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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


NEW BEGINNINGS / A. K. Michaels
NEW BEGINNINGS / A. K. Michaels

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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— Alfa, me desculpe. Não pensei que você se importaria. — Mac disse, parecendo cada vez mais preocupado quando Cam olhou para ele.
Nos últimos dois dias, Cam esteve trancado em seu quarto com sua nova companheira, Chastity, e a primeira coisa que ouviu quando saiu de lá era isso. Com sua raiva aumentando rapidamente, Cam tentou moderar sua resposta.
— Mac, por que diabos você ligaria para Grant e diria a ele? O que você pensou?
Os olhos de Mac baixaram suas mãos torcendo enquanto gaguejava.
— Eu falo com Grant o tempo todo e depois da festa de ligação, fiquei empolgado e o telefonei. Ele é seu irmão e um dos meus amigos mais próximos. Eu apenas disse que você encontrou sua companheira. É uma coisa maravilhosa quando um lobo encontra sua companheira e ainda mais para um Alfa. Não pensei que era um segredo, bem, não depois que você gritou para que todos ouvissem.
Cam se virou, andando para frente e para trás.
— Mac, se eu quisesse que meu irmão soubesse, gostaria que essa informação viesse de mim.
Mac se moveu cautelosamente, desconfortável, e Cam podia sentir o cheiro do seu medo.
— Mais uma vez, me desculpe. Não tenho certeza do que mais dizer e não esperava que ele fizesse o que fez. Honestamente, tentei convencê-lo e disse que deveria falar com você primeiro, mas estava tão animado que não ouviu.
Cam parou de andar, o encarando.
— É por isso que seria prudente não falar nada. Não até decidir o que eu queria Mac.

 


 


Ele viu os olhos de Mac virar-se para o seu pescoço, obviamente espiando as mordidas de Chastity, onde o marcou, assim como estava tão marcada por ele. Cam puxou o colarinho da camisa enquanto os olhos de Mac caíam mais uma vez.

— Você deveria ter esperado e me perguntado primeiro. Como seu Alfa, deveria me mostrar esse respeito. Esta é a minha vida, minha matilha, minha companheira.

As mãos de Mac continuaram inquietas.

— Desculpe. — Murmurou quando a cabeça de Cam começou a pulsar.

— Ele virá sozinho? — O tom de Cam era afiado, cortante, enquanto vários cenários passavam por sua cabeça. — Porque a deusa não o salvará se trouxer meu pai. Não quero ele na minha cerimônia, Mac. Você deveria saber disso. Está bem ciente de que não somos próximos e eu definitivamente não quero que sua presença coloque qualquer tipo de empecilho no grande dia de Chastity.

Mac assentiu freneticamente.

— Sim, ele virá, bem, não, ele não...

Cam grunhiu.

— O que é isso? Ele virá sozinho ou não?

— Não, mas...

Cam xingou alto:

— Foda-se! Se o velho vier e arruinar as coisas, eu matarei você, Mac!

— Não. Não. — A cabeça de Mac balançou tão rápido que Cam pensou que teria uma lesão. — Seu irmão virá com o primeiro lote de lobos que se mudarão para cá. Ele disse que pediria a seu pai que ficasse atento a matilha enquanto estivesse ausente, então tenho certeza que seu pai não virá.

— Espero que sim, Mac, porque posso garantir-lhe se vier, levarei Chastity para algum lugar distante. Ela não precisa sentir a tensão que sempre nos rodeia.

Mac parecia triste quando assentiu.

— Eu sei Cam, lamento que as coisas estejam tão tensas entre você e seu pai. Não é como deve ser, mas todos nós entendemos suas razões. Talvez você deva chamar Grant e verificar novamente?

Cam olhou fixamente para Mac.

— Como foi você o único a chamar e dizer-lhe, por que não liga e verifica?

— Claro, farei isso mais tarde, com a diferença no horário e tudo mais. — Mac arrastou os pés em direção à porta. — Preciso voltar para Wild Ranch, oops, Wild Flower, e certificar-me de que eles recebam as cabanas e estejam prontos para o influxo. Espero que seja suave, temos poucos machos e a maioria é mais velha, então não acho que haja problemas, mas você nunca sabe.

— Sim, embora eu converse com eles quando chegarem da Escócia para garantir que entendam que se se comportarem mal de alguma maneira, então eles responderão a mim. Não serei compreensivo com ninguém fazendo algo para chatear os moradores locais, lá ou aqui. — Cam puxou a camisa novamente enquanto os olhos de Mac voltaram para sua marca. — Procuro uma transição suave, mas se houver algum problema, então me avise o quanto antes, para que eu possa lidar rapidamente. Quando eles são esperados?

Mac parou a mão no punho.

— Amanhã à tarde eles pousam, mas precisamos organizar para buscá-los no aeroporto.

— Quantos? — Perguntou, sem saber o que fora arranjado.

— Apenas quinze para este primeiro lote, podemos conseguir alguns dos outros para ajudar a buscá-los? Posso perguntar se quiser.

Cam balançou a cabeça.

— Não, não se preocupe, organize táxis ou um micro-ônibus, provavelmente terão uma tonelada de bagagem, então é melhor ter alguns micro-ônibus ou um grande. Enviarei a você as informações do meu cartão de crédito para usar na reserva.

— Tudo bem, farei isso logo, antes de voltar para o acampamento. Tenho certeza de que a Shell terá detalhes de algum lugar em que possamos contratar um ônibus. Caso contrário, o aeroporto poderá ajudar, sempre há locadoras lá.

Cam apenas assentiu, sua mente em outras coisas. Como garantir que seu pai não viesse e por que seu irmão viria. Sua mente entrou em uma dúzia de direções diferentes enquanto passava pela cozinha, esperando encontrar um pouco de comida para Chastity e para si mesmo. Estava morrendo de fome. Os últimos dois dias foram dedicados a descobrir cada pequena coisa sobre os corpos um do outro e ter o sexo mais sensacional que ele já encontrou.

Sorrindo enquanto passava a voz de Fergie o deteve.

— Olhe o que o gato arrastou. Um Alfa muito cansado e bagunçado.

— Bobagem! — Cam latiu. — Eu nunca pareci bagunçado na minha vida, primo.

Angel riu quando Marie silenciou seu filho.

— Fergie, não seja rude. Cam parece bem, ele parece feliz. Sim, essa é a palavra, feliz.

Fergie bufou.

— Feliz, não é a palavra mãe. O que Cam parece estar bem e verdadeiramente...

Angel correu sua mão cobrindo a boca de seu companheiro.

— Não se atreva! — Ela riu. — Desculpe Cam, Fergie às vezes não sintoniza seu cérebro com a boca.

Cam sentou-se, pegando a cafeteira e servindo uma xícara.

— Eu notei essa característica, Angel. Não sei como está com ele.

Fergie afastou a mão dela.

— Raios, um cara não pode brincar?

— Então, o que está acontecendo? O que preciso saber? — Perguntou, tomando seu café e quase suspirando em êxtase.

Fergie encolheu os ombros.

— Nada importante. Os outros dois casais felizes também não apareceram, Jacob chamou para dizer que ele e Rebecca chegaram a algum tipo de “acordo” seja qual for, mas disse que gostaria que você fizesse outra cerimônia de ligação em breve.

Cam sorriu.

— Eu sabia que ele falaria dela. Telefonarei mais tarde e verei quando deseja agendar o ritual.

— Sobre isso, bem... — Fergie parou, seu rosto pálido.

— O que? — Perguntou Cam, alerta sobre a relutância de seu primo em falar.

— A cabana. — Fergie suspirou. — Aquela que você achou que Mallory estava usando para fazer...aquelas coisas. Logan e o resto dos rapazes removeram os restos e todos, exceto um deles, foram reivindicados pela matilha e o enterro está programado para mais tarde hoje.

— Havia um corpo que não era da matilha? — Cam franziu o cenho, tentando tirar as imagens daquilo que encontraram naquele buraco do inferno.

— Sim. — Fergie assentiu, tomando seu café — Um, e a matilha não tem ideia de quem é. Logan disse que parece uma mulher, mas, além disso, não temos ideia de quem seja.

— Porra! Agora tenho que decidir entre convocar o Conselho ou enterrá-la como da matilha. — Cam bateu sua caneca na mesa, o café se espalhando ao redor. — Quantos anos têm os restos? São recentes? Algum item de identificação como joias, ou mesmo uma bolsa?

Fergie pareceu chateado, balançando a cabeça.

— É velho, não mais do que ossos, e não há nada que possamos usar.

Cam analisou as coisas em sua cabeça, ponderando o que fazer.

— Acho que nós temos que entrar em contato com o Conselho. O corpo pode ser humano, mas espero que não. Isso abriria uma lata de vermes que poderia impactar todos nós.

Marie declarou:

— Esse homem era um monstro.

— Onde ele está? — Cam percebeu que nem pensou sobre a morte de Mallory desde que entrou em seu quarto com Chastity.

Fergie sorriu.

— Nós o queimamos. Ele não mereceu um enterro de lobo e parecia ser a melhor coisa a fazer na época.

— Eu concordo, obrigado. Fico feliz que foi cuidado.

Angel estava atrás de seu companheiro, uma das mãos no ombro dele.

— Jinx lidou com isso. Ele recusou-se a voltar para a cama até destruir Mallory.

— Agradecerei a ele quando o ver. — Cam se virou para Marie. — Agora, comida, precisamos de comida. — Riu, seu estômago levando esse momento para gritar.

— Claro, apenas me dê cinco minutos e terei uma bandeja pronta para você. — Marie começou a correr.

Fergie inclinou a cabeça para o lado.

— Não pude evitar ouvir o que você e o Mac falavam. Então, Grant está vindo para uma visita?

Cam grunhiu:

— É melhor ser só ele.

— O que você fará se o seu pai chegar? — Fergie perguntou — Você não vai realmente embora, vai?

— Eu irei. — Cam tentou acalmar seu temperamento ascendente. — Se meu pai sair daquele avião estarei fora daqui até que ele vá embora.

— Simplesmente não entendo. — Fergie pareceu perplexo. — Como dois irmãos podem ser tão diferentes? Falo sobre o seu pai e o meu.

— Nenhuma ideia. — Cam muitas vezes se perguntava o mesmo. — Mas giz e queijo vêm à mente.

— Eu sei que só o encontrei algumas vezes, mas, maldito seja, ele era tão diferente do meu pai que é como se não estivessem relacionados.

— Diga-me sobre isso. — Cam concordou. — Toda vez que estive aqui, vi o relacionamento que vocês tinham e a verdade é que eu estava com ciúmes. Você teve muita sorte em ter Fearghas como pai.

— Eu sei. — Disse Fergie com tristeza. — Sinto falta dele todos os dias.

Marie rosnou, Angel acariciou suas costas.

— Desculpe mãe, não queria te incomodar. — Fergie olhou desapontadamente quando se virou para sua mãe.

— Não, não. — Marie deu uma sacudida. — Estou sendo boba. É bom conversar sobre ele. Não quero que nós o esqueçamos, filho.

— Eu não farei isso. — Fergie sussurrou.

Cam tentou mudar o assunto.

— Então, nenhum sinal de Rory?

Angel riu.

— Não, nem Jinx, mas tenho certeza que emergirá em breve porque eles têm que estar com fome.

— Tenho que admitir que é a única razão pela qual eu estou aqui. — Cam olhou para a porta, observando a escada. — Hmm, Marie, a comida está pronta?

Sua tia adicionou uma garrafa de café na grande bandeja carregada de comida.

— Aqui, essa é para você, Cam.

Cam saltou, pegando a bandeja pesada rapidamente.

— Obrigado. Estarei de volta mais tarde, se houver algo importante, é só bater à porta.

Os três riram de Cam. Ao olhar confuso, responderam:

— Vocês estavam batendo na porta.

— Aaah, tudo bem, deixa comigo. — Fergie assentiu. — Bem, eu não, porque não consigo subir as malditas escadas, mas, se necessário, alguém definitivamente irá “bater” à porta.

Cam não esperou mais, levantou e subiu as escadas para voltar para Chastity.


Capítulo dois

Rory esticou-se languidamente, embora fosse difícil porque um de seus braços estava preso sob a cabeça de Charlie. Seu corpo inteiro doía com seus “esforços” dos últimos dias. Eram duas ou três? Ele não conseguia se lembrar, as horas se transformando em um outro dia, enquanto eles definhavam se divertindo e aproveitando um ao outro.

— Você está acordado, meu Highland Wolf. Você está bem? — A voz de sono de Charlie o fez girar para olhar para o lindo rosto.

— Eu estou mais do que bem. — Movendo-se para que seu corpo estivesse ao longo de seu comprimento nu, seus dedos acariciando o rosto. — Como está?

Charlie riu.

— Dolorida! Quem pensaria que fazer amor seria como se eu tivesse acabado de passar um dia inteiro na academia.

— Eu fiz a minha parcela de tempo na academia, mas eu tenho que dizer, minha companheira, estou dolorido em lugares que o ginásio certamente não alcançou.

Enquanto ela ria novamente, a boca de Rory cobriu a dela, seus corpos se derreteram por um momento antes que as mãos de Charlie pousassem em seu peito, empurrando-o para cima.

— Comida, precisamos de comida.

— Não pode esperar? Apenas um pouco mais e depois prometo que encontrarei algo para comermos.

Charlie sorriu seus olhos cintilando.

— Promete?

— Sim prometo. Só mais uma vez, minha American Wolf. Minha besta é um pouco louca e não parece capaz de ter o suficiente de você.

— Rory, você já me pegou na sua, desculpe, nossa cama. Você não precisa falar coisas carinhosas para mim!

Os olhos de Rory se arregalaram.

— Carinhoso? Não, não estou fazendo isso, só falo a verdade, Charlie. Eu só espero que não precisemos sair daqui em breve.

Os lábios de Charlie o beijaram ao longo de seu peito, se aproximando de um mamilo, beliscando-o suavemente.

— Eu também, Rory. Agora, onde estávamos?

Sua mão agarrou seus cabelos, puxando a cabeça para trás, para que seus lábios pudessem cobrir os dela, suas línguas entrelaçadas, uma vez mais, seus corpos trabalhavam juntos como magia. A paixão, o amor, a excitação e a luxúria levando os dois para um emaranhado de membros embebidos de suor.


— Eu realmente preciso verificar o trabalho, seu lobo atrevido. — Stracey riu enquanto a língua de Jinx fazia coisas pecaminosas para seu corpo.

— Mais tarde. Muito, muito mais tarde. — Murmurou Jinx enquanto descia pela pele de sua companheira. O suave, baixo, gemido de suas ações provocou seu pênis a atenção novamente.

— Não, na verdade, Jinx, não chequei isso, meu Deus, é em dois dias? — Stracey lutou para se concentrar no que deveria fazer e falhou.

A língua de Jinx finalmente alcançou seu objetivo, girando em torno de seu clitóris enquanto todo sentido deixava seus pensamentos, empurrando seus quadris para cima em sua boca.

— Droga! — Ela gemeu nas mãos de seu companheiro segurando-a firmemente no lugar.

— Eu te amo, Stracey. — As respirações de Jinx provocando sua pele.

— Hmm, eu também. — Ela conseguiu dizer antes de jogar a cabeça para trás e seu corpo responder cheio de força para fazer amor. Seus dedos agarraram o cabelo dele, enquanto tomava seu clitóris inchado dentro de seus lábios, alternando sua língua com os dentes e sendo lançada para mais um orgasmo. Stracey nem conseguiu se lembrar do que deveria fazer, tão absorvida por seu feitiço amoroso.

Quando o orgasmo a alcançou, seu corpo tremia, Jinx se moveu para cobri-la, empurrando sua dureza dentro de sua bainha molhada.

— Minha companheira. — Ele rosnou suas gengivas entrando em erupção para acomodar seus enormes caninos. Stracey moveu a cabeça para o lado, dando-lhe acesso à sua pele macia, sabendo de sua necessidade de marcá-la, uma e outra vez.

Os movimentos de Jinx começaram lentos, apertando seus quadris contra ela para estimular seu clitóris já super sensibilizado.

— Oh merda! — Exclamou, sentindo-se subindo mais uma vez para perder sua mente.

Jinx riu quando sua cabeça baixou e suas presas afundaram profundamente dentro de sua pele enquanto ambos se aproximaram do orgasmo. Seus movimentos acelerando e seus esforços mais difíceis até que finalmente sua cabeça se ergueu de volta, um rugido saindo de sua garganta quando seu próprio grito se juntou ao dele.

Muitos momentos depois, o corpo de Jinx ainda estava em cima dela, seu suor se misturava, as pernas enroladas umas às outras.

— Quer se juntar comigo no banho? — Ele perguntou, beijando-a suavemente, onde a mordera.

— Daqui a pouco. Não tenho certeza se as minhas pernas funcionam agora. — Stracey sorriu. — Elas se sentem como geleia.

— Eu te levarei. — Jinx continuou a colocar pequenos beijos no lugar onde a marcou.

— Deixe-me recuperar um pouco. — Stracey o beliscou. — Você deve lembrar que eu não sou um lobo, caramba, sou apenas um quarto de bruxa, então, perdoe-me se demorar um pouco mais do que você para me recuperar.

Jinx se afastou, ajoelhando-se ao lado dela, preocupação estampada por todo o rosto.

— Você está bem? Machuquei você? Droga! Eu sou tão estúpido. Me desculpe, Stracey.

A testa de Stracey franziu.

— Ei, está tudo bem. Não, você não me machucou. Só preciso recuperar o fôlego.

— Tem certeza? Você me diria se tivesse, não é? — Os olhos de Jinx estavam tão preocupados com o fato de tê-la machucado, que quase derreteu seu coração.

— Sim, eu diria a você. — Stracey sorriu. — Inferno, eu provavelmente te derrubaria, então não se preocupe.

— Lá está ela. — Jinx sorriu. — Agora, minha companheira mal-humorada, banho?

— Sim, banho, e até permitirei que você me carregue.

Jinx saltou da cama, gritando.

— Venha aqui, pequena safada.


— Como estão as coisas? — Chastity perguntou assim que Cam entrou em seu quarto.

— Tudo bem, nada que precise da minha atenção hoje, mas amanhã precisaremos deixar nosso pequeno pedaço do céu. — Colocando a bandeja na cômoda, ele pegou um prato. — Aqui, Marie preparou uma festa para nós. Você quer café ou suco?

Chastity pegou o prato, os olhos arregalados na porção.

— É muito para mim, por favor, e uau, ela acha que não comemos há um mês?

Cam despejou café para ambos, levando um copo de café em uma das mãos e um copo de suco na outra para colocá-los na mesa lateral ao lado de Chastity.

— Eu sei, mas acho que conseguirei comer tudo, meu estômago está roncando tanto que está começando a parecer meu animal.

— Eu notei. — Chastity sorriu. — Então, não precisaremos nos levantar depois disso? — Perguntou, colocando comida rapidamente em sua boca.

— Não, eu disse a eles para bater à porta se eu for necessário. Caso contrário, será amanhã, quando precisarmos voltar para a sela, por assim dizer.

Chastity franziu a testa.

— Me sentirei um pouco desconfortável, com você me reivindicando como sua companheira e o que aconteceu com meu sobrinho, isso causou muita dor de cabeça.

Cam juntou-se a ela na cama, sua própria comida em uma das mãos e suco na outra.

— Você não deveria. Nenhuma pessoa culpa você pelas ações de sua família. Não pense nisso, Chastity.

— Ok, se você diz isso. — Ela murmurou, pegando seu café.

O tom de Cam foi firme quando respondeu:

— Eu faço, e eu sou o Alfa, então acho que isso conta como algo. No entanto, temos uma possível situação em relação a minha família.

Chastity olhou para Cam.

— O que?

— Bem, esse grande idiota, Mac...

Chastity levantou a mão.

— Idiota?

— Sim, um energúmeno em outras palavras.

Novamente, sua mão subiu.

— Ok, você fala em uma língua estrangeira, Cam.

— Começarei de novo. Aquele idiota, Mac, telefonou para o meu irmão contando-lhe sobre nós e Grant decidiu vir para uma visita. Ele chega amanhã à tarde com cerca de quinze outros lobos.

— Qual é o problema? — Chastity gemeu enquanto comia os ovos que Marie fez.

— Não é Grant, esse é o problema, embora eu não soubesse por que ele está vindo, é o meu pai. — Cam tentou não grunhir, falhando e continuou. — Digamos que meu pai e eu não nos damos bem e se ele chegar aqui amanhã, então nós sairemos antes dele chegar, deixaremos este lugar.

Chastity engoliu sua comida.

— O que? Você está louco?

Cam franziu o cenho.

— Não, não estou louco, obrigado por isso, querida. Mas, não o deixarei estragar nosso tempo juntos, nem ficar debaixo da minha pele e me fazer reagir como sempre, muito mal.

Chastity inclinou a cabeça para o lado, olhando para ele por um momento antes de responder.

— Cam, você é o Alfa. Se você não quer o seu pai aqui, então tudo que você precisa fazer é pedir-lhe para sair ou se isso causar algum tipo de cena, você usa o seu Beta para fazê-lo por você. Simples.

— Nada é simples, onde meu pai e eu estamos envolvidos. Embora eu tenha que admitir que não pensei em pedir a alguém que lhe dissesse para sair.

— Droga. — Chastity riu. — Ele deve realmente confundir seu cérebro com a sua presença, porque é realmente fácil negar que alguém venha para a terra da matilha. Depois de descobrir, com certeza, se ele chegou ou não, então você pode decidir o que fazer. Enquanto isso, fale-me sobre os outros. Quinze, você disse?

A tensão de Cam diminuiu seu corpo relaxando um pouco.

— Sim, essa é a primeira carga de lobos de casa que estão se mudando para cá. Principalmente eles serão para reabastecer a antiga matilha, não há muitos jovens lobos machos lá.

— De casa? — Chastity perguntou. — Eu pensei que você deixou anos atrás e não queria nada com a matilha?

Cam murmurou:

— Eu sou um escocês, Chastity. Nós sempre chamamos Escócia de casa, não importa onde vivamos ou quanto tempo existe desde que vivemos lá.

— Patriótico você, não é? — Chastity o encarou fixamente, aparentemente tomando todos os detalhes.

— Sim, nós somos, há um velho ditado, você pode tirar um escocês da Escócia, mas você nunca levará a Escócia para fora do escocês.

— Bem, eu gosto disso, embora seu sotaque não seja tão pronunciado como o de seu amigo, até o de Jinx é mais forte que o seu.

Cam assentiu.

— Um subproduto de meus negócios. Quando você está lidando com pessoas de todo o mundo, às vezes pode ser difícil para eles entender o nosso sotaque. Aprendi a perder rapidamente, mas se eu estiver entre meus amigos e nós tivemos uma bebida ou duas, então ele é rápido o suficiente.

— Eu precisarei organizar isso.

Cam levantou uma sobrancelha.

— Por quê?

— Bem. — Chastity tirou os dois pratos da cama, rapidamente colocando-os ao lado. — Meu Highlander, acho que o sotaque é sexy.

Cam agarrou as mãos logo antes de puxá-lo para ela, apertando-as nas dele.

— Você acha? Bem, então, posso ter que usá-lo para você então, moça.

Chastity riu.

— Maldito! Sim, por favor. Mais, Cam, me chama de sua moça novamente.

Movendo-se com a velocidade do relâmpago, ele a tinha nas costas, inclinando-se sobre ela.

— Sim moça, minha pequena moça.

A boca de Cam cobriu a dela, um longo suspiro escapando quando seus corpos se uniram mais uma vez.

Muitas horas depois, Cam estava olhando para o teto, um braço atrás da cabeça enquanto o outro segurava Chastity junto dele. A sensação de tê-la ao lado dele era tão perfeita que se perguntou por que pensou em se distanciar dela.

Sim, seria uma grande mudança para sua vida. Sem mais hordas de mulheres aquecendo sua cama por algumas horas curtas de cada vez. Agora ele tinha uma que ficaria ao seu lado para sempre.

Cam apertou, o estômago se encheu de tensão, um desejo de fugir quase sufocando-o. “Acalme-se” ordenou a si mesmo, repetidamente. Pânico crescendo em sua cabeça quando percebeu o momento em que ele e Chastity tiveram seu ritual de ligação que eles seriam unidos, sem volta.

“É o que você quer! ” Murmurou a si mesmo firmemente, mesmo quando seu estômago se apertou novamente.

Olhando para Chastity, com seus longos cabelos loiros espalhados, seus lábios ainda inchados de seus beijos, seu pânico diminuiu. Levemente. Apenas ligeiramente e ele respirou fundo, várias vezes, segurando uma contagem de cinco antes de soltar. As marcas que fez olhando para ele, de sua pele pálida. O seu animal rondava. “Nossa! ” Resmungou enquanto lutava para se controlar.

Balançando a cabeça, Cam se castigou, então pulou quando a mão de Chastity tocou seu estômago. Sua voz ficou cheia de preocupação enquanto murmurava:

— O que há de errado? Eu posso sentir isso, Cam.

— O quê? — Ele tentou, esperando que ela voltasse a dormir.

— Não. Apenas não faça isso. — Totalmente acordada agora, ela o cutucou. — Eu disse que posso senti-lo. A tensão em seu corpo, algo que se sente um pouco como o pânico também. O que está acontecendo?

Cam franziu a testa.

— Como? Quero dizer, todos nós podemos entender os outros lobos, mas como você pode sentir tudo isso?

— Não faço ideia, mas, Sr. Cameron Sinclair, não tente mudar de assunto. — O cutucou novamente, com dificuldade. — O que está errado?

Cam balançou a cabeça.

— Nada, volte a dormir.

Chastity lutou para se sentar, seu braço tentando mantê-la onde estava. O lençol caindo enquanto ela se sentava contra a cabeceira da cama.

— Por favor, não faça isso. Sei que haverá momentos em que talvez você não possa me dizer o que está errado. Negócios privados da matilha ou algo assim, mas agora eu sei que algo está errado e quero saber o que é.

— Shh, venha aqui. — Cam tentou distraí-la e tudo o que conseguiu foi sua mão dando uma bofetada.

— Pare! Não, Cam, não tente fazer isso também. Posso amar o seu toque, inferno, não há nada melhor, mas você não pode usar isso sempre que não quer falar. Derrame, agora.

Cam desviou o olhar, sabendo que se falasse a verdade a magoaria novamente. No entanto, ele não era bom com mentiras, nunca foi.

— Acabei de ter um ataque de pânico.

— Eu vejo. — A voz de Chastity é baixa. — Sobre nós? Eu?

— Uma parte disso. — Cam encolheu os ombros. — Tudo isso. Toda a coisa de matilha, você, eu, tudo.

— E você não me contaria? Por quê?

Se encolhendo de novo, Cam se virou para olhar para ela, seus olhos questionadores, mas cheios das lágrimas que temia que veria.

— Eu não queria machucá-la e também estou tentando trabalhar com isso na minha cabeça.

Chastity deu um soco no braço.

— Este é o tipo de coisa que pode causar problemas, Cam. Precisamos ser abertos e honestos. Acho que você deveria saber que também tive alguns momentos vacilantes.

— O que você quer dizer? — Perguntou Cam, sem ter percebido qualquer desconforto nela.

— Bem, mais cedo, quando você desceu por comida, tudo se misturou na minha cabeça. — Chastity mordeu o lábio inferior. — Fiquei meio assustada por um minuto ou dois. Quase vesti as roupas e corri.

Cam ficou chocado.

— Correu? De mim? — Perguntou, quase rosnando para ela.

— Sim, você é meio intenso, Cam, e ainda não tenho certeza de como me encaixarei com sua vida. Se eu posso caber em sua vida.

Suspirando fortemente Cam levantou-se, andando de um lado para o outro com uma série de emoções passando por ele. O menor pensamento de Chastity correndo, juntou raiva à tempestade no topo.

— Nunca mais. Nunca corra de mim, porque se você fizer, eu irei atrás de você, Chastity. Não pense que não caçarei você, não importa aonde vá. Vou encontrá-la.

— Então, está tudo bem para você ter dúvidas, mas não eu? — Ela gritou de volta, sua própria raiva, obviamente, aumentando.

— Isso não é o que eu estou dizendo.

Chastity se juntou a ele, estendendo sua mão.

— O que você está dizendo?

Cam bufou.

— Eu não tenho nenhuma ideia!

— Isso é novo. — Rindo enquanto tocava seu braço. — Cameron Sinclair não faz ideia.

— Sim. — Sua voz cortou enquanto lutava para controlar sua besta. Seu lobo que não queria nada além de ter Chastity de quatro diante dele, enquanto mergulhava dentro dela. — Eu não tenho certeza que serei bom em compartilhar coisas. Mas, minha loba branca, você está me intoxicando, como uma droga exótica. Você está invadindo os meus sentidos, então não posso pensar direito e eu não gosto disso. Nem um pouco.

— Acho que nós dois, Highlander, você admitiu que você tem dúvidas, também. Mas você sabe como eu me acalmei mais cedo, quando eu queria correr?

— Não, como? — Cam disparou, tentando não a jogar na cama.

— Eu tentei pensar como eu me sentiria se não estivesse aqui. Na sua cama, com você ao meu lado. — Chastity sorriu timidamente, seu rosto corando. — Isso me assustou. Um monte. Meu coração começou a trovejar no peito, não de maneira boa. Não como faz quando você está fazendo, bem, o que você faz para mim. E eu pensei que vomitaria, ali mesmo na cama. Então, o que estou tentando dizer é que sair era muito mais assustador, para mim, do que ficar.

Cam olhou fixamente para ela, tentando sentir qualquer decepção, mas não encontrou nenhuma. Seu coração martelava quando pensava igual a ela. Pensou em ela não estar aqui, com ele, em sua casa, em seu quarto, em sua cama.

Um pânico como nenhum que experimentou o alcançou, respirando com dificuldade enquanto tropeçava até a poltrona, sentando-se. Chastity caiu de joelhos na frente dele, os olhos implorando, a boca em movimento, mas ele não ouviu nenhum som. Seu sangue batendo nas orelhas fazendo com que fosse impossível ouvir. Finalmente, longos momentos depois, sua voz atravessou.

— Respire Cam, apenas respire. Você ficará bem, apenas tente se acalmar. Por favor, meu companheiro, tente se acalmar.

Cam alcançou a frente, puxando-a bruscamente para cima e sobre o colo, enterrando o rosto em seu ombro. Demorou mais alguns minutos antes que falasse, chocado com sua reação, não tinha certeza do que dizer.

— Desculpe. — Foi tudo o que conseguiu.

— Pelo que? — Chastity murmurou contra seu peito. — Mostrar que se importa? Que você não é o grande e resistente Alfa a cada momento?

— Basicamente, sim. — Murmurou Cam. — Nunca me senti assim antes e certamente nunca testemunharam eu sendo... fraco.

Chastity se afastou, olhando para o seu rosto.

— Você não é fraco. Ninguém jamais pensaria isso. Você é um homem que não está acostumado a ser um Alfa de não apenas uma, mas duas matilhas. Uma grande corporação comercial para executar. Ah, sim, e encontrando-se com sua companheira que tem uma linhagem complicada e nunca usou um vestido de noite em sua vida. Inferno, mal posso andar num sapato de salto.

Cam riu.

— Obrigado, mas tenho medo que terá que praticar os saltos, porque você estará presente em algumas funções comigo e haverá vestidos de noite, saltos e algumas joias de família envolvidas.

— Droga! — Chastity riu. — Talvez eu possa ficar aqui quando você viajar a negócios?

Cam ponderou isso por um momento, seu batimento cardíaco acelerou novamente com o pensamento.

— Não, eu não acho que isso funcionaria. Sei que você sendo uma loba, pode ser um tanto ciumenta, então não acho que você gostaria de ver fotos minhas na mídia dançando com outra mulher.

A besta de Chastity uivou quando ela rosnou alto.

— Não! — Levantou a mão apertando seu braço, suas unhas cavando e extraindo sangue.

— Ouch! — Cam puxou o braço para longe. — É por isso que você tem que vir comigo. Preciso ir para Los Angeles em algumas semanas, para que você possa vir comigo, começaremos a te ajudar.

Chastity não pareceu feliz, o que o confundiu, pois, a maioria das mulheres gostava de fazer compras.

— Não tenho certeza de que eu gostaria disso. Eu não estive no tipo de lojas que você frequenta. E se eu o envergonhar?

— Você nunca poderia fazer isso. — Cam sorriu — Afinal, quem foi meu companheiro até agora? Jinx, e eu lhe digo que esse cara poderia envergonhar alguém, a qualquer hora e em qualquer lugar. — Apertando-a novamente, ele riu, juntando suas mãos na dele. — Então, você será uma grande melhoria. Além disso, eu a levarei para a cama depois. Grande vitória, na minha opinião.

— Você é tão insolente.

— Eu? Nunca. — Cam se inclinou, pressionando sua testa contra a dela. — Acho que ambos aprendemos uma lição hoje.

— Sim. — Chastity disse sem fôlego, seus lábios mal acariciando os dele. — Acho que precisamos conversar um com o outro se houver um problema, ou mais ataques de pânico.

— Posso levá-la de volta à cama? — Perguntou Cam. — Tenho uma visão de você na minha cabeça que não sairá.

— Você tem?

— Sim, certamente. Quer ouvir o que vejo agora?

Os olhos de Chastity aumentaram.

— Sim.

— Você está de quatro, sua bunda fabulosa para cima e você está olhando por cima de seu ombro para mim enquanto eu...

— Cam! Posso adivinhar o que você está fazendo!

— Então, vamos? — Sorriu quando ela pulou do colo, estendendo a mão.

— Sim. — Chastity suspirou quando ele segurou sua mão, seus dedos entrelaçados enquanto o puxava e o arrastava para cama.


Capítulo três

— Então? Ele está lá? — Cam gritou no telefone, a tensão nos seus músculos.

Mac gaguejou:

— Não, não, apenas Grant. Bem, não apenas Grant, mas você sabe o que quero dizer.

— Bom. — Cam relaxou. — Isso também é bom para você, Mac, porque, se o velho tivesse chegado, eu estaria seriamente enojado.

— Eu sei, mas Grant está animado por estar aqui. Está organizando todos no ônibus, mas pediu para te informar que não pode esperar para encontrar Chastity.

Cam se permitiu sorrir, seus lábios puxando enquanto imaginava seu irmão mais novo “organizando” os lobos.

— Diga-lhe que o encontrarei no Wild Flower Camp e, se ele quiser, pode vir e ficar aqui.

— Ok. — Mac pareceu aliviado. — Direi a ele.

— Me envie uma mensagem quando você estiver quase de volta e eu irei. — Cam passou a mão por seus cabelos — Quero conversar com eles antes de se instalarem.

— Eu farei. — Disse Mac antes de Cam desligar.

— Então. — A voz suave de Chastity interrompeu suas reflexões. — Está tudo bem?

— Sim, meu pai não veio. — Cam pegou sua caneca, tomando o café forte e pensando em tudo o que precisava ser feito naquele dia. — Nem Jinx ou Stracey apareceram ainda?

Sua tia cozinhava, a mesa cheia de pratos já preparados, sorrindo, balançou a cabeça.

— Não, não vi nem os cabelos deles desde a cerimônia.

Cam suspirou.

— Porra, significa que eu terei que ir e interrompê-los. Precisamos verificar as empresas e garantir que tudo esteja funcionando como deveria.

Chastity colocou uma das mãos sobre a dele.

— Não pode esperar? Eles estão recém-casados, Cam, você sabe como são os lobos em um momento como este.

— Infelizmente não posso. — Cam apertou-lhe a mão — O negócio não atende aos lobos ou seus apetites insaciáveis quando estão ligados. Stracey precisa verificar algumas coisas, e como penso, só demorará algumas horas. Nada mais.

— Boa sorte com isso. — Fergie brincou, digitando em seu laptop. — Jinx não ficará feliz, primo, na verdade, eu chegaria tão longe quanto para dizer que ficará muito chateado.

— Dificilmente. — Cam franziu o cenho. — Jinx está bem ciente de como fazemos negócios, então ele só precisará suportar a ausência de Stracey por um tempo.

Empurrando a cadeira para trás, Cam se levantou.

— Verei você mais tarde, mas antes de ir, tia Marie, o que você está fazendo? Há comida suficiente aqui para alimentar uma matilha.

Marie sorriu.

— Exatamente. Estou fazendo isso para você assumir o controle quando for cumprimentar seus compatriotas. Deve haver o suficiente para todos e é apenas minha maneira de dizer bem-vindos.

— Eu vejo. Bem, tenho certeza que eles serão muito gratos, mas lembre-me de levar. Eu posso simplesmente esquecer.

Chastity se levantou.

— Marie posso ajudar? Cam, irei lembrá-lo. Na verdade, arrumaremos tudo no jipe antes de sair, para você não esquecer.

Marie parecia um pouco cautelosa, só estava acostumada a Angel, ajudando-a na cozinha da qual ela estava encarregada por tantos anos que não conseguia lembrar. Cam esperou, querendo ver como isso aconteceria antes de deixar Chastity.

Angel caminhou, cutucando Marie nas costelas e sua tia assentiu.

— Claro. Você pode ajudar Angel, se não se importar com isso?

— Eu adoraria ajudar, mas receio que vocês duas tenham que me ensinar. — Chastity riu, sussurrando — Sou péssima na cozinha, mas manteremos isso entre nós, meninas. O Alfa não precisa saber disso, não é?

Cam sorriu quando ele se virou para sair, fingindo que não ouviu quando se perguntou quão ruim Chastity era na cozinha. Se ela fosse tão ruim, encontraria outros deveres, a fêmea Alfa sempre deveria fazer uma contribuição para a matilha. Se necessário, Chastity aprenderia a ajudá-lo com o trabalho de escritório, tanto para os negócios da matilha quanto para os próprios.

Chegando no andar de cima, ele bateu alto na porta de Stracey.

— Desculpe, mas preciso de vocês dois no andar de baixo.

Cam claramente ouviu um grunhido alto antes que a porta fosse quase arrancada das dobradiças. Um Jinx muito zangado apareceu nu diante dele, seus olhos ardendo de fúria.

— O que diabos? Vá embora, Cam, não estou com vontade de qualquer jogo.

Cam inclinou-se contra o batente da porta, cruzando os braços e olhando para o amigo.

— Não estou jogando, Beta, você é necessário hoje e Stracey também, para supervisionar as empresas e verificar se as coisas estão bem.

Jinx olhou para ele, seu corpo se esticando para discutir um pouco mais, quando Cam viu uma pequena mão alcançar a cintura de Jinx. A cabeça de Stracey apareceu, espreitando o ombro de seu amigo.

— Tudo bem, Jinx, eu lhe disse ontem que tinha trabalho a fazer.

— Estamos recém-ligados! Devemos ter, pelo menos, uma semana, de preferência duas, antes de termos de sair do nosso quarto. — Jinx olhou novamente para Cam, falando com os dentes cerrados. — Alfa, nós realmente precisamos trabalhar hoje? Não pode ser adiado por mais um ou dois dias?

— Sinto muito. — Cam levantou-se. — No entanto, você é obrigado hoje, por algumas horas, de qualquer maneira. Então, quando terminar, você pode voltar aqui. Sugeriria que ambos comessem primeiro e, possivelmente, que passassem um pente pelo cabelo. Vocês dois parecem ter sido arrastados pela sebe!

