo der errado, vou desmoronar e não tenho certeza consigo me levantar.

O amor é uma aposta. É um jogo onde o vencedor leva tudo e o perdedor permanece vazio.

Meu telefone toca, uma mensagem alertando-me e me tirando de meus pensamentos. Olhando para a tela, descubro que não é Morrison como esperava. É Livi.

Ele foi para o aeroporto. Achei que você gostaria de saber. Seu tempo acabou, baby.

Suas palavras me atigem.

O tempo acabou.

O tempo é uma coisa inconstante. Acontece em um piscar de olhos, em um um borrão e, antes que você perceba, acabou. Em um zumbido — desaparece e jamais volta a ser visto.

Minha mãe nunca teve a oportunidade de conhecer o amor verdadeiro. A mãe de Morrison nunca sentiu amor incondicional fora o que teve por seus filhos. Eu disse a mim mesmo que quando escapei que ia romper o ciclo para a minha filha. Bem, hoje é o dia.

Observo a tela do meu telefone mais uma vez, o relógio em negrito me encarando desafiadoramente. Com as mãos trêmulas, deslizo a tela e aperto responder.

Pode me pegar?

Três palavras simples selam o acordo. Eu vou pular. A questão agora é: será que vou cair ou vamos voar juntos?

Esperando aqui fora. O texto de Livi vem imediatamente seguido por um emoticon sorridente.

Sem hesitar, começo a encher uma mochila com roupas, em seguida, rezo para não ter esquecido das calcinhas. Não me importo com uma mochila para Marisa, já que vai ficar e Livi tem a chave reserva de minha casa, se necessário.

Pego Marisa, me apresso em descer as escadas e saio pela porta.

“Você vai ficar com a tia Livi por alguns dias. Jagger prometeu ler para você e Livi vai me ligar toda noite e colocá-la no telefone. Eu te amo, Princesa.” Beijo sua testa enquanto o coloco no banco do carro e Livi me sorri do lado do motorista.

“É uma festa do pijama, mamãe. Não se preocupe, vamos nos divertir.”

Oh, o mundo despreocupado de uma menina de três anos. Intocado, incólume e inocente. Embora seu pai seja uma pessoa má, a protegeu com sua ausência. Um dia, vou ter que enfrentar tudo isso, mas, por enquanto, ela não tem nenhuma preocupação — enquanto minha mente corre com perguntas. Realmente vou fazer isto? É inteligente? Mais uma vez, eu realmente vou fazer isso?

Fomos rapidamente para o aeroporto com Livi falando com Marisa, mantendo o bom humor. Não demora muito antes de me deixar lá.

Entregando um pequeno saco de presentes, Livi pisca para mim, enquanto abraço e beijo despedindo de Marisa antes de pegar minha mala e ir embora.

O aeroporto está lotado e minhas emoções estão a flor da pele. Em um borrão, faço o check-in, passo pela segurança e encontro minha porta. Vou para a sala de espera e imediatamente o vejo encostado na parede, o contemplo.

Seu cabelo é uma bagunça, como se ele estivesse constantemente correndo as mãos através dele. Está longe o idiota arrogante que era na noite em que nos vimos pela primeira vez. Não, na minha frente, está um homem que está disposto a ir até o fim por suas meninas. Meu coração bate mais rápido enquanto admito isso.

Morrison Caldwell não é um cretino soberbo como tantos outros. Não leva as pessoas à loucura ou manipula situações para sua vantagem. Não, ele aceita todos em sua vida como eles são. O bom, o mau, o feio — ele está lá completamente. Ele é um homem com coração, dedicação e propósito de ser melhor do que ele tem sido antes.

Quando ergue a cabeça, ele encontra o meu olhar e seus olhos enchem com pensamentos e emoções, mas ele não se move. De qualquer forma, continuo a andar em direção a ele e mesmo quando estamos cara a cara, ele ainda não se move.

“Morrison.” Sussurro.

“Está aqui?” Ele pergunta como se estivesse sonhando.

Afirmo com uma aceno de cabeça. “Estou aqui.”

Sem dizer uma palavra, sem hesitação, seus braços me cercam enquanto sua boca cai contra a minha. Quando se afasta, ele sorri para mim enquanto devolvo o sorriso.

“O quê?”

“Minha mãezinha não tem medo.”

Sorrio. “Eu disse que não tenho medo de nada.”

“Você é minha?”

Mordo meu lábio e olho em seus olhos. “Nós somos suas.”

“Porra, sim.” Ele responde antes de me beijar até ficarmos sem folêgo novamente.


A viagem de avião é normal. Morrison segura a minha mão ou deixa seu braço ao meu redor o tempo todo. Descemos, alugamos um carro e seguimos para um hotel. Wheels nos ofereceu seu apartamento, mas Morrison acha que ficar em sua antiga casa poderia me lembrar o jogo retorcido de Monte com Marisa. Estou mais do que agradecida por sua previsão. Às vezes, acho que sabe o que preciso, antes mesmo de mim.

Vamos jantar com Jamie, antes de voltar para a noite. Ao sair do elevador, congelo: de pé em frente a nossa porta está Marshall.

“Caralho!” Morrison esbraveja antes de me colocar atrás dele. Caminhamos pelo corredor e paramos em frente ao intimidador e braço direito de Monte.

“Não sou uma ameaça, Às. Só quero falar com Hailey.”

“Não há nada a dizer, Marshall.” Respondo, afastando-me de Morrison, que tenta me colocar de volta à suas costas. Cavalheirismo é bom, embora não seja necessário.

“Posso entender isso. Só queria que soubesse que sinto não ter intercedido por você ou Marisa. Tem que entender que há jogadores e o jogo. Na vida que tenho, não pude evitar isso.”

“Razões e desculpas, Marshall. Se suas razões são erradas, não coloque desculpas para o seu comportamento. E se tem que dar desculpas para algo reconsidere suas razões. Afinal, mal é mal e a vida em que está é errada. Quero o melhor para minha filha e tenho certeza de que vou dar.”

“Desejo o melhor para você, Hailey.”

“Acabou aqui.” Morrison fala, tomando minha mão e entrelaçando nossos dedos.

Marshall assente e se afasta.

Não digo mais nada, porque honestamente não há nada a dizer. Marshall teve um trabalho a fazer, e ele fez isso. Se ele não está dormindo à noite por causa disso, são coisas que ele tem que solucionar. Não é meu fardo para suportar ou minha dívida para pagar.

Entramos. Morrison diz que preciso relaxar e que vai me preparar um banho. Pego a minha bolsa, tiro meu pijama — e claro, com a pressa esqueci de pegar as calcinhas.

Com toda a bagunça, o presente de Livi cai sobre a cama assim como o conteúdo. Rio pensando que a garota me conhece bem, quando não uma, mas três calcinhas caem na cama.

Tem uma carta com elas, que abro antes de recolher as calcinhas.


Hailey,

Ao ler isso, quero que saiba que você me inspira. Uma vez, minhas escolhas foram tiradas de mim, e me levou o que parecia durar uma vida inteira para entender que não foi minha culpa. Coisas ruins às vezes acontecem com pessoas boas, apenas e somente porque coisas ruins acontecem.

Monte tirou suas escolhas. Lembre-se sempre que, na vida a porra do consentimento é necessário. Esto te dando novas calcinhas com esse lembrete para você. Monte tirou o seu consentimento; recupere-o durante essa viagem.

Morrison se preocupa com você, mesmo que não tenha dito ainda. Todos podemos ver. Enviei estas calcinhas para que se lembre que ele te apoia e protege. Todos nós temos, um Às no bolso. Você tem mais do que simples ás, baby. Você tem o Ás Caldwell.

Depois de passar um tempo com você e Marisa, sei que é uma mãe incrível, Hailey. Também que é uma pequena mulher com um espírito aguerrido como a mamãe Caldwell. É parte dessa família. Não esqueça nunca.

Tome seu tempo nessa viagem para arrumar seu passado. Seu futuro está aqui em Detroit e Marisa vai ficar bem conosco até que você tenha terminado.

Com amor e inspiração, Livi Caldwell.


Lágrimas enchem meus olhos enquanto assimilo todas as palavras de Livi. Sou parte de uma família, uma com três fortes irmãos e uma peculiar, forte e amigável mulher, todos orgulhosamente carregando o nome Caldwell.

Morrison me contou que sua mãe lhes deu seu sobrenome para deixar um legado de bondade em um mundo cheio de maldade. Olho para o teto do hotel e sorrio.

“Ele é meu bem em um mundo de maldade, mamãe Caldwell.” Sussurro antes de enxugar as lágrimas e recolher minhas coisas.

Então, passo minhas mãos sobre a calcinha antes de pegá-la e ir para o banheiro, onde meu futuro está me esperando.


Capítulo 21

Morrison

 

Olho para cima quando ela entra no banheiro. Está sorrindo, mas as emoções enchem seus olhos e meu coração incha.

“Está pronta para seu banho, mãezinha?” Pergunto enquanto provo a água mais uma vez. “Quente e molhada.”

Ela sorri e balança a cabeça.

“Quer tirar essa roupa ou quer que eu faça por você?”

Ela encolhe os ombros e não diz nada.

“O gato comeu a sua língua?” Porra, tudo o que posso imaginar em comer a sua boceta. Ela obviamente sabe o que estou pensando, porque cora e olha para baixo.

Olho para o nada, e digo como se fosse para mim mesmo: “Bem, que me condenem. Eu te dei minha bolas e agora acho que você está realmente pronta para me entregar de volta. Graças a Deus.”

“Vou te dar mais do que isso.” Ela diz enquanto olha para cima.

“Muito mais.” Fico de pé e caminho até ela. “Agora vou te dar algo um pouco diferente.” Seguro meu pau. “Muito bom e muito diferente.”

Pego a bainha de sua camiseta e levanto, deixando que meus dedos toquem a pele quente e suave debaixo dela. “Eu tenho pensando muito, ultimamente.” Passo as mãos ao redor de sua cintura e até as suas costas. “Não apenas sobre estar fisicamente dentro de você, mas algo muito mais profundo.” Abro seu sutiã e passo as mãos por dentro de sua camiseta e seguro sua nuca. “Sabe do que estou falando?”

