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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


NATAL MORTAL / Nora Roberts
NATAL MORTAL / Nora Roberts

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

NATAL MORTAL

 

Ninguém gosta de estar sozinho durante as festas. Para o serviço de contatos mais elegante de Nova Iorque, Personally Yours, é a temporada para unir corações solitários. Mas a Tenente Eve Dallas, no rastro de um assassino múltiplo ritualista, fez um inquietante descobrimento: todas as vítimas estiveram conectadas com o Personally Yours. Quando os assassinatos seguem, Eve entra em um mundo de elite onde a gente procura seu amor verdadeiro…, e um assassino procura a sua seguinte vítima. Um mundo onde o poder do amor conduz a homens e mulheres ao último ato de traição...

 

                     Sonhou com a morte.

A acidentada luz vermelha do sinal de néon palpitava contra a imunda janela como um coração furioso. Seu brilho se movia ao redor do atoleiro de sangue que reluzia no chão, de escuro a brilhante, escuro a brilhante, dividindo o pequeno e sórdido quarto em um tosco alívio, logo condenando-o às sombras.

Em uma esquina, estava acurrucada uma moça ossuda com enredado cabelo castanho e enormes olhos da cor do uísque que ele bebia quando tinha o dinheiro para fazê-lo. A dor e o medo haviam tornado esses olhos vítreos e cegos e sua pele da cor cinza ceroso dos cadáveres. Olhava fixamente, hipnotizada pela luz que piscava, o modo em que golpeava sobre as paredes, no chão. Sobre ele.

Ele, estendido no estou acostumado a gretado, nadando em seu próprio sangue.

Pequenos sons, selvagens retumbavam na garganta dela.

E em sua mão estava a faca, ensangüentado até a manga.

Estava morto. Sabia que estava morto. Podia cheirar o fedor forte e quente que emanava dele para sujar o ar. Era um menina, apenas uma menina, mas o animal dentro dela reconheceu o aroma... tanto temendo como regozijando-se por isso.

Seu braço gritava onde lhe tinha quebrado o osso. O lugar entre suas pernas queimava e chorou por essa última violação. Não tudo o sangue salpicado sobre ela era dela.

Mas ele estava morto. Tinha terminado. Estava segura.

Logo ele girou sua cabeça, devagar, como uma marionete em uma corda, e a dor se transformou em terror.

Seus olhos se fixaram nos seus enquanto balbuciava, internando-se mais profundamente no rincão onde se arrastou para escapar. E a boca morta sorriu abertamente.

Nunca te liberará de mim, menina. Sou tua parte. Sempre. dentro de ti. para sempre. Agora Papai vai ter que te castigar outra vez.

Ele se ajoelhou. O sangue caía em grosas, ruidosas gotas de sua cara, de suas costas, deslizando-se grotescamente dos cortes em seus braços. Quando se levantou e começou a andar arrastando os pés pelo fluxo de sangue para ela, gritou.

E gritando, despertou.

Eve se cobriu a cara com as mãos, apertou-as sobre sua boca para conter os obstinados gemidos que rasgavam sua garganta como partes de cristal quente. Seu fôlego subiu e baixou tão dolorosamente em seu peito que se estremeceu com cada exalação.

O medo a seguiu, um sopro frio desceu por sua coluna, mas o fez retroceder. Já não era mais uma menina indefesa, era uma mulher adulta, um policial, que sabia proteger e defender. Inclusive quando a vítima era ela mesma.

Não estava sozinha em algum pequeno e horrível quarto de hotel, a não ser em sua própria casa. A casa do Roarke. Roarke.

E concentrando-se nele, só em seu nome, começou a acalmar-se outra vez.

Tinha eleito a cadeira de sonho de seu escritório porque ele estava fora do planeta. Nunca tinha sido capaz de descansar em sua cama a menos que ele estivesse com ela. Os sonhos raramente vinham quando ele dormia a seu lado, e muito freqüentemente a perseguiam quando não o fazia.

Odiava aquela área de debilidade, de dependência, quase tanto como amava ao homem.

Dando volta na cadeira, consolou-se recolhendo ao gordo gato cinza enroscado a seu lado, que a olhava com seus olhos bicolores. Galahad estava acostumado a seus pesadelos, mas não gostava de ser despertado por elas às quatro da manhã.

—Sinto-o —resmungou quando esfregou sua cara contra sua pele—. É tão malditamente estúpido. Ele está morto, e não voltará. Os mortos não voltam—. Suspirou e olhou fixamente na escuridão—. Deveria sabê-lo.

Ela vivia com a morte, trabalhava com ela, caminhava com ela, dia detrás dia, noite detrás noite. A fins de 2058, as armas estavam proibidas, e a ciência médica tinha aprendido a prolongar a vida muito além da marca do século.

E o homem ainda tinha que deter os assassinos.

Era seu trabalho defender aos mortos.

Melhor que arriscar-se a outro viaje aos pesadelos, ordenou que se acendessem as luzes e se levantou da cadeira. Suas pernas estavam bastante estáveis, e seu pulso se nivelou quase ao normal. A doentia dor de cabeça que marcava o final de seus pesadelos remeteria, recordou-se.

Esperando um café da manhã cedo, Galahad saltou detrás dela, logo se entrecruzou por suas pernas enquanto se movia para a cozinha.

—Eu primeiro, amigo—. Programou o AutoChef por café, logo pôs um tigela de kibble no chão. O gato o atacou como se fosse sua última comida, e ela o deixou para olhar pela janela.

Sua vista era uma larga extensão de grama mais que a rua, e o céu estava vazio de tráfico. Poderia ter estado sozinha na cidade. A intimidade e a tranqüilidade eram presentes que um homem da riqueza do Roarke podia comprar facilmente. Mas sabia que além dos formosos terrenos, sobre o muro de pedra alta, a vida pulsava. E a morte a seguia avariciosamente.

Era seu mundo, pensou agora enquanto bebia a sorvos o potente café e trabalhava a rigidez de uma ferida ainda não aliviada de seu ombro. Pequenos assassinatos, magníficos esquemas, entendimentos desonestos, e gritos de desespero. Ela conhecia mais disso que do redemoinho vistoso de dinheiro e poder que rodeava a seu marido.

Em momentos como este, quando estava sozinha, e seu estado de ânimo era baixo, perguntava-se como tinham chegado a estar juntos... a correta polícia, quem acreditava firmemente nas linhas da lei, e o hábil irlandês que se enredou com e sobre aquelas linhas toda sua vida.

O assassinato os tinha reunido, duas almas perdas que tinham tomado rotas de escapamentos diferentes para sobreviver e, apesar da lógica e o sentido comum, encontraram-se o um ao outro.

—Cristo, o sinto falta de. É ridículo. —Zangada consigo mesma, girou-se, com a intenção de tomar banho e vestir-se. A luz lhe pisquem em sua televisão-comunicador assinalou uma entrada silenciosa. Sem duvidar sobre quem transmitia, saltou para ele e desbloqueou o código silencioso.

A cara do Roarke alagou a tela. Semelhante cara, pensou, olhando-o enquanto ele arqueava uma sobrancelha escura. Poeticamente formoso, com cabelo negro comprido e grosso. A boca inteligente, perfeitamente esculpida, os ossos fortes, a lhe impactem intensidade de seus brilhantes olhos azuis.

depois de quase um ano, só a vista daquela cara podia fazer que seu sangue se excitasse.

—Querida Eve. —Sua voz era como a nata sobre o forte uísque irlandês—. por que não está dormida?

—Porque estou acordada.

Sabia o que ele veria enquanto a estudava. Havia tão pouco dela que podia lhe esconder. Veria as sombras de uma má noite acossando seus olhos, a palidez de sua pele. Incômoda, encolheu-se de ombros e se passou uma mão por seu cabelo curto, desordenado.

—Entro cedo à Central de Polícia. Tenho que me pôr ao dia com a papelada.

Ele via mais do que ela chegava a compreender. Quando a olhou, viu a força, a coragem, a dor. E uma beleza -naqueles ossos afiados, a boca generosa, aqueles sérios olhos cor brandy- da que era deliciosamente inconsciente. Como também viu o cansaço, trocou seus planos.

—Estarei em casa esta noite.

—Pensei que necessitava mais de um par de dias lá encima.

—Estarei em casa esta noite —repetiu e lhe sorriu—. Sinto saudades, Tenente.

—Sim? —Por insensata que considerasse essa morna emoção, lhe sorriu abertamente—. Adivinho que terei que te fazer um pouco de tempo quando chegar.

—Faz-o.

—É por isso o que chamava... para me avisar que estaria de volta cedo?

Em realidade, tinha tido a intenção de lhe deixar a mensagem de que se atrasaria outro dia ou dois... e tratar de convencer a de unir-se a ele para o fim de semana no Complexo Olimpo. Mas só lhe sorriu.

—Só quis informar a minha esposa de meus planos de viagem. Volta a dormir, Eve.

—Sim, talvez. —Mas ambos sabiam que não o faria—. Te verei esta noite. Uh, Roarke?

—Sim?

Ela teve que tranqüilizar-se tomando um tonificante fôlego antes de lhe dizer.

—Também sinto saudades. —Cortou a transmissão justo quando lhe sorria. Mais acalmada, tomou seu café enquanto saía a preparar-se para o dia.

 

Não saiu exatamente de forma sigilosa da casa, mas o fez em silêncio. Talvez fossem só as cinco da manhã, mas não duvidava que Summerset estivesse ao redor em alguma parte. Ela preferia, sempre que era possível, evitar ao mordomo do Roarke -ou qualquer término que alguém usasse para um homem que sabia tudo, fazia tudo, e colocava seu nariz ossudo no que Eve considerava seus assuntos privados muito freqüentemente.

Já que seu último caso os tinha aproximado dos dois mais do que era cômodo para um ou outro, suspeitou que ele tinha estado evitando-a tão cuidadosamente como ela a ele no último par de semanas.

Recordando, esfregou-se uma mão distraídamente por debaixo de seu ombro. Ainda lhe incomodava um pouco pela manhã, ou depois de um comprido dia. Receber uma rajada completa de sua própria arma era uma experiência que não desejava repetir nesta ou em qualquer outra vida. De algum modo tinha sido pior a maneira em que Summerset lhe tinha vertido medicamentos por sua garganta mais tarde, quando tinha estado muito fraco para lhe chutar o culo.

Fechou a porta detrás dela, respirou profundamente o frio ar de dezembro, e logo amaldiçoou desenfrenadamente.

Tinha deixado seu veículo ao pé das escadas principalmente porque isso voltava louco ao Summerset. E ele o tinha movido porque isso a enfurecia. Resmungando por não haver-se incomodado em trazer o controle remoto para a porta da garagem ou seu veículo, caminhou atropeladamente ao redor da casa, as botas fazendo ranger a grama coberta de geada. As pontas das orelhas lhe começaram a picar pelo frio, e seu nariz a gotejar.

Apertou os dentes e teclou o código com seus dedos sem luvas, logo entrou na antiga e felizmente morna garagem.

Havia dois níveis reluzentes de carros, motos, aerodeslizadores, inclusive um mini helicóptero veículo de dois lugares. O veículo verde com o que a provia a cidade parecia um cão guia de ruas entre sabujos finos. Mas era novo, recordou quando se deslizou atrás do volante. E tudo funcionava.

Arrancou como um sonho. O motor ronronou. A sua ordem, o calor começou a zumbir brandamente através do conduto. A cabine brilhou com as luzes indicadoras do controle inicial, logo a suave voz da gravação assegurou que todos os sistemas estavam em ordem operacional.

Teria sofrido as torturas do inferno antes de admitir que sentia saudades os caprichos e excentricidades de sua velha unidade.

Brandamente, deslizou-se fora da garagem tomando a curva para as portas de ferro, que se separaram suave e silenciosamente, para ela.

As ruas nessa exclusiva vizinhança eram tranqüilas, e podas. As árvores ao bordo do grande parque estavam talheres com um magro reflexo de geada que brilhava como um skinsuit de pó de diamante. Profundamente dentro de suas sombras, os chefes da droga e seus valentões podiam estar finalizando seu serão, mas aqui só havia edifícios de pedra polida, largas avenidas e a escura quietude que precede ao amanhecer.

Tinha avançado só umas quadras antes de que a primeira cerca publicitária surgisse, cuspindo luz gritã e movimento na noite. Santa, com bochechas coradas e um sorriso maníaco que lhe fez pensar em um enorme elfo saturado do Zeus, montava através do céu detrás de seu esquadro de renas e soltava seus ho, ho, hos, advertindo à cidade que só ficavam uns quantos dias para as compras Natalinas.

—Sim, sim, ouço-te. Gordo filho de puta—. Franziu o cenho quando freou em um semáforo. Nunca tinha tido que preocupar-se com as festas antes. Terminava sendo uma questão de encontrar algo ridículo para o Mavis, e talvez algo comestível para o Feeney.

Não houve ninguém mais em sua vida aos que lhes envolver presentes.

E que demônios comprava para um homem que não só tinha tudo, mas também possuía a maior parte das novelo e indústrias que o fabricavam? Para uma mulher que preferiria um golpe com um instrumento contundente a passar uma tarde de compras, era um sério dilema.

O Natal, decidiu, enquanto Santa começava a oferecer a variedade de lojas e seleções no Mall Big Apple Sky, era uma dor no culo.

De todos os modos, seu humor melhorou quando entrou no previsível tráfico na Broadway. Vinte e quatro horas ao dia, sete dias à semana, havia uma festa continua. Os escorregadores estavam lotados com pedestres, a maior parte bebidos, intoxicados, ou ambos. Os operadores dos assadores guias de ruas tremiam de frio enquanto suas churrasqueiras fumegavam. Se um vendedor tinha um posto nessa rua, mantinha-o bem agarrado, e com o punho preparado.

Baixou sua janela um pouco, captando o aroma de castanhas assadas, cães quentes de soja, fumaça, e humanidade. Alguém vozeava em uma estridente monotonia sobre o fim do mundo. Um taxista fez ressonar sua buzina bem por cima do permitido pelas leis de contaminação acústica quando com o semáforo a seu favor os pedestres cruzavam a rua. Acima os madrugadores aerobuses expulsavam gases alegremente, e os primeiros pequenos dirigíveis publicitários começavam a apregoar seus artigos pela cidade.

Viu uma briga a murros estalar entre duas mulheres. Acompanhantes profissionais guias de ruas, refletiu Eve. Os companheiros autorizados tinham que proteger seu território aqui tão ferozmente como os vendedores de alimento e bebida. Pensou sair e as separar, mas a pequena loira derrubou de um golpe à ruiva grande, afastando-se logo por entre a multidão como um coelho.

Bem pensado, pensou com aprovação, quando a ruiva já se levantou, sacudindo sua cabeça e gritando originais obscenidades.

Esta, pensou com afeto, era seus Nova Iorque.

Com um pouco de pena, avançou para a relativa calma da Sétima, logo se dirigiu ao centro da cidade. Tinha que retornar à ação, pensou. As semanas de invalidez a tinham feito sentir-se nervosa e inútil. Débil. Tinha rechaçado a recomendação de passar outra semana longe, e tinha insistido em tomar o reconhecimento físico.

E sabia que o tinha passado raspando.

Mas o tinha passado, e estava de volta no trabalho. Agora, se só pudesse convencer a sua comandante de relevá-la do trabalho de escritório, seria uma mulher feliz.

Quando seu rádio soou, sintonizou-a com o meio ouvido. Não entrava em serviço até dentro de três horas.

Qualquer unidade nas cercanias, reporta-se um 1222 no 6843 da Sétima Avenida, apartamento 18B. Nenhuma confirmação disponível. Ver o homem no apartamento 2A. Qualquer unidade nas cercanias...

Eve abriu o canal antes de que Despacho pudesse repetir o sinal.

—Despacho, aqui Dallas, Tenente Eve. Estou a dois minutos dessa localização na Sétima Avenida. Estou respondendo.

Recebido, Dallas, Tenente Eve. Por favor, prova litográfica sua posição ao chegar.

—Afirmativo. Dallas fora.

aproximou-se do bordo da rua, e jogou uma olhada ao edifício de aço cinza. Umas poucas luzes brilhavam tenuemente através das janelas, mas só viu escuridão no piso dezoito. Um 1222 significava que tinha sido uma chamada anônima informando de uma disputa doméstica.

Eve saiu de seu veículo, e se passou uma mão ausente sobre o lado onde sua arma se assentava comodamente. Não lhe importava começar o dia com um problema, mas não havia poli vivo ou morto que não temesse um doméstico.

 

Parecia não haver nada que um marido, esposa, ou cônjuge sexual desfrutasse mais que se voltar para o pobre bastardo que tratava de lhes impedir de matar o um ao outro pelo dinheiro do aluguel.

O simples feito de haver-se devotado a tomá-lo era um reflexo de seu descontente com suas tarefas atuais.

Eve correu ligeiramente pela curta escada e procurou o homem do 2A.

Mostrou-lhe sua insígnia quando lhe falou através da mira de segurança, observando-a com seus pequenos olhos saltados quando abriu a porta apenas uma fresta.

—Você informou do conflito?

—Eu não fui. A polícia me chamou. Sou o encarregado. Não sei nada.

—Posso ver isso. —Ele cheirava a lençóis velhos e, inexplicavelmente, a queijo—. Quer me deixar entrar no 18B?

—Trouxe um código professor, verdade?

—Sim, claro. —Avaliou-o rapidamente: baixo, fraco, fedorento, e assustado—. O que pode me dizer dos ocupantes, antes de que entre?

—Só um. Mulher, sozinha. Divorciada ou algo. ocupa-se do seu.

—Não todos o fazem —murmurou Eve—. Tem seu nome?

—Hawley. Marianna. Uns trinta ou trinta e cinco anos. Bonita, agradável. esteve aqui aproximadamente seis anos. Nenhum problema. Olhe, não ouvi nada, não vi nada e não sei nada. Maldição, são cinco e trinta da manhã. Se lhe tiver feito qualquer machuco à unidade, quero sabê-lo. De outro modo, não é algo que me importe.

—Bem —disse Eve quando a porta fez clique ao fechar-se em sua cara—. Volta para seu buraco, pequeno inseto—. Rodou os ombros uma vez, e logo cruzou o corredor para o elevador. Quando entrou, tirou seu comunicador—: Dallas, Tenente Eve. Estou na localização na Sétima Avenida. O encarregado do edifício se lavou as mãos. Informarei depois de entrevistar ao Hawley, Marianna, residente do 18B.

Necessita reforços?

—Não neste momento. Dallas fora.

Guardou o comunicador em seu bolso enquanto saía ao vestíbulo do dezoito. Uma rápida olhada para cima lhe mostrou câmaras de segurança no lugar. O corredor estava tranqüilo como uma igreja. Pela localização e estilo do edifício, enquadrou a maior parte dos residentes como de pescoço branco, e ganhos médios. A maioria não se moveria de suas camas até depois das sete. tomariam seu café matutino, e sairiam disparados à parada do metro ou o aerobús. Os mais afortunados simplesmente se conectariam ao escritório desde seu terminal caseiro.

Uns teriam meninos que enviar à escola. Outros beijariam a seus cônjuges ao despedir-se e esperariam a seus amantes.

Vistas ordinárias em um lugar ordinário.

Folheou sua mente para perguntar-se se Roarke possuía o maldito edifício, mas apartou a idéia e caminhou até o 18B.

A luz de segurança piscava livre. Desativado. Por instinto deu um passo ao lado da porta quando tocou o timbre. Não podia ouvir seu eco amortecido e decidiu que a unidade estava tirada o som. O que fosse que tivesse acontecido dentro, permanecia dentro. Vagamente irritada, tirou seu código professor e desbloqueou as fechaduras.

antes de entrar, chamou. Nada pior, refletiu, que assustar a algum sonolento civil e que lhe jogasse em cima com uma atordoante caseira ou uma faca de cozinha.

—Sra. Hawley? Polícia. Temos um relatório de problemas em sua unidade. Luzes             —ordenou, e as de acima na área de estar cintilaram acendendo-se.

Era bastante bonito de um modo tranqüilo. Cores suaves, linhas simples. A tela visual estava programada com um velho vídeo. Duas pessoas incrivelmente atrativas rodavam nuas em uma cama pulverizada com pétalas de rosa e gemiam teatralmente.

Havia um prato de doces na mesita diante de um comprido e opaco sofá verde. Estava cheio a transbordar de borrachas açucaradas. Velas chapeadas e vermelhas em seus suportes, agrupadas a um lado, e queimadas artisticamente para variar as alturas.

O quarto inteiro cheirava a arándano e pinheiro.

Viu de onde provinha o aroma de pinheiro. Uma pequena árvore, perfeitamente formado estava situado diante de uma janela, com as luzes festivas e os adornos de anjos de caramelo quebrados, e seus ramos quebrados.

Ao menos uma dúzia de caixas envoltas alegremente estavam esmagadas debaixo dele.

Alcançou sua arma, tirou-a, e rodeou o quarto.

Não havia nenhum outro assino óbvio de violência, não ali. O casal na tela visual alcançou simultaneamente o clímax com gemidos roucos, e selvagens e Eve a deixou atrás. Escutou atentamente.

Ouviu música. Tranqüila, alegre, e monótona. Não sabia a melodia, mas a reconheceu como uma das insidiosas cancioncillas de Natal que soavam em todas partes por semanas durante a temporada.

Varreu com sua arma o curto corredor. Duas portas, ambas as abertas. Em uma podia ver uma pia, um lavabo, e o bordo de uma tina, todos em branco brilhante. Mantendo as costas pega à parede, deslizou-se por volta da segunda porta, onde a música soava sem cessar.

Cheirou-a, a morte fresca. Tão metálica como afrutada. Ao abrir a porta completamente, encontrou-a.

Entrou em quarto, girando à direita, logo à esquerda, com os olhos agudos, e os ouvidos alerta. Mas sabia que estava a sós com o que tinha sido Marianna Hawley. De todos os modos, comprovou o armário, e detrás das cortinas; logo deixou o quarto para investigar pelo resto do apartamento antes de baixar o guarda.

Só então se aproximou da cama.

O do 2A tinha estado no correto, pensou. A mulher tinha sido bonita. Não espantoso, nem muito bonito, mas sim uma mulher bonita com sedoso cabelo castanho e olhos profundamente verdes. A morte não a tinha privado disso, ainda.

Seus olhos estavam muito abertos e assustados, como os tinham freqüentemente os mortos. Contra a lânguida palidez de suas bochechas tinha sido aplicado uma cor sutil. Suas pestanas estavam obscurecidas, e seus lábios pintados de uma festiva vermelha cereja. Um adorno tinha sido fixado em seu cabelo apenas em cima da orelha direita, uma pequena árvore brilhante com um ave dourada gordinha em um de seus ramos chapeados.

Teria estado nua de não ser por isso e pela brilhante grinalda chapeada que tinha sido artisticamente envolta ao redor de seu corpo. Eve se perguntou, enquanto estudava o machucado em carne viva ao redor de seu pescoço, se isso era o que tinha sido utilizado para estrangulá-la.

Havia mais machucados nas bonecas, nos tornozelos, indicando que a vítima tinha estado atada, e que provavelmente tinha tido tempo para lutar.

Na unidade de entretenimento ao lado da cama, o cantor sugeriu que tivesse um Feliz Natal.

Suspirando, Eve tirou seu comunicador.

—Despacho, é Dallas, Tenente Eve. Tenho um homicídio.

 

—Maldito modo de começar o dia —a oficial Peabody sufocou um bocejo e estudou à vítima com olhos escuros de polícia. Apesar da hora ferozmente temprana, o uniforme do Peabody estava limpo e engomado, sua juba marrom escura sem piedade domada.

A única coisa que indicava que tinha sido bruscamente despertada da cama era a marca do lençol em sua bochecha esquerda.

—Maldito modo de terminar um —murmurou Eve—. O relatório preliminar na cena indica que a morte ocorreu quase exatamente à meia-noite —se apartou para deixar à equipe do escritório do médico forense verificar suas conclusões—. Há indícios de que a causa de morte foi estrangulamento. A falta de feridas defensivas indica que a vítima não lutou até que esteve atada.

Brandamente, Eve levantou o tornozelo esquerdo da mulher morta e examinou a pele nua.

—As contusões vaginal e anal indicam que a agrediram sexualmente antes de matá-la. A unidade foi tirada o som. Ela poderia ter gritado até jogar os pulmões.

—Não vi nenhum sinal de entrada forçada, nem nenhum sinal de luta na área de estar, exceto a árvore de Natal. Isso me pareceu deliberado.

Eve afirmou com a cabeça, lhe jogando um olhar enviesado ao Peabody.

—Bom olho. vá ver o homem do 2A, Peabody, e consegue os discos de segurança deste piso. Vejamos quem vinho.

—Em seguida.

—Ponha um par de uniformizados a fazer averiguações porta a porta —acrescentou enquanto caminhava para o televisão-comunicador ao lado da cama—. Alguém que apague essa maldita música.

—Não soa compenetrada com o espírito festivo —Peabody oprimiu a tecla de apagado do sistema de som com um dedo limpo e selado—. Senhor.

—O Natal é uma dor no culo. Terminaram aqui? —perguntou à equipe do médico forense—. Vamos lhe dar a volta antes de que a embolsem.

O sangue tinha encontrado seu nível mais baixo, instalando-se nas nádegas e tornando as de um vermelho doentio. O intestino e a bexiga se esvaziaram, o refugo da morte. Através da capa selada em suas mãos, Eve sentiu a textura cerosa da pele.

—Isto parece afresco —murmurou—. Peabody, grava-o em vídeo antes de ir             —estudou a brilhante tatuagem no omoplata direito quando Peabody se moveu para gravá-lo.

—Meu Verdadeiro Amor —Peabody franziu os lábios ante as letras vermelho brilhante que fluíam na escritura passada de moda sobre a carne branca.

—Parece-me temporal —Eve se inclinou mais, até que seu nariz quase roçou a curva do ombro e cheirou—. Recentemente aplicado. Comprovaremos onde se fez o trabalho.

—Uma perdiz em uma pereira.

Eve se endireitou, e levantou uma sobrancelha para seu ajudante.

—O que?

—Em seu cabelo, o alfinete em seu cabelo. Durante o primeiro dia de Natal. —Como Eve seguiu olhando-a em branco, Peabody sacudiu sua cabeça—. É uma velha canção de Natal, Tenente. Os Doze Dias de Natal. O tipo lhe dá cada dia algo a seu verdadeiro amor, começando com uma perdiz em uma pereira o primeiro dia.

—Que demônios se supõe que faz alguém com um pássaro em uma árvore? Que estúpido presente —mas uma suspeita nauseabunda se formou redemoinhos em seu ventre—. Esperemos que esta fosse seu único verdadeiro amor. me consiga essas gravações e as ponha em uma bolsa de evidência —ordenou, logo girou uma vez mais para o comunicador ao lado da cama.

Enquanto o corpo era tirado do lugar, pediu todas as transmissões entrantes e salientes durante as vinte e quatro horas anteriores.

A primeira entrou justo passadas as dezoito horas... uma conversação alegre entre a vítima e sua mãe. Enquanto escutava, estudou a cara risonha da mãe, e pensou em como essa mesma cara se veria quando chamasse e lhe dissesse à mulher que sua filha estava morta.

A única outra transmissão era uma saliente. Um tipo arrumado, refletiu Eve enquanto estudava a imagem na tela. Na metade dos trinta anos, sorriso rápido, olhos marrons expressivos. Jerry, chamou-o a vítima. Ou Jer. Muitos jogos sexuais, sedutores. Um amante então. Talvez seu verdadeiro amor.

Tirou o disco, selou-o, e o guardou. Localizou a agenda, leva-enlace, e caderneta de direções da Marianna no escritório sob a janela. Com uma rápida passada pelas entradas, encontrou um Jeremy Vandoren.

Só então se voltou para a cama. Os lençóis manchados estavam empilhadas aos pés. A roupa da vítima que tinha sido cuidadosamente atalho e tiragem ao estou acostumado a foi embolsada como evidência. O apartamento estava silencioso.

Ela o deixou entrar, refletiu Eve. Abriu-lhe a porta. Entrou aqui com ele voluntariamente, ou a submeteu primeiro? O relatório de toxicologia lhe diria se havia algo indevido no sangue.

Uma vez que a teve no dormitório, atou-a. Mãos e pés, provavelmente enganchando as cordas ao redor do curto arremate dos postes em cada uma das quatro esquinas, estendendo-a para dar um banquete.

Logo lhe tinha talhado a roupa. Com cuidado, sem pressa. Não tinha sido a raiva, a fúria, nem sequer uma classe se desesperada para necessidade. Calculado, planejado, ordenado. Logo a tinha violado, havia-a sodomizado, porque podia. Ele tinha o poder.

Ela tinha lutado, tinha gritado, provavelmente tinha rogado. Ele tinha desfrutado disso, alimentou-se disso. Os violadores o faziam, pensou, e respirou profundamente várias vezes, para controlar-se já que sua mente quis virar para seu pai.

Quando terminou, estrangulou-a, olhando-a, olhando enquanto seus olhos se inchavam. Logo lhe escovou o cabelo, pintou sua cara, e a cobriu com a festiva grinalda chapeada. Havia trazido o alfinete com ele, ou lhe tinha pertencido a ela? divertiu-se ela com a tatuagem, ou tinha decorado seu corpo ele mesmo?

moveu-se por volta do quarto de banho vizinho. O azulejo branco cintilava como o gelo, e havia um débil aroma de desinfetante.

Ele tinha limpo quando terminou, decidiu. lavou-se, inclusive se arrumou, logo limpou e fumigou o quarto para tirar qualquer evidência.

Bem, poria à equipe de cena do crime nisso em qualquer caso. Um piolhento cabelo púbico poderia pendurá-lo.

Ela tinha tido uma mãe que a amou, pensou Eve. Uma que se riu com ela, fazendo planos para o dia festivo, falando de bolachas de açúcar.

—Senhor? Tenente?

Eve jogou uma olhada sobre seu ombro, e viu o Peabody no centro do vestíbulo.

—O que?

—Tenho os discos de segurança. Dois uniformizados estão começando com o porta a porta.

—Bem —Eve se passou as mãos sobre a cara—. vou selar o lugar, leva tudo à Central. Tenho que informar aos familiares mais próximos —se carregou ao ombro sua bolsa, e recolheu sua equipe de campo—. Tem razão, Peabody. É um maldito modo de começar o dia.

 

—Conseguiu o número de conexão do noivo?

—Sim, senhor. Jeremy Vandoren, vive na Segunda Avenida, é um executivo no Foster, Bride and Rumsey na Wall Street —Peabody jogou uma olhada a sua caderneta enquanto transmitia o resto—. Divorciado, atualmente solteiro, trinta e seis anos. E um espécime muito atrativo da espécie masculina. Senhor.

—Hmm. —Eve inseriu o disco de segurança em sua unidade de escritório—. vamos ver se o espécime muito atrativo chamou a sua noiva ontem à noite.

—Preparo-te um pouco de café, Tenente?

—O que?

—Preparo-te um pouco de café?

Os olhos do Eve se entrecerraron quando explorou o vídeo.

—Se quiser café, Peabody, só diga-o.

detrás das costas do Eve, Peabody pôs os olhos em branco.

—Quero café.

—Então te prepare um, e me prepare um enquanto está nisso. A vítima chegou a casa às dezesseis e quarenta e cinco. Pausa —ordenou Eve e jogou um bom olhar a Marianna Hawley.

Arrumada, bonita, jovem, seu cabelo castanho brilhante coberto com uma boina vermelho forte que fazia jogo com seu formado redemoinhos casaco comprido e o brilho reluzente de suas botas.

—Tinha estado às compras, —comentou Peabody quando pôs a taça de café ao lado do cotovelo do Eve.

—Sim. Bloomingdale’S. Seguir exploração —disse Eve e viu quando Marianna trocou de lado os pacotes, e tirava seu cartão chave. Movia a boca, notou Eve. Falando com ela mesma. Não, compreendeu, Marianna cantava. Logo a mulher se jogou o cabelo para trás, trocou de lado os pacotes outra vez, entrou em apartamento, e fechou a porta.

A luz da fechadura piscou acesa.

Quando o disco seguiu, Eve viu outros inquilinos entrar e sair, sozinhos, em casais. Vistas ordinárias, seguindo adiante.

—Ela ficou para jantar —declarou Eve, olhando agora com sua imaginação, através da porta, dentro do apartamento.

Podia ver a Marianna circular pelos quartos, tendo posto as singelas calças náuticas e suéter branco que mais tarde seria talhado de seu corpo.

Acendeu a tela de visão por companhia. Pendurou o brilhante casaco vermelho no armário dianteiro, pôs o chapéu sobre a prateleira, e as botas no chão. Guardou os pacotes com as compras.

Era uma mulher ordenada a quem gostava das coisas bonitas, preparando-se para uma tarde tranqüila em casa.

—preparou-se ela mesma uma sopa aproximadamente às sete, segundo seu AutoChef —Eve tamborilou suas unhas curtas, sem pintar no escritório enquanto seguia a exploração—. Sua mãe a chamou, logo ela chamou o noivo.

Enquanto estabelecia a margem de tempo em sua mente, viu as portas do elevador abrir-se. Suas sobrancelhas se elevaram, desaparecendo sob a franja sobre sua frente.

—Bom, ho, ho, ho, o que temos aqui?

—Santa Claus —sonriendo abertamente, Peabody se inclinou sobre o ombro do Eve—. Trazendo presentes.

O homem vestido de vermelho e barba branca levava uma caixa grande envolta em papel prateado e ajustada com um elaborado laço em ouro e verde.

—Manten aí. Pausa. Ampliar o setor dez a cinqüenta, aos trinta por cento.

A tela trocou, a seção que Eve designou se separou, logo apareceu. Aninhado no centro do extravagante laço havia uma árvore de prata com uma gordinha ave dourada.

—Filho de puta. Filho de puta, essa é a coisa que estava em seu cabelo.

—Mas... esse é Santa Claus.

—te controle, Peabody. Continuar exploração. Ele vai para sua porta —murmurou Eve, olhando como a alegre figura levava seu brilhante carrega ao apartamento da Marianna. Apertou o timbre com um dedo enluvado, esperou um momento, logo jogou para trás a cabeça e riu. Quase imediatamente, Marianna abriu a porta, sua cara resplandeceu, e seus olhos brilharam de prazer.

Ela se jogou o cabelo para trás com uma mão, logo abriu a porta de par em par em convite.

Santa jogou uma olhada rápida sobre seu ombro, olhando diretamente para a câmara. Sorriu, e piscou os olhos.

—Congelar imagem. O bastardo. Bastardo presunçoso. Imprimir imagem —ordenou, estudando a redonda cara rosada e seus brilhantes olhos azuis—. Sabia que visionaríamos os discos, que o veríamos ele. Desfruta-o.

—disfarçou-se como Santa —Peabody seguia boquiaberta olhando a tela—. É horrível. É simplesmente... absurdo.

—O que? Se se tivesse disfarçado como Satã teria sido mais apropriado?

—Sim... não —Peabody se encolheu de ombros, movendo seus pés—. É só... caramba, isto é realmente doentio.

—É também realmente inteligente. —Com olhos apagados, Eve esperou enquanto a imagem se imprimia—. Quem vai fechar lhe a porta na cara a Santa? Continuar exploração.

A porta se fechou detrás deles, e o vestíbulo ficou vazio.

O cronometrador que corria perto da base da tela marcava 21:33.

De maneira que ele se tomou seu tempo, refletiu Eve, quase duas horas e meia. A corda que tinha utilizado para atá-la, e algo que poderia ter necessitado, teria estado naquela grande caixa brilhante.

Às onze, um casal saiu do elevador, rendo, um pouco bêbados, agarrados do braço enquanto passavam pela porta da Marianna. Inconscientes do que acontecia dentro.

Medo e dor.

Assassinato.

A porta se abriu acontecida a meia-noite. O homem do traje vermelho saiu, ainda levando sua caixa chapeada, com um sorriso de par em par, quase feroz, e as bochechas rosadas. Uma vez mais olhou diretamente a câmara, e agora havia loucura brilhando intensamente em seus olhos.

Dançava enquanto subia ao elevador.

—Disco de cópia para o arquivo Hawley. Caso número 25176-H. Quantos dias de Natal disse que havia, Peabody? Na canção?

—Doze —Peabody acalmou sua garganta seca com café—. Doze dias.

—Melhor averigüemos se Hawley era seu verdadeiro amor, ou se ele tiver onze mais —se levantou—. vamos falar com o noivo.

 

Jeremy Vandoren trabalhava dentro de um pequeno cubículo em uma colméia de pequenos cubículos. Seu estreito cubículo tinha uma estação de trabalho apenas o suficientemente grande para acomodar seu computador, o comunicador e uma cadeira de três rodas. Sujeito às débeis paredes estavam os listrados de informe de ações, um horário de teatro, um cartão de Natal que representava a uma mulher muito bem dotada que levava flocos de neve estrategicamente colocados, e uma foto da Marianna Hawley.

Logo que levantou o olhar quando Eve entrou; levantou uma mão para que esperasse e seguiu trabalhando no teclado de seu computador manualmente, enquanto falava rapidamente por uns auriculares.

—Comstat está em cinco e um oitavo, Kenmart baixou três e três quartos. Não, as Indústrias Roarke só subiram seis pontos. Nossos analistas procuram algo para subir outros dois antes do final do dia.

Eve levantou uma sobrancelha e colocou suas mãos nos bolsos de sua calça. Estava ali esperando para falar de um assassinato, e Roarke fazia milhões.

Isso era apenas estranho.

—Feito —Vandoren apertou outra tecla e teve um matagal de misteriosas figuras e símbolos nadando na tela. Lhe permitiu brincar outros trinta segundos, logo tirou a insígnia de seu bolso e a sustentou diante de sua cara.

Ele piscou duas vezes, logo girou e a enfocou.

—Tenho-o. Já está posto. Totalmente. Obrigado —com um sorriso perplexo, e levemente nervosa, Vandoren deixou o microfone com seus auriculares a um lado—. Hum, Tenente, o que posso fazer por você?

—Jeremy Vandoren?

—Sim —seus olhos marrons profundos se deslizaram além dela, posando-se no Peabody, logo voltaram para trás—. Estou em problemas?

—Fez você algo ilegal, Sr. Vandoren?

—Não que possa recordar —ele tentou sorrir outra vez, fazendo aparecer uma covinha na comissura de sua boca—. Não a menos que aquela barra de caramelo que roubei quando tinha oito anos haja tornado para me obcecar.

—Conhece você a Marianna Hawley?

—Marianna, seguro. Não me diga que Mari roubou uma barra de caramelo                 —logo repentinamente, como uma luz que se extinguia, o sorriso desapareceu—. O que acontece? passou algo? Ela está bem?

levantou-se de sua cadeira, seus olhos esquadrinhando por cima do cubículo como se esperasse vê-la.

—Sr. Vandoren, sinto-o —Eve nunca tinha encontrado um modo bom de transmitir as notícias, logo decidiu dizer-lhe rapidamente—. A senhora Hawley está morta.

—Não, não o está. Não —disse ele outra vez, girando aqueles olhos escuros para o Eve—. Não o está. Isso é ridículo. Acabo de falar com ela ontem à noite. Encontraremo-nos para jantar às sete. Ela está bem. Você cometeu um engano.

—Não há nenhum engano. Sinto-o —repetiu quando ele só continuou olhando-a fixamente—. Marianna Hawley foi assassinada ontem à noite em seu apartamento.

—Marianna? Assassinada? —Ele seguiu sacudindo a cabeça lentamente, como se as duas palavras fossem estranhas—. Definitivamente é um engano. Só um engano—. Girou ao redor, procurando seu comunicador no escritório—. A chamarei agora mesmo. Está no trabalho.

—Sr. Vandoren —Eve pôs uma mão firme em seu ombro e o empurrou para a cadeira. Não havia outro lugar para sentar-se, assim apoiou um quadril no escritório assim suas caras poderiam estar mais niveladas—. Ela foi identificada pelas impressões digitais e o DNA. Se você pode dirigi-lo, eu gostaria que viesse comigo e fizesse uma confirmação visual.

—Uma confirmação... —Ele se levantou outra vez, lhe dando uma cotovelada no ombro ao Eve e fazendo que a ferida não completamente curada lhe doesse—. Sim, irei com você. Maldito se não irei. Porque não é ela. Não é Marianna.

 

O necrotério nunca era um lugar alegre. O fato que alguém em um estado de ânimo otimista ou macabro tivesse pendurado bolas vermelhas e verdes do teto e um feio oropel dourado ao redor das portas só conseguia acrescentar uma espécie de careta zombadora sobre a morte.

Eve estava de pé na janela de inspeção, como tinha estado de pé muitas vezes antes. E sentiu, como havia sentido muitas vezes antes, a brusca sacudida de estupor golpeando ao homem a seu lado quando viu a Marianna Hawley morta ao outro lado do vidro.

O lençol que lhe cobria o queixo teria sido posta depressa. Para ocultar aos amigos, família, e seres queridos a lamentável nudez dos mortos, os cortes na carne deixados pela incisão em “E”, o selo temporário na impigem que dava a aquele corpo um nome e número.

—Não —Em um gesto necessitado, Vandoren pressionou com ambas as mãos a barreira—. Não, não, não, não pode ser verdade. Marianna.

Amigavelmente agora, Eve pôs uma mão em seu braço. Ele tremia perigosamente, e as mãos no vidro as tinha apertadas e dava golpes curtos, ligeiros.

—Só afirme com a cabeça se pode identificá-la como Marianna Hawley.

Ele afirmou com a cabeça. Logo começou a chorar.

—Peabody, nos encontre um escritório vazio. lhe consiga um pouco de água —inclusa enquanto Eve falava, encontrou-se engolida por ele, seus braços ao redor dela, sua cara pressionando seu ombro. Seu corpo dobrado pelo peso de sua pena.

Deixou-lhe abraçá-la, assinalando ao técnico atrás do vidro que levantasse o protetor de privacidade.

—Venha, Jerry, venha comigo agora —passou um braço de ao redor dele para sustentá-lo, pensando que preferia confrontar uma arma totalmente carregada que a um aflito sobrevivente. Não havia nenhuma ajuda para os que ficavam. Nenhuma magia, nenhuma padre. Mas lhe murmurou enquanto o conduzia para baixo, pelo corredor ladrilhado para a porta onde Peabody estava de pé.

—Podemos usar esta —disse Peabody silenciosamente—. Trarei a água.

—Sinta-se —depois de deixá-lo em uma cadeira, Eve tirou um lenço do bolso de seu casaco e o pressionou em sua mão—. Sinto sua perda —disse, como sempre fazia. E sentiu que não era suficiente, como sempre.

—Marianna. Quem faria mal a Marianna? por que?

—É meu trabalho averiguá-lo. Averiguarei-o.

Algo no modo em que o disse lhe fez levantar o olhar para ela. Seus olhos estavam vermelhos e desolados. Com um esforço óbvio suspirou profundamente.

—Eu... Ela era tão especial —procurou provas em seu bolso e tirou uma pequena caixa forrada de veludo—. ia dar se o esta noite. Tinha planejado esperar até Véspera de natal, Marianna amava o Natal; mas eu não podia. Simplesmente não podia esperar.

Suas mãos tremiam enquanto abria a caixa para lhe mostrar ao Eve o brilhante brilho do diamante do anel de compromisso.

—ia pedir lhe que se casasse comigo esta noite. Ela haveria dito sim. Amamo-nos. Foi… —com cuidado fechou a caixa outra vez, e a guardou em seu bolso—. Foi um roubo?

—Não acreditam isso. Quanto fazia que a conhecia?

—Seis, quase sete meses —ele olhou fixamente ao Peabody quando entrou e lhe tendeu um copo de água—. Obrigado —tomou, mas não bebeu—. Os seis meses mais felizes de minha vida.

—Como a conheceu?

—Pelo Personally Yours. É um serviço de contatos.

—Você utiliza uma agência de contatos? —Isso causou ao Peabody algo mais que uma pequena surpresa.

Ele encurvou os ombros, e suspirou.

—Foi um impulso. Passava a maior parte de meu tempo no trabalho e não saía muito. Divorciei-me faz um par de anos, e acredito que isso me pôs nervoso com as mulheres. De todos os modos, nenhuma das mulheres que encontrei... Nenhuma fez clique. Vi um anúncio na tela uma noite, e pensei, que demônios. Não podia fazer mal.

Agora bebeu, um pequeno sorvo que fez trabalhar visivelmente a sua garganta enquanto tragava

—Marianna era terceira dos primeiros cinco intentos. Saí com as primeiras dois... a tomar uns goles, só bebemos. Não passou nada. Mas quando encontrei a Marianna, tudo estava ali.

Ele fechou seus olhos, e lutou por serenar-se.

—Ela é tão... maravilhosa. Tanta energia, entusiasmo. Amava seu trabalho, seu apartamento, gozava de seu grupo de teatro. Faz teatro comunitário às vezes.

Eve notou o modo que ele trocava daqui para lá, tempo passado e presente. Sua mente tratava de acostumar-se ao que era, mas não estava completamente preparado ainda.

—Você começou a freqüentá-la —apontou ela.

—Sim. Tínhamos acordado nos encontrar para tomar uns goles. Só beber... fora dos âmbitos de cada um de nós. Terminamos por ir jantar, logo o café. Conversar durante horas. Nenhum viu ninguém mais depois dessa noite. Era o correto, para ambos.

—Ela se sentiu do mesmo modo?

—Sim. Nos tomamos com lentidão. Uns poucos jantares, o teatro. Ambos amamos o teatro. Começamos a passar as tardes do sábado juntos. Uma função de tarde, um museu, ou só um passeio. Voltamos para sua cidade natal para que conhecesse sua família. Em quatro de julho. Levei-a a conhecer a minha. Minha mãe fez a comida.

Seus olhos se desfocaram quando contemplou algo que só ele podia ver.

—Ela não via ninguém mais durante esse período?

—Não. Fazíamos um compromisso.

—Sabe se alguém a incomodava... um velho noivo, um antigo amante? Seu ex-marido?

—Não, estou seguro de que me haveria isso dito. Falávamos todo o tempo. Dizíamo-nos todo —seus olhos se limparam, o marrom endurecendo-se como o cristal—. por que me pergunta isso? Ela... Marianna... ele fez... OH Deus —em seu joelho sua mão se apertou em um punho—. Ele a violou primeiro, verdade? O bastardo de mierda a violou. Eu deveria ter estado com ela —atirou o copo através do quarto, salpicando água quando deu tombos a seus pés—. Deveria ter estado com ela. Nunca teria passado se tivesse estado com ela.

—Onde estava você, Jerry?

—O que?

—Onde estava ontem à noite, entre as nove e trinta e a meia-noite?

—Você pensa que eu… —se calou, levantando uma mão, e fechando seus olhos. Três vezes ele inalou, e exalou. Logo abriu seus olhos outra vez, e permaneceram limpos—. Está bem. Você precisa certificar-se que não fui eu e assim poder encontrá-lo. Está bem. É por ela.

—Assim é —e estudando-o, Eve sentiu de novo uma aguda compaixão—. É por ela.

—Eu estava em casa, em meu apartamento. Trabalhei um pouco, fiz algumas chamadas, umas pequenas compras de Natal via computador. Confirmei as reservaciones para o jantar de esta noite porque estava nervoso. Queria… —se esclareceu garganta—. Queria que tudo fora perfeito. Logo chamei a minha mãe —levantou as mãos, esfregou-os com força sobre sua cara—. Tinha que dizer-lhe a alguém. Ela estava emocionada, excitada. Estava louca pela Marianna. Penso que foi aproximadamente às dez e trinta. Você pode comprovar meus registros do comunicador, meu computador, algo que precise fazer.

—Bem, Jerry.

—Tenho... Sua família, sabe?

—Sim, falei com seus pais.

—Preciso chamá-los. Eles a quererão de retorno em casa —seus olhos se encheram outra vez, e ele seguiu olhando ao Eve enquanto as lágrimas corriam por suas bochechas—. A levarei a casa.

—Verei que seja liberada quanto antes. Há alguém a quem possamos chamar por você?

—Não. Tenho que dizer-lhe a meus pais. Tenho que ir —girou para a porta, e falou sem olhar atrás—. Encontre a quem fez isto. Encontre a quem lhe fez mal.

—Farei-o. Jerry, uma última coisa.

esfregou-se sua cara secando-a e se voltou atrás.

—O que?

—Tinha Marianna uma tatuagem?

Ele riu, um som curto e áspero que pareceu ressonar por sua garganta.

—Marianna? Não. Era antiquada, não usaria nem sequer um temporário.

—Está seguro disso?

—Fomos amantes, Tenente. Estávamos apaixonados. Conhecia seu corpo, conhecia sua mente e seu coração.

—Bem. Obrigado —ela esperou até que ele teve saído, até que a porta fez clique silenciosamente detrás dele—. Impressione, Peabody?

—O tipo tem o coração destroçado.

—De acordo. Mas a gente freqüentemente mata aos que ama. Inclusive com os registros de seu comunicador, seu álibi vai ser instável.

—Ele não se vê como Santa Claus.

Eve sorriu um pouco.

—Asseguro-te que a pessoa que a matou tampouco. De outro modo não teria estado tão feliz de posar para a câmara. Preenchendo-se, trocando a cor dos olhos, a maquiagem, a barba, e a peruca. Qualquer maldito corpo pode parecer-se com a Santa.

Mas no momento, ela seguiria o que lhe diziam as tripas.

—Não é ele. vamos investigar onde trabalhava ela, encontra a seus amigos e inimigos.

 

Amigos, pensou Eve mais tarde, Marianna parecia ter um montão. Inimigos, nenhum.

O retrato que se estava formando era o de uma mulher feliz, sociável, a gosto em seu trabalho, próxima a sua família, mas que desfrutava de do ritmo e o entusiasmo da cidade.

Tinha um grupo grande de amigos, uma debilidade pelas compras, um amor profundo pelo teatro, e segundo todas as fontes tinha uma relação exclusiva e feliz com o Jeremy Vandoren.

Ela dançava no ar.

Todos os que a conheciam a amavam.

Tinha um coração aberto, crédulo.

Enquanto conduzia a casa, deixou que as declarações feitas por amigos e colegas de trabalho dessem volta por sua mente. Ninguém criticou a Marianna. Nem uma vez ouviu um desses ladinos, e freqüentemente automóvel-congratulatórios comentários que os vivos faziam dos mortos.

Mas havia alguém que pensava diferente, alguém que a tinha matado fríamente, com cuidado, e, se o olhar naqueles olhos era alguma indicação, com uma espécie de regozijo.

Meu Verdadeiro Amor.

Sim, alguém a tinha amado o bastante para matá-la. Eve sabia que essa classe de amor existia, crescia, e supurava. Ela tinha sido o recipiente dessa emoção violenta e torcida. E tinha sobrevivido, recordou-se, e tirou seu comunicador.

—Tem já o relatório de toxicologia do Hawley , Dickie?

A cara sofrida e feúcha do chefe de laboratório encheu a tela.

—Sabe que as coisas se entopem aqui durante as festas. Gente aplaudindo a gente a mão direita e sinistra, técnicos vadiando por essa mierda de Natal e Hanukkah em lugar de fazer suas tarefas.

—Sim, meu coração sangra por ti. Quero o relatório de toxicologia.

—Quero umas férias —mas murmurando, moveu-se e começou a procurar algo em seu computador—. Estava sedado. Material sem receita médica, bastante suave. Considerando seu peso, a dose não teria feito muito mais que atordoá-la por dez, quinze minutos.

—O tempo suficiente —murmurou Eve.

—Há sinais de uma injeção, na parte superior do braço direito. Provavelmente se sentiu como se acabasse de tragar-se meia dúzia do Zombies. Resultados: enjôo, desorientação, possivelmente perdida temporal do sentido, e debilidade muscular.

—Bem. Um pouco de sêmen?

—Não!, nem um pequeno soldado. Ele usou camisinha ou ao melhor o controle de natalidade dela os matou. Ainda temos que comprovar isso. O corpo foi orvalhado com desinfetante. Há rastros disso em sua vagina, o qual também pode ter matado a alguns guerreiros. Não conseguimos nada dela. OH... algo mais. Os cosméticos usados nela não são iguais aos que tinha no lugar. Não terminamos com eles ainda, mas inicialmente indicam que são todos de ingredientes naturais, o que significa que custam caros. É provável que fora ele quem os levasse.

—me consiga marcas registrada logo que possa. É um bom princípio. Bom trabalho, Dickie.

—Sim, sim. Felizes jodidas festas.

—O mesmo para ti, imbecil —murmurou depois de sair do sistema. E fazendo rodar um pouco seus ombros pela tensão, dirigiu-se através das portas de ferro para a casa.

Podia ver as luzes nas janelas resplandecendo na escuridão do inverno, janelas altas, arqueadas em torres e torrecillas, e a larga extensão do piso principal.

Em casa, pensou. feito-se seu devido ao homem que a possuía. O homem que a amava. O homem que tinha posto seu anel em seu dedo... como Jeremy tinha querido fazer com a Marianna.

Girou sua aliança de casamento com seu polegar quando estacionou seu carro diante da entrada principal.

Ela tinha sido tudo, havia dito Jerry. Inclusive um ano antes ela não o teria entendido. Agora o fez.

ficou onde estava um momento, e se passou ambas as mãos por seu arbusto já desordenado de cabelo. A pena do homem se filtrou por ela. Era um engano; isso não ajudaria e possivelmente poderia dificultar a investigação. Tinha que deixar o de lado, para bloquear de sua mente a devastadora emoção que sentiu quando ele quase se derrubou em seus braços.

O amor não sempre ganhava, recordou. Mas a justiça podia, se ela era o suficientemente boa.

Saiu de seu carro, deixou-o onde estava, e caminhou para a porta principal. Ao minuto estava dentro, tirou-se sua jaqueta de couro e a atirou descuidadamente sobre o elegante pilar na curva de escada.

Summerset saiu das sombras e ficou de pé, alto, ossudo, com seus olhos escuros e desaprobadores em sua cara pálida.

—Tenente.

—Deixe meu veículo exatamente onde está —lhe disse e se moveu para a escada.

Ele inalou, uma audível aspiração através de seu nariz.

—Tem várias mensagens.

—Podem esperar —seguiu subindo e começou a fantasiar com uma ducha quente, uma taça de vinho, e uma sesta de dez minutos.

Ele a chamou, mas já tinha deixado de escutar.

—me remoa —disse distraídamente, logo abriu a porta do dormitório.

Tudo o que dentro dela se murchou, floresceu.

Roarke estava de pé diante do armário, nu até a cintura, os formosos músculos das costas ondulando sutilmente quando se moveu em busca de uma camisa limpa. Girou sua cabeça, e todo o poder dessa cara a golpeou. A boca de poeta se curvou, e os ricos olhos azuis sorriram quando se tornou para trás sua gloriosa juba de cabelo negro grosso.

—Olá, Tenente.

—Não pensei que estivesse de retorno até dentro de um par de horas mais.

Deixou a camisa a um lado. Ela não tinha estado dormindo bem, pensou. Podia ver a fadiga, as sombras.

—Fiz um bom tempo.

—Sim, fez-o —logo foi para ele, movendo-se rápido, quase muito rápido para ver o brilho de surpresa, e o profundo prazer em seus olhos. Seus braços estavam abertos para ela quando chegou ali.

Ela aspirou seu aroma, profundamente, subiu suas mãos por suas costas, firmemente, logo girou sua cara para o cabelo dele e suspirou, uma vez.

—Realmente sentiu saudades —murmurou ele.

—Só espera um minuto, bem?

—Tanto como queira.

Seu corpo se adequava ao dele; de algum jeito simplesmente encaixava como uma peça de quebra-cabeças o fazia com outra. Pensou no modo que Jeremy Vandoren lhe tinha mostrado o anel, o brilho prometedor dele.

—Amo-te —era uma comoção sentir lágrimas às que não estava acostumada, o esforço pelas deter—. Sinto não lhe dizer isso mais freqüentemente.

Ele havia sentido as lágrimas. Sua mão se deslizou até seu pescoço, esfregando brandamente a tensão que sentia atada ali.

—O que acontece, Eve?

—Não agora. —Mais firme, retrocedeu, e emoldurou a cara dele com suas mãos—. Estou tão feliz de que esteja aqui. Estou tão feliz de que esteja em casa —seus lábios se curvaram enquanto se inclinava e o beijava.

Calidez, bem-vinda, e trêmulos brilhos de paixão que nunca pareciam totalmente saciados. E com isso, abraçada a isso, ela podia deixar por um momento todo fora, exceto isto.

—Estava-te trocando de roupa? —perguntou contra sua boca.

—Estava. Ummm. um pouco mais disso, —ele murmurou e lhe mordiscou o lábio inferior até que ela tremeu.

—Bem, penso que é uma perda de tempo. —Para demonstrá-lo, deslizou suas mãos entre seus corpos e lhe desabotoou a calça.

—Tem razão —lhe tirou a pistolera do ombro e a apartou—. Amo te desarmar, Tenente.

Com um movimento rápido que fez que ele arqueasse uma sobrancelha, deu-o volta e o teve pressionado contra a porta do armário.

—Não necessito uma arma para tomar, amigo.

—Demonstra-o.

Ele já estava duro quando sua mão se curvou ao redor dele. O azul de seus olhos se fez mais profundo com escuras, e perigosas luzes titilando neles.

—Não estiveste usando suas luvas outra vez.

Ela sorriu, deslizando seus dedos frios acima e abaixo ao longo dele.

—É uma queixa?

—Não, absolutamente —ofegava. De todas as mulheres, sabia que ela era quão única podia deixá-lo sem fôlego com tão pouco esforço. Ele moveu suas mãos até a taça de seus peitos, esfregou seus polegares brandamente sobre os mamilos antes de desatar os botões de sua camisa.

Queria-a baixo ele.

—Vêem a cama.

—O que tem de mau aqui? —Ela baixou sua cabeça, mordeu-lhe o ombro—. O que tem de mau agora?

—Nada —esta vez ele se moveu rápido, enganchando um de seus pés detrás dos dela para lhe fazer perder o equilíbrio, caindo então ao chão com ela—, mas tenho em mente tomar eu a ti, em lugar de à inversa.

Sua boca se agarrava a seu peito, chupando com força. As palavras afogaram ao Eve na garganta, as imagens exploraram em seu cérebro, e seus quadris se arquearam para ele.

Ele a conhecia melhor, pensava freqüentemente, que ela mesma. Ela necessitava ardor, a potente corrente disso, para afogar o que fora que a estava afligindo. Ardor que ele podia lhe dar, e lhe daria prazer a ambos os onda detrás onda.

Estava magra. O peso que tinha perdido durante sua recuperação não sobrava a sua magra estrutura e ainda lhe faltava para voltar para seu peso normal. Mas sabia que ela não desejava gentis carícias nesse momento. Assim que a conduziu sem piedade, implacavelmente, até que o fôlego do Eve se tornou desigual e seu coração golpeou ruidosamente contra a inquisitiva boca e mãos dele.

Ela se retorceu baixo ele, suas mãos agarrando seu cabelo, seus peitos expostos com o diamante em forma de lágrima comprido que lhe tinha dado uma vez descansando no meio do vale entre eles.

Ele lambeu um caminho descendo por seu torso, sobre as costelas, ao longo de seu firme ventre plano, raspando seus dentes contra a linha estreita do quadril enquanto ela começava a estremecer-se. Baixou-lhe mais as calças, expondo os suaves cachos entre suas coxas.

Quando passou sua língua sobre ela, dentro dela, o orgasmo a golpeou como um raio. O sangue rugia sob sua pele, trazendo um rocio de suor à superfície. Estava metade dentro, metade fora do armário, rodeada pelo aroma dele, apanhada nele e na glória.

Sentiu que os dedos dele se enterravam em seus quadris, levantando-a, estendendo-a, tomando-a. Seu próprio gemido impotente ressonou quando a impulsionava para cima outra vez. E voou, não havia nada mais dentro dela, só a necessidade de aparearse.

apertou-se a ele, ofegando seu nome enquanto suas mãos se deslizavam pelos ombros do Roarke, ao redor de suas costas, enquanto suas pernas se levantaram para enganchar-se ao redor de sua cintura.

deslizou-se dentro dela, uma suave carícia de volta a casa. Seu corpo se estremeceu uma vez quando ela se apertou ao redor dele, apanhando-o enquanto era apanhada. Esmagou sua boca contra a dela, nutrindo-se ali quando os quadris dela começaram a bombear.

Rápido e forte, com seus olhos o um no outro agora. Empurrar, sair, e empurrar, ofegando os dois. Mais perto, mais perto ainda com o firme golpe de carne contra carne.

Ela viu seus olhos opacarse um instante antes de que ele chegasse à meta. O corpo dela fez erupção, desfeito sob dele. Quando ele baixou a cabeça, pressionando contra a garganta dela, Eve girou uma vez mais a seu para seu cabelo. Uma vez mais aspirou seu aroma.

—É bom estar em casa —murmurou ele.

 

Eve teve sua ducha, sua taça de vinho, e logo o que considerava o cúmulo da decadência: comer na cama com seu marido.

—me conte a respeito disso —ele tinha esperado até que ela se relaxou, até que teve comido. Agora lhe serve outra taça de vinho e viu as sombras voltar para seus olhos.

—Não quero trazer meu trabalho a casa.

—por que não? —Sorriu, voltando a encher seu próprio copo—. Eu o faço.

—É diferente.

—Eve —passou um dedo sobre a leve covinha em seu queixo—. Estamos os dois muito definidos pelo que fazemos para viver. Você não... Você não pode deixar seu trabalho fora da porta mais que eu. É parte de ti.

Ela se reclinou contra os travesseiros, olhando através da janela o escuro céu do inverno. E lhe disse.

—Foi cruel —explicou à larga—. Mas não foi isso, realmente. Vi coisas mais cruéis. Ela era inocente... havia algo a respeito de seu corpo, sua postura, a respeito de sua cara, não sei, mas tinha uma inocência. Sei que não é realmente isso, tampouco. A inocência freqüentemente é destruída. Sei como é... não ser inocente; não recordo ter sido inocente. Mas sei o que é ser destruída.

Amaldiçoou pelo baixo e apartou o vinho.

—Eve —tomou sua mão, esperando até que o olhou—. Uma violação e assassinato possivelmente não seja o melhor modo de retornar ao serviço ativo.

—Poderia havê-lo transferido —lhe envergonhou admiti-lo, o suficiente para apartar o olhar outra vez—. Se o tivesse sabido, não estou segura de si teria tomado a chamada.

—Ainda pode transferi-lo a alguém mais em sua divisão. Ninguém te culparia por isso.

—Eu me culparia. Agora a vi. Agora a conheço —Eve fechou seus olhos, mas só por um momento—. Agora ela é minha. Não posso lhe voltar as costas a isso.

Eve se apartou o cabelo, e se ordenou concentrar-se.

—Parecia tão surpreendida e feliz quando abriu a porta. Como uma menina. Vá, um presente. Sabe?

—Sim.

—A maneira em que o bastardo olhou a câmara antes de entrar. O grande sorriso, a piscada pouco cautelosa. E depois, fazendo seu baile de vitória no elevador.

Seus olhos se animaram enquanto falava, enquanto se endireitava na cama. Não só eram os olhos de um policial agora, pensou Roarke. A não ser os de um anjo vingador.

—Não havia paixão, só puro prazer —fechou seus olhos outra vez, recordando aquela imagem claramente, e quando os voltou a abrir, o fogo se incrementou, ardendo profundamente—. Me fez sentir doente.

Molesta consiga mesma, tomou o vinho outra vez, bebendo a sorvos.

—Tive que dizer-lhe aos pais. Tive que ver suas caras quando o fiz. E Vandoren, lhe vendo fazer-se pedaços, tratando de entender que seu mundo acabava de desfazer-se. Ela era uma mulher agradável, uma mulher simplesmente agradável que era feliz em sua vida, comprometida, e abre a porta a alguém que é simbolicamente uma figura de inocência. Agora está morta.

Como ele a conhecia, tomou sua mão, desfazendo o punho.

—Não te faz menos polícia o que te comova.

—Se muitos deles lhe comovem os limites se alteram. Aproxima-te mais ao limite, ao momento em que sabe que não vais ser capaz de confrontar a outro morto.

—Te ocorreu alguma vez tomar um descanso? —Quando as sobrancelhas dela se uniram, só sorriu—. Não, claro que não. Confrontará o seguinte, Eve, porque isso é o que faz. Isso é quem é.

—Poderia estar confrontando outro mais logo do que eu gostaria de —uniu seus dedos com os dele—. Ela era o único, Roarke? Seu verdadeiro amor? Ou há onze mais?

 

Eve rodeou a área de estacionamento do centro comercial aéreo pela segunda vez. E apertou os dentes.

—por que esta gente não está no trabalho? por que não têm vistas?

—Para alguns —disse Peabody solenemente— comprar é sua vida.

—Sim, sim —Eve passou uma seção onde os carros estavam empilhados como fichas de póker, seis ao alto em suas ranhuras—. te Agarre —forçou o volante, passando pelas pilhas, roçando o bastante perto os pára-choque para fazer que Peabody fechasse os olhos—. Você sabe, pode comprar o que quiser em tela na intimidade de sua própria casa. Não entendo isto.

—Comprar pela tela não te dá a mesma excitação —Peabody se sujeitou com uma mão ao salpicadero quando Eve avançou aos tombos para deter-se justo na saída de bombeiros fora do Bloomingdale's—. Não pode usar seus sentidos, ou seus cotovelos para apartar às pessoas de seu caminho. Não há deporte em comprar pela tela.

Com um bufo, Eve conectou seu sinal “Em Serviço” e saiu do carro. Imediatamente seus ouvidos foram agredidos com uma explosão de música. Os canções de natal soavam, ao máximo, no ar. Decidiu que a gente corria para dentro, lista para comprar algo, só para evitar o ruído.

Embora a temperatura do ambiente, controlada por computador rondasse os vinte e dois graus, uma ligeira neve sintética se formava redemoinhos na enorme cúpula. As cristaleiras da loja estavam cheios de droides disfarçados. Santas e elfos trabalhavam longe em uma oficina, uma rena voava ou dançava nos terraços, pequenos meninos loiros com caras angélicas desembrulhavam brilhantes pacotes.

detrás de outra cristaleira, um adolescente, vestido à última moda com um traje de uma peça em negro e acima uma camisa aberta néon a quadros, fazia círculos e girava no ar em seu novo Aeropatín Flyer 6000... O artigo popular desse ano. Ao apertar o botão ao lado da cristaleira se ouvia a gravação com sua voz excitada, que apregoava as opções do patim e suas virtudes, assim como seu preço e localização na loja.

—Eu gostaria de provar um dessas coisas —disse Peabody para si enquanto seguia ao Eve pela porta.

—Não está um pouco velha para brinquedos?

—Isso não é um brinquedo, é uma aventura —disse Peabody, recitando a linha da etiqueta do aeropatín.

—Terminemos com isto. Ódio estes sítios.

Comporta-as se deslizaram brandamente ao abrir-se e os saudaram com uma alentadora promessa: Bem-vindos ao Bloomingdale'S. Você é nosso cliente mais importante.

No interior, a música seguia soando, mas em um volume mais baixo. Mas o nível de voz se elevou, dúzias de pessoas falando de uma vez, produzindo uma cacofonia de sons que se elevava e subia, ressonando no teto, onde os anjos se elevavam em elegantes círculos.

Era um palácio de consumo, onde se exibiam tentadoras mercadorias em doze reluzentes pisos.

Os droides e o pessoal se passeavam entre a multidão modelando roupas, acessórios, e estilos de cabelo, e corpo, que podiam ser comprados nos salões. O mapa eletrônico imediatamente depois da porta estava preparado para dirigir a seus clientes para seu desejo mais fervente.

As instalações para o cuidado profissional de meninos, mascotes e anciões estavam localizadas habilmente no nível principal, para aqueles que não queriam fazer suas compras com um Menino, Fido ou Avô sob os pés.

Minicarros para levar aos clientes, suas compras, ou ambos, estavam disponíveis por uma reduzida tarifa. Havia disponíveis preços por hora e por dia.

Um droide com o cabelo como chamejantes cordas serpenteantes, aproximou-se com uma pequena garrafa de cristal.

—Aparta essa coisa de mim —ordenou Eve.

—Eu quisesse um pouco —gostosamente, Peabody inclinou para trás sua cabeça para que o droide lhe orvalhasse algo de perfume no pescoço.

—chama-se Dou Me —ronronou o droide—. Use-o, e prepare-se para ser violada.

—Hmm —Peabody inclinou sua cabeça para o Eve—. O que pensa?

Eve farejou e sacudiu sua cabeça.

—Não é você.

—Poderia sê-lo —resmungou Peabody, caminhando pesadamente detrás dela.

—Tratemos de nos manter enfocadas —Eve tomou o braço do Peabody quando seu ajudante fez uma pausa em um mostrador de cosméticos, onde uma mulher estava sendo grafite com um dourado brilhante do pescoço para acima—. Procuremos o departamento masculino, a ver se podemos averiguar quem atendeu ao Hawley anteontem. Ela usou crédito, assim devem ter sua direção.

—Poderia terminar minhas compras de Natal em aproximadamente vinte minutos.

—Terminar? —Eve se voltou atrás enquanto caminhavam detrás da gente que subia.

—Seguro, só consegui um par de pequenas coisas —Peabody apertou seus lábios, logo se mordeu o interior de sua bochecha para conter o sorriso—. Não começaste ainda, verdade?

—estive pensando nisso.

—O que comprou ao Roarke?

—estive pensando nisso —disse Eve outra vez e colocou suas mãos nos bolsos.

—Aqui têm roupa magnífica —Peabody cabeceou para os droides de exibição enquanto giravam à esquerda para o local de Roupa Casual Masculina.

—Ele já tem um armário do tamanho de Maine cheio de roupa.

—Compraste-lhe alguma vez algo?

Eve se encolheu de ombros defensivamente e endireitou suas costas.

—Não sou sua mãe.

Peabody se deteve ante um droide que modelaba uma suave camisa de seda chapeada e calça negra de couro.

—veria-se bem com isto —toqueteó a manga—. É obvio, Roarke se veria bem com algo —moveu suas sobrancelhas para o Eve—. Os tipos realmente amam que uma mulher lhes compre roupa.

—Não sei comprar roupa para alguém mais. Logo que sei comprá-la para mim —quando se encontrou tratando de imaginar a cara do Roarke e o corpo no lugar do droide,         soprou—. E não estamos aqui para fazer compras.

Franzindo o cenho, caminhou diretamente por volta da primeira caixa, logo colocou sua insígnia sob o nariz do empregado.

Ele se esclareceu garganta e se jogou seu comprido corto negro sobre o ombro.

—Há algo que possa fazer por você, agente?

—Tenente. Tiveram uma clienta faz um par de dias, Marianna Hawley. Quero saber quem a atendeu.

—Estou seguro que posso comprovar isso para você —seus olhos, de um dourado muito na moda, desviaram-se para a direita, e logo para a esquerda—. Tenente, importaria-lhe guardar sua identificação, e possivelmente, uh, grampeá-la jaqueta sobre sua arma? Acredito que nossos clientes estariam mais a gosto.

Sem dizer nada, Eve guardou sua placa em seu bolso, e logo tampou com sua jaqueta a arma.

—Hawley —disse ele, obviamente aliviado—. Saberia você se seus transações foram feitos com efetivo, crédito, ou contas de loja?

—Crédito. Ela comprou duas camisas masculinas, uma de seda e outra de algodão, um suéter de cachemira e uma jaqueta.

—Sim —deixou de procurar em seu registro—. O recordo. Eu mesmo a atendi. Uma morena atrativa de aproximadamente trinta anos. Selecionava presentes para seu companheiro. Ah... —fechou os olhos— camisas em talha trinta e nove, manga larga; suéter e jaqueta, talha quarenta e dois.

—Boa memória —comentou Eve.

—É meu trabalho —disse ele, abrindo seus olhos para sorrir—. Recordar aos clientes, seus gostos e necessidades. A senhora Hawley tinha um gosto excelente, e a previsão de trazer consigo um holograma de carteira de seu jovem de modo que pudéssemos programar uma carta de cor para ele.

—Tratou ela com alguém, além de você?

—Não neste departamento. Dava-lhe todo meu tempo e atenção.

—Tem sua direção no registro?

—Sim, é obvio. Lembrança que lhe ofereci lhe enviar suas compras, mas disse que queria as levar com ela. riu e disse que isso era aumentava a diversão. Desfrutou muito de sua experiência de compra —seus olhos se nublaram—. Tem ela alguma queixa?

—Não —Eve o olhou aos olhos e soube em seu interior que perdia o tempo—. Ela não tem nenhuma queixa. Notou você a alguém ao redor enquanto ela fazia suas compras, lhe falando, olhando-a?