— Pelo amor de Deus! — Jinx recuou. — Uma hora? Posso ter mais uma hora?

Cam virou-se.

— Quarenta e cinco minutos e então eu quero os dois lá embaixo, lavados, vestidos e prontos para trabalhar.

Jinx bateu a porta quando Cam suprimiu sua risada. Ele ainda estava sorrindo quando reconheceu Fergie no pé da escada.

— Bem, como foi? — Fergie perguntou, seu próprio rosto sorrindo como um idiota.

— Melhor do que esperava. — Cam assentiu de volta pelas escadas. — Pensei que ele me daria um soco ou, pelo menos, tentaria. Eu lhes dei mais quarenta e cinco minutos, então, se fosse você, eu iria para outro lugar ou colocaria alguma música e aumentaria o volume.

Assim que as palavras saíram da boca de Cam, podiam ouvir Jinx uivar de paixão. Fergie virou sua cadeira de rodas rapidamente enquanto o rádio estava sendo ligado na cozinha.

— Quer dar um passeio? — Perguntou Fergie por cima do ombro, já abrindo a porta da frente.

— Claro, tenho que esperar que esses dois terminem. — Cam seguiu a cadeira de rodas para fora, sua mente voltando a invadir a recusa de seu primo em sua ajuda com relação à sua paralisia.

— Então, como você está? — Perguntou Cam. — Quero dizer, realmente, você estava um pouco triste e eu fiquei preocupado.

— Ficarei bem, Cam. — Fergie olhou para cima — Não é como se eu tivesse alguma escolha no assunto. Tenho Angel, então sou grato por isso. Serei honesto com você, no entanto, se não fosse por ela, não tenho certeza de como eu lidaria com isso.

Cam esperava que não incomodasse seu primo, mas sentiu que tinha que abordar o assunto novamente.

— Fergie, agora que seu pai não está conosco, você já pensou mais na minha sugestão?

— Não. — Disse Fergie de forma decisiva, deixando Cam se perguntando o que diabos estava errado com ele.

Tentando o melhor para não piorar, Cam pisou na frente, fazendo Fergie parar a cadeira de rodas.

— Por quê? Me desculpe, mas não entendo seu raciocínio.

— Você não precisa Cam. — Disse Fergie quando o olhou com raiva. — É meu corpo, minha decisão.

— Se há ainda a chance de você ser curado, então porque não está segurando com as duas mãos? Diga-me para que eu entenda, Fergie.

Cam viu o aperto da mandíbula de seu primo, uma veia latejando no pescoço quando ele virou.

— O que diabos eu faria então? Esta era para ser minha matilha! Então, Alfa, me diga o que eu faço se ficar curado? Sair? Minha mãe ainda precisa de mim e, embora saiba, Angel iria a qualquer lugar que eu quisesse, também sei que ela quer ficar aqui. Então, Cam, o que eu faço?

Cam recuou, a raiva e o ferimento do seu primo bateram-lhe como um golpe físico. Ficou quieto por longos momentos, Fergie, obviamente, tentando voltar a estar sob controle enquanto Cam lutava para pensar sobre como responder. Quando os ombros de seu primo caíram, derrota em cada músculo, Cam balançou a cabeça.

— Sinto muito. Não consigo nem começar a pensar como isso o afetou, mas podemos resolver isso. De alguma forma, nós resolveríamos isso.

O rosto de Fergie se fechou.

— Não quero discutir, Cam. Agradeço que você tenha assumido quando meu pai foi morto. Muito. Mas se eu estivesse inteiro de novo, lutaríamos. Eu não poderia me ajudar. O desafiaria pelo meu bando e é algo que me odeio por isso. Não depois de tudo o que você fez para todos nós, então, vamos deixá-lo. Ok?

Cam não teve uma resposta, apenas saiu do caminho da cadeira de rodas quando Fergie rolou.

— Foda-se! — Cam amaldiçoou quando uma das mãos tocou seu braço, virando-se rapidamente e ficando cara a cara com Angel. Seus olhos se encheram de lágrimas quando olhou para ela.

— O que devo fazer? — Perguntou Cam enquanto os olhos de Angel seguiam seu companheiro quando desapareceu de vista.

— Não tenho certeza. — Angel olhou pensativa — O que é que você estava querendo que fizesse? Como ele pode ser curado?

Cam pensou novamente em Rebecca e seus poderes.

— Eu queria que Rebecca o observasse. Ela é forte na cura e como ninguém parece saber por que suas pernas não funcionam corretamente, acho que ela poderia ajudar.

— Realmente? — Os olhos de Angel se encheram de esperança. — Há uma chance de que possa curá-lo?

— Sim, uma chance, mas ele não ouvirá e agora sei por que. — Cam franziu a testa, as palavras de seu primo atravessando sua cabeça, uma e outra vez.

Angel sussurrou, como se estivesse com medo de que seu companheiro ouvisse.

— Quando Rebecca voltará? Gostaria de falar com ela.

— Em breve, deixarei você saber, logo que saiba com certeza. — Cam dirigiu uma das mãos para cima e sobre seu rosto — Você tem certeza? Fergie não ficará feliz se souber que você falou com ela pelas suas costas.

— Não me importo. — Angel respondeu. — Se houver uma chance de ser curado, então eu tomarei isso e sua raiva, se necessário.

Cam observou enquanto Angel voltava para a cabana, um pouco de dança em seus passos quando ela entrou. Chastity apareceu um momento depois, com os braços carregados de pratos.

— Qual veículo que levaremos? — Perguntou quando ele se apressou para ajudar, verificando seu telefone enquanto Mac enviava mensagens de texto para dizer que estariam de volta ao acampamento em menos de uma hora.

— Este. — Respondeu, abrindo a parte traseira de um dos jipes do acampamento.

— Marie fez uma tonelada de comida. Liguei para Wild Flower e pedi-lhes que preparassem mesas na clareira atrás de onde a cabana do Alfa costumava estar. Podemos ter um grande jantar para dar as boas-vindas aos Highland Wolves.

Cam ajudou-a a carregar o que ela tinha em seus braços.

— Mesmo?

— Sim. — Disse Chastity com um sorriso — De verdade. Será bom para todos nós. É minha matilha, Cam, sei que meu irmão estragou, mas quero ajudar a juntá-los novamente. Curar e torná-la forte novamente.

— Se é isso que você quer, então, que seja. — Cam a virou para ele. — Nós somos coproprietários da terra de qualquer maneira agora. Então, acho que ambos deveríamos ter mais interesse nisso.

— Cam, você adorará quando tiver a chance de olhar corretamente sobre a terra. — Chastity sorriu para ele, excitação brilhando em seus olhos. — É um lugar tão lindo e podemos trabalhar duro para torná-lo rentável novamente. Há um lugar onde eu costumava ir, fugir, está bem no rio e é mágico. Eu ficava deitada lá, olhando para o céu e imaginando que tudo estava bem. Não importava o que estava acontecendo, o que Philippe ou Mallory faziam, eu poderia deixá-lo para trás. Não posso esperar para mostrar isso para você.

Cam sorriu sua excitação o pegando.

— Espero ansioso para isso e teremos que falar sobre a matilha. Será preciso um Alfa.

Chastity franziu a testa.

— Não podemos manter as coisas como estão agora? Por um pouco mais de tempo, por favor, Cam. Eu não quero perder isso. Ainda não.

Os dedos dele percorreram seu rosto.

— Isso significa muito para você?

— Sim. — Chastity assentiu freneticamente. — Quero ajudá-los. Preciso remediar o que minha família fez para essas pessoas.

— Você não precisa fazer isso. — Cam inclinou-se, pressionando os lábios em sua testa. — Não foi culpa sua e não poderia ter parado o que estava acontecendo. Tenho certeza de que a matilha sabe disso, mas, evitarei tomar uma decisão se isso te faz sentir melhor?

— Sim, por favor. — Chastity levantou-se, com os braços circundando o pescoço para aproximá-lo. — Isso me faz sentir muito melhor.

Seus lábios se tocaram, as mãos dela puxaram seus cabelos para aproximá-lo ainda mais enquanto suas línguas dançavam juntas. Cam pegou-a, segurando-a com força contra ele, sua paixão aumentando quando uma tosse os separou.

Marie de pé com os braços cheios de comida.

— Hmm, desculpe por interromper, eu apenas acrescentarei isso.

Chastity corou quando Cam riu de seu embaraço óbvio.

— Não há problema, aqui, deixe-me ajudá-la.

Ele ajudou sua tia enquanto o cheiro da excitação de Chastity entrava em suas narinas.

“Droga, eu queria que pudéssemos voltar para a cama. ” Pensou com seus olhos presos nos quadris balançando.

Quando sua tia tossiu de novo, ele deu um sorriso desigual.

— Desculpe.

— Não há desculpas necessárias. — Marie corou — Ainda lembro como é quando você encontra o seu companheiro.

— Há muita coisa por aí no momento. — Cam riu enquanto a ajudava a colocar os recipientes de comida no jipe.

— Sim, estou tão feliz em vê-lo. Deve ser todo o “sangue novo”.

— Possivelmente, ou talvez as pessoas estejam exatamente onde eles deveriam estar. — Cam deixou Marie, indo em busca de sua companheira.


Capítulo quatro

Jinx esperava no pé da escada, vestido, no que Cam tinha certeza, eram as primeiras roupas que usava desde a cerimônia de ligação. Seu rosto bravo quando Cam sorriu.

— Está pronto?

— Eu suponho. Por quanto tempo seremos necessários?

Cam balançou a cabeça.

— Não tenho certeza. Mas Marie preparou uma tonelada de comida e as mesas já foram organizadas pela Chastity para uma grande refeição de boas-vindas. Então, meu amigo, se você quiser voltar aqui para a sua companheira, uma vez que tenhamos os novos lobos instalados, então você irá como lobo ou...

A mão de Jinx levantou-se, falando rapidamente.

— Não, não e não! Não ficarei por horas para me sentar no jantar de boas-vindas. Não acontecerá, Cam. Seguirei você em outro carro porque, uma vez que fizemos o que devemos fazer, voltarei para casa. Nós nem chegamos a uma semana! Uma semana, Cam, é o mínimo que deveríamos ter depois de uma cerimônia de acasalamento.

Lutando para reprimir seu riso, Cam pareceu sombrio enquanto assentia.

— Eu sei, e desculpe-me, mas Stracey tem um trabalho e você tem deveres de beta que exigem sua presença.

— Eu sei disso, Alfa. — Jinx parecia exasperado. — Mas, merda, eu preciso estar com minha companheira. Na cama com minha companheira, Cam.

Cam não conseguiu segurar a risada. Jinx franziu o cenho para ele enquanto lutava para se controlar.

— Sim, você pode rir. Apenas espere a sua vez. Eu serei o único a rir então.

— Me desculpe. — O riso de Cam parou — Realmente, peço desculpas, mas é muito estranho ver você assim. Pensei que seria solteiro por, bem, para sempre. Nunca pensei por um momento que encontraria uma companheira e que fosse Stracey. Você tem que admitir que é meio engraçado.

Jinx resmungou, com os olhos irritados.

— Não. Não acho engraçado. Agora, quando precisamos ir?

Cam verificou a hora.

— Agora, eu quero chegar lá e descarregar antes de chegarem.

— Boa. Quanto mais cedo nós saímos, mais rápido voltaremos.

— Veremos se há mais alguma coisa para ser carregada. — Cam foi à cozinha, encontrando as três mulheres pegando outra tonelada de contêineres.

— Aqui, iremos ajudá-las. — Tirou o peso de Marie de seus braços enquanto Jinx tomava o de Angel.

— Nós voltaremos mais tarde, sem ter certeza de que horas. — Chastity sorriu enquanto seguia atrás.

— Sem pressa, divirta-se. — Marie brincou quando Jinx resmungou novamente.

Uma vez que a comida foi empacotada no jipe, inclusive no banco de trás, Cam e Chastity entraram, enquanto Jinx foi para um dos outros jipes estacionados ao lado da cabana. A jornada levou mais tempo enquanto Cam dirigia muito mais tranquilamente que o normal devido à comida, com cuidado para não cair ou fazer uma bagunça.

O sol brilhava e as janelas estavam abaixadas, o braço de Cam estava apoiado na porta enquanto dirigia. Chastity mordeu o lábio inferior, um sinal de que estava nervosa.

— O que há de errado? — Perguntou, sentindo o mal-estar de sua companheira.

— Estou um pouco nervosa.

— Por quê? — Cam a olhou, viu as pequenas linhas de tensão em torno de seus olhos.

Chastity virou para o lado.

— E se eles me culparem? Por Philippe e Mallory?

Cam balançou a cabeça.

— Não, querida, não farão isso. Eles viram como foi tratada também, então estou bastante certo de que não haverá ressentimentos. Você não poderia fazer nada para parar qualquer um deles. A matilha sabe disso.

— Espero que sim, Cam. Odiaria sentir como se eu não fosse desejada lá, porque eu amo essa matilha e a terra.

— Eles sentirão isso, Chastity. Igual a mim. Eu posso...

Cam parou, tirou o pé do acelerador enquanto um cheiro flutuava em sua direção. Um shifter estava em suas terras e ele não era da matilha. Desacelerando o jipe ainda mais, ele respirou profundamente antes de parar completamente.

— Você consegue cheirar? — Perguntou enquanto Chastity assentia.

Desligando o motor, ele saiu. Jinx franziu o cenho para ele através do para-brisa.

— Shifter. — Cam falou e a sobrancelha de Jinx levantou quando desligou seu próprio veículo e saiu.

— Onde? — Perguntou Jinx, erguendo o nariz para cheirar o ar ao redor deles quando Chastity se juntou a eles.

— Eu estou... — Cam fez uma pausa quando um forte uivo de dor ecoou na floresta. Os três giraram para o som.

— Olharei por aí. — Jinx fez um gesto com a cabeça enquanto começava a se despir.

— Sim. Chastity... — Cam já tirava as botas e jeans. — Fique aqui e não se mova. Volte para o jipe e aguarde até voltarmos. Ok?

Seu tom puro Alfa, enquanto ela estendia as mãos para as roupas deles. Os olhos de Chastity arregalaram quando olhou em volta como se esperasse que alguém saltasse neles. Cam sentiu sua agitação enquanto a empurrava para o carro.

— Está tudo bem. — Ele sussurrou enquanto a ajudava no assento.

— Fique dentro, feche as janelas e não saia até eu voltar.

— Tudo bem. — Chastity respondeu, mostrando seu nervosismo claramente.

— Pronto? — Ele perguntou a Jinx que começou a se transformar. — Tomarei isso como um sim.

Cam mudou rapidamente, sua besta negra pronta antes de seu beta. Forçando-se a esperar até que o lobo de Jinx estivesse pronto, antes de ir para as árvores em busca do estranho em suas terras.

Entrando e saindo dos obstáculos em seu caminho, o lobo de Cam manteve o nariz alto e os ouvidos em alerta, os sons e aromas do shifter levando-os direto para ele. Quando se aproximaram, conseguiu ouvir um barulho alto, e um rosnado, e então um rugido com o qual estava familiarizado, um urso.

Diminuindo o ritmo, continuou, mas cauteloso. Um urso irritado não devia ser incomodado, então Cam prosseguiu devagar, Jinx ao seu lado. Ele podia sentir a apreensão de Jinx enquanto se aproximavam da fonte do barulho.

Desacelerando enquanto avançava, a visão encontrando-os fez com que a besta de Cam tremesse com antecipação. Uma pantera-negra, uma jovem pantera shifter, estava tentando se defender de um ataque de um grande urso preto. Com seu primeiro vislumbre, era óbvio para Cam, a pantera estava ferida, sua perna traseira sangrava, onde as garras do urso arranharam.

Os dentes da pantera descobriram quando rosnou para o enorme urso. Cam sabia que o shifter estava em uma posição impossível, dificultada por sua lesão, não podia fazer nada inteligente e sair de lá. Não, estava preso tentando afastar os avanços do urso enquanto era perseguido, como um gato com um pássaro ferido, brincando com sua comida.

Cam pulou para frente, um barulho alto entrando em erupção de sua garganta e dando um susto no urso, fazendo-se um novo alvo.

Jinx não estava com ele, seu animal se afastou para entrar atrás do grande urso preto. Chegando um momento depois com seu próprio rosnado, caindo nas costas do urso. Cam viu o animal de Jinx atacar com sua pata dianteira, suas garras afiadas infligindo dano na parte traseira do urso, o sangue fluindo livremente da ferida.

Quando a cabeça do urso girou com raiva, Cam aproveitou a oportunidade para se mover entre ele e a pantera machucada, sua própria pata maciça passando na perna dianteira do urso. Seu lobo uivou em alegria quando suas garras fizeram seus próprios danos, o sangue brotando dramaticamente.

Maldição, ele deve ter atingido uma artéria. Esse foi um tiro de sorte!

O imenso urso ergueu-se, furioso que sua refeição fora arrancada tão facilmente. Jinx movendo-se novamente para deslizar em sua outra perna, mais danos resultando com o urso caindo para frente em todas as quatro patas novamente. À medida que o sangue continuava a brotar furiosamente da artéria danificada, os lobos de Cam e Jinx rodeavam o urso. Em alerta, ambos sabendo o dano que um animal poderia fazer quando encurralado e ferido.

Cam podia ouvir a pantera enquanto lutava para recuperar a força que perdeu ao afastar o urso preto. Ouviu a frequência cardíaca do shifter diminuir à medida que se recuperava gradualmente. Sua atenção firmemente no urso, esperando que o animal tomasse seu último suspiro.

Pareceu levar um longo tempo, embora fosse provavelmente apenas alguns minutos, enquanto o sangue embebeu o chão ao redor deles. O chão da floresta estava um vermelho horrível, o aroma acobreado de sangue da vida do urso invadiu suas narinas. Quando o sangue começou a se infiltrar, em vez de pulverizar, ele sabia que o tempo estava próximo.

A tristeza ao ter que matar um animal tão lindo, logo provocou que a ira se elevasse dentro dele.

Finalmente, o coração do urso gaguejou algumas vezes, um longo suspiro escapando um segundo antes de morrer. Cam se aproximou, certificando-se de que estava morto antes de se transformar rapidamente e rodear a pantera.

— Quem diabos é você e por que está na minha terra? — Alfa puro em seu tom, sua posição, seus olhos furiosos enquanto olhava para a besta negra na frente dele.

O shifter abaixou a cabeça, mostrando sua submissão enquanto Cam caminhava para ele. Verificando rapidamente a ferida da pantera e vendo que estava quase curada, antes de ordenar.

— Transforme-se, agora.

Ele sentiu o animal de Jinx ao seu lado, seu beta ficando na forma de lobo no caso do shifter representar qualquer ameaça. Cam observou enquanto o jovem shifter começou a se transformar. Não era fácil assistir quando o jovem parecia lutar com a mudança.

Em vez da mudança fácil que costumava testemunhar, Cam viu a mudança da pantera ter trabalho e parecia levar muito mais do que deveria. Quando um jovem surgiu, Cam o viu estremecer com dor e tentar esconder. Um olhar de submissão e desafio mostrando suas características.

Com longos cabelos pretos que pendiam bem em seus ombros, um corpo magro que mantinha a promessa dos músculos que se espalhariam com boa comida e descanso, olhos como duas piscinas negras o encaravam.

— Quem é você? — Cam olhou dos pés do jovem para cima, observando várias feridas antigas, bem como a que ainda curava na coxa.

— Meu nome é Ryder, Ryder Velcrey.

Jinx rosnou, Cam colocou uma das mãos em sua cabeça para mantê-lo.

— O que diabos você faz na terra da matilha? Mesmo um jovem igual a você deveria conseguir farejar claramente nossas fronteiras.

Os pés do jovem embaralharam, seus olhos não se encontraram com os de Cam.

— Eu estava com fome. — Sussurrou suavemente.

— Com fome? Por que você não vai para casa para se alimentar então? Você não tem o direito de estar aqui, Ryder. Suas ações podem resultar em um desafio, garoto. Confie em mim. — Cam rosnou — Você não o quer.

— Não posso. Eu não tenho casa.

Cam olhou fixamente, vendo a pele e os ossos do jovem.

— O que? Explique-se.

— Minha matilha nunca me aceitou. — O rosto de Ryder corou escarlate. — Minha mãe conheceu meu pai em uma viagem para visitar sua irmã. Bem, fui o resultado e ela nunca mais o viu. Quando nasci, nossa matilha não estava feliz. Eles não queriam uma pantera em sua matilha. Então eu saí.

— Quando? Há quanto tempo você está sozinho, garoto? — Cam não perfumou nenhum engano e olhou novamente para o menino nu. Desta vez seus olhos viram muitas feridas antigas que não pareciam ter curado como deveriam. Se ele não estava sendo nutrido, isso certamente explicaria o estado dele.

— Há alguns anos.

Cam estava chocado, ele era apenas mais do que um filhote.

— Você esteve sozinho por anos? Como você sobreviveu? Encontrou comida?

— Eu caço. Sou bom na caça. — A voz de Ryder indignou-se quando o fogo entrou em seus olhos.

— Obviamente, não é bom o suficiente porque parece que está morrendo de fome. — Cam apontou as costelas visíveis. — E o que diabos você fazia tentando segurar um urso sozinho? Isso é suicídio para qualquer shifter.

— Eu não estava atrás do urso, estava atrás de um veado ferido, mas o urso e eu cruzamos o caminho e não consegui fugir.

Cam gemeu, sabendo que não podia deixar a jovem pantera.

— É melhor você vir conosco. Iremos alimentá-lo e dar-lhe um lugar para dormir.

— O que? Por quê? — Ryder ergueu os olhos, confusão no rosto.

— Porque, eu sou Alfa e um Alfa não deixa um jovem shifter morrer de fome.

Ryder inclinou a cabeça para o lado, suas longas madeixas escuras caindo sobre seu ombro.

— Mas não sou lobo. Eu não sou da matilha.

Cam balançou a cabeça.

— Não tenho ideia de onde você veio, mas matilha não significa necessariamente lobo. Jinx aqui — Cam apontou — sua companheira é uma bruxa, mas ela é uma parte da matilha como qualquer outro.

— Realmente? — Ryder perguntou, choque em seu tom enquanto olhava para o lobo Jinx e depois para Cam.

— Sim. Sou o Alfa, não minto sobre essas coisas, garoto. — Cam rosnou, deixando-o saber que não gostava de ser questionado.

Cam podia provar o medo e a apreensão do shifter, mesmo que o jovem fizesse o possível para escondê-lo.

— Primeiro precisamos mover isso. — Cam acenou com a cabeça para o urso. — Não é necessário que a carne fresca seja desperdiçada. Jinx, mude-se e me ajude a carregá-lo para o seu veículo, nós iremos levá-lo ao acampamento e poderão fazer o que quiser com ele.

Ryder recuou alguns passos, seu olhar fixo em Jinx enquanto ele se transformava, Cam estalou os dedos e produziu jeans para ambos. Ele viu os olhos do jovem alargar-se em choque em seu pequeno show de magia, mas não disse nada, apenas puxou o jeans, depois estalou os dedos novamente. Outro par de jeans apareceu e ele os jogou para Ryder.

— Aqui, não tenho certeza se eu consegui o tamanho certo, não conheço você, mas tenho certeza que eles cobrirão as peças necessárias até que possamos obter algumas roupas limpas.

Ryder pegou-os.

— O que você é? — Perguntou, olhando o jeans e de volta para Cam.

— Parte bruxo, agora pegue-os, eu quero me mover antes que este sangue atraia outras criaturas. — Cam virou, indo para urso, falando por cima do ombro. — Ryder, você também pode ajudar. O urso é enorme, então precisará de todos nós para levá-lo para a estrada.

Ryder mancou, Cam notou que sua perna esquerda ainda o incomodava.

— Pegarei a metade superior, vocês dois pegam o que puderem.

Os olhos de Jinx nunca deixaram Ryder enquanto andavam pela floresta, de volta à estrada, acharam Chastity quase saltando para cima e para baixo ao lado da estrada. A raiva de Cam disparou.

— Que diabos está fazendo? Eu disse para você ficar dentro do jipe!

Chastity o olhou, depois para Jinx e Ryder e finalmente o urso.

— Desculpe, mas abaixei a janela um pouco e eu sabia que era você. Eu acabei de sair, Cam.

Cam bufou.

— Abra a traseira de Jinx, levaremos isso para o acampamento. Tenho certeza de que serão gratos com a carne fresca.

Chastity olhou para o urso.

— O que aconteceu? Você lutou com um urso, Cam? Diga-me que você não fez isso!

Foi a vez de Jinx resmungar.

— Ok, nós não fizemos isso.

Cam bufou.

— Você pode abrir o jipe? Isso é muito pesado.

Chastity correu para abrir a parte de trás do carro, observando enquanto eles levavam o corpo do urso para dentro. Seus olhos vagando por Ryder com confusão antes de mudar para Cam, levantando uma sobrancelha.

Uma vez que o urso estava dentro do jipe, Cam fechou a porta.

— Este é Ryder, ele é um shifter pantera sem uma matilha. Convidei-o a vir conosco por enquanto, então voltemos à estrada. Ryder, você pode viajar com Jinx, mas eu aviso para não tentar nada estúpido, Jinx é rápido e letal e ele não suportará nenhuma bobagem. Compreende?

Ryder assentiu enquanto Jinx recuperava sua roupa e mudava rapidamente, jogando o jeans extra na parte detrás antes de entrar e dar partida no motor. Cam espelhou suas ações, olhando o espelho retrovisor, vendo Ryder no banco do passageiro, e partiu.


Capítulo cinco

— Quem é ele? — Chastity perguntou sua cabeça girando para olhar para trás. — Parece terrivelmente jovem para estar sozinho.

— Ele é. — Cam concordou. — Está na idade adulta, mas eu diria apenas isso. Aparentemente, sua antiga matilha não estava interessada por não ser um lobo e, lendo as entrelinhas, ele teve uma infância difícil. Expliquei que não é assim que eu trabalho, o que pareceu surpreendê-lo, mas se ele quiser ficar, eu encontrarei um lugar dentro da matilha para ele.

Chastity bateu na coxa de Cam.

— Você é um bom homem, Cam. Nem todos fariam isso.

— Também estou pensando na matilha. Ele conseguiu ficar vivo enquanto estava de frente para aquele urso. Isso exige força e coragem, exatamente as coisas que estamos procurando, Chastity.

— Bom ponto. — Chastity sorriu. — Então, uma pantera, como se parece? Eu nunca vi uma de perto.

— Inteligente e mortal, embora fosse óbvio que ele ainda é jovem. Não está crescido, mas estava cheio de poder e tenho certeza que se não estivesse ferido, seria rápido como uma bala.

— O quê? — A cabeça de Chastity girou — Ferido? Ele está bem?

— O urso conseguiu arranhar sua parte traseira, mas, enquanto Jinx e eu lidamos com o urso, parecia estar se curando bem. Ainda está um pouco manco, então acho que ainda dói.

— Oh, pobre menino. — Chastity olhou para Cam. — Não imagino como estava assustado, enfrentando um urso sozinho.

— Ei, não foi ótimo fazê-lo com Jinx também. — Cam murmurou. — Essa coisa maldita era enorme e foi um golpe de sorte que fez o dano. Devo ter atingido uma artéria porque o sangue estava pulverizando por toda parte. Tenho certeza de que teríamos mais problemas se isso não acontecesse. Estava com muita raiva quando chegamos.

O rosto de Chastity ficou branco, sua garganta trabalhando para engolir várias vezes.

— Não quero pensar sobre isso. Nós geralmente não caçamos ursos, bem, não sozinhos de qualquer maneira. Eles são muito perigosos. Só estive em uma caça da matilha que foi atrás de um e isso foi muito assustador. Cam, por favor, não faça isso de novo.

— O quê? — Cam deu uma olhada. — Você se assustou por mim, querida?

— Sim! — Chastity bateu no braço dele. — Claro que sim, droga, você sabe o que quero dizer. Não volte a fazer nada assim.

— Tentarei não fazer. — A mão de Cam agarrou a dela, segurando-a enquanto dirigia. — Então, você está ansiosa para conhecer meu irmão?

Chastity riu.

— Inferno, sim, e espero que ele não seja um psicótico como o meu. Um irmão psicótico entre nós é mais do que suficiente.

— Grant é um bom homem e um lobo forte. Tem moral e ajudaria alguém na queda de um chapéu. É muito melhor em todas as coisas da matilha do que eu.

Cam sentiu que ela apertava sua mão.

— Você está indo bem, Cam.

— Hmm, não tenho certeza sobre isso, mas depois de termos esses lobos instalados, eu realmente preciso organizar nossas vidas. Não podemos estar aqui o tempo todo, Chastity.

— Eu sei disso e estou ansiosa para ver sua casa. Também espero que eu possa ajudar, não tenho certeza do que fazer, mas pensarei em alguma coisa.

— Tenho certeza de que Stracey será capaz de encontrar algo para mantê-la ocupada enquanto trabalho. No entanto, tenho que voar por toda parte e atender certas funções, então teremos que fazer compras quando chegarmos a LA.

— Estou meio excitada e assustada em partes iguais sobre isso. — Chastity deu-lhe um sorriso desigual. — Tenho certeza de que nem estive no tipo de lojas de que você fala.

— Estarei com você para que não precise se preocupar com nada. — Cam retornou o aperto que ela deu antes. — Não posso esperar para vê-la com um vestido de noite, com sapatos de salto e de preferência, meias.

Chastity afastou-lhe a mão, dando-lhe um novo golpe.

— Homens! — Riu quando Cam desacelerou.

— Chegamos, parece que eles estiveram ocupados.

Cam olhou ao redor, os restos destruídos da cabana do Alfa já não visíveis, além da base. A matilha limpou tudo e agora estavam em preparação para seus novos membros. Tabelas com bancadas foram instaladas na área atrás de onde a cabana costumava ser. Uma grande mesa dupla estava ao lado e carregada de álcool de todas as variedades imagináveis, incluindo barris de cerveja.

— Caramba. — Os olhos de Chastity seguiram os de Cam. — Parece que tudo foi limpo. Trabalharam muito para fazer isso.

— Sim, muito trabalho árduo. — Ele assobiou. — Eles certamente não são uma matilha preguiçosa, com certeza.

Chastity assentiu.

— Eu sei. São trabalhadores, Cam. Com novos homens jovens para impulsioná-la, essa matilha se tornará tão forte quanto a do seu tio. — A mão de Chastity voou para a boca. — Porra, não quis dizer isso. Eu quis dizer a sua. Merda desculpe, meu cérebro e minha boca não parecem trabalhar juntos.

Cam estacionou e se virou.

— Tudo bem, não se preocupe com isso. Agora, por que não encontramos um lugar para Ryder ficar?

— Eu acho que sei onde colocá-lo. — Chastity inclinou a cabeça para o lado. — Lembra-se do filhote que foi morto?

— Sim. — O maxilar de Cam apertou sua raiva ainda forte com a perda do menino.

— Sua mãe está sozinha. Eu penso que ela seria uma boa opção para Ryder.

Cam ponderou isso quando saíram do jipe.

— Ryder não é uma criança, Chastity, não substituirá o filho que ela perdeu.

— Eu sei disso. — Chastity franziu o cenho para ele, fazendo o caminho em volta do veículo e olhando-o. — Essa é a questão. Ryder é muito mais velho do que seu próprio filhote para que ela consiga confundi-lo com ele, mas ainda é um muito jovem para estar sozinho. Ele poderia ajudá-la com coisas como cortar madeira, caçar e coisas assim.

— Se você acha que é uma boa ideia, vá encontrá-la. Veja o que ela diz e depois me avise.

Chastity não respondeu, virando-se para caminhar rapidamente em direção ao acampamento enquanto Jinx e Ryder se juntaram a ele.

— Eu não acredito em quanto eles fizeram! — Comentou Jinx, olhando ao redor e, obviamente, lembrando-se da maneira como viram o acampamento pela última vez.

— Isso é o que eu estava dizendo. — Cam olhou e viu Logan. — Logan, aqui. — Gritou, esperando que o gêmeo viesse.

— Bem-vindo, Alfa. — Logan abaixou a cabeça quando Cam deu um tapa em seu ombro.

— Não estamos na cerimônia, Logan. — O braço de Cam se moveu em um arco. — Você trabalhou arduamente, o lugar mudou muito desde a última vez que estivemos aqui.

O peito de Logan inchou, satisfeito com o elogio.

— A matilha trabalhou em conjunto, fizemos isso em turnos, então sempre trabalhamos. Dia e noite. Queríamos nos livrar da memória da explosão e começar de novo. É uma boa matilha, Alfa.

— Cam, me chama Cam.

— Cam. — Logan sorriu. — Com os novos lobos que virão para se juntar a nós, essa matilha será forte em pouco tempo. São trabalhadores difíceis e seus negócios madeireiros para o sul estão florescendo. Com mais homens para trabalhar, então isso será em breve um fabricante de dinheiro real. Eu também tenho algumas ideias que gostaria de discutir com você quando tiver tempo.

— Parece que você e Mac têm tudo na mão aqui. — Cam viu Chastity em uma profunda conversa com a mulher que sabia ser a mãe do filhote assassinado. — Este é Ryder. Nós o encontramos na floresta, ele é uma pantera e sua própria matilha não estava muito interessada nesse fato, então ele foi embora. Eu disse que pode ficar aqui, veja se ele gosta e, se o fizer, é bem-vindo para ficar.

Logan deu um passo à frente, oferecendo ao jovem sua mão.

— Bem-vindo. Sou Logan.

O rosto de Ryder corou quando ele pegou a mão.

— Oi, sou Ryder.

— Tenho certeza de que encontraremos para você algum lugar para ficar, apenas me dê alguns minutos para resolver isso.

Cam parou Logan.

— Não há necessidade, Chastity está lidando com isso.

Quando terminou, sua companheira e a mulher mais velha se juntaram a eles.

— Ryder, esta é Monique, ela concordou que você fique em sua cabana por enquanto. Monique, este é Ryder.

Monique caminhou em direção a Ryder, seu rosto aconchegante, mesmo que seus olhos ainda parecessem tristes.

— Se você vier comigo, mostrarei o seu quarto e você pode se limpar um pouco. Tenho certeza de que encontrarei algumas roupas e botas até conseguirmos alguns suprimentos do depósito.

Ryder olhou para Cam.

— Tudo bem? — Perguntou, esperando a permissão de Cam para sair.

Cam assentiu.

— Sim, você pode ir. Está seguro aqui, Ryder, e verei você em pouco tempo. Parece que haverá um pouco de festa de boas-vindas depois.

Eles observaram enquanto o jovem seguia atrás de Monique, com a cabeça virando para todos os lados.

— Ele é muito assustado. — Comentou Logan.

— Esteve sozinho por um tempo, sobrevivendo pela caça. Foi assim que o encontramos e estava de frente para um urso quando chegamos a ele.

Logan virou, olhando para Cam de olhos arregalados.

— Um urso? Sozinho? Como sobreviveu?

Jinx sorriu.

— É uma pantera e, do pouco que vimos, pode se mover muito rápido. E, meu amigo, falando do urso, vá buscar alguns homens para ajudá-lo com isso. Está na parte de trás do meu jipe. A carne ajudará a reabastecer seus suprimentos.

— Um urso? — Logan olhou pelo ombro de Jinx em direção ao jipe — Porra, eu provei um pouco outro dia, é delicioso. Não temos carne de urso em casa, bem, vocês dois sabem disso, mas foi maravilhoso. Eu me pergunto se nós poderíamos obtê-lo estripado e cozinhar para mais tarde. Hmm, sim, acho que é uma boa ideia.

Logan ainda murmurava para si mesmo enquanto os deixava, pedindo ajuda de alguns homens e gritando para uma mulher dizendo que eles tinham urso fresco para preparar. Cam balançou a cabeça.

— Ele certamente está se sentindo bem aqui.

Chastity concordou.

— Sim, a matilha pensa muito bem dele e Mac. Monique estava me dizendo quão bem os dois estão executando as coisas.

— Bom. — Cam estendeu a mão para a sua companheira. — Por que você não me mostra um pouco, Jinx pode me ligar quando os outros chegarem.

Jinx se afastou, falando por cima do ombro enquanto seguia depois de Logan.

— Deixarem vocês saberem quando Grant chegar aqui.

Chastity puxou o braço de Cam.

— Podemos fazer uma visita rápida a um dos meus lugares favoritos?

Cam riu, seu entusiasmo enchendo os olhos.

— Certo. Enquanto não estiver longe.

— Não, não muito longe. Vamos. — Ela puxou novamente, começando a correr para dentro das árvores. — É apenas cerca de dez minutos daqui. — Seus pés se moviam rapidamente sobre os detritos no chão da floresta.

Ele manteve-se facilmente, embora alguns galhos conseguissem golpeá-lo na cara enquanto o empurrava. Cam acabou levantando o outro braço para parar os ataques ofensivos enquanto corriam. Chastity olhou para ele, seus longos cabelos fluindo em sua cabeça enquanto sorria. Logo ela começou a diminuir a velocidade, sua mão segurando-o com força enquanto Cam olhava em volta.

Cam não via uma quebra na folhagem, árvores densas e vegetação rasteira ao redor. No entanto, sentia o cheiro de água enquanto Chastity atravessava um arbusto e se encontravam em uma pequena clareira ao lado de um riacho. Parando, olhou em volta das flores selvagens cobrindo o chão quando Chastity se inclinou para escolher uma, trazendo até o nariz e cheirando.

— Eu amo isso aqui. — Ela segurou a flor para ele se inclinar para cheirar. — É pacífico e era um dos lugares que eu vinha para fugir de Philippe e Mallory.

Cam olhou ao redor, ouviu e ficou surpreso com a tranquilidade que a pequena área ocupava. Na base de uma grande árvore perto da borda da água havia uma marcação, como se alguém ficasse sentado lá por muitas horas o que acabou deixando a impressão no chão. Chastity viu onde seus olhos pararam e ela o puxou.

— Este é o meu lugar. Eu me sentava aqui pelo tempo que pudesse fugir antes de enviarem um dos seus bandidos para me encontrar.

Cam aproximou-se dela, inclinando a cabeça para colocar um beijo em seus lábios antes de se afastar para contemplar seus olhos.

— Aqui é lindo. Não acredito que estamos tão perto da matilha, mas não ouvimos nada.

— Eu sei. — Chastity sorriu. — A primeira vez que eu encontrei isso, eu também não entendi. Não há razão para isso, além de mágico. Este foi um dos meus lugares “seguros” e estou tão feliz que você também goste.

— Eu faço. — Cam puxou-a mais apertada, sua mão subindo e descendo pelas costas dela. — Eu acho que precisa ser renomeado embora.

Chastity murmurou contra o peito.

— O que? Por quê?

— Porque você não precisa mais de um lugar seguro. Além disso, ele será um dos nossos lugares a partir de agora, então por que não o chamar de nosso retiro de silêncio?

— Então, você gosta? — Ela perguntou timidamente, corando.

Cam beijou a ponta do nariz.

— Eu amo isso. Isso meio que me lembra de um lugar que costumava me esconder quando eu era um filhote. Embora as flores não fossem tão agradáveis lá, era mais urze do que flores, mas ainda me lembra disso.