Engole com dificuldade. “Acho que sim.”

“Também acho que você sabe, mas deixe que eu te mostre. Posso mostrar?”

“Sim.” Toma uma respiração rápida enquanto passo meus dentes suavemente pela linha de sua mandíbula.

Tiro sua camiseta e a passo pelos seus ombros, e então tiro seu sutiã.

“A primeira vez que te vi, fiquei instantaneamente sobrecarregado de sentimento. Irritação, talvez.” Passo a língua ao redor de seus pequenos seios empinados. “A primeira vez que te beijei, sabia que nunca seria igual.” Tomo sua boca e deslizo a língua dentro. Adoro o gosto dela; Não consigo ter o suficiente. Eu me afasto com um gemido. “Viciante como a heroína, Hailey Poe. Pior, talvez.”

Passo as mãos por suas costas e agarro sua calça e caminho com meus dedos antes de puxá-las para baixo, pouco a pouco, enquanto beijo cada centímetro de sua carne exposta. Ao mesmo tempo, seus pequenos gemidos entrecortados colocam a prova minha resistência.

Suas mãos vão para os meus ombros enquanto levanto seu pé e libero uma perna, depois a outra. Movo minhas mãos lentamente para a parte de cima de suas pernas até que sua pequena bunda apertada está em minhas mãos.

“Nunca quis manter nenhuma mulher, mãezinha.” Beijo seu ventre, o que a faz gemer, o que faço de novo, sentindo os arrepios cobrindo sua pele.

Levanto sua perna e coloco-a sobre o meu ombro antes de mover o nariz para cima e para baixo dentro de sua coxa, inalando o aroma. “Eu nunca quis me estabelecer, ter uma família, porque nada na minha vida era melhor do que ganhar — livre do passado, da pobreza. E agora eu sei que posso fazer melhor, ser melhor. A felicidade superficial através do cumprimento dos desejos materiais era prazerosa. Vencer era prazeroso. Sobreviver a tudo era prazeroso, o máximo do prazer ou assim pensava.”

Empurro um dedo dentro de sua umidade, fazendo minha boca invejar a mão. Então tomo sua buceta e empurro outro dedo dentro lentamente a medida que olho para cima, vendo a sua boca abrir lentamente e sua cabeça cair para trás.

Eu me inclino lambendo-a de cima a baixo, com os dedos ainda trabalhando em seu interior enquanto treme. Coloco minha língua contra seu clitóris, fazendo círculos enquanto ela grita meu nome, e, em seguida, goza deliciosamente fácil.

Enquanto afrouxa seu aperto em meus ombros, retiro meus dedos e a olho enquanto chupo seu sabor em meus dedos.

“Como estava dizendo,” contínuo enquanto me ponho de pé, “nunca quis ter nada com ninguém até que provei esse tesouro. Então, aqui e agora, te digo que não só quero possuir você e ser seu dono, mas você também não terá qualquer outro caminho.”

Parece mortificada e, em seguida, em menos de dois segundos com raiva. Vira a cabeça, e agarro o seu braço.

“Desde o momento em que te vi, você me possuía, isso me incomoda ou irrita? Estou fugindo de você? Ser um completo idiota por ter medo de uma cadela — e sejamos sinceros, você tem sido uma cadela — que tomou minhas bolas? Que se foda tudo, Hailey. Você é a dona de uma parte do meu coração.”

Ela me olha.

“De uma parte?”

“Oh, não pode ficar com raiva. A outra parte de meu coração é de uma garotinha. Eu deveria ser o único a estar com raiva, porque você roubou essa merda. Portanto, na medida em que você acha que sou seu dono, é o oposto. Amanhã depois do tribunal, você me dará tudo o que tem, e não se atreva a tentar recuperar de volta, então sim, eu quero ser seu dono, assim como quero que você me possua.”.

“Eu já disse que nós somos suas.”

“Minha posse total.”

Ela balança negando com a cabeça. “Acabei de ter uma das maiores experiências sexuais da minha vida, Caldwell, e você está tropeçando com ‘posse’?”

“Você deveria concordar quando eu ‘a pegar em meus braços’ e tomar sua boca assim,” minha boca cai na sua e a beijo antes de me afastar “e te beijar assim.”

Suas mãos agarram meu cabelo, e ela me beija de volta, desta vez sua língua procura o controle. Quando eu dou, ela se afasta, mas continua esfregando meu cabelo entre os dedos.

“Então ia te olhar e dizer que estou apaixoando por você e não poderia duvidar de absolutamente nada.”

“Possuída.” Ela encosta a testa contra a minha, assim estamos olho a olho.

“Já era a porra da hora.”

Ficamos assim, nos olhando, compartilhando um momento. É o maior de toda a minha vida e estou certo de que, além de dar a luz a Marisa, é o dela também.

“O que vai fazer depois?” Ela diz em um sussurro tão suave que posso ouvir nossos corações batendo.

Coloco-a na banheira e subo por trás dela. Puxo-a para o meu colo, me acomodo e empurro meu pau dentro dela. Em seguida, puxou-a contra o peito e beijou-a suavemente.

“Eu te amo, mãezinha.”

Lentamente, eu guio seus quadris para frente e para trás em mim. Sua cabeça cai em meu ombro, enquanto a levo em um movimento lento que termina com um orgasmo compartilhado com a garota que é dona do meu coração.

“Isso.” Sussurro contra sua bochecha. Depois de secar o seu corpo e o meu, decido fazer a barba, e ficar apresentável para o Tribunal amanhã.

Quando termino, vejo Hailey subir na cama, a bunda no ar e gravada com ‘Mãezinha Caldwell’. Corro e agarro seus quadris antes de chegar ao topo da cama.

“Você está me dando uma merda sobre a necessidade da palavra ‘posse’ e você tem a bunda marcada com meu nome”?

Ela se vira e ri.

“Livi.”

“Ah, sim, Livi.” Eu a beijo novamente, porque não consigo evitar. “Que diabos, eu vou fazer com você?”

“Apenas me amar.” Ela responde com uma vulnerabilidade que nunca vi antes e é ainda mais sexy do que a força que eu vi naquela primeira noite.

Sua força é algo excitante, mas sabendo que vem de uma mulher que teve a vida de Hailey e decidiu me levar para ela e sua filha, que confia em mim, que me dá sua luxúria, desejo e uma responsabilidade que nunca soube que queria tanto...

Agora, isso é maravilhosamente atraente.

Então, eu só posso fazer o que ela pede. Amá-la. Toda. A. Maldita. Noite.


Hailey está em silêncio, enquanto se prepara para o Tribunal. Eu sei que estamos bem, mas as inseguranças causadas porque que não está me dizendo as palavras que quero ouvir estão fodendo com meus instintos alfa. É por isso que basicamente, esperei até saber que não a assustaria.

Também sei que está esgotada, porque, a noite passada foi uma adoração sem culpa em ambas as partes. Porra foi incrível.

Ela está menos vulnerável agora que antes, mas não sei o que vai fazer quando estiver na mesma sala com aquele pedaço de merda.

“Morrison.” Escuto atrás de mim. Viro-me para vê-la parada de pé junto a porta, e sinto meu maxila cerrar e minhas narinas abrirem. “Você está bem?”

“Eu?” Pergunto, apontando para mim.

“Sim, você. Não há mais ninguém...”

“Vamos continuar assim.”

Ela puxa o canto dos lábios. “Vamos fazer isso de novo?”

“Se você diz.”

Ela revira os olhos. “Vamos nos atrasar.”

“Você tem meu nome em sua bunda hoje?” Pergunto enquanto pego o paletó no cabide e volto para encontrá-la em pé bem na minha frente.

Em vez de me responder, ela se estica, agarra minhas bolas, aperta e depois se vira para ir embora.


Eu a agarro e puxo para mim. “Encontrou o que procurava?”

“Sim.” Olha por cima do ombro para mim.

“Você não disse uma palavra hoje.”

“Estou cansada.”

“Dolorida?” Sorrio enquanto beijo seu pescoço.

“Um pouco, sim.” Se inclina para um lado, expondo mais do seu belo pescoço.

“Isso é gostoso.”

 

Chegamos ao Tribunal de Clark County District trinta minutos antes das audiências começarem. Encontramos com o promotor, e ele nos explica que serei interrogado e devo simplesmente responder da melhor que forma puder.

“O Sr. Timmons enfrenta acusações de dano veicular, assalto à mão armada, tentativa de homicídio...”

“Quanto tempo vai ficar na cadeia?” Hailey interrompe.

“Podemos oferecer um acordo — e deixar a tentativa de homicídio, de dois a vinte anos, mas a possibilidade de que passe cinco anos preso é pequena. Gostaria de oferecer-lhe assalto à mão armada como uma condenação obrigatória de quatro anos de prisão, seguidos de dois anos de liberdade condicional.”

“Quero que apodreça.” Digo ao promotor.

“Entendo completamente, mas nada é garantido em um julgamento criminal. Haverá uma acordo, e saberá onde estará pelos próximos quatro anos, no mínimo.” Olha seu relógio. “Preciso de uma resposta. Se pudermos resolver isso agora, evitaremos a Corte e economizaremos dinheiro dos contribuintes. Se querem que isso vá para a Corte...”

“Dê o acordo para ele.” Diz Hailey enquanto se vira para mim. “É uma garantia de que Marisa estará...”

“Terá oito, dez anos quando ele poderá pedir a liberdade condicional. Ainda muito nova, querida.”

O promotor revisa o arquivo. “Marisa é filha?”

“É minha filha.” Responde Hailey. “Ele concordou em renunciar seus direitos.”

“Você tem isso por escrito?”

“Não, tenho sua palavra.”

O promotor se inclina para trás em sua cadeira e olha nós dois. “Então, tudo isso é sobre você, a mãe de seu filha?”

“Veja como fala com ela.”