—Não, embora estávamos do mais ocupados. OH, espero que não tenha sido acossada na área de estacionamento. tivemos vários incidentes nas últimas semanas. Não sei que é o que está mal com a gente. É Natal.

—Um-hm. Vendem trajes da Santa?

—Trajes da Santa? —ele piscou—. Sim, estariam em Temporada e Novidades, sexto piso.

—Obrigado. Peabody, comprova-o —ordenou Eve enquanto se afastava—. Consegue nomes e direções de qualquer que comprasse ou alugasse um traje no último mês. Baixo a Joalheria, verei se alguém pode me dizer algo sobre o alfinete. me encontre ali.

—Sim, senhor.

Conhecendo seu ajudante, Eve colocou uma mão em advertência em seu braço.

—Em quinze minutos. Mais tempo, e arrebento a golpes até a saída do centro comercial.

Peabody moveu seus ombros quando Eve se afastou.

—É tão estrita.

 

A necessidade de dar uma cotovelada para fazer um lugar no mostrador no terceiro piso não melhorou o humor do Eve. Sob o vidro havia um oceano de brilhantes acessórios para o corpo, desde pendentes a anéis de mamilos. Ouro, lata, pedras de cores, elaboradas formas, diferentes texturas; todos competiam por atenção sob o vidro.

Roarke sempre lhe comprava os acessórios para adornar o pescoço e as orelhas. Ela não o fazia. Distraídamente manuseou o diamante sob sua blusa. Mas ele parecia desfrutar vendo que usava as coisas que escolhia para ela.

Porque se estava ficando sem paciência, e estava sendo rotundamente ignorada pelo pessoal que trabalhava no mostrador, simplesmente se inclinou e agarrou a um empregado pelo pescoço.

—Senhora —ultrajado, o empregado a fulminou com um novidadeiro fruncimiento de sobrancelhas azul.

—Tenente —corrigiu, tirando a placa com sua mão livre—. Agora tem um minuto para mim?

—É obvio —retrocedeu, endireitou sua gravata chapeada, e magra como uma agulha—. O que posso fazer por você?

—Vende algo como isto? —abriu sua bolsa e tirou o broche selado.

—Não acredito que seja um nosso —se inclinou até que seu olhar fixo ficou ao nível do alfinete—. Um trabalho muito bonito. Festivo —retrocedeu—. Não podemos tomá-lo como devolução a menos que você tenha um recibo. Não o reconheço como de nossos estoque.

—Não estou tratando de devolvê-lo. Tem alguma idéia de onde poderia proceder?

—Eu sugeriria que de uma loja especializada. O trabalho de artesanato parece ser muito fino. Há seis joalheiros no centro comercial. Possivelmente um deles o reconheça.

—Grandioso. —Deixou-o cair de volta em sua bolsa e suspirou.

—Há algo mais que possa fazer por você?

Eve moveu seus pés e explorou a exibição sob seu nariz. Um jogo de três colares encadeados com pedras de cores discordantes do tamanho de seu polegar saltou à vista. Era ridiculamente chamativo, e arrematando o vulgar. E perfeito para o Mavis.

—Isso —disse e assinalou.

—OH, gostaria de ver o Ornamento de Pescoço Pagão. Muito exclusivo, muito...

—Não quero vê-lo. Levarei-o. Só envolva-o, e faça-o rápido.

—Já vejo. —Só seu treinamento evitou que a olhasse sem compreender—. Como deseja pagá-lo?

Peabody chegou quando Eve aceitava a festiva bolsa vermelha e chapeada.

—Foi às compras —disse de modo acusador.

—Não, comprei. Há uma diferença. O alfinete não saiu daqui. O tipo parecia conhecer sua mercadoria e foi bastante terminante. Não quero esbanjar mais tempo aqui.

—Não parece que o desperdiçou —murmurou Peabody.

—Procuraremos o alfinete pelo computador. Verei se Feeney teve tempo para fazer um rastreamento.

—O que comprou?

—Só algo para o Mavis. —Notou a panela do Peabody quando saíram pelas portas—. Não se preocupe, Peabody, comprarei-te algo.

—Sério? —ficou de bom ânimo imediatamente—. Já tenho seu presente. Envolto e tudo.

—Presumida.

Animada agora, Peabody entrou no carro.

—Quer adivinhar o que é?

—Não.

—Darei-te uma pista.

—te comporte. Começa a introduzir os nomes que conseguiu dos trajes da Santa, vê se conseguir com êxito alguma pessoa com antecedentes.

—Sim, senhor. Aonde nos dirigimos?

—Ao Personally Yours —jogou ao Peabody um olhar de soslaio—. E tampouco comprará nada ali.

—Desmancha-prazeres. Senhor —acrescentou Peabody obedientemente e começou a introduzir os nomes em sua unidade de mão.

 

No coração do centro da cidade, destacando sobre a Quinta Avenida em gentil mármore negro, havia um palácio de prazer. O exterior era uma lança elegante rodeada nos pisos superiores de galerias douradas e escorregadores chapeados. Colunas completamente de vidro se deslizavam de cima abaixo nas quatro esquinas semicirculares.

Dentro havia salões para esculpir o corpo, de melhoramento do ânimo, de orientação sexual. Sem deixar o local um cliente poderia ser gentil, tratado, moldado, remodelado, ou ser sexualmente satisfeito na maneira de sua eleição.

Vários ginásios estavam providos com a equipe mais nova para aqueles que preferiam um pouco de “você faça-o mesmo”. Para aqueles que escolhiam um modo mais passivo para a boa forma física e a beleza, os assessores profissionais estavam disponíveis para dirigir o laser e os tubos de tonificación para liberar a um cliente desses fastidiosos quilogramas e centímetros extra.

Um piso estava dedicado ao método holístico, que incluía tudo do equilíbrio dos chakras a enemas de café. Enquanto explorava essas peculiares ofertas, Eve não estava segura se rir ou impressionar-se.

Os banhos de lodo, esfregado-los com algas, as injeções de placenta de ovelhas criadas em Alfa Seis, sessões de tranqüilidade, viaje de realidade virtual, ajustes de visão, estiramentos faciais, energizantes, e transformações... tudo podia ser feitos dentro do estabelecimento, com vários pacotes em oferta.

Uma vez que seu corpo e mente eram aperfeiçoados, convidavam-lhe a explorar a possibilidade de encontrar ao companheiro correto para o novo você com o pessoal treinado do Personally Yours.

Assina-a abrangia três pisos do edifício, com seu pessoal uniformizado em singelos trajes negros com pequenos corações vermelhos bordados no peito. Com o atalho de beleza na soleira, as caras e os corpos atrativos, cada detalhe era uma parte do código de beleza.

A área de vestíbulo era como um templo Grego, com pequenos lagos musicais que brilhavam com o brilho de peixes dourados, e colunas brancas de mármore adornadas com videiras que separavam as áreas. Os assentos eram a nível do chão, cômodos e amplos. Um mostrador de recepção estava discretamente metido entre Palmas com forma de leque.

—Necessito informação de um de seus clientes. —Eve mostrou sua insígnia e viu os olhos da recepcionista piscar com nervosismo.

—Não nos permite dar informação de nenhum cliente —a mulher se mordeu o lábio e passou seus dedos sobre o coração diminuto tatuado sob seu olho como uma bonita lágrima vermelha—. Todos nossos serviços são estritamente confidenciais. Garantimos proteger a privacidade de nossos clientes.

—Um de seus clientes já não se preocupa mais por sua intimidade. É assunto policial. Posso ter uma ordem transmitida em aproximadamente cinco minutos, ou pode me dar o que necessito e evitar ter ao departamento de polícia revisando cada arquivo.

—Se você só esperar um momento —a recepcionista indicou a área de assentos mais próxima—, chamarei o gerente.

—Bem —Eve se afastou enquanto a recepcionista ficava os auriculares.

—Cheira grandioso aqui —comentou Peabody—. O edifício inteiro cheira grandioso —inalou profundamente—. Devem bombear algo através das saídas de ar. Agradável e sedativo —se sentou em uma das almofadas douradas perto de uma fonte que tilintava—. Quero viver aqui.

—Está alegremente irritante estes dias, Peabody.

—As festas me põem assim. OH, olhe isso —girou sua cabeça, seus olhos se acenderam apreciativamente quando um homem de cabelo loiro passou como um raio pavoneando-se arrogantemente—. Bem, por que um tipo como esse necessita uma agência de contatos?

—por que o faz alguém? É arrepiante.

—Não sei, para economizar-se tempo, preocupações, desgaste —Peabody se inclinou para olhar ao redor do Eve e manter ao homem à vista—. Talvez deveria tentá-lo. Poderia ter sorte.

—Ele não é seu tipo.

A cara do Peabody se nublou exatamente como quando Eve tinha rechaçado o perfume.

—Como é... eu gosto de olhar seu tipo.

—Provavelmente, mas tenta ter uma conversação com ele —Eve colocou as mãos em seus bolsos e se balançou sobre seus talões—. O tipo está apaixonado por si mesmo e acredita que cada mulher que consegue obter algo dele deve andar com olhos sonhadores… justo como o está fazendo você. Aborreceria a morte em dez minutos porque do único do que falaria seria de si mesmo, de como se vê, o que faz, e o que gosta. Só seria seu último acessório.

Peabody o considerou, olhando como o dourado Adonis se apoiava no mostrador de recepção.

—Bem, então não nos incomodaremos em falar. Só teremos sexo.

—Ele seria um piolhento companheiro de cama. Não lhe importaria nada se tiver um orgasmo.

—Tenho um só olhando-o —mas suspirou quando ele tirou um pequeno espelho de prata e examinou sua cara com óbvio agradar—. Em momentos como este ódio quando tem razão.

—Olhe isso —disse Eve em voz baixa—, esses dois são tão deslumbrantes que necessito meus óculos para o sol.

—Ken e Barbie na cidade —ante o olhar em branco do Eve, Peabody suspirou outra vez—. Homem, não teve uma boneca Barbie. Que tipo de menina foi?

—Nunca fui uma menina —disse Eve simplesmente e se voltou para saudar o magnífico casal que avançava a seu encontro.

A mulher era de quadris magros e generosos peitos, como a moda atual exigia. Seu cabelo loiro prateado caía em cascata sobre seus ombros balançando-se através de seus peitos grandes e formosos enquanto caminhava. Sua cara era refinada e branca como o alabastro, com olhos fundos de um rico esmeralda rodeado por pestanas largas tintas para fazer jogo com essas pupilas parecidas com uma jóia. Sua boca era voluptuosa e vermelha, curvada em um sorriso gentil de saudação.

Seu companheiro era igual de deslumbrante, um gêmeo dela quanto a coloração, com seu cabelo como luz de lua penteado para trás em uma larga trança entrelaçada com uma magra cinta dourada. Seus ombros eram largos, suas pernas largas.

A diferença do resto do pessoal, não foram vestidos de negro, mas sim luziam skinsuits brancos. A mulher havia drapeado habilmente um lenço vermelho transparente sobre seus quadris.

Ela falou primeiro, com uma voz tão suave e delicada como o lenço.

—Sou Piper, e este é meu sócio, Rudy. O que podemos fazer por você?

—Necessito os dados de uma de seus clientes —uma vez mais Eve tirou sua insígnia—. Investigo um homicídio.

—Um homicídio —A mulher ficou uma mão no coração—. Que terrível. Um de nossos clientes? Rudy?

—Indubitavelmente cooperaremos de qualquer modo que possamos —disse ele em voz desce em um cremoso tom de barítono—. Deveríamos falar disto acima, em privado.

Ele fez um gesto para o transparente tubo de um elevador oculto por enormes azaleas brancas florescidas.

—Está segura que a vítima era um de nossos clientes?

—Seu amante a conheceu por meio de seu serviço —Eve avançou diretamente para o centro do elevador e não fez caso da vista enquanto subiam. As alturas nunca lhe tinham gostado.

—Já vejo —Piper suspirou—. Temos uma excelente taxa de êxitos em formar casais. Espero que não fosse uma briga de amantes que terminou em tragédia.

—Não determinamos isso.

—Não posso acreditar que pudesse ser assim. Investigamos com muito cuidado —Rudy fez um gesto para a abertura do tubo quando o elevador se deteve.

—Como?

—Estamos relacionados com o ComTrack —enquanto falava, escoltou-os por um corredor tranqüilo como o de um hospital, branco com aquarelas suaves no Marcos dourados e Ramos de flores frescas em floreiros transparentes—. Cada candidato é posto no sistema. Olhamos sua história matrimonial, valorações crediticias, e antecedentes penais, é obvio. Nossos candidatos também devem realizar a prova padrão de personalidade. Qualquer com tendências violentas é rechaçado. registram-se, analisam-se, e se emparelham as preferências e os desejos sexuais.

Ele abriu a porta a um grande escritório de um branco deslumbrante e um vermelho gritão. A parede de cristal filtrava tanto contra a luz do sol como o ruído do tráfico aéreo.

—Qual é sua percentagem de desviados?

A boca perfeita do Piper se afinou.

—Não consideramos as preferências sexuais pessoais como desviadas a menos que o companheiro ou os companheiros implicados se oponham.

Eve unicamente arqueou suas sobrancelhas.

—por que não usamos minha definição em troca? Escravidão, sadomasoquismo? Tem aqui a alguém que goste de embelezar a seu companheiro depois do sexo?

Rudy se esclareceu garganta e se moveu detrás de um amplo console branco.

—Certamente alguns candidatos procuram o que poderíamos chamar experiências sexuais aventureiras. Como pinjente, os candidatos com essas preferências seriam emparelhados com candidatos de preferências similares.

—Com quem emparelhou você a Marianna Hawley?

—Marianna Hawley? —jogou uma olhada ao Piper.

—Sou melhor com as caras que com os nomes —ela girou para a tela da parede quando Rudy introduziu o nome no computador. Segundos mais tarde, Marianna lhes sorria, seus olhos brilhantes e vivos.

—Ah sim, a lembrança. Era encantadora. Sim, desfrutei muitíssimo trabalhando com ela. Procurava um companheiro, alguém divertido com quem pudesse desfrutar de da arte... não, não, era o teatro, acredito —se deu um golpecito com sua unha perfeitamente formada no lábio inferior—. Era uma romântica, melhor dizendo docemente chapada à antiga.

Pareceu compreender de repente, e a mão do Piper caiu fracamente a seu lado.

—Ela foi assassinada? OH, Rudy.

—Sente-se, querida —ele caminhou elegantemente ao redor do console para tomar sua mão, acariciá-la e conduzi-la a um sofá comprido com amaciadas almofadas de ar—. Piper chega a envolver-se muito pessoalmente com nossos clientes —disse ao Eve—. Por isso é tão maravilhosa em seu trabalho. preocupa-se.

—É obvio que o faço, Rudy.

Embora a voz dela era suave, os olhos dele se deslizaram rapidamente sobre sua cara e o que fora que viu lhe fez afirmar com a cabeça.

—Sim, estou seguro que o faz —e logo, dirigindo-se ao Eve—: Você suspeita de alguém em nosso sistema, alguém que ela poderia ter conhecido por nosso serviço, matou-a.

—Investigo. Necessito nomes.

—lhe dê algo que necessite, Rudy —Piper se deu tapinhas com os dedos sob os olhos para secar suas lágrimas.

—Eu gostaria, mas temos uma responsabilidade com nossos clientes. Garantimos a privacidade.

—Marianna Hawley tinha direito à privacidade —disse Eve secamente—. Alguém a violou, a sodomizó, e a estrangulou. Eu diria que fizeram muito mais que invadir sua privacidade. Duvido que qualquer de seus clientes desfrutasse participando dessa experiência.

Rudy respirou profundamente. Sua cara estava mais pálida agora, se era possível, de modo que seus olhos pareciam arder contra seu corpo branco lustroso.

—Confio em que você será discreta.

—Você pode confiar que serei magnânima —disse Eve em troca e esperou que imprimisse a lista de pessoas.

 

Sarabeth Greenbalm não tinha um bom dia. Antes que nada, odiava trabalhar o turno da tarde no Sweet Spot. A clientela desde meio-dia até as cinco consistia principalmente em executivos Júnior em busca de um almoço comprido e prazeres baratos. Com ênfase em barato. O trepador-na-escala-corporativa não tinha muito dinheiro para lhe jogar a uma nudista.

Só gostavam de olhar estupidamente e assobiar.

Cinco horas de duro trabalho lhe tinham feito ganhar pouco menos de cem em dinheiro efetivo e créditos, e uma meia dúzia de bêbadas proposições.

Nenhuma das quais incluía matrimônio.

O matrimônio era o Santo Grial do Sarabeth.

Não ia encontrar um marido rico no grupo da tarde de um clube de striptease, ainda em um clube de primeira classe como o Sweet Spot. Havia potencial nas horas da noite, quando os vice-presidentes e os presidentes se passeavam, trazendo para clientes importantes por uma ou duas horas de excitação. Ela podia fazer mil facilmente, e quando acrescentava algum baile no regaço, dobrava isso. Mas o melhor eram os cartões de visita que recolhia.

cedo ou tarde um daqueles executivos corporativos, com seus sorrisos grandes, brancas, atrativas e mãos perfeitamente manicuradas, ia pôr um anel em seu dedo pelo privilégio de tê-la.

Era todo parte do plano de carreira que tinha esboçado com cuidado quando se transladou do Allentown, Pennsylvania, a Nova Iorque cinco anos atrás. Despir-se no Allentown tinha sido uma situação sem saída, ganhando só o bastante por semana para lhe impedir de converter-se em alguém mais dormindo na rua. De todos os modos, o traslado a Nova Iorque tinha sido arriscado. Havia mais competência por um mesmo dólar dedicado à recreação.

Competência mais jovem.

O primeiro ano tinha trabalhado dois turnos, três se ainda podia estar de pé. Tinha trabalhado como uma itinerante, correndo de clube a clube e economizando o enorme quarenta por cento que ficavam os gerentes. Tinha sido um ano horrendo, mas tinha ganho suas economias.

O segundo ano se concentrou em conseguir um lugar regular em um clube de primeira classe. Tinha-lhe tomado quase todos os doze meses, mas tinha assegurado seu lugar no Sweet Spot. Durante seu terceiro ano se aberto passo à força na cadeia alimentícia para passar a ser cabeça de elenco, invirtiendo prudentemente seus lucros. E, admitia, tinha desperdiçado quase seis meses considerando a oferta de coabitação do gorila principal do clube.

Poderia havê-la aceito, além disso, se ele não tivesse ido e conseguido que o cortassem em seis pedaços em uma briga no bar no que tinha um segundo emprego porque Sarabeth tinha insistido que necessitava uma conta bancária maior se queria que dormisse com ele em um acerto permanente.

Tinha decidido considerar o acontecido como um afortunado escapamento. Agora, bem entrado o quarto ano, ela tinha quarenta e três anos e se ia ficando sem tempo.

Não lhe importava dançar nua. Demônios, era condenadamente boa bailarina e seu corpo -estudava-o quando se girava diante de seu espelho em seu dormitório- era seu cupom de comida.

A natureza tinha sido generosa, dotando-a com peitos altos, e cheios que não tinham requerido aumento. até agora. Um torso comprido, pernas largas, um traseiro firme. Sim, tinha todas as armas necessárias.

Tinha tido que pôr dinheiro em sua cara, e o considerou um bom investimento. Tinha nascido com lábios magros, um queixo curto, e uma frente tosca. Mas umas poucas viagens a um centro de realce de beleza tinham trocado isso. Agora sua boca era voluptuosa e amadurecida, seu queixo descaradamente bicudo, e sua frente alta e clara.

Sarabeth Greenbalm se via, em sua opinião, malditamente bem.

O problema era que ficavam menos de quinhentos, devia o aluguel, e um tipo muito entusiasta da multidão do almoço tinha rasgado sua melhor tanga antes de que ela pudesse afastar-se.

Tinha dor de cabeça, doíam-lhe os pés, e seguia solteira.

Nunca deveria ter solto os três mil para o Personally Yours. Retrospectivamente o que tinha parecido um investimento inteligente agora parecia um bom dinheiro atirado à boca-de-lobo. Os perdedores utilizavam agências de contatos, pensou enquanto ficava uma curta bata púrpura. E os perdedores atraíam aos perdedores.

depois de encontrar-se com os dois primeiros homens de sua lista de candidatos, tinha ido diretamente à Quinta Avenida e tinha pedido que lhe devolvessem seu dinheiro. A loira reina de gelo não tinha sido tão amistosa naquele momento, pensou Sarabeth agora. Nada de reembolsos, sob nenhuma circunstância, de maneira nenhuma.

Com um filosófico encolhimento de ombros, Sarabeth caminhou do dormitório à cozinha... um passeio curto em um apartamento apenas maior que o camarim compartilhado no Sweet Spot.

O dinheiro se foi, um fiasco. E uma lição tinha aprendido: Tinha que depender dela, e só dela.

Um golpe na porta interrompeu sua esperançada exploração das limitadas ofertas de seu AutoChef. Distraídamente fechou sua bata, logo golpeou com um punho a parede. O casal do lado lutava como gatos e jodían como visons a maioria das noites. Seu golpe não trocaria o nível do ruído nem um decibel, mas a fez sentir-se melhor.

Pôs um desconfiado olho marrom na mira de segurança, logo sorriu abertamente como uma moça. Apressadamente soltou as fechaduras e abriu a porta de par em par.

—Ouça, Santa!

Os olhos dele brilharam alegremente.

—Feliz Natal, Sarabeth —sacudiu a grande caixa chapeada que levava, e logo lhe fez uma piscada—. foste boa?

 

O capitão Ryan Feeney estava sentado ao final do escritório do Eve e mascava amêndoas açucaradas. via-se com a cara vagamente mal-humorada de um sabujo e um rígido arbusto de cabelo avermelhado orvalhada de magros e duros fios chapeados. Havia uma mancha em sua camisa enrugada -uma lembrança da sopa de favas que tinha comido no almoço- e um pequeno arranhão em seu queixo onde se cortou barbeando-se essa manhã.

Parecia inofensivo.

Eve teria atravessado qualquer porta com ele. E o tinha feito.

Tinha-a treinado, e lhe tinha ensinado. Agora, como capitão da Divisão Policial Eletrônica, era um recurso inestimável para ela.

—Desejaria poder te dizer que a bagatela era única em seu tipo —ele mordeu outra amêndoa—. Há ainda uma dúzia de lojas na cidade que a vendem.

—E quantas temos que rastrear?

—Quarenta e nove delas foram vendidas nas sete últimas semanas —ele arranhou seu queixo, preocupado pela diminuta crosta—. O alfinete custa ao redor de quinhentos. Quarenta e oito foram vendas a crédito, só um transação em efetivo.

—Esse deveria ser ele.

—Mais que provável —Feeney tirou seu livro de notas—. O pagamento em efetivo foi em Sal's Gold and Silver na Quarenta e nove.

—Comprovarei-o, obrigado.

—De nada. Necessita algo mais? McNab é solícito e capaz.

—McNab?

—Gostou de trabalhar contigo. O moço é bom e agudo e lhe poderia atirar qualquer trabalho desagradável.

Eve considerou o detetive jovem com seu guarda-roupa vistoso, mente aguda, e boca elegante.

—Tem ao Peabody na olhe.

—Não crie que Peabody pode dirigi-lo?

Eve franziu o cenho, golpeou ligeiramente os dedos uns contra outros e se encolheu de ombros.

—Sim, é uma moça grande, e ele poderia me resultar útil. Pu-me em contato com o ex-marido da vítima. mudou-se a Atlanta. Seu álibi para o período em questão parece bastante sólida, mas não seria mau comprová-lo. Terá que ver se reservou alguma viagem a Nova Iorque, ou se fez qualquer chamada à vítima.

—McNab pode fazer isso dormido.

—lhe diga que se mantenha acordado e o faça. —Alcançou um disco, e o deu—. Todos os dados que tenho do ex estão aqui. Verei os nomes dos emparelhados com ela no Personally Yours. Os passarei ao McNab depois de que lhes tenha jogado um olhar.

—Não entendo os sítios como esse —Feeney meneou a cabeça—. Em meus tempos um encontrava mulheres à antiga. Conhecia-as em um bar.

Eve arqueou uma sobrancelha.

—Assim foi como conheceu sua esposa?

Ele sorriu abertamente de repente.

—Resultou, verdade? Passarei- isto ao McNab —disse quando se levantou—. Não está fora de horário, Dallas?

—Sim, um pouco. Acredito que verei os nomes antes de ir.

—Faz o que queira! Eu estou fora —começou a caminhar para a porta, colocando sua bolsa de amêndoas em seu bolso—. OH, pensamos com muita ilusão na festa de Natal.

Eve estava enfocada já em seu computador e apenas lhe deu uma olhada.

—Que festa?

—Sua festa.

—OH —procurou em sua mente, encontrando-a em branco pelo que a festas se referia—. Sim, grandioso.

—Sabia algo a respeito disso, verdade?

—Deveria —e porque era Feeney, sorriu—. Só está em outro compartimento. Olhe, se vir o Peabody em Detenção, diz-lhe que está fora de serviço.

—Farei-o.

Festa, pensou com um suspiro. Cada vez que se dava a volta, Roarke dava uma festa ou a arrastava a uma. Quão seguinte veria seria ao Mavis tornando-se em cima seu para lhe arrumar o cabelo, a cara e o corpo, e fazer que se provasse um novo traje desenhado por seu amante Leonardo.

Se tinha que ir a uma maldita festa, por que não podia ir como era?

Porque era a esposa do Roarke, recordou-se. E como tal, esperava-se que assistisse a funções sociais vendo-se ligeiramente melhor que um policial com o assassinato em sua mente.

Mas isso era... cada vez que era. E isto era agora.

—Computador, listar candidatos do Personally Yours para o Hawley, Marianna.

Trabalhando…

Companheiro um de cinco... Dorian Marcell, solteiro, branco, masculino, idade trinta e dois.

Enquanto o computador listava as estatísticas do candidato, Eve estudou a imagem em tela. Uma cara atrativa... um olhar tímido. Ao Dorian gostava da arte, o teatro, e os vídeos antigos, afirmava ser um romântico de coração em busca de uma companheira para sua alma. Suas afeições eram a fotografia e o snowboard.

Nada especial sobre o Dorian, pensou, mas veriam o que tinha estado fazendo a noite da Marianna tinha sido assassinada.

Companheiro dois de cinco... Charles Monroe, solero, branco, masculino...

—Sou, sou, um momento. Alto —Com uma risada a meias Eve olhou atentamente a cara na tela—. Bem, Charles, quem se imaginaria que te encontraria aqui.

Era uma elegante cara sorridente, e o recordou. Tinha conhecido ao Charles Monroe quase um ano atrás investigando outro assassinato... o caso que os tinha reunido ao Roarke e ela. Charles era um acompanhante profissional, atrevido e encantador. E o que, perguntou-se, fazia um endinheirado acompanhante autorizado em uma agência de contatos?

—Pescando, Charlie? Parece que você e eu vamos ter que ter outra conversação. Computador, seguir com o terceiro candidato.

Companheiro três de cinco, Jeremy Vandoren, divorciado...

—Tenente.

—Pausa. Sim? —Jogou uma olhada sobre o Peabody quando se abateu na porta.

—O capitão Feeney disse que terminaste comigo por hoje.

—Correto. Só estou comprovando alguns nomes antes de ir.

—Ele, uh, mencionou que foste utilizar ao McNab para um pouco de trabalho eletrônico.

—Assim é —Eve inclinou sua cabeça, depois se tornou para trás em sua cadeira enquanto Peabody lutava por manter seu rosto inexpressivo—. Tem algum problema com isso?

—Não… é que... Dallas, realmente não o necessita. Ele é uma dor no culo.

Eve sorriu alegremente.

—Não no meu. Acredito que terá que trabalhar para fazer seu culo um pouco mais resistente, Peabody. Mas te anime, fará a maior parte do lhe encarrego na DDE. Não estará por aqui muito tempo.

—Encontrará um modo —murmurou Peabody—. É um presumido.

—Ele faz um bom trabalho. E de todos os modos… —se interrompeu quando seu soou comunicador—. Mierda, deveria ter saído daqui a tempo —o tirou—. Dallas.

—Tenente —a cara ampla e severo do comandante Whitney encheu a pequena tela.

—Senhor.

—Temos um homicídio que parece estar relacionado com o caso Hawley. uniformizou na cena neste momento. Quero-lhe como investigadora principal. Repórtese ao 23B da Cento e doze Oeste, apartamento 5D. Fique em contato comigo em meu escritório depois de que tenha confirmado a situação.

—Sim, senhor. Estou em caminho —jogou uma olhada ao Peabody quando se levantou e agarrou sua jaqueta—. Está de novo em serviço.

 

O uniformizado que montava guarda na porta do Sarabeth tinha um olhar que dizia ao Eve que já tinha visto o que havia dentro, e que esperasse vê-lo novamente.

—Agente Carmichael —começou Eve, olhando sua placa—. O que temos?

—Mulher branca, quarenta e poucos, morta na cena. O apartamento está em nome do Sarabeth Greenbalm. Nenhum signo de entrada forçada ou luta. Não há vídeo de segurança no edifício além de na porta principal. Meu companheiro e eu estávamos em nosso percurso quando Despacho enviou a chamada às dezesseis e trinta e cinco. Um 1222 anônimo reportado nesta direção. Respondemos, chegando às dezesseis e quarenta e dois. A porta de entrada e a porta da unidade informada não estavam asseguradas. Entramos e encontramos o cadáver. Logo asseguramos a cena e alertamos a Despacho de uma morte suspeita nesta localização.

—Onde está seu companheiro, Carmichael?

—Localizando ao encarregado do edifício, senhor.

—Bem. Mantenha este vestíbulo vazio. Fique até que seja relevado.

—Senhor —Carmichael deslizou seus olhos sobre o Peabody quando passaram. Entre os uniformizados Peabody era considerada como a favorita de Dallas, com variados graus de inveja, ressentimento, e temor.

Sentindo uma combinação dos três no Carmichael, Peabody quadrou seus ombros quando seguiu ao Eve pela porta.

—Grabadora acesa, Peabody?

—Sim, senhor.

—Tenente Dallas e ajudante na cena no 23B da Rua Cento e doze Oeste, apartamento do Sarabeth Greenbalm. —Enquanto falava, Eve tomou um pote de selador de sua equipe de campo e orvalhou suas mãos e botas antes de dar-lhe ao Peabody—. A vítima, ainda por ser identificada, é uma mulher branca.

aproximou-se do corpo. A área do dormitório era não mais que um nicho do quarto principal; a cama era do tipo de beliche estreito que podia ser pregada para proporcionar mais espaço. Tinha uns singelos lençóis brancos e uma manta marrom puída nos borde.

Ele tinha usado uma grinalda vermelha esta vez, envolvendo-a ao redor como uma jibóia do pescoço ao tornozelo para que parecesse uma múmia festiva. Seu cabelo, de um tom violeta, que Eve imaginou que Mavis admiraria, tinha sido escovado com esmero e modelado em um penteado alto em forma de cone.

Seus lábios, inertes pela morte, tinham sido pintados de um púrpura forte, suas bochechas de um rosa suave. A sombra dourada pálida brilhante tinha sido aplicada com cuidado em suas pálpebras até a linha da sobrancelha.

Enganchado à grinalda, justo no centro de sua garganta, havia um círculo verde brilhante. dentro dele duas aves, uma dourada, uma chapeada, aninhadas, pico a pico.

—Tórtolas, verdade? —Eve estudou o broche—. Procurei a canção. O segundo dia seu amor verdadeiro lhe dá dois tórtolas —brandamente, Eve pressionou uma mão na grafite bochecha—. Está fresca. Apostaria que não faz mais de uma hora que a matou.

Retrocedendo, tirou seu comunicador para ficar em contato com o Whitney e solicitar uma equipe de cena do crime.

 

Era quase a meia-noite quando chegou a casa. Seu ombro pulsava um pouco, mas podia ignorá-lo. O que a zangou foi a debilidade, chegava muito rápida e intensa estes dias.

Sabia o que o hurgador de orifícios do Departamento diria sobre isso. Que não tinha tido suficiente tempo de recuperação. Tinha tido direito a outros dez dias de licença por lesão. Sua completa volta ao dever tinha sido muito logo.

Como tendia a azedar seu humor pensar nisso, bloqueou-o.

Tinha esquecido comer, e ao minuto de entrar na cálida casa a golpearam as primeiras pontadas de fome. Só necessito um chocolate, disse-se, e passou suas mãos por sua cara antes de girar ao exploratório perto da porta.

—Onde está Roarke?

Roarke está em seu escritório.

É obvio, decidiu quando começou a subir. O homem não parecia ter que dormir como um humano normal. Imaginou que se veria tão afresco como quando o tinha deixado essa manhã.

Ele tinha deixado a porta aberta, portanto só tomou uma olhada rápida confirmar suas suspeitas. Estava sentado no amplo e lustroso console, examinando telas, dando ordens através de seu enlace enquanto seu laser-fax trabalhava detrás dele.

E se via atrativo como o pecado.

Ela pensou que se podia pôr suas mãos em um chocolate, poderia ter a energia para saltar sobre ele.

—Alguma vez o deixa? —perguntou quando entrou no quarto.

Ele jogou uma olhada, sorriu e logo se voltou para seu enlace.

—Bem, John, vê que essas modificações sejam feitas. Revisaremo-lo mais detalladamente amanhã —cortou a transmissão.

—Não tinha que te deter —começou ela—. Só quis te avisar que estava em casa.

—Entretinha-me enquanto te esperava —ele inclinou sua cabeça quando estudou sua cara—. Se esqueceu comer, verdade?

—Eu gostaria de uma barra de doce. Tem alguma?

Ele se levantou e se moveu através do brilhante chão para o AutoChef. Momentos mais tarde tirou um tigela verde grosso, com sopa fumegante.

—Isso não é um chocolate.

—Pode alimentar ao menino depois de que cuide da mulher —ele pôs a sopa em uma mesa, logo se serve um copo de brandy.

Ela avançou, cheirou a sopa. Quase babou.

—Cheira bastante bem —decidiu e se sentou para devorá-la—. Você comeu?                     —Perguntou com a boca enche, e quase gemeu de alegria quando ele pôs um prato de pão quente na mesa—. Tem que deixar de me cuidar.

—É um de meus pequenos prazeres —se sentou a seu lado, bebendo a sorvos o brandy, olhando ao alimento quente pôr cor em suas bochechas—. E sim, comi... mas não diria não a um pouco desse pão.

—Umm —amavelmente, partiu uma parte na metade e o passou. Era algo caseiro, decidiu. Os dois compartilhando sopa e pão depois de um comprido dia.

Justo como, pois, a gente normal.

—Assim... Indústrias Roarke subiram, o que, oito pontos ontem?

Sua sobrancelha se elevou.

—Oito e três quartos. desenvolveste um interesse pela Bolsa, Tenente?

—Talvez só te vigio. Se as ações baixarem, deveria te descartar.

—Tratarei esse ponto na seguinte junta de acionistas. Quer um pouco de vinho?

—Poderia ser. Eu o trarei.

—Sente-se e come. Não terminei que te cuidar ainda —se levantou e selecionou uma garrafa já aberta e esfriando-se no compartimento frio do gabinete.

Enquanto o servia, ela limpou o último da sopa do tigela, logo que resistindo a lambê-lo. sentiu-se cálida, tranqüilizada. Em casa.

—Roarke, damos uma festa?

—Suponho. Quando?

—Não sei quando —uma linha se formou entre suas sobrancelhas quando elevou a vista para ele—. Se soubesse quando, por que perguntaria? Feeney disse algo sobre nossa festa de Natal.

—Em vinte e três de dezembro. Sim, damos uma festa.

—por que?

—Querida Eve —se inclinou e lhe beijou o cocuruto antes de sentar-se outra vez—. Porque são as festas.

—Como é que não me disse isso?

—Acredito que o fiz.

—Não recordo.

—Tem sua agenda perto?

Resmungando, tirou-a de seu bolso e introduziu a data. Ali, clara como o cristal, estava a informação, seguida de suas iniciais para indicar que ela o tinha registrado.

—OH.

—As árvores serão entreguas amanhã.

—Árvores?

—Sim. Teremos um formal no salão, e vários na sala de baile acima. Mas pensei em ter um mais pequeno, e íntimo em nosso dormitório. Decoraremos esse nós mesmos.

As sobrancelhas dela se elevaram de repente.

—Quer decorar uma árvore?

—Sim.

—Não sei nada sobre isso. Nunca decorei uma árvore de Natal antes.

—Nem eu, ou não durante anos. Será nossa primeira árvore.

O calor que a alagou agora nada tinha que ver com a comida quente ou o vinho. Seus lábios se curvaram.

—Provavelmente faremos uma confusão.

Ele tomou a mão que lhe ofereceu.

—Sem dúvida. Sente-se melhor?

—Muito, sim.

—Quer me contar o de esta noite?

Os dedos do Eve apertaram os seus.

—Sim —liberou sua mão e se levantou, porque movendo-se pensaria mais claramente.

—Ele cometeu outro —começou—; mesmo modus operandi. As câmaras de segurança do exterior o gravaram. O traje da Santa, a grande caixa chapeada com o elaborado laço. Deixou um broche, duas aves em um círculo.

—Tórtolas.

—Correto... ou bastante perto. Não sei a que se parece uma maldita tórtola. Nenhum signo de entrada forçada, nem signo de luta. Imagino que o relatório de toxicologia mostrará que estava sedada. Tinha sido imobilizada, provavelmente amordaçada já que a unidade não era tirada o som. Havia algumas fibras em sua língua e em sua boca, mas ele não as deixou já que a amordaçou por detrás.

—Sexualmente agredida?

—Sim, igual à anterior. Havia uma tatuagem temporária afresco em seu peito direito. Meu Amor Verdadeiro. E ele a tinha envolto na grinalda vermelha, pintou sua cara, escovou seu cabelo. O quarto de banho era o lugar mais limpo do apartamento. Adivinho que o esfregou de cima abaixo ele mesmo depois que se limpou. Só levava morta uma hora quando cheguei ali. A chamada anônima entrou de um terminal de pagamento a meia quadra de sua casa.

Ele podia ver a frustração trabalhando dentro dela. Levantando-se, tomou seu copo e o seu.

—Quem era ela?

—Uma nudista, bailarina de regaço, trabalhava no Sweet Spot, um clube de primeira classe no Lado Oeste.

—Sim, sei onde é —quando ela se girou, com os olhos entrecerrados, lhe deu o vinho—. E sim, resulta ser uma de minhas propriedades.

—Realmente odeio quando passa isto —quando ele só sorriu abertamente para ela, suspirou—. De todos os modos, tinha o turno da tarde, saiu justo antes das cinco. Por isso podemos deduzir, foi diretamente a casa... inspecionou seu AutoChef às seis, aproximadamente no momento que a câmara exterior gravou ao bastardo entrando no edifício.

Eve olhou fixamente seu vinho.

—Eu diria que também ela se perdeu a comida.

—Ele trabalha rápido.

—E contando com uma época muito alegre para isso. Parece-me que quer cumprir com sua cota antes do Ano Novo. Tenho que revisar tudo o dela: seu comunicador, suas finanças, seus arquivos pessoais. Tenho que comprovar o broche. Não chego a nenhuma parte com o traje da Santa ou a grinalda. Como diabos conecto a uma doce ajudante administrativa com uma bailarina de regaço?

—Conheço esse tom —com isto ele se girou e se moveu para seu console—. me Deixe ver o que podemos fazer.

—Não disse nada sobre ti fazendo averiguações.

Ele jogou um rápido olhar em direção a ela.

—Estava implícito. Qual era seu nome?

—Não estava implícito. Sarabeth, uma palavra, sem h intermédia, Greenbalm.                 —Avançou para ficar de pé detrás dele e o console—. Simplesmente deixava correr meus pensamentos em voz alta. A direção é 23B Cento e doze Oeste.

—Tenho-o. O que quer primeiro?

—Posso examinar seu enlace pela manhã. Vê pelo pessoal ou o financista.

—O financista tomaria mais tempo, comecemos com isso.

—Sem presumir —advertiu Eve, logo riu quando ele enroscou uma mão ao redor de sua cintura e atirou dela contra seu flanco.

—É obvio vou presumir. Sujeito, Sarabeth Greenbalm —começou, logo acariciou com o nariz a garganta da Eva—, residente em Cento e doze Oeste —sua mão se deslizou até seu peito—, todos os arquivos financeiros, últimos primeiro transações.

Trabalhando...

—Agora —murmurou, e girou ao Eve até que seus corpos ficaram pegos—. Deveria ter o tempo suficiente para... —sua boca caiu, capturando profundamente a sua e enviando a de cabeça em rápidos giros a algum lugar perto do teto.

Dados completos.

—Bem —lhe mordiscou o lábio inferior—. Possivelmente não exatamente suficiente tempo. Seus dados, Tenente.

Eve se esclareceu garganta, e suspirou.

—É bom —suspirou outra vez—. Quero dizer que é realmente bom.

—Sei —e devido a que ela estava só um pouco desequilibrada ainda, sentou-se, atirando dela até que caiu em seu regaço.

—Ouça, estou aqui trabalhando.

—Eu, também —girando-a para pôr a de frente, começou a lhe mordiscar a nuca—. Trabalharei nisto, você trabalha nisso.

—Não posso enquanto está… —encurvou os ombros, sufocou uma sonrisita, e tratou de concentrar-se nos dados na tela—. Seu gasto maior era o aluguel, seguido de roupa. Tinha a maior parte desses trajes etiquetados como vestuário profissional, pelos impostos. Detenha! —deu-lhe uma palmada nos dedos ágeis que já tinham desabotoado sua blusa até o umbigo.

—Não necessita sua blusa para ler os dados —disse ele razoavelmente, e começou a deslizá-la por seus ombros.

—Olhe, amigo, ainda tenho posto minha arma, assim que… —se levantou de um salto, fazendo-o murmurar um juramento—. Mierda, mierda. Aí está. Filho de puta. Ali está a conexão.

Resignado, abandonou seus pensamentos de seduzir a e voltou sua atenção à tela.

—Onde?

—Ali. Três mil ao Personally Yours por transação eletrônica, faz seis semanas.   —Seus olhos estavam ardentes agora, não com paixão, a não ser com energia, quando se girou para enfrentá-lo—. Ela e Hawley usaram a mesma agência de contatos. Não é uma coincidência. É uma conexão. Necessito seus contatos —murmurou, logo, captando a pergunta do Roarke em seu olhar, meneou a cabeça—. Não, faremo-lo do modo correto. Segundo as regras. Entrarei eu manhã e os obterei.

—Não tomaria muito tempo conseguir acesso.

—Não é legal —lutou por manter sua cara severo quando lhe lançou um   sorriso—. E não é seu trabalho. Mas o aprecio.

—Quanto?

Ela deu um passo atrás, parou-se entre suas pernas, e o olhou.

—O suficiente para te deixar que termine de me cuidar —se sentou, escarranchado sobre ele—;   depois de que eu cuide de ti, é obvio.

—Que tal… —fechou a mão em um punho sobre o cabelo dela e sussurrou sobre sua boca— se nos cuidarmos o um ao outro?

—É um trato.

 

Instalada em seu escritório com os débeis raios do sol invernal entrando pela janela detrás dele, Eve organizou seus dados. Tinha a intenção de lhe entregar um relatório a sua comandante no meio da amanhã e tinha vários impressos que queria preencher primeiro.

—Computador acender. Detalhe os dados da agência de contatos conhecida como Personally Yours localizada na Quinta Avenida em Nova Iorque.

Trabalhando... Personally Yours, fundada em 2052, quinta Localização Avenida, poseída e operada pelo Rudy e Piper Hoffman.

—Alto, Confirmar. O negócio é propriedade do Rudy e Piper Hoffman?

Afirmativo. Rudy e Piper Hoffman, gêmeos, vinte e oito anos. Residência 500 da Quinta Avenida. Continuar exploração no Personally Yours?

—Não, busca e relatório, dados completos dos donos.

Procurando...

Enquanto seu computador fazia malabares com seus chips, levantou-se procurar uma taça de café. Gêmeos, pensou quando o AutoChef concluiu seu pedido. Irmão e irmã. Tinha-os etiquetado como amantes. E agora, voltando atrás, recordou o modo que se haviam meio doido, moveram-se juntos, quão olhadas intercambiaram; perguntou-se se tanto ela como o computador teriam razão.

Era um pensamento que não lhe sentou bem a seu estômago.

Pela extremidade do olho captou um movimento na porta contigüa um instante antes de que Roarke terminasse de entrar.

—bom dia. Está de novo em pé cedo.

—Quero terminar meu relatório preliminar para o primeiro Whitney —tomou seu café do AutoChef, e se tornou atrás o cabelo—. Quer uma taça?

—Sim —tomou a dela, sonriendo quando lhe olhou com o cenho franzido—. Estarei em reuniões a maior parte do dia.

—Que novidade —murmurou ela, e programou a unidade para uma segunda taça de café.

—Mas pode me contatar, se me necessitar.

Ela grunhiu, logo jogou uma olhada quando seu computador assinalou que a busca de dados estava completa.

—Bom. Está bem, tenho... —chiou surpreendida quando ele agarrou o fronte de sua blusa e atirou—. Ouça, que... tenho os dados —exclamou e empurrou a seu marido.

—Eu gosto do modo que cheira pela manhã —se inclinou e cheirou seu cabelo enquanto falava.

—É só sabão.

—Sei.

—te comporte —mas maldição, seu sangue bulia e pulsava rapidamente—. Tenho trabalho —murmurou ainda quando seus braços o rodeavam.

—Eu também. Te sinto falta de, Eve —apartou sua taça a um lado para poder abraçá-la, só abraçá-la.

—Suponho que ambos estivemos ocupados o último par de semanas —se sentia tão bem apoiar-se contra ele e só estar assim—. Não posso deixar este caso agora.

—Não espero que o faça —pelo prazer disso, esfregou sua bochecha contra a sua—; não quereria que o fizesse —mas o que o último caso lhe tinha feito, era o que inquietava a mente e o coração do Roarke—. Me contento te roubando um momento aqui e lá —se tornou para trás, beijou-a—. Sempre tive boa mão para roubar... algo.

—supõe-se que não me tem isso que recordar —e, sonriendo, emoldurou sua cara com suas mãos.

Da entrada, Peabody os olhou. Era muito tarde para retroceder, e também muito logo para entrar. Embora só estivessem de pé, as mãos dele nos ombros do Eve, e as dela em suas bochechas, Peabody o encontrou um momento tão íntimo que intuiu que tinha sua cara ruborizada e seu coração suspirando pela inveja.

Perplexa, fez a única coisa em que pôde pensar, fingiu, e tossiu ligeiramente envergonhada pela intromissão.

Roarke baixou suas mãos dos braços do Eve, e sorriu para a entrada.

—bom dia, Peabody. Café?

—Um, sim. Obrigado. Uh… faz bastante frio.

—Sério? —disse Roarke quando Eve retrocedeu para seu escritório.

—Sim, não se supunha que gelasse. Poderíamos ter algumas rajadas de neve esta tarde.

—O que é, o Serviço Meteorológico Nacional? —perguntou Eve, logo lhe jogou um bom olhar a seu ajudante. A cara do Peabody estava ruborizada, seus olhos suaves, e suas mãos afanosamente jogavam com seus botões de cobre—. O que passa?

—Nada. Obrigado —disse quando Roarke lhe trouxe uma taça de café.

—De nada. Deixarei-as trabalhar.

Quando avançou para a porta contigüa e a fechou, Peabody suspirou.

—Não sei como pode recordar seu nome quando lhe olhe do modo que o faz.

—Se o esquecimento, ele me recorda isso.

Embora ouviu o humor sardônico na voz do Eve, Peabody se aproximou.

—Como é?

—O que? —jogando uma olhada, Eve captou a intensidade nos olhos de seu ajudante e se encolheu de ombros incómodamente—. Peabody, temos trabalho aqui.

—Não é disso do que se trata? —Interrompeu Peabody—. Acaso não tem o que essas duas mulheres procuravam?

Eve abriu sua boca, logo a fechou outra vez. Jogou uma olhada para as portas comunicantes, viu que Roarke as tinha fechado, mas não as tinha encaixado os ferrolhos.

—É mais do que pensa que pode ser —se ouviu dizer—. Troca tudo, e determina tudo o que importa. Talvez nunca volte a ser a mesma, e talvez uma parte tua sempre tem medo do que aconteceria sim... mas ele sempre vai estar ali. Todo que tem que fazer é estender a mão, e ele vai estar ali.

Surpreendida de si mesmo, colocou as mãos nos bolsos.

—Pode procurar nos dados extraídos do sistema e extrair aqueles que façam jogo quanto a personalidade e estilos de vida? Não sei. Mas temos a duas mulheres mortas que pensaram que valia um intento. Saca uma cadeira, Peabody, e vejamos o que obtemos.

—Sim, senhor.

—Faremos uma investigação completa do Jeremy Vandoren. Instintos à parte, temos que confirmá-lo ou eliminá-lo. Uma vez que tenhamos os dados completos dos cinco candidatos da lista do Hawley, faremos outra visita ao Personally Yours.

—Detetive McNab, reportando-se.

Eve levantou o olhar e viu o Ian McNab entrar pavoneando-se no quarto. Tinha um grande e satisfeito sorriso em sua bonita cara, um colete até o joelho em fúcsia gritão sobre um macaco verde natalino, e uma cinta a raias de ambas as cores atando seu comprido e brilhante cabelo dourado.

Sentindo que Peabody ficava rígida como o haste de uma bandeira a seu lado, Eve quase suspirou.

—Como está, McNab?

—Bem, Tenente. Ouça, Peabody —piscou os olhos presumidamente, logo apoiou um quadril no escritório—. O capitão Feeney disse que poderia me utilizar neste caso da Santa. Estou aqui para servir. Há algo para comer?

—Olhe o que há no AutoChef.

—Magnífico. Trabalhar para ti, Dallas, tem suas vantagens —ele meneou as sobrancelhas sugestivamente para o Peabody logo se moveu para procurar o café da manhã.

—Se for usar a esse cabeça de chorlito —murmurou Peabody— por que não pode trabalhar da DDE?

—Porque eu gosto de te irritar, Peabody. É meu objetivo principal na vida. Já que está aqui, McNab —seguiu Eve— pode assumir o controle das pesquisas. Peabody e eu temos que sair.

—Simplesmente coloca-os em fila —disse ele, mordendo um enorme pão-doce de arándano—. E os voltearei um a um

—Quando tiver terminado de te abarrotar —disse Eve brandamente— revisa os nomes do arquivo Hawley... todos os dados.

—Fiz-o com o ex ontem à noite —disse ele com a boca enche—. Não pude encontrar nada estranho em seu álibi até agora.

—Bem —ela apreciou a rapidez, mas decidiu não mencioná-lo e ter ao Peabody pondo má cara todo o dia—. Te enviarei outra lista de fora... revisa esses nomes, logo faz uma comprovação cruzada entre as listas. lhe jogue um bom olhar aos gêmeos Hoffman, Rudy e Piper. Quero algo que faça ruído. E revisa isto.

voltou-se para seu computador, abriu o arquivo de evidência, e projetou um holograma do segundo broche.

—Quero saber quem fez esta peça, quantas foram fabricadas, onde foram vendidas, quantas foram vendidas, e a quem. Comprovação cruzada com o primeiro alfinete encontrado no corpo do Hawley. Tem-no, McNab?

—Senhor —tragou depressa, logo deu um toque de dedo a sua têmpora—. Cada parte.

—me consiga um nome que conecte com ambas as listas e a bagatela, e procurarei que tenha pão-doces frescos cada manhã pelo resto de sua vida.

—Esse sim que é um incentivo —ele moveu seus dedos—. me Deixe nisso.

—Vamos, Peabody —Eve se levantou, agarrou sua bolsa—. Não incomode ao Roarke, McNab —advertiu e encabeçou a saída.

—Vê-te bem, Cuerpazo —disse McNab quando Peabody chegou à porta. Ela grunhiu, vaiou, pisou em forte, e o abandonou sentindo-se satisfeita.

—A DDE está cheia de detetives com classe, já sabe —se queixou Peabody enquanto baixavam—. Como é que temos que agüentar ao único imbecil da divisão?

—Pura sorte, suponho —Eve desprendeu sua jaqueta do pilar da escada, e a pôs enquanto saíam—. Cristo, está gelando aqui fora.

—Realmente deveria ter uma jaqueta mais abrigada, Tenente.

—Estou acostumada a esta —mas se deslizou no carro rapidamente—. Calor, por amor de Deus —ordenou—. Vinte e quatro graus.

—Amo esta unidade —Peabody se acurrucó no assento—. Todo funciona.

—Sim. Mas carece de caráter —logo Eve olhou para baixo com prazer quando seu enlace assinalou um entrante—. Agarra isto —disse ao Peabody—. Tela entrante—ordenou enquanto conduzia através as portas.

—Dallas? Dallas? Maldita seja —a cara atrativa e irritada da repórter estrela da tela Nadine Furst alagou o monitor—. Acabo de chamar a sua casa. Summerset disse que está caminho a algum sítio. Responde o maldito enlace, por favor?

—Não acredito.

—Maldição, essas unidades policiais que vocês dirigem nunca funcionam.

Peabody e Eve intercambiaram divertidos sorrisos enquanto Nadine seguia protestando.

—Suponho que recebeu um soprou sobre o caso.

—Seguro —confirmou Eve—. Agora quer me amassar por informação para sua edição de meia amanhã, e irá como um sabujo detrás de mim para a edição do meio-dia.

—Dallas, necessito mais dados das mulheres que foram assassinadas. Estão unidos os casos? Venha já, Dallas, sou seu amiga. Tenho que subir meu índice de audiência de meia amanhã.

—Você o disse —disse Eve complacentemente quando se meteu entre o tráfico.

—Porá-te em contato, verdade? Podemos nos juntar. Estou com o fechamento aqui.

—Meu coração sangra —Eve bocejou quando Nadine se despediu.

—Eu gosto dela —comentou Peabody.

—Também a mim. É imparcial, precisa, e boa no que faz. Mas isso não significa que vou perder tempo lhe aumentando o índice de sintonia como uma imbecil. Se a evitar durante um par de dias, investigará-o por si mesmo. Vejamos o que pode nos dar em troca.

—É ardilosa, Tenente. Eu gosto disso de ti. Mas sobre o McNab...

—Vive com isso, Peabody —sugeriu, e acelerou para um lugar no segundo nível do estacionamento sobre a Quinta.

No interior foi diretamente ao tubo, entrou, enganchou os polegares nos bolsos, e tolerou o passeio até o nível do escritório do Personally Yours.

Atendendo a recepção estava um jovem deus com ombros do tamanho de uma montanha, pele da cor do rico chocolate suíço, e olhos como moedas de ouro antigas.

—Deixa de tremer —murmurou Eve, e Peabody só grunhiu em resposta.

—Diga ao Rudy e Piper que a Tenente Dallas e seu ajudante estão aqui.

—Tenente —seu sorriso era sonhador e lânguido—. O sinto, mas Rudy e Piper estão em consultas com clientes.

—lhes diga que estou aqui —repetiu Eve—. E que têm outro cliente menos.

—É obvio —ele assinalou para a área de espera à esquerda—. Por favor fiquem cômodas. Senta-se livre de ordenar um refresco enquanto esperam.

—Não me faça esperar muito tempo.

Ele não o fez. Aos cinco minutos, e antes de que Peabody pudesse debilitá-lo bastante para pedir um pouco chamado Espuma de Nata de Framboesa, tanto Rudy como Piper avançaram pela área do vestíbulo.

Vestiam de branco outra vez, túnicas até os tornozelos agora, com o Piper animando a sua com uma banda azul de seda. Cada um tinha posto só um aro de ouro na orelha direita... companheiro do outro.

O que fez que a pele do Eve se arrepiasse.

—Tenente —falou Rudy, mantendo uma mão no ombro do Piper—. Estamos um pouco apurados esta manhã. Temos um horário muito apertado.

—Só se apertou mais. Quer fazer isto aqui, ou em privado?

Um débil indício de irritação oscilou nos olhos exóticos do Rudy, mas gesticulou elegantemente para o vestíbulo que conduzia a seus escritórios.

—Sarabeth Greenbalm —começou Eve ao minuto que a porta se fechou em suas costas—. Foi encontrada assassinada ontem. Era clienta dela.

—OH Deus, OH meu Deus —imediatamente Piper se desabou em uma ampla cadeira branca e cobriu sua cara com suas mãos.

—te tranqüilize —Rudy passou uma mão sobre o cabelo do Piper, acariciou-lhe a nuca—. Está segura que era uma clienta?

—Sim. Quero seus contatos. Quem de vocês trabalhou com ela?

—Eu teria que ter sido —Piper deixou cair suas mãos em seu regaço. Os olhos verdes profundos brilharam com lágrimas, e sua boca de ouro pálido tremeu—. Trabalho com os candidatos femininos, Rudy com os masculinos, a menos que o solicitem de outro modo. Freqüentemente encontramos que as pessoas discutem suas necessidades românticas e sexuais mais comodamente falando com um membro do mesmo sexo.

—Bem —Eve manteve seus olhos na cara do Piper e tratou de não notar o modo que sua mão se estendeu até ser tragada por seu irmão.

—A lembrança. Sarabeth. A lembrança porque esteve descontente com os dois primeiros candidatos. Queria um reembolso total.

—Conseguiu-o?

—Temos uma política firme contra reembolsos uma vez que o cliente começou a explorar os candidatos —Rudy deu à mão de sua irmã um apertão para tranqüilizá-la, logo avançou para seu console.

—Já vejo. Nenhum de vocês mencionou que eram os donos da companhia.

—Você não perguntou —disse Rudy simplesmente enquanto extraía os dados que Eve tinha solicitado.

—Quem além de vocês dois teria acesso aos dados do cliente?

—Temos trinta e seis assessores —começou Rudy—. depois da investigação inicial, na qual Piper e eu intervimos pessoalmente, os candidatos são atribuídos ao assessor que se advém a maior parte de suas necessidades. Nossos assessores são investigados, treinados, e certificados, Tenente.

—Quero seus nomes, e seus dados completos.

Seus olhos se entrecerraron, parecendo cobrir-se de gelo.

—Não posso estar de acordo com isto. Essa classe de invasão à intimidade de nosso pessoal é insultante.

Eve inclinou sua cabeça.

—Peabody, solicite uma ordem, busca e expropriação de todos os arquivos de pessoal e listas de clientes, para o Personally Yours. Registre um relatório nos casos Hawley e Greenbalm, e que a ordem seja notificada diretamente através de meu comunicador. E que seja rápido.

—Em seguida, Tenente.

—Rudy —retorcendo suas mãos, Piper se levantou—. É necessário?

—Acredito que sim —levantou uma mão, tomando a sua quando avançou para ele—. Se nossos arquivos devem ser parte de uma investigação policial, quero que tudo seja documentado. Desculpo-me pelo que poderia parecer uma falta de cooperação e compaixão, Tenente Dallas, mas tenho muchísima gente que proteger.

—Eu também —quando o comunicador emitiu um sinal sonoro, Piper se sobressaltou—. me Perdoem —Eve lhes voltou as costas e o tirou de seu bolso—. Dallas.

—Identificamos a maquiagem usada no Hawley —Dickie franziu o cenho pela tela—. A marca é Natural Perfection. Uma mierda cara, como pensei.

—Bom trabalho, Dickie.

—Sim, custou-me horas extras, e tenho que fazer as compras de Natal. O relatório preliminar indica que o material no Greenbalm era da mesma marca. Tem que comprar essa mierda em salões ou um centro de realce. Não pode consegui-lo em lojas regulares, nem sequer de alta qualidade, ou da tela.

—Bom, isso o fará mais fácil de rastrear. Quem o fabrica?

Seu cenho se transformou em uma ampla, malvado sorriso.

—Renaissance Beauty and Health, uma divisão do Kenbar, que é um ramo de Indústrias Roarke. Não conhece tudo o que tem seu homem, Dallas?

—Maldição —foi tudo o que Eve disse, e cortou a transmissão antes de girar-se—. Algum dos salões neste edifício vende produtos Natural Perfection?

—Sim —Piper se apoiou contra Rudy de uma maneira que fez o estômago do Eve desse um tombo—. Essa linha é exibida no All Things Beautiful, no décimo nível.

—Estão relacionados com o salão?

—É um negócio separado, mas mantemos relações com todos os salões e lojas do edifício —Rudy se moveu para o console, abriu um compartimento, e selecionou um brilhante folheto ilustrado com um disco anexo—. Temos disponíveis pacotes que incluem atenção em algum dos salões e certificados para presentes junto com consultas aqui —disse quando ofereceu ao Eve o material.

—All Things Beautiful —continuou ele— é o salão mais exclusivo do edifício. Também oferecem pacotes que incluem uma consulta conosco em seu plano Dia de Diamante.

—Que conveniente.

—É um bom negócio —foi a resposta do Rudy.

—A autorização se passou, Tenente —Peabody guardou seu próprio comunicador outra vez—. Processando a transmissão agora.

 

—Entrega todos esses dados ao McNab —ordenou Eve ao Peabody quando estavam no tubo outra vez.

—Todos?

Eve não esbanjou muita compaixão apesar dos olhos aumentados, e sobressaltados do Peabody.

—Todos. Começa com os candidatos do Greenbalm, logo lhe dê o do pessoal. Vê dali à lista de clientes, um ano atrás. Pressinto que nosso homem apareceu faz bastante pouco.

—vai tomar vinte ou trinta minutos.

—Então encontra um lugar tranqüilo e começa. Me baixo aqui. me encontre no salão quando tiver terminado de transferir os dados.

—Sim, senhor.

—E te anime, Peabody. Fazer panelas não é atrativa.

—Não faço panelas —disse Peabody com alguma dignidade—. Chio. Como com meus dentes —suspirou audiblemente quando o tubo se fechou outra vez.

O nível de salão cheirava a bosques e prados. O sistema de som reproduzia música suave, um tinido de liras e flautas. O estou acostumado a era um tapete com a cor e a consistência de pétalas de rosa esmiuçados. As paredes eram de um lânguido prateado, e empapadas com o fluxo água que corria lentamente e se alimentava de um estreito canal que rodeava o piso inteiro. Cisnes do tamanho da palma da mão, em tons bolos, deslizavam-se sobre sua superfície.

Havia seis salões em total, cada um com arcadas de vidro rodeadas de exóticas videiras. Eve reconheceu a imitação de Casulo Imortal que tinha sido guiada para dispor-se em espiral em cima da magra curva dourada que rodeava a entrada do All Things Beautiful.

Imagine, pensou. Aquela flor em particular lhe tinha causado muitos problemas um tempo atrás.

Comporta-as se separaram correntemente quando se aproximou. No interior, a área do vestíbulo era ampla e suntuosa, com poltronas profundas e amaciadas em verdes pálidos. Cada uma com seu próprio sistema de mini-tela e comunicação. As talhas e esculturas apresentavam nus em bronze.

Uns poucos droides foram daqui para lá levando refrigérios, material de leitura, óculos de realidade virtual e o que fora que os clientes pedissem para sua diversão enquanto eram polidos.

Duas das cadeiras estavam ocupadas por mulheres que conversavam distraídamente e bebiam a sorvos algo que parecia espuma de mar enquanto esperavam seus tratamentos. Ambas levavam postas batas rosadas felpudas com o nome do salão discretamente gravado na lapela.

—Posso ajudá-la, senhora? —a mulher detrás de um console em forma de Ou deu aos desbotados jeans do Eve, danificada-las botas, e desordenado cabelo um lento estudo, medindo-a com seus brilhantes olhos chapeados. Os olhos a avaliaram através das mechas em forma de “S” que serpenteavam por seu arbusto de cabelo magenta.

—Posso assumir que você vem por nosso pacote Mulher Total?

Eve sorriu agradavelmente.

—É uma indireta?

A mulher piscou com uma rajada de pestanas chapeadas.

—Perdão?

—Não importa, irmã. Quero falar de sua linha Natural Perfection.

—Sim, é obvio. É a melhor linha de cosmética e realce que o dinheiro pode comprar. Estarei encantada de arrumar que um assessor fale com você. Quer uma entrevista?

—Sim —Eve deixou cair sua insígnia sobre o console—. Agora estaria bem.

—Não entendo.

—Posso ver isso. me busque a quem quer que dirija este lugar.

—me perdoe um momento —a mulher se moveu em seu tamborete alto e falou brandamente por seu comunicador—. Simon, poderia vir por favor?

Com seus polegares em seus bolsos dianteiros, Eve se balançou em seus talões e estudou as elegantes garrafas e tubos no mostruário giratório detrás do console.

—O que é todo isso?

—Aromas personalizados. Introduzimos sua personalidade e rasgos físicos em um programa e criamos uma fragrância que é unicamente dela. A vasilha é de sua eleição. Cada um é único em sua classe e, uma vez selecionado, nunca será feito outra vez.

—Interessante.

—Constituem presentes muito especiais —disse arqueando uma muito magro retrocede—, mas são muito exclusivos e caros.

—Sério? —Irritada pelo sarcasmo, Eve lhe lançou uma fera olhar—. Quero um.

—Naturalmente a compra deve ser paga adiantado antes da programação.

Seriamente irritada, Eve imaginou agarrar um punhado desse cabelo rígido e veteado e golpear a perfeita cara zombadora firmemente contra o console. Deu um passo para diante, quando umas pegadas apressadas soaram detrás dela.

—Yvette, qual é o problema? Estou arrasado lá atrás.

—Ela é o problema —disse Yvette com um sorriso afiado.

Eve girou e conseguiu uma completa vista do magnífico Simon.

Os olhos foram o primeiro que lhe chamou a atenção. Eram de um pálido, quase translúcido azul, emoldurados por escuras pestanas grosas e magras sobrancelhas de ébano que alcançavam seu ponto máximo ao médio. Seu cabelo era de um brilhante vermelho rubi, afastado de sua frente e têmporas e penteado para cair em uma cascata de cachos elásticos pelo meio de suas costas.

Sua pele tinha o brilho dourado que indicava ou uma herança multirracial ou uma tez tinta. Sua boca estava grafite de um bronze profundo, e montando ao longo de seu proeminente maçã do rosto esquerdo tinha um unicórnio branco com corno de ouro e cascos.

Uma capa azul elétrico cobria seus ombros. Baixo ela tinha posto um skinsuit de cor amarela esverdeado e raias chapeadas com um profundo decote. Um matagal de cadeias de ouro deslumbravam contra seu impressionante peito. Inclinou sua cabeça, fazendo dançar seus compridos pendentes de oro em suas orelhas enquanto punha uma mão em seu magro quadril e estudava ao Eve.

—E o que posso fazer por você, coração?

—Quero...

—Espere, espere! —ele levantou ambas as mãos, com as Palmas para fora, revelando uma cadeia de corações e flores tatuada ali—. Conheço essa cara—. Com uma sacudida dramática de sua cabeça, rodeou ao Eve lhe lançando uma ligeira rajada de seu aroma.

Ameixas, pensou. O tipo cheirava a ameixas.

—Os rostos —seguiu ele enquanto os olhos do Eve se entreabriam— são, depois de tudo, minha arte, meu negócio, minha mercadoria e ofício. Vi o seu. Sim, em efeito, tenho-o feito.

Repentinamente, agarrou a cara do Eve entre suas mãos e se inclinou até que ficaram quase nariz com nariz.

—você olhe, amigo...

—A esposa do Roarke! —disse chiando, logo lhe plantou um beijo suculento e sonoro na boca, retrocedendo de um salto antes deque ela pudesse lhe lançar um impulsivo Essa murro é você! Querida —cantarolou ele, girando com as mãos cruzadas em seu coração para a recepcionista—. A esposa do Roarke está em nosso humilde salão.

—A esposa do Roarke? —Yvette se ruborizou furiosamente, logo perdeu toda a cor—. Vá —murmurou e pareceu doente.

—Sinta-se, deve sentar-se e me dizer tudo o que deseja —passou um braço ao redor dos ombros do Eve e começou a levá-la para uma poltrona—. Yvette, sei boa e cancela todas minhas consultas. Querida senhora, sou dele. Por onde começamos?

—Você pode começar retrocedendo, sabichão —se soltou de seu braço, e com um pouco de pena tirou sua insígnia em vez de sua arma—. Estou aqui por um assunto policial.

—OH, OH Deus meu —Simon se aplaudiu as bochechas—. Como poderia havê-lo esquecido? A esposa do Roarke é a melhor de Nova Iorque. me perdoe, coração.

—Meu nome é Dallas, Tenente Dallas.

—É obvio —então sorriu docemente—. Perdoe, Tenente. Meu entusiasmo... Tendo a me emocionar. Vendo-a aqui, perdi a cabeça, compreenda. Olhe, você está em nossa lista dos dez desejos, junto com a Primeira Dama e Slinky LeMar, reina-a do vídeo —acrescentou quando os olhos do Eve permaneceram entrecerrados—. É uma associação excelente.

—Correto. Necessito sua lista de clientes da linha Natural Perfection.

—Nossa lista de clientes —pôs uma mão em seu coração outra vez, e se sentou. Tocou a tela de vídeo e cravou no menu—. Um refrigerante de limão. Por favor, Tenente, permita que lhe ofereça algo de beber.

—Estou bem —Mas porque se via humilde e não parecia planejar agarrá-la outra vez, sentou-se frente a ele—. Necessito a lista, Simon.

—Está permitido perguntar por que?

—Investigo um homicídio.

—Um assassinato —sussurrou, e se aproximou—. Sei que é atroz, mas o encontro terrivelmente emocionante. Sou um ávido admirador do misterioso e os vídeos policiais —lhe ofereceu outra vez esse sorriso doce e, apesar de si mesmo, ela se apaziguou.

—É um pouco diferente que um vídeo, Simon.

—Sei, sei. Sou horroroso. Morboso. Mas não posso imaginar como uma linha de cosméticos e realce... —seus olhos se abriram de par em par e brilharam—. Veneno? Foi veneno? Alguém acrescentou veneno aos tinturas labiais. A vítima se preparou para uma gloriosa noite na cidade... possivelmente usou Vermelho Radical, ou não, não, Bronze Sensacional, logo...

—Controle-se, Simon.

Suas pestanas revoaram, ruborizou-se, logo riu calorosamente entre dentes.

—Deveriam me surrar —sem jogar uma olhada, agarrou um copo alto, magro de líquido amarelo pálido que o droide levou até sua cadeira—. É obvio, cooperaremos, Tenente, de qualquer forma que possamos. Eu deveria lhe advertir que nossa lista de clientes é bastante extensa. Se pudesse me dar produtos específicos, poderíamos rebaixá-la grandemente.

—Dê-me completa isso no momento, logo verei o que posso fazer.

—Como ordeno —se levantou, fez uma reverência, logo se deslizou detrás do console—. Yvette, dá à querida Tenente Dallas algumas mostra enquanto realizo esta pequena tarefa para ela. É um doce.

—Não necessito nenhuma amostra —Eve logo que sorriu ao Yvette—. Mas quero o perfume de que falávamos.

—É obvio —a recepcionista quase se ajoelhou aos pés do Eve—. Seria para você?

—Não, é um obséquio.

—E um muito pessoal. —Yvette tirou um computador pessoal de seu bolso—. Homem ou mulher?

—Mulher.

—Poderia me dar três de seus rasgos mais fortes de sua personalidade? Como valente, tímido ou romântico.

—Inteligente —disse, pensando na doutora Olhe—. Compassiva. Íntegra.

—Muito bem. Agora algo do físico?

—De estatura medeia, magra, cabelo castanho, olhos azuis, compleição magra.

—Está muito bem —disse Yvette. Para um relatório policial, pensou desgostada—. De que tom marrom é seu cabelo? Como o leva?

Eve protestou entre dentes. Fazer compras natalinas era algo duro. Fazendo todo o possível, concentrou-se e descreveu a melhor perfilista e psiquiatra da cidade.

Quando Peabody entrou, ela escolhia a vasilha e esperava que Simon trouxesse a cópia impressa e o disco.

—Esteve às compras outra vez.

—Não, comprei outra vez.

—Entregaríamos isto em sua casa ou em seu escritório, Tenente?

—Em minha casa.

—Quisesse-o envolto para presente?

—Maldição. Sim, sim, envolva-o. Simon, e esses dados?

—estão-se imprimindo, querida Tenente —ele elevou a vista, sonriendo radiantemente—. Estou tão feliz por poder lhe ajudar neste assunto —colocou os papéis e o disco em uma bolsa de compras dourada—. Acrescentei algumas mostra. Penso que as encontrará perfeitas. Naturalmente —riu ante sua própria brincadeira enquanto acontecia a bolsa ao Eve—. Espero que me mantenha informado. Por favor, retorne sempre que quiser, em qualquer momento. Adoraria trabalhar em você.

 

Um oceano humano alagava a Quinta Avenida. A gente pululava pelas calçadas, deslizava-se, obstruíam as intercessões e se aglomeravam ante as cristaleiras, todos apurados para entrar nas lojas e comprar.