— Estou feliz. Todos devemos ter algumas lembranças felizes de casa. — Chastity o olhou através de seus cílios. — Eu sei que você tem problemas em relação ao seu pai, mas estou satisfeita por ter uma memória que não seja triste.

— Eu tenho poucas, mas essa pequena luz é uma das minhas mais preciosas. — Cam percorreu um dedo pelo lado de seu rosto, Chastity se movendo em sua mão. — Eu acho melhor voltarmos, querida, ou te manterei aqui muito mais do que devemos ficar.

— Realmente? — Chastity corou de novo.

— Sim, realmente. — Cam virou-a, golpeando sua bunda. — Agora, vamos ou sentirão nossa falta na grande entrada do meu irmão.

Neste momento, o telefone tocou o toque de Jinx soando alto no ambiente tranquilo. Tirando o telefone, ele respondeu rapidamente.

— Sim?

— Estarão aqui em alguns minutos. Mac simplesmente telefonou para me informar.

— Ok, estamos no nosso caminho de volta. — Cam desligou, levantando uma sobrancelha para a sua companheira. — Te avisei. — Resmungou enquanto voltavam para o acampamento. Sua relutância em deixar o oásis o surpreendeu.


Capítulo seis

Ao passarem da linha da árvore, Cam viu o pequeno ônibus subindo lentamente a estrada e percebeu que estava ansioso para ver seu irmão. Agora eram ambos Alfas, algo que não achava possível. Não para ele de qualquer maneira. Lutou contra isso por tanto tempo e aqui estava ele, encarregado de não uma, mas duas matilhas.

Sua velocidade aumentou quando o ônibus diminuiu, ansioso para cumprimentar seus compatriotas em sua nova casa e ver seu irmãozinho. Chastity soltou a mão dele.

— Vá. — Ela falou, enquanto seus passos longos a deixavam para trás.

Cam alcançou a porta quando se abriu e Grant saltou, agarrando-o com um abraço de urso e acertando-o, nada gentilmente, nas costas.

— Cameron! Porra foi um longo voo e não sei se é hora de acordar ou dormir.

Rindo, Cam afugentou-se do aperto de Grant.

— Eu sei. Jet lag é um assassino, mas é de tarde agora, e se você ficar acordado por algumas horas, então se sentirá melhor quando descansar.

— Estou feliz por chegar aqui inteiro. Essa estrada através da floresta é um pouco assustadora, especialmente depois que Logan chamou Mac para dizer que você trouxe um urso. — Grant deu um soco no braço de Cam. — Você não lutou contra um urso, não é? Porque eu sei que meu irmão não é tão estúpido.

Jinx riu.

— E novamente direi, não, não o fizemos, porque é isso que você quer ouvir.

Cam balançou a cabeça para seu beta, enquanto respondia a Grant.

— Nós realmente não tivemos escolha no assunto. Ele encurralou um jovem shifter que estava ferido.

— Droga, Cam, gostaria de estar lá. — Os olhos de Grant viraram-se para entrar no acampamento. — Esta é uma poderosa e bem configurada de uma matilha. Muita floresta, caça, árvores para exploração madeireira. Sim, um acampamento realmente agradável.

— Sim, é. — Cam começou a assentir para os outros lobos saindo do ônibus. — Eu passarei vocês para Mac e Logan agora mesmo. Eles os levarão às suas cabanas e vocês poderão se lavar, então eu gostaria que todos voltassem aqui em meia hora para conversar com todos vocês.

Grant virou-se.

— Leve minha mala com você, Blair. Quero passar o maior tempo possível com meu irmão.

Houve uma resposta de “Claro, não há problema”. Quando se viraram e caminharam em direção as mesas já configuradas.

— Então, onde ela está? — Grant, obviamente, não conseguiu conter sua excitação.

Cam se virou, descobrindo Chastity a poucos metros atrás.

— Lá está ela. — Cam sorriu para a sua companheira, fazendo um gesto chamando-a — Chastity, venha conhecer Grant, meu pequeno irmão. Grant, esta é Chastity, minha companheira.

Cam observou enquanto Chastity se aproximava seus olhos movendo entre ele e Grant. Ele sabia o que pensava, não pareciam em nada. Grant era uma versão mais jovem de seu pai, enquanto Cam tirou a aparência do lado de sua mãe.

Grant segurou sua mão e, quando Chastity tomou, ele a puxou para um abraço. Cam não conseguiu evitar o grunhido que retumbou do peito enquanto Grant riu.

— Prazer em conhecê-la, Chastity. Vejo meu irmão um pouco ciumento, então é melhor deixar você ir.

Chastity sorriu.

— Oi, Grant. É bom ter você aqui para uma visita.

— Eu não tive escolha. — Grant recuou, agarrando Cam ao redor dos ombros. — Assim que Mac me contou sobre você e Cam, tive que vir. Primeira vez que ele trouxe uma garota para casa por assim dizer e então há a cerimônia de acasalamento. Eu pensei em vir e matar dois pássaros com uma pedra. Conhecer você e oferecer meus serviços para o seu ritual.

Cam olhou para Grant, vendo o sorriso safado em seu rosto.

— Grant, nem pensei sobre isso. Você é o Alfa agora e pode fazer isso por nós. Obrigado, irmão, nós aceitamos. Não é?

Ele dirigiu a pergunta à Chastity que corou antes de assentir.

— Sim, claro. Seríamos honrados.

— Boa. Isso está resolvido, então por que você não me mostra um pouco e eu realmente espero que haja comida em breve. Estou faminto.

Chastity caminhou até o lado de Cam, sua pequena mão caindo na dele, os dedos entrelaçados enquanto levavam Grant para um passeio pelo acampamento. Seu choque com o que aconteceu mostrando claramente em seu rosto quando ele olhou fixamente para os restos da outrora grande cabana Alfa. Sua preocupação em seu tom enquanto perguntou:

— Você tem certeza de que esse palerma desapareceu?

Chastity riu, sua mão voando para sua boca.

— Desculpe, são apenas as palavras que alguns de vocês têm. Eu já ouvi isso antes, não consigo lembrar quem foi que disse, provavelmente Jinx, mas o que diabos é um palerma?

Grant sorriu, seus olhos brilhando quando respondeu.

— Um palerma. Agora, Cam, como descrevê-lo? Um retardado? Um idiota? Não, um pouco mais do que isso, provavelmente um bom ajuste seria colocar idiota e imbecil juntos. O que você acha irmão?

Cam riu.

— Sim, essa seria uma boa descrição e sim, ele se foi. Certifiquei-me disso. Especialmente quando ele veio para o Highland Clan Pack e agarrou Chastity no meio da noite quando eu estava no banheiro.

— O quê? — Grant franziu o cenho. — Ele realmente entrou no seu quarto? Maldito lobo estúpido, se achasse que se safaria disso.

— Bem, Grant, não tenho certeza sobre o estúpido, mas ele certamente era psicótico.

Cam sentiu Chastity estremecer e colocou o braço em volta do ombro dela, puxando-a mais perto.

— Tudo bem, querida, ele se foi e não voltará. Você está a salvo agora.

— Então... — Grant puxou o braço de Cam. — Quando você quer que eu faça as honras?

Chastity olhou para ele, seus olhos brilhando.

— O que você acha? — Cam perguntou, esperando que ela diria logo, muito em breve.

— Hmm... — Chastity mordiscou o lábio inferior, fazendo com que Cam rangesse os seus dentes. — Logo? — Respondeu enquanto ele se inclinava para beijá-la.

Grant deu uma bofetada nas costas de Cam.

— Ei, chega disso. Você terá bastante tempo depois da cerimônia.

Cam sorriu quando se afastou.

— Será logo. No entanto, Grant, você pode fazer um duplo? Jacob, meu PI, encontrou sua companheira e acho que ele gostaria de fazer a cerimônia assim que puder. Sei que eles terão algum outro tipo de cerimônia em Los Angeles com o Coven dela em algumas semanas, mas sei que está ansioso para fazer o nosso.

— Coven? — Grant levantou uma sobrancelha. — Suponho que ela é uma bruxa?

Cam franziu o cenho.

— Sim, Rebecca é uma bruxa. Você tem algum problema com isso?

Cam sabia que seu tom era conflituoso, mas não podia evitar. Adorava Rebecca como uma irmã e ele não aceitava todos os absurdos que alguns lobos mantinham bruxas com tão pouca consideração.

— Não. — Grant levantou as mãos. — Você é um pouco mal-humorado, irmão. Acho que você está esquecendo que a nossa mãe é parte bruxa, então eu não tenho problemas com elas em tudo. Porra, Cam, você é mais do que um pequeno bruxo e sabe que eu amo você.

Chastity olhou entre eles, sentindo a tensão diminuir lentamente de Cam.

— Isso é em gaélico, no caso de você se perguntar. — Disse Cam, obtendo o controle de si mesmo e respirando profundamente. — Tha mi duilich1, bràthair.

Cam deu a Grant um pequeno sorriso.

— Tudo bem. Sei que você deve estar um pouco estressado no momento.

— Sim. — Cam bufou. — Você poderia dizer isso.

Chastity puxou o braço dele.

— O que você acabou de dizer?

Grant riu.

— Algo que ele não diz com muita frequência.

— Falei para ele que estava arrependido. — Cam respondeu. — Não é algo que costumo dizer, mas dizer isso no gaélico é mais fácil.

— Hmm, então... — Chastity levantou sua camisa na parte de trás para revelar outra de suas tatuagens. — O que isso diz?

Grant puxou sua própria camisa, revelando uma tatuagem semelhante.

— Literalmente lê, viva sua vida livremente.

Cam assumiu.

— Nós escoceses, vivemos uma existência bastante sombria há séculos. Os ingleses sempre tentando nos conquistar e escravizar as pessoas. Tivemos muitas batalhas com eles, nosso Clã era conhecido por sua ferocidade ao lutar, e lutamos por nossa liberdade. Nem todo mundo no nosso Clã tem essa tatuagem, mas muitos fazem. Para nos lembrar que a liberdade pode ser facilmente tirada de você e sempre lutar para viver a sua vida como quiser.

Chastity inclinou a cabeça para o lado.

— Profundo, mas significativo. Gosto disso.

— Sim, muito sombrio para uma ocasião tão alegre. — Grant sorriu para eles.

— Parece que é a minha vez. — Cam fez um gesto para que os novatos começassem a se reunir ao redor da clareira.

Grant deu um tapinha nas costas.

— Faça seu sermão, Alfa.

Cam caminhou, Jinx se juntou a ele enquanto olhava para o pequeno grupo. Seus olhos focando em alguém que não esperava ver. Ele deve ter franzido a testa porque Jinx o cavou nas costelas.

— Ela teve que vir Cam. — Jinx suspirou. — Sabia que você não estava me ouvindo quando eu lhe disse.

Cam virou as costas para os lobos reunidos, baixando a voz para quase um sussurro.

— Você não me disse que uma garota estava chegando? Você fez?

Jinx sacudiu a cabeça.

— Não, eu não sabia, com certeza, que Clayr viria. Mas, eu sabia que seu irmão pensava em vir. O que eu quis dizer era que ela tinha que vir porque seus pais foram mortos há algum tempo. Falei sobre isso e você disse que enviou algum dinheiro para ajudá-los, mas eu sabia que você não estava realmente ouvindo.

— Estão mortos? O que diabos aconteceu? — Cam gaguejou, envergonhado de que ele não notou quando Jinx obviamente o informou.

— Eles saíram da estrada por causa de um motorista bêbado, era uma bagunça, havia uma tonelada de pessoas feridas pelo filho da puta e ele se afastou sem um arranhão. — Jinx rosnou, raiva em seus olhos. — Clayr estava no carro com eles, mas ela sobreviveu. Ficou um pouco subjugada desde então e só fica bem ao lado de Mason. Onde quer que ele vá, ela geralmente não está longe. Mason é tudo o que restou, se Mason veio, então ela também.

Cam espreitou um pouco, vendo o grande corpo de Mason ao lado de sua irmã. O jovem lobo seria um trunfo para a matilha. Sua força era lendária e ele também era inteligente, cérebro e músculos.

— Ok, acabei de ser jogado quando a vi. Não esperava nenhuma mulher. — Cam balançou a cabeça. — Porra, eu me sinto mal com esse acidente.

— Você estava ocupado com o Sr. Yakimoto ou o que quer que seja.

Cam sorriu.

— Sr. Akiyama.

— Sim, ele. — Jinx olhou para o grupo de Highlanders, agora mostrando sinais de nervosismo com alguns deles embaralhados. — É melhor colocá-los fora de sua miséria, Alfa.

Virando-se, Cam levantou os braços para diminuir os poucos que estavam falando entre si.

— Olá e bem-vindos aos EUA. Fico satisfeito por vocês terem decidido vir e se juntar a esta matilha. Está em extrema necessidade de sangue novo e lobos fortes e jovens, desde o Alfa anterior e seus guardas que dizimaram a matilha. É um bom acampamento com uma matilha amigável, afinal de contas, veja a propagação que eles colocaram para dar as boas-vindas a todos aqui.

O braço de Cam se moveu em um arco em direção às mesas configuradas e o grande fogo agora ardendo um pouco mais longe com o cozimento de carne acima.

— No entanto, existem algumas regras. Sem brigas, de qualquer tipo, se houver uma disputa, leve-a para Mac ou Logan. Eles estarão aqui no meu lugar e você os tratam como me tratariam. Entendido?

Ele observou como havia um grupo coletivo de concordância, os olhos de Cam se desviando para Clayr, que estava ao lado de seu irmão, mordiscando uma miniatura. Seus olhos arregalados enquanto ela tomava tudo antes de notar sua atenção nela. Seu aceno de cabeça estava atrasado, mas ele deu um leve aceno de reconhecimento antes de continuar.

— Não mentirei e direi que será fácil. Não vai. Há muito trabalho a ser feito para reconstruir essa matilha, mas estou confiante de que podemos fazê-lo. Juntos, tornaremos essa matilha forte novamente e rentável e numa que os outros desejarão se juntar. Juntos, restauraremos isso para a matilha antes de o último Alfa destruí-la. Unidos ficaremos, trabalharemos e venceremos.

Uma cacofonia de “Sim! ” soou enquanto Cam trabalhava na pequena reunião.

— Nós construiremos uma nova vida aqui nos EUA, constituiremos uma nova matilha, e criaremos algo que todos estarão orgulhosos. Os Highlanders e os membros originais da matilha se forjarão e sairão mais fortes do que nunca. O que vocês dizem?

Desta vez, o Wild Flower Pack se juntou, gritando enquanto Jinx riu ao lado dele.

— Você não perdeu o dom da conversa, Cam. — Jinx olhou em volta. — Vocês têm todos irritados e ansiosos para trabalhar.

— Bom. — Cam sorriu. — Essa foi a minha intenção. Agora, tudo o que precisamos fazer é manter o impulso.

— Eu tenho certeza que você fará isso, Alfa. — A voz suave de Chastity alertou Cam para sua proximidade.

Sua mão se moveu, pegando a dela e levantando-a.

— Highlanders, deixe-me apresentá-los a alguém muito especial. Alguém que eu quero sua promessa, aqui e agora, para proteger.

Cam esperou até que houvesse silêncio novamente, cada par de olhos diante dele agora trancados em sua companheira.

— Esta é Chastity. Ela é minha verdadeira companheira. Grant realizará nosso ritual de ligação muito em breve e vocês, claro, estão convidados. Mas, antes disso, eu preciso da sua garantia de que vocês a protegerão com cada grama do seu ser. Com suas próprias vidas, se necessário. Mais uma vez, meus companheiros, o que vocês dizem?

O rugido que entrou em erupção não era apenas o dos Highlanders diante deles. A matilha inteira respondeu sua chamada, causando arrepios pelas suas costas. Cam olhou ao redor, balançando a cabeça em todas as direções, para reconhecer sua garantia. Enquanto suas mãos caíam, puxou Chastity para o lado dele, sussurrando para ela.

— Sua matilha não te quer mal, meu amor. Veja como se levantam para protegê-la.

Os olhos de Chastity brilhavam com lágrimas.

— Estou um tanto surpresa, Cam. Não esperava isso.

— Está tudo bem, querida, eu tenho você. — Ele a segurou quando as saudações acabaram. — Limpe seus olhos, sem lágrimas hoje. Este é um dia feliz, uma união de meu povo com seu povo. Vamos nos divertir.

— Claro. — Chastity respirou fundo. — Estou pronta, Alfa, guie o caminho.

Então foi o que ele fez, levando-a para apresentá-la aos novos membros de sua matilha. Então todos se dirigiram para se misturar e se encontrar com os outros, depois se sentaram para desfrutar da comida e da bebida. Chastity logo começou a relaxar, Cam sentia isso em sua companheira, seus lábios se agarrando pelos lados, ele sabia que daria certo, só precisava de sua companheira para reconhecê-lo também.


Capítulo sete

Mac estava impaciente para ter Grant sozinho, esperou por quase duas horas antes de ver sua chance. Quando Grant, saiu de sua mesa para pegar mais cerveja, Mac saltou de sua própria mesa, e seguiu seu amigo, tocando-o no ombro quando estava prestes a encher o copo.

— Grant, posso falar com você? — Mac manteve sua voz baixa, não querendo que os outros o ouvissem.

— O que? Claro, o que há de novo? — Grant sorriu, seu humor tão feliz quanto os outros.

— É meio pessoal. — Mac olhou por cima do ombro, visando alguns dos outros homens que seguiam em sua direção.

Grant seguiu seu olhar, encheu o copo e depois se afastou da reunião.

— O que está errado?

— Nada. — Mac encolheu os ombros. — Bem, não tenho certeza. É um pouco difícil de falar, mas você é o único com quem posso falar e não dará uma volta.

— Vá em frente. — O tom de Grant mudou de amigos para Alfa.

— Bem, trata-se sobre a companheira verdadeira. — Mac desviou o olhar, sabendo que seu rosto estava ruborizado. — Sei que alguns lobos sabem imediatamente. No segundo que veem ou cheiram alguém. Mas estou pensando se tem que ser assim?

Grant bebeu a cerveja, caminhando mais longe dos ouvidos curiosos.

— Não, nem sempre é assim. — Grant olhou para o amigo, vendo o leve rubor em suas bochechas. A visão bastante surpreendente no lobo forte. — Ouvi, às vezes, que nossos animais não reconhecem nosso companheiro imediatamente. Às vezes, pode demorar um pouco antes de perceberem que encontraram o verdadeiro companheiro. Isso acontece por várias razões, se alguém não tem certeza de onde eles estão ou onde eles querem estar.

Mac franziu a testa, obviamente não entendendo o que Grant tentava transmitir, então Grant continuou, com o braço se movendo em um arco para entrar no acampamento.

— Como aqui, por exemplo. Um novo lobo pode demorar um pouco para se estabelecer, para saber se realmente quer ficar ou voltar para Highlands. Se não tiver certeza de que quer permanecer, pode lutar contra o pensamento de encontrar uma companheira aqui. Especialmente se o objeto de sua atração estiver realmente em casa aqui.

Grant viu Mac assentindo, mas ainda tinha uma carranca.

— Mac, meu amigo. Seja sincero. Por que você não me diz o que realmente quer, aparentemente, acha que não pode? Eu posso ser Alfa, mas ainda sou seu amigo. Deixe-me ajudar.

Suspirando fortemente Mac empurrou as mãos nos bolsos.

— Conheci alguém e eu realmente gosto dela e nós nos divertimos e maldição, o sexo está fora deste mundo, mas...

Grant cutucou quando as palavras de Mac secaram.

— Mas o que?

— Não tenho certeza se ela é minha companheira. Quero dizer, se alguém olha para ela, eu cresço com força, mas não tive a vontade de marcá-la e estou preocupado em me amarrar a ela.

— Então... — Grant olhou em volta, certificando-se de que ninguém estava perto. — Você gosta muito dela e fica com ciúmes, mas você ainda não tem certeza de que é a sua verdadeira companheira. Parece que você está um pouco confuso, ou melhor, seu lobo está. É sua besta que reconhece uma companheira. É o seu lobo que quer marcar como seu. Isso não é surpreendente, Mac. Pelo que eu ouvi, tem acontecido muito desde que você chegou, então sua besta é obrigada a sentir-se fora do alcance. Tente não se preocupar com isso e deixar a natureza seguir seu curso.

Mac ergueu uma sobrancelha.

— Não quero machucá-la, Grant. Ela passou por muitos problemas com os fodidos que estavam aqui.

— Você não vai. — A voz de Grant é firme. — Não está em você machucar ninguém, Mac.

— Eu só queria ser mais como Cam, Rory ou, merda, até Logan. — Mac sorriu. — Logan sabe que ele encontrou sua companheira verdadeira, mas ainda não se beijaram.

— O quê? — A cabeça de Grant virou, procurando pelo gêmeo.

— Sim. — Mac deu um sorriso sorrateiro. — Não diga que eu lhe contei, mas, ele falou que seu lobo sabe que Tina é dele. Ela foi tratada ainda pior do que Shelly e parece mais frágil. Tina treme com vozes exaltadas e até agora, tudo o que fizeram é conversar e abraçar. Logan diz que sua besta sabe que ela não está pronta para mais, então está se segurando. O fato é que sua besta sabe que ela é dele enquanto a minha não.

Logan estava sentado em uma das mesas, uma jovem ao lado dele. Seus olhos baixos enquanto ele conversava e brincava com seus amigos de casa. Grant podia sentir sua apreensão em estar cercada por estranhos. Entretanto, a mão de Logan sobre ela pareceu ajudar.

— Como eu disse, Mac, sua fera pode ficar inquieta, no entanto, também pode ser que sua garota não seja sua companheira. Você terá que esperar e ver, meu amigo.

— Droga. — Mac balançou a cabeça. — Eu realmente quero que seja ela. É linda, engraçada, sexy e muito atrevida com uma boca que, com certeza, a colocaria em problemas em casa. Eu cuido dela e não quero machucá-la, Grant.

— Fale com ela. — Grant deu um tapa nas costas de Mac. — Se você for honesto, então talvez ela diga como está se sentindo também. Realmente acho que precisa de tempo para se adaptar a tudo o que foi jogado para você desde que chegou. Eu conheço você, Mac, sei que leva as coisas ao coração mais do que a maioria, então não estou chocado que esteja tendo esse dilema. Tente relaxar e aproveitar a nova matilha e não se deixe levar pelo seu dever e responsabilidade. Tem que admitir, Mac, você pode ficar um pouco obsessivo às vezes. Isso nem sempre é algo ruim, mas pode afetar seus processos de pensamento e sua besta.

Mac sorriu.

— Obsessivo? Sim, acho que às vezes sou. Obrigado, Grant, eu aprecio isso. Tentarei relaxar um pouco sobre toda a situação e também falarei com Shelly.

— Isso é exatamente o que você deve fazer. — Grant olhou pelo ombro de Mac — Agora, onde está exatamente essa Shelly? Quero conhecê-la.

Um baixo grunhido retumbou no peito de Mac, fazendo com que Grant parasse.

— Calma garoto. Eu não estou prestes a ir roubar sua garota.


Logan sentia a tensão em Tink, seu corpo perto dele e seu coração batendo muito rápido. Colocando a mão sobre a dela, sentiu que relaxava ligeiramente, aproximando-se dele mesmo que não levantasse os olhos.

— Tudo bem, Tink, nenhum deles te machucaria. Na verdade, estou bastante seguro de que lutariam para protegê-la.

A voz de Logan apenas sussurrava, mas vários de seus amigos se viraram para olhar para Tina. Mason ergueu uma sobrancelha em consulta, então Logan pensou que deveria colocar seus amigos em linha reta sobre o que estava acontecendo.

— Pessoal, só para que vocês saibam, caso alguém da matilha esteja um pouco devagar ao avançar, eles foram maltratados há anos. O Alfa anterior e seus guardas basicamente os torturaram, se livrando dos machos fortes para que pudessem dirigir o lugar sem quaisquer objeções. Embora todos tenham sido prejudicados, as lobas foram aquelas que tomaram o peso de suas ações. Não se surpreendam se tiverem medo de vocês, ou seja, até que percebam que vocês não são como aqueles filhos da puta. Uma vez que saibam que vocês estão aqui para ajudá-los, os protegerem, então eles virão. Eu só queria divulgar isso, então vocês não achem que eles estão sendo distantes ou qualquer coisa. Ok?

Os comentários inundaram a mesa, principalmente palavras de maldição e incredulidade do modo como o Alfa anterior e seus homens agiram. Mason vocalizando mais do que a maioria.

— Maldita escória. Era o que eram. Bastardos. Nós sempre tratamos nossa matilha com amor e respeito, e sim, todos nós lutamos para proteger alguém dentro da nossa matilha. Inferno, lutamos mesmo que não fosse nossa matilha. Os lobos estão lá para se proteger, não prejudicar. Eu sei que falo por todos nós, quando digo que protegeremos cada membro aqui de qualquer perigo e nós certamente não feriremos ninguém. Espero que vejam isso em breve. Odiaria se eles pensassem que nós éramos algo como aqueles fodidos.

A cabeça de Tina levantou-se ligeiramente, seus olhos se fecharam com Mason enquanto ele lhe dava um pequeno sorriso.

— Oi, eu sou Mason e esta é minha irmã, Clayr. Só para saber se escreve C L A Y R e isso é porquê...

Clayr socou seu irmão.

— Não se atreva! Você me ouve, não se atreva!

Tina saltou, afastando-se da voz elevada de Clayr. O braço de Logan a envolveu, puxando-a para ele quando a mão de Clayr tapou sua boca. Os olhos da jovem loba se alargaram quando percebeu que ela obviamente assustou Tina.

— Oh, Deus, desculpe. — Clayr encolheu os ombros. — Costumo gritar quando ele é um idiota. Não queria assustar você.

A voz de Tina baixou quando respondeu:

— Está tudo bem. Sei que estou sendo boba, mas ainda estou um pouco nervosa.

Logan bateu a palma contra sua testa.

— Porra, nem lembrei de te apresentar. Todo mundo essa é Tina. Tina, esses são todos os novatos. Não incomodarei com os nomes agora, embora você saiba que este é Mason e sua irmã, Clayr.

Clayr sorriu.

— Prazer em conhecê-la, Tina. Posso perguntar, se você não se importaria de me mostrar um pouco? Podemos nos afastar deste lote turbulento por algum tempo.

Os olhos de Tina viraram para Logan.

— Está tudo bem. — Logan apertou sua mão. — Clayr ficará com você e não precisam ir longe. Eu prometo que te ouvirei se você me chamar. Ok? Além disso, Clayr aqui pode não parecer muito, mas é uma lutadora. Ela até me assusta às vezes com sua ferocidade.

Clayr franziu o cenho para Logan.

— O que? Uma loba não deve ser difícil? Maldito, Logan, você está preso no século passado! Vamos, Tina, antes que eu saia as luzes!

A risada de Tina, fez com o coração de Logan inchar. Sua alma gêmea raramente ria e o som era como uma música para seus ouvidos. Quando ela se levantou, Clayr aproximou-se e ligou seus braços com os dela.

— Deixaremos esses neandertais se embebedarem e contarem histórias. Céus, suas histórias ficam mais exageradas cada vez que as contam.

Logan observou enquanto Tina e Clayr se afastavam, apenas voltando à mesa quando Mason falou com ele.

— Ela está bem? — Perguntou seu amigo, os olhos de Mason também seguindo sua irmã e Tina.

— Ela ficará. — Logan deu um sorriso para ele. — Eu certificarei disso. Agora, conte-me todas as notícias de casa, algo excitante acontecendo?

Um grande coro de vozes ecoou quando o grupo de amigos o encheu sobre as travessuras em casa. Logan notou Mason em estado de alerta, assim como ele, obviamente, certificando-se que Clayr e Tina estavam a salvo. Enquanto seus amigos contaram histórias, Mason se inclinou para ele.

— Clayr cuidará dela.

Logan assentiu.

— Eu sei, eu apenas me preocupo quando não está a meu lado. Ela passou por muito, Mason. Muito mais do que qualquer mulher deveria ter que suportar.

O grunhido de raiva de Mason refletia seus próprios sentimentos.

— Filhos da puta. — Mason amaldiçoou. — Desejava que você tivesse deixado alguns para mim. Eu teria o maior prazer em rasgá-los.

— Eu sei. — Logan concordou. — Às vezes eu desejo isso também. Eu adoraria arrancá-los uma e outra vez. Fazê-los sofrerem do jeito que fizeram com que ela sofresse.

Mason alcançou, batendo o antebraço de Logan.

— Ela é sua companheira?

— Sim. — Logan sorriu como um cachorrinho apaixonado. — Eu soube disso quase de imediato, mas ela é nervosa e, embora também sinta isso, está assustada. Não... — Logan franziu o cenho. — Não assustada, ela está aterrorizada, mas estou lentamente chegando a ela.

— Bom. — Mason inclinou a cabeça para o lado e riu. — Clayr está lhe dizendo por que seu nome é soletrado assim.

Logan riu.

— Porra, devem estar se dando bem para ela fazer isso!

— Sim, parece que estão. — Mason riu, pegando o copo. — Ok, onde é que está a carne de urso que Mac falou mais cedo e eu preciso de mais cerveja!


Grant seguiu atrás de Mac, parando para apertar mãos e dizer olá a cada poucos passos. Seu animal rondava dentro de sua cabeça como esteve desde que ele saiu do ônibus anteriormente. De vez em quando, parou para uivar alto, o que estava começando a irritar e a alarmá-lo. Ele e sua besta nunca tiveram um problema antes de hoje.

No entanto, agora sentia como se a cabeça dele explodisse enquanto tentava sorrir e ser educado com a multidão ao seu redor. Sentiu como se sua besta estivesse tentando arrancar o caminho do seu cérebro. “O que diabos está errado com você? ” Sua raiva começando a aumentar à medida que lentamente fez o seu caminho através das pessoas.

Mac estava agora muito adiante, uma fêmea na frente dele, escondida da vista pelo seu grande corpo. Eles ficaram na frente da mesa. Cam estava sentado, Chastity ao lado dele e felicidade brilhando de ambos. Alegrou o coração de Grant ver seu irmão neste cenário.

Estar em uma matilha com uma companheira a seu lado era perfeito.

Grant estava preocupado com seu irmão mais velho há anos. Sua firme recusa em aceitar sua herança de lobo ou a vida na matilha doeu como nada que ele experimentara antes. Sua admiração por seu irmão e seu status óbvio de Alfa foi jogado fora uma e outra vez, enquanto Cameron se recusava a ser parte de uma matilha. Agora, aqui estava ele, não apenas um Alfa, mas com uma companheira ao seu lado. “Milagres acontecem” pensou enquanto serpenteava em direção a eles.

Mais alguns passos e Grant parou abruptamente, um aroma invadindo suas narinas e fazendo seu coração bater como um tambor. Seu lobo uivou com alegria enquanto respirava mais fundo, pegando a doce fragrância ainda mais. Sua cabeça virou ao redor, procurando em toda parte.

Grant caminhou lentamente para a frente, seguindo o delicioso aroma para encontrar a fonte. Sua respiração ficou mais rápida enquanto lutava para entender o que acontecia. Uma fração de segundo antes de chegar onde Mac estava, ele sabia, era sua companheira. Sua alma gêmea estava perto, ele precisava localizá-la na multidão de corpos.

O pensamento de conhecer a nova namorada de Mac deixou sua mente enquanto continuava para a frente até que finalmente Mac se virou. O aroma de sua companheira o atingiu no rosto assim que Mac se mudou e ele percebeu que o imenso corpo de Mac tinha provocado o fluxo do cheiro. Uma jovem levantou-se, os olhos arregalados enquanto o olhou com as orbes escuros. Suas pupilas já se dilatavam enquanto respirava profundamente.

Grant começou a sorrir, começou a segurar a mão em saudação, quando as palavras de Mac atravessaram seu estado quase sonhador.

— Grant, aí está você. — Mac moveu-se para ficar ao lado da mulher diante dele. — Esta é Shelly. Shelly, este é Grant. Ele é um dos meus amigos mais próximos e o irmão de Cam.

O coração de Grant parou. Literalmente, parou em seu peito enquanto seu lobo rugia em sua cabeça. “Esta é a Shelly? A Shelly de Mac era a sua companheira? Não! Isso não poderia ser.” Os olhos de Grant voaram para Mac, seu amigo sorriu como um idiota quando Grant lutou pelo controle.

Tudo o que ele queria fazer era arrancar o braço de Mac rapidamente por estar ao redor dos ombros de sua companheira. Pânico, sua respiração quase parou, quando ele se virou e se afastou com raiva. Os gritos de Mac tocando em seus ouvidos quando ele saiu.

— Grant, onde você está indo? O que há de errado, Grant, o que há de errado?

Grant acelerou, sabendo que tinha que fugir antes de fazer algo que se arrependeria. Algo como atacar um dos seus amigos mais antigos na frente de uma matilha inteira.

Vendo uma série de corpos à sua frente Grant virou para a direita, direto para as árvores e, esperançosamente para a solidão, para tentar manter a cabeça reta. Suas longas pernas comeram a grama rapidamente enquanto avançava. Raiva, surpresa e dor, enchendo-o completamente. Quando alcançou as árvores, ele relaxou enquanto a floresta pacífica o reivindicou.

Um momento depois, uma das mãos agarrou seu ombro e ele girou, grunhindo na intrusão e ficou cara a cara com Cam.

— O que diabos? Grant, o que há com você?

Grant sacudiu a cabeça enquanto puxava o ombro livre do aperto de seu irmão.

— Nada. Volte para a festa.

Cam deu um passo ao lado dele.

—Nem pensar. Grant, eu não irei a lugar algum até que você me diga o que diabos está errado.

Grant continuou, a festa atrás deles agora longe, parando para amaldiçoar enquanto sua mão perfurava uma árvore com dificuldade.

— Merda! — Amaldiçoando, ele puxou a mão para o peito, esfregando-a furiosamente enquanto a dor passava pelos dedos.

Cam inclinou a cabeça para o lado, olhando-o como se ele tivesse acabado de perder suas bolas.

— Tudo bem, mesmo uma criança sabe que se fazer isso machucará, idiota.

— Irei até o córrego nadar. — Grant sussurrou, ainda esfregando a mão dolorida.

— O quê? — Cam deu um passo à frente, preocupação cobrindo o rosto dele. — Por quê? O que aconteceu? Estamos com problemas de algum tipo? Você sentiu uma ameaça?

Cam começou a olhar ao redor, em alerta como se esperasse um ataque a qualquer momento. Grant jurou novamente.

— Merda, não, não a matilha. Eu. Eu sou o único em problemas.

— Você está ciente de que não está fazendo nenhum sentido. Não é? — Cam pareceu perplexo quando seu corpo relaxou e ele enfiou as mãos nos bolsos de jeans.

— Sim, eu sei disso. Não é nada que você pode ajudar, Cam.

— Diga-me, Grant. — Cam inclinou-se contra o tronco da árvore que Grant tinha socado, cruzando os pés e parecendo muito descontraído.

— Quando cheguei, e eu quero dizer, logo que eu saí daquele maldito ônibus, minha besta tem agido estranha. Então, quando eu segui Mac, um cheiro me invadiu totalmente. Era estranho, excitante e como nada que já conheci antes.

Grant parou, respirando profundamente quando se lembrou da maneira como sentiu. Seu coração acelerando apenas na memória do cheiro gostoso.

— Continue. — Cam falou mais quieto, como se não quisesse assustá-lo.

Grant olhou para o rosto de seu irmão.

— É minha companheira. Eu reconheci minha companheira, Cam.

Cam saltou da árvore, um enorme sorriso no rosto.

— Isso é maravilhoso! Droga, Grant, isso é algo para se alegrar, não se irritar e sair pisoteando.

— Você não entende. — Grant ergueu as mãos e correu por seus cabelos antes de deixá-los cair aos seus lados. — É a Shelly.

Cam parecia atordoado.

— Shelly? Como em...

Grant o interrompeu.

— Shelly de Mac. Sim, é quem é. Ela também sabe disso. Eu pude vê-lo no seu rosto quando Mac se afastou do caminho. Ela está tão chocada quanto eu, Cam. Ah, sim, a razão pela qual eu “saí” era isso, se não o fizesse, eu rasgaria o braço de Mac para fora por tocá-la.

Cam fechou a distância entre eles, abraçando seu irmão um pouco estranhamente.

— Maldição, Grant, mas você não pode negar o que é. Você simplesmente não pode. Confie em mim, irmão, tentei e não funciona.

Separando-se Grant olhou para Cam.

— Como posso? Como machucarei um dos meus melhores amigos? Diga-me como posso fazer isso, Cam?

— Mas você se machucará e a Shelly. — Cam parecia chateado, sua testa franzindo quando ele olhou. — Você é o Alfa, você conhece o caminho da matilha. Você sabe como é uma verdadeira ligação de almas gêmeas. Você não pode lutar contra isso, Grant.

— Eu...

— Uhm, olá, desculpe interromper.

Cam e Grant saltaram, girando pela suave voz feminina, para encontrar Shelly em pé, mordendo o lábio inferior e ficando desconfortável. Cam olhou entre eles antes de se afastar.

— Vocês dois precisam conversar. Vejo você depois, Grant.

Quando seu irmão os deixou sozinhos, Grant sentiu o pânico se erguendo em sua garganta, enquanto Shelly se aproximava. Seus olhos castanhos escuros parecendo um cervo travado nos faróis enquanto continuava mordiscando o lábio inferior. Ele sentiu uma perda quando ela parou, suas palavras baixas e hesitantes.

— Você sentiu isso? — Perguntou ela. — Anteriormente, quero dizer. Você sentiu isso?

Grant assentiu.

— Sim. Eu senti isso.

— O que é isso? Minha loba está me dando uma dor de cabeça e estou um pouco confusa.

— Primeiro as apresentações. — Estendeu a mão. — Sou Grant, prazer em conhecê-la.

À medida que sua pele macia o tocava, ele sentiu como se sofresse um choque elétrico. Um muito estranho choque, que acelerou até a virilha, fazendo com que ele se endurecesse no jeans. Empurrando a mão para trás rapidamente, ele estava agradecido de que agora estava escuro e, esperava, que Shelly não percebesse sua reação ao seu toque.

Ele não teve sorte, notando um rubor no rosto quando seus olhos caíram, uma das mãos pulando para cobrir sua boca como um suave “Oh! ”.

Grant ficou rígido como uma tábua, envergonhado e não sabendo como continuar, mas finalmente olhou para o rosto com um leve sorriso.

— Eu sou Shelly.

— Sim. — Grant disse com tristeza. — Eu sei quem você é. Você está muito familiarizada com um dos meus amigos mais próximos, Mac.

— Sim. — Os olhos de Shelly pareciam brilhar na suave luz da lua e levou Grant um momento ou dois para perceber que estavam enchendo de lágrimas.

Sem sequer envolver seu cérebro, ele se aproximou, puxando-a para dentro de seus braços e segurando-a firmemente.

— Não chore. Por favor. Não suporto ver ninguém chorando.

Seus dedos se agarravam à sua camisa.

— O que eu farei? Gosto muito do Mac. Mas não sinto por ele o que sinto por você e acabei de encontrá-lo. Como isso pode ser possível?