“Sem desrespeito, mas se isso for julgado, eles recebem um júri, e giram todo o caso ao seu próprio proveito — pintam você como uma adúltera e você como um destruitor de lares — e não passará nem cinco anos, eles nunca condenam. Não posso te dizer o que fazer. A ecolha é sua, Sr. Caldwell.”

“Quero falar com ele.” Diz Hailey.

“De jeito nenhum.”

“Quero falar com ele.” Ela repete.

“Hailey...”

“Confio em você nossas vidas, Morrison, mas confie em mim com isso.”

Olho em seus olhos e vejo que está determinda, decidida. Vejo o jogo em seus olhos — a tensão em seus ombros, o brilho de seus olhos, sua maneira de respirar e a forma em que permite descruzar os braços os deixando cair ao lado, dando a ilusão de que está aberta, vulnerável. Sem dúvida, o toque de seu dedo anelar contra seu dedão me mostra que está ansiosa.

“Vejo um jogo passar em sua cabeça. Você tem alguma ideia?”

“Tenho.”

“Não vai convencê-lo se te ver assim.” Levanto sua mão. “Relaxe suas mãos. Porra, não posso acreditar que estou permitindo essa merda. Sinto como se tivesse te enviando para a guerra sozinha contra esse pedaço de merda, e não gosto, Hailey, nem um pouco.”

“Ele está algemado.” Diz o promotor que agora está de pé.

“Se tentar te tocar de qualquer forma, vou matá-lo com minhas...”

“Morrison.” Seus olhos se movem para o promotor.

“Não escutei nada.” Ele se aproxima da porta. “Farei com que te levem para a sala ao lado.” Aponta para a parede de vidro. “Ela não demorará muito.”

Eu a envolvo em um abraço, desejando poder mantê-la aqui, longe dele, mas necessita disso. Sei que é necessário.

Quando pede a confiança de alguém, tem que lhe dar a sua, ou com certeza não vai chegar muito longe. E não a quero longe também. Eu a quero para sempre.

Vejo ele entrar, vestindo laranja, com a cabeça raspada. Em seguida, se vira e senta, então só posso ver a parte de trás dele.

“Ele é da supremacia branca?”

“Não, por quê?” Ela olha para mim.

“A suástica tatuada na parte de trás de sua cabeça não vai deixá-lo fazer amigos na prisão. É um idiota maior do que eu pensava.”

Ela engasga enquanto se vira.

“Oh, meu Deus. Eu nunca tinha visto isso. Sua cabeça nunca foi raspada antes. Ele tem amigos que são negros. Não entendo.”

“Hailey, talvez você devesse reconsiderar enfretá-lo.”

“Não, eu posso fazer isso.”

“Eu sei que você pode, mas você não precisa.”

 

 

Capítulo 22

Hailey

 

A porta da pequena sala de interrogação se fecha fortemente atrás de mim, fazendo-me querer saltar. De alguma maneira, no entanto, me mantenho firme.

“Deveria dizer que estou realmente surpreso em vê-la aqui, mas na verdade não estou.” Monte diz sarcasticamente. “É muito fácil de ler, Hailey. Sempre foi muito fácil de ler.”

Sem pensar digo.

“Qual é a da tatuagem? Eu nunca a havia visto antes, Monte.”

O mal dança em seus olhos escuros, enviando um arrepio por minhas costas. Eu sempre temi os efeitos dos jogos de Monte e os cenários de vingança em Marisa, mas neste momento, eu temo ao homem e a tudo o que ele é capaz de fazer.

Sua voz é baixa e dura e seu olhar não vacila. “Quero que saiba isso, Hard Knocks. Meu passado não é nada de sua fodida incumbência, nunca foi e nunca será. Não conhece minha história, porque não é necessário.”

Sentindo uma ameaça desconhecida e a sensação de que as coisas estão fora de controle, não pude evitar deixar de sair as palavras.

“Preciso saber algo que possa prejudicar Marisa.”

Ele ri com sadismo. “Ah, as coisas que você não consegue ver. Fiz tudo por você e por ela.”

Meu estômago revira, a sala dá voltas e não tenho alternativa a não ser me sentar em frente a ele.

“Pare de brincar comigo.” Digo em um sussurro.

Monte se inclina para frente.

“Não vê? Seu Paizão cafetão queria te vender, preciosa. Espalhou pelas ruas, desde que você tinha catorze anos, o preço da sua virgindade. Sua mãe continuou jogando com ele, não para salvar a si mesma, mas para não te ver nas ruas. A notícia se espalhou e Marshal foi ao vendedor para pegar o telefone de emergência e algum dinheiro. A informação que me foi passada foi de que eu estaria jogando com minha noiva virgem. Tinha duas opções: ganhar e deixar a sorte que estava determinada a afastar a luz de seus olhos, ou negociar por fora por você, porque no final, nunca perco e não ia fazer nesse dia.”

Não tenho palavras. Sento em silêncio pelo que parece uma eternidade, mas na realidade, são só alguns minutos antes de que o promotor entre.

“Hailey, termine logo. Seu tempo está quase acabando.” Sua presença me lembra que estou aqui com um tempo contado e por um favor do promotor. Possivelmente, é ilegal que eu mesmo tenha esse momento com o Monte.

“Você me comprou para me salvar?”

“De certo modo sim. Na noite do jogo, pude ver o medo por trás da sua fachada. Se um jogo a abalou, não havia nenhuma maneira que você pudesse suportar trabalhar na esquina. Uma garota como você não tem nada a ver com as ruas. Eu poderia dizer isso no instante em que você entrou na sala.” Ele se inclina sobre a mesa em minha direção. “A porra do primeiro, também. A melhor foda que existe para ter, mesmo quando você não sabia o que fazer, mesmo quando você não estava gostando. Você tem uma buceta deliciosa, Hailey.” Ele se inclina para trás e sorri, sabendo que me afetou novamente.

“Basta.”

“Aí está ela. A garota que sempre teve coragem para enfrentar o mundo.”

“Você me usou.”

“Usei você, mas nunca mais que isso, nunca quis matar a luta dentro de você. Só queria te manter a salvo, o que eu fiz até que tomou a decisão de me deixar. Por meses Hailey, te vi lutando para encontrar um jeito de fugir.”

“Então por que não me deixou ir?”

“Se fosse assim tão fácil.” Olha para baixo, depois volta a me olhar. “Tenho um passado e tenho inimigos, mais do que me importa contar. Não estaria segura a menos que me devesse. Ninguém te tocaria se estivesse trabalhando para me pagar, temem a minha ira se me dessem um prejuízo. Enquanto trabalhasse, fosse para casa e cuidasse de Marisa, tudo estaria bem.

“Estava bem, e eu o fiz até que ameaçou Marisa.”

“Você se envolveu com Ás. Precisava de você fora do jogo, Hailey. Não tinha parte nesse mundo, e no entanto, estava ali. Ás pode ser bom na mesa, mas não está aqui o tempo todo, o que te deixaria sem proteção.”

A raiva me inunda. “Quer que acredite que fez tudo isso por minha segurança? Eu chamo de besteira.”

Ele se inclina para trás em sua cadeira com arrogância. “Leia-me, Hailey.” Seus olhos se abrandam um instante. “Eu nunca menti para você, nunca agredi. Nós dois tínhamos um papel para desempenhar, e ao princípio o meu era te manter segura. Então, sua mãe morreu e você não tinha mais ninguém, então me assegurei de que tivesse Marisa. Eu escondi suas pílulas para que não tomasse. Não queria que estivesse sozinha.”

“Quer que eu acredite que me deu Marisa pela bondade de seu coração?”

“Não dou a miníma para a merda que você acredita, Hailey. Também deveria saber que não tenho um coração, então não foi por isso. Foi você. Tem uma suavidade por baixo de sua força que atrai um homem. É o melhor lugar para estar no fim do dia. Qualquer homem que tivesse uma oportunidade de se divertir entre seus lençóis seria um idiota em te deixar escapar.”

“Então porque o jogo com Morrison? Por que colocar em risco Marisa?”

“Ainda não vê. Não pode me ler. Hailey, Ás tinha que estar fora do jogo permanentemente. Você não pode ficar aqui sem nenhuma dívida comigo. Tomou a decisão de entrar em uma sala de jogos e se sentar a mesa. Você fez a escolha com seu homem para pagar publicamente a sua dívida. Em um mundo com obrigação e recompensa, pesos e medidas, isso inclinou a balança de sua segurança de uma maneira que não podia manter isso em segredo. A palavra era que você e Ás estavam juntos e não podia aceitar isso se ia continuar jogando.”

“Tudo bem, mas ele estava fora do jogo, por que tentar matá-lo?” Minhas mãos tremem e minha voz falha. Como pode uma pessoa ser tão distorcida? Realmente acredita que fez isso para me proteger? Em minha vida, dia após dia, Monte era um idiota de proporções épicas. Ele me desonrou e me ameaçou usando Marisa para me controlar e me manipular. Não há nada que possa dizer agora que possa me fazer confiar nele ou que me faça gostar dele, ainda que esteja falando sério.

“Ele voltou. Se ia manter você e a minha filha a salvo, não deveria estar em Las Vegas. Você foi e ele deveria estar com você. Não estava e eu precisava de você longe dos jogadores.”

A porta se abre de novo, e o promotor chama. “Seu tempo acabou, Hailey.”

Tiro os papéis da minha bolsa e empurro diante dele. “Assine renunciando seus direitos. Você me deixou sem escolhas.” Inclino para trás e endireito minhas calças debaixo de mim. A realidade é que estou esfregando minha bunda para lembrar quem realmente sou. Sou a mãezinha Caldwell e acabei com os marcadores e jogos. Eu amo a minha filha e vou fazê-la feliz. “Você me disse que a tinha me dado como um presente, porque perdi minha mãe. Dê-me ela então, Monte. Assine que renuncia seus direitos. Se realmente tudo o que disse é verdade, se realmente queria me manter em segurança, prove.”