Alguns, já carregados como mulas de carga com bolsas de compras, davam cotoveladas e empurravam entre as ondas de pedestres, lutando desesperadamente por conseguir um táxi.

Os pequenos dirigíveis publicitários no céu animavam às massas para um frenesi de compras com anúncios competidores de vendas e produtos sem os que nenhum consumidor poderia viver.

—Estão todos loucos —decidiu Eve enquanto contemplava uma pequena correria para um maxibús que se dirigia ao centro da cuidem—. Todos.

—Você comprou algo faz vinte minutos.

—De forma civilizada e digna.

Peabody se encolheu de ombros.

—Eu gosto das multidões em Natais.

—Então estou a ponto de te fazer muito feliz. Saiamos.

—Aqui?

—Está tão perto que para que vamos ir em veículo —Eve colocou seu carro pela corrente de gente e avançou pouco a pouco até deter-se na Quinta e Cinqüenta e um—. O do joalheiro está só umas quadras mais abaixo. Faremos melhor tempo a pé.

Peabody se preparou para sair, e alcançou as largas pernadas do Eve na esquina. O vento corria rua abaixo como um rio por um canhão e pôs a ponta de seu nariz rosado antes de que tivessem caminhado uma quadra.

—Ódio esta mierda —resmungou Eve—. A metade desta gente nem sequer vive aqui. Chegam de todas malditas partes e voltam para obstruir as ruas cada maldito dezembro.

—E deixam cair uma boa tonelada de dinheiro em nossa economia.

—Provocam atrasos, pequenos delitos, e acidentes de tráfico. Tenta ir por volta dos subúrbios às seis da tarde. É horrível —franzindo o cenho, caminhou através do vapor que despedia a carne que se assava em um assador guia de ruas na esquina.

Um grito a fez jogar uma olhada à esquerda a tempo de ver uma rixa. Levantou uma sobrancelha com sereno interesse enquanto um ladrão guia de ruas em um aerodeslizador derrubava a um par de mulheres, arrebatava-lhes as bolsas que podia alcançar, agarrava ambos os moedeiros, e se afastava voando ao ras do chão por entre a multidão.

—Senhor?

—Sim, tenho-o —Eve notou o sorriso de triunfo do ladrão quando ele se moveu através da multidão, ganhando velocidade quando se separavam de seu caminho.

Ele se agachou, girou, evadiu-se e logo trocou de direção direito para o Eve. Seus olhos se encontraram durante um segundo breve, os dele brilhantes de entusiasmo, os dela precisos e equânimes. Eve girou e o deteve com um murro que o derrubou. Girou e lançou seu pequeno braço, com sua mão fortemente empunhada. De haver uma multidão menos matizada, ela pensou que se deslocou ao menos uns três metros. Em lugar disso, caiu em meio de um grupo de gente, de barriga para baixo e com os patins ainda zumbindo de cara ao céu.

O sangue saía a fervuras de seu nariz. Seus olhos ficaram em branco.

—Vê se pode conseguir um poli que esteja fazendo sua ronda para que fique aqui e cuide deste imbecil —Eve flexionou os dedos, fez girar seu ombro, logo distraídamente pôs o pé sobre o estômago do ladrão quando começou a gemer e retorcer-se—. Sabe o que, Peabody? Sinto-me muito melhor agora.

 

Mais tarde, Eve pensou que prender o ladrão tinha sido o ponto alto de seu dia. Não conseguiu nada do joalheiro. Nem ele nem seu arisco dependente recordaram algo sobre o cliente que tinha pago em dinheiro pelo alfinete da perdiz. Era Natal, queixou-se o joalheiro, enquanto seu vendedor registrava as vendas com a velocidade e a precisão de um droide contável. Como se supunha recordaria um transação?

Eve sugeriu que o pensasse mais, e ficasse em contato com ela quando sua memória se limpasse. Logo terminou por comprar uma cadeia de cobre para brinca para o amante do Mavis, Leonardo... para desgosto do Peabody.

—Agarra algum transporte, volta para a casa, e trabalha com o McNab.

—por que melhor não me dá um murro na cara?

—Dirige-o, Peabody. Vou à Central. Terei que lhe dar ao Whitney um relatório atualizado, e quero ver olhe, para que comece a fazer um perfil.

—Talvez escolherá mais presentes natalinos pelo caminho.

Eve se deteve ante seu veículo.

—Foi um sarcasmo?

—Não acredito. Foi muito direto para ser um sarcasmo.

—Encontra uma coincidência nessas listas, Peabody, ou começamos a entrevistar corações solitários.

Eve deixou ao Peabody dando cotoveladas para abrir-se caminho por volta da Sexta e agarrar um maxibús para os subúrbios. Tirou seu comunicador enquanto se dirigia em direção contrária, e acordou as duas reuniões.

Revisou as chamadas entrantes, escutou a voz acossada do Nadine, e decidiu lhe dar à repórter uma oportunidade.

—Deixa de gemer, Nadine.

—Dallas, Cristo, onde estiveste?

—Mantendo a cidade segura para ti e os teus.

—Olhe, tenho apenas o tempo suficiente para utilizar algo em meu relatório do meio-dia. me dê uma linha.

—Só prendi um assaltante na Quinta.

—Não é divertido, estou contra a parede. Qual é a conexão entre os dois assassinatos?

—Quais dois assassinatos? Conseguimos muitos corpos nesta época do ano. O Natal tira aquele louco espírito festivo.

Nadine grunhiu audiblemente.

—Hawley e Greenbalm. Venha, Dallas. Duas mulheres estranguladas. Isso foi tudo o que consegui. É a investigadora principal em ambos os casos. Ouvi que houve assalto sexual. Confirma-o?

—O Departamento não confirmará ou negará nada neste momento.

—Violação e sodomia.

—Nenhum comentário.

—Maldição, por que essa atitude?

—Não tenho tempo nem de respirar agora mesmo. Trato de deter um assassino, Nadine, e pelo resto não me preocupa o índice de audiência do Canal 75.

—Pensei que fomos amigas.

—Suponho que o somos, e devido a isso, quando tiver algo que facilitar, terá-o.

Os olhos do Nadine se iluminaram.

—Primeira, uma exclusiva?

—Não siga saturando meu enlace.

—Em privado, Dallas. me deixe arrumá-lo. Posso estar na Central de Polícia à uma.

—Não. Avisarei-te quando e onde, mas não tenho tempo para ti hoje —e o tempo, pensou, era o fator mais importante. Ninguém sabia investigar tão rápido ou tão profundamente como Nadine Furst—. Não vê ninguém em particular estes dias, Nadine?

—Ver alguém... para me citar ou dormir com ele? Não, não em particular.

—Alguma vez o tentou com uma dessas agências de contatos?

—Por favor —as pestanas do Nadine revoaram quando levantou sua mão para examinar sua manicura—. Acredito que posso encontrar meus próprios homens.

—Só era um pensamento. ouvi que são populares —Eve fez uma pausa e viu os olhos do Nadine estreitar-se e brilhar—. Poderia querer tentá-lo.

—Sim, poderia fazer isso. Obrigado. Tenho que correr. Estou ao ar em cinco.

—Uma coisa. Tenho que comprar um presente de Natal?

As sobrancelhas do Nadine se elevaram, seus lábios se curvaram em um amplo sorriso.

—Absolutamente.

—Maldição, me temia —franzindo isso o cenho, Eve cortou a transmissão e conduziu para a garagem da Central de Polícia.

Em caminho ao escritório do Whitney, agarrou uma barra energética e um tubo de uma Cauda Extra-Faísca de uma máquina vendedora. tragou-se a barra, bebeu-se o refresco, e como resultado caminhou para o escritório do Whitney sentindo-se ligeiramente doente.

—Qual é a situação, Tenente?

—Tenho ao McNab da DDE trabalhando com meu ajudante no escritório de minha casa, comandante. Temos as listas do Personally Yours de cada vítima. Esperamos conseguir uma conexão. Ainda trabalhamos nas jóias que deixou nas vítimas, e temos a marca e a provável fonte dos cosméticos que utilizou.

Ele assentiu. Whitney era um homem forte, de textura grande, afável, tez escura e olhos cansados. Pela janela em suas costas, Eve podia ver a cidade... o constante fluxo de tráfico aéreo ao redor dos edifícios; as pessoas circulando ao redor dos escritórios detrás de outras janelas. Sabia que se alguém se aproximava até essa janela, podia olhar e ver a rua abaixo. Todas as pessoas apressando-se ao longe. Todas as vistas que necessitavam amparo.

como sempre, pensou que preferia seu escritório estreito e sua vista limitada.

—Sabe quantos turistas e consumidores de fora do estado vêm à cidade semanas antes de Natal?

—Não, senhor.

—O prefeito me deu o número estimado esta manhã, quando chamou para me informar que a cidade não podia permitir um assassino múltiplo espantando os dólares arrecadados nas festividades —seu sorriso era afiado e sem senso de humor—. Ele não pareceu, nesse ponto, estar muito preocupado pelas residentes da cidade violadas e estranguladas, mas sim pelos dolorosos efeitos secundários que tais acontecimentos poderiam causar se os meios jogam com o ângulo de um Santa assassino.

—Os meios não estão inteirados desse ângulo neste momento.

—Quanto tempo temos antes de que se filtre? —Whitney se tornou para trás, mantendo seus olhos impassíveis no Eve.

—Talvez um par de dias. O canal 75 já tem a informação de que são homicídios sexuais, mas seus dados são desiguais neste ponto.

—vamos ver se podemos manter o desse modo. Quanto, antes de que ele ataque outra vez?

—Esta noite. Amanhã como máximo —não há modo de detê-lo, pensou, e viu, pela cara do Whitney, que ele entendia.

—A agência de contatos é a única conexão que tem.

—Sim, senhor. Neste momento. Nada indica que as vítimas se conhecessem. Viviam em partes diferentes da cidade, e se moviam em círculos muito diferentes. Não eram de um mesmo tipo físico.

Fez uma pausa, esperando, mas Whitney não disse nada.

—vou consultar com Olhe —seguiu Eve—. Mas em minha opinião, ele já estabeleceu uma pauta e uma meta. Quer doze em ou antes de fim de ano. Isso é menos de duas semanas, por isso se tem que mover rapidamente.

—você faça-o também.

—Sim, senhor. A origem de suas vítimas tem que ser Personally Yours. localizamos os cosméticos utilizados nas vítimas. Os lugares de compra na cidade são bastante limitados. Temos os alfinetes que deixou em ambos os sítios —então exalou—. Sabia que poderíamos rastrear os cosméticos; deixou os alfinetes deliberadamente. sente-se seguro de que há talher seus rastros. Se não encontrarmos uma coincidência dentro das seguintes vinte e quatro horas, nossa melhor defesa poderiam ser os meios.

—E lhes dizer o que? Se você vá a um homem gordo em um traje vermelho, chame à polícia? —Ele se levantou de seu escritório—. Encontre uma coincidência, Tenente. Não quero doze corpos sob minha árvore este Natal.

Eve tirou seu comunicador quando abandonou o escritório do Whitney.

—McNab, me faça feliz.

—Faço todo o possível, Tenente. —Ele gesticulou com o que parecia ser uma porção de pizza de abacaxi—. eliminei ao ex-marido da primeira vítima. Estava em um partido de bola com três amigos a noite do assassinato. Peabody vai comprovar com os três amigos, mas parece sólido. Nenhum ingresso a Nova Iorque foi emitido a seu nome. Ele não esteve neste Costa em mais de dois anos.

—A gente menos —disse Eve enquanto subia a um escorregador—. me Dê mais.

—Nenhum dos nomes da lista do Hawley é igual a do Greenbalm, mas estou comprovando as impressões digitais e impressões vocais para me assegurar que não há armadilha nisso.

—Bem pensado.

—E duas da lista do Hawley parecem limpos até agora. Precisei investigar, mas estão absolvidos. Estou lhe entrando no Greenbalm agora.

—te ocupe dos primeiro cosméticos —se passou uma mão pelo cabelo enquanto se descia do escorregador e se escorria em um elevador—. Deveria estar de volta dentro de duas horas.

Saiu do elevador, cruzou um pequeno vestíbulo, e entrou nos escritórios de Olhe. Não havia ninguém na recepção, e a porta de Olhe estava aberta. Colocando sua cabeça, viu olhe examinando o arquivo de um caso no vídeo e mordiscando um sanduíche.

Não freqüentemente agarrava a Olhe por surpresa, refletiu Eve. Olhe era uma mulher que tinha visto quase tudo. Muito, pensava freqüentemente, como quando proveio dela mesma.

Não estava segura o que tinha feito que se formasse uma amizade entre elas. Respeitava as capacidades de Olhe... embora às vezes a faziam sentir-se incômoda.

Olhe era uma mulher pequena e de aparência agradável, com um sedoso cabelo negro que se balançava elegantemente ao redor de uma cara serena e atrativa. Habitualmente vestia finos trajes em cores suaves. Supôs que Olhe representava todo que ela, Eve, pensava que uma senhora deveria ser: independente, discretamente elegante, bem falada.

Tratar com deficientes mentais, tendências violentas, e os pervertidos habituais nunca pareciam agitar a serenidade de Olhe ou sua compaixão. Seus perfis dos loucos e assassinos eram inestimáveis para o Departamento de Polícia e Segurança de Nova Iorque.

Eve vacilou na porta só o tempo suficiente para que Olhe pudesse vê-la. A psiquiatra girou sua cabeça, e seus olhos azuis se animaram quando encontraram ao Eve.

—Não pensei interromper. Seu ajudante não está em seu posto.

—Está almoçando. Entra, fecha a porta. Esperava-te.

Eve olhou seu sanduíche.

—Estou interrompendo seu descanso.

—Policiais e doutores. Tomamos nossos descansos quando podemos. Quer comer algo?

—Não, obrigado —a barra energética não lhe tinha sentado bem, o que lhe fez perguntar-se quanto faria desde que a máquina vendedora tinha sido abastecida.

Apesar da resposta negativa do Eve, Olhe se levantou e pediu chá ao AutoChef. Era um ritual com o que Eve tinha aprendido a viver. Ela daria uns sorvos à poção que saberia ligeiramente a flores, mas que não gostava.

—examinei os dados que pôde me enviar, e as cópias de seus informe do caso. Terei-te um perfil completo e escrito manhã.

—O que pode me dar hoje?

—Provavelmente pouco que não tenha deduzido por ti mesma —Olhe se reclinou em uma cadeira azul similar às do salão do Simon.

A cara do Eve, notou, estava muito pálida, muito magra. Olhe não a tinha visto desde sua volta ao trabalho, e seu olho clínico diagnosticou que a volta tinha sido apressado.

Mas se guardou essa opinião para si mesmo.

—A pessoa que buscas é provavelmente um homem entre os trinta e os cinqüenta e cinco anos —começou—. É controlado, calculador, e organizado. Desfruta com a exposição pública e sente que merece ser o foco de atenção. Pode ter tido algumas aspirações para a interpretação ou uma área parecida.

—Posou para a câmara, jogou com ela.

—Exatamente —Olhe assentiu, agradada—. Ele empregou vestuário e acessórios não só, em minha opinião, como ferramentas e disfarces, mas sim por um talento natural para isso, e pela ironia.

—Pergunto-me se ele vir sua crueldade como ironia.

Olhe tomou fôlego, trocou de posição as pernas e bebeu seu chá a sorvos. Se tivesse acreditado que Eve realmente beberia a taça que lhe tinha dado, lhe teria acrescentado algumas vitaminas. E seguiu:

—É possível. É uma posta em cena, um espetáculo. Ele desfruta muitíssimo desse aspecto. A preparação, os detalhes. É um covarde, mas um meticuloso.

—Todos eles são covardes —declarou Eve e Olhe inclinou sua cabeça.

—Sim, você o veria desse modo, porque para ti tomar uma vida é só justificável em defesa de outra. Para ti assassinar é a última covardia. Mas neste caso, diria que ele reconhece seus próprios medos. Droga a suas vítimas rapidamente, não para lhes economizar dor, a não ser para evitar que lutem e possivelmente o superem fisicamente. Precisa montar a cena. Põe-as na cama, imobiliza-as antes de lhes cortar a roupa. Não as nua com raiva, e se assegura que estejam atadas antes de dar o seguinte passo. Agora estão indefesas, agora são delas.

—Logo as viola.

—Sim, enquanto estão atadas. Nuas e indefesas. Se estivessem livres o rechaçariam. Sabe isso. foi rechaçado. Mas agora pode fazer quanto deseja. Necessita-as acordadas e conscientes para que possam vê-lo, e assim saber que ele tem o poder, ao ponto que elas lutem mas não possam escapar.

As palavras, as imagens, revolveram o já inquieto estômago do Eve. As lembranças dançavam muito perto da superfície.

—A violação sempre é sobre o poder.

—Sim —como Olhe compreendia, quis estender a mão e tomar a do Eve. E porque entendia, não o fez—. As estrangula porque isso é pessoal, uma extensão do ato sexual. Mãos na garganta. É íntimo.

Olhe sorriu um pouco.

—Quanto disto tinha concluído já?

—Não importa. Confirma minhas hipóteses.

—Bem então. A grinalda acrescentada. Acessórios outra vez, espetáculo, ironia. São presentes para si mesmo. O tema do Natal pode ter algum significado pessoal, ou pode ser simplesmente o simbolismo.

—E a destruição da árvore da Marianna Hawley e seus adornos? —Quando Olhe só levantou uma sobrancelha, Eve se encolheu de ombros—. Rompendo o símbolo das festas na árvore, erradica a pureza nos adornos de anjo.

—Isso o satisfaria.

—Os alfinetes e tatuagens.

—É um romântico.

—Um romântico?

—Sim, é muito romântico. As marca como seu amor, deixa-lhes um símbolo, e se toma um tempo e esforço para as fazer formosas antes das abandonar. Algo menos que isso as faria um obséquio indigno.

—Conhecia-as?

—Sim, eu diria que o fez. Se elas o conheciam é outra coisa. Mas as conhecia, tinha-as observado. Escolheu-as e pelo prazo de tempo que as teve, foram seu amor verdadeiro. Ele não mutila —acrescentou, inclinando-se para frente—. As decora, enaltece. Artisticamente, possivelmente até meigamente. Mas quando termina, terminou-se. Rocia o corpo com desinfetante, apagando-se. lava-se, fricção, apagando as dele. E quando parte, está radiante de alegria. ganhou. E é o momento de preparar-se para a seguinte.

—Hawley e Greenbalm não eram iguais, nem fisicamente, nem em seus estilos de vida, seus hábitos, ou seu trabalho.

—Mas tinham uma coisa em comum —intercalou Olhe—. Ambas estiveram, em algum momento, o bastante sozinhas, o bastante necessitadas, o bastante interessadas, para pagar por ajuda para encontrar um companheiro.

—Seu amor verdadeiro —Eve deixou seu chá sem tocar a um lado—. Obrigado.

—Espero que esteja bem —consciente de que se esforçava por poder levantar-se e ir-se, Olhe não se moveu—. Totalmente reposta de suas feridas.

—Estou bem.

Não, pensou Olhe, não completamente bem.

—Só tomou quanto, duas ou três semanas para te repor de suas graves feridas.

—Estou melhor trabalhando.

—Sim, sei que pensa que sim —Olhe sorriu outra vez—. Está preparada para as festas?

Eve não se retorceu em sua cadeira, mas quis fazê-lo.

—comprei um par de presentes.

—Deve ser difícil encontrar algo para o Roarke.

—Me vais dizer isso.

—Estou segura que encontrará algo perfeito. Ninguém o conhece melhor que você.

—Às vezes o faço, às vezes não —e porque não estava concentrada, falou sem   pensar—. Ele entra em todo este assunto do Natal. Festas e árvores. Só pensei que nos daríamos algo o um ao outro e preparado.

—Nenhum de vocês tem lembranças de sua infância aos que toda pessoa tem direito… de antecipação e maravilha, de manhãs de Natal com bonitas caixas empilhadas sob a árvore. Eu diria que Roarke tem a intenção de começar a criar essas lembranças, para vocês dois. Conhecendo-o —acrescentou com uma risada—não serão comuns.

—Acredito que pediu um pequeno bosque de árvores.

—te permita uma possibilidade dessa antecipação e maravilha, como um presente para vocês dois.

—Com o Roarke um não tem opção —Ela se levantou—. Avaliação o tempo, doutora Olhe.

—Uma última coisa, Eve —Olhe se levantou também—. Ele não é perigoso neste ponto para ninguém mais que para a pessoa em que está enfocado. Não matará indiscriminadamente ou sem objetivo e planejamento. Mas não posso dizer quando poderia trocar isso, ou o que poderia provocar uma mudança na pauta.

—Tenho algumas ideia sobre isso. Estarei em contato.

 

Peabody e McNab discutiam quando entrou em seu escritório. Estavam sentados um ao lado do outro ante sua estação de trabalho grunhindo-se como um par de bulldogs brigando pelo mesmo osso. Habitualmente isso poderia ter divertido ao Eve, mas nesse momento só era uma moléstia mais.

—Cortem-na —espetou e teve a ambos lhe emprestando atenção com caras sombrias e ressentidas—. Relatório.

Quando ambos começaram a falar com mesmo tempo, Eve se enfureceu por aproximadamente cinco segundos, logo ensinou os dentes. Isso os calou a ambos.

—Peabody?

Arriscando um olhar satisfeito de soslaio a seu Némesis, Peabody começou.

—Temos três correspondências com os cosméticos. Duas da lista do Hawley e um do Greenbalm. Todos compraram os elementos, da maquiagem até o tintura. O segundo da lista do Hawley comprou lápis para sobrancelhas e olhos e duas cores labiais. Identificamos o que se utilizou na boca do Greenbalm. É Coral do Cupido. Os três compraram esse tom.

—Há um problema —McNab levantou um dedo como um professor que detém um estudante muito entusiasta—. Tanto a cor Coral do Cupido como o Marrom Almíscar, para pestanas, são rotineiramente jogo de dados como amostras. De fato —assinalou para a mesa onde as amostras que lhe tinham dado ao Eve estavam alinhadas— têm ambos aqui.

—Não podemos rastrear cada estúpida amostra —disse Peabody com um fio perigoso em sua voz—. Temos três nomes, e um lugar para começar.

—A sombra para olhos Bruma sobre Londres usada no Hawley é um dos produtos mais custosos e não se reparte como mostra. Só se consegue por separado ou quando compra o pacote de luxo completo. Seguindo o rastro da sombra, estaremos mais perto do branco.

—E talvez o filho de cadela “levantou” a sombra enquanto comprava o resto das coisas —Peabody se girou por volta do McNab—. Agora quer rastrear a cada ladrão na cidade?

—É o único produto que não pudemos rastrear até agora. É por isso que temos que encontrá-lo.

Eles estavam nariz com nariz quando Eve avançou e lhes deu um empurrão.

—Ao próximo que fale, tiro-o do caso. Ambos têm razão. Entrevistaremos estes três, e procuraremos a porcaria para os olhos. Peabody, consegue os nomes, baixa a meu veículo, e me espere.

Peabody não falou, não quando sua coluna estava rígida como uma vara e seus olhos acesos podiam dizer muito. Ao momento que ela saiu, McNab colocou suas mãos nos bolsos. Mas quando abriu a boca, captou o brilho de advertência que Eve lhe lançou, e a fechou outra vez.

—Investiga Personally Yours outra vez, clientes e pessoal, investiga quem dali comprou essa porcaria, e vê quantos mais dos produtos utilizados nas vítimas pode conectar —arqueou as sobrancelhas—. Dava sim, senhor, Tenente Dallas.

Ele suspirou.

—Sim, senhor, Tenente Dallas.

—Bem. Enquanto está nisso, McNab, olhe se pode te introduzir na conta de crédito do Piper e Rudy. Averigua que marca de realces usam —esperou, ainda com as sobrancelhas em alto. Uma coisa que não era McNab era ser lento.

—Sim, senhor, Tenente Dallas.

—E deixa de pôr má cara —ordenou quando saiu a pernadas.

—Mulheres —murmurou McNab para si; logo captou um movimento pelo bordo do olho. Distinguiu ao Roarke na porta aberta entre os escritórios, sonriéndole abertamente.

—Criaturas maravilhosas, verdade? —Roarke entrou.

—Não de onde estou parado.

—OH, mas será um herói, já verá, se pode conectar seu produto com o nome correto —Ele olhou por cima, explorando as listas e documentos que ambos sabiam eram assunto oficial, e não de sua incumbência—. Tenho uma hora ou dois livres. Quer um pouco de ajuda?

—Bem, eu… —McNab jogou uma olhada para a porta.

—Não se preocupe pela Tenente —Roarke fez seu gosto e se sentou ante o computador—. Posso dirigi-la.

 

Donnie Ray Michael tinha posto um andrajoso penhoar marrom e um anel de prata no nariz com uma esmeralda polida. Seus olhos eram de um avelã nublado, seu cabelo da cor da manteiga, e seu fôlego feroz.

Estudou a insígnia do Eve, expulsando o ar em um bocejo que quase a atirou ao piso, logo se arranhou a axila.

—O que?

—Donnie Ray? Tem um minuto?

—Sim, tenho muitos minutos, por que?

—Direi-lhe depois de que entremos, e faça gargarejos com um galão ou dois de enxágüe bocal.

—OH —se ruborizou ligeiramente e retrocedeu—. Estava dormido. Não esperava convidados. Ou policiais. —Mas as fez entrar, e logo desapareceu por um curto vestíbulo.

O lugar estava tão ordenado como uma pocilga médio, com roupa, vasilhas de comida para levar vazios e semivacíos, cinzeiros transbordando-se, e uma pilha de discos de computador regados sobre o piso. No rincão ao lado de um puído sofá havia um suporte de livro e um saxofone brilhantemente gentil.

Eve percebeu no ar um trasfondo de cebolas rançosas e o espiono de um ilegal que habitualmente se consumia fumando.

—Se decidirmos que necessitamos uma ordem de registro —disse Eve ao Peabody— temos uma causa provável.

—Qual? Suspeita de refugos tóxicos?

—Aí —Eve apartou com a ponta do pie o que poderia ter sido roupa interior—. Ele esteve fumando Zoner, provavelmente como sedativo antes de dormir. Logo que pode cheirá-lo.

Peabody cheirou.

—Só cheiro suor e cebolas.

—Está ali.

Donnie Ray retornou, seus olhos levemente mais limpos, sua cara vermelha e úmida de um rápido remojón.

—Lamento a confusão. Faz um ano que não tenho droide. Do que se trata?

—Conhece você a Marianna Hawley?

—Marianna? —sua frente se enrugou ao pensar—. Não sei. Devo?

—Você a contatou através do Personally Yours.

—OH, a sessão de entrevistas —ele se separou de uma patada a roupa, logo se deixou cair em uma cadeira—. Sim, fiz um intento uns meses atrás. Eu estava em uma seca —sorriu um pouco, logo se encolheu de ombros—. Marianna. Era uma ruiva alta... não, essa era Tanya. Passamo-lo bastante bem, mas se transladou ao Alburquerque Por Deus bendito. O que pode encontrar ali?

—Marianna, Donnie Ray. Moréia, magra. Olhos verdes.

—Sim, sim, agora a lembrança. Doce. Não fizemos clique, muito como, pois uma irmã. Ela veio ao clube onde tocava e me ouviu, tomamos um par de bebidas. E?

—Você alguma vez olhe a tela, lê o periódico?

—Não quando tenho uma atuação estável. Estou contratado por um grupo no centro da cuidem no Império. Estou fazendo o turno de dez a quatro as últimas três semanas.

—Sete noites?

—Não, cinco. Quando se atua sete noites, perde-se o entusiasmo.

—E a noite da terça-feira?

—Estou livre na terça-feira. As segundas-feiras e as terças-feiras são tranqüilos —seus olhos se enfocaram agora e começaram a ficar cautelosos—. O que acontece?

—Marianna Hawley foi assassinada na terça-feira de noite. Tem um álibi para na terça-feira das nove à meia-noite?

—OH, mierda. Mierda. Assassinada. Doce Jesus —se levantou, tropeçando com o lixo enquanto se passeava—. Homem, que terrível. Ela era um amor.

—Quis você que fora seu amor? Seu amor verdadeiro.

Ele deixou de passear-se. Eve encontrou interessante que não parecesse assustado ou zangado. Parecia causar pena.

—Olhe, tomei um par de bebidas com ela uma noite. um pouco de conversação, tentei convencê-la para que nos déssemos um queda inofensivo, mas não estava nisso. Eu gostava. Não posso ajudá-la a você, mas ela eu gostava.

Ele passou seus dedos por seus olhos, logo para trás sobre seu cabelo outra vez.

—Foi, maldição, faz seis meses, talvez mais. Não a vi após. O que lhe aconteceu?

—A noite da terça-feira, Donnie Ray.

—na terça-feira? —esfregou-se a cara com suas mãos—. Não sei. Maldição, quem recorda? Provavelmente estive em alguns clubes, algo bêbado. me deixe pensar um minuto.

Ele fechou os olhos, sufocou um par de suspiros.

—na terça-feira me deixei cair pelo Crazy Charlie's e ouvi uma banda nova.

—Foi com alguém?

—Alguns de nós começamos juntos. Não sei quem terminou no Crazy. Estava bastante arruinado para então.

—me diga, Donnie Ray, para que comprou você a linha de produtos Natural Perfection? Você não parece do tipo que se pinta.

—O que? —Ele pareceu desconcertado, logo se deixo cair na cadeira outra vez—. Que demônios é Natural Perfection?

—Você deveria sabê-lo. Gastou mais de duas mil na linha. Cosméticos, Donnie Ray. Realce.

—Cosméticos. —Ele passou suas mãos por seu cabelo até que se levantou em gordurentas pontas—. OH mierda, sim. O material de cores chamativas. O aniversário de minha mãe. Comprei-lhe o jogo.

—Gastou dois grandes no aniversário de sua mãe? —Com óbvia duvida em seus olhos Eve olhou ao redor do espaço obstaculizado e desordenado.

—Minha mãe é a melhor. O velho nos expulsou quando era um menino. Ela trabalhou como três cães para manter um teto sobre minha cabeça, e para pagar lições de música             —cabeceou para o saxofone—. Ganho um bom montão de dinheiro. Malditamente bom. Agora ajudo a pagar o teto sobre sua cabeça, em Connecticut. Uma casa decente em uma vizinhança decente. Isto… —gesticulou para abranger o quarto—, isto maldito se me importar. Logo que estou aqui, só para cair rendido.

—E se chamar a sua mãe agora mesmo, e lhe pergunto o que lhe deu seu moço Donnie Ray para seu último aniversário?

—Seguro —sem vacilar assinalou com o polegar para o comunicador em uma mesa junto à parede—. Seu número está programado. Só me faça um favor, bem? Não lhe diga que é polícia. Ela se preocupa. Diga que faz um estudo ou algo.

—Peabody, desfaça-se da jaqueta do uniforme e chame à mamãe do Donnie Ray —Eve se moveu fora do alcance de transmissão e se sentou no braço de uma cadeira—. Rudy no Personally Yours fez seu perfil?

—Não, bem, eu falei primeiro com ele. Queria me formar uma impressão. Como uma audição. Logo um idiota fez a consulta. O que gosta de fazer para entreter-se, seus sonhos, qual é sua cor favorita. Também lhe fazem uma prova física, para assegurar-se que está limpo.

—Eles não encontraram rastros do Zoner.

Ele teve a graça de parecer envergonhado.

—Não. Estava limpo.

—Arrumado que sua mãe quereria que ficasse desse modo.

—A Sra. Michael recebeu uma linha completa de Cosméticos e Realces Natural Perfection de seu filho em seu aniversário —Peabody se voltou a pôr a jaqueta do uniforme, logo lançou ao Donnie Ray um sorriso—. Está realmente feliz com o presente.

—É bonita, verdade?

—Sim.

—É a melhor.

—Isso é o que ela disse de você —lhe disse Peabody.

—Consegui-lhe uns pendentes de diamante para Natal. Vale, em realidade são só lascas, mas consegui um bom preço. —Ele observava ao Peabody com interesse agora, havendo-a visto sem a rígida jaqueta—. Você alguma vez se deixa cair pelo Império?

—Não até agora.

—Deveria passar. Realmente tocamos.

—Talvez o faça —mas captou o olhar sério do Eve e se esclareceu garganta—. Obrigado por sua cooperação, Sr. Michael.

—lhe faça a sua mãe um favor —disse Eve quando se dirigiam para a porta—. Tire este montão de lixo e deixe o Zoner.

—Sim, seguro —e Donnie Ray lançou ao Peabody uma provocadora piscada antes de fechar a porta.

—É impróprio paquerar com os suspeitos, oficial Peabody.

—Ele não é realmente um suspeito —Peabody jogou uma olhada sobre seu ombro—. E era realmente bonito.

—Ele é um suspeito até que confirmemos seu álibi. E é um porco.

—Mas um porco realmente bonito. Senhor.

—Temos duas entrevistas mais que realizar, Peabody. Trata de controlar seus hormônios.

—Faço-o, Dallas, faço-o —suspirou quando subiu ao carro—. Mas é tão agradável quando elas me controlam.

 

Passar a maior parte do dia fazendo entrevistas sem encontrar uma só fresta no caso não pôs ao Eve do melhor dos humores. Descobrir que McNab tinha deixado de trabalhar e se foi quando voltou para seu escritório escureceu seu humor um pouco mais.

Considerou afortunado para seu futuro bem-estar que lhe tivesse deixado um estúpido, e um bom bocado.

Tenente. Saí às dezesseis e quarenta e cinco. Lista de nomes e produtos sob arquivo de caso, subtítulo E de Provas Dois-A. O casal poderia lhe interessar. Tive êxito tanto no Piper como no Rudy com a sombra para olhos, outro no Piper com o labial. A propósito, os dois nadam em créditos. Não que cheguem a competir com o Roarke, mas não sofrem. Interessante também, todos seu ativos são mantidos conjuntamente, até o último centavo. Relatório também em arquivo.

Todos seu ativos mantidos conjuntamente, refletiu Eve. Sua impressão tinha sido que Rudy dirigia o negócio de cabo a rabo. Sempre era Rudy o que tinha tomado as decisões, ido ao console quando ela tinha estado ali.

E como resultado dirigia o dinheiro, também.

Tinha o controle, decidiu Eve. Tinha o poder.

E a oportunidade, o acesso.

Outro êxito com a sombra para olhos —seguiu a voz do McNab—. Duas com a cor labial, com o Charles Monroe em ambos. Ele me passou no primeiro repasse porque pôs outro nome por engano no comprovante para o boletim de notícias de novos produtos e ofertas especiais. Perfil do Monroe incluído.

Eve franziu o cenho quando terminou o estúpido. Seus instintos poderiam ter estado conduzindo-a para o Rudy, mas parecia que teria que lhe fazer ao Charles Monroe uma visita.

Jogando uma olhada, viu que a luz sobre a porta que comunicava com o escritório do Roarke estava acesa. Se estava ocupado, era um momento tão bom como qualquer para comprovar um assunto mais pessoal.

moveu-se silenciosamente, usando a escada em vez do elevador, pendente do Summerset quando entrou rapidamente à biblioteca.

As paredes do quarto de dois níveis estavam forradas com livros. Sempre a desconcertava que um homem que podia comprar um pequeno planeta com o estalo de um dedo preferisse o peso e o vulto de um livro em vez da conveniência da leitura em tela.

Um de seus caprichos, supôs, embora podia apreciar o rico aroma do couro das encadernações, o aspecto lustroso dos lombos enquanto caminhava ao longo das prateleiras de mogno escuros.

Havia duas áreas de cômodos assentos, muito couro nos sofás profundos de madeira lustrosa e cadeiras de cor borgoña, jóias de cores em telas de vidro dos abajures, o brilho do bronze, o brilho da madeira antiga em gabinetes profusamente esculpidos por artesãos de outro século.

As cortinas estavam abertas de noite ao redor de um amplo assento junto à janela revestido com almofadas grossas em tons que recolhiam os múltiplos matizes dos abajures. Tapetes enormes e antigos com modelos intrincados sobre um fundo borgoña se estendiam sobre os tablones castanhos amplos e brilhantes do piso.

Sabia que um sistema informático de completo alcance multitareas estava escondido atrás do gabinete antigo. Mas tudo à vista do quarto falava de antigüidade e riqueza, e de um gosto por ambos.

Não vinha aqui freqüentemente, mas sabia que Roarke sim. Ela podia encontrá-lo sentado em uma das poltronas de couro pela tarde, suas pernas largas estiradas, um brandy e um livro em suas mãos. A leitura o relaxava, havia-lhe dito. E ela sabia que era uma habilidade que se ensinou ele mesmo quando era um moço nos bairros baixos do Dublín e tinha encontrado uma cópia andrajosa do Yeats em um beco.

Cruzou para o gabinete e abriu as suntuosas portas com incrustações de lapislázuli e malaquita.

—Acender —ordenou e jogou uma olhada cautelosa sobre seu ombro—. Procurar em biblioteca, todas as seções, pelo Yeats.

Yeats, Elizabeth; Yeats, William Butler?

Suas sobrancelhas se uniram, e se passou a mão pelo cabelo.

—Como diabos sei? É um poeta irlandês.

Yeats, William Butler, confirmado. Procurando em biblioteca… As Vagabundagens do Oisin, Seção D, prateleira cinco. A Condessa do Cathleen, Seção D...

—Esperar —se beliscou a ponte do nariz—. Mudança de busca. me diga quais livros deste tio não estão na biblioteca.

Ajustando... Procurando…

Ele provavelmente tinha cada maldita coisa de todos os modos. Uma idéia estúpida, decidiu, e colocou as mãos nos bolsos.

—Tenente.

Quase saltou em suas botas. Volteou e olhou fixamente ao Summerset.

—O que? Maldita seja, ódio quando faz isso.

Ele simplesmente seguiu observando-a tranqüilamente. Sabia que ela odiava que a agarrasse despreparada. Era um dos motivos pelo que desfrutava fazendo-o.

—Posso lhe ajudar a encontrar um livro... embora não me tinha dado conta que lia algo além de informe e um ocasional disco de comportamento aberrante.

—Olhe, amigo, tenho perfeito direito a estar aqui —o que não explicava por que ser encontrada na biblioteca a fez sentir-se como um delator—. E não necessito sua ajuda.

Todos os trabalhos do autor, Yeats, William Butler, estão incluídos na biblioteca. Requer você as localizações e os títulos?

—Não, maldição. Sabia.

—Yeats, Tenente? —curioso, Summerset se moveu pelo quarto, seguido de perto pelo Galahad, que se aproximou do Eve, cruzando-se entre suas pernas, logo a abandonou para saltar ao assento junto à janela e olhar fixamente na noite como se esta o possuísse.

—E o que?

Ele só arqueou suas sobrancelhas.

—Havia algo em particular no que estava interessada, uma coleção, um poema em particular?

—O que é você, a polícia de biblioteca?

—Esses livros são muito valiosos —disse ele com tranqüilidade—. Muitos são primeiras edições e bastante estranhos. Você encontrará todo o trabalho do Yeats na biblioteca de disco também. Esse método, estou seguro, satisfaria-lhe mais.

—Não quero ler a maldita coisa. Só quis ver se havia algo que ele não tinha, o qual é estúpido porque tem cada maldita coisa, agora que demônios se supõe que vou fazer?

—A respeito do que?

—Natal, imbecil —enfurecida, voltou-se para o computador—. Desconectar.

Summerset apertou seus lábios e seguiu a linha do pensamento.

—Você desejava comprar um volume do Yeats para o Roarke como presente de Natal.

—Essa era a idéia, a qual acaba de ficar fora.

—Tenente —disse quando ela começava a sair.

—O que?

lhe incomodava quando ela fazia ou dizia algo que o emocionava. Mas não podia ser ajudado a respeito. E lhe devia por arriscar-se, e quase perder sua vida por salvá-lo. Aquele simples feito, Summerset sabia, os fazia sentir-se incômodos. Possivelmente podia igualar a balança, um pouco.

—Ele não possui, ainda, a primeira edição do Crepúsculo Celta.

O insurgente resplendor se desvaneceu, embora seguia havendo uma certa suspicacia.

—O que é isso?

—É uma coleção de prosa.

—Deste tipo Yeats?

—Sim.

Uma parte dela, uma parte pequena e desagradável, queria encolher-se de ombros e afastar-se. Mas colocou suas mãos nos bolsos e se deteve.

—A busca disse que ele tinha tudo.

—Ele possui o livro, mas não uma primeira edição. Yeats é em particular importante para o Roarke. Imagino que você sabe isso. Tenho uma conexão com um distribuidor de livros estranhos no Dublín. Poderia contatá-lo e ver se se pode adquirir.

—Comprar —disse Eve firmemente—. Não roubar —logo que sorriu quando Summerset atiesó sua coluna—. Sei algo sobre suas conexões. Faremo-lo legalmente.

—Nunca o pensei de outro modo. Mas não sairá barato —foi seu turno de sorrir, apenas—. E, sem dúvida, haverá uma sobrecarga para assegurar sua compra a tempo para os Natais, já que esperou até última hora.

Ela não se estremeceu, mas quis fazê-lo.

—Se sua conexão pode encontrá-lo, quero-o —logo, porque não podia imaginar um modo de evitá-lo, encolheu-se de ombros—. Obrigado.

Ele afirmou rigidamente com a cabeça, e esperou até que ela saiu do quarto para sorrir abertamente.

Isto, pensou Eve, era o que estar apaixonada-lhe fazia. Ter que cooperar com a moléstia maior de sua vida. E, pensou ácidamente quando tomou o elevador ao dormitório, se o fraco filho de cadela realmente o levava a cabo, o deveria.

Isso era mortificante.

Logo as portas de elevador se abriram, e aí estava Roarke com meia sorriso em sua cara de anjo cansado, seus olhos incrivelmente azuis brilhando com prazer.

O que era uma pequena mortificação?

—Não sabia que já estava em casa.

—Sim, estava... fazendo outra coisa —inclinou sua cabeça. Conhecia esse olhar—. por que parece tão satisfeito?

Ele tomou sua mão, fez-a entrar no quarto.

—O que pensa? —perguntou e fez um gesto.

Centrado na janela no profundo nicho da janela no lado oposto da plataforma levantada que sustentava a cama havia uma árvore. Seus ramos se desdobravam em leque dentro do quarto e se elevavam até que a ponta quase atravessava o céu raso como uma lança.

Ela piscou.

—É grande.

—Obviamente não viu o que está na área de estar. Tem duas vezes este alto.

Cautelosa, aproximou-se. Tinha que ter uns três metros. Se caía enquanto dormiam, refletiu, cairia como uma pedra sobre a cama e os cravaria como formigas.

—Espero que seja seguro. —Cheirou—. Cheira como um bosque aqui dentro. Suponho que vamos pendurar os adornos.

—Esse é o plano —deslizou os braços ao redor de sua cintura, e a apertou contra ele—. Me ocuparei das luzes mais tarde.

—Você o fará?

—É um trabalho para homens —lhe disse e mordiscou seu pescoço.

—Quem o diz?

—Mulheres que através dos tempos foram o bastante sensíveis para não querer ocupar-se disso. Está fora de serviço, Tenente?

—Pensei em procurar um pouco de comida, logo fazer algumas buscas de probabilidades —a boca dele foi para seu lóbulo. Pensou que ele podia fazer as coisas mais interessantes a um lóbulo—. E quero ver se Olhe enviou seu perfil.

Seus olhos estavam já médio fechados enquanto inclinava sua cabeça para lhe dar um acesso mais completo ao flanco de seu pescoço. Quando as mãos dele se deslizaram para a taça de seus peitos, sua mente estava maravilhosamente brumosa.

—Logo tenho um relatório que escrever e arquivar —os polegares do Roarke vibraram sobre seus mamilos e enviaram um raio de calor rectamente para seu ventre.

—Mas provavelmente tenho uma hora de sobra —murmurou ela, e girando-se, colocou suas mãos em seu cabelo e atirou sua boca para a sua.

Um som de prazer brotou da garganta dele e suas mãos se deslizaram para baixo pelas costas dela.

—Vêem comigo.

—Onde?

Ele mordeu seu lábio inferior.

—Em qualquer lugar que eu te leve.

Rodeando-a, ele a dirigiu novamente para do elevador.

—Sala holográfica —ordenou, logo a apoiou na esquina e cortou sua pergunta com um beijo comprido, que deixou sua mente intumescida.

—Algo mau com o dormitório? —perguntou quando pôde respirar outra vez.

—Tenho algo mais em mente —mantendo seus olhos nos seus, ele a tirou—. Ativar programa.

O quarto grande, vazio, com suas paredes refletidas, negras e rígidas, brilhou; logo trocou. Ela cheirou a primeira fumaça, fragrante, ligeiramente afrutado, logo a flores pecaminosamente fragrantes. As luzes se atenuaram e titilaram. As imagens se formaram.

Um fogo chispava em uma grande chaminé de pedra. Uma janela larga como um lago com uma vista de montanhas azul aço e neve profunda, ligeira que brilhava glacialmente à luz da lua. Urnas de cobre martelado cheias do Ramos de flores em tons brancos e ferrugentos. Velas, centenas de velas, brancas como a neve, acesas e piscando em candelabros de cobre polidos.

Sob seus pés o estou acostumado a refletido se converteu em madeira, escura, quase negra, com um suave brilho.

O que dominava o quarto era uma cama enorme com cabeceira e pilares formados de curvas e laços complicados de metal magro, brilhante. Estendido sobre ela havia um cobertor dourado, suave, que parecia o suficientemente grosso para afogar-se nele, e dúzias de travesseiros em matizes de pedras preciosas.

Pulverizados em cima, havia pétalas brancas.

—Vá! —ela olhou para a janela outra vez. A vista, aqueles picos muito altos, o branco sem fim, fez algo estranho a sua garganta—. O que é?

—Uma simulação dos Alpes suíços —um de seus maiores prazeres era ver sua reação a algo novo. A cautela inicial da polícia, o lento florescimento do prazer que nascia na mulher—. Nunca pude te levar ali, em realidade. Um chalé holográfico é a seguinte melhor costure.

Girando, recolheu uma bata que estava em cima de uma cadeira.

—por que não te põe isto?

Ela tomou, franziu o cenho.

—O que é?

—Uma bata.

Lhe lançou um suave olhar.

—Sei isso. Quis dizer do que parece? É visom?

—Marta cibelina —ele avançou—. por que não te ajudo?

—Está de humor, verdade? —murmurou quando ele começou a lhe desabotoar a blusa.

As mãos de lhe roçaram os ombros nus quando deixou a um lado a blusa dela.

—Parece que sim. De humor para seduzir a minha esposa. Lentamente.

A necessidade já estava acesa, estendida.

—Não necessito sedução, Roarke.

Ele pôs seus lábios em seu ombro.

—Sei. Sente-se —ele a ajudou, assim poderia lhe tirar suas botas. Logo, pondo suas mãos nos braços da cadeira, inclinou-se e tomou sua boca outra vez.

Só boca a boca, quente e suave, um deslizamento habilmente sensível de lábios e língua, uma suave raspagem habilmente de dentes. Seus músculos tremeram, logo se afrouxaram. O sentir sua rendição era sua própria sedução.

Levantando-a, desabotoou-lhe a calça.

—Nunca deixo de te desejar —seus dedos roçaram seus quadris; a calça caiu a seus pés—. Meu amor por ti nunca alcança seu ponto máximo. Sempre há mais.

Comovida, apoiou-se contra ele, com a cara sepultada em seu cabelo.

—Nada é o mesmo para mim desde ti.

Abraçou-a um momento, pelo simples prazer disso. Logo, agachando-se, levantou a bata e cobriu a pele suave sobre seus ombros.

—Para ambos.

Tomou e a levou a cama.

E ela estendeu seus braços para ele.

Sabia como seria. lhe esmaguem, inquietante. Glorioso. Ansiava cada pequena sensação que ele podia lhe brindar, ansiava senti-lo contra ela da mesma maneira que ansiava o ar ou a água.

Sem pensar nisso, e incapaz de sobreviver sem isso.

Não havia nada que não pudesse dar, ou tomar, quando seus corpos se uniram. Afundada profundamente no colchão de plumas encontrou sua boca com impaciência, deleitando-se no lento ardor de seu sangue. Suspirando, atirou de sua camisa, lhe ajudando a apartá-la para assim poder estar pele com pele.

A larga e deliciosa penetração. Um lento impulso, um gemido baixo. A seda das pétalas, o cetim do cobertor, o ondulação de músculos sob suas mãos... tudo enredado em uma mescla exótica de texturas.

O rápido batimento do coração do coração. Um tremor delicioso, um suspiro suave. A piscada da luz da vela, o rocio da lua, a luz trêmula do fogo que trocava a um resplendor suntuoso.

Saboreou e foi saboreada. Acariciou e foi acariciada. Estimulou e foi estimulada. E tremendo subiu a larga curva de um topo tão suave como a prata polida.

Ele sentiu sua excitação, seu estremecimento, logo seu lento deslizamento para baixo outra vez. Seus membros se enredaram quando rodaram pela cama, tocando-se outra vez, ajustando seus corpos. Ele podia ver as luzes oscilando sobre sua cara, seu cabelo, em seus olhos, como de um rico conhaque. Olhos que ele podia ver tornar-se frágeis quando investiu, centímetro a centímetro, para esse topo outra vez.

Suas mãos, fortes, capazes, e maravilhosamente familiares, moveram-se sobre ele, um apertão, uma carícia. Quedos sons de prazer brotaram da garganta dela, suspiraram dentro da boca do Roarke, sussurraram sobre sua pele.

A respiração dele começou a acelerar-se, e a necessidade se converteu em um trovão em seu sangue. O ardor se tornou em fogo e o fogo em um brilho perigoso.

Logo ela se elevou sobre ele, seu corpo magro e prateado na mudança de luz e sombra. O gemido do Eve foi comprido, um som rouco de luxúria quando baixou, encerrou-o, recolheu-o dentro. Quando os dedos se afundaram em seus quadris, ela se arqueou para trás em uma curva reluzente, balançando-se, balançando-se, com seus olhos marrón-dourados entrecerrados, sua respiração saindo agitada por seus lábios entreabiertos.

Ela se apertou ao redor dele quando o orgasmo a transpassou, logo se enroscou ao redor dele quando ele se elevou, quando sua boca agarrou avidamente seu peito.

Perdido agora, capturado, ele a empurrou para trás, até que ambos, a mente e o corpo do Eve, giraram. E ele a conduziu, um impulso selvagem atrás de outro, com uma repentina cobiça martilleante que rasgou o último controle dela. Os dedos do Eve se apertaram ao redor dos tubos magros e curvos da cabeceira, agarrando-os com força como se se ancorasse, um grito do prazer se estrangulou em sua garganta quando lhe empurrou os joelhos para trás para ir mais profundo.

Quando seu corpo fez erupção baixo ele, a boca do Roarke se abateu sobre a sua. E ele se deixou ir.

Ela estava coberta com pétalas e nada mais. Aqueles músculos magros, disciplinados estavam tão lassos como cera derretida fragantemente sob as velas brancas.

Quando a respiração dela se normalizou, Roarke mordiscou seu ombro, logo se levantou para procurar sua bata e a cobriu com ela.

Sua resposta foi um grunhido.

Divertido e agradado por que isso fosse o melhor que ela pudesse fazer, ele se transladou à esquina longínqua do quarto e ordenou que a tina de hidromasaje se enchesse a trinta e oito graus. Fez estalar a cortiça em uma garrafa de champanha, meteu-a em um cubo com gelo, logo levantou seu débil algema da cama.

—Não estava dormida —disse rapidamente e pelo tom mau pronunciado com que o disse, isso era realmente o que tinha estado fazendo.

—Culpará-me pela manhã se te deixo dormir e não faz sua busca de probabilidades. —Com isto, meteu-a na quente, e borbulhante água.

Ela uivou uma vez, logo gemeu com total, e sensual prazer.

—OH Deus. Quero viver aqui, aqui mesmo nesta tina, durante aproximadamente uma semana.

—Faz os acertos para te afastar algum tempo e iremos aos verdadeiros Alpes e pode te colocar em uma tina até que te converta em uma grande e enrugada passa.

Era exatamente o que queria... levar-lhe para que se aliviasse e recuperasse completamente. E se imaginou que tinha tanta possibilidade de fazê-lo como de convencer a de beijar ao Summerset na boca.

A imagem disso o fez sorrir.

—Uma piada? —perguntou perezosamente.

—OH, seria um encantador —lhe deu uma taça e, tomando a sua, uniu-se a ela.

—Tenho que voltar para trabalho.

—Sei —ele soltou um comprido suspiro—. Dez minutos.

A combinação de água quente e champanha gelado se sentia muito boa para negar-se.

—Sabe, antes de te conhecer, meus descansos estavam acostumados a consistir em uma taça de café mau Y... uma taça de café mau —decidiu ela.

—Sei, e ainda o são muito freqüentemente. Este —disse ele e se afundou um pouco mais profundo— é um modo muito melhor de recarregar-se.

—Difícil de discutir. —Ela levantou sua perna, examinou seus dedos do pé por nenhuma razão em particular—. Não acredito que vá me dar muito tempo, Roarke. Ele trabalha com uma data limite.

—Quanto tem?

—Não suficiente. Não o suficiente.

—Obterá mais. Nunca conheci um policial melhor. E tive mais que o que me corresponde.

Ela franziu o cenho ante sua taça.

—Não está furioso, ainda. Não é por afã de lucro. Não é, por isso posso perceber, por vingança. Seria mais fácil de rastrear se tivesse um motivo.

—Amor. Amor verdadeiro.

Ela amaldiçoou brandamente.

—Meu amor verdadeiro. Mas não pode ter doze amores verdadeiros.

—É racional. Crie que um homem não pode amar a mais de uma mulher com igual grau de ardor. Mas ele pode.

—Certamente se seu coração está em seu pênis.

Com um sorriso, Roarke abriu um olho.

—Querida Eve, freqüentemente é impossível separar os dois. Para alguns —acrescentou, desconfiando do rápido brilho em seu olhar— a atração física, pelo general, precede às mais elevadas emoções. O que não pode deixar de considerar é que ele poderia muito bem acreditar que cada uma delas é o amor de sua vida. E se elas não estiveram de acordo, do único modo que ele pôde as convencer é tomando suas vidas.

—Considerei-o. Mas não é suficiente para me fazer um quadro completo. Ele ama o que não pode ter, e o que não pode ter o destrói —sacudiu seu ombro—. Odeio todo esse maldito simbolismo. Desordena as coisas.

—Tem que lhe dar pontos por sua teatral exibição.

—Sim, e conto com isso para que faça um pouco equivocado. Quando o fizer, colocarei ao velho e alegre São Nicolás em uma jaula. Já é a hora —anunciou, e se levantou da água.

Acabava de agarrar uma toalha de uma prateleira morna quando ouviu o bip surdo em seu comunicador.

—Mierda —gotejando, lançou-se através do quarto para agarrar rapidamente sua calça e tirá-lo do bolso.

—Bloquear vídeo —resmungou—. Dallas.

—Despacho, Dallas. Tenente Eve. OEL em 432 Houston. Apartamento 6E. Repórtese à cena imediatamente como investigadora principal.

—Despacho —se passou uma mão por seu cabelo úmido—. Recebido. Fique em contato com o Peabody, oficial Delia como ajudante.

—Afirmativo. Despacho fora.

—OEL? —Roarke tomou a bata para cobri-la com ela outra vez.

—Occiso no lugar —apartou a toalha, agachou-se, e agarrou a calça—. Diabos, maldita seja, é o apartamento do Donnie Ray. Acabo de entrevistá-lo hoje.

 

Donnie Ray tinha amado a sua mãe. Foi a primeira coisa que Eve pensou quando o viu.

Estava na cama, talher com uma grinalda verde que cintilava com faíscas douradas. Seu cabelo gordurento tinha sido penteado com cuidado para que fluíra contra o travesseiro. Seus olhos estavam fechados de modo que as pestanas, alargadas e tintas de um dourado profundo, antiquado, roçavam suas bochechas. Seus lábios combinavam com o tom perfeitamente. ao redor de sua boneca direita, sobre a pele nua e rasgada, havia um bracelete grosa de ouro martelado com três bonitas aves gravadas.

—Três aves que chamam —disse Peabody detrás dela—. Mierda, Dallas.

—Ele trocou os sexos, mas conserva o patrão —a voz do Eve era plaina quando se apartou de modo que o corpo ficasse completamente à vista para o registro—. Tem uma tatuagem, e prováveis signos de abuso sexual. A soga marcou as mãos e os pés, como nas vítimas anteriores. Necessitamos os discos de segurança do vestíbulo e do exterior do edifício.

—Era um tipo agradável —murmurou Peabody.

—Agora é um tipo morto. vamos trabalhar.

Peabody ficou rígida, movendo ligeiramente os ombros, que ficaram direitos como uma regra.

—Sim, senhor.

Encontraram a tatuagem em sua nádega esquerda. Se isso e os claros signos de sodomia a afetaram, Eve não o demonstrou. Fez o preliminar, assegurou a cena, ordenou o interrogatório inicial porta a porta, e fez embolsar o corpo para o transporte.

—Comprovaremos seu comunicador —disse ao Peabody—. Consegue sua agenda, qualquer dado que possa encontrar do Personally Yours. Quero a à equipe de cena do crime aqui dentro esta noite.

Avançou pelo curto corredor ao quarto de banho, empurrou a porta aberta. As paredes, o chão, e os acessórios brilhavam como o sol.

—Podemos assumir que nosso homem limpou isto. Donnie Ray não se preocupou muito pela limpeza estando a um passo da santidade.

—Ele não merecia morrer deste modo.

—Ninguém merece morrer deste modo —Eve retrocedeu, e girou—. Você gostava dele. A mim também. Agora te controle, porque isso agora não faz uma maldita coisa por ele. foi-se, e temos que usar o que encontrarmos aqui para nos ajudar a chegar ao número quatro antes de que percamos a outro.

—Sei isso. Mas não posso menos que lamentá-lo. Jesus, Dallas, estávamos aqui dentro brincando com ele faz umas horas. Não posso menos que lamentá-lo —repetiu em um sussurro furioso—. Não me pareço com ti.

—Pensa que lhe importaria uma maldita coisa o que o esteja sentindo? Ele quer justiça, não pena, nem sequer compaixão —retrocedeu para a área de estar, separando-se de uma patada copos e sapatos dispersos para descarregar um pouco de sua frustração.

—Pensa que lhe preocuparia que esteja furiosa? —girou, com olhos que ardiam—. Estar furiosa não faz nada por ele, e nubla meu julgamento. O que me passou? Que demônios falhou? Ele deixa todo isso aqui, diante de minha cara. O filho de puta.

Peabody não disse nada durante um momento. Não era, pensou, a primeira vez que tinha confundido o frio profissionalismo do Eve com uma carência de coração. depois de todos os meses que tinham trabalhado juntas, compreendeu que deveria conhecê-la melhor. Suspirou profundamente.

—Talvez ele nos dá muito, e isso dispersa nosso foco.

Os olhos do Eve se entrecerraron, e os punhos que tinha apertado em seus bolsos se relaxaram.

—Isso é bom. Isso é muito bom. Muitos ângulos, muitos dados. Temos que escolher um canal e fazer uma aproximação. Começa aqui a busca, Peabody —ordenou quando tirou seu comunicador—. vai ser uma larga noite.

 

Chegou a casa às quatro da manhã em busca do melhor, não da cafeína artificial do café da Central. Seus olhos se sentiam pegajosos, seu estômago vazio, mas pensou que sua mente estava ainda bastante aguda para fazer o trabalho.

De todos os modos, sobressaltou-se e se levou uma mão a sua arma quando Roarke entrou em seu escritório uns passos detrás dela.

—Que demônios faz levantado? —perguntou.

—Eu poderia te perguntar o mesmo, Tenente.

—Estou trabalhando.

Ele levantou uma sobrancelha e tomou seu queixo com sua mão para estudar sua cara.

—Trabalhando muito —corrigiu ele.

—Fiquei sem café verdadeiro em meu AutoChef, tive que beber essas águas residuais que preparam na Central. Um par de goles de bom material e estarei bem.

—Dormindo um par de horas, estará melhor.

Embora isso a tentasse, não deu seu braço a torcer.

—Tenho uma reunião às oito. Tenho que me preparar.

—Eve —lhe lançou um olhar de advertência quando resistiu, logo com calma pôs suas mãos em seus ombros—. Não vou interferir com seu trabalho. Mas te recordarei que não o fará bem se está ficando dormida de pé.

—Posso tomar um estimulante.

—Você? —E ele sorriu quando o disse, fazendo que os lábios dela se crispassem.

—Deverei tomar drogas aprovadas pelo departamento antes de que isto termine. Ele não me dá tempo, Roarke.

—me deixe te ajudar.

—Não posso te utilizar cada vez que fica difícil.

—por que? —Suas mãos começaram a esfregar a tensão de seus ombros—. Porque não estou na lista aprovada pelo departamento?

—Essa seria uma razão —a massagem nos ombros a relaxava muito. Sentia que sua mente ia à deriva, e não era capaz de concentrar-se com claridade outra vez—. Tomarei uma sesta de duas horas. Duas horas para me preparar deveriam ser suficientes. Mas me atirarei aqui.

—Boa idéia —foi bastante simples dirigi-la para a cadeira de sonho. Seus ossos pareciam borracha. Ele se deslizou a seu lado, e pediu que a cadeira se reclinasse completamente.

—Deveria te deitar —murmurou ela, mas girou seu corpo para o seu.

—Prefiro dormir com minha esposa quando a oportunidade se apresenta.

—Duas horas... Acredito que tenho um ângulo.

—Duas horas —acordou ele, e fechou os olhos quando a sentiu relaxar-se.

 

—Há algo que devo te dizer —Roarke esperou até que Eve tragou a última omelete de ovos, e lhe sorriu enquanto tomava seu café— sobre os produtos de beleza Natural Perfection.

Ela só o contemplou enquanto tragava.

—Poses a companhia.

—É uma linha de uma companhia que é parte de uma organização que é um ramo de Indústrias Roarke —sorriu outra vez enquanto bebia a sorvos seu café—. De modo o que, em poucas palavras, sim.

—Já sabia —se encolheu de ombros, sentindo um pouco de satisfação ao ver suas sobrancelhas levantadas descuidadamente—. Realmente pensei que possivelmente poderia ter um caso sem que esteja conectado.

—Realmente tem que terminar com isso, querida. E já que efetivamente a possuo —seguiu quando lhe ensinou os dentes— deveria ser capaz de te ajudar a rastrear os produtos usados nas vítimas.

—Só tropeçamos ali —se separou da pequena mesa e caminhou para seu escritório—. Lógicamente, os produtos foram comprados no lugar onde as vítimas foram escolhidas. Continuando essa hipótese, posso rebaixar gradualmente as opções a uma curta lista. Esses realces são obscenamente caros.

—Obtém pelo que pagamentos —disse Roarke simplesmente.

—Um lápis labial a duzentos créditos pelo amor de Deus —lhe lançou um olhar com os olhos entrecerrados—. Deveria estar envergonhado.

—Não ponho o preço —agora lhe sorriu abertamente—. Só dirijo os benefícios.

Um par de horas de sonho e uma comida quente a tinham recarregado, notou ele. Não estava pálida agora, ou completamente sonolenta. levantou-se, avançando para roçar com seus polegares as sombras débeis sob seus olhos.

—Queria te sentar em um reunião com a junta diretiva para um ajuste de preços?

—OH, OH —quando ele pôs os lábios sobre os seus, lutou por manter sua prudência—. Parte, tenho que me concentrar.

—Em um minuto —ele a beijou outra vez, fazendo-a suspirar—. por que não me conta? Ajudará-te pensar em voz alta.

Ela suspirou outra vez, apoiou-se durante um momento, e logo se tornou para trás.

—Há uma aberração nisto porque está utilizando algo que simboliza a esperança e a inocência. O moço de ontem à noite... maldição, era inofensivo.

—Outros eram mulheres. O que te diz isso?

—Que é bissexual. Que sua idéia do amor verdadeiro cruza os gêneros. A vítima masculina foi violada, igual às mulheres: atou-o, marcou e pintou como a elas depois de que teve terminado.

Ela se afastou recolhendo distraídamente seu café para beber.

—Encontra-os no Personally Yours, obviamente explorando seus vídeos e dados pessoais. Poderia haver-se chamado com as mulheres, mas não com o Donnie Ray. Donnie era heterossexual. A mudança me faz pensar que não conheceu a nenhuma das vítimas cara a cara, ao menos não em um sentido romântico. É todo fantasia.

—Escolhe a pessoas que vivem sozinhas.

—É um covarde. Não deseja uma verdadeira confrontação. Narcotiza-os, imobiliza-os. É a única maneira em que pode estar seguro de que terá o poder, o controle.

Seus pensamentos voltaram atrás e novamente ao Rudy. Deixando o café outra vez, passou-se uma mão pelo cabelo.

—É inteligente, e obsessivo. Até é previsível em vários níveis. Assim é como o agarrarei.

—Disse que tinha um ângulo.

—Sim, um par deles. Para indagá-los necessito a autorização do chefe. Tenho que esquivar ao Nadine um momento. Não posso lhe dar o do traje da Santa. Teríamos às pessoas surrando a cada Santa que houvesse em cada loja e esquinas da cidade.

—Tenho uma imagem, —murmurou Roarke—. Santa Assassino Série Estrangula Solteiros... Detalhe ao meio dia. Nadine adoraria esse avanço.

—Não o terá. Não até que não tenha outra opção. Entretenho-me conduzindo-a para a conexão com o Personally Yours. Manterá-a longe e conseguirá que fale qualquer pessoa que tenha usado o serviço. E Rudy e Piper gritarão que é perseguição —seu sorriso se alargou, lenta e malvadamente—. O valeria. Par de pomposos droides... preciso sacudi-los.

—Você não gosta.

—Dão-me calafrios. Sei que se follan o um ao outro. Morboso.

—Não o passa?

—São irmão e irmã. Gêmeos.

—OH, já vejo —por mundano que fora, Roarke se encontrou refletindo a reação de sua Isso esposa é muito... pouco sedutor.

—Sim —o pensar nisso lhe arruinou o apetite e teve que apartar o prato de excepcionais croissant a um lado—. Ele dirige o espetáculo, e a ela. Agora mesmo, está no mais alto de minha lista. Tem acesso a cada arquivo dos clientes e, se posso confirmar o incesto, acrescentamos uma tendência para o comportamento sexual anormal. Necessito a alguém dentro —suspirou profundamente quando ouviu as pisadas pelo vestíbulo—. E ali está ela agora.

Tanto Eve como Roarke giraram quando Peabody entrou. Ela olhou de um ao outro, rodou os ombros como se se sacudisse algo vagamente incômodo.

—Algo mau?

—Não, entra —Eve sacudiu um polegar para uma cadeira—. Comecemos.

—Café? —ofereceu Roarke. Ele já tinha entendido o que Eve tinha em memore para seu ajudante.

—Sim, obrigado. McNab não está aqui ainda?

—Não. Informarei-te primeiro —Eve lançou ao Roarke um olhar, esperando.

—Justo me ia tirar de no meio —aconteceu com Peabody uma taça, girou e beijou a sua esposa apesar de -ou possivelmente devido a- o fato que lhe franzisse o cenho, logo caminhou para o escritório contigüa e fechou a porta.

—Sempre se vê assim pela manhã? —quis saber Peabody.

—Sempre se vê assim, ponto.

Peabody suspirou profundamente.

—Está segura de que é humano?

—Não sempre —Eve apoiou um quadril na esquina de seu escritório e estudou ao Peabody com cuidado—. De maneira que... quer conhecer alguns tipos?

—Né?

—Quer alargar seu círculo social, e conhecer alguns homens que compartilhem interesses similares?

Segura que Eve brincava, Peabody sorriu abertamente.

—Não é por isso o que me fiz polícia?

—Os policiais são muito maus companheiros de vida. O que necessita, Peabody, é um serviço como Personally Yours.

Bebendo a sorvos o café, Peabody sacudiu sua cabeça.

—Nop. Estive em uma agência de contatos uns anos atrás, imediatamente depois de que me troquei de cidade. Muito controlado. Eu gosto de me levantar estranhos em bares —quando Eve só seguiu contemplando-a, Peabody devagar baixou sua taça—. OH —disse quando a compreensão a golpeou—. OH.

—Teria que falá-lo com o Whitney. Não posso pôr a um uniformizado encoberto sem a autorização do comandante. E antes de que esteja de acordo, quero que de verdade saiba no que te está colocando.

—Encoberto —apesar de que tinha sido polícia o tempo suficiente para sabê-lo bem, a frase evocou imagens de excitação e encanto.

—Saca as estrelas de seus olhos, Peabody. Cristo —Eve se endireitou, passou-se ambas as mãos pelo cabelo—. Falo de pôr seu culo na linha de fogo, te usando como ceva, e sorri como sim acabasse de te dar um presente.

—Crie que sou o suficiente boa para fazê-lo. Confia em mim para dirigi-lo. É um presente bastante bom.

—Acredito que é suficientemente boa —disse Eve, deixando cair seus braços—, acredito que pode dirigi-lo porque sabe como seguir as ordens exatamente. E isso é o que espero. Seguimento das ordens ao pé da letra. Nenhuma fanfarronice. Se o arrumar, e posso conseguir estirar o orçamento de mierda o bastante para os honorários do consultor desse lugar, entrará.

—E Rudy e Piper? Não estão na lista de suspeitos, e me viram.

—Eles viram um uniforme. A gente assim não disposta atenção a quem o tem posto. Conseguiremos ao Mavis e Gorjeia para te polir.

—Grandioso.

—te controle, Peabody. Trabalharemos em uma coberta, uma identidade. repassei os vídeos das vítimas e dados pessoais. Selecionaremos as similitudes e trabalharemos em seu perfil. A idéia é te adaptar.

—Isso é uma estupidez.

McNab estava de pé na entrada. Sua cara tão furiosa que seus olhos brilhavam, sua boca apertada firmemente, e suas mãos empunhadas aos lados.

—É uma maldita estupidez.

—Detetive —disse Eve brandamente—. Sua opinião é apontada.

—vais esporear a como a uma lombriga em um anzol e deixá-la cair na poça? Maldição, Dallas. Ela não está treinada para trabalho encoberto.

—te ocupe de seus próprios assuntos —disse Peabody enquanto se levantava—. Sei me dirigir.

—Não sabe nada sobre o trabalho encoberto —McNab entrou em pernadas, girando sobre seus talões de modo que ficaram nariz com nariz—. É uma maldita ajudante, um interruptor, o mais próximo a um droide.

Eve viu o concentrado brilho nos olhos do Peabody e conseguiu meter-se entre eles antes de que o punho de seu ajudante conectasse com o nariz do McNab.

—Suficiente. Sua opinião é apontada, McNab; agora te cale.

—O filho de cadela não vai ficar de pé ali, me chamar um droide e ficar assim.

—traga-lhe isso Peabody —advertiu Eve—, e sente-se. Ambos sentem-se de uma jodida vez e tratem de recordar quem está a cargo, antes de que coloque aos duas uma queixa. Quão último necessito neste caso é um par de exaltados. Se não poderem controlar-se, estão fora.

—Não necessitamos um Detetive de Bancos de dados —resmungou Peabody.

—Necessitamos o que eu diga que necessitamos. E necessitamos informação de dentro e isca de peixe. Isca de peixe —acrescentou, movendo seus olhos para olhá-los cara a cara— de ambos os sexos. Está preparado, McNab?

—Espera um minuto. Espera —Peabody se levantou de sua cadeira outra vez, tão agitada como Eve jamais a tinha visto—. Quer que vá, também? Comigo?

—Sim, estou preparado —McNab sorriu fríamente ao Peabody enquanto dava seu acordo. Seria o modo perfeito de vigiá-la... e mantê-la fora de problemas.

 

—Isto será magnífico! —Mavis Freestone bailoteó ao redor do escritório do Eve com suas botas até a coxa. O material era suave e cômodo, moldando suas pernas e as luzindo enquanto se equilibrava em seus saltos vermelho brilhante de três polegadas. Os saltos combinavam com o apertado vestido que logo que chegava à parte alta das botas.

Seu cabelo era do tom exato do Natal, um vermelho brilhante, e caía em cachos parecidos com uma medusa em seus ombros. Tinha uma minúscula tatuagem em forma de coração acima de sua sobrancelha esquerda.

—Está na lista de nomes de pagamento departamental —Eve sabia que o aviso de que isto era um assunto oficial era inútil. Mas se sentiu obrigada a exteriorizá-lo quando Mavis sorriu ao Peabody com seus olhos verdes pasto recém entoados.

—Mierda desses pagamentos foi Gorjeia. A esteticista rodeou ao Peabody como um escultor faria com um pedaço defeituoso de mármore... com interesse, precaução, e débil menosprezo.