Grant a segurou firmemente, não dando a ela a opção de se afastar.

— Somos almas gêmeas, Shelly. Essa é a razão pela qual eu saí tão abruptamente. Eu não suportaria machucar meu amigo, porque sei que ele se importa com você profundamente.

Shelly sacudiu, empurrando contra o peito para conseguir algum espaço entre eles.

— O quê? Ah, minha nossa! Isso é o que está acontecendo comigo? Eu sinto como se minha pele estivesse em chamas e eu só queria...

Enquanto sua mão voava para cobrir sua boca para conter o fluxo de palavras, Grant sorriu. Ele sabia exatamente o que queria fazer porque sentia isso também. Queria sentir sua pele na dele enquanto se deitava ao lado dela, ensinando-lhe quanto a esbanjaria com amor, cuidado e atenção. Mas, como ele poderia?

Qual era o preço de machucar o Mac?

— O que nós faremos? — Shelly quase gemeu.

— Não tenho ideia. — Grant encolheu os ombros. — Eu não posso machucá-lo, Shelly. Simplesmente não posso.

— Eu também não quero machucá-lo. — Shelly voltou a abraçá-lo. — Mac tem sido gentil comigo e ele é engraçado, leal e absolutamente legal. Mas, eu não me sinto assim quando estou com ele. Nós nunca falamos de algo mais sério entre nós, e nós sequer pensamos em ligação. Então, e agora? Eu não sei o que acontecerá, se acontecerá alguma coisa entre você e eu, mas acabarei com Mac esta noite. Não consigo mentir para ele. Eu simplesmente não posso.

— Ele gosta de você profundamente. Muito mais do que você pensa. Isso irá machucá-lo além das palavras, Shelly. Mac não dá seu carinho livremente, inferno, não me lembro da última vez que saiu com alguém além de alguns encontros. Mas sei que ele será esmagado com isso. Não tenho certeza se posso fazer isso com ele.

Shelly inclinou a cabeça para trás, os olhos dele memorizaram cada detalhe de seus cabelos, seus olhos, seu pequeno nariz virado para cima e os lábios gostosos. Sua língua pulou para umedecer os lábios e Grant rosnou, o estrondo no fundo do peito enquanto sua boca procurava a dela.


Capítulo oito

Shelly derreteu-se nele, sua boca se abriu para permitir que a língua dele se movesse enquanto o beijo se aprofundava. O desejo ardia profundamente dentro de Grant enquanto seu pênis endureceu novamente, só que desta vez não tentou escondê-lo, avançando para que Shelly sentisse pressionando contra a sua barriga.

Suas mãos pousaram no rosto dele, acariciando-o antes de entrar em seu cabelo, puxando-o para segurá-lo firmemente contra ela. Grant sentia sua excitação crescente enquanto continuavam se beijando, seu perfume dentro dele como se invadisse sua própria alma. Ele nunca sentiu nada parecido e lutou para se controlar. Não queria nada além de rasgar suas roupas e afundar profundamente dentro dela.

As mãos de Grant se moveram, uma para agarrar seu traseiro e a outra esgueirando-se debaixo da blusa na parte de trás, seus dedos acariciando sua pele macia. Quando seu cérebro lhe disse para parar, sua besta o encorajou, e então um grunhido alto, seguido rapidamente por um rugido, destruiu-os.

Uma fração de segundos depois, Grant voou pelo ar, um duro golpe em seu maxilar momentaneamente o cegou, enquanto a dor atravessava sua cabeça. Sua respiração o derrubou quando ele pousou pesadamente em suas costas. Seu atacante não lhe deu tempo para se recuperar, um grande corpo pousou em cima dele. Eles rolaram no chão, suas costelas sofrendo com os golpes difíceis que o atingiam enquanto revidava.

O grito penetrante de Shelly chamou-o como nenhum outro som. O pensamento de que ela estava com problemas, fez com que usasse todas as forças de seu poder para desalojar o adversário. O medo, a raiva e uma série de outras emoções entraram em erupção dentro de Grant enquanto procurava Shelly com os olhos. Terror agarrando-o ao pensar que ela estava em perigo.

Os próximos momentos passaram em um borrão, a voz de Cam gritando, seus braços fortes separando Grant e seu atacante. Só então ele percebeu que era Mac.

O coração de Grant afundou ao ver a raiva e a traição no rosto de seu amigo. O aperto de Cam no ombro de Mac deve ter machucado, seus dedos estavam cravados no músculo. O tom de seu irmão, Alfa, quando ele rosnou.

— O que diabos está acontecendo aqui? Eu não permitirei este tipo de comportamento dentro da minha matilha. Você me ouve? — Cam apertou Mac mais um pouco. — Eu perguntei você está me ouvindo?

Mac virou-se, seus olhos buscando Shelly e Grant. Lágrimas escorreram pelo rosto enquanto olhava com horror, uma multidão observando o espetáculo, antes de se virar e fugir. Grant deu um passo à frente e então forçou-se a parar. “Shelly é de Mac, não minha. ” Ele disse a si mesmo enquanto seu coração doía dentro do peito.

Grant não ouviu nada mais, avançando rapidamente para a floresta, tirando a roupa e se transformando o mais rápido que pôde antes de deixar sua besta correr livre. Um forte grunhido de aflição rasgou sua garganta enquanto suas patas rasgavam o chão. A única coisa em sua mente, afastar-se antes que as coisas piorem.

“Como diabos eles podem piorar? ” Grant conseguiu pensar. Tinha acabado de machucar seu amigo da pior maneira imaginável. Não haveria volta para isso. Quase cento e cinquenta anos de amizade passaram num piscar de olhos.

Sem parar, forçou sua besta, não tinha ideia de onde estava ou para onde iria, só sabia que não podia enfrentar seu amigo. Ele conhecia o olhar que veria lá: nojo, ódio, aversão.

Grant não podia suportar ver isso no rosto de Mac.

Quando sua fera se cansou, ouviu patas atrás dele, o alcançando rapidamente. Droga! Se isso fosse Mac, então as coisas ficariam muito sangrentas. A besta de Grant parou, virando e assumindo uma posição agressiva, abaixando os dentes e esperando.

O lobo que apareceu não era Mac. Era o último lobo que esperava que o perseguisse pela floresta, era Jinx.

O beta de Cam diminuiu, parando na frente dele e mudando de seu lobo castanho avermelhado de volta ao humano. Com as mãos nos quadris Jinx olhava para ele, levantando a sobrancelha enquanto falava.

— Mudança. Agora, Grant. Nós precisamos conversar.

A pesada pele de Grant estremeceu quando começou a se transformar diante de Jinx, momentos depois.

— Sobre o que você quer falar? Eu estraguei tudo e perdi um dos meus amigos mais próximos.

Jinx sacudiu a cabeça.

— Grant, você não sabe disso. Sim, Mac ficará bravo, chateado, mas, quando ele tiver tempo para se acalmar e perceber o que você e Shelly são um para o outro, ele verá. Vamos, Grant, este é o Mac de quem estamos falando. Ele se importa mais com o bem-estar dos outros do que qualquer outra pessoa que conheço!

Grant andava de um lado para o outro, sua besta ainda irritada por estar separada de sua companheira.

— Não, você não entende Jinx. Mac falou comigo mais cedo esta noite, para obter meu conselho, sobre Shelly. Ele realmente se importa com ela e tem se preocupado por que não sentiu a necessidade de marcá-la. Ele me disse que quer que ela seja sua companheira!

— Bem, isso não acontecerá, Grant. Agora não. Shelly não aceitará Mac, nem qualquer outra pessoa, e você sabe disso. — Jinx balançou a cabeça. — Pelo amor de Deus, você é um Alfa, você sabe disso!

Grant continuou com o ritmo, o rosto de Mac na sua mente quando ele o olhou com tanta ira.

— Como posso encará-lo, Jinx? Como?

As palavras de Jinx bateram difíceis.

— Como um Alfa. É assim que é. Você irá confrontá-lo e deixá-lo saber que Shelly é sua alma gêmea. Você pode pedir desculpas se quiser, embora eu não o faria. Não é algo sobre o qual você ou ela tem algum controle e... você é um Alfa! E não se inclina para ninguém e isso inclui um amigo irritado. Ou, Grant, diga-me, Cam errou por entregar a matilha para você? Ele errou em colocá-lo no comando?

A raiva de Grant se elevou com um rosnado saindo de sua boca quando ele mostrou os dentes.

— Não. Não fale assim comigo, Beta!

Jinx sorriu.

— E aí está ele! Bem-vindo de volta, Alfa.

Grant amaldiçoou, olhando para Jinx.

— Foda-se! Você fez isso de propósito. Alguém já lhe disse que você é um idiota sorrateiro?

— Muitas vezes. Mas funcionou, não?

— Sim. — Grant continuou carrancudo. — Ainda não aprecio o pensamento de machucar um amigo.

— Você não precisa gostar, Grant. Mas tem que fazer isso, e quanto mais cedo melhor. — Jinx deu um passo à frente, encarando-o. — Você não quer que as palavras cheguem a Escócia, que não lidou com isso como um Alfa deve. Você quer?

Grant pensou, as repercussões de isso acontecer jogaram mais em sua cabeça. Como um Alfa relativamente novo, ele sabia que tinha que mostrar a matilha que estava no comando. Correndo de sua alma gêmea recém-encontrada não era uma das ações de um Alfa. Grant empurrou Jinx para o lado, tirando ele do seu caminho, mudando novamente e uivando para o céu.

— Esse é o meu garoto. — Ouviu Jinx rir antes de ouvir as patas do beta baterem atrás dele.

A besta de Grant aumentou sua velocidade, voando pela terra em busca de sua companheira. Seu retorno ao acampamento foi muito mais rápido do que achava possível. Mudando rapidamente, ele tomou o tempo para puxar o jeans que estava entre os detritos no chão da floresta. Ele sequer se importou em colocar as botas, muito menos sua camisa, antes de perseguir o cheiro de sua companheira.

Grant usou sua capacidade aumentada de lobo para farejá-la em uma mesa no meio da reunião. Todas as conversas pararam enquanto ele caminhava, seus olhos se trancavam nas costas dela. Shelly obviamente sabia que ele estava lá, a cabeça virou, os olhos vermelhos com o choro.

Grant podia sentir seu amigo, Mac, de pé ao lado, a raiva saindo dele. Quando seus pés o aproximaram de Shelly, ele viu Mac se movendo para bloquear seu caminho. Um silêncio mortal os cercou quando Grant parou, frente a frente com Mac. O olhar no rosto de seu amigo não era um que quis ver novamente. Raiva fervendo logo abaixo da superfície, mas a dor em seus olhos contou a Grant como Mac estava machucado.

— Sinto muito, Mac. — A voz de Grant estava cheia de autoridade enquanto encarava o grande lobo. — Mas ela é minha. Shelly é minha única e verdadeira companheira e você se afastará e nos deixará em paz.

Grant esperou longos momentos esperando Mac olhar para baixo.

— Afaste-se, agora! — Grant ordenou sua voz baixa, áspera e dura.

Mac estremeceu, seu lobo interior, obviamente lutando contra uma ordem do Alfa, mas se afastou olhando para Shelly, antes de caminhar para a mesa carregada de bebidas alcoólicas.

Grant ouviu claramente a voz de Logan.

— Eu cuidarei dele, Cam. Não se preocupe.

Seus olhos caíram para Shelly, agora de pé e de frente para ele, admiração e excitação, clara em seus olhos. Grant deu um passo à frente, nervoso, enquanto sorria para ela.

— Vamos dar um passeio? — Perguntou calmamente, oferecendo a mão para ela.

Shelly pegou imediatamente, movendo-se para ele.

— Sim, eu gostaria disso.

Grant soltou um suspiro que não sabia que estava prendendo, ouvindo vários outros serem liberados ao redor dele. As palavras de seu irmão, fazendo com que sorrisse quando ele se virou e se afastou.

— Agradeça a Deusa por isso! Agora, todos, podemos voltar ao nosso jantar de celebração? Onde está aquela carne de urso? Estou faminto.


Os olhos de Chastity seguiram Grant e Shelly quando desapareceram de vista. Cam observou o olhar.

— Eles ficarão bem. — Sussurrou para ela.

— Grant estava tão chateado com Mac. — Murmurou Chastity calmamente.

— Eu sei. — A mão de Cam acariciou suas costas. — Esse é Grant para você. Ele sempre coloca os outros antes de si mesmo, mas ele precisou endurecer um pouco. Shelly é dele, não de Mac, que perceberá, uma vez que veja as coisas com clareza.

— Mac parecia tão machucado. — Chastity olhou-o. — Não acho que já vi essa devastação nos olhos de alguém antes, Cam.

— Mac se recuperará. Espero que em breve, mas Shelly não era dele. Nós podemos ajudá-lo, Mo Runsa.

Chastity inclinou-se para ele, colocando a cabeça em seu ombro.

— E isso significa?

— Meu amor. — Cam inclinou-se para colocar um beijo na ponta do nariz.

— Eu gosto disso, parece romântico quando você fala na sua língua nativa.

Cam riu.

— Precisarei fazer isso com mais frequência se conseguir que seu coração bata do jeito que está no momento.

Chastity riu.

— Como você ouve o meu tão facilmente? Tenho que me concentrar para ouvir o seu.

— Seu coração está agora enraizado em mim. Eu poderei localizá-lo a qualquer hora, em qualquer lugar.

— Realmente? — Chastity perguntou sua voz aumentando levemente em surpresa.

— Sim, realmente. — Cam assentiu. — Aparentemente, ganhei novos poderes ao me tornar o Alfa. Estou adicionando os lobos ao meu “banco de memória” a cada dia e eu posso senti-los facilmente agora. No entanto, você está no topo. Posso sentir o que está sentindo, ouvir seus batimentos cardíacos em todos os momentos e eu tenho que me concentrar para abafar tudo ou eu não conseguiria conversar.

— Caramba. — Chastity franziu a testa. — Acho que isso me deixaria um pouco louca.

— É meio estranho, mas meu cérebro parece processar coisas muito mais rápido também, o que é estranho. Acho que me acostumarei com as coisas em breve.

— Espero que sim. — Chastity estendeu a mão, seus dedos se arrastaram pelo lado de seu rosto.

Jinx tocou Cam no ombro.

— Desculpe, não quero interromper, mas está tudo bem se eu sair? Quero voltar para Stracey e Logan disse que ele manterá os olhos em Mac.

— Onde está Grant? Não quero uma repetição disso de antes, porquê da próxima vez ele irá Alfa e ninguém será capaz de detê-lo. — Cam olhou ao redor, mas não conseguiu ver seu irmão em qualquer lugar.

— Ele e Shelly voltaram para sua cabana e não precisamos ser um Einstein para saber que não os veremos por um tempo. — Jinx sorriu largamente. — Logan diz que vigiará Mac e também pedi a Mason para garantir que nada volte a acontecer. Se há outro lobo tão forte como Mac, é Mason, então eu sei que ele não deixará que nada aconteça.

Cam assentiu.

— Tudo bem. Acho que você pode ir agora. Ainda ficaremos um pouco mais, não quero arrastar Chastity para longe, ela está parecendo em casa aqui e quero garantir que todos estejam resolvidos depois.

Chastity sorriu.

— Estou em casa aqui. Este é a minha matilha, Cam. Eu sempre me sentirei bem quando estiver aqui, especialmente com o fato de que não parecem me culpar por qualquer coisa que minha merda de família fez com eles. Eu acho que é incrível.

O rosto de Jinx ficou sério.

— Ei, nada do que aconteceu foi culpa sua e eu, por exemplo, acho que você está parecendo mais feliz do que eu já vi. Fique, divirta-se e verei vocês dois amanhã. Ou... — Jinx zombou — alguns dias depois, se eu conseguir me safar.

— Amanhã. — Rosnou Cam. — Temos muito trabalho a fazer com esta matilha e tenho negócios para os quais também devo atender.

— Maldição! — Jinx franziu o cenho. — Tudo bem, até amanhã.

Chastity riu quando ele se virou e saiu, murmurando em voz baixa sobre um Alfa que não parecia entender as regras dos acasalamentos.

— Ele ficaria no quarto por semanas, se eu o deixar. — Cam zombou quando seguiu a partida de Jinx.

— Eu não o culpo. — Chastity riu. — Eu acho que é uma ótima ideia, mas, infelizmente, um Alfa tem tarefas que precisam ser cuidadas e que nem leva em consideração seus outros negócios.

— Pode demorar um pouco, mas entraremos em uma rotina. — Cam segurou sua mão, seu polegar acariciando a pele macia. — Nos deslocaremos entre aqui e Los Angeles, mas eu preciso colocar a matilha em algum tipo de ordem com uns bons betas para assumir quando não estivermos aqui.

Chastity apertou sua mão.

— Estou certa de que conseguiremos que as coisas funcionem. Pode ser um pouco estranho no início, mas tudo ficará bem. Estou certa disso.

Cam olhou nos olhos dela.

— S tusa gr?dh mo bheatha.

— O quê? — Chastity perguntou seus olhos sorridentes.

— Isso significa: você é o amor da minha vida.

— Maldito. — Os olhos de Chastity ficaram presos no dele. — Isso é uma boa conversa que você faz, se você não parar, eu o levarei de volta à cama a qualquer momento.

Cam riu.

— Bom, está funcionando então.

Chastity deu-lhe um soco.

— Ei, não é justo!

— Tudo é justo no amor e na guerra, mas eu só quero ficar um pouco mais e então eu serei quem estará se mexendo.

Durante a próxima hora, Cam assistiu a reunião com os olhos atentos. Seu prazer em ver Aiden entre os Highland Wolves o fez sorrir amplamente. Aiden era um dos talentosos tatuadores do clã e também um amigo íntimo. Sua forte bússola moral era definitivamente um bem valioso para a posição que Cam já estava pensando para ele. Via claramente Mason e Aiden como material beta e pensaria mais sobre os recém-chegados nos próximos dias.

Um novo detalhe de segurança completo precisaria ser configurado em Wild Flower, guardas nomeados e alguém para comandá-los. Os candidatos agora já eram quase o dobro e isso significava que a matilha seria bem cuidada. Cam sentiu uma pontada de culpa quando olhou Chastity fazendo as rondas. Ela parecia tão confortável aqui, dentro da sua matilha, que Cam se perguntou se deveriam talvez passar mais tempo aqui. Mas isso significava dividir seu tempo em três locais e dois seriam difíceis de sustentar, três seriam quase impossíveis.

Ele também ficou surpreso com Clayr, enquanto observava que passava o tempo com Tina. A jovem assustada pareceu gostar de Clayr, sorrindo e rindo enquanto Clayr sussurrou em seu ouvido. Cam imaginava o que a jovem mulher dos Highland estava contando a Tina, provavelmente os segredos mais escuros dos homens. Clayr também passou algum tempo com Ryder, o jovem shifter pantera que também relaxou em sua companhia.

Cam pensou na jovem loba, tentando lembrar sua idade. Estava bastante seguro de que não alcançou a idade adulta dentro da matilha, que era vinte e um anos, mas ela deve estar bem perto. Ele precisaria se lembrar de descobrir, porque ela precisaria ter o ritual de “aceitação”. Uma pequena cerimônia para receber um jovem na idade adulta, o que lhe dava mais liberdade e o direito a certos privilégios.

Como todos pareciam se divertirem, Cam se dirigia para Mason, que olhava muito a sua irmã.

— Espero que todos se sintam logo em casa.

Mason olhou em volta, observou tudo antes de responder.

— Eu acho que ficaremos bem aqui. A terra é linda e, além da vida selvagem, é muito como em casa. Estou ansioso para fazer uma caçada, Cam. Ouvi falar sobre os animais que estão em estado selvagem aqui e inferno, minha besta quer fazer o que faz melhor: caçar.

— Sim. — Cam irradiou. — É bom caçar aqui, mas nós só matamos para reabastecer estoques. Não caçamos apenas por diversão. Ok?

— Alfa. — Mason olhou para longe. — Você sabe que eu não caço apenas por diversão. Bem, o que quero dizer é que eu não mato apenas por diversão. Eu amo caçar, mas nunca mataria a menos que seja necessário.

— Estou ciente disso, Mason, mas você poderia passar a todos para mim? Agradeceria se pudesse, mas eu deixaria isso para amanhã porque acho que a maioria deles não lembrará de uma coisa que você disser a eles esta noite.

Mason olhou em volta para seus compatriotas.

— Sim, alguns deles foram um pouco exagerados na bebida local e, caramba, Cam, esqueci como é bom o gosto de urso. Faz tanto tempo que nós tivemos algum em casa.

— Eu ouvi você lá, foi maravilhoso. Estou pensando em voltar amanhã apenas para obter um pouco mais. — Cam riu, olhando para onde o assado ainda funcionava. — Duvido que haja alguma chance pela forma como vocês lidam com isso.

Rindo, Mason bateu nas costas de Cam.

— Você sabe quão faminto esse lote fica. Eu irei com Logan amanhã e examinarei o estoque de carne que a matilha tem e, se necessário, sairemos e obteremos um pouco mais.

— Boa ideia. — Cam concordou. — No entanto, para as suas primeiras incursões na floresta, acho prudente que leve um dos lobos mais velhos da matilha com você. Eles conhecem a terra e também podem ensiná-lo sobre os perigos de alguns dos animais aqui. O urso pode ter um bom gosto, mas são perigosos, Mason, não quero que alguém se machuque.

— Meus pensamentos são exatamente os mesmos. É sempre melhor ter alguém que conheça o lugar e eu prometo que não iremos atrás de urso, a menos que seja bem planejado e apenas em raras ocasiões. Nós não queremos que este lugar acabe como em casa, onde os ursos não estão mais disponíveis na natureza.

Cam assentiu.

— Exatamente. Agora pegarei minha companheira e irei para casa. Eu virei amanhã para ver como as coisas estão indo, especialmente com o Mac. Isso foi um golpe para ele hoje à noite, mas Shelly é de Grant, não dele, e eu só espero que ele não tome muito mal.

— Acompanharei as coisas, com a ajuda de Logan, teremos certeza de que não haja problemas.

— Boa noite, Mason, e bem-vindo à América.

— Sim, “noite”, Alfa. — Mason se afastou para se juntar a seus amigos quando Cam localizou Chastity.

Ela conversava com um dos idosos quando Cam se juntou a eles.

— Pronta para voltar?

O sorriso de Chastity iluminou o rosto.

— Claro que estou. — Ela se virou para o velho lobo. — Verei você em breve e se houver algo que precise, você tem meu número.

— Sim, senhora — O idoso respondeu, quando Cam estendeu a mão, a dela encaixando perfeitamente dentro, enquanto a afastava da festa.


Capítulo nove

Grant acordou em um mar de contentamento. O dia anterior foi enorme e ele ainda tentava processar tudo, ao mesmo tempo que se afundava nos sentimentos que o atravessavam. Shelly estava entre seus braços e o cheiro dela já estava impregnado em seus sentidos. Ele sabia que poderia encontrá-la, não importa onde estivesse, ou quantas outras pessoas a cercassem.

Seu cérebro registrou algo que o trouxe à tona. À medida que seu cérebro processava o que ele ouvia, sua batida cardíaca aumentou, assim como a dela. Shelly abriu os olhos.

— O que há de errado? — Perguntou com sono.

— Nada. — Grant sorriu. — Está tudo bem, Mo Runsa.

— Meu amor, isso significa meu amor, se eu me lembro, certo? — Shelly se aproximou, suas pernas se enroscaram com as dele.

— Sim, você lembrou. — Grant beijou-a, um beijo leve enquanto seus olhos focavam nos dela, em suas piscinas líquidas escuras.

— Eu senti uma sacudida de... alguma coisa. — Shelly pareceu confusa. — Não consigo entender, mas meu coração começou a bater muito rápido. Você tem certeza de que não há nada de errado?

Grant balançou a cabeça.

— Nada está errado. Na verdade, pode haver algo que é tão certo que é quase uma lenda no clã dos Highland.

Shelly inclinou ligeiramente a cabeça.

— Derrame.

Grant colocou uma das mãos sobre o coração dela.

— Coloque sua mão sobre meu coração. — Shelly moveu sua mão para colocá-la no peito dele. — Agora. — Grant prendeu a respiração por um momento. — Você pode se concentrar? No meu coração.

Enquanto esperava os nervos de Grant entraram em ação, se isso fosse o que ele pensava, então era enorme. Mantendo os olhos fixos em Shelly a viu se concentrar alguns momentos e ficar surpresa, depois choque apareceu em seu rosto.

— O que diabos? — Perguntou, tirando a mão do peito dele.

— Você sente isso também? Os nossos batimentos cardíacos estão em sincronia.

Shelly assentiu.

— É algum tipo de truque? Você tem magia como Cam? Você fez alguma coisa?

— Não. — Grant balançou a cabeça, seus lábios se torciam para cima. — Primeiro, na verdade não consigo fazer muita magia, Cam foi a pessoa que obteve a maioria das habilidades da nossa mãe a esse respeito. Em segundo lugar, acho que somos mais do que verdadeiros companheiros, Shelly. Algo muito mais.

Grant respirou fundo.

— Há uma lenda antiga e há uma cantiga sobre isso. Você quer ouvir?

Shelly cobriu sua mão que ainda estava sobre seu coração.

— Certo.

— Ok, aqui está...

Dois corações que batem como um.

Que nenhum ser pode quebrar.

O que a Deusa abençoa e reúne.

Florescerá e crescerá tão resiliente quanto a urze escocesa.

Seu amor é tão grande que os outros chorarão.

Mas a matilha será a única a colher.

A força de seu amor os manterá fortes.

Como seu amor não tem fim e continuará.


Os olhos de Shelly se arregalaram, seu ritmo cardíaco aumentou a velocidade. Ao fazê-lo, Grant agarrou a sua mão para colocar no peito para que ela pudesse sentir e ouvir isso em ritmo com o dela.

— O que é isso, algum tipo de poema?

Grant balançou a cabeça.

— Não, foi transmitido pelas gerações, mas a última vez que um Alfa e sua companheira foram considerados como sendo este casal especial aconteceu há séculos. Quando a Escócia era um lugar muito mais severo, com batalhas entre os escoceses e os ingleses, bem como os clãs que guerreavam um contra o outro. Este casal lutou lado a lado e seu Clã foi o mais forte no histórico da matilha. No entanto, não houve outros casais acasalados desde então que foram abençoados pela Deusa de tal maneira. Isso é algo que todos os casais sonham, mas isso é exatamente o que é, um sonho.

— Então, somos mais do que apenas verdadeiros companheiros? Mas o que isso realmente significa, para nós?

Inclinando-se para a frente Grant a beijou gentilmente.

— Nosso vínculo será muito mais forte do que o normal. Nós, essencialmente, seremos capazes de saber como o outro está se sentindo muito mais fácil do que outros casais e, se eu tiver razão sobre isso, também forjaremos um forte vínculo mental. Em essência, poderemos estar dentro da cabeça um do outro.

— Não. — Shelly quase gritou. — Isso é, merda, não tenho certeza do que é, mas caramba, Grant, não tenho certeza de que quero você, sabendo absolutamente tudo o que penso o tempo todo.

Rindo, Grant balançou a cabeça.

— Não se preocupe, de acordo com o que sei, devemos ser capazes de bloquear um ao outro, ou bloquear certas coisas. Quero dizer, os aspectos práticos como organizar uma surpresa para o outro não seriam muito bons se não pudéssemos bloquear certos pensamentos.

— Bom, porque confia em mim, você não quer saber todas as minúcias que está aqui dentro! — Ela bateu um dedo contra a têmpora. — Algumas coisas uma garota precisa manter para si mesma.

— O mesmo aqui. — Grant estendeu a mão, puxando-a contra o seu corpo nu. — Um cara também tem alguns segredos. Eu acho que só precisamos esperar e ver o que acontece, mas precisamos conversar primeiro, Shelly. Temos algumas grandes decisões a tomar.

— Como o que? — Ela perguntou, os dedos arrastando pela sua barriga.

— Pare ou não poderei juntar uma frase. — Grant agarrou sua mão, acalmando seus movimentos. — Shelly, eu sou um Alfa, e um novo nisso, um que não deveria ter deixado a matilha logo depois de assumir o controle. No entanto, tive uma vontade profunda de vir aqui. Eu pensei que era para fazer o ritual de ligação para Cam, mas não tenho tanta certeza. Agora acho que a Deusa me enviou para encontrá-la.

— Você acha que a Deusa o enviou? — O tom de Shelly era incrédulo, seus olhos olhando fixamente para os dele.

— Eu faço. O que temos é único, especial, um presente da Deusa e não podemos descartar isso.

A cabeça de Shelly balançou freneticamente.

— Não, claro que não, por que você diria isso?

— Porque eu não posso ficar aqui, Shelly. Tenho que ir para casa, para a minha matilha, e isso significa que tem que decidir se você ficará aqui ou virá comigo.

Grant prendeu a respiração, sabendo que seu coração se quebraria se Shelly não concordasse em ir com ele. Sabia que era uma coisa enorme para pedir, afinal, sua matilha não estava apenas no caminho, nem mesmo em outro estado. Estava a milhares de quilômetros de distância. As Highlands escocesas eram lindas, mas tão longe de seus amigos, sua casa, sua matilha.

— Oh, merda, isso não me ocorreu na noite passada. — Shelly franziu o cenho — Mas é claro que você tem que ir para casa e acho que tenho que decidir o que fazer. Minha primeira reação é dizer que irei com você, mas isso me assusta. Sou americana e adoro meu país, Grant, eu serei uma estranha na sua matilha.

— Uhm, não, você não será. — Grant sorriu. — Nós realmente temos alguns americanos na matilha. Eles visitaram há muito tempo e decidiram ficar, assim o seu não será o único sotaque americano. Também acho que você amaria as Highlands, Shelly, é lindo lá, selvagem e livre. Temos uma boa vida e uma grande matilha com algumas empresas.

— Não duvido disso, mas ainda estou com medo.

Grant a apertou mais.

— Não fique. Estarei bem ao seu lado. Sempre.

Shelly se fundiu em seu corpo, suas mãos fazendo coisas pecaminosas enquanto colocava pequenos beijos em seu peito.

— Quando você diz coisas assim, realmente não consigo pensar direito. Preciso realmente responder agora?

Grant forçou seu cérebro a trabalhar, mesmo que fosse uma das coisas mais difíceis que já fez.

— Shelly, quanto mais tempo estivermos juntos, mais difícil será nos separarmos. Isso é, se você decidir ficar. Talvez eu devesse ir e tentar encontrar Mac, falar com ele e dar-lhe algum tempo para pensar.

— Você tem que ir? — Shelly gemeu. — Eu não quero que você vá embora agora.

— Eu também não quero, mas também não quero forçá-la a fazer algo que não quer, então eu irei por um tempo. Deixarei você pensar com clareza e, espero, depois me fará o Alfa mais feliz vivo. — Shelly virou-se para deitar de costas quando Grant saiu da cama, pegando as roupas no chão e puxando-as. — Preciso de roupas limpas de qualquer maneira. Eu terei que localizar minha mala e também preciso conversar com meu irmão e ver quando quer que eu realize sua cerimônia de ligação. Vejo você em algumas horas.

Grant voltou para a cama, beijando Shelly rapidamente antes de sair da sala, botas na mão. Quando alcançou a porta da cabana, ela abriu-se em sua direção. Uma jovem pulou de medo, Logan estava atrás, uma das mãos que a estabilizou.

— Desculpe, não queria assustar você. — Grant se desculpou.

— Não, está tudo bem. — Ela respondeu quando Logan sorriu por cima do ombro para ele.

— Boa tarde, Grant. — Logan pareceu enfatizar a parte da tarde. — Que tarde, uh?

Grant encolheu os ombros.

— Sim, é.

Logan apresentou a garota.

— Esta é a Tina, Tina, esse é o Grant.

— Olá, Alfa. — A voz de Tina suave, seus olhos baixos.

— Grant está bem, não precisa ter cerimônia, Tina.

— Prazer em conhecê-la.

Tina assentiu antes de se virar para Logan.

— Vejo você mais tarde?

Logan inclinou-se, colocando um beijo muito casto em sua bochecha.

— Você pode apostar, Tink.

Tina corou antes de correr para os quartos enquanto Logan se dirigia para Grant.

— Para onde você vai? Não esperava te ver pelo menos até amanhã.

— Eu darei a Shelly algum tempo para pensar sobre o que ela quer. — Grant olhou por cima do ombro para o quarto que acabava de sair — Ela precisa decidir se morará comigo ou ficará aqui.

— Droga. — Logan segurou a porta aberta. — Eu realmente não pensei nas coisas, mas sim, é uma grande decisão. Então, aonde você irá agora?

— Eu quero ver o Mac, ver se está bem.

O rosto de Logan fechou-se.

— Isso pode não ser possível. Ele decolou cedo, disse que sairia para uma corrida, se transformou e desapareceu.

— Porra! — Grant viu Logan observando-o de perto. — Ele é um dos meus amigos mais antigos, Logan, não quero as coisas assim por muito tempo. Precisamos conversar, cara a cara.

— Entendo isso, mas não acho que esteja pronto. Por que eu não o levo para o Club House, é onde estão muitos dos rapazes e a sua bagagem está lá.

— Bom, e eu preciso de comida. Muita comida. — Grant sentiu como se não comesse em dias.

— Sempre há comida. — Logan levou-os para fora.

Grant puxou suas botas.

—Também preciso falar com Cam, então ligarei para ele depois de comer.

— Não há necessidade. — Logan esperou até que Grant estivesse pronto, então começaram a andar. — Cam está a caminho, chegará antes de terminar de comer.

— Bom. — Grant estava satisfeito, ele pensou em contar ao irmão sobre quão especial era Shelly. Seria melhor cara a cara.

Quando chegaram à grande cabana do clube, Grant foi ovacionado com uivos e comentários de seus lobos. Ou melhor, não mais seus lobos. Grant fez o possível para ignorá-los, indo direto para a cozinha para obter comida. Vários o seguiram, incluindo Mason.

Mason sentou-se oposto a ele na mesa.

— Então, nosso Alfa encontrou sua companheira. Você à levará com você? Eu presumo que sim, você não ficará aqui e não irá deixá-la para trás.

Grant terminou de mastigar o bacon saboroso.

— Não é da sua conta, Mason.

— Realmente? — Mason levantou uma sobrancelha. — Depois da noite passada, pensei que era um ponto discutível.

— Não é “ponto discutível”. Agora, por que você não me diz o que está acontecendo. Todos se estabeleceram?

— Sim, alguns de nós ficamos aqui, mas há alguns que se juntaram em dois ou três para assumir algumas cabanas vazias. Eu prefiro aqui porque há mais olhos para vigiar Clayr para mim se não estiver por perto.

— Onde ela está? — Grant olhou em volta, esperando ver a jovem loba perto.

— Saiu com esse shifter pantera. Aparentemente, estão “explorando terra”.

— Estou surpreso por deixá-la fora de sua vista. — Grant franziu a testa, sabendo como Mason era super protetor.

— Bem, essa matilha não tem lobos jovens para eu me preocupar e Ryder parece ser um garoto legal. Não tenho ideia do porquê, mas confio nele. Isso não é estranho?

Grant olhou para Mason, seu amigo íntimo, mas sabia que não confiava facilmente. Desde a morte de seus pais, tanto Mason quanto Clayr achavam difícil confiar em alguém, muito menos um estranho.

— Sim, é estranho. — Lançou mais um bacon em sua boca.

— Estou ansioso para vê-lo mudar também. As panteras não são exatamente comuns. — Mason se moveu no assento, seu rosto intenso. — Mac saiu, você sabia?

— Logan me disse. — Grant balançou a cabeça, seu coração pesado e triste. — Não queria machucá-lo, mas não tive escolha, especialmente sabendo o que sei agora.

A sobrancelha de Mason ergueu-se.

— E o que seria?

— Desculpe. — Grant bebeu seu suco fresco. — Preciso falar com Cam primeiro, mas, Mason, é enorme, algo que nunca sonhei.

— Agora você chamou minha atenção. — Mason inclinou-se para frente. — Continue, diga-me, Cam não se importará.

— Cam não se importará com o quê? — A voz do irmão interrompeu quando entrou na cozinha.

Mason saltou.

— Foda-se! Você precisava nos assustar assim?

Cam sorriu.

— Você deve estar relaxando, Mason, se eu o surpreendi quando nem tentava.

— Eu estava muito ocupado tentando fazer com que seu irmão derramasse algum tipo de revelação sobre sua nova companheira. — Mason levantou-se. — Acho que é melhor deixá-los sozinhos.

Cam olhou para Grant.

— Tudo bem?

Grant afastou o prato, levantando-se.

— Vamos dar um passeio. Muitos ouvidos por aqui.

— Agora você me deixou intrigado. — Cam o seguiu.

Grant dirigiu-se para a área onde haviam realizado a reunião, sem ver ninguém ao redor, caminhou até a mesa mais distante, sentando e esperando Cam.

— Se você acha que me sentarei quando sinto essa energia estranha de você, então está louco. — Cam cruzou os braços. — Então Grant. O que está acontecendo?

Grant respirou fundo.

— O coração de Shelly bate junto com o meu.

Grant parou, esperando para ver se seu irmão entendia o que ele estava tentando dizer. Não demorou antes que os olhos de Cam se abrissem em choque.

— Você está brincando? — Cam correu rapidamente, parado ao lado dele, olhando para baixo. — Grant, você está me dizendo que a lenda é verdade? É isso que você está dizendo?

Grant encolheu os ombros.

— Não sei Cam. Tudo o que sei é que nossos corações batem como um. Quando percebi que Shelly dormia e meu coração acelerou, com o choque de tudo, seus olhos ficaram abertos com medo porque eu fiz também. Você me diz Cam, porque estou um pouco assustado.

Cam sentou-se, com a mão nas costas de Grant.

— Mo bhràthair, parece-me que isso é verdade. Você e Shelly estão presos pela Deusa. Dois corações batem como um. Porra, mas isso é impressionante, Grant!

— Eu sei, é meio estranho também. — A voz de Grant é baixa, séria. — Eu posso senti-la. Agora, aqui e agora, posso senti-la. Se eu tiver razão, ela está excitada e um pouco assustada.

Cam bateu em suas costas.

— Você é um lobo de sorte. Quando e onde você está tendo sua cerimônia de ligação?

Grant encolheu os ombros.

— Não tenho ideia, deixei-a mais cedo para pensar sobre as coisas, depois de ter explicado que não poderia ficar aqui e se nós estivéssemos juntos, ela precisaria voltar para casa comigo. Ela não tinha pensado tão adiante, então estou dando-lhe algum tempo.

— O quê? — Cam levantou-se, andando de um lado para o outro. — Não, não, não. Você deve voltar e convencê-la a ir com você. Ela não ir com você não é uma opção, Grant. Você sabe disso.

— Então eu apenas a sequestro? Se não quiser ir para a Escócia, eu deveria forçá-la?

Cam passou a mão em seus cabelos.

— Não me importo com o que precisa fazer. Você deve convencê-la. Nós dois sabemos o que acontecerá com vocês dois, se não fizer isso.

Grant suspirou.

— Não contei a ela essa parte. Não queria assustá-la.

— Você está louco? Grant, você precisa dizer a ela que vocês dois devem estar juntos. Shelly tem que entender que se ela se recusar a ir com você, basicamente está matando você e se suicidando.