“Estou a ponto de ir para a prisão, Hailey.” Ele me olha. “Seu cara precisa saber: se o encontrar em Las Vegas, se o encontrar em minha cidade, mesmo quando estiver na prisão, o matarei. Ele se retirou para manter você e Marisa, longe do meu passado, deixe assim. Vá embora hoje e permaneça longe. Quis te dar o melhor que eu tinha, e acredite nisso ou não, foi o que fiz. Se ele voltar para o meu mundo, eu o pegarei. Sem. Importar. Nada. A parte que precisa saber é que terminei com você, sua dívida está paga. Agora se trata da minha vida. Ninguém vai me chamar por algo que já terminou e foi assim com você. Ás, você e Marisa fiquem longe de mim ou estão mortos. Entendeu?”

Aceno com a cabeça, vendo que fala a verdade. Minha mente não pode processar tudo o que aconteceu hoje. De alguma maneira, em sua mente, Monte justifica o que me fez. Não me pede desculpe. Não me pede perdão, não que alguma vez pensei que o faria. Uma vez mais, está no controle.

Enquanto olha os papéis, minha mente corre. Vai assiná-los?

Finalmente, pega a caneta e a gira em seus dedos. Os minutos passam, parecendo horas, antes que me olhe.

“Se ele fizer merda, Hailey... não preciso dizer de novo, entendeu?” Com essas últimas palavras, assina os documentos, renunciando a todos os seus direitos sobre Marisa.

Deixo escapar um suspiro quando a porta se abre e um dos guardas vem para escoltar Monte para a sala de audiências.

Assinou os papéis. Terminei com Sean “Monte” Timmons. Tenho minha filha, sem dúvidas.

Morrison entra na sala, me toma em seus braços e me beija como se fosse seu último suspiro. Agarro sua casaco esporte enquanto luto com as emoções e o beijo. Então, o promotor entra e pigarreia, quebrando nosso momento.

“Hora de ir.” O promotor diz, e logo se vira para mim. “Farei a autenticação” — aponta para meus papéis — “e serei testemunha da assinatura para que possamos apresentar no tribunal ainda hoje, Sra. Poe.”

Entregando os papéis, sorrio aliviada. Então Morrison entrelaça nossos dedos e nos dirigimos à sala de audiências, onde tomamos nossos assentos e esperamos pelo promotor. Os jurados são apresentados. Uma vez que todos estão sentados, o oficial de justiça acompanha Monte e depois que todos nós estamos de pé, o juiz entra. Meu nervosismo deve ter se mostrado, porque Morrison aperta minha mão me passando uma tranquilidade silenciosa.

Tudo é indefinido até que o juiz pede a Monte sua declaração. Ele se põe de pé e olha para mim e Morrison, antes de voltar para o juiz.

“Culpado.”

Solto um suspiro. Não vai contestar isso? É um jogo? Realmente estava dizendo a verdade? Era sua maneira de me proteger? Não sei e não posso lidar com isso. Tenho minha filha e, afinal, ele sairá em poucos anos, de qualquer maneira.

Dão a sentença. Monte consegue quatro anos com possibilidade de liberdade condicional. A primeira só poderá se apresentar em três anos e me tranquilizo porque terá um pouco de trabalho.

Tenho a minha filha. Continuo me lembrando. Tenho Marisa. Ela é o que importa. Posso enfrentar qualquer coisa que me joguem sempre e desde que a tenha.

Ao tomar o avião para Detroit, não pude evitar sorrir. Não tenho vontade de voltar nunca mais a Las Vegas. Hoje deixo o passado para trás e caminho para um futuro com possibilidades ilimitadas. Quando sair desse avião, irei para casa com minha família. A família que nunca tive antes está me esperando.

Darei para Marisa tudo o que nunca tive. Isso é maravilhoso.

Aperto a mão de Morrison enquanto nos acomodamos em nossos assentos. “Estou tão feliz, Caldwell.”

“É isso aí, mãezinha.” Ele me dá uma piscadela antes de beijar minha testa.

 

Dois meses depois:

A vida é boa. Quando trabalhava no cassino, havia um velho que sempre tinha a mesma resposta quando lhe perguntava como estava.

“Estou muito, muito bem. Estou melhor que bem.” Ele respondia toda vez, sem falta.

A vida é mais que isso — é melhor que bom.

Tenho minha filha, meu homem e minha família. Bem, tenho minha filha e meu homem toda noite, exceto às quartas-feiras. Seguindo a tradição, Morrison e Marisa têm sua noite semanal e a mamãe não está convidada. Adoro que tenham isso.

O amor... é uma coisa divertida. Dá medo. É assustador. É maravilhoso.

Nunca tive um encontro para o baile. Demônios, nunca tive um namorado até Morrison. Nunca tive a oportunidade de expressar meus sentimentos para alguém que não fosse minha mãe ou Marisa. E o amor que sinto por elas, ainda que seja igual na potência, é completamente diferente do que sinto por Morrison.

Ele sempre diz que tenho suas bolas. Bem, ele me tem. Só não sei se ele sabe. Quero dizer isso para ele, ao mesmo tempo me assusta como pra cacete.

Se ele soubesse o quanto me faz amedrontada... O menor pensamento de perdê-lo me ata em nós.

Ele é meu melhor amigo. E me apoiou quando eu não podia suportar meu próprio peso. Ele me deu espaço quando precisei me encontrar. Tem sido o meu maior apoio em tudo o que faço. Abriu as portas para mim quando senti como se não tivesse nenhum lugar para ir. Ele me deu uma vida nova.

Mas do que tudo, tem me mostrado o verdadeiro amor. Para o melhor ou pior, Morrison Caldwell está ao meu lado. Cobrindo minhas costas, mesmo quando eu não sabia que precisava.

É o dono da minha mente, corpo e alma. Ele realmente preenche uma parte de mim que ninguém mais poderia.

Houve um tempo, não há muito tempo atrás, que a ideia de alguém me “possuindo” me assustava como a merda. Então Morrison me mostrou que as ações falam mais do que as palavras. Mas as palavras também são agradáveis. Morrison me possui da mesma maneira que eu o possuo. Pertenço a ele porque simplesmente quero pertencer a ele. Não é uma posse de poder e manipulação. É uma posse de escolha.

Eu o escolhi assim como ele me escolheu.

Escolhi fazer dele uma propriedade porque ele me escolheu fazer a sua.

Escolhi dar-me voluntariamente assim como ele fez comigo.

Tudo entre nós é uma troca. Mais do que isso, é feito com livre escolha. Eu tenho escolhas. O consentimento é obrigatório, a família Caldwell me ensinou isso.

Podemos não ser uma família perfeita, mas somos uma família de qualquer maneira. Pela primeira vez na minha vida, sinto que estou onde pertenço. Sinto que estamos onde pertencemos, Marisa e eu.

Entrando no bar, vejo Jagger andando. Coloco minha bolsa na parte de trás e vou onde ele está enquanto me observa. Jagger é um mistério, mas nunca bebe tão cedo na noite.

“Você já se sentiu impotente?” Ele olha para mim. “Bem, essa é uma pergunta idiota.”

“Jagger, o que está acontecendo?”

Ele murmura para si mesmo. “Intocável. Provoco intencionalmente e ela é completamente intocável.”

“Quem?”

“Ninguém, não é de sua conta. Apenas uma situação ruim para uma pessoa inocente. No entanto, é assim que são as coisas, certo?” Ele se serve outra bebida e bebe. “Coisas ruins sempre acontecem para pessoas boas. Valorize seu tesouro enquanto o tem porque nem todo mundo chega a ter algo bom.”

Antes que possa responder, se vira e se afasta. Franzo a testa, desejando que Jagger me deixe entrar, ainda que seja só para escutá-lo. Mas esses garotos Caldweel são feitos do mesmo molde, e sei que independente do que esteja passando, vai resolver e se apoiar na família quando precisar.

“Fez um trabalho incrível, mamãe Caldwell. Só espero ser para os meus filhos a mãe que você foi para os seus.” Sussurro para mim na parte de trás do balcão.

O resto da noite passa de forma rápida e sem incidentes. Então vou para o meu escuro apartamento, onde Marisa está completamente adormecida em seu quarto. Espero encontrar Morrison em minha cama, mas quando o vejo no sofá fico surpresa.

As palavras de Jagger sobre valorizar o que tenho passam uma e outra vez na minha cabeça durante toda a noite. Como resultado, quando Morrison se levanta e vem para mim, não perco tempo com olá, apenas envolvo meus braços em volta do seu pescoço e o puxo mais perto para um beijo.

“Você me faz tão bem, Morrison Caldwell. Você me faz feliz todo o maldito tempo.”

Suas mãos se movem para cima e para baixo por minhas costas enquanto me observa, sem entender o que está na minha cabeça.

“Algo aconteceu hoje à noite, mãezinha?”

“Não particularmente. Aconteceu na noite em que estacionou seu carro atrás do meu. Morrison Caldwell, você me trouxe à vida. Você me mostrou o que é realmente viver, você me ensinou a sentir. Você me nos piores momentos e celebra comigo os melhores. Poderia continuar falando sobre tudo o que é e significa para mim. Mas acima de tudo, sem dúvida, você me faz feliz.”

“Eu te faço feliz.” Ele sorri e me aproximo dele.

Mordo meu lábio inferior. “Você me faz tão bem.”

“Tenho que dizer mãezinha, tão bom quanto parece, está tarde, e se vou fazer você se sentir bem antes de dormir, devemos ir para a cama.”

“Morrison, eu te amo. Preciso que você saiba. Eu. Amo. Você.”


Capítulo 23

Morrison

 

Surpreso. Estou pasmo e sem palavras.

Não posso acreditar no prazer que sinto ao finalmente ouvir sair da sua boca deliciosa essas palavras.

Sua boca ... Eu preciso dela agora.

Ataco sua boca enquanto a empurro contra a parede, saboreando-a e as suas palavras. Suas mãos estão no meu cinto, em seguida, no botão, e então minhas calças estão no chão. Ela me agarra acaricia forte, rápido. Minhas mãos vão imediatamente para a parte de trás da sua camisa, tentando abrir o sutiã.

“Fecho na frente.” Ela diz contra a minha boca.