Gorjeia levava postos hoje anéis de sobrancelha, um fato que fez ao Eve estremecer-se quando olhou os aros de ouro diminutos fixados à linha externa. Seu cabelo, um profundo púrpura, alisado em um cone alto de pé. Sua eleição de roupa era um macaco negro algo conservador com o toque festivo, de Santas nus, dançando sobre cada peito.

E este, pensou Eve quando se pressionou os olhos com os dedos, este era o par com que tinha convencido ao Whitney sobre o orçamento na conta do caso.

—Quero mantê-lo singelo, —disse-lhes—. Só quero que não pareça um policial.

—O que pensa, Gorjeia? —Mavis se inclinou sobre o ombro do Peabody, atirando de seus próprios cachos, logo os pôs sobre as bochechas do Peabody—. Esta cor fica bem nela. Festivo, correto? Tempo de férias. E espera a ver o guarda-roupa que consegui que Leonardo nos emprestasse. —Ela saltou para trás, sonriendo—. Há um skinsuit transparente que é realmente para ti, Peabody.

—Skinsuit —Peabody empalideceu, pensando em aumentos—. Tenente.

—Singelo, —disse Eve outra vez, lista para abandonar a seu ajudante.

—O que usa em sua pele? —Perguntou Gorjeia, tomando firmemente o queixo do Peabody—. Papel de lixa?

—Um...

—Tem poros como crateras lunares aqui, amiga. Necessita um tratamento facial completo. Começo com um policial.

—OH Deus. —Assustada, Peabody tratou de liberar de uma sacudida seu queixo—. Escuta..

—Essas tetas são tuas ou realçadas?

—Minhas. —Imediatamente, Peabody cruzou seus braços sobre seu peito e agarrou seus próprios peitos antes de que Gorjeia pudesse—. São meus. Estou realmente feliz com eles.

—São boas tetas. Bem, te dispa. vou jogar um olhar a elas, e ao resto de ti.

—me despir? —Peabody girou sua cabeça até que seus olhos aterrorizados encontraram os do Eve—. Dallas, Tenente. Senhor?

—Disse que poderia dirigir o trabalho encoberto, Peabody. —depois de um estremecimento pormenorizado, girou e começou a sair—. Tem duas horas com ela.

—Necessito três, —disse Gorjeia—. Não apresso minha arte.

—Tem dois. —Eve fechou firmemente a porta fazendo ao Peabody sobressaltar-se e soltar um chiado.

Parecia o melhor para todos, pensou Eve, se permanecia o mais longe possível do que acontecia com seu ajudante. Decidiu visitar um velho amigo.

Charles Monroe era um acompanhante autorizado, tão elegante e atrativo como uma prostituta quando Eve o tinha encontrado, dentro ou fora do trabalho. Tinha-lhe ajudado uma vez com um caso... e logo lhe tinha devotado seus serviços grátis.

Ela tinha tomado a ajuda, e cortesmente tinha rechaçado a oferta.

Agora pressionou o timbre de seu elegante apartamento em um caro e central edifício da cidade. Um edifício que Roarke possuía, pensou fazendo girar seus olhos.

Quando o raio de segurança ficou verde, levantou uma sobrancelha, apontando a vista na mira e sustentando sua insígnia se por acaso Charles a tivesse esquecido.

Quando abriu a porta, demonstrou que não teria que haver-se preocupado por sua memória.

—Tenente Açúcar —a agarrou despreparada com um forte abraço e um rápido beijo, algo muito íntimo.

—te aparte amigo.

—Alguma vez consegui beijar à noiva —fez uma piscada, um homem bonito com olhos sonolentos e uma cara elegante—. Como se sente o estar casada com o homem mais rico do universo?

—Ele me mantém com café.

Charles inclinou sua cabeça, estudou-a.

—Está apaixonada por ele, profundamente. Bem, é bom para ti. Vejo-os os duas em tela de vez em quando. Em algum acontecimento ostentoso. Perguntei-me como estava. Agora o vejo, e tenho que assumir que não está aqui pela oferta que te fiz uns meses atrás.

—Tenho que falar contigo.

—Bem, entra —ele retrocedeu. Tinha posto um traje negro de uma peça que luzia um corpo muito bem formado—. Quer uma bebida? Duvido que minha mescla de café se compare com a que Roarke pode te subministrar. Que tal um tubo do Pepsi?

—Sim, bem.

Recordou sua cozinha. Ordenada, espartana, absolutamente limpa. Muito como seu arrendatário. Tomou assento enquanto ele tomava dois tubos do gabinete frio e vertia cada um em um alto copo transparente. Dobrou os tubos, deslizou-os na ranhura de reciclagem, logo se sentou frente a ela.

—Eu beberia pelos velhos tempos, Dallas, mas... eles emprestam.

—Sim. Bem, tenho algo sobre os novos tempos para ti, Charles. Eles também emprestam. por que usa um bem-sucedido acompanhante profissional uma agência de contatos? antes de que me responda —seguiu, levantando seu copo—, informarei-te que o uso de tais serviços para solicitudes profissionais é ilegal.

Ele se ruborizou. Ela não o teria acreditado possível, mas sua cara forte e formosa se ruborizou profundamente e deixou cair seu olhar em seu copo.

—Jesus, sabe tudo?

—Se soubesse tudo, saberia a resposta. por que não me dá isso você?

—É privado —protestou ele.

—Não estaria aqui se o fora. por que foste ao Personally Yours para conselho?

—Porque quero uma mulher em minha vida —explorou. Levantou sua cabeça, e agora seus olhos estavam escuros e zangados—. Uma verdadeira mulher, não uma que me compra, bem? Quero uma maldita relação, o que tem que mau com isso? Em minha linha de trabalho, isso não acontece. A gente faz o que lhe pagam por fazer, e um o faz bem. Eu gosto de meu trabalho, mas quero uma vida pessoal. Não há nada ilegal em desejar uma vida pessoal.

—Não —ela disse devagar—, não o há.

—Assim menti sobre o que faço no formulário —moveu seus ombros agitadamente—. Não quis que me emparelhassem com a classe de mulher que conseguiria alguma emoção lasciva citando-se com um acompanhante profissional. vais deter me por mentir em uns malditos contatos por vídeo?

—Não —e lamentou, sinceramente, havê-lo envergonhado—. Te emparelharam com uma mulher. Marianna Hawley. Recorda-a?

—Marianna —ele lutou por recuperar a calma, bebeu um comprido gole da bebida geada—. Recordo seu vídeo. Uma mulher atrativa, doce. Pu-me em contato com ela, mas já tinha encontrado a alguém —agora sorriu, encolheu-se de ombros outra vez—. Precisamente minha sorte. Era exatamente do tipo que procurava.

—Alguma vez a conheceu?

—Não. Saí com as outras quatro de minha primeira lista de contatos. Tive êxito com uma delas. Vimo-nos durante umas poucas semanas —suspirou—. Decidi se ia seguir adiante, tinha que lhe dizer o que realmente fazia. E —terminou ele, brindando para o Eve com seu copo— foi o fim.

—Sinto muito.

—Ouça, há mais de onde ela veio —mas seu arrogante sorriso não alcançou seus olhos—. Que mal que Roarke te deixasse fora de carreira.

—Charles, Marianna está morta.

—O que?

—Não viu as notícias ultimamente?

—Não. Não estive olhando a tela. Morta? —Naquele momento seus olhos se entrecerraron, enfocando-se no Eve—. Assassinada. Não estaria aqui se tivesse morrido tranqüilamente dormindo. Ela foi assassinada. Sou um suspeito?

—Sim, é-o —disse, porque gostava do bastante para ser direta com ele—. Quererei te fazer um interrogatório formal, só para mantê-lo todo oficial. Mas me diga agora, tem álibi para a noite da terça-feira última, para na quarta-feira, e a noite passada?

Contemplou-a por muito tempo, só a olhou fixamente com os olhos nublados pelo horror.

—Como faz o que faz? —perguntou ele—. Dia detrás dia?

Ela o olhou aos olhos com equanimidade.

—Eu poderia te perguntar a mesma coisa, Charles. Assim não entremos na eleição de carreira. Tem álibi?

Ele apartou a olhasse, afastando-se da mesa.

—Procurarei minha agenda.

Deixou-lhe ir, sabendo em seu interior que podia confiar em este. Não era um homem que tinha um assassinato dentro dele.

Voltou trazendo um pequeno e elegante livro de entrevistas. Abrindo-o, procurou as datas pelas que ela tinha perguntado.

—na terça-feira, tive uma de noite completa. Clienta regular. Pode ser verificado. Ontem à noite tive um teatro, jantar tardio, e sedução aqui. A clienta partiu às duas e trinta da manhã. Obtive trinta minutos extras com ela. E uma generosa gorjeta. na quarta-feira estava em casa, sozinho.

Lhe deslizou o livro através da mesa.

—Toma os nomes, comprova-o.

Ela não disse nada, simplesmente copiou os nomes e direções em sua própria agenda.

—Sarabeth Greenbalm, Donnie Ray Michael —disse ela logo—. O um ou o outro lhe soam?

—Não.

Ela o olhou então, fixamente.

—Nunca te vi usar realces. por que comprou o tintura labial e a sombra para olhos da linha Natural Perfection no All Things Beautiful?

—Tintura labial? —Ele pareceu em branco durante um momento, logo sacudiu sua cabeça—. OH, recolhi-os para a mulher que via. Ela me pediu que lhe conseguisse um par de coisas já que eu ia ao salão de estilização que vinha com meu pacote.

Obviamente confundido, ele sorriu um pouco.

—E por que, Tenente Açúcar, deveria preocupar-se se comprei o tintura labial?

—Só outro detalhe, Charles. Você me fez um favor uma vez, assim que te faço um. Três pessoas que usaram os serviços do Personally Yours estão mortas, assassinadas da mesma maneira e pela mesma mão.

—Três? Deus.

—Em menos de uma semana. Não vou te dar muitos detalhes, e o que te dê não pode transmitir-se a ninguém. É minha opinião que ele usa os dados do Personally Yours para selecionar a suas vítimas.

—Ele matou a três mulheres em menos de uma semana.

—Não —Eve suavizou seu olhar—. A última vítima foi um homem. Vigia seus passos, Charles.

Quando ele entendeu, o fio de ressentimento se desvaneceu.

—Pensa que poderia ser um objetivo?

—Acredito que qualquer no banco de dados do Personally Yours poderia ser um objetivo. Neste ponto me concentro na lista de contatos das vítimas. Digo-te que não deixe entrar em ninguém em seu apartamento que não conheça. A ninguém —suspirou—. Ele se disfarça como Papai Noel e leva uma grande caixa envolta para presente.

—O que? —Ele baixou o copo que acabava de levantar—. É uma brincadeira?

—Três pessoas estão mortas. Não é muito gracioso. Ele obtém que o deixem entrar, droga-os, ata-os, e os mata.

—Jesus. —Ele se passou as mãos sobre a cara—. É estranho.

—Se este tipo vier a sua porta, manten a salvo e me chame. Detenlo sim pode, se não, deixe ir. Sob nenhuma circunstância, abra sua porta. Ele é preparado, e é letal.

—Não abrirei a porta. A mulher que via, a da agência, tenho que lhe dizer.

—Tenho sua lista contatos. Eu o direi. Preciso manter isto fora dos meios enquanto possa.

—A imprensa não obterá a história deste solitário acompanhante profissional, muito obrigado —fez uma careta—. Pode se localizá-la em seguida, a Dá-la McMullen? Ela vive sozinha, e é... ingênua. Se Santa lhe golpeasse, abriria a porta e lhe ofereceria leite e bolachas.

—Sonha como uma mulher agradável.

—Sim —agora seus olhos eram tristes—. O é.

—irei ver a —Eve se levantou—. Talvez deveria chamá-la outra vez.

—Não serviria de nada —se levantou e fabricou um sorriso—. Mas te assegure de me avisar se decide plantar ao Roarke, Tenente Açúcar. Minha oferta é por tempo indefinido.

 

O coração, pensou Eve enquanto conduzia, era um músculo estranho e freqüentemente esgotado portanto trabalho. Era difícil relacionar a um sofisticado e afável acompanhante autorizado, com a mulher serena, intelectual, que acabava de deixar. Mas, a menos que seus instintos fossem desencaminhados, Dá-la McMullen e Charles Monroe estavam meio apaixonados.

Só que não sabiam o que fazer com isso.

Nesse ponto, tinham sua completa compaixão. A metade do tempo, não sabia o que fazer com os sentimentos impossíveis que tinha para seu próprio marido.

Fez três paradas mais caminho a seu escritório, entrevistando a pessoas nas listas de contatos, lhes dando uma advertência e instruções básicas e específicas que tinha escrito e tinha aprovado o comandante.

Se Donnie Ray tivesse sido advertido, pensou, ainda poderia estar vivo.

Quem era o seguinte na linha? Alguém com quem tinha falado, ou alguém que lhe tinha faltado? Por causa disto, acelerou e atravessou soprando os portões da casa. Queria que Peabody e McNab se inscrevessem no Personally Yours e pusessem seus perfis dentro antes do término da jornada trabalhista.

Viu o veículo do Feeney estacionado diante da casa. Vê-lo-a encheu de esperança de que sua campanha para acrescentá-lo à equipe investigadora tivesse sido bem-sucedida. Com o Feeney e McNab fazendo o trabalho eletrônico, estaria livre para percorrer as ruas.

dirigiu-se diretamente para seu escritório, estremecendo-se quando ouviu a rajada de música, se podia chamar-se o música, esgotando o ar dos vestíbulos.

Mavis tinha um de seu vídeo clipes em tela. Cantava consigo mesma, gritando um poema lírico que parecia ter algo que ver com o arrancamiento de sua alma pelo amor. Feeney estava sentado atrás do escritório do Eve, com aspecto estupefato e ligeiramente desesperado. Roarke estava de pé detrás de uma cadeira, com aspecto completamente cômodo e cortesmente atento.

Sabendo que suas possibilidades de ser ouvida por sobre o alvoroço era nula, esperou até que as últimas notas soaram e Mavis, ruborizada pelo esforço e o prazer, riu bobamente e fez uma reverência.

—Quis que visse o projeto de gravação em seguida, —disse ao Roarke.

—Parece um ganhador.

—De verdade? —Obviamente encantada, Mavis o investiu, lançou seus braços ao redor de seu pescoço, e o apertou—. Logo que posso acreditar que realmente esteja acontecendo. Eu, gravando um disco para a melhor companhia de gravação do planeta.

—vais fazer ganhar muito dinheiro. —Ele beijou sua frente.

—Quero que funcione. Realmente quero que funcione. —Quando viu o Eve, Mavis sorriu abertamente—. Ouça! Agarrou alguma parte?

—O final. Foi grandioso. —E porque era Mavis, realmente o pensava—. Feeney, está de serviço?

—Oficialmente adjudicado. —reclinou-se em sua cadeira—. McNab está fazendo sua consulta preliminar no Personally Yours. Perfilamo-lo como um mecânico de computadores para uma das companhias do Roarke. Seus dados foram introduzidos, e sua nova identidade está no lugar.

—A companhia do Roarke?

—Parecia lógico. —Feeney lhe sorriu abertamente—. Adquire influências, utiliza-as. Aprecio sua ajuda, moço.

—Quando quiser —lhe disse Roarke, logo sorriu a sua esposa—. Tomamos alguns atalhos já que estava um pouco apurada. Peabody se perfilou como um guarda de segurança em um de meus edifícios. Feeney pensou que seria mais singelo manter os perfis com algo de acordo à verdade.

—OH sim, mantenhamo-lo singelo. —Mas suspirando, afirmou com a cabeça—. Bastante bom. Poses a metade da maldita cidade de todos os modos, e ninguém averiguaria, ou encontraria algum buraco em seus arquivos de pessoal se colocar sua mão nisso.

—Exatamente.

—Onde está Peabody?

—Gorjeia justo está terminando com ela.

—Necessito-a agora. Tem que voltar a terminar aqui, para pôr seus dados no sistema e conseguir uma consulta. via-se bem, Por Deus. Quanto tempo toma poli-la e lhe pôr algum traje de rua?

—Gorjeia tinha algumas ideia de filme, —assegurou-lhe Mavis com tal entusiasmo que o sangue do Eve se esfriou—. Espera a que a veja. OH sim, Gorjeia quer que tome uma sessão antes de sua festa. Quer que esteja glamorosa para ela, já que são dias de festejos.

Eve simplesmente grunhiu. Não tinha nenhuma intenção de estar glamorosa, nem agora nem nunca.

—Seguro, bem. Onde demônios… —Sua voz se deteve quando as ouviu chegando. Girou para a porta e piscou. ficou boquiaberta.

—Tenho que dizer, —anunciou Gorjeia—, que sou boa.

Peabody soprou, ruborizada, logo sorriu tentativamente.

—Bem, crie que passarei a prova?

Seu cabelo de corte tigela tinha sido abrilhantado e cavado em um halo escuro. Sua cara resplandecia com a profunda cor pintada ao redor de seus olhos para acentuar sua forma e tamanho, e seus lábios foram tintos com um suave coral rosado.

Seu corpo, que parecia tão robusto em uniforme, adquiriu curvas mais exuberantes e femininas em um arrebatador vestido até o tornozelo de um profundo verde pinheiro. Um enredo de cadeias em matizes de pedras preciosas envolvia seu pescoço. Aparecendo entre seu envoltório havia uma tatuagem pequena e nostálgica, de uma fada alada dourada.

Peabody tinha selecionado a tatuagem ela mesma depois de que Gorjeia a tinha apanhado no espírito das roupas. Não se tinha estremecido quando as mãos rápidas, capazes tinham cavado seu peito esquerdo para aplicar o temporal. Para então já tinha começado a desfrutar da sensação de ser transformada.

Mas agora, quando Eve a contemplava fixamente, Peabody começou a mover seus pés... talheres com saltos muito finos que faziam jogo com as asas de sua tatuagem mística.

—Não funcionou?

—Seguro como o inferno que não parece um policial, —decidiu Eve.

—Vê-te formosa. —Divertido com a reação de sua esposa, Roarke avançou e tomou ambas as mãos do Peabody—: Absolutamente deliciosa. —Enquanto falava, beijou seus dedos e fez que o suscetível coração do Peabody trastabillara.

—Sim, realmente? Latido.

—Esquece-o, Peabody. Feeney, tem vinte minutos para lhe informar de seu perfil. Peabody, onde está seu atordoante, seu comunicador?

—Aqui. —Ainda ruborizada, colocou uma mão em um bolso escondido no quadril do vestido—. Prático, né!?

—Não vai a remplazar os uniformize, —disse Eve, logo assinalou uma cadeira—. Tem que te aprender os dados que Feeney vai te dar de cor. Grava-os. Pode repeti-los pelo caminho. Não podemos nos permitir nenhum engano. Quero-te dentro antes de final do dia, e com uma lista de contatos para amanhã.

—Sim, senhor. —Mas Peabody acariciou o material do vestido meigamente quando avançou para sentar-se com o Feeney.

—Você é a seguinte, —disse Gorjeia, levantando uma mão rapidamente, e passando-a pelo cabelo do Eve.

—Não tenho tempo para um tratamento. —Sustentou Eve—. Além disso, acaba de fazer me faz isso umas semanas.

—Se não te fizer tratamentos regulares, arruína meu trabalho. Tem que fazer-se tempo antes da festa, ou não sou responsável por como se vejo, —advertiu Gorjeia ao Roarke.

—Ela se fará o tempo. —E para aplacá-la, tomou seu braço, dirigindo-a para fora enquanto que elogiava seu brilhantismo com o Peabody.

 

O descobrir ao Nadine Furst limando-se perezosamente suas unhas em seu escritório não era a bem-vinda que Eve esperava encontrar quando chegou à Central de Polícia.

—te levante de minha cadeira.

Nadine só sorriu docemente, colocou a lima de unhas em sua enorme bolsa colorida com bezerros, e descruzó suas pernas.

—Olá, Dallas. Que bom verte. Passas muito trabalhando no escritório de sua casa estes dias? Não te posso culpar. —Enquanto se levantava, Nadine passou os olhos de gato agudo sobre o quarto estreito, sórdido, e poeirento—. Este lugar é um lixeiro.

Sem dizer nada, Eve partiu diretamente a seu computador, comprovou a última entrada no sistema, logo fez o mesmo com seu comunicador.

—Não toquei nada. —Nadine acrescentou apenas o suficiente insulto a sua voz para que Eve estivesse segura que a repórter o tinha considerado.

—Estou ocupada, Nadine. Não tenho tempo para os meios. Vê em perseguição de uma caminhonete tecnomédica ou acossa a um dos droides em Recepção.

—Poderia querer te fazer tempo. —Ainda sonriendo, Nadine se moveu à única outra cadeira no escritório e delicadamente cruzou suas pernas outra vez—. A menos que queira que saia ao ar com o que tenho.

Eve sacudiu um ombro, e encontrou que seus músculos se esticaram quando se sentou, estirou suas próprias pernas cobertas pelos jeans, e cruzou suas danificadas botas nos tornozelos.

—O que conseguiu, Nadine?

—Solteiros em busca de romance encontram uma morte violenta. Personally Yours: agência de contatos ou lista da morte? A melhor Tenente de homicídios, Eve Dallas, investigando.

Nadine olhou a cara do Eve enquanto falava. Tinha-lhe dado totalmente, mas embora os olhos do Eve não vacilaram, Nadine estava segura em seu interior de ter sua completa atenção.

—Não quer que comece com um comentário do oficial que dirige a investigação em curso?

—A investigação prossegue. Uma equipe especial foi formado. O DPSNY persegue toda evidência.

Nadine se inclinou para frente, colocando uma mão em sua bolsa para acender seu grabadora.

—Então confirma que os assassinatos estão relacionados.

—Não confirmo nada com seu grabadora acesa.

A irritação vacilou sobre a cara bonita, e triangular do Nadine.

—me dê algo para avançar.

—Apaga a grabadora, ponha a sobre meu escritório à vista, e te darei algo. Confiscarei-a e algo que tenha nessa mala que arrasta por todos lados. As grabadoras não estão permitidas em áreas oficiais da Central de Polícia sem autorização.

—Cristo, é estrita. —Zangada, Nadine tirou a mini, deixou-a cair no escritório, logo apartou sua bolsa—. Confidencialmente?

—Confidencialmente. —devido a que Nadine havia dito as palavras, Eve assentiu. Nadine poderia ser irritante, tenaz, e uma dor no culo pelo general, mas tinha integridade. Não havia nenhuma necessidade de procurar na bolsa por outra grabadora.

—Os homicídios sob minha investigação foram cometidos pela mesma pessoa. Personally Yours parece ser a fonte das vítimas. Pode sair ao ar com isso.

—A agência de contatos. —Todos os rastros de moléstia desapareceram quando Nadine sorriu. A sutil indireta do Eve lhe tinha dado um leve empurrão na investigação de cada agência de contatos da cidade. Seria capaz de relacionar os dados e desenvolver seu relatório corretamente com o rápido movimento de um par de botões.

—Assim é.

—O que pode me dar?

—A maior parte de minhas notas estão na unidade de meu escritório.

Mas Nadine tirou seu ordenador de mão e recuperou informação.

—Já tem todo o habitual: donos, tempo no negócio, requisitos. Eles fazem alguns anúncios custosos em nossa estação. Gastando... dois milhões em ano passado em anúncios em tela. Nossos controles de crédito mostraram que podem permitir-lhe é menos de dez por cento de seus ganhos brutos.

—O romance é proveitoso.

—Pode jurá-lo. Fiz uma pesquisa informal na estação. Aproximadamente quinze por cento dos chefes e da equipe utilizaram seus serviços. Informar ao público tem um grave efeito na vida pessoal, —acrescentou ela ligeiramente.

—Alguém que você goste de utiliza Personally Yours?

—Provavelmente. —Nadine inclinou sua cabeça—. Eu gosto de muita gente, sou do tipo amistoso, sociável. Deveria me preocupar com eles?

—Três vítimas utilizaram a agência de contatos, dois se conheceram causalmente através dela. Ainda não encontramos nenhuma outra conexão entre eles.

—Então... seu indivíduo pesca corações solitários. —E isso era uma tremenda primicia, decidiu Nadine, já Armando a notícia em sua cabeça.

—Suspeitamos que Personally Yours é sua fonte. —Eve queria recalcar essa parte. Não tinha a intenção de lhe dar ao Nadine muito mais—. A equipe especial, formado hoje, persegue todas as linhas da investigação.

—Resultados?

—Estão sendo comprovados. Não te darei dados concretos disso, Nadine.

—Suspeitos? —disse tenazmente.

—Os interrogatórios estão em curso.

—Motivo?

Eve considerou um momento.

—São homicídios sexuais.

—OH. Bem, isso calçaria. Tem um assassino bissexual? Uma das vítimas era masculina, duas femininas.

—Não posso confirmar ou negar as preferências sexuais do assassino. —Pensou no Donnie Ray, e a culpa estalou ao longo de seu estômago—. As vítimas admitiram ao assassino em suas casas. Não houve signos de entrada forçada em nenhum caso.

—Eles lhe abriram a porta? Conheciam-no?

—Pensavam que sim. Pode lhe aconselhar a sua audiência que pense duas vezes antes de lhe abrir a porta a alguém que não conhecem pessoalmente. Não posso te dar mais sem comprometer a investigação.

—matou três vezes em menos de uma semana. Tem pressa.

—Tem um programa, —disse Eve—. Isto não é para o ar. Tem uma lista, um patrão, e é assim como o apanharemos.

—me dê um rápido um a um, Dallas. Posso ter uma câmara em aqui em dez minutos.

—Não. Não ainda, —acrescentou antes de que Nadine teimasse com isso—. obtiveste mais do que dei a qualquer. Toma-o e agradece-o. Darei-te um um a um sim e quando possa. Eu estaria mais inclinada sim, depois de que abandone ao Piper e Rudy, diz-me o que obteve.

Nadine arqueou uma sobrancelha.

—Retribuição. Bem. Dirijo-me aí agora. Uma vez que eu… —Se calou, sua boca se abriu de par em par quando Peabody se precipitou pela porta.

—Dallas, não acreditaria... Olá, Nadine.

—É você, Peabody?

Embora Peabody lutou por manter um ar causal, seus lábios sorriram.

—Sim, acabo de me fazer um pequeno trabalho.

—Um pequeno. Vê-te fabulosa. É aquele um dos desenhos do Leonardo? É só absolutamente magnífico. —levantou-se, rodeando ao Peabody.

—Sim, é um dele. Realmente funciona, verdade?

—Peabody, está para matar. —Renda-se, Nadine retrocedeu. Logo seu sorriso se afiou; seus olhos se entrecerraron—. Deixa a seu ajudante vestir-se de ornamento em meio de uma investigação de assassinato? —Começou, girando para o Eve—. Não acredito. Diria que o que temos aqui, é uma coberta muito hábil. Provando as maravilhas das entrevistas por computador, Peabody?

—Fecha a porta, Peabody. —Ante a terminante ordem do Eve, Peabody avançou um pouco e fechou a porta detrás de si—. Nadine, se isto te escapa, golpearei-te. Verei que não haja polícia aqui em Central que te diga o dia da semana, muito menos uma primicia. Logo me porei desagradável.

O ardiloso sorriso de raposa do Nadine desapareceu. Seus olhos se obscureceram e nublaram.

—Crie que trairia sua investigação? O que passaria dados que poderiam pôr ao Peabody em um apuro? Vete ao diabo, Dallas. —Agarrou sua bolsa e se voltou para a porta. Mas Eve foi mais rápida.

—Pus seu culo na linha de fogo. —Furiosa consigo mesma, Eve agarrou a bolsa das mãos do Nadine e o lançou—. Fiz a chamada, e se algo enguiço, é minha culpa.

—Dallas...

—te cale, —disse bruscamente ao Peabody—. Se isso danificar seus sentimentos por saber quão longe chegaria para proteger sua coberta e este caso, pois o lamento.

—Bem. —Nadine respirou profundo e controlou seu próprio caráter. Era estranho para ela descobrir inclusive uma sombra de medo nos olhos do Eve—. Bem, —repetiu—. Mas deveria recordar que Peabody é meu amiga. E você também.

inclinou-se para recolher sua bolsa, e o levou a ombro.

—Bonito cabelo, Peabody, —disse antes de abrir a porta e sair.

—Cadela —foi todo o Eve pôde pensar em dizer. Girando, caminhou para a pequena janela e olhou fixamente o sórdido tráfico aéreo.

—Posso dirigir isto, Dallas.

Eve olhou fixamente um aerobús que esquivava ferozmente um pequeno dirigível publicitário em seu espaço aéreo.

—Não te teria posto se não pensasse que pode dirigi-lo. Mas o fato é que sou eu quem te pôs. E não tem nenhuma experiência trabalhando de incógnito.

—Você me dá a possibilidade de consegui-lo. Quero ser detetive. Não conseguirei o grau sem trabalho encoberto em meu expediente. Sabe isso.

—Sim. —Eve colocou suas mãos em seus bolsos traseiros—. Sei.

—Uh... Sei que meu culo é um pouco maior do que deveria ser, embora trabalho nisso, mas sei cobri-lo.

Com meia sorriso, Eve se deu volta.

—Seu culo está muito bem, Peabody. por que não se sinta sobre ele e me dá seu relatório?

—Foi grandioso. —Sonriendo agora, Peabody se deixou cair em uma cadeira—. Quero dizer um sonho. Não se deram conta que era a polícia que tinha estado ali faz apenas um par de dias. Consegui tratamento real. —Ela revoou suas pestanas recém obscurecidas e alargadas.

Eve inclinou sua cabeça.

—Se já se controlou, oficial, eu gostaria de seu relatório.

—Senhor. —Peabody se endireitou na cadeira, tranqüila—. Como ordenou, reportei-me na posição assinalada, e solicitei uma consulta. depois de uma breve entrevista fui escoltada a um salão onde Piper continuou a entrevista pessoalmente. Os dados que ofereci foram registrados em seu computador pessoal. Ofereceram-me um refresco. —Uma piscada rápida de diversão se acendeu em seus olhos—. Aceitei, acreditando estar no papel. Dallas, eles têm chocolate quente. Quero dizer genuíno, e bolachas de açúcar. Uso Natal. Comi três renas antes de me dar conta.

—Segue assim e necessitará um toldo para cobrir seu culo.

—Sim. —Mas Peabody suspirou recordando—. Indiquei que queria proceder imediatamente. Deixe-lhe ver que não queria estar sozinha durante as festas. Ela foi muito simpática, encantadora. Posso ver por que a gente que entra ali confia nela para se localizá-los. Quis fazer acontecer com um assessor, mas me plantei. Disse-lhe que me sentia tão cômoda com ela, e que esse processo era algo embaraçoso para mim. Ofereci pagar mais, se era necessário, para que se ocupasse de mim.

—Bem pensado.

—Foi muito doce. Tocou minha mão. Fez-me o vídeo ela mesma, até me treinou um pouco. Rudy entrou para o final porque ela tinha que ir a uma reunião. Não me reconheceu tampouco. Paquerou comigo.

—De que modo?

—De um modo mecânico. Era só parte do trabalho, se me perguntar. Aprovando sorrisos, cumpridos, tomar a mão. Não é meu tipo, —acrescentou—, mas brinquei com ele. Ele me ofereceu outro chocolate quente, mas consegui resistir. Também consegui uma visita do lugar, mostraram-me uma área do clube que têm onde os contatos podem encontrar-se se se sentem incômodos a respeito de encontrar-se fora. Muito de bom gosto, inclinando-se para o elegante. Têm uma pequena cafeteria, também, para os mesmos propósitos. É informal. Havia vários casais encontrando-se ali. —Enrugou seu nariz—. Vi o McNab passar a prova, também.

—Então estamos dentro, e na lista. E sua lista de contatos?

—Posso ingressar amanhã pela manhã. Eles preferem que alguém vá em pessoa mas bem que fazer os acertos para uma transmissão para uma primeira entrevista. Investigaram-me aproximadamente uma hora. Os novos dados do Roarke se mantiveram firme, e pelo que pude ver, realmente procuram. Se eu entrasse de verdade, sentiria-me segura.

—Bem, consegue a lista de partidas, segue a rotina. Mas estabelece que te encontrasse com eles fora. —Considerou-o um momento—. Usaremos um dos sítios do Roarke... clube ou bar de tamanho médio. Poremos a um casal de policiais no interior. Terei que ficar fora. Se Rudy ou Piper estão nisto, reconheceriam-me. Conseguiremos um veículo de vigilância. Quero que consiga ao menos dois, aspira a três, para te reunir com eles manhã de noite. Não podemos nos sentar neste.

Jogou uma olhada a seu relógio, tamborilou com seus dedos.

—vá procurar uma sala de conferências vazia. Necessito que venham McNab e Feeney para uma atualização. Quero que tudo vá como a seda.

—Se McNab se meter comigo, esmago-o.

—Espera a que o caso esteja fechado, —aconselhou Eve—. Logo esmaga-o.

 

Ela podia ver as luzes do extremo da larga curva ao minuto de entrar pelas portas. Ao princípio, Eve se perguntou se a casa ardia, estava tão iluminada e brilhante. Quando se aproximou mais, viu o contorno de uma árvore na ampla janela do salão dianteiro. Estava vivo com a luz branca, brilhando e resplandecendo, faiscando enquanto os pequenos ramos acesos estavam abarrotadas com bolas brilhantes vermelhas e verdes.

Deslumbrada, estacionou seu carro e correu pelos degraus. Dirigindo-se diretamente ao salão, deteve-se sob a arcada e olhou fixamente. A árvore tinha que ser de seis metros de alto, e ao menos um metro vinte de largura. Milhas de grinalda chapeada foram postas engenhosamente para fixar as centenares de bolas coloridas. Em cima, quase roçando o teto, havia uma estrela de cristal, cada ponta palpitando com uma luz. Debaixo uma manta branca que substituía a neve. Ela não podia começar a contar os presentes elegantemente envoltos empilhados ali.

—Jesus, Roarke.

—Formoso, verdade?

Ele entrou silenciosamente detrás dela, fazendo que se sobressaltasse antes de dar-se volta sacudindo a cabeça para ele

—Onde infernos o conseguiu?

—Oregon. Tem como base uma raiz tratada. Doaremo-lo a um parque depois de Ano Novo. —Passou um braço ao redor de sua cintura—. Os, deveria dizer.

—Os? Tem mais destes?

—Há um um pouco maior que este na sala de baile.

—maior? —conseguiu dizer.

—Outro nas habitações do Summerset, e o que está em nosso dormitório. Pensei que decoraríamos esse esta noite.

—Tomará dias decorar um destes.

—Só tomou quatro horas decorar este à equipe que aluguei. —E riu—. O nosso é mais manejável. —Girou sua cabeça para posar seus lábios sobre sua frente—. Preciso compartilhar isto contigo.

—Não sei fazer nada disto.

—Tentaremo-lo.

Ela olhou para trás a árvore e por sua vida que não podia determinar por que a pôs nervosa.

—Tenho trabalho, —começou, e se teria afastado. Mas ele se moveu, pôs suas mãos em seus ombros, e esperou até que seus olhos encontraram os seus.

—Não tenho intenção de interferir com seu trabalho, Eve, mas temos direito a uma vida. Nossa vida. Quero uma tarde com minha esposa.

Ela juntou as sobrancelhas.

—Sabe que ódio quando diz “minha esposa” nesse tom.

—por que crie que o faço? —riu quando ela tratou de afastar suas mãos—. Te tenho, Tenente, e te conservarei. —Sabendo quão rapidamente ela poderia responder com um movimento, levantou-a—. te Acostume a isso, —aconselhou-lhe.

—vais fazer me encolerizar.

—Bom, então teremos primeiro sexo. É uma aventura fazer o amor contigo quando está zangada comigo.

—Não quero ter sexo. —Possivelmente poderia querer, pensou com irritação, se ele não estivesse tão malditamente satisfeito sobre isso.

—OH, um desafio e uma aventura. Acabo de obter algo melhor.

—Baixa me, burro, ou terei que te fazer danifico.

—E agora ameaça. Definitivamente me estou excitando.

Ela resistiu rir. E quando ele entrou no dormitório, estava fortalecida e lista para um combate. Mais tarde, pensaria que Roarke conhecia sua forma de pensar muito bem.

Deixou-a cair na cama, logo se mergulhou antes de que ela pudesse tomar uma postura ofensiva. Com uma emano lhe sujeitou as bonecas e pôs suas mãos por acima de sua cabeça.

Lançou-lhe um olhar arejado, com os olhos entrecerrados.

—Não lhe farei isso fácil, amigo.

—Deus, espero que não.

Ela fez uma tesoura com suas pernas, sujeitou-as fortemente ao redor da cintura do Roarke, e as engenhou para corcovear até que rodaram. Galahad, que tinha estado desfrutando de uma sesta no travesseiro, lançou um vaio feroz e saltou longe.

—Agora o tem feito. —Grunhiu Eve quando ele rodou em cima dela outra vez—. Incomodou ao gato.

—lhe deixe encontrar sua própria mulher, —murmurou Roarke, logo esmagou com sua boca a do Eve.

Sentiu os rápidos batimentos do coração em suas bonecas, golpeando com força, sentiu que o corpo sob seu se estremecia da cabeça aos pés, mas ela não cedeu, não estava preparada, pensou. Havia momentos, sabia, em que ao Eve gostava de uma luta violenta, rápida.

Por Deus, estava de humor para uma ele mesmo.

Mordeu seu lábio inferior, triunfante pelo gemido que ela não pôde dissimular completamente. Com sua mão livre liberou o arnês com sua arma, tirando-o por seu ombro. Logo, porque podia, porque o calor já emanava dela em ondas, enganchou uma mão na abertura de sua blusa e a rasgou pelo centro.

Agora o corpo dela se estirava para o seu, exigente, audaz, ainda quando ela se retorcia baixo ele em uma tentativa de evadir ou tomar o controle.

—Cristo, quero-te. Nunca é suficiente. —Sua boca se prendeu firmemente de seu peito.

Não, nunca era suficiente, foi o último pensamento claro do Eve. Gritou, seu corpo forte dobrando-se quando esses apertões e puxões ferozes em seu peito vibraram através dela como uma música selvagem com um furioso batimento do coração.

O calor parecia rugir desde seu centro.

Liberada, suas mãos se arrastaram por sua camisa, rasgando a seda até que encontrou a carne com seus dedos, com sua boca, com seus dentes.

Rodando outra vez, tironearon a roupa, atormentaram a pele com dentadas ambiciosas e fortes movimentos. Quando saiu a encontrá-lo, fechando seu punho a seu redor, estava duro como o ferro e suave como a seda.

—Agora, agora, agora. —Ela arqueou seus quadris, e se correu violentamente no instante que se introduziu nela.

Ele se manteve ali, sepultado profundamente, ofegando enquanto piscava para esclarecer sua visão e olhá-la. O fogo que ardia no lar através do quarto lançava brilhos de luz e sombras sobre sua cara, cintilava em seu cabelo e titilava em seus olhos, que se tinham escurecido e nublado com o que se davam o um ao outro.

—Sou eu quem te agrada. —Ele retrocedeu e empurrou outra vez—. Sempre. —moveu-se, levantou seus quadris com suas mãos—. Estala outra vez, —exigiu e começou a arrasá-la com largas e fortes investidas.

Ela se agarrou com suas mãos à roupa de cama como se se ancorasse. Na penumbra podia vê-lo sobre ela, o brilho de seu cabelo escuro, olhos muito azuis para ser verdadeiros, músculos lisos, pele dourada pálida e orvalhada com suor.

A necessidade se elevou como uma inundação, e o prazer a esmagou. Sua visão se nublou, convertendo-o em uma sombra, dourada nos borde. ouviu-se gemer seu nome quando seu corpo estalou.

—E outra vez. —Ele baixou, tomando sua boca com a sua, unindo seus dedos com os seus, golpeando seu corpo com o sua—. Outra vez, —exigiu, quando seu sangue se desencadeou—. Comigo.

E foi “Eve” tudo o que disse, só “Eve”, quando se derramou nela.

 

Perdeu a noção do tempo enquanto estava baixo ele, a luz dançando no teto. perguntou-se vagamente se podia ser normal necessitar tanto a alguém, amar até o ponto da dor.

Logo ele girou sua cabeça, seu cabelo roçando sua bochecha, seus lábios acariciando sua garganta. E ela se perguntou por que deveria preocupar-se.

—Espero que esteja satisfeita. —Seu murmúrio não foi tão insolente como ela tinha esperado que fora, e se encontrou acariciando uma mão sob suas costas.

—Mmmm. Pareço está-lo. —Ele acariciou com sua boca sua garganta outra vez antes de levantar a cabeça e olhá-la—. Parece ser mútuo.

—Deixei-te ganhar.

—OH, sei.

O brilho em seus olhos a fez grunhir.

—Baixa lhe, é pesado.

—Bom. —Agradou-a, então a agarrou outra vez—. Tomemos banho, logo podemos decorar a árvore.

—por que essa obsessão que tem com as árvores?

—Não adornei um em anos... não desde o Dublín quando vivia com o Summerset. Quero ver se ainda posso fazê-lo. —Caminhou para a ducha com ela, e lhe cobriu fortemente com uma mão a boca, sabendo sua preferência incompreensível pelas duchas frite.

—Água a trinta e sete graus.

—Muito quente, —resmungou ele contra sua mão.

—Vive com isso. —E suspirou larga e profundamente quando a água quente começou a pulsar de todas as direções—. OH sim, assim está bem.

Quinze minutos mais tarde caminhou para o tubo secante com seus músculos relaxados e flexíveis, sua mente clara e em guarda.

Roarke se secava as costas... outro de seus hábitos que não podia entender. por que perder o tempo esfregando-se com algodão quando uma volta rápida no tubo secante o fazia? Avançou para tomar sua bata quando notou que não era a que tinha deixado pendurada ali essa manhã.

—O que é isto? —Ela desprendeu o comprido corrente escarlate.

—Cachemira. Você gostará.

—Compraste-me um milhão de batas. Não vejo… —Mas sua voz se apagou quando se deslizou nela —. OH. —Odiava quando se perdia em um pouco tão superficial como as texturas. Mas esta era suave como uma nuvem, quente como um abraço—. É bastante agradável.

Ele sorriu abertamente, grampeando uma bata negra do mesmo material.

—Vê-te bem. Venha, pode me contar do caso enquanto me ocupo das luzes.

—Peabody e McNab estão dentro. Terão suas listas de contatos pela manhã. —Entrou novamente no dormitório, e notou o cubo de prata com champanha; uma bandeja de prata com canapés esperava. Que demônios, decidiu, e se encheu sua boca de algo glorioso enquanto servia duas taças—. Suas cobertas passaram a investigação.

—É obvio. —De uma caixa grande, Roarke tomou uma larga fileira de luzes diminutas.

—Não seja presumido, ainda temos muito que fazer. Nadine estava em meu escritório quando passar por Central, —acrescentou, e pôs o champanha do Roarke na mesa perto da cama—. Conseguiu dar uma olhada ao Peabody assim tive que lhe dar mais do que quis. Confidencialmente.

—Nadine é um desses estranhos repórteres nos que pode confiar. —Roarke estudou a árvore, as luzes, e decidiu mergulhar-se diretamente nele—. Não filtrará dados confidenciais.

—Sim, sei. Metemo-nos nisso um pouco. —Franzindo o cenho, rodeou a árvore enquanto Roarke trabalhava. Não tinha nem idéia se ele sabia o que fazia—. Se Piper e Rudy não me tivessem visto, faria o trabalho encoberto eu mesma.

Roarke levantou uma sobrancelha quando assegurou a primeira réstia e tirou outra.

—Eu poderia ter uma pequena objeção a que minha esposa se citasse com homens estranhos.

Ela voltou para a bandeja, tomou outro bonito canapé ao azar.

—Não teria dormido com nenhum deles... a não ser que o trabalho o requeresse.         —Sorriu-lhe burlonamente—. E teria pensado em ti todo o tempo.

—Não teria tomado muito tempo... já que teria talhado suas bolas e lhe teria dado isso.

Ele seguiu trespassando luzes enquanto ela se afogava com sua taça.

—Jesus, Roarke, só brinco.

—Mmm-hmm. Eu, também, querida. me dê outra fileira dessas.

Nada segura dele, Eve tirou outra corda de luzes.

—Quantas destas vais usar?

—Tantas como necessito.

—Já. —Suspirou—. O que quis dizer... antes... era que eu teria feito o trabalho encoberto porque Peabody está verde.

—Peabody teve uma boa formação. Deveria confiar nela. E em ti.

—McNab ainda esperneia por isso.

—Está coado por ela.

—Ele sem dúvida... O que?

—Está coado por ela. —Retrocedeu, franzindo os lábios—. Acender a árvore,                 —ordenou, logo afirmou com a cabeça, satisfeito quando os diminutos pontos diamantados piscaram—. Sim, assim está bem.

—O que quer dizer com coado? O que está interessado nela? McNab? De maneira nenhuma.

—Ele não está seguro que goste, mas se sente atraído. —Querendo ver seu trabalho desde outro ângulo, Roarke avançou, recolheu sua taça, e bebeu a sorvos enquanto o estudava—. O decoraremos depois.

—Ele a irrita como o demônio.

—Acredito que sentiu o mesmo por mim ao princípio. —Fez um brinde para sua esposa ante o brilho das luzes do fogo e a árvore—. E olhe onde terminamos.

Eve o contemplou durante uns dez segundos, logo se sentou torpemente ao lado da cama.

—OH Cristo, isto é perfeito. Isto é simplesmente perfeito. Não posso os ter aos dois trabalhando juntos se houver algo assim entre eles. Posso tratar com a irritação; com a mierda sexual, não.

—Às vezes tem que deixar ir a seus meninos, querida. —Abriu outra caixa, escolheu um antigo anjo de porcelana—. Você põe o primeiro. Será nossa pequena tradição.

Eve o contemplou.

—Se algo acontecer com ela...

—Não deixará que lhe aconteça nada.

—Não. —Suspirou, e se levantou—. Não, não vou fazer o. vou necessitar sua ajuda.

Ele estendeu a mão, acariciou com a gema do dedo a covinha de seu queixo.

—Tem-na.

Ela se deu volta, escolheu seu ramo, e pendurou o anjo.

—Amo-te. Adivinho que isto será nossa pequena tradição, também.

—É meu favorita.

 

Tarde, muito tarde, quando as luzes de árvore estavam desconectadas e o fogo estava baixo, Eve não podia dormir. Estava ele aí, agora? Emitiria um sinal sonoro seu comunicador, anunciando outro corpo, outra alma perdida porque estava muitos passos atrás? A quem amava ele agora?

 

A neve começou a cair do céu ao amanhecer. Não uma neve bonita de cartão de natal, a não ser agulhas magras, que assobiavam grosseiramente quando golpeavam o pavimento. Quando Eve se instalou seu escritório na Central de Polícia, havia uma feia capa escorregadia e cinza sobre as ruas, calçadas e escorregadores da cidade, que manteria certamente aos técnicos médicos e os policiais de tráfico ocupados.

Fora de sua janela, dois helicópteros meteorológicos de canais rivais se batiam em duelo em uma guerra por passar as más notícias aos espectadores e informar dos últimos choques ou quedas de pedestres.

Tudo o que tinham que fazer, pensou Eve malhumoradamente, era abrir suas próprias jodidas leva e olhar eles mesmos.

ia ser um dia horrível.

lhe dando as costas à vista desde sua janela, introduziu dados em seu computador com pouca esperança de conseguir uma relação decente de probabilidade.

—Computador, programa de probabilidade. Usando dados conhecidos, analisar e calcular. Lista por ordem de probabilidade de nomes mais plausíveis para ser escolhidos como objetivos pelo assassino de Amor Verdadeiro.

Trabalhando...

—Sim, faz isso, —murmurou. Enquanto sua máquina gemia e dava tombos, tomou cópias das fotos confiscadas do Personally Yours e, levantando-se, fixou-as a um tabuleiro sobre seu escritório.

Marianna Hawley, Sarabeth Greenbalm, Donnie Ray Michael. Caras que sorriam com esperança. Oferecendo seu melhor perfil. Solitários em busca de amor.

A recepcionista, a bailarina, e um saxofonista. Estilos de vidas diferentes, objetivos diferentes, necessidades diferentes. Que mais tinham em comum? O que lhe escapava, que os unia com um assassino?

O que lhes viu ele quando os olhou para sentir-se atraído e furioso? Gente comum, vivendo vistas comuns.

Percentagens de probabilidade similares para todos os sujeitos.

Eve jogou uma olhada a sua máquina e grunhiu.

—Ao inferno com isso. Tem que haver algo.

Dados insuficientes para análise adicional. O patrão atual é aleatório.

—Como diabos se supõe que protegerei a duas mil pessoas, por amor de Deus?             —Fechou seus olhos, e controlou seu caráter—. Computador, eliminar todos quão sujeitos vivam com um membro de sua família ou companheiro. Cotejar os restantes.

Trabalhando... Tarefa completa.

—Bem. —Esfregando-os olhos, afirmou com a cabeça. As três vítimas tinham sido brancas, pensou—. Elimine todos os sujeitos não caucásicos. Cotejar de novo os restantes.

Trabalhando... Tarefa completa.

—Número restante?

Seiscentos e vinte e quatro sujeitos restantes...

—Mierda. —Retrocedeu para estudar as fotos—. Elimine todos os sujeitos de mais de quarenta e cinco e menos de vinte e um anos.

Trabalhando... Tarefa completa.

—Bem, bem. —Começou a passear-se enquanto o estudava atentamente. Agarrando sua cópia impressa do arquivo, estendeu os papéis—. Novatos                             —murmurou—. Todos eram novatos. Elimine todos os sujeitos com mais de uma consulta no Personally Yours. Cotejar restantes.

Trabalhando...

Esta vez quando a máquina se entupiu e sacudiu Eve lhe deu um golpe impaciente com a palma de sua mão.

—Pedaço de mierda, —murmurou, e apertou os dentes quando a máquina gemeu outra vez.

Tarefa... completa.

—Não comece a balbuciar. Número restante?

Duzentos e seis nomes restantes.

—Melhor. muito melhor. Imprimir nova lista.

Enquanto a máquina mastigava e cuspia dados, girou para seu comunicador e ficou em contato com o EDD.

—Feeney, tenho mais de duzentos nomes. Preciso comprová-los. Pode fazê-lo? Ver quantos deixaram a cidade, quantos se emparelharam ou casaram, morreram dormindo, ou estão de férias no Planeta Disney?

—envia-me isso —Gracias. —Levantó la mirada cuando oyó una profusión de silbidos y rechiflas proveniente de los detectives—. Es una prioridad, —le dijo y salió del sistema mientras Peabody entraba emocionada e inquieta.

—Obrigado. —Levantou o olhar quando ouviu uma profusão de assobios e assobios proveniente dos detetives—. É uma prioridade, —disse-lhe e saiu do sistema enquanto Peabody entrava emocionada e inquieta.

—Jesus, a gente pensaria que esses imbecis não me tinham visto sem uniforme antes. Henderson ofereceu deixar a sua esposa e meninos durante um fim de semana para ir-se comigo a Barbados.

Mas, pelo brilho de seus olhos, Peabody não parecia estar muita desgostada pela reação.

Eve franziu o cenho. A cara de seu ajudante estava maquiada e resplandecente, seu cabelo cavado. Suas pernas luziam uma saia curta, estreita e botas com saltos finos, ambas da cor das framboesas amadurecidas.

—Como diabos caminha com esse conjunto? —quis saber Eve.

—Pratiquei.

Eve inalou profundamente, logo soltou o ar.

—Sente-se, repassemos o plano.

—Bem, mas toma um par de minutos me sentar com esta saia. —Cautelosa, Peabody apoiou uma mão no bordo do escritório e começou a sentar-se.

—Como demônios vais fazer se tiver que te agachar ou te sentar rápido?

—Só um segundo. —Inspirou, estremeceu-se um pouco—. Está um pouco apertada na cintura, —disse quando se sentou.

—Deveria ter pensado em seus órgãos internos antes de te colocar nessa coisa. Tem uma hora antes de ir ao Personally Yours. Quero-te A...

—Que demônios faz vestida assim? —McNab se deteve na entrada, seus olhos lhe saíram das orbitas enquanto olhava as largas pernas do Peabody.

—Meu trabalho, —disse ela com um ofego.

—Só está pedindo que lhe volteiem. Dallas, faz que fique algo mais de roupa.

—Não sou assessor de moda, McNab. E se o fora… —Eve se tomou o tempo para estudar sua solta calça rajada vermelho e branco e seu pulôver de pescoço alto amarelo manteiga—... poderia ter algo que dizer sobre suas opções de guarda-roupa.

Peabody riu disimuladamente, Eve entrecerró seus olhos.

—Agora, meninos, recordem que trabalhamos em homicídios múltiplos neste momento. Se não poderem ser amigos, temo que terei que limitar seu tempo de recreio esta tarde.

Peabody imediatamente quadrou seus ombros, e embora deslizou um olhar zombador para o McNab, foi o bastante sábia para não dizer nada.

—Peabody, quero que convença ao Piper de que se pegue a ti através de toda a assessoria. McNab, toma ao Rudy. Uma vez que tenham as listas de contatos, investigarão pelas áreas de venda ao público. Façam-se notar.

—Temos um orçamento para compras? —Quis saber McNab, e ante o olhar fixo do Eve, encolheu-se de ombros e colocou suas mãos nos amplos bolsos de sua calça—. Daria uma melhor impressão se comprássemos algumas costure. Dar adulação aos vendedores.

—Têm duzentos créditos cada um dos recursos departamentais. Não se preocupem. McNab, sabemos que Donnie Ray usou o salão para comprar realces para sua mãe. te assegure de passar tempo ali.

—Ele poderia empregar um mês, —disse Peabody para si, logo curvou seus lábios inocentemente quando Eve a olhou carrancuda.

—Peabody, Hawley usou créditos no salão e no Desirable Woman, o local de lingerie no piso de acima. Comprova-o.

—Sim, senhor.

—Ambos terão que relacionar-se com tantos nomes de suas listas de contatos como é possível. Estabelecer encontros. Quero que isto comece esta noite. estão-se fazendo acertos para usar o Nova Clube na Cinqüenta e três. Quanto mais cedo comecemos na tarde, mais avançaremos. Tentem a primeira entrevista às quatro... logo agenden as demais com uma hora de diferença. Façam entrar em tantos como podem. Não sabemos se ele deu um golpe ontem à noite. Podemos ter sido afortunados. Mas ele não esperará.

Jogou uma olhada às fotos outra vez.

—Teremos policiais dentro. Feeney e eu estaremos na rua, em constante contato. Ambos usarão microfones. Nenhum de vocês deve partir com ninguém. Se tiverem que ir ao banho, fazem gestos e um policial de dentro vai com vocês.

—Não é seu patrão golpear em um lugar público, —indicou Peabody.

—Não excluo possibilidades com minha gente. Sigam os passos, sem separações, ou estão fora. Enviem ao Feeney e a mim as listas de contatos logo que as tenham. Se qualquer membro do pessoal no Personally Yours ou de qualquer das lojas relacionadas mostra interesse por sair com vocês, fazem um relatório. Perguntas?

Eve levantou suas sobrancelhas quando ambos sacudiram suas cabeças.

—Então comecemos.

Não sorriu abertamente quando Peabody se levantou, com certa dificuldade, da cadeira. Mas quis fazê-lo. McNab pôs os olhos em branco e mostrou seus dentes quando ela partiu diante dele e do escritório.

—Está verde, —disse ao Eve.

—É boa, —respondeu Eve.

—Talvez, mas mantenho meus olhos nela.

—Posso ver isso, —murmurou quando ele saiu a pernadas.

Retornou outra vez às fotos. Obcecavam-na aquelas três caras. O que lhes tinham feito se arrastava lentamente dentro dela e se negava a sair.

Muito perto, recordou-se. Muito enfocado no que e não bastante em por que.

Fechou seus olhos um momento, esfregou-os como se assim pudesse apagar as imagens de suas próprias lembranças.

por que esses três? perguntou-se outra vez e se aproximou para estudar a cara alegremente sorridente da Marianna Hawley.

Empregado de escritório profissional, refletiu, provando o mesmo sistema que tinha utilizado para selecionar o perfume de Olhe. Confiável, antiquada, romântica. Bonita de forma anódina, de uma maneira agradável. Estreitas relações familiares. Interessada no teatro. Uma mulher ordenada que desfrutava de coisas belas a seu redor.

Enganchando seus polegares em seu bolso, girou seu olhar para o Sarabeth Greenbalm. A nudista. Uma pessoa solitária que era cuidadosa com o dinheiro e colecionava cartões de visita. Confiável, também, em sua carreira escolhida. Vivia frugalmente, guardando seu salário nítido e calculado suas gorjetas. Nenhuma afeição conhecida, nem amigos ou conexões familiares.

E Donnie Ray, refletiu, o moço que amava a sua mãe e tocava o saxofone. Vivia como um porco e tinha um sorriso de anjo. Aspirava um pouco do Zoner, mas nunca faltou a uma atuação.

E de repente o teve, contemplando as caras das três vítimas que nunca se encontraram.

O teatro.

—Sim! Computador, abrir Personally Yours, dados do Hawley, Marianna; Greenbalm, Sarabeth; Michael, Donnie Ray. Colunas em tela, detalhar profissões e pasatiempos/intereses.

Trabalhando... Em tela, sujeitos solicitados. Hawley, Marianna, ajudante administrativo, no Foster-Brinke. Passatempos e interesses, teatro. Membro da Comunidade de Atores do lado do Oeste. Outros interesses...

—Deter, seguir com o sujeito seguinte.

Greenbalm, Sarabeth, bailarina...

—Deter. E Donnie Ray, saxofonista. —tomou um minuto, processando-o em sua própria mente—. Computador, exploração de probabilidade de que o assassino tenha selecionado aos atuais sujeitos devido a conexão ou interesses mútuos como teatro e entretenimento.

Trabalhando... Com dados padrões, o índice de probabilidade é noventa e três ponto dois por cento.

—Bom, malditamente bom. —E bufando, respondeu o bip de seu comunicador—. Dallas.

—Despacho, Dallas, Tenente Eve. Ver casal no 341 E dezoito Oeste, unidade 3. Possível tentativa de assalto. Probabilidade de que se trate de um incidente ligado a investigações atuais de homicídio, noventa e oito ponto oito por cento.

Eve já se levantou e agarrado sua jaqueta.

—Em caminho, Dallas.

 

—Era apenas insólito. —A mulher era diminuta, tão delicada como as fadas que dançavam na pequena árvore de cristal branco centrado na ampla janela do velho desvão restaurado—. Jacko se toma muito a peito algumas costure.

—Sei o que sei. Esse tipo estranho se bancar esperto, Cissy.

Jacko franziu o cenho quando passou seu braço ao redor do ombro da mulher. Ele teria feito quatro elas, pensou Eve. Devia medir ao redor de 1,90 e pesar 115 quilogramas. Uma compleição de jogador de bola, uma cara tosca como uma montanha de rocha. Cicatrizes profundas na mandíbula e sobre a sobrancelha direita.

Ela era pálida como um raio de lua, ele escuro como a meia-noite. Sua mão grande tragava a sua.

O desvão tinha sido dividido em três áreas principais. Eve conseguiu espionar o mobiliário do dormitório através da curvada abertura nas paredes de vidro cor pêssego. A cama era enorme e estava desfeita.

Na área de estar um sofá comprido em forma de Ou poderia ter a vinte pessoas comodamente sentadas. Jacko ocupava o espaço de três.

Por isso podia ver, revelava dinheiro fácil, gosto feminino, e comodidade masculina.

—Só me diga o que aconteceu.

—O dissemos à polícia ontem à noite. —Cissy sorriu, mas seus olhos estavam sombreados com óbvia moléstia—. Jacko insistiu em chamá-los. Só foi uma travessura tola.

—Maldito se o era. Olhe. —Ele se inclinou para frente, fechado-los cachos em seu couro cabeludo se balançaram um pouco—. Este tipo se aproxima da porta, vestido como Papai Noel, levando uma grande caixa toda envolta e posta fitas. Faz o ho-ho, o típico Feliz Natal.

A antecipação se retorceu no ventre do Eve, mas falou com tranqüilidade.

—Quem abriu a porta?

—Eu o fiz. —Cissy moveu suas mãos—. Meu papai vive em Wisconsin. Ele usualmente me envia um pouco divertido para Natal se não poder ir para as festas. Não posso tomar tempo este ano, então pensei que ele tinha solicitado que Santa passasse. Ainda penso...

—Aquele tipo não vinha de parte seu papai, —disse Jacko apagado—. Ela ia deixar o entrar. Estava na cozinha. Ouvi suas risadas, e a voz desse tipo...

—Jacko é muito ciumento para seu próprio bem. Isso deteriora nossa relação.

—Bobagens, Cissy. Não pode dizer o que um tipo fará até que tenha sua mão em cima de sua saia. Jesus. —Obviamente aborrecido, Jacko ofegou—. Ele se movia para ela quando saí.

—Movendo-se? —repetiu Eve enquanto Cissy pôs má cara.

—Sim, eu podia vê-lo. Ele se moveu, pôs esse sorriso grande, esse fulgor em seus olhos.

—O brilho, —resmungou Cissy—. Se supõe que os olhos da Santa cintilam por amor de Deus, Jacko.

—Seguro como o inferno que deixaram de fulgurar quando me viu. ficou como estátua, só ali, me olhando boquiaberto. Soltou um assustado ho-ho dele, digo-lhe. Logo se Quito do meio como um jodido coelho.

—Você lhe gritou.

—Não até depois de que ele começou a correr. —Jacko levantou suas enormes mãos frustrado—. Sim correto, maldito a não ser gritei então, e saí detrás dele. Teria tido seu traseiro, também, se Cissy não se pôs em meu caminho. Mas quando me tirei isso e saí à rua, foi-se.

—O uniformizado que tomou a chamada inicial se levou os discos de segurança?

—Sim, disse que era rotineiro.

—Assim é. Como soava ele?

—Como soava? —piscou Cissy.

—Sua voz. me diga como era sua voz.

—Um... Era alegre.

—Jesus, Cissy, práticas sendo estúpida? Chateia-me, —disse Jacko ao Eve enquanto Cissy, obviamente insultada, levantou-se de um salto e foi fazendo dramalhões (Eve não podia pensar em nenhuma outra palavra para isso) para a cozinha—. Você sabe, esse falso falatório. Profundo, estrondoso. Ele disse algo como… “foste uma menina boa? Tenho algo para ti. Só para ti”. Então saí e ele pareceu que se tragou uma truta viva.

—Você não o reconheceu? —Perguntou Eve ao Cissy—. Não havia nada a respeito dele, sob o traje, sob a maquiagem, que lhe parecesse familiar? Nada a respeito de sua voz, a forma como se movia?

—Não. —Ela retrocedeu, ignorando rigidamente ao Jacko e bebendo a sorvos um copo cheio da água refrigerante—. Mas só foram um par de minutos.

—vou fazer que examine os discos, olhe-os quando os ampliarmos e melhoremos. Se houver algo familiar, quero sabê-lo.

—Não é muito problema para um pouco tão tolo?

—Não penso isso. Quanto tempo viveram vocês juntos?

—Às vezes sim, às vezes não, há um par de anos.

—Muito de “às vezes não” ultimamente, —resmungou Jacko.

—Se não fosse tão possessivo, se não agarrasse a murros com cada homem que me olhe de soslaio, —começou Cissy.

—Cissy? —Eve levantou uma mão, esperando acautelar uma disputa doméstica—. O que faz você para viver?

—Eu, sou atriz... ensino interpretação quando não posso conseguir um papel.

Aí está, refletiu Eve.

—É fabulosa—. Com orgulho óbvio e desavergonhado, Jacko sorriu abertamente ao Cissy—. Ensaia para uma peça no Off-Broadway agora mesmo.

—Não muito longe de ali —disse Cissy, mas se moveu de novo para o Jacko com um sorriso e se sentou a seu lado outra vez.

—vai ser um êxito enorme. —Ele beijou uma de suas bonitas mãos—. Cissy deixou fora a outras vinte mulheres nas provas. Esta será uma grande oportunidade.

—Assegurarei-me de vê-lo. Cissy, usou os serviços do Personally Yours?

—Pois… —Seu olhar se deslizou ao longe—. Não

—Cissy. —Eve pôs tudo o de polícia em sua voz, seus olhos, e se inclinou para frente—. Sabe você a pena por mentir durante uma entrevista?

—Bom, pelo amor de Deus, não sei por que vai ser assunto dele.

—O que é Personally Yours? —quis saber Jacko.

—Uma agência de contatos por computador.

—OH, por Cristo, Cissy! Por Cristo. —Furioso, Jacko se levantou do sofá, movendo e agitando adornos enquanto caminhava energicamente ao redor da sala de estar—. Que demônios passa contigo?

—Separamo-nos! —Repentinamente a pequena fada conseguiu lhe gritar ao gigante—. Estava zangada contigo. Pensei que isso seria divertido. Que te ensinaria uma lição, tolo. Tenho perfeito direito de ver quem queira quando queira enquanto não coabitemos.

—Pensa outra vez, doçura. —Ele se balançou para trás, com os olhos negros brilhantes.

—Vê, vê? —Cissy apontou um dedo para ele enquanto apelava ao Eve. Toda a suave paquera em seus olhos se tornou Isto dureza é o que agüentei.

—vocês acalmem-se dois. Sentem-se, —ordenou Eve—. Quando fez sua consulta, Cissy?

—Faz aproximadamente seis semanas, —resmungou—. Saí com um par de tipos...

—Que tipos? —exigiu Jacko.

—Um par de tipos, —repetiu, ignorando-o—. Então Jacko voltou. Trouxe-me flores. Pensamentos. Eu cedi. Mas estou considerando essa decisão.

—Aquela decisão poderia ter salvado sua vida, —disse Eve.

—O que quer dizer? —Por instinto Cissy se aproximou do Jacko, cujo braço voltou a situar-se ao redor dela.

—O incidente de ontem à noite tem a mesma pauta que uma série de homicídios. Nos outros casos, as vítimas viviam sozinhas. —Eve olhou ao Jacko—. Felizmente para você, não o faz.

—OH Deus, mas... Jacko.

—Não se preocupe, neném, não se preocupe. Estou aqui. —Ele quase a dobrou em seu regaço quando contemplou ao Eve—. Eu sabia que o tipo era mau. O que segue?

—Direi-lhe o que possa. Logo necessito que vocês vão à Central de Polícia, examinem o disco, façam outro relatório, e me diga tudo o que possa recordar, Cissy, sobre sua experiência no Personally Yours.

 

—As testemunhas estão proporcionando à investigação sua completa cooperação.             —Eve estava de pé no escritório do Comandante Whitney. Muito tensa para sentar-se, logo que resistiu passear-se enquanto lhe dava seu relatório.

—A mulher está conmocionada, não pode nos dar muito para continuar. O homem a mantém de uma peça. Nada sobre o perpetrador lhes é familiar tampouco. entrevistei a ambos os contatos do Cissy Peterman. Ambos têm álibi para ao menos um dos assassinatos. Penso que estão limpos.

Com os lábios apertados, Whitney afirmou com a cabeça e começou a estudar a cópia impressa do relatório do Eve.

—Jacko Gonzales? O Jacko Gonzales? O número vinte e seis dos Brawlers?

—Ele joga profissionalmente, sim, senhor.

—Perfeito, demônios. —Whitney enrugou sua frente em um de seus sorrisos estranhos—.Eu não diria que ele joga; mas bem é um assassino no campo. Marcou três tantos em seu último jogo e tirou de cima dois bloqueios defensivos.

Ele esclareceu sua garganta quando Eve só o olhou.

—Meu neto é um grande fanático.

—Sim, senhor.

—Má sorte que Gonzales não conseguisse pôr suas mãos nesse tipo. Ele não estaria caminhando, o prometo.

—Obtive essa impressão, Comandante.

—A sra. Peterman é uma mulher afortunada.

—Sim, senhor. Ele próximo poderia não sê-lo. Este desbaratou seu programa. Está obrigado a atacar outra vez. Esta noite. Enviei isto à doutora Olhe. Sua opinião é que ele está enfurecido, emocionalmente desesperado. Para mim significa que ele poderia ser negligente também. McNab e Peabody têm três encontros cada um estabelecido para esta noite. Tudo está em seu lugar ali. Tenho suas listas e informe.

Ela vacilou, logo decidiu dizer o que tinha em mente.

—Comandante, o que estaremos fazendo esta noite é um passo necessário. Mas ele vai estar aí fora enquanto estamos nessa vigilância. vai mover se.

—A menos que tenha uma bola de cristal, Dallas, tem que seguir esses passos.

—Tenho uma lista de mais de duzentas vítimas possíveis. Acredito que encontrei outra conexão, o teatro, que pode rebaixar esse número. Espero que com os novos dados Feeney possa nos conseguir uma lista mais curta de possíveis brancos. As vítimas potenciais têm que ser protegidas.

—Como? —Whitney estendeu suas mãos—. Você sabe tão bem como eu que o departamento não dispõe de tantos oficiais.

—Mas se ele a reduz...

—Embora ele a reduzira a uma quarta parte, não posso fazê-lo.

—Uma dessas pessoas vai morrer esta noite. —Ela se adiantou—. Têm que ser advertidos. Se formos aos meios, fazendo circular uma alerta, quem quer que ele tenha eleito possivelmente não abra a maldita porta.

—Se formos aos meios, —disse Whitney com tranqüilidade—, desataremos o pânico. Quantos Santas que tocam seus sinos nas esquinas por caridade serão agredidos como resultado? Ou mortos. Você não pode ficar no lugar da vítima aqui, Dallas. E,             —acrescentou antes de que ela pudesse falar—, se formos aos meios, arriscamo-nos a amedrontá-lo. Se ele se esconder, poderíamos não encontrá-lo nunca. Três pessoas estão mortas, e merecem algo melhor.

Ele tinha razão, mas sabê-lo não a fez sentir-se melhor.

—Se Feeney rebaixar a lista a um número factível, podemos nos pôr em contato com cada nome. Reunirei uma equipe para fazer as chamadas.

—Isso se filtrará, Tenente, e estaremos novamente provocando pânico.

—Não podemos simplesmente deixá-los expostos dessa maneira. O próximo que mate será nossa culpa. —Minha culpa, pensou, mas sabia que era melhor não dizê-lo—. Se não fazermos nada para pôr sobre aviso à vítima, será nossa culpa. Ele sabe que temos seu patrão. Sabe que obtivemos um número de possíveis brancos. E sabe que não podemos fazer nada a não ser malabarismo com os nomes e esperar a que dê outro golpe. Ele o ama. Atuou para a câmara de segurança do Peterman. Estava parado no maldito vestíbulo e posou. Se Gonzales tivesse estado fazendo gols ontem à noite, ela estaria morta. São quatro em uma semana, e isso é malditamente muito.  

Ele a escutou até o final, com tranqüilidade e decidido.

—É muito fácil de onde você está parada, Tenente. Talvez não o pense assim, mas é muito mais fácil nesse lado do escritório. Não posso lhe dar o que quer. Não posso lhe permitir parar-se diante de cada vítima e receber o golpe da mesma forma que esteve parada diante do homem do Roarke faz umas semanas.

—Isto não tem nada que ver com isso. —Combatendo seu lhe frustrem ira, apertou os dentes—. Aquele incidente está fechado, Comandante. E minha investigação atual está contra a parede. A informação já se está filtrando aos meios. Se outro morrer, isto vai explorar em nossas caras.

Os olhos do Whitney se esfriaram.

—Quanto facilitou ao Furst?

—Não mais do que tinha, e a maior parte confidencialmente. Ela se conterá. Mas não é o único repórter com um bom nariz, e não muitos têm sua integridade.

—Tratarei este assunto com o Chefe. É o mais que posso fazer. Você me consegue a lista modificada do Feeney, e pedirei contatos individuais. Não posso autorizar o orçamento para essa classe de operação, Dallas. Está fora de meu controle.

Ele se reclinou, estudando-a.

—Encontre algo esta noite nessa vigilância. Conclua isto.

 

Eve encontrou ao Feeney rastreando no monitor de seu escritório.

—Bom, economizou-me uma viagem ao EDD.

—Ouvi que tinha ao Jacko Gonzales aqui. —Jogou uma olhada tristemente sobre seu ombro—. Suponho que já se foi, né!?

—Conseguirei-te seu holograma assinado, Por Deus.

—Sim? Aprecio-o.

—Necessito-te para estabelecer estes nomes e dados. —Tirou uma cópia de um disco—. Minha máquina gagueja outra vez e me ocupa um tempo terrivelmente largo. Necessito que diminua o número provável de vítimas tanto como seja possível. —Abriu uma gaveta, registrando-o e não fazendo caso da vaga dor de cabeça detrás de seus olhos—. Só quero os primeiros cinqüenta, de acordo? Posso obter que Whitney fique em contato com cinqüenta. Que Deus ajude a outros. Onde demônios está minha maldita barra de chocolate?