— Eu pensei que fosse pesado demais para colocar nela quando acabamos de nos conhecer, Cam. — Grant levantou-se, espelhando o ritmo de seu irmão. — Merda, eu estraguei tudo isso.

A mão de Grant voltou para seu peito enquanto seu coração acelerava alarmantemente.

— O que está errado? Grant, o que há de errado? — A voz de Cam cheia de preocupação.


Capítulo dez

Shelly recostou-se na cama, aconchegando-se dentro das cobertas para que pudesse sentir o cheiro de Grant. Uma batida suave na porta a tirou de seus pensamentos sobre o Highlander com quem passara a noite.

— Entre.

Tina passou a cabeça pela porta.

— Você está bem?

Shelly fez um gesto para a amiga.

— Estou mais do que bem. Droga, Tink, esta foi a melhor noite que eu tive, e menina, ele é um lobo quente na cama.

Tina corou, sentada na beira da cama.

— Muita informação, Shell, mas suponho que você está feliz?

— Sim, eu estou. — Shelly sentou-se, puxando o lençol para cobrir sua nudez. — Mas tenho uma grande decisão a fazer. Uma enorme.

— Eu imaginei isso. Ele é o Alfa, então ele precisará voltar para casa em breve, não é?

Shelly assentiu, aproximando-se para apertar uma das mãos de Tina.

— Sim, ele me deixou pensar sobre as coisas, mas meu cérebro está muito confuso. Estou assustada, mas também estou animada, mas depois penso em você, estando aqui sozinha e fico triste.

Tina apertou sua mão.

— Não fique. Estou feliz por você, e Logan cuidará de mim.

— Aah, sim, Logan, mas vocês ainda não...?

— Bem, não, ainda não. — Tina desviou o olhar. — Ele é realmente paciente e tenho certeza que chegaremos lá. Sou eu nos segurando, sei disso.

— Não. Não diga isso, Tink. — Shelly avançou em seus joelhos, abraçando sua amiga. — Você ficará bem e não faça nada com o que não se sinta confortável. Sei que ainda tem pesadelos.

A mão de Shelly voou até a boca.

— Onde você dormiu noite passada?

Tina riu.

— Não se preocupe, eu não estava aqui se isso é o que você está preocupada. Fiquei com Logan, ele me segurou toda a noite, mas não tentou me forçar, você sabe.

— Oh, agradeço a Deusa! — Shelly sorriu. — Tenho certeza de que estávamos realmente alto.

— Eu posso imaginar! — Tina riu. — Você nunca foi o que poderia ser chamada de silenciosa.

— Desculpe. — Shelly encolheu os ombros. — Então, você ficou com o Logan?

— Sim, ele foi muito doce sobre isso e sei que ele queria, mas nem sequer perguntou, apenas me segurou.

Shelly deu aos ombros de Tina outro aperto.

— Ele é um bom homem e um lobo forte, ele cuidará de você.

— Eu sei que ele irá. Só tenho que superar essa outra porcaria.

— Você vai. — Shelly sentou-se para trás, seu coração acelerando. — Eu acho que irei com Grant, Tink. Eu não tenho escolha.

— Sim você deveria. Ele é seu companheiro, Shell, você tem que ir com ele.

— Virei visitar. Prometo que sim e se precisar de mim, você simplesmente liga, ok? Se você realmente precisar de mim, voltarei. — Os olhos de Shelly se encheram de lágrimas ao pensar em deixar sua amiga de toda a vida.

— Não se preocupe comigo. Prometa-me que não ficará triste. Você merece isso, Shell, merece ser feliz.

Shelly limpou as lágrimas que corriam por seu rosto, a emoção crescendo e seu coração batendo mais rápido.

— Pedirei a Chastity que fique atenta a você, mas agora eu preciso encontrá-lo. Preciso dizer-lhe que não irá a lugar algum sem mim.

Levantando-se da cama, Shelly pegou suas roupas do chão, sem tomar o tempo para procurar limpas. Enquanto ela vestia seu jeans, Tina riu de novo.

— Porra, você quer isso mal!

— Estou em pânico, Tina. E se ele for embora? E se decidir que ele não me quer?

Os olhos de Tina seguiram Shelly enquanto corria loucamente.

— Ele não mudará de ideia, não seja boba.

— Posso senti-lo. — Shelly parou os olhos arregalados na maravilha. — Tink, quero dizer, eu posso senti-lo.

— Vá até ele, vá encontrar seu companheiro.

Shelly assentiu, seus pés deslizando nos sapatos antes de virar-se e correr do quarto, desesperada por chegar a Grant.

Quando saiu da cabana, se afastou de onde pensou que Grant estaria, correndo pelo acampamento para ver os membros da matilha que estavam fora. Seus pés quase voando pelo chão enquanto se aproximava em onde ela sabia que encontraria Grant.

Quando chegou no grande terreno aberto, onde aconteceu a festa da noite anterior, o viu. De pé ao lado de Cam, com a mão no peito quando Cam perguntou o que estava errado. Shelly sabia, sabia que seu coração bateria incrivelmente rápido porque era assim que o dela estava.

— Grant! — Gritou quando correu para ele em velocidade excessiva, desesperada por estar em seus braços.


Cam olhou para o irmão, preocupado, enquanto Grant apertava seu peito.

— Diga-me o que há de errado? — Perguntou Cam novamente, com mais força quando Grant ofegou.

— Não tenho ideia, mas meu coração está acelerado como um trem e não tenho certeza se é excitação ou medo. — Grant respirou profundamente, como se estivesse se estabilizando.

Cam deu um passo à frente, pegando o cotovelo do irmão.

— Ok vamos encontrá-la e ver o que está acontecendo, mas, Grant, você precisa explicar isso para ela e quero dizer, em breve.

Assim que deram um passo, ouviam um grito, olhando para ver Shelly correndo em direção a eles. Cam deixou Grant ir, se afastando quando ela chegou até eles, se lançando em Grant. Seus braços o agarraram enquanto soluçava no peito dele.

— Grant, não me deixe. Por favor, não vá sem mim.

Cam franziu a testa, seus olhos se encontraram com Grant.

— O quê? — Cam balbuciou enquanto os braços de seu irmão estavam envolvidos em Shelly, segurando-a.

— Eu não deixarei você, Shelly. Porque você pensaria isso?

Shelly levantou os olhos, o rosto branco com a preocupação.

— Não tenho certeza. Meu coração estava batendo rápido, então me senti em pânico e pensei que você estava saindo. Me sinto como uma idiota agora.

Cam deu a seu irmão um olhar aguçado.

— Vocês precisam conversar, Grant.

— Eu sei Cam, você pode ficar por aqui? — Perguntou Grant. — Caso Shelly precise de esclarecimentos sobre alguma coisa? Ela pode se sentir melhor se o Alfa estiver perto.

— Claro, sentarei lá. — Cam apontou para outra mesa. — Apenas me avise se precisarem de mim.

Grant assentiu.

— Vamos sentar e conversar. Ok?

Shelly deixou que ele a conduzisse à mesa, sentando-se enquanto Grant se sentava ao lado dela.

— Então, este vínculo especial que temos, bem, ele nos junta de uma maneira que nenhum outro casal que está vinculado. Poderemos sentir as emoções um do outro, mas muito mais do que o normal. É como se fossemos verdadeiramente um, o outro sabe como seu companheiro está sentindo, o que eles estão pensando. Mas, podemos nos treinar para sintonizar dentro e fora de modo que não seja muito. Levará tempo, mas chegaremos lá, meu amor. É também a razão por trás de nossos sentimentos sendo mais intenso um para o outro, mas você tem que entender que eu nunca te deixarei. Você é minha, como eu sou seu, e estaremos juntos por muito tempo.

Shelly ainda parecia preocupada.

— Eu sinto como se estivesse sobrecarregada agora. Isso diminuirá? Porque tenho certeza de que ficarei louca se isso não acontecer.

— Sim. — Grant a abraçou. — Deve se estabelecer uma vez que estamos ligados e nos conhecermos melhor. Preciso perguntar novamente, Shelly, antes de dizer qualquer outra coisa, você está voltando para a Escócia comigo?

— Sim! — Shelly assentiu freneticamente. — Eu quase tive um ataque cardíaco quando pensei que você me deixaria. Tenho certeza de que não poderia deixar você voltar sem mim.

— Agradeça a Deusa. — Grant suspirou Shelly franzindo o cenho para ele. — Há mais na lenda de dois corações e é um pouco assustador, mas não quero que você entre em pânico. Ok? — Grant esperou até que ela assentiu. — Se você não concordasse, provavelmente teríamos estado numa bagunça. Destruídos, nós estaríamos numa merda profunda porque, se não nos juntássemos, provavelmente ficaríamos bastante doentes.

Grant parou enquanto Cam bufava, suas palavras eram claras para que ouvissem.

— Esse é um maldito eufemismo.

Shelly olhou para Cam e depois para Grant.

— Desembucha. — Ela cutucou Grant no peito.

— Há rumores de que, se um casal tão abençoado pela Deusa rejeitar sua benção, eles murcharão e morrerão antes da próxima lua cheia.

A mão de Shelly voou até a boca.

— Você está falando sério?

— É o que sempre fomos informados, mas como o último casal ligado desta maneira foi há séculos, não temos conhecimento direto, mas acho que é verdade.

A mão dela se moveu para acariciar sua bochecha, seus dedos suaves e quentes.

— Acho que isso significa que estamos presos um com o outro, então. Também acho que seria uma boa ideia fazer nossa própria cerimônia o mais rápido possível. O que você acha?

Grant sorriu como um estudante.

— Eu diria que sim a tudo, acho que conseguiremos um melhor controle sobre tudo se estivermos ligados corretamente. — Grant virou-se. — Cam, podemos fazer uma dupla cerimônia? Farei a sua e você faz a minha?

Cam se aproximou.

— Bem, será uma tripla. Jacob e Rebecca também precisarão da deles, então você faz a minha e eu farei a sua e a de Jacob.

— Tudo bem, seja o que for que disser Cam. — Grant puxou Shelly em seu colo, sua boca cobrindo a dela em um beijo apaixonado.

— Grant, precisamos praticar para o “você sabe o que. ” — Cam cutucou o ombro de Grant. — Você me escutou? Precisamos reservar um tempo para praticar porque faz muito tempo desde que nós fizemos isso.

Grant murmurou:

— Claro, a qualquer momento. — Então se afastou, olhando para Cam. — Bem, não a qualquer momento. Agora é um grande não, mas possivelmente mais tarde, amanhã seria ainda melhor.

Cam riu.

— Ok, Mo bhràthair, amanhã de manhã cedo, e quero dizer cedo, Grant. Venho buscá-lo e iremos para o bosque. Configurarei o ritual em dois dias a partir de agora. Ao anoitecer, como de costume, ok?

Shelly sorriu para Cam.

— Parece bom para mim.

— Para mim também. — Grant riu. — Porra, mas a matilha terá uma surpresa quando voltar para casa. Não só encontrei minha companheira, mas também a Deusa nos abençoou.

Cam se virou para se afastar.

— Estou feliz por vocês dois, agora, se eu fosse você eu levaria isso para dentro, antes de fazerem um espetáculo de si mesmos.

Quando Grant puxou Shelly e a levou para longe, Cam ficou onde estava. Todos os pensamentos de verificar os novos lobos desapareceram enquanto farejava um lobo nas proximidades, observando. Mudando de direção Cam caminhou em direção às árvores, espiando o grande animal na entrada das árvores, atrás de um arbusto grande, mas ainda visível.

Parando antes, Cam esperou um momento, enviando seu poder Alfa para detectar a intenção.

— Sei que está doendo, Mac, mas você não tem ideia do que esses dois são um para o outro. — O lobo olhou para trás, a cabeça baixa. — Eles não são apenas companheiros, seus corações batem como um. — Cam viu o reconhecimento de suas palavras nos olhos do animal antes que sua cabeça caísse ainda mais. — Nenhum deles queria machucá-lo, mas isso é maior do que qualquer um de nós. Merda Mac, eles têm uma ligação como nenhuma outra que vimos. Foram abençoados pela Deusa e espero que possa sentir isso em seu coração para desculpá-los por terem prejudicado você. Você tem que saber que Grant nunca te machucaria, Mac.

Um gemido suave veio do lobo, seus sentimentos chegando alto e claro para Cam. Mac estava com dor e Cam não tinha certeza de como ajudar seu amigo.

— Levará tempo, Mac, mas você se sentirá melhor. Confie em mim, confie no seu Alfa, você superará isso. Shelly não era sua, nunca mais será sua. Se você se preocupa com ela e Grant, então fique feliz por eles.

A fera de Mac ficou mais ereta, seu olhar se fixou em Cam por um momento antes de começar a se transformar. Mexendo os dedos, Cam produziu um jeans e esperou até que seu amigo estivesse diante dele, entregando-o para ele.

— Você está bem?

Puxando o jeans, Mac encolheu os ombros.

— Não tenho certeza. Ainda me sinto com raiva, o que está me perturbando, Cam. Não gosto de me sentir assim por duas pessoas que me interessam.

— Entendo isso, mas apenas mostra seu caráter, Mac. — Cam se aproximou. — Se você não se importasse então não ficaria chateado.

— Eu terei que me desculpar com Grant por acertá-lo. Porra, no que diabos eu estava pensando?

Cam colocou uma das mãos no ombro dele.

— Você não pensou, estava sentindo, e tenho certeza que Grant entende, embora eu aconselhe a não fazer novamente. Não é sábio atacar um Alfa.

Mac parecia envergonhado.

— Eu sei, desculpe Cam.

— As circunstâncias eram bastante inusitadas, então tenho certeza de que Grant deixará isso, desta vez. — Cam enfatizou a última parte, sabendo que em algumas matilhas, Mac seria punido no pior dos casos pelo Alfa.

— Eu me desculparei, não hoje, no entanto. Ainda me sinto estranho com tudo. — Mac olhou para Cam. — Na verdade, estava pensando, posso me mudar para o Highland Clan Camp um pouco? Hoje não estou confortável aqui.

Cam inclinou a cabeça para o lado, ponderando a resposta.

— Bem, você pode, se quiser. No entanto, em dois dias teremos outra cerimônia de ligação e será grande, visto que são três casais. O meu, Grant e espero Jacob também. Você acha que ficará bem com isso? Afinal, você é o melhor gaiteiro que temos e odiaria que outra pessoa tocasse na minha ligação.

Mac encolheu os ombros.

— Bem, acho que estarei lá. Não posso fazê-lo dançar com a música de outra pessoa, eu conheço o tempo, do jeito que você dança, e ficaria honrado de tocar para você, Alfa.

— Mac, tenho certeza de que não há muitos que são jogados em uma ligação Alfa conjunta antes, mas você tem certeza que ficará bem?

— Sim... — Mac deu-lhe um pequeno sorriso. — Então, isso é verdade? O que você disse anteriormente sobre Grant e Shell?

Cam riu.

— Sim, é verdade e assustou os dois.

— Não estou surpreso. Se as histórias são verdadeiras, será meio estranho e alarmante. Sabendo que se um morrer, o outro também morrerá.

— Bem, hmm, Grant ainda não lhe disse essa parte. — Cam franziu a testa. — Shelly estava enlouquecendo um pouco, então acho que ele quer esperar até que eles estejam vinculados e resolvidos. Não é exatamente algo que ele pode simplesmente compartilhar.

— Entendo. — Mac olhou para Cam. — Desejo-lhes o melhor, Cam, eu faço, é um pouco difícil para mim agora. Então, tudo bem se eu sair e ficar na minha por enquanto?

— Sim, claro. Basta deixá-los saber que você está lá. Tenho certeza de que Rory e Jinx devem ter aparecido por agora.

— Tudo bem, arrumarei algumas coisas e seguirei. Levarei meus “tubos” comigo.

— Bom. — Cam deu-lhe um tapa nas costas. — Eu aprecio Mac. Não consigo imaginar ninguém além de você, tocando para mim na minha cerimônia.

— Och, não é problema. Tenho certeza de que ficarei bem em um dia ou dois.

— Espero que sim, Mac. — A voz de Cam era sincera, cheia de sentimentos. — Odeio vê-lo sofrendo. Especialmente quando não há nada que eu possa fazer para ajudar.

— Você me ajudou. — Mac não estava tão estressado agora. — Obrigado e te verei mais tarde. Basta seguir o som dos “tubos” se quiser me encontrar, eu precisarei praticar se você e Grant estão planejando fazer aquilo na celebração.

— Nós estamos. — Cam sorriu. — Embora tenhamos que praticar amanhã, porque foi um longo tempo desde que nós fizemos isso. Não quero me envergonhar em minha própria ligação, então trabalharei muito amanhã com ele.

Mac riu.

— Não posso esperar. É uma visão e nenhum dos lobos daqui terá visto algo assim.

— Estou apostando nisso. — Cam sorriu. — Quero impressionar minha garota!

— Você irá. — Mac riu seu rosto mais brilhante do que fora apenas alguns momentos antes.

Cam observou enquanto Mac se afastava, sua linguagem corporal muito mais relaxada do que era quando se transformara pela primeira vez. Esperava que ele concordasse que Shelly não era sua companheira e que Grant não a roubara.

Balançando a cabeça, Cam esperava que o forte e atencioso lobo encontrasse sua própria alma gêmea em breve. Mac merecia ser feliz e ele seria um bobo para sua companheira. Quem fosse ela, seria uma mulher sortuda por ter Mac ao seu lado.

Quando Mac desapareceu da vista, Cam esperou, absorvendo os perfumes da floresta e a visão da terra ao seu redor. Esta matilha foi abençoada com a sua localização. Bonita, nem chegava perto. Ele entendia por que Chastity amava tão profundamente este lugar e supôs que era por isso que ele não tomou nenhuma decisão contrária sobre isso também.

Se ele nomeasse um novo Alfa, então isso não seria mais a sua matilha e ele não queria fazer isso. Ainda não.


Capítulo onze

Jacob desligou o telefone, sorrindo de orelha a orelha quando Rebecca se juntou a ele, um copo de seu suco favorito na mão.

— Por que você sorri assim?

— Apenas uma ligação de Cam. — Jacob colocou o telefone na mesa e puxou-a para o colo. — O que você diz sobre ter nossa cerimônia lobo em dois dias?

Rebecca olhou para ele, surpreendendo-o quando sorriu largamente.

— Dois dias? Como... dentro de dois dias?

— Sim, dentro de dois dias. O irmão de Cam voltou para realizar sua cerimônia e adivinha o quê?

— O quê? — Rebecca abaixou o copo, rodeando seu pescoço com os braços.

— Grant, é o irmão dele, encontrou sua própria companheira, embora tenha causado um pouco de raiva porque era a menina do Mac. — Jacob beijou seus lábios rapidamente. — De qualquer forma, Grant fará a cerimônia de Cam e Cam fará a do Grant e a nossa se você concordar, é isso.

— Eu sei quem é Grant, embora nunca o conheci. — Rebecca franziu a testa. — Shelly, esse é o nome dela, não é? Lembro-me dela e do jeito que Mac ficou frenético quando ficou ferida. Aposto que não caiu bem.

Jacob balançou a cabeça.

— Não, aparentemente houve uma briga, mas parece que está tudo em ordem agora. De qualquer forma, você ainda não me respondeu. Nós podemos?

Rebecca beijou-o, devagar, sensualmente, antes de puxar para trás. Seus dedos emaranhados nos cabelos dele, mantendo-o imóvel enquanto sorria.

— Eu acho que deveríamos. Você está desesperado por esse ritual, não é?

Jacob assentiu.

— Eu estou. Minha besta não está feliz por não ter “selado o negócio” por assim dizer. Isso me deixaria muito feliz, mas você também precisará de alguns dias de folga depois. Você acha que pode fazer isso?

— Por quê? — Jacob ergueu uma sobrancelha, um sorriso no rosto quando uma percepção surgiu sobre ela. — Oh! — Rebecca ofegou quando ele se levantou, levando-a facilmente em seus braços.

— Sim, “oh” porque estaremos presos em um quarto por, pelo menos, dois dias, possivelmente mais se eu conseguir fugir com isso.

— Eu acho que posso arranjar o tempo e você? Não tem nenhum trabalho que precisa fazer? Não há nada pressionando para mim nos negócios ou com o Coven. Minha donzela está organizando nossa entrega para nós, mas isso também não será por algumas semanas.

— Eu não assumirei nenhum trabalho até que tenhamos nossa cerimônia. Por enquanto, sou todo seu, mas o que foi este franzido? Você franziu o cenho quando falou de sua donzela, o que ainda acho um título estranho, por sinal. Qual é o nome dela mesmo?

Rebecca franziu a testa, novamente.

— Seu nome é Bridget e eu tive uma vibração estranha dela quando expliquei sobre você. Não tenho certeza, mas acho que está um pouco irritada por você não ser um bruxo. Eu poderia estar errada, foi uma impressão passageira que recebi. Não se preocupe com isso. Eu terei uma conversa com ela quando voltarmos e saberei como estão as coisas.

Jacob beijou seu pescoço, mordiscando um pouco enquanto murmurava.

— Bridget, é isso, não tenho ideia de como esqueci. Sou geralmente bom com nomes.

— Você irá encontrá-la em breve. — Rebecca moveu a cabeça para ganhar mais acesso à sua pele.

— Você tem alguma coisa planejada para hoje? — Jacob perguntou enquanto se dirigia para o quarto deles.

— Não até mais tarde. — Ela riu enquanto a colocava na cama.

— Bom. — Jacob tirou seu manto. — Tenho planos para você nesta manhã, minha pequena e sexy sirigaita e isso pode demorar algumas horas.

— Sirigaita? Você não me ligou apenas a uma sirigaita, não é? — Rebecca franziu o cenho. — Eu sou sexy, sim, eu te darei isso, mas pequena? Não, eu sou bastante alta para uma mulher. E, atrevida, mas definitivamente não sou uma sirigaita.

Jacob subiu na cama, perseguindo-a.

— Você é minha pequena atrevida. — Agarrando o tornozelo, puxou-a para ele, seu próprio robe de seda caiu aberto ao lado do corpo.

— Pela Deusa, você é linda. — Jacob começou a colocar pequenos beijos no interior de suas coxas, antes de se mover para cima.

— Você é um demônio, Jacob Stone. — Rebecca gemeu quando seus lábios tocaram seu ponto mais sensível. — Apenas um diabo poderia me fazer sentir como você faz.

— Eu sou um lobo, Becca. — Jacob soprou suavemente contra suas dobras quentes, provocando um tremor nela que correu de seus dedos do pé todo o caminho através de seu corpo. — Nenhum diabo em mim, mulher, puro lobo.

— Eu acho que sua mãe estava deitada com um diabo, porque o que você faz comigo é francamente pecaminoso, lobo. — Rebecca ofegou quando sua língua girou em torno de sua protuberância enquanto seus dedos tocavam suas dobras molhadas.

Tomando seu clitóris inchado em sua boca, seus lábios se prenderam ao redor do lado de fora enquanto seus dentes a beliscavam suavemente, sua língua atirando-a e levando-a à beira do precipício. As mãos dela cavaram em seus cabelos enquanto pequenos gemidos de prazer rasgavam sua garganta.

— Mais alto, bebê, mais alto. — Murmurou Jacob, se movendo contra ela, fazendo com que ela soltasse um pequeno grito.

Aplicando toda a sua atenção para levá-la, seu orgasmo atingindo um mero momento depois, enquanto gritava seu nome uma e outra vez. Jacob moveu-se sobre ela, cutucando as coxas mais distantes enquanto a beijava profundamente, sabendo que ela provaria a si mesma quando deslizava dentro dela.

O coração de Jacob elevou-se com amor e desejo, algo que ignorou por muito tempo. Sua companheira embaixo dele, a cabeça para o lado para lhe oferecer a garganta fazendo seus caninos descerem. Enquanto ele empurrava em seu corpo acolhedor, sua cabeça baixada, seus incisivos penetrando sua pele para reforçar sua marca de acasalamento.

À medida que subiam mais alto, o suor encharcava a pele, as respirações mais rápidas, Jacob se erguia, um rugido de libertação ecoando pela sala quando o grito de Rebecca se juntou ao dele. Suas unhas cravaram em seus ombros, extraindo sangue enquanto eles caíam lentamente das grandes alturas que tinham alcançado. Os lábios de Becca cobrindo onde quebrou a pele e beijando-o gentilmente.

— Desculpe, parece que arranhei você de novo.

Jacob levantou-se em seus braços.

— Desculpe, parece que mordi você de novo.

Rebecca riu, puxando-o com força.

— Sim lobo, você fez. Diga-me que você não fará isso pelo resto da nossa vida. Há tantas mordidas que eu terei que usar um cachecol em Los Angeles quando o sol explodir.

Jacob deitou ao lado dela, a cabeça em sua mão.

— Desculpe, não posso dizer que pararei completamente, mas o desejo de fazê-lo certamente desaparecerá após a nossa ligação.

— Bom. — Rebecca sorriu. — Eu sei que posso usar praticamente qualquer coisa, mas um lenço com o calor de verão é simplesmente estranho.

— Não é algo sobre o que você precisa se preocupar por alguns dias. Não quando seremos trancados em uma cabana depois que nos ligarmos na frente da matilha.

— Eu queria te perguntar sobre isso. — Rebecca deitou ao seu lado para que eles estivessem de frente um para o outro. — Você não é realmente uma parte da matilha, então por que é tão importante para você?

Jacob deu de ombros.

— Eu não tenho muita certeza, só é. Acho que olhei para Cam como meu Alfa por um longo tempo, agora que ele tem uma matilha, acho que vejo ela como minha também. Eu sei que quero viajar entre aqui e ali, então eu devo considerá-lo minha matilha.

— Isso é bom. — Os dedos de Rebecca rastrearam seus lábios. — Um lobo necessita de uma matilha, mesmo quando eles não viveram em uma por um longo tempo. Eu sei que está no DNA de um lobo.

— Tenho que admitir que eu sinto mais, oh, não sei, em paz é a única maneira que posso colocar. Eu me sinto mais resolvido, mais relaxado. — Jacob olhou para ela. — Embora eu possa atribuir isso para todo o ótimo sexo!

— Jacob! Você é um loiro tão impertinente! Eu posso ter que o punir.

— Promessas, promessas! — Jacob riu, esquivando-se do caminho de um tapa apontado para a cabeça dele.

— E quanto a um bom banho? — Rebecca quase ronronou quando Jacob saiu da cama, oferecendo a mão para ela.

— Parece um plano. — Ele a puxou, seus corpos nus ficaram lisos um contra o outro. — Posso mostrar o que quero dizer sobre o ótimo sexo, ao mesmo tempo em que fica limpa.

Mais uma vez, Rebecca tentou acertá-lo.

— Jacob! Você é incorrigível, lobo, totalmente incorrigível!

— Sim, e você me ama do jeito que sou.

— Sim, meu lobo, eu amo. — Rebecca sorriu enquanto ele a conduzia para seu grande banheiro, pensando sobre o que faria com ela, enquanto enchia sua banheira e fazendo com que sorrisse de volta para ela. Que melhor maneira de passar o dia? Nada seria melhor!


Stracey esticou-se languidamente na cama, observando Jinx se vestir.

— Volte para a cama. — Murmurou antes de bocejar amplamente.

— Tenho algum trabalho a fazer. Preciso ter certeza de que tudo esteja organizado para as cerimônias de ligação. — Jinx sorriu. — Além disso, você precisa mexer sua bunda deliciosa também. Tenho certeza de que há trabalho que você precisa acompanhar também.

— Pfft! — Stracey franziu o cenho. — O trabalho é uma merda. Bem, agora mesmo assim. Gostaria que pudéssemos ficar aqui, trancados neste quarto por um mês.

— Parece fantástico, mas acho que desapareceríamos se fizéssemos isso. Precisamos comer e também precisamos voltar a uma rotina. — Jinx caminhou, caindo de joelhos ao lado da cama. — Cam planeja voltar para Los Angeles alguns dias depois da cerimônia. Ele quer mostrar LA para Chastity e diz que tem algum negócio que precisa cuidar. Então... — Ele se inclinou para frente, beijando-a rapidamente. — Se ele tem trabalho, isso significa que você também.

— Eu sei. — Stracey bocejou de novo. — Suponho que eu deveria fazer algum movimento.

— Sim. — Jinx levantou-se, indo até a porta e parando. — Te verei depois querida, ok?

— Sim, sim, para onde você for, não se preocupe comigo. Tomarei um banho para acordar e um café da manhã antes de enfrentar o que precisa ser feito.

— Bom. Certifique-se de que coma bastante hoje, porque usarei muito da sua energia depois!

Stracey agarrou um travesseiro, jogando-o enquanto Jinx se afastava.

— Homens!

Jinx riu, desceu as escadas e dirigiu-se à cozinha onde sentia o cheiro de comida. Fergie sentado com o laptop e Marie correndo por lá, como de costume, mas sem sinal de Angel. Esquisito, ele pensou enquanto se sentava.

— Como você está? — Fergie sorriu.

— Estou bem, obrigado. Embora com fome.

Marie estava ao seu lado em um instante, colocando um prato na frente dele, empilhado com todos os seus favoritos. O bacon feito exatamente como ele gostava, crocante, junto com ovos mexidos, brownie e um prato separado cheio de torradas. Uma garrafa de café fresco apareceu também, Jinx inalou o aroma e quase gemeu com prazer.

— Obrigado. — Ele sorriu para Marie, que assentiu e continuou. — Marie, está tudo ordenado do que precisamos para a cerimônia? — Jinx serviu seu café, tomando um gole. — Nós precisaremos de mais do que o habitual, porque haverá gente de Wild Flower chegando, assim como os lobos que acabaram de chegar.

— Tudo cuidado. — Marie estava limpando as mãos. — Não se preocupe com nada.

— Obrigado, Marie, você é uma estrela. — Jinx começou a comer. — Onde está Cam?

Fergie parou de digitar.

— Ele está na outra matilha, verificando as coisas. Voltará mais tarde.

— Tudo bem, farei minhas rondas aqui, certifique-se de que tudo esteja bem.

— Mac está ficando na casa do Club um pouco, você sabia? — Fergie levantou uma sobrancelha, obviamente querendo saber por que os arranjos de dormir de Mac mudaram.

— Sim, eu sei sobre isso. — Jinx não estava prestes a dizer mais.

— E, desculpe se estou sendo curioso, mas é verdade que Grant está ligando com Shelly?

Jinx assentiu.

— Sim.

Fergie bufou.

— Você não me dará mais do que isso? Maldito, Jinx, até o outro dia, Mac e Shelly aparentemente estavam juntos.

— Fergie, o que dizer? — Jinx tomou mais um café, a cafeína ajudando a despertá-lo. — Grant e Shelly são companheiros, simples assim.

— Nada simples ou simples para essa situação. — Fergie resmungou e Jinx fez o possível para ignorá-lo. A última coisa que Mac precisava era que Fergie fizesse comentários estúpidos sobre toda a situação.

— Deixe-o ir, Fergie. — Jinx o encarou fixamente. — Não é da sua conta, então deixe-o.

— Muito sensível? — Fergie zombou.

— Sabe que você pode ser um idiota às vezes, não é? Esta é a vida das pessoas que você está brincando. Apenas deixe como está e também não faça comentários idiotas para o Mac. Ele não precisa disso, Fergie.

Fergie levantou as mãos.

— Desculpe, eu sou geralmente muito curioso, mas não direi nada ao Mac. Prometo.

— Bom. — Jinx terminou de comer, limpando o prato rapidamente. Quando acabou o café, ficou de pé. — Farei minhas rondas, se há algo que você precisar obter para o ritual de ligação, deixe-me saber, Marie.

— Eu irei. — Respondeu Marie quando ele saiu.

Jinx ainda estava irritado com Fergie quando encontrou Mac, levando seus tubos e dirigindo-se para a floresta.

— Bom dia. Você fará alguma prática?

Mac parou.

— Sim, eu preciso estar bem amanhã à noite, com Grant e Cam fazendo suas coisas.

Jinx sorriu.

— Porra, eu não tinha certeza se eles fariam isso. Mal posso esperar para ver novamente, tem sido anos e anos.

— Cam estava longe para obter Grant e fazer sua própria prática. — Mac riu. — Ele falou que quer impressionar sua garota.

— Se fizerem igual à última vez, será mais do que apenas Chastity impressionada. — Jinx levantou uma das mãos para acenar a Rory que se aproximava deles.

— Estou indo, até mais tarde. — Mac desapareceu na floresta quando Rory chegou.

— Como está Charlie? — Perguntou Jinx, observando as contusões ao longo do pescoço de Rory.

— Ela é perfeita, apenas perfeita. Como está Stracey?

— Não está muito feliz por voltar a trabalhar, mas tentei explicar que não podemos gastar todos os dias na cama. — Jinx riu, seu amigo se juntou.

— Seria ótimo se pudéssemos, mas devemos voltar para o balanço das coisas em algum momento. — Rory baixou a voz. — Eu não quero aceitar, mas é verdade, Grant e Shelly serão acasalados?

Jinx suspirou.

— Sim, é verdade, mas Mac ainda está um pouco dolorido sobre isso, então não o perturbe. Ok?

— Jinx! Como se eu fosse falar algo. — Rory parecia muito chateado com a sugestão. — Deve ser difícil para ele, se voltou para cá. Prometo que não farei nada para fazê-lo sentir-se pior. Ele é meu amigo, tanto quanto é seu, para que cuidemos dele juntos.

— Me desculpe. — Falou Jinx. — Fergie estava me enrolando mais cedo e acho que me irritou um pouco. Sei que você se preocupa com ele, Rory, e, sim, podemos cuidar dele juntos.

— Fergie não sabe quando manter a boca fechada às vezes. — Rory franziu o cenho. — É como se pensasse que poderia fugir com coisas que outras pessoas não podem, porque está naquela cadeira. Ele também não parece envolver seu cérebro com a boca às vezes.

Jinx tinha que concordar, era o que pensava também.

— Sim, acho que você está certo. Mas, novamente, não temos ideia de como lidaríamos se isso acontecesse com a gente. Tenho certeza de que seria miserável se estivesse preso em uma cadeira de rodas.

— Verdade. — Rory assentiu. — Ele ainda deveria pensar antes de falar.

— Você já viu Angel? — Perguntou Jinx, ainda imaginando onde ela estava. Era raro que não estivesse com o companheiro.

— Eu a vi mais cedo, falando ao telefone. — Rory ficou pensativo por um momento. — Acho que a ouvi dizer Cam, então eu presumo que falava com ele. Por quê?

— Oh, nada, apenas imaginando onde ela estaria. — Jinx franziu a testa, perguntando-se por que a loba ligaria para Cam quando a via diariamente.

Rory olhou em volta enquanto começava a tirar sua camisa.

— Farei as rondas, então entre com alguns dos guardas e certifique-se de que o roteamento foi feito. Deixarei você saber se há algo que precisa ser alterado ou se precisamos de alguma ajuda.

Jinx assentiu.

— Ok, até mais. — Rory caminhou em direção às árvores e ao “ponto de mudança” mais próximo, onde ficavam as prateleiras de madeira e os recipientes para guardar as roupas quando transformavam-se em lobos. “Foi uma boa ideia” murmurou enquanto seguia no campo.

Jinx fez um progresso lento, muitos da matilha estavam fora e queriam parar e felicitá-lo por sua recente ligação. Apertou a mão, sorriu e agradeceu a cada um, sentindo-se mais em casa em um longo tempo. Finalmente, estava no extremo oposto do acampamento, onde se transformou, entre habitações e florestas este era o tipo de lugar que ele podia ver tendo uma pequena cabana construída para ele e Stracey.

Seus pensamentos vagando em visões de um filhote ou dois e não podia ajudar o sorriso que cobria seu rosto. Até via Stracey em sua mente, uma barriga inchada cheia de seus filhotes. Sua felicidade foi interrompida quando ouviu a voz suplicante de Angel nas proximidades.

— Por favor. Rebecca, por favor, ajude-me. — Jinx ouviu o que parecia ser desespero na voz de Angel enquanto se encontrava em seus arredores. — É a única maneira, Fergie não concordará, mas se você fizer isso, pelo menos ele não saberá. A menos que funcione e então não ficará com raiva, apenas feliz.

Jinx viu Angel andando de um lado para o outro, o celular apertado contra a orelha. “Rebecca? O que diabos ela queria que a bruxa fizesse? ”

— Sei que Cam disse que falaria com você sobre tudo isso, mas eu não podia esperar. Estou desesperada, por favor, Rebecca, diga que você me ajudará.

Enquanto Angel ouvia, o telefone pressionado firmemente em sua orelha, Jinx esperou, perguntando o que diabos estava acontecendo.

— Obrigada! — A voz de Angel estava cheia de alívio. — Vejo você amanhã e conversaremos novamente então. Obrigada, Rebecca, eu realmente aprecio isso.

Angel desligou, virando-se e vendo Jinx. Seu rosto perdeu a cor enquanto corria para ele.

— Por favor, não diga nada a ninguém. Por favor, Jinx.

Como beta de Cam, Jinx tinha a responsabilidade da matilha. Se Angel planejasse algo que pudesse causar problemas ou prejudicar alguém, precisava saber e detê-la.

— Angel, você precisa me dizer o que está acontecendo. Agora. — A firmeza de seu tom era enorme enquanto a olhava.

— Tudo bem, eu te direi, mas você tem que prometer mantê-lo para você. Por favor?

Jinx apenas olhou para ela, ponderando a resposta.

— Não posso prometer até que eu saiba o que é, Angel.

Ele observou enquanto trocava o telefone de mão, nervosa e assustada.

— Cam sabe que eu ligaria. Ele também falaria com Rebecca. — Angel suspirou. — É sobre Fergie. Cam acha que ela possivelmente pode ajudá-lo. Mas, Fergie não concorda, então liguei para descobrir se pode ajudá-lo. E, bem, ela disse que sentiria qualquer dano, se pudesse olhar dentro dele. — Jinx ofegou, o telefonema agora fazia sentido enquanto Angel continuava. — Liguei e perguntei se poderíamos fazer isso enquanto dormisse. Então ele não saberia. Fergie não concordará com isso, Jinx. Mas que tipo de companheira eu seria, se não fizer tudo o que está ao meu alcance para ajudá-lo? Não consigo suportar o pensamento de ele não ser completamente inteiro de novo se tiver a chance.

— O que Rebecca disse? — Perguntou Jinx, conhecendo a bruxa, sabia que definitivamente pensaria com carinho para ajudar um lobo ferido.

— Respondeu que sim! — Angel olhou para ele, seu rosto aceso com esperança. — Ela verá se pode ajudar e, se puder, fará isso enquanto ele dorme. Dessa forma, Fergie não saberá até acordar e descobrir que pode mudar novamente.

— Você está brincando com fogo, Angel. — Alertou Jinx. — Fergie não ficará feliz, você está fazendo isso por trás de suas costas. Ele pode atuar como um brincalhão, mas é um homem orgulhoso e não tenho certeza de como reagirá. Tem certeza de que quer fazer isso?

Angel assentiu sua voz tremendo.

— Sim, se posso ajudá-lo, então eu tenho que tentar. É meu companheiro, Jinx, e está sofrendo por dentro. Não repita isso, mas estou com medo dele. Ele está ficando mais retraído e eu preciso fazer o que posso para vê-lo curado.