“Porra.” Rosno quando passo minhas mãos para frente e tomo seus seios, meus seios.

Ela se afasta e cai de joelhos, imediatamente pegando meu pau na boca, lambendo, sugando, e, porra, adorando ele. Se move de cima a baixo em mim rapidamente, os olhos fechados, enquanto leva mais longe, mais rápido, lambendo, sugando.

“Caralho!” Gemo, enquanto suas unhas afundam em minha bunda, e ela me puxa mais perto, me levando mais longe.

Depois engole.

“Porra.” Resmungo. “Caralho, mãezinha. Porra, porra, porra!”

Uma mão me envolve enquanto se inclina para trás, ofegante. Ela me acaricia enquanto lambe os lábios e olha para mim, olhos cheios de uma necessidade animal e desejo que eu não vi desde o beco.

“Você ama meu pau, não é, amor?” Digo enquanto ela me acaricia mais rápido, aumentando seu aperto.

“Sim.” Ela diz e então rapidamente umedece os lábios.

“Ele é seu, meu amor, todo seu, porra.” Assobio quando ela faz círculos com a língua na minha ponta.

“Meu.” Ela diz antes engolir profundamente de novo.

“É isso, amor. Porra! Todo seu.”

Ela se move mais rápido, mexendo sua mão mais forte e estou quase lá.

“Precisa parar.”

“Meu.” Ela diz com meu pau ainda em sua boca.

“Amor, você vai conseguir...” Ela engole, o que faz sua garganta apertar e perco meu controle. “Puta que pa... riu!”

Quando suga até me deixar limpo, levanta e olha em meus olhos. Então, me dá um pequeno sorriso, que não acredito já ter visto antes e agarra minhas bolas.

“Possuído.”

“Foda, sim, possuído.” Rio e a puxo contra mim. “Foda, sim.” Digo mais suave enquanto beijo seu pescoço.

“Eu te amo.”

“Eu também te amo, Hailey. Já há algum tempo.” Toco meu peito. “Estava quase convencido que era tudo o que eu precisava, mas estava enganado. Porque finalmente te ouvir dizer essas palavras, mãezinha...” Paro e controlo a avassaladora emoção. “Essas três palavras me colocaram em um nível que é completamente incompreensível para mim.”

“Quando disse essas palavras, eu senti o mesmo, que sou parte de você, disso. Isso me assustou pra caramba, Morrison. Não sabia se podia te dar e não tirar de Marisa. Nos meses que convivemos você me mostrou o contrário. A forma que me ama, a forma que a quer e a forma como quer a sua família me mostrou que não há mal em dizer essas palavras em voz alta. Que não tirarei dela. Nunca poderei te dizer o suficiente. Eu te amo. Eu te amo. Eu...”

“Somos um, mãezinha.” Puxo sua calça e calcinhas para baixo. Então tomo sua boca antes de fodê-la contra a parede, com força. “Um.”

“Um.” Ela geme.

 

 

Um mês depois


Entro no banco com dois cheques, um da companhia de seguros e um da venda da casa de Atlantic City. Vejo o homem sair de seu escritório, e estendo a mão para apertar a sua.

“Fico feliz em ter ligado. Entre.” O sigo em sua sala. “Sente-se.”

“Não vou perder tempo. Estou aqui para fazer uma oferta.” Coloco os papéis em sua mesa. “Um amigo olhou o exterior e precisa de uma boa reforma para se tornar habitável. Tenho uma declaração, o projeto de construção e os arquivos para serem isentos de impostos. Solicitei a licença de compra, achei os refúgios locais e os visitei. Tenho um conselho de administração e voluntários que estão prontos para ajudar.”

“Isso é mais do que perguntar o preço.” Ele diz olhando o cheque.

“Isso é suficiente para consertar o telhado e o elevador, pintar e fazer algumas reformas no piso da cozinha que serão necessários.”

“Mas...”

“O Banco vai pagar os impostos sobre o lugar. Cinco mil dólares por ano não é uma porcaria, mas esquentar aquele lugar no inverno vai tomar seu tempo. Estou oferecendo oitenta mil e um lugar no conselho, se quiser.”

“Isso são cento e vinte a menos...”

Fico de pé. “Essa é a minha oferta. Deixe-me saber se aceitar.”

“Talvez possamos oferecer um empréstimo.”

“Sem empréstimo. Deixe-me saber.”

Vou até o caixa do banco e deposito o cheque da casa e do Porsche. Depois retiro vinte mil. Não parece suficiente, mas ela vai pirar. Ela me ama, no entanto. Ela me ama e finalmente disse isso exatamente um mês atrás, e isso mudou tudo.

 

É quarta-feira à noite, e eu estou enrolado na cama com Marisa, que agora tem um dossel.

“Mamãe vai ficar tão brava.” Ela tenta manter uma cara séria, mas falha e cai em outra risada, e eu não posso deixar de rir com ela. Quando relaxa, olha para a cama com espanto. Passa de lado. “Você é legal.”

“Bem, estou feliz que você pense assim, gatinha.”

“Eu gosto de você.” Ela rola sobre as costas, seu sorriso se tornando ainda maior. “Eu gosto muito de você.”

“Eu também gosto muito de você.”

Ela boceja, me lembrando que passa quarenta minutos da sua hora de dormir. Levou um pouco mais de tempo do que esperado para montar essa cama. O manual deveria ter advertido que, se as crianças ajudassem, peças importantes poderiam acabar perdidas. No meu caso, foi uma porca, que se tornou um anel para o dedo mindinho da garotinha.

“Sabe” — ela boceja de novo — “disse que não precisava de história essa noite, mas o melhor papai do mundo as leria de qualquer maneira.”

“Mesmo?”

“Uh-huh.” Ela diz com naturalidade, balançando a cabeça.

Acaba dormindo no final do segundo livro. Mas leio quatro, sem dúvida. Pode me chamar de competitivo, de besta, de alguém que mantêm suas promessas, pode me chamar de Caldwell.

Rio dos meus pensamentos.

Pode me chamar de Caldwell era a maneira de dizer para uma mulher o meu nome, sem dar o nome real, uma resposta evasiva para fazer o momento parecer algo mais que uma foda. Era o nome saído em um gemido de boca estranha durante uma aventura de uma noite. Merda, às vezes quando lhes dizia ‘pode me chamar de Caldwell’, era prazeroso.

Esse sobrenome significa muito mais para mim agora do que há meses atrás. Esse nome é o legado da minha mãe, esse nome é família, e esse é meu nome.

Saio do quarto de Marisa e fecho a porta atrás de mim. Tenho uma tarefa para completar, e tenho só duas horas para fazê-la.

Pego meu telefone e mando um texto para Jagger para avisá-lo que estou pronto. Então abro a porta, enquanto Jagger e Hendrix entram carregando uma de três caixas.

“Estamos esperando há mais de uma hora por você. É melhor torcer para que isso dê certo ou...”

“Está tudo bem. Só não usem porcas como anéis e nem me deixem procurar durante trinta minutos antes de dizer que está com vocês.”

“Senhorita Princesa?”

“Crianças adoram fantasias.” Sorrio.

“Tem certeza de que essa é uma boa ideia?” Hendrix pergunta enquanto coloco o colchão de ar em um canto e troco por um do tamanho Queen.

“Achei que o explodiríamos. Não fizemos da minha maneira, no entanto. Ela quer comprar um novo, a mãezinha. Então não me deixou outra opção. Ficará furiosa, mas vai superar. Tenho minhas bolas de novo.”

Eles riem e logo começam a trabalhar.

Uma vez que terminamos, me afasto e admiro a cama com dossel. Não é king, a escutei sobre isso. E tenho certeza de que ela vai mencionar isso quando estiver brigando. Claro, a outra razão pela qual me decidi pela Queen era porque não queria que a distância fosse uma opção.

Ela entra pela porta e olha ao redor, linda a luz de velas.

Caminho em direção a ela, pego a bolsa de seu braço e coloco sobre a mesa.

“Senti sua falta esta noite.” Eu a beijo e a puxo para um abraço apertado.

“A conta de luz foi paga.” Ela diz assim que a solto e caminha para o interruptor de luz.

“Funcionam.” Agarro sua mão e nos levo para o sofá, onde tenho uma garrafa de vinho e duas taças em espera. “Sente-se.”

“Uau, isso é bom.” Ela se senta com as pernas dobradas debaixo dela.

Entrego uma taça para ela e me sirvo outra antes de sentar.

“Estava lotado esta noite,” ela diz depois de colocar a taça na improvisada mesa de café: uma plataforma com rodas amarradas e pintadas de preto. “Eu acho que ganhei o suficiente para comprar um colchão.” Ela sorri.

“É a sua maneira de me dizer que você quer ir lá e fazer amor?”

Ela torce o cabelo entre os dedos.“Isso é legal.”

Sento e tomo outro gole do meu vinho. “Legal?”

Ela balança a cabeça, pega sua bebida e toma.

“Foi uma noite movimentada.”

Aperto minha bochechas, tentando não rir de seu desejo óbvio.

“Não ria de mim. Deveria gostar que espero com muito interesse as noites de quartas-feiras.”

“Sim, estava pensando sobre isso. Acordei esta manhã, — duro, claro, porque estava sonhando com você — rolou ao meu lado enquanto ainda estava meio adormecida, e seriamente pensei que quebrei meu pau.”

Ela ri alto e cobre a boca para evitar acordar a menina e então, eu me curvo e a beijo. Quando tive o suficiente, me inclino para trás, mas ela continua me beijando e sobe em meu colo, me montando.

Pega a taça da minha mão e toma meu vinho. “Você disse que sentiu minha falta quando entrei. Acho que você deveria me mostrar o quanto.” Move os quadris em um círculo enquanto empurra contra mim. “O que é isso?” Ela sorri novamente e estende a mão entre nós.

“Espera aí, mãezinha.”

Ela pega o pacote no meu bolso. E por ‘pacote’ não estou falando do meu pau.

“O que é isso?” Ela pergunta de novo.