—Eu não tomei. —Feeney empurrou sua bolsa de nozes—. McNab estava aqui. É um conhecido ladrão de barras de chocolate.

—Filho de cadela. —Desesperada-se por combustível, agarrou a bolsa do Feeney e tragou um punhado de nozes—. Tenho o disco de segurança do Peterman melhorado e ampliado, mas deduzo que pode fazê-lo melhor. Quero o quadro de quando ele é mais ele mesmo... quando gira para correr. Pode ver o pânico.

Ela teclou o AutoChef com a esperança de que o café lavasse as nozes.

—Tenho fotos das listas de contatos, e do pessoal do Personally Yours. Consegue a equipe para investigá-los, vê quantas poderiam coincidir com os rasgos faciais dele, de olhos, essa classe de coisas. Inclusive com realces, algo tem que aparecer. A maior parte de sua boca está oculta pela barba.

—Podemos encontrar os rasgos mais prováveis se tivermos uma imagem suficientemente boa.

—Sim. A textura não vai ajudar, mas a altura deveria. Vê quão perto pode calcular a altura. Pelas imagens aparentemente ele não levava elevadores, por isso penso que poderíamos nos aproximar. As luvas ocultam a forma de suas mãos.

Tragou o café, entrecerrando os olhos.

—Orelhas, —ela disse repentinamente—. Se incomodou ele em trocar a forma de suas orelhas? Quantas das fotos as mostram?

Ela saltou para sua máquina, abriu o programa, o arquivo, as imagens

—Mierda, nada, nada, nada. Aqui! —Esquadrinhando encontrou uma vista lateral—. Essa é boa, condenadamente boa. Pode trabalhar com ela?

Feeney mordiscou, considerando-o.

—Sim, talvez. O chapéu cobre a parte superior da orelha, mas talvez. Boa indicação, Dallas. me teria passado. Trabalharemos rasgo por rasgo, verei que salta. Não vai ser rápido. Algo tão complexo vai tomar dias. Talvez uma semana.

—Necessito a cara do bastardo. —Ela fechou seus olhos, concentrando-se—. Voltaremos atrás, trabalhemos o ângulo da joalheria outra vez, o desinfetante, os cosméticos, as tatuagens desenhadas à mão. Talvez possamos encontrar algo ali.

—Dallas, as duas terceiras partes dos salões e clubes na cidade têm artistas de tatuagem à mão elevada.

—E talvez um deles conhece esse desenho. —Soprou ela—. Temos duas horas antes de nos encontrar em Nova. Façamos o que possamos.

 

A única coisa que realmente indignava ao Peabody era que McNab estava em sua lista de contatos. Não importava que o mais provável fosse devido a seu perfil e o seu tinham sido trocados para encaixar com os das vítimas.

Isso francamente a irritava.

Não gostava de trabalhar com ele, com sua roupa ridícula, seus sorrisos presumidos, e atitude de sabichão, mas se figurou que estava pega a ele tanto como Eve acreditasse uma vantagem.

Não havia ninguém na força a quem Peabody admirasse tanto como ao Eve Dallas, mas resolveu que até o mais inteligente dos policiais inteligentes podia cometer um engano. o do Eve, em opinião do Peabody, era McNab.

Podia vê-lo através do pequeno e elegante bar. Ele e a loira de mais de um metro oitenta com que se citou estavam diretamente em sua linha de visão. Um movimento deliberado por parte do McNab, imaginou, só para incomodá-la enquanto trabalhavam.

Se ele não tivesse estado ali, poderia ter sido capaz de desfrutar da atmosfera silenciosamente elegante. O bar tinha mesas chapeadas bastante bonitas, cabines de intimidade cor azul clara, e brilhantes reproduções de cenas das ruas de Nova Iorque decorando as cálidas paredes amarelas.

Elegante, pensou, jogando uma olhada a reluzente e larga barra, com espelhos brilhantes e garçons vestidos de smoking. Mas a gente devia esperar classe de algo que pertencia ao Roarke.

A cadeira acolchoada onde se sentava estava desenhada para a comodidade; bebida-las eram gloriosas. A mesa estava equipada com centenas de seleções musicais e de vídeo e aparelhos de surdez individuais se um cliente queria entretenimento enquanto ele ou ela esperavam a um amigo ou desfrutavam de uma bebida tranqüila, solitária.

Peabody estava profundamente tentada a provar os auriculares, já que seu primeiro encontro era um aborrecimento feroz. O nome do tipo era Oscar e era um professor especialista em mecânica de telas do lar. até agora, ele tinha estado sobre tudo interessado em tragar destripadores e falar pestes de seu recente ex-algema.

Ela era, disse ao Peabody, uma cadela que não o apoiava, uma rameira egocêntrica que era frígida na cama. depois de quinze minutos, Peabody estava totalmente do lado da mulher.

De todos os modos, jogou jogo, sonriendo e conversando enquanto eliminava ao Oscar de suas listas mentais de suspeitos. O tipo tinha um problema sério com o álcool, e seu o homem que procuravam era muito preparado para perder o tempo com as impressionantes ressacas que produziam uns poucos destripadores.

Ao outro lado do salão, McNab lançou uma gargalhada que correu ao longo dos terminais nervosos do Peabody como uma navalha de barbear desafilada. Enquanto que Oscar tragava o último de seu terceiro destripador, jogou uma olhada, e captou o rápido movimento de sobrancelhas que lhe fez McNab.

Fez-a querer fazer algo tranqüilo e amadurecido. Como lhe tirar a língua.

Com grande alívio, despediu-se do Oscar, fazendo vagos projetos de juntar-se outra vez.

—Quando enfaixam destripadores com gelo no inferno, —resmungou e se estremeceu quando ouviu a voz do Eve em seu auricular.

—te controle, Peabody.

—Senhor. —Peabody vaiou a palavra, cobrindo-o seu murmúrio levantando seu intacto bombardeiro. Suspirou, notando por sua unidade de boneca que tinha dez minutos antes do seguintes encontro.

—Maldição!

Peabody se sacudiu quando a voz do Eve explorou em seu ouvido.

—Senhor? —disse outra vez, afogando-se.

—Que demônios faz ele aqui? Maldita seja!

Surpreendida, deslizou uma mão para baixo onde sua arma estava acomodada dentro de sua bota esquerda, inspecionando o lugar. E se encontrou sonriendo ampliamente quando entrou Roarke.

—Bom, esse sim que é um partido feito no céu, —murmurou Peabody—. por que não posso conseguir um desses?

—Não fale com ele, —ordenou Eve em um estalo—. Não o conhece.

—Bem, só o olharei fixamente e babarei, como toda mulher neste lugar.

Sufocou uma risita ante a fileira de grunhidos e maldições do Eve, e quando o casal na mesa posterior lhe jogou uma olhada, Peabody esclareceu sua garganta, levantou sua bebida outra vez, e se recostou para admirar ao marido de sua Tenente.

Ele caminhou ao longo da barra, e os donos de cantina ficaram firmes como soldados desfilando ante seu general. Passou por uma mesa para falar brevemente com um casal. reclinou-se para roçar com seus lábios a bochecha da mulher, logo se moveu para o final da barra para pôr uma mão amistosa no ombro de um homem.

Peabody se perguntou se ele se moveria tão maravilhosamente na cama, logo se ruborizou. Era uma maldita boa coisa, decidiu, que o cabo não transmitisse seus pensamentos à caminhonete de vigilância.

 

Fora, Eve franziu o cenho ante a tela que projetava a imagem da micro-câmara no botão da camisa do Peabody. Olhou ao Roarke caminhando pelo salão, muito casual, muito cômodo, e jurou fazê-lo pó à primeira oportunidade.

—Ele não tem nada que fazer em uma operação, —disse ao Feeney.

—É seu local. —Feeney inclinou seus ombros, uma defesa automática frente a uma rixa matrimonial.

—Correto, ele deveu comprovar os níveis de licor na barra. Joder. —passou-se ambas as mãos por seu cabelo, logo fez uns sons baixos, selvagens em sua garganta quando viu o Roarke perambular para a mesa do Peabody.

—Desfrutando de sua bebida, senhorita?

—Um, sim, eu... Mierda, Roarke —foi o melhor que Peabody pôde fazer.

Ele só sorriu, inclinando-se.

—lhe diga a sua Tenente que deixe de me amaldiçoar. Não me cruzarei em seu caminho.

Os olhos do Peabody se moveram nervosamente quando a voz do Eve explorou em seu ouvido.

—Uh, ela sugere que tire seu traseiro de sonho daqui. Vai a, isto…, a te dar uma patada mais tarde.

—Estarei-o esperando. —Ainda sonriendo, elevou os dedos do Peabody, e os beijou—. Te vê fabulosa, —disse-lhe, logo se afastou enquanto as equipes na caminhonete mostravam um ponto agudo em sua tensão arterial e a freqüência de seu pulso.

—te controle, Peabody, —advertiu Eve.

—Não posso controlar uma reação física involuntária a estímulos exteriores           —suspirou Peabody—. Indubitavelmente tem um traseiro de sonho. Respetuosamente, senhor.

—Contato Dois se aproxima. te prepare, Peabody.

—Estou preparada.

Jogou uma olhada para a porta, com seu sorriso amistoso preparado. Um dos benefícios da operação, por isso a ela se referia, acabava de entrar. Recordou-o de sua primeira visita ao Personally Yours. O Deus bronzeado que tinha atraído sua atenção... logo a de si mesmo ao dirigi-la para seu espelho de bolso.

Ele ia ser um prazer para a vista durante a seguinte hora.

parou-se na porta, com a cabeça levantada, movendo-se de perfil pelo quarto enquanto escrutinava as mesas. Seus olhos, de um dourado avermelhado que para jogo com seu cabelo, piscaram, logo se fixou no Peabody. Sua boca se curvou quando deu uma rápida e perita sacudida a sua cabeça para fazer que seu cabelo fluíra. Cruzou diretamente para sua mesa.

—Você deve ser Delilah.

—Sim. —Grande voz, pensou com um suspiro interior. Melhor em pessoa que em seu perfil de vídeo—. E você é Brent.

Ao outro lado do salão foi o turno do McNab para franzir o cenho. O emperiquitado homem do Peabody era completamente de plástico, decidiu, com uma capa grosa de aerossol brilhante. Provavelmente justo o tipo dela.

O imbecil tinha sua cara reconstruída, decidiu McNab. O corpo, também. Duvidou que houvesse uma só polegada no homem pela que não tivesse pago.

E só olhe! Só olhe a maneira em que lhe faz zalamerías, pensou McNab com uma ira, mesclada de uma fera dose de ciúmes. A mulher virtualmente babava com cada palavra que o tipo deixava cair por seus lábios realçados com colágeno.

As mulheres eram tão deplorablemente predecibles.

Seu olhar se deslizou sobre o Roarke quando se deteve ante sua mesa.

—Ela se vê especialmente atrativa esta noite, verdade?

—A maior parte dos tipos o encontram atrativo quando uma mulher tem a metade das tetas fora da blusa.

Roarke sorriu, divertido. Os olhos do McNab ardiam e seus dedos tamborilavam rápidos e zangados contra a superfície da mesa.

—Mas obviamente você está por cima de tais coisas.

—Desejaria estar em cima deles, —resmungou McNab quando Roarke voltou para circular—. Essas são umas tetas superiores.

—Aparta seus olhos das tetas do Peabody, —ordenou Seu Eve segundo contato está na porta.

—Sim. —McNab jogou uma olhada a uma diminuta ruiva em um skinsuit adornado com lentejoulas—. Estou nisso.

dentro da caminhonete, Eve olhou carrancuda a tela.

—Me os o expediente do tipo que está com o Peabody, Feeney? Algo sobre ele me escapa.

—Brent Holloway, modelo comercial. Trabalha para Marketing Cliburn-Willis. Trinta e oito anos, duas vezes divorciado, sem meninos.

—Modelo? —Seus olhos se entrecerraron—. Em tela? É um tipo de entretenimento, correto?

—Mierda. Não olhaste muita tela comercial ultimamente. Não há nada entretido sobre esses anúncios, sim me pergunta. Ele é originário do Morristown, Nova Pulôver. Residente de Nova Iorque desde 2049. Direção atual: Central Park Oeste. Ganhos meios de oitenta e cinco mil ao ano. Não tem antecedentes... nenhum arresto. Conseguiu uma montanha de multas de tráfico.

—Vimo-lo -Peabody e eu- no Personally Yours em nossa primeira visita ali. Quantas consultas teve ele?

—Este é seu quarto grupo de contatos este ano.

—Bem, por que um tipo de aparência agradável, que tem créditos, uma carreira dinâmica, e uma situação acomodada, faz-se um viciado de contatos? Quatro grupos de contatos em um ano, cinco contatos por grupo. São vinte mulheres, e não lhe resulta. O que tem que mau com ele, Feeney?

Feeney apertou seus lábios e estudou a tela.

—Em minha opinião ele parece um bastardo presunçoso.

—Sim, mas muitas mulheres não se preocupam por isso. É atrativo e rico. Algo deve ter resultado mau. —Tamborilou seus dedos pelo estreito console—. Não saltou nenhuma queixa ao serviço?

—Não! Sua folha ali está poda, também.

—Há algo, —disse outra vez um instante antes de ver seu ajudante tornando-se para trás e lançando um punho diretamente no perfeito nariz do Brent Holloway—. Jesucristo. Jesus, viu isso?

—A rompeu, —disse Feeney tranqüilamente quando estudou o jorro rápido de sangue—. Um bom golpe curto.

—Que demônios pensava ela? Que inferno acontece? Peabody, perdeste a cabeça?

—O filho de cadela me colocou mão sob a mesa. —Ruborizada e furiosa, Peabody estava de pé, movendo as mãos—. O bastardo me falava da nova obra no Universo e me agarrou a entrepierna. Pervertido. Você pervertido, acordada.

—McNab, maldita seja fique onde está! —Gritou Eve quando McNab se levantou com olhos assassinos—. Maldição fique onde está, ou estará fora. É uma ordem. Uma maldita ordem! te controle. Peabody, por amor de Deus, deixa a esse tipo.

Enquanto Eve se apartava o cabelo de sua cara, Peabody arrastou ao Holloway levantando-o e o golpeou outra vez. Teria ido por um terceiro golpe, embora os dourados olhos dele seu tivessem posto em branco, se Roarke não tivesse avançado entre a excitada multidão e tivesse atirado ao Holloway para trás.

—Importunava-a este homem, senhorita? —Com tranqüilidade, Roarke tirou o Holloway fora de seu alcance, mantendo seus olhos ao mesmo nível dos olhos brilhantes do Peabody—. O sinto terrivelmente. Eu me ocuparei. Por favor, me deixe lhe conseguir outra bebida. —Com uma mão no Holloway, levantou o copo do Peabody com sua mão livre, e o cheirou—. Um Bombardeiro, sozinho, —ordenou e três garçons se precipitaram a obedecer enquanto arrastava ao Holloway agora lutando para a porta.

—Com exceção de seus jodidas mãos de mim. Essa cadela me rompeu o nariz. Minha cara é minha vida, pelo amor de Deus. Cadela estúpida. Demandarei a essa estúpida. Denunciarei-a...

Ao momento de sair, Roarke o atirou de repente contra o lado do edifício. A cabeça do Holloway golpeou a parede com um som evocador às Pelotas de pool quando estalam ao romper.

Os olhos dourados rodaram para trás pela segunda vez.

—me deixe lhe dar uma pista: Este é meu local. —Roarke acentuou a informação golpeando a cabeça do Holloway contra os tijolos outra vez, enquanto, na caminhonete, Eve só podia olhar e amaldiçoar—. Ninguém lhe coloca mão a uma mulher em meu local e se afasta em suas próprias pernas. A menos que você queira tratar de arrastar-se com sua fofa verga em sua mão, começará a mover-se agora e agradecerá ao Jesus que só seu nariz esteja rota.

—A cadela o pediu.

—OH, agora sim, dizer isso foi um pouco errado. Completamente.

—Seu acento irlandês aparece quando está zangado. Escuta a melodia, —disse Feeney sentimentalmente enquanto Eve só continuava fazendo sons violentos em sua garganta.

Com o que poderia ter sido um suspiro, Roarke cravou um punho no estômago do Holloway, habilmente lhe deu um joelhada nas bolas, e o deixou cair.

Lançou uma olhada para a caminhonete com o que certamente era um sorriso rápido e malvado, logo retornou dentro.

—Um bom trabalho feito, —decidiu Feeney.

—vamos chamar uma patrulha para que recolha a esse estúpido bastardo e o levem a um centro médico. —Eve se esfregou os olhos—. vai ver-se maravilhoso no relatório. McNab, Peabody, mantenham suas posições. Não rompam -repito- não rompam sua coberta. Cristo. Quando este pequeno espetáculo termine, informem em meu escritório, logo podemos tratar de salvar algo.

 

Eram logo que passadas as nove, e Eve se passeava em seu escritório. Ninguém falava. Conheciam-na bem. Mas Roarke deu ao ombro do Peabody um consolador apertão.

—Conseguimos seis encontros entre vocês dois, assim que algo é algo. Os últimos dois, um por cada um de vocês, estão programados para amanhã a meio-dia. Peabody, informará este incidente... com seu contato número dois ao Piper pela manhã. Chateia-a. Quero ver como o dirigem. Sua folha com eles está poda até agora. Temos gravações de todos seus encontros, mas quero que vocês dois façam relatórios individuais. Quando terminarmos o interrogatório esta noite, irão-se a casa e ficarão ali, mantendo seus comunicadores abertos todo o tempo. Tanto Feeney como eu os fiscalizaremos.

—Sim, senhor. Tenente. —Fortalecida, Peabody ficou de pé. Tragou com força, mas conservou seu queixo levantado—. Peço perdão por meu arrebatamento durante a operação. Compreendo que minha conduta poderia comprometer a investigação.

—Ao inferno com isso! —McNab saltou de sua cadeira—. Deveria lhe haver quebrado suas malditas pernas. O filho de puta merecia...

—McNab, —disse Eve brandamente.

—Maldição, Dallas. O bastardo conseguiu o que merecia. Deveríamos...

—Detetive McNab. —Eve separou as palavras e avançou até ficar frente a ele—. Não acredito que sua opinião neste assunto fora solicitada. Você está agora fora de serviço. Vá-se a casa e acalme-se. Verei-lhe em meu escritório na Central às, ah, nove.

Esperou enquanto ele lutava entre o treinamento e o instinto. Ao final girou furioso e saiu sem dizer nada mais.

—Roarke, Feeney, dariam-me um momento com meu ajudante?

—É obvio, —disse Feeney em voz baixa, mais que feliz de abandonar o lugar—. Tem um irlandês, Roarke? foi um comprido dia.

—Acredito que podemos te encontrar um copo. —Ele lançou ao Eve um olhar suave antes de conduzir ao Feeney fora do quarto.

—Sinta-se, Peabody.

—Senhor. —Peabody sacudiu sua cabeça—. A defraudei. Prometi-lhe que poderia com isso e com as responsabilidades que me deu. Logo o danifiquei ao primeiro imprevisto. Compreendo que tem todo o direito e razão de me apartar da investigação, ao menos do trabalho encoberto, mas eu gostaria de solicitar respetuosamente outra oportunidade.

Eve não disse nada, deixando que Peabody terminasse. Seu ajudante estava ainda pálida, mas suas mãos estavam firmes, e seus ombros retos.

—Não acredito ter mencionado a intenção de apartá-la do trabalho encoberto, Oficial. Mas sim lhe disse que se sentasse. Sente-se, Peabody, —disse de forma mais gentil, logo girou para procurar uma garrafa de vinho.

—Entendo que quando se está encoberta se tem que manter sua coberta, e tratar com o inesperado sem descontrolar-se.

—Não te vi romper sua coberta, só o nariz desse imbecil.

—Não pensei, só reagi. Deduzo que durante essa classe de trabalho se tem que pensar sempre.

—Peabody, até um companheiro autorizado tem o direito de protestar se algum imbecil agarra seu entrepierna em um lugar público. Toma, bebe.

—Ele me manuseou. —Sua mão tremeu quando Eve lhe entregou o copo—. Só estávamos ali conversando e de repente me manuseou. Sei que paquerava, e lhe deixei lhe dar um bom olhar a minhas tetas, assim possivelmente o mereci...

—Detenha. —Eve se controlou o suficiente para pôr suas mãos sobre os ombros do Peabody e empurrá-la para uma cadeira—. Não o merecia, e me enfurece te ouvir dizer que o pensa. O filho de cadela não tinha nenhum direito de te tocar desse modo. Ninguém tem direito a te forçar desse modo.

te dominar, atar suas mãos, te forçar enquanto roga que se detenha. E isso dói, dói, dói.

Nauseia-as se elevaram, quase afogando-a, até que girou, pôs suas mãos em seu escritório, e se ordenou respirar.

—Não agora, —murmurou ela—. Por amor de Deus.

—Dallas?

—Não é nada. —Mas teve que ficar quieta, com as mãos apertadas, outro momento—. Sinto te haver posto nessa posição. Eu sabia que havia algo mau nele.

Peabody levantou seu copo com ambas as mãos. Ainda podia sentir o agudo e repentino golpe dos dedos do Holloway manuseando-a.

—Ele passou sua investigação.

—E agora sabemos que sua investigação não é tão boa como reclamam. —Ela suspirou profundamente e, mais estável, voltou-se—. Quero que golpeie ao Piper com isto pela manhã, em pessoa. Entra, e exige vê-la. um pouco de histeria não faria mal; pode ameaçar demandando-os ou ir à imprensa. Quero que lhes explore na cara. vamos ver que sacudimos. Pode fazê-lo?

—Sim. —Horrorizada por estar ao bordo das lágrimas, Peabody soprou—. Sim, por como me sinto, será fácil.

—Mantén seu comunicador aberto. Não podemos utilizar nada no interior, mas te quero em constante contato. Pode atrasar seu relatório de esta noite até manhã pela tarde. Farei que Feeney te leve a casa, bem?

—Sim.

Eve esperou um momento.

—Peabody?

—Senhor?

—Maldito bom murro. A próxima vez, entretanto, lhe dê um golpe na virilha. Quererá incapacitá-lo completamente, não só chateá-lo.

Peabody soltou um comprido suspiro, logo sorriu pela metade.

—Sim, senhor.

 

Como desejava uma posição de autoridade, Eve se sentou detrás de seu escritório e esperou ao Roarke. Sabia que ele acompanharia ao Feeney e Peabody à saída, provavelmente adicionando umas quantas carícias de consolo ao Peabody. O que faria que a pobre mulher tivesse sonhos molhados, eróticos se Eve conhecia seu ajudante.

Melhor, pensou, que horríveis pesadelos a respeito de lhe colocar emano e impotência.

Mas como, compreendeu, era parte de seu problema com este caso. Homicídios sexuais, escravidão, a alegre crueldade em nome do amor. Muito perto dele. Muito perto do passado do qual passou a maior parte de sua vida fugindo.

Agora a golpeava na cara. Cada vez que olhou a uma vítima, via-se si mesmo.

E o odiou.

—Já passou, —ordenou-se—. E terminou.

Quando Roarke entrou, examinou-o e manteve seus olhos nele enquanto cruzava o quarto. Serve duas taças do vinho que ela tinha tirado para o Peabody, pôs uma em seu escritório, logo tomou a dele e se sentou na cadeira frente dele.

Ele bebeu a sorvos, tirou um de seus cada vez mais estranhos cigarros, e o acendeu.

—Bem, —disse e o deixou nisso.

—Que demônios pensou que fazia?

Ele aspirou, exalou-o em uma corrente magra, e fragrante.

—Em que assunto?

—Não te faça o lindo comigo, Roarke.

—Mas o faço tão bem. Fácil, Tenente. —Levantou seu copo em saudação quando ela grunhiu desço em sua garganta—. Não infringi sua operação.

—O ponto é que não tinha nada que fazer perto da cena.

—me perdoe, mas possuo a cena. —Havia arrogância em seu tom agora, e desafio—. Freqüentemente passo por minhas propriedades. Mantém aos empregados em seus postos.

—Roarke...

—Eve, este caso te afoga. Crie que não posso vê-lo? —Sua serenidade se gretou só o suficiente para levantar-se e ficar a passear.

Feeney estava no correto, pensou fugazmente, o Irlandês lhe saía quando estava zangado.

—Perturba seu sonho... o pouco que te permite. Obceca seus olhos. Sei pelo que está passando. —Ele se voltou, com o gênio vivo nesses olhos maravilhosamente azuis—. Cristo, admiro-te. Mas não pode esperar que me à parte e finja que não vejo, não entendo, e não faça o que possa para aliviar o que te acontece.

—Não é sobre mim. Não pode ser sobre mim. É sobre as três pessoas mortas.

—Eles também lhe obcecam. —Cruzou para o escritório e se sentou na esquina perto dela—. Por isso é a melhor polícia que conheci em minha vida. Não são nomes e números para ti. São pessoas. E tem o dom -ou a maldição- de ser capaz de imaginar muito bem o que eles viram, sentiram e suplicaram em seus últimos minutos de vida. Não me apartarei.

inclinou-se para frente, com um rápido movimento que a agarrou indefesa, agarrou seu queixo.

—Maldição. Não me separarei do que é ou o que faz. Aceitará-me Eve, cada parte tão completamente como eu te aceitou.

Ela se sentiu muito melhor, absorvendo suas palavras, procurando seus olhos. Nunca podia resistir às coisas que encontrava em seus olhos.

—O inverno passado, —ela começou devagar—, irrompeu em minha vida. Não te pedi. Não te quis.

Sua sobrancelha se arqueou, um irritado desafio.

—Graças a Deus que maldito o que te importou um cominho o que pedi ou o que pensei que queria, —ela murmurou e viu o gesto de desafio trocar a um sorriso.

—Não te pedi tampouco. Aghra.

Meu amor. Ela sabia o que isso significava, em sua língua natal, e não podia deixar de abrir seu coração. A ele.

—Após é estranho que tenha tido um caso no que não te tenha enredado. Não queria que seguisse desse modo. Usei-te quando era conveniente. Isso me incomoda.

—me agrada.

—Sei —Suspirou e, levantando uma mão, rapidamente fechou seus dedos em sua boneca. Seu batimento do coração ali, era forte e estável—. Te aproxima muito a partes de mim que não quero olhar, e logo não tenho outra opção, salvo as olhar.

—As miras com ou sem mim, Eve. Mas talvez comigo não lhe farão tanto dano. Miro para trás, —ele disse e a surpreendeu o bastante para que seus olhos piscassem, mantendo-os ali—. E é mais fácil, esses momentos são mais fáceis estando a seu lado. Não pode me questionar, não pode esperar que não esteja a seu lado quando esses momentos rodeiam.

Ela se levantou, levando-se seu vinho e afastando-se dele. Ele tinha razão, pensou. O que muito freqüentemente via como dependência deveria havê-lo tomado como comunicação.

E ela podia dizer-lhe Ella se volvió, comprendiendo que nunca en realidad se lo había confiado.

—Sei o que sentiram. Sei pelo que aconteceram... o medo, a dor, a humilhação. O que aconteceu a cada um deles enquanto estavam indefesos, nus e ele os violava. Sei o que sentiram seus corpos, e suas mentes. Não quero recordar o que se sente ser atacado dessa maneira. Violado, assaltado. Mas o faço. Logo me toca.

Ela se voltou, compreendendo que nunca em realidade o tinha crédulo.

—Logo me toca, Roarke, e já não o faço. Não o sinto, nem o recordo. É tão simples. É unicamente... você.

—Amo-te, —murmurou ele—. Muitíssimo.

—E agora está aqui quando deveria estar de retorno a seus negócios fora do planeta. —Sacudiu sua cabeça antes de que ele pudesse falar, poderia lhe dar uma pequena desculpa, mas o conhecia bem—. Estava ali esta noite, sabendo que estaria furiosa, porque pensou que poderia haver uma possibilidade de que te necessitasse. Agora mesmo está aqui preparado para discutir comigo só para afastar de meu memore o que me está rasgando. Conheço-te, maldita seja. Sou polícia. Sou boa em conhecer às pessoas.

Ele só sorriu.

—Apanhado. E o que?

—Y... obrigado. Mas estive no trabalho onze anos até agora e posso me dirigir. Por outra parte... —Estudou seu vinho, logo tomou um comprido trago—. Seguro que me senti feliz ao verte golpear a esse bocón miserável que atacou ao Peabody. Tive que ficar sentada nessa jodida caminhonete. Não podia me arriscar a sair para lubrificá-lo no pavimento eu mesma e tampá-lo a golpes. Assim que me senti bastante bem ao verte fazê-lo por mim.

—OH, isso foi completamente para meu prazer. Ela está bem?

—Estará-o. Ele a sacudiu... a parte humana. Tomará uma ducha quente, um sedativo se for inteligente, e dormirá. A parte polícia a manterá. É uma boa polícia.

—É uma das melhores graças a ti.

—Não, não me atribua isso. É o que é por si mesmo. —Incômoda com aquele tema, lançou-lhe um frio olhar—.Arrumado que a abraçou, acariciou-lhe o cabelo, e lhe deu um beijo de boa noite.

Aquela sobrancelha pomposa se levantou outra vez.

—E sim o fiz?

—Seu pequeno coração também palpita de mais, o que não é muito aceitável. Ela sente algo por ti.

—Sério? —Ele sorriu ampliamente—. O que... interessante.

—Não jogue com meu ajudante. Preciso-a concentrada.

—E porque não te concentra só um pouco, e vejo se posso fazer que seu coração palpite?

Ela se passou a língua por seus dentes.

—Não sei. Tenho muito em minha mente. Poderia ser muito trabalho.

—Desfruto de meu trabalho. —Com seus olhos nos seu, apagou seu cigarro, e baixou seu copo—. E sou condenadamente bom nisso.

 

Estava de barriga para cima na cama, nua e ainda excitada, quando a chamada entrou. Indicou grunhindo, bloquear vídeo, e respondeu. Trinta segundos mais tarde, levantava-se e procurava sua roupa. A chamada tinha sido a resposta a uma chamada anônima por uma disputa doméstica. A direção lhe era muito familiar.

—É a casa do Holloway. Não é um 1222. Ele está morto. Seguiu o patrão.

—Irei contigo. —Roarke já estava fora da cama e procurando sua calça.

Ela começou a protestar, logo se encolheu de ombros.

—Bem. Tenho que se localizar ao Peabody, e ela possivelmente não o dirija bem. Conto contigo para sacudi-la porque vou ter que ser dura com ela para mantê-la em linha.

—Não invejo seu trabalho, Tenente, —disse Roarke enquanto se vestia na escuridão.

—Agora mesmo, eu tampouco. —Tirou seu comunicador e chamou o Peabody.

 

Brent Holloway tinha vivido bem, e tinha morrido mau. O mobiliário de seu apartamento falava de um homem que se conduzia de ambas as formas e com comodidade. Um sofá comprido dominava a área de estar e harmonizava com almofadas negras triangulares que pareciam suaves ao tato. Uma tela de visão estava cavada no teto. Em um gabinete, com a forma de uma mulher bem dotada do pescoço ao joelho, havia uma extensa coleção de discos de pornografia, uns legais, e outros pirateados.

Uma barra chapeada se estendia de um extremo a outro de uma parede usando-se de bar, e abastecida de licor e drogas ilegais trocas.

A cozinha era totalmente automatizada, austera, e parecia ter sido usada raramente. Havia um escritório com um sistema de computador de alta qualidade, um holo fono e um quarto de jogos equipado com Realidade Virtual e um tubo de humor. Um criado droide estava parado na esquina, apagado e com o olhar em branco.

Holloway estava na suíte principal, deitado sobre uma cama de água, pacote com uma deslumbrante grinalda chapeada e olhando fixa e cegamente seu próprio reflexo no brilhante dossel. A tatuagem tinha sido pintado sob seu ventre, e quatro aves gordinhas penduravam da apertada cadeia ao redor de seu pescoço.

—Parece que esteve em um centro médico, —comentou Eve. Seu nariz logo que estava um pouco torcida. Qualquer contusão que poderia ter tido foi coberta expertamente com cosméticos.

Roarke estava afastado, sabendo que não lhe estava permitido entrar no quarto. Tinha-a visto trabalhar antes. Competente, meticulosa, com uma gentileza sob seus movimentos profissionais quando assistia aos mortos.

Contemplou-a fazer o exame prático padrão para estabelecer o momento da morte, registrando-o ela mesma até que Peabody e os técnicos da cena do crime chegassem.

—Há sinais de ligadura, em ambas as bonecas, ambos os tornozelos indicam que a vítima foi imobilizada antes de morrer. A morte ocorreu às vinte e três quinze. A contusão na garganta indica que a causa de morte provavelmente foi estrangulamento.

Ela levantou o olhar quando soou o timbre.

—Deixarei-a entrar, —disse Roarke.

—Bem. Roarke? —Vacilou só um momento. Ele estava aí, depois de tudo, e era competente—. Pode reativar ao droide? Evitar as ordens programadas?

—Acredito que poderia dirigi-lo.

—Sim. —Havia muito pouco que ele não soubesse fazer para sortear os sistemas de segurança. Lançou-lhe uma lata de Selador—. te Cubra as mãos. Não posso ter seus rastros nele.

Lhe lançou à lata um suave olhar de aversão, mas a levou com ele.

Retornou ao corpo, para seguir fazendo seu trabalho. Podia ouvir a débil conversação no outro quarto enquanto Roarke falava com o Peabody. Movendo-se para a porta, esperou.

Peabody estava de volta em uniforme, seu grabadora fixada à lapela, seu cabelo ferozmente alisado para baixo em sua habitual juba ao redor de sua cara. E sua cara estava pálida, seus olhos horrorizados.

—OH mierda, Dallas.

—me diga se não poder tratar com isto. Tenho que sabê-lo agora antes de que entre.

Ela se tinha perguntado o mesmo repetidas vezes desde que tinha recebido a chamada. Como ainda não estava segura da resposta, manteve seus olhos no Eve.

—É meu trabalho dirigi-lo. Sei isso.

—Eu te digo qual é seu trabalho. Há um droide. Pode trabalhar nisso. Pode comprovar os comunicadores, os discos de segurança. Pode começar o porta a porta.

Era fora. odiou-se por querer tomá-lo, por desejar fazer tudo menos entrar no quarto.

—Prefiro trabalhar na cena. Senhor.

Eve estudou seu rosto um momento mais, e logo afirmou com a cabeça.

—Acende seu gravador. —Girou e retornou ao lado da cama—. A vítima é Holloway, Brent, identidade estabelecida pelo oficial investigador. Preliminar no corpo registrado por Dallas, Tenente Eve. Registro subseqüente com o Peabody, oficial Delia. Momento e causa aparente de morte estabelecida.

O estômago do Peabody se agitou quando se obrigou a estudar o corpo.

—É justo como outros.

—Aparentemente. A agressão sexual ainda não foi estabelecida, à vítima não lhe confirmou drogas. A pele exposta mostra signos de desinfetante. Ainda posso cheirá-lo.

Ela tomou um visor de sua equipe de campo, acomodou-o sobre sua cabeça, e ajustou o poder nos oculares.

—Os técnicos da cena do crime chegam tarde, —grunhiu—. Luzes, —ordenou, e os raios dos focos programados na cama se apagaram.

—Sim, ele foi orvalhado. Os traços da tatuagem coincidem com os das vítimas anteriores. É malditamente bom à mão elevada, —acrescentou, com seu nariz quase toda pressionada em cima do ventre do Holloway—. O que temos aqui? me dê as pinzas, Peabody. Encontrei um cabelo ou fibra.

Sem olhar para trás, Eve levantou uma mão, e sentiu o pequeno instrumento metálico quando Peabody o passou.

—É branco, não parece artificial. —Sustentando o fio magro, estudou-o pelo visor ampliado—. Tem vários destes. Necessito uma bolsa. —Inclusive enquanto o dizia, Peabody já lhe oferecia uma—. Adivinharia que se soltou da barba da Santa, e esta vez não foi cuidadoso limpando depois.

Com cuidado Eve arrancou os fios brancos do corpo, e os empacotou.

—Acaba de cometer seu primeiro engano. Toma o visor. —Eve o tirou—. Comprova o quarto de banho, cada esquina. Tira o deságüe e empacota os conteúdos. Quero tudo. Acender luzes, —acrescentou—— Perder ao Cissy ontem à noite o sacudiu, Peabody. faz-se descuidado.

 

Quando Eve entregou o quarto à equipe de cena do crime, tinha encontrado mais de uma dúzia de cabelos, e minuciosos rastros de fibra. Seus olhos estavam sombrios e resolvidos quando encontrou ao Roarke com o droide no quarto de jogos.

—Conseguiu-o?

—É obvio. —Acomodado na cadeira adaptável de corpo, gesticulou para o droide—. Rodney, ela é a Tenente Dallas.

—Tenente. —O droide era pequeno e rechoncho, com uma cara feúcha e uma voz entrecortada. Obviamente Holloway não tinha querido competência, nem sequer em seu eletrônico.

—A que hora foi desligado esta noite?

—Às dez… e três, pouco depois de que o Sr. Holloway voltasse para última hora. Ele prefere que eu permaneça longe a menos que requeira meus serviços.

—Ele não os requereu esta noite.

—Pelo visto não.

—Teve algum convidado entre o momento que voltou e você foi desligado?

—Não. Sim posso dizer, que o Sr. Holloway não parecia estar de humor para companhia essa tarde.

—Como assim?

—Parecia aborrecido, —reclamou o droide, logo curvou seus lábios.

—Rodney, esta é uma investigação policial. requer-se que responda a todas minhas perguntas.

—Não entendo. Houve um roubo com invasão de moradia?

—Não, seu patrão está morto. Veio alguém à porta antes de que Holloway voltasse?

—Compreendo. —Rodney se tomou um momento, como se ajustasse seus circuitos às notícias—. Não, não teve convidados essa tarde. O Sr. Holloway tinha um compromisso fora. Voltou para casa às nove e cinqüenta. Estava zangado. Amaldiçoou-me. Notei que tinha algumas contunda faciais e lhe perguntei se podia ajudá-lo. Sugeriu que me jodiera, o que é uma função que não estou programado para executar. Ordenou que me fora ao diabo, o que não era possível, logo revogou essa ordem com uma de entrar neste quarto e me desconectar de noite. Fui programado para me acender às sete da manhã

Pela extremidade, Eve podia ver o Roarke sorrir abertamente. Ignorou-o.

—Seu patrão tem drogas ilegais e materiais pornográficos dentro do lugar.

—Não estou programado para fazer comentários a respeito desses assuntos.

—Entreteve ele aqui a companheiros sexuais?

—Sim.

—Masculino ou feminino?

—Ambos, em ocasiões ao mesmo tempo.

—Procuro um homem, de aproximadamente 1, 82 cm. Acredito que tem as mãos, e os dedos largos. Provavelmente caucásico. De mais de trinta, mas possivelmente não mais de cinqüenta. Tem algum talento artístico, e interesse no teatro.

—Sinto muito. —Rodney inclinou sua cabeça cortesmente—. São dados insuficientes.

—E me diz isso, —resmungou Eve.

 

Eve esperou até que o corpo foi empacotado e tirado.

—Há mais neste tipo do que temos no registro, —disse ao Roarke—. Olhe aqui, pode-se ver. Tinha dinheiro, e gostava de gastá-lo em sua cara e corpo. Gostava de olhar-se. —Seu olhar explorou o quarto, notando espelhos em quase cada superfície—. Ele utiliza uma agência de contatos, reclamando ser heterossexual, mas seu droide diz que era bissexual. A agência de contatos investiga melhor que a Divisão de Controle de Candidatos de Washington do Este, mas ele os evade. Manuseia ao Peabody em seu primeiro encontro. Se o fez uma vez, deve-o ter feito antes, mas passa inadvertido.

Perambulou pela sala de estar enquanto Roarke permanecia em silêncio. Não lhe pedia nada, sabia. Usava-o como um rebote para seus pensamentos.

—Talvez estava relacionado com o Rudy ou Piper. Um amante. Ou ajudava a financiar o lugar, ou sabia algo deles assim que o deixavam escapulir-se. Este tipo não era um coração solitário, era um pervertido. Tinham que sabê-lo. Ao menos um deles teve que sabê-lo.

Ela se deteve no gabinete, agora vazio dos discos já recolhidos como provas.

—Alguns desses eram trabalhos caseiros. Pergunto a quem encontraremos fazendo porcarias com o Holloway.

Olhou detrás do Roarke. Estavam sozinhos nesse momento, mas Peabody estaria de volta dentro de pouco. Lutou com a lei, logo pensou em quatro bolsas de corpos.

—Tenho que ir com este. Não sei quando estarei em casa.

Como ele a conhecia muito bem, aproximou-se, e pôs uma mão em sua bochecha.

—me quer pedir isso ou que só o faça e lhe diga isso depois de que o tenha feito?

Ela suspirou.

—Pedirei-lhe isso. —Colocou suas mãos nos bolsos enquanto o fazia—. Pode aprofundar sob a superfície do que Holloway pôs no registro e averiguar em horas o que ao Feeney tomaria dias. Ele não pode tomar atalhos como você. Não tenho dias. Não quero que este bastardo me dê outro corpo para ser empacotado.

—Chamarei-te quando tiver algo.

Ele o fazia facilmente, e isso só a fez sentir-se pior.

—Enviarei-te seu arquivo quando entre a Central, —começou ela, logo apertou a boca quando ele sorriu.

—Não há nenhuma razão para que perca tempo quando posso consegui-lo por mim mesmo. —Inclinando-se, beijou-a—. Desfruto te ajudando.

—Só você gosta de chatear ao CompuGuard e correr programas ilegais.

—Há um benefício acrescentado. —Pôs suas mãos em seus tensos ombros, e os esfregou brandamente—. Se trabalhar até que te caia de bruces, inquietarei-me.

—Ainda estou de pé. Necessito o carro e não tenho tempo para te levar a casa.

—Acredito que poderei chegar. —Beijou-a outra vez antes de caminhar para a porta—. OH, a propósito, Tenente, tem uma entrevista com Gorjeia esta tarde às seis. Ela e Mavis virão a casa.

—OH, por amor de Deus.

—Entreterei-as se chegar um pouco tarde. —Ignorando sua sucessiva maldição, foi.

Ela terminou com um suspiro, logo juntou sua equipe de campo, chamou o Peabody, e selou a cena.

—Quero levar o cabelo e a fibra ao laboratório e lhe colocar pressa ao estúpido do Dick, —disse quando subiram a seu veículo—. Apressaremos ao Médico Forense, também, embora não acredito que averigüemos nada na autópsia que não saibamos já.

 

Lançou um olhar de soslaio a seu ajudante enquanto conduzia.

—vai ser um comprido dia, Peabody. Possivelmente queira tomar um aprovado para dirigi-lo. Pode requisitar algum Todo-alerta.

—Estou bem.

—Necessito-te acordada. Quero que te troque e esteja lista às nove. Tem que levar a cabo seu papel com o Piper. Atrasaremos fazer público o nome do Holloway o maior tempo possível.

—Sei o que fazer. —Peabody olhou fixamente a janela, para a escura noite. Havia um solitário assador guia de ruas na esquina da Novena, com seu operador esquentando-se no vapor de sua churrasqueira.

—Não me arrependo de lhe haver quebrado seu maldito nariz, —disse repentinamente—. Pensei que o faria. Quando o vi ali, e vi o que lhe tinham feito, pensei que o lamentaria.

—Uma coisa não tem nada que ver com a outra.

—Pensei que o faria, que deveria fazê-lo. Tive medo de entrar naquele quarto. Mas uma vez que estive ali, trabalhando, não senti todas as coisas que pensei que sentiria.

—É polícia. Uma boa.

—Não quero ser da classe que deixa de sentir. —Girou a cabeça, e estudou o perfil do Eve—. Você não o é. Para ti não são só restos, são pessoas. Não quero deixar de recordar que são pessoas.

Eve jogou uma olhada à direita e à esquerda quando se aproximou de uma luz vermelha, logo vendo seu caminho espaçoso, acelerou.

—Não trabalharia comigo sim pensasse isso de ti.

Peabody tomou um comprido e lento fôlego e sentiu que seu estômago se assentava.

—Obrigado.

—Já que está agradecida, ponha em contato com o estúpido do Dick. lhe diga que quero seu fraco culo no laboratório dentro de uma hora.

Peabody fez uma careta, e se moveu em seu assento.

—Não sei se estiver tão agradecida.

—Faz a chamada, Peabody. Se ele se negar, assumirei o controle e o subornarei com uma das caixas de cerveja irlandesa do Roarke. Dickie sente debilidade por ela.

 

Tomou duas caixas e a ameaça de lhe atar a língua ao redor de seu pescoço, embora fossem as três da manhã. Dickie estava com sua bata de laboratório e já comprovava o cabelo e as fibras.

Eve se passeou pelo laboratório, ladrando por seu comunicador quando o ajudante do médico forense reclamou uma ponte de férias em autópsias.

—Olhe, pequeno parasita, posso chamar o Comandante Whitney e te fritar o culo. Isto é Prioridade Um. Quer que deixe cair a quão médios minha investigação foi atrasada porque um assistente do médico forense quis ler seus cartões de Natal em vez de fazer um corte?

—Venha, Dallas, trabalho o dobro. Tenho cadáveres empilhados como tijolos nas gavetas.

—Ponha meu tijolo sobre a mesa e ten o relatório para as seis ou vou para lá e te mostro como se sente um corte no Y.

Ela cortou a transmissão e girou.

—me agrade, Dickie.

—Não me pressione, Dallas. Não me assusta. E não vejo nenhuma Prioridade Um etiquetada nestas provas.

—Haverá por nove. —Ela avançou e deu a seu cabelo um rápido empurrão—. Não tive meu maldito café, Dickie. Não quererá te pôr difícil comigo.

—Santo Deus!, te consiga um então. —detrás de suas pequenos lentes, seus olhos eram tão grandes como um mocho—. Trabalho com o maldito material, ou não? Quê-lo rápido ou o quer bem feito?

—Quero-o de ambas as formas. —Como estava se desesperada, avançou e agarrou uma taça do lodo do laboratório que pretendia passar por café e se obrigou a tragá-lo.

—O cabelo é humano, —mencionou ele—. Tratado com um fixador de salão e um desinfetante de ervas.

Isto animou ao Eve o suficiente para beber mais café enquanto cruzava para ele.

—Que tipo de fixador, e para que serve?

—Para conservar a cor e a textura. Conserva o branco sem ficar amarelo e rígido. Duas de suas amostras têm um pouco de cola em um extremo. Estes cabelos vieram provavelmente de uma peruca. Uma boa, e cara. É cabelo humano verdadeiro, e isso a faz de primeira qualidade. Terei que trabalhar mais para etiquetar a cola. Possivelmente possa te conseguir a marca registrada do fixador depois de algumas prova mais.

—E as fibras, e o material que Peabody obteve do deságüe?

—Não o tenho feito ainda. Jesus, não sou um droide.

—Bem. —Ela pressionou os dedos em seus olhos—. Tenho que ir ao depósito de cadáveres, e me assegurar de que Holloway já está na mesa. Dickie. —Pôs uma mão em seu ombro. Ele era uma dor no culo, mas era o melhor—. Necessito tudo o que possa me conseguir, e o necessito rápido. Este tipo matou a quatro, e já está procurando o número cinco.

—Maldição, conseguiria-lhe isso muito mais rápido se deixasse de respirar em minha nuca.

—Parto-me. Peabody.

—Senhor. —Peabody se sacudiu de sua cabeçada em uma cadeira do laboratório e piscou cegamente.

—Movemo-nos, —disse Eve breve—. Dickie, conto contigo.

—Sim, sim. Sabe, acredito que não recebi o convite a sua maravilhosa festa de amanhã de noite. —Sorriu escassamente—. Provavelmente se perdeu.

—Assegurarei-me de encontrá-la. depois de que me dê o que necessito.

—Obterá-o. —Contente, voltou-se e se inclinou para seguir trabalhando.

—Pequeno bastardo avaro. Toma. —Empurrou o café na mão do Peabody enquanto se dirigiam a retirar o carro—. Bebe isto. Fará que desperte ou que lhe mate.

Eve acossou ao assistente do médico forense até que teve confirmado a causa de morte. Esteve parada sobre seu ombro até que lhe fez a prova de toxicologia e lhe informasse do tranqüilizador sem receita médica no organismo do Holloway.

De volta na Central mandou ao Peabody à área apertada usualmente conhecida como “último remédio”. Consistia em um quarto escuro com três beliches de dois níveis.

Enquanto seu ajudante dormia, acomodou-se em seu escritório e escreveu os informe. Transmitiu as cópias necessárias, e se abasteceu de combustível com mais café e o que poderia ter sido um pãozinho de arándano da máquina vendedora.

Seguia sendo um tímido amanhecer quando seu comunicador emitiu um sinal sonoro e a imagem do Roarke alagou sua tela.

—Tenente, vê-te bastante pálida.

—Estou o bastante firme.

—Tenho algo para ti.

Seu coração pulsou uma vez. Ele sabia que não podia dizer nada mais em uma chamada registrada.

—vou tratar de me aproximar de casa dentro de pouco. Peabody estará dormindo um par de horas mais.

—Você também tem que dormir.

—Sim. Já tenho feito tudo o que pude aqui. Vou indo.

—Esperarei-te levantado.

Cortou a chamada, e deixou uma breve nota para o Peabody, se por acaso despertava antes de que voltasse. Uma vez em seu carro, saiu, e chamou outra vez ao laboratório.

—Tem-me algo mais?

—Jesus, é implacável. etiquetei sua fibra. É uma mescla de poliéster sintético, que se vende com o nome do Wulstrong. Lã simulada, usualmente em casacos e suéteres. Esta foi tinta de vermelho.

—Como um traje da Santa?

—Sim, mas não como os trajes dos que tocam sinos. Esses pobres bastardos não podem permitir-se esta classe de peso e qualidade. Esta é uma mierda boa, o melhor depois da lã verdadeira. Os fabricantes afirmam que é melhor... mais morna, mais durável, e blah, blah, blah. Essas são tolices, não é melhor que a genuína. Mas é boa, e cara. Igual ao cabelo. Seu tipo não está preocupado por gastar uns créditos.

—Bem. Bom trabalho, Dickie.

—Encontrou meu convite, Dallas?

—Sim, ficou desço de meu escritório.

—Essas coisas passam.

—me consiga os resultados do material do deságüe, Dickie, e lhe enviarei isso.

Ela olhou o cortejo do amanhecer com o céu do Este quando girou para a casa.

 

Sabia onde encontrar ao Roarke. Em um quarto que não deveria ter existido, dirigindo uma equipe sobre o qual não deveria saber. Ignorou sua reação instintiva, a reação de polícia, quando se aproximou do quarto e pôs sua palma na placa.

—Dallas, Tenente Eve.

Sua palma... e seu registro de voz foram analisados rapidamente, e lhe permitiu entrar.

Ele tinha deixado as cortinas abertas revelando a ampla janela. O vidro em si mesmo era tratado. Ninguém poderia ver para dentro. O quarto era grande, o chão de um mármore de sonho, as paredes acentuadas com obras de arte... mas a maior parte dominada por várias telas.

Todas exceto uma tela estavam em branco. Nessa, Roarke dirigia informe de ações enquanto estava sentado detrás do console em forma de Ou, brincando com um computador não registrado.

—É mais rápido do que me figurei.

—Não havia muitas capas que passar. —Gesticulou para uma cadeira a seu lado—. Sente-se, Eve.

—Eram o bastante magras para que eu pudesse as passar? Posso dizer que as encontrei por mim mesma sem falsificar meu relatório?

Sua polícia, pensou Roarke carinhosamente, sempre se preocuparia com tais detalhes.

—Só sim soubesse por onde olhar, e que procurar... suponho que sim, considerando outro dia ou dois. Sente-se, —repetiu, e esta vez tomou sua mão e a atirou na cadeira.

Ele se tinha pacote o cabelo... o que sempre a fazia querer soltar o da magra cinta de couro. subiu-se as mangas de seu suéter negro. encontrou-se olhando suas mãos, pensando em suas mãos. Mãos magníficas, elegantes. Compreendeu que ia à deriva e se controlou.

Quando piscou para esclarecer sua visão, sua cara estava perto, e uma dessas mãos magníficas e elegantes sustentava seu queixo, acariciando com seu polegar a covinha em seu centro.

—Quase te desaba, verdade?

—Eu estava só... pensando.

—Estraga. Pensando. vou fazer um trato contigo, Tenente. Darei-te o que encontrei sim, em troca, está hoje aqui às seis. Tomará um descanso...

—Ouça, não negocio por informação.

—Sim, sim quer a informação. Posso apagá-la. —Estendeu a mão e a deixou cernerse sobre alguns mandos que ela não podia identificar—. Estará aqui, tomará um descanso, —repetiu—, e deixará que Gorjeia te dê um tratamento completo.

—Não tenho tempo para um estúpido corte de cabelo.

Não era em um acerto de cabelo no que ele pensava, a não ser na massagem de corpo e o programa de relaxação que ia ordenar.

—Esse é o trato. Toma ou o deixa.

—Tenho quatro discos de assassinato em meu escritório.

—Neste momento, importa-me um apito sim tem quatrocentos. Qualquer que sejam suas prioridades, acontece que você é a minha. Esse é meu preço. Quer os dados?

—É tão mau como o estúpido do Dick.

—Perdão?

Ela soltou uma risada ante o insulto em sua voz, logo se esfregou a cara. Realmente odiava quando ele tinha razão. Estava que jogava fumaça.

—Bem, tomarei o trato. O que encontrou?

Ele a olhou carrancudo um momento, logo deixou cair sua mão e girou para a parede de telas.

—Guardar dados em tela quatro, e apagar tela. Arquivo do Holloway, em todas as telas. Nosso amigo aqui teve uma custosa mudança de identidade faz quatro anos. Seu nome de nascimento é...

—John B. Boyd. Mierda. —Ela se levantou e se aproximou mais às telas para ler o primeiro de vários informe policiais—. Delinqüente sexual, cargo de violação. Detido por vítima. Culpado por violência sexual, condenado. Seis meses de tratamento siquiátrico e serviço comunitário. Bobagens. Posse de equipe sexual ilegal, deixado em liberdade. Tratamento voluntário por obsessões sexuais. Tratamento completo, arquivos selados. Maldição. Este tipo foi apressado e o sistema lhe deixou escapulir-se.

—Tinha dinheiro, —indicou Roarke—. É fácil comprar sua saída da prisão por cargos sexuais. Se escabulló de uma condenação, logo terminou sodomizado e estrangulado. Ironia, Eve, ou justiça?

—Ele deveria ter sido julgado nos tribunais, —estalou ela—. Me importa um apito a ironia. Personally Yours o teria encontrado durante sua investigação?

—Teria. —Ele moveu seus ombros—. Depende de quão profundo vão, mas como pinjente, isto estava só umas capas abaixo. Qualquer empregado de segurança o teria feito saltar. Selar os registros só o protege de um empregado padrão ou de crédito.

—Conseguiu seu relatório financeiro?

—É obvio. Capital financista, tela seis. Pode ver que ele ganhava muito com seu trabalho. Tinha a um agente de bolsa bastante bom que investiu bem. Gostava de gastar, mas tinha para gastar. Há, entretanto, vários depósitos razoavelmente bons além de seus honorários de modelaje ou dividendos de investimento. Dez mil em intervalos de três meses por um período de dois anos.

—Sim. —Outra vez, ela se aproximou mais à tela—. Os vejo. É capaz de localizá-los?

—Pergunto-me por que agüento certos insultos. —Só suspirou quando ela se volteou e lhe franziu o cenho—. Sem dúvida. Foram transferências eletrônicas, passadas por uma variedade de fontes em um intento decente de ocultar a fonte original. Entretanto, todas ricocheteiam em uma localização.

Ela afirmou com a cabeça.

—Personally Yours.

—É uma excelente detetive.

—Assim que os chantageava. Ou a um deles. Tem as iniciais do nome que autoriza a transferência?

—A conta está baixo ambos os nomes. Poderia ter sido Piper ou Rudy. Sua conta utiliza uma contra-senha mas bem que uma assinatura.

—Bem, isso me proporciona o suficiente para trazê-los para Entrevista e cozinhá-los um momento. —Suspirou profundamente—. vou deixar que Peabody prove com eles primeiro, que os sacuda. Depois os trarei.

—Só te assegure de estar em casa às seis.

Impaciente, girou-se de novo para ele. A manhã rompia, e a luz se deslizava através do vidro tratado e acentuava suas bochechas pálidas e olhos sombreados.

—Fiz o trato. Manterei-o.

—É obvio que o fará. —Embora ele tivesse que ir à Central de Polícia e procurá-la pessoalmente.

 

Eve decidiu que a melhor estratégia era golpear a seus brancos com força e rapidamente enquanto estavam agitados. Se Peabody o fazia bem, Rudy e Piper estariam agitados, trabalhando freneticamente para evitar a má publicidade e o eventual pleito de um cliente horrorizado.

E quando Peabody se fora, pensou, entraria.

Às nove e trinta estava no salão, mostrando o retrato do Holloway ao empregado de recepção. Se tudo fosse conforme o calculado, terminaria quando Peabody entrasse e lhe fizesse um gesto.

—Seguro, conheço sr. Holloway. Tem um habitual uma vez por semana, e um fixo mensal.

—Uma vez por semana para que?

—Penteado, facial, manicura, massagem, e aromaterapia. —Yvette, amistosa e útil agora, inclinou-se sobre o mostrador e soltou um pequeno suspiro quando estudou o retrato do Holloway outra vez—. Este tipo obteve um corpo de revista, e sabe manter. Uma vez ao mês recebe os trabalhos, um dia completo de tratamentos.

—O mesmo assessor?

—OH seguro, ele não se atenderia com ninguém além do Simon. Faz uns meses, Simon se tirou férias. O Sr. Holloway armou uma boa aqui mesmo na área de recepção. Demo-lhe uma volta livre no tubo de humor e Ou de luxo para serená-lo.

—Ou de luxo?

—Ou para orgasmos, carinho. Quarto de intimidade, com opção de Realidade Virtual, holo, ou companheiro autorizado droide. Não temos companheiros autorizados humanos, mas sim todas as alternativas. O de luxo custa quinhentos, mas o valeu para esfriá-lo. A gente tem que manter felizes a seus clientes habituais. Um cliente como Holloway deixa cair como cinco mil por mês, sem contar as compras de produtos.

—E há nada como um Orgasmo de luxo para manter ao cliente satisfeito.

—Você o disse. —Sorriu, agradecida porque Eve não parecia lhe guardar rancor—. assim, fez algo?

—Poderia dizer-se isso. Mas não o fará outra vez. Está Simon perto?

—Está atrás no Estudo Três. Você não pretenderá ir ali, —tentou quando Eve girou.

—Sim.

Eve caminhou por um curto vestíbulo e portas de cristal transparentes gravadas com silhuetas de perfeitas formas humanas.

Havia vozes e música suave, sons de água salpicando melodiosamente, gorjeio de aves, e sopro de brisas. Podia cheirar a eucalipto, rosas, e almíscar.

Havia portas cor bolo a ambos os lados. Por uma aberta pôde ver uma larga mesa acolchoada e uma complicado equipe, tubos, espelhos, uma pequena estação de computador. Todo o qual lhe recordou incómodamente a um centro médico.

Enquanto seguia baixando, outra porta se abriu e saiu um assessor em uniforme branco conduzindo a uma mulher coberta da cabeça aos pés com uma mescla verde para outra área.

—Estudo Três?

—Corredor à esquerda, a porta está sinalizada.

—Estraga. —Eve olhou enquanto o assessor se separou de seu cliente, lhe dizendo que dez minutos no Quarto de Deserto a fariam uma mulher nova.

Tomou toda sua força de vontade não estremecer-se.

Quando o corredor se dividiu, viu uma larga e borbulhante tina de relaxação emoldurada com árvores de cerejeira em miniatura. Três mulheres já se relaxavam nele, com os peitos meneando-se alegremente entre as borbulhas da rosada superfície.

Outra mulher estava tombada sozinha, inundada até o queixo em um espesso fluido verde de um tubo sensorial. Apenas mais à frente, no que Eve supôs era a área de imersão, havia uma piscina estreita chamada Mergulho, onde a água bruscamente azul era mantida em uma temperatura de pouco mais de 2 graus C°. Inclusive olhá-la fez que seus dente tagarelassem.

Girou à esquerda. depois de um golpe rápido ao ovo de natal na porta azul sinalizada Três, entrou. Foi uma comoção quem esteve mais surpreso, sim ela mesma, Simon, ou McNab, quem se reclinava em uma cadeira de relaxação com a cara coberta do que parecia ser barro negro.

—Esta é uma área de tratamento. —Agitando suas mãos, Simon se lançou para lhe bloquear o caminho—. Não se permite entrar enquanto consulto. Fora, fora, fora.

—Tenho que falar com você. Só tomará um par de minutos.

—Estou trabalhando aqui. —Simon estendeu suas mãos, lhe enviando umas poucas borbulhas de barro.

—Dois minutos, —disse e teve que controlar-se para não rir quando McNab dramaticamente pôs os olhos em branco detrás do Simon.

—Fora, fora, —ele disse outra vez, agarrando uma toalha—. me Perdoe, —disse ao McNab—. Sua máscara tem que fixar-se em todo caso. Por favor, só relaxe-se, e deixe que sua mente descanse. Será só um momento.

—Não há problema, —grunhiu McNab.

—Não, não, shh! —Com um sorriso benigno, Simon lhe golpeou ligeiramente seus lábios com um dedo—. Nada de falar. Deixe a sua cara relaxar-se completamente, e esvazie sua mente. Este é seu tempo. Agora, fechamento seus olhos, imagine todas as impurezas fluindo para o exterior. Estarei justo fora.

Seu sorriso desapareceu ao momento de fechar a porta e olhar ao Eve.

—Não a terei perturbando a meus clientes.

—Sinto muito. Mas um de seus clientes realmente foi perturbado ontem à noite. Ele não virá mais para seu tratamento mensal.

—Do que fala você?

—Holloway. Brent Holloway. Está morto.

—Morto? Brent? —Simon se recostou contra a brilhante parede e se pressionou o coração com a mão não completamente limpa—. Mas o vi só faz uns dias. Deve haver um engano.

—Vi-o esta manhã, em uma mesa no depósito de cadáveres. Não há nenhum engano.

—Não posso... respirar. —Com uma revoada, Simon correu pelo corredor. Eve o encontrou em uma área de espera felpuda, desabado em um sofá de seda, com a cabeça entre seus joelhos.

—Não sabia que era próximo a você.

—Sou seu... era seu assessor. Ninguém, nem sequer um cônjuge, é mais íntimo.

Ela tratou de pensar na intimidade com Gorjeia e teve que controlar outro estremecimento.

—Sinto sua perda, Simon. Quer algo? Água?

—Sim, não. OH, querido Deus. —Ele levantou sua cabeça e estendeu uma mão tremente para fazer que a tela de refresco aparecesse na mesa a seu lado. Sua cara estava de uma cor cinza doentia e emoldurada pelo vermelho brilhante de seu cabelo—. Necessito um tranqüilizador. Camomila, fria. —Logo se reclinou, fechando seus olhos—. Como passou?

—Estamos investigando. me fale sobre ele, me diga com quem estava envolto.

—Era um homem muito exigente. Respeitei isso. Sabia exatamente como queria ver-se, e estava consagrado à manutenção de sua cara, e seu corpo. OH Deus. —Agarrou o copo alto, magro do servidor droide que ao momento se escabulló—. O sinto querida. Só me dê um momento.

Ele bebeu profundamente, tomando lentos fôlegos, inclusive entre sorvos. um pouco da cor que lhe tinha ido de sua cara voltou.

—Nunca perdeu uma entrevista, e me enviou muitas referências. Ele apreciava meu trabalho.

—relacionou-se ele com alguém daqui de forma pessoal? Estilistas, assessores, outros clientes?

—Não se permite a nosso pessoal citar-se com a clientela. Quanto a outros clientes, não o recordo mencionando a nenhum. Desfrutava das mulheres. Tinha uma vida sexual variada e satisfatória.

—Lhe disse sobre isso?

—O que se fala entre o assessor e o cliente é absolutamente sagrado. —Simon bebeu um gole, logo apartou seu copo vazio.

—Ia por homens, também?

A boca do Simon se apertou.

—Ele nunca mencionou algum interesse pelas relações do mesmo sexo. Não me sinto cômodo com estas perguntas, Tenente.

—Holloway não está agora certamente cômodo tampouco. —Esperou um momento, viu a pausa do Simon, captá-lo, e logo afirmar com a cabeça.

—Tem razão. É obvio que tem razão. Sinto muito. É só a comoção.

—Algum de seus empregados masculinos se interessou por ele, um interesse romântico ou sexual?

—Não. Ao menos... Sinceramente nunca notei nenhum sinal ou vibrações, se me entender. Tal comportamento é profundamente desalentado aqui. Somos profissionais.

—Correto. Quem de seu pessoal faz tatuagens à mão elevada?

Ele suspirou larga e fortemente.

—Temos a vários assessores que são excelentes artistas de corpo à mão elevada.

—Nomes, Simon.

—Pergunte ao Yvette no escritório. Lhe dará o que necessite. Devo retornar com meu cliente. —Pressionou seus dedos em seus olhos—. Não posso permitir que meus sentimentos pessoais interfiram com meu trabalho. Tenente… —Simon deixou cair suas mãos em seu regaço, e seus olhos estavam escuros e úmidos—. Brent não tinha família. Que acontecerá com seu... O que lhe passará?

—A cidade se fará cargo, se não haver ninguém.

—Não, não seria correto. —Apertou seus lábios, logo se levantou—. Eu gostaria de fazer os acertos se me permitirem isso. Seria o último que poderia fazer por ele.

—Podemo-lo fazer dessa maneira. Você terá que ir ao depósito de cadáveres, e completar a papelada.

—OH… —Sua boca tremeu, mas suspirou e afirmou com a cabeça—. Sim, farei-o.

—Avisarei-lhes para que o esperem. —Como ele parecia tão devastado, acrescentou—: Não terá que vê-lo, Simon. Já temos feito uma identificação. Você só faça a solicitude, e eles liberarão o corpo a qualquer funerária ou centro comemorativo que você escolha.

—OH. —Suspirou aliviado—. Obrigado. Meu cliente me espera, —disse sem entusiasmo—. Ele não esteve cuidando sua pele. Por sorte, é jovem, assim posso fazer muito para ajudá-lo. É nossa obrigação apresentar um aspecto atrativo. A beleza sossega a alma.

—Sim. vá cuidar de seu cliente, Simon. Estarei em contato.

dirigia-se justo para a saída para procurar o listrado de nomes do Yvette quando entrou Peabody. via-se pálida e com os olhos afundados. Mas lançou ao Eve uma inclinação rápida antes de girar para a recepcionista.

—Tenho uma nota do Personally Yours, —começou ela—. Para o Plano do Dia de Diamante.

—OH, é o melhor que temos. —Disse-lhe Yvette—. E, carinho, parece esgotada. É justo o que necessita. Fixaremo-lhe uma entrevista.

—Obrigado. —Ela se afastou, aparentemente para estudar o gabinete transparente cheio de vistosas garrafas que garantiam a beleza e a vitalidade com seu uso regular. Em um rápido sussurro, deu ao Eve seu relatório.

—Eles se agitaram, mas tentaram cobri-lo. Trataram de me convencer de que o tinha interpretado mau. —Lançou um grunhido—. Tentaram o estilo de apaziguar ao cliente, como estava programado. Prometeram examinar o assunto imediatamente, e me ofereceram uma segunda consulta grátis e este acerto aqui. Vi o folheto. O Dia de Diamante custa cinco mil. Não os deixe livrar-se. Disse-lhes que ia tomar me um dia para me tranqüilizar antes de falar com meu advogado.

—Bom trabalho. Fala com tantos assessores como pode enquanto lhe esfregam e polem. Saca o nome do Holloway. Quero reações, intrigas, opiniões. te assegure de pôr alguns assessores masculinos.

—Algo pelo trabalho, senhor.

—Sra. Peabody?

Peabody girou, e pensou que sua boca devia ter cansado até seus sapatos quando contemplou ao perfeito Deus dourado.

—Sou uh... Sim?

—Sou Anton. Assistirei-lhe com sua desintoxicação de ervas. Gostaria de vir comigo agora?

—OH sim. —Peabody conseguiu cruzar um brilhante olhar com o Eve antes de que Anton tomasse sua mão e brandamente a levasse.

Esperando o melhor, Eve colocou o listrado em sua bolsa e se dirigiu ao nível de escritórios do Personally Yours.

—Rudy e Piper não estão disponíveis, —anunciou a recepcionista com uma voz o bastante cortante para deter o Eve.

—OH, quererão estar disponíveis. —Golpeou sua insígnia no mostrador—. Confie em mim.

—Sou consciente de quem é você, Tenente. Rudy e Piper não estão disponíveis. Sim quer consertar uma entrevista, estarei feliz de programar-lhe Los ojos de la mujer titubearon.

Eve se afirmou amigavelmente no mostrador.

—Alguma vez ouviu o término obstrução da justiça?

Os olhos da mulher titubearam.

—Só faço meu trabalho.

—Aqui está o que temos. Você me limpa o caminho para seus chefes neste momento, ou a levo a Central de Polícia e a acuso de obstrução, por entorpecer a um oficial, e por ser basicamente estúpida. Tem dez segundos para decidir como quer fazê-lo.

—me perdoe. —A mulher girou, acendeu seu aparelho de surdez, e murmurou nele rapidamente. Sua cara estava rígida quando se volteou—. Pode entrar diretamente, Tenente.

—Bem, não era uma eleição tão difícil, verdade? —colocando a insígnia em seu bolso, saiu a pernadas pelas portas de vidro, e encontrou ao Rudy e Piper na entrada de seu escritório.

—Era necessário intimidar a nosso recepcionista? —perguntou Rudy.

—Sim. Têm uma boa razão para querer me esquivar esta manhã?

—Estamos muito ocupados.

—Estão a ponto de voltar-se mais ocupados. Terão que vir comigo.

—Ir com você? —Piper pôs uma mão no braço do Rudy—. por que? Onde?

—À Central de Polícia. Brent Holloway foi assassinado ontem à noite, e temos muito do que falar.

—Assassinado? —Piper se balançou e poderia ter cansado se o braço do Rudy não se moveu para sustentá-la—. OH Deus. OH querido Deus. Como outros? Foi como outros? Rudy.

—Não fale. —Ele aproximou mais a sua irmã enquanto seus olhos sustentaram os do Eve—. Não é necessário ir à Central.

—Bem, é aí onde discrepamos. Sua opção é ir voluntariamente, ou chamou uns uniformizados e os escoltamos.

—Provavelmente você não tem nenhum motivo para nos deter nenhum de nós.

—Você não está sendo detido ou acusado neste momento. Mas é requerido, urgentemente, para uma entrevista formal.

Com o Piper tremendo contra ele, Rudy soltou um paciente suspiro.

—Porei-me em contato com nossos advogados.

—Pode fazê-lo da Central.

 

—Bem, manteremo-los separados, —disse Eve ao Feeney enquanto estudavam ao Piper através do vidro. Piper estava sentada na pequena mesa no quarto de Entrevista A, balançando-se enquanto um dos advogados lhe sussurrava—. Poderíamos trabalhá-los juntos, mas acredito que podemos obter mais informação se cada um de nós toma a um. Qual quer, a ela ou ao Rudy?

Feeney o considerou, com os lábios apertados.

—Começarei com ele. Digo que os separemos, desequilibraremo-los uma vez que se acostumem ao ritmo. Se qualquer se descontrolar o suficiente, então entramos os dois.

—Bastante bom. reportou-se McNab?

—Apenas. Está a ponto de terminar no salão. Chegará e terá seu relatório antes de que terminemos aqui.

—lhe diga que esteja preparado. Se obtivermos o necessário, poderemos ser capazes de fazer malabares com uma autorização para seu sistema informático. Se ele consegue trabalhar em sua máquina, possivelmente desenterre algo.

De outro modo, pensou, ia ter que lhe pedir ao Roarke que fizesse magia outra vez.

—me chame quando quiser trocar, —disse ao Feeney.

—O mesmo vai para ti.

Eve abriu a porta do quarto de entrevistas e entrou. O advogado imediatamente se levantou, inflou seu peito, e entrou na canção e o baile esperado.

—Tenente, isto é um ultraje. Meu cliente está transtornada, e emocionalmente consternada. Você não tem nenhuma causa para exigir esta entrevista neste momento.

—Você quer dificultá-lo, conseguir uma ordem judicial. Registro aceso. Dallas, Tenente Eve, VÃO 5347BQ, entrevistador. Sujeito Piper Hoffman. Data e hora de início. O entrevistador solicitou representação. O advogado está presente. estão-se registrando estes procedimentos. Ao Sujeito Hoffman lhe tem lido o Miranda revisado. Entende você seus direitos e obrigações, Sra. Hoffman?