— Eu entendo isso, mas ainda acho que você deveria falar com ele sobre isso primeiro.

— Não. — Angel balançou a cabeça. — Isso só lhe dará a oportunidade de dizer não e não deixarei passar essa chance.

Jinx viu o brilho em seus olhos, sua mente definitivamente compensou.

— Eu só espero que não cause nenhum problema, Angel. Para você, Fergie ou a matilha.

— Eu lidarei com quaisquer problemas, Jinx. Por favor, não diga nada.

— Eu não irei, mas quando isso deveria acontecer? Jacob e Rebecca só virão aqui amanhã e eles estarão ocupados com sua cerimônia.

— Eu sei, mas Rebecca disse que falaria comigo quando chegasse aqui e nós podemos discutir isso completamente.

Jinx sentiu-se desconfortável com tudo, mas encolheu os ombros.

— É a sua decisão, mas esteja preparada para as consequências porque eu tenho um forte sentimento de que seu companheiro não ficará feliz com isso.

— Eu sei. — Angel ficou triste por um momento antes de se levantar mais ereta e colar um sorriso em seu rosto. — Estou orando por um milagre e, se funcionar, tenho certeza de que ele esquecerá meu engano.

— Espero que sim. — Murmurou Jinx enquanto Angel se afastava, voltando para a cabana e seu companheiro.

Jinx continuou andando pela floresta ao redor do acampamento e registrando-se com os guardas. Tudo pareceu bem e ele abriu caminho para o som dos tubos de Mac, mas antes de chegar lá, ele conseguiu ouvir alguém atravessando as árvores em direção a ele. Parando e esperando que eles alcançassem, seus sentidos de lobo lhe diziam que era Chastity. Quando apareceu, levantou a mão em saudação antes de parar a poucos metros de distância.

— Eu preciso da sua ajuda com algo, Jinx.

— Qualquer coisa, Chastity, apenas pergunte e farei o meu melhor para ajudar. — Jinx ergueu uma sobrancelha e sorriu quando ela lhe contou o que estava procurando. — Certamente posso ajudar com isso. Deixe comigo e eu irei organizá-lo para você. Provavelmente é melhor esperar até amanhã, antes da sua cerimônia e tenho certeza de que podemos mantê-lo de Cam. Será uma surpresa para ele, é certo, mas acho que ele gostará.

Chastity sorriu para ele.

— Obrigada, Jinx, usarei uma das salas extras para me preparar para que possamos fazer isso.

— Sem problemas. Eu organizarei tudo. — Jinx poderia imaginar a surpresa de Cam pelo que sua companheira planejou e sabia que ficaria satisfeito. Bem, esperava que ele ficasse. Agora tinha que ir até Wild Flower e encontrar a pessoa que ele precisava para que isso acontecesse.


Capítulo doze

— Pelo amor de Deus, Cam. Não podemos parar? — Grant colocou uma das mãos em seu peito enquanto lutava para respirar.

— O que? Você cansou irmãozinho? — Cam sorriu. — Não sei você, mas eu não quero que meus “pedaços’ sejam queimados na minha cerimônia de acasalamento, então acho que precisamos praticar um pouco mais.

— Cam! Nem brinque com isso. — Grant se inclinou as mãos na cintura enquanto ofegava. — Isso não é algo que acontecerá, mas se você quiser continuar, então que assim seja.

— Bom, não quero arruinar isso, Grant. — A voz de Cam era séria, seu rosto uma máscara de concentração. — Esta será a primeira vez que essas matilhas já tiveram a performance de dois Alfas e, em seguida, adicione nossa própria dança única, droga, eu quero impressioná-los. Além disso... — Cam riu. — Quero impressionar Chastity. Foi a minha dança no último ritual que a convenceu a aceitar ser minha companheira, então, desta vez, eu quero derrubá-la.

— Sei o que você quer dizer. — Grant levantou-se, respirando profundamente. — Eu quero impressionar Shelly também, então vamos continuar com isso. Desde o início desta vez, está bem?

— Ok, Mo bhràthair. — Cam sorriu — Iremos explodi-los amanhã!

Grant e Cam trabalharam em conjunto com precisão, ambos os corpos molhados de suor enquanto se moviam pela clareira. Seus movimentos fluíram perfeitamente ao executar a dança, cada um trabalhando em sincronia ao executar os movimentos do início ao fim.

Com um último salto, eles caíram no chão sobre um joelho, os braços levantados acima deles e sorriram como o gato que tinha o creme. Nenhum deles disse nada por um momento ou dois, recuperando a respiração antes de se levantar.

— Eu acho que nós conseguimos. — Cam colocou os braços em torno do ombro de Grant e puxo-o para um ligeiro abraço. — Não acho que já fizemos isso tão bem antes.

— Muito certo! — Grant sorriu. — Agora eu preciso de um banho longo e quente para aliviar esses músculos sangrentos ou ficarei arrasado amanhã.

— Você está ficando velho. — Cam riu quando Grant o afastou.

— Ei, você é o irmão mais velho. Tenho várias maneiras de me atualizar.

O rosto de Cam mudou, tornando-se sério enquanto olhava para Grant.

— Você já falou com Shelly sobre o que isso significa para vocês dois?

Grant franziu a testa.

— Só um pouco. Planejo falar com ela agora, quando voltar, mas não quero assustá-la, Cam. Merda, Shelly pode ficar assustada com os detalhes e nem sabemos se é verdade. Faz tanto tempo que aconteceu que só temos o que nos foi dito.

— Shelly ainda precisa saber o resto da lenda, Grant. — Cam encolheu os ombros. — Se há um pouco de verdade nos contos antigos, então você tem que contar a ela.

— Sim. — Grant assentiu. — Farei isso assim que eu tiver um banho.

Cam o bateu no ombro.

— Tenha calma e não a assuste. Se qualquer um de vocês precisa discutir isso, eu só estou a uma chamada. Além disso, o verei amanhã. — Cam virou para se afastar, parando abruptamente. — Espere Grant, você já contou a mãe?

Grant deu um sorriso torto.

— Isso seria um não. Se eu fizesse, então você sabe que ela estaria aqui, então sabe que o velho também viria. Será uma surpresa para eles quando voltarmos para casa.

Franzindo o cenho, Cam balançou a cabeça.

— Eu não gostaria de estar em seus sapatos quando ela descobrir.

Em pé, o tom de Grant era puro Alfa.

— Esta é a minha escolha e eles só precisarão viver com isso.

— Falou como um verdadeiro Alfa. — Cam inclinou a cabeça para o lado. — Não acho que lhe contei isso, mas estou muito orgulhoso de você. Você será um Alfa muito melhor e mais fácil do que eu. Talvez eu precise pedir algumas dicas, bhràthair.

Sorrindo, Grant virou-se, voltou para Wild Flower Camp.

— Em qualquer lugar, Cam. A qualquer momento. E, obrigado por isso, significa muito para mim, Mo bhràthair.

— Vejo você amanhã. — Gritou Cam por cima do ombro enquanto corria de volta para o seu acampamento.

Grant continuou tentando falar coisas em sua cabeça para a conversa que sabia que tinha que ter com Shelly. Seu coração acelerando novamente e se perguntou se ela sentia isso. Sentia que estava batendo quase fora do peito quando ele dançava mais cedo? Avisou que ela esperasse, explicando que ele ensaiaria algumas danças Highland com Cam e que era extenuante e cansativo, mas também disse a ela para não se preocupar, mas para tentar relaxar enquanto praticava.

Perguntando-se sobre o sucesso que teve, pegou seu ritmo, sua besta desesperada por segurá-la dentro de seus braços. Ele rezou com todas as suas forças para a Deusa, que poderia mantê-la. Que Shelly não fugisse dele quando lhe contasse o resto do folclore sobre eles.

Quando atravessou as árvores, ele a viu, correndo em sua direção, com medo em seu rosto. Grant olhou por aí, tentando ver que ameaça houve para que sua companheira estivesse tão assustada. Sua velocidade aumentou para alcançá-la e assim que estava perto o suficiente, ela se lançou em seus braços, quase o derrubando.

— O que está errado? Grant me diga o que há de errado?

Grant percebeu que ela pegou seu próprio medo e gemeu.

— Droga! Me desculpe, Mo runsa, não queria te assustar.

— Meu amor, senti você e sabia que estava de volta, mas estava com medo. O que está errado?

Shelly abriu os olhos enquanto olhava para os dele. Grant balançou a cabeça.

— Nada, está tudo bem.

Shelly franziu o cenho para ele.

— Não minta. Seja o que for entre nós está ficando mais forte a cada hora e posso sentir você, Highlander, então não tente me poupar.

Grant a colocou de volta em seus pés.

— Precisamos conversar, mas primeiro eu tenho que tomar um bom banho ou meus músculos doerão depois do que Cam me fez passar.

Shelly segurou sua mão, caminhando ao lado dele.

— Nós nos comprometeremos, você se banhará e conversaremos ao mesmo tempo.

— Compromisso é bom. — Grant riu, puxando-a para a cabana que ela compartilhava com Tina.

— Tina está fora com Logan, então nós temos o lugar só para nós.

Grant sorriu.

— Isso é bom, primeiro porque eu gostaria de alguma privacidade para falar e segundo, porque espero que esses dois finalmente tenham passado das mãos dadas.

Shelly apertou sua mão.

— Não tenho certeza de quanto tempo levará Grant. Tina foi abusada muito pior do que o resto de nós. Ela sempre foi mais, caramba, é difícil de explicar, mas ela sentia mais do que ninguém que eu conheço. Os fodidos encarregados pareciam ter ainda mais prazer de machucá-la. Acho que ela demorará muito mais para curar do que o resto de nós.

— Sim. — Grant concordou. — Eu também posso sentir isso. Ela é... frágil é a palavra que eu usaria.

— Boa escolha de palavras e isso é exatamente o que ela é, mas isso me deixa tão brava. — Shelly rosnou. — Tina costumava ser tão forte e ajudava todos, porque podia sentir mais coisas e sempre sabia se alguém precisava de ajuda. Sairia do seu caminho para consolar os outros que precisavam e agora a mesma coisa que a fez um membro valioso da matilha causou sua dor. Gostaria de ter sido mais forte e capaz de afastá-la, mas nunca a deixaram sair do acampamento. Nem mesmo na lua cheia.

— Isso deve ter sido difícil para ela. — Grant sibilou. — Não poder caçar na lua cheia me mataria.

— Eu sei. — A voz de Shelly estava indignada. — Nós só fomos autorizados em pequenos grupos, com guardas. Foi horrível não ter permissão para correr livre, mas era fabuloso no passado, transformando sempre que queremos e caçando.

— Como estão os estoques de carne? — Grant não pôde deixar de pensar que suas ações seriam baixas. — Se a matilha precisar de carne avise-me e eu levarei os nossos amigos para reabastecerem.

— Não é muito ruim, mas certamente poderia fazer a recarga. Especialmente agora, que todos os lobos fortes se juntaram a nós. Não consigo vê-los comer salada de macarrão.

Grant riu alto.

— Não. — Ele engasgou enquanto tentava reprimir sua risada. — Ficariam loucos se isso fosse colocado na frente deles. Talvez de vez em quando, mas são definitivamente amantes de carne e peixe. Direi a Mason para ordená-lo.

— Falando do diabo. — Shelly apontou, Mason vindo em direção a eles.

— Bom dia. — cumprimentou o grande lobo, com os olhos baixos quando ele se dirigiu a Grant.

— Bom dia, Mason. — Respondeu Grant enquanto Shelly dizia:

— Oi.

— Eu o buscaria mais tarde. — Continuou Grant. — Os estoques do acampamento estão baixos poderia fazer um reabastecimento...

Mason levantou a mão.

— Já cuidei disso. Eu falei com um dos lobos mais velhos que sairá conosco hoje para nos mostrar a terra, que animais estão por aí, como ficar longe, coisas assim. Então caçaremos para preencher o estoque aqui, mas também para levar algum amanhã como um presente para a outra matilha onde realizaram as cerimônias de ligação.

Grant escondeu o sorriso dele.

— Boa. Eu deveria saber que você pensaria nisso.

Shelly olhou entre eles para que Mason explicasse.

— Na Escócia, nós nunca iríamos para outra matilha sem levar presentes de carne e bebida, já que não temos a oferta de um bom whisky aqui, nos contentaremos com a comida. É uma tradição que sempre contribuímos para uma matilha de hospedagem e será uma que continuaremos aqui.

— Sim. — Grant sorriu. — Você pode tirar o lobo da Escócia, mas você não pode tirar a Escócia do lobo.

— Verdade. — Mason riu já se afastando. — Até mais tarde, ou amanhã, estarei ocupado com a caça e verificação da segurança por aqui. Eu manterei os guardas e um cronograma para a troca de modo que sempre haja pelo menos dois ou três de reserva.

Grant apenas assentiu enquanto Mason os deixava, Shelly olhava suas costas por um momento.

— Ele fará um bom beta, é um bom homem e um lobo forte.

— Sim. — Grant disse com tristeza. — Fiquei um pouco chateado quando disse que queria vir. Eu esperava que ele ficasse e me ajudasse a executar a nossa matilha. No entanto, explicou que era para sua irmã, Clayr, ela estava infeliz lembrando das mortes de seus pais o tempo todo. Então, concordei em deixá-los vir para cá. Minha perda é o ganho de Cam ou quem acabar por Alfa aqui. Não tenho certeza dos planos de Cam, talvez integre as duas matilhas.

— Espero que não. — Comentou Shelly. — Nós acabamos de recuperar nossa identidade, seria uma pena perder tão cedo.

— Eu suponho. — Grant concordou, notando que sua companheira estava pensando sobre o bem maior da matilha como um todo. Algo que definitivamente seria útil como uma fêmea Alfa na Escócia.

Quando chegaram à cabana, Shelly continuou.

— Eu prepararei seu banho, então pode me dizer o que te preocupou anteriormente. Não pense que esqueci.

Seguindo-a para dentro, seus passos diminuíram, não desejando explicar o resto da história da bênção concedida a tão poucos pela própria Deusa. Shelly foi direto para o banheiro em anexo enquanto Grant pegava roupas limpas, demorando um pouco, para atrasar a conversa o quanto podia.

Sentado no final da cama, ele pensou em como explicar as coisas quando a voz de Shelly o interrompeu.

— Venha aqui. O banho está pronto e você procrastinou tempo suficiente, Grant.

Sorrindo com tristeza, se levantou, se juntando a sua companheira e a uma conversa que não estava ansioso. Tirando as roupas, Grant entrou no banheiro com apenas seus jeans, colocando as roupas sujas em uma pilha no chão para guardar em sua mala.

— Uau. Ainda não funcionará. — Shelly sorriu.

— O quê? — Perguntando o que queria dizer quando tirou o jeans e colocou-o com o resto de suas roupas.

— Seu corpo nu. — Shelly fez um gesto com a mão, de cima para baixo. — É muito bom e eu gostaria de me juntar a você, mas se fizer, não conversaremos, então me sentarei aqui, perto o suficiente para que eu possa olhá-lo, mas não tocar.

Shelly sentou-se na cadeira no canto enquanto Grant entrou na água morna.

— Está quente! — Ele exclamou enquanto se abaixava lentamente.

— É claro que está quente. Se seus músculos precisam de um pouco de amor, então, morna não é o suficiente. Agora, derrame, me diga o que é que você precisa me dizer.

Grant desviou o olhar, pegou o sabão e começou a lavar os braços.

— Ok, mas você tem que me prometer algo primeiro.

— O quê? — Ela virou sua cabeça para o lado enquanto o observava de perto.

— Você não sai da sala. Mesmo se você estiver com medo ou chateada, fica aqui. Ok?

— Ok, mas agora você me assustou novamente. Por favor, meu companheiro, fale-me.

Grant respirou fundo e calmamente explicou.

— Há mais na história sobre o casal que recebe essa benção que temos. Pode parecer alarmante e não quero que você fique chateada. — Grant suspirou pesadamente — Então, o resto da história sobre o casal cujo coração bate como um é que eles sempre baterão como um. Um coração entre eles, de modo que, quando um parar... também para o outro.

Quando Grant parou, viu a realização se aproximar do rosto de Shelly, os olhos arregalados e a boca aberta numa parada de “oh”.

— Não entre em pânico, por favor. Isso só prediz o que acontece depois de uma vida longa e feliz juntos. Um onde o casal trabalha para fortalecer sua matilha, criar seus filhos e envelhecer juntos. Não é algo que acontecerá em breve, Shelly.

Grant esperou enquanto seus olhos se fechavam, vendo várias emoções atravessando-a antes de fazer a última coisa que esperava, ela sorriu.

— Eu sei que você achará que sou louca, mas isso parece perfeito para mim. Eu vi o que perder um companheiro pode fazer para as pessoas e não é bonito. Alguns são como fantasmas de si mesmos, desperdiçando a vida, não desfrutando mais de nada. Se tivermos uma longa vida juntos, Grant, então o fim perfeito disso é irmos ao mesmo tempo. Tenho certeza de que não desejarei continuar sem você, sim, estou absolutamente certa sobre isso. Apenas pensar em te perder, me machuca fundo, então, se acontecesse, acho que isso me destruirá.

De pé, a água fluindo em todos os lugares quando se lançou da banheira, Grant deslizou um pouco para alcançá-la, agarrando-a em seus braços.

— Por isso, tive medo anteriormente. Pensei que ficaria com medo e fugiria do que fomos abençoados. Você não tem ideia de quão aliviado estou agora.

Shelly estendeu a mão, encaixando no seu rosto e sorrindo.

— Oh, acho que eu faço, e aliviado não é exatamente a palavra que eu usaria, meu Alfa excêntrico.

Seus olhos caíram em sua crescente ereção contra a barriga dela. Grant sorriu com atrevimento, seus lábios caindo para colocar um pequeno beijo em seus lábios.

— O que você esperava? Estou nu, molhado e tenho você em meus braços. Realmente não haveria outro resultado do que esse.

— Contanto que não me esgote totalmente! — Shelly riu. — Precisarei de um sono de beleza para parecer no meu melhor amanhã. Uma menina tem que ficar bem na cerimônia de ligação, Grant.

— Não posso prometer nada, mas você ficará perfeita para mim, não importa como.

Grant a pegou, levando-a facilmente até o quarto e colocando-a gentilmente na cama.

— M'anam-charaid. — murmurou para ela.

— O que é isso?

— Minha alma gêmea. — Grant sorriu quando ela começou a despir-se.

— Gosto disso. Amo quando você usa gaélico, parece que realmente quer dizer o que você diz. Eu sei que isso provavelmente é uma coisa tola para dizer, mas é assim que me sinto. Isso me afeta por dentro. — Shelly empurrou o peito. — Bem aqui.

— Eu nunca mentirei para você, linda. — Grant puxou seu jeans. — Agora, onde estávamos?

Shelly riu.

— Oh, acho que estávamos apenas começando.

Grant também riu seus olhos cintilando enquanto continuava a despi-la.

— Acho que tenho algumas horas antes de você precisar descansar. Por que não vemos o quanto podemos fazer neste tempo?

— Parece bom para mim. — Shelly respondeu, deitou-se e gemeu enquanto seus lábios beijavam a parte interna de suas coxas.


Capítulo treze

Cam acordou no raiar do dia, seus nervos impedindo que dormisse. Acordou a cada hora com um salto antes de perceber que ainda era o meio da noite. Chastity não parecia ter nervos, seu sono não afetado enquanto estava ao lado dele.

Ainda faltava uma hora antes do amanhecer, mas Cam sabia que não voltaria a dormir. Em vez de acordar sua companheira, levantou-se e subiu as escadas apenas de boxer. Movendo-se silenciosamente, tirou a roupa interior na porta da frente e se transformou rapidamente. Uma boa corrida pela floresta ajudaria a acalmá-lo. Era certamente o que seu animal queria, então ele se entregou. Afinal, seu lobo parecia estar tão nervoso quanto ele sobre a cerimônia de ligação.

Seu enorme lobo cor de ébano correu para as árvores, desaparecendo rapidamente enquanto as grandes patas afundavam no chão. Acessando seus sentimentos, sentia os guardas no lugar ao redor do acampamento e emitiu um aviso para que soubessem que ele estava lá. Vários uivos responderam rompendo o silêncio enquanto corria cada vez mais rápido para aliviar a tensão que ele e seu lobo sentiam.

Quanto mais longe corria, mais sentia seus músculos relaxarem, a dor de cabeça que ameaçara antes de tudo, quase desaparecendo, sua besta uivando no céu ainda escuro. Enquanto corria, Cam começou a ver seu entorno e percebeu quão longe estava, quando atravessou as árvores em uma clareira. Era o lugar onde vira Chastity pela primeira vez, quando o beta a derrubou com um golpe violento em seu traseiro. A raiva e o ódio cresciam rapidamente dentro dele enquanto se lembrava de lutar contra o outro lobo até a morte. O pensamento de suas patas entrar em contato com sua companheira ainda o perturbava grandemente.

Desacelerando, ele parou no ponto exato onde a segurou e a beijou pela primeira vez. Agitou sua enorme cabeça quando se lembrou da maneira como ele a tratou então, como um burro de primeira classe. Sentimentos de arrependimento surgiram, fazendo com que baixasse a cabeça com vergonha. O fato dela perdoar seu tratamento era nada menos que um milagre.

“Graças a Deusa que ela fez. ” Pensou quando se virou rapidamente, voltando ao acampamento, o pensamento de acordá-la com a boca em seu mamilo fez seu lobo correr a uma velocidade vertiginosa.

Atravessando a vegetação subterrânea, os arbustos e as árvores, o lobo soltou um uivo de alegria enquanto se aproximava de sua companheira. O pensamento de vincular-se a Chastity já não o assustava como uma criança com medo do escuro. Nenhum dos monstros se escondeu dentro da escuridão e agora percebeu isso. A única coisa diante dele era uma vida com uma mulher que foi feita para ele e não podia esperar para mostrar o outro lado de sua vida.

As roupas elegantes, o jato particular, os carros, as joias, tudo isso seria dela também e ele não podia esperar para mimá-la quando chegassem a Los Angeles. Sua imaginação ficando selvagem enquanto a imaginava com um vestido de noite de seda, meias elegantes cobrindo as pernas enquanto seus pés caíam em sapatos stileto.

Essa era uma visão que estava ansioso para ver, bem como a remoção daquela renda no final de uma maravilhosa noite.

A emoção ondulou através de sua forma de lobo enquanto seguia para casa e quando se aproximou do acampamento, ele enviou seus sentidos Alfa para encontrar Chastity. Boa. Ainda dormia. Cam ganhou velocidade novamente, parando para se transformar ao lado de uma das estações de roupas para lavar as mãos e os pés antes de correr para dentro, agarrando sua boxer e subindo as escadas nu.

Abrindo a porta, entrou, observando enquanto a luz começava a filtrar e iluminar o quarto quando Chastity se virou para abraçá-lo, mas pousou sua mão no espaço vazio. Cam sufocou uma risada quando uma pequena carranca apareceu em seu rosto, seu corpo se arrastando para onde ele deveria estar.

Cam caminhou lentamente, nas pontas dos pés enquanto a via perceber que não estava lá. Os olhos da Chastity se abriram lentamente, sua mão esfregando-os enquanto franziu o cenho.

— Cam? — Ela murmurou seu tom uma mistura de surpresa e aborrecimento.

— Estou aqui. — Ele sussurrou, tentando esconder o sorriso do seu rosto.

A cabeça de Chastity virou-se, seu rosto confuso enquanto o via parado e nu perto da porta.

— Algo está errado?

Ele balançou a cabeça enquanto caminhava.

— Não, não conseguia dormir, então fui correr.

— Nu? Você foi para uma corrida assim? — Sua mão se movia para cima e para baixo, apontando para o seu corpo.

— Eu fui como lobo. Estava um pouco inquieto.

Chastity sentou-se, seu corpo glorioso entrando em vista.

— Você está nervoso sobre hoje? Ou, está tendo dúvidas?

Tentando se concentrar em suas palavras e não no seu corpo, Cam sentou-se ao lado dela, pegando uma de suas mãos.

— Nervoso sim, mas não há dúvidas. Você é minha alma gêmea, mo runsa, estamos destinados a ficar juntos. A corrida me acalmou um pouco, mas há tanto que quero fazer com você. Levar para fazer compras, a um show, a um restaurante elegante e ter refeições em restaurantes não muito elegantes. Você percebe que nunca estivemos em nada que seja mesmo perto de um encontro?

— Eu sei. — Chastity sorriu. — Estou ansiosa para a nossa vida juntos, Cam. Embora eu tenha que admitir estar nervosa também. Tenho medo de deixá-lo mal em uma das suas festas.

Inclinando-se, ele a beijou, seus lábios sentindo como se estivessem feitos um para o outro, antes de se forçar a deixar os dela.

— Você nunca poderia fazer isso. Você se divertirá, espero que algumas das festas sejam fabulosas. As que não são, bem, nós simplesmente não iremos para aquelas. Agora, que tal eu voltar para cama com você? Tenho certeza de que posso pensar em algo para passar o tempo.

Sorrindo, Chastity o puxou para trás.

— Uhm, não, desculpe, não tenho tempo. Tenho algumas coisas planejadas para hoje e você não me verá até a cerimônia. Eu irei para a cabana de Angel para o dia e me prepararei lá.

Cam apertou sua mão.

— O que? Você está brincando comigo?

— Não. — Chastity puxou a mão livre. — Tenho algumas coisas que eu preciso fazer para a cerimônia e meu vestido ainda não está terminado. Angel me ajudará com isso hoje. Desculpe, mas eu realmente preciso me vestir.

Seus dedos se moveram para baixo do queixo dele, fechando a boca que havia caído.

— É melhor fechar isso ou você comerá moscas. — Ela brincou antes de saltar da cama e agarrar as roupas.

Cam observou enquanto Chastity se vestia, seu pênis duro e dolorido, ela riu.

— Parece que você precisa de um banho frio, Alfa.

— Um banho muito frio. — Cam resmungou quando fez o seu caminho para o banheiro se perguntando o que ela tinha para fazer que levaria o dia todo.

Ele nem estava sob a água quando ouviu Chastity gritar um adeus antes que sua porta abrisse e fechasse, ainda imaginando o que estava fazendo. Ele estava certo de que ela escondia algo, mas o que, não tinha ideia.


Mac sorriu quando Jinx perguntou se ele estava pronto para a cerimônia.

— Sim, ensaiei muito. Preciso estar absolutamente atualizado com o meu tempo para a coisa de Grant e Cam.

Assentindo, Jinx riu.

— Tenho certeza de que será um bom show para os moradores locais. Maldito seja, ainda me surpreende e eu já vi algumas vezes.

— Eu sei o que você quer dizer. — Mac concordou. — É algo maravilhoso de assistir.

Antes que dissessem qualquer outra coisa, um jipe entrou no acampamento, parando perto de onde estavam. Mason dirigindo e Shelly no banco do passageiro. Mac ficou tenso enquanto seu rosto corava de vergonha. Jinx deu-lhe um tapinha nas costas.

— Bom momento para corrigir, meu amigo.

— Eu suponho. — Mac murmurou, olhando Shelly enquanto ela saia do carro, puxando uma mala do banco traseiro.

— Obrigada, Mason. Te vejo depois. — ela agradeceu, antes de fechar a porta.

Jinx acenou para Mason quando ele manobrou o veículo, voltando para o outro acampamento.

— Bom dia, Shelly. — Jinx aproximou-se.

— Bom dia, Jinx. — Shelly sorriu timidamente. —Você pode me apontar a direção da cabana de Angel? Aparentemente, nós, mulheres, estamos nos preparando lá e é um assunto de um dia inteiro. Espero que tenham um pouco de espumante à mão.

Mac deu um passo à frente.

— Eu te levarei. — disse calmamente, tirando a mala dela. — Preciso conversar com você de qualquer maneira, então dois pássaros, uma pedra, algo assim.

Jinx estava prestes a se afastar quando Shelly o deteve.

— Jinx, você sabe quem está esperando por trás das árvores lá. — Ela apontou para a direita e Jinx podia ver a pessoa que tentava se esconder.

— Ok, obrigado. — Jinx aproximou-se para levá-lo aonde era necessário.

Mac esperou que Shelly o alcançasse. Seus olhos baixos enquanto respirava profundamente.

— Sinto muito, Shelly. Sinto muito mesmo.

— Por que? — Ela perguntou. — Por estar chateado? Sentindo-se traído? Porque se é por isso que você pede desculpas, então não há necessidade. Eu entendo, Mac. Honestamente, eu faço.

— Eu não deveria ter reagido assim. — Mac sentia o calor em seu rosto. — Normalmente não sou agressivo, mas eu vi vermelho. Eu nunca deveria bater em Grant e eu me desculparei com ele mais tarde, mas, por enquanto, estou pedindo desculpas para você e desejo-lhe apenas o melhor para o seu futuro. Ele é um homem bom e um Alfa forte, ele cuidará de você, Shelly.

O toque de seu braço o deteve, obrigando-o a olhar para ela. Shelly sorriu.

— Sei que ele é. Grant é uma pessoa muito especial e não tenho certeza se isso ajudará ou não, mas nós temos algo ainda mais do que ser companheiro do outro. Mac, nossos corações batem como um.

Mac ofegou, seus olhos arregalados e seu tom mais do que um pouco chocado, tentando não a deixar saber que Cam já deixou o gato sair da bolsa.

— Não. Mesmo? Sempre pensei que era um conto de fadas. Na verdade, eu não acreditava que fosse verdade. Você tem certeza?

Shelly assentiu.

— Temos certeza. Certo, é meio estranho, mas estamos aprendendo a viver com isso. Também teremos que aprender a bloquear algumas vezes o outro, não é divertido se uma garota ou cara não pode ter um segredo ou dois. Eu só queria que você soubesse, Mac, e eu também gostaria de dizer que não queria machucá-lo. Me desculpe se eu fiz.

— Você não tem nada para se desculpar. — Mac começou a andar de novo. — Eu acho que eu estava mais no amor com a ideia de ter uma companheira. Sinceramente, estou um pouco ciumento dos caras que encontraram a deles, e acho que tentei convencer-me de que você era a minha. Espero que não me odeie por meu comportamento horrível, eu agi como um completo idiota.

Quando Shelly riu, Mac franziu o cenho para ela.

— Mac, não o odeio, na verdade, eu o respeito por fazer essa coisa de bate-papo. Sei que não é fácil para você e pelo amor de Deus, não nos deixe ser estranhos como os ex podem às vezes ser.

— Obrigado. — Mac conseguiu um sorriso. — Eu prometo que não farei a coisa “estranha” e, assim que puder, me desculpo com Grant e espero que seja o fim disso.

— Boa. Agora, onde diabos é essa cabana?

— Só um pouquinho. Estamos quase lá.


Jinx ouviu o jato muito antes de pousar.

— Eu te pegarei em cinco. — Informou ao recém-chegado se escondendo nas árvores, então foi ao encontro do jato, esperando no final da pista. Assim que a porta estava aberta, Jacob saiu com alguns sacos em suas mãos, que ele soltou e se virou, estendendo a mão para ajudar Rebecca. Jinx sorriu quando viu que ela negava a ajuda de Jacob dando uma resposta mordaz.

— Pare com isso! Posso descer algumas escadas sozinha, Jacob. Eu tenho feito isso muito bem toda a minha vida.

Jacob encolheu os ombros, seus ombros enormes moviam a camisa para cima enquanto fazia isso.

— Ei, só estou tentando ser um cavalheiro aqui.

— Obrigada, mas estou bem, se você quer ser um cavalheiro, então vá e deixe minha bagagem na cabana de Angel. Eu te alcançarei.

Jacob assentiu, agarrando as malas e passou por Jinx.

— Desculpe, não posso parar. — Ele disse enquanto passava.

Sorrindo para si mesmo Jinx observou como o grande PI continuava em direção ao acampamento, as malas, obviamente, não o retardavam. Rebecca caminhou em direção a Jinx, vestia-se impecavelmente, como de costume, um vestido de seda abraçando seu corpo enquanto ela desfilava em sua direção. Jinx não pôde deixar de notar as botas de motociclista em seus pés e ergueu uma sobrancelha quando se juntou a ele.

— O quê? — Rebecca perguntou seu tom incrédulo. — Você não acha que eu arruinarei alguns dos meus sapatos aqui. Você acha?

Quando começaram a andar, Jinx sacudiu a cabeça.

— Não, absolutamente não. Isso seria um desastre.

— Você está brincando com fogo hoje, lobo. — bateu no braço dele. — Eu estive acordada desde o início da madrugada e lidando com um cachorrinho grande e excitado.

Jinx reprimiu o riso enquanto continuavam.

— Então, Jacob está animado?

Rebecca resmungou.

— Esse é o eufemismo do ano. Ele está rondando por horas, desesperado para sair e chegar aqui. Então me informou que preciso estar aqui mais cedo porquê “as meninas” têm algum tipo de coisa para fazer na cabana de Angel, onde todas ficarão prontas. Eu falei que sou capaz de me preparar sozinha, mas ele insistiu. Posso perguntar-lhe, Jinx, são todos vocês, lobos, tão cabeça dura?

Levantando as mãos na frente dele, Jinx balançou a cabeça.

— Ei, não me traga para seus problemas domésticos. Mas direi isso “nós lobos” como diz, tendemos a estar um pouco determinados e hoje é um dia importante para Jacob. Ele pode ter uma vida em Los Angeles, mas, no fundo, ele é lobo e ter sua cerimônia de acasalamento é algo para o qual está desesperado. Provavelmente está ficando louco sem estar ligado a você, Rebecca, então pega leve com ele.

Rebecca parou de reclamar, seus olhos brilhando contra Jinx antes de suavizar, apenas um pouco.

— Hmm, eu suponho. Ainda sou nova para todas essas coisas de lobo, então eu acho que isso corta os dois caminhos.

— Sim. — Jinx concordou. — Você não está acostumada com nossos caminhos e para alguém como você...

— Alguém como eu? O que você quer dizer?

Respirando fundo, Jinx tentou desarmar a crescente ira de Rebecca.

— Você é uma mulher forte e independente que está acostumada a fazer as coisas do seu jeito. Ter um lobo como companheiro será uma curva de aprendizado íngreme para você e para ele. Rebecca, se você precisar de algum conselho sobre coisas de “lobo”, então você pode me perguntar. Eu sempre tentarei ajudá-la a entender as coisas um pouco melhor. Com mais conhecimento de nós, espero que você possa evitar qualquer atrito desnecessário.

Jinx viu seus ombros caírem, sua máscara de dureza quase caindo de seu rosto.

— Jinx, me desculpe pelo estalo. Estou um pouco tensa. O que com esta cerimônia e... bem, e algo mais.

— Não diga. — Jinx sorriu. — Entendo que você está um pouco nervosa sobre o dia de hoje e o que mais a deixou nervosa? Tenho certeza de que muito não chega até você, então, derrame.

Rebecca olhou ao redor, vendo que estavam sozinhos, encolheu os ombros.

— Eu não posso colocar meu dedo sobre isso, mas minha... Acho que você pode chamá-la de assistente, ou beta, mas nós a chamamos de minha donzela... bem, há apenas algo “fora”. Desde que contei a ela sobre Jacob, tem sido um pouco estranha. Acho que esperava que eu tivesse um bruxo como meu parceiro, não um lobo, e ela deveria ordenar nossa cerimônia de entrega. — Rebecca fez uma pausa, vendo o olhar confuso no rosto de Jinx. — É o nosso equivalente à sua cerimônia de ligação. Enfim, ela ignorou completamente minhas chamadas para o último dia ou mais e não tenho ideia do que está acontecendo.

— Eu vejo, bem, espero que ela se aproxime de Jacob quando estiverem juntos. — Jinx sorriu. — Não é como se tivesse alguma escolha no assunto.

— É verdade. — Rebecca se endireitou, vendo Jacob vindo em sua direção. — Não diga nada, não quero que ele se preocupe. — sussurrou.

Jinx inclinou a cabeça, esperando que não houvesse realmente nada de que se preocupar, antes de voltar para a “surpresa” que esperava nas árvores.


Capítulo catorze

Angel andava de um lado para o outro, Shelly e Chastity a encarando.

— O que diabos está errado? — Chastity finalmente perguntou.

— Nada. — Angel mentiu. — Eu só preciso falar com Rebecca sobre algo e ouvi o jato nas terras há tempos. Pensei que estaria aqui agora.

Shelly apareceu, vestida apenas com um manto.

— Ei, ela estará aqui logo e você pode levá-la para falar mais privadamente.

— Obrigada. Desculpe, mais espumante? — Angel agarrou a garrafa aberta, segurando-a acima.

— Não para mim no momento, tenho alguém que chegará em breve e quero estar completamente sóbria. — Chastity deu-lhes um sorriso sorrateiro.

— Quem? — Shelly perguntou, sentando de volta.

— É uma surpresa para Cam, Jinx está organizando isso.

Shelly levantou uma sobrancelha na consulta.

— É com o novo lobo que chegou da Escócia? Porque se é, ele está espreitando na floresta.

— Eu pensaria que seria um sim. — Chastity riu, seu nervosismo óbvio para as outras duas.

— Eu não sou a única com segredos e surpresas. — Angel falou calmamente.

— Nós somos mulheres. — respondeu Chastity. — Nós devemos ter segredos.

Uma batida suave na porta tinha Angel acelerando em direção a ela, puxando-a rapidamente e soltando um grande suspiro de alívio quando viu Rebecca de pé ali.

— Graças a Deus, estava preocupada que não viesse.

Rebecca entrou, levantando a mão em saudação para as outras duas.

— Eu estava conversando com Jinx.

Angel fechou a porta.

— Podemos falar por cinco minutos? Em particular?

Chastity e Shelly olharam enquanto Rebecca assentiu.

— Claro. Lidere o caminho.

Assim que saíram, a porta se fechou, Rebecca colocou uma das mãos no braço de Angel.

— Você precisa se acalmar, Angel. Seu nervosismo é claro para qualquer um ver e se você não quer que seu companheiro descubra então você tem que conter isso.

— Eu sei. — Angel caminhou alguns passos de distância. — Estou assustada. Com medo dele descobrir e com medo que você não possa ajudar.

Rebecca se juntou a ela.

— Descobrir se eu posso ajudar é bastante fácil. Tudo o que preciso é sentir dentro dele, concentrar-me em onde está danificado para que possa ver se o que quer que esteja errado é algo que consiga corrigir. A parte curativa leva mais tempo e se for passível disso, então isso deve ser feito quando ele estiver dormindo. No entanto, as primeiras coisas primeiro. Você pode trazê-lo aqui? Se eu puder me concentrar por um momento antes dele chegar, quando ele entrar, eu poderia descobrir mais cedo se posso ajudar.

— Sim. — Angel assentiu enfaticamente. — Posso enviar uma mensagem e pedir-lhe para me trazer mais espumante da adega na cabana do Alfa.

— Bom. — Rebecca deu um tapinha no braço novamente. — Tente manter a calma, não queremos deixá-lo desconfiado.

— Eu tentarei. — Angel deu um sorriso desigual. — Se ele perguntar, direi que estou ansiosa por vocês. Uma cerimônia de ligação tripla com dois deles sendo Alfa é meio única.