Pego sua mão e beijo. “Não gostaria de nada mais do que estar enterrado dentro de você, mas contra meu melhor julgamento, vou te contar uma história primeiro.”

“Uma história?”

“Sobre um idiota.”

“Como assim?” Ela dá um sorriso confuso.

“Antes de você, meu dia inteiro era planejado com o tipo de bunda que queria naquela noite.” Seus olhos se estreitam um pouco, mas estou determinado. “Ia a cassinos diferentes, sabendo que havia diferentes tipos de mulheres, com diferentes necessidades e desejos. Até mesmo dava nomes para suas bundas. Mulheres que eram barulhentas e podiam jogar uma pequena ação em festas durante suas estadias em Centros de Reabilitação, bom, eu as chamava de bundas animadas. As cosmopolitas, com as quais eu me encontrava eram bundas dominantes ou submissas — eu sempre sabia o que eram, e prometo nunca gostei das dominantes. As bundas de primeira classe podiam, facilmente, serem encontrados no Caesars. Aquelas garotas pensavam que eram melhores que as outras, e, muitas vezes, preceisava mostrar-lhes o contrário.” Ela cruza os braços e os seus olhos brilham. “Ok, só me escute. Aria é onde encontrava as bundas casadas, mulheres mais velhas que haviam sido casadas e pouco apreciadas por muito tempo. Você sabe, do tipo ‘O que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas’?”

Ela balança a cabeça, e eu imediatamente percebo que este meu pequeno plano é fodido.

“Eu tive um monte de bundas, querida. Eu nunca quis me estabelecer, porque eram todos iguais. Todas são rosa no meio, todas...” Ela se move e revira os olhos. “Meu ponto é, até que te conheci naquele estacionamento, nunca acreditei que existia uma pessoa feita para mim. No momento que te beijei, foi diferente de qualquer outro beijo. No segundo em que te provei, eu sabia que estava arruinado. No segundo em que estava dentro de você, eu sabia, sem dúvida que tinha encontrado a bunda perfeita. Ouro, querida. Você era feita de ouro e ainda é.”

Tiro a caixa com o anel do meu bolso. “Você me possue. Você é a dona do meu coração, minha alma, meus desejos, minha atenção em todos os momentos. Você me consome dia e noite, inferno, mesmo em meus sonhos. Você é a única pessoa que quero acima ou debaixo de mim. Nós nos amamos, querida. Isso nunca vai mudar, e eu juro, nunca permitirei que termine. Vou valorizá-la por toda a vida. Hailey Poe, recuperei minhas bolas, então a única resposta que vou aceitar é sim.”

Abro a caixa revelando o anel de ouro com dois cortes e meio, com um diamante de meio quilate.

Seus olhos brilham. Então ela sufoca um soluço e cobre sua boca antes que seus olhos voltem para o meu e ela engasga. “É muito.”

“Última compra, prometo. Acabei com o desejo de coisas materiais. Quando você disser sim, a única coisa que quero, embora não mereça, é alguém que vale ouro. Você.”

Ela engole com dificuldade e assente. “Sim.” Envolve os braços em volta do meu pescoço e permanece assim enquanto sussurra contra a minha pele. “Nós nos merecemos, Morrison. Nós merecemos isso. Nós merecemos ser felizes. Você me faz feliz, tão feliz. Eu não estou sendo forçada, tenho escolha. E isso é mais do que eu pensava que seria possível.”

“Eu tenho que colocar isso em você, mãezinha. Torna-lo oficial.” Deslizo o anel em seu dedo trêmulo. “Uau, o anel parece ainda mais bonito agora.”

Ela o levanta, olha para ele e sorri. Então se inclina para me beijar.

“Mamãe?” Ouvimos uma voz sonolenta vindo do corredor, e Hailey se senta. “Está chorando?”

“Estou bem.” Ela limpa os olhos e sorri. “Vem cá.”

Marisa se aproxima dela, e Hailey a levanta e abraça.

“Eu tenho que fazer xixi.”

“Tudo certo, vamos lá.”

Hailey olha para mim e sorri enquanto se levanta. Eu apago as velas e coloco as taças na pia.

“O que é isso?” Escuto Marisa perguntar a sua mãe, enquanto saem de mãos dadas.

“Morrison me pediu para casar com ele.”

“É por isso que você está chorando? Porque se você ficar triste, você deve...”

“Não, eu não estou triste. Estou muito, muito feliz.”

Marisa para e olha. Estou esperando que ela ria, ou diga algo parecido com “Parabéns”, mas provavelmente não vai fazer isso.

“Eu sei o que quero agora para o Natal.”

“Sério?” Hailey tem perguntando, e a resposta de Marisa até agora tem sido sempre ‘nada’.

“Um casamento de princesa, como nos livros.” Ela boceja de novo. “Estou cansada. Podemos escolher meu vestido amanhã.”

Termino de limpar e decido ficar mais confortável, tiro a camisa e as meias, e então abro o cinto.

Hailey está deixando o quarto de Marisa quando silenciosamente caminho até ela.

Ela se vira e franze o cenho.

“O que é isso?”

Uma de suas sobrancelhas se levanta.

“Oh, merda, foi mal.” Digo. “Mas ela gosta. Ela gosta muito.”

“A última grande compra?” Ela segura seu dedo anelar.

“Amor, sem briga esta noite.” Ele balança a cabeça. “A única palavra com b que estou interessado é...” Paro quando ela começa a caminhar em minha direção.

Está quase na minha frente e levanto a mão para impedi-la.

“Eu prometo — nenhuma briga esta noite.”

“Tudo bem. Eu te dou esta noite.” Enquanto ela sorri a pego e ela envolve suas pernas em volta de mim. “Leve-me para a cama.”

Abro a porta e a beijo duro, mantendo sua atenção onde ela pertence — em mim. Caminho para a cama, sabendo que Hailey é uma mulher de palavra. Pode reclamar, mas para ela uma promessa é uma promessa.

Assim que suas costas atinge a nossa nova cama, abre os olhos e olha em volta. Em seguida, sua cabeça se move para trás, seus olhos estão fixos em mim.

“Você prometeu,” lembro para ela enquanto levanto sua camisa, beijo sua barriga e desabotoo suas calças.

“Manipulador.”

“Não, mãezinha — cansado de dor nas costas na quinta-feira, doente de minha mulher dormir em um colchão de ar, farto de foder em um colchão de ar.” Tiro sua calça e calcinha. “Uma buceta de ouro merece pelo menos uma cama verdade.”

“Você me deve uma.” Sua respiração falha enquanto sopro a pele nua entre suas pernas.

“Sim.”

Minha boca a cobre enquanto espalho ainda mais minha garota em uma cama digna de uma rainha — a minha Rainha de Copas, que me possui por completo, com uma buceta que é melhor do que qualquer ouro.


Epílogo

 

“Alianças?” Pergunto enquanto caminho de um lado para o outro no escritório de Hendrix.

“Checados.” Diz Jagger enquanto as levanta.

“Não posso acreditar que convenceu Jared a nos casar.” Eu me queixo.

Hendrix ri.

“Esse homem tem o dom com as palavras.”

“Juro como a merda que a única coisa que quero que diga é: “Agora são marido e mulher”. Estou farto de vivermos separados, doente de acordar duro e não ter a causa da minha ereção para cuidar dela.” Desabafo, o que faz meus irmãos rirem, mas eu não. “Não é divertido. Ela vai caminhar engraçado durante meses, talvez anos.”

“Como nas quintas-feiras?” Jagger sorri.

“De que diabos está falando?” Paro e movo a cabeça, enquanto entendo. “Assim como nas quintas-feiras.”

Nos últimos meses, só ficou comigo nas quartas e nos domingos à noite. Nessas noites, abuso a fronteira com a mãezinha. Mas ela não só toma o que dou como pede mais. Então, saio antes que Marisa acorde.

Essa é a coisa de ter uma menininha com a qual se preocupar. Concordamos que Marisa não precisava me ver pela manhã até que estivéssemos casados. Ela já tinha o suficiente para superar, como ter um idiota como pai que algum dia, com certeza, será preciso conversar. Algum dia saberá que seu pai esteve na prisão. Algum dia se dará conta do que ele fez com sua mãe. Mas algum dia também se dará conta do quanto sua mãe a amava e como conseguiu o melhor no inferno que tinham. E se dará conta de que sim, um bom homem a ama, e a tratará como um tesouro. Tenho trabalhando nisso por alguns meses e tem funcionado bem.

“O lugar está lotado, cara.” Jagger informa.

A porta do escritório se abre e vejo sua barriga antes de vê-la.

“A barriga de Livi está aqui.” Jagger ri.

Hendrix deixa escapar um grunhido. “Gostosa como o inferno.”

“Isso é um pouco fodido, cara.” Sorrio quando ela entra.

“Oi querida, você está bem?” Pergunta Hendrix enquanto lhe dá um beijo e acaricia seu ventre com as mãos.

“Podemos ter um problema.” Sussurra pensando que eu não posso ouvir.

Ando em direção a ela, em direção ao bar, onde vejo alguns clientes olhando pela janela, então eu me aproximo deles e vejo Hailey lá fora, apontando e gritando para alguém enquanto a neve cai sobre ela, criando o vestido branco mais sexy que você já viu.

Corro até a porta e sou surpreendido quando vejo meu velho ali, de pé com um cigarro na mão e um maço na outra.

“Ele não lhe deve merda nenhuma, nem uma palavra, nem um momento, e certamente não o que você está pedindo. Você fez uma aposta...”

“Que porra está acontecendo?”

“Sua mulher está tentando te proteger.” Ele diz com um sorriso ameaçador.

“Não necessito de proteção. O que diabos faz aqui? Não te vejo há quase um ano.” Digo enquanto coloco Hailey debaixo do meu braço.

“Preciso de ajuda. Usei seu nome para entrar em uma briga e colocar uma aposta.”

“Você não fez isso!” Grita Hendrix enquanto caminha com Jagger atrás dele.

“Encontrei com um homem em uma luta em Las Vegas, lhe disse que meu filho era o Ás.”

“Como diabos sabe como me chamam?” Pergunto.