Piper olhou a seu advogado, e esperou que afirmasse com a cabeça

—Sim.

—Conhecia o Brent Holloway?

Ela afirmou com a cabeça.

—Fiquei no registro que a entrevistada respondeu afirmativamente. Ele era um cliente de seu serviço, Personally Yours.

—Sim.

—Por aquele serviço, você emparelhou ao defunto com clientes femininos.

—Esse é... esse é o objetivo, reunir a casais com interesses comuns e objetivos, para lhes proporcionar uma oportunidade de encontrar e explorar relações.

—Relações românticas e/ou sexuais?

—O tom das relações está à altura de cada casal ou cliente individual.

—E esses clientes são investigados antes de que sua solicitude seja aceita, antes de que paguem os honorários, e que sejam postos em qualquer lista de contatos.

—Investigados com cuidado. —Piper pareceu suspirar de alivio pelo rumo do interrogatório. endireitou-se um pouco, tornando-se para trás seu cabelo prateado com seus largos dedos—. É nossa responsabilidade ver que nossa clientela encontra certos padrões.

—Incluem aqueles padrões a delinqüentes sexuais? Delinqüentes sexuais condenados?

—Certamente não. —Ela se endireitou, com a cabeça levantada, e a boca firme.

—É a política de sua companhia?

—Uma política muito firme.

—Mas você fez uma exceção com o Brent Holloway.

—Eu… —as mãos que Piper tinha dobrado com esmero as apertou na mesa até que seus nódulos ficaram brancos—. Não sei que… —Sua voz se serenou, e olhou impotentemente a seu advogado.

—Meu cliente explicou a política de sua companhia nesta área, Tenente. Por favor siga.

—Brent Holloway foi condenado por violência sexual, acusado mais de uma vez por assalto sexual, perseguição, e corrupção. —Eve falou energicamente enquanto Piper perdia cada onça de cor em suas bochechas—. Você estabeleceu para o registro que sua clientela é escolhida com cuidado, explicou sua política nessa área. Pergunto-lhe por que eximiu ao Holloway dessa política.

—Nós... eu... não o fizemos. —Começou a torcer suas mãos, e um pouco parecido ao temor alagou seus olhos—. Não temos nenhum registro dessa informação sobre o Brent Holloway.

—Talvez você reconhece o nome do John B. Boyd. —Como seus olhos estavam enfocados na cara do Piper, ela o viu. Viu a piscada de reconhecimento, e a sombra de culpa—. Seu sistema é o melhor em sua linha. Assim me disse isso. Seria sua responsabilidade fazer uma busca dessa classe de informação em um candidato. Sua companhia é irresponsável ou incompetente, Sra. Hoffman?

—Eu não gosto do tom dessa pergunta, —protestou o advogado.

—Fica observado para pelo registro. Sua resposta, Piper?

—Não sei o que aconteceu. —Ela respirou rapidamente agora, e cruzou ambas as mãos sobre seus formosos peitos—. Não sei.

Sim, pensou Eve. Sim, fez-o, e ele te assustou terrivelmente.

—Quatro clientes de seu serviço estão mortos. Quatro. Cada um deles foi a você, e cada um deles foi aterrorizado, violado, e estrangulado.

—É uma terrível coincidência, terrível. Mas só uma coincidência. —Piper começou a tremer, ofegando com pequenas fôlegos forçados—. Rudy o disse.

—Você não crie isso. —Disse-lhe Eve brandamente quando se inclinou aproximando-se—. Você não crie nem por um momento. Eles estão mortos. —Brutalmente, pôs quatro fotos na mesa. As fotos das cenas dos crímenes eram vívidas e cruéis—. Estes não parecem coincidências, verdade?

—OH Deus. OH Deus. —Ela se cobriu a cara com as mãos—. Não, não, não. Me vou adoecer.

—Isso foi desnecessário. —Soltou o advogado ruborizado pela fúria.

—O assassinato é desnecessário, —retrocedeu Eve e se moveu—. Darei a seu cliente uns minutos para restabelecer-se. Registro, apagar. —girou-se e saiu.

Enquanto olhava pelo vidro, chamou o comunicador do Feeney.

—Tenho-a no bordo, —disse quando ele respondeu—. Você pode pressioná-la. Eu entraria ligeiro, pormenorizado, seria seu tio.

—Sempre consegue ser o poli mau, —queixou-se Feeney.

—Sou melhor nisso. Acaricia sua mão, logo lhe pergunte por que pagavam ao Holloway. Não cheguei ali ainda.

—Bem. Rudy está fechado. Tem uma atitude fastidiosa sim me pergunta. Pequeno idiota arrogante.

—Bem. Estou de humor para chutar a algum idiota. —Já que estava ali, colocou a mão na bolsa de nozes do Feeney e agarrou um punhado—. Ela afirma que não sabiam sobre o expediente do Holloway. Minta, mas isso possivelmente nos faça entrar em seu sistema. Tentarei uma autorização antes de sacudir ao Rudy.

tomou tempo para isso e para um rápido café antes de entrar em Entrevista B.

—Registro aceso, —ordenou—. Entrevista prossegue com Dallas, Tenente Eve. Iniciar hora e data.

sentou-se, sorriu ao Rudy e ao advogado a seu lado.

—Bem, moços, comecemos.

Ela o dirigiu através de uma pauta similar a que tinha usado com o Piper. Em vez de empalidecer e tremer, Rudy pareceu ficar mais arrogante, mais inacessível.

—Eu gostaria de ver minha irmã, —disse ele repentinamente, interrompendo seu ritmo.

—Sua irmã está sendo entrevistada.

—É delicada. Suas emoções estão muito perto da superfície. Este assunto tão feio a danificará.

—Tenho a quatro pessoas muito mais danificadas, sabichão. Está preocupado pelo que Piper possa dizer ali dentro? Falei com ela só um pouco. —O instinto a fez inclinar-se, encolhendo um ombro—. Ela não o está suportando muito bem. Fará-o melhor uma vez que você esclareça coisas.

Eve olhou sua mão empunhada e se perguntou o que Olhe concluiria sobre seu potencial de violência.

—Deveriam lhe permitir descansar. —Ele mordeu as palavras, com seus olhos verdes exóticos como um gato—. lhe Dar um tranqüilizar-se e lhe dar tempo para serenar-se.

—Não somos generosos com as pausas por aqui. E ela tem a seu advogado, igual a você tem o seu. Adivinho que são bastante próximos, sendo gêmeos.

—Naturalmente.

—Alguma vez mostrou Holloway certa inclinação para ela?

A boca do Rudy se apertou.

—É obvio que não.

—Em você talvez?

—Não. —Agarrou seu copo de água com uma mão firme.

—por que lhe pagava?

A água se derramou para o bordo antes de que ele o baixasse apressadamente.

—Não sei de que fala.

—Pagamentos regulares, dez mil cada um, durante um período de dois anos. O que sabia de você, Rudy?

Com seus olhos tempestuosos, ele girou para seu advogado.

—Eles não têm nenhum direito a acessar a meus arquivos financeiros, verdade?

—Indubitavelmente não. —O advogado nivelou seus ombros, enganchando uma mão presuntuosamente em sua lapela, onde penduravam modernos medalhões—. Tenente, se você procurou dados lhes financiar de meu cliente sem causa provável e autorização apropriada...

—isso pinjente? —Eve só sorriu—. Não tenho que explicar como obtive certa informação pertencente a este homicídio. Você não encontrará uma busca departamental de dados financeiros. Mas lhe pagou, não, Rudy? —balançou-se para trás, golpeando baixo e rapidamente—. Lhe pagou uma e outra vez, e permitiu que o chantageasse para pô-lo nas listas de contatos quando você sabia que ele era um desviado sexual. A quantos clientes teve que aplacar, pagar, ou intimidar para lhe guardar as costas?

—Não sei de que fala. —Mas agora sua mão não estava completamente estável quando agarrou a água. Sua pele branca como o leite começou a avermelhar devido ao sobressalto.

Eve sabia se lhe tivesse tido no polígrafo, o gráfico teria tratado de saltar fora da tela.

—Sim, sabe. E arrumado que não me seria muito difícil desenterrar a um par de clientes deles que Holloway tenha atacado em um daqueles interessantes, e afáveis encontros que você recomenda. Uma vez que o faça, posso acusá-los a você e a sua irmã por perseguição, fraude, e cúmplice de vários tipos de delitos sexuais. —Lançou-lhe um olhar—. E seu advogado sabe que ao menos posso relacioná-los com algum deles, e não tomará muito tempo enviar seu negócio à boca-de-lobo, pôr sua cara, e a do Piper, em cada tela da cidade para as notícias de última hora.

—Não podemos ser considerados responsáveis. Ela não pode ser considerada responsável pelo que esse... esse desviado fez.

—Rudy. —O advogado levantou uma mão, logo a colocou em seu ombro—. Eu gostaria de conferenciar com meu cliente um momento, Tenente.

—Não há problema. Apagar registro. Têm cinco minutos, —advertiu-lhes e os deixou em paz.

Com seus olhos neles através do vidro, tirou seu comunicador.

—McNab.

Enquanto esperava a resposta, balançou-se em seus talões, julgando a linguagem corporal dentro do quarto. Rudy tinha seus braços cruzados, seus dedos enterrados em seus bíceps. O advogado estava inclinado, falando rápido.

—McNab. Dirijo-me para lá, Dallas.

—Então retorna. Estou conseguindo uma autorização para nos introduzir no sistema do Personally Yours. Espera-a.

—Posso tomar um seis-e oito? Agarrar um pouco de almoço?

—Passa por um assador guia de ruas de volta. Quero-te no lugar ao momento que entre a autorização. —Ela ouviu seu suspiro e sorriu escassamente—. Como foi o facial, McNab?

—Grandioso. Consegui ter minhas bochechas como o traseiro de um bebê. E vi o Peabody nua. Bem, em sua major parte. Estava coberta de uma mierda verde, mas consegui a imagem.

—Só tira a imagem de sua mente e te prepare a escavar.

—Posso fazer ambos. Tremenda imagem. Está terrivelmente zangada, também.

Eve fez todo o possível para não lhe sorrir, e o desconectou antes de perder a batalha.

—É o momento, amigo, —murmurou e retornou a Entrevista. depois de voltar a conectar o registro, sentou-se, e levantou uma sobrancelha. Às vezes o silêncio funcionava melhor com um sujeito que o sacudi-lo.

—Meu cliente deseja fazer uma declaração.

—Para isso é o que estamos aqui. Então, o que tem que me dizer, Rudy?

—Brent Holloway extorquia dinheiro de minha companhia, através de mim. Fiz todo o possível por proteger a meus clientes, mas me chantageava e parte do que exigia era consultas regulares e contatos. Ele era, em minha opinião, difícil e irritante, mas não perigoso para as mulheres com as que o emparelhamos.

—É sua opinião profissional?

—Sim, assim é. Aconselhamos a todos nossos clientes que se reúnan com seus contatos em um lugar público. Qualquer que depois tenha mimado em reunir-se com ele em privado tomava sua própria decisão. Todos os clientes assinam uma renúncia.

—Já, então você se figura que isso cobre seu traseiro, eticamente falando. Estou bastante segura que os tribunais podem ter uma perspectiva diferente. Mas cheguemos ao primeiro fundo. O que sabia ele de você?

—Não é relevante.

—OH sim, é-o.

—trata-se de minha vida pessoal.

—Isto se trata de homicídio, Rudy. Mas se não me querer dizer isso voltarei e falarei com sua irmã. —Começou a levantar-se, mas Rudy levantou a mão rapidamente e a agarrou por braço.

—Deixe-a em paz. Ela é delicada.

—Um de vocês terá que falar comigo. É sua eleição.

Seus dedos apertaram seu braço com força antes de que a liberasse e se recostasse.

—Piper e eu temos uma relação única e especial. Somos gêmeos. Estamos unidos. —Manteve os olhos a seu nível—. Somos casais.

—Você e sua irmã têm uma relação sexual.

—Você não é ninguém para julgar, —estalou—. Tampouco espero que entenda o vínculo entre nós. Ninguém pode. E embora o que temos não seja estritamente ilegal, a sociedade o desaprova.

—O incesto não é uma palavra bonita, Rudy. —A imagem de seu pai, com sua cara vermelha pelo esforço, e seus olhos cruéis determinados, cintilou em sua mente. Sob a mesa empunhou suas mãos e forçou à imagem, e às nauseia, de volta atrás.

—Somos casal, —disse ele outra vez—. A maior parte de nossas vidas nos negamos a atuar da forma que sentiam nossos corações. Tratamos de estar com outra gente, viver vistas separadas. E fomos miseráveis. supõe-se que temos que nos sentir infelizes, fracassados, porque pessoas como você dizem que é perverso?

—Não importa o que eu diga, ou pense. Como o averiguou Holloway?

—Estava nas Antilhas. Piper e eu nos tínhamos ido de férias. Tínhamos tomado cuidado. Somos discretos. Entendemos que perderíamos clientes sim se soubesse. Partimos a um lugar onde pudéssemos passar um pouco de tempos sozinhos, juntos, e livres para estar juntos abertamente como qualquer outro casal o faz. Holloway estava ali. Ele não nos conhecia, nem nós a ele. Tínhamo-nos registrado baixo nomeie diferentes.

Ele fez uma pausa, e bebeu um sorvo de água.

—Uns meses depois veio a nos consultar. Foi só... o destino. Inclusive nem sequer o reconheci ao princípio. Mas depois de sua investigação, quando seus dados apareceram e rechaçamos sua solicitude, ele nos recordou onde nos tínhamos encontrado, e como.

Rudy olhou fixamente sua água, e trocou o copo de mão.

—Ele foi muito claro quanto a como funcionaria, e sobre o que queria. Piper se desmoronou, ficou aterrorizada. Nós acreditam absolutamente no serviço que proporcionamos. Você vê, sabemos o que significa estar unidos com alguém que enche sua vida, que faz a diferença. Dedicam-nos a ajudar a outros a encontrar o que temos.

—Sua dedicação lhe ganhou uma bonita e avultada carteira.

—Ter ganhos não nega o valor do serviço. Você vive bem, Tenente, —disse ele filosoficamente—. Anula isso o valor de seu matrimônio?

Vendo o desse modo, ela se disse, mas só levantou suas sobrancelhas.

—Falamos sobre você e de como se relacionou com o Holloway.

—Quis enfrentá-lo, mas ela não podia. —Fechou seus olhos—. Ele conseguiu encontrá-la sozinha, e ameaçá-la. Até tratou de forçá-la A...

Ele abriu seus olhos outra vez, e eles transbordavam de fúria.

—Perseguiu-a. os de sua classe querem o que pertence a outros. Assim pagamos, fizemos tudo o que exigiu. Apesar de que sim ele entrava e a agarrava sozinha, poderia havê-la meio doido.

—Você deve havê-lo odiado por isso.

—Sim. Sim, odiei-o. Por tudo, mas sobre tudo por isso.

—O bastante para matá-lo, Rudy?

—Sim, —disse sem levantar a voz, antes de que seu advogado pudesse detê-lo—. Sim, o bastante para matá-lo.

 

—Não temos bastante para acusá-lo.

Sabia. Maldição, sabia, mas Eve se dispôs a lutar com a ajudante do fiscal de todos os modos.

—Ele teve os meios, a oportunidade, e Deus sabe que tinha um motivo contra Holloway. Teve acesso aos realces usados nas quatro vítimas, —seguiu antes de que a ajudante do fiscal Rollins pudesse falar—. Os conhecia todos.

—Nem sequer tem um caso circunstancial decente contra ele. —Carla Rollins se manteve firme. Logo que media 1,60 cm., apesar dos muito altos saltos que habitualmente levava postos. Seus olhos eram da cor das amoras, exóticamente inclinados em uma cara redonda. Sua cútis era cremosa e lisa, sua figura bem formada, e seu cabelo murcho, cor ébano, chegava-lhe exatamente uma polegada em cima de seus magros ombros.

Ela se via, e soava como uma profissional de uma creche, e tinha um coração tão resistente como uma rocha lunar. Gostava de ganhar, e não via uma vitória em Estado v/s Hoffman.

—Quer que o solte para que tenha suas mãos na garganta da próxima vítima?

—O que seria prático, —disse Rollins regularmente—. Salvo isso, me consiga uma confissão.

Eve se passeou pelo escritório do Whitney.

—Não posso te conseguir uma confissão sim o soltamos.

—até agora de tudo o que é culpado é de gozar com sua irmã, —disse Rollins com sua voz suave, e doce—. E pagamento de chantagem. Talvez poderíamos cozinhá-lo por associação ilegal e não autorizada, já que conhecia as predileções do Holloway, mas isso é uma demora. Não posso te dar assassinato, Dallas, sem mais prova ou uma confissão.

—Então preciso trabalhá-lo mais.

—Seu advogado pediu ao juiz uma suspensão. Não podemos retê-lo mais tempo o dia de hoje, —acrescentou quando Eve bufou—. Pode agarrá-lo outra vez amanhã, depois das doze horas.

—Quero que leve um bracelete.

Esta vez Rollins suspirou.

—Dallas, não tenho motivo para ordenar que Hoffman leve um bracelete de segurança neste momento. Neste ponto é só um suspeito, e nem sequer um sólido. Ele tem direito, conforme à lei, a sua intimidade e liberdade de movimento.

—Cristo, me dê algo. —Eve se passou ambas as mãos pelo cabelo. Seus olhos lhe ardiam por falta de sonho, e seu estômago com pura cafeína. Sua ferida que ainda estava sanando lhe pulsava—. O quero identificado e perfilado. Quero que Olhe o faça.

—Terá que ser voluntário. —Rollins levantou uma delicada mão antes de que Eve pudesse amaldiçoá-la. Estava acostumada a que os policiais a amaldiçoaram, e não a incomodava especialmente. Mas estava pensando, e não queria que a interrompesse—. Possivelmente seja capaz de convencer a seu advogado de que é por seu exclusivo interesse. A cooperação nesta área influiria no escritório do fiscal para não seguir com os cargos de associação.

Satisfeita com a idéia, Rollins se levantou.

—Comenta-o com Olhe, e verei o que posso fazer. Mas solta-o, Dallas, em menos de uma hora.

Whitney esperou até que Rollins saiu, logo se moveu em sua cadeira.

—Sinta-se, Tenente.

—Comandante...

—Sinta-se, —repetiu e assinalou com o dedo a cadeira em frente de seu escritório—. Estou preocupado, —começou quando ela tomou assento.

—Necessito mais tempo para pressioná-lo. McNab está trabalhando no sistema do Personally Yours. Poderíamos ter algo por volta do final do dia.

—Você me preocupa, Tenente. —reclinou-se quando Eve franziu o cenho—. esteve neste caso quase vinte e quatro horas ao dia por mais de uma semana.

—Igual ao assassino.

—É improvável que o assassino também se esteja repondo de graves lese recebidas cumprindo seu dever.

—Meu exame médico está bem. —Ela ouviu o fio de ressentimento em sua própria voz e respirou para serenar-se. Se não podia controlar-se com o Whitney, só demonstraria seu ponto—. Sua preocupação é apreciada, senhor, mas desnecessária.

—É assim? —Ele arqueou suas sobrancelhas quando seus penetrantes olhos estudaram sua cara. Pálida, sombreada, ao bordo do esgotamento, era sua preocupada opinião—. Então está disposta a baixar à clínica e tomar um físico?

O ressentimento voltou, vibrando sob os dedos com os que lutou para não empunhá-los.

—É uma ordem, Comandante Whitney?

Ele poderia fazê-lo assim.

—Darei-lhe uma opção, Dallas. Tome o físico, cumpra com os resultados, ou saia de serviço até as nove de amanhã.

—Não considero essas opções viáveis neste momento.

—Ou o um ou o outro, ou a saco do caso.

Ela quase saltou da cadeira. Ele viu que se esticava, endireitava, e logo tremia. Mas ficou em seu assento. A cor se precipitou em sua cara, mas não por muito tempo.

—Ele assassinou quatro vezes, e sou quão única está perto de conhecê-lo. Sim você me tira, perderemos tempo. E perderemos pessoas.

—É sua eleição, Dallas. Vá-se a casa, —disse ele de forma mais suave—. Consiga uma comida decente e durma algo.

—E enquanto faço isso, Rudy está livre.

—Não posso detê-lo, não posso lhe pôr um bracelete. Mas isso não significa que não possa pôr a alguém que o vigie. —Agora Whitney sorriu um pouco—. Estará vigiado. E amanhã, sustentaremos uma roda de imprensa. Você solicitou que se realizasse, Dallas. O prefeito e o chefe expor a parte mais pesada, mas você se levará as críticas.

—Posso dirigi-lo.

—Sei. Liberaremos tantos detalhes como podemos para alertar ao público. —Ele levantou sua mão, e se esfregou a nuca—. “Paz na Terra, boa vontade para os homens”. —Soltou uma risada curta—. Vá-se a casa, Dallas. Precisasse estar como nova manhã.

foi porque as alternativas eram absurdas. Não podia abandonar o caso, e não podia arriscar-se a um físico departamental. Independentemente do que dissesse em voz alta, suspeitava que não o passaria nesse momento.

Doía-lhe por toda parte, o suficiente para se dar conta de que ia ter que tomar um descanso e um analgésico para que lhe passasse. Pior, não podia concentrar-se completamente, nem sequer agora que estava no carro caminho a casa. Sua cabeça insistia em flutuar para algum sítio em cima de seus ombros.

Quando quase se chocou com um assador guia de ruas ao dar a volta no Madison, trocou o mando do automóvel e deixou que o programa a guiasse através do tráfico.

Bem, talvez necessitava uma sesta e um pouco de combustível. Mas estar fora de serviço não significava que não podia dirigir algumas explorações e buscas mais; não significava que não podia trabalhar em seu próprio escritório.

Necessitava mais café e algo sólido em seu estômago, isso era tudo.

Estava a ponto de ficar dormida quando o carro se deslizou pelas portas e o meio-fio para a casa.

As luzes nas janelas brilhavam contra a noite e fizeram esclarecer seus olhos. Sua cabeça palpitava como um dos números mais entusiastas do Mavis. Seu ombro pulsava.

Quando saiu do carro, suas pernas as sentia gomosas e distanciadas. Como se sentia débil, estava de mau humor quando entrou pela magnífica porta principal.

E aí estava Summerset.

—Seus já convidados chegaram, —informou —.lhe esperam faz vinte minutos.

—me beije o culo —foi sua melhor sugestão enquanto se tirava a jaqueta e a propósito a deixava cair sobre o pilar da escada.

—A perspectiva não me atrai. em que pese a isso, me dê um momento, Tenente. —Ele simplesmente se deteve diante dela antes de que pudesse subir.

—A vida é muito curta para desperdiçar um momento com você. Com exceção de se de meu caminho ou o tirarei.

via-se doente, pensou ele, e sua ameaça carecia de sua mordida habitual.

—O livro que solicitou para o Roarke foi localizado, —disse rigidamente, mas seus olhos se entrecerraron enquanto estudava sua cara.

—OH. —Ela pôs uma mão no pilar da escada enquanto tratava de penetrar a névoa em seu cérebro para pensar—. Sim. Está bem.

—Ordeno que seja enviado?

—Sim, sim. Essa é a idéia.

—Você terá que transferir o valor, mais os gastos de envio à conta do buscador do livro. Como o me conhece, esteve de acordo em lhe enviar o artigo imediatamente e confia em que você transferirá os recursos apropriados dentro de vinte e quatro horas. Anotei os detalhes em sua agenda eletrônica.

—Já, perfeito. Ocuparei-me disso. —Teve que tragar o orgulho—. Obrigado. —girou-se para a escada e olhou para cima. Pensou que era como subir uma montanha, mas não podia tragar-se outro gole de orgulho e tomar o elevador enquanto ele a olhava.

—De nada, —murmurou ele, logo se afastou para a tela interior enquanto ela subia os degraus—. Roarke, a Tenente está em casa e vai para cima. —Vacilou, logo suspirou—. Parece doente.

Ela ia tomar uma ducha quente, combustível, e trabalhar. Supôs que com os dados que tinha poderia dirigir ao menos uma busca de probabilidade do Rudy. Se isso fizesse clique, possivelmente poderia pressionar a ajudante do fiscal para que lhe pusesse um bracelete de vigilância.

Mas quando entrou no dormitório, Roarke já estava esperando-a.

—Chega tarde.

—Ganhou o tráfico, —disse enquanto se desabotoava o arnês.

—te dispa.

Ela sabia que estava aturdida, mas estava bastante segura de que isto era algo anormal.

—Bem, é na verdade romântico, Roarke, mas...

—te dispa, —disse outra vez e agarrou uma bata—. te Ponha isto. Gorjeia te está esperando na habitação da piscina.

—OH pelo amor de Deus. —Ela se passou as mãos pelo cabelo—. Me vejo de humor para uma maldita sessão de beleza?

—Não, vê-te de humor para uma maldita sessão de hospital. —Controlando seu caráter, atirou-lhe a bata—. te Cuide aqui, ou é aonde vai parar.

Seus olhos estavam escuros e perigosos.

—Não me pressione. É meu marido, não meu vigilante.

—Um maldito vigilante é justo o que necessita. —Agarrou-a do braço e, porque seus reflexos eram lentos, empurrou-a em uma cadeira—. Não te levante, —advertiu com uma voz que bulia com uma fúria logo que reprimida—. Ou te atarei.

Ela se agarrou ao braço da cadeira, com os dedos enterrados enquanto ele cruzava com passo majestoso para o AutoChef.

—Que infernos te passa?

—Você. Olhaste-te ultimamente? Está investigando corpos que têm mais cor que você neste momento. Tem olheiras o bastante grosas sob seus olhos para esconder-se dentro. E está adolorida. —Isso era o que o tinha descontrolado—. Crie que não posso notá-lo?

Ele voltou com um copo alto cheio de um líquido âmbar.

—Bebe-o.

—Não me dará um tranqüilizador.

—Posso fazer lhe tragar isso. Tenho-o feito antes. —Ele se inclinou até que suas caras se juntaram, e a cólera amarga em seus olhos a fez querer afastar-se—. Não te deixarei adoecer. Beberá isto, Eve, e fará o que te digo, ou o farei eu. Maldita seja, ambos sabemos que está muito cansada para me deter.

Lhe arrebatou o copo, e embora pensou que sentiria uma grande satisfação se o atirava através do quarto, não pensou que estaria em condições de tratar com as conseqüências. Seus olhos o queimavam por sobre o bordo do copo quando o tirou de um gole.

—Preparado. Está feliz agora?

—Terá algo sólido mais tarde. —Ele se agachou para lhe tirar as botas.

—Posso me despir.

—te cale, Eve.

Pelo bem de sua imagem, tratou de atirar para liberar o pé, mas ele simplesmente a agarrou e lhe tirou a bota.

—Quero uma ducha e uma comida, e quero que me deixe em paz.

Lhe tirou a outra bota, logo começou com os botões de sua blusa.

—Ouviu-me? Pinjente que me deixe em paz. —O fato de poder ouvir o mau humor em sua própria voz só lhe acrescentou angústia ao esgotamento.

—Não nesta ou qualquer outra vida.

—Eu não gosto que me cuidem. Irrita-me.

—Então vais estar irritada por um comprido momento.

—estive irritada desde que te conheci. —Ela fechou seus olhos depois disso, mas acreditou ver um gesto satisfeito ao redor de sua boca.

Ele a despiu rápida e eficientemente, logo lhe pôs a bata. A frouxidão de seus músculos lhe disse que o analgésico que lhe tinha acrescentado à bebida nutritiva que lhe tinha dado, já estava funcionando. O suave tranqüilizador que lhe tinha agregado não deveria ter feito mais que relaxá-la, mas em seu estado atual imaginou que a deixaria inconciente dentro de pouco.

Tudo para melhor.

Apesar disso lhe lançou uns quantos palmetazos quando a levantou.

—Não me carregue.

—Lamento me repetir, mas te cale, Eve. —Caminhou para o elevador e entrou com ela.

—Não quero me sentir como um bebê. —Sua cabeça se bamboleou uma vez, um comprido e ligeira sacudida de cabeça, que a obrigou a deixá-la cair em seu ombro—. Que demônios havia nessa bebida?

—Um montão de coisas. Só te relaxe.

—Sabe que ódio os tranqüilizadores.

—Sei. —Ele girou sua cabeça, posou seus lábios sobre seu cabelo—. Pode te zangar por isso amanhã.

—Farei-o. Sim te deixo me controlar, acostumará-te. vou deitar me por um minuto.

—Assim é. —Ele sentiu que sua cabeça caía para trás, e o braço ao redor de seu pescoço se deslizou e balançou quando saiu na habitação da piscina.

Mavis correu sob as folhas de uma palmeira.

—Jesus, Roarke, está ferida?

—Dava-lhe um tranqüilizador. —Ele se moveu entre abundantes floresça e novelo, rodeou as águas brilhantes da piscina, e pôs a sua esposa na mesa larga, acolchoada que Gorjeia já tinha disposto.

—Homem, estará realmente furiosa quando despertar.

—Já me imagino. —Brandamente, apartou o desordenado cabelo do Eve—. Não está tão teimosa agora, verdade, Tenente? —inclinou-se e a beijou brandamente nos lábios—. Não se preocupe do penteado, Gorjeia. Ela necessita uma terapia de relaxação.

—Posso fazê-lo. —Gorjeia, vestida em um skinsuit cor carne com um avental púrpura brilhante, esfregou-se as mãos—. Mas já que está dormida, por que não lhe faço também os trabalhos? Sempre se queixa pelos tratamentos. Neste momento está agradável e tranqüila.

Roarke levantou uma sobrancelha ante o brilhante olhar da mulher, e pôs uma mão protetora no ombro do Eve.

—Manten simples. —Logo recordando com quem tratava, esclareceu-se garganta. Não tinha nenhum inconveniente em enfrentar-se à ira de sua esposa, mas não por ser uma vítima passiva com seu cabelo tingida cor rosa—. por que não nos peço um pouco de comida? Ficarei só um momento.

 

Ela ouviu vozes e risadas. Tudo tão distante e nublado. Uma parte de sua mente sabia que estava dopada pela droga. Roarke o pagaria por isso.

Desejou que ele a abraçasse outra vez, só abraçar a dessa maneira que fazia que tudo dentro dela se expandisse e arrebentasse.

Alguém lhe esfregava as costas, seus ombros. O gemido de prazer ficou apanhado em sua mente, mas foi baixo e comprido.

Cheirou-o, apenas um sopro filtrando do aroma do Roarke.

Logo água quente borbulhando e formando redemoinhos-se a seu redor. Flutuava, ingrávida, sem consciência, como um feto na matriz. Ia a deriva, sem parar, sentindo nada mais que paz.

Um brilho de calor em seu ombro. Um choque. Alguém gemia dentro de sua cabeça. Logo um líquido afresco, afresco sobre o calor, calmante como um beijo.

E caiu outra vez, deslizando-se para baixo e abaixo até que se balançou no fundo suave e se curvou ali, dormindo profundamente.

 

Quando despertou, estava escuro. Desorientada, e ainda deitada, refletiu enquanto bufava. Estava morna, nua, e confundida, estirada completamente sobre seu estômago sob o volumoso edredom.

Estava em casa e na cama, compreendeu, pois as últimas horas de sua vida se deslizavam dentro e fora de foco. Tratando de esclarecer-se, girou, e suas pernas se enredaram com o Roarke.

—Está acordada?

Sua voz soou alerta... uma pequena habilidade dela que a irritava freqüentemente.

—Que...

—É quase de amanhã.

Ela estava em efeito morna, e nua, com sua pele suave como pétalas úmidas graças a Gorjeia, e cheirava como suco fresco de pêssegos de estufa.

—Como se sente?

Não estava completamente segura. Tudo nela estava tão frouxo e suave.

—Estou bem, —disse automaticamente.

—Bom. Então está lista para a fase final de seu programa de relaxação.

Sua boca tomou a sua, suave e provocadora, sua língua deslizando-se e enredando-se. Sua mente, que acabava de começar a limpar-se, nublou-se outra vez. Esta vez com pura e sã luxúria.

—Espera. Não estou...

—me deixe te provar. —Sua boca desceu por sua garganta para mordiscar e devastar—. te Tocar. —Sua mão se deslizou até seu quadril, logo para baixo, e lhe separou as pernas—. Está preparada.

Quando a investiu, devagar, já estava quente e lista.

Ela não podia ver. A luz antes do amanhecer parecia tinta. Ele era uma sombra que se movia sobre ela, uma força estável, e gloriosa que se movia dentro dela. Ela se estrelou com o primeiro pico antes de poder encontrar o ritmo.

Com golpes largos, lentos, e tortuosos, ele lhes deu prazer a ambos. Sua respiração se espessou para emparelhar a sua, seus quadris se levantaram e caíram até que seus ritmos se igualaram. Logo quando suas bocas se encontraram, tragaram-se os gemidos o um ao outro.

As ondas quentes, suaves de estremecimentos a embalaram, logo a dispersou para cima e sobre cristas sedosas. Quando sentiu seu corpo esticar-se, rodeou-o, abraçando-a, lhe dando a bem-vinda a esse impulso final que os levou a ambos a alcançar o clímax.

Ele sepultou sua cara em seu cabelo e ofegou.

—Sente-se melhor. —Ele murmurou, seu fôlego acariciando sua pele e fazendo-a sorrir.

Então sua mente se limpou.

—Maldito.

—Uh-OH. —Rendo-se entre dentes, ele rodou, levando-a com ele até que seu corpo se estendeu sobre o seu.

—Crie que é gracioso. —Ela o afastou de um empurrão, apartando o cabelo enquanto se sentava—. Crie que é uma brincadeira? Forçou-me, e me intimidou para que tomasse um tranqüilizador.

—Não teria podido te intimidar para nada se não tivesse estado a ponto de cair. —Ele se sentou também—. Luzes, acender dez por cento. —Ante sua ordem o quarto se encheu de um suave brilho—. Te vê bem, —disse depois de estudar um momento sua furiosa -e descansada- cara—. Apesar de seu gosto pessoal um pouco exagerado, Gorjeia sabe o que te convém.

A maneira em que sua boca caiu aberta e seus olhos se abriram como pratos fez ao Roarke rugir de risada.

—Permitiu que trabalhasse em mim enquanto estava inconciente? Você sádico, traidor filho de cadela. —Poderia ter saltado sobre ele, mas já saltava da cama para o espelho.

O ver que parecia normal, da mesma maneira em que se via cada manhã não foi suficiente para controlar seu caráter.

—Deveria colocá-los aos duas em uma jaula por isso.

—Mavis também tomou parte, —disse ele alegremente. Ela não se moveu tão rápida ou facilmente em vários dias, advertiu. E seus olhos estavam livres de sombras—. OH, e Summerset.

Agora ela não teve outra opção que sentar-se. cambaleou-se de retorno à cama e caiu no bordo.

—Summerset. —Chiou horrorizada.

—Ele trabalhou em seu ombro depois de que te fiz um rápido exame. Os músculos se inflamaram. por que diabos não tomou medidas normais para tratar com a moléstia?

—Summerset —era todo que podia dizer.

—Ele teve formação médica, como sabe. Simplesmente te tratou o ombro. Como se sente?

Possivelmente estava livre da dor pela primeira vez em dias. Possivelmente seu corpo inteiro se sentia maravilhosamente enérgico e fresco, mas isso não fazia que os métodos do Roarke fossem passíveis.

levantou-se da cama, agarrou a bata que estava sobre uma cadeira, e a pôs.

—vou chutar te o culo.

—Bem. —levantou-se satisfeito e procurou uma bata para ele—. Será um espetáculo mais justo que o de ontem à noite. Quer ir por mim aqui, ou abaixo no ginásio?

antes de que a última palavra saísse de sua boca, ela saltou. Entrou por abaixo. Ele teve tempo de começar um pivô, mas não completá-lo, e terminou convexo na cama, com sua esposa em cima, e com seu joelho plantado firme, e alarmantemente, entre suas pernas.

—OH, diria que está de volta, Tenente.

—Seguro maldita seja. Deveria te sacudir as bolas até suas orelhas, tipo preparado.

—Bem, ao menos as utilizamos por última vez. —Sorriu e se arriscou a um grave dano. Logo se endireitou e passou os dedos sobre sua bochecha. Distraiu-a apenas o suficiente para lhe permitir retificar seu movimento. Atirou-a e a sujeitou.

—Agora, escuta. —Seu sorriso tinha desaparecido—. Cada vez que seja necessário o voltarei a fazer. Sempre que for necessário o farei. Não tem porquê te gostar de, mas maldição, terá que viver com isso.

Ele se apartou, afastando suas bolas quando viu seus olhos entrecerrados com determinação. Logo soltou um suspiro e colocou as mãos em seus bolsos.

—Maldita seja. Amo-te.

Ela se tinha equilibrado para saltar. Aquelas duas frases, sortes com frustração e cansaço por partes iguais, cravaram-se diretamente em seu coração. Ele estava ali de pé, com seu cabelo revolto pelo sonho, o sexo e a luta, com seus olhos profundamente azuis cheios de preocupação e amor.

Tudo dentro dela trocou, logo se assentou em uma pauta que supôs estava predestinada.

—Sei. Sinto muito. Tinha razão. —passou-se os dedos pelo cabelo, e se distraiu o suficiente para não ver a piscada de surpresa em sua cara—. Eu não gosto de seus métodos, mas tinha razão. Estava-me forçando muito antes de estar aos cem por cento. estiveste me dizendo que me relaxe durante dias, e não quis te ouvir.

—por que?

—Estava assustada. —Era difícil admiti-lo, inclusive ao homem que sabia que podia lhe revelar todos seus segredos.

—Assustada? —Avançou para ela, sentou-se, e tomou sua mão—. Do que?

—De que não fora capaz de voltar, de retornar. Que não fosse o bastante forte, ou bastante aguda para voltar para trabalho. E sim não podia... —Fechou seus olhos—. Tenho que ser polícia. Tenho que fazê-lo. Se não poder... perderei-me.

—Poderia havê-lo falado comigo.

—Nem sequer o admiti eu mesma. —esfregou-se os olhos, irritada por estar a ponto de chorar—. Desde que voltei, estive fazendo em sua major parte papelada, cita ao tribunal. Este é meu primeiro homicídio desde que terminei a permissão de incapacidade. Se não poder dirigi-lo...

—Faz-o.

—Whitney enviou a casa ontem à noite... isso ou me tirava do caso. Chego aqui e você me ameaça me fazendo tragar drogas.

—Já. —Deu a sua mão um apertão pormenorizado—. Foi um mau momento. Mas acredito que em ambos os casos, foi o desejo de que você descansasse, antes que uma crítica a suas capacidades.

Ele tomou seu queixo com sua mão, esfregando seu polegar sobre sua covinha.

—Eve, há momentos em que é assombrosamente inconsciente de ti mesma. Pressiona-te muito em cada caso. A única diferença com este é que estava fisicamente fraco em primeiro lugar. É a mesma polícia que quando te conheci o inverno passado. E de vez em quando é um pensamento aterrador.

—Sim, conto com isso. —Ela estudou suas mãos unidas—. Mas não sou a mesma pessoa que era o inverno passado. —Com seus dedos unidos, levantou sua cabeça, e o olhou aos olhos—. Não quero sê-lo. Eu gosto quem sou agora. Quem sou agora.

—Bem. —Ele se inclinou para beijá-la—. Porque estamos unidos.

Ela colocou uma mão em seu cabelo para aprofundar o beijo.

—Resulta ser um trato bastante bom. Mas... —Mordiscou brandamente seu lábio inferior, e logo o mordeu o bastante forte para fazê-lo gemer de surpresa e dor—. Se alguma outra vez deixar ao Summerset me pôr as mãos em cima enquanto esteja inconsciente... —levantou-se, respirou profundamente, e decidiu que se sentia incrível—. Te deixarei calvo enquanto dorme. Tenho fome, —disse súbitamente—. Quer tomar o café da manhã?

Ele o considerou durante um momento, enquanto o fazia se passou uma mão sobre seu comprido corto negro. Tinha, por sorte, um sonho muito ligeiro.

—Sim. Poderia comer algo.

 

Armada com os resultados da exploração de probabilidade do Rudy, Eve se passeava fora do escritório da doutora Olhe. Necessitava o peso do perfil de Olhe para empurrar o de volta a interrogatório e, com esperança, a uma cela.

O tempo passava. Com ou sem vigilância, esperava que ele procurasse o número cinco essa noite.

—Sabe ela que estou aqui fora? —reclamou Eve a assistente de Olhe.

Bem acostumada aos policiais impaciente, a mulher não se incomodou em apartar a vista de seu próprio trabalho.

—Está em uma sessão. Estará com você quanto antes.

Saturada com nova energia, Eve se passeou até a parede longínqua e observou com suspicacia uma relaxante aquarela de alguma cidade da costa. Retrocedeu e olhou com cenho franzido o AutoChef. Sabia que não estava abastecido de café. Olhe preferia que seus pacientes e amigos bebessem algo relaxante ou chá.

Ao momento em que a porta de Olhe se abriu, Eve girou e avançou rapidamente.

—Doutora Olhe... —deteve-se quando viu o Nadine Furst.

A repórter se ruborizou, logo endireitou seus ombros e se encontrou abruptamente com o cintilou zangado do Eve.

—Se começar a me rondar e pressionar a meu perfilista por dados, vais encontrar te sem uma fonte departamental, e com uma acusação, amiga.

—Estou aqui por um assunto pessoal, —disse Nadine rigidamente.

—te guarde as estupidezes para seu auditório.

—Pinjente que estou aqui por um assunto pessoal. —Nadine levantou uma mão antes de que Olhe pudesse interferir—. A Doutora Olhe me aconselhou depois do incidente... da primavera passada. Manteve-lhe isso viva, Dallas, mas ela me manteve sã. de vez em quando necessito um pouco de ajuda, isso é tudo. Agora se te separa de meu maldito caminho...

—Sinto muito. —Eve não estava segura sim estava mais surpreendida ou envergonhada, mas nenhuma das duas emoções lhe sentou bem—. Fui brusca contigo. Sei o que é ter más lembranças. Sinto muito, Nadine.

—Sim, está bem. —Ela sacudiu um ombro, e se apartou rapidamente. Seus saltos tamborilaram no mosaico, e o som ressonou enquanto se afastava.

—Por favor entra, Eve. —Olhe, cuidadosamente com sua cara em branco, retrocedeu, logo fechou a porta detrás do Eve.

—Bem, explorei e não deveria havê-lo feito. —meteu-se as mãos nos bolsos para não as retorcer sob o ar de censura que Olhe criava com seu olhar reservada—. Ela esteve me incomodando sobre este caso, e estabelecemos uma roda de imprensa em um par de horas. Acreditei que tentava cortar algumas áreas.

—Tem dificuldade para confiar, inclusive depois de que um grau de confiança foi estabelecido. —Olhe se sentou, e se alisou a saia—. Foi também rápida com uma desculpa que te saiu do coração. Você é, e sempre será, um estudo de contradições, Eve.

—Não estou aqui por um assunto pessoal. —O tom do Eve foi terminante e desdenhoso, mas jogou um olhar para a porta com preocupação em seus olhos—. Está bem?

—Nadine é uma mulher forte e decidida... rasgos que você deveria reconhecer. Não posso falar disso contigo, Eve. É privilégio.

—Certamente. —Suspirou—. Está zangada comigo neste momento. Falarei em privado com ela e a tranqüilizarei outra vez.

—Ela valora sua amizade. Não só a informação que lhe dá. vais sentar te? Não tenho a intenção de te exortar.

Eve fez uma careta, logo se esclareceu garganta e lhe tendeu o arquivo que levava.

—Tenho a exploração de probabilidade do Rudy. Com dados atuais ele tem oitenta e seis, vírgula seis por cento. É o bastante alto para detê-lo outra vez, mas posso espremê-lo um pouco mais depois de que você o entreviste. Rollins lhe disse ao advogado do Rudy que tinha que vir.

—Sim, tenho-o programado para esta tarde já que o assinalou como Prioridade Um.

—Tenho que conhecer sua mente, seu potencial de violência, assim posso encerrá-lo o tempo suficiente para desenterrar as provas. Não acredito que ele vá desmoronar se, ou faça um trato. Sim a irmã sabe algo, posso trabalhá-la. Ela cederá finalmente.

—Darei-te o que possa, logo que possa. Entendo a pressão sob a que você e sua equipe estão. Entretanto, —acrescentou, inclinando sua cabeça—, tem bom aspecto. Descansado. A última vez que te vi fiquei um pouco preocupada. Ainda penso que voltou totalmente para trabalho mais logo do que era sensato.

—Você e todos outros. —Logo se encolheu de ombros—. Me sinto bem. Melhor. Tive uma sessão de terapia de relaxação de alto nível ontem à noite, e dormi aproximadamente dez horas.

—Sério? —Os lábios de Olhe se curvaram—. E como fez Roarke para obtê-lo?

—Drogou-me. —Ante a alegre gargalhada de Olhe, Eve franziu o cenho—. Me figurei que estaria de seu lado.

—OH, por completo. Quão bem se satisfazem o um ao outro, Eve. É um prazer olhar o que cresce entre vocês. Tenho vontades de vê-los ambos os esta noite.

—A festa, claro. —Estupendo, pensou com irritação, mas sua boca se curvou quando Olhe riu outra vez—. me Consiga o perfil, e talvez estarei de humor para festas.

 

Mas não o estava quando entrou em seu escritório e encontrou ao McNab revolvendo em seu escritório.

—Já não mantenho mais ali meu esconderijo de doces, listillo.

Ele se endireitou tão rápido que se golpeou o quadril contra a gaveta, e o empurrou apertando-os dedos. Seu gemido aflito elevou grandemente o humor do Eve.

—Jesus, Dallas. —Pondo má cara, chupou-se os palpitantes dedos—. Poderia me fazer pó também já que me assustou até a morte.

—Deveria te golpear. Roubar barras de chocolate a um oficial superior não é um assunto pequeno, McNab. Necessito minha cota de doces.

—Seja seja. —Suspirando arrependido, sorriu e tirou sua cadeira de escritório para ela—. Te vê bem esta manhã, Dallas.

—Não seja lisonjeador, McNab. É patético. —deixou-se cair em sua cadeira e estirou suas pernas, golpeando as botas contra a parede—. Sim quer ganhar pontos, me dê algumas notícias.

—Verifiquei o financista, e encontrei oito queixa apresentadas contra Holloway sepultadas no arquivo JA.

—JA?

—Jodido arquivo, —disse ele com um sorriso rápido—. É onde colocam as coisas estranhas e outro tipo de mierda com a que não têm a intenção de tratar. Mas deram a oito mulheres extras grátis, igual à o Peabody. Tratamentos de salão ou listas de contatos grátis, e crédito nas boutiques.

—Quem o autorizou?

—Ambos, depende o que. Ela sabia o que acontecia, em todo caso. Obtive suas iniciais em três das queixa.

—Bem, isso põe ao Piper dentro, mas não nos faz ganhar um prêmio. Posso usá-lo para pressioná-la um pouco.

—Há algo um pouco mais interessante, —disse-lhe ele e se sentou no bordo de seu escritório.

Eve o observou amenazadoramente.

—O bastante interessante para não chutar seu culo de meu escritório?

—Bem, averigüemo-lo. Encontrei um estúpido do Donnie Ray, datado faz seis meses e atualizado em primeiro de dezembro.

Eve sentiu um pequeno comichão sob seu coração.

—Que tipo de estúpido?

—Do Rudy ao pessoal consultor. Donnie Ray não devia ser passado ao Piper. Rudy faria sua consulta pessoalmente, ou os fiscalizaria. A atualização era um pequeno puxão de orelhas, repetindo o aviso original e repreendendo a algum tolo que não protegeu uma chamada.

—Isso é bastante interessante. Assim que ele não quis ao Donnie Ray farejando ao redor do Piper. Posso aproveitá-lo. Algo nas outras duas vítimas?

—Não saltou nada.

Ela tamborilou com os dedos no escritório.

—Médico? Tratamentos mentais ou físicos?

—Ambos se esterilizaram. —McNab se retorceu no escritório quando imaginou a língua fria do laser em suas próprios genitálias—. Eles optaram por sair do mercado reprodutivo aproximadamente cinco anos atrás.

—Segue.

—Piper teve trabalhos regulares de terapia, sessões semanais no Inner Balanço, segundo os registros que têm no arquivo. O ano passado, esteve um mês em um desses retiros na Optima II. ouvi que fazem assentamentos, dormem em tubos de humor, e comem só macarrão de grão.

—Que grupo. E ele?

—Nada.

—Bem, ele vai conseguir um pouco de terapia esta tarde. Bom trabalho, McNab. —Olhou ao Peabody quando entrou—. Boa sincronização. Ambos procurem aquela última peça de joalheria. Quero saber onde comprou essas quatro aves cantoras. Ele se descuidou um pouco na cena; talvez se equivocou com o colar, também.

Peabody afanosamente evitou olhar ao McNab.

—Mas, senhor...

—vou pressionar ao Piper, assim não posso te levar comigo. Se deixarem o edifício, qualquer de vocês dois, partem juntos. —levantou-se—. Se ele não escolheu já ao número cinco, está-o procurando. Quero a ambos onde possa localizá-los.

—te relaxe, Cuerpazo, —burlou-se McNab enquanto Eve saía—. Sou um profissional.

—me remoa.

Embora Eve conseguiu agüentar um sorriso pelo uso de seu ajudante de sua própria resposta padrão às moléstias, não o fez completamente quando o alegre McNab disse:

—Onde?

 

A cronometragem do Eve foi bem calculado. Se o advogado do Rudy tivesse um pouco de cérebro, teria a seu cliente encerrado em algum quarto repassando as próximas provas. Ela tinha, decidiu, ao menos uma hora para sacudir ao Piper antes de ter que retornar à Central para a roda de imprensa.

Esta vez, a recepcionista não se incomodou em detê-la, mas sim simplesmente a fez passar.

—Tenente. —Pálida, e com os olhos afundados, Piper estava parada na porta de seu escritório—. Meu advogado me informou que não tenho nenhuma obrigação de falar com você, e me aconselhou contra isso a menos que seja uma entrevista formal com meu advogado presente.

—Pode fazer o dessa forma, Piper. Podemos ir agora mesmo, ou ficar aqui, nos pôr cômodas, e pode me dizer por que Rudy não quis que tratasse com o Donnie Ray Michael.

—Não foi nada. —A angústia brilhou em sua voz enquanto unia suas mãos—. Não foi nada absolutamente. Você não pode encontrar nada mau nisso.

—Está bem. Então porquê não me explica isso para que assim possamos descartá-lo?

Sem esperar um convite, Eve entrou no quarto e tomou uma cadeira. Esperou, sem dizer nada, e deixou que a pequena e óbvia luta na cara do Piper finalizasse.

—Foi só porque Donnie Ray estava um pouco apaixonado por mim. Isso é tudo. Não foi nada. Não tem importância.

—Então para que os estúpido de pessoal?

—Foi só uma precaução. Para evitar qualquer... desgosto.

—Há freqüentemente desgostos?

—Não! —Piper fechou a porta e entrou precipitadamente com as bochechas ruborizadas. O cabelo prateado caía por suas costas, deixando sua cara sem emoldurar, acrescentando um contraste entre sofisticação e fragilidade.

—Não, absolutamente. Estamos dedicados a ajudar às pessoas a encontrar satisfação, companheirismo, romance, e freqüentemente matrimônio. Tenente... —Inclinou suas mãos, e se retorceu os dedos—. Poderia lhe mostrar dúzias de notas de clientes satisfeitos. De pessoas às que ajudamos a encontrar o um ao outro. Amor, amor verdadeiro, significativo.

Eve manteve seus olhos nivelados.

—Acredita no amor verdadeiro, Piper?

—Absolutamente, totalmente.

—O que faria por seu amor verdadeiro, para protegê-lo?

—Algo que tivesse que fazer.

—me fale sobre o Donnie Ray.

—Ele me convidou a sair algumas vezes. Quis que o ouvisse tocar. —Suspirou, e logo pareceu fundir-se na cadeira—. Era só um moço, Tenente. Não... Não se comportava como Holloway. Mas Rudy sentiu, corretamente, que a fim de cumprir nossa obrigação com ele como cliente, seria melhor que não tivesse contato comigo.

—Gostou de ouvir tocar ao Donnie Ray?

Um sorriso se insinuou ao redor de sua boca.

—Poderia havê-lo desfrutado, se isso tivesse sido tudo. Mas estava claro que ele tinha esperanças de algo mais. Não quis danificar seus sentimentos. Não posso suportar danificar um coração.

—E o seu? Como sente sua relação com seu irmão em seu coração?

—Não posso... não discutirei isso com você. —Ela se sentou rectamente outra vez, e dobrou suas mãos.

—Quem tomou a decisão de que se esterilizasse, Piper?

—Você vai muito longe.

—Eu? Você tem vinte e oito anos. —Pressionou porque tinha visto os lábios do Piper tremer—. E descartou qualquer possibilidade de ter meninos porque não pode arriscar-se a conceber um com seu próprio irmão. esteve em terapia durante anos. foi separada de desenvolver uma relação com outro homem. Oculta a relação que tem, e pagou a um chantagista para assegurar que seguisse oculta porque o incesto é um segredo escuro e vergonhoso.

—Você possivelmente não pode entendê-lo.

—OH sim, sim que posso. —Mas ela tinha sido forçada, recordou-se. Tinha sido uma menina. Não tinha tido outra opção—. Sei com o que você vive.

—Amo-o! Se isso estiver mau, se for vergonhoso, se for desprezível, isso não troca nada. Ele é minha vida.

—Então do que tem medo? —Eve se inclinou—. por que está tão assustada e o protege ainda quando se pergunta sim é um assassino? Algo pelo amor verdadeiro? Você deixou que Holloway explorasse a seus clientes, e isso lhe faz igual a um alcoviteiro com uma puta não autorizada.

—Não, fizemos todo o possível por lhe encontrar mulheres afins.

—E quando não o fez, e elas se queixaram, pagou-lhes, —concluiu Eve—. É o que você quis fazer, ou foi Rudy?

—Foi um assunto de negócios. Rudy entende o negócio melhor que eu.

—É assim como vive com isso? Ou talvez nenhum de vocês podia viver mais com isso. Estava com você a noite que Donnie Ray foi assassinado? Pode me olhar e jurar que ele esteve com você toda essa noite?

—Rudy não poderia machucar a ninguém. Não poderia.

—Você está tão segura, tão segura, que arriscará outra morte? Se não esta noite, então amanhã.

—Quem quer que está matando a essa gente é um doente... é depravado, cruel, e doente. Se pensasse que poderia ser Rudy, não poderia viver. Formamos parte um do outro, assim estaria em mim do modo que está nele. Eu não poderia viver. —cobriu-se a cara com suas mãos—. Não posso suportar mais isto. Não falarei mais com você. Se acusar ao Rudy, acusa-me , e não falarei com você.

Eve se levantou, mas se deteve na cadeira por um momento.

—Você não é a metade de um tudo, Piper, independentemente do que lhe haja dito. Se quiser uma saída, conheço alguém que pode ajudá-la.

Embora sentia que era uma tentativa inútil, tomou um de seus próprios cartões e anotou o nome da doutora Olhe e o número na parte posterior. Deixou-o no braço da cadeira e se afastou.

 

Suas emoções estavam agitadas quando entrou em seu carro. tomou um momento para as controlar, logo jogou uma olhada a sua unidade de boneca. Não muito tempo, refletiu, mas suficiente

Usou seu leva enlace pessoal em vez da unidade de seu carro e chamou o Nadine.

—O que quer, Dallas? Estou sob pressão aqui. A roda de imprensa é em uma hora.

—me encontre no D e D, traz sua equipe. Em quinze minutos.

—Não posso...

—Sim, pode. —Eve cortou a transmissão e conduziu para o centro da cuidem.

Tinha escolhido o Clube Down and Dirty em parte por nostalgia, e em parte porque seria o bastante privado uma tarde entre semana. E o proprietário era um amigo que veria que não a incomodassem.

—O que está fazendo aqui, moça branca? —Crack, com seu 1, 98 cm., sorriu-lhe. Sua cara era áspera e feúcha, seu couro cabeludo estava recentemente barbeado e brilhantemente engordurado como um espelho. Levava um colete de plumas de pavão, umas calças de couros tão ajustados que se perguntou se suas bolas não estariam machucadas, e botas até a tíbia em vermelha cereja.

—Tenho uma entrevista, —disse-lhe e fez uma rápida exploração do clube. Estava principalmente vazio, além das seis bailarinas que atuavam sua rotina no cenário e os dispersos clientes que -sendo o que eram- marcaram-na como polícia no tempo que tomaria escolher um bolso de um turista em Teme Square.

Ela imaginou que várias onças de ilegais nadariam dentro de pouco nos esgotos de Nova Iorque.

—Trará mais policiais a meu local? —Ele jogou uma olhada quando dois fracos distribuidores foram direto para o banho—. O negócio de alguém vai sofrer esta noite.

—Não estou aqui para uma detenção. Estou esperando à imprensa. Tem um quarto de intimidade que possamos usar?

—Conseguiu que Nadine viesse? Na atualidade, ela é distinguida. Usa o quarto três, doçura. Vigiarei por ti um momento.

—Obrigado. —Jogou uma olhada sobre seu ombro quando se abriu a porta, deixando entrar a luz do sol, ao Nadine, e um operador de câmara—. Não tomará muito tempo.

Eve assinalou por volta do quarto e pôs-se a andar a pernadas sem esperar o assentimento do Nadine.

—Freqüenta uns sítios interessantes, Dallas. —Enrugando seu nariz, Nadine contemplou as paredes manchadas e a cama enrugada... o único móvel do que o quarto podia alardear.

—Você gostou de muito o lugar, segundo lembrança. O suficiente para te despir e dançar no cenário.

—Estava incapacitada mentalmente nesse então, —disse Nadine com um pouco de dignidade quando seu operador riu disimuladamente—. te Cale, Mike.

—Tem cinco minutos. —Eve se sentou a um lado da cama—. Pode me sacudir com perguntas ou te dou uma declaração direta. Não vou te dar mais que o que liberaremos na roda de imprensa, mas o terá uns bons vinte minutos antes que alguém mais. Também te dou luz verde para usar os dados já falados.

—por que?

—Porque, —disse Eve silenciosamente—, somos amigas.

—Sal um momento, Mike. —Nadine esperou até que ele terminou de queixar-se e teve fechado a porta detrás sim—. Não quero nenhum favor por compaixão.

—O qual não é. Você manteve o trato, retendo a informação até que eu a elucidei. Estou me protegendo as costas. Isso é profissional. Confio em ti para relatar a verdade. Isso é profissional. Eu gosto, ainda quando é irritante. Isso é pessoal. Agora, quer a entrevista ou não?

O sorriso do Nadine floresceu lentamente.

—Sim, quero-a. Eu gosto, Dallas, e é sempre irritante.

—me dê um rápido resumo do averiguou do Rudy e Piper.

—Fascinante, absolutamente. Eles podem soltar a linha da companhia como campeões. Cada botão que empurrei, voltou com uma reação perfeita. Bem programado.

—Quem é o responsável?

—OH, ele. Sem dúvida. É um pouco protetor com ela para ser um irmão, se me perguntar. E é surpreendentemente arrepiante o modo que se vestem iguais, até sua tintura de lábio. Mas isso é talvez algo de gêmeos.

—Entrevistou a alguém do pessoal?

—Seguro, escolhi a uns poucos assessores ao azar. Têm uma operação muito hábil ali.

—Intriga sobre os donos?

—Só louvores. Não pude encontrar nenhuma só oração rancorosa. —Ela arqueou Isso sobrancelha é o que buscas?

—Estou procurando um assassino, —disse Eve rotundamente—. Comecemos.

—Perfeito. —Nadine retrocedeu, golpeou com seus nódulos a porta para avisar ao Mike—. Declaração direta com perguntas de seguimento.

—O um ou o outro.

—Não seja tão fastidiosa. Começa com a declaração. —Nadine jogou uma olhada à cama, calculando os múltiplos fluidos corporais que poderiam ter alojados ali, e optou por ficar de pé.

 

Uma hora mais tarde, Eve escutou ao Chefe de Polícia e Segurança Tibble fazendo uma declaração quase idêntica a que lhe tinha dado ao Nadine. Ele tinha um estilo mais impressionante, refletiu, tiritando um pouco pelo frio, pois tinha decidido dar a declaração nos degraus da Tower, onde seus escritórios atravessavam a cúpula do edifício.

O tráfico aéreo tinha sido trocado de rota para o acontecimento de trinta minutos de modo que só a multidão e os helicópteros de tráfico perturbavam o céu no alto.

Estava segura de que ele já sabia que tinha passado os dados. Lhe poderia baixar as fumaças por isso, mas como não tinha sido oficialmente proibida a precedê-lo com uma declaração, seria uma perdida de tempo.

Eve sabia que Tibble raramente se perdia algo.

Respeitava-o, e o respeitou mais quando conseguiu dar uma declaração completa retendo valiosas partes de provas que necessitariam para o processo.

Quando a multidão de repórteres começou a lançar perguntas, ele levantou ambas as mãos.

—Passarei as perguntas ao oficial investigador primário, a Tenente Eve Dallas.

Ele girou, e logo se inclinou em seu ouvido.

—Cinco minutos, e não lhes dê mais do que já têm. A próxima vez, Dallas, fique um maldito casaco.

Ela se acurrucó em sua jaqueta e avançou.

—você tem algum suspeito?

Eve não suspirou, mas quis fazê-lo. Odiava confrontar aos meios.

—Interrogamos a vários indivíduos em relação a estes casos.

—Foram sexualmente agredidas as vítimas?

—Os casos estão sendo dirigidos como homicídios sexuais.

—Como estão relacionados? As vítimas se conheciam?

—Não sou livre de discutir essa área de investigação neste momento. —Ela levantou uma mão para cortar o vicioso bombardeio—. Estamos, entretanto, tratando os casos como relacionados. Como o Chefe Tibble declarou, a investigação, até agora, aponta a um solo assassino.

—Santa Claus vem à cidade, —gritou algum cômico, e provocou uma quebra de onda de risada na multidão.

—Sim, faça uma piada disso. —O gênio lhe esquentou o sangue e a fez esquecer que suas mãos se congelavam—. É bastante fácil quando não viu o que ele deixa. Quando não teve que lhe dizer a suas mães e amigos que a pessoa que amavam está morta.

A multidão caiu o suficiente para que ela ouvisse o estalar dos sinais de multiplicação dos helicópteros acima.

—Imagino que a pessoa responsável por esta desgraça, destas mortes, sentirá-se feliz de animar aos meios. Sigam adiante e lhe dêem o que ele quer. Façam que o assassinato das quatro pessoas pareça algo insignificante e corriqueiro, e convertam-no em uma estrela. Mas dentro da Central de Polícia sabemos como é ele. Ele é patético, inclusive mais patético que você. Não tenho nada mais que dizer.

Ela se deu a volta, sem fazer caso dos gritos, e quase se chocou com o Tibble.

—Entrei um momento, Tenente. —Tomou seu braço, conduzindo-a rapidamente por entre os guardas e pelas portas reforçadas—. Bem feito, —disse brevemente—. E agora que terminamos com este desagradável espetáculo, tenho que jogar à política com o prefeito. vá fazer seu trabalho, Dallas, e me consiga a esse filho de cadela.

—Sim, senhor.

—E consiga algumas luvas, por amor de Deus, —acrescentou enquanto se afastava com passo majestoso.

Eve colocou uma mão em seu bolso para esquentá-la, e tirou seu comunicador com a outra. Tentou com Olhe primeiro, e lhe disseram que a doutora ainda estava em provas. Depois chamou o Peabody.

—Arrojou algo o colar?

—Encontramos um possível. Baubles and Bangles na Quinta. Seu joalheiro desenhou e fez o colar. Foi um artigo... por encargo. Agora estão comprovando os arquivos, mas a vendedora disse que acreditava que recordava ao cliente porque foi pessoalmente a recolhê-lo. Têm câmaras de segurança.

—me encontre ali. Vou em caminho.

—Tenente?

Ela jogou uma olhada aos olhos fundos do Jerry Vandoren.

—Jerry, o que faz você aqui?

—Ouvi sobre a roda de imprensa. Quis... —Ele levantou suas mãos, e em seguida as deixou cair inutilmente—. Quis ouvir o que você tinha que dizer. E a escutei. Quero lhe agradecer...

Ele se tranqüilizou outra vez, olhando ao redor como se tivesse girado por uma esquina e se encontrasse em outro planeta.

—Jerry. —Tomou seu braço, afastando-o antes de que os repórteres cheirassem carne fresca e lhe jogassem em cima—. Deveria ir-se a casa.

—Não posso dormir. Não posso comer. Sonho com ela cada noite. Quando sonho Marianna não está morta. —Ele esboçou um fôlego estremecedor—. Logo me acordado, e não está. Todos dizem que necessito orientação para a dor. Não quero ser aconselhado sobre minha dor, Tenente Dallas. Não quero deixar de sentir o que sinto por ela.

Estava fora de seu elemento, ela pensou, um homem brutalmente desesperado a contemplava por uma resposta. Mas não podia afastar-se.

—Ela não quereria que você seguisse sofrendo. Amava-o muito para isso.

—Mas quando deixar de doer, ela realmente se foi. —Fechou seus olhos, logo os abriu—. Quis... só quis lhe dizer que apreciei o que disse. Que não os deixasse converter isto em uma brincadeira. Sei que o deterá. —A súplica nadou em seus olhos—. Você o deterá, verdade?

—Sim. vou deter o. Venha comigo. —Brandamente, conduziu-o para uma saída lateral—. vou conseguir lhe um táxi. Onde disse que vivia sua mãe?

—Minha mãe?

—Sim. vá ver sua mãe, Jerry. Fique com ela um tempo.

Ele piscou ante a luz do sol enquanto saíam.

—É quase Natal.

—Sim. —Fez gestos a um uniformizado apoiado em sua patrulha. Uma melhor aposta, decidiu, que um táxi—. Passei o Natal com sua família, Jerry. Marianna quereria que o fizesse.

 

Eve teve que afastar ao Jerry Vandoren e sua pena de sua mente e concentrar-se no seguinte passo. depois de lutar contra o trânsito, estacionou-se ilegalmente diante da loja de joalheria, trocou o sinal de serviço a ativo, e logo arremeteu através da multidão que abarrotava a calçada.

Imaginou que era a classe de lugar que Roarke poderia percorrer, olhar um brilhante, e deixar cair algumas centenas de milhares.

A loja era toda de cor rosa e dourado, como o interior de uma concha marinha. A música, de uma variedade tranqüila, e profunda que a fez pensar no Iglesias, soava discretamente no ar.

As flores eram frescas, o tapete grosa, e o guarda na porta estava prudentemente armado.

Quando lançou a sua jaqueta e botas um olhar de desdém, mostrou-lhe sua placa. Deu-lhe um pequeno puxão de satisfação ver desaparecer o desprezo.

Passou frente a ele, e suas botas ressonaram silenciosas no tapete rosado. Um rápido escrutínio mostrou a uma mulher envolta em milhas de visom sentada em uma chaise densamente acolchoada, discutindo sobre diamantes ou rubis; a um homem alto de cabelo prateado com um casaco dobrado com esmero sobre seu braço, examinando atentamente unidades de boneca de ouro; dois guardas mais; e uma loira renda-se bobamente e circulando em uma farra de compras com um homem gordo o bastante velho para ser seu avô. Ele obviamente tinha mais dinheiro que sentido comum.

Etiquetou as câmaras de segurança, eram um pequeno dispositivo metido dentro de uma moldura esculpida que emoldurava um teto com decorativos painéis afundados. Uma fluida escada caracol se acotovelava à direita. Ou sim a senhora estava muito cansada de conduzir libras de ouro e pedras, era bem-vindos a usar o brilhante elevador de cobre.

Só o peso do diamante entre seus peitos acautelou ao Eve de burlar-se. Era levemente embaraçoso saber que Roarke poderia comprar tudo no lugar, e o edifício no que estava agasalhado.

aproximou-se de um mostrador de cristal biselado onde os braceletes carregados com gemas de cores estavam engenhosamente envoltas, e foi avaliada pelo vendedor atrás do mostrador que não pareceu particularmente comovido ao vê-la. Ele estava tão brilhante como seus artigos, mas sua boca estava apertada, seus olhos aborrecidos, e sua voz, quando falou, destilava sarcasmo.

—Posso ajudá-la, senhora?

—Sim, preciso ver o gerente.

Ele bufou, inclinando sua cabeça de modo que as luzes brilhassem em seu cabelo dourado.

—Tem algum problema?

—Isso depende de quão rápido chama ao gerente.

Agora sua boca saltou como se algo não completamente afresco tivesse aterrissado em sua língua.

—Um momento. E por favor, não toque a vitrine. Acaba de ser limpeza.

Pequeno bastardo, pensou Eve brandamente. Conseguiu pôr uma meia dúzia de impressões digitais sobre o cristal brilhante quando ele voltou com uma moréia magra, e atrativa.

—Boa tarde. Sou a Sra. Kates, a gerente. Posso lhe ajudar?

—Tenente Dallas, NYPSD. —Como o sorriso da mulher era muito mais morna que a de seu empregado, Eve sustentou sua insígnia ao nível do mostrador e a bloqueou à clientela com suas costas—. Meu ajudante chamou mais cedo respeito a um colar.

—Sim, falei com ela. Falamos em meu escritório?

—Bem. —Jogou uma olhada ao redor quando Peabody e McNab entraram. Não dizendo nada, assinalou-lhes que a seguissem.

—Lembrança o colar claramente, —começou Kates enquanto os conduzia a um escritório pequeno, e feminina. Gesticulou por volta de duas cadeiras de respaldo alto antes de tomar assento detrás de seu escritório—. Meu marido o desenhou, por encargo. Não fui capaz de localizá-lo, sinto muito, mas acredito que posso lhe dar qualquer informação que você necessite.

—você tem a papelada?

—Sim. Procurei o disco e lhe imprimi uma cópia. —Eficazmente, abriu um arquivo, comprovou os conteúdos, e logo a passou ao Eve—. O colar foi feito em ouro de quatorze quilates, a cadeia entrelaçada, a gargantilha larga, e com quatro aves gordinhas. Uma peça encantadora.

Não tinha parecido tão encantadora, refletiu Eve, envolta ao redor do pescoço machucado do Holloway.

—Nicholas Claus. —Ela murmurou, lendo o nome do cliente.

Supôs que ele tinha pensado nisso como uma ironia.

—Conseguiu você sua identificação?

—Não foi necessário. O cliente pagou em dinheiro efetivo, um depósito de vinte por cento ao encarregá-la, o resto ao finalizar.

Kates dobrou suas mãos.

—Reconheço-a, Tenente. Devo assumir que este colar é parte de uma investigação de homicídio?

—Pode assumi-lo. Este Claus, veio pessoalmente?

—Sim, três vezes que recorde. —Kates levantou suas mãos dobradas, tocou sua boca com os dedos, logo as baixou outra vez—. Lhe falei eu mesma em sua primeira visita. Sobre a altura medeia, suponho, possivelmente um pouco mais alto. Esbelto, mas não magro. Elegante, —disse depois de pensar um momento—. Muito bem apresentado. Cabelo escuro, bastante largo, com raias chapeadas. Recordo-o como muito elegante, muito cortês, e muito específico sobre suas necessidades.

—me diga como era sua voz.

—Sua voz? —Kates piscou um momento—. Eu... Culto, diria. Levemente acentuado. Europeu, suponho. Tranqüilo. Estou segura que o reconheceria outra vez. Lembro-me de ter tomado uma chamada dele e saber quem era ao momento de falar.

—Ele se apresentou?

—Um par de vezes, acredito, para comprovar o progresso do colar.

—vou necessitar seus discos de segurança, e seus registros do comunicador.

—Os conseguirei. —levantou-se imediatamente—. Pode tomar um pouco de tempo.

—McNab, lhe dê uma mão à Sra. Kates.

—Senhor.

—Ele teve que saber que o comprovaríamos, —disse Eve ao Peabody quando ficaram sozinhas—. Deixou o colar na cena, e ele mesmo o encarregou. Teve que saber que o rastrearíamos até aqui.

—Talvez não pensou que nos moveríamos tão rápido, ou que Kates teria uma memória tão boa.

—Não. —Insatisfeita, Eve se levantou—. Sabia. Estamos justo onde ele quer que estejamos. É outro espetáculo. Desempenhou um papel aqui, e não se parece com o homem que vamos ver nesses discos mais do que se parece com a Santa Claus.

Ela se passeou até a porta, logo retornou outra vez.

—Acessórios diferentes, disfarce diferente, cenário diferente, mas só é seu espetáculo. Ele se cobriu as costas, Peabody, mas não é tão preparado como pensa que é. As impressões de voz dos registros do comunicador vão afundá-lo.