— Ok. — Rebecca voltou para a porta. — Eu me sentarei quieta e me prepararei enquanto você o traz aqui. Espere até cumprimentar Shelly e Chastity. Seria um pouco estranho se eu apenas as ignorasse.

— Claro. — Angel agarrou Rebecca. — Então, você será capaz de dizer-me se você pode ajudar hoje?

— Sim. — Rebecca sorriu para Angel. — Uma vez que ele sair, se eu assentir, isso significa que posso ajudar. Se eu não fizer isso, então tenho medo que isso signifique que não posso. Se puder, então, teremos que tentar organizar-me para vir uma noite quando estiver adormecido. No entanto, indo com o que Jacob me disse, não acho que eu possa fazer isso por alguns dias. Aparentemente, estaremos “trancados” essas são suas palavras, não as minhas.

Angel sorriu.

— Sim, ele definitivamente não desejará você fora de sua visão por um tempo. Mas, Rebecca, se eu souber que você poderá ajudar, então relaxarei. É o fato de não saber, de qualquer maneira, que está me matando.

— Eu entendo isso. — Rebecca abriu a porta. — Faça a chamada, Angel, ou melhor, envie a mensagem.

Quando Rebecca entrou, Angel puxou seu telefone, rapidamente enviando mensagem para o seu companheiro, antes de seguir a bruxa para dentro. Seu estômago em nós enquanto Chastity e Shelly recebiam Rebecca.

— Amei as botas. — Shelly falou, inclinando-se para obter uma melhor aparência.

— Obrigada. — Rebecca sorriu. — São uma necessidade hoje em dia, com essa grande motocicleta que Jacob tem. Como vem aqui frequentemente, não arruinarei nenhum dos meus sapatos usando-os aqui.

Chastity riu.

— Eu acho que precisarei de algumas dicas de você em relação à roupa. Cam está empenhado em me levar às compras quando estivermos em LA na próxima semana e não tenho pistas sobre as coisas que diz que eu precisarei.

— Me chame. — Rebecca sorriu. — Não há nada que eu goste mais que gastar o dinheiro de outra pessoa e, confie em mim, terei o tempo da minha vida ajudando você a gastar os dólares de Cam.

— Isso seria ótimo, obrigada. — Chastity parecia relaxar, mas apenas por um momento quando Jinx apareceu, entrando pela porta dos fundos com um estranho.

Jinx apresentou o jovem.

— Chastity, este é Aiden, ele fará o que você quer que faça.

— Oi. — Aiden sorriu, parecendo um pouco envergonhado de estar em uma sala cheia de fêmeas.

— Olá, obrigada por fazer isso por mim. — Chastity levantou-se, voltando para a cozinha. — Ok, meninas, esta é uma surpresa, então Aiden e eu iremos e eu fecharei a porta. Não quero que ninguém veja até que ele termine.

Angel franziu a testa.

— Hmm, essa não é uma boa ideia, Chastity. Cam não ficaria muito feliz por estar em uma sala com um homem estranho.

Jinx falou.

— Tudo bem, Angel, se ele soubesse quem era, saberia o motivo, então não precisaria se preocupar.

— Caramba, Chastity! — Shelly franziu o cenho. — Por que não podemos saber o que está acontecendo?

— Mais tarde, eu prometo. — Chastity conduziu Aiden para trás. — Vejo você em pouco tempo.

Jinx também foi.

— Vejo as senhoras mais tarde, tenham um bom dia.

Shelly olhou para Angel.

— Você tem alguma ideia do que se trata?

— Não, desculpe. — Angel notou Rebecca sentada na poltrona ao lado do fogo, um olhar distante em seu rosto.

— Maldição, eu odeio segredos. — Shelly riu. — Ok, preencha. — Ela ergueu o copo e Angel pegou a garrafa para lhe dar mais vinho.

Angel ouviu a cadeira de rodas de Fergie aproximando-se, seu coração bateu no peito de forma selvagem. Respirando profundamente para acalmar-se, ela esperou. Enquanto ele se aproximava, seus olhos chicotearam para Rebecca que estava sentada na mesma posição com o mesmo olhar em seu rosto. Fergie abriu a porta, várias garrafas pousadas no colo.

— Aqui, está querida. — Fergie deu-lhe um amplo sorriso. — Embora Cam esteja preocupado, todas estarão bastante bêbadas a noite, se continuarem assim. Eu não deixei meia dúzia de garrafas antes?

Angel correu para frente, tirando as garrafas dele.

— Eu sinto muito. Pensei que tínhamos bebido todas, mas há mais na geladeira. Eu manterei essas apenas no caso de acabar.

Fergie olhou para ela.

— Você está bem?

Nervosa, Angel tentou sorrir de volta.

— Sim, apenas nervosa com todos esses estranhos na casa. — Ela baixou a voz, conspiradora.

— Ahh, ok, meu anjo. Tente não ficar muito estressada.

Angel tentou rir, mas saiu uma risada estrangulada.

— Tentarei. Agora, você pode ir.

Quando seu companheiro virou sua cadeira de rodas ao redor, seus olhos pousaram em Rebecca, ele franziu a testa um pouco, antes de sair da cabana. Angel fechou a porta com o quadril, as garrafas de vinho chacoalhando em seus braços enquanto ela tremia. Seus olhos voltando-se para a bruxa, sua respiração presa na garganta.

Poucos segundos passaram, mas Angel sentiu como uma eternidade. O futuro dela e de seu companheiro dependia da resposta da bruxa. Embora ela amasse Fergie com todo seu coração, sabia, no fundo, que sua situação estava comendo-o e Angel não sabia o quanto ele iria, ou poderia continuar.

Os olhos de Angel ficaram presos em Rebecca, vendo a reorientação da bruxa e dando-lhe um pequeno sorriso. Com um pequeno aceno de cabeça, a respiração de Angel explodiu de seus pulmões, seu coração aumentando de esperança. Shelly correu até ela.

— Você está bem?

— Sim. — Angel assentiu, lutando para evitar que as lágrimas caíssem. — Desculpe, estou um pouco emocionada hoje. Estava pensando sobre a minha própria cerimônia.

— Aww, docinho, isso é compreensível. — Shelly tirou o vinho de seus braços, colocando-os na mesa e conduzindo Angel para se sentar. — Por que você não relaxa um pouco, em vez de correr atrás de nós?

— Obrigada. — Angel disse calmamente, grata pela chance de se sentar. Tinha certeza de que suas pernas estavam prestes a ceder.

Rebecca se juntou a ela, acariciando sua mão.

— Tudo ficará bem. — Suas palavras significam algo mais inteiramente para Angel.

— Obrigada. — Respondeu Angel, olhando a bruxa nos olhos.

Enquanto Shelly olhava entre elas, Angel via confusão em seus olhos e esperava que ela não perguntasse o que estava acontecendo. Angel era uma mentirosa terrível e sabia disso, mas foi poupada de quaisquer perguntas de sondagem da loba quando um barulho estranho começou na cozinha.

— Que barulho é esse? — Shelly perguntou, virando-se para olhar a porta fechada da cozinha.

Rebecca sorriu.

— Oh, eu sei o que é isso.

— O que é? — Shelly perguntou, olhando para Rebecca e de volta para a porta.

— Não falarei nada, mas tenho certeza de que Cam terá uma surpresa depois.

— Não é justo! — Shelly gemeu, pegando o copo e tomando outro gole.


— Você tem certeza de que tudo está organizado? — Perguntou Cam, provavelmente pela décima vez.

— Sim. — Jinx gemeu. — Você quer parar de perguntar? Marie é responsável pela comida, Mac é responsável pela música, as mulheres estão se preparando com Angel e Grant estará aqui a qualquer momento. Mason enviou mensagem dizendo que estavam todos a caminho. Então, sente-se, tome uma bebida, mas pelo amor de Deus, não me pergunte se tudo está pronto.

Jacob andava de um lado para o outro, um copo de whisky na mão.

— Isso é horrível, como diabos os humanos fazem isso mais de uma vez?

— Porque não sabem. — respondeu Cam. — Eles pensam que estão apaixonados, às vezes é luxúria, mas cometem erros, alguns deles mais e mais. Lobos não fazem isso. Conhecemos nossa alma gêmea e é para sempre. Isso pode ser um pouco assustador, então acho que é por isso que você e eu estamos agindo como um casal de crianças feridas.

— Eu sinto como se meu estômago estivesse embrulhado. — Jacob parou, virando-se para Cam com um olhar nervoso. — Por que elas tiveram que ficar sozinhas o dia todo? Não entendo isso.

— Tenho que admitir que estou um pouco curioso sobre isso. — Cam franziu a testa. — Tenho certeza de que Chastity esconde algo de mim, mas não tenho ideia do que. — Jinx sorriu e Cam viu, olhando para ele imediatamente. — Você sabe alguma coisa, não é?

— Eu? — Jinx balançou a cabeça. — Eu não.

— Você sabe que é um mentiroso terrível, não é? — Cam fechou a distância entre eles, dominando seu beta. — O que você sabe?

Jinx balançou a cabeça novamente.

— Desculpe, meus lábios estão fechados.

— Eu acho que posso liberá-los. — Grunhiu Cam.

— Oh, pelo amor de Deus, Cam, mantenha seu cabelo para cima, espere e veja. — Jinx olhou para ele. — Prometo que não é nada ruim e isso é absolutamente tudo o que eu direi.

Jacob verificou o relógio novamente.

— Está quase na hora.

Cam olhou para o relógio na parede.

— Ainda temos um pouco de tempo, mas onde diabos está Grant?

Quando ele terminou de falar, todos ouviram vários veículos chegando.

— Parece que é ele chegando. Eu mostrarei para onde ir e enviarei Grant aqui para uma bebida rápida, então irei para Angel para escoltar as mulheres para a cerimônia.

— Eu realizarei primeiro a de Grant e Jacob, então Grant fará a minha. — Cam engoliu sua bebida restante. — Mas primeiro preciso de um outro desses.

— Cam, tudo ficará bem. — Jinx se afastou em direção à porta. — Apenas respire e tente relaxar.

— Relaxar? — Murmurou Cam. — Está maluco? Foda-se, estou louco? Por que diabos, eu concordei com Grant em fazermos nossa dança? Devo estar louco.

Parando e, obviamente, tentando suprimir o riso, Jinx estava prestes a dizer algo quando a voz de Stracey interrompeu.

— Cameron Sinclair, você realizou aquisições hostis em todo o mundo, você administra um império multimilionário, tenho certeza que um pouco de dança não chegará até você. Agora, encha o seu copo e simplesmente relaxe.

Todos os olhos se viraram para a voz, Jinx assobiando.

— Uau! Apenas uau! Você parece surpreendente.

Stracey levantou uma sobrancelha para o companheiro.

— Você está dizendo que eu não pareço incrível em outras ocasiões?

Jinx gaguejou.

— Não! Isso não foi o que quis dizer. Droga, Stracey, você sempre parece incrível.

— Hmm, eu te deixarei, desta vez. — Stracey acenou com a mão. — Agora fora, você tem deveres para atender.

Jacob riu quando Jinx desapareceu.

— Maldita seja, mulher, você é uma força a ser reconhecida.

Stracey virou os olhos para ele, seu olhar fixando-o no lugar.

— Verdade, e você não esqueça disso.

O riso de Cam encheu a sala quando Grant se juntou a eles.

— O que está acontecendo aqui? — Perguntou seu irmão, olhando ao redor.

— Nada. — Cam agarrou Grant em um abraço, com cuidado para não derramar seu copo cheio. — Stracey está apenas colocando nós homens, em nosso lugar, como sempre.

Grant estendeu a mão.

— Olá, eu ouvi muito sobre você.

Stracey a pegou, enquanto olhava Grant da cabeça aos pés.

— Olá. Você não se parece muito com Cam, não é?

— Não. — Grant balançou a cabeça. — Ele é como nossa mãe, enquanto eu sou como nosso pai.

— Eu vejo. — Stracey soltou sua mão. — Desejo a você e a sua companheira o melhor para o futuro de vocês.

— Obrigado. — Grant sorriu, espiando as bebidas nas mãos dos outros homens. — Desculpe, mas eu poderia ter um desses? Não gosto de admitir isso, mas estou muito nervoso.

Jacob foi e pegou-lhe uma bebida.

— Obrigado, eu preciso disso.

Stracey bufou.

— Você ficará bem, então pare de se preocupar. Cam, apenas certifique-se de não queimar seu “equipamento” mais tarde, porque tenho certeza que Chastity não ficará feliz se você fizer isso.

Grant gemeu alto.

— Cam, precisamos?

— Nós praticamos e nossa matilha está esperando, então a resposta é sim, nós precisamos.

— Ok, se você insistir, mas é melhor não ter mais disso. — Grant sacudiu o copo. — Eu também não quero queimar meu “equipamento”.

Pouco depois, eles ouviam os tons lacrimejantes da gaita de fole de Mac. Colocando o copo no chão, Cam levantou-se, verificando seu kilt para se certificar de que estava como deveria.

— Ok, parece que estamos prontos para ir. Olhe para vocês dois, vocês só ficarão solteiros por pouco tempo agora.

— Bom. — murmurou Jacob, um sorriso no rosto.

— Agradeça a Deusa. — Grant sorriu enquanto se dirigiam para a área preparada para a tripla cerimônia.


Capítulo quinze

Cam estava diante de uma multidão muito maior do que a última cerimônia, com membros de ambas as matilhas e também os novos Highlanders diante dele. Mac estava à direita, sua gaita de fole levando Cam de volta às Highlands de sua infância. Sempre que ele ouvia a gaita tinha memórias colidindo em sua cabeça. Seu pé lentamente tocando no ritmo enquanto Jacob e Grant estavam nervosamente na frente.

Jinx apareceu, Shelly de um lado e Rebecca do outro. Jacob e Grant se viraram, cada um sentindo que sua companheira estava perto e viu as duas mulheres andando na direção deles. Tão diferente, Shelly no tradicional vestido bordado branco, flores trançadas em seus cabelos, enquanto Rebecca usava um longo vestido de seda branca, botas de seda lisas em seus pés enquanto Shelly estava descalça.

Os longos cabelos vermelhos de Rebecca caíam ao redor de seu rosto em cachos, maquiagem leve em seu rosto, mas usando um batom vermelho-escuro nos lábios cheios. A composição de Shelly também era natural, com apenas um toque de brilho labial em seus lábios. Cam procurou Chastity, mas ela não estava com eles e seus olhos caíram para Jinx, que falou.

— Eu a pegarei quando isso acabar.

Cam assentiu, mas desejou que ela estivesse lá agora. Sua necessidade de ver sua companheira corria por seu sangue como um trem de carga. Ele se forçou a tomar várias respirações calmantes quando Jinx escoltou as mulheres para a frente, parando no meio do caminho e permitindo que elas continuassem sozinhas em direção a seus companheiros que esperavam. Jacob sorria como um idiota enquanto segurava a mão de Rebecca, que sorriu para ele antes de piscar atrevidamente.

Shelly sorriu quando pegou a mão de Grant e Cam estava certo que via o brilho de lágrimas nos olhos. Grant se inclinou, beijando-a rapidamente antes que seu braço a envolvesse em torno de sua cintura segurando-a ao lado dele. Jacob refletiu Grant e manteve Rebecca firmemente contra ele. Os quatro viraram-se para Cam.

Ver a felicidade em cada rosto fez com que Cam grunhisse antes de levantar os braços pedindo silêncio. Lutou contra o impulso de apressar o ritual, impaciente para o seu, mas ele conseguiu, mesmo que fosse uma luta. Os olhos de Grant flutuaram entre os dele e os de Shelly, os olhos de Rebecca virando-se para olhar para Jacob, o dele sobre ela a cerimônia inteira. Cam teve que se concentrar no ritual, seus pensamentos voltando para Chastity mais de uma vez. Finalmente conseguiu terminar, com Jacob e Grant pegando suas companheiras para beijá-las apaixonadamente diante de todos.

Rebecca lutou por um momento, obviamente um pouco desconfortável com o show público de paixão. No entanto, Jacob segurou-a firmemente e, enquanto seu beijo se aprofundava, seus braços serpenteavam em sua cabeça enquanto ela devolvia seu ardor. O amor que fluía entre os casais era claro para todos testemunharem e a matilha gritava, aplaudia e desejava felicidades aos casais com alguns comentários muito obscuros entrando na mistura antes que os dois homens afastassem os lábios, colocando suas companheiras de volta ao chão.

Cam riu quando as pernas de Shelly bambolearam, Grant sorriu enquanto a segurava. Os olhos de Rebecca ficaram um pouco aturdidos quando Jacob passou o dedo pela bochecha.

— Eu te amo muito, Becca. Você nunca saberá quão profundamente eu me importo com você.

Rebecca o copiou, seus dedos se arrastaram pelo rosto dele.

— Você está esquecendo o que eu sou, lobo? Já fiz um feitiço para ver exatamente o que você sente por mim.

Cam não conseguiu parar seu riso com o olhar chocado de Jacob.

— Isso é trapaça. — disse Jacob enquanto Rebecca ria.

— Tudo é justo no amor e na guerra, meu grande lobo mau.

Um momento depois, Grant deu a Shelly um beijo rápido na bochecha.

— Eu preciso fazer as honras para Cam agora, meu amor.

Shelly gentilmente empurrou-o para longe.

— Vá, faça o seu dever, seja Alfa.

A música de Mac encheu o ar novamente, a sintonia assombrada que se tocava nas Highlands durante séculos para marcar o início de um ritual de ligação. Memórias preenchiam a cabeça de Cam novamente quando Grant se juntou a ele.

— Hora de mudar de lugar, mo bhràthair.

Cam inclinou a cabeça para o lado, seus olhos em Grant.

— Alfa parece ser bom para você, irmão, e obrigado por ter vindo aqui para fazer isso por mim.

— Sim, você sabe que é bem-vindo, Cameron. — Grant riu. — Ei, se eu não viesse não teria encontrado Shelly, então preciso agradecer por ter forçado a minha mão.

— Eu não fiz. — Cam bufou. — Acho que você se lembrará que Mac foi quem o chamou. Eu não.

— Sim, Mac ligou, mas foi porque você achou sua companheira que eu vim, Cam. — Grant olhou enquanto Mac continuava tocando sua gaita. — Ele disse um rápido “desculpe” quando cheguei, mas respondi que era água debaixo da ponte. Nós dois sabemos que Mac é um bom homem, amigo e lobo, seu coração é muito grande às vezes.

— Verdade. — Cam concordou. — Sei que ele se sente muito mal por... — Cam parou, seus olhos pegando o instante que seu beta, conduzia Chastity para ele. Sua beleza fazendo com que as palavras ficassem presas na garganta, enquanto a matilha acalmava e observava sua Alfa-loba fazer seu caminho para a frente.

A primeira coisa que Cam notou foi o vestido, longo e branco, com uma gola alta e bordados no centro, com tiras finas que levavam a amarrar atrás do pescoço, deixando suas costas nuas. Jinx a deixou no meio do caminho e Chastity olhou ao redor antes que seus olhos encontrassem o dele.

— Parece que você está impressionado. — Grant riu enquanto acariciava as costas de Cam.

— Sim. — Foi tudo o que Cam conseguiu dizer, espionando Angel em sua visão periférica, correndo para o lado de Fergie.

Chastity parou ao lado dele, seus olhos cintilando ao luar enquanto levantava o rosto para ele. Cam inclinou-se, pegando sua boca em um beijo ardente, apenas rompendo quando Grant tossiu.

— Você é a mulher mais bonita do mundo inteiro, Chastity.

— Obrigada. — Ela sorriu.

Cam colocou um braço em volta dos ombros para puxá-la para o lado dele. Chastity se sacudiu, um pequeno suspiro vindo de seus lábios enquanto Cam movia o braço rapidamente.

— O que há de errado? — Perguntou, preocupado, esticando para olhar atrás dela, erguendo o cabelo trançado e encontrando o motivo do desconforto.

— Eu pensei que você gostaria. — ela sussurrou, inclinando-se em seu corpo.

Uma pequena e intrincada tatuagem de seu emblema do Highland Wolf Clan era visível, obviamente recém-feita, pois ainda não se curou completamente, mesmo com suas habilidades reforçadas de lobo.

— Quando? — Ele perguntou, rastreando a marca com um dedo.

— Terminou há menos de uma hora, por isso não saí com Shelly e Rebecca. Eu ainda tinha que me preparar.

As emoções de Cam ficaram selvagens, a visão do emblema agora fazendo com que ele se sentisse orgulhoso, em vez de ansioso, como fazia por muitos anos toda vez que o via no espelho. A tatuagem era ligeiramente diferente, mais feminina, mas ainda o logotipo do Clã. O contraste contra a pele leitosa de Chastity parece em uma luz minguante.

— Doeu? — Perguntou, rastreando suavemente mais uma vez.

— Apenas um pouco, mas eu queria que fosse feito para a cerimônia. — A cabeça dela inclinou-se contra seu peito. — Eu precisava que você soubesse o quanto te amo, o quanto eu quero isso. — Ela apontou para Grant e a matilha.

— Obrigado. — sussurrou Cam quando Grant tossiu de novo.

— Pronto? — Perguntou seu irmão.

— Certamente. — Cam sorriu quando Chastity assentiu.

Quando Grant começou o ritual, Cam não conseguiu manter seus olhos fora de sua companheira, sem ouvir as palavras de seu irmão, nem se lembrando de seus próprios votos, enquanto os falava em uma euforia. A promessa de Chastity de estar ao seu lado por toda a eternidade, fazendo com que seu coração quase batesse fora de seu peito com felicidade.

À medida que a gaita de Mac crescia mais alto, ele sabia que a cerimônia acabara finalmente juntando-os para a eternidade. As duas matilhas atrás deles rugiram, assobiaram, aplaudiram e dançaram com alegria irresistível no acasalamento do Alfa. Cam pegou Chastity, seus lábios cobrindo os dela enquanto seus braços serpenteavam ao redor de seu pescoço. Suas mãos esticadas na pele nua de suas costas, causando uma reação instantânea nele. Rasgando os lábios dela, ele sorriu.

— É melhor parar ou meu kilt revelará exatamente o que estou sentindo agora.

Chastity riu.

— Eu posso sentir isso, pecador!

Cam beijou sua testa antes de colocá-la de volta em seus pés.

— Quando Jinx costumava me chamar disso, eu sempre sentia como se fosse de alguma forma um insulto. Quando você diz isso, recebo uma reação completamente diferente.

— Eu sei. — Chastity puxou seu cabelo. — Por que você acha que eu digo isso?

— Oh, você é travessa. — Cam controlou sua risada, só assim ele poderia beijá-la novamente antes de se virar para enfrentar a matilha. Sua mão agarrando a dela e segurando-as alto. — Meus lobos! Seu Alfa tem uma companheira! — Cam esperou por um momento para que as saudações resultantes se apagassem. — Chastity é agora sua Alfa-loba e vocês mostrarão o mesmo respeito que fazem comigo. A protegerão a todo custo e a ajudarão aonde ela precise. Ela me ajudará a levá-los todos e teremos a matilha mais forte, mais próspera na terra. Pergunto a todos vocês agora, aceitam Chastity e seu dever para com ela?

Em massa os lobos diante deles gritaram suas respostas, e quando os Highlands caíram em um joelho, um punho fechado sobre o coração, outros seguiram. Logo toda a multidão diante deles se ajoelhou e prometeu sua fidelidade à Chastity. A visão quase trazia lágrimas para os olhos de Cam, e as próprias lágrimas de Chastity correram pelo rosto quando tentou afastá-las.

— Essa é uma visão. — Murmurou Cam.

— Eu sei. — Chastity chorou. — Nunca me senti tão feliz na minha vida.

— Faremos as rondas, com uma boa bebida forte em nossas mãos. — Cam começou a avançar, levantando a voz. — Onde está a comida e a bebida? Isso não é uma festa?

À medida que a multidão subia, aplaudindo, sorrindo e vindo para apertar as mãos, Cam lentamente abriu caminho para onde o álcool estava colocado. Ele viu Angel se afastando, toda sua personalidade brilhando e se perguntou o que acontecia com ela, todos estavam obviamente felizes e com vontade de uma festa, mas ela parecia positivamente extasiada. Seu trem de pensamento mudou quando ele a viu agarrando uma grande taça de seu whisky favorito e tirando o topo de uma garrafa de cerveja favorita da Chastity, voltando e empurrando para dar as bebidas.

— Obrigado. — Cam sorriu. — Você é uma salvadora de vida!

— Você é bem-vindo. — Angel sorriu de volta. — Vocês dois parecem como se precisassem disso.

Chastity já estava engolindo a dela, não parando até pelo menos metade ter desaparecido, depois limpando a boca, ela assentiu.

— Rapaz, eu precisava disso!

— Pegarei um pouco de comida para você também, se quiser. — Angel parecia a ponto de explodir com entusiasmo e, novamente, Cam se perguntou o que acontecia.

— Não para mim. — Cam balançou a cabeça. — Esperarei até depois da dança do Alfa para comer.

— Sim, por favor, Angel. — Chastity bebeu outro gole de sua cerveja. — Estou faminta. Eu estava muito nervosa para comer mais cedo, mas agora, maldição, sinto como se não tivesse comido em dias.

— Isso era estresse, eu te pegarei algo para comer. — Angel virou ao redor, pulando para longe.

— O que deu nela? — Cam franziu a testa.

Chastity sacudiu a cabeça.

— Não tenho certeza. Mas ela teve uma conversa “privada” com Rebecca nesta manhã, então talvez seja por isso.

Uma luz acendeu na cabeça de Cam e ele riu suavemente.

— Eu aposto que sim.

Continuando pelo que pareceu ser um tempo interminável, eles atravessaram os membros da matilha. Apertando as mãos, sorrindo e geralmente aceitando os bons desejos, antes de finalmente chegar à mesa reservada para os casais. Rebecca sentou-se no colo de Jacob, o braço em volta dela territorialmente enquanto Shelly se sentava ao lado de Grant, inclinando-se sobre ele enquanto a alimentava com comida.

— Fico feliz em ver que você conseguiu. — Grant riu, pegando uma garrafa de cerveja e bebendo a maior parte disso.

— Eu me preocupava que nunca chegássemos aqui. — disse Cam, sentando e agarrando Chastity para sentar em seu colo.

Chastity colocou seu prato vazio diante dela, já terminando a comida que Angel trouxera enquanto passavam pela massa de pessoas. Assim que ela fez, então apareceu outro, junto com uma garrafa de cerveja fresca.

— Obrigada. — Sorriu para Angel, que apenas assentiu antes de correr para ajudar a servir comida para o resto da matilha.

— Então, o que isso parece? — Grant perguntou seus olhos se fechando com os de Cam.

Cam olhou Chastity por um momento antes de responder.

— Maravilhoso. — Cam beijou a parte traseira de seu pescoço enquanto ela se debruçava na comida. — É a sensação mais estranha possível. Isso é algo que eu evitei minha vida inteira, mas aqui e agora, sinto como se estivesse cheio de algum tipo de droga. É como uma euforia que nunca encontrei antes.

Chastity virou-se, olhando-o nos olhos.

— Obrigada. — Foi tudo o que ela disse, mas ele sabia o que queria dizer e se inclinou para beijá-la gentilmente.

A risada de Grant puxou-os.

— Entendo o que você quer dizer, irmão. É estranho ao extremo, não é?

Jacob juntou-se.

— Perfeito é a palavra que eu usaria.

Rebecca puxou seu cabelo.

— Muito bem, eu sou perfeita, lobo.

— Para você que é uma bruxa. — Jacob olhou ao redor dele. — Em quanto tempo podemos escapar sem parecer muito grosseiro?

Rebecca bateu no ombro, com dificuldade.

— Ei, eu quero um pouco mais de espumante e ouvi que haverá um show com esses dois. — Ela fez um gesto com a mão em direção a Cam, então Grant.

— Ah, sim. — Jacob sorriu. — Vocês dois estão se apresentando para nós, não é?

Cam e Grant gemeram, Grant respondeu com nervosismo evidente em seu tom.

— Sim, faz mais de anos desde a última vez que fizemos isso. Eu espero que não arruíne tudo.

— Se alguém arruinará, serei eu. — murmurou Cam.

— Eu só quero acabar com isso. — Grant pegou outro gole de cerveja. — Não relaxarei até que tenhamos feito.

— O que vocês dois farão? — Rebecca perguntou, sua sobrancelha se curvou.

— Nós estamos fazendo a dança em conjunto. — Cam tentou sorrir, mas falhou miseravelmente. — É uma dança tradicional em nossos rituais, o lobo ligado e seu Alfa fazem uma dança semelhante à Highland Sword Dance2, exceto que são duas varas de madeira ardentes que dançamos. Normalmente é uma dança sozinha, Grant e eu iremos em conjunto, com alguns de nossos próprios movimentos adicionados, mas, porra, nós éramos muito mais jovens na última vez.

— Sim. — Grant concordou. — Sim, pode dizer isso de novo! Estou ficando muito velho para isso e na minha noite de ligação também. Eu espero que eu não esteja exausto depois.

Shelly franziu a testa.

— Exausto?

Jinx se inclinou, colocando um copo de whisky na frente de Cam.

— Achei que você precisaria disso. — Virando-se para Shelly ele sorriu. — Sim, esfarrapado, desgastado, totalmente exausto.

— Céus, eu também espero que não! — Exclamou Shelly, seu rosto vermelho ardente enquanto todos começavam a rir.

Grant a puxou para perto dele.

— Farei o meu melhor, meu amor, mas tenho várias garrafas de cerveja prontas para mim depois.

Cam olhou em volta, verificando a grande multidão para garantir que ninguém estivesse se deixando levar ou sendo muito barulhento. Highlanders, mais quantidades abundantes de álcool, às vezes podem causar alguns problemas. Ele estava feliz em ver que Mason, Logan, Rory e Mac estavam “fazendo as rondas” e mantendo todos em controle. Todos os quatro eram definitivamente materiais para beta e ele manteria isso em mente para futuras referências.

Bebendo um gole de sua bebida, Cam colocou Chastity no banco ao lado dele.

— Você está pronto? — Perguntou a Grant, que encolheu os ombros. — Jinx, vá buscar Mac para começar a música e você pode resolver a cruz?

— Claro. — Jinx sorriu nervoso. — Eu estou ansioso para isso, faz um longo tempo, rapazes.

— Por que concordamos com isso? — Grant perguntou seu rosto uma máscara de preocupação.

— Porque é nossa cerimônia de ligação e você sabe que os rapazes de casa esperam isso. — Cam também encolheu os ombros. — Não podemos decepcioná-los, Grant.

— Eu suponho. — Grant soltou Shelly. — Me deseje sorte?

— Quebre uma perna, Alfa. — Shelly riu quando a gaita de fole de Mac ajustou-se na distância.


Capítulo dezesseis

Cam terminou a bebida, levantando-se e foi para a área aberta, onde dançara no ritual anterior. Jinx já tinha colocado duas varas longas no chão e as banhara com álcool antes de deixar um fósforo cair para acendê-las.

— Droga! — Cam amaldiçoou quando tirou sua camisa branca, entregando-a a Chastity que andava ao lado dele.

— Tenha cuidado. — ela implorou seus olhos olhando a cruz flamejante no chão.

— Eu certamente tentarei. — Cam viu Jinx açoitando a multidão reunida em um frenesi quando se aproximaram. — Lembre-me de matá-lo mais tarde — ele murmurou.

— Posso fazer isso agora por você, se quiser. — Jacob sorriu.

— Pare com isso vocês dois. — Rebecca cutucou Jacob. — Sem sangue ou luta, ou ficarei com raiva. Muito brava.

— Ei. — As mãos de Jacob surgiram, palmas para fora. — Eu não comecei. O Alfa foi o único que criou qualquer indício de matar.

— Ele não quis dizer isso e você sabe disso. — Rebecca balançou a cabeça. — Homens!

Shelly olhou para a lenha que ardia no meio da grama e depois para Grant.

— Você não irá a lugar nenhum perto do fogo, não é?

— Receio que sim. — Grant olhou para Cam. — É culpa dele. Foi ele quem disse que precisamos fazer isso.

— Grant! — a voz de Shelly aumentou por várias oitavas. — Por favor, você precisa ter cuidado! Você está usando uma saia..., desculpe, kilt, você está vestindo um kilt, e sei que você não tem nada por baixo.

— Terei cuidado, prometo. — Ele colocou um dedo abaixo do seu queixo, inclinando o rosto para cima e colocando um beijo suave em seus lábios. — Tenho que ser cuidadoso. Terei que te fazer feliz mais tarde. Muito feliz.

Chastity agarrou Cam.

— Seja cuidadoso. Isso me deixou com medo da última vez. — Puxou a cabeça dele para baixo, sussurrando em sua orelha. — Mas, inferno, realmente me afetou, se você consegue entender o que eu digo!

As mãos de Cam serpentearam em seus cabelos, segurando-a no lugar enquanto seus lábios devoravam os dela.

— Hmm, terei cuidado, mas acho que você gostará mais desta dança. — Ele murmurou contra sua boca antes de se afastar. — Faremos isso. — exclamou enquanto se afastava Grant logo atrás dele.

Mac se aproximou sua música assombrosa e linda quando Cam assumiu o lugar, Grant em frente a ele. Jinx fez uma última rodada da multidão, gritando no alto de sua voz.

— Aqui vamos senhoras e senhores! Posso absolutamente garantir que você nunca terá visto nada assim antes. — Rindo, ele acenou para Cam e Grant. — E duvido que você volte a ver. Esta é uma oportunidade única de ver dois Alfas dançando juntos com as espadas de fogo!

Cam lançou um olhar imundo quando Jinx sorriu de volta, voltando para Grant, perguntou.

— Pronto? — Grant assentiu. — Ok aguarde. — Eles ouviram a música, esperando, as mãos levantando-se para o lado e depois para cima.

— Em três. — Cam ordenou, preparando-se para começar a dança extenuante.

Contando em sua cabeça, falando silenciosamente os números, enquanto seus lábios sincronizavam “três” os dois Alfas pulavam alto no ar, seus pés se moviam no ritmo enquanto começavam. Suas pernas fortes movendo-se rapidamente enquanto dançavam. Cam movendo para a direita enquanto Grant foi para a esquerda, para alguns passos até que girou no ar e mudou-se em torno da cruz em chamas.

Depois que realizaram um círculo completo ao redor da cruz, os olhos de Cam fixos em Grant, ele levantou uma sobrancelha. Grant assentiu imperceptivelmente antes que seus braços caíssem, alcançando as chamas e segurando firmemente um no outro. Seus movimentos, combinados com uma força imensa, eram necessários para esta parte. Um movimento errado e ambos acabariam dentro das chamas quentes e ardentes.

Com suas forças unidas, seus músculos das coxas se juntaram enquanto eles subiam alto, puxando o outro para que voassem sobre as chamas no meio do ar e pousaram no lado oposto de onde começaram. Rapidamente deixando o outro para impedi-lo de cair para frente no fogo entre eles.

Não houve despreocupação na medida em que continuaram ambos agora com o suor riscando seus torsos. Cam usou toda a sua concentração para ordenar seus membros para seguir os passos intrincados, o seu kilt ficando mais pesado com cada movimento enquanto suor ensopava na cintura, lentamente progredindo para baixo. Seu kilt do clã escurecendo com a transpiração, uma vez mais os braços de Grant se esticaram para agarrar os dele, puxando, saltando e limpando as chamas com segurança.

Houve um silêncio total, além de alguns suspiros de espanto, à medida que continuavam. Os olhos de Cam já não se concentravam adequadamente enquanto o suor os picava impiedosamente. Usando seus sentidos de lobo aprimorados para medir cada passo, cada movimento e cada pirueta, que agora trouxe uma dor requintada. Lembrando-lhe as horas e horas de prática em sua terra natal nas Highlands. Músculos doíam, tendões esticados e seu coração batendo rápido enquanto se aproximavam do fim e a mais perigosa e máxima revolução acima da cruz ainda flamejante. O movimento pedindo que eles pulassem muito mais do que eles já tinham feito.

Cam ofegou ar em seus pulmões, seus movimentos agora sendo orquestrados pelos tubos de Mac. Seus ouvidos seguiram atentamente todas as nuances da música com alma ecoando em torno da clareira. O pesado kilt batendo contra suas pernas, agora tão cheio de suor que ele queria arrancá-lo de seu corpo para aliviar a tensão de se mover sem que ele o arrastasse para baixo.

— Pronto? — Ele ofegou.

A voz de Grant pesada quando respondeu.

— Sim.

Mais alguns passos, a gaita de fole do Mac rugiu mais alto, mais rápido e, finalmente, Cam usou cada última grama de força para pular alto acima da cruz, agarrando Grant firmemente e puxando-o. Quando seu irmão refletiu seu movimento, eles voaram, uma vez, seus kilts girando ao redor deles, duas vezes e quase totalmente ao redor, um milésimo de segundo depois eles caíram no chão.

O alívio de Cam em pousar no chão, e não nas chamas, fez com que o riso rasgasse a garganta. Lançando a cabeça para trás enquanto se ajoelhava com um joelho no chão e os braços erguendo-se, ele rugiu com alegria quando a voz de Grant se juntou a dele. O som ensurdecedor no momento de silêncio antes que a multidão entrasse em erupção em saudações, gritos, e rugidos dos Highlanders presentes.

O som da resposta com uivos de seus compatriotas enchendo seu coração de exaltação enquanto ele inalava profundamente, tentando encher seus pulmões de oxigênio para não desmaiar. Cam passou a mão por seus olhos, tentando limpá-los para permitir que visse adequadamente, quando uma abundância de mãos o agarrou. Ele foi levado, erguido acima dos homens que o agarraram, seus gritos de parabéns tocando nos ouvidos.

Grant também foi mantido no alto e agora que ele poderia focá-lo viu que era os Highland Wolves que os seguravam. Eles desfilaram ao redor da área, Cam agarrando seu kilt para cobrir sua decência, rindo como um louco. Ele viu Chastity correndo ao lado dele, segurando sua camisa Highland perto de seu peito. Seu rosto aceso com espanto e, se não se equivocava, excitada.

Eles ficaram no ar até chegar às mesas em que estavam as bebidas. Os homens os depositaram antes de sair para obter suas próprias cervejas, whisky, até algum Bourbon. Bebidas distribuídas e copos levantados para Cam e Grant. Seu irmão ao lado dele, os braços em volta dos ombros um do outro, sorriram como estudantes que ganharam o maior evento esportivo da história.

— Nós fizemos isso. — Cam sorriu.

— Nunca mais. — Grant retrucou quando Shelly voou para ele, saltando em seus braços. Grant puxou o braço de Cam rapidamente, ou ela o teria derrubado.

— Não, mo bhràthair, nunca mais. — Cam viu Chastity avançando pela multidão de lobos, jogando-se contra ele e beijando-o profundamente.

— Podemos partir agora? — Perguntou sem fôlego, sua noção de sua excitação antes era perfeita. Seus olhos se dilataram quando ela puxou o lábio inferior com os dentes.

— Eu preciso de um galão de água e então podemos sair minha bela companheira. — Cam alcançou, pegando uma grande garrafa de água e bebendo rapidamente antes de obter outra e fazer o mesmo.