“Eu sei de tudo.” Ele toma um trago de seu cigarro, joga fora e o pisa forte. “O nome do homem é Blade e lhe devo dez mil. Ele acrescenta mil a cada dia.”

“Vai se foder.” Sibila Hendrix para ele. “Vá embora da porra da minha casa.”

Hailey se põe rígida debaixo de mim e deixo de olhar para meu pai para olhá-la.

“Diga a ele sobre Blade, Hailey.” Diz meu pai.

“Blade tem a metade da contabilidade de Monte. Marshall tem a outra. Dessa maneira, se um quebra, tem o outro. Esse sempre foi o plano, no caso de que fique preso em um jogo clandestino. Marshall era o responsável por mim e Marisa, junto com todos os ativos pessoais de Monte, enquanto Blade cuida de sua ‘pequena empresa’. Juntos dirigem o ‘negócio secundário’. No final, Monte nunca perde um centavo ou uma noite de sono.”

Meu sangue está fervendo. “O que isso significa para nós, exatamente?” Pergunto apesar de saber a resposta.

“Seu pai deve a Monte. Quando sair, virá atrás dele.”

“Que venha. Agora sai daqui.”

Ele olha Jagger.

“Necessito ganhar algum dinheiro, filho. Venha para Las Vegas.”

“Saia daqui antes que te arraste até a parte de trás e te bata...”

“Morrison.” — Hailey toca minha bochecha — “Não vale a pena. Monte deu sua palavra.”

“Eu lhe dei a vida.” Nosso velho aponta para ela.

“Você apenas doou seu sêmen. Sua mãe lhe deu a vida.” Solta Hailey e ela se põe de frente a mim. “Case comigo agora — esqueça ele. Estamos bem. Ele vai ter o que merece. Ninguém mais que você, eu, Marisa e sua família têm alguma importância.”

“Nossa família.” Eu a corrijo.

“Ainda não. Leve-me lá e faça acontecer. Não quero estragar o dia de hoje. Nosso dia. É nosso, não é?”

“Pode apostar seu traseiro que sim.” Digo.

Ela sorri e se inclina para me beijar, e então, de repente, ela se afasta.

“Jared é melhor que tire as mãos da minha mulher.”

“Você só a beijará quando eu disser que pode.” Ele refuta, fazendo Hailey rir. “Nos vemos lá dentro.”

Com Hailey lá dentro e longe, caminho até o velho.

“Será melhor que encontre uma maneira de solucionar esse problema.”

“É bom com as cartas, te ensinei isso. Você me deve.” Aponta com um dedo para mim. “Todos vocês me devem.”

“Nós não te devemos nenhuma merda.” Diz Hendrix enquanto caminha para o meu lado. “Agora, como já disse, caia fora da minha casa, inferno.”

“Ingrato...”

O agarro pelo pescoço e empurro seu lamentável traseiro contra a parede. “Espero que tenha o que merece e muito mais. Não te devemos nenhuma maldita coisa.” Solto seu pescoço e dou a volta. “Vamos.”

Uma vez dentro, tomo uma respiração profunda.

“Que se foda.” Diz Hendrix enquanto se põe na minha frente. “Liberte-se disso, cara. Hoje é o dia mais importante da sua vida. Hoje é o dia em que se tornará o homem que nossa mãe criou para que fosse.”

“É isso mesmo, cara.” Jagger põe a mão no meu ombro. “Vamos fazer isso.”

“Que se foda.” Digo.

“Que se foda.” Eles repetem.

Sigo para o meu lugar na pista de dança, nosso altar improvisado e olho ao redor. O bar está lotado, de lado a lado com nossos clientes habituais, com todas as mulheres que foram amigas de mamãe e com a amiga de Hailey, Jamie.

“Tell Her You Love Her” de Echosmith começa, e logo vejo Marisa descendo as escadas de mãos dadas com Livi. Tem seu cabelo em um coque alto e coberto com uma pequena coroa. A garotinha está para a sua glória vestida como uma princesa. Assim que seus pezinhos chegam ao chão, ela corre para mim e pula em meus braços.

“Olha todas essas pessoas que estão aqui para nos ver finalmente ser uma família. São seus súditos reais, princesinha. Dê-lhes a reverência em que esteve trabalhando.”

Ela sorri e faz uma reverência de princesa, depois se vira para mim e segura meu rosto em suas mãozinhas. Ela se inclina para frente e me olha nos olhos, com uma expressão séria no rosto. “Leia livros para mim.”

“Sim, eu leio.” Não dou risada, mas sorrio, porque maldição, sua doçura me faz cativo. Também vou dar a essa garota tudo o que quiser.

“Vai ler mais de três.” Eu concordo. “Vai me deixar escolher.”

“Sempre o farei.” Dou uma piscadela.

Ela sorri e pisca os dois olhos, porque ela ainda não sabe fazer uma piscadela. “Está bem, então acredito que é o melhor pai que existe para mim.”

Porra, não esperava isso da boca de uma criança de três anos. Engulo minhas emoções.

“Meu plano é esse.”

“Então te chamarei assim.”

“Eu adoraria isso, Marisa, quase tanto quanto te amo.”

Ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço.

“Eu também te amo.”

Estou com um nó na garganta. Esse é um dos momentos em que me dou conta do que acabou de acontecer lá fora, e um milhão de coisas que aconteceram com o passar dos anos, poderiam ter moldado os meus irmãos e a mim. A vida teria sido muito diferente se não tivéssemos tido a mamãe. Olho para cima para meus irmãos e engulo com mais emoção.

Marisa segura meu rosto de novo e vira para ela.

“Está pronto?”

“Estou pronto.”

“Bom. Agora me põe no chão.”

Assim que seus pés tocam o chão, olho para cima e vejo Hailey nos olhando. Está secando as lágrimas com um sorriso que não é só para mim, esse sorriso é para todos. Tem sua mão sobre o peito e respira fundo. Logo, começa a descer a escada.

Está caminhando em minha direção, sorrindo, com suas lágrimas ainda caindo. Ali não há jogo, nem espetáculo, nem feito. Com suas defesas baixas agora, juro que é mais bela do que nunca.

“Foi uma escolha óbvia para Hailey e Morrison pedir-me para casá-los.” Começa Jared. “Inferno, olhem para Hendrix e Livi. É muito claro que ainda estão desfrutando de sua vida de casados.”

“Inferno, sim, claro que estamos.” Exclama Hendrix rindo junto com o bar.

“Amor. O que há para dizer sobre isso que eu não falei há sete meses? Não, realmente, eu não me lembro, e honestamente, inferno, nem vocês; já que estavam também bebendo. O que há sobre o amor que eu não soubesse há sete meses?” Jared olha para Livi e Hendrix, então sorri.

“O amor não é apenas um sentimento, é uma ação. As ações não necessitam de palavras floridas ou extravagantes” — ele me olha — “elas exigem trabalho. Relacionamentos precisam de trabalho. A palavra trabalho não é algo de que esses caras se afastam, e também não é algo que suas noivas se afastam. Se você não trabalha nisso, se você não confia uns com os outros e compartilha em cada parte da vida do outro, você o perde.”

Hailey se estende e pega a mão dele, e ele pisca.

“Tem uma boa mulher aqui, Morrison. Não pode fazer a merda de uma piada, mas será boa com você.”

Assim que as pessoas param de rir, há silêncio por um minuto.

“Pelo que entendo, a comunicação é a chave para um relacionamento duradouro, mas quando casei, nunca conversamos sobre a comunicação. Uma noite a muito tempo atrás, minha esposa me disse que pensava que deveríamos sair e nos divertirmos como costumávamos. Uma ótima idéia, então eu pedi-lhe para deixar a luz do corredor acesa se ela chegasse em casa antes de mim.” Quando a multidão ri, ele ergue a mão e para. “Para que saibam, isso não acabou bem.”

Hoje, Hailey vai se casar com esse cara ", ele me aponta," mas ele também está pegando essa princesinha. "Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que eu sou conversando

“Hoje, Hailey vai se casar com esse cara,” ele aponta para mim “mas ele também ganhará esta princesinha. Então eu tenho alguns conselhos, e não hesite em ignorá-los porque eu realmente não tenho idéia do que estou falando.

Marisa, quando sua mãe rir das piadas deles, é porque você tem companhia, e ela está sendo educada. Você provavelmente deve fingir que é divertido também.”

Marisa começa a rir. Sei que não tem ideia do que ele está falando, mas ainda é hilariante.

“Morrison, antes de deixá-los dar o passo, eu quero que você pense sobre este conselho paternal que recebi quando eu era muito jovem: Se mudar de opinião e for embora, todos nós entenderemos. Se não o fizer, todos teremos ciúmes como o inferno de você. E nunca se coloque em um joelho por uma menina que não se colocaria nos dois por você.”

Ok, essa merda foi engraçada. Jared estava contando suas piadas.

Hailey e eu olhamos para os olhos um do outro e apenas sorrimos. “Inferno!” Jared diz no microfone. “Alguns conselhos mais para o noivo: eu sugiro que você simplesmente esqueça qualquer erro que fez de agora em diante. O dever de uma mulher não é apenas recordá-los, mas fazer isso pelos próximos cinquenta ou mais anos de sua vida. Não faz sentido que dois carreguem esta informação. Não se preocupe, isso é completamente normal.”

“Ela não faria isso. Eu sou muito próximo ao perfeito, certo, querida?”

Ela sorri. “Absolutamente.”

“Morrison, sugiro também que você considere que a única diferença entre cinco anos de trabalho e cinco anos de casamento é que, após cinco anos, o seu trabalho ainda será uma porcaria. Sua esposa... Não se preocupe, é completamente normal.”

Todos riem novamente, mesmo Hailey.

“Merda, é em ambos os sentidos, mãezinha.”

Ela imediatamente para de rir e todos riem mais forte.

“Eu tenho alguns conselhos para você, pegue como desejar, Hailey: há apenas duas vezes que um homem não entenderá sua esposa — antes e depois do casamento.”