 

—Jesus, Dallas. —Feeney encolheu o ombro quando ela se inclinou sobre ele—. Deixa de respirar em minha nuca.

—Sinto muito. —tornou-se para trás uma pequena polegada—. Quanto tempo leva programar a impressão nesta coisa?

—O dobro se não deixar de te queixar.

—Bem, bem. —Ela se tornou atrás, espreitando pela janela da sala de conferências—. Cai aguanieve, —disse mais para si mesmo que para ele—. O tráfico vai estar terrível mais tarde.

—O tráfico sempre é terrível nesta época do ano. Muitos malditos turistas. Tratei de fazer umas pequenas compras ontem à noite. Minha esposa quer um suéter. As pessoas estão como lobos sobre um cervo morto ali fora. Não volto.

—Comprar por vídeo é mais fácil.

—Sim, mas se entopem os circuitos de mierda. Todos, inclusive sua primo tratam de adquirir ofertas. Sim não subo com uma dúzia de caixas bonitas sob a árvore para ela, me comprido a um esconderijo até a primavera.

—Uma dúzia? —Bruscamente horrorizada, balançou-se ao redor—. Tem que comprar mais de um?

—Homem, Dallas, você está verde na área do matrimônio. —Grunhiu, trabalhando manualmente na programação—. Um presente não significa nada. Quantidade, amiga. Pensa em quantidade.

—Grandioso, fabuloso. Estou afundada.

—Ficam um par de dias. E aqui estamos.

Seu dilema sobre as compras se afastou de sua mente quando se precipitou para trás.

—Executa-o.

—Estou nisso. Aqui está nosso homem no comunicador.

Está o Sr. ou a Sra. Kates disponível?

—Recortei as outras vozes. Essas são suas pausas, —explicou Feeney.

bom dia, Sra. Kates. É Nicholas Claus. Perguntava-me como está progredindo o trabalho sobre meu colar.

—Posso executar o resto, mas isto é bastante para uma conexão.

—O acento é vago, —refletiu Eve—. Não pôs muito dele. É preparado. Introduziu ao Rudy ali?

—Sim. Esta é da cinta de entrevista. Só dele.

Aconselhamos que todos nossos clientes se reúnan com seus contatos em um lugar público. Qualquer que consentisse em reunir-se em privado posteriormente a isso, tomavam sua própria decisão.

—Agora conseguimos as impressões. Este bebê calcula tudo: tom, inflexão, ritmo, qualidade tonal. Maldito se importar se disfarçar sua voz. É tão confiável como as impressões digitais e o DNA. Não pode falsificá-lo. Mover Sujeito A, enxertar o estilo, em tela e em áudio.

Trabalhando...

Eve escutou a chamada do comunicador, olhou as linhas de cor passar roçando e saltar ao longo da tela.

—Divide a tela, —lhe disse—, ponha a informação da entrevista sob a outra.

—Só espera. —Feeney ordenou a função, logo apertou os lábios—. Têm um problema aqui.

—O que? O que tem que mau?

—Obter as impressões em tela, —ordenou, logo suspirou quando os pontos e os vales se uniram—. Eles não emparelham, Dallas. Nem sequer estão perto. Tem duas vozes diferentes aqui.

—Mierda. —Ela se passou os dedos pelo cabelo. Como podia vê-lo por si mesmo, seu estômago começou a arder—. me Deixe pensar. Bem, e se ele usou um distorsionador durante a chamada do comunicador?

—Ele poderia sujá-lo um pouco, mas ainda conseguiria pontos iguais. o melhor que posso fazer é dirigir uma exploração, uma busca de qualquer disfarce eletrônico, e limpá-lo se o encontro. Mas vi bastante destes para saber quando vejo dois tipos diferentes.

Ele suspirou e lhe lançou um de seus olhares tristes.

—Sinto muito, Dallas. Isto demora as coisas.

—Sim. —esfregou-se os olhos—. Dirigirá a exploração de todos os modos, Feeney? Que tal os rasgos a rasgos do vídeo?

—Isso vem... lento. Posso comparar a forma da orelha do Rudy, e a forma do olho.

—Vejamos aquele caminho, também. vou comprovar com Olhe, verei se o perfil já parece.

Para economizar tempo, Eve chamou o escritório de Olhe. A doutora se foi pelo dia, mas um relatório preliminar tinha sido irradiado ao comunicador do escritório do Eve. Ela se encaminhou, tratando de apartar as impressões de voz enquanto saía.

O tipo era ardiloso, refletiu. Talvez se tinha imaginado em uma análise de impressão de voz. antecipou-se e encontrado uma maneira de burlá-lo. E se tivesse feito que alguém mais chamasse o joalheiro?

estava-se espraiando, confessou. Mas não era impossível.

Ouviu o que teria jurado era uma risita tola, e entrou em seu escritório para ver o Peabody conversando amavelmente com o Charles Monroe.

—Peabody?

—Senhor. —Peabody saltou imediatamente de pé e atenção—. Charles, OH, o Sr. Monroe tem algo... desejava...

—Retenha seus hormônios, Oficial. Charles?

—Dallas. —Ele sorriu, levantando-se de seu assento no braço de uma patética cadeira—. Seu ajudante me fez companhia, de um modo encantador, enquanto te esperasse.

—O arrumado. O que acontece?

—Poderia não ser nada, mas… —Se encolheu de ombros—. Uma das mulheres de minha lista de contatos me chamou faz um par de horas. Parece que sua entrevista para um passeio no interior este fim de semana a plantou. Ela pensou que eu gostaria de substitui-lo, embora realmente não conectamos antes.

—Isso é fascinante, Charles. —Impaciente por seguir com seu trabalho, Eve se deixou cair em uma cadeira—. Mas não me sinto qualificada para te aconselhar sobre sua vida social.

—Posso dirigi-la sozinho. —Para demonstrá-lo, piscou os olhos ao Peabody e a fez ruborizar-se de prazer—. Joguei com a idéia de aceitar, mas sabendo como podem ir as coisas, liguei com ela um momento para conseguir uma impressão.

—Há um ponto nisto?

Ele se inclinou para frente.

—Eu gosto de meu momento no sol, Tenente Açúcar. —Ambos ignoraram o ofegou de surpresa do Peabody ante o término—. Ela começou a desafogar-se. Tinha tido uma grande briga com o tipo que tinha estado vendo. Verteu toda a mierda em mim. Agarrou-o enganando-a com alguma ruiva. Então me disse que ele pensou que podia compensá-lo fazendo que Santa lhe levasse um presente ontem à noite.

Eve se incorporou lentamente, e agora concentrou sua atenção.

—Segue.

—Pensei que o faria. —Com satisfação, Charles se tornou para trás—. Disse que o timbre soou aproximadamente às dez ontem à noite, e quando olhou para fora havia um Santa com uma grande caixa chapeada. —Ele sacudiu sua cabeça—. Tenho que te dizer, que com o que sabia, meu coração quase se deteve. Mas ela divagava sobre como não lhe deu ao bastardo embusteiro a satisfação de lhe abrir a porta. Não quis seu lamentável obséquio de maquiagem.

—Ela não o deixou entrar, —murmurou Eve.

—E me figuro que por isso estava viva para me chamar e desafogar-se.

—E sabe o que faz ela para viver?

—É bailarina. Balé.

—Sim, isso concorda, —murmurou Eve—. Necessito um nome e direção. Peabody?

—Preparado.

—Cheryl Zapatta, vive na Vinte e oito Oeste. É tudo o que sei.

—Encontraremo-la.

—Olhe, não sei se fiz o correto, mas o disse. Sua entrevista com o Nadine Furst acabava de sair, assim deduzi que podia. Disse-lhe que acendesse sua tela, e a pus ao tanto. —Suspirou—. Se aterrou. Muitíssimo. Disse que se iria. Não sei se a localizará por um tempo.

—Se se afastou, podemos conseguir uma ordem para entrar e procurar. Fez o correto, Charles, —disse Eve depois de um momento—. Se ela não tivesse ouvido o relatório, poderia ter trocado de idéia e lhe haver aberto a porta a próxima vez. Avaliação que viesse.

—Algo por ti, Tenente Açúcar. —Ele se levantou—. Pode me avisar o que acontece?

—Olhe sua tela, —aconselhou Eve.

—Sim. Uh, importaria-lhe me mostrar a saída, Oficial? —Lançou- um sorriso assassino ao Peabody—. Estou um pouco perdido.

—Seguro. Tenente?

—Vão. —Eve os despediu, logo se mergulhou no relatório de Olhe. Absorvida e frustrada, não advertiu que tomou ao Peabody vinte minutos lhe mostrar ao Charles a opção de escorregador ou elevador para as pessoas.

—Ela descartou ao filho de cadela. —Eve se recostou, esfregando-a cara com as mãos quando Peabody voltou—. Não tenho nada que lhe pendurar.

—Rudy?

—Seu índice de personalidade não encaixa com o perfil. Sua capacidade para a violência física corre desço na escala. Ele é desviado, inteligente, obsessivo, possessivo, e sexualmente limitado, mas em opinião da doutora, não é nosso homem. Maldição. Sim seu advogado consegue uma cópia disto, não serei capaz de tocar ao pequeno miserável.

—Ainda o encontra suspeito?

—Não sei como o vejo. —Tratou de manter sua cabeça e seu caráter cometido—. Voltemos e comecemos de novo. Desde o começo. Interrogaremos de novo, começando com a primeira vítima.

 

Às oito e quarenta e cinco, Eve subiu os degraus. Já estava molesta quando Summerset a tinha saudado no vestíbulo com seu irritante olhar fixo e lhe comentou que tinha exatamente quinze minutos para ficar apresentável antes de que os convidados começassem a chegar.

Não a ajudou correr para o dormitório e encontrar ao Roarke tomado banho e vestido.

—Farei-o, —ela soltou e se lançou para o banho.

—É uma festa, querida, não uma prova de resistência. —Ele perambulou detrás dela, principalmente pelo prazer de vê-la nua—. Tome seu tempo.

—Sim, para chegar tarde e lhe dar a esse cara de culo outra razão para queixar-se de mim. Ducha, por completo, 37 C°.

—Não necessita a aprovação do Summerset. —reclinou-se ociosamente contra a parede para olhá-la. Ela tomou banho como para quase tudo: rápida e eficazmente, sem desperdiçar tempo ou movimentos—. Em qualquer caso, a gente tradicionalmente chega tarde a assuntos como este.

—Só estou um pouco atrasada. —Protestou quando o xampu entrou em seus olhos e lhe picou—. Perdi a meu principal suspeito, e começo desde o começo. —Saiu, deu um passo para o tubo secante, e logo se deteve—. Mierda, quando se supõe que tenho que me pôr esta mescla no cabelo, quando está molhado ou seco?

Tendo uma idéia bastante boa referente a qual mescla se referia, Roarke tirou um tubo da prateleira e verteu um pouco em sua palma.

—Aqui, me permita.

O modo em que suas mãos se moveram por seu cabelo a fez querer ronronar, mas o observou com os olhos entrecerrados.

—Não faça o parvo comigo, companheiro. Não tenho tempo para ti.

—Não tenho ideia o que quer dizer. —Deleitando-se, escolheu outro tubo e verteu uma quantidade generosa de loção corporal em suas mãos—. Só te ajudo a te preparar,                     —começou quando deslizou suas mãos escorregadias sobre seus ombros, e seus peitos—. Já que parece esgotada.

—Olhe... —Então fechou seus olhos e suspirou quando suas mãos se deslizaram abaixo a sua cintura, deslizando-se sobre seu traseiro—. Acredito que te saltou um lugar.

—Descuidado de mim. —Ele baixou sua cabeça, cheirou sua garganta. E mordeu—. Desejas estar muita, muito atrasada?

—Sim. Mas não vou fazê-lo. —meneou-se afastando-se e saltou no tubo secante—. Mas não esqueça onde ficou.

—Uma lástima que não chegasse faz vinte minutos. —Decidindo que o olhar dela não ia ajudar a seu sangue a esfriar-se, entrou no dormitório.

—Logo que tive a porcaria em minha cabeça o suficiente. —Saiu rapidamente do tubo e se lançou para o espelho sem incomodar-se em ficar uma bata—. O que se supõe que tenha posto com algo como isto?

—Tenho-o.

Ela deixou de usar torpemente sua tintura de pestanas e franziu o cenho.

—Escolho sua roupa?

—Eve, por favor.

Ela teve que rir.

—Bem, um mau exemplo, mas não tenho tempo para pensar em outro. —Solucionando o problema do penteado passando seus dedos energicamente por como o tinha, avançou para o dormitório para ver o Roarke estudar o que supôs que algumas pessoas chamariam um vestido.

—Sal daqui. Não me porei isso.

—Mavis o trouxe a outra noite. Leonardo o desenhou para ti. Ficará muito bem.

Ela olhou com cenho franzido as fluídos tecidos chapeados unidas aos lados por magros suspensórios brilhantes. Os suspensórios se repetiam nos ombros, afiançando uma queda de tecido no fronte e muito, muito mais abaixo nas costas.

—por que melhor não vou nua e economia tempo?

—Vê como fica.

—O que me porei debaixo?

Ele colocou sua língua em sua bochecha.

—Você.

—Jesucristo. —Com pouca paciência, avançou, e o pôs.

O material era suave como uma cascata e se ajustava como um amante, as sedutoras aberturas laterais expor sua pele suave e suas curvas magras.

—Querida Eve. —Ele tomou sua mão, girando-a para acariciar com sua boca a palma em um dos gestos com os ele estava acostumado a converter suas pernas em massa—. Às vezes me deixa sem respiração. Agora, é um desses momentos.

Ele tomou um par de pendentes em forma de gotas de diamantes do penteadeira e os entregou.

—Estes já eram meus, ou o que?

Agora ele sorriu abertamente.

—Tiveste-os durante meses. Não mais presentes até Natal.

Ela tomou, e decidiu tomá-lo filosoficamente quando ele selecionou seus sapatos.

—Não há lugar nesta costure para guardar meu comunicador. Espero uma chamada.

—Aqui. —Ofereceu-lhe uma bolsa de noite ridiculamente pequena que para jogo com os sapatos.

—Algo mais?

—Está perfeita. —Sorriu quando ouviu o sinal sonoro que assinalava que o primeiro carro chegava à porta—. E a tempo. Baixemos para que possa luzir a minha esposa.

—Não sou um caniche, —murmurou e o fez rir.

 

depois de uma hora, a casa estava lotada de gente, música e luz. Examinando a sala de baile, Eve só podia estar agradecida porque Roarke nunca esperou que ela participasse dos preparativos.

Haviam enormes mesas que gemiam sob as fontes de prata com mantimentos: presunto da Virginia, pato polido da França, uma excepcional carne de vaca de Montana; lagostas, salmão, ostras colhidas dos ricos criaderos no Silas I; uma série de verduras frescas escolhidas só essa manhã e habilmente dispostas em figuras. As sobremesas que tentariam a um detento político a uma greve de fome rodeavam a uma torta com forma de árvore de três pés, pecadoramente deliciosa e lhe penduravam reluzentes decorações de mazapán.

perguntou-se porque ainda podia maravilhar-se do que o homem com o que se casou podia conjurar.

Um pinheiro muito alto decorado com milhares de luzes brancas e estrelas chapeadas estava erguido ao final da sala de baile. As janelas do chão ao teto não mostravam a suja aguanieve que caía sobre a cidade, a não ser um holograma de uma cena de sonho, onde os casais patinavam em um lago prateado e os pequenos competiam baixando uma suave custa em trenós vermelhos brilhantes.

Tais detalhes, pensou, eram completamente do Roarke.

—Ouça, amor. Está completamente só neste palácio?

Ela arqueou uma sobrancelha quando sentiu a mão em seu traseiro e girou sua cabeça devagar para contemplar ao McNab.

Ele ficou vermelho, logo branco, logo vermelho outra vez.

—Cristo! Tenente. Senhor.

—Sua mão está em meu traseiro, McNab. Não acredito que deseje que esteja ali.

Ele a apartou como se se queimasse.

—Deus. Homem. Mierda. me perdoe. Não te reconheci. Quero dizer... —Ele apertou a mão que esperava sinceramente que lhe permitisse conservar em seu bolso—. Eu não sabia que foi você. Pensei... Olhe... —As palavras lhe falharam.

—Acredito que o Detetive McNab trata de desculpar-se, Eve. —Roarke se aproximou ao lado deles e, porque era muito para resistir, olhou fixa e duramente os olhos aterrados do McNab—. Não era assim, Ian?

—Sim. Isso...

—E se acreditasse que ele estava a par de que era seu traseiro o que acariciava, teria que matá-lo. Aqui mesmo. —Roarke estendeu a mão e estalou as cordas do chamativo laço vermelho do McNab—. Agora mesmo.

—OH, o teria feito eu mesma, —disse Eve com secura—. Se vê como se necessitasse uma bebida, Detetive.

—Sim, senhor. Faço-o.

—Roarke, por que não cuida dele? Olhe acaba de entrar. Quero falar com ela.

—Encantado. —Roarke passou um braço ao redor do ombro do McNab e o apertou só um pouco mais forte do que a comodidade permitia.

Tomou mais tempo do que ao Eve gostou de atravessar o quarto. Assombrou-a quanto queria falar a gente nas festas. E sobre nada em particular. Isso a atrasou o bastante, mas distinguiu ao Peabody, vendo-se muito diferente a Peabody de sempre com umas arrebatadoras calças douradas de noite e uma jaqueta curta sem mangas. Seu braço nu estava enganchado comodamente no Charles Monroe.

Olhe, concluiu Eve, podia esperar.

—Peabody.

—Dallas. Wow, o lugar se vê maravilhoso.

—Sim. —Eve trocou seu olhar e a fixou no Charles com olhos indignados—. Monroe.

—Tem uma casa fabulosa. Tenente.

—Não recordo seu nome na lista de convidados.

Peabody ruborizada, ficou rígida.

—O convite dizia que eu era livre de trazer uma entrevista.

—Isso o que é? —Perguntou, mantendo seus olhos no Charles—. Uma entrevista?

—Sim. —Ele baixou sua voz quando uma piscada de dor nublou seus olhos—. Delia é consciente de minha profissão.

—Dá-lhe o desconto padrão de polícia?

—Dallas. —Horrorizada, Peabody se adiantou.

—Está bem. —Charles a jogou para trás—. Estou em meu próprio tempo, Dallas, e esperava passar uma noite interessante com uma mulher atrativa de cuja companhia desfruto. Se quiser que me parta, é sua casa, diga-me isso —Ella es una muchacha grande.

—Ela é uma moça grande.

—Sim, é-o, —murmurou Peabody—. Só um segundo, Charles, —acrescentou, logo agarrou o braço do Eve e a apartou.

—Ouça!

—Não, você ouça. —A fúria borbulhou em sua voz quando Peabody encerrou ao Eve em uma esquina—. Não tenho que te informar de meu tempo pessoal ou de minhas relações, e não tem nenhum direito de me envergonhar.

—Espera um minuto...

—Não terminei. —Mais tarde, Peabody recordaria o olhar de muda estupefação na cara do Eve, mas nesse momento estava muito exaltada para vê-lo ou reagir—. O que faço fora de serviço não tem nada que ver com o trabalho. Se quero dançar em uma mesa em meu tempo pessoal, é meu assunto. Se quero pagar seis acompanhantes autorizados para joderme os domingos, é meu assunto. E se quero ter uma entrevista civilizada com um homem interessante, atrativo que pela razão que seja quer ter uma comigo, é meu assunto.

—Eu só estava...

—Não terminei, —disse Peabody entre dentes—. No trabalho, você manda. Mas é aí onde isso termina. Se não me quiser aqui com o Charles, então nos partiremos.

Quando Peabody girou, Eve a agarrou pela boneca.

—Não quero que te parta. —Sua voz estava tranqüila, controlada, e rígida como uma tabela fossilizada—. me Perdoe por me colocar em sua vida pessoal. Espero que isto não danifique sua noite. me perdoe.

Doída, incrivelmente doída, afastou-se. Seu estômago ainda estava revolto quando se encontrou com Olhe.

—Não quero te apartar da festa, mas quereria uns minutos. Em privado.

—É obvio. —Preocupada com seus olhos velados e suas bochechas pálidas, Olhe estendeu a mão—. O que acontece, Eve?

—Em privado, —repetiu, e se ordenou sepultar seus sentimentos enquanto lhe mostrava o caminho—. Podemos falar na biblioteca.

—OH. —Ao momento de entrar, Olhe apertou suas mãos completamente agradada—. O que quarto tão maravilhoso. OH, que autênticos tesouros. Não suficientes pessoas apreciam a sensação e o aroma de um verdadeiro livro em suas mãos muito tempo. O prazer de acomodar-se em uma cadeira com o calor de um em vez da fria eficácia de um disco.

—Roarke o faz com livros, —disse Eve simplesmente e fechou a porta—. As provas sobre o Rudy. Questiono-me algumas de suas conclusões.

—Sim, pensei que poderia fazê-lo. —Olhe se passeou, admirando, logo se sentou em uma elegante cadeira de couro, alisando a saia de seu curto vestido rosa de coquetel—. Ele não é seu assassino, Eve, tampouco é o monstro que você quer que seja.

—Não tem nada que ver com o que quero.

—Sua relação com sua irmã te incomoda em um nível profundo e pessoal. Ela não se parece com ti, entretanto; não é uma menina, não está indefesa, e embora acredite realmente que ele tem uma disposição doentia de controle sobre ela, não está sendo forçada.

—Ele a usa.

—Sim, e ela a ele. É recíproco. Estou de acordo em que ele é obsessivo com o que lhe pertence. É sexualmente imaturo. A mesma coisa que o elimina de suas listas, Eve, é o fato que ele crie fortemente que é impotente com qualquer, menos sua irmã.

—Chantageavam-no e o chantagista está morto. Um cliente se apaixonou por sua irmã; e aquele cliente está morto.

—Sim, e confesso que com essa evidência estava preparada para encontrá-lo capaz desses assassinatos. Ele não o é. Tem certo potencial para a violência física. Quando o provocam, quando é ameaçado. Mas é um brilho, é imediato. Não está em seu temperamento planejar, organizar, e executar a classe de assassinatos com os que tráficos.

—Então só o soltamos? —Eve se afastou—. O deixamos ir?

—O incesto é ilegal, mas tem que provar-se que é imposto. Este não é o caso. Entendo sua necessidade de castigá-lo, e, em sua mente, liberar a sua irmã de seu controle.

—Não é sobre mim.

—OH, sei, Eve. —Porque lhe doía o coração olhá-la, levantou-se para tomar a mão do Eve e deter seu agitado passeio—. Não siga te castigando.

—Concentrei-me nele devido a isso. Sei que o fiz. —Repentinamente cansada, afundou-se abaixo ao lado de Olhe—. E porque o fiz, poderia ter perdido algo, algum detalhe, que teria conduzido ao assassino.

—Atuou de forma muito lógica, deu passos muito concretos. Ele teve que ser eliminado da lista.

—Mas me demorei muito tempo em fazê-lo. E cada vez que minha intuição me disse que apontava ao homem incorreto, ignorei-a. Porque segui me vendo. Eu olhava e pensava, retrocedendo em minha mente, pensava, que poderia ser eu. Se não tivesse matado ao filho de cadela, poderia ser eu.

Ela pôs sua cabeça em suas mãos, logo as passou por seu cabelo.

—Cristo, cometo enganos. Maldição, por todos lados.

—Como?

—Não tem objeto entrar nisso.

Olhe simplesmente acariciou o cabelo do Eve.

—Como?

—Parece que nem sequer posso dirigir umas festividades absolutamente ordinárias. Só o pensar em tratar de entender que fazer, que comprar, como atuar faz que me aduela o estômago.

—OH, Eve. —Renda-se ligeiramente, Olhe sacudiu sua cabeça—. O Natal faz que quase todos se voltem médios loucos com apenas esses problemas. É absolutamente normal.

—Não para mim, não o é. Antes nunca tive que me preocupar por isso. Não tinha tantas pessoas em minha vida.

—Agora o faz. —Olhe sorriu, e sentiu prazer acariciando o cabelo do Eve outra vez—. De quem quer te desfazer?

—Acredito que acabo de jogar ao Peabody. —Desgostada, Eve se levantou outra       vez—. Veio com um companheiro autorizado. OH, ele é em princípio aceitável, mas é um maldito puto, atrativo, elegante, e divertido.

—Isso te incomoda, —sugeriu Olhe—, você gosta dele em um nível e o despreza pelo que faz para viver.

—Não se trata de mim. É sobre o Peabody. Ele diz que quer uma verdadeira relação, e ela tem estrelas em seus olhos por ele e está furiosa comigo porque pinjente algo sobre ele.

—A vida é difícil, Eve, e temo que te criaste uma vida, com todos os conflitos e problemas e com os sentimentos feridos que implica. Se está zangada contigo, é porque não há ninguém que admire ou respeite mais.

—OH, Cristo.

—Ser querido é uma pesada responsabilidade. Arrumará sua discussão com ela, porque ela te importa.

—Estou-me sentindo terrivelmente curvada pela gente que me importa.

A tela da casa no quarto piscou acesa. A cara cansada do Summerset a encheu.

—Tenente, seus convidados perguntam por você.

—Jódete. —Ela sorriu escassamente quando Olhe se tragou uma risada—. Ao menos é uma pessoa pela que não tenho que me preocupar com lhe importar. Mas não deveria te haver quebrado a noite.

—Não o fez. Desfruto falando contigo.

—Bem... —Eve começou a colocar as mãos em seus bolsos, recordou que não tinha nenhum, e suspirou—. Te incomodaria se te deixo por um minuto? Há algo que quero ir procurar a meu escritório.

—Claro. Posso olhar os livros?

—Seguro, te sirva. —Não querendo perder tempo em sair e baixar a escada, meteu-se no elevador. Esteve de volta em menos de três minutos, mas Olhe já estava acomodada em uma cadeira com um livro.

—Jane Eyre. —Ela suspirou quando o pôs apartou—. Não o tenho lido desde que era uma moça. É tão maravilhosamente romântico.

—Pode tomá-lo emprestado se quiser. Roarke não teria nenhum inconveniente.

—Tenho minha própria cópia. Só não me tomei o tempo. Mas obrigado.

—Quis te dar isto. É um par de dias antes, mas... possivelmente não te veja. —Sentindo-se ridiculamente torpe, ofereceu-lhe a caixa elegantemente envolta.

—OH, que doce. —Com óbvio agradar, Olhe rodeou a caixa em suas mãos—. Posso abri-lo agora?

—Seguro, disso se trata, verdade? —Ela moveu seus pés, logo pôs os olhos em branco quando Olhe com delicadeza desatou a cinta e separou cuidadosamente as esquinas do papel.

—Volta para minha família louca, também, —disse com um sorriso—. Mas não posso rompê-lo; logo amontoou o papel e a cinta como um rato de pacote. Tenho um armário cheio deles que constantemente esquecimento reutilizar. Mas... —Emudeceu quando abriu a tampa e encontrou a garrafa de perfume dentro—. Vá!, é maravilhoso, Eve. Fez gravar meu nome nela.

—É um tipo de perfume personalizado. Dá-lhe ao tipo os rasgos físicos e de personalidade, depois ele cria um perfume individual.

—Charlotte, —murmurou Olhe—. Não estava segura de si sabia meu nome.

—Acredito que o ouvi em alguma parte.

Olhe piscou umas lágrimas sentimentais.

—É maravilhosamente considerado. —Deixou a garrafa e se girou para rodear ao Eve em um abraço—. Obrigado.

Cheia de afeto, e vergonha, Eve se deixou abraçar.

—Me alegro que você goste. Sou bastante nova nesta classe de coisas.

—Fez-o muito bem. —Retrocedeu, mas agarrou a cara do Eve em suas mãos—. Estou tão afeiçoada contigo. Agora preciso ir ao asseio a me retocar porque outra de minhas tradições de Natal é chorar um pouco sobre meus presentes. Sei onde é, —acrescentou, acariciando as bochechas do Eve brandamente—. vá dançar com seu marido e bebe um pouco de champanha. O mundo exterior ainda estará ali amanhã.

—Tenho que detê-lo.

—E o fará. Mas esta noite, necessita sua vida. vá procurar ao Roarke e apanha-o.

 

Eve fez o que a doutora lhe ordenou. Não era um castigo tão mau, decidiu, sentindo-se um pouco enjoada, balançando-se nos braços do Roarke em alguma classe de música sonhadora por um quarto cheio de cor, aroma e luz.

—Posso viver com isso, —murmurou.

—Hmm?

Ela sorriu quando seus lábios roçaram seu ouvido.

—Posso viver com isso, —repetiu, retirando-o suficiente para olhar sua cara—. Todas as coisas do Roarke.

—Bem. —Suas mãos acariciaram suas costas, logo abaixo outra vez—. É bom sabê-lo.

—Você conseguiu um punhado inteiro de coisas, Roarke.

—Sei, em efeito, tenho realmente um punhado inteiro de coisas. —E uma esposa, pensou com um brilho divertido em seus olhos, que estava um pouco bêbada.

—Às vezes é misterioso. Mas não agora. Agora é bastante agradável.                              —Suspirando, esfregou sua bochecha contra a seu—. Que tipo de música é esta?

—Você gosta?

—Sim, é sexy.

—Do século vinte, principalmente de 1940. chamava-se a Big Band. É um holograma da cinta do Soldado Dorsey que faz este pequeno número. “Serenata à luz da lua”.

—Faz um milhão de anos disso.

—Quase.

—Como conhece todas essas coisas de todas formas?

—Talvez nasci fora de meu tempo.

Ela suspirou em seus braços quando a música aumentou.

—Não, escolheu seu tempo justo no momento correto. —Inclinou sua cabeça em seu ombro para assim poder observar o quarto—. Todos parecem felizes. Feeney dança com sua esposa. Mavis está sentada no regaço do Leonardo na esquina aí com Olhe e seu marido. Todos sorriem. McNab acossa a toda mulher no quarto, e dirige ao Peabody seu peludo globo ocular enquanto bebe seu uísque escocês.

Ociosamente, Roarke jogou uma olhada, e levantou uma sobrancelha.

—Gorjeia o tem agora. Jesus, comerá-se vivo a esse moço.

—Ele não parece preocupado por isso. —inclinou-se para trás novamente—. É uma festa agradável.

A música trocou, um ritmo rápido, vigoroso. A boca do Eve se abriu de par em par.

—Mierda Santa, olhe a esse estúpido do Dick. O que faz?

Sonriendo abertamente, Roarke passou uma mão ao redor da cintura do Eve, girando, e ficando quadril com quadril.

—Acredito que se chama jitterbug.

Atordoada, olhou ao chefe de laboratório arrastar ao Nadine Furst ao redor do quarto, girando-a, e atirando a de volta.

—Sim, posso ver por que. Nunca posso conseguir que se mova assim de rápido no laboratório. Sou! —Seus olhos se abriram de par em par quando Dickie levantou o Nadine por suas pernas. Nadine soltou um estalo de risada quando seus pés golpearam o chão outra vez, e a multidão rugiu com aprovação.

Eve se encontrou sonriendo abertamente, inclinando-se amorosamente contra Roarke.

—Parece divertido.

—Quer tentá-lo?

—OH não. —Mas riu e começou a marcar o ritmo com o pé—. Só me basta olhando.

—Não é magnífico? —Mavis apareceu, atirando ao Leonardo detrás dela—. Quem tivesse pensado que Nadine podia mover-se assim? É uma festa genial, Roarke. Excelente.

—Obrigado. Vê-te alegre, Mavis.

—Sim. Chamamo-lo minha indumentária alegre. —riu e fez um rápido giro para luzir partes de tecidos multicoloridos que revoavam do peito ao tornozelo. O movimento as separou, revelando brilhos de pele que tinha sido polvilhada com pó dourado e para jogo com seu cabelo, que caía em um coque selvagem.

—Leonardo pensou que o teu deveria ser mais elegante, —disse ao Eve.

—Ninguém luz meus desenhos tão bem como você e Mavis. —Muito alto sobre eles, Leonardo lhes sorriu com seu magnífico sorriso—. Feliz Natal, Dallas. —inclinou-se para beijar sua bochecha—. Temos algo para ti, para os dois. Só uma lembrança.

Ele tomou um pacote de atrás de suas costas e o pôs nas mãos do Eve.

—Mavis e eu temos nosso primeiro Natal juntos, obrigado em grande parte para ti.         —Assinalou com seus dourados olhos nublados.

Como não podia pensar em que dizer, Eve pus o pacote em uma das mesas de banquete e começou a desembrulhá-lo.

Dentro havia uma caixa de madeira esculpida e polida, com brilhantes dobradiças de cobre.

—É formoso.

—Abre-o, —apontou Mavis, sem deixar de mover-se—. lhes diga o que significa, Leonardo.

—A madeira é para a amizade, o metal para o amor. —Esperou até que Eve abriu a tampa para revelar os dois compartimentos forrados de seda—. Uma parte é para suas lembranças, outro para seus desejos.

—Ele pensou nisso. —Mavis apertou a ampla mão do Leonardo—. Não é magnífico?

—Sim. —Eve conseguiu afirmar com a cabeça—. É grandioso, realmente grandioso.

Compreendendo a sua esposa, Roarke lhe pôs uma mão em seu ombro, logo avançou para estender a outra para o Leonardo.

—É um presente encantador. Perfeito. Obrigado. —E com um sorriso beijou ao Mavis—. Aos dois.

—Agora podem pedir um desejo, juntos em Véspera de natal. —Encantada, Mavis lançou seus braços ao redor do Eve, abraçando-a com força, logo se balançou de retorno para o Leonardo—. vamos dançar.

—vou pôr me sensível, —murmurou Eve quando seus amigos partiram.

—É a temporada para fazê-lo. —Ele levantou seu queixo, e sorriu ante seus olhos úmidos—. Amo verte emocionada.

Cheia de emoção, passou uma mão ao redor de sua nuca e atraiu sua boca para a sua. Um beijo comprido, quente que apaziguou mas bem que excitou.

Ela sorria enquanto retrocedia.

—É a primeira lembrança para nossa caixa.

—Tenente.

Eve girou, esclarecendo-a garganta quando contemplou ao Whitney. A vergonha revoou quando pensou nele a tinha pego com os olhos úmidos e sua boca ainda suave devido ao Roarke.

—Senhor.

—Sinto interromper. —Brindou ao Roarke um olhar cheia de desculpas—. Acabo de receber a mensagem de que Piper Hoffman foi atacada.

A polícia retornou novamente a tomar seu lugar.

—Tem sua localização?

—Está caminho ao Hayes Memorial Hospital. desconhece-se sua condição neste momento. Há algum lugar privado onde possa lhe informar a você e sua equipe os detalhes conhecidos?

—Meu escritório.

—Levarei a comandante, —disse Roarke—. Procura a sua gente.

 

—Ela foi atacada na residência em cima de Personally Yours, —começou Whitney. Por hábito, colocou-se atrás do escritório, mas não se sentou—. Nesse momento, acredita-se que estava sozinha. O uniformizado que notificou relata que ao parecer seu irmão passeava durante o assalto. O atacante fugiu.

—A testemunha foi capaz de fazer uma identificação? —perguntou Eve.

—Não até agora. Ele está no hospital com sua irmã. A cena foi assegurada. ordenei que os uniformizados a deixem tal qual e esperem sua chegada.

—Levarei ao Feeney. Iremos ao primeiro hospital. —Captou o rápido sobressalto de desconcerto do Peabody, mas manteve seus olhos no Whitney—. Não quero romper a coberta do Peabody e McNab neste momento. Prefiro que permaneçam aqui, em contato, até que me translade à cena.

—É sua chamada, —disse Whitney simplesmente, e isso quis dizer que estava de acordo.

—Temos testemunhas esta vez, e ele está fugindo. Está assustado. Não pode estar seguro de se teve êxito. E, se Piper permanecer viva, esta é sua terceira falha. —Ela girou para sua equipe—. Tenho que me trocar esta coisa. Feeney, estarei abaixo em cinco minutos. Peabody, contata com o hospital e vê o que pode averiguar do estado da vítima. McNab, farei que um uniformizado te traga os discos de segurança. Quero-os cotejados antes de que voltemos.

—Dallas, —disse Whitney enquanto avançava a pernadas para o elevador—, encerre a esse bastardo.

—Um dia destes, —disse Feeney enquanto caminhavam pelo corredor do hospital—, deixarei de ir a uma de suas festas com minha esposa

—te anime, Feeney. Possivelmente possamos agarrar uma fresta para fechá-lo e te dará um feliz e acolhedor Natal.

—Sim, claro. —Alguém gemeu detrás de uma porta aberta quando passaram, e Feeney encurvou seus ombros—. Há muitos corpos quebrados por aqui para me fazer sentir bem. Pelo modo em que estão os caminhos esta noite, estiveram conduzindo acidentados de tráfico provavelmente toda a noite.

—Que alegre pensamento. Aí está Rudy. Falarei com ele. Vê se pode encontrar ao médico encarregado e nova informação.

Um olhar ao homem desabado em uma cadeira com a cabeça entre suas mãos e Feeney não pôde ter estado mais feliz de ir a outra parte.

—É todo teu, moça.

separaram-se, com o Eve indo diretamente para frente, detendo-se frente Rudy.

Ele baixou suas mãos devagar, contemplando suas primeiro botas, logo gradualmente levantando uma cara dominada por seus olhos desolados.

—Ele a violou. Violou-a e machucou. Amarrou-a. Ouvi seu pranto. Ouvi seus rogos e pranto.

Eve se sentou a seu lado.

—Quem era ele?

—Não sei. Não o vi. Acredito... ele deve me haver ouvido entrar. Deve me haver ouvido. Entrei correndo no dormitório, e a vi. OH Deus, OH Deus, OH Deus.

—Detenha-se. —junto com a ordem, tomou suas bonecas para afastar suas mãos de sua cara outra vez—. Isto não lhe ajudará. Entrou e a ouviu. Onde tinha ido você?

—De compras. Estava fazendo compras de Natal. —Uma só lágrima se deslizou de seu olho e desço por sua bochecha—. Ela tinha visto uma escultura, uma fada em um lago. Deixou pistas ao redor do apartamento. Um pequeno desenho, a direção da galeria. Tudo foi tão confuso que não tinha tido tempo para comprá-la até esta noite. Nunca deveria havê-la deixado sozinha.

Podia comprovar a galeria, o tempo, e assegurar-se, pensou Eve. Assegurar-se que o homem que tinha mandado ao Piper ao hospital não estava sentado a seu lado. Ela sabia, sabia perfeitamente que não devia permitir entrar em ninguém. por que teria deixado entrar em seu atacante?

—Estava assegurada a porta quando voltou?

—Sim. Introduzi o código. Nesse momento ouvi seu pranto, gritos. Corri dentro. —Seu fôlego se enganchou. Fechou seus olhos, e apertou as mãos—. A vi na cama. Estava nua, suas mãos e pés atados. Acredito... não estou seguro... mas acredito que vi algo pelo bordo do olho. Um movimento. Ou talvez só o senti. Logo alguém me empurrou, e caí. Minha cabeça.

Distraídamente ele elevou uma mão ao lado de sua cabeça.

—Golpeei-me com algo, a plataforma da cama? Não sei. Pude ter estado inconciente alguns segundos. Não pôde ter sido mais porque o ouvi escapar. Não o persegui. Deveria havê-lo feito mas estava deitada ali, e não podia pensar em nada além dela. Já não chorava. Acreditei... Acreditei que estava morta.

—Chamou você ao técnicos médicos, uma ambulância?

—Desatei-a primeiro, cobri-a. Tinha que fazê-lo. Não podia ficar aquieto... Logo chamei. Não podia despertá-la. Não podia. Nunca despertou. E agora não me deixam vê-la.

Esta vez quando ele se cobriu a cara com suas mãos, Eve lhe deixou chorar. Divisando ao Feeney, levantou-se e o encontrou a metade de caminho.

—Está em vírgula, —começou ele—. Os doutores deduzem que é uma severo comoção mas bem que algo físico. Foi violada, e sodomizada. Bonecas e tornozelos lesados. Um par de contusões. Fizeram-lhe um exame de toxicologia. Estava sedada... a mesma mierda sem receita médica. A tatuagem está em sua coxa direita.

—Conseguiram um diagnóstico?

—Dizem que não podem fazer nada. Muita farsa médica, mas basicamente, a moça se fechou. Voltará quando e sim quer fazê-lo.

—Bem, somos inúteis aqui. Ponhamos um uniformizado em sua porta, e outro ao irmão.

—Ainda suspeitas dele, Dallas?

Jogou uma olhada para trás, vendo-o soluçar. Surpreendeu-a sentir compaixão.

—Não, mas lhe poremos um de todos os modos.

Tirou seu comunicador, e despachou as ordens enquanto se dirigiam para o elevador.

—Bastante destroçado está o tipo, —comentou Feeney—. Me pergunto se chorar por sua irmã, ou seu amante.

—Sim, é um bom mistério. —Ela caminhou para o elevador e solicitou o nível da rua—. Então, como soube nosso homem que estaria sozinha esta noite? Não o teria tentado se tivesse pensado que Rudy estava com ela. Não é seu estilo. Sabia que estava sozinha.

—Foi alguém que conhecia. Poderia ter estado vigiando o lugar. Ter chamado e comprovado.

—Sim, conhecia-a. A ambos. E não acredito que ela fosse um de seus amores verdadeiros.         —Saiu ao vestíbulo, e girou para as portas—. Ela rompe a pauta. Piper não está em nenhuma das listas de contatos. Foi por ela para nos manter enfocados no Rudy. Agora está jogando comigo.

Fez uma pausa enquanto subiam ao carro, e tomou o volante.

—Sabe que tivemos ao Rudy em Entrevista, que o prefiro a ele pelos assassinatos. Ele tem um par que arrumar de todos os modos, já que falhou com o Cissy e a bailarina de balé. É o suficiente preparado para saber que se chegar ao Piper, vamos suspeitar do Rudy outra vez. Ainda segue. Não foi por amor, foi por segurança.

Feeney se reclinou, colocando a mão em seu bolso para procurar sua bolsa de nozes antes de recordar que sua esposa não o deixou levá-la à festa. Soprou furioso uma vez.

—Ele a conhece, e ela o conhece. Talvez assim é como entrou.

—Não lhe teria aberto a porta a um desconhecido, e seguro como o inferno que menos lhe teria aberto a um tipo em traje da Santa. Necessitamos ao McNab para comprovar esses discos.

—Sabe o que penso, Dallas. Não acredito que encontremos algum disco.

 

Feeney deu no branco. O uniformizado na cena informou que as câmaras de segurança tinham sido desconectadas do controle principal às nove e cinqüenta.

—Nenhum signo de entrada forçada, —disse Eve depois de examinar as fechaduras manuais e as de código—. Ela vai à porta, olhe fora, e vê uma cara familiar. Abre imediatamente. Não encontraremos nenhum disco de segurança no interior tampouco.

Ela circulou pelo apartamento. Uma árvore branca adornada com grinaldas de cristal e bolas estava erguido diante das janelas que davam à Quinta. Havia pilhas de presentes lindamente envoltos baixo ele e só uma pomba branca onde os conservadores teriam posto uma estrela ou um anjo.

Havia bolsas de compras dispersas justo dentro da porta para o primeiro arco da direita do quarto principal. Ela podia ver o Rudy entrar, ouvir sua irmã, e deixar cair as bolsas ao correr. Seguindo o rastro, cruzou a suave atapeta branca e se moveu por uma segunda área de assentos instalada para ver a tela.

Mais branco. Elegantes sela de tecido bege, mesas com superfícies lustrosas em tons marfim. Xícaras e vasilhas claras cheias de flores brancas.

Era, pensou Eve, como passear em uma nuvem.

Sufocante.

Mais à frente da área de estar havia um quarto de saúde, equipado com uma tina de relaxação no chão, pesos aéreos, um tubo de humor, e uma roda para caminhar multinivel.

—Os dormitórios estão ao final, —indicou ela—. Inclusive correndo tomaria ao Rudy vários segundos entrar da porta principal.

Ela se voltou para um dormitório grande. A tela de intimidade estava se localizada sobre a janela, permitindo entrar de noite, e não deixando acontecer olhos curiosos.

Ao longo de uma parede havia um enorme mostrador branco onde centenas de coloridas garrafas, potes e tubos estavam postos em ordem. Reina-a dos armários, refletiu Eve, explorando o espelho triplo e o anel de luzes. Duas cadeiras acolchoadas, notou, lado a lado.

Eles inclusive se maquiavam juntos.

A cama tinha forma de coração, o que a fez querer fazer girar os olhos. Tubos de cromo em sentido vertical a emolduravam como o polido em um lado de um bolo. As cordas penduravam dos quatro pontos.

—Não se levou seus brinquedos com ele. —Eve se agachou para examinar a caixa chapeada aberta no estou acostumado a—. Temos toda aula de delícias, Feeney. Aqui está a seringa de injeção de pressão. —Golpeou-a levemente com um dedo selado—. Se usa nas tatuagens, e esta é bastante especial.

Havia uma caixa dentro da caixa. Era de imitação em madeira, aproximadamente de 60 cm. de comprimento. Quando abriu a tampa, apareceram três níveis. Equipada ordenadamente com realces Natural Perfection.

—Não sei muito sobre esta classe de mierda, mas não parecem os produtos de um cidadão qualquer. Parecem os de um profissional.

—Ho, ho, ho. —Feeney se inclinou e recolheu uma barba branca como a neve—. Talvez veio vestido para a festa depois de tudo.

—Digo que ele a sedou, e logo se disfarçou. Hábito. —Eve se apoiou em seus talões—. Ele entra, e a seda. Uma vez que a tem aqui, a amarra, e se toma o tempo para embelezar-se. Faz-lhe a tatuagem, dispõe sua cara da maneira que gosta, todo o tempo guardando cuidadosamente seus instrumentos. Nenhuma confusão. Quando ela se recupera o bastante para saber o que segue...

Com os olhos entreabridos, Eve contemplou a cama, e transladou a cena em sua mente.

—Ela acordada. Está desorientada, aturdida. Luta. Sabe quem é. Isso a impressiona, aterroriza-a, porque sabe o que ele vai fazer lhe. Talvez lhe fala enquanto curta sua roupa.

—Parece que isto era uma bata. —Feeney levantou tiras ordenadas de um material branco transparente.

—Sim, está em casa, cômoda, para passar a noite. Está talvez emocionada ao saber que seu irmão está fora comprando seus presentes. Está nua agora, aterrorizada, olhando para cima essa cara que ela conhece. Não quer acreditar o que acontece. Nunca deseja acreditá-lo.

Mas aconteceu, pensou quando um suor úmido brotou de sua pele. Não podia detê-lo.

—Lhe tira a roupa. Arrumado que as dobra com cuidado. tira-se a barba, também. Não tem necessidade de disfarces com ela.

Logo veria sua cara, torcida, com seus olhos ardentes.

—Está excitado agora. Sem dúvida consegue um orgasmo ao saber que ela sabe quem é ele. Não necessita ou quer o disfarce. Talvez pensa que a ama depois de tudo nesse momento. Pertence-lhe. Está indefesa. Tem o poder. Mais poder porque ela o chama por seu nome quando lhe roga que se detenha. Mas ele não se detém. Não se deterá. Ele só segue forçando-a. Rasgando-a, forçando-a.

—Ouça, ouça. —Comovido, Feeney se agachou, e pôs as mãos nos ombros do Eve. Seus olhos se nublaram, sua respiração se pesou e desigual—. Vamos, moça.

—Sinto muito. —Ela fechou seus olhos.

—Está bem. —Acariciou-a torpemente. Sabia o que lhe tinha acontecido quando era menina, porque Roarke o havia dito. Mas não estava seguro se Eve estava consciente de que sabia. O melhor, figurou-se, para ambos, era fingir que não sabia—. Às vezes te aproxima muito, isso é tudo.

—Sim. —Ela teve que esfregá-la boca com o dorso da mão. Podia cheirar o horrível fedor do sexo antigo, do suor. E, pensou, de impotente terror feminino.

—Quer, uh, um pouco de água ou algo.

—Não, estou bem. Eu só... Ódio os crímenes sexuais como este. Empacotemos isto e terminemos. Pode que tenhamos sorte e recolhamos algumas impressione. —Mais estável, ficou de pé—. Logo veremos o que possam encontrar os da equipe de cena do crime. Espera. —Repentinamente, pôs sua mão no braço do Feeney—. Falta algo.

—O que?

—Cinco, é o cinco... o que é? —Fez malabares com a canção em sua mente—. Onde estão os cinco anéis de ouro?

Fizeram um registro minucioso, por cada sítio, mas não encontraram nada que encaixasse com a pauta de jóias deixadas na cena. O sangue do Eve se congelou.

—O levou com ele. Ainda necessita o número cinco. Mas não tem seus utensílios. vou comprovar o salão abaixo, ver se ele irrompeu ali. Pode terminar aqui e chamar o equipe de cena do crime?

—Sim. Cuida suas costas Dallas.

—Ele se foi, Feeney. Está de volta em seu buraco.

Mas tomou cuidado enquanto baixava ao nível da loja. Não pôde ver signos de entrada forçada nas elegantes leva do salão. Mais à frente do cristal, estava escuro.

Seguindo seu instinto, usou seu código professor para destravar as fechaduras. E tirou sua arma.

—Acender luzes, —ordenou, logo piscou ante a repentina luz deslumbrante.

Quando seus olhos se adaptaram viu a gaveta do dinheiro em efectivo/crédito atrás do mostrador de recepção aberto. E vazio.

—OH sim, deteve-te brevemente.

Primeiro estudou o quarto, com os olhos e a arma, logo avançou para as vitrines. O vidro estava inteiro, e não pôde localizar nenhum espaço entre as linhas ordenadas de produtos. Movendo-se para a esquerda, avançou por volta dos quartos de tratamento.

Todos estavam vazios, e cirurgicamente ordenados.

Decodificou outra porta e entrou no salão do pessoal e a área de armários. Estava, como o resto do salão, escrupulosamente limpo. Quase de uma forma obsessiva, decidiu quando seu sangue começou a zumbir.

Investigou os armários, desejando ter a habilidade do Roarke com as fechaduras manuais. Seu código professor não lhe serviria nos compartimentos. Necessitaria uma autorização para isso.

O quarto seguinte era o de armazenagem. E aqui a rigorosa ordem estava quebrada. As caixas de produtos estavam volteadas, as garrafas e os tubos dispersos. Imaginou que ele se precipitou dentro, desesperado por substituir seus fornecimentos, furioso por ter entrado em pânico e havê-los deixado acima.

Ele tinha destroçado as caixas, agarrando suas eleições, colocando-os em uma bolsa, ou outra caixa.

Rapidamente agora, saiu para comprovar a estação de cada consultor. Só a gente foi meio doido, as gavetas no mostrador branco brilhante atirados para fora, e saqueados. Uma gota grosa de líquido de alguma classe tinha sido derramada de uma garrafa e caiu para estender-se e solidificar-se.

Embora já sabia, se atuvo à rotina e procurou a licença do estilista. Quando a encontrou, estudou a foto.

—Não manteve sua área limpa esta vez, Simon? E tenho seu culo.

Tirou seu comunicador, avançando a pernadas rapidamente para as portas para assegurar a cena.

—Despacho, Dallas, Tenente Eve, todas os unidades requeridas no Lastrobe, Simon, última direção conhecida 4530 Este Sessenta e três, unidade 35. O sujeito pode estar armado e ser perigoso. A foto atual será transmitida imediatamente. Deter este indivíduo, suspeito de homicídio sexual, múltiplo, primeiro grau.

Despacho. Reconhecido e autorizado.

—Feeney. —Eve o chamou por seu comunicador enquanto fechava com chave de novo as portas e tirava uma etiqueta de cena do crime de sua equipe—. Assegura lá encima. Chama o Peabody para que se ocupe da equipe de cena do crime. Temos que nos mover.

 

—Nosso tipo é um pintor de caras. Jesus. —Feeney sacudiu sua cabeça com repugnância enquanto Eve conduzia para o este como uma bala—. No que se está convertendo o mundo, Dallas? Por Deus.

—Sim, ele pintou suas caras, seus corpos, jogou com seus cabelos, escutou as histórias de suas vidas, apaixonou-se, e os matou por isso.

—Crie que ele trabalhou com todos eles nesse salão?

—Talvez, mas se não, viu-os. Escolheu-os. Poderia ter tido acesso aos dados das listas de contatos com bastante facilidade, e fazer-se com eles.

—Não explica o fetiche Natalino.

—Isso surgirá uma vez que o tenhamos. —Ela gritou ao deter-se, penetrando detrás de duas patrulhas que já bloqueavam a rua. Sua insígnia estava em sua mão quando saltou—. Esteve você acima? —gritou por entre o vento e aguanieve.

—Sim, senhor. O sujeito não abriu a porta. Os homens estão apostados ali, e na saída posterior. As janelas estão escuras. Não se destacou nenhum movimento.

—Feeney? A autorização para entrar não chegou ainda?

—Ainda estou esperando-a.

—Entramos. Ao inferno com ela. —Começou a subir, passando pelas portas implacavelmente.

—Danificará o caso entrando sem uma autorização, —recordou-lhe, queixando um pouco quando ela começou a subir pela escada em vez de esperar o elevador.

—Poderia encontrar a porta aberta. —Lançou-lhe um olhar perigoso sobre seu ombro quando ele se precipitou detrás dela—. Ou não poderia?

—Mierda, Dallas. me dê cinco minutos. Pressionarei por que apurem a autorização.

Ele soprava um pouco quando alcançaram o terceiro piso, e sua cara enrugada estava brilhantemente rosada. Mas passou por diante dela e se deteve diante da porta 35.

—Só espera, maldição. Façamo-lo limpamente. Sabe que está infringindo-o.

Ela quis discutir, quis a satisfação física completa de chutar a porta e entrar. Porque era pessoal, pensou, o certo era que sentia seus próprios ossos vibrando contra seus tensos músculos.

Queria pôr suas mãos nele, que sentisse o medo, a impotência e a dor. Queria-o, compreendeu com uma dolorosa sacudida, muito.

—Conforme. —Com esforço, controlou-se—. Quando atravessarmos a porta, se o encontrarmos, você o detém, Feeney.

—Moça, é sua detenção.

—Você o deterá. Não posso te prometer que será limpo se o fizer.

Ele estudou sua cara, viu a tensão, e afirmou com a cabeça.

—Deterei-o por ti, Dallas. —Tirou seu comunicador quando emitiu um sinal sonoro—. Aqui está nossa autorização. Estamos preparados para nos mover. Prefere acima ou abaixo?

Seus lábios se curvaram, sem humor.

—Você sempre queria acima nos velhos tempos.

—Ainda o faço. Tenho feridas sob os joelhos. —Giraram como um, respirando profundamente, logo açoitando com força a porta. Quando as dobradiças arrebentaram, ela baixou, agachando-se sob o braço do Feeney, com a arma fora.

Protegendo-se cada um as costas, fizeram um varrido completo do quarto, fracamente iluminado pela esteira das luzes.

—Ordenado como uma igreja, —sussurrou Feeney—. Cheira como um hospital.

—É o desinfetante. Ordenarei as luzes. Tomarei a esquerda.

—Vê.

—Acender luzes, —ordenou, logo se moveu para a esquerda—. Simon? É a polícia. Estamos armados e autorizados. Todas as saídas estão bloqueadas. —Gesticulou para uma porta, recebeu uma adiante com a sacudida de cabeça do Feeney.

Encaminhando-se com seu laser, moveu-se, empurrando a porta com seu cotovelo de modo que saltasse contra a parede.

—Ele esteve aqui, —disse ao Feeney, explorando o quarto desordenado—. Recolheu o que pôde. foi-se.

 

—Aqui está o que temos, —começou Eve uma vez que sua equipe se reagrupou em seu escritório—. Ele é bom com os disfarces. Podemos dar sua foto aos meios, e permitir que a passem cada meia hora, mas não se parecerá com seu retrato. Suspeitamos que tem bastante dinheiro em efetivo, créditos soltos, ou diversas identificações para viajar livremente. Publicaremos pôsteres, mas as probabilidades de encontrar o dessa maneira é mínima.

esfregou-se seus cansados olhos e colocou mais cafeína em seu corpo.

—Quero que Olhe o veja, mas acredito que o que tenha sido interrompido esta noite, depois da violação, antes de sua satisfação, fará-o frustrar-se sexualmente, ao bordo, desenquadrado. É um indivíduo obsessivamente ordenado, mas deixou sua zona de trabalho e seu lar voltado para reverso em sua pressa por encontrar o que necessitava e ir-se.

—Tenente. —Embora não levantou a mão para chamar sua atenção, Peabody sentiu como sim deveria fazê-lo feito. Era de polícia a polícia e nada mais quando Eve a olhou—. Pensa que está ainda na cidade?

—Os dados que fomos capazes de reunir até agora indicam que nasceu e cresceu aqui. viveu aqui toda sua vida e é improvável que procure segurança em outra parte. O capitão Feeney e McNab seguirão procurando em seus dados pessoais, mas no momento assumimos que ainda está na área.

—Não possui transporte, —interpôs Feeney—. Nunca tomou um exame de conduzir. Tem que depender do público para mover-se.

—E o transporte público, dentro, fora, e ao redor da cidade, está no uso máximo neste momento. —Esse foi McNab, quem logo que olhou para cima desde seu trabalho no computador—. A única maneira em que poderia sair da cidade se não ter reservaciones feitas seria que lhe brotassem asas e voasse.

—De acordo. Acrescentado a isso, os outros objetivos em sua agenda estão aqui. Todas as vítimas anteriores foram que a cidade. Assustado ou não, vai ver-se obrigado a ir pelo número cinco. As Festas Natalinas são seu detonador.

Eve se moveu para a tela da parede.

—Executar Disco de Evidência, Simon, 1-H, —ordenou que—. Confiscamos dúzias de videodiscos com temas festivos de seu apartamento, —seguiu quando o primeiro cintilou na tela—. É material antigo. Alguma filme do século vinte...

—É “Uma Vida Maravilhosa”, —disse Roarke da entrada—. Jimmy Stewart, Donna Reed. —Só sorriu agradavelmente ante o cenho franzido do Eve—. Interrompo?

—É um assunto policial, —disse-lhe Eve—. Diabos, não dorme absolutamente?

Ignorando-a, Roarke entrou e se sentou no braço da cadeira do Peabody.

—tiveram uma larga noite. Posso lhes pedir algo de comer?

—Roarke...

—Homem, eu poderia comer, —disse McNab sobre as objeções do Eve.

—Há outros vídeos parecidos, —perseguiu ela, girando-se para a tela enquanto Roarke se levantava e entrava na área da cozinha—. Ele os colecionou, e discos de impressão como Ao Christmas Carol. Além disso, encontramos um grande fornecimento de pornografia, tanto em impressão como em vídeo, que seguem o tema. Executar Disco de Evidência, Simon, 68-a. Por exemplo, —disse com secura quando a tela detrás dela se completo.

Roarke retrocedeu bem a tempo para ver uma mulher, tendo posto somente a gargalhada de uma rena e um látego de roupa, ronronando “Só me chamam Bailarina”, enquanto tomava o pênis da Santa em sua boca.

—Agora, isso é entretenimento, —comentou ele.

—Há uma dúzia mais de esses, outra dúzia de filmes ilegais para ofegar, também clássicas, que não são exatamente alegres. Mas este é o ganhador. Executar Disco de Evidência, Simon, 72.

Ela lançou um olhar ao Roarke, logo se afastou.

Na tela Marianna Hawley lutava contra suas ataduras. Sua cabeça açoitava freneticamente de direita a esquerda. Chorava. Simon apareceu à vista, ainda tendo posto seu traje vermelho e a barba.

Ele irrompeu para a câmara, logo sorriu à mulher na cama.

—foste travessa ou boa, pequena?

Fica tranqüila, pequena. O aroma de caramelos em seu fôlego com o licor baixo ele. Papai vai te dar um presente.

A voz entrou em sua mente, como um sussurro em sua orelha. Mas Eve forçou a suas mãos a estabilizar-se e manteve seus olhos na tela.

—OH, penso que foste travessa, muito, muito travessa, mas vou te dar algo bom de todos os modos.

Ele se voltou para a câmara, fazendo um elegante desentupa. Deixou a peruca e a barba no lugar quando começou a acariciar-se.

—É o primeiro dia de Natal. Meu verdadeiro amor.

Ele a violou. Foi rápido e brutal. Enquanto seus gritos ressonavam pelo quarto, Eve agarrou seu café. Por amargo e asqueroso que o sentiu descer por sua garganta, o tragou.

A sodomizó. E ela deixou de gritar e só gemeu como um menino.

Seus olhos estavam frágeis quando terminou, o ritmo de seu peito bem recuperado. Tomou algo de sua caixa de realces, e o tragou.

—Acreditam que ele ingere uma mescla de ervas e substâncias químicas, em parte Exótica, para manter uma ereção. —A voz do Eve era plaina, e seus olhos permaneceram na tela. Era, para ela, uma responsabilidade para os mortos e um desafio para si mesmo. Olharia, veria. E sobreviveria.

Marianna não lutou na seguinte violação. partiu-se, Eve sabia. Longe onde já não poderia lhe doer mais. Profundamente em seu interior onde estava completamente só na escuridão.

Não lutou quando Simon começou a chorar, e a amaldiçoá-la como a uma puta, rodeando a bonita grinalda ao redor de seu pescoço e de um puxão esticando-a até que se rompeu e foi obrigado a usar suas mãos.

—OH doce Jesus. —O sussurro afogado do McNab estava cheio de horror e compaixão—. Não é suficiente?

—Agora ele a adorna, —perseguiu Eve com o mesmo tom de voz vazio—. Embeleza sua cara, penteia seu cabelo, e a cobre com a grinalda. Podem ver quando ele a emprega aí, que a tatuagem já está no lugar. Permite que a câmara se atrase nela. Ele quer isso. Quer ser capaz de vê-lo repetidas vezes quando estiver sozinho. Ver como a deixou. Como a criou.

A tela ficou em branco.

—Não necessitou um recorde de limpeza. Este disco durou trinta e três minutos e doze segundos. É quanto tomou levar a cabo essa seção de seu objetivo. Há outros discos dos assassinatos subseqüentes. Todos seguem a mesma pauta. É uma criatura de hábito e disciplina. Encontrará um lugar cômodo na cidade que ele conhece para recuperar-se, e esconder-se. Não irá por um sofá, a não ser a um bom hotel, ou outro apartamento.

—Reservar uma habitação nesta época do ano não será fácil, —interpôs Feeney.

—Não, mas é onde começaremos a olhar. Começaremos nos subúrbios. Perguntaremos a seus amigos e colegas de trabalho quando abrirem o negócio amanhã. Poderíamos conseguir algo sobre aonde iria. Peabody, encontrará-me no salão às nove, em uniforme.

—Sim, senhor.

—o melhor que podemos fazer é dormir algo, por isso fica da noite.

—Dallas, poderia estar com isto por outra hora. Se pudesse dormir aqui, poderia conseguir uma lista cedo pela manhã.

—Bem, McNab. Deixa de trabalhar no momento.

—Estou de acordo. —Feeney se levantou—. Te levarei a casa, Peabody.

—Não jogue com meus brinquedos, McNab, —acrescentou Eve quando saiu—. Me ponho realmente mal-humorada.

—Necessita um incentivo para dormir esta noite. —Roarke tomou seu braço quando começaram a avançar para o dormitório.

—Não comece.

—Não precisa sonhar esta noite. Tem que te desconectar durante umas horas, se não por ti, por aquela mulher que vimos ser tratada brutalmente.

—Posso fazer meu trabalho. —Começou a despir-se ao momento de entrar, tirando-a roupa com pressa. Necessitava uma ducha, com a água brutalmente quente para esfregar o fedor da pele.

Deixou sua roupa amontoada no chão, entrou em pernadas diretamente no banheiro, e pediu a água abrasadora.

Ele só a esperou. Ela, estava ao tanto, teria que lutar contra isso primeiro. Inclusive lutar contra ele e sua oferta de desafogo. Aquela coberta Espinosa, resistente era só um dos aspectos dela que lhe fascinavam.

E ele sabia, como se tivesse estado dentro de sua cabeça, dentro de seu coração, por isso tinha passado ao ver esse disco.

Assim quando saiu, atada como um fardo em uma bata, seus olhos muito escuros, suas bochechas muito pálidas, simplesmente abriu seus braços e a abraçou.

—OH Deus, Deus! —Ela se aferrou, seus dedos movendo-se por suas costas—. Podia cheirá-lo em mim. Podia cheirá-lo.

Destroçou-o vê-la quebrar-se, sentir seus estremecimentos e o tremor de seu coração contra o seu.

—Ele não pode te tocar outra vez.

—Ele me toca. —Sepultou sua cara em seu ombro, encheu-se com o aroma dele—. Cada vez que entra em minha cabeça me toca. Não posso detê-lo.

—Eu posso. —Tomou, e se sentou na cama para embalá-la—. Não pense mais esta noite, Eve. Só me abrace.

—Posso fazer meu trabalho.

—Sei. —Mas a que preço? perguntou-se e a balançou como um menino.

—Não quero drogas. Só a ti. Você é suficiente.

—Então dorme. Deixe ir. —Girou sua cabeça para lhe beijar o cabelo—. E dorme.

—Não vá. —Se acurrucó contra ele e suspirou uma vez, larga e       profundamente—. Te necessito. Muito.

—Não muito. Não pode ser muito.

Ela poria uma lembrança em sua caixa, pensou. Agora ele pôs um desejo ali. Uma noite, ou as poucas horas que ficassem, que dormisse em paz.

Logo a abraçou até que ela se evadiu em um sonho sem sonhos.

E a mantinha abraçada ainda quando ela despertou.

Estavam abraçados o um ao outro, sua cabeça recostada na curva de seu ombro. Em algum momento durante a noite ele se despiu e se acomodaram na cama.

ficou imóvel um momento, estudando sua cara. Parecia incrivelmente magnífico sob a luz suave. Linhas fortes, pestanas largas, grosas, e a boca de um poeta sonhador. Desejava acariciar seu cabelo, completamente sedoso, mas seus braços estavam capturados.

Beijou-o em vez disso, brandamente, tanto para lhe agradecer para despertá-lo-o suficiente para que a deixasse mover-se. Mas seu abraçou só se apertou.

—Mmm. Outro minuto.

Suas sobrancelhas se arquearam. Sua voz era espessa, pausada, e seus olhos se mantiveram fechados.

—Está cansado.

—Deus, sim.

Ela apertou seus lábios.

—Nunca está cansado.

—Estou-o agora. te deite.

Sorriu sofocadamente agora, com um bordo sonolento e irritado em seu tom.

—Fica na cama um momento.

—Maldita seja.

—Tenho que me levantar. —Ela moveu um braço para livrar-se e acariciou ligeiramente seu cabelo—. Volta a dormir.

—Faço-o sim te cala.

Ela riu, logo se deslizou livre.

—Roarke?

—OH Cristo! —Ele rodou em defesa e sepultou sua cara no travesseiro—. O que?

—Amo-te.

Ele girou sua cabeça, seus olhos pesados entreabiertos com um brilho preguiçoso que lhe fez fluir ardor, pensou, essa era sua magia. Que lhe pudesse fazê-la ter saudades o sexo depois do que tinha visto, e o que tinha experiente.

—Bem, então, volta aqui. Provavelmente posso conseguir me manter acordado o suficiente.

—Mais tarde.

Sua resposta foi um grunhido quando ele empurrou sua cara de volta ao travesseiro.

Decidindo não tomá-lo do modo equivocado, vestiu-se, ordenou café, e se atou o arnês com sua arma. Ele não tinha movido nem um músculo quando deixou o quarto.

Decidiu olhar ao primeiro McNab e o encontrou convexo em sua cadeira de sonho com o Galahad descansando sobre sua cabeça como brincalhonas gordas. Ambos roncavam.

Ao aproximar-se, o gato abriu um olho, lançou-lhe um olhar aborrecido, logo lhe ofereceu um miado irritado.

—McNab. —Quando não conseguiu nenhuma resposta dele, Eve pôs os olhos em branco e lhe deu um ligeiro golpe em seu ombro. Ele só soprou e girou sua cabeça.

O leve movimento fez que o gato se inclina mais abaixo. Galahad respondeu enterrando suas garras. McNab soprou outra vez e sorriu com satisfação em seu sonho.

—Tome cuidado com as unhas, carinho.

—Jesus. —Eve lhe deu um golpe mais forte—. Nenhum doente sexual dorme em minha cadeira, amigo.

—Né!? Vêem, bebê. —Seus olhos se abriram, frágeis e pesados, logo enfocou a cara do Eve—. Uh, Dallas, o que? Onde? —Levantou uma mão para o peso em seu ombro e a fechou sobre a cabeça do Galahad—. Quem?

—Esqueceu o por que, mas não me pergunte. Atira-o.

—Sim, sim. Homem. —Girou sua cabeça outra vez e se encontrou olho com olho com         o Galahad—. É seu gato?

—Ele vive aqui. Está o suficientemente acordado para me dar uma atualização?

—Claro, seguro. —Lutando por sentar-se, passou-se a língua ao redor de seus dentes—. Café. Por favor.

Como compartilhava o vício, foi o bastante pormenorizada para entrar na cozinha e ordenar uma taça grande, forte e negro.

O gato estava em seu regaço quando voltou, amassando as coxas do McNab e olhando-o como se o homem tivesse a audácia de protestar. McNab tomou a taça com ambas as mãos e se tragou a metade do conteúdo.

—Bem, wow. Sonhei que estava fora do planeta em alguma ilha de recurso e fabricação com uma mutante incrivelmente construída com corto em vez de pele. —Observou ao Galahad outra vez e sorriu—. Jesus.

—Não quero saber sobre suas fantasias lascivas. O que conseguiste?

—Correto. Comprovei todos os hotéis de alta qualidade na cidade. Nenhum homem só reservou um quarto ontem à noite. Verifiquei os de nível médio, com os mesmos resultados. Consegui seus dados pessoais. O disco está em seu escritório, marcado.

Ela se aproximou para recolhê-lo e o guardou em sua bolsa.

—me dê os pontos sobressalentes.

—Nosso homem tem quarenta e sete anos, nascido aqui em Nova Iorque. Seus pais se divorciaram quando tinha doze anos. A mãe tinha a custódia. —Bocejou até que sua mandíbula estalou—. O sinto. Ela nunca voltou a casar-se. Trabalho como atriz, sobre tudo produções de pouca categoria. Ela tem uma história de enfermidade mental. Passou-a dentro e fora de residências de loucos... em sua major parte depressão. Eles não deram com a causa porque se matou o ano passado. Adivinha quando?

—Natal.

—Deu no branco. Simon obteve uma boa educação, dobro especialidade. Teatro e cosmetología. Tem título de ambos. Fez algumas intervenções como produtor de maquiagem. Assumiu o controle do salão faz dois anos. Nunca se casou, enterrou-se compartilhando a vida com sua mãe.

Fez uma pausa para beber ruidosamente mais café.

—Não está pobre de créditos, mas os tratamentos de sua mãe tiraram grandes partes de suas contas. Não tem antecedentes penais. Nada além de exames padrões e verificações físicas, e nenhum tratamento mental.

—Cópia os dados pessoais para Olhe, logo vê o que possa desenterrar do pai. Cobre as contas de hotel. Ele teve que ir a algum sítio.

—Posso tomar o café da manhã?

—Já sabe onde está a cozinha. Estarei fora. Manten atualizada.

—Seguro. Uh, Dallas, você e Peabody estão bem?

Eve arqueou as sobrancelhas.

—por que não deveríamos está-lo?

—Só me pareceu que estava um pouco se separada de ti.

—Manten atualizada, —repetiu, e o deixou bebendo café, arranhando as orelhas do gato, e desconcertado.

 

Eve decidiu que seu ajudante tinha dormido ou em uma tabela ou havia posto extra amido em sua uniforme. Peabody estava rígida e frágil como uma torrada queimada.

Mas foi pontual. Trocando cabeçadas mas bem que palavras, entraram juntas no salão. Yvette já estava detrás de seu mostrador, afanosamente conectando o horário do dia.

—Você está conseguindo ser uma regular, —disse ao Eve—. Deveria me deixar lhe dar uma manicura ou algo.

—Tem um quarto de tratamento vazio?

—Tenho um par, mas nenhum assessor livre até as duas.

—Tome-se cinco, Yvette.

—Perdão?

—Minutos. Tenho que falar com você. Usaremos um desses quartos vazios.

—Estou realmente ocupada.

—Aqui ou na Central de Polícia. Vamos.

—OH, por amor de Deus. —Com um aborrecimento irritado, Yvette empurrou seu tamborete—. me Deixe estabelecer um droide de reserva. Nós não gostamos de usar droides. Não são como o pessoal.