— Cam. — implorou Chastity. — Eu quero sair agora!

Grant o bateu nas costas.

— É melhor ir, Cam. Há olhos jovens por aqui e eles definitivamente não precisam ver o que está por vir.

Cam riu.

— Oh, ela ficará bem. De novo e de novo e de novo. — Cam pegou Chastity, abraçando-a enquanto caminhavam. A multidão se separou na frente deles, com comentários ruidosos tocando nos ouvidos quando eles deixaram a festa.


Angel não pôde evitar a sua excitação, tentou esconder, mas sabia que estava falhando. Fergie a observava atentamente toda a noite e podia ver sua curiosidade enquanto tentava descobrir o que acontecia. Ela sabia que tinha que se acalmar ou tudo poderia ser arruinado.

— Você poderia me dar uma bebida? — Ela perguntou, sorrindo. — Eu não quero me aproximar da mesa com essa multidão lá.

Fergie assentiu.

— Claro, não demoro. O que você quer?

— Apenas uma cerveja, obrigada. — Enquanto Fergie se afastava, podia ouvi-lo rugir enquanto se aproximava da multidão ao redor das mesas de bebidas alcoólicas.

— Saiam do meu caminho ou correrei para você, seus vagabundos.

Angel sorriu, sabendo que ele faria exatamente isso se não saíssem do caminho. Os corpos diante dele se moveram, abrindo um caminho claro para sua cadeira de rodas enquanto ela passava a conversa de Rebecca mais uma vez.

Puxando-a para o lado, a bruxa sussurrou para ela.

— Pensei sobre isso que eu preciso fazer para você e Fergie. Sei que você é impaciente e eu entendo isso. Então, estou pensando que, possivelmente, amanhã à noite, ou depois de amanhã, sim, seria melhor depois de amanhã. De qualquer forma, me diga quando Fergie dormir e, se eu puder me afastar daquele meu lobo, lhe enviarei um texto e então venho. Faço a ação por assim dizer. Como isso soa?

Angel lutou para controlar o grito excitado de escapar de seus lábios, Shelly estava na cozinha com Chastity, observando-a fazer sua tatuagem, mas ambas tinham ouvidos de lobo.

— Isso é maravilhoso, Rebecca. Não posso agradecer o suficiente. — sussurrou quando Rebecca bateu no braço dela.

— Meu prazer. — Respondeu a bruxa. — Eu sempre gosto quando posso usar meus poderes para ajudar as pessoas. Muito melhor do que ter que expulsar alguém. — Rebecca riu. — Muito menos bagunçado também.

— Tenho certeza. — disse Angel, lembrando quão poderosa era a bela mulher diante dela. — Tentarei me conter. Não quero que Fergie pergunte o que está acontecendo, mas será difícil. Pelo menos com o ritual de ligação esta noite eu posso usar isso como uma desculpa por estar tão feliz.

— Claro, apenas tente e não conte a ele. — Rebecca franziu a testa. — Eu preferiria não discutir com ele sobre isso. Eu sei que parece um pouco sutil, mas droga, que lobo teimoso.

— Me fale sobre isso. — Angel riu. — Fergie é uma das pessoas mais teimosa que conheço. Não é como se seu pai ainda estivesse vivo para se irritar. —Angel parou sua mão voando na boca. — Céus, saiu errado.

Rebecca riu.

— Sei o que você quer dizer, não se preocupe Angel. Ok é melhor parar de sussurrar ou os outros ouvidos de lobo começarão a pensar sobre o que está acontecendo.

— Sim. — Angel se esticou impulsivamente, colocando um beijo na face bem formada de Rebecca. — Obrigada.

Rebecca olhou-a por um momento, com a mão tocando sua bochecha antes de assentir silenciosamente.

Angel foi trazida de seus pensamentos com uma sacudida quando a voz de Fergie interrompeu suas reflexões.

— O que diabos está errado com você nesta noite? Você está sentada, sorrindo para o espaço com um olhar muito estranho em seu rosto.

— Oh, nada. — tirou a cerveja da mão estendida. — Eu só estou lembrando nossa cerimônia. Foi mágica e sempre me sinto um pouco melancólica e feliz ao mesmo tempo em que penso nisso.

Fergie aproximou-se.

— Eu sei baby. Eu também. Feliz com a lembrança de nosso ritual e depois triste porque meu pai não está mais conosco.

— Exatamente. — Angel concordou feliz por conseguir enganá-lo tão facilmente.

— De qualquer forma, o que você achou do show? — Perguntou Fergie, assobiando por um momento. — Foi bastante surpreendente, não foi?

Angel assentiu, a visão dos dois Alfas que dançavam ainda na mente.

— Nunca vi nada parecido. Eu tinha certeza de que um deles acabaria nas chamas.

— Eu também. — Fergie virou seu rosto triste quando Angel se moveu para se sentar em seu colo.

— O que está errado?

— Estava imaginando como seria dançar assim. Deve ter levado anos de prática e, foda-se, estou com ciúmes. Desculpe querida, às vezes as coisas me atingem um pouco.

Angel beijou-o gentilmente, puxando-se apenas um pouco para encarar seu rosto.

— Mon loup3, entendo completamente. Por que não vamos para casa, deixe-me fazer você se sentir melhor.

O rosto de Fergie iluminou-se, um olhar atrevido em seus olhos enquanto assentiu com entusiasmo.

— Isso aí. Vamos. — Ele virou a cadeira com habilidade, girando-os rapidamente. — Saiam do meu caminho! Lobo excitado chegando.

Angel riu quando as pessoas pulavam para sair do caminho, algumas maldições enquanto Fergie rodava diretamente sobre seus pés.

— Disse-lhe para sair do caminho. — Comentava enquanto eles pulavam em um pé.

— Então, meu anjo, chegaremos em casa e começaremos uma noite de paixão. — Fergie sorriu quando os dirigiu em direção a sua cabana, Angel orando para que não demorasse muito até que a carregasse em seus braços enquanto atravessava o campo.

Angel orou fervorosamente para não ele se zangar com seu subterfúgio. Se acontecesse, a mataria porque a última coisa que queria era machucar o homem que adorava.


Capítulo dezessete

Cam se sentindo incrível, sorriu enquanto colocava Chastity em seus pés em seu quarto.

— Preciso de um banho, querida, por que não relaxa por alguns minutos.

Colocando a camisa na cadeira, ela sacudiu a cabeça.

— Não, não está acontecendo, meu companheiro.

Cam inclinou a cabeça para o lado.

— Então, no que você está pensando?

— Me juntarei a você. — Chastity estendeu a mão para desatar suas tiras, mas Cam a deteve.

— Não. — Suas mãos cobriram as dela. — Deixe-me.

As mãos dela se moveram para a sua cintura, seus dedos tentando descobrir como tira-lhe o kilt enquanto ele desamarrou seu vestido e deixou cair.

— Como diabos você tira essa coisa? — Ela gemeu, ainda brincando com seu kilt.

— Não é tão difícil. — Cam sorriu, alcançando para libertar a alça de couro e a fivela.

— Eu não diria isso. — Chastity riu quando sua nudez foi revelada, seu pau já duro e orgulhoso.

— Eu quis dizer o kilt. — Cam puxou-a perto, suas mãos deslizando sobre seu corpo suado.

— Eu sei. — O nariz de Chastity enrugou. — Bem, você definitivamente precisa de um banho, Alfa.

— Ei, você pode tentar fazer aquela dança sem suar. — Cam a puxou pela mão para o banheiro.

— Eu cairia no meu rosto. Ou, pior, cairia em minha bunda no meio das chamas. — Chastity puxou sua mão, parando-o. — Foi incrível de assistir, mas meu coração estava na boca. Tive medo de você se machucar.

— Eu contarei a você um segredo. — Sussurrou Cam, conspirador. — Também tive medo. Faz muito tempo que Grant e eu realizamos essa dança em particular e estava preocupado de que fôssemos ruins. A última coisa que um lobo recém-acasalado precisa é que suas bolas sejam queimadas.

Chastity franziu o cenho.

— Eu definitivamente não ficaria satisfeita com isso, porque acho que bollocks4 significa isso. — Seus dedos seguiram sua masculinidade, fazendo com que ele se contraísse em resposta ao seu toque.

— Sim, é o que isso significa. — Cam chegou atrás dele, ligando o chuveiro antes de voltar para a companheira. Traçando um dedo em volta do pescoço para sentir a tatuagem levemente levantada. — Obrigado por fazer isso. Me afetou de maneiras que eu nunca sonharia.

— Como assim? — Chastity perguntou calmamente.

— Eu costumava odiar a minha própria tatuagem no espelho. Trazia memórias ruins para mim, mas por algum motivo me recusei a fazer algo sobre isso. Poderia tê-la removido, ou mudado, mas não o fiz. Agora, significa algo completamente diferente. É um sinal de quão longe eu venho como um lobo e recentemente, para minha nova vida. Nossa nova vida. Juntos.

— Estou feliz. — Chastity sorriu para ele, seus olhos cintilando. — Você deve agradecer a Jinx por providenciá-la e Aiden por fazê-la. Ele levou muito tempo porque mudou-a ligeiramente. Pedi-lhe que fizesse isso para torná-la única, apenas para nós.

— Você é uma mulher incrível, minha loba branca. — Cam a puxou para ele, apoiando-se no chuveiro. — Acho que seremos bons juntos. Não, não bons, seremos ótimos, fabulosos, extremamente maravilhosos!

Chastity se ergueu na ponta dos pés, puxando seus cabelos para baixar a cabeça para poder beijá-lo. Cam sentiu o fogo acender-se dentro dele por seu toque, um ruído baixo saiu de seu peito enquanto sua besta uivava em sua cabeça com prazer em finalmente ter sua companheira.

— Chega de conversa. — murmurou Cam, pegando-a rapidamente, com as pernas envolvendo sua cintura enquanto a empurrava contra a parede de azulejos.

— Você é o único a conversar. — Chastity brincou enquanto o pau dele empurrava dentro dela, um pequeno “Oh! ” escapou de seus lábios quando ele baixou a cabeça, suas presas saindo de suas gengivas enquanto a mordia profundamente em seu ombro, marcando-a uma última vez como sua.

Seus movimentos lentos e sensuais, seu êxtase em estar dentro dela como nunca sentira antes. O seu ritual de ligação os selava de uma maneira que nenhum deles imaginou. Seus suspiros suaves de prazer entraram em sua própria alma enquanto os levava mais perto da libertação.

Chastity lançou seus próprios dentes grandes no ombro dele onde o mordera mais cedo. Seus lábios mordiscaram o lóbulo da orelha.

— Eu te amo, Cam.

Cam se afastou um pouco, olhando-a nos olhos.

— Eu te amo, Chastity. Mais do que você saberá.

Os movimentos de Cam aceleraram, movendo uma das mãos da parede para espremer sob seus corpos, seus dedos encontraram o nó inchado. Ele olhou-a enquanto circulava lentamente no início, então, mais rápido e mais difícil. A cabeça da Chastity moveu-se para trás e ela ofegou.

— Não, olhe para mim, minha companheira, olhe para mim.

Ela se moveu rapidamente, seus olhos se encontraram novamente quando ele a levou até a beira.

— Oh meu Deus, você me matará. — Ela ofegou, sua língua saindo entre seus lábios.

— Não, mas farei você gozar, uma e outra vez, meu amor.

Chastity começou a convulsionar ao redor dele enquanto gritava seu nome, Cam empurrou mais forte, mais rápido, trazendo o próprio lançamento. Quando sua semente entrou em erupção dentro dela, seu próprio rugido reverberou ao redor do banheiro, ecoando pelas paredes enquanto sua testa estava sobre a dela.

Segurando-os firmemente juntos, Cam recuperou o fôlego antes de puxar lentamente e deixar seus pés tocarem o chão do banheiro. À medida que a água morna caía em cascata em volta deles, pegou o sabão e começou a lavar o corpo dela, murmurando em seu ouvido:

— Essa foi a primeira rodada, espero que esteja pronta para a segunda, porque tenho imagens muito impertinentes na minha cabeça agora.

— Sempre. — Chastity riu, agarrando a cintura e puxando-o para ela.

— Perfeito. — Cam sorriu, sabendo que ninguém veria eles por vários dias.


Jinx tomou um café enquanto Stracey comeu uma fruta fresca.

— Ainda não há sinal deles? — Perguntou antes de morder o topo de um morango.

— Não, e eu não espero por alguns dias. — Jinx sorriu atrevido. — É apenas o segundo dia e ninguém viu nem os cabelos de nenhum deles. Grant ainda estava escondido na cabana ao lado da que preparamos para Jacob e Rebecca. Antes de perguntar, também não vi esses dois.

— Estou feliz por todos, mas especialmente pelo Cam. — Stracey tomou outro bocado de morango antes de continuar. — Ele precisava disso. Tenho que admitir que estava realmente preocupada com ele, Jinx. Estava em uma ladeira escorregadia e não tenho certeza de que pudéssemos trazê-lo de volta. Agora, porra, é bom vê-lo tão feliz, poderoso, mas, mais importante, ele parece estar em paz consigo mesmo.

Jinx assentiu.

— Ele está em paz com sua besta novamente. Essa é a coisa mais importante, Stracey. Um lobo em desacordo com sua besta interior nunca pode ser feliz.

— Bem, é uma sorte que encontrou Chastity então. — Stracey olhou para a distância, seus olhos sem foco por um momento. — Será interessante, ver como todos combinaremos o lado lobo e o lado comercial das coisas. Se eu passarei mais tempo aqui, então a situação da internet precisa ser atualizada e quero uma área de escritório para trabalhar enquanto você não está fazendo coisas de lobo. Depois, há a situação das roupas. Preciso também manter roupas aqui, não estou carregando coisas de um lado para o outro o tempo todo.

— Será um pouco estranho no começo, mas tenho certeza de que faremos as coisas funcionarem. — Jinx sabia que todos teriam que fazer ajustes nos próximos meses. — Inferno, Cam e eu não vivemos dentro de uma matilha há décadas. Nós teremos que reaprender como fazê-lo, embora eu deva admitir que estou realmente curtindo a vida da matilha novamente. Não percebi o quanto senti falta.

Stracey inclinou-se para frente, estendendo sua mão para a dele. Jinx tomou enquanto ela sorriu.

— Eu sei. Sinto isso em você, Jinx. Você está muito mais feliz e a diferença no Cam é nada menos que um milagre.

— Um lobo necessita de uma matilha, mesmo que eles neguem. — Jinx apertou sua mão. — Você não se arrepende de se juntar a este mundo louco da matilha?

Balançando a cabeça, Stracey levantou uma sobrancelha.

— O que você acha? Eu estou bem com vocês dois, estou feliz, desde que vocês não entrem molhados na forma de lobo. Odeio o cheiro de cachorro molhado.

Jinx rosnou, o barulho começando em seu peito e subindo.

— Ei, não somos cachorros e não cheiramos nada igual. Nosso pelo é completamente diferente e eu não entro na forma de lobo de qualquer jeito.

O riso de Stracey entrou em erupção, uma das mãos voando para cobrir sua boca.

— Desculpe. Não pude resistir.

— Não é justo, bruxa. — Jinx franziu o cenho.

— Talvez não. — Stracey conseguiu responder. — Mas, diabos, é divertido te enrolar às vezes.

— Hmm, terá volta, apenas espere e veja se não faço. — Jinx ficou parado. — Eu farei coisas de lobo, como você disse com eloquência.

— Tudo bem, terminarei o meu café da manhã, então tenho um trabalho que está me chamando para terminar. — Stracey sorriu quando Jinx apareceu, curvando-se para beijá-la. — Isso foi bom, lobo, mas é melhor ir ou nenhum de nós terá feito o que precisamos.

— Te verei para o jantar. — Jinx endireitou. — Você quer assistir a um filme mais tarde? Podemos pegar um pouco de pipoca e uma garrafa de vinho. Se você quiser?

— Parece bom. — Stracey assentiu. — Te vejo em breve.

Jinx sorriu.

— Boa. Podemos chamá-lo de “encontro da noite. ”

Stracey riu.

— Seja o que for, agora vá, faça o que você tem que fazer.

— Eu irei. — Jinx riu de volta. — Não trabalhe muito.

Acenando com a mão enquanto a deixava com a sua fruta, ele se perguntou como lidava com a ninharia que ela comia.


Angel era como um gato em um telhado de zinco quente. Ela não ficava quieta por mais de um momento, a tensão de tentar esconder sua crescente excitação era cada vez mais difícil. Marie continuou a roubar olhares para ela até que finalmente as mulheres mais velhas pararam o que faziam e olharam para Angel.

— Querida... — O olhar de Marie foi muito intenso. — Não há algo que você precisa me dizer. Nada mesmo?

Abaixando os olhos, Angel balançou a cabeça.

— Não. Por quê?

— Você ficou muito nervosa nos últimos dias. — Marie se aproximou, colocando uma das mãos no ombro de Angel. — Você sabe se há algo errado, qualquer coisa, que você pode falar comigo. Não é?

Angel sentiu o rosto enrubescido e lutou para controlá-lo.

— Sim, eu sei que posso, mas não é nada. Honestamente.

— Tudo bem. — Marie voltou a preparar a comida para os casais recém-acasalados que seriam entreguem à porta de suas cabanas. — Não tenho certeza se acredito em você, querida, mas estou aqui quando estiver pronta para conversar.

— Obrigada. — Angel disse, afastando e se amaldiçoando por não esconder melhor as coisas. Fergie já havia lhe perguntado duas vezes esta manhã se tinha algo acontecendo e ela odiava mentir para ele. Era o único jeito. A teimosia dele entrava no caminho de sua chance de ficar inteiro de novo.

Quando Rebecca enviara mensagens de texto antes de dizer que tentaria fugir aquela noite e chegar à sua cabana, Angel quase gritou em voz alta. Ela tirou sangue quando mordeu o interior de sua boca para se manter em silêncio e Fergie correu para fora da sala de estar na cozinha, com os olhos arregalados.

— O que você fez? — Ele perguntou, olhando-a por toda parte. — Posso sentir cheiro de sangue. Você se cortou?

Angel abanou a cabeça.

— Não, desculpe, mordi meu lábio.

— Como diabos você conseguiu isso? — Ele perguntou, olhando-a estranhamente.

— Nenhuma ideia. — Angel mentiu. — Estava sonhando acordada. Estou bem, Fergie, apenas um minúsculo corte e curará em um momento.

— Você tem certeza? — Fergie persistiu. — Você está deixando algumas vibrações muito estranhas, Angel. Há algo de errado?

— Não. — Angel forçou um sorriso no rosto. — Por favor, Fergie, estou bem, nada está errado. Estou um pouco cansada, só isso.

Fergie aproximou-se, seus olhos entrecerrando os seus olhos enquanto a olhava.

— Você me dirá se algo estiver errado. Não é?

— Claro. — Angel alcançou a mão dele para cobrir seu rosto. — Não há absolutamente nada de errado comigo. Estou bem, não estou doente ou nada, então não se preocupe, mon loupe.

— Se você tem certeza. — Os olhos de Fergie duvidaram quando Angel se levantou. — Subirei para ver mamãe e fazer algum trabalho no novo site que estou tentando configurar para as cabanas de férias.

— Tudo bem, estou apenas limpando aqui e depois me juntarei a você lá. — Angel se virou. Ela odiava ver a suspeita em seus olhos.

— Não demore muito. — Fergie afastou-se. — Sinto sua falta quando não estamos juntos.

— Eu sei. — Angel se virou, sorrindo. — Eu também.

Quando seu companheiro partiu, Angel quase quebrou, a tensão causou lágrimas em seus olhos. Respirando profundamente várias vezes, derramou água fria no rosto antes de terminar a roupa e partiu para a cabana do Alfa. Ela desejou que o dia passasse rapidamente, e para a noite chegar. Bem, não à noite, elas precisariam esperar que Fergie adormecesse, mas Angel simplesmente desejava que tudo terminasse para que finalmente pudesse relaxar.

Virando quando fechou a porta, viu Rebecca na janela da cabana que ela e Jacob receberam. A bruxa sorriu, levantando a mão em saudação e Angel retornou o gesto antes de continuar.

Ela orou fervorosamente à Deusa enquanto caminhava pelo acampamento, pedindo ajuda para curar seu companheiro. Uma coisa, só pedia a Deusa por uma coisa: curar Fergie.

Angel foi interrompida várias vezes pelos membros da matilha, perguntando-lhe como estava e era apenas bate papo geral. Teve que lutar para se controlar enquanto respondia às perguntas. Várias vezes eles a olharam estranhamente e ela sabia que não respondeu a algo, mas, por sua vida, não podia se forçar a pedir a pessoa para repetir. Em vez disso, fingiu uma dor de cabeça, dizendo-lhes que pegaria algo para isso, depois saiu correndo, deixando-os de pé, olhando-a com expressões atônitas.

Ela não se importava com o que alguém pensasse dela, ou suas ações. Tudo o que gostaria era que a noite viesse e com ela a chance de Fergie ser curado.

Angel esperava com todo o coração que seu desejo se tornasse realidade quando forçou um sorriso no rosto e subiu os degraus para a cabana. Desta vez, amanhã, ela saberia se seu companheiro estava mais uma vez inteiro e se ele estivesse, então saberia, se a odiava ou estaria decepcionado. Ela enviou outra oração à Deusa pedindo perdão por suas mentiras.

Angel sabia que Fergie odiava mentiras, ela mesma fazia, mas ele não deixou nenhuma opção. Não quando a bruxa disse que poderia curá-lo. Qual outra opção ela tinha? Nenhuma, simples assim.


Capítulo dezoito

Rebecca deixou a janela, voltando para um Jacob dormindo e deslizou ao lado dele. Ela quase podia sentir o nervosismo de Angel enquanto a observava caminhar pelo acampamento e estava preocupada com a loba. Mentir não era algo que era fácil para Angel, isso era óbvio, mas Rebecca não tinha escrúpulos se suas ações pudessem ajudar alguém.

Havia momentos em que as pessoas só precisavam de um pequeno empurrão na direção certa e ela não estava com medo de ser a única a empurrar. Era por Angel que estava preocupada e esperava que Fergie não se zangasse com a duplicidade de sua companheira em sua cura. Se o fizesse, Rebecca logo lhe daria um bocado e não pensaria duas vezes em fazê-lo.

Ela se aconchegou mais perto de seu lobo, seu corpo grande, duro, tão certo contra ela. Nunca se sentiu mais feliz e não podia esperar pela cerimônia de entrega para selá-los em seu mundo. Agora, eles estavam ligados no mundo lobo, ela podia sentir uma tranquilidade dentro dele que não estava lá antes. Jacob não estava mais tenso, apertado como um tambor e sabia que não teria que se preocupar com ele rasgando a cabeça de alguém por estar muito perto dela. Ficava irritada, às vezes, com seu comportamento, mas começava a entender os caminhos do lobo, e ele não agia de forma inapropriada aos seus olhos, ou na opinião de qualquer outro lobo.

Sim, foi tão irritante para ela, mas agora entendia, um pouco de qualquer maneira. Rebecca sabia que tinha muito mais para aprender, mas a coisa mais importante para ela agora era ter sua própria cerimônia. Quanto antes melhor. Ponderou o fato de sua donzela, Bridget, não retornar suas chamadas. Poderia ter que fazer um feitiço para descobrir o que acontecia.

Quando o corpo de Jacob ganhou vida, sua dureza pressionando em sua coxa, ela riu. Bridget teria que esperar, seu lobo parecia querer alguma atenção e ela daria a ele. Afinal, precisaria cansá-lo hoje, então ele dormiria esta noite, porque precisava acabar com a tortura de Angel e curar Fergie.

— Bom dia, linda. — A voz de Jacob estava com sono, uma de suas mãos esfregando os olhos enquanto a olhava.

— Bom dia, lindo. — ela brincou de surpresa, vendo a sobrancelha se levantar.

— Lindo? — As mãos de Jacob se movimentaram rápido para puxá-la contra ele. — Não tenho certeza de que esse é um bom nome para um lobo. Um grande lobo mau, como você me diz repetidamente.

— Oh! — Rebecca levantou a sobrancelha, com desafio em seus olhos. — Você não gosta de ser chamado de lindo? Bem, é bom saber, porque posso apenas usar isso quando estivermos na empresa. Imagina o que Jinx ou Fergie fariam disso. O que você acha?

O baixo grunhido de Jacob quase a fez rir.

— Não. Não se atreva, Becca. Quero dizer isso.

— O quê? — Rebecca era toda inocente olhando-o largamente. — Mas, Jacob, você é lindo para mim, então por que não posso usá-lo? Tenho certeza de que os caras entenderiam. Tenho certeza que Angel e Stracey te chamam de lindo.

— Eles não fazem e não me enrole, Becca. — Jacob novamente se moveu rápido para colocá-la abaixo dele. — Estou com disposição para algum amor, mas se você quer que eu seja o grande lobo mau, então posso fazer isso também.

Rebecca ofegou quando seu peso a aprisionou, mas ela ainda o atacou.

— Hmm, você é um grande lobo mau, ou um cachorrinho? Pode ser um cachorrinho que está na cama comigo, então talvez você precise me mostrar o seu lobo e convencer-me de não o chamar de lindo diante de todos.

Ela conseguiu a reação que queria, seus olhos mudaram para quase brilhar, seus caninos descendo enquanto Jacob a segurava firmemente no lugar.

— Você é a única que é linda. Bonita, atrevida e francamente, absolutamente irritante às vezes, mas eu te amo tanto, Becca. Você não tem ideia de como me sinto por você, minha bruxa atrevida.

Rebecca levantou a mão, acariciando seu rosto suavemente.

— Eu também te amo, bonito, e prometo não te chamar de lindo diante dos rapazes. Mas, meu lobo, em particular irei chamá-lo como eu quiser, porque você é lindo para mim.

— Você é tão diferente de uma loba, Becca. — Os dentes de Jacob arranhavam a sua clavícula. — Mas é o que mais amo em você. Estive longe de uma vida na matilha por tanto tempo que não acho que eu teria me estabelecido com uma loba. Você é apenas o tipo de mulher que me mantém em meus dedos do pé. E eu gosto. Muito.

— Eu lhe disse antes, Jacob, não sou sua mulher comum. — Rebecca gemeu enquanto seus dentes se moviam ao longo de seu pescoço. — É melhor você se acostumar com o meu, o que você chamou? Ah, sim, meu atrevimento, porque não mudarei. Agora, pare de brincar e veremos se você aguentará o ritmo.

Jacob afastou suas pernas, posicionando-se entre elas.

— Eu aguentarei o ritmo, Becca. — Sua dureza pressionou dentro dela, forçando um suspiro de seus lábios. — A questão é, você vai?

Rebecca jogou a cabeça para trás enquanto seus dentes perfuravam sua pele, marcando-a como dele, novamente.

Enquanto seus corpos se moviam juntos, escorregadios de suor, o coração de Rebecca bateu mais rápido quando seu companheiro a aproximou cada vez mais da libertação. Suas unhas longas e cuidadas cravaram nas costas dele, deixando longas trilhas e um pouco de sangue escorrendo de suas costas. Jacob gemeu, com a cabeça erguida quando suas presas desceram de volta em suas gengivas e um rugido surgiu de sua garganta enquanto seus movimentos experientes a levavam a um orgasmo selvagem de puro êxtase. O seu próprio seguiu o dela, empurrando descontroladamente até que sua semente parou de fluir e sua boca cobriu a dela em um beijo ardente.

A paixão desse beijo quase trazia lágrimas aos olhos dela ao sentir o amor dele emanar do fundo de sua alma. Seu próprio amor crescia com cada dia que passava, até um nível que ela não achava possível. Seu lobo era agora o mundo dela e sabia que não poderia mais viver sem ele ao seu lado. Sua única preocupação era que eles ainda não tinham discutido, crianças.

Jacob caiu para o lado, uma risada borbulhando de seu peito.

— Droga, mulher, isso foi incrível.

Rebecca aconchegou-se contra seu duro peito.

— Sim, foi, mas estou com um pouco de sede, você poderia me pegar algo para beber?

— Claro. — Jacob saiu de seus braços e pernas. — O que você gostaria? Água ou suco?

— Suco, se houver algum, por favor. — Rebecca observou como ele andava nu da sala, perguntando-se como poderia abordar o assunto deles tendo filhos. Ele era um lobo e sabia que eles estavam preparados para querer crianças ou, como os chamavam, filhotes e muitos deles. Quando ela se imaginou com uma criação de crianças ao redor de seus tornozelos, ela estremeceu, sua ideia do inferno.

Quando Jacob voltou, uma jarra de suco de laranja e dois copos com gelo nas mãos, Rebecca sentou-se, puxando o lençol para se cobrir. Sabia se ela queria qualquer tipo de conversa significativa, então precisava esconder o corpo de seus olhos curiosos. Sua pequena carranca enquanto ele via seu corpo coberto a fazia sorrir.

— Ei, eu quero conversar. Nós podemos fazer isso?

Jacob serviu-lhes um pouco de suco, entregando o dela antes de beber o copo de uma só vez, recarregando e fazendo o mesmo.

— Claro, o que está em sua mente?

Rebecca deu um tapinha na cama ao lado dela.

— Volte para a cama primeiro.

— Se eu fizer isso, não falaremos. — Jacob riu, colocando o copo ao lado do jarro na cômoda e deslizando de volta para a cama.

— Eu acho que precisamos conversar, Jacob. — Rebecca tomou um pouco de seu suco antes de colocar o copo na mesa lateral. — É importante.

O braço dele passou por seus ombros, puxando-a contra seu lado.

— Ok, minha companheira, o que há de errado? Tem que ser muito errado, porque você tem um franzido entre os olhos que me diz que você está chateada com alguma coisa.

Rebecca inclinou-se sobre ele, um braço sobre o estômago, os dedos acariciando sua pele suavemente.

— É algo com o que já deveríamos ter falado e lamento não falar mais cedo. — Fez uma pausa, preocupada com o modo como ele reagiria às suas palavras. — É sobre crianças, Jacob. Tipo, sei que você é um lobo e, aparentemente, está em seu DNA desejá-los, muitos deles, mas não tenho certeza sobre isso. Nunca me vi como o tipo maternal e acho que estou com medo de querer uma tribo de pequeninos.

Jacob ficou em silêncio por alguns instantes, Rebecca esperou impaciente por sua resposta.

— Uma tribo, hein?

— Você sabe o que quero dizer. — Rebecca sussurrou.

— Sim, sim. — Jacob moveu uma das mãos para seu queixo, levantando-o para que ele pudesse olhá-la nos olhos. — Eu não quero uma tribo, como você disse com tanta eloquência. Quero crianças, mas não é algo que eu quero agora, nem em breve. Não sou o lobo habitual, se você não notou, então o anseio de ter filhos não está gritando dentro de mim, como acontece com alguns. Como eu disse, quero crianças, mas não agora e definitivamente não um monte delas.

Rebecca deixou escapar uma respiração reprimida.

— Oh, graças a Deusa. Tenho me preocupado por causa disso. Não sabia como dizer-lhe que estou usando controle de natalidade.

— Becca, você deveria ter falado comigo antes e nós poderíamos ter esclarecido isso muito rápido. — Jacob deu de ombros. — Quero dizer, pode me ver trocando fraldas sujas?

— Eu também. — Rebecca riu. — Eu quero crianças também, mas no futuro, e posso te dizer agora, lobo, certamente haverá uma babá envolvida.

— Eu concordo. — Jacob apertou seus ombros. — Veja, isso foi bem, e só prova que precisamos nos comunicar um pouco melhor. Se algo estiver incomodando você, fale comigo sobre isso e, tentarei fazer o mesmo. Combinado?

Assentindo, ela levantou a mão e puxou o cabelo dele.

— De acordo, lobo, agora, o que você diz, vamos usar esse chuveiro grande?

— Eu diria que é uma boa ideia. — Jacob a puxou para o seu colo antes de movê-los para o lado da cama. Usando suas coxas grossas e fortes, ele ficou de pé e levou-a até o banheiro.

Várias horas depois, Rebecca estava preparada ao lado de seu companheiro adormecido. Longas lutas de amor, interrompidas para comer com tanta gratidão a comida deixada na porta, acabaram quando Jacob e ela caíram esgotados. Sua respiração profunda e uniforme, dizia que ele estava fora da contagem e agora seria um bom momento para ir a cabana de Angel.

Encontrando seu telefone na cômoda ela rapidamente enviou um texto para ver se Angel ainda estava acordada, seria inútil ir se Angel estivesse dormindo. No entanto, quase imediatamente o telefone acendeu com uma resposta. “Sim. ” Então, Rebecca vestiu seu robe de cetim vermelho, empurrando os pés nos chinelos de veludo suave e saiu furtivamente para fora do quarto.

Movendo-se tão silenciosamente quanto podia, saiu da cabana, tendo o cuidado de fechar a porta tão silenciosamente quanto podia. A cabana de Angel estava apenas a três da que ela e Jacob usavam, então a distância não era grande. Caminhar na escuridão foi complicado e usou o pequeno aplicativo de lanterna em seu telefone para iluminar o caminho e salvá-la de cair sobre os detritos no chão. Uma porção de luz da porta de Angel foi como um farol na noite.

Angel saiu, abraçando Rebecca com força.

— Obrigada. Honestamente não posso dizer o que isso significa para mim.

Rebecca deu-lhe um tapinha nas costas antes de se livrar do abraço.

— Tudo bem. Quero ajudar. Vamos logo, não tenho certeza de quanto tempo Jacob dormirá. Uma vez lá dentro, sem barulho, não quero acordar Fergie enquanto estou a meio caminho ou algo assim. Ok?

Angel assentiu, o dedo fazendo um movimento de zíper em seus lábios antes de convidar Rebecca para entrar. Rebecca seguiu Angel, através da cozinha e sala de estar e, em seguida, ao longo de um pequeno corredor para um quarto no final. Angel empurrou a porta abrindo uma fresta, olhando para dentro antes de virar e dar a Rebecca um polegar para cima.

Parecia que Fergie ainda dormia e Rebecca começou a aproveitar seu poder antes mesmo de entrar na sala. Chamando suas habilidades e mantendo-a dentro enquanto crescia. Quando ficou de pé ao lado da cama, olhando para um profundo adormecido Fergie, ela sabia que tinha o suficiente dentro dela para fazer o que era necessário.

Angel ficou parada ao lado, os olhos arregalados e flutuando entre Rebecca e Fergie. Mordeu o lábio inferior quando Rebecca lhe deu um pequeno sorriso antes de se concentrar inteiramente no corpo deitado diante dela. Ela fechou os olhos, abriu sua visão mágica e buscou o que viu várias noites antes. Uma visão começou a aparecer em sua mente, pele, músculos, tendões, vasos sanguíneos e muito mais, como fotografias em uma tela. Mais e mais clara a imagem tornou-se, e ela se concentrou mais, procurando a névoa de vermelho que tinha visto antes.

O dano que causou a paralisia de Fergie a partir da metade da coxa foi um caso simples, para ela, de uma quebra no sinal do cérebro para as pernas. Um ponto muito pequeno de vermelho apareceu em cada perna e ela zoneou um na sua coxa direita. Seus lábios se moviam rapidamente, as mãos fazendo desenhos delicados na frente dela enquanto tecia seu feitiço de cura, alguns momentos foi o suficiente antes que lançasse em direção ao lobo adormecido.

Rebecca concentrou-se em seu feitiço, torcendo e torcendo em direção ao dano, penetrando profundamente dentro da coxa de Fergie para começar a reparar o dano. Um pequeno sorriso torceu os lábios para cima enquanto via a vermelhidão dentro dele desaparecer lentamente, inteiramente. Firmando a respiração, ela mudou sua atenção para a outra perna, concentrando-se no dano ali e repetindo seu feitiço tão rapidamente quanto pôde.

Odiaria que Fergie acordasse agora e parasse o que começou. Para ele, parar sua cura seria uma catástrofe, para ele e Angel. Rebecca aumentou seu poder, despejando seu feitiço para Fergie e o último e pequeno obstáculo para ele andar mais uma vez. À medida que seu poder o invadira mais uma vez, ela trabalhou duro para destruir o ponto vermelho em sua mente. Quando começou a desaparecer, sentiu um momento de puro alívio, sabendo que terminaria antes dele ter a chance de detê-la.

Apenas alguns segundos foram necessários, uma vez que o comprometimento dentro do corpo se curou rapidamente. Quando seu pé esquerdo se contraiu, Rebecca ouviu o suspiro de Angel e ela deixou sua magia fluir de seu corpo e de volta à natureza e à Deusa. Abrindo os olhos, se virou e viu Angel de pé, com uma das mãos sobre a boca e as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, seus ombros tremiam enquanto ela chorava em silêncio com a felicidade.

Rebecca saiu, levando Angel para fora do quarto e de volta para a cozinha.

— Não o acorde. Deixe-o descansar e acordar normalmente pela manhã. Ele sentirá isso assim que estiver consciente e tudo o que peço é que se você se for contar a ele sobre isso, que você me avise. Não quero estar em posição dele estar chateado comigo e não saber disso. Está tudo bem com você?

Angel fungou, pegando um lenço de papel e limpando seus olhos antes de assoar o nariz e sussurrar.

— Sim, claro. Obrigada, Rebecca, não posso agradecer o suficiente. De fato, essas palavras nem se aproximam do que estou tentando dizer.

— Você não precisa me agradecer, mas você é muito bem-vinda. — Rebecca sorriu. — Seria triste se soubesse que poderia curá-lo e não o fizesse. Então, nosso pequeno engano foi para o bem maior e espero que Fergie não fique muito chateado com você. Se ele o fizer, apenas o mande para mim e eu resolverei para você.

Angel sorriu.

— Posso fazer isso. — Sussurrou enquanto Rebecca abria a porta dos fundos. — Você pode fechá-la atrás de você? Eu quero voltar para Fergie.

— Sim, claro. — Rebecca brincou com o telefone para ligar novamente a lanterna. — Apenas lembre-se, não o acorde. Deixe-o para esta noite.

— Eu sei. — Angel sorriu, correndo de volta para o companheiro.

Rebecca reprimiu o riso quando fechou a porta com força, observando onde pisava quando saiu da cabana. Seu telefone apenas mostrando uma pequena distância na frente dela, ela deu alguns passos antes de parar quase morrendo de susto, seu coração batendo selvagemente quando uma figura apareceu diante dela.

— O que diabos? — Ela ofegou quando uma das mãos cobriu sua boca e uma agulha perfurou seu pescoço.

Enquanto se afundava em direção ao esquecimento, sentiu-se levada, uma voz familiar que a fez sentir calafrios pela espinha dorsal.

— Você foi muito estúpida, Rebecca. Muito estúpida, de fato.

— Não! — Ela tentou gritar por ajuda através da mão um momento antes que a escuridão a tomasse.

 

 

 

[1] Me desculpe irmão, em gaélico
[2] Dança de espada escocesa. Os velhos reis e chefes de clãs organizaram os Jogos das Terras Altas como um método para escolher seus melhores homens de armas, e a disciplina necessária para realizar as danças nas montanhas permitiu que os homens demonstrarem sua força, resistência e agilidade.
[3] Meu lobo.
[4] É uma palavra de origem inglês médio, que significa "testículos"

 

 

                                                   A. K. Michaels         

 

 

 

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