Todo mundo ri, mas você ouve a voz de Livi sobre tudo. “Não é verdade quando você se casa com um Caldwell.”

“Maldita verdade, minha pequena e louca menina.” Hendrix ri e beija sua esposa.

“Se você não pode conseguir que te deixe em paz durante a noite e precisa dormir, apenas diga a ele que você quer falar sobre o seu relacionamento.” Sugere Jared a Hailey. “Se você pedir a ele para pegar algumas coisas no supermercado e, em seguida, adicionar itens, ele vai esquecer alguma coisa. Não será culpa dele, acontece.”

Eu olho para Jared e sorrio.

“Eu gosto de você cara, mas eu só tenho que ouvir duas palavras.”

“Duas palavras que você se acostumará a ouvir em breve ‘agora não’ ou ‘o que disse?’.” Jared ri, depois olha para Hailey. “Você ama esse cara?”

“Muito.”

“Você a ama?” Ele me pergunta.

“Mais do que as palavras podem descrever.”

“Você quer se casar com ele?” Pergunta a Hailey.

“Eu quero.” Ela sorri para mim.

“Você sabe o quanto é sortudo?” Ele ri enquanto olha para mim.

“Eu sei.”

“Que diabos você está esperando? Beije-a.” Jared entrega o microfone para Marisa.

“Agora eu os declaro marido e mulher.” Grita muito perto do microfone. “E o melhor pai que eu poderia ter!”

Respiro fundo e agarro Hailey pela cintura, beijando-a como faria se estivessemos sozinho, porque não há nenhuma outra maneira com ela. Há assobios e aplausos, e depois Hailey se inclina para trás e eu explodo em um sorriso mais brilhante que as luzes de Las Vegas.

“A Certidão de Casamento. Precisamos assiná-la.” Ela sorri novamente.

“Os papéis de adoção também.” Viro os olhos e sorrio. “Porra, eu sou um homem de sorte.”

“Aparentemente, você é o melhor pai que existe.” Jagger ri enquanto empurra os papéis para mim e me entrega uma caneta. “Vem cá, garotinha. Sua mãe e pai têm uma surpresa para você também.”

“Para mim?” Ela aplaude enquanto Hendrix se senta à mesa no bar.

“Na verdade, para todos nós.” Livi sorri.

“Sua mãe e eu conseguimos isso.” Tiro a caixinha do meu bolso e a entrego. Ela abre imediatamente.

“Um colar com uma coroa?” Guincha e aponta. “Com um C, como no caramelo?”

“Significa ‘Caldwell’.” Digo. “Meu sobrenome, o sobrenome de sua mãe...”

“E o meu.” Jagger lhe faz cócegas. “E o de Livi e Hendrix, também.”

Quando parece estar confusa, eu olho para Hailey. Ela sorri e diz:

“Morrison se tornou seu único pai hoje, então você tem o seu sobrenome, também.”

“Marisa Caldwell.” Digo.

“Assim como você, e você e você e você e você e tudo...?” Ela brinca.

“É uma grande família feliz.”

“Feliz como em “e viveram felizes para sempre”?” Ela sorri. “Eu gosto disso. Como nas histórias.”

“Porém, melhor.” Hailey diz enquanto as lágrimas enchem seus olhos.

“São lágrimas de felicidade, mamãe?”

“A partir de agora e para sempre, Srta. Princesa.” Diz Hailey enquanto a abraça e me puxa para a mistura. “Bem, agora você ajudaria Livi por um minuto?”

“Livi Caldwell.” Ri Marisa.

“Tia Livi, agora e para sempre.” Livi diz com os olhos marejados.

“São lágrimas de felicidade, tia Livi?” Marisa limpa e olha para o dedo, estudando a umidade.

“Nada mais.” Hendrix a agarra. “Agora vamos trabalhar. Temos que alimentar as massas.”

“Eu preciso que você venha comigo só por um minuto.” Hailey diz.

“Ah, sim?” Tenho certeza de que vai me levar ao escritório. Temho certeza que ela vai... “Para onde vamos?” Pergunto enquanto me leva para fora e entra no Escalade.

“Vamos.” Grita para mim, com um sorriso de orelha a orelha.

Eu entro, e ela me dá um soco.

“Mãezinha, onde, diabos, estamos indo?”

“Abra o porta luvas. E olhe o arquivo.”

Pego o arquivo no porta luvas. “É oficial.”

“Parabéns.” Ela sorri enquanto dirige mais rápido. “Saiu uma semana atrás. Desculpe, mas pedi a Hendrix que não te dissesse.”

“O que há com todo esse dinheiro?”

“A ganância que sobrou de Las Vegas. O fundo de emergência. Eu quero que você o use para ajudar a reformar os apartamentos.”

“E nós estávamos em um colchão de ar, porra, por quanto tempo, por quê?”

Hailey dá de ombros.

“Não era uma necessidade?” Nós dois rimos. Ela se vira e me olha séria. “Porque se eu precisasse sair de Detroit, teria o dinheiro. Agora tenho uma família. Não irei a nenhum lugar.”

“E agora tenho minhas bolas de volta, então não sairia mesmo se tentasse.”

Ela para em frente ao edifício que o banco finalmente concordou em vender com impostos, um edifício que é propriedade livre e quitada. Um edifício que não vai carregar pesando sobre ele uma hipoteca, tirando a tensão de um sonho se tornado realidade.

“Olhe.” Aponta para fora da janela do carro. Eu olho para a placa pendurada na porta: Lar para mães, está orgulhosamente exibido acima das palavras “Bondade em um mundo de maldade”.

“É o melhor dia da minha vida.” Digo enquanto saio do carro. “Vem cá.”

Ela está radiante enquanto caminha rapidamente para mim. Agarro meu telefone e o mantenho tão próximo quanto posso, depois tiro uma foto da minha esposa e do lugar que eu espero honrar a memória da minha mãe.

“Eu te amo, mãezinha.”

“Eu te amo, Morrison Caldwell.”


Meu Desejo para Você


Minha querida Marisa

Se você está lendo isso, você está crescendo muito rápido, embora todas as mães pensem assim. Eu me casei com Morrison hoje, e quando chegar a hora em que você conhecer um menino, um homem que roube seu coração, planejo compartilhar esse momento com você.

Amei você antes a tivesse em meus braços. Ninguém nunca saberá a profundidade do meu amor por você. Nada jamais poderá se comparar ao vínculo que temos. Porque você, minha Srta. Princesa, é a única que sabe o que tenho no fundo do meu coração. Ele bate por você sempre, minha filha.

Hoje nos tormanos uma verdadeira família. Hoje rompi com o ciclo do mal. Hoje, te dou tudo o que nunca tive. Hoje, fiz um compromisso com Morrison de amá-lo até que a morte nos separe. Também fiz um compromisso para que veja nosso amor em ação enquanto ele cresce e desabroça.

O amor é um verbo. É uma ação. O amor é também uma emoção. É uma esmagadora, sensação que consome tudo. O amor é paciente. O amor é amável. O amor é incondicional.

Morrison tem nos mostrado tanto amor. Deu-nos mais do que tínhamos. Eu nunca imaginei que minha vida poderia ter algo de bom... até que tive você, minha bebê preciosa. A partir do momento que descobri que estava grávida, minha vida mudou para sempre e para melhor.Antes, simplesmente existia. Fazia o que me diziam, sem perguntar e sem falhar. Não tinha escolhas. Elas foram tiradas de mim pelas situações da vida. Minha querida bebê, não importa o quê, você tem escolha. Como sua tia Livi sempre diz: é necessário o consentimento do caralho. Você é maior agora, mas deixa de fora o “caralho” para a sua querida mãe, por favor.

Você é minha razão de ser, Srta. Princesa. É a minha princesa.

Morrison é um bom homem. Ele é o tipo de homem, espero que você encontre um dia para você, o tipo de homem que mostre a você que te ama com ações, não só com suas palavras. O tipo de homem que é paciente e
entende que deve dar espaço para uma mulher ser ela mesma se necessário .

Ele é o tipo de homem que sabe quando tomar a iniciativa e quando dar um passo atrás e me permitir forjar meu próprio caminho.

A vida não nos dá uma mão de ases, mas um homem como Morrison Caldwell é todos os ases, não importa o que as cartas lhe mostrem.

A vida não será só cor de rosa e ensolarada, mas independente da sua situação tome posse e supere-a. Você é parte de mim. Levou um longo tempo, mas eu sou forte e você é o quê, minha preciosa. Nada pode pará-la.

Ao pensar sobre o seu futuro, o meu desejo para você é a felicidade.

Encontre um homem com coração, determinação e desejo de ser bom em um mundo de maldade. Encontre um homem que pode ser sua luz no escuro. Encontre um homem que é o seu lugar seguro para cair. Encontre um homem que quer deixar um legado.

Você é meu bem Você é meu legado. Eu te amo desde o topo da sua cabeça até as pontas dos seus pés e muito mais.

Com uma imensidão de amor:

Mamãe.

 

 


Notas

 

[1] Siri é um aplicativo no estilo assistente pessoal para iOS, macOS e watchOS, sendo assim, disponível para iPhone, iPad, iPod Touch, Apple Watch e Mac
[2] Five Card Draw (Pôquer Fechado) – é uma modalidade de pôquer, considerada a modalidade mais simples e é jogada principalmente por jogadores casuais, sendo mais rara a nível de competição e em cassinos.
[3] Brian Todd Collins, mais conhecido pelo seu nome artístico Kid Ink é um rapper, compositor e produtor estadunidense, canta a música “Carry On” que significa ir em frente.
[4] Bonnie e Clyde – foram dois famosos fugitivos, criminosos e ladrões dos EUA
[5] Hard Knocks – Golpes duros
[6] Slick – Manhoso, astuto.
[7] Flounder – Personagem da Pequena Sereia, no Brasil é conhecido como Linguado.
[8] A sigla WTF é a abreviação de um palavrão em inglês: “what the fuck”, que em português poderia ser traduzido por “que porra é essa”, muito utilizada em mensagens de texto.

 

 

                                                                  M. J. Fields

 

 

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