Ela se escabulló girando na esquina e decodificou um gabinete alto. O droide dentro estava maravilhosamente arrumado e penteado, equipado em um elegante skinsuit cor bolo a jogo com sua pele dourada profunda e cabelo vermelho aceso. Quando Yvette inicializou, o droide abriu seus grandes olhos azuis de bebê, piscou com suas pestanas grosas, pesadas, e sorriu.

—Posso lhe ajudar?

—Assuma o mostrador de recepção.

—Estou feliz de ajudá-la. Você se vê encantada hoje.

—Bem. —Obviamente zangada, Yvette se girou—. Ela diria isso embora tivesse a cara coberta de verrugas. Esse é o problema com os droides. Espero que possamos fazer isto rápido, —acrescentou, esclarecendo enquanto caminhava de retorno—. Ao Simon não gosta que deixamos nossos lugares exceto em pausas previstas.

—Ele não vai ser um problema. —Eve entrou no quarto de tratamento e desejou que não recordasse a um quarto de autópsia—. Quando foi a última vez que falou com o Simon?

—Ontem. —Já que estava ali, Yvette recolheu uma luva de massagem, o pôs, e o usou. Cantarolou baixo enquanto o passava sobre seu pescoço e ombros—. Ele tinha que trocar um peito às quatro, termino às seis. Se você o necessitar, estará aqui em qualquer momento. O fato é, que se supunha que ele abriria. Os dias antes de Natal estamos cheios de entrevistas.

—Eu não o esperaria hoje.

Yvette piscou e a luva de massagem tremeu quando sua mão se sacudiu.

—Aconteceu- algo mau ao Simon? Sofreu um acidente?

—Algo mau com o Simon, mas não, não sofreu um acidente. Atacou ao Piper Hoffman ontem à noite.

—Atacar? Simon? —Yvette borbulhou uma risada—. Você está perdendo o tempo, Tenente.

—matou a quatro pessoas, violou e assassinou a quatro pessoas, e quase fez o mesmo ao Piper ontem à noite. Ele escapou. Onde iria?

—equivoca-se. —A mão do Yvette tremeu quando se arrancou a luva—. Tem que estar equivocada. Simon é aprazível e doce. Não poderia fazer machuco a ninguém.

—Quanto o conheceu você?

—Eu... Faz um par de anos, desde que assumiu o controle do salão. Você tem que estar equivocada. —Yvette levantou as mãos, logo as pressionou em suas bochechas—. Piper? Disse que atacou ao Piper? Está gravemente ferida? Onde está?

—Está em vírgula, no hospital. Simon foi interrompido antes de que tivesse terminado com ela, e escapou. Voltou para seu apartamento, mas não está ali agora. Onde iria?

—Não sei. Não posso acreditar isto. Está segura?

Eve manteve seus olhos nivelados e frios.

—Estou segura.

—Mas ele adorava ao Piper. Era seu assessor, o seu e do Rudy. Ele fez todo seu trabalho. Chamava-os os Anjos Gêmeos.

—Quem mais é próximo a ele? A quem lhe falava sobre sua vida pessoal? Sua mãe?

—Sua mãe? Ela morreu o ano passado. Ficou devastado. Ela sofreu um acidente e morreu.

—Lhe disse que sofreu um acidente?

—Sim, deprimiu-se ou algo, na banheira. afogou-se. Foi horrível. Eram realmente unidos.

—Lhe falou sobre ela?

—Sim, trabalhamos juntos, passamos muitas horas aqui. Somos amigos. —Seus olhos se nublaram—. Não posso acreditar o que você me diz.

—Deveria acreditá-lo, por sua própria segurança. Onde iria ele, Yvette? Se está assustado, se não poder ir a casa. Se tiver que esconder-se em algum sítio.

—Não sei. Sua vida estava aqui. O salão, sobre tudo depois de que perdeu a sua mãe. Não acredito que tivesse mais família. Seu pai morreu quando era menino. Ele não me chamou. Juro que ele não o fez.

—Se o fizer, quero que você fique em contato comigo imediatamente. Não se arrisque com ele. Não se reúna a sós com ele. Não abra a porta se for a sua casa. Tenho que entrar em seu armário, e entrevistar ao resto do pessoal.

—Bem. Arrumarei-o. Ele não esteve atuando estranho nem nada. —Yvette arrojou uma lágrima de suas pestanas quando se levantou—. Ele estava cheio de entusiasmo pelo Natal. É realmente sentimental, sabe. E o ano passado, a perda de sua mãe pôs uma nuvem durante as festas para ele.

—Sim, pois ele o está compensando esta vez. —Eve andou pelo quarto de pessoal, e jogou uma olhada brevemente a um robusto assessor que se tirava de um gole uma nutri-bebida verde de hortelã.

—Ele trocou o código, —murmurou Yvette—. O tem bloqueado. Não posso abri-lo sem seu novo código.

—Quem é responsável aqui sim ele está fora?

Yvette apagou um fôlego.

—Seria eu.

Eve tirou sua arma, inclinou sua cabeça.

—Isto o abrirá, mas você tem que me dar o consentimento para a entrada forçada.

Yvette simplesmente fechou seus olhos.

—Siga adiante.

—Gravou-o, Peabody?

—Sim, senhor.

Eve ajustou a olhe, apontou, e disparou à fechadura. A arma deu uma rajada amortecida, e jogou faíscas. Logo o metal se separou e se estrelou no chão.

—Jesus, Yvette, que demônios?

—É assunto policial, Stevie. —Ela agitou uma mão para o boquiaberto assessor—. Tem um brilho às nove e trinta. Continua e te ocupe disso.

—Simon vai se zangar, —disse ele com uma sacudida de cabeça quando deixou o quarto.

Dando um passo ao lado do Peabody para assim poder conseguir um ângulo reto na gravação, Eve tocou com um dedo o bracelete.

—Mierda. —Ela se estremeceu e se chupou a gema do dedo—. Muito quente.

—Tenta com isto. —Peabody lhe deu um lenço dobrado com esmero de seu bolso. Seus olhos se encontraram brevemente.

—Obrigado. —Usando o tecido, Eve cobriu o bracelete e abriu a porta do armário—. Santa teve pressa, —murmurou.

O traje vermelho estava enrolado e arrojado no armário. As botas negras altas, e brilhantes estavam em cima. Inclinando-se, Eve tirou uma lata de Selador de sua bolsa, cobriu suas mãos.

—Vejamos que mais temos.

Havia duas latas de desinfetante, meia caixa de sabão herbário, tubos de nata protetora, um aparelho sem receita médica que prometia destruir gérmenes com ondas sonoras de alta freqüência. Encontrou outra caixa de trabalho de tatuagem junto com palmilhas para vários desenhos complicados.

—Isto o afunda. —Eve tirou uma folha magra com letras estilizadas:

 

                             MEU VERDADEIRO AMOR

—Empacota tudo, Peabody, e há os acertos para um recolhimento. Quero tudo isto no laboratório dentro de uma hora. Estarei naquele quarto de tratamento fazendo as entrevistas.

Não conseguiu nada mais do pessoal. Simon tinha sido amado e apreciado por sua gente. Eve ouviu palavras como compassivo, generoso, pormenorizado. E pensou no horror e a dor nos olhos da Marianna Hawley.

A viagem ao hospital para comprovar o estado do Piper foi feito em silêncio. Embora o controle do clima do novo veículo bombeasse um agradável calor, o ar parecia muito frio.

Bem, pensou Eve. Muito bem. Se Peabody queria andar ao redor com um pau no culo era seu problema. Não afetaria o trabalho.

—Chama o McNab. —Eve caminhou para o elevador, olhando fixamente para frente—. Vê se tiver obtido mais localizações possíveis do Simon. Logo vê se Olhe conseguiu os dados pessoais.

—Sim, senhor.

—me chame senhor outra vez nesse tom mucosa, e vou surrar te com um cinturão.           —Com isto Eve se afastou para o elevador e deixou ao Peabody franzindo o cenho detrás dele.

—Estado do Piper, —disse Eve e aplaudiu sua insígnia no mostrador da estação de enfermeiras.

—A paciente Piper está sedada.

—O que quer dizer com que está sedada? Saiu do vírgula?

A enfermeira levava posta uma túnica vistosa lotada por flores da primavera e uma expressão acossada.

—A Paciente Piper recuperou o conhecimento faz aproximadamente vinte minutos.

—por que não ficaram em contato comigo? supõe-se que estava famoso em seu gráfico.

—Estava, Tenente. Mas a paciente recuperou o conhecimento com seus pulmões em alto. Estava incoerente, histérica e violenta. Fomos obrigados a imobilizá-la e sedá-la por recomendação do médico encarregado e com a aprovação do familiar mais próximo.

—Onde está o familiar mais próximo agora?

—Está no quarto com ela, onde esteve toda a noite.

—Chame pelo alto-falante ao médico encarregado. Traga-o aqui. —Girando os talões, Eve cruzou de um limiar o corredor e entrou no quarto do Piper.

Ela parecia dormir como uma fada. Pálida, loira e bonita. Havia sombras delicadas sob seus olhos e um débil rubor rosado pela medicação remontava seus maçãs do rosto.

A uma curta distância da cama, os monitores piscavam. O quarto em si mesmo estava adornado como o salão de uma suíte de um hotel elegante. Quão pacientes tinham os meios podiam permitir-se curar-se com classe e comodidade.

A primeira lembrança do Eve de um tratamento médico tinha sido um quarto horrível e estreito, alinhado com camas horrorosas, e estreitas onde as mulheres e as moças gemiam de dor ou miséria. As paredes eram cinzas, as janelas negras, e o ar denso com o fedor da urina.

Tinha tido oito anos, tinha estado destroçada e sozinha, sem nem sequer a lembrança de seu próprio nome para consolá-la.

Mas Piper não despertaria com igual desconforto. Seu irmão estava sentado ao lado da cama, sustentando sua mão, brandamente, como se fosse romper se como o cristal magro com a pressão equivocada.

Estava tranqüilo e quantidades de flores, em cestas, em fontes, em montões, e floreiros transbordados. Música, algo aprazível com cordas, soava silenciosamente.

—Despertou gritando. —Ele não levantou a vista, mas sim manteve seus olhos angustiados na cara de sua irmã—. me Gritando que a ajudasse. Fez uns sons que nem sequer soavam como humanos.

Ele levantou essa mão larga, estreitou-a e a esfregou brandamente sobre sua bochecha.

—Mas não me reconheceu; golpeou-me, e às enfermeiras. Não sabia quem era eu, nem onde estava. Pensou que estava ainda... Pensou que ele estava ainda com ela.

—Disse algo, Rudy? Disse seu nome?

—Ela o gritou. —Sua cara pareceu ter perdido sua presença assim como sua cor quando levantou a cabeça. Estava sem vida, pálido—. Ela disse seu nome. “OH Deus por favor”, —disse ela—, “Simon, não. Não o faça, não o faça, não o faça”. Repetidas vezes, uma e outra vez.

A compaixão, por ambos, oprimiu seu coração.

—Rudy, tenho que falar com ela.

—Tem que dormir. Tem que esquecer. —Ele levantou sua outra mão e acariciou o cabelo do Piper—. Quando estiver melhor, quando for capaz, me vou levar isso A algum lugar quente, ensolarado e cheio de flores. Ela se aliviará ali, longe de tudo isto. Sei o que você pensa de mim, de nós. Não me preocupa.

—Não importa o que pense de você. Ela é o que importa. —aproximou-se, de modo que pudessem estar um frente ao outro a ambos os lados da cama—. Não se aliviaria mais facilmente, Rudy, sabendo que o homem que lhe fez isto está encerrado? Tenho que falar com ela.

—Não pode obrigá-la a falar disso. Você não pode entender o que sentirá, o que é para ela.

—Posso entendê-lo. Sei pelo que passou. Sei exatamente pelo que passou, —disse Eve, marcando suas palavras enquanto Rudy estudava sua cara—. Não lhe farei mal. Quero encerrar a esse homem, Rudy, antes de que lhe faça o que fez a ela, ou algo pior, a alguém mais.

—Tenho que estar aqui, —disse ele depois de um comprido momento—. Ela me necessitará aqui... e ao doutor. O doutor tem que ficar. Se se alterar muito, quero que a sede outra vez.

—Bem. Mas tem que me deixar fazer meu trabalho.

Ele afirmou com a cabeça, e voltou seus olhos para a cara do Piper.

—Ela... Quanto tempo... Se você souber como é para ela, quanto tempo tomará esquecer?

OH Jesus.

—Nunca o esquecerá, —disse Eve rotundamente—. Só viverá com isso.

 

—Isto despertará gradualmente. —O doutor era jovem, com olhos que ainda tinham a compaixão e a lealdade de sua arte. Acrescentou a medicação intravenosa ele mesmo antes de ordenar a fastidiosa tarefa a algum ajudante médico ou enfermeira—. vou mantê-la sedada um par de níveis de modo que não se agite muito.

—Necessito-a coerente, —disse-lhe Eve, e ele estalou aqueles suaves olhos marrons sobre sua cara.

—Sei o que necessita, Tenente. Geralmente não consentiria em deter a sedação de uma mulher na condição da paciente Piper. Mas entendo a necessidade neste caso. Agora você entenda, ela precisa seguir estando tão tranqüila como é possível.

Ele emprestou sua atenção aos monitores mantendo seus dedos na boneca do Piper.

—Está estável, —disse ele, logo olhou para trás ao Eve—. A recuperação, tanto física como emocionalmente, de um trauma desta classe, é um difícil processo.

—Você alguma vez esteve nas salas de violação no Alphabet City?

—Não há nenhuma sala de violação naquela área.

—Havia até faz aproximadamente cinco anos, até que reestruturaram as exigências de licença e honorários padrões dos Companheiros Autorizados da rua. Nas salas em sua major parte havia putas guias de ruas, sobre tudo jovens, também. Os moços e as moças recém chegados do campo os quais não sabiam dirigir a seus clientes se estimulavam com o Zeus ou Exótica. Trabalhei nesse setor durante seis miseráveis meses. Sei o que faço aqui.

O doutor afirmou com a cabeça, levantando a pálpebra de seu paciente.

—Está voltando em si. Rudy, permita que ela o veja primeiro. lhe fale, tranqüilize-a. Mantenha sua voz tranqüila e acalmada.

—Piper. —Rudy pôs um arremedo de sorriso quando se inclinou na cama—. Querida, sou Rudy. Está bem. Está comigo. Está completamente segura. Está comigo. Pode me ouvir?

—Rudy? —Ela pronunciou mal a palavra, mantendo seus olhos fechados, mas girando sua cara para o som de sua voz—. Rudy, o que aconteceu? O que aconteceu? Onde estava?

—Estou aqui agora mesmo. —Uma lágrima caiu por sua bochecha—. Estarei aqui mesmo.

—Simon, ele me machucou. Não posso me mover.

—Ele se foi. Está segura.

—Piper. —Eve pôde ler o pânico sob o brilho de medicação em seus olhos quando piscou para Me abri-los recorda?

—A polícia. A Tenente. Você quis que dissesse coisas más sobre o Rudy.

—Não, só quero que me diga a verdade. Rudy está aqui mesmo. Ele vai ficar aqui mesmo enquanto você fala comigo. me diga o que lhe aconteceu. me fale sobre o Simon.

—Simon. —As luzes nos monitores se elevaram—. Onde está?

—Não está aqui. Não pode lhe fazer danifico agora. —Brandamente, Eve tomou agitada mão do Piper que ondeava como se rechaçasse um golpe—. Nunca voltará a machucá-la. Manterei-o muito longe de você, mas tem que me ajudar. Tem que me dizer o que ele fez.

—Ele veio à porta. —Seus olhos se fecharam, e Eve podia ver o rápido movimento detrás das delicadas pálpebras—. Me pus feliz de vê-lo. Eu tinha seu presente de Natal, e ele tinha uma grande caixa chapeada. Um presente. Pensei, Simon nos trouxe um presente ao Rudy e a mim. Disse-lhe, Rudy não está. Ele sabia... Não, você não está completamente sozinha, está comigo. Ele me sorriu Y... pôs sua mão sobre meu ombro.

—Enjoada, —ela murmurou—. Eu estava tão enjoada, e não podia ver muito bem. Tenho que me deitar, sinto-me tão estranha. Ouço-o, ouço-o me falando, mas não o entendo. Não posso me mover, não pode abrir os olhos. Não posso pensar.

—Pode recordar algo do que ele disse naquele momento? Algo?

—Eu era formosa. Ele sabia me fazer mais formosa. Algo frio em minha perna, fazendo cócegas minha coxa, e me fala. Ele me ama, só a mim. Amor verdadeiro, quer que eu seja seu amor verdadeiro. Eu não o era, mas poderia sê-lo. Os outros não importam. Só eu. Segue falando, mas não posso lhe responder. Todos os outros amores estão mortos porque não eram verdadeiros. Não eram puros, inocentes. Não! —Repentinamente atirou sua mão do Eve e tentou rodar para o lado.

—Está bem. Está a salvo. Sei que a machucou, Piper. Sei quanto dano lhe fez, e que estava aterrorizada. Mas não tem que ter medo agora. —Firmemente agora, Eve tomou sua mão—. me Olhe, me fale. Não deixarei que a machuque outra vez.

—Ele me atou. —As lágrimas correram por sua cara—. Me atou na cama. Tirou-me a roupa. Pedi-lhe que não o fizesse. Ele era meu amigo. disfarçou-se. Horrível. Havia uma câmara e ele posou e sorriu e me disse que eu tinha sido uma moça má. Seus olhos, havia algo perverso com seus olhos. Eu gritava, mas ninguém podia me ouvir. Onde está Rudy?

—Estou aqui. —Ele afogou as palavras, pressionou seus lábios em sua frente, suas têmporas—. Estou aqui.

—Fez-me coisas. Violou-me, e doeu tanto. Disse que eu era uma puta. A maior parte das mulheres eram putas, atrizes que fingiam ser diferentes, mas só eram putas. E a maior parte dos homens só as usavam, logo as deixavam. Eu era uma puta e ele podia fazer o que quisesse. E o fez, seguiu me machucando. Rudy, segui rogando que o detivesse. Faz-o deter-se!

—Rudy chegou, —disse-lhe Eve—. Rudy chegou e o deteve.

—Rudy chegou?

—Sim, lhe ouviu, chegou e a cuidou.

—Ele se deteve. Sim, ele se deteve. —Ela fechou seus olhos outra vez—. Havia gritos, ruídos e alguém que chorava, com muita força. Chorava por sua mãe. Não recordo mais.

—Bem. Você o fez bem.

—Você não deixará que ele volte? —Seus dedos apertaram ao Eve—. Não deixará que me encontre?

—Não, não lhe deixarei voltar.

—Ele pôs seu corpo sobre mim, —recordou Piper—. Me orvalhou algo por toda parte.           —mordeu-se o lábio—. Em mim. Seu corpo, tinha sido depilado. Estava imberbe. Tem uma tatuagem em seu quadril.

Isso era novo, refletiu Eve. Ele não tinha tido nenhuma tatuagem nos vídeos que ela tinha investigado.

—Recorda como era?

—Dizia, “Meu Amor Verdadeiro”. Me mostrou isso, quis que eu o visse. Disse que era novo, permanente, não um temporário. Porque estava cansado de ser temporário com todos os que ele amou. E eu chorava, lhe dizendo que nunca o tinha machucado. Então ele chorou, também. Disse que ele sabia, que estava arrependido. Que não sabia que mais fazer.

—Pode recordar algo mais?

—Disse que eu sempre o amaria, porque ele seria meu último. E que sempre me recordaria, porque eu tinha sido seu amiga. —Velado-o se limpou de seus olhos. Agora só pareciam cansados—. ia matar me. Já não era Simon, Tenente. O homem que me fez isto, não o conhecia. transformou-se em alguém mais nesse quarto. E penso que isso o assustou quase tanto como me assustou .

—Você não tem que estar assustada agora. O prometo. —Retrocedendo, Eve olhou ao Rudy—. Saiamos um minuto e deixe que o doutor examine a sua irmã.

—Voltarei em seguida. —Ele pressionou seus lábios nos nódulos do Piper—. Estarei justo fora da porta. Não quero deixá-la, —disse-lhe logo que a porta se fechou detrás deles.

—Ela vai ter que falar com alguém.

—Já falou o bastante. Disse-lhe tudo, por amor de Deus...

—Necessitará orientação, —interrompeu Eve—. Necessitará tratamento. Levar-lhe não vai ajudar a lhe fazer frente. Dava-lhe um cartão faz um par de dias, una minha com um nome e número no reverso. Fique em contato com a doutora Olhe, Rudy. Deixe que ajude a sua irmã.

Ele abriu a boca, logo a fechou outra vez e pareceu fazer um esforço para controlar-se.

—Você foi muito amável com ela ali dentro, Tenente. Muito suave. E ouvindo-a descrever o que lhe passou, entendo por que você não foi, nem amável, nem suave comigo quando acreditou que eu era responsável por... o que aconteceu a outros. Estou-lhe agradecido.

—me pode agradecer isso quando o tiver apanhado. —Ela se balançou para trás em seus talões—. Você o conhece bastante bem, verdade?

—Pensei que o fazia.

—Aonde iria ele? Existe algum lugar, uma pessoa?

—Eu haveria dito que ele tinha recorrido ao Piper ou a mim. Passamos muito tempo na companhia do outro, profissional e pessoalmente. —Fechou os olhos—. O que explica como foi capaz de ter acesso às listas de contatos. Nenhuma pessoa na organização o tivesse questionado. Se lhe houvesse dito isso, se lhe tivesse aberto as portas livremente em vez de tratar de me proteger a mim e a meu negócio, poderia ter prevenido isto.

—Justifique-se agora. me conte sobre ele, sobre sua mãe.

—Ela se suicidó. Não sei se alguém está informado disso, mas eu sim.                                    —Distraídamente, Rudy se beliscou a ponte do nariz—. Estava transtornado uma noite e me disse isso. Era uma mulher doente, mentalmente instável. Culpou a seu pai. divorciaram-se quando Simon era um menino e sua mãe nunca o superou. Estava segura que seu marido voltaria um dia.

—Era seu verdadeiro amor?

—OH Deus. —Agora se cobriu a cara—. Sim, sim, suponho. Era uma atriz, não uma particularmente bem-sucedida, mas Simon pensava que era maravilhosa, impressionante. Adorava-a. Mas freqüentemente estava triste por seu comportamento. deslizava-se em depressões e havia homens. Utilizava aos homens para fortalecer seu ânimo. Ele era o mais tolerante dos homens, mas nessa área, era muito fechado de mente. Era sua mãe e não tinha nenhum direito de entregar-se sexualmente. Só me falou sobre isso uma vez, pouco depois de sua morte quando estava aturdido pela pena. Ela se enforcou. Encontrou-a a manhã de Natal.

 

—É uma conexão perfeita. —Peabody estava sentada rigidamente no assento de passageiros enquanto Eve lutava contra o trânsito—. Ele tem um complexo com sua mãe, e a substitui, castigando-a, amando-a, cada vez que escolhe a uma vítima. Os dois homens representam a seu pai, ou suas próprias preferências sexuais dominantes.

—Obrigado pelo boletim, —disse Eve com secura, logo golpeou o volante com a palma de sua mão quando ficou bloqueada outra vez por todos os lados—. Este maldito Natal de mierda! Não é de sentir saudades que os hospitais e as clínicas mentais façam grandes negócios em dezembro.

—É Véspera de Natal.

—Sei que demônios de dia é, maldita seja. —Reteve os mandos em ascensão vertical, virou bruscamente para a esquerda, e passou como um raio através dos terraços e os carros detidos.

—Uh, o maxibus.

—Tenho olhos. —Eve passou roçando o ônibus por uma pequena polegada.

—Aquele Táxi Rápido vai ao Peabody se afirmou e fechou seus olhos quando o táxi, obviamente do mesmo humor que Eve, lançou-se para cima fora da linha do tráfico.

Eve amaldiçoou, desviou o pára-choque amolgado, arrancou, e prendeu a sereia ao máximo.

—Aterrissa, estúpido filho de cadela. —inclinou-se, rodeou, e colocou seu carro de modo que oscilasse metade na rua, metade na calçada diante de uma massa de pedestres irritados.

Saiu de repente e avançou com passo majestoso para o táxi. O condutor saiu de repente e andou com passo majestoso para ela. Peabody poderia lhe haver dito que se ele queria ir nariz com nariz com um poli, tinha escolhido mau.

Mas, pensou, enquanto saía e dava cotoveladas por entre a multidão, talvez lhe chutar o culo a um taxista poria ao Eve de melhor humor.

—Fiz gestos. Tenho direito a uma ascensão vertical quão mesmo você. Não tinha suas luzes ou sereia acesas, verdade? A cidade vai pagar por aquele batente, correto? Vocês os policiais não possuem o caminho. Não vou tirar os créditos de meu bolso pelo dano, irmã.

—Irmã?

Peabody realmente se estremeceu pelo cortante tom frio do Eve. detrás das costas do Eve sacudiu sua cabeça com compaixão pelo condutor e tirou seu computador pessoal para a infração.

—me deixe lhe dizer algo, irmão. A primeira coisa que vai fazer é dar um passo atrás de minha cara antes de que eu lhe encerre por assalto a um oficial.

—Ouça, nunca lhe pus as mãos em cima...

—Pinjente retroceder. Vejamos a que velocidade pode assumir a posição.

—Jesus, é só um pára-choque amolgado.

—Quer resistir?

—Não. —Resmungando, girou-se, estendeu suas pernas e pôs suas mãos no teto de seu táxi—. Homem, é Véspera de Natal. nos permitamos acabar com isto aqui. O que opina?

—Eu diria que você deveria aprender a ter um pouco de respeito pelos policiais.

—Senhora, minha primo é polícia na quarta.

Com os dentes apertados, Eve tirou de repente sua insígnia e a pegou em sua cara.

—Veja isto. Isto diz Tenente, não irmana, nem senhora. Você poderia me dizer quem é sua primo polícia na quarta.

—Brinkleman, —ele resmungou—. Sargento Brinkleman.

—Você lhe diz ao Sargento Brinkleman da quarta que fique em contato com Dallas, Homicídios, Central de Polícia, e lhe conta por que sua primo é um indesejável. Se ele explicar este fator a minha satisfação, não lhe retirarei sua licença e não reportarei o fato que você amolgou um veículo oficial no tráfico aéreo. Entendeu isso?

—Sim, entendi-o. Tenente.

—Agora, vá-se rapidamente daqui.

Castigado, o condutor se escabulló envergonhado em seu veículo, encurvou-se, e esperou pacientemente por uma interrupção no tráfico. Como seu gênio ainda estava em ebulição, Eve girou e cravou um dedo no Peabody.

—E você, sim quer seguir te deslocando comigo hoje, te tire o pau do culo.

—Respetuosamente, Tenente, eu estava inconsciente de ter qualquer objeto estranho naquela região.

—Sua tentativa de humor não é apreciada neste momento, Oficial Peabody. Se você estiver descontente de sua posição como meu ajudante, pode solicitar a reasignación.

O coração do Peabody se entupiu em sua garganta.

—Não quero a reasignación. Senhor, não estou descontentado em minha posição.

Logo que agüentando um grito, Eve girou afastando-se e cruzou por entre o tráfico de pedestres, ganhou uns poucos machucados e comentários grosseiros, logo retornou.

—Você segue. Segue utilizando esse tom de academia comigo, vamos terminar isto.

—Acaba de me ameaçar me desprezando.

—Não o fiz. Ofereci-te a opção de te atribuir a outra parte.

A voz do Peabody vacilou, assim que se controlou.

—Senti, e ainda sinto, que ultrapassou os limites ontem à noite em referência a minha relação com o Charles Monroe.

—Sim, deixou-o claro.

—Foi inadequado que meu oficial superior criticasse minha opção de acompanhante. Era um assunto pessoal, Y...

—Maldita seja, era pessoal. —Os olhos do Eve se obscureceram, mas não, notou Peabody com indignação, ou cólera. Ali havia dor—. Eu não falava como seu oficial superior ontem à noite. Nunca considerei que lhe falava com meu ajudante. Pensei que lhe falava com uma amiga.

Peabody se encheu de vergonha dos dedos dos pés até o cocuruto.

—Dallas...

—Uma amiga, —ela disparou—, quem olhava médio derretida a um Companheiro Autorizado. Um Companheiro Autorizado que era um suspeito em uma investigação em curso.

—Mas Charles...

—Desço na lista, —estalou Eve—, mas ainda nela, porque tinha sido emparelhado com uma vítima e com uma das tentativas.

—Nunca creíste que Charles fora o assassino.

—Não, acreditei que era Rudy, e me equivoquei. Poderia me haver equivocado sobre o Charles Monroe, também. —E a possibilidade a rasgou—. Leva o veículo de volta à Central. Ponha ao dia ao Capitão Feeney e à Comandante Whitney com os últimos dados com respeito a nosso caso atual. lhes informe que permanecerei fora.

—Mas...

—Leva o maldito veículo à Central, —estalou Eve—. É uma ordem de um oficial superior a seu ajudante. —Girou e cruzou caminhando por entre a multidão. Esta vez não voltou.

—OH mierda. —Peabody se desabou no teto do carro, ignorando as mal-humoradas buzinas, a explosão de insidiosa música festiva que emanava de uma cristaleira ao outro lado da calçada repleta—. Peabody, é uma idiota.

Sorveu, colocou a mão em seu bolso para tirar seu lenço, logo recordou que Eve não o havia devolvido. Passando o reverso da mão sob o nariz, subiu ao carro e se dispôs a cumprir as ordens.

 

Quando Eve alcançou a esquina da Quarenta e um, acalmou-se o suficiente para compreender que não ia caminhar outras trinta quadras ao laboratório para meter-se com o Dickie.

Uma olhada para a multidão lotada e apertada, e sobre as pessoas nos escorregadores a convenceu de que não estava a ponto de ir por essa rota, tampouco.

Uma nova onda de pedestres a agarrou totalmente pelas costas e a varreu outra meia quadra antes de que pudesse conseguir defender-se e arremeter para limpar seu caminho. afogou-se pelo vapor de um posto móvel de comida que fazia laboriosos negócios com cães de soja assados à churrasqueira, piscou as lágrimas que ficavam em seus olhos, e tirou sua insígnia.

Saiu do meio-fio da calçada, arriscou sua vida e seus membros avançando diretamente na trajetória de um táxi que se aproximava, logo aplaudiu sua insígnia no pára-brisa.

Subindo, tratou de esfregar a tensão dos últimos minutos em sua cara, logo deixou cair as mãos em seu regaço e encontrou os olhos miseráveis do condutor no espelho.

Reconhecendo ao Detetive Brinkleman, o primo da quarta, soltou uma curta gargalhada.

—Acaba de encontrá-lo, verdade?

—Este foi um dia de mierda totalmente, —resmungou ele.

—Ódio o Natal.

—Não estou muito afeiçoado com ela eu mesmo neste momento.

—me deixe na Dezoito. Seguirei de ali.

—Poderia caminhar e chegar mais rápido.

Ela lançou outro olhar à calçada lotada.

—Cruzamento e lance se. Está autorizado, dirigirei-o com Tráfico.

—Você é o chefe, Tenente.

Ele saiu como um raio, e Eve fechou seus olhos, admitindo que a dor de cabeça que subia por suas têmporas não ia desaparecer evidentemente sem tragar umas substâncias químicas.

—Tem alguma queixa pelo do pára-choque? —lhe perguntou.

—Com a maneira em que estas unidades são golpeadas? Nah. —Ele girou em um ângulo na esquina da Dezoito—. Eu não lhe faltaria o respeito, Tenente. Este tráfico festivo, pode te fazer incomodo.

—Sim. —Tirou uns créditos, deixou-os cair na ranhura de pagamento—. Nem sequer o chamaremos.

—Aprecio-o. De todos os modos, Muito Feliz Natal.

Sua risada era um pouco mais solta quando ela saiu.

—O mesmo para você.

O tráfico de pedestres era ligeiro no setor que albergava o laboratório criminal, depósito de cadáveres e os tribunais. Não um inferno de lugar para comprar, refletiu quando cruzou pela metade da quadra.

voltou-se para o feio edifício que tinha sido alguma visão de um idiota arquiteto relacionado com a economia de alta tecnologia, cruzou o vazio vestíbulo, e passou pelo arco de segurança.

O droide de serviço a saudou com a cabeça quando pôs a palma na placa, recitou seu nome, fila, código, e destino. Já livre, tomou o escorregador para baixo, e franziu o cenho quando viu os vestíbulos e escritórios vazios. Em meio da tarde, em meio da semana, pensou. Onde infernos estavam todos?

desceu-se no laboratório. E encontrou uma tremenda festa

A música soava sobre a risada selvagem. Alguém lhe deu um copo com um fluido verde suspeito nadando dentro, em sua mão. Uma mulher que não tinha posto nada mais que uma bata de laboratório e micro-óculos dançava pelo lugar. Eve conseguiu lhe agarrar a manga da bata e a girou.

—Onde está Dickie?

—OH, por algum lugar. Tenho que me conseguir um reposto.

—Toma. —Eve empurrou o copo em sua mão e avançou por entre os corpos e a equipe. Divisou ao Dickie sentado acima de uma mesa de amostras com sua mão em cima da saia de uma técnica bebida.

Ao menos Eve assumiu que a tecnóloga estava bebida. Como mais poderia agüentar esses dedos magros entre suas pernas?

—Ouça, Dallas, te una à festa. Não é tão elegante como sua pequena reunião, mas o tentamos.

—Onde infernos estão meus informe? Onde estão meus resultados? Que mierda acontece aqui?

—Ouça, é Véspera de Natal. te anime.

Levantou a mão, agarrou-o pelo fronte da camisa, e o atirou da mesa.

—Tenho quatro corpos e uma mulher no hospital. Não me jodas me dizendo que me anime, pequeno vesgo filho de cadela. Quero meus resultados das provas.

—O laboratório fecha às dois em ponto a Véspera de Natal. —Ele tratou de empurrar sua mão, mas não a moveu—. É oficial. São depois das três, bonita.

—Por amor de Deus, ele está aí fora. Viu o que fez a aquela gente? Quer que te mostre os malditos vídeos que tomou enquanto o fazia? Quer despertar amanhã pela manhã e averiguar que o fez outra vez porque você não pôde fazer o trabalho? Pode te tragar seu ganso de Natal com isso?

—Maldição, Dallas. Não consegui quase nada novo de todos os modos. me solte.             —Com surpreendente dignidade, alisou sua camisa quando ela o liberou—. Jogaremos um olhar no laboratório do lado. Não há razão para danificaros bons momentos a todos.

Ele serpenteou por entre a multidão e abriu a porta de um quarto ao lado.

—Jesus, Feinstein, não pode fornicar aqui dentro. Faz-o no armazém como todos outros.

Eve se pressionou os olhos com os dedos enquanto um casal copulando afanosamente se separou, e balbuciou enquanto agarravam sua roupa desprezada. Todos estavam loucos nesta época do ano? Eve se perguntou quando se foram rendo bobamente como bobos.

—Mesclamos uma tremenda beberagem, —explicou Dickie—. Todo legal, mas é um ponche com verdadeira força. —deixou-se cair na estação de computador e chamou o arquivo.

—Conseguimos suas impressões esta vez, mas já sabe isso. Nenhum problema com a identificação. O mesmo desinfetante encontrado na cena. Os realces deixados atrás são iguais aos usados nas vítimas prévias. O traje e a mierda que tinha enviado são exatas às fibras já identificadas. Conseguiu a seu indivíduo, Dallas. Isto vai aos tribunais, ele está preparado.

—E o varrido? Necessito algo para encontrá-lo, Dickie.

—O varrido da cena não encontrou nada que você não esperaria. o de seu alojamento? Não obtivemos muito. Este tipo é um fanático da limpeza. Tudo foi limpo, esfregado e aspirado. Mas havia fibras outra vez... a jogo com lhe traga, um par de cabelos perdidos que são exatos com os do último assassinato e a barba que deixou na cena ontem à noite. Encontra-o, e o apanha, consegui-te o suficiente para te ajudar a encerrá-lo em uma cela. É tudo o que posso te dar.

—Bem. Necessito que me envie isto a minha unidade na Central. Com copia ao Feeney.

Já que ambos sabiam que ele já deveria havê-lo feito assim, Dickie só sacudiu um ombro.

—Sinto te haver afastado da diversão e os jogos.

—A cidade vai enterrar se em vida em uma hora ou dois de todos os modos, Dallas. A gente necessita suas férias. Têm direito.

—Sim. Tenho a uma mulher que passará seu Natal em uma cama de hospital. Ela tem direito, também.

Saiu para deixar que o ar frio esclarecesse sua cabeça, lamentando não ter pensado em lhe pedir ao Dickie algo o bastante potente para bloquear o ruído surdo detrás de seus olhos. A luz já se ia, compreendeu. Estas eram as noites largas, do escuro mês de dezembro onde a luz do dia logo que aparecia na terra antes de afastar-se outra vez.

Tirou seu leva-enlace e chamou casa.

—Está trabalhando, —disse quando Roarke respondeu sua linha privada e viu que o fax de laser detrás dele arrojando papéis.

—Só um pouco mais.

—Tenho um par de coisas mais que fazer. Não acredito que esteja em casa por um par de horas de todos os modos.

Ele podia ver a dor de cabeça em seus olhos.

—Onde vai?

—Quero fazer um seguimento no apartamento do Simon. Nunca fiz uma busca pessoalmente. Talvez a equipe perdeu algo. Preciso olhar, Roarke.

—Sei.

—Escuta, enviei ao Peabody longe com meu veículo. O apartamento está mais perto de casa. Pode enviar um carro ou algo a essa direção?

—É obvio.

—Obrigado. Voltarei a chamar quando estiver ali, e te avisarei quando for a casa.

—Há o que tenha que fazer, mas toma um medicamento para essa dor de cabeça, Eve.

Ela sorriu um pouco.

—Não tenho nenhum. Bebamos muito vinho depois de que chegue a casa, bom? E façamos o amor como animais.

—Bem, eu tinha planejado uma noite tranqüila de xadrez nível três, mas se isso é o que realmente quer fazer...

sentia-se terrivelmente bem, pensou Eve quando cortou a transmissão, para rir realmente.

Assim não deveria havê-la surpreso encontrar não só o carro, mas também ao Roarke ali quando chegou ao edifício do Simon.

—Poderia havê-lo enviado com um droide.

—Pensou que o faria?

—Não. —passou-se uma mão em seu cabelo—. E não acredito que vás consentir em me esperar no carro até que termine ali tampouco.

—Vê como de bem nos conhecemos o um ao outro. —Ele colocou a mão no bolso de seu elegante casaco, tirou uma pequena caixa esmaltada, e apartou uma pílula azul diminuta—. Abre.

Quando ela franziu o cenho e apertou seus lábios em uma linha não cooperativa, ele só levantou uma sobrancelha.

—É um simples medicamento, Eve. Pensará mais claramente sem essa dor de cabeça.

—Nenhuma substância estranha?

—Nenhuma. Abre. —Tomou seu queixo quando ela abriu a boca, logo usou sua mão para fechá-la outra vez depois de que teve deixado cair a pílula em sua língua—. lhe Traga isso como uma boa garota.

—me remoa.

—Querida, não pensei em nada mais em todo o dia. Traje sua equipe de campo de reserva.

—Bem, um de nós pensa claramente. Obrigado, —disse quando ele saiu do carro—. O tenho pego, —acrescentou enquanto entravam no edifício—. Prova físicas, testemunha ocular, motivação, oportunidade, os trabalhos.

—Pode acrescentar ao caso, o fato que o realce que deixou no apartamento do Piper Hoffman é de uma classe única. Ele o pediu por encargo. —Roarke passou uma mão sobre a nuca do Eve, esfregando-a para ajudar um pouco ao medicamento—. Minha companhia oferece essa opção a cosmetólogos autorizados.

—Grandioso. Agora tudo o que tenho que fazer é encontrá-lo.

—Ele não esteve em nenhum hotel. —Roarke lhe sorriu—. McNab esteve muito ocupado. Nenhum hotel, e nenhum alojamento privado... ao menos aos que pôde ter acesso durante um dia onde ninguém quer trabalhar.

—diga-me isso . Estive em uma orgia no laboratório.

—E não fomos convidados. É insultante.

—Tenho o pressentimento de que um convite poderia ter incluído o gosto estranho de ver o imbecil do Dick nu. —Tirou seu código professor e evitou o selo policial e o bloqueou na porta 35—. Isso é algo que realmente não quero durante o Natal. Tem que te selar se entrar.

Roarke jogou uma olhada à lata com um forte suspiro.

—Não pode o departamento usar algo com um aroma mais agradável? —Mas cobriu suas mãos, seus sapatos, logo esperou que Eve fizesse o mesmo.

—Registro aceso. Dallas, Tenente Eve entrando na residência pessoal do sujeito Simon, em vinte e quatro de dezembro, às dezesseis e doze. O oficial investigador acompanhado pelo Roarke, civil, em qualidade de ajudante temporal.

Entrou, demandou as luzes, logo simplesmente ficou de pé e estudou o quarto. Não estava tão completamente ordenado agora. A equipe de Casos em Série tinha feito seu trabalho e tinha deixado um fino brilho nas superfícies para verificar provas de rastros e impressões. Os da equipe forense tinham movido o mobiliário desconjurado, as almofadas estavam ao reverso, tiraram os quadros das paredes. O comunicador tinha sido desligado e recolhido.

—Já que está aqui, —disse ao Roarke—, bisbilhota pelos arredores. Se descobrir algo, me chame. Trabalharei o dormitório.

Ela logo que tinha começado com o armário quando Roarke entrou, sustentando um disco entre seu polegar e índice.

—Encontrei isto, Tenente.

—Onde infernos encontrou isso? Eles deveriam ter varrido todos os discos de provas.

—Ajuda de festas, o que pode fazer? Estava oculto dentro de um marco de holograma... assumo que a mulher no holo era sua mãe. Parecia um lugar sentimental onde esconder coisas.

—Não tenho nada para verificá-lo. Eles se levaram toda a eletrônica. Terei que entrar Y...

Sua voz se deteve quando Roarke tirou uma caixa negra magra de seu bolso, girou a tampa, e a abriu para revelar uma pequena tela.

—Um brinquedo novo, —disse quando lhe olhou carrancuda—. Não fomos capazes de tirar todos os insetos para o mercado Natalino. Estará preparado para as vendas o Dia do Presidente.

—É seguro? Não posso danificar o disco.

—Refiz esta unidade pessoalmente. É uma pequena jóia. —Ele escorregou o disco em uma ranhura, e levantou uma sobrancelha outra vez—. O faço?

—Sim, vejamos o que temos.

 

Era um jornal de vídeo incoerente e bastante triste. Um ano na vida de um homem quando sua vida se rompia em pedaços e começava a desaparecer e a afastar-se do essencial.

Eve supôs que Olhe o teria chamado um grito de socorro.

Ele se referia a sua mãe uma dúzia de vezes ou mais. Seu verdadeiro amor, a quem ele canonizava em uma entrada e insultava na seguinte.

Era uma Santa. Era uma puta.

Uma coisa do que Eve estava segura ao final, era que ela tinha sido uma carga, uma que Simon nunca tinha esquivado, e nunca entendeu.

Cada Natal ela havia tornado a guardar e envolver o bracelete de ouro que tinha comprado para seu marido, gravada com as palavras “Meu Verdadeiro Amor”, e a colocava sob a árvore para o homem que a tinha abandonado a ela e a seu jovem filho. E cada Natal lhe havia dito a seu filho que seu pai estaria ali na manhã de Natal.

Durante muito tempo, ele acreditou.

Durante muito mais tempo, ele permitiu que ela acreditasse.

Então durante a Véspera de natal do ano anterior, enfastiado, e aborrecido pelos homens que ela deixava que a utilizassem, tinha quebrado a caixa e tinha destruído sua ilusão.

E ela se enforcou com a bonita grinalda que seu filho tinha colocado ao redor da árvore.

—Não é um relato particularmente alegre, —murmurou Roarke—. Pobre infeliz.

—Uma péssima infância não é desculpa para violar e assassinar.

—Não, não o é. Mas é um motivo. Criamos nosso próprio caminho, Eve, uma eleição conduz a outra.

—E somos responsáveis pelas eleições que fazemos. —Tirou uma bolsa de provas e a abriu. depois de um momento, Roarke expulsou o disco e o deixou cair dentro.

Tirando seu comunicador, Eve chamou o McNab.

—Não tive sorte em encontrar seu esconderijo, Dallas. Localizei ao pai. Ele se transladou à Estação Elo faz quase trinta anos. Conseguiu uma segunda esposa, dois meninos, netos. Tenho os dados se quer contatá-lo.

—Do que serve? —murmurou—. Tenho um jornal de vídeo da casa do Simon. Os técnicos da cena do crime e os da equipe forense o passaram por cima. Transmitirei-o à Divisão Policial Eletrônica. Entra e arquiva-o, Fará-o McNab? Logo está fora de serviço. lhe comunique o mesmo estado ao Peabody. Ambos estarão em guarda enquanto o sujeito esteja em liberdade.

—Afirmativo. Ouça, aparecerá algum dia, Dallas. Então o teremos.

—Exato. vá pendurar sua meia três-quartos, McNab. Esperemos que todos consigamos o que desejamos para Natal. Dallas fora.

Roarke olhou seu comunicador de bolso.

—É muito dura contigo mesma, Eve.

—Ele terá que mover-se esta noite. Precisará mover-se. E é o único que sabe onde. E quem. —girou-se ao armário—. Tem suas roupas organizadas... cor, tecido. É inclusive mais obsessivo a respeito dela que você.

—Não vejo nada obsessivo com a organização de seu guarda-roupa.

—Sim, sobre tudo se você possuir duzentas camisas de seda negras. Não quereria tirar o equivocado e dar um ps de faux ao te vestir.

—Assumo que isso significa que não me comprou uma camisa de seda negra para Natal.

Ela jogou uma olhada sobre seu ombro, e fez uma careta.

—Sou da classe dos inúteis para as compras. Não entendi de que se tratava até que Feeney me indicou que se supõe que alguém compra em grandes quantidades para um cônjuge. Acabo se soubesse.

Ele colocou sua língua em sua bochecha.

—É uma indireta?

—Não, você é muito bom com os enigmas. —Olhou para trás do armário—. Aqui há um enigma. Tem camisas e calças aqui, brancos até nata e da cor que seja esse.

—Eu diria que é um marrom cinzento.

—Bem. Logo vêm os azuis, e verdes. Todos pendurados em ordem. Agora há um espaço, logo encontramos marrons, e cores do cinza ao negro. Que cor supõe que falta?

—A melhor conjetura é o vermelho.

—Correto. Não há nada vermelho aqui dentro. Talvez só usava o vermelho para ocasiões especiais. Tinha um traje de reposto, e o levou com ele. Algo mais que os da equipe forense não se expuseram. O resto dos símbolos. Seis pássaros sobre tudo, etcétera. Ele os tem, também. Estará preparado para o espetáculo. Mas onde escondeu todo isso? Onde o escondeu, e a si mesmo?

Ela rodeou o quarto.

—Não pode voltar para cá. Sabe isso. arriscou-se ao retornar porque o necessitava para terminar, e não pode terminar sem seus utensílios, seu disfarce, e seus acessórios. Mas é muito preparado, muito organizado, muito ególatra para não ter tido um lugar onde ir.

—Sua vida estava aqui, com sua mãe e suas lembranças, —indicou Roarke—. E estava seu trabalho.

Ela fechou os olhos quando isso a alcançou.

—Deus, voltou para edifício. Está naquele edifício.

—Então vamos buscá-lo.

 

Conduzir pelas ruas era perigoso, o caminho estava talher com magros emplastros gelados, mas a massa de pedestres tinha sido rebaixada gradualmente a uma pequena quantidade. A gente se precipitava sobre a calçada, apressando-se para chegar a casa junto a sua família, amigos. Poucos eram quem desesperados por um presente de última hora freqüentavam o punhado de lojas e armazéns ainda abertos.

As luzes cintilavam e mostravam frios atoleiros brilhantes. Eve olhou uma cerca publicitária animada da Santa voando em seu trenó e desejando um Feliz Natal a todos.

E começou a cair geada.

Perfeito.

Quando Roarke freou, ela saiu rapidamente, tirou seu código professor, e logo vacilou. depois de um breve debate interno, inclinou-se e tirou a arma de seu pistolera do tornozelo.

—Toma minha arma de reposto. No caso de.

Caminharam pelo frio para o brilho das luzes de segurança.

—Há gente dentro e fora do salão, as lojas, os clubes de saúde todo o dia. Necessita intimidade. Provavelmente há algumas escritórios vazios, e podemos as checar para não perder tempo, mas pressinto que ele usaria o apartamento do Piper. Sabe que ela está no hospital e que Rudy não a abandonaria, nem sequer para voltar aqui. Teria sido seguro e tranqüilo. Não há razão para que a polícia retorne depois do varrido.

Ela oprimiu o controle do elevador, e jurou.

—Desligado.

—Quer que lhe ative isso, Tenente?

—Não te faça o preparado.

—Tomarei isso como um sim. —Apartou a arma e tirou uma pequena equipe de instrumentos—. Só tomará um momento. —Tirou a placa de controle, estalou umas chaves na placa mãe com seus dedos rápidos, hábeis. Houve um discreto zumbido, logo se acendeu a luz sobre as portas de vidro.

—Um trabalho hábil... para um homem de negócios.

—Obrigado. —Ele gesticulou, logo a seguiu ao elevador—. Apartamento do Hoffman.

Sinto muito. Esse piso é só acessível com um código chave ou autorização.

Eve ensinou os dentes, e começou a procurar seu código professor outra vez, mas Roarke já estava abrindo os controles.

—É mais rápido de este modo, —disse, e com esmero anulou o bloqueio.

O elevador se elevou, suave, rápido e tranqüilo. Quando começou a reduzir a marcha, Eve se moveu, pondo seu corpo entre o Roarke e a porta.

Ele entrecerró seus olhos detrás dela, esperando. Quando as comporta se abriram, apartou-a com força, girou, e varreu o vestíbulo com sua arma.

—Jamais faça isso outra vez. —Ela protestou, saindo de um salto para cobrir suas costas.

—Jamais volte a te utilizar de escudo para mim. Eu diria que estamos claros. Preparada para a porta?

Ela ainda tremia pelo ultraje. Algo mais para tratar mais tarde, decidiu.

—Vou abaixo, —murmurou ela, evitando as fechaduras—. Assim é o modo que eu gosto.

—Bem. Às três então. Um, dois. —Golpearam a porta, brandamente como em um programa de treinamento.

Dentro as luzes brilhavam, e o sistema de gravação tinha sido aceso para escutar alegres melodias Natalinas. Embora as telas de intimidade tinham sido corridas e pressionadas sobre as janelas, a árvore de natal brilhava diante do vidro.

Ela assinalou para a esquerda. Caminho ao dormitório notou pequenas coisas. As manchas e a sujeira que o varrido teria deixado tinham sido limpas. O ar cheirava a flores e desinfetante.

Havia uma neblina débil de vapor sobre o jacuzzi. A água ainda estava quente.

O dormitório estava arrumado, a cama feita, e a sujeira aspirada.

Eve atirou o cobertor, e jurou sob seu fôlego.

—Pôs lençóis limpa. O bastardo dormiu na cama onde a violou. —Com um cós de fúria ao longo de seu estômago, abriu de um puxão o armário. Ali entre os estilos soltos que Rudy e Piper preferiam, várias camisas e calças foram cuidadosamente penduradas.

—sente-se como em casa. —Ela se agachou e abriu a elegante mala negra que estava no chão do armário—. O resto de seus acessórios. —Com seu coração pulsando fortemente, procurou entre as jóias, murmurando os números e o poema—. Estão os doze... este broche de cabelo com uma dúzia de tipos tocando o tambor. Estão todos aqui exceto o número cinco. O levou com ele. —levantou-se—. Ele se deu um agradável banho para relaxar-se, ficou o traje, recolheu seus instrumentos, e saiu. E planeja voltar.

—assim, esperamos.

Ela quis estar de acordo. Da mesma forma quis poder ficar e confessar que queria ser ela a que o apanhasse, olhá-lo à cara quando o fizesse. Para conhecer o que a tinha perturbado, e a essa parte de si mesmo que encarava seus pesadelos.

—Chamarei. Teremos a alguns parasitas trabalhando esta noite. Necessitarei homens no edifício, no interior. Tomará uma hora mais ou menos instalá-los. Logo iremos a casa.

—Você não deseja lhe transferir o caso a outra pessoa, Eve.

—Não, não o faço. Talvez por isso preciso fazê-lo. Y... —volteou-se para ele, pensando nas palavras de Olhe—. Tenho direito à vida que comecei a me forjar. Contigo.

—Então há as chamadas. —Ele avançou para lhe acariciar a bochecha—. E vamos a casa.

 

Peabody arquivou a última papelada, soltou um comprido suspiro autocompasivo, e nesse momento vislumbrou ao McNab na porta

—O que?

—Só passava. Disse-te que Dallas assinalou que estava fora de serviço.

—Estou livre quando meus informe estão terminados e arquivados.

Ele sorriu brandamente quando sua máquina relatou o arquivo completo.

—Então adivinho que está livre. Entrevista quente com o Sr. Muita Lábia?

—É realmente ignorante, McNab. —Peabody se separou do escritório—. Não passa Véspera de natal com um tipo com o que só te citaste uma vez. —Além disso, pensou, Charles já tinha sido reservado para a noite.

—Sua família não é de por aqui, verdade?

—Não. —Entreniéndose, e desejando que ele partisse, moveu-se ao redor do escritório.

—Não podia ir casa por Natal?

—Não este ano.

—Eu tampouco. Este caso desgastou minha vida social. Não tenho nenhum plano, tampouco. —Colocou seus polegares em seus bolsos—. O que diz, Peabody, quer fazer um alto, uma trégua pelo Natal?

—Não estou em guerra contigo. —Girou para agarrar seu casaco do uniforme de um gancho.

—Vê-te um pouco desanimada.

—foi um comprido dia.

—Bem, se não ir passar a Véspera de natal com o Sr. Muita Lábia, por que não a passas em companhia de um poli? É uma má noite para estar sozinho. Comprarei-te uma bebida, algo de jantar.

Ela manteve a cabeça baixa enquanto se grampeava o casaco. Véspera de natal sozinha, ou um par de horas com o McNab. Nenhuma era muito atraente, mas decidiu que estar sozinha era pior.

—Eu não gosto do suficiente para que me compre o jantar. —Elevou a vista, e se encolheu de ombros—. Dividimos a conta.

—Trato feito.

 

Ela não esperou divertir-se, mas depois um par de São Nick Especiais, decidiu que não se sentia triste. Ao menos conversar sobre o trabalho era um modo de matar umas horas.

Escolheu uns bocados de frango que sabia foram-se diretamente a seu traseiro. Sua dieta poderia ir-se ao diabo.

—Como pode comer assim? —Perguntou ao McNab, olhando-o com ódio e inveja quando atacou uma pizza de dobro casca com todos seus ingredientes—. por que não está gordo como um porco?

—Metabolismo, —disse com a boca enche—. O meu sempre está ativo. Quer?

Ela sabia bem. Lutar contra a gordura era uma batalha pessoal constante. Mas tomou meia fatia e se deleitou com ela.

—Você e Dallas arrumaram as coisas?

Peabody tragou com força e o fulminou com o olhar.

—Ela te falou disso?

—Ouça, sou detetive. Noto a mierda.

As duas bebidas lhe tinham solto a língua só o suficiente.

—Está realmente zangada comigo.

—Danificou-o?

—Acredito. Com ela, —disse Peabody, franzindo o cenho—. Mas depois o danifiquei muito mais. Não sei se possa voltar a arrumá-lo.

—Sim tem a alguém que iria ao parapeito por ti e você o danifica, resolve. Em minha família gritamos, logo pensamos, e então pedimos perdão.

—Não é uma família.

Ele riu.

—Maldito sim não o é. —E sorriu—. Te comerá todos esses bocados?

Ela sentiu que algo se soltava ao redor de seu coração. O homem poderia ser uma dor no culo, pensou, mas quando tinha razão, tinha razão.

—Trocarei-te seis bocados por outra fatia de pizza.

 

Eve fez um esforço por afastar a operação de vigilância de sua mente. Tinha bons oficiais, com experiência no lugar, explorações eletrônicas estabelecidas em um rádio de quatro quadras. Ao momento que Simon entrasse no perímetro, seria vigiado.

Não podia perguntar-se, não podia perguntar, não podia pensar onde estava, o que fazia. Se alguém mais morria. Estava fora de seu controle.

antes de que a noite acabasse, teriam-no. Seu caso era sólido, e ele entraria em uma jaula. Nunca sairia. Tinha que ser suficiente.

—Disse algo sobre o vinho.

—Sim, fiz-o. —Era mais fácil sorrir do que tinha esperado. Era mais singelo tomar o copo que Roarke lhe oferecia.

—E fazer o amor como animais.

—Lembrança sugerir isso.

Era inclusive mais simples deixar de lado o vinho e assaltá-lo.

 

Peabody ficou fora mais tempo do que tinha querido, e se tinha divertido mais do que tinha imaginado. É obvio, pensou, enquanto subia as escadas para seu apartamento, era provavelmente resultado do licor e não da companhia.

Embora, podia admiti-lo, McNab não tinha sido tão odioso como de costume.

Agora que estava alegremente bebida, pensou que gostaria de envolver-se em sua andrajosa bata, acender sua árvore, e enroscar-se na cama para olhar algum delicioso especial de Natal na tela. A meia-noite, chamaria a seus pais e todos ficariam tenros e sentimentais.

Tinha resultado ser uma Véspera de natal medeia decente depois de tudo.

Girou no alto da escada e, cantarolando um pouco, avançou para sua porta.

Santa Claus apareceu da esquina com sua grande caixa chapeada na mão, e a olhou zangado.

—Olá, pequena! Chega tarde. Tive medo de não poder te dar seu presente de Natal.

OH, pensou Peabody. OH, mierda. Tinha uma fração de segundo para decidir. Correr ou ficar quieta. Seu atordoante estava guardado dentro de seu casaco, e seu casaco estava grampeado. Mas o comunicador estava no bolso, ao alcance.

Optou por ficar quieta. Esforçando-se por sorrir, deslizou sua mão no bolso, e acendeu a unidade.

—Wow, Santa Claus. Nunca esperei chocar contigo aqui mesmo diante da porta de meu apartamento. me trazendo presentes, além disso. Nem sequer tenho uma chaminé.

Ele jogou sua cabeça para trás e riu.

 

Eve gemeu, girou-se, e estirou. Nunca tinham chegado à cama, mas sim se tinham despido o um ao outro no chão. sentia-se machucada, consumida, e fabulosa.

—Esteve bastante bem para começar.

Ao lado seu Roarke riu entre dentes e deslizou uma gema sob seu peito quente, úmido.

—Justo estava pensando o mesmo. Mas quero meu presente de Natal.

—Não foi isso? —Mas riu, incorporou-se, e se passou as mãos sobre o cabelo—. Mas no próximo ano...

interrompeu-se quando ouviu a voz do Peabody sair do montão de roupa desprezada.

Wow, Santa Claus. Nunca esperei chocar contigo aqui mesmo diante da porta de meu apartamento.

—OH meu Deus. OH Deus. —Ela já estava de pé, revolvendo a roupa, ficando a calça—. Chama-os, chama-os. Um oficial necessita ajuda. OH Jesus, Roarke.

Ele ficou as calças com uma mão e tirou seu leva-enlace com a outra.

—nos movamos. Vamos. Chamaremos pelo caminho.

 

—estive te esperando, —disse Simon—. Com um pouco muito especial.

Entreten, demora o, atrasa-o.

—Dá-me uma pista?

—Algo que alguém que te ama escolheu só para ti. —Avançou para ela, e ela manteve o sorriso em seu lugar enquanto freneticamente abria os botões de seu casaco.

—Sim? Quem me ama?

—Santa te ama, Delia. Bela Delia.

Viu que levantava sua mão, e vislumbrou a seringa de injeção em sua palma. Girando, levantou o cotovelo para bloqueá-lo, lutando por atravessar a rígida lã por sua arma.

—Travessa! —Respirou com dificuldade quando a lançou contra a parede. Ela respondeu com um golpe de reverso, mas só expulsou a caixa. E agora sua mão armada ficou apanhada entre seu corpo e a parede.

—me solte, filho de puta. —girou-se, e chutou para trás até enganchar o pé ao redor de seu tornozelo, amaldiçoando-se por permitir-se aquela última bebida. Sentiu a rápida espetada da seringa de injeção contra seu pescoço justo quando ele caía detrás dela.

—Maldição, OH maldição, —soltou, quando se afastou dois passos e tropeçou, logo só se deslizou derrotada sob a parede.

—Olhe o que tem feito. Só olhe. —Ele a arreganhou enquanto abria sua bolsa, procurando seu cartão chave—. Poderia ter quebrado algo. Me vou zangar muito se tiver quebrado alguma de minhas coisas. Agora, se uma moça boa e vamos dentro.

Ele a levantou primeiro, conduzindo-a para a porta, onde soltou as fechaduras, e logo simplesmente a deixou cair.

Ela sentiu o golpe, mas distante, como se seu corpo estivesse cheio de espuma. Sua mente gritava que se movesse, a mensagem era tão forte que se imaginou deixando-se levar, mas não podia sentir suas pernas.

Fracamente, ouviu que ele entrava e fechava a porta.

—Agora, vamos levar te a cama. Temos muito que fazer. É quase Natal, sabe. É meu amor, —murmurou-lhe e a levou a dormitório como se ela fosse uma boneca.

 

—Importa-me uma mierda que as equipes de vôo e as unidades disponíveis sejam mínimas, —gritou Eve para o enlace—. A oficial Peabody foi reduzida! Está reduzida, maldito.

A blasfêmia é inaceitável neste canal, Dallas, Tenente Eve. Esta ofensa estará no registro. As unidades estão sendo enviadas. Tempo Estimado de Chegada doze minutos.

—Ela não tem doze minutos. Se estiver ferida, filho de puta, entrarei pessoalmente e arrancarei cada um de seus circuitos.

Golpeou com o punho o enlace.

—Droides, põem malditos droides em Despacho, em cada escritório, em cada lugar, porque é Natal. Jesus, Roarke, não pode conseguir que esta coisa vá um pouco mais rápido?

Ele já estava sobre cento e dez, estalando entre a horrível cortina de geada. Mas acelerou.

—Quase chegamos, Eve. Chegaremos a tempo.

Ela sofria uma agonia inexprimível escutando a voz do Simon por seu comunicador. Poderia imaginá-lo muito claramente em sua mente.

Ele assegurava as ataduras, cortando com cuidado sua roupa.

A boca do Eve se secou.

Orvalhando-a, dentro e fora, assim estaria poda e perfeita.

Estava fora do carro antes de que Roarke tivesse freado totalmente para deter-se. Suas botas patinaram, escorregaram, logo se estabilizou e voou para a porta. Como suas mãos não estavam firmes, tomou dois intentos evitar as fechaduras.

Quando subiu pelas escadas, Roarke estava a seu lado.

E agora por fim, na distância, chegou o chiado das sereias.

Eve escorregou o professor pela ranhura e empurrou a porta aberta.

—Polícia! —Com a arma na mão, arremeteu no dormitório.

Os olhos do Peabody estavam abertos completamente e desorientados. Nua e atada, tremia violentamente pelo ar frio que entrava pela janela aberta.

—Ele saiu, desceu pela escada de incêndios. Escapou. Estou bem.

Eve vacilou por um segundo logo se mergulhou pela janela.

—Fica com ela, —gritou ao Roarke.

—Não, não. —Sacudindo sua cabeça freneticamente, Peabody atirou apesar das ataduras—. Ela o matará, Roarke. Pensa matá-lo. Trata de detê-la.

—Resiste. —Agarrou a manta do chão, atirou-a sobre ela, logo saiu a janela detrás de sua esposa.

 

Seus tornozelos gemiam quando saltou os dois últimos degraus ao chão, e seus pés se deslizaram sob o chão escorregadio. Caiu com força em um joelho, logo se levantou rapidamente. Podia vê-lo, dirigindo-se para o este correndo inestablemente, seu traje vermelho brilhante como uma baliza.

—Polícia! Detenha-se onde está. —Mas já o perseguia, sabendo que gastava saliva com a ordem.

Havia milhares abelhas zumbindo em sua cabeça, milhares delas ferroando em sua pele. Em seu ventre havia uma bola de ódio tão dura e dolorosa que ardia. Deliberadamente, guardou-se a arma na cintura de suas calças. Queria destroçá-lo com suas próprias mãos.

Saltou para ele como um tigre caçando, enviando sua cara e ventre patinando sobre o pavimento.

Agarrou-o, golpeou-o, mas não podia senti-lo. Amaldiçoou-o entre ofegos bruscos, e ansiosos, mas não podia ouvi-lo.

Logo o arrastou por suas costas e sua arma estava em sua mão. Em sua garganta.

—Eve. —Roarke ficou quieto onde estava, a um pé de distância, e manteve sua voz tranqüila.

—Disse-te que ficasse com ela. Manten fora disto. —Ela olhou fixamente a lhe sangrem e chorosa cara sob a sua. E Deus lhe ajudasse, podia ver seu pai.

Sua arma estava em atordoamento completo... não fatal. A menos que a pressionasse diretamente em uma artéria. Empurrou-a mais forte contra sua garganta. E queria fazê-lo, ansiava-o.

—Golpeaste-o. Detiveste-o. —Sofrendo com ela, Roarke se aproximou, ficou em cuclillas, e a olhou os olhos—. Dar o seguinte passo, não é seu estilo. Não é quem é.

Seu dedo tremeu no gatilho. Pequenos projéteis de gelo ressonaram e se romperam contra o chão, cravando sua pele.

—Poderia sê-lo.

—Não. —Lhe aconteceu uma mão brandamente sobre seu cabelo—. Não mais.

—Não. —Ela se estremeceu, trocou sua arma—. Não mais.

Enquanto o homem sob seu chorava por sua mãe, ela se levantou. No pavimento, Simon se enrolou como uma bola. Lágrimas quentes rodavam através das alegres cores com os que tinha pintado sua cara.

E o fazia ver lastimoso.

Esgotado, pensou Eve. Destruído... Acabado

—Necessito que traga para um par de uniformizados até para cá, —disse ao Roarke—. Não tenho minhas algemas.

—Tenho as minhas. —Feeney cruzou com esforço o pavimento—. Eu ainda tinha meu comunicador sintonizado com o dela e McNab. O moço e eu chegamos justo detrás de vocês. —Sustentou-lhe o olhar por um momento—. Bom trabalho, Dallas. Encerrarei-o por ti. Deve ir ver seu ajudante.

—Sim, bem. —limpou-se o sangue de sua cara, insegura de se era do Simon ou seu—. Obrigado, Feeney.

Roarke passou o braço ao redor de seu ombro. Nenhum deles se deteve por um casaco. Sua camisa estava empapada, e ela já começava a tremer.

—Por fora ou acima?

—Vamos. —Ela jogou uma olhada aos degraus de ferro em cima de sua cabeça—. É mais rápido—. me Dê um empurrão e te atirarei depois.

Ele cavou suas mãos, e a impulsionou quando pôs sua bota nelas, logo olhou quando saltou agilmente na plataforma.

—Esperarei-te adiante, —lhe disse—. Quererá um pouco de tempo com ela.

—Sim. —ficou ali, ajoelhada ao vento. Seu nariz começava a gotejar, pelo frio, e pela tormenta de emoções que ainda se batia dentro de si mesmo—. Não podia fazê-lo, Roarke. Perguntei-me se poderia. Tive medo de poder. Mas quando isso ocorreu, não pude.

—Sei. cresceste a seu próprio modo, Eve. —elevou-se e apertou a mão que lhe tendia—. Vê dentro, está fria. Estarei no carro.

Tinha sido mais fácil, compreendeu Eve, sair pela janela que entrar por ela. Tomou um par de fôlegos tonificantes, logo subiu à janela e sacudiu sua perna sobre o batente.

Peabody estava sentada na cama, envolta em uma manta com o braço do pálido McNab ao redor dela.

—Ela está bem, —disse ele rapidamente—. Ele não obteve... Só está conmocionada. Disse a quão uniformizados permanecessem fora.

—Está bem. Aqui temos tudo sob controle, McNab. Vete a casa, descansa.

—Eu... Posso dormir no sofá se quiser, —disse ele ao Peabody.

—Não. Obrigado. Sério. Estou bem.

—Só vou a… —Ele não tinha uma pista do que fazer ou como fazê-lo e se levantou torpemente—. Devo fazer um relatório pela manhã, para terminar isto?

—Um dia depois é bastante logo. Tome seu Natal. Ganhou.

Ele dirigiu um sorriso rápido ao Eve.

—Sim, acredito que o fizemos. Verei-te em um par de dias.

—Foi verdadeiramente encantador. —Peabody soltou um suspiro quando deixou o quarto—. Não deixou passar a ninguém, soltou-me e apenas me deixou me sentar. Fechou a janela porque tinha frio. Tão frio. Deus. —cobriu-se a cara com as mãos.

—Quer que te leve a um Centro Médico?

—Não, estou bem. um pouco enjoada ainda. Pior, acredito, por haver tomado umas bebidas antes de chegar a casa. Apanhou-o, verdade?

—Sim, apanhei-o.

Peabody deixou cair suas mãos. Lutou por manter sua cara sem expressão e tranqüila, mas seus olhos eram duros.

—Está vivo?

—Sim.

—Bom. Pensei...

—Também eu. Não o fiz.

Repentinamente as lágrimas fluíram e se transbordaram.

—OH homem. Mierda. Aqui vem.

—Bem, deixa que saiam. —Eve se sentou, passou seus braços ao redor do Peabody e a abraçou enquanto chorava.

—Estava tão assustada, tão assustada. Não esperava que ele fora forte. Não podia me fazer com minha arma.

—Deveria ter deslocado.

—Teria-o feito você? —Ela inspirou temblorosamente, e o deixou sair. Ambas sabiam a resposta—. Eu sabia que viria a me ajudar. Mas quando voltei em mim, e estava aqui... Não pensei que chegaria a tempo.

—Fez-o bem. Demorou-o e atrasou o tempo suficiente. —Eve quis retardar-se, e aferrar-se fortemente ao Peabody. Em troca se levantou—. Quer um tranqüilizador ou algo? Pode tomar um indutor do sonho. É o único usado sem prescrição.

—Não, acredito que não. O álcool e os sedativos são uma mescla bastante malote sem excedê-lo com um tranqüilizador.

—Suspenderei aos uniformizados folgazões. Quer que chame a alguém para que fique contigo?

—Não. —A distância se formava, notou Peabody. Polegada a polegada—. Dallas, sinto muito. o de ontem à noite.

—Este não é o momento apropriado para discuti-lo.

Peabody apertou a mandíbula, logo abriu e fechou a manta.

—Não estou em uniforme, assim não falo como a ajudante do oficial superior. Isso significa maldita seja que posso dizer o que quiser. Eu não gostei das coisas que disse. Ainda eu não gosto. Mas me alegro que te importasse o suficiente para que me dissesse isso. Não sinto te haver respondido, mas sim sinto não havê-lo visto como a preocupação de uma amiga.

Eve esperou um momento.

—Bem, mas se alguma vez aluga doze companheiros autorizados para joder até ficar cega, quero detalhes.

Peabody sorveu, e dirigiu um sorriso aquoso.

—É só uma pequena minha fantasia. Atualmente não ganho o suficiente para me permitir doze de uma vez. Mas tinha outra pequena fantasia que se realizou esta noite. Roarke me viu nua.

—Cristo, Peabody. —Com um sorriso tremente, Eve atirou dela para aproximá-la outra vez. Esta vez, aferrou-se—. Estamos bem.

 

Ela parecia tão estável, pensou Roarke quando a viu sair a pernadas do edifício. Tão responsável e em controle enquanto estava erguida no vento enérgico sem nada sobre sua blusa úmida e transmitia ordens aos uniformizados na porta.

Havia sangre em suas mãos. Duvidou que ela soubesse.

E uma onda de amor o golpeou como um murro quando se passou uma daquelas mãos manchadas por seu cabelo e avançou para o carro.

—Quer ficar com ela?

Eve se acomodou no calor do carro.

—Ela está bem. É boa poli.

—Igual a você. —inclinou-se, olhou-a de frente, e pôs seus lábios sobre os seus, em um beijo suave, doce, e comovedor.

Seus olhos abertos brilharam, e pôs uma mão sobre a sua.

—Que horas são?

—Quase meia-noite.

—Bem. Há isso outra vez. —Ela pegou sua boca na sua, acomodou-se, e suspirou.

—Há uma lembrança para a caixa... e uma tradição. Feliz Natal.

 

                                                                                Nora Roberts  

 

                      

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